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1 UNIVERSIDAD DE GRANADA UNIVERSIDAD

1. a desobedi ncia ao princ pio da razoabilidade significa ultrapassar irremediavelmente os limites do que as pessoas em geral de plano considerariam aceit veis em termos jur dicos um princ pio com fun o negativa J o princ pio da proporcionalidade tem uma fun o positiva a exercer na medida em que pretende demarcar aqueles limites 7 TOLEDO BARROS Suzana de op cit p 74 8 BRASIL Lei n 9 784 de 29 de janeiro de 1999 Regula o processo administrativo no mbito da Administra o P blica Federal Di rio Oficial da Uni o Bras lia 1 fev 1999 Dispon vel em lt http www010 dataprev gov br sislex paginas 42 1999 9784 htm gt Acesso em 19 jan 2009 101 indicando como nos mantermos dentro deles mesmo quando n o pare a a primeira vista irrazo vel ir al m Wilson Ant nio STEINMETZ filiando se corrente que defende a diferencia o v uma rela o de hierarquia entre a proporcionalidade e a razoabilidade valendo reproduzir seu pensamento Aceita se a tese da separa o mas para al m disso sustenta se que do ponto de vista do controle racional e intersubjetivo da aplica o o princ pio da proporcionalidade superior ao princ pio da razoabilidade o que justifica ainda mais a aplica o do princ pio da proporcionalidade na hip tese de colis o de direitos fundamentais Essa superioridade adv m do fato de que o princ pio da proporcionalidade pass v
2. O conte do m nimo ou n cleo essencial dos direitos fundamentais conforme assevera a melhor doutrina a dignidade da pessoa humana Esta o denominador comum de todos os direitos fundamentais ao qual todos eles podem ser reduzidos Ou seja a dignidade da pessoa humana um princ pio de natureza absoluta devendo ser preservada e respeitada por todos constituindo o piso m nimo ao qual est o inexoravelmente adstritos todos os direitos fundamentais A pessoa deve ser vista como fundamento primeiro e ltimo do Estado conferindo a dignidade da pessoa humana uma unidade de sentido e de valor aos direitos fundamentais Pelo exposto resta patente portanto que a melhor doutrina contempor nea consagra a dignidade humana como valor m ximo do sistema jur dico nacional plenamente dotado de efic cia normativa e dispensado de qualquer outro requisito para que possa ser aplicada imediatamente s quest es concretas Neste sentido muda se tamb m o foco do ordenamento jur dico na exata medida em que o homem enquanto ser dotado de dignidade excelsa passa a ser o fim do direito o Estado que existe para o homem e n o o contr rio A promo o da dignidade torna se ent o prioridade para todo o Poder P blico e seus rg os Contudo o reconhecimento de superioridade axiol gica do princ pio pela doutrina e a positiva o do princ pio em lugar de reconhecido destaque na Constitui o n o exaurem a problem t
3. poss vel constatar que sempre existiu uma prote o do ser humano desde as legisla es mais antigas mas esta prote o n o era estendida a todos pois nem todos eram iguais livres e sujeitos de direitos e deveres A dignidade da pessoa humana enquanto valor estendida a todos representa uma conquista da humanidade embora o assunto n o se encontre pronto e acabado O tema reveste se sempre de atualidade sob uma vis o personalista comportando debates na busca de uma maior prote o jur dica Embora o tema se encontre topograficamente localizado na Constitui o Federal o fato n o impede as grav ssimas situa es de indignidade das pessoas com defici ncia que s o constatadas a todo o momento por isso que os esfor os do Poder P blico e da sociedade devem ser unidos para a efetiva o cada vez maior desse princ pio constitucional Outrossim deve se primar pela transforma o de discursos em a es de letra da lei em pol ticas p blicas ou seja a realiza o pr tica da express o dignidade da pessoa humana 9 Como vimos a atual Constitui o Federal Brasileira prev garantias a exemplo de documentos internacionais e mesmo de legisla o anterior sua promulga o visando garantia de direitos humanos fundamentais e melhoria da qualidade de vida das pessoas com defici ncia O princ pio da isonomia adotado na Constitui o Federal Brasileira de 1988 impede qualquer tipo de discrimina
4. O primeiro diploma legal caracterizando as pessoas com defici ncia como um grupo individualizado foi o Disabled Persons Employment Act de 1944 que procurou fixar os direitos laborais das pessoas com defici ncia apresentando uma linha apenas de conduta patronal em face de trabalhadores com defici ncia linha esta que tratava de aspectos da din mica de trabalho para que as empresas se adaptassem em termos materiais e comportamentais mas n o garantiu absoluta isonomia de tratamento quanto a sal rios Tanto verdade que se editou no mesmo ano o Education Act de forte inspira o paternalista preceituando que as crian as com defici ncia deveriam frequentar as aulas com os seus pares com outras crian as com defici ncia em salas e em escolas especiais durante o primeiro e segundo graus de sua forma o educacional A pol tica assistencial no entanto notabilizou se de forma cabal por meio do National Assistance Act de 1948 o qual impunha em sua Se o 29 caber s autoridades locais o dever de arranjar servi os arrange services para as pessoas com defici ncia tolhendo a essas mesmas pessoas o direito livre escolha de um trabalho Em 1970 editou se o Chronically Sick and Disabled Persons Act numa tentativa de racionaliza o do caos assistencial durante d cadas instalado o que no dizer lan BYONE conferiu garantia s pessoas com defici ncia apenas aos direitos a passar fome de co
5. 357 geral e enunciativa fez se cogente no Brasil em face de sua ratifica o em 2001 por meio do Decreto Legislativo n 198 de 13 de junho de 2001 e promulgado pelo Decreto n 3 956 de 08 de outubro de 2001 e do fato de que instiga os signat rios implanta o de pol ticas compensat rias de car ter inclusivo Em seu Pre mbulo reafirma que as pessoas com defici ncia det m os mesmos direitos fundamentais das demais reconhece que a paz e a justi a social alicer am a base necess ria para uma paz duradoura e que as pessoas com defici ncia persistem sistematicamente alijadas do acesso s condi es e aos direitos sociais m nimos invoca a Conven o sobre a readapta o profissional e o emprego de pessoas com defici ncia da Organiza o Internacional do Trabalho Conven o 159 a Declara o dos Direitos do Retardado Mental AG 26 2856 de 20 de dezembro de 1971 a Declara o das Na es Unidas dos Direitos das Pessoas Portadoras de Defici ncia Resolu o 3 447 de 9 de dezembro de 1975 o Programa de A o Mundial para as Pessoas Portadoras de Defici ncia aprovado pela Assembl ia Geral das Na es Unidas Resolu o 37 52 de 3 de dezembro de 1982 o Protocolo Adicional Conven o Americana sobre Direitos Humanos em Mat ria de Direitos Econ micos Sociais e Culturais Protocolo de San Salvador 1988 os princ pios para a prote o dos doentes mentais e para a melhoria do atendimento de s
6. Outra coisa importante sinalizar bem os acessos para que n o sejam bloqueados importante que essas adapta es venham seguidas de campanhas de conscientiza o pois rampas espalhadas pelas quadras de uma cidade aqui no Brasil algo novo Acredito que as pessoas que bloqueiam uma rampa com o carro nem saibam da exist ncia dela ali As rampas s o muito mal sinalizadas Infelizmente no Brasil as leis existem mas n o h fiscaliza o eficaz para seu cumprimento No Brasil somos n s cidad os que decidimos quais leis vamos respeitar e quais n o vamos Ent o quem sabe se revoguem as leis descumpridas Morei na Praia do Laranjal bairro da cidade de Pelotas RS Brasil L h um pequeno Shopping na beira da praia Quando mudei para l em 1998 conversei com o pessoal da administra o do shopping e consegui seis rampas ao redor do mesmo todas pintadas de amarelo e devidamente sinalizadas Por in meras vezes cheguei ao shopping e as rampas estavam obstru das por motos autom veis carrocinhas de pipoca etc Lembro de um di logo com um Policial Militar Boa noite Me diz uma coisa proibido estacionar em frente ao meio fio rebaixado perguntei Sim Ele respondeu Logo perguntei se quem estaciona est sujeito multa ele respondeu sim mas n o multou o carro alegando Pode ser que o dono apare a e retire o autom vel se quiseres te ajudo a subir na cal ada Em realidade nosso pa s
7. igualdade A segunda refere se a o positiva estatal e se materializa no direito de exigir do Estado a consubstancia o das condi es f ticas que viabilizem o acesso aos bens da vida e aos direitos mesmos das pessoas com defici ncia Ant nio de ARA JO sublinha os aspectos indicados por CANOTILHO e Vital MOREIRA na medida em que considera que a parte um do art 71 refere uma dimens o preceptiva e outra program tica utilizando os mesmos argumentos j delineados pelos autores supracitados Citando Joseph RAZ assinala que o Estado tem o dever n o apenas de assegurar protec o contra as amea as liberdade mas tamb m de providenciar as condi es para o desenvolvimento da autonomia dos indiv duos O aspecto peculiar doutrina de Ant nio ARA JO por m reside na oportuna lembran a de que a revis o constitucional de 1997 abandona o conceito de pessoa deficiente e insere no texto constitucional o conceito de cidad o portador de defici ncia caminhando assim de forma resoluta para a concep o da sociedade inclusiva Afirma com raz o que n o se trata de mera altera o sem ntica irrelevante eis que as diversas defini es poss veis de defici ncia plenificam se de carga ideol gica evidente A defici ncia pode ser analisada sob v rios discursos que se alternam nas diversas legisla es e per odos hist ricos Pode ser vislumbrado por exemplo sob o ponto de vis
8. necessidades especiais 380 CONCLUS O Para que a inclus o social da Pessoa com Defici ncia seja entendida como decorr ncia do Princ pio da Dignidade Humana necess rio que esta se efetive Ou seja h que seguirem unidos o Princ pio da Dignidade Humana e a efic cia em sua implementa o H que se olhar mais amplamente e al m das leis assecurat rias dos Direitos da Pessoa com Defici ncia N o basta a mera exist ncia de leis que protegem estas Pessoas de suma import ncia a aplica o de a es ou comportamentos positivos do Estado e dos particulares com o escopo de conceder oportunidades acesso a estes indiv duos de forma efetiva e eficaz A conscientiza o a elimina o de preconceitos e at mesmo a percep o das necessidades do pr ximo n o t m efic cia se somente impostas por lei mas h necessidade de que se tornem enraizadas na cultura e educa o de um povo Esta forma de integra o tem sido observada no campo da educa o com a coloca o de alunos com defici ncia em classes comuns juntamente com os demais alunos sem separ los e sim integr los Ressalto que o ganho com a inclus o da pessoa com defici ncia n o s do deficiente mas maior o proveito do n o deficiente com o conv vio E isto porque n s seres humanos temos de ter consci ncia das limita es que nos s o impostas a todo o momento e de quanto a solidariedade tem o cond o de modificar a vid
9. o de prote o pessoa deficiente ainda na civiliza o grega que encontramos um exemplo 12 mitol gico da concep o anti assistencialista e profissionalizante atrav s do mito de Hefesto filho de Zeus e Hera Hefesto descrito como coxo e de apar ncia disforme possu a habilidades extraordin rias na forja e ourivesaria considerado protetor da metalurgia A partir desse talento reconhecido e convidado a habitar o Olimpo de onde havia sido expulso por sua m e Hera inconformada com a apar ncia do filho O mito de Hefesto mostra uma hist ria de vida onde est o presentes rejei o desenvolvimento de habilidades reconhecimento profissional e integra o ao meio n o muito diferente da hist ria que pessoas deficientes poderiam contar sobre suas pr prias vidas S lon 640 a 558 a C legislador considerado reformista poca estabeleceu em lei que Soldados feridos gravemente e os mutilados em combate ser o alimentados pelo Estado Podemos inferir que o mecanismo de prote o social destinado s pessoas deficientes tenha a suas origens surgindo a partir do reconhecimento do Estado quanto necessidade de cuidar dos soldados que atuaram nas guerras 11 HITLER Minha Luta Mein Kampf Vers o eletr nica em portugu s brasileiro Dispon vel em http radioislam org historia hitler mkampf por por htm 15 Acesso em agosto 2007 12 FONSECA Ricardo Tadeu Marques da
10. ser exigido perante a administra o p blica e o Judici rio Quando o legislador constituinte atribuiu aos direitos fundamentais uma aplicabilidade imediata quis evidenciar que eles possuem uma configura o m nima a ser haurida na pr pria Constitui o que vincula o legislador ao mesmo tempo em que pode ser invoc vel perante a Administra o e o Judici rio Os direitos fundamentais funcionam portanto como limites de atua o legiferante ao mesmo tempo em que imp em ao legislador a tarefa de realiz los Assim novas id ias representam o rompimento de paradigmas Os poderes da Rep blica v m utilizando o direito de forma mec nica e dogm tica h s culos Neste sentido as id ias defendidas pela doutrina contempor nea de direito constitucional representam uma nova vis o um desafio na busca pela MERLIN CL VE Cl merson A teoria constitucional e o direito alternativo para uma dogm tica constitucional emancipat ria S o Paulo Revista dos Tribunais 1995 p 28 TOLEDO BARROS Suzana de O princ pio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais Bras lia Bras lia Jur dica 2003 p 147 98 efetividade dos direitos fundamentais e na dissemina o da igualdade de oportunidades Esta modifica o de pensamento n o ocorre num passe de m gica a mudan a lenta e gradual todavia este processo de transforma o j
11. Ill da CF 88 fundamento do pr prio Estado Democr tico de Direito que constitui a Rep blica Federativa do Brasil e deve se materializar em todos os documentos legislativos voltados para fins sociais como a lei que instituiu o Fundo de Garantia por Tempo de Servi o O Superior Tribunal de Justi a em casos excepcionais tem admitido a libera o do saldo do PIS PASEP para fazer face s despesas com doen a grave A o ordin ria com pedido de alvar judicial objetivando o levantamento do saldo do PIS para fazer face s despesas decorrentes de cirurgia pl stica para corre o de deformidades sofridas pelo autor na l mina papir cea da rbita direita acompanhada de deslocamento medial do reto lateral bem como do globo ocular Na hip tese sub examine tanto a senten a quanto o ac rd o recorrido constataram o fato de o autor necessitar de cirurgia pl stica para corre o destas deformidades o que revela a necessidade de o autor lan ar m o do saldo da sua conta de PIS para atender a uma das necessidades mais prementes do ser humano que a sa de a qual lhe garantida inclusive por princ pio constitucional Nos exemplos acima relacionados os Ministros do STJ fazem expressa refer ncia necessidade de o julgador transcender a mera subsun o do fato norma e de se conceder atividade jurisdicional um cunho muito mais social do que t cnico formal positivista A dignidade humana quando corretame
12. WOLFGANG SARLET Ingo A efic cia dos direitos fundamentais 6 edi o Porto Alegre Livraria do Advogado 2006 WOLFGANG SARLET Ingo Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na constitui o federal de 1988 Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 WOLKMER Ant nio Carlos Pluralismo jur dico S o Paulo Alfa Omega 1997 419 ZAGREBELSKY Gustavo El derecho d ctil Traducci n de Marina Gasc n 5 edici n Madrid Editoria Trotta 2003 420 ACESSO DE P GINAS VIRTUAIS ASSIS Olney Queiroz O Estado e as Pessoas Portadoras de Defici ncias dispon vel em lt http www advogado com index1a htm gt acesso em 20 fev 2007 ASSIS Olney Queiroz O Estado e as pessoas portadoras de defici ncia Dispon vel em lt http www advogado com ppd gt Acesso em 15 jan 2008 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil 1988 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 constituicao constituivC3 A7ao htm gt ltimo acesso em 19 out 2011 BRASIL Lei n 9 784 de 29 de janeiro de 1999 Regula o processo administrativo no mbito da Administrac o P blica Federal Di rio Oficial da Uni o Bras lia 1 fev 1999 Dispon vel em lt http www010 dataprev gov br sislex paginas 42 1999 9784 htm gt Acesso em 19 jan 2009 BRASIL Supremo Tribunal Federal ADIN 855 2 PR Relator Min Sep lveda Pertence por maioria Julgado em 1 jul 1993 Di rio de Justi
13. es econ micas e assim n o atendiam a massa trabalhadora Por outro lado os crescentes problemas nas ind strias com os acidentes de trabalho e o fortalecimento das id ias socialistas exigiam uma nova postura do Estado acossado por movimentos e reivindica es populares Fazia se necess rio criar o Direito do Trabalho e um sistema de Seguridade Social com atividades assistenciais previdenci rias e de atendimento sa de bem como de reabilita o dos acidentados Surge ent o na Alemanha a institui o dos seguros sociais com o BISMARCK Desta forma o nascimento do seguro social obrigat rio deu se por for a de condi es f ticas especialmente da preocupa o dos dirigentes das na es com a condu o de suas administra es e n o especificamente com os interesses diretos dos proletariados a manuten o da estabilidade do Estado foi motivo igualmente determinante para o in cio da institui o da Previd ncia Social por isso que o plano de BISMARCK embora tenha o m rito da institui o dos seguros sociais de car ter geral e obrigat rio a ponto de se atribuir ao Chanceler a responsabilidade pela forma o da Previd ncia Social n o lhe pode atribuir um profundo sentimento solidarista BISMARCK institui o seguro doen a logo depois em 1884 o seguro contra acidente do trabalho e em 1889 o seguro invalidez e a velhice O custeio das presta es tinha sustenta o nas contribui es dos emprega
14. es trat veis No terceiro mil nio n s precisamos criar pol ticas sens veis que respeitem tanto a dignidade de todas as pessoas como os inerentes benef cios e harmonia derivados da ampla diversidade existente entra elas Todas as pessoas com defici ncia devem ter acesso ao tratamento informa o sobre t cnicas de auto ajuda e se necess rio provis o de tecnologias assistivas e apropriadas Cada pessoa com defici ncia e cada fam lia que tenha uma pessoa deficiente devem receber os servi os de reabilita o necess rios otimiza o do seu bem estar mental f sico e funcional assim assegurando a capacidade dessas pessoas para administrarem sua vida com independ ncia como o fazem quaisquer outros cidad os Pessoas com defici ncia devem ter um papel central no planejamento de programas de apoio sua reabilita o e as organiza es de pessoas com defici ncia devem ser empoderadas com os recursos necess rios para compartilhar a responsabilidade no planejamento nacional voltado reabilita o e vida independente A reabilita o baseada na comunidade deve ser amplamente promovida nos n veis nacional e internacional como uma forma vi vel e sustent vel de prover servi os Cada na o precisa desenvolver com a participa o de organiza es de e para pessoas com defici ncia um plano abrangente que tenha metas e 263 cronogramas claramente definidos para fins de implementa o dos objetivos
15. expressos nesta carta Esse documento um dos mais importantes no mundo no sentido de integrar a pessoa com defici ncia n o s legalmente com a cria o de leis que garantam determinados direitos mas com efetiva aplica o de tais direitos lembrando ainda a import ncia de colocar a preven o com merecido destaque 12 3 O fundamento Legal da Integra o da Pessoa com Defici ncia no Mercado de Trabalho Apesar de existirem outros dispositivos visando integra o social da pessoa com defici ncia assegurando educa o sa de acesso ao lazer esportes e vida cultural determinando ademais acesso aos meios de transporte aos edif cios p blicos e privados Assim fica evidente a inten o do legislador constituinte de assegurar s pessoas com defici ncia um conjunto de normas program ticas as linhas b sicas do processo de integra o destas sociedade e ao mercado produtivo nacional O princ pio da igualdade sem d vida o esteio de todas as garantias e prerrogativas de que goza a pessoa com defici ncia art 5 caput A Constitui o estabelece que todos Uni o Estado Distrito Federal e Munic pio s o envolvidos para cuidar da sa de e assist ncia p blica da prote o e garantias das pessoas portadoras de defici ncia art 23 II O art 24 XIV determina que compete a Uni o Estados e Distrito Federal legislar sobre a prote o e integra o das pessoas portadoras de defi
16. incentivos para que participem no desenvolvimento de atividades comunit rias e est mulos governamentais a fim de promover o desenvolvimento dessas organiza es e por meio delas criar programas de instru o da popula o com o intuito de demonstrar uma imagem positiva das pessoas com defici ncia e suas capacidades Nos itens 39 a 41 tra a a oitava parte cujo objeto a inclus o da habilita o e reabilita o profissional nos regimes de seguridade social instigando os membros a adotarem os ditames contidos nos arts 35 da Conven o sobre a Seguridade Social de 1952 26 da Conven o sobre as Presta es no Caso de Acidentes de Trabalho e Enfermidades Profissionais de 1964 e 13 da Conven o sobre as Presta es de Invalidez Velhice e Sobreviventes de 1967 Finalmente na parte nona o item 42 estabelece que na medida do poss vel dever haver uma coordena o entre as pol ticas de reabilita o profissional e as de desenvolvimento social e econ mico as de promo o de emprego de forma o profissional geral de integra o social de seguridade social de cooperativas de desenvolvimento rural as de pequenas ind strias as de seguran a e de higiene no trabalho e as de adapta o dos m todos de trabalho s necessidades pessoais e melhoria das condi es de trabalho 14 3 O Direito Comparado das Pessoas com Defici ncia na Comunidade Europ ia Reafirma a gravidade da exclus o que se imp
17. o H igualdade de direitos ressalvando se os casos em que a desigualdade deve ser assim considerada 396 tratando se os desiguais desigualmente Al m deste princ pio a Constitui o Federal cont m outros dispositivos de relev ncia em rela o pessoa com defici ncia Ao exame desse quadro verificamos que nossa legisla o a respeito ressalvada at certo ponto a Lei n 7 853 89 fragment ria e falha inexistindo uma disciplina harm nica a respeito da mat ria Conclu mos que a legisla o que protege a Pessoa com Defici ncia numerosa mas sem efic cia na pr tica pois n o h fiscaliza o Para ilustrar tal conclus o trouxemos exemplos pr ticos da vida de pessoas com defici ncia o que deixa bem claro que apesar das garantias legais elas s se fazem cumprir atrav s de a o judicial As pr prias pessoas com defici ncia que precisam fiscalizar o cumprimento das leis que as protegem tarefa que caberia ao Poder P blico fiscalizar constatar irregularidades e advertir o transgressor que em um prazo razo vel dever tomar as provid ncias necess rias sob pena de multa caso houver atraso ou descumprimento Na realidade o que ocorre a pessoa com defici ncia constatar as irregularidades mas precisar ir at o Poder Judici rio para fazer valer seus direitos que a partir de tudo o que vimos sobre a dignidade humana deveriam ter aplica o imediata Temos assim a JUDICIALIZA O da
18. o da pessoa com defici ncia que compreende o conjunto de orienta es normativas que objetivam assegurar o pleno exerc cio dos direitos individuais e sociais das pessoas com defici ncia O art 2 do decreto brasileiro n 3 298 de 20 de dezembro de 1999 conceituou defici ncia como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun o psicol gica fisiol gica ou anat mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padr o considerado normal para o ser humano A incapacidade considerada como uma redu o efetiva e acentuada da capacidade de integra o social com necessidade de equipamentos adapta es meios ou recursos especiais para que a pessoa com defici ncia possa receber ou transmitir informa es necess rias ao seu bem estar pessoal e ao desempenho de fun o ou atividade a ser exercida Em 1973 nos Estados Unidos o Rehabilitation Act definiu deficiente como algu m que sofre limita o substancial em uma atividade importante da vida Um indiv duo pode se encontrar limitado substancialmente em uma atividade importante de sua vida de duas maneiras a Atrav s de uma limita o real de uma atividade importante da vida b Mediante uma limita o subjetiva e de certo modo imagin ria visto como tendo tal limita o e portanto tratado socialmente como deficiente estere tipo A t tulo de exemplo poder se ia citar a obesidade 21 Tamb m imp
19. o de algu m por um delito de insignificante ofensividade expondo o a um risco t o expressivo para sua sa de e integridade f sica Conv m frisar ainda neste contexto que se poder chegar ao mesmo resultado a partir do crit rio da necessidade O pr prio Tribunal Federal Constitucional na decis o ora tomada como exemplo entendeu que as sequelas decorrentes da investiga o e determina o da autoria e responsabilidade pelo delito n o poder o atingir o autor de forma mais gravosa do que a san o penal a ser aplicada ao caso BRASIL Supremo Tribunal Federal ADIN 855 2 PR Relator Min Sep lveda Pertence por maioria Julgado em 1 jul 1993 Di rio de Justi a da Uni o Bras lia 1 out 1993 Dispon vel em lt http www stf gov br jurisprudencia lT in processo asp origem IT amp classe ADI amp processo 85 5 amp recurso 0 amp tip julggamento M gt Acesso em 19 jan 2009 110 MORO S rgio Fernando op cit p 56 107 Apesar de pass vel de cr ticas como toda e qualquer decis o judicial entendemos que desta vez o STF agiu bem de forma ponderada e razo vel Incorporar mais este nus atividade econ mica equivaleria a inviabiliz la N o bastasse a excessiva carga tribut ria j incidente sobre diversas atividades econ micas exig ncias como esta poderiam tornar a atividade economicamente invi vel e prejudicar os pr prios consumidores Em caso de desconfian a acerca do peso do botij o de g s o
20. o de instru es e manuais mais acess veis e uso de ledores ou int rpretes o que demonstra nesse passo a grande influ ncia da ADA americana A garantia do cumprimento da Lei quanto 332 aos ajustes razo veis reasonable adjustments bem como a presta o de informa es aos trabalhadores com defici ncia e at a ajuda de custo para a adapta o do local de trabalho em caso de in cio de um neg cio pr prio encontram respaldo em um programa do governo denominado Access to Work acesso ao trabalho A se o 17A disp e que qualquer queixa referente ao descumprimento dos dispositivos da Parte Il ou da se o 57 ou 58 dever ser apresentada Justi a do Trabalho Employment Tribunal Em 25 de novembro de 2001 como resultado do encontro Government s 2001 Manifesto o Parlamento brit nico introduziu o Disability Discrimination Bill como prova de seu comprometimento de estender direitos e oportunidades as pessoas com defici ncia Essa Declara o emendou o Disability Discrimination Act DDA conferindo aos rg os p blicos novos deveres estendendo a obriga o de realizar os ajustes razo veis aos propriet rios de im veis quanto s barreiras arquitet nicas adapta o de ve culos e transporte p blico e passou a incluir no rol das pessoas com defici ncia as pessoas com HIV c ncer ou esclerose m ltipla e eliminou a necessidade da comprova o cl nica da defici ncia mental A Emenda ao DDA
21. princ pio da igualdade enquanto condutor da democracia na medida em que o desenvolvimento da sociedade capitalista nos levou ao neoliberalismo doutrina que prega a desigualdade como um valor em si mesmo e contaminou todas as rela es econ micas e pol ticas nas ltimas d cadas no pa s e no mundo A discuss o acerca da igualdade entre os homens n o recente est h s culos na agenda pol tica dos povos Deita ra zes na filosofia grega nos fundamentos do cristianismo toma corpo na Revolu o Francesa e ganha nova forma quando a sociedade e o mundo do Direito come am a falar e a defender a isonomia material No entanto n o mais suficiente considerar todos iguais perante a lei agora preciso tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente na exata medida de sua desigualdade A igualdade diferentemente da liberdade um conceito relativo Uma pessoa s igual ou desigual se houver outra a ser comparada com ela Ningu m absolutamente igual ou desigual apenas relativamente A igualdade pressup e a exist ncia do outro o seu reconhecimento enquanto pessoa enquanto ser humano Podemos afirmar portanto que o princ pio da igualdade est intimamente vinculado id ia de solidariedade exatamente neste sentido disp s a Constitui o Federal de 1988 Ao dizer em seu art 35 que objetivo fundamental da Rep blica Federativa do Brasil a constru o de uma sociedade livre justa e solid ri
22. s ALEXY Robert idem p 457 tradu o do autor e ALEXY Robert idem p 482 tradu o do autor 19 BARCELLOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais o princ pio da dignidade da pessoa humana Rio de Janeiro Renovar 2002 pp 83 99 11 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 85 75 proposta da autora revela a auto aplicabilidade dos princ pios a qual se evidencia quando o int rprete tem diante de si como crit rio de pondera o a incid ncia de dois ou mais princ pios O segundo crit rio indicado por BARCELLOS define a fundamentalidade jur dica que consiste na refer ncia expl cita de um determinado princ pio pelo ordenamento jur dico como fundamental exatamente como se d em rela o aos arts 7 a 11 da Constitui o que contemplam direitos trabalhistas individuais e coletivos Exemplifica a fundamentalidade jur dica demonstrando que a Constitui o estabelece cl usulas p treas fundamentos da Rep blica ou introduzindo cap tulos espec ficos para indicar os princ pios que os norteiam Destarte adota se a fundamentalidade social apenas como grau de pondera o de princ pios e se destaca como o primeiro m todo a ser utilizado exatamente o m todo da fundamentalidade jur dica Adverte por m que inexiste hierarquia entre regras e princ pios constitucionais mas uma certa ascend ncia dos ltimos sobre as primeiras tanto pela indica o expressa da Carta
23. 50 da mesma carta pol tica determina que 1 Todos os cidad os t m o direito de acesso em condi es de igualdade e liberdade aos cargos p blicos 2 Ningu m pode ser prejudicado na sua coloca o no seu emprego na sua carreira profissional ou nos benef cios sociais a que tenha direito em virtude do exerc cio de direitos pol ticos ou do desempenho de cargos p blicos 3 No acesso a cargos electivos a lei s pode estabelecer as inelegibilidades necess rias para garantir a liberdade de escolha dos eleitores e a isen o e independ ncia do exerc cio dos respectivos cargos O art 58 ao seu turno declara a universalidade do direito ao trabalho Imp e que o Estado promova para tanto a pol ticas de pleno emprego b a igualdade de oportunidades na escolha da profiss o ou g nero de trabalho e condi es para que n o seja vedado ou limitado em fun o do sexo o acesso a quaisquer cargos trabalho ou categorias profissionais c a forma o cultural e t cnica e a valoriza o profissional dos trabalhadores O artigo subsequente assegura a universalidade dos direitos sociais do trabalhador determinando que o Estado assegure as condi es de trabalho retribui o e repouso a que os trabalhadores t m direito nomeadamente a O estabelecimento e a atualiza o do sal rio m nimo nacional tendo em conta entre 308 outros fatores as necessidades dos trabalhadores o aumento do cu
24. Brasil construir uma sociedade livre justa e solid ria Ill erradicar a pobreza e a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais e regionais Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social XX prote o do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos nos termos da lei Art 37 A administra o p blica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios obedecer aos principios de legalidade impessoalidade moralidade publicidade e efici ncia e tamb m ao seguinte VIII A lei reservar percentual dos cargos e empregos p blicos para as pessoas portadoras de defici ncia e definir os crit rios de sua admiss o 188 Art 170 A ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social observados os seguintes princ pios VII redu o das desigualdades regionais e sociais IX tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra o no Pa s Verdadeiramente nos ltimos tempos conforme esc lio da Procuradora da Rep blica Eug nia A Gonzaga F VERO quando se fala em desigualdades sociais o termo que
25. O cap tulo IV finalmente aponta as alternativas ao emprego que consistem em trabalho aut nomo cooperativas microempresas emprego protegido e outras formas de trabalho Trata se do mais longo cap tulo da lei dirigido que efetiva inser o produtiva da pessoa com defici ncia Admite por exemplo a cria o de centros especiais de trabalho por empresas ou pelo governo sugerindo a cria o e a implanta o de oficinas protegidas que poder o contar com subven o p blica caso as empresas privadas canalizem investimentos e mantenham essas oficinas protegidas o respectivo valor ser dedut vel do imposto de renda Assinale se que cumprindo o esp rito da lei as oficinas protegidas funcionar o sob constante avalia o de uma comiss o parit ria para que cada um dos trabalhadores logre conquistar a possibilidade de promo o e acesso atividade competitiva tanto no que tange a emprego quanto no campo do empreendedorismo A ltima disposi o normativa da lei em tela imp e ao Instituto Nacional de Forma o Profissional procedimentos destinados prepara o de pessoas com defici ncia 347 14 5 5 O Direito Estadunidense A Constitui o americana que se notabilza entre as demais constitui es por sua marcante natureza sint tica nada expressa em respeito a pessoas com defici ncia As normas que se estabeleceram sobre o assunto cravam seu fulcro nas Emendas V e XIV ambas de 1868 que tratam do princ p
26. a 132 N o s o raras as vezes em que Promotores de Justi a ingressam com a es civis p blicas para postularem uma vaga em escola particular para uma nica crian a contrariando frontalmente decis es de Tribunais Superiores que insistem em n o reconhecer a legitimidade excepcional da Institui o mesmo diante da realidade social brasileira Ora se esta lament vel omiss o ocorre ainda hoje no s culo XXI no interior do Paran reconhecidamente um dos Estados mais desenvolvidos da Federa o que dir em Estados no norte e nordeste do Brasil em que a omiss o estatal muito mais latente Entendemos que a formalidade processual exigida por algumas cortes deste pa s afigura se como sendo atentat ria dignidade da pessoa humana A flexibiliza o justificada de normas processuais especialmente as que conferem legitimidade de agir imperativa diante do contexto social que nos cerca evidente que diversos outros exemplos poderiam ser sugeridos neste particular todavia n o temos a pretens o de exaurir o assunto dignidade na seara da educa o e talvez isto nem fosse poss vel Nossa proposta limita se ao lan amento da semente tentando mostrar ao leitor a necessidade de supera o da vis o tradicional para a implementa o de um direito realmente voltado para o social A presta o de servi os de sa de por parte do Estado tamb m gera para as pessoas com defici ncia verdadeiro direito subjetivo nes
27. a impositiva dos preceitos de ordem p blica que regulam a mat ria O direito constitucional creche extensivo aos menores de zero a seis anos consagrado em norma constitucional reproduzida no artigo 54 da lei federal n 8 069 90 Revela notar que uma Constitui o Federal fruto da vontade pol tica nacional erigida mediante consulta das expectativas e das possibilidades do que se vai consagrar por isso que cogentes e eficazes suas promessas sob pena de restarem v s e frias enquanto letras mortas no papel Ressoa inconceb vel que direitos consagrados em normas menores como circulares portarias medidas provis rias leis ordin rias tenham efic cia imediata e os direitos consagrados constitucionalmente inspirados nos mais altos valores ticos e morais da na o sejam relegados a segundo plano Prometendo o Estado o direito creche cumpre adimpli lo porquanto a vontade pol tica e constitucional para utilizarmos a express o de Konrad Hesse foi no sentido da erradica o da mis ria intelectual que assola o pa s O direito creche consagrado em regra com normatividade mais do que suficiente por quanto se define pelo dever indicando o sujeito passivo in casu o Estado A determina o judicial desse dever pelo Estado n o encerra suposta inger ncia do judici rio na esfera da administra o Deveras n o h discricionariedade do administrador frente aos direitos consagrados qui constitucionalmente Nesse c
28. a las circunstancias y necesidades de cada individuo Todo lo cual resulta m s acorde con la variedad de circunstancias que se producen en la vida real 25 Para o Direito do Trabalho o que realmente importa o impacto da defici ncia sobre a capacidade de trabalho do indiv duo e de que forma elas podem comprometer sua integra o social O Decreto n 5 296 de 2 12 2004 alterou a reda o do art 4 do Decreto n 3 298 de 20 12 99 e assim a legisla o considera pessoa com defici ncia aquela que se enquadra nas seguintes categorias defici ncia f sica altera o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano acarretando comprometimento da fun o f sica apresentando se sob a forma de paraplegia paraparesia monoplegia monoparesia tetraplegia tetraparesia triplegia triparesia hemiplegia hemiparesia ostomia amputa o ou aus ncia de membro paralisia cerebral nanismo membros com deformidades cong nitas ou adquiridas exceto as deformidades est ticas e as que n o produzam dificuldades para o desempenho de fun es II defici ncia auditiva perda bilateral parcial ou total de quarenta e um decib is dB ou mais aferida por audiograma nas frequ ncias de 500 Hz 1 000 Hz 2 000 Hz e 3 000 Hz III defici ncia visual cegueira na qual a acuidade visual igual ou menor que 0 05 no melhor olho com a melhor corre o ptica a baixa vis o que significa acuidade visual entre
29. candidatura do trabalhador com defici ncia ao emprego tais como preenchimento de fichas de candidatos entrevistas testes de profici ncia ofertas de emprego passando pelos termos do contrato promo o transfer ncia treinamentos concedidos pela empresa benef cios relacionados com o trabalho at sua demiss o At outubro de 2004 esses dispositivos bem como o DDA aplicavam se apenas a empregadores com mais de quinze empregados a partir de ent o o DDA aplica se a todos os empregadores brit nicos incluam se tais empregadores entre empresas de pequeno m dio ou grande porte Na se o 4A a Lei em quest o determina como dever do empregador que se promovam os ajustes razo veis ao ambiente de trabalho de modo a n o submeter o trabalhador com defici ncia a posi es de desvantagem substancial em decorr ncia da organiza o das atividades desenvolvidas ou por qualquer outro detalhe f sico do local de trabalho tais como adapta o das instala es transfer ncia do trabalhador para outro local acess vel se necess rio flexibilidade quanto aos hor rios com aplica o de carga hor ria diferenciada avalia o do trabalhador n o pelas horas mas pelo trabalho realizado bem como licen a para que a esse trabalhador se conceda permiss o para o exerc cio de atividades referentes reabilita o ou tratamento promo o do devido treinamento do trabalhador com defici ncia uso de equipamento adaptado promo
30. come ou e irrevers vel O foco deste novo modelo de direito seguramente a inclus o social e a meta a igualdade de oportunidades a todos incluindo a as pessoas com defici ncia Assim como a Constitui o Federal Brasileira a Constitui o Espanhola tamb m resguardou um t tulo para tratar dos Direitos e Deveres Fundamentais De los derechos y deberes fundamentales Art culo 10 1 La dignidad de la persona los derechos inviolables que le son inherentes el libre desarrollo de la personalidad el respeto a la ley y a los derechos de los dem s son fundamento del orden pol tico y de la paz social 2 Las normas relativas a los derechos fundamentales y a l s libertades que la Constituci n reconoce se interpretar n de conformidad con la Declaraci n Universal de Derechos Humanos y los tratados y acuerdos internacionales sobre las mismas materias ratificados por Espa a Dispon vel em lt http www boe es aeboe consultas enlaces documentos ConstitucionCASTELLANO paf gt Acesso em 23 set 2011 99 5 O PRINC PIO DA DIGNIDADE HUMANA E OS DEMAIS PRINC PIOS CONSTITUCIONAIS J que falamos em proemin ncia axiol gica do princ pio da dignidade da pessoa humana sobre todos os demais princ pios inseridos na pr pria Constitui o da Rep blica e naturalmente sobre toda a legisla o infraconstitucional importante que se diga que n o haveria em tese possibilidade jur dica de colis o entre o pri
31. de 2003 Regulations 2003 acarretou significativas altera es Disability Discrimination Act estendendo a abrang ncia da Lei a pequenos empregadores com menos de quinze empregados outrora dispensados e a inclus o de ocupa es s quais o DDA n o se aplicava ex pol cia carcereiro trabalhadores em c maras de press o e s cios em sociedades Estabeleceu finalmente o preceito de que nenhuma discrimina o seria justific vel se motivada por preconceito inclusive no que concerne s escolas especiais fixando se o entendimento hoje imperante de que toda e qualquer crian a deve frequentar a escola regular comum seja de que tipo e intensidade for a defici ncia f sica mental ou sensorial que eventualmente ocorra 333 14 4 Direito Comunit rio Europeu A era da globaliza o da economia deu in cio a um mundo sem fronteiras E nessa nova realidade mundial que se afigura decorrente do processo de globaliza o da economia surge o Direito Comunit rio na Uni o Europ ia Grande tend ncia da p s modernidade o surgimento de blocos econ micos ganha import ncia em todos os quadrantes impondo profundas transforma es pol ticas econ micas e principalmente no que diz respeito jur dicas Considerados por alguns juristas como organiza es internacionais para fins econ micos os blocos correspondem pratica de integra o entre Estados soberanos com base na neutraliza o das fronteiras t
32. de 6 de julio de 1991 Colombia Senado Federal Dispon vel em lt www senado gov co gt Acesso em 11 jan 2009 354 ey 361 de 11 de febrero de 1997 Colombia Senado Federal Dispon vel em lt http www secretariasenado gov co leyes l0361_97 htm gt Acesso em 11 jan 2009 343 regulando as provid ncias estatais no sentido de estimular a contrata o de pessoas com defici ncia por empresas p blica sou privadas O art 24 por sua vez assegura aos empregadores que contratarem pessoas com defici ncia as seguintes garantias Para aqueles que tiverem em seus quadros pelo menos um m nimo de 10 de seus empregados em condi es de defici ncia nos termos desta lei devidamente certificados pelo Minist rio do Trabalho na regi o e com contratos anteriores a um ano ter o prefer ncia em igualdade de condi es nos processos de licita o adjudica o e celebra o de contratos sejam estes p blicos ou privados Preval ncia na concess o de cr dito subsidiado de organismos estatais e Taxas de importa o reduzidas para a aquisi o de equipamentos destinados ao trabalho da pessoas com defici ncia O art 26 garante o acesso a manuten o e o progresso no emprego s pessoas com defici ncia vedando despedida dessas pessoas em raz o da pr pria defici ncia salvo autoriza o expressa do Minist rio do Trabalho que dever declarar a absoluta incompatibilidade da defici ncia com a fun o bem como
33. e os segundos aqueles que derivam da interpreta o principiol gica da carta pol tica Demonstrada segundo parece a relev ncia das atividades estatais no sentido de assegurar os direitos e as liberdades individuais por meio de medidas de prote o organiza o e a es efetivas de ndole coletiva justamente para que aquelas liberdades fa am se eficazes fato que ainda n o se permitiu neste pa s e cuja import ncia emerge historicamente da observa o do direito comparado conv m doravante apresentarem se as id ias de Ana Paula de BARCELLOS acerca da fundamentalidade dos princ pios para que se demonstre a relev ncia da inclus o dos direitos trabalhistas no T tulo ll da Constitui o da Rep blica de 88 Dos Direitos Fundamentais O primeiro crit rio eleito pela autora para discernir os graus de efic cia incidente sobre as normas elege o da fundamentalidade social que nada 11 Como exemplo mais que seu grau de import ncia ou relev ncia social lembra que o direito de propriedade j foi considerado t o relevante quanto o direito vida e que de outra parte a prote o do meio ambiente e da condi o do consumidor foram recentemente valorados como fundamentais A fundamentalidade de que se cuida certamente revela a import ncia de um determinado princ pio e somente em condi es excepcionais tal princ pio deixar de pautar se pela efic cia positiva ou sim trica que segundo a
34. ent o imperante Nos anos 80 nada se alterou apesar da edi o das leis Education Act de 1981 e Disabled Persons Services Consulation and Representation Act de 1986 as quais mantiveram a linha assistencialista e excludente das escolas especiais segregadas Tr s fatores implicaram mais tarde a reforma do sistema o Movimento pelos Direitos Civis The Civil Right Movement nos Estados Unidos da Am rica desencadeado pelos negros em meados dos anos 50 primeiramente na luta pelos direitos civis b sicos como o direito de votar e ser votado e de ser julgado pelos seus pares depois pelos direitos sociais alcan ando outros grupos exclu dos como as mulheres e as pessoas com defici ncia a aprova o pelo Parlamento Brit nico de outras leis Acts tratando da quest o da igualdade efetiva como o Sex Discrimination Act de 1975 o Race Relations Act de 1976 foi a segunda grande causa pela demanda de um tratamento 225 BARNES Colin OLIVER Mike op cit p 9 Em par frase Por um lado n o se pode dizer que o assistencialismo tenha sido de todo mal para o pa s uma vez que garantiu s pessoas com defici ncia no Reino Unido um maior acesso a uma extensa gama de servi os reduzindo se drasticamente o n mero de pessoas segregadas em institui es Por outro lado as referidas pessoas pagavam um pre o por esses servi os abdicando de suas intimidades constantemente violada por um ex rcito de profissionais te
35. es de vida dos menos favorecidos de maneira a concretizar a igualdade social Est o elencados a partir do artigo 6 da Constitui o Federal Brasileira de 1988 3 4 3 Direitos de Nacionalidade Nacionalidade significa o v nculo jur dico pol tico que liga um indiv duo a certo e determinado Estado fazendo com que este indiv duo se torne um componente do povo capacitando o a exigir sua prote o e em contra partida o Estado o sujeita a cumprir deveres impostos a todos 3 4 4 Direitos Pol ticos Permitem ao indiv duo atrav s de direitos p blicos subjetivos exercer sua cidadania participando de forma ativa dos neg cios pol ticos do Estado Est elencado no artigo 14 Est o inseridos nos direitos fundamentais de 84 primeira gera o e s o chamados de democr ticos de participa o pol tica e dos cidad os Ademais se contemplam os direitos relacionados exist ncia organiza o e a participa o em partidos pol ticos garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos pol ticos como instrumentos necess rios e importantes na preserva o do Estado democr tico de Direito e encontram se no artigo 17 85 4 O PRINC PIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A dignidade humana encontra se consagrada na Constitui o em seu artigo 1 inciso Ill al ada condi o de verdadeiro fundamento da Rep blica Contudo a despeito de constar na Carta Magna em posi o de reconhecido destaque a proje o
36. especialmente na defesa de interesses difusos Os legitimados para a a o civil p blica como j se referiu al m da defesa de interesses coletivos espec ficos como a assist ncia de uma comunidade desabrigada por conta de enchentes poder o pleitear judicialmente que o Poder P blico seja obrigado a instituir alguma forma de assist ncia b sica aos desamparados conforme exposto acima em determinado contexto considerando que se n o houver recursos dispon veis no ano corrente eles dever o ser obrigatoriamente inclu dos no pr ximo or amento de modo que o prazo m ximo para o cumprimento da decis o judicial seja o exerc cio seguinte 144 Estado para o restabelecimento m nimo de suas dignidades s o tamb m as mais desprovidas de conhecimento e jamais ter o por si s o discernimento de ingressar com uma a o seja porque n o t m condi es financeiras seja porque n o t m informa o e muito menos acesso a Institui es como o Minist rio P blico e a Defensoria P blica Neste sentido defendemos que tais iniciativas devem partir do rol de legitimados ativos para a propositura destas a es civis p blicas Pretender que uma pessoa com defici ncia que infelizmente na situa o em que se encontra e que n o teve acesso educa o e respectivamente ao trabalho saiba o que Minist rio P blico ou Defensoria no m nimo um contra senso Uma pessoa com defici ncia desprovida de recursos financei
37. lia Em que pese s cr ticas que a seguir vamos expor a respeito de certos aspectos da norma ela sem d vida representou efetivo avan o em rela o ao tema Em primeiro lugar quanto habilita o e reabilita o da pessoa com defici ncia e a promo o de sua integra o vida comunit ria houve importante progresso tendo em vista que anteriormente apenas os segurados da previd ncia ou seja aqueles que contribu am para o sistema possu am tal direito Com a nova ordem constitucional o direito se estendeu a toda e qualquer pessoa com defici ncia como um direito de natureza assistencial e n o mais exclusivamente previdenci rio 57 A Lei Org nica da Assist ncia Social LOAS Lei n 8 742 de 07 12 1993 silenciou a respeito do tema fazendo nos concluir pela aplica o a mat ria das disposi es an logas contidas na lei de benef cios da previd ncia social que traz os seguintes preceitos Art 89 A habilita o e a reabilita o profissional e social dever o proporcionar ao benefici rio incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho e s pessoas portadoras de defici ncia os meios para a reJeducac o e de rejadaptac o profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive Par grafo nico A reabilita o profissional compreende a O fornecimento de aparelho de pr tese rtese e instrumentos de aux lio para locomo o quando a pe
38. no intervalo o mesmo procedimento Sem contar as palestras semin rios congressos aulas inaugurais e semanas acad micas que ocorriam no sal o de atos segundo andar aos quais eu n o podia participar n o esquecendo da secretaria sem acesso local onde tinha que pedir algu m ir para mim O tal pr dio por onde eu entrava n o possu a luz mas possu a muitas goteiras ratos e baratas No in cio nem me importava queria era assistir as aulas e al m disso as reformas logo come ariam me proporcionando um acesso digno O prazo se esgotou e nada aconteceu Procurei a diretora do curso e ela disse Gilberto estamos do mesmo lado me pressione para eu poder pressionar Em 2000 protocolei meu primeiro requerimento e exponho aqui um pequeno trecho N o me cabe discutir a recente recupera o do pr dio onde funciona o Curso de Direito Assalta me entretanto a indaga o da efetiva o de reformas num pr dio em pleno s culo XXI sem levar em conta as Leis Federais Estaduais e Municipais em vigor relacionadas as pessoas com 213 defici ncia Temos normas da ABNT para edifica es Tais normas s o letras mortas Como num pr dio sem condi es legais pode funcionar um Curso Universit rio Afinal se todos s o iguais perante a Lei se sou um cidad o com deveres e direitos por que sou exclu do de frequentar o Curso de Direito em igualdade de condi es com os demais Por que tenho de esperar meia hora
39. o A prote o que leva o cidad o a fazer parte integral da sociedade n o se restringe apenas s medidas destinadas diretamente a pessoa com defici ncia indispens vel que se ampliem as medidas s cio educativas dirigindo as popula o em geral que deve receber o individuo como um cidad o inserido no contexto social sem expressar ainda que indiretamente qualquer forma de discrimina o Essa prote o verdadeira significa o da express o n o alcan a parte de seiscentos milh es de indiv duos com defici ncia no mundo A pol tica buscada pelas na es deve ser a de instaurar um ambiente de oportunidades para a pessoa com defici ncia permitindo a ampla inclus o na sociedade No s culo passado o desenvolvimento da id ia dos direitos da personalidade dentro do progresso cient fico cultural e social demonstra a import ncia da preserva o de cada vida cada ser vivente e o papel do Estado na prote o dos direitos das pessoas de todas as pessoas sem diferenci las A defici ncia deve passar a ser encarada como normal pela sociedade valorizando se a pessoa com defici ncia como indiv duo e cidad o que com todas as prerrogativas inerentes cidadania 261 Estatisticamente pelo menos 10 de qualquer sociedade nascem ou adquirem uma defici ncia e aproximadamente uma em quatro fam lias possui uma pessoa com defici ncia A prote o do Estado ao indiv duo precisa seguir u
40. o as oficinas protegidas de produ o oficinas terap uticas contrata o preferencial ou seletiva sistema de quotas subven es aos empregadores que oferecem forma o profissional e em seguida contratam trabalhadores deficientes sociedades cooperativas regulares para a promo o do trabalho aut nomo etc No entanto o n mero real de trabalhadores com defici ncia empregados est muito aqu m daquele correspondente ao n mero das que s o capazes de trabalhar necess rio que seja dada oportunidade para que essas pessoas possam participar da constru o da sociedade em vez de se eternizarem como benefici rios de pol ticas assistencialistas e da Previd ncia Social o que lhes ofende a dignidade e arremessa fora suas for as de trabalho t o s lidas e produtivas quanto s de qualquer outra pessoa No Brasil o Censo Demogr fico 2000 indicou que aproximadamente 24 5 milh es de pessoas ou 14 5 da popula o total t m algum tipo de defici ncia Os cinco Estados com maiores taxas de defici ncia s o Para ba 18 76 Rio Grande do Norte 17 64 Piau 17 63 Pernambuco 17 40 e Cear 17 34 A regi o Sul concentra 18 Centro Oeste 16 20Projeto Cidad o Capaz O Projeto Cidad o Capaz foi criado e desenvolvido pela Petrobras Distribuidora promovendo a adapta o de postos de combust veis da Petrobras em condi es para que pessoas com defici ncia possam ser empregadas na rede Esta uma
41. o criados e se desenvolvem acompanhando o processo hist rico social 2 Inalienabilidade S o direitos intransfer veis inegoci veis porque n o s o de conte do econ mico patrimonial Se a ordem constitucional os confere a todos deles n o se pode desfazer porque s o indispon veis 3 Imprescritibilidade Os Direitos Fundamentais n o prescrevem e n o se perdem com o decurso do tempo s o permanentes 4 Irrenunciabilidade N o se renunciam direitos fundamentais Alguns deles podem at n o ser exercidos pode se deixar de exerc los mas n o se admite sejam renunciados Em s ntese os Direitos Fundamentais resultam de reivindica es concretas diante de situa es de injusti a ou de agress o aos bens fundamentais e elementares do ser humano As dimens es se sucedem respondendo s injusti as e ao estado de inseguran a das pessoas como veremos a seguir 3 2 Gera es ou Dimens es dos Direitos Fundamentais Estudando a evolu o doutrin rio positiva dos direitos fundamentais verificamos tr s gera es ou dimens es de direitos pr prios do homem traduzindo um processo sucessivo e cumulativo Essas gera es numa primeira an lise representariam a conquista pela humanidade de tr s esp cies de direitos fundamentais amparada nos ideais divulgados especialmente na Revolu o Francesa resumidos no lema liberdade igualdade e fraternidade BONAVIDES Paulo Curso de Direito Co
42. pessoas com defici ncia para romper com as pol ticas caritativas e caminhar rumo edifica o de uma sociedade aberta a todos devidamente estruturado para a inclus o de todas as diversidades A Declara o de Sapporo Jap o aprovada em 18 de outubro de 2002 por ocasi o da 6 Assembl ia Mundial da Disabled People s Internacional DPI uma das maiores organiza es n o governamentais de mbito internacional de pessoas com defici ncia que reuniu tr s mil pessoas na maioria deficientes representando cento e nove pa ses traduz o sentimento generalizado deste grupo no sentido de se fazer ouvir acima de tudo em rela o s pol ticas p blicas a ele dirigidas Inicialmente lembra que as guerras a viol ncia urbana e o terrorismo internacional al m de abalarem a paz mundial revela se fatores que ocasionam defici ncias em pessoas em todo o planeta fato que suscita a necessidade de pol ticas preventivas em face das defici ncias e em prol da paz Reitera ademais a import ncia de que as pessoas com defici ncia atuem como protagonistas das a es em seu favor Suscita ainda discuss es sobre bio tica como a import ncia das experi ncias com c lulas tronco para a reabilita o definitiva de pessoas com defici ncias f sicas a clonagem terap utica e outras medidas Posiciona se em favor da pr tica da vida independente das pessoas com defici ncia que para tanto necessitam de transporte de educa o d
43. preciso considerar no ponto os gastos efetuados por essas pessoas com rem dios aparelhos ortop dicos deslocamentos e outras necessidades decorrentes da defici ncia A coloca o de apenas parte desses gastos numa planilha levar conclus o de que a renda de um sal rio m nimo insuficiente para cobri los e irris ria para garantir uma exist ncia digna 17 LEITE Celso Barroso Previd ncia Social no Canad e na Alemanha Revista de Previd ncia Social Editora LTr agosto de 1998 n mero 213 p 660 60 Como ensina o Prof Celso Barroso LEITE a assist ncia social deve ter como finalidade apenas o atendimento das suas necessidades b sicas proporcionando lhes o que a legisla o considera os m nimos sociais Ora se o sal rio m nimo em nosso pa s sabidamente n o se presta garantia de uma vida digna n o pode ele servir de referencial ao c lculo do benef cio A respeito do requisito da comprovac o de que a renda mensal da familia per capita seja inferior a 1 4 um quarto do sal rio m nimo art 20 83 da Lei 8 742 93 estamos plenamente de acordo com a Dra Walk re LOPES Ribeiro da Silva quando sustenta a sua inconstitucionalidade Ao analisar a decis o do Plen rio da Suprema Corte que concluiu pela constitucionalidade da referida norma no julgamento da ADIMC 1232 DF a professora manifestou se de forma corajosa dizendo que a linha de argumentac o do Supremo Tribunal Federa
44. quanto os direitos positivos identificam se com um car ter prima facie que em sua teoria significa dizer que t m natureza axiol gica portanto exegu veis na medida do poss vel Ap s a Segunda Guerra Mundial constatada a falibilidade dos axiomas liberais concernentes soberania da maioria justamente porque esses mesmos axiomas legitimaram juridicamente a ascens o e o dom nio do nazi fascismo entendeu se que tanto os direitos fundamentais negativos quanto os positivos n o poderiam mais estar merc das maiorias flutuantes As constitui es desse modo preocuparam se em salvaguard los de inger ncias legislativas consagrando os como cl usulas p treas Nesse diapas o a Declara o Universal dos Direitos Humanos adotada pela Assembl ia Geral da Organiza o das Na es Unidas ONU em dezembro de 1948 inclui entre ALEXY Robert Idem p 431 tradu o do autor 73 os direitos fundamentais universais os direitos trabalhistas como esp cie dos direitos sociais Finalmente parecem importantes as defini es de ALEXY acerca das esp cies de direitos positivos que como se viu incluem os de prote o de organiza o e procedimento e os de presta o em sentido estrito Os direitos prote o se definem segundo o autor como os direitos do titular de direitos fundamentais frente ao Estado para que este o proteja de interven es de terceiros Abrangem amplo espectro a vi
45. que preciso buscar primeiro solu es para a pobreza e s depois para a defici ncia O enfoque de desenvolvimento inclusivo a solu o embora tenha sido solenemente ignorado apesar da percep o de que a diversidade inerente esp cie humana um valor n o um problema extra para as pol ticas p blicas Para os especialistas atender as necessidades espec ficas de pessoas com defici ncia na maioria das vezes considerado custo e n o investimento Especialistas denominam esse erro hist rico de ciclo de invisibilidade que segue a seguinte l gica pessoas com defici ncia n o conseguem sair de casa e portanto n o s o vistas pela comunidade assim deixam de ser reconhecidas como parte dela por esse mesmo motivo n o s o consideradas suas garantias de acesso a bens direitos e servi os desta forma n o h como serem inclu das na sociedade e consequentemente continuam invis veis p blico alvo de constante discrimina o Entendemos o princ pio da igualdade como a base dos direitos das pessoas com defici ncia pois a Constitui o de 1988 adotou o princ pio da igualdade como princ pio fundamental para a cria o de uma sociedade justa e solid ria A id ia de igualdade est intimamente associada id ia de democracia Trata se de princ pio que norteia a discuss o de como compreender o Estado Democr tico de Direito bastante pertinente ressaltar debater e defender o 258
46. reabilita o e participa o propriamente ditas sendo de se ressaltar o art 28 que estabelece a cota de at 2 de trabalhadores com defici ncia considerando se as dimens es respectivas o que se estabelecer por meio de norma regulamentar Com rela o administra o p blica a lei fixa o percentual de no m nimo 5 conforme vier a ser regulado O quinto cap tulo arts 41 a 47 disciplina as pol ticas transversais alinhavando interessant ssimo modelo de intera o dos rg os p blicos entre si e destes com a iniciativa privada para ampliar possibilidades e capacidades Os arts 48 a 50 das disposi es finais preconizam a cria o de um fundo de apoio a pessoas com defici ncia com verbas advindas da coima em processos judiciais em face de transgressores dos direitos das pessoas com defici ncia outrossim preconiza a dota o or ament ria de recursos p blicos 312 para as pol ticas aqui estabelecidas bem como imp e ao Estado a regulamenta o da presente Lei sem fixar prazos Segundo CANOTILHO o Direito Constitucional portugu s garante prote o contra a discrimina o para as pessoas com defici ncia e tal prote o assume dupla perspectiva A primeira diz respeito ao fator negativo da discrimina o louvando se as pessoas com defici ncia com leis e dispositivos constitucionais que as preservam de qualquer a o excludente de direitos ou de deveres correspondente destarte ao direito
47. semana que vem retornaremos ao nosso pr dio Gilberto preciso falar contigo tua entrada na faculdade ser pelo ex pr dio do Servi o de Assist ncia Judici ria SAJ Este pr dio possui liga o com o do Direito os funcion rios do Campus providenciaram umas rampas de madeira para teu acesso Ainda em outubro deste ano ser iniciada a segunda etapa da Jornal O Estado de S o Paulo de 16 de julho de 2000 sob o t tulo Escola do Rio aprende a incluir deficientes da autoria de Clarissa Thom 212 reforma onde ser demolido o antigo pr dio da assist ncia e constru do um pr dio novo com rampa e elevador certo O pr dio da Faculdade de Direito da UFPel possu a uma enorme escadaria no acesso principal e n o possu a elevador para o segundo andar onde fica a secretaria o colegiado salas de aula e o sal o de atos Em setembro do ano 2000 as aulas recome aram no pr dio oficial Lembro da minha rotina para chegar at a sala de aula Ap s estacionar o carro meu secret rio se dirigia ao hall de entrada onde se encontrava o zelador Pedia para ele abrir a porta do pr dio abandonado que ficava a uma quadra de dist ncia do acesso principal Enquanto isso n s esper vamos do lado de fora Ap s abrir duas portas emperradas era preciso instalar tr s rampas de madeira para chegar at a sala de aula Na hora de ir embora o mesmo procedimento Quando precisava tirar fotoc pia ou simplesmente sair
48. sua pr tica e daqueles que com ele venham a se relacionar Desse modo n o sendo o agente capaz o neg cio jur dico celebrado nulo ou anul vel conforme prescrevem os arts 3 Il c c 166 I e 4 Il c c 171 I O art 1522 por sua vez restringe pessoa capaz a legitimidade para opor os impedimentos matrimoniais de que tenha conhecimento Al m do qu nulo o casamento do enfermo mental contra do por ser absolutamente incapaz Assombra a leitura dos arts 1550 Ill c c 1557 Ill e IV que autorizam ao c njuge s o requerer a anula o do casamento por v cio do consentimento quando ignore defeito f sico irremedi vel ou mol stia grave e transmiss vel por 376 cont gio ou heran a ao outro c njuge ou descend ncia ou doen a mental grave que torne insuport vel a conviv ncia Em especial pela no o rom ntica que se tem de casamento n o como mero neg cio jur dico mas como meio de instituir fam lia pelo enlace matrimonial de duas almas g meas que assumem entre outros deveres a m tua assist ncia e o respeito e considera o m tuos Tais dispositivos encontram se na contram o da integra o social da pessoa com defici ncia discriminando a retirando lhe o respeito e considera o que o outro c njuge por ela deveria nutrir e a possibilidade de constituir legalmente uma fam lia colocando a a merc do outro c njuge sem que nem mesmo tenha a oportunidade de tentar obter sucesso na vi
49. surdos deficientes cong nitos deficientes mentais acidentados reabilitados etc em busca de uma oportunidade de trabalho para sua pr pria manuten o e de seus familiares sem oportunidades sem encontrar as portas abertas do mercado de trabalho Diante do mercado refrat rio s suas necessidades podem contentar se com postos de trabalho aqu m de suas capacidades porque precisam como 251 todos n s sentirmo nos teis produtivos independentes e inseridos no conv vio social Nega se emprego a muitas pessoas com defici ncia ou somente se d a elas empregos subalternos e mal remunerados E isso ainda acontece embora j se tenha demonstrado que com um trabalho adequado de valoriza o treinamento e coloca o a maior parte das pessoas com defici ncia pode realizar uma ampla gama de tarefas de acordo com as normas em vigor Em per odos de desemprego e de crise econ mica as pessoas com defici ncia costumam ser as primeiras a serem despedidas e as ltimas a serem contratadas Em alguns pa ses industrializados que sentem os efeitos da recess o econ mica a taxa de desemprego entre as pessoas com defici ncia que procuram trabalho o dobro da taxa que ocorre entre os n o deficientes finalidade primordial da pol tica de emprego a inser o da pessoa com defici ncia no mercado de trabalho ou sua incorpora o ao sistema produtivo mediante regime especial de trabalho protegido Como modalidades de i
50. tendo como requisito m nimo de acessibilidade o percurso acess vel que una as unidades habitacionais com o exterior e com as depend ncias de uso comum percurso acess vel que una a edifica o via p blica s edifica es e aos servi os anexos de uso comum e aos edif cios vizinhos A cabine do elevador e respectiva porta de entrada devem ser acess veis para pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida Os edif cios a serem constru dos com mais de um pavimento al m do pavimento de acesso exce o das habita es uni familiares e que n o estejam obrigados instala o de elevador dever o dispor de especifica es t cnicas e de projeto que facilitem a instala o de um elevador adaptado devendo os demais elementos de uso comum destes edif cios atender aos requisitos de acessibilidade Caber ao rg o federal respons vel pela coordena o da pol tica habitacional regulamentar a reserva de um percentual m nimo do total das habita es conforme a caracter stica da popula o local para o atendimento da demanda de pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida 28 Cfr RODRIGUES Jos Eduardo Ramos O acesso do portador de defici ncia ao patrim nio cultural op cit pp 97 e seguintes 245 11 5 Sistemas de Comunica o e Sinaliza o Cabe ao Poder P blico eliminar as barreiras na comunica o segundo a lei e estabelecer mecanismos e alternativas t cnicas que tornem
51. vel quanto elei o fundamental pelo legislador da dignidade 2SARLET Ingo Wolfgang Op cit pp 55 56 Nas palavras de Ingo Wolfgang SARLET N o se cuida mais portanto de liberdade por interm dio do Estado Estes direitos fundamentais que embrion ria e isoladamente j haviam sido contemplados nas Constitui es Francesas de 1793 e 1848 na Constitui o Brasileira de 1824 e na Constitui o Alem de 1849 que n o chegou a entrar efetivamente em vigor caracterizam se ainda hoje por outorgarem ao indiv duo direitos e presta es sociais estatais como assist ncia social sa de educa o trabalho etc revelando uma transi o das liberdades formais abstratas para liberdades materiais concretas utilizando se a formula o preferida na doutrina francesa 193 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 15 196 da pessoa humana O ato de se criar um Estado pressup e a id ia de normas materialmente constitucionais uma vez que elas inauguram ou reinauguram um Estado criando suas bases A autora todavia questiona se o ato de cria o de um Estado restringe se apenas em fixar suas bases estruturais seus rg os e regras do processo democr tico A Constitui o brasileira como muitas outras n o se limita a esse tipo de disposi es estruturais colocando ao seu lado a dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado art 1 III Constitui o Federal de 1988 A Constitui o dos Estado
52. 122 As decis es judiciais acima referidas demonstram claramente que a utiliza o sem crit rio do princ pio constitucional da dignidade humana n o vem sendo tolerada pelo Poder Judici rio Pretender utilizar princ pio de tal dimens o para alicer ar pretens o indenizat ria por atraso de v o ou porque determinado laborat rio trocou o nome do cliente sem quaisquer consequ ncias s o condutas que n o encontram respaldo na sistem tica que rege a principiologia constitucional Meros dissabores do dia a dia n o d o ensejo repara o por dano moral especialmente quando a pretens o vem equivocadamente alicer ada no princ pio da dignidade humana Assim se por um lado o uso abusivo do princ pio da dignidade humana tem sido tolhido corretamente pelos Ju zes por outro lado seu uso excepcional e limitado criterioso e respons vel dentro do que a doutrina denomina de m nimo existencial deve ser fomentado Passados mais de vinte anos da edi o da Constitui o de 1988 apenas recentemente tanto a doutrina quanto a jurisprud ncia passaram a se utilizar da for a que emana da dignidade humana enquanto vetor constitucional para a inclus o social A proposta de um m nimo existencial defendida inclusive por diversos autores Robert ALEXY em sua obra Teoria de Los Derechos Fundamentales coloca que aplicando se a teoria da pondera o conclui se que o m nimo existencial uma regra constitucional resultado
53. 90 e 92 Vejamos de se perguntar agora com qual finalidade foi recriada essa categoria de obriga o de resultado E a resposta apenas uma para caracterizar uma presta o obrigacional em searas onde n o exista o fator lea E para concluir sobre a impropriedade de uso dessa categoria de obriga o para caracterizar a presta o obrigacional do m dico basta uma ltima indaga o existe algo mais aleat rio que o organismo humano sua fisiologia e sua psique Da entender se como inadequado o fato de considerar como sendo de resultado uma presta o obrigacional cujo cumprimento se desenrola numa zona t o aleat ria quanto o organismo humano Este previs vel sim mas at certo ponto a partir da entrar se no universo nebuloso da imprevisibilidade e da imponderabilidade O subjetivismo a imprevisibilidade do organismo sua complexidade e o fator lea estar o sempre presentes independentemente da vontade do agir profissional Por tal raz o h que se refletir sobre o fato de que sendo a obrigac o de resultado aquela em que o credor tem direito de exigir do devedor a produc o de um resultado sem o que ter o inadimplemento da rela o obrigacional ent o est se a tratar de outra rea previs vel ponder vel n o subjetiva e com aus ncia de lea E por bvio o organismo humano n o tem essas caracter sticas 135 Diante deste contexto desolador entendemos ser l cito eis que direito s
54. Conven o se fa a obrigat ria em todo o territ rio do pa s membro A den ncia da Conven o poder ser feita ap s dez anos da Organiza o Internacional do Trabalho OIT Convenios y recomendaciones internacionales del trabajo 1919 1984 adoptados por la Conferencia Internacional del Trabajo p 1 037 Da seguinte forma a qualquer distin o exclus o ou prefer ncia baseada em motivos de ra a cor sexo religi o opini o pol tica ascend ncia nacional ou origem social que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento no emprego e na ocupa o b qualquer outra distin o exclus o ou prefer ncia que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento no emprego ou ocupa o que poder ser especificada pelo Membro interessado mediante pr via consulta s organiza es representativas de empregadores e trabalhadores quando estas organiza es existam e a outros organismos apropriados 298 sua entrada em vigor Finalmente arts 11 a 14 cuida dos procedimentos de revis o e de divulga o internacional de suas normas No mesmo ano editou a OIT a Recomenda o n 111 sobre discrimina o em empregos e em ocupa es justamente regulamentando a Conven o de mesmo n mero Comp e se de tr s partes concernentes a defini es formula o e aplica o da pol tica e coordena o da preven o da discrimina o em
55. Internacional das Pessoas com Defici ncia sempre em 03 de dezembro com 31 PEREIRA Jr op cit 40 objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade para o respeito aos direitos dessas pessoas A Conven o Interamericana para a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra as Pessoas Portadoras de Defici ncia reafirma que elas t m os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas e que esses direitos emanam da dignidade e da igualdade inerentes a todo ser humano Na hist ria da humanidade temos um crescimento impercept vel da prote o s pessoas com defici ncia sendo somente no s c XX que apareceram as principais mudan as e garantias sustentadas em mbito internacional 2 1 1 Declara es de Direitos A base Jur dica de um Novo Modelo de Prote o s Pessoas com Defici ncia A busca pela unidade dos direitos fundamentais cuja completude depende de uma vis o integrada e interdependente desses direitos ganha expressivo impulso com a breve an lise que este autor disp s se a efetuar por r pida amostragem tomando como m todo a verifica o da origem internacional dos direitos das pessoas com defici ncia cujo fulcro se sedimenta justamente na Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 na Fran a na Declara o Universal dos Diretos Humanos de 1948 Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia de 2007 ambas da ONU Nada se comentou
56. Internet h Promover desde a fase inicial a concep o o desenvolvimento a produ o e a dissemina o de sistemas e tecnologias de informa o e comunica o a fim de que esses sistemas e tecnologias se tornem acess veis a custo m nimo A Lei n 10 098 de 19 de dezembro de 2000 estabelece normas gerais e crit rios b sicos para a promo o da acessibilidade das pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida mediante a supress o de barreiras e de obst culos nas vias e espa os p blicos no mobili rio urbano na constru o e reforma de edif cios e nos meios de transporte e de comunica o Acessibilidade a possibilidade e condi o de alcance para utiliza o com seguran a e autonomia dos espa os mobili rios e equipamentos 227 Dispon vel em lt http www deficienteeficiente com br gt Acesso em 03 out 2009 232 urbanos das edifica es dos transportes e dos sistemas e meios de comunica o por pessoa com defici ncia ou com mobilidade reduzida A Acessibilidade n o se refere somente ao meio f sico hoje seu moderno conceito envolve o ambiente f sico como as edifica es e os transportes e tamb m o acesso aos meios de comunica o r dio televis o A acessibilidade ao meio f sico vem garantida por lei A Constitui o Federal de 1988 no seu artigo 227 par grafo 2 estabelece que a lei dispor sobre normas de constru o de logradouros e dos edif cios de
57. Juru 2008 BENHABIB Seyla Las reinvindicaciones de la cultura Igualdad y diversidad en la era global Buenos Aires Katz 2006 BIANCHETTI L Um olhar sobre a diferenca Interac o Trabalho e Cidadania Campinas SP Papirus 1998 B BLIA SAGRADA 1995 Lev tico 21 1723 Ed Loyola S o Paulo 1989 BOBBIO Norberto A era dos direitos Rio de Janeiro Campus 1992 BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional 14 Edi o S o Paulo Editora Malheiros 2004 412 BRAGA PEN DE MORAES Guilherme Curso de Direito Constitucional 32 Edi o BRASIL Superior Tribunal Federal loc cit Cf Recurso Extraordin rio 273 834 Relator Min Celso de Melo Revista de Direito Administrativo n 222 CABRIT Alain Handicap s tous vos droits Paris Publisher Puis fleuri 1996 P Blane Les communes concern es par les personnes handicap es in R adaptation n 400 Paris 1993 CALMOM DE PASSOS J J O princ pio de n o discrimina o Revista Di logo Jur dico Ano vol no 2 maio de 2001 Salvador BA CIMAGLIA Maria Cristina Gli aspetti giuridici della legge sul diritto al lavoro dei disabili Lavoro Informazione N 9 ano XVIII 15 de maio de 1999 Milano Franco Angeli 1999 CINELLI Maurizio Profili del collocamento obbligatorio riformato In Maurizio Cinelli e Pasquale Sandulli Coord Diritto al lavoro dei disabili Torino G Giappichelli Editore 1999 CINTRA RIBAS Jo
58. Revista de Direitos Difusos n 4 Prote o Jur dica dos Portadores de Defici ncia S o Paulo IBAP Instituto Brasileiro de Advocacia P blica amp Editora Esplanada ADCOAS Dezembro de 2000 p 481 a 486 SILVA Otto Marques da Op Cit p 121 e seguintes 31 Segundo Ricardo Tadeu Marques da Fonseca Os atenienses por influ ncia de Arist teles protegiam seus doentes e os deficientes sustentando os at mesmo por meio de sistema semelhante Previd ncia Social em que todos contribu am para a manuten o dos her is de guerra e de suas fam lias Assim tamb m agiam os romanos do tempo do imp rio qui por influ ncia ateniense Discutiam estes dois povos se a conduta adequada seria a assistencial ou a readapta o destes deficientes para o trabalho que lhes fosse apropriado Gregos romanos e hebreus contribu ram para aumentar o contingente de pessoas com defici ncia a partir da aplica o de penas mutilat rias estabelecidas com a Lei de Tali o A aplica o de penas mutilat rias atuava no sentido de aumentar o n mero de pessoas com defici ncia o que atravessou a Idade M dia passou pelo Estado Absolutista e permaneceu at o final do S culo XVIII quando ent o consolidou se uma nova mentalidade A lei das doze t buas determinava se uma doen a ou a velhice impede o citado em ju zo de andar o que citou lhe forne a um cavalo T bua 1 4 e ainda se n o a
59. Trabalho S o Paulo Editora LTR 3 Edi o 2008 417 PURVIN DE FIGUEIREDO Guilherme Jos Coordenador Seguridade Social e a Pessoa Portadora de Defici ncia Direitos da Pessoa Portadora de Defici ncia Cole o Advocacia P blica amp Sociedade ano 1 n 1 Publica o Oficial do Instituto Brasileiro de Advocacia P blica IBAP Editora Max Limonad REVISTA SENTIDOS ano 2004 n 23 S o Paulo Editora urea RIZZATTO NUNES Luiz Ant nio O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana doutrina e jurisprud ncia S o Paulo Saraiva 2002 RULLI J NIOR Antonio Universidade da jurisdi o S o Paulo Juarez de Oliveira 1998 RUSSOMANO Mozart Victor Curso de Previd ncia Social Rio de Janeiro Editora Forense 1978 SANTIAGO GUERRA FILHO Willis Direitos fundamentais processo e princ pio da proporcionalidade Porto Alegre Livraria do Advogado 1997 SANTIAGO GUERRA FILHO Willis Processo constitucional e direitos fundamentais S o Paulo Celso Bastos 1999 SCHOLLER Helmut Princ pio da proporcionalidade nos Direitos Constitucional e Administrativo da Alemanha Revista do TRF da 4 Regi o Porto Alegre ano 11 n 38 2000 SEN Amartya Desenvolvimento como liberdade S o Paulo Companhia das Letras 2000 SILVA Jos Afonso da Curso de Direito Constitucional Positivo 9 Edi o S o Paulo Editora Malheiros 1993 STELLUTI Carlo Le nuove norme per
60. Universidade construiu uma rampa de madeira em frente ao pr dio e isto ocorreu num prazo de cinco dias Isso custou tempo fiquei dois anos entrando pelo meio do lixo porque a Universidade n o queria fazer uma rampa que demorou cinco dias para ser constru da A interdi o do pr dio por onde eu entrava e a rampa me custaram 40 dias sem aula mas hoje ela est l e j posso entrar pela porta da frente O elevador tamb m j foi instalado e eu j conheci o sal o de atos Hoje outras pessoas com defici ncia tamb m est o usufruindo da rampa at um professor que realizou uma cirurgia h pouco tempo faz uso dela Sou feliz em saber que ao concluir meu curso de Direito deixei uma rampa e um elevador enfim deixei acesso para todos aqueles que n o t m condi es f sicas de subir escadas Mais feliz ainda eu fico porque embora na poca apenas um estudante de Direito tetrapl gico consegui fazer valer algumas leis vigentes em meu pa s 214 Ent o importante este tipo de atividade para levar sociedade o conhecimento dos Direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais para que de conhecimento destes possamos zelar pela sua efic cia lembrando que essa efic cia depende da vigil ncia dos pr prios interessados e esses interessados somos todos n s vulner veis a doen as e acidentes no trabalho no tr nsito na escola ou mesmo em casa incr vel que no que diz respeito a este assunto poucos
61. a Rep blica reconhece o direito ao trabalho de todos e promove as condi es que rendam efetivo esse direito A segunda parte do mesmo artigo outorga a cada cidad o o dever de desenvolver uma atividade produtiva conforme escolhas e aptid es de cada um para que concorram ao progresso material ou espiritual da sociedade 282 VILLATORE Marco Ant nio C sar op cit p 557 327 Conv m outrossim ressaltar que o art 38 da mesma Carta assegura aos incapazes e s pessoas com defici ncia o direito educa o e ao encaminhamento profissional A Lei n 482 de 2 de abril de 1968 estabelecia para ocupa o de vagas em empresas com mais de 35 empregados uma cota de 15 de pessoas com defici ncia Constatou se por m que a popula o de pessoas com defici ncia hoje na It lia de 3 5 O que evidenciava o car ter hiperestimativo das cotas vigentes Desse modo em 12 de mar o de 1999 editou se a Lei n 68 que no seu art 3 estabelece que os empregadores p blicos e privados dever o contratar pessoas com defici ncia na propor o de 7 de seus trabalhadores no caso de empresas com mais de 50 empregados duas pessoas com defici ncia no caso de empresas com 36 a 50 trabalhadores e uma se a empresa possuir entre 15 e 35 trabalhadores Em atividades que exijam aptid o f sica plena as pessoas com defici ncia podem ser contratadas para desenvolver trabalhos na rea administrativa Segundo a
62. a da Uni o Bras lia 1 out 1993 Dispon vel em lt http www stf gov br jurisprudencia lT in processo asp origem IT amp classe AD I amp processo 855 amp recurso 0 amp tip julgamento M gt Acesso em 19 jan 2009 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 485969 SP Embargos de diverg ncia no recurso especial 2005 0152163 1 Relator Min Jos Delgado 1 Se o STJ Julgado em 23 ago 2006 Di rio da Justi a 11 set 2006 p 220 Dispon vel em lt http www stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 48596988b ACORE8 p trueg t 81 108 4 gt Acesso em 20 fev 2009 BRASIL Supremo Tribunal Federal RE 393175 RS Relator Min Celso Mello Dispon vel em lt http www stf gov br jurisprudencia lT in processo asp origem IT amp classe RE amp processo 393175 amp recurso 0 amp tip julgamento M gt Acesso em 23 jan 2009 421 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 670723 SC Recurso Especial 2004 0089976 4 Relatora Ministra Eliana Calmon 1114 T2 Segunda Turma Julgado em 07 fev 2006 Di rio da Justi a 6 mar 2006 p 322 Dispon vel em lt http www stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 0707238 amp amp b ACOR amp p true amp t amp 10 amp i 1 gt Acesso em 25 jan 2009 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 719310 RS Recurso Especial 2005 0010482 0 Relator Ministro Luiz Fux 1122 T1 Primeira Turma Julgado em 6 dez 2005 Di rio da Justi a 13 fev 2006 p 695 Dispon
63. a do bom direito em rela o supremacia do princ pio da dignidade humana 8 Historicamente na Europa Continental at meados do s culo XX a Constitui o n o se impunha normativo juridicamente como as demais atuava como uma norma que contemplava basicamente os poderes constitu dos em especial o legislativo Os direitos fundamentais do homem tinham destaque A partir da segunda d cada do s culo XX as constitui es incorporaram os chamados direitos sociais os quais implicam presta es positivas do estado e que repercutam coletivamente Consequentemente os direitos sociais constitu ram se protetores indispens veis exist ncia dos direitos individuais obrigando o Estado a uma atua o concreta para garantir a efetiva o desses direitos aos indiv duos Desde o final da segunda guerra mundial inaugurou se a constru o de um novo panorama constitucional mais apartado dos dogmas positivistas surgindo a chamada constitui o dirigente a qual se caracteriza por conter normas definidoras de tarefas e programas de a o a serem concretizados pelos poderes p blicos e que tra a os objetivos a serem perseguidos pelo Estado Ao contr rio da cautela com que as demais constitui es at o in cio do s culo XX estas elaboradas expressamente albergavam valores formulavam decis es tipicamente pol ticas e fixavam metas e objetivos sociais a serem alcan ados pelos estados O valor humanista come ou a impo
64. aberto o problema de saber onde come a e onde acaba o n cleo essencial de uma determinada fun o 125 Estado assistir a estas cenas passivamente apenas afirmando que se trata de um grave problema social A partir desta mudan a de mentalidade tais omiss es passam a n o mais serem toleradas pela Constitui o No mesmo sentido uma pessoa com defici ncia f sica e comprovadamente carente poderia exigir do Estado pela via judicial a aquisi o de uma cadeira de rodas para o restabelecimento ainda que parcial e m nimo de sua dignidade o que seria o desej vel por m na pr tica n o assim que ocorre Outro ponto que merece especial destaque a quest o das pol ticas p blicas democraticamente discutidas por rg os leg timos tais como os Conselhos Municipais de Sa de de Seguran a P blica e da Inf ncia e Juventude por exemplo Neste particular havendo previs o constitucional expressa de determinada a o estatal e sendo este comando endossado por metas espec ficas tra adas previamente por Conselho Comunit rio mediante debates democr ticos surge para o poder p blico verdadeira obriga o de agir no que se afasta a seara da discricionariedade e passa a vigorar verdadeira norma vinculante para o gestor p blico Nestas hip teses pode e deve o Minist rio P blico propor a o civil p blica para obrigar por via judicial o gestor p blico a cumprir comando expresso constante da Constitui o
65. acess veis os sistemas de comunica o e sinaliza o s pessoas com defici ncia sensorial e com dificuldade de comunica o para garantir lhes o direito de acesso informa o comunica o ao trabalho educa o ao transporte cultura ao esporte e ao lazer implementando a forma o de profissionais int rpretes de escrita em braile linguagem de sinais e de guias int rpretes para facilitar qualquer tipo de comunica o direta pessoa com defici ncia sensorial e com dificuldade de comunica o Os servi os de radiodifus o sonora e de sons e imagens adotar o plano de medidas t cnicas com o objetivo de permitir o uso de linguagem de sinais ou outra subtitula o para garantir o direito de acesso informa o s pessoas com defici ncia auditiva 11 6 Ajudas T cnicas A norma passou a determinar que o Poder P blico promova a supress o de barreiras urban sticas arquitet nicas de transporte e de comunica o mediante ajudas t cnicas que consistem no fornecimento e oferecimento de meios t cnicos que contribuam com a diminui o ou elimina o das barreiras O Poder P blico por meio dos organismos de apoio pesquisa e das ag ncias de financiamento promover o desenvolvimento de programas destinados promo o de pesquisas cient ficas voltadas ao tratamento e preven o de deficientes e ao desenvolvimento tecnol gico orientado produ o de ajudas t cnicas para as pessoas co
66. ainda possui uma vis o deveras retr grada da ci ncia jur dica Existem v rios exemplos concretos de a es civis p blicas propostas por Promotores de Justi a que esbarram na posi o r gida dos Tribunais de que n o l cito ao Judici rio se inserir nas pol ticas de Governo sob pena de se criar sobreposi o de um Poder em outro O Tribunal de Justi a do Estado do Paran julgou caso an logo ao supra exposto O Minist rio P blico entrou com a a o civil p blica de obriga o de fazer ou seja de criar e implantar uma Defensoria P blica em Comarca do interior Tal a o foi extinta sem julgamento do m rito por causa da impossibilidade jur dica do pedido visto que a Pretens o Ministerial confronta se com o princ pio constitucional da independ ncia e harmonia entre os poderes haja vista que n o permitido ao Poder Judici rio interferir na esfera de atua o do Poder Executivo a quem cabe o exame acerca da conveni ncia e oportunidade de realiza o dos atos da administra o p blica Com o devido respeito n o se trata de sobreposi o de Poderes mas de papel fundamental do Judici rio na qualidade de guardi o supremo da Constitui o da Rep blica O Judici rio se corretamente provocado n o pode chancelar omiss o inconstitucional do Executivo ao utilizar o conveniente argumento de que o sistema veda a interfer ncia de um Poder em outro Esta resposta al m de ultrapassada so
67. as emergentes manifesta es extra legislativas revelando se desajustado s novas e flex veis formas do sistema produtivo representado pelo capitalismo avan ado dando pouca aten o s contradi es das sociedades liberal burguesa principalmente aquelas provenientes de necessidades materiais dos p los perif ricos e finalmente sendo omisso s mais recentes investiga es interdisciplinares 176 Outro ponto que merece refor o a an lise hist rica que explica a raz o do exaurimento do atual modelo de direito vigente na sociedade brasileira O arqu tipo modelo da legalidade liberal burguesa foi idealizado para a sociedade europ ia dos s culos XVIII e XIX e este modelo foi aplicado sem crit rios ou adapta es s sociedades capitalistas perif ricas como o Brasil sendo certo que toda esta situa o vem contribuindo para uma diminui o cada vez maior da efic cia do direito positivo nestes pa ses No Brasil Col nia como acima j demonstrado a grande preocupa o de Portugal foi impor o seu modelo segregador e discricion rio de direito em que toda a sistem tica jur dica estava voltada para garantir a autoridade da metr pole e perpetuar as elites no poder Houve absoluto descaso para com as pr ticas costumeiras de um direito nativo e informal Esta pr tica viciada e elitista herdada desde a poca do descobrimento vem produzindo efeitos at nossos dias A cultura jur dica brasileira marcada po
68. at localizarem um funcion rio para poder entrar por uma porta em meio escurid o entulhos lixo e ratos Por que n o posso entrar pela porta da frente como os demais Por que n o me poss vel assistir palestras Por que por que por qu S o muitos os empecilhos impostos pela sociedade e bela a legisla o que est sendo conhecida bela e ineficaz No pr prio Curso de Direito aprende se que as Leis existem e n o s o cumpridas O sofrimento f sico me foi imposto por um acidente de tr nsito e o sofrimento moral me imposto pela sociedade que faz de conta que n o existem pessoas com defici ncia Muitos esquecem que a qualquer momento podem se tornar pessoas com defici ncia Este pleito de igualdade n o h aqui busca de melhores condi es detidas pelos demais Ante o exposto requeiro a Vossa Excel ncia provid ncias imediatas para o cumprimento da legisla o vigente conforme antes exposto com acesso poss vel e digno a todas as atividades relativas ao Curso de Direito n o s para mim mas tamb m para todos aqueles que embora pessoas com defici ncia busquem a integra o social para serem teis a este Pa s O ano de 2001 chegou e fui procurado pela diretora do curso Ela falou que reivindiquei meus direitos com muita propriedade mas que a Universidade n o se moveu para nada e ela sozinha n o possu a recursos financeiros para executar tais adapta es Mais uma vez tentei administrativamente
69. causado inclusive pagando pens o que corresponda import ncia do trabalho para o qual se inabilitou ou da deprecia o que sofreu o que o 379 prejudicado pode exigir que seja pago de uma nica vez Desses artigos o que mais se adequa prote o das pessoas com defici ncia o art 950 e seu par grafo nico e tamb m o 951 Como visto s o pouqu ssimos os artigos que num universo de 2046 artigos se prestam a favorecer a pol tica de prote o das pessoas com defici ncia em reconhecimento sua condi o de hipossufici ncia favorecendo sua integra o e inclus o social ativa no mais recente instrumento legislativo promulgado pelo ordenamento jur dico brasileiro e que no dizer do mestre Miguel Reale o segundo instrumento em import ncia dentro do ordenamento a constitui o privada de um povo o c digo civil Apesar de poucos serem os dispositivos que favorecem os interesses pessoa com defici ncia alguns t m uma excel ncia incontest vel como o art 950 e seu par grafo nico e o art 1780 por exemplo Mas isso n o nos permite esquecer e perdoar a retirada indevida e injustificada do 3 que a Lei n 10 050 2000 inseriu no art 1611 do c digo civil revogado nem nos faz deixar de pensar que o legislador perdeu a melhor oportunidade de nossa evolu o legislativa para adequar o c digo civil pol tica nacional de integra o das pessoas com defici ncia fixando regras de prote o s suas
70. com br textos acessibi dirirvir htm gt Acesso em 1 mar o 2009 Por exemplo Uma simples an lise do crescimento das cidades nos mostra que geralmente o seu crescimento no que diz respeito arquitetura e ao urbanismo n o levou em considera o as necessidades de todos que dela fazem parte Prover a acessibilidade para todos ainda um grande desafio que enfrentamos e este objetivo somente ser atingido com a elimina o das barreiras arquitet nicas urban sticas da edifica o do transporte e da comunica o Assim entende se por cidade com acessibilidade para todos aquela que nas suas edifica es seu urbanismo seu transporte e nos seus meios de comunica o traz condi es que permitam a qualquer pessoa a sua utiliza o com autonomia e seguran a A cada dia surgem novas id ias e projetos de edifica es que v o tecendo dando forma e delimitando a cidade Essas edifica es s o elementos e texturas formando um grande aglomerado de necessidades e facilidades criado pelo homem e para o homem Hoje as novas id ias e projetos que surgem devem seguir o conceito de acessibilidade para todos pois uma cidade de todos feita por todos e deve servir a todos Suas ruas suas pra as seus parques e seus edif cios devem ser projetados para atender a todos e n o somente uma parcela da popula o A sociedade da qual todos fazemos parte da qual somos c lula integrante n o deve resumir se a elementos 237 Barreiras a
71. com originalidade e intelig ncia novas alternativas cient ficas Sobretudo em ci ncias sociais tal postura essencial porque tende mais que as outras a curvar se a dogmatismos ideol gicos dentro dos quais o tempo gasto principalmente em projetos falidos de autodefesa Onde campeia o argumento de autoridade acabamos sem autoridade e sobretudo sem argumento 149 hipot tico que separaria duas situa es bem distintas a de sim dignidade e a de n o dignidade O par metro para esta divis o seria a proposta do n cleo m nimo da dignidade que compreenderia quatro pilares b sicos a saber a educa o b sica a sa de p blica eficaz e de qualidade s pessoas com defici ncia e acesso Justi a Desta forma qualquer pessoa que estivesse abaixo desta linha imagin ria da dignidade seria titular de um direito subjetivo em face do Estado para exigir dele Estado o pronto restabelecimento de sua dignidade aos padr es minimamente aceit veis Em outras palavras o Estado teria o dever jur dico de recolocar esta pessoa em um ponto imediatamente acima da linha divis ria hipot tica Todavia aqui surge uma quest o como tornar esta proposta realmente eficaz sob a tica jur dica Acima de tudo como juridicamente falando permitir que esta proposta se torne til socialmente para as pessoas com defici ncia e n o apenas mais um dos v rios preceitos ut picos lindos e belos por m destitu dos de efic c
72. como um aprimoramento dos anteriores na medida em que define claramente os diferentes tipos de defici ncia a partir da conceitua o da Organiza o Mundial de Sa de OMS bem como estabelece as diferen as entre defici ncia defici ncia permanente e incapacidade No artigo 3 encontram se assim definidos Defici ncia e Incapacidade Defici ncia toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun o psicol gica fisiol gica ou anat mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padr o considerado normal para o ser humano Incapacidade uma redu o efetiva e acentuada da capacidade de integra o social com necessidade de equipamentos adapta es meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici ncia possa receber ou transmitir informa es necess rias ao seu bem estar pessoal e ao desempenho de fun o ou atividade a ser exercida Encontramos em mbito internacional outras conceitua es Em 1975 a ONU proclama a Declara o das Na es Unidas dos Direitos das Pessoas Portadoras de Defici ncia Resolu o n XXX 3447 que traz em seu artigo 1 a seguinte defini o O termo deficiente designa toda pessoa em estado de incapacidade de prover por si mesma no todo ou em parte as necessidades de uma vida pessoal ou social normal em consequ ncia de uma defici ncia cong nita ou n o de suas faculdades f sicas ou mentais No final da d ca
73. consumidor tem v rias alternativas Poder optar por mudar de revendedor escolhendo o concorrente mais pr ximo poder acionar os rg os de defesa do consumidor solicitar abatimento proporcional al m de diversas outras op es Especialmente em um mercado altamente competitivo como o caso das revendas de g s o empres rio que vende menos g s do que promete assume um risco que basta por si s o de perder clientes sem preju zo das eventuais san es legais Em outra situa o tamb m transcrita na obra de MORO o Supremo Tribunal Federal suspendeu liminarmente a efic cia de legisla o do Distrito Federal que conferia benef cio assistencial de um sal rio m nimo mensal para crian as provenientes de estupro Para a Corte Suprema da Justi a Nacional a lei em quest o violou flagrantemente a razoabilidade e a proporcionalidade ao estabelecer como fato gerador do benef cio simples condi o de a crian a ter sido gerada em decorr ncia de estupro sem que se levasse em conta o real estado de necessidade dos supostos benefici rios Assim ao se manter a efic cia da lei em quest o estar se ia permitindo que uma crian a gerada a partir de um estupro pudesse receber tal verba mesmo sendo filho de uma m e por exemplo extremamente rica Neste particular entendemos que o STF tamb m agiu corretamente aplicando com razoabilidade e pondera o o princ pio da proporcionalidade Se restringisse a aplica o da lei soment
74. da Rep blica refor ado por leis ordin rias e estipulado previamente por Conselhos Comunit rios de forma democr tica Trazemos como exemplo dois julgados do Superior Tribunal de Justi a que come aram a reproduzir uma nova forma de pensar o direito No primeiro um caso envolvendo o direito creche para crian as os Ministros acordaram que o Minist rio P blico est legitimado a defender os interesses transindividuais quais sejam os difusos os coletivos e os individuais homog neos que a Carta de 1988 ao evidenciar a import ncia da cidadania no controle dos atos da administra o com a elei o dos valores imateriais do artigo 37 da CF como tutel veis judicialmente coadjuvados por uma s rie de instrumentos processuais de defesa dos interesses transindividuais criou um microsistema de tutela de interesses difusos referentes probidade da 126 administra o p blica nele encartando se a A o Popular a A o Civil P blica e o Mandado de Seguran a Coletivo como instrumentos concorrentes na defesa desses direitos eclipsados por cl usulas p treas Legitimatio ad causam do Minist rio P blico luz da dic o final do disposto no artigo 127 da CF que o habilita a demandar em prol de interesses indispon veis O direito educa o insculpido na Constitui o Federal e no Estatuto da Crian a e do Adolescente ECA direito indispon vel em fun o do bem comum maior a proteger derivado da pr pria for
75. da dignidade humana na seara jur dica ainda n o possui a dimens o necess ria Esta proje o encontra se contemporaneamente em processo gradativo de consolida o A busca por efetividade jur dica imediata decorrente diretamente do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana pressup e a revis o de muitos conceitos e por que n o de alguns dogmas de nosso direito positivo A proposta de supera o da dogm tica tradicional e de utiliza o da dignidade humana enquanto instrumento jur dico de inclus o social passa necessariamente por uma vis o human stica do direito pela concep o de direito enquanto ci ncia que interage com a hist ria a sociologia a tica a economia a filosofia e todas as demais ci ncias afins Agora imprescind vel uma an lise evolutiva da normatividade dos princ pios jur dicos no direito brasileiro Em uma primeira etapa a no o de princ pio era muito condicionada a uma vis o quase que metaf sica proveniente diretamente do direito natural Prevalecia a id ia de excessiva abstra o e de transcend ncia em rela o s leis em vigor estas sim vistas como sendo o direito real e concreto Esta postura de generalidade e de conte do vago dos princ pios causou uma id ia de prescindibilidade de desnecessidade de uma vis o arraigada de mera supl ncia em rela o legisla o positivada Diante deste contexto o positivismo jur dico tinha todas as condi es
76. da dogm tica tradicional Decis es como esta deveriam ser alvo de intensos protestos na porta do Tribunal deveriam estampar as manchetes dos jornais e colocar seu prolator para um amplo debate com a comunidade Reputamos como sendo inadmiss veis decis es como esta especialmente diante do desolador quadro de exclus o social das pessoas com defici ncia no Brasil Tais julgados a despeito de poss veis plaus veis sob a tica jur dica simplesmente ignoram a realidade social brasileira e terminam por colaborar com a inadmiss vel falta de efic cia de nosso ordenamento positivo Ser que estes julgadores enclausurados nos pal cios da Justi a t m real conhecimento da realidade nacional do interior do pa s e das mazelas de pessoas com defici ncia na sociedade brasileira Seriam tais julgados ticos sob a tica moral Ser que sabem que a grande maioria dos Estados Federados n o possui Defensoria P blica regularmente constitu da e que a maioria das pessoas com defici ncia carentes de recurso simplesmente n o tem acesso Justi a Novamente retornamos ao ponto de que a figura da legitimidade excepcional seria desnecess ria no Canad ou na Su a mas emergencial em pa ses como o Brasil que possui muitas leis que protegem as pessoas com defici ncia mas que na pr tica n o possuem efic cia devido a falta de fiscaliza o Se no interior do Paran Estado que tem como capital Curitiba modelo em desenvolv
