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Acessar Tese - Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais

1. a base gen tica comum da arte uma atividade social humana que sup e contextos sociais e culturais a partir dos quais a crian a seria a realidade atrav s da utiliza o de sistemas simb licos pr prios Pode se perceber com a crian a que a brincadeira envolve rela es interindividuais aprendizagem social e cultura N o h um jogo natural na pr pria crian a pois ela aprende a brincar indicando claramente uma forma de comportamento social Para Broug re 2000 a brincadeira uma muta o do sentido da realidade nele as coisas transformam se em outras um espa o margem da vida cotidiana que obedece a regras criadas pela circunst ncia Nela os objetos podem apresentar se com significado diferente daquele que possuem normalmente apud WAJSKOP p 1997 Isso n o significa que uma atividade sem perspectiva ou realizada de forma aleat ria e seu significado para a crian a Para ela h decis es a tomar papeis a assumir significados a atribuir escolhas a fazer representa es de objetos e acordos interpretativos tornando a brincadeira numa atividade volunt ria e consciente A vis o moderna produz um comportamento em rela o ao brinquedo de forma que o brincar da crian a n o assuma o car ter de prioridade para a sociedade que espera dela uma prepara o para os novos enfrentamentos da poca tecnol gica e informacional em que vivem ou pelo menos o brincar de forma livre sem outros comprometime
2. LEL 2 r an a gG AC K3 E E COISA SERIA y Um estudo do brinquedo na cultura da modernidade Sa lt es Iris Maria Ribeiro Porto UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR INSTITUTO DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS BRINCAR COISA S RIA Um estudo do brinquedo na cultura da modernidade Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da Universidade Federal do Par como requisito parcial obten o do t tulo de Doutor em Ci ncias Sociais com rea de concentra o em Sociologia Orientadora Profa Dra Violeta Refkalefsky Loureiro Bel m Janeiro 2008 IRIS MARIA RIBEIRO PORTO BRINCAR COISA S RIA Um estudo do brinquedo na cultura da modernidade Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da Universidade Federal do Par como requisito parcial obten o do t tulo de Doutor em Ci ncias Sociais com rea de concentra o em Sociologia Orientadora Profa Dra Violeta Refkalefsky Loureiro Bel m Janeiro 2008 Dados Internacionais de Cataloga o na Publica o CIP Biblioteca de P s Gradua o do IFCH UFPA Bel m PA Porto ris Maria Ribeiro Brincar coisa s ria um estudo do brinquedo na cultura da modernidade ris Maria Ribeiro Porto orientadora Violeta Refkalefsky Loureiro Bel m 2008 Tese Doutorado Universidade Federal do Par Instituto de Filosofia e Ci
3. S o pais que residem em bairro carente de classe social pouco privilegiada economicamente Vivem diariamente com poucos recursos financeiros est o no mercado informal e no setor de servi o Passam o dia fora de casa deixando os filhos com irm os mais velhos vizinhas e av s Saem muito cedo para o trabalho e ficam entre 12 a 14 horas em m dia diariamente longe dos filhos Est o numa faixa et ria m dia de 30 anos com n vel de escolaridade de Ensino Fundamental t m uma renda m dia mensal de um sal rio m nimo e meio A atividade desenvolvida por seus filhos est relacionada escola alguns ajudam na sobreviv ncia di ria fazendo pequenos trabalhos especialmente com vendas em lugares estrat gicos da cidade Quando convidados a responderem s perguntas sobre o seu brincar e o brincar de seus filhos receberam o convite com muita alegria com um certo ar nost lgico e de pena pelos filhos n o terem brinquedos como o que gostariam por n o poderem oferec los Quando perguntadas se gostam da forma como os seus filhos brincam revelam que n o v em muitos os filhos quando brincam mas acham que no geral as crian as j n o brincam mais como em sua poca de inf ncia e que os brinquedos atuais s o muito diferentes Questionados sobre o brinquedo a brincadeira e o jogo dos filhos dizem que seus filhos gostam muito de brincar que eles brincam em casa e na rua predominando o jogo de bola e a boneca reproduzindo
4. chamado de bode para aquele menino que fica assistindo as lanceadas para depois correr atr s dos papagaios esticados dado o nome de capela Quando dois papagaios travam uma disputa no ar chamado lanceada quando um papagaio corta o outro ou rasga o papel diz se que matou ou cortou Ainda vamos encontrar os brincantes usando express es como entregou o freio deu sacal o fez emboscada deu uma rabada saco deu freio na guina freio na cabe a pega o cabresto dar descarga papista ficou penso curica comum ver em S o Lu s adultos e crian as normalmente do sexo masculino brincando em espa os vazios e em reas urbanas muitas vezes correndo risco de acidentes por estarem pr ximos a fios el tricos demonstrando que na modernidade j n o h espa os nas reas urbanas para a brincadeira ser desenvolvida Na modernidade a pipa passa a ter novas fun es No Brasil h ind cios de o papagaio ter sido usado em quilombos para avisar a chegada de ca adores de escravos fugitivos Hoje em algumas favelas brasileiras s o instrumentos para avisar que a pol cia est subindo o morro Destaco tamb m como brinquedo tradicional usado pelas crian as em S o Lu s nas reas perif ricas o estilingue baladeira FIGURA 42 Esse brinquedo j existia desde o per odo Neol tico em 8 000 4 000 a C Eram utilizados para lan ar bolas de argilas e pequenas pedras Alguns de 6500 a C foram encontrados em s tios arqueol gicos
5. responder aproxima o e desenvolver uma s rie de atividades para as quais foram 164 preparadas Podemos dar asas imagina o para antever as possibilidades da boneca ainda por vir no relacionamento da economia de mercado tecnol gico Outro aspecto a considerar na cultura da modernidade a utiliza o que a literatura faz da boneca especialmente na literatura infantil Ela f rtil em povoar o imagin rio infantil com bonecas e bonecos no que foi acompanhada pelo teatro pelo cinema pela televis o e pela m sica Dentre estes destacam se Bonecas e bonecos com forma humana ou humanizada e Boneca de piche conto folcl rico m sica e Chucky o boneco assassino cinema e Copp lia pera e bal e Emilia literatura e Pin quio literatura e Soldadinho de Chumbo literaura e Casa de bonecas pe a teatral de Henrik Ibsen Bonecos com formas n o humanas e Muppets programa de televis o e Ursinho Puff literatura e cinema e Vila S samo programa de televis o e S tio do Pica pau amarelo programa de televis o e TV Colosso Priscila personagem de programa de televis o e Louro Jos personagem de televis o 4 3 O super her i como brinquedo O super her i a realiza o m xima do mito do her i Normalmente compreendido como uma figura ao qual se atribui feitos ainda mais fant sticos que os dos pr prios her is Eles s o frutos da inven o humana da fantasia e da f
6. es pessoas atitudes respostas materiais propriedades texturas estruturas e observa es particulares na constru o de cultura Quando dirigido ocorrem outras infer ncias e variedades incentivos manifesta o do imagin rio infantil por meio de objetos simb licos 141 de forma que subsidie o desenvolvimento integral da crian a e a sua inser o na cultura local e global al m do j referido direcionamento e da demarca o feita pelo adulto MOYLES 2002 atrav s das fun es que os brinquedos desempenham e de suas significa es e simbologias As f bricas de brinquedos atuais oferecem uma variedade muito grande de fun es inseridos nos brinquedos como representa es da sociedade em especial referentes a maneira como ela se estrutura e se organiza Representam ainda as a es humanas org nicas e o trabalho trazendo para a crian a a cultura material para ser manipulada atrav s do consumo o que me parece confirmar o que diz Castells 2006 a primeira vista estamos testemunhando o surgimento de um mundo exclusivamente constitu do de mercados redes indiv duos e organiza es estrat gicas aparentemente governado por modelos de expectativas racionais a nova e influente teoria econ mica Essa expectativa racional possibilita entre outras coisas constatar o comportamento social da crian a ao brincar Percebo que poss vel organizar esse comportamento em seis maneiras distintas que a cultu
7. o desestrura o da sociedade em que a an lise de cada um deles mobiliza marcas te ricas diversas Quando analiso os tipos de brinquedos as brincadeiras e os jogos com que as crian as brincam em S o Lu s percebo claramente as significa es culturais do brincar do lugar uma linguagem evidente de nossa pr pria hist ria uma rela o forte com nossos universos culturais estabelecidos rituais regras tabus tens es medos fantasias mitos alegorias lendas evoca es religi o entre universalidade tradicionalidade e regionalidade aspectos elencados por Carvalho 2003 muito interessante perceber que no universo do brincar em S o Lu s a regionalidade reescreve o tradicional Cada brinquedo criado de forma artesanal ou industrial representa um momento uma situa o uma circunst ncia Muitos s o originados de outro brinquedo ou brincadeira ou recebe outro nome e algumas altera es no original Busquei registrar no pr prio pa s essas regionalidades em alguns exemplos vi que pular amarelinha pode ser tamb m pular canc o macaca semana aeroplano homem marelle e tri ngulo FRIEDMAN 2005 A brincadeira de cabra cega em S o Lu s tamb m galinha cega vaca cega homem cego pata cega em outros nomes atribu dos localmente Os significados dessas brincadeiras est o sempre relacionados cultura local mundial que pode ou n o ser localizada em um tempo determinado da hist ria A diversidade de nomenclaturas j
8. 321 de outubro de 2001 que atribui Uni o a compet ncia de classificar os jogos eletr nicos por faixa et ria De acordo com o artigo 2 dessa Portaria a classifica o informart sobre a natureza dos v deo games considerando se para fins de avalia o a faixa et ria e que n o se recomende por conter viol ncia pr tica de atos sexuais e desvirtuamento de valores ticos e morais Essa portaria sofreu altera o nos artigois 1 3 5 e 6 por meio da Portaria 1 035 de 13 de novembro de 2001 Segundo o Minist rio os jogos eletr nicos s o classificados em cinco categorias I livre II inadequado para menores de 14 anos III inadequados para menores de 16 anos IV inadequados para menores de 18 anos Em S o Lu s n o h um controle das Lan Houses sobre essas faixas et rias Os donos me afirmaram que n o ficam muito atentos idade na hora dos frequentadores sentarem no computador As Lan Houses analisadas funcionam como um espa o de encontro entre adolescentes e crian as Eles se conhecem s o frequentadores ass duos como clientes e me deram a entender que fazem parte de um grupo fiel Jogam em salas com pouca luminosidade sem muita ventila o com pouco espa o f sico para cirula o A din mica de funcionamento envolve nos relacionamentos palavras de ordem gritos diante das pessoas que entram e saem sons variados Elas t m normalmente instatalos os jogos C S Counter Strike
9. Figura 55 Carro Hot Wheels O brinquedo Max Steel FIGURAS56 tem o valor m dio de R 39 90 por m existem modelos que variam de R 59 00 R 89 00 R 99 00 e encontrado em modelos do Mundo do Metal Surfista Expedi o Kung Fu Super Escudo Turbo Batte Elementor Terra Stunt Bike Radical Ve culo Wind Gumer Aquataque Ataque Duplo Eespada de Batalha Kit Adrenalink entre outros Em todos os locais em que est o expostos eles disparam na prefer ncia das crian as apesar de que observei nos pais uma rea o bastante nova que a desconfian a com a marca Mattel pelos recalls recentes Encontrei pais procurando brinquedos da Estrela por dizerem que a mais confi vel quanto confec o do brinquedo a que conhe o desde crian a e nunca vi problemas com esses brinquedos Inauguram um olhar mais cuidadoso para a produ o do briunquedo Fonte PORTO Iris 2007 Figura 56 Bonecos Max Steel 315 No entanto apesar dessa prefer ncia vejo que dessas marcas s o vendidos em maior quantidade os mais baratos deles Percebi de forma bem clara como a situa o econ mica interfere no brincar Nesse sentido os pais compram a Barbie mais barata e os carrinhos da cole o Hot Wheels pequenos quando vem comprar sem as crian as Quando elas v m juntas h uma tend ncia a convencerem na compra Entre os jogos virtuais a informa o que compram prioritariamente a s rie The Sims 1 e 2 FIGURA 57 que s o o
10. Fonte Moyles Ano 2004 Quadro 11 Tipos de brincadeiras Destaco as brincadeiras dram ticas e nelas a do faz de conta pela nfase cultural que possui e pelo fato de que essa atividade caracteriza o descobrir do mundo atrav s da representa o da imita o e da cria o de novos pap is na medida em que a crian a reinventa o que para o adulto j tem um significado Conforme Coelho e Pedrosa OLIVEIRA 2000 p 52 54 ao brincar de faz de conta ela executa v rias a es simult neas envolvidas com o aspecto dos c digos culturais da sociedade onde vive que destaco entre eles e Transforma os objetos presentes no ambiente em alguma outra coisa que n o corresponde ao que aquilo na realidade e Transforma recantos do ambiente fisico de acordo com a atividade que est desenvolvendo e Representa personagens m e filha nen desenvolvendo um script com regras para serem seguidas pelos participantes da brincadeira 181 e Representa animais assumindo com o uso do corpo as caracter sticas do animal representado e Trata objetos inanimados como animados Para realizar essas transforma es as crian as usam dos meios de que disp em e que s o entre outros as que demonstro no Quadro 12 Coelho e Pedrosa OLIVEIRA 2000 p 52 54 IE Manuseio de brinquedos e objetos RES Uso do pr prio corpo para evocar personagens ER Vocaliza o que remete a animais e ou coisas Eu Algumas vezes apenas uma palavra cap
11. Ib Id p 20 Assim vejo que a inscri o do destinat rio um meio de traduzir no pr prio objeto essa alian a Ela aparece atrav s do que pode ser feito com ele a partir da sua percep o de sele o e transforma o das imagens para meninos meninas beb s e pela a incorpora o correspondente no brinquedo Nessa dire o concluo que h ai um aspecto interessante pois ele se revela mesmo tempo um produto da cultura e do marketing na medida em que constr i sua rede de sedu o com a ajuda dos elementos que empresta do mundo social Sob essa perspectiva tece elementos heterog neos destinando os a um p blico definido de forma a associ los para que eles por sua vez associem os usu rios em potencial do objeto a fun o da propaganda n o vender predispor compra ao criar na mente do consumidor a vontade de comprar e a prefer ncia criar mudar ou refor ar atitudes mentais que v o influir no comportamento das pessoas GRACIOSO 1998 p 19 4 7 1 O aspecto material do brinquedo Um dos aspectos que denota um sentido importante e que justifica uma investiga o o material com que o brinquedo confeccionado Concordo com Broug re 2004 quando diz que sob o ponto de vista sociol gico um elemento material de an lise de sua significa o Esse aspecto preliminar at sua pr pria possibilidade e constitui se no suporte essencial originalidade dele que prov m da capaci
12. Vejo cada setor referenciado da cidade correspondendo situa o das grandes cidades brasileiras em seu car ter de urbaniza o e de tens es CASTELLS 2000 As mudan as em S o Lu s come aram a ser demarcadas para construir o perfil atual a partir da constru o e amplia o de portos da cria o de oficinas e de f bricas de grandes dimens es de armaz ns onde se acumularam mercadorias da constru o dos primeiros arranha c us de logradouros p blicos de largas avenidas dos novos modos de constru o de moradias da forma o de mercado imobili rio entre outras mudan as que foram se formando pelas conting ncias da modernidade Segundo Palhano 1988 na cidade de S o Lu s a moderniza o efetiva dos servi os urbanos teria se iniciado no governo Godofredo Viana mais precisamente em 1924 quando a es governamentais apresentaram elementos novos quanto sua maneira tradicional de produzir e gerir os servi os de infra estrutura coletiva O brinquedo n o esteve alheio a essas modifica es de S o Lu s Presente o tempo todo como parte do cotidiano das crian as ele tamb m foi sofrendo as altera es e constru do 5 Para Castells 2000 o urbano um campo de tens es altamente complexo uma virtualidade um poss vel e imposs vel que atrai para si o realizado uma presen a aus ncia sempre renovada sempre exigente A cegueira consiste em n o se ver a forma do urbano os vetores e tens es inerentes
13. arraigados a uma determinada cultura e que nos fala da forma de ser e de sentir da gente de uma regi o MURCIA 2005 No passado os jogos tradicionais eram transmitidos de forma oral e pela pr tica Por esse mecanismo de transmiss o era inevit vel que houvesse um processo de mudan a continua nos perfis originais e uma adapta o das cria es culturais conforme a realidade social e o ambiente Essa forma de transmiss o deu lugar a altera es uma vez que ela n o resulta de um texto fixo e recebe v rias modifica es a cada vez que realizado Isso permite explicar porque muitos desapareceram e porque se criam novos jogos alguns deles com ra zes fincadas em outros j existentes porque h uma assimila o de outras culturas e porque ocorre a transforma o da estrutura de conte dos e as fun es de muitos Jogos 190 Al m do jogo tradicional necess rio tamb m fazer uma discuss o de outras categorias que envolvem a quest o temporal como por exemplo o jogo popular que s o aqueles que procedem do povo S o representados nas classes populares praticados pelas massas por m n o cont m uma elevada carga de representatividade cultural Muitos entram na moda e duram um tempo por m n o necessariamente s o tradicionais mesmo que se perpetuem Outro tipo de jogo que preciso considerar s o os aut ctones que ao contr rio dos demais s o pr prios de um lugar de uma regi o e fazem refer ncia a uma cultura
14. es II o conseguente impacto sobre a ind stria dom stica dos produtos similares ou diretamente concorrentes evidenciado pelas altera es de fatores econ micos tais como produ o capacidade utilizada estoques vendas participa o de mercado pre os lucros e perdas Par grafo nico Nenhum dos fatores listados neste artigo avaliados isoladamente ou em conjunto ser necessariamente considerado como indica o decisiva de desorganiza o de mercado CAP TULO IV DA INSTAURA O E INSTRU O DO PROCESSO Art 16 Os pedidos de aplica o de medida de salvaguarda dever o ser formulados por escrito instru dos com ind cios de desorganiza o de mercado ou de amea a de desorganiza o de mercado e dirigidos SECEX Par grafo nico Se o pedido ocorrer antes de decorrido o interst cio m nimo de um ano ap s o t rmino da ltima medida para o mesmo produto a SECEX analisar se h justificativa suficiente para aplica o de nova medida nos termos do art 23 Art 17 Toda informa o apresentada em car ter sigiloso pelos interessados ser mediante pr via justificativa classificada como tal pela SECEX e n o poder ser divulgada sem o consentimento expresso da parte que a forneceu 386 1 As informa es apresentadas em car ter sigiloso dever o ser acompanhadas de resumo n o sigiloso e na hip tese de a informa o n o poder ser resumida dever ser explicitada a raz o para a impossibil
15. es dos lugares A exemplo nas sociedades coletoras os brinquedos as brincadeiras e os jogos faziam parte do dia a dia do homem independente do g nero da idade da condi o de adulto 1 Dispon vel em www brinquedoraro com br 50 ou crian a pois todos participavam ativamente dessa pr tica de sua cotidianidade Com a passagem para a modernidade essa realidade se modificou Novas concep es chegaram ao lugar j que os conceitos s o interpretados na escala local de acordo com o seu tempo inspirados pela hist ria do presente SANTOS 2005 nessa perspectiva que muitos brinquedos tradicionais hoje s o reelaborados adaptados aos novos tempos muitos s o industrializados mesmo sem perder a forma original Vejo isso ocorrer com o pi o com a corda de pular com a pipa a boneca a bola entre outros De fato n o s a rela o entre a crian a e o brinquedo sofreu altera es como ele pr prio pois a cultura desenvolvida pela oralidade n o fica cristalizada podendo ser alterada ou modificada propor o que as gera es v o passando Torna se evidente por m que mesmo que as crian as n o brinquem com alguns dos brinquedos tradicionais a perman ncia deles nas sociedades contempor neas j prova de perpetua o de h bitos ou costumes de gera es anteriores numa mistura com os brinquedos modernos num encontro entre o local e o global o passado e o presente Santos ib id observa que existem altera
16. es em que vive hoje usufruindo de uma condi o diferenciada do restante do estado encontraremos o in cio de sua hist ria como resultado do insucesso das lutas na frica e da anexa o de Portugal coroa espanhola que fez os portugueses esquecerem a regi o despertando o interesse dos franceses a ocuparem a rea segundo Feitosa e Trov o ib id Nessa inten o fizeram v rias tentativas para chegaram ao local que viria a ser a cidade Na primeira delas tr s caravelas sob o comando de Jacques Riffau em 1594 chegaram em solo maranhense N o lograram xito em seus intentos pelo naufr gio do navio principal da expedi o Os desentendimentos entre os tripulantes fizeram alguns voltarem Fran a Os que permaneceram procuraram fazer amizades com os nativos Houve mais duas tentativas de chegada no local por m a definitiva s aconteceu em 1612 quando Daniel de La Touche Rasilly e o Bar o de Sancy ancoraram em frente ilha do Maranh o A oficializa o da cidade ocorreu a 8 de setembro de 1612 data em que se comemora a funda o da cidade com uma cruz erguida e o toque de artilharia do forte e dos navios franceses ancorados em frente a ele segundo Feitosa e Trov o ib id Os portugueses tomaram S o Lu s de volta tr s anos depois e seguiu se uma rela o hist rica lusitana a partir da entre a coroa portuguesa e essa regi o da col nia formando o ethos ib rico 272 no ano de 1615 os portugueses
17. espelha uma significa o simb lica Isso demonstra as comunidades culturais e os processos de mudan a que se operam nas realidades locais e globais ao longo do tempo Em todas elas percebo as influ ncias de sua cria o e o fato de estarem bastante relacionadas A exemplo a amarelinha conduz ao c u o preto fugido a hist ria da busca do preto escravo pelo capit o do mato O nosso esconde esconde que continua sendo uma das brincadeiras com as quais as crian as se divertem desde muito pequenas o Escondoirelo espanhol ou o Cach Cache franc s O jogo popular das cinco 279 pedrinhas ou Cinco Marias t o comum no passado entre as crian as ludovicenses o Bole bole vindo de Portugal Portanto h uma circularidade no brincar entre o lugar e sua hist ria 6 2 O Brincar tradicional e regional O brincar em S o Lu s est presente em todos os lugares por m quanto ao brincar popular v rias concep es podem ser elencadas nesse contexto Oficialmente ele respaldado por rg os que asseguram investem resgatem e preservam com interesse tamb m voltado para o aspecto mercantilista de lucro atrav s da ind stria cultural em investimentos no turismo Para ressaltar aspectos dessa vertente busco o rg o respons vel por essa implanta o supervis o e acompanhamento da sustenta o da tradi o da cultura em S o Lu s atrav s de programas e incentivos a Superintend ncia de Cultura Popular da Secretaria de Esta
18. mundo da imagina o s o diferentes para meninos e meninas Minha preocupa o ai que se meninos e meninas s o expostos desde cedo a uma vers o t o diferente do mundo suas identidades tamb m s o constru das sobre esta diferen a o que vejo de forma percept vel em S o Luis As evid ncias nesse sentido se fazem sentir na cidade em lojas especializadas na venda de brinquedos e de jogos Nessas ltimas poss vel observar a presen a acentuadamente maior de meninos do que de meninas Eles normalmente chegam solicitando jogos que recentemente foram lan ados no mercado que s vezes ainda n o chegaram a S o Lu s Chegam sozinhos compram nos com suas mesadas conhecem os jogos que est o em exposi o a grande maioria entre os cem tipos diferentes virtuais Reconhecem nos mesmo que a maioria deles tenha instru es em ingl s Quando alguns pais v o loja sozinhos acabam por telefonar para a crian a pedindo informa o detalhada do que eles querem S o crian as que a partir dos sete anos j se identificam no mundo virtual s o de rea nobre da cidade e desenvolvem o tipo de brincar citado para a S o Lu s verticalizada Em m dia s o vendidos 70 a 80 jogos virtuais por m s nas lojas pesquisadas Esses jogos chegam s lojas atrav s de representantes ou por pedidos via cat logos assim como em todas as lojas de venda de brinquedos da cidade As meninas sempre v m acompanhadas compram pouco com mesadas buscam
19. o produ o e difus o ainda que com novos suportes Nessa dire o constato que a crian a constr i valores estrutura cren as toma atitudes e age de forma a reproduzir historicamente uma valoriza o do cotidiano dela e das multidimens es do espa o em que se situa quando utiliza a linguagem do consumo da mercantiliza o do brinquedo Acredito que h v rios caminhos para entender essa realidade e para ajudar a perceber a crian a e ela a se perceber e ao seu mundo entre eles as Ci ncias Sociais Quando evoco as Ci ncias Sociais estou me baseando no fato de que a cultura se constr i fazendo Tamb m no fato de que a cultura n o morre n o acaba mesmo que seja transformada pelos meios de comunica o de massa como o Muller et al 2002 Portanto chego conclus o de que os brinquedos contempor neos s o produtos espec ficos para consumir em torno de uma tem tica um universo associado a uma diversidade de produtos de natureza diferentes uns se ap iam na televis o e outros em uma divulga o midi tica que use a televis o para divulgar an ncios publicit rios integrando de modo complexo a l gica da rela o que as crian as desenvolvem com os elementos simb licos que eles criam Nesse sentido a cultura popular aquela que o povo faz no seu cotidiano n o homog nea porque resulta de suas a es e valores de seu trabalho S o marcas de um lugar Bosi 1997 Vejo que h uma inevit vel presen a do local e
20. o por parte da crian a A maioria hoje s o importados da China e do Paraguai Penso baseada em Sterns 2006 que isso representa a nova era da globaliza o iniciada por dois acontecimentos do final do s culo XX a era de contatos e intera es entre a sociedade de todo mundo a facilidade da comunica o pela TV por sat lite que divulga pelo menos uma vers o da cultura internacional e a decis o da China depois da R ssia de abrir novos tipos de contatos internacionais ocasi o em que as multinacionais expandiram seu alcance criando progressivamente mais economia de mercado e gerando complicadores para as ind strias locais bastante comum a presen a de brinquedos confeccionados na China em todos os locais de venda de brinquedos industrializados em S o Lu s dos mais simples ao mais sofisticados Essa venda se estende do com rcio informal s grandes lojas e hipermercados Vejo que ao mesmo tempo na cultura da modernidade a globaliza o contempor nea provoca novos tipos de resist ncia como a que vejo no artes o do brinquedo por exemplo que ocupa espa os cresce em volume de venda e em variedade de produtos Percebo que enquanto a globaliza o econ mica gera condi es de desigualdades entre as 214 crian as pela produ o de brinquedos com padr o s cio econ mico diferentes a globaliza o pol tica favorece a defesa dos seus direitos pelo crescente alcance das organiza es n o governamentais e intern
21. s ind strias e ABRINQ Associa o dos Fabricantes de Brinquedo Busquei nas oficinas artesanais nas feiras sazonais de brinquedos tradicionais e nos vendedores informais dos fins de semana nas praias as mesmas investiga es citadas anteriormente na tentativa de construir tamb m o car ter mercadol gico de venda do brinquedo regional Nas salas de jogos das Lan Houses investiguei o jogo eletr nico o jogo virtual e suas especificidades para descobrir entre os jogadores as prefer ncias as impress es os tipos de jogos procurando perceber as rela es entre a crian a o brincar e a cultura no brincar virtual brincadeiras realizado mensalmente sempre em reas perif ricas Das 8 s 16h s o desenvolvidas al m dos jogos atividades de aplica o de fl or de medi o da press o e peso das crian as O projeto prev tamb m um trabalho de conscientiza o das crian as e de seus pais com uma estrutura jur dica e m dica explicou M rcio Alves Com o apoio de outros rg os e institui es ainda levado o canil da Pol cia Militar e s o feitas uma oficina que ensina como fazer brinquedos com materiais recicl veis a exibi o de v deos que falam sobre drogas e viol ncia e a apresenta o de teatro de bonecos O Imparcial MA p 12 T ssia Arouche 28 7 34 Como instrumento t cnico utilizei a entrevista de forma estruturada e semi estruturada AP NDICE A para dez gerentes de loja 20 vend
22. sendo importado De cada dez brinquedos vendidos no Brasil quatro s o subfaturados tem origem no contrabando ou s o falsificados segundo a ABRINQ Esse um fato que considero bastante grave principalmente quando observo a m qualidade desse produto Os recalls que s o repetidamente feitos hoje em brinquedos confirmam essa minha preocupa o embora seja claro para mim que s os brinquedos legais s o motivos de recall Os demais s o postos diretamente na m o das crian as sem nenhum controle e elas s o expostas a todos os tipos de risco que ele contiver Mesmo as importa es legais acabam sendo beneficiadas pelas diferen as acentuadas nos encargos tribut rios praticados no Brasil Hoje cada brinquedo fabricado no Brasil tem pelo menos 35 do pre o composto por impostos enquanto em outros pa ses n o chega metade disso revela o presidente da ABRINQ Para manter ao menos empatado o faturamento de 2006 com o de 2005 de R 950 milh es os fabricantes ampliaram a produ o entre 5 e 6 j que no global havia uma defasagem de 10 a 15 nos pre os praticados atualmente no mercado H pelo menos dois anos os pre os n o s o reajustados pela pr pria realidade do mercado por m as mat rias primas n o param de aumentar o que traz muita dificuldade ao setor Apesar de todas essas observa es as vendas internas foram elevadas em 2006 em no m nimo 4 Esse um percentual considerado bom pois se manter no mercado n
23. Anjo Harpista Harpist Angel Ilus o Ilusion Rosa Rose Sonho de Ver o Summer Dream Sinfonia em Chiffon Symphony in Chiffon Esplendor de Ver o Summer Splendour Cada designa o dessa leva a um significado Assim presumo que os recursos utilizados pela ind stria t m como base significados preferenciais como sugerido por Hall 1997 e por sua vez uma determinada vis o da ordem social A Barbie relacionada a pap is femininos mas sem poderes super humanos como dos bonecos Elas s o consumidoras bailarinas m es enfermeiras cabeleireiras m dicas professoras e os seus contextos est o de modo geral dentro do espa o dom stico Os pap is como pr ticas de domesticidade e de maternidade s o super representados As 132 pr ticas de paternidade est o basicamente ausentes no mundo dos bonecos e at mesmo do universo do brinquedo em geral assim como a velhice outra categoria social raramente representada no mundo dos brinquedos ocidentais FIGURA 25 Olhando para os brinquedos de meninos especialmente para os bonecos vejo que apresentam algumas classifica es que parecem estranhas para mim mas que implicitamente situam os pseudo atores em cen rios orientados em termos profissionais ou de a o Assim aponto como exemplo os nomes que um boneco recebe Vejamos o Action Man recebe Dr X Pollar Polar Mission Miss o Polar Bowman Arqueiro Roller Extreme Bungee Jumper Saltador d
24. Dentro do carro sorriamos chor vamos convers vamos horas seguidas S Deus e n s duas sabemos como foi dif cil resistir e persistir na busca do nosso alvo at o fim valeu cada momento linda A Allen meu filho querido que sofreu com minha aus ncia mas com sua peculiar sabedoria soube ainda me dar for as para que eu n o me sentisse triste ou desanimada Em longas conversas compartilhamos em minhas estadas em S o Lu s descobertas acad micas teorias sociol gicas as id ias para a tese voc foi muito importante para essa vit ria Valeu meu filho Profa Dra Violeta Refkalefsky minha orientadora que me acolheu desde o primeiro momento que cheguei a Bel m e a escolhi para construir comigo as id ias que eu trazia em forma de pr projeto A empatia foi instant nea a forma admir vel como acreditou em minha capacidade me entusiasmou e me fez tamb m acreditar que eu conseguiria Cada palavra sua foi um est mulo obrigada professora pela convic o transmita professora Dra Maria Jos Aquino por ter parado para me ouvir sempre que solicitei por ter se mostrado acess vel s discuss es e ao recebimento de e mails pelo apoio por ter participado de minha qualifica o e ter me ajudado a encontrar o perfil adequado para as quest es que eu trazia para a tese o que foi fundamental para a conclus o do trabalho Voc um exemplo de mestra a ser seguido ao reunir as qualidades de firmeza e ternura Obrigad
25. a vive na cidade e seu brincar O cap tulo seguinte discute a cultura da modernidade a crian a na hist ria e as inf ncias modernas para a Sociologia Focaliza o ato de brincar e o brinquedo na modernidade e as grandes rupturas com o tradicional o Ursinho Teddy Bear e a Barbie o simbolo do 38 brinquedo moderno Examina a materializa o e as representa es do brincar da modernidade Procura demonstrar que o brinquedo como tantos outros objetos produzidos pela humanidade s o reflexos das rela es sociais culturais pol ticas e econ micas travadas em uma dada sociedade em um lugar Para a crian a representa uma das fontes que ela utiliza para apropriar se dos c digos culturais do mundo que a acerca um objeto composto de uma rica din mica cultural situada entre universalidade e diversidade espacial nos tipos elencados para a pesquisa O cap tulo subsegiiente constr i o perfil do brinquedo moderno em seus novos paradigmas e mitologias especialmente os bonecos dos meninos suas novas imagens e significa es muitos deles num retorno ou continuidade velha mitologia caracterizando os como incentivadores da a o da aventura da for a representativos do mundo masculino Discute o super her i como brinquedo Examina os valores e classifica es dele na sociedade moderna bem como dos jogos como geradores de cultura Observa as novas fun es e significados a partir do aspecto material Discute a outra face do brinquedo mo
26. ca adoras coletoras agr colas nas civiliza es cl ssicas p s cl ssicas pr modernas e modernas utilizando as categorias de sociedades usadas por Stearns 2006 As diferen as s o bem evidentes quanto vis o que as sociedades desenvolveram localmente sobre o brinquedo e a crian a Por exemplo os ca adores coletores tradicionais trabalhavam poucas horas por dia deixando bastante tempo para dedicar s crian as At hoje entre as sociedades coletoras contempor neas crian as e adultos brincam juntos com frequ ncia o que n o comum nas sociedades ocidentais modernas que demarcam o mundo infantil de forma diferente e separado do mundo adulto por possu rem uma vis o bastante diferenciada de tempo espa o e ocupa o adulta A partir dessas observa es passei a perceber mais claramente as mudan as que ocorreram em rela o ao brinquedo nas ltimas 14 Stearns 2006 considera a inf ncia na hist ria mundial diante das sociedades agr colas como as primeiras grandes mudan as por m de pouco conhecimento porque as sociedades ca adoras coletoras deixaram poucas informa es Nas sociedades cl ssicas ele enquadra a da China ndia e do Mediterr neo Oriente M dio de cerca de 1000 a e c at o colapso dos imp rios cl ssicos por volta do 5 ou 6 s culos e c Na era p s cl ssica ele considera que houve o impacto das mudan as religiosas datando a entre os anos 500 e 1450 ap s a queda dos imp rios cl ssic
27. chegar aos n meros de hoje Como um segmento da economia passam por todos os caminhos da economia brasileira Segundo o presidente para a gest o 2004 2007 a Associa o tem uma gest o feita de forma executiva um Conselho de Administra o e a uma diretoria executiva composta por todos empres rios do setor O atual conselho administrativo composto com representantes das grandes empresas brasileiras doze 12 membros efetivos na administra o dois 2 no conselho fiscal efetivo e um suplente ANEXO E 71 A gest o do Conselho administrativo atual se iniciou em 15 de julho de 2004 e vai at 15 de julho de 2007 230 Dessa forma quinze 15 empresas est o representadas no conselho gestor Al m desse conselho a ABRINQ conta com outras empresas irm s ou parceiras Essas entidades desenvolvem atividades em conjunto trabalham em promo es e eventos em que as a es est o diretamente ligadas produ o venda e consumo de brinquedos ou ainda a promo es de parcerias em investimentos diretamente ligados associa o Os logotipos a seguir FIGURA 37 representam as empresas os sindicatos e as associa es que est o envolvidos nessa parceria Todas se comprometem com os projetos as feiras os dados estat sticos e outras a es necess rias perman ncia da parceria produzindo brinquedos e outras a es pr prias da entidade FUNDA O A BEM USIC ABRINQ F jaak o LL LS S kl da A Met En
28. como j me referi anteriormente a partir de seu material pl stico silicone madeira espuma ferro pano vinil material regional ou outro como o dos eletroeletr nicos ou virtuais Todos eles trazem significa es diferentes a partir de sua imagem A oferta de brinquedo dos mais variados tipos e modelos entre as categorias industrializados regionais e tradicionais que s o representativos da cultura material de lugares bem diferentes se traduz em uma certa indiferen a sua origem por quem o compra ou brinca Constato que em S o Lu s a origem dos brinquedos n o um dado que interesse crian a ou aos pais na compra A pesquisa me mostrou que eles na maioria n o verificam a o fabricante o local de produ o se h selo do INMETRO Ficam atentos apenas faixa et ria recomendada Atualmente com os recalls percebo uma certa movimenta o de mudan a dessa realidade O material tamb m n o importa muito por m como o pl stico o que predomina no brinquedo industrializado esse o mais utilizado Entre os chamados pedag gicos no entanto a madeira predomina Nesse sentido concluo que o pr prio material j um significado pois um objeto em madeira maci a n o remete s mesmas imagens que um objeto de metal Ambos oferecem crian a experi ncias variadas Do mesmo modo vejo a cor tornar se um c digo culturalmente associado s meninas ou aos meninos evidenciando sua representa o O r seo est associado s m
29. condom nios verticais e horizontais FIGURA 7 isolam as crian as e demarcam regras para sua circula o e brincadeiras Normalmente elas t m pouca no o espacial do lugar em que vivem do espa o da cidade porque n o a conhecem realmente pela falta de conviv ncia com espa os p blicos maiores submetidos face a esse isolamento a que s o submetidas e pela super prote o que recebem o que as impede de explorarem o seu entorno Por outro lado existe um claro abandono do brinquedo tradicional e regional pela falta de acesso e eles de forma talvez n o intencional por m pelas conting ncias do lugar onde moram As brincadeiras s o limitadas aos playgrounds e aos espa os de lazer dos shopping centers e aos comportamentos sociais dos condom nios como circunstancia da vida moderna a que est o submetidas 61 Para compreender S o Lu s hoje necess rio pensar fundamentalmente como Castells 2006 distinguindo notadamente dois sentidos extremamente distintos da urbaniza o que est o presentes em S o Luis a concep o espacial da popula o a partir de seus limites de dimens o e de densidade e a difus o do sistema de valores atitudes e comportamento denominado cultura urbana Rios 2006 demarca a situa o urbana de S o Luis hoje em quatro faces quatro lugares de caracter sticas diferentes dentro de uma mesma cidade 1 Cidade Hist rica 2 Bairros Tradicionais ou conjuntos habitacionais 3 Cidade Modern
30. do zool gico 5 18 Edif cios p blicos brinquedos representando salas de aula esta o de trem banco correio hospital 5 19 Estacionamentos postos de gasolina circuitos simples bombas de gasolina postos com carrinhos e detalhes sinais de tr nsito circuitos para carrinhos e trenzinhos com fun es simplificadas em madeira ou pl stico 5 20 Tapetes de jogo universo tapetes com circuitos imita o de cidades com ruas para brincar no ch o universo de personagens com seus acess rios 5 21 Casa de bonecas e acess rios casas com compartimentos m veis na propor o imitando cozinha dormit rio sala de jantar 5 22 Bonecas manequim e acess rios bonecas articuladas com cabelo e atividades m veis objetos pessoais equipamentos esportivos 5 23 Bonecas leves vestidas bonecas pl sticas ou de tecido com olhos frios cabelos no pr prio pl stico ou de l roupas simples 6 Brinquedos para Atividades Criativas 6 01 Mosaicos pe as geom tricas ou pinos em madeira ou pl stico coloridos para formar figuras 6 02 Carimbos para impress o letras m quinas de imprensa 6 03 Adesivos materiais de colagem adesivos de papel ou pl sticos coloridos ou ilustrados para formar cenas ou figuras pe as com im s para formar cen rios 6 04 Tape aria em tear tape aria bordada com agulha trabalhos de costura bordados tecelagem 6 05 Trabalhos de furar enfiar amarrar tra ar e reco
31. e o Battle Field que s o incluidos na categoria de combate As crian as gostam dizendo t m a ies que parecem reais Segundo Alves Ib Id esses jogos receberam pr mios concedidos por revistas especializadas no per odo de 1999 a 2000 especialmente o primeiro que j foi baixado da internet mais de dois milh es de vezes desde o seu lan amento em junho de 1999 Em nossas conversas os jojadores informam que passam em m dia 3 horas jojando e que essa uma atividade que fazem diariamente e que sentem falta quando n o v o at l porque uma das coisas boas encontrar os companheiros de jogo 6 6 O Olhar dos pais para o brincar da modernidade Para que eu tra asse de forma mais fiel poss vel o olhar dos pais para responder s minhas quest es principais distribui esses pais em quatro grupos distintos dois grupos sob o ponto de vista s cio econ mico e em dois considerando a faixa et ria um at 26 anos e outro acima de 60 anos Para os dois primeiros considerei para esse enquadramento o local onde moram e compram a cidade verticalizada os shoppings e o com rcio da principal rua do centro de S o Lu s para a classe mais favorecida A cidade inchada e os conjuntos habitacionais o comercio informal as feiras e lojas de brinquedos populares o das classes menos favorecidas Assim eles foram por mim distribu dos a partir do seguinte perfil de acordo com o grupo a que pertencem No grupo 1 O Perfil A Quest o
32. es que v o se tornando realidade propor o que a rela o entre as diversas escalas espaciais da modernidade vai compondo uma nova forma e media o bastante diversa do que ocorria no passado E isso especialmente com respeito regi o No passado distante a regi o fora um sin nimo de territorialidade absoluta de grupo com as suas caracter sticas de identidade exclusividade e limite devidas presen a nica desse grupo sem outra media o A diferen a entre reas se devia a essa rela o direta com o entorno Hoje cada vez mais os lugares s o condi o de suporte de rela es globais que sem eles lugares n o se realizaria As regi es se tornaram lugares funcionais do todo espa os de conveni ncia onde se encontram as quatro categorias de brinquedos que elenquei na pesquisa Na categoria de brinquedo industrializado considero os brinquedos criados na modernidade frutos da ind stria cultural que apresentam modelos caracter sticos e perfis contempor neos gerados num lugar por m com ampla penetra o no mercado mundial Considero dessa forma na evid ncia de que a cada poca novos objetivos e a es v m juntar se s outras modificando o todo tanto sob o aspecto formal quanto substancial como um sistema t cnico base material da globaliza o numa afirma o do movimento de unifica o acelerado pelo capitalismo e numa esp cie de rela o unit ria na escala do mundo mediada pelas ind stri
33. espa o sofre impactos ambientais negativos observando se uma escassez de reas verdes abertas ao p blico com altera es negativas que a moderniza o vem tra ando Na Cidade Inchada existem grandes problemas sociais sanit rios e de sa de p blica FIGURA 13 S o lugares de ocupa o recente desordenados e sem infra estrutura urbana b sica muitos deles ocupados durante a d cada de noventa atrav s de lutas coletivas pela terra para morar S o espa os que segundo Santana ib id fazem parte de uma din mica s cio territorial e onde uma periferia gigantesca avan a em toda dire o sem delimita o territorial onde existem casas t o pequenas que onde est uma est o todas constru das pelos pr prios moradores com escassos e prec rio recursos materiais e construtivos e em que grande o volume de pessoas especialmente de crian as que se espalham pelo espa o o grande fornecedor de nutrientes para a vida delas nessas reas OLIVEIRA 2004 a rua o espa o aberto p blico e coletivo lugar din mico onde todos se encontram universo de m ltiplos eventos e rela es Os brinquedos industrializados s o poucos nesse lugar pelo baixo poder aquisitivo das fam lias Sobressaem as brincadeiras desenvolvidas normalmente nas ruas por falta ou por pouco espa o nas casas pequenas ou mal localizadas Segundo Tuan 1983 as crian as encontram excita o na rua o que faz o lar parecer enfadonho e triste m
34. gica de constata o da realidade social nos aspectos locais e globais da realidade social Acredito que esse conte do da brincadeira pode ser visto como Carvalho et al 2003 p 17 ao sustentarem que podemos considerar a brincadeira como pr tica e como produto cultural por um lado a brincadeira um dos universos culturais identificados pelos antrop logos tais como regras de casamento rituais de sauda o rituais funer rios receitas culin rias tabus alimentares etc Por outro lado para eles apresenta a tens o entre idiossincrasia e universalidade que caracteriza outros universos culturais ainda que muitas vezes revestidas de uma roupagem idiossincr tica peculiares a uma determinada cultura certas formas de brincar s o reconhecidamente universais A exist ncia de brincadeiras universais desenvolvidas no lugar importante quando vemos a universalidade como refer ncia estrutura psicol gica b sica do jogo como no caso do esconde esconde presente no repert rio de beb s desde os primeiros meses de vida ou o brincar de faz de conta BRUNER amp SHERWOOD 1976 Em nosso mundo moderno e tecnol gico transbordante de informa o e est mulo com as transforma es bastante densas especialmente quando focalizo nas crian as urbanas de classe alta e m dia inclui todas as vari veis que influem no brincar delas acesso televis o e tipos de programa que assistem disponibilidade de diferentes
35. isopor caixas de ovos etc Guimar es 1994 observa que nem sempre os brinquedos constru dos de sucata s o valorizados pelas crian as enquanto o industrializado sim Os artes os t m uma vis o diferente Observam que as crian as gostam do brinquedo artesanal por serem hoje novidade para eles face frequ ncia com que brincam com o brinquedo industrializado O popular passou a ser o diferente o mais raro de encontrar asseguram haver um retorno ao interesse pelo brinquedo regional por parte da crian a necess rio destacar o fato comum de que o brinquedo regional e popular assim como em Bel m e noutros tantos lugares em S o Lu s em geral est ligado s festas religiosas exposi o de brinquedos em feiras sazonais Alguns deles atuam como elemento de rituais na condi o de objeto sagrado ou no pagamento de promessas Ao mesmo tempo nesses espa os festivos ele est presente em parques infantis nos quais as crian as e os adultos se divertem Em S o Lu s as festas religiosas dos santos padroeiros tamb m cumprem a mesma fun o uma aproxima o dos brinquedos com a oferenda FIGURA 52 por que H essa aproxima o um questionamento interessante para investigar Os artes os dizem que porque tanto o brinquedo como a festa parte de um ritual eles est o muito ligados porque s o sagrados os brinquedos s o a poarte concreta do sagrado Fonte PORTO Allana 2007 Figura 52 Brinquedos regio
36. motricidade linguagem percep o representa o e mem ria al m de e Desenvolvimento da linguagem corporal da escrita e da oralidade e Amplia o do vocabul rio e Est mulo intelig ncia e Exerc cio da concentra o e da aten o e Est mulo curiosidade iniciativa e autoconfian a e Descoberta de potencialidades e Exerc cio de habilidades e Aproxima o do outro do conv vio social e Intera o e amadurecimento emocional e Viv ncia das puls es agressivas simbolicamente e Tradu o da realidade para o contexto infantil e Diminui o do sentimento de impot ncia da crian a diante do adulto Todos esses aspectos dizem respeito transmiss o cultural em linguagens diferentes por m que ocorre em todas as pocas Torna se importante lembrar Piaget 1990 quando considera que para observar ou estudar o brincar e perceber suas possibilidades nesse car ter l dico necess rio distingui lo de uma atividade n o l dica que a crian a esteja executando pois nem toda a o que ela desenvolve relativa ao brincar Para isso ele aponta as caracter sticas do brincar que deve denotar representatividade prazer e autodetermina o E al m disso 145 e Ter um fim em si mesmo e Ser uma atividade espont nea e Ser uma atividade de prazer e Ter uma relativa falta de organiza o e Ser caracterizado como um comportamento livre de conflitos e Ser uma atividade que envolve uma
37. mulo de uma crian a eg pcia de tr s mil anos antes de Cristo Os povos primitivos faziam as bolinhas com pedra argila madeira ou osso de carneiro Na Gr cia as crian as tamb m jogavam com castanhas e azeitonas e em Roma com nozes e avel s Na ilha de Creta foram encontradas bolinhas feitas com pedras polidas de jade e gata datadas de 1450 antes de Cristo Provavelmente o seu uso foi difundido pelas legi es conquistadoras do Imp rio romano Atzingem ib id diz que o jogo era t o popular entre as crian as de Roma que o imperador C sar Augusto chegava a parar na rua para assistir a alguns desafios Na Fran a eram feitas bolinhas de madeira ou metal que somente a partir do s culo XVII tornaram se perfeitamente redondas As mais populares continuaram sendo de barro e as mais sofisticadas de vidro gata ou m rmore Existem v rias modalidades diferentes de brincar com as bolinhas que envolvem n mero posi es e demarca es diferentes Atualmente a bolinha de As maneiras mais comuns de jogar com as bolinhas s o as seguintes Tr s covinhas Esta variante consiste em fazer um percurso de ida e volta no qual o jogador tem que colocar o seu berlinde dentro de cada cova podendo tamb m acertar nos berlindes dos advers rios afastando os das covas por forma a dificultar as suas jogadas O vencedor ganha o n mero de berlindes pr estabelecido antes do jogo Algumas regi es as covinhas s o cinco sendo quatro na reta e
38. ncia a uniformizar uma caracter stica moderna e tem sido discutido pelos criticos da modernidade Muitas outras formas de olhar e analisar o brinquedo moderno existem e trazem perspectivas pontuais considerando a inten o do avaliador A exemplo Margooulis apud LEBOVICI DIATKINE 1988 p 38 observa os brinquedos em tr s tipos diferentes mais voltados para a manipula o da crian a como um produto da Ind stria Cultural de acordo com o objetivo a que ele se destina a brinquedo completamente pronto simples ou mec nico b brinquedo feito aos poucos que a pr pria crian a deve completar c materiais de jogos Considero o fato de que mesmo que haja uma oferta irrestrita de um determinado brinquedo ou marca conhecida o gosto como classifica o hier rquica social tanto em rela o produ o como em rela o ao consumo Quando analiso essas classifica es que os rg os ligados sua produ o fazem relaciono diretamente s quest es da apropria o da cultura pela esfera do consumo Trago Baudrillard 1991 novamente para esse debate ao considerar que a l gica do consumo est baseada no uso planejado de signos que destituem o objeto de finalidade tornando o simplesmente algo a ser comprado Esse processo ocorre baseado na subjetividade na interioriza o de valores externos aos consumidores que acabam seduzidos por apelos de propaganda definidora de uma nova subjetividade estimuladora da compra do bem divulgad
39. ncia do processo de moderniza o da sociedade Conforme assegura Santos 2005 p 26 estamos perante um fen meno multifacetado com dimens es econ micas sociais pol ticas culturais religiosas e jur dicas interligadas de modo complexo Essa amplitude implica em dif cil apreens o Essa busca pelo desenvolvimento dessas percep es citadas relevante por m de dif cil capta o pelo fato de que o brinquedo n o pertence a uma categoria nica de objetos pelas suas v rias manifesta es e significados dados tanto pela sociedade que o fabrica quanto pela crian a que o recebe Por esse car ter torna se desafiador instituir tempo e lugar para o brinquedo al m do que ele s pode ser pesquisado em estreita rela o com a crian a e em diferentes culturas Nessa compreens o tornou se importante revisitar mem rias e contextualizasse na contemporaneidade os seus significados o que me ajudou a perceber formas variadas para o ato de brincar e para o brinquedo como elemento concreto desse processo assim como da brincadeira e do jogo para al m da atualidade em sua evolu o no universo pr prio de cada sociedade Para isso foi importante pensar como Lefebvre 1974 apud CARVALHO et al p 11 que na produ o social do espa o est inscrita sua hist ria que se d s cio culturalmente e esta inscri o corresponderia arqueologia do psiquismo e de formas de subjetiva o em que os modos de brincar s o uma de
40. ncias adotadas entre outros A Mattel dever apresentar os esclarecimentos solicitados ao Procon como determina o CDC C digo de Defesa do Consumidor com informa es claras e precisas sobre os riscos para o consumidor Se as informa es forem insuficientes ou comprovarem descumprimento do CDC a empresa pode ser autuada O artigo 10 do C digo de Defesa do Consumidor estabelece que o fornecedor n o poder colocar no mercado de consumo produto ou servi o que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade sa de ou seguran a O Procon SP informa que os consumidores que j passaram por algum acidente causado pelo defeito apontado poder o solicitar na Justi a repara o por danos morais e patrimoniais eventualmente sofridos Em nota o Procon informa que entende que enquanto existirem brinquedos com o problema apontado o fornecedor respons vel e obrigado a efetuar os reparos de forma gratuita E mesmo que o consumidor n o tenha acesso convoca o ele ter seu direito seguran a garantido Dados dispon veis em www recallmatel com br 113 Enquanto no passado a observa o dos riscos vinha por a es cotidianas no que diz respeito ao tipo e ao material de confec o do brinquedo feito com supervis o apenas de pais ou adultos e dos tipos de brincadeiras atualmente uma a o que envolve esse controle por rg os especializados O Guia do Brinquedo produzido pela ABRINQ chama a a
41. numa rela o de oferta e demanda como um produto comercial e obedecendo a uma l gica de consumo uma l gica racional instrumental e outros que est o como produto globalizado fruto de outras demandas e representa es que s o licitados pelas f bricas e introduzida no mercado nacional acompanhando uma tend ncia mundial uma moda uma onda independente de sua hist ria ou ainda a reprodu o do modelo tradicional No Brasil comum transformar em brinquedo especialmente em boneca uma pessoa que se destaca na m dia Assim surgiram as bonecas Xuxa Ang lica Sandy Eliana Vanessa Camargo entre outras S o portanto representa es que a sociedade faz de seus personagens em evid ncia Para mim como se os adultos tamb m brincassem do faz de conta ao criar n o uma boneca sem identidade por m a representa o de uma pessoa Assim muitas vezes ela fica merc do marketing que envolve o brinquedo novo e submetida for a dele O fabricante se coloca da seguinte forma sobre isso A gente tenta descobrir tem de fazer testes Quando um produto de faixa et ria maior que a gente chama de family games voltado tanto para crian as como para adultos mais f cil n s avaliarmos porque a gente tem experi ncia de pai de adulto tem os jovens da equipe e ent o podemos tirar algumas conclus es Muitas vezes o jogo causa d vidas porque dif cil afirmar que o produto vai agradar ou n o as crian as Al
42. o tarefa f cil no mundo complexo dos neg cios especialmente quando h tantos produtos importados resultado de um esfor o significativo em uma luta o tempo inteiro na busca do consumidor j que o mercado do brinquedo global o mesmo que uma crian a brasileira e em S o Lu s quer uma de outro pa s tamb m deseja e justamente o lan amento que d vida ind stria Para os fabricantes se n o houver novidades ningu m vai notar uma empresa A m dia de lan amentos ao ano fica entre 1 mil e 1 2 mil O setor investe mas corre risco o 243 tempo inteiro avaliando prefer ncias e tend ncias de consumo como uma chance de sobrevida O gr fico 4 nos d um registro dessa din mica em seis anos Como observamos pelo gr fico h um acr scimo no volume de vendas Vejo que a incurs o por esses dados da ind stria importante para situ lo como objeto de consumo assim como para compreender os significados do brinquedo para a sociedade importante tamb m para observar a contextualiza o temporal e as diversidades de concep es da cultura material e simb lica como mercadoria Constato que muitas vezes essas concep es t m tamanha ambigiiidade a ponto de n o encontrar defini o ou um enquadramento adequado a uma corrente epistemol gica sobre a tem tica De qualquer forma Segundo Mc Cracken 2003 o consumo moderno acima de tudo um artefato hist rico e considera que suas caracter sticas atuais s o re
43. o Ele aponta cinco faces que caracterizam esse momento que seria a nossa crise e a caracter stica da cultura da modernidade ib id p 17 QUADRO 3 88 O dilema do crescimento demogr fico seis bilh es de seres humanos seis vezes mais do que no in cio do s culo XIX O drama ecol gico derivado por um lado deste crescimento por outro de um consumo induzido a for ar o ecossistema por todos os lados como fornecedor de mat rias primas perec veis e como escoadoro de lixo qu mico industrial e org nico O drama das desigualdades sociais do desequil brio socioecon mico dos conflitos de etnias id ias religi es ambi es e grupos de interesse A megal pole moderna e seu aparato funcional burocratizado e an nimo Desorienta o emocional v cios fugas dist rbios psicol gicos ansiedade medo Fonte SOUZA Nelson Mello e 1999 p 17 Quadro 3 Cinco faces da cultura da modernidade Essa cultura portanto um movimento dial tico de contradi es que se reflete no brincar tanto na produ o sob o ponto de vista da ideologia das representa es valores institu dos pela ind stria e significados nos modelos de brinquedos constru dos representativos do trabalho da influ ncia midi tica e do cinema como parte do conjunto de viv ncias do homem e sua hist ria que est profundamente relacionado com o modo de vida contempor neo Isso representa uma vers o individualizada e privatizad
44. o controle remoto E Blocos de encaixar Manipula o Motor Fino computador Coordena o e Instrumentos musicais Aventura Aparelhos de subir Psicomotor Movimento criativo Dan a Explora o sensorial Modelagem com sucata E Comunica o fun o Ouvir contar hist rias Ling stico Pao Ea i Explica o aquisi o Brinquedos em geral EEE E EE I Cient fico Explora o investiga o Brincar em gera Resolu o de problemas representa es S mbolo Representa o faz de Casa A bonera a Eee Teatro jogos de n meros matem tico conta minimundos na virtuais EAR D Pintura desenho a Est tica imagina o TE Criativo Desingning modelagem fantasia realidade inova o Faz de conta A 3 gress o regr ssa a Boneca bola Madeira na Relaxamento solid o E no Terap utico bri argila m sica rincar paralelo Maia ica o int Ling stico Comunica aotea gan Marionetes telefone coopera o Repetitivo Dominio controle Variados Ta E as Animais de estima o Emp tico Simpatia sensibilidade s outras crian as Pap is emula o Cantinho da casa Autoconceito moralidade etnicidade oficinas de servi os Jogos Competi o regras Jogos em geral Fonte Moyles 2002 p 26 Quadro 5 Diferentes formas de brincar Observo que o brinquedo a brincadeira e o jogo na cultura moderna materializam se de forma livre ou dirigida pelo adulto Quando livre permitem constru es sobre situa
45. o expostos venda Minha investiga o caminhou na dire o de buscar perceber entre as categorias de brinquedos elencados na pesquisa em S o Luis onde eles se encontravam para venda compra e para brincar Tais questionamentos me apontavam o desaparecimento de pr ticas culturais como as brincadeiras transmitidas oralmente e por observa o como tamb m de outras pr ticas culturais n o letradas do lugar como artesanatos arte popular contos e rimas tradicionais conforme adverte Carvalho et al 2003 Chamava minha aten o nessa an lise os aspectos sociol gicos que mudaram nos ltimos tempos a sociedade e que n o podiam ser ignorados Por exemplo a perda de relev ncia do papel da fam lia na socializa o da crian a em detrimento do crescimento do papel da escola a perda das tradi es culturais fundamentalmente da tradi o oral que passava de uma gera o a outra os conhecimentos sobre brinquedos e brincadeiras da confec o execu o Mudan as essas que ocorreram em decorr ncia do individualismo o que leva as crian as a preferirem brincar sozinhas da se sentirem atra das pelos jogos virtuais Encontrei em G mez 1998 apud MURCIA 2005 p 110 uma dire o para investigar esse fato que ele atribui s a es significa muitas coisas e sua chegada e avan o podem ser aferidas utilizando se muitos marcadores diferentes Uma caracter stica da vida moderna e de seu moderno entorno se imp e no entanto como
46. o tais como os simbolismos as fun es os processos de comunica o estabelecidos entre as sociedades e os atores envolvidos na produ o e distribui o do brinquedo marketing c digo etc 55 passagem das sociedades agr colas para as industriais incluindo a redefini o do prop sito da inf ncia nas sociedades ao longo do tempo com suas implica es especial e mais recentemente naquilo que tem sido chamado de globaliza o Esse fato acelera as intera es entre as principais sociedades gerando impacto sobre a crian a dentro dos padr es mais amplos da experi ncia moderna Entre eles a expans o do consumo visando a como um dos seus alvos Entendo que um estudo sobre o brinquedo seus usos e valores na modernidade tem de estar situado a um contexto cultural espec fico desse consumo e uso pela crian a Outra evid ncia importante para mim neste trabalho o fato de que as inf ncias refletem as sociedades em que se inserem e tamb m ajudam a constru las O brinquedo e os seus usos s o reveladores das formas que assumem as evolu es da cultura infantil na passagem para a modernidade Considero que o brinquedo um elemento importante para se compreender a sociedade e o lugar onde ele produzido na categoria industrializado ou n o pois todos os lugares apesar das influ ncias externas possuem costumes singulares formas de consumo espec ficas que reafirmam para atingir esse objetivo Foi assim nas sociedades
47. o Lu s esses brinquedos est o venda em lojas especializadas no com rcio informal em locadoras de v deo farm cia hipermercados supermercados e outros A Grow Jogos e Brinquedos outra forte empresa resultado do trabalho e sonho de quatro amigos Gerald Rinus Reiss Robert A Schussel Oded Grajew e Valdir Rovai que 7 Dispon vel em www gulliver com br Acesso em 26 18 2006 233 ap s a formatura na Faculdade de Engenharia da Escola Polit cnica da Universidade de S o Paulo na d cada de setenta resolveram montar um empreendimento juntos e ap s observar o mercado optaram por fabricar jogos ao constatarem que a maioria deles era importado e que ai estava uma boa oportunidade de neg cios O primeiro produto da empresa foi direcionado aos adultos o jogo War uma produ o de cinco mil pe as vendidas de loja em loja pelos fabricantes produto bastante vendido em S o Lu s O pr ximo passo foi um quebra cabe a para crian as e depois para adultos com quinhentos mil mil e quinhentos dois mil e tr s mil pe as A seguir a Grow passou a criar v rias linhas de produtos a Baby Pr escolar com brinquedos de pl sticos para crian as pequenas kits de atividades com experi ncias pinturas desenho dobradura massinha de modelar bonecas e bonecos feitos em tecido ou vinil A Grow trouxe tamb m os brinquedos da Walt Disney a partir de 1982 Mais tarde a M nica e toda a sua turma Gugu Eliana Bananas de Pijamas e muitos
48. o da economia de seus legados pol ticos ticos e culturais tornando a numa nova roupagem de solidez se tornando imune a qualquer aspecto que n o fosse econ mico A partir da ele aponta cinco desafios buscando didaticamente explicar um novo tipo de capitalismo e um novo estilo de vida al m dos diversos momentos experimentados pela sociedade a globaliza o a individualiza o o desemprego o subemprego a revolu o dos g neros os 85 riscos globais da crise ecol gica e da turbul ncia dos mercados financeiros Assim n o haveria uma p s modernidade mas uma modernidade desdobrada em fases distintas Este o ponto de vista te rico que adoto Acho interessante tamb m perceber a forma como Weber discute a modernidade Rouanet 1998 considera que o pensamento dele um guia seguro para conceitu la porque a v como resultado do processo de racionaliza o preconizado pelas Luzes liga o do conhecimento patrocinado pelas ci ncias com os valores universais de progresso social e individual que redundou em enormes modifica es n o s na sociedade como tamb m na cultura Ele atribui o entendimento de moderniza o social diferencia o da economia com o advento da economia capitalista Sup e portanto a exist ncia da for a de trabalho formalmente livre a organiza o racional do trabalho e da produ o o c lculo cont bil e a utiliza o t cnica de conhecimentos cient ficos Ele conclui que esses aspecto
49. o e provid ncias Obviamente que os cuidados devem ser tomados de acordo com as informa es todavia os apelos da oferta devem ser comedidos na via direta de encontro com os cuidados recomendados Por outras palavras se o produto possui a recomenda o de que deve ser mantido fora do alcance de crian as n o seria compat vel com este sistema de prote o tampouco com o ECA a ilustra o gr fica de frutas ou figuras ilustrativas de aromas que mais pudessem atrair as crian as Al m disso e independentemente dos cuidados que devam ser tomados com a crian a como n o ficar desacompanhada de um adulto ter algu m sempre atendo s atitudes que possam colocar sua seguran a em risco n o se pode facilitar sob o argumento do apelo ao consumo adulto criando armadilhas que poder o causar mal maior a todos Com isso indo ao encontro dos dispositivos destacados no CDC para este breve ensaio n o recomendamos utilizar essas figuras ilustrativas e convidativas em produtos que possuam em sua ess ncia ou ligados m utiliza o que seja inala o ingest o qualquer risco sa de e seguran a do consumidor junto dele a crian a 371 ANEXO C CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DO BRINQUEDO Publica o da ABRINQ 1 Brinquedos para a Primeira Idade Brinquedos para Atividades Sens rio Motoras 1 01 Chocalhos e mordedores 1 03 M biles sonoros ou n o brinquedos com figuras ou formas diversas para colocar suspensos so
50. o manipulados para construir ou criar algo importante observar que para Piaget ib id esse brincar ocupa uma posi o intermedi ria entre brincar e trabalhar por pensar que a natureza das atividades construtivas orientadas para um objetivo significa que elas eram acomodativas a crian a adapta o seu comportamento para que se ajuste realidade ao passo que o brincar simb lico ou assimilativo adapta a realidade para que se ajuste aos pr prios desejos O mercado do brinquedo apresenta amplas possibilidades para o brincar construtivo embora tenha sido fortemente desenvolvido na d cada de 80 quando era dado grande nfase ao tecnicismo Os brinquedos playmobil pequeno arquiteto pequeno construtor tinham ampla divulga o Essa categoria contemplada com uma variedade de modelos diferentes de brinquedos Em S o 147 Lu s h loja especializada na venda de brinquedos pedag gicos em que os de constru o s o os mais vendidos importante observar que certos tipos de brincar n o se ajustam bem nem aos esquemas de Piaget nem aos de Smilansky TAKHVAR e SMITH 1990 e est o vinculados brincadeira A exemplo o brincar de atividades f sicas correr subir em rvores escorregar balan ar se e outras formas de brincar que envolvem a musculatura ampla e o brincar turbulento brincar de briga lutas e perseguir muito caracter sticos das crian as pequenas especialmente praticados em rea de
51. permitir a constru o de conhecimentos culturais espec ficos na letra da m sica Apesar de ser raro percebo que a brincadeira de roda em S o Lu s quando a observo ficam clara para mim as mudan as da cultura da modernidade ao ver que as crian as cantam outras letras inserem as m sicas de sucesso nas r dios e televis o o que ratifica a mudan a na modernidade e as influ ncias no lugar Carvalho et al 2003 dizem que as express es de carinho comuns nas cantigas de roda em sociedades pr modernas foram substitu das por movimentos e express es faciais de cunho sensual como uma express o do lugar que est o ocupando na vida da crian a Fragmentos de romances hist rias poesias quadrinhos e relatos do cotidiano foram incorporados ao repert rio infantil e devidamente aculturados passaram a representar o 3 Acultura o segundo Lakatos 1999 p 146 a fus o de duas culturas diferentes que entrando em contato cont nuo originam mudan as nos padr es da cultura de ambos os grupos Pode abranger numerosos tra os culturais apesar de na troca rec proca entre as duas culturas um grupo dar mais e receber menos Dos contatos 285 folclore tipicamente brasileiro Para eles de tanto ouvir e repetir os ritmos caracter sticos destas rodas cantadas as crian as v o assimilando e marcando com tra os regionais a sua musicalidade e a produ o musical da regi o ou pa s Apresentei s meninas investigadas uma lista com v
52. rasgado ou esmigalhado cola e gua ganhando assim dureza e resist ncia o que confere grande durabilidade ao material S o feitas de porcelana branca e fosca duas vezes cozidas e que na cor e no aspecto imitam o m rmore branco S o bastante comuns em arranjos natalinos e para bolos S o feitas de uma mistura de v rios componentes como serragem papel cola e gesso de Paris Exemplos de bonecas de composi o s o as bonecas Tiny Betty Little Betty Betty Wendy Ann e Princess Elizabeth que s o bonecas de cole o Quadro 7 Tipos de Boneca As bonecas modernas s o mec nicas funcionam a pilha a bateria podem ter as fun es de articular palavras pedir beijinhos chorar cantar fazer xixi beber gua dan ar andar de bicicleta fazer exerc cios f sicos brincar Al m disso algumas s o aromatizadas andam de patins s o produzidas nos estilos de atletas de estudante e de muitos outros comportamentos contempor neos inimagin veis para a mulher em sociedades tradicionais Vestem se de forma bem representativa de certas fun es valorizadas da mulher na sociedade bailarina noiva roqueira estudante princesa modelo Possuem casa carro moto celular computador e uma s rie de instrumentos que facilmente lhe identificam com a sociedade onde foram produzidas sempre representando o lado s cio econ mico privilegiado da sociedade Algumas s o programadas eletronicamente para pedir comida na hora determinada
53. re 2000 p 18 nessa dire o observo que suas considera es d o conta de que a concep o de um brinquedo deve se apoiar no estudo sistem tico dos universos simb licos que ser o explorados na constru o de um conjunto de representa es ricas enquanto tais mas tamb m capazes de proporcionar fun es l dicas 234 Para ele criar um brinquedo propor uma imagem que vale por si mesma que traz representa es e significa es de uma cultura e que disp e de um potencial de sedu o Esses aspectos normalmente seguem uma dire o ao conhecer a crian a seu desenvolvimento interesses e aspectos ergom tricos para sua estrutura f sica Ele aponta o que necess rio conhecer sobre a crian a com vistas produ o de um brinquedo e Como ela brinca e A forma o e o desenvolvimento e A periculosidade que o brinquedo e ou material pode oferecer observando os cuidados necess rios e Os diferentes interesses nas diversas pocas de sua vida e A ergometria a fim de bem adequar os brinquedos ao tamanho dela e Os brinquedos dispon veis no mercado e A hist ria dos brinquedos procurando rememorar a pr pria inf ncia e os interesses da poca Nesse entendimento compreendo de acordo com Broug re 2004 p 45 que criar brinquedos produzir imagens que possuam um significado relacionado l gica do desejo fundador da brincadeira o fato de o desejo ser submetido exalta o do estado de inf ncia uma
54. s o consumidoras diretas com o dinheiro dos pais e 3 delas fazem compras com o pr prio dinheiro e 21 apenas pedem influenciando as compras dos pais Dos 8 aos 9 anos e O n mero de crian as que compram com o pr prio dinheiro cresce para 29 e O n mero das que compram com o dinheiro dos pais que 42 delas e Os consumidores indiretos s o 19 Dos 10 aos 11 anos e As crian as ficam mais independentes e o n mero das que compram com o pr prio dinheiro empata com as que compram com o dinheiro dos pais em 42 e Nesta idade apenas 16 s o consumidoras indiretas Lembro que h crian as que n o fazem parte dessa estat stica porque n o compram n o t m mesada e est o margem dessa realidade Quanto aos lojistas diante da crian a em situa o de compra me afirmaram que gostam quando ela vai loja porque apesar de manipularem os brinquedos mexerem na organiza o das g ndolas influenciam na decis o da compra e acabam fazendo os pais comprarem al m do que previam A crian a produz formas de comunica o com seus pares e esta produ o est ligada ao mercado para a inf ncia que est sempre dizendo o que espera dela o que precisa ou deseja como um canal b sico para o consumidor Atualmente o mercado funciona acordando os est mulos desejos e anseios inerentes natureza do brinquedo que desejar incluir na brincadeira E como resultado da propaganda que cria demanda maci a GRACIOSO 1998 p 21 na medida
55. segue o tra ado que desenharam para ela e hoje segue na dire o que caminha a sociedade ocidental movida pelo racionalismo ou por uma nova barb rie que em uma leitura contempor nea torna a inf ncia uma prepara o para a racionalidade adulta e que j desde cedo a faz pensar sob essa l gica 5 3 A ind stria do brinquedo no Brasil Ari s 1981 p 90 revela que na pr modernidade o brinquedo era um produto que nascia das m os profissionais dos artes os de madeira dos produtores de vela dos caldeireiros e outros artes os Eles representavam de forma reduzida as coisas e as pessoas havia o gosto de representar de forma reduzida as coisas e as pessoas da vida quotidiana o que resultou numa arte e num artesanato popular destinado tanto satisfa o dos adultos como distra o das crian as Os museus sobretudo alem es e su os possuem conjunto complicado de casas interiores e mobili rios que reproduzem em escala reduzida todos os detalhes dos objetos familiares 224 No passado eles eram comercializados principalmente na Fran a pelos mascates que vendiam os brinquedos nos grandes entrepostos existentes na poca No final do s culo XIX surgiram pequenas f bricas em que a comercializa o dos brinquedos teve maior avan o culminando com sua industrializa o Os materiais foram sendo substitu dos a madeira e tecido por borracha celul ide metal j numa tentativa de diminuir custos e otimizar a pro
56. skates brinquedo para o equil brio corporal e seus acess rios 2 05 Pipas objetos voadores pipas bumerangues avidezinhos simples com el stico 2 06 Boliches jogos tipo boccia jogos de argolas boliches de pl stico madeira argolas para encaixar em um eixo 2 07 Bolas petecas bal es de ar bolas pl sticas bolas oficiais petecas bal es infi veis 2 08 Cordas de pular obst culos percursos cordas percurso tipo amarelinha 2 09 Pingue pongue t nis raquetes de praia pe as para atirar em alvo 2 10 1 i s pi es bolhas d gua 2 11 Pernas de pau bambol s aros para equilibrar com uma haste 2 12 Golf miniatura criquet bilhar pebolim futebol de mesa 2 13 Equipamentos esportivos redes para bola ao cesto voleibol estilingues arco e flecha 2 14 Equipamentos para playground ao ar livre e internos tobogans balan os escorregadores gangorras balan os 2 15 Barcos b ias colch es infl veis pranchas flutuadores 3 Brinquedos para Atividades Intelectuais 3 01 Puzzles f ceis de 20 at 150 pe as 3 02 Baby puzzles e encaixes planos quebra cabe as at 20 pe as e encaixe de pe as em bandejas 3 03 Puzzles com mais de 150 pe as 3 04 Brinquedos com pe as para girar e parafusar 3 05 Brinquedos de constru o por superposi o de pe as ou alinhamento lado a lado blocos de constru o simples 3 06 Brinquedos de constru o por
57. uma que ele define como paparica o ao considerar a crian a ing nua inocente e pura e a outra de moraliza o ao reconhec la a como um ser imperfeito e incompleto necessitando de interven o adulta 33 A instigante concep o de hist ria de Benjamin destaca a import ncia da rememora o da reminisc ncia e do papel do historiador A hist ria compreendida por ele n o como linear ou mec nica mas como entrecruzamento de presente passado futuro a hist ria entendida como narrativa Compreende se a partir da leitura de sua obra que o homem se faz fazendo o mundo e se faz como homem se fazendo na linguagem processo que s poss vel gra as coletividade ao n s Ele procura apreender o tempo como uma sucess o de pontos interligados por uma ordem cronol gica para ele a hist ria objeto de uma constru o cujo lugar n o o tempo vazio e homog neo mas um tempo saturado de agoras BENJAMIN 2002 p 229 98 Friedmann 2005 p 17 apresenta o perfil de inf ncias que temos hoje considerando os contextos das crian as reais com as quais convivemos uma no o de que uma categoria que vive em crise como a pr pria modernidade uma vez que parte desse contexto e sofre as conting ncias e os impactos dela Essa a forma como vejo a crian a em S o Lu s um reflexo do que os adultos t m constru do para elas Vejo as como algu m sem uma identidade definida sem um entendiment
58. ALGAZARRA BRINQUEDOS Fone Fax 11 6954 4108 email cris Dalgazarrabrinquedos com br ALGAZARRA BRINQUEDOS Fone Fax 11 6954 5826email fernandi Dalgazarrabrinquedos com br ALPHA BRINQUEDOS Fone Fax 11 6482 6571 email alphabring Osuperig com br AMBRU Fone Fax 11 3772 12908 email mariomontealto Dambru com br AMOEBA Fone Fax 31 3413 7565email bhtonys Dbhtoys com br ANJO INDUSTRIA E COM RCIO DE PL STICOS LTDAFone Fax 15 3283 1090 email brinquedosanjo vbrinquedosanjo com br ARGON PROMOCIONAL Fone Fax 11 5012 0973email argongift Dargongift com br ASTRO TOYSFone Fax 92 648 8401 email mauricio Dastrotoys com br BABY 2000 Fone Fax 11 3856 9063 email tapuzim aterra com br BABY BRINK IND COM BRINQ LTDAFone Fax 11 6281 3171 email gabriela rezende Dacalanto com BABY TOYS DS IND COM LTDAFone Fax 11 6437 7786 email tatiana MDbabytoys com br BALCAO DAS MAGICASFone Fax 11 3742 8568 3742 3042email sac o balcaodasmagicas com brBA TIKI Fone Fax 17 3233 4696 email batiki terra com br BIEMME DO BRASIL LTDAFone Fax 12 3157 4899 email biemme ay biemme com br BIEMME DO BRASIL LTDAFone Fax 12 3157 4899 email biemme biemme com br BIG STAR Fone Fax 11 4674 1786 email jorge vbigstarbrinquedos com br BRASBABYFone Fax 11 3361 3744 email cristina ybrasbaby com brBRASILFLEX Fone Fax 11 3858 1100 email graziela a brasilflex com br BRASILKOMODOFone Fax 11 3887 9747email contato vbrasilkodomo com BRASKI
59. ANPUR 1991 SCHWARTZ Oliver Le Mond Priv des Ouvriers hommes et femme du Nord Pari9s POF 1990 Pratiques Th oriques SCHNARTZMAN H B Transformation the anthropology of play New York Plenem 1979 SEARS Jumbach The Rue of the Eglalitarian Family London 1998 SHORTES Female Emancepation Buth Controlland Fortility In Finopeara history 1977 SHOHAT Ella e STAM Robert Cr tica da Imagem Euroc ntrica S o Paulo Cosac Naify 2006 SCHILLER G A Educa o est tica do Homem S o Paulo Iluminura 1995 SEN Amarthya Kumar Desenvolvimento como Liberdade S o Paulo Companhia das letras 2000 SILVA Tomaz Tadeu da Silva org Pedagogia dos monstros os prazeres e os perigos de confus o das fronteiras Belo horizonte aut ntica 2000 SKLAIR Leslie Sociologia do Sistema Global Petr polis Rio de Janeiro Vozes 1991 SLATER D Cultura do Consumo e Modernidade S o Paulo Nobel 2002 SNYDERS Georges Iln est p s facile d aimer s s enfants 2 ed Paris PUF 1998 SORJ Bernard A Nova Sociedade Brasileira Rio de Janeiro Jorge Zahar 2001 SOUZA Nelson Mello Modernidade a estrat gia do abismo 2 ed Campinas S o Paulo Editora da Unicamp 2005 SOUSA Emile L Que trabalhais como se brinc sseis trabalho e ludicidade na inf ncia Capuxu Disserta o de mestrado em Sociologia PPGS UFCG UFPB Campina Grande Para ba 2004 SPERBER D Contra certos a priori antropol gicos In E MORIN
60. Anorexia perda total ou parcial do apetite e Aumento da press o arterial a atividade cardiovascular aumenta e Cansa o visual olhos ardentes e ressecados e Cifose desvio na coluna vertebral e Cefal ia dores de cabe a e indisposi o f sica e mental 66 Esses jogos na maioria s o proibidos de serem comercializados no Brasil Eles n o s o encontrados facilmente para compra No entanto s o baixados atrav s da Internet 208 e Epilepsia fotossens vel um tipo raro de epilepsia que pode ser estimulada por varia es luminosas intermitentes e Tendinite e LER les es por esfor os repetitivos Cito como exemplo do diagn stico da crian a brasileira diante dessa situa o a pesquisa da Nickelodeon 2006 canal de televis o que existe h dez anos no Brasil distribu do e comercializado pela MTV Networks Internacional Essa institui o da m dia entrevistou em 2006 durante seis meses 2 800 crian as de 8 a 15 anos das classes A Be C em quatorze pa ses Argentina Brasil China Dinamarca Fran a Alemanha ndia Indon sia Jap o M xico frica do Sul Su cia Inglaterra e Estados Unidos com o objetivo de analisar o equil brio emocional utilizando o conceito de Well Being dessas crian as O resultado da pesquisa revelou que as crian as brasileiras s o as mais estressadas entre todas pelo que pensa se preocupa age e pelo que espera do futuro As perguntas que nortearam a pesquisa foram 1 Estou seguro
61. Arruda Elga Conselho Fiscal Suplente Primeiro Adriano Sabino The Toy Power Fonte dispon vel em www abrinq com ANEXO F 382 Presid ncia da Rep blica Casa Civil Subchefia para Assuntos Jur dicos DECRETO N 5 556 DE 5 DE OUTUBRO DE 2005 Regulamenta as salvaguardas transit rias objeto do art 16 do Protocolo de Acess o da Rep blica Popular da China Organiza o Mundial de Com rcio OMC O PRESIDENTE DA REP BLICA no uso das atribui es que lhe confere o art 84 inciso IV da Constitui o e Considerando que o Acordo Constitutivo da Organiza o Mundial de Com rcio OMC e seus anexos dentre eles o Acordo Geral sobre Tarifas e Com rcio GATT 1994 e o Acordo sobre Salvaguardas foram firmados pelo Brasil em 12 de abril de 1994 e aprovados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n 30 de 15 de dezembro de 1994 promulgado pelo Decreto n 1 355 de 30 de dezembro de 1994 Considerando que mediante Decis o datada de 10 de novembro de 2001 a Confer ncia Ministerial da Organiza o Mundial do Com rcio OMC aprovou a acess o da Rep blica Popular da China Organiza o Mundial do Com rcio OMC nos termos e condi es enunciados no Protocolo de Acess o da Rep blica Popular da China OMC incorporado ao ordenamento jur dico p trio por meio do Decreto n 5 544 de 22 setembro de 2005 Considerando os compromissos refletidos no Informe do Grupo de Trab
62. Art 26 Aberta a investiga o caso demonstrado que uma medida de salvaguarda aplicada por um terceiro pa s causa ou amea a causar um desvio importante de 388 com rcio para o mercado nacional as autoridades brasileiras poder o solicitar consultas com a Rep blica Popular da China e ou com o pa s aplicador da medida Art 27 Para a determina o da exist ncia de desvio de com rcio significativo a autoridade investigadora ir monitorar as importa es e dever considerar como evid ncia razo vel entre outros os seguintes fatores I o aumento real ou iminente da participa o das importa es de produtos da Rep blica Popular da China no mercado brasileiro II a natureza ou extens o de a o adotada ou proposta pela Rep blica Popular da China ou terceiros pa ses membros da OMC HI o aumento real ou iminente do volume das importa es da Rep blica Popular da China devido medida adotada ou proposta pela Rep blica Popular da China ou terceiros pa ses membros da OMC IV condi es da oferta e da demanda no mercado brasileiro para o produto em quest o e V o volume das exporta es da Rep blica Popular da China destinadas ao membro ou membros da OMC que aplicam uma medida de salvaguarda provis ria ou definitiva Art 28 A medida adotada para impedir ou remediar a desorganiza o de mercado decorrente de desvio de com rcio significativo perder sua efic cia trinta dias ap s o t rmino de vig n
63. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica o Bras lia 5 de outubro de 2005 184 da Independ ncia e 117 da Rep blica LUIZ IN CIO LULA DA SILVA Celso Luiz Nunes Amorim Ant nio Palocci Filho Roberto Rodrigues Ivan Jo o Guimar es Ramalho Paulo Bernardo Silva Miguel Soldatelli Rossetto Dilva Rousseff 390 RESOLU O N o 35 DE 13 DE DEZEMBRO DE 2004 O CONSELHO DE MINISTROS DA C MARA DE COM RCIO EXTERIOR reunido em 13 de dezembro de 2004 com fundamento no que disp e o inciso XV do art 2 do Decreto n 4 732 de 10 de junho de 2003 tendo em vista o disposto no Acordo sobre Salvaguardas promulgado pelo Decreto n 1 355 de 30 de dezembro de 1994 no Decreto n 1 488 de 11 de maio de 1995 alterado pelo Decreto n 1 936 de 20 de junho de 1996 no Decreto n 2 667 de 10 de julho de 1998 o que consta da Ata de Reuni o CAMEX realizada no dia 17 de dezembro de 2003 que decidiu prorrogar a medida de salvaguarda pelo prazo de um ano com possibilidade de revis o a ser discutida em dezembro de 2004 e ainda com base 8 3 do art 7 e no 2 do artigo 9 do Acordo sobre Salvaguardas e na fundamenta o anexa RESOLVE Art 1 Prorrogar por um ano e meio o prazo da vig ncia da medida de salvaguarda aplicada sobre as importa es de brinquedos acabados classificados nos itens 9501 00 00 9502 10 10 9502 10 90 9502 91 00 9502 99 00 9503 10 00 9503 20 00 9503 30 00 9503 41 00 9503 49 00 9503 50 0
64. Moreno e colabores Aprendizagem atrav s do jogo Porto Alegre Artmed 2005 MULLER Ademir et al Lazer e desenvolvimento regional Santa Cruz do Sul EDUNISC 2002 MYNAIO Maria Cec lia de Souza Pesquisa Social teoria m todo e criatividade 20 ed Petr polis RJ Vozes 2004 NASSER Maria Cec lia de Q Carrera O que dizem os S mbolos S o Paulo Paulus 2003 NEWSON amp NEWSON Cultural Aspects of Child Reading 1974 NEWTON Dolores Cultura Material e Hist ria Cultural In RIBEIRO Darcy Suma Etnol gica Brasileira v 2 Tecnologia Ind gena VOZES Finesp 1986 NICOLAU Marieta L cia Machado e DIAS Marina C lia orgs Oficina de Sonho e realidade na forma o do educador da inf ncia Campinas Papirus 2003 399 NUNES Maria Fernandes e PEREIRA Rita Maria Ribes Buscando o mito nas malhas da raz o uma conversa sobre teoria cr tica e educa o In KRAMER Sonia e JOBIM E SOUZA Solange Hist rias de professores leitura escrita e pesquisa em educa o S o Paulo tica 1996 NUNES Maria Fernanda Rezende Os interpretativos do mundo hist rias de vida de professores alfabetizadores Disserta o de Mestrado n o publicada Universidade Estadual do Rio de Janeiro 1999 OLIVEIRA Cl udia O ambiente Urbano e a forma o da crian a S o paulo Aleph 2004 OLIVEIRA Vera Barros de O s mbolo e o brinquedo representa es da vida 2 ed Petr polis R J Vozes 1998 Vera Barros de O brincar e a
65. Stephen out of garden Toys and children s In The age of TV Marketing Toronto Garamond Press 2004 KOCH GRUNBERG Theodor Del Roraima al Orenoco Tomo I II e Iii Venezuela Ediciones del Banco Central de Venezuela 1979 KOHL H Wrrting Maths and Games in the open classroom London Metheuen 1977 KRAMER Sonia org Inf ncia e produ o cultural Campinas S o Paulo Papirus 1998 org Por entre as pedras arma e sonho na escola S o Paulo tica 1998 KAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia Cient fica 4 ed S o Paulo Atlas 2004 Sociologia Geral 7 ed S o paulo Editora Atlas 1999 LEBOVICI amp DIATKINE Significado e fun o dos brinquedos na crian a Porto Alegre Artes M dicas 1988 LEFEBVRE Henri A Revolu o Urbana Belo Horizonte Ed UFMG 2004 351 La production de L Espace Paris Anthropos 1972 LE GOFF J A Civiliza o do Ocidente Medieval Lisboa Editora Estampa 1988 Hist ria e Mem ria Campinas editora da UNICAMP 1990 LEHMAN Hans Thies Remarques sur L id e d enfance dans la penses de Walter Benjamim In WISMANN A Walter Benjamim et Paris Paris Cerf 1986 LEITE Miriam Retratos de Fam lia S o Paulo Edusp 1993 LENCIONI Sandra Regi o e Geografia S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2003 LEONTIEV Al xis Uma contribui o teoria do desenvolvimento da psique infantil In VYGOTSKY L S LURIA A R
66. a Casa de Nhozinho cujo nome faz uma homenagem ao artes o maranhense e por retratar a vida e os aspectos da cultura popular do Maranh o um acervo de sua obra da cultura popular encontra se em exposi o nesse museu FIGURA 10 A Casa do Maranh o o outro espa o que exp e produtos da cultura popular maranhense E ainda a Casa das Festas um local em que rememorada e mostrada especialmente a cultura das festas tradicionais do Estado que se mant m vivas e s o desenvolvidas em calend rios espec ficos durante o ano Em todos esses espa os s o vistos brinquedos que est o relacionados vida no munic pio de S o Luis e que se enquadram em minha categoria regional Justifico essa inclus o pelo fato de estarem bastante identificados pelo material de que s o confeccionados com os produtos da paisagem fisiogr fica do lugar seus modelos serem representativos das viv ncias do povo al m de serem originais em seus tipos e modelos que n o se assemelharem a modelos tradicionais sendo reconhecidos como pr prios do lugar o que toma esses brinquedos regionais 64 Fonte PORTO Allana 2007 Figura 10 Exposi o de brinquedos confeccionados por Nhozinho Nas reas dos conjuntos habitacionais de S o Lu s FIGURA 11 as condi es s cio econ micas variam de acordo com o bairro em que eles se localizam Isso porque a especula o imobili ria considera umas reas mais nobres que outras de acordo com a infra estrutur
67. a diferen a que faz a diferen a como o atributo crucial que todas as demais caracter sticas seguem Esse atributo a rela o cambiante entre espa o e tempo A modernidade come a quando o espa o e o tempo s o separados da pr tica da vida e entre si e assim podem ser categorizados como categorias distintas e mutuamente independentes da estrat gia e da a o quando deixam de ser como eram ao longo dos s culos pr modernos aspectos entrela ados e dificilmente distingu veis da experi ncia vivida presos numa est vel e aparentemente invulner vel correspond ncia biun voca Na modernidade o tempo tem hist ria por causa de sua capacidade de carga perpetuamente em expans o 72 e Dr stica redu o temporal do per odo da inf ncia provocada pela televis o ao colocar ao alcance da crian a as imagens da crua realidade da vida humana e Escolariza o precoce pelas conting ncias da vida moderna a apari o de diferentes tipologias familiares e Unidades familiares uniparentais aumentadas devido ao div rcio maior n mero de m es solteiras conviv ncia dos filhos de v rias unidades familiares no mesmo lar e Cria o de institui es subsidi rias que assumem parte das fun es da fam lia tradicional do cuidado do mais velho ao cuidado do mais novo em decorr ncia da incorpora o da mulher ao mercado de trabalho Diante dessas observa es tornou se importante que eu buscasse as categorias sociol gicas e antr
68. aOcupam se os artigos 8 9 e 10 do C digo do Consumidor da prote o sa de e seguran a do consumidor iniciando com isso o cap tulo IV que trata da qualidade de produtos e servi os da preven o e da repara o dos danos no CDC Trata o artigo 8 da proibi o de ser oferecido risco sa de e seguran a do consumidor a partir de produtos e servi os colocados no mercado exceto aqueles que sejam considerados normais e previs veis em raz o de sua natureza e frui o caso em que estar obrigado o fornecedor em qualquer hip tese a dar as informa es necess rias e adequadas a respeito dos riscos oferecidos pelo produto Esclarece ainda o legislador ampliando a aplica o do artigo atrav s do dispositivo expresso em seu par grafo nico estipulando que para os produtos industriais caber ao fabricante prestar as informa es sobre riscos e perigos sa de em impressos apropriados que dever o acompanhar o produto Para os produtos nocivos ou perigosos sa de ou seguran a do consumidor dever o fornecedor informar de maneira ostensiva a respeito de sua nocividade sem preju zo da ado o de outras medidas cab veis em cada caso concreto nos dizeres do artigo 9 do CDC Ainda consta a proibi o de o fornecedor colocar no mercado de consumo produto ou servi o que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade sa de ou seguran a que est expresso no caput do ar
69. adicional Tarifa Externa Comum TEC sob a forma de al quota ad valorem de aliquota especifica ou da combina o de ambas CAP TULO VI DA APLICA O DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA DEFINITIVAS Art 20 As medidas de salvaguarda definitivas ser o aplicadas na propor o necess ria para impedir ou reparar a desorganiza o do mercado da seguinte forma I pela imposi o de adicional TEC sob a forma de al quota ad valorem de al quota espec fica ou da combina o de ambas Il restri o quantitativa ou HI a combina o dos incisos anteriores 387 Art 21 A dura o de uma medida de salvaguarda definitiva se limitar ao per odo necess rio para impedir ou reparar a desorganiza o de mercado para os produtores nacionais de produtos similares ou diretamente concorrentes que sofram dano material ou amea a de dano material 1 Se o prazo de vig ncia de uma medida aplicada em decorr ncia de um aumento relativo das importa es exceder dois anos atentar se para o disposto no art 30 2 Se o prazo de vig ncia de uma medida aplicada em decorr ncia de um aumento absoluto das importa es exceder tr s anos atentar se para o disposto no art 30 Art 22 Os prazos previstos no art 21 poder o ser prorrogados mediante peti o devidamente fundamentada nos termos dos arts 4 e 16 desde que demonstrado que a manuten o das medidas segue sendo necess ria Par grafo nico A peti o de
70. aos brinquedos de sua inf ncia olhando os com ternura embora se rendam ao mundo moderno enquanto os pais se ligam nos carrinhos e nos v deo games Observo que muitos brinquedos como ursinhos de pel cia ou outros pequenos s o levados ao local de trabalho ou colocados nos carros Neste sentido os brinquedos tamb m s o um fen meno adulto Entretanto muitos deles sentem se embara ados ao falarem de seus brinquedos e isto parece estar relacionado a valores sociais modernos pois os brinquedos est o intimamente relacionados a importantes padr es culturais na sociedade em geral Nessa conclus o levanto novas reflex es a serem investigadas no futuro que surgiram com o decorrer desta pesquisa tais como por que essas mudan as percebidas na 340 cultura da modernidade aconteceram mais para o menino do que para a menina sob o ponto de vista da inova o da tecnologia da eletr nica O que leva a cultura da modernidade com toda a moderniza o apregoada a manter as representa es da mulher e do universo feminino sob os mesmos padr es de sociedades pr modernas Que circunst ncias provocam essa situa o diante das conting ncias da vida moderna no que diz respeito ao brinquedo constru do pela ind stria de bens culturais e do artes o Essas entre outras s o os desafios para as pr ximas investiga es 341 REFER NCIAS i I ij MARQUES 342 REFER NCIAS ABRAMOVICH Fanny O estranho mundo que se
71. as an lises apontam o conte do dos programas que giram em torno da quest o da viol ncia ou do sexo Essas an lises se referem id ia de que a crian a confrontada com imagens das quais devia ser preservada o que levou Neil Postmam a sustentar que n o existe mais inf ncia Acontece que quando nos interessamos pelo brinquedo o que nos impressiona ao contr rio a exist ncia de programas especificamente destinados s crian as entrecortados por an ncios de produtos dirigidos a elas Paradoxo da televis o que confronta a crian a com o mundo adulto e ao mesmo tempo p e em cena a especificidade da inf ncia Percebo portanto que a televis o tornou se uma fornecedora essencial sen o exclusiva dos suportes do brincar n o que a crian a receba de forma passiva os seus conte dos mas tem a possibilidade de se apropriar deles de dar lhes sentido pr prio e reativ los de maneira id ntica apropria o dos pap is sociais Ela passa naturalmente para uma rela o ativa de recria o Constato que os brinquedos mais vendidos na maior parte dos casos s o os objetos de uma campanha publicit ria televisiva Assim ela tem influencia sobre a imagem do brinquedo sobre o seu uso e estimula o consumo A m dia usa no marketing de um brinquedo breves imagens associa o a um universo que cada vez mais ligado a uma hist ria e personalizado na maioria das vezes atrav s de um desenho animado Para Broug re 2000 p 58
72. as mesmas tend ncia quest o de g nero s o fortemente empregnados nas crian as Est o presentes no brincar de papai e mam e de m dico de professora de jogo eletr nico e virtual de brinquedos com alta tecnologia a partir de lan amentos da m dia de personagens de filme e desenho animado ou similares e s o fontes de imita o da realidade social Impregnado dessa vertente produzida uma gera o marcada fortemente por pap is demarcados no universo infantil de masculino e feminino Chama minha aten o o fato de que essa realidade confrontada com o mundo adulto que busca se identificar com um discurso que condena esse recorte por m que o refor a Assim percebo que o brinquedo moderno acompanha a hist ria contando a com suas significa es e representa es que como do passado est o presentes na literatura e na mem ria do povo e ser tamb m buscado no futuro como mem ria Como diz Priore 2004 p 317 a busca do passado nunca foi privil gio dos historiadores pois a maior prova a for a que tem a mem ria na vida cotidiana das pessoas assim desse reencontro com o passado que o velho pode passar para o menino que est escutando e vai prolongar por mais cinquenta anos mais sessenta a lembran a que lhe chega n o como coisa morta mas viva qual flor toda colorida l mpida e n tida e flagrante como um fato presente O retorno inf ncia se estende ao plano da hist ria necessidade de refazer
73. aspectos em outros se misturam completamente Embora existam os ambientes infantis e os de adultos as 203 crian as em sua maioria abandonaram em alguns segmentos de sua vida o estilo infantil com o qual eram identificadas anteriormente Essa mudan a atingiu especialmente as meninas ao mudarem o estilo de vestir a maneira de cal ar e usarem objetos de pr adolescentes adolescentes ou de adultos uma conseq ncia da vida moderna Uma das observa es que posso fazer para demonstrar esse aspecto levantado sobre a complexidade do mundo atual retornar aos bichinhos virtuais Tamagotchis em que o com rcio faturou milh es de reais em cima de um brinquedo que ensinava a crian a a lhe servir como se servisse a uma crian a ego sta e caprichosa que se n o fosse atendida faria greve de fome e poderia at morrer se suicidar Observo tamb m que documentos da UNESCO e UNICEF advertem que conte dos nocivos ao desenvolvimento da personalidade da crian a reproduzido em certos brinquedos podem colocar em risco a inoc ncia infantil Melo ib id p 4 diz que a conven o da ONU sobre os Direitos da Crian a adotada em 1989 artigo 17 encoraja o desenvolvimento de orienta es apropriadas para proteger a crian a de informa es e materiais prejudiciais ao seu bem estar Nessa dire o ele apresenta as interfer ncias que percebe em v rios brinquedos e hist rias infantis Para demonstrar o que aponta ele cita os se
74. assim criar novas riquezas passando por cima das estrat gias financeiras Essa constata o tamb m me direcionou a Santos 2005 quando eu relaciono o brinquedo atual em sua perspectiva mercadol gica globaliza o pelo fato de ele considerar que a extraordin ria amplitude e profundidade das intera es transnacionais levaram a que alguns autores a vissem como rupturas em rela o s anteriores formas de intera es transfronteiri as Ele relacionou as in meras denomina es que esse fen meno recebe olobaliza o por Featherstone 1990 e Giddens 1990 forma o global por Chase Dunn 1991 cultura global por Appadurai 2004 e Robertson 1992 sistema global por Sklair 1991 modernidades globais por Featherstone et al 1995 processo global por Friedman 1996 culturas da globaliza o por Jameson e Miyoshi 1998 e cidades globais por Sassen 1991 e Fortuna 1997 Qualquer que seja a nomenclatura e o foco essas reflex es remetem s rela es de altera es com os modelos tradicionais o que vejo acontecer na rela o da sociedade com a crian a e o brinquedo no lugar e no globo Essas denomina es demonstram a variedade com que hoje podemos fazer refer ncia a essa rela o de proximidade e dist ncia entre os povos da circula o de produtos e bens culturais no globo da intensifica o de rela es sociais mundiais que unem lugares distantes Esse
75. brincar ao ar livre Esse n o se enquadra como brincar construtivo nem simb lico na medida em que n o s o necess rios brinquedos nessas atividades Para esse tipo de brincar passam a existir situa es de desafios em que o uso do corpo mais intenso e de forma vigorosa e muitas representa es do cotidiano ou de fantasia est o presentes Para a ind stria s o v rias as op es que existem para esse tipo de brincar que geralmente externo realizado em reas com espa o para esse brincar que existe a fabrica o de play grouds com balan os escorregadores gangorras labirintos c maras de pular etc No brincar moderno a crian a est atenta ao seu universo inserindo se no que a m dia prop e e que a propaganda ajuda a realizar Isto porque forte na viv ncia dela o papel da televis o como consumidora Para os especialistas a propaganda t o importante quanto o pr prio produto quando se trata de artigos de largo consumo como o brinquedo A estrat gia de marketing trabalha quatro elementos que fecham uma boa presen a no mercado e que seduzem a crian a e fazem com que ela conven a os pais compra o produto a distribui o a promo o e o pre o aspectos bastante evidentes e que afetam o volume de vendas Na rela o com outras crian as desenvolve seu esp rito construtor e art stico buscando se introduzir no mundo dos adultos aprendendo a pensar sobre si enquanto atravessa as diversas etapas do desen
76. brincar no decorrer desse s culo nas grandes cidades apontados nesse documento vejo que realmente ocorrem em S o Lu s e est o relacionadas mudan a do lugar que foram consideradas por ela Tb Id como sendo as seguintes e Uma significativa redu o do espa o f sico com o crescimento das cidades e a falta de seguran a os espa os l dicos viram se seriamente amea ados e diminu dos e A redu o do espa o temporal no contexto familiar mudan a no papel da mulher o grande espa o ocupado pela televis o no cotidiano infantil e ou por outras atividades extracurriculares constitu ram aspectos significativos na diminui o do est mulo para a brincadeira e O incremento da ind stria de brinquedos colocou no mercado objetos muito atraentes transformando as intera es sociais nas quais o objeto passou a ter um papel relevante e A propaganda contribuiu para o incremento do consumo de brinquedos industrializados no mundo infantil Meirelles confirma essa realidade comentando as dificuldades para brincar hoje pela falta de espa os para desenvolver as brincadeiras espa os livres para brincar s o hoje cada vez mais raros As casas ocupam a maior parte dos terrenos e no quintal o lugar que sobra ficou para o autom vel Brincar na rua em nossa cidade se tornou praticamente imposs vel O medo do tr nsito e dos assaltos uma constante As pra as s o mal fregientadas e mal cuidadas Nos pr dios de apartament
77. brinquedos Benjamin 2002 diz que nada mais adequado crian a do que irmanar em suas constru es os materiais mais heterog neos pedras plastilina madeira papel Os brinquedos feitos pelos artes os s o frutos de uma vis o de mundo pessoal e ao mesmo tempo do lugar AP NDICE A Barthes 1981 diz que esse aspecto o diferencial do brinquedo aburguesado que se identifica pelas suas formas sempre funcionais e sua substancia feitos de mat ria ingrata produtos de uma qu mica e n o de uma natureza esses brinquedos morrem rapidamente e uma vez mortos n o t m para a crian a nenhuma vida p stuma Para a execu o do seu trabalho o artes o desenvolve uma s rie de atividades pr prias que Weiss 1997 p 42 aponta como sendo as seguintes QUADRO 53 e Antes de surgir o objeto necess rio ter os materiais Isto significa que ele re ne sucata pesquisa o que cada regi o oferece como material b sico e O ato de pesquisar materiais faz com que observe mais atentamente o local e as coisas que est o volta provocando curiosidade e Parte de uma id ia preconcebida e adapta os materiais ao projeto e Deixa os pr prios materiais sugerirem uma forma e Trabalha com analogias de formas associando uma forma a outra criando novas rela es entre elas e Adequa o material b sico e o secund rio ao produto a ser confeccionado Os artes os dos brinquedos em S o Lu s apresentam uma caracter stica
78. classe alta e m dia e na independ ncia das nossas crian as da classe econ mica baixa em contraste com a independ ncia adquirida muito precocemente por essas crian as Em S o Lu s nas reas perif ricas da cidade muitas crian as vivem essa realidade que as limita quanto aquisi o de brinquedos industrializados por m n o quanto ao brincar especialmente com as brincadeiras e quanto a criarem brinquedos de sucatas e a desenvolverem novas velhas formas de brincar Associo a esses materiais simples caracter sticas comuns rea como o fato de que as crian as do lugar t m o espa o da rua o tempo dispon vel e n o t m muitos adultos por perto especialmente os pais devido luta fora de casa pela sobreviv ncia normalmente no sub emprego no com rcio informal e similares o que as deixa livres e mais expostas Na contemporaneidade pela diferente rela o entre indiv duos a Sociologia permite perceber mais nitidamente as diferentes vis es de mundo e de homem na consequente moderniza o e industrializa o que trouxeram uma pr tica diferenciada em todos os aspectos da sociedade incluindo a rela o do brinquedo com os aspectos s cio econ micos Vilan a 2000 destaca que a tecnologia reduziu a est mulos a brincadeira e a industrializa o modificou a rela o da crian a com o brinquedo As crian as praticam cada vez mais os pap is e as atividades adultas conforme crescem e se aproximam da idade em que
79. com imagens e saberes O brinquedo incorpora nossos conhecimentos sobre a crian a ou ao menos as representa es largamente definidas que circulam as imagens que nossa sociedade capaz de segregar Nessa interpreta o sociol gica ficam evidentes quest es identit rias da crian a com o seu mundo As correntes sociol gicas e antropol gicas desenham a identidade tra ando a a partir do nascimento em uma dada sociedade de um lugar O brinquedo a brincadeira o jogo e todas as atividades l dicas s o importantes nas rela es sociais que se Influ ncia de grupo 115 fazem entre o homem x homem e o meio na medida em que eles ser o os primeiros contatos dela com a cultura estabelecida Essa realidade reafirmada por Atzingen 2001 quando considera que a viagem pela hist ria dos brinquedos nos permite percorrer culturas estilos conhecer modos de vida reconhecer regras sociais usos de materiais ferramentas e rela es pessoais temas sociol gicos e antropol gicos bastante discutidos atualmente Al m disso reitera que eles n o s s o afetados pela influ ncia cultural mas representam express es dela Considerando essa perspectiva s o objetos de profunda riqueza para o estudo das Ci ncias Sociais porque segundo Broug re 1998 pela sombra do brinquedo a sociedade se mostra duplamente o que ela e o que deixa mostrar sobre conceitos pr concebidos como o da inf ncia e do brinquedo conforme a imagem q
80. como a fluidez levantada por Bauman 2000 fica f cil compreender a rapidez com que os brinquedos viram moda desaparecem e retornam com outras caracter sticas resultantes de releituras A novidade chegou ao Brasil em 1997 e desapareceu retornando constantemenete na forma de outros modelos Podemos perceber nele v rias linguagens atuais em sua composi o eletro eletr nico e da rob tica t pica da sociedade da computa o Outro brinquedo contempor neo que ocupa o brincar das crian as e det m esse aspecto estranho que venho discutindo a s rie Pok mons que invadiu o Jap o em 1995 a partir de um Game Boy da Nintendo pequenos monstros de bolso Existem 251 tipos diferentes divididos em 15 esp cies cada qual com um poder especial Tornar se o maior especialista do mundo em Pok mons um dos maiores desejos das crian as da cidade onde se passa a aventura Town na regi o de Pallet do pa s Diversos brinquedos e produtos trazem a imagem dos pequenos monstrinhos FIGURAS 34 As crian as sabem que no mundo dos monstrengos de bolso os animais do bem n o morrem Mesmo depois das pancadarias que s o o fio condutor das aventuras os Pok mons apenas desmaiam Seus poderes s o t o estranhos quanto seus nomes Charizard 200 por exemplo um drag o que cospe fogo e Psyduck s tem poderes quando sente uma forte dor de cabe a O mais badalado de todos os bonecos o Pikachu monstrinho amarelado que emana tiros de eletric
81. compra Invariavelmente as respostas circularam em torno de o pre o e o desejo ou o gosto da crian a que me faz decidir a compra um brinquedo Quanto m dia anual de brinquedos que s o comprados para as crian as os pais do grupo 1 variaram as respostas entre n o saber precisar por serem muitos e variaram em torno de 30 a 50 brinquedos Os pais do grupo 2 a nfase fica em torno de maior compra em ocasi es especiais Quanto ao produto comprado por eles muitas declara es que compram brinquedos a pedido das crian as foi comum frases do tipo ele muito querido por isso ganha muitos brinquedos ou ele filho nico o nico sobrinho ele bem informado ele sabe o que est sendo lan ado no mercado como justificativas fato que corresponde preocupa o tamb m das crian as revelado em cap tulo anterior Observo que o n mero pequeno de crian as em fam lia hoje um fator decisivo para a compra de muitos brinquedos Quanto ao lugar em que os pais preferem hoje que o filho brinque entre as sugest es apresentadas a rua a casa as Lan Houses os parques as pra as os espa os de brincar do shopping a resposta de todos os pais investigados confirmaram ser em casa o melhor lugar e para isso justificaram a quest o da seguran a Percebo que quando compram um brinquedo n o t m no o do que ele significa onde foi produzido de que material confeccionado qual a ind stria que o pro
