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1. Salina 7 5 75 mS cm Ba a 8 35 uS cm Ba a 9 195 uS cm Ba a 10 50 uS cm Salina 11 1250 uS cm Salina 12 2 25 mS cm Salina 13 4 36 mS cm Ba a 14 Salina 15 5 0 mS cm Salina 16 7 15 mS cm Salina 17 4560 uS cm Fonte Bacani 2007 Os dados de Bacani coletados no in cio de outubro de 2006 per odo de descarga h drica regional revelam a grande varia o geoqu mica sazonal das lagoas do Pantanal da Baixa Nhecol ndia muito influenciadas pelo per odo de cheias e secas marcadamente aparente na configura o geoqu mica das lagoas Salitradas Bacani 2007 em suas observa es sobre a Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol chega a caracteriz la como lagoa salina com caracter sticas de salitrada p 90 De acordo com a classifica o da USSL a classe das guas da salitrada Retiro Pedra do Sol sob tais condi es geoqu micas de CE passa de guas com alta salinidade em per odo de estiagem para gua com m dia salinidade em per odos de recarga h drica regional De acordo com a classifica o estabelecida por Fernandes 2007 tais caracter sticas levam a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol a transitar pela categoriza o de hipoalinas ba as salinas Tal condi o tamb m muito coerente com a classifica o ao considerarmos os dados de pH os quais variam de neut
2. Fernandes 2007 ainda traz grandes contribui es para os debates enfatizando os sistemas lacustres da regi o da Nhecol ndia ao mencionar que das 9324 lagoas identificadas na Baixa Nhecol ndia as lagoas hipohalinas ou ba as somam 7832 ou 84 do total em contra partida as lagoas salinas correspondem a 1492 ou seja 16 Alguns trabalhos abordaram especificamente alguns aspectos abi ticos dos sistemas lacustres do pantanal da Nhecol ndia como por exemplo as investiga es de Gradella et al 2004 Gradella 2008 e Furquim 2007 que pesquisaram respectivamente o micro clima o sistema hidroclim tico e o sistema pedol gico das lagoas salinas da regi o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 125 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Gradella et al 2004 ao analisar as diferengas microclim ticas em diferentes fei es paisag sticas como lagoas salinas ba as banhados cordilheiras e rea constru da nas fazendas Santo In cio e Nhumirim Embrapa ambas no Pantanal da Nhecol ndia afirma que na praia da salina e em rea constru da a temperatura do ar e a temperatura do solo s o mais elevadas A ba a vazante um ambiente t rmico intermedi rio enquanto o interior da cordilheira apresenta temperaturas mais baixas e mais homog neas A umidade relativa do ar nas cordilheiras
3. No entanto para a pecu ria Corumbaense e a estrutura fundi ria do Munic pio de Corumb alcan ar essa configura o elas tiveram de passar por uma tumultuada evolu o ao longo dos ltimos anos Observa se no gr fico 11 que de 1975 1980 houve um decr scimo substancial da quantidade de bovinos seguido de uma pequena ascens o em 1996 reestabelecendo sua hegemonia apenas em 2006 N de Bovinos 2 500 000 2 009 000 2 000 000 1712700 1 561 700 1 586 899 1 500 000 1 000 000 500 000 Gr fico 11 Evolu o do N mero de Bovinos no Munic pio de Corumb IBGE 2006 J com rela o ao n mero de estabelecimentos destinados pecu ria como atividade econ mica percebe se uma din mica semelhante apresentando uma diminui o no n mero de propriedades em 1980 e um aumento exponencial nos anos de 1996 e 2006 como mostrados do gr fico 12 Essa din mica pode ser confrontada com a quantidade da rea destinada pecu ria no munic pio de Corumb Gr fico 13 que tamb m sofreu uma mudan a na d cada de 80 passando por um pequeno aumento que em rela o aos dados do gr fico anterior verificamos a tend ncia ao latif ndio na regi o caracter stica que se desfez ao longo dos anos de 1996 e 2006 com a diminui o da rea destinada pecu ria e o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 183 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas S
4. o que consiste em coletar plantas frutos flores e ra zes prens las e sec las para posterior identifica o em laborat rio o Contagem dos indiv duos o An lise dos par metros abund ncia e domin ncia isto a superf cie coberta pelas plantas o Grau de sociabilidade ou seja agrupamento das plantas Seguindo as indica es apresentadas por Passos 2003 escolhe se no terreno dois setores que representassem o estado m dio da forma o vegetal uma por o da cordilheira do lado sul da lagoa e uma por o da cordilheira do lado norte da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Em seguida efetuou se as anota es na ficha biogeogr fica relacionando as esp cies vegetais mais importantes que ocorrem na forma o segundo os estratos e detalhou se os fatores biogeogr ficos que influem na referida forma o vegetal al m de assinalar a din mica do conjunto observado Para se detalhar as caracter sticas geogr ficas na parte inferior da ficha necess rio um estudo pr vio dos fatores do potencial ecol gico que interv m na paisagem Conhecer previamente as caracter sticas clim ticas os tipos principais de solo e o substrato geol gico sup e uma boa prepara o para que ao tomar contacto com o terreno n o surjam d vidas derivadas de uma falta de estudo Ainda mais com uma certa informa o pr via poss vel acrescentarem se observa es de interesse e matizar a Cartografia que existe sobre a
5. o de um sistema intelectual que permita analiticamente abordar uma realidade a partir de um ponto de vista n o sendo isso um dado a priori mas uma constru o no sentido de que a realidade social intelectualmente constru da Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 85 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Desta forma acreditamos realmente como afirmou Bertrand que um conceito un voco n o capaz de compreender a complexidade do meio ambiente Portanto a tr ade GTP Geossitema Territ rio Paisagem se mostra como um conjunto de conceitos geogr ficos que se complementam uma vez que ambos possuem em seu mago substancial as premissas de captar analisar e compreender a organiza o estabelecida no caos de inter rela o entre elementos antr picos econ micos sociais e culturais e os elementos da natureza E assumindo a principal caracter stica de cada um desses tr s conceitos a nsia do natural preconizada pelo geossistema aqui no entanto sem ser naturalista o resgate do antr pico que constitui os preceitos de territ rio sem ser humanista e a abordagem cultural pertinente a paisagem sem ser substancialmente hermen utico fenomenol gico Por tanto assumindo com cautela essas premissas referentes a cada um nos conceitos que constitui o GTP pode ser poss vel estabele
6. o solo e topografia local 236 Figura 74 Mapa da variabilidade da condutividade eletromagn tica na rea da lagoa 238 Salina estudada por Rezende Filho 2006 Figura 75 Visualiza o rela o entre a topografia local da lagoa salitrada Retiro Pedra 240 do Sol e Cordilhera Figura 76 Fei es da Paisagem da Lagoa Salitrada de acordo com a cobertura vegetal 244 Figura 77 Liga o da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol com sistemas Coalescentes 247 Imagem Landsat TM 226 73 345 bgr Figura 78 Evolu o do uso e ocupa o do solo na rea da Fazenda Firme Pantanal 251 das Nhecol ndia BACANI 2007 Figura 79 Uso e Ocupa o do solo do Pantanal da Nhecol ndia em 1989 253 Figura 80 Uso e Ocupa o do solo do Pantanal da Nhecol ndia em 2009 254 Figura 81 Esquema de Leitura Conceitual de Riscos Ambientais Silva 2011 257 xviii AVA AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente LISTA DE GR FICOS Gr fico 1 Os 20 maiores munic pios em reas compostas por propriedades rurais no Estado de Mato Grosso do Sul de acordo com Censo Agropecu rio de 2006 Gr fico 2 N mero de Propriedades e tipo de atividades desenvolvidas em Corumb Censo Agropecu rio 2006 Gr fico 3 Os 20 maiores munic pios em n mero de propriedades agropecu rias no Estado de Mato Grosso do Sul de acordo com o Censo Agropecu rio de 2006
7. responde as quest es norteadoras e hip teses apresentadas nesta tese Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 24 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem RESUMO O presente estudo objetivou realizar a an lise da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia localizado no Estado do Mato Grosso do Sul compreendendo sobretudo os processos de forma o e evolu o dos sistemas lacustres denominados lagoas salitradas na referida regi o Tal pesquisa foi realizada sob a perspectiva do modelo GTP sendo este uma proposta de organiza o te rica metodol gica que permite uma an lise ambiental pautada em uma tr ade conceitual geogr fica possibilitando assim aprofundar as reflex es e correla es entre os aspectos f sicos naturias Geossitema G s cio econ micos Territ rio T e culturais Paisagem P Sob essa base conceitual foram selecionados os seguintes procedimentos a sele o de uma lagoa que detivesse as caracter sticas suficientes para considera la uma lagoa Salitrada a coleta e an lise f sico qu mica dos solos da lagoa Salitrada levantamento topogr fico da rea da lagoa coleta e an lise fitosociol gica da vegeta o da cordilheira da lagoa an lise de imagens de sat lites para compreender a evolu o do processo de uso e ocupa o nos ltimos 20 anos al m da din mica
8. 6 3 Estrutura da Cobertura Vegetal da Cordilheira da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Passos 2003 afirma que a vegeta o al m de ser um dos fatores chaves para a defini o paisag stica tem a virtude de ser o refletor vis vel da paisagem escala humana Analisando geograficamente a vegeta o poss vel compreender e medir temporariamente a din mica da paisagem Para ele a vegeta o pois um sensor in situ que nos adverte das mudan as que experimenta determinado ecossistema e nessa esteira acordo com Lacoste e Salanon 1973 apud PASSOS 2003 p 190 permite em consequ ncia gra as a sua fisionomia e a sua composi o flor stica o reconhecimento de reas cujos caracteres de povoamento e condi es ecol gicas s o praticamente homog neas Essas ideias muito conv m de serem aplicadas s an lises ambientais no Pantanal da Nhecol ndia sobretudo nas lagoas salitradas devido peculiaridade assumida pelas cordilheiras dos sistemas lacustres da regi o Diversos autores tais como Sakamoto 1997 Rezende Filho 2006 Bacani 2007 Silva 2007 Fernandes 2007 e Santos 2008 concordam sobre a diferencia o estrutural da cobertura vegetal das lagoas do Pantanal muito n tidas entre ba as salinas e salitradas Apesar disso poucos incorporaram em sua metodologia procedimentos que evidenciassem a estrutura bem como as esp cies que comp em as cordilheiras das lagoas do Pantanal da Nhecol
9. Analisar se o entrevistado possui alguma percep o de mudan as ou transforma es dr sticas nas paisagens Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 160 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 10 De que forma o Sr Sra pensa o futuro deste lugar Verificar as perspectivas e anseios do entrevistado em rela o regi o do Pantanal da Nhecol ndia 11 Quanto as lagoas da regi o quais as principais diferen as entre elas Analisar o conhecimento emp rico do entrevistado sobre as caracter sticas das lagoas ba as salinas e salitradas 12 Especificamente sobre as lagoas Salitradas quais as diferen as entre elas em per odos de seca e cheia Analisar a percep o do entrevistado em rela o s transforma es nas paisagens das lagoas salitradas 13 O Sr Sra sabe dizer o motivo do nome Salitrada Compreender a origem do nome e saber se se trata de uma topon mia regional 14 Qual a import ncia dessas lagoas ba as salinas e salitradas para o Pantanal da Nhecol ndia e para o Sr Sra Identificar a rela o cotidiana do entrevistado com as lagoas e a relev ncia da mesma para o entrevistado ambiental ou economicamente 15 Sua vida aqui no Pantanal da Nhecol ndia est melhor agora ou no passado
10. Gr fico 4 N mero de propriedades por hectare na rea do Pantnal Sul de acordo com o Censo Agropecu rio de 1996 Gr fico 5 N mero de propriedades por hectare na rea do Baixo Pantanal de acordo com o Censo Agropecu rio de 1996 Gr fico 6 N mero de propriedades por hectare na rea do Munic pio de Corumb de acordo com o Censo Agropecu rio de 1996 Gr fico 7 20 maiores munic pios em n mero n mero de bovinos no Estado de Mato Grosso do Sul de acordo com o Censo Agropecu rio de 2006 Gr fico 8 Utiliza o das Terras na rea do Pantanal Sul IBGE 1996 Gr fico 9 Utiliza o das Terras na rea do Baixo Pantanal IBGE 1996 Gr fico 10 Utiliza o das Terras na rea do Munic pio de Corumb IBGE 1996 Gr fico 11 Evolu o do N mero de Bovinos no Munic pio de Corumb IBGE 2006 Gr fico 12 Evolu o do N mero de Propriedades destinadas Pecu ria no Munic pio de Corumb IBGE 2006 Gr fico 13 Evolu o Quantidade de rea destinadas Pecu ria no Munic pio de Corumb IBGE 2006 Gr fico 14 pH das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 15 Mat ria Org nica das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 16 Mg do solo da topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 17 Ca do solo da topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 18 K do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 19 SB do solo
11. Ji o 2 5 J Ju Jlo 1 B3 Ss Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 212 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem L Inga urug ensis ALTITUDE 101m INCLINACAO EXPOSICAO CLIMA Sub Tropical com esta es bem definidas Precipita o anual 1 100mm Tempertura m dia anual 25 e 26 C MICROCLIMA 35 C ROCHA MATRIZ Forma o Pantanal SOLO Neossolo quartzar nico EROS O SUPERFICIAL A O ANTR PICA Presen a de gado al m de uma estrada e cerca pr xima ao lote Fonte Dados obtidos atrav s de atividades t cnico cient ficas de campo realizadas na rea de estudo Na composi o estrutural da cobertura vegetal do lote 2 lado norte da lagoa salitrada foi poss vel observar para o porte herb ceo um total de 155 esp cies alcan ando cerca de 83 7 da vegeta o da rea sendo que 90 desta vegeta o constitu da por caraguat s Essa esp cie predominante e os indiv duos revelam um crescimento em grupo de popula o densa e cont nua Sendo assim os caraguat s determinam a din mica estrutural deste porte no que confere s caracter sticas de abund ncia e sociabilidade das esp cies As esp cies que comp e o estrato subarbustivo s o a Randia n tida a palmeira Carand contando com respectivamente quatro e duas
12. Pantanal Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal acho que vai melhorar agora com essa luz a n s tem problema de motor pra gerador essas coisa assim a fica dif cil n Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal O Pantanal como diz o outro vai chegar o progresso n Igual agora ta chegando a luz o pessoal vai arrumando a estrada n ent o em cima disso a eles v o degradando tamb m o Pantanal Porque Que nem a o pessoal ta fazendo a rede de luz ele tem que desmata J derrubou tudo aquilo l Figura 70 Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Pantanal usa s M lt T A a Foto Mauro Silva 2012 Fonte Mauro Silva 2012 Figura 72 Area desmatada para instala o da rede de energia no Pantanal da Nhecol ndia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 232 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Esse mesmo pantaneiro conclui Num que nois num qu o progresso no Pantanal que o progresso tem saber como chegar n porque se for s do jeito que ta vino daqui a pouco vai acaba tudo isso aqui que c ta vendo Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Panta Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 233 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva d
13. es mesol gicas favor veis deixando marcas permanentes de sua passagem em desenhos nas rochas e nos f sseis humanos que esporadicamente foram sendo encontrados Sobre esses povos enigm ticos e cheios de interrogativas alguns relatos duvidosos ou utilizando as palavras do pr prio Souza invencionice mais fruto de ing nua observa o que de maus prop sitos foram divulgados para as sociedades da poca como o caso da narra o do franc s Castelnau reproduzido no Relat rio da Comiss o Construtora das Linhas Telegr ficas no Estado de Mato Grosso no per odo que compreende entre 1901 e 1907 por C ndido Mariano da Silva Rondon De acordo com as observa es do explorador Franc s os povos encontrados na regi o d o a id ia de muitos residentes sendo que um fato not vel que os ndios que a comp em marcham a p naturalmente como os quadr pedes tendo as m os no ch o bra os e pernas cobertos de p los e s o pequenos eles s o ferozes e usam os dentes como armas Tais criaturas dormem no solo ou entre os galhos das rvores e n o possuem ind strias ou fazendas vivendo apenas com frutos ra zes e peixes selvagens Obviamente essas observa es s o carregadas de certa fantasia que para o bem da verdade cient fica podem ser contrapostas junto s afirma es de que desde pr stinos tempos instalaram se pelos tratos do vale povos diversos seduzidos pelas condi es favor veis do meio A abund n
14. o da an lise multitemporal sendo uma atual e outra anterior no m nimo 10 anos de diferen a entre as elas sendo que os dois per odos das imagens ser o escolhidos apenas depois da compila o dos dados territoriais de modo a selecionar anos de relev ncia conjuntural que se correlacionam com as din micas da paisagem da Baixa Nhecol ndia e os objetivos propostos na pesquisa b Processamento das Imagens Para o processamento das imagens ser utilizado o Software gratuito Spring 5 1 disponibilizado pelo Departamento de Processamento de Imagens do Instituto de Pesquisas Espaciais DPI INPE para a realiza o das seguintes atividades de processamento Georreferenciamento Composi o Colorida das imagens An lise de histograma contraste e tons de cinza das imagens Recorte Segmenta o Classifica o P s Classifica o e Mapeamento 4 3 Entrevistas Semi dirigidas Dentre os elementos que comp em a paisagem do Pantanal da Nhecol ndia alguns j destacados com base em trabalhos como Brasil 1982 apud Queiroz Neto 2000 Cunha 1985 Mour o 1989 RADAMBRASIL 1982 Almeida e Lima 1959 apud FERNANDES 2000 Soares et al 2003 dentre outros No entanto as an lises descritivas desses trabalhos referem se apenas aos elementos f sicos naturais que comp em a paisagem Acreditamos aqui principalmente devido ao posicionamento metodol gico assumido nesta pesquisa que se torna de suma import ncia pa
15. sendo de extrema import ncia para mostrar uma premissa da heterogeneidade paisag stica do territ rio brasileiro Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 74 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ss Dominios Morfoclimticos Brasileiras L reas Nucleares 1955 m q a e AES i e Aa nnnm m o o m m RR e a o e an qu m LL E M au D S a q M d o l M a o q M q m a q MM M a o q e e an A e m a m m q n m o m o 1 Amar nica Ter as binas Nocestadss equstortass i Cemao Lj Chape Ses nopicai reenen com cerrados e foresta galeis ff Milis d meemi S Aces mameiceu tovoscaj ecienicss Ioceuastar Deyrtzabes traer i IV Castings 17 itenim em nim V Araci Plinia abtrupiczos rom wn t VI Fratanas Cactus oropan icum pradarias mantai Paspas A transa o N22 detererscentas Figur
16. vitima de diverg ncias e das mais profundas cr ticas visto sua carga de subjetividade Sua cl ssica defini o encontrada na maioria dos dicion rios considera a como uma por o do territ rio avistada por um observador a partir de um determinado ponto que privilegia essencialmente os aspectos vis veis Trata se de uma defini o que abarca desde seu senso popular at a posi o defendida por grande parte dos estudiosos Para exemplificar suas ideias o autor cita Vidal de La Blache definindo paisagem como aquilo que a vista abrange num olhar R Brunet 1974 que afirma categoricamente que Paisagem precisamente e simplesmente aquilo que se v e por fim Y Lacoste 1977 que ressalta que a paisagem um por o do espa o terrestre que se pode ver de um certo ponto de observa o As concep es destes autores citados por Dias 2003 se revelam de car ter simplista e reducionista mas cabe ressaltar que em muitas vezes s o essas no es de paisagens as repassadas para o ensino base de geografia por professores cl ssicos por meio da utiliza o de livros e cartilhas que reproduzem essas ideias minimizando a complexidade inerente a compreens o do termo Em suas abordagens Rodriguez et al 2007 afirmam ser necess rio esclarecer que o conceito de paisagem passou por uma evolu o do seu conte do no tamanho hist rico correspondente com as diferentes linhas de pensamento Geogr fico tradicional m todo regional possib
17. 1974 que afirma categoricamente que Paisagem precisamente e simplesmente aquilo que se v e por fim Y Lacoste 1977 que ressalta que a paisagem uma por o do espa o terrestre que se pode ver de certo ponto de observa o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 73 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A prevista para a categoria Paisagem o autor d um valor apar ncia e suprime a import ncia da ess ncia na an lise da paisagem Podemos citar tamb m um importante trabalho de Ab Saber 2003 com grande notoriedade na geografia brasileira que buscou realizar a delimita o dos diferentes dom nios naturais do Brasil justificando que durante muito tempo foi atribu do uma grande monotoneidade e extensividade de condi es paisag stica ao territ rio brasileiro De acordo com o autor observadores alien genas habituados as fortes diferen as de paisagens existentes a curto espa o no territ rio europeu n o tiveram muita sensibilidade para perceber as sutis varia es nos padr es de paisagens e ecologias de nosso territ rio intertropical e subtropical Essa ideia refere se tend ncia a homogeneiza o presente nos primeiros trabalhos de an lise das paisagens do territ rio brasileiro Na introdu o de sua pesquisa o autor deixa claro que no seu e
18. 2 Londrina jul dez 2008 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 271 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem MARTINELLI M e PEDROTTI F A Cartografia das Unidades da Paisagem quest es metodol gicas Revista do Departamento de Geografia USP N 14 S o Paulo 2001 p 39 46 MAXIMINIANO L A Considera es sobre o conceito de Paisagem R RA E GA Curitiba n 8 editora UFPR 2004 p 83 91 MENDES Deborah Filtros Passa baixas Ponderados e Dados SRTM Aplicados ao Estudo do Pantanal da Baixa Nhecol ndia MS aspectos tect nicos e de distribui o de lagoas hipersalinas Tese Doutorado Universidade de S o Paulo Instituto de Geoci ncias S o Paulo 2008 MENDON A Francisco de Assis Geografia F sica Ci ncia Humana S o Paulo Contexto 1998 MONTEIRO Carlos Augusto de Figueiredo Geossistemas a hist ria de uma procura S o Paulo Contexo 2000 127p A quest o Ambiental no Brasil 1960 1980 S o Paulo Editora IGEOG USP S rie Teses e Monografias n 42 1981 MORAES Antonio Carlos Robert Ratzel S o Paulo Editora tica 1990 cole o Grandes Cientistas Sociais MOREIRA Ruy Para onde vai o pensamento geogr fico por uma epistemologia cr tica Contexto 2006 Pensar e ser em geografia ensais de hist ria epistemologia e ontologi
19. 2008 Subs dios para a compreens o dos processos pedogen ticos da lagoa salitrada Pantanal da Nhecol ndia MS UFMS CPAQ Orientador Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto Silva 2008 Aspectos da din mica hidroclim tica da lagoa salina do meio na fazenda Nhumirim e seu entorno Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil UFMS 76p Orientador Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto Gradella 2008 1997 Biodiversidade de algas e cianobact rias de tr s lagoas salina salitrada e ba a do Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil IBSEMA SP 229p Orientadora Prof Dra C lia Leite Sant anna Santos Filtros Passa baixas Ponderados e dados SRTM Aplicados ao Estudo do Pantanal da Baixa Nhecol ndia MS Aspectos Tect nicos e de Distribui o de Lagoas Hipersalinas USP 67P Orientador Prof Dr Teodoro Isnard Ribeiro de Almeida Din mica H drica em uma Lagoa Salina e seu Entorno no Pantanal da Nhecol ndia Contribui o ao Estudo das Rela es Entre o Meio F sico e a Ocupa o Fazenda S o Miguel do Firme MS USP Orientador Prof Dr Jos Pereira Mendes Sakamoto Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 119 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Funcionamento de Queiroz Neto H drica F si
20. 8pJ8 epeweo m 0906214 o u NAA ooiueBuo osofebad osous MN BANS eps Home cogMpa ogyeziueZaq epioeunpua ale mmm seueipeuusju suabepesy 1 seoujeuiqueo e SEUL s9o5e2005 271 opiuun a ojnose osouasy MN Ti TI opeapioAso ezuto M ooas e oep osouesy TT suabepe DY DOr DOT DOI root uroSesteq 9 OQIL eurojstssoor J LO OJopou op vAnoedsued v qos sepenies seose sep osvo op opnjso zrpug ooouN vp euejueq op wogesredg ep osippuy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem O segundo horizonte refere se a camada arenosa e escura do perfil levemente mida e com varia o de cor entre 10YR 4 2 e 10YR 3 1 Assim como o primeiro horizonte tamb m encontrado por todo o perfil sendo que entre as Tradagens T3 e T15 preenche uma estreita faixa superficial dotada da presen a de ra zes e concre es com dimens es que variam de milim tricas a centim tricas principalmente entre as Tradagens T3 e T8 Em subsuperf cie em geral abaixo do horizonte arenoso e claro descrito no par grafo anterior o horizonte arenoso e escuro apresenta se de muito espesso entre as tradagem T1 a Ti2 n o encontrado em T4 e voltando a aparecer predominantemente entre as tradagens T5 e T12 Al m da presen a maci a de concre es milim tricas e centim tricas nesta camada quando em profundida
21. IBSEMA SP 229p Orientadora Prof Dra C lia Leite Sant anna Santos Limnologia comparativa de tr s lagoas Duas Ba as e uma Salina do Pantanal da Nhecol ndia MS UFSC 146p Orientador Prof Dr Francisco de Assis Esteves Caracteriza o dos Elementos do Meio F sico e da Din mica da Mour o Fernandes Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 118 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Banco de Dados do Projeto de Pesquisa Lagoas Salinas do Pantanal da Nhecol ndia Funcionamento H drica F sico e Biogeoqu mica do Pantanal da Nhecol ndia MS Coordenador Prof Dr Arnaldo Y Sakamoto Disserta es Banco de Dados do Projeto de Pesquisa Lagoas Salinas do Pantanal da Nhecol ndia 2006 Nhecol ndia Pantanal Sulmatogrossense USP Orientador Prof Dr Jos Pereira de Queiros Neto 2007 Estudo da Variabilidade e Espacializa o das Unidades da Paisagem banhado ba a vazande lagoa salina e lagoa salitrada no Pantanal da Nhecol ndia MS UFMS CPAQ Orientador Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto Rezende Filho 2007 Sensoriamento remoto aplicado an lise evolutiva do uso e ocupa o do solo no Pantanal da Nhecol ndia MS UFMS CPAQ Orientador Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto Bacani
22. Laborat rio de Fertilidade do Solo do Departamento de Fiossanidade Engenharia Rural e Solos da Univ Estadual Paulista Campus de Ilha Solteira Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 199 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem tou nes n m nn em ram rem Canna claro w seco Mons escorsesso T Trutagens ses emau 0 omido V3 Concre es mim tricam a centrdncas Ti Tradtagens intermedi rias ELE pagas opimo se enIurecsta A emosiram animes quinos Orpenica o Vdhibe Masan HS da Solos n Len ol Fra tico Rm verdo Figura 56 Localiza o das amostras para an lises qu micas em Laborat rio Dos resultados referentes ao pH do solo adquiridos com as an lises qu micas expostos no gr fico 14 evidenciamos que 63 das amostras apresentaram ndices superiores 7 0 indicando solos alcalinos para a lagoa em quest o De maneira mais descritiva apenas as amostras 1 2 9 e 11 apresentaram teores de acidez respectivamente 6 0 6 3 6 6 e 6 5 evidenciando que o horizonte arenoso claro e seco quando superficial no caso das extremidades da topossequ ncia pr ximos ao cord o arenoso que circunda a lagoa cordilheira trata se de um horizonte cido sendo que as amostras 2 e 11 d o ao lado oeste da lagoa uma evid ncia aparente de acidez circunstancial mesmo em
23. Por qu Apreender quais e como as transforma es s cio econ micas influenciam a opini o dos entrevistados sobre a qualidade de vida atual 16 O que voc gostaria que desaparecesse ou aparecesse na regi o para melhorar a qualidade de vida do Pantaneiro Por qu Identificar quais aspectos podem ajudar ou prejudicar na melhoria da qualidade de vida de acordo com a percep o e o cotidiano do entrevistado Fonte Adaptado de Souza 2010 Ressaltamos ainda que ap s a aplica o e transcri o das entrevistas ser realizada a an lise da mesma de modo a extrairmos fragmentos da oralidade que sejam significantes para as discuss es pretendidas cabendo relacion las s imagens representativas adquiridas no momento da aplica o das entrevistas as quais revelam a percep o do indiv duo entrevistado Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 161 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Quien eS mupgded neum PARTE 3 S o como veias serpentes Os rios que tran am o cora o do Brasil Levando a gua da vida Do fundo da terra ao cora o do Brasil Gente que entende E que fala a l ngua das plantas dos bichos Gente que sabe O caminho das guas das terras do c u Velho mist rio guardado no seio das matas sem fim Tesouro perdido de n s Distante do
24. Salinas Ocorrem em grande quantidade no Pantanal da Nhecol ndia apresentam grande variedade de formas desde circulares a subcirculares Os solos predominantes s o as Areias Quartzosas Hidrom rficas distr ficas Podz is Hidrom rficos distr ficos e Lateritas hidrom rficas distr ficas sob uma vegeta o predominante de campos graminosos Corixos Corresponde a cursos de guas alongados pr prios da plan cie pantaneira de car ter perene exceto durante as estiagens severas e normalmente conectando ba as cont guas durante as cheias Em geral estes canais s o mais estreitos e mais profundos que as vazantes rea de Campos reas aplainadas ligeiramente mais deprimidas que as cordilheiras no entanto suavemente mais elevadas que as ba as e vazantes que ficam acomodadas em seu interior Ressalta se contudo que sua caracter stica principal apresentar alagamentos de car ter sazonal ou intermitente Cap es Para esses Oliveira Filho e Martins 1981 apud BARBOSA et al 2010 afirmam se tratar de manchas de vegeta o florestal de formato circular ou el ptico apresentando 1 a 3 metros de eleva o aos campos inund veis que os circundam Assim como as cordilheiras os cap es n o alagam no per odo das cheias do Pantanal e funcionam como ilhas de vegeta o onde esp cies intolerantes inunda o podem se estabelecer Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 105 An lise da Paisagem do Pantanal da N
25. Tais procedimentos geraram dois produtos que possibilitaram realizar a an lise da evolu o das cordilheiras em 20 anos de uso e ocupa o da rea da Baixa Nhecol ndia Figuras 79 e 80 Primeiramente apresentamos o objetivo da atividade de geoprocessamento das imagens de sat lites que foi analisar os ndices de retirada de cordilheira num per odo de 20 anos Ressaltamos a dificuldade e problematiza o em apresentarmos os dados para as outras classes mapeadas por dois fatores Consideramos um alto grau de dificuldade quantificar as reas de lagoas salinas pois a resposta expectral dos sistemas lacustres no Pantanal pode apresentar varia es de acordo com a quantidade d gua presente no ambiente o que altera as caracter sticas geoqu micas das guas 2 A imagem de sat lite de 1989 possu a uma quantidade d gua at pica nas vazantes devido provavelmente s cheias de 1988 As reas cobertas por gua podem ser tanto reas de campo pastagem como tamb m reas de solos nu comprometendo a an lise da evolu o dessas classas no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Contudo salientamos que tais problemas n o s o significativos no que confere ao levantamento de dados referentes evolu o das cordilheiras no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 252 ESZ dSHNO LOd OOdd VAIS CP soog onbuuog ome 686 uro erpug ooouN Lp euejueg op ojos op og3ednog osf 6 e1n3
26. ad 52km O 52 404 22 DR S r CAMPUS DE TR S LAGOAS PARAQUAI UFMS Coe Cartografia e An lise Ambiental Digitaliza o e Edi o Ary T Rezende Filho 2003 Figura 20 Compartimenta o morfoestrutural da bacia do alto rio Paraguai em territ rio brasileiro Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 89 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem o T a T e Sac de nar impo Grande m fom o Td ta aa d 50000 D s0000 109000 150000 nn e ss metres Altitude im iMmi is wb T u 29 S3 MI d s uy 50 im a7 sm im um 3 Figura 21 Modelo Digital de Terreno da rea do Pantanal Matogrossense Fonte Assine 2003 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 90 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Muitas s o as teorias que tentam explicar os processos respons veis pela evolu o desta rea de forma a resultar na estrutura o geomorfol gica apresentada nas figuras anteriores Sobre forte influ ncia das primeiras excurs es realizadas pelos desbravadores do continente sul americano v rias teorias relacionavam a rea do Pantanal com um suposto Mar noc o essa que permaneceu at as primeiras d cadas do s culo XIX Proenga 1997
27. afirma que pela exist ncia de caramujos conchas das mais variadas formas e tamanhos do pr prio terreno arenoso e tamb m de salinas ovaladas rodeadas de areia branca destitu das de vegeta o e cujas guas s o salobras pensou se durante muito tempo haver sido o Pantanal um grandioso mar o Mar de Xarai s Em suas contribui es o autor anuncia que essa cren a n o passa de mito criado pela imagina o dos antigos e explica que os mesmos cruzaram pela Bacia do Paraguai em dire o ao Peru em busca de ndios que possu am ouro e prata essa cruzada em per odo de cheia geravam essas aspira es ilus rias Sobre o ent o denominado Mar de Xarai s dito Entre par nteses perguntamos por que a designa o de mar dada desde as primeiras penetra es Tudo nos leva a crer n o estar assentada na poca a teoria da pr exist ncia de um mar interior que levasse a manter por tradi o a nomenclatura De outra parte mesmo que um ac mulo extraordin rio de massa l quida despertasse de modo especial o espanto dos navegadores lagoa seria a express o mais adequada que ali s viria substituir a de mar nos trabalhos cartogr ficos posteriores SOUZA 1973 Schwenk 1998 apud BITTENCOURT ROSA 2004 esclarece bem esses fatos ao relatar que os exploradores espanh is foram os primeiros que atingiram a regi o do Pantanal quando procuravam o caminho fluvial a partir de Assun o at as regi es de ou
28. cie de for a anti eros o Tudo legitimado na concep o de que a esfera org nica especialidade de outras ci ncias a exemplo da biologia a ci ncia da vida numa no o de tarefa caracter stica do sistema de ci ncias criado no meado do s culo XIX e ainda vigente no mundo acad mico MOREIRA 2006 p 48 Moreira 2006 ainda faz um curto resumo sobre a hist ria do conceito de natureza e sua incorpora o pela geografia que segundo ele passa da natureza divina Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 50 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem natureza matem tico mec nica entre os s culos XV e XVII Com a ideia de que a natureza pode ser mensur vel e quantitativa e portanto controlada nasce a natureza desumanizada e por consequ ncia origina se o homem desnaturizado quando nos vemos perante um conceito de natureza de absoluta e rec proca rela o de separa o e externalidade com o homem de modo que o mundo natural e animado de mist rios da concep o medieval prenhe de significados espirituais d lugar a uma natureza fechada em si mesma externalizada a tudo que n o f sico matem tico e preditivo Em conseguinte separado da natureza o homem triplica em si mesmo essa dicotomia seu corpo natureza e sua mente esp rito e portanto seu mundo torna se tricot mico o
29. com os demais elementos constituintes da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia e especificamente com os sistemas lacustres da rea As sociedades as pessoas percebem seu espa o de viv ncia adquirem formam e transmitem conhecimento sobre seus lugares e territ rios por meio da linguagem de sons de sabores odores e Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 157 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem imagens esta a percep o que define o grau da rea o dos indiv duos s paisagens atribui o de valores sentimentos identidade ela que expressa quais as paisagens que realmente fazem parte da vida e do quotidiano de cada um dos indiv duos e suas particularidades SOUZA 2010 p 135 Ainda em Souza 2010 apresentado um esquema de representa o da converg ncia de diferentes olhares sobre o territ rio e a paisagem Figura 43 elaborado sobre a alega o de que todas as formas de um indiv duo apreender seu espa o de viv ncia nos fornecem importantes elementos para aprofundarmos nosso conhecimento sobre as din micas socioambientais em um dado territ rio No referido esquema o autor esclarece que a partir de ju zos de valores as pessoas expressam as caracter sticas positivas ou negativas boas ou ruins a respeito dos lugares em que vivem com base na identidade o sentim
30. com pequenas depress es fechadas e lagoas organizadas em forma de ros rio ou aglomerados Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 106 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 3 Unidades de depress es com campo mido Formada por zonas deprimidas alongadas na forma de paleovales amplos com pequenas lagoas e depress es em forma de ros rio e canais de drenagem frequentes 4 Unidade de Vales Formada por extensos e amplos vales com cerca de 1 a 2 m de desn vel 100 a 200 m de largura muitas vezes inclu dos na unidade de depress es com campo mido por m com fluxo intenso na poca de cheias vazantes Contudo quanto s lagoas da regi o Queroz Neto et al 1999 cita Brasil 1982 Cunha 1985 e Mour o 1989 para descrever as caracter sticas quanto peculiaridade da Nhecol ndia atestando seu car ter de cheias e vazantes assumindo anda a densidade de lagoas como a principal marca desta rea como j dito anteriormente No entanto o autor vai al m citando ainda a import ncia do contraste do pH de guas permanentes pr ximo a 10 e das guas tempor rias das ba as e vazantes que juntamente com os solos apresentam pH igual ou inferior a 7 V rias hip teses ainda n o comprovadas foram apresentadas para explicar a origem das lagoas salinas no Pantanal da Nhecol ndia
31. enchendo vazantes e corixos ba as e lagoas transformando se em um montante de gua espraiada em r pido e abrupto intervalo assim como exemplifica a figura 1 Ainda em seus prel dios o autor salienta que no Pantanal a din mica das paisagens bem como o cotidiano depende das guas Fica expl cito o poder que elas possuem em condicionar os diversos tipos de vida leva o homem a se entregar a tr nsitos e mudan as nas grandes enchentes modifica os solos obrigam certas aves a migrar para outros lugares do planeta empurra o gado para cima das cordilheiras em busca de abrigo e solo firme quebram a monotonia da plan cie ilhando muitas fazendas e obrigando o emprego de canoas que substituem os cavalos para conduzir a cria o aos lugares mais altos portanto livres do desespero das guas Enfim o autor descreve o cotidiano da rea bem como a din mica t o abrupta de cheias e secas de forma po tica e com as propriedades de quem sujeito destas cenas como no trecho a seguir Apesar de inundado o terreno permanece firme E nessa firmeza que o cavalo pantaneiro encontra apoio para carregar o homem aos mais distantes lugares batendo os cascos no vi o das gram neas num chape chape resistente e vagaroso sem se preocupar com os peixes que lhe cruzam as patas como se caminhassem cavalo e homem num natural aqu rio sobre o qual os raios do sol insistem em lhe dar exuber ncia verdade que em certos trechos e trecho no Pan
32. i se MA t q me Figura 13 S ntese da no o de paisagem em geografia de acordo com as concep es dos autores referenciais neste trabalho Dias Bertrand Passos Dollfus Juillard Tricart Rougerie Beroutchachivili e Souza Saquet 2007 tamb m tr s importantes contribui es europ ias principalmente italianas para a discuss o de paisagem no Brasil De acordo com o autor sobre as discuss es e pesquisas que interferem diretamente na geografia do p s 1960 1970 percebe se nesse processo uma intera o entre os conceitos de territ rio paisagem e espa o geogr fico Depois de um ponto de vista naturalista da paisagem formula se a abordagem historicista e materialista Se efetiva a abordagem humanista centrada na percep o de sujeitos na representa o e em s mbolos da vida cotidiana Finalmente elabora se uma perspectiva interativa reconhecendo se a objetividade e a subjetividade da paisagem com uma tend ncia significativa representa o e gest o de planos de desenvolvimento no n vel do lugar um movimento que perpassa v rios pa ses principalmente a Fran a Bertrand Tricart a It lia a R ssia Sochava a Alemanha os EUA e assim por diante SAQUET 2007 Dentro desta tica Saquet 2007 cita J P Deffontainnes 1973 o qual afirma que uma paisagem o suporte de uma informa o original sobre numerosas vari veis relativas notadamente aos s
33. na concep o vulgar do termo nada mais do que a parte emersa do iceberg Ao pesquisador cabe estudar toda a parte escondida para compreender a parte revelada Discutindo a evolu o da biogeografia e o conceito de paisagem na Fran a Rougerie e Beroutchachvili 1991 ao apresentar as ideias de Bertrand ressaltam Une g ographie principalement physique avec ce qui rel ve de la biosph re V g tation notamment l s faits d ordre climatique trographique daphique topographique et g omorphologique sont les composantes qui retiennet alors le plus l attention de l auteur Certes les effets des interventions anthropiques ne sont pas n glig s par lui et les syst mes socio conomiques d exploitation de l espace sont bien voqu s mais la prise en compte de la dynamique du paysage s inscrit dans une conception naturaliste alors r cemment th oris e la bio rhexistasie et dans les analyses de terrain les manifestations de l rosion des sol son encore minutieusement observ es ROUGERIE E BEROUTCHACHVILI 1991 Esse par metro de an lise insere maior objetividade em um estudo que busque caracterizar ou evidenciar a g nese e evolu o da paisagem em qualquer forma o superficial no globo pois por meio de crit rios minuciosos de observa o com base n o s nos aspectos f sicos da paisagem o que acaba por resultar um enfoque naturalista atenta se tamb m nas interven es antr picas advindas dos sis
34. ncia a saliniza o do solo neste lado mais rebaixado da lagoa devido a contamina o do mesmo por guas mineralizadas provindas da parte sul Esta din mica hipot tica justifica tamb m o aumento do pH variabilidade espacial da condutividade eletromagn tica e varia es das condi es de oxida o redu o no interior do perfil dos solos da lagoa Ressalta se ainda que o fator predominante para o desequil brio que orientou tal din mica de forma o e configura o da paisagem atual da lagoa salitrada foi a entrada superficial de guas cidas muito influenciada pela abertura das cordilheiras mantenedoras do sistema com o objetivo de facilitar a entrada do gado de corte para a tomada d gua principalmente em per odos de seca As teorias de Silva 2007 s o bem semelhantes aos esquemas hipot ticos de Bacani 2007 entretanto este n o usa a denomina o de salitrada mas apenas de lagoa salina com cordilheira desmatada Figuras 11 e 12 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 38 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Nivel c gua N A Trasporte de sais Figura 11 Esquema hipot tico de funcionamento de uma salina com cordilheira Preservada Desgaste erosero da fica Avan o da pasisgem Escoamento Superficial H70 ciaa Figura 12 Esquema hipot t
35. ncias da vida e repassado por sucessivas gera es facilitou lhe por d cadas e d cadas o manejo das atividades di rias Z O homem do campo como tamb m chamado pelos habitantes locais entende os fen menos naturais sem mesmo nunca t los estudado em escola formal Sabe quando plantar quando colher quando apartar o gado O patrim nio inerente a este espa o natural exige sua identifica o e sua manuten o dentro de sua caracter stica A viola o destr i a sua cultura tentando impor outra que n o a sua pr pria Pe o ou fazendeiro integrado a tudo que o rodeia sabe que as a es da natureza enchentes e secas s o respons veis pela riqueza e vida no Pantanal As dist ncias e o dif cil acesso s demais regi es fizeram no acostumar se ao isolamento e solid o o que quebrado quando ele manifesta o sentimento de coopera o no manejo do gado ou na participa o de festas tradicionais em fazendas vizinhas VIEIRA 2004 p 01 Ainda segundo Esp ntola 2003 o universo do pantaneiro est intimamente ligado ao ciclo natural do pantanal pois para poder sobreviver em um ambiente t o in spito o caboclo do pantanal precisa conhecer respeitar e acima de tudo entender o ambiente para nele fazer a sua morada e seu meio de vida Acreditamos aqui que essas formula es sobre a cultura do Homem Pantaneiro s o suficientes para justificar a escolha deste indiv duo para as concep es dos aspectos culturais
36. notou se que para ocorrer eleva o do n vel fre tico nesta poca seria necess ria uma alta quantidade de precipita o Observou se tamb m por meio das imagens de sat lite que os fluxos da salina do Meio devem se encontrar em patamar inferior ao seu entorno assim como se encontram pr ximo da rea do fluxo de tr s vazantes seus fluxos superficiais e subsuperficiais seguem o regime de inunda o dessas vazantes A lagoa salina do Meio foi a primeira a apresentar seu n vel de inunda o m xima possivelmente por meio dos fluxos internos e logo depois o pico de inunda o de toda a vazante poss vel considerar tamb m que as lagoas salinas da regi o da Nhecol ndia dever o estar em Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 126 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem patamares inferiores ao seu entorno mas cada salina sob influ ncia de fluxos superficiais e ou subsuperficiais nas suas proximidades Estas descobertas v o diretamente ao encontro dos pronunciados j referidos de Mour o 1989 Sakamoto 2007 Fernandes 2000 e Sakamoto et al 2004 A contribui o de Furquim 2008 na compreens o da composi o dos sistemas pedol gicos da lagoa salina do Meio tamb m pode ser de suma import ncia para ampliar o conhecimento sobre os solos associados s salinas por meio de uma caract
37. o particular camada verde Na lagoa salina estudada pelo autor a mesma estrutura aparece de forma cont nua formando um anel soleira mantendo suas caracter sticas preservadas de um ambiente salino em funcionamento Figura 74 150 200 250 300 350 400 0 50 100 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Ny condutividade Eletromagn tica dS m Figura 74 Mapa da variabilidade da condutividade eletromagn tica na rea da lagoa Salina estudada por Rezende Filho 2006 Para o referido autor o anel cont nuo de auto teor de condutividade eletromagn tica refere se organiza o pedomorfol gica mostrando a camada verde mais pr xima da superf cie sobretudo nas extremidades da rea da lagoa salina pr ximas a rea de praia situa o essa que n o se repete em ba as Com base nessas id ias e aliando a reflex o topografia e s caracter sticas e organiza o pedomorfol gica dos solos da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol necess rio destinar maior aten o din mica h drica local da lagoa Os dados de topografia revelaram como j descritos no cap tulo 6 deste trabalho reas mais deprimidas no lado oeste da lagoa salitrada o que de acordo com as caracter sticas de textura e consist ncia dos horizontes superficiais permitem o ac mulo de mat ria org nica na laje endurecida em profundidade do lado oeste bem como o ac mulo de sais nos horizontes subsuperficiais ao longo do perfil
38. p 143 149 RADAMBRASIL Minist rio das Minas e Energia Secretaria Geral Folha SE 21 Corumb e parte da Folha SE 20 Geologia Pedologia Geomorfologia Vegetac o e Uso e Ocupa o da Terra Vol 27 Rio de Janeiro 1982 RAMALHO R Pantanal Mato grossense compartimentac o morfol gica Rio de Janeiro CPRM In Anais do I Simp sio Brasileiro de Sensoriamento Remoto 1 S o Jos dos Campos CNPq INPE 1978 RENNO Fernanda de Andrade Pinto Le Sert o Minero Un territoire recherche de ses paysages et de ses identit s Tese de Doutorado Universit de Toulouse II Toulouse France 2009 RESENDE FILHO Ary T Variabilidade de salinidade de uma rea em uma ba a vazante na Fazenda Nhumirim Pantanal da Nhecol ndia Estudo de um M todo Cartogr fico Especializac o UFMS CPTL Tr s Lagoas 2003 Estudo da Variabilidade e Espacializa o das Unidades da Paisagem banhado ba a vazande lagoa salina e lagoa salitrada no Pantanal da Nhecol ndia MS Disserta o Mestrado UFMS CPAQ Aquidauana 2006 RIBEIRO Rafael Winter Paisagem Cultural e Patrim nio Bras lia Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Iphan 2007 RODRIGUES C A Teoria Geossist mica e sua Contribui o aos Estudos Geogr ficos e Ambientais Revista do Departamento de Geografia USP N 14 S o Paulo 2001 69 TIp RODRIGUEZ Jos Manuel Mateo SILVA Edson Vicente CAVALCANTI Agostinho Paula Brito
39. particular sobre um fragmento da realidade geogr fica uma inven o hist rica e cultural PASSOS 2006 p 68 As afirma es apresentadas acima v o ao encontro das reflex es de Risso 2008 p 72 que diz respeito a inclus o de sentimentos em rela o a vis o da paisagem Ele explica que afetividades viv ncias experi ncias valores a cultura simb lica as experi ncias com a Natureza ou percep o refletem diferentes sentimentos e comportamentos com rela o a paisagem Para cada pessoa ou grupo a paisagem ter um significado porque as pessoas atribuem valores e significados diferentes s paisagens traduzidos em sentimentos de enraizamento ou desapego a lugares Concordamos de maneira veemente que as transforma es hist ricas e a din mica atual da paisagem devem ser abordadas a partir de uma an lise integrada com nfase nas rela es existentes entre os elementos isto com nfase aos processos determinantes da constru o paisag stica E concordamos ainda por acreditar que dentre os elementos constituintes da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia o homem tamb m est agregado e participa ativamente das din micas de constru o e reconstru o da paisagem acelerando ou desacelerando os processos de origens naturais pautados em objetivos de ordem s cios econ micas pol ticas e ou at mesmo culturais rela es quotidianas Portanto faz se necess rio analisar qual a rela o deste elemento homem
40. possui um grande extens o territorial composta por reas destinadas a agropecu ria o gr fico 2 deixa claro a intensidade e ou quase que exclusividade da atividade pecu ria no territ rio em quest o Nota se contudo que cerca de 82 da rea ocupada pela produ o agropecu ria em Corumb destinada para a cria o de bovinos Atividades Econ micas Desenvolvidas em Corumb MS 892 d E TE pgs cT S DURUM OR Gase cu UE JC COO Eu GE C EA Nen wm 3 es q E ex 1 T T T Y 1 T f 2 ME k Dx B b W ES i 3 ezc5o0odzrz s 2 o E 6 E z E E E S o a Gr fico 2 N mero de Propriedades e tipo de atividades desenvolvidas em Corumb Censo Agropecu rio 2006 Outros dados relevantes para atestar a superioridade da atividade pecu ria do munic pio de Corumb em rela o aos demais munic pios sul mato grossenses s o estabelecidos com base no n mero de propriedades rurais nos territ rios mun cipes do Estado de Mato Grosso do Sul Embora seja o maior munic pio em reas destinadas s propriedades rurais Corumb no entanto em n mero de propriedades apesar se destacar densamente em rela o aos outros munic pios acentuando principalmente sua superioridade na regi o leste do estado Figura 50 o territ rio municipal ocupa apenas a 17 posi o apresentando 1607 propriedades rurais em toda sua imensid o territorial Gr fico 3 evide
41. profundidade J do centro da topossequencia em dire o ao lado leste as amostras apresentam teores entre 7 2 amostra 6 8 0 amotra 5 dando ao lado leste sobretudo conforme o aumento da profundidade indicadores de alcalinidade aparente Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 200 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem t pH CaClz Gr fico 14 pH das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada De acordo com Kiehl 1979 o pH do solo considerado como uma importante determina o inicial que se deve fazer em uma amostra de solo uma vez que conhecendo seu valor muitas infer ncias podem ser feitas Um exemplo explicado abaixo de pH 5 5 os solos minerais cont m alum nio troc vel sendo que quando com altos teores de mat ria org nica podem ter alum nio troc vel at o pH 6 0 Tal afirma o vai de encontro aos resultados adquiridos com as an lises qu micas pois n o foi constatado a presen a de alum nio nas amostras mesmo na amostra 1 que possui um teor de pH igual a 6 0 podendo ser aliado ao baixo teor de mat ria org nica de 8g md3 ressaltando ainda que todas as amostras apresentaram taxas medianas de mat ria org nica MO variando apenas entre 7 e 9 g md3 nas primeiras 10 amostras apresentando uma relativa signific ncia apenas na laje
42. rea da Ba a da Sede Nhumirim Foto Embrapa Pantanal Fonte Souza 2008 Figura 5 Salina do Meio a per odo de seca 08 2006 b Per odo de cheia 5 2007 Fonte Souza 2008 figura 6 Salina do Meio a per odo de seca 10 2004 destacando a presen a de aves e a flora o de cianobact rias nas margens da lagoa foto H Quenol b per odo de cheia 5 2007 destacando a presen a do gado Fonte Souza 2008 figura 7 Salitrada Campo Dora no per odo de seca 08 2006 ocasi o em que a lagoa se encontrava totalmente seca a parte sul da lagoa com palmeiras carand s Copernicia alba Morong ex Morong amp Britton b parte norte da lagoa com palmeiras baba u Orbignya oleifera Bur Fonte Souza 2008 Figura 8 Salitrada Campo Dora a vista parcial da lagoa com pequena quantidade de gua destacando a presen a de gram neas em todo seu entorno in cio do per odo de cheia 11 2006 b vista parcial da lagoa no per odo de cheia 5 2007 Fonte Souza 2008 Figura 9 Salitrada Campo Dora no per odo de cheia 5 2007 a vista parcial com plantas aqu ticas ocupando toda rea da lagoa b detalhe da grande quantidade de plantas aqu ticas submersas principalmente Chara spp Characeae e flutuantes Sagittaria spp Fonte Souza 2008 Figura 10 Ba a da Sede Nhumirim no per odo de seca 08 2006 a vista parcial da lagoa ao fundo a Sede da Fazenda Nhumirim b detalhe das margens da lagoa amplamente coloniza
43. ria INPE Campo Grande 2006 SANTOS Kleber Renan de Souza Biodiversidade de Algas e Cianobact rias de Tr s Lagoas Salina Salitrada e Ba a do Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil Disserta o Mestrado Instituto de Bot nica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente S o Paulo 2008 SANTOS P A Estudo sobre o comportamento da superf cie fre tica do entorno da Lagoa Salina da Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal MS Tr s Lagoas MS UFMS Monografia de P s gradua o em Geografia 2002 SANTOS Sandra Aparecida CUNHA C tia Nunes da TOM S Walfrido ABREU Urbano G P ARIEIRA Julia Plantas Invasoras do Pantanal como entender o problema e soluc es de manejo atrav s de soluc es participativas Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento N 66 EMBRAPA Corumb 2006 POTT Arnildo POTT Vali DESBIEZ Arnaud CRISPIM Sandra Maria Ara jo ARANHA Felipe Respostas das plantas ap s diferentes dist rbios no Pantanal estudo de caso de algumas forrageiras Revista Brasileira de Agroecologia V3 Suplemento Especial 2008 SAQUET Marcos A Abordagens e Concep es de Territ rio S o Paulo Express o Popular 2007 SEIXAS Br ulio Luiz Sampaio Fundamentos do manejo e da conserva o do solo 1 edi o Salvador Centro Editorial e did tico da UFBA 1984 304 p SILVA NETO Lu s de Fran a da Pedog nese e mat ria org nica de solos hidrom rficos da regi o Metropolitana de Porto A
44. rio e Paisagem De acordo com Silva 2005 juntos estes horizontes formam um sistema pedol gico particular nestes ambientes salinos que estabelecem rela es com outras caracter sticas da paisagem local tais como oscila o do len ol fre tico topografia e vegeta o dinamizando o funcionamento e manuten o das caracter sticas f sicas das lagoas salinas do Pantanal da Nhecol ndia 3 3 As Investiga es referentes aos sistemas lacustres no Pantanal Sul mato grossense Muitas foram as investiga es e debates realizados sobre os sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia nos principais eventos sobre o Pantanal Mato Grossense realizados no Estado de Mato Grosso do Sul nas ltimas duas d cadas Com base nessas fontes foram selecionados 26 trabalhos de um total de 418 publicados Tabela 2 Analisamos e discutimos apenas os que se referem especificamente caracteriza o e funcionamento dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia 17 Dados publicados apresentados no VI Congresso de Meio Ambiente da AUGM durante a 8 Jornada Cient fica e tecnol gica da UFSCar no per odo de 5 a 9 de Outubro de 2009 em S o Carlos SP Para aquisi o dos referidos dados Al m da sele o de artigos publicados em eventos Sul Matogrossense foram tamb m angariados trabalhos dispon veis no site da EMBRAPA Pantanal A pesquisa realizada no per odo de 23 a 25 de julho de 2009 explorou teses disserta es e as
45. salobra que eles fala salina n E tem ba a que chega perto dela esse mundo de aguaceiro mas nu tempo da seca ela chega cria mato dentro dela A salina mais dif cil num quarqu uma que seca tem alguma que fica pouca gua a mas seca todinha n o e isso bom pra cria o serve pra cria o toda n e terra que tem salina o gado num vai muito nas ba a ela vai mais na salina mesmo bebe a gua dela lambe aqueles barreiro que fica com sal n na beira dela Figura 68 Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantanal Foto Mauro Silva Agosto 2009 Fonte Kleber Santos Mar o 2008 Figura 68 Ac mulo de material em borda de salina denominado pelo entrevistado Herm nio E como barreiro Eu fazia servi o de pux madeira pra cerca o pessoal tinha autoriza o pra tirar a madeira pra desmatar mesmo e tinha lugares com ba a que todas as vezes do ano que eu passava eu n o conseguia ultrapassar ela poucas vezes a maioria das vezes s com trator pra trazer ela al A depois que eles acab de tirar a madeira pra fazer a cerca eles gradiaram pra poder formar o pasto hoje aonde era ba a hoje seco c n o v mais gua lugar que eu nunca vi seco depois que gradiou secou Ent o eu atribuo muito o estrago que ta acontecendo no Pantanal muito por causa do desmatamento de forma o de pasto Quequ 61 anos de idade e 20 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILV
46. sicas poss vel observar que tal horizonte foi o nico que apresentou mais de 50 de s lica em sua composi o Com rela o aos altos teores de P f sforo sobretudo nas amostras 3 e 11 poss vel explica los devido insufici ncia de Alum nio De acordo com Juh sz 2005 a alta concentra o de alum nio nos solos pode inibir a absor o de nutrientes como o f sforo fixado por oxidr xidos de alum nio diminuindo a disponibilidade do f sforo para as ra zes e at mesmo causar toxidez s plantas n o adaptadas a estas condi es No caso da amostra 3 e 11 observamos justamente o contr rio das informa es do autor trata se de Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 205 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem uma defici ncia em alum nio que pode proporcionar ou facilitar o aumento dos teores de F sforo P 6 2 Topografia da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol O procedimento metodol gico aplicado para a o reconhecimento topogr fico da lagoa salitrada revelaram dados significativos e pass veis de representag o gr fica observado na Figura 57 Descritivamente os dados topogr ficos mostraram que lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol possui uma amplitude topogr fica pouco significativa e inferior a 30 cm sendo poss vel detectar tr s picos topogr ficos mais elevados
47. tomo n 2 Cuiab E memso 2a 7 Lotos suensonsdos S Xeeemeeee C rani emamerante 3 N o Lourenco 4 Taquari a S Taboco esmo SS Peiemcaruis Fonte Zona 2003 Aqudamama Edkise Mess H S s 7 Nabileque Figura 24 Megaleques fluviais que comp e o trato deposicional do Pantanal e em destaque a representa o cronol gica dos lobos deposicionais no leque do Taquari De acordo com Braum 1977 o cone do rio Taquari resultou de um processo erosivo violento e r pido no passado dos materiais provindos das partes mais altas da bacia deste rio e da sua consequente deposi o Para RADAMBRASIL 1982 o leque do Taquari Figura 26 apresenta aspectos bem preservados como por exemplo um padr o tribut rio Pode se atribuir lhe uma idade provavelmente neopleistoc nica que justifica o fato do atual rio Taquari estar superimposto ao leque aluvial e ter elaborado uma faixa de aluvi es holoc nicos com cerca de 110 quil metros de comprimento o que indica a sua origem maior na domin ncia de sua fra o arenosa nos horizontes superficiais e sub superficiais comparadas as reas adjacentes RADAMBRASIL 1982 apud REZENDE FILHO 2006 El abanico aluvial del rio Taquari com sus colosales dimensiones forma casi circular de 250 Km de di metro y 50 000 Km es el nico caso em el que uma unidad fluviomorfol gica sirve como base para dos subregi o del Pantanal El abanico perfectamen