77. da pessoa humana como o valor supremo a ser respeitado a ela que a proporcionalidade deve estar conectada nela que a proporcionalidade nasce Agora realmente a dignidade que d o par metro para a solu o do conflito de princ pios ela a luz de todo o ordenamento Tanto no conflito em abstrato de princ pios como no caso real concreto a dignidade que dirigir o int rprete que ter em m os o instrumento da proporcionalidade para a busca da solu o 113 TOLEDO BARROS Suzana de op cit pp 169 170 Confirmando o posicionamento acerca do princ pio da unidade da Constitui o temos a li o de Suzana de Toledo Barros que assim esclarece Pelo princ pio da unidade da Constitui o quer se evidenciar a plausibilidade das diferentes valora es dentro de um esquema de harmonia N o se pretende a fic o de considerar todos os direitos homog neos porque n o poss vel desprezarem se os antagonismos das v rias for as que interfiram no seu pacto fundador quando restaram expl citas as tens es entre os v rios segmentos sociais Nada obstante o resultado plasmado no texto promulgado h de ser lido como um corpo nico coerente 110 segundo nosso modesto pensamento reside exatamente em buscar novas reflex es Neste sentido considerando se a condi o de fundamento da Rep blica atribu da dignidade humana de valor m ximo constante do texto constitucional entendemos por exem
78. das normas existentes e dessa forma garantindo a aplica o do princ pio da dignidade humana Novamente citamos a sempre atualizada li o de Gomes CANOTILHO que em seu estudo sobre o tema reconheceu categoricamente a exist ncia de um n cleo m nimo da dignidade gerador de direitos subjetivos para aqueles que se encontrem carentes de tutela estatal No mesmo ensaio CANOTILHO tamb m reconhece a flagrante omiss o inconstitucional do Estado que n o atuar positivamente para restabelecer a dignidade Por fim resta uma quest o qual o conte do concreto deste m nimo existencial Para responder a esta pergunta a doutrina contempor nea de vanguarda idealizou quatro elementos que comporiam este n cleo essencial da dignidade humana S o eles a educa o fundamental a sa de b sica a assist ncia aos desamparados e o acesso Justi a Com rela o a estes elementos defende esta linha de pensadores ao qual nos filiamos que existe verdadeiro direito subjetivo pass vel de imediata postula o perante o Judici rio Confere se portanto efic cia jur dica positiva a qualquer pessoa que esteja em reconhecida posi o de indignidade A educa o b sica englobando os oito primeiros anos de escolaridade condi o para o pr prio exerc cio da cidadania e portanto para uma vida minimamente digna Neste particular qualquer omiss o do Estado geraria direito subjetivo para que o prejudicado ingressasse em ju zo e pos
79. de decis es do Tribunal Constitucional espanhol Real Decreto Legislativo 1 1995 de 24 de marzo de 1995 Ley del estatuto de los trabajadores Dispon vel em lt http www igsap map es cia dispo 6031 htmfadi gt Acesso em 13 out 2008 ESTEBAN LEGARRETA Ricardo La relaci n laboral especial de los minusv lidos Tribuna Social revista de seguridad social y laboral N mero 91 monogr fico julio de 1988 pp 41 43 322 A primeira vertente toca ao direito individual do trabalhador de obter e de manter seu posto de trabalho desde que habilitado para tanto Uma vez que o trabalhador individualmente n o teria como exigir um emprego tanto do Estado como de um empregador deve preparar se e ingressar no mercado de trabalho obedecendo s exig ncias do mercado Conforme os arts 35 e 40 da Constitui o por m o empregador n o pode simplesmente despedir o trabalhador unilateralmente sem justa causa garantindo se ao prejudicado a reivindica o judicial de sua estabilidade A segunda dimens o orbita na esfera coletiva Nesse sentido compete ao Estado envidar esfor os e pol ticas permanentes visando o pleno emprego o que se afiguraria um pressuposto indispens vel efetividade do direito constitucional ao trabalho As garantias de emprego especial s pessoas com defici ncia destinam se destarte n o apenas supera o dos obst culos inerentes condi o de pessoa com defici
80. de demandas decorrentes da produ o e concentra o de capital das contradi es sociais das crises institucionais da inefic cia do modelo tradicional de justi a refletem o esgotamento do sistema tradicional O pluralismo jur dico pressup e assim a necessidade de se superar a no o de Estado como centralizador da produ o normativa A proposta de supera o da dogm tica tradicional consiste em delinear por uma aprecia o indutivo cr tica a exist ncia de um pluralismo jur dico alicer ado em pr ticas sociais participativas capaz de reconhecer e legitimar novas formas normativas extra estatais informais produzidas pelos novos titulares de car ncias e necessidades desejadas Desta forma parte de uma inequ voca constata o a de que existe um grande desencontro entre a racionalidade formal oficial e a racionalidade material latente no dia a dia de uma sociedade marcada pela desigualdade e t o carente de inclus o social A implementa o desta nova perspectiva pressup e um pluralismo aberto descentralizado e democr tico associado positiva o de novos 167 direitos dentre eles o Direito Comunit rio Vejamos os dizeres de WOLKMER Resta patente portanto a superac o do velho modelo jur dico de fundamentac o estatal monista conservadora por um modelo contempor neo pluralista comunit rio participativo As necessidades da vida contempor nea e as din micas de um
81. de documenta o comprobat ria do alegado isto sem preju zo de outras dilig ncias a crit rio do Minist rio P blico ou do Judici rio que eventualmente pudessem complementar a instru o fato p blico e not rio que a obten o de certid es em determinadas reparti es p blicas tendentes a comprovar a pretens o deduzida em Ju zo especialmente para os menos esclarecidos bastante dificultada da a possibilidade de mera alega o do autor para posterior requisi o judicial ou ministerial Ademais com rela o capacidade postulat ria uma vez recebida a not cia de viola o ao n cleo m nimo da dignidade e havendo ind cios suficientes da seriedade da pretens o poderia o 151 Juiz nomear Advogado para firmar o documento caso haja concord ncia do referido profissional Absolutamente n o se pretende que o instituto seja desprovido de crit rios rigorosos que efetivamente comprovem a condi o de n o dignidade do suposto benefici rio Tamb m n o se pretende com o presente instituto causar desequil brio financeiro s contas estatais e muito menos aniquilar a capacidade de planejamento do ente p blico N o esta a proposta O que realmente n o podemos admitir que em um pa s como o Brasil em que diversas pessoas com defici ncia encontram se em situa o atentat ria a sua pr pria dignidade o Estado continue a gastar milh es de reais em publicidade por exemplo evidente qu
82. de rendas em nome da necessidade do desenvolvimento econ mico pois se apregoava ser preciso que primeiro o pa s crescesse para que ap s se fizesse a redistribui o no que ficou conhecido como a teoria do bolo deixar o bolo crescer para dividi lo depois o bolo n o cresceu e dele s comeram os mais pr ximos ou mais sabidos O termo direito social foi utilizado pela primeira vez na remota cole Du Droit Social Natural sob influ ncia do processo de industrializa o que afetou profundamente o modo de vida da sociedade e deu origem a uma nova classe social o proletariado submetida vontade dos patr es em consequ ncia da in rcia do Estado Os empregados desprotegidos e acuados passaram a organizar movimentos em favor de seus direitos A partir do s culo XIX nasciam movimentos socialistas que reivindicavam melhores condi es de vida para as pessoas for ando uma reflex o acerca do pensamento ent o dogmatizado laissez faire laissez passer Em meio a essa situa o surgiu uma corrente que visava reconciliar o proletariado com as outras classes e tamb m com o Estado representada pelo posicionamento reformista do positivismo do socialismo democr tico e do a TORRES Ricardo Lobo A Cidadania Multidimensional na Era dos direitos In Ricardo Lobo Torres Teoria dos Direitos Fundamentais Rio de Janeiro Renovar 1999 p 269 73 Ibidem p 272 79 cristianismo social que c
83. de sistemas jur dicos circunscrita multiplicidade de fontes normativas informais e difusas A crise do modelo tradicional propicia condi es para o surgimento de novas teorias que questionam e superam o reducionismo dogm tico positivista representado pela ideologia monista centralizadora A aplica o criteriosa de princ pios consagrados no ordenamento explicita ou implicitamente associada a uma intera o com a realidade trazida pelo caso concreto ae Adapta o razo vel significa as modifica es e os ajustes necess rios e adequados que n o acarretem nus desproporcional ou indevido quando requeridos em cada caso a fim de assegurar que as pessoas com defici ncia possam gozar ou exercer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas todos os direitos humanos e liberdades fundamentais ad Dispon vel em http www ampid org br Artigos Convencao_Vandir_Lilia php acesso em 7 set 2010 180 inclusive com considera es hist ricas permitiria a obten o de um grau de efic cia e mesmo de legitimidade muito maiores do que os atuais B rbara HUDSON dentro desta perspectiva pluralista e emancipat ria ilustra bem a quest o citando que a Suprema Corte canadense vem de forma inovadora levando em conta fatores hist ricos para aplicar penas diferentes a casos tecnicamente id nticos Assim um mesmo delito praticado nas mesmas condi es de tempo e lugar poderia gerar penas diferentes a depender
84. direitos fundamentais e sociais submetendo os interesses econ micos a tais direitos Imp e ademais o combate frontal e decisivo a qualquer forma de discrimina o estimulando pol ticas compensat rias em prol das minorias imigrantes idosos crian as e pessoas com defici ncia Trata se do direito internacional eficaz N o adota pretextos e subterf gios comuns s Declara es e Conven es que lhe antecedem Estabelece estrat gias diretrizes que se sobrep em aos ordenamentos locais exercendo sobre eles coer o moral e juridicamente irresist vel 404 Restou demonstrado que o Direito Comunit rio Europeu dedica profunda aten o ao trabalho das pessoas com defici ncia e materializa esse cuidado editando normas que decorrem da realidade observada com rela o aquelas pessoas Ademais no Direito Comparado das Am ricas mais uma vez percebe se a preocupa o de manter a dignidade e igualdade da pessoa com defici ncia o que vem ao encontro do tema desta tese Seja por comando constitucional leis infraconstitucionais e conven es a prote o das pessoas com defici ncia nas Am ricas era tamb m voltada a inclu las socialmente e aproveitar suas capacidades laborais Dentre estas legisla es internacionais as conven es e outros diplomas legais tiveram sua relev ncia no sentido de assegurar uma garantia global para os direitos das pessoas com defici ncia Oferecemos destaque para a Conven o de
85. discrimina o art 1 para fins de aplica o de seus dispositivos Exclui da esfera da discrimina o qualquer exig ncia concernente qualifica o profissional espec fica a determinados postos de trabalho Exorta os membros signat rios arts 2 e 3 a adotarem pol ticas p blicas em parceria com representantes de empregadores e trabalhadores com o fito de proporcionar igualdade de oportunidades para empregos e ocupa es eliminando assim qualquer forma de discrimina o a esse respeito Excluem do campo da discrimina o arts 4 e 5 medidas adotadas em face de pessoas que exer am atividades prejudiciais ao Estado assim como medidas de prote o que se adotem em outras conven es ou recomenda es da OIT al m de outras medidas decorrentes de consultas pr vias a organiza es de empregados e empregadores em favor de pessoas cuja situa o acarrete necessidade de compensa o em face de discrimina o not ria como o sexo a defici ncia os encargos de fam lia ou o n vel social ou cultural Estabelece crit rios para a sua vig ncia arts 6 a 10 determinando para tal um lapso de tempo de doze meses ap s a ratifica o por parte de pelo menos dois membros e em cada pa s doze meses ap s o registro da respectiva ratifica o pelo Diretor Geral da Ol o qual deve sempre ser comunicado das ratifica es e comunicar a todos os membros o universo das ratifica es ocorridas para que a
86. diz respeito a lo largo de la historia que as pessoas com defici ncia han sido v ctimas de pr cticas atroces como el exterminio la marginaci n el desprecio o la persecuci n sendo lhes negada la condici n misma de persona y eran excluidas social e incluso f sicamente Frente a ese rechazo y marginaci n absolutos de los que durante siglos han sido v ctimas las personas con discapacidad a partir del siglo XIX podemos cifrar una segunda etapa caracterizada por una concepci n paternalista o m dico rehabilitadora de la discapacidad Nesta etapa as pessoas com deficiencia recuperaram ao menos formalmente seu racioc nio jur dico de sujeitos de direito com capacidade para contrair direitos e obriga es Paralelamente del rechazo o la persecuci n de las personas que adolecian de alguna discapacidad se pas a un modelo basado en la adopci n de pol ticas basadas en la caridad y en argumentos paternalistas En consecuencia la protecci n de las personas en que concurre alguna discapacidad que merma su capacidad de autogobierno pero que carecen de instrumentos de protecci n y promoci n de las personas dependientes c digo P08 SEJ 04088 219 No obstante hasta bien entrado el siglo XX la atenci n de los discapacitados era incluso represiva A t tulo ilustrativo en la Ley de peligrosidad y rehabilitaci n social de 4 de agosto de 1970 se consideraban como peligrosos entre otros los enfermos y
87. do cumprimento das leis s ser eficaz quando a sociedade toda tiver a consci ncia da necessidade do cumprimento das mesmas neste momento cada cidad o ser um fiscal do cumprimento das leis de seu pa s Al m disso seria importante levar ao conhecimento da sociedade a Constitui o Federal e o valor que dado por ela Dignidade Humana Em visita realizada na cidade de Munique na Alemanha deslumbrei me com a atua o da popula o na aplica o das leis Tive a oportunidade de assistir a pessoas chamando a aten o de turistas que atiravam papel na rua E o faziam com efici ncia falavam seu idioma nativo e se o turista n o entendia gesticulavam demonstrando que o papel deveria ser colocado na lixeira L naquele momento entendi o que desejo para meu pa s a educa o e conscientiza o do povo fazendo com que cada um atue em prol de todos No ano de 2004 na cidade de Maca no Rio de Janeiro Brasil ocorreu o semin rio Rio de Janeiro um Estado para Todos O tema central foi a acessibilidade para pessoas com defici ncia e necessidades especiais tendo como discuss o o projeto de lei n 1440 2004 que institui a obrigatoriedade de todos os empreendimentos de interesse tur stico nos munic pios a manterem adapta es e acessibilidade a idosos pessoas com defici ncia e demais no mbito do Estado do Rio de Janeiro Brasil Exemplo a ser seguido pelos legislativos dos demais Estados do Brasil
88. do trabalho e da livre iniciativa contidos no art 1 da Carta Constitucional e com as prescri es do art 3 segundo o qual deve o Estado construir uma sociedade livre justa e solid ria garantir o desenvolvimento nacional erradicar a pobreza reduzir as desigualdades e eliminar o preconceito em prol do bem de todos al m de outros preceitos O inc XXXIV assegura direitos igualit rios entre os trabalhadores empregados e avulsos Neste passo a Constitui o abarcou o que j se consagrara pela via da lei ordin ria eis que os trabalhadores avulsos do porto j haviam obtido todos os direitos empregados O art 10 da CF 88 assegura a participa o dos trabalhadores em rg os colegiados que digam respeito aos seus interesses como a Previd ncia o Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT e outros Verifica se aqui a preocupa o com a id ia de democracia participativa que se encontra em outros campos da organiza o institucional brasileira como os conselhos bilaterais da crian a do idoso da mulher das pessoas com defici ncia entre outros as audi ncias p blicas o Amicus Curiae al m de outros O art 11 estabelece a participa o sindical nas empresas com mais de duzentos empregados com pelo menos um delegado Pretende a Carta Pol tica estimular a co gest o fazendo o de forma incipiente indicando contudo uma tend ncia a ser observada na reforma trabalhista Pode se dizer que a Constitui o Federal
89. dos direitos que podem ser considerados direitos humanos Contr rio vis o de Norberto BOBBIO que indicava quatro dificuldades que gerariam a impossibilidade de haver um fundamento absoluto para os Direitos Humanos ser a express o direitos humanos vaga demais serem os direitos humanos uma classe heterog nea e vari vel revelariam antinomia entre os direitos invocados pelas mesmas pessoas o citado autor em sua obra Trabalho Decente n o enxerga na historicidade dos direitos humanos um fator que seja capaz de desnaturar um fundamento nico e BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho Decente S o Paulo Ltr 2004 p 42 20 BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de BOBBIO Norberto apud BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho Decente 1 Edi o S o Paulo Ltr 2004 p 41 223 maior que independeria da vontade pol tica vigente na estrutura social em que sejam considerados Ao contr rio Jos Cl udio Monteiro de BRITO FILHO se alinha ao pensamento de F bio Konder COMPARATO citando o para fortalecer o entendimento de que a dignidade o valor que tem o cond o de dar sustenta o aos chamados direitos humanos Da linha de pensamento acima esposada interessa a percep o do valor dignidade enquanto chave para a inclus o laboral das pessoas com defici ncia haja vista que a no o essencial de dignidade decorre da necessidade de respeito condi o de se
90. doutrina italiana manifesta no entendimento de Maria Cristina CIMAGLIA a Lei em apre o preocupa se acima de tudo com a adequa o entre as habilidades e as prefer ncias das pessoas com defici ncia e a demanda do mercado de trabalho Na opini o de Maurizio CINELLI faz se relevante observar que a cota de 7 n o obrigat ria mas sugerida por lei o que implica uma postura construtiva progressiva pr ativa do Estado e da sociedade no sentido de se galgar passo a passo a inclus o das pessoas com defici ncia cuidando se de inserilas em atividades efetivamente produtivas e satisfat rias ao empregador e ao trabalhador 22STELLUTI Carlo Le nuove norme per il diritto al lavoro dei disabii Lavoro Informazione N 6 ano XVIII 31 de marco de 1999 p 9 1CIMAGLIA Maria Cristina Gli aspetti giuridici della legge sul diritto al lavoro dei disabili Lavoro Informazione N 9 ano XVIII 15 de maio de 1999 1999 p 14 2 CINELLI Maurizio Profili del collocamento obbligatorio riformato In Maurizio Cinelli e Pasquale Sandulli Coord Diritto al lavoro dei disabili Torino G Giappichelli Editore 1999 pp 3 16 328 14 3 5 O Direito no Reino Unido A prote o legal de pessoas com defici ncia no Reino Unido recente Segundo a doutrina prevaleceu historicamente o tratamento assistencial desenvolvido em hospitais asilos e materializado por meio de pens es pagas pelo Estado
91. e s pessoas com defici ncia Pugna por isso por pol ticas p blicas de emprego de educa o de acessibilidade e de elimina o de barreiras preven o sa de prote o reabilita o e novas tecnologias Verificar se nos pr ximos itens o direito positivo de alguns pa ses membros da Comunidade Europ ia apenas para exemplificar guisa de 305 refer ncia o tratamento que as diversas legisla es conferem prote o das pessoas com defici ncia 14 3 1 O Direito Portugu s A dirigente Constitui o portuguesa de 02 de abril de 1976 no dizer de J J CANOTILHO estabelece defesa inconteste da dignidade da pessoa como primado essencial art 19 primado este lastreado no Estado Democr tico de Direito nas liberdades e direitos fundamentais com aspira o socialista A soberania portuguesa a seu turno respalda se na vontade popular e na constru o de uma sociedade livre justa e solid ria conforme tamb m estabelece o art 1 mas a ordem constitucional portuguesa abre se influ ncia direta do Direito Internacional uma vez que o art 8 assim estabelece 1 As normas e os princ pios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito portugu s 3 As normas emanadas dos rg os competentes das organiza es internacionais de que Portugal seja parte vigoram diretamente na ordem interna desde que tal se encontre estabelecido nos re
92. e Pens es dos Ferrovi rios que funcionaram em todo o territ rio nacional por muitos anos A Constitui o de 1934 assim como as anteriores consagrou o princ pio da igualdade e trouxe novidades ao instituir a previd ncia com contribui o PEREIRA Jr op cit ALVES Cleber Francisco O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana o enfoque da doutrina social da igreja Rio de Janeiro Renovar 2001 p 30 53 igual da Uni o empregado e empregador a favor da velhice da invalidez da maternidade e para os casos de acidentes de trabalho e morte Segundo D lio MARANH O podemos encontrar um embri o do conte do do direito integra o social da pessoa deficiente no art 138 quando assegura no item a amparo aos desvalidos criando servi os especializados e animando os servi os sociais cuja orienta o procurar o coordenar Por m assinala o autor embora esse dispositivo revele a import ncia crescente de amparo aos desiguais deixa transparecer uma vis o assistencialista PEREIRA Jr em texto citado assinala que o ponto marcante da Constitui o de 1934 a consagra o do modelo tripartite de financiamento do sistema de previd ncia social com recursos advindos da Uni o dos empregadores e dos empregados sistema contributivo que se encontra inserto na vigente Constitui o Federal art 195 caput Observa tamb m que no plano constituci
93. e acima de tudo eficientes quando bem treinados e dirigidos a fun es compat veis com a sua defici ncia Sylvia coloca deficientes no mercado de trabalho por meio de contratos de presta o de servi os Diz ainda que o desafio maior mostrar s pessoas que o deficiente n o um peso e sim uma solu o O motivo a revolta contra esta massa de pessoas que n o sabe valorizar uma minoria eficiente e tentar com isso alguma solu o para este problema Esta tese ter como um dos objetivos aprofundar a quest o das pessoas com defici ncia no concernente a legisla o protetiva por m ineficaz esquecida ela sim inv lida ao demonstrar seu desuso deixando ao desabrigo os direitos do cidad o com defici ncia 12 A validade deste trabalho est em demonstrar s pessoas a exist ncia de legisla o a amparar a minoria dos deficientes e da import ncia do cumprimento destas leis Abrir os olhos da sociedade para seu pr prio descaso e consequente descaso do poder p blico com este grupo de cidad os estes que nasceram ou adquiriram alguma defici ncia f sica ou mental N o poss vel imputar ao Estado toda a responsabilidade pelo descaso com as minorias Este descaso reflexo da pr pria sociedade brasileira culturalmente uma sociedade que esconde seus problemas A pessoa com defici ncia encarada como problema como fracasso fica escondida dos olhos dos demais Mudando o entendimento de
94. em lt http www europa eu int pol socio overview_pt htm gt Acesso em 15 set 2008 HITLER Minha Luta Mein Kampf Vers o eletr nica em portugu s brasileiro Dispon vel em http radioislam org historia hitler mkampf por por htmf15 Acesso em agosto 2007 JORNAL DIGITAL A NOT CIA Encontro debate risco de reforma trabalhista Joinville 23 de outubro de 2004 Dispon vel em lt http an uol com br 2004 out 23 0ger htm gt Acesso em 04 de fevereiro de 2009 MAGALH ES Jos L M Direitos Humanos Evolu o Hist rica Dispon vel em lt http www dhnet org br direitos anthist joselm htm gt acesso em 15 fev 2007 MARQUES Carlos Alberto The political implications of the institutionalization of deficiency Educ Soc Campinas v 19 n 62 1998 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S010173301998000100 006 amp Ing es amp nrm iso gt Acesso em 24 Fev 2007 NASCIMENTO Rui Bianchi Programa de A o Mundial para pessoas com defici ncia Publicado no site do Centro de Documenta o e Informa o do Portador de Defici ncia 1992 CEDIPOD p 15 Dispon vel em lt http www cedipod org br gt acesso em fev 2007 ONU Organiza o das Na es Unidas Centro de Informa o da ONU em Portugal Dispon vel em lt http www onupor tugal pt anos html gt Acesso em 02 nov 2008 ORGANIZACI N MUNDIAL DE PERSONAS COM DISCAPACIDAD Declaraci n Fi
95. empregados negros da demandada impugnaram judicialmente uma exig ncia regulamentar que impunha testes de avalia o de intelig ncia para contrata o e promo o bem como a apresenta o de diploma de segundo grau Segundo os autores essas exig ncias n o eram aptas a avaliar a capacidade de aprendizagem concernente fun o ou grupo de fun es mas findava por se caracterizar como obst culo concreto contrata o ou promo o dos negros o que se evidenciava nos dados estat sticos Tratava assim da discrimina o reflexiva eis que n o volunt ria A Corte Suprema decidiu que 1 o Estatuto dos Direitos Civis de 1964 em seu T tulo VII imp e a elimina o de barreiras artificiais arbitr rias e desnecess rias ao acesso ao emprego as quais operam discriminatoriamente no sentido de excluir com base em ra a e se como no presente caso uma pr tica empregat cia que exclui negros n o pode ser vista como relacionada ao 352 14 5 6 O Direito Canadense O Canad em 06 de out de 2004 inaugurou a Declarac o de Montreal sobre a Defici ncia Intelectual Embora tenha este t tulo a declarac o abrange as pessoas com defici ncia em geral afirmando que N s pessoas com defici ncias intelectuais e outras defici ncias familiares representantes de pessoas com defici ncias intelectuais especialistas do campo das defici ncias intelectuais trabalhadores da sa de e outros especialistas da rea das defici n
96. equipes de estudo e trabalho ser o desafiadas a novos conv vios Mas n o ser isso produtivo e em termos de efic cia da Dignidade humana Tratar diferente os diferentes uma forma de respeito s diferen as A promo o deste respeito far com que as pessoas no geral aprendam ao conv vio usando de toler ncia flexibilidade respeito diversidade pluralidade N o ser o estes os atributos essenciais de uma democracia de um estado democr tico de direito Por outro lado nos perguntamos desses 98 que est o fora das classes de estudo ou do mercado de trabalho quantos poderiam ser auxiliados por equipamentos os quais supririam suas limita es e ao mesmo tempo os tornaria capazes de enfrentar os estudo e ou o trabalho Facilitar o acesso sem d vida uma eficaz maneira de promover a inclus o social Mas n o a facilita o paternalista e sim a acomoda o de cada situa o s condi es daquela especial pessoa no setor em que pretende ingressar 384 Alerta geral para o fato de que Infelizmente as estat sticas apontam para o crescimento da popula o de deficientes n o tanto por doen as mas por sequelas de acidentes de tr nsito e de armas de fogo Ou seja independente da classe s cio econ mica o contingente de deficientes tende a aumentar Se n o houver espa o e possibilidade de adequa o do mercado de trabalho e ou da educa o haver uma popula o que depender cada vez mais de benef cios assiste
97. es como esta se repitam passa a ser uma luta que todos n s operadores do direito devemos defender Perceba que no caso concreto sequer havia a possibilidade de se argumentar colapso s finan as do Estado eis que se tratava de uma nica crian a apenas Vale ressaltar que fundamentar o julgado acima no fato que a constitui o atribui tal fun o Defensoria P blica julgar passando por cima do Princ pio da Dignidade Humana assim como n o levar em considera o o Princ pio da Proporcionalidade e Razoabilidade Novamente voltamos posi o j defendida no cap tulo anterior a respeito da exist ncia de hierarquia dos princ pios estabelecidos dentro da Constitui o Federal Brasileira pois o caso acima foi julgado sem observar a viola o da dignidade humana daquela crian a carente com defici ncia Agindo desta forma estar negando tamb m o m nimo existencial aquela crian a no que tange a sa de b sica a assist ncia aos desamparados e o acesso justi a esse o direito de que precisamos esse o modelo de direito que queremos Esta decis o de um Tribunal Superior apenas fomenta a exclus o social da pessoa com defici ncia que sem recursos para tratar a sua mol stia ficar doente com sua sa de debilitada n o podendo se incluir socialmente 1 Cap tulo 5 tem 5 1 p 99 156 como por exemplo atrav s do trabalho Este o ponto de an lise para a defesa da supera o
98. express o de emancipa o de direitos do fortalecimento de uma ordem jur dica que possibilite a democracia como express o maior de um povo deve passar pela discuss o em torno da exist ncia concomitante de c digos e c digo ou seja de uma ordem estatal que conviva e legitime ordens jur dicas insurgentes representantes de direitos vivos direitos que nascem no dia a dia na conviv ncia social e que por sua pr pria din mica tornam se insuscet veis apreens o por um nico c digo estatal Ei BARROSO Lu s Roberto Dispon vel em lt http www direitopublico com br pdf diferentes iguais Irbarroso pdf gt Acesso em 23 jul 2009 185 traz a sua contribui o ensinando nos que de acordo com Kant no mundo social existem duas categorias de valores o pre o preis e a dignidade w rden Enquanto o pre o representa um valor exterior de mercado e manifesta interesses particulares a dignidade representa um valor interior moral e de interesse geral As coisas t m pre o as pessoas dignidade 7 1 O Princ pio da Dignidade Humana como Base para o Reconhecimento da Pessoa com Defici ncia Devemos utilizar o princ pio da dignidade humana para iluminar e tornar ainda mais forte o reconhecimento da pessoa com defici ncia O reconhecimento do outro viabiliza a ultrapassagem da maior barreira inclus o da pessoa com defici ncia que na verdade a atitudinal aquela que est dentro
99. f rias acrescidas de um ter o e os dep sitos do Fundo de Garantia por Tempo de Servi o Posteriormente a quest o foi submetida ao TRT fluminense que confirmou os efeitos da senten a 277 O Tribunal Superior do Trabalho no Processo n 84200 21 2005 5 10 0014 referente ao c lculo do percentual reserva de vagas s pessoas com defici ncia prevista no art 93 da Lei 8213 91 decidiu que esta de ordem p blica e esse dispositivo n o excetua do seu mbito de aplica o atividade alguma Ademais a incapacidade do empregado para exercer a atividade de vigil ncia deve ser comprovada na pr tica e n o meramente presumida de sorte que n o se podem excluir do c lculo do percentual de cargos destinados aos portadores de defici ncia as vagas referentes s atividades de vigil ncia 12 3 5 Ordem de Servi o Conjunta INSS DAF DSS n 90 de 27 de Outubro de 1998 A Ordem de Servi o foi publicada pelas Diretorias de Arrecada o e Fiscaliza o e de Seguro Social do INSS que definiu as modalidades de defici ncias e estabeleceu os procedimentos de modo a dar cumprimento ao art 93 da Lei n 8 213 91 A Ordem de Servi o anterior ao Decreto n 3 298 99 que regulamentou a Lei 7 853 89 Muitos dos seus conceitos foram repetidos no Decreto Os procedimentos para a contrata o de pessoas com defici ncia est o dispostos nessa norma Disp e que cabe Unidade Executiva de Reabilita o Profissional UERP rece
100. fundamentais Os exemplos acima citados de controle de constitucionalidade serviram como forma ampla para mostrarmos como ocorre na pr tica Constatamos que pelo Princ pio da Proporcionalidade e da Razoabilidade Leis Estaduais envolvendo assuntos de valores inferiores ao da dignidade humana de pequena relev ncia foram declaradas inconstitucionais Por m algumas leis que violam o Princ pio da Dignidade Humana portanto inconstitucionais continuam a vigorar Com um exemplo pr tico e real que bem ilustra a utiliza o do princ pio da proporcionalidade em sintonia com o princ pio da isonomia a isen o do ICMS e IPVA para a pessoa com defici ncia adquirir um ve culo automotor terrestre prevista na Lei Estadual n 8 820 89 voltamos ao tema central da tese Mesmo num pa s como o Brasil que insiste em primar pela desigualdade a ind stria automobil stica grande benefici ria do governo quando se trata de incentivos fiscais Ainda que se reconhe a o excesso de carga tribut ria direta ou indireta elas s o lucrativas Deixam de produzir entretanto ve culos de f cil adapta o e alta carga de tecnologia para 112 beneficiar pessoas com defici ncia Como est o respaldadas pela lei brasileira enquanto n o se muda a lei pouco se pode fazer Para aquisi o de ve culo automotor com isen o de ICMS e IPVA por exemplo no Rio Grande do Sul Brasil condi o s o isentos do imposto os deficientes f
101. geral tratados como bobos eram mantidos nas vilas ou nas propriedades das abastadas fam lias patr cias como protegidos do pater fam lias Ainda conforme o autor em Roma cegos surdos deficientes mentais deficientes f sicos e outros tipos de pessoas nascidas com m s forma es eram tamb m algumas vezes ligados a casas comerciais a tavernas a bord is bem como a atividades dos circos romanos para servi os simples e s vezes humilhantes costume esse que foi adotado por muitos s culos na Hist ria da Humanidade Em Atenas Plat o assim como outros fil sofos da poca acreditava que a eugenia seria o melhor caminho para a constru o de uma sociedade ideal e no que concerne aos que receberam corpo mal organizado deixamos morrer Quanto s crian as doentes e as que sofrerem qualquer deformidade ser o levadas como conv m a paradeiro desconhecido e secreto 1 SILVA Otto Marques da Op Cit 1986 p 130 SILVA Otto Marques da Op Cit 1986 p 130 1 PLAT O apud SILVA Otto Marques da 1986 p 124 30 A id ia de pureza da ra a editada monstruosamente por Hitler no s culo XX ainda hoje pode ser encontrada em diretrizes de grupos e partidos pol ticos ou mesmo em comportamentos e atitudes relativos ao modo de perceber e tratar a pessoa deficiente Paradoxalmente foram exatamente os gregos que legaram humanidade o princ pio da isonomia esteio de toda legisla
102. il diritto al lavoro dei disabii Lavoro Informazione N 6 ano XVIII 31 de mar o de 1999 Milano Franco Angeli STEINMETZ Wilson Ant nio Colis o de direitos fundamentais e princ pio da proporcionalidade Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 418 STRECK Lenio L e MORAIS Jos L Bolzan Ci ncia Pol tica e Teoria Geral do Estado Porto Alegre Livraria do Advogado 2000 SUSSEKIND Arnaldo Direito Constitucional do Trabalho Rio de Janeiro Editora Renovar 4 edi o 2009 TAGGESELL GIOSTRI Hildegard Erro m dico luz da jurisprud ncia comentada Curitiba Juru 2004 TOLEDO BARROS Suzana de O princ pio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais Bras lia Bras lia Jur dica 2003 VALLER Wladimir Para um estudo sobre o dano moral Responsabilidade Civil e Criminal nos Acidentes Automobil sticos 2 Ed Campinas Julex 1993 2 vols VALTECIDES ALVES Rubens Deficiente F sico Novas Dimens es de Prote o ao Trabalhador S o Paulo LTr 1992 VILLATORE Marco Ant nio C sar A pessoa portadora de defici ncia no Direito do Trabalho brasileiro e o tema no Direito do Trabalho comparado Editora Genesis Curitiba Revista de Direito do Trabalho N 15 88 abril 2000 VASCONCELOS DUBUGRAS Regina Maria Discrimina o no Emprego Formas Defesas e Rem dios Jur dicos Revista LTr vol 66 n 11 novembro de 2002
103. inclus o social No que se refere colis o de princ pios constitucionais na medida em que defendemos a supremacia axiol gica da dignidade humana enquanto valor m ximo tutelado pelo ordenamento jur dico brasileiro entendemos at mesmo por quest o de coer ncia ser imposs vel a colis o entre o princ pio da dignidade humana e os demais princ pios constitucionais Se a dignidade condiciona a interpreta o de todos os demais princ pios constitucionais eventual colis o entre a dignidade e os demais princ pios inviabilizaria o racioc nio quebrando se a l gica Neste sentido admitimos a colis o somente entre os princ pios subordinados O princ pio da proporcionalidade a despeito de n o estar consagrado expressamente no texto constitucional restou amplamente provado nesta tese seu reconhecimento pela doutrina e pela jurisprud ncia como sendo princ pio constitucional impl cito Sua utiliza o criteriosa permite a solu o em caso de aparente conflito entre os demais valores tutelados pela Constitui o O princ pio da proporcionalidade cont m os sub princ pios da adequa o que exige que os meios adotados sejam apropriados consecu o dos objetivos propostos o sub princ pio da necessidade que exige que a medida restritiva seja absolutamente indispens vel para a conserva o do direito fundamental em an lise e que n o possa ser substitu da por outra igualmente eficaz e menos gravosa e o sub princ
104. inclusive o fornecimento de transporte e de material para este fim N o h d vida de que a supera o da condi o de analfabeto faz surgir para a pessoa com defici ncia nova perspectiva de vida e o pronto restabelecimento de parcela de sua dignidade A tutela judicial das pessoas com defici ncia que se encontram na condi o de analfabetas caberia em um primeiro momento s Institui es legitimadas para a propositura de a es civis p blicas e dentre elas especialmente ao Minist rio P blico em casos individualizados a tutela ficaria a cargo da Defensoria P blica Neste particular considerando se que na grande maioria dos Munic pios brasileiros n o existe Defensoria P blica considerando se ainda que nestes Munic pios muitas vezes n o existem sequer advogados que se disponham a atuar graciosamente em prol dos mais carentes a popula o simplesmente se v alijada da possibilidade de ingressar em Ju zo Diante deste contexto n o h outra alternativa a estes exclu dos sen o recorrerem ao Promotor de Justi a mesmo para a postula o de direitos que n o se enquadram no rol dos interesses difusos ou coletivos Infelizmente no Brasil grande parte dos Promotores de Justi a faz vistas grossas para esses problemas necessitando serem provocados para agir Pergunta se o que realmente mais importante a quest o processual da legitimidade ou o comando constitucional que determina o amplo acesso Justi
105. inovadoras de vanguarda contudo sintonizadas com o sistema SBONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional 82 Edi o S o Paulo Malheiros 1999 p 228 118 e que permitam a imediata utiliza o pelos operadores do direito no sentido de se promover a inclus o social O argumento tradicional nas lides forenses a respeito do tema o de que n o seria l cito ao Judici rio se inserir nas esferas discricion rias dos gestores p blicos para gerir pela via do processo or amento p blico Argumenta se ainda que a escassez de recursos associada suposta falta de legitimidade do Judici rio se comparado aos outros dois poderes inviabilizaria a possibilidade de decis es judiciais cominat rias para o Poder P blico neste sentido Ana Paula de BARCELLOS ousou defender a supera o da dogm tica tradicional e discorreu de forma enf tica condenando o repasse de responsabilidade entre os Poderes da Rep blica 8 8 O poder p blico deve assegurar o acesso medica o para pessoas desprovidas de recursos financeiros O Estado da Bahia apelou contra senten a de 1 Grau que julgou procedente pedido de provis o de medicamento para portadora de enfermidade denominada Baixa Estatura Idiop tica nanismo O Estado alegou que a senten a violou o princ pio da legalidade estrita pois o administrador p blico n o pode alterar as decis es legislativas e pol ticas quanto destina o de re
106. integrantes da lide devem ser levados em conta quando da prola o da senten a A quest o ora levantada adquire maior relev ncia se considerarmos que o Brasil um pa s com 24 5 milh es de pessoas com defici ncia enfrentando barreiras 112 HUDSON B rbara ibid p 244 Certamente que o desafio est em transgredir o convencional e buscar valores emergentes a n vel do pensamento da sensibilidade e da a o comportamental provenientes das pr ticas sociais emancipat rias e das lutas reivindicat rias por necessidades transformadas em direitos No espa o aberto de intera es renovadas e de exig ncias ticas cuja realidade fragmentada e experimental reinventada e rearticulada permanentemente os movimentos sociais se legitimam para criar produzir e definir princ pios ticos de uma nova sociedade pautados na emancipa o autonomia solidariedade justi a e a dignidade de uma vida capaz da satisfa o das necessidades fundamentais 182 absolutamente diferenciadas de Estado para Estado A pessoa com defici ncia que reside no interior possui problemas de acessibilidade diverso das pessoas com defici ncia das grandes metr poles por exemplo A proposta deste estudo a demonstra o da absoluta relev ncia da acessibilidade na inclus o social Uma decis o judicial somente ser justa na medida em que considerar a que grupo pertencem as pessoas que integram a lide A mesma falta de acessibilidade no caso conc
107. interesses e o dela preterindo at mesmo os direitos do povo privilegiando como Roma e em Portugal um estrato social espec fico representado pelo poder elitista do patriciado e pela nobreza part cipes da administra o burocr tica do Estado patrimonial Este Estado reflete um quadro sociopol tico de domina o explora o e injusti a permeado por uma cultura elitista 165 Uma simples compara o entre a forma o jur dica no Brasil Col nia e o quadro pol tico contempor neo nos revela o qu o profundas foram as ra zes plantadas pelos colonizadores portugueses A atual crise de legitimidade dos tr s poderes da Rep blica a pr pria crise das institui es do Estado revelam a necessidade de quebra de paradigmas e de supera o de conceitos al ados condi o de dogmas A sociedade brasileira precisa de uma proposta pluralista com o foco voltado para a emancipa o das classes oprimidas B rbara Hudson com suporte filos fico seguro nos coloca a quest o do acesso igualit rio das minorias aos processos judiciais e ao procedimento de elabora o das leis confirmando a exclus o hist rica dos grupos n o integrantes das elites A complexidade e a riqueza da sociedade acarretam uma diversidade de possibilidades interpretativas influenciadas por fen menos pol ticos sociais filos ficos jur dicos Toda esta complexidade permite a assertiva de que o principal n cleo para o qual converge o pluralismo jur d
108. interven o de rg os p blicos ou privados Os princ pios aqui contidos deveriam ser objeto de limites e de incremento das negocia es coletivas As organiza es de empregados e empregadores n o deveriam mdd Organiza o Internacional do Trabalho OIT op cit pp 1 041 1 043 299 tolerar cl usulas discriminat rias em rela o aos respectivos associados e n o associados Os governos dos pa ses membros deveriam evitar discrimina es contra orienta o profissional e servi os de coloca o no mercado de trabalho tanto em face da iniciativa privada quanto em face da administra o p blica criando se organiza es compostas por comiss es parit rias de empregados e empregadores ou outras interessadas em promover pol ticas anti discriminat rias com a finalidade de divulgar os princ pios aqui constantes bem como em receber e em examinar den ncias sobre discrimina o emitindo opini es e sugest es sobre medidas de car ter corretivo Qualquer medida legal ou de pol ticas p blicas incompat veis com a Recomenda o deveria ser revogada ou interrompida por parte dos pa ses membros O art 6 pela sua import ncia neste trabalho O art 7 tamb m exclui do conceito de discrimina o medidas que afetem pessoas sobre as quais recaiam suspeitas fundadas de atividades contr rias aos interesses do Estado O art 8 dirige se aos trabalhadores imigrantes incitando ao cumprimento dos princ pio
109. lesem os direitos constitucionais e legais das pessoas com defici ncia O segundo cap tulo disp e a respeito da inser o laboral das pessoas com defici ncia respeitando se respectivas habilidades pessoais e demandas de mercado sendo para isso criada a Comiss o de Avalia o das Condi es Pessoais para o Emprego cujo papel o de intermedi las priorizando as pessoas com defici ncia com maior responsabilidade familiar O fomento do emprego das pessoas com defici ncia tamb m se imp e como mister atribu do a essa Comiss o que poder sugerir isen es e demais 346 incentivos fiscais Assegura se ao trabalhador acidentado no trabalho a manuten o do emprego e o direito reabilita o Institui se para tanto a o coordenada entre o Instituto Hondurenho de Habilita o e Reabilita o de Pessoas com Defici ncia e a Secretaria de Trabalho e Previs o Social No cap tulo Ill estrutura se a Comiss o mencionada que composta de sete membros sendo cinco de rg os p blicos ligados sa de previd ncia e forma o profissional e dois que representam os trabalhadores e os empregadores Estabelecem se outrossim as atividades dessa comiss o que consistem na avalia o em cada caso das habilidades pessoais do trabalhador com defici ncia e de suas possibilidades no mercado e ainda o cadastramento de seguimento de trabalhadores reabilitados ou habilitados para que se acompanhe o seu desempenho
110. longo da evolu o hist rica do direito mostrou se uma fal cia terminou por engessar a pr tica jur dica em formulas ideais gen ricas e abstratas e totalmente distantes da realidade social evidente que a inser o de cl usulas gerais e a maior utiliza o dos princ pios para a solu o direta de lides deve ser feito com excessivo crit rio e de forma ponderada sem excessos e na busca do bem comum A grande quest o que da forma como est n o poder mais ficar A problem tica da exclus o social n o se resolve com f rmulas m gicas a proposta respons vel de alternativas de uso do direito em prol da inclus o social tem como pressuposto o debate acad mico para posterior e eventual implementa o 7 Neste cap tulo ficou demonstrado que o pluralismo jur dico um fen meno com profundas ra zes hist ricas O modelo de ordem jur dica era elitista conservador e discriminat rio sempre privilegiando a classe abastada em detrimento das massas Como a sociedade din mica novos movimentos sociais surgiram e o direito deu in cio a um longo e gradativo processo de evolu o pois necessita acompanhar a nova situa o social que se encontra O objetivo seria a 391 inser o de um modelo pluralista social e inclusivo com o foco voltado para a emancipa o das classes oprimidas incluindo se a a das pessoas com defici ncia por m ainda tem se observado em sua ess ncia suas caracter sticas h
111. maior de 18 anos chileno ou residente autorizado no Chile das empresas p blicas ou privadas orientando empregados e patr es no sentido de viabilizar op es rec procas tomando em conta as necessidades do mercado e as habilidades das pessoas cadastradas A Lei n 19 284 de 1994 cuida dos direitos das pessoas com defici ncia Cont m 65 artigos e 4 dispositivos transit rios Disp e se da seguinte forma T tulo Normas Preliminares T tulo Il Da Qualifica o e do Diagn stico das Defici ncias T tulo Ill Da Preven o e da Reabilita o T tulo IV Da Equipara o de Oportunidade T tulo V Do Registro Nacional da Defici ncia T tulo VI Procedimento e San es T tulo VII Do Fundo Nacional da Defici ncia T tulo VIII Das Disposi es Gerais e Disposi es Transit rias Constituci n Pol tica da Rep blica de Chile de 21 de octubre de 1980 Gobierno de Chile Dispon vel em lt http www gobiernodechile cl documentacion constitucion asp gt Acesso em 10 jan 2009 Fondo Nacional de la Discapacidad Programa de colocaci n de personas com discapacidad en um puesto de trabajo Gobierno de Chile Dispon vel em lt www fonadis cl index php seccion 76fcentro gt Acesso em 10 jan 2009 303 Ley 19 284 de 14 de enero de 1994 Congreso Nacional Dispon vel em lt http www ben cl publicadores pub leyes mas soli admin listado leyes mas soli
112. mais categorias de s cios volunt rios que lhes preste servi os gratuitamente e n o estejam inclu dos na defini o de pessoas em desvantagem As Cooperativas Sociais constituem hip tese vi vel de inser o da pessoa com defici ncia no mundo do trabalho desde que baseada na colabora o rec proca e tendo por objetivo principal proporcionar o exerc cio profissional aos seus associados Constitui forma de trabalho por conta pr pria art 35 Ill do Decreto 3 298 99 Aplica se s cooperativas sociais subsidiariamente a Lei n 5 764 71 que prev como condi es essenciais a ades o volunt ria e aberta a gest o democr tica e participa o econ mica efetiva dos cooperados autonomia e independ ncia educa o forma o e informa o dos cooperados coopera o entre as cooperativas e interesse pela comunidade 283 No entanto as Cooperativas Sociais s o inexpressivas At o m s de dezembro de 2003 o Brasil contava apenas com sete cooperativas n mero inexpressivo diante da repercuss o social pretendida O debate sobre as cooperativas de trabalho apresenta pelo menos duas ticas contrapostas a que considera o trabalho cooperativo uma real alternativa perante as agruras derivadas das mudan as econ micas recentes e a que enxerga no funcionamento das cooperativas um exemplo da crescente precariedade das rela es de trabalho A pesquisa bibliogr fica empreendida para levantar maiores informa es sob
113. mais se houve INCLUS O que tem como tra o a exig ncia do uso de medidas positivas e afirmativas de modo a reduzir tais desigualdades As a es afirmativas conforme Joaquim Benedito Barbosa Gomes Ministro do Supremo Tribunal Federal STF consistem em pol ticas p blicas e tamb m privadas voltadas concretiza o do princ pio constitucional da igualdade material e neutraliza o dos efeitos da discrimina o racial de g nero de idade de origem nacional e de complei o f sica Afinada por esse diapas o a tamb m Ministra do STF Carmen Lucia Antunes Rocha preleciona concluiu se ent o que proibir a discrimina o n o era bastante para se ter a efetividade do princ pio da igualdade jur dica O que naquele modelo se tinha e se tem t o somente o princ pio da veda o da desigualdade ou da invalidade do comportamento motivado por preconceito manifesto ou comprovado ou comprov vel o que n o pode ser considerado o mesmo que garantir a igualdade jur dica N o bastasse o sentido de inclus o amparado pela nossa magn fica Constitui o Republicana tamb m a legisla o espec fica subsequente prev F VERO Gonzaga In Direitos das Pessoas com Defici ncia Garantia de Igualdade na Diversidade Ed WVA RJ 2004 p 37 182 Esse mecanismo de inclus o social recebe nos Estados Unidos a denomina o de affirmative action a o afirmativa J na Europa
114. medidas de sensibiliza o que consistem em provid ncias para a divulga o de informa es sobre necessidades e possibilidades das pessoas com defici ncia Regra 2 Cuidados M dicos itens 1 a 6 que pugna pela presta o estatal de cuidados m dicos eficazes s pessoas com defici ncia Regra 3 Reabilita o itens 1 a 6 insta presta o estatal de servi os de reabilita o para que as pessoas com defici ncia adquiram e mantenham um n vel timo de autonomia concernente capacidade funcional Regra 4 Servi os de Apoio itens 1 a 7 aos programas de reabilita o devem suceder se servi os estatais de apoio permanente para que as pessoas com defici ncia ampliem cada vez mais o respectivo n vel de autonomia na vida cotidiana e exer am seus direitos O t tulo Il reas Alvos da Igualdade de Participa o abrange as seguintes regras Regra 5 Acessibilidade itens 1 a 11 trata da acessibilidade f sica a ser providenciada pelo Estado com rela o a todas as defici ncias bem como da acessibilidade informa o Regra 6 Educa o itens 1 a 9 enuncia o princ pio de que as pessoas com defici ncia de qualquer natureza devem ser inclu das nas escolas regulares sendo dever do Estado prepar las as escolas e as pessoas para a consecu o deste mister Regra 7 Emprego itens 1 a 9 quanto ao emprego recomenda que as pessoas com defici ncia tenham acesso amplo ao mercado de trabalho
115. meio de transporte visto que uma das barreiras que o impede de ingressar no mercado de trabalho exatamente a dificuldade de locomo o e em meio de transporte adequado Defendemos portanto a possibilidade de ampliar a isen o para outros produtos tamb m considerados de grande necessidade para a pessoa com defici ncia A Conven o de Direitos sobre as Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 disp e em seu artigo 19 sobre a Vida Independente e a Inclus o social da Pessoa com Defici ncia onde os Estados Parte desta Conven o reconhecem o igual direito de todas as pessoas com defici ncia de viver na comunidade com a mesma liberdade de escolha que as demais pessoas e tomar o medidas efetivas e apropriadas para facilitar s pessoas com defici ncia o pleno gozo desse direito e sua plena inclus o e participa o na comunidade inclusive assegurando que As pessoas com defici ncia possam escolher seu local de resid ncia e onde e com quem morar em igualdade de oportunidades com as demais pessoas e que n o sejam obrigadas a viver em determinado tipo de moradia As pessoas com defici ncia tenham acesso a uma variedade de servi os de apoio em domic lio ou em institui es residenciais ou a outros servi os comunit rios de apoio inclusive os servi os de atendentes pessoais que forem necess rios como apoio para que as pessoas com defici ncia vivam e sejam inclu das na comunidade e para evitar que fiquem isolada
116. menos como n s 408 mostramos nesta tese o exemplo do autor que ingressou na faculdade de Direito e necessitou invocar o Poder Judici rio a fim de que tivesse garantido acesso digno e pleno a todas as reparti es da Universidade pois antes n o havia J em Granada na Espanha a legisla o que protege a pessoa com defici ncia muito parecida com a do Brasil havendo o diferencial de que l a legisla o possui efic cia enquanto no Brasil soa como letra morta Tanto que ao tratar do tema com a orientadora Espanhola esta n o conseguia entender o motivo da escolha do tema desta tese pois se existe toda a normatiza o presume se que esta cumprida o que n o ocorre no Brasil Na Espanha houve o abandono de um modelo de pol tica p blica meramente prestacional para a inser o de um modelo que procura a igualdade real e efetiva e o pleno desfrute de todos os direitos fundamentais pelas pessoas com defici ncia J no Brasil o abandono do sistema paternalista assistencialista que trata a pessoa com defici ncia como um peso na sociedade para o total implemento de uma pol tica p blica voltada reabilita o e busca de igualdade real e efetiva ocorre de forma gradativamente lenta H a necessidade de que isso se transforme em algo culturalmente aceito por todos os cidad os para obter assim a efic cia na pr tica da pol tica p blica Pela pol tica nacional de integra o social da pessoa portadora d
117. modelos inerentes aos pa ses orientais A partir do pressuposto de que o controle de constitucionalidade das leis presta se defesa das liberdades individuais para que os direitos da coletividade se implementem em rela o de reciprocidade com os primeiros ressalta Gustavo ZAGREBELSKY ademais que a normatiza o dos princ pios constitucionais refor a esse movimento da evolu o hist rica constitucional Uma das principais marcas da contemporaneidade centra se na inser o nas constitui es de princ pios cujo escopo norteie se pela busca da justi a efetiva o que n o se registrava no passado tempo em que imperava o Estado de Direito Naquela oportunidade as constitui es continham meros 2 ZAGREBELSKY Gustavo op cit pp 93 108 203 enunciados sem aplicabilidade pr tica Nas novas constitui es exige se do Estado uma postura proativa pela promo o da justi a Deixa de ser ele mero garantidor ou guardi o do equil brio social devendo portanto mobilizar esfor os e aproximar os agentes sociais para efetivamente redirecionar a realidade rumo aos objetivos constitucionais de justi a Transitando pelo campo da economia at atingir as rela o entre o homem e o meio ambiente e tamb m entre as gera es presentes e futuras o Estado estabelece condi es estruturais de efetiva o das conquistas constitucionais Em consequ ncia supera se a no o kantiana segundo a qual o direito seri
118. moderna onde se sucedem avan os tecnol gicos e mudan as cont nuas e imprevis veis no cotidiano dos povos nesse limiar do terceiro mil nio t m exigido das institui es jur dico pol ticas uma versatilidade e aptid o para adaptar se a novas realidades que n o condizem com as no es r gidas e fechadas inerentes ao conceito tradicional de Constitui o Esse fen meno refor a uma propens o proemin ncia de uma principiologia constitucional onde a normatividade supra legal dos princ pios fundamentais estruturantes compatibilizada com a fraca densidade referente aos seus efeitos e condi es de aplica o Com isso permite se uma abertura constitucional adapt vel s realidades difusas e RIZZATTO NUNES Luiz Ant nio op cit p 51 92 complexas das sociedades contempor neas marcadas por um tra o acentuado de pluralismo cultural e pol tico Flademir Jer nimo BELINATI MARTINS autor de obra a respeito do tema e na mesma linha de posicionamento disserta A dignidade da pessoa humana enquanto valor fonte do sistema constitucional condiciona a interpreta o e aplica o de todo o texto conferindo unidade axiol gico normativa aos diversos dispositivos constitucionais que muitas vezes se encontram sem rela o aparente e at mesmo em franca contradi o Assim o expresso reconhecimento da dignidade da pessoa humana como princ pio fundamental traduz em parte a pretens o constituci
119. n o possui cultura para pessoa com defici ncia e o povo as relega a um segundo terceiro quarto ou quinto plano 218 O pensamento geral v se bem porque este aleijado n o vai para casa s um N o pedi ajuda para subir a alta cal ada queria fazer valer a lei Em tudo que lugar assim Podes vir n o temos acesso mas damos um jeitinho Sim d o um jeitinho de estragar a cadeira da gente de rasgar nossas roupas de derrubarem a gente no ch o N s n o queremos ser ajudados queremos o acesso para circular livremente e assim nos sentirmos o mais normal poss vel ou menos limitado Creio que uma campanha publicit ria daria certo No bairro do Laranjal n o existe mais nenhuma placa de sinaliza o nas rampas todas foram destru das pelos cidad os pelotenses e n o foram substitu das As rampas sinalizadas estavam quase sempre bloqueadas e depois na aus ncia das sinaliza es sempre s vezes desanimo as dificuldades s o muitas Mas o que mais me entristece que ningu m enxerga que essas melhorias s o para todos e n o s para quem possui algum tipo de necessidade especial Em 1994 estava em Porto Alegre RS Brasil nadando no Campeonato Estadual de Nata o e em 1995 estava em uma cadeira de rodas Ser t o dif cil entender que ontem fui eu quem de um minuto para outro ficou deficiente e amanh pode ser qualquer um 219 10 A HIST RIA DO APROVEITAMENTO LABORAL DA P
120. na medida em que a exig ncia da referida lei trata desigualmente pessoas iguais mas que apenas t m defici ncias distintas Acerca deste t pico oportuna a exemplifica o com julgado do Tribunal de Justi a do Estado do Rio Grande do Sul na Apela o C vel n 70037362803 da Segunda C mara C vel na data de 10 nov 2010 onde a relatora Denise Oliveira Cezar bem coloca a quest o da necess ria demonstra o de que o ve culo destinado s pessoas com defici ncia deve ser adaptado e n o conduzido por terceiro A isen o legal de IPVA e de ICMS dirigida exclusivamente aos ve culos adaptados destinados a deficientes f sicos Impossibilidade de se estender a isen o a ve culo sem adapta o a ser dirigido por terceiro Agora a pergunta algu m em s consci ncia poderia deixar de reconhecer que tal legisla o discriminat ria na exata medida em que estabelece crit rio n o razo vel de discrimina o Considerar as isen es de IPVA e ICMS apenas para as pessoas com defici ncia condutoras do ve culo luz do princ pio da dignidade da pessoa humana entendemos ser esta legisla o inconstitucional devendo deixar de ser aplicada por n o ter sido recepcionada pela ordem constitucional superveniente Esta a interpreta o l gica que decorre da dignidade humana da isonomia e da proporcionalidade analisadas em conjunto Com os julgados supra expostos demonstramos a falta de inclus o social das pess
121. ncia mas sobretudo valida o do direito amplo dos cidad os espanh is s pol ticas que implementem o princ pio do pleno emprego GARC A GARNICA em seu outro artigo sobre a hipoteca inversa como instrumento privado para el sostenimiento econ mico de la depedencia com base em suas considera es afirma que a promo o da autonomia e a protec o das pessoas com defici ncia um problema complexo transversal e multidisciplinar ao que todos convergem ao mesmo tempo uma s rie de aspectos sociais econ micos jur dicos laborais etc Esta complejidad unida a la generalidad del fen meno han puesto de relieve pr cticamente desde un primer momento la necesidad de hacer converger en la atenci n de la dependencia los esfuerzos p blicos y privados y ello tanto a nivel asistencial como a nivel financiero De entre ellos nuestra atenci n se centrar en estas l neas en describir la configuraci n jur dica con la que el legislador espa ol ha introducido en 284 GARC A GARNICA Mar a del Carmen La hipoteca inversa un instrumento financiero para contribuir al sostenimiento econ mico de las personas dependientes Aranzadi Doctrinal n m 4 2011 pp 91 110 323 nuestro derecho la hipoteca inversa precisamente en el marco y con la finalidad de atenci n al sostenimiento econ mico de la dependencia A hipoteca inversa diz respeito a una operaci n financiera especialmente dise ada para mayor
122. ncia Jur dica Jacarezinho n 2 2002 p 13 Do contratualismo cl ssico s novas formas de consenso o pacto social vive hoje uma crise sem precedentes de poder e legitimidade O v cuo tico deixado pela incapacidade das institui es e organismos oficiais de criar e de sustentar formas de conviv ncia que mantivessem em seu centro o valor pessoa humana apenas por sua condi o humana agrava sensivelmente esta crise Resgatar reabilitar e mesmo ressuscitar a tica para uma nova ordem tem sido o grande desafio da filosofia moderna e assim do direito e da pr pria religi o KONDER COMPARATO F bio op cit p 538 Novamente Comparato comprova esta rela o de subservi ncia entre direito positivo e elite Quanto ao arcabou o institucional do capitalismo a sua pe a mestra o confinamento da atividade estatal prote o da ordem do contrato e da propriedade privada como garantias do exerc cio da liberdade empresarial O conjunto das liberdades civis e pol ticas passa assim a exercer um papel secund rio nesse quadro institucional elas podem ser preteridas diante da liberdade de empresa como se tem visto ami de na sia na frica e na Am rica Latina 174 universidades e volunt rios no sentido de serem reorientados para que possam contribuir para a expans o e a garantia das liberdades substantivas dos indiv duos que devem passar a ser vistos como agentes participantes de uma grande rede de solidar
123. nima bem como de seguro desemprego e a frui o de recursos p blicos para 288 PASTORE Jos op cit p 166 326 empresas que implantem programas de forma o profissional habilita o ou reabilita o de pessoas com defici ncia Mencionam se ainda pela doutrina de Ant nio de ARA JO as Leis 87 517 e 91 663 respectivamente referentes a emprego e acesso habita o a locais de trabalho e a espa os p blicos para as pessoas com defici ncia Cita tamb m o art 52 da j mencionada Lei 75 534 sobre o acesso a transportes coletivos ou em casos de necessidade transportes individuais Lembra a Lei 90 602 que relativa prote o contra discrimina o em raz o do estado de sa de ou da defici ncia 14 3 4 O Direito Italiano O art 3 da Constitui o italiana de 27 de dezembro de 1947 consagra o princ pio da igualdade de todos perante a lei bem como o princ pio da dignidade da pessoa e o da eliminac o do preconceito de sexo raca l ngua religi o opini o pol tica e condi o pessoal e social Em sua segunda parte o referido artigo diz ser dever do Estado italiano a remo o dos obst culos de ordem econ mica e social que limitando de fato a liberdade e a igualdade dos cidad os impedem o pleno desenvolvimento da pessoa e a efetiva participa o de todos os trabalhadores na organiza o pol tica econ mica e social do pa s Tamb m o art 4 em sua primeira parte afirma que
124. nio Conte do Jur dico do Princ pio da Igualdade 3 edi o Malheiros Editores p 41 SPL RODRIGUEZ Am rico Princ pios de Direito do Trabalho Editora Ltr S o Paulo 32 tiragem p 30 SCOUTURE Eduardo apud Am rico Pl RODRIGUEZ Algumas Nociones Fundamentales del Derecho Procesal del Trabajo no tomo Tribunales de Trabajo publicado pelo Instituto de Direito do Trabalho da Universidade Nacional do Litoral Santa F 1944 p 115 CALMOM DE PASSOS J J O princ pio de n o discrimina o Revista Di logo Jur dico Ano l vol no 2 maio de 2001 Salvador BA 187 pois de dar dinamismo ao princ pio da igualdade com a promo o de condi o de acesso oportunidades por meio de pol ticas p blicas e leis que passaram a ponderar as peculiaridades dos indiv duos e dos grupos menos favorecidos alterando se pela via da compensa o o marcador hist rico pol tico cultural e social 7 3 O Princ pio da Igualdade Luz da Constitui o Republicana A Constitui o Republicana de 1988 cristalina ao anunciar e enunciar a sua op o pela igualdade substancial a come ar pelo seu pre mbulo que trata do prop sito de se constituir uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos e segue em todo o seu conte do com essa diretriz consoante se pode ver pelos dispositivos a seguir Art 3 Constituem objetivos fundamentais da Rep blica Federativa do
125. o vida comunit ria e a garantia de um sal rio 209 m nimo de benef cio mensal pessoa com defici ncia e ao idoso que comprovarem n o possuir meios de prover a pr pria manuten o ou de t la provida por sua fam lia conforme dispuser a lei O Estado deve promover programas de assist ncia integral sa de da crian a e do adolescente admitida a participa o de entidades n o governamentais e obedecendo aos seguintes preceitos a cria o de programas de preven o e atendimento especializado para as pessoas com defici ncia f sica sensorial ou mental bem como de integra o social do adolescente com defici ncia mediante o treinamento para o trabalho e a conviv ncia e a facilita o do acesso aos bens e servi os coletivos com a elimina o de preconceitos e obst culos arquitet nicos b a lei dispor sobre normas de constru o dos logradouros e dos edif cios de uso p blico e de fabrica o de ve culos de transporte coletivo a fim de garantir acesso adequado s pessoas com defici ncia O direito vida garantia fundamental amparada expressamente pelo art 5 caput da Constitui o Federal aplicando se tamb m o art 203 inc IV que estabelece o direito habilita o e reabilita o da pessoa com defici ncia O dever do Estado com a educa o ser efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado as pessoas com defici ncia preferencialmente na rede regu
126. o que for habitualmente pago para servi o semelhante sendo irrelevante a quest o da defici ncia Art 461 o empregado com defici ncia ter direito a equipara o salarial desde que preenchidos os requisitos legais fun o id ntica trabalho de igual valor mesmo empregador mesma localidade inexist ncia de quadro de carreiras e tempo na fun o inferior a dois anos a um paradigma com sal rio superior Tamb m nesse artigo consta a proibi o de que o empregado com defici ncia seja utilizado como paradigma para fins de equipara o salarial quando readaptado em nova fun o por conta da defici ncia A Lei n 10 098 2000 tra a normas gerais e crit rios b sicos para acessibilidade das pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida mediante a supress o de barreiras e de obst culos nas vias e espa os p blicos no mobili rio urbano na constru o e reforma de edif cios e nos meios de transporte e de comunica o Acessibilidade condi o indispens vel para o sucesso das pol ticas de inser o da pessoa com defici ncia no mercado de trabalho Outras iniciativas louv veis da rea p blica Estados e Funda es passam a exigir das empresas que concorrem em licita es que estejam cumprindo a cota de pessoas com defici ncia no quadro funcional Exemplo disso o Estado do Rio de Janeiro espera se que essa atitude se alastre para toda rea p blica do Brasil 285 13 O APROVEITAMENTO DA CAPAC
127. observou mais tarde por m evidenciou que a lei poderia descaracterizar se da fun o de mecanismo de prote o dos direitos e das liberdades individuais para se converter em s ria amea a quando maiorias mal orientadas assim o quisessem conforme historicamente se viu em pa ses nazifascistas Trata se de quest o imperiosa a verifica o da distin o entre lei e direito o que se fez poss vel pela constru o da teoria dos direitos p blicos subjetivos os quais permeiam as leis e as conformam Nesse compasso ZAGREBELSKY homenageia Thomas HOBBES precursor da distin o de que aqui se cuida Para ele a lei the law era a manifesta o do poder do pr ncipe e o direito the right revelava as liberdades individuais Para as constitui es contempor neas a distin o entre lei e direito assume relev ncia superior ao mero aspecto conceitual tendo em vista que enquanto as leis refletem os interesses de grupos definidos e transit rios os direitos individuais diretamente atribu dos pela constitui o como patrim nio jur dico inviol vel aos titulares subsistem independentemente da lei Para que se chegasse a essa dualidade nas constitui es atuais atravessou se um processo hist rico bem marcado pela diversidade de vis es constitucionais que se deram nos Estados Unidos da Am rica e na Europa Continental A maior contribui o da Declara o dos Direitos na Fran a de 1789 foi justamente a concep o de
128. optou por condicionar qualquer outra manifesta o legal 202 que fica submetida ao controle constitucional intenso conferido ao Poder Judici rio O juiz seria o guardi o das liberdades individuais em face do legislador O modelo constitucional europeu continental coloca se no meio termo entre os modelos estadunidense e franc s Assimila tanto a import ncia da manuten o dos direitos individuais quanto a tutela que recebem do Judici rio mas reconhece a necessidade de um sistema legal forte que ao seu turno condicione a conviv ncia pol tica dos cidad os em torno das coletividades sociais que transcendem as esferas individuais de interesses Como se v o postulado da participa o pol tica coletiva supera a concep o individualista e os direitos subjetivos individuais convivem em igual import ncia com os direitos coletivos pol ticos cuja vig ncia deriva da for a da lei Prossegue ZAGREBELSKY atestando que o fim da Segunda Guerra Mundial marcou outrossim um importante momento de revis o do Estado e da busca do chamado Estado Constitucional A desmistifica o do Estado como senhor das raz es e detentor das respostas tal como concebeu Friedrich HEGEL levou cria o de novas estruturas sociais abertas e mais seguramente democr ticas O mesmo movimento ocorreu durante os anos 70 ap s a queda dos ltimos regimes fascistas ib ricos e refluiu com a derrubada do muro de Berlim pela necessidade de revis o dos
129. os inclusive os com defici ncia mas tamb m assegurar igualdade substancial em termos de oportunidades de trabalho s pessoas com defici ncia Isto decorreria segundo o autor das Conven es da OIT 111 e 159 da Carta de Direitos Sociais Fundamentais da Comunidade Europ ia e da Conven o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia de 2006 No que concerne s normas ordin rias constata se uma profus o de regras que ser o apenas enumeradas indicando se os respectivos assuntos para se sedimentar a an lise da regra que assegura reserva de vagas em rg os p blicos ou empresas privadas o art 72 S 1 da Lei 13 1982 LISMI traz a defini o de pessoa com defici ncia nos seguintes termos entender se por deficiente toda pessoa cujas possibilidades de integra o educativa laboral ou social se encontrem diminu das em resultado de uma defici ncia previsivelmente permanente de car ter cong nito ou n o nas suas capacidades f sicas ps quicas ou sensoriais e disp e a respeito da necessidade de adapta o dos transportes coletivos p blicos o Real Decreto 7 1989 assegura vantagens a dedu es fiscais s pessoas com defici ncia o Real Decreto 620 1981 regulamenta concess o de apoio financeiro a pessoas com defici ncia para a aquisi o de cadeiras de rodas ou de ve culos motorizados o Real Decreto 20028 1985 igualmente regula a concess o de redu o tribut ria para a aquisi o
130. para prosperar como de fato aconteceu No per odo subsequente estabelece se a primazia do formalismo jur dico em que a lei formalmente considerada ocupa lugar de destaque E exatamente neste momento que os princ pios ingressam nos c digos como meros auxiliares com n tido car ter de supl ncia em casos de v cuos 86 legislativos Nesta poca os princ pios eram vistos com muito descr dito eis que eram associados a um ideal in cuo e porque n o at mesmo sem sentido Eram tidos como sendo incompat veis com a t o almejada seguran a jur dica A terceira fase o atual momento contempor neo em que prevalece o chamado p s positivismo influenciado por uma s rie de acontecimentos hist ricos recentes e pela no o crescente de que o direito positivo por si s n o suficiente para solucionar as demandas cada vez mais complexas de um mundo globalizado e em constante modifica o In meras constitui es do ocidente al am postulados principiol gicos categoria de valores fundamentais e norteadores do pr prio sistema jur dico Neste momento hist rico grandes pensadores se destacam dentre eles Dworkin Alexy e Crisafulli contribuindo sobremaneira para a difus o da normatividade dos princ pios Neste particular pertinente a mensagem de Dworkin quando coloca que a discuss o tica ou moral de dispositivos constitucionais jamais deveria causar constrangimentos aos juristas De
131. partir da raz o metaf sica ou do sujeito enquanto ess ncia em si mas de um sujeito hist rico em rela o e de uma nova forma de ver o mundo dos valores parte se de um espa o marcado n o s pela exig ncia de direitos e pela justa satisfa o de interesses desejados como sobretudo pela supera o dos conflitos de classes e grupos pela erradica o da formas de opress o espolia o sofrimento e injusti a Sg ibid p XV Contrariamente ao insuficiente paradigma estatal predominante representado pelo dogmatismo jur dico convencional o direito comunit rio por estar inserido nas pr ticas sociais plurais das quais produto transcende aos rg os estatais emergindo de v rios e diversos centros de produ o normativa e adquirindo um car ter m ltiplo e heterog neo As revela es de pluralismo jur dico comunit rio participativo que n o se sujeitam ao formalismo a hist rico das fontes convencionais est o assentadas no espa o conflituoso e de confronto social causadas pelas priva es exclus es e necessidades de for as societ rias agregadoras e reivindica es mas dado o processo eficazes e leg timas 168 por levarem em conta a realidade na qual est o inseridas tendem a apresentar um grau muito mais acentuado de efic cia Acerca deste tema oportuna a transcri o do pensamento de Marcos Augusto MALISKA que bem complementa a no o de pluralismo em quanto projeto de emancipa o so
132. pice do processo o aperfei oamento mesmo no sentido de que possibilitam o engajamento social desse grupo minorit rio mas representativo cujas necessidades imp em se como espec ficas e amplas e que em certa medida por m beneficiam a todos os cidad os a idosos aqueles que adquirem limita es tempor rias em raz o de les es ou acidentes as mulheres gestantes e transmudam toda essa realidade tornando a sociedade mais aberta mais acess vel a toda pessoa humana abrangente Essas normas vieram a lume depois de 1981 justamente porque a ONU decidira eleger aquele ano como o marco hist rico do in cio da aproxima o das pessoas com defici ncia para que se fizesse manifestar e com isso possibilitar a elabora o e a multiplica o de leis em favor dessas pessoas D cadas antes tal inten o j se operara com mulheres e com negros em alguns pa ses com mais ou menos intensidade e efic cia mas a supera o do paradigma assistencialista que sempre se dedicou s pessoas com defici ncia ainda engatinha sendo de se registrar que a vis o paternalista caritativa imp e a t nica eis que at vica ao comportamento milenar da civiliza o A Conven o 159 da OIT de 1983 e o Tratado de Amsterd que passou a viger a partir de 1999 ano em que tamb m vigorou a Conven o da Guatemala delinearam a estrutura axiol gica de toda a legisla o que se veio a editar nos anos 80 e 90 Tanto nos pa ses de tradi o c
133. possui al m de conferir a conota o extremamente negativa e humilhante aos deficientes Esse entendimento ainda hoje se encontra presente no imagin rio social devido s influ ncias do pensamento religioso no seio da sociedade Na Idade M dia sob influ ncia do Cristianismo apesar de todas as concep es m sticas e muito misteriosas em muitas partes da Europa e do Oriente M dio os casos de doen as e de deforma es das mais diversas naturezas ou causas passaram aos poucos a receber mais atenc o Os senhores feudais juntamente com a Igreja constru ram asilos e casas de assist ncia para amparar miser veis e pessoas deficientes Em 1601 foi promulgada na Inglaterra a Lei dos Pobres cuja presta o de aux lios a pessoas necessitadas encontrou sua primeira disciplina jur dica Essa lei impunha que a contribui o recolhida pelas par quias seria aplicada em programas profissionalizantes para as crian as e as pessoas com defici ncia Segundo Russomano essa oficializa o da caridade tem import ncia fundamental pois colocou o Estado na posi o de rg o prestador de assist ncia queles que por idade sa de e defici ncia cong nita ou adquirida n o tinham meios de garantir sua pr pria subsist ncia PEREIRA JR citando MARTINEZ a assist ncia social p blica aos carentes e indigentes ganhou status jur dico com a edi o de leis por toda a Europa Ocidental
134. possui tamanha relev ncia na quest o de aderir as pol ticas p blicas de acessibilidade e inclus o social das pessoas com defici ncia Pois n o adianta a iniciativa p blica ser eficaz no que lhe diz respeito como cal adas em boas condi es de tr nsito pra as e reparti es p blicas acess veis se a iniciativa privada n o fizer a sua parte Um exemplo disso a efic cia na locomo o at a reparti o privada e l encontrar barreiras arquitet nicas que dificultem ou impe am seu acesso Feitas estas considera es pode se perceber que a figura da legitimidade excepcional idealizada para ser utilizada de forma absolutamente excepcional e restrita exclusivamente nas hip teses de viola o dignidade humana e tendo como foco pessoas abaixo da linha imagin ria da dignidade em estado de n o dignidade tem um ponto de refer ncia na conhecida figura processual penal do habeas corpus Ora se para a impetra o de habeas corpus na seara penal quase nada se exige em termos de formalidade jur dica porque n o admitir um instituto muito pr ximo na seara constitucional Qual seria o obst culo jur dico para isto N o fato p blico e not rio que diversos habeas corpus j foram impetrados por pessoas simples da popula o em peda os de jornal ou mesmo em papel de embrulhar p o Ser que n s operadores do direito desconhecemos que estamos no Brasil detentor do lament vel alto ndice de excl
135. postura pr ativa no sentido de construir uma sociedade cuja caracter stica dominante assente se na igualdade real entre as pessoas todas elas N o apenas enuncia a Constitui o a igualdade mas imp e a busca permanente de sua efetiva o da a import ncia da express o igualdade real que se materializa muito al m da mera afirma o formal da igualdade de todos perante a lei A igualdade real pressup e o acesso aos bens da vida bens m nimos para se assegurar a igualdade em dignidade e em direitos O art 13 nesse mister propugna 1 Todos os cidad os t m a mesma dignidade social e s o iguais perante a lei 2 Ningu m pode ser privilegiado beneficiado prejudicado privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em raz o de ascend ncia sexo ra a l ngua territ rio de origem religi o convic es pol ticas ou ideol gicas instru o situa o econ mica condi o social ou orienta o sexual 307 Esse desejo de igualdade como se constata domina intensamente a vontade constitucional portuguesa e certamente acolhem inclusive as pessoas com defici ncia embora n o se mencione expressamente tais pessoas no item 2 Explique se que a lista dele constante mostra se meramente exemplificativa e a disposi o constante do art 8 incorpora automaticamente as regras da Comunidade Econ mica Europ ia bem como as das Na es Unidas como demonstrado linhas acima Ademais o art
136. quais o Relief of Ruptured and Criplled atual Hospital de Manhattan nos Estados Unidos e a Society and Home for Cripples na Dinamarca O panorama contempor neo do trabalho da pessoa com defici ncia encontra se registrado com muita profici ncia pela OIT em manual 86 recentemente divulgado no Brasil o qual informa que nas ltimas d cadas do 295 s culo XX muitos pa ses v m adotando pol ticas de inclus o social e laboral de pessoas com defici ncia pol ticas essas que se manifestam por meio de reservas de vagas ou de cotas para trabalhadores com defici ncia em empresas ou na administra o p blica Em alguns pa ses diante da impossibilidade de atendimento das cotas por parte das empresas facultam lhes as determina es legais uma contribui o com recursos financeiros direcionados para programas de forma o profissional para pessoas com defici ncia S o os seguintes na Europa Fran a Alemanha e It lia e na sia China Jap o e Tail ndia Em outros pa ses ainda existe legisla o que se limita a proibir a discrimina o em termos de crit rio de admiss o e de conserva o do emprego bem como de remunera o e de garantia de progresso na carreira como se constata na Austr lia no Canad na Nova Zel ndia em pa ses escandinavos na frica do Sul no Reino Unido e nos Estados Unidos As medidas governamentais de implementa o de pol ticas de emprego consistem em benef cios financeiros
137. s ningu m aguentava o frio dentro dos estabelecimentos dada a absoluta inadequa o do projeto para determinadas regi es do Brasil Sob a tica do pluralismo este exemplo deixa clara a necessidade de flexibiliza o do dogma da seguran a jur dica associado a um voto de confian a para o Juiz que dever preencher a cl usula geral ou o cheque em branco outorgado pelo legislador em decorr ncia das peculiaridades do caso concreto em que ser o levadas em conta as condi es dos litigantes a realidade espec fica de determinada comunidade o n vel cultural dos envolvidos e a saud vel din mica que s o caso concreto poder conferir Ademais j hora de nos perguntarmos o que de t o bom esta seguran a jur dica por vezes levada ao extremo legou sociedade brasileira J n o seria hora de repensarmos acerca da necessidade de flexibiliza o este dogma 184 Exemplos claros desta op o encontramos no novo C digo Civil Brasileiro especialmente na parte das obriga es As cl usulas gerais da fun o social do contrato e da boa f objetiva se bem compreendidas dispensam atualiza es legislativas eis que permitem ao aplicador do direito o preenchimento de valores abstratos em fun o daquele caso concreto priorizando o valor de Justi a em rela o legalidade estrita Outro ponto que merece destaque a quest o da legitimidade no atual sistema WOLKMER
138. s de los cuales se organiza estructura la sociedad y les garantiza la adecuada autonom a para cumplir sus propios fines espec ficos El Estado est al servicio de la persona humana y su finalidad es promover el bien com n para lo cual debe contribuir a crear las condiciones sociales que permitan a todos y a cada uno de los integrantes de la comunidad nacional su mayor realizaci n espiritual y material posible con pleno respeto a los derechos y garant as que esta Constituci n establece Es deber del Estado resguardar la seguridad nacional dar protecci n a la poblaci n y a la familia propender al fortalecimiento de sta promover la integraci n arm nica de todos WyILLATORE Marco Ant nio C sar op cit p 559 341 los sectores de la Naci n y asegurar el derecho de las personas a participar con igualdad de oportunidades en la vida nacional Promove se um programa nacional justamente com a meta de cumprir o que disp e o art 1 acima indicado denominado Programa de Coloca o de Pessoas com Defici ncia no Mercado de Trabalho O governo chileno executa o por meio do Fondo Nacional de Discapacitad Fonadis Trata se de atividade pioneira que se implementa por meio de oficinas de intermedia o de m o de obra de pessoas com defici ncia Instalam se essas oficinas em nove regi es do pa s havendo perspectivas de amplia o O programa preocupa se em aproximar o trabalhador com defici ncia
139. s de um processo em que o deficiente visual aperta o bot o e orientado por sinais sonoros O pedestre ter a confirma o do som da solicita o assim que acionar o sem foro Quando o sinal est verde ele ouve um som intermitente e tem doze segundos para atravessar O sem foro avisa quando o sinal muda pra vermelho piscante atrav s de um som mais alto alertando ao cego para os seis segundos que restam para a travessia Segundo a Prefeitura o local foi escolhido a pedido da Associa o dos Deficientes Visuais de Guarulhos 243 Os edif cios dever o ter pelo menos um banheiro acess vel para uso de pessoa com defici ncia ou com mobilidade reduzida 11 4 1 Acessibilidade nos Locais de Espet culos Confer ncias Aulas e Outros de Natureza Similar Os locais de espet culos confer ncias aulas e outros de natureza similar dever o dispor de espa os reservados para pessoas que utilizem cadeira de rodas e de lugares espec ficos para pessoas com defici ncia auditiva e visual inclusive acompanhante de acordo com a ABNT de modo a facilitar lhes as condi es de acesso circula o e comunica o Os padr es criados pela ABNT Associa o Brasileira de Normas T cnicas estabelecem as normas t cnicas tais como medidas posicionamento dos recintos portas etc A obrigatoriedade de local reservado decorre de lei e indispens vel para o acesso da pessoa com defici ncia Importante ressaltar que n o basta r
140. se o estado descumpre ordem judicial de fornecer medicamento obriga o de dar adequado se ostenta o bloqueio do valor Tratando se de prote o aos chamados super direitos da pessoa vida e sa de n o h falar em ferimento ao princ pio do precat rio Ainda o mesmo Tribunal de Justi a do Estado do Rio Grande do Sul em decis o de vanguarda contrariando a legalidade estrita e analisando o Direito sob o aspecto principiol gico sens vel realidade brasileira de que na maioria das Comarcas do pa s simplesmente n o existe Defensoria P blica mesmo sendo este um direito assegurado ao cidad o pela Constitui o da RIO GRANDE DO SUL BRASIL Tribunal de Justi a Primeira C mara C vel Processo n 70009770611 Apela o e reexame necess rio Relator Irineu Mariani Julgado em 09 dez 2004 Dispon vel em lt http www tj rs gov br site_php consulta consulta_processo php nome_comarca Tribunal de JustidoE7ag8versao 8versao_fonetica 1 8tipo 18id_comarca 7008num_processo_mask 700 09770611 amp num processo 70009770611 gt Acesso em 22 dez 2008 138 Rep blica reconheceu a legitimidade do Minist rio P blico para postular o fornecimento de medica o para uma nica crian a em face do Estado ou do Munic pio Em decis o inovadora superando a c moda decis o padr o de que n o l cito ao Judici rio se inserir em pol ticas p blicas pr prias do Executivo deu exemplo comunidade jur dica naciona
141. seguidos por toda a sociedade e obrigatoriamente perseguidos pelos rg os do governo poderes constitu dos Eles expressam a subst ncia ltima do querer popular seus objetivos e des gnios as linhas mestras da legisla o da administra o e da jurisdi o Por estas n o podem ser contrariados t m que ser prestigiados at as ltimas consegu ncias Celso Ribeiro BASTOS complementando a dimens o que se deve conferir aos princ pios conclui Os princ pios fundamentais s o aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jur dica Isto s poss vel na medida em que estes n o objetivam regular situa es espec ficas mas sim desejam lan ar a sua for a sobre todo o mundo jur dico Alcan am os princ pios essa meta propor o que perdem o seu car ter de precis o de conte do isto conforme v o perdendo densidade sem ntica eles ascendem a uma posi o que lhes permite sobressair pairando sobre uma rea muito mais ampla do que uma norma estabelecedora de preceitos Portanto o que o princ pio perde em carga normativa ganha como for a valorativa a espraiar se por cima de um sem n mero de outras normas ATALIBA Geraldo apud RIZZATTO NUNES Luiz Ant nio op cit p 38 BASTOS Celso Ribeiro apud RIZZATTO NUNES Luiz Ant nio op cit p 39 90 Depreende se assim que o princ pio a estrela m xima do universo tico jur dico e portanto tem o cond o d
142. tem o nome de discrimination positive discrimina o positiva e de action positive a o positiva 189 a necessidade de dispensar tratamento diferenciado s pessoas com defici ncia como veremos a seguir 7 4 Os Fundamentos Providos pela Tessitura Normativa Infraconstitucional A Lei no 7 853 1989 que disp e sobre o apoio s pessoas portadoras de defici ncia institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas define crimes al m de outras provid ncias prev em v rios de seus dispositivos o tratamento priorit rio aqui nos interessando particularmente o que reza o art 9 verbis Responsabilidades do Poder P blico Art 9 A Administra o P blica Federal conferir aos assuntos relativos s pessoas portadoras com defici ncia tratamento priorit rio e apropriado para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exerc cio de seus direitos individuais e sociais bem como sua completa integra o social O Decreto n 3 298 99 que regulamenta a lei acima referida dispondo sobre a Pol tica Nacional para Integra o da Pessoa Portadora de Defici ncia prev a diferencia o de tratamento deveras vezes sendo que visando refor ar a tese aqui defendida destaco dois de seus dispositivos quais sejam o inc do art 6 e o art 9 vejamos Art 6 S o diretrizes da Pol tica Nacional para a Integra o da Pessoa Portadora de Def
143. tica do Estado de acordo n o apenas com a separa o dos poderes mas tamb m com as limita es do seu exerc cio e ainda com a democratiza o do acesso aos cargos diretivos Historicamente contudo ao longo do mesmo s culo XIX evidenciou se insuficiente esse amparo legal na constru o individualista dos direitos fundamentais uma vez que a mera liberdade formal comprovou se inating vel em face das realidades materiais da vida N o disp e de liberdade aquele que n o pode exercer tal direito por aus ncia de recursos fazendo se necess ria a GUERRA FILHO Willis Santiago Direitos fundamentais processo e princ pio da proporcionalidade Porto Alegre Livraria do Advogado 1997 p 40 A SCHMITT Carl Verfassungslehre apud BONAVIDES Paulo op cit p 561 11 supera o desse desequil brio pela outorga de direitos suplementares denominados por Paulo BONAVIDES direitos fundamentais de segunda gera o Esses direitos sociais que se caracterizam pela aproxima o do Estado com a cena social imp em atividades que promovam equil brio entre a liberdade aprior stica e a liberdade factual exigindo a es e absten es de terceiros justamente para que aquelas liberdades primeiras se viabilizem Incidem de forma coletiva dirigidos que s o a determinadas classes sociais mas repercutem direta e profundamente no mbito das liberdades individuais de cada componente dos referidos grupos Implicam por
144. todas as a es civis p blicas deste pa s evidente que tais demandas fazem parte de sua miss o constitucional todavia a ina o dos demais co legitimados termina por impor a Institui o mais do que ela pode oferecer eis que as atribui es do Minist rio P blico nem de longe se restringem propositura de a es civis p blicas como sabido de todos Assim a ret rica de que bastaria o cidad o comum procurar o Minist rio P blico para a defesa de seus interesses ainda que referentes ao n cleo m nimo da dignidade n o deixa de ser desonesta sob a tica intelectual N o bastasse isto v rios Tribunais entendem que n o existe legitimidade ao Minist rio P blico para a propositura de uma a o civil p blica por exemplo para a obten o de rem dios para um determinado cidad o ao argumento de que tal pretens o n o se enquadraria no rol de interesses difusos e ou coletivos da sociedade mas sim de interesse de um nico cidad o Isto n o ocorreria se olh ssemos esta situa o com uma vis o mais ampla pois suprindo o interesse de um nico cidad o estaria consequentemente abrindo precedente para o benef cio da coletividade se enquadrando ent o no rol de interesses difusos Vejamos este julgado do Superior Tribunal de Justi a 154 Neste est disposto que foi outorgada a compet ncia funcional Defensoria P blica para orienta o jur dica e a defesa em todos os graus dos necessitado
145. todos os campos A primeira parte art 1 repete literalmente as disposi es da Conven o regulamentada conforme acima se exp s O art 2 da segunda parte arts 2 a 9 exorta a que os pa ses membros implementem pol ticas anti discriminat rias nos empregos e nas ocupa es por meio de legisla o e de conven es coletivas considerando os seguintes princ pios Fomento da igualdade de oportunidades e tratamento em mat ria de emprego quest o de ordem p blica Tratamento igual e id nticas oportunidades a todas as pessoas em face do acesso aos servi os de orienta o e coloca o profissional acesso aos meios de informa o e admiss o ao trabalho conforme as aptid es e escolhas pessoais progresso profissional de acordo com a conduta experi ncia capacidade e operosidade de cada pessoa seguran a no emprego remunera o compat vel e uniforme correspondente ao valor do trabalho e direitos a condi es m nimas de trabalho como jornada per odos de descanso f rias anuais remuneradas seguran a e higiene no trabalho seguridade social Pol ticas de emprego n o discriminat rias implantados por rg os oficiais N o toler ncia de discrimina o pelos empregadores quanto aos crit rios de admiss o promo o e de dispensa em rela o a qualquer pessoa ou ao fixar suas condi es de trabalho e em sendo assim aqueles empregadores que agirem desta forma devem ser isentos de qualquer interfer ncia ou
146. trabalhar A partir da Revolu o Francesa 1789 at o S culo XIX emerge o modelo da defici ncia como quest o m dica e educacional encaminhando o deficiente para viver em convento ou hosp cios Esse modelo tem ra zes no final da Antiguidade Foi aprofundado na Idade M dia e se tornou predominante na quase totalidade do modo de produ o capitalista principalmente em rela o quelas pertencentes s classes exploradas da sociedade Para MARQUES A pr tica do internamento das pessoas portadoras de defici ncia em institui es filantr picas representou uma esp cie de condena o uma vez que veio favorecer a identifica o do desvio criando uma esp cie de m scara ou r tulo que s fez fortalecer ainda mais o estigma da inferioridade em rela o s pessoas entregues ao isolamento dos asilos das cl nicas dos educand rios etc A nova tend ncia de organizac o social reedita o modelo funcionalista manifestado no pensamento cartesiano de onde o corpo humano bem como suas fun es org nicas s o equiparadas s fun es de uma m quina Nas Pessoa com defici ncia aspectos te ricos e pr ticos Organizador Programa Institucional de A es Relativas s Pessoas com Necessidades Especiais PEE Universidade Estadual do Oeste do Paran UNIOESTE 2006 Dispon vel em lt www unioeste br pee arquivos pessoa com deficiencia aspectos teoricos e praticos doc gt Acesso em 25 fev 2007 2 MA
147. tratamento diferenciado Como an ncios de contrata o de pessoas com idade inferior a 40 anos ou crit rios de dispensa ou contrata o que tomem em conta a filia o sindical A segunda por seu turno opera se quando h evid ncia costumeira que implique pr tica excludente Discrimina o reflexiva tamb m gen rica dirige se a grupos espec ficos mas se distingue da anterior pelo fato de manifestar se de forma inconsciente involunt ria materializando se em dados estat sticos que demonstrem por exemplo inexistirem trabalhadores de determinada ra a ou condi o de g nero origem ou defici ncia nos quadros respectivos Segundo a mesma autora caracterizando se formas de discrimina o o modelo jur dico americano imp e como medida de repara o a indeniza o Rehabilitation Act 1973 US CODE Title 29 Chapter 16 Subchapter V Cornell University Dispon vel em lt http assembler law cornell edu uscode html uscode29 usc sup 01 29 10 16 20 V html gt Acesso em 20 jan 2009 VASCONCELOS DUBUGRAS Regina Maria Discrimina o no Emprego Formas Defesas e Rem dios Jur dicos S o Paulo Revista LTr vol 66 n 11 novembro de 2002 pp 1 334 1 336 VASCONCELOS DUBUGRAS Regina Maria idem p 1 334 351 dos lesados diretamente e ou a contrata o reintegra o das pessoas atingidas ou de pol ticas afirmativas voltadas aos grupos afetados No mesmo sentido o
148. uma solu o Meu segundo requerimento desde o ano 2000 ingresso no pr dio do Curso de Direito pela porta do antigo pr dio do Servi o de Assist ncia Judici ria localizado na Rua Anchieta 214 como de Vosso conhecimento tal pr dio encontra se em obras A porta fica trancada e ao chegar para assistir as aulas preciso ficar espera enquanto meu acompanhante sai a procura do funcion rio que trabalha no turno da noite e det m a chave para Vossa ci ncia a entrada por mim utilizada fica alagada quando chove n o possui luz invadida por baratas e ratos que transitam em meio aos detritos acumulados da obra em andamento e muito lixo faz portanto um ano que busco condi es que me s o asseguradas pelas in meras leis que regem esta Na o e nada foi feito at agora Novamente fui procurado pela diretora que me falou a mesma coisa N o tenho recursos n o tenho for a E n o tinha mesmo ela dirigia o Curso de Direito por bvio n o era a respons vel pelo pr dio onde funcionava o curso Como estava amparado pela lei decidi ent o ingressar com uma a o na Justi a Federal contra a Universidade O tempo passou e no ano de 2002 meu pedido de tutela antecipada foi indeferido Meu pedido foi indeferido porque a justi a entendeu ser ele irrevers vel e n o viu o perigo na demora Disse que eu estava matriculado desde o ano 2000 frequentando as aulas e sendo aprovado No dia 1
149. uma s rie de barreiras f sicas 8 12 101 a 4 e 5 Constata se ainda no documento de motivac o da Lei que poca de sua edic o a populac o The Americans with Disabilities Act ADA 1990 US CODE Title 42 Chapter 126 Cornell University Dispon vel em lt http fatty law cornell edu uscode html uscode42 usc_sup_01_42 10 126 html gt Acesso em 19 jan 2009 348 estadunidense de pessoas com defici ncia quantificava se em torno de 43 milh es cujas caracter sticas concentravam os maiores ndices de problemas sociais eis que se encontram entre os mais idosos os que t m menos escolaridade e menos emprego do que as pessoas que n o possuem defici ncia estando presentes tamb m em todos os seguimentos raciais e econ micos daquela sociedade 8 12 101 a 6 Traduzem se como prop sitos da presente Lei 8 12 101 b 1 4 Proporcionar uma pol tica nacional clara e evidente em prol da eliminac o da discriminac o contra as pessoas com defici ncia promover acdes uniformes claras eficientes e consistentes para combater a discriminac o contra as pessoas com defici ncia assegurar se que o governo federal atue no papel central nas a es uniformes estabelecidas nesse cap tulo em favor dos indiv duos com defici ncia e invocar a autoridade do Congresso para fazer valer a Emenda XIV no sentido de regular o com rcio de produtos e tecnologias direcionados a sanar as maiores dificuldade
150. 0 3 e 0 05 no melhor olho com a melhor corre o ptica os casos nos quais a somat ria da medida de campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 ou a ocorr ncia simult nea de quaisquer das condi es anteriores IV defici ncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior m dia com manifesta o antes dos dezoito anos Acredita se que se pretendeu incluir apenas as s ndromes de Down e outras ligadas a oligofrenia e limita es associadas a duas ou mais reas de habilidades adaptativas tais como a comunica o b cuidado pessoal 26 c habilidades sociais d utiliza o dos recursos da comunidade e sa de e seguran a f habilidades acad micas 9 lazer h trabalho V defici ncia m ltipla associa o de duas ou mais defici ncias O m dico diante da necessidade de enquadrar a pessoa em dado conceito de defici ncia utilizava o descrito acima que na verdade se mostra bastante restrito pois n o contempla a quest o dos superdotados por exemplo 27 2 AS PESSOAS COM DEFICI NCIA E A PROTE O SOCIAL Neste cap tulo discutiremos os mecanismos de prote o social estabelecidos para chegar ao entendimento do que hoje destinado s pessoas com defici ncia no mbito da Seguridade Social Previd ncia e Assist ncia Social Antes por m os diferentes modelos de tratamento e compreens o dessas pessoas ao longo da hist ria intentando melhor compr
151. 098 htm gt acesso em 03 out 2009 LEY 19 284 DE 14 DE ENERO DE 1994 Congreso Nacional Dispon vel em lt http www bcn cl publicadores pub_leyes_mas_soli admin listado_leyes_mas _soli php gt Acesso em 10 jan 2009 LEY 39 2006 de 14 de diciembre de Promoci n de la Autonom a Personal y Atenci n a las personas en situaci n de dependencia Dispon vel em http www boe es aeboe consultas bases_datos doc php id BOE A 2006 21990 Acesso em jan 2011 REAL DECRETO LEGISLATIVO 1 1995 DE 24 DE MARZO DE 1995 Ley Del estatuto de los trabajadores Dispon vel em lt http www igsap map es cia dispo 6031 htmfadi gt Acesso em 13 out 2008 428
152. 2 400 metros de profundidade pr ximo de Esparta 2 VALTECIDES ALVES Rubens Deficiente F sico Novas Dimens es da Prote o ao Trabalhador S o Paulo Editora LTr 1992 pp 18 32 293 Rubens VALTECIDES ALVES conforme j se dizia relata o fato de que alguns povos antigos ou primitivos protegiam as pessoas com defici ncia sendo exemplo os hindus que diferentemente dos hebreus julgavam que as pessoas cegas reuniam condi es de maior sensibilidade espiritual justamente pela aus ncia da vis o e as escolhiam preferencialmente para o desempenho de fun es religiosas Os atenienses por influ ncia da concep o aristot lica da igualdade geom trica no sentido de atender a cada um segundo o seu merecimento desenvolveram um sistema semelhante a uma previd ncia social contribuindo para o cuidado dos her is de guerra e de suas fam lias Mantinham nos por m afastados do conv vio social para que sua saga n o influenciasse o moral das tropas Por influ ncia ateniense tamb m os romanos imperiais agiam da mesma forma Discutiam esses dois povos se a conduta adequada seria a assistencial ou a readapta o desses deficientes para o trabalho que lhes fosse apropriado V lida parece uma an lise da figura mitol gica de Hefesto retratada nos poemas ll ada e Odiss ia de Homero Tratava se de um deus cuja peculiaridade consistia na capacidade de superar a defici ncia f sica nos membros inferiores t
153. 2008 RETRATOS DA DEFICI NCIA NO BRASIL PPD Marcelo N ri Rio de Janeiro FGV IBRE CPS 2003 P 250 Dispon vel em lt http www fgv br cps gt Acesso em jun 2007 RIO GRANDE DO SUL BRASIL Tribunal de Justi a Primeira C mara C vel Processo n 70009770611 Apela o e reexame necess rio Relator Irineu Mariani Julgado em 09 dez 2004 Dispon vel em 424 lt http www tj rs gov br site_php consulta consulta_processo php nome_comar ca Tribunal de JustihE7a amp versao amp versao fonetica 1 amp tipo 1 amp id comarca 700 amp num processo mask 70009770611 amp num processo 70009770611 gt Acesso em 22 dez 2008 RIO GRANDE DO SUL BRASIL Tribunal de Justi a Terceira C mara C vel Apela o C vel n 70014933675 Relator Paulo de Tarso Vieira Sanseverino Julgado em 22 jun 2006 Dispon vel em lt http www tj rs gov br site_php consulta consulta_processo php nome_comar ca Tribunal de JustiWE a amp versao amp versao fonetica 1 amp tipo 1 amp id comarca 700 amp num processo mask 70014933675 amp num processo 70014933675 gt Acesso em 15 mar 2009 RODRIGUES Jos Eduardo Ramos O acesso do portador de defici ncia ao patrim nio cultural Dispon vel em http www ibap org ppd artppa artppd_jerr01 htm Acesso em fev 2010 S O PAULO Estado BRASIL Tribunal de Justi a 22 C mara de Direito P blico Al n 42 530 5 4 Relator Des Alves Bevilaqua Julgado em 11 nov 1997 Dispon vel em lt ww
