Home

versão completa - UNESP : Campus de Presidente Prudente

Contents

1. Foto 27 Unidade de processamento de Soja da Bunge em Ponta Grossa PR Foto 28 Unidade da Bunge Fertilizantes em Ponta Grossa PR sesser Foto 29 Unidade de processamento de soja da Cargill em Ponta Grossa PR Foto 30 Atual parque industrial da Cocamar em Maring 210 211 213 216 219 219 233 235 245 250 254 269 270 270 280 368 16 17 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Fluxograma do Cooperativismo Sistema ACI OCB 182 Figura 2 Estrutura organizacional da Coamo eres 234 Figura 3 Esquema de produ o de Biodiesel e H Bio 243 Figura 4 Fluxograma do Grupo Bunge a ssalsaepasi o pasreginadaa ant feisaral sopas lada 278 Figura 5 A presen a da Cargill no mundo rrenan 286 Figura 6 Circuitos produtivos operados pela Cargill no territ rio brasileiro em 2003 288 Figura 7 O que a Cocamar industrializa e eerererernaeraeenaa 355 Figura 8 Cartazes de orienta o para pecu ria confeccionados pela Coamo 356 Figura 9 Linha de Produtos do varejo com a marca Coamo i 357 Figura 10 Linha de produtos do varejo com as marcas da Cocamar Fonte Cocama 2007 tasas siimaseattaagas a o dass sd Uno ANTAS sadia sis esti TEE 358 Figura 11 Cartaz divulgado pela Cooptur Cooperativa Paranae
2. Quadro 12 Estrat gias empresariais no setor agroindustrial utilizadas pelas cooperativas Quadro 13 Posicionamento da Cocamar e da Coamo em rela o algumas estrat gias empresariais 152 228 237 253 254 265 272 283 291 296 298 304 306 10 11 LISTA DE GR FICOS Gr fico 1 Volume de embarques do Brasil entre fevereiro de 1997 e janeiro Complexo Soja de 1908 sinisin a e a A A I E ASEE 79 Gr fico 2 Capacidade Instalada de Processamento de soja por Estados Brasil 1007 EA E E E E EE 79 Gr fico 3 Cr dito oficial agr cola disponibilizado pelo Governo Federal 86 Gr fico 4 Evolu o na rea cultivada com soja trigo e milho no Paran entre 1980 E200 RIR RR ED E PANDER DD PRDC NERO PR RINDO RJ RODES TEREM PR an 130 Gr fico 5 Varia o na rea colhida com cana de a car no Paran entre as safras 1997 1998 e 2004 2005 em hectares c e errrerereeeaenees 132 Gr fico 6 Varia o na produ o de cana de a car no Paran entre as safras de 1997 1998 e 2004 2005 no Paran em toneladas 133 Gr fico 7 Varia o da rea colhida de milho normal e safrinha no Paran entre as safras de 1997 1998 e 2004 2005 2 usemnmassspenas tannadoSignatadacaa asas 133 Gr fico 8 Taxa de crescimento da popula o e participa o no valor adicionado fiscal do Estado segundo mes
3. Foram ent o surgindo povoados e crescendo em popula o queles j existentes com fluxos de migrantes vindos do sul Destaca se na zona ocupada inicialmente Pato Branco General Os rio e Cascavel Toledo colonizada por talo brasileiros vindos de Caxias do Sul em 1947 al m de zonas mais ao norte como Manoel Ribas e a regi o pr xima a Campo Mour o BERNARDES 1953 p 347 349 em col nias entre o Rio Piquiri Igua u e Paran alcan ando as fronteiras com a Argentina al m da divisa com Santa Catarina nos anos de 1950 Nos anos de 1930 a explora o da erva mate e a cria o de porcos eram as atividades econ micas mais importantes na regi o As empresas de fronteira como a Pastoriza foram organizadas por empres rios argentinos que vendiam a erva mate em Barrac o Palmas Clevel ndia ou Uni o da Vit ria para onde eram levadas em lombo de burro pelas picadas existentes SPOSITO 2004b p 30 Como resultado dessa ocupa o toda a regi o acabou caracterizando se n o apenas do ponto de vista das origens ga chas e catarinenses da popula o mas economicamente como rea de produ o agr cola No decorrer das d cadas de 1960 1970 e 1980 o relativo atraso econ mico desse grande espa o convertido depois em duas principais regi es Sudoeste e Extremo Oeste depois somente denominado Oeste persistiu Entretanto enquanto o Paran no seu conjunto perdia popula o nos anos de 1970 parte
4. TOLEDO Marcio Roberto Circuitos espaciais da soja da laranja e do cacau no Brasil uma nota sobre o papel da Cargill no uso corporativo do territ rio brasileiro Disserta o Mestrado em Geografia Universidade Estadual de Campinas Unicamp Instituto de Geoci ncias Campinas 2005 142 p TRINTIN Jaime Graciano Desenvolvimento regional o caso paranaense A Economia em Revista Maring n 2 1993 p 73 92 ULLER Reginaldo Profissionaliza o na empresa familiar o caso da Perdig o 353 Agroindustrial S A Disserta o Mestrado em Engenharia de Produ o Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2002 87 p VALVERDE Orlando Estudos de geografia agr ria brasileira Petr polis Vozes 1985 VAZZOLER M rcia Regina EID Farid Cooperativismo em assentamentos de reforma agr ria a sobreviv ncia das cooperativas do MST na economia capitalista Congresso Brasileiro de extens o universit ria 2 Belo Horizonte s n set 2004 VIDAL Jos Walter Bautista H Bio Instituto Sol Artigos Bras lia set 2006 Dispon vel em lt http www institutodosol org br artigos asp gt Acesso em 17 03 2007 VILLA VERDE Val ria Territorios ruralidade e desenvolvimento Primeira Vers o Ipardes Curitiba 1 p 1 37 maio 2004 VIEIRA Eur pedes Falc o VIEIRA Marcelo Milano Falc o Espa os econ micos Porto Alegre Editora Sagra Luzzatto 2003 VIEIRA Liszt Cidadania e global