48. 26 Nov 2004 N DE TRA B 30 23 97 TRABALHOS SELECIONADOS Autores Recursos Naturais do Pantanal Resende Abordagem metodol gica para o Sakamoto estudo de lagoas e salinas do et all Pantanal da Nhecol ndia MS fazenda S o Miguel do Firme Atributos qu micos dos solos de Cardoso unidades de paisagem da sub regi o et all da Nhecol ndia Pantanal MS Ficoflora do Pantanal da Santos et Nhecol ndia MS Brasil um all levantamento preliminar em tr s lagoas salinas e uma salitrada Mapeamento de solos salinos Rezende Pantanal da Nhecol ndia MS um Filho et m todo cartogr fico all Microclima no Pantanal da Gradella Nhecol ndia MS lagoa Salina da et all fazenda Santo In cio e lagoa Salina da Reserva na fazenda Nhumirim Embrapa Pantanal Morfologia do solo de tr s Silva et toposseq ncias na rea da lagoa all Salina do Meio fazenda Nhumirim Pantanal da Nhecol ndia MS Oscila o sazonal do len ol fre tico Bacani et no entorno da lagoa Salina do Meio all Pantanal da Nhecol ndia monografias disserta es e teses por m neste trabalho recorremos apenas s teses e disserta es desenvolvidas junto a esse grupo de pesquisadores Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 117 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossi
49. A natureza na perspectiva desses pensadores n o era mais algo divinizado pertencente exclusivamente a Deus pois foi efetuada cientificamente na rbita do Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 45 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem conhecimento humano melhor ainda foi concedida por Deus a intelig ncia humana para a natureza ser revelada estudada detalhada matematizada e dominada Galileu Galilei 1564 1642 na opini o de Barbosa 2006 foi o grande respons vel pelo in cio da racionaliza o da natureza uma vez que o mesmo transformou a vis o simplista m gica da f sica em ideias quantificadas e matem ticas portanto introduziu ao conceito de natureza a raz o da f sica A natureza do s culo XVI e XVII modificada enquanto conceito e utilidade o homem entende suas leis cria sistemas para compreend la e aplic la Nestes dois s culos o homem n o aceita mais o dogmatismo religioso Entende se que a natureza encontra enfim o homem na sua ferocidade intelectual e na sua empreitada rumo instrumentaliza o s t cnicas s tecnologias Diante disso houve nos s culos XVI e XVII um abandono da divindade para a l gica no interior de metodologias do conhecimento e sua utiliza o no mundo Logo naquele momento conhecer n o apenas adquirir sabedoria mas tamb
50. Al m desta distribui o desigual acrescentava se a maior concentra o populacional nas cidades tendo como consequ ncia um substancial aumento da urbaniza o fruto de um xodo rural sem precedentes na hist ria da humanidade Se a explos o demogr fica decorreu por um lado do desenvolvimento da medicina e da farmacoterapia por outro evidenciou as disparidades originadas pela desigualdade na distribui o de recursos e rendas tanto em n vel internacioanal quanto intranacional e nestas condi es os extremos de minoria privilegiada e maioria desassistida se tornaram bastante claros mesmo nas estat sticas mais manipuladas MENDON A 1998 p 40 Ainda sob essa tica aconselh vel se atentar tamb m na representativa onda de fome seca e desertifica o na Africa nos anos 60 e in cio dos anos 770 bem como 7 is se TD 5 E E nos movimentos sociais gerais manifestados com a magnitude abrupta das rela es pol ticas econ micas e sociais movidas pelo veemente incha o dos n cleos urbanos Ver Mendon a 1998 cap tulo 3 onde s o relatadas as conting ncias mundiais para a eclos o da consci ncia ambiental no s culo XX Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 57 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Quanto ci ncia geogr fica seguindo as influ ncias impostas a todas a
51. C ARCHELA Rosely S Geossistema territ rio e paisagem M todo de estudo da paisagem rural sob a tica Bertrandiana Revista Geografia v 18 n 1 UEL Londrina jan jun 2009 POR F D The Pantanal of Mato Grosso Brazil London Ed KAP 1995 122 POTT Arnildo Din mica da Vegeta o do Pantanal In Anais do Segundo Congresso de ecologia do Brasil Caxamb MG 2007 PROEN A A C Pantanal Gente Tradi o e Hist ria Ed do autor Campo Grande MS 1992 QUEIROZ NETO Jos P Estudo de Forma o Superficiais no Brasil Revista do Instituto Geol gico S o Paulo 22 1 2 2001 p 65 78 LUCATI Herbert M SAKAMOTO Arnaldo Y Granulometria dos solos Arenosos da lagoa do Meio Fazenda Nhumirim Embrapa Pantanal In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL MANEJO E CONSERVA O 3 2000 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA CPAP UFMS 2000 SAKAMOTO Arnaldo Y LUCATI Herbert M FERNADES Erm nio Granulometria dos solos Arenosos da lagoa do Meio Fazenda Nhumirim Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 273 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Embrapa Pantanal In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL MANEJO E CONSERVA O 2 1996 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA CPAP UFMS 1996
52. Ge grafos 18 Tr s Lagoas UFMS 2010 BARBOSA T lio O Conceito de Natureza e An lise dos Livros Did ticos de Geografia Disserta o Mestrado PPGG UNESP FCT Presidente Prudente SP 2006 BARROS NETTO J de A cria o emp rica de bovinos no Pantanal da Nhecol ndia Ed Resenha Tribut ria S o Paulo 1979 BERTRAND Claude e Georges Uma Geografia Transversal e de Travessias o meio ambiente atrav s dos territ rios e das temporalidades PASSOS Messias Modesto dos Tradu o e organiza o Maring Ed Massoni 2007 Une g ographie traversitre L environnement travers territoires et temporalites Paris Editions Arguments 2002 311p BERTRAND G Paisagem e geografia f sica global esboco metodol gico Caderno de Ci ncias da Terra n 13 p 1 27 1972 BITTENCOURT ROSA D Aspectos Geol gicos e Geomorfol gicos do Pantanal Mato grossense In Revista A o Ambienta Universidade Federal de Vi osa Ano VI N 26 Janeiro Fevereiro de 2004 Vi osa MG 2004 7 10p BOULET R An lise Estrutural da cobertura pedol gica e cartogr fica In A responsabilidade social da Ci ncia do Solo Campinas SP 1988 XX Cong Bras de Ci ncia do Solo pg 79 90 BRASII 1982 Geologia da folha SE 21 Corumb Geologia geomorfologia pedologia vegeta o e uso potencial da Terra Levantamento de Recursos Naturais RADAMBRASIL Min Das Minas Energia 27 448pp Bras lia BRASIL Minist rio da Agr
53. Geoecologia das Paisagens uma vis o geossist mica da an lise ambiental 2 Ed Fortaleza Edi es UFC 2007 ROHDE G M Geoqu mica Ambiental e Estudos de Impacto 2 ed S o Paulo Signus Editora 2004 Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 274 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ROUGERIE G e BEROUTCHACHVILI N G osyst mes et Paysages bilan et m thodes Armand Colin Editeur Paris 1991 RUELLAN A Contribuic o das pesquisas em zona tropical ao desenvolvimento da ci nciado solo In CONGRESSO BRASILEIRO DE CI NCIAS DO SOLO 21 1988 Campinas A responsabilidade social da ci ncia do solo Campinas Sociedade Brasileira de Ci ncia do Solo 1988a p 405 414 SAKAMOTO Aranaldo Yoso Experimentos de campo pedoclim ticos e perspectivas de pesquisa cient fica no Pantanal da Nhecol ndia In ENCONTRO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 4 1993 Cuiab MT Anais Cuiab UFMT 1993 p 340 364 SALVI SAKAMOTO L L QUEIROZ NETO J P BARBIERO L Abordagem metodol gica para o estudo de lagoas e salinas do Pantanal da Nhecol ndia MS fazenda S o Miguel do Firme In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIOECON MICOS DO PANTANAL SUSTENTABILIDADE REGIONAL 4 2004 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA PANTANAL 2004 Din mica H drica em uma Lagoa Salina
54. M Sorre G Rougerie dentre outros Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 69 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem De acordo com Passos 2003 O Dollfus 1973 afirma que a paisagem se se descreve e se explica partindo das formas de sua morfologia no sentido amplo As formas resultam de dados do meio ambiente natural ou s o as consequ ncias da interven o humana imprimindo sua marca sobre o espa o J para E Juillard 1971 apud PASSOS 2003 desde longo tempo uma das no es mais fecundas da Geografia aquela das paisagens isto uma combina o de tra os f sicos e humanos que d a um territ rio uma fisionomia pr pria que o faz um conjunto sen o uniforme pelo menos caracterizado pela repeti o habitual de certos tra os A paisagem para Jean L F TRICART 1977 uma dada por o percept vel a um observador onde se inscreve uma combina o de fatos vis veis e invis veis e intera es que num dado momento n o percebemos sen o o resultado global Com base em tais abordagens e contribui es Passos 2003 conclui que o conceito cient fico de paisagem abrange uma realidade que reflete as profundas rela es frequentemente n o vis veis entre seus elementos A pesquisa dessas rela es um tema de investiga o regida pelas regras do m todo cient fico A paisagem
55. N o Identificada 2 2a3 1 lt 2 gt G Guettarda viburnoides 6 3a25 2 S 3 I Cereus giganteus Engelm 1 2 5 Subarbustivo E Esp cie N o Identificada 3 la2 l S 1 Herb ceo F Esp cie N o Identificada 1 0 5 J Bromelia balansae 45 0 4 a 0 8 Caraguat gt 3 lt L Esp cie N o Identificada 9 At 1 1 4 2 M Esp cie N o Identificada 23 0 3a0 6 2 l N Mascagnia benthamiana 7 1 2 4el ALTITUDE 101m INCLINACAO EXPOSI AO CLIMA Sub Tropical com esta es bem definidas Precipita o anual 1 100mm Tempertura m dia anual 25 e 26 C MICROCLIMA 35 C ROCHA MATRIZ Forma o Pantanal SOLO Neossolo quartzar nico EROS O Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 209 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem SUPERFICIAL ACAO ANTR PICA Presen a de gado al m de uma estrada e cerca pr xima ao lote Fonte Dados obtidos atrav s de atividades t cnico cient ficas de campo realizadas na rea de estudo No lado norte da cordilheira da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol foram identificas no porte herb ceo 85 esp cies que representam 72 6 da vegeta o que comp e o lote 1 sendo que o caraguat se apresenta de maneira predominante com um total de 45 esp cies o que representa 53 da vegeta o que comp e esse porte Ressalta
56. O 56 59 macrofitas de 24 1 animais g Fen Redox 126 renque de Carand s a Leste Pequenos S 19 17 07 C E 7 z pH 6 5 p 056059 om SP Cond 402 01 2 cos inheiros Temp 36 p Redox 128 macrofitas e taboa Lagoa com S 19 16 espinheira pH 6 3 P7 d uds ao Cond 245 O36 n rea embaciada e Tapoa 33 7 com presen a de Redox 118 caramujos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 141 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem z Area aparentemente de caixa de empr stimo cordilheira S 19 18 degradada e P8 14 5 vegeta o 57 03 15 5 invasora na parte Norte fedegoso alongada de Leste para o Oeste Salina alongada com renque de Carand s no sentido Noroeste No sentido Sudeste S 19 09 aglomerados de pH 9 67 pH 7 5 Cond 135 Temp 33 8 Redox 62 10 7 Carand s com Cond 3 46 P9 056 56 vegeta o de Temp 28 6 57 4 cordilheira Redox 14 Houve Sal 1 7 desmatamento perto da salina gram nea rasteira e grama maior cebola d gua Paisagem com grupos de Carand s al m de Carand s esparsos na rea da baia S 19 09 46 Espinheiros e pH 7 66 Cond 98 2 PIO 05656 87 tamb m Temper mataia Redox 61 o mV Sal 0 3 org nica Na borda laje escura com m
57. Pantanal da Nhecol ndia descritas neste trabalho que afirmam para essa rea uma acentuada densidade de sistemas lacustres dentre os quais baias doces e salinas e acreditamos mais fidedignamente ainda que compreendendo o papel a din mica e o processo de forma o e evolu o dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia al m de sua import ncia e fun o na din mica sist mica da paisagem regional podemos transferir tais conhecimentos para a compreens o da Nhecolandia como um todo Portanto de modo a dinamizar as atividades de levantamento dos elementos da natureza da rea em quest o optou se por realizar atividades referentes pedomorfologia fitossociologia e topografia local de uma lagoa salitrada na rea do Pantanal da Baixa Nhecol ndia Figura 36 rea de maior densidade de lagoas dentro do Pantanal da Nhecol ndia de acordo com Fernandes 2007 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 139 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem gt Pantanal da Nhecol ndia Baixa Nhecol ndia Figura 36 Recorte da rea de estudo evidenciando o Pantanal da Nhecol ndia Dentro desta rea a primeira atividade realizada foi uma sondagem explorat ria na altura da curva do leque analisando portanto as caracter sticas fisiogr ficas da paisagem dos sistemas lacustres vis
58. Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem provocam altera o do meio gerando poss veis impactos de consequ ncia negativas em longo prazo De acordo com os autores a press o do desmatamento para implanta o de pastagens plantadas tem afetado principalmente as fitofisionomias arb reas do Pantanal conferido aos indiv duos rec m propriet rios de terras no Pantanal um caracter de mudan a ideol gica em pr l do desenvolvimento econ mico pautado na entrada das inova es tecnol gicas e benfeitorias estruturais que facilitem o processo de produ o independente das limita es impostas pela din mica natural do Pantanal Trata se a nosso ver de indiv duos alien genas rea com um lema resumido na acumula o a qualquer custo no que tange os aspectos f sico naturais constituintes da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia Ah acho que ta piorando porque as pessoas t o dismatando n j entrou um monte de pessoal de s o paulo campo grandi aqui e t o dismatando n Os fazendeiros de antigamente n eles nem gostava que botava fogo eles at queimava mais num gostava que derrubava a mata hoje ta proibido queima e t o desmatando pra cria gado vai dirrubando dirrubando ent o ta mudando o pantanal caba secando tudo onde desmata caba secando tudim n Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantan
59. Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem trator n Tem fazenda que vai na cidade de ano im ano Mais cada um tem sua viv ncia n Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal Na poca da enchente na enchente ruim muito ruim caba transporte caba tudo n Da s avi o ou trat n Fica ilhado assim n A fazenda tem um trat que leva agente l no aterro l n a pega uma Toyota e vai pra cidade mais outras fazenda n o fica at seca e se tiv doente vem de avi o busca Vandir F 54 anos de idade e 29 anos no Pantanal Figura 60 Pantaneiros retornando da cidade para as Fazendas e Imagem da Estrada do Aterro principal via de acesso curva do Leque Foto Luciano Candisani Janeiro 20042 Figura 61 Transporte em Per odo de Cheia C Percep o Sobre a Din mica Regional Natural do Pantanal da Nhecol ndia Durante as conversas os Pantaneiros relataram atrav s de lembran as vividas e percebidas al m de mem rias herdadas dos familiares e antepassados as suas acep es m Fonte http viajeaqui abril com br national geographic blog luciano candisani page 2 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 223 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisa
60. SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL SUSTENTABILIDADE REGIONAL 4 2004 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA PANTANAL 2004 BACANL V M SAKAMOTO A Y QUEIROZ NETO J P BARBIERO L FURIAN S ALVES M C A morfologia e o pH do solo da lagoa salitrada Pantanal da Nhecol ndia MS In CONGRESSO BRASILEIRO DE CI NCIA DO SOLO 29 2003 Ribeir o Preto SP Anais Ribeir o Preto SP 2003 SAKAMOTO Arnaldo Yoso As Lagoas do Pantanal da Nhecol ndia como unidades da Paisagem Distintas e Peculiares reflex es com base nas pesquisas e debates sul matogrossenses In CONGRESSO DO MEIO AMBIENTE DA AUGM 4 2009 S o Carlos SP Anais S o Carlos SP UFSCAR 2009 SILVESTRE FILHO D F ROMEU N Caracter sticas e potencialidades do PantanalMato grossense Bras lia DF IPEA IPLAN 1973 SOARES A P SOARES P C ASSINE M L Areais e Lagoas do Pantanal Brasil heran a paleoclim tica Revista Brasileira de Geoci ncias Volume 33 2003 p 211 224 SOUZA L cio Gomes de Hist ria de uma Regi o Pantanal e Corumb Editora Resenha Tribut ria LTDA S o Paulo 1973 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 277 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem SOUZA Reginaldo Jos de O Sistema GTP Geossistema Territ rio Pais
61. Trata se portanto de uma unidade dimensional compreendida entre alguns quil metros quadrados e algumas centenas de quil metros quadrados nesta escala que se situa a maior parte dos fen menos de interfer ncia entre os elementos da paisagem e que evoluem as combina es dial ticas mais interessantes para o ge grafo Nos n veis superiores a ele s o relevo e o clima importam e acessoriamente as grandes massas vegetais Nos n veis inferiores os elementos biogeogr ficos s o capazes de mascarar as combina es de conjunto Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 79 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Enfim o geossistema constitui uma boa base para os estudos de organiza o do espa o BERTRAND 2007 p 18 Empurrado por essas ideias de Bertrand t o discutidas no Brasil a partir da d cada de 1970 o Ge grafo Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro busca nas v rias escolas de geografia distribu das pelo mundo melhor estabelecer o conceito de Geossistema Como resultado em sua publica o datada do ano de 2000 ele tece algumas cr ticas ao modelo te rico apresentado por Bertrand julgando que nada indica que se haja firmado no conceito de geossistema em Paradigma para a geografia nem mesmo para geografia f sica Para ele v rios pesquisadores de diferentes ramos do conhecimento de difere
62. a maior parte da regi o n o est de acordo com a realidade f sica E a verdade est a as sesmarias triplicaram de superf cie mas as maiores enchentes cobrem uma rea muit ssimo inferior a 2 3 do Pantanal VALVERDE 1972 p 106 Valverde destaca portanto que os latif ndios do Pantanal surgiram pois em primeiro lugar por uma tradi o latifundi ria que n o s brasileira mas latino americana remontando s origens ib ricas Por outro lado a concess o de grandes sesmarias estava de acordo com os objetivos do governo J que a soberania pol tica se baseava no princ pio do UTI possidetis convinha entregar a cada um reas imensas como fundamento para a dilata o das fronteiras no espa o vazio preciso ter sempre em mente que os pr prios membros do governo eram tamb m latifundi rios Observa se ent o que o sistema pol tico vigente no per odo garantiu regi o do Pantanal uma estrutura fundi ria iniciada com base no latif ndio Extensas reas se tornaram propriedades de grandes nomes de fam lias influentes na poca e foram passadas s gera es subsequentes Foi assim em todos os Pantanais de norte a sul de leste a oeste sendo ocupado paulatinamente Podemos ainda citar como exemplos bem representativos os Rondon com o dom nio fundi rio do Pantanal do Rio Negro e o poderio da fam lia Gomes da Silva representados pelo Bar o de Vila Maria 1825 1876 os quais assenhorearam grande por o d
63. a n o ser por diletantismo BARROS NETO 1979 p 29 N o nos colocamos aqui como ecologistas anti desenvolvimentistas ao contrario acreditamos que o desenvolvimento e o progresso devem estar ao alcance de todos e para isso necess rio que se tenha o conhecimento aprofundado das caracter sticas e din micas pr prias de cada rea de modo a n o confrontar diretamente negativamente e de forma que leve a qualquer tipo de estagna o Quanto ao entendimento alcan ado at ent o sobre o Pantanal os trabalhos de caracteriza o desta rea efetuados por Cunha 1980 Franco amp Pinheiro 1982 RADAMBRASIL 1982 Orioli et al 1982 Alvarenga et al 1984 Ab Saber 1988 e Amaral Filho 1986 s o em si suficientes para atestar a grande complexidade Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 30 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem a qual est inserida o Pantanal Mato grossense no que diz respeito sua din mica de evolu o e funcionamento Cabe ressaltar que essa complexidade est intrinsecamente relacionada sua recente forma o o que gera mais fragilidade e vulnerabilidade rea De acordo com cada escala de an lise utilizado em prol das descobertas cientificas na rea poss vel a identifica o e caracteriza o de diferentes fragmentos que se homogene zam de acordo com su
64. as forma es lacustres nunca deixaram de exercer uma fascina o incontest vel no esp rito do silv cola Considerando se que a coloniza o de Mato Grosso desenvolveu se ao longo dos eixos fluviais compreende se que os choques entre os penetradores e os primitivos donos das vastas sesmarias dar se iam justamente nas guas dos rios ou em suas imediatas vizinhan as Tal particularidade transferir se ia mais tarde s lutas entre portugueses e espanh is e s da Guerra do Paraguai neste setor A situa o era bem diversa entre um bando e outro de um lado a ambi o da conquista a febre do ouro e a crueldade da preia e da escravid o de outro o est mulo da rea o contra o intruso e a defesa de um Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 218 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem patrim nio conseguido de longa data sublimados no acendrado amor liberdade SOUZA 1973 As concep es de Proen a 1997 al m de concordar com as informa es supracitadas ainda as complementam pois fica claro em seus an ncios que os ndios iniciaram a hist ria da ocupa o humana no Pantanal onde viveram durante s culos uma vida errante e livre Usando as palavras do autor foram os senhores da terra na qual se adaptaram ao longo dos rios ou nas serras circundantes formando grupos tribais e l
65. baba u Oribignya Oleifera Bur O autor conclui por meio de suas investiga es que a particularidade da lagoa Salitrada est em fun o de sua sazonalidade em que apresenta uma varia o dos valores de pH entre 6 0 e 8 5 As estruturas pedol gicas aparecem na parte sul da mesma forma da lagoa salina do Meio por m menos marcada Apresenta tra os caracter sticos de ambientes salinos mas mant m conectividade com ambientes n o salinos observado ainda que tanto a estrutura pedol gica quanto a cobertura vegetal se apresentam de maneira aparentemente alterada e ou em transforma o levando Rezende Filho 2006 hip tese de que o ambiente atual da lagoa salitrada era no passado formado por duas lagoas e com o passar do tempo a vegeta o regrediu formando apenas um ambiente onde possivelmente a estrutura pedol gica se apresenta em processo de dissolu o de sais Em busca de verificar a veracidade desta hip tese Silva 2007 analisou a pedomorfologia do sistema da lagoa Salitrada e os atuais processos pedogen ticos atuantes na rea bem como sua evolu o e influ ncia destes processos na constitui o da fisionomia da paisagem local De acordo com Silva 2007 a organiza o pedomorfol gica apresentada aliada aos resultados das an lises topogr ficas e coletas de dados de pH Redox e condutividade eletromagn tica permitiram a visualiza o e identifica o de processos pedogen ticos em din mica de atua o di
66. comp em a paisagem das lagoas salitradas no Pantanal da Nhecol ndia vegeta o clima relevo e hidrografia com os fatores Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 40 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem constituintes dos sismemas s cio economico territorial e cultural que condicionam o uso e ocupa o da rea Portanto a premissa te rica que recorremos a que dita ser preciso definir a configura o cient fica as ferramentas epistemol gicas conceituais metodol gicas e tecnol gicas ou seja um paradigma de hibridiza o entre a natureza e a sociedade Deste modo a quest o como entrar num sistema global h brido como entender as especificidades geogr ficas da territorializa o da antropiza o de sistemas naturais e da dimens o s cio cultural desse sistema Essa vis o vai ao encontro e muito contribui para a compreens o e ado o do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem como ferramenta basilar na an lise do meio ambiente principalmente para uma rea t o complexa como do Pantanal da Nhecol ndia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 41 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem QOO tel Pus ey ZENA PARTE 1 N o existe
67. d cadas de 70 e 80 do s culo XX e os trabalhos em geografia com essa abordagem t m procurado em sua maioria desenvolver uma an lise mais integrativa da tem tica ambiental 2 4 A Complexidade Inerente Paisagem a polissemia Assim como os termos espa o geogr fico regi o lugar e territ rio a no o de paisagem h muito vem sendo utilizados nas pesquisas vinculadas a ci ncia Geogr fica no entanto a utiliza o da mesma os m todos relacionados bem como sua aplicabilidade s o motivos de muitas discuss es e cr ticas ao longo da hist ria dos trabalhos em geografia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 64 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Para Em dio 2006 a defini o de paisagem sob o ponto de vista do senso comum encontrada nos dicion rios se refere tanto ao espa o que se abrange num lance de vista como pintura e ao desenho que representam a natureza ou um aglomerado urbano Entretanto a an lise detalhada do tema demonstra serem esses conceitos muito simplistas pois as atividades naturais e as intera es entre os seus componentes deixam de ser tratadas Dias 2003 em suas contribui es afirma que enquanto a paisagem considerada consensualmente uma possibilidade bastante f rtil para os estudos geogr ficos por outro lado tamb m
68. da lagoa Salitrada da lagoa Salitrada 7n Zinco mg dm3 Amostras Gr fico 26 Zn das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Ainda de acordo com Kiehl 1979 a presen a de pH entre 8 0 e 8 5 indica a ocorr ncia de carbonato de c lcio e ou magn sios livres e baixa disponibilidade dos elementos P Mn Zn e Cu informa o um pouco incoerente com os resultados para a amostra 8 localizada na camada verde ao centro e em profundidade na topossequ ncia pois apesar do teor do pH ser igual a 8 0 os teores identificados nas an lises para o C lcio e magn sio n o s o os mais altos no perfil Por outro lado os dados para Cu e Mn est o entre os mais altos identificados nas amostras exceto o Zn que possui um dos menores teores apresentados Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 204 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem J no caso da amostra n mero 11 localizada na laje endurecida no lado oeste da topossequencia acreditamos ser o Mn e Zn os respons veis pela acidez do mesmo pois todos os materiais analisados para essa amostra indicam para um pH alcalino No entanto a amostra apresentou pH igual a 6 5 Para Kiehl 1979 estudos realizados com solos brasileiros tem demonstrado ser o Al troc vel e em certas terras a presen a de Mn o principal elemento respo
69. das lagoas da Nhecol ndia entre os anos de 1966 e 2006 por meio de uma metodologia de compara o de imagens de sat lite de diferentes pocas os autores afirmaram que as lagoas n o apresentaram evid ncias de uma poss vel coalesc ncia grandes modifica es de seus formatos e migra es entre os anos de 1966 e 2006 A informa o de falta de coalesc ncia entre o sistema apresentada pelos autores v o contra os resultados apresentados por Mour o 1989 Sakamoto 1997 Sakamoto et al 2004 Almeida et al 2006 e Mendes 2008 uma vez que n o foi poss vel estudar as lagoas ao longo de todo o ano pois como admite Oliveira et al 2006 as Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 124 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem imagens apresentavam muitas nuvens em pocas de cheias impedindo a visualiza o da rea de estudo O trabalho de Gomes et al 2006 tamb m atentam para o perigo da escolha de procedimentos de sensoriamento remoto equivocados para analisar uma rea t o complexa quanto a Nhecol ndia Em sua pesquisa os autores buscaram avaliar as potencialidades de imagem JERS 1 com base em processamentos digitais especificamente classifica o de imagens aplicados para o mapeamento das lagoas tendo como rea de estudo piloto a Fazenda Nhumirim no Pantanal da baixa Nhecol ndi
70. de uma hist ria de evolu o e transforma o da natureza e do homem o mundo n o pode reduzir se a uma cole o de corpos No entanto mesmo com essa premissa com a incorpora o do modo positivista de se pensar reinante no momento que as ci ncias passam cada uma a se especializar numa por o da esfera o todo das ci ncias traduzindo uma divis o cient fica do trabalho unida pelo sistema econ mico quando ganha sua express o m xima a rela o utilit ria da natureza f sica do per odo do Renascimento o arsenal da natureza vira o fator terra da moderna economia e as ci ncias naturais o seu inventariante Materializa se a a passagem economia pol tica da natureza fator terra de produ o Enfim de acordo com Moreira 2006 a geografia que conhecemos nasce e expressa esse contexto de especializa es e valores pr ticos do pragmatismo industrial do s culo XIX Exprime se nesse mbito como uma especialista da natureza inorg nica com a fun o de inventariar sua reparti o e arruma o corol gica na superf cie terrestre para fins do seu uso pr tico na sociedade Raz o por que muitas vezes ela cruza em seu mister de invent rio da natureza segundo os lugares do espa o com a geografia pol tica e a geopol tica Contudo o autor ainda conclui que Significa tudo isto entender que a natureza o movimento em que as formas saem umas das outras a vida da mat ria em vida a mat ria Z sem vida da mat ria
71. de acordo com Bertrand 2007 o geossistema corresponde a dados ecol gicos relativamente est veis Ele resulta da combina o de fatores geomorfol gicos natureza das rochas e dos mantos superficiais valor do declive din mica das vertentes clim ticos precipita es temperatura e hidrol gicos len is fre ticos epid rmicos e nascentes Ph das guas tempos de ressecamento do Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 80 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem solo o potencial ecol gico do geossistema Ele estudado por si mesmo e n o por um aspecto limitado de um simples lugar Deste modo o geossistema um complexo essencialmente din mico mesmo num espa o tempo muito breve por exemplo de tipo hist rico BERTRAND 2007 p 19 Ressalta se utilizando as explana es de Souza 2010 que George Bertrand em curso ministrado no PPGG FCT UNESP 2007 mencionou certa inadequa o do uso do termo geossistema no uso de sua proposta O pr prio pesquisador citou uma nomenclatura que seria mais apropriada o geocomplexo No in cio de sua elabora o te rica o autor concebia o geossistema como uma escala de an lise dentro de um conjunto hier rquico compreendido por seis n veis temporo espaciais decrescentes Zona dom nio regi o natural geossistema geof cie e ge top
72. de interpreta o da paisagem essas entradas de an lise podem ser agrupadas em dois subconjuntos e Um subsistema material que prop e uma an lise dos objetos da paisagem com suas caracter sticas biol gicas ou f sicas sua organiza o espacial e seu funcionamento hist rico e Um subsistema cultural baseado nas percep es e representa es paisag sticas que deve revelar a diversidade e cruzamento dos olhares sobre um mesmo territ rio Ele permite em particular evidenciar as quest es as contradi es e os conflitos que nascem em torno da paisagem Os olhares n o s o todos iguais eles se hierarquizam em fun o de um modelo dominante fortemente mediatizado Contudo a an lise da paisagem em geografia necessita de uma abordagem pautada na intera o dial tica dos elementos que a comp e em uma escala tempo espacial ambas as atividades bem coerentes com a escolha do m todo ou da soma inter relacionada de m todos e de conceitos Em suma essa organiza o te rica busca avan ar na quest o do m todo em geografia que para Esp sito 2004 n o pode ser abordado do ponto de vista disciplinar mas como instrumento intelectual e racional que possibilite a apreens o da realidade objetiva pelo investigador quando este pretende fazer uma leitura desta realidade e estabelecer verdades cient ficas para sua interpreta o Para Santos 1996 apud ESP SITO 2004 a quest o do m todo fundamental porque se trata da constru
73. dogmaticamente adotada como base te rico metodol gica como o era naquele momento afastando assim cada vez mais o ge grafo do entendimento do espa o geogr fico e sua complexidade principalmente pelo vi s da geografia f sica O ecossistema uma abordagem ecol gica da natureza ele n o toda a natureza e n o devemos desvi lo do seu objetivo biol gico Bertrand 2007 p 72 Quanto geografia contempor nea Vitte 2008 salienta que atualmente apesar da nova quantifica o que vivemos com as geotecnologias e o sensoriamento remoto as problem ticas sociais e ambientais atreladas crise da Ci ncia Moderna inviabilizaram aquela maneira de se conceber metodol gica e epistemologicamente a matematiza o do espa o geogr fico assim como a velha Teoria Geral dos Sistemas que havia caminhado pari passu com a geografia quantitativa A revolu o einsteniana sobre o espa o e o tempo a globaliza o da economia e o renascimento da geografia cultural colocaram para a discuss o no meio acad mico da geografia a necessidade de repensarmos a complexidade do real e neste o sentido de espa o geogr fico sendo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 59 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem imposs vel agora pensarmos a geografia e o espa o separados do tempo Isso exige um novo di l
74. dos do ProMark2 por meio de um cabo serial e enviados a um computador para serem p s processados Inicialmente foi localizado um marco georreferenciado pr ximo da lagoa estudada que serviu como base transfer vel para o centro da lagoa Para tal feito um aparelho deixado no modo est tico durante aproximadamente tr s horas no marco referencial e outro no centro da lagoa salitrada posteriormente ao tempo determinado o GPS deixado no centro da lagoa se torna a base referencial enquanto o primeiro passa a funcionar no modo Stop and Go possibilitando gravar com acur cia a topografia de cada ponto em que ficar estabilizado por no m nimo tr s minutos Figura 41 Por meio desta din mica foram estabelecidos 102 pontos em uma malha irregular Figura 42 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 149 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 507800 507900 508000 508100 508200 508300 508400 Figura 42 Malha Irregular com a localiza o dos pontos para levantamento topogr fico Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 150 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Posteriormente dados foram p s processados e atrav s da utiliza o de software e
75. e Paisagem do geossistema como modelo te rico metodol gico em contribui o com a paisagem em geografia Em sua obra publicada em 2007 Bertrand j afirmava que considerava o meio ambiente como complexo e indefin vel demais para ser apreendido a partir de um nico conceito e de um nico m todo poss vel tratar do meio ambiente a partir de um sistema conceitual tripolar e interativo geossistema territ rio paisagem Resumindo uma estrat gia tridimensional em tr s espa os em tr s tempos Figura 17 e O tempo do geossistema aquele da natureza antropizada o tempo da fonte das caracter sticas bio f sico qu micas de sua gua e de seus ritmos hidrol gicos e O tempo do territ rio aquele do social e do econ mico do tempo do mercado ao tempo do desenvolvimento dur vel o tempo do recurso da gest o da redistribui o da polui o despolui o e O tempo da paisagem aquele do cultural do patrim nio do indentit rio e das representa es o tempo do retorno s fontes aquele do simb lico do mito e do ritual Percep o e Teleologia dos Processo Conceitos fun o de uso subsistemas dominante eic Geossislema Naturalidade fos gt s t naturalista GEOSSISTEMA Source antropiza o S Espa o Temo Entrada Ghbalzact Geogr fico P recurso Musso econ rici pe Maipo cg HISP in d Ressource mu A Paisagem Entra provedora md oculto
76. e Pinheiro 1982 que determinam que o Pantanal possui altimetrias entre 80 e 150m e um gradiente topogr fico que varia de 0 3 a 0 5 m km no sentido leste oeste e de 0 03 a 0 15 m km no sentido norte sul o que contribui para um barramento do escoamento do rio Taquari e o consequente alagamento da rea Figura 23 Altitude m 62 61 60 59 58 57 56 55 54 53 52 Figura 23 Modelo digital de eleva o da regi o onde se encontra o Pantanal Em azul e verde claro as Plan cies do Chaco e Pantanal Alto Paraguai Fonte Zani 2008 p 02 Os estudos mostram que a g nese original do Pantanal se prende s movimenta es tect nicas terci rias e s fases erosivas e deposicionais que se seguiram Contudo sua evolu o atual est relacionada principalmente a atua o de fatores externos em que a din mica fluvial tem um papel relevante A hidrologia da rea conta com o rio Paraguai como principal curso d gua tendo como tribut rios os rios Jauru Caba al Sepotuba Cuiab e seus afluentes S o Louren o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 95 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e Piquiri Taquari Miranda e seu afluente o Aquidauana e Apa Sendo que destes o Taquari tem importante din mica no processo evolutivo do Pantanal uma vez que por se encontrar e
77. estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem X territorial composto por propriedades destinadas agropecu ria como pode ser observado na Figura 47 juntamente ao gr fico 1 Area dos estabelecimentos agropecu rios Hectares eme Rede Municipal atos is ELI Municipio de Corumba 1 n LJ o 0 100 km iM Seb Fonte Organiza o Maura Hennque Soares tia Silva Phicarto IBGE Cemo Agropecu rio 2006 Edi o Gr fica Marine Dubos Raoul http philcarto free fr Figura 49 Area dos estabelecimentos agropecu rios no Estado de Mato Grosso do Sul reas de Propriedades Rurais em MS 5000000 4500000 4000000 3500000 3000000 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 O0 Aquidauana Porto Murtinho Tr s Lagoas gua Clara Rio Verde de Mato Campo Grande Camapu Inoc ncia Brasil ndia Paranaiba Costa Rica Maracaju Bela Vista Sidrol ndia Nova Andradina Ribas do Rio Pardo Santa Rita do Pardo Gr fico 1 Os 20 maiores munic pios em reas compostas por propriedades rurais no Estado de Mato Grosso do Sul Censo Agropecu rio de 2006 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 175 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Al m da import ncia de notarmos que o munic pio de Corumb
78. externas disciplina a maior fonte de cobran as tem sido interna A express o das dificuldades encontradas pela geografia s quais se atribui a impossibilidade de constituir se como s ntese est em uma esp cie de dualidade que de resto n o atinge apenas essa disciplina Essa dualidade se expressa particularmente no tratamento das rela es sociedade natureza Para Dias 2003 a transversalidade do campo de estudo da geografia constitui ao mesmo tempo a facilidade e a dificuldade dos ge grafos Facilidade porque toda amplitude de fen menos compreendidos entre a natureza e a sociedade constitui o que dito como Geografia dificuldade porque nesses termos a parcialidade do estudo geogr fico fica evidente sendo o ponto de desespero para aqueles que se recusam a produzir uma geografia desintegrada e setorizada Dias 2003 Para Vitte 2008 em s ntese torna se cada vez mais claro que enquanto a separa o entre sociedade e natureza bastante antiga o capitalismo juntamente com os sistemas de conhecimento associados a sua emerg ncia tornou se mais aguda essa separa o estabelecendo tend ncias ruptura A aplica o do marxismo geografia por exemplo se deu muito marcadamente no ramo afeto ao estudo da sociedade a geografia humana suplantando os estudos voltados natureza a geografia f sica Para o autor as publica es dos ge grafos de cunho marxistas eram voltadas para o estudo da organiza
79. grossense Cunha 1943 Almeida 1945 Almeida 1959 Cunha 1981 RADAMBRASIL 1982 Amaral Filho 1986 e Allen e Valls 1987 Para as caracter sticas pedol gicas da rea s o observadas por RADAMBRASIL 1982 solos arenosos cidos dos tipos podzol hidrom rfico ou Areias Quartzosas Hidrom rficas Allem amp Valls 1987 afirmam que os solos do pantanal da Nhecol ndia s o essencialmente arenosos apresentam textura geralmente t o fina que lembram aquela ocorrente no litoral Eventualmente podem se encontrar manchas de solo siltoso ou argiloso medida que as escalas de detalhes foram aumentando novas descobertas sobre as caracter sticas pedol gicas e sua atua o na g nese e evolu o do Pantanal eram expostas Cunha 1981 ao aumentar a riqueza de detalhe de sua an lise caracteriza os solos de cordilheiras Solos de Campo Limpo e Vazantes e Solos de Cerrado classificando os solos da Nhecol ndia como Podz l Hidrom rfico Em torno desta quest o Queiroz Neto et al 1999 apresentaram os resultados de estudos efetuados sobre os solos e suas rela es com o sistema hidrol gico Foi feito primeiramente um levantamento em pedotopossequ ncia de acordo com procedimentos estruturais da cobertura pedol gica por tradagens sucessivas BOULET 1988 contando ainda com instala o de piez metros a partir de ent o se pode constatar que Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 111 An lise da Pais
80. h drica regional da rea de estudo levantamentos de dados territoriais no que confere aos aspectos da estrutura fundi ria e pecu ria no Pantanal e entrevistas semi dirigidas com os habitantes da rea do Pantanal da Nhecol ndia No caso da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol as diferentes fei es da cobertura vegetal aliadas s distin es de organiza o pedomorfol gicas e as caracter sticas topogr ficas internas bem como s evidencias de descontinuidade do cord o vegetal cordilheira aliadas ao uso deste ambiente como elemento fonte de nutri o ao gado nas din micas de pecu ria extensiva na regi o contribuiram para a entrada de gua cida na rea atrav s de liga es diretas com sistemas coalescentes descaracterizando um sistema lacustre o qual acreditamos ter sido um ambiente alcalino em tempos pret ritos Palavras Chave Pantanal da Nhecol ndia Lagoas Salitradas Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 25 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem R SUM La pr sente tude a pour objectif de r aliser une analyse du paysage du Pantanal Nhecol ndia situ dans l Etat du Mato Grosso do Sul principalement afin de comprendre les processus de formation et l volution des syst mes lagunaires appel lagunes salitradas La recherche a
81. hip tese que esse horizonte corresponderia a testemunho de um per odo mais seco do Quatern rio Superior Bibliografias recentes com nfase na descri o e caracteriza o de solos de lagoas salinas de reas de diferentes fazendas no Pantanal da Nhecol ndia 5 em muito tem contribu do para o entendimento da morfologia dos solos das varia es horizontais e verticais dos horizontes dos solos das lagoas salinas e imedia es descritas e representadas em perf s pedomorfol gico de toposseq ncias e associadas aos elementos f sicos do ambiente S o exemplos de trabalhos nesta linha e Sakamoto et al 1996 em seu estudo sobre a topografia de lagoas salinas e seus entornos no Pantanal da Nhecol ndia apresenta dados de descri o dos solos em perfil de uma toposseq ncia realizadas em 1994 na S o Miguel do Firme al m Trabalhos referentes ao projeto 412 03 conv nio CAPES COFECUB atualmente em vigor intitulado Funcionamento Hidrol gico F sico e Biogeoqu mico do Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil Este projeto coordenado pelo Professor Dr Arnaldo Yoso Sakamoto UFMS CPTL e desde a d cada de 1990 acumulou apoio e participa o da EMBRAPA CPAP IPEN CNEN SEMACT MS FUNDECT MS USP al m de Universidades francesas Paris 7 Tolouse Marseille e Rennes 2 e o IRD Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 112 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Sa
82. homem e a natureza procura se justificar as poss veis implica es ambientais rela es de negatividade pelas pr prias rela es sociais de produ o D se nfase ao modo de produ o capitalista apropria o privada da natureza como forma de dilapida o da capacidade produtiva da terra Desta forma percebido que a tradi o positivista pressup e que a natureza exista nela por ela mesma externa s atividades humanas Assim al m de externa o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 48 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem paradigma positivista revela uma concep o dual stica da natureza A concep o positivista portanto considera que e A natureza estudada exclusivamente pela ci ncia natural o A natureza da ci ncia natural supostamente independente das atividades humanas enquanto a natureza da ci ncia social vista como criada socialmente e Vis o determinista em que se dispensa a natureza humana dentro da natureza externa pois assumido que o comportamento humano regido pelo conjunto de leis que regulam os mais primitivos artr podes Marx oferece uma alternativa unificada e n o contradit ria da natureza A teoria do materialismo hist rico possui na hist ria uma unidade com a natureza atrav s da transforma o da primeira natureza em segunda natureza qu
83. in vis vel Na Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia procedimentos metodol gicos e materiais 4 1 Levantamento dos Aspectos Naturais do Geocomplexo Nhecol ndia 4 1 1 Levantamento Pedomorfol gico Na Lagoa Salitrada 4 1 2 Levantamento dos dados de topografia local e modelo tridimensional do PO a eese EM REM E EU E 4 1 3 Elabora o das Pir mides de Vegeta o 1 eese erre rnt tneenbnce teen 4 2 Levantamento dos Aspectos Territoriais do Pantanal da Nhecol ndia 4 2 1 An lise Multitemporal de Imagens de Sat lites 2 3 Bnireyisbds Seri dib a sopro pe on EUREN S RT MET e ERU diga sia 28 44 45 53 60 64 76 82 88 102 110 116 127 133 138 147 149 151 153 154 156 xii AVA AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente Cap tulo 5 O Pantanal da Nhecol ndia um meio ambiente territorializado 5 1 A Evolu o do Sistema Fundi rio do Pantanal da Nhecol ndia Cap tulo 6 Lagoas Salitradas do Pantanal da Nhecol ndia elementos e din mica da natureza Hp P PR on 6 1 A Pedomorfologia da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol 6 1 1 Caracter stica
84. lagoa e evapora o em per odos de descarga do len ol fre tico Todos esses processos aliados entrada de guas cidas em per odos de recarga extremos e eventuais descaracterizando um sistema lacustre o qual acreditamos ter sido um ambiente alcalino em tempos pret ritos Podemos concluir ainda que o aumento do desmatamento e da substitui o da cobertura vegetal por pastagens introduzidas processo esse que materializa as estrat gias dos pecuaristas sobretudo os novos est influenciando diretamente uma din mica de reorganiza o dos elementos que constitui as paisagens do Pantanal da Nhecol ndia transformando como no caso dos cap os e ba as ocupadas por plantas invasoras e ou formando novas unidades de paisagem como no caso estudado nessa pesquisa evidenciando a muta o de um sistema alcalino em outro sistema transit rio com dire o perda total de seus elementos originais Neste ltimo caso acretimos que em um cen rio com aumentos significativos da retirada de cordilheira sobretudo em ambientes alcalinos o Pantanal da Nhecol ndia pode estar caminhando para a extin o das lagoas salinas valorizadas por um lado pelos seus aspectos ambientais ref gio de tomada d gua para os animais silvestres em per odos de estiagem detentor de biodiversidade particular de ambientes extremos como algas e cianobact rias e atualmente em maior intensidade pelos seus aspectos econ micos ambiente que contrubui para nutr
85. lagoa pr xima a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol afirma que nessa regi o as inunda es s o decorrentes da a o conjunta das guas que escoaram atrav s da Nhecol ndia e daquelas que prov m da enchente do Rio Paraguai que o n vel de base regional O autor afirma ainda que a rea de estudo al m de ser influenciada pela cheia do Rio Paraguai situado a oeste det m contribui o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 245 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem do Rio Negro ao sul al m da Vazante do Corixinho a noroeste e da drenagem da por o leste da Nhecol ndia A rea situa se pr ximo da borda sudoeste do macro leque do Taquari e constitui a transi o entre a plan cie fl vio lacustre da Nhecol ndia e a plan cie fluvial do Rio Paraguai e seus afluentes Taquari e Negro De modo a comprovarmos a liga o dessa din mica h drica regional com a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol recorremos Padovani 2010 que apresenta os maiores per odos de m ximas de cheias identificadas pela altura da r gua do Rio Paraguai em Lad rio MS Tabela 13 Tabela 14 Valores m ximos de n vel do Rio Paraguai apresentados N vel cm PER ODO DATA 652 1979 a 1987 15 de abril de 1882 664 1988 17 de abril de 1988 540 2000 a 2009 22 de junho de 2006 Fonte Padovani
86. m somar poderes sobre a natureza sobre o homem e a pol tica enfim tudo isso parte da observa o e estudo da natureza Deste modo o empirismo avan a n o apenas nas aplica es do conhecimento e diante de posturas epistemol gicas mas vai adentrar nas filosofias pol ticas e econ micas Enfim no s culo XVIII h uma grande mudan a quanto vis o do homem sobre a natureza O ser humano n o mais exclusivamente ser pensante uma mec nica de sensa es A natureza n o existe mais por si s como um todo uma unidade segura na m o do criador transformou se em fen menos independentes separados por leis estudadas diferentemente atrav s do pensar O homem agora parte da mec nica da natureza LENOBLE 1969 apud BARBOSA 2006 S o criados assim princ pios amplos e com aplicabilidades para todas as causas e efeitos do Universo afinal a natureza neste momento surgida enquanto unidade matem tica podendo ser analisada e compreendida por meio da leitura de f rmulas matem ticas e provadas por evid ncias emp ricas Neste momento de acordo com Moreira 2008 a Geografia se restringe a um conjunto de informa es e conhecimentos provenientes de in meras descri es de viagens e comp ndios sobre as caracter sticas fisiogr ficas de diferentes partes do mundo dados que s o sistematizados e organizados em grupos de classifica o constituindo uma verdadeira taxonomia do mundo f sico Cassab 2009 ressaltou qu
87. mais elevada e a velocidade estimada do vento menor Contudo fica evidente a import ncia da cobertura vegetal na caracteriza o microclim tica em diferentes esta es do ano do Pantanal da Nhecol ndia Com base nestas descobertas Gradella 2008 analisa a din mica h droclim tica no entorno da lagoa salina do Meio na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal sendo o estudo realizado no per odo da sazonalidade seca cheia de setembro 2004 a agosto 2005 utilizando como informa es a precipita o mensal obtidas por uma esta o meteorol gica do INMET Instituto Nacional de Meteorologia localizada a 5 metros da lagoa salina do Meio imagens de sat lite dados de precipita o n vel do len ol fre tico e flutua o do Rio Paraguai Com rela o salina observada os resultados de Gradella 2008 enfatizam que na rea da lagoa salina do Meio a precipita o local foi respons vel pela oscila o imediata do fre tico no per odo das chuvas concentradas fazendo com que o n vel fre tico apresentasse uma eleva o r pida e nos dias posteriores a diminui o do n vel d gua Essa oscila o est relacionada a satura o do solo pois em per odos midos para ocorrer a eleva o do n vel fre tico necessitou de mais chuva enquanto no per odo seco com pouca quantidade de chuva houve uma resposta r pida do n vel fre tico Com o fim do per odo de chuvas concentradas o solo se encontrava de saturado a mido assim
88. morfol gicas particulares receberam terminologias populares ficando amplamente conhecidas pela literatura especializada sobre o Pantanal De acordo com RADAMBRASIL 1982 as diferentes unidades da paisagem identificadas no Pantanal da Nhecol ndia Figura 30 apresentam na regi o as seguintes caracter sticas e terminologias Cordilheiras S o formas positivas de relevo estreitas e alongadas ligeiramente mais elevadas na paisagem geral da plan cie Os solos s o de Areias Quartzosas vermelhas e amarelas distr ficas e Podz is hidrom rficos ambos sob coberturas vegetais de cerrado e Cerrad o Vazantes S o superf cies ligeiramente c ncavas normalmente vinculadas a ambientes de amplas plan cies que em conjunto constituem extensas reas temporariamente alagadas com escoamento superficial muito lento Os principais solos que ocorrem nesta unidade de paisagem s o os Podz is Hidrom rficos Laterita Hidromorfica distr fica Areias Quartzosas Hidrom rficas distr ficas e Planossolos distr ficos normalmente recobertos por campos graminosos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 104 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Ba as S o formas negativas de relevo apresentando s vezes concavidades suaves e se encontram normalmente ocupadas pelas guas algumas possuindo elevados teores de sais
89. o Ay T Fazendo Faro 200 A fitogeografia do Pantanal se apresenta de forma transit ria com rela o as suas reas circunvizinhas Segundo Ab Saber 1988 o Pantanal mato grossense funciona como um not vel interespa o de transi o de contato comportando fortes penetra es de ecossistemas dos cerrados participa es significativas da flora chaquenha inclus es de componentes amaz nicos e pr amaz nicos ao lado de ecossistemas aqu ticos e subaqu ticos de grande extens o nos pantanais Isso ocorre devido sua posi o de rea situada entre pelo menos tr s grandes dom nios morfoclim ticos e fitogeogr fico sul americano Ad moli 1982 apud AD MOLI e POTT 1999 confirma esta informa o quando sugere que para entender a diversidade biogeogr fica do Pantanal necess rio introduzir um enfoque continental porque longe de apresentar caracter sticas de flora e fauna pr prias que permitam uma an lise dentro de seus limites o Pantanal uma regi o de conflu ncia das grandes prov ncias biogeogr ficas do tr pico sul americano A penetra o de correntes Amaz nica do Cerrado do Chaco e da Mata Atl ntica transforma o Pantanal segundo o autor em um carrefour biogeogr fico de primeira Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 100 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem
90. o arb rea densa cordilhera e em 1994 foi reduzida para 6896 8 ha o que corresponde a aproximadamente 489 ha 1 5 em rela o a 1987 Com rela o pastagem Bacani 2007 apresenta que em 1987 compreendia aproximadamente 22 494 3 ha apresentando um pequeno aumento em 1994 e dez anos depois se reduz para 18 945 4 ha o que segundo o autor pode estar diretamente relacionado quantidade de solo nu e sua evolu o identificado na pesquisa A classe de solo nu foi a que apresentou a maior oscila o ao longo dos tr s anos comparados Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 250 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Em 1987 recobria cerca de 1 911 7 ha enquanto que em 1994 diminuiu para 900 4 e em 2004 passou a ocupar 3 965 6 ha Ww aot 51 24 98 wur sy o4 e seen E TO MA L U t j j i I i kunarj 2 22 2 22 7 iwi or LEGENDA Solo Nu EJ Campo Pastagem Ld Corpo de gua doce hwnitr dug W 01s P 0 4m m Figura 78 Evolu o do uso e ocupa o do solo na rea da Fazenda Firme Pantanal das Nhecol ndia BACANI 2007 Cabe ainda a discuss o sobre o n vel de desmatamento identificado para toda a rea do Pantanal da Baixa Nhecol ndia uma vez que como j apresentado anteriormente trata se de u
91. o tempo que habita na regi o do Pantanal da Nhecol ndia bem como o teor das entrevistas clareza nas informa es As 10 entrevistas selecionadas foram realizadas com 9 homens e apenas 1 mulher sendo que com exce o da mulher que possui fun o de cozinheira na fazenda e de um dos entrevistados que propriet rio de um pequeno bar localizado na Curva do Leque extremo oeste da rea da baixa Nhecol ndia o restante se refere a trabalhadores rurais em fazendas e possuem como principal fun o realizar atividades de manejo e cria o de gado de corte A faixa et ria dos entrevistados varia de 33 a 51 anos de idade sendo que 40 possuem mais que 60 anos de idade e o restante est o abaixo dos 50 anos de idade Apesar disso 90 possuem mais de 20 anos de resid ncia em fazendas no Pantanal da Nhecol ndia Quanto ao estado civil apenas a mulher solteira No entanto parte dos homens entrevistados n o mora com a esposa pois dois deles afirmaram que suas respectivas esposas moram em Corumb com os filhos Os demais homens entrevistados casados afirmaram viver apenas com a esposa e possuir filhos mas estes n o moram nas fazendas s o estudantes em Corumb Miranda ou Campo Grande B Identidade Pantaneira Ao serem indagados sobre o gostar ou n o de viver no lugar e ou apresentarem os pontos positivos e negativos de viver no Pantanal da Nhecol ndia as respostas foram Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG
92. onde n o h condi es de maior desenvolvimento o m ximo a ser atingido pouco para melhores condi es ou seja o Pantanal est relativamente com o seu potencial de progresso em termos de desenvolvimento da pecu ria bastante atingido considerando a viabilidade atual Para se desbravar um espa o nada melhor que a pecu ria Ela se presta a isso porque o seu produto o boi desloca se facilmente at onde necess rio for ressalvados os preju zos com o desgaste f sico Quando surgem meios de comunica o no local em pauta aparecem outras atividades que poder o aumentar a riqueza do lugar Geralmente a lavoura vem coadjuvar na explora o da terra e at mesmo a ind stria com o advento da eletricidade Entretanto sem estradas a pecu ria mesmo por mais r stica que seja n o poder passar da fase de cria o ser impratic vel o est gio da engorda em vista do consider vel desgaste f sico nas longas caminhadas at o ponto de abate BARROS NETO 1979 p 29 Essas ideias de Barros Neto s o observadas at os dias atuais haja vista a estrutura das estradas do Pantanal da Nhecol ndia na atualidade como pode ser observado na figura 47 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 171 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 0 80 Kilometers 4 Figura 47 Distribui o das Est
93. porte da gram nea que se estende pelo interior da lagoa seca sendo poss vel a detec o de reas com gram neas mais altas evidenciando as regi es mais topograficamente deprimidas da lagoa e ainda duas reas de vegeta o invasoras uma herb cea e outra arbustiva respectivamente encontradas no lado noroeste na borda da cordilheira e no lado extremo leste DL rea de amostragem pars an lise fitossociol gica Figura 76 Fei es da Paisagem da Lagoa Salitrada de acordo com a Gobeituim vegetal A e B borda cordilheira lado norte da lagoa constitu da de vegeta o arb rea em regenera o C borda da cordilheira lado nordeste da lagoa apresentando agrupamentos de Carand s D rea leste da lagoa constitu da de vegeta o arbustiva invasora E Fe G borda sudeste da cordilheira representando um cord o de vegeta o isolado que se estende at sudoeste da lagoa contendo renques de carand s e vegeta o arbustiva semelhantes aos sistemas alcalinos preservados Lagoas Salinas H e 1 vegeta o de gram nea baixa distribu da pelo interior da lagoa seca destacando agrupamentos contendo esp cie de gram nea mais alta localizadas em reas mais deprimidas da lagoa J L e M borda da cordilheira noroeste da lagoa apresentando vegeta o arb rea abundante e em destaque na foto L vegeta o invasora herb cea alta As diferentes fei es da cobertura vegetal aliadas s distin es
94. principal via de acesso curva do Leque Figura 61 Transporte em Per odo de Cheia Figura 62 Vegeta o Arbustiva invasora que se expande pelas reas dos Campos Figura 63 Ba a com pouca gua e grande quantidade de gram nea e vegeta o invasora citada por Seu Armindo e Seu Vandir Figura 64 Ba as do Pantanal da Nhecol ndia Figura 65 Ba a de grande extens o evidenciada pelo entrevistado Augusto S Figura 66 Renque de Carand s no Pantanal da Nhecol ndia esquerda Carand s pr ximos uma Salina e direita Carand s dispersos no Campo Figura 67 Vista de vazante ocupada por vegeta o citada pelo pantaneiro Luis Figura 68 Ac mulo de material em borda de salina denominado pelo entrevistado Herm nio E como barreiro Figura 69 Lagoa Salina da Reserva citada pelo entrevistado Vandir F Figura 70 Salitrada com presen a de animais e vegeta o tipo macrofitas raramente encontrados em salinas Figura 71 Lagoa Salitrada Campo Dora utilizada como ref gio para a tomada de gua em per odo seco Figura 72 rea desmatada para instala o da rede de energia no Pantanal da 191 194 196 197 200 207 211 214 223 223 225 226 226 227 227 228 229 230 231 231 232 xvii AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente Nhecol ndia Figura 73 Rela
95. projetos de mestrado fui acusado pelo professor respons vel da disciplina de que meu projeto n o compunha o quadro de pesquisa relacionado com o objeto da geografia Faltava o Homem em minhas preten es cient ficas Cabe relatar ou desabafar aqui que a maneira da abordagem por parte do professor foi um tando forte e choquante perante aos outros alunos fato que proporcionou uma inquieta o durante todo o desenvolvimento da disserta o e talvez n o superada com a conclus o do trabalho Tomado desse sentimento inicia se a busca para desenvolver uma tese engentrada nas bases conceituais da Ci ncia Geogr fica contempor nea buscando desenvolver uma pesquisa ambiental de modo a se aproximar da vis o hol stica necess ria para a compreens o da complexidade do todo t o exigida atualmente para a an lise do meio ambiente em geografia f sica Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 22 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Optamos portanto na vincula o ao grupo de pesquisa NASA R N cleo de An lise Socioambiental Regional o qual coordenado pelo professor Messias Modesto dos Passos busca inserir de forma mais efetiva a Universidade P blica na pr tica de diagnosticar prognosticar realidades locais regionais notadamente na converg ncia de diferentes perspectivas estudos sobre o mei