154. 271 A Conven o dos Direitos sobre as Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 reservou o artigo 27 para dispor sobre o tema Trabalho e Emprego onde os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com defici ncia ao trabalho em igualdade de oportunidades com as demais pessoas Esse direito abrange o direito oportunidade de se manter com um trabalho de sua livre escolha ou aceita o no mercado laboral em ambiente de trabalho que seja aberto inclusivo e acess vel a pessoas com defici ncia Os Estados Partes salvaguardar o e promover o a realiza o do direito ao trabalho inclusive daqueles que tiverem adquirido uma defici ncia no emprego adotando medidas apropriadas inclu das na legisla o com o fim de entre outros tais como Proibir a discrimina o baseada na defici ncia com respeito a todas as quest es relacionadas com as formas de emprego inclusive condi es de recrutamento contrata o e admiss o perman ncia no emprego ascens o profissional e condi es seguras e salubres de trabalho Proteger os direitos das pessoas com defici ncia em condi es de igualdade com as demais pessoas s condi es justas e favor veis de trabalho incluindo iguais oportunidades e igual remunera o por trabalho de igual valor condi es seguras e salubres de trabalho al m de repara o de injusti as e prote o contra o ass dio no trabalho Assegurar que as pessoas com defici ncia possam exercer seus direi
155. 3 de 24 de julho de 1991 esclarece no que consiste a reabilita o profissional e elenca no art 89 medidas como o fornecimento de pr teses rteses e instrumentos de aux lio para locomo o do trabalhador que tem ou teve de algum modo esta capacidade reduzida bem como o transporte do trabalhador especial se necess rio Mais uma vez temos aqui uma medida que enxerga o trabalhador como algo que precisa ser adaptado para ser til e n o um ser humano til inda em suas diferen as A grande contribui o trazida pela a Lei n 8 213 91 e pelo Decreto n 357 de 07 12 1991 condi o das pessoas com defici ncia foi a exig ncia imposta s empresas com mais de 100 cem empregados de ter de 2 a 5 288 de seus quadros funcionais compostos de pessoas com defici ncia ou de profissionais reabilitados arts 93 e 217 respectivamente Como j se poderia supor a dificuldade maior enfrentada pelo trabalhador especial j n o era de aus ncia de leis mas de insufici ncia de solidariedade social e consci ncia inclusiva por parte dos empregadores raz o pela qual o estabelecimento de cotas para admiss o de trabalhadores especiais pode ser considerado salutar ainda que haja quem n o veja nos sistemas de cotas instrumentos eficazes de distribui o de riquezas e dividendos sociais Na esteira da evolu o legislativa o j referido Decreto n 3 298 99 que regulamentou a Lei n 7 853 89 carreou ao mundo jur
156. 3 de setembro de 2002 o pr dio por onde eu entrava tinha sido interditado pela Vigil ncia Sanit ria e a Secretaria de Urbanismo SEURB Eu n o tinha mais acesso s aulas Liguei para minha advogada e no mesmo processo em tramita o na Justi a Federal entramos com uma peti o de reavalia o do pedido de tutela antecipada devido ao fato novo Agora existia o perigo na demora Desta vez o Juiz deferiu Deu quinze dias para a Universidade me dar acesso s aulas interditou o sal o de atos enquanto as pessoas com defici ncia n o possu ssem acesso e estabeleceu o prazo de dois meses para Universidade apresentar um plano de reforma definitiva e inclu lo no or amento da Uni o Finalmente eu vi leis sendo cumpridas e meu acesso ao pr dio onde estudava come ando a se concretizar 215 No in cio a Universidade pensou em transferir as aulas de minha turma para um pr dio sem barreiras arquitet nicas Sofri repres lias dos alunos de outras turmas e de alguns professores foi um per odo dif cil de descobertas boas e ruins O Centro Acad mico organizou um abaixo assinado e v rios estudantes do Direito n o quiseram assinar alegando n o vou assinar uma coisa para estragar a fachada do nosso pr dio Alguns professores n o apoiaram minha causa recusaram o abaixo assinado alegando que nosso pr dio hist rico n o combina com elevador Parece mentira mas n o Ap s a decis o do Juiz a
157. BALERA Wagner A Seguridade Social na Constitui o de 1988 S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 1989 BANDEIRA DE MELLO Celso Ant nio Conte do Jur dico do Princ pio da Igualdade 3 edi o Malheiros Editores 411 BANDEIRA DE MELLO Celso Ant nio Curso de Direito Administrativo Editora Malheiros Editores 25 Edi o 2008 BARBOSA GOMES Joaquim Benedito A o Afirmativa amp Princ pio Constitucional da Igualdade O Direito como Instrumento de Transforma o Social A Experi ncia dos EUA Editora Renovar 2001 BARCELLOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais o princ pio da dignidade da pessoa humana Rio de Janeiro Renovar 2002 BARNES Colin e OLIVER Mike Discrimination disability and welfare fromneeds to rights In BYONE lan et al Equal rights for disabled people The case for a new law Institute for Public Policy Research London 1991 BARROSO LEITE Celso Previd ncia Social no Canad e na Alemanha Revista de Previd ncia Social Editora LTr agosto de 1998 BARROSO LEITE Celso Considera es sobre a Previd ncia Social Revista de Previd ncia Social Editora LTr Setembro de 1998 n mero 214 BAYLOS Antonio Um futuro por armar estudo preliminar Direito do Trabalho modelo para armar S o Paulo LTr 1999 BELINATI MARTINS Flademir Jer nimo Dignidade da pessoa humana princ pio constitucional fundamental Curitiba
158. Coletivo De acordo com a Lei 10 098 de 2000 a constru o amplia o ou reforma de edif cios p blicos ou privados destinados ao uso coletivo dever o ser executadas de modo que sejam ou se tornem acess veis s pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida Assim dever o ser observados pelo menos os seguintes requisitos de acessibilidade Nas reas externas ou internas da edifica o destinadas a garagem ou estacionamento de uso p blico dever o ser reservadas vagas pr ximas dos acessos de circula o de pedestres devidamente sinalizadas para ve culos que transportem pessoas com defici ncia e com dificuldade de locomo o tempor ria Pelo menos um dos acessos ao interior da edifica o dever estar livre de barreiras arquitet nicas e de obst culos que impe am ou dificultem a acessibilidade de pessoa com defici ncia ou com mobilidade reduzida Pelo menos um dos itiner rios que comuniquem horizontal e verticalmente todas as depend ncias e servi os do edif cio entre si e com o exterior dever conter os requisitos de acessibilidade determinados pela lei e 2 Di rio de S o Paulo de 12 fev 2002 A prefeitura de Guarulhos Brasil colocou em funcionamento o primeiro sem foro em funcionamento para deficientes visuais na cidade Localizado na Rua Jo o Gon alves no Centro o sem foro vai atender aos usu rios do Espa o Braile da Biblioteca Municipal Monteiro Lobato O sem foro opera atrav
159. Conven o Sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia 2007 Elaborada ao longo de quatro anos este tratado internacional contou com a participa o de 192 pa ses membros e centenas de representantes da sociedade civil de todo o mundo incluindo se ai Brasil e Espanha Esta conven o traz in meras novidades com destaque para a educa o estabelecendo que a mesma deve dirigir se de modo indistinto pessoas com defici ncia ou n o A diferen a que para as pessoas com defici ncia a igualdade de oportunidades s pode ser exercida com ajudas t cnicas como o Braille Libras adapta es de textos etc A educa o deve ser inclusiva sem sofismas Educa o especial eufemismo utilizado pela sociedade segregadora que para ocultar a discrimina o discrimina mais 47 ainda sob a hipocrisia de que a educa o inclusive preferencial como prev a Constitui o Federal Brasileira De acordo com a Conven o de Direitos sobre as Pessoas com Defici ncia decreto 6 949 09 em seu artigo 28 assegura o Padr o de Vida e a Prote o social adequada s Pessoas com Defici ncia onde os Estados Parte reconhecem o direito das pessoas com defici ncia a um padr o adequado de vida para si e para suas fam lias inclusive alimenta o vestu rio e moradia adequados bem como melhoria cont nua de suas condi es de vida e tomar o as provid ncias necess rias para salvaguardar e promover a realiza o dess
160. DANIZA O AA A 239 11 3 2 Do Desenho e Localiza o do Mobili rio Urbano 241 11 4 Da Acessibilidade nos Edif cios P blicos ou de Uso Coletivo 242 11 4 1 Acessibilidade nos Locais de Espet culos Confer ncias Aulas e Outros de Natureza Similar oooooconininnccocococoncccncncncncnnnnninnnnns 243 11 4 2 Acessibilidade nos Edif cios de Uso Privado 244 11 5 Sistemas de Comunica o e Sinaliza o 245 11 6 Ajudas TOCNICAS A A A rasa 246 11 7 Acessibilidade na Administra o P blica Federal Decreto n 3 298 de 20 de dezembro de 1999 santos nose cren cnc none nn rene nnnan 246 11 8 Vagas em Estacionamentos ono nnnnnnnnnnns 247 11 9 Entradas ES ada delta 248 AAA a Car 248 11 11 Instala es Sanit rias ssa ara aaa ia REAR E Sana dana RUAS SS 249 12 CONSIDERA ES ESPECIAIS AO AMPARO LEGAL E JURISPRUDENCIAL DO APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE LABORAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA nn iitrrererereeerererereeeerereense 250 12 1 Integra o das Pessoas com Defici ncia no Mercado de Trabalho 250 12 2 Exclus o da Pessoa com Defici ncia e Alguns Trabalhos sua INCIS O E dor Ge eirecinast ros iecioRG do ai nas ie cio ines nec T A AE gas sai 259 12 3 O Fundamento Legal da Integra o da Pessoa com Defici ncia no Mercado de Trabalh za si eos mana da AA a 263 12 3 1 Pessoa com Defici ncia no mbito do
161. Direito do Trabalho de Outros Diplomas Legais Declara es Conven es e Recomenda es ud A e e e A ir 265 12 3 2 A Lei n 7 853 de 24 de outubro de 1989 272 12 3 3 Lei n 8 112 de 11 de dezembro de 1990 274 12 3 4 A Lei n 8 213 de 24 de julho de 1991 275 12 3 5 Ordem de Servi o Conjunta INSS DAF DSS n 90 de 27 de Outubro de II ed 277 12 3 6 Lei n 9 867 de 10 de novembro de 1999 278 12 3 7 Decreto n 3 298 de 20 de dezembro de 1999 278 12 3 8 Portaria n 1 199 de 28 de outubro de 2003 279 12 3 10 Responsabilidades do Poder P blico 280 12 3 11 Integrac o da Pessoa com Defici ncia e o Processo A O 280 12 3 12 Cooperativas Sociais noia incida lo acia 281 12 3 13 Outros diplomas legais oooonoioniiicococionoierocerarecneninenins 283 13 O APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE LABORAL DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA NA CONSTITUIC O FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 14 O APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE LABORAL DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA NO DIREITO INTERNACIONAL COMPARADO E AS A ES AFIRMATIVAS ecocccocacococoncnononcnoncnnonanonsnsnononcnnrnnonn nono nn ns asanenenenenanenansns 292 14 1 A Hist ria do Trabalho das Pessoas com Defici ncia 292 14 2 Conven es e Recomenda es da OIT em Mat ria de Discrimina o no Trabal
162. EFICI NCIA VA 148 7 DIGNIDADE HUMANA O SURGIMENTO DE NOVOS DIREITOS 162 7 1 O Princ pio da Dignidade Humana como Base para o Reconhecimento da Pessoa com Defici ncia o ooooocccccnccnccnncccooononnnnncnonininnnns 185 7 2 O Principio da Igualdade sica 185 7 3 O Princ pio da Igualdade Luz da Constitui o Republicana 187 74 Os Fundamentos Providos pela Tessitura Normativa Infrac nstitucional sae as raio a OS nan Raia SAE po a a eaaa 189 7 5 O Reconhecimento do Direito Prioridade das Pessoas com Defici ncia na Tramita o em Qualquer rg o ou Inst ncia em Procedimentos Administrativos e Judiciais arara 191 8 A EFETIVIDADE DA DIGNIDADE HUMANA NAS CONSTITUI ES 194 9 PROTE O DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA E A CONSTITUI O FEDERAL DE 1988 A ISONOMIA E SUAS DIFICULDADES DE APLICA O PR TICA oocoococococonononenenenesnsnsnnonnsasnonononononenenenononenenenesnsanes 206 10 A HIST RIA DO APROVEITAMENTO E LABORAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA E SUA ADAPTABILIDADE NO MBITO INTERNACIONAL DO DIREITO AO TRABALHO occ ccccinicinicocicincaricamiacic rica 219 11 INCLUS O SOCIAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA PELA ACESSIBILIDADE ioocooninncconccnnconasenaconnconacnadonacnnniona camion nine anainn nannan nin 226 11 1 Acessibilidade arara 230 1 2 gt Barreiras asa sis co aida dan diia 236 Us A ca REA Da EE O DS CAE DERA SOIS 238 11 3 1 U
163. ESSOA COM DEFICI NCIA E SUA ADAPTABILIDADE NO MBITO INTERNACIONAL DO DIREITO AO TRABALHO Na Europa o Direito do Trabalho surgiu historicamente para viabilizar um aprofundamento de reflex es em torno de uma discuss o filos fica e pol tica concernente ao princ pio da igualdade Ao longo da hist ria atrav s de evolu es sociais este foi se modificando remanesce por m at os dias de hoje a evid ncia de que determinados grupos sociais incluindo se a o das pessoas com defici ncia est o margem das conquistas do Estado de Direito situa o que mais se acentua nos pa ses perif ricos que por sinal est o margem das benesses econ micas do mercado No caso do Brasil percebe se uma j detalhada rede de instrumentos legais aptos a garantir a inclus o das pessoas com defici ncia nas estat sticas de desenvolvimento humano Todavia o desafio sempre presente consiste em dar efetividade norma viabilizando se sua aplica o no plano f tico por parte de empregadores de empregados de governos e da sociedade em geral sobretudo quanto mitiga o de preconceitos e transposi o de barreiras culturais Assim como ocorre na luta pela n o discrimina o de g nero e ra a tamb m os trabalhadores especiais merecem ampla aten o na incessante batalha por justi a e igualdade social batalha esta travada sobretudo pelos operadores do Direito e pela sociedade civil organizada Indispens vel rea
164. Guatemala lastreada no compromisso categ rico de eliminar a discrimina o em todas suas formas e manifesta es contra as pessoas com defici ncia Na mesma senda n o poder amos deixar de oferecer destaque Conven o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia 2007 que tem por diretrizes proteger e assegurar o desfrute pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoas com defici ncia e promover o respeito pela sua inerente dignidade 15 Precisamos questionar a sociabilidade operabilidade e eticidade do nov ssimo c digo civil de 2002 j em vigor h 8 anos al m da tecnicidade e generalidade que n o privilegia corporativismos ou quaisquer interesses dessa ou daquela categoria Devem ser criadas por lei condi es que favore am a adequa o da sociedade s necessidades especiais da pessoa com defici ncia para que ela tenha uma participa o ativa na sociedade n o como mero carecedor de 405 a es filantr picas e assistencialistas dever n o s da Constitui o Federal como tamb m das Leis infraconstitucionais oferecerem tutela estas Por m ao longo dos 2 046 artigos do novo C digo Civil frustram se as expectativas de localizar uma enxurrada de normas protetivas s pessoas com defici ncia que apenas genericamente como qualquer outro indiv duo v seus interesses tutelados tanto nos livros da parte geral quanto da p
165. IDADE LABORAL DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA NA CONSTITUI O FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 Neste cap tulo apresentaremos o arcabou o legal destinado prote o do aproveitamento laboral das pessoas com defici ncia Veremos tamb m que embora a Constitui o Federal de 1988 tenha avan ado significativamente na prote o pessoa com defici ncia especialmente com rela o ao trabalho os resultados s o p fios na medida em que 98 delas em idade de trabalhar est o fora do mercado produtivo Quanto Constitui o de 1988 importantes inova es foram acrescentadas Os incs XXX a XXXII cuidam da isonomia salarial e co bem as formas de discrimina o em rela o a sexo idade cor estado civil defici ncia f sica mental ou sensorial ou entre o trabalho manual o t cnico ou o intelectual A Constitui o coloca se assim em conson ncia com a Organiza o Internacional do Trabalho que acolhe tais princ pios nas Conven es n 111 e 159 ratificadas pelo Brasil N o obstante a discrimina o encontra se muito presente apesar da edi o de diversas leis de a o afirmativa em favor de mulheres Leis 9 029 95 e 9 799 9 9 de adolescentes Lei 10 097 00 e de pessoas com defici ncia Lei 8 213 91 e Decreto 3 298 99 Cogita se a implanta o de uma pol tica nacional de inclus o dos negros nas universidades 2 MASCARO NASCIMENTO Amauri O Direito do Trabalho e a Constitui o de 1988 S o Pa
166. ILHO Jos Cl udio Trabalho Decente 1 Edi o S o Paulo Ltr 2004 MONTEIRO DE BARROS Maria Alice Curso de Direito do Trabalho S o Paulo Ltr Editora 2006 2 edi o MONTESQUIEU Do esp rito das leis S o Paulo Editora Abril Cultural 1962 MORAES Alexandre Direitos Humanos fundamentais Teoria Geral Cole o Temas Jur dicos Vol 3 S o Paulo Atlas 1997 MORAIS BARROS Alexandre de Direito Constitucional Atlas S o Paulo 5 edi o MORE Thomas A Utopia In Os pensadores S o Paulo Editora Abril Cultural 1972 MORO S rgio Fernando Jurisdi o constitucional como democracia S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 NOVAES MARTINEZ Wladimir apud PEREIRA JR Novas contribui es na seguridade social entidades de fins filantr picos S o Paulo Editora Ltr 1997 OIT Organiza o Internacional do Trabalho Convenios y recomendaciones internacionales del trabajo 1919 1984 adoptados por la Conferencia Internacional del Trabajo Genebra Oficina Internacional del Trabajo 1985 OIT Organiza o Internacional do Trabalho Res menes de normas internacionales del trabajo Genebra OIT 1991 OLIVEIRA MARANH O Rosane de O Portador de Defici ncia e o Direito do Trabalho S o Paulo LTr 2005 PASTORE Jos Oportunidades de Trabalho para Portadores de Defici ncia S o Paulo LTr 2000 PL RODRIGUEZ Am rico Princ pios de Direito do
167. J n 02 2005 Essa a o do Minist rio P blico Federal encontrou na Justi a Trabalhista uma resposta parcial qual seja a formula o de um ato administrativo pelo TST em lugar do CSJT como expressamente intencionava a Procuradoria Federal de modo a alcan ar tamb m os Tribunais Regionais do Trabalho Esse caminho tomado surpreende pela timidez da a o uma vez que o movimento maior pela persecu o de tal desiderato deveria provir da Justi a Trabalhista por ser um ramo que inegavelmente mais aprofunda no direito positivo o ide rio relativo solidariedade social Numa resson ncia mais pr xima da quest o parece estar o Poder Executivo Federal que vem ao menos primeira vista implementando v rias medidas que d o destaque e procuram dar efetividade aos direitos das pessoas com defici ncia do que exemplo o bem lan ado Decreto n 6 215 C pia do of cio est presente no indispens vel s tio eletr nico da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidad o PFDC Dispon vel em lt http pfdc pgr mpf gov br grupos de trabalho inclusao pessoas deficiencia oficios gt Acesso em 24 set 2009 Instru o Normativa n 29 2005 editada pelo Diretor Geral de Coordena o Judici ria do Tribunal Superior do Trabalho TST 193 de 26 de setembro de 2007 que estabelece o compromisso pela inclus o das pessoas com defici ncia com vistas implementa o de a es concretas por parte da Uni o em re
168. No dia 31 de agosto de 2011 foi aprovado pela Comiss o de Direitos Humanos e Legisla o Participativa CDH o projeto que reduz de dois para um ano o prazo m nimo para taxistas e pessoas com defici ncia poderem trocar ve culos com isen o do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Tal projeto segue agora para an lise da Comiss o de Assuntos Econ micos CAE em decis o terminativa Decis o terminativa aquela tomada por uma comiss o com valor de uma decis o do Senado Quando tramita terminativamente o projeto n o vai a Plen rio dependendo do tipo de mat ria e do resultado da vota o ele enviado diretamente C mara dos Deputados encaminhado san o promulgado ou arquivado Ele somente ser votado pelo Plen rio do Senado se recurso com esse objetivo assinado por pelo menos nove senadores for apresentado Mesa Ap s a vota o do parecer da comiss o o prazo para a interposi o de recurso para a aprecia o da mat ria no Plen rio do Senado de cinco dias teis 235 Segundo o autor do projeto de lei PLS 299 11 senador Eun cio Oliveira PMDB CE o objetivo adequar a legisla o do pa s Copa do Mundo de Futebol de 2014 e s Olimp adas de 2016 Em sua justificativa o parlamentar explica que o meio de transporte mais usado pelos turistas sem d vida o t xi Portanto complementa de suma import ncia melhorar a impress o inicial do visitante estimulando a r
169. P blico por exemplo determinar ao Estado a imediata constru o de uma casa albergue que ofere a reabilita o s pessoas com defici ncia Afigura se como sendo absolutamente inconstitucional a omiss o do Estado com rela o s pessoas que parecem estar desprovidas de tudo Segundo a dignidade humana n o l cito ao GOMES CANOTILHO J J Direito constitucional e a teoria da constitui o Coimbra Almedina 2004 p 502 Embora se defenda a inexist ncia de uma separa o absoluta de fun es dizendo se simplesmente que a uma fun o corresponde um titular principal sempre se coloca o problema de saber se haver um n cleo essencial caracterizador do princ pio da separa o e absolutamente protegido pela Constitui o Em geral afirma se que a nenhum rg o podem ser atribu das fun es das quais resulte o esvaziamento das fun es materiais especialmente atribu das a outro Quer dizer o princ pio da separa o exige a t tulo principal a correspond ncia entre rg o e fun o s admite exce es quando n o for sacrificado o seu n cleo essencial O alcance do princ pio vis vel quando com ele se quer traduzir a proibi o do monismo de poder como o que resultaria por exemplo da concentra o de plenos poderes no Presidente da Rep blica da concentra o de poderes legislativos no executivo ou da transforma o do legislativo em rg o soberano executivo e legiferante Todavia permanece em
170. RQUES Carlos Alberto The political implications of the institutionalization of deficiency Educ Soc Campinas V 19 n 62 1998 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 73301998000100006 amp Ing es amp nrm iso gt Acesso em 24 Fev 2007 Pr publicac o do 10 1590 50101 73301998000100006 36 palavras de RIBAS Um corpo com rg os deficientes n o um corpo social bem estruturado e em ordem Reafirmando essa id ia ASSIS observa Ora uma sociedade com essa concep o encontra campo f rtil para o desenvolvimento do preconceito de que a pessoa com defici ncia n o se ajusta engrenagem que o sistema exige por tratar se de uma m quina defeituosa portanto plenamente descart vel Essa id ia ainda hoje se faz presente na sociedade que associa pessoas com defici ncia a incapazes ou in teis para o trabalho O resultado deste preconceito que mesmo habilitados a exercerem uma profiss o compat vel com a sua defici ncia esbarram em obje es claras ou disfar adas que lhes impedem a integra o ao mercado de trabalho Consolidado o poder econ mico da burguesia surge a revolu o industrial per odo em que a sociedade experimenta um desenvolvimento econ mico sem precedentes Explorada a classe trabalhadora se v merc do poderio econ mico da burguesia As concep es liberais da poca destinavam ao Estado
171. Regionais Federais que procedam prioriza o do julgamento dos processos cuja parte seja pessoa com defici ncia desde que tamb m como fez o mesmo STJ a causa em ju zo tenha v nculo com a pr pria defici ncia No mbito da Justi a Especializada Trabalhista v rias foram as iniciativas formuladas no sentido da consecu o da prioridade de tramita o 18 Resolu o n 2 de 25 de janeiro de 2005 192 nos feitos em que estejam em causa direitos de pessoas com defici ncia malgrado n o se tenha conseguido at agora a plena promo o da acessibilidade nesse campo da Justi a Em maio de 2005 por exemplo a Subprocuradora Geral da Rep blica e tamb m Procuradora Federal dos Direitos do Cidad o Dra Ela Wiecko V de Castilho expediu of cio ao ent o Presidente do Conselho Superior da Justi a do Trabalho CSJT Ministro Vantuil Abdalla em face das atribui es contidas no art 4 Il do respectivo Regimento Interno indagando sobre a possibilidade de se estabelecer orienta o similar do STJ no mbito do Tribunal Superior do Trabalho TST e em todos os Tribunais Regionais do Trabalho a fim de conferir concretude ao direito de tratamento priorit rio das pessoas com defici ncia tendo nos exatos termos dessa comunica o o seguinte assunto Prioridade de tramita o nos feitos em que estejam em causa direitos de pessoas com defici ncia nos termos do art 9 da Lei n 7 853 89 e da Resolu o ST
172. Reis de Paula determinando a reintegra o de empregado deficiente f sico por n o ter o empregador agido quando do momento da despedida em conformidade com o que disp e o art 93 8 1 da Lei 8 213 91 646 255 2000 Em outro caso a Sexta Turma do TST tendo por relator o Aloysio Corr a da Veiga confirmou o direito de um trabalhador com defici ncia f sica reintegra o no emprego A decis o un nime do TST negou agravo de instrumento Telemar Norte Leste S A O argumento jur dico utilizado pela defesa do trabalhador levou concess o de seu pedido A conduta da empresa resultou em viola o da Lei n 8 213 de 1991 que dentre outros temas prev a porcentagem m nima de cargos para deficientes f sicos em empresas com mais de cem empregados artigo 93 e restringe a possibilidade de dispensa De acordo com o par grafo 1 do artigo 93 da lei a dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 dias e a imotivada no contrato por prazo indeterminado s poder ocorrer ap s a contrata o de substituto de condi o semelhante Como n o foi provada a admiss o de outra pessoa com defici ncia em substitui o ao porteiro dispensado foi determinado seu retorno empresa Al m da ordem de reintegra o num prazo de oito dias a primeira inst ncia determinou o pagamento dos sal rios correspondentes ao per odo de afastamento 13 sal rio
173. Todavia o INSS vem respondendo em demandas aforadas por pessoas com defici ncia sendo inclusive responsabilizado pelo pagamento das despesas relativas aos benef cios Quanto ao benef cio de renda mensal vital cia a quest o j foi por demais discutida em nossos pret rios tendo o Superior Tribunal de Justi a uniformizado o entendimento a respeito da mat ria no sentido de que o INSS parte leg tima para figurar no p lo passivo das referidas demandas junto com a Uni o Federal No mesmo sentido se posicionou o Tribunal Regional Federal da 4 Regi o atrav s da edi o da S mula de n 61 Sobre a tutela previdenci ria da pessoa com defici ncia parece nos que h muito a discutir O tema ainda n o mereceu preocupa o por parte da comunidade e muito menos do legislador p trio N o h como negar que a realidade de uma pessoa com defici ncia diversa mais desgastante e onerosa o que enseja sem d vida especial prote o de seus interesses Sabemos que a previd ncia social tem por finalidade prec pua a substitui o da renda auferida pelos indiv duos em virtude das conting ncias e condi es previstas em lei Dentre tais conting ncias enquadram se aqueles eventos que retiram a capacidade do trabalhador E a perversa realidade das pessoas com defici ncia submetidas a esfor os f sicos e psicol gicos brutais durante a sua vida laborativa sem d vida autoriza nos a sugerir o fomento da discus
174. UNIVERSIDAD DE GRANADA UNIVERSIDAD FEDERAL DE PELOTAS TESIS DE DOCTORADO GILBERTO STANIESKI FILHO O PRINC PIO DA DIGNIDADE HUMANA COMO FUNDAMENTO JUR DICO DA INCLUS O SOCIAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA Editor Editorial de la Universidad de Granada Autor Gilberto Stanieski Filho D L GR 1865 2014 ISBN 978 84 9083 049 9 GRANADA 2012 GILBERTO STANIESKI FILHO O PRINC PIO DA DIGNIDADE HUMANA COMO FUNDAMENTO JUR DICO DA INCLUS O SOCIAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA Tesis presentada al Programa de Doctorado An lisis Interdisciplinar de la Responsabilidad Civil de la Universidad de Granada como requisito para la obtenci n del t tulo de Doctor en Derecho bajo la Direcci n de la Profesora Mar a del Carmen Garc a Garnica GRANADA 2012 SUM RIO INTRODU O cn srt nt nbr pi a do 10 1 DELIMITA O CONCEITUAL DEFICI NCIA DEFICIENTE OU INCAPAZ id 19 VA DEMMI O iii AAA A AAA AAA 19 1 2 Distin o entre Defici ncia e Incapacidade Jur dica 21 1 3 Da terminologia correta deficiente portador de necessidades especiais ou portador de defici ncia e eesseeesareeaaa 22 1 4 As Defici ncias Tuteladas pela Legisla o Brasileira 24 2 AS PESSOAS COM DEFICI NCIA E A PROTE O SOCIAL 27 2 1 Evolu o Hist ria da Prote o Social Pessoa com Defici ncia 28 2 1 1 Declara es de Direitos A Base Ju
175. a a percep o de integra o entre os desiguais que diminuir o preconceito e aumentar a inclus o social Assim quanto maior a educa o de um povo maior ser a efic cia do princ pio da Dignidade Humana e mais completa se dar a inclus o social da Pessoa com Defici ncia 381 Em decorr ncia do racioc nio exposto n o h como pensar em inclus o social sem acessibilidade E falar em acessibilidade n o significa s aquela urbana arquitet nica mas tamb m e muito em especial a acessibilidade s emo es solidariedade abertura dos cora es de todos para com todos 1 Inicialmente nos preocupamos em trazer a defini o conceitual pois muitos ainda n o t m conhecimento dos significados trazidos aqui Tal desconhecimento traria dificuldades para uma perfeita compreens o a respeito do sujeito do tema da tese Foi com este objetivo que trouxemos os conceitos gramatical formal informal e jur dico Com intuito de mostrar que a dignidade humana pode servir como instrumento de inclus o social de forma que possa envolver todos os conceitos de pessoas com defici ncia amparadas pela Constitui o Federal Com o sujeito que a tese pretende tutelar bem definido buscamos qual seria a terminologia correta para nos referirmos a estes Os termos v o sendo modificados com o passar do tempo e evolu o bem como a modifica o de certos valores vigentes em cada sociedade e em cada poca tamb m i
176. a o educa o forma o ocupacional e presta o de servi os completos para garantir o melhor n vel de independ ncia e qualidade de vida para as pessoas portadoras de defici ncia e c sensibiliza o da popula o por meio de campanhas de educa o destinadas a eliminar preconceitos estere tipos e outras atitudes que atentam contra o direito das pessoas a serem iguais permitindo desta forma o respeito e a conviv ncia com as pessoas portadoras de defici ncia 360 O art IV fixa o princ pio da coopera o rec proca entre os Estados Membros para que se combatam todas as formas de discrimina o O art V instiga participa o colegiada de pessoas com defici ncia de organiza es n o governamentais e de autoridades na elabora o na execu o e na avalia o de medidas e de pol ticas eficazes al m de estimular a cria o de canais de comunica o e divulga o ampla dos objetivos e meios para alcan los O art VI cria uma comiss o internacional de acompanhamento da implanta o da Conven o nos diversos Estados Membros bem como dos m todos de sua operacionaliza o O art VII norma de exegese na medida em que imp e que na aplica o dos artigos da presente Conven o tais artigos devem ser interpretados de forma a n o restringir nem limitar o gozo dos direitos das pessoas com defici ncia reconhecidos tanto pelo Direito Internacional consuetudin rio quanto pelos ins
177. a o h bil aos fins colimados deve tamb m o estado financiar com recursos p blicos as pol ticas de implementa o dos princ pios aqui enfocados devem tamb m criar comit s conselhos parit rios com a fun o de fiscalizar coordenar as pol ticas destinadas s pessoas com defici ncia devem os Estados igualmente valorizar e ouvir em car ter consultivo as organiza es de pessoas com defici ncia para a condu o das medidas estatais as pessoas que trabalhem no desenvolvimento de tais atividades devem ser adequadamente preparadas por meio de a es estatais para este fim canalizadas o controle e a aplica o das pol ticas p blicas imp e se como mister estatal permanente e que deve ser executado inclusive mediante coopera o internacional O t tulo IV enumera treze itens destinados a disciplinar os Mecanismos de Controle tra ando um roteiro interessante para conduzir a a o dos poderes executivos dos Estados Membros H que se citar tamb m a Declara o de Washington aprovada em 25 de setembro de 1999 no Encontro Perspectivas Globais em Vida Independente para o Pr ximo Mil nio realizado em Washington DC EUA no mesmo sentido das anteriores Retomando o art 1 da Declara o Universal dos Direitos Humanos de 1948 a Declara o Internacional de Montreal sobre inclus o aprovada em 5 de junho de 2001 pelo Congresso Internacional Sociedade Inclusiva realizado Declara
178. a apenas cega acaba n o fazendo jus ao benef cio de presta o continuada porque esta defici ncia apesar de muitas vezes impedir a pessoa de trabalhar e de ter qualquer fonte digna de renda n o a incapacita para a vida independente O que acontece na pr tica infelizmente que tais pessoas acabam mentindo no momento de pedir o benef cio dizendo que n o s o capazes para qualquer atividade da vida di ria porque simplesmente precisam daquele dinheiro enquanto n o conseguem nada melhor Em outros casos quando o benef cio concedido para uma crian a ou adolescente com defici ncia os pais impedem esses filhos de fazer tratamentos e de estudarem pois do contr rio passar o a ser considerados capazes para alguma coisa e o benef cio poder ser cortado antes que efetivamente consigam algum emprego Fica bastante claro portanto que a atual disciplina da LOAS ao definir pessoa com defici ncia ao inv s de aus ncia de meios de subsist ncia est fazendo com que o benef cio de presta o continuada perversamente seja um instrumento de exclus o da cidadania e n o da sua promo o 50 realmente uma l stima que a lei ordin ria que deveria apenas disciplinar o ACESSO ao benef cio tenha praticamente inviabilizado este acesso ou quando n o transformado a obten o do benef cio num ATESTADO de incapacidade Deve se ter cumprimento efetivo do disposto no artigo 24 2 da Lei Org nica da Assist nci
179. a de mental AG 46 119 de 17 de dezembro de 1991 a Declara o de Caracas da Organiza o Pan Americana da Sa de a resolu o sobre a situa o das pessoas portadoras de defici ncia no Continente Americano AG RES 1249 XXIII 0 93 as Normas Uniformes sobre igualdade de oportunidades para as pessoas portadoras de defici ncia AG 48 96 de 20 de dezembro de 1993 a Declara o de Man gua de 20 de dezembro de 1993 a Declara o de Viena e Programa de A o aprovados pela Confer ncia Mundial sobre Direitos Humanos das Na es Unidas 157 93 a resolu o sobre a situa o das pessoas portadoras de defici ncia no hemisf rio americano AG RES 1356 XXV 0 95 e o Compromisso do Panam com as pessoas portadoras de defici ncia no continente americano AG RES 1369 XXVI 0 96 358 Lastreada no compromisso categ rico de eliminar a discrimina o em todas suas formas e manifesta es contra as pessoas portadoras de defici ncia estabelece em seus artigos que se considera defici ncia para os fins desta Conven o uma restri o f sica mental ou sensorial de natureza permanente ou transit ria que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida di ria causada ou agravada pelo ambiente econ mico e social que se considera discrimina o contra as pessoas portadoras de defici ncia toda diferencia o exclus o ou restri o baseada em defici ncia antecedente de defi
180. a entende se que na justi a e solidariedade se encontram os pressupostos para se efetivar a igualdade que ser mencionada no caput do art 5 Sem compreens o de justi a que carregue em si a necessidade da igualdade e sem solidariedade n o se estrutura uma sociedade igualit ria Ao abordar distintamente a ordem econ mica e a ordem social o legislador constituinte ressaltou a import ncia da ordem social para o desenvolvimento da na o 259 12 2 Exclus o da Pessoa com Defici ncia e Alguns Trabalhos sua Inclus o A exclus o e o preconceito s o os maiores inimigos na integra o da pessoa com defici ncia Iniciativas como a do desembargador Jos Rodrigues de Carvalho Netto quando presidente do 1 Tribunal de Al ada Civil com a cria o de vagas espec ficas para pessoa com defici ncia ou como de v rias entidades do Brasil tais como a IBM a Fiat a Serasa que al m de integrar a pessoa com defici ncia lutam contra os preconceitos e a exclus o s o pontos importantes no caminho de uma sociedade que integre efetivamente a pessoa com defici ncia Na Universidade Uni Sant anna em S o Paulo h o Centro de Informa o para a Vida Independente CIVI que re ne dados nacionais e internacionais sobre produtos not cias pesquisas e servi os relacionados quest o da defici ncia Seu objetivo democratizar o acesso de toda a comunidade e especialmente da pessoa com defici ncia a essas informa
181. a o integral adimplemento pelo poder p blico de presta o estatal que lhe imp s o pr prio texto da CF A educa o infantil por qualificar se como direito fundamental de toda crian a n o se exp e em seu processo de concretiza o a avalia es meramente discricion rias da administra o p blica nem se subordina a raz es de puro pragmatismo governamental Embora resida primariamente nos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar pol ticas p blicas revela se poss vel no entanto ao Judici rio determinar ainda que em bases excepcionais especialmente nas hip teses de pol ticas p blicas definidas pela pr pria Constitui o Federal sejam estas implementadas pelos rg os estatais inadimplentes cuja omiss o por importar em descumprimento dos encargos pol tico jur dicos que sobre eles incidem em car ter mandat rio mostra se apta a comprometer a efic cia e a integridade de direitos sociais e culturais 1 BRASIL Superior Tribunal de Justi a T1 Primeira Turma REsp 718203 SP 2005 0008518 5 Relator Min Luiz Fux Julgado em 06 dez 2005 Di rio da Justi a Bras lia 13 fev 2006 p 694 Dispon vel em http www stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 718203 amp amp b ACOR amp p true amp t amp 108 amp i 2 gt Acesso em 19 jan 2009 128 impregnados de estatura constitucional Legitimidade ativa do Minist rio P blico reconhecida Conv m sa
182. a pessoa no mercado de trabalho e do contexto em que vive E isso passa sem d vida por um programa de educa o conscientiza o e prepara o quanto nova realidade a ser enfrentada Importante anotar que a restri o contida no artigo 90 supra transcrito que prev como benefici rios apenas os segurados e dependentes n o se aplica ao caso tendo em vista que a norma constitucional clara ao ditar que a assist ncia social ser prestada a quem dela necessitar independentemente de contribui o Ent o o benef cio de habilita o e reabilita o arrolado entre o conjunto de a es assistenciais obrigat rio para com todos que dele necessitarem independente da qualidade de segurado ou n o da previd ncia No tocante renda mensal vital cia tornou se ela um direito de toda pessoa portadora de defici ncia e ao idoso com 70 anos ou mais desde que comprovem n o possuir meios de prover a pr pria manuten o e nem de t la provida por sua fam lia Representou tamb m um importante avan o de nossa nova ordem constitucional Por m um t mido avan o devido aos exagerados requisitos e parca renda concedida Primeiramente deve se dizer que o benef cio inacumul vel com qualquer outro benef cio de natureza previdenci ria Salvo engano nosso n o h qualquer justificativa para tal veda o Ali s ela contraria o pensamento dominante de que as presta es assistenciais devem primar pela integ
183. a superf cie do piso as portas girat rias catracas portas com dispositivos eletr nicos ou qualquer outro tipo de bloqueio devem oferecer condi es de acesso pessoa com defici ncia ou dever ser prevista outra op o de acesso localizado junto ao acesso principal da edifica o devidamente sinalizado Lei n 12 821 99 11 10 Circula o Todos os pisos dos espa os de circula o e utiliza o adequados ao uso da pessoa com defici ncia devem ter superf cie regular est vel firma e antiderrapante sob qualquer condi o clim tica As juntas e grelhas devem ser embutidas no piso seus v os n o podem exceder 1 5cm e preferencialmente posicionados transversalmente na dire o do movimento 249 As edifica es devem assegurar condi es de acesso e circula o nas reas coletivas com no m nimo 1 20m de largura livre de obst culos ainda que estes sejam do tipo remov veis como por exemplo lixeiras bebedouros e mobili rios 11 11 Instala es Sanit rias Os sanit rios e vesti rios adequados para o uso da pessoa com defici ncia devem localizar se em lugares acess veis pr ximos circula o principal e estar devidamente sinalizados sendo no m nimo 5 do total de cada pe a das instala es sanit rias adequadas ao uso da pessoa com defici ncia por sexo com pelo menos uma pe a de cada Para que uma instala o sanit ria seja considerada acess vel alguns par metros devem ser o
184. a Social segundo o qual os programas voltados ao idoso e integra o da pessoa com defici ncia ser o devidamente articulados com o benef cio de presta o continuada estabelecido no artigo 20 desta lei Para tanto as Secretarias de Assist ncia Social de cada Munic pio devem ter um cadastro para controle de cada pessoa que recebe o benef cio assistencial com a finalidade de inseri la nos demais programas que venham a propiciar a sua inclus o social A Previd ncia Social institui o de natureza t o importante manuten o da paz social v se hoje atravessada por uma s rie de problemas que por vezes impossibilitam a consecu o dos fins a que se destina S o cotidianas as not cias referentes viol ncia contra os peritos m dicos do Instituto Nacional do Seguro Social INSS agentes respons veis pela verifica o da situa o de incapacidade dos segurados e que os habilita ao recebimento de algum benef cio Os exames m dicos periciais de fato s o momentos de extrema import ncia para o segurado e tamb m ao INSS pois os resultados dos exames definem a situa o do segurando perante a autarquia A quest o relacionada s pessoas com defici ncia tardou a ser discutida com seriedade no Brasil Efetivamente isso vem acontecendo apenas a partir da Constitui o de 1988 embora se registre um processo de desenvolvimento da aten o e da prote o social para esse segmento As determina es da OIT por exemp
185. a curatela provis ria de pessoa interditanda poss vel deferir a libera o de alvar judicial para aquisi o de bens e suprimentos destinados atividade rural desde que adquiridos em nome do interditando Deficiente defici ncia j tem rela o com limita o f sica ou mental mas a grande maioria est apta a expressar sua vontade a exercer seus direitos e decidir sobre sua vida Apenas uma pequena parte destes deficientes 2 Art 3 do C digo Civil Brasileiro Lei n mero 10 406 de 10 de janeiro de 2002 22 ou pessoas com necessidades especiais s o incapazes o que significa que n o conseguem expressar sua vontade O termo pessoa deficiente passou a significar de acordo com a Declara o dos Direitos da Pessoa Deficiente aprovada pela Assembl ia Geral da Organiza o das Na es Unidas em 09 12 1975 qualquer pessoa incapaz de assegurar por si pr pria total ou parcialmente as necessidades de uma vida individual ou social normal em raz o de defici ncia em suas capacidades f sicas ou mentais cong nita ou n o 1 3 Da terminologia correta deficiente portador de necessidades especiais ou portador de defici ncia Usar ou n o usar termos t cnicos corretamente n o uma mera quest o sem ntica ou sem import ncia se desejamos falar ou escrever construtivamente numa perspectiva inclusiva sobre qualquer assunto de cunho humano E a terminologia correta especialmente importante quan
186. a esp cie de defici ncia necess ria a discuss o acerca do que pode ser feito al m das j conhecidas pr ticas assistencialistas Pelo prazer do debate interessante seria uma discuss o apurada acerca 218 no plano de conceitos como aptid o adaptabilidade e adaptatividade do trabalho A expans o dos conceitos referidos para abranger situa es espec ficas e gerais que dizem respeito condi o do trabalhador especial pode significar a amplia o dos horizontes hoje franqueados a essa classe de trabalhadores favorecendo a reflex o acerca do que deve ser feito para que o trabalho possa ser adaptado ao trabalhador e n o o contr rio o que em determinadas atividades seria recomend vel e extremamente mais produtivo No que tange o termo aptid o sem desprezar o dicion rio pretende se aqui sugerir uma nova concep o do termo haja vista que aptid o n o deve ser tida como sin nimo de capacidade e sim como termo mais pr ximo de grau de envolvimento 218 Todas as pessoas cujas possibilidades de obter e conservar um emprego adequado e de progredir no mesmo fiquem substancialmente reduzidas devido a uma defici ncia de car ter f sico ou mental devidamente comprovada 217 IBGE Censo Demogr fico 2000 218 Este termo mais utilizado no plano comercial para referir a rela o produto usu rio em termos de inform tica denotando a possibilidade do produto adequar se s expectativas d
187. a imprescind vel necessidade de supera o de dogmas tradicionais alternativas jur dicas concretas e vi veis s o colocadas reflex o do leitor J que o m nimo existencial para se ter dignidade humana inclui quatro elementos sendo que o primeiro deles a educa o fundamental entendemos que o direito ao trabalho est inserido nesta sendo o Trabalho um instrumento jur dico de inclus o social da Pessoa com Defici ncia O Direito do Trabalho 14 veio como o primeiro instrumento jur dico que tratou da igualdade substancial visto que o confronto direto entre capital e trabalho evidenciou a insufici ncia da mera afirma o formal de que todos s o iguais perante a lei Suas bases axiol gicas possibilitaram o lan amento dos alicerces das a es afirmativas que s o as mesmas na medida em que as confirmam e reproduzem voltadas agora para grupos menores cuja proje o corta verticalmente as for as em conflito Ele foi a a o afirmativa poss vel naquele momento eis que o processo de lapida o dos direitos humanos n o permitia outra percep o De qualquer modo os instrumentos que forjaram o Direito do Trabalho s o os mesmos que aqui se aplicam para defender as a es afirmativas em prol das pessoas com defici ncia Nesta tese analisa se portanto a origem do Direito do Trabalho sua inclus o nas constitui es o novo Direito Constitucional que valoriza a dignidade da pessoa justamente para se verificar
188. a inexist ncia de meios para a supera o de tal incompatibilidade O art 27 assegura prefer ncia em caso de empate na classifica o em concursos p blicos O art 29 confere benef cio assistencial de presta o continuada a pessoas com defici ncia que sejam impossibilitadas de se sustentar O art 33 a seu turno garante a manuten o do benef cio assistencial mesmo em caso de ingresso no mercado de trabalho O art 31 garante a dedu o para fins de imposto de renda de 200 do valor dos sal rios pagos a pessoas com defici ncia bem como a redu o em 50 na cota obrigat ria de aprendizes O art 32 cuida do trabalho protegido em oficinas enquanto o art 34 garante o subs dio de cr dito para pequenas ou m dias empresas que produzam bens para deficientes e que possuam pelo menos um empres rio com defici ncia e no m nimo 80 dos empregados com defici ncia 344 14 5 4 O Direito Hondurenho A Constitui o da Rep blica de Honduras de 11 de janeiro de 1982 consagra em seu art 60 o princ pio da igualdade afirmando o em rela o a todos os cidad os hondurenhos Declara tamb m em sua segunda parte ser pun vel qualquer discrimina o de sexo ra a classe e qualquer outra lesiva a dignidade humana o que normatizado pelo art 12 do C digo Hondurenho do Trabalho O art 127 da Constitui o ao seu turno estende o direito ao trabalho a todo cidad o hondurenho assegurando se lhe para isso a op
189. a penas alternativas e deten o e os adolescentes em idade de trabalho e em situa o familiar dif cil do ponto de vista econ mico social ou afetivo Para que essas pessoas fa am parte de Cooperativas Sociais necess rio atestado proveniente de rg os da Administra o P blica A exig ncia tem por objetivo evitar que as cooperativas sejam utilizadas como meras intermedi rias de m o de obra s cooperativas sociais cabe desenvolver e executar programas de treinamento com vistas melhoria da qualifica o profissional 12 3 7 Decreto n 3 298 de 20 de dezembro de 1999 O Decreto n 3 298 99 regulamentou a lei n 7 853 89 acerca da integra o da pessoa com defici ncia e sua prote o Nele est o definidos os conceitos de defici ncia e incapacidade 279 De acordo com o Decreto definiu se que a pol tica nacional para a integra o da pessoa com defici ncia compreende o conjunto de orienta es normativas que objetivam assegurar o pleno exerc cio dos direitos individuais e sociais das pessoas com defici ncia sendo atribui o dos rg os e das entidades do Poder P blico assegurar pessoa com defici ncia o pleno exerc cio de seus direitos b sicos inclusive dos direitos educa o sa de ao trabalho ao desporto ao turismo ao lazer previd ncia social assist ncia social ao transporte edifica o p blica habita o cultura ao amparo inf ncia e mat
190. a pesquisada como Arist teles Celso Ant nio Bandeira de Mello Am rico Pla Rodriguez Calmon de Passos restou mais que provado para que a completa igualdade ocorra preciso tratar desigualmente os desiguais No Brasil a legisla o infraconstitucional relativa s pessoas com defici ncia que concede tratamento apropriado e priorit rio para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exerc cio de seus direitos individuais e sociais bem como sua completa inclus o social extensa mas pela falta de adequa o ao momento social da atualidade esta se tornando ineficaz pois muitas j s o T o relevante se mostra a adequa o do ordenamento jur dico atual evolu o da sociedade que h muito o Superior Tribunal de Justi a atrav s da resolu o n 2 de 25 de janeiro de 2005 ampara e confere prioridade no julgamento dos processos cuja parte seja pessoa com defici ncia desde que a causa em ju zo tenha v nculo com a pr pria defici ncia No mesmo sentido o 393 Conselho de Justi a Federal editou resolu o n 554 07 recomendando a todos os tribunais regionais federais que procedam prioriza o do julgamento dos processos cuja parte seja pessoa com defici ncia desde que tamb m como fez o Superior Tribunal de Justi a a causa em ju zo tenha v nculo com a pr pria defici ncia Ap s isto como discorrido acima diversas a es positivas j ocorreram a es estas que j trazem uma vis o da fuma
191. a um conjunto de condi es de concilia o das vontades individuais conforme uma regra universal de liberdade ou a afirma o depreciativa de HEGEL para quem o direito se reduz a mero acordo de vontades O direito conquista ent o status que o definem como o conjunto de condi es nas quais necessariamente devem se mover as atividades p blicas e privadas para a salvaguarda de interesses materiais n o dispon veis uma ordem objetiva prevista para limitar a instabilidade das vontades As normas constitucionais de justi a estabelecem portanto uma distin o entre os interesses individuais e os gerais sendo de se esclarecer desde logo que os interesses gerais s o diversos da simples soma dos interesses individuais o que determina a exist ncia de uma nova categoria de direitos Trata se de uma ordem objetiva que corresponde a id ias objetivas de justi a e em consequ ncia imp e deveres Essa busca de justi a social leva os direitos individuais a se aproximarem da justi a almejada porque em tais direitos se funda a estrutura necess ria para a obten o do fim colimado N o h ent o que se imaginar uma ruptura entre direito e justi a mas um avan o de concep es do Estado de Direito para o Estado Constitucional de Justi a Durante o s culo XIX o positivismo jur dico projetava para a lei o conte do exclusivo da justi a e do direito relegando as quest es sociais e substanciais a um plano pr jur dic
192. a vida pol tica econ mica cultural y social IVILLATORE Marco Ant nio C sar A pessoa portadora de defici ncia no Direito do Trabalho brasileiro e o tema no Direito do Trabalho comparado Genesis Revista de Direito do Trabalho N 15 88 abril 2000 pp 552 563 ARA JO Ant nio de op cit pp 20 81 85 GARC A MURCIA Joaqu n El trabajo de los incapacitados Tribuna Social revista de seguridad social y laboral N mero 91 monogr fico julio de 1988 pp 25 40 CONSTITUCI N ESPA OLA La Constituci n Espa ola Dispon vel em lt http www constitucion es constitucion castellano titulo_preliminar html gt Acesso em 30 set 2008 318 O n mero 3 por sua vez trata do princ pio da legalidade da hierarquia das leis da irretroatividade da publicidade das normas e outros Observa se portanto que o n mero 2 da norma em an lise cuida de projetar a postura pr ativa do Estado espanhol no sentido de fixar atitude efetiva para que se propicie igualdade real entre os cidad os mister tipicamente estatal Fica assim o Estado incumbido da remoc o dos obst culos f sicos atitudinais pol ticos e econ micos para que toda e qualquer pessoa na Espanha usufrua a igualdade de direitos e de deveres O art 14 fazendo eco disposi o supra afirma o princ pio da igualdade ao dispor que Art culo 14 Los espa oles son iguales ante la ley sin que pueda prevalecer discri
193. abalho relaciona se intimamente ao acesso a tecnologias Uma pessoa que poderia ser declarada totalmente incapaz no passado hoje n o mais seria exemplos est o presentes nos meios de comunica o O Brasil campe o das p ra olimp adas o sucesso dos atletas est diretamente ligado ao acesso a tecnologias O mesmo acontece com o f sico Stephen Hawking que apenas pode apresentar sua produ o intelectual porque tem acesso a tecnologias inexistentes h menos de meio s culo passado A imunidade tribut ria uma nova luta que propomos a partir desse trabalho preciso come ar a pensar que como o transporte era uma quest o vital para o deficiente f sico por facilitar o acesso atrav s de isen o tribut ria nos impostos h outros equipamentos t o vitais para a efic cia da inclus o como computadores impressoras em Braille para os deficientes visuais rteses e pr teses para os deficientes f sicos sendo que teriam condi es de efic cia de inclus o caso gozassem de imunidade tribut ria Mesmo considerando que a sociedade tem uma contribui o importante na inclus o da pessoa com defici ncia cabe ao Estado conduzir as grandes pol ticas e realmente consolidar mudan as A tese mostra que a despeito da lei de cotas a imensa maioria das pessoas com defici ncia em idade e em condi es de estudar e trabalhar est fora do mercado Por um lado temos que lidar com uma barreira que n o f sica que estabeleci
194. ada a ter dentro do seu quadro de funcion rios pessoas portadoras de necessidades especiais obedecendo seguinte propor o N mero de empregados Percentual de deficientes De 100 at 200 2 De 201 a 500 3 De 501 a 1000 4 De 1001 em diante 5 N o se trata de dispositivo novo pois a lei 3 807 de agosto de 1960 j estabelecia previs o semelhante em seu art 55 havia a obriga o da reserva de cargos em empresas com 20 ou mais empregados por m n o havia a obriga o de admitir A partir de 1991 todo empregador cuja empresa se enquadre no padr o estabelecido fica obrigado a contratar pessoas com defici ncia sob pena de se 22 Art 93 A empresa com 100 cem ou mais empregados est obrigada a preencher de 2 dois por cento a 5 cinco por cento dos seus cargos com benefici rios reabilitados ou pessoas portadoras de defici ncia habilitadas na seguinte propor o 276 considerar pr tica discriminat ria caso n o o fa a Em caso de demiss o o cargo vago dever ser substitu do por outra pessoa tamb m com defici ncia Trata se de medida totalmente justa face prote o constitucional assegurada ao deficiente e as decis es proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho e a jurisprud ncia a respeito O Di rio da Justi a publicou em 04 04 2003 decis o proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regi o TRT SP tendo como relator o ministro Carlos Alberto
195. ado aqui tem obriga es e deveres para com o cidad o enquanto na primeira gera o trata se de o Estado deixar de fazer alguma coisa A presta o positiva do Estado corresponderia aos chamados Direitos Sociais dos cidad os direitos n o mais considerados individualmente mas sim de car ter econ mico e social com o objetivo de garantir sociedade melhores condi es de vida Esta gera o de direitos encontra se diretamente associada com as condi es 17 de trabalho Com a evolu o do capitalismo e as demandas da sociedade foi necess rio regular e garantir as rela es de trabalho postulando portanto sal rio m nimo digno limita o das horas de trabalho aposentadoria seguro social f rias remuneradas entre outros temas Por sua vez a terceira dimens o corresponderia ao ideal da fraternidade preconizado na Revolu o Francesa Seria uma evolu o dos direitos fundamentais no sentido de proteger direitos decorrentes de uma sociedade j modernizada industrializada e urbanizada Uma sociedade como a atual necessita que outros direitos sejam protegidos agora dentro da perspectiva de uma coletividade nacional e internacional S o os chamados direitos difusos baseados na fraternidade e na solidariedade onde o sujeito n o mais o indiv duo e sim a coletividade o direito paz o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado o direito comunica o os direitos do consumidor e tamb m os direitos re
196. adoras de Defici ncia O termo pessoas portadoras de necessidades especiais usado para se referir a idosos gestantes e obesos De acordo com Mar a del Carmen Garc a GARNICA em seu artigo La Evoluci n Hacia el Modelo Social del Tratamiento Jur dico de las Personas con Revista Sentidos ano 04 n 23 ed urea p 77 24 Discapacidad na Espanha tamb m houve a preocupa o com el propio lenguaje Esto es l gico e importante porque los t rminos no son neutros o en ocasiones dejan de serlo con el uso La terminologia tradicional con que las normas y la propia sociedad ven an haciendo referencia a la discapacidad sus manifestaciones y efectos no se acomodaban al modelo social Los t rminos tradicionales no s lo ya no Val an sino que en ocasiones su empleo incluso resultaba ofensivo o desconsiderado Frente a ello se pasa a hablar de personas con discapacidad y m s recientemente y con un enfoque m s amplio de personas en situaci n de dependencia 1 4 As Defici ncias Tuteladas pela Legisla o Brasileira A Constitui o Federal de 1988 estabeleceu a prote o s pessoas com defici ncia e a legisla o infraconstitucional determinou quais defici ncias s o objeto de prote o legal Como se ala MAR N CALERO em La integraci n jur dica y patrimonial de las personas con discapacidad ps quica o intelectual Madrid 2005 pp 1 y 2 quiz s porque nadie estaba demasiad
197. ados ao conceito de pessoa humana e sua personalidade Dizem respeito ao direito vida igualdade dignidade seguran a honra liberdade e propriedade Est o previstos no artigo 5 e seus incisos S o tamb m denominados de primeira gera o entendidos como direitos fundamentais intitulados como sendo os exercidos pela pessoa NUNES Luiz Ant nio Rizzatto O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana doutrina e jurisprud ncia S o Paulo Saraiva 2002 p 37 MELLO Celso A Bandeira de Curso de Direito Administrativo S o Paulo Malheiros Editores 25 Edi o 2008 p 104 83 humana individualmente caracter sticos do Estado liberal democr tico de Direito Podemos citar alguns que nos interessam como o direito vida art 5 caput direito integridade f sica e moral art 5 Ill e X entre outros Os Direitos Coletivos s o direitos fundamentais intitulados e exercidos por uma coletividade com a individualiza o de seus componentes Podemos citar o direito de receber informa es de interesse coletivo art 5 XXIII entre outros 3 4 2 Direitos Sociais O Estado Social de Direito garante as liberdades positivas aos indiv duos Esses direitos referem se educa o sa de trabalho previd ncia social lazer seguran a prote o maternidade e inf ncia e assist ncia aos desamparados A finalidade ltima a melhoria das condi
198. ais terem que ser conduzidos na linguagem muito restrita da lei os grupos marginalizados devem ser capazes de participar dos procedimentos legislativos devem ser capazes de se explicar por suas a es e de verbalizar seus reclamos nos Tribunais usando suas pr prias palavras e escolhendo seus pr prios assistentes e representantes O princ pio do discurso encontrado na teoria pol tica contempor nea de HABERMAS BERNHABIB e Nancy FRASER por exemplo tamb m insiste em que qualquer um dos envolvidos possa suscitar qualquer quest o 166 flexibiliza o dogm tica e de an lise da consequ ncia social decorrente da aplica o da norma vem sendo cada vez mais utilizada pelos Tribunais do pa s e os v rios julgados apresentados neste trabalho demonstram claramente esta tend ncia O fen meno do pluralismo jur dico deve ser entendido enquanto uma multiplicidade de manifesta es ou pr ticas normativas em um mesmo espa o s cio pol tico interagida por conflitos ou consensos oficiais ou n o e tendo sua raz o de ser em necessidades existenciais materiais e culturais da sociedade sempre em constante transforma o Parte da premissa de que h um esgotamento e uma crise no tradicional modelo jur dico liberal individualista que j n o oferece respostas satisfat rias eficazes aos anseios sociais Representa a proposta de um novo fundamento de validade para o mundo jur dico A busca de novos padr es normativos para a solu o
199. ajo 1919 1984 adoptados por la Conferencia Internacional del Trabajo Genebra Oficina Internacional del Trabajo 1985 pp 1 037 1 040 263 Em maio de 1944 a Confer ncia Internacional do Trabalho a Assembl ia Geral da Organizac o reunida em Filad lfia nos Estados Unidos aprovou uma declarac o relativa aos fins e objetivos da OIT conhecida pela Declara o de Filad lfia Numa poca do p s guerra e da reconstru o a Declara o reafirma os princ pios orientadores da OIT nos quais se deveria inspirar a pol tica dos pa ses membros S o esses princ pios os seguintes o trabalho n o uma mercadoria a liberdade de express o e de associa o uma condi o indispens vel para um progresso constante a pobreza onde quer que exista constitui um perigo para a prosperidade de todos todos os seres humanos qualquer que seja a sua ra a a sua cren a ou o seu sexo t m direi to de efetuar o seu progresso material e o seu desenvolvimento espiritual em liberdade e com dignidade com seguran a econ mica e com oportunidades iguais Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region eurpro lisbon html oit htm gt Acesso em 14 set 2008 297 seu bem estar material e seu desenvolvimento espiritual em condi es de liberdade e dignidade de seguran a econ mica e em igualdade de oportunidades Regula destarte os crit rios de combate discrimina o no trabalho em catorze artigos Define o termo
200. al as necessidades vivenciadas pela popula o passam a ser reconhecidas como direitos sociais e est o enumeradas no artigo 6 S o direitos sociais a educa o a sa de o trabalho a moradia o lazer seguran a a previd ncia social a prote o maternidade inf ncia a assist ncia aos desamparados na forma desta Constitui o 4 BRASIL Constitui o 1988 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF Senado 2007 80 Para Alexandre de Moraes os direitos sociais caracterizam se como verdadeiras liberdades positivas de observ ncia obrigat ria em um Estado social de Direito tendo por finalidade a melhoria das condi es de vida aos hipossuficientes visando a concretiza o da igualdade social que configura um dos fundamentos de nosso Estado democr tico conforme preleciono o artigo 1 IV da Constitui o Federal de 1988 Quando descritos no artigo 6 os direitos sociais o legislador destacou alguns direitos inerentes vida humana Para Jos Afonso os direitos sociais como dimens o dos direitos fundamentais do homem s o presta es positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente enunciadas em normas constitucionais que possibilitem melhores condi es de vida aos mais fracos direitos que tendem a realizar o equil brio de situa es sociais desiguais S o portanto direitos que se ligam ao direito de igualdade Valem como p
201. alho para as pessoas portadoras de defici ncias f sicas O Asilo abrigava soldados com sequelas da guerra do Paraguai que ali trabalhavam em hortas e recebiam parte dos produtos vendidos Tamb m ficavam obrigados a contribuir para a manuten o do local dando parte do soldo que recebiam do Tesouro Nacional A primeira lei de conte do de previd ncia surgiria em 1888 para atender exclusivamente os funcion rios p blicos trabalhadores de estradas de ferro correios imprensa e minist rio Fazenda A Constitui o de 1891 reconhece pela primeira vez o direito da pessoa portadora de defici ncia estabelecendo aposentadoria a funcion rios p blicos em caso de invalidez Art 75 Segundo PEREIRA Jr at 1919 foram in meros instrumentos legislativos instituindo seguros sociais a diversas categorias de funcion rios p blicos dada as caracter sticas de Brasil agr cola e industrializa o incipiente Com o crescimento da industrializa o do pa s vivemos os mesmos problemas registrados na Revolu o Industrial jornadas de trabalho extenuantes p ssimas condi es de trabalho e aumento crescente de acidentes de trabalho Sobrev m em raz o disso o Decreto Legislativo n 3 724 de 15 de janeiro de 1919 tratando da prote o aos acidentes do trabalho logo acompanhado da edi o da Lei n 4 682 de 24 de janeiro de 1923 chamada Lei Eloy Chaves tendo esse ltimo ato legislativo criado as Caixas de Aposentadoria
202. alta do pai ou da m e estende se o benef cio previsto no 2 ao filho portador de defici ncia que o impossibilite para o trabalho dizendo assim que n o restando pai ou m e ao filho com defici ncia que o impossibilite para o trabalho ter ele direito real de habita o sobre o nico im vel residencial que o ltimo dos pais falecidos deixar impedindo a partilha real do bem enquanto perdure a impossibilidade para o trabalho em raz o da sua defici ncia Para fim de esclarecimento a habita o segundo M Helena Diniz um direito real limitado personal ssimo tempor rio indivis vel intransmiss vel e gratuito pelo qual o benefici rio est autorizado a permanecer 374 temporariamente morando com sua fam lia em im vel residencial pertencente a terceiro Direito este conferido ao filho com defici ncia pelo dispositivo referido preciso que se compreenda que o tratamento diferenciado dado ao filho com defici ncia n o implica em desaten o ao preceito do 6 do art 227 da CF 88 mas ao contr rio faz parte da pol tica de prote o s pessoas com defici ncia que a pr pria Carta Magna institui nos j referidos dispositivos constitucionais e que deve se dar tanto por meio de medidas administrativas como legislativas O objetivo da lei aqui n o favorecer um filho em detrimento de outro mas garantir moradia pessoa com defici ncia que n o tenha condi es de trabalhar para garantir se
203. ampo a atividade vinculada sem admiss o de qualquer exegese que vise afastar a garantia p trea As meras diretrizes tra adas pelas pol ticas p blicas n o s o ainda direitos sen o promessas de lege ferenda encartando se na esfera insindic vel pelo Poder Judici rio qual a da oportunidade de sua implementa o Diversa a hip tese segundo a qual a Constitui o Federal consagra um direito e a norma infraconstitucional o 127 explicita impondo se ao judici rio torn lo realidade ainda que para isso resulte obriga o de fazer com repercuss o na esfera or ament ria J no segundo julgado o qual envolve tamb m a Educa o Infantil no mesmo sentido acordaram os Ministros de que esta representa prerrogativa constitucional indispon vel que deferida s crian as a estas assegura para efeito de seu desenvolvimento integral e como primeira etapa do processo de educa o b sica o atendimento em creche e o acesso pr escola CF art 208 IV Essa prerrogativa jur dica em consequ ncia imp e ao Estado por efeito da alta significa o social de que se reveste a educa o infantil a obriga o constitucional de criar condi es objetivas que possibilitem de maneira concreta em favor das crian as de zero a seis anos de idade o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pr escola sob pena de configurar se inaceit vel omiss o governamental apta a frustrar injustamente por in rci
204. ando sua aproxima o a equipamentos e apoios pr teses rteses 28 computador etc atrav s da imunidade tribut ria como forma de incentivar a integra o social e laboral da pessoa com defici ncia 2 1 Evolu o Hist rica da Prote o Social Pessoa com Defici ncia No mbito internacional a prote o da pessoa com defici ncia prevista desde os primeiros ordenamentos jur dicos religiosos e textos hist ricos A hist ria da humanidade sempre foi marcada pela segrega o e exclus o econ mica pol tica social e cultural das pessoas com defici ncia afetando principalmente aquelas pertencentes s classes exploradas Ao longo da hist ria encontramos diferentes modelos de tratamento que evolu ram do exterm nio e abandono para institucionaliza o ou segrega o e bem recentemente para integra o e inclus o Otto Marques da Silva estuda o tratamento dispensado pessoa com defici ncia ao longo dos tempos e menciona como exemplo de aceita o e integra o as civiliza es inca os hindus e alguns povos africanos O deficiente visual teria contato com divindades e por isso eram importantes na pescaria incas e nos ritos religiosos hindus Nos prim rdios o homem n made lutava para sobreviver em meio natureza migrando em busca de alimento e abrigo em fun o desta pr tica abandonavam aqueles que n o pudessem mover se com agilidade ou que tivessem alguma diferen a que
205. anizacionais para incluir pessoas com defici ncia discrimina as As adapta es exigidas n o devem necessariamente implicar dispendiosos custos para o empregador ou perda de efici ncia do processo produtivo mas de forma detalhada a Lei enumera nos par grafos seguintes as adapta es necess rias e exig veis em face das defici ncias declaradas pelos empregados quais sejam provid ncias para que o local de trabalho se torne fisicamente acess vel aquisi o ou modifica o de equipamentos ou dispositivos reestrutura o da fun o ou modifica o da programa o de trabalho ajuste ou modifica o de materiais ou pol ticas de treinamento e a disponibiliza o de ledores ou int rpretes qualificados Segundo consigna a Ag ncia de Informa es dos Estados Unidos em 1995 apenas 28 das pessoas com defici ncia em condi es produtivas inseriam se no mercado de trabalho o que em rela o ao Brasil revela se um ndice alt ssimo Os subcap tulos Il e Ill tratam sucessivamente de transportes p blicos e de remo o de barreiras arquitet nicas em locais p blicos ou em edifica es sempre afirmando ser discriminat rio o comportamento que implique omiss o ou que seja comissivo em face de obst culos de natureza f sica para o acesso e para acomoda o de pessoas com defici ncia O subcap tulo IV cuida de disposi es gerais acerca dos efeitos da Lei prazos de vig ncia em rela o a cada direito co
206. anto serem humanos 228 de sentir agir ou amar uma pessoa e todos somos assim Agora quanto a ser um cidad o sou e tenho os mesmos direitos e deveres iguais que qualquer um Portanto perante a lei somos iguais certo Na teoria tudo divino mas passando para o nosso dia a dia as coisas n o funcionam Se vamos pegar um nibus n o h adapta o e a maioria dos motoristas para longe e quando param Da a gente espera que algu m tenha bom senso para nos ajudar e quando estamos com sorte o motorista tem paci ncia e est de bom humor Muitas vezes a situa o contorn vel entretanto isso dificilmente ocorre porque falta interesse nos empres rios em entrar em contato com uma entidade de pessoa com defici ncia para juntos elaborarem um esquema de palestras de conscientiza o e at preven o de acidentes s que mais barato deixar humilhar a pessoa com defici ncia a mulher e o idoso J dentro do nibus torcer pro lugar que nos destinado estar vago De canto de olho voc observa uma m e que fala pro filho Tire o olho dele menino feio ficar olhando E a pergunta vem na minha cabe a ser que eu sou feio Ou feio ser deficiente E a crian a que tudo quer aprender pergunta para a m e Por que ele assim A m e fala Ele dod i porque teimava muito com sua m e E n o fica mexendo com ele se referindo a cadeira de rodas Voc comenta consigo Mas n o sou dod i e sempre fui um
207. aos trilhos das decis es econ micas e se por um lado implicam uma certa ren ncia soberania territorial acabam por outro dialeticamente fortalecendo a justamente porque imp e aos Estados Membros condutas m nimas a partir das estrat gias fixadas pelos dirigentes coletivos O Conselho Europeu costuma estabelecer anualmente um conjunto de orienta es que fixam prioridades comuns e objetivos individuais para as pol ticas de emprego dos Estados Membros O objetivo geral abrange a cria o de empregos melhoria da respectiva qualidade facilidades para o equil brio entre as exig ncias profissionais e a vida familiar promo o de um envelhecimento ativo e garantia de que a ra a o sexo ou a defici ncia n o limitem as oportunidades de emprego no quadro da economia formal O processo de implanta o e de acompanhamento dessas diretrizes executado por cada governo e toma por refer ncia cem indicadores desde os principais ndices econ micos Produto Interno Bruto PIB n veis de crescimento e de emprego s possibilidades de interrup o de carreira e assist ncia aos filhos A Uni o Europ ia faz quest o de preservar suas tradi es concernentes as garantias de cidadania o que trouxe aos pa ses menos desenvolvidos uma s rie de exig ncias que acarretaram melhoria geral nas condi es de vida das respectivas popula es A pol tica laboral compreende medidas que asseguram condi es gerais de trabalho di
208. arece que sempre ser uma quest o controversa 12 3 2 A Lei n 7 853 de 24 de outubro de 1989 A lei n 7 853 89 estabeleceu normas gerais que asseguram o pleno exerc cio dos direitos individuais e sociais das pessoas com defici ncia e sua efetiva integra o social Na aplica o e interpreta o desta lei devem ser considerados os valores b sicos da igualdade de tratamento e oportunidade da justi a social do respeito dignidade da pessoa humana do bem estar e outros indicados na Constitui o ou justificados pelos princ pios gerais de direito Os dispositivos desta lei visam a garantir s pessoas com defici ncia as a es governamentais necess rias ao seu cumprimento e das demais disposi es constitucionais e legais que lhes concernem afastadas as discrimina es e os preconceitos de qualquer esp cie e entendida a mat ria como obriga o nacional a cargo do Poder P blico e da sociedade As a es governamentais necess rias ao cumprimento da lei de que fala seu pr prio texto n o s o apenas os atos praticados pelo Poder P blico diretamente a beneficiar a pessoa com defici ncia mas a fiscaliza o pelo Poder P blico de que a norma est sendo cumprida pelo particular Assim n o apenas a atribui o do Poder P blico construir rampas ou adaptar edif cios p blicos por exemplo mas determinar e fiscalizar a adapta o dos edif cios privados 273 No art 1 1 da referida Le
209. arte especial na maioria dos casos configurando exce o e raridade dispositivos que estabele am normas espec ficas elas Percebe se que somente alguns rar ssimos dispositivos fazem refer ncia pessoa com defici ncia de forma bem peculiar pois na maioria dos casos fixa regras referentes capacidade para o exerc cio dos atos da vida civil limitando se a atender aos interesses das pessoas com defici ncia intelectual doen a mental e at mesmo apresentando alguma forma de discrimina o em alguns artigos Destes 2 046 artigos o que mais se adequa prote o das pessoas com defici ncia o art 950 e seu par grafo nico e tamb m o 951 Como vimos s o pouqu ssimos os artigos do C digo Civil que se prestam a favorecer a pol tica de prote o das pessoas com defici ncia em reconhecimento sua condi o de hipossufici ncia favorecendo sua integra o e inclus o social ativa no mais recente instrumento legislativo promulgado pelo ordenamento jur dico brasileiro Ap s uma breve conclus o de cada cap tulo desta tese conclu mos finalmente que no mbito internacional a preocupa o com a prote o da pessoa com defici ncia vem desde os primeiros ordenamentos jur dicos religiosos e textos hist ricos Preocupa o esta que n o foi o suficiente pois a hist ria da humanidade nos mostra que esta pessoa sempre foi segregada e exclu da econ mica pol tica social e culturalmente Princi
210. as defini es Investir na acessibilidade das pessoas com defici ncia n o acarretariam um nus desproporcional ao poder p blico e privado em compara o com o investimento em grandiosas constru es seria um ajuste razo vel T o importantes s o estes ajustes razo veis que neg los classificado como forma de discrimina o na Conven o da ONU retro citada Abrange todas as formas de discrimina o inclusive a recusa de adapta o razo vel Diante deste caos legislativo extremamente ineficaz e burocr tico uma alternativa coerente seria um aperfei oamento legislativo priorizando se os princ pios gerais permitindo se a constru o da solu o jur dica em fun o das peculiaridades do caso concreto em detrimento desta enorme produ o legislativa cara inoperante e de duvidosa efic cia social A constru o de um direito vivo comunit rio n o depende da legisla o oficial de decis es judiciais e nem da ci ncia do direito mas sim de ser complementado pelas condi es reais da vida cotidiana cuja efic cia encontra suporte na din mica social materializada pela a o dos movimentos sociais contempor neos O grande desafio da proposta pluralista a motiva o para repensar a racionalidade n o como algo acabado imodific vel mas sim como algo em constante constru o e em intera o com a din mica social caracterizada pela coexist ncia das diferen as e em sintonia com uma diversidade
211. as raz es que a partir dos anos 80 viabilizaram o Direito Internacional em prol das pessoas com defici ncia bem como as normas de a o afirmativa que vieram pelo Judici rio nos pa ses da Comonn Law e pelas leis nos pa ses do Direito codificado A pr pria constru o do conceito de igualdade formal igualdade substancial igualdade real acompanha a implementa o de formas de combate discrimina o discriminando inclusive positivamente determinados grupos que foram historicamente exclu dos do acesso cidadania Assim no primeiro cap tulo trataremos da delimita o conceitual da Pessoa com Defici ncia sua terminologia correta bem como as defici ncias tuteladas pela legisla o Brasileira No segundo cap tulo enfatizaremos a prote o social da Pessoa com Defici ncia e sua evolu o hist rica at os dias atuais A hist ria da humanidade registra desde os tempos mais remotos a exist ncia de Pessoas com Defici ncia uma trajet ria marcada pela discrimina o e pelo preconceito certo que as mudan as experimentadas pela sociedade com o passar dos s culos n o foram suficientes para eliminar o preconceito e a exclus o sendo 15 necess rio estabelecer por meio de leis regras que pudessem buscar a igualdade entre as pessoas com defici ncia ou n o No entanto estas normas por si s tamb m n o garantiram a efetividade da igualdade dadas as caracter sticas constitutivas da
212. ass veis portanto de emenda No mesmo sentido Paulo BONAVIDES ensina que em obedi ncia aos princ pios fundamentais que emergem do T tulo Il da Lei Maior faz se mister em boa doutrina interpretar a garantia dos direitos sociais como cl usula p trea e mat ria que requer ao mesmo passo um entendimento adequado dos direitos e garantias individuais do art 60 Acrescente se a este o argumento de que o caput do dispositivo constitucional em comento estabelece o chamado princ pio da norma mais favor vel art 7 CF 88 s o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social Segundo Am rico PL RODRIGUEZ o princ pio em tela assume tr s fei es distintas Interpretativa referente interpretac o da lei no sentido de que qualquer d vida sobre um texto trabalhista deve ensejar interpretac o mais favor vel ao trabalhador Aplicac o da lei concernente a conflito de regras trabalhistas quando prevalecer mais uma vez a regra mais ben fica ao mesmo trabalhador Cria o das leis princ pio que impede a promulga o de regras que acarretem perdas supress es de direitos Esta ltima faceta do princ pio da norma mais favor vel vem expressa na norma constitucional supra e segundo Ana Paula de BARCELLOS encontra eco na doutrina constitucionalista sob a gide do princ pio da veda o do retrocesso que se constitui cria o dout
213. atingimento m nimo ao princ pio desprezado J J GOMES CANOTILHO tamb m aborda a quest o dos sub princ pios decorrentes da proporcionalidade Para CANOTILHO h o sub princ pio da adequac o segundo o qual os meios empregados pela lei devem ser adequados finalidade proposta H ainda o sub princ pio da necessidade segundo o qual havendo diversas op es adequadas caber ao int rprete optar pela op o menos gravosa aos demais direitos e interesses tutelados pelo sistema jur dico Por fim h o sub princ pio da proporcionalidade em sentido estrito o qual preconiza ainda que o meio seja adequado e necess rio h a necessidade de que as vantagens auferidas superem as desvantagens ocasionadas ao sistema sob pena de n o ultrapassar o crivo da proporcionalidade Suzana de Toledo BARROS em sua obra acerca do tema tamb m manifestou posi o mais sintonizada com o pensamento do constitucionalista portugu s acima citado reconhecendo expressamente os sub princ pios da adequa o necessidade e proporcionalidade em sentido estrito Real ando o car ter instrumental do princ pio da proporcionalidade novamente Rizzatto NUNES em coerente an lise entende que este princ pio deriva diretamente do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana Tal assertiva corrobora nosso modesto posicionamento acerca da condi o de valor m ximo atribu do dignidade humana GOMES CANOTILHO Jos Joaquim Direi
214. b a tica contempor nea do humanismo n o atende aos interesses elementares da popula o exclu da PARAN BRASIL Tribunal de Justi a Apela o c vel n 130321 5 de Goioer PR Data 28 mar o 2003 Relator Des Milani de Moura Dispon vel em lt http www tj pr gov br consultas judwin ResultCodigo asp Codigo 2142288 Selecionar x 58S elecionar y 4 gt Acesso em 17 marco 2009 146 Recorremos novamente li o sempre atualizada de Ana Paula de BARCELLOS que defende postura intransigente do Judici rio na promo o da dignidade humana em seu n cleo essencial Com nfase na quest o do acesso Justi a deve se promover intensa reflex o acerca das op es governamentais dentro do enfoque do m nimo existencial A revers o do alto grau de exclus o social somente se dar quando o foco de prioridade for direcionado com mais nfase para as pessoas com defici ncia que infelizmente em sua maioria encontram se nas camadas mais carentes da popula o n o apenas por atitudes repressivas que se limitam a enfrentar o problema j existente mas por pol ticas preventivas s rias da inclus o social que tenham por objetivo b sico de gerar oportunidades Ainda defendemos mais seriedade na educa o para as pessoas com defici ncia para que o acesso a essa possibilidade os torne cidad os mais esclarecidos Sendo conhecedores de seus direitos consequentemente ser o mais ativos ou seja fiscalizar o ma
215. be se claramente a aplica o de crit rios de conten o do uso indiscriminado da dignidade humana evitando se a completa banaliza o de t o importante princ pio No primeiro julgado o egr gio tribunal negou provimento apela o c vel em rela o de consumo envolvendo atraso no v o de transporte a reo Afirmando que o que ocorreu foi mero aborrecimento concluindo que o dano moral era inexistente O atraso no v o e os transtornos dele decorrentes mesmo que indevidos configuram se dissabor do dia a dia n o fugindo normalidade Esta situa o n o configura uma agress o dignidade humana N o houve um menoscabo subjetividade da autora tanto que chegou inc lume ao seu destino porque diligentemente agiu a empresa demandada No segundo julgado o mesmo tribunal deu provimento apela o c vel de um laborat rio que estava sendo r u de uma a o condenat ria de obriga o de fazer cumulada com pedido indenizat rio por danos morais e materiais por troca de nome em exame laboratorial mas com diagn stico correto Os julgadores acordaram que no caso concreto a falha no servi o prestado n o teve repercuss o relevante na esfera moral do consumidor tratando se de transtorno involunt rio que n o alcan ou o limiar necess rio a justificar repara o pecuni ria Enfoque do caso sob o prisma constitucional a partir do que se verifica inexistir agress o dignidade humana em face da pessoa do autor
216. ber den ncias sobre empresas que violam as normas legais A UERP tamb m respons vel por identificar empresas benefici rios reabilitados e pessoas com defici ncia habilitadas para que se efetive a fiscaliza o do cumprimento de cotas No corpo dessa OS encontra se um texto que muitas vezes utilizado por empresas para justificar a inexist ncia ou o n o preenchimento das vagas destinadas s pessoas com defici ncia O item 6 2 diz A empresa cujo quadro de recursos humanos j esteja preenchido sem no entanto atender ao percentual de reserva de vagas que se refere o item 04 promover o 278 preenchimento do mesmo de forma gradativa a medida em que surjam as vagas Esse item deve ser assim interpretado nos casos de inexist ncia de vaga n o resulta violado o art 93 da Lei n 8 213 91 desde que a empresa tenha criado pol ticas espec ficas voltadas para a contrata o de pessoas com defici ncia na medida em que forem abertas vagas no quadro de pessoal 12 3 6 Lei n 9 867 de 10 de novembro de 1999 A Lei cria as Cooperativas Sociais com a finalidade de inserir pessoas em desvantagem no mercado de trabalho O conceito de pessoas em desvantagem inclui deficientes f sicos e sensoriais deficientes ps quicos e mentais pessoas que necessitam de acompanhamento psiqui trico permanente e os egressos de hospitais psiqui tricos dependentes qu micos os egressos de pris es os condenados
217. berto GIAC IA tamb m defende de forma categ rica o exaurimento do modelo tradicional de direito e reconhece uma crise sem precedentes do pacto social Vejamos seu posicionamento em recente artigo jur dico O direito positivo da forma como se encontra apenas vem permitindo a perpetua o das elites dominantes no poder O direito fornecido pelo Estado via de regra feito pela e para a elite raz o pela qual possui alto grau de segrega o social em n tido confronto com o ideal de Justi a valendo aqui relembrar a quest o dos usu rios das universidades p blicas no Brasil A demonstra o real de limita o da doutrina positivista especialmente pelo emblem tico exemplo do julgamento de Nuremberg fez surgir a necessidade de se repensar a rela o entre direito e sociedade Dentro deste contexto n o se poderia repensar esta rela o entre o direito e a sociedade sem uma profunda an lise revisional do sistema regente desta mesma sociedade Assim defendemos a flexibiliza o de alguns dogmas capitalistas que devem ser relativizados humanizados e redirecionados sob a tica da solidariedade Ainda dentro desta perspectiva pluralista absolutamente contr ria aos conceitos prontos e est ticos defendemos uma maior intera o entre Estado mercado sistema legal partidos pol ticos imprensa clubes de servi o GIAC NIA Gilberto Justi a e dignidade Argumenta Revista do Programa de Mestrado em Ci
218. bilidade de positiva o de direitos fundamentais absolutamente n o retira a enorme import ncia de se fazer constar expressamente tais direitos nas Constitui es Particularmente entendemos que a consagra o de tais direitos fundamentais cuja express o m xima se materializa no princ pio da dignidade humana representa expressivo avan o no processo de consolida o da democracia e da pr pria inclus o social H uma obra que nos despertou a aten o pelo nome durante as diversas andan as por livrarias Holocausto Brasileiro Na referida obra muito mais social do que jur dica seu autor um jornalista advoga a tese de que 161 nosso pa s vive um verdadeiro holocausto social sugere o n mero de 65 milh es de menores abandonados sendo 25 milh es drogados armados e prostitu dos Tal assertiva tem por si s um grande m rito ainda que n o se possa provar a veracidade total desta forte afirma o seguramente nos faz refletir nos convoca introspec o Esta dura realidade nos remete ao tema do controle da natalidade verdadeiro tabu neste pa s j por n s rapidamente abordado Mas uma virtude esta frase j tem Ela comprova que o instituto da legitimidade excepcional mais do que simplesmente necess rio mas emergencial Comprova ainda que a inclus o social j n o pode ser deixada de lado A gua j est no pesco o Neste momento os operadores do direito s o convidados a enfrenta
219. bjetivo do cidad o necessitado a exigir do Estado pela via do Judici rio determinada presta o positiva Para uma melhor compreens o deste m nimo existencial faz se necess rio o desenvolvimento da id ia de linha imagin ria da dignidade que serviria de par metro segundo a qual todo cidad o que estivesse abaixo desta linha estaria em situa o de n o dignidade e os que estivessem acima estariam em situa o de sim dignidade Neste sentido e em sintonia com o t pico anterior as pessoas que estivessem abaixo desta linha imagin ria poderiam dentro do n cleo m nimo pleitear ao Estado judicialmente o imediato restabelecimento de suas dignidades Considerando se o alto grau de exclus o em nossa sociedade e a exist ncia de milh es de brasileiros com defici ncia ou n o vivendo na indig ncia considerando se a dignidade humana como valor m ximo e a id ia de n cleo m nimo idealizamos a proposta de um novo instituto jur dico chamado de legitimidade excepcional Tal instituto permitiria a qualquer cidad o independentemente de quaisquer formalidades jur dicas a postula o judicial frente ao Estado para o imediato restabelecimento da dignidade de determinada pessoa que estivesse abaixo da linha imagin ria da dignidade 389 Para aqueles que se espantam com a inova o idealizamos um paralelo com a figura j conhecida do habeas corpus Admite se a possibilidade de qualquer cidad o impe
220. bom filho E isso t o enraizado na nossa cultura que a pessoa com defici ncia dod i que n o se pode tocar mexer ou falar com ele e a crian a cresce com isso com essa barreira com a vis o de que o deficiente culpado por ser torto cego surdo Quando na verdade esta barreira esse imagin rio deveriam acabar Mas esse enraizamento t o antigo e profundo que tira at o direito de amarmos de fazermos sexo como se fossemos assexuados Posso citar como exemplo um padre que apareceu num programa jornal stico que n o queria dar o direito ao matrim nio a uma pessoa com defici ncia alegando que o casamento deve gerar frutos Mas como pode ele julgar isso se vive no tormento da mente lutando contra este sentimento Se escondendo atr s da desculpa de amar toda a humanidade e rejeita o casamento de uma pessoa com defici ncia Chega por fim a hora de descer do nibus Depois de toda a confus o de a n o pode pegar segura aqui olha minha roupa E por sorte n o cair A vem 229 o primeiro obst culo um carro estacionado na frente da rampa mais adiante uma rampa muito inclinada e o pior n o h banheiros p blicos adaptados Tentava buscar um emprego logo na primeira empresa que precisa de um funcion rio voc entra e bem recebido tira de uma pasta uma sequ ncia incr vel de cursos que infelizmente s o in teis Seus cursos de computa o est o ultrapassados voc nunca trabalhou n o te
221. bservados tais como rea de manobra rea de transfer ncia e rea de aproxima o 250 12 CONSIDERA ES ESPECIAIS AO AMPARO LEGAL E JURISPRUDENCIAL DO APROVEITAMENTE DA CAPACIDADE LABORAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA A Constitui o Federal promulgada em 05 de outubro de 1988 foi um marco para os direitos sociais no Brasil entre eles a prote o daqueles grupos considerados em condi o de vulnerabilidade em posi o desvantajosa quer por quest es raciais s cio econ micas ou por possuir algum tipo de defici ncia 12 1 Integra o das Pessoas com Defici ncia no Mercado de Trabalho Bem antes do desemprego que assola o pa s proveniente das crises econ micas o direito ao trabalho j era negado grande maioria das pessoas especiais por preconceito ignor ncia e discrimina o Acreditamos que a exclus o tem in cio j no sistema educacional pois as institui es de ensino n o est o abertas para acolher e lidar com as necessidades espec ficas das pessoas com defici ncia Explicando melhor as crian as e jovens podem frequentar as escolas p blicas mas se elas n o oferecem condi es de acesso se n o desenvolvem m todos de ensino n o se pode afirmar que lidam direta e efetivamente com a inclus o Disso resulta uma das maiores dificuldades para a inser o no mercado de trabalho a baixa ou nenhuma qualifica o profissional Assim expressivo o contingente de pessoas especiais cegos
222. bsolutamente evidenciado o esgotamento e a inefic cia do monismo normativista caracter stico de um estado centralizador e de um judici rio excludente e elitizado muito pouco ousado e via de regra chancelador da vontade das elites Este modelo tradicional de direito idealizado em um contexto hist rico social deveras ultrapassado enquanto produ o normativa de uma estrutura pol tica unit ria tende a ocultar o comprometimento e os interesses capitalistas da burguesia enriquecida atrav s de suas convenientes caracter sticas de generalidade abstra o e impessoalidade A esse respeito oportuna a transcri o de mais uma li o de Wolkmer camadas sociais exploradas utiliza contra o antigo regime absolutista Acontece que no in cio o liberalismo assumiu uma forma revolucion ria marcada pela liberdade igualdade e fraternidade que favorecia tanto os interesses individuais da burguesia enriquecida quanto os de seus aliados economicamente menos favorecidos Mais tarde contudo quando o capitalismo come a a passar fase industrial a burguesia a elite burguesa assumindo o poder pol tico e consolidando seu controle econ mico come a a aplicar na pr tica somente os aspectos da teoria liberal que mais lhe interessam denegando a distribui o social da riqueza e excluindo o povo do acesso ao governo Ademais menciona Lanzoni o liberalismo oferece situa es amb guas em quase todos os seus asp
223. ca processual possui rela o direta com o grau de efic cia do sistema jur dico brasileiro Deste contexto emerge como voz un ssona no meio jur dico a conclus o de que algo precisa ser feito no sentido de se promover a inclus o social WOLKMER complementa nosso pensamento Um modelo r gido e est tico de direito n o mais se ad qua ao mundo contempor neo e excessiva velocidade das informac es A din mica da sociedade do s culo XXI afigura se absolutamente incompat vel com um sistema dogm tico positivista e com um Judici rio excessivamente formalista e meramente chancelador da vontade das elites materializada nas leis Aqui contudo h que se fazer uma ressalva se por um lado grande parte do Judici rio brasileiro ainda aplica o culto legalidade estrita por outro uma grande e crescente parte deste mesmo Judici rio tem cada vez mais flexibilizado os rigores da lei em benef cio de uma jurisdi o inclusiva e por que n o emancipat ria Os julgados referidos neste trabalho demonstram claramente esta nova e confortante tend ncia WOLKMER Antonio Carlos op cit p 66 Agora no entanto o positivismo jur dico dogm tico comeca a vivenciar uma profunda crise por permanecer rigorosamente preso legalidade formal escrita e ao monop lio da produ o normativa estatal afastando se das pr ticas sociais cotidianas desconsiderando a pluralidade de novos conflitos coletivos de massas desprezando
224. cadas pelo Estado com expressa determina o de presta es positivas com alicerce constitucional BARCELLOS Ana Paula de op cit p 209 124 J J Gomes CANOTILHO tamb m defende a flexibiliza o da vis o oitocentista da separa o de poderes em sintonia com a melhor doutrina constitucionalista Defendemos portanto a id ia de que a separac o de poderes n o pode ser vista como um fim em si mesma esta concepc o deve ser funcionalizada luz da nova din mica constitucional luz das novas pr ticas da sociedade contempor nea A ess ncia da separa o de poderes exatamente servir de instrumento para a protec o dos direitos do homem e para a promoc o da dignidade N o teria assim qualquer l gica que o instituto da separac o dos poderes instrumento inviabilizasse a dignidade humana e sua promo o fim Retomando temos que pela regra do m nimo existencial torna se poss vel identificar ou estabelecer um padr o m nimo necess rio para se idealizar uma linha imagin ria da dignidade Assim abaixo desta linha qualquer pessoa estaria em condi es atentat rias sua pr pria dignidade e a partir deste momento passaria a ser titular de um direito subjetivo de exigir judicialmente o pronto restabelecimento de sua dignidade Seria o desej vel mas na pr tica n o o que ocorre Dentro deste contexto seria l cito ao Judici rio provocado por a o civil p blica proposta pelo Minist rio
225. capacidade intelectual e laboral como instrumentos de inclus o social das pessoas com defici ncia e n o apenas letra morta com leis eficientes mas n o eficazes 410 BIBLIOGRAFIA ALEXY Robert Teor a de los Derechos Fundamentales Madrid Centro de Estudios Pol ticos y Constitucionales 2002 ALEXY Robert Colis o de direitos fundamentais e realizac o de direitos fundamentais no estado de direito democr tico Revista de Direito Administrativo Rio de Janeiro n 217 1999 pp 67 79 ALEXY Robert Teor a de la argumentaci n jur dica Madrid Centro de Est dios Constitucionales 1989 ALVES Cleber Francisco O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana o enfoque da doutrina social da igreja Rio de Janeiro Editora Renovar 2001 ARA JO Ant nio de Cidad os Portadores de Defici ncia O seu lugar na Constitui o da Rep blica Editora Coimbra 2001 ARA JO Luiz Alberto David A prote o constitucional das pessoas portadoras de defici ncia 2 ed Bras lia CORDE 1994 ARRUDA ROZO CURY Vera de Introdu o forma o jur dica no Brasil Campinas Edicamp 2002 ASSIS Olney Queiroz amp PUSSOLI L Pessoas portadoras de defici ncia direitos e garantias S o Paulo Editora Edipro 1992 ASSIS Olney Queiroz amp PUSSOLI L amp LACERDA V A Pessoas portadoras de defici ncias garantia constitucionais S o Paulo Editora L men 1995
226. ceit lo que forne a um carro sem a obriga o de d lo coberto n 5 Emanuel Bouzon nas cartas de Hamurabi traz o caso de uma pessoa com defici ncia auditiva que havia sido roubada na cidade de Nippur Hamurabi determina pela carta que seja convocado o ladr o instaurado o processo e restitu da a cevada ao mesmo O primeiro legislador da ndia de nome Manu na est ncia 394 do livro VIII de suas leis determina que O cego o deficiente o paral tico o septuagen rio o homem que presta bons servi os s pessoas muito versadas 14 FONSECA Ricardo Tadeu Marques da Idem 15 ASSIS Olney Queiroz O Estado e as Pessoas Portadoras de Defici ncias disponivel em lt http www advogado com index1a htm gt acesso em 20 fev 2007 32 na Sagrada Escritura n o devem pelo rei ser obrigados ao pagamento de imposto algum As religi es tamb m impuseram modos de tratamento das pessoas com defici ncia Uma das mais antigas culturas religiosas o Juda smo nascida com o povo hebreu abordou a exist ncia das pessoas com defici ncia atrav s dos escritos de Mois s Para os seguidores desta cultura religiosa tanto a doen a cr nica quanto a defici ncia f sica ou mental e mesmo qualquer deforma o por menor que fosse indicava certo grau de impureza ou de pecado A elas era vedado praticar ou conduzir cerim nias religiosas Homem algum da linhagem de Abra o o sacerdote que for de
227. ci ncia consequ ncia de defici ncia anterior ou percep o de defici ncia presente ou passada que tenha o efeito ou prop sito de impedir ou anular o reconhecimento gozo ou exerc cio por parte das pessoas portadoras de defici ncia de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais explicita ademais que n o constitui discrimina o a diferencia o ou prefer ncia adotada pelo Estado Parte para promover a integra o social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de defici ncia desde que a diferencia o ou prefer ncia n o limite em si mesma o direito igualdade dessas pessoas e que elas n o sejam obrigadas a aceitar tal diferencia o ou prefer ncia e finalmente que nos casos em que a legisla o interna preveja a declara o de interdi o quando for necess ria e apropriada para o seu bem estar esta n o constituir discrimina o art Refor a no art Il a afirma o de seu objetivo categ rico de eliminar e de prevenir qualquer forma de discrimina o contra as pessoas com defici ncia e de propiciar a sua plena integra o sociedade O art Ill fixa as diretrizes para que os objetivos acima tra ados implementem se nos seguintes termos Artigo Ill Para alcan ar os objetivos desta Conven o os Estados Partes comprometem se a 1 Tomar as medidas de car ter legislativo social educacional trabalhista ou de qualquer outra natureza que sejam necess ria
228. ci ncia entendendo assim que o tema nacional e estadual e n o de interesse local 27 Carta aprovada pela Assembl ia Geral da Rehabilitation International em Londres 09 de setembro de 1999 264 A Constitui o no art 37 VIII reserva vagas aos portadores de defici ncia para ingresso no servi o p blico atrav s de concursos N o trata da iniciativa privada que mereceu lei ordin ria espec fica para tratar da reserva de cotas O art 203 inciso IV inclui entre os deveres da assist ncia social a habilita o e reabilita o das pessoas portadoras de defici ncia e a promo o de sua integra o vida comunit ria um avan o pois at ent o o acesso habilita o e reabilita o era permitido apenas aos segurados O inciso V do mesmo artigo disp e que os deficientes e idosos incapazes de se manter pelo pr prio trabalho ou por aux lio da fam lia ter o direito a uma renda mensal vital cia equivalente a um sal rio m nimo mediante regulamenta o de norma espec fica que veio pela Lei n 8 742 de 07 de dezembro de 1993 art 21 inciso V arts 20 21 e par grafos A es no sentido de criar uma jurisprud ncia para casos semelhantes fazem parte do jur dico O Supremo Tribunal Federal determinou que o INSS pagasse um sal rio m nimo mensal de pens o para um portador de paralisia cerebral A decis o do ministro Ricardo Lewandowski O INSS recorreu ao Supremo contra a d
229. ci ncia no sentido de incentivar o debate a respeito do assunto Nessa confer ncia chegou se seguinte conclus o a pol tica em prol do emprego das pessoas com defici ncia deve incluir v rios instrumentos tais como as diretrizes o Fundo Social Europeu o di logo social e ainda propostas com o objetivo de lutar contra as discrimina es do mercado de trabalho e contra a exclus o social al m de uma abordagem global no mbito comunit rio a igualdade de oportunidades das pessoas com defici ncia implica a institui o de uma verifica o mais apropriada para responder aos fatores inerentes a certas desvantagens pr prias dessas pessoas a abordagem global deve basear se muito mais no princ pio da igualdade de direitos e nos princ pios de n o discrimina o que na prote o social das pessoas com defici ncia A consequ ncia mais significativa da Conven o de Dresden consagrou se no reconhecimento por parte do Conselho Europeu de que os Estados Membros despenderam esfor os frut feros para a inclus o das pessoas com 338 defici ncia no emprego Concluiu o Conselho ent o pela conveni ncia de estimular tais esfor os que se revelaram imprescind veis Indicou para tanto as seguintes linhas estrat gicas Promover mais oportunidades de emprego para pessoas com defici ncia e desenvolver abordagens positivas e preventivas adequadas as suas pol ticas nacionais em colabora o com os parceiros sociais e com
230. cia em tempo integral e ou para a forma o profissional com a redu o de 50 das cotas patronais da seguridade social respectivas interessante destacar guisa de conclus o do estudo do direito espanhol a doutrina de Ricardo ESTEBAN LEGARRETA Segundo este autor o Direito laboral na Espanha no final do s culo XX atravessava um processo de flexibiliza o e de desregulamenta o acentuado mas em contrapartida traduzia uma aten o especial a determinados grupos de trabalhadores e empregadores que merecessem tratamento diferenciado no tocante contrata o individual As pessoas com defici ncia certamente inclu am se nesse rol e com efeito t m por for a do art 49 da Constitui o o direito a presta es estatais peculiares de compensa o concernentemente empregabilidade Essas compensa es dizem respeito n o apenas aos contratos individuais mas sobretudo pr pria garantia do direito ao trabalho no mbito geral da cidadania espanhola Tal posicionamento justifica a edi o de uma norma especial de emprego ao cidad o com defici ncia a qual isenta se de car ter discriminat rio Prossegue discutindo o direito ao trabalho Reconhece que se trata de um direito complexo pois decorre de uma s rie de circunst ncias f ticas favor veis ou adversas e tamb m do direito subjetivo do empregador de empregar ou n o Desenvolve assim seu estudo enveredando por duas vertentes que jorram da an lise