82. cores brilhantes e propor es exatas m quinas replicadas nos seus m nimos detalhes De repente diz ela estamos diante de outros personagens frutos de outras representa es o que pode ser facilmente conferido quem quiser conferir basta visitar um desses museus europeus de brinquedos e ver os bonecos de lou a e o cavalo de pau remanescentes da era Renascentista por exemplo O mais intrigante que o design dos brinquedos e a ilustra o dos livros infantis parecem passar pelo Cubismo Modernismo Surrealismo Concretismo e demais ismos sem sofrer modifica es radicais nos seus tra os Corrigindo apenas um ismo o consumismo trouxe banda ocidental nos fins dos anos 50 salvo engano ou manifesta ignor ncia a primeira mudan a significativa no mundo dos brinquedos a boneca consumista s bito tudo mudou As bonecas de hoje a exemplo das Superpoderosas um sucesso de vendas s o cabe udas do olh o outras s o de pernas longu ssimas e cabe as mi das quando n o atarracadas de pernas curtas e imensos p s Nenhuma de propor es normais Os bichinhos de pel cia transformaram se em animais monstruosos seres h bridos misturas de r pteis e figuras de pesadelo um composto que lembra o corn bio de um drag o com uma escavadeira E com esse horrendo aspecto tornam se os companheiros prediletos de beb s substituindo os ursos panda e os fofos gatinhos e c ezinhos Ao observar esses monstros que os pais coloc
83. cotidianamente Quanto ao s mbolo Friedmann 2005 p 70 o compreende como uma das possibilidades de significa o oculta de uma express o da representa o de uma id ia um conceito um ser uma emo o ou de um objeto esta representa o pode adquirir formas concretas ou abstratas Dentro das formas concretas por exemplo uma pintura uma obra de arte um texto uma poesia As abstratas podem ser representado atrav s de um movimento uma brincadeira um relato de imagina o ativa Dentre elas est o as linguagens dos sons do toque da fala e da escrita a dos cheiros a dos sabores a da arte a do brincar a dos gestos a dos sonhos Para Freud 1998 todas as brincadeiras s o influenciadas por um desejo que domina as crian as o tempo todo o desejo de crescer e poder fazer o que as pessoas crescidas fazem Sem correr riscos a crian a se torna adulta enquanto dura a brincadeira e de prefer ncia por meio de pap is adultos interessantes quer sejam eles cotidianos ou fora do comum A brincadeira oferece uma compensa o ao status real de depend ncia da crian a que a tradu o de um desejo de independ ncia por meio de imagens positivas do mundo adulto ou pelo menos consideradas como tais pela crian a A imagem do futuro corresponde a um desejo presente Na cultura atual o conte do da brincadeira que se constitui no diferencial em rela o s sociedades pr modernas o que leva a uma discuss o sociol
84. da m dia S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 2006 CHIZZOTTI Ant nio Pesquisa em Ci ncias Humanas e Sociais 7 ed S o Paulo Cortez 2005 CHRISTOFOLETTI Antonio As perspectives dos estudos geogr ficos In CHRISTOFOLETTI Antonio org Perspectivas da Geografia S o Paulo DIFEL 1982 CHUDACOFF H P How odd are you Age consciousness In American culture Princeton University Pres 1989 CLAPAREDE Psychologie de L Enfant et Pedagogie Experimentale Declahaux et Niestl 1909 ed Refondere 1946 COELHO Nelly Novaes Dicion rio cr tico da literatura infanto juvenil brasileira S o Paulo universidade de S o Paulo 1995 COHEN Jefrfrey Jerome The struggle for a dichotomy abjection in Jekyll and interpreters In VEEDER William e GORDON Hisch orgs Dr Jekill and Mr Hyde after the one hundred years Chicago University of Chicago Press 2000 COHN Clarice Antropologia da crian a Rio de Janeiro Zahar 2005 346 CORAZZA Sandra Mara Inf ncia amp Educa o Era uma vez quer que conte outra vez Petr polis RJ Vozes 2002 CORREIA R J Trajet rias Geogr ficas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1997 CUCHE Denys A no o de Cultura nas Ci ncias Sociais Bauru S o Paulo edusc 2002 DESCARTES Obras Escolhidas S o Paulo Bertrand 1995 DE MAUSE Llyoyd La evolucion de la enfancia In I D Hist ria de la inf ncia Madrid Alian a 1995 DEWEY John Philosophy and Civilizat
85. da medida de salvaguarda poderia agir negativamente no desempenho do setor uma vez que poderia promover uma eleva o muito forte da importa es Embora a ind stria dom stica tenha apresentado alguma recupera o em fun o do ajuste realizado durante a vig ncia da salvaguarda a medida continua sendo necess ria para viabilizar a continua o de sua recupera o a matura o dos investimentos realizados at o momento e a continuidade Compromisso de Ajuste com a obriga o do cumprimento das metas acertadas at o final do primeiro semestre de 2006 Pelo esposto a CAMEX resolve prorrogar a medida de Salvaguarda sobre as importa es de brinquedos por mais um ano e meio conforme proposto pela SECEX em dezembro de 2003 na forma de adicional Tarifa Externa Comum TEC de acordo com a tabela abaixo AL QUOTA DO IMPOSTO DE IMPORTA O DE BRIQUEDOS 392 TEC ADICIONAL BRASIL 2005 1 SEMESTRE 2006 Per odo Imposto de Al quota Importa o Adicional 4 4 01 01 2005 a 31 12 2005 20 0 9 0 01 01 2006 a 30 06 2006 20 0 8 ANEXO G SEGURAN A DO BRINQUEDO A ILICITUDE DO MARKETING INFANTIL A publicidade dirigida crian a deve ter limites restritos porque a crian a diferentemente do adulto n o possui discernimento para compreend la em sua magnitude Para a crian a mais dif cil at mesmo reconhecer a mensagem publicit ria como pr tica comercial que ainda
86. de vista de sua produ o industrial a maioria deles fica de p sozinho sem cair consegue segurar objetos a cabe a se move para os lados suas pernas podem se abrir Seu corpo musculoso e suas m os poderosas s o seus principais tra os distintivos Seu perfil demonstra for a virilidade Tb Id Essa autora ainda considera que diferentemente as bonecas como a Barbie n o ficam em p sozinhas Elas precisam de apoio e tamb m n o podem segurar nada nas m os Observando a com detalhes percebemos que suas pernas n o se abrem com os mesmos movimentos dos bonecos al m do que sua cabe a se move em todas as dire es Esse movimento de cabe a para todos os lados e a possibilidade de dobrar os joelhos Trazem uma discuss o entre os estudiosos para o fato de que evidenciaria uma inten o de que a boneca seja colocada em posi es de submiss o Os bonecos ao contr rio podem manter o queixo erguido numa postura orgulhosa Sua cabe a s se move para os lados Tais diferen as capturam os mais b sicos e essenciais elementos da linguagem corporal relacionada ao g nero pois permeiam a cultura popular ocidental moderna A riqueza da Barbie pelo que as meninas em S o Lu s ne dizem s o seus acess rios uma oferta de complementos l dicos entre os quais a consumidora menina far sua escolha numa variedade impressionante de produtos que uma mulher pode possuir A l gica que comp e o conjunto de pertences da boneca tem uma inten
87. defici ncia de Julgamento e experi ncia da crian a desrespeita valores ambientais ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa sua sa de ou seguran a 3 Para os efeitos deste C digo a publicidade enganosa por omiss o quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou servi o 4 VETADO ART 38 O nus da prova da veracidade e corre o da informa o ou comunica o publicit ria cabe a quem as patrocina Das San es Administrativas ART 67 Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva Pena Deten o de tr s meses a um ano e multa Par grafo nico VETADO 395 ART 68 Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa sua sa de ou seguran a Pena Deten o de seis meses a dois anos e multa Par grafo nico VETADO ART 69 Deixar de organizar dados f ticos t cnicos e cient ficos que d o base publicidade Pena Deten o de um a seis meses ou multa saiba mais C digo de Defesa do Consumidor www idec org br cdc asp
88. delas porque esse fato acontece ela me responde porque assim mesmo uns tem e outros n o t m 7 anos de situa o econ mica favorecida Outra diz eu n o sei por que isso acontece acho que todos deveriam ter 7 anos de situa o desfavor vel O que as levam a dar essa resposta Esse fato revela que a interpreta o do mundo come a a ser constru do na inf ncia a partir da sugest o involunt ria ou n o de adultos por v rios meios uma decodifica o que ela faz para a qual o brinquedo tem uma fun o importante Essa leitura permite que a crian a tenha um comportamento que envolve aspectos como QUADRO 50 e Lero seu entorno e Descobrir como se pensa e organiza o espa o e Entender como se d a rela o a o objeto 277 e Explicar como o homem age e Descobrir a forma como ele interage com o mundo na produ o e transforma o importante considerar que atrav s do brincar a crian a come a a perceber as rela es sociais do lugar onde vive entre o homem e o meio e isso ocorre de forma independente da idade dela um processo vivo e que a cada dia essa rela o se torna mais importante diante das conting ncias da sociedade atual Na rela o com o espa o ela vai apreendendo a cultura adquirindo as no es espaciais e os tempos hist ricos Para Freire 1990 p 31 vai preenchendo o com a cultura os espa os geogr ficos e os tempos hist ricos O homem nessa trajet ria se id
89. diferenciadas FIGURA 16 A r Fonte PORTO Allana Figura 16 Brinquedos com identidades diferentes 78 Compreendi portanto que na cultura da modernidade o car ter l dico de mercado interfere no ato de brincar nas mais variadas situa es que ocorrem entre a ind stria e ou o artes o que produz o brinquedo o adulto que o oferece a crian a que o recebe assim como nas atribui es dos pap is na rela o de troca na atividade de compra e venda e na recria o dos aspectos culturais importantes conforme entende Carvalho et al 2003 Nessa dire o penso cultura como Warnier 2003 quando diz que as culturas sempre estiveram em contato e em rela o de troca umas com as outras ao mesmo tempo em que cada cultura tradi o possui suas pr prias pr ticas nos dom nios das t cnicas do corpo e dos costumes do lugar Pude entender em Benjamin 2002 como te rico cr tico da cultura e da modernidade esses aspectos diversos quanto s ambigiiidades do avan o tecnol gico 31 Segundo Kramer 1998 Benjamim era cr tico liter rio colecionador de miniaturas de livros e brinquedos infantis amante do cinema e da fotografia estudioso da est tica e defensor de uma politiza o da est tica capaz de fazer frente estetiza o da pol tica ent o engendrada pelo nazismo pensador cr tico da cultura do seu tempo fil sofo que preferia estudar Kant a Hegel Negou se a sair da Fran a por n o querer inte
90. diferente do adulto BROUGERE 2004 p 86 adulto e crian a n o buscam a mesma coisa no brinquedo Para os adultos permanece uma imagem enquanto a crian a introduz essa imagem no seu universo l dico O est mulo que a imagem representa n o depende de sua adequa o est tica e aos estere tipos adultos mas relativo aos significados que ela prop e aquele que brinca para alimentar a brincadeira que come a desde a contempla o do objeto As crian as em S o Lu s ouvidas na pesquisa dizem que n o acham esses brinquedos feios ou esquisitos que n o se assustam diante deles porque eles s o muito bonzinhos e n o t m cara de mau n o fazem mal a ningu m s o bem Vejo que n o se trata portanto de dizer se mau ou bom para a crian a por m que a mercadoria brinquedo adquiriu um sentido singular e o que consumido n o propriamente a mercadoria e sim o signo A publicidade foi e capaz de subsumir as car ncias por necessidades geradas Por exemplo a felicidade de uma crian a pode se reduzir momentaneamente a uma boneca a um playstation mesmo que n o consumidos mas ofertados e dispon veis no sentido virtual Essa a sociedade da abund ncia na mis ria a que se refere Baudrillard 1995 em que o consumo sup e a manipula o ativa do signo a mercadoria e a publicidade juntam se constituindo mercadoria signo Assim representa es est o sendo constru das e reproduzida
91. do brinquedo tradicional e moderno porque tamb m me parece um retrato das mudan as da modernidade No passado as crian as corriam o risco de se acidentarem confeccionando brinquedos e era comum acidentes com pregos cortes marteladas no dedo e machucados em geral Hoje h problemas com toxidade alergias ac mulos de caros em pel cia asfixia com pe as pequenas entre outros riscos Em S o Lu s as crian as acima de cinco anos tendem a se machucar com brinquedos de locomo o como bicicletas e patins Algumas quedas chegam a ser fatais Essas ocorr ncias s o muito comuns Com o bal o a crian a na hora de encher a bexiga acaba sugando e o material vai parar nos pulm es explica um pediatra de hospital de emerg ncia O Instituto de Pesos e Medidas do Maranh o IPEMAR o rg o representante do INMETRO no Estado e faz a fiscaliza o dos brinquedos especialmente em per odos de alta venda como o dia das crian as A informa o de que a apreens o maior de brinquedos do com rcio informal e de lojas que vendem produtos importados Outra preocupa o s o os brinquedos distribu dos por lanchonetes postos de combust veis e campanhas em geral que nem sempre t m a certifica o necess ria para ser utilizado por crian as Quanto escolha e compra de um brinquedo a recomenda o do fabricante que o adulto analise e conhe a os gostos os interesses as faculdades e as limita es da crian a a 84 di
92. do global atendendo ao apelo do espa o comercial e das propostas dos fabricantes das diversas m dias e dos espet culos ai mostrados a partir de um imperialismo cultural por parte de alguns poucos pa ses que dominam o campo da economia e da pol tica que precisam da ind stria cultural 100 Para Almeida 2006 p 545 O fasc nio de Benjamim pelo brincar fruto de sua percep o de que a ess ncia da brincadeira reside na inova o do fazer de novo O jogo segundo ele n o mais sen o um h bito comer dormir vestir se lavar se devem ser inculcados no pequeno inquieto atrav s de brincadeiras que s o acompanhadas pelo ritmo de versinhos Assim todo h bito entra na vida como brincadeira e mesmo em suas formas mais enrijecidas sobrevive um restinho de jogo at o final 339 dos meios de comunica o de massa e da publicidade para espalharem marcas produtos e simbolos do que chamam de cultura globalizada Mas necess rio lembrar que todo processo de domina o gera tamb m um processo de resist ncia Para isso h variedades de elementos Alguns materiais da confec o de brinquedos parecem estar ligados s tradi es desenvolvidas pelas pr prias crian as de gera o em gera o outros surgem pela interven o dos artes os e os mais vis veis parecem ser hoje em dia aqueles originados em cenas comerciais e midi ticos Eles s o resgatados no mbito desse espa o coletivo infantil que os transform
93. e realidade o que ele denomina de sustenta o do simulacro que corresponde perda do significado ou ressignifica o da mercadoria como um bem cultural Percebo que h uma nfase sobre os valores de experimenta o estrutura o e rela o deixando claro a import ncia que dada na an lise de seu potencial a essas perspectivas em um brinquedo Destaco ainda a classifica o canadense que institui uma an lise sobre jogos e brinquedos numa abordagem piagetiana propondo categorias distribu das em cinco facetas discriminadas por letras QUADRO 9 Todas elas t m a fun o de avaliar as condi es atribu das ao brinquedo de forma que haja uma inclus o deles nesses crit rios 57 Classifica o feita pela Dra Denize Garon psicopedagoga que analista de jogos e brinquedos o sistema de classifica o ESAR desenvolvido no Quebec Canad A classifica o em facetas cobre as etapas do desenvolvimento da crian a e de sua atividade l dica at a idade adulta A primeira faceta descreve a evolu o das formas l dicas fundamentais e a palavra ESAR composta da primeira letra que identifica cada uma das categorias dessa faceta E para jogos de exerc cio S para o jogo simb lico A para o jogo de acoplagem e R para o jogo de regras simples ou complexas BROUGERE 2004 p 200 Para uma an lise mais funcional consultar Denise Garon L Sist me ESAR Guide d analyse de classification et d organisation d une
94. e a gente de S o Luis No entanto j fiz refer ncia ao fato de que existe um esfor o de resgate atualmente em parcerias estabelecidas para o cultivo de pr ticas tradicionais mesmo que essas a es podem ser vinculadas ao interesse de venda do tradicional pasteurizado para a causa tur stica Isso me remete a pensar que o que permitido e proibido o comportamento em casa ou na rua e em outros ambientes ter o seu devido valor na cultura da crian a e no brincar que ela interpreta de acordo com os simbolismos disposi o estruturando significa es do momento o que sua perman ncia nas gera es posteriores depende de uma s rie de fatores Por isso na cultura da modernidade a m sica infantil produzida por gravadoras trabalhada com tecnologia adequada produ o de CDs DVDs vendida em lojas especializadas e propagada na m dia Na maioria das vezes assim que as crian as aprendem as m sicas que comp em suas brincadeiras hoje 109 Outro aspecto a considerar que a cultura do brinquedo sempre foi marcada por grandes diferen as entre os meninos e as meninas uma realidade que se amplia e multiplica a cada dia influenciada por filmes livros brinquedos personalizados para um sexo determinado pelas embalagens marcadamente diferenciadas por cores formatos tend ncia definidoras pela sociedade Esses elementos criados pelos adultos como um modo de ver e pensar a inf ncia com op o por cor especialmente
95. e econ mica do brinquedo propondo uma a o Esse poder simb lico est diretamente relacionado ao fato de que o brinquedo associado a um sentido utilitarista de posse a propriedade envolve um custo portanto ter determinado brinquedo sin nimo de ter dinheiro Ter dinheiro equivale a ter poder n o s na compra mas na defini o de um modo de sociabilidade e do tipo de brincadeira OLIVEIRA 1998 Para Enriquez 2006 o reino do dinheiro tornado um fetiche sagrado um dos problemas fundamentais da modernidade Analisando os diversos pontos de vista vejo que h consenso quanto a afirma o do valor do brinquedo para a crian a e a import ncia dela possu los porque mesmo com elabora es em diferentes culturas os estudiosos da tem tica concordam que esta a o permite o seu desenvolvimento e o conhecimento de sua sociedade O brincar moderno tamb m uma a o que tem o reconhecimento referendado quando o focamos sob o ponto de vista legal um direito reconhecido universalmente na Declara o das Na es Unidas dos Direitos da Crian a 1959 se o 7 e reiterado em 20 de novembro de 1990 quando as Na es Unidas adotaram a Conven o dos Direitos da Crian a O artigo 31 afirma que os estados reconhecem o direito da crian a de descansar e ter lazer de brincar e realizar atividades recreacionais apropriadas sua idade e de participar livremente da vida cultural e das artes A Constitui o Brasileira de 198
96. eles passaram a acreditar de uma forma geral que oferecer objetos e divertimentos para as crian as era parte vital de seu papel passando a se sentirem culpados quando n o satisfazem essa necessidade dos filhos A influ ncia foi t o marcante que mesmo comunidades n o crist s passaram a comprar presentes para crian as em datas como no Natal mesmo sem comemorar essa data assim como no Ramadan o que deixa uma reflex o importante e provoca uma ruptura com uma tradi o hist rica Vejo que esse fato est relacionado ao que diz Enriquez 2006 sobre a racionalidade instrumental ter triunfado a partir do s culo XIX e desenvolvido no XX traduzida numa racionalidade econ mica que submete todo mundo ao reino do dinheiro os antigos valores de m rito trabalho honra prest gio e a heran a hist rica usada pelo capitalismo inclusive a homestidade a integridade a responsabilidade o cuidado no trabalho o respeito aos outros CASTORIADES 1996 foram desvalorizados em prol de um nico valor o dinheiro Tudo se compra e tudo se vende O axioma de L Walras o de nossa sociedade onde deriva a possibilidade de corrup o generalizada tanto dos grandes como dos pequenos comportamento perverso por excel ncia Um novo impulso foi dado a essa tend ncia pela predomin ncia contempor nea das estrat gias financeiras O dinheiro deve criar dinheiro de acordo com a necessidade sem passar pela 215 mercadoria e
97. em idades etnias profiss es a partir dos modelos que est o ou n o dispon veis no mercado Essa semelhan a diferen a entre as duas me induz a pensar o que podem fazer 139 essas bonecas quem inclu do e quem exclu do do mundo delas quais os significados sociais potenciais assim como e quais os valores ligados a essas representa es A Barbie a Susi e seus namorados Ken e Beto oferecem v rios elementos para a menina brasileira e consequentemente a ludovicense de construir identidades globais e ao mesmo tempo locais Refor am a discuss o sobre a globaliza o e a homogeneiza o das identidades globais e locais que est o presentes atrav s delas Hall 2005 p 80 aponta tr s qualifica es relativamente a essa homogeneiza o das identidades globais como fen meno da globaliza o e ao mesmo tempo da ind stria cultural que observo nessa rela o das bonecas preenchendo a distancia nesse caminhar paralelo entre o local e o global Elas s o e A globaliza o caminha em paralelo com um refor amento das identidades locais embora isso ainda esteja dentro da l gica da compreens o espa o tempo e A globaliza o um processo desigual e tem sua pr pria geometria de poder e A globaliza o ret m alguns aspectos da domina o global ocidental mas as identidades culturais est o em toda parte sendo relativizadas pelo impacto da compreens o espa o tempo 3 7 A materializa o do brinca
98. em que esta visa transmitir um estado mental crian a a for a da propaganda est na sua capacidade de estabelecer contato e informar A propaganda alia um poder de persuas o que n o se consegue com nenhum outro instrumento de comunica o com o mercado a propaganda informa ou relembra o consumidor da exist ncia do produto persuade o dos benef cios de que poder desfrutar se compra lo e o predisp e a fazer tal compra Enfim a propaganda satisfaz a primeira premissa do bin mio que simboliza a posse do mercado dom nio da mente do consumidor e dom nio do ponto de venda Ao analisar as crian as de diferentes classes sociais o estudo revelou que as crian as de n vel socioecon mico alto e m dio s o as que mais compram com o dinheiro da pr pria mesada enquanto o n mero de crian as que pedem as coisas bem maior entre os n veis m dio e baixo 263 e 48 das crian as de classe m dia e 44 das de classe alta e 37 das de classe m dia baixa e 33 das de classe baixa Entre as que pedem as coisas que gostariam de ter e As de classe baixa aparecem em primeiro lugar com 22 e Seguidas pelas de classe m dia baixa com 18 e Classe m dia com 11 e E classe alta com 10 Fonte adapta o de Cartoon Network 2007 As 1200 crian as entrevistadas tamb m foram questionadas sobre quais s o as coisas em que mais gastam dinheiro Guloseimas salgadinhos e sorvetes foram as mais citadas Em uma
99. embora esses aspectos sejam importantes as liberdades s o essencialmente determinadas por sa de educa o e direitos civis Portanto pobreza uma priva o de liberdade que se caracteriza por v rios elementos tais como e Subnutri o em pessoas vulner veis e Pouco acesso a servi o de sa de saneamento gua tratada luta contra morbidez morte prematura e Desfavorecimento e Desigualdades entre homens e mulheres e Nega o da liberdade pol tica e dos direitos civis b sicos e Aus ncia de direitos e liberdades democr ticas Sen 2000 diz que existem boas raz es para que se veja a pobreza como uma priva o de capacidades b sicas e n o apenas como baixa renda Assim considera cinco tipos de liberdades instrumentais que est o diretamente relacionadas a essa situa o em que incluo o Maranh o assim como S o Lu s de forma muito clara e liberdade pol tica e 2 facilidades econ micas e 3 oportunidades sociais e 4 garantia de transpar ncias nas a es governamentais e 5 seguran a protetora Para mim a realidade do brincar da crian a ludovicense de determinados segmentos luz das reflex es de Sen ib id est de um lado na nega o da liberdade substantiva que rouba delas pessoas o direito a saciar a fome de obter nutri o satisfat ria ou rem dio para doen as trat veis oportunidade de vestir se ou morar de modo digno do acesso gua e ao saneamento b sico Ao mesmo tempo p
100. empresas associadas fabricantes de brinquedo relaciono as maiores do ramo segundo Atzingen 2001 A Estrela foi a primeira surgiu quando o imigrante judeu alem o Siegfried Adler e sua esposa Lieselotte chegaram ao Brasil e resolveram investir na compra de uma oficina de bonecas de pano no bairro do Belenzinho em S o Paulo Eram dezesseis funcion rios 4 m quinas de costura em uma casa de cem metros quadrados comprados a onze contos de r is ib id Come aram produzindo carrinhos e bonecas de pano cuja primeira venda foi para as Lojas Americanas ib id Em poucos anos passou a ser uma ind stria automatizada e a produzir brinquedos de pl sticos metal e outros materiais Em 1940 apresentou o primeiro brinquedo com movimento e som o Cachorro Mimoso A seguir vieram o jogo de Pega Varetas e o Banco Imobili rio A Estrela lan ou na d cada de cinquenta a Pupi uma boneca articulada de pl stico que dormia e chorava Come ou a usar o vinil em bichinhos e bonecos Na d cada de 60 lan ou a primeira boneca mec nica a Gui Gui que ria quando a crian a abria e fechava seus bra os a Beijoca que jogava beijinhos Em 1962 veio a Susi a seguir a Amiguinha famosa pelos noventa cent metros de tamanho Em 1963 foi criado o Autorama com pistas de corrida e carros para a habilidade dos garotos As d cadas seguintes setenta oitenta noventa e dois mil trouxeram respectivamente o Topo Gigio o Falcon o Genius a Amore a
101. esta o O artes o normalmente ele faz do local de exposi o tamb m oficina de trabalho sendo comum v los trabalhando em novas pe as FIGURA 54 307 Na maioria das vezes as barracas vizinhas aos da venda de brinquedo s o de outros produtos diferentes formando uma mistura interessante e chamativa para atrair o comprador A decora o preparada de forma que crian as e adultos sejam atra dos pelas cores formas e caracter sticas de identidade do brinquedo Muitos dos expositores n o s o os artes os que produziram as pe as est o ali como vendedores respons veis pela comercializa o Os artes os em S o Luis utilizam tamb m outras reas para exposi o como a Pra a Deodoro em exposi es regulares na Avenida Litor nea Laguna da Jansem e a Pra a Nauro Machado em noites de lua cheia a Feira da Lua localizada na rea do Projeto Reviver promovida pelo Centro de Artes Japia u As entidades que agregam artes os em S o Lu s contam em m dia com 180 associados que contribuem com R 10 00 para associar se com um valor mensal de R 2 00 e a cada exposi o pagam para os vigias e guardadores do material R 8 00 por semana Entre transporte alimenta o e outras despesas necess rias eles t m uma despesa em m dia de R 50 00 a cada exposi o e vendem em m dia 10 a 15 produtos em uma semana dependendo da poca e do produto O lucro relativo ao valor do brinquedo e volume de vendas mas normalmente n
102. eu me encontro me 29 identifico e me reconhe o uma cidade que se constituiu dessa forma no processo de moderniza o a partir da Europa quando foi alcan ando outros continentes e chegou at esse lugar produzindo mudan as e alterando culturas Como resultado desse processo S o Luis hoje uma cidade de quatro faces RIOS 2005 e traz em sua hist ria algo semelhante ao que acontece com o brinquedo a tradi o permanece e a moderniza o evidente a cultura ao mesmo tempo fortalecida e transformada preservada e retrabalhada comportamentos que evidenciam as tens es da cultura moderna No pr ximo cap tulo detalho melhor a quest o das quatro faces da cidade na rela o com quatro tipos de brinquedos que elenquei para a pesquisa por observar que esse seria um eixo interessante para mostrar as cidades suas faces e os brinquedos correspondentes Diante dessas reflex es delineei os seguintes objetivos para essa constru o 1 2 Objetivos e pressupostos que nortearam a pesquisa 1 2 1 Objetivo geral e Analisar o brincar moderno decorrente do processo globalizador da ind stria de bens culturais como referencial material e simb lico estabelecendo um di logo entre a tradi o e a modernidade 1 2 2 Os objetivos espec ficos e Reconhecer na cultura da modernidade uma constru o continua e no brincar um reflexo dessa din mica marcada por apropria o de saberes e de valores estruturados pelas significa es do momen
103. fabricante ao fazer a crian a achar que necessita do brinquedo Tamb m do adulto na depend ncia dela a ele para a compra do brinquedo que deseja E ainda da crian a que transforma o produto em sucesso pela demanda ao se apropriar ou n o do produto Pude constatar diante da fundamenta o te rica e da observa o emp rica de que ela faz isso se posicionando optando mudando de opini o deixando a fidelidade Percebi que h uma grande press o midi tica dos fabricantes e a imposi o do adulto na escolha Constatei que na cultura da modernidade indispens vel a conviv ncia entre o brinquedo tradicional o regional o industrial e o virtual como conting ncia da dial tica que a comp e na globaliza o atual E portanto que S o Lu s um lugar que sofre as mudan as da modernidade de forma que a cultura transformada incorporada e retrabalhada Quanto aos meus pressupostos eles foram confirmados na medida em que a pesquisa deu conta de que uma an lise do estudo em S o Lu s vale para outros lugares porque as converg ncias s o muitas mesmo com a varia o da temporalidade e de fen menos locais Ao mesmo tempo de que quase todos hoje vivem a mesma l gica de divertimento conhecem a mesma rela o entre brinquedo brincadeira e televis o inserida na escala do capitalismo mundial o que difere da realidade anterior modernidade Nessa compreens o h um processo de altera o de identidade cultural em S o Lu s na medida
104. fato comprovado nos acontecimentos locais condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de dist ncia e vive versa GIDDENS 1990 assegurado ainda pela presen a de brinquedos circulando pelo globo sendo consumidos por crian as das mais variadas sociedades em sua capacidade de atravessar fronteiras ideologias e significa es numa viagem que se iniciou em pocas remotas dif cil de localizar no tempo e no espa o e nitidamente tamb m um fen meno do brinquedo moderno objeto sem fronteiras Assim compreendo que o brinquedo um produto globalizado diante dessas reflex es consideradas sobre a globaliza o atual Nesse sentido a ind stria cultural de transforma o leve pesada de turismo metal rgica eletr nica todas hoje participam dessa perspectiva da produ o de brinquedos com materiais e objetivos espec ficos direcionados a p blicos infantis compondo grandes somas nos n meros da ind stria Pertence a essa categoria uma variedade muito ampla de modelos industrializados com fun es ou com tecnologias modernas como o video game que sozinho respons vel por um faturamento que faz um grande diferencial na venda de brinquedos GR FICO 1 Ainda os de controle remoto os eletro eletr nicos em geral e os jogos virtuais que representam forte investimento e lucro para a ind stria do brinquedo Todos eles s o produtos com capacidade de expans o e 216 por isso se espalham pelo globo e s o utilizados po
105. fez conhecer a bolinhas de gude o pega pega a e a cantiga de roda o jogo de bot o o pi o e a amarelinha conforme relatado por C mara Cascudo 1984 p 169 Todos passa a vez ao pr ximo jogador O jogo s termina por vontade dos jogadores C rculo riscado um c rculo no ch o onde os jogadores colocam um n mero pr determinado de bolinhas distribuido a vontade de cada Jogador Sorteado quem inicia com sua bolinha a uma dist ncia tamb m pr determinada tenta tirar do c rculo a maior quantidade de bolas que passa a ser suas Se errar passada a vez Se a bolinha atiradora ficar no c rculo al m da vez o jogador tem de deix la Usa ent o outra bola na sua vez Estrela Uma variante do c rculo a estrela onde colocada uma bolinha em cada cruzamento da estrela Os riscos s o feitos na terra ou usado giz Tri ngulo Uma outra vers o consiste num tri ngulo desenhado no ch o pre determinado a quantidade de berlindes colocados por cada jogador dentro do tri ngulo e um por vez tentam retir las com o seu possuindo as Tamb m vale acertar as dos advers rios para ganhar vantagem ou atrapalh los Ganha se a vez podendo continuar sua jogada cada vez que o seu berlinde toca em outro do tri ngulo ou mesmo dos advers rios 293 presentes na poca de acordo com o que os viajantes revelaram ao conhecer essa rea como o fez o naturalista Agassiz apud WAGLEY 1997 na Amaz nia em seu estudo do homem nos tr
106. four different groups shopkeepers and artisans It is a qualitative research Its results shows that toys nowadays have potential to seduce people to consume them with senses and functions to fit all different places therefore toys faces the problem of managing local and global characteristics This study concludes that modern culture has brought loss and profit to the act of playing in the transition of the handiwork pattern to the industry work It also concludes that changes we see in toys in the last four decades of the twentieth century are not restricted to them but are restricted to a system that has been established and implies in changes in popular children s culture and moreover in the places of children in modern culture Key words Toy Culture Place Modem Consumption P 1 Brinquedos industrializados 53 2 Brinquedos Regionais 54 3 Brinquedos Virtuais 55 4 S o Lu s do Maranh o 58 5 Mapa da localiza o de S o Luis do Maranh o 60 6 Contradi es de S o Luis 61 7 Aspecto panor mico de S o Lu s 63 8 S o Lu s Hist rica 64 9 Brinquedos tradicionais de S o Luis 65 10 Exposi o de brinquedos confeccionados por Nhozinho 66 11 S o Lu s Desterro bairro tradicional 66 12 Figura 12 S o Lu s Cidade Moderna 67 13 S o Lu s Cidade Inchada 69 14 Mapa da localiza o de S o Lu s na Ilha 71 15 Brinquedos de lata 72 16 Brinquedos de identidades diferentes 79 17 O ursinho Teddy Bear 122 18 A
107. heran a rom ntica resultado de uma poca que desenvolveu para usar a express o de Ari s 1981 o sentimento de inf ncia A crian a ent o confrontada com a imagem que a sociedade faz dela com a encena o de uma valoriza o que caracteriza a nossa modernidade Ele ainda nos adverte que essa modernidade n o nos deve fazer esquecer uma outra vis o do brinquedo que a sua inscri o no devir e a identifica o com o seu papel futuro O brinquedo ent o concebido como um meio de preparar a crian a para o seu papel de adulto importante portanto contextualiz lo na realidade da sociedade de consumo em que a crian a vive hoje Essas afirma es promovem minha curiosidade sobre o que move uma ind stria a optar por confeccionar este ou aquele modelo de brinquedo numa sociedade moderna que orienta es seguem as f bricas e os artes os e sob que condi es s o criados os brinquedos Para mim essas informa es s o importantes na medida em que conceber ou produzir um brinquedo transformar um objeto em uma representa o E ao mesmo tempo introduzir a crian a num mundo simb lico pois a riqueza de um brinquedo n o est somente na sua forma de produ o nem s no material de que feito mas no que capaz de possibilitar crian a pela sua significa o 235 Assim encontro no mercado da ind stria do brinquedo produtos que resultaram de projetos que envolveram estudos pesquisas de mercado
108. identifica o do fabricante ou do importador RECUSE BRINQUEDOS QUE N O TENHAM ESSAS INFORMA ES Assist ncia t cnica A garantia dada pelo fabricante abrange somente a rede de assist ncia t cnica autorizada que opera em seu nome Existe tamb m a assist ncia t cnica especializada que n o tem v nculo com o fabricante E feita por profissionais aut nomos ou em lojas de reparos e restaura o de brinquedos em geral Em tal servi o que envolva a repara o de produtos devem ser empregados componentes e pe as novas Pe as recuperadas ou usadas s podem ser utilizadas com autoriza o do consumidor Cabe ao fabricante ou importador a manuten o no mercado de pe as e componentes para reposi o por um prazo razo vel de tempo Manual de instru es e certificado de garantia O manual de instru es e instala o dos brinquedos deve ser escrito numa linguagem de f cil compreens o did tica em portugu s e com ilustra es O fornecedor tem um prazo de 30 dias para reparar defeitos Ap s esse prazo o consumidor pode exigir sua escolha substitui o do produto por outro da mesma esp cie em perfeitas condi es de uso devolu o da quantia paga corrigida monetariamente ou abatimento proporcional do pre o Exija e guarde a nota fiscal com a descri o do brinquedo Ela a prova de sua compra e pode ser til se voc precisar reclamar Aten o Compras fora da loja por telefone cat logo ou reembolso post
109. importantes elos com outros meios de comunica o de massa cl ssicos e modernos bem variados especialmente numa rela o bem dial tica em que ora os personagens de uma hist ria se transformam em brinquedos ora os brinquedos se transformam em hist ria produzidos pela Ind stria cultural livros filmes e hist rias em quadrinhos elaborando uma cultura comum como apropria o e de circula o de elementos que v m de fontes bem diferentes Nessa rede complexa as crian as produzem a sua cultura por meio de uma rela o com o grupo 338 Penso que foi essa a constata o de Benjamin 2001 p 69 ao afirmar que h uma falsa simplicidade nos brinquedos modernos como se o seu significado social fosse negligenciado ou sua qualidade remetesse mera categoria de objetos de entretenimento da crian a e n o o que na realidade ocorre que a dimens o existencial como representa es sociais e subjetivas m ltiplas e heterog neas porque tamb m projetam uma rela o social particular entre o produtor o observador e o objeto representado KRESS e VAN LEEUWEN 1996 As mudan as que percebemos no brinquedo nos ltimos trinta ou quarenta anos n o est o limitados a eles mas a todo um sistema que foi institu do e que implica em transforma o concernentes cultura popular infantil e al m disso ao lugar da crian a na cultura da modernidade Nesse sentido eles interagem com os novos se redefinem se beneficiam em sua concep
110. inf ncia foi resignificada frequentemente as crian as eram brutalizadas exploradas e submetidas indignidade Apresentam esses trabalhos as pesquisas de Sears 1998 ries 1991 Hoyles 1979 Hunt 1972 Lyman DeMause 1995 Pichbeck amp Hewitt 1975 Plumb 1977 Shorter 1977 Stone 1974 e Tucker 1995 Os estudos argumentam que o conceito de inf ncia se modificou influenciado pelos seguintes fatores 1 emerg ncia de um sistema de educa o 2 mudan as na estrutura familiar 3 desenvolvimento do capitalismo 4 surgimento de um esp rito de benevol ncia 5 aumento da maturidade emocional dos pais Esses conceitos tornaram se mais elaborados durante os s c XVIII e XIX quando a crian a foi considerada um componente essencial da fam lia e da sociedade e seus direitos passaram a ser protegidos pelo Estado Newson amp Newson apud CORAZZA 2002 descrevem uma moralidade religiosa caracter stica dos s culos XVIII e XIX uma moralidade m dica predominante no s culo XX e uma moralidade de brinquedo t pica dos dias atuais em que as crian as s o tratadas de forma paternal stica De forma a fazer um contraponto vamos encontrar a partir dos anos oitenta alguns estudos que passaram a considerar a inven o da inf ncia como uma perspectiva convencional e superada e a citam apenas como pano de fundo para as discuss es contempor neas o caso de Postmam 1994 de Tris
111. isso far parte de suas responsabilidades na vida real afirmando a ntima liga o entre a cultura do consumo com a modernidade Esse aspecto uma discuss o sociol gica interessante na busca da l gica que determina a natureza dos bens dispon veis no cotidiano relacionados s necessidades identidades e modos de vidas Compreendo que esse fen meno est relacionado entre outros enfoques conceituais com as quest es identit rias na medida em que est diretamente ligado 2 identidade cultural tanto da sociedade moderna quanto da crian a do brinquedo e do Utilizamos o tema identidade na perspectiva elencada por Castells 2006 p 22 como a fonte de significado e experi ncia de um povo no que diz respeito a atores sociais entendo por identidade o processo de 117 fabricante tema discutido nas teorias sociais atualmente especialmente quanto sua descentra o Fa o refer ncia a esse fato buscando Ignatieff apud WOODWARD 2005 por considerar que as concep es de identidade com o social s o marcadas por meio de s mbolos o que constatado no brinquedo e suas representa es a constru o da identidade tanto simb lica quanto social ib id p 10 por meio de g nero realidade bastante evidenciado na produ o e consumo do brinquedo de forma intencional e subliminar os homens tendem a construir posi es de sujeito para as mulheres tomando a si pr prios como ponto de
112. isso teve um efeito diretamente ligado ao brincar por v rias interfer ncias Entre elas o fato do decl nio das rela es de proximidade entre irm os com a diminui o do tamanho da fam lia que certamente tornou se um motivo para elas desejarem estarem s s assim como o abismo entre a gera o adulta e a inf ncia que criou novas barreiras de entendimento A pesquisa me fez ver que o brincar moderno em S o Lu s tomou um perfil diferente do tradicional sob v rios aspectos desde o material de confec o do brinquedo do conte do das brincadeiras dos novos jogos at o seu significado Vejo que esse fato come ou somente a partir do s culo XVIII quando passaram a aflorar o competitivo mercado dos 331 fabricantes especializados em que as ind strias manufatureiras passaram a produzir dividindo as tarefas de confec o e posteriormente vendendo as mercadorias influenciando os lugares em todo o mundo A partir da estabeleceu diferen as na medida em que na modernidade passaram a ser representacionais no sentido de que t m o significado e o perfil da sociedade Ai incluo as rela es de poder inscritas em pap is sociais e suas tecnologias Da mesma forma em suas representa es de ferramentas e instrumentos suas identidades e pr ticas sociais Essa reflex o me remeteu a Barthes 1993 p 53 quando sugere que brinquedos s o microcosmo do mundo adulto como referenciei e sempre significam alguma coisa constitu da pelos mito
113. isto pelas crian as adultos e por adultos infantil ides Aponta na hist ria mundial a exist ncia de olhares diferentes para a inf ncia e observa que as varia es s o impressionantes de uma sociedade ou de um tempo a outro A exemplo cita que enquanto algumas sociedades admitem o trabalho da maior parte das crian as pequenas e com fregii ncia o trabalho pesado outras ficam chocadas com esse tipo de viola o da inf ncia e vulnerabilidade infantis al m de outros aspectos que revelam valores culturais para algumas sociedades as crian as deveriam ser felizes Para outras embora n o defendendo inf ncias infelizes essa preocupa o parece estranha Algumas sociedades admitem que grande parte das crian as morrer e tendo em vista esse fato organizam sua rela o com a inf ncia incluindo a forma como discutem a morte com as crian as Outras trabalham arduamente para prevenir a morte de crian as Algumas sociedades acham os beb s encantadores outras comparam nos aos animais Algumas sociedades aplicam rotineiramente disciplina f sica nas crian as outras ficam chocadas com isso ind genas americanos no s culo XVII ficaram chocados com as surras que os imigrantes europeus davam nos filhos Algumas sociedades admitem que a inf ncia termina por volta da puberdade e h muitos exemplos de grandes reis e conquistadores que come aram suas carreiras na adolesc ncia como Alexandre o Grande Outras sociedade
114. jogar Cada cultura dotada de um estilo particular que se exprime atrav s da l ngua das cren as dos costumes da arte afirmam os estudiosos do assunto Cuche 2002 diz que este estilo este esp rito pr prio a cada cultura influi sobre o comportamento dos indiv duos Diante dessa concep o te rica considero essencial apontar o entendimento de cultura que busquei para construir a rela o com o brinquedo na cultura da modernidade assim como para identific la Vejo que todos esses pontos de vista chegam a um ponto comum que relacionar cultura ao modo de vida total de um povo o legado social que o indiv duo adquire de seu grupo um modo de pensar sentir e crer uma abstra o ou um mecanismo para a regularidade normativa do comportamento As crian as me parecem ser o ve culo das mudan as culturais pela forma como vivem e se constituem ao mesmo tempo na fonte no fundamento da mudan a cultural e no mecanismo que assegura a conserva o da cultura MATURANA e ZOLLER 2004 Isso fica bastante claro quando considero a cultura de acordo com a vis o de Tylor 1971 como a express o da totalidade da vida social do homem que se caracteriza por suas dimens es coletivas por aquisi o e sem depend ncia de hereditariedade biol gica Essa afirmativa est vinculada tamb m ao pensamento de Cuche 2000 quando diz que o homem essencialmente um ser de cultura Para ele o longo per odo de hominiza o co
115. letras destacando se por seus filhos ilustres entre os quais poetas e literatos adquirindo o t tulo de Atenas Brasileira 026 12 SM Danas meme Bacabeira FONTE renina ater segue De Armani Sms des jg 0 33 66 8Mm Montado a pari dec hip hwwegedusca natineobusca Japa 2 3255222683 5050035 np 44 302883 149190358 00138 map m Figura 5 Localiza o de S o Lu s 18 Upaon A u o nome ind gena da ilha em que se situa o munic pio de S o Lu s Ainda hoje o nome oficial legitimada pela Assembl ia Legislativa do Estado 19 Meireles 1994 diz que no ano de 1819 os naturalistas Spix e Martius em viagem ao Maranh o teriam ficado surpreendidos e intrigados com o esmero e o refinamento daquela sociedade encontrada nos confins do novo mundo Ao descobrirem a explica o para tal registraram que j de muito tempo costume no Maranh o mandar educar em Portugal as jovens das fam lias opulentas os rapazes v o formar se em inglaterra e na Fran a 59 Posso destacar na trajet ria de altera es de S o Lu s o surto de desenvolvimento econ mico do s culo XIX e especialmente ap s 1950 pelos fortes impactos das migra es internas e das aceleradas modifica es socioecon micas que o pa s experimentou nas ltimas quatro d cadas em seu r pido processo de urbaniza o que atingiu a cidade Considero nesse sentido conforme Lefebvre 1970 que o conceito de urbaniza o n o se restr
116. lia para S o Lu s tive meu encontro com o primeiro brinquedo produzido por uma f brica uma boneca de pl stico e depois com uma boneca de papel o com possibilidades de troca de roupas e acess rios que fizeram meu fechar de inf ncia muito especial Elas al m de estarem vivas em minha mem ria se fizeram representar em todas as outras bonecas das quais me aproximei ao brincar com minha filha anos mais tarde Essas mem rias est o presentes de forma muito viva nas p ginas desta tese em que discuto a rela o entre brinquedo e cultura Meu foco mais especialmente ver o brincar na contemporaneidade conhecer o perfil do brinquedo na modernidade ancorado pela globaliza o da ind stria cultural como objeto marcado pelo car ter de mercadoria sendo assim sistemas de produ o de consumo e de mercado ou seja um brinquedo bastante diferente daqueles da minha inf ncia no interior maranhense Empreender uma reflex o sobre esse tema brinquedo de certa forma um desafio particular na medida em que eles sempre chamaram minha aten o ao v los expostos em vitrines nas g ndolas das lojas em feiras de artesanato no com rcio em geral e ao observar a rela o de crian as com eles Nessa dire o despertavam minha curiosidade para conhec los melhor e mais ainda quando comecei a estranhar os novos modelos que surgiam que me pareciam bem distante do que eu conhecia como inspiradores de ternura de est tica de representa o
117. menos favorecidas 316 com baixa escolaridade e tem uma renda mensal com as vendas variando em torno de R 300 a R 500 reais em m dia Passam o dia inteiro nessa atividade fazem as refei es trazidas de casa ali mesmo e concorrem entre si e com lojas muito pr ximas da rea de concentra o das barracas A sa da do produto tamb m mais forte por ocasi o do Natal e o Dia das crian as O maior n mero de consumidoras tamb m s o mulheres de baixa renda No shopping 1 Loja 1 Especializada em 1000 jogo Loja 2 Especializada em 2000 brinquedos Loja 3 De Departamento 3000 Loja 4 Hipermercado 4 000 Loja 5 De Variedades 800 No shopping 2 Jogo The Seems Max Steell Barbie Max Steel e Hot Wheels Barbie Max Steel e Hot Wheels Barbie Max Steel e Hot Wheels Barbie Max Steel e Hot Wheels Loja 1 Especializada 3000 Loja 2 De variedades 500 Loja 3 De Departamento 4 000 Loja 4 De Artesanato 200 No shopping 3 Loja 1 Especializada em 1000 jogos Loja 2 De variedades 2000 Loja 3 No shopping 4 Barbie Max Steel e Hot Wheels Bichinhos de pel cia Barbie Max Steel e Hot Wheels Boneca de pano Colocar o jogo Hello kitty 317 Loja 1 Supermercado 1000 Barbie Loja 2 Especializada 1000 Barbie Loja 3 Especializada 800 Barbie Max Steel e Hot Wheels Quadro 29 vendidos mais vendidos no shoppings No com rcio formal fora dos shoppings Loja 1 De Departamento 800 Barbie e
118. micas pol ticas ou culturais A priori adiantei alguns fatores objetos dessas considera es sobre o brinquedo que me levaram a fazer indaga es referentes ao recorte que eu desejava investigar Traduzi minha problematiza o e expectativa na compreens o desse universo na seguinte quest o norteadora da pesquisa considerando a exposi o dos t picos iniciais deste estudo a Como e porque permanecem os brinquedos e as brincadeiras tradicionais em uma sociedade definitivamente identificada com o impermanente o ef mero a liquidez a virtualidade o culto imagem do sucesso a De que forma essa nova identidade de sociedade de crian a e de brinquedo constru do pela ind stria de bens culturais seguindo novos paradigmas tem provocado impactos no lugar e no ato de brincar especialmente ap s os anos setenta poca do capitalismo informacional e ao mesmo tempo do retorno s identidades particulares b Como os brinquedos revelam a sociedade que os institui e as crian as para as quais s o direcionados como conseqii ncias sociais do processo globalizador que associa o brincar l gica comercial imposta pelos fabricantes do brinquedo sejam eles artes os ou multinacionais que por meios bem diferentes prop em a mesma a o Diante do problema historicizado e desses questionamentos sob o ponto de vista das Ci ncias Sociais pensei em como dar conta deles para encontrar resultados que correspondessem s minhas expectativas Con
119. n o s no material como na forma produzindo uma imagem particular atrav s de suas tr s dimens es Broug re ib id reafirma que certos universos de objetos e de seres s o desse modo privilegiados como o universo dos utens lios dom sticos em particular brinquedos destinados menina enquanto o universo do autom vel do transporte para os meninos pois inf ncia s o associadas por tradi o cultural representa es privilegiadas do masculino e do feminino O universo do brinquedo feminino trata se daquele considerado como tal pela sociedade pelas crian as pelos pais pelos comerciantes independente das brincadeiras efetivas mais abertas diversidade que privilegia o espa o familiar Considero nesse contexto ainda o universo feminino tradicional em detrimento do externo do universo do trabalho ou das modifica es atuais al m de simplifica o e acr scimos fantasiosos que de fato ocorra na sociedade Nesse sentido percebo rupturas em que o brinquedo deixa o realismo para entrar na esfera da produ o de um universo imagin rio espec fico E isto se d especialmente quando s o produzidas representa es de animismo para os objetos e do antropomorfismo para os 45 animais em transforma es imagin rias Isso significa que a crian a n o se encontra diante de uma reprodu o fiel do mundo real mas de uma imagem cultural que lhe oferecida Torna se necess rio enfatizar que para Broug re ib id antes
120. na Turquia Os 288 portugueses conheceram o estilingue na ndia e de l o trouxeram para o Brasil na poca do descobrimento como arma de arremesso F cil de ser constru da pelas crian as virou brinquedo para atirar mamonas em passarinhos ou para competi o de arremesso dist ncia Ela est presente at hoje nas reas rurais com esse objetivo tendo sido o brinquedo mais comum para os meninos nas terras brasileiras por todas as gera es anteriores J considerei em cap tulo anterior que at 1948 era arma de guerra Em S o Lu s nas reas perif ricas os meninos continuam matando passarinhos com baladeiras e j s o parte hoje dos que promovem a destrui o do ecossistema contribuindo para a extin o de animais como o caso do sabi decantado pelo poeta maranhense Gon alves Dias ao identificar sua terra como aquela que tem palmeiras onde canta o sabi As palmeiras e os sabi s est o deixando de compor esse cen rio pela modifica o da paisagem O estilingue um brinquedo tradicional produzido hoje pela ind stria pois especialmente nas reas urbanas as crian as o compram pronto Dificilmente se v uma crian a ou um adulto fabricando artenasalmente uma baladeira um brinquedo barato e encontrado facilmente em quitandas e em lojas de variedades inclusive em com rcio varejista de produtos de conveni ncia especialmente dos bairros E um brinquedo masculino e s utilizado em regi e
121. nas rela es sociais A conceitualiza o da identidade envolve o exame dos sistemas classificat rios que mostram como as rela es sociais s o organizadas e divididas Algumas diferen as s o marcadas mas nesse processo algumas podem ser obscurecidas por exemplo a afirma o da identidade nacional pode omitir diferen as de classe e diferen as de g nero As identidades n o s o unificadas Pode haver contradi es no seu interior que t m que ser negociadas Pode haver discrep ncias entre o n vel coletivo e o n vel individual tais como as que podem surgir entre as demandas coletivas da identidade e as experi ncias cotidianas partilhadas 119 e Precisamos ainda explicar por que as pessoas assumem suas posi es de identidade e se identificam com elas O n vel ps quico tamb m deve fazer parte da explica o trata se de uma dimens o que juntamente com a simb lica e a social necess ria para uma completa conceitualiza o da identidade Todos esses elementos contribuem para explicar como elas s o formadas e mantidas Nessa compreens o de identidade cultural percebo as diferen as entre a vis o das sociedades antigas e as atuais quando tra o uma compara o quanto identidade da crian a na sociedade da qual faz parte e em rela o ao brincar ao trabalho e inser o dela no mundo do adulto e sua identidade social Slater 2002 volta ao cogito de Descartes para ver essa tem tica na perspectiva d
122. necess rio observar de onde surgiram as bonecas Segundo Atzingem 2001 p 25 essa 159 origem se perde no tempo Possivelmente as primeiras estatuetas de barro tenham sido feitas pelo Homo sapiens h 40 mil anos na frica e ou na sia com prop sitos ritual sticos do lugar No Museu de hist ria natural de Viena na ustria encontra se uma das mais antigas figuras humanas conhecidas a V nus de Willendorf 25mil 20mil a C Trata se de uma pequena estatueta de formas arredondadas considerada um s mbolo de fertilidade Para a autora a transi o da boneca como dolo para brinquedo provavelmente ocorreu no Egito h cinco mil anos poderia ser um sacril gio uma crian a eg pcia brincar com um dolo de argila mas isso seria aceit vel se o objeto representasse um mero mortal como um servo Por isso bonecas e bonecos n o tinham apar ncia infantil eram antes miniaturas de adultos e nunca amb guos tendo os sexos bem definidos em t mulos eg pcios foram encontradas ao lado de crian as bonecas esculpidas em peda os de madeira com o cabelo feito de cord es de argila ou de contas de madeira A id ia na fabrica o de boneca se iniciou com uma vis o do lugar embora hoje seja comum ser universal Na Gr cia e em Roma em 500 a C as bonecas recebiam os nomes de nympha e pupa que significavam mo a pequena Algumas tinham bra os e pernas articulados e cabelo humano As meninas gregas brincavam com bonec
123. o Para ter certeza de que a Informa es dispon veis na homepage do Inmetro www inmetro gov br 256 brincadeira vai ser divertida e sem perigo aos pais cabe n o apenas preocupar se em escolher corretamente os brinquedos e vigiar a crian a que brinca como estimul la a ser respons vel e uma vez que s o sua primeira propriedade ensinar lhe a us los e cuidar deles Vejo nessas recomenda es uma demonstra o de que h um percentual de risco nos brinquedos modernos na variedade de pe as e no pr prio material de que composto outro aspecto a considerar no controle de qualidade Por isso h uma recomenda o quanto sua utiliza o nas orienta es para revisar os brinquedos periodicamente para detectar avarias menores e recomendar crian a que avise quando o brinquedo precisa ser consertado assim como n o deix los na intemp rie pois a chuva e a umidade produzem oxida o e causam danos que aceleram os riscos de acidente Sugere ainda que devemos ensinar a crian a a guardar seus brinquedos em locais apropriados Vejo que essa atitude pode ser importante quanto seguran a e preserva o por que al m de n o se perderem pode evitar que caiam nas m os dos irm ozinhos menores que podem se machucar com brinquedos desenhados para mais velhos Isto criar tamb m um senso de responsabilidade Essa a perspectiva do fabricante Acho interessante a diferen a dos riscos a que est o as crian as atrav s
124. o e n o da redistribui o como j vimos anteriormente o desafio como consumir o excesso Ent o o consumo precisa ser dirigido orientado Analisando sobre essa tica vejo que os n meros envolvidos na ind stria do brinquedo no Brasil atualmente diante da globaliza o como fen meno cultural e ao mesmo tempo como espa o de cria o cultural por excel ncia demonstram que se trata de um ramo da economia que em termos da produ o e consumo segue uma l gica estabelecida para atender ao cliente Nesse sentido o Brasil j produziu 600 milh es de brinquedos de acordo com a Norma Brasileira NBR 11786 Isso significa que envolve interesse em balan a comercial impostos rela o trabalhista legisla o abertura comercial flutua o medidas de seguran a e qualidade produtividade treinamento de recursos humanos participa o em eventos internacionais certifica o de conformidade e seguran a do brinquedo Todo esse 8 amp 2 Essa norma que trata da seguran a do brinquedo refere se aos poss veis riscos que mesmo n o sendo identificados pelo p blico podem surgir durante o uso normal dos brinquedos ou mesmo em consegii ncia de abuso razoavelmente previs vel A maior raz o para compulsoriedade da certifica o de brinquedos o reconhecimento da necessidade de garantir a seguran a e a preserva o da vida humana no momento da sua utiliza o A certifica o de brinquedos bem como dos demais produtos certi
125. o propor uma escolha e mais determinante do que a constru o de um universo coerente que seria o de uma pessoa possuir todos os objetos Vejo que bonecos como a Barbie e Ken est o sempre condicionados pelas ideologias e contextos sociais em suas representa es FIGURA 37 Para Hall 1997 p 61 uma representa o um processo atrav s do qual membros de uma cultura usam sistemas de significa o para produzir significado Na cultura atual objetos pessoas e eventos no mundo n o t m em si mesmos qualquer significado fixo final ou verdadeiro Somos n s em sociedade que atribu mos significado s coisas e ao mundo que nos rodeia significados do lugar que se transfere para o mundo e do mundo que se transfere para o lugar Chama minha aten o outro fato que Broug re 2004 destaca que a situa o do namorado da Barbie o Ken inicialmente o Bob que parece uma figura apagada um ser sem signific ncia com um status pouco invej vel de acess rio um boneco que na medida em que ele existe para brincar com a Barbie Ela a evid ncia o papel de Ken secund rio N o se brinca com o Ken mas com a boneca e para isso a crian a pode usar todos os recursos 134 dispon veis seja a banheira o carro as maquiagens ou o namorado dela Ele n o representa um desejo pois ela nesse contexto s pode minimizar e considerar secund ria a dimens o sexual um elemento entre outros do status Todas as formas do desejo
126. o Paulo Cortez 2004 BUHNS Heloisa Turim org Introdu o ao lazer Campinas S o Paulo Editora da UNICAMP 2001 BUHLER Judith Gender Trouble Feminismand the Subversion of Identity New York Routledge 1999 345 CALLOIS Roger Os jogos e os homens a m scara e a vertigem Lisboa Cotovia 1990 CAMPBELL Colin A tica rom ntica e o esp rito do consumismo moderno Rio de Janeiro Rocco 2006 CARLOS Ana Fani Novos Caminhos da Geografia S o Paulo Contexto 2002 CARVALHO Ana M A et al Brincadeira e cultura viajando pelo Brasil que brinca Vol I O Brasil que brinca S o Paulo Casa do Psic logo 2003 Brincadeira e cultura viajando pelo Brasil que brinca Vol II O Brasil que brinca S o Paulo Casa do Psic logo 2003 CASCUDO Lu s da C mara Literatura Oral no Brasil Ed Itaiaia 3 ed 1993 Civiliza o e Cultura S o Paulo Global 2004 Dicion rio de Folclore Brasileiro Belo Horizonte Itatiaia S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 1988 CASTELLS Manuel A Sociedade em Rede 6 ed A era da informa o economia sociedade e cultura vol 1 S o Paulo Paz e Terra 2006 O Poder da Identidade 5 ed A era da informa o economia sociedade e cultura S o paulo Paz e Terra 2006 A Quest o Urbana Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 CHATEAU J O jogo a crian a Tradu o Guido de Almeida S o Paulo Summus 1987 CHAU Marilena Simulacro e poder uma an lise
127. o brinquedo a brincadeira o conto o desenho animado e tantas outras formas l dicas propiciam como produto da sociedade moderna em que a crian a est inserida e adaptada A impregna o cultural ou seja o mecanismo pelo qual ela disp e de elementos da cultura passa entre outras coisas pela confronta o com imagens com representa es e significa es de formas variadas Essas imagens traduzem a realidade que a cerca ou prop em um universo em diversos imagin rios Ela deve dominar os mediadores indispens veis que s o as representa es as imagens os s mbolos ou significados pois a cultura na qual ela est inserida mais do que o real composta de tais representa es Nessa linha de reflex o portanto fica evidente que o per odo da inf ncia um momento de apropria o de imagens e de representa es pelo brinquedo que transita por diversas vias e com suas especificidades trazem formas imagens e s mbolos para serem manipulados considerando suas dimens es funcional e simb lica S o aspectos bastante imbricados entre si na medida em que a fun o e o s mbolo s o elementos ligados e indissoci veis da seguinte forma a representa o desperta um comportamento e a fun o por sua vez traduz uma representa o Ambos est o diretamente relacionados ao material com o qual o brinquedo confeccionados e sua capacidade de ser um meio de express o com volume como um objeto dotado de significa o expressa
128. o melhor brinquedo dur vel seguro de boa qualidade muito divertido e por um pre o iusto Como fazer Isso No Brasil existe um norma t cnica ABNT 11786 que trata exclusivamente da seguran a dos brinquedos fabricados e comercializados no pa s O brinquedo deve ser submetido a v rios testes que simulam situa es pelas quais ele passaria nas m os das crian as O Instituto Brasileiro de Qualifica o e Certifica o tem um programa de certifica o de qualidade do produto que resulta num selo de garantia para os brinquedos testados Na hora da compra Voc deve conhecer os gostos interesses habilidades e limita es da crian a para quem voc dar o brinquedo Mas deixe que na medida do poss vel ela participe da escolha para evitar frustra es 367 N o compre por impulso A escolha do brinquedo deve satisfazer necessidade da crian a e n o dos pais Seus direitos Brinquedo um produto sujeito a todas as exig ncias do C digo de Defesa do Consumidor Ele deve trazer em portugu s todas as informa es necess rias claras e precisas para voc saber o que est comprando e a sua utiliza o A embalagem e o manual de instru es devem informar as caracter sticas do brinquedo tais como faixa et ria ou idade a que destina eventuais riscos que possam apresentar n mero de pe as regras de montagem modo de usar se faz parte de uma s rie ou cole o Aten o nenhum produto deve ser adquirido sem uma clara
129. observando as mudan as que se operaram nessa vis o na passagem do tempo porque compreendia que elas s o determinantes para as altera es que se processaram para 27 4 chegarmos ao est gio atual Um exemplo disso a concentra o atual nas tecnologias de informa o que remodelam o brinquedo como artefato da cultura material da contemporaneidade para atender a esse novo perfil de crian a Em minhas constata es diante da literatura e de observa es emp ricas concordava com Castells 2006 ao observar que as mudan as sociais hoje s o t o dr sticas quanto os processos de transforma o tecnol gicas e econ micas Da percebia que elas refletiam na produ o do brinquedo para a nova sociedade na qual a crian a est inserida porque a ind stria espera estar adequada aos novos paradigmas institu dos conjuntamente Para Milton Santos 2005 p 126 um aspecto natural que os objetos da modernidade tenham a tend ncia a tornarem se mais t cnicos para atingir um universo maior uma caracter stica que atinge os bens culturais hoje objetos culturais tendem a tornar se mais t cnicos e espec ficos e n o deliberadamente fabricados e localizados para responder melhor a objetivos previamente estabelecidos Quanto s a es tendem a ser cada vez mais racionais e ajustados Convertidos em objetos geogr ficos objetos t cnicos s o tanto mais eficazes quanto melhor se adaptam s a es visadas sejam elas econ
130. os sujeitos sociais como a crian a e o brinquedo V rios fatos foram abrindo caminhos para essas mudan as ao longo do tempo como o surgimento de novos mercados o desenvolvimento cient fico o conhecimento de realidades desconhecidas os paradoxos das sociedades modernas que j n o correspondem s descri es sociol gicas cl ssicas BECK 1991 aos caminhos da globaliza o atual Minha reflex o sobre o brinquedo me permite considerar o tradicional como um objeto globalizado por v rios motivos relacionados s suas caracter sticas Entre estes o fato de que circulam pelo globo e cobrem uma dimens o social maior que a espacial o que n o permite reconhecer sua vincula o a certos grupos sociais e muitos n o podem ser identificados sob o ponto de vista geogr fico do lugar quanto sua origem e por isso assumem identidades m ltiplas em sua trajet ria FIGURA 35 Vejo essa possibilidade de relacionar o brinquedo globaliza o baseada em Appadurai 2004 ao identificar cinco tipos de interconectividade caracter sticos da globaliza o movimenta o transfronteiri a de pessoas dinheiro id ias imagens midi ticas e tecnologias que constituem essa din mica atual e nesse aspecto da globaliza o gerador de discord ncias muitas vezes veementes O questionamento que feito se a maior parte de seus efeitos s o bons ou ruins Para o Banco Mundial a globaliza o um dos temas que v m suscitando os debat
131. outros A f brica tem hoje mais de quatrocentos funcion rios um cat logo de duzentos e cingiienta itens cerca de cem novos lan amentos por ano em uma rea de oito mil metros quadrados em S o Bernardo do Campo em S o Paulo A Grow aposta forte na cole o Hello Kity hoje uma marca de quase unanimidade e grande prefer ncia pelas meninas de classe m dia com sua grande variedade de artigos com a patente A Multibrink tamb m uma das f bricas de destaque Foi fundada em 1989 pelos irm os C sar e Celso Novaes Vieira e Pedro Bissoli Come ou fabricando bolas e uma empresa com bastante tecnologia e equipamento de ltima gera o Atua no mercado visando principalmente as crian as pequenas Produz cerca de vinte mil produtos por dia numa linha de mais de duzentos e cinquenta itens bonecas baldes de praias bicicletas jogos triciclos minibrinquedos e cartonados Entre os mais conhecidos est o os bonecos Turma da M nica e da Disney e produtos licenciados do ursinho Pooh e a Barbie da Mattel Cito ainda a Maritel Rosita Tec Toy como grandes empresas entre as trezentos filiadas ABRINQ Chamam minha aten o os seus produtos porque envolvem uma quest o fundamental em meus estudos e questionamentos da pesquisa que a concep o deles na medida em que h uma indu o por parte da ind stria para o consumo do brinquedo que ela cria 5 4 A produ o do brinquedo e do desejo da crian a consumidora Dialogando com Broug
132. para atender aos interesses que aparentemente s o da sociedade mas analisando se a fundo s o da ind stria para se manter no mercado A Barbie tamb m influenciou a produ o de bonecas com caracter sticas locais No Brasil nossa boneca correspondente Barbie a Susi FIGURA 40 Ela foi produzida pela Estrela quando a Barbie tinha tr s anos A empresa decidiu que era hora das meninas brasileiras terem a boneca que desejavam e em 1962 criou a com caracter sticas mais brasileira mais cheia de curvas por m vaidosa e com um guarda roupa que seguia a moda A Susi ganhou em 1974 um namorado o Beto A Susi acompanhou as meninas brasileiras at 1985 quando deixou de ser produzida Em 1997 voltou a ser fabricada e continua no mercado numa hist ria paralela da Barbie com seus diversos tipos Susi colegial Sele o Looney Tunes Liga para mim na Onda do Tchan Tchan na Selva Dia das bruxas Odalisca Mascarada Brincando de professora e de Veterin ria Susi turma da M nica Susi Olodum entre outros modelos Em 2007 a Susi foi reapresentava sociedade em uma grande festa Reapareceu bem mais magra mais longuil nea com aspectos mais semelhantes Barbie Conforme percebo ela tem as significa es brasileiras e a influ ncia norte americana traduzindo em seus modelos e acess rios fortes imagens globalizadas FIGURA 27 Ela tamb m remete a pensar como a Barbie atrav s de tipos de bonecas representantes da vida cotidiana
133. particular No Brasil podemos verificar a exist ncia desse tipo de jogo pelo fato de ser um pa s com extens o continental e pela multiplicidade de culturas colonizadoras de migra o e diversidade cultural Al m dessas categorias elencadas ainda encontro autores que consideram no aspecto cultural dos jogos os chamados folcl ricos VIEIRA 1998 incluindo ai os que formam um conjunto de manifesta es t picas de uma comunidade os jogos de uma cultura FIGURA 32 Para Buhns 2001 a transmiss o dos jogos infantis tradicionais em geral ocorre atrav s da reprodu o popular do saber sem organiza o de forma erudita ou como situa o formal de aprendizagem D se de forma espont nea com aus ncia de formaliza es um espa o com regras pr prias segundo sua pr pria l gica sem o controle que julga e avalia com o objetivo intencional de dirigir o ato criativo Torna se importante considerar o fato de que essa vis o n o consensual 191 Um aspecto muito interessante que chama a aten o no jogo a quest o de g nero As observa es mais simples podem nos mostrar que o jogo das meninas e dos meninos diferente O delas mais disciplinado mais calmo que o dos meninos as regras s o mais restritas Quando os meninos brincam do mesmo jogo estes adquirem outras caracter sticas Assim como as brincadeiras tamb m mudam quando eles est o brincando a amarelinha pular corda a roda etc a roda tem outra e
134. pela crian a a partir de sucatas Ao mesmo tempo e nessa mesma condi o se espalham por ruas e becos desses bairros as lan houses que cobram por hora variando de um e cinq enta centavos a tr s reais para brincar Eu diria que a inclus o digital da crian a pobre especialmente do menino Elas trazem aos bairros perif ricos a sedu o dos jogos eletr nicos ocupando horas seguidas das crian as nessas salas Muitas delas promovem coruj es um intensiv o de jogos aos finais de semana onde a crian a passa a noite jogando Nos bairros pesquisados as an houses t m uma m dia di ria de 20 crian as ou adolescentes por dia frequentando Elas mant m um programa de tr s formas de a crian a jogar jogos em rede jogos on line ou ainda os jogos de video game H uma m dia de 7 a 10 computadores nesses ambientes e a maioria dos jogos s o internacionais numa m dia de 10 por casa Das cinco pesquisadas s uma t m bloqueador de p gina adulta ou seja os fregientadores podem baixar jogos inadequados para a idade o que frequentemente acontece Nem todas possuem registro de acesso a Web portanto n o deixam registrado a hora de acesso e os programas que foram utilizados Por outro lado temos um brincar elitizado da crian a dos bairros nobres que tem computador em casa acesso ao mundo virtual e muitos brinquedos industrializados nem sempre utilizados Essa a rea correspondente Cidade Moderna em que existem meninas que c
135. pesquisei entre elas o que era mais conhecido e comum independente do grupo a que pertenciam invariavelmente as respostas foram o conhecimento de todas do pegador o esconde esconde o canc o com o nome de amarelinha pular corda e papagaio Esse brincar tradicional basicamente desenvolvido pelas 50 crian as pesquisadas das reas mais carentes AP NDICE A Das 50 crian as dos condom nios 30 revelaram que n o sabem brincar com brinquedos tradicionais e comuns como as bolinhas de gude e o chucho Dizem que nunca experimentaram esse tipo de brinquedo e nem os seus amigos Enquanto nas reas do bairro perif rico as crian as desenvolvam com muita desenvoltura esse ntimos e cont nuos entre culturas e sociedades diferentes resulta um intercambio de elementos culturais Com o passar do tempo essas culturas fundem se para formar uma sociedade e cultura nova O termo vem sendo usado tamb m como fus o de subculturas ou cultura rural versus cultura urbana Segundo Herkovits o termo n o implica que as culturas que entram em contato se devam distinguir uma da outra como mais avan ada ou superior ou como tendo maior conte do civilizat rio O processo de acultura o inclui o sincretismo e transcultura o pois uma forma especial de mudan a de cultura ajustamento ou conforma o de padr es culturais com os daqueles que a domina embora haja uma conserva o de identidade 286 tipo de brincadeira inclusive citando formas d
136. picos tornando conhecido a forma natural de exist ncia nessa regi o da Terra Observo que muitos desses naturalistas tiveram a preocupa o em relatar os aspectos sociais o modo de vida as religi es as supersti es e outras informa es mais gen ricas e n o deixaram maiores dados sobre a crian a e o seu brincar e sua vida no dia a dia A aus ncia de dados sobre o brinquedo a brincadeira e os jogos do per odo denota a falta de import ncia das crian as para os estudiosos Meirelles 2005 diz que as naus portuguesas aportaram carregadas de novas possibilidades l dicas que vinham nos bolsos das cal as da popula o lusa que na poca pouco diferenciavam os jogos infantis dos adultos A cada passarinho morto pelo bodoque um instrumento b lico europeu utilizado at 1948 revive se em S o Lu s um pouco da influ ncia moura Nas m os de meninos das fazendas eram confeccionados com fac es e lixados com cacos de vidro propor o que um alvo era atingido era feita uma marca o no punhal Havia tamb m os jogos como o belisco e outros que revelam o gosto por brincadeiras violentas beliscar torturar que Chateau 1987 p 26 considera como jogos asc ticos N o posso deixar de referenciar o brinquedo da menina e suas representa es em seus jogos de faz de conta as bonecas e os jogos de pap is estabelecidos a partir dos acontecimentos percebidos no cotidiano as repeti es dos pap is femininos Quando observo as influ nc
137. postal o consumidor pode desistir da transa o dentro do prazo de sete dias corridos a contar da assinatura do contrato ou do recebimento da mercadoria Nestes casos o cancelamento deve ser feito por escrito com 112 lado do fabricante quanto dos rg os que controlam e supervisionam sua venda Um exemplo disso s o os recalls que t m ocorrido constantemente como respostas ao atendimento ao consumidor Em agosto de 2007 a Mattel precisou fazer um procedimento que j normal na ind stria por m que ainda soa estranho aos consumidores do brinquedo A extens o da import ncia desse aspecto da seguran a do brinquedo exige que a es como essa do recalP em defesa do consumidor seja praticado pela ind stria do brinquedo hoje Ao mesmo tempo na cultura da modernidade normal a es como essa pelo volume de produtos da ind stria como o da boneca Polly Pocket em que 850 000 produtos precisavam ser devolvidos f brica e a es firmes para n o prejudicar as crian as por conter pe as pequenas comprovante protocolado Tratando se de aquisi o em feira itinerante bazar e shopping de descontos outlets n o deixe de exigir a nota fiscal ou algum documento onde constem o nome o endere o o telefone e o CNPJ do fornecedor Sem esses dados fica dif cil identificar o respons vel em caso de problemas Dispon vel em http cidadania terra com br interna Acesso em 21 05 07 38 A Mattel chamou os consumidores bra
138. primeira boneca Barbie 125 19 Barbie o sonho americano 127 20 Barbie vestida por estilista 128 21 Barbie anos 60 129 22 Barbie da d cada de 70 130 23 Barbie da d cada de 80 130 24 Ken Barbie e Blaine 131 25 Boneca Barbie em representa es variadas 134 26 Modelos contempor neos da Barbie 140 27 Bonecas Susi 141 28 Brinquedos de animismo e antropomorfismo 153 29 Brinquedo de menino 155 30 Brinquedos mistos 156 31 Brinquedos de Super her is 168 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 Jogos de naturezas diferentes Jogos Perigosos Brinquedos Pok mons Jogos Virtuais Brinquedo industrializado e virtual Empresas parceiras da ABRINQ Mapa da localiza o de S o Lu s Centro de Cultura Popular do Maranh o Escultura de Nhozinho e sua obra Casa do Maranh o Baladeira ou Estilingue Ioi Peteca Jogo de Bolinhas de Gude Carro de boi em miniatura Brinquedos ind genas Bonecas de pano Brinquedos de Miriti 1 e 3 e de Paparauba 2 e 4 Brinquedos Populares Brinquedos de sucatas Brinquedos Regionais ligados religiosidade Centro de Comercializa o de produtos Artesanais do Maranh o Feira de artesanato da Pra a Maria Arag o Carros Hot Welles Bonecos Max Steel Jogos The Sims 192 200 202 208 218 232 275 281 282 282 290 291 293 294 297 298 299 303 304 305 306 307 309 316 316 317 17 18 Oo o IJ OA BRO Nm 06 BRR SO
139. que a crian a foi reconhecida como objeto de estudo da ci ncia luz da Dial tica do Esclarecimento de Adorno e Horkheimer 2002 pertinente dizer que a evolu o do conceito ocidental da crian a est ligado evolu o do pr prio pensamento ocidental na transi o e na tens o mito raz o em que o mito congrega a fantasia o medo a circularidade temporal e outras caracter sticas da chamada menoridade A 90 raz o se coloca como sin nimo de maioridade Essa preocupa o embora pioneira n o tinha como objetivo tratar das peculiaridades dessa etapa da vida Ao contr rio olhava a negando uma vez que ali estava um pequeno adulto mas o homem de amanh n o o de agora Aquele momento portanto compreendeu a inf ncia como uma fase ef mera passageira e transit ria que precisava ser apressada Crescer seria tornar se um ser de raz o e esse amadurecimento precisava ser aligeirado NUNES e PEREIRA 1996 Essas afirma es sobre o tratamento inf ncia dizem respeito tamb m ao brinquedo que produzido para ela e s brincadeiras que ela desenvolve na medida em que reflete a rela o entre os dois de forma bem demarcada com vari veis diferentes que interferem nessa realidade tais como o ambiente s cio econ mico onde ela vive a cultura familiar do lugar entre outras O que existe de concreto quanto s mudan as dessa vis o ao longo do tempo pode ser claramente percebido na forma como as crian as s o vista
140. que a empresa opera com outros produtos Grande parte da linha das empresas dispon vel em www abrinq com br 236 em geral feita a partir do licenciamento de propriedades diversas que s o veiculadas pela televis o cinema videogames e revistas e que ao sairem na m dia original s o posteriormente transformados em brinquedos Os dados de licenciamentos no Brasil nesse setor d o conta de n meros bastante interessantes para a balan a comercial brasileira e 60 ag ncias licenciadas e 300 ofertas de licen a no mercado e 300 empresas licenciadas e Receita de 2 7 bilh es e Royalties anuais do setor girando em torno de R 156 milh es e Empregos diretos Para ter id ia de como o licenciamento funciona analiso o caso do sapo Crazy Frog de nacionalidade inglesa e que atualmente o sapo mais famoso do mundo encontrado nos mais diversos ramos do com rcio em lojas de decora o infantil jardinagem material escolar etc Ele come ou a ser licenciado em 2000 primeiro na Europa depois nos Estados Unidos e Austr lia e agora no mundo todo Seu sucesso justificado pelos especialistas da m dia pelo fato de ser irreverente carism tico diferente de tudo o que existe hoje como proposta de divers o Os adolescentes dizem que gostam dele porque tem for a na Internet irrita os adultos e professores A extens o de seu licenciamento para atingir as crian as segue em v rias dire es de produtos e marcas que o fazem p
141. que de imediato despertou o interesse das crian as A novidade n o estava no objeto mas na concep o de um brinquedo novo que construiu uma personalidade a partir do objeto que desenvolveu novas formas de propaganda e de marketing visando conseguir o m ximo poss vel de meninas aliadas mesmo que isso desagradasse s m es Mas sem d vida muitas m es foram envolvidas pelas filhas Fica evidente que a Barbie refletiu as mudan as da sociedade o comportamento e suas significa es Em seu meio s culo de hist ria influenciou as meninas dos mais diversos lugares O seu mundo cor de rosa feito de sonho e fantasias onde tudo poss vel e onde tudo garantido pelo slogan be anything Seu diferencial em rela o s outras bonecas tradicionais que ela rica bonita famosa e est sempre na moda o que pode ser percebido na variedade de seu visual Na verdade a id ia da moda articula se a ela pois a usa e lan a E vai atualizando com o passar das d cadas No Brasil acontecem desfiles de moda com as roupas da Barbie propondo modelos para as meninas vestirem Ela traz o glamour do mundo sofisticado da alta costura Muitos estilistas tamb m vestem a Barbie Podemos encontr la em sua vers o mais cara usando modelos exclusivos confeccionados por eles Em lojas sofisticadas encontramos essas bonecas venda com pre os altos pr prios para uma clientela de poder aquisitivo desse padr o FIGURA 20 Na lista de estilis
142. que podem sugerir ou representar como leg timos reflexos das mazelas e dos grandes problemas da sociedade atual Elas simbolizam uma esp cie de registro ir nico no que diz respeito a assuntos pol ticos sociais e econ micos vividos pela sociedade e que se constituem em pol micas mas que demonstram o envolvimento da Barbie no mundo moderno Est o neste grupo a Barbies anor xica guerrilheira mulher bomba entre outras com suas significa es Considero que h uma evidente inten o de chamar a aten o a confec o de uma boneca com essas representa es por exemplo do aspecto de uma doen a que assola as adolescentes atualmente muitas vezes por seguirem o perfil que a Barbie representa em seu aspecto f sico a anorexia Para satirizar esse problema foi criada a Barbie anor xica FIGURAS 26 A e B Al m disso assuntos como os conflitos que afetam de forma avassaladora a humanidade como guerrilha homem bomba terrorismo etc fizeram surgir a Barbie guerrilheira e Barbie mulher bomba FIGURA 38 A e 38 B constru das e vendidas com intentos ideol gicos Diante dos problemas com a sa de das meninas pela representa o do padr o de beleza institu da na Barbie uma nova altera o come a a surgir a partir de julho de 2007 quando a Mattel decidiu produzir Barbies menos esbeltas Essa uma situa o interessante para perceber a atualiza o que ela faz e ao mesmo tempo como a ind stria usa como estrat gia tamb m se mover
143. que trata o caput deste artigo dever ser protocolada no prazo de at quatro meses antes da data do t rmino de vig ncia da medida Art 23 A menos que exista justificativa suficiente antes de decorrido um ano do t rmino do per odo de dura o da medida de salvaguarda vedada a aplica o de nova medida sobre um mesmo produto CAP TULO VII DO DESVIO DE COM RCIO Art 24 Existir desvio de com rcio quando uma medida aplicada por um terceiro pa s membro da OMC a determinado produto importado da Rep blica Popular da China para impedir ou remediar uma desorganiza o do mercado daquele pa s cause ou ameace causar um aumento das exporta es da Rep blica Popular da China destinadas ao Brasil Art 25 Admitida a peti o e antes da publica o da Circular SECEX dando in cio investiga o o Governo da Rep blica Popular da China ser convidado a manter consultas preliminares bilaterais com o objetivo de esclarecer os fatos e evid ncias apresentadas na peti o ou obtidas de of cio pela autoridade investigadora e de se chegar a uma solu o mutuamente satisfat ria 1 O Governo da Rep blica Popular da China ser notificado da inten o de iniciar investiga o e ter prazo de dez dias para manifestar seu interesse na realiza o das consultas preliminares que dever o ser realizadas no prazo de trinta dias 2 Os prazos referidos neste artigo ser o contados da data de expedi o da notifica o
144. reafirmando as conquistas ultramarinas de Portugal expulsaram os franceses Um outro Estado nacional em forma o que tamb m se arvorara com a dignidade do absoluto lan ou sobre a terra e seus habitantes o ethos ib rico e suas conven es Outros planos territoriais foram ent o tra ados uma cidadela capaz de expressar e confirmar a autoridade pol tica do rei de Portugal e a ideocultural da Igreja deveria ser erguida exatamente no lugar do forte franc s E S o Luis se formaria empoleirada sobre um promot rio no geral hoje toda a parte antiga da cidade parece desafiar o tempo que passa e as muta es urbanas que ele acarreta A capital do Maranh o desempenhou importante papel na produ o econ mica do Brasil Col nia durante os s culos XVIII e XIX RIOS 2005 Se ao longo do primeiro s culo de sua exist ncia o n cleo central dessa cidade do ponto de vista umban stico apresentava se de maneira geral bastante simples no final do s culo XVIII que abrigava uma popula o de 17 000 habitantes SERFHAC 1970 come ou a ser fortemente alterado At por volta de meados do s culo XVIII quando foi elevada categoria de cidade em 1677 S o Lu s apresentava um dos menores graus de desenvolvimento urbano dentro dos dom nios coloniais SANTOS 2003 Em 1682 o Senado da C mara de S o Lu s em face da realidade da vida material dos habitantes da cidade se queixava era tal e tanta a mis ria que o geral dos m
145. realiza o das consultas preliminares que dever o ser realizadas no prazo de trinta dias 2 Os prazos referidos neste artigo ser o contados da data de expedi o da notifica o Art 9 Aberta a investiga o com vistas a determinar a exist ncia de desorganiza o de mercado decorrente de aumento significativo das importa es solicitar se o consultas com o objetivo de se chegar a uma solu o mutuamente satisfat ria 1 O pedido de consultas ser considerado recebido pelas autoridades da Rep blica Popular da China sete dias ap s a data de expedi o da respectiva correspond ncia 2 As consultas referidas no caput deste artigo dever o ser celebradas no prazo de trinta dias contados da data de recebimento do mencionado pedido de consultas 3 As solicita es de consultas ser o notificadas imediatamente ao Comit de Salvaguardas da OMC Art 10 Se das consultas n o resultar uma solu o mutuamente satisfat ria no prazo de sessenta dias contados a partir da data de recebimento do pedido de consultas pelas autoridades do Governo da Rep blica Popular da China poder o no caso dos produtos investigados ser aplicadas medidas de salvaguarda na propor o necess ria para impedir ou reparar a desorganiza o de mercado Art 11 Na hip tese de aumento significativo de importa es decorrente de desvio de com rcio as consultas celebrar se o em um prazo de trinta dias contados a partir da n
146. refer ncia p 10 Tamb m s o historicamente espec ficas na medida que podemos pontuar espa o tempo e hist ria para a maioria dos brinquedos est o localizados em um ponto espec fico no tempo p 11 em um lugar A base da discuss o sobre o fato est na tens o entre as perspectivas essencialistas e n o essencialistas quanto forma o da identidade ib id P 12 13 Uma defini o n o essencialista focaliza as diferen as assim como as caracter sticas comuns ou partilhadas tanto entre os patriotas quanto por com outros grupos tnicos Uma defini o de identidade essencialista afirma existir um conjunto cristalino aut ntico de caracter sticas que todos partilham e que n o se altera ao longo do tempo marcando profundamente a forma de ser de uma na o A quest o de identidade do brinquedo considerando a ind stria a produ o a venda e o consumo um mercado com caracter sticas muito at picas pois comum a pr tica da produ o estar a quil metros de dist ncia do local em que se situa as ind strias matrizes A exemplo alguns feitos na China Indon sia e Cor ia produtos bastante vendidos em S o Lu s no com rcio informal e em lojas especializadas um objeto que o made in impresso na embalagem pode demarcar locais de produ o diferentes as vezes muito distante do de origem o que distancia de uma identidade peculiar Essa tamb m uma realidade dos brinquedos tradicionais industrial
147. regionais e sociais BARBOSA 2004 p 45 Considero importante observar essas quest es pois elas se tornam interessantes na medida em que Benjamin 2002 p 25 reconhece que quanto mais a industrializa o avan a mais o brinquedo se subtrai ao controle da fam lia tornando se cada vez mais estranho n o s s crian as mas tamb m aos pais Para ele de modo geral o ponto de vista extremamente exterior a t cnica e o material que permitem ao observador penetrar fundo no mundo dos brinquedos pelo seu significado Considero esse aspecto levantado por Benjamim interessante para nossa sociedade e revelador da situa o atual especialmente por que a t cnica que chama a aten o da crian a na fabrica o do brinquedo e as in meras fun es que eles apresentam num jogo de sedu o Barbosa 2003 diz que o consumo est preenchendo entre n s uma fun o acima e al m daquela da satisfa o de necessidades materiais e de reprodu o social comum a todos os demais grupos sociais Adquiriu uma dimens o e um espa o que permite discutir atrav s deles quest es acerca da natureza da realidade Observo que s come amos a estudar as m dias em rela o dimens o do consumo no in cio da d cada de oitenta quando vimos a proemin ncia da revolu o industrial no surgimento da sociedade contempor nea Torna se interessante perceber essa quest o entre as crian as atuais que s o dotadas de opini o vontade escolha e
148. rela o mas solid o e semelhan a No local situam se exposi es de artesanatos de diversas categorias diferentes e entre elas a de brinquedos regionais S o pe as que rememoram uma hist ria e que s o mais adquiridas por turistas do que por crian as ludovicense Os brinquedos que predominam nessas exposi es est o em lojas e barracas espalhados na rea S o confeccionados de materiais oriundos das palmeiras de baba u carna ba de buriti e tucum de flandres de madeira de casca de mariscos e de corda entre outros que retratam a vida tradicional do povo e produtos do lugar Esses brinquedos tamb m est o expostos nos museus no local Eles rememoram a hist ria da S o Lu s antiga e comp em o acervo exposto visita o p blica de elementos t picos da vida maranhense em pocas passadas FIGURA 9 espa os que n o tem processos identit rios pr prios e que a teia de rela es uma configura o de acontecimentos agenciados que se esgota ao ser criada Um espa o em tr nsito um neo nomadismo Contemporaneamente designados n o lugares s o espa os por onde as pessoas passam como meros utentes sabendo que nunca mais se cruzar o Paradoxalmente aqui que um estrangeiro perdido num pa s que n o conhece se encontra 63 Na rea h um trabalho da Secretaria da Cultura do munic pio no sentido de estimular atividades e dinamizar os museus Tr s casas s o mantidas para esse fim
149. rias representa es da mulher atrav s dela Vamos encontrar a boneca sendo utilizada de forma bem variada tanto como o s mbolo religioso j citado como instrumento de rituais quanto de grande import ncia para servir aos modistas que a preparavam para mandar s rainhas e damas como modelos de vestimentas luxuosas Atzingem ib id diz que na corte de Isabel da Baviera casada com o rei da Fran a Carlos VI 1368 1422 elas ficaram conhecidas como embaixatrizes da moda pelo tanto que circulavam entre as modistas e as damas com modelos de vestimentas Ainda podemos encontr la relacionadas s hist rias cl ssicas infantis mitologia ao esoterismo s quest es tnicas e identit rias em geral A boneca foi percorrendo a hist ria das civiliza es e tomando formas e significados diversos de acordo com a sociedade que a produzia at chegar ao que temos hoje como id ia dela Podemos conhecer variedades da utiliza o desse brinquedo em todo o mundo nos mais diferentes rituais e participa o na vida da sociedade conforme os exemplos a seguir e Na R ssia as bonecas denominadas Mamuschka ou Matrioshka s o as mais representativas S o um conjunto de bonecas de tamanhos decrescentes geralmente feitas em madeira de t lia e muito coloridas e que s o guardadas umas dentro das outras 161 e No sul da Fran a especialmente em Tarascon existe a Tarasca do franc s tarasque boneco com apar ncia de um ser monstruoso exi
150. s o Luis a avalia o de um brinquedo est na beleza na cor no que poss vel fazer com ele Das 100 crian as pesquisadas 90 delas indicaram esses aspectos como o que mais elas valorizam num brinquedo por sua relev ncia Quando elas dizem o que pode ser feito com eles as meninas est o atrelando a ele os acess rios que ele traz Os meninos a tamanho a resist ncia a pot ncia a for a que ele apresenta e ainda no caso dos brinquedos super her is seus instrumentos de trabalho E importante comentar que 174 os meninos muito cedo j se distanciam desse universo de brinquedo como objeto material Eles se direcionam com muita facilidade ao mundo virtual e afirmam que brincar de brinquedo coisa de crian a pequena Os pais relacionam o valor de um brinquedo ao custo ao material seguran a beleza Esses elementos apontados por eles s o os norteadores de suas compras e oferta crian a O vendedor do brinquedo industrializado e o artes o t m a mesma l gica para a avalia o a aceita o do p blico o n mero de produtos vendidos a busca do consumidor por esse brinquedo 4 5 Brinquedo e brincadeira pr tica e produto da modernidade A categoria jogo no contexto da ludicidade tem sido estudado por historiadores como Huizinga 2004 Callois 1990 Ari s 1981 Jolibert 1981 propondo o estudo a partir da imagem que cada contexto forma da crian a por Arist teles 2005 Plat o 2000 Schill
151. saber e pelo convite que me fizeram reflex o sobre essas tem ticas nesse tempo inesquec vel de aprendiz Dra Violeta Refkalefsky Loureiro Dra Maria Jos da Silva Aquino Dra Maria Cristina Alves Maneschy Dra Maria de F tima Carneiro da Concei o Dr Daniel Chaves Brito Dra Maria Jos de Oliveira Jackson Costa Dra Maria Ang lica Alberto do Esp rito Santo Dra K tia Marly Leite Mendon a Dra Alex Bolonha Fi za de Melo Dr Pedro Paulo Coroa Dr Raymundo Heraldo Mau s e Dra Denise Pahl Schaan voc s s o muito especiais para mim Muito obrigada pelo que me ensinaram de conte do e vida A todos os demais professores do PPGCS da Sociologia e da Antropologia pelo empenho determina o e dedica o pesquisa educa o e extens o e pelo esfor o na forma o de novos pesquisadores Obrigada professores continuem firmes nessa miss o A todos os colegas do Doutorado especialmente a Ver nica que se tornou amiga desde os primeiros momentos do resultado da sele o da turma de 2005 que compartilhou comigo o dia a dia do cumprimento dos cr ditos dividiu as ansiedades se tornando minha ponte entre S o Luis e Bel m assessorou me na dist ncia geogr fica aproximada pelos e mails e telefonemas nesse per odo entre favores recados e contatos os mais diversos Ver nica muito obrigada por tudo Nossos contatos permanecem A todos os colegas do Mestrado em Ci ncias Sociais turma 2005 da UFPA
152. seja dirigido viola tamb m o princ pio da identifica o da mensagem publicit ria infringindo igualmente o disposto no artigo 36 do C digo de Defesa do Consumidor 394 A publicidade voltada ao p blico infantil abusiva e ilegal porquanto viola o disposto nos artigos 36 e 37 do C digo de Defesa do Consumidor bem como as regras de defesa dos direitos da crian a estatu das na Constitui o Federal e no Estatuto da Crian a e do Adolescente Veja a Lei na integra SE O III Da Publicidade ART 36 A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor f cil e imediatamente a identifique como tal Par grafo nico O fornecedor na publicidade de seus produtos ou servi os manter em seu poder para informa o dos leg timos interessados os dados f ticos t cnicos e cient ficos que d o sustenta o mensagem ART 37 proibida toda publicidade enganosa ou abusiva 1 enganosa qualquer modalidade de informa o ou comunica o de car ter publicit rio inteira ou parcialmente falsa ou por qualquer outro modo mesmo por omiss o capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza caracter sticas qualidade quantidade propriedades origem pre o e quaisquer outros dados sobre produtos e servi os 2 abusiva dentre outras a publicidade discriminat ria de qualquer natureza a que incite viol ncia explore o medo ou a supersti o se aproveite da
153. stria de massa busca se apoio para psiques desintegradas atrav s de cren as de religi es estranhas uso de cristais tar e quiromancia De paradoxo em paradoxo o mesmo ser envolvido em ansiedades n o resolvidas convive e convive bem com computadores l gica administrativa e dom nio de espa o O homem se divide Parte consider vel dele mesmo mergulha em obscuro medo outra na esperan a luminosa da ci ncia salvadora da racionalidade triunfante S o partes geminadas Alimentam se do mesmo esp rito conturbado Constroem sobre conjunto de absurdos o edif cio da perplexidade sem esperan as Souza 1999 p 15 diz que nada similar ocorreu no passado com nenhuma civiliza o hist rica conhecida temos a sensa o de estarmos sob o imp rio do irracionalismo no meio de um v rtice Enlouquecidos por impulso circular baixamos cada vez mais empurrados n o se sabe por quem de acordo com a estrat gia do abismo quanto mais fundo mais longe do abismo Giddens 1990 afirma que fomos apanhados num universo de acontecimentos que n o chegamos a entender e que parece estar em grande parte fora de nosso controle A essa panor mica tra ada da sociedade em que vivemos atualmente cheia de encontros e desencontros de certezas e incertezas de acelera o do tempo hist rico de novos processos s cio econ micos de crise de valores intitulo de cultura da modernidade emprestando de Souza Ib Id essa compreens
154. suas manifesta es 71 A partir dessa constata o fui percebendo que os te ricos consultados compartilham a percep o da import ncia do brincar na vida da crian a e da exist ncia de sua fun o social de simbologias e significados vistos sob o olhar da produ o cultural Particularizando na ind stria de brinquedos constatei que ela tornou se em parte cria o de personagens e de hist ria E ao mesmo tempo um contexto de concentra o e evolu o de multinacionais que popularizam o produto destinado inf ncia produzido pela ind stria Para esse momento aproximei os significados do termo brinquedo brincadeira e jogo apesar de seu conceito etimol gico diferente para designar um comportamento basicamente social que tem sua origem na a o da crian a que orientada culturalmente Para isso usei as id ias de Wittgenstein 1975 estudioso dos tipos de jogos e suas analogias ao considerar necess rio um duplo processo de afastamento aproxima o conceitual em momentos especiais justificando essa posi o Al m disso considerei a crian a como agente cultural e a pr tica do brincar como resultado de universalidade e especificidade conforme j referenciei considerando as escalas globais e locais Isso me favoreceu a constru o da problematiza o e das concep es de inf ncia considerando suas criticas sobre a ilus o do progresso assim como refletir sobre a produ o do brinquedo com identidades
155. tais como perda de autenticidade das rela es sociais materialismo superficialidade entre outros Por outro lado observo que autores como Slater 2002 Miller 2004 Mc Cracken 2003 Campbell 2006 Bourdieu 1979 investigam o consumo sob a perspectiva das raz es que levam as pessoas a consumirem determinados tipos de bens circunst ncias e maneiras o significado e import ncia do consumo como um processo que media rela es e pr ticas sociais as rela es das pessoas com a cultura material e o impacto desta na vida social o papel da cultura material no desenvolvimento da subjetividade humana a possibilidade da elabora o de uma teoria sobre consumo que apreenda todas as suas modalidades e em que medida ela funciona como uma janela para o entendimento de m ltiplos processos sociais e culturais Uma das peculiaridades da ind stria nesse contexto de consumo a necessidade constante de lan ar novos produtos No Brasil aproximadamente 800 novos brinquedos s o lan ados por ano associados s modernas tend ncias internacionais e competente tecnologia inerente e numa estreita depend ncia com a ind stria eletr nica De acordo com dados da ABRINQ os produtores brasileiros de brinquedos industrializados investiram 277 milh es em qualidade e produtividade de 1996 a 2000 Fecharam 2006 com 130 milh es de unidades contra 115 milh es do ano 2005 Esses dados s o reveladores a respeito da ind stria cultural do brinq
156. tica ou em outras palavras quando eu poderia perceber seriedade ou n o no brincar e sob que aspectos e como aprofundar a pesquisa em rela o ao significado e fun o do brinquedo e a seu comportamento na sociedade Especialmente na atual considerada de consumo diante da constata o da influ ncia e da for a da cultura no ato de brincar que demarcam as mudan as Para Barbosa 2004 o termo sociedade de consumo traz uma dimens o singularizada do consumo Consumir seja para fins de satisfa o de necessidades b sicas e ou sup rfluas duas categorias b sicas de entendimento da atividade de consumo nas sociedades ocidentais contempor neas uma atividade presente em toda e qualquer sociedade humana Nesse sentido uma quest o se imp e de imediato se todas as sociedades humanas consomem para poderem se reproduzir f sica e socialmente se todas manipulam artefatos e objetos da cultura material para fins simb licos de diferencia o atribui o de status pertencimento e gratifica o individual o que significa consumo no r tulo da sociedade de consumo Ela sinaliza para algum tipo de consumo particular ou para um tipo de sociedade espec fica com arranjos institucionais princ pios classificat rios e valores particulares 25 esperadas da sociedade nos tipos de brinquedos que ela produz e que oferece crian a Essa busca foi se delineando em minhas observa es ao constatar a prefer ncia delas p
157. torno da sa de do corpo da sexualidade da vida da morte da for a dos santos dos conjuros Torna se importante que eu enfatize a vis o de Santos 1997 nesse aspecto considerando que ele concebe que cada lugar ao mesmo tempo objeto de uma raz o global e de uma raz o local convivendo dialeticamente Visto dessa forma assegura que no lugar que a cultura vai ganhar sua dimens o simb lica e material combinando matrizes globais nacionais regionais e locais no lugar que vemos o mundo e ajustamos nossa interpreta o pois nele o rec ndito o permanente o real triunfam afinal sobre o movimento o passageiro o imposto de fora mas se o lugar nos engana por conta do mundo ib id 273 278 Nessa an lise social do brinquedo da modernidade em S o Lu s penso como Sor 2001 que o grande desafio construir modelos explicativos capazes de simplificar a realidade social sem obtliterar fen menos sociais fundamentais Isso porque modelos mais complexos podem contribuir para agu ar a percep o que a sociedade tem de si mesma e de seus problemas sem presumir uma capacidade de explica o exaustiva ou de profetizar o futuro Assim a situa o do brinquedo no Brasil no Maranh o e em S o Lu s hoje pode estar baseada no fato de que n o h no Brasil contempor neo um fator estruturante nico capaz de dar inteligibilidade ao conjunto dos processos societ rios por m v rios fatores de estrutura
158. trajet ria que observo com o brinquedo com a crian a ludovicense e com a inf ncia nesse per odo diante do fen meno moderno da globaliza o e da vis o da ind stria cultural contempor nea especialmente nas quatro ltimas d cadas que mudaram o brincar e influenciaram o lugar O brincar das crian as em S o Lu s segue a l gica econ mica em que entre os menos favorecidos h poucos lugares para o lazer coletivo e em casa h poucos brinquedos Entre eles predominam os tradicionais e artesanais em detrimento dos industrializados e h um maior contato com as brincadeiras convive com a falta de espa o de solidariedade de seguran a e de respeito al m de sofrer excesso de limita es Em conseq ncia ela convive com o excesso de horas diante da televis o e com baixa de qualidade de vida enquanto entre os mais privilegiados economicamente existe a situa o de superprote o falta de espa o para brincar livremente limita o de brinquedos a playgrounds das reas de lazer dos condom nios e a parques tem ticos vive com excessos de atividades com vida sedent ria e com excesso em jogos no computador o que se constitui em priva o de liberdade conforme Sen 2002 Sofrem a falta do espa o para brincar utilizam predominantemente os brinquedos industrializados e virtuais especialmente pela exist ncia de computadores residenciais e jogos eletr nicos de f cil acesso vivendo por m outras formas de exclus o urbana em que os
159. viverem em espa os reduzidos em fam lias numerosas o entorno impede crian a ter um sono tranquilo restaurador e completo a superestimula o vivida durante o dia faz com que a crian a tenha uma noite intranquila e perturbada a falta de qualidade na alimenta o faz com que a crian a acorde com mal estar de madrugada Crian as sobrecarregadas de atividades e por conseguinte sem tempo para brincarem serem elas mesmas Press o escolar precoce 100 e Crescente evas o escolar as institui es escolares n o t m encontrado caminhos que respondam aos interesses e s necessidades dos seus alunos necessidades estas que n o passam essencialmente pela aquisi o de informa es e conte dos estes est o hoje facilmente acess veis fora da escola mas pelo desenvolvimento da criatividade dos potenciais latentes pelo trabalho para o desenvolvimento da inteireza para citar alguns e Falta de interesse e concentra o por parte das crian as o que leva muitas delas a serem encaminhadas para acompanhamento psico pedag gico terap utico e Abuso sexual dentro de casa prostitui o precoce e Crian as envolvidas com o tr fico de drogas etc Esses dados produzidos pela autora t m rela o direta com a situa o s cio econ mica da crian a brasileira como podemos verificar nas informa es relativas situa o educacional da fam lia especialmente a m e E tamb m a realidade de crian as ludovicenses que
160. 0 9503 60 00 9503 70 00 9503 80 10 9503 80 90 9503 80 20 9503 90 00 9504 10 10 9504 10 91 9504 10 99 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL NCM sob a forma de al quota adicional Tarifa Externa Comum TEC conforme segue adicional de 9 no per odo de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2005 e adicional de 8 no per odo de 1 de janeiro a 30 de junho de 2006 Art 2 Em vista do contido no artigo 9 do Acordo sobre Salvaguardas promulgado pelo Decreto n 1 355 de 1994 o disposto no artigo anterior dessa Resolu o n o se aplica s importa es originarias dos seguintes pa ses em desenvolvimento membros da Organiza o Mundial de Com rcio OMC frica do Sul Alb nia Angola Ant gua e Barbuda Arm nia Bangladesh Barbados Barein Belize Benin Bol via Botsuana Burkina Fasso Burundi Camar es Chade Chile Cingapura Col mbia Congo Cor ia Costa do Marfim Costa Rica Cro cia Cuba Djibuti Dominica Egito El Salvador Equador Eslov nia Fiji Filipinas Gab o G mbia Ge rgia Gana Granada Guatemala Guiana Guin Guin 391 Bissau Haiti Honduras Ilhas Salom o ndia Jamaica Jord nia Lesoto Macau Maced nia Madag scar Mal sia Malau Maldivas Mali Malta Marrocos Maur cio Maurit nia M xico Mianmar Mo ambique Mold via Mong lia Nam bia Nicar gua N ger Nig ria Om Panam Papua Nova Guin Paquist o Peru Qu nia Quirguist o Rep blica Centro Afri
161. 0 a 35 anos de idade uma escolaridade em torno de m dia a superior desenvolvem o artesanato junto com outras atividades s o professores funcion rios p blicos entre outras atividades Vendem uma m dia de 15 a 20 pe as por m s participam de feiras exposi es cursos de aperfei oamento reciclagens encontros associa es T m facilidade para absorverem novas aprendizagens e est o abertos a novas possibilidades Minhas conversas com os artes os me permitiram perceber que eles pensam a comercializa o do brinquedo de uma forma al m de comercial muito afetiva na medida em 309 que h uma liga o com cada pe a que confeccionada manualmente com seu toque pessoal aspecto que considero o l dico da produ o V la desaparecer traz um aspecto de afastamento um sentimento de perda caracter stica bastante diferente da produ o industrial Segundo Weiss 1997 p 37 o diferencial dos brinquedos industrializados que mesmo o artes o que repete os brinquedos n o consegue fazer dois absolutamente id nticos Assim torna se interessante para mim rememorar que o brinquedo artesanal feito com materiais como sucata ou mesmo adquirido atrav s do com rcio para a confec o o resultado do trabalho de transforma o de reaproveitamento muitas vezes uma colagem de materiais distintos uma capacidade de s ntese que bastante natural e caracter stico da crian a que sint tica por natureza ao fabricar
162. 05 GON ALVES Reinaldo O n econ mico Rio de Janeiro Record 2000 GOULART Janete Terezinha de Aquino Aprendizagem e n o aprendizagem duas faces de um mesmo processo Ijui Iniju 1999 GRACIOSO Francisco A propaganda nas pequenas e micro empresas SEBRAE Bras lia 1998 GRANDE DICION RIO ENCICLOP DICO ESCOLAR Ed Nova Cultural vol 4 1999 GROSS K The Play of Animals Nova York Appleton 1902 GRUBITS Sonia e NORIEGA Jos Angel Vera M todo Qualitativo epistemologia complementaridades e campos de aplica o S o Paulo Vetor 2004 HAETINGER Max G O Universo criativo da crian a na Educa o Instituto Criar 2005 HALL Stuart A identidade Cultural na p s modernidade 10 ed Rio de Janeiro DP amp A 2005 A centralidade da Cultura de nosso tempo Educa o e Realidade Volume 02 n 02 Porto Alegre 1997 Culture Community Nation Culture Studie 3 1993 A centralidade da cultura de nosso tempo Educa o amp Realidade vol 22 n 2 Porto Alegre 1997 HALL Stanley Identidade Cultural S o Paulo Funda o Am rica Latina 1997 Estudos Culturais dos paradigmas causas y azares Buenos Aires Ed El ciclo X Assalto v 1 n 01 1906 349 HANNOUN H El Ni o Conquista el Medio Las Atividades Explorat rias en la Escuela Primaria Buenos Aires Kapelusz 1977 HARVEY David A Condi o P s Moderna S o Paulo Loyola 1992 HAUNG W F Critique of Comodity aesthetics appea