96. se bastante reduzidos o Platino transformou se em profundo golfo mantendo contudo partes submersas do atual territ rio argentino do uruguaio e de toda a bacia paraguaia O Mar Amaz nico perdeu a sua continuidade com o Pac fico e muito restrito liga se exclusivamente ao Guiano E Ao final da era cenoz ica Terci ria os Andes apenas modelados em modestas eleva es v o sofrer com os grandes dobramentos da crosta terrestre o seu Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 92 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem soerguimento e se transformarem na imponente cordilheira da costa ocidental americana O Mar Platino se estreitava devido as forma es onde se localizaria mais tarde o vale do Paraguai O Amaz nico se transformava em lago ap s o represamento de suas duas sa das e o Guiano passava categoria de golfo F Durante o neoz ico Quatern rio completa se o soterramento das guas remanescentes e define se o continental Por meio das plan cies rec m formadas come am a correr os grandes rios com seus afluentes o Amazonas e o Orenoco ao norte os da bacia do Prata ao sul tomando nascimento nas montanhas e nos planaltos despencando em cachoeiras no per odo da juventude abrindo caminho entre as forma es antigas Sora o cena 7444 RAQUEL ANA 44 da Mauro Henrique So
97. se de singular import ncia em atividades normativas reforma agr ria tribut rias e de gera o e difus o de tecnologia Na esfera normativa por exemplo propor desmembramento da propriedade sem alternativas de uso eficiente dos recursos naturais poder gerar s rias distor es e atividades especulativas al m dos objetivos da reestrutura o fundi ria os quais por sua vez n o seriam atingidos na esfera tribut ria os encargos deveriam ser pautados com base na produtividade nas condi es reais de atingir tais ndices de produtividade e na alternativa vi vel de uso do fator terra isto na receita presuntiva estimada em fun o de um conjunto de fatores incluindo a administra o do estabelecimento Com rela o aos programas de gera o e difus o de tecnologia destacam se dois aspectos o primeiro refere se diretamente gera o das tecnologias seus elevados custos os maiores prazos e a especificidade Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 186 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem metodol gica determinada em parte pela din mica dos processos ecol gicos da regi o o segundo aspecto no sentido de adaptar s peculiaridades da regi o m todos de extens o e assist ncia t cnica ao produtor levando em considera o as caracter sticas da organiza o agr ria A a
98. topogr ficos de origem tect nica ou erosiva Para tanto sobre mosaico de imagens Landsat TM cobrindo integralmente a Nhecol ndia foi feita uma classifica o supervisionada dividindo a regi o de estudo segundo duas classes tem ticas Lagoas de gua doce e Lagoas salinas As cartas tem ticas referentes a cada classe foram tornadas em formato raster e filtradas por filtro passa baixas proporcional Tais filtros introduzem deforma o desprez vel e permitem a espacializa o de tend ncias em diferentes escalas Foram tamb m obtidos perfis com a topografia da rea a partir dos dados SRTM Com base nesses procedimentos Almeida et al 2006 relatam que os resultados indicam que as lagoas salinas e hipossalinas embora coexistam Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 123 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem espacialmente em grande parte da Nhecol ndia t m tamb m comportamento excludente Na distribui o das lagoas salinas verefoca se uma relativa aus ncia desta unidade em importante rea da por o norte da Nhecol ndia cuja forma discordante do padr o geral sugere provavelmente um processo em curso de extin o ou de imposi o frente s lagoas hipossalinas evidenciado ainda que a Nhecol ndia esteja al ada em rela o s plan cies vizinhas e possui maior frequ ncia de lagoas s
99. um estudo por teledetecc o Tese Doutorado Univ Estadual Paulista Faculdade de Ci ncia e Tecnologia Presidente Prudente SP 2003 DREW D Processos interativos homem meio ambiente 6 Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2005 EMBRAPA 1999 Sistema brasileiro de classifica o de solos Embrapa Solos 412p EM Centro Nacional de Pesquisa de Solos Rio de Janeiro RJ Manual de m todos de an lise de solos 2 ed Rio de Janeiro 1997 212p EM DIO Teresa Meio Ambiente amp Paisagem COIMBRA J A A Coor S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2006 S rie Meio Ambiente 7 ESPINDOLA Deusmar Jatob O Pe o Pantaneiro seu meio suas lidas suas cren as sua historia Revista Universo N 01 XII Jornada Cient fica Campus de Niteroi 2010 In http revista universo edu br index php Ireta2 article viewFile 272 164 Acessado em 16 09 2011 FERNANDES E Caracteriza o dos Elementos do meio F sico e da Din mica da Nhecol ndia Pantanal Sul Mato grossense Universidade de S o Paulo Disserta o de mestrado S o Paulo 2000 FERREIRA A B ALCOFORADO M J VIEIRA G T MORA C JANSEN J Metodologia de An lise e de Classifica es das Paisagens o exemplo do projeto estrela Finisterra XXXVI 72 2001 pp 157 178 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 269 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do m
100. vel de defici ncia e os entraves da pecu ria nas sub regi es da Nhecol ndia e do Paiagu s Garcia 1985 ressalta que as an lises da estrutura o fundi ria dos principais centros pecu rios do Pantanal revelam que 36 6 dos estabelecimentos com menos de 1 000 h constitu am apenas 1 3 da rea Estas pequenas propriedades com rea m dia de 245 5 h localizam se na margem Leste do Pantanal pr xima aos centros urbanos de Corumb e Lad rio em que predominam melhores condi es f sicas para a produ o constatando se portanto maior press o de posse da terra Para esse mesmo autor em tais circunst ncias a concentra o de posse da terra poder constituir um entrave para o desenvolvimento Entretanto quando as condi es produtivas s o pautadas por sistemas de produ o tradicionais s o poucas as alternativas de uso da terra e as condi es de perman ncia do homem na propriedade s o de grandes priva es a press o de posse da terra naturalmente menor Com efeito verificam se pelo ndice de Gini estimado com base em informa es das sub regi es da Nhecol ndia e dos Paiagu s valores de 0 66 considerados baixos O equil brio aparente parece ser atingido em propriedades com rea n o inferior a 7 200 ha nas quais verificam se valores constantes nas relativas reas e rebanhos dentre outros Garcia 1885 tamb m sugere que estas caracter sticas da organiza o agr ria pantaneira revestem
101. vicoso e lugar assim que num salina sempre ele fica meio caid o assim n ele num cria tanto num aumenta tanto assim que ele gosta da terra salitrada Gilson O 41 anos de idade e 31 anos no Pantanal Foto Mauro Silva 2012 Fonte Mauro Silva 2012 Figura 66 Renque de Carand s no Pantanal da Nhecol ndia esquerda Carand s pr ximos uma Salina e direita Carand s dispersos no Campo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 227 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Eu acho bonito as vazantes n c sai a c enxerga aquele larg o assim Aquilo de vez em quando enchia ficava ponta a ponta assim cheinho d gua sumia de vista Agora n o c enxerga s capim aquele rabo de burro que o povo fala n uns capinz o comprido Figura 67 Luis C 33 anos de idade e 25 anos no Pantanal Foto Mauro Silva 2012 Figura 67 Vista de vazante ocupada por vegeta o citada pelo pantaneiro Luis E Conhecimento Sobre os Sistemas Lacustres da rea do Pantanal da Nhecol ndia Questionados sobre os sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia todos os entrevistados mostraram um conhecimento emp rico muito agu ado sobre as diferen as tipol gicas entre as lagoas bem como s mudan as observadas na din mica e comportamento desses sistemas nas ltimas d c
102. 18 tradagens sendo 15 sequenciais e 3 intermedi rias exatamente entre as tradagens 3 e 4 onde necessitou se de sondagens mais pr ximas seguido de abertura de uma trincheira de modo a identificar a varia o horizontal e vertical no perfil do solo com riqueza de detalhe e mais acur cia Das amostras coletadas 22 foram encaminhadas ao laborat rio para an lises f sicas de granulometria de modo a facilitar as interpreta es referentes a composi o de cada camada bem como a din mica h drica no perfil No Laborat rio de Sedimentologia e F sica do Solo do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista FCT campus de Presidente Prudente foram realizadas as an lises de granulom tricas por meio da metodologia especificada no manual de m todos de an lises de solos da EMBRAPA 1999 Al m das an lises f sicas apresentadas acima foram encaminhadas para o Laborat rio de Fertilidade do Solo da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Campus de Ilha Solteira 11 amostras de solos para an lises qu micas com intuito de identificar os elementos e concentra es ao longo do perfil pedomorfol gico dos solos da topossequ ncia realizada da lagoa Salitrada Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 148 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem De modo a identificar a comp
103. 2003 Almeida et al 2003 Silva et al 2004 Rezende Filho 2006 Fernandes 2007 e Silva 2007 buscaram por meio da caracteriza o dos elementos constituintes da paisagem local dar respostas sobre a presen a dominante de lagoas nesta regi o sendo essas classificadas como lagoas doces ou salinas de acordo com o car ter qu mico que assumem as guas desses sistemas No entanto Rezende Filho 2006 Silva 2007 e Santos 2008 apresentam informa es que sugerem outra Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 34 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem unidade constituinte da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia at ent o n o citados em outros trabalhos um sistema lacustre localmente denominado de lagoa salitrada Essa peculiaridade do Pantanal da Nhecol ndia nos chamou a aten o devido a import ncia que estudos em escalas finas possuem para desvendar os aspectos invis veis que particularizam uma paisagem Silva 2009 analisando 416 trabalhos publicados em eventos espec ficos no estado de Mato Grosso do Sul sobre as unidades da paisagem da Nhecol ndia identificou apenas 26 que tratavam dos sistemas lacustres da regi o sendo que destes apenas 3 Rezende Filho Silva e Souza j citados no ltimo par grafo chegam a considerar as lagoas salitradas como uma unidade da paisagem no Pantan
104. 2004 Com estas informa es observa se a necessidade do conhecimento aprofundado dos atributos naturais e s cio econ micos do Pantanal clima solos relevo vegeta o fauna dentre outros como base para a efetiva o de um desenvolvimento sustent vel e para que se possa gerar programas para o planejamento e implementa o de pol ticas p blicas para o uso e conserva o do Pantanal no mbito dos governos federal e estadual Sakamoto 1997 a partir de revis es bibliogr ficas e observa es de campo retrata a import ncia de uma pesquisa com nfase na din mica h drica na escala de topossequ ncia para a compreens o da din mica ambiental da Nhecol ndia pesquisa essa que permita testar a hip tese de que haveria estreita rela o entre a gua o relevo o solo e a vegeta o na paisagem da rea Nossa proposta baseia se na considera o da import ncia para o desempenho das atividades pecu rias em fun o da atual estrutura fundi ria do conhecimento detalhado da din mica ambiental em especial da rela o solo gua relevo planta que permitiria atrav s dos resultados obter subs dios para contribuir com poss veis propostas de manejo e uso do solo e ou buscar alternativas adequadas que evitem agress es e danos para ambientes considerados fr geis como o caso do Pantanal da Nhecol ndia SAKAMOTO 1997 p 12 Outras pesquisas tais como Barbiero et al 2000 Silva et al 2003 Galv o et al
105. 2010 Uma vez adquirida a informa o de que o ano de 1988 constitui o m ximo j registrado para o n vel do rio Paraguai e sabendo da influ ncia que tal dado sugere para o sistema de inunda es e din mica h drica regional na Nhecol ndia e sobretudo na lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol realizamos o processamento da imagem Landsat TMS rbita ponto 226 73 datada de 09 06 1988 em composi o colorida 345 bgr de modo a identificar como os sistemas coalescentes permitem a invas o do sistema lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol por guas cidas provenientes das cheias impostas na regi o O Processamento da Imagem Figura 77 evidenciou uma acentuada circula o de guas provenientes de vazantes a norte da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol As reas de campos pastagem servem de canal de escoamento dessas guas em per odos de cheias assim como j relatado por diversos autores tais camo Sakamoto 1997 Sakamoto et al 2005 Padovani 2010 dentre outros Al m dessas observa es vis vel a liga o da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol com o sistema coalescente atrav s da aparente entrada de gua por dois dos elementos indicadores de liga o com as reas circunvizinhas mostradas anteriormente para a referida lagoa poss vel perceber que a falha da cordilheira materializada no lado leste da lagoa serve como entrada de gua de uma ba a vizinha no lado leste e outra maior a sul Mauro Henriqu
106. A AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA AVA u nesp J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente AN LISE DA PAISAGEM DO PANTANAL DA NHECOL NDIA ESTUDO DE CASO DAS LAGOAS SALITRADAS SOB A PERSPECTIVA DO MODELO GTP GEOSSISTEMA TERRIT RIO E PAISAGEM Mauro Henrique Soares da Silva PRESIDENTE PRUDENTE AGOSTO 2012 AVA AYAYAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente PROGRAMA DE P S GRADUA O EM GEOGRAFIA DOUTORADO rea de Concentra o Produ o do Espa o Geogr fico Linha de Pesquisa Din mica e Gest o Ambiental AN LISE DA PAISAGEM DO PANTANAL DA NHECOL NDIA ESTUDO DE CASO DAS LAGOAS SALITRADAS SOB A PERSPECTIVA DO MODELO GTP GEOSSISTEMA TERRIT RIO E PAISAGEM Mauro Henrique Soares da Silva Orientador Prof Dr Messias Modesto dos Passos Tese apresentada ao Programa de P s gradua o em Geografia rea de concentra o Produ o do Espa o Geogr fico da Univ Estadual Paulista Campus de Presidente Prudente como exig ncia para a obten o do t tulo de Doutor em Geografia PRESIDENTE PRUDENTE AGOSTO 2012 AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente FICHA CATALOGR FICA Silva Mauro Henrique Soares da An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas salitradas sob a perspectiva do Modelo GTP G
107. A PPGG FCT UNESP 229 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem As salina tamb m t o secando A salina l da reserva Figura 69 tem mais o menos uns cinco metro de gua s Cindo o comprimento da lagoa e n o em profundidade seco seco seco H uns cinco anos seis anos atrais ela num secava mais as pranta num vai l por causa do sal n a ba a n o ela enche de pranta porque tem adubo Mat ria Org nica Vandir F 54 anos de idade e 29 anos no Pantanal Foto Suzane Lima mai 2012 Fonte Mauro Silva Ago 2010 Figura 69 Lagoa Salina da Reserva citada pelo entrevistado Vandir F Aqui mais as ba as mesmo aquelas que a gua doce Agora tem umas que salina aquela a gua dela mais salgada s gado e os bichos toma gua dela se ela for boa assim de profundidade num seca n o agora tem umas que seca duma vez que fica na terra mais num nasce nem uma graminha nela por causa do sal Luis C 33 anos de idade e 25 anos no Pantanal Em um outro momento da conversa o mesmo entrevistado acentua a import ncia das cordilheiras para a exist ncia das lagoas salinas Se tirar as cordilheira a salina seca sempre ela tem que ficar n ficar uma cordilheira de mato pra preservar ela Luis C 33 anos de idade e 25 anos no Pantanal Com rela o s Salitradas alguns pantaneiros e
108. AMBIENT AIS Homem I 7 I i I k g E 4 Organiza o ST Per igosidade aar a al Vulner M L 7 i PASSI o anvo PASSIVO x tirando w Impacto Ambiental e gt Cat strofe E Figura 81 Esquema de Leitura Conceitual de Riscos Ambientais Silva 2011 Para o autor em sua leitura conceitual para que haja um risco ambiental preciso dois elementos fundamentais o Meio F sico Natural e o Homem No entanto a inter rela o entre os dois pode percorrer duas dire es distintas Quando o Meio F sico Natural se manifesta como sujeito ativo ele se apresenta como um elemento de perigosidade natural e dependendo da vulnerabilidade do Homem neste momento como sujeito passivo pode gerar cat strofes diretamente a vida do Homem como consequ ncia inicial materializa o de um risco natural No entanto pode ainda gerar consequ ncias secund rias oriundas da extin o ou graves perdas no pr prio Meio F sico Natural e ou dist rbios em ecossistemas os quais tamb m poder o gerar preju zos ao Homem podendo portanto a perspectiva da ocorr ncia de tal problema ser considerada como um Risco Ambiental Por outro lado quando o Homem se manifesta como agente ativo sobretudo no processo de organiza o econ mica social do territ rio o Meio F sico Natural passa a ser considerado como recursos natuais e por sua vez agente passivo A consequ ncia mais previs vel decorrente desta r
109. Ecol gica de Assis SP Disserta o de Mestrado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2005 KANT Immanuel Fundamenta o da Metaf sica dos Costumes Lisboa Edi es 70 2003 119p KIEHL E J Manual de Edafologia rela o solo planta S o Paulo Editora Agron mica CERES 1979 LEHN Carlos Rodrigo SALIS Suzana Maria MATTOS Patr cia P voa DAMASCENO JUNIOR Geraldo Alves Estrutura e distribui o espacial de Trichilia Elegans em uma floresta semidec dua no Pantanal da Nhecol ndia Mato Grosso do Sul Brasil Revista Biol Neotrop 5 2 1 9 2009 LEMOS R C de amp SANTOS D S Manual de coleta de solo no campo 2 edi o Campinas SP SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIENCIA DO SOLO 1984 LEPSCH I F Perfil do solo In MONIZ A C Org Elementos de pedologia Rio de Janeiro Editora Livros T cnicos e Cient ficos S A 1975 p 335 350 LUCHESE Eduardo Bernardi FAVERO Luzia Olilia Bortotti LENZI Ervim Fundamentos de Qu mica do Solo Rio de Janeiro Freitas Bastos 2002 MANFREDINI S FurianDias S M Queiroz Neto J P et al T cnicas em Pedologia In L A B Venturi Org Praticando a Geografia 1 ed SP Oficina de Textos 2005 v 1 MARQUES NETO Roberto A abordagem sist mica e os estudos geomorfol gicos algumas interpreta es e possibilidades de aplica o In Revista Geografia Universidade Estadual de Londrina Departamento de Geoci ncias v 17 n
110. Ere ree um iere er mh im E Alguns Raros Exemplares Planta rara ou isolada i Figura 58 Pir mide de Vegeta o do lado norte da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 211 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem O levantamento fitossociol gico do lado sul da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol apresentou 185 esp cies como mostra a tabela 12 Tabela 13 Ficha biogeogr fica do lote 2 lado sul da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Lote n 2 Forma o Pantanal S tio Fazenda Firme Pantanal da Nhecol ndia Munic pio Corumb Estado MS Data 28 10 2010 Esp cies vegetais por estrato Arb reo mde Altura m Esp cies Extrato indiv duos A D S A D B Copernicia australis 3 20 2e Becc gt 3 lt D Ximenia americana 1 2 J l2 Se2 E Guazuma tomentosa l 20 1 F Coccoloba rigida 1 10 1 Arborescente AMandaca 4 2a6 2 Ji lt 2 gt CSapum dio 8 1 2 J2 Js haematospermum Arbustivo B Copernicia australis 3 2e3 1 ez Becc S 2 D Ximenia americana l 3 2 Subarbustivo GSapium f2 1 s1e haematospermum S 1 G Randia nitida 3 1i J 2el B Copernicia australis 2 1 1 Becc Herb ceo H Bromelia balansae 140 l 5 5 I Ayenia tomentosa 7
111. FCT UNESP 221 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem un nimes em afirmar o prazer e satisfa o proporcionada pelo ato de habitar um lugar com paisagens carregadas de elementos f sicos naturais e de conv vio harmonioso entre os moradores de uma mesma fazenda bem como com fazendas da circuvizinhanga o pessoal fala que eu sou pantaneiro mesmo n risos eu sou pantaneiro leg timo filho de paraguaio int o essa regi o aqui eu conhe o dum canto no outro risos Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantanal Minha cria o aqui n quando sai j n o acostuma mais aqui mais tranquilo Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal Aqui c acostuma com o h bito n com as paisagem com as pessoas passam a conversa pessoas sinceras entendeu um lugar tranquilo eu gosto de ficar aqui pela tranquilidade e pela natureza tamb m por isso que eu gosto muito do Pantananl Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Pantanal Eu gosto de tudo aqui legal n assim o canto dos p ssaro Dona Janice C 42 anos de idade e 15 anos no Pantanal minha lida isso aqui Eu gosto muito de viv aqui na Nhecolandia Minha vida essa aqui Pra mim uma maravilha se levant aqui e v uma paisagem dessa aqui v outro ar n se levant e se escurece com a mesma paisagem tr
112. GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Bertrand 2007 salienta que o geossistema uma refer ncia espago temporal justamente por se tratar de um conceito hibridizado Para o autor o meio ambiente uma noc o vasta demais e muito vaga para se prestar diretamente a uma an lise frontal e foral do tempo O geossistema nos fornece um verbete modesto mais operat rio Ele se origina de inspira o geogr fica se define como uma combina o espacializada onde interagem elementos abi ticos bi ticos e antr picos como j ressaltado antes e de inspira o sist mica se diferenciando do ecossistema pelos seguintes conceitos e Conceito espacial ele se materializa sobre o terreno por um mosaico de unidades homog neas em suas escalas respectivas ge topo geof cies geocomplexo etc suscet veis de serem cartografadas e Conceito naturalista ele n o privilegia os fatos biol gicos e leva em conta o conjunto dos componentes do meio geogr fico a inclu das as formas do relevo e a geomorfog nese e Conceito antr pico ele integra os impactos das atividades humanas sem que se possa por isso consider lo como um conceito social Fica entendido para n s que o geossistema um modelo te rico metodol gico que permite compreender o m ximo poss vel a complexidade inerente desorganiza o organizada da paisagem de um geocomplexo materializada a primeira vista em forma de caos Neste contexto importante a vis o ge
113. Geografia Licenciatura e Bacharelado junto ao Campus de Tr s Lagoas na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul me deparei com um o projeto coordenado pelo Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto projeto esse que teve seu in cio na d cada de 1990 e detem como objetivo principal o entendimento dos processos e a din mica das unidades da paisagem do Pantanal A participal nesse grupo de pesquisa me apresentou as pr ticas e t cnicas cient ficas de campo da Geografia F sica e sobretudo proporcionando o contato ditero com diversos pesquisadores do Brasil e da Europa Esse estudo regional vem apresentando uma gama consider vel de resultados importantes para a compreens o cient fica na rea do Pantanal da Nhecol ndia resultados estes materializados e divulgados em artigos cient ficos monografias disserta es de mestrado e teses de doutorado sendo que junto a esse projeto maior desenvolvemos a disserta o intitulada Caracteriza o Pedomorfol gica e Compreens o dos Processos Pedogen ticos dos Solos da Lagoa Salitrada Pantanal da Nhecol ndia MS no qual apresentamos como resultado final a diferencia o no pedoambiente entre sistemas lacustres denominados localmente como salinas ba as e salitradas sendo essas diferencia es as bases de origem da presente tese O fato que no advento das aulas do curso de Mestrado especificamente na disciplina Territ rio em uma din mica de apresenta o dos
114. IAPAR 2003 apud ABDON 2005 o ndice indica concentra o m dia 0 251 a 0 500 concentra o forte 0 501 a 0 700 concentra o muito forte 0 701 a 0 900 e concentra o absoluta 0 901 a 1 000 Dentre os resultados apresentados pela autora atentamos para o munic pio de Corumb com ndice de Gini registrado em 0 589 indicando para essa rea uma concentra o muito forte em poderio de um pequeno grupo I A condi o nica segundo a Funda o IBGE compreende terras pr prias arrendadas e ocupadas A condi o engloba pr prias arrendadas pr prias ocupadas e pr prias arrendadas ocupadas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 187 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 188 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem LAGOAS SALITRADAS DO PANTANAL DA NHECOL NDIA ELEMENTOS E DINAMICA DA NATUREZA Assim como j referido em cap tulos anteriores a grande peculiaridade da Nhecol ndia a gama de sistemas lacustres distribu dos de maneira densa dentro dos limites da rea em quest o principalmente na rea da Baixa Nhecol ndia Fernandes 2007 ap s determinar o car ter geoqu mico das
115. MINHOS PARA O ALCANCE DO IN VIS VEL NA PAISAGEM DO PANTANAL DA NHECOLANDIA Procedimentos Metodol gicos e Materiais Na nsia de atender as expectativas lan adas a partir da apresenta o dos objetivos deste trabalho buscou se levantar e organizar a gama necess ria de procedimentos para atender no o do global gerada pela ado o da perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem como premissa metodol gica Inicialmente ressalta se que optamos como dire o basilar para a aproxima o do holismo em nosso trabalho os encaminhamentos de Bertrand 2007 resumidos no enunciado de que um objetivo para os ge grafos territorializar o meio ambiente p 199 Para tanto recorremos novamente premissa do autor de que territorializar o meio ambiente antes de qualquer coisa enraiz lo na natureza e na sociedade Nessa tica o autor apresenta o que ele chama de seis fil es aut nomos mas solid rios em torno do conceito central de territ rio os quais traduzem a dire o seguida pela metodologia empregada neste trabalho pois os procedimentos em s ntese tentaram socializar espacializar antropizar hibridizar historiar e patrimonializar o meio ambiente Deste modo explica se que socializar o meio ambiente ultrapassar a mesologia e a etologia para entrar na an lise das estrat gias sociais e dos modos de representa o Uma grande parte da geografia humana urbana ou rural diretamente m
116. Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 238 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem De acordo com Kiehl 1989 solos com rea o cida s o mais comuns em regi es onde a precipita o elevada removendo por lixivia o cont nua as bases troc veis do complexo coloidal dos horizontes superiores a deixado em substitui o i nios hidrog nio A alcalinidade ocorre quando ao contr rio a pluviosidade baixa e acumulam se sais de c lcio magn sio pot ssio e carbonato de s dio saturando o complexo coloidal Sakamoto 1997 e Santos 2002 concordam na afirma o de que os sistemas lacustres alcalinos no Pantanal da Nhecol ndia possuem uma gama de processos pautados na din mica h drica respons vel pela manuten o da alcalinidade nesses sistemas uma vez que ocorre na Nhecol ndia a exist ncia de dois per odos distintos um per odo de descarga que se inicia em maio e se estende at novembro seguido de um per odo de recarga nos meses de dezembro a abril Din mica essa que aciona sazonalmente o poder de flutua o do len ol fre tico possibilitando a ativa o dos processos pedogen ticos decorrentes da percola o da gua ao longo do perfil Pautados por tanto nas ltimas afirma es de Kiehl 1979 anteriormente descritas somadas s ideias de Sakamoto 1997 e Santos 2002 perce
117. Nhecol ndia Figura 32 Percentual de rea ocupada pelos principais elementos da paisagem no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Fonte Fernandes 2007 Figura 33 Distribui o dos Elementos da Paisagem na Baixa Nhecol ndia Figura 34 Organiza o dos solos das Lagoas Salinas por Silva 2004 Figura 35 Fluxograma Metodol gico Figura 36 Recorte da rea de estudo evidenciando o Pantanal da Nhecol ndia Figura 37 Distribui o dos pontos visitados na rea da Curva do Leque Figura 38 Detalhes da paisagem da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol 1 Vista total da rea da lagoa 2 lado Norte da lagoa evidenciando a cordilheira 3 Lado Sul da lagoa dando destaque para os Carand s Figura 39 Localiza o da Lagoa Salitrada dentro dos limites territoriais da fazenda Firme Figura 40 Materiais e M todos usados no levantamento pedomorfol gico Figura 41 Materiais e M todos usados no levantamento Topogr fico Figura 42 Malha Irregular com a localiza o dos pontos para levantamento topogr fico Figura 43 Esquema de representa o da converg ncia de diferentes olhares sobre o territ rio e a paisagem Figura 44 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1870 Figura 45 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1930 Figura 46 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1970 Figura 47 Distribui o das Estradas no Pantanal da Nhecol ndia Fe
118. R DADE PNR OR RR RR 265 xi AVA AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente NDICE Cap tulo 1 Aspectos Introdut rios e Contextualiza o da Tem tica Proposta Cap tulo 2 Geografia F sica e Paisagem da an lise setorizada ao modelo GTP 2 1 O Conceito de Natureza para a SORA un eo e ERE REED CIN RD IU MN EINEN PEL 2 2 A Nega o da Geografia a cis o Geografia F sica x Geografia Humana 2 3 O Embate Sociedade e Natureza desafio epistemol gico e escopo da Geografia 2 4 A Complexidade Inerente Paisagem a polissemia eese 2 5 O Geossistema como subs dio an lise da Paisagem sees 2 6 O Hibridismo do Modelo GTP Geossistema Territ rio Paisagem Cap tulo 3 O Pantanal Mato Grossense e sua Complexidade Paisag stica 3 10 Pantanal da Nheco india iae iei Idee bete see iN U RN un Cedo spo qe C EUER MIM SN e UE Ed re ica qe 3 2 As Atividades Cient fica com nfase na Pedomorfologia do Pantanal da Baixa i li erel eui ip eH 3 3 As Investiga es referentes aos sistemas lacustres no Pantanal Sul Mato STOSSEDS E o cna RR RR De AD a ta RO NON RR 3 4 Enxergando o Oculto na Complexidade Inerente Paisagem Cap tulo 4 Os Caminhos Para o Alcance do
119. SP 261 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem CONCLUS O As reflex es concebidas sobre a paisagem do Pantanal da Nhecol ndia revelam tratar se de um sistema fr gil e muito vulner vel s interfer ncias decorrentes do processo hist rico de uso e ocupa o da regi o sobretudo da intensifica o desse processo nas ltimas d cadas Os sistemas lacustres podem ser apontados como um exemplo claro dessa influ ncia uma vez que os procedimentos selecionados para o desenvolvimento desta pesquisa confirmaram a hip tese de que as lagoas salinas da regi o sofrem muta es devido entrada de guas cidas transformando um ambiente anteriormente alcalino em uma nova unidade de paisagem dentro do Pantanal da Nhecol ndia com caracter sticas que sugerem uma transi o entre sistemas lacustres alcalinos salinas e sistemas cidos ba as cuja denomina o local se d por lagoas Salitradas Podemas afirmar seguramente que no caso da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol alvo de estudo dessa pesquisa as diferentes fei es da cobertura vegetal aliadas s distin es de organiza o pedomorfol gicas na rea e as caracter sticas topogr ficas internas bem como s evid ncias de descontinuidade do cord o vegetal cordilheira que cerca a lagoa relacionadas ao uso desse ambiente como elemento considerado fonte d
120. a es dos solos da lagoa salina do oito na rea da reserva fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal Relat rio Final de Inicia o Cient fica CNPq UFMS 2001 2002 Tr s Lagoas MS 2002 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 265 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ALMEIDA T I R S GOLO J B FERNANDES E QUEIROZ NETO J P BARBIERO L SAKAMOTO A Y Proposta de Classifica o e G nese das Lagoas da Baixa Nhecol ndia MS com Base em Sensoriamento Remoto e Dados de Campo Revista de Geoci ncias Volume 33 2003 ALVARENGA S M BRASIL PINHEIRO R AE KUX H H Estudo Geomorfol gico Aplicado a Bacia do Alto Paraguai e Pantanais Mato Grossenses In BRASIL Minist rio das Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Boletim T cnico S rie Geomorfologia 1984 p 93 180 AMARAL FILHO Z P do Solos do Pantanal Mato Grossense Grossense In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIO ECON MICO DO PANTANAL 1 1986 Corumb MS Anais Bras lia DF EMBRAPA CPAP 1986 p 91 ANDRADE Manuel Correia de Caminhos e Descaminhos da geografia Campinas SP Papirus 1989 ANDRADE Manuel Correia de Caminhos e Descaminhos da geografia Campinas SP Papirus 1989 ARA JO Ana Paula Correia de Pantanal um espa o em transforma o Tese Doutorado Universidade Federal
121. a o de indicadores de mudan a da paisagem no que tange a uma din mica regional 2 Analisar todo o Pantanal da Nhecol ndia incompat vel com o tempo e postura metodol gica da pesquisa devido a extens o da rea e o excesso de confus o que os softwares especializados em detec o de reflet ncia espectral podem fazer com uma rea t o grandiosa em detalhes 3 O Pantanal da Baixa Nhecol ndia a rea com maior densidade de lagoas de acordo com Fernandes 2007 e nesta rea est o inseridas todas as lagoas j pesquisadas e analisadas em outras bibliografias fundamentais para as an lises 18 O Pantanal da Baixa Nhecol ndia descrito no cap tulo 3 p gina 86 deste trabalho refere se a uma compartimenta o da rea do Pantanal da Nhecol ndia sendo que uma das suas principais caracter sticas a acentuada densidade de sistemas lacustres Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 155 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem comparativas em cap tulos posteriores nesta pesquisa Sakamoto 1997 Bacani 2007 Rezende Filho 2006 dentre outros Uma vez embasado nas premissas de Lang e Blaschke 2009 descritas anteriormente os procedimentos selecionados para o alcance dos resultados propostos foram a Sele o das imagens Optou se pelas imagens de dois per odos para a realiza
122. a 14 Dom nios Morfoclim ticos Brasileiros reas Nucleares Ab Saber 2003 p 16 Contudo mesmo apresentando informa es textuais referentes ao uso e ocupa o de cada dom nio indicado no mapa o autor quase se nega a uma an lise temporal desses processos de uso e ocupa o valorizando assim uma perspectiva naturalista Essa ideia fica evidente na p gina 25 do referido trabalho onde o autor diz Mas as paisagens se estragam s portas das grandes cidades brasileiras onde o desenvolvimento e o subdesenvolvimento periurbanos marcaram encontro Grifo nosso Verifica se que a id ia de instabilidade evolu o e ou muta o inerente ao conceito de paisagem exclusivamente negativa quando os elementos antr picos se apresentam em superposi o aos elementos naturais G Bertrand 1972 j afirma que estudar uma paisagem antes de tudo apresentar um problema de m todo e frisa bem que n o se trata somente da paisagem natural mas da paisagem total integrando todas as implica es da a o antr pica Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 75 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Neste contexto a nosso ver esta esfera que envolve uma briga dicot mica extremamente ligada ao m todo muito depende dos elementos vis veis que constitui uma paisagem ao ser delimitada como objeto de est
123. a MS Com este feito s o al ados resultados que v o ao encontro da homogeneiza o e generaliza o da configura o paisag stica dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia Pois para Gomes et al 2006 as imagens de radar permitiram apenas diferenciar entre reas alagadas e n o alagadas e a dificuldade na diferencia o de lagoas est exatamente na baixa resolu o espacial da imagem JERS 1 J em 2007 Fernandes efetiva por meio da utiliza o das t cnicas de sensoriamento remoto a proposta de caracterizar a organiza o espacial dos principais componentes da paisagem na Baixa Nhecol ndia e analisar suas correla es com as estruturas regionais e a din mica h drica Quanto a morfologia 2 tipos de lagoas chamam a aten o lagoas pequenas s o as mais arredondadas e referem se predominantemente s lagoas hipohalinas e em menor n mero s salinas distribuindo se quase regularmente por toda a rea por m mais concentradas nas por es W SSW Ocorrem em maior n mero que as lagoas grandes quase n o apresentam orienta es preferenciais Em contrapartida as lagoas de tamanho grande ocorrem em menor n mero s o as mais alongadas e coincidem com as lagoas salinas e em menor grau s lagoas hipoalinas Distribuem irregularmente pela rea cujas maiores concentra es ocorrem em partes da por o central N e SE apresentando se marcadamente orientadas de NE SW e secundariamente de SE NW FERNANDES 2007
124. a cordilheira da lagoa salitra Retiro Pedra do Sol inversamente din mica apresentada na cordilheira norte LOTE 2 LREBRALL anon aniettotndE 19 11 S DATA 28 10 2010 LOBO cose Rina et 56 55 W PANTANAL DA NHECOL NDIA Temp M dia Anual 26 Corumb Prec AMBE css usse 1100mm MATO GROSSO DO SUL BRASIL Altitude sss 110m Superficie Plana ARB REO ARHORESCENTE E 3 SUBARBUSTIVO MERV CEO LEE MED eC ABUND NCIA DOMIN NCIA SOCIABILIDADE DIN MICA DOS pes Cobrindo entre 75 e 100 5 Popula o continua manchas densas Equilibrio le i Cobrindo entre 50 e 75 4 Manchas densas pouco extensas K gt Progress o El Cobnndo entre 25 e 50 3 Crescimento em grupos E s Regress o 133 cobrindo entre 10 e 25 2 Aarupados em 2 au 3 menn goag lwmaonss Errem i em em Alguns Raros Exemplares Planta rara ou isolada a i a Figura 59 Pir mide de Vegeta o do lado norte da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 214 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem s r d a LA Se Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 215 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP G
125. a din mica de funcionamento e constitui o dos elementos que os comp e revelando paisagens distintas apesar de pr ximas e interligadas El Pantanal lejos de ser una regi n homog nea presenta una marcada heterogeneidad interna a n vel subregional La poblaci n local reconoce la existencia de diversos Pantanales o subregiones que reciben denominaciones de uso com n con claras implicaciones ecol gicas AD MOLI e POTT 1999 Sakamoto 1997 confirma essas indaga es ao elucidar que a medida que nos dirigimos da escala macrorregional para uma escala sub regional nota se uma mudan a na fisiografia da paisagem principalmente ao considerarmos como crit rio aspectos como os gradientes topogr ficos reas de inunda o do rio Paraguai fei es morfol gicas do relevo os solos e a vegeta o As diferentes delimita es de regi es e sub regi es do Pantanal Mato grossense identificadas por diversos autores ao longo da hist ria das atividades cient ficas concretizam esta afirma o Al m da compartimenta o geomorfol gica de Alvarenga et al 1984 foram propostas tamb m outras classifica es de regi es e sub regi es por Silvestre Filho amp Romeu 1974 Ad moli 1982 apud ALLEM E VALLS 1987 Braun 1977 Ramalho 1978 Allem e Valls 1987 Silva e Abdon 1998 e Fernandes 2000 O Pantanal da Nhecol ndia Figura 2 uma das sub regi es identificadas no Pantanal e constitui uma rea de 23 574 Km pre
126. a do espaco Geogr fico led 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 MOUR O G M Liminologia comparativa de tr s lagoas duas ba as e uma salina do Pantanal da Nhecol ndia MS S o Carlos UFSCAR 1989 135p NASCIMENTO G D Estudo de uma toposseq ncia da rea do Banhado e seu entorno Fazenda Nhumirim Pantanal da Nhecol ndia MS Relat rio Final de Inicia o Cient fica CNPq UFMS 2001 2002 Tr s Lagoas MS 2002 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 272 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ORIOLI A L AMARAL FILHO Z P OLIVEIRA A B Solos In BRASIL Minist rio das Minas e Energia Projeto RADAMBRASIL folha SE 21 Corumb e parte da folha SE 20 Rio de Janeiro 1982 v 3 p 234 270 Levantamento de Recursos Naturais 27 PADOVANI Roberto Carlos CRUZ Mariana Let cia Leite de PADOVANI Silvia Let cia Arthur Guien Desmatamento do Pantanal Brasileiro Para o Ano 2000 In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIOECON MICOS DO PANTANAL SUSTENTABILIDADE REGIONAL 4 2004 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA PANTANAL 2004 PASSOS Messias Modesto dos Biogeografia e Paisagem Presidente Prudente Edi o do Autor 2003 2 edi o 264p A Raia Divis ria geossistema paisagem e eco hist ria Maring Eduem 2008 PISSINATI Mariza
127. a em nossas reflex es recorrer a White 2009 que afirma que a lixivia o de um elemento depende n o apenas de sua mobilidade mas tamb m da taxa de percola o de gua no solo Em reas ridas os cloretos sulfatos e bicarbonatos de Ca e Mg tendem a ser retidos e dar origem a solos salinos no entanto quando o clima torna se mais mido aumenta a perda destes sais e de s lica e o solo torna se altamente lixiviado Tal processo pode influenciar de acordo com Luchese et al 2002 a permuta paulatina de bases troc veis Ca K Mg e Na por H explicando que nessa percola o ocasionado o precesso de acidifica o dos solos Acreditamos aqui portanto determos argumentos suficientes para atestarmos a exist ncia de um processo de solubiliza o de sais no lado oeste da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol gerando como consequ ncia principal a reorganiza o do pedoambiente da mesma bem como transforma o acentuada na paisagem como resposta do sistema essa reorganiza o pedogen tica da lagoa em quest o Como exemplo desta resposta materializada na muta o dos elementos que constitui a paisagem local podemos citar os ind cios de adapta o e readapta o das esp cies que comp em a cobertura vegetal tanto na cordilheira quanto na lagoa De acordo com Pott 2007 o gado bovino encontrou no Pantanal da Nhecol ndia um nicho quase vazio de manadas de grandes herb voros nativos pois os maiores anta e cervo do pantan
128. a na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal e Silva 2004 buscou o estudo da organiza o da morfologia dos solos em lagoas Salinas no Pantanal da Nhecol ndia por meio de an lises interpretativas de seis perfis digitalizados referentes a uma topossequ ncia elaborada em 2002 no lado sul da lagoa salina da Reserva na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal uma topossequ ncia na lagoa Salitrada localizada na Fazenda Campo Dora limites com a Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal no ano de 2001 al m de mais quatro toposseq ncias localizadas na lagoa salina do Meio na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal j abordadas por Santos 2002 uma realizada em 1998 em duas em 1999 por m Silva 2004 acrescenta tradagens intermedi rias para melhor representar a morfologia do solo nas topossequ ncias da lagoa salina do Meio Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 113 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Outros trabalhos nesta mesma linha cient fica revelam se importantes para interpreta o an lise e co rela o das informa es contidas nos trabalhos anteriormente citados pois trazem al m de um estudo da pedomorfologia de lagoas salinas an lises mais espec ficas sobre a qu mica f sica e mineralogia dos solos de algumas topossequ ncias Dentre eles Barbiero et al 2000 analisou as caracter stica
129. a organiza o espacial que vista como a pr pria sociedade espacializada e considerada como uma dimens o da totalidade social Baseia se no materialismo hist rico e na dial tica marxista A geografia como estudo dos sistemas ambientais numa rela o natureza sociedade nos espa os f sicos concretos Privilegia a articula o espa o temporal das diferentes categorias de sistemas ambientais Tenta se superar a dicotomia natureza sociedade articulando se a quest o ambiental cria o de espa os Fonte Adaptado de Rodriguez 2007 p 53 de lugar que se manifesta pela aprecia o visual ou est tica A paisagem vista como a apar ncia ou n vel sensorial da sociedade A paisagem vista como um sistema de conceitos atrelados em tr s n veis de sistemas ambientais a paisagem natural ecossitema formada pela intera o de elementos e componentes naturais e antropo culturais a paisagem social vista como a rea onde vive a sociedade humana o ambiente de rela es espaciais que tem import ncia existencial para a sociedade a paisagem cultural resultado da a o da cultura ao longo do tempo modelando se por um grupo social a partir de uma paisagem natural Inclui a paisagem visual o percebido e o valorizado A reflex o dos ge grafos sobre seu que fazer segundo Passos 2008 os tem levado a estabelecer uma s rie de princ pios geogr ficos tais
130. abelecer a ideia de que a laje endurecida possui capacidade de adsorver nutrientes ao solo devido aos teores de mat ria org nica No caso da amostra da laje analisada do lado oeste ressaltamos o evidente ac mulo de f sforo ferro mangan s e cobre al m de a mat ria org nica aparentemente dificultar a lavagem do magn sio do c lcio e do pot ssio o que n o observado nem em superf cie no lado leste nem em profundidade e tamb m em superf cie no lado oeste exceto para a referida amostra o que mostra uma potencial lavagem dos solos dado textura arenosa e consist ncia fri vel dessas regi es do perfil al m do d ficit de mat ria org nica e potencial hidrogeni nico Tal reflex o ainda mais n tida ao serem anunciados baixos ndices no que conferem os resultados de SB Soma de Bases V Satura o em Bases e CTC capacidade de Troca Cati nica para o lado oeste exceto claro para a laje Para Kiehl 1979 uma das mais importantes propriedades dos minerais de argila e da mat ria org nica a de absorver e trocar cati nios apresentando elevada capacidade de armazenamento de elementos nutrientes Outra considera o importante a ser feita sobre o sistema pedomorfol gico da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol a exist ncia de um horizonte constitu do por um solo de cor esverdeada Tal camada denominada camada verde apresentou um pH entre 7 5 e 7 9 sobretudo no centro da topossequ ncia indica
131. acha esbranqui ada P Muitos pH 9 7 O5 6 ST Carand s no Cond 444 P11 25 6 entorno da Temp 28 8 d salina e formato Redox 108 Salina da i semi alongado Sal 1 3 Chuva Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 142 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Gram nea S 19 11 baixa Rabo de 39 0 Burro no pH 7 72 O 56 55 entorno Cond 280 P12 32 8 Carand s com Temp 27 7 Salitrada mata dois Redox 62 Retiro Pedra grupos de Sal O do Sol Carand s nas extremidades Cordilheira em meia lua com S 19 12 30 duas pH 9 80 P13 O 50 56 _ interrup es Cond 6 33 32 1 para formar o Temp 26 5 Salina do Sol circulo e com Redox 123 muitos Carand s m Cerca de 5 a a divis o da pH 9 44 o m fazenda Firme e Cond 2 05 P14 uota Santo In cio Temp 26 9 i localizada no Redox 127 e B meio da lagoa Sal 0 9 ES Salina Fonte Dados de Campo aliados a recorte de imagem de sat lite dispon vel do software Google Earth datadas de 06 08 2010 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 143 TVI dSHNQ LOd DDdd V A IIS P sezeog onbruog omen enbe T op gamo ep Lory eu sopeisia sojuod sop oe3mnquisi LE emg DLOTO 61 ade ep veg 4SVLS F LS 800C turz 2904 qur 515000 wode
132. acional baseada em t cnicas estat sticas e associada defini o do sistema de planejamento do estado capitalista Procura leis ou regularidades emp ricas sobre a forma de padr es espaciais Seu papel ideol gico justificar a expans o capitalista e escamotear as transforma es devidas aos g neros de vida e as paisagens solidamente estabelecidas A subjetividade a intui o os sentimentos a experi ncia o simbolismo Apoia se nas filosofias do significado a Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 66 territ rio se m como a apropria o do espa o por um determinado grupo N o se interpreta Conceito b sico a paisagem geogr fica que enquadra a rea de ocorr ncia de uma forma de vida O conceito de paisagem deixado de lado Lugar e territ rio n o s o conceitos significativos O lugar o conceito chave O lugar possui um esp rito uma personalidade havendo um sentido An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Geografia Cr tica N Kropotkin Tricart Troll Sochava Geografia Ambiental Ecogeografia Geo ecologia E Reclus e fenomenologia e o existencialismo Privilegia o singular e n o particular ou universal A objetiva o da Sociedade como objeto de estudo da Geografia a qual se faz atrav s d
133. adas o que existe aqui no Pantanal ba a e salina s que salina muito menos E tem aquela salina que fala salitrada Salitrada aquela que eles fala que tem planta nova assim no meio dela num compreta a cordilheira entendeu Ela j tem uma sujeira no mei porque a salina mesmo num tem nada nada dentro dela a salitrada j tem sujeira no meio Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal As lagoas s o diferente n Tem as ba a e as salinas A salina ela num cria nada nela de mato bicho essas coisa n As salina esse ano seco quase tudo elas demora mais que as ba as porque fica um barro assim n S que antigamente essas salinas quase que num secava n Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 228 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tem as salinas que umas tem as guas mais azul outras mais verdes e as ba as n E todas secam s que tinha muitas delas antes num secavam eu nunca vi seco antes A depois duns oito anos pra c elas vem secando todo ano E tem ba a daquelas que seca e depois num pega mais gua tamb m praticamente morre cabo a ba a Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Pantanal As lagoa tudo diferente tem ba a que seca tem ba a que num tem gua boa a gua
134. ado em diversas bibliografias que tais unidades s o distintas no entanto interligadas dentro da din mica sist mica particular da regi o constitu da sobretudo por fatores clim ticos sazonais topogr ficos e relacionados din mica h drica dos principais rios da regi o Paraguai Negro e Taquari Neste contexto Pott 2007 afirma que o desmatamento no Pantanal era incipiente apenas para pequenas ro as de subsist ncia como mandioca at 1980 quando pastagens come aram a ser cultivadas em cordilheiras desmatadas Cerca de 4 da vegeta o lenhosa do Pantanal foi substitu da por pastagens de Brachiaria principalmente cerrad o na parte leste das subregi es de Nhecol ndia e Paiagu s at 1991 Os dados territoriais expostos no cap tulo 5 deste trabalho destacaram tr s fatores importantes a serem aqui relembrados e considerados de modo a aprofundar essas reflex es 1 Foi detectada uma abrupta diminui o do n mero de cabe as de gado no munic pio de Corumb na d cada de 80 que passa a aumentar substancialmente nas d cadas de 90 e 2000 2 A evolu o do n mero de propriedades destinadas pecu ria no munic pio passa aumentar tamb m a partir da d cada de 80 3 Ao mesmo tempo as reas destinadas pecu ria no munic pio de Corumb revelou uma significativa diminui o tamb m a partir da d cada de 80 Acreditamos que o pico de inunda o do rio Paraguai na d cada de 80 como evidenciado por Pa
135. ados por Amaral Filho 1986 na parte norte do Pantanal predominantemente solos que possuem o horizonte subsuperficial de textura mais argilosa A parte central formada por sedimentos de natureza arenosa transportados pelo rio Taquari resultando no chamado Leque do Taquari CUNHA 1981 apud AMARAL FILHO 1986 e a parte sul do Pantanal formada por sedimentos de natureza argilosa depositados principalmente pelos rios Miranda Negro e Paraguai Figura 26 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 99 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem SOLOS DO PANTANAL MATO GROSSENSE E LATOSSOLO VERMELHO ESCURO 144 km 0 07 nv BRUNIZ M AVERMELHADO 352 km 0 62 ev PODZ LICO VERMELHO AMARELO 7 307 km 4 77 me PODZOL HIDROM RFICO 28 767 km 18 81 PL PLANOSSOLO 18 073 km 11 81 es PLANOSSOLO SOL DICO 17 668 km 11 55 ss SOLONETZ SOLODIZADO 17 613 km 11 51 nc LATERITA HIDROM RFICA 31 052 km 20 31 GLE POUCO H MICO 17 843 km 11 60 taa AREIAS QUARTZOSAS HIDROM RFICAS 1 634 km 1 07 rss VERTISOLO 8 878 km 5 80 ERE soros aLuvius 603 in 10 39 SOLOS LIT LICOS 2 499 km 1 63 REA TOTAL 153 000 km 0 25 S 75 tkm MM Us CAMPUS DE TR S LAGOAS tab de Carmgrana e Anassa Amt Digtakzasdo Edi
136. agem aplicado ao estudo sobre as din micas s cio ambientais em Mirante do Paranapanema SP Disserta o Mestrado Univ Estadual Paulista Faculdade de Ci ncia e Tecnologia Presidente Prudente 2010 TARIFA J R O sistema clim tico do Pantanal Compreens o do sistema defini o de prioridades de pesquisa climatol gica In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICO DO PANTANAL 1 1986 Corumb MS Anais Bras lia EMBRAPA CPAP 1986 p 09 27 TORRES Eloisa C As Transforma es Hist ricas e Din mica Atual da Paisagem nas microbacias dos Ribeir es Santo Ant nio SP S o Francisco PR e Tr s Barras MS Tese Doutorado Univ Estadual Paulista Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Presidente Prudente 2003 TRICART J Ecodin mica Rio de Janeiro IBGE SUPREN 1977 91 p TROPPMAIR Helmut Biogeografia e Ambiente Rio Claro 1987 VALVERDE Orlando Fundamentos Geogr ficos do Planejamento Rural do Munic pio de Corumb In Revista Brasileira de Geografia Ano 43 n 1 Rio de Janeiro 1972 p 49 145 VIEIRA L cio Salgado Manual da Ci ncia do Solo com nfase aos solos tropicais 2 ed S o Paulo Ed Agron mica Ceres 1988 464 p VIEIRA R A O Homem Pantaneiro Caracter sticas e Cultura In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL SUSTENTABILIDADE REGIONAL 4 2004 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA PANTANAL 2004 VITTE Ant n
137. agem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e Os solos da borda da mata na cordilheira at o eixo da vazante s o arenosos pobres em mat ria org nica e A acidez aumenta na borda da lagoa e Apesar dos baixos teores de argila h uma diminui o em profundidades em todos os perfis e o da cordilheira apresenta os valores mais altos na superf cie por m essas pequenas varia es n o modificam a caracteriza o dos solos como Areia Quartzozas tal como assinalado por RADAMBRASIL 1982 para essa rea da Nhecol ndia Com rela o ao solo a toposseq ncia na fazenda Nhumirim EMBRAPA revela que s o arenosos Podz is Hidrom rficos ou Areias Quartzozas os histogramas elaborados a partir da an lise granulom trica mostram que o material extremamente homog neo vertical e lateralmente at pelo menos 3m de profundidade com domin ncia de areia fina Foi encontrada tamb m uma camada salina de material verde 5G5 2 oliva acinzentada frequentemente com pequenas manchas amarelas vermelho escuro ou esbranqui adas de pH pr ximo 10 O autor acredita que essa camada possivelmente sirva como base para a manuten o da gua da lagoa salina e que esteja relacionada aos sedimentos compactos pr ximos a superf cie para essa ideia o autor cita relatados de Cunha 1943 Almeida 1945 e Cunha 1981 Alguns autores aventaram ainda a
138. agoa fala s salina ba a e salitrada Figuras 70 e 71 Quequ 61 anos de idade e 20 anos no Pantanal Foto Mauro Silva Maio 2012 Foto Mauro Silva Mai 2012 Figura 70 Salitrada com presen a de animais e vegeta o tipo macrofitas raramente encontrados em salinas Foto Mauro Silva Agosto 2009 Figura 71 Lagoa Salitrada Campo Dora utilizada como ref gio para a tomada de gua em per odo seco Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 231 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem F Anseios e Projetos do Entrevistado em rela o Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia As entrevistas mostraram que as perspectivas de melhor qualidade de vida para os Pantaneiros revelam um conflito pessoal entre a nsia pelos benef cios da modernidade e o receio de que essa modernidade traga consigo mudan as bruscas algumas j percebidas nas caracter sticas que conferem ao Pantanal da Nhecol ndia suas paisagens pr prias e identit rias Acho que o pantanal pra ser o pantanal tem que ser do jeito que ele n n o precisa traze benfeituria pra ele Ele tem que ser sacrificoso se traze um asfalto nesse aterro a num vai ser Pantanal eu at ia chega mais r pido em Corumb assim mais a tira a caracter stica do Pantana O Pantanal tem que ser sofrido eu acho que a
139. agoas tempor rias lagoas doces No entanto sobre os resultados adquiridos para essas tr s unidades Cardoso et al 2004 relatam que a foram encontradas caracter sticas como os maiores valores de acidez potencial por se tratar de reas mais baixas do meso relevo os maiores teores de mat ria org nica uma vez que se localizam em rea de inunda es frequentes e apresentam tamb m menores valores de bases troc veis Esses resultados s o contrastantes se comparados aos resultados j descritos de Mour o 1989 Sakamoto 1997 e Sakamoto et al 2004 O equivoco est justamente nos procedimentos metodol gicos escolhidos por Cardoso et al 2004 uma vez que foram realizadas an lises qu micas do solo apenas na camada de 0 20 cm da superf cie dando margem a generaliza es O equ voco de Cardoso et al 2004 fica mais evidente se atentarmos para as conclus es de Bacani et al 2004 que ao analisarem a influ ncia sazonal das chuvas nas diferentes respostas do len ol fre tico durante os per odos extremos de descarga seco e recarga chuvoso ao longo dos anos de 1998 a 2002 ressaltam que as chuvas ocorridas localmente influenciam a oscila o do len ol fre tico ou seja quando a distribui o das chuvas mais homog nea a infiltra o mais lenta portanto o gradiente de oscila o menor e quando a distribui o das chuvas mais contrastada o processo de infiltra o se torna mais r pido o que
140. ainda a cren a de que tal processo pode ser recente no Pantanal da Nhecol ndia e atribu do a fragilidade da rea e a recente ocupa o intensiva Uma das justificativas para tal afirma o a confus o de alguns pantaneiros Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 247 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem no momento da aplica o das entrevistas com rela o a denomina o salina e salitrada Observou se que alguns dos entrevistados demostraram uma n o distin o ao pronunciarem uma lagoa pelo nome salina e salitrada apontando portanto que a unidade de paisagem estudada t o recente que n o s o percebidas por todos os pantaneiros Tal unidade descrita e apresentada como uma salina descaracterizada e que dependendo do grau de descaracteriza o passa a ser referida como salitrada por alguns pantaneiros mas continua sendo chamada de salina por outros Refletimos nesse momento o qu o diretamente o desmatamento da regi o influencia ou pode influenciar a ativa o de tal din mica em toda a rea do Pantanal sendo que podemos pensar contudo que a retirada das matas de cordilheiras possa n o s acelerar a din mica aqui j apresentada para os sistemas alcalinos mas tamb m afetar a din mica de outras unidades da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia uma vez que concordamos base
141. al A transforma o maior que teve foi o desmatamento n desmatamento transforma o de pasto pastagem foi uma das coisas que mais cresceram no Pantanal o povo novo a pondo pasto em todo lugar Quequ 61 anos de idade e 20 anos no Pantanal Tem muito fazendeiro novo a n que j modificou bastante n o sistema que ta diferente Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantanal Acreditamos ainda que os resultados mostraram acima de tudo uma proximidade e concientiza o do homem pantaneiro perante a importancia ambiental da rea e dos elementos da paisagem e portanto necess rio discutir projetos voltados para conscientiza o do propriet rio das fazendas criador de gado causador do desmatamento amenizando os impactos e contribuindo para o barramento do conflito cultural que caminha a rela o pantaneiro x propriet rio no Pantanal da Nhecol ndia De acordo com Espindola 2010 por Homem pantaneiro entende se ser o pe o que vive isolado nas fazendas de gado Sobre esses homens descendentes da miscigena o tnica que vimos em paginas anteriores muito pouco ou quase nada se tem escrito Sabe se Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 259 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem que os primeiros vieram com essa gente nossa como agregados e atribui se a ele
142. al se alimentam mais de arbustos e ervas aqu ticas do que nos extensos campos naturais bem conhecido que o pastejo influencia a diversidade de plantas O gado bovino seleciona sazonalmente esp cies forrageiras e s tios de pastejo Santos et al 2002 e assim sobrepasteja algumas reas O gado causou redu o de rvores ramoneadas mas Cecropia pachystachya se refugia em moitas de Bromelia balansae enquanto Ficus spp escapam como ep fitas e aumento de esp cies espinhosas como B balansae e Mimosa spp Algumas plantas parecem ter se tornadas raras devido pecu ria O mesmo autor acrescenta ainda que durante s ries de anos secos v rias esp cies lenhosas pioneiras avan am sobre campos graminosos alag veis em solos arenosos como Annona dioica Bowdichia virgilioides Buchenavia tomentosa Curatella americana Hymenaea stigonocarpa Luehea paniculata Sclerolobium aureum e Simarouba versicolor O Pantanal atravessou um per odo de seca prolongado ao longo da d cada de 1960 entrando posteriormente por um per odo de grandes cheias que iniciou se em 1974 estendendo se at meados da d cada de 1990 Este per odo de cheias alta umidade alterou a distribui o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 242 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e a extens o de ambientes favor veis para algum