231. cia humana e os direitos civis que pertencem ao ser humano enquanto participante de uma coletividade social civil Direitos pol ticos seriam aqueles direitos decorrentes da cidadania e podem ser segmentados em direitos pol ticos positivos e negativos Os direitos pol ticos positivos concedem ao cidad o o poder de participar da vida pol tica do pa s por meio de diferentes formas atrav s de voto o plebiscito referendo a iniciativa popular de leis e por meio da propositura de a o popular Os direitos pol ticos negativos tamb m conhecidos como direito de elegibilidade permitem ao cidad o candidatar se a cargos p blicos em elei es representando o povo Para o grande mestre Jos Afonso da Silva os direitos fundamentais correspondem a situa es jur dicas subjetivas de vantagem sem as quais o ser humano n o se realiza n o convive e s vezes nem mesmo sobrevive e as mesmas s o dotadas de efic cia jur dica mediante reconhecimento formal e efetividade material em favor de seu titular Para Paulo Bonavides os direitos fundamentais devem criar e manter os pressupostos elementares de uma vida na liberdade e na dignidade humana eis o que os direitos fundamentais almejam Neste diapas o afirma ilustr ssimo Professor Guilherme Braga Pen de Moraes os direitos fundamentais s o direitos ou posi es jur dicas subjetivas asseguradoras de um campo de a o pr prio e livre impondo absti
232. cial alicer ado em algo muito maior do que apenas a complexidade do mundo jur dico contempor neo Neste contexto importante que se diga que n o defendemos uma ruptura com a ordem vigente mas apenas a necessidade de sua readequa o s novas necessidades da vida contempor nea Entendemos a proposta pluralista emancipat ria como um vetor para a promoc o da inclus o social como uma alternativa leg tima de se ampliar o rol de oportunidades a todos Ademais na medida em que se permite o alargamento dos centros produtores de valores jur dicos cria se condi o para que grupos marginalizados e exclu dos possam ter vez e voz na sociedade Pluralismo jur dico e pr ticas emancipat rias representam na ess ncia um grito pela igualdade de oportunidades a todos os cidad os Assim os alicerces para uma sociedade mais justa t m como pressupostos b sicos uma educa o estatal de qualidade e acess vel a todos e uma atua o estatal compensat ria em favor dos exclu dos justamente para garantir esta igualdade de oportunidades B rbara HUDSON complementa a quest o abordando a justi a reflexiva deixando evidente que a verdadeira promo o da inclus o das pessoas com defici ncia somente ocorrer quando as peculiaridades do caso concreto 157 MALISKA Augusto op cit p 17 No entendimento aqui esbo ado o pluralismo jur dico n o contempla por si s a complexidade das rela es jur dicas da atualidade sendo nece
233. cias representantes dos Estados provedores e gerentes de servicos ativistas de direitos legisladores e advogados Nesta declara o fica disposto que as Pessoas com Defici ncia Intelectual assim como outros seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos A defici ncia intelectual assim outras caracter sticas humanas constitui parte integral da experi ncia e da diversidade humana A defici ncia intelectual entendida de maneira diferenciada pelas diversas culturas o que faz com a comunidade internacional deva reconhecer seus valores universais de dignidade autodetermina o igualdade e justi a para todos Os Estados t m a obriga o de proteger respeitar e garantir que todos os direitos civis pol ticos econ micos sociais e culturais e as liberdades das pessoas com defici ncia intelectual sejam exercidos de acordo com as leis nacionais conven es declara es e normas internacionais de Direitos Humanos Os Estados t m a obriga o de proteger as pessoas com defici ncias intelectuais contra experimenta es cient ficas ou m dicas sem um consentimento informado ou qualquer outra forma de viol ncia abuso desempenho da atividade esta pr tica proibida n o obstante a aus ncia de inten o discriminat ria por parte do empregador 2 o Estatuto n o interdita o uso de teste ou mecanismos de avalia o mas pro be que se lhes d uma for a decisiva a menos que eles comprovadam
234. cionar o problema O ponto de vista da liberdade deve ser visto como perspectiva norteadora do processo de desenvolvimento SEN Amartya Desenvolvimento como liberdade S o Paulo Companhia das Letras 2000 p 10 Dentro desta vis o a colabora o de AMARTYA SEN A expans o da liberdade vista por esta abordagem como o principal fim e o principal meio do desenvolvimento O desenvolvimento consiste na elimina o de priva es de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condi o de agente A elimina o de priva es de liberdades substanciais argumenta se aqui constitutiva do desenvolvimento 121 Retornando ao m nimo existencial pretendeu a doutrina especializada no tema restringir a aplicabilidade da dignidade humana em termos de direitos subjetivos a um n cleo m nimo necess rio em que est o contempladas todas as exig ncias m nimas capazes de se conferir dignidade a qualquer pessoa Assim ao reduzir a possibilidade de incid ncia esta constru o doutrin ria colabora para que n o se banalize o princ pio da dignidade humana evitando se seu uso indiscriminado e sem crit rios Por outro lado tenta otimizar a quest o or ament ria ao defender sua incid ncia em seara restrita evitando se o colapso or ament rio causado por decis es judiciais Em recentes julgados do Tribunal de Justi a do Estado do Rio Grande do Sul perce
235. configura como pressuposto para a inclus o social destas pelo princ pio da dignidade humana disposto na Constitui o Federal Brasileira sendo este mais subjetivo 22 Entrevista realizada com P G S 29 anos parapl gico desde os 5 anos na cidade de Porto Alegre em 29 de julho de 2004 230 11 1 Acessibilidade A acessibilidade possui relevante import ncia constituindo um dos princ pios gerais da Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 sendo reservado por esta um artigo espec fico que amplamente trata sobre este tema Artigo 9 Acessibilidade 1 A fim de possibilitar s pessoas com defici ncia viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida os Estados Parte tomar o as medidas apropriadas para assegurar s pessoas com defici ncia o acesso em igualdade de oportunidades com as demais pessoas ao meio f sico ao transporte informa o e comunica o inclusive aos sistemas e tecnologias da informa o e comunica o bem como a outros servi os e instala es abertos ao p blico ou de uso p blico tanto na zona urbana como na rural Essas medidas que incluir o a identifica o e a elimina o de obst culos e barreiras acessibilidade ser o aplicadas entre outros a a Edif cios rodovias meios de transporte e outras instala es internas e externas inclusive escolas resid ncias instala es m dicas e local de t
236. constru es doutrin rias acima alinhadas resta ineg vel que a inclus o dos direitos trabalhistas nas constitui es calca o primeiro passo para a pr pria consagra o dos direitos sociais que se consolidou a partir da segunda metade do s culo passado A fundamentalidade social e jur dica desses direitos celebra diretamente a dignidade da pessoa enquanto produtora de for a de trabalho for a esta que incorporada ao processo econ mico por esse apropriada mas n o desfigurada visto que se traduz como for a humana A primeira gera o ou dimens o dos direitos fundamentais estaria associada liberdade dos indiv duos s demandas dos cidad os face ao poder p blico buscando controlar e limitar os desmandos do governante no sentido de respeitar as liberdades individuais Significa portanto uma limita o do poder p blico ou seja uma presta o negativa em rela o ao indiv duo Assim os direitos fundamentais correspondentes nessa primeira gera o s o os direitos individuais da liberdade os primeiros a constarem do instrumento normativo constitucional os direitos civis e pol ticos que em grande parte correspondem pelo prisma hist rico fase inaugural do constitucionalismo do Ocidente A segunda gera o ou dimens o dos direitos fundamentais fundada no ide rio da igualdade estaria associada a exigir do poder p blico que atue em favor do cidad o Portanto diferentemente da primeira gera o o Est
237. cora o al m da d vida fica o medo de acontecer de novo e todo mundo ver Da a gente fica em casa e pensa que tudo podia ser diferente Por que sou uma pessoa com defici ncia E bem que a cidade podia ser igual para todos O pior que a gente tem que engolir a seco o discurso seja de pol ticos empres rios padre ou pastor que somos cidad os Isso eu sei e uma outra pessoa com defici ncia tamb m sabe mas e voc s Padres pastores empres rios e pol ticos Realmente voc s sabem Eu sei que sou diferente por ter uma defici ncia e n o posso negar assim como sou diferente na forma 2 MORAIS BARROS Alexandre de Direito Constitucional Atlas S o Paulo 5 Edi o p 66 E somente a dignidade concede unidade aos direitos e garantias fundamentais sendo inerente s personalidades humanas Esse fundamento afasta id ia de predom nio das concep es transpessoalistas do Estado e Na o em detrimento da liberdade individual A dignidade um valor espiritual e moral inerente pessoa que se manifesta singularmente na autodetermina o consciente e respons vel da pr pria vida e que traz consigo a pretens o ao respeito por parte das demais pessoas constituindo se um m nimo invulner vel que todo estatuto jur dico de assegurar de modo que somente excepcionalmente possam ser feitas limita es ao exerc cio dos direitos fundamentais mas sempre sem menosprezar a necess ria estima que merecem todas as pessoas enqu
238. cou v rios dispositivos trazendo uma quantidade significativa de normas protecionistas e garantias de integra o social s pessoas com defici ncia considerando a cidadania a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho Passemos a olhar um pouco mais atentamente sobre a quest o da seguridade social sob a perspectiva das pessoas com defici ncia A seguridade social um conjunto de a es estatais que compreende a prote o dos direitos relativos sa de previd ncia e assist ncia social art 194 da Carta Constitucional Funda se no princ pio da solidariedade pelo qual indiv duos detentores de maiores riquezas devem auxiliar os menos abastados Essa a premissa mestra que deve guiar qualquer iniciativa no sentido de organizar pol ticas no campo da seguridade social Com rela o s pessoas com defici ncia alguns aspectos chamam a aten o e diferenciam o tratamento da quest o quais sejam O direito habilita o e reabilita o profissional o direito renda mensal vital cia e o enfoque diferenciado da tutela previdenci ria O artigo 203 da Constitui o Federal trouxe duas importantes novidades a respeito da quest o a habilita o e reabilita o das pessoas com defici ncia e a promo o de sua integra o vida comunit ria IV e a garantia de um sal rio m nimo de benef cio mensal quela que comprove n o possuir meios de prover a pr pria manuten o ou de t la provida por sua fam
239. crian as e pessoas com defici ncia Trata se do direito internacional eficaz N o adota pretextos e subterf gios comuns s Declara es e Conven es que lhe antecedem N o h mais express es como na medida do poss vel ou de acordo com as Luta contra as discrimina es Igualdade de oportunidades Europa o portal da comunidade europ ia op cit Acesso em 15 de setembro de 2008 339 conveni ncias Estabelece estrat gias diretrizes que se sobrep em aos ordenamentos locais exercendo sobre eles coer o moral e juridicamente irresist vel 14 5 O Direito Comparado das Pessoas com Defici ncia na Am rica Latina Central e do Norte Os Pa ses das Am ricas procuram garantir a habilita o e reabilita o profissional forma o profissional e coloca o de pessoas com defici ncia no mercado de trabalho atrav s da fun o estatal Mostram a preocupa o com a gravidade da exclus o que se imp e s pessoas com defici ncia protegendo as atrav s da normatiza o inclusiva e voltada para o aproveitamento de suas capacidades laborais Verificar se nos pr ximos itens o direito positivo de alguns pa ses das Am ricas apenas para exemplificar guisa de refer ncia o tratamento que as diversas legisla es conferem s pessoas com defici ncia 14 5 1 O Direito Argentino A Constituic o da Rep blica da Argentina de 22 de agosto de 1994 nada declara especificament
240. culos E os demais Os tetrapl gicos Os deficientes mentais Os visuais Os autistas N o ser o eles por acaso tamb m deficientes E mais quando n o s o independentes e necessitam aux lio permanente de terceiros ad eternum Seus respons veis n o ser o beneficiados por serem eles n o independentes N o estar com esta atitude o Estado criando a figura de um novo deficiente A do deficiente condutor e propriet rio de ve culo Sim porque se este e 113 somente este tem assegurado o direito de reivindicar a isen o de tais tributos cria o Rio Grande do Sul uma nova classifica o de defici ncia desconhecida em n vel mundial Ser que ele atrav s do executivo e legislativo desconhece a sua Constitui o aprovada em 03 de outubro de 1989 Ser que ignoram entre outros os artigos 191 do Cap tulo e 260 do Cap tulo V Ou ser que o fazem propositadamente sob alega o fortuita de conter eventuais desvios de condutas de futuros benefici rios por m f Se assim o fazem mais e mais nosso Estado merece a pecha de autorit rio demagogo incompetente e insens vel s desigualdades dos cidad os rio grandenses ainda que respaldados na sua Constitui o Vejamos a configura o de um exemplo poss vel hoje Se o Ex Presidente Lula fosse comprar um carro no RS e pedisse tais isen es a ele se daria N o por ter sido Presidente da Rep blica mas por ser deficiente f sico j que n o tem o dedo m nim
241. cursor entre todos aqueles epis dios que se firmaram no cen rio mundial apenas ap s a Segunda Grande Guerra Tal inser o mostra tamb m a preocupa o do Poder P blico origin rio com o aproveitamento da capacidade laboral da Pessoa com Defici ncia 206 9 PROTE O DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA E A CONSTITUI O FEDERAL DE 1988 A ISONOMIA E SUAS DIFICULDADES DE APLICA O PR TICA A atual Constitui o Federal prev garantias a exemplo de documentos internacionais e mesmo de legisla o anterior sua promulga o visando garantia de direitos humanos fundamentais e melhoria da qualidade de vida das pessoas com defici ncia No direito brasileiro as normas que definem direitos e garantias fundamentais t m aplica o imediata independentemente de norma regulamentadora Manoel Gon alves FERREIRA FILHO preceitua que a inten o dos constituintes foi de tentar impedir que os direitos n o permane am como letra morta mas ganhem efetividade Ensina ainda a leitura dos v rios incisos do art 5 facilmente demonstra a exist ncia de normas definidoras de direitos bastantes em si ao lado de muitas outras normas n o bastantes em si No Brasil at a Carta de 1969 inclusive n o havia uma preocupa o do legislador constitucional com a pessoa com defici ncia Foi a Emenda Constitucional n 12 de 17 10 78 que assegurou as primeiras garantias s pessoas com defici nc
242. cursos p blicos feitas por quem det m representatividade leg tima de toda a sociedade Por sua vez a Uni o afirmou que a distribui o de medicamento n o atribui o sua nos termos da Portaria MS n 3916 98 que estabelece a Pol tica Nacional de Medicamentos sendo exclusivamente da al ada dos governos municipais e estaduais Tamb m destacou que j vem implementando repasses de verbas ao Estado da Bahia e ao Munic pio de Salvador para o fornecimento de medicamentos e portanto n o pode ser compelida a arcar com esse nus duas vezes A relatora desembargadora federal Selene Maria de Almeida considerou que conforme jurisprud ncia do STJ sendo o SUS composto pela Uni o Estados Membros Distrito Federal e Munic pios imp e se o reconhecimento da responsabilidade solid ria dos aludidos entes federativos de modo que todos devem assegurar o acesso medica o para pessoas desprovidas de recursos financeiros Para a magistrada o poder p blico tem o dever de garantir o direito vida por meio de pol ticas p blicas que visem prote o e recupera o da sa de nas quais se incluem os programas de fornecimento de medicamentos tratamentos aos necessitados sejam eles de alto custo ou n o A desembargadora ainda considerou que a portadora de nanismo comprovou por meio de relat rio m dico e per cia m dica a necessidade de realiza o de terapia com horm nio de crescimento durante seis meses pelo per odo estimado de cinc
243. da etnia de seus autores por exemplo a proposta de desvantagem sist mica na seara penal vejamos a refer ncia da autora inglesa O principal n cleo para o qual converge o pluralismo jur dico a nega o de que o Estado seja a nica e exclusiva fonte de todo o direito Trata se de vis o anti dogm tica que advoga a supremacia de fundamentos tico sociol gicos sobre crit rios t cnico formais Neste particular importante que se diga que n o advogamos a defesa de um Estado m nimo mas t o somente uma necess ria mudan a de foco na aplica o do direito nos termos j expostos A defesa de um Estado m nimo num pa s em que h tanta distor o de distribui o de renda seria temer ria e nefasta para a inclus o social Neste sentido pluralismo jur dico pode ser concebido como sendo a multiplicidade de pr ticas jur dicas existentes em um mesmo espa o s cio pol tico interagidas por conflitos ou consensos podendo ser ou n o oficiais tendo sua raz o de ser nas necessidades existenciais materiais e culturais 171 HUDSON B rbara op cit Rio de Janeiro Forense 2006 p 240 Ao desenvolver perspectivas p s Carta em demandas de igualdade na justi a criminal a Suprema Corte canadense tem sa do do reconhecimento da discriminac o individual em fundamentos permiss veis ra a sexo religi o etc para a aceita o de uma id ia de desvantagem sistem tica Esse um conceito relacional porque se d
244. da conjugal e demonstrar que suas necessidades especiais podem n o oferecer qualquer empecilho a isso De outro modo v lido o casamento o c njuge enganado teria a separa o e o div rcio para desfazer o v nculo matrimonial como prescreve o art 1572 2 J o par grafo nico do art 1704 sem preocupar se especificamente com pessoa com defici ncia acaba por agraci lo quando confere ao c njuge que deu causa separa o o direito de receber alimentos do outro quando n o possua parentes que o possam faz lo e n o tenha aptid o para o trabalho onde pode estar inclu do a pessoa com defici ncia que o impossibilite auferir renda por conta pr pria Ainda dentro do direito de fam lia no trato do bem de fam lia que o im vel residencial urbano ou rural destinado ao domic lio familiar e isento de execu o por d vidas posteriores sua institui o enquanto viver um dos c njuges ou na sua falta at que os filhos completem a maioridade conforme prescrito nos arts 1712 1715 e 1716 n o h previs o que contemple especificamente a pessoa com defici ncia E inclusive o par grafo nico do art 1720 estabelece que a administra o do bem de fam lia passa ao filho maior mais velho ou ao tutor caso todos sejam menores sem cogitar da possibilidade desse filho ser maior mas possuir curador por ter defici ncia que o impe a de exercer pessoalmente os atos da vida civil ou ainda ter defici ncia
245. da de 90 1999 os Estados Unidos da Am rica atrav s da Conven o Interamericana para a elimina o de todas as formas de discrimina o contra as pessoas com defici ncia definiram no art 1 inciso o termo defici ncia da seguinte forma O termo defici ncia significa uma restri o f sica mental ou sensorial de natureza permanente ou transit ria que 269 limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida di ria causada ou agravada pelo ambiente econ mico e social No Brasil a Lei n 8 742 93 em seu art 20 2 Define que a pessoa portadora de defici ncia aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho Para o INSS Ordem de Servi o n 562 97 item 1 2 a pessoa com defici ncia aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho em raz o de anomalias ou les es irrevers veis de natureza heredit ria cong nitas ou adquiridas que impe am o desempenho das atividades da vida di ria e do trabalho 4 Ainda no mbito do INSS 2 a Ordem de Servi o Conjunta n 90 expedida pela Diretoria de Arrecada o e Fiscaliza o e do Seguro Social DAF em 1998 apresenta uma classifica o que admite tr s formas de defici ncia a f sica a sensorial auditiva e visual e a mental al m das m ltiplas defici ncias Na obra de Alves o autor aborda a quest o da classifica o ou categorias mencionando que outr
246. da e a sa de a dignidade a liberdade a fam lia a propriedade O direito organiza o e ao procedimento introduzido pelo autor com uma men o a Hermann HESSE que alude ao fato de que a nica forma de se obter a efic cia dos direitos fundamentais a sujei o de toda a sociedade a procedimentos de discuss o e de defesa amplamente democr ticos Lembra ainda H GOERLICH que trata da exist ncia de direitos fundamentais materiais e formais como garantia procedimental do processo pol tico jur dico e social de uma sociedade Define os destarte segundo explica o que se estrutura em procedimentos fazendo o nos seguintes termos os procedimentos s o sistemas de regras elou princ pios para a obten o de um resultado Se este resultado obtido respeitando as regras elou princ pios ent o do aspecto procedimental apresenta uma caracter stica positiva Se n o obtido desta maneira ent o defeituoso do ponto de vista procedimental e SUSSEKIND Arnaldo Direito Constitucional do Trabalho S o Paulo Editora Renovar 4 edi o 2009 p 71 Consagrando os nos seguintes dispositivos Art XXIII 1 Todo homem tem direito ao trabalho livre escolha de emprego a condi es justas e favor veis e prote o contra o desemprego 2 Todo homem sem qualquer distin o tem direito a igual remunera o por igual trabalho 3 Todo homem que trabalha tem direito a uma
247. da pelos estabelecimentos educacionais e empregadores para ingresso e contrata o 383 Do ponto de vista negocial at pode parecer v lido exigir o m ximo em qualifica o do pretendente a uma institui o educacional ou posto de trabalho numa organiza o Certo por m injusto a exig ncia IGUAL para pessoas DESIGUAIS ou seja os testes para ingresso seja em institui es educacionais seja em concursos p blicos tem que adequar se s necessidades de cada cidad o Metaforicamente falando n o correto exigir que se determine a um peixe subir em rvores quando este concorre com macacos N o caberia a uma atitude que possa zelar pela Dignidade Humana Ao educador ou empregador socialmente respons vel e ao Estado como gestor cabe capacitar reabilitar promover o acesso a tecnologias e fazer a sua parte na promo o da inclus o social adequando os testes de ingresso em conformidade com as necessidades de quem os far O que vemos o educador ou empregador apenas para cumprir determina o legal buscar aquela pessoa deficiente que cause o m nimo de transtornos ao ambiente f sico e organizacional Infelizmente esta uma realidade no Brasil Tal atitude n o condiz com o respeito Dignidade Humana As pol ticas p blicas e as pr ticas da rea de recursos humanos ter o que enfrentar novos desafios no que tange integra o dos estudantes e trabalhadores deficientes Chefias ter o que se adaptar
248. da pondera o dos princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade real de um lado e de outro das no es de separa o dos poderes e de compet ncia do legislador democr tico bem como do limite imposto pelos direitos de terceiros 120 A supera o de uma vis o tradicional j arraigada na praxe forense brasileira n o tarefa f cil especialmente quando a defesa deste n cleo da dignidade fere diretamente interesses dos Poderes Legislativo e Executivo Ora na medida em que se defende que decis es judiciais alicer adas no princ pio constitucional da dignidade humana possam ainda que somente na seara do m nimo existencial determinar a presta o imediata do servi o pelo 12 ALEXY Robert apud BARCELLOS Ana Paula de op cit p 121 123 Estado cria se um impasse or ament rio Contudo de se perguntar segundo a Constitui o quest es or ament rias s o mais importantes que a promo o da dignidade humana Evidentemente que n o Neste particular oportuna a reprodu o do questionamento feito por Ana Paula de BARCELLOS em seu livro acerca do assunto em debate ser que as normas que cuidam da separa o de poderes e do princ pio majorit rio pretendem efetivamente impedir de modo completo a efic cia positiva ou sim trica daquelas normas tamb m lembre se relacionadas com a dignidade da pessoa humana Ser que na soma vetorial de todas essas disposi es constitucio
249. dados para que se conquiste a concep o positivista e da se avance para a supremacia do direito sobre a lei inerente ao Estado Constitucional Aponta ent o o fato de que o Estado Absolutista pairava margem ou acima da lei o que provocara a rea o iluminista no sentido de submet lo lei Deste modo entre o sujeito Estado e os indiv duos podiam configurar se rela es rec procas reguladas pelo direito e controladas por ju zes independentes 2 Os direitos portanto confundiam se com a lei Essa formaliza o dos direitos assumia mais relev ncia que o pr prio conte do das leis Estabelecia se claramente uma supremacia dos interesses do Estado manifestados na lei e no direito objetivo sobre os interesses dos indiv duos e os seus direitos subjetivos Tratava se segundo o autor de uma quest o ideol gica que se expressava no positivismo jur dico O s culo XIX foi assim o momento da afirma o do Estado For a uma vez que durante o s culo XVIII os direitos fundamentais do indiv duo j se haviam erigido A garantia de tais direitos fundamentais dependeria de um 207 AGREBELSKY Gustavo El derecho d ctil pp 47 73 Traducci n de Marina Gasc n 52 edici n Madrid Editoria Trotta 2003 2047 AGREBELSKY Gustavo Idem pp 47 48 tradu o do autor 200 Estado forte capaz de enfrentar a quest o social que irrompia da a o revolucion ria da classe oper ria O que se
250. damenta o As crises se constituem em pr condi o necess ria para a emerg ncia de novas teorias e novos paradigmas As constantes transforma es sociais a rapidez da informa o as novas formas SEN Amartya op cit p 11 Concentra se particularmente nos pap is e inter rela es entre certas liberdades instrumentais cruciais incluindo oportunidades econ micas liberdades pol ticas facilidades sociais garantias de transpar ncia e seguran a protetora As disposi es sociais envolvendo muitas institui es s o investigadas segundo sua contribui o para a expans o e a garantia das liberdades substantivas dos indiv duos vistos como agentes ativos de mudan a e n o como receptores passivos de benef cios 175 massificadas de contrata o o fen meno da globaliza o e a imperiosa necessidade de novas formas de legitima o dos sujeitos de direito colocam a reformula o do sistema jur dico como pauta priorit ria Exemplo flagrante neste sentido a situa o do direito processual As formulas tradicionais de legitimidade para as demandas judiciais s o as mesmas idealizadas pelos doutrinadores oitocentistas que evidentemente n o satisfazem as necessidades supervenientes de direitos coletivos e difusos pr prios da sociedade contempor nea Toda esta situa o processual contribui para engessar e por vezes impossibilitar a presta o jurisdicional sendo certo que esta din mi
251. de 1988 inaugurou um novo ciclo de avan os no tocante a pol ticas de reabilita o profissional qualifica o e emprego de pessoas com defici ncias 287 O art 7 inciso XXXI d a t nica do tratamento a ser dispensado ao trabalhado com defici ncia vedada a discrimina o salarial e nos crit rios de admiss o desses profissionais Prevendo a cria o de programas espec ficos de integra o social com treinamento para o trabalho art 227 81 Il o sistema de prote o constitucional das pessoas com defici ncia transcendeu a antiga vis o paternalista que em quase nada agregava valor busca de integra o social do deficiente Na Administra o P blica tamb m o acesso aos cargos e empregos p blicos passou a contar com a previs o do estabelecimento de percentuais m nimos de inclus o a serem estabelecidos em lei infraconstitucional art 37 VIII Na esteira de avan os sens veis a promulga o do Decreto n 129 de 1991 que inseriu na rbita jur dica nacional as disposi es da Conven o n 159 da Organiza o Internacional do Trabalho OIT reafirmou a vontade pol tica nacional de garantir aos trabalhadores especiais o tratamento adequado sua inser o e manuten o no mercado de trabalho al m da nfase dada reabilita o profissional como instrumento de incentivo ao emprego dos referidos profissionais Prevendo a habilita o e reabilita o profissional a Lei n 8 21
252. de a es e medidas visando melhorar as condi es de vida dessas pessoas atrav s da acessibilidade e principalmente garantir o direito ao trabalho N o h como falar em inclus o social sem acessibilidade 3 1 Conceito de Direitos Fundamentais Direitos fundamentais s o os considerados indispens veis pessoa humana A defini o envolve diferentes aspectos Formalmente s o aqueles direitos b sicos do indiv duo e do cidad o reconhecidos pelo direito positivo do Estado que exige deste ou uma absten o ou uma atua o no sentido de garanti los No Brasil a express o engloba v rios direitos tais como os individuais os coletivos os difusos os sociais os nacionais e os pol ticos Direitos fundamentais podem surgir na literatura sob diferentes denomina es e da provocar certa confus o de significados A t tulo de esclarecimento pontuamos algumas defini es Direitos humanos ou direitos do homem dizem respeito aqueles referentes condi o do indiv duo enquanto ser humano Sendo assim s o direitos que se estendem a toda humanidade em todos os lugares sem limita o temporal Tais direitos se baseariam no conceito de direito natural os quais n o necessitariam de serem criados pelo direito positivo mas t o somente de serem reconhecidos e declarados 67 Direitos do cidad o a express o pode abarcar dois tipos de direitos os direitos naturais que seriam aqueles inerentes pr pria exist n
253. de cunho nitidamente assistencial no decorrer do s culo XVII tendo como precursora a chamada Lei dos Pobres Londrina de 1601 12 18 SILVA Otto Marques da op cit p 130 RUSSOMANO Mozart Victor Curso de Previd ncia Social Rio de Janeiro Editora Forense 1978 p 6 34 que teve impulso inclusive numa das mais graves carestias da hist ria inglesa Cr se que a partir desse momento o Estado assumiu a obriga o em participar do custeio dos programas de previd ncia social no entanto foi no decorrer dos anos que de forma lenta chegou se ao campo da Seguridade Social Autorizadas por essa lei velhos abandonados e pessoas com defeitos f sicos graves poderiam pedir esmolas A respeito dessa licen a Montesquieu assim se pronunciou Algumas esmolas que se d a um homem nu pelas ruas n o preenchem de modo algum as obriga es do Estado que deve a todos os cidad os uma subsist ncia alimenta o uma vestimenta conveniente e um g nero de vida que n o seja contr rio sa de MONTESQUIEU tamb m se posicionou sobre os deficientes mutilados de guerra aqueles que perderam um ou v rios membros a servi o do rei ou da p tria o Estado deveria assegurar sua exist ncia porque se tornaram fracos demais para exercer o antigo of cio e velhos demais para aprenderem outro 22 Na Idade Moderna podemos perceber um tratamento mais espec fico e diferenciado das atitudes soc
254. de n s por heran a da cultura aprendida e apreendida ao longo das nossas vidas Se o reconhecimento de um lado serve como medicina para a estigmatiza o e exclus o de outro ponto se presta ainda em converter desconforto em felicidade saldando uma d vida de hist rica viola o dignidade da pessoa humana com defici ncia 7 2 O Princ pio da Igualdade No que concerne ao objetivo fundamental de redu o das desigualdades sociais por bvio o mesmo est circunscrito pelo princ pio da igualdade e conforme li o vinda desde Arist teles para a completa igualdade preciso tratar desigualmente os desiguais 115 CHARLES Taylor A pol tica do reconhecimento In Argumentos Filos ficos 2000 17 BENHABIB Seyla Creo que la tarea de la igualdad democr tica es crear instituciones imparciales en la esfera p blica y en la sociedad civil en las que la lucha por el reconocimiento de las diferencias culturales y la disputa por los relatos culturales puedan lleevarse a cabo sin dominaci n Las reinvindicaciones de la cultura Igualdad y diversidad en la era global Buenos Aires Katz 2006 p 34 186 Quanto a esse tema Celso Ant nio Bandeira de MELLO mui didaticamente como de costume nos ensina que a harmonia entre o crit rio discriminador adotado pela norma e a isonomia depende da concorr ncia cumulativa de quatro elementos Que a desequipara o n o atinja de modo atual e absoluto
255. de pessoal do agente por descumprimento de decis o judicial 147 medida em que permitem a igualdade de oportunidades para pessoas com defici ncia Tais pol ticas p blicas diante do sucesso que t m v m se mantendo em uma l gica de pol tica de Estado ultrapassando quest es partid rias e ideol gicas e permanecendo independentemente de que grupo esteja no poder Por fim n o se pode olvidar de que na aplica o interpretativa dos princ pios constitucionais e dentro da seara do m nimo existencial considerando se a supremacia incontest vel do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana em nosso sistema jur dico ser dever do int rprete sempre conferir alcance m ximo dignidade optando dentre as variadas interpreta es poss veis por aquela que melhor realize o princ pio Ao assim agir o int rprete conseguir priorizar a proje o da dignidade humana de forma bastante eficaz nestas reas vitais para a promo o da inclus o social das pessoas com defici ncia bem como acessibilidade na educa o b sica sa de p blica assist ncia social transporte e acesso Justi a 148 6 O RESTABELECER DA DIGNIDADE HUMANA DA PESSOA COM DEFICI NCIA Um dos alicerces estruturais deste trabalho jur dico a constata o de que a interpreta o tradicionalmente conferida s normas jur dicas precisa mudar Os princ pios constitucionais dotados de normatividade e efic cia precisam condicio
256. de pessoas com defici ncia A Recomenda o em apre o incorpora os conceitos da Recomenda o n 99 de 1955 sobre habilita o e reabilita o profissional que se deixar por esse motivo de colacionar Considera a Recomenda o n 168 o fato de que a Organiza o das Na es Unidas elegeu o ano de 1981 como o Ano Internacional das Pessoas com Defici ncia e que desde ent o explicitou se a necessidade de implementa o de pol ticas p blicas em mbitos nacional e 268 Organiza o Internacional do Trabalho OIT Res menes de normas internacionales Del trabajo Genebra OIT 1991 p 29 301 internacional para garantir a plena participa o das pessoas com defici ncia na sociedade bem como sua efetiva igualdade Considerou tamb m a conveni ncia de se observarem os progressos havidos na compreens o acerca das necessidades das pessoas com defici ncia em rela o tanto ao trabalho quanto cidadania Apresenta se assim com as seguintes partes Defini es e campo de aplica o Il Reabilita o profissional e oportunidades de emprego Ill Participa o da coletividade IV Reabilita o profissional nas zonas rurais V Forma o de pessoal VI Contribui o das organiza es de empregadores e de trabalhadores ao desenvolvimento dos servi os de reabilita o profissional VII Contribui o das pessoas com defici ncia e suas organiza es ao desenvolvimen
257. de ve culos o Real Decreto 383 1984 executando a Lei 13 1982 trata de subsidiar o transporte de deficientes o Real Decreto 3250 1983 determina o acompanhamento de deficientes visuais por servidores p blicos em reparti es e transportes p blicos a Lei 30 1984 2 GARC A MURCIA Joaqu n op cit p 30 282 ARA JO Ant nio de op cit p 84 320 alterada pela Lei 23 1988 determina que toda oferta de emprego p blico deve reservar 3 dos lugares para as pessoas com defici ncia que possuam uma incapacidade de no m nimo 33 o Real Decreto 364 1995 assegura a adapta o dos locais de trabalho das pessoas com defici ncia Lei 38 1992 isenta de impostos ve culos matriculados em nome de pessoas com defici ncia Lei 25 1998 regulamenta benef cios tribut rios sobre sucess es e doa es em rela o s pessoas com defici ncia Real Decreto 6 1999 estende benef cios concernentes fam lias numerosas para aquelas as quais tenham pelo menos dois filhos e dentre eles um com defici ncia Real Decreto n 1 971 1999 estabelece procedimentos para reconhecimento declara o e qualifica o da defici ncia Lei 3 1997 promove acessibilidade e supress o de barreiras arquitet nicas urban sticas de transportes e de comunica o Ley 41 de 2003 Protecci n patrimonial de las personas con discapacidad y de modificaci n del C digo Civil de la Ley de Enjuiciamiento Civil y de la Normativa Tributaria con esta f
258. defende com muita propriedade a supera o desta legitimidade excessivamente dogm tica presa aos comandos legais e que tornam o Judici rio brasileiro extremamente excludente e elitista A sociedade contempor nea pluralista e massificada vem se mostrando incompat vel com o modelo tradicional e algo precisa ser feito neste particular o papel das academias assume posi o de reconhecido destaque Por fim importante que se diga que nossa pretens o se limita ao fomento do debate especialmente na academia Esperamos com serenidade cr ticas s propostas defendidas neste trabalho Contudo se de alguma forma pudermos contribuir com a implementa o de propostas reais de inclus o social j teremos alcan ado nosso objetivo O respeito diversidade de opini es um dos alicerces da democracia O festejado constitucionalista Lu s Roberto BARROSO ao discorrer sobre o princ pio da dignidade da pessoa humana disp e que ap s a acolhida expressa desse principio pela Constitui o brasileira de 1988 mais especificamente a partir do final da d cada de 90 surgiu uma fecunda produ o doutrin ria que procura dar a esse princ pio densidade jur dica e objetividade Desse modo por exemplo Maria Celina Bodin de MORAES 113 MALISKA Marcos Augusto apud WOLKMER Antonio Carlos op cit p 39 A li o de Marcos Augusto Maliska colabora para a elucida o deste ponto O pluralismo jur dico para ser compreendido como
259. defici ncia de forma efetiva real e material n o meramente formal Ao assistirmos a qualquer notici rio nos deparamos nos quatro cantos do Brasil com situa es aviltantes de neglig ncia com rela o aos direitos assegurados pelo pr prio texto constitucional Ao que parece a situa o mais alarmante ocorre na rea da sa de p blica em que os brasileiros das camadas mais empobrecidas da popula o literalmente morrem em filas de hospitais p blicos por falta de atendimento ou mesmo por neglig ncia de um sistema que j ultrapassou seu limite Percebe se que a omiss o do Estado brasileiro na implementa o da vontade do legislador constituinte origin rio afigurasse absolutamente atentat ria aos comandos da pr pria Constitui o Situa es como estas colocam os cientistas da ci ncia jur dica em uma delicada posi o A necessidade de se descobrir alternativas jur dicas para minimizar a exclus o social para a melhor doutrina constitucionalista ponto de honra Neste sentido a premissa mais importante como ponto de partida a constata o de que o direito deve ser visto enquanto meio jamais como fim em si mesmo 116 A segunda premissa a de que o direito deve interagir com a realidade social utilizando se de seus instrumentos para transform la na dire o do bem comum e da solidariedade interagindo com as ci ncias afins Assim a conclus o l gica deste racioc nio a de que l cito e tamb m recome
260. deficientes mentales art 3 315 patrimonio queda con demasiada frecuencia en manos de la buena voluntad y de la guarda de hecho que ejercen sus familiares o allegados Finalmente a partir de los afios setenta del pasado siglo XX hasta la fecha en poco m s de tres d cadas y en r pida evoluci n se ha gestado un modo diverso de atender a las necesidades de las personas con discapacidad Un modelo social que se basa en dos pilares fundamentales surgindo ent o a terceira etapa El Modelo Social De La Discapacidad En primer lugar en la consideraci n de la protecci n de las personas con discapacidad como una cuesti n de derechos humanos Se toma conciencia de que la discapacidad no es un problema sino una circunstancia personal que requiere en determinados supuestos de medidas espec ficas para garantizar el goce y el ejercicio de los derechos por las personas con discapacidad en igualdad de condiciones que el resto de personas o foco se da ent o a partir de garantir seus direitos e dignidades iguais aos dos outros En segundo lugar se abandona la consideraci n propia del modelo anterior se toma conciencia de que la discapacidad no es una cualidad ni un problema meramente personal sino sobretodo una cuesti n social Contudo a verdadeira origem de la falta de capacidad est en las limitaciones de la sociedad para prestar servicios apropiados y asegurar que las necesidades que las personas con discapacidad s
261. destino da pessoa com defici ncia era o abandono para a morte pensava se dessa forma em raz o das dificuldades que estas pessoas traziam ao c rculo social N o havia sobreviv ncia quando a luta pela sobreviv ncia traduzia se na ca a nas disputas pela lideran a do grupo e na fuga de um para outro local com a finalidade de encontrar gua e alimenta o Como aquela sociedade teria condi es de carregar o fardo de pessoas com defici ncia Mas estes s o tempos de h muito ultrapassados e na sociedade contempor nea e p s moderna na mudan a paradigm tica ocorrida com a globaliza o e a tecnologia em incessante desenvolvimento as pessoas com defici ncia passaram a ter condi es de exercer pap is no meio social de extrema import ncia e isto na mesma medida em que oportunidades de inclus o lhes sejam oportunizadas Estas oportunidades integram o 386 princ pio da Dignidade humana uma vez que remetem ao pleno desenvolvimento educacional o qual por sua vez remete possibilidade de viverem de forma independente e sem nus para o meio social Ao contr rio temos exemplos de pessoas com defici ncia exponenciais trazendo grande aux lio sociedade Queremos que todos sejam produtivos em contrapartida devemos propiciar os meios para tanto A pessoa com defici ncia n o quer ou necessita da caridade institucionalizada das camadas sociais ou governamentais mas tem o direito ao reconhecimento de toda a sua capacidade e
262. dico express es mais engajadas com o prop sito de inclus o social e econ mica das pessoas com defici ncia estabelecendo a Pol tica Nacional para Integra o da Pessoa Portadora de Defici ncia art 5 Express es como respeito s peculiaridades igualdade de oportunidades acessibilidade dentre outras passaram a ter respaldo legal restando sociedade a observ ncia de tais preceitos na condu o de empresas e neg cios em geral Tamb m o assistencialismo peculiar rela o entre o Estado e a pessoa com defici ncia deixou de ser a t nica da discuss o ainda que mais no papel que na pr tica O fato que houve com o advento do Decreto n 3 298 99 o fortalecimento do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Defici ncia CONADE vinculado ao Minist rio da Justi a o que j significa avan o pr tico na articula o de pol ticas de inclus o S o dignos de especial aten o os diplomas legais mais recentes em mat ria de educa o 25 A acessibilidade foi regulamentada pela Lei n 10 098 de 19 de dezembro de 2000 289 A Lei n 9 394 de 20 12 1996 que estabeleceu as diretrizes e bases da Educa o Nacional traz postulados importantes como a necess ria vincula o da educa o ao mundo do trabalho e pr tica social art 1 82 inspira o nos princ pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana art 2 Com um cap tulo espec f
263. dignidade humana ou seja o Poder Judici rio acionado para fazer valer as leis 10 Conclu mos que para a inclus o social ser realmente efetiva tem que haver empenho na acessibilidade de forma ampla come ando com a elimina o das barreiras arquitet nicas melhorias nos elementos do urbanismo mobili rio urbano normas de tr nsito entre outras Entendemos come ar por essa parte pois material e objetiva bastando para a sua realiza o a execu o de projetos Por exemplo um projeto de elimina o de barreiras arquitet nicas para ser posto em pr tica requer apenas o levantamento das barreiras com a p stuma elimina o das mesmas J 397 acessibilidade e inclus o social da Pessoa com Defici ncia pelo Princ pio da Dignidade Humana mais subjetivo e abrangente pois depende da aceita o e amadurecimento da id ia pela sociedade levando mais tempo para produzir resultado Mas esta n o ocorrer sem aquela e vice versa 11 Tanto na Europa como no Brasil historicamente h evid ncia que as pessoas com defici ncia est o margem das conquistas do Estado de Direito No Brasil percebe se uma j detalhada rede de instrumentos legais aptos a garantir a inclus o das pessoas com defici ncia nas estat sticas de desenvolvimento humano por m o desafio sempre presente consiste em dar efic cia a essas normas Os trabalhadores especiais merecem ampla aten o na incessante batalha por justi a e
264. direitos individuais e os direitos sociais nesse sentido a import ncia de tais princ pios para a quest o do trabalhador especial sua observ ncia determina a compatibiliza o entre as liberdades ditadas pela livre iniciativa e o necess rio valor social do trabalho considerando se o indiv duo especial em todas as suas potencialidades retirando o do papel de coadjuvante de sua pr pria exist ncia e conferindo lhe papel decisivo na constru o da sonha sociedade livre justa e solid ria preconizada pela constitui o da rep blica 12 Ainda nos dias atuais as pessoas com defici ncia em sua maioria vivem em condi es de vulnerabilidade pois a acessibilidade universal ainda est muito distante rec m estamos dando in cio a um processo de inclus o social e pensar no aproveitamento da capacidade laboral destas anteriormente era algo invi vel Acreditamos que a exclus o tenha in cio j no sistema educacional pois este n o est preparado para acolher e lidar com as necessidades espec ficas de cada pessoa com defici ncia resultando disto uma das maiores dificuldades para inseri las ao mercado de trabalho a baixa ou nenhuma qualifica o profissional reservando as somente empregos subalternos e mal remunerados necess rio que seja dada oportunidade para que as pessoas com defici ncia possam participar da constru o da sociedade em vez de se eternizarem como benefici rios de pol ticas assistencial
265. do abordamos assuntos tradicionalmente eivados de preconceitos estigmas e estere tipos como o caso das defici ncias que aproximadamente 10 da popula o possuem Os termos s o considerados corretos em fun o de certos valores e conceitos vigentes em cada sociedade e em cada poca Assim eles passam a ser incorretos quando esses valores e conceitos v o sendo substitu dos por outros o que exige o uso de outras palavras Estas outras palavras podem j existir na l ngua falada e escrita mas neste caso passam a ter novos significados Ou ent o s o constru das especificamente para designar conceitos novos O maior problema decorrente do uso de termos incorretos reside no fato de serem inadvertidamente refor ados e perpetuados os conceitos obsoletos as id ias equivocadas e as informa es inexatas Este fato pode ser a causa da dificuldade ou excessiva demora com que o p blico leigo e os profissionais mudam seus comportamentos racioc nios e conhecimentos em rela o por exemplo situa o das pessoas com 23 defici ncia O mesmo fato tamb m pode ser respons vel pela resist ncia contra a ado o de novos paradigmas como vem acontecendo na mudan a que vai da integra o social para a inclus o social Trata se pois de uma quest o da maior import ncia em todos os pa ses Existe uma literatura consideravelmente grande em v rias l nguas No Brasil tem havido tentativas de levar ao p blico a term
266. do qual todos os demais princ pios derivam e toda a legisla o ordin ria infraconstitucional conven es e outros dispositivos legais a situa o pede mudan as urgentes As pessoas com defici ncia necessitam de que o princ pio da dignidade humana seus direitos sejam assegurados e eficazes e que elas possam literalmente viver de uma forma digna como a maioria deve viver Por que deixar margem da sociedade a pessoa com defici ncia e manter a mentalidade assistencialista e piedosa alimentada e cultivada por mil nios que as torna um peso sociedade se podemos inclu la em todos os sentidos eliminando todos os preconceitos existentes tornando a produtiva para que possa descobrir sua verdadeira voca o contribuindo assim para o crescimento de sua na o 400 A prote o que leva o cidad o a fazer parte integral da sociedade n o se restringe apenas s medidas destinadas diretamente a pessoa com defici ncia indispens vel que se ampliem as medidas s cio educativas dirigindo as popula o em geral que deve receber o individuo como um cidad o inserido no contexto social sem expressar ainda que indiretamente qualquer forma de discrimina o Possibilitar a integra o social da pessoa com defici ncia n o apenas um movimento regionalizado mas um movimento de car ter global No Brasil fica evidente a inten o do legislador constituinte de assegurar s pessoas com defici ncia um conjunto de
267. do com um resumo da evolu o hist rica deste Hay que destacar desde j que las personas con discapacidad han sido objeto de tratamientos muy dispares a lo largo de la historia fruto de la distinta concepci n que la sociedad ha tenido de estas personas y de las causas que dan origen a la discapacidad Segundo a professora titular de Derecho Civil Maria Del Carmen GARC A GARNICA em seu trabalho sobre La Evoluci n Hacia El Modelo Social Del Tratamiento Jur dico de las Personas con Discapacidad publicado na obra Derecho tribut rio y las personas con necessidades especiales una 275 apuesta por las medidas jur dicas transversales a trav s de la historia 2 5Dir L PEZ MARTINEZ Juan Editora Tirant Lo Blanch en prensa Trabajo realizado en el marco del Proyecto de Excelencia de la Junta de Andaluc a An lisis interdisciplinar de los 314 hasta nuestros d as cabe distinguir tres grandes modelos o etapas en la atenci n jur dica de las personas con discapacidad GARC A GARNICA afirma que a primeira etapa referente a marginaci n de las personas con discapacidad Na tradi o judaico crist em que o ordenamento jur dico espa ol tem suas ra zes os defeitos f sicos e mentais das pessoas eram considerados frutos de maldi es e castigos para os pecados destas Devendo dessa forma serem ocultados dos demais escondidos o que tamb m camuflou a origem do problema Dessa forma conclu mos que no que
268. do de recursos financeiros em ordem a julgar procedente a ac o ordin ria ajuizada restabelecendo desse modo por inteiro a respeit vel sentenca proferida pelo magistrado estadual de primeira inst ncia O paciente ingressou contra a decis o do tribunal de justi a do Rio Grande do Sul atrav s de recurso extraordin rio com o intuito de que o Estado lhe fornecesse gratuitamente medicamentos adequados ao seu tratamento No ac rd o o STF entendeu assistir plena raz o ao paciente pois o desacolhimento de sua pretens o recursal poderia gerar resultado inaceit vel sob a perspectiva constitucional do direito vida e sa de Sendo considerada a irreversibilidade no momento presente dos efeitos danosos provocados pelas patologias que afetam o recorrente que portador de esquizofrenia paran ide e de doen a man aco depressiva cr nica a aus ncia de capacidade financeira que o aflige impede lhe injustamente o acesso ao tratamento inadi vel e ao fornecimento dos medicamentos a que tem direito e que se revelam essenciais preserva o da integridade do seu estado de higidez mental e de sua pr pria vida porque os seus antecedentes pessoais registram epis dios de tentativa de suic dio Tal decis o visa proteger a inviolabilidade do direito a vida e a sa de que se qualifica como direito BRASIL Supremo Tribunal Federal RE 393175 RS Relator Min Celso Mello Dispon vel em lt http www stf gov br jurisprudencia lT
269. do esta mesma postura intelectual Ingo WOLFGANG SARLET leciona Num primeiro momento conv m fris lo a qualifica o da dignidade da pessoa humana como princ pio fundamental traduz a certeza de que o artigo 1 inciso Ill de nossa lei fundamental n o cont m apenas uma declara o de conte do tico e moral mas que constitui norma jur dico positiva dotada em sua plenitude de status constitucional formal e material e como tal inequivocamente carregado de efic cia alcan ando portanto a condi o de valor jur dico fundamental da comunidade Importa considerar neste contexto que na sua qualidade de princ pio e valor fundamental a dignidade da pessoa humana constitui de acordo com a preciosa li o de Judith Martins Costa aut ntico valor fonte que anima e justifica a pr pria exist ncia de um ordenamento jur dico raz o pela qual para muitos se justifica plenamente sua caracteriza o como princ pio constitucional de maior hierarquia axiol gico valorativa BELINATI MARTINS Flademir Jer nimo Dignidade da pessoa humana princ pio constitucional fundamental Curitiba Juru 2003 pp 62 et seq WOLFGANG SARLET Ingo Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na constituic o federal de 1988 Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 p 70 94 Ot vio Henrique MARTINS PORT tamb m se posiciona de forma segura na mesma linha acima exposta vejamos
270. do insuficiente para o atendimento das demandas sociais supervenientes ganha adeptos a cada dia as constru es gen rico abstratas idealizadas pela burguesia francesa no s culo XIX encontram se desprovidas de efic cia social A proposta pluralista que parte do pressuposto do esgotamento do modelo tradicional de direito fomenta pr ticas sociais participativas e procura conferir reconhecimento e legitimidade ao surgimento de formas normativas extra estatais e informais produzidas por novos titulares de car ncias e necessidades sempre em constante 390 transforma o Este reconhecimento absolutamente necess rio no atual momento contempor neo O momento de crise vivenciado hoje n o deixa de ser um est mulo ao surgimento de novas teorias e a novos modelos para o sistema jur dico Ousamos sugerir a t tulo de proposta de lege ferenda e em sintonia com a proposta de uma tese de doutorado uma legisla o m nima alicer ada em princ pios que norteariam o sistema e em cl usulas gerais que permitiriam ao julgador uma constante adequa o da legisla o realidade social dos litigantes como que preenchendo v cuos legislativos propositais como forma de se conferir maior efetividade presta o jurisdicional Defendemos assim uma gradativa dissemina o das cl usulas gerais pelos mais diversos ramos do direito resguardando se evidentemente as searas penal e tribut ria O dogma da seguran a jur dica ao
271. do por um acidente automobil stico no Brasil em janeiro de 1995 fiquei tetrapl gico necessitando do uso cont nuo de cadeira de rodas al m disso tive o membro superior esquerdo amputado O sofrimento f sico que me foi imposto por um acidente de tr nsito maximizou se pelo sofrimento moral que me imposto pela sociedade brasileira que faz de conta que n o existem pessoas com defici ncia No Brasil a vida torna se mais sofrida quando tomamos consci ncia de belas mas ineficazes leis de prote o s pessoas com defici ncia Leis que n o s o fiscalizadas e n o s o cumpridas soam no meu ouvido como letras mortas Meu principal motivo para escolha deste tema foi o fato de eu ser uma pessoa com defici ncia e enfrentar diariamente preconceito discrimina o e muitas dificuldades para me incluir socialmente tudo em decorr ncia da falta de cumprimento das leis Mas inspirei me em um caso concreto para a escolha deste tema A luta que mantive para conseguir acesso poss vel e digno a todas as atividades relativas ao Curso de Direito da Universidade Federal de Pelotas UFPel Caso este no qual infelizmente fui o personagem principal e me custaram dois anos de pedidos administrativos e judiciais quarenta dias impossibilitado de assistir aulas repress o e discrimina o de alguns colegas e professores al m da dor de sentir me um exclu do Neste per odo s pensava muitos esquecem que a qualquer momento p
272. dos empregadores e do Estado O plano do Chanceler rapidamente foi adotado por outros pa ses tais como Inglaterra Noruega Suecia Dinamarca Fran a e os Estados Unidos Por m destinava se unicamente aos trabalhadores e n o sociedade de modo geral Cobria acidentes de trabalho que deixavam sequelas resultando em pessoas deficientes mas n o atendia ao conjunto das pessoas PEREIRA J NIOR A cio Evolu o hist rica da Previd ncia Social e os direitos fundamentais Jus Navigandi Teresina ano 9 n 707 12 jun 2005 Dispon vel em lt http jus2 uol com br doutrina texto sp id 6881 gt Acesso em 06 set 2008 38 deficientes da sociedade ficando elas sob a responsabilidade exclusivamente familiar quando n o abrigadas ou melhor isoladas em institui es Por m o desenvolvimento e progressivo aperfei oamento dos sistemas de seguros sociais obrigat rios cresceram t o rapidamente que logo exigiram uma nova roupagem Em 1919 celebra se o Tratado de Versalhes cria se a Organiza o Internacional do Trabalho OIT A Primeira Guerra Mundial imp s mais press o necessidade da reabilita o Os soldados feridos na guerra necessitavam de treinamento e de assist ncia para assumir com sucesso uma ocupa o rent vel Gradualmente come aram a ser aprovados e institucionalizados atos Constitucionais garantindo a es e suporte financeiro para programas de reabilita o Em 1921 a OIT
273. dos a descanso e seguran a As rampas n o podem ter o piso escorregadio e obrigatoriamente corrim o e guarda corpo n o sendo permitida a abertura de portas sobre a rampa A inclina o m xima de acordo com a tabela da ABNT de 12 5 em um segmento de rampa de 1 22m com desn vel m ximo de 0 183m H outros padr es e medidas sempre com valores menores de inclina o A utiliza o de rampa em ve culos para acesso de pessoas com defici ncia impr pria e causa risco de morte ao indiv duo Ou seja O condom nio responde em caso de acidente por ato de empregado do im vel ou edif cio agente de seguran a s ndico A pessoa com defici ncia entretanto muitas vezes obrigada a utilizar a rampa para adentrar aos ve culos por ser o nico meio de acesso Nesse caso a responsabilidade em 241 caso de acidentes e a obriga o de construir rampa de acesso n o desaparecem A obriga o de construir rampa que permita o acesso adequado quest es est ticas n o podem impedir o acesso da pessoa com defici ncia no recinto moradia trabalho etc A pr pria Constitui o Federal de nada valeria no caso de adotar se esse entendimento Ou seja o respons vel pela edifica o de alguma forma dever garantir o acesso da pessoa com defici ncia obrigatoriamente pelos meios determinados em lei ou norma da ABNT Os banheiros de uso p blico existentes ou a construir em parques pra as jardins e espa
274. e defici ncia devem ser criadas por lei condi es que favore am a adequa o da sociedade s necessidades especiais destas pessoas para que tenham participa o ativa na sociedade n o como mero carecedor de a es filantr picas e assistencialistas O novo c digo civil promulgado em 2002 seria uma excelente oportunidade legislativa de efetivar essa pol tica Por m ao longo de seus 2 046 artigos n o reservou normas protetivas s pessoas com defici ncia em reconhecimento a sua condi o de hipossufici ncia Percebem se somente alguns rar ssimos dispositivos fazendo refer ncia a estas Por fim trazemos tona o conceito de efici ncia e efic cia j que s o palavras sin nimas por m possuem significados distintos A efici ncia a 409 capacidade de produzir um efeito e efic cia a qualidade daquilo que produz o efeito que se espera o resultado de fato a aplica o imediata a efetividade Com base nisto conclu mos que o princ pio da dignidade humana possui efici ncia mas n o a efic cia desejada Como tornar poss vel a efic cia de tal princ pio Entendemos que para tornar poss vel a efic cia de tal princ pio deve se fazer com que a lei seja cumprida consequentemente eficaz Outra possibilidade seria o resgate da harmoniza o dos tr s poderes executivo legislativo e judici rio os quais se encontram em situa o de discord ncia J que nos dias de hoje no Brasil executivo e legislati
275. e a legitimidade excepcional n o pode ser implementada sem um pr vio estudo de log stica e gest o fiscal tal constata o ponto pac fico Todavia n o l cito que o Estado repasse responsabilidade sua para organiza es n o governamentais entidades filantr picas e clubes de servi o que terminam fazendo mais do que podem O estabelecimento de 0 5 do or amento por exemplo de cada Munic pio de cada Estado e da Uni o para a cria o de uma grande rede de assist ncia social seria sim vi vel e n o causaria colapso nas finan as especialmente se estabelecesse um pacto pela diminui o da publicidade estatal e pelo combate eficaz exclus o social das pessoas com defici ncia pelo n o cumprimento das leis que as protegem Outro ponto que merece destaque que n o pretendemos a imposi o de uma situa o pr determinada com rela o ao instituto da legitimidade excepcional Nossa pretens o se limita que a presente id ia seja amplamente discutida nas academias e nos meios forenses l gico que diversos ajustes precisariam ser implementados e outras id ias complementares surgiriam Defendemos a responsabilidade fiscal amplamente considerada como sendo um dos alicerces estruturais do Estado Democr tico de Direito por m a presente sugest o seria sim vi vel com a otimiza o de gastos estatais com propaganda e com a auto promo o indevida de governantes 152 Por outro lado tamb m a iniciativa privada
276. e a respeito das pessoas com defici ncia apesar de afirmar a cidadania plena do povo argentino o que tamb m incluiu as pessoas com defici ncia A doutrina brasileira na voz de Marco Ant nio C sar VILLATORE ressalta a Lei Argentina n 24 465 de 15 de mar o de 1995 que n o imp e a es afirmativas mas exorta e estimula a contrata o de pessoas com defici ncia por meio de um contrato especial de trabalho por prazo determinado de seis meses que pode ser prorrogado sucessivamente at o m ximo de 2 anos Concede isen o de 50 da contribui o previdenci ria 340 patronal com rela o a tais contratos cujo percentual obedece seguinte tabela art 3 8 6 da referida Lei o n mero de trabalhadores contratados essa modalidade n o poder superar 10 do total de trabalhadores no estabelecimento Nas empresas constitu das de 6 a 25 trabalhadores a percentagem m xima admitida ser de 50 quando n o supere os 5 trabalhadores o percentual admitido poder ser de 100 n o podendo exceder do n mero de 3 trabalhadores sob esse tipo de contrato especial 300 14 5 2 O Direito Chileno O art 1 da Constitui o Pol tica da Rep blica do Chile de 21 de outubro de 1980 vaza se nos seguintes termos Art culo 1 Las personas nacen libres e iguales en dignidad y derechos La familia es el n cleo fundamental de la sociedad El Estado reconoce y ampara a los grupos intermedios a trav
277. e as empresas com menos de 100 funcion rios e que a legisla o n o determina cotas a que mais vem empregando pessoas com defici ncia Como se pode observar no quadro a seguir empresas com 101 a 200 funcion rios s o as nicas que realmente est o agindo de acordo com a lei N mero de Taxa m dia de Cota definida em Lei funcion rios empregabilidade Menos de 100 1 05 N o exigida De 101 a 200 2 7 2 De 201 a 500 2 9 3 Retratos da Defici ncia no Brasil PPD Marcelo N ri Rio de Janeiro FGV IBRE CPS 2003 P 250 Dispon vel em lt http www fgv br cps gt Acesso em jun 2007 22 OPES RIBEIRO DA SILVA Walk re op cit p 105 254 De 501 a 1000 2 8 4 Mais de 1000 3 6 5 Ainda segundo a pesquisa a chance de encontrarmos uma pessoa com defici ncia com as mesmas caracter sticas sexo idade escolaridade etc trabalhando em empresas com menos de 100 empregados n o sujeitas s cotas duas vezes maior do que naquelas com mais de 1000 trabalhadores Assim fica claro que a lei de cotas vigente de 1999 n o cumprida Caso as empresas finalmente assumissem a responsabilidade que lhes cabe o mercado formal de empregos para as pessoas com defici ncia criaria 518 012 vagas o que praticamente dobraria o contingente atual Seriam as empresas com mais de 1000 trabalhadores as grandes contratadoras apenas elas abririam 310 081 vagas Os dad
278. e direito sem discrimina o baseada na defici ncia Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com defici ncia prote o social e ao exerc cio desse direito sem discrimina o baseada na defici ncia e tomar o as medidas apropriadas para salvaguardar e promover a realiza o desse direito tais como Assegurar igual acesso de pessoas com defici ncia a servi os de saneamento b sico e assegurar o acesso aos servi os dispositivos e outros atendimentos apropriados para as necessidades relacionadas com a defici ncia Assegurar o acesso de pessoas com defici ncia particularmente mulheres crian as e idosos com defici ncia a programas de prote o social e de redu o da pobreza Assegurar o acesso de pessoas com defici ncia e suas fam lias em situa o de pobreza assist ncia do Estado em rela o a seus gastos ocasionados pela defici ncia inclusive treinamento adequado aconselhamento ajuda financeira e cuidados de repouso Assegurar o acesso de pessoas com defici ncia a programas habitacionais p blicos Assegurar igual acesso de pessoas com defici ncia a programas e benef cios de aposentadoria Vejamos alguns aspectos da prote o social no Brasil 7 Art 208 Inciso 3 da Constitui o Federal Brasileira garante atendimento educacional especializado aos portadores de defici ncia preferencialmente na rede regular de ensino 48 2 2 Seguridade Social no Brasil e na Atualidade Nossa Constit
279. e e inclus o na comunidade mobilidade pessoal do trabalho e emprego dentre outros 373 15 A TUTELA S PESSOAS COM DEFICI NCIA E O NOVO C DIGO CIVIL BRASILEIRO LEI FEDERAL N 10 406 DE 10 01 2002 O direito civil junto com os direitos humanos e sociais tamb m se tornou medida de integra o das pessoas com defici ncia em 14 de novembro de 2000 quando promulgou a Lei n 10 050 que veio acrescentar um par grafo 3 ao art 1 611 do c digo civil de 1916 vigente quela poca estendendo o direito real de habita o que anteriormente cabia apenas ao vi vo casado sob o regime de comunh o universal de bens quando houvesse um nico im vel residencial dentre os bens deixados pelo de cujus por for a do 8 2 do mesmo artigo ao filho com defici ncia que o impossibilite para o trabalho quando j n o lhe restassem vivos pai ou m e Este dispositivo que pouca ou nenhuma efic cia teve em raz o de sua recente inser o no ordenamento jur dico 14 de novembro de 2000 e que sequer chegou a ser seriamente discutido pela doutrina havendo t midas discuss es de pouca repercuss o acerca de sua constitucionalidade ou n o publicadas em artigos virtuais foi simplesmente suprimido pelo legislador p trio sem qualquer refer ncia por ocasi o da promulga o do novo c digo civil em 10 de janeiro de 2002 como se n o fosse de nenhum interesse e sem nenhuma justificativa Assim dispunha referido par grafo na f
280. e equipamentos entre outras provid ncias Insiste na id ia da escola inclusiva para que as crian as com Declara o de Madri Portal do Cidad o com Defici ncia Biblioteca Dispon vel em lt http www pcd pt biblioteca docs php id 326 amp id doc 170 amp id cat 18 amp PHPSESSID 843648c 2bfee39a37afcd122f1b5ffc gt Acesso em 20 set 2008 2 Declarac o de Sporo Dispon vel em lt http www adefi org br decla_sapporo html gt Acesso em 21 set 2008 366 defici ncias sensoriais mentais ou f sicas sejam matriculadas e frequentem escolas regulares p blicas ou privadas e para que a diversidade seja materializada objetivamente na educa o Finalmente sugere que as organiza es internacionais recebam recursos para a implementa o de pol ticas p blicas parit rias No mesmo sentido se coloca a Declara o de Quito de 11 de abril de 2003 em que representantes das pessoas com defici ncia insistem na import ncia n o apenas das pol ticas p blicas compensat rias para a constru o da sociedade inclusiva mas tamb m do acolhimento a pessoas com defici ncia e a toda a gama da diversidade humana Ainda nesse diapas o cite se a Ata da Confer ncia Internacional do Direito das Pessoa com Defici ncia de 9 de maio de 2003 realizada em Havana Cuba que ressalta a prem ncia da necessidade de uma atenc o especial s demandas das pessoas com defici ncia para que a extens o dos d
281. e fotos O manual de instru es sonoro e a caixa de programa vem com indica es em braile Custa R 400 239 ilumina o p blica abastecimento e distribui o de gua paisagismo e os que materializam as indica es do planejamento urban stico e mobili rio urbano o conjunto de objetos existentes nas vias e espa os p blicos superpostos ou adicionados aos elementos da urbaniza o ou da edifica o de forma que sua modifica o ou traslado n o provoque altera es substanciais nestes elementos tais como sem foros postes de sinaliza o e similares cabines telef nicas fontes p blicas lixeiras toldos marquises quiosques e quaisquer outros de natureza an loga 11 3 1 Urbaniza o O planejamento e a urbaniza o das vias p blicas dos parques e dos demais espa os de uso p blico dever o ser concebidos e executados de forma a torn los acess veis para as pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida de acordo com a determina o legal As vias p blicas os parques e os demais espa os de uso p blico existentes assim como as respectivas instala es de servi os e mobili rios urbanos dever o ser adaptados obedecendo se ordem de prioridade que vise maior efici ncia das modifica es no sentido de promover a ampla acessibilidade s pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida O projeto e o tra ado dos elementos de urbaniza o p blicos e privados de uso comunit ri
282. e influenciar na interpreta o e na aplica o de todas as normas jur dicas positivadas Ocupa a hierarquia m xima em termos da hermen utica jur dica e situa se no pice do sistema jur dico irradiando sua luz por todo o ordenamento Contudo a despeito de pairar por cima do sistema jur dico como se estivesse gravitando em um universo de generalidade e abstra o por condicionar a aplica o de normas jur dicas acaba incidindo no plano real e atingindo a concretude Contemporaneamente com a evolu o do direito constitucional e com sua abertura sist mica um novo enfoque passou a ser conferido aos princ pios eis que eles t m cada vez mais abandonado aquela postura de subsidiariedade que lhes foi equivocadamente atribu da e saltado dos c digos e legisla es infraconstitucionais diretamente para a Constitui o local em que se tornam alicerce e fundamento de toda a ordem jur dica servindo especificamente como vetores interpretativos Desta forma e partindo se destas premissas temos que o principal valor tutelado pela Constitui o da Rep blica sem qualquer d vida a dignidade humana que serve inclusive de valor condicionante para a validade e a efic cia de princ pios inferiores e de toda a legisla o infraconstitucional em n tida posi o de supremacia axiol gica Possui verdadeiramente a natureza de super princ pio e portando deve se constituir no principal ponto de an lise do herme
283. e ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de c o guia e d outras provid ncias A Sexta C mara C vel do Tribunal de Justi a do Rio Grande do Sul ao julgar a Apela o C vel no processo n 70027051101 acordou que o impedimento de ingresso de deficiente visual com c o guia nas depend ncias do Shopping Center a abordagem realizada pelos seguran as configura dano moral Considerando a evidente afronta do estabelecimento comercial aos ditames da Lei Estadual n 11 739 2002 e do Decreto Federal n 5904 06 ao obstaculizar o ingresso do autor deficiente visual nas depend ncias do shopping juntamente com o seu c o guia abordando o de maneira a chamar a aten o dos demais transeuntes resta configurado o ato il cito e por conseguinte o dever de indenizar 12 3 10 Responsabilidades do Poder P blico Ao Poder P blico e seus rg os cabe assegurar s pessoas com defici ncia o pleno exerc cio de seus direitos b sicos inclusive dos direitos educa o sa de ao trabalho ao lazer previd ncia social ao amparo inf ncia e maternidade e de outros que decorrentes da Constitui o e das leis propiciem seu bem estar pessoal social e econ mico 12 3 11 Integra o da Pessoa com Defici ncia e o Processo Eleitoral As pessoas com defici ncia t m o direito de participar do processo 281 eleitoral como eleitor e como candidato cabendo ao Poder P blico prover os meios
284. e ofrecer Concretamente ha sido en los ltimos 30 a os cuando se han abandonado posiciones asistencialistas paternalistas y reductoras de la dignidad de este colectivo de personas que les trataban como meros destinatarios pasivos de las prestaciones y de las pol ticas inherentes a un modelo m dico o rehabilitador La CE ha sido la base y el motor de una r pida evoluci n en los ltimos a os hacia el modelo social de protecci n de las personas con discapacidad y para la asunci n de su protecci n como una cuesti n de derechos humanos Segundo a doutrina na Espanha o espectro jur dico constitucional que sustenta os direitos das pessoas com defici ncia decorre da combina o dos arts 9 10 14 40 41 e finalmente o art 49 daquela Carta Pol tica sendo o ltimo aquele que versa especificamente a respeito da mat ria en el que se consagran los principios rectores de la pol tica econ mica y social O art 9 da Constitui o Espanhola CE de 27 de dezembro de 1978 no seu n mero 1 declara que todos os cidad os espanh is est o sujeitos Constitui o e s leis comuns estabelece no seu n mero 2 ainda que Corresponde a los poderes p blicos promover las condiciones para que la libertad y la igualdad del individuo y de los grupos en que se integra sean reales y efectivas remover los obst culos que impidan o dificulten su plenitud y facilitar la participaci n de todos los ciudadanos en l
285. e para as hip teses de pessoas carentes estaria de certa forma legislando por via transversa e revelia do sistema jur dico o que n o seria adequado Assim como esta limita o n o poderia ser imposta por decis o judicial a melhor solu o realmente foi a de suspender liminarmente a efic cia da lei 111 Idem op cit p 56 108 O julgamento em quest o al m de instigante nos remete a questionamentos interessantes sobre situa es an logas No caso das indeniza es pagas pela Uni o s v timas da ditadura militar a verba foi destinada independentemente de aferi o acerca das condi es financeiras das fam lias Nesta hip tese houve viola o ao princ pio da proporcionalidade Entendemos que n o Nas indeniza es que tiveram como causa a ditadura militar independentemente de processo judicial o Estado Brasileiro reconheceu o cometimento de abusos por parte de seus agentes e com alicerce em lei estipulou as indeniza es Ao contr rio da lei do DF em que a indeniza o tinha como causa remota o ato de um particular na hip tese das indeniza es decorrentes da ditadura os agentes causadores eram servidores p blicos integrantes das for as armadas ou das pol cias o que justifica a diferen a de tratamento jur dico Ainda o princ pio constitucional da proporcionalidade n o pode ser concebido em uma roupagem est tica e pr concebida ao contr rio a dificuldade de se atribuir a este princ
286. e preservar os direitos fundamentais e viabilizar a implementa o do Estado Democr tico de Direito Ainda neste particular oportuna a men o que Willis Santiago GUERRA FILHO faz acerca dos desdobramentos do princ pio constitucional impl cito da proporcionalidade Segundo a li o acima que busca alicerce na doutrina constitucionalista alem existiriam tr s aspectos a serem considerados O primeiro deles seria o aspecto da adequa o e por adequa o pretendesse dizer que o meio escolhido dever guardar rela o de conex o com o resultado pretendido na busca de uma pretens o til O segundo aspecto seria o da exigibilidade segundo o qual a op o escolhida deve ser a mais suave poss vel dentre as poss veis de forma a preservar maximamente os valores tutelados pela Constitui o Em outras palavras deve se violar minimamente o princ pio que entrou em rota de colis o no caso concreto com o valor prevalente O terceiro e ltimo aspecto o da proporcionalidade em sentido estrito segundo a qual deve o int rprete utilizar se da op o mais vantajosa para a preval ncia do princ pio preponderante mas sempre tendo em vista a 2RIZZATTO NUNES Luis Ant nio op cit p 41 SANTIAGO GUERRA FILHO Willis Processo constitucional e direitos fundamentais S o Paulo Celso Bastos 1999 pp 59 60 104 preocupa o de se preservar a harmonia sist mica o que implica tamb m no caso concreto o
287. e prestacional e a inser o de un modelo que procura la igualdad real y efectiva Tomaram conciencia de que la discapacidad no es una cualidad ni un problema meramente personal sino sobretodo una cuesti n social A verdadeira origem de la falta de capacidad est en las limitaciones de la sociedad para prestar servicios apropiados y asegurar que las necesidades que las personas con discapacidad dentro da organiza o social sejam supridas Contudo a Espanha merece destaque pois se mostra preocupada com a inclus o social da pessoa com defici ncia de forma universal trazendo novidades tal qual a hipot ca inversa como instrumento privado para El sostenimiento econ mico de la dependencia Esta se define como un pr stamo o cr dito hipotecario del que el propietario de la vivienda realiza disposiciones peri dicas o en forma de cobro nico hasta un importe m ximo determinado por un porcentaje del valor de tasaci n en el momento de la constituci n y al alcanzarse dicho porcentaje se deja de disponer de la renta aunque la deuda sigue generando intereses Diz respeito a una operaci n financiera especialmente dise ada para mayores de 65 a os y personas dependientes con la que se posibilita convertir a dinero el valor patrimonial que representa la propiedad de su vivienda sin perder la titularidad A Uni o Europ ia atrav s do Direito Comunit rio Europeu empenha se efetivamente em fixar crit rios eficazes de respeito aos
288. e produtos prim rios ao lado do sistema monopolista imposto pela metr pole Resultante desse processo edifica se uma sociedade agr ria latifundi ria com m o de obra escrava 164 consequ ncias ainda hoje na sociedade brasileira A esse respeito oportuna a reprodu o de texto de Vera Cury Assim no atual contexto contempor neo em pleno s culo XXI em que a sociedade brasileira discute o fim do nepotismo nos tr s poderes da Rep blica pode se realmente perceber o qu o profundas foram as marcas da coloniza o portuguesa no Brasil e a real origem dos desmandos com o dinheiro p blico Toda esta din mica imposta por Portugal refletiu diretamente no mais severo aniquilamento de qualquer pretens o pluralista ou de cidadania participativa durante o processo de coloniza o 2 Neste sentido fica bastante clara a origem do culto legalidade da reprodu o de modelos dogm ticos nem sempre adequados realidade brasileira de um direito elitista e dissociado dos interesses da classe exclu da e de um cen rio jur dico direcionado aos interesses dos poderosos A presente constata o revela um processo longo e gradativo pelo qual vem passando a sociedade brasileira que tem o desafio de quebrar estruturas r gidas sedimentadas h s culos e de dif cil supera o Assim uma compreens o segura acerca das origens da forma o jur dica brasileira permitir ao operador do direito a forma o de uma base s lida pa
289. e ser livre de obst culos Havendo desn veis estes devem ser vencidos por rampas executados com piso firme e est vel No caso de o acesso se dar pela via p blica dever ser previsto o rebaixamento de guias por todo o trajeto observada a inclina o transversal m xima da cal ada de 2 e desprovido de quaisquer desn veis abruptos ou degraus As vagas devem der demarcadas e sinalizadas horizontalmente e verticalmente com o S mbolo Internacional de acesso 248 11 9 Entradas e Sa das Deve ser previsto no m nimo um acesso atendendo s condi es de acessibilidade vinculado circula o principal e emerg ncia resultando se que qualquer desn vel entre o logradouro p blico ou rea externa e o piso correspondente soleira de ingresso da edifica o dever ser vencido atrav s de rampas ou equipamentos eletromec nicos especiais podendo ocupar os recuos As portas ou v os de passagem situados nas reas comuns de circula o no ingresso e sa da das edifica es e das unidades aut nomas ter o largura livre de 0 80m em pelo menos uma das suas folhas Suas caracter sticas devem oferecer condi es para que seja aberta com um nico movimento com ma aneta de manuseio ergon mico e sempre que abram para fora devem ser dotadas de barra horizontal na face interna As portas do tipo vai e vem devem ser dotadas de visor vertical as portas de correr n o podem permitir que os trilhos ou guias estejam acima d
290. e solid ria Constr i para tanto a Rede Ibero Americana de Organiza es N o Governamentais de Pessoas com Defici ncia e suas Familias como uma inst ncia que promove organiza e coordena a es para a defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas com defici ncia e suas fam lias promovendo a organiza o e o fortalecimento dos movimentos associativos de mbito nacional e sua composi o mais ampla e participativa poss vel constituindo se em um interlocutor v lido perante organismos governamentais e n o governamentais nacionais e internacionais Declara o Internacional de Montreal sobre Inclus o Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Especial Legisla o Espec fica Dispon vel em lt http www mec gov br seesp legislacao shtm gt Acesso em 20 set 2008 O Declara o de Caracas Rede Ibero americana de Organiza es N o governamentais Dispon vel em lt http www educacaoonline pro br doc declaracao de caracas asp gt Acesso em 20 set 2008 365 Finalmente entre outras sugest es instiga os pa ses latino americanos a ratificarem a Conven o da Guatemala A Declara o de Madri aprovada em Madri Espanha em 23 de mar o de 2002 no Congresso Europeu de Pessoas com Defici ncia comemorando a proclama o de 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Defici ncia exorta extens o dos direitos fundamentais universais para as
291. e trabalho devem ser observados sobretudo sob o olhar da n o discrimina o cujo combate 2 Conselho Nacional de Educa o C mara de Educa o B sica 290 segundo Maur cio Godinho DELGADO teve seu divisor de guas na Constitui o Federal de 1998 Aspectos como meio ambiente do trabalho e seguranca do trabalho n o merecer o grande atenc o neste item por tratarem de regras essencialmente universais a todos os empregadores em rela o aos trabalhadores sejam eles pessoas com defici ncia ou n o A principal quest o est na igualdade de sal rio e de oportunidades de ascens o profissional uma vez que tanto na admiss o quanto na recoloca o dos profissionais com defici ncia verificam se por vezes situa es de discrimina o pass veis de repara o A veda o constitucional art 7 XXXI de discrimina o quanto a sal rio e crit rios de admiss o clara embora na pr tica ainda presente sejam observadas atitudes discriminat rias de toda sorte Na readapta o do trabalhador a nova fun o em raz o de defici ncia f sica atestada pelo rg o de previd ncia o princ pio da irredutibilidade de sal rios o protege sendo vedada a viola o vantagem personal ssima da maior remunera o Ressalte se ainda que na dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado no final do contrato de trabalho por prazo determinado de mais de 90 dias e a dispensa imot
292. ecessidades b sicas e habituais 3 Ressalto as palavras de Dona J Clemente fundadora da APAE SP em entrevista ao canal GNT em 14 de abril de 2001 N o se avalia a pessoa pela intelig ncia mas sim pelo seu potencial emocional aquilo que pode dar de si para o mundo 46 social educa o orienta o e treinamento vocacional e reabilita o assist ncia aconselhamentos servi os de coloca o e outros servi os que lhes possibilitem o m ximo desenvolvimento de sua capacidade e habilidades e que acelere o processo de sua integra o social bem como o direito de viver com suas fam lias ainda que adotivas e de participar de todas as atividades sociais educacionais e recreativas Por fim entendeu se que quaisquer procedimentos judiciais ou administrativos devem levar em considera o as necessidades especiais da pessoa envolvida A Assembl ia Geral da ONU demonstrou nas Declara es em quest o firme inten o de proteger e retirar da marginalidade os deficientes a inten o entretanto fica muito longe da realidade Uma das principais barreiras completa implanta o das Declara es e preserva o plena de direitos das pessoas com defici ncia econ mica Os pa ses ditos pobres n o t m condi es financeiras para custear adequadamente o tratamento e acompanhamento que necessitam seus cidad os no geral No dia 13 de dezembro de 2006 em sess o solene da ONU foi aprovado o texto final da
293. ecis o da Justi a Federal de Mato Grosso do Sul Brasil O argumento foi o de que a primeira inst ncia teria dado interpreta o ao artigo 20 da Lei 8 742 93 o que foi proibido pelo Supremo no julgamento da A o Direta de Inconstitucionalidade 1 232 Lewandowski negou o recurso O relator afirmou que o paciente sofre de paralisia cerebral preju zo nas fun es vegetativas altera o no sistema sens rio motor oral e retardo no desenvolvimento psicomotor e por isso tem direito de receber o benef cio do INSS As informa es constantes dos autos apontam a exist ncia de uma renda familiar de apenas R 536 60 quinhentos e trinta e seis reais e sessenta centavos n o tendo dados sobre a natureza do trabalho exercido se tempor rio ou por prazo indeterminado e despesas comprovadas de R 500 00 quinhentos reais limitados esses gastos ao m nimo o que resulta em condi es de vida bastante modestas considerou Lewandowski Diante das circunst ncias e dos graves riscos subsist ncia do interessado decorrentes 265 da eventual supress o do benef cio o relator negou o pedido do INSS por entender que no caso o perigo na demora milita em favor do interessado O art 208 inciso Ill arrola entre os deveres do Estado na rbita da atividade educacional o atendimento especializado para pessoas com defici ncia preferencialmente na rede p blica de ensino como forma de sociabilizar as crian as e
294. ectos Se de um lado ele prega a liberdade como bem supremo do homem de outro limita a a o daqueles que n o possuem dinheiro Se se apresenta como revolucion rio e progressista em rela o ao antigo regime no entanto conservador em rela o s reivindica es populares Portanto revolucion rio e ao mesmo tempo conservador Enquanto que no s culo XIX luta contra a monarquia absoluta e no s culo XX contra as ditaduras e regimes totalit rios volta se em ambos os momentos contra as autoridades populares e sobretudo contra a democracia e o socialismo WOLKMER Antonio Carlos ibid pp 47 52 Como j se mencionou noutro contexto o positivismo jur dico que prosperou a partir das grandes codifica es e acabou se impondo como principal doutrina jur dica contempor nea constituiu se na mais vigorosa rea o s correntes definidas como jusnaturalistas que buscavam definir a origem a ess ncia e o fim do Direito na natureza ou mesmo na raz o humana A ideologia positivista procurou banir todas as considera es de teor metaf sico racionalista do Direito reduzindo tudo an lise de categorias emp ricas na funcionalidade de estruturas legais em vigor Contrapondo se concep o metaf sica na dogm tica positivista o Direito explicado pela sua pr pria materialidade coercitiva e punitiva Toda a sua validade e imputa o fundamentam se na pr pria exist ncia de uma adminis
295. eender o momento presente Pretendemos mostrar que a legisla o existe mas que a seguridade apresenta alguns problemas Primeiro por ser meramente assistencial n o emancipa ou mesmo capacita para a entrada no mercado de trabalho Por outro lado a entrada e perman ncia da pessoa com defici ncia na seguridade social dependem de um laudo com m dico perito Essa simples condi o somada ao sem n mero de processos contestando esses laudos j nos mostra que o sistema assim conduzido ser cada vez mais invi vel Ademais as despesas com o benef cio assegurado de um sal rio m nimo por um lado aqu m das necessidades de uma pessoa com defici ncia e por outro est se mostrando cada vez mais uma sobrecarga para as despesas do Estado Nesse sentido queremos concluir sobre a necessidade de o Estado favorecer a inclus o social das pessoas com defici ncia no mercado de trabalho viabilizando a acessibilidade come ando pela adaptabilidade do transporte p blico pois n o adianta criar oportunidades de empregos como por exemplo as cotas em concursos p blicos se a pessoa com defici ncia uma vez empregada n o tem como se deslocar de casa para o trabalho e vice versa Ou seja na pr tica n o possui efic cia Deve se levar em considera o a dignidade da pessoa humana ao avaliar o grande n mero de pessoas com defici ncia fora do mercado de trabalho dando efic cia s leis que garantem a acessibilidade a estas facilit
296. efici ncia que se formalizaram por interm dio da Resolu o 48 96 de 20 de dezembro Lastreiam se tais Regras na Declarac o Universal dos Direitos do Homem no Pacto Pol tico e Civil no Pacto Econ mico e Social nas Conven es 111 e 159 da OIT na Resolu o 1990 26 do Conselho Econ mico e Social expondo normas que preconizam a total aplicac o dos direitos humanos s pessoas com defici ncia observadas as respectivas necessidades peculiares Observando outrossim que grande parte da populac o mundial consiste de pessoas com defici ncia e que est o severamente alijadas das conquistas sociais e dos direitos humanos objetivando tamb m dar cumprimento ao Programa de A o Mundial relativo s Pessoas com Defici ncias adotado pela Assembl ia Geral na sua Resolu o 37 52 de 3 de Dezembro de 1982 A referida Assembl ia editou a presente Declara o que consiste de 22 regras com diversos subitens distribu das em quatro t tulos Requisitos para a Igualdade de Participa o Il reas Alvo da Igualdade de Participa o IIl Medidas de Aplica o e IV Mecanismo de Controle O primeiro t tulo Requisitos para a Igualdade de Participa o por sua vez divide se em Regra 1 Sensibiliza o itens 1 a 9 diz respeito a eRegras Gerais Centro de Informa o da ONU em Portugal Dispon vel em lt http www onuportugal pt Regrasgerais pdf gt Acesso em 27 de setembro de 2008 362
297. eficientes por exemplo o mito de que pessoas com defici ncia t m p ssima assiduidade no trabalho pode gerar comportamento discriminat rio contra elas Essas barreiras negam s pessoas deficientes a oportunidade de serem membros ativos e produtivos da sociedade Por outro lado os poderes p blicos t m capacidade para mudar este quadro situacional 221 O preconceito atinge a pessoa com defici ncia direta e indiretamente O preconceito direto aquele dirigido explicitamente pessoa com defici ncia como por exemplo n o querer toc la manter se distante etc Mas h outro tipo de preconceito indireto com efeitos t o ou mais graves Deixar de construir uma rampa por exemplo pela agress o est tica ao local uma forma de preconceito grave muito distante de qualquer id ia de dignidade do ser humano Dentre as v rias entrevistas feitas selecionei um relato que reflete a dor causada pela discrimina o e a necessidade de acesso como forma de inclus o A gente nunca imagina o que realmente a discrimina o e o preconceito at passar por ele e descobrir que tamb m acontece com a gente Antes disso apenas temos uma no o retirada de demonstra es de preconceito feitas aos outros Depois a sensa o do cora o apertado da dor no estomago e a boca seca assim a discrimina o e o preconceito E depois Depois aquele vazio e o pensamento martelando Voc como todo mundo Mas no
298. eforma trabalhista Jornal Digital A Not cia Joinville 23 de outubro de 2004 Dispon vel em lt http an uol com br 2004 out 23 0ger htm gt Acesso em 04 de fevereiro de 2009 226 11 INCLUS O SOCIAL DA PESSOA COM DEFICI NCIA PELA ACESSIBILIDADE Doravante o foco de investiga o convergir para a aprecia o do qu o importante a acessibilidade quando falamos em inclus o social e integra o da pessoa com defici ncia O lazer a educa o o trabalho s o formas importantes de integra o da pessoa com defici ncia N o poss vel que esta participe da vida em sociedade se lhe impedido o acesso at mesmo por barreiras arquitet nicas elementos f sicos Al m das barreiras culturais que provavelmente s o as mais dif ceis de vencer Ainda existem barreiras plena participa o das pessoas com defici ncia Geralmente as barreiras s o de tr s tipos F sicas por exemplo degraus que impedem a entrada de cadeirantes usu rios de cadeiras de rodas nos edif cios elevadores sem controle em relevo e sinais aud veis para pessoas com defici ncia visual Sist micas relacionadas a pol ticas formais e informais por exemplo estabelecimentos de ensinos que n o oferecem servi os assistivos tais como anota o de aulas para alunos que n o conseguem faz lo eles mesmos excluem esses alunos Atitudenais em forma de preconceitos estigmas e estere tipos sobre pessoas d
299. egistrada no ambiente mundial que descrevemos anteriormente tendo primeiramente passado pela simples caridade ap s pelo mutualismo de car ter privado e facultativo depois pelo seguro social e atualmente tenta se implementar o sistema de seguridade social como consagrado na Constitui o de 1988 Da caridade e esp rito crist o o autor menciona as Santas Casas de Miseric rdia fundada pelo Padre Jos de Anchieta No s culo XVI a Santa Casa de Miseric rdia de Santos fundada por Br s Cubas em 1543 e a Santa Casa de Miseric rdia do Rio de Janeiro de 1584 com a finalidade de prestar atendimento hospitalar aos pobres A transi o da benefic ncia para a assist ncia p blica no Brasil diz ainda demorou aproximadamente tr s s culos pois a primeira manifesta o normativa sobre assist ncia social surge com a Constitui o Imperial de 1824 que traz no seu art 179 inciso n XXXI A Constitui o tamb m garante os socorros p blicos Constitui o que embora tenha seu valor hist rico nada de concreto assegurava se aos cidad os enquanto nesse mesmo per odo 52 no velho mundo por sua vez j se assegurava tal medida ao menos em n vel normativo desde a lei dos pobres londrina do s culo XVII Em 1854 segundo Cleber Francisco ALVES a constru o do Asilo dos Inv lidos da P tria foi um marco do nascimento das rela es de trabalho propriamente ditas em nosso Direito do Trab
300. eito legal das pessoas com defici ncia intelectual para tomada de suas pr prias decis es poder ser legalmente interditado Qualquer interdi o dever ser por um per odo de tempo limitado sujeito as revis es peri dicas e com respeito apenas a estas decis es pelas quais ser determinada uma autoridade independente para determinar a capacidade legal A autoridade independente acima mencionada deve encontrar evid ncias claras e consistentes de que apesar dos apoios necess rios todas as alternativas restritivas de indicar e nomear um representante pessoal substituto foram previamente esgotadas Esta autoridade independente dever respeitar o direito a um processo jur dico incluindo o direito individual de ser notificado ser ouvido apresentar provas ou testemunhos a seu favor ser representado por um ou mais pessoas de sua confian a e escolha para sustentar qualquer evid ncia em uma audi ncia assim como apelar de qualquer decis o perante um tribunal superior Qualquer representante pessoal substituto da pessoa com defici ncia ou seu tutor dever tomar em conta as prefer ncias da pessoa com defici ncia intelectual e fazer todo o poss vel para tornar efetiva a decis o que essa pessoa teria tomado caso n o o possa faz lo Com este prop sito os participantes de Confer ncia OPS OMS de Montreal sobre Defici ncias Intelectuais em solidariedade com os esfor os realizados a n vel nacional internacional indi
301. eitos do Homem CEDH assinada em Roma em 1950 a Carta Social Europ ia de 1961 e a Carta Comunit ria dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores de 1989 O Tratado de Amsterd resultou da Confer ncia Intergovernamental lan ada em 29 de mar o de 1996 durante o Conselho Europeu de Turim Foi adotado no Conselho Europeu de Amsterd ocorrido em 16 e 17 de junho de 1997 e passou a viger ap s a ratifica o por todos os pa ses membros a partir de 1 de maio de 1999 Para esta tese interessa especialmente a altera o de alguns dispositivos do Tratado da Uni o Europ ia inclusive de seu Pre mbulo Os efeitos jur dicos do Tratado de Amsterd tocam portanto inclus o do respeito obrigat rio aos direitos fundamentais individuais e sociais bem como do combate a qualquer forma de discrimina o naquele Tratado Incluiu no seu Pre mbulo men o expressa s Cartas Sociais de 1961 e 1989 e alterou os Decis o do Conselho de 27 de novembro de 2000 que estabelece um programa de a o comunit rio de luta contra a discrimina o 2001 2006 336 arts 12 e 13 do mesmo Tratado original para generalizar o combate s formas de discrimina o quanto a sexo ra a ou origem tnica religi o ou cren as defici ncias idade ou orienta o sexual Embora as normas internacionais care am de cog ncia em regra evid ncia que se constata em face das Recomenda es e Conven es da OIT no que conc
302. eja praticamente n o se emprega pessoa com defici ncia no Brasil Leis existem por m n o s o cumpridas Diante de dois candidatos a uma coloca o ambos com mesma qualifica o mas um deles pessoa com defici ncia certamente o empregador n o optar por ele As Cooperativas Sociais tamb m se mostraram um fracasso N o conseguem viabilizar a entrada das pessoas no mercado de trabalho e talvez nossos deficientes necessitem de forma o empreendedora para assumir que podem atuar dessa forma muito prov vel que a mentalidade assistencialista e piedosa 267 alimentada e cultivada por mil nios tenha fixado ra zes n o apenas na maneira como a sociedade olha e trata a pessoa com defici ncia mas principalmente tenha deixado d vidas profundas de auto estima e capacidade de realiza o O primeiro conceito de pessoa com defici ncia no mbito do Direito do Trabalho surgiu em 1955 atrav s da Organiza o Internacional do Trabalho OIT na Recomenda o n 99 Esse conceito foi repetido e aprimorado posteriormente Recomenda o n 168 e Recomenda o n 159 ambas de 1983 da OIT O Brasil atrav s do Decreto Legislativo n 51 de 28 de agosto de 1989 ratificou a Recomenda o 159 e adotou ent o o primeiro conceito de pessoa com defici ncia no contexto normativo trabalhista brasileiro qual seja Artigo 1 Para efeitos da presente Conven o entende se por pessoa deficiente todo indiv duo cujas
303. el de uma defini o operacional Os princ pios parciais da adequa o da exigibilidade e proporcionalidade em sentido estrito funcionam como indicadores de mensura o de controle Quais seriam os indicadores de mensura o do princ pio da razoabilidade Particularmente concordamos com a corrente que defende a diferencia o Entendemos que a razoabilidade representa um valor de pondera o intr nseco ao princ pio da proporcionalidade e extremamente til para a solu o de conflito entre princ pios constitucionais Ademais a razoabilidade projeta seu valor especialmente no caso concreto em que sua carga valorativa serve para indicar qual dos princ pios deve prevalecer naquela situa o apresentada Desta forma entendemos que o valor razoabilidade est contido no valor maior proporcionalidade Com o devido respeito n o haveria coer ncia de argumenta o jur dica se fosse admitida suposta colis o entre o princ pio da dignidade humana e qualquer outro inserido na Constitui o Se a dignidade ocupa o SANTIAGO GUERRA FILHO Willis op cit pp 25 26 1 STEINMETZ Wilson Ant nio op cit pp 187 188 102 valor m ximo condicionante de toda e qualquer interpreta o jamais poderia colidir com um princ pio axiologicamente inferior Neste sentido entendemos somente ser poss vel a eventual colis o entre os princ pios subordinados o que refor a nosso posicionamento de verdadeira im
304. em lt http www gobiernodechile cl documentacion constitucion asp gt Acesso em 10 jan 2009 COLOMBIA Constituci n Pol tica de la Rep blica de Colombia de 6 de julio de 1991 Colombia Senado Federal Dispon vel em lt www senado gov co gt Acesso em 11 jan 2009 COLOMBIA Ley 361 de 11 de febrero de 1997 Colombia Senado Federal Dispon vel em lt http www secretariasenado gov co leyes l0361_97 htm gt Acesso em 11 jan 2009 DECRETO N 6 949 DE 25 DE AGOSTO DE 2009 Promulga a conven o internacional sobre os direitos das pessoas com defici ncia e seu protocolo facultativo assinados em Nova york em 30 de marco de 2007 dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 _ato2007 2010 2009 decreto d6949 htm gt acesso em 28 set 2010 426 DECLARA O DE MADRI Portal do Cidad o com Defici ncia Biblioteca Dispon vel em lt http www pcd pt biblioteca docs php id 326 amp id doc 170 amp id cat 18 amp PHPS ESSID 843648c2bfee39a37afcd122f1b5ffc gt Acesso em 20 set 2008 Declarac o de Direitos do Deficiente Mental Artigo 1 Dispon vel em lt http www cedipod org br w6dddm htm gt Acesso out 2007 DECLARA O DE WASHINGTON Entre Amigos Vida independente Dispon vel em lt http www entreamigos com br textos vidaind declaracaowashinton htm gt Acesso em 20 set 2008 DECLARA O DE SPORO Dispon vel em lt http www adefi org br decla_sapporo html gt Ace
305. em prol da sociedade inclusiva movimento que perdura e se materializa nas diversas Conven es e Declara es que doravante se analisam 721 14 2 Conven es e Recomenda es da Ol em Mat ria de Discrimina o no Trabalho Conv m agora expor se o conte do da Conven o n 11122 de 1958 ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo n 62 150 de 19 01 68 adotada na 42 Confer ncia Geral da OIT que fixa crit rios gerais sobre discrimina o no trabalho Em seu pre mbulo a Conven o em apre o toma por refer ncia 263 axiol gica a Declara o de Filad lfia para sublinhar que todos os seres humanos sem distin o de ra a de cren a ou de sexo t m direito a perseguir Z0ONU Organiza o das Na es Unidas Centro de Informa o da ONU em Portugal Dispon vel em lt http www onupor tugal pt anos html gt Acesso em 02 nov 2008 261A Emenda Constitucional n 45 2005 acrescentou o 8 3 ao art 5 da Constitui o dispondo acerca da hierarquia dos tratados e conven es dentro do ordenamento jur dico brasileiro nos seguinte termos Art 5 3 Os tratados e conven es internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos por tr s quintos dos votos dos respectivos membros ser o equivalentes s emendas constitucionais 291T Convenios y recomendaciones internacionales del trab
306. engessadas pelo planejamento do Governo Se por um lado reconhecemos a necessidade de pol ticas p blicas gen ricas na seara da sa de democraticamente discutidas por outro defendemos a necessidade de certa maleabilidade na decis o do m dico diante de casos concretos espec ficos Apesar de ser pensada sob a tica coletiva a pol tica de sa de p blica deveria reservar parcela de seu or amento para a solu o imediata dos casos n o usuais em que caberia ao m dico gestor justificar fundamentadamente sua op o de tratamento Em casos mais extremos caberia a sugest o de remessa desta op o do m dico gestor a uma junta m dica para chancelar ou n o aquela op o O que n o aceitamos a aniquila o da perspectiva individual na seara da sa de p blica Caberia aqui uma analogia em termos procedimentais com a din mica utilizada nos Juizados Especiais com a remessa da senten a monocr tica para uma Turma Recursal regional Assim o m dico faria sua op o fundamentada e enviaria de of cio sua decis o para uma junta m dica vinculada a sua regional de sa de que poderia chancelar aquela op o ou n o tamb m de forma fundamentada Hildegard Taggesell GIOSTRI autora de obra espec fica sobre o tema reconhecendo a necessidade de se conferir ao m dico certa discricionariedade 134 no que se refere ao tratamento de seus pacientes especialmente diante do corpo humano que traz consigo de forma indissoci vel o fa