163. 2006 constato que a natureza multifacet ria dos brinquedos imprime lhe um car ter mais que material Sua simbologia atravessa a fronteira do f sico Isso faz dele um instrumento de promo o intera o de di logo de aproxima o Assim for oso admitir que os brinquedos s o um c digo uma linguagem com a qual as crian as podem construir seus pr prios roteiros O importante perceber que na pr tica incorporar os signos distribu dos globalmente aos contextos espec ficos de seu pr prio mundo SUTTON SMITH 1986 Diante disso poss vel concluir que o significado dos brinquedos modernos uma combina o entre o que eles propriamente s o pelos os significados dados pela ind stria e as maneiras como as crian as os usam j que quando elas brincam os sentidos que criam n o s o necessariamente os mesmos atribu dos pelo fabricante De fato vejo que elas podem aceitar rejeitar ou transformar os significados oferecidos reinterpretando re apropriando e recriado os N o estranho ver a Barbie entre meninas de classe social baixa sendo cozinheira lavadeira ou em outras atividades dom sticas de acordo com as viv ncias dessas meninas e de suas m es Evidentemente eles tamb m se localizam em discursos de g nero idade e classe social entre outros aspectos importantes e s o interpretados pela crian a de acordo com as influ ncias que elas t m nos discursos da fam lia da escola e da publicidade Percebo que eles t m
164. 6 2 6 2 1 6 2 2 6 3 6 3 1 6 4 6 4 1 6 5 6 6 6 7 O brinquedo globalizado O papel da televis o no consumo do brinquedo moderno A ind stria do brinquedo no Brasil Os fabricantes do brinquedo industrializado A produ o do brinquedo e do desejo da crian a consumidora O Brinquedo como objeto de consumo O BRINCAR EM S O LU S a tradi o e a modernidade no encontro entre o local e o global O brincar do lugar O brincar tradicional e regional Brinquedos e brincadeiras tradicionais O Brinquedo regional O brinquedo das feiras e exposi es O Olhar do artes o O brinquedo industrializado O brinquedo do shopping das lojas e similares O Brinquedo Virtual O Olhar dos pais para o brincar da modernidade O Olhar da crian a para o ato de brincar REFLEX ES CONCLUSIVAS REFER NCIAS AP NDICES ANEXOS 13 212 222 225 229 235 245 268 269 281 285 301 307 310 313 313 321 323 330 335 343 362 367 14 O trabalho investiga o brinquedo enquanto elemento da cultura material e simb lica objetivando discutir suas mudan as e significados na cultura da modernidade diante da globaliza o da ind stria cultural Foca essa discuss o em quatro categorias de brinquedos tradicional industrial regional e virtual que atualmente comp em o ato de brincar Tem como hip tese principal a assertiva de que h uma apropria o no brincar de valores cren as h bitos tica sistema de linguagem e materiais
165. 8 tamb m reitera essa import ncia O Estatuto da Crian a e do Adolescente de 1990 diz que dever do Estado da fam lia e da sociedade proporcionar crian a o ato de brincar 104 necess rio observar que nesse primeiro reconhecimento viv amos o contexto dos anos 50 e ele partiu de uma tentativa de resolu o da dificil situa o da crian a em muitas na es do globo como revela a hist ria mundial da inf ncia nos ltimos cem anos em que elas foram v timas de grandes horrores Muitos dos piores aspectos da hist ria recente atingiram as crian as como os do Holocausto durante a 2 Guerra Mundial dos trabalhos em campos de concentra o dos abusos sexuais e os da escravid o entre outros STEARNS 2006 Al m desse aspecto importante salientar as mudan as na vis o da sociedade sobre a crian a e sobre o brinquedo aconteceram especialmente ap s as duas revolu es industriais citadas por Castells 2006 Para o autor em refer ncia vivemos um desses raros intervalos na hist ria cuja caracter stica a transforma o de nossa cultura material pelos mecanismos de um novo paradigma tecnol gico que se organiza em torno da informa o conjunto convergente de tecnologias em microeletr nica computa o sofware e hardwere telecomunica es radiodifus o e optoeletr nica engenharia gen tica e seu crescente conjunto de desenvolvimento e aplica es Esse conjunto est presente na fabrica o do brinquedo mo
166. Bate Palminha e a Sapequinha utilizando tecnologia eletr nica a fibra tica e o fotossensor Vieram tamb m o Comandos em A o Batman Superman Star Wars Como a vis o de ind stria cultural produtiva traz tamb m a possibilidade de amplia o do mercado na uni o com outras ind strias e multinacionais assim tamb m vieram as parcerias da Estrela com ind strias e outros setores como o Mc Lanche Feliz da rede Mc Donalds os bonecos Suguinha e Pozinhho do grupo P o de A ucar e brindes de p scoa da Lacta e da Garoto Hoje ela tem uma linha de mais de quinhentos itens e lan a no mercado 232 mais de duzentos novos produtos por ano A empresa afirma atrav s de seu diretor de marketing que as crian as est o cada vez mais exigentes O licenciamento de produtos tornou se um aliado importante para a empresa que tem hoje 35 da cole o de produtos licenciados como os que envolvem a linha CoCoriC e Ilha Ra Tim Bum ambos programas da TV Cultura Outra ind stria de destaque a Glasslite fundada em 1966 por Yasuo Yamaguchi De produtora de utilidades dom sticas passou a incorporar em sua produ o os brinquedos a partir de 1973 Foi pioneira em usar os personagens da televis o em seus brinquedos Criou o TV Toys e licenciou produtos da Universal Fox Columbia Paramont MCA e Toei Company Entre os mais conhecidos est o Super M quina Thunder Cats Jaspion Tartarugas Ninja Karate kid Simpsons e outros Produz tamb m brinqued
167. Como brinquedo da prefer ncia foi citado o carro e a boneca e as brincadeiras de Esconde esconde Pegador e Bete 329 e N o t m muita no o de quanto custa um brinquedo industrializado mas acham que caro Gostariam de adquirir bicicleta jogos de v deo game e ter um computador para Jogar os jogos virtuais e uma cole o das bonecas Barbies No Grupo 2 S o crian as de uma rea socialmente mais privilegiada sob o ponto de vista da infra estrutura e da condi o socioecon mica Residem em condom nios fechados na maioria condom nios verticais com boa estrutura urbana N o se mostraram muito abertos s conversas Pareceram intimidados com as perguntas Quando convidados a responder algumas perguntas n o demonstraram muita satisfa o em faz lo como se tivessem algo mais importante a fazer Quando perguntados se gostam de brincar n o pareceram muito entusiasmados ao responderem por m disseram que sim Quanto ao local melhor para brincar suas respostas foram em casa especialmente o quarto por citarem como brincadeira favorita os jogos no computador O brinquedo preferido foi citado o Plastation que um v deo game para uma variedade de jogos virtuais o boneco Max Steel e os autoramas Hot Wheels Dizem ter m dia uns 30 a 50 brinquedos mas n o brincam muito com eles N o sabem brincar com bolinhas de gude canc o e chuchos ou outros brinquedos mais populares porque ningu m dos amigos sabe N o brin
168. Fonte PORTO Allana 2007 Figura 51 Brinquedos de sucatas Essa reutiliza o tem sido motivo de an lise e de institui o de crit rios para tal proveito nessa vis o moderna conforme observo nos coment rios de Santos 2002 ao ver que a sucata um suporte potencial para a atividade infantil por m lembra que alguns cuidados devem ser tomados no seu uso Ela adverte para o fato de que n o com todo material descart vel que a crian a pode brincar al m do que necess rio que este material esteja limpo organizado e n o ofere a perigo Isso significa distinguir sucata de lixo Para a constru o de jogos e brinquedos com material de sucata o essencial n o o objeto em si mas sim o que ele pode oferecer Segundo Andrade 1994 o principal o que um objeto de sucata pode contribuir no contexto do jogo N o qualquer coisa jogada fora que serve cada elemento dever ter uma fun o espec fica seu lugar pr prio na organiza o que faz parte do processo de cria o E necess rio fazer diferen a entre os tipos de sucatas apontados por Weiss 1997 a sucata natural ou re lia que como o pr prio nome indica constitui se de sementes chapas met licas conchas folhas penas galhos peda os de madeira areia terra etc E a sucata industrializada uma sobra do industrializado que inclui todos os tipos de embalagens copos 304 pl sticos chapas met licas tecidos pap is papel es
169. Hot Weels Loja 2 De Brinquedo 1000 Barbie Max Steel e Hot Wheels Loja 3 De Departamento 1500 Barbie Max Steel e Hot Wheels Loja 4 De Departamento 2000 Barbie e Hot Weels Loja 5 De Departamento 1 000 Barbie Max Steel e Hot Wheels Loja 6 De Departamento 900 Barbie e Hot Weels Loja 7 De Departamento 2 000 Barbie e Hot Weels Barraca 1 Produtos eletr nicos 200 Carrinhos de controle remoto Barraca 2 Produtos diversos 300 Boneca Barraca 3 Brinquedos 250 Carrinhos Barraca 4 Brinquedos 200 Boneca Barraca 5 Produtos eletr nicos 500 Carrinhos Barraca 6 Produtos diversos 500 Boneca Barraca 7 Brinquedos 300 Bonecos super her is Barraca 6 Brinquedos 200 Bonecos super her is Barraca 7 Brinquedos 300 Bonecos super her is Quadro 30 Brinquedos mais vendidos no com rcio varejista No com rcio informal 318 Barraca 1 Produtos eletr nicos Carrinhos de controle remoto Barraca 2 Produtos diversos 300 Boneca Barraca 3 Brinquedos 250 Carrinhos Barraca 4 Brinquedos 300 Boneca Barraca 5 Produtos eletr nicos 500 Carrinho de controle Barraca 6 Brinquedos 500 Carrinhos Barraca 7 Produtos diversos Barraca 8 Brinquedos 300 Boneca Barraca 9 Brinquedos 200 Bonecos de super her is Quadro 31 Brinquedo mais vendido no com rcio informal Ficou bastante evidenciado diante das pesquisas nas lojas e no com rcio informal a sazonalidade da venda do brinquedo industrializado e virtual O forte para esse setor permanecem os mes
170. Idade M dia como um per odo intermedi rio numa divis o esquem tica da Hist ria da Europa em quatro eras a saber a idade Antiga a Idade M dia a Idade Moderna m a Idade Contempor nea O per odo foi tradicionalmente delimitado com nfase em eventos pol ticos Nesses termos ela teria se iniciado com a desintegra o do imp rio romano do ocidente com a queda de Constantinopla 185 foi considerado n o s rio por sua associa o aos jogos de azar bastante praticados na poca Souza 1999 observa o fato de apenas no Ocidente ser discern vel o fato da exist ncia da plena consci ncia de duas grandes pocas o sentido em que Blumenberg usa o termo a chamada Idade M dia e a Moderna Ao separar se dos antigos o Ocidente conferiu a si mesmo o estatuto da unidicidade colocou se em curso desviado relativamente a todas as civiliza es que haviam existido antes de seu amadurecimento como cultura A todos envolveu no mesmo r tulo Chamou os antigos A simplifica o do ocidente uniu a todos no mesmo compartimento avaliativo moderno s o ocidente A partir do Renascimento per odo de compuls o l dica alguns jogos foram se tornando inocentes na vis o dos que se opunham a eles ARIES 1981 p 108 do s culo XVII at os nossos dias a atitude moral com rela o aos jogos de azar evoluiu de maneira bastante complexa medida que se difundia o sentimento de que os jogos de azar era um
171. LEONTIEV A Linguagem desenvolvimento e aprendizagem S o Paulo cone 1998 L VI STRAUSS Claude Mito e Significado Edi es 70 Lisboa 1978 LIMA Carlos de Hist ria do Maranh o Bras lia Distrito Federal Centro Gr fico do Senado federal 1981 LINHARES Ana Maria Alves Os M ltiplos Contextos dos objetos ind genas uma etnografia das bonecas de cer mica Karaj Disserta o de Mestrado n o publicada UFPA Bel m 2004 LIPOVETSKY Gilles O Imp rio do ef mero a moda e seu destino nas sociedades modernas S o Paulo Companhia das Letras 2006 LYMAN Jr amp RICHARD B Barbarie y religion la inf ncia a fines de la poca romana y comienzes de la Edad M dia In DE MAUSE Lloyd dir Hist ria de la Inf ncia Madrid Alianza 1995 MACHADO M L M Exclama es interroga es e retic ncias na institui o de educa o infantil uma an lise a partir da teoria s cio interacionista de Vigotsky Disserta o de Mestrado n o publicada PUC S o Paulo 1993 MAHONEY ALMEIDA Wallon S o Paulo Media o 2000 MATTELART Communication and class stuggle 2005 MAUSS Marcel Sociologia e Antropologia S o Paulo Cosac Naify 2003 Ensaios de Sociologia S o Paulo Perspectiva 2005 MC CRACKEN Grant Cultura e Consumo Rio de Janeiro Mauad 2003 MC KENDRICK N The birth of a consumer society the comercialization of eighteenth century England London Europa 1982 MEIRELLES Renata Pipa
172. N N N N N N N NNN O e e e ee e ee ee e e oro N AU A U Ne SONO DNA A LULU Ne O Prioridade dos pais para os filhos Crescimento demogr fico de S o Luis Cinco faces da cultura da modernidade Por que a crian a brinca Diferentes formas de brincar Comportamento social da crian a em situa o de brincadeira Tipos de Bonecas Valores do Brinquedo Facetas da classifica o canadense Classifica o do jogo do ponto de vista social Tipos de brincadeiras Meios usados para o faz de conta Repercuss es da brincadeira N veis de diferencia o do termo jogo Caracter sticas do jogo Principais teorias cl ssicas sobre os jogos Tipos de Jogos Coeficiente de masculinidade dos jogos Material do brinquedo Principais empresas do setor de brinquedo no Brasil Brinquedos e Importa es Consumismo Infantil Popula o residente de 10 anos ou mais idade Popula o residente por grupo de idade Popula o residente por sexo e situa o de domic lio S ntese dos indicadores sociais do estado do Maranh o Popula o de S o Lu s Manifesta es tradicionais de S o Luis Brinquedo mais vendido nos shoppings Brinquedo mais vendido no com rcio varejista Brinquedo mais vendido no com rcio informal 49 70e71 90 103 142 143 164e 165 171 173 181 182 183 185 e 186 188 188 e 189 189 190 193 197 240 242 265 270 270 270 271 273 285 319 319 320 19 P 1 Venda de V deo Games 218 2 N mero de funcion rios no setor de br
173. NDICE A Os pre os variam pela marca os mais baratos por m s o normalmente aqueles confeccionados em pl sticos madeira e material mais simples e no com rcio informal e lojas do tipo R 1 99 que se proliferam em todos os bairros e no centro que se concentra sua venda Um desses locais s o as ruas transversais principal rua do com rcio no centro de S o Lu s durante o hor rio comercial Esses brinquedos s o deslocados para vendas em festas e aos finais de semana para a orla mar tima especialmente na Avenida Litor nea Ele est presente no mesmo espa o em que s o expostos brinquedos dos artes os numa conviv ncia pac fica embora nesses espa os externos haja maior estrutura f sica para exposi o dos artes os nas barracas Os brinquedos de pl sticos geralmente s o expostos no ch o sobre um tapete ou s o colocados em um suporte vertical Os brinquedos modernos que est o venda em S o Lu s s o objetos produzidos pelas f bricas e distribu dos globalmente por poderosas empresas multinacionais como os vendidos das demais cidades do pa s S o produzidos como um sistema que permite distin es quanto ao grau de realismo ou abstra o ou exagero com o qual representam elementos de pr ticas sociais Na modernidade eles s o simultaneamente objetos para serem lidos como textos e ao mesmo tempo para serem manipulados na medida em que carregam mensagens sociais Eles mediam a forma o de consumidores e
174. R A exclus o da diferen a Piracicaba Unicamp 2005 347 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Ed Nova Fronteira 1997 FERREIRA Manoel Correia A Terra e o homem do Nordeste 6 ed Recife editora da UFP 1999 FERRETTI S rgio Reeducando o olhar estudos sobre feiras e mercados S o Lu s Edi es UFMA PROIN CS 2000 FISHER E P The impact of play on development a meta analysis Play and culture 1992 FONTANA Roseli CRUZ Maria Nazar da Psicologia e trabalho pedag gico S o Paulo Atual 1997 FOUCAULT Michel Microf sica do Poder Rio de Janeiro Rio de Janeiro Graal 1990 FORTUNA T R Sala de aula lugar de brincar In YAUTER M L e ZEN M J D Planejamento em destaque an lises menos convencionais Porto Alegre Media o 2000 FORTUNA Carlos org Cidade Cultura e Glogaliza o Lisboa Celta 1997 FREINET Celestine O M todo Natural A aprendizagem da l ngua Lisboa Estampa FREIRE Jo o Batista O Jogo entre o riso e o choro Campinas S o Paulo Autores Associados 2002 FREIRE Paulo e MACEDO Donaldo Alfabetiza o leitura do mundo leitura da palavra S o Paulo Paz e Terra 1990 FREITAS Marcos Cezar Org Hist ria Social da Inf ncia no Brasil S o Paulo Cortez 1997 Desigualdade Social e diversidade cultural na inf ncia e na juventude S o Paulo Cortez 2006 FREYRE Gilberto Casa Grande amp Senzala 12 ed b
175. S Luis Felipe Carvalho et al Centro Hist rico de S o Lu s Maranh o patrim nio mundial S o Paulo Audichromo Editora 1998 APPADURAI Arjun Dimens es Culturais da Globaliza o Lisboa Portugal Teorema 2004 ARENDT H A crise na Educa o In Entre o passado e o futuro S o Paulo Perspectiva 1971 ARI S Philippe Hist ria social da crian a e da fam lia 2 ed Rio de Janeiro LTC 1981 ARIST TELES tica a Nic maco Bras lia Editora Universidade de Bras lia 2005 343 ARA JO Silvana Martins A dimens o do l dico no processo de forma o do educador uma an lise da concep o dos professores do curso de magist rio do Instituto de Educa o do Maranh o Disserta o de Mestrado n o publicada S o Luis UFMA 1998 ATZINGEN Maria Cristina Von Hist ria do brinquedo para as crian as conhecerem e os adultos se lembrarem S o Paulo Alegro 2001 AUG M N o lugares introdu o a uma antropologia da supermodernidade Campinas Papirus 1994 VILA Phillipe e SILVA Hist ria Social da Crian a e da Fam lia 2 ed Rio de Janeiro LTC 2003 BACHELARD Gastan Filosofia do n o o novo esp rito A po tica do espa o S o Paulo Abril Cultural 1978 BAUDRILLARD Jean A sociedade do consumo Lisboa Edi es 70 1991 Sociedade de Consumo S o Paulo Elfos 1995 Significa o da publicidade In Teoria e Cultura de Massa Rio de Janeiro Paz e Terra 2001 BAUMAN Zygmunt Global
176. T IND COM DE BRINQUEDOSFone Fax 11 4649 6646 email www braskitbrinquedos com br BRINQBRASFone Fax 19 3458 2255email vendas obringbras com br BRINQUEDOS ANA JULIAFone Fax 11 6137 9406 65812002email brinquedosannajulia o globo com BRINQUEDOSBANDEIRANTESFone Fax 11 61009000email comercial obrinq uedosbandeirante com br BRINQUEDOS CARDOSO Fone Fax 11 2132 9455email brinquedoscardoso abrinquedoscardoso com br BRINQUEDOS ESTRELA Fone Fax 11 2102 7052 email sergio rocha Destrela com br BRINQUEDOS PICA PAU Fone Fax 11 3666 0321 email vendas a brinquedospicapau com br 377 BRINQUEDOS PLASTILINDO LTDAFone Fax 11 4193 8464 email vendas Dplastilindo com br BRINQUEDOS ROSITA Fone Fax 71 2106 3000 email germano Drosita com br BRINQUEDOS SOROCABA MEKTOYS Fone Fax l5 3228 2210 3228 31email mektoys Dterra com br BUBA Fone Fax 11 3611 0205 email marcoslipari Mbubatoys com br BUNGEE DO BRASIL Fone Fax 11 5522 6395 email bungee sac dpicture com br CALESITAFone Fax 47 3387 1746email vendas ad calesita com br CALIF RNIA TOYS Fone Fax 11 5685 4363 email patricia ocalifornia com br CANDIDEFone Fax 11 3327 0277 email www candide com br CANDIDE IND COM LTDA Fone Fax email CARBRINK IND COM CARIMBOS BRINQFone Fax 11 6555 3040 8666email valter carbrink com br CARISMA Fone Fax 11 4674 1786 email jorge bigstarbrinquedos com b CASINHA DE BRINCARFone Fax 47 3368 2726email atendimento d casadebrincar
177. Tony Mc orgs Modernily and its futures Cambridge Polity Prers Open University 1992 TOLIA Paul Cultura e Consumo problemas hip teses pistas S o Paulo Iluminuras Ita Cultural 2007 TREVISAN Amarildo Luiz Pedagogia das imagens culturais da forma o cultural forma o da opini o p blica Iju Ed Uniju 2002 TRIGO F Juegos motores y creatividad Barcelona Paidotribo 1989 TRISCIUZZI Leonardo amp CAMI Franco L infanzia nella societ moderna Roma Riuniti 1989 TRIVINOS Augusto N S Introdu o Pesquisa em Ci ncias Sociais S o Paulo Atlas 1987 TUAN Yi Fu Espa o e Lugar a perspectiva da experi ncia S o Paulo Difel 1983 Topofilia um estudo da percep o atitudes e valores do meio ambiente S o Paulo Defil 1982 TUCKER M J El nino como princ pio e fim La inf ncia em la Inglaterra de los siglos XV e XVI In De Mause Lyoyd dir Hist ria de la inf ncia Madrid Alianza 1995 TYLOR Edward Primitive and Culture Londres John Mursag amp Co Nova York Harper Torchbrooks 1971 358 TURKLE Sherry A vida no ecr a identidade na era da internet Lisboa rel gio D gua 1997 O segundo eu os computadores e o esdp rito humano Lisboa Presen a 1989 YURKIENCZ Benamy org Desenho urbano III caderno brasileiro de arquitetura S o Paulo projeto 1984 VEIGA Garcia EM Tesis doctoral xogo popular galego e educaci n Vixencia educativa e funci n de ide
178. a 4 Cidade Inchada Cada face apresenta caracter sticas espec ficas e um perfil do ato de brincar das crian as no lugar Na Cidade Hist rica a S o Lu s antiga h poucas crian as morando nos casar es que comp em a rea por m bastante frequentado pelas que circulam no lugar vivendo em situa o de rua oriundas de bairros perif ricos Ambas sofrem a realidade dos 20 Cidade Hist rica faz refer ncia ao Decreto n 10 089 de 06 03 86 Zona Tombada Estadual estabelecendo medidas de prote o para uma rea urbana de cerca de 160 ha englobando cerca de 2 500 im veis zona esta de entorno zona tombada federal assegurando se assim maiores condi es de interven o ordenada e prote o aos bens culturais inseridos tanto no per metro estadual quanto ao per metro de tombamento federal Essas duas zonas tombadas foram inclu das no Plano Diretor Municipal de S o Lu s lei n 3 252 de 29 12 1992 como ZPH Zona de Preserva o Hist rica o que aumenta o n vel de prote o assegurando medidas legais nos tr s n veis de governo para a rea urbana que abriga o hipercentro da capital maranhense onde se exercem intensas atividades e usos residenciais rea esta com cerca de 250 h e 3500 im veis 62 que convivem em um n o lugar Um lugar hoje para entretenimento e para turistas FIGURA 8 Aug 2000 explica da seguinte forma o espa o do n o lugar n o cria nem identidade singular nem
179. a o individual a exemplo da tica protestante gerando padr es de comportamento que na esfera econ mica originam uma disposi o de ac mulo e reinvestimento de capital que aos poucos se desgarra da sua matriz religiosa e original Para Weber ent o a modernidade dessa perspectiva define se por uma racionaliza o que permeia todas as esferas com efeitos distintos em cada uma delas e que encontra a sua consuma o na esfera pol tica na forma de domina o burocr tica nela que Weber identifica o desenvolvimento mais acabado e de consegii ncias globais mais decisivas do racionalismo ocidental Portanto ele caracteriza a modernidade pela desintegra o dos sistemas ticos que outrora regeram a vida social pela separa o das esferas sociais com o recuo dos valores para as esferas mais ntimas da experi ncia pela substitui o enfim de uma moral substantiva por uma moral processual na esfera p blica tra o distintivo das sociedades liberais Acho interessante trazer tamb m Baudelaire para esse debate porque tamb m analisa a modernidade que para ele o transit rio o ef mero o contingente uma metade da arte sendo a outra o eterno e o imut vel Baudelaire 1996 p 25 Essa efemeridade transitividade e pressa tamb m foram consideradas por Nietzsche ao observar que a cultura moderna institui um tempo acelerado e agitado oposto a qualquer forma de tranquilidade Em Humano demasiadamente humano el
180. a professora Ao professor Dr Raimundo Heraldo Mau s coordenador do Programa quando entrei que com seu jeito sereno e amigo transmitiu me confian a atendeu prontamente s minhas solicita es soube compreender as inseguran as de quem vinha de fora e com sua participa o em minha qualifica o me ajudou a demarcar a melhor forma de construir resposta minha problem tica obrigada professor o senhor especial Ao professor Dr C sar Augusto Castro meu querido orientador de Mestrado na Universidade Federal do Maranh o por ter avan ado comigo as fronteiras geogr ficas de nossa S o Lu s e ter me acompanhado at o doutorado aceitando participar da Banca Examinadora o que tem um significado especial para mim e me d uma grande alegria t lo comigo neste momento Obrigada professor serei sempre sua orientanda professora Dra Celina Maria Colino Magalh es do Departamento de Psicologia Experimental da UFPA por aceitar participar da minha Banca Examinadora e por se dispor a conhecer meu texto e a compartilhar comigo este momento obrigada professora professora Dra Maria Ang lica Motta Mau s do Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da UFPA por ter aceito participar como suplente de minha Banca Examinadora obrigada professora Aos professores do Doutorado especialmente queles que me possibilitaram o di logo com as tem ticas e autores das Ci ncias Sociais por me deixarem beber em sua fonte de
181. a a outros dom nios sociais Mas se torna interessante pensar que ao mesmo tempo algo diferente acontece contrapondo se a essa realidade Percebo com Castells 2004 que uma nova identidade est sendo constru da n o por um retorno tradi o mas pela manipula o de materiais tradicionais para a forma o de um novo mundo divino e comunal em que massas exclu das e intelectuais marginalizados possam reconstruir significados em uma alternativa global ordem mundial excludente Vejo essa caracter stica da cultura da modernidade como sua marca principal ela ao mesmo tempo em que comporta a modernidade comporta a tradi o e acaba sendo um espa o de constru o para o novo e o velho conviverem juntos Essa exclus o de que ele trata est bem direcionada industria cultural quando usa a mesma linguagem mercadol gica estabelecendo categorias na fabrica o do produto para atender demanda s cio econ mica As discuss es sobre representa es e simbologias levantam quest es do consumo relacionadas ao brinquedo na cultura da modernidade alicer ado em uma estrutura de produ o propaganda distribui o design pesquisas de opini o estrat gias de mercado etc A princ pio o processo do consumo pode ser analisado por uma quest o b sica na vis o mais 252 antropol gica que o entende como um processo intr nseco da natureza humana que se constitui na satisfa o de suas car ncias contrapondo se ao da v
182. a capacidade de lidar com a liberdade necess ria cria o e a disciplina imposta pela formaliza o Desenvolvimento da auto aceita o com o reconhecimento e valoriza o de sua produ o Capacidade de coopera o Redu o de preconceitos Contato com sua identidade cultural Socializa o Humaniza o Sensibilidade para agir com os v rios materiais observando suas caracter sticas possibilidades e limites Habilidade de criar as imposi es e buscar alternativas para lidar com os limites Valoriza o da experi ncia sensorial e da contempla o Fundamenta o de uma est tica criativa e uma tica ecol gica exemplo o que prejudica a natureza Suprir necessidades espirituais 184 Desenvolver uma concep o de sacralidade da exist ncia aproximando criador e criatura Traduzir expressar e ajudar a integra o de processos existenciais arquet picos exemplo a bruxa representando o mal e a fada representando o bem Mobilizar a intui o e o aspecto sagrado da exist ncia Fonte Leite 1999 Quadro 13 Repercuss es da brincadeira Chamo a aten o para o fato de que esses elementos evidenciam que a brincadeira que parece uma simples atividade infantil cont m uma s rie de comportamentos sociais especialmente para a crian a da gera o atual Fica constatado especialmente quando considero as palavras de Haetinger 2005 de que estamos vivendo a maior revolu o cultural d
183. a compreender o objeto que buscava Foi importante para compor minha an lise estudar valores e significados do brinquedo diante de uma economia de mercado que envolve o espa o l dico atual em compara o com o antigo apesar do n vel de dificuldade em que Bourdieu aborda a quest o do poder simb lico a partir da no o de campo considerando o campo do poder como um campo de for as definido em sua estrutura pelo estado de rela o de for as entre formas de poder ou esp cies de capital diferentes um campo de lutas pelo poder entre detentores de poderes diferentes um espa o de jogo onde agentes e institui es tendo em comum o fato de possu rem uma quantidade de capital espec fico econ mico ou cultural especialmente suficiente para ocupar posi es dominantes no seio de seu respectivo campo em estrat gias destinadas a conservar ou a transformar essa rela o de for as BOURDIEU 2006 p 375 74 isso se inscrevia Al m das atividades realizadas e citadas identifiquei a necessidade de observar a crian a sozinha ou em parceria em intera es com brinquedos em brincadeiras e nos jogos Essa observa o exigiu que eu analisasse comportamentos dela de forma livre e ou dirigida pelo adulto sua rea o oferta do brinquedo pela sedu o do mercado ou do artes o o prazer e a naturalidade nessa rela o pr prios dela Para estudar a hist ria do brinquedo e alcan ar o brincar brasileiro o nosso bri
184. a da modernidade em que pelo fato de ser fluida produziu profundas mudan as na sociedade que para Bauman ib Id se iniciaram quando o espa o e o tempo foram separados da pr tica da vida e entre si podendo ser categorizadas de forma distintas e mutuamente independentes da estrat gia e da a o deixando de ser entrela ados 3 2 A Inf ncia e a crian a na Hist ria Segundo a legisla o brasileira s o consideradas crian as as pessoas com at 12 anos incompletos Quem essa crian a atualmente Os indicadores sobre crian as e adolescentes do IBGE 2000 e do Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF apontam que o Brasil tem hoje 61 milh es de crian as e adolescentes sendo a divis o a seguinte e 23 1 milh es de crian as de O a 6 anos de idade e 27 2 milh es de crian as e adolescentes entre 7 e 14 anos 89 e 10 7 milh es de adolescentes entre 15 e 17 anos A maioria das crian as mora nas regi es Sudeste 23 5 milh es e Nordeste 19 2 milh es do Brasil As regi es Centro Oeste t m 5 7 milh es e 4 2 milh es de crian as e adolescentes respectivamente O percentual de crian as e adolescentes sobre o total da popula o varia de uma regi o para a outra No Brasil 35 9 da popula o total constitu da por crian as e adolescentes Nas regi es Norte e Nordeste este percentual aumenta para 44 5 e 40 1 respectivamente Nas regi es Sul e Sudeste as crian as e os adolescentes represent
185. a dial tica moderna faz articular as contradi es do consumo pois produz brinquedos com alta tecnologia produtos de ponta em rela o eletr nica rob tica e mec nica e ao mesmo tempo denota a realidade de uma sociedade do desperd cio do descart vel que produz brinquedos fr geis com inten o da reposi o Para Willians 1976 a pr pria id ia de consumo pode ser contradit ria Por isso necess rio discutir a quest o de que consumir significa destruir gastar esgotar na medida em que essa a nfase produtiva da sociedade capitalista l gica que v a necessidade de dirigir o consumo r qualificar o consumo como desperd cio como excesso e esgotamento uma quest o contradit ria em rela o nfase produtiva da sociedade capitalista mas nem tanto o valor econ mico est relacionado escassez e expectativa de que o sacrif cio necess rio acumula o e supera o da escassez Na medida em que se atende s necessidades e aos prazeres do consumo se atende s necessidades e prazeres da acumula o O consumo tamb m uma forma de produ o A produ o econ mica est associada n o escassez mas ao excesso A destrui o torna se o objetivo da produ o e o grande problema o que fazer com o excesso o excesso de energia que se transforma em excesso de produtos A acumula o objeto b sico do capitalismo se d sempre no sentido da centraliza o e da concentra
186. a diversidade uniformidade Esse brincar confere um contexto moderno de pasteuriza o do tnico do tradicional do 83 pa E 2 original do ex tico caracter stico da modernidade Para Bauman 2000 uma 2 Para Bauman 2001 p 15 16 o que est acontecendo hoje por assim dizer uma redistribui o e realoca o dos poderes de derretimento da modernidade Primeiro eles afetaram as institui es existentes A modernidade 71 modernidade l quida fluida sem consist ncia que din mica e capaz de sofrer altera es embora do ponto de vista da mercantiliza o e da hegemonia do lucro a consist ncia seja indiscut vel j que ao mesmo tempo esses fen menos alteram e refor am esses la os Para perceber o brinquedo em S o Luis desenvolvi um sentimento de descoberta pela curiosidade num exerc cio constante de observa o atenta realidade emp rica discuss o te rica expressa na literatura sobre a tem tica e sobre S o Lu s demarcado como recorte espacial da pesquisa Respeitei a exig ncia de olhar para o brinquedo atentando a detalhes cores formas fun es e significados como bem da ind stria ou do artes o e ao fato de que n o se pode falar de brinquedo sem estud lo de perto em suas caracter sticas e especificidades Ao mesmo tempo isto exigiu que eu atentasse para as palavras e linguagens diretas e subliminares que o brinquedo transmite ao adentrar espa os em que eles s
187. a em ferramentas para produzir significados e a es Da percebo que h um fortalecimento do brinquedo artesanal e que a principal diferen a entre o produto artesanal e o industrial o fato de que h um perspectiva l dica na fabrica o pelo artes o no contato pessoal com cada pe a na proje o de seu mundo interior sua vis o de mundo nessa confec o Vejo no artes o um sujeito da modernidade amparado na tradi o Concluo portanto que o brinquedo na modernidade continua a projetar um mundo desigual e marcado por rela es de g nero que atinge de forma diferente o menino e a menina Nesse sentido considero que a ideologia do brinquedo moderno tradicional que detr s da tecnologia do perfil h uma forte evid ncia da manuten o de uma velha ideologia na quest o de g nero Constato portanto de acordo com os meus pressupostos que brincar em S o Lu s sob o ponto de vista do brincar industrializado e virtual um brincar globalizado semelhante a qualquer outro em demarca o geogr fica diferente apesar da hist ria de tradi o de S o Lu s Patrim nio Cultural da Humanidade Concluo ao mesmo tempo que o brincar tradicional que permanece na cidade alicer ado n o s pelas gera es anteriores e pelo artes o mas apoiado hoje tamb m na ind stria que produz e vende modelos de brinquedos tradicionais Concluo tamb m que os brinquedos tamb m continuam importantes para os adultos as m es s o ligadas
188. a extens o dessa problem tica As opini es s o diversas A esse respeito no dia 26 de julho de 2000 representantes da Associa o M dica Americana da Academia Americana de Pediatria da Associa o Americana de Psiquiatria da Associa o Americana de Psicologia da Academia Americana de M dicos de Fam lia e da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescentes divulgaram uma an lise sobre o assunto Declara o Conjunta a Respeito dos Efeitos da Viol ncia do Entretenimento sobre as crian as posteriormente endossada pelo Congresso americano apresentando o seguinte parecer a respeito o efeito da viol ncia do entretenimento sobre as 207 crian as complexo e vari vel Algumas crian as s o mais afetadas do que outras Mas ao passo que a dura o a intensidade e a extens o do impacto podem variar h v rios efeitos negativos da exposi o das crian as ao entretenimento violento que podem ser medidos Essa discuss o tem v rios aspectos e conte do por m a maioria ali concorda com essa perspectiva recomenda muito cuidado e aten o dos pais e alia a viol ncia dos jogos da sociedade como prejudiciais sa de das crian as Considero essas reflex es importantes Nas Lan Houses em que observei esses jogos serem desenvolvidos ficava admirada do aspecto esteticamente pouco recomendado Considero que os visuais as a es de viol ncia gritos sons barulhos vozes poderiam assusta
189. a inf ncia recupera o mundo da cultura de seus pais mas concomitantemente recupera em certo sentido a maneira de ver a 168 como espa o a ser explorado de modo industrial comercial massivo e ao enfatizar que as mudan as que se efetuam modificam algumas estruturas por m o mundo est sempre marcado pelos tra os da gera o anterior e se confronta com eles Com a crian a essa realidade apontada por ele acontece de forma muito acentuada e em suas brincadeiras fica muito claro pois imposs vel situ las num mundo de fantasia na terra fe rica da inf ncia pura ou da arte pura ib id Isso ocorre pelo fato j evidenciado de que cada tempo hist rico desenvolve uma concep o de valores estilos modos de vida regras sociais usos de materiais e ferramentas e rela es pessoais que s o passados s crian as das mais diversas maneiras As atuais est o vivendo a realidade dos brinquedos com o perfil que a ind stria de bens culturais lhes atribui a partir do olhar que tem para ela da indu o necessidade de tipos de brinquedos que ela produz Para o entendimento mais especifico do brinquedo nessa discuss o suas caracter sticas possibilidades e rela o com a crian a v rios autores procuram compreender suas representa es e simbologias classificando os conforme identificam significados nos mesmos As ind strias se interessam em conhecer a an lise e a avalia o que feita para sentir a potencialid
190. a norma A Associa o se preocupa com isso e alerta as ind strias no sentido de respeitar esta norma Todas as ind strias de brinquedos j imprimem em suas embalagens a garantia de que seus produtos est o de acordo com a Norma ind stria cabe a responsabilidade de desenhar e produzir brinquedos seguros assim como recomendar a supervis o adequada por parte dos adultos conforme o guia em refer ncia Os pais e pessoas encarregadas pelo bem estar das crian as devem ser experts em seguran a Leia sempre cuidadosamente as instru es pois assim chegar junto com a crian a a uma brincadeira sem perigos e a uma maior durabilidade do brinquedo N o esque a de tirar e desfazer todas as embalagens de um brinquedo antes de d lo a um beb ou a uma crian a bem pequena Observe que brinquedos para crian as de menos de 36 meses devem ser formados por pe as grandes pois podem ser levadas boca Assegure se que o meio ambiente de um beb esteja isento de perigos Brinquedos para o ber o e m biles devem ser retirados do ber o quando o beb atinge cinco meses ou come a a se apoiar nas m ozinhas ou nos joelhos Animais de pel cia chocalhos colares de contas nunca devem ser suspensos no ber o no quadrado ou no carrinho com cordas ou tiras N o importa que pare am inofensivos sempre existe a possibilidade de se enroscarem num bot o ou numa fivela da roupa ou de se enrolarem em torno das m ozinhas dos p s ou do pesco
191. a paix o perigosa um v cio grave a pr tica tendeu a modificar alguns desses jogos reduzindo o papel do azar que no entanto ainda subsiste em benef cio do c lculo e do esfor o intelectual do jogador dessa forma certos jogos de cartas ou de xadrez tornaram se cada vez menos sujeitos condena o que atingia o princ pio dos jogos de azar Um grande momento para a hist ria do jogo foi sem d vida esse do Renascimento pela percep o da inf ncia que lhe inspirou o cr dito de que a crian a possu a valor positivo e de uma natureza boa fazendo uma ruptura com o pensamento de ent o Esse momento refletiu se refletiu numa vis o ainda mais po tica que se fixou nos olhos do Romantismo numa contraposi o com as id ias de puni o castigo e rigorosa disciplina para a crian a dada a nova forma de ver a inf ncia Os problemas foram focados com uma nova luz Se o homem bom por natureza a educa o n o deve ser concedida de modo a conduzir destrui o de todo o seu eu emp rico e ao renascimento da sua verdadeira ess ncia oculta a educa o poderia apoiar se sobre a totalidade do homem emp rico acompanhando o desenvolvimento de suas for as dos seus gostos e aspira es SUCHODOLSKY 1984 p 89 O jogo foi sendo naturalmente redimido dessa perspectiva negativa junto com a vis o do per odo rom ntico onde se processou uma exalta o da crian a do imagin rio e do artista Assim o jogo pa
192. a se a tratar com as crian as como tal e n o como miniaturas de adultos Mais uma vez percebo que o fato de a m dia se dirigir crian a um diferencial e um acerto em termos da publicidade para o sucesso entre elas Enquanto os brinquedos europeus direcionavam se a preparar para a vida adulta inclusive para a guerra os japoneses se aproximaram dos consumidores infantis diretamente apelando para as suas fantasias ib id A partir da criaram livros de hist rias em quadrinhos produziram jogos lan aram bonecas e uma variedade de brinquedos envoltos em narrativas fantasiosas bastante apreciadas pelas crian as Essa realidade levou o Jap o ao posto de grande exportador global ap s a Segunda Guerra Mundial definindo segundo alguns autores at o gosto infantil O Jap o manteve ao lado dos Estados Unidos a lideran a desse mercado mesmo quando a manufatura se mudou para centros de trabalhos mais baratos como a China atualmente 4 2 A boneca o brinquedo artesanal e da ind stria racionalizada Trago como o primeiro dos mitos em um brinquedo a boneca um brinquedo que se mant m como um velho e um novo mito e re ne as quatro categorias que elenquei para a pesquisa a boneca Ela pode ser encontrada no modelo tradicional industrializado regional e virtual Assim em suas complexidades e contradi es enquanto cultura material e simb lica ela segue a l gica que lhe atribu da pela sociedade historicamente constru da
193. a social do lugar o que caracteriza sua condi o Nessa parte da cidade os brinquedos s o variados e constituem um ambiente onde existem todas as modalidades elencadas nesta pesquisa variando entre os locais mais centrais ou perif ricos seguindo a l gica de mercado quanto oferta e demanda o poder aquisitivo e o valor de compra Fonte Secretaria de Cultura de S o Lu s 2007 Figura 11 S o Lu s Desterro bairro tradicional de S o Lu s 65 Na Cidade Moderna FIGURA 12 a S o Lu s verticalizada os espa os f sicos det m uma infra estrutura de bairro de classe m dia alta em que a maioria das crian as vive em condom nios verticais e horizontais fechados uma rea urbana constitu da em d cadas recentes com um valor imobili rio que naturalmente atrai a classe mais privilegiada economicamente Pela localiza o de shopping centers na rea se torna um lugar de venda de brinquedos industrializados e virtuais em detrimento do regional e tradicional Em virtude desse alto poder aquisitivo dos pais oferecido s crian as desse recorte da cidade uma grande variedade de brinquedos industrializados e jogos eletr nicos adquiridos n o s no mercado interno por m tamb m nos virtuais A partir dessa realidade essa rea apresenta as caracter sticas de uma cidade urbanizada um lugar bastante antropizado com ilhas de calor microclimas grande volume de produ o de res duos s lidos polu
194. a veiculada na internet de uma menina parapl gica americana que desejava saber por que n o havia Barbie com as suas limita es de locomo o e para isso buscou a Mattel Ao mesmo tempo ela exigia essa retrata o o que fez a empresa buscar uma produ o antiga de Barbie em cadeira de roda e enviar a ela para atender a essa exig ncia Essa a linguagem da Ind stria Cultural da modernidade da sociedade de consumo da cultura material contempor nea O comportamento e as formas de comercializa o o que e por que se consomem de capitalismo e de suas institui es e de cultura material dos mecanismos de consumo s o linguagens do materialismo da vida contempor nea que envolve o patrim nio cultural o interesse de marketing e propaganda mesmo que n o signifique qualidade de vida Adorno 2002 observa que o sistema inflado 86 a z E 7 A m e de uma garota norte americana de oito anos enfrentou a Mattel fabricante da Barbie e conseguiu para sua filha uma boneca em uma cadeira de rodas A menina Morgan Kelly tem uma atrofia muscular que a obriga a se locomover em cadeira de rodas e queria encontrar uma Barbie com a qual se identificasse A menina havia ficado frustrada ao perceber que nenhuma entre as d zias de bonecas de sua irm mais nova tinha uma defici ncia fisica Foi por isso que a m e em dezembro de 2005 procurou a empresa para conseguir uma boneca que viesse em uma cadeira de rodas Apesar de atualmente n o v
195. acionais Naturalmente que observo o fato de que a globaliza o n o capturou totalmente a inf ncia na medida em que padr es importantes do lugar permanecem assim como as tend ncias antigas incorporados ao modelo moderno de inf ncia com aspectos chaves da globaliza o fornecendo novos suportes Sterns Ib Id faz refer ncia a quatro grandes faces da globaliza o que interferem na vida da crian a e no brinquedo na cultura moderna pela ampla possibilidade de influ ncia pelo impacto que ocasiona novos padr es de migra o empenho de grupos pol ticos internacionais globaliza o econ mica ou crescente envolvimento de quase todas as regi es do mundo no processo comum de produ o juntamente com a retra o de economias patrocinadas pelo Estado e globaliza o cultural ou express o do consumismo global para o qual preciso destacar o Jap o inicialmente ao romper uma estrutura econ mica estabelecida e ao mesmo tempo interferir nos lugares e posteriormente a China por ser o local de produ o do brinquedo para v rias empresas atualmente O Jap o chamou a aten o nesse movimento promovendo destaque mundial e produtos atraentes para crian as produzindo uma nova concep o de inf ncia Um exemplo a loucura pela s rie Hello Kitty e pelos Pokemons Provavelmente a grande influ ncia do consumismo foi o fato de afetar concep es adultas da inf ncia e suas responsabilidades como pais A partir do final do s culo XX
196. acionais s o seus representantes e os jogos uma parte dessas representa es inaugurando uma l gina n o linear da realidade net uam cultura semi tica que envolve sons cores luzes barulho formas gestos texto iamgens Essa realidade foi inserida na sociedade a partir da d cada de 50 com a inform tica e seus sistemas de signos icones e sinais ALVES Ib Id Nesse sentido os v deo games s o uma janela para um novo tipo de intimidades com m quinas que caracteriza a cuiltura do computador nascente TURKLE 1989 p 58 Para Alves um cortamento que envolve percorrer novas trilhas a participar de suas metamorfoses virtuais a escolher diferentes personagens avatares a ressignificar sua forma de ser e estar no mundo 8 Os avatares s o personagens virtuais assumidos pelos participantes de jogos e de diferentes comunidades vrtuais que inclui uma representa o gr fica de um modelo estrutural de corpo presen a de bra os tent culos antenas etc modelo de movimento o espectro de movimento que esses elementos jhuntos podem ter modelo f sico peso altura etc e outras caracter sticas Um avatar n o necessita ter a forma de um corpo humano pode ser animal planta alien gena m quina ou outro tipo de figura qualquer Alguna sistema interativos do ciberespa o que incorporam o conceito de avatar foram criadosa a partir de 1995 com a tecnologia virtual reality Modelling Languag
197. acionalidade total hiper realidade objetivo de controle total 253 crian a na inicia o social ao consumo Isto um modo novo e espec fico de socializa o em rela o emerg ncia de novas for as produtivas e reestrura o monopolista de um sistema econ mico de alta produtividade O que eu considero muito interessante o fato de que a mercadoria mesmo no momento da venda continua sendo uma promessa de certas satisfa es ainda n o realizadas A promessa do valor de uso que vendida e essa promessa feita por meio da apar ncia da mercadoria outro aspecto muito interessante para a cultura da modernidade A est tica da mercadoria envolve a representa o da promessa n o s atrav s da propaganda mas atrav s da arte de vender das marcas industriais do design da embalagem e da forma de mostrar a mercadoria Todos aqueles elementos da apar ncia do produto por meio dos quais ele promete satisfa es Esse fato me impressiona muito ao ver que a produ o da apar ncia do valor de uso tornou se uma tecnologia especializada no capitalismo avan ado uma tecnologia alienada no sentido de desenvolver a est tica de sua mercadoria a segunda pele independente do corpo material dela Nesse sentido Wernick 1991 diz que os objetos modernos s o produzidos como objetos promocionais ou publicit rios valores de uso e instrumentos promocionais de sua pr pria venda propaganda de si mesmos De certa forma o c
198. ade capitalista revelam rela es sociais simult neas ocultas e reais S o projetados pelo adulto para a crian a um consumidor em forma o sendo exposta a est mulos publicit rios com fortes apelos ao poder pot ncia aventura cobi a da propriedade Esses apelos s o traduzidos nos tipos de brinquedos produzidos por diferentes ind strias oferecidos nos com rcios em geral que se destinam aos mais diversos segmentos da sociedade de forma intencional Um dos brinquedos com os quais costumamos caracterizar a modernidade no aspecto da fun o eletr nica no brinquedo a figura do rob Antes dele os brinquedos que se moviam autonomamente eram chamados de autom ticos Podiam ser de todo g nero incluindo andr ides no caso de terem apar ncia humana A refer ncia mais antiga que temos a eles remete ao s culo IV a C Arquitas de Tarento fil sofo grego da escola pitag rica teria constru do uma pomba voadora Na Idade M dia alguns aut matos como bandinhas de m sica e passarinhos foram associados a rel gios Um exemplo disso o rel gio que a abadia 122 de Cluny possu a em 1340 cheio de figuras humanas que se moviam ib id era comum as caixinhas de m sica com bonecas dan ando ATZINGEM 2001 H registro na literatura de que em 1509 o rei Luis XII da Fran a j adulto ganhou um brinquedo feito por Leonardo da Vinci 1452 1519 Era um le o que andava parava diante do trono despejava flores de l
199. ade e sobreviv ncia de um brinquedo Essa tamb m uma forma pr tica de demonstrar como a sociedade contempor nea percebe o brinquedo ao instituir as classifica es que organizam sua vis o e objetivo ao tratar com esses elementos da cultura Tamb m pela percep o de que os brinquedos representam a dicotomia s cio econ mica em que vive a crian a hoje j discutida para as quais os brinquedos s o direcionados a que tem acesso a produtos eletro eletr nicos e a outra que em reas mais perif ricas do capitalismo distancia se do mundo tecnol gico e diferencia se por n o ter acesso a esse tipo de brinquedo caracterizando se em uma das tantas formas de exclus es contempor neas 4 4 Valores e classifica es do brinquedo da sociedade moderna crian a a sensibilidade e os valores dela O projeto de Benjamim visava preservar os valores da inf ncia e da juventude pois para ele era exatamente estas enquanto futuro da na o que estavam na mira da m quina de propaganda do novo regime totalit rio que procurava organizar captar seduzir fazer a cabe a dos jovens e pequeninos incentivando os por todos os meios a integrarem a juventude Hitlerista Benjamim trava uma luta consciente contra os precursores desse enquadramento compuls rio das crian as num mundo de adultos enrijecidos na medida em que o Estado fascista um prolongamento de uma certa pedagogia burguesa do s culo XIX Para ele em sua pesquisa sobre a traje
200. ade pelo fato de uniformizar as crian as pela idade como se a maturidade tivesse um ritmo nico e linear e as crian as da mesma idade fossem exatamente iguais Por m essa a classifica o do mercado a que institui um tipo de brinquedo para cada faixa de idade tamb m a que orienta o C digo do Consumidor segundo o qual os fabricantes de brinquedos precisam estar atentos aos detalhes dos materiais de fabrica o de forma que os brinquedos sejam seguros para a crian a sob esse ponto de vista 172 Percebo a import ncia da faixa et ria como diferencial da modernidade para atribuir uma classifica o ao brinquedo pelo fato de que uma mudan a que caracteriza a vida contempor nea pois a idade s passou a ser um crit rio para organizar as vidas ap s a ltima metade do s culo XIX nos Estados Unidos intensificando se no in cio do s culo XX CHUDACOFF 1989 Com o surgimento da industrializa o e dos esfor os para sistematizar servi os como educa o e atendimento m dico a idade se tornou uma medida de desenvolvimento e um crit rio para classificar pessoas Institui es especializadas foram projetadas em fun o de grupos et rios A Psicologia e a Pediatria tiveram inicio nessa poca junto com as institui es para idosos e as escolas organizadas por idade Antes disso as pessoas raramente sabiam sua idade e os estudantes avan avam em sua educa o medida que simplesmente aprendiam ROGOFF 2005 Essa tend
201. ados para interpret los numa estreita associa o entre uma fun o ou um uso potencial e um valor simb lico um significado social produzido pela imagem Torna se necess rio portanto descobrir as diversas linguagens que a cultura permite fazer e como o brinquedo e a brincadeira s o instrumentos de di logo para uma amplia o dos significados Da mesma forma para a compreens o do conjunto de movimentos que d sentido ao mundo e para a aquisi o pela crian a da capacidade de perceber o seu entorno e tomar conhecimento do mundo assim como de sua materialidade Da a import ncia de brincar nessa sociedade moderna Segundo Chateau 1987 p 29 o ato de brincar contribui para a crian a construir seu equil brio ao mesmo tempo uma 8 Santos 2002 diz que A brinquedoteca uma nova institui o que nasceu neste s culo para garantir crian a um espa o destinado a facilitar o ato de brincar um espa o que se caracteriza por possuir um conjunto de brinquedos jogos e brincadeiras oferecendo um ambiente agrad vel alegre e colorido onde mais importante que os brinquedos a ludicidade que estes proporcionam Este ambiente criado especialmente para a crian a tem como objetivo estimular a criatividade desenvolver a imagina o a comunica o e a express o incentivar a brincadeira do faz de conta a dramatiza o a constru o a solu o de problemas a socializa o e a vontade de inventar colocan
202. ais e mundiais Entendo que essas significa es particularizam uma vis o de sociedade bem mais do que de uma crian a para quem direcionado o brinquedo A partir dele foi constru do uma hist ria do brinquedo moderno com caracter sticas espec ficas desse momento Os brinquedos e as brincadeiras foram sendo transmitidos de gera o a gera o recebendo modifica es de acordo com a poca ou regi o e deram origem a novos brinquedos que passaram a ser fabricados pelas ind strias Com a industrializa o muitos dos tradicionais foram recebendo uma nova leitura e adaptados aos novos tempos o que eu chamo de brinquedo tradicional industrializado Com o advento da televis o e a revolu o da tecnologia surgiram produtos resultantes de novos projetos e designs como o telejogo nos anos setenta o Atari e os v deo games nos anos oitenta Estes posteriormente foram sendo modificadas e ou substitu do pelos jogos virtuais do computador pela crian a que t m acesso a essa tecnologia informacional em casa Isso representa novos elementos ela utilizar na apropria o dos c digos culturais do mundo que a cerca BROUGERE 2000 Os brinquedos atuais sofrem cr ticas da pr pria modernidade atrav s de muitos te ricos Os eletro eletr nicos virtuais e industriais s o motivos de importantes discuss es como produtos da ind stria cultural compreendida a partir das discuss es de Adorno e Horkheimer 2002 Como objetos produzidos pela socied
203. ais para a constru o de resultados reais sobre a pesquisa no estudo bibliogr fico e no emp rico No primeiro me debru ar sobre a literatura que aborda a tem tica fazendo o levantamento da fundamenta o necess ria sobre todos os recortes epistemol gicos das categorias desta investiga o E evidentemente buscar a hist ria do brinquedo e sua mudan a para o car ter moderno No segundo o enfrentamento da empiria e sua complexidade de interpreta o Sabia que diante de todas essas descobertas e decis es v rios questionamentos iriam direcionar minhas reflex es para buscar meu objeto frente a essas assertivas Nesse sentido eu me perguntava como dar conta destas quest es o que j se havia escrito sobre essas tem ticas Quais os aspectos a evidenciar prioritariamente Que tipo de brinquedo estudaria Como construir esta pesquisa adentrando no campo das op es que fiz em termos epistemol gicos e metodol gicos Como construir um trabalho que correspondesse de forma fidedigna aos argumentos escritos aos referenciais bibliogr ficos agentes balizadores de cunho das Ci ncias Sociais para entender as categorias elencadas para a pesquisa Estava diante de todas as ang stias que permeiam os pesquisadores De posse desse material j coletado daria o tratamento formal de pesquisa transcrevendo as entrevistas interpretando dados catalogando refer ncias tentando assimilar o real conte do das falas dos sujeitos na busca da interp
204. al d o ao consumidor o direito de desist ncia no prazo de 7 dias Publicidade 368 Antes de comprar confira no brinquedo o que foi mostrado na publicidade Ela nem sempre precisa sobre as fun es tamanho e desempenho do brinquedo O conte do de um folheto an ncio de jornal televis o ou qualquer outra forma de mensagem publicit ria deve ser rigorosamente cumprido tanto em rela o ao pre o como ao modelo do produto A publicidade ser enganosa quando omitir um elemento essencial Por exemplo um an ncio que mostre bonecos vendidos com equipamentos nave v rios acess rios em geral mas cada item vendido separadamente Brinquedos importados Os brinquedos importados tamb m devem obedecer s determina es do C digo de Defesa do Consumidor O importador o principal respons vel por defeitos ou danos que os brinquedos possam vir a causar Muitos brinquedos entram no pa s de forma clandestina e s o comercializados de forma irregular por sacoleiros marreteiros e vendedores ambulantes Esses produtos n o t m garantia de seguran a e qualidade O pre o desse tipo de importado pode at ser vantajoso mas n o esque a que ele pode expor a crian a a riscos e dessa forma voc n o tem a quem responsabilizar em caso de problemas Fa a uma pesquisa de pre os O pre o do mesmo brinquedo pode variar de uma loja para outra Leia e observe atentamente a embalagem para ter certeza do que est comprando Verifique o me
205. alguns momentos estratificado GON ALVES 2005 pelo fato de que para algumas situa es dependendo 10 Amostra probabil stica casual simples todos os sujeitos tiveram a mesma chance de serem escolhidos para darem informa es em uma sele o feita aleatoriamente ao acaso varia es amostra casual sistem tica ou amostra aleat ria sistem tica Amostra probabil stica casual estratificada cadastramento por crit rio sexo idade etnia 36 do objetivo todos os participantes da pesquisa apresentavam a probabilidade de dar as respostas que eu buscava e em outros apenas a categoria focalizada seria importante Nessa caminhada seria importante me desfazer de preconceitos sobre as categorias com as quais trabalharia pr modernidade e modernidade inf ncia crian a consumo ind stria cultural tipos de brinquedos e prefer ncia por determinado comportamento em rela o a ele Assim seria importante evitar emitir julgamentos ou pareceres pr concebidos durante o seu desenvolvimento especialmente nos contatos com crian as empres rios artes os e pessoas em geral contatadas nas observa es sobre minhas inquieta es diante da tem tica trabalhada Constatei que assim eu partiria para uma compreens o din mica e abrangente ultrapassando fronteiras que limitassem a compreens o da utiliza o do brinquedo Da mesma forma seria importante procurar centrar o olhar de investigador no objeto distinguindo aspectos fundament
206. alho sobre a Acess o do citado pa s que integram o respectivo Protocolo de Acess o Considerando que o Protocolo de Acess o institui um mecanismo de salvaguarda transit ria para produtos chineses que sejam importados por qualquer membro da Organiza o Mundial do Com rcio OMC em tal quantidade e em condi es tais que causem ou ameacem causar uma desorganiza o de mercado no pa s importador Considerando que o Protocolo de Acess o prev que possam ser aplicadas medidas contra desvio de com rcio quando a es adotadas pela Rep blica Popular da China ou por outro membro da Organiza o Mundial de Com rcio OMC no marco dos par grafos 2 3 ou 7 do artigo 16 do Protocolo de Acess o causem ou ameacem causar um desvio importante de com rcio para o mercado do pa s importador Considerando que a aplica o de tais medidas requer a ado o de procedimento especial que dever seguir as normas e compromissos assumidos pelos Membros da OMC Considerando o elevado patamar de entendimento alcan ado pelas rela es bilaterais com a China e a intensifica o do interc mbio comercial em beneficio de ambas as partes 383 Tendo presente que medidas de salvaguarda poder o ser aplicadas somente ap s esgotados os procedimentos de consultas constituindo um ltimo recurso para evitar desorganiza o de mercado DECRETA CAP TULO I DAS CONDI ES DE APLICA O Art 1 Nos termos das disposi es previstas neste Regu
207. am respectivamente 33 4 e 32 5 da popula o total A grande maioria das crian as mora em reas urbanas 77 9 Com rela o etnia distribui se da seguinte forma e 3Imilh es de brancos 51 2 e 25 8 milh es de pardos 42 7 e 3 2 de negros 5 4 e 287 mil ind genas 0 5 e 181 mil amarelos ou de origem asi tica 0 2 Vejo as envolvidas em quest es muito s rias e creio que a cultura moderna tem uma nova crian a que apresenta caracter sticas diferentes da pr moderna Para escrever sobre inf ncia as inf ncias modernas concordo com Stearns 2006 de que dif cil pelo fato de que crian as deixam relativamente poucos registros diretos e visto sempre pelo olhar do adulto As pessoas rememoram suas inf ncias e h objetos brinquedos etc mas tudo trazido ao campo de estudo pelos adultos Da que faz mais sentido tratar historicamente da inf ncia do que das crian as pois em parte definida pelos adultos e por institui o adulta em todas as sociedades com suas especificidades Embora a crian a tenha ocupado o pensamento de fil sofos como Plat o 2005 e Santo Agostinho 2004 entre outros foi com o projeto iluminista que se ampliou o leque de preocupa o com ela crian a de modo sistematizado Ainda que o pensamento iluminista a tenha colocado a crian a numa situa o conflitante entre bajula o e a nega o de sua suposta condi o de completude foi a partir do seu ide rio
208. am de R 5 a R 500 Produtos dessa empresa n o saem por menos de R 50 R 40 Possuem um valor agregado alto explicou o presidente da entidade Eduardo Benevides A associa o agora espera que produtoras nacionais consigam seu espa o nas comercializa es que antes eram de produtos importados A fatia de 30 nas vendas para produ o no exterior deve cair para 15 estima a Abring dados dispon veis em www abrimpex com br Acesso em 6 9 2007 114 conex es mais m ltiplas na hist ria e na geografia Considero importante esse aspecto no caso dos brinquedos modernos Quando ele analisa a abrang ncia da Sociologia no entendimento da sociedade na perspectiva de que ela o faz considerando tr s pontos o fato de que h coisas e homens portanto o f sico e o material em primeiro lugar e o n mero em segundo Essas coisas e esses homens classificam se e distribuem se segundo os lugares os tempos etc os homens as mulheres as crian as e os velhos formam gera es cujas rela es num ricas variam Por isso os soci logos v o e v m constantemente do group mind ou do grupo ao seu territ rio fechado de fronteiras a seu sentimento greg rio sua limita o volunt ria por filia o ou ado o as suas rela es entre sexos idades natalidade e mortalidade ib id certeza de que h fen menos morfol gicos Outro aspecto s o os estat sticos que dizem respeito fisiologia ao fu
209. am dentro dos ber os ou nos cantos do quarto para decora o acho estranh ssimo os infantes n o rebentarem em um berreiro de pavor sua vis o Mas que nada as crian as assimilam bem tudo isso O beb de colo sorri quando um dem nio da Tasm nia rosna para ele arreganhando os dentes Eu concordo com seu ponto de vista de que um dos motivos dessas mudan as o desmonte que os brinquedos tradicionais v m sofrendo em suas caracter sticas Filmes como Membro da Academia maranhense de letras em mat ria publicada no jornal O Estado do Maranh o de 12 de outubro de 20006 156 O Brinquedo Assassino com o boneco Chucky como titular que tem s rie pr pria na televis o o Ogro e outros em que pacatos brinquedos se revoltam contra os maus tratos dos pequenos donos t m levado crian as a tem los mais que aos monstros Para a crian a esse um objeto de consumo apreciado bem aceito e para o adulto n o porque tem uma maneira de perceber e julgar as imagens do brinquedo em fun o da maneira de conceber a crian a e a brincadeira Diante dessas imagens atuais ele faz uma leitura est tica e sup e um distanciamento daquele que brinca pela imagem com que se depara A crian a diferentemente v um objeto para ser usado e a imagem interpretada em fun o do uso que faz dele N o a julga por si mesmo Para a crian a trata se de brincar com imagens que a afastam da situa o de inf ncia por que busca algo
210. amente as sociedades que rivaliza apenas com a revolu o neol tica nas mudan as que provocou MC KENDRICK 1982 Appadurai 2004 diz que na sociedade moderna a maioria dos objetos do consumo em grande parte mercadoria mesmo que s vezes s potencialmente ou durante parte de seu ciclo de vida na medida em que a pr pria capacidade de levar adiante a vida cotidiana estruturada pela moeda e pelas rela es de mercado Essa forma o da cultura de consumo surgiu a partir do s culo XVIII num diferencial de moderno progressista livre e racional que segundo Slater 2002 o modo dominante de reprodu o cultural desenvolvido no Ocidente portanto a cultura do ocidente moderno a cultura do consumo designa um acordo social onde h rela o entre a cultura e os recursos sociais modernos Analisando de perto essa realidade vejo um mundo n o mais governado pela tradi o e sim pela abund ncia produzida pela organiza o racional e pelo saber cient fico Nesse contexto o ato e os elementos do brincar foram inseridos como partes do cotidiano e da id ia de fabricar grandes quantidades de mercadoria para vender a um p blico gen rico portanto sem medida espec fica para algu m Excluo aqui a produ o para colecionadores Ao mesmo tempo necess rio observar que o consumo de mercadoria exp e o cotidiano a uma interven o racionalizada e de larga escala das for as e dos agentes econ micos Isso demonstrado de f
211. amp M PIALETTI PALMARINI Eds A Unidade do homem vol 3 S o Paulo Cultrix Edusp ano SPOSITO Eiseu Sav rio Cidades M dias produ o do espa o urbano e regional S o Pulo Eitora Express o Popular 2006 STEARNS Peter N A Inf ncia S o Paulo Contexto 2006 STERN C The recognition of child abuse In Maher P org Child Abuse the educational Perspective Oxford Brasil Blackwell 1950 STONE Lawrence The Massacre of the Innocents New York Review of Books Ney York vol21 n 18 1974 357 SUCHODOLSKI Bogdan A Pedagogia e as grandes correntes filos ficas 3 ed Lisboa Livros Horizonte 1984 SUTTON SMITH Brian Toys as Culture Nova York Garden Press 1972 Piaget on play A critique Psychological Review 73 1996 SYLVA K Roy C and M Childwatching at Play group and Nursey School London Grant Mctntyre 1980 TAKHVAR M SMITH P K A Review and critique of smilansky s classification scheme and the nested hierarchy of play categories journal of research in Chilolhood Education 4 1990 TEDESCO Jo o Carlos Georg Simmel e as sociabilidades do moderno uma introdu o Passo Fundo Ed Universidade de Passos Fundo 2006 TEIXEIRA An sio Educa o privil gio 5 ed Editora UFRJ Rio de Janeiro 2000 TELES Maria Luiza Silveira Socorro proibido brincar Petr polis Rio de Janeiro Vozes 1999 THOMPSON K Social Pluralism and post modernity In HALL Stuart HELL David e GREW
212. an a pequena exercita capacidades nascentes como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas possibilidades especialmente pelos jogos de faz de conta e os de altern ncia respectivamente Ao brincar a crian a passa a compreender as caracter sticas dos objetos seu funcionamento os elementos da natureza e os acontecimentos sociais Ao mesmo tempo ao tomar o papel do outro na brincadeira come a a perceber as diferentes perspectivas de uma situa o o que lhe facilita a elabora o do di logo interior caracter stico de seu pensamento verbal Nessa busca por uma discuss o sociol gica dessa realidade no local considero o in cio do conhecimento e reconhecimento do mundo em geral e do mundo simb lico em particular quando a crian a em S o Lu s come a a interpretar os signos culturais e ling sticos do lugar onde ela vive atrav s do ato de brincar Vejo que esses aspectos se revelam para ela atrav s do que observa ao seu redor no que vivencia no seu cotidiano e no mundo que chega at ela atrav s de outras percep es da cultura da reflex o feita sobre homem natureza e sociedade inserida no brinquedo ou n o para a compreens o da cultura local em contraponto com a mundial O que pensa a crian a da cidade inchada que em contraponto aquela que tem uma loja no quarto n o tem quarto e nem brinquedos produzidos pela ind stria Vejo que entre essas crian as h um grande fosso Quando pergunto a uma
213. an as das classes de menor poder aquisitivo Os brinquedos que permanecem entre essas crian as s o portanto entre outros a bola a bicicleta os carrinhos a boneca as bolinhas de gude o papagaio a peteca os carrinhos de rolim o ioi o cavalinho de pau o pi o o bambol o boliche Entre as crian as dos bairros elitizados est o a boneca Barbie a variedade dos industrializados as bicicletas os modernos eletr nicos e os virtuais Praticamente s o brinquedos que n o exigem intera o com o lugar mas podem ser brincados em qualquer ambiente Assim as crian as dos bairros nobres est o menos ligadas ao lugar importante ressaltar que h tamb m uma diferen a entre os brinquedos comuns das duas reas que a qualidade do material de que s o confeccionados portanto do valor que separa uma bola de pl stico simples para uma oficial em couro 291 O brinquedo que considero como o mais comum dos tradicionais usados pelos meninos das reas pobres de S o Lu s que a bolinha de gude FIGURA 45 maisutilizado na poca de chuva especialmente quando as reas de terra ficam midas e eles podem fazer pequenos buracos para jogar as bolinhas No Maranh o esse jogo era conhecido tradicionalmente como jogo de petecas Atzingem ib id explica que gude era o nome dado s pedrinhas lisas e retiradas do leito dos rios na Antiguidade As mais antigas j encontradas s o de pedras semipreciosas e estavam no t
214. ao campo suas l gicas e seu movimento dial tico as exig ncias imanentes no fato de s se ver coisas opera es objetos funcionais e ou significantes de uma maneira plenamente consumada 68 uma nova identidade Isso porque o mercado do brinquedo est atento realidade das mudan as que v o ocorrendo com a sociedade da qual ele parte ativa e das diferentes situa es s cio econ micas H uma linguagem do fabricante direcionada ao pequeno ou ao grande consumidor com brinquedos venda que se adequam ao estilo de vida s cio econ mico A realidade social ocorre principalmente em virtude do crescimento da popula o urbana sem os necess rios controles e ajustes gerando graves problemas sociais que atingem a todos A cidade teve esse acr scimo de popula o de forma acelerada nos ltimos anos pelos projetos que se instalaram no lugar nas ltimas d cadas o que ocasionou mudan as bastante acentuadas em v rios setores QUADRO 2 Essas mudan as foram acontecendo por todo um sistema que permeava a moderniza o Foram se abrindo novos caminhos em todas as fronteiras novas linhas de trabalho gerando um contexto em que a modernidade cobrava novos padr es de comportamento Ao mesmo tempo foram surgindo movimentos sociais novas tecnologias entre outros aspectos que foram transformando as sociedades os trabalhadores os adultos e as crian as num movimento bastante din mico que S o Lu s foi conhecendo e absorvendo Po
215. ao governo brasileiro ado o de salvaguardas contra a China O pedido de salvaguardas espec ficas foi feito sob amparo do Decreto Federal n 5 556 ANEXO F que apresenta as regras das chamadas salvaguardas transit rias que podem ser aplicadas previstas no artigo 16 do Protocolo de Acess o da China Organiza o Mundial do Com rcio OMC e que servem para todos os produtos com exce o de t xteis Antes a resolu o de salvaguardas era para importa o de qualquer pa s agora o pedido uma medida exclusiva para a China Para isso a ABRINQ apresentou um quadro de danos e c lculo para reparo desses A medida importante considerando se que ela produz hoje 70 do total de brinquedos fabricados em n vel mundial Em S o Lu s na maioria das lojas e do com rcio informal os brinquedos feitos nesse pa s est o expostos venda H um volume muito grande deles nos mais diversos tipos de com rcio tanto no varejo quanto no atacado Os produtos mais importados s o a boneca Barbie o boneco Max Steel os carros Hot Welles os bichinhos de pel cia bonecos super her is bonecas de todos os g neros carrinhos e outros brinquedos com motores el tricos que abastecem lojas sofisticadas e as demais Os vendedores do com rcio informal em S o Lu s informam que os brinquedos chineses baratos vendidos em locais p blicos v m do Paraguai trazidos por sacoleiras e outros revendedores Para as estat sticas do Minist rio do Desenvolv
216. aproxima deles nessa vis o por considerar que brincar se libertar e por concluir que a brincadeira determina o conte do imagin rio n o o contr rio Tb Id 69 Assim a rela o do brincar com a cultura visto por Benjamim p 75 est diretamente relacionado fun o da imagina o na rela o com os brinquedos a ess ncia do brincar n o est no fazer como se mas um fazer sempre de novo transfer ncia da experi ncia mais comovente em h bito A cultura moderna corresponde a uma nova configura o surgida com a mudan a de paradigma econ mico social Alguns te ricos n o admitem a exist ncia contempor nea dela enquanto outros dizem que estamos vivenciando um processo acelerado de mudan as e que portanto estamos na p s modernidade como se a modernidade tivesse envelhecido e superada E assim instituem uma s rie de p s para o per odo que vivemos p s burguesia p s industrializa o p s cristandade p s civilizat ria p s metaf sica p s estrutural e p s teorias para negar a modernidade SOUZA 1999 Souza 2005 diz que o termo modernidade usado e abusado de forma imprecisa Tanto no discurso t cnico como por via de consequ ncia na linguagem do nosso cotidiano pois h uma s rie de confus es com s rias complica es a palavra Modernidade permanecendo com seu uso semanticamente confusa nela confundindo se conceitos e significados acima de tudo sendo u
217. ara compreendermos como a identidade funciona precisamos conceitu la e dividi la em suas diferentes dimens es Com freq ncia a identidade envolve reivindica es essencialistas sobre quem pertence e quem n o pertence a um determinado grupo identit rio nas quais a identidade vista como fixa e imut vel Algumas vezes essas reivindica es est o baseadas na natureza por exemplo em algumas vers es da identidade tnica na ra a e nas rela es de parentesco Mais frequentemente entretanto essas reivindica es est o baseadas em alguma vers o essencialista da hist ria e do passado na qual a hist ria constru da ou representada como uma verdade imut vel A identidade na verdade relacional e a diferen a estabelecida por uma marca o simb lica relativamente a outras identidades Na afirma o das identidades nacionais por exemplo os sistemas representacionais que marcam a diferen a podem incluir um uniforme uma bandeira nacional A identidade est vinculada tamb m a condi es sociais e materiais O social e o simb lico referem se a dois processos diferentes mas cada um deles necess rio para a constru o e a manuten o das identidades A marca o simb lica o meio pelo pelo qual damos sentido a pr ticas e a rela es sociais definindo por exemplo quem exclu do e quem inclu do por meio da diferencia o social que essas classifica es da diferen a s o vividas
218. ara conseguir vender os produtos que anuncia e atrair a aten o desse p blico alvo justamente da defici ncia de julgamento e experi ncia da crian a O marketing que se dirige ao p blico infantil n o tico pois por suas inerentes caracter sticas vale se de subterf gios e t cnicas de convencimento perante um ser que mais vulner vel e mesmo presumidamente hipossuficiente incapaz n o s de compreender e se defender de tais artimanhas mas mesmo de praticar inclusive por for a legal os atos da vida civil como por exemplo firmar contratos de compra e venda Mas n o s Um dos princ pios fundamentais que rege a publicidade no pa s o princ pio da identifica o da mensagem publicit ria por meio do qual nos termos do artigo 36 do C digo de Defesa do Consumidor a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor f cil e imediatamente a identifique como tal Ora existem in meras pesquisas pareceres e estudos realizados n o s no Brasil como no exterior demonstrando que as crian as assim consideradas as pessoas de at doze anos de idade n o t m condi es de entender as mensagens publicit rias que lhes s o dirigidas por n o conseguirem distingui las da programa o na qual s o inseridas nem tampouco compreender seu car ter persuasivo Da tem se que as crian as n o conseguem identificar a publicidade como tal e portanto qualquer marketing que lhes
219. ara o conhecimento da exist ncia de uma nova crian a Utilizo como base para as minhas reflex es os estudos da escola francesa especialmente do soci logo Broug re 1998 2000 2003 2004 que vem procedendo a an lise sobre as representa es dessa boneca na modernidade Desde sua concep o como uma mistura de Marilyn Monroe com Brigitt Bardot estrelas americanas famosas que representaram s mbolos de beleza luxo poder feminino na ruptura do perfil da boneca infantil construiu outras significa es Ela foi o mais significativo marco das mudan as na cultura atual para as meninas Apresentada pela primeira vez em fevereiro de 1959 na Feira Internacional de Brinquedos em Nova York propunha ser uma boneca mulher sem fei es infantis diferente portanto do que os americanos estavam acostumados O fato causou uma forte rea o por m rapidamente tornou se um sucesso mundial Ela chegou s lojas vestindo um mai listrado 123 preto e branco e logo no primeiro ano foram vendidas 351 mil unidades a um custo de tr s d lares FIGURA 18 Ela nasceu loura com pernas longas e cintura fina com 29 centimetros de altura e com medidas perfeitas Era um s mbolo de sucesso beleza e juventude e refletia os sonhos do mundo feminino Nascia com todas as correspond ncias do universo jovem dos anos 50 Em quarenta e oito anos de exist ncia aproximadamente 1 bilh o de Barbies foram vendidas em 150 pa ses diferentes representando os mais
220. aria para a Geografia Cultural a perspectiva de ver as mudan as na sociedade estabelecida sobre um lugar e as altera es que ela vai sofrendo nessa rela o do local com o global confirmando o que diz Sauer apud CORR A 2006 sobre a a o da cultura ao longo do tempo agindo sobre a paisagem como portadora de significados express o de valores cren as mitos e utopias em suas dimens o simb lica nas quais vejo o brinquedo inserido 1 4 A sistematiza o dos cap tulos Sistematizei o trabalho de forma a montar o cen rio da tem tica no cap tulo inicial analisando o brincar como fen meno cultural um elemento material e simb lico que reflete um olhar uma vis o e uma forma de compreens o da sociedade sobre a crian a Inicia a discuss o do tema quanto s minhas convic es de considerar o brincar como um revelador da cultura mediante diversas linguagens um portador de significados produzidos pelo homem como suporte de uma representa o indicativo de um conjunto de representa es que a sociedade tem da crian a e da inf ncia Nessa perspectiva o cap tulo levanta as discuss es iniciais sobre a cultura o brinquedo e a rela o entre eles tendo S o Luis do Maranh o como refer ncia do campo de pesquisa visto como um lugar que sofre a moderniza o e as altera es que os novos olhares da industrializa o e a urbaniza o v o construindo Examina a rela o direta entre a condi o s cio econ mica onde a crian
221. as 192 Os meninos tendem mais a segurar a atacar a se desentender no jogo enquanto elas s o mais organizadas se abst m mais f cil e abandonam mais r pido uma partida de jogo 4 7 Novas fun es do brinquedo moderno O brinquedo em suas diversidades de tipos modelos e marcas tem fun es novas na sociedade Ao mesmo tempo ele abre possibilidades de representa es na riqueza de significados que apresenta nas imagens e simbologias que produz e que se revela crian a no manuseio com ele como um fornecedor de representa es manipul veis de imagens O brinquedo assim um fornecedor de representa es manipul veis de imagens com volume est a sem d vida a grande originalidade e especialidade dos brinquedos que trazer a terceira dimens o para o mundo da representa o claro que essa imagem manipul vel deve ser adaptada crian a tanto no que diz respeito ao seu conte do quanto na sua forma para ser verdadeiramente reconhecido como brinquedo BROUG RE 2000 p 14 Constato que cada brinquedo traduz uma alian a um destinat rio e tenta reunir os consumidores em potencial em condi es de compr lo se for preciso dar uma olhada na concorr ncia para ter certeza de que a alian a proposta mais atraente do que a outra preciso torn la evidente eventualmente por meio do acompanhamento de discursos nas embalagens ou nas propagandas por m com mais efic cia no pr prio brinquedo
222. as quest es de g nero Tamb m permitem que brinquem nas Lan Houses embora nem saibam muito bem como eles brincam e que tipo de jogos s o jogados Outros Informaram que muitas vezes eles n o sabem se o filho freq enta um local desses que n o conhecem e que nunca estiveram l Fato esse que constatei quando entrevistei crian as em lan houses e eles disseram que os pais n o sabiam que eles estavam ali 322 No grupo 2 O Perfil A Quest o Conhecem uma variedade muito grande de brincadeiras de sua poca de crian a por m dizem n o ter tempo para ensinar os seus filhos a realizarem essas brincadeiras Acham os brinquedos atualmente muito caros e a maioria n o tem poder aquisitivo para adquiri los Por m n o sabem precisar o valor real deles S o pais que residem em bairro de classe m dia alta privilegiada s cio economicamente Est o no mercado de trabalho formal nas ind strias universidades constituem se de fam lias pequenas Passam o dia fora em atividades diversas As crian as est o ocupadas com atividades variadas que ocupam o dia todo ballet as meninas jud os meninos ingl s os dois geralmente congregando as duas atividades Est o numa faixa et ria m dia de 35 anos com n vel de escolaridade superior com uma renda mensal n o declarada por m calculo que acima de quinze sal rios m nimos Quando convidadas a responderem a perguntas sobre o seu brincar e o de seu filho recebera
223. as rubi safira esmeralda e diamante e a Barbie Ferrari Ver www barbiecollector com 136 poder amos ser direcionados a pensar que em algumas culturas refor ando a concep o de cada lugar as crian as podem n o ver na Barbie uma americana Isso porque para a crian a a dimens o americana n o aparece Ela pode ser um personagem do aqui e agora gerada por uma atividade l dica que varia n o apenas com a idade ou com a situa o social da crian a mas tamb m em cada lugar com o interesse e desejos do momento e decorrentes do contexto Ib Id Esse aspecto interessante discutir pois as meninas ouvidas por mim em S o Luis de uma faixa et ria de 6 7 anos n o reconhecem nela o local de sua origem e nem mesmo sabiam do pa s de sua produ o predominantemente a China e a Indon sia Isso n o faz muito sentido para ela por n o terem ainda essa no o geogr fica espacial No entanto as de 10 12 anos sabem que ela americana nasceu nos Estados Unidos o pa s mais rico do mundo Discuto a partir dessa perspectiva um aspecto interessante que o papel que ela tem como suporte cultural e cen rio para o encontro entre as meninas mesmo que de ambientes diferentes decodificando e partilhando significados comuns que a socializa o permite onde as rela es familiares s o muito presentes em suas brincadeiras que parecem sexuadas na medida em que de menina Mesmo que meninos brinquem com ela a presen a mascul
224. as crian as a agirem diante deles obedecendo a uma l gica de comando Eles n o s o objetos identificados pelo lugar de cria o mas pela forma e fun o que desempenham e que permitem Observo que os jogos virtuais atraem a grande prefer ncia das crian as modernas e deixam muitos adultos confusos quanto sua adequa o como brinquedo Vejo que essa rea o adulta est relacionada ao fato propagado de que esses jogos parecem estar envoltos em hist rias de viol ncia e carregam uma carga de simbolismos e mitos Em S o Lu s s o bastante discutidos por pais e educadores por estarem bastante vinculados al m da viol ncia ao ocultismo sexualidade ritualismo e religi es orientais aspectos que discuto em cap tulo adiante Esses brinquedos t m uma grande vincula o com uma das caracter sticas essenciais da modernidade no fim do s culo XX apontada por Castells 2006 as redes Estas podem ser locais e globais por cobrirem todo o ec meno e na verdade o principal instrumento de unifica o do planeta relacionadas s outras inst ncias da produ o circula o distribui o e consumo Normalmente eles se tornam conhecidos pelas crian as pela Internet 12 Segundo Ferreira 1997 virtual o que resulta de ou o que constitui uma emula o por programas de computador de determinado objeto fisico ou equipamentos de um dispositivo ou recurso ou de certos efeitos ou comportamentos 54 Com essas quatro categori
225. as nacionais e pelos produtos licenciados e importados FIGURA 1 Nesta categoria incluo todos os tipos de brinquedos produzidos industrialmente independente da qualidade e do material utilizado na fabrica o por reconhecer que existe uma variedade muito grande deles Al m disso h um direcionamento da produ o quanto ao 51 pre o do produto a um p blico de maior ou menor poder aquisitivo resultado da din mica dos espa os da globaliza o que sup e adapta o permanente das formas e das normas s necessidades do mercado criadas em diversos n veis geogr ficos e pol ticos mas submetidos competitividade mundial s normas globais induzidas por organismos supranacionais A categoria brinquedo regional pensada como um brinquedo de um subespa o um lugar funcional do todo espa o de conveni ncia que resiste globaliza o e ao mesmo tempo ganha universalidade Incluo os brinquedos que s o reconhecidos como produ o artesanal utilizando mat ria prima espec fica da regi o Consiste num produto de pequenas f bricas e oficinas normalmente vendido em feiras exposi es e no com rcio informal Muitos s o tamb m utilizados em rituais religiosas e similares FIGURA 2 S o brinquedos com identidade local tanto no que concerne ao material quanto no que diz respeito no tipo modelo e fun o Rodrigues 2000 p 24 reconhece esse fato ao afirmar que existem realidades gerais e locais na confec o de
226. as percorro o caminho de mudan as do brinquedo para observar que ao longo do tempo os brinquedos artesanais ou regionais t o comuns nas gera es passadas foram nas ltimas d cadas do s culo XX sendo substitu dos pelas crian as pelos industriais especialmente nas reas urbanas e expressam uma linguagem da modernidade Contraditoriamente por m bem caracterizado na cultura da modernidade constato que atualmente os brinquedos artesanais parecem adquirir novo impulso e incentivo sua perman ncia segundo os artes os ouvidos nesta pesquisa no momento atual em S o Lu s Para eles o artesanato na cidade experimenta atualmente um momento muito especial justificado pelo incentivo que a prefeitura municipal tem dado no sentido de abrir espa os para sua entrada em forma de feiras exposi es expans o pelos bairros em programas muito variados para n s esses espa os s o muito importantes n o s pelas vendas mas principalmente pelos contatos que fazemos pelos clientes que passamos a ter pelas encomendas que j ficam agendadas entre outros aspectos positivos para o nosso trabalho nunca sentimos que h tanto interesse e espa o sendo abertos para os artes os como agora afirmam duas artes s Para esse trabalho havia um horizonte de questionamentos b sicos e complementares que se impunham durante a pesquisa sobre essas categorias Somava se a isto a exig ncia de compreender as evidentes transforma es culturais
227. as que as acompanhavam at a poca do casamento quando eram dedicadas a Afrodite deusa do amor e da fecundidade Os meninos romanos por sua vez se divertiam com bonecos de cera e argila que representavam soldados numa refer ncia s guerras e conquistas ATZINGEN ib id Assim a boneca como representa o da figura humana em pano cera porcelana ou pl stico apesar de ser usada como brinquedo desde os tempos mais remotos e de estar presente em todas as culturas tem um significado religioso para muitos povos Na ndia na Indon sia no Jap o e entre os ndios americanos as bonecas de palha couro pano ou gravetos pintadas e vestidas maneira tradicional t m fun o cerimonial e s o consideradas objetos de rituais m gicos Os ndios do Brasil fazem bonecas de cer mica ou de madeira entalhada e pintada No Haiti s o usadas num culto de origem africana o vodu e representam simbolicamente o inimigo S o alfinetadas durante as cerim nias para que ele sinta dor Esses s o apenas alguns exemplos de como as bonecas t m uma hist ria muito relacionada cultura local Tomo como exemplo a boneca porque se para a crian a europ ia e americana contempor nea significa um brinquedo para certas popula es ind genas nesses mesmos continentes pode ter outro significado como um s mbolo religioso o que as lentes da Antropologia nos ajudam a perceber Essa constata o de diversidades bem demonstrada nesse brinquedo pel
228. as s Mais acesso sa de 51 32 Passar mais tempo na escola 20 4 Onde as crian as mais brincam C Quintal decasa 5 Noquro a Es 4 CE EE 5 Com quem as crian as mais brincam 71 Amigos bairro rua Amigos da escola 69 Imiosim o 56 Pim gt y 34 6 Principal benef cio do brincar para os pais 51 EEE 31 21 20 Fonte Unilever ano 2006 Quadro 1 Prioridade dos pais para os filhos 48 Esses quadros revelam que o interesse maior dos pais hoje est voltado para o ensino formal e para a seguran a Quando se referem ao brincar vejo que relacionam a um aspecto importante na modernidade que a seguran a Nesse sentido o brinquedo preferido aquele que a crian a utiliza dentro de casa Esses dados me chamam a aten o e me retratam um perfil que a modernidade construiu Uma esp cie de desencantamento do mundo do qual o brinquedo faz parte utilizando as considera es de desencanto de Weber 2001 para a racionaliza o que predomina nessa l gica Ele refor ou o meu desejo de desenvolver um estudo mais ampliado sobre o brinquedo como produto material e simb lico da cultura da modernidade diante dessa realidade embora soubesse de antem o que a constru o desse objeto pressuporia transcender a aparente dicotomia entre a objetividade e a subjetividade da tem tica Isto porque pesquisar o brinquedo moderno e tradicional lidar com simbologias de sociedades pr modernas e ao mesmo tem
229. as s o conscientes da sordidez do ambiente em que a rua se transformou e mais do que a deteriora o f sica elas sentem o perigo dos vagabundos dos drogados As ruas podem proporcionar excita o mas uma linha t nue separa a excita o do medo Para fazer um contraste caracter sticas comum da modernidade comum por m nesses lugares a exist ncia de Lan Houses onde as crian as da rea podem brincar com jogos eletr nicos numa possibilidade de brincar virtualmente em que eu chamo de a inclus o digital da crian a pobre Esse o perfil em S o Lu s como resultado dessas ltimas d cadas a rua que at ent o era o lugar de brincar s est o cheias de crian as na periferia nos bairros pobres Antes era ali as crian as se encontravam independentemente da classe social ou de outra diferen a Rio 1951 observa que a rua tem mais import ncia que os lugares que ela liga Para compreender a psicologia da rua preciso ter esp rito vagabundo cheio de 4 Prefiro utilizar para esse lugar rea de ocupa o desordenada mas o utilizo por estar respeitando a autoria 67 curiosidade mals e os nervos com um perp tuo desejo incompreens vel de praticar a arte de perambular com intelig ncia Hoje as crian as ludovicenses s o ensinadas a n o brincarem nesse espa o devido aos riscos na rua cidade grande embora nesta ltima rea citada l que elas vivem a maior parte do tempo
230. ativas aos erros e fracassos sendo uma atividade que se justifica por si mesma e Permiss o da explora o da interven o e da fantasia e Imita o idealizadora da vida 176 e Transforma o do mundo segundo os nossos desejos e Divers o Compreendendo assim percebo que o brinquedo estimula a brincadeira abrindo possibilidades que a crian a se encarrega de produzir V rias delas que eram bastante comuns desde as sociedades pr modernas e at umas tr s d cadas em S o Lu s j n o s o desenvolvidas entre as crian as especialmente nas reas urbanas das classes m dia e alta Carvalho et al 2003 p 19 analisando essa realidade que semelhante S o Lu s em S o Paulo dizem que crian a da rea urbana ap s a d cada de setenta tem dificuldade em rela o a ISSO raro um menino paulistano de classe m dia nascido a partir da d cada de 70 que saiba empinar pipa e muito mais raro um que saiba constru la da mesma forma rara a menina do mesmo seguimento social que tenha aprendido por exemplo algumas das vers es de rima que acompanham o jogo de bola tradicional amp conhecido como ordem quietas ou bola na parede no qual as ordens verbais s o acompanhadas por movimentos correspondentes da crian a enquanto joga a bola contra uma parede sem deix la Assim como ocorreu com o brinquedo muitas brincadeiras que se repetiram com especificidades regionais em amb
231. ativas pr formuladas visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais relevantes de determinado problema Por meio de uma conversa o guiada pretendemos obter informa es detalhadas que possam ser utilizadas e m uma an lise qualitativa Ela procura saber que como e por que algo ocorre em lugar de determinar a frequ ncia de certas ocorr ncias nas quais o pesquisador acredita 35 demarca o investiguei muitos outros pais e crian as em situa o de compra independente do lugar onde moram apesar de que esse era um dado importante para mim considerando que o local das compras de certa forma j determina a situa o econ mica Assim eles se tornaram sujeitos importantes para testar meus pressupostos Al m desses citados utilizei como fontes de informa o na constru o do trabalho para a investiga o a an lise de documentos da ABRINQ assim como dados dispon veis na internet sobre produ o consumo dados estat sticos design o c digo de tica para fabricantes rela o de empresas associadas recomenda es de brinquedos para as diversas faixas et rias e entrevistas dispon veis na rede Analisei o guia dos brinquedos e do brincar da ABRINQ ANEXO A bem como as no es sobre a situa o de produ o e com rcio no Brasil da ind stria do brinquedo Busquei o c digo do consumidor para saber o que ele diz sobre brinquedo quais as leis que regem esse produto ANEXO B Nessa atividade emp rica le
232. az de evocar situa es e ou coisas Que explicitam pap is significados atribu dos a objetos e a recantos do ambiente f sico Fonte Coelho e Pedrosa Quadro 12 Meios usados para o faz de conta Esses elementos devem ser observados contextualizadamente pois as concep es culturais e o lugar em que vive a crian a precisam ser alvo do devido cuidado para n o estabelecermos uma aprecia o generalizante e universalizante lembrando que ela n o mero receptor de conhecimento mas um ser ativo na constru o de sentidos e de conhecimentos COHN 2005 e nesse sentido da cultura atrav s da brincadeira utilizando esses meios Isso me faz compreender que ao fazer op es por um brinquedo uma brincadeira ou um jogo a crian a recupera o movimento hist rico que deu forma a esse brincar garante espa os para sua continuidade e tamb m permite parceria nos lugares sociais onde brinca pois cada uma das brincadeiras que ela desenvolve ao mesmo tempo o resultado da universalidade e da especificidade como nos diz Carvalho et al 2003 enquanto pr tica cultural tal como rituais que se transmitem repetidos ou recriados em ambientes socioculturais distintos ou pensando que o grupo de brinquedo uma micro sociedade em que se constituem redes de rela es em que pap is s o atribu dos dinamicamente no desenrolar das intera es em que conhecimentos regras e procedimentos s o continuamente trocados reformulado
233. bido no Pentecostes e As bonecas de Quioto s o as mais tradicionais e belas do Jap o verdadeiras pe as de enxoval Tamb m s o tradicionais as bonecas de madeira conhecidas como Kokeshi e No Jap o o Hinamatsuri uma das principais festas t picas e consiste na exposi o de bonecos representando o Imperador a Imperatriz e a membros da corte com o teor supersticioso de afastar o mal e Bonecas de pano ou palha em Portugal por exemplo s o um tipo de artesanato representativo da cultura popular e No Vietname existe o tradicional Teatro Aqu tico de Fantoches secular apresenta o com bonecos que atuam sobre a gua e com pequena orquesta cuja exist ncia esteve amea ada de desaparecimento e foi resgatada na d cada de 80 e Na Alemanha mais precisamente na regi o de Erzgebirge a leste vizinha Rep blica Tcheca a produ o artesanal do boneco quebra nozes largamente usado como enfeite natalino constitui se em importante manifesta o cultural e Na Inglaterra ela foi criada de papel para recortar e com roupas para trocar um sucesso europeu aprovada em todo o Ocidente e Nos Estados Unidos foi produzida de borracha prova d agua a partir da cria o do americano Charles Goodyear que patenteou a t cnica borracha essa que vinha da Amaz nia no Brasil Na trajet ria da boneca podem ser percebidas as transforma es na nova imagem que ela tem para a sociedade pois a partir do material de sua confec o t
234. bie atraente despertam o desejo de se projetar nela e de brincar com ela preciso lembrar que a imagem de mulher idealizada na sua perfei o irreal n o uma finalidade mas um recurso para instalar o desejo e na brincadeira para atingir a menina Ib Id Assim atrav s da Barbie poss vel demarcar claramente as representa es da mulher na sociedade contidas nele suas fun es propostas simbologias E tamb m observar como se comporta uma menina diante de uma boneca que traz consigo o sonho americano de ser uma mulher de sucesso de se enquadrar no perfil de mulher sugerido atrav s dela e como a menina faz essa leitura contemporaneamente Outro aspecto que destaco a possibilidade de v la como produto da ind stria cultural nos moldes como foi discutido por Adorno e Horkheimer 2000 ou face ao poder simb lico de Bourdieu 2002 e sociedade em rede de Castells 2005 Foco essas observa es a partir do pr prio nome que recebe a boneca de forma intencional classificado em termos de pap is sociais categorias importantes como lentes para leituras s cio antropol gicas da boneca Chamam minha aten o alguns aspectos relativos aos seus nomes que apontam para constru es rom nticas e idealizadas da feminilidade bastante evidente essa representa o tamb m nos tons rosa nas casas e na mob lia das bonecas As Barbies recebem nomes como Noiva Orqu dea Ruborizada Blushing Orchid Bride Rosa do Campo Country Rose
235. biente de varejo Um fato importante para a ind stria brasileira que o presidente da ABRINQ o Embaixador do Brinquedo para a Am rica Latina eleito no Encontro Mundial de Fabricantes de Brinquedos realizado no in cio de janeiro de 2006 em Hong Kong Ser embaixador do 7 Dados obtidos no site www abrinq com br 76 A pirataria ou a espionagem industrial e a falsifica o s o intensas no setor de brinquedos e vem se agravando nos ltimos anos Os brinquedos s o fabricados e vendidos principalmente pelos pa ses asi ticos antes mesmo de serem lan ados oficialmente no mercado pelo dono do projeto Em 2000 a falsifica o e o contrabando representaram cerca de US 37 milh es cerca de 8 do faturamento da ind stria ABRINQ Syn sio Batista da Costa presidente no ano de 2006 238 Brinquedo para a Am rica Latina representa mais nus mas tamb m uma grande satisfa o porque o assunto brinquedo muito bacana na vida de qualquer pessoa A nomea o pela entidade que representa o setor em n vel mundial International Council of Toy Industries me obriga a visitar os colegas em toda a Am rica e atuar como um protetor desse neg cio que o brinquedo Pela an lise da situa o vejo que as maiores dificuldades do setor de brinquedos no mercado brasileiro est o ligadas aos altos juros no pa s e quest o do c mbio que muito favor vel aos importadores QUADRO 20 Diante desse problema outros como a pira
236. brada e consertada mesmo a boneca mais principesca transforma se numa eficiente camarada prolet ria na comuna l dica das crian as ib id p 87 A crian a gosta dessa descoberta do velho que se torna novo em suas m os O di logo com Benjamin ib id Vygotsky 1996 e Broug re 2000 permite ver que o brinquedo como elemento da cultura material e simb lica desencadeador de a es atrav s dele a crian a projeta se nas atividades adultas de sua cultura ensaia seus futuros pap is e valores gera oportunidades para o seu desenvolvimento intelectual come a a adquirir motiva es habilidades e atitudes necess rias sua participa o social apreende os diversos pap is que o homem desempenha na sociedade apreende as quest es de g nero nas fun es dos tipos de brinquedo e nos servi os que a sociedade gera apreende as atribui es que permeiam a vida adulta que os companheiros mais velhos e os adultos ajudar o a completar Broug re 2000 p 17 chama a aten o para o fato de que o brinquedo nessa leitura cultural encerra uma representa o da crian a na medida em que se trata de um objeto 44 concebido produzido e escolhido por adultos e destinado a ela uma representa o do que ela representa para ele atualmente Nesse sentido as cores e as formas modernas constroem um universo no qual predomina o animismo o antropomorfismo a magia a alegria a imagem risonha a nostalgia no discurso cultural que
237. bre o ber o 1 05 Brinquedos para o ber o e cercado esferas figuras infladas em cord o para instalar no ber o no carrinho no cercado 1 07 Quadros de atividades quadros com pe as coloridas de formas diversas espelhos inquebr veis sinos pe as que correm em trilho janelinhas que se abrem para colocar no ber o 1 09 Animais objetos em borracha material macio com ou sem guizo interno 1 11 Brinquedos para o banho animais barquinhos pe as flutuantes 1 13 Bonecas e bichos Primeira Idade bonecas em tecido com roupas fixas animais em tecido n o pel cia sem detalhes que possam ser arrancados 1 15 Pel cias de 20a 50cm 1 17 Jo o bobos sonoros ou n o bonecos e animais com movimento de vai e vem em pl stico rlgido ou infl vel 1 19 Bnnquedos para empurrar puxar rolar com corda para puxar com haste para empurrar cavalinhos de pau 1 21 Carrinhos de m o ve culos para encher e esvaziar 1 23 Caixas arcos e ba s para guardar brinquedos 1 25 Bolas de 8 a 10 cm de di metro cubos em tecido 1 27 Brinquedos para areia e gua baldes pazinhas formas para brincar na areia e gua 1 29 Animais e cadeiras de balan o cavalinhos no tamanho da crian a para cavalgar e balan ar 1 31 Carrinhos para os primeiros passos carrinhos com base s lida e al a para a crian a se apoiar ao come ar a caminhar 1 33 Ve culos sem pedais tico ticos carrinhos sem pedais que s
238. brinca Schiller 361 AP NDICE A ROTEIRO DE ENTREVISTAS Para a crian a Por que voc brinca Qual o brinquedo que voc mais gosta de brincar Por qu Como voc escolhe um brinquedo para sugerir a compra Voc gosta de brincar mais com o brinquedo comprado na loja ou aquele que fabricado em casa Voc tem em m dia quantos brinquedos Acha importante a quantidade de brinquedos para brincar melhor Qual o lugar em que voc mais gosta de brincar A rua Sua casa As lan houses Os parques As pra as Os espa os de brincar do shopping Quando lhe compram um brinquedo voc tem no o de quanto custou se foi caro ou barato Como voc v os brinquedos tradicionais como a bola o pi o a peteca as bolinhas de gude a boneca Para os Pais Voc foi uma crian a que brincou muito Como sua rela o com o brinquedo Como voc escolhe um brinquedo para comprar Qual a sua motiva o O que tem como prioridade o pre o a seguran a a beleza estar na moda Voc tem comprado anualmente em m dia quantos brinquedos por ano Qual o lugar em que voc mais gosta hoje que seu filho brinque A rua Sua casa As Lan Houses Os parques As pra as Os espa os de brincar do shopping Outros Por qu Quando compra um brinquedo voc tem no o do que ele significa como foi pensado que comportamento pode ocasionar em seu filho Como voc v os brinquedos tradicionais como a bola o pi o a peteca as bol
239. brincar e tamb m para espantar maus esp ritos Ainda entre os ndios os brinquedos t m se destinado prepara o da vida adulta arcos e flechas para os meninos pequenas cestas para as meninas FIGURAS 47 Segundo Freyre 1963 p 14 o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais v m da cultura ind gena Como brinquedo herdado deles est o o chocalho de casca de fruta pedrinhas o pi o a matraca o enigma o arremesso de argola a peteca feita com palha de milho jogo do fio ou cama de gato al m de uma s rie de tipos de jogos de grupo imitando animais como os de gavi o do jaguar do peixe pacu do jacamim dos patos marreca do casamento 296 Um brinquedo ainda presente entre os ndios brasileiros antes utilizado em rituais sagrados a perna de pau que representa a imagem de um p ssaro pernalta chamado grou Esse p ssaro era conhecido e utilizado na Gr cia em rituais de inicia o de jovens que montavam em pernas de pau representando os valores como homens guerreiros Esse brinquedo representa um exemplo de dessacraliza o de uma atividade que se tornou brinquedo universal conforme Meirelles ib id p 27 a imagem de um p ssaro pernalta chamado Grou representados nas pernas de paus Esse p ssaro era colorido e utilizado na Gr cia em rituais de inicia o de jovens que montavam em pernas de pau representando os valores como um exemplo de dessacraliza o de uma atividade que se tornou brinqu
240. brinquedo as crian as do Oriente ou do Ocidente brincam com os mesmos brinquedos a pipa as rodas cantadas o cabo de guerra as sapatas ou amarelinhas Por m existem brincadeiras que t m caracter sticas mais regionais pelas caracter sticas do clima relevo e cultura Essa regionalidade enriquece os estudos da cultura local na interface da cultura global pelas especificidades de cada lugar E ao mesmo tempo d uma tessitura interessante comp e uma esp cie de resist ncia e de identidade cultural 52 Considero importante os brinquedos regionais como artefatos da cultura material e simb lica porque permitem crian a construir conhecimentos sobre o meio social em que vive e seus aspectos f sicos biol gicos geogr ficos hist ricos e culturais Eles tamb m s o identificados como populares embora devamos ter cuidados nessa terminologia Para Murcia 2005 p 110 normal que express es como tradicional popular aut ctone e folcl rico confundam se e sejam utilizadas indistintamente Assim brinquedo popular aquele praticado pelas massas por m nem todo brinquedo popular regional A inst ncia regional tamb m permite crian a conhecer o lugar em suas diversidades de formas explicar e representar o espa o e localizar se a fim de aprender a pensar a inventar e reinventar sua realidade no lugar que ela vai construindo autonomia identidade cultural social e hist rica na medida em qu
241. ca da guerra e s algum tempo depois foram criadas outras novas desta vez como l der da equipe chamada Vingadores Steve Rogers era um soldado franzino motivo de chacota por parte de seus colegas de tropa Um cientista americano criou uma f rmula que chamou de soro do super soldado e utilizou o pequeno Rogers como cobaia Os resultados foram timos ele adquiriu for a e resist ncia f sica sobre humanas al m de ter o envelhecimento retardado Munido por um escudo que viria a ser um s mbolo da liberdade defendida pelos norte americanos o Capit o Am rica FIGURA 31 passou a combater vil es nazistas entre eles o principal inimigo o Caveira Vermelha que recebeu do pr prio Hitler a incumb ncia de manter vivos seus ideais Ele foi submetido ap s a guerra a um estado de hiberna o retornando vida v rios anos depois Novamente em 2007 a m dia comunica o seu desaparecimento com a Justificativa de que os seus instrumentos de defesa n o s o mais suficientes para a realidade atual na cultura moderna 167 Esses personagens vieram a se tornar brinquedos quando a ind stria percebeu a for a desse empreendimento N o s o personagem mas a ind stria produziu seus instrumentos de trabalho uma grande variedade de acess rios e roupas indicados para meninos uma atitude que refor a e ao mesmo tempo recria a quest o de g nero j que at ent o o menino n o brincava de boneco aspecto que permite uma leitura sociol
242. ca sobre a inf ncia sofreu consider veis mudan as em rela o aos paradigmas tradicionais sobre o assunto A principal delas ver o presente da crian a n o o futuro com a possibilidade de serem estudadas em rela o cultura e s suas rela es sociais Isso significa que elas devem ser ouvidas ter voz opini o e n o serem sempre interpretadas pelos adultos Da mesma forma n o podem ser padronizadas sem respeito s suas individualidades Assim vejo que a Sociologia p e a crian a em uma situa o conceitual equivalente a outros grupos ou categorias sociais que ela estuda pois a v como um ser ativo na constru o e determina o de sua vida e dos que com ela convivem Essa realidade pode ser demarcada a partir dos anos oitenta quando fica evidente uma visibilidade sociol gica da crian a como unidade de observa o como ator social Constato que houve ao mesmo tempo transforma es dentro do pr prio campo sociol gico como os debates entre as perspectivas mais estruturalistas e as que p em a nfase na a o social Na verdade vejo que s o discuss es que acontecem internamente em face das diversas correntes que tra am seus paradigmas por isso que Ferreira 2005 diz que a Sociologia da Inf ncia procura tomar as crian as como o seu centro de interesse a partir de si pr prias e n o a partir da sua dedu o dos quadros institu dos de que est o dependentes Diz que essa preocupa o tem se traduzido em modos d
243. cada vez mais a a o for a determina o s atividades externas ao mundo tecnol gico Uma pesquisa mais detalhada nessa dire o poderia dar continuidade a novas descobertas a um avan o maior no universo adentrado nesta 40 2 DO BRINQUEDO CULTURA DA CULTURA AO BRINQUEDO um estudo na modernidade a partir de S o Lu s Ad A Fonte PORTO Allana 2007 O homem s completo quando brinca Schiller O cap tulo apresenta o estudo em quest o Levanta as discuss es iniciais sobre a cultura o brinquedo e a rela o entre eles tendo S o Lu s do Maranh o como refer ncia do campo de pesquisa visto como um lugar que sofre a moderniza o e as altera es que os novos olhares da industrializa o e a urbaniza o v o construindo Examina a rela o direta entre a condi o entre a condi o s cio econ mica onde a crian a vive na cidade e seu brincar 41 2 1 O estudo em quest o O ato de brincar continua desafiando tentativas de conceitu lo por m para Smith apud MOYLES 2002 p 12 h um sentido em buscar compreend lo importante definir o que brincar isso n o significa que uma defini o simples ou totalmente inclusiva seja f cil ating vel ou mesmo desej vel A justificativa que com esse entendimento podemos perseguir a trilha de conhecimento dos seus significados pr modernos e modernos Para constatar a dificuldade de compreens o analisando