143. al Sul Baixo Pantanal e em Corumb sendo que de acordo com a organiza o do IBGE o Baixo Pantanal compreende al m do territ rio municipal de Corumb os munic pios de Lad rio e Porto Murtinho e o Pantanal Sul engloba o Baixo Pantanal mais os Munic pios de Aquidauana Anast cio Dois Irm os do Buriti e Miranda observado tanto para todo o Pantanal Sul Gr fico 4 quanto para o Baixo Pantanal Gr fico 5 e especificamente para o munic pio de Corumb Gr fico 6 que mais de 35 das propriedades localizadas nessas regi es s o maiores que 2000 hectares sendo respectivamente 32 1 no Pantanal Sul 39 8 se tomarmos como base apenas as propriedades localizadas na regi o do Baixo Pantanal e 42 6 se levarmos em conta especificamente as propriedades que comp es os limites territoriais do Munic pio de Corumb Pantanal Sul Gr fico 4 N mero de propriedades por hectare na rea do Pantanal Sul Censo Agropecu rio 1996 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 178 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Baixo Pantanal 800 700 600 500 463 400 300 200 100 T T B menorque del0a de100a de200a de500a Maiorque Sem 10 100 200 500 2000 2000 Declara o Gr fico 5 N mero de propriedades por hectare na r
144. al dessa paisagem O autor cita ent o tr s conjuntos diferentes no interior de um mesmo sistema que se entrecruzam largamente S o eles o sistema geomorfogen tico a din mica biol gica e o sistema de explora o antr pica A din mica biol gica que interv m ao n vel do tapete vegetal e dos solos Ela determinada por toda cadeia de rea es ecofisiol gicas que se manifestam atrav s dos fen menos de adapta o ec topos de plasticidade de dissemina o de concorr ncia entre as esp cies ou as forma es vegetais etc com prolongamento ao n vel do solo BERTRAND 2007 p 22 Partindo dessas premissas das bases para a investidura na compreens o da estrutura da cobertura vegetal optou se pelo m todo dos invent rios fitossociol gicos aplicado biogeografia as fichas fitossociol gicas e as pir mides de vegeta o sendo o m todo de invent rio fitossociol gico ficha de pir mide de Vegeta o uma representa o gr fica da estrutura o vertical de uma forma o vegetal qualquer PASSOS 2003 p 192 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 151 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Primeiramente estabeleceu se uma rea 20 X 20m ou seja 400m2 onde foi poss vel realizar os seguintes procedimentos o Coleta de amostras de planta utilizando a t cnica de herboriza
145. al ressaltando ainda que em 1989 Guilherme Mour o tratou como lagoa intermedi ria um sistema com caracter sticas semelhantes s salitradas A lagoa salitrada se diferencia das outras lagoas salinas por n o conter uma rea de praia no seu entorno apenas gram neas seguido de vegeta o arbustiva e depois cordilheira que n o a circunda completamente As representa es geofotogr ficas a seguir Figuras 4 5 6 7 8 9 e 10 extra das de Santos 2008 elucidam as principais diferen as vis veis entre as lagoas Salinas as ba as de gua doce e uma lagoa salitra na rea da fazenda Nhumirim de propriedade da EMBRAPA localizada no Pantanal da Nhecol ndia Figura 4 a vista a rea da lagoa Salina do Meio em destaque e Salitrada Campo Dora ao fundo Foto A Pott b vista a rea da Ba a da Sede Nhumirim Foto Embrapa Pantanal Fonte Souza 2008 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 35 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A b Figura 5 Salina do Meio a per odo de seca 08 2006 b Per odo de cheia 5 2007 Fonte Souza 2008 Figura 6 Salina do Meio a per odo de seca 10 2004 destacando a presen a de aves e a florac o de cianobact rias nas margens da lagoa foto H Quenol b per odo de cheia 5 2007 destacando a presenca do gado Fonte Souza 2008 Fi
146. alinas em superf cies discretamente al adas Contudo para Almeida et al 2006 o padr o geral da disposi o das lagoas salinas tornadas assim fei es reliquiares seria o de reas preservadas dos retrabalhamentos por correntes embora a prote o contra as inunda es possa tamb m se dar por cordilheiras explicando a presen a de salinas em reas suscept veis s inunda es As lagoas hipossalinas ao contr rio se concentrariam nas reas mais incorporadas a drenagem geral da bacia Al m disso h evid ncias de isolamento crescente de lagoas sugerindo haver a transforma o atual de salinas em hipossalinas e vice versa Mendes 2008 tem um dos focos de an lises semelhantes a Almeida et al 2006 testar a aplica o de filtros da mesma fam lia em desenho n o linear de mapas de lagoas do Pantanal da Nhecol ndia para real ar a distribui o n o aleat ria das lagoas salinas e hipossalinas Os resultados obtidos permitiram observar distribui o n o aleat ria das lagoas salinas e hipossalinas bem como da seguran a na interpreta o e delimita o de concentra es de lagoas de um e outro tipo concordando assim diretamente com os resultados de Almeida et al 2006 Por m as investiga es de Oliveira et al 2006 apontam que nos ltimos anos n o ocorreu uma mudan a fisiogr fica relevante nas lagoas do Pantanal da Nhecol ndia No trabalho com o objetivo de realizar uma an lise multitemporal
147. alitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem exponencial aumento do n mero de propriedades no munic pio de Corumb evidenciando portanto a tend ncia ao desmembramento das propriedades rurais no Pantanal sul mato grossense N de Estabelecimento Gr fico 12 Evolu o do N mero de Propriedades destinadas Pecu ria no Munic pio de Corumb IBGE 2006 rea Km2 H Gr fico 13 Evolu o Quantidade de Area destinadas Pecu ria no Munic pio de Corumb IBGE 2006 Os estudos de Ara jo 2006 v o em confirma o aos dados apresentados neste trabalho Ele os explica afirmando que na d cada de 1980 a atividade pecu ria do Pantanal Sul entrou em crise devido a fatores econ micos e naturais que levaram perda da competitividade do gado produzido na regi o frente a outras reas de Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 184 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem produ o A crise econ mica est relacionada queda do pre o do boi gordo aliada eleva o dos custos de alguns insumos implicando em uma redu o na capacidade de investimentos e de custeio dos produtores e em consequ ncia uma forte descapitaliza o do setor Outras informa es importantes relacionadas ao decl nio da pecu ria no Pantana
148. amentos que afetaram o lado ocidental da Bacia do Paraguai seguido ainda de varia es de efeitos morfoclim ticos respons veis pelas escultura es mais recentes De acordo com Ab Saber 1988 para fixar os detritos removidos das escarpas e espa os circundantes da rea houve a interven o de um esquema de rejeito de falhas contr rias inclina o prim ria da superf cie topogr fica regional Segundo ele essa movimenta o se comporta como uma fossa tect nica de maior amplitude espacial Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 94 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem relacionada a um conjunto de falhamentos contr rios tardios em uma rea que sofreu previamente uma grande movimenta o tect nica Ab Saber vai al m e ressalta que com essas transforma es o que antes era distribuidor de gua passou a ser um recept culo de rios sendo que estes chegaram carregando detritos areias cascalhos enfim uma quantidade enorme de sedimentos para o interior dessa depress o sendo esta din mica vigente at os dias atuais e de suma import ncia para a rea pois ao longo do mil nio camadas sedimentares de 400 a 500 metros de espessura formaram os chamados leques aluviais cujo maior o do Taquari Essas afirma es explicam a din mica de inunda o da rea se somadas s ideias de Franco
149. an as consideradas como essenciais sob determinados pontos de vista deem ser apresentadas ou seja indicadas Trata se quase de uma amostragem ao longo do tempo O procedimento de detec o por isso deve ser o mais padronizado poss vel LANG E BLASCHKE 2009 p 345 Uma outra vis o dos autores basilar escolha de nossos procedimentos para esta etapa da pesquisa a de que o sensoriamento remoto possibilita o levantamento de dados sobre mudan as em extensas reas por isso interessante de acordo com Lang e Blasche 2009 utilizar o potencial do sensoriamento remoto por sat lite para o monitoramento regular e intenso A ideia b sica consiste em por meio de sensoriamento remoto determinar aquelas reas que apresentam mudan as relevantes para a prote o ambiental A utiliza o de m todos de sistema sensores atua por assim dizer como filtro como foco Para tanto por fim necess ria uma transforma o do conte do de uma imagem num valor num rico que como indicador mostrar as mudan as sob determinados pontos de visto Fundamentados nas premissas apresentadas acima realizou se nessa etapa do trabalho um novo recorte primeiramente limitando as atividades de an lise de imagens de sat lite apenas para os limites da Baixa Nhecol ndia 5 baseados nas seguintes justificativas 1 Analisar apenas a rea da lagoa Salitrada selecionada remeteria a uma rea pequena que por sua vez n o daria conta da identific
150. anal da Nhecol ndia Na nsia de compreender a din mica de uso e ocupa o da rea do Pantanal da Nhecol ndia buscamos identificar os fatos hist ricos relevantes que findaram nessa atual configura o territorial por meio de um levantamento bibliogr fico pautado em relatos ou biografias de familiares de importantes personagens que comp em a hist ria do Pantanal da Nhecol ndia Para tal levantamento que por si s revela as influ ncias ex ginas e end genas no Pantanal da Nhecol ndia necessitou se mais uma vez de um extrapolar de escalas de modo a captar uma vis o do global para o particular no que concerne s influ ncias nas din micas do territ rio Por tratar se de uma rea praticamente dentro dos limites territoriais do munic pio de Corumb o Pantanal Sul sofre total influ ncia das din micas originadas nessa regi o mun cipe Portanto atentamos aqui para a fundamental import ncia que o munic pio de Corumb possui para as din micas territoriais estabelecidas no Pantanal Sul em especial no Pantanal da Nhecol ndia Optou se aqui pelo levantamento de dados referentes aos seguintes aspectos econ micos da din mica territorial do Munic pio de Corumb e da Nhecol ndia e Primeiras ocupa es e hist rico do Pantanal e Evolu o da pecu ria no munic pio de Corumb MS e Evolu o da estrutura fundi ria em Corumb Para tais dados as fontes utilizadas foram al m de dados compilados de trabalhos an
151. and 1972 geossistema um conceito complexo e ao mesmo tempo din mico mesmo num espa o tempo muito breve cuja individualidade conferida mais por sua din mica comum do que pela sua homogeneidade fision mica Para Troppmair 1987 o geossistema compreende um espa o que se caracteriza pela homogeneidade dos seus componentes suas estruturas fluxos e rela es que integrados formam o sistema do ambiente f sico e onde h explora o biol gica O autor ainda ressalta que embora os geossistemas sejam fen menos naturais todos os fatores sociais e econ micos que influenciam este sistema espacial s o levados em considera o e o estudo dos geossistemas aparece como o objetivo fundamental da geografia f sica pois ele fornecer os conhecimentos sobre o funcionamento da natureza permitindo desta forma o planejamento para o uso racional do espa o geogr fico O geossisema que um sistema espacial natural aberto e homog neo caracteriza se por tr s aspectos 1 pela morfologia que a express o f sica do arranjo dos elementos e da conseq ente estrutura espacial 2 pela din mica que o fluxo de energia e mat ria que passa pelo sistema e que varia no espa o e no tempo e 3 pela explora o biol gica da flora fauna e pelo pr prio homem TROPPMAIR 1987 p 126 J Bertrand aprofunda mais a conceitua o de geossistema afirmando que O geossistema situa se entre a 4 e a 5 grandeza t mporo espacial
152. andes 2007 guas doces O a 100 guas com Baixa Salinidade 100 a 250 Hipoalinas guas com M dia Salinidade 250 a 750 guas com Alta Salinidade 750 a 2250 guas com Salinidade 2250 a 5000 Salinas Extremamente Alta guas Hipersalina 5000 a 7000 Fonte Fernandes 2007 Fernandes 2007 acusa que apesar de identificar um valor neutro cido de pH 6 68 para a maioria das lagoas a mediana dos valores situa se mais elevada em pH 7 085 ou seja de neutro alcalino tendendo a valores fortemente alcalinos 9 5 a 10 Ainda segundo a frequ ncia de lagoas nas classes de pH o autor observou que n o houve guas com pH inferior a 5 5 Entretanto afirmou se que as lagoas da Baixa Nhecol ndia apresentam guas dentro de duas classes predominantemente neutro cido 26 6 das lagoas e fortemente alcalino 22 44 das lagoas Com rela o a condutividade el trica das lagoas Fernandes 2007 evidencia a grande variedade dos dados identificados no Pantanal da Baixa Nhecol ndia De acordo com o autor os picos encontram se nos intervalos de 250 a 500 uS cm e 2250 a 5000 uS cm classificados respectivamente como m dia salinidade e salinidade extremamente alta Tais dados estat sticos descrevem com maior detalhe o que as observa es em campo j indicavam bem como estudos anteriores que caracterizavam uma grande varia o da qualidade das guas ou seja uma gama de lagoas com pH e CE de alta vari ncia
153. anquilidade de num te ningu m pra mexer com voc sem s preocup com seu servi o e nada mais n Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal Gosto de tudo aqui du vive aqui por causa que as coisa aqui diferente da cidade o movimento o dia a dia tamb m n Na cidade eu fico quatro dia cinco dia Num gosto de cidade n o Aqui agente conhece tudo das otras fazenda at os vizinho agente conhece tudo Eles vem aqui agente vai l se nu conhece mesma coisa c cheg l a mesma coisa que tivesse aqui trata du memo jeito o sistema da fazenda Vandir F 54 anos de idade e 29 anos no Pantanal Com rela o aos pontos negativos apresentados por alguns entrevistados a dificuldades do transporte e dist ncia dos grandes centros urbanos Figuras 60 e 61 que fixam importantes recursos inexistentes no Pantanal foram os mais salientados Mais muito longe da cidades ruim pra gente e volta n d quatu hora de viagi at corumb Na cheia tem que ir de trat at a fazenda firme a vai de Toyota ou int o pega u barco ah A d bem mais de quatu hora bera menu umas seis hora Dona Janice C 42 anos de idade e 15 anos no Pantanal dificuldade s pro c ir pra cidade longe a estrada ruim n se fosse uma istrada boa Aqui agente inda tem a Toyota nas outra fazenda si num cavalo de Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 222 An lise da Paisagem do
154. antamento tem tico pantaneiro As conclus es de Santos ficam fortemente evidenciadas ao analisarmos as contribui es de Almeida et al 2006 que destacam que a Nhecol ndia definida pela presen a de diferentes f cies regidas pela distribui o diferenciada de lagoas salinas e hipossalinas Esta fisiografia pode ser definida pela presen a de savanas sazonalmente inundadas e limitadas por fragmentos florestais em eleva es de um a tr s metros conhecidas na regi o respectivamente como vazantes e cordilheiras e numerosas lagoas com caracter sticas espaciais f sicas qu micas e biol gicas muito variadas Tais lagoas podem ser agrupadas em diferentes classes de acordo com suas caracter sticas tais como pH salinidade grau de arredondamento e orienta o Estas lagoas comp em a mais not vel caracter stica das fei es do meio f sico daquele ambiente relacionando se de forma ora mais ora menos evidente com os demais elementos do meio f sico de ocorr ncia generalizada na Nhecol ndia as cordilheiras e as vazantes Os dados dispon veis indicam que esta fisiografia deva se a uma complexa e ainda pouco entendida combina o de processos geol gicos biol gicos hidrol gicos clim ticos sedimentares geoqu micos e neotect nicos ALMEIDA et all 2006 Os autores prop em uma espacializa o destas f cies e localmente as cruza com perfis altim tricos examinando a eventual correla o de discretos desn veis
155. ao todo as que os f sicos encontram na primeira natureza Elas n o s o leis invari veis e universais conforme observam Smith amp O Keefe 1980 uma vez que as sociedades est o em curso constantemente se transformando e se desenvolvendo Da se conclui que a forma de apropria o e transforma o da natureza determinada pelas leis transit rias da sociedade CASSETI 1995 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 49 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Nesse c rculo de ideias essa rela o dial tica justifica o aspecto existencial e leva a pensar o homem como ser natural devendo se contudo entend lo primeiramente como um ser social A rela o homem natureza um processo de produ o de mercadorias ou de produ o da natureza Portanto o homem n o apenas um habitante da natureza ele se apropria e transforma as riquezas da natureza em meios de civiliza o hist rica para a sociedade Para Casseti 1995 a sociedade portanto um organismo social complexo cuja organiza o interna representa um conjunto de liga es e rela es fundamentadas no trabalho Esse trabalho encontra se diretamente vinculado aos recursos oferecidos pela natureza Desta forma a natureza resultante da pura combina o dos fatores f sicos qu micos e biol gicos ao sofrer apropria o e transf
156. areia principalmente nas extremidades da topossequ ncia evidenciando assim a proximidade do cord o arenoso que se apresenta como base para a cobertura vegetal das cordilheiras Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 197 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 10 Granulometria dos solos da topossequ ncia da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol AN LISE F SICA GRANULOMETRIA Amostra Areia g kg Argila g Kg Silte g kg 1 963 98 9 00 27 02 2 956 97 12 67 30 37 3 954 62 8 00 37 38 4 917 44 6 00 76 56 5 853 99 70 00 76 04 6 825 44 98 00 76 58 7 789 44 127 33 74 23 8 934 30 56 00 9 70 9 717 05 174 00 108 95 10 322 79 171 33 505 88 11 733 48 154 67 111 88 12 704 78 149 00 146 22 13 662 16 145 00 192 85 14 901 13 7 00 91 88 15 781 10 120 00 98 90 16 818 44 36 67 142 89 17 769 36 92 67 137 97 18 787 59 71 33 141 07 19 857 29 6 67 136 04 20 816 24 25 00 158 76 21 827 67 63 00 109 33 22 920 44 8 67 70 90 Fonte Laborat rio de Sedimentologia e An lise de Solos do Departamento de Geografia da Univ Estadual Paulista Campus de Presidente Prudente De acordo com o aumento da profundidade o material apresenta part culas mais finas como o caso das amostras 7 9 11 12 13 15 17 e 18 que mesm
157. ares da SILVA PPGG FCT UNESP 93 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem C Fim da Era Paleoz ica Prim rio D Fim da Era Mesoz ica Secund ria anmi bot srein foamed ab E Fim da Era Cenoz ica Terci rio F Durante o Neoz ico Quatern rio Figura 22 Compila o de Mapas representando evolu o da rea do Pantanal de acordo com a teoria de Orville Adalbert Derville Fonte Souza 1973 Outra vertente te rica que tenta dar conta de esclarecer a origem do Pantanal trabalhada por Ab Saber que diz haver sido essa rea uma grande ab bada influenciada por v rios processos geol gicos geomorfol gicos De acordo com o mesmo h 60 milh es de anos num processo de acomoda o da crosta terrestre o Planalto Brasileiro teria se elevado causando uma grande acomoda o e fazendo com que essa ab bada comprimida se rachasse em fendas e por meio da eros o fosse lentamente desmoronando em dire o ao Sul Assim a ab bada teria se transformado numa funda plan cie Somando as ideias de Alvarenga et al 1984 e Ab Saber 1988 poss vel descrever resumidamente que a evolu o desta rea impulsionada pela ocorr ncia de um processo morfoestrutural influenciado por ativa es e reativa es tect nicas de bombeamentos e soerguimentos de reas circunvizinhas acompanhadas de afund
158. as bases para compreender o indiv duo que hoje conhecido como Homem Pantaneiro Pantaneiro ou Pe o Pantaneiro ressaltando que mesmo com essa mistura cultural distinta este homem adquiriu uma identidade muito peculiar real e bem evidenciada em hist rias contos poesia m sica cinema e demais correntes art sticas Vieira 2004 acentua bem as afirma es anteriores quando ressalta que o homem pantaneiro tem em sua forma o a presen a do ndio em todas as suas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 219 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem caracter sticas um povo que vive da natureza com os elementos terra e gua cujas limita es imprimem sua vida uma forma integrada e bem diferenciada dos outros povos Um estilo de vida aparentemente duro e dif cil para quem n o est habituado com aquele modo de viver Entretanto com o passar do tempo se tornou parte intr nseca do seu meio onde convive em harmonia com a natureza com a fam lia e consigo mesmo Outro fato inerente cultura pantaneira segundo Esp ndola 2003 a conhecida sabedoria emp rica dos homens dos pantanais que det m um modo especial de observar e de interpretar os fen menos naturais a fim de orientar se nas pr ticas do dia a dia Esse modo de agir norteado pelo saber emp rico testado em diversas circunst
159. as esp cies de plantas locais que assim expandiram a sua ocorr ncia invadindo campos limpos onde antes predominavam v rias esp cies de gram neas Por m a partir de meados da d cada de 1990 iniciou se um per odo de cheias de menor intensidade e extens o gerando nova altera o das unidades de paisagem com invas o de reas de pastagem por esp cies que se adequam a rea pouco ou n o inund veis Os efeitos cumulativos destes per odos t em alterado reas ecologicamente diversas mas geograficamente pr ximas SANTOS ET AL 2006 Ainda para este autor a resposta das plantas frente aos diferentes dist rbios depende das adapta es morfol gicas das plantas ao fogo ao pastejo e a defici ncia h drica concluindo que a intensidade e frequ ncia destes dist rbios podem causar modifica es no ecossistema como tamb m produzir ambientes favor veis para a dissemina o de plantas n o desej veis consideradas invasoras Para Pott 2007 mesmo dentro de uma forma o homog nea a princ pio h grandes varia es na composi o flor stica em fun o de sutis diferen as em altura da l mina d gua ou profundidade do len ol fre tico tempo de resid ncia da inunda o gua parada ou corrente origem fluvial ou pluvial ou simplesmente dist ncia do corpo d gua No caso da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol os dados de fitossociologia j apresentados no cap tulo 6 demostraram uma significativa di
160. aturalistas Por m com o romance de aventura e o romance regionalista que a paisagem ganha espa o na literatura Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 68 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem No mbito da ci ncia Geogr fica s o in meras as contribui es na tentativa de atribuir um conceito e ou no o de Paisagem bem como determinar um m todo apropriado nas pesquisas referidas a esta tem tica No entanto deixemos claro que n o se pretende aqui estabelecer um novo conceito e ou no o deste termo j t o debatido ao longo dos anos na geografia mas interpretar e compreender algumas concep es a respeito de Paisagem divulgadas para a academia geogr fica buscando o di logo entre diversos autores que tratam e ou trataram desta abordagem A partir do s culo XIX o termo paisagem profundamente utilizado em Geografia e em geral se concebe como o conjunto de formas que caracterizam um setor determinado da superf cie terrestre A partir desta concep o que considera puramente as formas o que se distingue a heterogeneidade da homogeneidade de modo que se podem analisar os elementos em fun o de sua forma e magnitude e assim obter uma classifica o de paisagens morfol gicas vegetais agr rias etc No entanto de acordo com Dias 2003 da d cada de 1960 que ressurge co
161. bem como do sistema baia vazante e dos corixos como bem sintetizou Por 1995 por m ainda n o se alcan ou um consenso No entanto aceitam a ideia que no final do Pleistoceno o Pantanal esteve sujeito a um clima de extrema aridez e drenagem de car ter endorreico essas condi es favoreceriam a acumula o de sais talvez de forma localizada como querem alguns autores Nas condi es atuais de clima mais mido haveria a tend ncia a perdas por solubiliza o Algumas contribui es indicam que as lagoas salinas no Pantanal da Nhecol ndia tiveram sua forma o em antigas reas interdunares Klammer 1982 apud FERNANDES 2000 identificou a ocorr ncia de dunas longitudinais fossilizadas com dire o NNE SSW E NNW SSE com base na interpreta o de imagem de radar mencionando portanto a predomin ncia de paleoventos NNE e NNW Almeida e Lima 1959 apud REZENDE FILHO 2006 atestam que as lagoas do Pantanal da Nhecol ndia s o oriundas de processos de defla o e lica nesse sentido as cordilheiras seriam fei es morfol gicas de antigas dunas e licas formadas em condi es des rticas pret ritas sendo assim as salinas ocorrem em lugares onde houve concentra es naturais de sais no solo do antigo deserto A gua infiltrada nas camadas arenosas dissolve esses sais e durante a esta o seca precipita os nas margens Fernandes 2000 organizou a compartimenta o deste Pantanal em unidades como Plan cie Atual do Rio Taq
162. bem e do mal Filho do Pantanal Trecho da M sica Sagrado Cora o da Terra Marcus Viana Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 162 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 163 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem O PANTANAL DA NHECOL NDIA UM MEIO AMBIENTE TERRITORIA LIZADO As premissas deste cap tulo encontram se fundamentadas nas aspira es de Bertrand 2007 que julga que a compreens o geogr fica do meio ambiente deve se manifestar essencialmente na perspectiva hoje reconhecida como a ci ncia social dos territ rios portanto territorializar o meio ambiente ao mesmo tempo enraiz lo na natureza e na sociedade fornecendo os meios conceituais e metodol gicos de fazer avan ar o conhecimento ambiental nesse campo BERTRAND 2007 p 124 Para tanto julgamos aqui importante o conhecimento dos aspectos de organiza o territorial do Pantanal bem como a evolu o desses processos at os dias atuais Contudo o foco central dessa etapa do trabalho apresentar o processo de forma o dos grandes latif ndios no Pantanal Registra se aqui contudo que fatos marcantes da hist ria da regi o tais como a din mica
163. bemos que a configura o pedomorfol gica do lado oeste do perfil de solos da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol indica que os processos pedogen ticos que ocorrem atualmente no pedoambiente da lagoa n o s o resultantes apenas da din mica de oscila o do len ol fre tico Sendo assim em uma tentativa de responder essa quest o realizamos a sobreposi o da modelo topogr fico da rea da lagoa em um recorte de imagem de sat lite datada de setembro de 2010 que permite uma visualiza o a aproximadamente 1 000 metros de modo a melhor analisar as influ ncias de reas circunvizinhas com o sistema lacustre estudado figura 75 24 Imagem disponibilizada gratuitamente pelo software online Google Earth Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 239 OPZ dSHNO LOd DOdd VAIS sexeos onbuuog omen LISYTIPIOD 9 OS op Ipod OMIY epedi es voge ep voo vigesgodo e ouo oe5e o1 og3ezi enstA L enar venite p epragu passos gt HPRP eu eure 4 open op epespus ap swaan most ooz OS OOL OS 0 psi nam wo q 8765 45 55 SUS PS H SINE CORN 3 orziueaQ ES ES bh bt wa o s wa Sz w3 Q ot wo sz wo Qs uos w3 oz wo sz un o sz wo Guz uroSvsreq 9 onore eurojsissoor JLO opopour op vAnoedsaed e qos serpentes svoSe sep oseo op opnjso erpugjooouN Lp euejueq op uroSvsreq vp osipuy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estu
164. blemas te ricos especialmente nas ci ncias bio sociais e os problemas pr ticos propostos pela moderna tecnologia A viabilidade resultou de v rias novas cria es te ricas epistemol gicas matem ticas etc que embora ainda no come o tornaram progressivamente realiz vel o enfoque dos sistemas Gregory 1992 esclarece que a incorpora o da abordagem sist mica na Geografia F sica registrou 35 anos de processo de fixa o se iniciando em 1935 com a formula o do conceito de ecossistema pelo ec logo bot nico A G Tansley e recebendo o coroamento definitivo com a publica o da obra Physical Geography a systen approach de Chorley e Kennedy no ano de 1971 Elucida ainda que desde ent o a postura sist mica em suma uma norteadora nas pesquisas em Geografia F sica Nas considera es de Troppmair 1987 est o afirma es que asseguram que a biogeografia bem como a ecologia preocupam se com os problemas ambientais que a humanidade enfrenta hoje Para o autor necess rio estudar o solo o clima a gua a vegeta o de forma isolada e sim deve prevalecer a vis o integrada e sist mica este um dos motivos por que tomaram for a os estudos que visavam caracteriza o a estrutura e a din mica da paisagem ressaltado portanto que n o devemos estudar o meio f sico como produto final com o objetivo nico e isolado em si mas como o meio em que os seres vivos entre eles o homem vivem e desenvolvem
165. cer uma organiza o te rica metodol gica dentro da ci ncia geogr fica que consiga dar conta da complexidade inerente aos estudos do meio ambiente e desta forma alcan ar o holismo t o esperado nas expectativas da comunidade geogr fica Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 86 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 87 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem O PANTANAL MATO GROSSENSE E SUA COMPLEXIDADE PAISAG STICA O Pantanal Mato grossense considerado por muitos pesquisadores uma rea de extrema complexidade fragilidade e vulnerabilidade tais caracter sticas est o estritamente relacionadas sua recente forma o e influ ncias ex genas constantemente direcionadas a essa rea O Pantanal Mato grossense se encontra na por o central da Am rica do Sul na Bacia do Alto Paraguai entre as coordenadas 14 e 22 de latitude sul e 53 e 59 de longitude Oeste Figura 19 compreendendo uma rea de 140 000 Km composta por extensa superf cie de acumula o sujeita a inunda es peri dicas ALV ARENGA et al 1982 GODOI FILHO 1986 e SAKAMOTO et al 1996 6 S r2vs Figura 19 L
166. cia Gr fico 20 V do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada da lagoa Salitrada me CTC Cap Troca Cal mmolc dm3 26 7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Gr fico 21 CTC das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Da correla o evidenciada no par grafo anterior a amostra 11 referente laje endurecida e localizada em profundidade n o se faz condizente Tal amostra apresenta teor de pH que induz interpreta o de um solo cido e no entanto os ndices de K Ca Mg Soma de Bases CTC e V s o relativamente altos se comparados s outras amostras constitu das por ndices de pH entre 6 0 e 6 6 Em contrapartida os ndices de f sforo Mat ria Org nica Cu Fe Mn e Zn se apresentam relativamente altos diferentemente da situa o identificada para as outras amostras de pH cido aqui j referidas Graficos 22 23 24 25 e 26 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 203 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Fe Ferro mg itm3 P Resna F storo me dm Gr fico 22 P do solo da Topossequ ncia Gr fico 23 Fe do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada da lagoa Salitrada Mn Mangan s mg dm Cu Cobre mg dm3 Gr fico 24 Mn do solo da Topossequ ncia Gr fico 25 Cu do solo da Topossequ ncia
167. cia da ca a da pesca e de frutos bem como a ambi ncia privilegiada traduzida na del cia das guas na serenidade das correntes do rio mestre e de seus tribut rios na opul ncia das selvas e na amplid o das pradarias erigiram se em fator preponderante para a fixa o definitiva A os vieram encontrar os desbravadores em contato pac fico ou hostil em acometimentos de alicia o ou exterm nio de preia e que para este ltimo individuais ou coletivos atuais ou passados end genos ou ex genos em rela o ao territ rio considerado com sua carga de mem ria patrionial Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 217 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem escravid o a escreverem a ferro fogo e sangue a hist ria da quadra colonial SOUZA 1973 p 92 Nota se a o retrato de que os processos referentes din mica de ocupa o da rea do Pantanal n amp o uma narrativa repleta de conquistas recheadas de belas hist rias como trazem muitas das bibliografias em torno do tema Assim como a hist ria de v rias regi es brasileiras o Pantanal foi palco de muitos conflitos por terras poder e recursos naturais Em resumo as evolu es das descobertas antropol gicas e paleontol gicas desenvolvidas na rea em quest o registram de acordo com Souza 1973 que todas falam a favor do e
168. cial professora Dr Margarete Amorim pelas discuss es te ricas no momento do est gio doc ncia ao Professor Dr Jo o Lima Sant Ana Neto pelas contribui es no ato da qualifica o e ao professor Dr Paulo C sar Rocha que al m do compartilhamento do conhecimento esteve sempre presente como professor e amigo Aos funcion rios da Secretaria da P s Gradua o em Geografia sobretudo Cintia e ao Andr pela humanidade que mostram durante os atendimentos Ao Departamento de Geografia da Universidade de Coimbra por me permitir estagiar por seis meses e conhecer a Geografia Portuguesa em todos os sentidos Agrade o principalmente vii AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp V J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente aos professores L cio Cunha e Ruy Jacinto por tudo que fizeram por mim durante minha estadia em Coimbra Aos amigos da Resid ncia Pedro Nunes minha morada portuguesa Italianos portugueses argentinos africanos espanh is e muitos brasileiros que se tornaram minha fam lia no per odo em que l estive Minhas l grimas no momento da despedida substitui qualquer palavra que possa tentar escrever aqui Ao Laborat rio COSTEL na Universidade de Rennes 2 Fran a por me receber de portas abertas Principalmente aos professores Vicent Dubreuil e ao Professor Herv Quenol este ltimo quero agradecer profundamente por provar constantemente sua amizade Aos amigos da Uni
169. co e Unidades de Vegeta o e Pastagens Biogeoqu mica do 2006 Nativas do Pantanal da Rodela Pantanal da Nhecol ndia Mato Grosso do Sul Nhecol ndia MS USP Orientador Prof Dr Jos Coordenador Prof Pereira de Queiros Neto Dr Arnaldo Y Organiza o espacial dos Sakamoto 2007 componentes da paisagem da Baixa Fernandes Nhecol ndia Pantanal de Mato Teses Grosso do Sul USP Orientador Prof Dr Jos Pereira de Queiros Neto Forma o de carbonatos e 2007 argilominerais em solos s dicos do Furquim Pantanal Sul Mato Grossense USP Orientador Prof Dr Jos Pereira de Queiros Neto O trabalho de Resende 1989 por se tratar de uma confer ncia no I Interpan apresenta as caracter sticas naturais do Pantanal de forma homog nea e sucinta Para as unidades da paisagem da Nhecol ndia e especificamente os sistemas lacustres a autora diz que tr s unidades de paisagens s o caracter sticas da regi o sendo as cordilheiras com cord es arenosos vazantes superf cies c ncavas temporariamente alongadas e ba as Neste caso os sistemas lacustres da Nhecol ndia s o apresentados em sua totalidade como ba as J Mour o neste mesmo ano desfaz essa homogeneiza o ao realizar a limnologia comparativa entre tr s lagoas no Pantanal da Nhecol ndia duas ba as e uma salina a Ba a do Jacar a ba a do Arame e a Lagoa Salina do Meio ambas localizadas na fazenda Nhumirim base de pesquisa da EMBRAPA dentro do Pan
170. como a localiza o a extens o a complexidade o dinamismo a conex o e globalidade territorial que criam Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 67 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem um conjunto de conceitos b sicos em geografia elaborados pela pr pria ci ncia ou cujo uso tem adaptado para a articula o da disciplina Conceitos que nem sempre t m o mesmo significado para todos os autores sendo poss vel para o autor destacar tr s que aparecem muito relacionados desde o primeiro momento o espa o o territ rio e o lugar Sendo que destes o territ rio o que possui principal atrelamento ao conceito de paisagem em geografia O territ rio que deriva etimologicamente de terra tem todavia um sentido completamente hist rico e humano que pretende definir a no o de espa o f sico de superf cie terrestre nesse caso que cont m os c mbios hist ricos naturais e provocados assim como a sociedade humana e sua in rcia e din mica hist rica o territ rio pois um espa o social e hist rico Vinculados com essa no o ampla de territ rio aparecem diversos conceitos diferentes destacando o de paisagem e regi o PASSOS 2008 p 21 No caso espec fico da no o de paisagem de acordo com Passos 2003 as premissas da utiliza o da palavra est o vinculada
171. da Topossequ ncia da lagoa Salitrada 175 176 177 178 179 179 180 181 182 182 183 184 184 201 201 202 202 203 203 xix AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente Gr fico 20 V do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 21 CTC das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 22 P do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 23 Fe do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 24 Mn do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 25 Cu do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 26 Zn das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Gr fico 27 Estimativa de cen rios pret rios de rea inundada de 1900 a 2009 obtidos a partir da correlac o de dados obervados de n veis do rio Paraguai em Lad rio e rea inundada para o per odo de 2000 a 2009 PADOV ANI 2010 Gr fico 28 Evolu o do Uso e Ocupa o do solo da Baixa Nhecol ndia entre 1989 e 2009 203 203 204 204 204 204 204 249 255 XX AVA AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente LISTA DE TABELAS Tabela 1 Categorias chaves das diferentes linhas de pensamento da geografia como ci ncia social adaptado de Rodriguez 2007 p 53 Tabela 2 Trabalh
172. da da rea mais deprimida do perfil Tal organiza o pode ser melhor observada na figura 56 Tabela 11 Resultado das an lise qu micas das amostras dos solos P Resina MO pH K Ca H AI Al r sico qa mi Mat Org a mi pe LE Ol Mugr ro nme ic e ci be Potencia mmcief m ema ecien 1 T1 0 20cm 2 8 amp 14 8 2 amp o amp T2 70 80cm amp amp 6 3 21 2 4 amp 9 3 T6 120 140cm 228 amp 79 42 120 8 8 q 4 T7 60 80cm 14 i amp 15 9 85 15 amp 9 5 T8 20 30cm E Z 77 55 51 E3 amp g amp T9 120 150cm 24 7 2 38 4 61 amp amp g 2 T12 30 S0cm 53 Z 7 22 2 141 19 amp Q amp T1350 Z0cm 13 amp 7 7 18 184 28 8 g 9 T15 0 30cm 3 2 6 6 i 10 3 8 g 10 T15 240 250cm 121 Z 7 5 297 58 11 k o 11 Ti2 subsuperf 368 20 65 117 87 16 12 o SB CTC v M Cu Fe Mn Zn Soma Sme aci i m3 Cap Tocs Cat mmcic dm3 Set Emas Sat Alum nio Coba qa dm3 Pero gaim Megre ma i i Deco qa m3 1 T1 0 20cm 114 174 66 Q 0 1 8 5 5 0 1 2 T2 70 80cm 5 1 11 1 46 o 0 1 z 22 0 1 3 T6 120 140cm 170 178 96 Q 29 5 19 4 01 4 T7 60 80cm 115 123 9 94 g 17 z 17 01 5 T8 20 30cm 616 67 6 91 g 0 3 4 201 01 amp T9 120 150cm 107 4 15 4 93 g 21 3 24 8 03 zi 712 30 50cm 1822 1882 97 Q 13 3 419 01 8 T13 50 Z0cm 230 238 97 g 19 3 36 01 9 T15 0 30cm 14 22 64 Q 01 31 167 0 3 10 T15 240 250cm 98 7 105 7 93 g 2 3 amp 36 4 0 5 11 Ti2 subsuperf 1147 1267 91 Q 14 73 1461 19 Fonte
173. da superf cie tamb m apresentando concre es que aumentam em n mero e tamanho em profundidade esse horizonte tem cor amarelada Sobre esta mesma topossequ ncia Sakamoto 1997 apresenta ainda uma camada salina de material verde 5G 5 2 oliva acinzentado frequentemente com pequenas manchas amarelas vermelho escuras ou esbrangui adas de pH pr ximo a 10 Para Silva 2005 a morfologia das lagoas salinas do Pantanal da Nhecol ndia estabelecida por horizontes que s o constitu dos em geral por camadas superficiais arenosas e claras camadas cinza arenosas fri vel e subsuperficial camadas cinza escura mida e com ac mulo de mat ria org nica e camada esverdeada Figura 34 Al m destes horizontes ressalta se a ocorr ncia de zonas de altas atividades qu micas relacionadas zona fre tica caracterizada por mosqueamentos e interdigita o de cores ocres pretas esverdeadas e ou ferruginosas Horizontes Caracter sticos no Sistema Pedol gico de Lagoas Salinas do Pantanal da Nhecol ndia 1 Horizonte arenoso claro 1293 Horizonte cinza arenoso e fri vel EB Horizonte cinza escuro mido e com mat ria org nica 749 Horizonte esverdeado Figura 34 Organiza o dos solos das Lagoas Salinas por Silva 2004 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 115 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ
174. das por cana do brejo Cana glauca L e outras plantas aqu ticas e gram neas Fonte Souza 2008 Figura 11 Esquema hipot tico de funcionamento de uma salina com cordilheira Preservada Figura 12 Esquema hipot tico de funcionamento de uma salina com Cordilheira desmatada Figura 13 S ntese da no o de paisagem em geografia de acordo com as concep es 29 32 34 33 36 36 36 37 37 37 39 39 72 xiv AVA AVAVAY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente dos autores referenciais neste trabalho Dias Bertrand Passos Dollfus Juillard Tricart Rougerie Beroutchachivili e Souza Figura 14 Dom nios Morfoclim ticos Brasileiros reas Nucleares Ab Saber 2003 p 16 Figura 15 Modelo Te rico do Geossistema apresentado pro Bertrand 1968 Figura 16 Classifica o escalar da an lise geogr fica conforme a proposta ssist mica de Bertrand 1968 As correspond ncias entre as unidades s o muito aproximativas e dadas somente a t tulo de exemplo 1 conforme A Cailleux J Tricart e G Vies 2 conforme M Sorry 3 conforme R Brunet Fonte Souza 2010 Figura 17 Esquema do Sistema GTP Adaptado de Bertrand e Bertrand 2007 p 299 Fonte Pissinati e Archela 2009 Figura 18 Quadratura cient fica da paisagem adaptado de Bertrand 2007 p 254 Figura 19 Localiza o do Pantanal Matog
175. de ressalta se o aparente aumento e ou excesso de umidade marcando assim a presen a da zona fre tica por quase toda sua extens o Tanto na extremidade oeste quanto no extremo leste do perfil do solo da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol foi identificado em profundidade um material muito escuro de cor 10YR 2 1 com alto grau de plasticidade e pegajosidade com grande teor de umidade associado presen a do len ol fre tico Nota se do lado leste a presen a de concre es milim tricas e centim tricas Das extremidades para o centro da lagoa tal horizonte n o ultrapassa a tradagem T2 a oeste e a tradagem T12 a leste coincidindo assim com o contado com uma laje endurecida Um horizonte de cor muito esverdeado mais especificamente entre 1 For Gley 3 10Y a 1 For Gley 4 10Y denominada portanto de camada verde foi identificada entre as tradagens T5 e T8 e tamb m nas tradagens T14 e T15 n o sendo encontrada na extremidade oeste do perfil Tal horizonte constitu do de material muito fino ao tato se apresentando com aparente pegajosidade umidade e concre es de dimens es milim tricas e centim tricas principalmente na tradagem T6 Al m da camada verde outro material de tons esverdeados foi identificado no perfil O horizonte cinza esverdeado possui colora o 5Y 4 4 foi localizado em profundidade e em geral sobre uma laje endurecida como por exemplo em T3 e T13 ou sobre a camada verde nas tradagens T6 e T7 apar
176. de do exterior e este para ser efetuado enquanto l gica tamb m depende do interior aqui entendido como conceito racional KANT 2003 Evidencia se at aqui que concernente constru o filos fica do conceito e ou no o de natureza ocorre uma evolu o com base sequencial de acordo com os pensamentos e ideias ao longo dos tempos passando por concep es divinas f sico Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 47 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem matem ticas e fenomenol gicas de maneira circunstancial Ressalta se portanto que essa evolu o do conceito no o de natureza tamb m se pronuncia no campo da Ci ncia Geogr fica desta forma este um conceito em muta o no plano geral do paradigma das ci ncias e no plano interno da geografia MOREIRA 2006 Para Humbolt por exemplo que juntamente com Ritter anunciam a Geografia Cl ssica a natureza era considerada ideal por ser harm nica isto um todo org nico Para Barbosa 2006 o cosmos humboldtiano era um todo unido internamente ou seja imposs vel de possuir partes definitivamente separadas Assim o todo j estava organizado e por mais que os estudos elaborados focassem uma parte do cosmos n o havia distanciamento das partes para com o todo pois as partes estavam comprometidas com as leis regentes gerais do tod
177. de las diversas barreras resultar um conjunto de esp cies adaptadas a la oferta ambiental de cada unidad subregional AD MOLI e POTT 1999 Considerando essa gama variada de elementos f sicos constituintes do Pantanal bem como os processos din micos tanto na sazonalidade do tempo quanto nas dimens es do espa o fica simples a percep o de que a complexidade a principal peculiaridade do Pantanal Cabe ressaltar utilizando as informa es de Sakamoto 1997 que os pr prios habitantes da regi o distinguem diversos pantanais Pantanal da Nhecol ndia do Abobral do Paiagu s de C ceres de Pocon de Bar o do Melga o do Miranda do Aquidauana e do Nabileque De modo a tentar compreender essa complexidade as pesquisas cient ficas direcionadas rea sofreram fortes tend ncias a compartimenta o da rea Figura 15 Pesquisadores tais como Allen e Valls 19870 Alvarenga et al 1994 Silva e Abdon 1998 em geral tendo como crit rio os fatores fisiom rficos como geomorfologia hidrologia bem como as din micas e processos de funcionamento oriundos destas caracter sticas e as unidades da paisagem resultantes desses processos Dentre essas unidades identificadas nas referidas divis es e compartimenta o do Pantanal elaboradas pelos v rios autores apresentados destaca se pelas suas caracter sticas peculiares e signific ncia o Pantanal da Nhecol ndia 3 1 O Pantanal da Nhecol ndia A Nhecol ndia F
178. de organiza o pedomorfol gicas na rea da lagoa salitrada e caracter sticas topogr ficas da rea bem como s evid ncias de descontinuidade do cord o vegetal cordilheira que cerca a lagoa nos leva a crer at o momento que a lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol possui um sistema topogr fico e uso que contribuiu para a entrada de gua cida na rea atrav s de liga es diretas com sistemas coalescentes Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 244 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Configura se assim a ativa o de processos pedogen ticos que descaracterizaram o pedoambiente alcalino obrigando a uma din mica de adapta o e readapta o das esp cies vegetais sobretudo no lado norte com o aumento da vegeta o arb rea densa tipicamente visualizada em ambientes cidos no Pantanal da Nhecol ndia e no lado sul apresentando uma regress o das esp cies tipicamente de ambientes alcalinos al m de adentrar nesse sistema esp cies invasoras que encontraram um ambiente prop cio para sua fixa o reprodu o e agrupamento em locais pontuais como por exemplo a vegeta o herb cea na borda noroeste da lagoa e o agrupamento de vegeta o arbustiva ao longo da descontinuidade da cordilheira localizada no extremo leste da lagoa Tal reorganiza o vegetal est diretamente relaci
179. delo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Lavouras Eiras em Baixo Pantanal Permanentes e descanso e T K empor rias produtivas n o Pe o utilizadas 3 Gr fico 9 Utiliza o das Terras na rea do Baixo Pantanal IBGE 1996 Lavouras em Lavouras densos Corumb feiadedtese produtivas n o Tempor rias utilizadas kir N 0 2 Gr fico 10 Utiliza o das Terras na rea do Munic pio de Corumb IBGE 1996 Fica evidente tanto para todo o Pantanal Sul quanto especificamente a rea de Corumb o dom nio das pastagens tanto nativas quanto artificiais representando mais de 70 da rea De acordo com Ara jo 2006 as pastagens cultivadas s o utilizadas em associa o s pastagens nativas da regi o servindo para complementar e conservar o pasto natural existente Assim mesmo com o aumento da rea de pastagem plantada as pastagens naturais continuam sendo importantes no sistema de produ o de gado do Pantanal Sul por apresentar um alto valor nutritivo por garantir uma excepcional Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 182 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem qualidade da carne e do couro por reduzir a utiliza o de produtos qu micos e por resultar ainda em vantagem comparativa pois viabiliza custos de produ o relativamente baixos
180. der as din micas das paisagens que constituem o pantanal da Nhecol ndia por meio de uma tica tr ade e ao mesmo tempo h brida no que concerne a ci ncia geogr fica e seu mago epistemol gico necess rio primeiramente assumir as escalas de trabalho para uma s ntese da paisagem Ainda de acordo com os pressupostos bertrandianos nos submetemos ao enunciado O sistema taxon mico deve permitir classificar as paisagens em fun o da escala isto situ las na dupla perspectiva do tempo e do espa o Realmente se os elementos constituintes de uma paisagem s o mais ou menos sempre os mesmos seu lugar respectivo e sobretudo suas manifesta es no seio das combina es geogr ficas dependem da escala t mporo espacial Existem para cada ordem de fen menos in cios de manifesta es e de extin o e por eles pode se legitimar a delimita o sistem tica das paisagens em unidades hierarquizadas BERTRAND 2007 p 14 Tal concep o revela que no caso do Pantanal mato grossense trata se de um complexo de ecossistemas assim como referido por Ab Saber 1988 influenciado principalmente pelo Bioma Cerrado Adamoli e Pott 1999 estabelecido dentro de uma zona clim tica que se caracteriza por um dom nio tropical Essa descri o nos remete diretamente s unidades superiores do sistema de classifica o organizado por Bertrand em que o qualitativo de zona deve ser imperativamente ligado ao conceito de zonalidade
181. des realizados na mesma tiveram o objetivo de identificar as caracter stica dos solos bem como a varia o horizontal e vertical dos horizontes no perfil do mesmo a topografia local de modo a observar a din mica h drica dentro da rea da lagoa e ainda a fitossociologia para detectar a organiza o estrutural da cobertura vegetal da cordilheira que a circunda Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 146 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 4 1 1 Levantamento Pedomorfol gico Na Lagoa Salitrada A an lise da estrutura pedol gica foi realizada por meio da elabora o de topossequ ncia de modo a possibilitar a coleta de amostras bem como permitir a identifica o da varia o horizontal e vertical dos materiais encontrados no perfil do solo A an lise morfol gica de distribui o vertical e horizontal da cobertura pedol gica foi baseada na metodologia de an lise bidimensional proposta por BOULET 1988 Esta metodologia adaptada s condi es do Pantanal por SAKAMOTO 1997 consiste na realiza o de tradagens ao longo de um transecto do topo a base da vertente podendo desta forma constatar todas as varia es horizontais e verticais que ocorrem no solo estudado As tradagens mostram geralmente horizontes diferentes fazem se tradagens intermedi rias tantas quantas fore
182. do Pantanal da Nhecol ndia como j mencionado antes trata se de uma sub regi o do Pantanal Mato grossense com aproximandamente 23 574 km n o se enquadra portanto na escala admitida por Bertrand para um geossistema No entanto enquadr lo como uma unidade superior ao geossistema dar margem a homogeneiza o Relembramos aqui ainda que Bertrand em suas ressalvas sobre a teoria geossist mica reflete que a escala de an lise se refere ao Geocomplexo pelo mesmo comportar as geog cies e os geotopos bem como seus entrelaces e interconex es portanto o geossistema apenas a teoria que guia a abordagem desta escala Neste sentido consideramos o Pantanal da Nhecol ndia como um geocomplexo por ser compat vel com a escala humana e principalmente porque em n veis inferiores n o corremos o risco de mascarar os elementos biogeogr ficos e as combina es do conjunto ao contr rio esta feita facilitada Sendo assim os geof cies que de acordo com o autor representam uma pequena malha na cadeia das paisagens que se sucedem no tempo e no espa o no interior de um mesmo geossistema sendo ela progressiva ou regressiva ou seja mosaico mutante cuja estrutura din mica traduzem fielmente os detalhes ecol gicos e as pulsa es de ordem biol gica s o referidos como os compartimentos que juntos formam a Nhecol ndia e principalmente s o regidos conectivamente pelas din micas da rea S o eles os corixos as cordilheiras as
183. do Rio de Janeiro Instituto de Geoci ncias Rio de Janeiro 2006 ASSINE M Sedimenta o na Bacia do Pantanal Matogrossense Centro Oeste Brasil UNESP Tese de Livre Doc ncia Rio Claro SP 2003 BACANI Vitor Matheus Sensoriamento Remoto Aplicado An lise Evolutiva do uso e ocupa o do solo no Pantanal da Nhecol ndia MS o exemplo da fazenda firme Disserta o Mestrado UFMS CPAQ Aquidauana 2007 BARBI RO L et al 2002 Geochemistry of Water and Ground Water in the Nhecol ndia Pantanal of Mato Grosso Brazil variability and associated processes Wetlands vol 22 n 3 sep 2002 pp 528 540 BARBI RO Laurent QUEIROZ NETO Jos P SAKAMOTO Arnaldo Y Caracter sticas Geoqu micas dos Solos Relacionados Organiza o Pedol gica e Circula o da gua Fazenda Nhumirim da EMBRAPA Pantanal MS In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 266 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem MANEJO E CONSERVACAO 3 2000 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA CPAP UFMS 2000 BARBOSA Glauber Stefan LIMA Suzana Ferreira de e SAKAMOTO Arnaldo Yoso Morfologia de uma topossequ ncia na rea de um Cap o de Mata Fazenda Firma Pantanal da Nhecol ndia MS In Anais do Encontro Sul Matogrossense de
184. do de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Com base na Figura 73 observamos tr s elementos indicadores de uma poss vel liga o com sistemas coalescente uma estrada para transporte de ve culos que atravessa a cordilheira no lado noroeste cruza a margem da lagoa sentido sudeste uma grande falha na cordilheira do lado leste aparentemente ligando a salitrada com uma lagoa vizinha e duas aberturas aparentemente picadas destinadas a facilitar a entrada do gado para a tomada d gua ambas na cordilheira norte Das duas picadas observadas na cordilheira norte a abertura localizada mais a noroeste da cordilheira se conecta exatamente em uma das reas deprimidas da lagoa gerando quest es referentes a tratar se realmente de uma depress o natural do terreno ou provocada pelo pisoteio do gado O fato que se pensarmos em um sistema alcalino lagoas salinas em equil brio ou seja protegida por cordilheiras da poss vel entrada de gua cida de sistemas coalescentes abastecidas substancialmente por uma din mica de ascens o do len ol fre tico atrav s da passagem do mesmo por horizontes de solo ricos em sais camada verde e laje endurecida seguido de processos de evapora o e concentra o de sais em per odos de recarga h drica poss vel interpretar atrav s da figura 73 que a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol possui um abastecimento oriundo de duas v
185. dos Bandeirantes no alargamento dos limites de terra o ciclo do ouro e os v rios conflitos entre povos foram antecedentes importantes na constitui o da fase de pecu ria do Pantanal que perdura at os dias atuais 5 1 A Evolu o do Sistema Fundi rio do Pantanal da Nhecol ndia De acordo com Proen a 1997 terminada a fase de consolida o de fronteiras constru dos os povoados fundados os fortes feitas as manobras para apagar a chama guerreira dos ndios paiagu s e ainda devido decad ncia das lavras aur feras que facilmente se exauriam era necess rio incrementar uma outra atividade econ mica na imensa plan cie pantaneira Para o autor quatro elementos s o os protagonistas deste novo projeto desencadeado na regi o pantaneira o desbravador pioneiro o vaqueiro o cavalo e o boi O desbravador foi aquele descendente de ndios e bandeirante mameluco paulista que ia abandonando as lavras exauridas procura de outra ocupa o em que pudesse se expandir evidente que entre esse mesti o pioneiro tamb m estavam os sesmeiros portugueses abarrotados de t tulos e comendas que se estabeleceram nos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 164 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem engenhos de a car do Norte e em terras que avan avam pelos pantanais Eram os servidores do go
186. dovani 2010 remete a conclus o de diminui o da rea para Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 248 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem cria o de gado a partir da d cada de 80 o que justifica a informa o do item 3 e a primeira parte das informa es do item 1 principalmente se analisarmos o gr fico 27 que comprova o aumento dos ndices de inunda o e consequentemente a quantidade de rea inundada e indispon vel para a cria o de gado a partir da d cada de 80 60 000 50 000 il Ji INT M md Im WM M jul WR enel Niy iud mi T M AREA NUNDADA ESTIMADA lo iH nM il MIE Gr fico 27 Estimativa de cen rios pret rios de rea inundada de 1900 a 2009 obtidos a partir da correlac o de dados obervados de n veis do rio Paraguai em Lad rio e rea inundada para o per odo de 2000 a 2009 PADOV ANI 2010 Ao passo que as inunda es diminu ram a rea destinada cria o de gado no munic pio de Corumb como vimos anteriormente o n mero de propriedades para a pecu ria aumentou na regi o fato esse ligado a atual din mica fundi ria pautada no parcelamento das grandes propriedades mais antigas do Pantanal da Nhecol ndia como tamb m j foi citado no cap tulo 5 Vale ainda salientar que foi notou se durante as ent
187. e na Europa do s culo XVIII todo o avan o da ci ncia alicer ava se no estudo da Natureza reduzida a dimens o do inorg nico e das Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 46 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem relac es matem ticas A consequ ncia que os estudos da natureza e de seus processos se constitu am como o alicerce para as demais ci ncias sendo que esta natureza era vista de forma dual ao homem Homem e natureza eram separ veis e o privil gio estava na compreens o da natureza pouco importando o lugar e o papel do Homem Essa dualidade homem e natureza a grande preocupa o de Emanuel Kant e ao longo de sua filosofia busca romp la O fil sofo procurava recuperar a rela o umbilical entre homem e natureza produzindo uma s ntese desses dois elementos Para isso recorreu a Hist ria para buscar os conceitos e categorias que o ajudariam a entender o homem e a Geografia e assim encontrou os aspectos concernentes ao estudo da natureza Dessa forma Kant atribui Historia e Geografia o papel de captar as estruturas temporais e espaciais reveladas pela nossa experi ncia Com Kant a vis o de natureza adquiriu car ter fenomenol gico e ontol gico pois o conhecimento deriva da soma da observa o emp rica e de nosso universo cognitivo assim a natureza s poder ser com
188. e nutri o do gado nas din micas envolvidas nas atividades de pecu ria extensiva regional contribuiram para a entrada de gua cida na rea atrav s de liga es diretas com sistemas coalescentes Essa din mica resultou na ativa o de processos pedogen ticos que descaracterizaram o pedoambiente alcalino obrigando a uma din mica de adapta o e readapta o das esp cies vegetais sobretudo no lado norte com o aumento da vegeta o arb rea densa tipicamente visualizada em ambientes cidos no Pantanal da Nhecol ndia e no lado sul apresentando uma regress o das esp cies tipicamente de ambientes alcalinos al m de adentrar nesses sistemas esp cies invasoras que encontraram neste local um ambiente prop cio para sua fixa o reprodu o e agrupamento em locais pontuais como por exemplo a vegeta o herb cea na borda noroeste da lagoa e o agrupamento de Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 262 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem vegeta o arbustiva ao longo da descontinuidade da cordilheira localizada no extremo leste da lagoa Tal reorganiza o vegetal est diretamente aliada aos processos de circula o e concentra o da gua devido primeiramente aos fluxos h dricos superficiais seguidos de concentra o por maior tempo de perman ncia nas reas mais deprimidas da
189. e Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 246 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem as quais influenciadas pela din mica regional de cheia se conectam e suas guas defluem para dentro do sistema da lagoa salitrada aqui estudada Outra importante observa o a possibilidade da entrada de gua na abertura para tomada d gua do gado no lado noroeste da cordilheira possivelmente influenciada pela press o e invas o h drica provenientes das vazantes a norte da lagoa que na imagem s o marcadas pela grande presen a de guas cidas 1912 00 00 b CORDILHEIRA CAMPO PASTAGEM n SISTEMAS LACUSTRES VAZANTES reas alagain Figura 77 Liga o da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol com sistemas Coalescentes Imagem Landsat TM7 226 73 345 bgr Ap s apresentarmos os argumentos que provam a hip tese inicial deste trabalho de que os sistemas lacustres denominados Salitradas no Pantanal da Nhecol ndia s o na realidade antigos sistemas alcalinos em fase de muta o devido a ativa o de processos geoqu micos em suas guas e em seu pedoambiente influenciados pela entrada de guas cidas de sistemas coalescentes que em muitas vezes s o acelerados pelo processo de uso e ocupa o do solo devido ao ordenamento voltado para a cria o de gado bovino de corte ressaltamos
190. e a Baixa Nhecol ndia as ba as equivalem a 10 596 as salinas 1 2 as cordilheiras a 32 campos e vazantes a 56 3 Figura 32 apresentando Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 108 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ainda uma quantidade de caracter sticas morfol gicas de distribui es espaciais que exprimem em conjunto uma organizac o espacial vinculada din mica regional Figura 33 32 E lagoas hipohalinas 1 2 B lagoas salinas 10 5 D cordilheiras Ll campos e vazantes 56 3 Figura 32 Percentual de rea ocupada pelos principais elementos da paisagem no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Fonte Fernandes 2007 Os trabalhos de campo de Almeida et al 2003 realizados na baixa Nhecol ndia mostraram que a din mica de inunda es sazonais controlada cronologicamente pela secagem das lagoas e implica necessariamente na coexist ncia de est gios diferentes na evolu o sazonal dos corpos d gua Ap s as cheias as lagoas mais rasas secam enquanto as mais profundas em geral alcalinas e salinas se mant m com praias de areia alva Com a continuidade da estiagem as lagoas alcalinas evaporam aumentando a salinidade e criando ambiente pr prio para a infesta o de algas diversas Persistindo a estiagem o n vel das guas diminui e exp e o f