307. enova o da frota de t xis Em seu parecer favor vel ao projeto o relator na CDH senador Eduardo Amorim PSC SE observa que al m do aspecto econ mico a proposta prop e tamb m a integra o social da pessoa com defici ncia Com regras para acesso a pr dios cal adas e transporte p blico foi sancionado no dia 22 de agosto de 2011 na cidade de Porto Alegre estado do Rio Grande do Sul Brasil o Plano Diretor de Acessibilidade A legisla o que pretende facilitar a circula o da popula o com mobilidade reduzida foi apresentada em meio programa o da 1 Semana de Valoriza o da Pessoa com Defici ncia promovida pela Assembl ia Legislativa O documento re ne toda a legisla o vigente relacionada s pessoas com defici ncia e nasceu do trabalho da Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclus o Social O plano fruto de um debate entre interessados no assunto Pessoas com defici ncia e entidades de apoio foram ouvidas A partir de agora qualquer obra de bem p blico ou privado ter de seguir as normas de acessibilidade universal impostas Entre os principais problemas listados por pessoas com limita es f sicas est o obst culos do mobili rio urbano mal localizado como cabines telef nicas lixeiras e caixas de correio Esse conjunto de itens ao lado de cal adas prec rias costuma gerar dificuldades de deslocamento Em decorr ncia do Plano Diretor de acessibilidade o poder p blico em parcer
308. ensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efetiva realiza o dos seus direitos sem preju zo dos direitos e deveres dos pais ou tutores 3 O Estado ap ia as organiza es de cidad os portadores de defici ncia 309 Verifica se pelo teor do dispositivo a postura inclusiva da Constitui o Portuguesa em rela o s pessoas com defici ncia eis que lhes outorga todos os direitos e deveres de cidad os plenos em capacidade de exerc cio e gozo de direitos Impulsiona assim a a o estatal para que tais direitos sejam efetivos instando s a es afirmativas p blicas e particulares para compensar as maiores adversidades inerentes vida das pessoas com defici ncia O art 74 ao tratar da educa o assegura no item 2 al neas g e h o acesso das pessoas com defici ncia s escolas regulares bem como oficializa o da l ngua gestual portuguesa Regulamentando o art 50 combinado com o art 71 da Constitui o h o Decreto Lei 29 22 de 3 de fevereiro de 2001 que estabelece cota de trabalhadores com defici ncia com um grau de incapacidade igual ou superior a 60 nos servi os e nos organismos da administra o central e local bem como nos institutos p blicos que se revistam da natureza de servi os personalizados do Estado ou de fundos p blicos Considera defici ncia assim aquela prevista na revogada Lei 9 89 de 2 de maio as pessoas
309. entar tais pol ticas que al m do assento constitucional foram democraticamente discutidas e aprovadas por rg os sociais leg timos O que n o se pode tolerar no atual contexto de p s positivismo e de humanismo a conveniente desculpa de que n o cabe ao Judici rio gerir or amentos p blicos pela via processual Que fique bem claro o que defendemos n o a concess o de super poderes ao Judici rio mas t o Art 100 Inciso da Lei 5 869 73 do C digo de Processo Civil Brasileiro Art 100 Inciso Il da Lei 5 869 73 do C digo de Processo Civil Brasileiro GOMES DA SILVA Eliezer Direitos humanos como fundamento tico argumentativo para um conceito material de crime uma proposta de supera o da teoria do bem jur dico penal In CL VE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Ed Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2006 no prelo Por outro lado o conceito de crime e a fundamenta o te rica e tica que o completa em torno de interesses humanos delimitados de forma restrita n o tem efeito apenas descriminalizador Abre se a possibilidade de criminaliza o de condutas por parte de governantes por omiss o dolosa ou neglig ncia na implementa o podendo faz lo de pol ticas e direitos sociais b sicos para a vida condigna de seus governados poss vel hoje no Brasil a puni o inclusive de administradores p blicos at po
310. ente constituam uma medida razo vel de avalia o do desempenho da atividade Reformado em parte o julgado da Corte de Apela o GOMES Joaquim B Barbosa op cit pp 296 343 p 334 393 discrimina o segrega o estigmatiza o explora o maus tratos ou castigo cruel desumano ou degradante como as torturas Os Direitos Humanos s o indivis veis universais interdependentes e inter relacionados Consequentemente o direito ao n vel m ximo poss vel de sa de e bem estar est interconectado com outros direitos fundamentais como os direitos civis pol ticos econ micos sociais e culturais ou outras liberdades fundamentais Para as pessoas com defici ncias intelectuais assim como para as outras pessoas o exerc cio do direito sa de requer a inclus o social uma vida com qualidade acesso educa o inclusiva acesso a um trabalho remunerado e equiparado e acesso aos servi os integrados da comunidade Todas as pessoas com defici ncias intelectuais s o cidad os plenos iguais perante a lei e como tais devem exercer seus direitos com base no respeito nas diferen as e nas suas escolhas e decis es individuais O direito a igualdade para as pessoas com defici ncia intelectual n o se limita equipara o de oportunidades mas requerem tamb m se as pr prias pessoas com defici ncia intelectual o exigem medidas apropriadas a es afirmativas adapta es ou apoios Os Estados devem garantir a
311. ente do Brasil e depois depositada junto Secretaria Geral das Na es Unidas Outra grande novidade o Protocolo Facultativo Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia a ser adotado simultaneamente com a Conven o Por esse protocolo pessoas ou entidades poder o encaminhar ao Comit sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia comunica es submetidas por indiv duos ou grupos de indiv duos ou em nome deles com alega es de estarem vitimados ou amea ados de viola o das disposi es da Conven o pelo Estado Parte onde residem O Comit poder adotar posturas cr ticas com rela o ao Estado signat rio da Conven o que n o respeitem as pessoas com defici ncia Ser um grande avan o se todos deficientes ou n o cobrarem a efetiva implanta o da Conven o em todos os pa ses e em particular no nosso Brasil Esta n o a primeira nem ser a ltima conven o promovida pela ONU com o objetivo de tornar efetivos os direitos das pessoas com defici ncia embora sejam pessoas como as demais e cidad os dotados de direitos como quaisquer outros seja pela legisla o local seja pelos v rios documentos internacionais como a Declara o dos Direitos Humanos da ONU Por fim ressaltamos a Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia que reservou um espa o para a acessibilidade reconhecimento 372 igual perante a lei acesso justi a vida independent
312. entirem dentro da organiza o social sejam supridas Una simple mirada al entorno basta para ver edificios y medios de transporte inaccesibles actitudes discriminatorias y estereotipos culturales negativos que como denuncian los propios afectados son los que realmente les discapacitan y les impiden o dificultan su integraci n social En definitiva este modelo concibe la discapacidad como un fen meno complejo que no es s lo resultado de un atributo de la persona sino de un conjunto de condiciones y condicionantes muchos de los cuales son creados por el contexto social o que levou a centrar a atenc o na eliminac o de barreiras sociais e f sicas para a plena inclus o e participac o das pessoas 316 com defici ncia para desfrutar os direitos em condi es de igualdade com os demais O objetivo n o ser a normatiza o das pessoas com defici ncia e sim da sociedade como um todo para hacer frente a las necesidades de todas las personas A partir de este momento se procurar la inclusi n social de las personas con discapacidad a trav s de la igualdad real de oportunidades Las nuevas normas suelen coincidir en destacar como objetivos la integraci n social la no discriminaci n y el pleno ejercicio de derechos por las personas con discapacidad Todo ello con la salvaguarda de la dignidad de las personas con discapacidad como referente ltimo A finales de los 70 del siglo XX el compromiso y la obl
313. erne Uni o Europ ia tal realidade parece atenuar se e at certo modo reverter se porque o v nculo econ mico que levou forma o da Comunidade Europ ia iniciado pela CECA Comunidade Europ ia do Carv o e do A o e aperfei oado nos prim rdio pela Comunidade Econ mica Europ ia os quais inspiraram o interesse inicial dos Estados Membros findaram por consolidar preocupa es de ordem social e jur dica que se colocaram como regras ticas t o fortemente assimiladas que for aram os pa ses que se filiaram e viessem a se filiar Comunidade Europ ia a consider las princ pios acima do com rcio e que se revestem de quest es de respeito m nimo obrigat rio Trata se de inusitada utiliza o dos interesses comerciais em favor dos direitos fundamentais A Comunidade Europ ia dedica profunda aten o ao trabalho das pessoas com defici ncia e materializa esse cuidado editando normas que decorrem da realidade observada com rela o quelas pessoas Trata se da Recomenda o 86 379 CEE do Conselho de 24 de julho de 1986 sobre o emprego das pessoas com defici ncia na comunidade e Resolu o do Conselho de 17 de junho de 1999 sobre a igualdade de oportunidades de emprego para pessoas com defici ncia Essas normas tomam por refer ncia as Conven es da OIT linhas atr s analisadas bem como a Recomenda o R 92 6 do Conselho da Europa relativa a uma pol tica coerente para as pessoas com defici ncia e as disp
314. ernidade e de outros que decorrentes da Constitui o e das leis propiciem seu bem estar pessoal social e econ mico Terceira C mara C vel do Tribunal de Justi a do Rio Grande do Sul na Apela o C vel n 70021038153 o Relator Pedro Luiz Pozza desproveu a Apela o feita pelo Banco do Brasil S A fundamentando que o candidato ao tempo da publica o do edital apresentava defici ncia auditiva que luz do decreto 3298 99 permitia que concorresse s vagas destinadas aos deficientes Altera o do crit rio de defici ncia pelo decreto n 5296 2004 n o pode atingir o concurso j encerrado 12 3 8 Portaria n 1 199 de 28 de outubro de 2003 Por interm dio dessa Portaria o Minist rio do Trabalho e Emprego aprovou normas para imposi o de multa administrativa prevista no art 113 da Lei n 8 213 91 pela infra o ao sistema de cotas implantado pelo art 93 da mesma Lei A partir dessa Portaria os fiscais puderam aplicar penalidades aos infratores O Tribunal Superior do Trabalho no Agravo de Instrumento de Recurso de Revista processo n 151540 64 2005 5 02 0382 acordou que compete ao Minist rio do Trabalho e Emprego a fiscaliza o do trabalho bem como as aplica es das san es previstas em normas legais ou coletivas 280 12 3 9 Decreto Federal n 5 904 de 21 de setembro de 2006 Regulamenta a Lei n 11 126 de 27 06 2005 que disp e sobre o direito da pessoa com defici ncia visual d
315. es As mesmas est o dispon veis em um banco de dados e podem ser acessadas por telefone por meio de atendentes ou pela internet em p gina pr pria O CIVI oferece ainda atendimento personalizado aos interessados por meio de consultorias espec ficas promovidas por profissionais especializados em reas como legisla o arquitetura equipamentos auxiliares reabilita o esporte laser turismo recursos humanos etc Al m do preconceito expresso e ativo existe aquele silencioso traduzido pela exclus o causada por exemplo pela impossibilidade de acesso com a falta da adequa o arquitet nica Este tipo de exclus o t o grave quanto qualquer outro Eliminar os preconceitos tamb m permitir o acesso amplo aos meios de transporte educa o lazer atendimento m dico etc No mbito civil impedir o acesso ou Dispon vel em lt http www santanna br civil gt acesso em 26 set 2004 260 dificult lo quando teria de prov lo pode causar ao indiv duo dano material ou moral A inclus o da pessoa com defici ncia deve observar especialmente sua adequa o praticidade completude e particularidades Assim n o adianta apenas instalar uma rampa se as medidas n o permitem que seja utilizada de forma semelhante a consci ncia em rela o pessoa com defici ncia deve ser culturalmente colocada naturalmente fazer parte dos indiv duos para que ocorra uma ampla e efetiva integra
316. es de 65 a os y personas dependientes con la que se posibilita convertir a dinero el valor patrimonial que representa la propiedad de su vivienda sin perder la titularidad Esta se define como un pr stamo o cr dito hipotecario del que el propietario de la vivienda realiza disposiciones peri dicas o en forma de cobro nico hasta un importe m ximo determinado por un porcentaje del valor de tasaci n en el momento de la constituci n y al alcanzarse dicho porcentaje se deja de disponer de la renta aunque la deuda sigue generando intereses La hipoteca inversa debe ser concedida por una entidad de cr dito o una entidad aseguradora y el solicitante y los beneficiarios que ste pueda designar deben ser mayores de 65 a os o afectados de dependencia severa o gran dependencia En Espa a est regulada por la Ley 41 de 7 de diciembre de 2007 Reforma del mercado hipotecario En el Punto 4 de la Disposici n Adicional 1 se exige que las Entidades crediticias ofrezcan un asesoramiento independiente a los particulares con la finalidad de garantizar los derechos de los clientes y su adecuaci n a sus necesidades econ micas y financieras Esa labor de asesoramiento normalmente la realizan empresas especialistas que trabajan para los clientes particulares 14 3 3 O Direito Franc s N o h na Constituic o da Rep blica da Franca de 4 de outubro de 1958 qualquer menc o espec fica acerca dos direitos das pessoas com defici ncia ma
317. eservar o local mas garantir que esteja nas proximidades de sa da de inc ndio com vis o adequada do espet culo show palestra que seja atendido adequadamente em caso de haver servi o de alimenta o etc O acesso cultura tamb m deve ser garantido de maneira a possibilitar a pessoa com defici ncia a entrada acesso e perman ncia aos locais de exposi o e mostra Nos casos de edifica es antigas ou em edifica es em que o acesso seja dif cil dentro do que for poss vel dever se garantir o acesso As edifica es s tios ou locais de dif cil acesso devem ter plano para receber as pessoas com defici ncia avaliados eventuais riscos envolvidos Os bens im veis culturais abertos visita o de grande parte poderiam ter acessibilidade garantida a pessoa com defici ncia por meio de rampas e ou 244 elevadores desde que instalados de forma a n o danificar os elementos que justificam sua preserva o e devidamente aprovados pelos rg os estatais preservacionistas os bens im veis culturais abertos visita o de pequeno porte e ou cuja instala o de equipamentos de acessibilidade possam comprometer os elementos que justificam sua preserva o devem manter pessoal especialmente treinado para assistir a pessoa com defici ncia 11 4 2 Acessibilidade nos Edif cios de Uso Privado Os edif cios de uso privado em que seja obrigat ria a instala o de elevadores dever o ser constru dos
318. esso a edif cio e logradouros p blicos O princ pio da isonomia ou da igualdade no Brasil foi consagrado na Constitui o Federal de 1978 em seu art 5 caput n o havendo distin o de qualquer natureza garantindo se o direito vida liberdade igualdade seguran a e propriedade nos termos da lei Finalmente a garantia de que a pessoa com defici ncia titular dos mesmos direitos e garantias de qualquer outra pessoa al m daqueles especificamente a eles destinados at mesmo porque a pessoa com defici ncia uma pessoa como qualquer outra Suas eventuais limita es devem ser compensadas pelo aux lio da sociedade e do Estado evidente que a possibilidade de integra o da pessoa com defici ncia ao meio social depende do apoio do Poder P blico mas n o s deste e de ASSIS Olney Queiroz O Estado e as pessoas portadoras de defici ncia op cit Dispon vel em lt http www advogado com ppd gt Acesso em 15 jan 2008 45 forma mais forte do apoio da pr pria sociedade na forma em que ficou consignado na Declara o Internacional A pessoa com defici ncia mental precisa ter o direito seguran a econ mica e a um n vel de vida condigno residindo com sua fam lia ou em um lar que substitua o seu participando da vida em sociedade O lar em que vive necessita receber assist ncia Se n o for poss vel sua vida no seio da fam lia h que ser internado em estabelecimen
319. est o A maior ou menor extens o dos efeitos das normas constitucionais e a determina o do m nimo existencial portanto dizem respeito s presta es de sa de dispon veis e n o s condi es melhores ou piores de sa de das pessoas mesmo porque muitas vezes n o h qualquer controle sobre o resultado final que uma determinada presta o de sa de produzir no paciente Assim quando se cuida do m nimo existencial em sa de se est tratando das presta es de sa de que podem ser judicialmente exigidas do Poder P blico a serem prestadas diretamente por ele ou pelo particular com custeio p blico caso a Administra o n o possa ou n o tenha meios de executar a presta o 134 O Superior Tribunal de Justi a STJ Corte de mbito nacional tamb m tem firmado posicionamento de vanguarda ao transcender a legalidade estrita e buscar a dimens o social trazida com a norma jur dica especialmente quando a lide deduzida em ju zo envolve quest es ligadas sa de do jurisdicionado trang ila a jurisprud ncia do STJ no sentido de permitir o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Servi o FGTS mesmo em situa es n o 133 RIO GRANDE DO SUL BRASIL Tribunal de Justi a loc cit 4 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 277 140 contempladas pelo art 20 da Lei 8 036 90 tendo em vista a finalidade social da norma O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana com assento no art 1
320. eta ou indireta podem afetar as atividades laborativas dispon veis e os resultados sociais esperados No plano internacional tem destaque a atua o da OIT Organiza o Internacional do Trabalho que em diferentes programas reafirma a luta pela mitiga o das desigualdades no trabalho tanto em rela o inser o dos trabalhadores no mercado de trabalho quanto s rela es do homem trabalhador no ambiente laboral visando n o s criar oportunidades de coloca o e forma o profissional mas tamb m incentivar as pr ticas de reabilita o e inclus o das pessoas com defici ncia Ed Aqui se menciona cidadania sem a acep o conferida pela Constitui o Federal que refere participa o e direitos pol ticos mas sim como percep o emp rica de um maior ou menor grau de participa o do indiv duo na vida social de sua comunidade 221 O Programa de Promo o dos Direitos e Oportunidades de Emprego das Pessoas Portadoras de Defici ncia capitaneado pela OIT atua hoje na busca de solu es para os desafios enfrentados pelo trabalhador com defici ncia sobretudo atrav s de a es de qualifica o apoio e conscientiza o De acordo com a OIT o conceito de pessoa com defici ncia leva em considera o a dificuldade na coloca o profissional na conserva o do posto de trabalho e na ascens o profissional Considerando se que cerca de 14 5 da popula o brasileira possui algum
321. etade do s culo XX uma s ntese do passado e uma inspira o para o futuro mas suas t buas n o foram gravadas de uma vez para sempre Quero dizer com isso que a comunidade internacional se encontra hoje diante n o s do problema de fornecer garantias v lidas para aqueles direitos mas tamb m de aperfei oar continuamente o conte do da Declara o articulando o especificando o atualizando o de modo a n o deix lo cristalizar se e 96 enrijecer se em f rmulas tanto mais solenes quanto vazias Neste contexto a concep o de supremacia axiol gica do princ pio da dignidade da pessoa humana a despeito de j estar consagrada na doutrina ainda representa intenso desafio para os operadores do direito Simplesmente assegurar direitos ou estampar formalmente princ pios na Constitui o j n o basta preciso uma revolu o no pensamento jur dico em que a premissa b sica a dignidade das pessoas com defici ncia tamb m seres humanos Esta dignidade n o deve ser concebida como valor distante e abstrato quase que inating vel mas sim por metas concretas a serem exigidas do Estado e da sociedade civil organizada em prol da constru o de uma sociedade mais justa Esta busca se inicia como um processo lento e gradativo mas constante Um pacto pela inclus o social deve unir os poderes constitu dos especialmente Judici rio Minist rio P blico Advocacia Geral da Uni o a Procuradoria Geral d
322. festa es da hegemonia do interesse patronal tendem a se avolumar considerando se as facilidades que adv m do volumoso ex rcito de reserva que cresce a cada ano e da falta de institutos trabalhistas que normatizem as novas exig ncias do mercado produtivo sem no entanto solapar as conquistas j definitivamente definidas na constru o dos direitos fundamentais neles claro inclu dos aqueles que amparam os direitos das pessoas com defici ncia na seara do trabalho 22BAYLOS Antonio apud GENRO Tarso Um futuro por armar estudo preliminar direito do trabalho Modelo para amar S o Paulo LTr 1999 pp 13 39 225 Conv m finalmente notar se que essa busca s palavras de BAYLOS conveniente uma vez que a Espanha experimentou durante os anos 80 forte processo de precariza o trabalhista tal qual o ocorrido no Brasil Adotaram se os contratos por prazo determinado por tempo parcial com direitos reduzidos sem nenhum sucesso por m A tentativa de baixar custos para auferir maior empregabilidade frustrou se acentuadamente por afetar justamente o poder de compra da classe trabalhadora desacelerando o com rcio e a pr pria atividade industrial Este o depoimento apresentado por Ant nio BAYLOS em palestra proferida no Tribunal Regional do Trabalho de Florian polis TRT 12 Regi o em 2004 e que referenda todas as informa es doutrin rias a respeito 2 Encontro debate risco de r
323. forma de estimular a inclus o social desses trabalhadores reconhecendo sua compet ncia profissional Com o projeto pessoas com defici ncia colocam em a o o pleno exerc cio da cidadania que um direito de todos At o momento o projeto foi implantado em 12 postos de servi o Integrado ao Programa Petrobras Fome Zero o Projeto Cidad o Capaz teve in cio em setembro de 2002 e desde ent o promove a adapta o de postos Petrobras s condi es necess rias para que pessoas com defici ncia possam ser empregadas na rede Dispon vel em lt http www percepcoes org br projetos asp idprojeto 375 gt Acesso em 11 ago 2011 253 Norte 14 e Sudeste 12 Os cinco Estados com menores taxas de pessoas com defici ncia s o S o Paulo 11 35 Roraima 12 50 Amap 13 28 Distrito Federal 13 44 e Paran 13 57 Num universo de 26 milh es de trabalhadores formais ativos 537 mil s o pessoas com defici ncia representando 2 05 do total de empregados Nos pa ses desenvolvidos o percentual de empregabilidade no mercado formal fica entre 30 e 45 O Estado do Rio Grande do Sul S o Paulo e Distrito Federal apresentam as maiores taxas de empregabilidade de pessoas com defici ncia respectivamente 3 10 2 73 e 2 19 Por sua vez Rond nia 0 52 Tocantins 0 55 e Piau 0 63 s o os Estados que menos empregam pessoas com defici ncia No que tange ao n mero de funcion rios a pesquisa mostra qu
324. formado oferecer os sacrif cios consumidos pelo fogo sendo v tima de uma deformidade ele n o poder apresentar se para oferecer o p o de seu Deus Mas poder comer o p o de seu Deus proveniente das ofertas sant ssimas e das ofertas santas N o se aproximar por m do v u nem do altar porque deformado N o profanar meus santu rios porque eu sou o Senhor que os santifico O Cristianismo pensamento teol gico predominante no ocidente mostra em diferentes passagens b blicas Jesus curando pessoas com defici ncia As defici ncias para os crist os poderiam ter origem em possess o de esp ritos malignos tamb m poderiam significar castigos por pecados pr prios ou de ancestrais As demonstra es de cura serviam para que a obra divina tivesse oportunidade de se manifestar atrav s de milagres A b blia trata do tema em Lev tico 19 14 N o amaldi oar s ao surdo nem por s trope o diante do cego mas temer ao teu Deus Eu sou o Senhor e ainda em Deuteron mio 27 18 Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho E todo povo dir Am m 1 SILVA Otto Marques da op cit p 74 17 B BLIA SAGRADA 1995 Lev tico 21 1723 33 A abordagem m stica ao atribuir a causa das defici ncias s for as metaf sicas torna o indiv duo e a sociedade impotentes diante da situa o e gera uma vis o fatalista a respeito da exist ncia das pessoas que as
325. gime de coopera o com Munic pios Estados e Distrito Federal e institui o Comit Gestor de Pol ticas de Inclus o das Pessoas com Defici ncia CGPD Pois bem mais do que chegado o momento do Poder Judici rio em un ssono via Conselho Nacional de Justi a CNJ fazer a sua parte porque a previs o normativa de tratamento priorit rio na Justi a j foi outorgada como se buscou aqui esquadrinhar resta agora fazer o reconhecimento e dar efic cia a esse direito De modo id ntico toda a linha de entendimento acima engendrada tem obviamente aplicabilidade ao processo administrativo Ao respeitar esse direito a Administra o P blica brasileira estaria refor ando e consolidando ainda mais o princ pio da legalidade Assim por todo o conjunto de fundamentos expostos fora de d vida que a prioridade no julgamento de processos judiciais e administrativos em que estejam em causa direitos das pessoas com defici ncia um instrumento de justi a e inclus o social bem como um direito que deve ser respeitado e garantido pelo nosso Estado Democr tico de Direito 188STRECK Lenio L e BOLZAN MORAIS Jos L Ci ncia Pol tica e Teoria Geral do Estado Porto Alegre Livraria do Advogado 2000 p p 53 56 No balizado entendimento destes autores o Estado Democr tico de Direito carrega em si um car ter transgressor que implica agregar o feitio incerto da Democracia ao Direito impondo um car ter reestr
326. gno e salvaguarda dos direitos dos trabalhadores Sugere a ado o de normas m nimas comuns em mat ria de condi es de trabalho e de higiene e seguran a bem como da promo o de A Estrat gia Europ ia de Emprego Europa o portal da uni o europ ia Dispon vel em lt http www europa eu int pol socio overview_pt htm gt Acesso em 15 set 2008 335 rela es laborais modernas e do di logo entre os representantes dos trabalhadores e dos empregadores A Comiss o Europ ia prop e a responsabilidade social das empresas por meio da promo o da id ia de que integrem estrat gias de ordem social e ambiental nas decis es de gest o Prop e ademais o fim da discrimina o em raz o do sexo quanto presta o de bens e servi os A estrat gia da Uni o Europ ia quanto discrimina o consiste destarte no apoio e na complementa o das a es dos Estados Membros de luta contra as formas de discrimina o O Tratado de Amsterd imp s se como a norma internacional que alterou o Tratado original da Uni o Europ ia no sentido de incluir lhe disposi es cogentes em rela o aos direitos fundamentais individuais e sociais bem como outorgou ao Tribunal de Justi a Europeu o poder de tomar medidas em face de Estados Membros que descumprirem os direitos fundamentais individuais e sociais Na verdade o Tratado em quest o estendeu a todos os membros da Comunidade Europ ia a Conven o Europ ia dos Dir
327. gra o social da pessoa com defici ncia n o apenas um movimento regionalizado mas um movimento de car ter global A evolu o da tecnologia com meios como a internet permite ao indiv duo acessar diversos servi os que facilitam sua vida Novas id ias produtos e servi os 26 Os dados levaram em conta as considera es relatadas na Carta aprovada em 09 de setembro de 1999 em Londres pela Assembl ia administrativa da Rehabilitation International 262 ganham uma ampla divulga o com extrema rapidez H que se promover a divulga o de que a pessoa com defici ncia um cidad o e como tal tem de ser tratado N o pode ficar margem dos movimentos sociais Na cidade de Londres em setembro de 1999 foi elaborada Carta aprovada pela Assembl ia Geral da Rehabilitation International na qual reconhecida a necessidade de integra o eliminando se todos os tipos de barreiras desde aquelas mais antigas como a discrimina o Ela disp e expressamente o seguinte No s culo 21 n s precisamos estender este acesso que poucos t m para muitos eliminando todas as barreiras ambientais eletr nicas e atitudinais que se anteponham plena inclus o deles na vida comunit ria A cada minuto diariamente mais e mais crian as e adultos est o sendo acrescentados ao n mero de pessoas cujas defici ncias resultam do fracasso na preven o das doen as evit veis e do fracasso no tratamento das condi
328. guran a econ mica e em igualdade de oportunidades Neste cap tulo tamb m analisamos o direito positivo de alguns pa ses membros da Comunidade Europ ia apenas para exemplificar guisa de refer ncia o tratamento que as diversas legisla es conferem a prote o das pessoas com defici ncia Percebemos que os Pa ses da Comunidade Europ ia consagram o Princ pio da Dignidade Humana e da Igualdade com supremacia axiol gica mostrando sua preocupa o em incluir socialmente a pessoa com defici ncia e o aproveitamento da sua capacidade intelectual e laboral primeiramente garantindo mais oportunidades de estudo e trabalho a estas aperfei oando sua capacidade produtiva para contribuir com a comunidade Na Espanha en la consideraci n de la protecci n de las personas con discapacidad a vis o de que esta uma quest o de direitos humanos Se toma consci ncia de que la discapacidad no es un problema sino una circunstancia personal que requiere en determinados supuestos de medidas espec ficas para garantizar el goce y el ejercicio de los derechos por las personas con discapacidad en igualdad de condiciones que el resto de personas o foco se da ent o a partir de garantir seus direitos e dignidades iguais aos dos outros 403 Abandonaram la consideraci n propia del modelo anterior assistencialista e paternalista para adotarem o modelo rehabilitador e inclusivo portanto ocorreu a ren ncia de um modelo merament
329. ho e ieeereeaae aeee rnnr ennnen 296 14 3 O Direito Comparado das Pessoas com Defici ncia na Comunidade Europ ias s eere ses pese nigaa eii 304 14 3 1 O Direito Portugu s isass osso sssnisensiesasasserenanimeranerana 305 14 3 2 O Direlto ESpPannoluscisnadad ll di 313 14 3 3 O Direito Franc s isla ta 323 14 3 4 O Direito HallanO 0010 it 326 14 3 5 O Direito do Reino Unido coooccccncccccccnccncnnnancnnnnnnnnnnnnnos 328 14 4 Direito Comunit rio Europeu eee 333 14 5 O Direito Comparado das Pessoas com Defici ncia na Am rica Lalina Centralecdo Nontt 2 525 25 oo SSD 339 14 5 1 O Direito Argentino i occcoonconinconsonncococonocananeninnarrereneies 339 14 5 2 O Direito CO len 340 14 5 3 O Direito Colombiano cooncececninanananinnaninnanndncdonocos 342 14 5 4 O Direito Hondurenho ccccccccccccconccnnncnnnnnnnnancnonnnnnnnnnnnnos 344 14 5 5 O Direito Estadunidense ooooccccccccccccnononananncnnnnnonnnonnnos 347 14 5 6 O Direito Canadense 352 14 6 A Conven o da Guatemala nne eeeerrreennnnennnn nrnna 356 14 7 Outras Declara es e Conven es Relevantes 360 15 A TUTELA S PESSOAS COM DEFICI NCIA E O NOVO C DIGO CIVIL BRASILEIRO LEI FEDERAL N 10 406 DE 10 01 2002 373 CONCLUS O inician aia 380 BIBLIOGRAFIA 10 INTRODU O Vitima
330. i o Federal Brasileira de 1988 A Constitui o brasileira de 1988 a Lei Maior vigente no Brasil rege todo o ordenamento jur dico do pa s a s tima ou a oitava para alguns considerando a Emenda n 1 decretada pela Junta Militar Constitui o Federal de 1967 como uma nova Constitui o Federal de 1969 a reger o Brasil desde a sua Independ ncia Surge ap s o per odo de ditadura militar no quais direitos fundamentais foram violados sistematicamente Fruto dessa amarga experi ncia e sob influ ncia de movimentos e documentos internacionais se institui o Estado Democr tico de Direito que assegura o exerc cio dos direitos sociais e individuais Em seu Pre mbulo a Constitui o estabelece a liberdade a seguran a o bem estar o desenvolvimento a igualdade e a justi a como valores supremos da sociedade brasileira enquanto uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos fundados na harmonia social e comprometidos na ordem interna e internacional buscando solu o pac fica das controv rsias Os princ pios fundamentais est o dispostos no Art 1 da Constitui o Federal A Rep blica Federativa do Brasil formada pela uni o indissol vel dos Estados e Munic pios e do Distrito Federal constitui se em Estado Democr tico e tem como fundamentos a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo pol tico Esclarece o p
331. i ncia Cria o de empregos em tempo parcial Estudos sobre os resultados de trabalhos de pessoas com defici ncia O governo deve impedir experi ncias que impliquem explora o de pessoas com defici ncia durante a orienta o e a forma o profissional O governo deve implementar medidas de apoio e instrumentaliza o personalizada de pessoas com defici ncia a fim de possibilitar lhes a obten o a manuten o e o progresso no emprego itens 12 e 13 Nos itens 15 a 19 regula a terceira parte qual seja a da participa o da coletividade o Organiza o Internacional do Trabalho OIT idem p 1 711 tradu o do autor 303 Exorta a que as quest es concernentes habilita o e reabilita o profissional tanto em comunidades urbanas quanto em rurais ainda que distantes dos grandes centros devem ser partilhadas por representantes do governo de empres rios e das pessoas com defici ncia com ampla publicidade quanto aos direitos das pessoas com defici ncia e suas capacidades profissionais bem como o apoio financeiro material e t cnico e reconhecimento oficial de organiza es n o governamentais bem sucedidas Nos itens 20 e 21 trata da quarta parte qual seja a habilita o e reabilita o profissional na rea rural fixando a id ia de que deve ser garantida a isonomia de direitos e oportunidades a pessoas com defici ncia que residam no campo ou na cidade A quinta parte cuida da forma o de
332. i ncia ao estudo e ao mercado de trabalho garantindo o Princ pio da Igualdade sociedade cabe sua parcela 385 obrigacional para o alcance deste escopo Este talvez seja o ponto nevr lgico de toda a discuss o em torno do tema ao passo que h uma discrimina o um processo de segrega o institucionalizada e velada nos costumes sociais Faz se necess rio incutir de forma indel vel a reflex o acerca de tornar eficaz toda a legisla o que ampara a pessoa com defici ncia A id ia do respeito diversidade e diferen a capaz de fazer com que a indiferen a e o desprezo cedam lugar ao respeito e a integra o estes s o fatores essenciais para a aquisi o da igualdade e liberdade direitos fundamentais e universais que sustentam o Estado Democr tico Pela nega o desses direitos fundamentais essenciais conquista da dignidade avilta se o dispositivo constitucional da Dignidade humana o qual engloba os demais direitos sociais Diante da inoper ncia da Lei em assegurar o cumprimento do seu dispositivo fica a incapacidade de alcan ar sua finalidade relacionada plena concess o dos direitos na Carta Magna assegurados A inser o da pessoa com defici ncia nas circunst ncias da vida plena com direito educa o que o qualificar para o trabalho ainda espera beira do processo social o seu reconhecimento como cidad o dotado de direitos e deveres para consigo e com a sociedade No passado quando o
333. i encontramos os valores b sicos que devem ser considerados em sua aplica o e interpreta o quais sejam igualdade de tratamento e oportunidades justi a social respeito dignidade da pessoa humana O art 2 deixa claro que de responsabilidade do Poder P blico e seus rg os assegurarem s pessoas portadoras de defici ncia o pleno exerc cio de seus direitos b sicos inclusive dos direitos sa de educa o ao trabalho lazer previd ncia social ao amparo inf ncia e maternidade e outros que propiciem bem estar pessoal social e econ mico A lei tratou de medidas nas reas de educa o sa de forma o profissional e trabalho recursos humanos e edifica es No mbito da forma o profissional e trabalho merece destaque apoio e garantia de acesso aos cursos regulares voltados forma o profissional empenho do Poder P blico na cria o e manuten o de empregos promo o de a es de inser o nos setores p blicos e privados a inten o de adotar legisla o pr pria para reserva de mercado de trabalho tanto na Administra o P blica quanto no setor privado e a regulamenta o da organiza o de oficinas e cong neres integradas ao mercado de trabalho Procurou ainda criar o suporte necess rio para formar professores de n vel m dio para a educa o especial de t cnicos de n vel m dio especializados na habilita o e reabilita o de instrutores para forma o profi
334. ia com o Minist rio P blico apresentou o Projeto Cal ada Segura A iniciativa dever envolver propriet rios de im veis na regulariza o dos passeios 2 Dispon vel em lt http despertarparaser blogspot com 2011 09 prazo para troca de carro com isencao html gt Acesso em 13 set 2011 236 Cal adas do Centro hist rico j est o sendo rebaixadas em 180 pontos Outra reivindica o a instala o de botoeiras sonoras em sem foros para dar seguran a na travessia a deficientes visuais Para isso 50 j foram colocadas Quanto ao transporte p blico todos os novos nibus incorporados frota de Porto Alegre devem contar com elevador para cadeirantes 11 2 Barreiras Conforme a lei federal n 10 098 de 19 de dezembro de 2000 barreira qualquer entrave ou obst culo que limite ou impe a o acesso a liberdade de movimento e a circula o com seguran a das pessoas A mesma lei classifica as barreiras em Barreiras arquitet nicas urban sticas s o aquelas existentes nas vias p blicas e nos espa os de uso p blico tais como falta de rampas em guias altas piso irregular ou esburacado etc Barreiras arquitet nicas na edifica o s o as existentes no interior dos edif cios p blicos e privados tais como a falta de rampas para o acesso falta de acesso a elevadores impedimento geom tricos para a circula o de pessoas com dificuldade de locomog o Ae lt http www entreamigos
335. ia j na Constitui o vigente in meros dispositivos esparsos foram dedicados sua prote o arts 37 VIII e 227 8 2 outrossim sobreveio a Lei n 7 853 de 24 10 89 que disp s sobre as normas de prote o s pessoas com defici ncia Ao exame desse quadro verificamos que nossa legisla o a respeito ressalva at certo ponto a Lei n 7 853 89 fragment ria e falha inexistindo uma disciplina harm nica a respeito da mat ria FERREIRA FILHO Manoel Gon alves Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 27 edi o 2001 pp 307 e seguintes 208 dem 207 O Estado busca a realiza o de seus fins j definidos na Constitui o com o objetivo nico que o bem comum em ltima an lise o pr prio homem E todas as fun es para a convergem em perfeita harmonia e independ ncia entre si O Estado foi constitu do para atender s necessidades e s conveni ncias dos grupos sociais e assim atingir o seu fim ltimo o bem comum E ao se asseverar que no Estado Democr tico fundado na supremacia da vontade popular busca se a igualdade de possibilidades com liberdade est se assegurando a express o concreta de uma ordem social justa A previs o da mat ria em mbito constitucional ao menos dos princ pios gerais demonstra o intuito do legislador na prote o da pessoa com defici ncia O princ pio da igualdade adotado na Constitui o Federa
336. ia de previd ncia social dispensando se a enumera o cansativa das disposi es legais pertinentes bastando ressaltar a constante amplia o do rol de benefici rios e de qualidade das presta es tra ando o caminho para a constru o de um sistema de seguridade social como pretendido pela Constitui o de 1988 MARANH O pontua que o maior avan o em rela o prote o espec fica da pessoa com defici ncia surgiu em 17 de outubro de 1978 atrav s da Emenda Constitucional n 12 Essa emenda em artigo nico a IV assegurou aos deficientes a melhoria de sua condi o social e econ mica mediante educa o especial e gratuita assist ncia reabilita o e reinser o na vida econ mica e social do Pa s proibi o de discrimina o inclusive quanto admiss o ao trabalho ou ao servi o p blico e sal rios e possibilidade de acesso a edif cios e logradouros p blicos Esclarece a autora que at ent o n o havia nas Constitui es Brasileiras previs o expressa quanto a normas para incluir socialmente a pessoa com defici ncia 4 LOPES RIBEIRO DA SILVA Walk re Representa o e participa o dos trabalhadores na gest o da empresa S o Paulo LTr 1998 p 21 4 PEREIRA Jr Dispon vel em http jus com br revista texto 6881 evolucao historica da previdencia social e os direitos fundamentais 3 acesso em 27 set 2009 46 MARANH O D lio op cit p 80 56 A Constitui o de 1988 dedi
337. ia pr tica A sociedade brasileira contempor nea n o tolerar mais preceitos vagos idealizados somente para chancelar a vontade das elites em detrimento da massa exclu da e marginalizada Esta postura emancipat ria e cr tica alicer ada tanto na teoria quanto na pr tica apesar de muitas vezes ser qualificada de ousada afigura se como sendo essencial para a revers o do quadro brasileiro de exclus o social A este respeito vale a li o do professor Marcos Augusto MALISKA Defendemos uma vis o muito mais flex vel da dogm tica jur dica especialmente sob a tica processual Assim com a m xima mod stia e com o IMALISKA Marcos Augusto Pluralismo jur dico e direito moderno notas para pensar a racionalidade jur dica na modernidade Curitiba Juru 2006 p 110 necess rio promover na academia a jun o da t cnica jur dica com a teoria cr tica A postura cr tica redefinidora de paradigmas deve estar presente naqueles que atuam diariamente no f rum naqueles que pretendem exercer a advocacia o Minist rio P blico ou a Magistratura N o se pode mais em nome da cr tica pura excluir da pr tica as propostas que s o discutidas e debatidas na teoria Mais do que nunca o exerc cio consciente da profiss o jur dica um exerc cio em defesa da cidadania da moralidade administrativa e do respeito Constitui o 150 desafio de colaborar com a ci ncia jur dica cumprindo inclusive co
338. iais e mesmo no plano jur dico com rela o s pessoas com defici ncia A preocupa o com a locomo o e o trabalho dessas pessoas leva inven o da cadeira de rodas bengalas bast es muletas coletes pr teses macas ve culos adaptados camas m veis etc Louis Braille cria o C digo Braille viabilizando assim o acesso dos deficientes visuais ao mundo da linguagem escrita Marco significativo passagem da era dos deveres para a era dos direitos a Revolu o Inglesa 1640 1688 que estabelece mudan as nas rela es de poder na sociedade e abre caminho para o livre desenvolvimento 2 MARTINEZ Wladimir Novaes apud PEREIRA JR Novas contribui es na seguridade social entidades de fins filantr picos S o Paulo Ltr 1997 p 115 116 2 MONTESQUIEU 1962 Do esp rito das leis S o Paulo Abril Cultural More p 123 22 MORE Thomas 1972 A Utopia In Os pensadores S o Paulo Abril Cultural p 173 35 do modo de produ o capitalista A Revolu o Americana 1776 trouxe id ias ligadas cidadania o direito vida liberdade felicidade e igualdade entre os homens O artigo XV da Declara o dos Direitos do Homem e dos Cidad os de 1793 manifesta em seu artigo XXI que os aux lios p blicos s o uma d vida sagrada A sociedade deve a subsist ncia aos cidad os infelizes quer seja procurando lhes trabalho quer seja assegurando os meios de exist ncia queles que s o impossibilitados de
339. ias de servi os p blicos est o obrigadas a dispensar atendimento priorit rio por meio de servi os individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato s pessoas a que se refere o art 1 N o podemos deixar de lembrar que o Brasil signat rio da Conven o Interamericana para a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra as Pessoas Portadoras de Defici ncia ou simplesmente Conven o da Guatemala sendo que este acordo internacional desde a sua aprova o pelo Congresso Nacional j faz parte do nosso ordenamento jur dico O Decreto n 3 956 2001 promulgou essa Conven o que apresenta em seu artigo Ill os seguintes comandos litteris Artigo Ill Para alcan ar os objetivos desta Conven o os Estados Partes comprometem se a 1 Tomar as medidas de car ter legislativo social educacional trabalhista ou de qualquer outra natureza que sejam necess rias para eliminar a discriminac o contra as pessoas portadoras de defici ncia e proporcionar a sua plena integrac o sociedade entre as quais as medidas abaixo enumeradas que n o devem ser consideradas exclusivas a medidas das autoridades governamentais e ou entidades privadas para eliminar progressivamente a discrimina o e promover a integra o na presta o ou fornecimento de bens servi os instala es programas e atividades tais como 184 Na forma do Decreto Legislativo no 198 2001 191 o em
340. iberdades fundamentais Educa o Direito de todos a educa o deve dirigir se de modo indistinto a pessoas com defici ncia ou n o A diferen a que para as pessoas com defici ncia a igualdade de oportunidades s pode ser exercida com ajudas t cnicas como o Braille Libras adapta es de textos etc A educa o deve ser inclusiva sem sofismas Educa o especial eufemismo utilizado pela sociedade segregadora que para ocultar a discrimina o discrimina mais ainda sob a hipocrisia de que a educa o inclusive preferencial como prev a Constitui o Federal Brasileira Crian as com defici ncia Os Estados Partes dever o assegurar que as crian as com defici ncia tenham o direito de expressar livremente sua opini o sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito tenham a sua opini o devidamente valorizada de acordo com sua idade e maturidade em igualdade de oportunidades com as demais crian as e recebam atendimento adequado sua defici ncia e idade para que possam realizar tal direito Conscientiza o da sociedade Objetivando conscientizar a sociedade sobre os direitos das pessoas com defici ncias mulheres homens e crian as 369 a Conven o estabelece como instrumento educacional e de conscientiza o as campanhas publicas nos mais diferentes meios de comunica o Autonomia das pessoas com defici ncia Para possibilitar s pessoas com defici ncia viver com autonomia e
341. ica es continuam a ocorrer Esta defasagem temporal entre fatos e o direito positivo produz verdadeiras aberra es assim enquanto pessoas com defici ncia ficam sem acesso adequado a pr dios p blicos seja para divers o ou trabalho o poder p blico fecha os olhos para esta problem tica social deixando os sem amparo e consequentemente exclu dos da sociedade O poder p blico investe na constru o de grandiosos est dios de futebol para sediar a copa do mundo e esquece que existem milh es de pessoas com defici ncia que precisam de acessibilidade em todos os sentidos Estas necessitam que sejam derrubadas as barreiras arquitet nicas e atitudinais adapta es que requerem o m nimo de investimento Ali s a Conven o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia 2007 j disp s sobre este assunto quando fala sobre ajustamento razo vel tamb m disposto na Conven o sobre os direitos das 19 Conven o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia 2007 Ajustamento razo vel modifica o necess ria e adequada e os ajustes que n o acarretem um nus desproporcional ou indevido sociedade quando necess rios em cada caso a fim de assegurar que as pessoas com defici ncia possam desfrutar ou exercitar em igualdade de oportunidades com as demais pessoas todos os direitos humanos e liberdades fundamentais 179 Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 em seu art 2 quando trata d
342. ica inerente dignidade humana das MARTINS PORT Ot vio Henrique Os direitos sociais e econ micos e a discricionariedade da administra o p blica S o Paulo RCS 2005 p 30 95 pessoas com defici ncia O principal desafio a partir deste reconhecimento doutrin rio seguramente ser a efetiva implementa o de meios jur dicos capazes de auxiliar a proposta de equidade e inclus o social destas Norberto BOBBIO em sua obra A Era dos Direitos coloca com precis o a grande dificuldade de se efetivar os direitos fundamentais Deve se recordar que o mais forte argumento adotado pelos reacion rios de todos os pa ses contra os direitos do homem particularmente contra os direitos sociais n o a sua falta de fundamento mas sua inexequibilidade Quando se trata de enunci los o acordo obtido com relativa facilidade independentemente do maior ou menor poder de convic o de seu fundamento absoluto quando se trata de passar a o ainda que o fundamento seja inquestion vel come am as reservas e as oposi es O problema fundamental em rela o aos direitos do homem hoje n o tanto o de justific los mas o de proteg los Trata se de um problema n o filos fico mas pol tico Essa crise dos fundamentos tamb m um aspecto da crise da filosofia A Declara o Universal representa a consci ncia hist rica que a humanidade tem dos pr prios valores fundamentais na segunda m
343. ici ncia estabelecer mecanismos que acelerem e favore am a inclus o social da pessoa portadora de defici ncia Art 9 Os rg os e as entidades da Administra o P blica Federal direta e indireta dever o conferir no mbito das respectivas compet ncias e 183 as bases constitucionais da pol tica de inclus o remetem aos cap tulos da Assist ncia Social da Educa o da Fam lia da Crian a do Adolescente e do Idoso que comp em a Ordem Social e deram origem a essa Lei que al m de criar a Coordenadoria Nacional para a Integra o da Pessoa Portadora de Defici ncia CORDE com o fim prec puo de formular a Pol tica Nacional para a Integra o da Pessoa Portadora de Defici ncia relacionou medidas para assegurar direitos b sicos da pessoa com defici ncia em diversas reas 190 finalidades tratamento priorit rio e adequado aos assuntos relativos pessoa portadora de defici ncia visando a assegurar lhe o pleno exerc cio de seus direitos b sicos e a efetiva inclus o social A Lei n 10 048 2000 que veio para dar prioridade de atendimento s pessoas que especifica assim disp s Art 1 As pessoas portadoras de defici ncia f sica os idosos com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos as gestantes as lactantes e as pessoas acompanhadas por crian as de colo ter o atendimento priorit rio nos termos desta Lei Art 2 As reparti es p blicas e empresas concession r
344. ici ncia Ressaltaremos tamb m a relev ncia da inter rela o entre os princ pios fundamentais da Dignidade Humana e os demais tal como o da Igualdade No cap tulo dez trataremos a acessibilidade no meio f sico como instrumento de inclus o social da pessoa com defici ncia Antes de aprofundarmos em uma acessibilidade mais subjetiva como a inclus o social destas pelo princ pio da dignidade humana e o direito ao trabalho traremos a luz o problema da falta de acessibilidade nos transportes na urbaniza o nos edif cios p blicos ou de uso coletivo verdadeiras barreiras no direito de ir e vir dos cidad os com defici ncia Como pensar na dignidade humana como instrumento de inclus o social das Pessoas com Defici ncia se elas n o conseguem nem sair de casa A falta de acessibilidade geral sendo este assunto de suma relev ncia n o podendo ficar fora do tema proposto Portanto traremos baila tal problema inclusive mostrando ajudas t cnicas e leis que envolvem o assunto 17 No cap tulo onze adentraremos no assunto que envolve o aproveitamento da capacidade laboral como instrumento de inclus o social da pessoa com defici ncia come aremos com a evolu o hist rica na Europa e no Brasil e terminaremos mostrando a preocupa o com a adaptabilidade ao trabalho das Pessoas com Defici ncia no mbito internacional Na sequ ncia no cap tulo doze mostraremos a dificuldade de integra o das Pessoa
345. ici ncia tetrapl gico ingressou com a a o de cobran a na comarca de seu domic lio Em contesta o o r u alegou exce o de incompet ncia por ser o foro do domic lio do r u o competente para o ingresso de a es de tal natureza Inconformado o BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 485969 SP Embargos de diverg ncia no recurso especial 2005 0152163 1 Relator Min Jos Delgado 12 Se o STJ Julgado em 23 ago 2006 Di rio da Justi a 11 set 2006 p 220 Dispon vel em lt http Avww stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 48596988b ACOR8p true t 81 108i 4 gt Acesso em 20 fev 2009 129 autor ingressou com o recurso frisando que o art 6 da Lei 9 099 1995 autoriza que o juiz adote em cada caso a decis o que reputar mais justa e equ nime atendendo aos fins sociais da lei e as exig ncias do bem comum Na mesma senda fez uma analogia com o foro privilegiado da mulher para ingressar com a o de separa o convers o desta em div rcio e para anula o de casamento bem como o do foro privilegiado do alimentando para a a o em que se pedem alimentos Ainda na seara das pol ticas p blicas Eliezer Gomes da SILVA em recente artigo jur dico vai mais al m chegando mesmo a lamentar a aus ncia de legisla o criminal espec fica tutelando a responsabilidade social de gestores p blicos que por omiss o neglig ncia ou mesmo insensibilidade social deixam de implem
346. ici ncia nos concursos p blicos como forma de se corrigir as desigualdades possibilitando o acesso adequado a este candidato O modelo criticado que a se encontra faz com que os concursos p blicos sejam utilizados quase que com exclusividade pelos filhos da elite abastada Por tal raz o mesmo reconhecendo que o sistema de cotas n o seja o ideal e apresente algumas falhas ele se justifica ainda que temporariamente para corrigir uma distor o quanto s oportunidades Dessa forma o Brasil poder reverter em algumas d cadas esta quest o crucial da igualdade de oportunidades essencial para a consolida o da democracia Ainda no aspecto educacional vale a lembran a da verdadeira revolu o operada na Cor ia do Sul feita pacificamente pela educa o H 30 anos atr s o referido pa s asi tico tinha indicadores sociais piores do que os do Brasil hoje j faz parte do seleto grupo de pa ses do primeiro mundo com indicadores sociais semelhantes aos europeus Desta forma defendemos uma rela o direta entre pluralismo e pr ticas emancipat rias e a educa o sendo HUDSON B rbara op cit no prelo Os proponentes da justi a reflexiva n o est o sugerindo que os C digos Penais e os precedentes devam ser completamente descartados ou ignorados O que eles dizem que assim como conhecer os c digos ou consultar os precedentes um juiz necessita exercitar o julgamento reflexivo a fim de que seja formulada a
347. ico a nega o de que o Estado seja o centro nico do poder pol tico e a fonte exclusiva de toda a produ o jur dica O pluralismo jur dico possui perspectiva descentralizadora e anti dogm tica que pleiteia a supremacia de fundamentos tico pol ticos sociol gicos sobre crit rios t cnico formais positivistas Ali s esta proposta de 4HUDSON B rbara A Direitos humanos e novo constitucionalismo princ pios de justi a para sociedades divididas In CL VE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Ed Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2006 no prelo A mais comum e persistente cr tica do direito ent o vigente pelos te ricos cr ticos das rela es raciais p s coloniais e pelas feministas de que os grupos marginalizados e subordinados foram exclu dos dos processos discursivos pelos quais as leis foram feitas e aplicadas N o estiveram presentes nos debates enquanto as leis eram feitas n o estiveram nos escal es de elite do judici rio nos Estados na es quando as teorias e regras jur dicas foram estabelecidas Portanto o primeiro princ pio de justi a que pode ir al m da justi a do homem branco que o Direito incluindo os processos legislativos bem como os de media o e arbitragem deve se tornar um discurso muito mais aberto Ao inv s de as leis serem esbo adas e aprovadas por grupos de elite e os casos crimin
348. ico para a Educa o Especial a Lei 9 394 96 exige dos sistemas de ensino uma educa o especial para o trabalho viabilizando a inser o dos educandos especiais nas diversas possibilidades de trabalho art 59 IV com prefer ncia para a oferta na rede regular de ensino Tamb m a Resolu o CNE CEB n 02 de 11 de setembro de 2001 possui disposi es espec ficas quanto prepara o do ambiente de forma o dos educandos especiais denotando preocupa o espec fica com 0 desenvolvimento de suas potencialidades arts 3 4 16 e 17 A culmin ncia da evolu o legislativa p tria em prol das pessoas com defici ncia ocorreu com a promulga o do Decreto n 3 956 de 08 de outubro de 2001 que trouxe para o universo jur dico nacional a Conven o Interamericana para a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra as Pessoas Portadoras de Defici ncia que estabeleceu crit rios espec ficos para aferi o de eventuais discrimina es perpetradas contra deficientes Sobretudo no mbito do trabalho este instrumento significou avan o haja vista a necessidade de repress o pontual de pr ticas discriminat rias comumente levadas a efeito n o s no momento da admiss o ao trabalho como tamb m no ambiente de trabalho e n o s por empregadores e superiores hier rquicos como tamb m por colegas de trabalho em geral e eventuais usu rios dos servi os Alguns aspectos referentes ao contrato d
349. idade Pessoal os Estados Parte tomar o medidas efetivas para assegurar s pessoas com defici ncia sua mobilidade pessoal com a m xima independ ncia poss vel Facilitando a mobilidade pessoal das pessoas com defici ncia na forma e no momento em que elas quiserem e a custo acess vel Facilitando s pessoas com defici ncia o acesso a tecnologias assistivas dispositivos e ajudas t cnicas de qualidade e formas de assist ncia humana ou animal e de mediadores inclusive tornando os dispon veis a custo acess vel Propiciando s pessoas com defici ncia e ao pessoal especializado uma capacita o em t cnicas de mobilidade Incentivando entidades que produzem ajudas t cnicas de mobilidade dispositivos e tecnologias assistivas a levarem em conta todos os aspectos relativos mobilidade de pessoas com defici ncia 11 3 Dos Elementos de Urbaniza o e do Desenho do Mobili rio Urbano Como elemento de urbaniza o a lei considera qualquer componente das obras de urbaniza o tais como os referentes a pavimenta o saneamento encanamento para esgotos distribui o de energia el trica tamb m est mais acess vel aos usu rios especiais No final de 2001 a IBM colocou nas prateleiras o Home Page Reader que permite que uma pessoa sem vis o navegue pela web O Home Page Reader l textos em voz masculina e quando encontra um link na web por exemplo faz o mesmo em voz feminina Tamb m interpreta tabelas e legenda d
350. idade humana superior hierarquicamente valor fonte do qual todos os demais princ pios derivam e n o podem ir contra sendo considerado um super princ pio e principal valor condicionante para a validade e a efic cia de princ pios inferiores e de toda a legisla o infraconstitucional devendo ser o principal ponto de an lise do hermeneuta ou do operador do direito ao iniciar a busca pelo sentido e alcance de determinada norma jur dica sempre que for invocado no caso concreto merecer uma maior aten o Dessa forma como demonstramos na tese o princ pio da dignidade humana pode ser sim um instrumento de inclus o social pois n o pode ser 407 ferido colocando o Estado no compromisso de trazer a dignidade s pessoas com defici ncia que vivem em estado de n o dignidade Para isso defendemos a id ia da exist ncia de uma linha imagin ria segundo a qual quem est abaixo vive em condi es de n o dignidade tendo o seu m nimo existencial ferido e quem est acima desta possui sua dignidade salvaguardada Acreditamos que a legitimidade excepcional nos casos que atentassem a dignidade humana auxiliaria na inclus o destas pessoas j que facilitaria o acesso das mesmas justi a que um dos requisitos b sicos presentes no m nimo existencial Consequentemente desta forma a fiscaliza o por parte da sociedade seria tamb m facilitada podendo a mesma agir como provocador do judici rio para q
351. idera o as limita es capacidades e necessidades que as pessoas apresentam Assim devemos entender de uma vez por todas que n o s o as pessoas que s o portadoras de defici ncia e sim as edifica es transportes pra as as cidades em geral que s o planejados e projetados com conceitos ultrapassados ineficientes para o uso do homem eu voc todos o istema que transmite o texto escrito daquilo que falado nos programas transmitidos pela televis o subtitulac o Apesar de os ltimos anos ter crescido consideravelmente este n mero com a instalac o de um grande n mero de aparelhos Jornal Valor Econ mico Edic o de 28 fev 2002 Empresas especialistas ou n o em tecnologia est o desenvolvendo equipamentos e softwares que podem facilitar o dia a dia dos portadores de defici ncia f sica A lista de produtos inclui um programa que permite a um deficiente visual navegar pela internet e uma pr tese de perna dotada de um microprocessador No Brasil segundo a Organiza o das Na es Unidas ONU h cerca de 20 milh es de portadores de defici ncias f sicas mentais visuais auditivas ou m ltiplas Diariamente 500 pessoas juntam se a esse universo em que 46 s o das classes A e B A IBM criou h 20 anos a unidade SNS Special Needs Systems para o desenvolvimento de sistemas para usu rios especiais A id ia dos produtos reabilitar pessoas por meio da tecnologia ou fazer com que elas tenha
352. iedade e n o mais como meros expectadores passivos de pol ticas decididas unilateralmente pelo grupo que det m o poder Amartya SEN elucida a quest o importante que se diga que absolutamente n o defendemos um sistema novo e revolucion rio apenas concordamos com a flexibiliza o de alguns postulados do capitalismo Tal sistema como quase tudo nesta vida merece sofrer adapta es ao longo da hist ria no sentido de aperfei oamento Neste particular o direito pode e deve dar sua contribui o com a edi o de leis compensat rias em favor dos exclu dos e principalmente via interpreta o do sistema jur dico de uma forma mais humana e solid ria sempre tendo como referencial a no o de dignidade humana associada igualdade de oportunidades e promo o da liberdades em todas as suas vertentes A vis o contempor nea especialmente na seara constitucional que defende a era do humanismo e do p s positivismo alicer ada em uma vis o inovadora do direito pretende a redescoberta dos valores axiol gicos contidos em princ pios em clara tentativa de se conferir efetividade social ao direito e de se promover de forma eficaz a dignidade humana Percebe se portanto que o que est em crise hoje o paradigma da dogm tica jur dica estatal consolidada nos s culos XVIII e XIX o que vem permitindo um constante questionamento dos paradigmas dominantes e sugerindo uma ruptura com modelos tradicionais e impostos de fun
353. igaci n de luchar contra la discriminaci n y desprotecci n social de las personas con discapacidad fue convertida en norma jur dica y colocada en la m s alta y obligatoria de todas ellas la Constituci n de 1978 En la misma l nea hay que destacar la discriminaci n positiva tambi n denominada por algunos acci n positiva Se trata de la implantaci n de medidas de discriminaci n a favor de colectivos sociales desfavorecidos a fin de lograr su igualdad real y no meramente formal Las acciones han variado entre la reserva de una cuota m nima de puestos de trabajo a las personas con discapacidad en el sector p blico y privado la exenci n de tasas para facilitar su acceso a la educaci n etc Si bien estas medidas deben ser progresivamente sustituidas reemplazando la discriminaci n por la normalizaci n Hay que destacar que aunque se ha producido un cambio cualitativo del modelo meramente prestacional a un modelo que procura la igualdad real y efectiva y el pleno disfrute de todos los derechos fundamentales por las personas con discapacidad el modelo social no excluye la necesidad de medidas asistenciales y rehabilitadoras Por el contrario la integraci n social sin apoyo vendr a a ser una declaraci n meramente formal y quedar a en papel mojado El modelo social se completa con la necesidad de seguir ofreciendo 317 medidas rehabilitadoras y de tratamiento en el nivel m ximo que la sociedad sea capaz d
354. ignifica toda diferencia o exclus o ou restri o baseada em defici ncia antecedente de defici ncia consequ ncia de defici ncia anterior ou percep o de defici ncia presente ou passada que tenha o efeito ou prop sito de impedir ou anular o reconhecimento gozo ou exerc cio por parte das pessoas com defici ncia de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais No Brasil ter direito ao benef cio de presta o continuada por exemplo garantido em lei depende de atestado de m dico perito do INSS H in meras a es procurando garantir o direito a quem n o foi admitido pelo exame pericial Ao tratar do tema Defici ncia pretendemos chamar a aten o para os avan os tecnol gicos que est o modificando rapidamente a no o de totalmente incapaz como exemplo o f sico Steven Hawking com grande produ o intelectual ou mesmo os atletas brasileiros campe es da p ra olimp adas Ser que muita pretens o defender o acesso a tecnologias apoios especiais pr teses rteses etc diante da absurda situa o de desigualdade social que impera no pa s Pretendemos que as pessoas com limita es alcancem melhores condi es de qualidade de vida pessoal e laboral A tutela jur dica est aqui exposta com seus fundamentos Por m como veremos os resultados em termos de inclus o no mercado de trabalho s o p fios 2 em condi es de ingressar no mercado de trabalho t m empregos formais ou s
355. igualdade social esta travada pelos operadores do Direito e sociedade civil organizada De acordo com a supremacia axiol gica da dignidade humana indispens vel a viabiliza o do trabalho decente em todas as suas possibilidades com consequente inclus o do indiv duo no grupo social Deve haver um ajuste no termo adaptabilidade utilizado no meio trabalhista este se refere possibilidade da pessoa com defici ncia trabalhadora lan ar m o de instrumentos e tecnologias para adaptar se atividade proposta Mas para a efetiva redu o das desigualdades sociais o respeito s diferen as fundamental e estas diferen as podem e devem n o ser reconhecidas como tais mas como diferenciais Devendo as pessoas com defici ncia encontrar suas verdadeiras aptid es e consigam por si s agregar valor ao trabalho desempenhado sem que tenha de camuflar ou suprir com tecnologias a diminui o de suas capacidades f sicas sensoriais ou mentais O simples acesso das pessoas com defici ncia n o garante sua manuten o no trabalho para que esta ocorra necess rio uma devida qualifica o no sentido amplo O princ pio da n o discrimina o do trabalhador decorre dentre outros dos princ pios da igualdade e da isonomia n o cabendo aqui a conceitua o 398 de cada princ pio mas sobretudo sua contextualiza o no objeto deste trabalho tais princ pios contribuem para o equil brio de for as entre os chamados
356. imento e acessibilidade no pa s n o s o raros os casos de falta de acessibilidade Justi a imaginemos o que se passa no interior do norte ou nordeste Estados subdesenvolvidos em todos os sentidos econ mico jur dico e inclusivo Quantas vezes ao longo da hist ria da humanidade o que pareceu absurdo em um primeiro momento revelou se poss vel e conveniente em um segundo est gio Vejamos o exemplo do Estado do Paran que tem cerca de 10 milh es de habitantes e pouco mais de 500 Promotores de Justi a em atividade Tais n meros conferem uma propor o de 1 Promotor de Justi a para cada grupo 157 de 20 000 habitantes Agora a pergunta considerando se as crescentes atribui es do Minist rio P blico e a aus ncia de Defensoria P blica seja da Uni o do pr prio Estado e dos Munic pios afigura se como sendo razo vel deixar as pessoas com defici ncia e somente elas totalmente desprovida de acesso Justi a Com o m ximo respeito a quem pense de forma diversa os c digos processuais e tamb m o pr prio direito se constituem em meio jamais em fim N o se afigura como sendo razo vel que quest es menores de ordem meramente processual possam impedir o acesso de um cidad o Justi a ou mesmo que sua pretens o seja analisada pelo Judici rio Exemplo cl ssico neste sentido a quest o da autoridade coatora em sede de mandado de seguran a Mesmo sabendo que a administra o p blica extremamente agiga
357. impedisse sua mudan a de um lugar para outro com rapidez O comportamento de abandono de pessoas deficientes e certamente de doentes e de idosos n o era motivado por sentimentos de raiva ou desprezo mas t o somente agiam sob impulso da necessidade de garantir a sobreviv ncia individual e coletiva SILVA Otto Marques da A epop ia ignorada a pessoa deficiente na hist ria do mundo de ontem e hoje S o Paulo Centro S o Camilo de Desenvolvimento em Administrac o da Sa de CEDAS 1986 p 46 BIANCHETTI L Um olhar sobre a diferen a Campinas Papirus 1998 p 27 29 Na Antiguidade os exemplos mais importantes e que influenciaram a cultura ocidental s o trazidos por gregos e romanos Nessas sociedades h uma supervaloriza o do corpo perfeito da beleza e da for a f sica visto que se dedicavam predominantemente guerra com a finalidade de conquistar escravos e manter a ordem vigente Nessas sociedades amparados em leis e em costumes se uma crian a apresentasse ao nascer algum defeito que viesse a se contrapor de alguma forma ao ideal proposto era eliminada ou abandonada sem que isso fosse considerado crime Em Roma a lei dava ao pai o direito de decidir sobre a sorte do filho nascido monstruoso Por m n o raro eram poupados por fam lias para explor los como pedintes um bom neg cio na Roma Antiga Na Roma dos C sares em tempos mais sofisticados onde deficientes mentais em
358. in processo asp origem IT amp classe RE amp processo 393 1758recurso 08tip_julgamento M gt Acesso em 23 jan 2009 137 subjetivo inalien vel assegurado a todos pela pr pria Constitui o da Rep blica art 5 caput e art 196 O bem jur dico da integridade f sica de tutela constitucional pois cabe ao Estado formular e implementar pol ticas sociais e econ micas que visem garantir aos cidad os acesso universal e igualit rio assist ncia m dico hospitalar dessa forma n o pode converter se em promessa constitucional inconsequente sob pena de o poder p blico fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade substituir de maneira ileg tima o cumprimento de seu imposterg vel dever por um gesto irrespons vel de infidelidade governamental ao que determina a pr pria lei fundamental do Estado tendo o cidad o o direito de exigir do Estado a implementa o de presta es positivas impostas pelo pr prio ordenamento constitucional O Tribunal de Justi a do Estado do Rio Grande do Sul ainda de forma considerada ousada pelos mais tradicionais vem fazendo a sua parte na promo o da efic cia dos chamados super direitos Este Tribunal deu provimento ao recurso de apela o determinando o bloqueio junto ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul Banrisul dos valores necess rios para aquisi o de medicamentos com fim de garantir direito sa de assegurado pela Constitui o Federal Porque
359. ina o problema transferindo o integralmente para o Legislativo ou mesmo para o Executivo Ou seja ao Legislativo e ao Executivo caberia dispor a respeito dessas normas constitucionais concretizando as e determinando lhes o sentido Em primeiro lugar por m essa n o uma resposta intelectualmente honesta Al m disso a solu o de ignorar o problema tamb m n o compat vel com os princ pios da supremacia da Constitui o e do Estado de direito constitucional Subverte inteiramente a rela o hier rquica existente entre a Constitui o e a ordem jur dica em geral imaginar que cabe ordem infraconstitucional preencher de sentido as normas constitucionais em toda a sua extens o como se a Carta Magna fosse formada por um conjunto de cl usulas vazias e o legislador e o administrador pudessem livremente dispor a respeito de seu conte do A que estar o vinculados Legislativo e Administra o afinal se n o aos objetivos e fins constitucionais Mas se lhes compete fixar livremente o contorno desses fins que superioridade haver na Constitui o Por fim remeter o legislador e ou administrador a determina o total dos efeitos dessas normas esvazia inteiramente a fundamentalidade do princ pio da dignidade da pessoa humana como vetor na interpreta o constitucional 120 Aqui cabe um par ntesis Esta teoria do n cleo m nimo tem sua aplica o justificada em um contexto inicial de adversidade como no caso bra
360. inalidad Ley 39 de 2006 de 14 de diciembre de Promoci n de la Autonom a Personal y Atenci n a l s personas en situaci n de depend ncia No que diz respeito ao trabalho real a a doutrina como precursoras destacam se a LISMI Lei 13 1982 e a Lei de Seguridade Social LGSS 74 mas sobretudo o Decreto Real n 1 451 1983 que as regulamenta e lan a as bases para a ratifica o legislativa operada em 1997 pelas Leis n 63 e n 66 O art 4 do Decreto Real citado reza que as empresas p blicas e privadas com mais de 50 trabalhadores fixos dever o contratar 2 ou mais de trabalhadores portadores de defici ncia Os arts 5 e 6 do Decreto n 1 451 83 delineiam procedimentos para a tabula o de postos de trabalho j ocupados ou que vir o a ser por pessoas com defici ncia tanto por meio de tabelas oficiais a serem supridas por informa es das empresas quanto por meio de negocia o coletiva A Lei n 66 de 1997 ratificou com esse processo legislativo a dic o do art 4 do Decreto Real 1451 83 281 VILLATORE Marco Ant nio C sar op cit p 559 GARC A MURCIA Joaqu n op cit p 38 321 Finalmente o Decreto Real n 1 95 que contempla o Estatuto dos Trabalhadores da Espanha teve sua reda o alterada na segunda parte das disposi es adicionais pela Lei n 63 97 para que se concedesse uma gama de incentivos fiscais a empresas que contratassem pessoas com defici n
361. inc pio dotado de valor fonte n o deve ser ferido Ent o surge a urgente necessidade de aplica o do direito contempor neo pluralista comunit rio e participativo com imediata e efetiva fiscaliza o pois assunto que fere a dignidade humana destas pessoas N o defendemos uma ruptura com a ordem vigente mas apenas a necessidade de sua readequa o s novas necessidades da vida 392 contempor nea tendo relev ncia a supremacia do princ pio da dignidade humana sendo este meio e fim para todas as decis es judiciais legislativas e executivas no Brasil E este seria mais um fundamento para que a inclus o social das pessoas com defici ncia possa ocorrer pelo princ pio da dignidade humana A situa o merece urgente aten o j que v rias pessoas com defici ncia est o abaixo da linha imagin ria da dignidade ou seja ao lado da n o dignidade A verdadeira promo o da inclus o das pessoas com defici ncia somente ocorrer quando as peculiaridades de cada caso concreto passarem a ser levadas em conta quando das decis es judiciais Considerando preliminarmente o julgador a supremacia axiol gica do princ pio da dignidade humana como meio e fim em todos os casos concretos O princ pio da Igualdade e o princ pio da dignidade humana andam juntos pois possuem o mesmo fundamento de redu o das desigualdades sociais e devem estar sempre em sintonia com os outros princ pios o que com a vasta doutrin
362. inologia correta para uso na abordagem de assuntos de defici ncia Atualmente para se referir a defici ncias n o se diz e nem se escreve defici ncias f sicas como nome gen rico englobando todos os tipos de defici ncia Mas preferencialmente se usa o termo defici ncias como nome gen rico sem especificar o tipo mas referindo se a todos os tipos Tamb m n o se diz e nem se escreve deficientes f sicos referindo se a pessoas com qualquer tipo de defici ncia usa se o termo pessoas com defici ncia sem especificar o tipo de defici ncia Isto porque alguns profissionais n o pertencentes ao campo da reabilita o e a popula o em geral acreditam que as defici ncias f sicas s o divididas em motoras visuais auditivas e mentais Para eles deficientes f sicos s o todas as pessoas que t m defici ncia de qualquer tipo prefer vel tamb m usar o termo pessoa com defici ncia do que portador de defici ncia Isto tudo porque no Brasil tornou se bastante popular acentuadamente entre 1986 e 1996 o uso do termo portador de defici ncia e suas flex es no feminino e no plural Pessoas com defici ncia v m ponderando que elas n o portam defici ncia que a defici ncia que elas t m n o como coisas que s vezes portamos e s vezes n o portamos por exemplo um documento de identidade um guarda chuva O termo preferido passou a ser pessoa com defici ncia motivando at mesmo o desuso da sigla PPDs Pessoas Port
363. interpreta o sistem tica e final stica do texto constitucional o legislador constituinte origin rio ao estabelecer a dignidade humana como verdadeiro fundamento do Estado Brasileiro al ou este valor categoria de diretriz suprema da Constitui o Desta forma como uma das principais caracter sticas do poder constituinte origin rio a soberania n o nos afigura correta a assertiva de que a dignidade estaria situada no mesmo n vel hier rquico dos demais princ pios A vontade soberana do legislador constituinte origin rio deve ser fortalecida na medida em que estabelece a proemin ncia axiol gica da dignidade humana Por outro lado a unidade da Constitui o nada mais do que uma diretriz um foco um ideal na busca de coer ncia sist mica e isto absolutamente n o impede que os estudiosos do direito especialmente em trabalhos de mestrado e doutorado apontem de forma criteriosa e fundamentada poss veis incoer ncias dentro do pr prio sistema constitucional Ali s este um dos mais belos prop sitos de trabalhos cient ficos Se os trabalhos acad micos se limitassem a reproduzir os pensamentos j existentes pouco ou nada colaborariam para a evolu o da ci ncia jur dica O desafio 2 RIZZATTO NUNES Luis Ant nio op cit p 55 Rizzatto Nunes confirma categoricamente a l gica do presente racioc nio Mas confirmamos que com a mudan a de paradigma que num salto de qualidade colocou a dignidade
364. io da igualdade e dos direitos inerentes liberdade propriedade e dignidade da pessoa instituindo portanto tais Emendas as bases da cidadania americana Em 1990 editou se a ADA The Americans with Disabilities Act United States Code Title 42 Chapter 126 Equal Opportunities for Individuals with Disabilities A ADA Lei dos Americanos Portadores de Defici ncia cont m quatro cap tulos que tratam sucessivamente de emprego de barreiras arquitet nicas e de comunica o de discrimina o e de disposi es gerais Nas conclus es e nas finalidades da Lei 8 12 101 que equivalem exposi o de motivos usual no modelo brasileiro o Congresso americano observa que as pessoas com defici ncia constituem uma minoria muito apartada do conv vio social que tem sido submetida a tratamento injusto e relegada a uma posi o de inferioridade 8 12 101 a 2 fato que se evidencia em rela o ao trabalho moradia hospedagem e ao uso de instala es p blicas al m de educa o transporte recrea o interna o em hospitais e cl nicas atendimento m dico vota o e acesso aos servi os p blicos 8 12 101 a 3 Observa ademais o Congresso estadunidense que a discrimina o em face das pessoas com defici ncia materializa se por normas e por pol ticas super protetoras segrega o ou relega o a servi os ou programas menores tend ncia exclus o exclus o intencional declarada e
365. ireitos fundamentais se faca plena a todos os grupos sociais N o poder amos deixar de citar as novidades da Convenc o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia 2007 Elaborada ao longo de 4 anos contou com a participa o de 192 pa ses membros da ONU e de centenas de representantes da sociedade civil de todo o mundo Em 13 de dezembro de 2006 em sess o solene da ONU foi aprovado o texto final deste tratado internacional firmado pelo Brasil e por mais 85 na es em 30 de marco de 2007 trazendo novidades Declara o de Quito REDE SACI Solidariedade Apoio Comunica o e Informa o Dispon vel em lt http www saci org br index php modulo materiag8parametro 5116 gt Acesso em 20 set 2008 Declaraci n Final de la IV Conferencia Internacional sobre los Derechos de las Personas Organizaci n Mundial de Personas com Discapacidad Dispon vel em lt http www dpi org sp resources topics human_rights 06 12 03_declaracion htm gt Acesso em 20 set 2008 Decreto n 6 949 de 25 de agosto de 2009 Promulga a convenc o internacional sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia e seu protocolo facultativo assinados em Nova York em 30 de mar o de 2007 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 _ato2007 2010 2009 decreto d6949 htm gt Acesso em 28 set 2010 367 A Conven o tem por diretrizes proteger e assegurar o desfrute pleno e equitativo de todos os dire
366. irige para relacionamentos entre grupos sociais indagando se o grupo a qual o r u pertence aquele que sofre desvantagem sistem tica quando comparado a outros grupos sociais Assim como nos casos em que se argumenta que a viol ncia sistematicamente desvantajosa para as mulheres essa mudan a para o racioc nio relacional pode ser encontrada em casos onde o tema seja a desvantagem racial Tantos os abor gines quanto os afro canadenses t m sido reconhecidos por sofrerem desvantagem sistem tica quando comparados aos canadenses brancos e por causa disso a Suprema Corte tem argumentado que eles merecem menos puni o que os canadenses brancos condenados por crimes similares Essa tese foi arg ida em casos de transporte de drogas caso Hamilton e Mason de 2004 e no caso Borde Tribunal de Apela o de Ont rio Borde um afro canadense de dezenove anos condenado por um grande n mero de crimes graves envolvendo armas de fogo teve a sua senten a reduzida pelo Tribunal de Apela o de Ont rio O Tribunal de Apela o reconheceu que H fatores hist ricos e sist micos enfrentados por afro canadenses e tais fatores devem ser levados em considera o na imposi o da pena 181 A crise das institui es associada crise da legitimidade pol tica favorece o surgimento de pr ticas jur dicas paralelas O pluralismo jur dico deve ser visualizado como esfor o te rico tendente a explicar a conviv ncia contradit ria por
367. is do Ill Congresso de Direto Constitucional out 2002 GOMES DA SILVA Eliezer Direitos humanos como fundamento tico argumentativo para um conceito material de crime uma proposta de supera o da teoria do bem jur dico penal In MERLIN CL VE Cl merson SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Ed Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2006 GON ALVES FERREIRA FILHO Manoel Curso de direito constitucional S o Paulo Editora Saraiva 27 edi o 2001 GON ALVES FERREIRA FILHO Manoel Curso de Direito Constitucional Ed Saraiva 22 ed 1995 p 49 HUDSON B rbara A Direitos humanos e novo constitucionalismo princ pios de justi a para sociedades divididas In CL VE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Ed Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2006 JORNAL DI RIO DE S O PAULO publicado em 12 de fevereiro de 2002 JORNAL FOLHA DE S O PAULO publicado em 12 de janeiro de 2000 JORNAL O ESTADO DE S O PAULO de 16 de julho de 2000 sob o t tulo Escola do Rio aprende a incluir deficientes da autoria de Clarissa Thom JORNAL VALOR ECON MICO publicado em 28 de fevereiro de 2002 415 KONDER COMPARATO F bio A afirma o hist rica dos direitos humanos S o Paulo Saraiva 2003 LOBO TORRES Ricardo A Cidadania Multidimensional na Era dos direitos In Ricardo Lobo Torres Teoria dos Direitos F
368. is o cumprimento destes pois o poder p blico n o tem rigidez na pr tica da fiscaliza o fundamental para a efetividade do m nimo existencial Infelizmente as pessoas com defici ncia fazem parte de grande parcela exclu da da sociedade brasileira Dentro deste contexto determinadas pol ticas p blicas por exemplo de adapta o ao transporte deveria ser primordial recebendo reconhecimento da sociedade Pois n o adianta reservar um percentual de vagas em empresas para pessoas com defici ncia se elas n o t m condi es de se deslocar at o local do trabalho j que o transporte adaptado ainda ineficaz As cotas em universidades e os financiamentos governamentais para o acesso ao ensino superior tamb m se justificam na 139 BARCELLOS Ana Paula de op cit pp 289 299 Na a o direta de inconstitucionalidade por omiss o caso a omiss o seja da Administra o ela ter prazo de 30 dias para san la de acordo com o que disp e o artigo 37 par grafo 6 da Carta a Administra o P blica respons vel pela a o ou omiss o danosa especialmente quando esta continuada Assim plenamente poss vel concluir que o Judici rio provocado no mbito de uma a o coletiva poder fixar prazo para que o Poder P blico a inclu do o pr prio Judici rio no exerc cio de fun es administrativas pratique os atos necess rios institui o da Defensoria e dos Juizados Especiais sob pena de responsabilida
369. ist ricas H a necessidade de superar a no o de estado como centralizador da produ o normativa jur dica pois o sistema tradicional de justi a est esgotado Existe um grande desencontro entre a racionalidade formal oficial e a racionalidade material latente no dia a dia de uma sociedade marcada pela desigualdade e t o carente de inclus o social Resta patente portanto a supera o do velho modelo jur dico de fundamenta o estatal monista conservadora por um modelo contempor neo pluralista comunit rio e participativo Tendo em vista que no estado democr tico de direito brasileiro o amparo legal n o garante a efic cia jur dica das leis j que este modelo elitista n o se encontra compat vel com as expectativas dos movimentos sociais que t m como objetivo a mudan a deste sistema para torn lo mais inclusivo e para que seja poss vel a cria o de mecanismos imediatos que propiciem a igualdade de oportunidades a todos Por tudo o que vimos at aqui podemos afirmar que a dignidade humana um princ pio que possui a supremacia sobre os demais pois todos dele derivam Portanto este princ pio dever ter aplica o imediata no momento em que n s operadores do direito estivermos julgando advogando legislando etc Atrav s da efetividade imediata do princ pio da dignidade humana haver um amparo eficaz pessoa com defici ncia garantindo que ela restabele a sua dignidade pois como super pr
370. istas e da Previd ncia Social o que lhes ofende a dignidade humana e arremessa fora suas for as de trabalho Atrav s de censos ficou claro que as leis que protegem as pessoas com defici ncia do meio rural ou urbano dentre elas a lei de cotas n o s o devidamente cumpridas 399 Al m disto este cap tulo confirmou que existem no mundo muitas pessoas com defici ncia vivendo abaixo da linha da pobreza Demonstrou tamb m que h uma rela o entre defici ncia pobreza As p ssimas condi es de vida e a situa o de risco social aumentam a probabilidade de adquirir defici ncia seja pela falta de comida e nutrientes educa o por enfrentar gravidez e parto traum ticos trabalhar em piores situa es de seguran a e sa de ou habitar casas prec rias e com condi es m nimas de higiene Apoiado no v nculo do princ pio defici ncia pobreza o enfoque de desenvolvimento inclusivo determina a necessidade de elabora o e implementa o de pol ticas p blicas de combate simult neo de ambos os problemas No qual necess rio criar mecanismos para o fim da pobreza e elaborar meios contra a discrimina o O problema segundo especialistas que atender as necessidades espec ficas de pessoas com defici ncia na maioria das vezes considerado custo e n o investimento Este o erro hist rico denominado ciclo de invisibilidade Ent o pela supremacia axiol gica do princ pio da dignidade humana
371. itivistas os quais a pretexto de assegurar o direito s liberdades individuais acabaram por legitimar a a o de maiorias que solaparam direitos e consolidaram verdadeiras agress es aquelas liberdades O regime nazi fascista desnudou o aspecto da falibilidade das decis es majorit rias e positivadas na lei Desde o final da Segunda Guerra portanto a constitui o al ou se posi o universal de norma jur dica suprema que a todo cidad o protege cujo papel superou o paradigma da manuten o dos direitos individuais contra o Estado e da pr pria organiza o dos poderes e de seus limites assumindo consoante a autora Ana Paula de BARCELLOS o poder de tomar decis es pol ticas fundamentais e estabelecer prioridades fins materiais objetivos p blicos a chamada constitui o dirigente na consagrada express o de CANOTILHO que tem o efeito de determinar em boa medida o comportamento futuro do Estado que se organiza independentemente do grupo que esteja no poder em cada momento Essa tend ncia constitucional exemplifica se com a elei o na Constitui o da Rep blica de 1988 do princ pio da dignidade da pessoa humana como fundamental ao Estado brasileiro A Constitui o dirigente sofre cr ticas de partid rios da ideologia neoliberal sob alega o de que engessa a a o pol tica do Estado o que segundo BARCELLOS pode at ser procedente em certos assuntos por m totalmente incab
372. ito menos se cogitou sobre a possibilidade de aporte de recursos advindos dos cofres da Uni o A Constitui o de 1946 promulgada ap s o final da Segunda Guerra Mundial foi a primeira constitui o brasileira a trazer a express o Previd ncia Social em substitui o do termo Seguro Social Trouxe as normas sobre Previd ncia Social no cap tulo que versava sobre os Direitos Sociais cujos riscos protegidos foram elencados nos incisos do art 157 Estabeleceu a obrigatoriedade pelo empregador da institui o do seguro por acidente de trabalho e tamb m a assist ncia m dico hospitalar preventiva para o trabalhador Sob a gide da Carta de 1946 assinala houve avan os significativos na legisla o infraconstitucional um projeto de lei que previa a prote o social a toda a popula o resultou na edi o da Lei n 3 807 de 26 de agosto de 1960 denominada de Lei Org nica da Previd ncia Social LOPS Em 1953 foi editado o Decreto n 34 586 de 12 de novembro determinando a fus o de todas as Caixas em nica entidade justamente no intuito de unificar o sistema tanto do ponto de vista legislativo como administrativo A cria o do Instituto Nacional de Previd ncia Social INPS pelo Decreto lei n 72 de 21 de novembro de 1966 A Constitui o de 1967 manteve os direitos j conquistados do trabalhador e da assist ncia social trazendo como novidade a previs o de col nias de f rias e cl nicas de rep
373. itos humanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoas com defici ncia e promover o respeito pela sua inerente dignidade Dentre as novidades em rela o ao documento internacional anterior merecem destaque as que seguem Novas defini es L ngua abrange as l nguas faladas e de sinais e outras formas de comunica o n o falada Discrimina o por motivo de defici ncia qualquer diferencia o exclus o ou restri o baseada em defici ncia com o prop sito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento o desfrute ou o exerc cio em igualdade de oportunidades com as demais pessoas de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais nas esferas pol tica econ mica social cultural civil ou qualquer outra Abrange todas as formas de discrimina o inclusive a recusa de adapta o razo vel n o discrimina o o tratamento diferenciado para permitir as a es positivas em favor das pessoas com defici ncia Ajustamento razo vel modifica o necess ria e adequada e os ajustes que n o acarretem um nus desproporcional ou indevido sociedade quando necess rios em cada caso a fim de assegurar que as pessoas com defici ncia possam desfrutar ou exercitar em igualdade de oportunidades com as demais pessoas todos os direitos humanos e liberdades fundamentais Princ pios b sicos Dignidade inerente pessoa humana autonomia individual incluindo a liberdade de fazer suas pr prias e
374. ivada no contrato por prazo indeterminado s poder ocorrer ap s a contrata o de substituto de condi o semelhante Lei n 8 213 91 art 93 8 19 H diverg ncias na doutrina quanto correta classifica o dessa garantia esposada no 1 do art 93 da Lei n 8 2 13 91 havendo quem a considere garantia de emprego e quem a considere ato jur dico submetido a uma condi o suspensiva Considerando se o primeiro entendimento a dispensa do trabalhador deficiente antes da contrata o de outro em 287 GODINHO DELGADO Maur cio Curso de Direito do Trabalho S o Paulo Ltr Editora 2007 6 edi o p 779 291 semelhante condi o ensejaria indeniza o ou reintegra o No segundo entendimento este seguido por Maria Alice Monteiro de BARROS ter se ia que o escopo protetivo do dispositivo em quest o a nica sa da poss vel seria o reconhecimento da nulidade da dispensa com a consequente reintegra o do trabalhador at a nova contrata o prevista 258NONTEIRO DE BARROS Maria Alice Curso de Direito do Trabalho S o Paulo Ltr Editora 2006 2 edi o p 1140 292 14 O APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE LABORAL DAS PESSOAS COM DEFICI NCIA NO DIREITO INTERNACIONAL COMPARADO E AS A ES AFIRMATIVAS 14 1 A Hist ria do Trabalho das Pessoas com Defici ncia Desde a Antiguidade remota registros existem para comprovar o tratamento que se dedicava a pessoas com defici ncia Os p
375. ivista em que os princ pios ingressaram em c digos e leis contudo com mera fun o supletiva e subsidi ria de garantir a coer ncia sist mica e por fim o p s positivista em que se situa o constitucionalismo contempor neo Na atual fase os princ pios passam a ser concebidos como valores fonte e de suporte de todo o sistema hier rquico de normas Confere se aos princ pios status de mandamento nuclear do sistema Assim partindo se do pressuposto de que o princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana dotado de normatividade considerando se que este mesmo princ pio possui rela o direta com os chamados direitos fundamentais considerando se ainda sua caracter stica de fonte destes direitos surge a imprescind vel necessidade de uma constru o jur dica que al m de superar a vis o tradicional possibilite a implementa o imediata de efic cia jur dica dignidade humana A sociedade brasileira lamentavelmente conhecida em todo o mundo por sua desigualdade social clama pela aplica o pr tica de teses jur dicas que permitam de forma relativamente urgente minimizar a exclus o social e aumentar a integra o das pessoas com defici ncia Este o grande desafio de cursos de doutorado na rea jur dica Ao que nos parece a proposta destes cursos n o pode ser apenas a de repetir teses j existentes conferindo se apenas um toque pessoal A ess ncia da proposta consiste na cria o de teses jur dicas
376. l falaciosa pois reduz a efic cia do dispositivo constitucional sob o pretexto de garantir a sua aplicac o De fato parece nos que a disposic o da LOAS inconstitucional A nosso ver ali s a pessoa com defici ncia deveria fazer jus percepc o do benef cio pelo nico fato de ser deficiente sem que houvesse qualquer outro requisito e independentemente da renda que ele ou sua entidade familiar auferisse Pouco adianta estabelecer prever um benef cio assistencial e depois criar uma s rie de requisitos que praticamente impossibilitam o seu gozo Com relac o ao financiamento dos benef cios assistenciais entendemos que a sua responsabilidade da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios conforme expressa previs o dos artigos 12 e 28 da LOAS O INSS no caso possui apenas a estrutura e os meios f sicos e humanos necess rios concre o dos programas Por isso a responsabilidade do Instituto Previdenci rio diz respeito apenas 48 Idem op cit Seguridade Social e a Pessoa Portadora de Defici ncia in Direitos da Pessoa Portadora de Defici ncia Cole o Advocacia P blica amp Sociedade n 1 publica o oficial do Instituto Brasileiro de Advocacia P blica IBAP Max Limonad p 179 61 operacionaliza o na esfera administrativa art 43 do Decreto n 1744 95 sendo todos recursos relativos concess o dos benef cios repassados pelos entes p blicos mencionados
377. l acerca da necessidade de se romper com a l gica cruel do culto legalidade Na mesma senda o tribunal de justi a do Rio Grande do Sul n o deu provimento ao recurso de apela o ingressado pelo Estado e Munic pio mantendo a decis o de primeiro grau de que o Minist rio P blico parte leg tima para ajuizar a o civil p blica em favor de menor visando obten o de medicamentos porque compete lhe proteger os interesses individuais difusos ou coletivos relativos inf ncia e adolesc ncia O estado e munic pio de Veran polis t m legitimidade concorrente para fornecer medicamento a menor portador de cardiopatia cong nita em face da solidariedade existente entre os entes da federa o e que decorre do texto constitucional CF art 23 inc Il e art 196 Correto o bloqueio de dinheiro do ente p blico suficiente para aquisi o de medicamento de uso cont nuo para menor portador de grave patologia em face da necessidade de dar efetividade tutela do direito vida e sa de bem como da obrigatoriedade de cumprimento de ordem judicial Com uma an lise jur dica inovadora e por que n o ousada totalmente adequada aos anseios da vida contempor nea o mesmo Tribunal de Justi a do Rio Grande do Sul vem dando uma interpreta o funcional aos princ pios constitucionais conferindo lhes dimens o social jamais vista O tribunal do Rio Grande do Sul desproveu o recurso de apela o c vel mantendo o forneci
378. l de 1988 impede qualquer tipo de discrimina o H igualdade de direitos ressalvando se os casos em que a desigualdade deve ser assim considerada tratando se os desiguais desigualmente Al m do princ pio da isonomia que garante o tratamento igual a todas as pessoas a Constitui o Federal cont m outros dispositivos de relev ncia em rela o pessoa com defici ncia A lei maior a Constitui o Federal determina 1 art 7 inc XXXI garante a igualdade de direito de trabalho MAZZILLI Hugo Nigro A atua o do Minist rio P blico na defesa da pessoa portadora de defici ncia in Doutrina Jur dica Brasileira Editora Plenum Edi o em CD Rom 9RULLI J NIOR Antonio Universidade da jurisdi o S o Paulo Juarez de Oliveira 1998 211 Ibidem p 21 A finalidade do bem comum a cria o e a busca de condi es que permitam ao homem e ao grupo social a efetiva o de seus respectivos fins particulares 212 O art 7 inc XXXI garante a equidade salarial e a igualdade nos crit rios de contrata o para as pessoas com defici ncia Fica proibida qualquer discrimina o no tocante a sal rio e crit rios de admiss o do trabalhador com defici ncia 208 2 art 23 inc Il estabelece a compet ncia comum da Uni o Estados Distrito Federal e Munic pios no que diz respeito aos cuidados com a pessoa portadora de defici ncia 3 art 24 inc XIV trata da pro
379. lacionados aos grupos em vulnerabilidade social como a crian a o idoso as pessoas com defici ncia Dado o aspecto evolutivo dos direitos fundamentais fala se hoje em uma quarta dimens o que decorreria da atual globaliza o como a democracia o direito informa o e ao pluralismo 3 3 Direitos Sociais como Direitos Fundamentais Existe uma diverg ncia entre os doutrinadores sobre a quest o da inclus o ou n o dos direitos sociais no conceito de direitos fundamentais Em nosso entender todos os direitos intimamente relacionados com a dignidade da pessoa humana devem ser tratados como direitos fundamentais ou mesmo como direitos humanos 78 Para Ricardo Lobo Torres os direitos sociais e econ micos comp em o que se convencionou chamar de cidadania social econ mica que a nova dimens o da cidadania aberta para o campo do trabalho e do mercado A justi a social encontra sua express o constitucional no art 6 complementada pelo art 170 onde a ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por finalidade assegurar exist ncia digna a todos realizando a justi a social atrav s da justa distribui o de renda protegendo os fracos os pobres e os trabalhadores sob a diretiva de princ pios como os da solidariedade e igualdade No nosso pa s isso n o aconteceu Segundo Ricardo Torres nos pa ses atrasados como o Brasil postergou se a distribui o
380. lar de ensino Sempre que poss vel entretanto as pessoas com defici ncia devem ser integradas rede escolar Quanto maior a inclus o melhor o desenvolvimento educacional da pessoa com defici ncia Sobre a garantia de educa o foram editadas dentre outras as leis n 9 131 de 24 de novembro de 1995 n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 e o decreto n 2 306 de 19 de agosto de 1997 este ltimo regulamentado pela portaria n 1 679 de 02 de dezembro de 1999 que disp e sobre requisitos de acessibilidade s pessoas com defici ncia para instruir os processos de autoriza o e de reconhecimento de cursos e de credenciamento de institui es considerando a necessidade de assegurar as pessoas com 210 defici ncia f sica e sensorial condi es b sicas de acesso ao ensino de mobilidade e de utiliza o de equipamentos e instala es das institui es de ensino Mas qual a realidade O relato da coordenadora abaixo ilustra bem os problemas que apresenta a educa o inclusiva Uma escola p blica de Casimiro de Abreu no interior do estado do Rio de Janeiro resolveu com criatividade o desafio da educa o de deficientes Como n o existiam as chamadas escolas especiais para receber esses alunos os professores come aram a absolver os estudantes excepcionais nas classes regulares e sem saber puseram em pr tica a educa o inclusiva sistema considerado modelo pela Organiza o das Na es Unidas pa
381. lem tico ocorrido no Estado de Santa Catarina e posteriormente julgado pelo Supremo Tribunal Federal merece detida an lise e ilustra bem este movimento de ruptura com o convencional que vem ocorrendo silenciosamente na Justi a Brasileira Na hip tese em aprecia o o Desembargador Catarinense S rgio Paladino ao julgar o agravo de instrumento TJSC 97 000511 3 pronunciou se no sentido de ser juridicamente poss vel imputar ao Estado a obriga o de custear tratamento experimental de uma crian a portadora de distrofia muscular progressiva de Duchenne nos Estados Unidos da Am rica a um custo estimado em 160 000 mil d lares americanos Para sustentar sua decis o o Desembargador utilizou se apenas do direito sa de assegurado na Constitui o da Rep blica e do princ pio da dignidade humana ainda que de forma discreta Cumpre ainda ressaltar que a determina o judicial para o custeio de um tratamento experimental e portanto sem comprova o cient fica de resultados positivos ao paciente se deu em car ter de antecipa o de tutela e sem a oitiva do Estado O Estado de Santa Catarina por sua vez em sede recursal alegou grave risco de comprometimento das finan as p blicas a persistir a decis o A pretens o recursal do Estado foi fundamentada nos artigos 100 e 167 incisos Il e VI da Constitui o da Rep blica Quando da apreciac o do recurso estatal o STF pelas m os do Ministro Celso de Melo mante
382. lico ser o reservados dois por cento do total das vagas pessoa com defici ncia ou com mobilidade reduzida devidamente sinalizadas e com as especifica es t cnicas de desenho e tra ado segundo as normas da ABNT As bibliotecas os museus os locais de reuni es confer ncias aulas e outros ambientes de natureza similar dispor o de espa os reservados para pessoa que utilize cadeira de rodas e de lugares espec ficos para pessoa com defici ncia auditiva e visual inclusive acompanhante de acordo com as 247 normas t cnicas da ABNT de modo a facilitar lhes as condi es de acesso circula o e comunica o 11 8 Vagas em Estacionamentos Devem ser reservadas vagas de estacionamentos para ve culos de pessoas com defici ncia na seguinte propor o e Privativo de 11 a 100 vagas 1 vaga e Privativo acima de 100 vagas 1 e Coletivo at 10 vagas dispensado e Coletivo de 11 a 100 vagas 1 vaga e Coletivo acima de 100 vagas 3 As vagas perpendiculares ou em ngulo em rela o ao meio fio devem medir 3 50m de largura por 5 50m de comprimento As vagas paralelas ao meio fio ser o acrescidas de 1 00m no comprimento e 0 25m na largura para aux lio da manobra e ainda dever ser acrescentada uma faixa cont gua ao comprimento da vaga de 1 20m de largura para acesso da pessoa com defici ncia e com guia rebaixada em toda sua extens o O percurso da vaga at a entrada do edif cio ou espa o dev