5. reconhecida como forma de interpreta o espacial j n o exatamente dotada de 65 independ ncia mas como uma categoria pela qual a leitura do espa o reflete nos objetos nas formas nas atividades nos elementos f sicos biol gicos e culturais A materialidade dos processos econ micos insere se na paisagem como importante movimento de transforma o das mesmas O territ rio modifica se e a paisagem acompanha Ao se tratar do rural necess rio que haja uma desmistifica o das associa es tradicionais que colocam a oposi o entre o rural ou agr cola como sendo o atrasado em rela o ao urbano industrial e artificial como moderno ALENTEJANO 2000 p 102 Se a seletividade do capital n o espont nea mas planejada GODOY 2004 p 36 o espa o rural na racionalidade da produ o econ mica alcan a n veis de moderniza o tecnol gica que podem nem ser encontrados em in meras cidades possuidoras ainda de t cnicas e rela es de trabalho arcaicas e a pr pria ind stria n o exclusividade do urbano ALENTEJANO 2000 p 104 A paisagem rural assim pode incluir elementos e objetos de uma espacialidade da ind stria das atividades de minera o de lazer da produ o energ tica etc desse modo que toda essa constru o espacial e territorial da paisagem permeada pelo processo econ mico Objetos como estradas silos foto 05 portos com terminais de uso exclusivo e outros indicariam a f
6. Cooperativa Paranaense de Turismo de um roteiro tur stico com a seguinte chamada Conhe a a Europa sem sair de casa abrangendo justamente as cooperativas originadas por iniciativas de imigrantes bem como as comunidades no seu entorno como por exemplo as col nias Witmarsum em Palmeira Castrolanda em Castro Batavo em Carambe Entre Rios em Guarapuava al m dos munic pios de Arapoti Ponta Grossa e Prudent polis ver cartaz anexo E Cooperativas do Norte do Paran como Cocamar Cocari e Corol surgem nesse momento de crise para a cafeiculcultura em que a organiza o em cooperativas significava uma alternativa com ganhos de escala A Coamo por sua vez aparece em outro contexto j no movimento para moderniza o 181 1970 com o advento da moderniza o A ind stria paranaense at os anos de 1970 esteve assentada em boa parte no setor agroalimentar e predom nio da agroind stria na din mica industrial do Paran perdurou nos anos de 1980 TRINTIN 1993 p 89 A passagem do modo tradicional para o modo moderno de produzir o Padr o Agr rio Moderno na agricultura brasileira atribu da por Kageyama 1987 p 4 e Graziano da Silva 1996 p 6 ao processo de desarticula o com o antigo Complexo Rural e sua din mica simples com bases artesanais de produ o Com a crise e decad ncia do padr o antigo em meados do s culo XX come a a gesta o de um novo padr o agr rio moderno e dependente da din
7. Dimens o e dinamismo da economia do Paran An lise Conjuntural v 27 n 11 12 p 17 18 maio jun 2005 Economia paranaense r tulos hist ricos e encaixe na din mica brasileira An lise Conjuntural v 27 n 11 12 p 8 14 nov dez 2005 LOUREN O Luiz Agricultura e cooperativismo In Anais do XI Encontro Nacional de Geografia Agr ria Maring 1992 v 2 Conquistas partilhadas com a sociedade Revista Cocamar Maring 2005 LUDKEVITCH Iuri Fillus Trajet rias de crescimento dos grupos Sadia e Perdig o um estudo comparativo Disserta o Mestrado em Administra o UFRJ Rio de Janeiro 2005 340 162 p MAACK Reinhard Geografia f sica do Estado do Paran Curitiba BADEP Universidade Federal do Paran Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnol gicas 1968 MACEDO Mariano de Matos VIEIRA Viviane Fiedler MEINERS Wilhelm Eduard Milward de Azevedo Fases de Desenvolvimento Regional no Brasil e no Paran da emerg ncia de um novo modelo de desenvolvimento na economia paranaense Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 103 p 5 22 jul dez 2002 MAGALH ES Marisa Valle KLEINKE Maria de Lourdes Urban Proje o da Popula o do Paran tend ncias e desafios Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 98 p 27 43 jan jun 2000 MARANDOLA Maria E LUGNANI Antonio Carlos Cooperativas agropecu rias no norte do Paran crescimento e capitaliza o d
8. es de qualidade ou diferentes modelos ou tamanhos Estrat gia de desenvolvimento financeiro Paranava no final dos anos 1980 que n o prosperou mas que foi retomada na associa o com a Paran Citros nos anos 1990 um exemplo de novos empreendimentos 309 Descri o Corresponde situa o de duas empresas de um mesmo grupo empresarial ou mesmo empresas aut nomas e ou concorrentes em que uma apresenta poucos recursos financeiros mas grandes oportunidades de crescimento e na outra ocorre o inverso Caracter sticas Nesse caso a associa o ou fus o das empresas pode resultar no aproveitamento dos pontos fortes de cada uma viabilizando o empreendimento financeiramente Estrat gia de desenvolvimento de capacidades Descri o Corresponde ao aproveitamento da associa o entre empresas quando uma possui um ponto fraco em tecnologia mas alto ndice de oportunidades usufru das e ou potenciais e outra empresa possui justamente seu ponto forte na tecnologia Caracter sticas Representa a busca de uma sinergia positiva na fus o ou associa o equilibrando as capacidades de cada uma Estrat gia de desenvolvimento de Estabilidade Descri o Trata se de uma associa o ou fus o de empresas buscando tornar as evolu es das mesmas uniformes sobretudo mercadologicamente Caracter sticas Permitir o equil brio das 310 ativid