191. e caso de uma an lise da paisagem pautada na perspectiva do modelo GTP Geosssistema Territ rio e Paisagem Para tanto faremos primeiramente breves exposi es sobre as primeiras ocupa es no Pantanal e posteriormente descreveremos algumas caracter sticas do Homem Pantaneiro evidenciadas nas raras publica es sobre a cultura pantaneira para enfim apresentar o teor das entrevistas aplicadas no Pantanal da Nhecol ndia bem como an lise e discuss o das mesmas De acordo com Bertrand 2007 a Quadratura da Paisagem envolve um apanhado de aspectos referentes aos locais paisag sticos os tempos da paisagem os projetos da paisagem e os atores da paisagem sendo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 216 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 7 1 As Primeiras Ocupa es Pantaneiras Recorremos ent o de in cio ao pesquisador L cio Gomes de Souza que em sua obra Hist ria de uma Regi o Pantanal e Corumb publicada em 1973 privilegia com destreza os relatos e informa es referentes pr hist ria da ocupa o do Pantanal sobretudo do Pantanal Sul onde localiza se a rea core deste trabalho o Pantanal da Nhecol ndia Para Souza 1973 indiscut vel que povos pr hist ricos vincularam se muito diretamente bacia do Paraguai atra dos pelas condi
192. e natureza pelos ge grafos e as influ ncias da conjuntura sobre essa no o ao longo dos anos Ressalta se aqui que tal conceito de suma import ncia por ser um dos norteadores das atividades inerentes Geografia como ci ncia e o principal respons vel pela origem evolu o e dilemas da geografia f sica 2 1 O Conceito de Natureza para a Geografia A Natureza se apresenta para a geografia ora externa ao homem ora como produto da sociedade dependendo da postura cientifica do ge grafo que o apresenta condi o que diretamente subordinada ao tempo e lugar de origem e forma o acad mica do mesmo uma vez que o entendimento desse termo acompanhou o processo de evolu o da ci ncia geogr fica Descartes 1937 por exemplo conjuga uma natureza cartesiana ressaltando ser esta um sistema ordenado e coordenado de leis que regulamentam a mat ria no mundo movimentado constantemente pela pr pria organiza o da mat ria Mas a mat ria n o auto organiza suas rela es e sua manuten o anterior a tudo isto h a for a de Deus ou seja tal como um p ndulo de um rel gio que precisa de um primeiro empurr o para funcionar a m quina o mundo tamb m foi assim criado a partir do primeiro movimento de Deus e como o p ndulo as leis regulamentadoras da mat ria continuam por si motivadas por meio do impulso do g nesis As contribui es para Descartes foram muitas com destaque para Bacon Galileu Pascal Kepler e Cop rnico
193. e o homem produz os recursos indispens veis sua exist ncia momento em que se naturaliza a naturaliza o da sociedade incorporando em seu dia a dia os recursos da natureza ao mesmo tempo em que socializa a natureza modifica o das condi es originais ou primitivas considerado portanto a natureza em dois momentos cuja transi o acontece ao longo da hist ria atrav s do processo de apropria o e transforma o realizado pelo homem A hist ria pode ser considerada de dois lados dividida em Hist ria da Natureza e Hist ria dos Homens Nesse contexto a primeira natureza entendida como aquela que precede a hist ria humana Portanto onde as propriedades geoecol gicas encontram se caracterizadas por um equil brio clim xico entre o potencial ecol gico e a explora o biol gica sendo que toda transforma o e modifica o acontecida encontram se inseridas numa escala de tempo geol gico normalmente impercept vel numa escala de tempo humana J a segunda natureza surge a partir do momento em que a primeira natureza transformada com o aparecimento do homem em algum momento do pleistoceno e a evolu o das for as produtivas responde por esse avan o na forma de apropria o e transforma o Assim rompida uma concep o dualista ao concluir que a hist ria do homem uma continuidade da hist ria da natureza As leis que regulam o desenvolvimento da segunda natureza n o s o
194. e se tornou uma grande mulher e uma excelente profissional Obrigado a voc e a sua fam lia por sempre estar por perto Aos pantaneiros que contribu ram com sua sinceridade e sabedoria Ao Bruno Pira e Diego que aguentam minhas chatices h quatro anos Ao Diego em Especial porque se tornou um grande amigo Tenho orgulho de poder dizer tamb m que acompanhei o nascimento de um grande ge grafo viii AVA AVAYA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp V J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente Aos amigos do Distrito de Arapu que me mostram que depois de voar bem alto preciso olhar sempre com aten o para n o deixarmos de enxergar nossas ra zes A minha fam lia tios e primos que est o sempre me esperando E eu sempre chego em especial a meu sobrinho que me enche de alegria Fam lia Dubos e Fam lia Raoul que me receberam em suas casas sem ao menos me conhecer direito Cuidaram de mim quando minha fam lia n o estava perto e portanto se tornaram minha fam lia Em especial ao Mathias Z meu professor de Franc s meu parceiro musical meu companheiro de degusta o de vinhos MEU IRM O Marine minha companheira A Geografia meu deu de presente mas nos distancia s vezes Por m nunca estivemos longe um do outro Ela me ajuda conforta socorre irrita enlouquece e mostra que me ama Por tudo isso eu fa o um agradecimento especial a voc que sobretudo me ensina a viver feliz
195. e seu Entorno no Pantanal da Nhecol ndia Contribui o ao Estudo das Rela es Entre o Meio F sico e a Ocupa o Fazenda S o Miguel do Firme MS Tese de doutoramento Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas USP S o Paulo 1997 QUEIROZ NETO J P FERNANDES E LUCATI H M CAPELLARI B Topografia de Lagoas Salinas e seus Entornos no Pantanal da Nhecol ndia In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICO DO PANTANAL 2 1996 Corumb MS Anais Bras lia EMBRAPA 1996 p 127 135 SALIS S M CRISPIM S M Fitossociologia de quatro fitofisionomias arb reas no Pantanal da Nhecol ndia Corumb MS In CONGRESSO NACIONAL DE BOTANICA 50 1999 Blumenau Programa e resumos Blumenau Sociedade Bot nica do Brasil 1999 SANT ANNA NETO Jo o Lima Por uma geografia do clima antecedentes hist ricos paradigmas contempor neos e uma nova raz o para um novo conhecimento Terra Livre S o Paulo n 17 49 62 2004 SANTOS Jo o Roberto dos Avan os das Pesquisas e Aplica es do Sensoriamento Remoto no Monitoramento da Paisagem contribui es aos estudos do Pantanal In Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 275 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Simp sio de Geotecnologias no Pantanal 1 Campo Grande MS Anais Embrapa Inform tica Agropecu
196. ea do Baixo Pantanal Censo Agropecu rio de 1996 Corumb 600 500 400 300 200 100 4 Gr fico 6 N mero de propriedades por hectare na rea do Munic pio de Corumb Censo Agropecu rio de 1996 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 179 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Com rela o a quantidade de bovinos importante relatar que os Censo agropecu rio de 2006 apresenta para as 892 propriedades destinadas pecu ria no Munic pio de Corumb cerca de 1 712 747 cabe as de gado acrescentando ao munic pio o t tulo de maior produtor de gado do Estado de Mato Grosso do Sul assim como mostrado no gr fico 7 Al m desta informa o vale destacar na figura 51 que a regi o do Pantanal e sua circunvizinhan a na regi o oeste do estado s o ocupadas pelos munic pios mais densamente compostos pela cria o de gado bovino como atividade econ mica Quantidade de Bovinos nos Munic pios de MS 1800000 1600000 1400000 1200000 a 1000000 a 800000 Lu 600000 BDEHBMBM 400000 THANHHAHAHHHHH NH Eua SLESASEANEODENHENANHA SONDLOLCOONTNNENVORS ERRBSOSRROSRBORSS SEIL SOIS Sos ESSA a O x4 ol cen 2 O AE ETE r e S SD j 5 8558 3 a bid 2 ME ac c v Uu Gr fico 7 20 maiores munic pios em n mero n mero de bovinos no Es
197. ecendo com maior espessura na tradagem T9 com marcada presen a de concre es como se fosse uma fragmenta o da laje Destaca se ainda que o material al m de fino mido e com teor de pegajosidade Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 195 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Constituindo o perfil do solo da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol ainda foi poss vel identificar um material muito r gido solidificado denominado na descri o em campo com laje endurecida a qual encontrada sempre em profundidade impedindo a continuidade de perfura o com o trado Tal camada foi localizada entre as tradagens T3 e T4 voltando a aparecer em T6 e se apresentando de maneira uniforme entre as tradagens T10 e T13 De modo a melhor observar tal laje endurecida foi aberta uma trincheira entre as tradagens T3 e T4 que permitiu visualizar a configura o de tal camada al m da transi o abrupta dos horizontes Figura 54 Figura 54 Trincheira aberta na Lagoa Salitrada evidenciando a transi o abrupta dos horizontes e a laje endurecida Observou se na descri o do perfil dos solos da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol que os horizontes superficiais apresentavam material mais solto e grosseiro evidenciando caracter stica arenosa enquanto que em profundidade principalmente o horiz
198. edade das embarca es da dificuldade de navega o pelos rios que apresentavam cachoeiras e corredeiras em alguns trechos de acesso a plan cie e os corixos e vazantes no interior do Pantanal que confundiam os navegadores e aos caminhos por terra estabelecidos pelos pr prios fazendeiros que abriam com esfor os pr prios estradas para carros de boi e comitivas de gado caminhos que ligavam o Pantanal Sul aos mercados de Minas e S o Paulo Por todos esses motivos evidencia se ent o que a expans o comercial encontrava obst culo na dificuldade de comunica o e de acesso da plan cie cuja abertura natural se faz para o Paraguai Valverde 1972 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 170 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Soma se que esse fluxo econ mico pelo rio foi interrompido pela Guerra com o Paraguai 1864 1870 que paralisou o processo de desenvolvimento econ mico do Pantanal A navega o fluvial pelo Rio Paraguai foi fechada os n cleos urbanos foram destru dos e a popula o foi dizimada Em suas considera es Barros Netos 1979 p 26 lan a a seguinte quest o por que no Pantanal o desenvolvimento da pecu ria ficou bastante atrasado em rela o s outras regi es Como resposta o autor afirma que existe uma s rie muito grande de fatores incidentes e ressalta que
199. ei DB un Bs Figura 28 Pantanal da Nhecol ndia Sua grande peculiaridade que a diferencia dos outros Pantanais e permite suas delimita es de acordo com Cunha 1943 a concentra o de lagoas cuja qualidade das guas caracterizada por lagoas salinas dentre elas lagoas com guas bicarbonatadas cloretadas e s dicas Almeida e Lima 1959 apud FERNANDES 2000 concordam que o Pantanal da Nhecol ndia seria composto por numerosas ba as interligadas por vazantes e corixos al m de in meras salinas Ressaltam se ainda as informa es de Sakamoto 1997 ao dizer que a principal caracter stica do Pantanal da Nhecol ndia a grande densidade de lagoas Al m do car ter geoqu mico que assumem suas guas em per odos diferenciados Em suma ambas as apresenta es da Nhecol ndia concordam se tratar de uma rea onde a aglomera o de sistemas lacustres se constituiu como principal peculiaridade Figura 29 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 103 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Figura 29 Vista a rea do Pantanal da Nhecol ndia Foto Sakamoto 2001 Al m dos sistemas lacustres que se apresentam na Nhecol ndia outras diversas fei es s o consideradas diferentes unidades da paisagem nesta rea Fernandes 2000 afirma que tais fei es hidrol gicas e
200. eita e a presen a marcante de uma longa rea de vegeta o de gram nea alta e arbustos dominam a transi o entre a rea da lagoa e a cordilheira Ressalta se ainda que quando seca a lagoa tomada por vegeta o de gram nea invasora por quase toda sua superf cie Figura 38 Figura 38 Detalhes da paisagem da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol 1 Vista total da rea da lagoa 2 lado Norte da lagoa evidenciando a cordilheira 3 Lado Sul da lagoa dando destaque para os Carand s Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 145 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Com base nesta visita selecionou se portanto a lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol localizada dentro dos limites territoriais da fazenda firme Figura 39 como alvo de estudos e levantamentos de dados referentes aos aspectos da natureza que comp em a paisagem Ce onto e Pss e Andes T FAZENDA FIRME Wira mnor S saaasocoasonsnooscoeo fe Siro mwar y i Lagoa Salitrada Cordilheira ES Grami Praia solo mi 4 i E 4 A rna en Fonte BACANI 007 ee d a Edi o c Orpanizacao Momo H S da Silva Figura 39 Localiza o da Lagoa Salitrada dentro dos limites territoriais da fazenda Firme Uma vez selecionada a lagoa os trabalhos e ativida
201. ela o o impacto ambiental o qual pode ser positivo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 257 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ou negativo sendo que quando negativo envolve diversos tipos de perdas e preju zos ao Homem materializando assim o Risco Ambiental Se refletirmos tais ideias e relaciona las situa o dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia poss vel afirmar que os sitemas f sicos naturais da rea est o atuando em uma din mica de inter rela o homem x natureza como agentes passivos e por tal postura passou a ser classificado como recursos naturais e devido s estrat gias de organiza o econ mica e social voltados para o desenvolvimento da pecu ria passou a sofrer impactos ambientais Uma vez acentuado esses impactos sobretudo na materializa o do aumento dos ndices de desmatamento no Pantanal o produto final ser a reorganiza o das esp cies vegetais transforma es abruptas nas paisagens desaparecimento de sistemas particulares da regi o e por fim a extin o de alguns elementos que hoje agregam valores ambientais e tamb m econ micos Essa prospec o de cen rios descritos d o a ideia do risco j existente atualmente e neste caso a exist ncia de um risco ambiental De acordo com Vitte 2007 historicamente estas concep es dualista
202. em Foto Suzane Lima Agosto 2009 Foto Suzane Lima Agosto 2009 Foto Mauro Silva Maio 2012 Figura 63 Ba a com pouca gua e grande quantidade de gram nea e vegeta o invasora citada por Seu Armindo e Seu Vandir Ah Bonito uma imagem na beira de uma ba a na ba a c v o jacar v as capivara os bicho ta tudo al solto n e c pega muita piranha risos Figura 64 Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Pantanal SN Foto Mauro Silva Julho 2010 Fonte Suzane Lima Maio 2012 Figura 64 Ba as do Pantanal da Nhecol ndia Daqui do Pantanal eu gosto mais daquela ba a al perto da onde eu morava Ba a grande cheio de p ssaro bicho Figura 65 Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 226 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Foto Mauro Silva Ago 2009 Fonte Mauro Silva Mai 2010 perc ROT E n FTT ee Foto Mauro Silva Ago 2010 Figura 65 Ba a de grande extens o evidenciada pelo entrevistado Augusto S 3 o carand esse espinheiro a Figura 66 Aqui tem dimais bunito pra caramba E porque tem demais aqui Por causa da salina que ele gosta muito da salina ele gosta muito da terra salitradas e perto da salina tem muito e eles s o
203. em da rea em quest o No mais a ocupa o Pantaneira tamb m n o exclusividade destes agentes tipicamente da Terra que desfrutam po tica e harmonicamente com o cen rio descrito Barros Neto 1979 nos avisa que o homem por sua natureza trabalhador lutador din mico e possui nsia de progresso Mas a caracter stica que prevalece sobre todas as outras a de progressista um tra o incontest vel onde est o homem sempre esteve o progresso Esse aviso de Barros Neto vai justamente ao encontro com configura o territorial que se encontrava o Pantanal neste per odo com avan o da pecu ria da pesca predat ria do turismo e da extra o de recursos naturais No entanto a preocupa o do autor era justamente oposta ele clama em seu trabalho pela acelera o do desenvolvimento da pecu ria o que fica claro ao dizer Entretanto sem estradas a pecu ria mesmo por mais r stica que seja n o poder passar da fase de cria o ser impratic vel o est gio da engorda em vista do consider vel desgaste f sico nas longas caminhadas at o ponto de abate Assim est o nosso Pantanal Deixado ao abandono por d cadas e d cadas at mesmo por um s culo ele vem se arrastando penosamente no seu est gio de cria o sem aumentar nem sequer sua produtividade conservando a produ o do seu rebanho somente com aquela que a natureza permite quase sem interfer ncia do homem j que este pouca coisa pode fazer
204. em geom trico matem tica E uma totalidade fragment ria que ent o s ganha unidade mediante suas liga es f sico matem tica MOREIRA 2006 p 47 O homem ent o construiu a natureza real cognitiva e palp vel ou a no o de uma natureza assim concebida no entanto essa mesma natureza de autoria humana em um momento de intensa apropria o se perdeu numa confus o conceitual J a ci ncia de acordo com suas especificidades concretizou a subjetividade desta natureza enquanto conceito e constru o social 2 2 A Nega o da Geografia a cis o Geografia F sica x Geografia Humana Al m do problema de muta es e ou confus es nos conceitos desta disciplina vejamos num breve relato do processo hist rico evolutivo da geografia como as a es orientadas pela conjuntura empurraram e acabaram por encurralar esta ci ncia em uma barreira materializada na dicotomiza o representada pela geografia f sica e geografia humana desde os ltimos tempos at a contemporaneidade Comecemos ent o utilizando as ideias de Cassab 2009 bem como as de Vitte 2008 que se fundem ao afirmarem ser Kant apesar de fil sofo o principal respons vel pelo avan o da geografia como disciplina nos s culo XVIII pois sua contribui o est no fato de seu pensamento buscar recolocar o Homem no debate do pensamento filos fico de ent o Frise se que Kant foi o primeiro fil sofo a introduzir a disciplina de Geografia na Uni
205. enchidas por sedimentos arenosos finos depositados pelo rio Taquari no per odo Quatern rio CUNHA 1980 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 31 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem MAPA PANTANAL MATOGROSSENSE 14 00 S Mapa de Localizac o 59 00 W 2 Sub Regi es Yo EB Abobral 2 05 ES Aquidauana 3 62 BB Bar o de Melga o 13 15 EE C ceres 9 01 Miranda 3 17 22 00 S BS Napiteque 9 61 ind Bl nnecol ndia 19 48 Bl paiagu s 19 60 E Paraguai 5 90 Pocon 11 63 E Porto Murtinho 2 78 S rea da bacia 361 666 km S2km O 52 104 Area do Pantanal 138 183 km UFMS Eoo ae Cartografia An lise Ambiental Fonte Silva e Abdon 1998 Digitaliza o e Edi o Ary T Rezende Filho 2003 Figura 2 Localiza o e compartimenta o do Pantanal Mato grossense Brasil 1982 apud Queiroz Neto 2000 Cunha 1985 e Mour o 1989 descrevem as caracter sticas quanto a peculiaridade da Nhecol ndia com sua din mica de cheias e vazantes citando ainda o contraste do pH de guas permanentes de alguns sistemas lacustres pr ximo a 10 e das guas tempor rias das ba as e vazantes que juntamente com os solos apresentam pH igual ou inferior a 5 De acordo com RADAMBRASIL 1982 as diferentes unidades da paisagem identificadas no Pantanal da Nhecol ndia s o As Cordilheiras formas positi
206. endurecida amostra 11 em profundidade exibindo ndice de 20g md3 Grafico 15 MO Mat Org g dm3 Gr fico 15 Mat ria Org nica das amostras do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 201 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Kiehl 1979 anuncia que nas propriedades qu micas e f sico qu micas do solo a mat ria org nica tem sua import ncia ressaltada na rea o do solo nos conte dos de bases troc veis e na capacidade de troca cati nica propriedades essas que muito contribuem no suprimento de nutrientes s plantas A capacidade da mat ria org nica adsorver Ca Mg K e outros elementos evita a lavagem desses nutrientes em solos pobres de argila No caso do perfil do solo da Lagoa Salitrada poss vel perceber que a rela o expressa na afirma o acima n o muito significativa provavelmente devido aos baixos teores de mat ria org nica identificado nas amostras Ainda de acordo com o autor as correla es Ca Mg K e S soma de bases e pH com a CTC do solo s o esperadas pois quanto maiores os conte dos dessas bases ou sua soma mais elevados logicamente ser o os valores da CTC e maiores os valores de pH Com rela o ao K o Mg e o Ca identificado no perfil do solo fica evidente que os ndices das amotra
207. entes naturais no sentido estrito De acordo com Bertrand 2007 os meios ditos naturais florestas cursos d gua litorais est o na verdade ampla e remotamente artificializados sua estrutura funcionamento e evolu o dependem das condi es de suas transforma es e de sua gest o pelas sociedades sucessivas Para chegar ao n vel exigido de acordo com as especifica es no par grafo anterior necess rio tamb m Hibridizar o meio ambiente ou seja se convencer de que o meio ambiente cont m uma parte maior ou menor de natural Ele um produto de interface nem natural nem naturalista Em suma nem um dos fil es acima explicados seriam suficientes se n o se levar em conta os registros de mem rias dos territ rios e a hist ria dos mesmos desta forma necess rio historiar o meio ambiente Esta combina o l gica das propostas precedentes s ser evidenciada ao entendermos que o meio ambiente foi inscrito na perspectiva do tempo e da dura o Este tempo primeiramente aquele da natureza periodiza o de longa dura o e tempo circular das esta es mas sobretudo o tempo da hist ria das sociedades que re elaboraram e ou re organizaram seu pr prio meio ambiente Enfim o fundamento primordial da pesquisa se concretizar a partir do momento que se patrimonializar o meio ambiente projetando as mudan as e transforma es r pidas ou n o N o estamos aqui falando em controle mas sim de dimens o
208. ento de pertencimento ou n o a um determinado lugar refletido a partir dos anseios e projetos revelam se as ambi es futuras individuais ou coletivas temores e expectativas em rela o s transforma es do porvir as quais consequentemente ser o materializadas nas paisagens existentes no territ rio e enfim pautado na mem ria nas lembran as de acontecimentos passados de fatos que marcaram moldaram um determinado modo de ver e agir e que permiti auxiliar na identifica o e ou rela o com as marcas deixadas nos lugares facilita se o ato de declarar as transforma es que denunciam a din mica mut vel da paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 158 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Diferentes olhares rag Mem ria PAISAGEM Din micas socioambientais Figura 43 Esquema de representa o da converg ncia de diferentes olhares sobre o territ rio e a paisagem Com base no esquema acima proposto Figura 43 conclu mos que dentre os autore atores da paisagem ou seja aqueles que individualmente ou coletivamente contribuem direta ou indiretamente produ o organiza o e reorganiza o da paisagem no Pantanal da Nhecol ndia propriet rio das Fazendas pantaneiros respons veis institucionais dentre outros o pantaneiro aquele que mais se d
209. ento descaso de grande parte dos ge grafos f sicos no tocante a compreens o abordagem das rela es sociais enquanto componente das diversas paisagens Mendon a 1993 acentua uma nova vari vel no cen rio do ge grafo f sico a a o antr pica Segundo este autor ap s perceber as limita es do marxismo na an lise ambiental alguns ge grafos come aram a produzir trabalhos enfocando e tratando a natureza sob o ponto de vista da din mica natural das paisagens em intera o com as rela es sociais de produ o O autor no entanto diz respeito a uma nsia pelo todo adquirido ap s a frustra o dos trabalhos setorizados desintegrados e uni disciplinar que ofuscavam a geografia f sica dentro da pr pria geografia e das ci ncias afins Cabe Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 63 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ressaltar que essa nsia metodol gica segue se na geografia contempor nea at os dias atuais apesar de alguns avangos epistemol gicos A dificuldade de encontrar uma metodologia tecnicamente aplic vel que conduza a uma an lise global o primeiro obst culo com o qual frequentemente o ge grafo se depara Trata se nesse caso de se efetuar estudos que ultrapassem o pr prio campo j vasto da geografia e de adentrar em outras ci ncias complementares Sociolog
210. entre os homens e o meio natural do planeta o meio ambiente anunciado na perspectiva que engloba o meio natural e o social Observando se a hist ria da evolu o da ci ncia moderna percebe se que a geografia a nica ci ncia de cunho ambientalista lato sensu desde sua origem sendo que as outras s o mais espec ficas no tratamento da referida tem tica Para se ter uma id ia duas das ci ncias mais ligadas ao estudo da natureza desde sua origem e em fun o de suas especificidades desenvolveram seus estudos de maneira bastante diferenciada do que hoje se entende por meio ambiente a biologia por exemplo embora produza in meros e valiosos conhecimentos para a compreens o do meio natural jamais envolveu o homem enquanto ser social em sua an lise e a ecologia est muito pr xima do estudo da natureza dissociada do homem at Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 61 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem porque seu pressuposto metodol gico b sico o ecossistema de cunho eminentemente naturalista MENDON A 1998 p 23 Segundo Cidade 2001 apud VITTE 2008 no longo percurso em busca de uma identidade aglutinadora e do estabelecimento de bases epistemol gicas convincentes a geografia tem sido objeto de in meras cr ticas Enquanto parte dessas cr ticas prov m de reas
211. eossistema Territ rio Paisagem Mauro Henrique Soares da Silva Presidente Prudente s n 2012 xix 253 f il Orientador Messias Modesto dos Passos Tese doutorado Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Inclui bibliografia 1 Pantanal 2 Paisagem 3 Lagoa Salitrada I Passos Messias Modesto dos II Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ci ncias e Tecnologia III An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas salitradas sob a perspectiva do Modelo GTP Geossistema Territ rio Paisagem iii IVA AY UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA U nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente GAP E Ss iv Td UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA unesp Dt MESQUITA FILHO bow de Pregatenta Mujan BANCA EXAMINADORA PROF DR MESSIAS MODESTO DOS PASSOS ORIENTADOR 4 i z AK dy r PROF DR PAULO GESAR ROCHA UNESP FCT AS Ts PROFA DRA MIRIAN VIZINTIM FERNANDES BARROS UEL t l AAA PROF DR ARNALDO YOSO SAKAMOTO UFMS AS 4 R df no 1p ROF DR ANTONI CAMPAR DE ALMEIDA Universidade de Coimbra AVA AVAYA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente DEDICAT RIA Esse trabalho de tese faz parte de uma fase especial de minha vida
212. eossistema Territ rio e Paisagem OS A UTORES DA PAISAGEM DO PANTANAL DA NHECOLANDIA Baseado nas premissas metodol gicas descritas no cap tulo 2 deste trabalho aliadas s reflex es e escolha dos procedimentos expostos no cap tulo 4 subitem 4 3 o objetivo principal deste cap tulo envolver as discuss es que acercam o mago deste trabalho no esquema conceitual que Bertrand 2007 denomina de Quadratura da Paisagem Contudo o intu to e preencher a lacuna metodol gica referente ao subsistema cultural baseado nas percep es e representa es paisag sticas que devem revelar a diversidade e o cruzamento dos olhares sobre um mesmo territ rio Cremos aqui atrav s de observa es de campo e revis es bibliogr ficas que s o v rios os atores que constituem o elemento humano na paisagem Pantaneira dentre eles os propriet rios das fazendas o pe o pantaneiro o turista os respons veis institucionais dentre outros Por m o acesso aos indiv duos se torna a grande dificuldade desta fase da pesquisa e portanto selecionamos aqui o Homem Pantananeiro habitante e trabalhor rural na rea do Pantanal como foco para aplica o das entrevistas de modo a identificar e entender sua identidade seu conhecimento e suas rela es com os elementos constituintes da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia bem como especificamente com os sistemas lacustres evidenciados nos objetivos desta pesquisa como estudo d
213. eriza o baseada em dados de campo e laborat rio Para a autora a alta satura o em s dio e o pH fortemente alcalino foram respons veis pelo desenvolvimento de caracter sticas morfol gicas t picas de solos s dicos tais como fei es indicativas de migra o de col ides camadas endurecidas e presen a de carbonatos de c lcio magn sio e s dios neoformados evidenciado ainda que gra as a rela o marcante solo gua na baixa Nhecol ndia a soloniza o e os processos pedogen ticos associados sejam os principais respons veis pela g nese dos solos das lagoas salinas Para Furquim 2008 a forma o de Podz is Hidrom rficos tal como sugerida por Sakamoto 1997 e Fernandes 2000 parece n o ser poss vel nas proximidades destas lagoas apesar do processo de podzoliza o ter caracter sticas morfol gicas em comum com o de soloniza o como a acumula o e migra o de mat ria org nica o primeiro se desenvolve essencialmente em condi es cidas e o segundo em condi es fortemente alcalinas 3 4 Enxergando o Oculto na Complexidade Inerente Paisagem Todos os trabalhos analisados neste texto s o em si suficientes para alegar a complexidade envolvendo a din mica de funcionamento dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia e quanto mais detalhada a caracteriza o dos elementos que comp em a paisagem da mesma e correlacionados os seus processos de interconex es mais se enxerga a din mica de
214. es que se realizam na micro esfera O espa o sim produto social e os homens se relacionam com ele a partir de v nculos pessoais afetivos e cotidianos O espa o e o espa o vivido que de acordo com Costa 1996 trata se do cotidianamente apropriado pelos grupos que nele habitam e lhe conferem dimens es simb licas e est ticas Essas ideias se confirmam com a an lise de Vitte 2008 que com o objetivo de realizar o estudo sobre a produ o da geografia f sica no Brasil de 1928 2006 a partir de artigos publicados em peri dicos nacionais de Geografia faz uma an lise fundamentada em dados quantitativos que foram levantados em 22 peri dicos de Geografia e que se constitu ram ou se constituem ainda refer ncias importantes para o fazer geografia no Brasil Essa pesquisa trouxe como resultados as informa es de que em termos absolutos para um per odo de 78 anos 1928 2006 foram produzidos 6 189 artigos sendo que destes 2 298 37 1 artigos tinham como tem tica a geografia f sica e 3 891 62 9 abordavam a geografia humana A m dia geral de artigos para o per odo foi de 221 0 artigos ano sendo que a m dia de artigos de geografia f sica foi de 82 1 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 58 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem artigos ano enquanto que 138 9 foi a m dia de produ o de a
215. es substanciais na forma de encarar ou de enfocar o seu m todo e o seu objeto O autor afirma que as opini es evolu ram e variaram muito atrav s dos tempos Inicialmente o conhecimento geogr fico era eminentemente pr tico emp rico limitava se a catalogar e a cartografar nomes de lugares servindo aos ex rcitos que avan avam em regi es vizinhas para que o fizessem com mais seguran a e em dire o aos pontos estrategicamente estabelecidos Servia tamb m aos governos que organizavam a administra o e a divis o administrativa de pa ses e imp rios aos comerciantes que acrescentavam aos nomes dos lugares indica es sobre as possibilidades de produ o de determinadas reas com informa es sobre os principais produtos que poderiam ser explorados e da for a de trabalho dispon vel A discuss o de seu car ter cient fico foi se desenvolvendo propor o que os navegadores necessitavam de maior seguran a para suas viagens e os exploradores precisavam descobrir min rios sobretudo preciosos ou agr colas disputados pelo mercado europeu No entanto Andrade 1989 ressalta que a Geografia n o mais a ci ncia que estuda e descreve a superf cie da Terra mas a ci ncia que analisa e tenta explicar o espa o produzido pelo homem indicando as causas que deram origem a formas resultantes de rela es entre a sociedade e a natureza Cabe a geografia estudar as formas que o espa o apresenta explicar a origem e a forma o desta
216. estaca diretamente na constitui o da paisagem pantaneira dentre os outros elementos que a comp em Desta forma juntamente com a assimila o te rica adquirida com a releitura do esquema proposto por Souza 2010 selecionamos homens e mulheres habitantes da rea estudada como alvos colaboradores na empreitada em determinar a identidade rela o conhecimento e observa o perante as din micas de forma o e transforma o da paisagem no Pantanal da Nhecol ndia Partindo desses fatores elaboramos para essa etapa do trabalho um rol de 16 quest es que comp em um roteiro de quest es semi dirigidas Tabela 4 que nortear o o di logo com os alvos colaboradores de modo a extrairmos a maior quantidade de infer ncias e refer ncias vividas observadas e relatadas bem como correlaciona las s Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 159 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem din micas identificadas e os pr resultados adquiridos por meio da aplica o dos procedimentos descritos neste cap tulo anteriormente Tabela 5 Roteiro de entrevistas semi dirigidas Quest es Justificativa objetivo 1 Nome idade estado civil com quem mora Conhecer o perfil do entrevistado 2 Quanto tempo mora no Pantanal da Nhecol ndia E os antepassados Identificar o tem
217. exigidos por meio da postura te rica metodol gica assumidas nessa tese Compreender a rela o desse indiv duo com os elementos e din mica de forma o e transforma o da paisagem dar margem para tamb m refletir a responsabilidade e participa o dos demais indiv duos que comp em esse mosaico de elementos humanos em constante interliga o com a paisagem do Pantanal da Nhecol ndia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 220 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 7 3 A percep o dos entrevistados relatos conhecimento e rela o com os elementos da Paisagem no Pantanal da Nhecol ndia Por meio da aplica o das entrevistas semi dirigidas foi poss vel a abordagem de um n mero de 12 pessoas residentes em Fazendas localizadas dentro da rea do Pantanal da Nhecol ndia Acentuamos aqui que apesar da grande extens o da rea a densidade demogr fica somada dificuldade de acesso s fazendas foram os fatores principais que dificultaram a aplica o de mais entrevistas As entrevistas possuem uma m dia de 28min de dura o seguindo como elemento norteador o roteiro de entrevistas elaborado e apresentado do Cap tulo 4 A Perfil dos entrevistados Das 12 entrevistas realizadas foram selecionadas apenas 10 levando em considera o crit rios tais como a idade do entrevistado
218. fa o quanto aos m todos por uma complicada fragmenta o e setoriza o de uma realidade geogr fica e das an lises que deveriam tratar desta mesma realidade geocomplexo pautado na teoria dos sistemas possuindo ex mia semelhan a com a no o de ecossistema proposta por Tansley na d cada de 30 no entanto neste momento o geossistema ultrapassa o ecossistema no que diz respeito perspectiva geogr fica Para Passos no dom nio das estruturas o geossistema acrescentaria uma dimens o lateral nica dimens o vertical retida pela maior parte das abordagens ecossistemicas No que diz respeito ao funcionamento o ecossistema considera essencialmente a energia solar as transfer ncias bioqu micas geoqu micas e biol gicas o geossistema os completa por considerar as energias ligadas gravita o e s migra es de massas a reas h dricas org nicas e minerais sob o efeito das energias cin ticas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 78 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Hidrologia Clima Geomorfologia Vegetac o Solo Fauna POTENCIA ECOL GICO EXPLORA O BIOL GICA SN GEOSSISTEMA sa j Bertrand 1968 A O ANTR PICA Figura 15 Modelo Te rico do Geossistema apresentado pro Bertrand 1968 De acordo com as reflex es de Bertr
219. fase dif cil mais repleta de descobertas tanto externas quando intrapessoal As dificuldades foram amenizadas com esfor o incondicional de duas pessoas Jo o Soares meu pai e Nadir Santos minha m e Portanto dedico todo o processo de elabora o deste trabalho desde o nascimento da ideia at a defesa da tese a essas duas pessoas em especial e tamb m aos meus irm os Jo o Ricardo e Franciele pessoas que sei que mesmo dist ncia est o sempre presentes em minhas ang stias alegrias conquistas enfim s o pessoas que sei que posso contar em cada momento de minha vida In Mem rian Presto aqui a homenagem a Maria Pereira minha av que n o pode esperar a conclus o deste trabalho e no meio do caminho da constru o desta tese teve que partir para alegrar outros ares Seu lar o reino divino podeir tranquila seu rebanho est pronto M sica Dona Cila Maria Gad vi AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente AGRADECIMENTOS Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES pelo financiamento desta pesquisa e do est gio de doutoramento realizado na Universidade de Coimbra Portugal Ao professor Dr Messias Modesto dos Passos pela orienta o e principalmente pelas iniciativas de aproxima o por meio dos encontros descontra dos viagens jantares e sobretudo pelo encontro e
220. favor vel totalidade buscada para as an lises geogr ficas Essa l gica est pautada nas possibilidades de rela es entre os elementos de car ter temporo espacial evidenciando os movimentos existentes na paisagem os de car ter constitutivo inerente aos elementos f sicos naturais e antropo sociais que constitui a mesma al m de permitir tamb m uma abordagem cultural com base na representa o dos elementos de car ter percept vel da paisagem o que depende do olhar do sujeito e da identidade para com a paisagem Figura 13 Essa rela o dial tica revela ambiguidades essenciais para a compreens o da complexidade inerente a paisagem tais como a revela o do vis vel e do invis vel do material e do imaterial do objetivo e do subjetivo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 71 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 1 1 iCar ter Temporo espacial Car ter Constitutivo Car ter Perceptivel em mm mm o ee Lam mom agg vm mo mo lm mmm d o H ud e 4 wo um e Mog j 1 8 LA x9 i feo yo 1 e L Zo t Sy 9t 1 Z Uy EN M DL x Vira im X r Din mica o Marcas i y I 1 inst vel Est vel Heran a i 1 1 H objetivo Formas E Evolu o ubjetivo Te S e Tra os ae E A P wi
221. fazendas pecuaristas ativos muitas vezes causadores do desmatamento que se materializa como problema fundamental do Pantanal da Nhecol ndia para dessa forma amenizar os impactos e diminuir riscos ambientais e principalmente contribuindo para o barramento do conflito cultural que caminha a rela o entre pantaneiros e os novos propriet rios de terras no Pantanal da Nhecol ndia Contudo n o queremos aqui assumir um discurso anti desenvolvimentista por m os resultados da pesquisa evidenciaram a necessidade de cautela atrav s de planejamento aplica o e fiscaliza o das legista es vigentes al m da elabora o de novas legisla es com base nas limita es impostas pelas caracter sticas f sicas naturais e acima de tudo culturais manifestadas no Pantanal da Nhecol ndia de modo a assegurar um desenvolvimento econ mico sadio tanto para os indiv duos componentes das paisagens que constitui o territ rio quanto para a natureza que desenha visualmente tais paisagens Num que n is num qu o progresso aqui pro Pantanal na verdade que tem que sabe como chegar esse progresso aqui pra n is Quequ 47 anos de idade e 20 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 264 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem BIBLIOGRAFIA AB SABER Aziz Nacib Os Dom nios de Nat
222. ferencia o na estrutura da cordilheira que envolve a lagoa sobretudo quanto aos lados Norte e Sul Relembramos aqui que tais dados apontaram para uma din mica pautada na regress o das esp cies de porte baixo e progress o das esp cies arb reas no lado norte sendo que o lado sul possui caracter sticas estruturais de din micas opostas s apresentadas anteriormente para o lado norte A representa o geofotogr fica dos detalhes da paisagem da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol de acordo com a distribui o da cobertura vegetal Figura 76 aponta para uma concord ncia das afirma es de Pott 2007 e 2009 e Santos et al 2006 sobretudo no que confere diferencia o da paisagem por uma din mica aparente de reorganiza o da cobertura vegetal Podemos portanto observar diferentes fei es no lado norte e sul da lagoa salitrada estudada lado noroeste apresenta vegeta o arb rea densa com esp cies tipicamente encontradas em ambientes cidos e o lado sul at o sudeste uma cobertura composta por uma faixa de vegeta o contendo como esp cie arb rea dominante Copernicia australis Becc Carand tipicamente encontradas em ambientes alcalinos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 243 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Al m disso poss vel detectar uma diferencia o do
223. ferencialmente em benef cio do ser humano 10 Em 1970 no mbito do Minist rio de Minas e Energia cria se o Projeto RADAM propriamente dito com a finalidade de implementar um Programa de Sensoriamento Remoto por Sat lite e realizar com base nas imagens assim obtidas o levantamento integrado dos recursos naturais em uma rea de restrita a 1 500 000 Km ao longo da rodovia Transamaz nica posteriormente ampliada at abranger a totalidade da Amaz nia Legal Em 1975 ap s conclu dos os trabalhos definidos para o q inq nio anterior e considerando se o sucesso e a qualidade dos levantamentos obtidos pelo Projeto decide se ampliar sua rea de atua o a todo o territ rio nacional mudar seu centro de opera es de Bel m PA na Regi o Norte para Salvador BA na Regi o Nordeste e finalmente mudar sua designa o para adequ la a sua nova realidade Assim a partir deste momento passa a se denominar PROJETO RADAMBRASIL Ver em http www projeto radam nom br metodologia html 1 EVANGELISTA H lio de Ara jo O Servi o Geogr fico do Ex rcito Revista Geopaisagen on line V1 N mero 2 2002 In http www feth ggf br servigeoex htm acessado em 11 de novembro de 2010 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 56 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem heterog neo socialmente cons
224. gado a alternativa selecionada pelos propriet rios e criadores de bovinos foi o desmatamento das reas de cordilheiras de modo a expandir os campos para regi es topograficamente mais elevadas e com um potencial de seguran a frente s inunda es e assim garantir a produtividade e rentabilidade da pecu ria t o culturalmente atribu da ao Pantanal Sul matogrossense De acordo com Ad moli 1995 at o ano de 1995 o percentual desmatado para todo o Pantanal foi estimado em 1 e dentre as forma es arb reas que sofreram maior press o destacam se as cordilheiras Padovani et al 2004 corrobora a reflex o ao enunciar o per odo de 1962 at 1974 considerado como at pico devido intensidade da seca Assim a pecu ria obteve recordes de produ o devido maior disponibilidade de pastagens nativas Ap s 1974 houve um retorno do per odo de cheias plurianuais e uma dr stica diminui o de efetivo bovino pantaneiro entre os anos de 1970 e 1980 A redu o na disponibilidade de pastagens nativas levou muitos pecuaristas a desmatarem reas de cordilheiras para implanta o de pastagens cultivadas ex ticas como a brachiaria No caso espec fico da rea da fazenda na qual a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol se localiza foi detectado por Bacani 2007 ndices de desmatamento entre os anos 80 at 2004 Figura 78 Para Bacani 2007 em 1987 aproximadamente 7 006 3 ha do solo da Fazenda Firme era ocupado por vegeta
225. gem sobre os processos envolvendo a din mica h drica regional e sua influ ncia na forma o e transforma o das unidades da Paisagem que comp em o Pantanal da Nhecol ndia A caracter stica do Pantanal areia si num tiv areia num Pantanal Duas coisa que si num tive num Pantanal areia e gua n Se vem a gua vem areia Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal Em outro momento os entrevistados chamam aten o s mudan as na paisagem devido s altera es na din mica de cheias e seca na regi o esse ano j n o teve enchente Mudan a do tempo n Muda muito assim mesmo no Pantanal assim mesmo Antigamente quando eu conheci o Pantanal quanto eu entendi por gente tinha dez ano de seca e dez ano de cheia n Agora mud tudinho Agora num tem mais dez anos Quando eu cheguei aqui nessa fazenda em 82 63 tudo era gua isso aqui Foi secar em 87 88 por a era bem chei memo toda as ba a era gua agora n o todo ano seca Vandir F 54 anos de idade e 29 anos no Pantanal As enchente mud muito Em 76 78 tinha aquelas enchente grande pra c alagou muito por a ficava muito tempo cheio n Antigamente era enchente por cima de enchente agora n o j diferenciou muita coisa Luis C 33 anos de idade e 25 anos no Pantanal As observa es afirmadas por estes pantaneiros podem ser cientificamente confirmadas com os dados apresentados sobre a chuva na Bacia d
226. geografia humana buscou a ado o de uma legalidade metodol gica para a esfera do tratamento cient fico do homem Al m desses pressupostos essa geografia cl ssica dicotomizada era tamb m alicer ada sobre uma tica positivista que permaneceu absoluta at meados do s culo XX quando os trabalhos em geografia se firmam na base eminente da formula o matem tica dos racioc nios ou seja a geografia da d cada de 50 alcan ou alto grau de formaliza o gra as utiliza o de m todos matem ticos que buscavam dar conta das diferentes realidades naturais e sociais Ressalta se que esse momento foi denominado de Revolu o Teor tica Quantitativa o que trouxe muitas cr ticas principalmente aos ge grafos f sicos pois nesse momento a natureza se transforma em sin nimo de recursos naturais Trata se daquela postura de um grupo de ge grafos humanos que a partir de meados dos anos 60 t m insistentemente afirmado que a geografia f sica n o geografia Essa postura sustenta que aquele estudo da natureza dissociado da sociedade ou daquele estudo da natureza que n o a considere enquanto mercadoria feito pelo ge grafo n o geografia MENDON A 1998 p 28 Assim as transforma es no escopo da geografia foram muito influenciadas pelas conjunturas principalmente no que diz respeito acontecimentos de ordem pol tico econ micas a n vel global No caso espec fico do per odo citado como in cio da Revolu o Te
227. gera um maior gradiente de oscila o Baseados nessas informa es e nas caracter sticas pedol gicas da Nhecol ndia constitu da por sedimentos arenosos finos refor a se a grande influ ncia pedogen tica que as oscila es do len ol fre tico e a singular din mica h drica possuem no funcionamento do sistema dessas lagoas necessitando no caso dos procedimentos adotados por Cardoso et al 2004 de uma investiga o pedomorfol gica tamb m em camadas mais profundas No acompanhamento dos avan os tecnol gicos e sua contribui o nas pesquisas cient ficas alguns pesquisadores usufru ram das t cnicas do sensoriamento remoto e Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 122 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem geoprocessamento como alternativa cient fica na busca por respostas sobre a origem e atual din mica de funcionamento dos sistemas lacustres no Pantanal Santos 2006 faz uma s ntese das pesquisas e aplica es atuais do uso dessas ferramentas tecnol gicas em sensoriamento remoto como mecanismo de acompanhamento das condi es da paisagem e sua din mica no Pantanal concluindo que os produtos sensoriados sobretudo aqueles que permitem caracteriza es em 3D onde se pode extrair informa es de certos par metros t m uma significativa contribui o nos variados prop sitos do lev
228. gi o onde a lagoa est inserida a presen a predominante de um material arenoso Os solos do pantanal da Nhecol ndia s o essencialmente arenosos apresentando textura geralmente t o fina que lembra Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 110 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem aquela ocorrente no litoral Eventualmente podem se encontrar manchas de solo siltoso ou argiloso A equipe de coleta n o se recorda de haver encontrado com freq ncia solo tipicamente argiloso nas reas da Nhecol ndia por onde passou com exce o de zonas de barreiros e imedia es de estradas que d o acesso rea As savanas e campos da Nhecol ndia assentam se fundamentalmente sobre uma camada aflorante de areia muito fina ALLEM amp VALLS 1987 p 47 Por m como j exposto anteriormente neste trabalho de acordo com a escala de an lise utilizado em prol das descobertas cientificas no Pantanal Mato grossense poss vel a identifica o ou caracteriza o de diferentes fragmentos sendo reas que se homogene zam de acordo com sua din mica de funcionamento e constitui o dos elementos que os comp e revelando paisagens distintas apesar de pr ximas e interligadas V rios foram os trabalhos de importante cunho cient ficos que deram as caracteriza es preliminares sobre os solos do Pantanal Mato
229. go emigra o e empobrecimento da popula o do Pantanal Sul ARA JO 2006 p 99 A autora ressalta ainda que no in cio da d cada de 1990 o Pantanal Sul apresentava o seguinte quadro pecu ria extensiva realizada em extensas reas com pouca interfer ncia humana baixa capacidade de suporte comportando uma cabe a de gado para cada 3 3 ha apenas uma cabe a e baixos ndices zoot cnicos As grandes propriedades rurais sempre garantiram renda aos produtores apesar da baixa produtividade Em paralelo as dist ncias enormes dificultaram a integra o e o desenvolvimento caracter stica que reflete um car ter mais est tico do que din mico regi o A partir dos anos de 1990 sobretudo na segunda metade desta d cada inicia se Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 185 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem um processo de reestrutura o produtiva e espacial no Pantanal Sul As mudan as constituem um processo lento de ajuste ao novo momento do modo de produ o capitalista portanto vinculam se ao processo de globaliza o da economia mundial Em seu estudo t cnico econ mico da pecu ria bovina no Pantanal Sul Mato grossense a partir de informa es amostrais estratificadas de 1982 e 1983 e dados do censo agropecu rio de 1980 sobre a disponibilidade e uso dos fatores para avaliar o n
230. gram nea natural e ou introduzida abrangendo portanto uma rea de 251 709 4 ha sendo que apenas 2 8 da rea da Baixa Nhecol ndia era ausente de vegeta o tendo 21 068 ha de terras constitu do por solos nu Em contrapartida at o ano de 2009 verificou se para a Baixa Nhecol ndia uma diminui o das reas ocupadas por cordilheiras De todo o territ rio mapeado 265 071 4 ha estavam cobertos por vegeta o arb ria densa cordilheira o que representa 35 6 da rea Observa se tamb m um significativo aumento das reas de gram nea baixa e reas sem cobertura vegetal Em 2009 49 6 da Baixa Nhecol ndia compreendida como rea de campo pastagem o que significa uma rea de 369 278 3 ha e 60 047 6 ha era constitu do de solo n ou seja 8 1 da rea do Pantanal da Baixa Nhecol ndia As observa es descritas acima podem ser observadas na representa o exposta no gr fico 28 400 000 350 000 300 000 250 000 200 000 150 000 E ee 100 000 50 000 o M e e 4 E o e e o x NO se S 9 o T NO Wo o Gr fico 28 Evolu o do Uso e Ocupa o do solo da Baixa Nhecol ndia entre 1989 e 2009 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 255 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Conferimos aqui portanto que em 20 anos de ocupa o do Pan
231. guas de 156 lagoas distribu das nas por es norte oeste e sul da Baixa Nhecol ndia nos anos de 2002 2003 e 2004 tendo como par metro ndices de pH e condutividade el trica CE classificou as em duas classes distintas as lagoas hipohalinas ba as e as lagoas salinas Al m dos par metros de pH e CE utilizados como crit rios para a classifica o das lagoas no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Fernandes 2007 organizou os dados com base em adapta es de sistemas de classifica es pr estabelecidos como por exemplo as defini es de classes para pH na tabela 6 bem como os de salinidade de USSL U S Salinity Laboratory em fun o da Condutividade El trica CE expostos na tabela 7 Tabela 7 Classes de pH CLASSES DE pH Fortemente cido 5 5 Medianamente cido 5 5 a 60 Levemente cido 6 0 a 6 5 Neutro cido 6 5 a 7 0 Neutro alcalino 7 0 a 7 5 Levemente alcalino 7 5 a 8 0 Medianamente alcalino 8 0 a 8 5 Fortemente alcalino 8 5all Fonte Fernandes 2007 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 189 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 8 Classifica o das lagoas da Baixa Nhecol ndia com base na condutividade el trica CE CLASSES DE GUAS CONDUTIVIDADE Classifica o de EL TRIA uS cm Fern
232. gura 7 Salitrada Campo Dora no per odo de seca 08 2006 ocasi o em que a lagoa se encontrava totalmente seca a parte sul da lagoa com palmeiras carand s Copernicia alba Morong ex Morong amp Britton b parte norte da lagoa com palmeiras baba u Orbignya oleifera Bur Fonte Souza 2008 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 36 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A b Figura 8 Salitrada Campo Dora a vista parcial da lagoa com pequena quantidade de gua destacando a presen a de gram neas em todo seu entorno in cio do per odo de cheia 11 2006 b vista parcial da lagoa no per odo de cheia 5 2007 Fonte Souza 2008 Figura 9 Salitrada Campo Dora no per odo de cheia 5 2007 a vista parcial com plantas aqu ticas ocupando toda rea da lagoa b detalhe da grande quantidade de plantas aqu ticas submersas principalmente Chara spp Characeae e flutuantes Sagittaria spp Fonte Souza 2008 Figura 10 Ba a da Sede Nhumirim no per odo de seca 08 2006 a vista parcial da lagoa ao fundo a Sede da Fazenda Nhumirim b detalhe das margens da lagoa amplamente colonizadas por cana do brejo Cana glauca L e outras plantas aqu ticas e gram neas Fonte Souza 2008 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 37 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol
233. hecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem CORIXO Foto Embrapa 11 11 1999 Pantanal da Nhecol ndia BAIA CORDILHE Foto SAKAMOTO 2001 Pantanal da Nhecol ndia CAP O DE MATA AREA DE CAMPOS Fonte Bacani 2007 e http cpap embrapa br agencia foto066 htm acessado em 13 11 2010 Edi o e Organiza o Mauro H S da Silva Foto Embrapa 11 11 1999 Pantanal da Nhecol ndia Figura 30 Unidades da Paisagem constituintes do Pantanal da Nhecol ndia Soares et al 2003 reconheceu para a regi o da Nhecol ndia quatro unidades morfol gicas distintas 1 Unidades de cristas e lagoas Formada por dois tipos principais de fei es a cristas cordilheiras constitu das de areia branca solta recobertas por vegeta o florestal tipo cerrad o savana arb rea e b lagoas baias e salinas constitu das ora de guas l mpidas e isoladas ora de guas turvas e com interconex o com a drenagem atual ou ainda parcialmente assoreadas com aur olas de vegeta o anf bia As lagoas apresentam praias bordas arenosas assim tricas espor es e barras arenosas cuja rea ao redor destas levemente mais elevada 2 a 3 m 2 Unidades de len is arenosos Formada por superf cies planas homog neas com areias brancas soltas vegeta o tipo cerrado aberto savana arbustiva campos com tufos e arbustos
234. i o e hidrata o do gado elemento de beleza c nica de uso tur stico Cabe aqui ainda ressaltar que as descobertas e reflex es expostas neste trabalho s foram poss veis devido a uma organiza o metodol gica baseada na perspectiva de um modelo te rico sistematizado por uma tr ade conceitual geossistema territ rio e paisagem Acreditamos que o sucesso da utiliza o de tal modelo como perspectiva neste trabalho manifesta um avan o epistemol gico na geografia f sica resolvendo os problemas de um enfoque pautado em um conceito geogr fico un voco que muitas vezes n o aproxima da vis o totalizadora exigida para as pesquisas ambientais desenvolvidas na geografia contempor nea Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 263 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Acreditamos contudo que esse avango metodol gico se manifesta principalemte nos resultados referentes s rela es culturais detectadas dentro do Pantanal da Nhecol ndia evidenciando que os trabalhadores rurais habitantes da regi o por mais de 20 anos os Pantaneiros demonstraram uma proximidade e conscientiza o rela o ntima perante a import ncia ambiental da rea e dos elementos da paisagem e atestamos portanto a necessidade de discutir projetos voltados para conscientiza o sobretudo dos propriet rios das
235. ia Geologia Psicologia Economia etc portanto efetivamente conseguido a partir de um abordagem ou equipe de car ter multi e transdisciplinar assunto j exaustivamente discutido no meio geogr fico mas que ainda constitui um problema mal resolvido Apesar dos esfor os na grande maioria dos estudos de geografia integrada o que se tem conseguido apenas chegar a uma aproxima o do que se considera uma an lise global privilegiando se no final uma ou outra vertente geogr fica DIAS 2003 p 44 Um exemplo disso o conceito de geossistema desenvolvido por Sochava nos anos 1960 e retrabalhado posteriormente por ge grafos franceses como Bertrand Tricart e Dresch O primeiro inserindo no Geossistema a a o antr pica como um dos elementos de an lise da referida proposta sist mica Dresch desenvolveu com bastante propriedade segundo Mendon a 1993 a no o de paisagem proveniente dos alem es sendo que sua vis o inseria a a o antr pica como elemento da din mica das paisagens e do geossistema o que muito influenciou o desenvolvimento da geografia f sica produzida a partir de ent o j Tricart introduziu conceitos e metodologias mais abrangentes como a Ecodin mica e a Ecogeografia Mendon a 1993 assegura ainda que no Brasil o desenvolvimento do tratamento da tem tica ambiental dentro da geografia e segundo uma concep o que inter relaciona sociedade e natureza foi algo que se deu muito lentamente durante as
236. ias sendo uma principal e outra secund ria a primeira refere se a um abastecimento por subsuperf cie atrav s da ascens o da gua do len ol fre tico enriquecida de sais micronutrientes e por outra via superficial dinamizada atrav s da entrada de gua cida ocasionalmente por um ou mais corredores de coalesc ncia identificados na figura 73 como indicadores de liga o do sistema alcalino com sistemas coalescentes processo seguido de solubiliza o dos sais principalmente no lado oeste da lagoa impulsionado pelo ac mulo de gua cida por maior quantidade de tempo que no lado leste devido s depress es do relevo local identificadas no lado oeste da rea da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Segundo Kiehl 1979 a acidez do solo desenvolve se atrav s de dois fatores principais devido remo o de base pelas plantas ou pela gua de percola o permitindo que o hidrog nio deste l quido tome lugares por troca das bases que v o sendo removidas Wutkf 1975 corrobora essa afirma o ao esclarecer que a acidifica o do solo um processo que se desenvolve medida que os c tions b sicos adsorvidos no complexo coloidal v o sendo deslocados para a solu o do solo por ons H Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 241 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Podemos aind
237. ico de funcionamento de uma salina com Cordilheira desmatada Baseados nos esquemas e reflex es de Silva 2007 e Bacani 2007 afirmamos que essa pesquisa sera direcionada para a confirma o ou nega o de as lagoas salinas do Pantanal da Nhecol ndia hipoteticamente sofrem muta es devido entrada de guas cidas transformando um ambiente dantes alcalino em uma nova unidade de paisagem dentro do Pantanal da Nhecol ndia com caracter sticas que sugerem uma transi o entre sistema lacustres alcalinos salinas e sistemas cidos ba as os quais passam a ser denominados lagoas Salitradas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 39 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Para o direcionamento dessa pesquisa foram levantadas quest es fundamentais e norteadoras para o entendimento concreto da din mica do Pantanal da Nhecol ndia e Existe um padr o caracter stico da paisagem de lagoas salitradas e Seria este sistema lacustre uma transi o entre os sistemas salinos e doces e Qual a rela o da din mica h drica regional o uso e ocupa o da rea e os processos de forma o desses sistemas Para alcan ar respostas objetivas para tais quest es sugere se que os estudos cient ficos realizados na rea do Pantanal da Nhecol ndia devem se ater a escalas de an lise apropriadas e aten