383. lientar que nos julgados acima fica bastante clara a id ia de que a determinac o judicial de uma atuac o positiva agir estatal n o pode mais ser colocada sob a tica da interfer ncia indevida de um poder em outro Argumentos como este j n o encontram mais respaldo no pensamento jur dico de vanguarda que aos poucos vai se consolidando no cen rio jur dico nacional O cerne dos julgados acima reflete um compromisso do Judici rio com a efic cia dos comandos constitucionais que regulamentam direitos indispon veis como por exemplo a obrigatoriedade de creches para crian as de zero a seis anos de idade Embora o tema de nossa pesquisa se referir s pessoas com defici ncia os julgados acima citados envolvendo a educa o infantil n o deixam de ser pertinentes Pois se interpretarmos com uma vis o mais ampla podemos perceber que os beneficiados com esta nova forma de pensar o comando constitucional s o as pessoas mais fragilizadas incluindo se a as pessoas com defici ncia Se surgisse uma situa o envolvendo educa o infantil para uma pessoa com defici ncia por analogia os mesmos fundamentos supracitados poderiam ser aplicados beneficiando a O Poder Judici rio atrav s de suas turmas recursais j decidiu neste sentido No Processo n 7100247148 a relatora Helena Marta S M Gioscia concedeu o benef cio de foro privilegiado para a pessoa com defici ncia ingressar com a o de cobran a O autor pessoa com def
384. liza o do valor dignidade humana preconizado por nossa carta constitucional e universal em seu conceito a viabiliza o do trabalho decente em todas as suas possibilidades incluindo se o indiv duo no grupo social trazendo o ou resgatando o da marginalidade a que est o 220 submetidos milhares de cidad os que n o conhecem o significado do termo cidadania O problema do acesso ao trabalho tema recorrente nas discuss es entre grupos internacionais empresas e governos sobretudo quando se trata de fomentar oportunidades de trabalho aos indiv duos que possuem alguma esp cie de defici ncia f sica ou mental N o s o acesso como tamb m a manuten o do trabalhador especial em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e vido por qualifica es espec ficas exigem tratamento legal direcionado voltado ao fomento de a es de treinamento e de inclus o social sejam tais a es capitaneadas por rg os oficiais ou pela sociedade civil Conclu mos que para aproveitar a capacidade laboral da pessoa com defici ncia e esta servir como meio de inclus o social deste deve ser levada em considera o a Ergonomia na medida em que adapta o local de trabalho para facilitar o uso com seguran a e conforto para o usu rio com defici ncia ou n o Diversas s o as formas de classifica o hoje utilizadas para delimitar o universo de defici ncias disabilities que acometem o homem e que de forma dir
385. lo repercutiram na legisla o do Brasil tanto que a partir da d cada de 50 aparecem as primeiras leis tratando de tema em mbito federal o Decreto Lei n 44 236 de 1958 institui a Campanha Nacional da Educa o e Reabilita o dos Deficientes Visuais em 38 Tratamos o tema de forma abrangente no Cap tulo 14 2 Conven es e Recomenda es da OIT em Mat ria de Discrimina o no Trabalho p 296 51 mbito estadual SP o Decreto n 24 606 A de 1955 disp e sobre o funcionamento de cursos de especializa o de ensino de cegos em mbito municipal SP o Decreto n 1 964 de 1954 disp e sobre a educa o de crian as com defici ncia auditivas Se olharmos para a Hist ria do Brasil partindo do per odo colonial veremos que n o havia pol ticas p blicas voltadas para atender as pessoas com defici ncia A responsabilidade por cuidar educar e manter ficavam a cargo de cada fam lia e as pessoas com defici ncia na maior parte das vezes eram alijados do conv vio social quer por cren as preconceitos ou vergonha O poder p blico come a a atuar atendendo solicita es espec ficas de indiv duos que usaram dos meios de influ ncias dispon veis para obter suporte que lhes permitisse melhorar as condi es de vida de pessoas de suas rela es Essas pessoas via de regra eram encaminhadas e mantidas em institui es Em termos de Seguridade Social nos diz PEREIRA Jr que o Brasil acompanhou a evolu o r
386. m ainda estamos longe de atender o universo as estat sticas mostram por exemplo que 98 da popula o com defici ncia do pa s em idade de trabalhar encontra se fora do mercado A constitui o deixa claro o princ pio ison mico em seu art 5 caput todos s o iguais perante a lei sem distin o E garante no inciso XII que livre o exerc cio de qualquer trabalho of cio ou profiss o atendidas as qualifica es profissionais que a lei estabelecer Encontramos mais adiante no art 7 inciso XXXI a reafirma o desse princ pio na proibi o de qualquer discrimina o no tocante a sal rio e crit rio de admiss o do trabalhador portador de defici ncia A Lei 7 853 89 regulamentada pelo Decreto n 3 298 99 que trata do apoio s pessoas com defici ncia reafirma o princ pio ison mico no art 1 8 1 na aplica o e interpreta o desta Lei ser o considerados os valores b sicos da igualdade de tratamento e oportunidade da justi a social do respeito dignidade da pessoa humana do bem estar e outros indicados na Constitui o ou justificados pelos princ pios gerais de direito Apenas podemos entender as normas jur dicas voltadas prote o dos trabalhadores deficientes se associadas a outras normas que tenham por fundamento e finalidade cumprir a ordem social constitucionalmente estabelecida a qual tem como base o trabalho e por objetivo o bem estar e a justi a social
387. m j na Idade M dia surgia a id ia de limitar o poder do Estado em favor do cidad o o documento que marca a poca a Magna Carta de 1215 atrav s da qual o rei da Inglaterra reconhecia alguns direitos dos nobres limitando assim o poder do monarca Com a Revolu o Francesa em 1789 se acentuaram os movimentos e documentos escritos que buscavam garantir direitos elementares em face da atua o do poder p blico Um dos documentos mais conhecidos neste sentido a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 Pouco antes disso por m outro documento entrava para a hist ria a Declara o de Virg nia elaborada em 1776 resultado da revolu o americana Trazia como direitos fundamentais do povo norte americano a liberdade a igualdade a elei o de representantes do povo etc Em 1948 logo ap s a 2 Guerra Mundial a Organiza o das Na es Unidas fazia editar a Declara o Universal dos Direitos do Homem estendendo para praticamente todo o mundo o respeito e a prote o aos direitos fundamentais do ser humano 97 CURY leda Tatiana Direito Fundamental Sa de Evolu o Normatiza o e Efetividade Rio de Janeiro Lumen Juris 2005 p 1 MORAES Alexandre Direitos Humanos fundamentais Teoria Geral Cole o Temas Jur dicos Vol 3 S o Paulo Atlas 1997 p 41 69 As principais caracter sticas doutrin rias atribu das aos Direitos Fundamentais s o 1 Historicidade S
388. m a proposta de um curso de doutorado defendemos a cria o inicialmente doutrin ria e ou jurisprudencial da figura da legitimidade excepcional Esta legitimidade excepcional conferirra a qualquer cidad o independentemente da capacidade postulat ria que para o ato seria dispens vel a possibilidade de ingressar em ju zo para restabelecer ou pleitear o restabelecimento da dignidade m nima inerente a toda e qualquer pessoa que esteja abaixo da linha imagin ria da dignidade mesmo sem ter qualquer tipo de vincula o com o suposto benefici rio Desta forma qualquer cidad o com defici ncia ou n o poderia ingressar em Ju zo independentemente de pagamento de taxas ou mesmo da assinatura de um Advogado para por exemplo requerer ao Estado a compra de uma cadeira de rodas para uma pessoa com defici ncia e que comprovadamente n o tenha recursos suficientes para a aquisi o Ou ainda para requerer junto ao Estado pela via do Judici rio o imediato fornecimento de determinada medica o prescrita por um m dico Ou mesmo diante da completa aus ncia de Advogados em determinada cidade pleitear que o Judici rio determine a contrata o pelo poder p blico de um Advogado para patrocinar causa diretamente relacionada s quest es da dignidade humana n cleo m nimo Aqui h que se fazer uma ressalva evidente que a difus o da possibilidade de ingresso em Ju zo jamais poderia dispensar a apresenta o
389. m acesso inform tica explica Marcela Vairo gerente de marketing da IBM no Brasil Apesar do pioneirismo da fabricante os softwares do g nero s come aram a desembarcar no pa s traduzidos para o portugu s a partir de 1998 A estr ia aconteceu com o Speech Viewer um programa desenvolvido para fonoaudi logos na recupera o de deficientes na fala pacientes com paralisia cerebral com atraso de desenvolvimento ou com problemas de emiss o causados por derrames O sistema grava e verifica os sons emitidos apresenta gr ficos para medir a entona o da voz e ainda tem recursos especiais para o tratamento de crian as Custam R 3 5 mil Em dezembro de 1999 a IBM disponibilizou em portugu s o Via Voice um programa baseado em comando de voz destinado a deficientes visuais e motores Ele l os textos na tela do micro e ainda permite controlar o computador sem a ajuda das m os explica Marcela Custa R 650 A internet 238 A dificuldade pode ser tempor ria ou permanente ainda assim a acessibilidade deve ser garantida sempre pois deve permitir ao indiv duo mesmo com dificuldade tempor ria por exemplo uso de cadeira de rodas em decorr ncia de dificuldade de locomo o resultante de membro inferior fraturado o amplo acesso aos locais como colocado pela lei De acordo com a Conven o sobre os direitos das Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 a qual reservou o artigo 20 desta para tratar do tema Mobil
390. m defici ncia bem como especializa o de recursos humanos em acessibilidade 246 De acordo com a Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia decreto n 6 949 09 o desenho universal n o excluir as ajudas t cnicas para grupos espec ficos de pessoas com defici ncia quando necess rias O Desenho universal significa a concep o de produtos ambientes programas e servi os a serem usados na maior medida poss vel por todas as pessoas sem necessidade de adapta o ou projeto espec fico 11 7 Acessibilidade na Administra o P blica Federal Decreto n 3 298 de 20 de dezembro de 1999 Os rg os e as entidades da Administra o P blica Federal direta e indireta devem garantir a acessibilidade e a utiliza o dos bens e servi os no mbito de suas compet ncias pessoa com defici ncia ou com mobilidade reduzida mediante a elimina o de barreiras arquitet nicas e obst culos bem como evitando a constru o de novas barreiras A constru o amplia o e reforma de edif cios pra as e equipamentos esportivos e de lazer p blicos e privados destinados ao uso coletivo dever o ser executadas de modo que sejam ou se tornem acess veis pessoa com defici ncia ou com a mobilidade reduzida e dever o ser observados alguns requisitos de acessibilidade enumerados pela Lei Nas reas externas ou internas da edifica o destinadas a garagem e a estacionamento de uso p b
391. m o poder que exerciam sobre os camponeses As normas de direito feudal consolidavam os privil gios dos nobres propriet rios que exerciam legalmente o arb trio sobre os camponeses subjugados Em conson ncia com o direito feudal exercido pelos nobres propriet rios existia o direito can nico ligado Igreja Cat lica A doutrina da Igreja Cat lica era dominante na Europa Ocidental Medieval As teorias pol ticas desse per odo eram constru das sob os dogmas da Igreja O monop lio dos sacerdotes sobre a educa o que adquiriu um car ter predominantemente teol gico tamb m expressava o dom nio ideol gico da poca A religi o crist era largamente utilizada para justificar a explora o feudal propagar o obscurantismo e fundamentar a arbitrariedade e a viol ncia 163 Assim a despeito de ser uma sociedade altamente hierarquizada dominada de cima para baixo pelo clero e a nobreza a sociedade medieval era altamente pluralista Na sequ ncia hist rica com o fim da Idade M dia o pluralismo passa a se interligar com uma nova proposta a liberal decorr ncia da sociedade capitalista que emergia e da pr pria forma o dos Estados Liberais A partir deste momento hist rico o pluralismo se desvincula da tica religiosa t o presente no medievalismo Especificamente no Brasil os registros hist ricos indicam que houve verdadeira aniquila o das pr ticas costumeiras dos povos nativos pelos colonizadores portugueses que a
392. ma agr ria por outro abusa de seu direito de protestar quando fecha rodovias invade pra as de ped gio e destr i pr dios p blicos Todos estes excessos contribuem para o descr dito do movimento social 1 Movimento social brasileiro de inspira o marxista e do cristianismo progressista teologia da liberta o cujo objetivo a realiza o da reforma agr ria no Brasil Dispon vel em http pt wikipedia org wiki Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra acesso em 06 set 2010 178 O Estado Democr tico de Direito deve saber conviver com a postura reivindicat ria dos movimentos sociais entretanto deve reprimir com rigor o abuso deste direito mantendo a ordem e o respeito aos direitos de terceiros N o ser demais lembrar que algumas pessoas que estavam a caminho do hospital faleceram por conta do fechamento irrespons vel de rodovias Uma sociedade pluralista deve saber conviver com posturas contestat rias todavia deve saber manter a ordem institu da o respeito Constitui o e s Institui es p blicas sob pena de anarquiza o do sistema de controle social A mesma Constitui o que contempla a fun o social da propriedade e admite protestos pac ficos explicita a necessidade de manuten o da ordem Neste contexto percebe se a plena realiza o da m xima de que os fatos sempre andam na frente do direito Enquanto o direito positivo assiste perplexo evolu o social os fatos e as reivind
393. ma linha real Baseada em direitos humanos dirigidos manuten o da dignidade humana impedindo a discrimina o e permitindo acesso a uma vida digna e feliz T o importante o progresso cient fico quanto o progresso humano ou seja o entendimento de que nascer com diferen as ou no decorrer da vida adquirir diferen as n o significa ficar menos importante que os demais O s culo passado demonstrou a possibilidade de integrar a pessoa com defici ncia O desafio dar a cada indiv duo condi es de participar satisfatoriamente do meio em que vive como forma de integr lo A id ia de integra o contudo deve ser vista de maneira pr tica e vi vel permitindo n o s a cria o legal de um direito mas a sua efetiva aplica o e aproveitamento por parte da pessoa com defici ncia Exemplificando a cria o da lei que garantiu o passe livre foi de grande import ncia por m em muitos casos h a necessidade de ve culos adaptados para permitir o acesso s pessoas com defici ncia N o adianta a iniciativa p blica rebaixar meio fio fazer cal adas transit veis se a iniciativa privada n o fizer a sua parte como escadas na frente de restaurantes ou at de consult rios m dicos Ou seja algumas medidas por si s s o insuficientes H que existir efic cia na coloca o da lei em pr tica essencial que os efeitos pr ticos sejam desde o in cio levados em considera o Possibilitar a inte
394. me a quest o com o n tido prop sito de fazer justi a prop e a o civil p blica para obter rem dio para crian a carente e necessitada v sua pretens o fulminada por uma quest o mesquinha de ordem processual Al m disso como se j n o bastasse a realidade cruel a que esta crian a est submetida deixa de receber medicamento necess rio para a manuten o de sua sa de porque o Poder Judici rio invocou uma quest o processual de duvidosa constitucionalidade para extinguir mais um processo sem sequer analisar o que estaria por detr s 155 Este julgado al m de inadequado sob a tica humana a materializa o do descaso da insensibilidade da falta de uma vis o social da lei da mais absoluta aus ncia de no o da realidade brasileira Mesmo diante de princ pio constitucional que al a a dignidade humana a uma condi o sem precedentes no direito brasileiro o Judici rio nacional optou no caso concreto por negar uma medica o para uma crian a com defici ncia por quest es menores de natureza processual pouco se importando com as consequ ncias de sua decis o Teve ainda a ousadia de reproduzir em seu julgado que a Constitui o atribui tal fun o a Defensoria P blica sem sequer procurar saber se no Munic pio daquela crian a existe ou n o o referido rg o Lament vel a reprodu o em pleno s culo XXI de um pensamento pr prio da elite do Brasil Colonial nos idos de 1600 Impedir que decis
395. mento de medicamentos atrav s do bloqueio de valores paciente necessitada amparando os direitos vida sa de e dignidade humana Medida excepcional que se justifica pela cr nica relut ncia dos entes 132 RIO GRANDE DO SUL BRASIL Tribunal de Justi a Terceira C mara C vel Apela o C vel n 70014933675 Relator Paulo de Tarso Vieira Sanseverino Julgado em 22 jun 2006 Dispon vel em lt http www tj rs gov br site php consulta consulta processo php nome comarca Tribunal de JustiwE7a amp versao amp versao fonetica 1 amp tipo 1 amp id comarca 700 amp num processo mask 700 14933675 amp num processo 70014933675 gt Acesso em 15 mar 2009 139 p blicos em atender o comando judicial colocando em risco a vida e a sa de da necessitada Particularmente o julgado acima reconhece de maneira enf tica a flagrante omiss o inconstitucional dos entes federativos no que se refere ao n o atendimento de comando constitucional expresso decorrente da combina o dos artigos 1 Ill e 196 da Constitui o da Rep blica Neste sentido a despeito de reconhecer a excepcionalidade da medida de bloqueio judicial de verbas estatais reconhece sua legitimidade diante das circunst ncias do caso concreto no que merece nosso mais profundo voto de respeito e admira o pela coragem da decis o A transcri o da doutrina de Ana Paula de BARCELLOS acerca deste t pico espec fico corrobora nosso posicionamento e elucida a qu
396. minaci n alguna por raz n de nacimiento raza sexo religi n opini n o cualquier otra condici n o circunstancia personal o social Trata se da afirmac o da igualdade formal de todos perante a lei correspondente ao caput do art 5 da Constituic o brasileira bom lembrar que o art 9 tal qual o 3 da Constitui o brasileira confere ao Estado a miss o de garantir que a igualdade extrapole a mera declarac o de intenc o formal e se converta em realidade Os arts 40 e 41 da mesma Carta Pol tica elencam os direitos trabalhistas do povo espanhol O primeiro consagra o direito ao pleno emprego por meio de pol ticas p blicas que garantam oportunidades a todos para o trabalho e pugna por leis que implementem a seguranca e a higiene no trabalho O art 41 trata da seguridade social universal e ampla em termos da cobertura das conting ncias em especial do desemprego O art 49 por sua import ncia ser transcrito Los poderes p blicos realizaran una pol tica de previsi n tratamiento rehabilitaci n e integraci n de los disminuidos f sicos sensoriales y ps quicos a los que prestar n la atenci n especializada que requieran y los amparar n especialmente para 319 el disfrute de los derechos que este T tulo otorga a todos los ciudadanos Joaquin GARC A MURCIA afirma com raz o que a leitura combinada dos artigos 14 e 49 permite n o s reafirmar a igualdade formal de todos os cidad
397. ministro Joaquim Barbosa GOMES informa que por via judicial torna se poss vel a fixa o de cotas para contrata o em empresas desde que se demonstre por qualquer meio de prova inclusive a estat stica que os quadros respectivos n o contemplam as minorias existentes em determinada localidade Tal a o afirmativa vigorar at que os devidos percentuais sejam atendidos na empresa Tem sido esse o entendimento da Suprema Corte americana com rela o s pessoas com defici ncia e negros tanto pela via individual quanto coletiva BARBOSA GOMES Joaquim B A o Afirmativa amp Princ pio Constitucional da Igualdade O Direito como Instrumento de Transforma o Social A Experi ncia dos EUA Rio de Janeiro Editora Renovar 2001 p 58 Jurisprud ncia da Suprema Corte estadunidense 1 SCHOOL BOARD OF NASSAU COUNTY V ARLINE 480 U S 273 1987 A professora Gene Arline foi demitida da escola em que trabalhava por ter tuberculose A Corte entendeu que somente o fato de portar uma doen a contagiosa mesmo que seus sintomas estivessem controlados j implicava a caracteriza o de pessoa com defici ncia de acordo com a ADA ficando adstrita a seus efeitos inclusive o constante da 504 que determina que nenhuma pessoa com defici ncia poder ser exclu da negada ou discriminada em qualquer programa ou atividade que receba incentivo financeiro federal Trata se da imagem social que
398. mo de entidades que lutassem pela efetiva o da legisla o tanto pelo governo quanto pela sociedade civil viabilizaram em 8 de novembro de 1995 a edi o do Disability Discrimination Act DDA Especificamente quanto ao trabalho das pessoas com defici ncia o Disability Discrimination Act consagra que tais pessoas gozam dos mesmos direitos conferidos a todos os trabalhadores brit nicos Elege por m algumas garantias especiais A Lei em tela indica nas considera es iniciais de seu Cap tulo 50 Parte Long Title as correspondentes finalidades quais sejam a de tornar ilegal qualquer tipo de discrimina o em face das pessoas com defici ncia com rela o a emprego provis o de bens facilidades e servi os elimina o dos pressupostos administrativos que tolham sua livre escolha interativa Criou outrossim o Conselho Nacional da Defici ncia 2 BARNES Colin OLIVER Mike idem p 11 331 Apresenta ainda na se o 2 do mesmo Cap tulo as defini es de defici ncia que descem a min cias cujo conte do se dispensa pela brevidade que ora se exige Estabelece ademais que em caso de d vida quanto exist ncia ou n o da defici ncia delegue se a necess ria confirma o ao Poder Judici rio nico legitimado para interpretar a defini o legal Na Parte Il que trata de Emprego na se o 3A o DDA conceitua a discrimina o para a incid ncia de seus efeitos normatizando desde a
399. mplicam presta es positivas do Estado e que repercutem coletivamente constituindo se destarte salvaguarda indispens vel exist ncia dos direitos individuais obrigando o Estado a uma atua o BARCELLOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais o princ pio da dignidade da pessoa humana p 13 Rio de Janeiro Renovar 2002 Diferentemente do que se deu na Europa os estadunidenses desde 1803 a partir do caso Marbury v Madison 5 U S 1 Cranch 137 1803 conferiram ao Poder Judici rio a prerrogativa de controlar a constitucionalidade das leis por meio da id ia de supremacia da Constitui o sobre as leis ordin rias na hist rica decis o de John Marshall ent o presidente da Suprema Corte americana ISARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 6 edi o Porto Alegre Livraria do Advogado 2006 p 56 Ingo Wolfgang SARLET faz a ressalva de que na esfera dos direitos fundamentais n o se encontram apenas direitos de cunho positivo mas tamb m direitos concernentes s liberdades sociais como o direito de greve a liberdade de sindicaliza o direitos fundamentais dos trabalhadores entre outros 195 concreta para garantir a efetiva o desses direitos aos indiv duos em detrimento de sua posi o liberal n o intervencionista Os anos 50 inauguram a constru o de um novo panorama constitucional mais apartada dos dogmas pos
400. mundo globalizado afiguram se como sendo incompat veis com um modelo de direito idealizado para reger a sociedade brasileira do in cio do s culo passado Exemplo claro neste sentido o C digo Civil de 1916 que permaneceu em vigor at 2002 Ora o referido diploma de direito civil teve como alicerce estrutural o C digo Civil Franc s de 1804 idealizado por sua vez em um momento imediatamente posterior ao da Revolu o Francesa Ademais n o houve qualquer adapta o aos padr es brasileiros dos institutos jur dicos provenientes da Fran a Desta forma aliado a pol ticas p blicas democraticamente discutidas a proposta de compromisso com a inclus o social decorrente diretamente da promo o da dignidade humana passa pela defesa de um pluralismo comunit rio participativo como novo modelo pol tico e jur dico de validade caracterizado por formas alternativas de produ o de juridicidade e por modalidades democr ticas emancipat rias de pr ticas sociais Tais pr ticas 15 WOLKMER Antonio Carlos op cit p XI Outrossim a configura o do pluralismo presente nos procedimentos institu ntes de um Direito Comunit rio n o prioriza mais as regras tecno formais e as ordena es gen rico abstratas mas inspira se na din mica de uma pr xis da vida cotidiana e numa auto regula o comprometida com a dignidade do outro injusti ado Uma cultura jur dica pluralista informal e descentralizada constr i se n o a
401. n 2009 390 Di rio Oficial da Rep blica de Honduras La Gaceta indica como refer ncia Lei em ep grafe o Decreto n 17 de 1991 do Poder Legislativo Hondurenho 345 numero de trabajadores minusvalidos o discapacitados de conformidad con la tabla siguiente De 20 a 40 trabajadores un discapacitado De 50 a 74 trabajadores dos discapacitados De 75 a 99 trabajadores tres discapacitados y Por cada 100 trabajadores cuatro discapacitados A Lei em quest o cont m vinte e quatro artigos distribu dos em quatro cap tulos quais sejam Cap tulo De Sua Finalidade e De Seu Campo de Aplica o Cap tulo II Da Op o pelas Vagas Reservadas e Das Condi es de Admiss o Cap tulo Ill Da Comiss o de Avalia o das Condi es Pessoais para o Emprego e Cap tulo IV Das Alternativas Laborais para as Pessoas com Defici ncia Entre as finalidades da Lei destaca se como principal a integra o das pessoas com defici ncia no mercado de trabalho comum e em caso de impossibilidade a procura de formas alternativas de trabalho ou de atividade produtiva estabelecendo se processos gradativos de inser o do trabalhador com defici ncia no mercado competitivo se assim se fizer necess rio de modo que as oficinas protegidas sejam consideradas meras etapas preparat rias sempre que poss vel Nesse desiderato a Lei considera nulos de pleno direito dispositivos contratuais individuais ou coletivos que
402. n ncia ou limita o atividade estatal ou privada ou determinante da possibilidade decorrente de sua titularidade de exigir presta es positivas do Estado a SILVA Jos Afonso da Curso de Direito Constitucional Positivo 9 S o Paulo Editora Malheiros 1993 pp 163 164 BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional 14 ed S o Paulo Malheiros 2004 p 560 MORAES Guilherme Braga Pen de Curso de Direito Constitucional 3 Edi o pp 24 27 68 J para leda Tatiana Cury os direitos fundamentais podem ser conceituados como o conjunto de normas que cuidam dos direitos e liberdades garantidos institucionalmente pelo direito positivo de determinado Estado devem ser observados sob dupla perspectiva objetiva cabe ao Estado garantir o exerc cio desses direitos e subjetiva as pessoas t m o direito de exigir do Estado uma presta o positiva ou negativa De acordo com Alexandre de Moraes os direitos fundamentais relacionam se diretamente com a garantia da n o inger ncia do Estado na esfera individual e a consagra o da dignidade humana tendo um universal reconhecimento por parte da maioria dos Estados seja em n vel constitucional infraconstitucional seja em n vel de direito consuetudin rio ou mesmo por tratados e conven es internacionais A hist ria dos direitos fundamentais remonta ao s culo XVIII quando do surgimento do constitucionalismo Por
403. n o exclu las do conv vio com outras n o deficientes O artigo 227 trata da prote o das crian as e adolescentes visando integra o coletividade promovendo a elimina o de preconceitos e obst culos A elimina o das barreiras arquitet nicas adapta o de logradouros p blicos edif cios ve culos de transportes coletivos est o previstos no art 227 Il par grafo 2 De fato a dificuldade de locomo o e acesso s ruas e pr dios configura um grande entrave para a integra o dessas pessoas A Constitui o portanto bastante clara quanto igualdade de trabalhadores pessoas com defici ncia ou n o O Brasil disp e ainda de uma legisla o infraconstitucional que vem tratando do tema desde 1989 um ano ap s a promulga o da Constitui o Federal Apresentaremos em ordem cronol gica as leis que diretamente nos interessam nesse trabalho mostrando assim a evolu o normativa 12 3 1 Pessoa com Defici ncia no mbito do Direito do Trabalho de Outros Diplomas Legais Declara es Conven es e Recomenda es Como j vimos no primeiro cap tulo desta tese o termo defici ncia significa uma restri o f sica mental ou sensorial de natureza permanente ou transit ria que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais na vida di ria causada ou agravada pelo ambiente econ mico e social 266 J o termo discrimina o contra as pessoas com defici ncia s
404. nais concerto sistem tico o vetor final h de ser a total preponder ncia da separa o dos poderes e das prerrogativas dos Poderes Legislativo e Executivo em detrimento da possibilidade de o Judici rio determinar de forma positiva algum efeito que seja da dignidade em seu aspecto material Ocorre por m que a associa o de toda a constru o te rica sobre a separa o dos poderes com o contexto hist rico do s culo XIX a desmontagem vitoriosa do antigo regime pelas revolu es burguesas nas quais o parlamento desempenhou sempre um papel destacado acabou por envolver a separa o de poderes rec m implantada pelos revolucion rios em uma roupagem dogm tica Isto um determinado modelo de separa o de poderes aquele em que se consagra a supremacia do parlamento e da lei bem como a desimport ncia pol tica do Judici rio acabou por ser canonizado Esse o cen rio europeu continental do fim do s culo XIX e in cio do XX de onde as concep es foram importadas para os pa ses perif ricos de tradi o romano germ nica As li es acima reproduzidas esclarecem que uma vis o est tica e excessivamente dogm tica da separa o de poderes n o est de acordo com a din mica inerente sociedade contempor nea Desta forma conclui se que a separa o de poderes n o pode ser invocada para impedir que o Judici rio exer a efetivo controle sobre as a es e omiss es eventualmente prati
405. nal de la IV Conferencia Internacional sobre los Derechos de las Personas Dispon vel em 423 lt http www dpi org sp resources topics human rights 06 12 03 declaracion htm gt Acesso em 20 set 2008 PARAN BRASIL Tribunal de Justi a Apela o c vel n 130321 5 de Goioer PR Data 28 mar o 2003 Relator Des Milani de Moura Dispon vel em lt http www tj pr gov br consultas judwin ResultCodigo asp Codigo 214228 amp S elecionar x 5 amp Selecionar y 4 gt Acesso em 17 mar o 2009 PEREIRA J NIOR A cio Evolu o hist rica da Previd ncia Social e os direitos fundamentais Jus Navigandi Teresina ano 9 n 707 12 jun 2005 Dispon vel em lt http jus2 uol com br doutrina texto sp id 6881 gt Acesso em 06 set 2008 PORTUGAL Decreto Lei 29 de 3 de fevereiro de 2001 Universidade do Porto Biblioteca Dispon vel em lt http paginas fe up pt demegi Tec Sup DR pdf gt Acesso em 28 set 2008 PORTUGAL Regras Gerais Centro de Informa o da ONU em Portugal Dispon vel em lt http www onuportugal pt Regrasgerais pdf gt Acesso em 27 de setembro de 2008 PROJETO CIDAD O CAPAZ Set 2002 Dispon vel em lt http www percepcoes org br projetos asp idprojeto 375 gt Acesso em 11 ago 2011 REDE IBERO AMERICANA DE ORGANIZA ES N O GOVERNAMENTAIS Declara o de Caracas Dispon vel em lt http www educacaoonline pro br doc declaracao de caracas asp gt Acesso em 20 set
406. nalidade como forma r pida e eficaz de solu o da colis o entre direitos fundamentais O int rprete deve ter como premissa de sua constru o intelectual a concep o de harmoniza o entre os direitos fundamentais e de sua essencialidade para a manuten o da coer ncia sist mica A utiliza o deste racioc nio jur dico alicer ado na razoabilidade e na pondera o de valores deve ser vista como excepcional de forma a se priorizar os demais m todos mais precisos de interpreta o constitucional Toda constru o jur dica que se utilize do princ pio da proporcionalidade para temporariamente e no caso concreto afastar determinado direito fundamental deve se revestir de argumenta o jur dica s lida contemplando ampla an lise dos valores tutelados e com justificativa coerente para a op o por um determinado valor no caso concreto Mera reprodu o de frases de efeito sem um detido estudo n o servem para a utiliza o criteriosa da proporcionalidade e banalizam sua utiliza o S rgio Fernando MORO autor da obra Jurisdi o Constitucional como Democracia ao abordar a problem tica da colis o de princ pios constitucionais refor a a necessidade de uso criterioso desta solu o Como indica o de que somente a utiliza o respons vel legitima o uso do m todo da pondera o de valores alicer ado na proporcionalidade oportuna a transcri o de um caso emblem tico julgado pelo Tribunal Con
407. nar a interpreta o conferida s leis A continuar como est o direito positivo apenas tender a perpetuar o alto grau de exclus o da pessoa com defici ncia existente hoje na sociedade brasileira A supera o da dogm tica tradicional tem como principal vetor interpretativo o princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana ele o grande canal condutor da revers o do quadro atual Seguramente ser a partir deste princ pio e em sintonia com os demais que os operadores do direito poder o contribuir com a proposta de inclus o social tendo o direito como seu instrumento de agir Todavia para que esta perspectiva seja implementada h que se abrir a mente para o novo sempre tendo ci ncia de que tudo aquilo que inovador diferente que foge ao tradicional choca e espanta A este respeito conv m lembrarmos o pensamento de Pedro DEMO que bem ilustra a necessidade de ousadia nas ci ncias jur dicas O ponto de partida para a id ia da pulveriza o da legitimidade popular para o restabelecimento imediato da dignidade a id ia de linha imagin ria Assim seria l cito ao operador do direito tra ar em sua mente um divisor 140DEMO Pedro Introdu o metodologia da ci ncia S o Paulo Atlas 1991 p 11 um dos fen menos mais lament veis em ci ncia a produ o de disc pulos mais vocacionados a seguir um mestre ou a enquadrar se dentro de uma escola do que a construir
408. nc pio da dignidade humana e os outros princ pios constitucionais Entre eles h verdadeira rela o de subordina o na medida em que buscam seu fundamento de validade na pr pria no o de dignidade humana concebida como fundamento do Estado Brasileiro Esta a nica posi o poss vel em sintonia com o entendimento doutrin rio manifestado no t pico anterior e por n s expressamente endossado 5 1 A Fungibilidade entre os Princ pios da Proporcionalidade e o da Razoabilidade Inicialmente h que se fazer uma diferencia o entre proporcionalidade e razoabilidade Grande parte da doutrina entende que tais denomina es sinalzam a mesma coisa e portanto pretender fomentar distin es de detalhes seria algo in cuo e desnecess rio para estes professores dentre os quais se destaca Luiz Roberto Barroso que entende haver uma rela o de fungibilidade entre estas nomenclaturas Tamb m na literatura administrativa n o se faz a devida distin o entre um ou outro confirmando de certa forma a tend ncia a visualiz los de forma equivalente em que a substitui o de um pelo outro em nada mudaria a compreens o de determinada situa o jur dica Suzana de Toledo BARROS parece concordar BARROSO Luiz Roberto apud STEINMETZ Wilson Ant nio Colis o de direitos fundamentais e princ pio da proporcionalidade Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 p 185 100 com a fungibilidade acima idealizada dem
409. ncedido revoga o de dispositivos espec ficos e correla o da presente Lei com outras como por Sociedade e Valores dos EUA Revista Eletr nica da Ag ncia de Informa es dos Estados Unidos Volume 4 n 01 janeiro de 1999 Dispon vel em lt http usinfo state gov journals itsv 0199 ijsp toc htm gt Acesso em 19 jan 2009 350 312 3 exemplo a Lei de Reabilita o de 1973 cujo conte do foi incorporado em grande medida Comentando a doutrina americana a ju za brasileira Regina Maria Vasconcelos DUBUGRAS classifica as formas de discrimina o para fins de avalia o judicial em tr s tipos Discrimina o individual que se caracteriza pela a o dirigida contra um ou mais indiv duos em raz o de ra a cor religi o g nero nacionalidade idade ou outras bases legalmente protegidas A ocorr ncia de fato discriminat rio ainda que isolado e perpetrado por trabalhador contra colegas acarreta responsabilidade solid ria da empresa ou por inexistirem nessa mesma empresa medidas coibidoras de pol tica de toler ncia zero contra discrimina o ou por falhar na aplica o de tais medidas Discrimina o sistem tica que consiste em manifesta es concernentes a grupos espec ficos tamb m delineados por ra a g nero cor religi o nacionalidade ou outras bases protegidas pela legisla o Pode ser expl cita ou impl cita ocorrendo a primeira quando a empresa literalmente define o
410. nciais Por certo um pa s como o Brasil n o ter recursos suficientes O benef cio de um sal rio m nimo que hoje destinado aos portadores de defici ncia sofre v rios questionamentos assistencialista portanto n o emancipa mas acomoda um valor aqu m das necessidades e embora tenha sua import ncia n o deve ser compreendido como uma a o que poder ser expandida ao limite das necessidades da popula o deficiente Portanto o destino da pessoa com defici ncia a prepara o e consci ncia do pa s para a educa o especializada e oportuniza o de ingresso no mercado de trabalho e n o o assistencialismo 3 J que a dignidade humana um dos temas desta tese um direito fundamental garantido pela Constitui o Federal Brasileira discorremos sobre os Direitos Fundamentais de forma geral Quando enfocamos o conceito de Direitos Fundamentais conclu mos que nele confundem se as express es Direitos Humanos Direito dos Homens e Direito Natural sendo de suma import ncia melhor defini los Portanto ap s o conceito nos aprofundamos no estudo das suas classifica es ou gera es Conclu mos que a dignidade humana para funcionar como instrumento de inclus o social da Pessoa com Defici ncia n o pode atuar sozinha mas em conjunto com os demais direitos fundamentais inclusive com os direitos sociais Ressalta se que n o somente um dever do Estado a inser o e oportuniza o das pessoas com defic
411. nd vel que os operadores do direito criem solu es doutrin rias para solucionar os problemas vividos pelas pessoas com defici ncia destinat ria do direito Ora consignar na Constitui o da Rep blica em seu artigo 1 Ill que a dignidade da pessoa humana verdadeiro fundamento do Estado Brasileiro significa dizer que n o o homem que existe para o Estado mas este para aquele Significa comando direto ao Estado e a todos os operadores do direito para que implementem formas eficazes de se conferir dignidade a todas as pessoas sejam elas nacionais ou estrangeiras ricas ou pobres crian as ou idosas com ou sem defici ncia A simples condi o de estar sob os efeitos da soberania do Estado brasileiro j lhes confere direito a tratamento digno independentemente de quaisquer outras condi es A proposta de dignidade enquanto fundamento da Rep blica significa compromisso do Estado e de toda a sociedade civil para com a inclus o social e por inclus o social leia se melhor distribui o de renda justa remunera o pelo trabalho assist ncia estatal de qualidade especialmente nas searas da sa de p blica e da previd ncia Feitas estas coloca es surge a principal pergunta inerente a esta tese qual a efic cia jur dica do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana com rela o pessoa com defici ncia O que se pode exigir do Estado juridicamente falando com fundamento na dignidade humana a respei
412. ndo de morte o Princ pio Fundamental da Dignidade da Pessoa Humana tamb m garantido por esta Constitui o A dignidade humana encontra se consagrada na Constitui o em seu artigo 1 inciso III al ada condi o de verdadeiro fundamento da Rep blica Contudo a despeito de constar na Carta Magna em posi o de reconhecido destaque a proje o da dignidade humana na seara jur dica ainda n o possui a dimens o necess ria Esta proje o encontra se contemporaneamente em processo gradativo de consolida o A busca por efetividade jur dica imediata decorrente diretamente do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana pressup e a revis o de muitos conceitos e por que n o de alguns dogmas de nosso direito positivo A proposta de supera o da dogm tica tradicional e de utiliza o da dignidade humana enquanto instrumento jur dico de inclus o social passa necessariamente por uma vis o human stica do direito pela concep o de direito enquanto ci ncia que interage com a hist ria a sociologia a tica a economia a filosofia e todas as demais ci ncias afins Neste sentido uma das propostas desta tese a formula o de um estudo cient fico em que s o abordadas quest es estruturais que analisam a possibilidade real de utiliza o da dignidade humana enquanto instrumento jur dico de inclus o social das Pessoas com Defici ncia Com propostas inovadoras e sempre procurando demonstrar
413. ndo que aceitar servi os com cujas responsabilidades n o queriam ou n o poderiam arcar mas que o Estado acreditava que desses encargos essas pessoas necessitavam no lugar daqueles realmente necess rios al m da socializa o que se pautava pela depend ncia 330 justo igualit rio e efetivo contra a discrimina o das pessoas com defici ncia que se tornou claramente inconceb vel na sociedade brit nica o terceiro fator foi a cria o de organiza es de pessoas com ou sem defici ncia que em prol das causas das primeiras dirigiam se discuss o pol tica conscientiza o informa o e divulga o na sociedade dos direitos e das necessidades das pessoas com defici ncia bem como da urg ncia de uma legisla o apropriada que dispusesse sobre tais direitos As organiza es tradicionais em prol das pessoas com defici ncia que se revestiam de um car ter fortemente paternalista erguiam a bandeira contra uma legisla o anti discriminat ria alegando ser esta totalmente desnecess ria uma vez que a discrimina o n o se afigurava um problema para as pessoas com defici ncia Todavia os milhares de atos genuinamente discriminat rios contra as pessoas com defici ncia atra ram a aten o do governo para a iminente essencialidade de se promulgar a legisla o A cria o de conselhos e de organiza es que identificassem quantificassem e avaliassem as necessidades das pessoas com defici ncia bem co
414. neuta ou do operador do direito logo ao iniciar a busca pelo sentido e alcance de determinada norma jur dica O principio da dignidade da pessoa humana atualmente est consagrado na Constitui o da Rep blica no artigo 1 inciso Ill em verdadeira posi o de destaque eis que o poder constituinte origin rio o al ou condi o jamais vista em nosso direito positivo de fundamento da Rep blica Neste particular nenhum ato de interpreta o pode desconsiderar a dignidade humana enquanto valor supremo da Constitui o da Rep blica Rizzato NUNES confirma esta vis o ao discorrer acerca da dignidade humana 91 Ali s um verdadeiro supra princ pio constitucional que ilumina todos os demais princ pios e normas constitucionais e infraconstitucionais E por isso n o pode o Princ pio da Dignidade da Pessoa Humana ser desconsiderado em nenhum ato de interpreta o aplica o ou cria o de normas jur dicas Esta posi o jur dica por n s defendida de que o princ pio da dignidade da pessoa humana o princ pio m ximo estampado na Constitui o da Rep blica com superioridade axiol gica mesmo sobre outros princ pios da pr pria Constitui o e naturalmente sobre toda legisla o infraconstitucional possui ampla aceita o da doutrina constitucional contempor nea como passaremos a demonstrar Cleber Francisco ALVES em sua obra assim pondera O dinamismo de uma cultura dita p s
415. nfluenciam na modifica o terminol gica E esta evolu o de valores e conceitos nos fez chegar ao termo adequado hoje Pessoa com Defici ncia J que usamos o termo defici ncia de forma gen rica sem especificar o tipo mas referindo se a todos os tipos resolvemos definir as defici ncias tuteladas de acordo com a Legisla o Brasileira 2 Atrav s desta tese procuramos mostrar que a vida da pessoa com defici ncia em todas as sociedades desde o in cio dos tempos foi uma vida de desafios e supera es De in cio relegada ou mesmo exterminada confinada ou institucionalizada conseguiu prote o legal desde que a defici ncia fosse resultado de sequelas de servi os prestados p tria como soldado ou como trabalhador o que deixou de fora o deficiente natural aquele geneticamente 382 comprometido Muito recentemente que se estabeleceu e ganhou for a e status legal a id ia de proteger e integrar todo e qualquer deficiente vida social e laboral garantindo direito cidadania e plena realiza o A legisla o define quais s o e como s o os tipos de defici ncia tuteladas e cabe a peritos m dicos concluir quais pessoas com defici ncia tem direito ao benef cio da assist ncia social por exemplo ou quais t m direito a aposentadoria por invalidez trazendo o estigma do incapaz ou inv lido como se fossem a mesma situa o Por m por exemplo a quest o de estar ou n o incapacitado para o tr
416. ngelar ou de morrer sozinha A norma em quest o almejava atuar como a Carta dos Deficientes Quase nada acrescentou por m em relac o ao National Assistance Act de 1948 impondo DOYLE Brian Employment rights equal opportunities and disabled persons the ingredients of reform Industrial Law Journal Vol 22 n 2 june 1993 BARNES Colin OLIVER Mike Discrimination disability and welfare from needs to rights In BYONE lan et al Equal rights for disabled people The case for a new law pp 7 16 Institute for Public Policy Research London 1991 329 as autoridades locais apenas o dever de compilar um registro das pessoas com defici ncia e oferecer servi os p blicos essenciais identificados na lei Apresentava entretanto a ressalva de que esses servi os deveriam ser providos apenas onde fosse pratic vel e razo vel faz lo Logo na pr tica n o se propunha exig vel na maior parte das situa es Como se v o Ato de 1970 apenas enfatizou o assistencialismo de provis es b sicas Ineg veis se mostraram reconhe am se os aspectos positivos da pol tica assistencial brit nica que em certa medida possibilitaram uma relativa inclus o das pessoas com defici ncia no conv vio social Tal proposta de inclus o por m n o se completava integralmente posto que eficaz apenas no tocante sobreviv ncia m nima n o alterou o comportamento preconceituoso paternalista at
417. normas program ticas linhas b sicas do processo de integra o destas sociedade e ao mercado produtivo nacional A Constitui o Federal Brasileira de 1988 bastante clara quanto igualdade de trabalhadores pessoas com defici ncia ou n o O Brasil disp e ainda de uma legisla o infraconstitucional que vem tratando do tema desde 1989 Com isso nos faz concluir que o que falta a efetividade destas leis na pr tica Conforme a lei 7 853 89 que trata do apoio s pessoas com defici ncia reafirmado o princ pio ison mico no art 1 81 que disp e que na sua aplica o e interpreta o ser o considerados os valores b sicos da igualdade de tratamento e oportunidade da justi a social e do respeito dignidade da pessoa humana e toda a relev ncia e supremacia axiol gica deste princ pio exposto at agora Deixar as pessoas com defici ncia margem da sociedade violar a dignidade destas At porque elas ficam na margem devido a falta de efic cia pr tica das leis que as protegem fato que torna mais grave ainda a situa o Ent o restaurar a dignidade destas pessoas fazendo valer os seus direitos seja com pol ticas p blicas maior fiscaliza o acesso educa o torn las cada vez mais pr ximas de terem sua capacidade laboral aproveitada com a consequente inclus o social Dessa forma durante esse cap tulo apresentamos em ordem cronol gica as leis que diretamente interessam ao n
418. nossa sociedade a de ser elitista preconceituosa e discriminadora No terceiro cap tulo antes de enfocar o direito fundamental da dignidade humana trataremos a respeito dos direitos fundamentais em geral a prote o das Pessoas com Defici ncia luz do Direito focalizando a regulamenta o constitucional com a inten o de ressaltar a vital import ncia destes dispositivos e a efetividade no seu cumprimento para a sustenta o da Democracia e do Estado Democr tico de Direito No quarto cap tulo discorreremos sobre o Princ pio da Dignidade Humana sua aplica o no mbito social e sua efic cia No quinto cap tulo aprofundaremos o estudo sobre o Princ pio da Dignidade Humana juntamente com os demais princ pios constitucionais tais como os Princ pios da Proporcionalidade e Razoabilidade A grande preocupa o a imposi o de um limite criterioso para a utiliza o do princ pio da dignidade humana Por ser um princ pio constitucional de extrema import ncia por conter certo grau de abstra o sua utiliza o de forma leviana serviria para sepultar sua for a normativa ou banalizar sua utiliza o dando margem a pedidos absurdos sob a tica jur dica Neste particular sempre com suporte doutrin rio passa se an lise do que se convencionou chamar de n cleo m nimo da dignidade que abrangeria quatro aspectos essenciais a saber a educa o b sica a sa de p blica de qualidade assist ncia s
419. nquanto pessoa dotada de possibilidades de realiza o e dignidade humana 4 A dignidade humana o valor m ximo tutelado pelo ordenamento jur dico brasileiro capaz de condicionar todo e qualquer ato de interpreta o de normas jur dicas Por ser fundamento da Rep blica irradia seus efeitos por todo o sistema sendo certo que at mesmo os demais princ pios consagrados na Constitui o devem guardar sintonia para com o princ pio da dignidade humana Trata se de super princ pio que confere unidade axiol gico normativa aos diversos dispositivos constitucionais que n o raro se encontram em aparente situa o de conflito 5 A dignidade humana enquanto valor fonte dos direitos fundamentais assegurados na Constitui o confere a estes direitos aplicabilidade imediata independentemente de qualquer outro ato legislativo complementar Neste sentido qualquer cidad o pode invocar um destes princ pios constitucionais para exigir do Estado determinada presta o positiva A mudan a de foco sugerida no quinto cap tulo reside exatamente na necessidade de supera o da dogm tica tradicional que sempre relegou aos princ pios uma import ncia diminuta um car ter meramente auxiliar complementar e secund rio Esta aus ncia de normatividade e de efic cia imediata aos princ pios afigura se 387 como sendo incompat vel com a sociedade contempor nea e com o novo papel que se pretende conferir ao direito enquanto fomentador da
420. nser o laboral da pessoa com defici ncia consideram se l coloca o competitiva processo de contrata o regular nos termos da legisla o trabalhista e previdenci ria que independe da ado o de procedimentos especiais para sua concretiza o n o sendo exclu da a possibilidade de utiliza o de apoios especiais Il coloca o seletiva processo de contrata o regular nos termos da legisla o trabalhista e previdenci ria que depende de ado o de procedimentos e apoios especiais para sua concretiza o Ill promo o do trabalho por conta pr pria processo de fomento da a o de uma ou mais pessoas mediante trabalho aut nomo cooperativado ou 29BIANCHI NASCIMENTO Rui Programa de A o Mundial para pessoas com defici ncia Publicado no site do Centro de Documenta o e Informa o do Portador de Defici ncia 1992 CEDIPOD p 15 Dispon vel em lt http www cedipod org br gt acesso em fev 2007 252 em regime de economia familiar com vista emancipa o econ mica e pessoal A pessoa com defici ncia benefici ria ou n o do Regime Geral de Previd ncia social tem direito s presta es de habilita o profissional para capacitar se a obter trabalho conserv lo e progredir profissionalmente Em diversos pa ses t m se implantado programas tomando medidas com vistas cria o de empregos para as pessoas com necessidades especiais Entre essas medidas est
421. nstitucional 8 ed S o Paulo Malheiros 1999 pp 516 524 70 Antes de definimos as gera es ou dimens es dos direitos fundamentais esclarecemos a sua terminologia Segundo Willis Santiago GUERRA FILHO em vez de gera es melhor falar em dimens es de direitos fundamentais nesse contexto n o se justifica apenas pelo preciosismo de que as gera es anteriores n o desaparecem com o surgimento das mais novas Mais importante que os direitos gestados em uma gera o quando aparecem em uma ordem jur dica que j traz direitos de gera o sucessiva assumem outra ordem de dimens o pois os direitos da gera o mais recente tornam se um pressuposto para entend los de forma mais adequada e consequentemente tamb m para melhor realiz los Como visto anteriormente a cria o dos direitos fundamentais que se iniciara pela luta da limita o do poder do Estado atingiu seu marco mais solene e universal a partir da Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 02 de outubro de 1789 na Fran a Preocupavam se os franceses em assegurar as liberdades individuais Comentando os direitos que emergiram daquela Declara o Carl SCHMITT descreveu os como os direitos do homem livre e isolado direitos que possui em face do Estado Tal Declara o prendia se como se constata concep o liberal de Estado cuja import ncia ineg vel visto que consolidou a fei o democr
422. nstrumental jur dico do Direito Constitucional Esse instrumental atua em duas frentes a existencial e a operacional Por interm dio da frente operacional a constitui o atribui hierarquicamente efic cia jur dica aos efeitos pr ticos produzidos por tais princ pios conferindo tanto maior efic cia quanto mais eficientemente apresentarem se a fundamentalidade e a relev ncia do princ pio ou do efeito que delas adv m A frente existencial por sua vez consiste na prote o dada a tais princ pios proibindo se restri es ou supress es por meio da t cnica das cl usulas p treas O assunto assume particular relev ncia visto que os direitos 18 BARCELLOS Ana Paula de idem p 23 19 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 26 Ana Paula de BARCELLOS explica que o Estado e todo o seu aparato portanto s o meios para o bem estar do homem e n o fins em si mesmos ou meios para outros fins e desse modo o valor dignidade humana hoje um axioma jusfilos fico e al m disso no nosso sistema um comando jur dico dotado de superioridade hier rquica 198 trabalhistas foram inseridos na Constitui o Federal do Brasil no t tulo referente aos direitos fundamentais do homem e a tal gradua o empresta se como sabido a natureza de imutabilidade tendo em vista a relev ncia daqueles direitos Arnaldo S SSEKIND defende mesmo que os direitos sociais inclu dos no art 7 s o cl usulas p treas n o p
423. ntada e dotada de estrutura organizacional deveras complexa muitos Ju zes t m extinto pretens es mandamentais ao conveniente e r pido argumento de que n o houve a especifica o correta do p lo passivo da demanda Ora segundo pensamos o que basta um direcionamento correto da autoridade coatora ainda que de forma gen rica N o razo vel impor ao cidad o pleno conhecimento dos meandros do poder p blico para se exigir dele uma descri o milim trica do cargo ocupado pelo agente coator Por outro lado somente o erro grosseiro teria o cond o de impedir a aprecia o do m rito Assim se um diretor de uma escola estadual por exemplo praticou conduta abusiva violadora de direito l quido e certo de determinado estudante seria erro grosseiro eventual impetra o contra o comandante do Corpo de Bombeiros Cada vez mais temos decis es de Tribunais de Justi a e de Cortes Nacionais reconhecendo de forma categ rica a necessidade emergencial de flexibiliza o da dogm tica tradicional em prol da inclus o social s pessoas com defici ncia pois o cidad o doente em casa n o ter oportunidade de ter uma vida social digna Os julgados do STJ acerca da possibilidade de saque do FGTS mesmo para os casos n o contemplados na lei espec fica mas desde 158 que se apresentem motivos razo veis especialmente na seara da sa de demonstram clara tend ncia de mudan a de rumo na forma de se aplicar o direito Caso emb
424. nte BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 670723 SC Recurso Especial 2004 0089976 4 Relatora Ministra Eliana Calmon 1114 T2 Segunda Turma Julgado em 07 fev 2006 Di rio da Justi a 6 mar 2006 p 322 Dispon vel em lt http Avww stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 67072388b ACOR 8p trueg t 81 108i 1 gt Acesso em 25 jan 2009 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 719310 RS Recurso Especial 2005 0010482 0 Relator Ministro Luiz Fux 1122 T1 Primeira Turma Julgado em 6 dez 2005 Di rio da Justica 13 fev 2006 p 695 Dispon vel em lt http www stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 719310 amp amp b ACOR amp p true amp t amp I 10 amp i 4 gt Acesso em 25 jan 2009 141 interpretada e aplicada ainda que de forma excepcional possui grande for a transformadora da sociedade especialmente como promotora da inclus o social Outro item de grande densidade social atua o do Estado diante da miserabilidade de alguns cidad os com defici ncia A assist ncia social aos desamparados que est o abaixo da linha imagin ria da dignidade humana tamb m gera inequ voco direito subjetivo a estas pessoas independentemente de qualquer tipo de questionamento Assim todo cidad o com defici ncia que n o tenha uma qualidade de vida e sa de dignas poder exigir do Estado presta o positiva neste sentido inconceb vel que ainda em um pa s como o Brasil a
425. nte no s culo XX surge a id ia de que a felicidade dos homens n o se alcan a apenas contra o Estado mas sobretudo atrav s do Estado Surgem ent o trazidos pela Constitui o de Weimar 1919 novos direitos fundamentais os direitos econ micos e os direitos sociais que foram introduzidos no constitucionalismo brasileiro na Constitui o de 1934 e que se fizeram presente nas Constitui es seguintes de 1946 1967 EC 1 69 e na atual Constitui o de 1988 Quando a Constitui o Federal de 1988 enumera como objetivos fundamentais a cidadania art 1 inc Il a dignidade da pessoa humana art MAGALH ES Jos L M Direitos Humanos Evolu o Hist rica Dispon vel em lt http Awww dhnet org br direitos anthist joselm htm gt acesso em 15 fev 2007 66 1 inc III e os valores sociais do trabalho art 1 inc 111 est determinando que todas as decis es judiciais as decis es administrativas e a produ o legislativa sigam estes vetores Sob o amparo da lei todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos direitos e liberdades individuais devem ser respeitadas sem qualquer distin o A Constitui o deixa absolutamente claro o direito inclus o social das pessoas com defici ncia em seu art 5 o direito de igualdade de todos os cidad os A defici ncia tradicionalmente d origem a situa es de discrimina o e assim preciso favorecer legalmente o desenvolvimento
426. nte por isso se coloca em destaque Reza que as a es afirmativas especiais destinadas a assegurar a igualdade efetiva de oportunidades e de tratamento entre os trabalhadores com defici ncia e os demais trabalhadores n o deveriam ser consideradas discriminat rias com respeito aos ltimos Pugna tamb m pela ado o de medidas que equiparem as pessoas com defici ncia s demais no trabalho sugerindo as seguintes Incentivos governamentais para que os empregadores contratem pessoas com defici ncia e adaptem o meio ambiente de trabalho s necessidades dos trabalhadores com defici ncia Est mulo governamental para a cria o de empregos protegidos para as pessoas que n o tenham acesso aos empregos comuns Fomento da coopera o entre as oficinas protegidas de produ o e linhas comuns de produ o Est mulo governamental orienta o e forma o profissional de pessoas com defici ncia Est mulo para a cria o de cooperativas incluindo s cios com defici ncia e pessoas em geral Est mulo para a cria o de pequenas empresas cooperativas ou oficinas de produ o Elimina o das barreiras f sicas e arquitet nicas que atuarem como obst culo ao trabalho da pessoa com defici ncia Adapta o dos meios de transportes Divulga o de experi ncias bem sucedidas de emprego de pessoas com defici ncia Isen o de impostos para importa o de equipamentos e instrumentos que possibilitem o emprego de pessoas com defic
427. nte lei do Estado do Paran que obrigava todos os revendedores de g s a proceder a pesagem do botij o no ato da venda do produto e vista do consumidor A Corte Suprema entendeu que a lei paranaense a despeito de tutelar o consumidor parte vulner vel da rela o causava nus excessivo e desarrazoado quela atividade econ mica Diante de tal situa o entendeu o Tribunal que a manuten o da legisla o estadual feriria a razoabilidade e a proporcionalidade SCHOLLER Helmut Princ pio da proporcionalidade nos Direitos Constitucional e Administrativo da Alemanha Revista do TRF da 4 Regi o Porto Alegre ano 11 n 38 2000 p 239 Vejamos este memor vel julgado No caso concreto cuidava se de algu m processado criminalmente por delito de menor potencial ofensivo crime de bagatela A prova deveria ter sido obtida mediante a extra o de l quido da coluna do acusado Contra esta determina o foi impetrada uma reclama o constitucional alegando ofensa ao direito integridade f sica e corporal art 2 II da Lei Fundamental O Tribunal Federal Constitucional ao apreciar o caso considerou que a medida restritiva invasiva da integridade f sica e corporal n o se afigurava como proporcional relativamente gravidade da infra o penal atribu da ao particular o que parece uma conclus o ligada proporcionalidade em sentido estrito Com efeito seria manifestamente desarrazoado alcan ar a condena
428. nte pergunta e se fossemos n s ou alguns dos nossos Aquela velha ret rica de que o direito sa de norma constitucional program tica e depende de quest es or ament rias do Estado de que n o cabe ao Poder Judici rio interferir em or amento p blico de que o direito sa de conforme concebido na Constitui o da Rep blica somente obrigaria o governo a um planejamento e n o geraria direito subjetivo s tutelas judiciais na seara de sa de diferentes das oferecidas pelo sistema j n o podem mais servir da argumento perante a realidade brasileira chegado o momento de o Judici rio e o Minist rio P blico assumirem suas responsabilidades decorrentes da Constitui o da Rep blica Imprescind vel se faz a supera o da dogm tica tradicional e uma vis o mais 136 humana do direito em prol da inclus o social das pessoas com defici ncia Neste sentido vale a reprodu o parcial de memor vel decis o da mais alta Corte do pa s o E Supremo Tribunal Federal assinado pelo Ministro Celso de Mello Na decis o que segue o STF na data 02 02 2007 consolida a necessidade de se conferir aplica o do direito valores ticos e morais decorrentes de uma vis o nitidamente p s positivista e intenso cunho human stico O STF conheceu e deu provimento ao recurso extraordin rio de um paciente com esquizofrenia paran ide e doenca man acodepressiva cr nica com epis dios de tentativa de suic dio destitu
429. nua da legisla o vigente e em elabora o das pol ticas p blicas e dos planos nacionais que lhe dizem respeito Cooperar e colaborar com as organiza es internacionais governamentais ou n o governamentais do campo das defici ncias com a finalidade de consolida o e fortalecimento m tuo a n vel nacional e internacional para a promo o ativa e a defesa dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais das pessoas com defici ncias Por fim cabe s Organiza es Internacionais a tarefa de incluir a defici ncia intelectual nas suas classifica es programas reas de trabalho e iniciativas com rela o pessoas com defici ncias intelectuais e suas fam lias a fim de garantir o pleno exerc cio de seus direitos e determinar os protocolos e as a es desta rea e colaborar com os Estados pessoas com defici ncias intelectuais familiares e organiza es n o governamentais Ongs que os representem para destinar recursos e assist ncia t cnica para a promo o das metas da Declara o de Montreal incluindo o apoio necess rio para a participa o social plena das pessoas com defici ncias intelectuais e modelos integrativos de servi os comunit rios 14 6 A Conven o da Guatemala No mbito das Am ricas h que se frisar a Conven o Interamericana para Elimina o de todas as Formas de Discrimina o contra as Pessoas Portadoras de Defici ncia Conven o da Guatemala de 1999 Posto que
430. o regulada por estes dispositivos LICC 4 e CPC 126y Tanto a Lei de Introdu o ao C digo Civil quanto o C digo de Processo Civil s o legisla es infraconstitucionais e devem guardar sintonia com os mandamentos decorrentes da Constitui o da Rep blica que ocupa o v rtice de nosso sistema jur dico A Carta Magna est alicer ada em princ pios que norteiam todo o sistema jur dico Neste sentido qualquer norma hierarquicamente inferior deve guardar sintonia com os postulados constitucionais sob pena de serem declaradas inconstitucionais Com rela o as leis que j existiam antes da Constitui o superveniente incide o fen meno da recep o segundo a qual o int rprete analisa a compatibilidade delas com a NUNES Luiz Ant nio Rizzatto O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana doutrina e jurisprud ncia S o Paulo Saraiva 2002 p 22 88 nova ordem constitucional mantendo as ou retirando as do sistema naquele caso concreto Pode se perceber que para o bom funcionamento do sistema jur dico imprescind vel o respeito hierarquia normativa Assim todo e qualquer ato de interpreta o deve ter in cio pela Constitui o que condicionar a validade de todas as normas jur dicas inferiores permitindo que o sistema funcione em plena sintonia Outro ponto que merece destaque o de que a Constitui o est assentada em princ pios escritos ou n o que em fun
431. o Acrescente se condutor e propriet rio de ve culo Por outro lado o pai ou respons vel por um filho tetrapl gico que necessita e muito de transporte adaptado jamais obter tal benef cio pois seu filho ou filha nunca ser o condutor do ve culo t o pouco seu propriet rio Unidos estes impostos reduziram em at 40 o valor do ve culo a ser adquirido Para ficarmos no campo da justi a e n o o da igualdade como determina a Constitui o Federal cabe a pergunta Isso justo Diferentemente da postura adotada pelo Minist rio da Fazenda atrav s da Receita Federal que reconhece e estimula o direito do cidad o deficiente ou seu representante legal em pleitear a isen o do IPI Imposto sobre Produtos Industrializados e posteriormente o IOF Imposto sobre Opera es Financeiras atrav s de legisla o interna via ato normativo Instru o Normativa da Secretaria da Receita Federal de n 442 de 12 de agosto de 2004 o Estado ga cho insiste em negar a exist ncia de tal problema Se ao menos se reconhecesse ignorante no assunto poderia a partir dessa ignor ncia declarada alterar ou emendar a legisla o atual beneficiando a todos mas fundamentalmente a quem mais necessita dela 114 Talvez a partir desse ato pudesse compreender os conceitos e significados do que seja defici ncia dignidade humana e direitos fundamentais do ser humano Desta forma visualizamos flagrante afronta ao princ pio da isonomia
432. o Tal interpreta o se consagrava porque cabia a os moldes do modelo jur dico assim os crit rios de estrutura o do 2 ZAGREBELSKY Gustavo op cit tradu o do autor 204 direito eivavam se da m cula da parcialidade e nesse contexto qualquer questionamento que implicasse avalia o dos interesses das outras classes sociais eram repelidos caso amea assem o equil brio daquela sociedade monovalente Para ZAGREBELSKY o Estado de Constitui o pluralista por excel ncia incorpora nas cartas pol ticas o livre jogo de interesses de todas as classes sociais acolhendo regras de origem difusa geral plural Instala se um pacto em que cada uma das classes apresenta seus ideais de justi a Desse modo as quest es substanciais de justi a migram do est gio pr jur dico para a consagra o normativa da Constitui o Contrariamente aos que afirmam que o pluralismo jur dico enfraquece a constitui o verifica se que a fortalece como recept culo dos anseios de toda a sociedade uma vez que legitima anseios plurais e lhes confere for a jur dica Para o autor a constitucionaliza o dos princ pios de justi a reveste se dos seguintes significados A oposi o for a desagregadora dos direitos individuais lembra aqui que os direitos individuais lastreados na id ia de liberdade e de autonomia da vontade submetem a maioria aos des gnios de uma minoria dominante e que a constitucionalizac o dos princ pi
433. o nestes compreendidos os itiner rios e as passagens de pedestres os percursos de entrada e de sa da de ve culos as escadas e rampas dever o observar os par metros estabelecidos pelas normas t cnicas de acessibilidade da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT As normas s o NBR 9050 Acessibilidade de pessoas portadoras de defici ncia a edifica es espa o mobili rio e equipamento urbanos em processo de revis o 240 NBR 13994 outubro de1997 Elevadores para transporte de pessoa portadora de defici ncia NBR 14020 dezembro de 1997 Transporte Acessibilidade pessoa portadora de defici ncia Trem de longo percurso NBR 14021 dezembro de 1997 Transporte Acessibilidade pessoa portadora de defici ncia Trem metropolitano Metr NBR 14022 dezembro de 1997 Transporte Acessibilidade pessoa portadora de defici ncia em nibus e trolebus para atendimento urbano e intermunicipal NBR 14273 Acessibilidade da pessoa portadora de defici ncia no transporte a reo comercial No caso de rampas em especial deve se observar que constituem recomenda o para liga o e passagem de um pavimento para outro nas edifica es devendo ter largura m nima de 1 50m declividade conforme tabela da ABNT e patamares nivelados no inicio e no topo Se as rampas mudarem de dire o deve haver patamares intermedi rios destina
434. o usu rio sem a necessidade de que este interaja com o produto ditando lhe o que deseja 222 J a adaptabilidade termo utilizado para designar a possibilidade do trabalhador especial lan ar m o de instrumentos e tecnologias para adaptar se atividade proposta Um exemplo de adaptabilidade ocorre com o trabalhador que n o tem uma das m os e utiliza se de uma pr tese sofisticada para desempenhar um determinado trabalho Na adaptabilidade temos o trabalhador buscando adequar se ao trabalho pretendido o empregador espera desse obreiro que execute as tarefas propostas com o m nimo de diferen a quanto ao mesmo servi o quando desempenhado por pessoa sem defici ncia Por outro lado ousa se introduzir o termo adaptatividade ao ambiente trabalhista por entendermos equivocada a percep o exposta no par grafo anterior Para a efetiva redu o das desigualdades sociais o respeito s diferen as fundamental e essas diferen as podem e devem ser aferidas n o como diferen as mas como diferenciais Assim entende se que o que deve ser fomentado o est mulo s pessoas com defici ncia para que encontrem suas verdadeiras aptid es e consigam por si s agregar valor ao trabalho desempenhado sem que tenha de camuflar ou suprir com tecnologias a diminui o de suas capacidades f sica sensorial ou mental Jos Cl udio Monteiro de BRITO FILHO considera o valor dignidade como sendo a base necess ria percep o
435. o Baptista O que s o pessoas deficientes S o Paulo Editora Brasiliense 1983 CHARLES Taylor A pol tica do reconhecimento In Argumentos Filos ficos 2000 CL VE Cl merson Merlin A teoria constitucional e o direito alternativo para uma dogm tica constitucional emancipat ria S o Paulo Revista dos Tribunais 1995 COUTURE Eduardo Algumas Nociones Fundamentales del Derecho Procesal del Trabajo no tomo Tribunales de Trabajo publicado pelo Instituto de Direito do Trabalho da Universidade Nacional do Litoral Santa F 1944 CRISAFULLI Vesio La constituzione e le sue disposizioni di principio Milano Giuffr 1952 413 CURY leda Tatiana Direito Fundamental Sa de Evolu o Normatiza o e Efetividade Rio de Janeiro Lumen Juris 2005 DEMO Pedro Introdu o a Metodologia da Ci ncia S o Paulo Atlas 1991 DOYLE Brian Employment rights equal opportunities and disabled persons the ingredients of reform In Industrial Law Journal Vol 22 n 2 june 1993 Oxford University Press Oxford 1993 DWORKIN Ronald Freedom s law the moral reading of the american constitution Cambridge Massachusetts Harvard University Press 1996 ESTEBAN LEGARRETA Ricardo La relaci n laboral especial de los minusv lidos Tribuna Social revista de seguridad social y laboral N mero 91 monogr fico julio de 1988 Editora CISS Valencia 1998 p 41 43 F VERO Gonzaga In Direito
436. o anos ApReeNec 66484420084013300 Processo AC 0006648 44 2008 4 01 33 00 BA Apela o Civel Relator Desembargadora Federal Selene Maria de Almeida rg o Julgador Quinta turma Publica o e DJF1 p 143 de 01 jul 2011 Data da Decis o 13 jun 2011 Dispon vel em lt http despertarparaser blogspot com 2011 09 estado garantira medicamento portadora html gt acesso em 03 set 2011 117 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 117 Passando da fundamenta o filos fica concretiza o jur dica o fato que a simples consagra o positiva dos direitos sociais em documentos constitucionais n o foi capaz de superar um conjunto de dificuldades de ordem t cnico jur dica A doutrina registra em geral que os direitos sociais diferentemente dos direitos individuais e pol ticos dependem de presta es positivas do Estado para sua implementa o enfrentando assim o problema da escassez de recursos p blicos sempre menores que as necessidades Como consequ ncia disso afirma se grosso modo que as normas que prev em tais direitos n o t m a capacidade de torn los exig veis diante do 119 Em resumo o que defende a doutrina tradicional a teoria de que tais normas n o teriam o cond o de gerar direitos subjetivos frente ao Estado eis que seria vedado ao Judici rio dispor acerca de or amento p blico e de defini es de pol ticas sociais Desta forma por esta constru o jur dica c moda e dissociada do
437. o da legisla o na pr tica serviria ainda como atividade estatal preventiva e redutora de crimes e de atendimentos hospitalares Uma pessoa com m qualidade de vida tem poucas chances de se incluir socialmente e tornar se um cidad o que contribuir para seu pa s ao inv s de ficar merc do estado como um peso a ser carregado Dessa forma os gastos gerados ao Poder P blico seriam significativamente maiores O direito ao trabalho desta pessoa com defici ncia sendo visto com o sentido de ter direito ao aproveitamento de sua capacidade laboral sendo um fator de descarga ao estado pois a pessoa com defici ncia trabalhando receber sal rio contribuindo com a previd ncia social e dessa forma garantindo o m nimo existencial Restando assim sua posi o dentro dos limites da linha imagin ria para que seja preservada a sua dignidade humana O fato que n o se pode falar em dignidade humana sem inclus o social Esta uma assertiva incontest vel O Estado brasileiro recebeu ordem direta do legislador constituinte origin rio para restabelecer prontamente a dignidade das pessoas com defici ncia todavia apesar do comando constitucional o estado continua omisso neste particular Tal omiss o al m de inconstitucional gera graves consequ ncias sociais A op o a ser utilizada dentre v rias poss veis deve ficar a crit rio do administrador p blico conforme poder discricion rio que lhe inerente Ent
438. o de Washington Entre Amigos Vida independente Dispon vel em lt http www entreamigos com br textos vidaind declaracaowashinton htm gt Acesso em 20 set 2008 364 em Montreal Quebec Canad reafirma que todos os seres humanos nascem livres e s o iguais em dignidade e direitos Para que tal igualdade se materialize afirma que o acesso igualit rio a todos os espa os da vida constitui pr requisito indispens vel Refere se aqui a espa os materiais sociais e de cidadania logo a constru o de uma sociedade inclusiva funda o alicerce desta universalidade dos direitos humanos Entende se por sociedade inclusiva aquela que abre acessos por meio de pol ticas p blicas eficazes A Declara o de Caracas de 18 de outubro de 2002 corporifica as metas de organiza es n o governamentais e de familiares de pessoas com defici ncia considerando que a maior parte das pessoas com defici ncia dos pa ses americanos encontra se em estado de extrema pobreza e considerando igualmente que pretende elevar lhes a qualidade de vida e a condi o social em termos de sa de educa o moradia e trabalho pugnando por sistemas p blicos integrais e universais gratuitos de seguridade social escola inclusiva desportos pol ticas de habita o e emprego Dirige se por isso n o s a pessoas com defici ncia mas tamb m a crian as a idosos e a ind genas Exorta constru o de uma sociedade equitativa
439. o de seu alto grau de generalidade e abstra o ocupam posi o m xima no universo jur dico vinculando n o somente normas inferiores mas tamb m as pr prias normas constitucionais A distin o apresentada por Robert ALEXY entre princ pios e regras auxilia a compreens o e vale a pena ser reproduzida Segundo a defini o standart da teoria dos princ pios princ pios s o normas que ordenam que algo seja realizado em uma medida t o ampla quanto poss vel que relativamente s possibilidades f ticas ou jur dicas Princ pios s o portanto mandamentos de otimiza o Como tais eles podem ser preenchidos em graus distintos Bem diferentes est o as coisas nas regras Regras s o normas que sempre ou s podem ser cumpridas ou n o cumpridas Se uma regra vale ordenado fazer exatamente aquilo que ela pede n o mais e n o menos Regras cont m com isso mandamentos definitivos A forma de aplica o de regras n o a pondera o sen o a subsunc o ALEXY Robert Colis o de direitos fundamentais e realiza o de direitos fundamentais no estado de direito democr tico Revista de Direito Administrativo Rio de Janeiro n 217 pp 67 79 1999 89 Geraldo ATALIBA colabora para esclarecer a real import ncia dos princ pios no sistema jur dico princ pios s o linhas mestras os grandes nortes as diretrizes magnas do sistema jur dico Apontam os rumos a serem
440. o muito questionadores Os fatos narrados pela reportagem evidenciam a import ncia da educa o na inclus o da pessoa com defici ncia e mostra que as barreiras a serem derrubadas s o muitas Sobre o tema apenas foi exemplificado um fato real documentado pela imprensa llustrarei melhor com minha experi ncia pr pria pois para mim f cil discorrer sobre esse assunto Basta contar um pouco do meu dia a dia Falar no despreparo da sociedade em lidar com a pessoa com defici ncia O maior exemplo de descumprimento de leis da Constitui o Federal de menosprezo e pouco caso tive quando retornei para faculdade no ano 2000 De 1995 a 2000 fiquei sem estudar n o tinha condi es f sicas e psicol gicas Consegui transfer ncia da Universidade Luterana do Brasil Canoas ULBRA para a Universidade Federal de Pelotas UFPel Brasil Fiz minha matr cula em uma cadeira do primeiro ano e em duas do segundo ano curr culo anual de seis anos eram pr requisitos para cursar o terceiro ano completo Quando iniciei no primeiro semestre de 2000 o Pr dio da Faculdade de Direito da UFPel que fora do Campus estava no final de uma reforma geral portanto todas as turmas foram transferidas para um antigo pr dio do Banco do Brasil todo t rreo plano Antes do fim do segundo semestre do ano 2000 as aulas voltaram a ser ministradas no Pr dio do Direito Lembro da Diretora do Curso de Direito na minha sala de aula Alunos do Direito
441. o ou reintegra o das pessoas com defici ncia nas sociedades Em raz o das condi es pr ticas e das possibilidades nacionais todo Estado que a ratificar deve formular e aplicar uma pol tica nacional sobre readapta o profissional e emprego de pessoas com defici ncia e garantir que as medidas efetivamente beneficiem as pessoas com defici ncia de todas as categorias Essa pol tica deve basear se no princ pio da igualdade de oportunidades entre os trabalhadores com defici ncia de um ou de outro sexo e os demais trabalhadores sem excluir a possibilidade de que se tomem medidas positivas especiais em favor daqueles A Conven o disp e a obrigatoriedade da consulta s organiza es representativas de empregadores e de trabalhadores assim como as que representam as pessoas com defici ncia acerca da aplica o dessa mesma pol tica As pessoas com defici ncia devem dispor de servi os de orienta o de forma o de coloca o de emprego ou de outras finalidades bem adaptados as suas necessidades Tais servi os devem promover se igualmente nas zonas rurais e nas comunidades apartadas O Conv nio disp e al m disso medidas em favor do desenvolvimento da forma o e da disponibilidade de assessores especializados Regulamentando a Conven o acima editou a OIT durante a 69 Confer ncia em Genebra em 1 de junho de 1983 a Recomenda o n 168 que trata da reabilita o profissional e do emprego
442. o podem eliminar o pr prio impacto A leitura moral insiste entretanto que essa influ ncia n o vexat ria desde que seja abertamente reconhecida e desde que as convic es sejam identificadas e defendidas honestamente quero dizer com argumentos principiol gicos apropriados n o apenas esqu lidos slogans ou met foras repetitivas 87 introdu o ao C digo Civil em seu artigo 4 e o C digo de Processo Civil em seu artigo 126 causaram uma esp cie de v cio coletivo na seara jur dica ao sugerirem ao int rprete menos avisado que os princ pios possuem car ter subsidi rio e complementar legisla o ordin ria Esta no o muito arraigada pelo passar dos anos gerou uma vis o absolutamente equivocada com rela o ao verdadeiro lugar dos princ pios no sistema jur dico Uma das propostas deste cap tulo demonstrar tecnicamente a verdadeira posi o dos princ pios e os efeitos que decorrem desta mudan a de foco RIZZATTO NUNES em obra escrita a respeito do tema confirma categoricamente este v cio de interpreta o presente de longa data no direito brasileiro que em fun o do que restou prescrito e da pr tica interpretativo integrativa implementadas por tais regras a doutrina e a jurisprud ncia ficaram com a no o de que a aplica o do princ pio hierarquicamente inferior analogia e aos costumes jur dicos bem como que eles incidem apenas na lacuna cuja colmata
443. o psicologicamente para fazer aquele teste estava ansioso e continuei ansioso O sentimento que tomou conta de mim foi de que fiquei plantado num canto dentro de uma faculdade de Direito para fazer uma prova sobre leis levando a certeza de que existem sim mas n o s o levadas a s rio Tudo foi dif cil A cada prova eu tinha de lembrar a professora e ela precisava de tempo para marcar data especial Aquela professora sem saber demonstrou a dificuldade pessoal de lidar com um aluno como eu Sei que ela n o agia deliberadamente por m ela fazia eu me sentir uma sobra dentro da faculdade algu m que atrapalhava A invers o ocorrida terr vel O pr dio antigo e com escadas n o obedecia a nenhuma legisla o para pr dios p blicos O acesso para pessoas com defici ncia e portadores de necessidades especiais incluindo se a gestantes usu rios de muletas anci os era nulo e quem incomodava era eu Isto incr vel s depois de ficar lesado medular que passei a observar a arquitetura das casas enfim de qualquer tipo de constru o e 90 delas n o 217 oferecem acesso para os cadeirantes Quando se consegue entrar em um pr dio n o se consegue entrar nos banheiros e por a vai Acho incr vel as pessoas ainda n o observarem este detalhe t o simples o acesso s pessoas com defici ncia ainda mais quando j faz parte do projeto de novas constru es O mais dif cil criar o acesso em obras j prontas
444. o satisfecho con la situaci n previa se ha procurado cambiarle casi todo y las innovaciones han empezado por el propio lenguaje Hasta los a os ochenta la terminolog a de nuestro Derecho privado era clara muestra del modelo m dico el punto de partida de la incapacitaci n era la enfermedad y la consecuencia la incapacitaci n total El C digo civil adem s alud a de forma taxativa a ciertas discapacidades resultando claramente insuficiente para cubrir todos los casos en que una persona mayor de edad necesita ser asistida y protegida Concretamente el C digo civil s lo alud a a los locos y dementes y a la sordomudez admitiendo la graduabilidad de la incapacitaci n s lo en relaci n a esta ltima art 218 CC Por expresa disposici n del art 200 2 Cc los locos o dementes estar an sujetos a tutela en todo caso incluso aunque tuvieran intervalos l cidos Frente a ello la Ley 13 1983 de reforma del C digo civil en materia de tutela introdujo importantes novedades entre las que hay que destacar que desde entonces lo relevante no es la enfermedad sino la incidencia de la enfermedad o de deficiencias persistentes de car cter f sico o ps quico en la capacidad de autogobierno de la persona Adem s y en coherencia con ello se contempla la graduabilidad de la incapacitaci n y se procura adecuar la protecci n a trav s de la tutela o la curatela y seg n lo dispuesto en la sentencia de incapacitaci n
445. o se orgulha em dizer o relator do 375 novo c digo Dr Ricardo Fi za Por m pela Pol tica Nacional de Integra o Social da Pessoa Portadora de Defici ncia devem ser criadas por lei condi es que favore am a adequa o da sociedade s necessidades especiais da pessoa com defici ncia para que ela tenha uma participa o ativa na sociedade n o como mero carecedor de a es filantr picas e assistencialistas N o seria o c digo civil social uma excelente oportunidade legislativa de efetivar essa pol tica Mas ao longo de seus 2046 artigos frustram se as expectativas de localizar uma enxurrada de normas protetivas s pessoas com defici ncia que apenas genericamente como qualquer outro indiv duo v seus interesses tutelados tanto nos livros da parte geral quanto da parte especial na maioria dos casos configurando exce o e raridade dispositivos que estabele am normas espec ficas elas Mesmo numa an lise superficial do novo c digo percebe se que somente alguns rar ssimos dispositivos fazem refer ncia pessoa com defici ncia de forma bem peculiar pois na maioria dos casos fixa regras referentes capacidade para o exerc cio dos atos da vida civil limitando se a atender aos interesses das pessoas com defici ncia intelectual doen a mental impedindo o de realizar atos civis sem a devida representa o como medida de prote o aos seus interesses por n o possuir o necess rio discernimento
446. oas com defici ncia atrav s de legisla o discriminat ria que fere os princ pios constitucionais dentre eles o da isonomia proporcionalidade e razoabilidade al m de atentar contra o direito fundamental da Dignidade Humana Na mesma senda demonstrando a plausibilidade do tema desta tese o Supremo Tribunal de Justi a do Brasil pelo Ministro Mauro Campbell Marques na data 24 ago 2010 no recurso especial n 2010 0113182 8 em observ ncia aos princ pios constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa humana 115 entendeu que tal benef cio deve ser tamb m concedido quele com incapacidade total para dirigir ve culo para que possa ser transportado por seus familiares Assim eventual ofensa caso existente ocorre no plano constitucional motivo pelo qual invi vel a rediscuss o do tema pela via especial 5 2 Direitos Positivados a Realidade Social e a Dignidade Humana N o h d vida de que apenas positivar direitos em textos constitucionais n o tem o cond o de por si s modificar a realidade social Formula es bel ssimas se espalham pela nossa Constitui o conferindo a todos os brasileiros o pr prio direito dignidade sa de educa o seguran a p blica a um regime previdenci rio que suporte as necessidades de seus benefici rios a um sal rio m nimo digno etc O que se percebe contudo que devemos atentar para a necessidade de tutelar as dificuldades das pessoas com
447. oca a inevit vel quest o da crise desse modelo de legalidade Por assim dizer a crise do monismo jur dico estatal vem refletindo o constante desajustamento entre as estruturas s cio econ micas e as institui es jur dico pol ticas 2KONDER COMPARATO F bio A afirma o hist rica dos direitos humanos S o Paulo Saraiva 2003 pp 537 538 O esp rito do capitalismo o ego smo competitivo excludente e dominador Da por que toda esp cie de colabora o entre empres rios naturalmente tida por suspeita assim como suspeita e nociva boa economia sempre pareceu desde as origens aos olhos dos empres rios a sindicaliza o dos trabalhadores e a organiza o reivindicativa dos despossu dos Nesse tipo de civiliza o toda a vida social e n o apenas as rela es econ micas fundam se na supremacia absoluta da raz o de mercado Enquanto o capital desumanizado levado posi o de pessoa artificial o homem reduzido condi o de simples instrumento de produ o ou ao papel de mero consumidor a servi o do capital Ora a raz o de mercado necessariamente expansionista 173 pela nomea o de advogados cadastrados e remunerados pelo Estado seria razo vel todavia diante da realidade brasileira e da imensa maioria de exclu dos uma interpreta o muito mais flex vel especialmente das normas de direito processual j seria um grande passo para a promo o da inclus o Gil
448. ocial aos necessitados e acesso Justi a Assim dentro deste limite defende se a exist ncia de verdadeiro direito subjetivo para o cidad o exigir judicialmente uma presta o positiva do Estado para sanar imediatamente a condi o aviltante de indignidade No sexto cap tulo iremos dispor sobre o restabelecer da dignidade humana da Pessoa com Defici ncia Talvez neste resida a proposta mais 16 inovadora desta tese Ousamos sugerir a cria o de um instituto jur dico novo chamado por n s de legitimidade excepcional idealizado para permitir a qualquer cidad o a possibilidade de acesso ao Judici rio para pleitear o imediato restabelecimento da dignidade do cidad o com defici ncia Neste aspecto desenvolvida a id ia de linha imagin ria da dignidade para servir de par metro para a quest o Esta linha imagin ria contempla os quatro itens citados na introdu o do cap tulo anterior e estabelece um divisor claro entre a situa o de n o dignidade e de sim dignidade No s timo oitavo nono cap tulo continuaremos a debater sobre o Princ pio da Dignidade Humana mas de uma forma mais espec fica direcionada Pessoa com Defici ncia e o surgimento de novos direitos que servem como base para o reconhecimento desta Respectivamente ressaltamos a dificuldade de aplica o pr tica e efetividade do princ pio constitucional da Dignidade Humana como forma de prote o s Pessoas com Def
449. odem ficar deficientes f sicos 11 As pessoas com defici ncia em sua maioria n o conseguem a inclus o social por in meros motivos por exemplo a falta de acessibilidade A arquitetura urbana um labirinto de obst culos que os for a a ficar em casa remoendo solid o e abandono Acessibilidade a palavra chave para a inclus o do deficiente Nos transportes nos estabelecimentos nas ruas e avenidas Sem isso fica dif cil pensar em inclus o social Edson Lu s Passafaro 35 anos de idade e h 16 anos parapl gico afirma que n o faltam leis para melhorar nossa vida O que n o temos vontade pol tica para faz las cumprir entrevista concedida pela internet no dia 29 de janeiro de 2000 Edson dono de uma oficina de adapta o de autom veis para deficientes em S o Paulo e afirma que basta arrumar um meio de locomo o para a pessoa que antes estava revoltada e deprimida para que ela recupere a auto estima O transporte facilitado garante o direito ao trabalho lazer enfim o direito de ir e vir Para todas as pessoas este um direito fundamental e garantido constitucionalmente O que devemos fazer n s pessoas com defici ncia para garantir este direito Impetrar um habeas corpus a cada ato de necessidade Sylvia Moraes Cury gerente assistencial da Associa o para a Valoriza o e Promo o dos Excepcionais AVAPE afirma os deficientes s o funcion rios pontuais educados
450. odificada quanto naqueles de tradi o consuetudin ria fez se evidente a necessidade da ado o de a es afirmativas que nos primeiros d se pela lei especificamente e nos segundos pela lei e pela jurisprud ncia Portugal Decreto Lei 29 de 2001 Lei 38 de 2004 Espanha Decreto Real 1451 de 1983 Lei 13 1982 LISMI de 1982 Decreto Real 1 95 de 1995 Leis 63 e 66 de 1997 Fran a Lei 75 534 de 1975 Lei 87 517 de 1987 Lei 90 602 de 1990 Lei 91 663 de 1991 It lia Lei 482 de 1968 Lei 68 de 1999 Argentina Lei 24 465 de 1995 Chile Lei 19 284 de 1994 Col mbia Lei 361 97 de 1997 Honduras Decreto n 17 91 de 1991 Estados Unidos da Am rica ADA The Americans with Disabilities Act United States Code Title 42 Chapter 126 Equal Opportunities for Individuals with Disabilities de 1990 Reino Unido Disabled Persons Employment Act de 1944 Chronically Sick and Disabled Persons Act 1970 National Assistance Act de 1948 Disabled Persons Services Consulation and Representation Act de 1986 Disability Discrimination Act DDA de 1995 Disability Discrimination Bill de 2001 DDA Amendment de 2003 Regulations 2003 43 As a es afirmativas para o trabalho da pessoa com defici ncia a seu turno assumem diversas caracter sticas distintas que transitam pela fixa o de pol ticas de forma o profissional incentivos fiscais cotas obrigat rias cotas estimuladas por incentivos fiscai
451. omic lio Real a o soci logo a possibilidade de que as empresas que por alguma raz o n o possam contratar diretamente pessoas com defici ncia tenham a perspectiva de pagar uma taxa uma contribui o que reverter para um fundo daquele rg o oficial destinado forma o e orienta o profissional de pessoas com defici ncia Outra medida louvada pelo autor diz respeito contrata o terceirizada de pessoas com defici ncia que pode ser estabelecida pela empresa nas mesmas condi es j mencionadas A peculiaridade reside no fato de que se a empresa exigir de seus fornecedores terceirizados a contrata o de pessoas com defici ncia ser tal trabalhador considerado empregado da empresa tomadora para fins de preenchimento da respectiva cota Os trabalhadores terceirizados no entanto n o podem ultrapassar o percentual de 50 da cota obrigat ria Aduz que Cerca de 63 das empresas pagam a contribui o 12 contratam toda a cota 20 contratam uma parte e pagam contribui o para completar a cota as demais fazem outras combina es As grandes empresas preferem contratar diretamente ou atrav s de entidades de trabalho protegido A maioria das pequenas paga a contribui o As m dias combinam cota com contribui o PASTORE acrescenta ainda os mesmos subs dios apontados por Valtecides ALVES e sublinha o est mulo que se concede ao trabalho aut nomo por meio de benef cios previdenci rios de renda m
452. onal deixava se o est gio da assist ncia p blica para adentrar na era do seguro social considerando que n o poderia ser diferente vez que em todo o mundo mesmo em sociedades industriais mais avan adas n o se tinha afastado a concep o do seguro social O autor observa ainda que a Carta de 1934 foi a primeira a utilizar o termo Previd ncia sem o adjetivo social referindo se ao tema prote o social em outros dispositivos Wagner BALERA considera essa Constitui o o melhor de nossos modelos constitucionais em virtude dos limites amplos da prote o social conferidos Para o autor as conquistas sociais posteriores s vieram a refor ar as diretrizes tra adas por este Estatuto Fundamental PEREIRA Jr afirma que a Constitui o de 1937 n o trouxe novidades expressivas com rela o s pessoas com defici ncia embora tenha reafirmado o princ pio da igualdade e n o tenha deixado de enumerar os riscos sociais cobertos pelo seguro social Por m n o disciplinou a forma de custeio do ARAUJO Luiz Alberto David apud MARANH O D lio op cit p 78 citando A prote o Constitucional das pessoas portadoras de defici Oncia Bras lia CORDE Coordenadoria Nacional para Integra o da Pessoa portadora de defici ncia 1994 p 33 2 BALERA Wagner A Seguridade Social na Constitui o de 1988 S o Paulo Revista dos Tribunais 1989 p 22 54 sistema mu
453. onal de transform lo em um par metro objetivo de harmoniza o dos diversos dispositivos constitucionais e de todo o sistema jur dico obrigando o int rprete a buscar uma concord ncia pr tica entre eles na qual o valor acolhido no princ pio sem desprezar os demais valores constitucionais seja efetivamente preservado Por bvio que a dignidade n o ser o nico par metro mas sem d vida alguma por for a de sua proemin ncia axiol gica ser o principal O princ pio fundamental da dignidade da pessoa humana cumpre um relevante papel na hierarquia constitucional o de fonte jur dico positiva de direitos fundamentais Aquele princ pio o que d unidade e coer ncia ao conjunto dos direitos fundamentais Ademais aquele princ pio funcionar como uma cl usula aberta no sentido de respaldar o surgimento de direitos novos n o expressos na Constitui o de 1988 mas nela impl citos seja em decorr ncia do regime ALVES Cleber Francisco O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana o enfoque da doutrina social da igreja Rio de Janeiro Renovar 2001 pp 67 68 93 e princ pios por ela adotados ou em virtude de tratados em que o Brasil seja parte refor ando assim o disposto no artigo 5 par grafo 2 Estreitamente relacionada com esta fun o pode se mencionar a dignidade da pessoa humana como crit rio interpretativo do inteiro ordenamento constitucional Seguin
454. onduziu aos direitos econ micos e sociais Esse movimento ganhou um grande apoio com a formula o da doutrina social da Igreja atrav s da enc clica Rerum novarum elaborada pelo Papa Le o XIII que enaltecia a tese do bem comum da ess ncia na vida humana digna bem como por meio da doutrina do direito natural e da dignidade do trabalho e do trabalhador O principal documento da evolu o dos direitos fundamentais para a consagra o dos direitos sociais foi a Constitui o Francesa em 1848 As primeiras Constitui es que recepcionaram os direitos sociais e econ micos em suas disposi es foram em 1917 a Constitui o Mexicana e em 1919 a Constitui o de Weimar Constitui o da Rep blica Alem a qual serviu de modelo para v rias Constitui es europ ias e tamb m para a Constitui o brasileira de 1934 Apesar dos direitos sociais terem sido consagrados desde 1919 somente foram reiterados ap s a segunda Guerra Mundial Este processo evolutivo teve seu ponto culminante com a Declara o Universal dos Direitos do Homem promulgada pela Assembl ia Geral da Organiza o das Na es Unidas em 1948 sendo uma s ntese em que paralelamente inscrevem se os direitos fundamentais de primeira gera o denominados de liberdades e os da segunda gera o chamados de direitos sociais Em rela o ao tema proposto vale destacar que com o processo de participa o popular na elabora o da atual Constitui o Feder
455. onstrando que eventual distin o doutrin ria pouco ou nada colaboraria para a ci ncia jur dica preciso deixar claro que nenhum bice existe nomea o do princ pio ora examinado como princ pio da razoabilidade desde que rigorosamente o termo seja entendido com o conte do que se prop e na presente monografia Os alem es utilizam indiscriminadamente o termo proporcionalidade ou proibi o de excesso para designar o princ pio que os americanos tratam por razoabilidade Todavia apesar das posi es doutrin rias acima indicadas o pr prio legislador p trio parece ter feito clara op o pela distin o de sentido entre a proporcionalidade e a razoabilidade Ao menos o que se depreende da simples leitura do artigo 2 da lei federal n 9 784 99 em que consta textualmente A Administra o P blica obedecer dentre outros aos princ pios da legalidade finalidade motiva o razoabilidade proporcionalidade moralidade ampla defesa contradit rio seguran a jur dica interesse p blico e efici ncia Ora de se presumir que se o legislador federal fez a distin o por que pretende que cada um tenha significado aut nomo e no m ximo complementar por m seguramente distintos Guerra FILHO filiando se posi o do legislador federal entende haver a pretendida distin o eis que segundo seu pensamento proporcionalidade e razoabilidade t m finalidades diferenciadas vejamos
456. op cit p 18 As palavras de Amartya Sen s o claras neste sentido O desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de priva o de liberdade pobreza e tirania car ncia de oportunidades econ micas e destitui o social sistem tica neglig ncia dos servi os p blicos e intoler ncia ou interfer ncia excessiva de Estados repressivos A despeito de aumentos sem precedentes na opul ncia global o mundo atual nega liberdades elementares a um grande n mero de pessoas talvez at mesmo maioria s vezes a aus ncia de liberdades substantivas relaciona se diretamente com a pobreza econ mica que rouba das pessoas a liberdade de saciar a fome de obter uma nutri o satisfat ria ou rem dios para doen as trat veis a oportunidade de vestir se ou morar de modo apropriado de ter acesso a gua tratada ou saneamento b sico Em outros casos a priva o de liberdade vincula se estreitamente car ncia de servicos p blicos e assist ncia social Em outros casos a viola o da liberdade resulta diretamente de uma nega o de liberdades pol ticas e civis por regimes autorit rios e de restri es impostas liberdade de participar da vida social pol tica e econ mica da comunidade I WOLKMER Antonio Carlos op cit p 33 Em seus prim rdios o liberalismo se constituiu na bandeira revolucion ria que a burguesia capitalista apoiada pelos camponeses e pelas 171 J no final do s culo XX resta a
457. organiza es n o governamentais Explorar plenamente todas as possibilidades atuais e futuras dos fundos estruturais designadamente do Fundo Social Europeu bem como explorar iniciativas comunit rias relevantes Prestar uma aten o especial s possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento da sociedade da informa o em termos de novas oportunidades de emprego Em dezembro de 2000 editou se a Carta dos Direitos Fundamentais da Uni o Europ ia com um cap tulo intitulado Igualdade em que se reiteram os princ pios de n o discriminac o igualdade entre homens e mulheres diversidade cultural religiosa e lingu stica Trata tamb m dos direitos da crian a das pessoas idosas e das pessoas com defici ncia Em mat ria de n o discrimina o a Carta estipula o seguinte proibida a discrimina o em raz o designadamente do sexo ra a cor ou origem tnica ou social caracter sticas gen ticas l ngua religi o ou convic es opini es pol ticas ou outras perten a a uma minoria nacional riqueza nascimento defici ncia idade ou orienta o sexual Como se v a Uni o Europ ia empenha se efetivamente em fixar crit rios eficazes de respeito aos direitos fundamentais e sociais submetendo os interesses econ micos a tais direitos Imp e ademais o combate frontal e decisivo a qualquer forma de discrimina o estimulando pol ticas compensat rias em prol das minorias imigrantes idosos
458. ornando se ex mio na metalurgia e nas artes marciais Registra a mitologia que foi ele respons vel como deus do fogo por forjar no centro dos vulc es os raios de Zeus o tridente de Poseidon a coura a de Her cles as flechas de Apolo e as armas de Aquiles Tal s mbolo mitol gico traduz o ideal humano de que as defici ncias em geral n o constituem limita es por elas mesmas ao trabalho da pessoa com defici ncia As capacidades dessas pessoas podem fazer se notar desde que se abra espa o e se municie a pessoa com instrumentos adequados Durante a Idade M dia j sob a influ ncia do cristianismo os senhores feudais amparavam as pessoas com defici ncia e os doentes em casas de assist ncia por eles mantidas Progressivamente no entanto com a perda da influ ncia do feudalismo veio tona a id ia de que as pessoas com defici ncia deveriam ser engajados no sistema de produ o ou assistidos pela sociedade que contribu a compulsoriamente para tanto Em 1723 na Inglaterra fundou 294 se a Work House que se destinava a proporcionar trabalho aos deficientes mas foi ocupada pelos pobres que alijaram os primeiros daquele programa Na Fran a institui se em 1547 por Henrique Il assist ncia social obrigat ria para amparar pessoas com defici ncia por meio de coletas de taxas Mas foi com o Renascimento que a vis o assistencialista cedeu lugar definitivamente postura profissionalizante e integrado