244. cados Al m disso reflete os significados do consumo contempor neo do brinquedo industrializado em suas significa es 4 8 A outra face do brinquedo moderno perigos vista Melo 2004 Abramovich 1983 e Jackson 2001 consideram que h um perigo oculto no brinquedo moderno pela linguagem subliminar que eles trazem Dizem que eles n o s o elementos inocentes pois se acham carregados de sugest es ocultas s o portanto um perigo para a mente e forma o das crian as MELO 2004 Esses perigos estariam relacionados ao fato da Ind stria Cultural utilizar o brinquedo para traduzir id ias e conhecimentos e estar alimentada pela m dia E ainda porque podem ser detectados como produtores de comportamentos perigosos para a forma o da crian a como a viol ncia contida nos jogos a infiltra o de erotismo do ocultismo a inculca o de cren as do 198 anarquismo de feiti arias de simbolismos sat nicos em hist rias e jogos virtuais al m de temas como suic dio pervers o barbarismos sadismo entre outros Melo ib id pergunta quem faria um monstro mitol gico de brinquedo aquela coisinha com chifres garras afiadas dentes vampirescos olhos famintos e sinistros com aquela express o diab lica sendo levada de um lado para outro pela crian a Esses brinquedos s o essencialmente um microcosmo adulto como diz Beathles O autor cita como outro exemplo o brinquedo Vodu qual o sentido de um brinq
245. cais Vejo a import ncia de discutir essas mudan as porque alguns fil sofos garantem que brincar a base da cultura de um povo um espelho da sociedade retratando seus costumes por ser um registro de suas ideologias suas cren as seus valores ideais e ide rios Nesse sentido dizem que o brinquedo faz um corte radiogr fico do tempo em qualquer sociedade ATZINGEN 2001 Estamos portanto diante de um fato social O brinquedo produzido na contemporaneidade o retrato da sociedade atual Uma an lise em suas caracter sticas permite compreender caracter sticas que est o atreladas vida moderna s nossas viv ncias culturais Nesse sentido brincando a crian a se insere numa sociedade definida hoje como de consumo socializada numa cultura de consumo porque vive numa civiliza o de consumo BARBOSA e CAMPBELL 2006 Esse um cen rio diferente das sociedades pr modernas em que n o havia essa perspectiva acentuada atualmente com a mercantiliza o do l dico Assim o brinquedo se destina a um consumidor espec fico que se comporta de forma exigente uma crian a moderna atenta ao mundo multifacetado em que vive cheio de cores sons e est mulos Ao mesmo tempo o ato de brincar para ela um ve culo do crescimento e do seu desenvolvimento marcado por essas apropria es dos saberes como um dos elementos culturais da sociedade moderna porque fruto de valores que refletem o ide rio do que inf ncia e crian a nest
246. cam de pegador esconde esconde bete queimada porque n o tem espa o mas sabem como se brinca dessas brincadeiras A prefer ncia entre o regional e o industrializado pelo brinquedo industrializado porque n o conhecem brinquedos regionais Tem no o de quanto custa o brinquedo mas n o se importam muito e o escolhe n o pela propaganda mas por conhecer atrav s dos amigos Compram seus brinquedos com suas mesadas al m do dinheiro dos pais Conhecem os jogos lan ados no mercado pela internet As crian as do grupo 1 demonstraram claramente conhecer a realidade est o conscientes de que h uma demarca o s cio econ mica entre ela e as de uma situa o mais privilegiada de que s o limitadas pelas circunst ncias a terem poucos brinquedos porque 330 mam e n o pode comprar porque brinquedo caro e embora gostassem de adquirir este ou aquele brinquedo especialmente os jogos se conformam e reagem de forma natural a essa situa o Muitas especialmente os meninos frequentam lan houses para brincar com jogos eletr nicos Existem crian as que utilizam o coruj o que uma noite inteira de jogos promovidos por elas Nesse ambiente de jogos encontrei crian as de v rias faixas estarias que se colocaram como bastante satisfeitas com a exist ncia desse espa o e t m uma frequ ncia regular Muitos deles disseram que na escolha dos jogos preferem os japoneses por terem mais a o S o os jogos r
247. cana Rep blica Dominicana Ruanda Santa L cia S o Cristov o e N vis S o Vicente e Granadinas Senegal Serra Leoa Sri Lanka Suazil ndia Suriname Tail ndia Tanz nia Togo Trinidad e Tobago Tun sia Turquia Uganda Venezuela Z mbia e Zimb bue A medida de salvaguarda tamb m n o ter aplica o no mbito do Mercosul Art 3 Esta Resolu o entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2005 LUIZ FERNANDO FURLAN Presidente do Conselho ANEXO Em reuni o do Conselho de Ministros da C mara de Com rcio Exterior CAMEX realizada em 17 de dezembro de 2003 a Secretaria de Com rcio Exterior SECEX prop s a prorroga o do prazo de vig ncia da medida de salvaguarda por dois anos e meio Na oportunidade a CAMEX em car cter mais restritivo decidiu prorrogar a salvaguarda por apenas um ano com o objetivo de verificar o cumprimento do Compromisso de Ajuste do Setor O acompanhamento realizado pelo Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior MDIC dos Compromissos de Ajuste acertados at junho de 2004 comprovou o esfor o do setor na busca de competitividade e o respeito ao Acordo de Compromisso de Ajuste assinado pelas empresas junto ao MDIC Nesse per odo observou se por meio do Sistema Lince Fisco da Secretaria da Receita Federal SRF um aumento de 87 em valor FOB nas importa es de brinquedos acabados no primeiro semetres de 2004 comparado com o mesmo per odo de 2003 Assim o fim
248. canismo de funcionamento fric o bateria pilha ou el trico Leve em conta os custos que cada uma das op es representa Pe a uma amostra do brinquedo para manusear A Lei Estadual n9 8 124 92 determina que as lojas devem manter amostras de jogos revistas discos fitas e brinquedos sem lacre para que possam ser testados pelo consumidor Consumidor Brinquedo n o produto descart vel Nem voc nem a crian a esperam que ele dure apenas algumas horas Se voc ficar insatisfeito com o brinquedo a embalagem a publicidade ou a assist ncia t cnica voc tem como e onde reclamar para exigir os seus direitos V ao Procon 369 ANEXO B C digo de Prote o e defesa do Consumidor A rela o do C digo de Prote o e Defesa do Consumidor com produtos e servi os perigosos em raz o de sua ess ncia ou destina o colocados no mercado de consumo guarda coer ncia com todo o sistema principiol gico protetivo em que se consubstancia a lei Nesta medida evidentemente tolerando que tais produtos estejam no mercado at mesmo pela sua utilidade e necessidade o que ocorre por exemplo com medicamentos produtos qu micos produtos de limpeza produtos cortantes ou p rfuro cortantes o CDC n o economizou esfor os ao disciplinar o limite e alcance do que toler vel e a exig ncia redobrada em raz o da informa o destacada dos perigos e riscos oferecidos ao consumidor Os produtos perigosos e o risco sa de da crian
249. ccionado por artes os com a Paparauba papari ba para ba marupa ba ou marup A paparauba uma arvoreta da fam lia das simarub cias Simarouba Amara de madeira branca e leve casca amarga considerada medicinal de folhas compostas e flores insignificantes uma rvore comum na Ilha do Maranh o especialmente do Munic pio de Pa o do Lumiar a 17 quil metros de S o Embarca es t picas da Amaz nia 301 Lu s Com ela s o confeccionados v rios brinquedos diferentes vinculados aos aspectos da cultura local FIGURA 49 Essa sua vincula o aos aspectos locais da cultura material campo de estudo da Antropologia Material NEWTON 1986 Ribeiro 1992 1998 apud LINHARES 2004 designou os objetos incorporados viv ncia cotidiana dos grupos sociais de artes da vida estando distribu dos em diversas categorias entre eles os rituais m gicos e os l dicos Estudos da cultura local t m sido temas de an lises sociol gicas e antropol gicas nas ltimas d cadas dando origem a interpreta es das mais variadas entre soci logos brasileiros e estrangeiros O brinquedo regional ludovicense atual atingido pelo local e o global recompostos diante da complexidade da contemporaneidade de forma que com o processo de globaliza o essa reestrutura o traz tona questionamentos sobre a persist ncia da escala de an lise regional Traz tamb m o esclarecimento de sua relev ncia como inst nc
250. ceptivos de Constru o e Coletivo Fonte adaptado de Oliveira 2000 Quadro 16 Principais teorias cl ssicas sobre os jogos Chego percep o de que h uma grande variedade de tipos de jogos pr prios da cultura da modernidade aliados aos tradicionais que preenchem espa os importantes A ind stria de bens culturais tem dado um tratamento especial na cria o de modelos variados com uma linguagem e conte do pr prio da cultura moderna H um investimento na promo o de campanhas publicit rias para a compra e desenvolvimento de jogos entre crian as e adultos Esses pesquisadores buscaram compreender como se caracterizam os jogos qual a participa o da crian a neles e qual a condi o que oferecem para o seu desenvolvimento apreens o da cultura crescimento de acordo com suas especificidades importante considerar o fato de que as classifica es s o diversas por m h consenso quanto ao fato de que o significado do jogo dado pela crian a pois elas brincam de forma diferente embora com os mesmos brinquedos segundo Leontiev 1998 p 42 188 as crian as brincam das mesmas coisas em idades diferentes mas elas brincam de formas diferentes para analisar a atividade l dica concreta da crian a necess rio penetrar sua psicologia verdadeira no sentido que o jogo tem para a crian a e n o simplesmente arrolar os jogos a que ela se dedica S assim o desenvolvimento dos brinquedos s
251. ces de status e classes Esse fato moderno tem origens distantes Apesar de ter vivido outra realidade de sociedade a da Europa das d cadas do in cio do s culo XX Benjamin 2002 p 250 comenta o fato de que as mudan as que se efetuam modificam algumas estruturas por m o mundo est sempre marcado pelos tra os da gera o anterior e se confronta com eles No universo da crian a isso acontece de forma muito acentuada Mesmo quando n o imita os utens lios do adulto o brinquedo uma confronta o n o tanto da crian a com o adulto como deste com a crian a pois ele que produz e oferece os brinquedos a ela com toda a complexidade que o fato exibe De qualquer forma na cultura da modernidade alteraram se paradigmas variados tipos de brinquedos foram criados mas o tradicional permanece comprovando assim a perspectiva de Benjamim e a realidade de um mundo com produtos variados e amplos para v rios tipos de consumidores Posso a partir da refletir com Slater 2002 sobre as liberdades do mercado ao se perguntar se o consumidor um her i ou um idiota do pensamento moderno o consumidor uma personagem esquiz ide no pensamento moderno Por um lado uma figura rid cula e um escravo irracional dos desejos materialistas triviais que pode ser manipulado na dire o de um conformismo infantil massificado por astutos produtores pela propaganda a v tima da moda o nouveau riche empenhado em se mostrar melh
252. cia da medida que deu causa ao desvio de com rcio Par grafo nico Na hip tese de modifica o da medida que deu causa ao desvio de com rcio a autoridade investigadora dever examinar se o desvio de com rcio continua existindo e se necess rio modificar retirar ou manter em vigor a medida aplicada CAP TULO VII DO PROCESSO DECIS RIO Art 29 As determina es para fins de aplica o das medidas de que trata este decreto ser o adotadas com base em parecer da SECEX Art 30 A decis o da CAMEX de aplicar medidas de salvaguardas por prazos superiores queles previstos no art 21 considerar a possibilidade de a Rep blica Popular da China suspender a aplica o de concess es ou obriga es substancialmente equivalentes Art 31 Durante a vig ncia da medida e em circunst ncias excepcionais o Conselho de Ministros da CAMEX poder deliberar por raz es de interesse p blico pela suspens o de medida aplicada e neste caso o ato dever conter as raz es que fundamentaram a decis o 389 CAP TULO IX DAS DISPOSI ES FINAIS Art 32 As normas complementares para a execu o deste decreto ser o expedidas pela CAMEX e ou pelo Secret rio de Com rcio Exterior do Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior respeitadas as respectivas compet ncias Art 33 O prazo de vig ncia do mecanismo de salvaguardas objeto do presente Decreto extinguir se em 11 de dezembro de 2013 Art 34
253. cializa o que buscavam atingir novos mercados de consumidores s o algumas outras novidades que ir o coroar todos esses movimentos Esses novos mercados me parecem estar relacionados ao que Lipovetsky 2006 chama de moda Ele diz que a moda o imp rio do ef mero ou seja ele rejeita o poder imemorial da tradi o a p tina em favor da celebra o do presente social do mundo da vida cotidiana do aqui e agora indicando claramente que suas referencias n o s o os antepassados mas os contempor neos O brinquedo tamb m tem aspecto de estar na moda estar em evid ncia e ser o modelo mais vendido mais procurado de n o ter a facilidade de ser encontrado verdade que a moda desde que est instalada no Ocidente n o tem conte do pr prio forma espec fica da mudan a social ela n o est ligada a um objetivo determinado mas em primeiro lugar um dispositivo social caracterizado por uma temporalidade particularmente breve por reviravoltas mais ou menos fantasiosas podendo por isso afetar esferas muito diversas de vida coletiva Penso que esse fato est diretamente relacionado ao fato de que a sociedade contempor nea ser individualista e de mercado Barbosa 2004 diz que o imp rio da tica do self que em cada um de n s se torna o rbitro fundamental de nossas pr prias a es N o h mais um grupo de refer ncias padronizando nem regras que decidem por e para n s Estilos de vi
254. cias freudianas observa es de crian as entrevistas com os pais e com elas sobre o brinquedo Ao descobrir o impacto e o inc modo que as m es tiveram com a Barbie utilizou na medida em que o que incomodava as m es podia ser revertido a partir da utiliza o da crian a para esse fim Considerando assim baseou sua alian a com as crian as estabelecendo uma rela o de parceria Era na vis o dos estudiosos de marketing uma estrat gia ousada e perigosa em que ele corria riscos Por m sua estrat gia deu certo especialmente ao dar meios s crian as para convencer os pais de que desejavam aquela boneca sem v nculo com a inf ncia Para isso utilizou a publicidade BROUGERE 2005 p 106 a publicidade foi um instrumento essencial para isso possibilitando que al m da apar ncia material da boneca se criasse uma personalidade aceit vel tanto para a crian a quanto para a m e A Barbie valia mais do que parecia os acess rios podiam comprov lo e a confronta o com a crian a n o a encerrava numa dimens o 126 sexualmente problem tica pelo menos para a poca Por meio do marketing os diferentes n veis da imagem e da brincadeira se uniram ao destinat rio visado A B rbie n o um del rio do adulto representando esse ou aquele valor da Am rica Ele uma representa o constru da inicialmente sem v nculo com a inf ncia o que lhe d liberdade em rela o ao que se podia esperar de um brinquedo mas
255. ciciuzz amp Cami 1989 e de Berger e Berger 1983 que analisaram a chamada perda da inf ncia seu desaparecimento ou fim a partir de meados do s culo XX No dom nio das Ci ncias Sociais encontro an lises que tratam das mesmas id ias quanto a um final ou desaparecimento da inf ncia moderna Mongin 1994 abordando a quest o do desaparecimento do tempo da inf ncia menciona que esta ao se prolongar tem como consegii ncia nefasta estender desmedidamente o per odo inicial da adolesc ncia desse 94 modo impedindo a crian a de sair da inf ncia Afirma que os adultos n o sabem mais garantir sua parcela de sonho sua fic o sua rela o com o tempo a mem ria de sua inf ncia al m de que pelo projeto de emancipa o do indiv duo democr tico deterioram se as rela es hier rquicas entre adultos e crian a vendo cada vez mais e novamente na crian a um adulto em miniatura MONGIN 1994 Ghiraldelli Jr 1997 tamb m segue essa linha com base em Habermas indaga se a inf ncia n o seria um projeto inacabado tal como o projeto da modernidade Adorno e Hohkheimer 2002 argumentam que tal fim n o est necessariamente associado ao t rmino do per odo Moderno mas encontra se presente dialeticamente na pr pria modernidade atrav s do processo de infantiliza o geral da sociedade Assim para Ghiraldelli Jr Ib Id teriamos chegado a um per odo de descrian aliza o povoado pela p s inf ncia
256. cio espacial em S o Luis Maranh o Brasil Tese de Doutorado Universidade federal do Rio de Janeiro 2003 SANTO AGOSTINHO O que o tempo Os Pensadores S o Paulo Nova Cultural 2004 SANTOS Boaventura de Sousa org Semear outras Solu es os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais Rio de janeiro Civiliza o Brasileira 2005 A globaliza o e as Ci ncias Sociais 3 ed S o Paulo Cortez 2005 Reconhecer para Libertar os caminhos do cosmopolitismo multicultural Rio de janeiro Civiliza o Brasileira 2003 SANTOS Os processos da globaliza o Porto Alegre Afrontamento 1998 SANTOS Milton Por uma outra Globaliza o Do pensamento nico consci ncia universal 8 ed Record Rio de Janeiro 2001 Metamorfoses do espa o habitado S o Paulo HUCITEC 1998 Da totalidade ao lugar S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2005 SANTOS Santa Marli Pires dos Org Brinquedoteca o l dico em diferentes contextos Petr polis RJ vozes 2002 A Judicidade como ci ncia Petr polis RJ Vozes 2001 O l dico na forma o do educador Petr polis RJ Vozes 1997 Brinquedoteca Sucata vira brinquedos Porto Alegre Artes M dicas 2002 S O TOMAS DE AQUINO Suma Teol gica I II 168 ad 3 356 SASSEN Saskia A Sociedade Global In LAVINAS L CARLEAL L M da Frota In NABUCO M R org Reestrutura o do espa o urbano e regional no Brasil S o Paulo HUCITEC
257. collection de jeux et jouets Montreal Asted e Paris Le Cercle de la Librairie 2002 171 Analisa as formas de evolu o express o em jogos de exerc cio simb licos de acoplagem e de regras simples e complexas Observa as cinco condutas de comportamentos cognitivos sens rio motor simb lica concretas e formais descritos por Piaget na busca de equilibra o entre a acomoda o e assimila o Analisa as habilidades funcionais estimuladas pelos jogos descrevendo quatro n veis a explora o onde se destaca a experimenta o a imita o reprodu o da viv ncia da crian a o desempenho erros acertos trabalho a cria o a espontaneidade e a organiza o Analisa a troca de experi ncia a participa o a representa o social a a o da crian a no compartilhar dos brinquedos Trabalha aspectos da linguagem e da afetividade identificando as capacidades e comportamentos do usu rio e a rea o aos brinquedos sem linguagem ou sem afetividade Esta classifica o permite ser ampliada para estudos com defici ncias Fonte Broug re 2004 Quadro 9 Facetas da classifica o canadense Outras classifica es consideram aspectos diretamente relacionados ao brinquedo visto como mercadoria considerando o p blico consumidor tais como a de faixa et ria limitando se idade da crian a e aos riscos que o brinquedo pode oferecer uma an lise que tem seu car ter de subjetivid
258. com a explora o do escravo cada branco de casa ficou com duas m os esquerdas cada negro com duas m os direitas As m os do senhor s servindo para desfiar o ros rio no ter o da virgem para pegar as cartas de jogar para tirar rap das bocetas ou dos corn boques para agradar amolengar os peitos das negrinhas das mulatas das escravas bonitas dos seus har ns Nesse comportamento cultural os significados dessas rela es se processam atrav s de sistemas simb licos e em padr es organizados com base nessas significa es Na passagem para a cultura moderna esses padr es foram sendo modificados e outros foram criados com formas de organiza o cada vez mais adaptativa ao novo momento A sociedade ludovicense foi gestada a partir dessa organiza o tomando caminhos que a conduziram realidade que vivencia hoje em que as crian as experimentam os impactos positivos e negativos dos efeitos da modernidade sobre a vida desenhada para elas Para que eu pudesse compreender o ato de brincar da cultura da modernidade em S o Lu s foi necess rio ampliar o olhar para perceber a popula o do lugar suas especificidades o modo de vida a tradi o e a modernidade que permeia a vida no estado Nessa dire o a popula o maranhense atualmente formada majoritariamente por crian as e mora principalmente na zona urbana de acordo com o levantamento do censo 2000 H um total de 5 651 475 habitantes distribu da em 217 mu
259. com br 378 ANEXO D RELA O DE EMPRESAS ASSOCIADAS ABRINQ ALAMO INDUSTRIA E COMERCIO LTDA ALPHA BRINQUEDOS ARTYARA BABY TOYS BATTAT BIEMME BIG STAR BOHNEY BRINQUEDOS BOLAS CANARINHA INQUEDOS ANJO IQUEDOS BIG BOY CENTRAL LA RUEDITA COLE O MAGIA COE CONTHEY 379 CORTEX CRIA ES INFANTIS LTDA ELLE ARTE E CORTI A DI IT LIA pisma BRINQUEDOS FRATESCHI FRESO HOLZ IFA JUNDPLAY KAPSTOKKY KI TOK KITSTAR L amp J TOY LITTLE TIKES LONG JUMP LOVELY TOYS LUA DE CRISTAL LUDERE ANEXO E 380 381 GEST O ABRINQ 15 07 2004 A 15 07 2007 Conselho de Administra o Presidente Syn sio Batista da Costa Conselheiro Andres Luiz Lavin Cebada Gulliver Conselheiro Antonio Brandino Baby Brink Conselheiro Carlos Antonio Tilkian Estrela Conselheiro Charles Kapaz Elka Conselheiro Jos Eduardo Planas Pa ella Toyster Conselheiro Gilberto Eug nio de Vasconcelos Maritel Conselheiro Eliana Mason Brasilflex Conselheiro Marcio Ponzini Nillo Conselheiro Mauro Antonio R Sideral Conselheiro Pedro Pucci Bandeirante Conselheiro Stefano Adolfo Prado Arnhold Tec Toy Conselheiro Valdir Rovai Grow Primeiro Antonio Carlos Rugolo Ifa Segundo Mauro Vicente
260. conforme o quadro que apresento pr ximo cap tulo Apesar dessa importa o a empresa brasileira tenta investir em criadores nacionais de forma que v rios jogos que fazem sucesso sejam cria es locais A grande quest o para os fabricantes de brinquedos a luta com os importados e seu crescimento apesar das savalguardas que protegem a ind stria local Nos ltimos anos houve um crescimento de importados embora haja muitas reclama es quanto qualidade desses brinquedos e as falsifica es conforme not cia veiculada pela Revista Veja de 06 de junho de 2007 Segundo a nota no ano de 2006 o Brasil importou 17 6 milh es de bichos de pel cia chineses e descobriu se que algumas empresas chinesas enchiam os bichos de pel cia com materiais como areia lixo pl stico e res duos t xicos de algod o As ind strias 78 A partir de julho de 1996 o Governo brasileiro aplicou a salvaguarda sobre os brinquedos estrangeiros a qual em 1999 foi prorrogada at 2003 At 2003 a taxa para a entrada de brinquedos estrangeiros no Brasil permanece acima de 30 O Acordo de Salvaguardas da OMC estabelece que as medidas de salvaguarda sobretaxa cota devem ser tempor rias e impostas quando constatado que a importa o causa ou amea a causar dano grave produ o nacional Deve ser aplicada em base n o seletiva a todos os pa ses O per odo de quatro anos pode ser prorrogado 240 s o pressionadas pelo pre o das mat rias p
261. constru do no Maranh o A rainha fez quest o de enviar uma miss o de padres capuchinhos do Convento de Paris para catequizar os futuros s ditos franceses No dia 8 de setembro de 1612 era fundado o Forte que deu origem a Vila S o Lu s Tratava se pois de uma expedi o colonizadora em nada compar vel a a es de pirataria Segundo o historiador o mais correto dizer que S o Lu s uma cidade portuguesa que nasceu francesa 58 maranguaras que em 1612 Upaon A u foi ocupada Oliveira 2003 cita como respons veis por essa ocupa o os fidalgos Daniel de La Touche senhor de La Ravadiere o rico Nicolas de Harley conselheiro do rei senhor de Sancy e Bar o Molle e Fran ois de Razilly senhor de Rasilly e Auineles gl ria da marinha francesa a servi o do rei da Fran a Henrique IV e com a morte deste sob a autoridade de Maria de M dici regente na menoridade de Luis XIII Oliveira ib id p 42 diz que os primeiros dias da conquista do lugar em que S o Lu s nasceria foram sombra de folhas de pindoba escolhido para sede da col nia um altaneiro promont rio na conflu ncia dos dois maiores rios da ilha ai rezaram os capuchinhos a primeira missa no Maranh o Puseram se ent o franceses e ind genas j confraternizados a trabalhar na constru o de um forte e na ere o das resid ncias estas todas de folhas de pindoba Anos depois S o Lu s se tornou cidade e vivenciou per odos ureos nas artes nas
262. contecem em S o Lu s Festas Populares Carnaval Reis S o Jo o e S o Jos de Ribamar 282 Elas tamb m est o nas festas populares S o destaque como pequenos personagens nas festas e participam delas ativamente No carnaval recebem fantasias e locais espec ficos para suas atividades mas ao mesmo tempo est o nos blocos nas escolas de samba nos clubes e em locais onde as festas acontecem Nas festas juninas est o nos diversos grupos adultos e tamb m comp em grupos especiais para crian as Vejo brinquedos como parte das representa es dos temas desenvolvidos e principalmente bonecas brinquedos pl sticos com sprays para brincar de atirar l quido em quem passa Os vendedores de brinquedos est o nos locais p blicos nessas festas e no entorno das reas fechadas Dan as e Folguedos Bai o Baile de S o Gon alo Bamba de Caixa Bumba meu Boi Cacuri Dan a da Caixa Dan a do Boiadeiro Dan a do Caro o Dan a do Coco Dan a Portuguesa Divino Esp rito Santo Pagode Quadrilha Reggae Tambor de Crioula Tambor de Mina e Xote A maioria dessas dan as abrigam crian as em seu contexto Elas s o parte do desenvolvimento da dan a vestem se e semelhantes aos adultos e muitas tem papel especial como parte da programa o Os brinquedos tamb m est o presentes Encontramos bonecas vestidas com as representa es dos elementos das dan as e brinquedos espalhados em todo o entorno dos locais em que as dan as acontec
263. contrapontos das desigualdades da cidade em que vive Em minha investiga o os sujeitos pesquisados variaram entre quatro e doze anos de idade num total de cem crian as embora eu tenha feito contato tamb m com crian as menores e outras de maior idade Dividi para efeito did tico de compreens o as crian as em dois grupos de acordo com a rea da pesquisa Tracei para elas o seguinte perfil No grupo 1 e Residem em bairro carente revelam pelo aspecto externo serem de classe social pouco privilegiada economicamente e Vivem diariamente em casa durante o dia com irm os mais velhos vizinhas e av s em sua grande maioria porque seus pais saem muito cedo para o trabalho e A atividade desenvolvida por seus pais est relacionada aos trabalhos de diaristas e ao com rcio informal e Quando convidadas a responderem algumas perguntas sobre o seu brincar receberam o convite com muita alegria e Quando perguntadas se gostam de brincar elas respondem que sim com muita convic o parecendo uma pergunta sem prop sito dando a entender que brincar parte do contexto de uma crian a e Questionadas sobre o brinquedo a brincadeira e o jogo dizem que gostam muito que brincam em casa e na rua predominando o jogo de bola e a boneca reproduzindo as quest es de g nero e Conhecem uma variedade muito grande de brincadeiras por m dizem ter poucos brinquedos A maioria j brincou com jogos virtuais em Lan Houses do bairro em que mora e
264. crian a do nascimento aos seis anos Petr polis R J Vozes 2001 OLIVEIRA Ros ngela Silva Do contexto hist rico s id ias pedag gicas predominantes na escola normal maranhense e no processo de forma o das normalistas na primeira rep blica Disserta o de mestrado em educa o Universidade Federal do Maranh o n o publicada 2003 OLIVEIRA Zilma de Moraes Ramos Org Educa o infantil muitos olhares 4 ed S o Paulo Cortez 2000 OLIVEIRA Cl udia O ambiente urbano e a forma o da crian a S o Paulo Aleph 2004 OLIVEIRA Leitura do Mundo Leituras do espa o um di logo entre Paulo Freire e Milton Santos In GARCIA Regina Leite Org Novos Olhares sobre a alfabetiza o S o Paulo Cortez 2001 ORTIZ Renato Cultura e Modernidade S o Paulo Brasiliense 1991 Mundializa o e Cultura S o Paulo Brasiliense 1994 PAVIANI Jayme Cultura Humanismo amp Globaliza o Caxias do Sul RS Educs 2004 PEREZ Carmem L cia Vidal Ler o espa o para compreender o mundo a fun o alfabetizadora da Geografia Presen a Pedag gica S o Paulo v 5 n 28 1999 PIAGET Jean Atividades pr ticas na sala de aula S o Paulo Moderna 1976 A Forma o do s mbolo na crian a imita o jogo e sonho imagem e representa o Rio de Janeiro Zahar 1990 PIAGET Jean INHELDER B A Representa o do espa o na crian a Porto Alegre Artes M dicas 1990 354 PIMENTEL G G de A A Gin stica Laboral
265. crian a e seu parceiro na brincadeira seja ele o de produ o ou do consumo do brinquedo moderno conforme Gabarino apud BOMTEMPO 2000 Piaget 1976 faz uma diferencia o entre as formas de materializa o do brincar distinguindo entre brincar pr tico simb lico e jogos com regras O brincar pr tico inclui o sens rio motor e explorat rio do beb especialmente dos 6 meses a dois anos em que os brinquedos t m essa fun o o simb lico que abrange o brincar de faz de conta de fantasia e s cio dram tico da crian a de cerca de 2 ou 3 anos at os 6 atrav s de brinquedos que comp em um universo de criatividade de acordo com sua imagina o os jogos com regras caracterizam as atividades das crian as a partir dos 6 7 anos envolvendo uma s rie de 146 brinquedos com a es bastante intensas Nessa perspectiva o primeiro parceiro para essa constru o atrav s do brincar da crian a a m e e depois os demais adultos que cuidam dela O primeiro brinquedo o pr prio corpo que ao ser descoberto por ela vai revelando o seu eu dando um sentido sua exist ncia Nesse primeiro per odo da vida segundo Piaget ib id existem tr s est gios o dos reflexos o da organiza o das percep es e de h bitos e o da intelig ncia propriamente dita S mais tarde para apreender a realidade a crian a amplia seu universo e passa a utilizar o brincar de faz de conta Antes da modernidade ela era mais livre para viver e
266. cultural e ao mesmo tempo num universo global Cantar as cantigas de roda tradicionais mergulhar no passado com toda a carga afetiva do seu tempo porque a m sica se encarrega de situar nossos sonho e contextualizar nossas lembran as RODRIGUES 1999 p 10 Fazer permanecer as mesmas can es significa sedimentar pelo simb lico os sentimentos de uma gera o a outra tornar comum as emo es socializar costumes e nacionalizar sentimentos E manter o elo compartilhar significados ib id as brincadeiras de roda assumem grande import ncia por levar forma o do c rculo situa o em que o grupo pode se comunicar frente frente Dando se as m os as crian as formam um todo Cantam dan am ou tocam juntas criam e seguem regras exercitam textos e movimentos de forma coletiva desenvolvendo a socializa o e praticando a democracia com valores de respeito m tuo coopera o e unidade de grupo Por meio do movimento r tmico musical o controle da motricidade acontece de forma natural e precisa O ritmo leva ordena o do pensamento e suas caracter sticas de organiza o do tempo exigem das fun es cerebrais maior agilidade e maior presteza Vejo que enquanto a crian a canta e gira organiza seus movimentos no espa o e promove o desenvolvimento de estruturas temporais A coordena o espa o temporal presente nessa coreografia representa a aquisi o cognitiva de v rios elementos al m de
267. da de esfor os coletivos e individuais de designers produtores publicit rios e de consumidores O brinquedo nesse contexto parte de um mundo culturalmente constitu do transferindo se como um bem de consumo e adequando se a mundos culturais diversos passando a adquirir o significado dado pelo consumidor individual ou seja a crian a que lhe d significado embora de certa forma eu esteja simplificando a complexidade desse movimento na sociedade de consumo fato que para Mc Grackeen 2003 p 101 uma compreens o plena da qualidade m vel do significado cultural e do consumo pode ajudar a demonstrar parte da total complexidade do consumo atual e a revelar de modo mais detalhado exatamente o que ser uma sociedade de consumo Vejo a necessidade de perceber a cultura como detentora das lentes atrav s das quais os fen menos s o vistos e como determinante para a maneira como s o apreendidos e assimilados pois ela o plano de a o da atividade humana ela determina as coordenadas da a o social e da atividade produtiva especificando os comportamentos e os objetos que delas emanam ib id p 110 Enquanto lente a cultura determina como o mundo visto e enquanto plano de a o como o mundo ser moldado pelo esfor o humano Isso significa que a cultura constitui o mundo suprindo o com significado Na sociedade ocidental contempor nea h uma esp cie de uniformidade de pensamento com rela o vis o do br
268. da e identidade podem ser compostos e decompostos especialmente os produtos similares e piratas caminhando lado a lado em suas fun es de mercado pois eles permitem que estilos de vida sejam constru dos e desconstru dos lan ados ao mercado e utilizados por pessoas cujas rendas certamente n o s o compat veis com o uso de muitos deles nas suas respectivas vers es originais Bourdieu 1979 ao afirmar que as no es de gosto boas ou m s e de estilo pessoal tornaram se mecanismos fundamentais de diferencia o inclus o e exclus o social A partir do s culo XX j era claramente estabelecida uma sociedade com consumidores diferenciados e novas modalidades de comercializa o e t cnicas de marketing na Europa e Estados Unidos com as vitrines as lojas de departamento formando sonhos e ati ando desejos atrav s da sedu o do olhar e dos investimentos Essa nova economia surgida em escala global no ltimo quartel do s culo XX denominada por Castells 2006 de informacional global e em rede para identificar suas caracter sticas fundamentais e diferenciadas e para enfatizar sua interliga o Para mim ela marca definitivamente um papel 245 de grandes contradi es para a crian a praticamente dividindo as em dois grupos em sua condi o socioecon mica claramente percebida em S o Lu s conforme identifiquei no cap tulo um H o grupo das que vive sem assist ncia sem muita objetividade quant
269. da organiza o dessas sociedades Diante da literatura depreende se que o contexto era outro a forma de organiza o da sociedade n o era semelhante a atual e era comum o fato de que n o havia brinquedos espec ficos para a crian a assim como separa o entre trabalho e lazer O mesmo acontecia em rela o a crian a e o adulto aquela seria miniatura deste Essa realidade permaneceu at o s culo XII numa vis o de inf ncia bastante peculiar e importante para o entendimento dos brinquedos da poca embora haja uma discuss o e cr ticas atuais para essa afirma o HEY WOOD 2004 o que pode levar a outras descobertas sobre o papel da inf ncia nas sociedades antigas autoridades recentes na quest o da inf ncia sugeriram que a Idade M dia a compreendia como um processo ao inv s de um estado fixo Em outras palavras tinha alguma compreens o da din mica do crescimento Esses estudos foram frustrados por acusa es de fazer uma leitura anacr nica do material medieval atrav s das lentes das teorias modernas sobre as etapas do crescimento contudo poss vel utilizar a literatura m dica did tica e moralizadora do per odo para demonstrar uma consci ncia sobre as etapas da inf ncia Ao observar as mudan as dessa vis o pelo que percebo do olhar hoje da sociedade para a inf ncia a crian a e o ato de brincar penso em que momento poder amos perceber um brincar destitu do de inten es quanto vida pr
270. dade Como Souza 1999 diz que vivemos em uma nova configura o cultural surgida com a mudan a de paradigma econ mico social muitas quest es s o prementes para compreender o que envolve o brincar para a cultura especificamente o da modernidade Uma delas buscar a explica o o motivo pelo qual a crian a brinca independente de idade sexo etnia classe social poca ou cultura ou do tipo de brinquedo ou propostas da ind stria Rosamilha 1979 p 49 aponta algumas respostas atribu das a essa indaga o numa demarca o temporal bastante diversificada Ela demonstra assim como diferentes teorias e concep es de inf ncia de crian a de brincar e do brinquedo indicam ao mesmo tempo contradi es e concord ncia de cultura na compreens o dos pesquisadores ao longo do tempo a respeito o que torna o estudo interessante e ao mesmo tempo instigante QUADRO 4 Schiller 1875 na Teoria do Recreio Lazarus 1883 na Teoria do Descanso Spencer 1897 fun o de provocar catarse Groos 1902 na Teoria da Antecipa o Funcional Teoria do pr exerc cio de fun es necess rias vida adulta Stanley Hall 1997 na Teoria da Recapitula o caracterizando a fun o at vica da atividade l dica Arist teles 2005 Clapar de Freud 1976 Erickson 1963 Sutton Smith 1996 Piaget 1976 Bhuler 1931 Case 1989 Fonte adapta o Rosamilha 1979 p 49 Quadro 4 Porque a cria
271. dade assim como o tradicional Todas as sociedades admitem que pr prio da crian a brincar Benjamin 2002 diz que suas m os podem transformar em um brinquedo pedrinhas bolinhas pap is madeira embalagens pl sticos que ela pode dar vida a figuras imagin rias intelig veis muitas vezes somente em seu mundo de subjetividades Na cultura da modernidade a manipula o a posse e o consumo do brinquedo envolvem nas opera es associadas ao objeto como um meio de sair do mundo real para descobrir outros mundos para se projetar num universo inexistente pois a crian a se forma num processo de jogos conforme assegura Huizinga 2004 p 03 a crian a vive em estado de jogo O homo ludens tem sua melhor express o e mais plena vig ncia na idade infantil A crian a forma se num processo de jogos de intera o l dica com as outras pessoas com os objetos com os animais com os fatos At antes de serem a dura realidade s o a male vel mat ria de seu brinquedo Esse viver em estado de jogo da crian a de acordo com Santos 2001 est relacionado ao estudo do mapeamento do c rebro feito pelos neurologistas Roger Sperry pr mio Nobel de medicina em 1981 e Ned Herman apud JENSEN 2004 que mostram fun es diferenciadas nos dois hemisf rios Nesse estudo os autores demonstram que o brincar est localizado no quadrante superior do hemisf rio direito do c rebro que se caracteriza pelo experimentar intuir expl
272. dade de brincar livremente de construir seus brinquedos e jogos importante ressaltar que existe uma oferta impressionante de brinquedos projetados sob as mais diversas concep es e culturas em livre circula o do mercado internacional At 1830 a estrutura produtiva do brinquedo era a mesma das sociedades antigas das sociedades antigas pela vis o que a sociedade tinha dele As inova es tecnol gicas do brinquedo s vieram a afet lo depois de plenamente estabelecidas e s muito depois ele foi transformado em mercadoria da sociedade de consumo A ind stria do brinquedo movimenta hoje no Brasil segundo a ABRINQ em m dia 777 milh es de reais anuais num parque fabril localizado basicamente na Regi o Sudeste com postos de trabalho que promovem 15 300 empregos diretos numa variedade de produ o de 4 500 brinquedos atendendo a 35 milh es de consumidores GR FICO 2 Esses dados deixam evidente a import ncia da ind stria que produz brinquedos e promove o brincar se considerarmos o que revela esses n meros Ao mesmo tempo espalham se artes os em todas as regi es brasileiras produzindo o brinquedo regional mantendo a tradi o a cultura local embora n o hajam dados estat sticos nacionais artesanais no pa s Por ser um mercado ainda organizando sob a estrutura da economia formal 5 3 1 Os fabricantes do brinquedo industrializado A produ o em massa de brinquedo das empresas pequenas e m dias tem se caracterizad
273. dade de ser um meio de express o com volume Para o autor sua significa o aparece atrav s de uma express o material como 193 tal pois um objeto dotado de significa o mas continua sendo um objeto Sua import ncia portanto est relacionada ao fato de ter uma determinada forma produzindo uma imagem particular Utilizando suas considera es destaco essa import ncia e suas significa es chamando a aten o para a forma o desenho a cor o aspecto t til o aspecto odor fico o ru do que a ind stria ou o artes o usa Busco esses elementos porque s o b sicos construtivos para ver a forma como a crian a reage que para Porto 1998 p 174 resultado de um alian a entre mat ria e representa o mat ria e representa o se aliam As cores berrantes ou em tons past is tamb m tornam se c digos e por conseguinte meios de significa o Do ponto de vista das representa es o brinquedo pode ser uma reprodu o da realidade como as panelinhas o ferro a vassoura o carro a boneca Nesse quadro s o privilegiados entre outros os objetos que representam o universo dom stico os meios de transporte o mundo animal certas pocas passadas Aponto portanto o brinquedo como um espelho fiel dessa realidade cultural da modernidade uma vis o de mundo onde est refletida a imagem da cultura local e global nem sempre revelada explicitamente Essa uma realidade que possibilita experi ncias variadas
274. das com base nessa amostra s o projetadas para a totalidade do universo levando em considera o a margem de erro que obtida mediante das investiga es sociais tomadas 32 comportamento eu desejava conhecer Fiz a op o por utiliz la como m todo pr tico para obter informa es necess rias constru o dos racioc nios em tomo do fato fen meno problema que investigava Ela me permitiria analis lo do ponto de vista emp rico na aproxima o com o brinquedo e seus significados quando do contato com fabricantes lojistas pais crian as buscando produzir um perfil dessa realidade em s o Lu s De posse desses recursos metodol gicos decidi escolher as reas espec ficas onde estaria observando o brincar em S o Lu s o contexto emp rico em que se daria a pesquisa Optei por utilizar principalmente o contato com os pais em situa o de compra com as crian as que os acompanhavam procurando estar nos ambientes de venda em datas de forte apelo comercial como o Natal o Dia das Crian as nas festas juninas e na p scoa datas especiais que promovem o consumo mas tamb m nos per odos de baixa para ver as diferen as porque queria perceber se havia contradi es ou mudan as quanto din mica de compra e venda entre esses momentos contradit rios na din mica do mercado Busquei as exposi es p blicas de brinquedos em dez lojas de com rcio varejista dez lojas especializadas em vendas de brinquedo de quatro shopping c
275. das taxas para brincar A sociedade moderna criou tamb m profissionais com titula es nunca antes conhecidos brinquedistas animadores recreadores etc Estes s o pagos para desenvolverem atividades que distraiam as crian as em oficinas hospitais escolas em projetos espec ficos e em atividades externas como festas o que ocorre com bastante frequ ncia em S o Lu s Essa realidade exige um olhar atento ao fato de que atualmente a crian a nem sempre construtora do seu pr prio brincar Al m disso ela n o tem muita oportunidade de conviver numa perspectiva criadora volunt ria e consciente com outras pessoas no desenvolvimento da independ ncia da coopera o da colabora o Pela falta de intera o deixa portanto de formatar a no o de que h outras opini es desejos e sentimentos presentes que se materializam no brincar conforme Oliveira 1998 p 55 a brincadeira simb lica d crian a a possibilidade de ir at o outro experimentar ser como se fosse o outro e voltar at si mesma Esse caminho pr revers vel simbolicamente tanto formador da reversibilidade operat ria formal aspecto l gico da estrutura o mental como formador da identidade pessoal sob o aspecto estrutural biol gico org nico hist rico e pessoal A import ncia de entender essas significa es simbologias e representa es na cultura moderna denotada no fato de que a crian a disp e de um acervo de signific
276. de filhinho e de outros sentimentos maternais a que eu estava acostumada a 22 relacionar com brinquedo Eles passaram a ser um convite a um maior conhecimento e provocaram um desejo de aprofundamento no universo em que eu agora via misturando mito fantasia representa es ideologias valores e significados de realidades talvez desconhecidas para mim O desejo de estud los se tornou mais forte quando de minhas observa es ao tornar me m e Percebi o que ia acontecendo com o brincar dos meus filhos pr ticas submetidas l gica de mercado oferta e demanda de brinquedos de tipos marcas e modelos variados com um forte apelo ao consumo feito pela m dia Ao mesmo tempo percebi que o brinquedo tradicional continuava presente e que a ind stria se aproximava dele produzia seus modelos e lhe dava um novo desenho e fun o e nesse sentido fazia uma releitura e apresentava crian a um car ter inici tico de sedu o como consumidora Ainda me surpreendia o fato da perman ncia desse brinquedo tradicional num contexto completamente diferente de onde surgiu atingindo uma sociedade moderna e uma crian a da era tecnol gica que se voltava para esses novos modelos que surgiam Assim eu chegava a conclus o de que haviam quatro tipos de brinquedos com os quais brincam a crian a moderna o tradicional o regional o industrializado e o virtual Essa constata o me inquietava e me despertava o desejo de transform lo em objeto de c
277. de consumo nos termos em que a conhecemos hoje j se encontrava plenamente estabelecida na Fran a o luxo e a vontade de consumir eram as preocupa es dos moralistas e pol ticos Existia uma profunda divis o entre o desejo de consumir e a culpa causada por esse desejo Este se justificava pela autoridade cient fica da teoria da evolu o que equiparava progresso moral e material e a culpa derivava dos ensinamentos religiosos e filos ficos que afirmavam o valor da austeridade No s culo XX manteve se essa tradi o Weber ao contr rio via no consumo uma amea a tica capitalista protestante Esta favorecia a frugalidade o conforto b sico n o os luxos e desejos Durkheim por sua vez identificava o consumo com uma amea adora anomia social dada sua dimens o individualista Esta s podia ser neutralizada pelo potencial agregador da divis o do trabalho encontrado na produ o Mesmo autores como Charles Gide Gabriel Tarde Walter Benjamim que viam de forma positiva o novo mundo e 246 aceitaram o fato de que h na atividade de consumo novas possibilidades criativas temeram de alguma forma o potencial desagregador do individualismo com o qual o consumo estava intimamente associado ib id A primeira apari o do consumo foi visto como epidemia ato de loucura orgia do gasto mundo de sonho MC CRACKEN 2003 Alguns historiadores dizem que a revolu o do consumo marcou t o profund
278. de de preserva o de sua inoc ncia e tamb m como ser fr gil um indiv duo moral e racional que precisava ser educada vigiada e corrigida No s culo XVIII os dois atributos da inf ncia inoc ncia e fraqueza persistiram acrescidos de um maior apuramento quanto aos cuidados f sicos Em meados deste mesmo s culo a moderna perspectiva de inf ncia emergiu constitu da por preocupa es em rela o ao seu futuro preserva o e exist ncia real e elas passaram a ocupar um lugar central na fam lia Pollock 1983 faz uma s ntese ao revisar os principais trabalhos da hist ria da 93 inf ncia produzida at o in cio dos anos oitenta indicando que em grande parte essas teorias trabalhando com a tese hist rica apresentavam as seguintes invariantes e N o existia o conceito de inf ncia antes do s c XVII As crian as eram percebidas como inferiores na escala social e por isso n o eram dignas de considera o Os trabalhos de ries 1981 Hoyles 1979 Hunt 1972 Shorter 1977 Stone 1974 e Tucker 1995 trazem essa perspectiva e As rela es pais filhos eram meramente formais Os pais eram seres inacess veis e a crian a um ser inferior por isso suas necessidades n o eram valorizadas ou atendidas Os estudos feitos por De Mause 1995 Piuchbeck amp Hewitt 1969 Plumb 1975 Stone 1974 e Thompson 1992 pertencem a essa categoria e A partir do s c XVII e in cio do XIX ao mesmo tempo em que a
279. de ostra de corda de papel o tem pre os diversos na feira por m nenhum desses brinquedos ultrapassam R 10 00 Eles s o comprados por pessoas que se aproximam desse tipo de brinquedo que gostam do produto artesanal e valorizam essa arte A maioria s o mulheres e dizem que h uma necessidade de manter a tradi o de se aporoximar do que nosso de manter minhas raizes 6 3 1 O Olhar do artes o Percebi em S o Lu s duas categorias de artes os os que est o no ramo h mais de dez anos t m uma hist ria familiar de tradi o de artes os e se ocupam apenas dessa atividade o que me leva a identific los como artes os profissionais Pensando em seu perfil t m em m dia uma faixa et ria de 35 a 45 anos uma escolaridade de n vel fundamental uma renda m dia em torno de dois sal rios m nimos S o residentes de bairros de ocupa o desordenada Vendem em m dia de 20 a 30 pe as mensais n o s o muito adeptos de participar de associa es encontros cursos e reciclagens por entenderem que j est o no ramo h muito tempo e det m o conhecimento da confec o do material pela experi ncia que j adquiriram Primam pela qualidade do produto e pela fun o junto sociedade Ao outro grupo eu chamo de artes os contempor neos S o oriundos de outros ramos de atividades n o possuem um hist rico familiar de artesanato e se ocupam dessa atividade h menos de dez anos T m em m dia uma faixa et ria de 3
280. de ser grande est o aqui dispon veis sem priorizar o sexo o que me parece estar de acordo com as afirma es de Feud ib Id O universo da Barbie est subordinado ao seu vir a ser um brinquedo que valoriza as a es l dicas permitindo a multiplica o das compras ligadas entre outras coisas diversidade das fun es l dicas propostas Marketing l gico e l gicas l dicas convergem para construir a imagem que da resulta o real percebido atrav s do filtro deformante de representa es culturais preexistentes sobre a mulher a moda os universos do prazer tais como as outras m dias romance cinema televis o as produzem Ele traduzido para exprimir o desej vel para uma menina ib id e por fim transformado para se prestar brincadeira Isso n o impede que a Barbie seja o suporte de proje es de parte dos adultos Observo que para muitos cr ticos a Barbie a imagem da controv rsia face a interpreta es diversas feita pelos adultos de forma negativa ou positiva que contribuem para reconstruir o seu sentido A essa interpreta o op em se duas maneiras de interpretar os mesmos elementos Uma delas enraizada na tradi o a outra numa cr tica contempor nea Alguns n o aceitam essa mulher incapaz de servir a um homem e seus filhos e que faz um uso muito liberado da sexualidade fora do casamento V rias rea es a essa representa o de mulher s o levadas a efeito por movime
281. de uma dada cultura na medida em que os brinquedos est o intimamente relacionados ao que est acontecendo na sociedade suas ideologias e valores E ainda que ao manusear um brinquedo a crian a possui entre as m os uma imagem que permite a es e manipula es em harmonia com as representa es sugeridas pela ind stria de bens culturais Pensa o brinquedo na cultura da modernidade como um produto mercantilizado em que suas imagens significados e simbologias s o reflexos do olhar da sociedade para a inf ncia Utiliza como campo emp rico do brincar S o Lu s do Maranh o como um lugar para perceber as mudan as e como sujeitos da pesquisa crian as de duas situa es s cio econ micas diferentes pais de quatro grupos diversos lojistas e artes os Utiliza como m todo o dial tico e como tipo de pesquisa a qualitativa Apresenta como resultado a constata o de que o brinquedo na cultura da modernidade disp e de um potencial de sedu o produzido por um fetichismo do produto para o consumo que globalizado com perfil fun es e significados para se adequar a todos os universos infantis dos diversos lugares consequentemente enfrenta a inevit vel caracter stica de equilibrar o global e o regional Conclui que a cultura da modernidade trouxe perdas e ganhos para o ato de brincar na passagem do modelo artesanal de produ o para o industrial no contexto moderno de pasteuriza o do tnico do original do ex tic
282. de vida caracter stico de seu grupo social e de outros grupos ao observar brinquedos e brincadeiras diferentes e Participa ativamente na resolu o de problemas que o brinquedo a brincadeira e o Jogo prop em e Estabelece rela es simples entre modelos diferentes de brinquedos na compara o de dados e Confronta suas id ias com as de outras crian as ou com adultos durante as brincadeiras e Formula coletiva e individualmente conclus es e explica es para a exist ncia de brinquedos e Utiliza diferentes formas de brinquedo brincadeira e jogo no contato do mundo social e natural N o apresento essas a es pensando que significam receitas moldes ou a afirma o de que todas as crian as reagem da mesma forma Por m que representam um movimento permanente e cont nuo no manuseio com o brinquedo que ocorre de forma natural Ela constr i sua pr pria forma de conhecimento em atividades permanentes Esse processo de retroalimenta o com temas relacionados ao mundo social e natural moderno bem como de pocas pr modernas ocorre na intermedia o do adulto que a ajuda a perceber regras de outros tempos assim como os materiais pr prios dos brinquedos tradicionais devem se constituir em atividades permanentes nas quais as crian as poder o estar em contato tamb m com temas relacionados ao mundo social e natural Os adultos poder o ensinar s crian as jogos e brincadeiras de outras pocas propondo pesquisas
283. de vontade pr pria o que decorre da interpreta o que a sociedade faz delas como preconiza a modernidade sem esquecer que as inf ncias s o m ltiplas e inventadas como produto social e hist rico Nesse sentido existe aquela que est margem das novas tecnologias dos games da internet da multim dia sem acesso aos produtos de 261 consumo e compondo dados estat sticos da inf ncia de rua da prostitui o e do trabalho infantil nas institui es de enclausuramento a inf ncia Ninja de Domeles 2006 Ao mesmo tempo a inf ncia cyber Ib Id aquela atingida pelas novas tecnologias que segundo alguns estudiosos vai ficando cada dia mais dif cil governar como seres que nos escapam frente a um cotidiano invadido diariamente por informa es modelos estilos globais e j n o t o ligadas sua realidade local dadas as mudan as sociais problematizadas pelos efeitos dos fen menos intelectuais e culturais que as afetam Crian as que desconhecem o seu entorno e que t m uma centraliza o em seu quarto transformado numa sala informatizada um quarto globalizado que reconfigura a inf ncia Para Horn 2003 p 153 a constru o do espa o eminentemente social e se entrela a com o tempo de forma indissol vel congregando simultaneamente diferentes influ ncias mediatas e imediatas advindas da cultura e do meio onde est o inseridos seus atores importante lembrar para fazer um contraponto que para Baudr
284. derno Castells 2006 p 44 diz que a cultura mediada e determinada pela comunica o que as pr prias culturas isto nossos sistemas de cren as e c digos historicamnete produzidos s o transformados de maneira fundamental pelo novo sistema tecnol gico e o ser o mais ainda com o passar do tempo Para ele o surgimento de um novo sistema eletr nico de comunica o caracterizado pelo seu alcance global pela integra o de todos os meios de comunica o e pela interatividade potencial mudou a cultura Nessa condi o o brinquedo como cultura material tamb m passou a refletir esses novos paradigmas Inseriu se numa situa o t pica de economia de mercado no brincar passando a ser linguagem comum quando se faz refer ncia ao brinquedo os termos lucro valores investimentos produ o destino consumo etc o que significa tanto uma demonstra o da mudan a de vis o da sociedade quanto da crian a e do seu brincar Nas observa es de Andrade 2001 uma das consequ ncias desse novo olhar que ao mesmo 34 Castells 2006 p 71 segundo os historiadores houve pelo menos duas revolu es industriais a primeira teria come ado pouco antes dos ltimos trinta anos do s culo XVIII caracterizada por novas tecnologias como a m quina a vapor a fiadeira o processo Cort em metalurgia e de forma mais geral a substitui o das ferramentas manuais pelas m quinas a segunda aproximadamente cem anos depois destacou se pelo d
285. derno e seus perigos para a crian a diante das concep es da ind stria cultural diferentes dos da pr modernidade em que muitos brinquedos foram objetos de culto outros instrumentos de guerra ou de feiticeiros confeccionados para espantar maus esp ritos At virarem brinquedos percorreram uma longa trajet ria cujo perfil foi mudando para chegar ao que compreendemos hoje Demonstra que o brincar hoje mesmo que com brinquedos tradicionais tem uma conota o cultural diferente do que significava para a crian a pr moderna quando brincava numa sociedade bastante diferente da atual O pr ximo cap tulo discute os aspectos do brinquedo globalizado e suas caracter sticas de mercadoria no contexto de produ o nacional e licita o de produtos Foca o papel da televis o no consumo do brinquedo moderno e sua utiliza o pelos fabricantes do brinquedo industrializado no Brasil Examina os n meros envolvidos em produ o venda e consumo do brinquedo pela crian a Discute o fato de que com a crescente tend ncia racionaliza o as caracter sticas do brincar sofreram mudan as radicais passando de objetos de rela es familiares a objeto destinado a um p blico espec fico Ele vem pronto catalogado com controle de qualidade tendo passado por testes de laborat rio para garantir a seguran a no uso indica a faixa et ria e o sexo a que se destina quando n o traz expl cito fica impl cito na cor da embalagem no modelo e em outra
286. didade um valor de oferenda aos deuses O jogo de ossinhos permitia adivinhar o futuro As pipas representavam a alma exterior do seu propriet rio que estava no solo magicamente ligada pelo fio fr gil arma o do papel de seda Na Cor ia a pipa funcionava como bode expiat rio para libertar dos males uma comunidade pecadora Em in meras outras regi es vamos perceber as diversidades das leituras que o brinquedo ao longo do tempo e das demarca o geogr fica adquiriu Percebo o quanto essa rela o interessante e claramente verticalizada al m do brinquedo nos jogos ao traduzirem um contato uma oferenda uma vis o sagralizada ao longo 150 de muitas civiliza es Assim nas sociedades antigas eram um rito social que exprimia e refor ava maneira de um s mbolo a consagra o a um deus conforme os exemplos a seguir e Osjogos Ol mpicos a Zeus e Os jogos P ticos a Apolo e Os jogos stmicos a Poseidon Da mesma forma vejo que alguns elementos dos jogos tamb m tinham valor encantat rio de ritos de entrada de passagem de sa da al m de outros mais espec ficos de lugares De acordo com a poca e a vis o da sociedade os jogos representaram aspectos simb licos do mundo animal mineral vegetal humano ps quico e divino Da mesma forma preemin ncia das esta es e caminho da sabedoria Constato que no s culo XX depois da Segunda Guerra Mundial passaram a simbolizar as novas rela es do homem com ele com a natu
287. dif cil para os trabalhadores que viveriam condi es inadequadas e irregulares Um grupo de direitos dos trabalhadores disse ter encontrado condi es brutais e viola es trabalhistas em oito f bricas chinesas que fazem brinquedos para grandes multinacionais O grupo China Labor Watch que tem base nos Estados Unidos disse em um relat rio divulgado ap s diversos meses de investiga o que as empresas chinesas que trabalham para empresas globais como Disney Bandai e Hasbro d o pouco valor aos padr es mais b sicos do pa s Sal rios s o baixos os benef cios s o inexistentes os ambientes de trabalho s o perigosos e as condi es de vida humilhantes disse o relat rio O relat rio coincide com um per odo de crescente observa o das exporta es chinesas devido a preocupa es de seguran a uma semana depois que a Mattel recolheu milh es de brinquedos incluindo 436 000 carros de sua linha Cars porque poderiam conter quantidade excessiva de chumbo 241 As importa es legais prov m basicamente da China Um dos problemas a enfrentar essa concorr ncia chinesa que dificulta a vida dos fabricantes brasileiros de brinquedos O presidente da ABRINQ informa que as importa es daquele pa s s o em torno de 45 do mercado dom stico e o fato que o Brasil estava protegido at o final de junho 2006 com taxa de 8 nas importa es Para tentar barrar o avan o chin s a presid ncia da Associa o encaminhou
288. diferentes pap is Atualmente vendida no mundo uma Barbie a cada 10 segundos ATZINGEN 2001 Em S o Lu s a boneca preferida das meninas Elas explicam os motivos apontados com unanimidade que gostam dela porque uma boneca diferente das outras porque tem articula es nos bra os nas m os nas pernas e d pra mexer com ela porque tem muitos acess rios porque muito ligada moda tem muitas roupas botas bolsas entre outros motivos Entre meninas de poder aquisitivo alto a m dia de bonecas Barbie por menina pesquisada entre 15 quinze e 20 vinte bonecas embora seja comum terem cole o com 30 trinta ou mais bonecas de modelos diferentes Muitas pessoas adultas tamb m colecionam a boneca formando um acervo de modelos diferentes guardadas apenas como aspecto afetivo e est tico pelo carinho que desenvolvem pelas bonecas Em s o Lu s encontrei pelo menos 15 quinze colecionadoras de Barbies se dizendo apaixonadas por ela buscando constantemente nas g ndolas das lojas modelos que ainda n o t m Chegam a dizer que comprometem parte do sal rio nesse hobby 124 Essa uma realidade interessante porque nem sempre foi assim no in cio quando ela foi criada as m es a viram com desconfian a como amea a um s mbolo da perda do poder materno sobre a escolha de brinquedos E al m disso por ser uma representa o feminina que se afastava de qualquer semelhan a de maternidade
289. digmas cient ficos os esquemas de consumo e de aspira es os modos de administra o da empresa os sistemas de alian as militares Portanto constato que h uma tend ncia a partir dos anos oitenta de inaugurar a linguagem global de informiza o dos modos de dizer e de ler o destino do mundo A no o de concorr ncia surgida da escola de pensamento neocl ssica ou neoliberal penetra em todos os estratos da sociedade e imposta por associa es internacionais ind stria da cultura Assim atualmente os brinquedos tradicionais industriais regionais eletr nicos e virtuais numa variedade de tipos e objetivos para sua utiliza o convivem juntos no lugar de certa forma com uma linguagem comum que a linguagem da m dia influenciando a crian a contempor nea que passa a ser manipulada em seus gostos e prefer ncias Ela provocada a gostar do que est na moda e do que todas as crian as gostam tamb m Essa a vis o contempor nea de cultura moderna fruto das v rias mudan as que foram ocorrendo no decorrer dos s culos por m mais acentuadamente nos ltimos cinquenta anos J afirmei que cada tempo hist rico desenvolve uma concep o de valores que reflete o ide rio do que ser crian a e do seu brincar Na sociedade atual encontro atitudes bastante contradit rias nessa tem tica em rela o ao adulto e crian a Enquanto seus mundos n o se misturam suas hist rias s o escritas separadamente em uns
290. do ao alcance da crian a uma variedade de atividades que al m de possibilitar a ludicidade individual e coletiva permite que ela construa o seu pr prio conhecimento as primeira id ia de Brinquedoteca surgiu em 1934 Espa o pr prio para desenvolver jogos geralmente ligado s brinquedotecas 144 forma de aquisi o cultural das fun es sociais adultas onde ocorrem as necess rias experi ncias das viv ncias futuras uma crian a que n o brinca uma crian a cuja personalidade n o se afirma que se contenta com ser pequena e fraca um ser sem determina o sem futuro Sem brincar ela n o vive a inf ncia queima etapas deixando vazios que mais tarde se manifestar o com bases inst veis da personalidade De acordo com essas reflex es percebo que o ato de brincar na cultura moderna apesar de sua nfase na mercantiliza o n o impede que a crian a compreenda as caracter sticas dos objetos seu funcionamento os acontecimentos sociais e que assimile os elementos da cultura Segundo Oliveira 2000 dessa forma ela estabelece rela es produz conhecimentos diversos e adquire conquistas que se estendem a todos os campos do desenvolvimento humano Considerando portanto os tipos de comportamentos sociais que a crian a revela ao brincar constato como Rodrigues 2000 que h variedade de atitudes que a crian a exercita enquanto brinca inserida numa esfera de materializa o da cultura moderna que envolve afeto
291. do brinquedo Diante dessa realidade a pesquisa qualitativa definiu se como a perspectiva mais adequada para a investiga o uma vez que concordo com Mynaio ib id que esse tipo de pesquisa responde a quest es com um n vel de realidade que n o pode ser quantificada Minha op o por esse tipo de pesquisa tamb m se deu pelo fato de que esta trabalha com o universo de significados motivos aspira es cren as valores e atitudes correspondentes a um espa o mais profundo das rela es dos processos e dos fen menos que n o podem ser reduzidos operacionaliza o de valores ib id Entendi nesta perspectiva as possibilidades para a investiga o que buscava no enquadramento do brinquedo da modernidade por que minhas categorias de an lise exigiam esse tipo de comportamento A pesquisa do tipo Levantamento tamb m me pareceu a mais adequada pelo fato de segundo Gon alves 2005 possibilitar a interroga o direta das pessoas cujo M todo Dial tico ao contr rio da metaf sica que concebe o mundo como um conjunto de coisas est ticas a dial tica o compreende como um conjunto de processos Segundo Lakatos 2001 um m todo de abordagem que penetra o mundo dos fen menos atrav s de sua a o rec proca da contradi o inerente ao fen meno e da mudan a dial tica que ocorre na natureza e na sociedade 5A pesquisa qualitativa segundo Minayo 2004 responde a quest es muito particulares Ela se preocupa
292. do certos pontos como refer ncia e at rituais para as crian as demarcarem sua condi o s cio econ mica Um exemplo disso vejo na Am rica Latina onde os pais apostaram na necessidade de suas crian as conhecerem a Disneyl ndia como forma de demarcar um status quo Os personagens Disney as bonecas Barbies e os in meros jogos virtuais que prendem a crian a em frente ao computador por horas seguidas sem atividades pr prias dela como correr andar de bicicleta entre outras tornaram se parte do Kit de brinquedos das crian as globais numa inser o nesse universo e na mercantiliza o do l dico Assim algumas consequ ncias como a obesidade infantil comum nos Estados Unidos passou a ser notada em crian as da classe m dia de sociedades bastante tradicionais como a chinesa e a da 218 ndia pelos mesmos motivos o brincar solit rio as ocupa es sedent rias abund ncia de alimentos comportamentos introduzidos de outra cultura Avalio esse fato como uma interfer ncia com s rias consegii ncias que altera padr es estabelecidos tradicionalmente Para Warnier 2002 isso seria um resultado provocado pela globaliza o da cultura ou pelos produtos culturais vendidos no planeta s mais diversas reas Pensando como Enriquez 2006 s o aspectos relacionados s consegii ncias de uma guerra econ mica que se intensifica a cada dia com v rias consegii ncias coletivas e individuais que provoca a dissolu
293. do da Cultura criada pelo Decreto n 20 668 de 23 de julho de 2004 que tem como rg os subordinados o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho vinculado cria o da Funda o Cultural do Maranh o desde 1971 atrav s da Lei n 3 225 de 06 de dezembro FIGURA 39 a Casa de Nhozinho a Casa do Maranh o o Parque Folcl rico da Vila Palmeira em S o Luis e a Casa do Divino de Alc ntara no munic pio de Alc ntara Para viabilizar as a es e projetos dessa Superintend ncia foram criados o Servi o de Apoio a Espa os Museol gicos e o Servi o de Programa o Cultural que d o suporte aos rg os vinculados s suas respectivas reas de atua o conforme organograma da Secretaria A Casa de Nhozinho foi aberta no dia 02 de junho de 2000 Ali os visitantes t m uma mostra das t cnicas de produ o da cultura material do maranhense no seu dia a dia que 280 v o de miniaturas e tipos populares at artefatos de grande porte como ve culos de locomo o e constru o civil FIGURA 40 H uma grande exposi o de brinquedos tradicionais de S o Lu s de materiais diversos como lata cer mica corda madeira vegetais como buriti entre outros Fonte PORTO Allana 2007 Figura 40 Escultura de Nhozinho e sua obra A Casa do Maranh o foi inaugurada em mar o de 2002 FIGURA 41 com a proposta de ser uma vitrine das belezas existentes no Maranh o inclusive com uma grande exposi o da mais c
294. do ecossistema natural muito presente em nossa tropicalidade com suas vers es para o bambu e outros materiais regionais V rios autores brasileiros permitem que conhe amos as viv ncias das crian as em per odos espec ficos como a poca dos engenhos que de certa forma correspondia maneira de brincar das outras reas no Brasil no mesmo per odo Vamos encontrar Gilberto Freyre em Casa Grande amp Senzala retratando a vida do engenho Jos Ver ssimo em 4 Educa o Nacional de 1906 apontando a inf ncia dos tempos da escravid o nas brincadeiras da crian a brasileira Jos Lins do Rego em seu Menino de Engenho retornando inf ncia dos tempos do engenho Arthur Ramos em O Folclore Negro no Brasil em 1954 demonstrando a presen a do folclore de origem africana nos contos e cantigas perpetuados pela m e preta junto aos senhores de engenho Todos esses autores retratam a dif cil vida dos meninos negros que acompanhavam as brincadeiras do senhorzinho na rela o de domina o a que eram submetidos nas casas grandes das fazendas coloniais brasileiras Imagem comum era a de meninos negros filhos de escravos obrigados a imitar cavalos enquanto recebiam golpes de chicotes de seus sinhozinhos que se divertiam montados em suas costas Em outras brincadeiras de menino no entanto essa rela o de domina o se invertia principalmente em disputas de jogos de pi o e papagaio Fora do controle adulto e sobre regras infant
295. do esp rito e do intelecto onde ocorrem as necess rias experi ncias que a crian a precisa ter pelo que h de vir e que t m papel fundamental para a vida na sociedade Nessa dire o como fen meno na vida da crian a refor ado pela cultura encontro bases te ricas com aplica es espec ficas nas Ci ncias Sociais em diversos ramos do conhecimento al m da Sociologia e Antropologia e ainda em aspectos mais particularizados em algumas ci ncias Santos 2001 diz que ci ncias diferentes trabalham o ato de brincar desenvolvendo pesquisas que procuram integrar os seus objetos aos conhecimentos que envolvem as experi ncias da crian a diante do brinquedo Nessa dire o vejo que brincar na cultura moderna diante do parque de brinquedos disposi o da crian a da variedade de modelos da diversidade de significados envolve portanto praticamente todos os comportamentos da sociedade pois permite o exerc cio do racioc nio da descoberta da persist ncia da perseveran a nesse relacionamento a crian a aprende a perder a ganhar a escolher a assumir a participar a negociar a escutar a delegar a postegar Assim quando a crian a brinca sem inibir a fantasia este ato fortalece sua autonomia e afirma o como pessoa ao explorar o mundo que lhe oferecido atrav s de um brinquedo De igual modo ela desenvolve a criatividade e o esp rito art stico ora alargando o seu ponto de vista ora se deslocando da centraliza o em si es
296. doras diante das reflex es e estudos realizados quanto ao que a cultura da modernidade tem provocado como impacto em S o Lu s no ato de brincar Constatei que os impactos desse mercado s o grandes que produziram mudan as no ato de brincar modificam e revelam a sociedade que os institui e as crian as para as quais s o direcionados diante das caracter sticas do brinquedo e da inf ncia nesses paradigmas Constatei que eles j n o correspondem s descri es sociol gicas cl ssicas e que isso uma das consegii ncias sociais do processo globalizador que associa o brincar l gica comercial imposta pelos fabricantes do brinquedo que por sua vez est o inseridos num sistema da ind stria cultural que os remete a esse comportamento Observei que isso ocorre como forma de pensar o brinquedo sejam esses fabricantes artes os ou multinacionais por que por meios bem diferentes prop em a mesma a o Ao mesmo tempo pude perceber o papel desempenhado por essa ind stria de bens culturais e pela sociedade de consumo nessas mudan as produzidas na sociedade na rela o crian a Percebi que a realidade em S o Lu s a mesma por que na cultura moderna a crian a vista hoje como um ser que tem opini o gosto interfere nas compras da fam lia participa define e adquiriu um lugar de destaque a quem os pais muitas vezes d o a ltima palavra em termos de decis es de compra Mas que h em S o Lu s duas situa es s cio econ micas em
297. dos atrav s do modo como s o projetados s o condicionados pelas ideologias e contextos sociais da poca em que foram produzidos o processo atrav s do qual membros de uma cultura usam sistemas de significa o para produzir significado Hall 1997 Assim nessa percep o objetos pessoas eventos no mundo n o t m em si mesmos qualquer significado fixo final ou verdadeiro Somos n s em sociedade que atribu mos significado s coisas e ao mundo que nos rodeia como ocorre com o brinquedo na cultura da modernidade e esses significados consequentemente ir o sempre mudar de uma cultura ou per odo para outro Assim brinquedos que traziam significados muito especiais em um per odo perderam significa o no contexto atual como os soldadinhos de chumbo populares no s culo XIX que significavam a heroiciza o das for as armadas quando o patriotismo era um valor social a ser cultivado Brinquedos de constru o como o Lego apareceram durante a nfase ao construtivismo valorizando padroniza o universalidade uniformidade e objetifica o e tamb m perderam significa o O diferencial que a cultura produzida pela ind stria cultural padronizada baseando se no gosto m dio de um p blico que na maioria das vezes n o questiona o que consome Vejo que os valores do brinquedo tamb m s o representados na materialidade dos objetos de que s o confeccionados como metal pl stico madeira silicone que revelam refer ncias c
298. du o In Suma Etnol gica Brasileira Vol 3 Vozes FINEP Petr polis 1987 RIBEIRO Lu s T vola Furtado MARQUES Marcelo Santos Ensino de Hist ria e Geografia 2 ed Fortaleza Brasil Tropical 2001 RICHARDSON Roberto Jarry e colaboradores Pesquisa Social M todos e T cnicas 3 ed S o Paulo Atlas 1999 RIO Jo o do A Alma encantadora das ruas Rio de Janeiro organiza o Sim es 1951 RIOS Lu s Geografia do Maranh o S o Lu s FTD 2005 RIZZO Gilda Jogos Inteligentes a constru o do racioc nio na escola natural Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1996 355 ROBERTSON Priscilla El hojar como nido la inf ncia de la classe m dia em la Europa del siglo XIX In De Mause Llyod dir Hist ria de la Inf ncia Madrid Alianza 1992 RODRIGUES Maria O desenvolvimento do pr escolar e o jogos S o Paulo cone 2000 RODRIGUES A D A Comunica o e Cultura a experi ncia cultural na era informa o 2 ed Lisboa Prisma 1999 ROGOFF B rbara A natureza cultural do desenvolvimento humano Porto Alegre Artmed 2005 ROSA Sanny S da Brincar conhecer ensinar S o Paulo Cortez 1998 ROSAMILHA N Psicologia do jogo e aprendizagem infantil S o Paulo Livraria Pioneira 1979 ROSSEAU Jean Jacques Em lio ou da educa o difus o europ ia do livro S o Paulo 1968 SANTANA Raimunda Nonata do Nascimento Metamorfoses Citadinas constitui o do urbano disputas territoriais e segrega o s
299. du o num vi s mercadol gico Isso revela que a difus o dos brinquedos tamb m uma demonstra o de diversidade de meios s cio culturais diferentes uma forma de globaliza o econ mica Benjamim 2000 explica que no in cio os brinquedos n o foram inven es de fabricantes especializados mas surgiram originalmente das oficinas de entalhadores em madeira de fundidores de estanho Antes do s culo XIX a produ o de brinquedos n o era fun o de uma nica ind stria O estilo e a beleza das pe as mais antigas explicam se pela circunst ncia nica de que o brinquedo representava antigamente um produto secund rio das divers es manufatureiras Elas eram restritas pelos estatutos corporativos e nesse sentido s podiam fabricar aquilo que competia ao seu ramo pela proibi o que os fazia dividir os trabalhos em fun es espec ficas quando no decorrer do s culo XVIII afloraram os impulsos iniciais de uma fabrica o especializada as oficinas chocaram se por toda parte contra as restri es corporativas Estas proibiam o marceneiro de pintar ele mesmo as suas bonequinhas para a produ o de brinquedos de diferentes materiais obrigavam v rias manufaturas a dividir entre si os trabalhos mais simples o que encarecia sobremaneira a mercadoria por conseguinte entende se por si s que a venda ou pelo menos a distribui o de brinquedos n o era no in cio fun o de comerciantes espec ficos Assim como s
300. duziu ou como foi pensado que comportamento pode ocasionar em seu filho N o esta uma preocupa o dos pais em geral em S o Luis Com rela o aos brinquedos tradicionais como a bola o pi o a peteca as bolinhas de gude a boneca h afirma es interessantes em rela o aos industrializados que justificam a aus ncia deles entre as crian as atuais dizendo que uma outra gera o Vejo com saudade Acho que eles pertencem h outro tempo Acredito que o tempo mudou as crian as As crian as n o gostam mais deles A maioria n o sabe brincar com eles Acho que eles n o conhecem mais esses brinquedos Percebo que os pais preferem os brinquedos regionais e tradicionais no entanto optam sempre por oferecer crian a o que mais apreciado por ela o industrializado ou virtual por acharem mais adequado ao mundo em que vive a crian a hoje bastante diferente das gera es passadas 328 6 7 O Olhar da crian a para o ato de brincar A realidade urbana contempor nea imp e crian a um ritmo acelerado pela conviv ncia com as desigualdades sociais e o bombardeio de m ltiplas informa es Ela capta aprende incorpora e por fim reproduz o teor desse mundo em que vive Em S o Lu s a realidade dura e as crian as est o conscientes dessa situa o Procurei saber qual a leitura que a crian a faz do universo dos brinquedos e constatei que ela tem muito claro as diferen as os
301. e uma luta cont nua de sedu o pois nada garante a estabilidade do interesse delas por essa ou aquela imagem e nem do tempo que ainda estar o interessadas Elas s o bem situadas para perceber a ilus o o lado enganador da imagem e a suprimir a depend ncia Lembro que a imagem traduz o desejo e o faz no cen rio de uma cultura O brinquedo socializa o desejo dando lhe uma forma control vel atrav s da brincadeira Torna se portanto interessante conhecer as interpreta es que ela faz diante dessa ind stria que pap is e valores est o sendo ensaiados a partir do brinquedo globalizado assim como qual sociedade est a exigir o treinamento operado nas crian as pelos brinquedos dispon veis ao consumo Outra forma de observar os significados culturais do brinquedo reside em princ pios id ias ou valores de acordo com os quais os fen menos culturais s o organizados Enquanto id ias orientadoras do pensamento e da a o eles encontram express o em cada aspecto da vida social e n o menos que em todo o resto nos bens Enquanto categorias de pessoas estabelecem os brinquedos de menino e de meninas ou dos brinquedos para faixa de idade determinada Nos princ pios culturais vamos ter a delicadeza dos brinquedos das 249 meninas a for a a virilidade nos do menino os da classe alta os da classe baixa os modernos os tradicionais um mundo revelador de diferen as e diversidades ib id que pode fazer dos objetos ndi
302. e Bungee Ninja Esses t tulos apontam para rela es de poder Dr para super habilidades naturais Roller Extreme Bungee Jumper ou para o poder sobrenatural Ninja Em todas elas portanto algum tipo de poder transmitido diferentemente da Barbie Da cabe perguntar quais s o os significados sociais potenciais que diferenciam as bonecas dos bonecos na cultura atual Como isso interfere no lugar e quais s o os valores ligados a essas representa es Utilizo as reflex es de uma autora n o identificada para responder a essa pergunta por que observa detalhes interessantes sobre isso Em alguns casos afirma que eles est o ligados ao g nero representado por meio de tra os n o modific veis Por exemplo ela diz que os p s da Barbie s o desenhados exclusivamente para sapatos de salto alto em outros casos atrav s de tra os modific veis o penteado as roupas FIGURA 36 Outro aspecto do g nero demonstrado ou implicitamente constru do o modo como os bonecos podem ser movidos Podem ou n o ser desenhados de modo cin tico pois a representa o da a o difere consideravelmente de um brinquedo para outro Ai eu percebo uma inten o na confec o na medida em que os dos meninos s o desenhados para a a o e os das meninas para assumir poses 133 Estamos assim diante de uma realidade bem demarcada do masculino e do feminino Os bonecos para meninos s o visivelmente diferenciados das bonecas para meninas do ponto
303. e a Recrea o nas Empresas como Espa os de Interven o da Educa o F sica no Mundo do Trabalho S o Andr Corpoconsci ncia 2005 PINCHBECK amp HEWITT Children in English Society Londoni 1969 PINTO C li Regina Jardim Uma hist ria do feminismo no Brasil S o Paulo editora Funda o perseu Abramo 2003 PLAT O A Rep blica S o Paulo Martin Claret 2000 PLUMB The New World of Children London 1979 POLLOCK Linda A Forgotten Children Parent Child Relations from 1500 to 1900 Cambridge University Press 1983 POLITZER Georgers Princ pios elementares de Filosofia 9 ed Lisboa Prelo 1979 PORTO Antonio Rodrigues Hist ria da cidade de S o Paulo atrav s de suas ruas S o Paulo Carthago 1996 POSTMAN Neil O Desaparecimento da Inf ncia Rio de janeiro Ed Graphia 1994 PRIORE Mary del Hist ria das crian as no Brasil 4 ed S o Paulo Contexto 2004 PUILLON J Tradition in P BONTE M IZARD Dictionnaire de lethnologie et de Panthropologie Paris PUF 1991 RAMOS Graciliano Inf ncia 3 ed S o Paulo Record 1995 REGO Tereza Cristina Vygotsky Petr polis Vozes 2002 REIS Jos Ribamar Sousa dos Folclore Maranhense 4 ed S o Lu s 2004 RIBEIRO Berta O ndio Brasileiro homo faber homo ludens In HOONAVIL Eduardo NETO Carlos Ara jo PETRUCCI Val ria orgs A It lia e o Brasil ind gena Index Rio de Janeiro 1983 Berta A Linguagem Simb lica da Cultura Material Intro
304. e continua preocupada com a cria o de brinquedos Essa preocupa o demonstrada na exist ncia da Escola Superior de Estilismo Industrial nica no mundo nesse ramo situada na cidade de Halle no pa s perseguindo a tecnologia e o conhecimento do brinquedo O curso tem a dura o de cinco anos nos quais o aluno presta uma sele o de acesso e direcionado a uma inicia o numa empresa de brinquedos mantida legalmente pela escola O programa curricular estabelecido conjuntamente pelos professores da mat ria Cria o de Brinquedos e pelos encarregados da empresa Durante esse ano os alunos dever o dominar as t cnicas industriais e artesanais e conhecer as bases necess rias para a constru o de modelos No primeiro ano s o abordadas bases art sticas configur veis e te ricas do trabalho de design e bases socioecon micas da profiss o para complementar as qualifica es pessoais S o inclu dos tamb m no primeiro e segundo ano conhecimentos de Psicologia Pedagogia e Antropologia O terceiro e quarto ano s o reservados para o desenvolvimento de projetos em que o aluno se v diante de novos objetivos tecnologias e materiais diferentes para que possa continuar seus estudos sobre figurativos em pl sticos ou em exerc cios de constru o t cnica A seguir vem o est gio numa empresa As bases s o dadas para a constru o de brinquedos para crian as normais e as com necessidades especiais interessante perceber com
305. e e s o conhecidos como Multi Usera Domains S o espa os virtuais nos quais estabelecemos contatosa sensoriais com outros indiv duos de diferentes partes do mundo e que est o se transformando tamb m em palco de experimenta es art sticas PRADO e ASSIS s d 320 Ao buscar a hist ria do v deo game vejo que um brinquedo da modernidade surgido em 1958 desenvolvido por Willy Higinhbothan A continuidade se deu nos anos 60 com Ivan Sutherland nos estados Unidos Em 1962 surgiu o primeiro jogo vinculado inform tica At chegar aos modelos inviduais contempor neos foi percorrida uma boa estrada A Atari a refer ncia aos modeos que revolucionaram o que j havia sido criado em termos dessa tecnologia e a respons vel por tornar esse brinquedo conhecido A seguir a Nintendo iniciou sua produ o e comercializa o e posteriormente a Sega tamb m entrou nesse mercado e um pouco depois a Sony o que favoreceu a competi o entre essas empresas Japonesas ALVES 2005 Essas empresas operam com cartuchos e CR ROM para atender s novas demandas do mercado Em S o Luis os v deos games s o muito utilizados no contexto do brincar virtual O preferido das crian as o Plastation muito comum entre as de poder aquisito mais favorecido Elas brincam tamb m com os jogos dos computadores com jogos da internet e dos celulares Algumas usam os jogos dos fliperamas dos shoppins Utilizam os diversos modelos de jogos que existem o
306. e e sugere o seu brinca e o seu brinquedo visto como um produto do consumo catalogado classificado testado e selado com prote o legal e amparo no c digo do consumidor ANEXO B sujeito s normas e crit rios que usufruem todos os produtos que s o postos venda pela ind stria O C digo do Consumidor respons vel tamb m por resolver quest es que envolvem brinquedos e ele um objeto que recebe a avalia o da qualidade e selo do INMETRO para que atenda aos diversos tipos de k a poi Ri 37 a consumidores S o v rias as advert ncias quanto compra de um brinquedo hoje tanto pelo 36 Foi determinado no dia 25 de agosto de 2007 pelo governo federal que os brinquedos importados devem passar por certifica o pelo INMETRO lote a lote em vez de quatro a seis meses por meio de amostras como era a pr tica Com isso segundo a ABRIMPEX Associa o Brasileira dos Importadores de Brinquedos aumentar a seguran a mas tamb m o custo do processo j que se as fabricantes n o atenderem s expectativas perder o um lote inteiro de produ o em vez de um pequeno n mero de pe as os fabricantes ent o ter o que repassar o custo ao consumidor explicou o presidente da entidade Eduardo Benevides detalhando que cerca de 60 dos produtos vendidos no Pa s s o oriundos do exterior Benevides adicionou que em rela o aos fabricantes nacionais a situa o pode ser ainda pior Para as produ es brasileiras ser o duas
307. e escreve no aforismo 285 a intranguilidade moderna medida que andamos para o Ocidente se torna cada vez maior a agita o moderna de modo que no conjunto os habitantes da Europa se apresentam aos americanos como amantes da tranquilidade e do prazer embora se movimentem como abelhas ou vespas em v o Essa agita o se torna t o grande que a cultura superior j n o pode amadurecer seus frutos como se as esta es do ano se seguissem com demasiada rapidez Por falta de tranquilidade 87 nossa civiliza o se transforma numa nova barb rie Em nenhum outro tempo os ativos isto os intrang ilos valeram tanto Logo entre as corre es que necessitamos fazer no car ter da humanidade est fortalecer em grande medida o elemento contemplativo Compreendo que h uma convic o entre os estudiosos do assunto de que o processo pelo qual o mundo moderno chegou a esse ponto foi principalmente pela import ncia dada economia produ o ao conhecimento cultura utilidade ou ao maior ganho poss vel de dinheiro Uma busca em nome da felicidade a qualquer pre o que gera crises sem precedentes Constato que vivemos hoje uma crise de muitas faces da sociedade pol tica social econ mica cultural tica art stica comportamental psicol gica gerando ang stias difusas que ao mesmo tempo interagem e se determinam Para Souza ib id p 15 uma situa o bastante contradit ria em uma cultura da ind
308. e expandido em escala cada vez mais global Da porque Broug re 2000 p 53 e Henriot 1994 p 35 apresentaram tr s n veis de diferencia o para que se entenda e defina o termo jogo trabalhado por diferentes pesquisadores em s culos diferentes Esta diferencia o despertou interesse cient fico nos ltimos 30 anos sendo til para compreendermos como se d sua articula o com a cultura e consequentemente situ lo na cultura da modernidade QUADRO 14 NForma de vero jogo Concep o dos autores sobre o termo jogo Afirmam que cada contexto cria sua concep o de jogos veiculado pela l ngua enquanto instrumento de cultura da sociedade Dependendo do lugar e da poca os jogos assumem significa es distintas Asseguram que permite identificar nos jogos uma estrutura seq encial que especifica sua modalidade dando lhe identidade pr pria Cada jogo jogado com regras pr prias distintas dos demais jogos Afirmam que representa o concreto o material que se joga o tabuleiro para o xadrez as cartas para o baralho a bola para o futebol basquete volley Ball Fonte Broug re 2000 p 53 e Henriot 1994 p 35 Quadro 14 N veis de diferencia o do termo jogo Partindo dessa reflex o demonstro baseada em Murcia 2005 os tra os caracter sticos do jogo da seguinte forma QUADRO 15 Aus ncia de finalidade Brinquedos objetos n o imprescind veis Motiva o intr nseca voluntariedade D
309. e lhe desperta o brinquedo em bando conduzem a crian a forma o das primeiras amizades dando lhe a no o de posi o social Nesse grupo come a o contato da crian a com o meio social de maneira mais livre e ntima As brincadeiras contempor neas numa clara confirma o com a cultura atual na vis o de Wajskop 1997 p 33 34 se definem pelos seguintes crit rios que respaldam as viv ncias de seu entorno e A crian a pode assumir outras personalidades representando pap is como se fosse um adulto outra crian a um boneco um animal etc e A crian a pode utilizar se de objetos substitutos ou seja pode conferir aos objetos significados diferentes daqueles que normalmente estes possuem e A crian a realiza a es que representam as intera es os sentimentos e conhecimentos presentes na sociedade na qual vivem e As regras constitutivas do tema que orienta a brincadeira devem ser respeitadas e Existe uma trama ou situa o imagin ria Por esses crit rios percebo a brincadeira como um movimento cheio de simbolismo como linguagem n o verbal da cultura que aparece nas imagens nos gestos nas express es corporais na express o musical nos sons e suas representa es Atividade em que as crian as sozinhas ou em grupo compreendem o mundo e as a es humanas nas quais se 61 mM P rs 3 Fundador da Psican lise Estudou o brinquedo e seus efeitos psicanal ticos na vida da crian a 178 inserem
310. e mim Eu vi uma barata na careca do vov EEEFEEFEELEFEFELREFREEL LISTA DE BRINCADEIRAS APRESENTADAS S CRIAN AS Bom Barquinho Caiu no po o Fita Quatro cantos Pegador Queimada Roda Pi o Sou uma viuvinha Bete Contagem Par ou mpar Pique Ordem Peteca Bolinha de gude Queimada Estiligue Pular corda Baliza ou das pedrinhas Canc o Esconde esconde Pular el stico APENDICE C 364 365 ANEXO A Guia do brinquedo e do brincar Uma publica o da ABRINQ Compre o brinquedo adequado idade da crian a O material empregado n o pode ser t xico Massinhas tamb m t m prazo de validade Verifique os componentes e n meros de pe as Veja se n o oferecem perigo crian a N o se deixe iludir pela propaganda Ela faz com que os brinquedos pare am mais atraentes do que s o na verdade Observe o conte do do brinquedo n o compre somente pela embalagem Aten o isto muito importante Verifique na embalagem se h o selo do Instituto Nacional de Metrologia Normatiza o Qualidade Industrial a indica o da faixa et ria para a qual o brinquedo indicado Ao escolher o brinquedo fiquem atentos embalagem que de acordo com o C digo de Defesa do Consumidor deve corresponder publicidade impressa nos folhetos an ncios de jornal revista ou televis o Alguns brinquedos como jogos qu micos devem conter na etiqueta principal do produto r tulos com a palavra CUIDADO e indica o d
311. e momento um sistema de significados e pr ticas produzidos para serem interpretados por aqueles que o utilizam e na cultura da modernidade s o cada vez mais perceptivos para essa interpreta o tamb m um processo que vai se delineando de forma local e global pois a forma de brincar n o semelhante n o s considerando a quest o temporal levantada nas diversas sociedades mas porque contemporaneamente atribu da uma import ncia grande faixa et ria da crian a na rela o com o brincar e com o tipo de brinquedo que ela usa De certa forma a ind stria identifica que tipos de brinquedos s o adequados procurando reconhecer brinquedo brincadeira ou jogo a partir de como a como a crian a reage diante dele de acordo com os valores culturais que apreende Percebo essa realidade ao constatar nas pesquisas com o grupo de entrevistados acima de 60 anos afirmaram que especialmente h 30 40 anos atr s n o havia nfase na 108 idade para a utiliza o de brinquedo no material utilizado e no tamanho das pe as e ao mesmo tempo que esses elementos n o indicavam a proibi o ou autoriza o para sua utiliza o por crian as menores Mas um forte indicativo era o grau de dificuldade motora para a vincula o do tamanho ao tamanho da crian a Era comum em S o Luis as crian as constru rem brinquedos artesanalmente reutilizando materiais como sucata papel frutas semente tecido madeira lata entre outros materiais
312. e movimentam pelo impulso dos p s da crian a no ch o 1 35 Cubos formas para empilhar pe as que pelos seus tamanhos diferentes se encaixam umas nas outras e podem tamb m ser empilhadas uma sobre as outras 1 37 Contas an is pir mides com eixo central pe as que s o empilhadas enfiando as em eixos contas para enfiar em cord o 1 39 Caixas de encaixe de formas e cores caixas carrinhos com orif cio de formas geom tricas diferentes para receber pecinhas que s passam pelas aberturas correspondentes para cair dentro deles 1 41 Bancadas e brinquedos para martelar brinquedos imitando bancadas de marceneiro 1 43 Brinquedos animados mec nicos figuras de animaizinhos de pl stico ou metal bichinhos de pel cia com movimentos a pilha ou bateria 1 45 Esferas esferas transparentes ou com recortes cujo conte do visivel externamente 1 47 Caixas de m sica brinquedos de pendurar com al a para puxar e p r em funcionamento o mecanismo musical interno 372 2 Brinquedos pata Atividades F sicas 2 01 Ve culos com pedais triciclos patinetes Karts tico ticos carrinhos imita o do real com pedais motos e bicicletas com 3 rodas patinetes 2 02 Ve culos el tricos no tamanho da crian a carrinhos para a crian a dirigir movidos a bateria ou pilha 2 03 Bicicletas bicicletas com 2 rodas e rodinhas provis rias na roda traseira bicicletas com duas rodas de aros crescentes 2 04 Patins
313. e podiam encontrar animais talhados em madeira com o marceneiro assim tamb m soldadinhos de chumbo com o caldeeiro figuras de doce com o confeiteiro bonecas de cera com o fabricantes de velas Essa situa o s se modificou no final do s culo XIX quando surgiram pequenas f bricas respons veis pela maior produ o de brinquedos Sobre essa concep o de brinquedos manufaturados Benjamin ib id diz que a Alemanha al m de centro geogr fico foi tamb m o centro espiritual de cria o de brinquedos Nuremberg a p tria dos soldadinhos de chumbo e da reluzente fauna da arca de No a mais antiga casa de bonecas de que se tem not cia prov m de Munique Os brinquedos alem es predominaram no mundo todo da poca e contaram a hist ria da pr pria Alemanha e da Europa especialmente os brinquedos de guerra soldados tanques caminh es armas os bonecos representativos da figura de Hittler marcaram uma poca no pa s e na hist ria moderna da humanidade Durante esse tempo a partir da substitui o do pr prio material de confec o os brinquedos demonstravam as mudan as que iam ocorrendo nas sociedades capitalistas que nasciam resultantes das vis es diferentes que surgiam dessa tem tica Essas sociedade 225 iniciavam a mudan a da concep o de brinquedo para numa nova linguagem mercadol gica e competitiva que seguiria impondo produ o venda e consumo um produto da Ind stria Cultural A Alemanha hoj
314. e porcelana mais finas s o feitas pela queima de argila pura e a translucidez do material torna as mais elegantes Boneca de vinil A maior parte das bonecas produzidas em influ ncia chinesa e passaram a ter roupas de seda usar dourado e tinham o penteado sokei que se caracteriza pelo excesso de adere os No per odo Kamakura 1192 1333 o shogunato que prevalecia no pa s por causa das constantes guerras fez com que as mulheres substitu ssem os pesados quimonos por trajes mais simples e isso se refletiu tamb m nas bonecas No per odo Edo 1603 1868 surgiram as karakuri bonecas que tocavam instrumentos e dan avam atrav s de um sistema simples de cordas retorcidas roldanas e fios As bonecas come aram a ser usadas no teatro Noh em 45 d C para homenagear os atores e personagens de maior destaque O mesmo ocorreu com o teatro Kabuki quando as bonecas foram criadas com os m nimos detalhes de vestimenta e maquiagem Existem tamb m os bonecos Gosho que representam beb s homens roli os pele muito clara cabe a grande e que carregam um peixe dispon vel em www geogle com br 163 grande escala atualmente s o feitas de vinil um pl stico macio Remontam ao tempos primitivos algumas s o pe as de arte popular altamente esculpidas em t lia americana ou europ ia Caracterizam se por serem figuras de papel que s o recortadas com roupas e acess rios cortados separadamente S o feitas de uma mistura de papel
315. e pressupostos que nortearam a pesquisa 31 1 3 Dos procedimentos metodol gicos 33 1 4 A sistematiza o dos cap tulos 39 2 DO BRINQUEDO CULTURA DA CULTURA AO BRINQUEDO 42 um estudo a partir de S o Lu s 2 1 O estudo em quest o 43 2 2 S o Lu s refer ncia do campo de pesquisa 59 3 O BRINCAR A INF NCIA E A MODERNIDADE a fluidez refletida 81 3 1 A Cultura da Modernidade 82 3 22 A Inf ncia e a crian a na Hist ria 90 3 3 As Inf ncias modernas o olhar da Sociologia 97 3 4 O brincar na cultura da modernidade 103 3 5 Novos paradigmas do brinquedo 115 3 6 As grandes rupturas com o tradicional 121 3 6 1 O Ursinho Teddy Bear 121 3 6 2 Barbie o s mbolo do brinquedo moderno 124 3 7 A materializa o do brincar da modernidade 141 4 O BRINQUEDO E OS PARADIGMAS DA MODERNIDADE novas 150 imagens e significa es 4 1 As novas mitologias 151 4 2 A boneca o brinquedo artesanal e da ind stria racionalizada 160 4 3 O super her i como brinquedo 166 4 4 Valores e classifica es do brinquedo da sociedade moderna 170 4 5 Brinquedo e brincadeira pr tica e produto da modernidade 176 4 6 Os jogos na modernidade geradores de cultura 186 4 7 Novas fun es do brinquedo moderno 194 4 7 1 O aspecto material do brinquedo 194 4 7 2 Significados do brinquedo 196 4 8 A outra face do brinquedo moderno perigos vista 199 5 BRINQUEDO MERCADO E VALORERS que rela o 21 5 1 5 2 5 3 5 3 1 5 4 5 5 6 1
316. e retrata e exemplifica uma realidade social e econ mica da distribui o do espa o em que vive Nesse sentido brincar com brinquedos regionais um aprendizado de vida que leva as crian as por esse ou aquele caminho como resultado da materialidade das rela es que ocorrem nos lugares Representa portanto condi o e suporte de rela es globais na medida em que os brinquedos regionais se mant m presentes em todas as sociedades modernas apesar da influ ncia da m dia para o consumo dos industrializados e da intensa resposta na aceita o e aquisi o Cabe investigar o que garante sua continuidade pensar as rela es que se estabelecem entre o artes o e o mundo mercantilizado do l dico diante do apelo publicit rio das complexidades da sociedade em que vivemos e do novo perfil da crian a contempor nea e do mundo tecnol gico especialmente a que vive no mundo urbano 53 Quanto aos brinquedos virtuais FIGURA 3 considero aqueles que s o brincados no computador com uma grande dissemina o de jogos inseridos no contexto dos movimentos que deram forma a eles influenciados pelos meios de comunica o de massa cinema e internet Reconhe o que os virtuais s o industriais quanto produ o por m os identifico nessa categoria especifica pela singularidade de fugirem id ia de artefato da cultura material Nessa co ndi o vejo que traduzem id ias e conhecimentos muito relacionados a uma s rie de a es que levam
317. e rodas infantis que chegavam junto a imigrantes de diferentes nacionalidades Dessa maneira ampliou se a diversidade ling stica nas can es juntando se s tupis e africanas Apesar de ela j praticamente n o existir nas reas centrais pode ser encontrado nas periferias de S o Lu s crian as brincando de roda uma brincadeira forte na quest o de g nero porque parece institu da como brincadeira de menina Essa forma o em c rculo pode ser a primeira experi ncia coletiva de percep o e explora o dos espa os internos e externos pela crian a Observo que os limites da roda funcionam como fronteiras ou alicerces das no es b sicas que desenvolvem a distin o de dentro e fora pertencer ou n o pertencer ser ou n o ser Com o corpo em movimento a crian a situa se avan a volta aproxima se afasta se comprime se liberta se e vai aprendendo tamb m os fundamentos das rela es que precisa 284 estabelecer em seu desenvolvimento Apesar da influ ncia europ ia e especialmente portuguesa poss vel encontrar influ ncias francesas nas letras tradicionais de roda que as crian as j n o cantam como eu sou pobre pobre pobre de marre deci e italianas capelinha de mel o de S o Jo o o original de Mil o A brincadeira de roda tem um papel social importante pela sua forma de brincar VILA E SILVA 2003 por m vai aos poucos perdendo essa fun o A roda situa a crian a em seu universo
318. e uma gama muito grande de produtos como bens de consumo Esses produtos v o se juntar e concorrer com os da cultura local j que hoje s o despejados no mercado brinquedos que s o levados pela expans o cont nua das trocas mercantis aos recantos mais distantes do planeta considerando o local de sua produ o Assim as crian as manuseiam brinquedos que foram projetados em um pa s e produzidos e distribu dos em outro numa vincula o sociedade do consumo pr tica comum entre os pa ses centrais e perif ricos no capitalismo atual Segundo Barbosa e Campbell 2006 na sociedade contempor nea consumo ao mesmo tempo um processo social que diz respeito a m ltiplas formas de acesso a esses mesmos bens e servi os tamb m um mecanismo social percebido pelas Ci ncias Sociais como produtor de sentido e de identidades Independentemente da aquisi o de um bem uma estrat gia utilizada no cotidiano pelos mais diferentes grupos sociais para definir diversas situa es em termos de direitos estilos de vida e identidades e uma categoria central na concep o da sociedade contempor nea Ainda julgo importante fazer refer ncia ao fato de que tamb m se relaciona aos conceitos atuais de cultura mercado consumo e valores e seu uso no estudo das Ci ncias Sociais Esse um tema que se mostra instigante pelas indaga es de ordem te rica que provoca do ponto de vista do mercado da cultura diante da globaliza o do brinquedo at
319. ecida por Buriti do Brejo e pertence mesma fam lia do Buriti Mauritia Vinifera com a qual constantemente confundida uma das palmeiras mais importantes para as popula es da regi o porque dela tudo aproveitado Segundo Morais 1987 o brinquedo de miriti tem uma origem muito antiga sendo utilizado pelas crian as da regi o de Abaetetuba para fazer suas montarias e vigilengas com que organizavam competi es nos rios igarap s e furos Sua utiliza o comercial parece ter se dado com a associa o festa do C rio de Nazar ib id Carvalho et al 2003 revelam como o artes o adquire a mat ria prima O Miriti vem do interior de Abaet Eles tiram as bra as do Miriti tiram a tala que fazem o tipiti para espremer mandioca fazem abano fazem paneiro e vendem o buxo pra n s Al m disso primeiro eles tiram a fruta pra amolecer pra fazer o vinho Do Miriti eles tiram tudo A palmeira d uma pala grossa Eles fazem um feixe grande para fazer rabo de foguete E a folha depois de seca eles embolam e vendem para os donos de embarca o ele encomenda a folha Ele puxa o barco pro seco arruma as folhas embaixo e bota fogo A o barco arde todinho e quando acaba de queimar come a a escorrer uma aguazinha e onde escorrer o dono sabe que ali tem turu e manda trocar aquela t bua Ent o o Miriti todo usado O Brinquedo no c rio de Bel m 1987 p 11 Em S o Lu s o brinquedo regional de madeira confe
320. edade Da eu inferi a fragilidade de um conceito que d conta dessa amplitude Em rela o mais espec fica situa o do brincar na cultura da modernidade e suas contradi es e a fluidez o desafio ainda maior As crian as em S o Lu s ouvidas na pesquisa dizem que brincar se divertir fazer algo divertido ter alegria se divertir com os outros fazer um monte de coisa legal e diferente Os pais dizem que brincar compartilhar experimentar dividir sua alegria com os outros soltar a naturalidade que est dentro da crian a Os vendedores dizem que poder usar o brinquedo da moda que usar brinquedos Diante dessas considera es concordo com Moyles 2002 e 2006 que faz mais sentido considerar o brincar como um processo que em si mesmo abrange uma variedade de comportamentos motiva es oportunidades pr ticas habilidades e entendimentos alicer ados cultura essa atitude que assumo em minhas considera es nesta investiga o A busca pela concep o do brincar me ajudou a demarcar conceitos a reconhecer 42 particularidades e diversidades na maneira de interpretar o brinquedo E ainda a constatar que em cada pa s o ato de brincar determinado por sua filosofia pela cultura e ambiente pela compreens o de valores e ideologias e pelas representa es sociais para trazer luz dessa perspectiva o brinquedo da contemporanei
321. edida em que os estudos sociol gicos e antropol gicos nos fazem ver que a cultura do harmoniosa entre indiv duos e grupos de culturas diferentes enquanto defende a criatividade por meio de in meras express es culturas de todos os pa ses estas denominadas como cria o contempor nea e patrim nio cultural O patrim nio cultural subdivido em patrim nio tang vel e intang vel A cultura adquire formas diversas atrav s do tempo e do espa o Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que comp em a humanidade Fonte de interc mbios de inova o e de criatividade a diversidade cultural t o necess ria para o g nero humano quanto a diversidade biol gica o para a natureza tema estrat gico para as pol ticas culturais no Brasil e no mundo Com a entrada em vigor da Conven o da Diversidade reafirma se direito soberano dos Estados de implementarem pol ticas necess rias prote o e promo o de suas express es culturais 107 brincar varia conforme os indiv duos os grupos seus h bitos costumes e condi es materiais pelas identidades da sociedade Em S o Lu s s o evidentes as mudan as que a modernidade trouxe para o ato de brincar assim como na mudan a da pr pria cidade um movimento cont nuo em que mudou a cidade a sociedade a crian a e o brinquedo consequentemente como resultado das conting ncias globais e lo
322. edo universal Maur cio Lima coordenador do projeto Jogos Ind genas Brasileiros fez o levantamento dos jogos e brincadeiras dos ndios do nosso pa s Os pesquisadores do projeto visitaram oito aldeias ind genas e catalogaram muitas brincadeiras Entre elas o quebra cabe a dos ndios Canela no Maranh o o jogo de dado dos Pareci no Mato Grosso e o jogo da banana dos Ticuna no Amazonas O Poi Aru Nhagii como conhecido o jogo da banana entre os Ticuna tem caracter sticas que lembram a queimada Diante de uma pilha de rodelas de banana duas duplas se confrontam uma tenta impedir que a outra derrube as rodelas da fruta Ao mesmo tempo outros participantes que est o ao redor e se dividem entre os que querem defender a pilha de bananas e os que querem derrub la procuram atingir os advers rios com uma bola feita com peda os de pano para elimin los Outros brinquedos identificados pelo projeto Jogos Indigenas do Brasil da esquerda para a direita bilboqu ndios Ticuna peteca ndios Pareci e dobradura ndios Canela Al m de jogos como o da banana a visita s aldeias revelou tamb m brinquedos fabricados pelos pr prios ndios como pi es feitos de frutas e varas de bambu ou zunidores 297 que s o uma esp cie de disco feito com o fundo de uma caba a a casca muito dura de frutos para brincar com o zunidor basta gir lo o disco emite um som pr prio Tamb m feitos pelos ndio
323. edores de brinquedos em shoppings supermercados e lojas de departamento cinquenta artes os de brinquedos cento e cinguenta pais e dez funcion rios de museus O contato direto com o fen meno observado na coleta de dados sobre a realidade do nosso objeto foi t o importante quanto a rela o com a fundamenta o te rica Assim como acompanhar o processo de produ o do brinquedo artesanal e as vendas as escolhas do produto observando os compradores adultos e infantis e suas motiva es Busquei nesse contexto observar os materiais de que s o confeccionados a forma de aquisi o dos diversos brinquedos os pre os e as pessoas a quem se destinam al m dos outros aspectos que demarcam essa realidade em S o Luis Nesse enfoque busquei conhecer para obter as informa es sobre o produto as principais ind strias no Brasil e de outros pa ses que abastecem o mercado interno os locais de produ o os percentuais de consumo de brinquedos nacionais e importados expostos venda Decidi separar os sujeitos da pesquisa da seguinte forma Os 150 cento e cinguenta pais investigados eu distribui em dois grupos socioecon micos diferentes prevalentes em S o Lu s 50 cingiienta da S o Lu s verticalizada e 50 cinquenta de dois bairros perif ricos da cidade 25 vinte e cinco pais com idade at 26 anos por entender que esses j fazem parte da gera o que experimentou mudan as nas ltimas duas d cadas em seu brincar quando crian a po
324. edu o associada pr tica do consumo a comercializa o do brinquedo e imagem do produto Insere se nesse universo valorizador da um acumula o de objetos sempre novos para consumir sem limites numa articula o de marketing e encena o uma caracter stica da cultura da modernidade que associa o objeto ao objetivo de venda numa l gica de consumo exacerbado que n o esconde esse objetivo Essa l gica mercantil que diferente da l gica da crian a exprime uma forma de ser adulto com um consumo totalmente fr volo Por isso ela se liga mais a um universo irreal ao sonho do que ao universo cotidiano E assim a seduz pelas possibilidades do vir a ser que ela comporta As m es que brincaram com a Barbie hoje se surpreendem com a precocidade com que as meninas gostam dela apesar da aus ncia do brinquedo beb t o aceito pelas crian as menores Criticam o fato de que o destaque n o est na boneca manequim mas nos acess rios Broug re 2006 analisa esse fato da seguinte forma a brincadeira cria uma distancia das imagens vinculadas pela boneca na medida em que a vida cotidiana fornece uma grande parte dos temas l dicos A Barbie passa a ser o suporte universal de uma express o de ser adulto Ela faz a liga o entre o conhecimento concreto que a crian a tem das tarefas adultas e a imagem de uma forma exaltante desse vir a ser adulto A crian a projeta na boneca a diversidade de fun es reservadas aos adultos e