238. icultura Manual de m todos de an lises de solos Rio de Janeiro EMBRAPA SNLCS 1979 Pagina o irregular Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 267 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem BRAUN E H G 1977 Cone Aluvial do Taquari unidade geom rfica marcante na plan cie quatern ria do Pantanal Rev Bras Geoc 39 164 180 BRAUN E H G Cone Aluvial do Taquari unidade geomorfol gica marcante na Plan cie Quatern ria do Pantanal Revista Brasileira de Geografia ano 39 n 164 180 1977 CARDOSO EL SANTOS SA CRISPIM SMA amp SOUZA GS Atributos qu micos dos solos de unidades de paisagem da sub regi o da Nhecol ndia Pantanal MS In EMBRAPA PANTANAL Ed IV Simp sio sobre Recursos Naturais e S cio econ micos do Pantanal Sustentabilidade Regional Corumb MS 2004 CARVALHO FILHO A et al Solos como fator de diferencia o fitofision mica na sub regi o daNhecol ndia Pantanal Mato Grossense In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL MANEJO E CONSERVACAO 3 2000 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA CPAP UFMS 2000 CARVALHO N O Hidrologia da bacia do alto Paraguai In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIO ECONOMICO DO PANTANAL 1 1986 Corumb MS Anais Bras lia DF EMBRAPA CPAP 1986 p 43 49 CASSAB Clarice Refle
239. igura 28 uma das sub regi es do Pantanal uma rea de 23 574 km constitu da por sedimentos arenosos finos depositados pelo rio Taquari no per odo Quatern rio CUNHA 1980 Segundo Allem e Valls 1987 seus limites s o ao norte o pantanal de Paiagu s sendo o rio Taquari o ponto de refer ncia para a separa o ao sul os pantanais de Abobral e Aquidauana aparecendo o rio Negro como importante marco divis rio a leste o Planalto Central atingindo se o mesmo atrav s da serra da Alegria e desembocando se na rodovia BR 163 de onde atinge quase equidistantemente as cidades de Coxim e Rio Verde de Mato Grosso a oeste o rio Paraguai Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 102 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem aM x A 9 nac era d e nis E 4 ME 1 i ws t A M I Purato natus da 7 Vt Urucum Aevi P J lj a r hv e s fios perenes K X RR pt A M em WE O y Siddise Lirribus do Pantanal da Nhecoldnda A N UNA I am feme q sg e EI T Es PARADA N Fazenda Nhu g de estudo o e A DE E Pee so Hs Paragas WE tn ci Y O Drew im baum dan Baia do Ado Pepati k Fonte Assine 2003 Rezende Fiho 2006 Pranicies nn Pamana Edi o c Organiza o Mauro H S di Sim Dore Cree e 3 tman ED PI EB consta e T E a a M Rr B
240. ilismo nova geografia geografia humanista e cultural e geografia cr tica assim como representado na Tabela 1 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 65 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 1 Categorias chaves das diferentes linhas de pensamento da geografia como ci ncia social Linhas de Expoentes e Caracter sticas e Tratamento da Pensamento Datas Paradigma B sico ugar Paisagem Geografia Tradicional M todo Regional Possibilismo Nova Geografia Geografia Teor tica Quantitativa Geografia Humanista e Cultural Kant Ritter Hartshorne 1940 Vidal de La Blache Fim do s c XIX Harvey depois da II Guerra Yi Fu Tuan a partir dos anos 70 Determinismo ambiental as condi es naturais determinam o comportamento do homem interferindo na sua capacidade de progredir A corologia vista como a intera o de fen menos heterog neos sobre uma rea dada concebida como vis o ideogr fica da realidade O homem como principal agente geogr fico A natureza considerada como a que oferece possibilidades para que seja utilizada e modificada na fixa o de obras do homem criadas por meio de um longo processo de transforma o da natureza ressaltando se os elementos mais est veis solidamente implantados na paisagem Abordagem loc
241. imento para o sudoeste formando o Maci o do Urucum Planalto Residual do Urucum Amolar J na borda leste uma sequ ncia paleoz ica e mesoz ica da Bacia do Paran constituindo os Planaltos do Taquari Itiquira e Maracaj Campo Grande firmada sobre as rochas cristalinas pr cambrianas Segundo Tarifa 1986 o clima atual da regi o Pantaneira marcado pelas seguintes caracter sticas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 98 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e Apresentam altas temperaturas sendo que este car ter megat rmico determinado pela latitude tropical e a continentalidade associadas a condi es topogr ficas deprimida e de baixas altitudes e a amplitude t rmica diminuiu de sul para norte pois em Aquidauana de 6 6 C em Corumb de 6 0 C em C ceres 5 1 C e em Cuiab 4 4 C e nas m nimas absolutas de temperaturas abril setembro s o comuns os resfriamentos abaixo de 10 C As m ximas absolutas ultrapassam os 40 C e coincidem com os meses de setembro a novembro e a pluviosidade apresenta um ritmo sazonal com menos chuvas no outono inverno por volta dos 100mm e uma concentra o substancial no per odo de primavera ver o com precipita o da ordem de 250 a 300mm As medidas anuais situam se ao redor de 1 100mm Quanto aos solos foram identific
242. ing sticos cada qual com seus costumes vangloriando se das boas qualidades de ca adores numa rea repleta de biodiversidade Tais valores se tornaram a base da cultura Sul matogrossense e Matogrossense e assim muito influenciaram a m sica as cren as as lendas a arte a dan a a comida etc Proen a 1997 ainda complementa as afirma es sobre o relacionamento entre povos na rea do Pantanal justificando que os rios al m de fornecerem os alimentos necess rios sobreviv ncia dos ndios facultavam lhe o transporte Al m disso os campos abertos propiciavam lhes uma infinidade de animais cujos rastros seguiam com seus cavalos ou a p esclarecendo assim que n o fora por acaso que se estabeleceram no imenso territ rio Por tudo isso tiveram papel fundamental na forma o hist rica e territorial da ent o esquecida Prov ncia abrindo picadas ensinando os caminhos aos civilizadores com os quais algumas tribos mantiveram contato pac fico submetendo se a eles como bestas de carga servindo de instrumento s ambi es de conquista subjugando se a uma triste e vergonhosa escravid o 7 2 O Homem Pantaneiro Num salto hist rico da regi o chegamos aos habitantes atuais do Pantanal sem esquecer que nessa lacuna temporal al m da base ind gena j relacionada uma mescla pautada em relacionamentos e conflitos entre paraguaios bolivianos e desbravadores sobretudo do restante da regi o Centro sul do Brasil s o
243. io Carlos A Geografia F sica no Brasil um panorama quantitativo a partir de peri ticos nacionais 1928 2006 Revista da ANPEGE v 4 p 47 60 2008 Influ ncias da Filosofia Kantiana na G nese da Geografia F sica Mercator Revista de Geografia da UFC Ano 7 n mero 14 2008 WHITE Robert E Princ pios e Pr ticas da Ci ncia do Solo o solo como um recurso natural 4 edi o Organiza o Andrei Editora LTDA S o Paulo 2009 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 278 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem WUTKF A C P Acidez In MONIZ A C Elementos de Pedologia Rio de Janeiro Livros T cnicos e Cient ficos 1975 469p ZANI Hiran Mudancas Morfol gicas na Evoluc o do Megaleque do Taquari uma an lise com base em dados orbitais Disserta o Mestrado Univ Estadual Paulista Instituto de Geoci ncias e Ci ncias Exatas Rio Claro SP 2008 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 279
244. irmada a classifica o em nova unidade da paisagem Contudo entender o Pantanal a materialidade da paisagem da Nhecol ndia sob a tica de um geossistema abstra o torna se uma necessidade epistemol gica pois desta forma desmascara se as combina es de conjuntos biogeogr ficos identificando os fen menos de interfer ncia entre os elementos da paisagem acentuando as combina es dial ticas mais interessantes para os ge grafos principalmente no que se refere s influencias decorrentes do processo de uso ocupa o e organiza o s cio espacial Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 130 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem PARTE 2 Ser pantaneiro sentir o cheiro da fruta Nadar em guas barrentas remar em guas correntes Ser pantaneiro a fuga da morte a busca da vida Trecho da M sica Ciranda Pantaneira Grupo Acaba Tp a pa Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 131 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 132 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem OS CA
245. ismo epistemol gico muito pr ximo ao modelo te rico denominado GTP QUADRATURA CIENT FICA DA PAISAGEM Figura 18 Quadratura cient fica da paisagem adaptado de Bertrand 2007 p 254 Essa an lise da paisagem proposta pelo autor se baseia em quatro premissas b sicas ou verbetes como o autor denomina 1 Os locais paisag sticos que s o um conjunto de corpos materiais rvores muralha colina definidos por seu volume suas propriedades bio f sico qu micas seu agenciamento e seu funcionamento sobre a base do m todo do geossistema Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 84 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 2 Os atores da paisagem individuais ou coletivos atuais ou passados end genos ou ex genos em rela o ao territ rio considerado com sua carga de mem ria patrionial 3 Os projetos da paisagem que exprimem o tipo de rela o entre os lugares e os atores e que podem ser tanto contemplativos quanto econ micos passantes empreendedores etc 4 Os tempos da paisagem que combinam o tempo linear hist rico aquele das sociedades humanas como aquele da natureza com o tempo circular das esta es fenologia e sucess o dos estados paisag sticos Quando organizadas em uma grade de leitura para possibilitar conceber uma esp cie de modelo
246. isso foi tamb m registrada a presen a de um horizonte org nico e turfoso na rea da lagoa doce ba a Com rela o ao perfil da topossequ ncia da lagoa salina na Fazenda S o Miguel do Firme em 1994 Sakamoto et al 1996 afirmam que as sondagens mostraram a presen a de Areias Quartzozas desde a vazante ba a at pouco al m da transi o cordilheira borda da lagoa onde aparecem solos arenosos hidrom rficos gleisados Ainda sobre a topossequ ncia da lagoa salina da Fazenda S o Miguel do Firme em janeiro de 1994 as sondagens indicaram a presen a de uma camada salina com pH pr ximo de 10 saturada de gua e com colora o esverdeada encontrada a partir do interior da cordilheir e abaixo da zona mosqueada Essa camada cont nua sob a lagoa Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 114 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e tamb m sob a ba a acompanhando a topografia No interior da cordilheira e em direc o a ba a vazante a camada salina n o indicada pelas sondagens Sakamoto et al 1996 apresentam ainda em seu trabalho a descri o pedol gica de uma topossequ ncia levantada em uma lagoa salina na fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal nesta segundo o autor os solos s o sempre arenosos Podz is Hidrom rficos ou Areias Quartzozas com o horizonte abaixo do organo mineral
247. istemas de produ o e cuja superposi o ou vizinhan a revelam ou sugerem intera es Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 72 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Ainda em suas contribui es Saquet faz uma an lise sobre as abordagens de Raffestin 2005 e conclui Neste momento de sua argumenta o parece me que une paisagem e territ rio indo de um ao outro em seu pensamento O homem gra as a sua cultura faz duas coisas de import ncia cria material e espiritualmente O homem cria com o desejo com a vontade de construir uma paisagem ideal na qual possa reconhecer suas hist rias sua cultura O desejo cria imagens que s o instrumentos de estudo e para construir novos territ rios A paisagem significa estas imagens do real ou do pr prio imagin rio cient fico e ou art stico o que revela simultaneamente uma forma de liga o da paisagem com o territ rio como abstra es e representa es no desejo por novas paisagens e na proje o do futuro Por m a paisagem n o significa o aparente o sens vel do territ rio sentida e representada SAQUET 2007 Com base nessas contribui es e debates a n vel mundial poss vel persistir na afirma o de que in meras conceitua es sobre paisagem se referem a intera es dial ticas de elementos ditos f sicos ou da
248. itados e observando dados referentes s caracter sticas f sico qu micas da gua das mesmas tais como temperatura pH redox e condutividade eletromagn tica Ao todo foram 14 pontos amostrados descritos na tabela 3 e representados cartograficamente na figura 37 Tabela 4 Descri o dos pontos amostrados na rea da curva do leque no Pantanal da Nhecol ndia Uso e Imagem Ponto Coord ocupa o do Medidas solo Vegeta o arbustiva baixa S 19 12 43 com pouca O 56 56 quantidade de pin ne P1 Cond 303 28 3 Carand s e Redox 66 declive acentuado em dire o a lagoa Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 140 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Paisagem com E entrada para E a tomada d gua pH 6 9 oco do gado el Temp 26 9 RE 9 E s ex concentra o Cond 407 de macr fitas Redox 70 no meio da lagoa Macrofitas e o 10 Plantas i aqu ticas pH 7 88 P3 o 57 00 Campo aberto Cond 169 09 1 ao redor da Temp 31 3 lagoa com Redox 96 presen a de Carand s oqa Paisagem i nd envolta por pH 6 47 IAN Carand s com Cond 550 Ea 9 A x maior Temp 29 1 concentra o Redox 318 ao Sul Sem cordilheira S19 B campo aberto pH 6 9 56 6 presenca de Cond 443 P5
249. ix AVA AAA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente EP GRAFE obriga o de todos lutar pela preserva o da natureza e consequentemente da pr pria esp cie humana tendo em mente que N O HERDAMOS A TERRA DOS NOSSOS PAIS N S A EMPRESTAMOS DE NOSSOS FILHOS Troppmair H Trecho do discurso pronunciado na C mara Municipal de Rio Claro por ocasi o da outorga do t tulo de Cidad o Rio Clarense em maio de 1985 TROPPMAIR 2008 AVA AAA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente SUM RIO hn E Re AR RGE DU EA RR APR EN QM xii DS e mgr MR END RR xiv listade E ric FP Xix List de D m i xxi Fan RT 22 RESUMO 25 i C ENRE E 26 T trod caO Mec C ER E 28 Parte I Re loteneldl LEONGO sirensis us ve spot neron ae Mo LESS L na duda pe 42 Parte 2 Metodologia e Procedimentos 2 eod anb tet Pao doo e PRODR sines ABRE aih 131 Parte 3 Res ltado E DISCUSSUO iarrai b asas EE pata e pa De Pb nin SA AR GA URDU n EE 162 Parte 4 Consideta es Finais 2 opea oa E ERR AFER PUR UN ME I A pir E dias 261 Babliogtaltd iaces DR S
250. ke 2009 que ressaltam que a observa o do desenvolvimento das paisagens no tempo um importante pr requisito para entendimento dos processos que est o ocorrendo e ainda para o progn stico de tend ncias futuras e em especial prote o da natureza pois por estar relacionada ao espa o tem uma grande necessidade de dados atualizados e espaciais sendo que dados atuais de uso e cobertura do solo s o necess rios tanto como base de tomada de decis es para o planejamento de medidas relevantes de prote o natureza como tamb m para controle sobre o xito de tais medidas De maneira explicativa Lang e Blaschke 2009 evidenciam que o monitoramento na perspectiva do sensoriamento remoto implica de modo simplificado a seguinte sequ ncia num momento t0 os dados de um recorte de paisagem de uma rea definida s o levantados com uma metodologia predefinida Num tempo posterior tl repete se o registro da mesma rea Uma caracter stica Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 154 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem importante do monitoramento com base cient fica a premissa de que a detec o e a interpreta o feita a cada espa o de tempo tn sejam feitas com a mesma metodologia e que os espa os temporais sejam aproximadamente iguais por m n o muito afastados entre si As mud
251. l da Nhecol ndia na d cada de 80 s o trazidas por Sakamoto et al 2005 que explica sobre as enchentes excepcionais do Rio Paraguai que registram cotas m ximas acima de 6m no Rio Paraguai em Lad rio e ocorreram no in cio do s culo XX em 1905 1913 1920 e 1921 e a partir do final da d cada de 1970 quando a freq ncia aumentou em 1979 1980 1982 1985 1988 1989 e 1995 segundo dados disponibilizados pela Base Naval de Lad rio at 1997 Extensas reas foram inundadas no Pantanal a partir do in cio da d cada de 1970 quando um per odo chuvoso sucedeu um extenso per odo relativamente mais seco e de guas baixas per odo seco bastante acentuado durante a d cada de 1960 Especialmente na borda do macro leque do Taquari na faixa de transi o at a plan cie aluvial do Rio Paraguai os impactos das inunda es mais frequentes depois de 1972 foram maiores com a inunda o total ou parcial de fazendas e pastagens nos pantanais do Paiagu s e do Abobral situados respectivamente a noroeste e a sudoeste do Pantanal da Nhecol ndia Paralelamente o per odo de 80 2000 registrou tr s das quatro maiores cheias da regi o a cheia de 1982 de 1988 e de 1995 Estas inunda es agravaram os problemas econ micos pois o aumento das terras inundadas pela gua e a profundidade das enchentes gerou perda de bovinos diminui o da rea de pasto e uma dificuldade de acesso regi o culminando em problemas sociais como desempre
252. lagoas os cap es de matas representando assim a perspectiva din mica do geocomplexo Nhecol ndia Todas essas unidades geof cies encontradas dentro da Nhecol ndia podem ser consideradas como o que Bertrand 2007 chama de ref gio de biocenoses originais s vezes relictuais ou end micas p 21 traduzem as microformas ou menor unidade geogr fica homogenia diretamente discern vel no terreno os ge topos elementos inferiores que em muitas vezes necessitam de an lises fracionadas de laborat rio como por exemplo os diferentes compartimentos de uma lagoa no Pantanal da Nhecol ndia como rea de praia vertente da cordilheira rea de gram nea rea com gua da lagoa ambas conexas mais com caracter sticas f sico qu micas diferentes de solo gua e vegeta o devido s din micas peculiares cujo sistema de inter rela o fecundam lagoas distintas tais como Ba as doces lagoas Salinas e lagoas Salitradas sendo a ltima alvo de nossa pesquisa Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 137 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tais unidades da paisagem geradas em torno da teoria dos geossistemas bem como seus respectivos exemplos e unidades elementares encontram se organizados didaticamente na tabela3 Tabela 3 Correspond ncia das unidades de paisagem onde 1 refere se a A Calleu
253. legre Tese de Doutorado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2010 SILVA J S V ABDON M M Delimita o do Pantanal Brasileiro e suas Sub Regi es Pesq agropec bras Bras lia v 33 N mero Especial p 1703 1711 out 1998 SILVA Mauro Henrique Soares da e SAKAMOTO Arnaldo Yoso Estudos pedomorfol gicos em lagoas Salinas Pantanal da Nhecol ndia MS In VI Encontro da ANPEGE 2005 Fortaleza Anais Fortaleza 2005 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 276 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Subs dios para a Compreens o dos Processos Pedogen ticos da Lagoa Salitrada Pantanal da Nhecol ndia MS Disserta o Mestrado UFMS CPAQ Aquidauana 2007 Estudo da organiza o da morfologia dos solos em lagoas salinas no Pantanal da Nhecol ndia MS Monografia Tr s Lagoas UFMS 2004 REZENDE FILHO A T SAKAMOTO A Y VIANA J P QUEIROZ NETO J P Morfologia do Solo de uma Lagoa Salitrada Fazenda Campo Dora Pantanal da Nhecol ndia MS In XI Simp sio Brasileiro de Geografia F sica Aplicada 2005 S o Paulo Anais S o Paulo 2005 SAKAMOTO A Y BARBIERO L QUEIROZ NETO J P FURIAN S Morfologia do solo de tr s Topossegii ncias na rea da Lagoa Salina do Meio fazenda Nhumirim Pantanal da Nhecol ndia MS In
254. litradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem de lan ar dados obtidos atrav s da realiza o de uma toposseq ncia na fazenda Berenice em 1986 e Sakamoto 1997 apresenta uma pesquisa com nfase na din mica h drica do Pantanal da Nhecol ndia utilizando se da elabora o de uma toposseq ncia abordada por Sakamoto et al 1996 por m apresentando an lises f sicas qu micas e granulom tricas de amostras dos horizontes dos solos e Santos 2002 realiza um estudo sobre a oscila o do len ol fre tico de ambientes salinos no Pantanal da Nhecol ndia Foram realizadas cinco topossequ ncias na lagoa Salina do Meio localizada na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal para obten o de dados de topografia pedomorfologia e profundidade do len ol fre tico O autor apresenta dados de solos de quatro das topossequ ncias levantadas topossequ ncia 1 realizada em 1998 e topossequ ncias 3 4 e 5 em 1999 e Almeida 2002 estudou as varia es dos solos da lagoa salina da reserva na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal por meio da an lise de uma topossequ ncia realizada ao norte da lagoa que proporcionou a representa o digitalizada do perfil pedomorfol gico da rea e Gomes 2002 fez o estudo da morfologia do solo bem como a caracteriza o da cobertura pedol gica e suas varia es laterais e verticais ao longo de uma topossequ ncia realizada em 2001 na lagoa Salina da Ponta localizad
255. m for a o termo paisagem na geografia Desta vez assumindo um importante papel que conduzir boa parte do discurso geogr fico a partir de ent o notadamente ligada a necessidade de apreender o espa o globalmente dificuldade que sempre deixou os ge grafos em apuros Mas h que se lembrar de que a paisagem bastante velha dentro dos estudos geogr ficos e ao longo do tempo tem sofrido duras cr ticas Concomitantemente tem adquirido sua pr pria base de discuss o te rica tornando se um termo e uma categoria t o importante para a geografia quanto a regi o o meio o espa o Tal import ncia reside na sua capacidade de agregar ao mesmo tempo a combina o e a s ntese dos elementos do espa o t o custosa para os ge grafos Algumas conceitua es de ge grafos franceses foram comumente as pioneiras na abordagem da Paisagem em geografia Para G Bertrand 1972 paisagem n o a simples adi o de elementos geogr ficos disparatados numa determinada por o do espa o o resultado da combina o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos que reagindo dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto nico e indissoci vel em perp tua evolu o Al m de Bertrand Passos 2003 tr s para a geografia brasileira v rias contribui es a respeito das discuss es francesas sobre paisagem tais como O Dollfus E Juillard R Lebeau A Meynier J L Piveteau J Tricart
256. m Mendon a 1998 Humboltd era naturalista e fez viagens de observa o cient fica pela Am rica frica sia e Europa descrevendo suas caracter sticas naturais de fauna flora atmosfera forma es aqu ticas e terrestres J Ritter fil sofo e historiador descrevia as v rias organiza es espaciais dos homens sobre os diferentes lugares Juntando os dois conhecimentos lan aram ci ncia geogr fica tendo como objetivo a compreens o dos diferentes lugares por meio da rela o dos homens com a natureza sendo que para isso era necess rio o conhecimento dos aspectos f sico naturais das paisagens assim como dos humano sociais Para Mendon a percebido que nascia uma ci ncia preocupada diretamente com o que hoje se entende de forma geral por meio ambiente A geografia ent o ganha status de Ci ncia definindo como seu objeto a rela o entre sociedade e natureza e adota o m todo comparativo de modo a estabelecer a rela o l gica entre o todo e as partes ou seja parte parte todo A natureza era vista como o todo Mas sua compreens o somente se daria a partir de sua divis o em partes Cada parte deveria ser relacionada com outra e a partir da determinar as caracter sticas comuns e as singularidades de cada uma Feito isso seria poss vel atrav s do uso da raz o inferir uma ordem geral e uma lei universal que rege o todo H nesse m todo uma vis o reducionista mecanicista na medida em q
257. m Rennes Fran a As oportunidades que destes foram fundamentais para meu crescimento pessoal e principalmente para a germina o de uma amizade Ao professor Dr Arnaldo Yoso Sakamoto pela coorienta o Sem suas contribui es e aux lios sobretudo para as atividades de campo esse produto dificilmente seria conclu do O seu olhar sempre pr ximo deste minha entrada na gradua o acompanhou o amadurecimento de um ge grafo serei eternamente grato pelo profissional que me fizeste UFMS Campus de Tr s Lagos especificamente ao Grupo de pesquisadores do Projeto Pantanal Hermiliano Glauber Suzane Helo ssa Raphael Frederico Kleber e Camila que muito ajudaram na rdua tarefa de coleta de dados em campo e fizeram destas atividades momento que jamais sair o de minha mente e sobretudo do meu cora o A cada campo nossa amizade era mais profundamente alicer ada Ao Amigo Vitor Matheus Bacani de toda a jornada e ao alunos Elias do Laborat rio de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Campus de Aquidauana da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul pelo aux lio com as imagens de sat lites Franciele e ao Cesar que deram duro sob o sol pantaneiro para realiza o de uma das etapas deste trabalho e estiveram sempre de prontid o quando chamados Muito obrigado pela amizade desde os tempos de gradua o Ao corpo docente do Programa de P s Gradua o em Geografia da UNESP por compartilhar seus conhecimentos Em espe
258. m necess rias para desenhar sobre o corte topogr fico todos os volumes identificados podem ser tamb m realizada a abertura de trincheira BOULET 1988 p 80 Para descri o e coleta de amostras de solos em campo foi utilizado o Manual de descri o de coleta de solo em campo de Lemos amp Santos 1984 o Manual t cnico de pedologia IBGE 1995 os procedimentos indicados por EMBRAPA 1999 al m de Manfredini et al 2005 Para a realiza o das topossequ ncias a abertura de cada ponto de tradagem contou com aux lio do descrito abaixo e apresentados na figura 40 1 Trado holand s com extens es 2 Recipientes pl sticos para coleta de amostras de solo 3 Pedocomparador maleta de madeira contendo fileiras de caixinhas 4x4x4 para organiza o dos horizontes na seq ncia estabelecida 4 Tabela Miinsel para identifica o da cor 5 Eo GPS Global Position Sistem para o georeferenciamento da rea Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 147 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tradagens Trado Holand s 1 Pedocomparador 2 Tabela M nsel 3 Sacosde amostragem Figura 40 Materiais e M todos usados no levantamento pedomorfol gico A topossequ ncia da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Solo possui 640 metros de extens o no sentido oeste leste composta por
259. m um patamar mais elevado na regi o deposita ao longo dos seus 65 000 km uma carga de sedimentos de areia fina provocando o levantamento gradual do vale CARVALHO 1986 As plan cies de inunda o se estendem ao longo de 21 900 km correspondendo quase metade da plan cie do rio Paraguai 10 700 km sendo o restante correspondido pelos diversos tribut rios A estas superf cies se podem agregar os valores correspondentes s plan cies anastomosadas 7 800 km ou 5 6 caracterizadas por transbordarem durante a esta o chuvosa unindo as plan cies dos diferentes rios como no caso dos rios Negro Aquidauana Miranda e Abobral Ad moli 1995 apud AD MOLI e POTT 1999 afirma que existe uma grande contribui o das a es fluviomorfol gicas na origem e evolu o das diferentes paisagens do Pantanal Segundo o autor poss vel notar na rea que os leques aluviais Figura 24 ocupam um pouco mais da metade da superf cie pantaneira 50 4 sendo que uma nica unidade o delta do rio Taquari Figura 25 de 48 500 km que representam 35 da rea total Os outros grandes leques aluviais est o formados pelos rios S o Louren o Cuiab e Paraguai Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 96 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem GRANDES LEQUES ALUVIAIS L Corixo Grande mm CT
260. ma compartimenta o da rea do Pantanal da Nhecol ndia que det m como caracter stica principal a exist ncia de uma alta densidade de sistemas lacustres al m de possuir em quantidade significativa outras unidades caracter sticas do Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 251 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Pantanal da Nhecol ndia sujeitas a transforma es devido fatores de uso e ocupa o tais como o desmatamento Para tal an lise realizou se o geoprocessamento de duas cenas de imagens Landsat TM5 rbita ponto 226 73 em composi o colorida 3b4g5r uma datada de 16 09 1989 e outra de 06 08 2009 O crit rio para sele o das imagens foi primeiramente a conjuntura hist ria identificada para o Pantanal da Nhecol ndia sendo a d cada de 80 muito significativa no que diz respeito as mudan as de din micas territoriais e a imagem de 2009 para ter a representa o de um espa o temporal de 20 anos exatos de an lise al m da disponibilidade das imagens e qualidades quanto presen a de nuvens e mesma esta o do ano para os dois per odos Os procediemtnos de geoprocessamento pautaram se nos processos de recorte da rea Baixa Nhecol ndia segmenta o das imagens classifica o e mapeamento das reas de Cordilheira Corpos d gua doce Salinas Campo pastgem e solo nu
261. magnitude dando nfase contudo ao Pantanal como rea de encontro ou cruzamento de v rios dom nios biogeogr ficos Figura 27 Fonte Adamoli e Pott 1999 IMosaico Landsat4 5 GeoCover 1990 composi o R7G4B2 ZANI 2008 Edi o e Organiza o IMawro H S da Silva Figura 27 Influ ncia biogeogr fica no Pantanal Mato grossense De acordo com Ad moli e Pott 1999 a maior ou menor express o destes dom nios biogeogr ficos vai depender das condig es ambientais locais A linhagem da flora e fauna provenientes de cada regi o poder se apresentar com baixa ou alta representatividade de esp cies por exemplo de acordo com os fatores condicionantes limitantes ou favor veis existentes em cada sub regi o La mayor o menor expres on de esas corrientes va a depender de las condiciones ambientales locales El linaje flor stico y faun stico proveniente de cada reig n podr expresarse bajo la forma de comunidades representativas de las respectivas reas centrales em aquellos enclaves em los regiones de origen Dentro del Pantanal se manifistan diversos factores limitantes que operan como barreras Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 101 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Com resultado de la interacc n entre condiciones locales favorables y restricci n
262. mais em mim os velhos tempos N o diga nada pois tudo assim Todo caminho tem um mesmo fim Transforma o pr poder existir N o estranhe Cese Foi muito bom mas deixou completamente de existir Pegue uma foto de tempos atr s E veja bem como tudo mudou Trecho da Musica Transforma o Renato Teixeira Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 42 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 43 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem GEOGRAHIA F SICA E PAISAGEM Da an lise setorizada ao modelo GTP A geografia f sica ramo da Ci ncia Geogr fica nasce justamente da busca e anseio epistemol gico desta ltima no decorrer de seu processo hist rico de evolu o como ci ncia Vitte 2008 complementa esta informa o dizendo que a geografia f sica um campo tem tico que procura problematizar a natureza e sua rela o com a sociedade pelo vi s da Ci ncia Geogr fica Ao atentarmos para o objetivo da Geografia recorremos a Andrade 1989 o qual j alertava que a Geografia como ci ncia apresenta uma evolu o r pida e bem diversificada no tempo e no espa o desde os fins do s culo XIX e tem sofrido altera
263. mediante concess o do Governo da Capitania de Mato Grosso Era doada a sesmaria que servisse de n cleo podendo evidentemente o sesmeiro requerer mais terras formando um grandioso conjunto Sem alus o ao Pantanal o desbravador ent o foi descendo at atingir a plan cie E eram pantanais imensos a serem ocupados em sesmarias que em contraste com as da regi o serrana da Chapada abrangiam a equival ncia de 13 068 hectares e raramente o propriet rio se contentava com apenas o n cleo doado ia requerendo cada vez mais terras conforme a car ncia do seu pasto ou a necessidade de lugares altos para que o gado se criasse fora do perigo das enchentes PROEN A 1997 p 66 e 67 Valverde 1972 traz a informa o de que nas sesmarias serranas as terras concedidas mediam no geral entre 1 000 e 3 000 hectares As sesmarias do Pantanal tinham em regra uma l gua de frente por tr s de fundo o que representava um dom nio de 13 068 hectares O autor ainda discorda das afirma es de outros autores Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 165 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem sobre a justificativa do aumento de dimens es dos latif ndios no estar relacionada com a compensa o pelas reas perdidas sob as inunda es peri dicas Para ele Esta uma argumenta o falaz pois que para
264. monografias expostas no site O banco de dados do Grupo de Pesquisa coordenado pelo Prof Arnaldo Yoso Sakamoto UFMS CPTL que desenvolve o projeto 412 03 conv nio CAPES COFECUB denominado Lagoas Salinas do Pantanal da Nhecol ndia Funcionamento H drica F sico e Biogeoqu mica do Pantanal da Nhecol ndia MS foi tamb m de suma import ncia na aquisi o de trabalhos com a tem tica pretendida O referido projeto desde a d cada de 1990 acumulou apoio e participa o da EMBRAPA CPAP IPEN CNEN SEMACT MS FUNDECT MS USP al m de Universidades francesas Paris 7 Tolouse Marseille e Rennes 2 e o IRD contando com v rias publica es dentre artigos completos em Anais de eventos e peri dicos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 116 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 2 Trabalhos Selecionados dos principais eventos Sul Mato grossense FONTE Anais 1 Congresso Internacional Sobre Conservac o do Pantanal O futuro o que a gente faz Campo Grande MS Anais III Simp sio sobre Recursos Naturais e S cio econ micos do Pantanal os desafios do novo mil nio Corumb MS Anais IV Simp sio sobre Recursos Naturais e S cio econ micos do Pantanal Sustentabilidade Regional Corumb MS ANO 12 16 Junho 1989 27 30 Nov 2000 23
265. mpreens o de alguns aspectos do funcionamento h drico associado metodologia da an lise estrutural da cobertura pedol gica em uma topossequ ncia Descobriu se a presen a de uma camada salina esverdeada a uma profundidade da superf cie de 0 80 a 1 50 cm apresentando teores elevados de s dio Provavelmente a camada salina serve como base para a manuten o da gua na lagoa salina Evidenciou se ainda que a an lise integrada do ambiente na escala de detalhe permite uma melhor aprecia o e conhecimento das potencialidades e fragilidades do Pantanal da Nhecol ndia Permitindo tamb m levantar a hip tese sobre a g nese das lagoas salinas que seriam o resultado de processos geoqu micos locais associados aos fluxos de gua superficial e sub superficial Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 121 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Buscando essa mesma linha de an lise integrada Cardoso et al 2004 avaliaram os atributos qu micos dos solos de unidades de paisagem do Pantanal da Nhecol ndia visando melhor entender as inter rela es solo vegeta o regime de inunda o No caso espec fico dos sistemas lacustres da rea de estudo os autores consideram como unidades da paisagem as lagoas permanentes salinas bordas de lagoas permanentes rea de praia das lagoas salinas e as l
266. n a 1997 divulgando que segundo o ge logo Fernando F M de Almeida n o s um mar cobriu a regi o mas v rios mares em pocas diferentes De acordo com Souza 1973 uma das primeiras teorias nesta linha de racioc nio foi apresentada pelo ge logo norte americano Orville Adalbert Derville no final do s culo XIX e em linhas gerais essa teoria se configura de acordo com a Figura 22 e as explica es a seguir A H mais de dois bilh es de anos no per odo arqueano primitivo formando o grande craton sul americano era o continente balizado apenas por dois escudos cristalinos a ilha arqueana ao norte do qual se originou o maci o guiano e a ilha arqueana do sul esqueleto precursor do Planalto Brasileiro Distribu a se ainda ao sul e ao oeste o Mar Platino ao norte o Guiano e entre as duas o Amaz nico B No paleoz ico prim rio h mais de 500 milh es de anos com a expans o para o ocidente do Planalto Bras lico processa se um esbo o de separa o entre os dois mares C Para o fim desse per odo mais de 200 milh es de anos tal separa o vai se acentuando cada vez mais com o aparecimento de golfos interiores e a liga o no lado oriental entre o maci o guianense e o brasileiro Fecha se assim a sa da do mar Amaz nico para o Atl ntico a se transformar em mero bols o alimentado pelo oceano D No fim da era mesoz ica Secund ria faz cerca de 60 milh es de anos os mares interiores encontraram
267. n lise do regime de ocupa o da terra baseada em informa es agregadas da microrregi o dos Pantanais e de acordo com Garcia 1985 a condi o nica representa 98 dos estabelecimentos com aproximadamente 97 da rea total recenseada de 95 072 km2 Dentro da condi o nica destacam se as condi es legais pr prias 63 e ocupadas 25 A condi o de arrendamento foi verificada em 9 dos estabelecimentos com aproximadamente 6 da rea total A condi o mista representa apenas 1 8 dos propriet rios e 2 8 da rea total da microrregi o Em suma Garcia 1985 conclui que o ndice de concentra o de terra baixo a evolu o do rebanho bovino sul foi superior registrada no norte e do per odo de 1975 1980 as redu es de rebanho no sul forma ocasionadas pelo rigor de fen menos ecol gicos concomitantemente com o ciclo de enchentes e pelas press es do mercado associados m o de obra com baixo n vel de prepara o t cnica J Abdon 2005 verificou o grau de desigualdade e distribui o da riqueza em terras da Bacia Hidrogr fica do Rio Taquari e suas subdivis es Foi calculado o ndice de GINI para a bacia e para suas regi es municipais de acordo com os dados do censo agropecu rio de 1996 O ndice de Gini varia de O perfeita igualdade onde a riqueza distribu da entre todos at 1 desigualdade m xima onde toda a riqueza fica concentrada nas m os de uma nica pessoa De acordo com o
268. natureza e os socialmente produzidos intera o esta concebida no tempo e no espa o resultando em uma organiza o vis vel que revela ou pode revelar a combina o invis vel que tanto interessa na an lise do espa o conferida geografia No entanto os entraves em rela o a abordagem da paisagem em geografia est justamente na aplica o do m todo para identificar e analisar tais intera es dial ticas vis veis e invis veis no tempo e no espa o Os estudos da paisagem acompanharam a dicotomia naturalista humanista que tanto perseguiu e persegue a geografia nas ltimas d cadas Ficam claros tamb m alguns equ vocos encontrados em importantes trabalhos que visam conceituar o termo paisagem em geografia ou at mesmo analisar a paisagem de modo a n o aplicar uma vis o reducionista da sua complexidade Vejamos por exemplo a contribui o de Milton Santos 2008 p 67 que se refere a Paisagem relatando que tudo o que n s vemos o que nossa vis o alcan a a paisagem Esta pode ser definida como o dom nio do vis vel aquilo que a vista abarca formada n o apenas de volumes mas tamb m de cores movimentos odores sons etc grifo nosso Ressalta se que essa perspectiva de Santos remete a uma minimiza o da complexidade P Relembramos aqui ainda as afirma es citadas no in cio deste sub cap tulo tais como Vidal de La Blache o qual havia definido paisagem como aquilo que a vista abrange num olhar R Brunet
269. nciando assim a caracter stica peculiar de latif ndios e compondo a estrutura fundi ria da regi o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 176 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem N mero de estabelecimentos agropecu rios Unidades 1697 1925 as 1 Fonte Organiza o Mauro Henrique Soares da Silva Philcarto mm EE FIGURA 50 Densidade dos Estabelecimentos Agropecu rios no Estado de Mato Grosso do Sul IBGE 2006 Rede Municipal Municipio de Corumba DO 100 km als N mero de Propriedades Agropecu rias em MS Paranaiba Jaraguari Ivinhema Itaquira F tima do Sul Dourados Corumb Campo Grande Bela Vista Anast cio Nova Andradina Ponta Por Nova Alvorada do Tr s Lagoas Sidrol ndia Santa Rita do Pardo Rio Brilhante Ribas do Rio Pardo Gr fico 3 Os 20 maiores munic pios em n mero de propriedades agropecu rias no Estado de Mato Grosso do Sul Censo Agropecu rio de 2006 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 177 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Essa tend ncia ao latif ndio pode ser melhor observada sobretudo nos dados do Censo Agropecu rio do IBGE de 1996 respectivamente no Pantan
270. ndia Com base nessa necessidade o levantamento fitossociol gico assim como as pir mides de vegeta o realizadas no presente trabalho v em em busca de diminuir essa defici ncia de informa o Sendo assim destacamos que o levantamento fitossolociol gico realizado no lado norte da cordilheira das lagoas salitrada Retiro Pedra do Sol representado na ficha biogeogr fica do lote 1 organizada na tabela 11 apresentou um total de 117 esp cies sendo que cerca de 50 n o foram pass veis de identifica o no laborat rio de bot nica da UFMS CPTL Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 208 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 12 Ficha biogeogr fica do lote 1 lado norte da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Lote n 1 Forma o Pantanal S tio Fazenda Firme Pantanal da Nhecol ndia Munic pio Corumb Estado MS Data 27 10 2010 Esp cies vegetais por estrato Arb reo n de Altura Esp cies Extrato indiv duos m A D S A D A Cecropia pachystachya 2 25 2 C Esp cie N o Identificada 1 20 4 D Esp cie N o Identificada 1 20 S 4 Arborescente B Trichilia elegans 2 8 3 E Esp cie N o Identificada 4 4 3 2 H Attalea speciosa baba u 4 4 2 1 S 2 Arbustivo E Esp cie N o Identificada 6 2 a2 5 2 3 F Esp cie
271. ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A configura o da paisagem de uma lagoa salitrada segundo Rezende Filho 2006 revela uma fisionomia complexa que sugere dois ambientes distintos sistemas alcalinos salinas e cidos ba as Nesta lagoa ocorre uma marcante presen a de carand s na parte sul do lago e do lado norte apresenta se outra palm cea o baba u O pH da gua de superf cie da lagoa em torno de 7 5 quando cheia e atinge pH mais elevado em per odos de seca em torno de 8 5 sendo esta a principal caracter stica para denomina la de salitrada n o permitindo a classifica o como lagoa alcalina Diferentemente das salinas da regi o esta lagoa pode secar e quando cheia suas guas s o marcadas pela presen a de macr fitas e plantas invasoras Silva 2007 ressalta que a organiza o topogr fica desta lagoa aliada ao predom nio de um material arenoso bem como da din mica h drica local pode ter influenciado ao longo do tempo processos como a defici ncia no abastecimento por via sub superficial no lado sul da lagoa salitrada privilegiando a concentra o de sais e o enrijecimento de um horizonte sub superficial ou laj enquanto que em um determinado momento configura se a dissolu o dos sais acumulados e enrijecidos laje em profundidade seguida da dispers o dos sais e subst ncias finas para o lago norte da rea materializando como consequ
272. ndo alcalinidade ao referido horizonte Entretanto a camada verde n o aparece no lado oeste da topossequ ncia na qual como j descrito anteriormente foi identificado apenas um material enrijecido denominado laje por m com ndices de acidez Destacamos que esse material esverdeado constituinte do perfil do solo da lagoa estudada j foi anteriormente identificado por outros pesquisadores tais como Sakamoto 1997 Resende Filho 2006 e Silva 2007 em distintos ambientes no Pantanal da Nhecol ndia Todos os nomes acima citados concordam com a probabilidade de tal horizonte ser respons vel pela manuten o dos sais em ambientes alcalinos devido a fatores como din mica h drica local e oscila o do len ol fre tico perante o regime sazonal de cheias e secas na rea estudada Rezende filho 2006 por exemplo ao analisar a variabilidade e espacializa o dos ambientes lacustres no Pantanal da Nhecol ndia relaciona a camada verde identificada do perfil do solo com a variabilidade da condutividade eletromagn tica nas lagoas estudas Como principal resultado o autor afirma uma rela o direta entre uma alta variabilidade geoqu mica nessas unidades e a exist ncia de um solo mineralizado Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 237 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem com uma organiza
273. ns vel pela acidez uma vez que o Ca e o Mg troc veis nessas terras se apresentam com baixo teor Esse exemplo esclarece a situa o da amostra 11 pois a mesma apresenta os maiores teores identificados para Mn 146 1 mg md3 e Zn 1 9 mg md3 Uma outra rela o que pode explicar a situa o cida da amostra 11 a rela o estabelecida entre os teores de Fe Mn e P ambos extremamente elevados apenas para essa amostra respectivamente 73 mg dm3 146 1 mg dm3 e 368mg dm3 Para Silva Neto 2010 em solos com hidromorfismo permanente ou naqueles com lengol fre tico oscilante a redu o dos compostos de ferro tem sido considerada a mais importante altera o qu mica em virtude do aumento da atividade destes elementos na solu o do solo com influ ncia na intera o com outros nutrientes como o f sforo e no surgimento e varia es das fei es morfol gicas dos solos No pedoambiente hidrom rfico a oxida o de ferro e do mangan s em consequ ncia da drenagem resulta num aumento da acidez que proporcional ao teor destes elementos especialmente o ferro Outra justificativa para a acidez identificada na amostra 8 laje endurecida no lado oeste da lagoa Salitrada pode ser encontrada na afirma o de Troppmair 2008 revelando que a s lica um elemento cido respons vel por 27 da composi o da superf cie dentre outro elementos Aliando os resultados qu micos da amostra 11 da topossequ ncia aos dados de an lises f
274. nsa No entanto as fazendas eram ainda pouco modificadas ficando na condi o em que eram encontradas com poucas benfeitorias e constru es simples SODR 1941 apud ARA JO 2006 As grandes extens es das unidades produtivas garantiam renda aos propriet rios rurais O trabalho era muito rudimentar com m nimas interven es j que a cria o se fazia naturalmente custa da fertilidade da natureza A presen a de uma vegeta o que permitia boa forragem proporcionou a expans o r pida do rebanho bovino comumente conhecido como boi pantaneiro Em resumo Ara jo 2006 indica que a organiza o do espa o nesta segunda fase da ocupa o manteve se vinculada a grandes propriedades assim como mostrado na Tabela 5 al m de estar agregada aos grandes estoques de gado bovino pantaneiro e ao sistema de produ o ultra extensivo heran a dos tempos anteriores Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 167 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 6 Grandes latifundios pantaneiros no final do S c XIX e in cio do S c XX FAZENDA REA hectare SITUA O FUNDA O Fazenda Palmeiras 106 025 Legalizada 03 12 1894 Fazenda Rio Branco 118 905 Legalizada 03 09 1893 Fazenda Firme 176 853 Legalizada 27 08 1899 Fazenda Taboco 344 923 Legalizada 24 04 1899 Fazenda Ba
275. nsfere para cada ci ncia o m todo experimental e a concep o da natureza como um sistema de corpos ordenados num espa o cartesiano orientados nas leis do movimento mec nico com que opera Essa vis o herdada dos m todos da f sica remete crise da concep o mec nica de movimento da natureza pois simultaneamente o uso desses novos conhecimentos pela ind stria orienta os processos de produ o para novos rumos consolidando no cotidiano da Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 51 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem sociedade as novas concep es de organiza o e movimentos da natureza que as novas formas de ci ncia est o validando Contudo as discuss es a respeito da natureza passam a ser incorporadas filosofia muito envaidecida de ent o passando se busca de um encaixe conceitual unit rio para a natureza o homem e o mundo uma vez que at ent o o pensamento lidara com o problema dos objetos corporais e suas rela es respondendo no campo das ci ncias com o paradigma do naturalismo mec nico A implos o desse paradigma pela descoberta da pluralidade das formas de movimento cria uma nova situa o a se pensar se sua vida define se dentro de sua rela o com a hist ria n o pode o homem ter uma rela o de externalidade com seu mundo E se as outras formas de movimento falam
276. ntendimento a paisagem prov m da rela o entre a a o antr pica e os elementos naturais Todos os que iniciam no conhecimento das ci ncias da natureza mais cedo ou mais tarde por um caminho ou por outro atingem a id ia de que a paisagem sempre uma heran a Na verdade ela uma heran a em todo o sentido da palavra heran a de processos fisiogr ficos e biol gicos e patrim nio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como territ rio de atua o de suas comunidades AB SABER 2003 p 9 Grifo nosso No entanto sua abordagem delimita paisagens com base unicamente em crit rios que priorizam as caracter sticas fisiogr ficas do terreno No presente trabalho entendemos por dom nio morfoclim tico e fitogeogr fico um conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial de centenas de milhares e milh es de quil metros quadrados de rea onde haja um esquema coerente de fei es de relevo tipos de solo formas de vegeta o e condi es clim tico hidrol gicas Tais dom nios espaciais de fei es paisag sticas e ecol gicas integradas ocorrem em uma esp cie de rea principal de certa dimens o e arranjo em que as condi es fisiogr ficas e biogeogr ficas formam um complexo relativamente homog neo e extensivo AB SABER 2003 p 12 O resultado deste trabalho se materializou em um importante mapa dos dom nios morfoclim ticos brasileiros e suas reas de transi o Figura 14
277. ntes lugares muito mais por converg ncia de interesses do que por transfer ncia linear procuraram se aproximar do mago da complexidade de que se revestem os fen menos Se nos ativermos ao campo do geossistema vemos que a procura despertou o interesse e emergiu como programa de investiga o em diferentes lugares Mais de trinta anos se passaram sem que se possa falar em formula o cabal deste conceito que continua abstrato e irreal disputando lugar com v rios outros cong neres ecossistema geoecossistema paisagem unidade espacial homog nea etc no o composta integrada ao geossistema ali proposta aceit vel embora o tr pitico potencial ecol gico explora o biol gica e a o antr pica al m de pouco esclarecer a conjun o n o difere muito daquele outro de abi tico bi tico e antr pico MONTEIRO 2000 p 30 Monteiro 2000 continua sua cr tica dizendo que como unidade inferior o geossistema e suas subdivis es geof cies e geotopo na sua pretens o de se enquadrar nas ordens de grandeza segundo a taxonomia de Cailleux e Tricart n o poderia ter sustenta o julgando ser algo que n o pode ser investigado Para o autor a parte referente a sua din mica fazendo apelo aos conceitos de biostasia e resistasia apresenta aspectos positivos se bem que n o haja a preocupa o al m daquela de diagnosticar em considerar a no o habitual dos regimes vigentes num dado geossistema Ainda
278. ntrevistados apresentam um discurso que classifica a salitrada como um tipo de Salina com menos concentra o de sais em seus componentes geoqu micos possibilitando quase que anualmente a invas o por gram neas quando seca e maior biodiversidade quando cheia E tem as salitradas que a gua salobra mais a salina limpa num tem vegeta o dentro num tem nada dentro dela e salitrada n o ela cheia de mato no meio de vegeta o ela num como a salina bem salgada assim Gilson O 41 anos de idade e 31 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 230 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A salitrada tem um pouquinho menos salgada que as salina n Porque a salina num tem nem como outros animal entr peixe jacar capivara O pessoal chama de salitrada porque ela num doce a gua n e tamb m num t o salgada igual as salinas Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal A salitrada j quase uma salina quando ela tem bastante gua diferente tem uns tipo de vegeta o que num tem nas salinas entra mais animais Figura 66 agora que quando ela come a seca ela j fica grossa bem salgada Eu acho que o nome salitrada os pr prio pantaneiro antigo que foi falando passando pros outro e foi ficando agente aqui num fala nem l
279. o Humboldt buscava uma integra o c smica de todos os acontecimentos f sicos e da pr pria impress o do homem sobre a natureza para isso nos seus textos trabalhou com as palavras ideias e sentimentos como formas de contribui es ao pr prio entendimento da natureza Portanto salienta se que Humboldt buscou entender a natureza para descobrir os v nculos existentes entre a natureza org nica e a n o org nica efetuando uma sistematiza o das for as atuantes sobre a natureza por meio de compara es de paisagens e regi es do globo terrestre ao mesmo tempo inspirado pelos estudos hegelianos apoiou se tamb m nas perspectivas da Hist ria Surge assim uma Geografia detentora de um ritmo avan ado para a ci ncia da poca pois via a natureza como din mica e n o apartava o homem de suas rela es BARBOSA 2006 Casseti 1995 procura chamar a aten o para o significado do relevo sobretudo como suporte das deriva es ambientais observadas durante o processo de apropria o e transforma o realizado pelo homem Este autor apresenta uma r pida evolu o do conceito de Natureza a natureza externa e a unicidade natureza sociedade procurando demonstrar sua rela o dial tica com o homem for as produtivas evidenciando que essa rela o encontra se vinculada s rela es entre os pr prios homens rela es de produ o Portanto ao considerar o espa o produzido social como resultado das rela es entre o
280. o conforme apresentado na figura 16 Mas na verdade seria o geocomplexo a primeira escala de an lise entre as seis que se presta ao estudo dos impactos humanos Geo complexo por englobar as geof cies e os ge topos bem como as rela es estabelecidas entre elementos bi ticos abi ticos e antr picos O geocomplexo a escala de an lise geogr fica O geossistema a teoria que guia a abordagem desta escala Escala Unidades elementares temporo Unidade Unidades da enpacial trabalhada CES cima 2 pelo homem grandeza 3 DEUS MERE EUN Dcm nio Dom nio EE paisagem G Unidade Zona BIUOEIENA G IV V estrutural equipotencial p ES G Explora o ou n quarteir o Est dio GEOF CIES Aet parcelado pequena ilha ou cidade Bi tono Parcela GE TOPO G VII Microclima id casa em Biocenose cidade Figura 16 Classifica o escalar da an lise geogr fica conforme a proposta sist mica de Bertrand 1968 As correspond ncias entre as unidades s o muito aproximativas e dadas somente a t tulo de exemplo 1 conforme A Cailleux J Tricart e G Vies 2 conforme M Sorry 3 conforme R Brunet Fonte Souza 2010 e REGI O GAN IV Regi o Andar a os A NATURAL 3 natural S rie urbano VI Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 81 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo
281. o Alto Paraguai e as flutua es interanuais no s culo XX Dois longos segmentos temporais tendendo a chuvosos se distinguem na BAP a do in cio do s culo at a primeira metade da d cada de 1930 e b da segunda metade da d cada de 1970 at pelo menos 1997 Caracterizam se pela maior freq ncia de anos m dios e tendendo a chuvosos e de cotas m ximas extremas altas no Rio Paraguai em Lad rio e pela menor freq ncia de anos muito secos e de cotas m ximas extremas baixas no Rio Paraguai em Lad rio SALV A SAKAMOTO 2004 A paisagem mud mud muito mud bastante Sei l falta de cheia Suj muito n Antigamente c andava quil metros e quil metros sem v um mato s campo e ba a mesmo Essa ba a aqui antigamente c num via essa sujeita que ta a agora E ia todas t o assim e pra mim a cheia infrui muito n a gua infrui muito a seca trais muita sujeira Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal Neste ltimo par grafo o Pantaneiro faz referencia vegeta o arbustiva invasora Figura 62 que de acordo com suas observa es est o ocupando sobretudo Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 224 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem reas de ba as e dos campos com maior frequ ncia e intensidade nos ltimos anos segundo ele devido s secas
282. o ambiente sobre o desenvolvimento rural sobre o planejamento regional e urbano e ainda sobre as din micas s cioambientais e territoriais Ressaltamos que a perspectiva metodol gica do grupo foi o que mais interessou ao atual projeto de Doutorado pois a proposta epistemol gica de an lise da paisagem apresentada pelo grupo enfatiza que para entender mudan as no meio ambiente preciso integrar os m todos e conhecimentos das ci ncias naturais e sociais num esquema te rico e metodol gico que utiliza efetivamente ambas as reas de conhecimento Tal postura sugeriu a ado o do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem como ferramenta basilar na an lise do meio ambiente principalmente para uma rea t o complexa como do Pantanal da Nhecol ndia A presente tese segue a perspectiva do modelo GTP e foi organizada em 8 cap tulos O cap tulo 1 entitulado Asp ctos Introdut rios e Contextualiza o da Tem tica Proposta substitui as introdu es convencionais pois necessit vamos de um maior espa o para a apresenta o do tema e objetivos al m da contextualiza o da problem tica e das hip teses o segundo cap tulo Geografia f sica e Paisagem da an lise setorizada ao modelo GTP apresenta e aprofunda as discuss es te ricas metodol gicas partindo de uma discuss o epistemol gica da geografia f sica enfatizando seus problemas hist ricos de m todo e as tentativas de avan o e resolu o desses problema
283. o ao comportamento dos elementos constituintes do ambiente possibilitando uma delimita o concisa da rea de estudo o que portanto leva diretamente s no es de paisagem e geossistemas bem como suas aplica es nos estudos ambientais na ci ncia geogr fica Contudo esse trabalho teve como objetivo geral compreender o processo de forma o e evolu o dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia e sua import ncia e fun o na din mica sist mica da paisagem regional Especificamente buscamos com a elabora o deste trabalho e Identificar no Pantanal da Nhecol ndia a exist ncia de sistemas lacustres com caracter sticas que possibilitem classific las como lagoas salitradas de modo a selecionar um alvo de estudo e Caracterizar a pedomorfologia e a topografia da rea das lagoas salinas e Compreender a din mica h drica local e regional das lagoas salitradas do Pantanal da Nhecol ndia e Avaliar quais aspectos ex genos influencia direta e indiretamente na din mica processual evolutiva dos sistemas lacustres do Pantanal e Identificar e analisar a import ncia cultural dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia para os variados sujeitos constituintes na paisagem bem como as perspectivas de projetos para esses sistemas No mais pretendeu se considerar sobretudo a din mica de inter rela o entre o sistema natural pedomorfologia identificada nos perfis de solos estudados e demais atributos f sicos que
284. o apresentando cerca de 70 de areia possuem teores de argila ou de silte equilibradamente pr ximos a 15 para cada parte assim tamb m pode ser considerada amostra 21 que mostra o aumento do silte com a profundidade da tradagem 19 Verifica se a relev ncia de tais an lises para mostrar a grande diferen a da textura da laje identificada no perfil da lagoa e representada na tabela 77 pela amostra n mero 10 Tal camada apresentou uma exclusiva textura siltosa com mais de 50 de silte em sua composi o granulom trica e apenas 32 2 de areia Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 198 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Al m das atividades laboratoriais voltadas para a an lise da granulometria do solo tamb m foram realizadas an lises qu micas de 11 amostras da topossequ ncia na lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Tabela 10 Tais amostras est o distribu das ao longo do perfil da seguinte maneira e as amostras 1 5 e 9 est o localizadas no horizonte arenoso claro e seco superficial e as amostras 2 4 e 7 representam o horizonte arenoso escuro e mido subsuperficial e as amostras 3 e 10 referem se ao horizonte esverdeado camada verde e e as amostras 8 6 e 10 localizam se respectivamente no horizonte arenoso pegajoso e org nico no horizonte cinza esverdeado e na laje endureci
285. o compreens vel no seu complexo inter relacionamento encar la como uma imensa m quina integrada movida a energia que prov m da gravidade do mago do pr prio movimento da Terra e principalmente da radia o solar Tendo coer ncia com o pr prio conceito de sistema de Drew que afirma ser um conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e funcionando como uma unidade Em suas conclus es Drew 2005 afirma que o conceito do homem como guardi o da Terra vigora de novo na atualidade por m mais por ego smo do que por benevol ncia para com o mundo natural Essa abordagem exige o conhecimento da distribui o dos fen menos naturais no planeta bem como a consci ncia do funcionamento dos sistemas naturais rela es de causa e efeito e intera es entre sistemas ou seja direcionando as discuss es fundamentalmente para o rol das ci ncias respons veis pela an lise e compreens o do embate sociedade x natureza J a Ci ncia Geogr fica respons vel pelo estudo das rela es entre a sociedade e a natureza de acordo com Mendon a 1994 tem o espa o geogr fico como objeto de estudo e vem se mostrando ao longo de seu processo hist rico evolutivo deficiente com rela o ao alcance da s ntese dessa rela o devido tend ncia de minimizar a complexidade necess ria para a compreens o do todo Mendon a 1998 considera a geografia como a nica ci ncia que desde sua forma o se prop s ao estudo da rela o