459. ortante ressaltar que nem sempre o termo deficiente tem significado id ntico para a medicina e para o direito O Direito cuida das conota es sociais e culturais do problema deixando para a medicina as manifesta es patol gicas Assim em alguns casos o sujeito ainda que considerado normal pela medicina pode ser merecedor de tutela legal 1 2 Distin o entre Defici ncia e Incapacidade Jur dica Defici ncia e incapacidade jur dica n o se confundem Se for verdade que quase todo incapaz por sa de cabe na defini o de deficiente s apenas uma pequena parte do grupo dos deficientes pode ser inclu da na categoria dos incapazes Segundo o C digo Civil Brasileiro incapaz aquele que n o tem controle sobre a express o de sua vontade O Tribunal de Justi a do Rio Grande do Sul no agravo de instrumento n 70044058493 da S tima C mara C vel julgado no dia 22 julho 2011 pelo relator S rgio Fernando de Vasconcellos Chaves afirmou que a interdi o um instituto com car ter nitidamente protetivo da pessoa e para administrar os interesses econ micos e patrimoniais do incapaz nomeado um curador a quem compete cercar se da documenta o pertinente de forma fazer a comprova o das despesas e dos pagamentos realizados de forma peri dica A presta o de contas visa apurar exist ncia de cr dito ou d bito e pode sempre ser exigida de quem administra bem de outra pessoa como o caso de quem exerce
460. ortunidade de escolher livremente uma ocupa o a ela renunciar bem como a de ter acesso a condi es satisfat rias e equitativas de trabalho e a prote o contra o desemprego N o obstante inexista qualquer dispositivo constitucional que proteja especificamente as pessoas com defici ncia Honduras alinha se ao Brasil em sendo o nico pa s al m do brasileiro na Am rica Latina a fixar cotas obrigat rias para pessoas com defici ncia em empresas p blicas e privadas Sacramenta o por interm dio da Lei de Promo o de Emprego de Pessoas com Defici ncia Decreto n 17 91 que em seu art 2 preceitua Art culo 2 Las entidades de la Administracion Publica y las Empresas de caracter privado quedan obligadas a contratar un Constituci n de la Rep blica de Honduras de 1 de janeiro de 1982 Honduras Congreso Nacional Dispon vel em lt http www congreso gob hn constitucionesycodigos honduras 1982 pdf gt Acesso em 17 jan 2009 C digo del Trabajo Decreto 189 59 de 15 de julho de 1989 Honduras Congreso Nacional Dispon vel em lt http www congreso gob hn constitucionesycodigos codigos codigodeltrabajo paf gt Acesso em 17 jan 2009 30847 ey de Promoci n de Empleos para Personas Minusvalidas Decreto n 17 91 de 25 de abril de 1991 Honduras Congreso Nacional Dispon vel lt http www congreso gob hn PDF DECRELEY HN2504199101 PDF gt Acesso em 17 ja
461. os Estados e Ordem dos Advogados do Brasil na efetiva maximiza o da inclus o social das pessoas com defici ncia no Brasil Cl merson Merlin CL VE demonstrando plena percep o da necessidade de mudan a de foco e do verdadeiro exaurimento do sistema jur dico tradicional assim se pronunciou acerca do que a sociedade brasileira espera do Judici rio A constitui o de 1988 reclama um judici rio vinculado s diretivas e s diretrizes materiais da Constitui o um judici rio ativista voltado para a plena realiza o dos comandos constitucionais e para compensar as desigualdades e o descuido da sociedade brasileira para com a dignidade da pessoa humana diz que isso n o BOBBIO Norberto A era dos direitos Rio de Janeiro Campus 1992 pp 24 e 34 97 resultaria o judici rio atuar como legislador nem que deva se substituir atividade do administrador mas sim que a Constitui o Federal exige um novo tipo de juiz n o apenas apegado aos esquemas da racionalidade formal e por isso muitas vezes simples guardi o do status quo Nosso pensamento encontra tamb m respaldo nas conclus es de Suzana de Toledo BARROS que reconhece de forma categ rica em sua obra a necessidade de se conferir efetividade ao n cleo essencial dos direitos fundamentais A referida doutrinadora defende que este n cleo m nimo ou essencial dos direitos fundamentais vincula o legislador e torna se pass vel de
462. os de justi a outorga o direito voz maioria para faz la guardi inclusive daquelas liberdades individuais para todos A recupera o pelo Estado de compet ncias pol ticas na economia passa o Estado a tra ar rumos pol ticos ao jogo do mercado conduzindo o em favor do bem comum A mudan a na rela o entre o homem e o meio ambiente os direitos inerentes s vontades individuais j n o se movem natural e livremente eis que se percebeu que os indiv duos devem limitar suas vontades para que se preservem os recursos naturais em favor de todos inclusive das gera es futuras e A desconfian a do homem diante do homem ressalta o autor que o Estado de Direito e as salvaguardas das liberdades individuais n o foram capazes de evitar os horrores da Segunda Guerra Mundial sublinha especialmente Auschwitz para real ar a import ncia de princ pios gerais objetivos que possam refrear eventuais desvarios da maioria que a lei legitimara 205 Observa se portanto que o surgimento do Direito do Trabalho acompanhou historicamente a id ia da primazia pol tica e jur dica da constitui o no ordenamento jur dico e acompanhou inclusive o processo de normatiza o de princ pios constitucionais Informou at mesmo o pluralismo constitucional visto que todos esses fen menos operaram se no s culo XX e a inser o de direitos trabalhistas nas constitui es da segunda d cada do s culo destacou se como fato pre
463. os demonstram que a despeito da regulamentac o legal trazida pelo Decreto n 3 298 99 n o houve aumento expressivo do percentual de empresas que cumprem cotas pois antes de 1999 a taxa de empregabilidade era de 1 91 e hoje de 2 Os mecanismos para inser o das pessoas com defici ncia t m ainda o desafio de estimular a contrata o de trabalhadores em todas as faixas et rias para ocorrer equil brio na distribui o hoje existente 62 3 dos trabalhadores com defici ncia t m entre 25 e 45 anos 17 9 entre 15 e 25 anos 17 4 entre 45 e 60 anos e 2 mais de 60 anos Urge ainda tratar dos trabalhadores com defici ncia do meio rural Segundo dados do CENSO 2000 do IBGE apenas 2 33 das pessoas com defici ncia no mercado de trabalho formal est o na zona rural importante que o governo no m nimo subvencione ou forne a material para que os trabalhadores possam se estabelecer em cooperativas agr colas 255 artesanais ou em pequenas f bricas Sabemos que o est mulo ao trabalho no campo bem mais complexo por envolver obras de infra estrutura nos locais de trabalho e nas cidades nos meios de transporte a cria o de postos de atendimento especializados e centros de reabilita o etc No entanto os problemas ligados ao trabalho na zona rural n o afetam exclusivamente as pessoas com defici ncia apenas 3 41 dos trabalhadores formais concentram se no campo particularmente importante e merece de
464. os livres p blicos dever o ser acess veis e dispor ao menos de um sanit rio e um lavat rio que atendam s especifica es das normas t cnicas da ABNT Em todas as reas de estacionamento de ve culos localizadas em vias ou em espa os p blicos dever o ser reservadas vagas pr ximas dos acessos de circula o de pedestres devidamente sinalizadas para ve culos que transportem pessoas com defici ncia ou com dificuldade de locomo o 11 3 2 Do Desenho e Localiza o do Mobili rio Urbano O pr prio espa o p blico deve adequar se circula o da pessoa com defici ncia Os elementos do mobili rio urbano dever o ser projetados e instalados em locais que permitam a sua utiliza o pelas pessoas com defici ncia ou com mobilidade reduzida Os sem foros para pedestres instalados nas vias p blicas dever o estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave intermitente e sem 2 As vagas segundo a lei dever o ser em n mero equivalente a dois por cento do total garantida no m nimo uma vaga devidamente sinalizada e com as especifica es t cnicas de desenho e tracado de acordo com as normas t cnicas vigentes 242 estrid ncia ou com mecanismo alternativo que sirva de guia ou orienta o para a travessia de pessoas com defici ncia visual se a intensidade do fluxo de ve culos e a periculosidade da via determinam 11 4 Da Acessibilidade nos Edif cios P blicos ou de Uso
465. os pa ses adotam diferentes categoriza es Na Gr cia lista se 11 categorias de defici ncias A grande maioria adota duas categorias as de natureza f sica e as mentais It lia Alemanha e Holanda adotam tamb m o termo ps quico e a Holanda vai mais al m definindo os deficientes por desordem de car ter e os incapacitados sociais Diante do exposto correto afirmar que s o v rios os conceitos de defici ncia encontrados nas obras e nos textos relativos ao tema no Brasil e 28 OLIVEIRA MARANH O Rosane de O Portador de Defici ncia e o Direito do Trabalho S o Paulo LTr 2005 p 35 2 OLIVEIRA MARANH O Rosane de op cit p 40 2 VALTECIDES ALVES Rubens Deficiente F sico Novas Dimens es de Prote o ao Trabalhador S o Paulo LTr 1992 p 33 21 VALTECIDES ALVES Rubens op cit p 34 270 em outros pa ses Ademais as pessoas com defici ncia n o formam um grupo homog neo e nesse sentido demandam pol ticas e a es espec ficas Nesse contexto estabeleceram se as diretrizes para a inclus o social das pessoas com defici ncia no mercado de trabalho tratando de direitos e garantias tamb m em educa o sa de assist ncia social lazer cultura e esporte estabelecendo se inclusa medida de discrimina o positiva O Brasil tem empreendido esfor os no sentido da inclus o social estabelecendo leis e mecanismos de aferi o do cumprimento das mesmas por
466. osi es quadro em mat ria de igualdade de oportunidades para as pessoas com defici ncia aprovadas sob a forma de uma resolu o da Assembl ia Geral das Na es Unidas em 20 de dezembro de 1993 Adotou assim uma s rie de medidas em prol da inclus o da pessoa com defici ncia e de acordo com essas medidas preconiza a Carta 337 Comunit ria dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores de 9 de dezembro de 1989 que reza que todas as pessoas com defici ncia seja qual for a origem e a natureza da sua defici ncia devem poder beneficiar se de medidas adicionais concretas tendentes a favorecer a sua integra o profissional e social Tamb m o Conselho Europeu adotou a Recomenda o de 24 de julho de 1986 no sentido de que os Estados Membros Assegurem o tratamento equitativo s pessoas com defici ncia em mat ria de emprego e de forma o profissional forma o inicial e primeiro emprego readapta o e reinser o e Prossigam as suas pol ticas em favor das pessoas com defici ncia Em 1999 expediram se diretrizes que determinaram que os Estados Membros prestam sem aten o especial s necessidades das pessoas com defici ncia desenvolvendo nomeadamente formas adequadas de pol ticas preventivas e ativas que fomentem a sua inser o no mercado de trabalho Realizou se tamb m em Dresden em fevereiro de 1999 uma confer ncia sobre a pol tica europ ia para o emprego das pessoas com defi
467. osso tema mostrando 401 assim a evolu o normativa fazendo detectar que o problema n o a falta de normatiza o espec fica e sim a falta de efic cia pr tica falta de fiscaliza o devido a aus ncia de conhecimento destas leis pela sociedade mostrando que a educa o tamb m encontra se falha e ineficaz 13 Quanto Constitui o Federal Brasileira de 1988 importantes inova es foram acrescentadas Nela inaugurou se um novo ciclo de avan os no tocante ao aproveitamento da capacidade laboral pol ticas de reabilita o profissional qualifica o emprego e isonomia salarial de pessoas com defici ncias A legisla o infraconstitucional seguiu os passos da Constitui o Federal Brasileira de 1988 garantindo direitos s pessoas com defici ncia tamb m no tocante ao aproveitamento de sua capacidade intelectual e laboral Por m isso ainda n o foi o suficiente o que alarmante pois s o comandos constitucionais que est o sendo desrespeitados A dificuldade maior alertar a sociedade sobre a necessidade de consci ncia inclusiva e do verdadeiro valor que tem o princ pio da dignidade humana dentro da Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 nossa carta magna 14 Segundo registros desde a antiguidade remota o tratamento que se dedicava s pessoas com defici ncia era atentat rio sua dignidade havendo uma esp cie de discrimina o a estes indiv duos O Renascimento influenci
468. ou para que a vis o antes assistencialista a qual se preocupara somente em dar e n o em ensinar a buscar ou seja capacitar profissionalmente cedesse lugar postura profissionalizante e integradora das pessoas com defici ncia Na idade moderna a partir de 1798 v rios inventos se forjaram com o objetivo de propiciar meios de trabalho e de locomo o s pessoas com defici ncia tal como o sistema Braille ensejador da perfeita integra o das pessoas com defici ncias visuais ao mundo da linguagem escrita Mas o despertar da aten o para a quest o da habilita o e da reabilita o das pessoas com defici ncia para o trabalho agu ou se a partir da Revolu o 402 Industrial sendo necess ria a pr pria cria o do Direito do Trabalho e um sistema eficiente de seguridade social com atividades assistenciais previdenci rias e de atendimento da sa de bem como de reabilita o dos acidentados O panorama contempor neo do aproveitamento da capacidade intelectual e laboral da pessoa com defici ncia encontra se registrado pela Organiza o Internacional do Trabalho OIT que efetuou conven es e declara es dentre elas a Declara o de Filad lfia a qual adotada como refer ncia axiol gica salientando que todos os seres humanos sem distin o de ra a de cren a ou de sexo t m direito a perseguir seu bem estar material e seu desenvolvimento espiritual em condi es de liberdade e dignidade de se
469. ouso recupera o e convalescen a mantidas pela Uni o Por sua vez MARANH O considera que tanto a Constitui o de 1967 bem como sua Emenda de n 01 de 17 10 69 foram omissas em rela o aos direitos dos portadores de defici ncias A despeito dessa omiss o observa a autora a Emenda trouxe uma grande inova o que podemos considerar como a primeira refer ncia expressa prote o dos portadores de defici ncia ao dispor no art 175 8 4 Lei especial dispor sobre a e MARANH O D lio Direito do Trabalho Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas 1977 p 80 99 assist ncia maternidade inf ncia e adolesc ncia e sobre a educa o de excepcionais Walk re LOPES RIBEIRO DA SILVA concorda a primeira vez que um texto constitucional menciona expressamente a assist ncia educacional s pessoas portadoras de defici ncia embora utilizando se de express o que hoje considerada inadequada Em termos de evolu o da previd ncia social PEREIRA Jr assinala que a Carta de 1967 com a Emenda n 01 de 1969 n o destoa das demais que lhe antecederam tendo sido previstos os mesmos riscos sociais arrolados desde a Constitui o de 1934 Por m o autor ressalta a inclus o do sal rio fam lia que fora institu do em norma infraconstitucional no texto fundamental A seu ju zo todo vigor legislativo infraconstitucional continuava efervescente em mat r
470. ovos primitivos tratavam nas das mais diversas formas muitos simplesmente eliminavam nas como empecilhos que representavam para a ca a e para a marcha natural entre os n mades outros ao contr rio protegiam nas sustentando as no af de conquistar a simpatia dos deuses ou como medida de recompensa por mutila es sofridas durante a ca a ou durante a guerra Rubens Valtecides ALVES ilustra nesta constata o pelo exemplo dos Sirionos tribo semin made que habita a selva amaz nica boliviana pr ximo fronteira com o Brasil que costumam abandonar as pessoas com defici ncia idosas ou com doen as que impe am ou dificultem a movimenta o da tribo Os balineses nativos da Indon sia por sua vez s o impedidos de manter contato amoroso com pessoas que fujam do padr o est tico ou comportamental em vigor Sabe se ademais que os astecas de acordo com determina o expressa de Montezuma confinavam as pessoas com defici ncia em campos semelhantes a zool gicos para exposi o e para esc rnio p blico Os hebreus proibiam as pessoas com defici ncia de atuarem em atividades religiosas por consider los pecadores at vicos punidos por Deus A Lei das XII T buas previa expressamente autoriza o para que os pater familias eliminassem os filhos com defici ncia o mesmo ocorrendo em Esparta onde as crian as com alguma defici ncia eram projetadas em cerim nia religiosa do alto do Taigeto abismo de mais de
471. pais tutor c njuge qualquer parente ou pelo Minist rio P blico para cuidar de todos ou de alguns de seus neg cios e bens Como se v nessa curatela administrativa especial o curatelado preserva sua capacidade podendo ele pr prio nomear pessoa que deseje seja seu curador funcionando semelhantemente a um mandato a representa o volunt ria em que o curatelado transfere poderes para que o curador administre total ou parcialmente o patrim nio E apesar de n o haver refer ncia ao grau da enfermidade ou defici ncia entende a doutrina que deva ser grave o suficiente para dificultar a boa administra o de seus neg cios e justificar querer defer la a outrem Silvio Rodrigues n o somente considera essa inova o merecedora de aplauso mas tamb m a curatela parcial com a amplia o das hip teses em 378 que o juiz pode estabelecer seus limites adequando os ao estado ou desenvolvimento mental do curatelado como no caso do art 1780 que se restringe aos atos de disposi o patrimonial Os arts 1865 1866 1872 e 1873 cuidam da capacidade espec fica para testar dos cegos surdos mudos surdos mudos e daqueles que por debilidade f sica paralisia ainda que parcial amputa o das m os imobiliza o dos bra os etc fixando a possibilidade de fazerem no exclusivamente pela forma do testamento p blico exceto no caso do surdo mudo do surdo ou do mudo que sabendo escrever podem fazer testamento desde q
472. palmente os menos favorecidos economicamente Ao longo da hist ria encontramos diferentes modelos de tratamento que evolu ram do exterm nio e abandono para 406 institucionaliza o ou segrega o e bem recentemente para integra o e inclus o Defendemos que para integrar e incluir socialmente a pessoa com defici ncia faz se necess ria uma pol tica de plena acessibilidade ou seja precisamos eliminar as barreiras arquitet nicas e atitudenais Para isto ocorrer basta fazermos valer nossa vasta e bela legisla o principalmente nossa Constitui o Federal carta magna que confere supremacia axiol gica ao princ pio da dignidade humana princ pio m ximo do estado democr tico de direito Com base nisto pesquisamos a fundo o princ pio da dignidade humana e constatamos que pela sua posi o superior hier rquica dentro do ordenamento jur dico tendo supremacia axiol gica pode ser um instrumento de inclus o social da pessoa com defici ncia necessitando ser levado a s rio pois observamos que no Brasil qualquer portaria ou norma que seja instaurada respeitada j o princ pio da dignidade humana valor fonte e direito fundamental trazido em nossa carta magna deixado em segundo terceiro quarto plano Mas para o princ pio da dignidade humana servir como instrumento de inclus o social da pessoa com defici ncia esse precisa ser eficaz Pois se dentro da constitui o federal o princ pio da dign
473. papel de coadjuvante de sua pr pria exist ncia e conferindo lhe papel decisivo na constru o da sonha sociedade livre justa e solid ria preconizada pela constitui o da rep blica Adverte Tarso GENRO referendando a obra de Ant nio BAYLOS que a constru o do novo Direito do Trabalho deve romper as pesadas amarras que lhe foram impostas pela a o neoliberal que vigeu nas ltimas d cadas H por isso que se resgatar a autonomia coletiva como instrumento de equipara o social entre os atores na rela o entre capital e trabalho h que se real arem ademais experi ncias de liberta o dos trabalhadores do jugo do poder diretivo da empresa estimulando se projetos de coopera o e de autogest o produtivas H ainda que se estimular a participa o direta dos cidad os nos rumos da sociedade Segundo GENRO o velho Direito do Trabalho consolidou conquistas inalien veis e diretamente afirmadoras da dignidade da pessoa e de sua for a produtiva N o lograr por m a manuten o de tais conquistas ou muito menos o seu aprimoramento caso n o se adapte s novas formas de organiza o econ mica empresarial A terceiriza o se imp s como um fator de horizontaliza o do processo industrial e de precariza o da contrata o laboral da mesma forma se prop e a contrata o intermitente de trabalhadores e o tele trabalho que permite a absor o de m o de obra barata e distante just in time Essas mani
474. para empregadores e assessoramento t cnico dispon vel A OIT atesta que o resultado dessas pol ticas implicou sens vel crescimento da empregabilidade das pessoas com defici ncia nos ltimos vinte anos em setores que incluem atividades competitivas do mercado de trabalho com muito mais nfase do que se dava em rela o s oficinas protegidas H empresas que contratam diretamente pessoas com as mais diversas defici ncias enquanto outras adotam contratos experimentais ou de est gio Tamb m aqueles trabalhadores reabilitandos de acidentes do trabalho ou de doen as profissionais s o contratados ou readmitidos em suas empresas de origem Ressalta finalmente que li es valiosas foram apreendidas a partir da experi ncia concreta da atividade de pessoas com defici ncia no trabalho e que tanto empregadores como entidades que lidam com pessoas com defici ncia devem assegurar desempenho eficaz dessas pessoas no trabalho A Organiza o Internacional do Trabalho destinou ao assunto duas Recomenda es n 99 de 1955 e n 168 de 1983 e uma Conven o n 159 de 1983 Todas essas Recomenda es e Conven es decorreram da 296 Conven o e Recomenda o n 111 de 1958 que trata de crit rios gerais de anti discrimina o no trabalho e tamb m da decis o da Organiza o das Na es Unidas ONU de consagrar o ano de 1981 como o ano das pessoas com defici ncia a fim de iniciar um movimento
475. para que exer a seu direito de votar Na pr tica devem ser observados os princ pios aplicados acessibilidade permitindo que a pessoa com defici ncia basicamente alcance a uma eleitoral Para viabilizar a adequa o do local de vota o determina se que durante um prazo estipulado os eleitores com defici ncia comuniquem ao Juiz eleitoral por escrito suas restri es e necessidades para que a Justi a Eleitoral possa facilitar lhes o exerc cio do voto A indiferen a e o preconceito tamb m est o presentes no processo eleitoral Atualmente discute se sobre o voto facultativo para as pessoas com defici ncia alegando que a maioria dos locais de vota o n o oferecem acesso Est uma atitude discriminativa que exclui as pessoas com defici ncia porque a integra o tamb m se d pelo direito de votar escolher seus representantes e exercer sua cidadania Al m da previs o contida no C digo Eleitoral a resolu o n 19 849 do Tribunal Superior Eleitoral editada em 29 de abril de 1997 garantiu a facilidade de acesso aos locais de vota o orientando se os ju zes eleitorais por interm dio dos Tribunais Regionais Eleitorais Assim cabe ao Juiz eleitoral providenciar as necess rias adapta es aos locais de vota o Vale ressaltar que n o existe a necessidade de grandes adapta es ou gastos basta aperfei oar o acesso da pessoa com defici ncia ao local de vota o 12 3 12 Cooperativa
476. participar plenamente de todos os aspectos da vida os Estados Partes dever o tomar as medidas apropriadas para assegurar lhes o acesso em igualdade de oportunidades com as demais pessoas ao meio f sico ao transporte informa o e comunica o inclusive aos sistemas e tecnologias da informa o e comunica o bem como a outros servi os e instala es abertos ou propiciados ao p blico tanto na zona urbana como na rural Situa o de risco de qualquer forma Os Estados Partes dever o tomar todas as medidas necess rias para assegurar a prote o e a seguran a das pessoas com defici ncia que se encontrarem em situa es de risco inclusive situa es de conflito armado emerg ncias humanit rias e ocorr ncia de desastres naturais Patrim nio e plena participa o no controle financeiro Os Estados Partes sujeitos ao disposto neste Artigo dever o tomar todas as medidas apropriadas e efetivas para assegurar s pessoas com defici ncia o igual direito de possuir ou herdar bens de controlar as pr prias finan as e de ter igual acesso a empr stimos banc rios hipotecas e outras formas de cr dito financeiro e dever o assegurar que as pessoas com defici ncia n o sejam arbitrariamente destitu das de seus bens Acesso justi a Os Estados Partes dever o assegurar o efetivo acesso das pessoas com defici ncia justi a em igualdade de condi es com as demais pessoas inclusive mediante a provis o de ada
477. penas se preocuparam em implementar aqui toda a estrutura burocr tica e extrativista idealizada pela Coroa A consolida o do modelo trazido da metr pole e implantado pela for a na col nia refletiu em um modelo jur dico dogm tico e formalista totalmente dissociado dos interesses das comunidades em que a igualdade material sequer foi ao menos pretendida Toda a estrutura montada tinha como nico objetivo a consolida o do dom nio portugu s no territ rio e a capta o de recursos para os cofres da Coroa Vera Cury autora de obra espec fica sobre o tema em quest o Esta breve an lise hist rica mostra a origem e a forma o da sociedade brasileira A grande influ ncia de Portugal que reproduziu no Brasil um modelo elitista a discriminat rio de ordem jur dica que sempre privilegiou a classe abastada em detrimento das massas N o se pode falar em pluralismo no Brasil contempor neo sem que se analisem as caracter sticas da coloniza o portuguesa e o verdadeiro aniquilamento das pr ticas culturais nativas e da pr pria ordem social das na es ind genas Todas estas constata es t m ARRUDA ROZO CURY Vera de Introdu o forma o jur dica no Brasi Campinas Edicamp 2002 pp 121 122 Cria se desta forma no Brasil em decorr ncia da pr pria coloniza o explorat ria imposta uma mentalidade econ mica voltada agricultura centrada no cultivo da terra representativa de uma empresa extrativa d
478. pergunta esse resultado significar justi a nesse caso particular O princ pio da reflex o obviamente necess rio para que a justi a seja o discurso no sentido que proponho A menos que os procedimentos sejam abertos ao tipo de representa es e considera es que s o cogitados pelo princ pio da reflex o as condi es do discurso de que as pessoas devem ser capazes de contar sua hist ria em suas pr prias palavras e de que qualquer participante deva ser capaz de suscitar uma quest o n o podem ser atendidas O que esses horizontes de justi a possam ser n o est bem especificado na literatura te rica mas a minha interpreta o da id ia de que a justi a precisa levar em considera o o contexto de opress es e desigualdades na sociedade onde o caso ocorre Para voltar ao exemplo anterior da mulher que mata um marido abusivo deve ser levado em considera o n o apenas o mal infligido ao homem mas quest es tais como a exist ncia de assist ncia e recursos para as mulheres em relacionamentos abusivos a inabilidade de enxergar possibilidades de construir uma vida fora do relacionamento e os sentimentos de impot ncia associados com o abuso a assist ncia comunit ria e cultural s mulheres que abandonam os casamentos abusivos Enquanto o Direito h de reconhecer a gravidade de se tirar a vida de algu m o princ pio da reflex o assevera que as circunst ncias pessoais e sociais envolvidas em cada caso se
479. pessoal abrangendo os itens 22 a 30 Assinala a id ia de que os profissionais que lidam com a forma o profissional de pessoas com defici ncia devem receber treinamento espec fico e qualificado tanto com rela o s defici ncias quanto as possibilidades de trabalho nas oficinas protegidas de produ o ou nas empresas percebendo remunera o compat vel e equiparada a outras reas de forma o profissional Estimula outrossim a cria o de cursos permanentes de qualifica o e requalifica o desses profissionais e seus auxiliares A sexta parte a seu turno estimula a coopera o das organiza es de trabalhadores e de empregadores convidando as a fixarem pol ticas de forma o e de orienta o profissional de pessoas com defici ncia nos itens 31 a 37 em conjunto com as entidades de pessoas com defici ncia compondo sempre que poss vel conselhos e comiss es parit rias constitu das em car ter permanente para orienta o forma o profissional e cria o efetiva de empregos ou de atividades de empreendedorismo protagonizadas por pessoas com defici ncia As organiza es de empregadores devem assessorar seus membros para estimular a contrata o de pessoas com defici ncia por meio de adequa es materiais e atitudinais o que tamb m deve ser feito por organiza es de trabalhadores A s tima parte trata da contribui o das pessoas com defici ncia e suas organiza es item 38 recomendando 304
480. php gt Acesso em 10 jan 2009 342 O Cap tulo Ill do T tulo IV trata da capacita o e da inser o laborais das pessoas com defici ncia inseridas nos arts 33 a 38 Inexistem cotas tanto nas empresas como na Administra o mas o governo empenha seus esfor os para a inclus o laboral das pessoas com defici ncia por meio do programa acima referido com espeque nos dispositivos legais retrocitados 14 5 3 O Direito Colombiano A Constitui o da Col mbia de 6 de julho de 1991 declara nos arts 2 e 13 a fun o estatal de promo o da justi a social e da igualdade entre as pessoas determinando no par grafo terceiro deste artigo que Articulo 13 ha El Estado proteger especialmente a aquellas personas que por su condici n econ mica f sica o mental se encuentren en circunstancia de debilidad manifiesta y sancionar los abusos o maltratos que contra ellas se cometan Reitera se a mesma diretriz nos arts 47 e 54 os quais estabelecem sucessivamente a fun o estatal de garantir a habilita o e reabilita o profissional forma o profissional e coloca o de pessoas com defici ncia no mercado de trabalho Para legitimar exequibilidade aos dispositivos constitucionais supra a Lei 361 97 estabelece mecanismos para a integra o das pessoas com defici ncia E mediante os arts 22 a 34 disciplina a integra o laboral Constituci n Pol tica de la Rep blica de Colombia
481. pio da proporcionalidade em sentido estrito pelo qual o int rprete faz a pondera o entre a carga de restri o imposta e os resultados pretendidos na busca da m xima equidade na distribui o dos nus an lise da razoabilidade em concreto A condi o de supremacia axiol gica atribu da dignidade humana absolutamente compat vel com o princ pio da unidade da Constitui o ali s a proemin ncia da dignidade enquanto fundamento da Rep blica refor a a unidade da Constitui o na medida em que estabelece um ponto de refer ncia que jamais poder ser desconsiderado pelo int rprete Diversos autores de 388 renome nacional comungam desta opini o dentre eles destacam se Suzana de Toledo Barros Flademir Martins e Rizzatto Nunes 6 O princ pio da dignidade humana por ser um conceito aberto deve conhecer limita es Seu uso indiscriminado e sem crit rios levaria a abusos e pr pria banaliza o do princ pio Neste sentido a doutrina idealizou o que se convencionou chamar de n cleo m nimo ou n cleo essencial Assim somente dentro deste n cleo m nimo que se poderia exigir do Estado determinada presta o positiva Segundo a melhor doutrina de direito constitucional este n cleo seria composto por quatro itens a saber educa o b sica sa de p blica eficaz e de qualidade assist ncia social aos desamparados e acesso Justi a Dentro deste contexto haveria verdadeiro direito su
482. pio uma conota o fixa e dogm tica apenas reflete a necessidade de constante constru o doutrin ria deste princ pio Neste ponto do estudo refor amos novamente nossa posi o jur dica fundamentada de que h sim hierarquia axiol gica entre os princ pios constitucionais Segundo autores consagrados j supra referidos com os quais concordamos o valor m ximo tutelado pelo ordenamento jur dico brasileiro a dignidade humana Neste sentido o valor dignidade passa a ser ponto de refer ncia para toda a principiologia constitucional e passa ainda a condicionar positivamente todo ato de interpreta o Assim muito ao contr rio do que pensam alguns esta proemin ncia axiol gica da dignidade humana apenas refor a e confirma o princ pio da unidade da Constitui o Hierarquia absolutamente n o incompat vel com unidade A dignidade como valor m ximo condicionante refor a a unidade que passa a ter um ponto de refer ncia Desta forma conforme j salientamos acima entendemos n o ser poss vel a colis o entre a dignidade humana e qualquer outro princ pio constitucional por absoluta incompatibilidade de grau 109 hier rquico A dignidade humana que permite a solu o para o aparente conflito a dignidade humana como ponto m ximo e nico de refer ncia que irradia seus efeitos sobre a colis o e indica a solu o naquele caso concreto preservando o valor que mais dela se aproxime Segundo uma
483. plo que a pena de morte autorizada pela mesma Constitui o em casos excepcionais conforme artigo 5 XLVII a a despeito de estar inserida no pr prio texto magno viola o valor m ximo da dignidade humana e portanto pode e deve ser declarada inconstitucional na medida em que contraria o n cleo essencial da Constitui o Ora n o razo vel supor que em caso de guerra declarada a vida de um ser humano passe como num toque de m gica a n o ter mais dignidade N o deixa portanto de ser uma contradi o a mesma Constitui o al ar a dignidade como fundamento da Rep blica em posi o jamais vista no constitucionalismo brasileiro e no mesmo texto jur dico admitir ainda que em car ter excepcional que o Estado brasileiro possa condenar algu m pena de morte Deixar de admitir a razoabilidade desta posi o o mesmo que admitir que os legisladores constituintes origin rios n o possam errar Com o devido respeito os legisladores que integraram o poder constituinte origin rio em 1988 eram homens portanto pass veis de falhas e de cometerem equ vocos Seria at mesmo absurdo exigir do referido grupo que todo o texto constitucional ficasse literalmente perfeito e imune de cr ticas Por outro lado at mesmo a dial tica inerente ao processo democr tico fomenta a diversidade de opini es e o respeito diversidade Afirmar categoricamente que a Constitui o perfeita e que nela n o h falhas ou mesmo q
484. possibilidade l gica de colis o entre a dignidade valor m ximo e outros direitos fundamentais valores estruturais por m decorrentes da dignidade humana Contudo esta colis o entre princ pios n o desprovida de crit rios Esta antinomia entre princ pios conhecida doutrinariamente como sendo impr pria eis que apesar da situa o de aparente incompatibilidade os princ pios contrapostos continuam a integrar o sistema sem que haja a necessidade de elimina o de um deles Assim diante de uma situa o de aparente conflito caber ao operador do direito ponderar os valores tutelados diante daquele caso concreto espec fico e proceder harmoniza o dos postulados envolvidos fazendo com que o mais relevante na hip tese prevale a em detrimento do outro sem que com isso o princ pio hostilizado in casu tenha que deixar o sistema O principal instrumento para a pondera o de valores quando da an lise de antinomia entre princ pios o princ pio da proporcionalidade que a despeito de n o ser expressamente consagrado no texto constitucional considerado elemento intr nseco ao sistema constitucional nacional sendo reconhecido pela melhor doutrina como princ pio impl cito RIZZATTO NUNES em sua obra j referida efetua importante coment rio acerca deste princ pio constitucional impl cito 1 TOLEDO BARROS Suzana de op cit p 95 Suzana de Toledo Barros parece concordar com e
485. possibilidades de obter e conservar um emprego adequado e de progredir no mesmo fiquem substancialmente reduzidas devido a uma defici ncia de car ter f sico ou mental devidamente reconhecida Foi necess rio que transcorresse mais de tr s d cadas ap s a Organiza o Internacional do Trabalho ter recomendado aos pa ses membros que o fizessem um exemplo cabal da morosidade que caracteriza todas as a es relacionadas s pessoas com defici ncia Note se que o conceito acima enfatiza a barreira da defici ncia f sica ou mental enquanto impeditiva do ingresso das pessoas no mercado de trabalho Por m ela n o a nica A capacita o profissional outro fator limitante geralmente mencionado por empresas quando discutem o aproveitamento dessa m o de obra em seus quadros Em outubro de 1989 foi editada a Lei Brasileira de n 7 853 regulamentada apenas em 1993 pelo Decreto n 914 que instituiu a Pol tica Nacional para a Integra o da Pessoa Portadora de Defici ncia e que traz em seu texto outra defini o de pessoa com defici ncia aquela que apresenta em car ter permanente perda ou anormalidade de sua estrutura ou fun o psicol gica fisiol gica ou anat mica que gere incapacidade para o 268 desempenho de atividade dentro do padr o considerado normal para o ser humano Esse decreto foi revogado por outro em 1999 Decreto n 3 298 atualmente em vigor e que de fato mostrou se
486. prego o transporte as comunica es a habita o o lazer a educa o o esporte o acesso justi a e aos servi os policiais e as atividades pol ticas e de administra o T o importante tal assunto de integrar a pessoa com defici ncia que no Brasil dada a prioridade de tramita o dos processos judicial e administrativo em que estejam em causa direitos de pessoas com defici ncia Obviamente que essa previs o de acesso justi a foi adotada pela norma em sentido amplo indo muito al m da id ia de acesso f sico que diga se de passagem tem regramentos espec ficos por for a da Lei n 10 098 2000 e respectivo regulamento trazido pelo Decreto n 5 296 2004 tal prioridade tamb m regrada nos artigos 69 A 1211 A 1211 B 1211 C do C digo de Processo Civil Brasileiro Lei n 5869 73 7 5 O Reconhecimento do Direito Prioridade das Pessoas com Defici ncia na Tramita o em Qualquer rg o ou Inst ncia em Procedimentos Administrativos e Judiciais Ora n o toa que de h muito o Superior Tribunal de Justi a STJ tem Resolu o pr pria a amparar e conferir prioridade no julgamento dos processos cuja parte seja pessoa com defici ncia desde que a causa em ju zo tenha v nculo com a pr pria defici ncia Com efeito de modo id ntico ao que fez o STJ o Conselho de Justi a Federal CJF recentemente editou a Resolu o n 554 2007 em 03 05 2007 recomendando a todos os Tribunais
487. presen a a disponibilidade o acesso e utiliza o de servi os adequados que sejam baseados nas necessidades assim como no consentimento informado e livre destes cidad os e cidad s As pessoas com defici ncias intelectuais t m os mesmos direitos que outras pessoas de tomar decis es sobre suas pr prias vidas Mesmo que algumas pessoas possam ter dificuldades de fazer escolhas formular decis es e comunicar suas prefer ncias elas podem tomar decis es acertadas para melhorar seu desenvolvimento pessoal seus relacionamentos e sua participa o nas suas comunidades Em acordo consistente com o dever de adequar o que est estabelecido no par grafo 5 B as pessoas com defici ncias intelectuais devem ser apoiadas para que tomem suas decis es as comuniquem e estas sejam respeitadas Consequentemente quando os indiv duos t m dificuldades para tomar decis es independentes as pol ticas p blicas e as leis devem promover e reconhecer as decis es tomadas pelas 354 pessoas com defici ncias intelectuais Os Estados devem providenciar os servi os e os apoios necess rios para facilitar que as pessoas com defici ncias intelectuais tomem decis es significativas sobre as suas pr prias vidas Sob nenhuma condi o ou circunst ncia as pessoas com defici ncias intelectuais devem ser consideradas totalmente incompetentes para tomar decis es baseadas apenas em sua defici ncia Somente em circunst ncias mais extraordin rias o dir
488. pta es processuais e conformes com a idade a fim de facilitar seu efetivo papel como participantes diretos ou indiretos inclusive como testemunhas em todos os procedimentos jur dicos tais como investiga es e outras etapas preliminares Pessoas com defici ncia que sejam privadas de liberdade far o jus aos mesmos direitos que as demais pessoas 370 Experimentos m dicos Nenhuma pessoa com defici ncia assim como qualquer outra dever ser sujeitada a experimentos m dicos ou cient ficos sem seu livre consentimento Liberdade de domic lio As Pessoas com Defici ncia ter o direitos liberdade de movimenta o liberdade de escolher sua resid ncia e nacionalidade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas inclusive assegurando que as pessoas com defici ncia As pessoas t m o direito de escolher seu local de resid ncia e onde e com quem morar em igualdade de oportunidades com as demais pessoas e que n o sejam obrigadas a morar em determinadas habita es Nenhuma pessoa com defici ncia qualquer que seja seu local de resid ncia ou tipo de moradia dever ser sujeita a interfer ncia arbitr ria ou ilegal em sua privacidade fam lia domic lio ou correspond ncia ou outros tipos de comunica o nem a ataques il citos sua honra e reputa o As pessoas com defici ncia t m o direito prote o da lei contra tais interfer ncias ou ataques Outras obriga es dos Estados Par
489. publica um informe recomendando aos Estados Membros iniciativas no sentido de amparar legalmente os mutilados de guerra Ainda por iniciativa da OIT em 1925 a Confer ncia Internacional do Trabalho adotou a Recomenda o n 22 que representou o primeiro reconhecimento por parte da comunidade internacional das necessidades das pessoas com defici ncia N o podemos nos esquecer que as Constitui es do M xico de 1917 e a Constitui o Alem de 1919 Weimar representaram enorme avan o ao atribuir aos direitos sociais o status de normas constitucionais Tamb m n o podemos deixar de mencionar a import ncia do Social Security Act de 14 de agosto de 1935 editada nos Estados Unidos como uma das medidas do New Deal do governo Roosevelt onde se empregou pela primeira vez a express o seguridade social Segundo PEREIRA Jr foi a partir da que a seguridade social passou a ser entendida como um conjunto de medidas que deveria agregar os seguros sociais e a assist ncia social sob coordena o do Poder P blico visando atender o desenvolvimento de toda a popula o e n o s os trabalhadores PEREIRA Jr op cit 39 Haveria ent o o compromisso do Estado democr tico com um n vel de vida minimamente digno aos seus cidad os Em 1941 o economista ingl s WILLIAM BEVERIDGE elabora um relat rio sobre a seguridade social da Inglaterra que acaba por influenciar a evolu o dos sistemas de pro
490. quanto pela fundamentalidade social ou at mesmo em raz o do conte do axiol gico dos princ pios eis que estes constituem matrizes para a elabora o de outras normas A inten o da autora demonstrar adiante que a dignidade da pessoa humana avulta se como o princ pio de maior fundamentalidade jur dica O texto da norma materializa o seu conte do e indica os limites iniciais e finais dos crit rios de aplica o da hermen utica e por isso mesmo confere densidade jur dica norma que dependendo do respectivo grau prov se de maior ou de menor efic cia jur dica quer se dizer exigibilidade perante o Judici rio A interpreta o sistem tica da norma por sua vez imp e se como o mais prestigiado m todo hermen utico ao lado do teleol gico Admite dois crit rios de aplica o o primeiro versa a respeito da verifica o do subsistema em que se situa a norma livro t tulo cap tulo prestando se verifica o do efeito pretendido o segundo a seu turno implica a situa o da norma no sistema geral do ordenamento jur dico valendo conforme a autora como indicativo do grau de efic cia A seguir Ana Paula de BARCELLOS descreve a 76 condi o sine qua non da efic cia da lei socorrendo se dos ensinamentos de Lu s Roberto BARROSO Trata se exatamente das condi es materiais de implementa o da lei sem as quais a dic o legal por mais clara que seja resta inviabilizada Diante das
491. que apresentando quaisquer limita es funcionais possam super las mediante adapta o do posto de trabalho ou de concess o de instrumento h bil As defici ncias relacionadas acolhem as reas de paralisia cerebral org nica motora visual auditiva e mental O art 3 do Decreto fixa a cota de 5 de vagas em todos os concursos p blicos cujo n mero m nimo de postos abertos seja dez Nos concursos em que o n mero de cargos a preencher seja inferior a dez e igual ou superior a tr s garante se a reserva de uma vaga para candidatos com defici ncia Em concursos que ofere am uma ou duas coloca es ao candidato com defici ncia em situa o de igualdade em classifica o concede se direito de prefer ncia a qual prevalece sobre qualquer outra prefer ncia ou disposi o legal Assinala se exce o apenas a concursos referentes a carreiras com fun es de natureza policial das For as e dos servi os de seguran a e do 212 PORTUGAL Decreto Lei 29 de 3 de fevereiro de 2001 Universidade do Porto Biblioteca Dispon vel em lt http paginas fe up pt demegi Tec Sup DR pdf gt Acesso em 28 set 2008 310 Corpo da Guarda Prisional para os quais n o se aceitam pessoas com defici ncia Finalmente regulando o art 71 combinado com os arts 58 e 59 da Constitui o a Lei n 38 de 18 de agosto de 2004 fixa pol ticas de preven o de habilita o de reabilita o e de participa o da pe
492. que n o lhe possibilite trabalhar para garantir o sustento Por m o 377 art 1722 mostrando as imprecis es t cnicas que nosso novo c digo civil possui depois de determinar que a isen o da execu o do bem de fam lia dura at que os filhos completem a maioridade sem refer ncia sua poss vel incapacidade decorrente de defici ncia que o impe a de auferir o pr prio sustento determina que a extin o do bem de fam lia ocorre pela morte de ambos os c njuges e a maioria dos filhos desde que n o sujeitos a curatela caso em que a pessoa com defici ncia que se enquadre nos dispositivos referentes incapacidade somente estar contemplada excluindo se os demais que mesmo sendo considerados capazes n o est o aptos a exercer atividades laborais encontrando se em condi o de hipossufici ncia e na imin ncia de perder o bem im vel onde reside em raz o da possibilidade de ser ele executado penhorado e alienado em cumprimento das obriga es assumidas por sua fam lia Mais adiante em mat ria de curatela inicialmente n o parece haver qualquer inova o em especial no rol de interditos cujos incisos Ill e IV do art 1767 limitam se s pessoas com defici ncia intelectual consideradas incapazes como dito alhures art 1772 Por m o art 1780 traz a maior inova o da mat ria ao disciplinar a curatela do enfermo ou pessoa com defici ncia f sica que tanto pode ser requerida por ele como por seus
493. queza Na defini o trazida j se v de maneira escancarada o preconceito que deixa margem da sociedade o cidad o que n o se enquadra naquilo considerado como normal O professor Manoel Gon alves Ferreira Filho define defici ncia como aqueles que por motivos f sicos ou mentais se encontram em situa o de inferioridade em rela o aos demais Como se depreende desde o conceito de dicion rio at conceito estampado em doutrina de livros jur dicos a exclus o opera se atrav s de pr conceitos A lei federal brasileira n 7 853 89 criou uma classifica o exemplificativa n o estando as demais formas de defici ncia exclu das da prote o do poder p blico legalmente falando A Conven o sobre os Direitos das Pessoas com Defici ncia Decreto n 6 949 09 define que Pessoas com Defici ncia s o aquelas que t m impedimentos de longo prazo de natureza f sica mental intelectual ou Cfr Curso de Direito Constitucional Saraiva 22 ed 1995 p 49 20 sensorial os quais em intera o com diversas barreiras podem obstruir sua participa o plena e efetiva na sociedade em igualdades de condi es com as demais pessoas As formas de defici ncia podem estar al m da defini o formal mas independente de detalhes as pessoas com todas as formas de defici ncia como previs o constitucional est o protegidas Esta lei estabeleceu a pol tica nacional para a integra
494. r dica de um Novo Modelo de Prote o s Pessoas com Defici ncia ccccooonccccnncnc 40 2 2 Seguridade Social no Brasil e na Atualidade o 48 2 3 A Imunidade Tribut ria como Fator de Aux lio Inclus o Social da Pessoa com Defici ncia aaa 62 3 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS CONSTITUI ES FEDERAIS BRASILEIRAS isc dora res ds aus r seed nadar 65 3 1 Conceito de Direitos Fundamentais i 66 3 2 Gera es ou Dimens es dos Direitos Fundamentais 69 3 3 Direitos Sociais como Direitos Fundamentais 77 3 4 Classifica o dos Direitos Fundamentais na Constitui o Federal Brasilia do 10S Bear io 81 3 4 1 Direitos individuais e coletivos 82 3 4 2 Direitos SOCIAIS 2 s uionfcaial arnl ja beso Egas ad epa epa EG aS ADC ES Lana Esta o 83 3 4 3 Direitos de nacionalidade ooocoonocinnnncccoooonccccccnncninnnnninnnns 83 3 4 4 Direitos pol ticos xica di 83 4 O PRINC PIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA meeesees 85 5 O PRINC PIO DA DIGNIDADE HUMANA E OS DEMAIS PRINC PIOS CONSTITUCIONAIS asssnsisisaasciaso os a india died dado Dis Tai adaga Sea dinda adia 99 5 1 A Fungibilidade entre os Princ pios da Proporcionalidade e o da RIZO MIMI II A A e 99 5 2 Direitos Positivados a Realidade Social e a Dignidade Humana 115 6 O RESTABELECER DA DIGNIDADE HUMANA DA PESSOA COM D
495. r dico tamb m esteve muito presente Era bastante n tida a conviv ncia do direito utilizado pelo senhor feudal com o direto can nico e destes com o direito da burguesia tudo em uma verdadeira miscel nea de ordenamentos aut nomos e coexistentes A este respeito oportuna a contribui o de Marcos Augusto MALISKA 148 WOLKMER Ant nio Carlos Pluralismo jur dico S o Paulo Alfa Omega 1997 p 169 a constata o da exist ncia do pluralismo jur dico no Imp rio Romano pautada em duas observa es Primeiramente no fato de que os romanos n o impuseram total e rigidamente seu direito s popula es conquistadas permitindo uma certa liberdade para que as jurisdi es locais estrangeiras continuassem a aplicar seu direito aut ctone Outra observa o hist rica trazida pela pesquisa de Eugen Ehrlich para quem os romanos j conheciam e utilizavam fontes jur dicas n o estatais representadas basicamente no chamado direito consuetudin rio dos juristas o MALISKA Marcos Augusto op cit p 23 A Idade M dia era marcada pelo teocentrismo teoria na qual Deus o centro de tudo Desta maneira sob forte influ ncia da Igreja no mundo medieval as pessoas preparavam se para a vida eterna ou seja as pessoas n o deviam apegar se a bens materiais pois a vida na terra era passageira No mbito jur dico todo o sistema de institui es correspondia s concep es dos senhores feudais co
496. r o diferentes e devem ser admitidas como relevantes 170 esta a condi o necess ria para a implementa o segura de uma nova perspectiva social muito mais justa Uma proposta de desenvolvimento efetiva pressup e a pr via remo o dos principais focos de priva o da liberdade tais como a pobreza governos totalit rios falta de oportunidades de trabalho falta de acessibilidade segrega o de minorias tnicas servi os p blicos de m qualidade dentre outros em particular no que se refere ao centro de nossa aten o a integra o e igualdade de oportunidades para as pessoas com defici ncia H rela o direta entre dignidade humana e promo o das liberdades em todos os seus aspectos Ao longo da hist ria da humanidade o direito tem variado no tempo e no espa o sempre refletindo a ideologia do grupo dominante em determinado per odo hist rico O modelo tradicional burgu s capitalista est assentado nos princ pios da estatalidade unicidade formalidade positivista monismo e centraliza o Todas estas caracter sticas levam a um direito excludente e elitizado Este processo de domina o complementado com precisa an lise hist rica acerca da evolu o do liberalismo e do modo de ser adotado pela burguesia evidenciando contradi es ideol gicas e paradoxos ao longo do processo evolutivo Constata es hist ricas evidenciam a complexa rela o entre homem e poder SEN Amartya
497. r humano em todas as suas necessidades essenciais sem as quais o mesmo ser n o seria capaz de sentir se humano No atual sistema constitucional brasileiro corroborando se o entendimento acima exposto a dignidade da pessoa humana valor que transcende os interesses pol ticos e econ micos dominantes Ent o outra n o poderia ser a conduta imposta ao Estado e comunidade no tocante verdadeira inclus o dos trabalhadores especiais Al m da dignidade humana outros princ pios constitucionais se alinham para permitir maior prote o s pessoas com defici ncia em v rias facetas da vida O princ pio da n o discrimina o do trabalhador decorre dentre outros dos princ pios da igualdade e da isonomia n o cabendo aqui a conceitua o de cada princ pio mas sobretudo sua contextualiza o no objeto deste trabalho tais princ pios contribuem para o equil brio de for as entre os chamados direitos individuais e os direitos sociais nesse sentido a import ncia de tais princ pios para a quest o do trabalhador especial sua observ ncia determina a compatibiliza o entre as 221 idem p 42 22 COMPARATO F bio Konder apud BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho Decente 1 Ed S o Paulo Ltr 2004 p 42 43 224 liberdades ditadas pela livre iniciativa e o necess rio valor social do trabalho considerando se o indiv duo especial em todas as suas potencialidades retirando o do
498. r muito 256 Num quadro social marcado por discrep ncias profundas fica cada vez mais clara tamb m para as empresas a import ncia estrat gica de criar uma realidade social inclusiva que absorva as demandas e necessidades de todos os segmentos sociais Afinal a vida longa dos neg cios est intimamente relacionada cria o de um modelo sustent vel de desenvolvimento para toda a sociedade A Organiza o das Na es Unidas ONU estima em 82 o total de pessoas com defici ncia vivendo abaixo da linha da pobreza nos pa ses em desenvolvimento inclusive o Brasil O Banco Mundial tamb m estuda a rela o defici ncia pobreza e estima que 2 3 da popula o com defici ncia no mundo vive nessa situa o As p ssimas condi es de vida ajudam a agravar o problema como a falta de gua comida e nutrientes educa o e sistema de sa de prec rios falta de oportunidades de emprego e o acesso praticamente nulo aos meios de comunica o e informa o em geral Quem vive em situa o de risco social tem mais probabilidade de adquirir defici ncia por enfrentar gravidez e parto traum ticos trabalhar em piores situa es de seguran a e sa de habitar casas prec rias e com condi es m nimas de higiene Al m disso s o submetidos m nutri o ou fome e frequentemente s o atingidos por viol ncia conflitos armados em suas comunidades De acordo com o European Disability F rum nos pr ximo
499. r o problema de frente j que a sociedade brasileira j n o tolera mais ouvir dizer que a culpa do governo O direito tem sua parcela de responsabilidade assim como seus operadores Refor amos neste momento a necessidade j referida de um grande pacto jur dico pela inclus o social uma revolu o silenciosa na busca por mais equidade Judici rio Minist rio P blico Defensorias Procuradorias Jur dicas dos entes da federa o e Ordem dos Advogados do Brasil precisam somar esfor os FERREIRA PR COMA Ayrton Holocausto brasileiro Correio Metropolitano Rio de Janeiro 1999 p 12 162 7 DIGNIDADE HUMANA O SURGIMENTO DE NOVOS DIREITOS Ao contr rio do que pensam alguns o pluralismo jur dico n o um fen meno contempor neo que surgiu em decorr ncia das sociedades complexas e massificadas de hoje O pluralismo tem profundas ra zes hist ricas e acompanhou a evolu o de v rios povos Sem a pretens o de uma an lise hist rica e t o somente com o prop sito de demonstrar ao leitor que o pluralismo um fen meno antigo Iniciemos pelo Imp rio Romano que conviveu com diversas formas aut nomas de regulamenta o social conforme pesquisa de WOLKMER Tamb m na Idade M dia especialmente por sua constitui o social a descentraliza o territorial a expressiva diversidade de centros aut nomos de poder e a coexist ncia de diversos direitos dentro de um mesmo territ rio o pluralismo ju
500. r se como pilastra central de todo o estado Chegou se ent o percep o de que a positiva o do direito e das constitui es n o era suficiente para afastar e para resguardar a sociedade da 394 banalidade e do mal Na medida em que os valores fundamentais ganharam maior nfase bem como as a es pol ticas deles decorrentes estes foram judicializados na constitui o retirando a do debate pol tico pois surge a seu servi o o instrumental jur dico do direito constitucional este atua em duas frentes a existencial e a operacional Atrav s da frente operacional a constitui o atribui hierarquicamente efic cia jur dica aos efeitos pr ticos produzidos por tais princ pios conferindo tanto maior efic cia quanto maior relev ncia do princ pio que dela adv m A frente existencial consiste na prote o dada a tais princ pios proibindo se restri es ou supress es por meio da t cnica das cl usulas p treas Com fundamento no princ pio da veda o do retrocesso o princ pio da norma mais favor vel ap ia sua aplica o contra normas que acarretem supress o ou revoga o de direitos fundamentais j assegurados o qual demonstra que a grande conquista das constitui es contempor neas reside na percep o universal que estabelece distin o entre os direitos e a lei O que n o ocorria na poca da Revolu o Francesa quando se estabeleciam os modelos positivistas constitucionais do s culo XIX Os di
501. r simples descumprimento de metas fiscais e financeiras lei de responsabilidade fiscal Por outro lado n o h qualquer preocupa o quanto criminaliza o de condutas muito mais lesivas aos interesses de popula es inteiras por simples omiss o neglig ncia e insensibilidade social de seus governantes Por que n o h leis criminais tutelando a responsabilidade social de governantes notadamente pela omiss o sem justa causa na implementa o de necess rias pol ticas p blicas notadamente aquelas j definidas e aprovadas por leg timos representantes da sociedade civil pol ticas educacionais de sa de de educa o penitenci ria de assist ncia social etc Se a concep o de direitos humanos tem evolu do da tradicional tutela dos direitos individuais contra os excessos do Estado para abranger tamb m os direitos e interesses de mbito social tais direitos e interesses devem ser tamb m tutelados por um Direito Penal que se pretenda apenas legitimado eticamente para a prote o dos direitos humanos E n o para a simples manuten o da ordem constitu da 130 somente que ele enquanto poder constitu do da Rep blica possa cumprir sua miss o de fazer valer a vontade soberana do legislador constituinte origin rio que sem qualquer d vida a promo o da dignidade humana O Poder Judici rio n o ir substituir o Poder Legislativo em suas omiss es mas poder supri la ampliando a aplica o
502. r uma tradi o monista de forte influxo Kelseniano ordenada em um sistema l gico formal de raiz liberal burguesa cuja produ o transforma o direito e a justi a em manifesta es estatais exclusivas Este modelo se v diante de uma grave crise eis que n o vem conseguindo dar respostas a determinados conflitos coletivos espec ficos da contemporaneidade Esta inefici ncia do modelo jur dico dominante al m de revelar uma crise de legitimidade nos poderes da Rep blica se manifesta especialmente em dois n veis de atua o Poderes Judici rio e Legislativo ineg vel a flagrante crise de legalidade e de insufici ncia dos canais jur dicos tradicionais e dos pr prios poderes constitu dos para a solu o dos conflitos de interesses o que refor a a tend ncia para que os novos sujeitos sociais se utilizem de meios extra judiciais e de pr ticas informais n o oficiais Um Judici rio burocratizado e lento habituado a solucionar pend ncias de natureza inter individual patrimonial e extremamente apegado dogm tica legal apresenta se hoje abismado com a necessidade de se conferir respostas de novos direitos ainda n o positivados pleiteados por novos atores sociais Entendemos que o caminho para a promo o da inclus o social e da 177 difus o da dignidade humana passa necessariamente pela supera o destes obst culos e pela promo o efetiva de igualdade de oportunidades Defendemos como sendo ab
503. ra o do deficiente sociedade 59 Sobre o tema oportuno transcrever passagem de artigo de lavra do Prof Celso Barroso LEITE no qual faz an lise de um estudo sobre O problema da assist ncia social na Alemanha o dilema da reforma de autoria de Christian THIMANN No referido artigo o professor informa que Da resulta segundo THIMANN que o sistema tribut rio e assistencial desestimula os alem es a aceitar trabalhos de baixa remunera o ou empregos de meio expediente enquanto estiverem recebendo assist ncia social ou seja a exercer atividade remunerada que lhes d em direito aos benef cios da previd ncia social Isso leva ent o ao que chama de armadilha previdenci ria Ele considera dif cil estabelecer compara es no n vel internacional mas a seu ver o problema do desincentivo ao trabalho o mesmo em todos os pa ses Com a veda o de acumular o benef cio algumas pessoas simplesmente se acomodam com a renda auferida desistindo da possibilidade de se reintegrar no mercado de trabalho ou quando o fazem optando pela clandestinidade para permanecer com a renda do benef cio assistencial Estamos sem d vida diante do que o alem o CHRISTIAN THIMANN denominou de armadilha previdenci ria Por isso mostra se equivocada a previs o de que o benef cio inacumul vel com qualquer outro A garantia de um sal rio m nimo tamb m nos parece por demais aqu m das necessidades
504. ra a revers o deste desalentador cen rio de exclus o ARRUDA ROZO CURY Vera de ibidem p 126 Tal poder era burocr tico e na grande maioria as atividades deveriam obedecer a uma s rie de normas que previam o distanciamento do magistrado da vida social local como se a integra o magistrado comunidade pudesse contribuir para o desvio dos princ pios de lealdade e obedi ncia ao rei inerentes ao pr prio cargo Para o acesso ao cargo na maior parte das vezes levava se em considera o a origem social do jurista somada ao apadrinhamento 152 Id ibid p 127 Dessa maneira essa elite refletia o patrimonialismo e a burocracia princ pios tradicionais centralizadores e formalistas Isso resultou no fato de que a especificidade da estrutura colonial de Justi a favoreceu um cen rio institucional que inviabilizou desde os seus prim rdios o pleno exerc cio da cidadania participativa e de pr ticas pol tico legais descentralizadas pr prias de sociedade democr tica pluralista SARRUDA ROZO CURY Vera de ibidem pp 128 129 Constituiu se dessa maneira o Direito no Brasil na qualidade de Col nia como essencialmente particular desvinculado da popula o voltado aos interesses privativos dos coron is e da coroa Esta n o buscava fazer justi a na Col nia mas t o somente precaver se de amea as ao poder estatal e garantir o pagamento de impostos admitindo que seus magistrados protegessem os seus pr prios
505. ra de pessoas com defici ncia Uma percep o da realidade daquela poca sob tica cient fica derrubou o piegas estigma social que influenciava o tratamento das pessoas com defici ncia e na busca racional da sua integra o promulgaram se v rias leis Na Idade Moderna a partir de 1789 v rios inventos se forjaram com o intuito de propiciar meios de trabalho e de locomo o s pessoas com defici ncia tais como a cadeira de rodas bengalas bast es muletas coletes pr teses macas ve culos adaptados camas m veis e outros O sistema Braille criado por Louis Braille propiciou a perfeita integra o das pessoas com defici ncias visuais ao mundo da linguagem escrita O despertar da aten o para a quest o da habilita o e da reabilita o das pessoas com defici ncia para o trabalho agu ou se a partir da Revolu o Industrial quando guerras epidemias e anomalias gen ticas deixaram de representar as causas nicas das defici ncias o trabalho em condi es prec rias ao ocasionar acidentes mutiladores e doen as profissionais centralizou a preocupa o para a quest o de pessoas com defici ncia sendo necess ria a pr pria cria o do Direito do Trabalho e um sistema eficiente de seguridade social com atividades assistenciais previdenci rias e de atendimento da sa de bem como de reabilita o dos acidentados Fundaram se organismos nacionais de apoio a pessoas com defici ncia nos s culos XIX e XX entre os
506. ra efeito de concess o do benef cio assistencial Nossa Constitui o estabeleceu este beneficio para a pessoa com defici ncia e n o para a pessoa inv lida ou incapaz termos que n o s o sin nimos e n o deveriam ser associados para qualquer fim sob pena de se estimular a n o prepara o dessas pessoas para a vida em sociedade como est acontecendo na pr tica no Brasil em raz o dessa disciplina da LOAS 49 A exig ncia de nossa Constitui o para conceder o benef cio apenas para certas pessoas com defici ncia era e ainda t o somente a aus ncia de meios de subsist ncia O INSS para saber se a pessoa incapaz para a vida independente e para o trabalho submete a mesma a uma s rie de perguntas algumas at vexat rias tais como cuidar de sua pr pria higiene controle dos esf ncteres N o fosse o requisito de INCAPACIDADE previsto apenas na LOAS bastaria verificar se a defici ncia encaixa se nas defini es legais j existentes Lei 7 853 89 Decreto 3 298 99 atualmente tamb m na Conven o Interamericana para a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra as Pessoas Portadoras de Defici ncia promulgada no Brasil pelo Decreto Presidencial n 3 956 2001 Se positiva a verifica o da defici ncia passar se ia an lise das condi es pessoais e das condi es do ambiente externo que estariam levando ao n o acesso a qualquer outra fonte de renda Mas n o atualmente uma pessoa dit
507. ra ensino de deficientes Fomos experimentando como trabalhar amos com esses alunos porque s t nhamos o modelo antigo de escola especializada conta a coordenadora de educa o especial do munic pio Maria do Carmo H bner Stroligo A not cia de que a escola ensinava crian as especiais atraiu os pais Apareceram crian as cegas surdas mudas e em cadeiras de rodas Os professores tiveram de especializar se procuraram parcerias com o Instituto Benjamin Constant para aprender braile e com o Instituto Nacional de Educa o de Surdos onde estudaram a linguagem de sinais libras Adultos com defici ncia tamb m procuraram o servi o destas escolas o caso do ex engraxate Jorge Elias dos Santos Silva de 43 anos A fam lia acreditava que ele n o precisava ir escola depois que contraiu paralisia infantil Eu moro na roca e estudar n o era f cil nem para quem andava conta Nas salas de aula os alunos surdos l em l bios dos professores para acompanhar as aulas Os que mantiveram o m nimo da audi o usam equipamentos com fones de ouvidos para entender a voz dos professores que falam em pequenos microfones As crian as cegas fazem suas anota es em braile Maria do Carmo reconhece que encontrou dificuldades para a inclus o dos deficientes Os pais n o queriam seus filhos ao lado de retardados Discutimos muito com os pais 211 e agora estamos conversando com os alunos adolescentes que s
508. rabalho b Informa es comunica es e outros servi os inclusive servi os eletr nicos e servi os de emerg ncia 2 Os Estados Parte tamb m tomar o medidas apropriadas para a Desenvolver promulgar e monitorar a implementa o de normas e diretrizes m nimas para a acessibilidade das instala es e dos servi os abertos ao p blico ou de uso p blico 231 b Assegurar que as entidades privadas que oferecem instala es e servi os abertos ao p blico ou de uso p blico levem em considera o todos os aspectos relativos acessibilidade para pessoas com defici ncia c Proporcionar a todos os atores envolvidos forma o em rela o s quest es de acessibilidade com as quais as pessoas com defici ncia se confrontam d Dotar os edif cios e outras instala es abertas ao p blico ou de uso p blico de sinaliza o em braille e em formatos de f cil leitura e compreens o e Oferecer formas de assist ncia humana ou animal e servi os de mediadores incluindo guias ledores e int rpretes profissionais da l ngua de sinais para facilitar o acesso aos edif cios e outras instala es abertas ao p blico ou de uso p blico f Promover outras formas apropriadas de assist ncia e apoio a pessoas com defici ncia a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a informa es 9 Promover o acesso de pessoas com defici ncia a novos sistemas e tecnologias da informa o e comunica o inclusive
509. rda ou redu o da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necess rios habilita o e reabilita o social e profissional b a repara o ou a substitui o dos aparelhos mencionados no inciso anterior desgastados pelo uso normal ou por ocorr ncia estranha vontade do benefici rio c o transporte do acidentado do trabalho quando necess rio Art 90 A presta o de que trata o artigo anterior devida em car ter obrigat rio aos segurados inclusive aposentados e na medida das possibilidades do rg o da Previd ncia Social aos seus dependentes Art 91 Ser concedido no caso de habilita o e reabilita o profissional aux lio para tratamento ou exame fora do domic lio do benefici rio conforme dispuser o Regulamento Art 92 Conclu do o processo de habilita o ou reabilita o social e profissional a Previd ncia Social emitir certificado individual indicando as atividades que poder o ser exercidas pelo 58 benefici rio nada impedindo que este exer a outra atividade para a qual se capacitar Em que pese o artigo 89 em seu par grafo nico defina o que compreende o benef cio de reabilita o profissional parece nos que o benef cio tenha um alcance muito mais amplo A reabilita o n o se resume concess o de aparelhos e transporte para a pessoa com defici ncia al m disso ela deve englobar um conjunto de provid ncias aptas a reintrodu o d
510. re as cooperativas de trabalho geridas e mantidas por trabalhadores deficientes mostrou se in cua ensejando a oportunidade de sugerir novos estudos nessa rea para que se compreendam profundamente quais quest es inibem o avan o 12 3 13 Outros diplomas legais Alguns outros diplomas legais tratam da protec o do trabalho das pessoas com defici ncia o caso do art 66 da Lei 8 069 90 que institui o Estatuto da Crianca e do Adolescente e que assegura ao adolescente com defici ncia o trabalho protegido Com a altera o sofrida pela Medida Provis ria n 2 164 41 de 24 08 01 e pelaLei n 8 859 94 a Lei n 6 494 77 conhecida como Lei do Est gio ampliou o est gio profissionalizante s escolas de qualquer grau A Lei 8 666 93 que trata das Licita es e Contratos da Administra o P blica incluiu entre as hip teses de dispensa de licita o a contrata o de associa o de pessoas com defici ncia f sica sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade por rg os ou entidades da Administra o P blica 253 LOPES RIBEIRO DA SILVA Walk re op cit p 80 284 para a presta o de servi os ou fornecimento de m o de obra desde que o pre o contratado seja compat vel com o praticado no mercado Na Consolida o das Leis Trabalhistas CLT art 460 o empregado com defici ncia ter direito a perceber sal rio igual a qualquer outro empregado da empresa que fizer servi o equivalente ou
511. reitos portanto confundiam se com a lei Estabelecia se claramente uma supremacia dos interesses do Estado manifestados na lei e no direito objetivo sobre os interesses dos indiv duos e os seus direitos subjetivos O marco hist rico para o assunto dignidade da pessoa humana foi a Segunda Guerra Mundial e as viola es cometidas partir deste marco o assunto passou a ser destaque no campo cient fico e filos fico e foi necess ria a constitucionaliza o do princ pio da dignidade da pessoa humana inicialmente na Alemanha e posteriormente em diversas outras constitui es Portanto com o final da Segunda Guerra passou se a uma perspectiva axiol gica e humanista do Direito baseada na dignidade da pessoa humana importante ressaltar que o termo dignidade passou por diferentes concep es na hist ria primeiro uma concep o individualista preval ncia do indiv duo depois transpersonalista preval ncia do interesse coletivo sobre o 395 individual e enfim personalista Esta ltima adotada na atualidade diferenciando se indiv duo e pessoa o primeiro como ente abstrato e o segundo como ente concreto real Para esta ltima corrente h de compatibilizar os valores individuais com o coletivo Havendo conflito a solu o dever ser buscada caso a caso Das premissas acima infere se que tanto a palavra pessoa como a palavra dignidade apresentou diferentes conota es no desenrolar da hist ria
512. remunera o justa e satisfat ria que lhe assegure assim como sua fam lia uma exist ncia compat vel com a dignidade humana e a que se acrescentar o se necess rio outros meios de prote o social 4 Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para prote o de seus interesses Art XXIV Todo homem tem direito a repouso e lazer inclusive a limita o razo vel das horas de trabalho e a f rias remuneradas peri dicas Art XXV 1 Todo homem tem direito a um padr o de vida capaz de assegurar a si e a sua fam lia sa de e bem estar inclusive alimenta o vestu rio habita o cuidados m dicos e os servi os sociais indispens veis e direito seguran a em caso de desemprego doen a invalidez viuvez velhice ou outros casos de perda dos meios de subsist ncia em circunst ncias fora de seu controle id ALEXY Robert op cit p 435 tradu o do autor NE ALEXY Robert op cit p 455 tradu o do autor 74 8 Os direitos presta o em por isso tem uma caracter stica negativa sentido estrito s o direitos do indiv duo frente ao Estado a algo que se o indiv duo possu sse meios financeiros suficientes e se encontrasse no mercado uma oferta suficiente poderia obt los tamb m de particulares Delineia outrossim uma distin o entre os direitos sociais expressos e presumidos sendo os primeiros aqueles que se inscrevem explicitamente nas constitui es
513. ressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condi es materiais mais prop cias ao auferimento da igualdade real o que por sua vez proporciona condi o mais compat vel com o exerc cio efetivo da liberdade Como j mencionamos os direitos sociais s o denominados de direitos fundamentais de segunda gera o compreendidos como direitos da pessoa humana situada na sociedade ou direitos relativos s rela es sociais econ micas e culturais que o indiv duo desenvolve durante a sua vida S o direitos que determinam presta es positivas do Estado enunciadas na Constitui o Federal As Constitui es do Brasil ao longo do s culo XX trataram de direitos sociais como o direito ao trabalho sa de e educa o entretanto ignorava os interesses das pessoas com defici ncia Desse modo uma parcela da popula o permaneceu exclu da da cidadania A partir da Carta Magna de MORAES Alexandre Direitos Humanos fundamentais Teoria Geral Cole o Temas jur dicos Vol 3 S o Paulo Atlas 1997 p 43 SILVA Jos Afonso da Curso de Direito Constitucional Positivo 9 ed S o Paulo Malheiros 1993 p 287 81 1988 estendeu se o direito educa o e ao trabalho para as pessoas com defici ncia e estabeleceu para o Poder P blico uma presta o mais espec fica escapando a uma mera declara o de car ter gen rico 3 4 Classifica o dos Direitos Fundamentais na Constitu
514. retanto esta discricionariedade n o lhe autoriza a deixar de agir A ordem direta emanada da Constitui o da Rep blica deve necessariamente ser cumprida N o cabe ao Minist rio P blico e nem ao Judici rio determinar ao gestor p blico a ado o desta ou daquela op o contudo em nosso entendimento seria l cito e recomend vel que o Minist rio P blico ingressasse 143 com a o civil p blica tendente a obter do Judici rio determina o direta ao Executivo para implementar programa eficaz neste sentido Por fim o ltimo componente deste n cleo essencial da dignidade humana a quest o do acesso Justi a s pessoas com defici ncia Na verdade n o se pode conceber ou pretender efic cia na implementa o de educa o b sica de sa de p blica e de assist ncia social estes sem amplo acesso Justi a Ali s existe comando constitucional expresso neste sentido artigo 5 inciso XXXV que se interpretado luz do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana perfaz no o inquestion vel de que algo precisa ser feito neste particular Confirmando o supra exposto o fato de apenas recentemente em 29 jul 2009 a lei n 12 008 ter acrescentado ao C digo de Processo Civil Brasileiro lei n 5 869 73 o artigo 69 A que regula o processo administrativo no mbito da Administra o P blica Federal afim de estender a prioridade na tramita o de procedimentos judiciais e admini
515. reto ter repercuss es diferentes no Rio de Janeiro e em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais este fator deve sempre ser levado em conta em qualquer decis o judicial Ap s todas estas pondera es ilustradas por exemplos concretos e reais ocorrentes em nossa sociedade resta patente que a dogm tica tradicional importada da Europa sem quaisquer adapta es realidade brasileira associada ideologia do rigorismo formal e ao culto aplica o mecanicista da lei tem se distanciado cada vez mais da realidade da vida cotidiana abrindo verdadeiro v cuo entre a legisla o imposta pelo Estado e sua efic cia pr tica Toda esta falta de sintonia vem colaborando para o surgimento de uma legalidade paralela em que a efic cia se torna o grande ideal Estas novas formas que emergem da vida cotidiana a despeito de criarem as ra zes de um Direito comunit rio participativo comprovam na pr tica a absoluta fal ncia do modelo tradicional de Justi a alicer ado em verdadeiros dogmas oitocentistas surgidos quando da Revolu o Francesa e totalmente dissociados da vida contempor nea Em sintonia com toda a sistem tica proposta pelos defensores do pluralismo ousamos sugerir dentro do que preconiza a proposta de cursos de mestrado e doutorado uma reformula o substancial no sistema jur dico brasileiro Defendemos uma legisla o m nima sempre amparada em princ pios gerais com tipos abertos que possam receber
516. ria es sobre temas semelhantes As 1 BARCELLOS Ana Paula de idem p 16 185 BARCELLOS Ana Paula de op cit p 20 197 Constitui es nesse meio tempo foram ignoradas ou manipuladas em seu aspecto estritamente positivo formal 19 Chegou se ent o percep o de que a positiva o do direito e das constitui es tanto pregada outrora n o era suficiente para afastar e para resguardar a sociedade da banalidade e do mal o direito n o surge por si s no mundo e sim a partir de valores ideais de justi a e de humanidade previamente difundidos na sociedade qual caber regulamentar optando constitucionalmente pelo retorno ao ideal dos valores Essa op o permitir a inser o nas constitui es novas ou reformuladas de dispositivos que veiculem obrigatoriamente de forma expressa a decis o pol tica do legislador constituinte por determinados valores fundamentais orientadores da organiza o pol tica bem como limites formas e objetivos da atua o pol tica do novo Estado a fim de promover a realiza o destes valores os quais passar o sob a forma de normas princ pios a atuar como id ias nucleares das constitui es consagrando se n o apenas filos fica mas sobretudo juridicamente Na medida em que os valores fundamentais bem como as a es pol ticas deles decorrentes s o juridicializados na constitui o esta se retira do debate pol tico pois coloca a seu servi o o i
517. ribut rias com a libera o comercial interpartes Esse direito constituiu um novo sistema jur dico distinto de qualquer outro existente e incrementado a partir dos tratados institutivos da Uni o Europ ia que se adaptaram s necessidades do bloco econ mico com regras princ pios e procedimentos competentes A Comunidade n o s uma cria o do direito como tamb m recorre exclusivamente ao direito na prossecu o dos seus fins uma Comunidade pelo direito este que forma a ordem jur dica comunit ria a base do sistema institucional esse que define os processos de decis o das institui es comunit rias e que regula as rela es destas entre si Atribui se lhes poderes de a o atrav s de regulamentos decis es gerais diretivas recomenda es e decis es individuais que podem ser vinculativos para os Estados membros e seus nacionais A Comunidade Europ ia prop e interessant ssimo desafio s bases tradicionais do Direito uma vez que coloca em xeque de forma curiosamente 334 positiva os antigos conceitos de soberania territorial da lei e do pr prio Estado Na o Parece ser positiva tomando por considera o as palavras de J J Gomes CANOTILHO e de Amartya SEN que j foram aqui estudadas a id ia no sentido de que as regras da Comunidade Europ ia alavancaram a implementa o dos direitos fundamentais uma vez que atuaram elas como dormentes que alinharam os citados direitos
518. rin ria aplic vel aos princ pios constitucionais mormente 198 SUSSEKIND Arnaldo Direito Constitucional do Trabalho Editora Renovar 42 edi o 2009 19 BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional apud SUSSEKIND Arnaldo op cit ibid 2 NASCIMENTO Amauri Mascaro Direito do Trabalho na Constitui o de 1988 S o Paulo 1989 1 edi o p 40 201 PL RODRIGUEZ Am rico Princ pios de Direito do Trabalho Editora LTR 3 Edi o 2008 pp 123 130 2BARCELLOS Ana Paula de op cit pp 68 71 199 aos referentes aos direitos fundamentais afeta validade e destinada ademais a preservar a id ia de progressividade na constru o dos avan os inerentes queles direitos fundamentais Sua aplica o volta se contra normas que acarretem supress o ou revoga o de direitos fundamentais j assegurados sendo poss vel exigir do Judici rio a preserva o daqueles direitos em face de normas supressivas Incide portanto sobre atos comissivos do legislador Para o mesmo sentido converge a li o de Gustavo ZAGREBELSKY o qual demonstra que a grande conquista das constitui es contempor neas reside na percep o universal que estabelece distin o entre os direitos e a lei entendimento que n o se impunha na poca da Revolu o Francesa quando se estabeleciam os modelos positivistas constitucionais do s culo XIX De qualquer modo dedica se a alinhar os passos
519. rminou os estudos e o mais chocante voc uma pessoa com defici ncia e a empresa nunca est preparada para receb lo Isso d i no fundo do peito ser que sou t o dif cil assim que as empresas n o podem nem tentar N o existe uma lei que tem que haver pessoas com defici ncia trabalhando nos quadros de funcion rios Sa em busca de um novo emprego pensando que preciso ganhar esta batalha n o posso aceitar isso Enquanto descanso calado senta algu m ao meu lado e suas palavras de conforto s o Venha para minha igreja Jesus ama voc Ele curou o cego e o aleijado Se voc vier comigo ele ir curar voc Cansado desse assunto respondi Curar me N o sou doente Por que sou eu que devo ficar bom errado ser deficiente S devo ir a uma igreja se ela me prometer cura Deixe me em paz eu quero apenas ser um qualquer n o estou buscando a cura e sim a igualdade O depoimento demonstra que a pessoa com defici ncia sofre psicologicamente Mesmo existindo algumas opini es doutrin rias que inexplicavelmente imaginam que a pessoa com defici ncia tem falta de percep o daquilo que sofre O fim da discrimina o em todos os seguimentos somente ter in cio no momento em que for reconhecida a igualdade da pessoa com defici ncia e a supremacia axiol gica da dignidade humana para avaliar as situa es O objetivo deste cap tulo demonstrar que a acessibilidade das pessoas com defici ncia no meio f sico se
520. rofessor Rizzato NUNES que os princ pios constitucionais s o o ponto mais importante do sistema normativo eles s o verdadeiras vigas mestras alicerces sobre os quais se constr i o sistema jur dico Os princ pios constitucionais d o estrutura e coes o ao edif cio jur dico Assim devem ser 82 estritamente obedecidos sob pena de todo o ordenamento jur dico se corromper Celso Antonio Bandeira de Mello pontifica violar um princ pio muito mais grave que transgredir uma norma A desaten o ao princ pio implica ofensa n o apenas a um espec fico mandamento obrigat rio mas a todo um sistema de comandos a mais grave forma de ilegalidade ou de inconstitucionalidade conforme o escal o do principio atingido porque representa a insurg ncia contra todo o sistema subvers o de seus valores fundamentais contum lia irremiss vel a seu arcabou o l gico e corros o de sua estrutura mestra Isto porque em ofend lo abatem se as vigas que o sust m e alui se toda a estrutura neles esforcada Portanto os princ pios constitucionais n o s o meros conselhos ou orienta es s o as verdadeiras diretrizes a condicionar a atua o de todos quando se submetem ao imp rio da Constitui o Observamos que a Constitui o Federal de 1988 trouxe no T tulo Il os Direitos e Garantias Fundamentais subdivididos em cinco cap tulos 3 4 1 Direitos Individuais e Coletivos S o os direitos lig
521. ros provavelmente sequer conseguiria ter acesso a um Promotor de Justi a seguramente porque teria negado seu ingresso no Foro por estar mal vestido por exemplo ou por falta de acessibilidade por barreiras arquitet nicas e ou atitudinais Ainda a quest o do acesso Justi a assume car ter de essencialidade na exata medida em que verdadeira condi o para a implementa o de pol ticas realmente direcionadas para a inclus o social das pessoas com defici ncia referentes ao n cleo m nimo da dignidade humana Se o Executivo principal gestor do or amento p blico se encontra em situa o de omiss o inconstitucional somente pela interven o do Poder Judici rio que se poder reverter o lament vel quadro de exclus o brasileiro Defendemos ser juridicamente poss vel que o Minist rio P blico por exemplo na qualidade de legitimado ativo para a propositura de a es civis p blicas ingresse em Ju zo contra um determinado ente federativo pretendendo que o Judici rio determine a inclus o de verba no pr ximo or amento para a implementa o de Defensoria P blica N o h d vida de que de acordo com a vis o contempor nea do direito constitucional a aus ncia de implementa o das defensorias omiss o inconstitucional que atenta contra a dignidade humana justamente por vedar o acesso Justi a da classe mais necessitada da popula o 145 Lamentavelmente a grande maioria dos Tribunais brasileiros
522. rquitet nicas nos transportes ou seja aquelas existentes nos meios de transportes como a falta de elevadores nos nibus e a adequa o geom trica nos pontos de nibus Barreiras nas comunica es qualquer entrave ou obst culo que dificulte ou impossibilite a express o ou o recebimento de mensagens por interm dio dos meios ou sistemas de comunica o sejam ou n o de massa ou seja inexist ncia de closed caption na maioria dos canais de televis o impedindo o acesso do deficiente auditivo n mero reduzido de telefones p blicos orelh es adaptados de inclus o ou exclus o N s todos somos a sociedade e as v rias comunidades que a comp em s o partes diferentes entre si mas igualmente importantes e de express o nica Portanto a arquitetura desenvolve um papel importante na hist ria no processo de compreens o da sociedade como um todo nico Toda e qualquer id ia ou projeto deve ter um nascer respeitando o conceito de acessibilidade para todos Todo e qualquer cidad o a pessoa idosa a pessoa com defici ncia a gestante o obeso a crian a tem o livre direito de locomover se pela cidade usufruir dela participar e cooperar no seu desenvolvimento A elimina o dessas barreiras e o entendimento de que novas barreiras n o devem ser constru das passar a ser uma realidade para profissionais como arquitetos engenheiros urbanistas pois devemos planejar projetar e construir levando em cons
523. s at o delineamento legal de requisitos comportamentais da empresa para admiss o e para o desenvolvimento dos contratos com pessoas com defici ncia As a es afirmativas importam assim uma postura pr ativa do Estado manifestada pela lei ou pelo Judici rio no sentido de compensar o d ficit hist rico que gerou a exclus o evidente desse grupo espec fico de cidad os e diferentemente do que muitos pensam n o acarreta ruptura do princ pio da igualdade de todos perante a lei Ao contr rio reafirma o na medida em que propicia condi es materiais para que a igualdade ventilada no s culo XVIII seja eficaz como se quis propor em declara es internacionais de direito do s culo XX e que agora no s culo XXI v m se implementando reiterada e serenamente Todas as declara es internacionais que contemplam o combate discrimina o ali s expressam claramente a id ia de que n o se imp e como discriminat ria a medida legal ou judicial de cunho compensat rio que implique prerrogativas a determinados grupos sociais A Declara o de Direitos do Deficiente Mental proclamada pela Assembl ia Geral das Na es Unidas em 20 de dezembro de 1971 e a Declara o dos Direitos das Pessoas Deficientes Resolu o aprovada pela Assembl ia Geral da Organiza o das Na es Unidas em 09 de dezembro de 1975 s o os dois principais documentos efetivados internacionalmente a propiciarem avan os na legisla o protetiva em ques
524. s o de novas perspectivas como por exemplo a redu o do per odo laborativo com antecipa o do direito ao jubilamento Com certeza v rios argumentos seriam levantados contra tal proposta especialmente aquele da necessidade de cuidar do lado econ mico do sistema previdenci rio mesmo que isso custe alguns sacrif cios do lado social A palavra do Prof Celso Barroso LEITE novamente serve de li o Comentando 62 este falacioso argumento o mestre ensina que O empenho de corrigir erros e aperfei oar deve ser permanente e sempre leg timo na previd ncia social como em tudo mais O que n o se justifica pretender subordinar a discut veis interesses econ micos conquistas sociais que amenizam as agruras da exist ncia humana V rias delas est o mais uma vez na al a de mira e todo cuidado pouco Parece nos que por esse caminho deve trilhar a discuss o colocando se em primeiro plano a necessidade de tutelar os interesses sociais Sem d vida a qualidade e a quantidade das presta es de seguridade social ser o cada vez melhores na medida em que a sociedade tenha capacidade de se organizar para estabelecer um regime de solidariedade e igualdade entre os cidad os O ordenamento normativo constitucional n o perfeito mas certamente representa um grande avan o em termos de Constitui o de um Brasil moderno j que se adota como ide rio um modelo de prote o social assentado na propos
525. s o os que n o estando diretamente envolvidos com a quest o se d o conta de que n o h democracia onde somente uma parcela da popula o sabe o que cidadania Palestra realizada por Gilberto Stanieski Filho no Rotary Club Pelotas Fragata no dia 22 de abril de 2002 Publicada no Jornal Di rio da Manh do dia 5 de maio de 2002 na cidade de Pelotas p 11 216 Na faculdade de Direito realizava as provas oralmente Enquanto meus colegas faziam suas provas lendo escrevendo pensando eu sentava com a professora e respondia oralmente as quest es Parece simples mas n o Nem simples e nem igual aos demais Eu ficava na vitrine dependendo da vis o que cada professor trazia sobre minha condi o f sica alguns me viam como gente outros como um empecilho Uns demonstravam paci ncia aten o outros deixavam claro que eu os incomodava Minha turma era muito numerosa e em um teste final a professora decidiu aplic lo em uma sala maior chamada de Maracan assim poderia distribuir melhor os alunos O detalhe que esta sala situa se no segundo andar e ainda n o existia acesso para mim A professora pediu que eu aguardasse Gilberto distribuirei as provas pe o para algu m cuidar e des o para a gente conversar ok O hor rio da prova era das 20h40 s 22h Resultado esperei at s 22h e nada ela esquecera de mim Fui embora sem realizar a prova Fiquei chateado porque tinha me preparad
526. s para eliminar a discrimina o contra as pessoas portadoras de defici ncia e proporcionar a sua plena integra o sociedade 359 entre as quais as medidas abaixo enumeradas que n o devem ser consideradas exclusivas a medidas das autoridades governamentais e ou entidades privadas para eliminar progressivamente a discrimina o e promover a integra o na presta o ou fornecimento de bens servi os instala es programas e atividades tais como o emprego o transporte as comunica es a habita o o lazer a educa o o esporte o acesso justi a e aos servi os policiais e as atividades pol ticas e de administra o b medidas para que os edif cios os ve culos e as instala es que venham a ser constru dos ou fabricados em seus respectivos territ rios facilitem o transporte a comunica o e o acesso das pessoas portadoras de defici ncia c medidas para eliminar na medida do poss vel os obst culos arquitet nicos de transporte e comunica es que existam com a finalidade de facilitar o acesso e uso por parte das pessoas portadoras de defici ncia e d medidas para assegurar que as pessoas encarregadas de aplicar esta Conven o e a legisla o interna sobre esta mat ria estejam capacitadas a faz lo 2 Trabalhar prioritariamente nas seguintes reas a preven o de todas as formas de defici ncia preven veis b detec o e interven o precoce tratamento reabilit
527. s 30 anos a popula o com defici ncia nos pa ses em desenvolvimento aumentar em 120 contra 40 nas na es desenvolvidas Em alguns pa ses de renda m dia e alta a preval ncia da defici ncia vem oscilando entre 15 e 20 do total da popula o Os n meros dos estudos demonstram que existe um ciclo vicioso de causa e efeito entre ser uma pessoa pobre e ser uma pessoa com defici ncia Aqueles que nascem com problemas de forma o cong nita e s o socialmente desfavorecidos enfrentam um risco maior de continuar nessa 5 20 que as empresas podem fazer pela inclus o das pessoas com defici ncia V rios autores Coordena o Marta Gil Rede Saci Cecae USP S o Paulo Instituto Ethos 2002 2 Dispon vel em lt www edf feph org gt Acesso em Julho 2009 257 condi o e ter filhos com as mesmas caracter sticas De acordo com estat sticas da ONU a m nutri o a causa da defici ncia em 4 da popula o com defici ncia Apoiado no principio de que o v nculo pobreza defici ncia inquestion vel o enfoque de desenvolvimento inclusivo determina a necessidade de elabora o e implementa o de pol ticas p blicas de combate simult neo de ambos os problemas No qual necess rio criar mecanismos para o fim da pobreza e elaborar meios contra a discrimina o De acordo com especialistas atualmente muitos governos empresas e organiza es de coopera o internacional entendem de maneira equivocada
528. s Sociais O modelo cooperativo tem sido usado para viabilizar neg cios em v rios campos de atua o Temos Cooperativas Agropecu rias de Consumo de 282 Cr dito de Habita o Educacionais e as Cooperativas Especiais compostas por cooperativas constitu das de pessoas que precisam ser tuteladas A Lei n 9 867 do dia 10 de setembro de 1999 criou a possibilidade de se constitu rem cooperativas sociais para organiza o e gest o de servi os s cio sanit rios e educativos mediante atividades agr colas industriais comerciais e de servi os contemplando as seguintes pessoas deficientes f sicos sensoriais ps quicos e mentais dependentes de acompanhamento psiqui trico permanente dependentes qu micos pessoas egressas de pris es os condenados a penas alternativas deten o e os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situa o familiar dif cil do ponto de vista econ mico social ou afetivo As cooperativas sociais organizam o seu trabalho especialmente no que diz respeito s dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem e desenvolvem e executam programas especiais de treinamento com o objetivo de aumentar lhe a produtividade e a independ ncia econ mica e social A condi o de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documenta o proveniente de rg o da administra o p blica ressalvando se o direito privacidade O estatuto da Cooperativa Social poder prever uma ou
529. s Unidos de 1787 a Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 bem como as primeiras constitui es europ ias do s culo XIX tinham por escopo basicamente estabelecer a separa o dos poderes e os direitos individuais de liberdade diante da atua o do Estado liberdades p blicas Ao final deste s culo e in cio do s culo XX a esse escopo bin rio gradual e pontualmente agregaram se outros primeiramente os direitos consagrados no seio das rela es de trabalho e ap s os direitos sociais t picos como o direito educa o sa de ao trabalho e outros Ao contr rio da cautela com que as constitui es at o in cio do s culo XX consagraram direitos as constitui es elaboradas no per odo que se seguiu Segunda Guerra expressamente albergavam valores formularam decis es tipicamente pol ticas e fixaram sistematicamente metas e objetivos sociais a serem alcan ados pelos Estados que estavam recriando Ana Paula de BARCELLOS preconiza que concebendo E KANT que cada homem seja um fim em si mesmo e a organiza o pol tica existindo a servi o desse homem o valor humanista indiscutivelmente deveria impor se como a pilastra central de todo o Estado ao longo do s culo XX em v rios momentos e por v rias raz es o homem foi n o apenas funcionalizado como tamb m imolado brutalmente nos altares do Estado Na o do Estado partido da ideologia de seguran a nacional dentre outras va
530. s a Franca desenvolve desde a Primeira Guerra Mundial um amplo sistema de prote o jur dica aos cidad os com defici ncia 324 Inicialmente atenderam se os her is de guerra para logo a seguir estenderem se benef cios aos acidentados no trabalho e progressivamente a toda a popula o de pessoas com defici ncia A doutrina refere se Lei 75 534 de 30 de junho de 1975 a qual concentra as medidas de apoio e de a o afirmativa dirigidas a esses cidad os outorgando lhes todos os direitos civis e pol ticos por meio inclusive de a es afirmativas que viabilizem a consagra o de tais direitos A norma em quest o define pessoas com defici ncia como qualquer pessoa com menos de 60 anos de idade considerada como deficiente quando sua capacidade residual de trabalho reduzida para 2 3 Esse percentual de altera o da capacidade f sica mental sensorial ou m ltipla auferido por um rg o oficial cuja miss o consiste em avaliar as restri es e acima de tudo a voca o dessas pessoas com defici ncia para que tomando se como referencial as tend ncias vocacionais identificadas indiquem se postos de trabalho adequados art L 323 11 do C digo do Trabalho franc s de 1973 As defici ncias s o classificadas ent o em n veis que oscilam entre os graus leve moderado e s rio O C digo do Trabalho franc s em seu art L 323 1 reserva postos de trabalho no importe de 6 do
531. s b sicas a da independ ncia e autonomia b da universalidade das a es c da n o discrimina o e d das pol ticas p blicas interdisciplinares de a o e informa o As pessoas com defici ncia devem ser 311 respeitadas nas suas necessidades peculiares e op es pessoais mas a aten o a elas dirigida deve derivar de pol ticas coletivas e parit rias estabelecidas entre o Estado as empresas e a sociedade civil organizada A vertente da n o discrimina o assegura prote o contra a discrimina o direta ou indireta e imp e para tanto a es afirmativas Finalmente o princ pio da transversalidade e globalidade revela o mister estatal de coordenar a es multidisciplinares articuladas para o atendimento dos objetivos firmados pelo legislador portugu s O cap tulo Il arts 16 a 24 em consequ ncia tra a o modus operandi do Estado na condu o articulada da pol tica parit ria em prol da pessoa com defici ncia regulando a interven o do Estado intensidade e oportunidades cria a entidade coordenadora das pol ticas p blicas estabelecendo as fun es centrais dimensiona o grau rec proco de interven o das entidades p blicas e privadas estimula o apoio s organiza es n o governamentais que disp em de fun o consultiva na condu o das pol ticas p blicas e finalmente estabelece regras de apoio fam lia da pessoa com defici ncia O Cap tulo IV cuida da preven o habilita o
532. s com Defici ncia no mercado de trabalho bem como os diplomas legais que as amparam deixando a pergunta excluir ou integrar ao mercado de trabalho as Pessoas com Defici ncia Discorreremos amplamente sobre o amparo legal e jurisprudencial do aproveitamento da capacidade laboral da Pessoa com Defici ncia No cap tulo treze mostraremos que a Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 inaugurou um novo ciclo de avan os no tocante a pol ticas de reabilita o profissional qualifica o e emprego de pessoas com defici ncia Identificaremos a estreita conex o existente entre o direito fundamental ao trabalho e o princ pio da dignidade humana Analisaremos se h exist ncia de conven es leis infraconstitucionais e pol ticas p blicas relacionadas a promo o acesso e garantia de empregos s pessoas com defici ncia N o basta reconhecer ao trabalho o valor de direito fundamental preciso torn lo vi vel No cap tulo quatorze pelo motivo desta tese ser feita em um convenio entre Brasil e Espanha achamos de suma import ncia discorrermos sobre o aproveitamento da capacidade laboral das Pessoas com Defici ncia no mbito internacional e comparado Iniciaremos com a hist ria do trabalho destas at a atualidade trazendo as a es afirmativas em prol delas em alguns pa ses Por fim no cap tulo quinze iremos dispor sobre os Direitos Civis como meio de integra o da Pessoa com Defici ncia Mos
533. s das Pessoas com Defici ncia Garantia de Igualdade na Diversidade Ed WVA RJ 2004 FERREIRA PR COMA Ayrton Holocausto brasileiro Editora Jornal Correio Metropolitano de Curitiba Rio de Janeiro 1999 GARC A GARNICA Mar a Del Carmen La Evoluci n Hacia El Modelo Social Del Tratamiento Juridico de las personas con Discapacidad en AAVV Derecho tributario y las personas con necesidades especiales una apuesta por las medidas jur dicas transversales dir Juan L pez Mart nez Ed Tirant Lo Blanch 2011 GARC A GARNICA Mar a Del Carmen La hipoteca inversa un instrumento financiero para contribuir al sostenimiento econ mico de las personas dependientes Aranzadi Doctrinal n m 4 2011 pp 91 110 GARC A MURCIA Joaqu n El trabajo de los incapacitados Tribuna Social revista de seguridad social y laboral N mero 91 monogr fico julho de 1988 GIAC IA Gilberto Justi a e dignidade Argumenta Revista do Programa de Mestrado em Ci ncia Jur dica Jacarezinho n 2 2002 414 GIL Marta Coordena o O que as empresas podem fazer pela inclus o das pessoas com defici ncia Rede Saci Cecae USP S o Paulo Instituto Ethos 2002 GODINHO DELGADO Maur cio Curso de Direito do Trabalho S o Paulo Ltr Editora 2007 6 edi o GOMES CANOTILHO Jos Joaquim Direito constitucional e teoria da constitui o Coimbra Almedina 2004 GOMES CANOTILHO Jos Joaquim Texto Ana
534. s de inform tica poderiam ter baixa tributa o A t tulo de exemplo no Estado de S o Paulo conforme Decreto n 34 471 91 produtos ficaram isentos de ICMS desde que adquiridos por entidades assistenciais ou institui es financeiras A Lei Federal n 10 690 de 16 de junho de 2003 e a Lei Federal n 10 754 de 31 de outubro de 2003 estenderam a isen o do IPI Imposto sobre Produtos Industrializados s pessoas com defici ncia f sica visual mental severa ou profunda aos autistas diretamente ou por interm dio de seu representante legal Assim ve culos com caracter sticas especiais ficam isentos de IPI Em rela o ao IPVA Imposto Sobre a Propriedade de Ve culos Automotores um imposto estadual pago anualmente a Lei n 6 606 89 concede isen o aos ve culos adaptados de propriedade de deficientes f sicos Quanto isen o de Imposto de Renda a legisla o contempla apenas aos deficientes mentais como podemos comprovar pelo Art 1 da Lei n 8 687 93 A Lei n 8 383 91 no inciso IV do art 72 isenta do IOF Imposto sobre Opera es Financeiras as opera es de financiamento para a aquisi o de 51 MARANH O D lio op cit p 132 MARANH O D lio op cit p 133 64 autom veis de passageiros de fabrica o nacional de at 127 HP de pot ncia bruta quando adquiridos por pessoas com defici ncia Os impostos convergem para facilitar o acesso do deficiente f sico a um