325. eferenciados no cap tulo 3 considerados perigosos pela discuss o realizada ali Quando perguntadas se elas acham mais interessantes esses jogos do que brincar com bolinhas de gude ou de outras mais tradicionais acham que esses jogos s o desinteressantes n o t m a o No grupo 2 as crian as desconhecem mais a realidade de desigualdade econ mico social considerando que todos os amigos tamb m vivem a mesma situa o econ mica e social Para elas o mundo da crian a pobre parece ser um mundo marginal que elas temem e buscam se proteger A vis o que t m a das crian as dos sem foros pedindo ajuda dos que passam nas ruas do condom nio com a mesma inten o e ainda os notici rios da m dia que lhe enchem de informa es sobre a periferia vista de forma sempre aliada a um contexto de marginalidade de conflito e viol ncia Essas crian as brincam preferencialmente com brinquedos virtuais Diante de minhas discuss es ao longo do texto reflito nas palavras de Milton Santos 2005 quando afirma que a ordem global busca impor a todos os lugares uma nica racionalidade e os lugares respondem ao mundo segundo diversos modos de sua pr pria racionalidade Analisando esse fato em S o Lu s percebi que a urbaniza o acelerada e a exclus o econ mica consequ ncias da hegemonia pol tica do neoliberalismo produziram uma cidade com profunda degrada o espacial ambiental e social marcada pela fragmenta o urbana Constatei que
326. eitura e pelas ssocia es de artes os Essas exposi es acontecem em locais distintos como em pra as nas reas litor neas no Centro de Comercializa o de produtos Artesanais do Maranh o CEPRAMA FIGURA 53 no Mercado Central nas lojas que circulam a feira da praia Grande no Centro Hist rico Al m desses espa os podemos encontrar esses produtos em lojas de particulares em pequenas oficinas de artes os e em casas onde o artes o trabalha S o produtos variados com materiais diversos predominando o tecido a l a argila o tucum a corda a madeira o baba u as palhas entre outros Nas feiras os brinquedos s o expostos junto a outros produtos artesanais em uma mistura de cores e modelos 306 Para compreender a din mica das feiras dos artesanatos em S o Lu s tomo como refer ncia Ferretti 2000 quando diz que os estudos antropol gicos sobre feiras e mercados norteiam se basicamente por duas tend ncias Elas re nem de um lado a corrente chamada formalista em que os conceitos das teorias econ micas pol ticas cl ssicas formuladas nos s culos XIX e XX s o considerados universais e suficientes para explicar a realidade em qualquer sociedade assim essa vis o abrange a realidade seja ela urbana camponesa oriental ou ocidental por que os princ pios s o os mesmos e do outro a corrente substantivista que t m uma compreens o contr ria vendo as sociedades de forma diferente em suas especificidades pre
327. ejo alguns autores considerar a sociedade de consumo como aquela que pode ser definida por um tipo espec fico de consumo o consumo de commotity sign como v Baudrillard 1995 Para outros a sociedade de 37 Para Baudrillard uma distor o do capitalismo pela oblitera o do valor de uso pelo valor de uso e troca dos produtos poderia ser encarado como uma confirma o do poder e da influ ncia do hedonismo auto ilusivo na sociedade e no consumo contempor neo BARBOSA 2004 p 55 259 consumo englobaria caracter sticas sociol gicas para al m do commodity sign como consumo de massas e para as massas alta taxa de consumo e de descarte de mercadorias per capta presen a da moda sociedade de mercado sentimento permanente de insaciabilidade e o consumidor como um de seus principais personagens sociais BARBOSA 2004 Para Barbosa ib id necess rio ter clara a distin o entre sociedade e cultura porque para muitos autores como Jameson 2001 Bauman 2001 Baudrillard 1995 entre outros a cultura de consumo ou dos consumidores a cultura da sociedade p s moderna e o conjunto de quest es discutidas sob esse r tulo bastante espec fico Ele inclui a rela o ntima e quase casual entre consumo estilo de vida reprodu o social e identidade a autonomia da esfera cultural a estetiza o e comoditiza o da realidade o signo como mercadoria e um conjunto de atributos negativos atribu do ao consumo
328. el em www http isto digital divers o htm 202 linguagem informacional e a intimidade com as peculiaridades midi ticas com significa es diferentes Al m disso caracterizam se por desenvolver habilidades que o mundo adulto ir exigir o que ao mesmo tempo os exp e muito mais cedo a produtos culturais que nos ltimos dois s culos os convidam a um agir bastante diferente do que o brinquedo tradicional propunha Isso porque passamos pela ind stria de bens culturais da cultura comunica o da cultura ao cultural do povo ao p blico do cidad o ao consumidor o que nos faz encarar a cultura como servi o oferecido no global democr tico ao bem p blico comum do lugar e isto apresenta v rias consequ ncias MATTELART 2005 Para Bourdieu 2000 p 6 h um imperialismo cultural uma viol ncia simb lica que tra a um comportamento com significa es que afetam a sociedade atual e est presente em diversas formas entre as quais vejo o brinquedo moderno que se apropria em uma rela o de comunica o for ada para extorquir a submiss o e cuja particularidade deriva de uma experi ncia hist rica singular levando as a desconhecerem se como tais e a reconhecerem se como universais Essa viol ncia n o est representada apenas a rela es de for a no dom nio das m dias e da cultura de massa mas nos modelos de institucionaliza o das tecnologias de comunica o os modos de organiza o espacial os para
329. elicado E este sonho com suas novas significa es continua sendo vendido FIGURA 19 Para Broug re ib id a Mattel a incluiu no universo dos brinquedos sem ambigiidades quando a fabricou com sua indument ria no Jap o para obter um pre o compat vel com o mercado do brinquedo a apresentou em Nova York e a inseriu numa l gica l dica 125 Esse sonho vendido pelo fabricante da Barbie era semelhante ind stria cinematogr fica usando outros recursos n o surpreende que possamos destacar a similitude do trabalho da Mattel com os seus vizinhos de Holllwyood a constru o da Am rica ideal e imagin ria feita por imigrantes judeus ib id Para o autor ao criar a Am rica idealizada na tela os judeus reinventaram o pa s atrav s da imagem da sua fic o A boneca foi idealizada como produto para consumo por Ernest Dichet famoso na especialidade e segundo o mesmo autor conhecido como dono de uma imagem de manipulador todo poderoso Prova disso que usou como estrat gia a insatisfa o das mulheres da poca com o lar e mostrou atrav s da Barbie como o consumo poderia ser um meio de lhes afastar dessa situa o criando identidade e realiza o pessoal resolvendo atrav s da boneca a insatisfa o que deixavam transparecer atrav s dos movimentos que se levantavam t o importante na vis o americana do mundo O idealizador do marketing utilizou como fundamenta o dados importantes como refer n
330. eligi o e a magia se encontram muitas vezes entrela adas A distin o entre elas aparece nas seguintes esferas natureza dos fins visados as finalidades da regi o s o transcendentais como a salva o ou de car ter geral como vida longa as metas da magia s o imediatas e espec ficas e geralmente pessoais como boa colheita sucesso nos neg cios ou no amor morte de um amigo Tipos de atitudes envolvidas a religi o e a magia incorporam o ritual mas variam as atitudes em rela o a essas pr ticas a religi o acentua a atitude subjetiva dos participantes despertando sentimentos de temor respeito rever ncia em rela o ao que santo na magia a atitude mais casual e prosaica Espera se que as for as da natureza obede am s for as do m gico tipo de a o sobrenatural atrav s da religi o procura se a atua o do mundo sobrenatural habitado por seres sens veis aos desejos e sofrimentos humanos na magia a a o sobrenatural muitas vezes nada mais que uma for a ou princ pio imagin rio atribu do a certos objetos tipo de conduta a magia ao contr rio da religi o pode ser empregada para satisfazer objetivos tais como vingan a aquisi o ilegal de bens assassino etc que n o s o sancionados pelo grupo a chamada magia negra 151 forma um dos motivos a que atribuo esse fato por serem produzidos em contextos diferentes e trazidos para as realidades culturais locais fragmentando ou alterando de certa fo
331. elo brinquedo industrializado em detrimento dos artesanais no forte apelo da m dia no marketing do brinquedo como moda num processo de fetichiza o do produto que se traduzia em v rios fatos entre eles na constata o de que os brinquedos Barbie Max Steel e Hot Wheels produtos de uma multinacional licenciados por empresas brasileiras s o os preferidos pelas crian as e os mais vendidos em S o Lu s fatos que me pareceram bastante significativos para uma pesquisa mais detalhada nessa dire o diante da complexidade contempor nea De concreto a realidade que eu observava constantemente era uma nova rela o entre a sociedade e a crian a a crian a e o brinquedo o fabricante de brinquedo e a crian a e entre o adulto e a crian a Considerei que havia um movimento bastante din mico em rela o ao brinquedo como produto da ind stria cultural que estaria de alguma forma construindo essas novas rela es Mas eu ficava na d vida se esse movimento era causa ou consegii ncia De qualquer forma percebi que a minha busca deveria direcionar se a analisar a crian a como consumidora a quem o brinquedo se destinava ind stria como respons vel por essa revolu o e ao adulto que intermedia a aproxima o entre os dois E nesse adulto eu precisava estender o olhar para o produtor o vendedor os pais os artes os e todos que eu percebesse envolvidos nessa quest o Observava essa realidade da comercializa o do brinquedo considera
332. em tanto dos parques oficiais fixos quanto dos que ocorrem esporadicamente em locais p blicos e privados Nesse sentido h um predom nio dos brinquedos regionais e tradicionais embora os industrializados tamb m sejam vendidos nesse contexto comum encontrar no local bonecas de pano de modelos variados brinquedos de corda da madeira e de outros produtos regionais A maioria dos que compram esses brinquedos s o turistas Artesanato Arame Barro Boieiro Bordador Buriti Cer mica Chifre Chumbo Cip Corti a Couro Fibras da Algod o Fio Isopor Linha Madeira Miniaturas de Embarca es Palha Renda de Bilros Tecido e Tucum Muitas das crian as que s o criadas no ambiente de pais artes os s o aprendizes da arte O fato de vivenciarem essa realidade favorece a manterem uma atitude de intimidade com esses produtos Quanto aos produtos confeccionados de forma artesanal entre eles est o os brinquedos regionais e tradicionais que discuto no trabalho De todos esses materiais existem brinquedos pela riqueza de material e criatividade que movem os artes os a fazerem releituras do que observam no dia a dia de reproduzirem modelos e experimentarem novos Brincadeiras Populares 283 Boca de Forno Canc o Cartas de Baralho Castanha Chicote Queimado Dama Domin Futebol Gincana Papagaio Pata Cega Pau de Sebo Preto Fugido Pegador Peteca Pi o Pular Corda e Volley bool Quadro 28 Manifesta es tradicio
333. em as pecinhas est o sensores de luz e de toque engrenagens e transmissor infra vermelho para equipar os brinquedos que andam e se movem sozinhos Basta usar o programa que acompanha o brinquedo para definir 201 no computador o que ele far Depois s copiar esses comandos do PC para o c rebro do rob montado com as pe as Lego e pronto nasceu um novo rob Broug re 2000 diz que a crian a se apropria dos c digos sociais da transposi o imagin ria manipula os valores de bem e mal brinca com o medo o monstruoso as puls es os comportamentos individuais e conte dos sociais socializadores atrav s da comunica o que estes brinquedos desenvolvem entre as crian as Para ele o brinquedo moderno pode desse modo ser considerado como condicionante na medida em que estrutura ao mesmo tempo as representa es imagin rias e os comportamentos poss veis Um aspecto interessante sobre esses brinquedos diz respeito ao fato deles n o remeterem a nenhuma refer ncia presente na inf ncia da gera o dos pais Este um corte que autoriza a crian a a se considerar detentora de representa es ignoradas ou pouco conhecidas pelos adultos na medida em que o brinquedo parece ser hoje um piv essencial para uma constru o de sentido que questiona sem parar as contribui es anteriores Dist ncia limita o no tempo abandono estas s o tamb m as marcas e o apoio necess rio para uma progress o na constru o de uma
334. em que a globaliza o da ind stria cultural torna o brincar semelhante em todas as reas do globo atingidas por esse sistema em sua tend ncia homogeneiza o Confirmei essa realidade em todos os estudos te ricos e pela empiria em que constatei que brinquedo na cultura moderna um produto que varia na sua pr pria materialidade em fun o da maneira como concebido produzido e divulgado Assim tamb m em seus significados nos valores que lhe s o atribu dos no modo como organizado o acesso a ele como colocado disposi o da crian a do espa o das instru es das imposi es que o cercam e que dado pela sociedade 336 Assim caminhei no sentido de constatar que o lugar que o novo sistema midi tico e l dico confere crian a percebe o brinquedo como um objeto de acesso privilegiado cultura na medida em que se delineia um comportamento cultural comum internacional em constru o resultado dessa moderniza o da sociedade mesmo que ela se expresse de forma distinta em cada lugar o brinquedo transformou se portanto numa co produ o complexa entre os diferentes atores mobilizados os fabricantes os pais as crian as e associa as formas mais contempor neas de consumo a um ritual antigo permitindo que se encontrem e se expressem no pedido da crian a no seu desejo de consumo de possuir este ou aquele brinquedo que pode ser tradicional industrializado regional ou virtual Constatei que os brinque
335. emos uma representa o de suas simbologias Em toda a hist ria de exist ncia da boneca ela j foi produzida de massa b tula palha porcelana biscuit parafina alabastro madeira pelica celul ide e pl stico acompanhando a materializa o dada pela sociedade de acordo com suas viv ncias Teve olhos de cristal cabelos com fios naturais p lpebras que se moviam por meio de fios ligados a contrapeso de chumbo No Jap o elas se originaram com uma liga o muito forte religiosidade Pe No Jap o as bonecas s o chamadas de Ningyoo n o sendo apenas brinquedos infantis elas s o um s mbolo da hist ria dos costumes do pa s Em datas espec ficas elas s o tema da ornamenta o nas resid ncias japonesas No dia 3 de mar o se comemora o Dia das Meninas e as bonecas s o expostas na sala de visita em um altar de cinco andares onde as figuras do casal imperial est o no topo do altar O dia 5 de maio o Dia dos Meninos cujos bonecos guerreiros simbolizam for a e bravura Os primeiros bonecos japoneses foram os Haniwa estatuetas de barro encontradas em tumbas pr hist ricas Inicialmente elas eram muito simples moldadas em palha ou papel Posteriormente passaram a ser feitas de madeira cer mica m rmore e argila No per odo Heian 794 1185 as bonecas eram usados para afastar dem nios No per odo Nara 710 794 as bonecas sofreram a 162 A partir de 1823 pela primeira vez uma boneca articulou as palavra
336. en meno moderno N o obstante possui a racionalidade dos fins econ micos e a racionalidade de valores presentes no moderno Estado racional e em seu sistema jur dico e administrativo uma for a que delega a terceira esfera est tica expressiva a uma posi o inferior exposta s incurs es racionalizantes oriundas da primeira e segunda esferas Da surge a vis o da gaiola de ferro como destino do mundo 86 express o de Weber que simboliza a supremacia crescente e definitiva da racionalidade cient fica e t cnica sobre o mundo da vida Habermas nos passos de Weber constata igualmente uma coloniza o desse mundo pelos sistemas econ micos e administrativos e tenta fortalecer processos comunicativos os quais ainda est o fora de seu alcance Assim analisa a separa o entre o produtor e os meios de produ o dizendo que uma aplica o espec fica na esfera econ mica de um princ pio posto em pr tica em todas as esferas sociais especialmente na pol tica nas quais a divis o de tarefas com a separa o entre os meios de administra o e o quadro administrativo tem se desenvolvido desde o final da Idade M dia WEBER 1982 Para ele as esferas sociais s o aut nomas cada qual regida por uma l gica pr pria n o havendo uma esfera determinando todas as demais ou mesmo uma implica o causal direta entre duas esferas Sua perspectiva que a influ ncia de uma sobre outra indireta e d se por interm dio da
337. encaixe de pe as blocos de constru o com detalhes modulados para encaixar 3 07 Brinquedos de mec nica simples planos inclinados por onde descem bolas brinquedos em que gua e areia fazem mover as p s de um moinho 3 08 Brinquedos que representam modelos t cnicos brinquedos que demonstram leis fisicas elementares 3 09 Caixas de experi ncia caixas cient ficas caixas de qu mica corpo humano em detalhes caixas de materiais org nicos cristais herb rios microsc pios habitats 3 10 Brinquedos e jogos de perguntas e respostas enciclop dicos rel gios blocos de letras e n meros jogos de alfabetiza o brinquedos de tipo resposta m gica im 3 11 Brinquedos jogos de observa o e reflex o lotos domin s jogos de mem ria solit rios tipo resta um 3 12 Brinquedos did ticos blocos l gicos no es de fra es no es de quantidade tamanho forma 3 13 Brinquedos e jogos l gicos e matem ticos jogos com pareamento l gico sequ ncias temporais jogos com opera es matem ticas 3 14 Jogos inform ticos jogos por computador xadrez eletr nico perguntas e respostas l nguas estrangeiras 373 4 Brinquedos que Reproduzem o Mundo T cnico 4 01 Walkie talkies telefones meios de comunica o com funcionamento real 4 02 Aparelhos audiovisuais com fun o real r dios toca fitas toca discos karaok s walkmen microfones 4 03 Fog es aparelhos el
338. ender bonecas em cadeiras de roda a Mattel j produziu em 1997 uma boneca da linha Barbie chamada Share a Smile Becky deficiente E foi justamente esse produto hoje fora de circula o que resolveu o problema de Morgan A Mattel encontrou uma unidade em seus arquivos e a enviou menina Quando eu mostrei ela ela sorriu de orelha a orelha contou Angela Ela dizia Mam e igualzinha a mim igual a mim Dispon vel em www verdadeabsoluta net comportamento 258 pela ind stria dos divertimentos n o torna de fato mais humana a vida para os homens a ind stria cultural continuamente priva seus consumidores do que continuamente lhes promete O assalto ao prazer que a o e apresenta o emitem indefinidamente prorrogado Vejo em face dessas considera es que o ato de brincar possui diversas interpreta es e varia es e n o pode ser entendido de forma engessada sem altera es ou interfaces Tenho a convic o de que os brinquedos est o vinculados comercializa o da cultura material para fins simb licos de diferencia o atribui o de status pertencimento e gratifica o individual sinalizando para algum tipo de consumo particular ou para um tipo de sociedade espec fica com arranjos institucionais princ pios classificat rios e valores particulares Inevitavelmente chego conclus o de que a atividade de consumir na cultura da modernidade pode ser considerada um caminho vi
339. eninas e adolescentes e refor ado pela m dia que lhes apresenta personagens vestu rio produtos em tons e sobretons variados para agradar a elas Assim embora com menor import ncia pelos meninos os adultos insistem em fazer do azul a cor masculina marcando a difrerencia o entre os sexos 194 Portanto movido de significa o pelo material e seus elementos b sicos o papel do brinquedo guiar a a o ser um sustent culo dela torn la poss vel Permite estruturar enriquecer Eles n o se limitam criatividade da crian a ao contr rio abrem novos espa os para a inven o e possibilitam um enriquecimento do roteiro Penso que a produ o contempor nea rompe com a l gica rom ntica dos anos setenta que exaltava o informal o indeterminado e enfatiza o interesse pelo brinquedo estruturado A ambigiiidade dele vem do que exprime por um lado a inf ncia e os seus valores positivos por outro uma sociedade artificial oposta naturalidade do brincar importante portanto analisar as significa es do material 4 7 2 Significados do brinquedo Para uma an lise e percep o do significado do brinquedo atrav s do material importante considerar que manuse lo corresponde a manipular significa es naturalmente embutidas nele para que possamos compreender a leitura sugerida a partir de seu material importante para isso estar atento ao fato de que ao contr rio do objeto cuja forma segue uma norma ele pode
340. enso que h fundamentos nessa concep o Warnier 2003 p 70 afirma que as ind strias da cultura se renovam permanentemente e nesse entendimento considera que todos os ramos de atividades dessa categoria t m um impacto cultural enfim todas as atividades que sem serem habitualmente considerados como ind strias culturais propriamente ditas constituem um ve culo das mesclagens culturais Este o caso das ind strias alimentares de equipamento dom stico de brinquedo de vestu rio de medicina Na realidade local isso se efetiva na mudan a das brincadeiras nos tipos de brinquedo nas prefer ncias das crian as nas novas leituras que v o fazendo como as que constato em S o Lu s ao terem acesso a essas novas ofertas da ind stria do brinquedo Elas me dizem que a novidade que as induz a esse brinquedo importante perceber que o consumismo foi a faceta mais importante da globaliza o para o setor da ind stria cultural do brinquedo Ele afeta tanto os valores como os comportamentos e atinge as crian as no globo de forma intensa Especialmente no Ocidente e no Jap o houve uma dissemina o de gosto por brinquedos e jogos que se expandiram para outras sociedades como a ludovicense Crian as passaram a assistir a filmes a ter paix o por determinados tipos de jogos e programas de TV traduzidos para v rios idiomas com penetra o internacional Surgiram parques tem ticos em v rias cidades para serem visitados toman
341. enters em tr s grandes redes de supermercados da cidade em dois museus pra as nos espa os de brincadeiras e jogos de tr s shopping centers de cinco lan houses em dez barracas do com rcio informal das ruas do centro de com rcio varejista nas feiras mensais de exposi es organizadas pela prefeitura e pelas associa es de artes os que acompanhei durante dois anos no com rcio livre de brinquedo nas praias em duas oficinas de brinquedos artesanais em madeira em dois condom nios dois bairros residenciais perif ricos da cidade Divin ia e Santa Rosa um projeto da prefeitura brincando nos bairros assim como outros espa os indispens veis pela representatividade do lugar na rela o com o brinquedo industrializado ou artesanal 7 Segundo Ferretti 2000 no Brasil diferentemente do observado nos pa ses andinos e de muitas sociedades africanas onde a feira fazia parte da economia tradicional entre n s ela uma institui o introduzida pelo colonizador portugu s habituado que estava desde a baixa Idade M dia a frequentar in meras feiras de norte a sul do pa s Nossos ndios acostumados coleta e secundariamente policultura de subsist ncia n o produziam excedentes que justificassem transa es comerciais nem dentro nem fora da aldeia sendo documentada apenas a pr tica da chamada troca silenciosa Para Mauss 2003 a feira tinha uma significa o social uma esp cie de fen meno social to
342. entido objetivo e apreens vel oculta um sentido invis vel e mais profundo e que n o pode ser expresso diretamente Assim a linguagem simb lica vai al m do nome que identifica o objeto ampliando o seu sentido dando lhe novo significado e dire o Para Fiedmann 2005 os s mbolos s o express es profundos da natureza humana T m estado presentes em todas as culturas e em todos os tempos e t m acompanhado o desenvolvimento das civiliza es desde o primeiro s mbolo surgido nas pinturas ruprestes do Paleol tico Os s mbolos t m um grande poder de evocar j que se dirigem ao intelecto s emo es e ao esp rito O seu estudo tamb m o da humanidade As civiliza es antigas utilizavam os s mbolos na arte na religi o nos mitos e rituais significados conservados ainda hoje Considero interessante refletir como Alleau apud Friedmann 2002 p 81 que o s mbolo n o significa evoca um s mbolo evoca e focaliza re ne e concentra de forma anal gica e polivalente uma multiplicidade de sentidos que n o se reduzem a um nico significado nem apenas a alguns No brincar h um sistema de signos que representa a vida real sobre aquele que brinca O jogo simb lico por exemplo executa bem essa fun o O brinquedo representa um meio de comunica o a partir do qual designa uma realidade mais complexa Ele permite que a crian a imite medite sonhe imagine num sistema de signos que precisam ser aprendidos e decodifi
343. entifica com sua pr pria a o objetiva o tempo temporaliza se faz se homem hist rico Nesse cotidiano a crian a em S o Lu s vai compreendendo o seu entorno descobrindo a cidade e desenvolvendo o sentido antropol gico de pertencimento Para Santos 1998 p 20 esse um movimento dial tico que atinge a todos pois todos os dias o povo se renova o povo renova cotidianamente o seu estoque de impress es de conhecimentos e de luta Independente da rea onde a crian a vive em S o Lu s ela est fazendo as leituras correspondentes ao que lhe apresentado necess rio que a crian a desenvolva o sentido de pertencimento dessa realidade j que a cultura da modernidade entre tantas concep es diferentes d a ela entre outros um papel passivo sem envolvimentos com a vida produtiva o que muitas vezes dificulta o conhecimento de seu entorno especialmente as crian as da rea mais privilegiada economicamente Segundo Freire 1990 p 86 h uma indica o pontual para esse conhecimento que a localiza o o ponto de partida para a constru o do mundo O que tenho dito sem cansar e redito que n o podemos deixar de lado desprezado como algo imprest vel o que educandos sejam crian as chegando escola ou jovens e adultos a centros de educa o popular trazem consigo de compreens o de mundo das mais variadas dimens es de sua pr tica social Sua fala sua forma de contar de calcular seus saberes em
344. entos no o de coletivo muito menor do que o individualismo com novas vis es de crian a sociedade com novas significa es fortes elementos que trouxeram consigo a constru o de novos elementos para o mundo do brinquedo Constato que a ind stria dos brinquedos absorveu um entendimento importante o de que o brinquedo estimula o pensamento criativo o desenvolvimento social e emocional e por isto produz numa grande variedade dos brinquedos dos mais diferentes tipos e modelos sempre numa perspectiva de representar as fun es existentes na sociedade o da mulher e do homem representado em modelos de pequenos banc rios m dicos enfermeiros engenheiros comerciantes etc Assim a crian a pela ideologia que esses brinquedos transmitem s tem a op o de assumir o papel de propriet rio dele e nunca de criador ele n o inventa o mundo os adultos preparam lhe gestos sem aventura sem espanto sem alegria BARTHES apud WEISS 1997 p 27 A esse respeito devo observar que no Brasil a prefer ncia para os tamanhos grandes Normalmente a op o na hora de comprar um brinquedo a escolha recai sobre um volume maior em detrimento do menor 227 A ind stria de brinquedo instalada hoje no mundo segue um padr o de concorr ncia internacional que a obriga a manter alta a escala de produ o como parte da ind stria cultural Apesar de minha observa o sobre o fato de que na sociedade atual a crian a tem pouca liber
345. entre a exuber ncia da Amaz nia e a aridez do Nordeste deixa perceber diferentes tipos de interpreta es materializados nas formas nos tipos de brinquedos confeccionados e nos materiais numa clara demarca o clim tica entre o leste e o oeste do estado O brinquedo regional correspondendo essa condi o clim tica se constitui numa variedade de tipos e materiais diversos e nas brincadeiras e jogos ou nos brinquedos populares como o chucho ou fura fura o carro de lata de pneus ou de calha as pernas de pau os jogos de pedrinhas ou naqueles que usam materiais como palha bambu sabugo de milho pneu etc FIGURA 50 que trazem simbologias locais e apresentam uma leitura que vale a pena investigar como cultura material Essa produ o feita por artes os tem uma tradi o de anos mas normalmente transformada ou desaparece gradativamente de v rias regi es cedendo lugar produ o industrializada de brinquedos Essas transforma es ligadas ao dom nio da ind stria cultural s o cada vez mais r pidas a ponto de n o ser t o f cil localizar as manifesta es populares em nossa realidade urbana 303 Existem tamb m v rios brinquedos artesanais em S o Lu s hoje produzidos a partir de uma perspectiva ecol gica ou seja h um incentivo para reutilizar materiais e assim muitos s o confeccionados em sucata num reaproveitamento de material poluente que passa a ter uma nova leitura pela crian a FIGURA 51
346. eografia da Universidade Federal do Maranh o e Cl udio Eduardo da Universidade Estadual do Maranh o pela elabora o dos mapas que comp em a tese e Regina C lia de Castro Pereira e Hermeneilce Wasti Aires Cunha pelas fotografias cedidas Universidade Federal do Par pela oportunidade concedida para este doutoramento atrav s do programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais Universidade Estadual do Maranh o pelos espa os e bolsa concedidos para a minha forma o continuada Aos companheiros do Departamento de Hist ria e Geografia e do Curso de Geografia da UEMA que me permitiram a libera o para me afastar de minhas atividades acad micas para cursar o Doutorado 10 s crian as pais lojistas e artes os que me permitiram adentrar aos espa os necess rios para a constru o deste trabalho gr fica Inpressione atrav s de Rose e Alysson pela cria o da arte da capa e impress o do trabalho A meus alunos da UEMA motivo das minhas buscas pedag gicas e a todos que direta ou indiretamente estiveram envolvidos nesse processo Obrigada de forma muito especial a todos voc s 11 Deus brinca Deus cria brincando E o homem deve brincar para levar uma vida humana como tamb m no brincar que encontra a raz o mais profunda do mist rio da realidade que por que brincada por Deus S o Tom s de Aquino 12 P 1 INTRODU O 22 1 1 Iniciando a caminhada 23 1 2 Objetivos
347. er 1995 e Dewey 1969 que os relacionaram s reflex es filos ficas por ling istas como Vygotsky 1996 e Weir 1962 considerando a import ncia deles na aquisi o da linguagem por antrop logos como Batison 1955 Schwartz 1990 Sutton Smith 1996 e Henriot 1994 levantando quest es sobre a viv ncia da sociedade e por soci logos como Broug re 2000 que se apropria deles para estudar os aspectos culturais por psic logos como Bruner 1986 Jolly 1990 e Sylva 1980 Freire 2002 e Piaget 1976 que consideram o sentido psicol gico da quest o para Freud 1976 que analisou a fun o do brinquedo luz da Psican lise e pelos educadores Chateau 1987 Vial 1981 Alain 1992 que assinalam a import ncia dos jogos como recursos para desenvolver a crian a desde que respeitadas as caracter sticas dessa atividade Vejo que n o h entre os te ricos uma opini o nica sobre o assunto Eles t m apontado dire es diferentes para o entendimento do jogo dependendo da tica com que v em de suas caracter sticas e possibilidades Assim para Freud 1976 Klein 1976 e S Hall 2005 os jogos s o de origem biol gica para Winnicott 1975 e Vygotsky 1996 de origem social Para Garvey 1991 o jogo ao mesmo tempo produto e marca da heran a biol gica do homem e de sua capacidade criadora de cultura Por m h um consenso quanto sua import ncia cultural apesar dos olhares diferentes Todos os te ricos conco
348. ermo e as diversas aplica es para a qual essa palavra utilizada revela contradi es entre 83 os autores que discutem essa tem tica Buscando o que dizem a respeito vejo Souza ib id afirmar que haveria tantas modernidades quanto as diversas vertentes interpretativas em torno das quais se re nem os diferentes grupos Para ele 1999 p 21 poder amos fazer os seguintes recortes para compreender esses termos que envolvem a modernidade moderniza o moderno e suas varia es modernidade define cultura e sua norma an lise substantiva moderniza o preocupa se com o processo e sua forma estudo processual do desenvolvimento o homem moderno encerra busca das origens de a es e rea es que causaram mudan as profundas de rumo da episteme do Ocidente debate de id ias e cosmovis es modernismo termo que envolve a evolu o de pesquisas de ordem est tica com vistas a ajustar a arte s press es e desafios do mundo industrial No entanto para compreender a vida moderna vejo que Pereira e Sousa 1998 dizem que ela est ligada diretamente raz o foi sob o signo da raz o que se estruturou a chamada vida moderna Contradi o e pressa Muita pressa Assumimos a correria infinita como se fosse nosso movimento pr prio Desde a revolu o industrial temos nos deixado seduzir pelas id ias de utilidade produtividade e lucro passando a identificar tempo e dinheiro Rezsohazy ap
349. ersas faixas et rias Para essa demonstra o utilizamos os estudos de Murcia 2005 revelado no Quadro 7 a seguir Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade Solit rio De espectador Solit rio De espectador Paralelo Solit rio De espectador Paralelo associativo Solit rio De espectador Paralelo Associativo Cooperativo Fonte MURCIA 2005 p 38 Quadro 10 Classifica o do jogo do ponto de vista social Nesse contexto de modernidade Moyles 2004 diz que a maioria das crian as desenvolve basicamente quatro tipos de brincadeiras que na modernidade conforme o Quadro 11 180 Em que manuseiam brinquedos relativamente pequenos de equipamento como quebra cabe a conjuntos de pino ou varetas para contar blocos de madeira conjuntos para constru o encaixe jogos virtuais Que envolvem a es em ambientes fechados e abertos com a es musculares amplas como correr saltar ou andar de bicicleta de skate patins ou ainda na casas de brinquedos com bolas e cordas que comp em este brincar Em que a crian a desempenha papel muitas vezes em rela o a outra crian a ou a situa es que representam o real Caixas de acess rios de materiais diversos caracterizam essas brincadeiras de faz de conta Brincadeiras estruturadas e organizadas em torno de regras espec ficas f sicas e intelectuais Existe uma ampla quantidade de jogos dos mais variados tipos industrializados artesanais e virtuais
350. es antigas ou atuais em que brinquedo um objeto raro e nem sempre dispon vel ou a que constr i o seu pr prio brinquedo Assim torna se instigante para mim discutir o que est envolvido nesse processo que leva uma crian a hoje de dois pa ses centrais como os pesquisados a relacionar a possibilidade de brincar com o fato de possuir um maior n mero de brinquedo e por que a quantidade para ela t o importante Pergunto me tamb m como seria esse contexto em sociedades anteriores a essa vis o moderna da necessidade de ter para ser Certamente que esses n meros para a economia de consumo t m uma complexidade muito grande considerando a subjetividade que envolve as quest es sociais e a objetividade da economia de mercado Lembro que para Slater 2002 os valores observados do reino do consumo invadem outros dom nios da a o social de modo que a sociedade moderna uma cultura de consumo e n o apenas desenvolve especificamente suas atividades de consumo a dissemina o dos valores de mercado para a sociedade em geral ocorre primeiramente porque o pr prio consumo se torna um foco crucial da vida social Pensando assim recriamos na modernidade em n mero cada vez maior de reas da vida social por meio do uso de mercadorias enquanto outros focos como o trabalho a religi o ou a pol tica tornam se menos importantes ou menos significativos Os valores da cultura do consumo adquirem um prest gio que encoraja sua extens o metaf ric
351. es de outubro e de dezembro Como os brinquedos industrializados vendidos em S o Lu s procedem das ind strias nacionais e de licenciamento isso exigiu que eu buscasse o que diz o fabricante Este um dos aspectos que considero de extrema import ncia na pesquisa porque dele que v m as proposi es para a crian a brincar na forma do design e dos materiais diversos Assim observei que as ind strias brasileiras associadas seguem a orienta o da ABRINQ Para isso existe o Guia dos Brinquedos e do Brincar uma publica o desse rg o que revela o posicionamento do fabricante para as empresas associadas Nesse documento percebi que a associa o busca uniformizar a ideologia do brinquedo moderno entre seus associados Nesse sentido apregoa que os brinquedos s o importantes para a crian a dominar e em seguida controlar alguns aspectos do meio ambiente assim como criar outros mundos imagin rios com os quais ela se familiariza atrav s da tecnologia complexa que encontrar na vida adulta Como um segmento da ind stria brasileira sujeita s avalia es e controles da produ o e venda h preocupa o com a qualidade e isso gera normas t cnicas de fabrica o e um comportamento para os associados quanto condi o de seguran a Nessa dire o a ABRINQ acompanha estudos realizados pela Comiss o de Seguran a de Produtos de Consumo dos Estados Unidos CPSC 319 baseando se em informa es obtidas em pronto socorros daq
352. es mais acalorados na economia internacional nos ltimos anos O crescimento r pido e a redu o da pobreza em pa ses pobres 20 anos atr s como a China e a India entre outros s o aspectos positivos da globaliza o Mas esse fen meno tamb m tem 212 gerado significativa oposi o internacional A preocupa o que a globaliza o tenha aumentado a desigualdade e a degrada o do meio ambiente Santos 2005 diz que o processo de globaliza o acarreta a mundializa o do espa o geogr fico al m de uma tend ncia forma o de um meio t cnico cient fico e informacional indicando as seguintes caracter sticas para a modernidade e Transforma o dos territ rios nacionais em espa os nacionais da economia internacional e A exarceba o das especializa es produtivas em n vel do espa o e A concentra o da produ o em unidades menores com o aumento da rela o entre o produto e superf cie por exemplo na agricultura e A acelera o de todas as formas de circula o e seu papel crescente na regula o das atividades localizadas com o fortalecimento da divis o territorial e da divis o social do trabalho e a depend ncia deste em rela o s formas espaciais e s normas sociais jur dicas e outras em todos os escal es e A produtividade espacial como dado na escolha das localiza es e O recorte horizontal e vertical dos territ rios e O papel da organiza o e o dos processos de regu
353. esentada n o uma c pia id ntica da realidade existente uma vez que os brinquedos incorporam caracter sticas como tamanho formas delicadas e simples estilizadas ou antropom rficas relacionadas idade e g nero do p blico ao qual destinado 152 Nesse sentido vejo que h uma tend ncia a utilizar abundantemente o animismo e o antropomorfismo transformando os objetos em seres animados e os animais em representa es infantis especialmente os destinados s crian as menores Silva 2000 diz que vivemos em poca dos fragmentos culturais Seriam esses brinquedos uma forma de transformar a realidade ou eles s o conseq ncias diretas dessa fragmenta o S o questionamentos que me fa o enquanto reflito nesses aspectos da contemporaneidade vivemos em uma poca que corretamente renunciou Teoria Unificada uma poca na qual nos damos conta de que a hist ria tal como a individualidade a subjetividade o g nero a cultura composta de uma variedade de fragmentos e n o de inteiros epistemol gicos sem rachaduras ou imperfei es Lembro que hist rias de bruxas fantasmas e outros habitantes do universo do terror sempre fizeram parte do imagin rio infanto juvenil As fantasias mais estranhas d o vida hoje a uma variedade de monstros incr veis de aspecto asqueroso e poderes extraordin rios S o mutantes perigosos ogros de contos de fadas Al m de outros personagens com cabelo
354. esenvolvimento da eletricidade do motor e de combust o interna de produtos qu micos com base cient fica da fundi o eficiente de a o e pelo in cio das tecnologias de comunica o com a difus o do tel grafo e a inven o do telefone Entre as duas h continuidades fundamentais assim como algumas diferen as cruciais A principal a import ncia decisiva de conhecimentos cient ficos para sustentar e guiar o desenvolvimento tecnol gico ap s 1850 precisamente por causa das diferen as que os aspectos comuns a ambas podem oferecer subs dios preciosos para se entender a l gica das revolu es tecnol gicas 105 tempo que h o reconhecimento da import ncia do brincar oficialmente na pr tica fora dos n cleos de boa forma o human stica as atividades que envolvem divers o por preconceito geralmente s o alvo de rep dio por serem consideradas improdutivas por que n o geraremm lucro na ocupa o do tempo no espa o l dico quando consideramos o brincar livre Essa concep o tornou se natural depois da Revolu o Industrial em que houve uma tend ncia a fazer separa o entre o que s rio e o n o s rio opondo respectivamente atividades como estudar brincar lazer trabalho Poder amos dizer que os brinquedos e as brincadeiras hoje por refletir essa hegemonia de valores de uma sociedade de mercado e portanto mais concorrencial competitiva estejam refor ando tais valores Contribu
355. ess rio discutir cultura que simboliza tudo o que aprendido e partilhado pelos indiv duos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro dele Warnier 2003 considera que a humanidade se construiu dispersando se sobre quase toda a superf cie das terras emersas que as culturas sempre estiveram em contato e em troca umas com as outras e que a diversidade ling stica social e cultural foi levada ao extremo pelos mais diversos instrumentos Freud 1976 p 15 16 estabelece uma teoria do nascimento da cultura e da civiliza o das condi es de seu funcionamento de seus destinos poss veis a civiliza o humana express o pela qual quero significar tudo aquilo em que a vida humana se elevou acima de sua condi o animal e difere da vida dos animais e desprezo ter que distinguir entre cultura e civiliza o apresenta como sabemos dois aspectos ao observados Por um lado inclui todo o conhecimento e capacidade que o homem adquiriu com o fim de controlar as for as da natureza e extrair a riqueza desta para a satisfa o das necessidades humanas por outro lado inclui todos os regulamentos necess rios para ajustar as rela es dos homens uns com os outros e em especial a distribui o da riqueza dispon vel Faz sentido portanto emprestar de Geertz 2002 a defini o de cultura como um conjunto de mecanismos de controle planos receitas regras instru es para governar comportamen
356. essa import ncia cresceu muito e a dupla brinquedo e televis o insepar vel produtora de novas representa es da modernidade sua dimens o simb lica seu conte do representativo cresceu tanto em import ncia que a televis o pode facilmente coloca lo em evid ncia Estamos tratando da dupla brinquedo televis o insepar vel Atrav s do brinquedo como por meio da televis o a crian a v sua brincadeira se rerchear de novos conte dos de novas representa es que ela vai manipular transformar ou respeitar apropriar se do seu modo Da mesma forma como para os conte dos televisivos os fen menos do modismo e da mania regem a vida dos brinquedos Assim constato que a m dia desempenha nas sociedades ocidentais na cultura da modernidade um papel importante transformando a vida e a cultura da crian a e as refer ncias de que ela disp e Influencia particularmente a cultura l dica entendendo a como uma estrutura complexa e hierarquizada constitu da de brincadeiras conhecidas e dispon veis de costumes l dicos de brincadeiras individuais tradicionais e geracionais Incluindo ainda nessa cultura um ambiente composto de objetos e principalmente de brinquedos 68 Geracionais se refere a aspectos ou elementos pr prios de uma gera o espec fica 221 Portanto vejo que a id ia que predomina a de que o sistema dominante consiste em vender a um p blico o que implica em reuni lo diante da televis
357. etrodom sticos reduzidos com fun o imitando o real m quina de costura ferro de passar liquidificador batedeira 4 04 Veiculos em miniatura reprodu o em escala autos motos caminh es 4 05 Ve culos mec nicos e el tricos carrinhos caminh es avi es barcos movidos a fric o pilha 4 06 Ve culos tele e r dio comandados carrinhos caminh es avi es barcos movidos por controle remoto 4 07 Guindastes e m quinas simples mec nicos ou el tricos caminh es basculantes gr as movidos a pilha fric o ou simples 4 08 Pistas para autos trens el tricos acess rios autoramas circuitos sofisticados 4 09 Ve culos e m quinas simples autos caminh es avi es barcos de formas simples leves de pl stico ou madeira 4 10 Brinquedos objetos transform veis brinquedos representando figuras cujas partes ao serem movimentadas passam a representar outros objetos 4 11 Rob s 5 Brinquedos para o Desenvolvimento Afetivo 5 01 Pel cias com mais de 50 cm 5 02 Bonecos personagens imagin veis zoomorfos bonecos que representam figuras de fic o tipo tartarugas Ninja drag es com apar ncia humana 5 03 Bonecas para vestir n o manequim todas as bonecas com cabelo olhos m veis bra os e pernas articulados atividades animadas como choro fazer xixi rir falar 5 04 Acess rios para bonecas roupas bijuterias maquilagem chap us 5 05 Carrinhos ber os m veis
358. experimentam os mesmos efeitos da modernidade Os indicadores do IBGE 2000 e do Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF apontam o seguinte e 33 2 18 9 milh es das crian as brasileiras t m m es com pouca escolaridade nenhuma ou sem ter completado os quatro primeiros anos do ciclo b sico e 17 4 9 9 milh es t m m es que completaram os quatro anos b sicos da escola e 26 8 15 3 milh es t m m es que cursaram entre cinco e oito anos de escola segundo ciclo e 22 7 13 milh es t m m es que frequentaram mais de nove anos de escola Essa realidade tem permeado as sociedades ocidentais modernas Em S o Lu s poss vel essa constata o As crian as com pais de menor escolaridade est o nas reas mais pobres da cidade e no trabalho informal e ela participam diretamente das dificuldades do cotidiano da fam lia Enfrentam a realidade da luta pela sobreviv ncia As que t m uma situa o de melhor escolaridade dos pais vivem em situa o s cio econ mica melhor e elas t m contato direto com a m dia e com o computador geralmente bem antes do momento adequado s o estimuladas por imagens externas que v o substituindo as internas para as quais sobra pouco tempo e espa o Independente da situa o econ mica ambas t m sido bombardeadas com mensagens imagens e informa es da TV dos jornais revistas publica es informa es que v o acumulando 101 3 4 O brincar na cultura da moderni
359. eza jogos com pe as para equilibrar pegar rapidamente jogos exigindo rapidez nos reflexos 7 07 Jogos de habilidade e destreza eletr nicos videogames 7 08 Jogos de estrat gia e reflex o xadrez damas gam o trilha xadrez chin s 7 09 Jogos de simula o jogos de interpreta o jogos em que s o sugeridos por exemplo detalhes de uma determinada cidade e em que os participantes devem analisando diversas situa es decidir aonde construir um banco uma farm cia um cinema um campo de futebol 7 10 Jogos enciclop dicos de conhecimentos jogos que envolvem o conhecimento de temas variados 7 11 Jogos de n meros e letras jogos de palavras cruzadas jogos de descoberta de palavras ocultas jogos de descoberta de n meros ocultos 7 12 Jogos de m gica 7 13 Cole es de jogos caixas com jogos variados Texto Raquel Zumbano Altman Bibliografia L Education par le Jeu et l Environnement Revista trimestral da Associa o Francesa para a Educa o pelo Jogo no 29 Saran Fran a 1988 O Direito de Brincar a Brinquedoteca Adriana Friedmann et al Scritta S o Paulo 1992 The Best of Children s Product Design Stewart Mosberg FBC International Nova York E U A 1 988 Guia do Inventor Projetista de Brinquedos Toy Manufacturers of America Inc T M A Nova York E U A 376 ANEXO D FABRICANTES E IMPORTADORES DE BRINQUEDOS LAMO Fone Fax 55 3313 8000 email alamo Dalamo ind br
360. ferindo conceitua o de forma mais ampla e com inspira o antropol gica o que torna a busca pela hist ria cultura e sociedade mais social e menos mercantilista Opto por inserir as feiras em S o Lu s no segundo modelo por observar que a forma como em S o Lu s s o produzidas as feiras de artesanatos seguem o estilo dominante em Portugal funcionando quase exclusivamente nos centros urbanos As feiras de artesanato acontecem por projetos de iniciativa de dois segmentos pela promo o da Prefeitura especialmente pela Secretaria de Planejamento do munic pio SEPLAN diretamente respons vel pela Feira da Cidade e pela Associa o de artes os assim com a Feira do Artes o Associa es como a ACEART Associa o Central dos Artes os de S o Lu s a Associa o dos Artes os do Maranh o e outras independentes mensalmente revesam com a Prefeitura a utiliza o da Pra a Maria Arag o em que a promo o se d em fins de semana alternados pelas entidades Ali se espalham as barracas padronizadas pela Prefeitura tamb m respons vel pela infra estrutura do local fiscaliza o transporte dos materiais pesados de intermedia o para vendas externas e exporta es como acontece em alguns casos Os brinquedos est o expostos nas barracas de acordo com a ordena o dada pelo expositor Normalmente o n mero de barracas varia de 45 a 60 Observo que varia de acordo com o per odo de forte venda ou n o muito ligada
361. ficados feita por organismos acreditados pelo INMETRO com base em ensaios feitos da mesma forma em laborat rios acreditados pelo Inmetro Os ensaios realizados em laborat rios definidos a partir do tipo do brinquedo s o baseados na composi o dos materiais constituintes ensaios qu micos e tamb m na inten o e forma de utiliza o do brinquedo pelas crian as ensaios mec nicos Ap s a aprova o do brinquedo em todos os ensaios aos quais submetido concedido ent o o Certificado de Conformidade e a licen a para o uso da Marca de Conformidade que demonstram ao consumidor o atendimento do produto aos requisitos de seguran a contemplados na NBR 11786 Cabe ressaltar que os resultados obtidos nos Programas realizados servem para a verifica o da perman ncia da conformidade de produto aos requisitos especificados com o intuito de comprovar a efic cia do Programa de Avalia o da Conformidade bem como o aperfei oamento constante da utiliza o deste Programa O comprometimento de todo o sistema Brasileiro de Avalia o da Conformidade SBAC em buscar a implementa o de melhorias garante ao consumidor produtos e servi os seguros e adequados s suas necessidades 255 arsenal no Brasil para o atendimento a 35 milh es de consumidores ou 55 milh es de crian as e adolescentes o que representa dizer o atendimento a 63 6 de consumidores crian as na faixa et ria de 0 a 14 anos de idade As ind strias de bri
362. ficaram bem vontade e n o demonstram estranhamento pelo fato de que j vivenciaram um brincar diferente Interpretando as respostas dos quatro grupos verifiquei as diferen as comuns e as pontuais entre eles h um distanciamento quanto possibilidade de compra do brinquedo pela quest o econ mica por m uma vis o comum sobre as diferen as do brinquedo da modernidade para o tradicional e do perfil da crian a atual em rela o a eles quando tinham a mesma faixa et ria Vi tamb m um grande distanciamento entre os pais do grupo 3 e 4 que se mostraram os mais contradit rios o que seria natural para mim Os mais novos consideram que uma evolu o natural Esses mesmos adultos n o deixam de comprar os brinquedos em ofertas Afirmam que a motiva o para a escolha e compra principalmente o pre o e o desejo das crian as parecendo demonstrar que t m que se render cultura da modernidade Todos os adultos em situa o de compra escolhem brinquedos por sugest o da crian a a ser presenteada que por sua vez tem conhecimento do brinquedo atrav s de propaganda da televis o ou atrav s de um amigo que tem esse brinquedo o que confirma o 327 fA fato de que a crian a seduzida pela propaganda que a torna uma consumidora Outros aspectos levantados por mim como a seguran a a qualidade a adequa o idade o fato de estar na moda a beleza n o constitu ram um percentual significativo de respostas como motivo para a
363. forma de pesquisa Albert Einstein O cap tulo discute os aspectos do brinquedo globalizado e suas caracter sticas de mercadoria no contexto de produ o nacional e licita o de produtos Foca o papel da televis o no consumo do brinquedo moderno e sua utiliza o pelos fabricantes do brinquedo industrializado no Brasil Examina os n meros envolvidos em produ o venda e consumo do brinquedo pela crian a 210 5 1 O Brinquedo globalizado A ind stria cultural durante muito tempo foi ignorada pela teoria econ mica pelo fato de apresentar caracter sticas at picas ao que tradicionalmente sempre foi considerado pelas leis fundamentais que regem a economia Podemos atribuir s discuss es sociol gicas a aproxima o da cultura com a economia TOLILA 2007 Uma das principais dificuldades para esse enquadramento o fato de que a economia sempre tratou o objeto mercadoria por meio de crit rios bem demarcados as propriedades f sicas do bem a data e o lugar em que ele est dispon vel e os acontecimentos que condicionam sua entrega Como os bens nem sempre t m essas propriedades ela cria uma situa o at pica O surgimento e desenvolvimento das ind strias culturais fez surgir uma nova l gica que consiste fundamentalmente na aplica o dos processos industriais aos prot tipos da cria o art stica e cultural Benjamin 2000 em 1935 j antevia essa situa o com uma opini o negativa a respeito Posteriormente Adorno e H
364. formation du Jouet 2004 Quadro 8 Valores do brinquedo Conselho Internacional de Brincadeiras Infantis divulga o ABRINQ S Conselho Internacional de Brincadeiras Infantis divulga o ABRINC 170 Para melhor an lise os brinquedos s o agrupados em sete fam lias e cada uma delas em subcategorias ANEXO C Os brinquedos n o s o vistos de forma isolada na medida em que um pode conter v rias delas atividades sens rio motoras f sicas intelectuais criativas desenvolvimento afetivo rela es sociais Essas fam lias abrangem cento e dezesseis tipos diferentes considerando se o valor que cada uma tem e A primeira Idade Brinquedos para Atividades Sens rio e Atividades fisicas e Atividades intelectuais e Reprodu o do mundo t cnico e Desenvolvimento afetivo e Atividades Criativas Rela es Sociais Esses valores elencados e as classifica es em fam lias evidenciam o fato de o brinquedo al m de ser um elemento da cultura material e simb lica da vida moderna ao mesmo tempo deixam percept vel o fato de que visto como mercadoria cultural Isto me remete a Baudrillard 1991 ao discutir que como mercadoria cultural o objeto perde a finalidade objetiva e a respectiva fun o tornando se o termo de uma combinat ria muito mais vasta de conjuntos de objetos em que o seu valor a cria o As imagens os signos as falas os sons podem ser reproduzidos infinitamente superando a distin o entre imagem
365. gica Ainda como resultado dessa linguagem que associa os brinquedos s representa es simb licas de poder foram criados tamb m os brinquedos espaciais nos anos cinquenta e durante a guerra do Vietn o Homem Aranha outro super her i que se tornou brinquedo Hoje como personagem central de filme o super her i arrasta multid es de adultos e crian as ao cinema e s locadoras Essa imagem masculina faz contraste com a sensual Barbie j considerada como o objeto guia da transforma o do brinquedo e portanto da inf ncia no s culo XX Ap s esse momento de cria o dos her is e de sua materializa o como brinquedo veio a explos o dos jogos eletr nicos os high tech a importa o acelerada dos mais variados tipos de produtos vindos especialmente do Oriente numa competi o mercadol gica como bem da ind stria cultural e seus significados e tamb m o gen rico deles os piratas numa luta cont nua dos produtores para que sejam proibidos oficialmente mas que naturalmente penetram no pa s se n o pelos meios legais pelas fronteiras para serem comercializados no mercado informal Esse um universo para discuss es sociol gicas porque estamos diante de crian as que se projetam na sociedade e utilizam suas representa es n o s atrav s dos brinquedos mas por todos os meios pelos quais as informa es chegam at ela Isto me induz a pensar nas diferen as marcantes a partir do que ocupa o seu brincar na cult
366. gnificado atual n o que n o existissem seres humanos pequenos gestados paridos nascidos amamentados nascidos a maioria deles mortos antes de crescerem mas que a eles n o era atribu da a mesma significa o social e subjetiva nem com eles eram realizados as pr ticas discursivas e n o discursivas que somente fez o s culo XVIII na plenitude o XIX e at os meados do s culo XX nem a crian a nem o infantil foram considerados em qualquer medida sequer problema Os estudos de Ari s 1981 fundam se na tese de natureza moderna que sustenta a n o exist ncia da inf ncia durante os s culos pr modernos sob o ponto de vista de que a 92 crian a era indistinta dos adultos quer fosse nos trajes brinquedos jogos trabalhos linguagem e sexualidade Prop e tamb m mostrar como se deu historicamente a passagem da indiferen a ou ignor ncia como tamb m era chamada a poca de desconhecimento da crian a para a centralidade da inf ncia e seu conceito Vejo que foram ocorrendo mudan as f sicas e sociais de car ter local regional nacional e mundial nas sociedades alteraram se os perfis nas diversas gera es e especialmente a forma como a crian a est inserida nesses contextos Essas reflex es me levam a perceber que a descoberta da inf ncia come ou sem d vida no s culo XIII Sua evolu o pode ser acompanhada na hist ria da arte e da iconografia dos s culo VX e XVI por m os sina
367. guintes exemplos de situa es em que os brinquedos est o envolvidos e Mickey Mouse em desenho feito em 1940 um aprendiz de feiticeiro e O Mickey abre o bico de g s do aquecedor de seu quarto e tenta o suic dio ao desiludir se pela perda da Minnie sua namorada em outro desenho ele se joga do alto de uma ponte pelo mesmo motivo e A Bela Adormecida 1956 envolvida em feiti o de magia negra na Europa antiga misturava se uma vela com gordura e carne humana extra dos de um bra o decepado para usar como pr tica vodu e produzir um sono profundo no enfeiti ado e 4 Pequena Sereia 1968 faz um pacto para ser gente com uma bruxa que lhe diz eu quero sua voz e sua alma e Pokahontas tem nome ind gena de Esp rito e Hobin Hood o her i chama o Pr ncipe das Trevas e faz conjuros com as m os com sinais usados por religi es satanistas e Em Mogli a serpente disse lhe que olhasse em seus olhos pois o levaria ao abismo de onde jamais sairia 204 Para Jackson 2001 as s ries Pokemons Digimons Dragonbell Dragonbell Z e GT s o influenciadas pelo misticismo japon s Ele tamb m pensa que os personagens parecem incorporar caracter sticas do Xinto smo Budismo Hinduismo e outras religi es orientais e Nova Era Para Melo ib id houve uma prepara o para a inser o dos brinquedos nesse contexto em que a modernidade acabou por contribuir para tornar o mundo vazio e impessoal influenciando a cr
368. i o sonora e visual Um lugar bastante diferente de reas pobres da cidade Desde o come o da d cada de noventa a din mica imobili ria na 2 Lefebre 2004 verticaliza o ou seja a altura erigida n o importa a que ponto a partir do plano horizontal pode tornar se a dimens o do alhures o lugar da aus ncia presen a do divino da pot ncia do meio fict cio meio real do pensamento sublime O mesmo ocorre com a profundidade subterr nea verticalidade inversa evidente que nesse sentido o u t pico nada tem em comum com o imagin rio abstrato Ele real Ele est no cora o desse real a realidade urbana que n o est ela pr pria desprovida dessa semente No espa o urbana o alhures est em toda parte e em nenhuma parte 2 Segundo o presidente do Sindicato da Constru o Civil em entrevista concedida ao Jornal O Imparcial dia 4 de novembro de 2002 0 bairro que concentra o maior n mero de empreendimentos o renascen a onde se encontra o metro quadrado de terreno mais caro da cidade de S o Lu s entre R 1 1 mil a R4 1 4 mil 66 chamada rea nobre tem constru do im veis com linhas arquitet nicas de forte impacto visual e est tico A maioria constitu da por pr dios de apartamentos e ou flats de alto padr o Segundo Santana 2003 p 276 verdadeiros enclaves fortificados controlados por mecanismos de seguran a privada adensados nos terrenos formando a cidade vertical Esse
369. i assim o brinquedo a brincadeira hoje para a constitui o de homens e mulheres crescentemente menos preparados para refor ar a sociabilidade a solidariedade a puls o da vida que atravessa tanto as institui es quanto os grupos e indiv duos ENRIQUEZ 2006 Nessa linha de pensamento a implanta o da sociedade industrial foi decisiva na exig ncia do equipamento para as novas tarefas distanciando o brincar o lazer e o prazer do dia a dia na busca constante da produ o na sociedade capitalista urbano industrial A sociedade mudou o papel social da crian a na comunidade e consequentemente o significado do brinquedo como produto da ind stria cultural pela produ o em massa nas mais variadas formas de representa es da vida cotidiana No surgimento dessa sociedade industrial moderna o brinquedo passou al m de ter estimulado o seu consumo a revelar formas de brincar bem distintas para as quais os fabricantes visam atender Para tal tem em mira os diversos mercados consumidores de lojas parques tem ticos lan houses hipermercados com rcio informal shopping centers feiras etc em diversos formatos produzindo desde os modelos tradicionais aos estilos futuristas Ao mesmo tempo acompanham o comportamento social do pa s e do mundo Winnicott 1975 indicou o espa o l dico como aquele que permite crian a criar uma rela o aberta com a cultura o arqu tipo de toda atividade cultural que n o se limita a uma rela o s
370. ia particular nessa an lise Correia 1997 fala em particularidade din mica para captar o car ter da regi o e em fragmenta o articulada para dar conta do particular na globaliza o com a globaliza o o particular da regi o n o mais dotada de autonomia como talvez pudesse ser concebido em rela o s velhas regi es paisagens europ ias ficam claramente evidenciadas E as m ltiplas possibilidades de recortar a superf cie tornam a categoria da particularidade mais relevante Vejo que para ele a diferencia o de reas constitui se na base da possibilidade de podermos falar em regi o Entendemos vincular se ao conceito de lugar mas com a id ia de particularidade isto uma media o entre o universal processos gerais advindos da globaliza o 302 a particularidade configurada no plano espacial na regi o que se apresenta como media o entre o singular e o universal entre o local e o global tudo o que era principalmente regional nacional e continental agora tamb m e principalmente mundial A sociedade global o cen rio hist rico em que as condi es de integra o e antagonismo aliena o e emancipa o desenvolvem se em escala ampla acelerada influenciando indiv duos grupos classes etnias minorias sociedades e continentes S o Lu s do Maranh o com suas caracter sticas fisiogr ficas de cidade pertencente a um estado em transi o
371. ian a a modernidade que se estabeleceu ap s a Idade m dia teoc ntrica e m stica foi consolidada pelo Iluminismo pela Revolu o Industrial e pela Francesa Este per odo imprimiu no homem uma vis o humanista do controle da hist ria pela raz o Para Francisd Shaeffer a modernidade advogando o fim da religi o acabou contribuindo para tornar o mundo vazio e impessoal A falha em dar ao homem uma resposta baseada na raz o abriu espa o filosofia ir racionalista do final do s culo XIX a qual seguida pela Primeira e Segunda Grande Guerra e pelos dist rbios sociais do s culo XX culminaram no que ele chamou de a morte da raz o Assim delineou se o caminho para a p s modernidade caracterizada pela cultura isenta de absolutos f rtil ao retorno do pqganismo medieval em que a subjetividade tornou se par metro da verdade neste momento que os brinquedos industrializados substituem os artesanais Muitos desses aspectos citados pelos autores a respeito dos perigos dos conte dos de certos jogos em seu desenvolvimento pelas crian as eu pude constatar na observa o dos jogos em Lan Houses e em computadores em casa na forma como as crian as se envolvem em praticar as orienta es e comandos contidos nos jogos de simula o Al m disso algumas publica es em diversos setores j refletem essas quest es h algum tempo Muitos desses riscos est o evidenciados pelo pr prio fabricante conforme os encartes do CD
372. ias da coloniza o vejo que a cultura negra tamb m trouxe suas contribui es e deixou para as crian as ludovicenses sua forma de brincar N o f cil identificar as especificidades dessa etnia como afirma Rodrigues 1999 p 183 uma vez que os negros primitivos misturaram se ao cotidiano do per odo colonial nos engenhos nas planta es nos trabalhos das cidades e no litoral O mesmo afirma Cascudo 1958 ao lembrar que o menino africano sofreu a influ ncia de Paris e Londres al m de que h brinquedos universais presentes em qualquer cultura e situa o social como as bolas as pequenas armas para simular ca adas e pescarias ossos imitando animais dan as de roda cria o de animais e aves insetos amarrados e obrigados a locomover se corridas lutas de corpo saltos de altura etc Assim as crian as rec m chegadas a S o Lu s difundiram o repert rio de seus brinquedos e brincadeiras A crian a ludovicense conheceu atrav s da m e preta as cantigas os contos as lendas e mitos da cultura africana atrav s da literatura oral no entender de Cascudo 1998 p 53 sobre as crian as brasileiras As africanas usavam agora os materiais naturais dispon veis na nova terra por m n o deixaram de lado suas t cnicas e nem as formas de brincar Entre os 294 brinquedos africanos trazidos para S o Lu s est a espingarda de talo de bananeira constru da pela pr pria crian a numa rela o bem interessante com o elemento
373. iberdade e conviv ncia familiar e comunit ria Tamb m determina que todas as crian as e adolescentes dever o ser protegidos de qualquer forma de neglig ncia discrimina o explora o viol ncia crueldade e opress o No mesmo sentido o Estatuto da Crian a e do Adolescente estabelece os direitos dessas pessoas em desenvolvimento e o respeito sua integridade inclusive com rela o aos seus valores nos artigos 4 5 6 7 17 18 53 dentre outros Tamb m prev no seu artigo 76 as normas a serem seguidas pelas emissoras de r dio e televis o no tocante programa o a fim de que d em prefer ncia a finalidades educativas art sticas culturais e informativas que respeitem os valores ticos e sociais da pessoa e da fam lia O Estatuto da Crian a e do Adolescente n o disciplina a publicidade de forma espec fica que por compet ncia delegada pela Constitui o Federal prote o do consumidor regulada pelo C digo de Defesa do Consumidor O C digo de Defesa do Consumidor no tocante ao marketing infantil determina no seu artigo 37 que a publicidade n o pode se aproveitar da defici ncia de julgamento e experi ncia da crian a sob pena de ser considerada abusiva e portanto ilegal Esse o grande problema da publicidade voltada ao p blico infantil no pa s que a torna intrinsecamente carregada de abusividade e ilegalidade porquanto o marketing infantil se vale para seu sucesso ou seja p
374. ic o Na sua grande maioria t m superpoderes que n o s o comuns aos simples mortais Al m disso possuem grande for a uniformes e m scaras que ocultam a verdadeira identidade O objetivo de todo o Super her i a defesa do bem da paz o combate ao crime tomando para si a responsabilidade de ser protagonista na luta do bem contra o mal id ia esta que justamente o que faz com que os Super her is conquistem grande respaldo social principalmente entre as crian as Geralmente de um super her i deriva pelo menos um super vil o Essa mitologia que tem a ver com um certo equil brio do universo entre o bem e o mal ou o caos e a ordem 165 A hist ria dos brinquedos hoje revela entre eles v rios super her is A maioria surgiu nos anos 30 40 e 50 anos de guerra quando as sociedades precisavam de her is ao vivenciarem tempos dif ceis de lutas Nesse per odo foram criados o Super Homem em 1933 o Fantasma em 1936 o Batman eml939 e o Capit o Am rica em 1941 personagens que apareceram primeiramente nas hist rias em quadrinhos Assim tamb m Flash 1940 Lanterna Verde 1940 Aquaman 194 Mulher Maravilha Brasil Supermulher Portugal 1941 o Homem Aranha em 1960 Os Quatro Fant sticos Quarteto Fant stico no Brasil eml961 e O Incr vel Hulk 1962 S o personagens envolvidos em conceitos de justi a que acompanhariam a partir da as crian as em suas a es de bravuras materializando se em vestimenta
375. ica o O grande marco diferencial para a produ o e consumo de brinquedo foi o mesmo Dispon vel em http www abrinq com br 229 surgimento da televis o que trouxe para dentro de casa o sonho do consumo que as crian as viam atrav s dela Ao mesmo tempo os personagens de filmes e desenhos a que elas assistiam materializavam se em bonecos e jogos ampliando esses sonhos conforme j discutido O brinquedo mesmo na condi o de bem da ind stria cultural diante da globaliza o atual permite crian a uma refer ncia comum alimenta o brincar e influencia estruturas Essa cultura n o est fechada em torno de si mesma ela integra elementos externos que influenciam a brincadeira atitudes e capacidades cultura e meio social Os brinquedos nesse contexto devem encontrar seu lugar cativar seu espa o na cultura l dica da crian a Por essa inser o eles s o ent o objeto de uma apropria o Na atualidade a cultura l dica est orientada para a manipula o de objetos inseridos numa dimens o social Ela evolui sobre o impulso de novos brinquedos de manipula es atrav s de jogos eletr nicos de novas estruturas de brincadeiras de novas representa es de s mbolos e de novos suportes de representa es em que o brinquedo usado Essas f bricas associadas ABRINQ que comp em o conjunto de produtores do brinquedos no Brasil GR FICO 3 t m uma hist ria interessante e marcam uma trajet ria pr pria at
376. idade de apresenta o do resumo 2 Caso a SECEX entenda que um pedido de tratamento sigiloso n o justificado e se a parte que apresentou a informa o n o desejar torn la p blica nem autorizar a sua divulga o no todo ou em parte a SECEX reserva se o direito de n o considerar a informa o apresentada salvo se demonstrado de maneira convincente e por fonte fidedigna que a mesma correta Art 18 As investiga es ser o conclu das no prazo de at oito meses contados a partir da data da sua abertura CAP TULO V DA APLICA O DAS MEDIAS DE SALVAGUARDA PROVIS RIAS Art 19 Sem preju zo do disposto no art 9 em circunst ncias cr ticas nas quais qualquer demora na aplica o da medida pode causar dano dificilmente repar vel poder ser adotada medida de salvaguarda provis ria ap s uma determina o preliminar de que as importa es causam ou amea am causar uma desorganiza o de mercado 1 Logo ap s a aplica o a medida de salvaguarda provis ria ser notificada ao Comit de Salvaguardas da OMC e se apresentar solicita o de consultas bilaterais 2 A medida de salvaguarda provis ria ter dura o m xima de duzentos dias gu p 3 Uma vez adotada a medida de salvaguarda definitiva o prazo de aplica o da medida em car ter provis rio ser computado para efeito de vig ncia total da mesma 4 Medidas de salvaguarda provis ria ser o aplicadas pela imposi o de
377. idade de seu rabo Importantes produtos culturais de exporta o Japoneses n o s o apreciados apenas no Oriente Contagiaram os americanos os franceses os alem es e atingiram o cora o das crian as de todas as idades no Brasil A f brica de brinquedos Estrela importadora dos animaizinhos trouxe para as lojas nacionais diversos tipos de monstrengos de bolso entre eles al m dos Pok mons o boneco falante Furby com cara de coruja da Tiger Electronic sucesso entre europeus e americanos desde 1998 Furby uma combina o de circuitos eletr nicos e mec nicos controlados por dois chips e diversos sensores de toque e de luz espalhados pelo corpo O animalzinho de pel cia fala 800 palavras dan a espirra sente c cegas reconhece a presen a de seu dono e comunica se com outros animais de sua esp cie usando um emissor de raios infra vermelhos Muitas novidades surgem diariamente no mundo moderno dos brinquedos desde o microsc pio X3 resultado de uma parceria entre a Intel e a Mattel que mostra na tela do PC o que estiver na l mina de observa o at os bonecos interativos como o dinossauro roxo Barney da Microsoft e o ursinho Puff da Mattel Ambos falam e reagem a est mulos em seus sensores Entre os brinquedos feitos para atrair os adultos a grande sensa o fica por conta do Minds Torms da Lego um conjunto de 700 pe as de montar acompanhado de chip que funciona como o c rebro do brinquedo No mesmo it aonde v
378. ido pelo brincante Dessa forma o entendimento de que qualquer objeto pode ser um brinquedo pois o sentido l dico s lhe atribu do por aquele que brinca perdurando assim a brincadeira Outra forma de definir brinquedo em rela o a uma representa o social ou reconhecimento da fun o ou aspecto do lugar a que se destina no sistema parcial de distribui o do objeto mesmo que n o seja utilizado na brincadeira Nas palavras de Broug re ib id uma materializa o de um projeto adulto destinado crian a como propriedade sua para usar conforme sua vontade em seu tempo pr prio Benjamim num artigo de 1928 diz que h uma lei fundamental que antes de todas as regras e leis particulares rege a totalidade do mundo do brinquedo a lei da repeti o Para Vygotsky 1996 a caracter stica definidora do brinquedo a situa o imagin ria que a crian a cria ou seja a imagina o surge da a o e a crian a imagina e ao imaginar brinca Para a concep o de brincadeira existem v rias concep es que discuto adiante Wajskop 1997 faz considera es sobre o assunto ao registrar a base s cio antropol gica da brincadeira como um fato social um espa o de intera o infantil e de 46 constitui o do sujeito crian a como conjunto humano produto e produtor de hist ria e cultura Para ela deve se perceber as perspectivas s cio hist rica e antropol gica que um tipo de atividade onde
379. ie a Mattel produziu um prot tipo de nove centimetros apenas a boneca Polly Pocket que conseguiu atingir um grande n mero de consumidoras e para algumas delas at mais interessante para brincar porque mais barata que a Barbie e tem muitos acess rios Ela faz um grande sucesso entre as meninas porque al m de ser pequena produzida em silicone o que lhe d mobilidade e segue o tipo consumista e adulto da Barbie tamb m muito vaidosa e tem uma infinidade de pequenos acess rios pe as de roupa sapatos avulsos ou o guarda roupa completo casa celular produtos de beleza equipamentos de esportes meios de transportes variados pet shop ilha haras etc Tudo em miniatura Ela foi lan ada no Brasil em 2001 formando um conjunto de quinhentas bonecas e a segunda mais vendida no pa s responde por cerca de 15 do volume total atr s apenas da Barbie Eu vejo que s o as mesmas consumidoras das duas bonecas Elas uma boneca muito querida pelas meninas ludovicenses embora tenham hoje um certo cuidado na compra Como toda celebridade ela j tem suas c pias piratas Produzida na China apresenta hoje uma queda nas vendas em S o Lu s por causa do recall que sofreu pela Mattel nos modelos que apresentam m s que poderiam se soltar e trazer preju zos variados s crian as especialmente s menores para as quais n o recomendada pelo grande n mero de pe as pequenas A mesma din mica que move as meninas e
380. ientes socioculturais diversos ao longo da hist ria da humanidade v o se perdendo ou se modificando Os autores em refer ncia dizem que a perman ncia de uma brincadeira tende a correlacionar se com o grau de ritualiza o e estereotipia delas ib id por exemplo rimas que acompanham brincadeiras de roda ou procedimento de sorteio em brincadeiras de Pegador Esconde Esconde e outras tendem a ser muito estereotipadas e permanentes Essas modifica es que observamos na brincadeira seguem na mesma dire o das caracter sticas da sociedade em que vivemos mais uma evid ncia de que as mudan as nas formas de brincar refletem processos sociais porque de fato a sociedade que muda originando um contexto de outros conceitos significados e concep es em que s o revistas as verdades que existiam at ent o Conforme Bhabha 2003 encontramo nos no momento de tr nsito em que espa o e tempo se cruzam para produzir figuras complexas de diferen as e identidades passado e presente interior e exterior inclus o e exclus o isso porque h uma sensa o de desorienta o um dist rbio de dire o no al m um movimento explorat rio incessante que o termo franc s au de l e fortida d o conta de como ocorre essa situa o O que faz o diferencial da brincadeira na sociedade atual o fato de que ela assume elementos centrais da cultura e da sociedade em seus novos paradigmas quais sejam de todos
381. iferentes de construir sociologicamente a inf ncia tanto do ponto de vista te rico como metodol gico Encontro v rias vertentes nesse estudo por m destaco o fato de que h uma preocupa o em mostrar que a inf ncia n o uma realidade finita com uma forma nica mas antes uma pluralidade de concep es que co existem e como tal produto de uma constru o social e hist rica Ib Id Nesse sentido me parece haver consenso de que mesmo a inf ncia variando historicamente e os seus membros mudando continuamente uma categoria estrutural distinta e permanente das sociedades humanas Percebo que h nfase nas caracter sticas sociais mais uniformes que permitem defini la como grupo social constitutivo da sociedade semelhante a outras categorias estruturais o g nero ou a classe social De qualquer forma 96 vejo que a Sociologia enfatiza as crian as com poder de a o e tomada de iniciativa valorizando a sua capacidade de produ o simb lica e a constitui o das suas pr ticas representa es cren as e valores em sistemas organizados social e culturalmente Ib Id Assim percebo que na vis o sociol gica atual n o existe sociedade sem inf ncia pois uma categoria permanente Ela a torna singular as crian as de acordo com as suas caracter sticas mais comuns sejam elas f sicas psicol gicas morais afetivas ou sociais sempre visando uma maior compreens o da sua situa o estrutural em refer ncia ao adu
382. iferentes e variadas de brincar com esses brinquedos Assim confirmo o fato de que as brincadeiras os brinquedos tradicionais e os regionais est o mais presentes atualmente nos bairros mais pobres e perif ricos de S o Luis entre as crian as das classes de menor poder aquisitivo Os brinquedos que permanecem entre essas crian as s o portanto entre outros a bola a bicicleta os carrinhos a boneca as bolinhas de gude o papagaio a peteca os carrinhos de rolim o ioi o cavalinho de pau o pi o o bambol o boliche Entre as crian as dos bairros elitizados est o a boneca Barbie a variedade dos industrializados as bicicletas os modernos eletr nicos e os virtuais Praticamente s o brinquedos que n o exigem intera o com o lugar mas podem ser brincados em qualquer ambiente Assim as crian as dos bairros nobres est o menos ligadas ao lugar importante ressaltar que h tamb m uma diferen a entre os brinquedos comuns das duas reas que a qualidade do material de que s o confeccionados portanto do valor que separa uma bola de pl stico simples para uma oficial em couro As crian as citam outra brincadeira tradicional muito utilizada especialmente entre as meninas que o canc o ou amarelinha como reconhecida pois j n o cnamada mais pelo nome tradicional Essa brincadeira recebeu diversos outros nomes no Brasil mar sapata academia macaca Segundo Atzingen 2001 uma das formas do antigo jogo ro
383. iferentes graus de complexidade Representa o Efeito cat rtico Seriedade e prazer 187 N o esgotamento f sico e psicol gico Car ter inato Fonte MURCIA Juan Antonio Moreno 2005 Quadro 15 Caracter sticas do jogo A l gica atual dos jogos se instalou sem d vida no decorrer dos tempos e ela n o a mesma em todas as civiliza es que fizeram emergir uma no o total e parcial As principais teorias elaboradas sobre os jogos s o as seguintes de acordo com os seus autores revelados no Quadro 16 Considera diferentes tipos de jogos de acordo com o desenvolvimento e a idade da crian a classificando em sete tipos diferentes Funcionais Hedon sticos com Novidades de Destrui o de Desordem Figurativos de Constru o de Regra Arbitr ria de Proezas de Disputa Dan as e Cerim nias Adotam como crit rio a fun o e dividem os jogos em duas grandes categorias comportando v rias subdivis es jogos de Experimenta o ou de Fun es Gerais e de Fun es Especiais Adota como crit rio classificat rio a origem dos jogos e os divide em tr s categorias de Hereditariedade de Imita o e de Imagina o Adota como crit rio a descri o estrutural dos jogos e os classifica em duas grandes categorias que incluem subdivis es jogos Individuais e jogos Sociais Adota o crit rio estrutural o mesmo de Stern e divide os jogos em cinco classes Funcionais ou Sens rio motores de Fic o ou Ilus o Re
384. igens do pensamento na crian a S o Paulo Manolo 1989 La Evolucion psicol gica del nifio Buenos Aires Psique 1980 Psicologia del ni o Iy Il Madrid Pablo del rio 1980 WEBER Max A tica Protestante e o esp rito do capitalismo Paris Plon 2001 Metodologia das Ci ncias Sociais S o Paulo Cortez Editora 2001 359 A Ci ncia como voca o In Ensaios de Sociologia 5 ed Rio de Janeiro LCT 1982 WEINSTEIN B rbara A Borracha na Amaz nia expans o e decad ncia 1850 1920 S o Paulo HUCITEC 1993 WEIL P et al Normose a patologia da normalidade Campinas Verus 2004 WEIR R H Language in the Crib The Hague Monton 1962 WEISS Luise Brinquedos e engenhocas atividades l dicas com sucata S o Paulo Scipione 1997 WILLIAMS R Keywords a vocabulary of culture and society Glasgow Fontana 1976 WILHEIM R I Ching O livro das muta es S o Paulo Ed Pensamento 1982 WITTGENSTEIN Ludwig Investiga es Filos ficas S o Paulo Nova Cultural 1999 WINNICOTT D W O brincar e a realidade Rio de Janeiro Imago 1975 A crian a e seu mundo 6 ed Rio de Janeiro LCT 1982 WOODWARD Kathryn Identidade e diferen a uma introdu o te rica e conceitual In SILVA Tomaz Tadeu org Identidade e diferen a as perspectivas dos estudos culturais Petr polis Rio de Janeiro Vozes 2005 360 2 AP NDICES E ANEXOS Fonte PORTO Allana 2007 O homem s completo quando
385. il anos antes de Cristo como forma de sinaliza o militar Dali foi para o Jap o ndia Europa No s culo XII existiam pipas cantoras que assobiavam por furos feitos no papel Ela ganhou lugar cativo na hist ria em 1752 com o americano Benjamim Franklin 1706 1790 ao amarrar uma chave na pipa durante uma tempestade para demonstrar a exist ncia da eletricidade A enciclop dia chinesa Kh Tchi King Youen Livro IX p 8 relata como a tradi o atribui a inven o da pipa ao general chin s Hau sin que viveu no s culo 206 4 C Segundo a mesma Tchin e entrou no centro da cidade e conquistou a fazendo um t nel ap s ter calculado por meio de uma pipa a dist ncia entre o campo onde estava e o pal cio Wai Yang Segundo a tradi o chinesa a pipa foi largamente usada em estrat gia militar servindo de comunica o entre soldados enviando not cias a locais sitiados e pedindo ajuda Kishimoto 2000 diz que at prova em contr rio o Extremo Oriente a p tria cl ssica dos papagaios de papel nas ndias Orientais Aunam Tomkin Ilhas Mal sias Nova Zel ndia Jap o China e Cor ia e ainda na Oceania e na Cor ia Em S o Lu s o papagaio continua a ser confeccionado de forma artesanal especialmente por adultos em geral numa produ o caseira feito com tr s talas de taboca uma folha de papel de seda cola e linha Para a execu o do brincar existe um vocabul rio adequado por exemplo um papagaio m dio
386. ilidades por outro para compreender a cultura da economia o uso de bens simb licos como comunicadores e demarcadores de satus social Percebo que essas duas dimens es se imbricam em profundidade e s o por isso produzidas e reproduzidas infinitamente nas rela es sociais A produ o em massa de mercadorias vem provocando a supress o do valor de uso em rela o ao valor de troca A mercadoria passou a incorporar valor simb lico cujo significado se determina por sua posi o no sistema de refer ncia Assim o consumo n o deve ser entendido apenas como consumo de valor de uso de utilidade imediata mas tamb m como consumo de signos Para mim interessante perceber que a pr pria id ia de uma cultura estruturada pelo consumo de mercadorias considerada muitas vezes uma contradi o porque o termo cultura foi definido como a preserva o social de valores aut nticos que n o podem ser adquiridos por dinheiro nem por troca no mercado Por isso vejo constantemente a cultura do consumo equiparada cultura de massa a uma sociedade em que seus desejos gostos e poder aumentou recentemente com o dinheiro e os direitos democr ticos de forma a reduzir cultura a consumo Essa afirma o traz luz o que Slater 2002 discute sobre o fato de considerarmos a sociedade contempor nea como materialista como uma cultura pecuni ria baseada no dinheiro preocupada em ter em detrimento do ser como uma sociedade transfo
387. illard 1997 esta conex o ao mundo faz parte n o de uma uni o global mas de sua dispers o e fragmenta o pressagiando um mundo de simulacros que fazem desaparecer a distin o entre o mundo real e o destes meios onipresentes Na cultura da modernidade cabe crian a um papel como cliente ativa e influenciadora dos pais nas compras conforme pesquisa realizada pela Kits Experts e divulgada pela Cartoon Network realizada no per odo entre 2004 e 2006 para desvendar h bitos de consumo uso de novas tecnologias expectativas sobre o futuro de 1 200 crian as entre 6 e 11 anos Entre as constata es o estudo revelou que as crian as n o s influenciam os pais na hora de consumir como tamb m j s o consumidoras ativas e muitas vezes ganham o pr prio dinheiro Do total de meninos entrevistados e 43 responderam que s o consumidores diretos mas que compram com o dinheiro dos pais ou parentes e 39 compram o que desejam com o dinheiro que ganham de mesada e 18 pedem as coisas que gostariam de ter ou seja s o consumidores indiretos Entre as meninas a realidade n o t o diferente e 46 compram com dinheiro de terceiros e 35 coma pr pria mesada e 19 s o consumidoras indiretas Nota publicada no jornal O Estado do Maranh o de 24 de julho de 2007 262 A pesquisa tamb m analisou como as crian as se comportam na hora de consumir conforme os anos v o passando Entre as crian as de 6 e 7 anos e 49
388. imento Ind stria e Com rcio Exterior h uma esp cie de sede do mercado brasileiro pelos brinquedos chineses Para a ABRINQ essa situa o traz dificuldades para o mercado interno Os brinquedos chineses correspondem a 45 do total das vendas do setor no Brasil Em 1996 os produtos piratas detinham 10 do mercado nacional contra 5 de importa es legais Ao mesmo tempo em que se nota a queda na entrada ilegal de produtos se verifica que mesmo com as salvaguardas ANEXO G a situa o complicada para o ramo Apesar dessa situa o criada atualmente segundo a ABRINQ a pirataria n o a maior preocupa o da ind stria diante de tantos fatores negativos na economia como os juros os Em entrevista concedida Global 21 em 12 04 2007 242 impostos altos o c mbio entre outros por m j teve um peso significativo Al m da concorr ncia a ind stria enfrenta o c mbio desfavor vel s exporta es e as altas taxas de juros Mesmo assim os fabricantes locais continuam a investir Al m dele outro s rio problema enfrentado pelo setor a do subfaturamento nas importa es Para a presid ncia da ABRINQ a competi o com os produtos legalmente trazidos ao mercado brasileiro n o exatamente o problema mas sim as importa es subfaturadas que chegam ao Pa s com um pre o declarado muito abaixo da m dia mundial Muitos produtos t m n o s o volume como o valor declarado abaixo do que realmente est
389. imples com o real n o da din mica interna dela mas uma atividade dotada de uma significa o social precisa e como outra necessita de aprendizagem sobre a diversidade cultural nas sociedades especialmente as crian as maiores j detentoras de opini o 35 Diversidade cultural um termo bastante novo tem origem na terminologia ambientalista Quer dizer que a cultura e suas diversas manifesta es s o um recurso imprescind vel e perec vel n o renov vel que permite a sobreviv ncia de um ecossistema A diversidade cultural apresenta um duplo desafio assegurar a co exist ncia 106 A ind stria moderna oferece as possibilidades de articula o da crian a em suas diversas etapas do desenvolvimento atentando para o universo simb lico e d a oportunidade de ela ser confrontada com uma s rie de l gicas e valores distintos sobre formas de aquisi o uso e fun o de bens e servi os representativos da sociedade A exemplo o brinquedo especialmente o industrializado retrata a sociedade atual pela sua composi o estrutura modelos e fun es entre outras coisas Segundo Barbosa 2006 aquilo que sempre fora classificado como ex tico e ou subdesenvolvido ganhou foros de diversidade cultural de autenticidade de estilos de vida e de novas oportunidades de mercado Entendo portanto que as diferentes sociedades fazem uso do universo material a sua volta com significados pr prios e a cu
390. ina representada pelo Ken que nesse contexto visto como pertencente ao mundo feminino Para Broug re ib id Ken deixa os meninos confusos por essa indetermina o de masculinidade como uma representa o masculina servindo s brincadeiras femininas Para mim impressionante analisar o que hoje poss vel fazer para atender ao p blico interessado em bonecas a partir da imagem da Barbie A artes Beth Robinson produz e comercializa bonecas que est o longe de atender ao interesse infantil ou das lojas de brinquedos S o as Strange Dolsl FIGURA 39 que possuem unidades com aspecto sombrio roupas desajustadas e medidas desproporcionais A cole o formada por 200 bonecas produzidas manualmente e nas categorias acidentadas envoltas em gaze com manchas de sangue pelo corpo ou do tipo birddolls com corpo de gente e enormes bicos de p ssaros Elas podem custar at U 150 e s o vendidas pela internet Tomam como referencial de beleza a Barbie e fazem uma invers o desses valores Seria em nosso entendimento uma nova roupagem para a dicotomia bem mal bonito feio um desejo de Dispon vel em www strangedolIs net Acesso em 15 04 2007 Boneca estranha 137 ruptura com o belo ou uma outra face do olhar uma outra est tica ou a representa o da face sombria da sociedade Al m desse modelo encontro hoje no mercado outros modelos de Barbies que causam estranheza tanto pela est tica como pelo
391. inge ao crescimento f sico dos artefatos das cidades ou de seus prolongamentos materiais pelo meio geogr fico circundante por m compreende tamb m a difus o das subjetiva es desenvolvidas no interior das cidades pelas outras cidades e pelos meios geogr ficos circundantes realidade experimentada por S o Luis O crescimento da cidade foi lento por m nas d cadas de 70 e 80 teve seu processo de urbaniza o acelerado face implanta o de conjuntos habitacionais em dire o por o centro oriental do munic pio e da instala o de projetos e ind strias que contribu ram significativamente para o crescimento da popula o e para a mudan a do seu ritmo Cheia de contradi es apresenta como as demais cidades brasileiras graves problemas sociais FIGURA 6 Em S o Lu s mais de 459 mil pessoas moram em locais surgidos margem da ocupa o legal do solo urbano uma cidade com 257 bairros dos quais 118 nasceram de ocupa o desordenadas cujos moradores vivem diversas formas de exclus o Trato essa trajet ria em S o Lu s sem deixar de pensar nela como um lugar que se constitui em artefato ou obra de arte ALDO 2001 p 139 partes inteiras da cidade 60 apresentam sinais concretos do seu modo de viver uma forma e uma mem ria um objeto conceitual abstrato embora constru do sobre uma base material formada por edifica es arruamentos monumentos etc GON ALVES 1995 tamb m a
392. inhas de gude a boneca em rela o aos industrializados Voc percebe alguma mudan a no brincar de hoje em rela o ao seu brincar na inf ncia O qu A que atribui essas mudan as Gerentes de loja Como voc escolhe os brinquedos que revende Quais os brinquedos que mais vende Quem compra mais brinquedo Como voc considera um brinquedo bom Qual a diferen a que voc percebe na classe social que compra seu brinquedo Como voc pensa a atividade de vender e comprar brinquedo Quem mais interfere na compra de um brinquedo o adulto ou a crian a De onde vem o brinquedo que voc vende Artes os Por que voc entrou para o ramo do artesanato 362 Voc uma pessoa que brinca que se sente ligado ao brinquedo de outra maneira que n o seja a venda Como voc pensa a atividade de confeccionar brinquedo Quem compor o seu brinquedo Como voc v essa pessoa Como voc pensa a rela o do brinquedo industrializado atual e o antigo Qual o brinquedo que mais vende EEE RRErREEEEEE E 363 AP NDICE B LISTA DE CANTIGAS DE RODA Terezinha de Jesus Atirei o pau no gato Na minha m o direita tem uma roseira Escravos de J Eu sou pobre pobre pobre Eu sou uma viuvinha que venho de Bel m O cravo e a rosa A canoa virou ciranda cirandinha Onde est a margarida Se essa rua se essa rua fosse minha Fui Espanha Caranguejo n o peixe Onde tu foste cofo de milho Voc gosta d
393. inquedo atrav s do urso de pel cia apontado como um objeto que produz transmuta o de sentido efetuada por adultos como o Teddy Bear apresentado em cap tulo anterior Nessa an lise ele considera que de s mbolo de selvageria animal o urso se tornou o protetor bonach o da crian a atrav s de representa es antropom rficas que os adultos lhe atribu ram Dessa forma a crian a confrontada com uma imagem cultural que n o corresponde em nada realidade natural do urso por todas as caracter sticas que ele possui Ela tem nas m os uma representa o social que vai manipular com todos os sentidos apontados por Broug re ib id odor pel cia desenho cores peso que v o convergir para essa mesma significa o e que passa a ter sentido em sua vida H um comprometimento em afei oar se a um urso de pel cia na medida em que essa atiutude j penetrar na complexidade das significa es culturais Outras produ es destinadas s crian as livros ou desenhos animados poder o ser analisadas e retomar a mesma tem tica sem que o brinquedo deixe de fazer parte do conjunto de suportes pelos quais uma cultura transmitida crian a Estar sempre relacionada manipula o das imagens s significa es simb licas que constituem uma parte da impregna o cultural qual est submetida Deparo me com a evid ncia de que como consequ ncia h um acesso a um repert rio cultural pr prio de um lugar Ela n o s conte
394. inquedo no contexto da cultura material e simb lica Ele visto como mercadoria da ind stria de bens culturais que se revela nas formas de seduzir a crian a para o consumo diante dos diversos modelos que criam Atribuo esse fato s modifica es que sofrem a sociedade s novas situa es e paradigmas sociais s motiva o da m dia dos filmes dos desenhos animados dos jogos virtuais que desempenham papel importante nessa articula o Os brinquedos como bens s o como inst ncia de cultura material uma oportunidade para a express o do esquema categ rico estabelecido pela cultura e para discriminar categorias de pessoas divididas em idade sexo classe social Assim como de espa o tempo e ocasi o atrav s deles que s o refletidas na m dia para o qual o marketing um aliado um importante elemento da sociedade de consumo um arsenal sofisticado buscando estender sua rede para envolver a crian a nesse contexto Na configura o da ind stria contempor nea o marketing parece ser o lugar de liga o o elo que associa os diferentes participantes da rede para tentar faz los convergir na dire o do objetivo buscado Ele pode ser rejeitado j que as rea es s campanhas s o imprevis veis Ele legitima a uni o 248 dos diferentes participantes do p lo de concep o que envolve fabricantes publicit rios m dia distribuidores a associa o deles com as crian as com os pais e com adultos Trata se p
395. inquedos 229 3 Investimentos no setor de brinquedos R Milh es 231 4 Faturamento no setor de brinquedo R Milh es 245 20 1 INTRODU O O homem s completo quando brinca Schiller 21 1 1 Iniciando a caminhada Minha proposta de pesquisa estudar o brinquedo uma atividade bastante prazerosa para mim na medida em que remete aos por es da mem ria de minha inf ncia e lembran a de minha primeira boneca que era de milho com longos cabelos louros igual de outras meninas do interior maranhense onde o brinquedo industrializado era um objeto raro na poca Era um sabugo entre tantos que se seguiram e que me permitiram dar vaz o imagina o no faz de conta de minhas brincadeiras simb licas do dia a dia Como construtora dos pr prios brinquedos imaginava cenas criava personagens desenvolvia a criatividade que o meu mundo infantil me permitia O domingo me reservava a possibilidade do brincar com a boneca de pano sempre bem guardada para ser conservada pelo status de brinquedo valioso penso que mais do que pelo pre o pela dificuldade de acesso a um centro mais adiantado onde pudesse ser adquirida na compreens o de minha m e Essa dist ncia de nossos encontros semanais n o me permitiu tanta intimidade e grandes lembran as N o tinha naquele momento nenhum acesso a brinquedos industrializados Posteriormente quando a necessidade de um n vel escolar mais adiantado exigiu a mudan a da fam
396. inte cantigas de rodas tradicionais AP NDICE A para verificar se as conheciam por m a grande maioria n o conhecida das mesmas o que demonstra a falta da tradi o oral nesta gera o Nesta gera o a roda um exemplo de como na trajet ria dos brinquedos tradicionais alguns como as brincadeiras podem se extinguir do cotidiano da crian a moderna demonstrando ao mesmo tempo a for a e a fragilidade da tradi o oral Existem v rias outras brincadeiras que as crian as brincam al m da roda Procurei ver entre as meninas quais as brincadeiras e brinquedos tradicionais mais comuns e comprovei o que j antevia entre elas continua como o mais comum a brincadeira de casinha em que reproduzem a vida dom stica desenvolvendo o brincar de faz de conta Para essa brincadeira utilizam bonecas e objetos do cotidiano familiar Muitos outros brinquedos e brincadeiras tradicionais permeiam o dia a dia da crian a em S o Lu s como o el stico a corda de pular que no passado era feita de cip e hoje industrializada com v rios materiais diferentes algumas at com a capacidade de registrar o n mero de pulos que a crian a d Apresentei s crian as uma lista de vinte brincadeiras tradicionais AP NDICE B para ver quais eram conhecidas e as mais comuns citadas por elas foram as seguintes embora nem todas brincam ou as conhecem Bete Pi o Peteca Bolinha de gude Queimada Estilingue Pular corda Amarelinha e Esconde esconde Quando
397. ion Massachussets Peter Smith Gloucester 1969 DORNELLES Leni Vieira Inf ncias que nos escapam Da crian a na rua crian a cyber Petr polis Rio de janeiro Vozes 2005 DOUGLAS M B ISHERWOOD O mundo dos bens para uma antropologia do consumo Rio de Janeiro Jorge Zahar 19778 EDUCA O amp SOCIEDADE Revista de Hist ria da Educa o Centro de Estudos Sociais e Sociedade Vol 1 n 1 1978 ESCOLAR Marcelo Cr tica do discurso geogr fico S o Paulo HUCITEC 1996 ELIADE Mirc a Mitos e Realidade S o Paulo Perspectiva 1972 ENGELS Friederich Dial tica da natureza 2 ed Lisboa Presen a S o Paulo Martins Fontes 1979 ENRIQUEZ Eug ne O Homem do s culo XXI sujeito aut nomo ou indiv duo descart vel In RAE eletr nica v 5 Art 10 jan jun 2006 Psican lise e Ci ncias Sociais Agora Rio de janeiro v VII n 2 jul dez 2005 ERICKSON E K Identidad Juventud y Crises Madrid Tauru 1963 ERICEIRA Ronald Clayton Santos Haja Deus A Flor do Samba no carnaval da Atenas Brasileira S o Lu s Funda o Municipal de Cultura 2006 FEATHERSTONE M Cultura e Consumo p s modernismo S o Paulo St dio Nobel 1995 FEITOSA Antonio Cordeiro TROV O Jos Ribamar Atlas Escolar do Maranh o Jo o Pessoa PB 2006 FERNANDES Florestan Folclore e mudan a Social na Cidade de S o Paulo Petr polis Vozes 1979 FERNANDES Ceres Jornal O Estado do Maranh o 2006 FERREIRA J
398. is Cem anos depois Ren Descartes 1596 1650 fil sofo e matem tico franc s fabricou um beb mec nico que chamava ma fille Francine minha flha Francine A Revolu o Industrial parecia aumentar a vontade do homem de construir uma m quina sua imagem e semelhan a que o substitu sse no trabalho No s culo XX a fic o cient fica se encarregou de dar forma a essa id ia inventando rob s que andavam falavam obedeciam a comandos e muitas vezes se revoltavam Ib Id O primeiro rob de brinquedo foi o Robby movido por um motor de rel gio lan ado em 1956 pela companhia japonesa Ko Yohiya baseado no Filme Forbidden Planet No Brasil o Bam b foi lan ado com controle remoto em 1981 No ano 2000 a Estrela trouxe o Poo chi um cachorrinho que latia mexia os olhos ficava de p e era capaz de interagir com as crian as gra as a sensores que o fazem responder a est mulos de luzes e sons ib id Por m entre todos os brinquedos que marcaram a passagem para uma nova leitura do brinquedo pela crian a provocando a a uma reinterpreta o dele foi uma boneca a Barbie 3 6 2 Barbie o s mbolo do brinquedo moderno Vejo a necessidade neste estudo de discutir a boneca Barbie considerada como a respons vel por trazer uma vis o diferente do que se concebia de um brinquedo at ent o especialmente para as meninas porque ela se constituiu uma ruptura da vis o tradicional uma boneca que marcaria gera es e apontaria p
399. is as divers es nos terreiros e pomares eram liderados pelos moleques negros que mostravam sua superioridade nas habilidades de matar passarinhos com bodoques nadar em rios e subir em rvores Assim os pequenos fazendeiros acabavam por concordar em fazer trocas propostas pelos meninos negros Pediam para que furtassem coisas da casa grande com laranjas e peda os de queijo em troca de seus bodoques e pi es num processo de escambo permanente Esses arranjos entre crian as marcaram a miscigena o de uma inf ncia brasileira que agrega e eterniza outras culturas em seus brinquedos e brincadeiras MEIRELLES 2005 p 25 Por m a crian a deixava fluir o esp rito l dico que existia em cada uma nadando nos rios nas represas comendo frutas matando passarinhos Como brinquedos tradicionais nesse per odo entre as crian as estavam o pi o a bola o papagaio a baladeira tamb m a miniatura de transportes como o carro de boi confeccionado com materiais pr prios da regi o FIGURA 46 elemento ainda presente na periferia da ilha e dos munic pios maranhenses A vida em S o Lu s antiga foi cheia de brinquedos e brincadeiras naturais desenvolvidas em espa os abertos de forma coletiva Algumas mais t picas para o hor rio diurno e outras pr prias para as noites especialmente as noites de lua cheia 295 Quanto cultura ind gena permitiu que conhec ssemos os brinquedos de barro cozido com figuras de animais e de pessoas n
400. is o econ mica que da gera o e satisfa o de necessidades Sociologicamente o consumo tem como fundamento a satisfa o pelo acesso estruturado no qual o status depende da exibi o ou conserva o das distin es sociais demarcadas atrav s das mercadorias consumidas estabelecendo identidade e v nculos individuais ou coletivos Segundo Baudrillard 1991 o consumo tem alimentado o imagin rio celebrando simulacros consumistas que se realizam em espa os espec ficos criados para excita o dos desejos dos sonhos dos prazeres em que os shopping centers s o um bom exemplo Ele chama a aten o para o fato de que o consumo na cultura da modernidade o outro lado da moeda do modo de produ o institui se estruturalmente em suas formas organizacionais de origem e se mant m pela proemin ncia dessa cultura Esse fen meno tem suscitado o maior interesse em virtude do acirramento das experi ncias que se efetivam em termos de manipula o psicol gica tend ncia emergente fortalecido pelos meios de comunica o o estabelecimento de um novo locus de produ o a produ o do consumo Nesse sentido vejo que a produ o do brinquedo a oferta e o consumo se enquadram perfeitamente nas id ias de Baudrillard na medida em que o brinquedo tem hist ria significado e simbologia pr pria e entram na cadeia de produ o e consumo com a mesma linguagem Para mim as categorias que elenquei se comportam de forma diferente nesse co
401. is de seu desenvolvimento tornaram se significativos a partir do s culo XVI ARIES 1981 p 65 Concluo diante dessas afirma es e datas muitas vezes contrastantes que com as mudan as pol ticas econ micas das artes e das letras que o Renascimento inaugurou o que se constituiu a grande mudan a da sociedade e uma das consegii ncias foi a mudan a da vis o sobre a crian a Muitas contribui es sobre ela foram se sucedendo ao longo do tempo a partir desse momento Os iniciadores do pensamento moderno Francis Bacon e Ren Descartes trouxeram para o cen rio uma ruptura contra a ci ncia especulativa cl ssica e a ci ncia te rica Embora com pensamentos contr rios entre si deram novo perfil compreens o dessa realidade Foi surgindo a Modernidade em oposi o filosofia doutrin ria e dogm tica do medievo Essas id ias seguiram lado a lado na constru o de uma nova identidade filos fica e portanto cultural com rupturas consider veis sobre a percep o da crian a e consequentemente do brincar Portanto por volta do s culo XVII quando a crian a come ou a ser percebida de fato essa percep o era como uma fonte de distra o e relaxamento para os adultos Esse s culo gradualmente iniciou a discrimina o entre adultos e crian as Elas foram perdendo o car ter de adultos que ainda n o cresceram Os moralistas e os homens da Igreja do per odo a viam como sendo inocente pura criaturinha de Deus que tem necessida
402. is nasceram antes da modernidade embora seja dif cil precisar quando assim como dif cil definir quando nasceu a pr pria modernidade Por m foram gerados em um lugar mesmo que desconhecido e nem sempre com a inten o do brincar infantil Muitos est o mais presentes em determinadas reas do globo do que em outras o que faz com que para as crian as ludovicenses alguns j sejam desconhecidos Brinquedos como os soldadinhos de chumbo os bilboqu s e as bonecas de porcelana que tiveram sua produ o num tempo espec fico s o hoje mais direcionados aos colecionadores do que ao brincar infantil Existem sites na internet espec ficos para a venda de brinquedos raros com esse objetivo No entanto existem outros brinquedos tradicionais bastante comuns como a bola a boneca a pipa a bolinha de gude etc Observando a hist ria dos brinquedos tradicionais vejo que alguns eram instrumentos de guerra que foram transformados pela crian a como a pipa por exemplo introduzida no Maranh o pelos portugueses no s culo XVI usada pelos adultos em estrat gias militares ATZINGEM 2000 Ele continua como um dos brinquedos mais populares nos espa os perif ricos da cidade de S o Lu s A literatura sobre o assunto diz que as brincadeiras em sociedades pr modernas eram muito ligadas s viv ncias m ticas e os jogos compunham um cen rio de comemora es sazonais ligados muitas vezes religiosidade colheita ao plantio e s competi
403. isados luz dos limites ecol gicos em rela o ao crescimento econ mico Mais recentemente alguns economistas passaram a demonstrar certo interesse na dimens o mais sociol gica e simb lica do consumo 26 tradi o e 3 a contradi o entre as formas de transmiss o das culturas antigas pela tradi o e a da cultura industrial pela inova o Esse pensamento deles se fortaleceu em anos posteriores especialmente na d cada O de setenta quando se tornou bastante evidente o que eles anteviam o mundo inteiro O for ado a passar pelo crivo da ind stria cultural ADORNO ib id p 17 Essa realidade mais evidente para esta gera o incluindo a ind stria do brinquedo diante da globaliza o considerando que os brinquedos e jogos podem ser observados segundo a linha de racioc nio destes autores na medida em que consideram os produtos da ind stria cultural como feitos intencionalmente para exercer fasc nio no expectador de modo que a sua apreens o adequada exige por um lado rapidez de percep o capacidade de observa o e compet ncia espec fica e por outro feita de modo a vetar de fato a atividade mental do espectador se ele n o quiser perder os fatos que rapidamente se desenrolam sua frente ib id Eles compreendiam que h uma tens o autom tica para reprimir a imagina o Constato a inser o da crian a nesse contexto Torna se importante observar que o brinquedo aqui e
404. itidamente essa realidade na variedade de desenhos que s o expostos hoje nas diversas m dias Isso se torna uma observa o muito importante pois das crian as que reproduziam pequenos adultos como em d cadas anteriores estamos hoje em frente a crian as ativas opini ticas e cr ticas consideramos que estamos vivendo a maior revolu o cultural dos ltimos anos revolu o esta que renova o pensar resgatando no homem a figura essencial para direcionar o futuro e o uso adequado da m quina ib Id Essa uma perspectiva que precisa ser criteriosamente estudada pelos novos olhares que surgem nessa constru o na medida em que a Ind stria Cultural na cultura da modernidade reprime sufoca e parece desejar que o consumidor a ela se prenda sempre e apenas como eterno consumidor como objeto dessa ind stria Esse fato se relaciona dimens o cultural da globaliza o referenciada por Appadurai 2004 ao considerar que a comunica o eletr nica d uma tessitura nova ao contexto em que o moderno e o global seduzem pela multiplicidade de formas que assumem pela maneira r pida como se move no seio das rotinas da vida cotidiana 223 Warnier 2003 quando afirma que todas as quest es colocadas pela globaliza o dos mercados da cultura se inscrevem no espa o aberto entre as culturas e a ind stria entre o local e o global Assim tamb m entre a rela o com o passado e a inova o industrial na preocupa o com