286. o do espa o e sua compreens o luz das rela es sociais de produ o por meio da estrutura de classes sociais e da obten o da mais valia Tal geografia n o inseriu o tratamento das quest es ambientais no seu tem rio de preocupa es ou quando o fez o efetivou de maneira pobre simplista O sub ramo geografia humana foi o carro chefe da geografia marxista geografia radical em grande parte da geografia cr tica sendo que a forte proximidade com a sociologia hist ria e economia pol tica foi um fator agravante e percept vel quando se observa um total esquecimento ou abordagem do suporte f sico territorial sobre o qual s o processadas as atividades sociais Esse fato lhes conferiria um car ter Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 62 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem mais geogr fico e a cr tica n o abordagem da sociedade pela geografia f sica vai na mesma dire o MENDON A 1994 Alfred Schmidt citado por Mendon a 1994 pois deixa claro as limita es do marxismo na an lise ambiental quando diz que este um m todo restrito s ci ncias sociais onde conhece uma ampla difus o verificada uma inexist ncia ontol gica da natureza na obra de Marx e os fen menos naturais nunca s o enfocados em seu movimento intr nseco mas abordados enquanto recu
287. o modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem SEEN ES a n Us CCS lime E VERLO NE O 8 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 234 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem A PAISAGEM NASCE A PARTIR DO MOMENTO QUE UM OLHAR CRUZA UM TERRIT RIO Ap s apresentar os dados pertinentes aos aspectos territoriais naturais e culturais da paisagem pretende se neste cap tulo a inser o de reflex es e observa es pertinentes inter rela o de tais fei es de modo a identificar se h no Pantanal da Nhecol ndia uma press o do uso e ocupa o da rea sobre as unidades da paisagem influenciando seus processos e din micas f sico naturais em especial observando o caso da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Primeiramente esclarecemos que o emaranho de dados referentes s caracter sticas f sico naturais da lagoa salitrada evidenciam uma grande import ncia do sistema solo gua relevo vegeta o para atual configura o e din mica dos processos que asseguram as caracter sticas peculiares de tal paisagem no Pantanal da Nhecol ndia Pedomorfol gicamente a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol possui solos marcados por horizontes superficiais arenosos com mudan as de texturas apenas em profundidade em uma camada enrijecida denominada em campo como laje No caso da topo
288. obiliz vel nesse tipo de procedimento ao longo do qual muitas vezes se encontra concep es de natureza mais assimil vel do que muitas an lises da geografia f sica Espacializar o meio ambiente ter responsabilidade cient fica na determina o do espa o dividido necessidade de toda e qualquer pesquisa pois se constata que grande parte dos estudos do meio ambiente ou flutuam em um espa o mal determinado ou se limitam a uma divis o do tipo corol gico herdado da biogeografia A abordagem espacial qualitativa ou quantitativa tornou se um conhecimento no sentido pleno rico em implica es e prolongamentos sociais e naturais Entender os registros antr picos como componentes constituintes do meio ambiente talvez seja o principal problema dos trabalhos efetuados nos ltimos tempos pelos ge grafos f sicos a omiss o dos elementos antropogen ticos somados a nsia do Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 133 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem meio ambiente natural premissas advindas de ecologismo excedente que minimiza os aspectos sociais do meio ambiente e ou dispensam de estud los interpretando os negativamente ou catastroficamente fato que muito prejudicou as an lises dos ge grafos f sicos Portanto antropizar o meio ambiente se torna fundamental devido a inexist ncia dos meios ambi
289. ocaliza o do Pantanal Mato grossense Franco amp Pinheiro 1982 detectaram uma grande variedade de aspectos morfol gicos litol gicos e estruturais da rea sendo que ao centro da mesma Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 88 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem entremeando alguns planaltos encontra se uma extensa superf cie baixa composta pela depress o do Rio Paraguai e pelas Plan cies e Pantanais Mato Grossenses Figura 20 A primeira compreende relevos aplanados que contornam a segunda que por sua vez corresponde a uma extensa superf cie de acumula o sujeita a inunda es peri dicas Para Zani 2008 a configurac o geomorfol gica Figura 21 permite concluir que processos aluviais depositaram e continuam a depositar um grande volume de sedimentos em uma rea deprimida uer 59 ss Er v Em E sa 1 17 F PLANALTO DOS 15 PARECIS PLANALTO DOS QUIMARA S PLANALTO DE TAQUARI MOURA PLANALTO DE n CAMPONIMA PLANALTO DE PARADAS CAMPO GRANDE E PLANALTO DA BODOQUEHA PLANALTOS RESIDUAIS se Tw URIICO IM AMOI AR BOLIVIA PLANALTOS RESIDUAIS DO ALTO GUAPOR E PROV NCIA SERRANA 777 DEPRESS O DO FIO 1 PARAGUAI 77 DEPRESS O DO i GUAPOR i DEPRESS O DE es PARANAT INGA MATO GROSSENSES PLAN CIES E PAN TANAIS
290. odelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem FRANCO M S M PINHEIRO R Geomorfologia In BRASIL Minist rio das Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Levantamento do Recursos Naturais V 27 Folha SE 21 Corumb e parta da folha SE 20 Rio de Janeiro 1982 p161 a 224 FURQUIM Sheila Aparecida Correia Formac o de Carbonatos e Argilo minerais em solos s dicos do Pantanal Sul Mato grossense Tese Doutorado Universidade de S o Paulo Departamento de Geografia S o Paulo 2007 GALV O L S PEREIRA FILHO W ABDON M M NOVO E M L M SILVA J S V E PONZONI F J Spectral reflectance characterization of shallow lakes from the Brazilian Pantanal wetlands with field and airborne hyperspectral data International Journal of Remote Sensing v 24 n 21 p 4093 4112 2003 GARCIA Eduardo Alfonso Cadavid An lise T cnico Econ mica da Pecu ria Bovina do Pantanal sub regi es da Nhecol ndia e Paiaguas Minist rio da Aguicultura Embrapa CPAP Circular T cnica n 15 Corumb MS 1985 GEORGE Pierre Os M todos da Geografia Tradu o Heloysa de Lima Dantas S o Paulo Difus o Europ ia do Livro 1972 GODOI FILHO J D de Aspectos geol gicos do Pantanal Mato grossense e sua rea de Influ ncia In SIMPOSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIO ECON MICO DO PANTANAL 1 1986 Corumb MS Anais Bras lia DF EMBRAPA CPAP 1986 p 63 77 GOMES R D Estudo da morfologia do
291. ogo entre a geografia humana e a geografia f sica sobre o objeto e que objeto este agora requalificado Nas concep es de Passos 2008 a evolu o da geografia na qual se distingue uma etapa cl ssica ou pr cient fica e outra contempor nea ou cient fica que surge a partir do s culo XIX caracteriza se pelas rupturas e descontinuidades em rela o aos objetos e conte dos estudados pelos ge grafos e aos modos de abord los N o de estranhar portanto que em determinados momentos se fale de nova geografia e por isso podemos afirmar que a geografia tem sido nova em muitas ocasi es al m de estabelecer clara inter rela o com os contextos socioecon micos pol tico cultural e cient fico de cada per odo hist rico Ainda de acordo com esse autor na atualidade os ge grafos trabalham com abordagens diferentes e contrapostas N o obstante das tradi es e rupturas tem resultado como balan o uma continuidade mais rica em enfoques e m todos de estudo de t cnicas de investiga o e de formas de compreens o de um mundo que muda s vezes mais rapidamente que as comunidades cient ficas que o estudam 2 3 O Embate Sociedade e Natureza desafio epistemol gico e escopo da Geografia A transforma o da natureza pelo emprego da t cnica com a finalidade de produ o um fen meno social representado pelo trabalho Da se infere que as rela es de produ o entre os homens mudam conforme as lei
292. olos vegeta o etc 6 1 A Pedomorfologia da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol A metodologia aplicada para identificar as varia es verticais e horizontais do solo da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol possibilitou a realiza o de 15 tradagens sequenciais e 2 intermedi rias Tais amostragens permitiram a identifica o de cinco horizontes distintos e de transi o abrupta no perfil do solo da lagoa sendo eles horizonte arenoso e claro horizonte arenoso e escuro horizonte org nico horizonte cinza esverdeado e uma cavada de colora o marcadamente verde Figura 53 O primeiro horizonte possui como principal caracter stica sua textura arenosa umidade que varia entre seco e levemente mido colora o entre 10YR 6 3 a 10YR 5 2 dependendo do teor de umidade existente Tal horizonte se estende por todo o perfil Encontra se superficialmente e com maior espessura nas tradagens T1 T2 e T10 sub superficialmente entre T3 at a tradagem T9 e entre as tradagens T12 e T15 abaixo de uma estreita camada composta pelo horizonte arenoso e escuro n o sendo identificado apenas na tradagem T11 Ressalta se ainda que material semelhante a tal horizonte tamb m encontrado em profundidade em T1 e em T3 com a diferen a de possuir maior teor de umidade Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 193 761 dSHNO LOd DDdd V A IIS P sezeog onbruog omen OS op ipogq OMIY epenes vose T ep ojos op d cc enar
293. onada aos processos de circula o e concentra o da gua devido primeiramente aos fluxos h dricos superficiais seguidos de concentra o por maior tempo de perman ncia nas reas mais deprimidas da lagoa e evapora o em per odos de descarga do len ol fre tico e todos esses processos aliados a entrada de guas cidas em per odo de recarga descaracterizando um sistema lacustre que acreditamos ter sido um ambiente alcalino em tempos pret ritos De acordo com Sakamoto et al 2005 as evid ncias de fragilidade do ambiente pantaneiro observadas nos bancos de areia e nas cordilheiras degradadas atestam a import ncia do estudo da din mica h drica e do papel da gua enquanto fator limitante para o uso da regi o que aparece caracterizado tanto pelas cheias quanto pelas secas e pela mobiliza o dos elementos qu micos do solo dispon veis para as gram neas A exist ncia de ambientes bastante diversos quanto cobertura vegetal e presen a de gua parada ou em fluxo numa topografia de desn veis extremamente suaves por m estreitamente associados vegeta o torna o conhecimento da din mica h drica quanto presen a ou falta de gua e quanto qualidade da gua e do solo entre os diferentes compartimentos do relevo um importante aspecto da sustentabilidade dessa regi o Al m das informa es acima apresentadas importante ressaltar que Sakamoto et al 2005 ao realizar pesquisa em uma
294. onte org nico a horizonte cinza esverdeado a camada verde e a laje endurecida apresentaram aspectos de plasticidade e ou pegajosidade quando midos dando ind cios de material constituinte de textura areno argilosa ou argilosa Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 196 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 6 1 1 Caracter sticas f sico qu micas dos solos da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Primeiramente foram encaminhadas 22 amostras de solos do perfil da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol para o laborat rio de Sedimentologia e An lise de Solos do Departamento de Geografia da FCT UNESP distribu dos assim como mostra a figura 55 de modo a identificar a granulometria dos solos da lagoa se T M Mon sema O0 nm Toa E Barenoso carn e seco Bloc UT Tradagens COn ESCUTO e rrudo E E Concre es milim tricas a cortm tricas Ti Tradagens intermedi rias Oana pegajoso org mco E verde La ondurecuta Amosiras Analisadas Orguntan o e L rda Miar DES dis Siva PALen ol Fredico Figura 55 Localiza o das amostras analisadas em laborat rio Fica evidente de acordo com os dados apresentados na tabela 9 que os solos da lagoa Salitrada analisada apresenta material de textura predominantemente arenosa em superf cie com quantidades acima de 80 de
295. or tica Quantitativa pode se estabelecer um paralelo com as informa es de Mendon a 1998 que j afirmara que as transforma es ocorridas no seio da ci ncia geogr fica que deram origem a nova forma de tratar o meio ambiente na atualidade Em dio 2006 anuncia que o positivismo uma corrente filos fica proposta por Auguste Comte 1789 1857 surgida como rea o ao idealismo opondo ao primado da raz o o primado da experi ncia e dos fatos positivos Corresponde a uma forma de entendimento do mundo do homem e das coisas em geral reconhecendo que os fen menos da natureza acham se submetidos a leis naturais que a observa o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 55 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem foram muito incentivadas por algumas conting ncias que marcaram o cen rio mundial entre os anos 40 e 60 deste s culo Tais conting ncias tiveram reflexos na ordem econ mica social pol tica cient fica e tecnol gica da segunda metade do s culo XX Dentre as conting ncias mencionadas pelo autor citemos aqui a Segunda Guerra Mundial 1939 1945 de modo a entendermos suas influ ncias no mago da ci ncia geogr fica De acordo com Mendon a terminado o grande conflito o palco em que ele se desenvolveu ficou impregnado de sua passagem a destrui o quase completa de
296. organiza o da paisagem se afastando da homogeneiza o t o perigosa para esta regi o e indo ao encontro das concep es de Passos 2003 que afirma que a paisagem na concep o vulgar do termo nada mais do que a parte emersa do iceberg Todavia os trabalhos de Santos et al 2004 Rezende Filho 2006 Silva 2007 e Santos 2008 abre espa o para uma unidade da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia diferenciada por m homogeneizada em outros trabalhos pret ritos junto s Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 127 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem lagoas salinas da regi o Trata se de uma lagoa classificada localmente como Salitrada e se encontra na Fazenda Campo Dora limite com a Fazenda Nhumirim EMBRAPA mais especificamente ao norte da lagoa Salina do Meio Rezende Filho 2006 caracteriza este ambiente apresentando como caracter stica peculiar uma transi o quanto ao valor do pH da gua com alta concentra o no per odo seco pH acima de 7 5 e no per odo de chuvas pH inferior a 7 5 Outra particularidade apresentada pelo autor a presen a de extensa cobertura de gram nea que se estende da margem da lagoa at o contato com a cordilheira Ao sul da lagoa ocorre a presen a de carand s Copern cia Alba Morang ex Morong amp Briton e ao norte a presen a de
297. orma o por parte do homem por meio do trabalho converte se em natureza socializada Assim o trabalho visto como mediador universal na rela o do homem com a natureza admitindo se que a chamada rela o homem natureza uma rela o de trabalho O trabalho num primeiro momento um processo entre a natureza e o homem processo em que este realiza regula e controla por meio da a o um interc mbio de materiais com a natureza MARK 1967 apud CASSETI 1995 J para Moreira 2006 a natureza o primeiro ter o do modelo N H E Natureza Homem Economia no entanto a geografia opera com um conceito de natureza segunda fase da sua hist ria moderna hoje em crise um conceito restrito esfera do inorg nico fragment rio e f sico matem tico do entorno natural O autor acredita que o que os ge grafos chamam de natureza nada mais do que um conjunto de corpos ordenados pelas leis da matem tica e assim n o distinguimos natureza e fen menos naturais uma vez que concebemos a natureza replicando nosso conceito de corpos da percep o sens vel Ademais fen menos da natureza para a geografia s o rocha montanha o vento a nuvem a chuva o rio as massas de terra etc Coisas inorg nicas enfim Quanto inclu mos entre elas as coisas vivas para apreend las pelo seu papel de estabelecer um equil brio ambiental ao movimento das coisas inorg nicas a exemplo das plantas que vemos como uma esp
298. ortalecimento destas atividades na rea do Pantanal O Pantanal brasileiro vem sendo explorado por mais de duzentos anos com pecu ria de corte em sistema extensivo de pastagens nativas abrigando um rebanho de bovinos com mais de tr s milh es de cabe as Atividade de turismo de pesca principalmente tamb m vem sendo desenvolvida na regi o Todas essas atividades foram inicialmente implementadas sem uma base t cnica que pudesse orient las de forma segura DANTAS et al 2000 p 380 Um exemplo das consequ ncias desse desenfreado processo de uso da rea s o os dados de Padovani et al 2004 que ao mapear o desmatamento no Pantanal at o ano de 2000 apontam para a Nhecol ndia o maior ndice registrado Figura 3 De acordo com Bacani 2007 problemas relacionados s formas de uso do solo do Pantanal j foram mencionados anteriormente por diversos ambientalistas O autor ainda cita Monterio 1981 para ressaltar que o Pantanal pontuado por grandes fazendas esparsas e medida que se multiplicam as estradas de acesso na regi o ocorrer um forte perigo de um sistem tico ataque destruidor BACANI 2007 p 23 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 33 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Figura 3 Desmatamento nas Sub regi es do Pantanal at 2000 fonte Pandovani et al
299. os Selecionados dos principais eventos Sul Matogrossense Tabela 3 Correspond ncia das unidades de paisagem conforme Bertrand 2007 onde 1 refere se a A Calleux J Tricart e G Viers e 2 a M Sorre Tabela 4 Descric o dos pontos amostrados na rea da curva do leque no Pantanal da Nhecol ndia Tabela 5 Roteiro de entrevistas semi dirigidas Tabela 6 Grandes Latifundios Pantaneiros no Final do S c XIX in cio do S c XX Tabela 7 Classes de pH Tabela 8 Classifica o das lagoas da Baixa Nhecol ndia com base na condutividade el trica CE Tabela 9 Dados de pH e CE das lagoas analisadas por Bacani 2007 Tabela 10 Granulometria dos solos da topossequ ncia da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Tabela 11 Resultado das an lises qu micas das amostras dos solos Tabela 12 Ficha biogeogr fica do lote 1 lado norte da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Tabela 13 Ficha biogeogr fica do lote 2 lado sul da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Tabela 14 Valores m ximos de n vel do Rio Paraguai apresentados 66 117 138 140 160 168 189 190 192 198 199 209 212 246 xxi An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem APRESENTA O A partir de minha entrada nos caminhos da Ci ncia Geografica atrav s do curso de gradua o em
300. os pantanais do Taquari do Paraguai Nabileque e Jacadigo constituindo grandes propriedades como Barranco Branco Firme e Palmeiras as quais juntas se estendiam desde as Serras do Urucum at as terras baixas dos pantanais Ressalta se que a presen a da fam lia foi t o importante e de tal dom nio que o nome Nhecol ndia vem de Nheco apelido de Joaquim Eug nio Gomes da Silva segundo filho do Bar o de Vila Maria importante aqui acrescentar as informa es de Ara jo 2006 que lembra que o in cio da ocupa o do Pantanal esteve atrelado preocupa o com a defesa tendo na atividade pecu ria a base de sustenta o econ mica do povoamento A atividade de cria o de bovinos possibilitou inclusive a expans o da conguista territorial Durante o s culo XIX a pecu ria bovina tornou se progressivamente a principal atividade econ mica da regi o e em pouco tempo todo o Pantanal foi ocupado com fazendas de gado que a partir do norte se expandiram pela plan cie alterando radicalmente o modo de vida das popula es ind genas De acordo com a autora as fam lias que foram Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 166 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem chegando a partir de 1840 reproduziram os mesmos processos pol ticos a que estavam afei oados no norte e trataram logo de tomar po
301. osi o do material coletado as an lises realizadas foram em prol da identifica o dos micronutrientes P resina F sforo MO Mat ria Org nica pH em CaCl2 K Pot ssio Ca C lcio Mg Magn sio H Al Acidez Potencial SB Soma de Bases CTC Capacidade de Troca Cati nica V Satura o em Bases Cu Cobre Fe Ferro Mn Manganes e Zn Zinco para assim verificar a influ ncia da din mica h drica local nos fen menos e processos pedogen ticos materializados no pedoambiente e no sistema lagoa Salitrada 4 1 2 Levantamento dos dados de topografia local e modelo tridimensional do terreno Por se tratar de uma rea relativamente plana com amplitudes quase que impercept veis margem do vis vel ocorre neste trabalho a necessidade de identificar a configura o topogr fica local pois cada detalhe de altimetria pode revelar reas de escoamento e ac mulo da gua evidenciando os fluxos e a din mica h drica local que muito podem influenciar na composi o pedomorfol gica e estrutura vegetal na rea da lagoa Para tal levantamento optou se pelo GPS de precis o Promark 2 que oferece tanto navega o quanto levantamento de precis o O sistema ProMark2 utiliza trip s padr o ou de altura fixa para posicionar os componentes do sistema nos pontos a serem levantados O receptor coleta sinais de transmiss o de sat lites e armazena estas informa es em sua mem ria interna Os dados coletados s o extra
302. ossist mica atrelada ao conceito de territ rio para dar conta da invisibilidade escondida nos elementos vis veis que comp em a paisagem pois pode muito contribuir para as pesquisas futuras 2 6 O Hibridismo do Modelo GTP Geossistema Territ rio Paisagem N s entramos na paisagem por volta dos anos 1964 1966 com cautela e diplomacia O mais importante foi ter experi ncia de ge grafo diretamente associado paisagem e an lise naturalista do geossistema Confus o rapidamente corrigida mas respons vel por alguns mal entendidos a paisagem tornou se a representa o mais familiar e mais concreta do meio ambiente A este t tulo ela constitui uma incompar vel ferramenta de di logo e de projeto para a organiza o gest o legisla o paisag stica assim como um formid vel caminho para a forma o pedag gica Na condi o de conservar suas ra zes territoriais BERTRAND 2007 p 212 Bertrand em curso ministrado junto ao Programa de P s gradua o em Geografia na FCT UNESP em Presidente Prudente SP salienta que devido a complexidade inerente ao meio ambiente imposs vel realizar sua an lise por meio de um conceito un voco mesmo com os avan os sobre a no o de paisagem e a supera o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 82 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio
303. p cie distribu dos de maneira isoladas Apesar disso devido a abund ncia da copa das rvores cobre entre 50 e 75 da rea formando uma densa macha n o muito extensa Fica evidenciado ainda um equil brio dos estratos superiores marcado ainda por uma progress o do porte arbustivo e um impedimento na evolu o do porte herb ceo apresentando portanto uma din mica regressiva nesse estrato Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 210 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tais caracter sticas estruturais da cobertura vegetal do lado norte da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol fica evidente ao observarmos a figura 58 LOTE 1 ETR A 19 11 S DATA 27 10 2010 z Longi niii 56 55 W PANTANAL DA NHECOLANDIA Temp M dia Anual 26 Corumb PIDE ABI aa 1100mm MATO GROSSO DO SUL BRASIL Altitude 110m Superficie Plana N Uu 4A un aec sm 2 L d ARB REO ARHORESCENTE SUBARBUSTIVO uinci ABUND NCIA DOMIN NCIA SOCIABILIDADE DABMCA DOS E35 Cobrindo entre 75 e 100 5 Popula o continua manchas densas Equilibrio I Cobnndo entre 50 e 75 4 Manchas densas pouco extensas kz gt Progress o BE cobrindo entre 25 e 50 3 Crescimento em grupos E gt lt Regress o m Cobrindo entre 10 e 25 2 Agrupados em 2 ou 3
304. planet ria A zona se define primeiramente pelo seu clima e seus biomas ent o reservado o conjunto de 1 grandeza J o dom nio corresponde unidade de 2 grandeza e deve ficar suficientemente male vel para permitir reagrupamentos diferentes no qual a hierarquia dos fatores pode n o ser a mesma Quanto regi o natural situa se entre a 3 e a 4 grandeza e se refere a uma regi o bem circunscrita N o podemos continuar nossas ideias sem a retomada das reflex es de Bertrand 1972 quando afirma que o geossistema um conceito complexo e ao mesmo tempo din mico mesmo num espa o tempo muito breve cuja individualidade conferida mais por sua din mica comum do que pela sua homogeneidade fision mica Para o autor o geossistema e a come amos a tratar das unidades inferiores de seu sistema de classifica o se situa se entre a 4 e a 5 grandeza t mporo espacial Trata se portanto de uma unidade dimensional compreendida entre alguns quil metros quadrados e algumas centenas de quil metros quadrados nos n veis superiores a ele s o relevo e o clima importam e acessoriamente as grandes massas vegetais Enfim o geossistema constitui uma boa base para os estudos de organiza o do espa o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 136 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem No caso
305. plantas para as esp cies Tais indiv duos est o distribu do de modo isolado com baixo valor de cobertura n o superando os 10 A constitui o do estrato arbustivo tamb m revela pouca quantidade de indiv duos mais especificamente 4 sendo 3 carand s e uma planta da esp cie Ximenia americana Esse estrato n o cobre mais que 10 da rea e seus indiv duos encontram se agrupados em duas ou tr s plantas Totalizando quase que 10 das esp cies que constitui o lote o estrato arborescente abrange entre 10 e 25 da rea e revela um agrupamento de duas ou tr s plantas como caracter stica principal de sua sociabilidade O porte arb reo por sua vez possui quatro esp cies distintas Entretanto apenas seis plantas n o cobrem uma parte expressiva da rea inferior a 30 e possui indiv duos isolados ou agrupados em no m ximo duas plantas As caracter sticas estruturais da cobertura vegetal do lado norte da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol dispensa d vidas ao observarmos a figura 59 Cabe ainda argumentar que o porte arb reo possui uma din mica regressiva de seu estrato enquanto que a din mica do porte herb ceo est em progress o e se Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 213 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem apresenta dominante na estrutura da cobertura vegetal do lado sul d
306. po de rela o do entrevistado com o lugar 3 Gosta de viver no Pantanal da Nhecol ndia Por qu Analisar o sentimento de identidade de pertencimento 4 Quais os pontos positivos e negativos de viver no Pantanal da Nhecol ndia Apreender as dificuldades e benef cios cotidianos da viv ncia no lugar de acordo com a percep o do entrevistado 5 Existem diferen as na regi o desde o per odo que o Sr chegou aqui at hoje hist rias contadas pela fam lia Identificar a percep o do entrevistado vivida ou adquirida atrav s de hist rias familiares com rela o as transforma es no Pantanal da Nhecol ndia 6 Quando o Sr Sra pensa no Pantanal da Nhecol ndia qual a principal caracter stica que acha que o diferencia dos outros Pantanais 7 Qual paisagem ou elementos da paisagem o Sr Sra enviaria em forma de fotografia para que um parente distante ou um amigo conhecesse essa regi o Por qu Entender quais elementos da paisagem o entrevistado considera identit rio para a regi o do Pantanal da Nhecol ndia 8 Qual imagem o Sr Sra levaria deste lugar no caso de uma mudan a amanh Por qu Extrair um sentimento do entrevistado em rela o uma paisagem cotidiana ntima 9 Qual paisagem o Sr Sra pensa que deveria ser fotografada devido a possibilidade de n o exist ncia futura Porque essa ima gem
307. pode estar espacialmente organizada e estruturada pela regi o da Baixa Nhecol ndia FERNANDES 2007 p 123 Com base nessas informa es e nos respectivos sistemas de classifica es utilizados por Fernandes 2007 ressaltamos aqui que em atividade t cnico cient fica de campo realizada no per odo de 14 a 18 de dezembro de 2009 foram identificados para a lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol nosso alvo para an lise as seguintes caracter sticas geoqu micas pH 7 76 e CE 280 uS cm Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 190 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Dentro dessas condi es poss vel a afirma o de que a tal lagoa de acordo com os crit rios adotados por Fernandes 2007 possui guas com m dia salinidade e levemente alcalina sendo essa portanto denominada de lagoa salina dentro de tal sistema de classifica o adotado para o Pantanal da Baixa Nhecol ndia No entanto Bacani 2007 realizou o levantamento de dados geoqu micos em 177 lagoas na Fazenda Firme tamb m levando em conta os dados de pH e CE De acordo com seus resultados o autor considerou que dentre as 17 lagoas analisadas apenas 3 apresentaram pH superior a 8 e condutividade el trica acima de 5 000 uS cm o que as classificam segundo Bacani 2007 como hipersalinas As lagoas que apresentaram caracter stica
308. preendida na soma do que h externamente e do eu que verifica o mundo que a est Segundo Sant Anna Neto 2004 Kant formulou uma nova maneira de enxergar as coisas pelo conhecimento Kant questionou a pr pria raz o por meio de cr ticas e sugeriu o encadeamento metodol gico atrav s de uma l gica transcendental ou seja a intui o guiaria o conceito e este a experi ncia Sem a consci ncia anterior aos dados da intui o imposs vel ocorrer o conhecimento para que exista o conhecimento fundamental tornar o mesmo transcendente Assim penso sei que penso pois sou uma unidade ligada aos m ltiplos do conhecimento portanto antes de tudo tenho consci ncia de minha unidade e da identidade Ao pensar somamos a unidade da identidade pessoal e todos os fen menos em s ntese agrupados em conceitos a partir disto surge a intui o j que o pensar o conhecer a unidade na multiplicidade atrav s de conceitos formulados pelas experi ncias Ao olharmos uma rvore conheceremos na mesma sua unidade na multiplicidade da natureza e pela experi ncia em sabermos sobre outras rvores conseguiremos distinguir a mesma de outras ao n o conhecermos nada de rvores n o saberemos distingui la A rvore continuar a ser o que e n s ficaremos distantes de classific la e nome la ao n o conhecermos pela experi ncia H um limitador comum na experi ncia e na raz o simultaneamente um clama ao outro j que a raz o depen
309. prolongadas na ltima d cada Foto Mauro Silva Maio 2012 Figura 62 Vegeta o Arbustiva invasora que se expande pelas reas dos Campos D Rela o ntima do Entrevistado com a Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia Na nsia de identificar sua rela o mais pr xima aos elementos das paisagens as quest es 7 e 8 do roteiro de quest es para as entrevistas semi dirigidas incentivam o entrevistado expor seus sentimentos em rela o a paisagem cotidiana e ntima revelando peculiaridades da rela o entre esse homem o pantaneiro e o Pantanal Pra manda a foto imagem que eu escolheria essa aqui essa ba a ou int o uma salina Armindo S 61 anos de idade e 23 anos no Pantanal Essa imagem da ba a da fazenda que isso aqui vai ser uma recorda o sempre n Ela era mais bonita mais a vegeta o veio a cabo ela sec fic sequinha a quando seca vei o mato e nasceu a n Vandir F 54 anos de idade e 29 anos no Pantanal Ambos os entrevistados moradores da mesma fazenda referem se a uma grande ba a localizada em frente a sede da fazenda Figura 63 Em suas falas al m cit las argumentam sobre as mudan as observadas nos elementos que comp em a paisagem da mesma Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 225 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisag
310. prospectiva adquirida por meio de uma an lise do meio ambiente com preceitos epistemol gicos coerentes Desta forma o planejamento metodol gico visou sobretudo selecionar e organizar procedimentos que ao serem aplicados levariam ao levantamento de dados cuja an lise correlacional dos mesmos garantiriam comcomitantemente Identificar as estrat gias sociais e seus modos de representa es suprir a necessidade cient fica na determina o dos espa os divididos entender os registros antr picos como componentes do meio ambiente compreender que o meio ambiente um produto de interface registrar as mem rias do territ rio tanto no tempo linear quanto circular projetar as mudan as de transforma es r pidas ou n o Figura 35 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 134 GET dSHNDALOdH DOdd V ATIS PP samog enbuiuog omejy OO9ISo OpOJ9JA eure13oxn 4 GE enar poumon ewayssans M 031490022 059 ewayssqns TT esmeu 0 gt 1S14 euagyissqns 7 _ LJ M LL DL Pio 1 M r uroSesteq 9 OQIL eurojstssoor J LO opopour op eAnoedsued v qos sepeipeg svoSe sep osvo op opnjse erpug ooouN ep eurjueg op wosesreg ep osippuy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Contudo de modo a identificar analisar e compreen
311. r s lagoas simultaneamente Entre a Salitrada Campo Dora e a Ba a da sede Nhumirim de 26 e apenas 11 entre a Salina do Meio e a Ba a da Sede Nhumirim indicando o car ter intermedi rio da Salitrada em rela o Ba a e a Salina De acordo com Santos 2008 as diferen as observadas na riqueza e composi o dos t xons em cada lagoa sugerem que os nomes regionalmente empregados Salina Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 129 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Salitrada e Ba a sejam adequados como sistema de classifica o Essa informa o concordante tamb m se atentarmos para as diferen as de din mica de funcionamento evidenciadas por Rezende Filho 2006 e Silva 2007 para a lagoa Salitrada e pelos demais autores citados nesse trabalho em rela o s lagoas salinas e ba as Em suma fica claro que as pesquisas avan aram no que se refere epistemologia de an lise e passa a superar a homogeneiza o e aceitar a complexidade do pantanal partindo para a an lise integrada Desta forma os elementos invis veis da paisagem mais atrelados a sua din mica propriamente do que sua forma desmascaram se e se tornam vis veis aos olhos do pesquisador como o caso da Lagoa Salitrada por exemplo que mesmo identificada como intermedi ria por Mour o em 1989 s mais tarde conf
312. ra o fision mica da paisagem Sakamoto 1997 a partir de revis es bibliogr ficas e observa es de campo retrata a import ncia de uma pesquisa com nfase na din mica h drica na escala de topossequ ncia para a compreens o da din mica ambiental da Nhecol ndia Seu estudo teve como objetivo contribuir para a defini o das caracter sticas do sistema de ba as vazante corixo lagoa e cordilheira da por o S SW do Pantanal da Nhecol ndia Segundo o autor as salinas s o abastecidas pelo len ol fre tico explicando que nesses solos arenosos com elevada capacidade de infiltra o e sem nenhum impedimento Ox drenagem interna vertical das guas de chuvas a resposta dos len is fre ticos imediata Em suas conclus es Sakamoto 1997 levantou a teoria de que as lagoas salinas recebem gua do len ol fre tico com um teor de acidez acentuado com o poder de solubilizar os sais da camada salina No entanto essa gua sai da lagoa quase s por evapora o e os sais solubilizados permanecem assim aumenta o pH Quando a lagoa est muito cheia a concentra o de sais diminui e o pH baixa A contribui o de Sakamoto et al 2004 com base nos levantamentos j realizados desde 1997 passa a ter grande valia epistemol gica para a compreens o dos sistemas lacustres dentro do Pantanal da Nhecol ndia De acordo com o autor o conhecimento em escala de detalhe de uma lagoa salina e seu entorno proporcionou a co
313. ra o alcance da complexidade ambiental da din mica paisag stica do Pantanal da Nhecol ndia realizar tamb m dentre os demais procedimentos metodol gicos selecionados at o momento a apreens o dos aspectos cotidianos dos agentes diretos e indiretos da Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 156 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem paisagem sendo eles os respons veis pela constru o social da mesma exercendo tamb m papel de atores e ou autores do processo De acordo com Souza 2010 uma abordagem em voga da ci ncia geogr fica diz respeito percep o do indiv duo sobre seu espa o de vida sendo assim a an lise dos diferentes modos de capta o da e rea o paisagem pelas pessoas em sua vida quotidiana tamb m um importante elemento para aprofundar o conhecimento sobre as din micas socioambientais em um dado territ rio Quanto a posi o da Geografia como Ci ncia sobre esse t pico Passos 2006 enfoca que com o desenvolvimento da geografia da percep o a ci ncia da paisagem foi exposta a muitas cr ticas O olhar colocado sobre a paisagem s vezes subjetivo e plural A realidade paisag stica percebida por observadores de um lugar de um tempo de uma cultura e objeto de uma apresenta o que representa o A paisagem n o existe em si ela um olhar
314. radas no Pantanal da Nhecol ndia Fernandes 2007 Contudo foi justamente ap s a guerra que um surto de desenvolvimento na regi o teve surgimento Observam se investimentos de capital para financiar a recupera o das reas destru das proporcionando a recupera o de n cleos urbanos e das fazendas tais como o desenvolvimento da navega o fluvial com a livre navega o pelo rio Paraguai e seus afluentes fato que estimulou a instala o de ind strias navais e o desenvolvimento portu rio o est mulo imigra o principalmente de paraguaios e ao retorno das fam lias pantaneiras com o objetivo de ocupar rapidamente a fronteira a recupera o das col nias militares a constru o do estaleiro da Marinha do Brasil em Lad rio Enfim v rias medidas foram tomadas por parte do governo Imperial para estimular a economia local Neste processo Corumb se desenvolveu tornando se a porta de entrada e de sa da da prov ncia de Mato Grosso para os mercados nacional e internacional Todo o com rcio de importa o e exporta o de Mato Grosso passava pelo porto de Corumb Era ali que se processava o transbordo para as embarca es menores com liga es a Cuiab C ceres Miranda Coxim Aquidauana etc A cidade passou a desempenhar o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 172 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossis
315. rea As medidas de altitude inclina o da vertente e exposi o devem ser tomadas in situ com os aparelhos espec ficos alt metro clin metro e b ssola PASSOS 2003 p 192 Uma vez escolhida a rea de levantamento fitossociol gico as esp cies foram contabilizadas levadas ao laborat rio de bot nica do Departamento de Ci ncias Naturais da UFMS CPTL e analisadas de acordo com os par metros abaixo a Abund ncia domin ncia equivale superf cie coberta pelas plantas 5 cobrindo entre 75 e 100 4 cobrindo entre 50 e 75 3 cobrindo entre 25 e 50 2 cobrindo entre 10 e 25 1 Planta abundante por m com valor de cobertura baixo n o superando a 10 alguns raros exemplares Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 152 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem b Sociabilidade modo de agrupamento das plantas 5 popula o cont nua manchas densas 4 crescimento em pequenas col nias manchas densas pouco extensas 3 crescimento em grupos 2 agrupados em 2 ou 3 1 indiv duos isolados planta rara ou isolada Os dados foram organizados nas fichas fitossociol gicas e posteriormente compiladas atrav s do uso do programa Veget para a elabora o das pir mides de Vegeta o 4 2 Levantamento dos Aspectos Territoriais do Pant
316. respons bilidade queles antes tidos como detentores do saber e do poder Tem lugar que eles limparam fizeram desmata o pra pranta capim n Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantanal Tem que melhorar a conviv ncia dos Patr o com os funcion rio n melhora no sal rio n na qualidade mais de vida melhor n de sa de melhor n Tem pi o de fazenda a que tem filho que crio e ta trabalhando pro patr o dele num tem estudo ent o e isso que eles qu porque o cabra num conhece nada num vai reclamar muito num sabe ler num sabi nada e isso que eles quer eles que isso a e pra natureza acho que tem acabar que esse desmatamento esse neg cio a tem que acabar n Vandir 54 anos de idade e 29 no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 260 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem pio Ane unm teles ZOO PARTE 4 Sei que sou pequeno represento pouco Perante o problema no pa s inteiro Mas a coruja que defende o toco Esse meu papel sendo um pantaneiro N o deixe que um dia esse para so Venha ser apenas um livro na hist ria E pela raiz que se corta o mal Por favor defenda o meu pantanal Dos exploradores da fauna e da flora Trecho da M sica Filho do Pantnal Louren o e Lorival Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNE
317. reta entre si e com os demais elementos da paisagem configurando um sistema peculiar na lagoa Salitrada A din mica de percola o da gua influenciada pelas caracter sticas topogr ficas locais e constitui o f sica dos solos principalmente os horizontes superficiais s o os principais fatores de ativa o da pedog nese local uma vez que os processos de solubiliza o de mat ria org nica dissolu o de sais concentra o de elementos finos e subst ncias Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 128 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem solubilizadas e cimentag o nos horizontes em profundidade foram os principais processos identificados nos perfis pedol gicos O emaranhado de dados e informa es levantadas e analisadas pelo autor permitiu tamb m confirmar a teoria de Rezende Filho 2006 e concluir hipoteticamente que realmente no passado a rea da Salitrada se tratava de dois sistemas lacustres distintos na parte sul existiria um ambiente com guas concentradas e na parte norte um ambiente de guas cidas separadas por uma pequena cordilheira de alguns metros de largura e de evolu o muito moderada Em suma o autor ressalta que o fator predominante para o desequil brio que orientou tal din mica de forma o e configura o da paisagem atual da lagoa Salitrada foi a entrada supe
318. revistas que os discursos de alguns entrevistados denunciam o atual sistema de desmembramento das fazendas por comercializa o e ou heran a heredit ria sobressaindo a diminui o das parcelas de terra como principal caracter stica da din mica fundi ria atual do Pantanal da Nhecol ndia confirmando as discuss es e reflex es do cap tulo 5 Essa fazenda aqui meu primo compr Os outro donos t o cortando as fazenda Que nem al na fazenda vizinha aqui t o cortando j venderam metade dela porque esses dia tava no leil o ent o eles v o comprando e a vai dividindo Luis C 33 anos de idade e 25 anos no Pantanal as fazenda t o acabando tudo n as fazendona grande t o vendendo tudo Augusto S 47 anos de idade e 21 anos no Pantanal Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 249 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Desta maneira aliando essas reflex es informa o de que houve um potencial aumento de n mero de cabe as de bovinos em Corumb posterior a 1980 relacionamos esse fato diretamente com a retirada de cordilheiras para substitui o por pastagem a partir da d cada de 80 anunciado por Pott 2007 Acreditamos que consequentemente aos problemas de falta de rea para pastagem devido diminui o do tamanho das propriedades e aumento do n mero de cabe as de
319. rficial de guas cidas muito incentivada por meio de aberturas das cordilheiras mantenedoras do sistema com o objetivo de facilitar a entrada do gado de corte para a tomada d gua principalmente em per odos de seca Esta informa o de suma import ncia quando se pensa n o s na descri o de uma nova unidade da paisagem da Nhecol ndia mas no poss vel processo de transforma o e evolu o das unidades da paisagem da Nhecol ndia A paisagem se define isto ela se descreve e se explica partindo das formas de sua morfologia no sentido amplo As formas resultam de dados do meio ambiente natural ou s o as conseq ncias da interven o humana imprimindo suas marcas sobre o espa o DOLLFUS 1971 apud Passos 2003 Santos 2008 ao realizar a an lise comparativa da biodiversidade de algas e cianobact rias de tr s diferentes tipos de lagoas no Pantanal da Nhecol ndia Salina Salitrada e ba a reafirma e enfatiza o car ter intermedi rio da lagoa Salitrada quando comparada aos outros sistemas lacustres comumente descritos para a regi o Para Santos a riqueza de esp cies foi claramente maior na ba a da sede Nhumirim com 74 t xons 69 8 do total seguida pela Salitrada Campo Dora com 41 t xons 38 7 enquanto que na salina do Meio o n mero de t xons foi bastante reduzido 17 16 do total A similaridade entre as lagoas com base no ndice de Similaridade de S rensen foi baixa apenas 4 5 comparando as t
320. rnandes 2007 Figura 48 Limites territoriais do Munic pio de Corumb Figura 49 rea dos estabelecimentos agropecu rios no Estado de Mato Grosso do Sul Figura 50 Densidade dos Estabelecimentos Agropecu rios no Estado de Mato Grosso do Sul IBGE 2006 Figura 51 Densidade da Distribui o de Bovinos no Estado de Mato Grosso do Sul 108 109 110 115 135 140 144 145 146 148 150 150 159 168 169 170 172 174 175 177 181 xvi AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente IBGE 2006 Figura 52 Lagoas analisadas por Bacani 2007 na rea da Fazenda Firme dando destaque para a Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Figura 53 Perfil do Solo da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Figura 54 Trincheira aberta na Lagoa Salitrada evidenciando a transi o abrupta dos horizontes e a laje endurecida Figura 55 Localiza o das amostras analisadas em laborat rio Figura 56 Localiza o das amostras para an lises qu micas em Laborat rio Figura 57 Topografia da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Figura 58 Pir mide de Vegeta o do lado norte da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Figura 59 Pir mide de Vegeta o do lado norte da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Figura 60 Pantaneiros retornando da cidade para as Fazendas e Imagem da Estrada do Aterro
321. ro alcalino para fortemente alcalino de acordo com as condi es e din mica h drica nos dois per odos marcados na regi o do Pantanal da Baixa Nhecol ndia cheia e seca Tais varia es podem ser observadas tamb m na lagoa salitrada da Fazenda Campo Dora ao norte da Fazenda Firme Santos 2008 ao realizar o levantamento das Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 192 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem algas e cianobact rias dos sistemas lacustres do Pantanal da Nhecol ndia adquiriu dados geoqu micos de pH CE temperatura e Potencial Redox de cada lagoa em diferentes per odos do ano Sendo assim para a lagoa Salitrada estudada foram identificadas varia es muito semelhantes s encontradas na lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol Os extremos de pH da lagoa salitrada da Fazenda Campo Dora v o de 8 4 a 5 02 ou seja transitando entre Fortemente cida a medianamente alcalina J as condi es de CE foram estabelecidas entre 1120 uS cm a 318 uS cm categorizando as guas da lagoa entre guas com alta salinidade e guas com m dia salinidade Em suma ressalta se a einflu ncia que tais condi es geoqu micas assumidas pelas guas dos sistemas lacustres da regi o notadamente dotada de grande varia o podem ter sobre a configura o dos elementos constituintes da paisagem tais como s
322. ro e Prata dos Andes tentando evitar as selvas secas e a vegeta o arbustiva do Gran Chaco A vis o da imensid o das margens do rio inundadas deu a eles a convic o da exist ncia de uma grande rea de lagoa e p ntanos denominada de Mar de Xarai s Na contribui o hist rica deixada por Moura 1943 as primeiras viagens pelo Pantanal Sul mato grossense se deram em meados do s culo XVI sendo o historiador Schmidel em 1555 o respons vel pela denomina o Mar de Xarai s Entretanto ainda em 1927 o pensamento de floresta pantanosa aparecia nos resultados de estudos em Enciclop dias e Atlas europeus s em 1948 o ent o denominado Mar de Xarai s 5 MOURA Pedro de Bacia do Alto Paraguai Revista Brasileira de Geografia S o Paulo a 5 n 1 p 3 38 jan mar 1943 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 91 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem foi substitu do pelo termo Pantanal denomina o tamb m impr pria uma vez que n o se trata de uma regi o permanentemente alagada e muito menos de um p ntano como o nome pode sugerir REZENDE FILHO 2006 p 21 Esse prel dio te rico foi derrubado com o avan o das investiga es a cerca desta imensa plan cie alag vel As teorias ent o seguem hip teses variadas afirma o poss vel de ser percebida no texto de Proe
323. rossense Figura 20 Compartimenta o morfoestrutural da bacia do alto rio Paraguai em territ rio brasileiro Figura 21 Modelo Digital de Terreno da rea do Pantanal Matogrossense Fonte Assine 2003 Figura 22 Compila o de Mapas representando evolu o da rea do Pantanal de acordo com a teoria de Orville Adalbert Derville Fonte Souza 1973 Figura 23 Modelo digital de eleva o da regi o onde se encontra o Pantanal Em azul e verde claro as Plan cies do Chaco e Pantanal Alto Paraguai Fonte Zani 2008 p 02 Figura 24 Megaleques fluviais que comp e o trato deposicional do Pantanal e em destaque a representa o cronol gica dos lobos deposicionais no leque do Taquari Figura 25 Imagem de Sat lite do Leque Aluvial do Rio Taquari Imagem Landsat 08 08 2001 Cd Rom Cole o Brasil Visto do Espa o Fonte Rezende Filho 2006 Figura 26 Solos do Pantanal Rezende Filho 2003 Figura 27 Influ ncia biogeogr fica no Pantanal Mato grossense Figura 28 Pantanal da Nhecol ndia Figura 29 Vista a rea do Pantanal da Nhecol ndia Foto Sakamoto 2001 Figura 30 Unidades da Paisagem constituintes do Pantanal da Nhecol ndia 75 79 81 83 84 88 89 90 94 95 97 98 100 101 103 104 106 XV AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nes V J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente Figura 31 Compartimenta o do Pantanal da
324. rq wog wog uxor wiog uxoz uxor wyo 6861 06091 S 0000 4 61 Bases iLa gu iesparq iSe ES vp S H omrjv oppg a oguzu YN ojos ew xop eniie op odioo M N vues ti vaiouppao E S 0000 00 161 woJeseg odue O 686L VIONVIODIHN VXIVS8 uroSesreq o ONN eurojsrssoor LO o opour op eAnoodszed v qos sepenipeg svoBe sep oso op opnjso erpue ooouw vp eurjueg op uroSesreq ep osrppuy SZ dSHND LOJ ODdd VAIS p se1eog enbuuog ome 6007 ui erpug ooouN Lp euejueq op ojos op oe3ednog osn 08 n314 wog wos wxor Uxoc wxoz wyo wy O e GERA e P ESAT OS S 00 00 0 61 Ip3 08567 t on ojos UI oop en p op odio EH vues pra eutoqupsoo MENS woBestgodur S 0000 00 61 6002 VIQNY 1OO3HN VXIVS8 uroSesreq 9 ONN eurojsrssoor LO o opour op eAnooedszed v qos sepenipeg svoBe sep oso op opnjso erpue ooouN vp euvjueq op uroSesreq ep osrppuy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Com base nas referidas figuras foi observado que em 1989 existiam 327 367 7 ha da rea ocupados por cordilheiras o que significa 44 de todo o territ rio da Baixa Nhecol ndia constitu do por vegeta o arb rea densa Com rela o rea de Campo pastagem verificou se que 33 9 da rea era constitu da de vegeta o de
325. rranco Branco 500 000 Legalizada Fazenda Rodrigo 384 950 Legalizada Fazenda Rio Branco 384 292 Legalizada 22 06 1901 Fonte Correia Filho 1955 apud ARA JO 2006 p 80 Abre se aqui um par ntese para atestar a import ncia da evolu o das demarca es da Fazenda Firme para o estabelecimento da estrutura fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia De acordo com Valverde 1982 a Fazenda Firme se alongava pela margem do Taquari sem alcan ar a margem esquerda do Paraguai Figura 44 Limites das propriedades Cursos d gua permanentes Cursos d gua tempor rios Figura 44 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1870 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 168 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Terminada a Guerra do Paraguai Joaquim Eug nio Gomes da Silva o Nheco um dos filhos do Bar o de Vila Maria fundador da Fazenda Firme decidiu restaurar a fazenda e teve seu entusiasmo acompanhado por v rios membros da fam lia como Gabriel Patr cio de Barros cunhado Francisco Gomes da Silva primo Jo o Batista de Barros Manoel Gomes da Silva e outros Desta forma ocorreu a partilha sucess ria da Fazenda Firme e o velho latif ndio fracionou se num grande n mero de propriedades constituindo assim o cerne do distri
326. rsos para a vida humana Assim uma natureza para o homem que sempre est em foco nas considera es marxianas Fica evidente essa cicatriz marxista tendenciosa ao positivismo na geografia brasileira quando observados os trabalhos realizados aqui nas ltimas d cadas o que pode ter se tornado prejudicial qualidade anal tica ao colocarmos na balan a a grande influ ncia estatal nos trabalhos de geografia f sica principalmente nas d cadas de 40 a 70 do s culo XX Desta forma o que se tem s o de um lado pesquisas de cunho humanista privilegiando as rela es homem x homem trabalhos de geografia humana e de outro levantamentos de dados sobre os recursos naturais enfocando a natureza como potencialidade de poder de um Estado na o trabalhos de geografia f sica Na busca pela supera o desse enclave metodol gico e na tentativa de alcan ar uma corrente epistemol gica que consiga uma an lise ambiental de car ter hol stico em geografia contribuindo assim para a compreens o dos processos de produ o e organiza o do espa o geogr fico a abordagem sistema foi recorrida nos trabalhos dos ge grafos f sicos A Teoria dos Sistemas aprimorada sobretudo do ponto de vista da modeliza o e quantifica o dos elementos arrolados na abordagem geogr fica tem sido defendida pela maioria dos que se concentravam no estudo do ambiente sob a tica desta ci ncia No entanto Mendon a 1993 afirma que h de se lastimar o esquecim
327. rtigos que n o tratavam de geografia f sica Ainda sobre essa exponencial superioridade quantitativa de publicag es do tema de geografia humana sobre o de geografia f sica soma se as conclus es do autor indica que a maior produ o percentual de artigos de geografia f sica no Brasil ocorreu nas d cadas de 40 50 60 e 70 que historicamente est o associadas ao processo de desenvolvimento territorial onde houve forte participa o do Estado Na o e que a geografia f sica no Brasil foi produzida essencialmente a partir de uma raz o de Estado cujo objetivo era a apropria o da natureza e com isso instrumentalizar o processo de acumula o capitalista No entanto a problem tica geogr fica n o era apenas a inferioridade quantitativa dos trabalhos de geografia f sica em rela o aos de tem tica humanista mas sim a realidade qualitativa dos mesmos pois essa geografia f sica reduzida aquisi o de dados sobre caracter sticas f sicas do meio ambiente tinha como carro chefe no que tange sua perspectiva epistemol gica os avan os metodol gicos de uma ecologia pragm tica que muita sombra fazia sobre a geografia Tratava se pois de an lises entusiasmadas com uma corrente naturalista baseada em um ecologismo taxado como sint tico que buscava o estudo integrado da biosfera simultaneamente nos planos te ricos e pr ticos Essa linha metodol gica proveniente das ci ncias naturais foge al ada da geografia se for
328. s P Artializa o 3 PAISAGEM Ressourcement Figura 17 Esquema do Sistema GTP Adaptado de Bercand e Bertrand 2007 p 299 Fonte Pissinati e Archela 2009 Bertrand 2007 ao realizar considera es sobre o modelo GTP geossistema Territ rio e Paisagem tr s duas afirma es que norteiam nossa vis o de tal model sendo que na primeira o autor diz que uma paisagem nasce quando um olhar cruza um territ rio e a posteriori afirma que n o existe territ rio sem terra Essas afirma es encaminham os estudos de paisagem para uma vis o de integra o entre os elementos f sicos e humanos que a comp e entendendo que toda Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 83 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem zx paisagem faz parte de um territ rio e regida por tal conceito sendo portanto necess rio para as pesquisas de paisagem realizar uma abordagem contendo tr s entradas uma naturalista o geossistema uma s cio econ mica Territ rio e uma s cio cultural a paisagem Sob essa tica Bertrand 2007 lan a a quadratura cient fica da paisagem Figura 18 a qual ao nosso ver resume e ou elucida de forma did tica os quatro princ pios da an lise da paisagem indo ao encontro da ideia da necessidade de um m todo constitu do por uma tripolaridade conceitual um hibrid
329. s as quais implicam a forma o econ mico social e por conseguinte as rela es entre a sociedade e a natureza CASSETI 1997 Casseti 1997 constata ainda que quanto maior o avan o cient fico tecnol gico de um povo menores ser o as imposi es do meio natural e maiores as transforma es acontecidas o que implica o pr prio comportamento ambiental De acordo com Drew 2005 as transforma es impostas pelo homem na superf cie terrestre est o condicionadas por v rios fatores o Abordagem geral ao mundo f sico est culturalmente determinada e A capacidade do homem para modificar a natureza limitada pelo n vel de tecnologia e dos recursos econ micos de que disp e o Os motivos anseio de bem estar seguran a e lucro Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 60 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem o As for as econ micas como a proximidade de mercado ou o valor dos bens produzidos podem assegurar o envio de recursos necess rios para o desenvolvimento intensivo de uma dada rea Em suma para Drew 2005 medida que a sofistica o tecnol gica e pol tico econ mica aumenta cada vez menos se torna previs vel o comportamento do homem em rela o ao ambiente em termos de fatores naturais Ainda de acordo com o autor um dos m todos para analisar a Terra como um tod
330. s desenvolveram se impregnadas pela ideologia do mercado como o grande portador da racionalidade econ mica e sociopol tica e o principal agente de bem estar da sociedade Foi assim que inicialmente a natureza que possu a uma fun o m tica se transformou em terra tornando se um recurso econ mico Na atual fase em que n o h outro caminho como dizem os ide logos da globaliza o a pr tica social e sua intencionalidade objetivam o prazer particular desconexo da coletividade caracterizando se pela fragmenta o de todas as esferas da vida social partindo da fragmenta o da produ o da dispers o espa o temporal do trabalho das identidades e das lutas Agora a sociedade aparece como uma rede inst vel ef mera e de estrat gias de competi o Neste contexto sociedade e natureza deixaram de ser um princ pio de estrutura o e diferencia o das a es naturais e humanas e tornaram se entidades abstratas sujeitas s a es estrat gicas de controle e planejamento que viabilizariam a interven o tecnol gica Afirmamos ainda que nas entrevistas notamos que tal postura muito vinculada aos novos propriet rios de fazendas e pecuaristas do Pantanal da Nhecol ndia Salis e Crispim 1999 denunciam que os novos pecuaristas ignorando o valor cultural e ambiental do Pantanal imp em estrat gias de aumento da produ o que Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 258 An lise da Paisagem do
331. s em sistemas alcalinos descaracterizados devido fatores pedogen ticos que transformam o pedoambiente local obrigando a adapta o e readapta o da cobertura vegetal produzindo uma paisagem distinta denominada pelos habitantes locais de salitradas Acreditamos que se tal mudan a acontece em tais ambientes alcalinos podemos ampliar as consequ ncias para as demais unidades de paisagens existentes do Pantanal da Nhecol ndia sobretudo na continua o de uma din mica de desmatamento e emprego de estrat gias para garantir a sustentabilidade da pecu ria sem preocupa es com a qualidade ambiental e import ncia de cada elemento visando assegurar a exist ncia das paisagens que caracterizam o Pantanal da Nhecol ndia bem como a exist ncia da biodiversidade local Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 256 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tal conjuntura portanto materializa a exist ncia de um impacto ambiental no Pantanal na Nhecol ndia sendo poss vel inclusive afirmar a exist ncia de um risco ambiental iminente Silva 2012 apresenta um esquema de leitura conceitual que auxilia na compreens o do termo risco ambiental Figura 81 em justificativa da utiliza o de tal conceito para classificar a situa o do Pantanal da Nhecol ndia Meio F sico Natural R SCOS
332. s geoqu micas dos solos relacionados a organiza o pedol gica e a circula o da gua em ambientes salinos do Pantanal da Nhecol ndia Queiroz Neto et al 2000 faz o estudo da granulometria dos solos arenosos da lagoa salina do Meio na Fazenda Nhumirim EMBRAPA Pantanal e Silva et al 2003 perfaz uma abordagem sobre a morfologia e o pH do solo da lagoa Salitrada na Fazenda Campo Dora A primeira abordagem pedomorfol gica utilizando se da metodologia de sondagens em topossequ ncias em ambientes de lagoas salinas identificada nos trabalhos analisados foi publicado por Sakamoto 1993 Trata se de um estudo experimental sobre a pedologia climatologia geomorfologia e biogeografia com a participa o do Prof Dr Carlos A F Monteiro 1986 em uma topossegu ncia da lagoa Salina na Fazenda Berenice De acordo com o Relat rio Final do Projeto OEA UFMS organizado por Monteiro 1986 apud Sakamoto 1993 no perfil pedomorfol gico da topossequ ncia estudada foi registrada a presen a em profundidade de um horizonte cont nuo com n dulos claros relacionados com a zona de oscila o do len ol fre tico respectivamente sob a lagoa salina e sob a ba a Os horizontes naquela topossequ ncia mostraram a presen a de n dulos e concre es escuras pretas ou avermelhadas abaixo da camada com n dulos claros mencionados anteriormente Segundo o autor seriam n dulos ferruginosos que aparecem em grande quantidade e tamanho Al m d