9. o de gr os algod o complexo carnes e t xtil cal adista No geral trata se de uma migra o de produtores e de capitais agroindustriais impulsionados pela disponibilidade de grandes extens es de terra e mat ria prima pelo baixo custo da m o de obra pelos incentivos fiscais estaduais e notadamente pela possibilidade de diminui o dos custos de distribui o devido op o de escoamento da produ o multimodal basicamente fluvial e ferrovi rio vis vis a op o rodovi ria LOUREN O 1998 p 4 A tend ncia atual das novas estruturas de circula o engajada na 94 globalidade est como visto optando tamb m por alternativas multimodais como ocorre em muitas partes do mundo BAUDOUIN 2003 p 27 O caso do complexo soja ilustrativo Recentemente a expans o do chamado agroneg cio tem originado verdadeiros p los de crescimento que constituiriam focos dos investimentos S o pontos encravados em reas que incluem partes do Norte Nordeste e Centro Oeste dinamizando os munic pios atingidos S o lugares que oferecem grandes extens es de terras agricult veis e colecionam os mais recentes recordes de produtividade Que atraem principalmente multinacionais do setor Que geram emprego e s o refer ncia de tecnologia de ponta SALOM O e SEIBEL 2005 p 12 Muitos dos produtores ali presentes s o oriundos do Sul e buscam expandir a sua produ o direcionando se para essas fronteiras
10. o no valor das sobras lucro da Coamo entre 2002 E 2005 Fonte Coamo relat rios 2004 e 2005 O ano de 2005 foi considerado dif cil para a economia paranaense e da Regi o Sul do Brasil como um todo O reflexo da queda do rendimento agr cola acabou sendo sentido em outros setores O colapso provocado pela estiagem e pela queda de pre o das commodities agr colas puxou para baixo o desempenho do com rcio sulino em 2005 Tome se por exemplo o Paran para entender os reflexos da crise no campo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE apontam queda de 1 no com rcio do Estado em 2005 A cooperativa Coamo maior empresa comercial paranaense teve retra o de 36 no faturamento LORINI 2006 n p Contudo o ano de 2006 considerado de recupera o do setor agropecu rio no Paran principalmente para as cooperativas Enquanto no Paran houve uma redu o de 0 21 no total das exporta es do Estado comparado ao per odo anterior 241 2005 as exporta es das cooperativas agropecu rias paranaenses tiveram um aumento de 24 9 em 2006 comparado a 2005 com destaque para a car lcool soja em gr o frango congelado caf farelo de soja e milho totalizando US 852 9 milh es COOPERATIVAS 2007 Como se pode perceber o crescimento ou a redu o no conjunto da grande produ o agropecu ria e agroindustrial no Paran pode ser detectado na participa o de cooperativas como a Co
11. KAGEY AMA Angela coord O novo padr o agr cola brasileiro do Complexo Rural aos Complexos Agroindustriais Campinas s n 1987 KAUTSKY Karl A quest o agr ria S o Paulo Proposta Editorial 1980 KOHLHEPP Gerd Mudan as estruturais na agropecu ria e mobilidade da popula o rural no norte do Paran Brasil Revista Brasileira de Geografia Rio de Janeiro 53 2 79 94 abr jun 1991 KONZEN Otto Guilherme ZAPAROLLI Irene Domenes Estrutura agr ria e capitaliza o da agricultura no Paran Revista de Economia e Sociologia Rural Bras lia 28 4 155 173 Out Dez 1990 KOSLOVSKI Jo o Paulo O significativo avan o do cooperativismo paranaense Revista Cocamar Maring 2005 Relat rio 2004 KOZEL Salete Das velhas certezas re significa o do geogr fico In SILVA Aldo A 338 Dantas GALENO Alex orgs Geografia ci ncia do complexus Porto Alegre Sulina 2004 p 170 180 LAUSHNER Roque Agribusiness cooperativa e produtor rural S o Leopoldo Ed UNISINOS 1993 Agroind stria cooperativa In PINHO Diva B Org Tipologia cooperativista Manual de Cooperativismo v 4 Bras lia CNPq 1984 p 76 94 LE O Igor Z C C O Paran nos anos setenta Curitiba Ipardes Concitec 1989 LEITE S rgio Estrat gias agroindustriais padr o agr rio moderno e din mica intersetorial Rascunho Araraquara n 7 1990 LEMOS Mauro Borges Sistema agroindustrial