405. iza o e as conseqii ncias humanas Zahar 2000 Modernidade L quida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2001 BARBOSA Alexandre de Freitas O Mundo Globalizado pol tica sociedade e economia S o Paulo Contexto 2003 BARBOSA L via Sociedade de Consumo Rio de Janeiro Zahar 2004 BARBOSA L via e CAMPBELL Colin Cultura e Consumo Rio de Janeiro Editora FGV 2006 BARTHES Roland Mitologia 9 ed Rio de Janeiro Francisco Alves 1981 C mara Clara Rio de Janeiro Nova Fronteira 1993 BATESON G A theory of play and fantasy Psychiatric Research Reports 1955 BECK Ulrick Sociedade de Risco Nova Jersey Humanity Press 1995 BEN VOLO Leonardo A cidade e o arquiteto m todo e Hist ria na arquitetura S o Paulo Perspectiva 2001 BENJAMIN Walter Reflex es sobre a crian a o brinquedo e a educa o 34 ed S o Paulo Duas Cidades 2002 BENSON April Lane I shop therefore I am compulave buying and the search for self Northvale N J Jason Aronson 2000 BERGER Peter amp BERGER The War Over the Family capturing the Middle Ground 1983 344 amp LUCKMAN A Revolu o do Capitalismo Belo Horizonte Editora Itatiaia 1992 BHABBA Homi K O local da Cultura Belo Horizonte Ed UFMG 2003 BICHARA J D Brincadeira e Cultura o faz de conta das crian as Xoc e do0 Mocambo Porto da Folha SE Temas de Psicologia 7 1999 BOMTEMPO Edda A brincadeira de faz de conta lugar do simbolismo da re
406. izados cada vez mais produzidos em s rie Torna se interessante observar crian as de diferentes lugares brincando com os mesmos brinquedos focalizando caracter sticas comuns Essa discuss o levanta quest es sobre a demarca o conceitual e te rica de minha problematiza o para esclarecer os conceitos centrais envolvidos nas categorias que levanto bem como do quadro te rico para a compreens o mais ampla dos processos que est o envolvidos na rela o do brinquedo com a cultura da modernidade com a identidade local e global Assim nessa dire o para as assertivas sobre identidade utilizo as reflex es de constru o de significado com base em um atributo cultural ou ainda um conjunto de atibutos culturais inter relacionados o s qual s prevalece m sobre outras fontes de significado Para um determinado indiv duo ou ainda um ator coletivo pode haver identidades m ltiplas No entanto essa pluralidade fonte de tens o e contradi o tanto na auto representa o quanto na a o social 118 Woodward 2005 p 13 ao sugerir como tratar essas quest es de identidades culturais Elas est o vinculadas a racionalidade soberania manipula o autonomia atividade passividade criatividade conformismo indiv duo ou massa sujeito ou objeto e a seus contr rios caracter sticas do consumidor desde os prim rdios da modernidade conforme as reflex es Precisamos de conceitualiza es Isso significa que p
407. je absorvida pela ind stria cultural criando artes h bridas Ou seja ela incorpora os meios populares de express o e os reproduz em escala semi industrializada Assim existem v rios jogos que t m caracter sticas bem regionais e seu car ter evidencia particularidades locais Os brinquedos regionais s o elementos fortes da cultura brasileira permanecendo como brinquedos populares constru dos a partir de elementos naturais do meio ambiente como os brinquedos de Maracatiara e Paparauba e corda em S o Lu s por exemplo Abramovich 1983 faz refer ncia a v rios brinquedos que permearam o dia a dia das crian as brasileiras em d cadas passadas confeccionados de materiais locais a nossa cultura popular mais viva e mais aut ntica produz brinquedos lindos coloridos simples no seu material e riqu ssimos em suas possibilidades de brincar gostoso Ah as bonecas de sisal os cavalinhos de corda as bonecas todas feitas de palha de milho os carross is feitos com canudo e aproveitando lata e madeira os guarda chuvas tran ados em l s coloridas os caminh es e os carros de lata e toda sucata sobrante os carrinhos de rolim as pipas de papel de seda imensas e pequeno nas cheias de gra a e de imagina o as bruxinhas de pano um repert rio imenso um painel diversificad ssimo de materiais e de respeito ao brincar Esses brinquedos s o regionais n o s face aos materiais de que s o confeccionados mas pela hi
408. jista N o se sabe quantos produtos foram vendidos Para evitar problemas no Brasil a Mattel pede para os consumidores ligarem para o telefone xx 11 2161 8900 e agendar o envio do produto e instala o de um kit de reparo preventivo Para mais informa es a empresa pede para o consumidor acessar o site do fabricante www fisher price com br O brinquedo estava sendo vendido no Brasil pelo pre o m dio de R 225 Numa grade rede varejista do pa s o brinquedo descrito como assento m gico que auxilia o aprendizado do beb por meio de atividades cotidianas Entre as atividades oferecidas pelo brinquedo est ajudar a crian a a fazer liga es entre palavras e objetos De acordo com informa es publicadas nos jornais internacionais a cadeirinha foi produzida na China e vendida nas lojas de maio de 2005 a janeiro de 2006 A Mattel informou que j havia entrado em contato com o Procon no Brasil para seguir as regras previstas para realiza o de um recall no pa s Mas o Procon SP informou que mesmo sem a exist ncia de incidentes com a cadeirinha no Brasil h o risco de crian as ficarem presas entre o assento traseiro e a mesa lateral mov vel causando o enforcamento Segundo o Procon SP a empresa j foi notificada a prestar informa es sobre a ocorr ncia de acidentes a quantidade de brinquedos comercializados no Brasil a quantidade de itens j recolhidos a data e a forma como foi detectado o problema informa es sobre as provid
409. junto aos familiares e outras pessoas da comunidade e ou em livros e revistas Para a crian a interessante as regras das brincadeiras de outros tempos observar o que mudou em rela o s regras atuais saber do que eram feitos os brinquedos etc Oliveira 1998 p 16 265 Esse reconhecimento importante na medida em que pelas representa es que s o estabelecidas entre ela as simbologias e os significados a crian a percebe os objetos Essa realidade se estende a todos os ambientes onde interage e em condi es nas quais ela come a a pensar o mundo conforme Oliveira 1998 p 16 da realidade extraem se os elementos para pensar o mundo a partir da realidade de cada um seja no meio rural ou urbano seja de uma regi o pobre ou rica seja de pessoas privilegiadas ou marginalizadas que se pode entender o Brasil e o mundo atingindo n veis cada vez mais amplos em generaliza o No ambiente e na conviv ncia di ria independente do desejo ou das inten es dos que convivem com a crian a v o sendo passados valores e informa es sobre o mundo e ela vai compreendendo que nesses espa os est presente concretamente a pr pria vida social A rede de rela es sociais pol ticas econ micas e culturais aparentemente invis veis come am a ser identificada por ela assim como a organiza o desse espa o Para entender essa din mica da sociedade e da rela o espacial ela vai delineando suas impress es e perce
410. l Essas imagens est o percorrendo uma trajet ria desde a caverna plat nica elaborada no mundo antigo do p ssaro de Minerva na vis o da modernidade e do super homem na inflex o da crise da modernidade e em sua transi o atual TREVISAN 2002 Eu os chamo ent o de seres mitol gicos Vejo os mitos como hist rias baseadas em tradi es e lendas feitas para explicar o universo a cria o do mundo fen menos naturais que explica es simples n o s o atribu veis Mas sei que nem todos os mitos t m esse prop sito explicativo Em comum a maioria deles envolve uma for a ou uma divindade mas alguns s o apenas lendas passadas oralmente de gera o em gera o Considero que figuras mitol gicas s o proeminentes na maioria das sociedades e a maior parte das mitologias est o atadas a pelo menos uma religi o e tamb m associada s descri es de religi es fundadas por sociedade antigas como as mitologias romana grega eg pcia e n rdica que foram quase extintas Assim ao fazer uma linha do tempo das significa es simb licas dos brinquedos e analisar como as diversas sociedades desenvolveram essa rela o percebo as singularidades entre a simbologia e a realidade local Na sociedade eg pcia antiga por exemplo a crian a brincava com sacos cheios de gr os bonecos de terra cozida e de cavalinhos de roda que a acompanhava at ao t mulo Na civiliza o grega elas brincavam com as bonecas como uma imagem relacionada fecun
411. l constru o exigiu uma longa caminhada tanto nessa dire o como no percurso emp rico em S o Lu s no dialogar com a teoria para refletir sobre os fatos que elenco 8 Para Hewood 2004 p 22 pode ser til como refer ncia os fil sofos ao se fazerem distin es entre um conceito e uma concep o David Archaret sugere que todas as sociedades em todas as pocas tiveram um conceito de inf ncia ou seja a no o de que as crian as podem ser diferenciadas dos adultos de v rias formas de distin o Portanto elas ter o id ias contrastantes sobre quest es fundamentais relacionadas dura o da inf ncia s qualidades que diferenciam os adultos das crian as e import ncia vinculada s suas diferen as 73 prioritariamente at que eu chegasse defini o do problema pesquisado E assim estudar as caracter sticas do brinquedo na cultura diante da moderniza o a simbologia do brinquedo na cultura local diante da globaliza o da ind stria cultural e da globaliza o do brinquedo na sociedade de consumo que permeariam minha busca nessa dire o Essa reflex o te rica tornou se importante para uma compreens o das quest es norteadoras Isso significou perceber que qualquer evento fen meno ou categoria simb lica e social estudada deve ser entendida por seu valor no interior do sistema no contexto simb lico e social em que gerado COHN 2005 bem como em uma cultura mundial como in meros pontos c
412. la o na constitui o das regi es e A tens o crescente entre localidade e globalidade propor o que avan a o processo de globaliza o Vejo nessas caracter sticas apontadas por Milton Santos uma demonstra o de mudan as culturais da modernidade que afetam a sociedade a inf ncia e a produ o e distribui o do brinquedo e por isso que o trago para esta discuss o Essa realidade me faz pensar no que diz Harvey 1992 no sentido de que por meio da experi ncia de tudo comida h bito culin ria m sica televis o espet culos e cinema hoje poss vel vivenciar a geografia do mundo vicariamente como um simulacro O entrela amento de simulacros da vida di ria re ne no mesmo espa o e tempo diferentes mundos de mercadorias Mas feito de tal modo que oculta de maneira quase perfeita quaisquer vest gios de origem bem como os processos de trabalho que os produziram ou as rela es sociais implicadas em sua produ o o que bem n tido no brinquedo industrializado feito para atingir as crian as em todos os lugares Assim o homem vai impondo natureza as suas pr prias formas a que podemos chamar ou objetos culturais artificiais e hist ricos SANTOS 1998 p 89 213 Quando identifico o brinquedo como globalizado empresto de Bauman 1999 a vis o para perceber no fen meno da globaliza o mais coisas do que pode o olho apreender e revela ra zes e conseq ncias sociais do process
413. lamento poder ser aplicada medida de salvaguarda transit ria nos casos em que as importa es de produtos da Rep blica Popular da China estejam aumentando em quantidades e em condi es tais que causem ou ameacem causar desorganiza o do mercado para os produtores nacionais de produtos similares ou diretamente concorrentes aos importados Art 2 Compete C mara de Com rcio Exterior CAMEX a decis o de aplicar medida de salvaguarda provis ria de encerramento da investiga o com aplica o de medidas de modifica o de prorroga o suspens o ou revoga o das medidas disciplinadas por este Regulamento Par grafo nico A aplica o de medida de salvaguarda ser precedida de investiga o conduzida pela Secretaria de Com rcio Exterior SECEX do Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior Art 3 Compete SECEX a elabora o de parecer que avalie a exist ncia de desorganiza o de mercado ou amea a de desorganiza o de mercado Art 4 O procedimento para aplicar ou prorrogar medida de salvaguarda poder ser iniciado de of cio pela SECEX desde que preenchidas as condi es estabelecidas no art 16 ou sob pr via solicita o I dos demais rg os e entidades do Governo Federal ou II de empresas ou associa es representativas de empresas que produzam o produto objeto da solicita o Par grafo nico A decis o sobre in cio de investiga o ser objeto de Circu
414. lar da SECEX publicada no Di rio Oficial da Uni o Art 5 Compete ao Minist rio das Rela es Exteriores notificar as informa es pertinentes ao Comit de Salvaguardas da Organiza o Mundial de Com rcio OMC Art 6 No prazo improrrog vel de trinta dias ap s a abertura da investiga o os importadores exportadores e demais partes interessadas poder o expor por escrito suas opini es e provas sobre a adequa o da medida proposta e se na avalia o dos interessados redundar em benef cio do interesse p blico 384 CAP TULO IH DA CONSULTA PRELIMINAR E DA CONSULTA Art 7 Dar se oportunidade de celebra o de consultas preliminares e de consultas com a Rep blica Popular da China a fim de se chegar a uma solu o mutuamente satisfat ria incluindo uma avalia o quanto possibilidade de conduzir procedimento sob o Decreto n 1 488 de 11 de maio de 1995 Art 8 Admitida a peti o e antes da publica o da Circular SECEX dando in cio a investiga o o Governo da Rep blica Popular da China ser convidado a manter consultas preliminares bilaterais com o objetivo de esclarecer os fatos e evid ncias apresentadas na peti o ou obtidas de of cio pela autoridade investigadora e de se chegar a uma solu o mutuamente satisfat ria 1 O Governo da Rep blica Popular da China ser notificado da inten o de iniciar investiga o e ter prazo de dez dias para manifestar seu interesse na
415. lmente nesses cen rios que brinca a crian a em S o Lu s pois ela est em toda parte nas ruas nas pra as nas praias nos condom nios na periferia e no centro como nas outras cidades brasileiras Nas palavras de Priore 2004 p 7 em situa es bem diversas e contradit rias h aquelas que estudam as que trabalham As que cheiram cola as que brincam as que roubam H aquelas que s o amadas e outras simplesmente usadas Seus rostinhos mulatos e brancos negros e mesti os desfilam na televis o nos an ncios da m dia nos r tulos dos mais variadas g neros de consumo N o toa que o com rcio e a ind stria de produtos infantis v m aumentando progressivamente sua participa o na economia assim como a educa o prim ria e 275 o combate mortalidade infantil tornam se temas permanentes da pol tica nacional Como j ficou evidente h uma demarca o socioecon mica no brincar em S o Lu s como em toda cidade grande De acordo com essa condi o temos uma realidade de um brincar desprovido de brinquedos industrializados e ou virtuais em que subsistem os tradicionais como o papagaio a peteca a bolinha de gude a boneca e a bola nos campinhos de pelada desenvolvido nas reas perif ricas nos locais correspondentes cidade inchada e tamb m nos bairros dos conjuntos habitacionais ainda rea de predom nio da brincadeira e do aspecto coletivo com os brinquedos ainda construidos
416. lto inerente sua categoria imposta pelos sistemas e estruturas sociais Neste sentido as crian as s o vistas como uma categoria universal e comp em um grupo que ao mesmo tempo constru do nas institui es sociais e pelas estruturas sociais e exclu das social pol tica e economicamente Podemos compreender como no cotidiano ela se comporta brinca joga e negocia assim como as suas diferentes e desiguais posi es sociais de classe social idade g nero estatuto e poder o que significa dizer que a Sociologia portanto aborda a crian a como uma constru o social Nessa dire o procura rever significados j institu dos evidentes e inquestion veis especialmente aqueles considerados tradicionais e dominantes sobre a inf ncia que a definem como um ser sem responsabilidade imaturo incompetente irracional amoral a social a cultural etc ou simples objeto passivo e mero recept culo de uma a o de socializa o Ib Id Nessa postura reavalia a pr pria concep o de socializa o como um processo singular progressivo un voco e vertical reduzido s rela es com os adultos localizada numa institui o com objetivos claramente definidos em prol da reprodu o social Nesse sentido chama a aten o para a concep o do brincar como uma a o natural e espont nea da crian a uma esp cie de credo e emblema nico da atividade infantil que esgota a multiplicidade das suas a es e torna
417. ltura moderna se apropria das inova es e desenvolvimentos tecnol gicos e recria a si mesma de forma que a pr pria modernidade passou a ser um diferencial competitivo Essa reflex o me faz concluir que cada momento hist rico constr i simultaneamente suas quest es e os modos pelos quais busca resolv los como nos diz Priori 2004 Olhando para o ato de brincar que constru mos na modernidade confronto me com aquilo que somos ou ao menos com a imagem do mundo e da cultura que queremos mostrar crian a Para as crian as ap s os anos 70 poca do capitalismo informacional da globaliza o da cultura de massa do retorno s identidades particulares que produziram novas identifica es sociedade MAUSS 2005 o brinquedo passou a ter uma conota o cultural diferente da que tinha para as crian as dos s culos passados especialmente pelo fato de a organiza o daquela sociedade deixar o brincar mais livre e o brinquedo ser mais uma produ o dom stica Ainda que as crian as de hoje usem o mesmo brinquedo ou brinquem com as mesmas brincadeiras do passado CARVALHO et al 2003 os significados s o outros pelo contexto da estrutura da vida moderna que desenhamos para elas Isso ocorre porque medida que a hist ria flui novas formas da sociedade perceber a inf ncia tamb m v o surgindo e esse olhar se estende aos brinquedos s brincadeiras e aos jogos desenvolvidos pelas crian as frutos da concep o dos adultos na m
418. m ao longo da hist ria do homem as caracter sticas tipicamente humanas de seu comportamento e como elas se desenvolvem em cada indiv duo constitui a base da abordagem hist rico cultural em psicologia desenvolvida por um grupo de psic logos sovi ticos liderado por L Vygotsky O princ pio orientador da abordagem de Vigoysky a dimens o s cio hist rica do psiquismo Segundo esse princ pio tudo o que especificamente humano e distingue o homem de outras esp cies origina se de sua vida em sociedade Seus modos de perceber de representar de explicar e de atuar sobre o meio seus sentimentos em rela o ao mundo ao outro e a si mesmo enfim seu funcionamento psicol gico v o se constituindo nas suas rela es sociais 183 1999 p 22 a brincadeira atual tem as seguintes repercuss es t picas da cultura atual QUADRO 13 Acesso ao inconsciente e autoconhecimento E Percep o de si mesmo Sensibilidade e valoriza o das emo es percep es e a es individuais DD Atendimento necessidade vital de express o Integra o e ajustamento vida pelo processo de percep o e comunica o Aumento da autodetermina o e autoconfian a pela atividade de explora o e realiza o transformadora Amplia o da capacidade de enfrentar os problemas Mobiliza o de mecanismos e adequa o realiza o pois lida com seus potenciais e limita es bem como a realidade social Solicita o d
419. m de ter toda a parte mercadol gica ligada promo o propaganda o jogo ou o brinquedo tem de ser um bom produto para fazer sucesso Tem id ias simples n o muito sofisticadas que fizeram ou fazem sucesso por causa do pre o mas via de regra dentro do produto tem um conceito interessante e bom Ent o quando a gente tem d vida manda testar Chama as crian as da escola da faixa et ria temos algumas escolas na regi o levamos o produto e testamos Se elas virarem as costas com 5 minutos de jogo come arem a bocejar esquece A gente tenta se cercar pesquisa formal n o temos nem tamanho nem escala para fazer diretor da Grow Para esse diretor superintendente da Grow Jogos e Brinquedos a renova o da linha de produ o fundamental e no segmento de brinquedos os novos produtos t m uma import ncia talvez maior do que em outros j que ela o motor do neg cio Ele afirma que essa renova o da linha acaba sendo fundamental para a sobreviv ncia da empresa no Brasil e no mundo inteiro porque isso faz com que a rea de concep o de produto de qualquer empresa acabe assumindo uma import ncia maior Hoje 35 40 da linha se renova Segundo dados seus s a empresa em que ele trabalha lan a mais de cento e dez cento e vinte produtos por ano porque existe uma demanda cada vez maior por parte da crian a por coisas novas Ele observa que Grow acabou assumindo a lideran a em algumas reas al m do brinquedo j
420. m dire o Polly parece ser a que move em dire o Barbie a representa o da mulher e seu universo de possibilidades o que explicaria esse sucesso um desejo de mulher Constato que compreender a Barbie um exerc cio complexo e dif cil na medida em que necess rio juntar an lise dela as considera es pelos destinat rios inscritos no pr prio brinquedo e sua dimens o l dica Ela liga tr s aspectos essenciais da modernidade nessa an lise que s o uma imagem social um brinquedo e uma menina consumidora preciso ainda associar a a o dos fabricantes da crian a permitindo que revele a longevidade de um brinquedo Nesse caso a boneca Barbie pode ser inscrita no movimento de v rias d cadas do novo sistema do brinquedo global e do local 131 Para mim interpretar esse fen meno sempre muito arriscado por m percebo com os estudiosos do assunto que a imagem que a menina manipula em uma boneca n o tem como objetivo lhe dar uma representa o fiel do mundo mas sim encarnar um desejo desencadear uma brincadeira de proje o que se encarna numa representa o sedutora desej vel A crian a n o est em busca de uma simples representa o do adulto que est pr ximo dela ela tem debaixo dos olhos mas de um adulto interessante que a convida a assumir seu papel Esse interesse a remete a v rios elementos s vezes bem pr ximos do mundo real Assim beleza sucesso riqueza popularidade tornam a Bar
421. m o convite sem muito entusiasmo mas denotando um certo enfado como se n o tivessem interesse no assunto ou fosse perda de tempo Quando perguntadas se gostam da forma como os seus filhos brincam revelam que sim porque brincam em casa ou no condom nio e est o em seguran a sempre sob a vigil ncia de algu m e confessam que seus filhos vivem uma inf ncia muito diferente da sua e que os brinquedos tamb m o s o Questionadas sobre o brinquedo a brincadeira e o jogo dizem que seus filhos gostam muito por m que eles brincam em casa geralmente no quarto predominantemente com o jogo virtual embora n o saibam 323 No Grupo 3 O Perfil A Quest o informar quais os jogos da prefer ncia deles apenas os compram Informaram que n o sabem quanto tempo os filhos levam utilizando o computador para brincar e n o conhecem o conte do dos jogos A maioria nunca jogou com os filhos Lembram de grande parte das brincadeiras de sua poca de crian a por m dizem que n o h mais interesse nas crian as hoje por esse tipo de brincar e atribuem essa mudan a modernidade aos novos tempos que fizeram as crian as diferentes Acham os brinquedos atualmente coerentes com a modernidade e o tipo de crian a e n o os acham caros Normalmente compram muitos brinquedos para os filhos mas n o t m uma m dia de quantos compram por ano Est o numa faixa et ria de at 26 anos de idade com n vel de escolaridade variando entre S
422. mais radical da ditadura militar e enfrentando a redemocratiza o dos anos oitenta PINTO 2003 Considerando as discuss es que eram feitas sobre a mulher no per odo vejo que a Barbie pode ser vista como a primeira feminista definida por sua independ ncia especialmente com rela o aos homens n o ter pai ou marido para impor uma forma de vida ou prover as suas necessidades Broug re 2000 comenta o fato de que a Mattel orienta a menina para uma outra imagem que n o a voca o de m e de fam lia nada de trabalhos caseiros Se a Barbie toma conta das crian as porque se trata de uma caracter stica de total independ ncia financeira da mo a ser baby sitter parceira de brincadeiras das sobrinhas e sobrinhos Hoje v rias Barbies gr vidas podem ser encontradas venda indicando que ela tamb m pode decidir ser m e sem ter o Ken ao seu lado 128 Essa caracter stica tamb m pode ser interpretada como relativa l gica do brinquedo que p e uma variedade da boneca no centro e n o justifica o desenvolvimento de bonecos masculinos A pedido do seu p blico a Mattel para muitos sem entusiasmo criou o boneco Ken no qual a empresa n o parecia acreditar de verdade Fonte dispon vel em http imagens google com br Figura 22 Barbie da d cada de 70 Nos anos oitenta FIGURA 23 a mania fitness contagiou tamb m a Barbie que se apresentava sempre com roupas de Academia de gin stica os s mbolos de Madonna e Why
423. mano dos odres em que os jogadores deveriam saltar num p s sobre sacos feitos com a pele do bode untados com azeite Ela tem o formato de uma cruz com semic rculo em uma das pontas onde est a palavra c u lua ou cabe a o que demonstra a rela o de influ ncia da igreja romana nessa brincadeira Depois vem a casa do inferno ou pesco o e a rea do descanso chamada de bra os ou asas onde permitido equilibrar se sobre os dois p s Por ltimo a rea do corpo ou quadrado Normalmente riscado no ch o por m hoje existem modelos feitos em materiais diversos como o pl stico pintado a tinta etc Quanto aos brinquedos tradicionais s o in meros os que est o presentes no dia a dia dos meninos e meninas ludovicenses Entre esses o mais utilizado e considerado pelos meninos sujeitos da pesquisa como o mais apreciados em S o Lu s o papagaio que um dos brinquedos com maior varia o de nomes muito popular e sazonal No Brasil conhecido regionalmente por pipa curica cafifa pandorga arraia quadrado e rais Em Portugal como estrela arraia rais papagaio bacalhau e gaivot o brincado na poca em que os ventos s o mais fortes nos meses de agosto a dezembro da observa o natural da crian a que de todos os lados surgem os papagaios nos c us ludovicenses nesses meses Para demonstrar como um dos brinquedos que resistiu fortemente ao tempo e suas mudan as encontrei como 287 originais da China m
424. manteria em segredo 1515 A passagem para a modernidade mudou essa concep o Com Suchodolsky 1984 p 26 vejo que v rias concep es de homem foram se sucedendo e consequentemente de inf ncia e de crian a Os direitos e necessidades dela come aram a ser percebidos a partir a Idade M dia apesar de que Muitos pontos de vista diferentes consideravam esse 91 momento hist rico como um amontoado de realidades diversas o Renascimento o Racionalismo iluminista o Romantismo NUNES 1999 p 10 Portanto se a ludicidade um fen meno concebido nas primeiras civiliza es o conceito de crian a e inf ncia concep o da modernidade Cohn 2005 p 15 diz aquilo que entendemos hoje por inf ncia foi elaborado na Europa a id ia de inf ncia uma constru o ocidental Ela n o existe desde sempre O que entendemos por inf ncia foi sendo elaborado ao longo do tempo na Europa simultaneamente com mudan as na composi o familiar nas no es de maternidade e paternidade e no cotidiano e na vida das crian as inclusive por sua institucionaliza o pela educa o escolar Isso por que nas sociedades pr modernas n o havia interesse espec fico centrado na crian a Para alguns pesquisadores como Ari s 1981 p 10 elas s o as grandes ausentes da hist ria j que o espa o que elas ocupam hoje e o significado que tem a inf ncia s o espec ficos da contemporaneidade Para chegar a e
425. mesmo da manipula o do brinquedo pela crian a muitos objetos culturais e sociais s o portadores de significa es com os quais ela convive desde o nascimento Dependendo do meio ambiente da representa o eles s o parte de um universo estruturado e complexo Isso remete observa o de que h uma autonomia do mundo do brinquedo que produz sua pr pria l gica Nesse aspecto necess rio levar em conta o impacto da dimens o funcional sobre a representa o ou sobre sua forma Podemos portanto analisar os brinquedos do ponto de vista de sua significa o Broug re 2000 sugere destacar para a an lise do brinquedo o aspecto material e as significa es que este possibilita aspecto que trato em cap tulo mais adiante Assim podemos concluir com essas reflex es que a concep o de brinquedo n o consegue ser universal pois h v rias concep es a de suporte de uma brincadeira onde o l dico atribu do a estes objetos que lhe d o car ter de brinquedo A outra vertente a hist rica cultural que trabalha as fun es diferenciadas dos brinquedos em seus mais variados contextos e considera que manipular os brinquedos manipular significa es culturais Para Broug re 2000 h duas maneiras para se definir brinquedo uma forma em rela o brincadeira Essa refer ncia ao objeto do brincar que pode ser industrializado ou artesanal mesmo que o valor dele esteja no tempo da brincadeira ou que tenha sido produz
426. mostra s crian as S o Paulo Summus 1983 ADORNO Theodor Ind stria Cultural e Sociedade S o Paulo Paz e Terra 2002 ADORNO Theodor HORHKEIMER W Dial tica do esclarecimento Rio de Janeiro Jorge Zahar 1985 ALAIN P Propos Sur Education Gallimard 1932 ALDO Rossi A Arquitetura da cidade 2 ed S o Paulo Martins Fontes 2001 ALLEAU Ren et al Dicion rio de Jogos Instituto Nacional do livro rio de Janeiro 1972 ALMEIDA Milton Jos de Cinema arte da mem ria e da sociedade Campinas Unicamp Mimes 2002 ALMEIDA Danielle Barbosa Lins de Sobre Brinquedos e Inf ncia aspectos da experi ncia e da cultura do brincar In Educa o amp Sociedade 95 Revista de Ci ncia da Educa o Volume 27 Maio Agosto 2006 ALMEIDA Ros ngela Doin de PASSINI Elza Y O Espa o geogr fico ensino e representa o 7 ed S o Paulo Contexto 2002 ALVES Lynn Game Over jogos de eletr nica e vuiol ncia S o Paulo Futura 2005 ANDRADE Cyrce Junqueira de et al Educa o Infantil muitos olhares S o Paulo Cortez 1994 ANDRADE Regina Gl ria Nunes Personalidade e Cultura constru es do imagin rio Rio de Janeiro Revan 2003 ANDRADE R G Identidade Cultural A idade da Terra 1980 Glauber Rocha Relat rio de pesquisa de p s doutorado FACOM Universidade Federal da Bahia Salvador 2000 ANDRADE Cyrce Junqueira et al Educa o Infantil muitos olhares S o Paulo Cortez 1994 ANDR
427. motiva o intensa Assim poderemos entender melhor o ato de brincar e a forma como ele se processa permitindo interpretar significa es e simbologias um reflexo da imagem do mundo e da cultura local ou global sob formas variadas de experi ncias Broug re 2000 levanta um aspecto importante para essa apreens o voltado especialmente para o brinquedo Trata se do material de que ele feito madeira espuma ferro pano vinil pl sticos e outros incluindo as diversidades do regional que retomo adiante Esses aspectos fazem com que mat ria e representa o se aliem em sua significa o atrav s dos v rios elementos que tomam como reprodu o da realidade e por todas as significa es que trazem A ind stria hoje trabalha com um arsenal variado de materiais que se ampliam a cada dia tornando o brinquedo um elemento com perfil distinto e com modelos bem diversificados Assim modernamente dentro de uma s cultura a crian a brinca com temas comuns educa o rela es familiares e v rios pap is que representam pap is sociais e as pessoas com que convive numa materializa o da cultura Os temas em geral representam o ambiente dela e aparecem no contexto da vida di ria do lugar inicialmente Quando o contexto muda mudam tamb m as a es relativas ao brincar preciso lembrar que o ambiente condi o essencial para brincar e por conseguinte ele o condiciona constituindo se assim em parte da cultura posta ao alcance da
428. mpla ou registra imagens mas manipula as e ao faz lo transforma as e lhes d novas significa es Nessa dire o conserva alguma elimina outras e as substitui por novas Reafirmo portanto diante desse fato que ao contr rio dos objetos cuja forma seguem uma norma o brinquedo pode ter uma grande variedade de formas de cores de aspectos e significados bem dif cil definir o per metro contempor neo do que pode ser transformado em um brinquedo Tomo como exemplo para essa constata o a casa de brinquedo como representa o do habitat por perceber como s o incont veis as significa es contidas nele Elas se reportam mais ao mito da casa do que s novas constru es Os modelos que a ind stria produz n o parece ser uma representa o de modernidade arquitet nica nem a de d cadas recentes nem a do come o do s culo A casa parece se formar na tradi o como se estivesse simbolicamente definida em um perfil determinado O mesmo ocorre em rela o s 197 divis rias que ela apresenta que invariavelmente s o as mesmas assim como a tend ncia ao material de confec o ser a madeira Muitos brinquedos seguem essa linha Outros a abandonam completamente o que os transforma em um objeto singular da modernidade em suas simbologias Quando me refiro ao s mbolo no brinquedo utilizo a linguagem conotativa sob o ponto de vista de Nasser 2003 ao afirmar que a linguagem simb lica acontece quando ao inv s de conter um s
429. mudan as e significa es na forma o da modernidade que se evidencia de varias formas Enquanto a imagem grega por exemplo tinha uma rela o estreita com a contempla o art stica a moderna tem a fun o de impulsionar a a o ou melhor ela j o pr prio discurso da a o constru da para esse fim Entre outros exemplos a altera o das significa es do brinquedo tradicional evidente tamb m na cria o de modelos novos e inovadores como a inven o de 4ki Maita funcion ria da Bandai uma das maiores fabricantes de brinquedos do Jap o Estou me referindo aos brinquedos Tamagotchi lan ados em novembro de 1996 como pequenos animais virtuais de estima o supostos extraterrestres em forma de ovo O bichinho com uma tela de cristal liquido em que aparece uma bolinha preta com olhos programado para comer dormir fazer a li o e receber carinho na hora certa Quando bem tratado pelo dono cresce ganha novas formas e at envelhece e morre Precisa de alimento e carinho para sobreviver Depois outros v o nascendo em seu lugar Em troca de tanta aten o o aparelhinho d as horas Vejo o como uma marca de modernidade Esse brinquedo foi uma explos o vendendo 14 milh es de unidades virou febre entre as crian as trazendo mudan as significativas em rela o aos outros brinquedos menos interativos que desapareceram em seguida Como a ind stria cultural carrega consigo caracter sticas da contemporaneidade
430. muito interessante que reflete a realidade da quest o de g nero do brincar os brinquedos de menina s o confeccionados normalmente por mulheres enquanto os dos meninos s o feitos pelos homens Essa realidade percebida muito claramente na confec o de carros papagaios e bolas pelos artes os e as bonecas e demais brinquedos femininos pelas artes s As mulheres 310 normalmente trabalham com tecidos l s pinturas bordado e os homens com madeira palha cer mica e outros materiais mais pesados Na compra dos brinquedos normalmente h uma influ ncia maior feminina Observei que a maioria dos compradores s o mulheres acompanhadas dos filhos Quando investiguei a motiva o para a compra de um brinquedo regional os adultos especialmente as m es citam uma saudade do brinquedo de inf ncia e o desejo de que seu filho tamb m conhe a esse tipo de brinquedo Os artes os observaram que parece realmente haver uma liga o muito grande entre os adultos e os brinquedos tradicionais e regionais vendidos nas feiras Para as crian as a vis o diferente pois informaram que acham curioso o brinquedo que s o diferentes dos que eles costumam brincar A principal diferen a que apontaram que esse brinquedo d para fazer mais coisas com ele diferente porque mole f cil de mexer com ele o que vem confirmar o fato dos brinquedos industrializados n o permitirem muitas a es al m daquelas que a ind stria s
431. n a o medo do monstro uma esp cie de desejo e ele est situado no limiar do tornar se Muitos deles pelo seu tipo f sico e representa es que assustariam crian as de gera es passadas s o bem aceitos pelas atuais e n o s o considerados estranhos As crian as convivem com personagens que para os padr es est ticos ou de beleza dos adultos s o tidos como feios esquisitos diferentes de forma bastante tranquila e perfeitamente adaptada a um di logo com eles Muitos desses personagens s o vistos pela crian a como her is correspondendo exatamente a essas teses FIGURA 30 Destaco um deles o Max Steel da Mattel como o boneco industrializado mais vendido em S o Luis para os meninos conforme nossas coletas de dados no com rcio Observo que estas refer ncias que fa o sobre esses aspectos assustadores do brinquedo moderno s o aos modelos dos brinquedos n o a dos jogos virtuais aos quais dou um tratamento espec fico adiante Cohen ib id diz que os monstros devem ser analisados no interior da intrincada matriz de rela es sociais culturais e l tero hist ricas que os geram Isso remete a pensar sobre a import ncia e a interpreta o dessas figuras como brinquedos entre as crian as e a interpreta o que fazem dela Diz ainda que o monstro um poderoso aliado daquilo que Foucault 1990 p 47 48 chama de sociedade pan tica na qual comportamentos polimorfos foram realmente extra dos d
432. n a brinca 102 As crian as em S o Luis dizem que brincam porque gostam de estar com os colegas porque muito legal porque gosta porque quer se divertir porque bom Para os pais as crian as brincam por que isso natural nelas porque um instinto que j trazem do ber o Para o artes o brincar importante para manter a tradi o para que as crian as conhe am as suas raizes para que possam passar adiante a hist ria do lugar Para os lojistas para ficar atualizadas porque conhecem o produto pela propaganda Para a ABRINQ brincar faz com que as crian as compreendam que o mundo est cheio de possibilidades e que eles simbolizam as oportunidades de expans o da criatividade do homem para converter as crian as de nossos dias em adultos maduros com grande imagina o e autoconfian a Diante dessas considera es constato as diferen as e similitudes que foram se operando na passagem do tempo para a cultura moderna tanto no lugar como no olhar do pesquisador do adulto da crian a do artes o e hoje no da ind stria Como produto de uma ind stria de bens culturais ele atualmente um objeto de consumo em que adultos e crian as est o envolvidos de forma demarcadamente diferenciada como um elemento da cultura com a o de amplas possibilidades Nesse sentido Chateau apud MIRANDA 2001 p 26 v o exerc cio do brincar como o laborat rio
433. n as da sociedade e ao mesmo tempo como caracter stica da modernidade interferindo no lugar Isso me faria demarcar um momento ou situa o ou fato social que se constituiu como aquele que fez uma ruptura com o tradicional e ao mesmo tempo representava o tradicional adquirindo sustenta o para permanecer Diante dessas reflex es e decis es j tomadas para a seq ncia das minhas a es eu ainda precisava questionar o papel desempenhado pela ind stria de bens culturais e pela sociedade de consumo na mudan a do brinquedo e do brincar na atualidade E nesse sentido descobrir que comportamentos evidenciavam essas diferen as produzidas na sociedade na rela o entre a crian a e essa ind stria quanto ao brincar contempor neo Para esse intento seria de vital import ncia descobrir como se estabelecem as rela es de poder entre as propostas do p lo fabricante e da crian a que transforma o produto em sucesso pela demanda ao se apropriar ou n o dele submetida press o midi tica e do adulto na depend ncia da crian a a ele Assim pensei que utilizando um lugar para fazer essa observa o ficaria percept vel a rela o entre o brincar na cultura urbana contempor nea em contraponto com a chamada tradicional em termos do seu sistema de valores atitudes e comportamentos Intencionalmente escolhi S o Lu s do Maranh o para ser esse lugar porque al m de ser o meu lugar considerando a vis o de Tuan 1982 no sentido de que onde
434. n as e o Natal enchem as lojas de consumidores num acr scimo de 60 a 70 deles Existe um arsenal de prepara o em termos de abastecer o estoque buscar novidades promover campanhas publicit rias para esses dois momentos Na busca pelo brinquedo industrializado mais vendido em S o Lu s ap s uma maratona pelas diversos locais da pesquisa conclui que s o os fabricados pela Mattel para as meninas a Barbie e para os meninos o carro e autorama Hot Wheel FIGURA 55 e o boneco Max Steel FIGURAS6 QUADRO 29 Este ltimo citado vendido em m dia por R 49 00 embora seja encontrado modelos variando de pre os de R 129 00 R 149 00 e R 199 00 Existem v rias modelos diferentes como o Autorama Radar Gun Crash Arena Pista Super r pida pista de combate pista Criss Cross Octopark entre muitos modelos diferentes Ele um brinquedo que agrada muito tamb m aos adultos A exemplo a revista Quatro Rodas veiculou a mat ria Brincadeira de gente grande para demonstrar o fato de que os adultos roubam a cena no campeonato de colecionadores dos carrinhos da marca Hot Wheels Enquanto uma crian a citada na mat ria que tem 648 pe as o tio dele tem 6000 miniaturas Em todo o mundo segundo a Mattel s o 15 milh es de colecionadores Muitas pessoas guardam alguns brinquedos da inf ncia enquanto outros chegam mesmo a comprar brinquedos novos relacionando se com eles de maneiras afetivas especiais 314 Fonte PORTO Iris
435. nais em S o Lu s Fonte Reis 2004 As brincadeiras registradas pelo autor revelam a hist ria que construiu o perfil do que normalmente as crian as brincaram em S o Lu s ao longo do tempo Todas elas embora em volume menor ainda estejam presentes mesmo que tenham se deslocado para a periferia da cidade Na cidade inchada onde encontramos crian as brincando de queimado papagaio pegador peteca entre essas citadas Vejo que algumas dessas foram levadas s escolas como o canc o que tem espa o cativo nos p tios desenhada no ch o e o v lei boiou a gincana outras foram se afirmando no mundo adulto como o domin a dama e o baralho muito comum nas cal adas das periferias de S o Lu s desenvolvidas por homens outras desapareceram como o preto fugido outras foram restritas s manifesta es religiosas como o Pau de sebo Todas essas manifesta es comp em a realidade da tradi o em S o Lu s Cada uma delas tem caracter sticas pr prias e singulares apesar da origem comum em alguns casos No entanto h muitas crian as em S o Lu s que desconhecem muitas delas especialmente as urbanas 6 2 1 Brinquedos e brincadeiras tradicionais Percorrendo a hist ria do brinquedo da brincadeira e do jogo em S o Lu s encontrei a brincadeira de roda como uma das primeiras do lugar que conserva resqu cios de sua origem europ ia A partir do s culo XIX passaram a desembarcar em S o Lu s novas refer ncias de cantigas d
436. nais ligados religiosidade 1 bringuedos representativos da Festa do Divino Esp rito Santo 2 brinquedos depositados na festa de S o Jos de Ribamar 3 Barquinho da festa de S o Pedro 4 Brincantes do festa religiosa e popular do Tambor de Mina em S o Lu s 305 Vejo que esses aspectos levantados sobre a cultura est o ligados s viv ncias pr modernas e modernas em S o Lu s articulados entre o local e o global Esse movimento nessas duas dire es diz respeito uma combina o eficaz da profundidade e da compreens o sobre as pessoas e os ambientes e permite ir s particularidades para obtermos uma descri o mais geral do brinquedo As diferen as culturais costumam ser varia es sobre temas de import ncia universal com nfase diferenciada no valor dado a pr ticas espec ficas Por exemplo algumas formas de brincar mudam de uma sociedade para outra por m as crian as brincam mesmo que de forma diferente O desenvolvimento humano necessariamente se baseia na bagagem hist rica com a qual os seres humanos nascem tanto na condi o de membros de sua esp cie quanto na de membros de sua comunidade Ao mesmo tempo novas gera es transformam permanentemente as institui es e a pr ticas culturais herdadas 6 3 O brinquedo das feiras e exposi es Em S o Lu s os brinquedos regionais s o vendidos entre outros locais nas feiras sazonais de artesanatos em exposi es peri dicas mensais promovidas pela pref
437. nas Ci ncias Sociais com um n vel de realidade que n o pode ser quantificado Ou seja ela trabalha com o universo de significados motivos aspira es cren as valores e atitudes o que corresponde a um espa o mais profundo das rela es dos processos e dos fen menos que n o podem ser reduzidos operacionaliza o de vari veis Para Goldenberg 2004 os dados qualitativos consistem em descri es detalhadas de situa es com o objetivo de compreender os indiv duos em seus pr prios termos Estes dados n o s o padroniz veis como os dados quantitativos obrigando o pesquisador a ter flexibilidade e criatividade no momento de colet los e analis los N o existindo regras precisas e passos a serem seguidos o bom resultado da pesquisa depende da sensibilidade intui o e experi ncia do pesquisador Gil 2004 classifica a pesquisa de Levantamento com base nos objetivos caracterizando a pela interroga o direta dos sujeitos da pesquisa Basicamente procedemos solicita o de informa es a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida mediante an lise quantitativa obtermos as conclus es correspondentes aos dados coletados Na maioria dos levantamentos n o s o pesquisados todos os integrantes da popula o estudada Antes selecionamos mediante procedimentos estat sticos uma amostragem significativa de todo o universo que tomada como objeto de investiga o As conclus es obti
438. ncadeiras das citadas pelos mais velhos em S o Luis e a quem poderiamos atribuir o fato de elas n o conhecerem determinadas brincadeiras Se a tradi o passada de forma oral se a gera o aprende com a que a antecede nesse sentido quem permite essa mudan a o adulto respons vel direto pela informa o gera o mais nova que nem sempre tem tempo mais para ensinar e cantar cantigas de roda de brincar com as crian as O di logo com Appadurai 2002 sob esse aspecto importante por que observo que a n o continuidade da brincadeira tradicional em certas localidades demonstra o que ele afirma a localidade ao mesmo tempo que forte um fato social intrinsecamente fr gil que precisa de cuidado contra diversos riscos conceituados de formas diferentes conforme as pocas e os lugares zona de fronteira rela es sociais a ecologia e a tecnologia Essa constata o evidenciada nos v rios elementos diferentes que comp em o brinquedo tradicional e o moderno desde a confec o o material a forma o local onde foi concebido as hist rias de sua concep o suas representa es e significados identificados com uma determinada sociedade e momento hist rico entendendo se por m que nada se encontra constru do de forma definitiva e est tica Isso significa que surgir o outros momentos e significados O brincar como um produto fruto da diversidade da cultura material corresponde a pensar o diverso como algo que aprese
439. ncar local tive que ajustar meus referenciais uma vez que tomei como par metros te ricos de an lise em grande parte os da Fran a pela pouca produ o de estudos hist ricos da evolu o do brinquedo no Brasil KISHIMOTO 2000 Essa vis o me ajudou porque historicamente diferentes teorias sociais sobre quest es que envolvem a crian a e a inf ncia t m sido foco de an lise naquele pa s e em variados campos do conhecimento especialmente os sociol gicos aos quais procurei O mesmo fazem os pesquisadores brasileiros da tem tica ao buscarem essa fonte para suas reflex es e composi es Dessa forma meu objetivo de conhecer o atual processo de intera o entre brinquedo e mercantiliza o como resultado da moderniza o do lugar alicer ou se no car ter de reconhecimento da din mica entre universalidade e diversidade espacial e temporal Este objetivo foi sendo constru do e gradualmente se estabelecendo nas descobertas pontuadas no recorte emp rico e ao mesmo tempo no confronto com a teoria Tais observa es e descobertas dizem respeito s mudan as que se operaram em suas caracter sticas j bastante vis veis na d cada de setenta quando o com rcio de brinquedos se expandiu pelo mundo tendo como ponto de partida os Estados Unidos Naquela d cada a mat ria pl stica se afirmou definitivamente como o material do brinquedo deixando para a madeira um lugar secund rio para projetos que visavam diversifica o hoje bem pre
440. ncias Humanas Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais Bel m 2007 1 Brinquedos Aspectos sociais 2 Brincadeiras Aspectos sociais 3 Crian as 4 Cultura I T tulo CDD 22 ed 306 48 IRIS MARIA RIBEIRO PORTO BRINCAR COISA S RIA Um estudo do brinquedo na cultura da modernidade Tese apresentada ao programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da Universidade Federal do Par como requisito parcial obten o do t tulo de Doutor em Ci ncias Sociais com rea de concentra o em Sociologia Aprovadoem Banca Examinadora Prof Violeta Refkalefsky Loureiro Orientadora Doutora em Ci ncias Sociais Universidade da la Sorbonne Nouvelle Universidade Federal do Par Prof C sar Augusto Castro Examinador Doutor em Educa o USP Universidade Federal do Maranh o Prof Celina Maria Colino Magalh es Examinadora Doutora em Psicologia Comportamental USP Universidade Federal do Par Prof Maria Jos da Silva Aquino Examinadora Doutora em Ci ncias Sociais UFRJ Universidade Federal do Par Prof Raymundo Heraldo Mau s Examinador Doutor em Ci ncias Sociais Museu Nacional Universidade Federal do Par Prof Maria Ang lica Motta Mau s Examinadora suplente Dra em Sociologia pelo TUPERJ Universidade Federal do Par A meu pai que sonhou ter uma filha doutora minha m e que me ensinou as primeiras letras para essa caminhada e j es
441. ncionamento da sociedade por exemplo a no o de valor de moeda que serve para calcular os pre os a medida econ mica a nica exata da qual Arist teles j dizia que ela servia para contar e enfim de que por tr s de todo fato social h hist ria tradi o linguagem e h bito pois em torno de id ias comuns religi es p tria moeda assim como sobre o selo que se agrupam os homens com seu material seus n meros e sua hist ria Para Mauss ib id portanto os mesmos fatos sociais podem ser apresentados em ordens diversas e as das compara es n o excluem a das filia es hist ricas por isso que considero importante nessa perspectiva trazer a Sociologia e a Antropologia para uma leitura do brinquedo diante da cultura da modernidade especialmente nas mudan as que se efetuaram nele ao longo do tempo Para minha interpreta o tamb m preciso de Broug re 1998 p 17 que como soci logo analisa a fun o cultural do brinquedo moderno buscando compreender a rela o entre a crian a a cultura e a inf ncia e nessa an lise indicando a como um dos reveladores de uma cultura e de possibilidade para a crian a interpretar o mundo em sua dimens o simb lica s assim posso compreender o brinquedo em S o Lu s O brinquedo um dos reveladores de nossa cultura Obedece l gica de uma poca objeto de consumo meio de descobrir o mundo da t cnica express o cultural relacionada
442. ndo crer em suas simbologias e o da presen a da recrea o do divertimento que os jogos proporcionam nas festas religiosas Ambas se marginalizam em rela o ao jogo oficial em dois lados seriedade e frivolidade A n o seriedade do jogo seria portanto um processo hist rico o que ries 1991 p 145 ajuda a perceber a hist ria dos jogos portanto aquela de sua transfer ncia do s rio ao fr volo n o sendo o s rio somente o lugar do trabalho mas tamb m o da sociabilidade considerada ainda mais importante que o trabalho O jogo em sua complexidade e variedade precisa ser entendido como uma categoria com propriedades amplas Enquanto material implica de maneira expl cita um uso l dico que assume frequentemente a forma de uma regra jogos de sociedade ou de uma restri o interna ao material jogo de habilidade jogo de constru o que constitui uma estrutura preexistente ao material a no o de jogo como conjunto de linguagem funciona em um contexto social a utiliza o do termo jogo deve pois ser considerado como um fato social tal designa o remete imagem do jogo encontrada no seio da sociedade em que ele utilizado BROUGERE 2003 A maioria dos autores considera os jogos tradicionais em sua perspectiva antropol gica e social como aqueles transmitidos de gera o a gera o de pais para filhos de filhos para netos de crian as mais velhas para as mais novas dentro de uma comunidade
443. ndo o que afirmaram Adorno e Horkheimer 2002 em 1948 sobre o risco da produ o em s rie de bens que provinham da ind stria que eles denominaram de ind stria cultural Esses dois soci logos da Escola de Frankfurt analisaram o risco da reprodu o em s rie desses bens e consideraram como aspecto negativo da modernidade Assim eles deixaram perceber a complexidade da tem tica e a demarca o de comportamentos a partir da percep o dos seguintes fatos como consequ ncia do desenvolvimento industrial 1 a ambi o normal de toda ind stria cultural de conquistar fatias no mercado mundial pela difus o dos seus produtos 2 o conflito da intromiss o dessa ind stria s vezes transformando ou destruindo a 2 Para Barbosa e Campbell 2006 p 26 h uma dificuldade em definir consumo no mbito das Ci ncias Sociais Economistas profissionais de marketing e ambientalistas continuam definindo consumo de forma muito explicita Para os economistas consumo o consumo final associado aos indiv duos e aos grupos dom sticos o chamado B para C diferindo do consumo ou uso de materiais por firmas ou governo o que tecnicamente definido como B para B no sentido mais b sico Portanto consumo para os economistas e tamb m para os profissionais de marketing um processo individual quantific vel de satisfa o de necessidades bem definidas Para os ambientalistas consumo todo ato que incorra em uso de recursos ambientais anal
444. ndo o volume de produ o e porte da empresa Estrela Brinquedos Bandeirantes Grow Tec Toy e Glasslite produzem grande parte dos brinquedos da crian a brasileira e consequentemente a da de S o Lu s do Maranh o Atzingen 2001 diz que at a d cada de trinta a maioria das crian as brasileiras brincava com bonecas de pano e carrinhos de madeira confeccionados em pequenas oficinas por costureiras e artes os Essa era a realidade em S o Lu s Somente uma parte da popula o tinha acesso aos brinquedos importados carrinhos de lata e bonecas de porcelana que vinham principalmente da Europa A primeira empresa a fabricar carrinhos e avi es de lata no Brasil foi a Metallurgica Matarazzo por m a primeira a produzir brinquedos em quantidade significativa foi a Estrela sob a influ ncia da ind stria alem surgida no Brasil em 1937 Ela dominou por muito tempo o mercado e marcou a inf ncia brasileira em todas essas gera es Hoje s o mais de 300 ind strias de m dio porte que produzem brinquedos no pa s segundo dados da ABRINQ ANEXO D A Segunda Guerra Mundial favoreceu o desenvolvimento da ind stria nacional de brinquedo devido dificuldade para a importa o Nesse per odo ela ind stria adquiriu a tecnologia para a fabrica o em n vel nacional Os anos cinquenta popularizaram o pl stico outro elemento importante nesse desenvolvimento e no acompanhamento das f bricas para seguir as tend ncias mundiais de fabr
445. nergia quando eles est o desenvolvendo a atividade Os jogos de a o atraem mais os meninos enquanto os de representa es mais as meninas Terman apud CHATEAU 1987 analisando 19 mil crian as determinou o que ele chama de coeficiente de masculinidade de alguns jogos Os coeficientes v o at 24 acima de 13 trata se de jogos preferidos pelos meninos abaixo de 13 dos preferidos pelas meninas QUADRO 18 Instrumentos Caminhada Papagaio bicicleta bolinas de gude boxe futebol luta Pi es m quinas Pesca Arco e flecha esqui futebol Pernas de pau jardinagem basquete Arco e aro nata o remo ca a estalar chicote corrida salto hockey Pulos tobog camping cavalo bolas diversas xadrez bilhar gam o Croquet volley domin cartas mapas anagramas e similares Correio t nis bonecos de palha Pulga esconde esconde quatro cantos igreja quebra cabe as Rodas o gato e o rato pular corda advinha es m micas Dan a costura mercearia Tric ou croch Escola Cozinha m e e filha Amarelinha Mascarada Boneca i o Ei q 3 5 S a amp Q E a O e es O o q Quadro 18 Coeficiente de masculinidade dos jogos Terman ib id concluiu em seu estudo que os meninos s o mais engajados nos jogos que exigem destreza agilidade muscular competi o Por sua vez as meninas demonstram mais conservadorismo e participam mais nos jogos que exigem a es restrit
446. nic pios As tabelas 23 24 e 25 abaixo revelam os n meros 691 788 679 688 1 444 422 950 298 663 283 486 267 329 815 405 914 Quadro 23 Popula o residente de 10 anos ou mais de idade Fonte IBGE Censo demogr fico 2000 5 651 475 2 812 681 2 832 794 3 364 070 Quadro 24 Popula o residente por grupo de idade Fonte IBGE Censo demogr fico 2000 4 379 999 3 142 789 73 4 Quadro 25 Popula o residente por sexo e situa o de domic lio Fonte IBGE Censo demogr fico 2000 Vejo o povo do meu estado em constante dificuldade e luta na busca pela sobreviv ncia Uma comprova o do que afirmo a pesquisa realizada em cidades com mais de 100 000 habitantes pela Funda o Get lio Vargas O Mapa do Fim da Fome em 2001 Ali o Maranh o apontado como o Estado mais pobre da Federa o TABELA 9 Esses 269 dados basearam se nos censos das d cadas de 70 80 e 90 Os indicadores sociais revelam que grande parte da popula o vive abaixo da linha da pobreza uma situa o bastante comprometedora em termos da qualidade de vida nos termos considerados pelo Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUDE Considerando esses dados do IBGE clara a situa o de dificuldade em que vive a crian a maranhense consequentemente a ludovicense apesar de na capital os indicadores serem melhores do que no restante do Estado Apesar disso ela reflete a situa o do estado inteiro porque suas q
447. ninas Constato que de forma muito evidente a Barbie foi ratificada pela crian a contempor nea Os seus quase 50 anos n o interferem em sua juventude Isso s foi poss vel por que ela evoluiu para poder continuar a dar forma ao desejo num mundo submetido a mudan as evidentes essa a originalidade da Barbie no mundo do brinquedo essa maneira de mudar constantemente continuando a manter uma forte identidade BROUGERE 2005 Essa manuten o do satus quo dela pode ser explicado pelo fato de que segundo o autor a Barbie composta de v rios suportes que a mant m no topo do mercado do brinquedo sem abalos na concorr ncia a publicidade televisiva e a incita o ao pedido direto da crian a o consumismo sem limites uma multinacional a fabrica o desde o in cio em pa ses de m o de obra barata nem sempre os mesmos nesses quarenta e oito anos uma apar ncia 130 americana um estere tipo que n o corresponde ao real uma mulher objeto e mais o que cada cr tico acrescentar de pessoal Outros brinquedos evolu ram para conseguir permanecer mas na maioria das vezes s conseguiram porque foram transformados ou atualizados dotado os de novas caracter sticas enquanto a Barbie foi sendo adaptada s transforma es da sociedade e da mulher de forma sutil e ao mesmo tempo intencional num processo constante uma atualiza o s novas meninas Devo destacar que depois de mais de quarenta anos de soberania da Barb
448. nmd Israel Early child development and care 1987 JACKSON J P Comprando e vendendo as almas de nossas crian as Rio de Janeiro Danprewan 2001 JAMESON Frederic A Cultura do dinheiro Ensaios sobre globaliza o Petr polis Rio de Janeiro Vozes 2001 350 JAMESON Frederic e MYOSHI P s modernismo a cultura do capitalismo tardio Rio de Janeiro Zahar 1997 JAPIASSU H Francis Bacon o profeta da Ci ncia Moderna S o Paulo Letras amp Letras 1995 JENSEN Eric C rebro y Aprendizage compet ncias e implicaciones educativas Madrid Vancesa S A Edicionies 2004 JOBIM e SOUZA Solange Inf ncia e Linguagem Bakhtin Vigotsky e Benjamim Campinas Papirus 1996 JONHSON Allan Dicion rio de Sociologia S o Paulo Zahar 1997 JOLLY Fernando A Cartografia Campinas PapirBus 1990 JOLIBERT B L enfant au 17 e si cle Paris Librairie Philosophique J Vrin 1981 KISHIMOTO Tizuko Morchida Jogos infantis o jogo a crian a e a educa o 7 edi o Petr polis RJ Vozes 1993 Jogos brinquedos brincadeiras e a educa o 4 ed S o Paulo Cortez 2000 Org Brincar e suas teorias S o Paulo Pioneira Thonson Learning 2002 KAMII C A Sketch of a Piaget derived preschool curriculum developed by the Ypsilanti early education program In B Spodek org Early Childhood Education Englewood Cliffs NJ Prentice Hall 1973 KLEIN M Amor dio e repara o Rio de Janeiro Imago 1976 KLINE
449. nquanto o masculino traduz a voca o para a descoberta de espa os long nquos escapando do peso do cotidiano Constato nesse processo que grande parte do design dos brinquedos da cultura da modernidade de qualquer que seja o g nero que eles visem atender vem do Jap o pa s que por volta de 1920 come ou a se tornar de fato importante exportador desse produto embora a produ o seja na maioria chinesa A Hist ria do Jap o muito complexa para nosso entendimento ocidental com mitos e lendas Toda sua hist ria baseada no xinto smo religi o pr pria do pa s e que explica a origem divina no Arquip lago Nip nico e seu povo Acredito que o perfil e as caracter sticas do formato dos brinquedos dos desenhos e dos elementos dos jogos virtuais oriundos do Jap o est o ligados a essa mitologia Por sua vez ela est muito ligada a elementos da natureza pela depend ncia e rela o de proximidade que os povos primitivos tinham da mesma O Jap o um pa s que contrasta o moderno e antigo em sua cultura Apesar do avan o da tecnologia e das rela es sociais os mitos e as tradi es antigas ainda est o muito presentes no imagin rio do povo Isso se d pela preserva o da cultura que continua a ser transmitida por gera es atrav s de livros escatol gicos JABOUILLE 1986 Percebo que na cultura da modernidade o mito passou a ser encarado como uma necessidade universal n o mais sendo visto como exclusividade de grupos men
450. nquedos devem exercer controle extremo ao desenhar os brinquedos para atender a essa popula o e produzi los seguindo essa Norma de Seguran a do Brinquedo citada O INMETRO est atento a sua seguran a e trabalho na testagem deles Um brinquedo pode chegar a ser submetido a centenas de provas simulando o uso e o abuso razoavelmente previs veis que um brinquedo pode receber ANEXO H A certifica o de brinquedos importados e nacionais no Brasil um dos modelos de certifica o existentes sendo uma atividade de car ter compuls rio obrigat rio que est baseada na norma referida acima Seguran a do Brinquedo publicada pela Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT e regulamentada pela Portaria INMETRO n 177 de 30 de novembro 1998 A certifica o de brinquedos bem como dos demais produtos certificados feita por organismos credenciados pelo INMETRO com base em ensaios feitos da mesma forma em laborat rios credenciados por esse rg o Os ensaios realizados em laborat rios definidos a partir do tipo do brinquedo s o baseados na composi o dos materiais constituintes e tamb m na inten o e forma de utiliza o do brinquedo pelas crian as Ap s a aprova o do brinquedo em todos os ensaios aos quais submetido concedido ent o o Certificado de Conformidade e a licen a para o uso da Marca de Conformidade que demonstram ao consumidor o atendimento do produto aos requisitos de seguran a contemplados n
451. nsistiu fundamentalmente na passagem de uma adapta o gen tica ao meio ambiente natural portanto a uma adapta o cultural Trazendo o brinquedo nesse contexto como artefato da cultura material vejo que ele produzido com uma inten o definida e traz uma adapta o situa o desejada que toca na filosofia e nos fen menos da vida Trago para essa discuss o Valsiner 1988 por entender o conceito de cultura referindo se organiza o estrutural de normas sociais rituais regras de conduta e sistemas de significado compartilhados pelas pessoas que pertencem a um certo grupo etnicamente homog neo Nesse entendimento para ele h duas faces da cultura entidade coletiva e pessoal em que os significados s o socializados Para minha discuss o a assimila o da cultura mediada pelo brincar possui uma fun o subjetiva em que a crian a resgata organiza e constitui sua subjetividade ARAUJO 1998 Vygotsky 1984 Leontiev 1988 e Elkonin 1988 fundamentados no materialismo dial tico compreendem que a atividade l dica surge para resolver uma contradi o entre o desejo da crian a de agir sobre o objeto e o dom nio das opera es necess rias para tal A cultura para eles se configura nesse contexto como a base dos acontecimentos das rela es da linguagem que seria o fator mediador dos signos 82 Benjamim 2000 que n o se insere nesse contexto da psicologia Hist rico cultural sob o ponto de vista te rico se
452. nta caracteres diferentes simult neos ou sucessivos ou seja como um significado marcado pelo posto divergente contradit rio diferente e n o de variedade e multiplicidade BRANT 2005 p 74 75 Sob esse aspecto no brincar das sociedades pr modernas como artefato da cultura material e simb lica com seus significados diversos dos atuais um dos aspectos caracter sticos que evidenciam essa diferen a relativo aos jogos pela rela o que faziam com sorte azar v cios pecados Outro aspecto que o brinquedo nascia nas m os de profissionais que representavam de forma reduzida os objetos e as pessoas com v rias significa es utilizados em rituais variados al m de serem destinados s crian as e adultos como os dos funer rios pois em algumas sociedades muitas vezes era comum serem depositados em t mulos 111 havia o gosto de representar de forma reduzida as coisas e as pessoas da vida quotidiana o que resultou numa arte e num artesanato popular destinado tanto satisfa o dos adultos como distra o das crian as Os museus sobretudo alem es e su os possuem conjunto complicados de casas interiores e imobili rios que reproduzem em escala reduzida todos os detalhes dos objetos familiares Essas concep es mais espec ficas sobre o brinquedo mudaram pelo fato de que passaram a valorizar mais o ponto de vista da produ o e consumo e aprisionaram a crian a aos contrastes da modernidade que dirig
453. nte forem os brinquedos mais distantes estar o de seu valor como instrumentos de brincar Isso porque s o objetos produzidos por uma ind stria especializada em que o significado dado dependendo da condi o concretas da vida social de determinantes econ micos pol ticos e sociais 333 7 REFLEX ES CONCLUSIVAS Brincar um meio de expressar se Juan Antonio Murcia Apresenta as ultimas reflex es da an lise feita na pesquisa te rica e emp rica e faz considera es importantes que denotam a necessidade de continuar considerando as complexidades do brinquedo da modernidade e a perman ncia do tradicional em pesquisas posteriores 334 Quando eu iniciei a pesquisa pretendia ver o brinquedo moderno como mercadoria bem produzido pela ind stria cultural Nessa inten o cabia analisar a presen a do tradicional e regional na sociedade de mercado em S o Luis Procurei ter como referencial o campo das Ci ncias Sociais nessa an lise que envolvia valor rela o entre o local e o global ind stria cultural crian as consumidoras E ainda nos tipos de brinquedos produzidos atualmente o reflexo de uma nova identidade de sociedade de crian a e de brinquedo constru do seguindo os paradigmas da modernidade e ao mesmo tempo a realidade do lugar especialmente ap s os anos setenta poca do capitalismo informacional e ao mesmo tempo do retorno s identidades particulares Assim volto s minhas quest es nortea
454. nte contemplativo com 15 metros de altura oferecendo uma vista panor mica da cidade 76 ou do pai dos tipos de brinquedos tradicionais ou modernos da compara o entre brincadeira antiga e atual Assim fui firmando a forte convic o de que para compreender um brinquedo preciso saber de onde ele vem seu sistema de produ o e de difus o os significados que carrega e que fazem dele a express o de uma cultura Segundo Broug re 2004 p 15 essa perspectiva n o motivo de preocupa o para o criador do brinquedo o seu criador nem sempre tem consci ncia na medida em que se inscreve na evid ncia na obviedade que concerne crian a Torna se necess rio situ lo hoje nos desafios comerciais familiares educativos Al m disso preciso captar o sentido que a crian a d a ele o que faz com ele e como dele se apropria al m de sua trajet ria em busca da identidade atual Adquiri essa percep o ao refazer a trajet ria hist rica do brinquedo at a modernidade enfocando a vis o das sociedades sobre a crian a e o brincar em sua evolu o pr e moderna para alguns p s moderna no interesse de conhecer formas de brincar e de perceber as mudan as que foram sendo evidenciadas nessa trajet ria atrav s dos estudos Vejo que a princ pio eram mais lentas e hoje se processam de forma acelerada E esta realidade permitiu constatar o surgimento de novos paradigmas e de outras significa es em decorr
455. ntexto os tradicionais reconhecidos h v rias gera es nas mais diversas demarca es geogr ficas do globo oriundos de grandes civiliza es antigas de um tempo espec fico que resistiram passagem das gera es permanecem inalterados como a bolinha de gude que herdamos do Egito o domin o cata vento e a pipa da China as pernas de pau e as marionetes da Gr cia e Roma entre outros Vejo que se mantiveram pela for a da hist ria oral da intermedia o de gera o para gera o Muitos deles s o produzidos pela ind stria hoje Vejo as outras categorias pr prias da contemporaneidade produzidos com um olhar moderno que o entende e classifica de acordo com o fabricante e esse olhar prescruta visando um p blico espec fico que entende a linguagem da sociedade do consumo e a da 8 Baudrillard divide o simulacro em tr s categorias simulacros naturais naturalistas baseados na imagem na imita o e no fingimento harmoniosos otimistas e que visam a restitui o ou a institui o de uma natureza imagem de deus simulacros produtivos produtivistas baseados na energia na for a na materializa o pela m quina e em todo o sistema de produ o o objetivo prometiano de uma mundializa o e de uma expans o cont nua de uma liberdade de energia indefinida o desejo faz parte das utopias relativas a esta categoria de simulacros simulacros de simula o baseados na informa o no modelo no jogo cibern tico oper
456. ntificacion cultural dos xogos e enredos Santiago de Compostela Universidad de Santiago de Compostela S rvio de publicaciones e intercambio 2001 VIAL Jean Jeu et ducation las ludoth ques Paris Press Universitaires de France 1981 VIDAL e SILVA Aracy Lopes da O Sistema de Objetos nas sociedades ind genas arte e cultura material In GRUPIONI Luis Donizete Benzi e SILVA Aracy Lopes da org A tem tica Ind genas na escola novos subs dios para professores de 1 e 2 graus MEC MARI UNESCO Bras lia 1995 VIEIRA FILHO Domingos A linguagem popular do Maranh o Revista de Geografia e Hist ria do Maranh o S o Lu s n 4 dez 1998 VILAN A N Paradoxos do p s moderno sujeito amp fic o Rio de Janeiro UFRJ 2000 VOLPATO G O Jogo a brincadeira e o brinquedo no contexto s cio cultural criciumense Disserta o de Mestrado Centro de Desporto Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 1999 VOLPI Alexandre A Hist ria do Consumismo no Brasil do mercantilismo era do foco no cliente Rio de Janeiro Elsevier 2007 VYGOTSKY L S A forma o social da mente S o Paulo Martins Fontes 1996 WAGLEY Charles Uma Comunidade Amaz nica estudo do homem nos tr picos 2 ed S o Paulo Ed Nacional Bras lia INL 1977 WAJSKOP Gisela Brincar na pr escola 2 ed S o Paulo Cortez 1997 WARNIER Jean Pierre A Mundializa o da Cultura 2 ed Bauru S o Paulo EDUSC 2003 WALLON Henri As or
457. ntos n o visto como essencial N o incluo aqui o aspecto do lazer como empreendimento e investimento tur stico Utilizo intencionalmente para demonstrar essa minha afirma o a pesquisa realizada por uma multinacional fornecedora de produtos de bens de consumo no mundo a Unilever pelo fato de que est no Brasil desde a d cada de 20 e vem acompanhando as crian as nesse per odo e tem tra ado um perfil do comportamento da sociedade nesse tempo Apesar de sua inten o de se adequar no mercado potencializando suas vendas para continuar desenvolvendo a es nesse sentido o que a leva a investir em pesquisa social e econ mica vejo que apresenta dados relativos ao meu trabalho de relev ncia para o estudo em quest o pelo que apresenta para o conhecimento da atitude dos pais e da crian a diante do brincar atualmente O instituto de pesquisa dessa empresa entrevistou 1 014 pais durante dois meses em 2006 constatando a seguinte realidade correspondendo prioridade dos pais para os filhos hoje QUADRO 1 Chama minha aten o o comportamento dos adultos em rela o crian a porque s o produto e reflexo da modernidade 1 Brincadeiras preferidas dos filhos mais citadas pelos pais 97 Cantar ouvir m sica 8i Desenhar a 19 68 2 Brincadeiras dos filhos menos citadas 19 16 16 10 oo 3 Considerado prioridade pelos pais Melhor qualidade no ensino nas escolas s Mais seguran a nas ruas e nas escol
458. ntos contr rios pela evidente provoca o que essa boneca parece representar Outros destacam o lado mulher objeto da Barbie que n o tem outra atividade a n o ser consumir e cuidar de si mesma por tr s da independ ncia encontramos ent o uma submiss o s expectativas masculinas Ela estaria propondo que as jovens se submetessem ao desejo masculino BROUGERE 2004 Vejo ainda outras leituras sobre as contradi es contempor neas dessa boneca Algumas me surpreendem pelo fato de estar relacionada a aspectos inimagin veis para um brinquedo se ele tivesse s a inten o do brincar livre como sua vincula o a grupos tnicos diferentes projetado nas novas e sucessivas imagens e representa es Para alguns analistas contempor neos ela uma drag queen vista como um exagerado tra o feminino e com grande inser o nas comunidades homossexuais estrela de suas paradas da diversidade Dessa forma ela estaria afastada de toda heterossexualidade estando relacionada ao mundo homossexual um s mbolo moderno Para os pais o universo rejeitado da Barbie o luxo a riqueza a rela o com estrelas de cinema de seriados americanos elementos que funcionam como uma base de 135 proje o que suporta significados e remetem por analogia a algumas das suas caracter sticas Muitos s o os adultos que hesitam em consider la uma boneca preferindo t la como objeto a colecionar O mais evidente nessas cr ticas Barbie est a s
459. o Conclui ainda que as mudan as que percebemos no brinquedo nas ltimas quatro d cadas do s culo XX n o est o limitadas a ele mas a um sistema que foi institu do e que implica em transforma o concernentes cultura popular infantil e al m disso ao lugar da crian a na cultura da modernidade Palavras Chaves Brinquedo Cultura Lugar Modernidade Consumo 15 This study searches toys as material and symbolic culture members aiming to discuss changes and meanings in modern culture before globalization of cultural industry It focus this discussion in four categories of toys traditional industrial regional and virtual that nowadays make the act of playing It is based on the affirmative that modern playing is fluid quick and dislocated People are only consumers in modern culture because toys are related to the things that happen in society its beliefs ideology habits ethics and system of language and values So there is a disillusion about the world that operates in childhood through the toys Children have in their hands an image that allows actions and manipulations in consonance with the representations suggested by industries of cultural possessions It shows toys in this modern culture as a product and its images senses and symbols are reflections of the perception of society about childhood This study was done in S o Lu s Maranh o aiming to get the changes between two kinds of economical situations parents of
460. o perspectiva de ocupa o agora e no futuro ou com ocupa o al m de suas limita es infantis que sofre com aus ncia dos pais e de brincar com eles que convive com males modernos com os quais muitas crian as aprenderam a perceber em sua realidade Assim como a erotiza o precoce e viol ncias que lhe roubam o curto tempo de inf ncia e tornam o seu brincar cada vez mais diferente Outras que vivem ocupadas e assoberbadas de responsabilidades com atividades consideradas modernas e indispens veis para a constru o de seu futuro como instrumentais para os novos enfrentamentos contempor neos como aulas de ingl s inform tica nata o ballet Geralmente quando brincam no computador com o brinquedo virtual Segundo Castells ib id esse sistema tecnol gico em que estamos totalmente imersos no s culo XXI surgiu nos anos setenta quando nasceu a revolu o da tecnologia da informa o Revolu o que foi inicialmente americana japonesa nos anos oitenta e novamente americana nos anos noventa e se prolonga aos dias atuais Ela interfere na vida da crian a moderna que for ada a desenvolver uma s rie de atividades consideradas hoje importantes para assegurar sua sobreviv ncia na competitiva sociedade em que vive Isso em fun o ou da falta de condi es de vida dignas ou pela vis o de que precisa desde cedo instrumentalizar se para sua vida adulta Segundo Baudrillard 1995 no s culo XIX poca em que uma sociedade
461. o um neg cio que gere uma grande renda considerando o valor pequeno da unidade das pe as quando comparo ao valor do brinquedo industrializado Al m das feiras oficiais j citadas elas tamb m s o instaladas de maneira informal e muitas vezes por iniciativa particular aos finais de semana em locais de circula o p blica de crian as e adultos e em eventos que acontecem ao longo do ano em diversos locais diferentes da cidade O brinquedo que mais vende na feira s o as bonecas de pano feitas al m do modelo tradicional toda em tecido tamb m com rosto industrializado que tem mais sa da Os artes os afirmam que os movimentos aumentaram nas ltimas d cadas e a venda em S o Lu s 308 atinge tanto o turista quanto o residente na cidade Alem de bonecas uma das principais atra es das barracas entre tipos materiais diferentes os brinquedos artesanais que est o em exposi o para vendas s o os carrinhos de madeiras paparauba carrinhos de duas rodas com suporte de vara simulando uma h lice cavalinhos de duas rodas da mesma madeira em modelos diferentes Esses brinquedos s o vendidos em m dia a R 8 00 As bonecas de pano em modelos variados custam em m dia R 10 00 As de l de R 6 00 a R 8 00 As bonecas vestidas de outros materiais e representa es custam em m dia de R 6 00 a R 10 00 Os brinquedos feitos em biscuit em grande variedade variam de R 3 00 a R 15 00 Brinquedo de casca de coco em casca de sarnambi
462. o de modo a que ainda ali esteja no momento dos an ncios publicit rios Para isso preciso seduzi lo propor conte dos capazes de estimul lo a escolher aquele canal num contexto em que o controle remoto torna muito mais f cil a troca de programa e a volatilidade do p blico Aquilo que parece ser relativamente corriqueiro para o adulto o fato de ser cortejado de modo a se conseguir alguma coisa dele vejo que nitidamente mais raro com a crian a dependente dos adultos que decidem por ela A escolha lhe imposta como muitos outros atos da vida cotidiana O canal de televis o est numa l gica inversa a ela e tenta atra la seduzi la dar a ela alguma coisa que possa despertar prazer emo o excita o e portanto desejo de olhar de permanecer diante dela apesar da interrup o para os an ncios de voltar no dia seguinte e nos outros tamb m Vejo como diferencial para a crian a e como a atra o que a televis o exerce sobre ela porque ao contr rio das outras inst ncias com as quais ela confrontada a escola por exemplo foca o seu futuro de forma limitadora e valoriza a educa o em detrimento do prazer a televis o oferece um prazer imediato na maioria das vezes afastado de qualquer preocupa o educativa e visa a satisfa o desse cliente Para ter a crian a diante da tela a TV prop e o que ela deseja e n o aquilo que os adultos pais podem considerar como adaptado ao que melhor para ela e ao seu fut
463. o por ela Harvey 1992 participa deste debate polemizando com Baudrillard Ele acredita que h um exagero em sua apresenta o do simulacro por meio da imagem que caracteriza a sociedade dos Estados Unidos e n o a de um contexto diferente Mas concorda com a 58 Pesquisadora francesa do brinquedo trabalha fazendo experi ncias sobre os objetivos de sua utiliza o 173 subjetiva o da cultura marcada pela facilidade com que a informa o chega s pessoas Reafirma as id ias de Benjamin 2000 de que a facilidade de reprodu o de arte entendida como express o da cultura pode representar uma transitoriedade permanente um novo estado de apreender a cultura e o conseq ente abandono da busca de singularidade na produ o cultural Harvey Ib Id afirma que n o se pode esquecer que o capital tamb m circula com o objetivo de ampliar se nesse segmento da atividade humana montando um imenso sistema de produ o cultural baseado na produ o de subjetividade por meio de propaganda Para ele isso leva a geografia de todos os lugares a cada lugar do mundo reduzindo a a um simulacro como entende Baudrillard Vejo em todas essas formas modernas de an lise do brinquedo conota es que levam constata o do fato de que ajudam a julgar as muitas vari veis presentes nas intera es sociais da sociedade moderna ao construir um brinquedo tais como compreens o das exig ncias bidimensionais de expectativa e toler ncia na c
464. o XX e se tornou uma metr pole Essa condi o alterou e continua alterando seus aspectos f sicos pol ticos e s cio econ micos necess rio que eu fa a a observa o de que compreendo o termo cidade al m da vis o geogr fica uma rea demarcada politicamente tamb m conforme Weber 2001 ao reservar essa express o para certos tipos de organiza o espacial definidos principalmente em termos de cultura num sentido puramente cultural do urbano fora de especificidade espacial Nesse sentido S o Lu s demonstra que as mudan as que a sociedade local vem experimentando especialmente na fase de industrializa o refletem as mudan as dela se comportar diante da crian a e do seu brincar Nesse sentido ela exibe em sua trajet ria entre outros fatos o olhar para a inf ncia e o brinquedo tamb m com altera es que se comporta como a modernidade exige o que se torna interessante para ser estudado considerando a origem hist rica da cidade reconhecida com o t tulo de Patrim nio Cultural da Humanidade o que induziria a pensar em manuten o de tradi es culturais locais 5 O termo cidade um conceito abordado por diversos autores e todos concordam que ela o espa o de determinada sociedade embora se considere um conceito bastante fluido com estudos e questionamentos que ajudam a compreens o de sua concep o Para Lefebvre 2004 denomina sociedade urbana a sociedade que resulta da urbaniza o completa hoje
465. o a hist ria do brinquedo vai registrando os diversos comportamentos da sociedade em rela o inf ncia e crian a Percebo claramente isso quando observo como se processou a distribui o pelo mundo pelos exportadores aqueles que iniciaram esse processo e da venda dos produtos provenientes das manufaturas da cidade Sobretudo da ind stria dom stica da regi o onde foram produzidos e distribu dos depois no pequeno com rcio assim como da mudan a provocada pela Reforma Protestante que obrigou muitos artistas que produziam para a Igreja romana a reorientarem a sua produ o pela demanda de objetos artesanais e a fabricarem objetos de arte menores para decora o dom stica em vez de obras em grande formato ib Id Era uma consider vel mudan a que se estabelecia A partir do s culo XIX com a Revolu o Industrial ocorreu a grande ruptura do brinquedo o momento em que ele deixou de ser uma pe a artesanal minuciosa um objeto pequeno uma pe a de decora o uma arte delicada caracter stica tradicionalmente estabelecida sobre ele Passou a ser produzido em escala suficiente para atender demanda cada vez maior dos centros urbanos em expans o espalhou se e penetrou nas mais diversas 226 regi es do globo Rompeu portanto barreiras geogr ficas multiplicou se e disseminou se de tal forma que virou mercadoria dentro do nosso universo adaptando se a diferentes olhares numa hist ria de transforma es c
466. o corpo dos homens dos seus prazeres mediante 154 m ltiplos dispositivos de poder foram solicitados instalados isolados intensificados incorporados Dessa forma volto aos aspectos mitol gicos anteriormente levantados O que h nessa sociedade complexa contempor nea e moderna que se aproxima de certo forma por esses brinquedos modernos do mundo mitol gico da Antiguidade Fonte PORTO Allana 2006 Figura 30 Brinquedos mistos A aceita o da crian a a esses personagens est relacionada hist ria que os envolve vinculadas a hero smos origin rios de uma produ o cinematogr fica Por exemplo o brinquedo My lover em que h semelhan a do Tamagotchi na sua forma mas de diferentes caprichos em seus objetivos Ele quer ao inv s de comida carinho e express o de amor constante porque se alimenta de sentimento Com a mesma exig ncia do primeiro brinquedo ele age reclamando incessantemente perfumes cart ezinhos de amor flores e chocolates O pagamento vem em forma de beijos abra os presentes e at propostas de casamento Mas tamb m se n o receber o que pede poder morrer de amor Penso se esses animaizinhos estariam ensinando crian a comportamentos perigosos Um deles n o seria que quando o amor n o correspondido o sentimento com qual o devemos contra atacar com a morte Penso que os pais nem sempre conhecem os brinquedos atuais e suas 155 possibilidades ou n o permitiriam que
467. o de fato de quem s o que papel desempenham na sociedade e que comportamentos seriam infantis na medida em que as observo representando pap is adultos o tempo todo Assim temos a crian a e Idealizada globalizada bem alimentada limpa educada membro de fam lia tradicional nuclear com pai m e irm os ou estendidas av s tios primos a refer ncia veiculada pela m dia em geral e Provinda de fam lias desestruturadas desde a fam lia de m e solteira pais separados onde s a m e ou s o pai s o os respons veis at crian a adotada e Discriminada pelas mais variadas raz es ra a sexo origem econ mica coeficiente intelectual ou necessidade especial cegos surdos mudos crian as com s ndrome de Down paralisias diversas gagueira etc e Criada em orfanato ou institui es que abrigam crian as abandonadas violentadas ou que sofreram algum tipo de abuso e Das periferias das cidades que vivem em barracos favelas etc e Viciada em lcool drogas e Doente ou internada em hospitais e Das zonas rurais e Das comunidades ribeirinhas e Das comunidades ind genas e Das diversas origens tnicas orientais judeus italianos latinos etc e Daruae em situa o de rua e Quetrabalha A autora ainda considera o aspecto de normose utilizando o conceito de Weil 2004 para apontar como padr es considerados hoje normais pelo ritmo de vista que a modernidade desenvolve por m que s o aspect
468. o destino das inumer veis culturas tradicionais levadas pelas turbul ncias do mercado mundial de bens culturais Vejo isso como constante tens o Freud 1930 disse que a sociedade ocidental havia chegado a uma tens o intoler vel nos seus aspectos pol ticos e ps quicos e isso redundaria em sua destrui o sua progress o seria ao mesmo tempo sua destrui o instigante estudar essa rela o diante das mudan as que ocorrem ao longo do tempo pelo fato de que as crian as ao nascerem dentro de uma determinada cultura desenvolvem se imersos numa realidade j constru da que o resultado atual de uma hist ria de transforma es que marca o seu lugar no contato com outros lugares Isso se altera na medida em que est o expostas a novos olhares diferentes desses propor o que s o induzidas a conhecerem novos s mbolos Brasil 1988 p 44 diz que a primeira inscri o do sujeito feita em rela o a um sistema que preexiste a ele Essa rela o da crian a com o brinquedo constitui se portanto em uma das primeiras formas de conhecimento do jeito das pessoas conviverem se expressarem brincarem trabalharem fazerem arte o que remete a pensar como Erickson 1963 ao afirmar que por meio do nosso brincar durante a inf ncia nos tornamos parceiros do nosso futuro Penso nesse fato como algo bem interessante Vejo que a crian a est enredada em sua cultura sujeito dominado pelas leis e regras que regem a sociedade
469. o do v nculo social exclus o em desvincula o social CASTELLS competi o exarcebada pilhagem do planeta enfraquecimento dos movimentos sociais diminui o das lutas sindicais e por outro lado import ncia crescente das empresas que querem ser as institui es divinas e de suas consequ ncias ao n vel individual os indiv duos devem se integrar ou melhor se identificar s organiza es das quais fazem parte idealiz las colocando os valores oeganizacionais seu pr prio ideal do ego no lugar dos seus pr prios valores transformar se em instrumentos submissos d ceis mesmo e sobretudo acreditar se lhe disserem e se eles se sentirem respons veis enquanto sujeitos que est o a caminho da autonomia Para Adorno 2002 os produtos da ind stria cultural podem estar certos de serem consumidos mesmo em estado de distra o mas cada um deles um modelo do gigantesco mecanismo econ mico Ele considera que ela mant m desde o in cio tudo sob press o tanto no trabalho quanto no lazer que tanto se assemelha ao trabalho cada manifesta o particular da ind stria cultural reproduz os homens como aquilo que foi j produzido por toda a ind stria cultural Nesse sentido a id ia que abstraio no di logo com Warnier 2003 sobre o brinquedo como produto da ind stria cultural a de que ela se intromete nas culturas tradi es transformando as e s vezes destruindo as Isso pode
470. o e previs vel em suas formas e possibilidades em muitos de seus aspectos econ micos social pol tico etc Vivemos portanto uma crise conceitual sobre a modernidade de forma que os cientistas se atropelam os economistas se desentendem os soci logos se contradizem na busca de uma explica o para uma poca muito confusa onde a desorienta o coletiva o fato bvio a marca dos tempos a modernidade o que o gera As rela es interpessoais na modernidade segundo Bauman Ib Id n o se d o pelas inter rela es mas por uma busca da efic cia de m tua vigil ncia Ao mesmo tempo contra novos vil es isso uma forma de derretimento e realoca o dos poderes de derretimento da modernidade Ele tra a a trajet ria da modernidade no aspecto desses derretimentos dizendo quais os s lidos que foram sendo derretidos primeiro foram as lealdades tradicionais os direitos costumeiros e as obriga es que impediam os movimentos e restringiam as iniciativas uma forma de livrar se do entulho com que a velha ordem sobrecarregava os construtores Para Weber seria libertar a empresa dos grilh es dos deveres que envolviam as obriga es ticas deixando o campo aberto para a invas o e domina o da racionalidade instrumental Na vis o de Marx um instrumento para que a economia sobrepujasse como base para a vida social Bauman Ib Id diz que depois dessa primeira etapa houve a progressiva liberta
471. o fato de que a boneca hoje claramente identificada como um objeto 160 infantil Entretanto em sociedades pr modernas como a medieval era um objeto com duplas significa es culturais Kishimoto 1993 e Ari s 1981 dizem que tanto era brinquedo como era tamb m o perigoso instrumento do feiticeiro e do bruxo da poca demonstrando assim que cada tempo hist rico possui hierarquias de valores e concep o de mundo de sociedade e de homem e consequentemente de crian a e de brincar como cultura material e simb lica Sob essa orienta o percebo como os comportamentos considerados l dicos apresentam significados distintos em cada cultura Esta uma tem tica que vem despertando interesse para as Ci ncias Sociais especialmente quando estuda os artefatos da cultura material os ritos a religiosidade as simbologias nos diversos tipos de sociedades entre outros t picos que tentam desvendar Com rela o boneca em algumas sociedades elas n o s o permitidas como imagens humanas MOYLES 2006 Em alguns grupos religiosos mesmo que as bonecas n o sejam banidas explicitamente existe um entendimento impl cito de que as meninas n o devem ser incentivadas a brincar com elas pois estariam elas ligadas a aspectos demon acos ou a outras concep es ritual sticas ligadas religiosidade um contraponto com outras sociedades que a aceitam recomendam e incentivam enchendo os quartos das meninas de bonecas e ao fazerem v
472. o globalizador Ainda busco seu entendimento ao afirmar que a globaliza o tanto divide como une Mais que isso de que divide enquanto une e as causas da divis o s o id nticas s que promovem a uniformidade do globo numa constata o que impressiona porque a globaliza o n o diz respeito ao que todos n s ou pelo menos os mais talentosos e empreendedores desejamos ou esperamos fazer Diz respeito ao que est acontecendo a todos n s ib id O brinquedo traz significados das mais variadas partes do globo Une e separa Demarca socialmente divide economicamente e apresenta as vertentes da economia e do consumo de forma bastante evidente Para Carvalho et al 2003 p 65 com a chamada globaliza o os brinquedos se espalham pelos mercados do mundo inteiro ocupando o lugar da produ o artesanal local Grande parte dessa produ o apesar de dispon vel para venda em quase todos os lugares do mundo fica distante daqueles de menor poder aquisitivo Os autores ainda refletem que em contrapartida a ind stria tem providenciado para esse segmento um grande arsenal de brinquedos baratos geralmente de baixa qualidade alguns que at envolvem razo vel grau de tecnologia Essa observa o importante porque podemos encontrar em feiras e no com rcio informal in meros brinquedos especialmente bonecas e carrinhos com esse perfil S o brinquedos sem grandes possibilidades de explora o e manipula
473. o h bil para que os franceses estabelecessem em S o Lu s uma verdadeira col nia por permanecerem apenas tr s anos de 1612 a 1615 Para a historiadora o termo fundar remete a estabelecer construir lan ar os alicerces e principalmente dotar o burgo de institui es civis permanentes o que os franceses n o fizeram Assim para ela a funda o francesa um mito explorado pela elite decadente do Maranh o no final do s culo XIX Um passado glorioso teria sido inventado como forma de suportar a decad ncia que se instaurou nesse momento O historiador Ananias Martins atribui aos franceses sem sombra de d vida essa funda o pois foram os primeiros colonizadores do territ rio que viria a ser a cidade pela conota o ocupacional que deu posse incluindo rituais e estatutos e o per odo de ocupa o regular por tr s anos sem contar vinte anos de contatos iniciais fazendo escambo com os ndios Na opini o de M rio Martins Meireles h que se fazer uma diferen a entre um cors rio um navegante que leva consigo uma carta de c nsul ou seja viaja com o aval do monarca e um pirata e um pirata um bandido dos mares Daniel de La Touche acusado de pirata pela primeira seria um cors rio na vis o de segundo A rainha regente Maria de M dici havia lhe dado a concess o para a coloniza o de terras ao sul da linha do Equador A corte lhe autorizava a tomar posse em seu nome de cinguenta l guas de terras a cada banda do forte a ser
474. o pela verticaliza o de seus processos produtivos e pela especializa o no atendimento do mercado interno brasileiro com uma variedade de brinquedos que se distinguem pela diversidade de materiais marcas tipo e destino Ao observar o brinquedo 228 contempor neo vejo que ele oferece crian a as simbologias pr prias de uma sociedade em constru o cont nua e em permanente crise Dessa forma retrata nos brinquedos a vida adulta com os quais a crian a deve brincar para se tornar capaz de lidar com suas representa es Al m dos brinquedos modernos j discutidos no cap tulo anterior existem os que evidenciam um aspecto tamb m interessante da modernidade nos modelos em oferta de pequenos banc rios m dicos enfermeiros engenheiros comerciantes etc Assim a crian a pela ideologia dos brinquedos industrializados da cultura da modernidade s tem a op o de assumir o papel do propriet rio e nunca do criador ele n o inventa o mundo os adultos preparam lhe gestos sem aventura sem espanto sem alegria WEISS 1997 A crian a deixa de ser gestora de seu brincar de ser criativa para construir seus modelos Passa a criar em cima do que j lhe entregue pronto S o poucas as crian as especialmente as urbanas que constroem brinquedos Sua rela o com eles de compra linguagem j estabelecida pela racionalidade instrumental que submete todos As principais empresas do setor de brinquedos do Brasil considera
475. o que d um direcionamento para pensar que ele tem informa es sobre problemas j referenciados por consumidores Muitos dessas reflex es e discuss es j foram estabelecidas e publicadas em jornal conforme Melo 2004 e No jogo Duke Nukem jogo considerado muito violento em que o personagem entra num cinema vai ao banheiro escolhe as armas e entra atirando em monstros na plat ia Este jogo ficou muito conhecido por ter servido de inspira o a Mateus Meira estudante de Medicina que entrou num cinema e disparou uma sub metralhadora na plat ia No cen rio deste jogo comum haver monstros pentagramas e outros s mbolos obscuros O Estado de S o Paulo 05 11 1999 e No caso de Doom 2 no encarte do CD deste jogo est escrito sente se e relaxe deixe as legi es te possu rem e voc descobrir os segredos daqueles que foram antes que voc ao inferno e como chegar l Nas suas m os pequenas voc tem o pior e o mais perverso nintendo o inferno na terra desta vez todas as for as do inferno sair o sobre a terra Para entender este jogo de nintendo voc ter que descer s profundezas 205 No jogo Dope Wars est escrito o seguinte o objetivo do jogo bastante simples basta observar os pre os de compra e venda das drogas negociadas s o 13 tipos e fazer neg cios em condi es lucrativas O jogador pode tomar empr stimos e comprar armas mas precisa honrar suas d vidas do contr rio pode levar uma su
476. o rei de Portugal D Manuel tamb m andava ai uma outra mo a Com um menino ou menina ao colo atado com um pano n o sei de qu aos peitos de modo que apenas as perninhas lhe apareciam Mas as pernas da m e e o resto n o traziam pano algum SOUSA 2004 Assim nessa primeira apresenta o h apenas uma demonstra o da surpresa perante a nudez dos ndios brasileiros ib id Nenhuma refer ncia a brinquedo ou brincadeiras feita nesse momento embora eles existissem A hist ria revela que o brinquedo tradicional e o regional assim como a maioria das brincadeiras e jogos desenvolvidos no Brasil s o frutos dos povos primitivos da coloniza o da miscigena o e da imigra o no lugar As heran as nesse sentido vieram das tr s etnias que deram origem ao povo brasileiro Aponto o Maranh o de muitos ndios portugueses e negros como um lugar que se tornou um dos grandes locais de confrontos de culturas Um desses aspectos foi um processo do regime da escravatura marca de um tempo e de um lugar que apresentou um padr o de organiza o de sociedade alicer ada no poder Para Lima 1981 p 44 268 a coloniza o portuguesa no Maranh o realizou se sob forte inculca o religiosa e forte regime de escravatura Trabalho for ado de escravos negros especialmente vindo dos A ores e ind genas explorados por ociosos patr es os primeiros colonizadores aportados que passaram a viver pregui osamente
477. o sujeito e objeto como vis o de mundo ocidental toda a problem tica de sujeitos e objetos no pensamento ocidental moderno remonta tradicionalmente ainda que grosseiramente ao cogito de Descartes que v o mundo em termos de por um lado sujeitos humanos uma mente em consci ncia que pensa sabe acredita e atribui significados e valores ao mundo e por outro lado objetos o mundo visto como mat ria em movimento como um conjunto de coisas que interagem que podem ser compreendidas sob a forma de fatos mas que s o em si mesmas destitu das de subjetividade de mente ou esp rito de significados ou ess ncias Essa vis o de mundo torna sujeitos e objetos inteiramente distintos e diferentes um do outro Os sujeitos s o pura consci ncia ou raz o e exteriores natureza e ao mundo material James e Prost 1997 p 12 argumentam que a constru o cient fica da irracionalidade e universalidade da inf ncia esteve amplamente articulada com o pensamento sociol gico tradicional sobre as teorias da socializa o Segundo Muller 2006 concep es sobre a inf ncia variam historicamente e as crian as est o em continua mudan a Contudo os processos de socializa o da crian a sempre motivaram preocupa o central nos c rculos acad micos pedag gicos e familiares constitu dos na Modernidade 3 6 As grandes rupturas com o tradicional 3 6 1 O Ursinho Teddy Bear Quando penso em novos paradigmas insti
478. o uso geral na 2 l ngua inglesa do termo to play brincar ou jogar se percebe que funciona como substantivo verbo um adv rbio adjetivo pode ser um jogo um objeto para brincar uma pe a de teatro pode significar ou tocar um instrumento musical um brinquedo ou ainda realizar alguma coisa de forma divertida sem definir um significado exato por m apresentando uma combina o de muitos Em ingl s o termo play tem um significado bastante amb guo Helms 1976 ressalta a palavra play como um procedimento composto de uma gama imensa de atividade Assim play refere se queles padr es comportamentais espont neos que emergem quando algu m se entrega a pelo prazer que este lhe proporciona A crian a pequena que balan a um chocalho ou a crian a mais velha que est correndo ou pulando somente pelo prazer que isto lhe traz est envolvida em atividade do tipo play BOMTEMPO e HUSSEIN 1986 Rosamilha 1979 faz refer ncia ao fato citando termos que em outros idiomas equivalem em nosso meio ao termo brinquedo como em alem o spielen Joeur do franc s juguete do espanhol gioco do italiano e o igra do russo que s o usados tanto para o brinquedo como para o jogo Por outro lado o japon s designa a fun o l dica diferente dos idiomas acima com uma nica e bem definida palavra asobi possuindo paralelamente um ant nimo para designar seri
479. o vive e pensa para o significado de inf ncia quando ela acaba al m de oferecer uma metodologia de estudo a etnografia como o melhor meio de entend la Nessa perspectiva analis la como parte de uma sociedade em sua identidade e na demonstra o das altera es que a cultura vai sofrendo medida que as culturas v o dialogando e se impactando Considerando essa perspectiva optei por olhar a inf ncia neste trabalho sob o ngulo da historicidade desse fen meno o que significa abord la como uma totalidade fundamentando e dando sustentabilidade s demarca es conceituais Dessa forma entender o modo como ela brinca como uma revela o tamb m do seu mundo interior que lhe possibilita relacionar se com o exterior no amplo aspecto do contexto da cultura onde est assentada pensando como Lehman 1986 p 83 que a id ia de inf ncia se encontra no centro da concep o benjaminiana de hist ria A inf ncia como conceito e representa o n o se define objetivamente por uma fase biol gica mas de forma subjetiva pela hist ria que a engendra Benjamin 2000 diz que a crian a n o um ser isolado vivendo numa ilha Ela um sujeito social faz parte de uma determinada cultura Na brincadeira ela atua no mundo que a rodeia interpreta e produz sentido Ele admitiu que o resultado dessa percep o fez surgir na modernidade o sentimento correspondente a duas atitudes contradit rias dos adultos em rela o crian a
480. ocorrem de par com processos de localiza o medida que a interdepend ncia e as intera es globais se intensificam as rela es sociais em geral parecem estar cada vez mais desterritorializados abrindo caminhos para novos direitos s op es que atravessam fronteiras at h pouco tempo policiados pela tradi o pelo nacionalismo pela linguagem ou pela ideologia e frequentemente por todos eles em conjunto mas por outro lado e em aparente contradi o com esta tend ncia novas identidades regionais nacionais e locais est o emergindo constru das em torno de uma nova proemin ncia dos direitos das ra zes Tais localismos se referem a territ rios reais ou imagin rios como a forma de vida e de sociabilidade assentados nas rela es face a face na proximidade e na interatividade 24 brinquedo n o tinha o significado atual e era permitido para adultos e crian as que em geral brincavam juntos ARIES 1991 As informa es obtidas atrav s das escava es e da iconografia d o conta do fato de que na sociedade cl ssica antiga desde cedo a crian a fazia parte do mundo adulto mesmo que fosse visto como um deles em miniatura Essa vis o pr moderna de ocupa o do espa o e do tempo bem como da utiliza o de brincadeiras sazonais n o significa dizer que era pura essencial destitu da de inten es o que poderia levar ao entendimento de uma perspectiva romantizada mitificada sem o conhecimento mais aprofundado
481. olecionam brinquedos especialmente a boneca Barbie formando um conjunto impressionante de brinquedos no quarto semelhante a uma loja Da mesma forma meninos com um grande volume de brinquedos industrializados cole o dos carrinhos de Hot Weeles e de jogos virtuais Observo que esses brinquedos n o s o compartilhados com outras crian as mais isolado com brinquedos sofisticados diretamente ligados influ ncia da m dia nessa constru o mercadol gica da ind stria do brinquedo Diante dessas contradi es que o estudo revela vejo que o brinquedo como artefato da cultura material e simb lica e como produto da ind stria de bens culturais em S o Lu s nesses lugares da cidade sob a tica da concep o sociol gica permite perceber que 276 brincar n o uma atividade neutra Por m carregada de significa es e simbologias culturais que abrem caminhos para a percep o do circuito do brincar e a situa o s cio econ mica do lugar quem compra brinquedo para que compra porqu quem brinca como brinca com o qu que pessoas est o envolvidas nesse mundo Al m disso vejo que representa a descoberta de muitos significados como autonomia criatividade explora o de significados e sentidos imagina o e representa o atividades importantes para as crian as ludovicenses fazerem as leituras n o convencionais do mundo que Oliveira 2000 p 160 registra da seguinte forma por meio da brincadeira a cri
482. om rcio moderno transfigurou se numa ci ncia da fetichiciza o ou segundo os termos de Haung 1986 numa tecnocracia da sensualidade um dos dom nios sobre as pessoas que se efetiva por meio de seu fasc nio pelas apar ncias produzidas tecnicamente pela linguagem que a ind stria do brinquedo utiliza quer seja em rela o ao produto ou embalagem essa linguagem que ela mostra crian a Como resultado dessa sociedade preparada para consumir em todos os segmentos observo hoje novidades sem limites em rela o ao brinquedo em uma diversidade constantemente ampliada enriquecendo as vitrines das lojas e as exposi es dos artes os No dizer de Broug re 2004 s o novos mundos imagin rios novas tecnologias levadas para o brinquedo como o telefone celular os novos modelos de carro que coabitam com modelos antigos que parecem ter atravessado v rias gera es Se algumas representa es desaparecem isto feito sem trombetas e sem tambores Os novos brinquedos geralmente s o exibidos e inicialmente propagados em espa os espec ficos como as feiras locais nacionais e internacionais de brinquedos exclusivos para produtores e revendedores Espalhados pela m dia invadem as lojas os quartos das crian as os espa os onde elas brincam sem limita es de fronteiras geogr ficas sem barreiras exce o da socioecon mica nos casos que exigem poder aquisitivo alto para sua aquisi o 254 Percebo que
483. omo o brincando nos bairros levados s comunidades pela prefeitura de S o Lu s que se torna parceira em a es pela perman ncia do brincar tradicional e do brinquedo regional Na cultura moderna h essa flexibilidade e a possibilidade de perceber diferen as e similitudes entre as concep es do fabricante independente de ser a da ind stria ou o do artes o do consumidor 30 A prefeitura de S o Lu s em 22 de mar o de 2002 anunciou a realiza o de dez obras urbanas denominadas Patrim nios de S o Lu s a serem constru dos com recursos provenientes da receita municipal do BNDS e da Caixa Econ mica Federal Dentre essas dez obras o Memorial do Bumba meu boi segundo seu projeto uma pra a com 687 metros quadrados para apresenta es al m de restaurante rea de exposi es e biblioteca especializada O Memorial da Ra a Negra com a inten o de preservar a influ ncia trazida pelos negros uma nova urbaniza o para o Mercado Central com audit rio biblioteca especializada e p tios para apresenta es A F brica Cidade da Cultura um espa o na Madre Deus reservado para produ o art stica popular com centro de conven es para 1 700 pessoas anfiteatro para 2 500 pessoas 2 teatros 4 cinemas circo escola escola de dan as escola de artes visuais escola de cinema teatro e TV oficinas sala se exposi o memorial do ndio al m de restaurantes bares e lojas e o Mirante da cidade um mira
484. omuns e em permanente constru o mesmo que ela se expresse de forma distinta em cada lugar em que est situado Precisei tamb m reconhecer que o simb lico fruto das intera es isto n o resultado do sujeito consigo e nem do sujeito com o objeto mas de ambos Essas foram reflex es importantes e necess rias em minha busca por essa compreens o internalizando a id ia de um poder que sutilmente se estabelece na mudan a do brinquedo e no estabelecimento de um novo modelo da ind stria que constr i o brinquedo moderno Seguindo Bourdieu 2006 nesse entendimento pude perceber a produ o do brinquedo envolto em um sistema produzido por v rios segmentos que se estendem desde a sua concep o at a brincadeira com ele pela crian a e assim constatar o sentido pelo poder simb lico da sedu o exercida por ele sobre a crian a Vi que existe nele um sistema simb lico que se distingue conforme seja produzido e que ao mesmo tempo apropriado pelo conjunto do grupo como resultado da produ o e circula o Isso porque Para Bourdieu Tb Id p 7 8 o poder simb lico com efeito esse poder invis vel o qual s pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que n o querem saber que lhe est o sujeitos ou mesmo que o exercem Durante toda a pesquisa reconheci o fato da necessidade de trabalhar na perspectiva de Bourdieu 1979 p 25 procurando situar a situa o em meus instrumentos de an lise par
485. onhecida manifesta o da cultura popular maranhense o bumba meu boi um dos maiores investimentos na cidade hoje pela ind stria cultural Em todos esses espa os s o vistos brinquedos que est o relacionados vida no passado e alguns ainda na atualidade do munic pio de S o Lu s um retrato do lugar antigo Figura 41 Casa do Maranh o Para conhecer o perfil da cultura popular em S o Lu s usei o mapeamento produzido por Reis 2004 sobre as manifesta es folcl ricas do Estado do Maranh o organizado conforme a divis o administrativa governamental porque elas est o presentes 281 tamb m em S o Lu s em v rias manifesta es nos bairros como uma s ntese de que ocorre no estado Para ele a acultura o maranhense se formou basicamente com a miscigena o em seu processo de povoamento com o ndio o branco e o negro Este somat rio das tr s ra as deu como resultado das nossas festas populares sabor e brilho de forte maranhensidade Essas manifesta es est o geralmente ligadas religi o e ao trabalho QUADRO 28 Em todas elas as crian as e os brinquedos est o presentes de forma direta Algumas delas vieram do segmento religioso e foram sofrendo altera es com o passar do tempo S o na verdade um dos mais valiosos atrativos tur stico culturais do Estado Observo que est o profundamente entrela ados entre si da o fato de que apesar de estar atenta ao brinquedo considerei importante observa