535. s enfrentadas na vida di ria das pessoas com defici ncia O conceito legal de pessoa com defici ncia implica as seguintes caracter sticas 8 12 101 Definitions 2 exist ncia de limita o de ordem f sica ou mental que restrinja de maneira substancial uma ou mais atividades fulcrais tais como a audi o a vis o a locomo o a respira o ou a fala exist ncia de um hist rico dessa limita o substancial a uma das principais atividades da vida e ocorr ncia de imagem social que fa a a pessoa ser vista como portadora de defici ncia Tal defini o imp e se abrangente por princ pio O Congresso optou por n o criar uma lista de defici ncias que tivesse o objetivo de enquadrar as pessoas na ADA No subcap tulo primeiro relevante notar a prioridade que se atribui ao trabalho como fator de efetiva o da cidadania Na se o 12 112 Discrimination a consubstancia se o princ pio geral de que n o pode ocorrer discrimina o nem mesmo men o expressa defici ncia n o somente quando da admiss o dos trabalhadores com defici ncia mas em todo o processo em que se desenrole a rela o de emprego ou seja testes 349 atribui o de fun es avalia o a es disciplinares treinamento demiss o indeniza o e administra o de licen as e benef cios Na se o 12 112 Discrimination b 5 A fixa se a compreens o de que a empresa que n o adapta suas estruturas f sicas e org
536. s estabelecidos pela Conven o e pela Recomenda o de 1949 a eles dirigidas Encerrando a segunda parte instiga a uma colabora o permanente entre autoridades representantes de empregados e empregadores al m de organiza es interessadas no implemento e no aperfei oamento de pol ticas anti discriminat rias no trabalho O art 10 regula a parte final concernente coordena o da preven o e da discriminac o A Conven o n 159 de 1983 assume import ncia primordial de vez que representa a posi o mais atual do organismo internacional em comento e Part 6 A aplica o da pol tica de n o discrimina o n o deveria desconsiderar as medidas especiais destinadas a satisfazer as necessidades particulares das pessoas que por raz es tais como sexo idade defici ncia origem familiar ou condi o social ou cultural fa am jus reconhecidamente necessidade de prote o ou assist ncia especial tradu o deste autor 287 Art 10 As autoridades encarregadas da luta contra a discrimina o em mat ria de emprego e ocupa o deveriam cooperar estritamente e de maneira cont nua com as autoridades encarregadas da luta contra a discrimina o em outros setores a fim de que possam coordenar se medidas adotadas a este respeito tradu o deste autor 300 ser por isso verificada O seu princ pio basilar esteia se na garantia de um emprego adequado e da possibilidade de integra
537. s interesses do pa s n o haveria o dever jur dico de presta o por parte do Estado Ousamos discordar desta parcela da doutrina Nossa posi o sintoniza se mais com uma vis o contempor nea que tem como alicerces a supera o da dogm tica tradicional e a necessidade de se buscar a utilidade social decorrente da aplica o de determinado princ pio ou norma de direito Na exata medida em que n o se admite mais que argumentos t cnicos e meramente formais sejam utilizados por alguns Tribunais como obst culos press o feita pela via do processo para que o Executivo deixe de se omitir e implemente de fato as pol ticas p blicas determinadas pela Constitui o Neste sentido para defender a aplicabilidade imediata do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana inclusive tornando o fonte de direitos subjetivos pass veis de serem imediatamente exigidos do Estado pela via judicial criou se a teoria do m nimo existencial ou do n cleo m nimo da dignidade humana Estado pois o Judici rio n o teria compet ncia para dispor a respeito do or amento p blico Em suma tais direitos n o seriam direitos subjetivos n o haveria um dever jur dico do Estado de prest los 118 Ibidem pp 191 192 Este portanto o primeiro problema a enfrentar na mat ria que efeitos estas normas pretendem produzir Qual especificamente o seu objeto A resposta convencional a estas quest es simplesmente elim
538. s na forma do art 5 LXXIV ou seja quem tem a legitimidade para agir como representante de pessoa individualizada a Defensoria P blica e n o o Minist rio P blico Neste julgado Minist rio P blico ingressou com a A o Civil P blica para fornecimento de dispositivo m dico a um menor carente pessoa individualizada O estado n o conformado ingressou com um recurso especial alegando a ilegitimidade do Minist rio P blico para tal a o confirmada pelo Superior Tribunal de Justi a O julgado em quest o com o m ximo respeito parece n o ter sido proferido no Brasil de se perguntar ao seu eminente relator se existe Defensoria P blica estruturada em todas as Comarcas de seu Estado Novamente retornamos ao ponto j referido Seria timo que a Defensoria P blica estivesse estruturada em todos os Estados da federa o todavia esta ainda uma pretens o muito distante Por outro lado imputar ao cidad o carente o nus de se deslocar at a unidade da Defensoria P blica mais pr xima de seu domic lio muitas vezes significa negar lhe o acesso Justi a por via transversa A maioria das pessoas carentes trabalha como diarista e ao deixar de trabalhar para ir ao Foro perde dinheiro Al m disso tais pessoas n o podem arcar com os custos de uma viagem a outro Munic pio dado seu alto grau de precariedade financeira Desta forma quando o Minist rio P blico reconhece a vulnerabilidade do cidad o assu
539. s ou segregadas da comunidade Os servi os e instala es da comunidade para a popula o em geral estejam dispon veis s pessoas com defici ncia em igualdade de oportunidades e atendam s suas necessidades 65 3 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS CONSTITUI ES FEDERAIS BRASILEIRAS no pensamento grego que encontramos a id ia da exist ncia de um Direito baseado no mais ntimo da natureza humana tanto como ser individual quanto como ser coletivo A partir do momento em que os pensadores gregos percebem a exist ncia de uma grande diversidade de leis e costumes nas v rias na es e povos eles colocam a seguinte quest o existem princ pios superiores a estas normas espec ficas que sejam v lidas para todos os povos em todos os tempos ou a Justi a e o Direito s o uma mera quest o de conveni ncia Iniciamos esse cap tulo mostrando que o conceito de Direitos Fundamentais por vezes confunde se com outras express es como Direitos Humanos Direito dos Homens Direito Natural A express o gera es de direitos fundamentais pode ensejar vis o err nea de supera o ou mesmo de descarte A id ia de dimens o nos parece mais adequada pois resgata o movimento de expans o de acumula o de fortalecimento As v rias dimens es resultam de conflitos de interesses e viola es sistem ticas dos direitos fundamentais da pessoa humana As primeiras Declara es de Direitos foram de cunho individual e muito recenteme
540. s pessoas com defici ncia sejam deixadas margem da sociedade por falta de incentivo de pol ticas p blicas sociais Tais exemplos s o atentat rios no o de dignidade humana e pr pria concep o crist de vida evidente que n o defendemos que uma pessoa com defici ncia ingresse em Ju zo para que o Estado lhe compre um apartamento O que se pretende o reconhecimento de um dilema se o Minist rio P blico por exemplo prop e a o civil p blica para obrigar o Estado a adotar determinada pol tica p blica imposta pela Constitui o o Judici rio dir que n o pode interferir no poder discricion rio do administrador por outro lado este mesmo administrador continua a gastar milh es em publicidade deixando de cumprir uma determinada pol tica p blica obrigat ria em um conveniente c rculo sem fim Neste sentido afigura se como sendo emergencial uma a o concreta do Estado brasileiro para minimizar n veis aviltantes de desigualdade social Novamente defendemos ser um dever das Institui es e entidades legitimadas a propositura de a o judicial tendente a obrigar o poder p blico a cumprir com o dever de tutelar o bem da integridade f sica da pessoa humana com defici ncia ou n o fazendo com que a legisla o seja cumprida na pr tica 142 A sociedade brasileira j n o pode mais assistir passivamente a tamanha degrada o N o dif cil perceber tamb m que o simples cumpriment
541. s por parte do Estado A constru o de uma monol tica estrutura unit ria dos direitos fundamentais demanda outrossim o exerc cio de novas revis es e de novas reafirma es peri dicas como aquelas que se operaram por exemplo por meio dos pactos internacionais dos direitos civis e pol ticos e dos direitos econ micos sociais e culturais de 1966 Estes ltimos retomaram a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o e a Declara o Universal dos Direitos Humanos e amalgamaram uma unidade conceitual l gico jur dica assegurando se entre as primeiras liberdades civis e pol ticas e chancelando entre os segundos direitos econ micos sociais e culturais no sentido de se concretizar um suporte rec proco a tais direitos A pr pria Conven o 111 da OIT contra a discrimina o no trabalho reafirmara em 1958 medidas de prote o exatamente para assegurar a liberdade de trabalho e o livre acesso ao trabalho inspirada tal Conven o que foi na Declara o Universal dos Direitos Humanos Depois da Segunda Guerra como se v as declara es internacionais as constitui es e as leis reproduzem a afirma o contida na Declara o Universal de 1948 de que todo ser humano nasce livre e igual em direitos e dignidade cabendo ao Estado providenciar mecanismos que efetivem esses direitos que contemplam a igualdade e a dignidade 42 As normas que incluem as pessoas com defici ncia consagram se portanto como o
542. s trabalhadores empregados em empresas com mais de vinte empregados Ademais a legisla o francesa estabelece incentivos contrata o de pessoas com defici ncia e que se corporificam na redu o da cota patronal da previd ncia para subs dio dos sal rios b nus para contrata o de pessoas com defici ncia na condi o de aprendizes subs dios para entidades filantr picas ligadas s pessoas com defici ncia sal rios m nimos assegurados por lei que variam de acordo com a ocupa o Jos PASTORE por seu turno aponta outras peculiaridades que considera incentivadoras da contrata o A primeira delas diz respeito s 285 VALTECIDES ALVES Rubens op cit p 75 8VILLATORE Marco Ant nio C sar op cit p 560 PASTORE Jos Oportunidades de Trabalho para Portadores de Defici ncia S o Paulo LTr 2000 pp 165 167 325 pessoas que apresentam defici ncias graves as quais equivalem a 1 2 2 ou 2 Y pessoas para fins de cumprimento da cota pontua se outrossim adicionalmente a contrata o de pessoas com defici ncia que acusem idade inferior a 25 e superior a 50 anos a de pessoas que receber o treinamento no interior das empresas ou a daquelas que receber o o mesmo treinamento em entidades especializadas mas mantidas e remuneradas pelo empregador Logo a empresa poder contratar trabalhadores para postos de trabalho em oficinas protegidas ou at mesmo para trabalhos em d
543. scolhas e a independ ncia das pessoas n o discrimina o participa o plena e efetiva na sociedade respeito pela diferen a e aceita o da defici ncia como parte da diversidade e da condi o humana igualdade de oportunidades acessibilidade igualdade entre o homem e a mulher e do respeito pelas capacidades em desenvolvimento de crian as com defici ncia Participa o efetiva nas pol ticas p blicas A concep o e aplica o de legisla o e pol ticas destinadas a dar cumprimento presente Conven o e 368 ao tomar decis es sobre quest es atinentes s pessoas com defici ncia os Estados Partes obrigatoriamente consultar o e envolver o ativamente pessoas com defici ncia inclusive crian as por interm dio das organiza es que as representam Legisla o local mais ben fica Nenhum dispositivo da nova Conven o afetar quaisquer disposi es mais prop cias realiza o dos direitos das pessoas com defici ncia constantes na legisla o do Estado Parte ou no direito internacional em vigor para esse Estado logo quaisquer direitos conquistados pelas pessoas com defici ncias no Brasil n o ser o alterados pela Conven o Mulheres e meninas com defici ncia Os Estados Partes reconhecem que as mulheres e meninas com defici ncia est o sujeitas discrimina o m ltipla e portanto dever o tomar medidas para assegurar a elas o pleno e igual desfrute de todos os direitos humanos e l
544. se imp e em face de determinadas situa es pois uma pessoa que se encontra tuberculosa vista como portadora de defici ncia e tem por isso not ria dificuldade de inclus o social ZIMMER Michael J e outros Cases and Materials on Employment Discrimination Fifth Edition pp 744 749 UNITED STEELWORKERS OF AMERICA AFL CLC V WEBER 443 U S 193 1979 o caso consiste na verifica o da legalidade de um plano de a o afirmativa objeto de acordo coletivo que prev a reserva de 50 das vagas de um programa interno de treinamento para metal rgicos para empregados negros at que o percentual de trabalhadores negros qualificados da f brica seja proporcional percentagem de negros na for a de trabalho local Weber trabalhador branco sentiu se prejudicado pela pol tica de a o afirmativa pois embora mais antigo foi preterido na vaga em favor de negros contratados em raz o da pol tica em quest o Alegava desse modo que o acordo coletivo em tela feria o T tulo VII do Estatuto dos Direitos Civis de 1964 o qual proibiria cl usulas como a questionada porque a base dos direitos civis segundo o demandante fundava se no direito igualdade de todos perante a lei A Suprema Corte reformando as decis es de primeira e de segunda inst ncias entendeu que as pol ticas de a o afirmativa n o contrariam o princ pio da igualdade legal muito pelo contr rio refor am no GRIGGS V DUKE POWER CO 401 U S 424 1971
545. sicos e os parapl gicos propriet rios de ve culos automotores de uso terrestre e de fabrica o nacional ou estrangeira em rela o ao ve culo adaptado s exig ncias de seu propriet rio em raz o da defici ncia f sica ou da paraplegia Lei 8 820 89 ICMS Decreto n 32144 85 e Lei 8 115 85 IPVA Decreto n 37 699 97 Vale dizer ainda que os direitos fundamentais de cidadania estejam preservados na Constitui o Federal nem sempre a transfer ncia destes para o cotidiano das pessoas uma a o pac fica O estado ga cho atrav s do seu executivo e legislativo reitera que somente os deficientes f sicos e parapl gicos condutores e propriet rios de ve culos automotores s o benefici rios de tal isen o Com isso refor a a fr gil preconceituosa e restritiva interpreta o do significado sociol gico da defici ncia humana e seus m ltiplos matizes no contexto brasileiro e mundial Tanto verdade que entra ano e sai ano e os projetos de lei apresentados na Assembl ia Legislativa para corrigir tais distor es protocolados sob os n meros 410 2003 IPVA e 139 2004 ICMS navegam de comiss o para comiss o sem serem postos em vota o Chega a parecer proposital tamanho descaso Para melhor situar os problemas cabem alguns questionamentos Ser que os que necessitam de transporte adaptado e das isen es fiscais s o somente os deficientes f sicos e parapl gicos condutores e ainda propriet rios de ve
546. sileiro todavia deve ser associada necessariamente promo o respons vel das liberdades em todas as suas vertentes Algumas contradi es inerentes sociedade brasileira merecem reflex o Se de um lado somos um pa s competitivo em inova es tecnol gicas de ponta se somos l deres em tecnologias como a do biodiesel dos ve culos flex power e em usinas hidrel tricas por outro possu mos ainda focos graves de exclus o social de pessoas com defici ncia ainda assistimos em pleno s culo XXI estas ficarem a margem da sociedade seja por barreiras f sicas ou atitudenais Essa dualidade real e cruel deve ser enfrentada n o s com a proposta do m nimo existencial mas tamb m e especialmente com a promo o das liberdades em suas v rias formas A liberdade amplamente considerada limitada pelas diferentes oportunidades sociais pol ticas e econ micas que as pessoas t m em seus contextos espec ficos dentre eles as pessoas com defici ncia Entretanto o enfrentamento deste quadro poder ocorrer com maior efic cia se considerarmos a liberdade individual como comprometimento social solidariedade As pol ticas p blicas n o devem tentar enfrentar o problema da integra o da pessoa com defici ncia com esmolas isto funciona somente em um primeiro momento saciando as necessidades imediatas Somente pol ticas p blicas de longo prazo que pretendam gerar igualdade de oportunidades a todos que realmente poder o solu
547. slativas jur dicas administrativas e educativas necess rias para realizar a inclus o f sica e social destas pessoas com defici ncias intelectuais Prover as comunidades e as pessoas com defici ncias intelectuais e suas fam lias o apoio necess rio para o exerc cio pleno destes direitos promovendo e fortalecendo suas organiza es Desenvolver e implementar cursos de forma o sobre Direitos Humanos com treinamento e programas de informa o dirigidos a pessoas com defici ncias intelectuais Cabe aos diversos agentes sociais e civis participar de maneira ativa no respeito na promo o e na prote o dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais das pessoas com defici ncias intelectuais Preservar cuidadosamente sua dignidade e integridade f sica moral e psicol gica por meio da cria o e da conserva o de condi es sociais de libera o e n o estigmatiza o 356 No mesmo sentido cabe s Pessoas com Defici ncia Intelectual e suas fam lias tomar a consci ncia de que eles t m os mesmos direitos e liberdades que os outros seres humanos de que eles t m o direito a um processo legal e que t m o direito a um recurso jur dico ou outro recurso eficaz perante um tribunal ou servi o jur dico p blico para a prote o contra quaisquer atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos por leis nacionais e internacionais Tornarem se seguros de que participam do desenvolvimento e da avalia o cont
548. sobre elas at o presente visto que se pretende alinhavar por meio delas e do fio condutor da Hist ria os sistemas jur dicos gerados segundo as Declara es Internacionais de Direito que repercutem sem sombra de d vida no momento da fixa o dos princ pios norteadores da aplica o das diversas disciplinas legais A Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de Paris embora n o se esperasse inicialmente tornou se universal ao estabelecer as liberdades civis e pol ticas b sicas como o princ pio da isonomia o princ pio da 41 legalidade o princ pio da propriedade o princ pio do devido processo legal enfim das liberdades p blicas e da participa o pol tica A Declara o Universal dos Direitos Humanos a seu turno evidencia 159 anos depois da primeira que n o basta uma afirma o de igualdade de todos perante a lei sendo necess ria a consagra o da id ia de que qualquer pessoa que exista como tal det m naturalmente direitos inalien veis que devem ser pautados pela busca da afirma o da dignidade de todos o que n o pode prescindir de instrumentos operados pelo Estado e pela sociedade para que condi es m nimas que incluem moradia vestu rio alimenta o educa o sa de atuem como direito inerente a cada cidad o e que o tratamento discriminat rio excludente que segrega minorias deve ser banido exigindo se por sua vez a es repressivas e de instiga o social efetiva
549. solutamente necess ria a supera o da normatividade tradicional feita essencialmente pelo Estado via Poderes Legislativo e Judici rio Em uma sociedade marcada pela pluralidade de interesses e pela complexidade a juridicidade emerge de v rias formas do agir comunit rio pela via de processos sociais auto regul veis provenientes de grupos volunt rios comunidades associa es e organiza es sociais sempre na busca de uma efetiva o das necessidades destes segmentos A constru o de uma juridicidade alternativa al m da estatal em sintonia com a proposta pluralista nos parece um caminho sem volta em que crescer a import ncia dos movimentos sociais Os movimentos sociais contempor neos dotados de posturas reivindicat ria contestat ria e participativa refletem bem esta tend ncia sempre na busca da satisfa o das necessidades humanas fundamentais e como rea o ao alto grau de exclus o social nas sociedades perif ricas da qual faz parte o Brasil Aqui uma coloca o se faz necess ria Os movimentos sociais s o leg timos e apenas refletem o alto grau de exclus o da sociedade brasileira contudo n o podem se distanciar da causa que os motiva sob pena de perder esta mesma legitimidade confundindo sua bandeira de luta com prop sitos totalmente alheios Assim se o Movimento Sem Terra MST possui legitimidade para denunciar a exist ncia de latif ndios improdutivos e pressionar democraticamente pela refor
550. spectivos tratados constitutivos 4 As disposi es dos tratados que regem a Uni o Europ ia e as normas emanadas das suas institui es no exerc cio das respectivas compet ncias s o aplic veis na ordem interna nos termos definidos pelo direito da Uni o com respeito pelos princ pios fundamentais do Estado de direito democr tico 271 O pre mbulo da Carta Pol tica portuguesa descreve as circunst ncias hist ricas revolucion rias que propiciaram a Constitui o e prop e a meta da constru o de um Estado socialista fundado na liberdade nos direitos fundamentais e na democracia 306 Como se v as disposi es referentes s pol ticas p blicas conforme requisitos m nimos fixados pela Comunidade Europ ia fazem se lei instantaneamente no Estado portugu s o que refor a o privil gio que se atribui aos direitos fundamentais tanto na ordem interna quanto na externa Para implementar esses des gnios constitucionais o art 9 da Constitui o determina que o Estado deve b Garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princ pios do Estado de Direito Democr tico d Promover o bem estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses bem como a efetiva o dos direitos econ micos sociais culturais e ambientais mediante a transforma o e moderniza o das estruturas econ micas e sociais Deste modo o Estado portugu s assume uma
551. ss ria a sua intera o pela cr tica jur dica com outras express es do jur dico O pluralismo jur dico quando trabalhado como instrumento operacionalizante de aglutina o e forma o cr tica junto aos estudantes de direito deve valorizar a intera o entre o plano institu do o plano da jurisdicionalidade emanada do Estado e o plano das pr ticas pluralistas campo da racionalidade material O abandono desta intera o por um lado contribui para a forma o de juristas desvinculados das quest es concretas que envolvem o problema social e por outro contribui para formar grandes te ricos e conhecedores das quest es sociais mas com pouca forma o t cnica Neste sentido ao superarem o embate pluralismo versus monismo a teoria cr tica e a perspectiva pluralista devem contemplar o fen meno jur dico levando em conta as especificidades dos tr s planos da racionalidade racionalidade jur dica normativa racionalidade jur dica formal e racionalidade jur dica material A rela o indissoci vel entre estes tr s planos condi o primeira para o trabalho de uma teoria cr tica bem como para a implanta o de um projeto de emancipa o 169 passarem a ser levadas em conta quando das decis es judiciais Enfoca neste particular a quest o relevante da equidade em quanto valor de justi a levado ao lit gio concreto Esta atua o compensat ria por parte do Estado justifica as cotas para pessoas com def
552. sse a prevalecer Quebra da isonomia de tratamento com rela o aos demais usu rios do sistema p blico de sa de ao se privilegiar um nico cidad o em detrimento dos demais causando problemas or ament rios e comprometendo a gest o coletiva dos recursos Com efeito apesar de respeitarmos as opini es em sentido contr rio o que pr prio da dial tica inerente ao direito nos filiamos corrente que preconiza a necessidade emergencial de mudan a de foco por parte dos operadores do direito de uma vis o mais human stica e social quando da aplica o da norma ao caso concreto e de uma aplica o respons vel que leve em conta a realidade social brasileira Vedar o acesso de um cidad o carente Justi a que muitas vezes j passou por uma verdadeira via crusis at conseguir bater porta do Estado Juiz ao argumento de que determinada BRASIL Superior Tribunal Federal loc cit Cf Recurso Extraordin rio 273 834 Relator Min Celso de Melo Revista de Direito Administrativo n 222 pp 248 253 SAO PAULO Estado BRASIL Tribunal de Justi a 2 C mara de Direito P blico Al n 42 530 5 4 Relator Des Alves Bevilaqua Julgado em 11 nov 1997 Dispon vel em lt www tj sp gov br gt Acesso em 25 jul 2009 S O PAULO Estado BRASIL Tribunal de Justi a 92 C mara de Direito P blico Al n 48 608 5 4 Relator Des Rui Cascaldi Julgado em 11 fev 1998 Dispon vel em lt www tj sp gov br gt Ace
553. ssional incentivar a pesquisa e o desenvolvimento tecnol gico de todas as reas do conhecimento relacionadas pessoa com defici ncia Essa lei atribuiu ao Minist rio P blico a defesa dos interesses coletivos e difusos das pessoas com defici ncia com a possibilidade de se ingressar com a o civil p blica e instaurar inqu rito civil Tamb m tipificou como crime as condutas que obstem ou neguem injustificadamente o acesso de algu m a qualquer cargo p blico emprego ou trabalho por motivos derivados de sua defici ncia 274 Por fim essa lei reestruturou como rg o aut nomo a Coordenadoria Nacional para a Pessoa Portadora de Defici ncia CORDE que tem como fun es coordenar a es elaborar planos programas e projetos acompanhar sua implanta o coordenar com Estados Munic pios Territ rios Distrito Federal e Minist rio P blico as a es destinadas integra o social acompanhar contratos e conv nios promover e incentivar a divulga o e o debate das quest es concernentes pessoa com defici ncia visando conscientiza o da sociedade entre outras atribui es Com base nessa lei e no art 227 da Constitui o Federal em 1999 o STJ RO MS 9613 de S o Paulo Brasil 1 T tendo como Relator o Min Jos Delgado concede mandado de seguran a em favor de deputada estadual deficiente f sica para que sejam criadas condi es materiais com a reforma da tribuna de modo a permitir acesso e e
554. sso em 21 set 2008 DECLARA O DE QUITO REDE SACI Solidariedade Apoio Comunica o e Informa o Dispon vel em lt http www saci org br index pnp modulo materia8parametro 5116 gt Acesso em 20 set 2008 EUA REHABILITATION ACT 1973 US CODE Title 29 Chapter 16 Subchapter V Cornell University Dispon vel em lt http assembler law cornell edu uscode html uscode29 usc sup 01 29 10 1 6 20 V html gt Acesso em 20 jan 2009 EUA THE AMERICANS WITH DISABILITIES ACT ADA 1990 US CODE Title 42 Chapter 126 Cornell University Dispon vel em lt http fatty law cornell edu uscode html uscode42 usc sup 01 42 10 126 htm I gt Acesso em 19 jan 2009 HONDURAS C digo del Trabajo Decreto 189 59 de 15 de julho de 1989 Honduras Congreso Nacional Dispon vel em lt http www congreso gob hn constitucionesycodigos codigos codigodeltrabajo pdf gt Acesso em 17 jan 2009 427 HONDURAS Constituci n de la Rep blica de Honduras de 1 de janeiro de 1982 Honduras Congreso Nacional Dispon vel em lt http www congreso gob hn constitucionesycodigos honduras 1982 paf gt Acesso em 17 jan 2009 LEI N 10 098 de 19 de dezembro de 2000 Regulamenta o da acessibilidade Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 leis L10098 htm gt ltimo acesso em 19 out 2011 LEI N 10 098 de 19 de dezembro de 2000 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 leis L10
555. sso em 25 jul 2009 160 formalidade processual n o foi atendida a despeito de ser legal pois se adequa ao direito positivo n o se afigura como sendo honesto e muito menos tico A este respeito oportuna a lembran a ao julgamento de Nuremberg em que os oficiais nazistas invocaram como principal argumento de defesa o cumprimento literal do direito positivo alem o em vigor poca Al m disso invocaram tamb m o estrito cumprimento de dever legal na medida em que se limitaram a obedecer aos comandos vindos diretamente do Estado Maior Nazista Ora a despeito desta boa argumenta o defensiva e da pr pria plausibilidade da tese prevaleceu o entendimento de que as disposi es de direito positivo n o podem violar preceitos maiores origin rios do pr prio direito natural e que inclusive dispensam expresso reconhecimento pelo direito positivo de determinado Estado Desta forma os atentados dignidade humana das v timas do nazismo teve severa puni o com alicerce em normas n o escritas provenientes de um direito n o escrito mas eterno que paira sobre todo e qualquer ordenamento jur dico positivado Resta portanto patente a insufici ncia do direito positivo para reger as sociedades humanas Uma rela o mais estreita com o direito natural e com seus postulados garantia de maior equidade na aplica o das normas jur dicas e na solu o das lides Cabe contudo a ressalva de que a prescindi
556. ssoa com defici ncia O conceito de pessoa com defici ncia estabelecido na lei agora tamb m aplic vel aos cargos p blicos em vista da revoga o da Lei n 9 89 consiste em Art 2 No o Considera se pessoa com defici ncia aquela que por motivo de perda ou anomalia cong nita ou adquirida de fun es ou de estruturas do corpo incluindo as fun es psicol gicas apresente dificuldades espec ficas suscept veis de em conjuga o com os fatores do meio lhe limitar ou dificultar a atividade e a participa o em condi es de igualdade com as demais pessoas Importante especificar que o conceito de pessoa com defici ncia engloba aspectos fisiol gicos psicol gicos mentais f sicos sensoriais e sociais A express o final do dispositivo contempla a inser o social da pessoa em raz o de limita o cong nita ou adquirida Busca deste modo assegurar igualdade de oportunidades permanentes que se implementam por meio de pol ticas de constante acompanhamento da vida e da cidadania dessas pessoas conforme consagra o art 3 Os arts 4 a 15 tratam dos princ pios fundamentais que pautam a pol tica referente s pessoas com defici ncia que s o os princ pios da singularidade cidadania n o discrimina o autonomia informa o participa o globalidade qualidade primado da responsabilidade p blica transversalidade coopera o e solidariedade Sintetizam se tais princ pios em quatro vertente
557. sta forma voltando se o foco especificamente para o direito brasileiro pode se perceber que os princ pios n o v m tendo ao longo da evolu o do direito nacional a devida import ncia sist mica que de fato possuem A lei de DWORKIN Ronald Freedom s law the moral reading of the american constitution Cambridge Massachusetts Harvard University Press 1996 ALEXY Robert Teor a de la argumentaci n jur dica Madrid Centro de Est dios Constitucionales 1989 CRISAFULLI Vesio La constituzione e le sue disposizioni di principio Milano Giuffr 1952 DWORKIN op cit p 37 claro que a leitura moral encoraja advogados e ju zes a lerem uma constitui o abstrata luz do que eles consideram justo De que outra forma eles poderiam responder s quest es morais que a constitui o abstrata lhes formula N o surpresa ou ocasi o para constrangimentos ou suspei es que uma teoria constitucional reflete uma inst ncia moral Seria ocasi o para surpresa e para o rid culo se fosse diferente Somente uma forma de positivismo jur dico inacreditavelmente rude uma forma abdicada pelo mais importante positivista deste s culo poderia produzir aquele tipo de isolamento O texto e sua integridade realmente atuam como limites importantes como eu tenho enfatizado ao longo dessa discuss o Mas embora esses limites moldem e limitem o impacto das convic es acerca de justi a eles n
558. sta sociedade mudaremos as a es do Estado para com as minorias Isto uma quest o de educa o cada cidad o tem de ser agente da cidadania N o custa enfatizar pessoas com defici ncia s o cidad os Tenho autoridade para alertar e afirmar que qualquer pessoa que hoje se considera normal amanh pode vir a ser uma pessoa com defici ncia como aconteceu comigo n o nasci assim Quando temos um olhar inclusivo sinal de que queremos fazer um mundo melhor As pessoas com defici ncia s o as sentinelas das mudan as sociais Garantir o cumprimento das leis de prote o pessoa com defici ncia fundamental para inclus o social O momento apropriado pois a sociedade est desperta sens vel s mudan as e estamos vivendo a era da inclus o De acordo com o Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE 14 5 da popula o brasileira quase 25 milh es de pessoas apresentam algum tipo de defici ncia o que nos surpreende pelo fato de que n o h tanto alarde como presenciamos em outras minorias por exemplo os sem terra ndios afros descendentes 13 A nica explica o qual se pode chegar de que os deficientes n o conquistaram ainda sequer o direito de ir e vir um direito e garantia fundamental disposto na Constitui o Federal Brasileira em seu Art 5 Inciso XV Quando violado age diretamente contra a inclus o social das pessoas com defici ncia feri
559. staque a atua o do Minist rio P blico do Trabalho na promo o da igualdade de oportunidades para as pessoas com defici ncia no mercado de trabalho Em parceria com o Minist rio do Trabalho e Emprego com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS Corde MJ e com a sociedade civil organizada o Minist rio P blico est conseguindo fazer cumprir a reserva legal de vagas como tamb m conscientizar o empresariado sobre os potenciais das pessoas com defici ncia e a necessidade de se investir em sua forma o adequada Segundo a publica o do Instituto Ethos distribu da gratuitamente aos seus associados o que as Empresas podem fazer pela Inclus o das Pessoas com Defici ncia a contrata o apenas uma das etapas da inclus o da pessoa com defici ncia na empresa A perman ncia no cargo requer outras medidas tamb m importantes N o excluir as pessoas com defici ncia do conv vio com o restante da empresa e n o isol las em setores criados para deficientes s o medidas fundamentais para que ocorra um real processo de inclus o Buscar trazer a diferen a para dentro da empresa combatendo o preconceito e reconhecendo a igualdade essencial entre as pessoas uma atitude que faz parte da postura tica a ser adotada como valor e pr tica nos neg cios Em todo o mundo cresce a consci ncia de que a inclus o dessas pessoas uma quest o de tica cidadania e redu o da desigualdade social e as empresas podem ajuda
560. ste posicionamento especialmente ao reconhecer a dignidade humana como valor m ximo tutelado pelo Estado brasileiro A partir desse novo contexto infere se com certa facilidade que a dignidade do homem objetivo m ximo a ser alcan ado pelo Estado e pela sociedade exige possibilidade de abertura para o reconhecimento de novos direitos e traz nsita a necessidade de certas garantias b sicas a esses direitos Nos parece inquestion vel que ao admitir textualmente na cita o acima referida a dignidade humana como sendo o objetivo m ximo a ser alcan ado pelo Estado e pela sociedade a professora Suzana reconhece a dignidade humana como valor proeminente em nosso ordenamento jur dico como valor m ximo tutelado pela nossa Constitui o 103 Esse princ pio da proporcionalidade novo na doutrina constitucionalista tem servido de fato como vetor orientador do int rprete constitucional Na verdade foi da experi ncia concreta t pica dos casos interpretados nos quais surgiram conflitos de princ pios que a doutrina p de extrair lhe a ess ncia para declar lo existente e chegando como visto ao status de princ pio constitucional expresso a Desta forma pela aplica o do princ pio da proporcionalidade deve o int rprete buscar a solu o do conflito priorizando se um deles e procurando desrespeitar o princ pio exclu do o m nimo poss vel e sem jamais ferir sua ess ncia Com esta aplica o pretende s
561. stitucional Alem o em que se apresentavam em aparente conflito o direito do Estado de punir o transgressor da lei penal e os limites de buscas de adiantamos o princ pio da proporcionalidade deve ser tido como origin rio desse outro da dignidade 107 MORO S rgio Fernando Jurisdi o constitucional como democracia S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 pp 199 200 Vejamos O que deve ser criticado a vulgariza o de sua utiliza o O controle da razoabilidade deve ser considerado como ltimo recurso a ser utilizado na argumenta o jur dico constitucional apenas quando n o for poss vel resolver o problema constitucional por meio de m todos ou crit rios mais precisos de interpreta o O emprego do devido processo legal e do princ pio da proporcionalidade demanda outrossim fundamenta o robusta n o bastando sua utiliza o como mero slogan 106 provas associado a quest es de sa de e integridade f sica do acusado para alicer ar esta pretensa condena o A Corte m xima da Justi a brasileira o Egr gio Supremo Tribunal Federal tamb m tem se utilizado do princ pio da proporcionalidade para revisar os atos provenientes do Poder Legislativo Na obra acima referida S rgio Fernando MORO transcreve dois exemplos que bem ilustram a situa o concreta do uso da razoabilidade e da proporcionalidade no dia a dia forense O referido autor cita decis o do STF que suspendeu liminarme
562. sto de vida o n vel de desenvolvimento das for as produtivas as exig ncias da estabilidade econ mica e financeira e a acumula o para o desenvolvimento b A fixa o a n vel nacional dos limites da dura o do trabalho c A especial prote o do trabalho das mulheres durante a gravidez e ap s o parto bem como do trabalho dos menores dos diminu dos e dos que desempenhem atividades particularmente violentas ou em condi es insalubres t xicas ou perigosas d O desenvolvimento sistem tico de uma rede de centros de repouso e de f rias em coopera o com organiza es sociais e A prote o das condi es de trabalho e a garantia dos benef cios sociais dos trabalhadores emigrantes f A prote o das condi es de trabalho dos trabalhadores estudantes Mas o corol rio constitucional do direito das pessoas com defici ncia revela se no art 71 que pela import ncia ser transcrito integralmente Artigo 71 Cidad os portadores de defici ncia 1 Os cidad os portadores de defici ncia f sica ou mental gozam plenamente dos direitos e est o sujeitos aos deveres consignados na Constitui o com ressalva do exerc cio ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados 2 O Estado obriga se a realizar uma pol tica nacional de preven o e de tratamento reabilita o e integra o dos cidad os portadores de defici ncia e de apoio s suas fam lias a desenvolver uma pedagogia que s
563. strativos s Pessoas com Defici ncia Dentro deste t pico ainda existe outro ponto inquestion vel o de que as pessoas com defici ncia que mais dependem de uma atua o positiva do 187 BARCELLOS Ana Paula de op cit pp 291 292 J se pode ver que a quest o n o simples Decerto caber ao Poder P blico decidir democraticamente sob que forma a assist ncia aos desamparados dever ser prestada embora esteja obrigado a oferec la de algum modo A efic cia positiva ou sim trica das normas constitucionais que cuidam do tema est no fato de que poss vel exigir judicialmente do Estado ao menos os bens em quest o in natura isto o Estado deve dispor de um estabelecimento no qual as pessoas necessitadas possam se abrigar noite assim como de alguma forma de programa de alimenta o e vestu rio para esses indiv duos ou se assim preferir de alguma estrutura equivalente O vital que os desamparados tenham onde obter socorro seja atrav s da presta o direta pelo Estado de conveniados do Poder P blico de vales ou de qualquer outra maneira que a intelig ncia pol tica possa imaginar dif cil imaginar que algu m em tamanho grau de desamparo tenha informa o suficiente e condi es de ingressar em ju zo A tutela coletiva atrav s do Minist rio P blico ou de associa es como j se mencionou ao tratar da educa o e da sa de b sica desempenhar um papel mais relevante neste particular
564. t o No primeiro documento temos que o deficiente mental deva gozar no m ximo grau poss vel dos mesmos direitos dos demais seres humanos sendo considerado que a integra o social deste essencial n o s ao seu pr prio bem estar como tamb m a sociedade em geral 8 Declara o de Direitos do Deficiente Mental Artigo 1 Dispon vel em lt http www cedipod org br w6dddm htm gt Acesso out 2007 44 A Declara o dos Direitos das Pessoas Portadoras de Defici ncias aprovada pela Assembl ia Geral das Na es Unidas em 1975 proclama em seu artigo 6 que a pessoa portadora de defici ncia tem o direito forma o e readapta o profissional Seguindo nesta linha o artigo 7 reconhece o direito na medida de suas possibilidades a obter e a conservar um emprego e a exercer uma ocupa o til produtiva e remunerada O reflexo de tais conquistas no mbito internacional ocorreram nas legisla es dos Estados signat rios inclusive no Brasil e em 1978 a Emenda Constitucional n 12 disp s Artigo nico assegurada aos deficientes a melhoria de sua condi o social e econ mica especialmente mediante educa o especial e gratuita II assist ncia reabilita o e reinser o na vida econ mica e social do Pa s III proibi o de discrimina o inclusive quanto admiss o ao trabalho ou ao servi o p blico e a sal rios IV possibilidade de ac
565. ta PCANOTILHO J J Gomes e MOREIRA Vital Constitui o da Rep blica Portuguesa Anotada apud ARAUJO Ant nio de Cidad os Portadores de Defici ncia O seu lugar na Constitui o da Rep blica Editora Coimbra 2001 pp 19 20 24 RAZ Joseph The morality of freedom apud ARA JO Ant nio de op cit p 114 313 de um m dico de um leigo de uma pessoa caritativa de um profissional de direito ou de gest o Express es como acometido por defici ncia pessoa fisicamente diminu da inv lida incapaz aleijada e tantas outras enfocam o aspecto excludente da defici ncia que pode efetivamente negar direitos ou assegur los de forma meramente assistencial Na verdade a defini o implica o poder de captar a realidade do objeto definido segundo a tica de quem define e esta no caso da pessoa com defici ncia tem sido curiosamente alterada conforme se alternem os ngulos da vis o pol tica que analisa a quest o A sociedade inclusiva plenamente cidad e acolhedora das diversidades humanas acolhe as apenas como refer ncia n o como elementos distintivos de direitos ou de deveres nem como refer ncia para a tomada de medidas de prote o negativa ou afirmativa 14 3 2 O Direito Espanhol Antes de exponer los hitos m s relevantes del tratamiento jur dico de la protecci n de las personas con discapacidad conviene partir de una aproximaci n come an
566. ta contempor neo direcionando o para uma vis o mais humanista e solid ria A crise entre o direito oferecido pelo Estado e a efic cia social dessas normas vem acarretando crescentes questionamentos acerca da limita o do direito ao direito produzido pelo Estado H a necessidade de se superar a dogm tica tradicional j exaurida e socialmente ineficaz Novos questionamentos tendem a surgir de forma cada vez mais veemente na tentativa de se buscar outros pontos de legitimidade para o direito que n o mais pode se resumir ordem vigente e imposta pelo Estado A pr pria quest o da legitimidade e da capacidade postulat ria em ju zo por n s j abordada no t pico anterior somente confirmam a urg ncia de uma ampla discuss o a respeito A defesa r gida e intransigente do instituto da capacidade postulat ria em Ju zo em uma estrutura procedimental absolutamente incompat vel com a sociedade contempor nea e tamb m com o alto grau de exclus o da sociedade brasileira colocam em cheque a credibilidade de todo um sistema positivado de garantias A defesa r gida de procedimentos legais e de institutos voltados a este fim em um Estado que garanta a real possibilidade de acesso Justi a seja de que forma for por Defensorias P blicas institu das por conv nios com a Ordem dos Advogados do Brasil OAB que realmente funcionem ou mesmo de sua funcionalidade e de sua efic cia por essa raz o que se col
567. ta da Seguridade Social 2 3 A Imunidade Tribut ria como Fator de Aux lio Inclus o Social da Pessoa com Defici ncia Nesse ponto procuraremos mostrar que a imunidade tribut ria de equipamentos e produtos destinados a melhoria das condi es de vida da pessoa com defici ncia poderia ser entendida de maneira semelhante ao que j ocorre com ve culos adquiridos por pessoas com defici ncia f sica Em nosso entendimento um salto qualitativo importante para melhorar as condi es de vida das pessoas com defici ncia de modo geral e impulsionar o processo de inclus o seria facilitar o acesso a equipamentos e tecnologia como ocorre por exemplo com a aquisi o de ve culo LEITE Celso Barroso Considera es sobre a Previd ncia Social Revista de Previd ncia Social Editora LTr setembro de 1998 n mero 214 p 730 63 A compet ncia para tributar e para isentar cabe ao poder legislativo Portanto vale lembrar que ao legislador compete dimensionar a carga tribut ria em fun o da essencialidade do produto obedecendo ao crit rio de seletividade 1 Em outras palavras produtos considerados essenciais devem ter menor tributa o Ora claro est que h uma s rie de produtos destinados s pessoas com defici ncia que poderiam gozar de menor tributa o ou mesmo produtos que poderiam ser adaptados para o uso Assim como MARANH O entendemos que produtos ortop dicos pr teses equipamento
568. tanto uma conduta positiva do Estado assim entendida porque deve esse mesmo Estado imantar suas a es para o p lo do equil brio dos pratos na balan a da justi a social Caracterizam se normalmente por presta es positivas diferentemente das medidas que um dia forjaram direitos individuais em poca que se exigia do Estado uma postura de absten o para permitir o livre fluxo das liberdades individuais Essa dicotomia entre direitos de ndole positiva e de ndole negativa concernentes os primeiros aos direitos sociais e os ltimos aos direitos fundamentais individuais n o se afigura absoluta como bem observa Robert ALEXY ao ressaltar que a efetiva o dos direitos sociais acarreta um feixe de posi es nem sempre t o precisas que orbitam tanto na esfera normativa quanto na esfera f tica e que podem implicar a es e absten es estatais sendo portanto direitos de defesa de prote o de procedimento ou de presta o Exemplifica tal afirma o com o Direito Ambiental que enseja todas essas formas de manifesta o O Estado deve por vezes impedir determinadas condutas que poluam o meio ambiente por outras o Estado deve proteger titulares de direitos em face da a o de terceiros que agridam o meio ambiente por outras ainda o Estado deve criar procedimentos e estimular a participa o dos cidad os nesses mesmos procedimentos em defesa tanto dos direitos subjetivos individuais quanto dos coleti
569. tanto urbano quanto rural com igualdade de oportunidades e de remunera o Regra 8 Garantia de Rendimentos e Seguran a Social itens 1 a 7 sugere a a o estatal no sentido de assegurar previd ncia social e renda m nima assistencial s pessoas com defici ncia Regra 9 Vida familiar e Integridade Pessoal itens 1 a 4 exorta para a edi o de leis que preservem o direito vida familiar ao casamento sexualidade e integra o social e plena da pessoa com defici ncia Regra 10 Cultura itens 1 a 3 na mesma tica a presente regra estimula a participa o cultural das pessoas com defici ncia em condi es de igualdade com todos os cidad os Regra 11 Lazer e Desporto itens 1 a 5 o princ pio dominante centra se no est mulo estatal ao lazer e ao desporto dirigido a pessoas com defici ncia por meio de acesso a equipamentos e locais adaptados Regra 12 Religi o est mulo estatal para a 363 participa o das pessoas com defici ncia em atividades de ndole religiosa desenvolvidas nas comunidades O t tulo Ill versa sobre as Medidas de Aplica o Compreende as regras 13 a 22 cujos teores sintetizam se nas seguintes diretrizes gerais cabe aos estados escolher e divulgar informa es adequadas com rela o s pessoas com defici ncia estabelecer pol ticas p blicas planejadas em rela o s pessoas com defici ncia todos os requisitos acima sugeridos devem ser implementados por meio de legisl
570. te o e integra o social estabelecendo compet ncia concorrente para legislar da Uni o Estado e Distrito Federal 4 art 37 inc VIl estabelece normas para admiss o do portador de defici ncia pelo Poder P blico 5 art 203 inc IV estabelece Assist ncia Social com o papel de promover a habilita o e reabilita o 6 art 203 inc V garante o benef cio mensal equivalente a um sal rio m nimo 7 art 208 estabelece o ensino especializado para o portador de necessidades especiais 8 art 227 1 cria o de programas especializados de assist ncia sa de 9 art 227 8 2 estabelece garantias de acessibilidade com rela o locomo o e acesso 10 art 244 estabelece garantias de acessibilidade com a adapta o de logradouros edif cios e ve culos para transporte coletivo No caso de concurso p blico a administra o p blica direta indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios reservar percentual dos cargos e empregos p blicos para as pessoas com defici ncia e definir os crit rios de sua admiss o art 37 inc VIII A Constitui o Federal regula que a assist ncia social ser prestada a quem dela necessitar independente de contribui o seguridade social e tem por objetivos a habilita o e a reabilita o das pessoas com defici ncia e a promo o de sua integra
571. te o social vigentes no mundo Tem como pressuposto que o poder p blico devia assegurar a eficaz prote o ao povo n o se limitando sua abrang ncia apenas aos trabalhadores Foi mesmo com a Segunda Guerra Mundial que a quest o da pessoa com defici ncia ganhou vulto e novos rumos Essa guerra colocou em pauta o interesse pela reabilita o e emprego por um lado em virtude do grande n mero de mutilados de guerra que pressionavam por uma pol tica s ria no sentido de reabilit los para o mercado de trabalho por outro lado em virtude da press o dos civis pessoas com defici ncia que desejavam permanecer ativos uma vez que haviam ocupado com bons resultados os postos vagos na ind stria com rcio e servi os deixados por aqueles que haviam sido convocados Resultado disso a Recomenda o n 71 da Confer ncia Internacional do Trabalho de 1944 sugere aos pa ses membros que criem condi es de trabalho para as pessoas com defici ncia independentemente da origem da sua defici ncia facilitando a forma o profissional a reeduca o funcional e profissional e coloca o em emprego til retomada e ampliada atrav s da Recomenda o n 99 em 1955 no Conv nio n 159 1984 e na Recomenda o n 168 Em 1975 a Organiza o das Na es Unidas ONU aprovou a Declara o dos Direitos das Pessoas Portadoras de Defici ncia Em 1992 a Assembl ia Geral das Na es Unidas estabeleceu um dia do ano como Dia
572. te sentido Qualquer pessoa independentemente de ser brasileira ou n o de ser eleitora ou n o de estar com impostos atrasados ou n o tem direito a um atendimento digno na rea da sa de p blica Talvez seja nesta seara da sa de p blica que exista a maior incid ncia da no o de dignidade humana na presta o do servi o pelo Estado A condi o de vulnerabilidade da pessoa com defici ncia que precisa de um servi o m dico algo incontest vel A sensa o de impot ncia diante de um sistema da sa de que beira ao caos transfere de certa forma para os operadores do direito uma dose de responsabilidade com a pergunta o que fazer em termos jur dicos para que o Estado brasileiro efetivamente cumpra a Constitui o com rela o presta o de servi os de sa de 133 consenso que ningu m fica doente por que quer ou que ningu m escolhe o tratamento de que precisa Tamb m ningu m escolhe o rem dio mais caro para seu tratamento por desejo pr prio O que deve nortear a rea da sa de p blica a op o respons vel do m dico de acordo com as op es dispon veis em termos de recursos cient ficos Entendemos ser absolutamente inconstitucional a limita o de cotas para atendimentos e Autoriza o de Internamento Hospitalar AIH exig ncia de percentuais para cesarianas indu o dos m dicos para o parto normal sob pena de n o pagamento dentre in meras outras situa es que jamais poderiam ser
573. tes Os Estados Partes dever o tomar medidas efetivas e apropriadas para eliminar a discrimina o contra pessoas com defici ncia em todos os aspectos relativos a casamento fam lia paternidade natural ou ado o e relacionamentos em igualdade de condi es com as demais pessoas Caso a fam lia imediata de uma crian a com defici ncia n o tenha condi es de cuidar dela fazer todo esfor o para que cuidados alternativos sejam oferecidos por outros parentes e se isso n o for poss vel por uma fam lia da comunidade Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com defici ncia a um padr o adequado de vida para si e para suas fam lias inclusive alimenta o vestu rio e moradia adequados bem como melhoria constante de suas condi es de vida e dever o tomar as provid ncias necess rias para 371 salvaguardar e promover a realiza o deste direito sem discrimina o baseada na defici ncia Cria o de um Comit dos Direitos das Pessoas com Defici ncia para acompanhar a aplica o das normas estabelecidas pela Conven o O Comit ser composto por membros dos Estados participantes desta Conven o e ter toda a estrutura f sica fornecida pela ONU Para que a Conven o Internacional dos Direitos das Pessoas com Defici ncia passe a vigorar internamente necess rio que o texto seja submetido ao processo de ratifica o mediante aprova o do Congresso Nacional san o do Presid
574. tivas e fiscaliza o obedi ncia das leis Este programa lan ado pelo Minist rio das Cidades desenvolver a es para a garantia da acessibilidade nos sistemas de transporte e circula o de vias p blicas para as pessoas com restri o de mobilidade idosos crian as gestantes e obesos al m de pessoas com defici ncia No entanto h que se refor ar para todos os segmentos da sociedade que a acessibilidade abrange uma dimens o muito maior do que a simples adapta o de espa os f sicos A quest o de suma import ncia neste Programa Nacional o fato de o mesmo prever o desenvolvimento de a es com campanhas educativas Somente programas e leis n o garantem a efetiva acessibilidade A fiscaliza o 222 JPT 33 anos parapl gico desde os 15 anos entrevistado na cidade de Pelotas em 13 de junho de 2003 Um deficiente por mim entrevistado narrou que cliente de determinado estabelecimento banc rio o qual possui v rias ag ncias e somente uma delas possui acesso nas demais tem de ficar esperando na cal ada pelo atendimento E mais disse ele embora conste uma placa dizendo que tenho prefer ncia no atendimento fico parado na fila e se o caixa do banco n o me chamar as pessoas da fila n o me d o vez se reclamo ficam com cara feia e o pessoal que trabalha no banco nem se d conta de que estou na fila muitas vezes em dificuldade porque preciso esvaziar o coletor de urina que est cheio 234
575. to constitucional e teoria da constitui o Coimbra Almedina 2004 pp 262 263 TOLEDO BARROS Suzana de loc cit O princ pio da proporcionalidade tem por conte do os sub princ pios da adequa o necessidade e proporcionalidade em sentido estrito Entendido como par metro a balizar a conduta do legislador quando estejam em causa limita es a direitos fundamentais a adequa o traduz a exig ncia de que os meios adotados sejam apropriados consecu o dos objetivos pretendidos o pressuposto da necessidade exige que a medida restritiva seja indispens vel conserva o do pr prio ou de outro direito fundamental e que n o possa ser substitu da por outra igualmente eficaz mas menos gravosa pela proporcionalidade em sentido estrito pondera se a carga de restri o em fun o dos resultados de maneira a garantir se uma equ nime distribui o de nus 105 RIZZATTO NUNES Luis Ant nio op cit p 54 Vejamos a posi o textual do autor citado verdade que o chamado princ pio da proporcionalidade que serve de instrumento para a resolu o do eventual conflito entre princ pios constitucionais para a doutrina est ligado ao princ pio da igualdade mas como o demonstraremos n o s o mais importante elemento principiol gico constitucional o da dignidade da pessoa humana como conforme j 105 Outro ponto que merece especial destaque a quest o do uso indiscriminado do princ pio da proporcio
576. to deste grupo de pessoas Como tornar eficaz comando de tanta relev ncia para a sociedade brasileira BARCELLOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais o princ pio da dignidade da pessoa humana Rio de Janeiro Renovar 2002 p 26 Ana Paula de BARCELLOS em obra acerca do tema corrobora nosso entendimento ao dispor categoricamente que O registro constitucional veicula a supera o de uma id ia de Estado enquanto fim em si pr prio que o Brasil em alguma medida tamb m vivenciou nos dois per odos ditatoriais do s culo XX substituindo a definitivamente por uma vis o humanista do mundo a dignidade humana hoje um axioma jusfilos fico e al m disso no nosso sistema um comando jur dico dotado de superioridade hier rquica 117 Para responder a estas perguntas que se constituem na ess ncia deste trabalho jur dico imprescind vel se faz a compreens o de que os princ pios jur dicos s o dotados de normatividade independentemente de qualquer outro requisito Para uma melhor an lise conv m reproduzirmos o pensamento de PAULO BONAVIDES ao discorrer sobre a evolu o da normatividade dos princ pios Para o eminente constitucionalista brasileiro a evolu o desta normatividade at o est gio atual passou por tr s per odos o jusnaturalista em que os princ pios situavam se fora do direito em uma dimens o metaf sica a que era conferida diminuta import ncia o posit
577. to dos servi os de reabilita o profissional VIII Reabilita o profissional como parte dos regimes de seguridade social IX Coordenac o Ao delimitar o campo de aplica o das diretrizes sugeridas a Recomenda o define pessoas com defici ncia da seguinte forma toda pessoa cujas possibilidades de obter e conservar um emprego adequado e de nele progredir est o substancialmente reduzidas em raz o de uma defici ncia de natureza f sica ou mental devidamente reconhecida item 1 Estabelece outrossim no item 2 que a reabilita o e a habilita o profissional permitam a uma pessoa com defici ncia obter e conservar um emprego adequado e nele progredir e que se promova assim a integra o ou reintegra o dessa pessoa na sociedade Preceitua que as medidas de reabilita o profissional sejam universais por meio de programas de orienta o e de forma o profissional permanente oferecidas o quanto antes poss vel itens 4 a 6 Quanto parte referente reabilita o profissional e a oportunidades de emprego sugere o princ pio da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres com defici ncia tanto para acesso quanto para 29 Organiza o Internacional do Trabalho OIT Convenios y recomendaciones internacionales del trabajo op cit pp 1 710 1 717 302 conserva o do emprego correspondente a escolha pessoal do interessado itens 7 e 8 O item 9 bastante importa
578. tor lea Destarte apesar de concordarmos com a idealiza o gen rica das pol ticas p blicas democraticamente discutidas n o se pode engessar a classe m dica aniquilando a possibilidade de prescri o de tratamentos espec ficos voltados s peculiaridades de determinadas pessoas com defici ncia Em sede de sa de p blica fatores subjetivos e aleat rios inerentes complexidade do corpo humano n o podem ser desconsiderados A an lise acima deixa esta quest o bastante clara Ao agir de modo fixo pr estabelecido sem margens para circunst ncias imprevistas e aleat rias o Governo gestor da sa de p blica coloca postulados gen ricos e nem sempre verdadeiros acima da dignidade humana e descumpre a Constitui o A revers o deste quadro mais do que apenas necess ria Enquanto a elite do pa s se associa aos planos privados de assist ncia m dica as pessoas com defici ncia geralmente desprovidas de recurso financeiro continuam a morrer ou ter seus males agravados em filas de hospitais p blicos por falta de atendimento ou por falta de condi es m nimas necess rias para a realiza o de cirurgias Defendemos que parcela do or amento da sa de deva ser direcionada para a solu o de casos espec ficos em que tratamentos n o convencionais se constituem nas nicas alternativas 122 GIOSTRI Hildegard Taggesell Erro m dico luz da jurisprud ncia comentada Curitiba Juru 2004 pp 82
579. tos especializado com ambiente e condi es nesse estabelecimento assemelhados ao m ximo aos da vida normal art 4 Tamb m necess rio que tenha assegurado o direito de exercer uma atividade produtiva ou alguma outra ocupa o til art 3 devendo ser protegido de toda explora o e de todo abuso ou tratamento degradante art 6 A Assembl ia Geral da Organiza o das Na es Unidas aprovou e reconheceu a Declara o dos Direitos da Pessoa Deficiente salientando a necessidade n o s de prote o dos direitos mas ainda de assegurar o bem estar e a reabilita o daqueles que est o em desvantagem f sica ou mental bem como desenvolver meios para prevenir defici ncias f sicas e mentais Foi salientado que os meios a serem desenvolvidos abrangem o acompanhamento desde o nascimento at a prote o ao trabalhador com a finalidade de evitar acidentes de trabalho triste realidade causadora de in meros problemas A assist ncia consiste no tratamento e desenvolvimento de meios para que elas possam desenvolver suas habilidades dentro dos variados campos de atividades possibilitando sua integra o vida normal Pela Declara o ficou garantido o direito a tratamento m dico psicol gico e funcional mesmo pr teses e rteses reabilita o m dica e 33 A seguran a econ mica deve ser entendida como a possibilidade de o deficiente receber o suficiente para uma vida digna capaz de prov lo nas suas n
580. tos trabalhistas e sindicais em condi es de igualdade com as demais pessoas Possibilitar s pessoas com defici ncia o acesso efetivo a programas de orienta o t cnica e profissional e a servi os de coloca o no trabalho e de treinamento profissional e continuado Promover oportunidades de emprego e ascens o profissional para pessoas com defici ncia no mercado de trabalho bem como assist ncia na procura obten o e manuten o do emprego e no retorno ao emprego Promover oportunidades de trabalho aut nomo empreendedorismo desenvolvimento de cooperativas e estabelecimento de neg cio pr prio Empregar pessoas com defici ncia no setor p blico Promover o emprego de pessoas com defici ncia no setor privado mediante pol ticas e medidas apropriadas que poder o incluir programas de a o afirmativa incentivos e outras medidas Assegurar que adapta es razo veis sejam feitas para pessoas com defici ncia no local de 272 trabalho Promover a aquisi o de experi ncia de trabalho por pessoas com defici ncia no mercado aberto de trabalho Promover reabilita o profissional manuten o do emprego e programas de retorno ao trabalho para pessoas com defici ncia Nesse cap tulo tratamos da quest o da defici ncia mostrando que o conceito n o e nunca foi homog neo quer tenha sido tratado pela legisla o internacional ou do Brasil Portanto estabelecer par metros e limites para definir quem se enquadra p
581. tra o pol tica burocr tica e hierarquizada A concep o jur dico normativa tipificada pelo car ter abstrato gen rico e institucionalizado tende a harmonizar os diversos interesses conflitantes no bojo da produ o social burgu s capitalista bem como direcionar e manter as diversas fun es do aparelho estatal a servi o de setores hegem nicos do bloco no poder Esse car ter ideol gico pass vel de ser detectado na doutrina positivista n o de forma alguma reconhecido mas ocultado pelo dogmatismo jur dico oficializado N o ser inoportuno lembrar que o monismo jur dico enquanto express o do formalismo dogm tico positivista o fruto da sociedade burguesa j formada ou pelo menos da sociedade em que a burguesia j refor ou suficientemente as suas posi es econ micas e pol ticas O projeto jur dico positivista descartando as an lises de dom nio da pr tica pol tica e das rela es sociais encastelou se em constru es meramente descritivo abstratas e em metodologias mecanicistas assentadas em procedimentos l gico lingu sticos Isso significa que embora a dogm tica jur dica estatal se revele teoricamente resguardada pelo inv lucro da cientificidade compet ncia certeza e seguran a na pr tica intensifica se a gradual perda 172 Dentro desta mesma linha de racioc nio em complementa o ao pensamento acima F bio Konder COMPARATO bem coloca a necessidade de repensarmos o modelo capitalis
582. trar a o de habeas corpus para que o Judici rio avalie a legalidade da pris o de uma pessoa independentemente de crit rios formais com muito mais raz o se poderia admitir a figura da legitimidade excepcional que tutela a pr pria dignidade valor superior liberdade de locomo o Evidentemente esta possibilidade estaria restrita ao contexto do n cleo m nimo e valeria exclusivamente para as pessoas que estivessem em flagrante condi o de n o dignidade O exaurimento do modelo tradicional de direito hoje uma realidade A busca por maior efetividade do sistema normativo o grande desafio da ci ncia jur dica contempor nea Os n veis de exclus o social beiram ao intoler vel e h relativo consenso de que algo efetivamente precisa ser feito A supera o da dogm tica tradicional o primeiro ponto O questionamento do monop lio estatal da produ o jur dica ganha cada dia mais adeptos assim como a proposta pluralista Em uma sociedade contempor nea consumista e massificada em que h excesso de informa o e uma grande pulveriza o de valores n o se pode mais conceber o Estado como centro nico de onde emanam as normas de direito Uma proposta descentralizadora e anti dogm tica em que fundamentos ticos pol ticos e sociol gicos prevale am sobre crit rios t cnico formais o recado deste momento de supera o do positivismo a constata o de que o positivismo jur dico afigura se como sen
583. traremos que de grande import ncia o esfor o do Estado e de n s operadores do direito em prol da inser o desta minoria A lei brasileira por est mulo constitucional estabelece 18 a o afirmativa categ rica nesse sentido fixando cotas de reserva de vagas tanto na esfera p blica quanto na privada O direito de livre express o de ir e vir de votar e ser votado bem como os direitos sociais de educa o habita o trabalho sa de est o at certo ponto conquistados apesar das amea as e insufici ncias constantes em rela o a toda sociedade O grupo das pessoas com defici ncia no entanto deles n o usufrui por causa da inadequa o do Direito e das estruturas f sicas nas cidades e nas empresas para lhes permitir a frui o dessas liberdades e conquistas A par disso assinale se que os direitos sociais e as pr prias liberdades individuais v m sendo francamente agredidas n o s no terceiro mundo como nos pa ses desenvolvidos 19 1 DELIMITA O CONCEITUAL DEFICI NCIA DEFICIENTE OU INCAPAZ 1 1 Defini o O Dicion rio Houaiss 2003 d o seguinte significado palavra deficiente aquele que sofre ou portador de algum tipo de defici ncia Seguimos buscando ent o o significado do substantivo defici ncia O termo deficientia veio do latim para o nosso portugu s significando insufici ncia ou aus ncia de funcionamento de um rg o ou perda de valor falha fra
584. trumentos internacionais vinculantes para um determinado Estado Parte Os arts VIII a XIV tratam dos requisitos formais para vig ncia ratifica o den ncia e publicidade da Conven o 14 7 Outras Declara es e Conven es Relevantes A Resolu o 45 91da Organiza o das Na es Unidas ONU aprovada em 14 12 90 assume especial relev ncia porque certamente influenciar a pr pria Conven o da Guatemala A Resolu o em quest o em 1990 revertera a pol tica de meras declara es ou afirma es de direitos das pessoas com defici ncia para encetar pol ticas concretas e eficazes de inclus o 361 A Organiza o das Na es Unidas preconiza a chamada sociedade inclusiva ou seja aquela que acolhe a diversidade humana e se direciona para as necessidades dos diversos grupos sociais estendendo lhes caminhos e bra os abertos As meras declara es de direitos acabavam por inviabilizar a efetiva inser o porque os meios materiais para a obten o daqueles direitos permaneciam inacess veis ou inexistentes A sociedade inclusiva ao contr rio decorre de pol ticas p blicas regras de compensa o que envolvem transportes barreiras arquitet nicas barreiras atitudinais e cidadania A Resolu o 45 91 define o objetivo no sentido de que at 2010 instale se uma sociedade global para todos Em 1993 a Assembl ia Geral da ONU editou as Regras Gerais sobre Igualdade de Oportunidades para Pessoas com D
585. tulasse a 128 GOMES CANOTILHO J J op cit p 470 Das v rias normas sociais econ micas e culturais poss vel deduzir se um princ pio jur dico estruturante de toda a ordem econ mico social portuguesa todos princ pio da universalidade t m um direito fundamental a um n cleo b sico de direitos sociais minimum core of economic and social rights na aus ncia do qual o estado portugu s se deve considerar infrator das obriga es jur dico sociais constitucional e internacionalmente impostas Nesta perspectiva o rendimento m nimo garantido as presta es de assist ncia social b sica o subs dio de desemprego s o verdadeiros direitos sociais originariamente derivados da constitui o sempre que eles constituam o standard m nimo de exist ncia indispens vel frui o de qualquer direito 131 imediata solu o do problema que poderia ser em ltimo caso at mesmo a determina o de pagamento de escola particular equivalente at a implementa o da vaga Ainda dentro da educa o entendemos que a condi o de analfabeto absolutamente atentat ria dignidade humana da pessoa com defici ncia ou n o Neste sentido seria l cito a qualquer analfabeto deficiente ou n o o exerc cio de direito subjetivo tendente a exigir do Estado a matr cula em curso de alfabetiza o independentemente da idade do interessado Em Munic pios mais carentes e desprovidos de recursos caberia ao Estado
586. u pr prio sustento e moradia raz o pela qual defere lhe a lei o direito de permanecer habitando a resid ncia deixada por seus pais gratuitamente ao que n o poder o se opor seus irm os que com ele poder o coabitar posto serem cond minos do bem Se lhe parece mesmo diante dos argumentos apresentados que h um tratamento desigual entre o filho deficiente e o filho que n o apresente defici ncia que o impossibilite para o trabalho podemos at concordar Mas faz se necess rio lembrar que os desiguais devem ser tratados de forma desigual oferecendo se mais a quem tem menos para tentar equilibrar as diferen as na balan a e se a pessoa com defici ncia encontra se em desvantagem por ter defici ncia que o impe a de trabalhar nada mais justo que garantir lhe ao menos habita o Dessa forma al m dos requisitos Aus ncia dos pais Ser filho com defici ncia Da impossibilidade para o trabalho Acrescentou se o requisito da necessidade para garantir que a vantagem n o v resultar em injusti a para com os demais filhos quando o filho com defici ncia dela n o necessite por possuir habita o pr pria em decorr ncia de doa o ou heran a por exemplo neste momento que precisamos questionar a sociabilidade operabilidade e eticidade do nov ssimo c digo civil j em vigor h 8 anos al m da tecnicidade e generalidade que n o privilegia corporativismos ou quaisquer interesses dessa ou daquela categoria com
587. ubjetivo da pessoa com defici ncia o acionamento judicial do Estado para que pague o tratamento adequado para que se tenha uma qualidade de vida digna Atenta contra a dignidade humana esperar um dois ou at tr s anos em uma fila para a realiza o de um exame de rotina Atenta contra a dignidade de qualquer ser humano esperar meses para a realiza o de uma consulta com um m dico especialista Se uma determinada situa o de sa de foi diagnosticada direito subjetivo da pessoa com defici ncia exigir do Estado provid ncias imediatas para solucionar o problema N o razo vel que uma pessoa continue a assistir ao agravamento de um quadro cl nico porque existem filas porque os leitos est o cheios porque o aparelho quebrou Neste sentido cabe ao Minist rio P blico a Defensoria P blica a OAB as ONG s s associa es e entidades legitimadas a imediata implementa o de uma nova vis o do direito Somente um acionamento sistem tico do Estado na Justi a seria capaz de reverter este quadro desolador A press o l cita eis que feita via Poder Judici rio serviria para minimizar o angustiante sofrimento daquelas pessoas desprovidas de recursos e de assist ncia no momento em que mais precisam Associada a esta quest o imprescind vel se faz uma vis o mais humana e social por parte dos Ju zes E o caminho O caminho come a pela absor o da no o de supremacia do valor dignidade humana conjugado com a segui
588. ue Sanches quebra as guias das cal adas na rea central da cidade Ele afirmou que sempre pede para a prefeitura fazer esse trabalho mas n o atendido J perdi as contas de quantas cadeiras tive de consertar porque n o conseguia descer as cal adas disse Ele afirmou que vai continuar quebrando cal adas enquanto os deficientes tiverem dificuldade de transitar pelo centro A Prefeitura de Campinas informou que est rebaixando as cal adas conforme h disponibilidade de recursos e m o de obra 233 entrem sem grandes dificuldades Apesar das remodela es por m muitas ag ncias ainda n o cumprem integralmente a legisla o o que acaba por gerar algumas situa es desagrad veis Infelizmente ainda n o h um sistema eficiente de fiscaliza o em Pelotas Brasil A acessibilidade crucial para a integra o do deficiente Por todo o Brasil acontecem a es visando a inclus o da pessoa com defici ncia Assim temos em Cuiab Brasil a Ju za Dra Helena Maria Bezerra Ramos proferiu senten a determinando que institui o banc ria abrisse conta corrente para pessoa com defici ncia visual depois que o banco recusou se a faz lo No dia 2 de junho de 2004 um passo importante foi dado com o lan amento do Programa Nacional de Acessibilidade no Plano Plurianual 2004 2007 do governo federal o qual prev a capacita o e especializa o de t cnicos e agentes sociais em acessibilidade campanhas educa
589. ue escreva na face externa do envolt rio que aquele seu testamento cuja aprova o pede ao oficial p blico Nos arts 1962 IV e 1963 IV estabelece se a possibilidade de exclus o do herdeiro necess rio da sucess o por deserda o em caso de desamparo do testador em aliena o mental ou grave enfermidade como no c digo revogado e no art 229 da Constitui o Federal que institui o dever de assist ncia rec proca entre pais e filhos sendo que os pais em rela o aos filhos t m seu dever limitado menoridade sem nenhuma refer ncia car ncia ou defici ncia ou enfermidade enquanto que os filhos t m dever em rela o aos pais a partir do momento em que atingem a maioridade devendo ampar los na velhice car ncia ou enfermidade No que concerne responsabilidade civil mat ria que vem ganhando tamanha proje o na vida moderna que mereceu a inclus o de t tulo pr prio sua disciplina no livro do direito das obriga es os arts 928 932 Il 933 942 par grafo nico 949 950 par grafo nico e 951 fixam regras que tanto estabelecem a responsabilidade civil do incapaz e de seu representante ai inclu do a pessoa com defici ncia em rela o aos danos que provoca a terceiros mesmo que sem culpa quanto os casos em que os terceiros que causem danos aos incapazes inclusive conduzindo os defici ncia f sica ou mental que diminua ou retire sua capacidade para o trabalho dever o reparar o dano
590. ue este determine a tomada de medidas necess rias para a resolu o do caso sempre levando em considera o o princ pio da dignidade humana como valor fonte Uma vez com sua dignidade restaurada a pessoa com defici ncia tem condi es de se qualificar melhor e consequentemente colocar se em uma posi o de igualdade para conseguir adentrar no mercado de trabalho tendo assim sua capacidade intelectual e laboral aproveitada e o n cleo m nimo de sua dignidade restaurado Ou seja se o princ pio da dignidade humana tiver efic cia o aproveitamento da capacidade intelecto laboral tamb m poder ser um instrumento de inclus o social da pessoa com defici ncia a qual deixar de ser um peso para seu Pa s vivendo de assistencialismo marginalizada para produzir e se sentir um cidad o pleno til ao seu Pa s como se a dignidade humana o aproveitamento da capacidade laboral e inclus o social estejam interligados e inter relacionados uns com os outros n o sendo poss vel suas exist ncias individualizadas Conclu mos tamb m que h um olhar mundial para a tentativa de inclus o social das pessoas com defici ncia e de elimina o de todas as barreiras f sicas e atitudenais existentes Muitas conven es e recomenda es s o assinadas com a preocupa o de proteg las o que ainda um dado preocupante pois o processo muito lento n o acompanha a din mica da vida em sociedade Em alguns lugares mais em outros
591. ue nela n o h hierarquia talvez seja a posi o doutrin ria mais c moda e mais simplista mas seguramente n o ser a mais precisa intelectualmente Neste particular manifestamos profundo respeito aos doutrinadores que pensem de modo diverso todavia firmamos posicionamento seguro no sentido de reconhecermos a dignidade humana como valor m ximo e condicionante de todo ato de interpreta o em n tida supremacia axiol gica 111 Neste sentido al m de al ar a dignidade condi o de valor m ximo tutelado pela Constitui o da Rep blica a Carta de 1988 aumentou significativamente o rol dos direitos e garantias fundamentais conferindo lhes aplicabilidade imediata nos termos do artigo 5 par grafo 1 e tamb m assegurou perspectiva real de expans o de acordo com a cl usula aberta inserida no par grafo 2 do mesmo artigo 5 da Constitui o exatamente neste contexto que se insere o princ pio da proporcionalidade no seleto rol dos direitos fundamentais como mecanismo efetivo de tutela destes mesmos direitos Seu reconhecimento ainda que na qualidade de princ pio impl cito representa garantia especial na defesa e manuten o dos direitos fundamentais Surge como vetor condicionante da interven o estatal na seara dos direitos fundamentais na medida em que passa a exigir que toda atua o do Estado seja adequada necess ria e precisa mantendo se a harmonia e preservando se ao m ximo este rol dos direitos
592. ui o em seu artigo 203 inciso V garante o benef cio assistencial para idosos e pessoas com defici ncia que preencham as seguintes condi es Que comprovem n o possuir meios de prover pr pria subsist ncia que comprovem n o possuir meios de ter sua subsist ncia provida por sua fam lia conforme dispuser a lei A Lei Org nica da Assist ncia Social LOAS lei n 8 742 de 7 de dezembro de 1993 que veio regular tal dispositivo deveria ter trazido disposi es referentes ao que seria a aus ncia de meios de prover subsist ncia Mas n o foi isso o que ela fez Vejamos No artigo 20 2 ao inv s de definir aus ncia de meios de subsist ncia para se saber quem seriam as pessoas com defici ncia que fariam jus ao beneficio a LOAS definiu o termo pessoa com defici ncia como se esta defini o fosse necess ria e j n o constasse de outros diplomas legais e infra legais Fez muito mal pois definiu pessoa com defici ncia para efeito deste benef cio como aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho art 20 8 2 Tal defini o choca se frontalmente com todo o movimento mundial pela inclus o da pessoa com defici ncia Num momento em que o mundo inteiro pessoas com e sem defici ncia esforca se para ressaltar os potenciais e as capacidades das pessoas com defici ncia por esta lei ela deve demonstrar exatamente o contr rio Nem se alegue que esta definic o v lida apenas pa
593. ulo Saraiva 1989 p 16 Sob o ponto de vista estrutural entende Amauri MASCARO NASCIMENTO Na correla o de for as que lutaram na Assembl ia Nacional Constituinte caracterizadas como progressistas ou conservadoras aquelas obtiveram vantagem sobre estas em diversos pontos 1 na ado o de um modelo prescritivo n o omissivo segundo a diretriz do constitucionalismo social e seus objetivos fundamentais que compreendem a id ia de inclus o de direitos sociais nas Constitui es 2 com a op o por um texto constitucional n o sint tico de certo modo extenso e que apesar de poucos artigos cont m in meros incisos dispondo sobre uma variedade de direitos trabalhistas em dimens o at hoje desconhecida em nossas Constitui es e 3 com a inclus o na Constitui o de novos direitos trabalhistas assim considerados aqueles at agora n o previstos em nossa ordem jur dica como tamb m aqueles que o eram apenas em n vel de legisla o ordin ria passando com a Constitui o a n vel maior 286 p blicas e privadas Interessante discuss o trava se no sentido de compatibilizar o princ pio da isonomia ou da igualdade formal de todos perante a lei art 5 caput da CF 88 com essas normas de a o afirmativa Embora se reconhe a a complexidade do tema nossa discuss o dirige se defesa das a es afirmativas eis que compat veis com os princ pios da dignidade da pessoa da cidadania e do valor social
594. um s indiv duo Que as situa es ou pessoas desequiparadas pela regra de direito sejam efetivamente distintas entre si vale dizer possuam caracter sticas tra os nelas residentes diferen ados Que exista em abstrato uma correla o l gica entre os fatores diferenciais existentes e a distin o de regime jur dico em fun o deles estabelecida pela norma jur dica Que in concreto o v nculo de correla o supra referido seja pertinente em fun o dos interesses constitucionalmente protegidos isto resulte em diferencia o de tratamento jur dico fundada em raz o valiosa ao lume do texto constitucional para o bem p blico Conforme nos ensina Am rico Pl RODRIGUEZ citando Eduardo COUTURE o procedimento l gico de corrigir as desigualdades o de criar outras desigualdades De igual modo Calmom de PASSOS leciona que o modo de igualar substancialmente pessoas entre si t o diferenciadas desigual las em termos jur dicos para que atrav s desse desigual tratamento se obtenha maior igualdade substancial Isto uma descrimina o positiva A eleva o do conceito de igualdade passou ent o ao longo da evolu o do direito e da hist ria de uma concep o puramente formal isto igualdade perante a lei para um conceito material ou substancial de modo a tornar acess veis as oportunidades aos socialmente desfavorecidos Tratou se 7BANDEIRA DE MELLO Celso Ant
595. um sistema coerente coeso e codificado de leis que assegurasse a implanta o dos direitos fundamentais do homem que a Revolu o Liberal burguesa formalizou Embora a Constitui o de 1791 contivesse os direitos j referidos o sistema por ela concebido esvaziou se diante de promessas formais que se cristalizaram em um mecanismo de defesa da lei considerada em si mesma A lei n o operava um controle dos direitos tal controle submetia se legalidade for a da lei Corrobora essa afirmativa a Constitui o francesa que mostrou atua o pouco relevante para o asseguramento dos direitos humanos fundamentais o 201 qual se operou t o somente com o C digo Napole nico Outro ponto que o demonstra centra se no desempenho dos ju zes inseridos no sistema recursal articulado pela Constitui o em an lise como meros aplicadores da lei sem qualquer margem de interpreta o literal do texto cabendo ao Tribunal de Cassa o o papel de reformar senten as cujo conte do se desviasse da expressa aplica o do texto legal Partia se do pressuposto de que a vontade soberana do legislador porque eleito deveria ser protegida da a o amea adora do Judici rio que n o contava com o referendo popular O Direito Constitucional europeu no entanto apartou se do modelo franc s aproximando se da Constitui o estadunidense A Declara o dos Direitos da Virg nia de 1776 enuncia expressamente os direitos como base e como f
596. uma posi o inerte de mero espectador das rela es firmadas entre os particulares sem estabelecer quaisquer limites autonomia dos indiv duos Segundo PEREIRA JR Os menos favorecidos n o detinham instrumentos jur dicos capazes de promover a melhoria das condi es de vida Sem mecanismos eficientes para compelir o Estado ao cumprimento das presta es positivas ainda que meramente assistenciais ficavam ref ns da idiossincrasia de cada governo Os trabalhadores tinham que se acobertar por 2 RIBAS Jo o B C O que s o pessoas deficientes S o Paulo Brasiliense 1983 p 15 2 ASSIS O Q amp PUSSOLI I Pessoas portadoras de defici ncia direitos e garantias S o Paulo Editora Edipro 1992 p 122 27 ASSIS O Q amp PUSSOLI L amp LACERDA V A 1995 Pessoas portadoras de defici ncias garantia constitucionais S o Paulo L men p 167 28 CASTRO C A P LAZZARI J B Manual de Direito Previdenci rio 4 ed S o Paulo LTr 2003 p 32 apud PEREIRA JR A cio Evolu o hist rica da Previd ncia Social e os direitos fundamentais Dispon vel em lt http jus2 uol com br doutrina texto asp id 6881 gt acesso em 31 jan 2007 37 conta pr pria por meio de seguros privados ou valer se das associa es de classe sem qualquer inger ncia estatal No entanto os fundos privados mutualistas contavam com contribui es de trabalhadores com melhores condi
597. undamentais Rio de Janeiro Renovar 1999 LOPES RIBEIRO DA SILVA Walk re Representa o e participa o dos trabalhadores na gest o da empresa S o Paulo LTr 1998 MALISKA Marcos Augusto Pluralismo jur dico e direito moderno notas para pensar a racionalidade jur dica na modernidade Curitiba Juru 2006 MARANH O D lio Direito do Trabalho Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas 1977 MAR N CALERO La integraci n jur dica y patrimonial de las personas con descapacidad ps quica o intelectual Ed Madrid 2005 MARQUES DA SILVA Otto A epop ia ignorada a pessoa deficiente na hist ria do mundo de ontem e hoje S o Paulo Centro S o Camilo de Desenvolvimento em Administra o da Sa de CEDAS 1986 MARQUES DA FONSECA Ricardo Tadeu Revista de Direitos Difusos n 4 Prote o Jur dica dos Portadores de Defici ncia S o Paulo IBAP Instituto Brasileiro de Advocacia P blica amp Editora Esplanada ADCOAS Dezembro de 2000 p 481 a 486 MARTINS PORT Ot vio Henrique Os direitos sociais e econ micos e a discricionariedade da administrac o p blica S o Paulo RCS 2005 MASCARO NASCIMENTO Amauri Direito do Trabalho na Constituic o de 1988 S o Paulo Editora Ltr 1 edic o 1989 MAZZILLI Hugo Nigro A atua o do Minist rio P blico na defesa da pessoa portadora de defici ncia in Doutrina Jur dica Brasileira Editora Plenum Edi o em CD Rom 416 MONTEIRO DE BRITO F
598. undamento do governo No modelo norte americano a Constitui o elegeu direitos do indiv duo que precedem a qualquer lei e que conformam por essa mesma raz o a atua o do Poder Legislativo fato que se deu at como forma de preven o contra medidas que os americanos consideravam abusos do Parlamento ingl s os quais poderiam tamb m ocorrer internamente O sistema estadunidense caracterizou se marcantemente na IX Emenda da Constitui o Americana que preceitua existirem aut nticos direitos que a aprecia o legislativa exclu am Evidencia se uma vis o oposta manifestada no modelo franc s do s culo XVIII no qual o art 5 da Constitui o de 1791 assegurava liberdades de fato aos cidad os caso a lei n o as limitasse No dizer de ZAGREBELSKY enquanto na Fran a predominava a soberania das leis nos Estados Unidos os direitos assumiam primazia em detrimento do texto legal O modelo americano desconfiava da onipot ncia das assembl ias legislativas ambiente em que a coletividade poderia sufocar as consci ncias individuais e os pr prios direitos dessa natureza estruturadores da base do sistema constitucional Mediante tal interpreta o ali s a Am rica apartou se inclusive do modelo ingl s no qual o Parlamento predominava justamente em raz o de uma heran a hist rica pouco racional atribu da ao povo brit nico Na constru o do sistema americano o racionalismo imperava e o texto da Constitui o escrita
599. us o social Ser que lembramos que no interior deste pa s existem pessoas com defici ncia e que n o possuem quase nenhum acesso vida social sem transporte sem gua sem luz sem estradas asfaltadas sem hospitais sem advogados Seja por falta de dinheiro ou pelas condi es e local em que se encontram A exig ncia de formalidades excessivas em pa ses escandinavos detentores dos primeiros ndices de Desenvolvimento Humano IDH s do mundo seria correta e justa mas n o no Brasil Por outro lado se a legisla o p tria admite o habeas corpus para a tutela da liberdade de ir e vir mesmo sem crit rios jur dicos excessivamente 153 formais por que ent o seria absurda a cria o de figura semelhante na seara constitucional para a defesa da vida e da pr pria dignidade A liberdade tutelada pelo habeas corpus mais importante do que a vida do que a dignidade Ao que nos parece a resposta negativa se imp e Outro ponto que merece destaque e que refor a a necessidade da cria o do instituto da legitimidade excepcional a verdadeira impossibilidade f sica e num rica de o Minist rio P blico absorver mais esta demanda O extenso rol de legitimados ativos para a propositura de a es civis p blicas constante do artigo 5 da lei federal 7 347 85 n o foi suficiente para pulverizar as a es propostas fato p blico e not rio que o Minist rio P blico respons vel pela propositura de 90 de
600. uso p blico e da fabrica o de ve culos de transporte coletivo a fim de garantir o acesso adequado s pessoas com defici ncia Infelizmente nem sempre o Poder P blico consegue resolver o problema da acessibilidade basta lembrarmos do epis dio ocorrido em Campinas Estado de S o Paulo Brasil quando o indiv duo removeu a cal ada para garantir seu direito de ir e vir Circular pelas ruas da cidade um desafio para pessoas com defici ncia Embora as vias p blicas tenham passado por adapta es para facilitar a circula o destas a situa o deixa a desejar Os exemplos de problemas s o in meros Destaco por exemplo o processo das adapta es para receber as pessoas com defici ncia que ocorre nas ag ncias banc rias Em algumas foi colocada uma porta convencional ao lado da girat ria que fica trancada e aberta quando individuo se aproxima e solicita sua abertura Lentamente as ag ncias banc rias de Pelotas Brasil est o facilitando o acesso pessoas com defici ncia as suas depend ncias S o cada vez mais frequentes nas ag ncias rampas elevadores e portas laterais para que cadeiras de rodas 28 Jornal Folha de S o Paulo publicado em 12 de janeiro de 2000 O deficiente f sico Marcelo Sanches 30 quebrou ontem a cal ada da esquina da General Os rio com Regente Feij Ele protestou contra o fato de a prefeitura n o rebaixar as guias das sarjetas para deficientes a quarta vez q
601. uturante sociedade isto transformador da realidade Por esse motivo ainda na vis o desses autores pode se dizer que no Estado Democr tico de Direito h um sens vel deslocamento da esfera de tens o do Poder Executivo e do Poder Legislativo para o Poder Judici rio 194 8 A EFETIVIDADE DAS CONSTITUI ES NA DIGNIDADE HUMANA Ana Paula de BARCELLOS desenvolve interessante trabalho em que defende a dignidade da pessoa como princ pio basilar da Constitui o brasileira e bem ainda a import ncia dos princ pios constitucionais como normas jur dicas assecurat rias de valores intang veis na esfera econ mica Tratando dos pap is das constitui es demonstra que na Europa Continental at meados do s culo XX a constitui o n o se impunha como norma jur dica como as demais dirigida a todos mas sim atuava como uma norma que contemplava basicamente os poderes constitu dos o Legislativo em especial ao qual cabia sua interpreta o e implementa o O contraste instalado nesse modelo gen rico melhor se destacava nos Estados Unidos da Am rica onde os direitos fundamentais do homem assumiam evidente destaque outorgando se aos ju zes desde logo o papel de controle supremo difuso e concentrado da aplica o das normas constitucionais A partir da segunda d cada do s culo XX as constitui es incorporaram al m dos direitos individuais j universalizados os chamados direitos sociais que i
602. valores particulares dos envolvidos naquela determinada lide Esta sistem tica apesar de gerar menos seguran a jur dica permitiria uma interpreta o particularizada em fun o do caso concreto sempre em 183 sintonia com os princ pios gerais Outra consequ ncia imediata desta din mica seria a desnecessidade de constante produ o legislativa como lamentavelmente ocorre hoje no Brasil Outro ponto que merece destaque a quest o da regionaliza o das pol ticas p blicas especialmente quando idealizadas pelo Governo Federal que tende a desconsiderar as enormes varia es culturais de um pa s continental Novamente voltamos quest o acima exposta n o razo vel imaginar que uma determinada lei tenha a mesma aceita o entre a comunidade germ nica do interior de Santa Catarina e os descendentes de africanos do pelourinho na Bahia As realidades culturais s o absolutamente diferentes e comprometem a efic cia de determinada legisla o que se choque com um padr o de comportamento Na poca do Governo Collor quando a Uni o passou a construir os Ciac s com a pretens o de serem escolas modelo um nico projeto arquitet nico foi aprovado para todo o Brasil Neste projeto o grande trunfo era a aera o das salas que dispensariam ar condicionado e permitiam uma intensa troca de ar Como j era previsto o projeto foi um sucesso nas regi es quentes do pa s todavia nas cidades serranas da regi o sul do pa
603. ve a decis o do Tribunal Estadual ao argumento de que o perigo de grave les o s finan as do Estado interesse secund rio jamais BRASIL Superior Tribunal Federal Agravo Reg em Peti o 1 246 1 SC Dispon vel em lt http www stf gov br jurisprudencia lT in processo asp origem IT amp classe Pet amp processo 1246 amp rec urso 08tip_julgamento M gt Acesso em 25 jul 2009 159 poderia se sobrepor ao interesse prim rio vinculado ao bem maior vida e devidamente assegurado pela Constitui o Por fim mesmo defendendo de forma veemente a supremacia axiol gica do princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana como valor m ximo tutelado pelo ordenamento jur dico nacional a necessidade de flexibiliza o da dogm tica tradicional e a necessidade emergencial de uma interpreta o muito mais voltada para o social n o poder amos deixar de consignar a exist ncia de respeit veis opini es em sentido contr rio Assim em julgados tamb m referentes ao problema da distrofia muscular progressiva de Duchenne o Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo por duas vezes sucessivas negou aos autores a possibilidade de se exigir que o Estado custeasse o referido tratamento Nas duas hip teses os argumentos foram os seguintes A impossibilidade de interfer ncia de um poder em outro A complexidade da gest o das finan as p blicas e o risco de colapso caso o entendimento do autor vie
604. vel em lt http www stj gov br SCON jurisprudencia doc jsp livre 719310 amp amp b ACOR amp p true amp t amp 10 amp i 4 gt Acesso em 25 jan 2009 BRASIL Superior Tribunal Federal Agravo Reg em Peti o 1 246 1 SC Dispon vel em lt http wnww stf gov br jurisprudencia lT in processo asp origem IT amp classe Pet amp processo 1246 amp recurso 0 amp tip julgamento M gt Acesso em 25 jul 2009 BARROSO Dispon vel em lt http www direitopublico com br pdf diferentes iguais Irbarroso pdf gt Acesso em 23 jul 2009 CASTRO C A P LAZZARI J B Manual de Direito Previdenci rio 4 ed S o Paulo Editora LTr 2003 p 32 apud PEREIRA JR A cio Evolu o hist rica da Previd ncia Social e os direitos fundamentais Dispon vel em lt http jus2 uol com br doutrina texto asp id 6881 gt acesso em 31 jan 2007 CENTRO DE INFORMA O PARA A VIDA INDEPENDENTE CIVI Universidade Uni Santanna em S o Paulo Dispon vel em lt http www santanna br civil gt acesso em 26 set 2004 CHILE Fondo Nacional de la Discapacidad Programa de Colocaci n de Personas com Discapacidad en um Puesto de Trabajo Gobierno de Chile Dispon vel em lt www fonadis cl index php seccion 76fcentro gt Acesso em 10 jan 2009 422 EUROPEAN DISABILITY F RUM Dispon vel em lt www edf feph org gt Acesso em Julho 2009 EUROPA O PORTAL DA UNI O EUROP IA A Estrat gia Europ ia de Emprego Dispon vel
605. vezes consensual e por vezes conflitante entre os v rios direitos observ veis em uma mesma sociedade N o se deve confundir o pluralismo jur dico unicamente com a defesa do direito n o estatal As duas principais causas do pluralismo jur dico s o o car ter injusto e a inefic cia do modelo da unicidade do direito Da an lise da proposta em quest o resta claro que o pluralismo jur dico n o deve ser confundido com apologia ao direito alternativo desprovido de crit rio e com grau de discricionariedade m xima conferido ao julgador aproximando se do pr prio arb trio O pluralismo jur dico deve ser entendido como uma ideologia transformadora das pr ticas jur dicas herdadas de um capitalismo burgu s individualista de duvidosa efic cia Assim a id ia do pluralismo serviria como um primeiro alicerce para criar condi es para uma regulamenta o social alicer ada em princ pios gerais abertos que permitiriam o atingimento da concretude em fun o das lides apresentadas ao Judici rio Outra grande vantagem da preval ncia de princ pios seria a desnecessidade de atualiza o produ o legislativa constante na busca de uma adequa o das leis r gidas e est ticas s evolu es da sociedade contempor nea importante que se diga que esta utiliza o dos princ pios e dos valores a eles agregados devem necessariamente interagir com a realidade exposta no caso concreto Os valores dos indiv duos com defici ncia
606. vidual e conjuntamente acordam em apoiar e defender os direitos das pessoas com defici ncias intelectuais difundir as conven es internacionais declara es e normas internacionais que protegem os Direitos Humanos e as liberdades fundamentais das pessoas 355 com defici ncias intelectuais e promover ou estabelecer quando n o existam a integra o destes direitos nas pol ticas p blicas nacionais legisla es e programas nacionais pertinentes Tamb m acordam em apoiar promover e implementar a es nas Am ricas que favore am a Inclus o Social com a participa o de pessoas com defici ncias intelectuais por meio de um enfoque intersetorial que envolva as pr prias pessoas com defici ncia suas fam lias suas redes sociais e suas comunidades Por conseguinte os participantes da Confer ncia OPS OMS de Montreal sobre a Defici ncia Intelectual e recomendam aos Estados a reconhecer que as pessoas com defici ncias intelectuais s o cidad os e cidad s plenos da Sociedade Cumprir as obriga es estabelecidas por leis nacionais e internacionais criadas para reconhecer e proteger os direitos das pessoas com defici ncias intelectuais Assegurar sua participa o na elabora o e avalia o de pol ticas p blicas leis e planos que lhe digam respeito Garantir os recursos econ micos e administrativos necess rios para o cumprimento efetivo destas leis e a es Desenvolver estabelecer e tomar as medidas legi
607. vo est o praticamente unificados e por conseguinte o judici rio sobrecarregado para dar solu o r pida aos problemas em geral dos cidad os Todas as quest es s o judicializadas muito fortemente na rea da sa de A educa o da sociedade muito provavelmente a maior possibilidade de obten o da efic cia do princ pio da dignidade humana j que tornaria fiscais da efic cia legal todos os cidad os Cidad os educados e conhecedores de seus direitos fariam com que os mesmos fossem respeitados Neste sentido a fiscaliza o n o ficaria apenas ao encargo do poder p blico como tamb m de toda a sociedade que estaria apta a reivindicar os seus direitos deixando de atravancar o judici rio como nico meio de obten o dos mesmos Al m disso com uma sociedade educada consequentemente ter amos uma sociedade bem esclarecida que n o desprezaria a dignidade humana da pessoa com defici ncia isto estaria incutido culturalmente na sociedade passando a ser algo natural o valorizar a desigualdade entre os desiguais diminuindo a barreira entre eles Novamente surge a acessibilidade como meio de integra o das pessoas com defici ncia a qual s existir com a efic cia do princ pio da dignidade humana atrav s do cumprimento das leis e do conhecimento destas pelos cidad os Conclu mos assim que conseguindo instaurar efic cia ao princ pio da dignidade humana conseguiremos que atrav s deste se instaure o aproveitamento da
608. vos e difusos BONAVIDES Paulo Idem pp 564 565 6 ALEXY Robert Teor a de los Derechos Fundamentales Madrid Centro de Estudios Pol ticos y Constitucionales 2002 p 428 72 finalmente situa es existem em que o Estado deve efetivamente prestar atividades na defesa eficiente do direito ora enfocado Tamb m o direito ao trabalho apresenta se como caracterizador deste feixe ALEXY menciona os exemplos dados por BRUNNER que os identifica da seguinte forma direito livre elei o da profiss o dos direitos a um posto de trabalho a um sal rio justo a condi es de trabalho adequadas a prote o para determinados grupos de pessoas com defici ncia mulheres adolescentes ao descanso a um subs dio pelo desemprego ao direito de coaliz o e greve como tamb m o direito de cogest o Ressalta ainda Robert ALEXY que os direitos positivos imp em ao Estado a busca de objetivos enquanto os direitos negativos estes sim sempre acarretam absten es mas os objetivos que Estado persegue devem nortear se pelos direitos objetivos constitucionais Assim embora p blicos e coletivos os direitos sociais insista se tutelam as liberdades individuais mais profundas Logo os direitos fundamentais todos eles individuais ou sociais envolvem uma rela o trilateral entre um titular de direito fundamental o Estado e uma a o positiva do Estado Assinala assim que tanto os direitos de defesa
609. w tj sp gov br gt Acesso em 25 jul 2009 S O PAULO Estado BRASIL Tribunal de Justi a 92 C mara de Direito P blico Al n 48 608 5 4 Relator Des Rui Cascaldi Julgado em 11 fev 1998 Dispon vel em lt www tj sp gov br gt Acesso em 25 jul 2009 SOCIEDADE E VALORES DOS EUA Revista Eletr nica da Ag ncia de Informa es dos Estados Unidos Volume 4 n 01 janeiro de 1999 Dispon vel em lt http usinfo state gov journals itsv 0199 ijsp toc htm gt Acesso em 19 jan 2009 425 LEGISLACI N CITADA CANAD Declara o Internacional de Montreal sobre Inclus o Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Especial Legisla o Espec fica Dispon vel em lt http www mec gov br seesp legislacao shtm gt Acesso em 20 set 2008 C DIGO CIVIL BRASILEIRO Art 3 Lei n mero 10 406 de 10 de janeiro de 2002 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 LEIS 2002 L10406 htm gt ltimo acesso em 10 out 2011 CONSTITUCI N ESPANHOLA DE 1978 Dispon vel em lt http www boe es aeboe consultas enlaces documentos ConstitucionCASTEL LANO paf gt Acesso em 23 set 2011 C DIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO Art 100 Inciso e Il da Lei 5 869 73 Dispon vel em lt http www jusbrasil com br legislacao 91735 codigo processo civil lei 5869 73 gt ltimo acesso em 19 out 2011 CONSTITUCI N POL TICA DA REP BLICA DE CHILE DE 21 DE OCTUBRE DE 1980 Gobierno de Chile Dispon vel
610. xposi o de id ias em condi es de igualdade com seus pares Segundo o parecer a filosofia do desenho universal neste final do s culo inclina se por projetar a defesa de que seja feita adapta o de todos os ambientes para que as pessoas com defici ncia possam exercer integralmente suas atividades 12 3 3 Lei n 8 112 de 11 de dezembro de 1990 Essa Lei trata do Regime Jur dico dos Servidores P blicos Civis da Uni o das Autarquias e das Funda es P blicas Federais Inclui no texto o sistema de reserva de vagas s pessoas com defici ncia reservando um percentual de at 20 A lei serviu de paradigma para que Estados e Munic pios adotassem disposi es similares No entanto observa se que muitas das vagas deixam de ser preenchidas principalmente aquelas que exigem n vel superior e de melhores sal rios Isso nos mostra que a reserva de vagas n o suficiente para integrar a pessoa com defici ncia ao mercado de trabalho preciso intensificar o trabalho de base de forma o acad mica preciso investir em educa o habilita o e reabilita o preciso favorecer o acesso a tecnologias e apoios 275 especiais que facilitem o desempenho de atividades b sicas em especial aquelas teis ao mercado de trabalho 12 3 4 A Lei n 8 213 de 24 de julho de 1991 A lei fixa em seu artigo 93 percentuais para a admiss o das pessoas com defici ncia no setor privado Toda empresa est obrig

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