12. a problem tica da adequa o da infra estrutura de transporte potencializada por algumas raz es Primeiramente deve se considerar a predomin ncia agr cola e agroindustrial na economia local e a participa o desses g neros nas exporta es brasileiras com destaque para gr os Por outro lado a localiza o das agroind strias tem forte influ ncia da disponibilidade e pelo custo do transporte MARTINS CYPRIANO CAIXETA FILHO 1999 p 89 Para escapar dos gargalos da infra estrutura empresas que atuam diretamente com log stica t m buscado parcerias com grandes grupos que atuam no agroneg cio Algumas ind strias e tradings v m adquirindo vag es e locomotivas visando atender s suas necessidades RIVA VIEIRA FILHO VALEN A 2003 p 181 Esse o caso que envolve a Am rica Latina Log stica 9 ALL atuante em toda malha ferrovi ria 55 Ver mapa 19 anexo K 56 E bom lembrar que o Estado brasileiro concedeu a essa e outras empresas o uso de boa parte da rede ferrovi ria federal a partir do processo que na pr tica significou a privatiza o das ferrovias 174 7 RETA Re Ss do Estado do Paran que buscou a revitaliza o vendendo os vag es s empresas interessadas como a Bunge Em 2004 a Am rica Latina Log stica ALL operadora da malha ferrovi ria da Regi o Sul e a Bunge Alimentos uma das maiores produtoras de gr os do pa s equacionaram uma forma de resolver
13. imprescind vel considerar os elementos estruturais da paisagem nas a es de planejamento que incidem sobre ela RIBAS VILAS 1992 p 255 256 No caso das atividades agr colas e agroindustriais estudadas na pesquisa estas est o inseridas num processo econ mico que altera profundamente as caracter sticas da paisagem por exemplo ativando ou desencadeando eros es modificando a vegeta o ou o solo BERTRAND 1971 p 19 Atualmente por exemplo no Estado do Paran j plenamente ocupado pela explora o agropecu ria a substitui o de culturas e a diversifica o tem sido as pr ticas mais comuns que resultam em altera es na paisagem rural foto 03 59 Foto 03 Paisagem rural com canola e milho na regi o de Maring Fonte Cocamar Observa o a cultura da canola foi estimulada e orientada pela cooperativa Cocamar visando o aproveitamento para a produ o de leo A introdu o de novas culturas como esta provoca o contraste na paisagem como verificado aqui No caso particular da canola a mesma n o se adapta a qualquer tipo de solo e clima como a soja Num ponto de vista diferente da vis o sist mica Santos 1997b entende a paisagem simplesmente como forma Ou seja a materializa o de um instante da sociedade portanto algo est tico frente din mica espacial Z A paisagem relativamente permanente enquanto a espacializa o mut vel circunstancial produto de uma mudan
14. o S Fajardo 300 PARAN MUNIC PIOS COM UNIDADES DA CARGILL BUNTRS DE Ki T DK PSI I LRA SAAS PPI R FRSA he AE UREP LA AN p A N A Paca VA dm PE r 0 100 E E g Munic pios com unidades RE da Cargill no Paran Mapa 15 Paran munic pios com unidades da Cargill Fonte dados da pesquisa Organiza o S Fajardo 301 A diferen a mais percept vel na a o da Cargill no Paran em rela o Bunge Alimentos que em suas estrat gias a Cargill privilegia o fluxo aos pontos de processamento e exporta o Enquanto a Bunge Alimentos atua no recebimento e comercializa o de soja por meio de armaz ns e silos instalados em pelo menos 25 munic pios do interior muitos dos quais bem pequenos a Cargill busca articular algumas unidades pontuais incluindo quelas industriais em munic pios p lo num sistema de log stica em que faz uso de unidades de transbordo para ligar a produ o transportada pelas ferrovias ao sistema rodovi rio e vice versa A log stica das instala es tanto da Cargill como da Bunge indicam a forma que atuam no Paran A dispers o da Bunge Alimentos denota o crescimento de sua expans o horizontal no territ rio 303 11 AN LISE DA A O DAS COOPERATIVAS E DAS EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL NO ESPA O PARANAENSE OS CASOS COCAMAR COAMO BUNGE E CARGILL No momento atual ainda caracterizado pelo comando do capital
15. o agr cola a explora o dos recursos se processa no uso do potencial ecol gico pela explora o biol gica Ao analisar o papel das cooperativas agropecu rias e das grandes empresas multinacionais do setor agroindustrial na organiza o do espa o regional paranaense como agentes ativos na produ o agropecu ria e agroindustrial constata se que fatores de ordem econ mica atuam como elemento antr pico decisivo na combina o que resulta na defini o de uma paisagem rural caracter stica Na discuss o s cio econ mica entende se que as cooperativas agropecu rias funcionariam teoricamente ao mesmo tempo como empresa e como entidade social que unem uma rela o de interesses rec procos representando ideais coletivistas dos associados BERNARDO 1998 p 106 E o conjunto destas representa um segmento importante no contexto econ mico A configura o agr ria brasileira caracterizada por um intenso processo de moderniza o acompanhado por in meras transforma es relacionadas articula o cada vez maior entre a agricultura e a ind stria a partir do final da d cada de 60 atrav s de encadeamentos inter setoriais estabelece um ritmo ao sistema econ mico que teve de ser perseguido pelas cooperativas para sua pr pria sobreviv ncia Para adentrarem no processo de verticaliza o atrav s da agroind stria as cooperativas encontraram o capital necess rio na rede banc ria nos bancos de desenvolvimento por