486. onhecimento analisando as transforma es que se operaram nessa trajet ria do brinquedo que eu observava procurando agir de forma que minha rela o afetiva com o brinquedo n o se constitu sse em um obst culo epistemol gico para analis lo e problematiz lo assumindo assim uma atitude investigativa Para empreender um estudo sistematizado al m de minhas observa es ao longo do tempo iniciei no ano dois mil a investiga o sobre o assunto que a principio como ge grafa por forma o era dirigida aos aspectos relativos s categorias geogr ficas do brinquedo procurando v lo em rela o paisagem ao espa o regi o ao territ rio e ao lugar conceitos aos quais eu vinha desenvolvendo pesquisas Segiienciando atrav s de levantamento bibliogr fico de registro imag tico de contatos com a variedade de brinquedos e de conversas informais com adultos e crian as esbocei um projeto de disserta o sobre a tem tica e o submeti sele o para o mestrado em Educa o da Universidade Federal do Maranh o no ano 2001 Propunha investigar brinquedos brincadeiras e jogos na constru o de conhecimentos vislumbrando as perspectivas pedag gicas do brincar na qual constru minha disserta o Mesmo vendo o como parte do processo educativo percebi como ele interpretado de acordo com as experi ncias culturais Nesse trabalho conclui que o brincar embora seja visto ora de forma extremamente diretivo ora de forma alea
487. onstru o da identidade individual e coletiva para o consumo Tamb m vejo que ajudam a identificar o objetivo que tem o adulto ao oferecer um brinquedo crian a ou a observar seu envolvimento e ou a constru o de conhecimentos que ela produz nesse manuseio E ainda que ajudam a perceber as diversas formas de intera o da crian a com a cultura considerando a an lise da rela o a o objeto com o brinquedo a brincadeira e o jogo enquanto forma de intera o e de conhecimento do seu entorno dos valores costumes representa es sociais aquisi o da percep o que a crian a constr i como nos diz Christofoletti 1982 p 111 sobre o universo de um menino um menino n o apenas o centro do seu universo ele o universo Para as crian as tudo no mundo vivo criado por e para o homem e dotado com vontade pr pria o sol o segue seus pais constru ram as montanhas as rvores existem porque foram plantadas Como Piaget assinala tudo parece ser intencional a crian a se comporta como se a natureza estivesse carregada por des gnio e portanto consciente As nuvens sabem o que est o fazendo porque t m uma meta N o porque a crian a acredita nas coisas por estarem vivas que elas as considera como obedientes mas porque as acredita como sendo obedientes que ela as considera viva pois para ela tudo foi feito com uma finalidade a montanha para escalar a praia para banhar Para as crian as em
488. ont nuas que seguem nesse processo de mudan a bastante percept veis na contemporaneidade conforme observa Broug re 2000 p 13 de pesquisa em pesquisa de an lise em an lise ano a ano pude assistir transforma o radical do brinquedo profunda mudan a de suas caracter sticas do modo de promov lo e at de consumi lo Assim na sociedade industrial moderna o brinquedo tomou car ter de mercadoria formou seu mercado consumidor com os valores do modelo social atual a posse o individualismo onde ser consumidor ser sin nimo de pessoa bem sucedida Passou a ter o seu consumo estimulado especialmente visando a crian a revelou formas e modelos de brinquedos bem distintas considerando a hist ria dos brinquedos em sua totalidade O formato passou a ter uma import ncia muito maior h algumas d cadas do que poder amos supor inicialmente Com efeito na segunda metade do s culo XIX eles tomaram maiores dimens es e perderam aos poucos o elemento discreto e min sculo at chegar aos formatos atuais Hoje convivem lado a lado brinquedos pequenos e grandes Vejo que Passado e presente se encontram quando observo crian as com brinquedos tradicionais e artesanais ao lado de outros semi industrializados e ou eletr nicos e virtuais refletindo as palavras de Miranda 2001 p 59 sobre o surgimento de novos comportamentos com o aumento da complexidade em todos os setores da vida novos padr es de comportam
489. opacos os modos como a crian a cria realidade social Ou ainda para uma concep o de grupo como forma de rela o e de organiza o assentado na homogeneidade e onde podem se observar rela es sociais desiguais e estrat gicas de poder e contra poder Ib Id Interessa Sociologia nesse contexto o fato de que quando as crian as brincam e desenvolvem a es comuns entre elas n o a mesma coisa ser menino ou menina ser da classe m dia ou baixa de um grupo social ser mais velho ou mais novo Isto significa dizer que a contribui o da Sociologia da Inf ncia passa sobretudo pelo desenvolvimento de uma sensibilidade aos processos sociais que impregnam o cotidiano da crian a tanto nas rela es entre ela com adultos como pelo exerc cio do esp rito cr tico e da reflexividade vistos como 97 instrumentos capazes de desconstruir as subtilezas de que se revestem as rela es de poder e domina o Ib Id H um reconhecimento portanto da crian a como produtora de sentido como sujeito de conhecimento com formas de comunica o e rela o conhecida atrav s de metodologias interpretativas e etnogr ficas Considero portanto diante dessa posi o da Sociologia a exig ncia de dialogar com a Antropologia para compreender como se d a constru o do conhecimento da cultura como a crian a tem sido vista em suas diversifica es culturais buscando compreender aspectos espec ficos sobre o que ser crian a com
490. opol gicas minhas lentes na leitura de brinquedos tradicionais e da modernidade para nortear a pesquisa Di logos com autores como Weber 2001 Santos 2005 Mauss 2003 e 2005 Castells 2006 Bourdieu 2006 Adorno e Horkheimer 1985 e 2002 Appadurai 2004 Sousa 2005 Bauman 2002 tornaram se portanto indispens veis para essa compreens o nas quest es centrais da investiga o al m de outras tem ticas mais espec ficas como os conceitos e concep es que dizem respeito ao brincar modernidade valores simbologias inf ncia crian a ao mercado ao consumo e ind stria cultural entre outros Esse momento de constru o me fez ir ao encontro desses te ricos das Ci ncias Sociais que desde os cl ssicos aos mais contempor neos traduzem significados da cultura material e simb lica nas quais est o inclusas as delimita es da modernidade os valores dos brinquedos na sociedade os conceitos de cultura quest es como consumo e identidade Al m de outros necess rios para pensar a crian a como agente de produ o cultural em atividades desafiadoras para suas primeiras sistematiza es do mundo que a cerca e do qual faz parte os conhecimentos e habilidades que ela vai ampliando em sua evolu o na percep o e concep o do espa o vivido ALMEIDA e PASSINI 2002 Discuto essas id ias com mais profundidade em cap tulos espec ficos embora dialogue com eles durante o desenvolvimento do trabalho Ta
491. or que os outros um yuppie que venderia seu direito de primogenitura por um punhado de etiquetas famosas Exercendo ostensivamente o livre arb trio esse consumidor vai contra todas as aspira es dos cidad os ocidentais modernos a serem livres racionais aut nomos e a se definirem a si mesmos Assim compreendo que na cultura da modernidade n o foram as necessidades infantis que produziram os brinquedos prontos com que as crian as brincam hoje Os brinquedos atuais constru dos na modernidade s o na realidade produto de reflex es da complexidade da sociedade atual em suas contradi es e da realidade econ mica que desenvolve uma revolu o do consumo Segundo Mc Gracken 2003 representa n o somente uma mudan a nos gostos prefer ncias e h bitos de compra mas uma altera o fundamental na cultura do mundo da modernidade atual Como tal admite que s o representa es dos conceitos ocidentais de tempo espa o sociedade indiv duo fam lia e estado Nesse sentido vejo que estamos diante de uma cultura cada vez mais dependente e integrada aos novos bens de consumo que apareceram do s culo XVI em diante Cultura e consumo comp em hoje uma rela o de mutualidade complexa O mundo das mercadorias e seus princ pios de organiza o distribui o e consumo constituem uma quest o fundamental para entendermos o mundo atual Por um 250 lado para compreender a cultura da economia o uso de bens materiais como ut
492. oradores e ainda os mais qualificados andavam vestidos de pano de algod o grosso tinto de preto A coloniza o portuguesa lhe deu um perfil de um lugar europeu e a heran a de uma arquitetura t pica dessa regi o num tra ado urban stico concebido por Francisco Frias de Mesquita na verdade concep o hisp nica pois Portugal se encontrava sob a domina o espanhola com um conjunto urban stico de car ter civil que comp e o Centro Hist rico e se constitui um dos mais representativos e ricos exemplares tra ados urbanos do Brasil RIOS 2005 Esse patrim nio hist rico e cultural lhe rendeu pela UNESCO em 1997 o t tulo de Patrim nio Cultural da Humanidade Com um per metro definido pelos tombamentos em n vel federal e estadual de cerca de 35 000 im veis associados aos per odos colonial e imperial em seu perfil arquitet nico S o Lu s uma cidade que irradia influ ncias s demais reas do Estado modelando comportamentos orientando fluxos regulando mercado impondo gestos gostos e atitudes para os seus moradores e circunvizinhos especialmente os da rea metropolitana A presen a de povos diferentes em S o Lu s gestou no lugar costumes falas mitos objetos brinquedos brincadeiras e jogos t picos da influ ncia do colonizador que caracteriza as cidades hist ricas brasileiras As fachadas de azulejo estampam os perfis Eliade 1972 aponta que os mitos s o considerados hist ria
493. orar vivenciar descobrir inovar t pico da crian a a constata o que justifica o estado constante da necessidade do brincar pois o c rebro da crian a e quase sempre o seu corpo fica estimulado e ativo criando uma atitude de alegria em rela o vida Esse fato faz com que a crian a apreenda a cultura atrav s do brincar manuseando representa es como elementos concretos da cultura material e simb lica assimilando c digos e ao mesmo tempo decodificando linguagens impressas nas representa es nos significados e nas simbologias da cultura moderna Essa assimila o est baseada numa rela o profunda com a cultura na sociedade independentemente se de sociedades pr modernas ou modernas Nas tradicionais atrav s dos brinquedos nos deparamos com hist ria viva que resgata o passado rememora viv ncias permite fazer descobertas de espa os temporais desconhecidos aprendizagens afetividades e conhecimentos de outros povos e pocas Isso ocorre na medida em que a grande maioria deles resistiu ao tempo e s mudan as das sociedades atravessaram gera es e testemunham 43 as brincadeiras da Antiguidade registradas nas pinturas e gravuras desse per odo presentes na realidade de adultos e crian as por in meras gera es e que se perpetuaram pela oralidade As representa es dessa poca na cultura material mostram os c digos as significa es e representa es da linguagem de um povo impressas nos brinq
494. orkheimer em 1948 estudando sob o ngulo da filosofia e da ideologia aprofundaram a discuss o e permitiram que uma nova discuss o surgisse a respeito Tolila Ib Id diz que durante as ltimas d cadas os fluxos internacionais de produtos culturais conheceram um crescimento que a maioria dos setores econ micos poderia invejar entre 1980 e 1998 eles quase duplicaram os relat rios financeiros desses setores mostram um volume bastante denso e coerente com a evolu o das estruturas de consumo e observado no campo do desenvolvimento da inform tica dos jogos multim dia dos DVDs Desde o in cio dos anos 1980 o setor das ind strias culturais foi marcado por fortes transforma es relacionadas a seu campo e como a suas estruturas e l gicas de funcionamento Ela tanto estendeu sua a o associando aos antigos produtos outros novos que surgiram e expadiu se a uma dimens o continental quanto concentrou num modo oligopolista em geral o desenvolvimento de uma comercializa o sofisticada e acelerada dos produtos envolvendo todas as suas fases as de cria o de edi o e produ o de fabrica o de distribui o de comercializa o p blica para os consumidores culturais um segmento din mico a partir do lan amento de novos produtos onde a cria o o desenvolvimento em diversas linhas integrado com o setor de entretenimento desenho animado filmes etc e o marketing constituem elementos importantes Aponto nes
495. orma muito objetiva no brinquedo como cultura material e simb lica numa exposi o constante na produ o da cultura do consumo o consumidor encontra se submerso numa imensa fantasmagoria de mercadorias expostas em feiras shoppings centers verdadeiro mundo de sonhos constantemente renovados Os novos processos industriais oferecem oportunidade arte cultura a se deslocar para a ind stria e o com rcio e estes espa os se revestem de arte e cultura propaladas pela publicidade marketing design de tal modo a reproduzir a oferta infinitamente transformada em signos Os indiv duos obt m ent o um leque amplo de sensa es e experi ncias ao mergulhar em mundo de mercadoria no entanto nem sempre v o possu las ou consumi las diretamente mas satisfazem se em t las dispon veis apreci veis a dimens o da produ o e do consumo dos signos ou seja a produ o da cultura do consumo Destaco que na cultura da modernidade cultura e consumo operam como sistema O brinquedo como cultura material tem uma significa o que vai al m de seu car ter utilit rio e valor comercial Essa significa o consiste em sua habilidade de carregar e comunicar significado cultural DOUGLAS ISHERWOOD 1978 importante observar que esse 247 significado como dos demais bens de consumo da ind stria cultural est constantemente em tr nsito Flui em dire o s suas diversas localiza es do mundo social com a aju
496. ortanto de exercer um poder sobre pessoas que podem rejeitar a proposta surgindo um esfor o concentrado para ser reconhecido pelos destinat rios Seu apoio em experi ncias anteriores e nas pesquisas no trabalho com prot tipo dos projetos Para isso emprega grandes recursos televisivos para convencer buscar apoio na imagem de um famoso que ap ia o produto que fala positivamente de seu valor A id ia que o brinquedo deve por si s criar alian as dizer claramente s crian as que elas n o podem passar sem eles nessa busca de alian as que os brinquedos arriscam a sua sobreviv ncia Percebo que a for a do marketing est na associa o s lida entre o brinquedo e os consumidores e em contrapartida por m bastante dial tico sua fraqueza est na depend ncia desses aliados que podem a vir faltar lhe a qualquer hora No que concerne s crian as isso bastante evidente pois traem facilmente uma alian a que demonstrava solidez passando de prefer ncia de um brinquedo para outro rapidamente e sem escr pulos ou constrangimentos Seu interesse pelo objeto muito passageiro sobretudo quando s o crian as que ganham presentes frequentemente Muitas vezes at trocam um objeto sofisticado por outro bem simples fora do marketing Assim chego conclus o de que o grande desafio est no pr prio brinquedo que deve conduzir essa alian a de forma a criar raiz e a provocar desejos de rela o cada vez mais crescente Percebo qu
497. os ltimos cem anos que prioriza o pensar resgata no homem a figura essencial para direcionar o futuro e que as crian as est o profundamente envolvidas na aquisi o dos valores da sociedade Murcia 2005 diz que essa incorpora o se d por meio da socializa o tanto dos valores pessoais quanto os coletivos ou sociais 4 6 Os jogos na modernidade geradores de cultura Al m da brincadeira h um outro elemento importante do brincar da modernidade que o jogo As pesquisas cient ficas sobre o jogo come aram no s culo XIX a partir dos estudos evolucionistas e desenvolvimentistas sempre no cr dito de que ele seja t o antigo quanto a exist ncia do homem no planeta O homem mais primitivo j tinha seus jogos e brincadeiras o que faz com que seja considerado como algo essencial e elementar para o ser humano Com bastante aceita o atualmente difere da vis o negativa do passado quando era visto como relacionado ao dinheiro o que motivou rea es entre a Contra Reforma e a Revolu o Francesa e a vis o de Tom s de Aquino No decorrer da hist ria da humanidade a aceita o que o jogo desfrutava nas sociedades antigas mudou bastante As sociedades ca adoras coletoras vivenciou os como parte do cotidiano Com a ascens o do Cristianismo os jogos foram perdendo valor passaram a ser considerados profanos e imorais Para Kishimoto 2000 p 28 na Idade M dia o jogo amp A hist ria para fins did ticos considera a
498. os desenvolvidos como era pensado inicialmente por alguns segmentos das teorias sociais o que faz com que seja percebido como um fen meno presente na sociedade contempor nea N o se deve ignorar a concretiza o mitol gica contempor nea ou seja os novos mitos 158 que surgem que nos cercam e s o definidos como universais mas ao mesmo tempo se originaram com caracter sticas de um lugar em que eu vejo o local e o global se encontrarem comum serem citados nessa condi o James Bond Mickey Mouse Superman Rambo a sociedade sem classes o sexo a pol tica a guerra das estrelas etc como mitos modernos A ci ncia dos mitos contribui com uma compreens o mais geral e profunda para um conhecimento do homem do microcosmo que ele e do universo em que se integra Referente cultural o mito atualiza se permanece vivo por vezes adormecido pode surgir numa erup o violenta e construtiva JABOUILLE 1986 117 Segundo Stearns 2006 os japoneses importavam brinquedos da Europa com as manufaturas do ocidente durante a Primeira Guerra Mundial Nesse per odo a chance de participar do mercado mundial se tornou evidente com as exporta es triplicando A concorr ncia europ ia se recuperou e serviu para pressionar a ind stria japonesa a inovar e ir mais al m A vis o desta diferente dos fabricantes de brinquedos da Europa Ocidental e mais semelhante aos esfor os inovadores dos Estados Unidos direcionav
499. os entre elas a expans o da civiliza o como forma de organiza o humana Os s culos finais do per odo p s cl ssicos incluem as rotas internacionais na Afro Eur sia sob a gide do Imp rio Mongol e depois de um certo per odo as grandes viagens comerciais chinesas do in cio do s culo XV Imita es caracterizam esse per odo das sociedades estabelecidas pelos rec m chegados o Jap o deliberadamente copiando a China a R ssia imitando o Imp rio Bizantino marcaram esse per odo A inf ncia no Ocidente Pr Moderno em que evidenciado por ries 2001 de que n o havia um sentimento de inf ncia O modelo Moderno com as press es do colonialismo dos s culos XVIII e XIX em que a sociedade centrava no aumento da produ o para uma economia comercial mundial em crescimento Ele distribui esse momento na sia se adaptando ao novo modelo especialmente o Jap o a Revolu o Comunista na R ssia China Cuba e Vietn num ataque a influ ncia ocidental Ele considera ainda a inf ncia nas sociedades afluentes dos s culos XX e XXI 56 d cadas relacionadas vincula o com a sociedade assim como o lugar que o novo sistema midi tico e l dico confere crian a como o acesso cultura mercantil contempor nea Na inten o de pensar o brinquedo com todas as reflex es que j pontuei ao tomar S o Lu s FIGURA 4 como o lugar de minha investiga o um lugar que sofreu consider veis mudan as nas ltimas d cadas do s cul
500. os as reas de lazer que substitu ram os quintais s o comunit rias Isso significa que novamente a crian a estar dividindo o espa o com outras crian as e adultos dentro de normas estabelecidas 299 Vejo que em S o Lu s essa realidade fruto do r pido crescimento urbano e da realidade complexa das conting ncias da vida moderna Nesse aspecto se insere a cultura do consumo que atinge a todos uma situa o que parece universal e ao mesmo tempo est ligado grande produtividade da ind stria moderna em afinidade com signos imagens e publicidade Vejo que h uma estetiza o da mercadoria e de seu ambiente numa explos o do discurso virtual e verbal sobre os objetos e por meio deles conforme discuti em cap tulo anterior Percebo que entre os aspectos citados uma das grandes altera es e uma das consegi ncias do estilo de vida moderna a retirada da possibilidade de a crian a dispor de reas maiores para brincar como a rua para interagir em determinados tipos de jogos e brincadeira pr tica muito comum no passado conforme relata Machado 1993 p 137 confirma essa assertiva 6 2 2 O Brinquedo regional O brinquedo regional da modernidade tem suas caracter sticas espec ficas que por alguns aspectos se diferencia do artesanal pr moderno na medida em que sofre as influ ncias de seu tempo quer seja no sentido da produ o quanto do material dos tipos e modelos ou da venda al m do que a arte popular ho
501. os bastante question veis dentro da qualidade de vida da crian a Eles s o parte da vida moderna com os quais ela convive hoje e N o ter ritmos hor rios rituais e Comer comidas fast food balas chicletes e refrigerantes 99 Ter agendas superlotadas j desde o ber o Ficar horas sentada na frente da televis o ou do videogame Querer pedir e ganhar brinquedos a qualquer hora N o ter tempo livre Ser alfabetizada precocemente Participar de todas as conversas e discuss es dos adultos Viver em espa os n o adequados N o conviver com a fam lia Nunca estar satisfeitas querer sempre mais Trabalhar muito cedo N o participar da coletividade Iniciar se sexualmente muito precocemente N o ser respeitada na sua diversidade singularidade e ser globalizada massificada Tomar antidepressivos Beber e drogar se Etc A partir desses elementos ela apresenta ainda um quadro diagn stico da realidade das crian as contemnporaneamente que poderiam estar relacionadas essa situa o elencadas no quadro anterior Podemos perceber um grande n mero de crian as hiperativas Crian as agressivas que expressam raiva atrav s de brincadeiras e atitudes violentas Crian as com diversas doen as como alergias problemas digestivos pela qualidade de alimentos ingeridos estresse obesidade muitos tipos de c ncer Crian as com depress o tristeza permanente apatia Crian as com problemas de sono por
502. os da linha dom stica Maquininhas de Tric Fabriquinhas de Sorvete Chocolate Chiclete Produz ainda cerca de duzentos itens dos quais 40 a 50 s o renovados a cada ano ib id A Gulliver outra ind stria de import ncia fundada por Mariano Lavin Ortiz espanhol de origem que se mudou para S o Paulo em 1951 e transferiu sua atividade de construir brinquedos para o Brasil sem ser ainda uma empresa O primeiro brinquedo a ser constru do no Brasil foi o Forte Apache com cercado de madeira e bonecos em PVC Em 1969 foi inaugurada a f brica com o nome Gulliver homenageando os contos de Jonathan Swift Criaram o Futebol Club o SOS Comandos Os Guerreiros do Futuro e o Robocop A empresa cresceu e hoje tem mais de 300 funcion rios Funciona numa rea de 15 mil quil metros quadrados Na Gulliver 80 dos brinquedos s o frutos de licenciamentos conforme informa o gerente nacional de venda em not cia veiculada na Internet A empresa tem como principal meta as linhas beb s e educativos com a parceria francesa Smoby e com a Mega Bloks Mant m ainda outra parceria com a Hasbro e a MGA Bratz Os bonecos articulados s o outro forte de empresa como Guerra nas Estrelas e Quarteto Fant stico O gerente diz que a sinergia entre lan amentos do cinema e linhas de brinquedo cada vez maior Na empresa 55 do produto do pa s e o restante importado Ainda mant m em linha O Forte Apache e principalmente os jogos de futebol de bot o Em S
503. os eventuais riscos em cor contrastante aos outros dizeres e desenhos Manual e garantia Diversos brinquedos necessitam de manual de instru es e possuem garantia fornecida pelo fabricante Nesses casos fique atento se o termo de garantia acompanha o produto e verifique a rela o de empresas que prestam assist ncia t cnica autorizada O manual deve trazer em portugu s e em linguagem clara e precisa todas as informa es sobre o produto tais como n mero de pe as regras de montagem modo de usar se faz parte de alguma cole o a que idade se destina e quanto aos poss veis problemas que poder causar se usado de maneira inadequada Quanto garantia n o se esque a que o C digo de Defesa do Consumidor determina que produtos dur veis contam com prazo de garantia de noventa dias independente do prazo fornecido pelo fabricante Troca Informe se junto ao vendedor sobre a possibilidade de troca da mercadoria e sob quais condi es ela poder ser efetuada Pe a que esse compromisso conste por escrito na nota fiscal Fique especialmente atento ao adquirir brinquedos em promo o ou saldos pois nessas circunst ncias de compra nem sempre a loja possui estoque para troca Quando se tratar de brinquedos a pilha ou bateria procure saber se estes componentes acompanham a 366 mercadoria Fique atento tamb m aos brinquedos testados e aprovados de acordo com as normas do Instituto Nacional de Metrologia Inmetro Brinquedos impo
504. os lados S para l e para c para a frente 177 as cren as do que a verdade e a realidade na atualidade Isso significa que est o diretamente relacionadas ao olhar da crian a para o seu entorno para as tem ticas que permeiam o dia a dia da complexa sociedade em que ela vive E assim a reproduz e desenvolve no cumprimento das regras dos jogos ou no brincar com um brinquedo um meio privilegiado de inser o da crian a na realidade da vida expressa a forma como a crian a reflete ordena destr i e reconstr i o mundo de sua maneira e como utiliza suas fantasias desejos medos sentimentos e os conhecimentos a partir da experi ncia de vida Freud 1976 p 132 define essa perspectiva da seguinte forma cada crian a em suas brincadeiras cria o seu mundo pr prio ou dizendo melhor transp e os elementos formadores do seu mundo para uma nova ordem mais agrad vel e conveniente para ela Para Fernandes 1979 p 378 ela a primeira forma de intera o e contato com o meio social e seus valores e s mbolos e isso pode ser possibilitado muitas vezes em um nico folguedo um nico folguedo pode p r a crian a em contato com quase todos os valores e institui es da comunidade de modo simb lico em seus grupos o desejo comum de brincar o cont nuo trato com as mesmas crian as a prefer ncia por certos tipos de jogos sua livre escolha a liberdade de que goza nesses momentos e o interesse qu
505. os meus olhos cada vez maiores no percurso do objeto que se apresentou como desafiador na busca incessante de interpreta o do brinquedo nas sociedades pr modernas e na complexidade da modernidade e suas interfer ncias no lugar Ao mesmo tempo na discuss o das tem ticas relacionadas constru o ou desconstru o de identidade cultural de reconhecimento dos simbolos e significa es de mercantiliza o do l dico da crian a como consumidora entre outras tem ticas A reflex o que me absorveu nas descobertas que fazia me fez perceber como esses elementos se interp em face cultura local e como essa interfer ncia mudou o ato de brincar tornando o quase uma uniformidade numa tend ncia forte de homogeneiza o que atingiu S o Lu s Ao mesmo tempo me fez descobrir e surpreender que de forma contradit ria a cultura local se fortalece em S o Lu s adquirindo unidade tend ncia que Enriquez 2006 afirma ser uma rea o coletiva e individual ao novo mal estar da civiliza o um retorno identit rio em forma de associa o contra o desemprego direito habita o as redes SOS de amizade etc Os artes os em S o Lu s ampliam seu mercado expandem sua produ o formam novas organiza es e entidades de classe fortalecem grupos envolvidos no setor desenvolvem pesquisas abrem novas oportunidades multiplicam se as feiras as exposi es de brinquedos os programas de incentivos que derivam de pol ticas p blicas c
506. ossauros caixas de jogos com imagens que n o estimulam a rela o terna que ele ideologicamente faz de um brinquedo Considero nesse recorte epistemol gico uma realidade global e local na altera o da forma de relacionamento com o mundo externo sem eliminar as caracter sticas particulares Atrav s das Ci ncias Sociais destaco quest es mais espec ficas da cultura local em confronto com a ind stria cultural globalizada diante do materialismo O brincar imitativo por exemplo que observo algumas meninas fazendo como lavar e passar a ferro utilizando brinquedos para esse fim com os diversos modelos que est o no mercado Esse tipo de atividade n o visto como brinquedo entre as meninas que buscam gua que lavam roupas 116 cuidam da casa e realizam normalmente as tarefas dom sticas Elas n o precisam encenar a atividade pois aprendem a realiz la de verdade Essa a realidade de muitas meninas ludovicenses que executam essas tarefas desde muito cedo Percebo a um aspecto interessante que a luta que se trava no lugar pela identidade pelo poder de escolha entre o individual e o coletivo entre o p blico e o privado entre o local e o global interagindo de forma sistem tica no cotidiano SLATER 2002 Nesse sentido refor a a import ncia do lugar no contexto global Outro exemplo evidenciado por Sutton Smith 1972 a quest o do tratamento que estabelecemos no Ocidente no cuidado e prote o das crian as da
507. otifica o destas ao Comit de Salvaguardas da OMC Art 12 Se as consultas de que trata o art 11 n o permitirem chegar a um acordo entre a Rep blica Popular da China e o Brasil ou Membros da OMC envolvidos na quest o no prazo de sessenta dias ap s a notifica o o Brasil poder em rela o ao 385 produto objeto das consultas retirar concess es acordadas ou limitar de outro modo as importa es da Rep blica Popular da China na propor o necess ria para prevenir ou reparar tal desvio de com rcio Art 13 As medidas aplicadas ao amparo dos arts 10 e 12 ser o prontamente notificadas ao Comit de Salvaguardas da OMC CAP TULO III DA DESORGANIZA O DO MERCADO Art 14 Para os efeitos deste Regulamento existir desorganiza o de mercado sempre que as importa es de um produto da Rep blica Popular da China estejam aumentando rapidamente em termos absolutos ou relativos de forma que sejam uma causa significativa de dano material ou amea a de dano material ind stria dom stica do produto similar ou diretamente concorrente Art 15 Para a determina o da desorganiza o de mercado decorrente do aumento de importa es da Rep blica Popular da China a autoridade investigadora deve considerar fatores objetivos incluindo I o volume e a taxa de crescimento das importa es do produto objeto de an lise em termos absolutos e relativos II a parcela do mercado interno atendida pelas importa
508. p es de um mundo que n o mas est sendo SANTOS 2001 p 105 que constru do a cada dia E compreende que ela tamb m respons vel por ele como produtora tamb m de cultura Considero portanto que dentro de uma s cultura ela brinca com temas comuns como educa o rela es familiares e v rios pap is que representam as pessoas integrantes dessa cultura Assim como o brinquedo representa o ambiente o contexto tamb m se constitui numa parte da cultura posta ao alcance da crian a e na condi o de seu parceiro na brincadeira conforme Gabarino apud BOMTEMPO 2000 Concluo portanto que h uma rela o profunda entre brinquedo mercado e valores conforme pude constatar durante todo o estudo deste cap tulo 266 6 O BRINCAR EM S O LU S a tradi o e a modernidade no encontro entre o local e o global Fonte PORTO Iris 2007 pelo jogo pelo brinquedo que crescem a alma e a intelig ncia Chateau 1987 O cap tulo discute o brincar em S o Luis atrav s dos brinquedos e brincadeiras tradicionais e modernas Analisa o brinquedo regional o consumo e venda nas feiras e exposi es Observa nesse contexto o olhar do artes o do lojista dos pais e da crian a para o ato de brincar Examina o brinquedo vendido nos shoppings nas lojas de com rcio varejista e do com rcio informal Considera as quatro faces da cidade e a rela o direta entre o ato de brincar que tem determinado o b
509. para bonecas 5 06 Lou as panelinhas 5 07 Fog es aparelhos dom sticos no tamanho da crian a 5 08 Aparelhos audiovisuais de imita o telefones baby aparelhos imitando r dios TVs cassetes telefones de pl stico rel gios 5 09 Miniaturas de figuras simples animais personagens de pl stico de tamanho reduzido para brincar de zool gico far west soldadirhos de chumbo 5 10 Personagens articulados e acess rios her is personagens coro membros articulados cabe a m vel para simular est rias de fic o de batalhas 5 11 Ve culos e objetos de simula o Quadros de bordo ve culos e volantes imitando atividades de dire o de carros barcos naves 5 12 Cartelas com objetos de imita o de personagens de lenda fantasia espadas capacetes m scaras fantasias no tamanho da crian a 5 13 Cartelas com objetos de imita o de atividades dom sticas de profiss es apetrechos para limpeza da casa ferramentas de marceneiro mec nico instrumentos de m dicos enfermeiros capacetes de policia rev lveres 5 14 Acess rios de beleza para crian a matenais para maquilagem bijuterias sapatos de salto bolsinhas 5 15 Brinquedos de profiss es barracas de feira loja posto de correio no tamanho da crian a 5 16 Cabanas tendas fortes ranchos 374 5 17 Cidades fazendas zool gicos arcas de No bloquinhos imitando m veis de uma cidade casa e componentes de uma fazenda
510. para confeccionar as pipas as petecas as bonecas de pano os carrinhos as rodas feitas de pneu que empurravam com um aro feito de arame os carrinhos de rolim para descerem as ruas enladeiradas as pernas de pau os p s de latas puxadas por um fio feitas por elas ou por seus pais os pi es feitos de coco baba u os cavalinhos de pau os chuchos feitos de ferro entre outros Esses brinquedos eram feitos dentro da pr pria fam lia uma atividade que envolvia os adultos e a crian a e uma ntima rela o entre a crian a e o processo de constru o do brinquedo o que ajudava a manter a tradi o e onde desenvolviam a imagina o e a fantasia como as principais aliadas constituindo uma miniaturiza o do mundo adulto projetado num mundo infantil Entre suas brincadeiras favoritas em S o Lu s reveladas por esse grupo de adultos estavam os quatro cantos as brincadeiras de queimadas de pata cega de canc o de passar o anel de fita A m sica atrav s das cantigas de rodas e as v rias coreografias cantadas como Bom barquinho sou uma pobre vi va na minha m o direita tem uma roseira o gato e o rato era muito presente no dia a dia da crian a ensinada pelas m es Muitas foram esquecidas no tempo e a modernidade pode apagar Vejo que essas brincadeiras e brinquedos citados remetem para um tempo anterior que pode ser encontrado em registros po ticos romances fotografias sobre a vida
511. parte de seu significado oferecido pelos designers da ind stria neste sentido s o um reposit rio das ideologias e sistemas de valores sociais No mundo dos brinquedos industrializados e comercializados em S o Lu s as variedades s o acentuadas e a divis o de g nero se perpetua em suas representa es a dos meninos apresentando brinquedos do mundo p blico orientados para a a o normalmente 312 com poderes superiores para construir enfrentar risco e demonstrar poder conforme j discutido de forma geral em cap tulo anterior O brinquedo das meninas por outro lado est ligado domesticidade o que significa dizer que as mulheres s o avaliadas em termos de valores est ticos e geralmente est o envolvidas com as profiss es humanit rias e educacionais Portanto vejo que os brinquedos modernos vendidos em S o Lu s est o intimamente relacionados a importantes padr es culturais na sociedade em geral e continuam a projetar um mundo desigual entre meninos e meninas Vejo esse fato de forma bem evidente nas bonecas confeccionadas de forma fisicamente limitadas na maneira como se movem como s o romantizadas atrav s de c digos de cor da linguagem e s vezes sexualizadas de modos espec ficos al m de serem convencionalmente restritas a certas atividades e pap is sociais Assim o mundo dos brinquedos e suas muitas representa es constroem os seres humanos de modos bastante diferentes o mundo real e o
512. pecialmente quando pode brincar livremente MACHADO 1993 p 27 Para ele na cultura moderna o que mudou 103 principalmente foi o fato de que ela deixou de ser a construtora de seu brincar e passou a viver numa l gica de mercado que representa o est gio atual em que vive Ib Id brincar com espontaneidade sem regras r gidas e sem precisar seguir estritamente os folhetos de instru es de brinquedos explorar o mundo por interm dio dos objetos Enquanto usa manipula pesquisa e descobre um objeto a crian a chega s pr prias conclus es sobre o mundo em que vive Quando puxa empilha amassa desamassa e d nova forma a crian a transforma brincando e criando ao mesmo tempo Poder transformar dar novas formas a materiais como quiser propicia crian a instrumentos para o crescimento mais saud vel que estimula a explorar o mundo de dentro e o mundo de fora dando a eles nova forma no presente e no futuro a partir de sua viv ncia Nesse sentido o brinquedo hoje parte de um arcabou o organizacional novo em um mundo de produto de massa para as massas e no qual as tecnologias de informa o e comunica o desenvolvem uma linguagem da cultura moderna pela interconectividade do mundo numa representa o de poder simb lico Percebo portanto que a quest o do poder simb lico foi colocada novamente no centro das reflex es sob o aspecto mercantil onde n o podemos ignorar a vertente industrial
513. pedir pontes de cair sempre utilizando seus superpoderes para salvar pessoas prender criminosos fazer o bem valendo se de sua super capa usada nessas ocasi es O super her i mais carism tico das hist rias em quadrinho o Batman Cavaleiro das Trevas FIGURA 31 foi criado por Bob Kane e Bill Finger Poucos super her is exercem tanto fasc nio Crian as e adultos gostam de desenhos do Batman Sua hist ria de vida se iniciou aos oito anos de idade quando Bruce Wayne presenciou o assassinato de seus pais ao voltar de uma sess o de cinema fato que o marcou Brune dedicou se ao 166 aprimoramento f sico e intelectual viajando por todo o mundo em busca de novas t cnicas de combate defesa e conhecimentos Tornou se assim o maior detetive do mundo al m de um dos melhores lutadores Apesar de n o possuir nenhum superpoder as habilidades equipamentos e o carisma que det m podem ser considerados como poderes sobrehumanos Ele um dos raros exemplos de super her i que atua em colabora o com a pol cia Outro her i o Capit o Am rica O Sentinela da Liberdade criado na poca da Segunda Guerra Mundial por Jack Kirby e Joe Simon com a fun o de levantar o moral das tropas aliadas em luta contra o nazismo FIGURA 31 Ultranacionalista o super her i perdeu muito de seu interesse com o fim da Guerra e passou muito tempo sem ter suas historias publicadas Quando voltou s revistas suas aventuras ainda se passavam na po
514. pelo tempo compartilhado e as experi ncias vividas nas disciplinas cursadas conjuntamente especialmente a Regina que se tornou amiga me permitiu sorrir diante dos nossos apertos quando os textos para a leitura eram densos e o tempo curto para cumprir as responsabilidades Al m de tudo juntamente com o seu Z abriu carinhosamente sua casa para me receber todas as vezes que precisei minha casa em S o Luis estar sempre aberta para voc s Obrigada de cora o Aos secret rios do Doutorado e Mestrado Ros ngela e Paulo pela forma carinhosa e atenciosa com que acolheram minhas d vidas e ansiedades no pronto atendimento para solucion las Voc s s o dignos do cargo que exercem A todos os autores que consultei porque me possibilitaram beber na fonte e fundamentaram minhas discuss es sem os quais eu n o teria produzido este trabalho minha irm Naly pela revis o ortogr fica do texto A Allana e Allen pela colabora o nas fotografias e na tradu o do texto e pelo apoio t cnico no computador Ao meu pequeno grupo da Igreja Batista Renascen a em S o Lu s da qual tenho muito orgulho e alegria de ser membro por todo o apoio incentivo ora es e amizade que demonstrou todo o tempo deste doutorado mas principalmente pelo ano de 2005 o mais dif cil porque me exigiu ficar longe Obrigada estar com voc s um dos meus melhores momentos da semana Aos meus colegas ge grafos professor Alexandre no Curso de G
515. pelos v deos Com esses eles sabem brincar e acompanham os filhos especialmente os pais masculino Dizem que os filhos t m uma m dia de 30 brinquedos cada um mas nem sempre brincam com eles pois preferem pegar qualquer objeto e fazerem deles brinquedos Est o numa faixa et ria de at 60 a 75 anos de idade com n vel de escolaridade fundamental e que residiram sempre em S o Lu s S o pais e av s vivendo em reas s cio econ micas distintas que experimentaram quando crian a o brincar considerado hoje tradicional Residem em condom nios fechados e em bairros tradicionais e de periferia da cidade Mostraram se muito abertos s conversas sorridentes saudosos at e tiveram muita alegria em relembrar a inf ncia e seus brinquedos bem como o brincar dos filhos querendo continuar as conversas Quando perguntados se gostam da forma como v em as crian as brincarem hoje responderam com muita convic o que n o que as crian as n o sabem brincar construir seus brinquedos que n o podem mais brincar nas ruas porque as crian as e o mundo est o muito diferentes Revelaram que suas brincadeiras preferidas eram a roda a brincadeira de fita os carrinhos de rolim o pe o feito de c co o jogo de pedrinhas 325 326 as musicas infantis coreografadas brincadas noite especialmente em dias de lua cheia como o Bom barquinho Assim quando investiguei os adultos sobre o brincar atual em rela o ao de q
516. pequenos com rcios e vendedores ambulantes e de barracas de peixe Quitandeiras tamb m ocupavam usavam e produziam o espa o citadino Homens e mulheres se apropriavam de um peda o de rua largo pra a mercado feira ou p rtico de pr dios estendendo um pano sob o ch o ou utilizando uma pequena mesa para expor objetos ou alimentos venda e ainda em tabuleiros com produtos artisticamente arrumados em varas ou tabuleiros outros trabalhadores andavam pelas ruas a gritar eram os pregoeiros que se espalhavam por todos os cantos da cidade enchendo as ruas de sons e produtos ib id Portanto o movimento de mercantiliza o nessa rea se iniciou quando a cidade come ou a atentar para a din mica da venda quando o lugar passou a ser o p lo de atra o para vendedores e fregueses Esse movimento din mica cultural do lugar acolheu brinquedos brincadeiras e jogos trazidos em navios de al m mar na proa e nos por es pelas m os europ ias e mem rias africanas que em solo maranhense vieram compor uma nova hist ria constru da a partir das lembran as da terra saudosa a dos conhecimentos nativos que somaram aos demais formando uma identidade um jeito de lugar Esse jeito de brincar colonizador e nativo percorreu as ruas quintais s tios atravessou o tempo e se mistura hoje aos brinquedos industrializados numa conviv ncia entre o artesanal e o virtual e a mesma que observo em contextos sociais diferentes na cidade atua
517. pi o e chicote In Revista de Hist ria da Biblioteca Nacional Ano 1 n 4 Outubro 2005 352 MEIRELES M rio Hist ria do Maranh o 3 ed S o Paulo Sicilaino 2001 Dez estudos hist ricos documentos maranhenses S o Lu s Academia Maranhense de Letras 1994 MELO T Arte e Ci ncia de empinar papagaios S o Paulo Zahar 2004 MELO dino Lu s de O Perigo Oculto em S mbolos Ed Transcultural Campinas S o Paulo 2004 O Perigo Oculto em Brinquedos Ed Transcultural Campinas S o Paulo 2004 A atra o perigosa em games e jogos de RPG Ed Transcultural Campinas S o Paulo 2004 MILLER D The poverty of morality Journal of Consumer Culture v 1 n 2 nov 2004 MINAYO Maria Cec lia de Souza org Pesquisa Social teoria m todo e criatividade 23 ed Petr polis Rio de Janeiro Vozes 2004 MINGUET Pilar Aznar A Constru o do conhecimento na Educa o Porto Alegre Artmed 2003 MIRANDA Sim o de Do fasc nio do jogo alegria do aprender nas s ries inicias Campinas SP Papirus 2001 MONGIN Oliver A doen a adulta da Inf ncia Folha de S o Paulo 24 de julho 1994 MORAIS M L S O faz de conta e a realidade social da crian a Disserta o de mestrado n o publicada IPUSP 1987 MOYLES Janet R S Brincar Porto Alegre Artmed 2002 A Excel ncia do brincar S o Paulo Artmed 2006 MUNFORD Lewis A Cidade na Hist ria S o Paulo Martins Fontes 1998 MURCIA Juan Antonio
518. pl stico Vazio Vazio 4 7 2 2 Significa es e Simbologias do ndio playmobil 2 1 Representa o de uma realidade 2 2 Modifica es induzidas nessa realidade 2 3 Universo imagin rio representado 2 4 representa o isolada ou que pertence a um universo 2 5 Impacto da dimens o funcional Quadro 20 Significa es do Play Mobil ndio como personagem cultural entre o real e o mito retomado do romance e do cinema Al m do mito e do tamanho reduzido simplifica o e esquematiza o do personagem rosto redondo e sorridente aspecto infantil Imagin rio ligado ao tema dos ndios caricatura express o simb lica al m dos modelos hist ricos Pertence a dois conjuntos de personagens s rie particular em torno do tema do ndio e a todos os playmobil compat veis intercambi veis preciso destacar tamb m o papel dos acess rios na constitui o de um universo espec fico ao tamanho dos personagens A articula o e a facilidade de manipula o t m incid ncia na forma 196 Compreendo portanto que o brinquedo produz a es e comportamentos na crian a de acordo com esses aspectos apontados Eles comp em a rea o e as possibilidades da crian a brincar Existe portanto um significado uma hist ria a ser reescrita sobre o ndio sob a perspectiva infantil pelo aspecto f sico do brinquedo que ela manuseia O autor tamb m exemplifica a an lise da significa o de um br
519. po com a l gica objetiva de mercado da sociedade moderna com implica es para decifrar seus c digos de funcionamento Movida por essas id ias iniciais e descobertas senti me motivada a definir nesta pesquisa como tema central o brinquedo como um objeto com significa es da cultura da modernidade observando o nas categorias que elenquei E consequentemente como bem da ind stria cultural que atende sociedade de consumo no contexto da globaliza o em S o Lu s Pretendi ao mesmo tempo fazer um contraponto com a perman ncia nesse contexto contempor neo do brinquedo pr modemno a que chamo de tradicional investigando suas principais diferen as em rela o aos modernos como se adaptam s caracter sticas modernas se e como dialogam nesse contexto contempor neo refor ando assim o aspecto de reafirma o da tradi o no lugar A fim de melhor situar a quest o neste trabalho categorizo os brinquedos de acordo com sua origem em tradicionais e modernos e quanto sua produ o em industrializado e artesanal Dessa forma vejo as quatro categorias de brinquedos j citadas sendo utilizado pelas crian as na modernidade os tradicionais os industriais os regionais e os virtuais ligados a objetos a es e media o social Os chamados tradicionais como bonecas bolas bilboqu s cordas de pular pi o cavalo de pau e pipa entre outros est o presentes na realidade de adultos e crian as por in meras gera es e se perpe
520. possibilidades a certifica o por lote ou pelo selo de qualidade Ocorre que no primeiro caso produtores artesanais com fabrica o em pequena escala correm o risco de perder um ano inteiro de trabalho at conseguirem fechar um lote para averigua o caso o material n o seja aprovado J o selo de qualidade demora cerca de quatro meses para ficar pronto Pequenas empresas n o conseguir o f lego para aguardar tanto tempo finalizou o presidente da ABRIMPEX Por m o impacto nas ind strias nacionais n o algo pacificado A ABRINQ afirma que as mudan as n o v o atrapalhar o mercado e s o importantes por reduzirem o risco de acidentes como ocorrido recentemente com brinquedos da Gulliver e da Mattel E tudo isso sem gerar aumento de custo 37 A ABRINQ adverte Ao escolher o brinquedo fiquem atentos embalagem que deve corresponder publicidade impressa nos folhetos an ncios de jornal revista ou televis o Alguns brinquedos como jogos qu micos devem conter na etiqueta principal do produto r tulos com a palavra CUIDADO e indica o dos eventuais riscos em cor contrastante aos outros dizeres e desenhos Diversos brinquedos necessitam de manual de instru es e possuem garantia fornecida pelo fabricante Nesses casos fique atento se o termo de garantia acompanha o produto e verifique a rela o de empresas que prestam assist ncia t cnica autorizada O manual deve trazer em portugu s e em linguagem clara e precisa
521. presenta o do imagin rio In KISHIMOTO T M org Jogos brinquedos brincadeiras e a educa o 4 ed S o Paulo Cortez 2000 Psicologia do Brinquedo aspectos t cnicos e metodol gicos S o Paulo Nova Stela Editora da Universidade de S o Paulo 1986 BOSI A Cultura como tradi o In BORNHEIM G et al Cultura Brasileira tradi o contradi o Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor funarte 1997 BOURDIEU Pierre O Poder Simb lico Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2006 A Mis ria do Mundo Petr polis Vozes 2003 La Distinction critique sociale du jugement Paris Les Editions de Minuit 1979 Sobre a Televis o Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2000 BRANT Leonardo org Diversidade Cultural S o Paulo Escrituras Editora Instituto Pensarte 2005 BRASIL Circe N V O jogo e a constitui o do sujeito na dial tica social Rio de Janeiro Forense Universit ria 1988 BRASIL rg o de divulga o t cnica do Minist rio da Educa o em aberto Contribui es das Ci ncias Humanas para a Educa o a Filosofia Brasilia 1990 BRASIL Pesquisa sobre padr es de vida 1996 1997 Primeira Inf ncia Rio de Janeiro IBGE 2000 BRUNER J Juego Pensamiento y Linguaje Perspectivas 1976 BROUGERE Gilles O que brincadeira In Revista Crian a n 31 p 3 9 1998 Brinquedo e cultura 3 ed S o Paulo Cortez 2000 Jogos e Educa o Porto Alegre Artes M dicas 2003 Brinquedos e Companhia S
522. pula o 10 000 hab 17 000 hab 20 000 hab 25 000 hab 30 000 hab 31 000 hab 29 000 hab 36 788 hab 52 929 hab 26 Gustelink apud SANTANA 2003 P 121 Afirma que no per odo de 1980 1985 ou seja em cinco anos quando se iniciaram as obras de implanta o da CVRD e ALUMAR a popula o de S o Lu s cresceu 85 5 69 58 735 hab 88 425 hab 158 229 hab 270 651 hab 460 329 hab 870 028 hab Fonte SERFAUH 1970 s ries Censit rias IBGE Quadro 2 Crescimento Demogr fico de S o Lu s A moderniza o o avan o da popula o a chegada de pessoas de outras regi es do pa s e de fora dele trazendo inova es e as diferentes formas de globaliza o entre outros fatores foram mudando o brincar em S o Lu s em todas as reas citadas Tradicionalmente a particularidade da localiza o ao norte ao estado numa ilha com mais tr s munic pios FIGURA 14 e como cidade litor nea permitiram a exist ncia de brinquedos relacionados essa identidade como os barquinhos de papel confeccionados tamb m com a palmeira do baba u a caba a a cuia a concha a casca de ostra transformados hoje em brinquedos populares e em souvenir para lembrar S o Lu s antiga OCEANO ATL NTICO 70 Tamb m o pescador aparece evidenciado nesse brincar tradicional atrav s de personagens feito de lata nas m os dos antigos latoeiros que produziam brinquedos e utens lio
523. que n o seja clandestina subliminar ou disfar ada Ao contr rio do adulto que possui mecanismos internos para compreender as diversas artimanhas utilizadas pela publicidade a crian a n o tem condi es de se defender dos instrumentos de persuas o criados e utilizados pela t o poderosa ind stria publicit ria Deve por isso ser cuidadosamente protegida No Brasil pela interpreta o sistem tica da Constitui o Federal do Estatuto da Crian a e do Adolescente e do C digo de Defesa do Consumidor pode se dizer que toda e qualquer publicidade dirigida ao p blico infantil j proibida pelo ordenamento Jur dico p trio mesmo que na pr tica ainda sejam encontrados diversos an ncios voltados para esse p blico A Constitui o Federal ao instituir os direitos e garantias fundamentais de todos homens e mulheres promove os direitos e garantias tamb m das crian as e adolescentes assegurando os direitos individuais e coletivos vida liberdade seguran a e propriedade al m de elencar os direitos sociais educa o sa de ao lazer seguran a prote o maternidade e inf ncia No artigo 227 a Constitui o Federal estabelece o dever da fam lia da sociedade e do Estado de assegurar com absoluta prioridade crian a e ao adolescente os direitos 393 vida sa de alimenta o educa o ao lazer profissionaliza o cultura dignidade ao respeito l
524. que se encontram dois tipos de crian as com um brincar bem diferenciado entre elas Compreendi diante de minhas reflex es que um dos grandes impactos dessa cultura moderna na crian a ludovicense provocar um desencantamento do mundo atrav s do brinquedo moderno que a transforma em consumidora E ainda constatar essa divis o s cio econ mica que atinge o mundo mercantilizado do brinquedo e que diferencia e exclui grande parcela das crian as fazendo que haja uma demarca o clara do brincar da crian a pobre e o da crian a de classe m dia e alta que em S o Luis muito evidente nesses dois mundos que comp em esse contexto 335 Comprovei que como diz Milton Santos o lugar o cen rio onde os eventos ocorrem e pode ser visto como um encontro de v rios lugares e receptor da cultura material e simb lica levando a mudan as e a motiva es nesse processo e que assim como S o Lu s me serviu como par metro para ver a transforma o da crian a e do brincar da modernidade outros lugares tamb m revelam suas altera es na cultura local porque a l gica mercantil atinge a todos Nesse sentido foi importante demarcar um momento e um brinquedo que inaugurou esse comportamento da ind stria que se constituiu como aquele que passou a representar uma releitura do brinquedo tradicional Eu tinha a preocupa o tamb m de ver no brinquedo que vendido em S o Lu s como se estabelecem as rela es de poder entre as propostas do p lo
525. r crian as nas mais diversas regi es do mundo FIGURA 36 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Fonte Abring Gr fico l Venda de V deo Games Fonte PORTO Allana 2007 Figura 36 Brinquedo industrializado e virtual Da mesma forma o brinquedo regional tamb m tem destino variado motivo de curiosidade e de marco local que se expande no deslocamento da sociedade moderna que se movimenta e transporta produtos de realidades diversas a todos os lugares Esse brinquedo tem uma hist ria tradi o e alia uma viv ncia local aos seus significados e simbologias No entanto n o pode ser pensado como um objeto est tico Ele tamb m circula e atravessa fronteiras Esse mundo globalizado em que se insere o brinquedo do ponto de vista da circula o se expressa na interpenetra o de mercados em escala jamais vista E do ponto de 217 vista da produ o revela a incorpora o de novas tecnologias no desenvolvimento do processo produtivo das empresas cada vez mais planet rias SANTOS 1998 Chama minha aten o nesse aspecto globalizador do brinquedo ao se espalhar por todos os espa os do globo as considera es de Andrade 2001 ao afirmar que preocupante para a preserva o da cultura material e simb lica local pois embora sejam aptos para internacionalizar o conhecimento das crian as e dos adolescentes podem gerar efeitos negativos de diminui o do interesse deles pela cultura familiar e local P
526. r da modernidade Ap s discutir especificamente os brinquedos que mostraram novos elementos que demarcariam um novo momento para o ato de brincar moderno posso demonstrar que pelo processo de mudan a atual na sociedade contempor nea o brincar materializa se em atividades bem variadas Percebo isso em jogos brincadeiras e brinquedos dos mais diversos tipos e versatilidade envolvendo desde quebra cabe a brinquedos de tabuleiro de encaixe m biles pescarias parlendas cantigas de roda m sicas dan as express es motoras gr ficas simb licas folcl ricas brinquedos industrializados simples ou os mais sofisticados os high thec e os jogos virtuais Materializa se ainda em brincadeiras nos parques de 140 divers o nos tem ticos nas brinquedotecas nas casinhas de boneca nos playground lan houses com os v deos nos computadores nos celulares e em outros espa os diversos envolvendo materiais diversos de acordo com a condi o econ mico social do lugar onde acontece Utilizo o quadro 5 para demonstrar o desenvolvimento do brincar atual distribu do como brincar f sico intelectual social e emocional baseando me em Moyles 2002 p 26 Esta uma forma de sistematiza o das diversas a es que envolvem as crian as na contemporaneidade numa ampla representatividade dos comportamentos do brincar da modernidade Con Blocos de montar Motor amplo Rg Argila areia madeira Destrui
527. r em que contexto as brincadeiras e os brinquedos se inserem na cultura popular de em S o Lu s Em seu levantamento das caracter sticas desse perfil ele aponta o seguinte quadro Festas religiosas Lu s Rei de Fran a Nossa Senhora da Concei o Nossa Senhora da Vit ria Nossa Senhora de F tima Nossa Senhora de Lourdes Nossa Senhora do Carmo Nossa Senhora do Livramento Nossa Senhora do Rem dio Nossa Senhora Santa Maria Santa Tereza Santo Antonio S o Benedito S o Jo o S o Jos de Ribamar S o Jos S o Judas Tadeu S o Matias de Alc ntara S o Pantale o S o Pedro e S o Sebasti o As crian as fazem parte do processo de composi o das festas religiosas em s o Lu s como elementos vivos da cultua o s o vestidas de anjos de menino Jesus ou de outros santos Os brinquedos s o expostos no entorno do local de forma mercantilizada na busca do lucro pelos que os vendem ou s o parte de promessas e como tal s o levados para serem depositados nas igrejas como manifesta o de gratid o pelas gra as recebidas Os que observo nesses locais predominantemente s o os barcos as bonecas e as casinhas As pessoas que compram esses brinquedos normalmente s o as que t m uma viv ncia religiosa que participam desses ambientes de venda De todas as faces da cidade est o presentes pessoas nesse local embora haja uma predomin ncia das que vivem nas reas dos conjuntos habitacionais onde a maioria dessas festas a
528. r influ ncia do fen meno que ora investigava e 25 vinte e cinco pais acima de sessenta anos para conhecer com uma demarca o temporal maior o brincar tradicional No cap tulo seis caracterizo esses pais Quanto s crian as as 100 cem investigadas 50 cinquenta meninas e 50 cingiienta meninos eu categorizei apenas com rela o ao aspecto s cio econ mico em dois grupos 50 cingienta de reas verticalizadas da cidade e 50 cingiienta de dois bairros perif ricos Demarquei a idade delas para a investiga o entre 4 quatro e 12 doze anos embora eu tenha ouvido tamb m crian as menores e maiores dessa faixa Al m dessa Para Richardson et al 1999 a entrevista uma t cnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita rela o entre as pessoas um modo de comunica o no qual determinada informa o transmitida de uma pessoa a outra Para os cientistas sociais a entrevista tem se restringido a circunst ncias nas quais o entrevistador com um conjunto de perguntas preestabelecidas leva outra a responder a tais perguntas Uma entrevista constru da com tais perguntas e respostas pr formuladas denomina se entrevista estruturada Esse tipo de entrevista necessariamente pressup e o conhecimento das perguntas mais relevantes e o que mais importante pressup e o conhecimento das principais respostas fornecidas pelas pessoas A entrevista semi estruturada em vez de obter as respostas por altern
529. r uma crian a ou um adulto mais sens vel No entanto vi que as crian as s acompanhei meninos jogando reagiam muito bem diante deles e n o pareciam se sentir incomodadas ou assustadas pelo contr rio absortas no que faziam n o emitiam qualquer rea o desfavor vel Disseram nos que gostam desses jogos porque s o de a o t m movimento A reflex o que fa o sobre o tipo de pedagogia que h por traz disso e se posso considerar que esse seria um fator de risco e de possibilidade para o n mero de crian as deprimidas anorex micas e suicidas ter aumentado nos ltimos tempos Essa reflex o me parece muito adequada situa o de stress em que vive a crian a brasileira hoje conforme percebo no resultado das pesquisas com esse foco V rios estudos apontam um perfil dessa crian a ao indicar que os problemas que afligem a inf ncia hoje s o resultado da complexidade de valores e situa es diversas que comp em a sociedade contempor nea uma realidade de contradi es e contrapontos de autonomiza o das esferas da burocracia e a da racionaliza o t picos da contemporaneidade Refletindo ainda sobre essa situa o observo que al m desses aspectos alguns dos brinquedos modernos podem apresentar riscos de problema de sa de como os apontados muitas vezes por eles mesmos em manuais como o de instru es do jogo Sega Saturn da Tec Toy que traz as seguintes advert ncias no sentido de que pode causar e
530. ra moderna permite e de certa forma estimula e que a ind stria de brinquedo promove de forma indireta pelo tipo de produto que fornece e trabalha Eles descritos a seguir QUADRO 6 Ocorre quando a crian a aparentemente n o est brincando ocupando se em olhar o que lhe interessa ou brincando com seu pr prio corpo seguindo um adulto em atitude descomprometida com o brincar estabelecido ou observando um desenho animado um filme um jogo E um brincar sozinho sem dar aten o ao outro ou a compartilhar o brinquedo numa atividade silenciosa e criativa A crian a n o brinca apenas observa o brincar de outras crian as E o brincar sozinho ao lado de outra crian a que tamb m brinca N o existe troca nem compartilhar dos brinquedos com outra crian a que tampouco brinca junto embora estejam pr ximas o brincar compartilhado com outra crian a desenvolvendo atividades iguais ou semelhantes N o h divis o de trabalho e nem atividades organizadas e a crian a livre para administrar o seu brincar A crian a brinca em grupo mediante um objetivo comum h uma divis o de pap is e distribui o de atividades pelos participantes Desenvolve se principalmente com os jogos Fonte Moyles 2002 com adapta o da autora Quadro 6 Comportamento social da crian a em situa o de brincadeira 142 A materializa o do brincar segue as seguintes din micas as crian as menores brincam mais sozinhas enquanto a
531. rance sexuality and adversiting Cambridge Polity Press 1986 HENRIOT Jacques O Jogo Paris Jos Conti 1994 HEYWOOD Colin Uma hist ria da Inf ncia Porto Alegre Artmed 2004 HODDER lan Symbols in action ethnoarchaeological studies of material culture New studies in archacology Cambridge University Press Cambridge Cambridgeshire New York 1982 HOLT J How Children Learn Harmonsdsworth Penguim 1991 HORKHEIMER Max e ADORNO Theodor Dial tica do Esclarecimento Rio de Janeiro Zahar 2002 HORN Maria da Gra a Sabores sons cores e aromas a organiza o dos espa los na educa o in fantil Porto Alegre Artes M dicas 2004 HOYLES Martin Childhood in Historical Perspective In ID ed Changing Childhood London Whiters and Readrs 1979 HUBNER Maria Martha Guia para elabora o de Monografias e Projetos de Disserta o de Mestrado e Doutorado S o Paulo Pioneira Thompson Learning Macckein 2001 HUIZINGA Johan Homo Ludens o jogo como elemento da cultura S o Paulo Perspectiva 2004 HUNT David Parents and Children in History the Psychology of Family Life in Early Modern France New York Haper Torchbooks 1972 HUTT Corine Play in the under 5 s Form development and function In Howells J G org Modern Perspectives in the Psychiatry of Infancy Nova York Brumes Marcel 1979 ISHIGAKI H A comparison of young children s environments and parental expectations in Japan a
532. rasiliense 13 ed Em l ngua portuguesa Bras lia Ed Universidade de Bras lia 1963 FREUD Sigmund Primeiros Artigos Rio de Janeiro Imago 1976 Al m do princ pio do prazer Rio de Janeiro Imago 1998 Psican lise Aplicada Rio de Janeiro Editora Delta 1927 FRIEDMANN Adriana Brincar crescer e aprender o resgate do jogo infantil S o Paulo Moderna 2005 O Direito de Brincar a brinquedoteca 3 ed S o Paulo E P ginas Aberta Ltda 1996 O Universo Simb lico da Crian a Olhares sens veis para a Inf ncia Petr polis Rio de janeiro Vozes 2005 FUKS Betty B Freud amp A Cultura Rio de Janeiro Jorge Zahar 2003 348 GALV O Izabel Henri Wallon uma concep o dial tica do desenvolvimento infantil 8 ed Petr polis RJ Vozes 2000 GARCIA E El juego no tiene edad Revista de Educa o F sica 2001 GARVEY C Jogo Londres Fontana 1991 GEERTZ Clifford A Interpreta o das Culturas Zahar Rio 2002 GHIRALDELLI JUNIOR Paulo Inf ncia e modernidade S o Paulo Cortez Curitiba UFPA 1997 GIDDENS Anthony As consegii ncias da Modernidade S o Paulo Editora da UNESP 1990 GIL Antonio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed S o Paulo Atlas 2004 GOLDENBERG Mirian A arte de pesquisar como fazer pesquisa qualitativa em Ci ncias Sociais 8 ed Rio de Janeiro record 2004 GON ALVES Hort ncia de Abreu Manual de Monografia Disserta o e Tese S o Paulo Avercamp 20
533. rdam que a crian a nos jogos cria uma situa o imagin ria e esta a caracter stica definitiva em geral Constato a necessidade de observar que a contemporaneidade utiliza o termo jogo para as mais variadas situa es incluindo se o que a m dia sugere como tal ao distanci lo do universo de divers o quando a inclui como situa o pol tica conflitos internacionais fatos que envolvem comportamentos inadequado entre outros esse jogo tal como falado hoje 175 em dia na imprensa na r dio na televis o testemunha uma evolu o significativa do voc bulo Ib Id Neste estudo sobre o brincar na cultura da modernidade torna se importante analisar entre os aspectos do brincar a brincadeira aspecto bastante considerado em termos da sua vincula o cultura Segundo Friedman 1996 p 30 constitui se em um sistema que integra a vida social das crian as transmitida de forma expressiva de uma gera o a outra ou aprendida nos grupos infantis na rua nos parques escolas festas e incorporada de forma espont nea Podem variar as regras de uma cultura a outra ou entre grupos mudar a forma mas n o o conte do da brincadeira Ela imitada ou reinterpretada pela crian a e faz parte do acervo l dico cultural da sociedade traduzindo valores costumes formas de pensamento e ensinamento Para Benjamin apud CARVALHO et al 2003 p 11 brinquedo e brincadeira podem ser pensados como um par dial tico que
534. rela o com o meio social e cultural S o muitos os brinquedos eletr nicos que atualmente permeiam o universo infantil e muitos deles s o origin rios de desenhos animados ou filmes como os Transformers que nos anos 80 sa ram dos desenhos japoneses para se transformar de um a outro brinquedo Hasbro Headmasters Targetmasters Powermasters e Micromasters faziam parte dessa s rie de rob s que se transformavam em ve culos e vice versa e est o de volta revisitando as crian as agora as da gera o do in cio do s culo XXI A segunda gera o trouxe os Beast Wars guerreiros rob s disfar ados de animais selvagens que enfrentam os terr veis Predacons Esses brinquedos est o em todo lugar aonde chegam os filmes japoneses e a globaliza o alcan a S o novos c digos informa es e proposi es para a crian a em seu novo tipo de brincar como produto da ind stria cultural moderna O avan o tecnol gico e a intimidade da crian a com esses brinquedos poderia induzir a pensar que as crian as de hoje s o mais inteligentes do que as de gera o passadas que n o tiveram acesso a essas tecnologias Constatei com a maioria dos estudiosos da quest o que essa dedu o n o tem sustenta o pois n o significa que os brinquedos constru dos com a tecnologia eletr nica atual estimulem mais ou menos a imagina o infantil Eles s o a representa o de uma gera o que desde pequena j tem a destreza para utilizar a 6 Dispon v
535. relacionada ao instinto de sobreviv ncia e ao presente 2 De onde venho trata dos valores pessoais e da fam lia a aceita o social 3 Para onde vou relacionada s conquistas pessoais perspectivas de futuro aos valores impostos pela sociedade Entre outros aspectos as crian as brasileiras revelaram serem as mais preocupadas com a seguran a e 98 t m um grande medo da morte dos pais e 87 t m medo de terrorismo contra 57 dos Estados Unidos 55 da Fran a e 47 da Inglaterra pelas not cias internacionais que acompanham e Sua maior preocupa o conseguir um bom emprego 96 contra 25 dos Estados Unidos 11 da Dinamarca 11 das japonesas e 9 das suecas e T m muita preocupa o tamb m em fazer seus pais felizes 95 e E em estarem acima do peso 66 Assim a pesquisa concluiu que a crian a brasileira a que sofre mais os efeitos e sintomas negativos da globaliza o entre os quatorze pa ses pesquisados Para se livrarem do estresse as brasileiras dizem que assistem televis o ouvem m sica e choram enquanto a m dia mundial das que dizem chorar de 25 Uma pergunta que me fa o se al m das situa es dif ceis que a crian a presencia o fato de brincar com esses tipos de jogos provocam tal situa o S Fonte da pesquisa Instituto Synovateb 209 5 BRINQUEDO MERCADO E VALORES que rela o e RE A t Fonte PORTO Allen 2007 Brincar a mais elevada
536. resente nos diversos setores do mundo infantil tais como os seguintes em que j est licenciado para as seguintes parcerias e Tilibra cadernos e Marisol confec o e Grendene cal ados e Hersheys ovos de p scoa e Riclan chicles e Luxcel mochilas e Risana estojos Al m desses ramos o sapo vai estar presente em salgadinhos refrigerantes linha de cama e banho cart es de express o social editorial lbum de figurinhas linha de festas entre outros Essa expans o do licenciamento mostra a for a desse segmento no mundo dos 7 Dispon vel em www brazilpromotion com br Acesso em 10 07 2007 237 brinquedos e similares Em S o Lu s esse sapo bastante comum e est em todas as lojas do com rcio formal e informal de brinquedos A hist ria de sucesso desse objeto traz tona a quest o das importa es de brinquedos no Brasil um segmento que vem crescendo e que eu percebo bastante significativo para um estudo da situa o do consumo de brinquedo A ABRINQ cataloga em seus dados os ndices que veicula pelo endere o eletr nico Eles indicam que a perspectiva da associa o para 2006 foi um crescimento m dio de 5 na produ o Em 2005 a ind stria de brinquedos faturou R 950 milh es Somando ao segmento do varejo os n meros chegam a R 2 5 bilh es de faturamento Ela gera duzentos mil empregos no total de quinze mil pontos de vendas na medida em que o setor de brinquedos tem inve
537. reta o de seus significados Destacaria as significa es e os conte dos que se adequassem ao desenvolvimento da pesquisa pus em ordem as informa es que estavam presentes em meus pressupostos estabelecendo compara es com o que observava de forma a dar coer ncia ao resultado que ora apresento 37 Pensei estar certa de que a relev ncia desta pesquisa espraiava se em v rios mbitos No caso espec fico da an lise do brinquedo em S o Lu s permitiria registrar rememora es de brinquedos antigos enquanto express o de um momento da hist ria da cidade salvaguardando para a gera o atual e futura o conhecimento de uma realidade local quando se enfatiza mudan as contextuais que se v o alterando na passagem do tempo e das sociedades contando uma nova hist ria Tamb m permitiria o registro do brinquedo moderno de suas caracter sticas e de sua situa o na modernidade Quanto sua contribui o para o debate acad mico especialmente das Ci ncias Sociais possibilitaria apreciar o sistema cultural desse marco temporal abordando o no exame das rela es da cultura moderna a exemplo de sua nova roupagem de ind stria Al m disso compreenderia como o brinquedo vai demarcando nossas estruturas simbologias que forja diversos e distintos v nculos sociais Ao mesmo tempo permitiria que as Ci ncias Sociais pensassem a pluralidade das experi ncias humanas na sociedade atrav s do brinquedo Ao lado disso como ge grafa tr
538. reza com os outros anunciando a era da eletr nica da matem tica da mec nica e da rob tica Quando observo alguns brinquedos que s o produtos da ind stria moderna especialmente os expostos nas g ndolas mais especificamente no lado destinado s vendas dos brinquedos masculinos vejo que marcante a presen a de modelos que eu relaciono a aspectos mitol gicos Considero que s o seres carregados de simbologias de significa es de mudan as de uma cultura conceitual para uma cultura de imagens cultura do espet culo que assombra e encanta ao mesmo tempo TREVISAN 2002 Isso porque em v rios deles predominam o animismo o antropomorfismo em seu discurso cultural onde vejo misturas de homem com animais seres mitol gicos reinventados animais pr hist ricos com fun es eletr nicas brinquedos futuristas FIGURA 49 entre tantos Percebo que eles demonstram que o homem continua com uma forte carga mitol gica eu diria que uma nova mitologia semelhan a da antiga revelada nos modelos modernos que t m um perfil bastante diferente dos brinquedos tradicionais De certa 48 O mito sobrevive hoje nas crendices e supersti es hor scopos her is lend rios criados pela televis o hist ria em quadrinhos cinema etc Segundo Lakatos e Marconi 2004 p 184 185 n o podemos confundir mito com dogma de f que para alguns significa uma verdade revelada nem sempre ao alcance do ser humano Para eles na pr tica a r
539. rimas dos derivados de petr leo de pl stico pela infla o e do c mbio desfavor vel Para pontuar os dados sobre a importa o de brinquedo no pa s conforme dados da ABRINQ no primeiro trimestre de 2006 elas somaram US 23 3 milh es contra US 15 1 milh es no ano anterior para volumes de 2 9 mil toneladas e 4 mil toneladas respectivamente As importa es aumentaram muito em rela o a 2005 em um semestre com um crescimento de 79 5 Apesar disso dados recentes indicam estar havendo um maior controle junto aos portos e aeroportos do Pa s na fiscaliza o de mercadorias importadas Em 2004 as importa es de 18 8 mil toneladas de brinquedos somaram US 63 5 milh es em 2005 para um volume de 20 4 mil toneladas o valor foi de US 90 3 milh es Ou seja um crescimento 8 5 em volume e 42 3 em valor O pre o m dio do quilo de brinquedo importado vem aumentando nos ltimos anos US 3 38 em 2004 US 4 43 em 2005 e no primeiro trimestre de 2006 alcan ou US 5 85 O pre o m dio do quilo do brinquedo no mercado mundial est por volta de US 10 QUADRO 21 um movimento bastante din mico hoje nesse setor da economia munoueosmeonra oes DO US Fob KeL quido USsKg 1 USSFob Kg L quido USS Kg 01 2005 at 03 2005 15 105 135 2 957 012 01 2006 at 03 2006 23 295 229 4 005 157 Evolu o 54 2 35 4 13 9 7 H den ncias de que o trabalho nas f bricas de brinquedo da China bastante
540. rincar com brinquedos tradicionais regionais industrializados e ou virtuais 267 6 1 O brincar do lugar O exame da literatura sobre modernidade cultura ind stria cultural brinquedo e mercadoria j feitas at aqui me permitiram constatar que estudar o brinquedo na modernidade v lo sob o olhar do adulto e da ind stria cultural agindo sobre um lugar e ao mesmo tempo sobre todos os lugares tamb m desenvolver uma vis o da inf ncia pensando a como categoria social Reflito com Almeida 2006 que estudar a experi ncia da inf ncia significa revisitar os conceitos de encolhimento e transitoriedade relacionados a um per odo que segundo Arendt 1971 e Benjamim 2002 caracteriza se pela aus ncia e incompletude Assim vejo que pensar a inf ncia como categoria social exige compreender que n o h um entendimento linear de tempo preciso apreender tal categoria como elemento que submetida constante l gica de reifica o correspondente ao olhar da sociedade para a inf ncia por aspectos sociais pol ticos e econ micos que mudam ao longo da hist ria do lugar Tomo como refer ncia para essa realidade no Brasil e em S o Lu s a hist ria e nesse sentido nossas tradi es e ao mesmo tempo as interfer ncias que fomos sofrendo medida que a moderniza o foi construindo seu perfil e alterando a sociedade e seus sistemas E nesse sentido a primeira refer ncia crian a no Brasil na carta de Pero Vaz de Caminha a
541. rma uma realidade posta caracter stica da cultura da modernidade Acho importante e chama minha aten o o que Trevisan Ib Id comenta sobre esse aspecto levantado que o fato de as produ es filos ficas recentes falarem de um esgotamento do sentido do conceito como reflexo da evolu o do capitalismo em sua ltima etapa Ele diz que a dial tica da forma o cultural encontra se travada na impossibilidade de sua verdadeira experi ncia seja e Porque foi esculpida uma imagem idealizada do homem ocidental Nietzche e Em face da domina o totalit ria da semiforma o Adorno e Como efeito das tecnologias midi ticas Lyotard e Ou ainda devido ao cientificismo produzido pelo Iluminismo Gadamer Kishimoto 2000 p 18 faz uma leitura desse aspecto apresentando outra caracter stica moderna que a reprodu o do mundo t cnico e cient fico e o modo de vida atual sobre os personagens mistos sob formas de bonecos de manequins articulados de super her is uma mistura de homem animal m quina e monstro com que a crian a brinca hoje FIGURA 28 Um outro exemplo desse valor de imagem pode ser visto na predile o pelo fant stico e monstruoso contido nos bonecos destinados aos meninos uma superposi o do valor simb lico fun o FIGURA 50 Hoje os brinquedos reproduzem o mundo t cnico e cient fico e o modo de vida atual com aparelhos eletrodom sticos naves espaciais bonecos e rob s A imagem repr
542. rmada em mercadoria hedonista narcisista ou mais positivamente como uma sociedade de escolhas e da soberania do consumidor Para mim esses comportamentos s o gerados de forma que fogem ao controle tradicional especialmente em rela o crian a Como exemplo cito o fato de que h uma profunda rela o para a crian a da modernidade entre o brincar e a quantidade de brinquedos que possuem para tal influenciada pelo consumismo Sob esse aspecto observo a pesquisa realizada por Ishigaki 1987 contemplando essa nfase no ter Ele comparou o n mero m dio de brinquedos das crian as japonesas e israelenses encontrando o seguinte resultado enquanto as crian as israelenses se sentiam muito felizes por disporem em m dia de 11 onze brinquedos cada uma as japonesas que tinham menos de 45 quarenta e cinco se sentiam privadas Esse resultado importante na medida em que as crian as atuais nesses pa ses s o remanescentes de uma hist ria de mudan as recentes a partir do p s guerra Nessa dire o cabe investigar para a compreens o desses dados como se comporta a crian a de pa s perif rico como o Brasil em que a m dia de brinquedos por crian a segundo a ABRINQ de 7 2 sete ponto dois ou a dos Estados Unidos em que a m dia de 251 23 vinte e tr s ou a da Comunidade Europ ia com 26 vinte e seis ou ainda o grande n mero daquela que n o disp e de nenhum brinquedo industrializado ou ainda as das sociedad
543. rocessa se no roubo da inf ncia da inoc ncia do tempo livre das reas e espa os suficientes para as brincadeiras nas condi es de moradia apertadas e das oportunidades para desenvolver jogos e de brincar com brinquedos De outro lado na luta cruel de sobreviv ncia que a obriga a buscar cada vez mais as condi es financeiras para tal e em uma perspectiva de futuro competitivo para a 271 conviv ncia do mundo do trabalho que exige novos enfrentamentos e a priva de tempo livre para brincar ocupando lhe com aprendizagens e atividades consideradas produtivas Procurando compreender essa situa o em S o Lu s vejo que conforme os registros da Funda o Nacional de Sa de 1996 a popula o est distribu da em um centro urbano com 122 bairros que constituem a regi o semi urbana e 122 povoados que formam a zona rural A cidade est dividida em 15 setores fiscais e 257 bairros loteamentos e conjuntos residenciais Das pessoas residentes com mais de 10 anos de idade 93 10 s o alfabetizadas e o munic pio apresenta ndice de Desenvolvimento Humano IDH superior ao restante do Estado conforme j apresentado o que se torna o aspecto mais marcante para as condi es de qualidade de vida Essa popula o distribu da da seguinte forma QUADRO 27 463 628habitantes 653 963 habitantes Quadro 27 Popula o de S o Lu s Fonte IBGE 2006 Focando o olhar para a forma o de S o Lu s at chegar s condi
544. rra mortal dos agiotas Folha de S o Paulo 12 09 2001 No jogo Diablo no encarte est escrito voc ir parar em um labirinto com monstros e diabos voc jamais sair de l voc entrar em um mundo e ser consumido pelo fogo e comido pelos vermes Bem vindo ao inferno Eu sou o seu senhor o diabo Melo ib id p 25 lista uma s rie de brinquedos chamando a aten o para seus conte do e as sugest es perigosas que cont m e que nem sempre os pais conhecem FIGURA 35 Alguns jogos apresentam temas anti sociais como viol ncia sexo e linguagem obscena Esses parecem ser os jogos mais populares entre crian as de 8 a 15 anos Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que quase 80 dos videogames preferidos pelos jovens cont m viol ncia Rick Dyer presidente da empresa Virtual Image Productions diz N o s o mais apenas jogos S o instrumentos de aprendizado Estamos mostrando s crian as da maneira mais inacredit vel a sensa o que se pode ter ao puxar um gatilho O que elas n o aprendem s o as consequ ncias na vida real MELO 2004 A s rie Mortal Kombat o combate s termina com a morte sempre violenta de um dos dois personagens Doom p e o jogador em contato com monstros e dem nios Carmageddon trata se de uma corrida fren tica em que o que vale atropelar gente especialmente velhinhas e crian as Silent Hill Envolve assassinatos dem nios mortes violenta
545. rromper seu trabalho das passagens uma pesquisa sobre hist ria e modernidade e morreu na m o da Gestapo em 1940 em Port Bou fronteira com a Espanha Seu caminho te rico metodol gico contra a vis o desarmada e contra a vis o filos fica levou o a escrever sua obra em ensaios e fragmentos que seriam como ru nas Seu projeto era numa obra num objeto num indiv duo num fragmento numa insignific ncia encontrar o todo Entendia pois que era preciso compreender a totalidade que se manifesta na singularidade que se revela no mi do no estilha o no mosaico Para ele o objeto deve ser capaz de assegurar que o todo seja visto compreendido capturado na nfima parte 79 3 O BRINCAR A INF NCIA E A MODERNIDADE a fluidez refletida a Ie a SO Bwni A a Fonte PORTO Iris 2006 Os brinquedos s o um mudo di logo de sinais entre a crian a e o povo Walter Benjamim 1928 O cap tulo discute a cultura da modernidade a crian a na hist ria e as inf ncias modernas para a Sociologia Focaliza o ato de brincar e o brinquedo na modernidade e as grandes rupturas com o tradicional o Ursinho Teddy Bear e a Barbie o s mbolo do brinquedo moderno tradutor do esvaziamento do sujeito na modernidade Examina a materializa o e as representa es do brincar da modernidade 80 3 1 A Cultura da Modernidade Para estudar a rela o entre o brinquedo e cultura da modernidade torna se nec
546. rtados Os brinquedos importados seguem as mesmas regras dos nacionais por isso n o ficam livres das determina es do C digo de Defesa do Consumidor Camel s e ambulantes As mercadorias comercializadas por marreteiros e vendedores ambulantes apesar de serem mais baratas podem trazer problemas para consumidor N o h garantia de que elas estejam de acordo com as normas t cnicas de seguran a podendo colocar em risco a sa de e a seguran a da crian a Como tamb m n o s o fornecidas nota fiscal ou informa o sobre a proced ncia do produto o consumidor deve avaliar se a aquisi o atrav s desses comerciantes realmente mais vantajosa uma vez que n o haver a quem responsabilizar caso necess rio Compra por telefone Internet e feiras Se a compra for efetuada fora do estabelecimento comercial ou seja por telefone cat logo Internet ou reembolso postal o consumidor pode desistir da transa o dentro do prazo de sete dias corridos a contar da assinatura do contrato ou do recebimento da mercadoria Nestes casos o cancelamento deve ser feito por escrito com comprovante protocolado Tratando se de aquisi o em feira itinerante bazar e shopping de descontos outlets n o deixe de exigir a nota fiscal ou algum documento onde constem o nome o endere o o telefone e o CNPJ do fornecedor Sem esses dados fica dif cil identificar o respons vel em caso de problemas Comprar brinquedo n o brincadeira Voc pode comprar
547. rtar 6 06 Gravuras e metal trabalhados em alto e baixo relevo 6 07 Trabalhos em barro cer mica 6 08 Dobraduras origami 6 09 Maquetes modelos t cnicos avi es em madeira balsa carros com partes para montar 6 10 Caixas de pintura pintura sobre tecido pintura a dedo caixas com cenas para pintar com l pis de cor aquarela serigrafia 6 11 jogos de desenho quadros negros brinquedos com tela para desenhar e apagar brinquedos para reproduzir pant grafo e imita o de fotoc pia 6 12 Modelagem manual moldagem com moldes massa de modelar pe as em gesso para moldar utens lios para trabalhar com massas de modelagem 6 13 Brinquedos musicais pianos viol es tambores pandeiros 6 14 M sica eletr nica teclados eletr nicos guitarras baterias eletr nicas 6 15 Marionetes fantoches teatrinhos 7 Brinquedos para Rela es Sociais 7 01 Jogos de carta jogos de famrlias jogos de cartas comuns baralhos de fam lias quartetos mico preto 7 02 Jogos de sociedade para fam lias jogos para v rios participantes com regras pr fixadas 7 03 Jogos de sorte jogos com dados jogos tipo bingo 7 04 Jogos de percurso jogos de tabuleiro com percurso a ser percorrido atrav s da indica o por sorteio de dados 7 05 Jogos de sociedade para crian as pequenas jogos para v rios participantes envolvendo grau simples de dificuldades 375 7 06 Jogos de habilidade e destr
548. s um p lo de atra o do Estado e circunvizinhan as por ser a capital De cidade simples com perfil interiorano do passado S o Lu s revela hoje as complexidades das cidades grandes como resultado da moderniza o que vem experimentando Um desses fatos que muitos empreendimentos industriais se instalaram no munic pio nas ltimas d cadas do s culo XX causando impactos positivos e negativos em todos os segmentos Ela considerada a comunidade mais antiga do Estado do Maranh o FEITOSA E TROV O 2006 e tem sofrido as altera es apontadas por Santos 2005 quando diz que as cidades mudaram de conte do Antes eram as cidades dos not veis hoje s o da economia onde a rede urbana cada vez mais diferenciada e complexa comum ouvir dizer que S o Lu s a nica capital brasileira que n o nasceu lusitana Meireles 2001 historiador maranhense diz que foi entre tupis tapuias e 1 O Censo 2007 ainda est fazendo a coleta no momento em que escrevo por m os dados parciais apontam uma popula o que ainda n o atinge um milh o de habitantes mais precisamente 957 899 habitantes 17 O tema da funda o da cidade permanece ainda em debate O Jornal O Estado do Maranh o de 8 de setembro de 2001 a prop sito dos 389 anos de funda o da cidade publicou a opini o de tr s historiadores Na vis o de Maria de Lourdes Lacroix que defende a funda o portuguesa por Jer nimo de Albuquerque n o teria havido temp
549. s cal ados e brinquedos etc S o amados pelos meninos em s o Lu s que os trazem para ocupar suas brincadeiras imitam assistem a seus filmes usam seus instrumentos de trabalho seus uniformes Enfim passaram a ser companheiros e her is das crian as modernas Todos os meninos com quem conversei tem um super her i preferido mas todos fazem refer ncia aos poderes for a e coragem deles que querem imitar Cada um dos super her is traz uma hist ria espec fica Elas s o frutos de um momento que reflete o comportamento da moderno em sua necessidade de prote o e cuidado O Super Homem FIGURA 31 foi criado por Jerry Surgel e Joe Shuster Trata se de um alien gena nico sobrevivente da explos o do planeta Krypton enviado Terra por seus pais quando beb poucos instantes antes da explos o A radia o solar interferiu em seu organismo e fez com que obtivesse muitos superpoderes como a capacidade de voar superfor a vis o de raio x vis o de calor velocidade entre outros Foi encontrado numa cidadezinha no sul dos Estados Unidos pelo casal Kent que lhe deu o nome de Clark que esconde secretamente sua identidade como super her i embora seu verdadeiro nome seja Kal El Adulto passou a exercer a profiss o de rep rter do Planeta Di rio o principal jornal local e conheceu Lois Lane outra rep rter que viria a ser sua esposa O Super homem passou a ser conhecido por seus feitos como salvar trens descarrilados im
550. s corpos roupas aspectos assustadores para o adulto Esses bonecos com aspecto de monstros destinados aos meninos FIGURA 29 representam culturas segundo Cohen 2000 Ele mostra essa realidade em sete teses que identificam as representa es dos monstros o monstro nasce nas encruzilhadas metaf ricas como a corporifica o de um certo momento e de um lugar O corpo do monstro incorpora de modo bastante literal medo desejo ansiedade e fantasia atar xica ou incendi ria dando lhe vida e uma estranha independ ncia O corpo monstruoso pura cultura PA palavra monstro amb gua pois recobre realidades diferentes na Idade M dia ela evoca a id ia de diferen a de estranhamento mas tamb m de emana o do poder do Criador Durante o Renascimento a de maravilha e prodigio e igualmente a de for a mal fica e abismo devorador Durante o s culo XVII ela se reveste de credulidade cient ficas envolvendo contudo as armadilhas da raz o No s culo XVIII segue oscilando entre o tratado m dico e o tratado teol gico Diferente de hoje eles integravam a vida social o imagin rio pol tico e religioso 153 Muitos desses brinquedos personagens de filmes com ideologia e formatos pr prios s o explicados por ele com algumas teses levantadas da seguinte forma o corpo do monstro um corpo cultural ele sempre escapa das situa es amea adoras o arauto das crises de categorias mora nos port es da difere
551. s criados repassados Tb Id p 35 Portanto importante lembrar que nesse sentido a crian a agente de cria o e de transmiss o de cultura local considerando que a compreens o dela sobre o homem n o pode 182 prescindir da an lise dos fatores condicionantes da cultura ou das condi es sociais concretas de vida que modulam o seu desenvolvimento inclusive as brincadeiras Para a vertente hist rico cultural2 a principal contribui o da brincadeira no desenvolvimento da crian a a cria o de uma nova rela o entre o campo do significado e o campo de sua percep o visual pois ela reelabora e cria novas interpreta es para o real Esses comportamentos constituem a base da constru o dos valores ticos morais afetivos e cognitivos que posteriormente ir o compor sua possibilidade de subjetiva o diante do contexto social e cultural em que vive Nesse contexto importante considerar o fato de que as crian as hoje fazem parte de uma cultura que lhes permite acumular desde pequenas devido aos meios de comunica o e tecnologia dispon vel uma quantidade de informa o nunca sonhada pelas gera es anteriores s o crian as que dominam controles remotos de todos os aparelhos e deslizam os dedos sobre bot es com uma maestria e coordena o inigual veis Esta crian a n o se contenta em ser um espectador social e procura desde cedo o seu lugar de agente Haetinger 2005 diz que em meno
552. s os bilboqu s considerado um brinquedo tradicional entre os brancos s o brinquedos formados de uma bola com um furo no fundo ligada por uma corda a um pequeno bast o de madeira Para brincar basta jogar a bola para o alto e tentar encaix la no bast o Al m disso os pesquisadores encontraram tamb m dobraduras feitas de folhas de buriti que representam animais e petecas confeccionadas nas aldeias al m de outros brinquedos Assim f cil constatar que nossas influ ncias colonizadoras marcaram e definiram os nossos brinquedos primeiros Um desses brinquedos que marcou e marca de forma muito evidente em gera es passadas e atuais a boneca de pano um brinquedo muito comum em S o Lu s FIGURA 48 f cil encontr la confeccionada em diversos modelos em fabrica o industrial e artes Pelos dados da pesquisa o brinquedo artesanal mais vendido em s o Lu s No Brasil nossa boneca de pano mais famosa a Em lia bastante conhecida pelas suas caracter sticas de dinamicidade considerada como a nica boneca tipicamente brasileira Ela vendida nos diversos espa os de venda de brinquedos Como ficou evidente que o brinquedo tem uma profunda rela o cultural com a vida dos adultos seus trabalhos suas hist rias e regionalidades assim em S o Lu s as brincadeiras tradicionais retratam as hist rias as lendas os mitos her is e bandidos assim como a dos produtos naturais t picos do lugar comum por
553. s preferidos dos meninos Especialmente a s rie Aberto para Neg cios Vida Noturna e Bicho de Estima o S o comprados pelas meninas apenas a ltima citada porque envolve cuidados como alimentar cuidar domesticar o bichinho Muitos desses jogos v m indicados para maiores de dezesseis anos por m as crian as compram normalmente na loja SEASONS A pyasi No com rcio informal a situa o a mesma embora j de antem o haja um perfil do comprador desse setor como o proveniente das camadas populares Tamb m o brinquedo mais barato entre eles o mais vendido QUADRO 30 Nesse setor h uma grande variedade de brinquedos piratas c pias da Barbie da Polly dos carrinhos Hot Weels e praticamente de todos os bonecos de super her is entre outros Percebo que h uma exposi o constante de brinquedos chineses de baixa qualidade aparentemente fr geis e de pouca durabilidade vindos pelo Paraguai Apesar disso eu encontrei brinquedos mais caros e de melhor qualidade nesse setor por m com pouca sa da Para os vendedores desse com rcio tamb m h um interesse na sedu o do consumidor ao apresentar o produto oferecendo com as caracter sticas do original mostrando as vantagens do pre o que varia em m dia entre R 1 50 a R 45 00 Os vendedores s o na maioria homens que est o no com rcio h bastante tempo e v m experimentando as mudan as que o tempo traz S o tamb m oriundos das classes s cio econ micas
554. s caracterizam a expans o das na es capitalistas dos s culos XIX e XX com suas metr poles industriais meios de comunica o e fontes de energia bem como o estabelecimento do poder da burguesia capitalista propriet ria dos bens Por moderniza o cultural Weber entende a dessacraliza o e a racionaliza o das vis es de mundo e sua substitui o por esferas axiol gicas diferenciadas at ent o embutidas na religi o a ci ncia a moral e a arte Quanto ao homem com o advento do mundo moderno ele mesmo foi separado dos outros homens e desmembrado no exerc cio de tr s pap is diferentes e s vezes contradit rios o de cidad o enquanto membro da sociedade pol tica o de burgu s enquanto agente econ mico e o de particular enquanto indiv duo e membro de uma fam lia ROUANET 1998 p 240 Segundo Weber 2001 considera que existe na sociedade moderna tr s esferas que em sua totalidade representam a racionalidade moderna S o elas 1 a esfera da racionalidade cognitiva presente na ci ncia e na t cnica 2 a esfera da racionalidade evolutiva como aparece no direito e na tica e 3 a racionalidade expressiva e est tica virulenta na arte e nas rela es amorosas No processo da racionaliza o crescente ganham essas tr s esferas cada vez mais autonomia devido a um processo acentuado de diferencia o A chamada racionalidade est tica expressiva faz parte do complexo da racionalidade moderna ent o um f
555. s com machado armas e possess o demon aca Tem Chu uso de viol ncia crua em ambiente medieval Harry Potter induz a crian a a fazer uso da magia Harry Life 2 sanguin rio explode a cabe a do oponente Road Rash I e II Corrida de motos envolvendo o satanismo Grand Theft Auto 2 o jogador encama um ladr o de carros que vence ao provocar acidentes de tr nsito folha de S o Paulo 12 09 2001 Hell Inferno Game com cen rios assustadores que influenciou Keith Flaig de apenas 14 anos a cometer alguns homic dios e depois matar se Revista Veja 24 01 1996 206 e Hitman O protaganista um assassino de policiais e fazer o crime parecer obra de uma gangue oriental Folha de S o Paulo 12 09 2001 e House of Dead 2 p Dreamcast nunca um jogo reuniu tanto zumbi morto vivo e caveiras juntos Folha de S o Paulo 30 10 1999 e Legal Crime para vencer preciso subornar policiais e autoridades e recrutar gangues Folha de S o Paulo 12 09 01 e Tr pico o jogo aborda a corrup o e o roubo de recursos p blicos e Resident Evil suas imagens s o carregadas de terror requintes de crueldade e monstruosidades Hari Patter Fonte imagens geogle Figura 35 Jogos Virtuais 1 Resident Evil 2 House of Dead 2 3 Legal Crime 4 Tr pico 5 Carmagedon 6 Harry Potter Esse assunto tem chamado a aten o da Academia dos consult rios de Psicologia e Psiquiatria em pa ses que se preocupam com
556. s contempor neas de consumo a um ritual antigo permitindo que se encontrem e se expressem no pedido da crian a no seu desejo de consumo de possuir este ou aquele brinquedo que pode ser tradicional industrializado regional ou virtual As crian as na modernidade n o percebem uma identidade pr pria do lugar no brinquedo n o reconhecem o brinquedo regional e n o se sentem inclinadas a us lo porque h uma grande diferen a na promo o desse brinquedo que n o motivo de campanhas publicit rias locais n o est o nos ambientes em que elas interagem no cotidiano S o vistos apenas em exposi es de artes os em calend rios estabelecidos 31 1 3 Dos procedimentos te rico metodol gicos Para dar conta das quest es depois de arquitetadas as bases da historiciza o os recortes epistemol gicos objetivos e pressupostos defini a metodologia com a qual trabalharia em minha pesquisa vista aqui com o olhar de Minayo 2002 p 16 o caminho do pensamento e a pr tica exercida na abordagem da realidade Ao analisar os m todos utilizados na pesquisa social conclui que o dial tico se mostrava o mais adequado para tratar as quest es elencadas para a investiga o porque me permitiria diante do volume de informa es te ricas revelar a natureza e a sociedade em seu processo permanente de transforma o entre elas a que atinge o brinquedo O problema da pesquisa exigiu rever a literatura que trata da hist ria
557. s de 10 anos as caracter sticas delas mudaram completamente com o advento e uso do computador Este cen rio ampliou as diferen as da crian a do passado e a atual acentuou as contradi es da situa o s cio econ mica que geram essa nova crian a com caracter sticas fundamentais hoje ela est aprendendo a aprender sozinha a interagir e a construir conhecimentos a partir de seus pr prios interesses A brincadeira na modernidade tem portanto uma fun o importante que incorporada pela crian a causando impactos positivos e negativos em seu contexto de vida Carvalho et al 2003 retratam da seguinte forma essa realidade constata se nelas a presen a de conte dos ideol gicos tais como a reprodu o de valores e formas de relacionamento amoroso a discrimina o de atividades principalmente aquelas de cunho dom stico a preserva o da moral vigente e a condena o a seus desvios a entrega dos destinos do homem divindades bem como o respeito e devo o a elas a marginaliza o de elementos como o velho o negro a vi va que s o retratados no conte do de muitas brincadeiras e m sicas infantis tradicionais temas atuais bastante discutidos relativos modernidade inclus o exclus o na sociedade que ela acompanha nos notici rios e nos debates em geral na televis o na escola em casa Assim de acordo com Leite apud TELES Fontana 1997 diz que o interesse em explicar como se formara
558. s de tiro ao alvo que enfatizam a coordena o viso motora Ex Doom de combate nos quais tentam estabelecer ou evitar contato coma s situa es que s o exibidas na tela Ex Mortal Kombat de plataforma nos quais h corrida em que o Jogador tem de navegar por edifpicios como labirintos andaimes escadas evitando perigos e colecionando si mbolos Ex Squarex e Pac Man os adaptadios de outras m dias visuais como Aladdin e o Rei Le o jogos de esporte simulam diversos esportes e jogos de corrida simula o desportiva buscando evitar colis o ou atropelar os pedestres Exemplo Screamer e Death Race As crian as dos dois bairros perif ricos pesquisados brincam virtualmente nas Lan Houses Existem muitas delas nesses bairros Praticamente em todas as ruas principais N o d para precisar quantas s o no total porque algumas funcionam sem exposi o Muitas funcionam a apenas alguns meses mostrando que est o aumentando e outras j h mais tempo Em S o Lu s elas chegaram por volta dos anos 2002 2003 No Brasil surgiram em Bras lia em 2001 As crian as desenvolvem praticamente esses jogos j citados Lembro que h no Minist rio da Justi a uma portaria que disciplina a utiliza o de jogos a portaria n 899 de 3 A classifica o dos jogos eletr nicos s o variadas mas atualmente s o aceitas as seguiintes categorias jogos de aventura jogos de estrat gia de arcade simuladores jogos de esporte e RPG
559. s f sicas como seus corpos quase nus afirmam sua sexualidade Para as meninas por meio de seu c digo de vestu rio pose e apar ncia em geral como representa es das atividades femininas socialmente desej veis como ir para o trabalho ir s compras ao sal o de beleza academia escola etc Confirmo portanto que os brinquedos s o produzidos de acordo com significados sociais que variam hist rica e culturalmente e portanto transmitem mensagens diferentes para as crian as sobre o mundo social e as pr ticas sociais que as rodeiam Atentei para o que fato de que isso j tinha sido constatado por Almeida 2006 no sentido de que na paulatina passagem de um modelo artesanal de produ o para um modelo industrial ele deixou de ser 332 um produto de resto na medida em que o subjetivo conte do imagin rio da crian a deixou de aproveitar os materiais n o mais utilizados pelos adultos para confeccionar seu pr prio brinquedo ou usar em suas brincadeiras o que Benjamim chamava de fazer hist ria a partir do lixo da hist ria ib id Encontro essa realidade em S o Lu s hoje apenas nas reas perif ricas da cidade entre as crian as mais carentes socialmente Acredito que se deve al m de tudo que j foi mencionado ao fato de que foi criado na modernidade uma nova identidade para os brinquedos Para Benjamim 2001 eles est o distantes de seu valor para brincar porque quanto mais atraentes no sentido corre
560. s hoje em rela o s sociedades antigas Como exemplo dessa realidade apresento o que Snyders 1988 p 25 diz sobre os diversos ngulos pelos quais os gregos antigos viam as crian as ao associarem nas s suas id ias sobre os escravos e os negros colonizados Afirmavam que essas categorias n o atingiam o pensamento abstrato e eram pouco inteligentes por isso viviam o presente sem previs o para o futuro deixando se levar pelos seus caprichos Nessa perspectiva a crian a tamb m comparada por eles ao oper rio ao pobre com suas caracter sticas de ser imprevidente dependente ignorante e sem racioc nio abstrato e mulher uma eterna crian a fraca f sica e intelectualmente Alguns prov rbios citados nessa poca CORAZZA 2002 p 105 106 revelam como a crian a convivia com uma realidade que n o lhe era favor vel Um homem n o deve confiar em uma espada quebrada nem em um idiota nem em uma crian a nem em um fantasma nem em um b bado 1460 Quem v uma crian a n o v nada 1480 Perde se tudo que se d a quatro tipos de pessoas a primeira um alde o ou r stico pois comprovareis sua rudeza a segunda uma crian a pois sua cabe a leviana exclui a bondade a terceira um homem de idade a quarta uma mulher vari vel como o vento vaidosa e inconstante em seus afeto 1509 Por natureza as crian as e as mulheres t m dificuldade de guardar sil ncio sobre coisas que um homem
561. s iluminados eletr nico com chip H certos cuidados de pais e professores com esse brinquedo porque apresenta riscos de machucar n o s a crian a que brinca como outras que estiverem pr ximas pelos movimentos que produz S o vendidos em lojas dos shoppihgs e da periferia normalmente adquirindo a pre os baixos os mais simples As crian as ludovicenses tamb m brincam em dupla com um brinquedo muito interessante com origem brasileira que a peteca cuja sua origem ind gena Atzingen 2001 diz que quando os portugueses chegaram ao Brasil viram os ndios brincando com uma trouxinha de folhas cheias de pedras amarrada a uma espiga de milho que chamavam Pe teka que em tupi significa bater FIGURA 44 A brincadeira se tornou comum foi passando de gera o em gera o at tornar se um esporte reconhecido pelo Conselho Nacional de Desportos do Brasil em 1985 Ela j tinha estado nos jogos Ol mpicos de 1920 realizados em Antu rpia na B lgica atrav s dos atletas brasileiros que a levaram para se 290 divertir nos intervalos das competi es Eles chamaram a aten o de atletas e t cnicos de outros pa ses que ficaram encantados com a novidade Em S o Luis o jogo com a peteca mais utilizado nas reas de praia por crian as e adultos Esse tamb m um brinquedo que considero como tradicional industrializado pois percebo que ele comprado pronto para o desenvolvimento da brincadeira al m de existir
562. s linguagens subliminares de apelo crian a Nos jogos vem indicando manual de instru o n mero de participantes tempo de dura o bastando segui los numa clara racionalidade instrumental artif cio de ado o de valores e materializa o de um projeto de adultos na inser o da crian a no mundo do trabalho 39 Demonstra a produ o dos brinquedos da modernidade atrav s marketing das f bricas dos artes os das multinacionais Procuro evidenciar a dificil rela o entre o produtor e a sedu o do consumidor para se manter no mercado entre o produto original e o pirata entre outros aspectos da cultura da modernidade que envolve o brincar mercantilizado um brinquedo industrializado bastante diferente dos tradicionais e regionais fruto de uma ind stria cultural O ltimo cap tulo discute o brincar em S o Luis atrav s dos brinquedos e brincadeiras tradicionais e modernas Analisa o consumo e venda dos brinquedos nas feiras e exposi es Observa nesse contexto o olhar do artes o para o ato de brincar Examina o brinquedo vendido nos shoppings nas lojas de com rcio varejista e do com rcio informal Observa o olhar do lojista dos pais e da crian a Considera as quatro faces da cidade e a rela o direta entre o ato de brincar a aquisi o de brinquedos e a situa o s cio econ mica do lugar onde vive a crian a o que tem determinado o brincar com brinquedos tradicionais regionais industrializados e ou
563. s mais velhas em grupos Essa realidade tem sido constatada em d cadas variadas atrav s de dados que foram pesquisados desde 1932 Por m essa realidade tem se alterado atualmente na medida vem que a crian a mais velha da rea mais privilegiada economicamente brinca sozinha pelo fato de que nas ltimas d cadas h uma tend ncia clara ao exerc cio do comportamento do brincar solit rio Isto est vinculado al m das conting ncias da vida moderna ao fato de que a crian a desconhece e utiliza pouco os brinquedos antigos e as brincadeiras mais tradicionais que atravessaram gera es e outras que ocuparam o imagin rio infantil ao longo do tempo Essas brincadeiras exigem parcerias o que nem sempre a crian a atual tem Isso ocorre por v rios motivos entre eles a mudan a na sociedade a diminui o do tamanho das fam lias e de n meros de irm os para brincar as exig ncias contempor neas do mercado de trabalho Soma se a esses fatores o fato de que parece haver um cerceamento liberdade de brincar devido nova concep o que as fam lias t m quanto sua import ncia principalmente nas grandes cidades conforme j constatado e tamb m pela complexidade da sociedade e pela limita o de tempo e espa o importante perceber que h um aspecto que acompanha essa nova materializa o no processo de desconhecimento de brincadeiras e brinquedos antigos e regionais que constru ram identidades sociais Para Castells 2006 a dis
564. s nessas mercadorias enquanto v rias perdas da cultura local v o ocorrendo diante de brinquedos que representam simbolos mitos e ideologias diversas nessa forte presen a na economia de mercado da cultura da modernidade As press es da propaganda na televis o a publicidade assim como os desenhos animados que d o origem aos personagens dos brinquedos levam a aumentar ainda 5l Jogo bastante procurado por crian as e adultos 157 mais a dimens o expressiva e simb lica do brinquedo pela qual ele vai se diferenciar de todos os outros Atualmente grande parte do sucesso e fracasso das f bricas de brinquedos est relacionado s imagens criadas na Ind stria Cultural pela adequa o ou n o do conte do simb lico Essa concep o resultado de uma produ o que revela como ele se tornou uma ind stria da imagem especialmente sob a press o da televis o que se dirige hoje direto s crian as O brinquedo para beb s quer se trate de bichos em pel cia ou de objetos para manipula o tende a propor uma imagem da crian a compat vel com a representa o positiva que fazemos dela Quando a crian a cresce ela se distancia da representa o que exalta seu estado infantil Normalmente passa a procurar imagens sedutoras de seu futuro estado adulto atrav s da beleza riqueza ou aventura Broug re 2000 diz que a diferen a sexual essencial na valoriza o das imagens Assim o universo feminino fica junto da fam lia e
565. s no entanto caracterizam a idade adulta muito mais tarde e criam categorias como a adolesc ncia especificamente para insistir que as pessoas p s p beres s o ainda crian a de alguma forma A lista de varia es e mudan as das caracter sticas b sicas da inf ncia imensa Essa reflex o me levou a perceber que a produ o de conhecimento acerca da inf ncia est intimamente ligada ao lugar social que a crian a ocupa Cada poca ir proferir o discurso que revela seus ideais e expectativas em rela o a ela tendo esse discurso consequ ncias constitutivas sobre a mesma A produ o e o emprego do conceito de inf ncia pelo conjunto da sociedade interfere indiretamente no comportamento de crian as adolescentes e adultos e modela sua forma de ser e de agir de acordo com as expectativas criadas nos discursos que passaram a circular entre as pessoas Estes por sua vez 95 correspondem aos interesses culturais pol ticos econ micos do contexto social mais amplo JOBIM e SOUZA 1996 o que faz perceber que existem v rias inf ncias atualmente 3 3 As Inf ncias modernas o olhar da Sociologia A preocupa o em estudar a crian a e as quest es que a envolvem na sociedade do ponto de vista da Sociologia n o recente se a relacionarmos ao conceito de socializa o que pressup e apropria o da cultura compartilhada por toda a sociedade ou parte dela em que as crian as est o inseridas No entanto a vis o sociol gi
566. s ou pelas t cnicas da vida adulta moderna Como parte desse contexto muitos brinquedos tradicionais presentes na S o Lu s antiga n o ocupam mais parte dos espa os nas brincadeiras das crian as ludovicenses Tamb m n o s o mais conhecidos das crian as atuais em virtude da globaliza o da ind stria cultural do brinquedo na medida em que a sociedade foi mudando e os adultos especialmente os pais n o dispuseram mais de tempo para ensinar seus filhos o brincar tradicional Essa uma consequ ncia da sociedade moderna que de sociedade de produtores segundo alguns autores passou a ser de consumo Compreendi que a condi o de consumidor equivale alegoria weberiana da gaiola de ferro na cultura da modernidade pela supremacia crescente da racionalidade cient fica e t cnica que por linguagens variadas o faz cativo de suas ilus es Essa percep o me trouxe a confirma o de que a cultura da modernidade trouxe consigo situa es nunca antes experimentadas Reflito ainda no fato de que os brinquedos da ind stria moderna representam basicamente para a maioria dos autores com vis o sociol gica sobre o assunto as institui es de nossas sociedades a fam lia e as rela es de g nero De fato de forma muito clara comprovei que eles t m atributos das meninas e dos meninos Para os meninos eles oferecem as caracter sticas masculinas com as quais precisam lidar para serem fortes poderosos e aventureiros Suas caracter stica