333. s 1 2 e 9 sup em uma rela o intr nseca aos valores de pH para tais amostras pois possuem pH relativamente baixos cido e o ndice dos micronutrientes Pot ssio Magn sio e C lcio tamb m s o extremamente baixos em rela o s outras amostras Tal rela o tamb m fica muito aparente ao relacionarmos os teores desses macronutrientes identificados nas amostras 1 2 e 9 com os teores identificados para Soma de Bases Capacidade de Troca cati nica e Satura o em base para essas tr s amostras de pH cido entre 6 0 e 6 7 os ndices de SB CTC e V possuem as mesmas caracter sticas poss vel ainda perceber que essa situa o inversamente proporcional com rela o s amostras 3 4 5 6 7 8 e 10 e os mesmos indicadores correlacoionados Gr ficos 16 17 18 19 20621 Mg Magn sio mmolcfdm3 Ca C hoo mmo fama 184 ss 14 Gr fico 16 Mg do solo da topossequ ncia da Gr fico 17 Ca do solo da topossequ ncia lagoa Salitrada da lagoa Salitrada Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 202 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e K Pot ssio mmolkc dm1 Amostras Gr fico 18 K do solo da Topossequ ncia da lagoa Salitrada 58 Soma Base mmolc dm3 V Sat Bases Gr fico 19 SB do solo da Topossequ n
334. s atrav s de posturas que busquem a fus o entre a Geografia F sica e Humana Na sequ ncia o cap tulo 3 denominado O Pantanal Mato Grossense e sua complexidade paisag stica busca realizar a caracteriza o do Pantanal como um todo seguido da apresenta o das peculiaridades do Pantanal da Nhecol ndia A apresenta o dos procedimentos selecionados para o alcance dos objetivos propostos de acordo com as bases te ricas metodol gicas assumidas est o organizados e discutidos no cap tulo 4 deste trabalho cap tulo este intitulado Os Caminhos Para o Alcance do Invis vel na paisagem do Pantanal da Nhecol ndia procedimentos metodol gicos e materiais Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 23 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Os cap tulos 5 6 e 7 intitulados respectivamente O Pantanal da Nhecol ndia um meio ambiente territorializado Lagoas Salitradas do Pantanal da Nhecol ndia elementos e din mica natural e Os a u tores da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia apresentam os resultados obtidos atrav s da aplica o dos procedimentos selecionados para a metodologia deste trabalho os quais s o discutidos mais profundamente no cap tulo 8 cujo t tulo A paisagem nasce a partir do momento que o olhar cruza um territ rio o qual busca a inter rela o dos dados e
335. s ci ncias por tal conjuntura descrita assumi neste momento um papel transformador da realidade e para tanto o primeiro passo seria conhecer essa mesma realidade Dai a import ncia de ver o espa o como heterog neo socialmente constru do e reflexo da forma de organiza o societ ria Cassab 2009 afirma que a configura o espacial de ent o tratada como categoria hist rica como produto meio e condi o da produ o e reprodu o social A ci ncia n o seria neutra e caberia ao ge grafo conhecer o espa o para transform lo O espa o passa a ser ele mesmo um produto social Durante alguns anos foi esta a concep o de geografia que dominou o debate acad mico e cientifico Muitas obras foram escritas tendo como marco a preocupa o de desvendar as contradi es presentes na produ o e reprodu o do espa o Muitas delas tendo como escala uma macro analise O espa o era fruto das pr prias contradi es inerentes ao modo de produ o capitalista Dai o espa o ser desigual O foco direciona se nesse momento para os processos em grande escala CASSAB 2009 p 47 Ressaltemos aqui ainda com o aux lio de Cassab 2009 que tal enfoque dominara o pensamento geogr fico at parte dos anos de 1980 quando passa a ser acompanhado pela corrente da Geografia Humanista Sem desconsiderar a dimens o objetiva dos processos sociais e consequentemente do pr prio espa o essa corrente direciona seu olhar para as rela
336. s f sico qu micas dos solos da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do 6 3 Estrutura da Cobertura Vegetal da Cordilheira da Lagoa Salitrada Retiro Pedra do opt E RR PRESENT Cap tulo 7 Os A u tores da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia 7 1 As Primeiras Ocupa es Pantaneiras ossada paia daGiatida PARURE C UN gn eren Ta Homem Pantaneiro sue pessau nais inatas seas s n na ves usa bs arua talsa use vas qd 7 3 A percep o dos entrevistados relatos conhecimento e rela o com os elementos da Paisagem no Pantanal da Nhecol ndia cassqessasessssatcanadasasisa Se ERES crebss a un av teares Cap tulo 8 A Paisagem nasce quando um olhar cruza um Territ rio O Pantanal da NBecolandlg asas iron ienes ienes ecl n e ota as DURER nu LCDI TERI TT ONERE BD DATAS ae T 164 164 189 193 197 206 208 216 217 219 221 235 262 265 xiii AVA AANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA u nesp YY J LIO DE MESQUITA FILHO C mpus de Presidente Prudente LISTA DE FIGURAS Figura 1 Cheia e Seca na rea da Base de Estudo da UFMS Pantanal Sul matogrossense Figura 2 Localiza o e compartimenta o do Pantanal Mato grossense Figura 3 Desmatamento nas Sub regi es do Pantanal at 2000 fonte Pandovani et al 2004 Figura 4 a vista a rea da lagoa Salina do Meio em destaque e Salitrada Campo Dora ao fundo Foto A Pott b vista a
337. s formas e indicar as dire es que as transforma es futuras podem tomar Isto porque o espa o nunca est completamente produzido nunca termina o seu processo de produ o antes de alcan ar a meta desejada h com a evolu o uma mudan a de aspira es e uma reformula o uma reorganiza o O processo de Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 44 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem produ o do espa o tem face s transforma es dial ticas necessidade de uma permanente reprodu o O processo de produ o gera ao se efetivar uma rea o em cadeia que provoca sempre a necessidade de reformula o Da ser permanente o processo produtivo A Geografia assim uma ci ncia profundamente din mica que necessita de uma permanente reformula o de seus objetivos e de seus m todos ANDRADE 1989 21 Essa permanente necessidade de reformula o inerente geografia como ci ncia tem como consequ ncia uma s rie de altera es e ou confus es em seus conceitos e temas ao longo de sua hist ria evolutiva De acordo com George 1972 isso se explica muito pelo fato da Geografia possuir uma globalidade sint tica al m de ser uma ci ncia voltada para a a o e orientada pela conjuntura Vejamos como as ideias supracitadas ficam claramente percebidas quando se recorre ao conceito d
338. s inicialmente nas artes gr ficas nos Jardins e na literatura e s posteriormente aparece empregada aos trabalhos geogr ficos Nas artes gr ficas no s culo XV aparece uma acep o do termo paisagem A paisagem da pintura n o uma descri o uma contabilidade anal tica n o resulta da representa o positiva de uma combina o de objetos rigorosamente materiais ela materializa uma via de abordagem do fen meno paisagem em que as rela es do homem com seu meio privilegiam a subjetividade A paisagem na arte dos jardins se desenvolveu mais regularmente a partir de tr s grandes vias de dispers o o Mundo Mediterr neo o Oriente Pr ximo rido e a China Representando o mais constante e o mais universal meio de express o de uma vis o da organiza o paisagista do meio ambiente humano baseada na escolha e valoriza o dos elementos ben ficos de um meio ambiente frequentemente hostil como o exemplo de O sis em miniatura se apresentando como abrigos onde se pode usufruir da gua da sombra e de frutos e flores Contudo a arte dos jardins concebida para satisfazer uma tr plice aspira o contacto com a natureza paz e conforto espiritual Antes do s culo XVIII aparece na literatura a inten o deliberada de evocar as paisagens No entanto os romances ex ticos deste s culo colocam em cena uma natureza n o somente pitoresca mas tamb m precisa autenticada por nomes de esp cies vegetais e animais emprestados dos n
339. s paisag sticas de salina pH 7 rea de praia circundada por palmeiras Carand s Copern cia Alba cordilheiras rebaixadas topograficamente entre outros com condutividade el trica inferior a 5000 uS cm foram inseridas no grupo das lagoas alcalinas totalizando 9 lagoas sendo somente uma com pH que 8 A condutividade el trica oscilou entre 414 e 4560 uS cm BACANI 2007 p 88 Tais lagoas e suas caracter sticas geoqu micas e paisag sticas est o representadas na Figura 52 e tabela 8 sendo substancialmente necess rio para o desenvolvimento das ideias do presente trabalho atentarmos para a lagoa de n mero 11 que se refere a nosso alvo de estudo Fonte imagem de Bet lie CBERS 2 co olorida R4 G3 o D2 de 2 10 2004 Sdole ourgeniiedko IM o Pare integrante da Dissseta o de Figura 52 EE analisadas por Bacani 2007 na rea da Fazenda Firme dando destaque para a Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 191 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Tabela 9 Dados de pH e CE das lagoas analisadas por Bacani 2007 Lagoa CE Salina 1 2 40 mS cm Salina 2 904 uS cm Salina 3 414 uS cm Ba a 4 700 uS cm Salina 5 1085 uS cm Salina 6 3 60 mS cm
340. s uma parceria um cumpadrio que s se observa nas rela es de trabalho longe de passar por perto da divis o eq itativa de rendas ou social A atribui o de uma igualdade cantada e decantada pelos fazendeiros criou no imagin rio do homem simples a figura de um her i que tudo sabe e esse saber est impl cito no norteamento total da vida do pe o pois o dout homem de grande saber igual a mim A depend ncia cultural t o grande que em poca de elei es muito comum receber resposta estapaf rdia como quando inquirido sobre em quem vai votar o pe o responde no candidato A e na continuidade do di logo por que voc ir votar nele obtendo como resposta porque o dot mando Espindola 2010 p 6 Agente morava na outra fazenda a os dono antigo faleceu e ficou os novo os filho n e eles muito cum n is aqui at hoje Aqui nosso isso tudo foi deles e o pai deles que deu pra n is Porque os patr o antigo quando tinha os pe o v i antigo sempre os patr o ajudava n dava um campo um gado em tudo eles ajudava n a como meu pai era pe o v i antigo eles deu esse parte aqui pra ele era uma envernada que ele punha o gado pra tir produ o n a termino que ele deu pro meu pai Herm nio E 80 anos de idade e 80 anos no Pantanal Atualmente percebe se uma realidade diferente o pe o Pantaneiro passa a avaliar as trasforma es da paisagem do Pantanal e atribuir
341. se que essa esp cie cobre entre 25 e 50 da rea e se agrupa em popula o cont nua e de manchas densas De maneira geral o porte herb ceo se apresentou em grupos de 2 ou 3 plantas cobrindo at aproximadamente 30 da rea Para o porte sub arbustivo foram encontradas apenas 3 plantas de uma mesma esp cie ainda n o identificada a qual possui altura com varia o entre 1 a 2 metros Trata se de um porte estruturado por alguns raros exemplares distribu dos isoladamente Apresentando um total de 15 esp cies sendo 6 plantas da esp cie Guetarda Vibubnoides 1 mandacar e as outras 8 plantas de esp cies n o identificadas o porte arbustivo possui esp cies com raros exemplares e outras com plantas que chegam a ocupar 25 da superf cie coberta pelas plantas Nesse caso o porte arbustivo de maneira geral possui uma vegeta o com crescimento em grupos equivalendo portanto de 10 a 25 da rea do lote 1 No porte arborescente foram identificadas tr s esp cies em um total de 10 plantas sendo 2 plantas da esp cie Trichilia elegans 4 babac e 4 de plantas de uma esp cie n o identificada Ressalta se desta maneira que o porte arborescente possui plantas que crescem em grupos de 2 ou 3 indiv duos ocupando assim cerca de 15 da rea do lote 1 Com apenas 4 indiv duos sendo duas plantas da esp cie Cecropia pachystachya e duas plantas de esp cies n o identificadas o porte arb reo possui alguns raros exemplares de cada es
342. seus elementos foi a principal marca deixada O que fica al m desta cicatriz a necessidade de recuperar e construir reas Seguem se ent o os anos 50 e 60 com esse intuito regenerativo no entanto cabe ressaltar que foi impulsionado por candidatos a novas pot ncias mundiais que n o mediram esfor os financeiros tecnol gicos e t cnicos para tal feito Nesse sentido a necessidade de mat ria prima para tal reconstru o a n vel mundial transformou o olhar direcionado para a natureza em uma vis o economicista que pressupunha os elementos naturais como recursos principalmente para evidenciar o potencial futuro de um pa s A geografia principalmente a geografia f sica passa a ser apropriada pelo poder pol tico em prol do Estado Na o Cabe exemplificar esse momento citando a veemente participa o de ge grafos brasileiros nos trabalhos detalhados de levantamento e cartografia dos recursos naturais do territ rio materializados por exemplo no Projeto Radambrasil 1970 nas cartas topogr ficas por trabalhos de mapeamentos iniciados em 1965 pelo Servi o Geogr fico do Ex rcito e pela Divis o de Geod sia e Cartografia do IBGE e os trabalhos de cunho naturalista do IBGE nas d cadas de 50 e 60 J na d cada de 70 surgem violentas cr ticas a essa tend ncia principalmente aos modelos que inspiram homogeneiza o julgava se importante ver o espa o como descobre a ci ncia organiza e a tecnologia permite aplicar pre
343. solo em Toposseq ncia na salina da Ponta na Fazenda Nhumirim no Pantanal da Nhecol ndia Monografia de gradua o Tr s Lagoas MS 2002 GRADELA F S Aspectos da Din mica Hidroclim tica da Lagoa Salina do Meio Na Fazenda Nhumirim e seu Entorno Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil Disserta o Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS CPAQ Aquidauana 2004 SAKAMOTO A Y SALVI SAKAMOTO L L BARBI RO L amp QUEIROZ NETO J P Microclima no Pantanal da Nhecol ndia MS lagoa Salina da fazenda Santo In cio e lagoa Salina da Reserva na fazenda Nhumirim Embrapa Pantanal In EMBRAPA PANTANAL Ed IV Simp sio sobre Recursos Naturais e S cio econ micos do Pantanal Sustentabilidade Regional Corumb MS 2004 Mauro Henrique Soares da SILV A PPGG FCT UNESP 270 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem GREGORY K J A Natureza da Geografia F sica Rio de Janeiro Bertrand do Brasil 1992 HARTSHORNE Richard Prop sitos e Natureza da Geografia Tradu o Thomaz Newlands Neto 2 ed S o Paulo Editora Hucitec 1978 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Manual T cnico de Pedologia Celso Gutemberg Souza Coord Rio de Janeiro IBGE 1995 JUH Z Carlos Eduardo Pinto Rela o solo gua vegeta o em uma topossequ ncia localizada na Esta o
344. spec fico os pontos foram transformados em curvas de n vel facilitando a visualiza o e an lise da amplitude e gradiente topogr fico da rea da lagoa Em seguida atrav s das curvas de n veis foi elaborado o modelo tridimensional da lagoa salitrada de modo a melhor representar e analisar a din mica h drica local e sua influ ncia nos demais elementos que comp em a paisagem da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol 4 1 3 Elabora o das Pir mides de Vegeta o De acordo com as concep es de Passos 2003 a vegeta o n o uma simples cobertura protetora Trata se de um meio vivo cujas rela es com a eros o se colocam ao n vel de intera es infinitamente complexas Em suma ela apresenta aspectos m ltiplos e mais ou menos est veis que n o se podem evocar sen o segundo uma pesquisa bot nica preliminar tanto flor stica quanto ecol gica Para esse mesmo autor a Fitogeografia sofreu um gradual atraso dentro da ci ncia geogr fica ou melhor n o acompanhou os avan os da geomorfologia e da pedologia Esta situa o reflete uma das mais graves lacunas da Geografia F sica Ainda evocando a import ncia da vegeta o para compreender a din mica da paisagem recorremos Bertrand 2007 que afirma que o sistema de evolu o de uma unidade de paisagem de um geossistema por exemplo re ne todas as formas de energia complementares ou antag nicas que reagindo dialeticamente determinam a evolu o ger
345. sse de grandes reas heran a do Brasil colonial onde quem dispunha de terras era considerado rico poderoso e respeitado e gozava do prest gio social A realidade local levou pois concentra o da posse da terra uma vez que n o era poss vel a pr tica da pecu ria em outros moldes que n o fosse a extensiva Aproveitando o capital natural terra abundante e gado selvagem a lucratividade do empreendimento seria garantida com custos baix ssimos Os investimentos necess rios a uma pr tica intensiva ou seja constru o de cercas plantio de pastagem artificial e outros eram naquele momento impratic veis Os bovinos eram criados solta at as primeiras d cadas do s culo XX num sistema ultra extensivo de produ o pois n o havia cerca para deter o avan o do gado O rebanho procurava instintivamente melhores pastagens com isto os propriet rios iam incorporando essas novas terras ao seu patrim nio e requerendo junto s autoridades estaduais ARA JO 2006 p 79 Esses grandes latif ndios j referenciados pelos autores traduzem j neste per odo a necessidade preliminar de estruturas para dar apoio ao desenvolvimento das atividades planejadas para o projeto econ mico do Pantanal em especial o Pantanal Sul tais como cercas introdu o de pastagens ex genas estradas cedes pistas de pouso al m claro de se pensar em aumentar a rea de campo atrav s da retirada da vegeta o arb rea mais de
346. ssequ ncia da lagoa salitrada Retiro Pedra do Sol apenas a laje apresentou 50 de silte dados que podemos aliar aos teores de mat ria org nica apresentados para esse horizonte pois somente nesta camada os ndice foram igual a 20g dm3 No restante das amostras analisadas foram identificados teores de mat ria org nica inferiores a 10g dm3 A principal diferen a identificada no perfil do solo da lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol fica marcada na compara o entre os lados oeste e leste da topossegu ncia Figura 73 pois de acordo com as an lises qu micas existe uma diferen a no potencial hidrogeni nico evidenciando que o lado extremo leste possui ndices que remetem alcalinidade enquanto o lado oeste inclusive em profundidade se apresenta cido Subt tulo baseado nas afirma es de Bertrand 2007 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 235 9 Z dSHNA LOd ODdd VAIS PP saog enbuuog omen 200 ije180doj o ojos ogey c ems rA Ceo eene a spent a conto PEARU Segue pias 337097107 g oor oor 5 5 uroSesTeq 9 ONIA L EUIS SISSOSD ALO o opour op vArjoodszed e qos sepeni es seose sep oseo op opniso erpugjooouN ep euejueq op uroavsreq vp osr puy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Perante essas observag es se torna poss vel est
347. stabelecimento na regi o de uma civiliza o pr colombiana origin ria das levas invasoras que vieram do norte e do ocidente e depois do sul de ra a branquic fala cujas tribos diferenciadas firmaram se nas margens dos rios e nas orlas das lagoas ressaltado ainda pelo mesmo autor que pelo menos quatro grandes fam lias al m dos ind genas racialmente independentes povoaram o territ rio sul americano oriundas consoante as teorias consagradas de asi ticos norte orientais e malaio polin sios a saber a dos caribes a dos g s ou tapuias a dos aruaques e a dos tupis guaranis Al m destas quatro fam lias compuseram a regi o ainda em tempos pr hist ricos os bororos os guat s os xamacocos e os guaicurus sendo estas as ra as que tiveram interfer ncia direta na cr nica do regime colonial de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a servirem de elo entre a fase pr hist rica e hist rica Nas contribui es de Souza 1973 sobre o papel dos ind genas na hist ria do ent o Mato Grosso o autor atenta para a distribui o dos silv colas pelo territ rio N o se estabelecendo a esmo os mesmos fixaram se ao longo de grandes rios obviamente motivados pela facilidade geogr fica para a ca a e a pesca importante ainda lembrar que foram justamente as condi es hidrogr ficas da regi o que permitiram a entrada do homem branco impulsionando assim os grandes choques registrados na hist ria Como ficou dito os caudais e
348. stema Territ rio e Paisagem Anais 1 Simp sio de Geotecnologias no Pantanal Campo Grande Brasil Embrapa Inform tica Agropecu ria INPE Publica es on line da Embrapa Pantanal Teses http www cpap e mbrapa br teses Publicac es on line da Embrapa Pantanal Disserta es http www cpap e mbrapa br teses Publica es on line da Embrapa Pantanal Monografias http www cpap e mbrapa br teses 11 15 Nov 2006 2008 2008 1989 2000 85 39 50 13 Avan os das pesquisas e aplica es de sensoriamento remoto no monitoramento da paisagem contribui es aos estudos do Pantanal Santos Classifica o digital de imagem JERS 1 para identifica o de lagoas na baixa Nhecol ncia MS Gomes et all Distribui o espacial de diferentes classes de lagoas no Pantanal da Nhecol ndia MS uma contribui o ao estudo de sua compartimenta o e g nese Almeida et all Uso do sensoriamento remoto na an lise da migra o de lagoas ba as e salinas do Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil Aspectos da din mica hidroclim tica da lagoa salina do meio na fazenda Nhumirim e seu entorno Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil UFMS 76p Orientador Prof Dr Arnaldo Yoso Sakamoto Oliveira et all Gradella Biodiversidade de algas e cianobact rias de tr s lagoas salina salitrada e ba a do Pantanal da Nhecol ndia MS Brasil
349. suas atividades A Geografia F sica de forma espec fica focaliza os atributos espaciais dos sistemas naturais particularmente na medida em que se relacionam com a humanidade Os arranjos dos elementos do meio natural formam um mosaico que a pr pria organiza o do espa o geogr fico Para esta perspectiva de conjunto de componentes processos e rela es dos sistemas que integram o meio ambiente f sico em que pode ocorrer explora o biol gica Sotchava desde 1960 vem propondo o nome de Geossistema De acordo com Torres 2003 o termo apresentado na R ssia logo extrapolaria 14 x 7 as fronteiras Para Sotchava os geossistemas s o sistemas naturais de n vel local 14 RPM zx LS Cabe aqui salientar que as id ias russas sobre o termo geossistema est o mais ligadas a conceitos f sicos e matem ticos do que s ci ncias da natureza Assim representa uma abordagem do Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 77 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem regional ou global no qual o substrato mineral o solo a gua e as massas de ar particulares nas diversas subdivis es da superf cie terrestre s o interconectados por fluxos de mat ria e energia em um s conjunto evidente no pensamento sovi tico a perspectiva naturalista assumida na elabora o do conceito de geossis
350. t r alis dans la perspective du mod le GTP qui est une proposition d organisation th orico m thodologique pour une analyse environnementale doubl e d une triade de concepts g ographiques permettant ainsi d approfondir les r flexions et corr lations entre les aspects physiques naturels G osyst me G socio conomiques Territoire T et culturels Paysage P A partir de cette base conceptuelle fut d termin e les proc dures suivantes la s lection d une lagune qui poss de les caract ristiques suffisantes pour pouvoir tre consid r e comme une lagune salitrada la collecte et l analyse physico chimique des sols de cette lagune un relev topographique de l aire de la lagune la collecte et l analyse phytosociologique de la v g tation de la cordilheira de la lagune l analyse d images satellites afin de comprendre l volution du processus d utilisation et d occupation au cours de ces 20 derni res ann es ainsi que la dynamique hydrique r gionale de l aire d tude des relev s de donn es territoriales rapport es la structure fonci re et l levage bovin dans le Pantanal et des entretiens semi directifs avec les habitants de la r gion du Pantanal da Nhecol ndia Dans le cas de la lagune salitrada Retiro Pedra do Sol les diff rentes caract ristiques du couvert v g tal associ e aux variations de la p domorphologie aux caract ristiques topographiques internes la discontinuit de la v g tation auto
351. tado de Mato Grosso do Sul Censo Agropecu rio de 2006 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 180 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem N mero de cabe as de bovinos NN e pad O s e Cabecas 9 e O re municipal 1712747 ET a 224 691 e a 2A Municipio de Corumba 306 206 O 4 O LJ pt 143 343 Lm a qu eO o o vo o yon km b Fonte Organiza o Mauro Henrique Soares da Silva Philcarto IBGE Censo Agropecu rio 2006 Edi o Gr fica Marine Dubos Raoul http philcarto free fr Figura 51 Densidade da Distribui o de Bovinos no Estado de Mato Grosso do Sul IBGE 2006 Esse evidente dom nio da pecu ria determinou a utiliza o das terras na regi o do Pantanal sobretudo influenciando a din mica das paisagens E poss vel observar essa afirma o nos gr ficos 8 9 e 10 mostrando o percentual da utiliza o das terras em 1996 respectivamente no Pantanal Sul Baixo Pantanal e em Corumb Lavouras em Lavouras descanso Pa nta nal Sul Permanentes e produtivas n o Tempor ria utilizadsa 096 3 Gr fico 8 Utiliza o das Terras na rea do Pantanal Sul IBGE 1996 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 181 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do mo
352. tanal sin nimo de lonjura o terreno se amolece principalmente no chamado baixo Pantanal A sem mais nem menos esbarramos num brejo brej o de se perder de vista forrado de um macegal felpudo que nos obriga a parar de repente e ficar sentindo o entardecer revoado de p ssaros o sil ncio chegando da vastid o perdida o gorgulho da lama preta amolecida intercalando se com o coaxar dos sapos PROEN A 1997 p 13 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 28 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Fotos Decco 08 2009 Fotos Santos 02 2010 Figura 1 Cheia e Seca na rea da Base de Estudo da UFMS Pantanal Sul mato grossense Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 29 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem No entanto o regimento das guas ora demonstrado como ben fico ora como raz o de problemas n o o nico respons vel pela din mica t o complexa da rea em quest o As caracter sticas mostradas pelo autor n o s o as nicas existentes e s o insuficientes para apresentar a totalidade do Pantanal pois diversos outros aspectos vis veis e principalmente invis veis precisam ser revelados para dar conta da complexidade inerente paisag
353. tanal da Nhecol ndia Mour o 1989 conclui que as lagoas estudadas podem ser classificadas quanto a sua liga o com o sistema coalescente de guas formado durante o per odo de enchentes da seguinte forma a Ba a do Jacar pertence ao grupo que anualmente estabelece contato superficial com o sistema a Ba a do Arame ao grupo que s estabelece contato superficial nas enchentes mais expressivas e a Salina do Meio ao grupo que nunca ou excepcionalmente estabelece contato superficial com o sistema de enchentes O autor esclarece no entanto as caracter sticas principais de dois tipos de lagoas para o Pantanal da Nhecol ndia ba as para designar lagoas com composi o i nica mais dilu da ligeiramente cidas ou ligeiramente alcalinas e salinas para designar as lagoas de composi o i nica mais concentrada sendo estas alcalinas Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 120 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Ressalta se que Mour o 1989 inicia ent o um caminho cient fico que busca a interconex o dos elementos constituintes da paisagem da Nhecol ndia atingindo a heterogeneiza o do funcionamento destes sistemas lacustres junto s condi es do sistema h drico sazonal do Pantanal da Nhecol ndia antes vistos como iguais por levar em conta apenas a configu
354. tanal da Baixa Nhecol ndia foram retirados um total de 8 4 da cobertura vegetal arb rea densa o que configura um desmatamento significativo das cordilheiras da regi o A rela o dessas informa es com os ndices de reas inundadas detectadas na imagem de 1989 sugerem que daquele ano at setembro de 2009 os pecu ristas det m de uma rea significativamente maior para a cria o do gado Observamos que em 1989 o Pantanal da Baixa Nhecol ndia tinha 53 2 de sua rea prop cia cria o de gado se considerarmos que as regi es inundadas ocupam reas de campos e solo nu reas essas pass veis da entrada de pastagem introduzida enquanto que em 2009 a soma dessas reas chegaram a 62 3 do territ rio evidenciando um aumento de 9 1 de rea potencial para a cria o de gado no Pantanal da Baixa Nhecol ndia Fica claro portanto que s o estabelecidas estrat gias de aproveitamento de reas no Pantanal da Baixa Nhecol ndia no intuito de garantir a rentabilidade e produtividade da pecu ria em uma rea t o prop cia para tal atividade econ mica Tal conjuntura uma das principais respons veis pela ativa o e ou acelera o dos processos envolvidos na din mica das paisagens do Pantanal da Nhecol ndia consequenciando na reorganiza o dos seus elementos constiu ntes e contudo na forma o e transforma o dessas paisagens Exemplo claro s o as transforma es das paisagens dos sistemas lacustres alcalinos salina
355. te do Brasil NOB em 1914 entre Bauru SP e Porto Esperan a MT posteriormente elevada a categoria de capital quando se d a cria o do Estado de Mato Grosso do Sul em 1977 Corumb sobretudo nas concep es de Garcia 1985 respons vel por 42 4 da rea total do Pantanal ou seja 95 7 do territ rio municipal de Corumb est o localizados dentro da rea Pantaneira o que demanda importante influ ncia na organiza o geopol tica da rea assim como mostrado na figura 48 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 173 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem MAPA DO MUNIC PIO DE CORUMBA ESTADO DE MATO GROSSO BRASIL ESCALA 1000 000 SUPERTICE 1 000cv 0 100 000 OFULACAO Sg i Figura 48 Limites territoriais do Munic pio de Corumb Sua estrutura fundi ria atual revela que o munic pio adotou a pecu ria no decorrer da sua hist ria organizacional e econ mica como a principal atividade produtiva da regi o Esse fato fica vis vel de acordo com os dados apresentados pelo IBGE no censo agropecu rio de 2006 no qual o munic pio de Corumb dentro do estado de Mato Grosso do Sul se sobrep e como o principal munic pio em extens o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 174 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia
356. te sim trico es um ejemplo cl sico de configuraci n dendr tica invertida Sus brazos efluentes se distribuyen sobre ambas m rgenes del lecho actual en todo el trayecto del rio sobre la plan cie pantanera La textura predominante de los suelos es arenosa AD MOLI e POTT 1999 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 97 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Figura 25 Imagem de Sat lite do Leque Aluvial do Rio Taquari Imagem Landsat 08 08 2001 Cd Rom Cole o Brasil Visto do Espa o Fonte Rezende Filho 2006 Em resumo poss vel concordar com Alvarenga et al 1984 ao dizer que o quadro f sico da regi o dos Pantanais mostra que as inunda es decorrem do volume de gua trazido pela rede de afluentes do rio Paraguai oriundos dos planaltos brasileiros e dos contrafortes dos Andes Este volume de gua aliado s baixas altitudes desta rea fraca declividade do terreno impermeabilidade dos solos tipos de vegeta o etc se concentra neste trecho da bacia necess rio ainda ressaltar que a geologia do Pantanal apresenta forma o principalmente constitu da por rochas metam rficas de baixo grau e magm ticas neo proteroz icas Grupo Cuiab Na borda oeste ocorrem rochas neo proteroz icas pouco deformadas do Grupo Corumb constitu das de sub horizontes com leve ca
357. tema Territ rio e Paisagem papel de capital do rio Paraguai tornando se um entreposto comercial e principal rea de escoamento da produ o do Pantanal Sul Leite 2003 apud ARA JO 2006 Proen a 1997 tamb m relata o clima de recupera o que imperava em Corumb nos fins do s culo XIX com a reconstru o de seus estabelecimentos p blicos o reinicio das atividades econ micas interrompidas com a guerra Nota se a reorganiza o pol tica e administrativa do Munic pio de Corumb a partir dessas a es Atentamos aqui portanto na import ncia que o munic pio de Corumb possui a partir deste momento da hist ria para as din micas territoriais estabelecidas no Pantanal Sul em especial no Pantanal da Nhecol ndia principalmente por essa rea do Pantanal estar inserida dentro dos limites territoriais do munic pio de Corumb Sakamoto 1997 afirma que historicamente a organiza o do espa o geogr fico de Mato Grosso viveu sob a hegemonia sucessiva de tr s cidades sendo elas Cuib a partir da descoberta de ouro em 1719 at o decl nio da minera o final do s culo XVIII capital da Prov ncia de Mato Grosso posteriormente do Estado at a divis o do Estado em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul Corumb entreposto comercial de 1870 ap s o t rmino da Guerra do Paraguai at as d cadas de 1930 40 e Campo Grande centro comercial e entreposto ap s a libera o do tr fego da Estrada de Ferro Noroes
358. tema mesmo podendo ser considerado um avan o sobre a vis o reducionista do ecossistema para a geografia Por mais critic vel que seja a proposta da metodologia geossist mica deve se reconhecer o seu avan o em termos de proposi o metodol gica global para os estudos de geografia f sica sobretudo quando se observa sua evolu o ao ser resultante das tentativas de aplica o da Teoria Geral dos Sistemas an lise do meio natural pela geografia tamb m pela aproxima o da mesma metodologia ecossist mica MENDON A 1998 p 31 E com base nessa percep o que Bertrand busca uma reformula o ou complementa o desse modelo incrementando uma nova vari vel na paisagem do ge grafo sobretudo o ge grafo f sico a a o antr pica Souza 2010 afirma que Bertrand passou a fundamentar suas pesquisas no conceito de geossistema e desta forma trabalhou esse conceito no mbito da geografia f sica porque procurava analisar a paisagem de modo integrado e global A sua proposta metodol gica tinha como finalidade sair da monografia e chegar ao modelo em termos de estudo de paisagem Figura 15 ao mesmo tempo em que criticava a abordagem setorizada da natureza na Ci ncia Geogr fica Deste modo Souza 2010 afirma que o geossistema surgiu na geografia n o apenas como conceito ou modelo te rico da paisagem muito al m de ferramenta de trabalho ele se apresenta para os ge grafos como primeira manifesta o da insatis
359. temas s cioecon micos de explora o do espa o Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 70 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem De acordo com Souza 2010 independente da s categoria s de an lise adotada s para a elabora o de um determinado estudo geogr fico a paisagem sempre aparecer impl cita ou explicitamente mesmo que n o seja o objeto principal do pesquisador portanto a paisagem em si passou a ser vista como express o da complexidade dos fen menos geogr ficos uma explos o entre a apar ncia e a ess ncia Materialidade e imaterialidade Objetiva Subjetiva Diretamente relacionada a percep o em qualquer um dos seus neveis mediato e imediato SOUZA 2010 p 44 Grifo nosso E Turri 2002 apud SAQUET 2007 ressalta que h elementos claros do m todo dial tico compreendendo o territ rio como produto hist rico de mudan as e perman ncia como proje o espacial em um ambiente no qual se desenvolve uma sociedade O territ rio um espa o natural social e historicamente organizado e produzido e a paisagem o n vel vis vel e percebido deste processo Contudo fica certo para n s com base nos termos evidenciados em negrito nas concep es apresentadas nesse subcap tulo que a no o de paisagem at ent o evolu da permite uma perspectiva dial tica muito
360. teriores necessitou se de dados obtidos atrav s dos rg os p blicos respons veis tais como Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 153 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem e IBGE instituto de Brasileiro de Geografia e Estat tica e EMBRAPA Pantanal Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria e Prefeitura Municipal de Corumb e IDATERRA MS Instituto do Desenvolvimento agr rio e extens o rural do Mato Grosso do Sul e SEPROTUR Secretaria do Estado de Desenvolvimento agr rio da Produ o da ind stria do com rcio e do Turismo e SEMAC Secretaria do Estado de Meio Ambiente de Planejamento da Ci ncia e Tecnologia O dados foram compilados estatisticamente e organizados em gr ficos tabelas e mapas de modo a melhor representar as din micas territoriais materializadas na rea do Pantanal da Nhecol ndia 4 2 1 An lise Multitemporal de Imagens de Sat lite Al m dos procedimentos selecionados e descritos anteriormente acreditamos ser de fundamental import ncia a tentativa de identificar as mudangas estruturais na paisagem do Pantanal ao longo do tempo uma vez que podem influenciar direta ou indiretamente o funcionamento ecossist mico no alvo do estudo dessa pesquisa materializada na Lagoa Salitrada Retiro Pedra do Sol Para tal atividade focamos Lang e Blasch
361. to de Nhecol ndia Figuras 45 e 46 De acordo com Valverde 1972 como a sociedade pastoril tradicional endog mica a maioria das fazendas da Nhecol ndia traz at ent o os sobrenomes de Gomes da Silva ou Barros Limites das propriedades Cursos d gua permanentes Digitaliza o e Edi o Mauro Hennque Soares da Sivla Fonte Valverde 1972 Cursos d gua tempor rios Figura 45 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1930 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 169 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Limites das propriedades Cursos d gua permanentes Digitaliza o e Edi o Mauro Henrique res da Sivla Fonte Valverde 197 Cursos d gua tempor rios DD Fazenda Firme Figura 46 Divis o Fundi ria do Pantanal da Nhecol ndia em 1970 O primitivo ordenamento da regi o Pantaneira carente de infraestruturas necess rias para sua continuidade come a a dar sinais importantes de defici ncia a partir da segunda metade do s culo XX pois ainda segundo Ara jo 2006 nesse momento o isolamento do Pantanal era praticamente absoluto dificultando a integra o e o desenvolvimento A principal dificuldade refere se aos meios de transporte que se resumiam navega o fluvial extremamente penosa em fun o da precari
362. tru do pautando se nas reflex es da forma de organiza o societ ria critica se tamb m o positivismo gerando produtos para o Estado com base em procedimentos pautados na modeliza o matem tica Esse movimento gera a Geografia Cr tica que tamb m foi influenciada pela necessidade de reflex es dos fatos marcantes do referido momento hist rico tais como a globaliza o das economias capitalistas De acordo com Mendon a 1998 grande vitorioso no conflito mundial os Estados Unidos da Am rica desenvolveram imediatamente todo um sistema de internacionaliza o de sua economia baseado na superexplora o do mercado externo levando at aos pa ses n o industrializados seus principais ramos industriais acompanhados de toda forma de domina o cultural e ideol gica poss vel Ainda de acordo com o autor por meio de uma pol tica de desenvolvimentismo econ mico voltada ao mercado externo e patrocinada por alguns poucos pa ses sobretudo pelos Estados Unidos os pa ses em desenvolvimento se viram for ados a entregar o que de mais precioso dispunham em termos de recursos naturais minerais solo vegeta o e valores culturais e importar modelos completamente discordantes de suas realidades Soma se a esse fato ainda a explos o demogr fica nos anos 60 e 70 As cifras mais representativas eram justamente dos pa ses do chamado Terceiro Mundo onde se verificava a somat ria total que indicava esse crescimento populacional
363. u seja nele separam se a natureza o corpo e a mente passa se ent o da fase de homem desnaturizado ao mundo tricotomizado O princ pio da tricotomia se traduzir numa pulveriza o da natureza a redu o do entendimento da natureza ao corpo f sico quebra a numa quantidade infind vel de corpos separados pela mesma rec proca rela o de externalidade A desintegra o f sica do mundo se completa portanto nessa natureza infinitamente fragment ria formada de objetos que se diferenciam e se distanciam reciprocamente por seu lugar no espa o Observa se da a passagem do mundo tricotomizado natureza pulverizada A natureza pulverizada passa natureza t cnica uma cole o de coisas f sicas como a rocha ou a chuva que se interligam pelas rela es espaciais externas de origem mec nica e matem tica transformando a natureza numa grande m quina uma engrenagem de movimentos precisos e perfeitos que o homem pode controlar transformar em artefatos t cnicos e explorar para fins econ micos Sendo assim logo a natureza passa a ser concebida pelo homem for a de trabalho onde a f brica um universo de movimentos mec nicos representa uma miniatura da engrenagem da natureza Mas nela a natureza se move num novo formato entra sob uma forma e sai sob outra totalmente transformada vista como inesgot vel Com advento da revolu o industrial o triunfo do paradigma f sico passa a permear a no o da natureza A f sica tra
364. ua modeliza o e numeriza o Na sequ ncia desta etapa o geossistema surge como abordagem metodol gica da geografia f sica para o tratamento do quadro natural do planeta embora ainda pelo pr prio cunho positivista dissociado da sociedade A Teoria Geral dos Sistemas TGS possui sua origem vinculada ao semin rio filos fico de Chicago em 1937 pelo bi logo Ludwig Von Bertalanffy o qual al ava suas perspectivas mostrando sensibilidade em rela o s limita es dos esquemas metodol gicos das ci ncias cl ssicas enfocando a necessidade da vis o integrada dos elementos e fen menos em detrimento de uma tica separatista e reducionista Para Bertalanffy 1973 apud MARQUES NETO 2008 necess rio estudar n o somente partes e processos isoladamente mas tamb m resolver os decisivos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 76 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem problemas encontrados na organiza o e na ordem que os unifica resultante da intera o din mica das partes tornando o comportamento das partes diferentes quando estudado isoladamente e quando tratado no todo Essa premissa justificada quando o autor afirma que essa necessidade resultou do fato do esquema mecanicista das s ries causais isol veis e do tratamento por partes terem se mostrado insuficientes para atenderem aos pro
365. uari Pantanal do Rio Negro Alta Nhecol ndia rea de Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 107 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Transi o da Baixa e Alta Nhecol ndia e Baixa Nhecol ndia Figura 31 Esta ltima localizada topograficamente entre 80 e 120m possui suma import ncia para muitos pesquisadores por apresentar como caracter stica alta densidade de lagoas algumas dessas salinas CUNHA 1943 SAKAMOTO 1997 apud NASCIMENTO 2002 uw Ez te TE pra COMPARTIMENTOS DA NHECOLANDIA 2 Curso diga permanente N Curso dagu inte mie te E Amm 19 00 o Lage Pour List iter nacional BENED eee a Cidade Y de Transi o da A a EE mass ADO Curva de nivel e Adeestrada Eas Aluvial do Rio Taquari 0 40 Ele w Escarpe de Serra de Maracaiu y E 1 9 Hr tegu ale curva de riv Area de Vamne do Corinho 90 130 m adaptado da Fonte Fernandes 2000 Pena o rena Adaptado por Bacari 2005 E rere om CE Zr uaa 1978 Figura 31 Compartimenta o do Pantanal da Nhecol ndia O Pantanal da Baixa Nhecol ndia est localizado na parte SSW do leque aluvial do rio Taquari onde ocorrem milhares de lagoas com alcalinidade e salinidade vari veis em uma topografia quase plana Em sua pesquisa Fernandes 2007 revela que da totalidade da rea que compreend
366. udo Uma paisagem no interior da Amaz nia por exemplo possui uma gama de elementos ditos da natureza superior quantidade de elementos produzidos pelo homem por m num contexto hist rico espacial est contido a dial tica de inter rela o entre tais elementos sendo portando necess rio o diagn stico sist mico dos elementos naturais provenientes a uma territorializa o de determinado espa o Do mesmo modo a an lise de uma paisagem urbana como objeto de estudo requer tamb m a averigua o dos elementos da natureza minimizados pelos aglomerados de elementos socialmente produzidos Trata se ent o de uma abordagem dial tica por m nada impedi uma vis o sist mica na integra o da totalidade de elementos no tempo e no espa o 2 5 O Geossistema como subs dio an lise da Paisagem No intuito de contribuir para o alcance de uma an lise da paisagem calcada na perspectiva de uma geografia f sica global o Ge grafo franc s Geoges Bertrand elabora uma reformula o do conceito de geossistema apresentado pelo Russo Sotchava no in cio da d cada de 60 Isso porque de acordo com Mendon a 1998 nos anos 50 com o surgimento da nova geografia a geografia f sica se revitaliza devido aos pressupostos do neopositivismo terem sido amplamente aplicados a este sub ramo da ci ncia em an lise Nesta fase a natureza tratada pela geografia f sica recebe uma abordagem fortemente carregada pela teoria dos sistemas resultando na s
367. ue o fen meno reduzido em suas partes constitutivas que s o ent o analisadas separadamente uma das outras E seria esse o percurso para se chegar compreens o do todo Como se o todo fosse a mera soma das partes CASSAB 2009 p 45 Essa base metodol gica gerada por Ritter e Humboldt trouxe para a geografia um ostracismo na segunda metade do s culo XIX devido aos avan os dos m todos matem ticos reconhecidos como os nicos capazes de chegarem verdade De modo a sanar esses impasses e sua incapacidade de explicar os processos e fen menos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 54 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem referentes esfera humana Ratzel e La Blache acabam por dicotomizar a geografia em Geografia F sica e Geografia Humana sendo este feito at hoje o grande obst culo imposto aos trabalhos de ge grafos que buscam o holismo necess rio para a compreens o da complexidade inerente din mica produ o e organiza o do espa o geogr fico De acordo com essa separa o estabelecida nas pesquisas de Ratzel e La Blache a geografia f sica por meio da aplica o das leis da f sica biologia e matem tica explicaria os processos e acontecimentos ligados diretamente natureza neste contexto a geomorfologia climatologia e biogeografia ser o seus desdobramentos J a
368. ug ep amos es RT TE ogsisoduo zISSESIL6I 066 4340 02 Syp espum ospesoty tas eq SH omen ogier oe5p3 S T 4 Sos 81 4 N a 914 uroSesreq 9 OQUI J eurojstssoor J LO o opour op veAnoodsued v qos sepenies svoSe sep osvo op opnjso zrpug ooouN vp euejueq op wogesred ep osippuy An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem Dentre os pontos visitados o ponto 21 chamou a aten o por suas caracter sticas tais como pH igual a 7 72 suas dimens es estrutura fisiogr fica muito semelhante s caracter sticas descrita por Rezende Filho 2006 e Silva 2007 para a lagoa salitrada pesquisada por eles no norte do Pantanal da Baixa Nhecol ndia mais especificamente na rea da fazenda Nhumirim EMBRAPA Observou se que em sua estrutura a lagoa possu a diferen as marcantes de cobertura vegetal entre os lados Norte e Sul Do lado sul al m de possuir uma rea de praia muito mais evidente apresenta na cordilheira uma consider vel gama de carand s geralmente aglomerados em renques de vegeta o al m da presen a maci a de caraguat s dominando a vegeta o baixa dentro da cordilheira J no lado oposto a aus ncia de carand s chama a aten o em uma cobertura vegetal densamente arb rea compostas por esp cies tipicamente do Cerrado A rea de praia se apresenta mais estr
369. um leste e os outros dois respectivamente a oeste e a noroeste do ponto central da lagoa ponto base de coleta de dados Nota se tamb m a identifica o de cord o de aproximadamente 15cm de diferen a do ponto mais baixo da lagoa que se distribui pela regi o oeste a noroeste da rea decrescendo em dire o central leste e com dire o mais acentuada uma grande rea c ncava tamb m no lado noroeste Acentuamos ainda a exist ncia de mais tr s zonas deprimidas na rea da lagoa uma bem significativa no extremo noroeste da lagoa a qual soma juntamente a primeira depress o descrita a rea mais baixa e sujeita a inunda o pro tempo mais longo e ao sul sudeste encontra se duas pequenas manchas de menor profundidade contudo representando pequenas reas c ncavas tamb m sujeitas a acumula o de gua por tempo superior s outras topografias que variam de 5 5cm aos topos de 27 5cm de diferen a dos pontos mais c ncavos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 206 LOZ dSHND LOd DDOdd V ATIS p servos onbuuog omen IOS op upeq OMPA epenipes eoseT ep erer3odo LS VANDH uroSesreq o ONOMA eurojsissoor LO o opour op vAnoodsued e qos sepenies seoSe sep oseo op opniso erpugjooouN vp euejueq op uroSesreq ep osippu y An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem
370. undo recoberto por material org nico eventualmente recoberta por fina camada de sais Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 109 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem 494858 514858 534855 554858 574858 694858 814858 634868 Figura 33 Distribui o dos Elementos da Paisagem na Baixa Nhecol ndia importante ressaltar que a din mica hidrol gica da regi o permite que a gua em lagoas salinas caracter sticas da regi o permane a por mais tempo do que nas lagoas doces secando totalmente apenas em per odos de estiagem severa e voltando a se saturar em menor tempo Sakamoto 1997 j caracterizava tal situa o quando sugere que as lagoas salinas s o abastecidas pelo len ol fre tico e que o abastecimento aumenta a press o de gua nos solos e seu direcionamento para a lagoa sempre que o n vel desta se encontrar mais baixo Assim o conjunto banhado vazante cordilheira lagoa elementos t picos da paisagem da Nhecol ndia formam um sistema complexo em rela o aos fluxos sub superficiais de gua O comportamento h drico desta rea controlado por uma din mica entre cordilheira vazante lagoa SAKAMOTO et al 1996 3 2 As Atividades Cient fica com nfase na Pedomorfologia do Pantanal da Baixa Nhecol ndia Quanto aos solos as bibliografias afirmam para a re
371. ur de la lagune cordilheira et combin l utilisation de cet environnement comme source d alimentation des bovins dans la dynamique d levage extensif de la r gion a contribu l entr e de l eau acide dans la lagune qui a des liens directs avec les syst mes contigus tant les caract ristiques d un syst me lagunaire dans lequel nous pensons qu il ait t un environnement alcalin dans des temps pass s Mots cl s Pantanal da Nhecol ndia Lagune Salitradas g osyst me territoire et paysage Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 26 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem U L 0 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 27 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem ASPECTOS INTRODUT RIOS E CONTEXTUALIZAC O DA TEM TICA PROPOSTA A partir das convic es de Augusto Cesar Proen a pantaneiro e autor da obra Pantanal gente tradi o e hist ria publicada em 1997 onde afirma que o que chamamos de Pantanal n o passa de uma imensa plan cie sedimentar situada nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul adentrando se uma parte pela Bol via e Paraguai que se alaga periodicamente quando os rios se avolumam e jogam suas guas nas baixadas
372. ureza no Brasil potencialidades paisag sticas S o Paulo Ateli Editorial 2003 O Pantanal Mato Grossense e a Teoria dos Ref gios Revista Brasileira de Geografia Rio de Janeiro 1988 N mero Especial T2 P 09 57 Brasil paisagens de exce o o litoral e o Pantanal Mato Grossense patrim nios b sicos 2 ed Cotia Ateli Editorial 2007 182 p ABDON Myrian de Moura Impactos Ambientais no Meio F sico eros o e assoreamento na Bacia Hidrogr fica do Rio Taquari MS em decorr ncia da Pecu ria Tese Doutorado Universidade de S o Paulo Escola de Engenharia de S o Carlos S o Carlos 2004 AD MOLI J Diagn sticos do Pantanal Caracter sticas ecol gicas e problemas ambientais Bras lia PNMA 1995 NENNEN POTT A Las Fuentes de diversidad en el Panantal In MATTEUCCI S D et al Editores Biodiversidad y Uso de La Tierra conceptos y ejemplos de Latinoam rica Buenos Aires 1 ed Eudeba Centro de Estudios Avanzados 1999 p 317 361 ALLEM A C amp VALLS J F M 1987 Recursos forrageiros nativos do Pantanal Matogrossense BRASILIA DF EMBRAPA CENARGEN EMBRAPA CPAP DDT 339p ALMEIDA F F M amp LIMA M A Planalto Centro ocidental e Pantanal Matogrossense Rio de Janeiro IBGE Guia de Excurs o n 1 do Congresso Internacional de Geografia 1959 171p Geologia do sudoeste Matogrossense Boletin do DNPN DGM 116 1945 ALMEIDA F V Estudo das vari
373. vas de relevo estreitas e alongadas ligeiramente mais elevadas na paisagem geral da plan cie Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 32 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem com coberturas vegetais de cerrado e Cerrad o as Vazantes superf cies ligeiramente c ncavas normalmente vinculadas ambientes de amplas plan cies que em conjunto constituem extensas reas temporariamente alagadas com escoamento superficial muito lento as Ba as formas negativas de relevo apresentando s vezes concavidades suaves encontram se normalmente ocupadas pelas guas algumas possuindo elevados teores de sais salinas ocorrem em grande quantidade no Pantanal da Nhecol ndia e apresentam grande variedade de formas desde circulares a subcirculares e os Corixos cursos de guas alongados pr prios da plan cie pantaneira de car ter perene exceto durante as estiagens severas e normalmente conectando ba as cont guas durante as cheias imprescind vel que se tenha o conhecimento aprofundado dos atributos f sicos que comp e a rea do Pantanal da Nhecol ndia bem como a din mica de inter rela o entre os mesmo pois a economia dessa rea baseada nas atividades de cria o extensiva de gado de corte em pastagens nativas e no turismo o que aumenta cada vez mais o interesse de fazendeiros em buscar o f
374. verno em busca de terra em uma regi o prop cia para novas economias O vaqueiro se originou do ndio do guat do guan dos xamacocos e gauicurus os primitivos donos da terra tamb m do negro escravo que veio para as minas de ouro e depois para as plantag es de cana recebendo ainda influ ncia do sangue paraguaio j no sul J o cavalo e o boi ambos foram trazidos pelos espanh is sendo que o primeiro foi se extraviando pela plan cie adaptando se s condi es locais tornando se animal r stico e resistente O segundo chega em pequeno rebanho multiplicou se e logo se dividiu Pantanal afora dando em 1697 a denomina o de Campo de Vacaria aos terrenos do Sul de Mato Grosso Esses quatro elementos fundiram se numa r pida din mica comandada e baseada pela legisla o das sesmarias que perdurou no Brasil por mais de tr s s culos at ser revogada em 1982 s v speras da independ ncia Mesmo com uma tentativa frustrada de se fazer uma explora o econ mica na regi o em 1727 doando se sesmarias no Taquari resultando no abandono de terras for ado pelas sucessivas incurs es feitas pelos ndios foi apenas depois da funda o de povoados e das guarni es militares ocorridas no Governo do Capit o General Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e C ceres que as terras pantaneiras estavam realmente preparadas para receber os pioneiros As sesmarias eram doadas pelo Governador a quem merecesse ou seja adquiridas
375. versidade antes mesmo que a primeira c tedra de Geografia fosse criada em 1820 por Carl Ritter em Berlim Como j explicitado anteriormente o fil sofo buscava antes de tudo resgatar a rela o umbilical entre homem e natureza de modo a sistematizar os dados e conhecimentos provenientes das in meras descri es de viagens e ep tomes sobre as Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 53 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem caracter sticas fisiogr ficas de diferentes partes do mundo e s o essas bases filos ficas que muito influenciam a geografia instaurada por Ritter e Humboldt na Alemanha do s culo XIX no entanto cabe aqui ressaltar que Vitte 2008 n o advoga a favor de Kant pois cita Schafer 1953 o qual assegura que as influ ncias de Kant para o desenvolvimento metodol gico da Ci ncia Geogr fica foram desastrosas e com repercuss es negativas para sua inser o no contexto das outras ci ncias sociais Ritter e Humboldt incentivam a Geografia a acompanhar as transforma es ocorridas no mundo nos anos iniciais da modernidade dentre elas a necessidade de organiza o e sistematiza o dos dados e conhecimentos at ent o levantados no mundo bem como a nsia de se estabelecer como ci ncia sendo que para tal fato seria prudente determinar seu objeto e o m todo de estudo De acordo co
376. versidade de Paris 8 Ariane Audrey Thomas Alice e St phane amigos pacientes que fizeram de minha estadia em Paris a melhor aventura de minha vida Aos amigos que encontrei em Presidente Prudente Aqueles desde o in cio Natacha C ntia Ver nica Renata Rafael Cat o Henrique Raquel Vagner Batela Tati Jucelino casal Amorim e Reginaldo al m do Sim o e da Ju de outros carnavais Todos at hoje s o presentes sendo que n o hesito aqui em falar da Natacha pois esta esteve presente desde o primeiro dia passamos momentos dif ceis e outros hist ricos na Europa o que proporcionou risos e l grimas A voc Nathi saiba que te considero uma grande irm E claro n o posso esquecer dos amigos unespianos mais recentes Fernando Heck Agnaldo Vin cius Circo Lindemberg baiano e N bia que trazem alegrias e demonstram amizades sempre Ao Jo o C ndido por fortalecer nossa amizade a cada dia com uma palavra uma bobagem qualquer mais sobretudo uma parceria divulgada no olhar Obrigado por tudo que tem feito por mim nos ltimos quase seis anos eu nunca serei capaz de retribuir tanta generosidade que j fizeste por mim espero que sempre aceite minha amizade como agradecimento Aos amigos de Tr s Lagoas que sempre me receberam dando espa o conforto e alegria nos reencontros Aline S nia Paulo Jr Paulo Henrique Jair Netto e Gabriel Bruna que fez a revis o ortogr fica desta tese Aquela menininha meiga qu
377. viva num mundo que dialeticamente ora equil brio e ora desequil brio ora ordem e ora desordem ora cosmos e ora caos um saindo do outro um e outro sendo o ser e o n o ser num devir em que o real n o um nem outro e ao mesmo tempo um e o outro o equil brio dando luz ao desequil brio e o desequil brio dando luz ao equil brio a ordem desordem e a desordem ordem esta sucess o de media es sendo o real concreto Do qual a senso percep o s alcan a o lance confundindo o verdadeiro como um mundo de formas MOREIRA 2006 p 75 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 52 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem O conceito e ou no o de natureza portanto vem sendo constru do pelo homem para se colocar como indiv duo dominante ou dominado num espa o global infestado de interrogativas e d vidas sobre origens e fins sendo que deste mesmo modo as ci ncias dentre elas e principalmente a Geografia se apropria desta vis o constru da pelo homem aprimorando a filosoficamente para adquirir as respostas sobre as origens e os fins analisando assim suas din micas de funcionamento e inter rela o com o pr prio homem e seus processos de organiza o social Dito de outro modo a natureza que concebemos a nossa experi ncia sens vel cujo conhecimento organizamos numa liguag
378. x J Tricart e G Viers e2 a M Sorre UNIDADES ESCALA EXEMPLOS UNIDADES ELEMENTARES DA T MPORO TOMADOS Relevo Clima Biogeografia PAISAGEM ESPACIAL NUMA 1 2 A Caillex MESMA J Tricart REA Fonte Adaptado de Bertrand 2007 4 1 Levantamento dos Aspectos Naturais do Geocomplexo Nhecol ndia Analisar e compreender as din micas da paisagem do Pantanal da Nhecol ndia uma atividade um tanto complexa e requer tempo suficiente para o levantamento da maior quantidade de dados poss veis para se representar e observar o funcionamento din mico dos elementos da natureza que comp em o meio ambiente em quest o Devido ao seu tamanho totalidade de componentes e o tempo dispon veis aos trabalhos Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 138 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem de tese de doutoramento no Brasil optamos por um recorte de modo a alcan ar a compreens o aprofundada das din micas de ao menos uma das unidades da paisagem da Nhecol ndia acreditando que pelo fato de tais unidades serem pr ximas interligadas e globais dentro da totalidade do geocomplexo os fen menos ex genos que podem influenciar uma dessas unidades certamente promovem interfer ncias e impactos tamb m nas outras Retomamos no entanto as descri es preliminares do
379. x es Sobre o Ensino de Geografia Revista Geografia Ensino e Pesquisa Santa Maria v 13 n 1 2009 CASSETI VALTER Ambiente e Apropria o do Relevo S o Paulo Editora Contexto 2 edic o 1995 COSTA P C G Geografia e modernidade Sao Paulo HUCITEC 1996 CUNHA J Cobre de Jauru e Lagoas alcalinas do Pantanal DNPM LPM Bolitim 6 1943 1 53p CUNHA N G Classificac o e fertilidade de Solos da Plan cie sedimentar do Rio Taquari Pantanal da Mato grossense Corumb MS Circular T cnico EMBRAPA UEPAE 4 1981 Considera es sobre os solos da sub regi o da Nhecol ndia Pantanal Mato Grossense Corumb EMBRAPA EUPAE de Corumb 1980 Circular t cnico 1 Mauro Henrique Soares da SILVA PPGG FCT UNESP 268 An lise da Paisagem do Pantanal da Nhecol ndia estudo de caso das lagoas Salitradas sob a perspectiva do modelo GTP Geossistema Territ rio e Paisagem da Din mica de nutrientes em solos arenosos no Pantanal Mato grossense Corumb MS Circular T cnica EMBRAPA CPAP 17 1985 DANTAS M Pantanal uso e conserva o In SIMP SIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E S CIO ECON MICOS DO PANTANAL MANEJO E CONSERVACAO 3 2000 Corumb MS Anais Corumb MS EMBRAPA CPAP UFMS 2000 DESCARTES R Discurso do m todo e Tratado das paix es da alma Lisboa 1937 DIAS Jailton A Construc o da Paisagem na Raia Divis ria S o Paulo Mato Grosso do Sul Paran

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