16. o agr cola do Brasil em 3 3 7 Como se pode notar esse n mero menor que quele apresentado um ano depois em 2005 71 A Coamo adota o termo colaboradores para designar os funcion rios Tal pr tica de substituir o termo por esse comum n o apenas entre as cooperativas mas em muitas outras grandes empresas que visam tratar o funcion rio enquanto parte integrante da empresa e por isso teria seu papel valorizado Uma t pica estrat gia administrativa de gerenciamento dos recursos humanos que acaba consistindo em uma forma de estimular os empregados para com isso obter mais efici ncia e produtividade 238 Participa o na produ o de gr os e fibras do Paran em 16 Posi o entre as empresas exportadoras brasileiras 30 Participa o nas exporta es cooperativistas brasileiras em 24 Participa o nas exporta es cooperativistas paranaenses em 50 Volume dos produtos exportados em milh es de toneladas 2 2 Valor da produ o exportada em milh es de d lares US 499 8 Eventos t cnicos educacionais e sociais para o desenvolvimento de 1 458 cooperados e familiares n mero Total de pessoas capacitadas em 2004 entre cooperados familiares e 75 297 funcion rios de cooperados n mero Valor de tributos e taxas gerados e recolhidos no exerc cio de 2004 em R 146 9 milh es de reais Fonte Coamo 2006 Por outro lado posi o da Coamo no setor agroindustrial consolidada
17. outra manifesta o da moderniza o agr cola Essa verticaliza o d se geralmente entre os grupos multinacionais como Souza Cruz Sadia Perdig o que atuam unidas pequena produ o num sistema de integra o voltada fumicultura e a cria o de aves e su nos uma moderniza o em que o capitalista dispensa a terra Ele est na agricultura mas n o quer saber da atividade agr cola ele o real agente do processo produtivo agr cola quem manda mas est ausente SILVA 2004 p 99 Essas modifica es produzidas por uma din mica econ mica sobre o espa o rural acabam refletindo diretamente nas paisagens regionais As fronteiras agr colas e projetos governamentais atestam uma evolu o na ocupa o territorial Um exemplo interessante o avan o da fronteira na Amaz nia a partir dos anos de 1970 transformando o aspecto regional como lembra Egler 1998 p 228 229 Atuando sobre vastas reas desabitadas o planejamento autorit rio produziu uma regionaliza o excludente e expressa na tentativa de delimitar territ rios para atua o de empresas mineradoras e agropecu rias reas de garimpo e pequenas e m dias propriedades agr colas e reservas ind genas e florestais 92 Vale ressaltar a partir do exposto que se a economia est articulada e estruturada em fortes liga es entre setores e inter rela es entre capitais de diversas origens os espa os obviamente sofrem interfer n
18. 12 13 O maior exemplo de resist ncia est no surgimento de movimentos sociais no campo como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST Tal movimento constr i em torno dos objetivos de luta pela terra uma admir vel organiza o e territorialidade no campo mobilizando in meros assentamentos no territ rio nacional inclusive com cooperativas e agroind strias al m da produ o agr cola Trata se de uma estrutura totalmente parte da grande produ o capitalista Ver FERNANDES Bernardo Man ano Movimento social como categoria geogr fica Terra Livre S o Paulo n 15 p 59 85 2000 95 trabalhos em Geografia Agr ria destacam essa realidade FERREIRA 2000 p 70 71 E no que diz respeito ao apoio agricultura familiar isso poderia representar um equ voco do ponto de vista de muitos te ricos que compreendem que a subordina o total agricultor produ o capitalista e ao mercado o tornaria ou um prolet rio rural ou um empres rio rural Para muitos que orientam a pol tica agr ria no Brasil e para a grande parte dos te ricos neo cl ssicos e marxistas que se ocupam com a problem tica rural o apoio ao pequeno produtor familiar caminho totalmente equivocado a hist rico saudosista contr rio a toda evolu o moderna da agricultura O futuro da agricultura segundo esses autores para assegurar economia de escala e a incorpora o da moderna tecnologia de explora o rural necessita
19. 200 7 A COCAMAR A Cocamar hoje denominada Cooperativa Agroindustrial criada em 1963 num per odo em que a atividade econ mica hegem nica no Norte do Paran era a cafeicultura que atravessava um momento de crise Um dos cooperativistas que orientaram os produtores na funda o da Cocamar foi Oripes Rodrigues Gomes RECCO 2003 p 11 que curiosamente havia sido fundador de outra cooperativa de cafeicultores no ano anterior a Cocari em 1962 no munic pio vizinho de Mandaguari FAJARDO 2000 p 58 Nos anos de 1970 est mulos governamentais foram dados s cooperativas com vistas a entrada no processo de moderniza o agropecu ria Nesta as chamadas lavouras tradicionais como o caf foram substitu das por lavouras modernas como a soja e o trigo com base numa intensa utiliza o da mecaniza o e inova es tecnol gicas FAJARDO 2001 A altera o da paisagem regional representou um enorme impacto s cio econ mico em raz o de promover profundas altera es na estrutura agr ria e da m o de obra no campo E esse esfor o teve nas cooperativas um dos principais agentes no norte do Paran O processo de substitui o de culturas assim como o de moderniza o agr cola que se configuraram na paisagem regional do Norte do Paran em especial durante os anos setentas sic foram agilizados pela a o conjugada do Estado das cooperativas agropecu rias e das agroind strias privadas Esses