567. s pap e mam e foi aperfei oada em 1880 com o emprego da tecnologia fonogr fica de Thomas Alva Edison 1847 1931 ib id No final do s culo XX as bonecas j eram confeccionadas com celul ide borracha e pl stico formatadas para dar risada engatinhar e falar Elas revolucionaram conceitos e foram tornando se uma representa o de mulher na sociedade substituindo a imagem infantil do beb A partir da d cada de sessenta ganharam namorado foram vestidas por estilistas famosos do mundo todo tornaram se representa es de profissionais de acordo com mais de 80 profiss es diferentes surgiram modelos de gr vidas e m es passaram a ser estrela de filmes e a representar as atividades da mulher em diversos tipos e a es diferentes Assim tra o um perfil da hist ria da boneca sob o ponto de vista do material de sua confec o da seguinte forma QUADRO 7 Muitas bonecas de pano t m os rostos de pano achatados e com tra os pintados roupas feitas m o e perucas feitas de fios Os exemplos mais conhecidos s o as bonecas de cole o Raggedy Ann e And S o feitas de pl stico duro pintado com o tom da pele e tendem a ter tra os n tidos mais definidos Eram muito populares entre 1940 e 1950 Podem ser inteiramente de metal como prata estanho e bronze ou ter somente a cabe a de metal Os Estados Unidos e a Alemanha produziram a maior parte das bonecas de metal come ando em meados da d cada de 1800 bonecas d
568. s que tem essa possibilidades Aponto ainda como brinquedo tradicional dos mais utilizados pelas crian as em S o Lu s o ioi um dos mais antigos e comuns FIGURA 43 Constato que na China h tr s mil anos j haviam delicados ioi s de marfim com cord es de seda e h 2500 anos na Gr cia eles eram feitos de pedra Na ndia s o conhecidos desde o s culo XVI segundo Atzingen 2001 Na Europa tamb m foram divertimentos nas cortes Ali eram decorados com J ias e padr es geom tricos e quando girados seus desenhos formavam figuras Na Fran a 289 h refer ncia ao fato de que os soldados de Napole o praticavam o jou jou entre as batalhas que enfrentavam No s culo XVI ca adores o usavam para atordoar suas v timas Foi registrado nos Estados Unidos e ganhou adeptos em todo o mundo Em 1992 o ioi foi para o espa o nas m os do astronauta americano Jeffrey Hoffman na espa onave Atlantis ib id Em S o Lu s o ioi seguem uma esp cie de onda Ele aparece desaparece e reaparece constituindo se em verdadeira febre entre as crian as e desaparece novamente Hoje um brinquedo bastante conhecido e praticado em todo o mundo e j sofreu todas as modifica es como brinquedo da modernidade O ioi tamb m um produto tradicional industrializado hoje Da mesma forma que o estilingue n o observo fabrica o caseira desse produto salvo em alguns casos por artes os Ele pode ser encontrado modelo
569. s representando o homem ludovicense de todas as reas em sua luta di ria pela sobreviv ncia Assim surgiram os Pregoeiros personagens sobreviventes da cidade colonial trabalhadores que cantavam nas ruas oferecendo os produtos que vendiam trazidos pendurados nos ombros e os brincantes das festas locais com toda sua riqueza crom tica Hoje s o lembrados em pequeninas figuras feitas de fragmentos de arame pano renda tules linhas fitas e paet s SANTANA 2003 Muitos brinquedos foram feitos desses materiais especialmente a lata principalmente tipos diferentes de carros muito comum entre os meninos Hoje surgem como manufatura reservada s exposi es para turistas como representa o de elementos humanos t picos da cidade desaparecidos das ruas de S o Luis para tornarem se lembran as e mem rias de museus e colecionadores FIGURA 15 A maioria desses brinquedos que est o presentes ali com exce o da boneca de pano s o pouco utilizados pela crian a ludovicense que vive hoje numa mistura de universalidade e especificidade regional e local sob os efeitos do fen meno atual a globaliza o da Ind stria Cultural que torna o brincar uniformizado pela via da comunica o sob o olhar determinante da economia Tal olhar faz com que apesar de a cidade ter uma hist ria de origens culturais diferentes as crian as brinquem da mesma forma que outras de lugares distantes sem essas ra zes e com os brinquedos frutos dess
570. s verdadeiras pelas pessoas cr dulas neles Por vezes atribui se ao mito um car ter sagrado ou seja de verdade absoluta e inquestion vel 273 portugueses franceses e holandeses que formataram o jeito europeu nessa mistura do antigo e do moderno que lhe comp e e atinge as crian as As mem rias do passado de S o Lu s retidas 1 A E ue 21 em contraponto parte moderna revelam a conviv ncia de duas cidades no Projeto Reviver em uma s dois lugares bem diferentes a cidade moderna e a antiga ambas expostas nos panfletos e apelos tur sticos visita o um convite a rememorar a hist ria da coloniza o 92 nas toadas de boi nos cantos dos cacuri s nas dan as e nas lendas ind genas que alguns brinquedos e brincadeiras locais revelam em seus significados e simbologias Como parte da microrregi o Aglomera o Urbana de S o Lu s a cidade abra ada por duas ba as a de S o Jos e a de S o Marcos FIGURA 38 Essa localiza o tamb m permite muitas hist rias e lendas al m de uma paisagem e brinquedos t picos de rea litor nea o que fez Guimar es Rosa 1946 escrever em forma po tica sobre a localiza o do Maranh o veja a costa do Maranh o o desenho a linha frontal duma gaivota em v o desdobrar se d asas ela encerra um V um golfo aberto em ngulo O lado esquerdo desse golf o a ba a de S o Marcos ba a de Tubar o h quem o diga Na verdade por ali d muito e
571. sa nova din mica da ind stria do brinquedo como marco temporal inicial para essa realidade os anos setenta que come aram a contar uma nova hist ria atrav s do brinquedo observo que foi em 1968 o ltimo movimento expresso de cr tica ao capitalismo massifica o nega o da liberdade e o tempo da explos o da periferia do mundo A partir da 211 moldou se um novo tempo uma estrutura societ ria que permite uma reinterpreta o sociol gica na qual a crian a e o brincar est o envolvidos Esse foi um momento em que individualiza o cidadania consumo direitos novas identidades adquiriram caracter sticas pr prias al m de surgirem novos atores e institui es sociais que de acordo com o que pensa Sorj 2001 reflete o fato de que cada mudan a social profunda permite a ascens o de novos grupos e exige esfor os de readapta o de todos os agentes sociais s novas condi es A produ o desses segmentos de brinquedos a partir desse momento vem exigindo capacidade financeira e intelectual m dia integrada suporte internacional de distribui o qualidade e ainda diversifica o e rapidez de lan amentos Essa cultura mercantil da modernidade explica o comportamento relativo ao brincar e ao brinquedo como produto industrializado assim como aos diversos modelos criados e ao que ela espera da crian a j que essa vis o surgiu a partir dessas modifica es da sociedade que interferiram diretamente na forma de encarar
572. sada como sin nimo para moderniza o e moderno atira sobre n s a nevoa da perplexidade Assim o problema da g nese da modernidade revela o desencontro Sua busca resulta em efeitos curiosos h imensas varia es Esp ritos mais ousados chegam a recuar ao paleol tico para nele v la surgir outros preferem indicar pocas mais recentes como a Renascen a ou a Reforma muitos o s culo XVIII a era do Iluminismo a maioria inclina se a preferir a Revolu o Industrial fixando se no s culo XX Ele comenta da seguinte forma A assincronia que exemplifico sobre o problema da g nese da modernidade particularmente vis vel na introdu o obra magna de Blumenberg Wallace o autor afirma que pensadores como Diltthey Weber e Cassire respectivamente em seus 4 cosmovis o e an lise do homem desde a Renascen a A tica protestante e o Esp rito do Capitalismo e O indiv duo e o Cosmo na filosofia da Renascen a tentaram caracterizar a modernidade e homem do mundo moderno H ainda a perspectiva definida pelos relativistas socioculturais ao entenderem modernidade como fase isto certo momento hist rico Das diversas possibilidades que o uso do termo envolve uso a express o modernidade como equivalente de contempor neo atual para cortar o debate entre modernidade e p s modernidade Esse problema de quando surgiu e do que a modernidade qual o sentido desse t
573. sar da grande press o da m dia pelo consumo A tend ncia no curto prazo a aus ncia de grandes sucessos na produ o de brinquedos o que gera os revivals relan amento de produto antigo uma tend ncia que est acontecendo dentro e fora do Brasil Assim como exemplo aponto a reedi o do Moranguinho dos Cavaleiros do Zod aco Tartarugas Ninja e a reapresenta o tamb m dos seriados Vila S samo e S tio do Pica Pau Amarelo Quanto mais interativo for o brinquedo mais chance de sucesso ele vai ter e os que demonstram isso podem ser trazidos de volta Essa pr tica traz suas especificidades Nem todos os pa ses se comportam da mesma forma Enquanto nos Estados Unidos a pr tica vender para dentro e fora do pa s no Jap o o inverso os sucessos est o saindo de l h algum tempo Um exemplo disso o que fez a ind stria japonesa que criou o seriado Power Rangers her i antigo no Jap o tirou o rosto dos japoneses adaptou o ao ocidental introduziu um argumento complementar e vendeu para todo o mundo Hoje ele est de volta e um dos seriados do programa infantil de todas as manh s apresentados no Brasil Brinquedos que existiam h dez anos no Jap o hoje est o entrando nos Estados Unidos Por exemplo o desenho animado Dragon Ball um sucesso dos anos 80 chega agora tamb m est nos Estados Unidos Os grandes sucessos no Brasil t m vindo de fora A exemplo os brinquedos da Mattel s o os mais vendidos em S o Lu s
574. segunda etapa da pesquisa meninos e meninas de 6 e 7 anos e de 10 e 11 anos foram observados em um momento de compra Cada um deles recebeu R 200 e deveria comprar objetos de tr s diferentes temas brinquedo roupa e tecnologia As crian as podiam escolher as lojas onde queriam comprar Para isso levaram em m dia 72 minutos para finalizar o processo para buscar escolher e adequar os produtos de tecnologia selecionados ao or amento Mas os meninos escolheram os produtos de tecnologia bem mais r pido do que as meninas O resultado da compra foi o seguinte QUADRO 22 3 7 4 9 3 6 4 3 x x Fonte Cartoon Network 2007 Quadro 22 Consumismo Infantil 264 r Diante dessas reflex es minha compreens o que atrav s de a es diversas no manuseio com o brinquedo a crian a na cultura da modernidade introduzida na sociedade de consumo com suas caracteristicas peculiares e diversas linguagens Essa introdu o se d de diversas formas diante de um brinquedo qualquer que seja sua categoria Relaciono as a es que ela desenvolve para agir de acordo os incentivos que recebe da seguinte forma e Interessa se e demonstra curiosidade pelo mundo social e natural no manuseio com o brinquedo ou com a brincadeira e o jogo formula perguntas imagina solu es para compreend lo manifestando opini es pr prias sobre os acontecimentos busca informa es e confronta id ias e Estabelece algumas rela es entre o modo
575. senta o se inseriu um novo universo l dico o da afei o agora desligado da rela o materna e j que o brinquedo estava dirigido aos dois sexos sem distin o O urso selvagem transformado em um d cil brinquedo carregado de ternura representou uma ruptura uma revolu o ao mesmo tempo de valores da inf ncia do afeto do marketing e da midiatiza o entre outras Ib Id Criou se uma imagem um s mbolo da inf ncia que outros mercados tamb m utilizam em suas promo es podendo ser para comercializa o de len ol de amaciante de roupas de mob lia e de outros produtos A partir da foi surgindo o brinquedo em s rie cujo objetivo era menos inovar que vender criando personagens plurais e novos al m de uma marca Os Ursinhos Carinhosos oriundos do Teddy Bear s o um exemplo dessa produ o em s rie constituindo uma fam lia onde cada membro provoca e representa um comportamento afetivo diferente e faz um apelo e um convite aquisi o da cole o Al m disso a seguir foi criada uma s rie televisiva com os ursinhos 121 Para mostrar a for a desse marketing o resultado que noventa e sete epis dios e quatro longas metragens foram produzidos como for a da estrat gia de mercado da empresa Esse fato nos d a constata o de que os brinquedos surgiram de uma situa o de um momento e representam a continuidade da hist ria da humanidade em suas significa es locais regionais nacion
576. sente entre os brinquedos chamados pedag gicos que se espalham pelo universo infantil das escolas Nesses anos em S o Lu s a metamorfose citadina foi evidente pelo que a interfer ncia global foi permitindo no lugar fato que atingiu a crian a e o ato de brincar como consegii ncia na nova sociedade que ia surgindo Eu apontaria essa trajet ria de mudan as na pr tica da seguinte forma surgiram novos brinquedos de tipos e modelos diferentes dos tradicionais foram mudando o teor das brincadeiras surgiram os jogos eletr nicos que passaram a ter um mercado importante em todo lugar especialmente nas camadas mais privilegiada proliferaram os programas de televis o para crian as em v rios canais de TV ampliaram se as propagandas televisivas de brinquedos passaram se a utilizar o desenho animado como vitrine para os brinquedos imp s se a grande distribui o deles de forma especializada e generalizada foram confirmadas 15 a concentra o e a globaliza o e o mercado dominado por multinacionais americanas e japonesas Por fim surgiu a Internet trazendo uma gama de possibilidades incontest veis amplia o do mercado do brinquedo agindo como uma fonte para a propaganda e venda estabelecendo um diferencial que o mundo e S o Lu s passariam a experienciar como consegi ncia da grande influ ncia da divulga o e expans o da economia de mercado Ante essas constata es as quest es e as d vidas que iam surgindo tornaram se a
577. ser constatado pela complexidade de tipos nos pap is desempenhados por ele atualmente considerando a variedade e ainda as mudan as profundas da sociedade que ele representa Essa uma vincula o do brinquedo nessa ind stria cultural que massifica o produto conferindo a ele um ar de semelhan a caracter stico da cultura contempor nea resultado de um sistema onde cada setor se harmoniza em si e todos entre si submetendo cada vez mais a crian a ao poder do capitalismo Nessa dire o dois movimentos contr rios foram ocorrendo e se fortalecendo ao mesmo tempo a princ pio de forma lenta por m acelerando se com o passar das gera es a multiplica o de pequenas comunidades e a constitui o de grandes conjuntos sociopol ticos em que o local e o global se fortalecem Seriam ao mesmo tempo uma idealiza o do regional do local do grupo a que se pertence para Enriquez IB Id retorno a terra s m sicas e linguagem local E ao mesmo tempo o olhar para o mundo que entra em nossas casas Em ambos o brinquedo se adequa pois constru do no lugar dentro da realidade em 219 que se insere e levado a outras realidades diferentes Esses aspectos foram tomando propor es mundiais nas mais diversas formas Atualmente as discuss es que s o feitas sobre os impactos positivos e negativos da globaliza o da ind stria cultural como ramo econ mico das sociedades modernas e industriais requerem que se analis
578. seus filhos brincassem com alguns deles Caso contr rio acredito que haveria um maior cuidado ou censura a brinquedos que trazem tal proposta Abramovich 1983 p 75 tamb m faz uma cr tica a alguns desses brinquedos atuais que mostram um mundo bem estranho s crian as tomando como exemplo um monstrengo o Comil o fabricado pela Mimo r o comil o Mimo estranh ssimo de pl stico daquele duro mais feio imposs vel O monstrengo uma esp cie de peixe em azul que tem culos no nariz e olhos para fora e para cima S de olhar d calafrios Agora o pior n o olhar Porque dentro deste peixe existe um outro amarelo com olhar de peixe morto e que sai da barriga do peix o puxado por um el stico O amarelinho puxado e o azul o vem atr s e nhoc Abocanha o amarelinho um brinquedo autodevorador um terror sob qualquer ponto de vista Horrendamente feio um atentado Um crime est tico e tico al m de ser l dico Fernandes 2006 se diz impressionada com as mudan as do brinquedo e com o perfil de certos brinquedos contempor neos Rememora que os mais antigos eram sempre feitos imagem e semelhan a de pessoas de animais ou objetos eram bonecas de fei es delicadas de cabelos sedosos e corpo proporcional animais de estima o ou mesmo selvagens de fei es agrad veis suaves de modo a despertar sentimentos de maternidade afei o e ternura soldadinhos de chumbo em s rie de
579. siderei ent o que v rios questionamentos complementares precisavam ser trabalhados e organizados para dar as respostas e sentido ao 28 que eu investigava mas principalmente para que eu chegasse a captar a l gica do brinquedo na perspectiva que buscava Assim eu precisava identificar quais as diferen as pontuais entre o brincar no passado tendo como recorte as ltimas quatro d cadas do s culo XX que seriam necess rios destacar e que realmente havia de relevante nessa diferencia o e demarca o temporal uma vez que modernidade um tempo longo demais para construir uma trajet ria nessa dire o Para essa investiga o eu me perguntava como poderia encontrar os verdadeiros significados do brincar em pocas t o diferentes e em sociedades notadamente diversas sob o ponto de vista das Ci ncias Sociais considerando o lugar como o ponto de encontro delas Preocupava me tamb m o fato de que era necess rio que eu tivesse o cuidado para n o percorrer uma trajet ria desnecess ria e ao mesmo tempo superficial e nesse sentido pensei que poderia me ser muito til descobrir que inova es foram introduzidas e por que na fabrica o de brinquedos nas ltimas d cadas e como repercutiram no brincar contempor neo Isso me levaria a perceber nessas mudan as quais as motiva es e que sociedades iniciaram esse processo Da eu poderia perceber os primeiros brinquedos que de fato revelavam uma nova identidade como reflexos de muda
580. sileiros a reparar o sistema de seguran a da Cadeirinha Musical Aprender e Brincar da divis o Fisher Price O objetivo do recall orientar os consumidores a interromper imediatamente o uso do brinquedo e alertar sobre o risco de estrangulamento da crian a na cadeirinha No comunicado publicado hoje nos jornais brasileiros a Mattel diz que h a possibilidade de crian as ficarem presas entre o assento traseiro e a mesa lateral m vel o que pode causar uma press o no pesco o Nos Estados Unidos o recall da cadeirinha foi anunciado na semana passada ap s a Fisher Price fechar um acordo com entidades de defesa do consumidor A Mattel informou que a decis o de fazer um recall preventivo foi baseada na constata o de tr s casos nenhum deles com ferimentos leve ou grave nos Estados Unidos em que a crian a acidentalmente prendeu o pesco o entre o assento e a mesa lateral Segundo a empresa n o houve registro de incidentes em nenhum outro pa s onde a cadeirinha comercializada inclusive no Brasil Recomendada para crian as com idade entre 12 meses e 36 meses a Mattel informou ainda que num dos incidentes registrados nos Estados Unidos o usu rio tinha 9 meses ou seja estava abaixo da idade indicada pelo fabricante No an ncio mundial a empresa informou que o recall atingiria cerca de 600 mil brinquedos Lan ada no Brasil no final do segundo semestre a Mattel informou que foram distribu das 2 204 unidades do brinquedo na rede vare
581. solu o das identidades compartilhadas sin nimo da dissolu o da sociedade como sistema social relevante muito provavelmente reflete a atual situa o do novo tempo que ao mesmo tempo n o parece preocupada que surjam novas identidades ou que novos movimentos sociais tem de recriar a sociedade e que novas institui es ser o reconhecidas S o aspectos sociol gicos que v o demonstrando estruturas importantes da modernidade com identidades particularizadas que passaram a interferir no comportamento das crian as nas rela es que estas desenvolvem com seus pares e na materializa o de uma brincar solit rio Acrescento a esses fatos o aumento da viol ncia urbana e o fato de que alguns pais t m suprimido da vida da crian a o l dico envolvendo a nas atividades da vida moderna que lhe ocupam prioritariamente o tempo em detrimento do brincar como observo em S o Lu s ficando este restrito aos jogos no computador e como uma atividade individual na sobra de tempo atividade para o quarto Assim em muitas realidades s o poucos os locais hoje dispon veis para brincar livremente e de forma coletiva Em contrapartida a sociedade moderna em suas contradi es 143 criou espa os institu dos como lugar de brincar as brinquedotecas as ludotecas os play grounds e lan houses os parques tem ticos as cidades da crian a entre outros Em muitos desses espa os como em qualquer economia de mercado s o cobra
582. spon vel em www abrinq com br 3 Dr Santiago Servin 257 quem vai ser oferecido um brinquedo Para compreender suas significa es na cultura lembra que as etapas de desenvolvimento s o diferentes de crian a para crian a H um cuidado especial para os adultos no sentido de evitar comprar brinquedos que agradam a ele dos quais a crian a n o participa ou que se mostrem muito complicados Alerta para o fato de que sempre que for possivel deixar que a crian a participe da sele o e compra do brinquedo e se lev la loja de brinquedos permitir que ela pr pria pague no caixa Vejo nessa recomenda o comportamentos que p e em evid ncia a participa o da crian a como agente ativo do processo cultural na sociedade O olhar da ind stria para a crian a atrav s do brinquedo um olhar de sedu o mas vejo que esse olhar do fabricante vigiado por saber que ele est sujeito a normas a padr es Muitos dos recalls feitos atualmente a exig ncia da an lise de todos os lotes de brinquedos importados e a proibi o de vendas dos produtos da Mattel s o resultados dessa condi o Para mim todos esses cuidados da ind stria n o s o centrados no prazer da crian a mas na manuten o do mercado numa sociedade que passa a conhecer o C digo do Consumidor e seus direitos entre outros aspectos da legisla o que ampara o consumidor Alguns comportamentos da ind stria demonstram essa preocupa o Cito como exemplo uma not ci
583. squalo s vezes enxameiam e o tempo noite cheira a melancia No foco a ilha onde se situa a capital numa esplanada sobre outro golfete este bra o da ba a em que saem os estu rios de dois rios S o Lu s tem gua por tr s lados l Segundo Adr s et al 1998 desde o segundo quartel deste s culo o Centro Hist rico de S o Lu s passou a ser objeto de aten o de v rios autores e observadores que reconheciam a import ncia do acervo cultural que representava seu patrim nio arquitet nico e urban stico Dan a do cacuri totalmente Iudovicense criada por sr Alauriam Campos de Almeida e figura popular e conhecida pelos seus trabalhos na comunidade de um bairro de S o lu s Ivar Saldanha entre 1972 e 1973 uma dan a nascida ap s a derrubada do mastro na festa do Divino onde as caixeiras se re nem para dan ar 274 Nas ltimas quatro d cadas S o Lu s vem experimentando mudan as consider veis em seu perfil f sico pol tico econ mico e social processo que se iniciou na rea da Praia Grande com a intensifica o das atividades portu rias favorecendo a concentra o comercial expandida atrav s de aterros e novas constru es A hist ria dessas mudan as foi acontecendo a partir do porto e das casas comerciais armaz ns de tecidos de ferragens de secos e molhados lojas de venda a varejo e outros ramos comerciais que se instalaram no lugar A cada dia as ruas iam se enchendo de gente de
584. ssa vis o atual houve uma trajet ria permeada de indiferen a quanto sua significa o social importante considerar que inf ncia e crian a teve seu desconhecimento at o s culo XII conforme Ara jo 1998 p 14 At o s culo XII havia um desconhecimento da inf ncia Uma comprova o disso que as crian as n o eram representadas pelos artistas da poca uma das fontes mais importantes de registro sendo desta forma exclu das Os homens n o se detinham diante da imagem infantil pois n o tinham interesse por um per odo de transi o que logo ia ser ultrapassado e cuja lembran a era rapidamente perdida Corazza 2002 partindo da constata o de que a iconografia alto medieval confirma esse desconhecimento da crian a Observa que n o tentavam represent la porque n o a percebiam ou quando a representavam era sob a forma de um homem em miniatura em tamanho reduzido Ela compara com o aspecto t pico da fam lia do s culo XIX que ao contr rio organizava se com a crian a no centro Portanto nas sociedades pr modernas ela n o aparecia como sentimento concep o valor e pr ticas Refor ando n o existia este objeto discursivo a que chamamos atualmente inf ncia nem a figura social e cultural chamada crian a j que o dispositivo de infantilidade n o operava para especificamente criar o infantil Corazza 2002 p 81 afirma que n o que elas n o existissem apenas n o tinham o si
585. sse momento e essa fantasia a seu modo embora profundamente relacionada sua cultura s viv ncias de seu entorno Na modernidade a ind stria passou a estar atenta a essas etapas materializando brinquedos e jogos para atender s possibilidades de articula o da crian a com os brinquedos direcionando o seu interesse para o universo material e simb lico do momento conforme trabalha o produto instituindo modelos e fun es idade criando uma hierarquia no brinquedo numa escala de valores atribu dos pela ind stria Nesse contexto a crian a est se inserindo no processo identificado pela Sociologia HALL 2005 como processo de grupo Ao mesmo tempo nas normas coletivas sob o ponto de vista do lugar e da explica o sociol gica prim ria do modo como os indiv duos s o formados subjetivamente Essa observa o feita atrav s da participa o em rela es sociais mais amplas e inversamente do modo como os processos e as estruturas s o sustentadas pelos pap is que os indiv duos neles desempenham essa internaliza o do exterior no sujeito e essa externaliza o do interior se processam atrav s da a o no mundo social da teoria da socializa o Esse modelo interativo corresponde vis o que resume as Ci ncias Sociais modernas da primeira metade do s culo XX O esquema de Piaget foi levemente modificado e ampliado por Smilansky 1968 Ele acrescentou a categoria do brincar construtivo em que os objetos s
586. ssou a ser portador de valores eminentemente positivos e pouco a pouco foi sendo considerado educativo BROUGERE 2003 Hoje ele d passagem para v rias a es profissionais do esporte Podemos portanto perceber que nossa no o n o no s culo XV 1463 d C A era medieval pode tamb m ser subdividida em per odos menores num dos modos de classifica o mais populares ela separada em dois per odos 1 Alta Idade M dia que decorre do s culo V ao X 2 Baixa Idade M dia que se estende do s culo X ao XV Uma outra classifica o muito comum divide a era em tr s per odos 1 Idade M dia Antiga ou Alta Idade M dia que decorre do s culo V ao X 2 Idade M dia Plena 9ou Idade M dia cl ssica que se estende do s culo X ao XIII 3 Idade M dia tardia ou Baixa Idade M dia0 correspondente aos s culos XIV e XV Certas sociedades como o Jap o atravessaram per odos hist ricos de transi o que chegam a ser denominados tamb m como Idade M dia 186 mais a mesma por m que ela se enriqueceu e carrega contradi es tens es t picas da modernidade Isso porque na sociedade capitalista em que vivemos o poder do mercado e do consumo impera e h uma tend ncia universaliza o em que passamos das culturas da certeza s das incertezas As migra es multiculturais permitem maior contato entre sistemas e cren as diferentes pela comunica o r pida informa o e fontes de conhecimento que est o s
587. st ria que cont m Examinando primeiro o termo regi o vejo que complexo e com conceitos contradit rios apesar de que vem sendo estudado desde a Antiguidade Segundo Lencioni 2003 p 15 a palavra fluida sendo dif cil estabelecer um conceito A id ia de regi o que aparece na linguagem corrente indica recortes do espa o que 300 os indiv duos ou grupos sociais elaboram e passam a ser reconhecidos ou n o socialmente esses recortes se multiplicam medida que a percep o do espa o de cada um se amplia fazendo os perceber o homog neo e o diferente acerca do mundo A percep o do outro est acompanhado da percep o do espa o do outro Os brinquedos populares s o artefatos s o portanto identificados como simbolos da regi o e se mant m refletindo de forma mais direta o modo de vida e a cultura regional S o preservados pelo tempo e est o presentes numa sociedade dominada pela tecnologia constituindo assim uma forma genu na de express o regional Um exemplo s o os brinquedos populares da Regi o Amaz nica confeccionados em Miriti Mauri flexuosa L que se destacam pela beleza colorido variedade aceita o e facilidade de manejo como podemos facilmente perceber nas feiras de artesanais e no movimento de vendas em Bel m do Par A mat ria prima desse brinquedo o miriti a corti a de uma palmeira dos locais baixos e alagadi os existindo em abund ncia na Amaz nia Ela tamb m conh
588. stido em tecnologia e pesquisas de mercado qualificando constantemente o processo de desenvolvimento de seus produtos Durante a ABRIN 2006 houve o lan amento de 1000 novos brinquedos al m de ter oferecido diversidade e competitividade ao mercado A estimativa que ao longo do ano de 2007 a ind stria brasileira de brinquedos tenha produzido algo em torno de 100milh es de unidades 76 ao contrabando e ao A ind stria tem trabalhado no combate pirataria subfaturamento que levam uma significativa fatia do mercado brasileiro algo em torno de 25 Em 2006 os fabricantes nacionais de brinquedos produziram 4 a mais em volume o que ajudou a compensar a queda de 3 5 no pre o m dio registrada pela FIPE de 2005 para 2006 e garantiu mais competitividade aos produtos brasileiros Para o presidente da ABRINQ uma luta sem propor es definidas mas da qual n o podem se afastar um momento sequer Estamos atacando em todas as frentes para n o sermos devorados por esses tr s fantasmas a pirataria o contrabando e o subfaturamento diz acrescentando Some se a isso a bocanhada do governo em 40 de impostos fixos de cada produto Com esse excesso tribut rio o empres rio n o s do setor de brinquedos mas de toda ind stria brasileira precisa ser muito criativo diz o presidente Como o motor do mercado industrializado n o exatamente o dos aspectos culturais esses produtos acabam ficando restrito ao am
589. sto de 2007 Da regi o de Barreirinhas est o em destaque os mestres que trabalham com fibras De S o Lu s e Morros os famosos santeiros Os artes os de madeira s o do povoado de S o Jo o dos Pil es localizados em Brejo Do munic pio de Cururupu e dos povoados de Itamatatiua Alc ntara e de Peri Humberto de Campos os ceramistas De Chapadinha Brejo Vargem Grande e S o Jo o de Mulunduns os que trabalham com couro As art fices de renda da Raposa modelismo naval de S o Lu s miniaturas de barco de Mirinzal 311 6 4 O brinquedo industrializado 6 4 1 O brinquedo do shopping das lojas e similares O brinquedo moderno comercializado em S o Lu s nas lojas especializadas em hipermercados nos shoppings FIGURA 71 no com rcio formal e informal da principal rua comercial da cidade Lembro que h uma grande rela o entre os shoppings e a incorpora o das atividades de lazer como representante da racionaliza o do capital ao unir essa atividade ao consumo formando uma esp cie de templo capitalista do consumo onde os desejos os projetos as paix es e as rela es pessoais materializam se em objetos e seus signos a serem consumidos PADILHA 2006 um espa o muito semelhante na sua ess ncia a todos os outros o que o fez recebeu a denomina o de n o lugar por Aug 1994 Nas lojas especializadas h uma m dia de mil a tr s mil tipos de brinquedos expostos dependendo do tamanho da loja AP
590. studado motivo de minha reflex o e desse contexto levantado como produto da ind stria cultural n o aquele ef mero tempor rio constru do para um momento provis rio que desaparece quando a brincadeira termina Meu foco aquele que subsiste como tal que se encontra nas lojas ou oficinas e pode ser reconhecido como brinquedo um objeto social que n o se limita dimens o material mas implica em significados sociais mais ou menos est veis que sup e a es sociais e usa diversos atores para que seja reconhecido e persista como tal Para Broug re 2000 p 12 objeto distinto e espec fico com imagens projetadas em tr s dimens es cuja fun o parece vaga mas que sintetiza a representa o que uma dada sociedade tem da crian a Vejo como esses atores os fabricantes o sistema de promo o e de distribui o que faz com que ele exista que contribuem para o seu significado e o torna acess vel as crian as visadas por esses fabricantes e que v o us lo e os adultos familiares educadores amigos que o p em disposi o delas Esse brinquedo produto da cultura e da moderniza o o meu foco e motivo de minha an lise neste trabalho Minha expectativa era buscar compreender a vis o que estava atrelada tanto ao novo olhar infantil de consumidor como a do adulto que o provocava enquanto produtor e intermedi rio Tamb m discutir as diferentes concep es de inf ncia crian a e brinquedo na sociedade
591. sua mem ria Remexer o passado como abrir e vasculhar uma caixa com velhos brinquedos retirando emo es id ias hist ria afirma Lehman 1986 p 83 Cada vez que uma brincadeira ou um jogo tradicional ensinado na sociedade moderna ou que uma crian a brinca com um brinquedo dessa poca est reescrevendo uma hist ria Ao mesmo tempo uma forma de subsist ncia a uma tentativa de homogeneiza o que vai tra ando e buscando caminhos mapeando diversas situa es propor o que o conhecimento de outras culturas e a evolu o das sociedades e adquire novas significa es conforme Brandt 2005 p 13 a m dia a pol tica e o mercado tendem a homogeneizar a cultura e suas diversas nuances pois assim a apreendem melhor e conseguem transform la em estat stica de planejamento e faturam com mais seguran a e rentabilidade n o necessariamente na respectiva ordem 110 A partir da pode estar sendo moldada uma estrutura societ ria e uma nova interpreta o sociol gica para o fato Nesse momento est o presentes ao mesmo tempo individualiza o cidadania consumo direitos e novas identidades Assim vai se perpetuando mesmo que em novos cen rios e com crian as muito diferentes daquelas das sociedades passadas a hist ria do brincar com novos significados a cada gera o especialmente na contemporaneidade Pergunto diante dessa realidade por que as crian as modernas deixaram de brincar com muitas bri
592. sultados de v rios s culos de profunda mudan a social econ mica e cultural no Ocidente 5 5 O Brinquedo como objeto de consumo Os soci logos discutem hoje quando surgiu a sociedade de consumo na qual est inserido o consumismo infantil Para estudiosos do assunto como Barbosa 2004 Mc Ckhacken essa inser o varia do s culo XV at a XVIII mudando a quantidade e a modalidade dos itens dispon veis por m a partir do s culo XVI que se registra o aparecimento de todo um conjunto de novas mercadorias fruto da expans o ocidental para o oriente que n o eram g neros de primeira necessidade Circulavam naquele momento alfinetes bot es brinquedos rendas fitas veludos lou as fivelas de cinto cadar os jogos plantas ornamentos novos itens de alimenta o bebida e produtos de beleza entre outros Barbosa 2004 p 19 cita as mudan as que afetaram a dimens o cultural de forma particular 244 outras mudan as afetaram a dimens o cultural de forma particular O aparecimento do romance ficcional moderno o aumento do grau de literalidade da popula o a pr tica da leitura silenciosa a preocupa o com novas formas de lazer a constru o de uma nova subjetividade a valoriza o do amor rom ntico e a expans o da ideologia individualista s o algumas das novidades registradas pelos historiadores Por fim o desenvolvimento de novos processos e modalidades de consumo bem como sistemas e pr ticas de comer
593. t o pertinho de Deus a Allana e a Allen meus brinquedos de verdade e a Afonso companheiro de brincadeiras da vida Este trabalho o resultado da ajuda direta e indireta dessas pessoas e institui es abaixo relacionadas que deram o seu apoio vital para ele acontecer confiaram apostaram e acreditaram em mim enquanto o constru a num conjunto de atitudes de amor apoio incentivo solidariedade opini o instrumentos indispens veis para a sua consecu o Reconhecendo a import ncia desses poderosos aliados entre todos os que se manifestaram dessa maneira sou grata especialmente A Deus a quem devo toda a ess ncia do ser pelo amor espiritual por ter renovado minhas for as como a da guia a cada dia conforme Sua promessa durante todo este tempo de viagens perman ncia em Bel m e atividades acad micas enquanto eu me ressentia da falta do meu cotidiano e dos meus que ficavam em casa S por Ele eu consegui Soli Deo Gloria A Afonso pelo amor de esposo por saber esperar e entender quando eu fiz as malas e fui em busca deste sonho e pela certeza do apoio em todas as horas entre sil ncios e falas especialmente quando a saudade apertava perdoa os momentos de solid o A Allana minha filha querida por ter compartilhado comigo de forma muito presente esse momento especialmente as in meras viagens na BR 316 entre S o Lu s Bel m Bel m S o Lu s na busca do seu mestrado e eu do meu doutorado na UFPA
594. t ria do brinquedo eles documentam como os adultos se colocam com rela o ao mundo da crian a H brinquedos muito antigos como bola roda roda de penas papagaio que provavelmente derivam de objetos de culto e que dessacralizados d o margem para a crian a desenvolver a sua fantasia E h outros brinquedos simplesmente impostos pelos adultos enquanto express o de uma nostalgia sentimental e de falta de di logo Em todos os casos a resposta da crian a se d atrav s do brincar atrav s do uso do brinquedo que pode enveredar para uma corre o ou mudan a de fun o E a crian a tamb m escolhe os seus brinquedos por conta pr pria n o raramente entre os objetos que os adultos jogaram fora As crian as fazem hist ria a partir do lixo da hist ria o que os aproxima dos in teis dos inadaptados e dos marginalizados WILLI BOLLI 2004 169 A avalia o de um brinquedo leva em conta a perspectiva de valores contidos nele Interessa para a sociedade de forma bem evidente essa quest o pelo fato de que ele t m uma carga simb lica que pode ser utilizada e negociada para demarcar rela es sociais e estilos de vida escamoteando o real estado de necessidade dos indiv duos e coletividades O brinquedo portanto passa por uma avalia o do produtor e do consumidor QUADRO 8 Os objetos ganham prest gio por meio do valor de troca enfaticamente ostentado para demarcar poder ou status social o que Feathers
595. t ria e improvisada est estreitamente vinculado ao 23 olhar da sociedade porque as crian as entram em contato o tempo todo durante o brincar com signos produzidos pela cultura qual pertencem com elementos que encerram em si significados e ideologias Vi que suas representa es e significa es culturais v o desde a concep o at o modo de brincar Al m de outros fatores percebi que o brincar est profundamente relacionado hoje s leis que regem a economia de mercado e que os mesmos brinquedos est o em todo o mundo Isso me remeteu a avan ar na investiga o do brinquedo de forma mais detalhada em seu aspecto sociol gico e nesse sentido em suas mudan as contempor neas especialmente nas ltimas quatro d cadas do s culo XX Chamava minha aten o o fato de que os brinquedos frutos do processo de moderniza o circulam pelos espa os ec menos do globo tanto quanto os tradicionais percorrendo as diversas trajet rias Nesse sentido h algo de comum entre eles Fato que confirma a assertiva de que esse objeto mais do que muitos outros se inscreve na l gica da globaliza o de interc mbio embora eles n o despertem o mesmo interesse em todo lugar A realidade atual mostra que as crian as brincam com os mesmos brinquedos desde que tenham acesso a eles Por m em cada um dos pa ses elas s o confrontadas ao mesmo tempo com um conjunto com um parque de brinquedos diferentes de acordo com a escala local Portanto seu
596. tal como atividade ao mesmo tempo economia religiosa l dica enfim a principal ocasi o de divers o e desconontraimento na rotina local Coordenado pela Funda o Municipal de Desportos e Lazer Fumdel A iniciativa visa resgatar as brincadeiras de rua em S o lu s com a promo o de jogos e de atividades culturais O Brincando nos Bairros reuniu em sua primeira edi o cerca de 4 mil crian as e adolescentes em um bairro Vinte instrutores do curso de Educa o F sica da Universidade Federal do Maranh o UFMA orientam as atividades que incluem jogos como corrida de saco pula corda peteca queimado e pi o v lei e basquete Na era da inform tica o que percebemos que as brincadeiras de rua como pular corda jogar peteca e travinha t m perdido espa o As crian as est o mais voltadas para os jogos de computador Ent o queremos resgatar esses jogos que fazem parte da nossa cultura justifica o presidente da Fumdel Miguel Pinheiro Paralelamente s o realizadas oficinas sobre cantigas de roda e de confec o de brinquedos com material reciclado al m da exibi o de filmes relacionados ao esporte e da oferta de servi os como corte de cabelo e manicure Jornal Pequeno MA p 04 02 8 O dia de 33 Utilizei a v deo grava o e o registro fotogr fico com o objetivo de olhar sob v rios ngulos o brinquedo e o brincar nos espa os j citados anteriormente para investiga o relativa aos tipos de brinq
597. tal e necess rio para o auto conhecimento ao mesmo tempo em que o mercado come a a se tornar indispens vel para o processo de descoberta de sua identidade numa forma nova de descobrir identidade pela rea o aos produtos em oferta Baseio me para essa afirma o no pensamento de Benson 2000 p 55 para o qual comprar um meio de ajudar na busca da identidade creio que a reconfigura o do fazer compras como um processo de busca uma atitude vital que vai muito al m das associa es tradicionais da compra ou do ter que pode ajudar na busca da identidade e do significado Para Barbosa e Campbell 2006 a verdadeira atividade do consumo no mundo deve ser entendida como um processo que resulta da manifesta o ou da conversa o em realidade de algo que antes eram meramente latente Isso naturalmente levanta uma quest o muito interessante quanto mudan a cultural e natureza da sociedade contempor nea que me leva a refletir se a amplitude e a difus o da atividade de consumo contribu ram para modificar nossa vis o de realidade E ainda se o mundo que vivenciamos vem sendo em grau acentuado cada vez mais moldado por n s para satisfazer desejos Ou se isso significa que agora aceitamos se n o implicitamente uma teoria que considera a realidade um produto de nossos desejos Todos esses questionamentos me remetem percep o do consumo na discuss o que fazem hoje as Ci ncias Sociais na medida em que v
598. tanto brinquedos de bambu de casca de coco de milho de argila e de v rios elementos t picos na vida do maranhense em todas as pocas O espa o representado em barco de cascas de coco cavalos de talo de bananeira bonecas de sabugo de milho de corda carrinhos de bambu ou bonecas de pano 298 relacionados aos aspectos fisiogr ficos da paisagem Brincar com esses brinquedos regionais e de brincadeiras tradicionais interagir com uma s rie de elementos cheios de significados e simbologias al m de introduzir a crian a ludovicense de forma prazerosa e eficiente no universo s cio hist rico cultural da realidade local Esses brinquedos s o diferentes dos eletr nicos e virtuais que trazem para a crian a uma outra realidade para compor o seu mundo j que na cultura da modernidade convivem no mesmo espa o o tradicional o regional o industrial e o virtual considerando a origem e a produ o do brinquedo S o percept veis as altera es nessas influ ncias nas brincadeiras nas d cadas mais recentes Friedmann 1996 p 32 cita uma pesquisa realizada a partir de uma colet nea minuciosa de documentos analisando brincadeiras espont neas das crian as brasileiras no decorrer do s culo XX Para isso reuniu mais de mil tipos entre v rios estados da Federa o em que constam significativas mudan as e altera es e os motivos destas conforme evidente em S o Lu s Dentre as causas mais significativas da transforma o do
599. taria e o contrabando podem ser considerados quest es menores apesar de serem t o s rias E esse Vejo n o s um problema dentro do pa s pois da mesma forma que a China pa s de onde predomina maior parte dos brinquedos piratas concorre localmente as f bricas daquele pa s concorrem em n vel mundial prejudicando a competitividade brasileira l fora tamb m Pelos dados da ABRINQ em 2006 as exporta es brasileiras de brinquedo fecharam em US 30 milh es Em 2005 ficou em US 27 milh es o equivalente a 4 da produ o S o n meros insignificantes considerando se que o mercado total movimenta R 950 milh es incluindo brinquedos produzidos no Brasil e importados A ABRINQ tem uma participa o efetiva nas exporta es A ind stria atua nas principais feiras internacionais como as de Hong Kong Nuremberg Alemanha Nova lorque Estados Unidos Paris Fran a e em S o Paulo Faturamento L quido R Mil Lucro Bruto R Mil Lucro L quido R Mil Patrim nio L quido R Mil Grau de endividamento Margem Bruta Margem L quida Rentabilidade Patrimonial 239 Cada empresa est sendo obrigada a buscar dentro do mercado aquele que seu espa o em virtude da concorr ncia de v rias novidades que acabam ocupando cada vez mais espa o dentro do or amento familiar A situa o econ mica revela que tem sobrado menos dinheiro para comprar brinquedo ape
600. tas que j fizeram modelos sob medida para Barbie est o Bob Mackie Giogio Armani Christian Dior Givenchi Gianne Versace e os brasileiros Alexandre Herchcovitch Walter Rodrigues e Lino Villaventura Uma Barbie vestida por estilistas vendida em S o lu s por um pre o superior a R 500 00 quinhentos reais variando em m dia em torno de R 800 00 127 Nos anos sessenta ela representava a t pica garota americana em suas roupas e perucas vestia se la Jacqueline Kennedy FIGURA 21 Para fechar a d cada vinha com roupas coloridas grandes culos representando o momento psicod lico Ganhou uma amiga importante a primeira boneca negra Christie 1969 Os anos setenta a encontraram como a juventude da poca acreditando na paz mundial e buscando formas alternativas de viver FIGURA 22 Da porque Ken seu namorado vivia Os embalos de s bado noite representando John Travolta Enquanto observo a trajet ria dessa boneca relaciono sua din mica de vida do movimento feminista Este desde os seus prim rdios da virada do s culo XIX para o s culo XX at 1932 fase considerada bem comportada do movimento vinha desenvolvendo suas tend ncias para as manifesta es em prol da abertura de espa os para a mulher Era uma busca pela sua participa o na vida da comunidade do pa s e nas decis es coletivas No Brasil esse movimento eclodiu com grande for a nos anos setenta em meio ao per odo
601. ten o para o fato do brinquedo necessitar atender s exig ncias legais e ao fato de estar sujeito s san es previstas na falta de atendimento s mesmas brinquedo um produto sujeito a todas as exig ncias do C digo de Defesa do Consumidor Ele deve trazer em portugu s todas as informa es necess rias claras e precisas para voc saber o que est comprando e a sua utiliza o A embalagem e o manual de instru es devem informar as caracter sticas do brinquedo tais como faixa et ria ou idade a que destina eventuais riscos que possam apresentar n mero de pe as regras de montagem modo de usar se faz parte de uma s rie ou cole o Aten o nenhum produto deve ser adquirido sem uma clara identifica o do fabricante ou do importador Recuse brinquedos que n o tenham essas informa es essas s o afirma es do produtor que tamb m procura se adequar para a produ o de brinquedos destinados s diversas faixas et rias 3 5 Novos paradigmas do brinquedo O brinquedo um elemento social e como tal deve ser compreendido com base na Sociologia ao mesmo tempo em que traduz uma compreens o luz da Antropologia aspecto j discutido sobre a parceria das duas Essa vincula o tem apoio em Mauss 2003 quando diz que h um lugar para a Sociologia na Antropologia na medida em que ambas registram fatos humanos Compreendo que h um estreito di logo entre elas quanto comunica o de id ias a ling
602. ter uma grande variedade delas assim como de cores e de aspectos A an lise deve ser feita portanto a partir dos seguintes aspectos segundo Broug re 2000 e As representa es de uma sociedade que ele cont m e As modifica es induzidas nessa realidade e O universo imagin rio representado e A representa o isolada que pertence a um universo e O impacto da dimens o funcional Constato que n o h no brinquedo somente uma manipula o l dica mas como um objeto cultural e social portador de v rias significa es QUADROS 19 e 20 Para ilustrar esse quadro utilizo a an lise feita pelo autor em refer ncia no brinquedo do ndio playmobil ib id p 45 4 7 2 1 Aspecto Material Brinquedo analisado ndio playmobil 6t O Brinquedo playmobil foi feito pela primeira vez em 1958 mas foi em 1970 durante a crise do petr leo que os bonecos ganharam forma Com a proposta de um brinquedo barato com pr dios e ve culos que completassem uma linha figuras que se adaptassem a v rias identidades trocando apenas de chap u ou de acess rio Come ou a ser fabricado no Brasil na d cada de oitenta pela Trol e a partir de 1993 pela Estrela 1 2 Forma desenho 1 3 Cor 1 4 Aspecto t til 1 5 Aspecto odor fico o ru do 1 6 Produ o de sons Fonte Broug re 2000 Quadro 19 Material do brinquedo 195 Esbo o simplificado de um ser humano cores prim rias vivas e limitadas calor do
603. termentionad COoiwwcil of Toy Enausiries f 8 Figura 37 Empresas parceiras da ABRINQI Funda o Abrinq 2 Sindicato das Ind strias de Instrumentos Musicais e de Brinquedos do Estado de SP 3 ABEM SICA Associa o brasileira de M sica 4 Instituto da Qualidade do brinquedo e de artigos infantis 5 Federa o das Ind strias de S o Paulo 6 ABRAPUR Associa o Brasileira de Produtos infantis 7 Internacional Council of Toy Industrie 8 Associa o brasileira dos revendedores de brinquedo Percebo que essa uma forma que a associa o encontra para fortalecer e ampliar seu campo de a es e ao mesmo tempo de promo o dos produtos que s o oferecidos por 231 essas entidades em sua ampla variedade de tipos modelos e raio de a o para permitir a inser o em v rios segmentos do brinquedo da brincadeira e do jogo N o existem dados detalhados dispon veis pelos fabricantes sobre os investimentos e faturamento do ramo de brinquedo o que se constituiu em uma dificuldade para que eu contabilizasse os n meros nacionais e de S o Lu s que est o envolvidos nesse contexto por m segundo a ABRINQ os cinco 5 principais fabricantes participam com aproximadamente 26 do faturamento total As vendas de v deo games chegaram a representar 31 do faturamento do setor Esses dados atestam o desempenho favor vel do setor no Brasil apesar dos problemas enfrentados O faturamento cresce a taxa m dia de 8 6 ao ano Dentre as
604. tigo 10 do CDC Qualquer das hip teses descritas pelo legislador alberga a reflex o que propomos para o momento qual seja produtos colocados no mercado de consumo que ofere am risco 370 sa de e seguran a sendo lhes inclusive destacado o dever de ser mantido fora do alcance de crian as Escolheremos aleatoriamente o exemplo do produtos de limpeza que sempre indicam a recomenda o escrita a necessidade imperativa de ser mantido fora do alcance de crian as al m dos riscos de ingest o e inala o do produto Notadamente para esses casos como ocorre com os detergentes dom sticos desinfetantes e outros deste g nero al m da recomenda o escrita vem l muitas vezes no r tulo a figura da fruta ou da express o do aroma como a ma o morango ou o que quer que seja Al m da figura ilustrativa do perfume encontrado no produto de limpeza pode ser tamb m constatado o aroma muito pr ximo fruta destacada por exemplo Eis o perigo certo que por maior que seja a frase escrita sobre a necessidade de ser o produto posto fora do alcance de crian as o apelo ilustrativo da fruta somado ao doce aroma do produto de limpeza passam a ser o maior risco encontrado amea ando de vez a incolumidade dos pequenos mesmo sabendo se que eles n o dever o chegar perto do detergente que certamente estar pela pia da cozinha de uma casa qualquer com figurinhas simp ticas das frutas que a crian a conhece Prote
605. tipos de 179 brinquedos atitudes dos pais e de outros familiares em rela o ao brincar liberdade restri o presen a aus ncia de irm os mais novos ou mais velhos e amigos com quem brincar FIGURA 18 as representa es sociais coletivas que dizem respeitar n o s a brincadeira e formas de brincar mas a vis o e expectativa que temos da crian a BERGER e LUCKMAM et al 1992 Na atualidade vamos encontrar lado a lado o desenvolvimento de brincadeiras tradicionais que ainda comp em o universo infantil do lugar e as que v o sendo introduzidas no contexto da cultura moderna com origens em sugest es de filmes novelas desenhos jogos eletr nicos m sicas programas de televis o Internet contato com crian as de outras culturas o que faz o diferencial da cultura pr moderna Buhler apud TELES 1999 p 17 considera nesse contexto a exist ncia de tipos diferentes de brincadeiras que a crian a desenvolve na atualidade aprofundando a compreens o da realidade dos aspectos culturais locais e globais FIGURA 09 correspondendo ao comportamento social da crian a no brincar Existem estudos bastante precisos sobre as diferentes formas de brincadeiras que a crian a executa e sobre a dificuldade de enquadramento em uma classifica o de consenso o que faz com que consideremos pontos de vista diferentes Podemos observar o fato de que de acordo com as idades h um interesse diferenciado por certas atividades relacionadas s div
606. tney Houston Barbie seguiu a onda e virou professora de aer bica executiva poderosa e hero na de novela Vejo que todas essas atividades da boneca demonstravam o perfil da mulher sua ascens o na sociedade e os novos espa os que ela ia assumindo fruto de uma ind stria racionalizada propondo uma imagem social da realidade mais do que da pr pria realidade social Ib Id Fonte www maniadecolecionador com br Figura 23 Barbie da d cada de 80 129 Os anos noventa receberam a Barbie dirigindo uma Ferrari candidatando se presid ncia dos Estados Unidos da Am rica E ainda demonstrando toda sua afinidade com a contemporaneidade vinha nas vers es roqueira rap m dica dentista Super Barbie No final da d cada a boneca mais famosa do mundo entrou para o universo dos esportes atrav s da Associa o de Basquete Americana das corridas Nascar e competindo na Copa do Mundo de Futebol Feminino Com o corpo ainda mais flex vel os anos 2000 fizeram dela uma mulher moderna vers til que trabalha tem mil ocupa es deixou o namorado Ken e passou a namorar o Blaine FIGURA 24 Crescerem os acess rios necess rios s suas atividades como o computador o celular o carro todos os equipamentos dom sticos e o que fosse necess rio para a sobreviv ncia de uma mulher ocupada fora do lar impressionante ver que uma boneca de quase 50 anos de idade que j poderia ser considerada ultrapassada a mais aceita pelas me
607. to numa demonstra o de diversidade das sociedades de inf ncias de meios s cio culturais de globaliza o e Identificar as caracter sticas do brinquedo e da inf ncia nos paradigmas tradicional e da modernidade evidenciando diferen as produzidas na sociedade como reflexo de uma nova identidade constru da pela ind stria de bens culturais ap s os anos setenta com a globaliza o a cultura de massa o retorno s identidades particulares que produziram novas identifica es e Discutir a rela o entre brinquedo mercado e valores nos paradoxos da sociedades modernas que o produzem como consequ ncias sociais do processo que associa o brincar l gica comercial independente de ser tradicional ou moderno e Analisar a rela o entre o brincar na cultura contempor nea e na chamada cultura tradicional pontuando diferen as do brincar em S o Lu s e considerando a conviv ncia entre o brinquedo tradicional o regional o industrial e o virtual correspondendo condi o socioecon mica da rea onde vive a crian a na cidade 30 1 2 3 Os Pressupostos Alguns pressupostos nortearam minha investiga o para a constru o do trabalho na busca da compreens o do brincar com brinquedo brincadeira e jogo na cultura da modernidade em S o Lu s diante da realidade na cidade Essas id ias me ajudaram a perceber melhor por onde eu caminhava enquanto constru a a constata o entre a teoria e a empiria Estudar o brinq
608. todas as informa es sobre o produto tais como n mero de pe as regras de montagem modo de usar se faz parte de alguma cole o a que idade se destina e quanto aos poss veis problemas que poder causar se usado de maneira inadequada Quanto garantia n o se esque a que o C digo de Defesa do Consumidor determina que produtos dur veis contam com prazo de garantia de noventa dias independente do prazo fornecido pelo fabricante Os brinquedos importados seguem as mesmas regras dos nacionais por isso n o ficam livres das determina es do C digo de Defesa do Consumidor Quando se tratar de brinquedos a pilha ou bateria procure saber se estes componentes acompanham a mercadoria Fique atento tamb m aos brinquedos testados e aprovados de acordo com as normas do Instituto Nacional de Metrologia INMETRO As mercadorias comercializadas no com rcio informal apesar de serem mais baratas podem trazer problemas para consumidor N o h garantia de que elas estejam de acordo com as normas t cnicas de seguran a podendo colocar em risco a sa de e a seguran a da crian a Como tamb m n o s o fornecidas nota fiscal ou informa o sobre a proced ncia do produto o consumidor deve avaliar se a aquisi o atrav s desses comerciantes realmente mais vantajosa uma vez que n o haver a quem responsabilizar caso necess rio Se a compra for efetuada fora do estabelecimento comercial ou seja por telefone cat logo Internet ou reembolso
609. tone 1995 denomina de consumo conp scuo Para explicar Conumo Comp scuo em A Teoria da Classe Ociosas Veblen define o como a pr tica de comprar e ostentar posses materiais com vistas a indicar ou real ar o prest gio aos olhos dos demais O consumo comp scuo ocorre em forma ostensiva ou sutil Em um extremo temos a exibi o exagerada atrav s da qual os muito ricos que Veblen chamou de classe ociosa indicam sua posi o superior demonstrando que possuem tanto que podem dar se ao luxo de desperdi ar em enorme escala JOHNSON 1997 Para que compreendamos como essa realidade ocorre na mercadoria brinquedo podemos perceber como O International Council Children Play e o National de Information du Jouet Fran a avaliam os brinquedos que s o por eles classificados de acordo com os seguintes valores V em as qualidades intr nsecas do brinquedo tamanho cor peso adequa o s necessidades da crian a Observam as formas de experimentar o brinquedo encaixar construir medir Uma perspectiva que relaciona o modelo a uma abordagem cultural como uma leitura filos fica pelo que exige da crian a uma nfase na empiria no tocar sentir experimentar especialmente nos brinquedos pedag gicos Analisam a rea o da crian a em contato com o brinquedo que permita a proje o transfer ncia e imita o Observam a rela o dos brinquedos com o real Fonte International Council Children Play e o National de In
610. tos Isso porque para ele ao nascer a crian a est apta a ser socializada em qualquer cultura existente Desde os primeiros instantes da vida o indiv duo impregnado deste modelo por todo um sistema de est mulos e de proibi es formuladas explicitamente ou n o Isto o leva quando adulto a se conformar de maneira inconsciente com os princ pios fundamentais da cultura processo que os antrop logos chamam de encultura o Esta amplitude de possibilidades entretanto est limitada pelo contexto real e espec fico onde de fato ela cresce Destaco esse conceito de cultura como o elemento mediador entre o g nero humano e o indiv duo o universal abstrato o homem e a particularidade concreta os homens que din mica Como exemplo a cultura na sociedade contempor nea permeada por transforma es no mundo do trabalho onde observamos a convers o do trabalhador f sico em trabalhador do conhecimento Nesse contexto norteador das sociedades os avan os tecnol gicos fatos econ micos e pol ticos v o sendo refletidos no brinquedo produzido pela ind stria e no conte do das brincadeiras das crian as na medida em que o criador de 32 i su pts Processo pelo qual a sociedade condiciona seus membros para que assimilem a cultura dominante e participem da evolu o da sociedade 81 brinquedo o int rprete das necessidades da curiosidade dos interesses da crian a do adolescente e mesmo do adulto que gosta de
611. traduz a rela o entre o adulto e a crian a Enquanto o brinquedo representa a proposta do adulto e nesse sentido o consumo a brincadeira expressa a resposta da crian a que deste modo manifesta a sua autonomia escolhendo como e com o que brincar No passado distante a brincadeira compunha um universo de c nticos dan as de jogos ao ar livre n o muito diferente da brincadeira moderna embora com conte dos diferentes Ela por m deve ser estudada no contexto da sociedade em que se encontra j que a a o transmitida de forma oral Enquanto podemos com facilidade encontrar a defini o de brinquedo como um elemento concreto Spodek e Saracho 1998 observam que dificil definir o que brincadeira bem como um m todo utilizado para determinar quando ela ocorre ou n o Brincadeira n o trabalho n o real n o produtiva no sentido mercantilista SCHWARDTZMAN 1979 Ela um aspecto do brincar que escapa a qualquer fun o precisa e por isso pode ser relacionada gratuidade liberdade e aos desvios de seu uso habitual sendo portanto de dificil delimita o mesmo porque tamb m sofre modifica es ao longo do tempo Diferentemente do brinquedo seu valor simb lico n o sua fun o N o pode ser limitada ao agir e considerada uma forma de interpreta o dos significados contidos no brinquedo Bruner 1986 aponta cinco fun es fundamentais da brincadeira que s o e Redu o das conseq ncias rel
612. transnacionais que possibilitam atualmente a interpreta o da exist ncia de brinquedos id nticos nas diversas partes do globo construindo uma imagem do mundo da brincadeira e da crian a Essa imagem est ligada s refer ncias culturais mas estruturalmente a uma mensagem igual que aborda as mudan as pelas quais passa a cultura infantil na escala do capitalismo mundial Essa cultura amplamente ligada m dia e envolve a crian a tanto pela possibilidade que ela tem de escolher os produtos Mais do que nunca eu estava consciente de estar estudando um fato social por se tratar de elementos s cio antropol gicos considerando a vis o de Mauss 2003 e por ser resultante de e por desencadear rela es entre atores sociais Assim quando foco as mudan as do brinquedo na cultura da modernidade fa o o na percep o de que est o ligadas s transforma es que o mundo e os lugares conheceram e que o brinquedo reflete e permite acesso a elas E de que tal fen meno tem reflexo tamb m nas mudan as pelas quais a inf ncia tem sofrido no decorrer da hist ria mundial envolvendo a 13 Mauss 2003 denomina como fato social total os eventos que envolvem elementos s cio antropol gicos econ micos pol ticos psicol gicos Todos estes elementos acontecem ao mesmo tempo e comumente desencadeiam rela es de reciprocidade entre grupos e atores sociais envolvidos No caso do brinquedo h aspectos de diversas ordens imbricados em sua transforma
613. tu dos em um brinquedo me volto quele que para o soci logo Broug re 2004 significou o in cio do perfil de uma nova concep o nesse setor Surgido em 1902 nos Estados Unidos o ursinho Teddy Bear foi o primeiro brinquedo que aliou uma imagem a do Presidente da Rep blica daquele pa s Roosevelt a uma hist ria numa ca ada o filhote de um urso fora poupado da morte por ele FIGURA 17 A hist ria foi divulgada e reproduzida em desenhos e a produtora de brinquedos Morris Michton representou o fato no brinquedo criando um ursinho de pel cia uma iniciativa que logo se reproduziria Surgia assim o jogo midi tico que se apropria de uma imagem 120 conhecida e a transforma estabelecendo novas rela es com hist ria e personagem traduzindo a em um brinquedo Havia ursinhos de brinquedos antes dele por m os anteriores apresentavam um significado diferente pois eram comuns em forma de animais geralmente em um objeto com formato de cofre ou com rodinhas Por m n o traziam o mesmo apelo afetivo que o novo ursinho caracterizava pelo seu material a pel cia Para dar esse significado o material normalmente utilizado foi trocado constituindo se no elemento concreto que produziu a diferen a A partir desse elemento foi constru do uma nova rela o entre objeto e crian a criando um universo material fortemente associado inf ncia A pel cia simboliza hoje a do ura a maciez a suavidade a inf ncia Nessa repre
614. tuaram pela oralidade e pela viv ncia cultural da sociedade Optei por cham los dessa forma por ver que na literatura eles s o assim identificados como um aspecto de demarca o hist rica temporal Para fundamentar essa denomina o percebo que tradi o no sentido amplo tudo aquilo que uma gera o herda das suas precedentes e lega s seguintes Tem sido explicada mais precisamente como uma transmiss o oral de lendas ou narrativas ou de valores 49 espirituais de gera o em gera o Ou ainda a cren a de um povo algo que seguido conservadoramente e com respeito atrav s das gera es talvez uma recorda o mem ria ou costume baseiando se normalmente em dois pressupostos antropol gicos a as pessoas s o mortais b a necessidade de haver um nexo de conhecimento entre as gera es Os aspectos espec ficos da tradi o devem ser vistos em seus contextos pr prios tradi o cultural tradi o religiosa tradi o familiar e outras formas de perenizar conceitos experi ncias e pr ticas entre as gera es Nessa percep o utilizo o conceito de tradi o no brinquedo como modo de transmiss o da cultura na perspectiva descrita por Puillon 1991 p 710 o que persiste de um passado no presente em que ela transmitida Presente em que ela continua agindo e sendo aceita pelos que a recebem e que por sua vez continuar o a transmiti la ao longo das gera es Considero que os brinquedos tradiciona
615. uagem as artes pr ticas e est ticas os agrupamentos as religi es as institui es que s o o tra o de nossa vida em comum ib id Trago as duas para ler o brinquedo da cultura da modernidade pela compreens o de Mauss 2005 p 323 da posi o do soci logo mas o relevante que o soci logo deve sentir sempre que um fato social qualquer mesmo quando parece novo e revolucion rio por exemplo uma inven o est carregado de passado Fle fruto das circunst ncias mais remotas no tempo e das O governo decidiu em setembro de 2007 proibir a entrada de brinquedos da Mattel no Brasil em virtude desses constantes recall que a empresa tem feito De acordo com a ABRINQ cerca de 30 das vendas correspondem a produtos vindos do exterior sendo que 5 s o produzidos pela multinacional em quest o Na avalia o do presidente da associa o Sin sio Batista da Costa a medida positiva porque traz de volta a confian a para as compras Por meio de sua assessoria de imprensa o executivo explicou que os constantes an ncios de recalls feitos nos ltimos meses tira a credibilidade da ind stria A ABRIMPEX por sua vez lembra que as fabrica es da Matell como as bonecas Barbie e Polly al m de produtos das marcas Batman Superman e Max Steel s o destinados s classes mais favorecidas economicamente fazendo portanto que seus pre os j sejam maiores do que a m dia Importados podem ser conseguidos por valores que vari
616. ual pela assertiva e constata o de que atrav s do brincar a crian a se insere na sociedade e apresentada ao grupo e a valores cren as h bitos tica sistemas de linguagens materiais 5 2 O papel da televis o no consumo do brinquedo moderno Segundo Haestinger 2005 h um comportamento diferente nas ltimas d cadas nessas quest es levantadas sobre a globaliza o originadas pela televis o pelo papel que esta passou a desempenhar e a assumir na vida da crian a A televis o alcan ou os lugares mais remotos chegando e alterando culturas estabelecidas tradicionalmente em termos do brinquedo e da brincadeira Ele considera que essas modifica es culturais afetaram as crian as sendo estas as mais atingidas pela troca de paradigmas propostos pela cultura da modernidade Elas podem ter acesso a paradigmas e sistemas de outras culturas atrav s do brinquedo que a m dia apresenta e sugere filmes e desenhos animados entre outros tornando a crian a nesse 220 contexto bastante diferente em termos culturais e comportamentais daquela das gera es passadas embora n o menos inteligentes e criativas Broug re 2004 p 146 considera da seguinte forma essa situa o evidente ao confrontar a crian a com o mundo do adulto e ao mesmo tempo pondo em cena a inf ncia que a televis o tenha assumido um lugar central na vida cotidiana da crian a uma evid ncia cujas consequ ncias devemos avaliar Constantemente
617. uando eram crian a as respostas invariavelmente confirmam a diferen a que eles percebem especialmente registram a aus ncia das brincadeiras muito mais presente no passado e do brinquedo feito em fam lia Observo que h um certo distanciamento dos adultos com os brinquedos atuais em que n o existe uma identidade ou uma rememora o por ser um brinquedo j experimentado Muitas express es d o conta dessa realidade os brinquedos de hoje s o diferentes dos de minha poca brinquei muito por m mais com brincadeiras que as crian as hoje n o brincam ah o brincar hoje muito diferente parece que eles n o sabem criar s brincam com brinquedos prontos Quando investiguei as principais diferen as que percebem no brincar de hoje em rela o ao seu brincar na inf ncia e a que 33 66 atribuem essas mudan as consideram que um brincar mais artificial um brincar mais tecnol gico um brincar mais isolado um brincar mais industrializado muito diferente um brincar isolado e com mais tecnologia Os adultos investigados de ambas as situa es econ micas e dos tr s primeiros grupos de pais referenciados garantiram que foram crian as que brincaram muito e a rela o que mant m com brinquedos hoje ao mesmo tempo de saudades dos de sua inf ncia e de estranhamento tanto do brincar atual como dos tipos de brinquedos que se encontram venda nas lojas Os do grupo tr s no entanto
618. uatro faces revelam os contrastes e as dificuldades porque passam o estado A tabela a seguir revela os dados sociais do Estado que apresentam as baixas taxas que representam as condi es das crian as que vivem no lugar 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 70 7 67 5 62 0 59 6 57 6 55 7 54 2 B5220 00i DEE pon Sa PO PES CFSE 59 80 Dia BG Das 530 os 51 0 56 3 63 0 65 3 68 3 72 3 75 1 25 do do CO eoa Go S 37 39 41 43 43 46 46 az fse HE py pH TOT pes Quadro 26 S ntese dos indicadores sociais do Estado do Maranh o Fonte IBGE S ntese dos indicadores Sociais 2000 Esses dados mostram a situa o de car ncia da crian a e uma inadequa o financeira para a aquisi o de brinquedos industrializados e virtuais o que remete a pensar imediatamente na perman ncia dos brinquedos tradicionais e regionais predominantemente no Estado Suas necessidades vitais de sobreviv ncia se equiparam s dos mais pobres pa ses do mundo Fa o essa compara o considerando a forma oficial como s o coletados e apresentados esses dados pelo PENUD embora esteja atenta aos coment rios de Sen 2000 270 em sua an lise sobre esses indicadores de qualidade de vida considerados por ele como estabelecedores de padr es uniformes Ele contrasta com as vis es mais restritas como as que identificam desenvolvimento com crescimento do PIB aumento da renda per capta industrializa o avan o tecnol gico ou moderniza o Para ele
619. ud CASTRO E JOBIM E SOUZA 1994 p 33 afirma que as atitudes culturais em rela o temporalidade dependem do grau de previsibilidade da passagem do tempo em que as no es de projeto e de horizonte temporal modos de experimentar a temporalidade revelam as pr ticas de controle do tempo futuro O modo como nos relacionamos com a inf ncia revelador das formas de controle da hist ria O tempo lugar da inf ncia constitu do de forma hegem nica nas pr ticas sociais do mundo moderno ocidental enfatiza a linearidade e a cronologia Contudo essa vis o embora dominante n o fixa absoluta nem imut vel devendo ser aberta cria o de novas manifesta es de acordos intersubjetivos e compreens es inovadoras Beck 1995 nos fala de uma primeira modernidade simples ou industrial com profundas ra zes hist ricas e uma segunda modernidade ou moderniza o da modernidade processo no qual s o postas em quest o tornando se objeto de reflex o as insufici ncias e as antinomias da primeira modernidade Ele faz uma an lise das caracter sticas dessa modernidade e considera que h aspectos que demarcam essa realidade como por exemplo algumas institui es que mudaram consideravelmente tornando se como zumbis que est o mortas e ainda vivas a fam lia a classe e o bairro s o exemplos disso Pergunte se o que realmente uma fam lia hoje em dia O que significa claro que h crian as me
620. ue faz da crian a quem ela para a ind stria do que gosta o que a faz preferir um brinquedo em detrimento de outro que brinquedo tem a capacidade de se manter no mercado e se o consumo um meio de descobrir o mundo da t cnica em sua imagem e saber ib id Na cultura moderna h constante releitura do que a ind stria produz Ela precisa se atualizar e atingir os novos mercados assim como as novas crian as Adorno 2002 considera que os desenhos animados tamb m mudaram pois outrora eram expoentes da fantasia contra o racionalismo faziam justi a aos animais e a coisas eletrizadas pela sua t cnica pois embora os mutilando lhes conferiam uma segunda vida o que dizem os pesquisadores do assunto Agora eles apenas confirmam a vit ria da raz o tecnol gica sobre a verdade H alguns anos o enredo permitia que houvesse a es coerentes e elas s se resolviam no final nas sequ ncias que davam um sentido hist ria Isso mudou as rela es de tempo n o s o mais as mesmas no acompanhamento do desenho Elas foram deslocadas de forma que desde a primeira sequ ncia do desenho animado anunciado o motivo da a o com base no qual durante o seu curso possa exercitar se a destrui o no meio dos aplausos do p blico o protagonista atirado por todas as partes como um trapo Ele chama a aten o para o fato de que a qualidade de divertimento converte se na qualidade da crueldade organizada Percebo n
621. ue faz dela Se o brinquedo um objeto menor do ponto de vista das ci ncias sociais um objeto de profunda riqueza sua sombra a sociedade se mostra duplamente naquilo que mas sobretudo naquilo que se d a conhecer s suas crian as Assim sendo mostra a imagem que faz de inf ncia O brinquedo um dos reveladores de nossa cultura Obedece l gica de uma poca objeto de consumo meio de descobrir o mundo da t cnica express o cultural relacionada com imagens e saberes O brinquedo incorpora nossos conhecimentos sobre a crian a ou ao menos as representa es largamente definidas que circulam as imagens que nossa sociedade capaz de segregar Nesse sentido a vis o sociol gica e a antropol gica permite fazer uma incurs o por descobertas interessantes que envolvem entre outras coisas diante dessas indaga es perceber o adulto e a crian a diante das mudan as do brincar do passado em rela o ao atual assim que consigo ver quanto a percep o infantil est profundamente relacionada natureza das transforma es econ micas sociais e pol ticas da atualidade e que para ela h continuidade contextualiza o e naturalidade nos modelos que experimenta Diferentemente percebo o adulto passando por uma situa o de impacto diante das inova es e das interfer ncias globais nos lugares comum nas g ndolas das lojas de brinquedo alguns estranhamentos de adultos diante de monstros din
622. uedo setor que cresce em produ es nacionais e licenciamentos no atendimento s diversidades do mercado cada vez mais exigente A exemplo o diretor de marketing da Estrela em entrevista diz que na m dia um produto que antes ficava tr s anos na prateleiras do varejo hoje fica 88 Dados dispon veis em http www abrinq com br 260 um no m ximo Esses dados refor am a caracter stica do consumo moderno de fluidez nos produtos contempor neos que requerem a cada dia um mais novo uma tecnologia mais avan ada que vai alterando a durabilidade e perman ncia deles no mercado Essa discuss o me remete aos questionamentos sobre o que muda para uma sociedade onde a crian a n o construtora do seu brincar como a atual mas tem ao seu dispor um volume muito grande de tipos modelos e marcas diferentes e onde ao mesmo tempo ela brinca com brinquedos prontos para alguns autores brinquedos h bridos sem identidade reconhecida como fruto de uma ind stria cultural A evid ncia para esse questionamento est no fato das crian as preferirem brincar com brinquedos industrializados e virtuais Isso me leva a pensar que o consumo na sociedade moderna est ligado s for as globais de produ o circula o inova o tecnol gica e rela es pol ticas que permitem mapear e sentir na vida cotidiana aspectos que de outra forma nos parecem extremamente distante e presentes apenas nas discuss es pol ticas sobre as desigualdades
623. uedo permite elaborar uma teoria sociol gica da rela o entre ele e a cultura Nesse sentido uma an lise do estudo em S o Lu s vale para outros lugares porque as converg ncias s o muitas na medida em que a globaliza o da ind stria cultural torna o brincar semelhante em todas as reas do globo em sua tend ncia homogeneiza o mesmo com a varia o da temporalidade e de fen menos locais Isso porque na modernidade vivemos a mesma l gica de divertimento e a rela o entre brinquedo e a brincadeira estando a televis o e a internet inseridas nesse contexto o que difere da realidade anterior modernidade O brincar moderno reflete a fluidez a efemeridade a desloca o as pessoas reduzidas a consumidoras no atual momento da modernidade na medida em que os brinquedos est o intimamente relacionados ao que est acontecendo na sociedade suas ideologias e valores Nesse sentido h um desencantamento do mundo operado na inf ncia hoje atrav s do brinquedo O novo sistema midi tico e l dico da modernidade altera ou modifica a identidade cultural do brincar do lugar porque induz as crian as a comprar o brinquedo industrializado e virtual afastando as do brinquedo regional j que h uma diferen a entre o poder da ind stria em rela o ao artes o O sistema em que o brinquedo moderno produzido uma co produ o complexa entre os diferentes atores mobilizados fabricantes pais crian as e associa as formas mai
624. uedo que ensina vodu se esta pr tica perigosa invoca dem nios O boneco tem uma plaquinha para colocar o nome da pessoa fitas para amarr lo e mostra como lan ar um feiti o que envolve magia e incorpora esp ritos Que influ ncias esse brinquedo pode trazer ele pergunta E segue refletindo por que diversos brinquedos est o estranhamente impregnados de conceitos religiosos se o seu prop sito moderno deveria ser apenas divertir a crian a Se os brinquedos segundo Broug re 2000 s o suportes de representa es por que id ias do Xintoismo Pokemon do Zen budismo Neomatrix da nova Era Voda Star Wars s o usados para inspir los e confeccion los N o seria uma forma de incutir estas cren as no cora o das crian as Ele diz que isso pode ser comprovado no jogo Calabou os amp Drag es criado por Gary Gygax e Dave Amesom em 1974 que deu origem a uma s rie de anima o na TV 4 Caverna e o Drag o em que Gygax incentiva o jogador a tornar se seus personagens e usa Adolf Hitler como um modelo de carisma FIGURA 33 Esse tipo de comportamento acelerado na sociedade de consumo incentivada pelo processo globalizado do mercado internacional que propaga ideologias com muita rapidez e tem os espa os mercadol gicos abertos inclus o das variadas informa es e sugest es da ind stria cultural 199 Essa reflex o me fez constatar que a concep o de imagem da cultura desenhada no brinquedo sofreu
625. uedos venda Busquei dados de brinquedos licenciados e nacionais as prefer ncias das crian as e dos adultos procurando ver a diferen a de escolha entre eles no ato de comprar os brinquedos mais vendidos a quantidade de produtos e marcas existentes e custos Assim procurei construir o perfil do brinquedo industrializado regional tradicional e virtual em S o Lu s al m de outras investiga es necess rias para as especificidades Minha imers o no campo de pesquisa com a crian a se deu no contato direto com ela no ato de comprar de brincar na rua nos condom nios nas lan houses tendo as como sujeito das pesquisas de forma aleat ria analisando sua fala e gostos preferenciais em rela o ao brinquedo Para esse contato minha pesquisa foi informal utilizando os instrumentos da grava o e da observa o registrando os dados e elementos informacionais em di rio de campo Com os adultos se deu nos v rios ambientes j relacionados vendo o como produtor vendedor pais ou aquele que oferece o brinquedo crian a A maioria de minhas entrevistas aconteceram no ambiente das lojas entre as g ndolas ou entre as barracas das feiras de exposi o Foi importante saber como o produtor e o vendedor a ind stria e o artes o o adulto e a crian a pensam essa atividade suas significa es entre outras atitudes que a pesquisa exigiu Utilizei tamb m muitos dados e entrevistas dispon veis na Internet especialmente os relacionados
626. uedos atrav s dos materiais de sua confec o dos modelos dos perfis do tamanho do formato e nas subjetividades que poss vel perceber numa an lise mais apurada Nos brinquedos atuais est a nossa hist ria a simbologia contida em perfis formatos modelos e tipos caracter sticos da modernidade que abrem possibilidades de representa es as mais variadas para a crian a e o seu mundo imagin rio A apreens o da cultura portanto independentemente de ser feita pelo brinquedo tradicional ou moderno est impressa e refletida nele em sua identidade e na identidade do homem que o produz e consome pelos v rios motivos que o induzem a isso Benjamin 2002 diz que a rela o entre brinquedo e cultura t o profunda que n o s a representa o ou a imagem vista pela crian a no brinquedo que importante mas tamb m o que est por tr s dele n o s nos aspectos ideol gicos de sua concep o mas no produto em si em sua montagem e os elementos usados na fabrica o que ela tenta compreender ao desmont lo e apropriar se dele estabelecendo uma rela o de descoberta de conversa e de novas inven es Da a import ncia da rela o da crian a com o brinquedo velho para ele fruto de outras representa es permitindo variados di logos Enquanto a crian a o desconstr i ela est se construindo dominando o com bases em significados pr prios revalorizando o em seus jogos imaginativos uma vez extraviada que
627. uele pa s para os cuidados com o design do brinquedo A realidade mostra que as causas mais freq entes de acidentes s o quedas trope os ou golpes com brinquedos No entanto h acidentes causados por eles que podem ocorrer por erro de desenho material inadequado ou fabrica o com defici ncias 6 5 O Brinquedo Virtual O brinquedo virtual est sempre relacionado ao contexto de jogo pelo desenvolvimento de jogos eletr nicos O jogo por sua vez visto como um elemento da cultura que contribui para o desenvolvimento social cognivo e afetivo uma atividade universal Os jogos eletr nicos s o denominados tecnologias intelectuais ALVES 2005 Levy 1993 1999 considera que estas s o elementos que reorganizam e modificam a ecologia cognitiva dos indiv duos e que dessa forma promove a constru o ou reorganiza o de fun es cognitivas a mem ria a aten o a criatividade a imagina o e a percep o Na intera o com os jogos eletr nicos essas fuin ers s o intensificadas permitindo a descoberta de novas formas de conhecimento por meio da simula o de novos mundos Pela fun o cat rtica dos jogos os psicanalistas dizem que por meio deles poss vel exercitar a repeti o recorda o e elabora o Vincular a cultura aos jogos virtuais se explica na medida em que a vemos como um sistema de signos interpretados como nos diz Geertz 1989 uma cultura de simula o TURTKE 1997 em que os modelos comput
628. ugere Vi algumas m es abra ando as bonecas de pano numa indica o clara de afeto e liga o com aquele brinquedo Quando perguntei para quem era o brinquedo que compravam apesar da resposta de que era para a filha as express es indicavam que a escolha era motivada por uma liga o afetiva pessoal ao brinquedo que levavam como um resgate da pr pria inf ncia Observo que algumas empresas t m projetos para investir hoje no produto regional como uma forma de reconhecimento e valoriza o do produto A exemplo o Programa Petrobr s Cultural investe atualmente em S o Lu s com livro de fotografias e hist ria envolvendo um fot grafo maranhense M rcio Vasconcelos que produz atualmente dois livros registrando pessoas que confeccionam pe as intitulado Arte nas m os Mestres Artes os Maranhenses aprovado pela Lei Rouanet Nesse trabalho ele diferencia por cap tulos os tipos de material com que o artes o trabalha cer mica madeira fibra vegetais artesanato ind gena e pe as de bumba meu boi Percebo que h um interesse maior hoje do que em d cadas passadas por esse tipo de brinquedo Analiso que a expans o da atividade a forma o do artes o em associa es abriram espa os para essa atividade Vejo tamb m que houve uma expans o da utiliza o desse produto que muito usado para outros setores como o de decora o e venda para exporta o Nota veiculada no jornal maranhense O Imparcial de 1 de ago
629. ulturais a servi o da ind stria cultural em que a comunica o de massa se encarrega de envolver os consumidores Os brinquedos portanto est o intimamente relacionados ao que est acontecendo na sociedade suas ideologias e seus valores Arendt 1971 destaca a ntima rela o entre o brinquedo e brincar na cren a de outrora como o modo mais v vido e apropriado de comportamento da crian a no mundo por ser a nica forma de atividade que brota espontaneamente de sua exist ncia como crian a N o quero correr o risco de cair na armadilha de atribuir passividade ao passado e ao tradicional de 337 x romantizar esse brinquedo e negatividade situa o presente e tamb m de vilanizar o brinquedo industrializado e virtual Ao contr rio percebo o lugar que cada um deles tem na vida da sociedade moderna como marca o de uma realidade s cio econ mica Um fato me chama a aten o pela relev ncia historicamente os brinquedos foram vistos ou usados como modelos isolados do mundo real por m nas sociedades modernas n o s o somente r plicas do mundo real s o na verdade um meio de comunica o de massa central para a vida social contempor nea como partes integradas das suas diversas linguagens A ind stria Cultural tem seu ponto de sustenta o na publicidade ou seja a publicidade que mant m todo o universo simb lico da comunica o de massa na medida em que ela mesma quem financia Pensando como Almeida
630. uma boneca mulher com todas as sugest es que a modernidade trazia Kline 2004 salienta que o surgimento da Barbie com essas caracter sticas se tratou de um momento importante da revolu o conhecida pelo brinquedo entre o in cio dos anos sessenta e meados de oitenta os vinte e cinco anos que a meu ver mudaram profundamente o brinquedo Al m disso a boneca Barbie n o foi tratada como uma boneca em sua concep o e no marketing de sua venda O fabricante vendia uma personalidade um sonho Considero esse como um dos motivos do sucesso dela o fato de que a estrat gia publicit ria p s em cena uma personalidade uma pessoa nunca mencionamos o fato de que ele era uma boneca diziam os respons veis pelo marketing Era a inaugura o do poder da boneca como dolo Broug re 2004 diz que o sucesso da Barbie permitiu que os marqueteiros concretizassem a for a cultural de uma boneca e a sua capacidade de revelar um mundo imagin rio por tr s do mundo familiar o que significou uma reviravolta na concep o do brinquedo As novas estrat gias a associavam os desenhos animados aos brinquedos o que n o aconteceu com ela pois seus fabricantes preferiram as hist rias em quadrinhos e os livros o apoiando se na pr pria boneca e sua intera o com a crian a O mundo dessa boneca era a simbologia da constru o de uma Am rica imagin ria uma Hollywood o sonho americano em um momento geopol tico da hist ria mundial bastante d
631. uma mistura de brinquedo e religiosidade segundo Koch Grunberg 1979 p 135 Essa cultura da boneca de barro n o se transferiu para a menina ludovicense que ficou com a de pano talvez de origem africana que se tornou conhecida e at hoje est presente em todas as classes sociais com as devidas caracteriza es modernas como marcas valor e materiais e produ o Naturalmente as brincadeiras ind genas est o profundamente relacionadas natureza aos rios aos animais aos arsenais guerreiros dos pais pois tradicionalmente elas t m uma educa o que lhes permite viver de forma livre suas brincadeiras principalmente os meninos uma vez que as meninas acompanham as m es em seus trabalhos femininos conforme Meirelles 2005 p 27 alegria aus ncia de brigas e desaven as e a presen a constante de representa es de animais foram as marcas registradas das brincadeiras entre as crian as ind genas no in cio da coloniza o brasileira registrada pelos padres Cardim citado por Freyre Ainda antes das naus portuguesas atracarem suas brincadeiras nas terras do pau brasil crian as ind genas recebiam de suas m es animais e bonecas de barro cozido e aprendiam em idade mais avan ada a fazer brincadeiras de entrela ar fios de algod o entre os curumins brasileiros antes utilizados em rituais sagrados a perna de pau Os brinquedos das crian as ndias t m dupla fun o os chocalhos por exemplo servem para a crian a
632. uma na lateral formando um L Jogo do Mata Consiste no uso de apenas o berlinde principal berlinde grande Com um n mero de jogadores ilimitado o objectivo em espa o aberto tentar acertar a vez com o nosso berlinde num qualquer outro berlinde advers rio Se houver sucesso recebe um ou mais berlindes do advers rio conforme acordado e o jogo procede com nova jogada Em caso de insucesso 292 gude considerada um dos brinquedos perigosos para as crian as menores por serem pequenas e consequentemente trazerem facilidade de serem engolida H um ndice grande de crian as pequenas assistidas em hospitais em S o Lu s apresentando essa situa o especialmente as da periferia da cidade pois brincam muito em companhia de crian as maiores e sem a supervis o de adultos Acredito que um dos motivos que a bolinha de gude vendida popularmente em v rios com rcios varejistas nas quitandas dos bairros por um pre o bastante acess vel pela crian a em tamanhos e cores variadas E tamb m vendido nas lojas sofisticadas dos shoppings e em lojas de decora o Destaco o fato de que a cultura colonizadora muito presente na modernidade Segundo Kishimoto 2000 p 22 a tradi o portuguesa nos deixou as lendas as hist rias encantadas as bruxas fadas assombra es gigantes pr ncipes castelos o Lobisomem a Moura Encantada as Tr s Cidras do Amor a mula sem cabe a assim como as cantigas de ninar Ela nos
633. uma variedade de materiais em sua confec o N o vejo mais produ o caseira desse brinquedo e n o o encontrei em exposi o de artes os para a venda um brinquedo muito utilizado por adultos Apresentei s crian as uma lista de vinte brincadeiras tradicionais AP NDICE B para ver quais eram conhecidas e as mais comuns citadas por elas foram as seguintes embora nem todas brincam ou as conhecem Bete Pi o Peteca Bolinha de gude Queimada Estilingue Pular corda Amarelinha e Esconde esconde Quando pesquisei entre elas o que era mais conhecido e comum independente do grupo a que pertenciam invariavelmente as respostas foram o conhecimento de todas do pegador o esconde esconde o canc o com o nome de amarelinha pular corda e papagaio Esse brincar tradicional basicamente desenvolvido pelas 50 crian as pesquisadas das reas mais carentes Das 50 crian as dos condom nios 30 revelaram que n o sabem brincar com brinquedos tradicionais e comuns como as bolinhas de gude e o chucho Dizem que nunca experimentaram esse tipo de brinquedo e nem os seus amigos Enquanto nas reas do bairro perif rico as crian as desenvolvam com muita desenvoltura esse tipo de brincadeira inclusive citando formas diferentes e variadas de brincar com esses brinquedos Assim confirmo o fato de que as brincadeiras os brinquedos tradicionais e os regionais est o mais presentes atualmente nos bairros mais pobres e perif ricos de S o Luis entre as cri
634. uperior e M dio S o pais de reas s cio econ micas distintas porque na pesquisa n o era esse o foco maior para essa faixa et ria por m o fato de j serem pais que experimentaram quando crian a as altera es do brinquedo da brincadeira e da vis o da sociedade sobre as crian as e o seu brincar Residem em condom nios fechados na maioria condom nios verticais e em bairros tradicionais da cidade Mostraram se muito abertos s conversas sobre o brinquedo N o t m lembran as de os constru rem mas de adquiri los prontos Quando convidados a responder s mesmas perguntas demonstraram muita satisfa o em faz lo Sua refer ncia a brinquedos est relacionado s compras por ter sido essa a sua viv ncia Quando perguntados se gostavam de brincar quando crian a pareceram muito entusiasmados ao responderem que sim e indicaram como brinquedos preferidos os v deo games e a boneca Barbie Quanto ao local melhor para seus filhos brincarem suas respostas foram 324 No Grupo 4 O Perfil A Quest o a casa Observamos que s o pais de crian as pequenas N o sabem ensinar os filhos a brincarem com bolinhas de gude canc o e outros brinquedos mais populares porque entre eles poucos brincaram com esses brinquedos as m es indicaram que brincaram de el stico boneca e de casinha especialmente as casinhas que s o compradas prontas do tipo da M nica A prefer ncia desses pais pelo brinquedo industrializado e
635. ura da modernidade de limitar ou ampliar possibilidades na vida futura o que me remete a Benjamin 2002 p 250 que nos anos trinta e quarenta pensava na cultura sendo tomada 5 No Brasil h uma entidade respons vel pela importa o de brinquedos diretamente ligada s empresas importadoras e exportadoras que a Associa o Brasileira dos Importadores e Exportadores de Brinquedos e Produtos Infantis que tem como miss o representar os interesses das empresas importadoras e exportadoras de brinquedos e similares no mercado nacional e internacional Participa ativamente junto ao governo e suas entidades respons veis institui es financeiras c maras de com rcio entre outros sempre objetivando manter um canal de comunica o permanentemente aberto entre o segmento que representa e as autoridades Independentemente da favorabilidade de termos um mercado aberto que permita a livre competi o preocupa se sobretudo com a es que respeitem o consumidor contra eventuais produtos de origem duvidosa Participa tamb m de maneira direta e indireta na gera o de empregos e contribui significativamente na economia do pa s tornando se um centro de informa es para os nossos associados e entidades afins A ABRIMPEX e uma associa o com representatividade acompanhando a evolu o e agindo como facilitadora junto aos associados e os consumidores Benjamin que viveu na primeira metade do s culo XX na Europa mergulha na mem ria de su
636. urge para n s em seu verdadeiro conte do interior Piaget admitiu existirem basicamente tr s tipos de estrutura que caracterizam os jogos o exerc cio o s mbolo e a regra Distribuiu os em tr s grandes categorias cada uma delas correspondendo a um tipo de estrutura mental conforme o Quadro 17 Que aparecem durante os primeiros 18 meses de vida consistem na repeti o de gestos e movimentos simples com um valor explorat rio manipular objeto deslocar superpor montar desmontar caracter stico do primeiros anos de vida mas que permanecer pela vida toda Em torno de um ano de idade tais exerc cios tornam se menos numerosos e diminuem de import ncia Come am a se transformar a crian a passa a fazer repeti es fortuitas e combina o de a es e de manipula es define metas para si mesmo e os jogos de exerc cio s o transformados em constru es Os jogos de exerc cio adquirem regras expl citas e passam a ser jogos de regras Pr prios do segundo ano de vida inicialmente uma atividade solit ria usando s mbolos Coletivamente isso s acontece no terceiro ano de vida Incluem se ai as metamorfoses que a crian a consegue fazer a partir de um objeto e o desempenho de pap is Transforma o do real em fun o de um desejo da crian a transportado a um mundo de faz de conta para assimilar a realidade resolver conflitos medos aliviar tens es Come ando a se manifestar por volta dos cinco anos desenvol
637. uro o seu prazer que vale que est em evid ncia por esse ve culo de sedu o Da vejo que h um perigo nos tipos de sedu o que s o feitos a ela pela ideologia que carrega nesse contexto que vendido o brinquedo contempor neo Ele permite ao fabricante de um p blico alvo se dirigir diretamente ao p blico infantil sem passar pelos pais O fabricante concebe um brinquedo de modo que ele seja um astro da televis o o que o obriga a novas imposi es Para isso ele precisa ser comunic vel ou seja explic vel e desej vel por meio de breves imagens nico ou melhor n o assimil vel a outro brinquedo estar associado a uma linha ou a um universo de modo que a publicidade seja rent vel e se estenda a uma pluralidade de objetos Portanto o desenvolvimento da publicidade televisiva transformou profundamente o brinquedo ele est cada vez mais ligado a uma hist ria e em geral por interm dio de um desenho animado que foi transformado no suporte da promo o do brinquedo Sua dimens o simb lica adquiriu import ncia embora muitas vezes o desenho venha antes da materializa o dele Compreendo que h uma rela o de proximidade e depend ncia entre os dois no investimento da ind stria de bens culturais Ela tem estabelecido seus objetivos ao produzir 222 brinquedos para a crian a consumidora que observa o mundo dos desenhos filmes e personagens que s o transformados em objetos para brincar Ela revela a imagem q
638. us filhos nossos filhos Mas mesmo a paternidade e a maternidade o n cleo da vida familiar est o come ando a se desintegrar no div rcio Av s e av s s o inclu dos e exclu dos sem meios de participar nas decis es de seus filhos e filhas Do ponto de vista de seus netos o significado das av s e dos av s tem que ser determinado por decis es e escolhas individuais 84 Bauman 2001 ao caracterizar a modernidade considera a id ia de liquidez e fluidez fluidez a qualidade de l quidos e gases O que os distingue dos s lidos como a Enciclop dia Brit nica com a autoridade que tem nos informa que eles n o podem suportar uma for a tangencial ou deformante quando im veis e assim sofrem uma constante mudan a de forma quando submetidos a tal tens o Por se tratar de um conceito voltado o mudan a de formas para acomoda o nos mais diversos encaixes inevit vel a analogia nossa atual e imediatista sociedade pois assim para eles nossos conviventes o que conta o tempo mais do que o espa o que lhes toca ocupar espa o que afinal preenchem apenas por um momento Ib Id 2001 p 8 Nesse sentido possui significado muito especial para que se compreenda a sociedade tornando a cultura material fluida Desta forma Bauman ib Id afirma que s lido aquilo que para outros pensadores como Weber e Marx por exemplo soa como algo retr grado ultrapassado r gido duradour
639. uso se inscreve numa cultura espec fica que varia conforme o lugar Eles se encontram reafirmando o que diz Milton Santos 2005 p 162 o lugar o encontro de v rios lugares cada lugar atrav s de sua estrutura t cnica e de sua estrutura informacional acolhe uma fra o maior ou menor das redes globais Para esse estudo tornava se importante discutir o fato de que a partir da forma como a sociedade moderna se organiza e se define muda o lugar os sistemas altera paradigmas tradicionais e ou d novas roupagens ao antigo Nesse sentido reelabora o tempo que na contemporaneidade parece ser menor do que para as sociedades antigas que viviam sem as correrias da modernidade e ocupavam boa parte do dia em jogos pois a brincadeira era um fen meno social do qual todos participavam Pelas caracter sticas da sociedade o Para Santos 2001 a pluralidade de discursos sobre a globaliza o mostra que imperioso produzir uma reflex o te rica cr tica da globaliza o e de o fazer de modo a captar a complexidade dos fen menos que ela envolve e a disparidade dos interesses que neles se confrontam Nesse sentido ele aponta as contradi es que conferem ao per odo hist rico em que nos encontramos a sua especificidade transicional a contradi o entre a globaliza o e a localiza o o tempo presente surge nos como dominado por um movimento dial tico em cujo seio os processos de globaliza o
640. vei dois anos para sua constru o identificando possibilidades reais de di logos necess rios na constru o desta pesquisa Tamb m busquei quatro Associa o de artes os de S o Lu s embora haja muita informalidade no setor em termos de estat stica dados sistematizados sobre venda e compra o que me limitou quanto coleta de muitos dados necess rios Essa realidade de falta de dados estat sticos eu encontrei em todos os setores de venda de brinquedos h falta de relat rios de estat stica de comprova o compara o ou de compatibiliza o de dados sobre a venda de brinquedos em geral em S o Lu s Essa realidade foi uma dificuldade enfrentada na pesquisa Com a elei o desses instrumentos de pesquisa concordava com Minayo 2002 sobre o fato de que eles nos permitiram com a confronta o da realidade no campo rever alguns posicionamentos e algumas formas de abordar os sujeitos da pesquisa Entendia que o conhecimento da realidade poderia tanto consolidar dados perspectivas e pressupostos como modificar alguns comportamentos do pesquisador Pensei que isso seria importante especialmente nos momentos e situa es da crian a brincando em reas externas e onde havia o car ter de brincadeira para posterior an lise a fim de perceber rea es express es falas ouvir respostas s minhas investiga es A escolha dos sujeitos da pesquisa ocorreu na maioria de forma probabil stica aleat ria dos tipos casual simples e em
641. vendo se mais fortemente dos sete aos doze anos continua durante toda a vida do homem S o jogos de combina o sens rio motoras como corridas jogos com objetos ou intelectuais em que h competi o entre os indiv duos e regulamentados por c digos transmitidos de gera o ou fruto de acordos moment neos Fonte Terman apud CHATEAU 1987 Quadro 17 Tipos de Jogos Vejo o jogo como um elemento gerador de cultura e ele pr prio artefato cultural Sob o ponto de vista antropol gico ele esteve sempre ligado cultura dos povos sua hist ria ao m gico ao sagrado ao amor arte l ngua literatura aos costumes guerra Para compreender os paradigmas correntes em nossa cultura e os novos aportes te ricos da forma como vemos os jogos necess rio fazer um contraponto com as culturas pr modernas No medievo a atividade l dica manteve um certo contato direto com a religi o e se desenvolveu no centro da vida social O jogo corria paralelo ao l dico oficial Margeava as 189 atividades religiosas e constru a uma identidade apesar de sua apar ncia de desordem sobrevivendo como velho paganismo da religi o cat lica integrando se entre os seus ritos Identifico na cultura atual essa heran a festa religi o e jogos caminham juntos em novos contextos Durkheim ressaltou essa perspectiva dos elementos l dicos da festa vendo os sob dois pontos de vista o da manuten o ao lado da religi o faze
642. ver nas lojas as novidades mostram depend ncias dos adultos embora expressem seus desejos identifiquem os brinquedos que querem reconhecem os diversos brinquedos em exposi o Por m vejo as divididas entre as bonecas e os celulares os estojos de maquiagem as bolsas sand lias roupas e outros objetos de sedu o que permeiam o seu mundo como 313 consumidora S o muitos os atrativos para atender ao apelo feito pelas diversas m dias Mesmo as bonecas que compram precisam ter essa din mica do mundo feminino em seus acess rios Nas lojas especializadas em brinquedos eles est o dispostos de forma separada O do menino e o da menina tem decora o e cores diferentes Os brinquedos que est o sempre mostra s o os que se destacam pela maior sa da e propaganda na m dia muito forte a demarca o da quest o de g nero nas lojas de brinquedo A maioria dos funcion rios das lojas s o mulheres est o no mercado h pouco tempo e n o demonstram muita afinidade com brinquedos Est o trabalhando e isso que as motiva ter um emprego mais significativo para mim do que especificamente trabalhar vendendo brinquedos poderia ser em qualquer ramo desde que eu tivesse a oportunidade de trabalhar para mim n o faz muita diferen a afirmam duas vendedoras que est o no ramo h pouco mais de tr s anos A maioria dos freq entadores da loja tamb m s o mulheres H um movimento intenso o ano inteiro por m o dia das cria
643. virtuais uma s ntese que resgata as perguntas eixo compatibilizando as com os pressupostos na an lise da pesquisa de campo e demonstra o das significa es contidas nas narrativas e pr ticas observadas sobre o brinquedo na cultura da modernidade no lugar escolhido para ver as mudan as a que me refiro Apresenta os resultados e discuss es da observa o emp rica Constr i com base na pesquisa emp rica uma tentativa de compatibiliza o com a teoria identificando com que e como brinca a crian a em um lugar S o Lu s exemplar quanto ressignifica o do Patrim nio Cultural posto venda em um mundo globalizado procurando descobrir os significados do brinquedo para a crian a ludovicense Nas reflex es conclusivas apresento minha percep o com os resultados seguindo uma se o de conclus es na qual procuro apresentar os principais pontos discutidos durante os cap tulos Avan a no conhecimento da tem tica original com novas quest es que surgiram durante a pesquisa e n o cabem neste trabalho mas que me mobilizar o ora em diante especialmente relacionados ao fato de que as mudan as do brinquedo na modernidade atingiram mais os brinquedos dos meninos do que das meninas sob o ponto de vista da tecnologia Concluo que os brinquedos continuam a demarcar fronteiras de g nero na medida em que as meninas permanecem com a maioria de seus brinquedos voltados apenas ao universo feminino enquanto que os meninos s o estimulados
644. virtual amanh real Para ele essa defini o acaba com a ambigiiidade no emprego dos termos com efeito frequentemente se designa por essa palavra sociedade urbana qualquer cite a cite grega a cidade oriental ou medieval a cidade comercial ou industrial a pequena cidade ou a megal poles Numa extrema confus o esquece se ou se coloca entre par ntese as rela es sociais as rela es de produ o das quais cada tipo urbano solid rio Compara se entre si sociedades urbanas que nada tem de compat veis Isso favorece as ideologias subjacentes o organicismo cada sociedade urbana em si mesma seria um todo org nico o continu smo haveria continuidade hist rica ou perman ncia da sociedade urbana o evolucionismo os per odos as transforma es das rela es sociais esfumando se ou desaparecendo 57 2 2 S o Lu s refer ncia do campo de pesquisa S o Lu s do Maranh o um lugar que ocupa uma rea de 828 01 Km e est localizado no Nordeste do Brasil a 2 ao sul do Equador a 24 metros acima do n vel do mar Localiza se ao norte do estado abra ada pelos rio Anil e Bacanga e se situa na Ilha do Maranh o FIGURA 5 Segundo o IBGE censo 2000 o munic pio possui 870 028 habitantes sendo 837 584 na rea urbana e 32 444 na rea rural A popula o jovem sendo 63 87 555 709 habitantes com idade inferior a 29 anos destacando se que 375 624 40 17 s o menores de 19 ano
645. volvimento social Percebo que h uma cobertura da ind stria cultural do brinquedo para os diversos tipos de brincar ao propor tipos de brinquedos que v o introjetando cultura reafirmando o fato constado de que o ato de brincar cultural 148 4 O BRINQUEDO E OS PARADIGMAS DA MODERNIDADE novas metas imagens e significa es Brincar mais elevada forma de pesquisa Albert Einstein O cap tulo constr i o perfil do brinquedo da cultura da modernidade em seus novos paradigmas e mitologias especialmente os bonecos dos meninos Discute o super her i como brinquedo Examina os valores e classifica es dele na sociedade moderna bem como dos jogos como geradores de cultura Observa as novas fun es e significados a partir do aspecto material Discute a outra face do brinquedo moderno e seus perigos para a crian a 149 4 1 As novas mitologias Na cultura moderna aumentam os tipos as formas os objetivos as op es de compra e de a o de brinquedos e preciso aceitar o fato de que o brinquedo est inserido em um sistema social e de que muitos s o fabricados para ensinar comportamentos gestos atitudes Para isso a maioria deles j vem pronto contendo todas as instru es de uso bastando apenas segui lo VALPATO 1999 Vejo que muitos brinquedos atualmente no mercado e de grande aceita o entre as crian as agregam alegorias e interpreta es imag ticas de um discurso de forma o cultura
646. xperimenta toda a variedade dessas fun es e escolhe aquelas que parecem tentadores O desejo socializado ao tomar as formas propostas seja pelo ambiente seja pelas diferentes m dias das quais o brinquedo faz parte Mas ele assume uma forma pessoal atrav s das composi es que cada crian a E constroi Compreendo que esse um fato relevante porque as crian as a v em de forma diferente do adulto Para elas existe uma adapta o que permite a Barbie no mundo cotidiano e ao mesmo tempo em um mundo de muitas atividades e de lazer por suas ocupa es suas atividades Sobretudo pela sua vida familiar Assim ela pode assumir a imagem do mundo adulto mais corriqueiro Para isso a Barbie surpreendentemente pode ter um marido e um filho se isto estiver de acordo com a realidade da cultura da menina que brinca Assim A Barbie tem seu mundo de produ es reduzidas direcionadas aos colecionadores As mais caras s o as Pink Label tem a produ o mundial sem n mero m ximo de bonecas produzidas s o as mais baratas Silver Label tem sua produ o limitada at 50 000 unidades em todo o mundo um pouquinho mais caras Gold Label tem produ o restrita a 25 000 unidades Platinum Label tem uma produ o restrita a 1 000 unidades bem mais cara Essas chegam a custar mais de R 1 000 00 As mais famosas s o a Barbie Givenchy o Casal Arthur e Guinevere Senhor dos Aneis Romeu e Julieta a cole o de Bailarinas de J i

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