20. 2006 248 A gest o cooperativa acaba sendo um detalhe a mais entretanto trata se de um diferencial importante que oferece certas vantagens menos impostos e mais cr dito oficial por exemplo mas tamb m limita es O desenvolvimento diferenciado entre as cooperativas al m das suas estrat gias influenciado diretamente pela diferencia o na forma o s cio espacial dos espa os paranaenses 250 9 COMPARATIVO ENTRE AS ESTRAT GIAS DA COCAMAR E DA COAMO Cocamar e Coamo representam juntas duas das maiores empresas em faturamento no setor cooperativista Cocamar com sede em Maring e a da Coamo com sede em Campo Mour o Tais cooperativas fazem parte de um conjunto de 194 filiadas Organiza o das Cooperativas do Estado do Paran Ocepar Desse total 64 s o cooperativas agropecu rias e representam 85 do faturamento total das cooperativas No ano de 2002 o faturamento do sistema cooperativo no Paran foi de R 10 6 bilh es e predominam entre os associados produtores de pequeno porte GASQUES VILLA VERDE OLVEIRA 2004 P 11 Considerando o total de faturamento das cooperativas que n o incluem apenas as agropecu rias pode se fazer uma compara o com os valores da Cocamar e Coamo Ao analisar comparativamente as cooperativas Cocamar e Coamo se percebe inicialmente as diferen as de estrat gias de crescimento A expans o da Cocamar se caracteriza por grandes investimento
21. Ainda que a industrializa o permitiu que os anos de 1980 chegassem com uma estrutura produtiva nacional integrando v rios espa os por meio dos complexos industriais em diversas regi es brasileiras EGLER 1998 p 226 a distribui o territorial da renda permanece desigual No que tange s atividades agropecu rias a regi o Sul apresenta se como grande centro agroindustrial aproximando se com o Sudeste industrial e o Centro Oeste agr cola conforma o Centro Sul que articula enquanto espa o regional a materialidade dos prop sitos estatais de integra o econ mica Mas a percept vel descentraliza o n o representou o fim das disparidades regionais Fique ent o claro que se discute regi o no contexto da integra o econ mica nacional de tal modo que modifica es produtivas num determinado espa o podem ter e t m consegii ncias noutros espa os H espa os dominantes do ponto de vista econ mico e espa os subordinados obedecendo l gica do desenvolvimento do capital que imp em concentra o por princ pio o que garante diferen as espaciais e exige que se conhe a o espec fico em cada espa o CARLEIAL 1993 p 43 As atividades agropecu rias modernas empresariais oriundas da combina o de capitais e interesses em torno das atividades agroindustriais movimentaram no Brasil investimentos nacionais e estrangeiros orquestrados pela a o estatal S o as inova es t cnicas e organiza
22. Como na Cocamar a distribui o de produtores segundo a rea das propriedades indica que cerca de 75 dos cooperados se classificam como mini ou pequenos produtores GASQUES VILLA VERDE e OLIVEIRA 2004 p 13 o impacto social dos direcionamentos empresariais da cooperativa pertinente discuss o Por outro lado analisando a atua o das cooperativas e das empresas multinacionais no espa o rural identificamos uma territorialidade baseada nas horizontalidades e verticalidades da produ o circula o e consumo Isto deixada de lado est a vari vel s cio cultural que apesar de n o formar parte dos interesses econ micos n o deixa de estar presente enquanto resultado no espa o A nsia de crescer opera na a o das cooperativas no sentido de ampliar cada vez mais a capacidade de expans o Esse potencial se baseia no princ pio empresarial o que significa que muitas vezes esquecido o conjunto de princ pios cooperativistas A Cocamar ent o orienta se pelo que observado no sentido de crescimento vertical Entre 209 as cooperativas paranaenses a Cocamar aquela que est mais voltada ao varejo com produtos industrializados atingindo os mercados do Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul al m da exporta o que corresponde a 7 da produ o CARNIERI 2006 p 21 A partir de uma rea de a o direta no recebimento e industrializa o da produ o a territorialidade cresce no sentido
23. EFEITOS FINANCEIROS Despesas financeiras Receitas financeiras Resultado operacional ap s os efeitos financeiros Em 802 639 42 411 760 228 633 727 126 501 34 197 43 305 31 815 12257 07 12 29 381 44 777 21 975 22 802 6 579 RESULTADO DE EQUIVAL NCIA PATRIMONIAL N O OPERACIONAL 70 924 RESULTADOS N O OPERACIONAIS Sobra Liquida Antes do IR e CS IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUI O SOCIAL Sobra liquida do Exerc cio 2870 14633 1 878 12 155 milhares de reais BALAN O PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Dispon vel 120 329 Empr stimos e financiamentos 66 110 Clientes 61 685 Fomecedores 25 886 Cr ditos com cooperados 46 034 D bitos com cooperados 83 288 Estoques 88 955 Obriga es tribut rias e sociais 6 571 Outros 12 416 Adiantamento de clientes 17 021 329 419 Outros 7 856 206 732 N O CIRCULANTE N O CIRCULANTE Realiz vel a longo prazo Exig vel a longo prazo Cr ditos com cooperados 13 563 Empr stimos e financiamentos 131 765 Cr ditos tribut rios 6028 Provis o para conting ncias 43 423 M tuos com controladas 4 076 Outros 18307 Outros 1 980 193 495 Investimentos 22 844 Imobilizado 331 449 Diferido 13 639 PATRIM NIO L QUIDO 393 579 Capital social 31 641 Reservas 291 130 322 771 TOTAL MAB TOTAL UR Deloitte Touche COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Tohmatsu 365 Anexo G Tabela 13 rea de expans o do Cerr
24. Integra o regi o e regionalismo Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1994 p 155 170 CARNIERI Helena Crise reduz faturamento da Cocamar em 2006 Gazeta do Povo Curitiba 1 p 21 nov 2006 CARVALHO Jos M rcio BRITO Mozar Jos de PEREIRA Val ria da Gl ria O cooperativismo e a dinamiza o tecnol gica e empresarial da agricultura brasileira Caderno de Administra o Rural Lavras n 5 p 39 50 jan dez 1993 CASTILLO Ricardo Transporte e log stica de gran is s lidos agr colas componentes estruturais do novo sistema de movimentos do territ rio brasileiro Investigaciones Geogr ficas M xico D F n 55 p 79 96 2004 CHERNIJ Carlos Brasil infra estrutura solu es para os gargalos Exame guia agroneg cio S o Paulo n 849 p 24 27 ago 2005 CHRISTOFOLETTI Antonio Signific ncia da teoria de sistemas em geografia f sica Boletim de Geografia Teor tica Rio Claro 16 17 119 128 1987 COAMO Coamo Agroindustrial Cooperativa nossa hist ria Dispon vel em lt http www coamo com br gt Acesso em 04 08 2005 Coamo em n meros Dispon vel em lt http www coamo com br empcoamonum html gt Aceso em 19 01 2006 330 Coamo relat rio 2004 s n 2005 Folheto COCAMAR Perfil Dispon vel em lt http www cocamar com br empresa perfil htm gt Acesso em 04 08 2005 COCAMAR cooperativa agroindustrial Relat rio Cocamar 2004 Revista Cocamar Mar
25. Mariluz Mau da Serra Panema Rancho Alegre Regina Santa Am lia Santa F Santo Antonio da Platina S o Martinho Sertan polis Ubirat Vila Yolanda Arapongas Astorga Barra do Jacar Cambar Congo nhas Doutor Camargo Floresta Gua ra Ibaiti Londrina Marialva Maring Mercedes Quarto Centen rio Rancho Alegre do Oeste Ribeir o do Pinhal Santa Cec lia do Pav o Santa Mariana Santo Antonio do Para so Selva Tamarana Ura Nota se que o sexto princ pio cooperativista coopera o entre cooperativas parece n o tanto significado quando se trata em disputa de territ rio dentro de uma mesma rea de a o O conjunto cooperativista paranaense deve s cooperativas agropecu rias grande parte do faturamento do setor Entre as cooperativas registradas na Ocepar Organiza o das Cooperativas do Estado do Paran a participa o dessas cooperativas na 189 produ o agropecu ria bastante significativa tabelas 5 e 6 Dentro do total de cooperativas aquelas pertencentes ao ramo agropecu rio representam o maior n mero em unidades 71 em 2004 ficando em segundo lugar o primeiro das cooperativas de cr dito em se tratando de n mero de cooperados que somam mais de 100 mil OCEPAR 2004 p 100 Tabela 5 Indicadores do Cooperativismo no Paran de 2000 a 2004 2000 2001 2002 2003 2004 6 49 8 02 11 21 15 50 18 12 194 193 202 204 221 243 224 245 884 266 523 293 579 364 731 28 46
26. Mas o pr prio conceito de espa o evoluiu dentro da Geografia e na atualidade h proposi es mais abrangentes O espa o mesmo que dominado e produzido por fatores econ micos encontra reflexos que lhe escapam como na constitui o de uma paisagem rural influenciada por aspectos f sico ambientais Mesmo considerando uma abordagem dial tica n o exatamente marxista como em Demo 1987 p 85 uma vis o dial tica hist rico estrutural compartilhando elementos do marxismo pode contribuir enormemente para esclarecer as contradi es da realidade estudada ou seja o espa o resultante do processo de produ o capitalista sendo refletido na paisagem rural O territ rio que historicamente constru do manifesta os seus componentes s cio econ micos Processos de ordem econ mica afetam diretamente os aspectos vis veis da paisagem al m dos pr prios processos naturais combinados no interior da mesma Assim como a produ o econ mica conforma uma organiza o espacial espec fica a paisagem possui uma organiza o na qual elementos naturais como clima solo vegeta o hidrologia etc e fatores humanos se encontram em permanente contato e intera o No espa o agr rio ou rural essa intera o fica mais evidente e vis vel pois as atividades agr colas n o apenas usam da paisagem enquanto suporte f sico ou territorial mas dependem dos elementos 30 naturais presentes na mesma como recurso vital Na produ
27. Numa reflex o inicial fundamentada na an lise de elementos te ricos que embasam a investiga o do papel de grandes empresas no espa o rural diversos aspectos denotam e atestam a import ncia dos processos resultantes dessa a o de grandes empresas no espa o O uso corporativo do territ rio portanto o processo em an lise A proposta justamente avaliar a territorialidade econ mica do espa o rural utilizando se alguns casos das empresas que possuem participa o mais significativa no territ rio paranaense No caso pesquisado foram selecionadas Cocamar Coamo Bunge e Cargill O objetivo principal assim investigar as diferentes estrat gias utilizadas pelas grandes cooperativas agropecu rias tradings agr colas e empresas globais do setor agroindustrial percebidas nas suas territorializa es no espa o regional paranaense Essas empresas atuam como agentes ativos na produ o agropecu ria e agroindustrial Compreendendo que a a o das grandes empresas interfere nos direcionamentos produtivos e em toda a economia do espa o no qual est o inseridas a mesma resulta em uma 2 territorialidade que estrat gica segundo os prop sitos de expans o de cada empresa ou grupo Para atender as expectativas da pesquisa foram coletadas informa es a partir de entrevistas e dados obtidos junto s empresas al m de rg os e institui es p blicas como IPARDES SEAB PR IBGE etc O aspecto emp rico demonstrou se
28. baseada no modelo se substitui o das importa es e numa presen a mais forte de empresas multinacionais A partir dos anos 50 a industrializa o internalizou a din mica da atividade produtiva nacional O setor industrial brasileiro nasceu de um esfor o concentrado do Estado e do capital privado nacional e internacional A orienta o deste processo foi essencialmente voltada para o mercado interno protegido da concorr ncia externa por pol ticas comerciais e tarif rias e subsidiado por pol ticas p blicas voltadas para o fornecimento via estatais de servi os baratos MB ASSOCIADOS 2004 p 10 No Plano de Metas a pol tica de desenvolvimento era predominantemente uma pol tica industrial O setor agr cola ainda que diretamente atingido pela industrializa o era pouco mencionado apenas marginalmente se referia ao setor atrav s de modesta meta de armazenagem meta de produ o trit cola cuja motiva o residia no problema geral do setor externo e meta de mecaniza o agr cola com participa o apenas simb lica no conjunto de objetivos LESSA 1985 p 27 Como o objetivo de desenvolvimento na tica governamental e tamb m na vis o da Cepal perpassava necessariamente pela industrializa o nada mais natural que a agricultura seja relegada a um segundo plano sendo submissa ao processo econ mico em geral Economias consideradas subdesenvolvidas como a brasileira deveriam vencer essa et
29. cio paranaense S o elas Mate Borracha Natural Madeira Citros Caf Banana Carne Bovina Leite Carne Su na Piscicultura Carne de Aves Arroz Batata Milho Feij o Cana de a car Seda Algod o Trigo Mandioca Soja e Sementes Essas cadeias representam grande parte do agroneg cio estadual que emprega mais da metade da m o de obra e exporta mais de 60 do total de exporta es paranaenses PROPOSTA 1997 p 1 Esse projeto parte dos Planos de Desenvolvimento Regional do Paran coordenados pelos n cleos da SEAB e considera a relev ncia espec fica de cada cadeia produtiva para cada microrregi o do Estado Nota se que em boa parte as pol ticas se voltam 152 aos pequenos produtores que t m mais dificuldades em adentrar ao mercado e s l gicas dominantes de acumula o na agropecu ria que privilegia os maiores produtores vinculados aos oligop lios do agroneg cio A caracteriza o geral da agropecu ria paranaense segundo as microrregi es apontava o resultado apresentado na tabela 2 Os dados trabalhados eram de 1985 Essa regionaliza o efetuada pelo governo do Paran quadro 1 atrav s da SEAB na verdade selecionou quelas microrregi es que seriam alvos priorit rios das a es p blicas com vistas ao seu desenvolvimento Quadro 1 Caracteriza o geral da Agropecu ria paranaense em 1985 MICRORREGI ES P LOS CARACTER STICAS Litoral e Alto Ribeira Elevada desigualdade no a
30. em especial paranaense exigiu n veis altos de competitividade como afirma o BRDE 2003 p 186 59 Este excelente desempenho do Brasil no mercado internacional de soja resultado de uma conjun o de fatores favor veis dentre os quais se destaca o n vel de produtividade alcan ado pela produ o nacional vis a vis o detido pelos principais concorrentes O Brasil det m atualmente juntamente com a Argentina os menores custos de produ o entre os grandes produtores mundiais de soja os custos de produ o no Estado do Paran chegam a ser mais de 20 0 menores que nos EUA O cen rio econ mico paranaense constitui um territ rio decisivamente organizado a partir dessa din mica produtiva com grandes empresas competindo para a capitaliza o a partir da base geradora das atividades a agricultura As maiores cooperativas do Estado adotam ent o as mesmas estrat gias das grandes empresas agregando valor por meio das atividades industriais Nesse sentido os mesmos problemas de outras empresas que concorrem no setor agroindustrial s o enfrentados pelas cooperativas O crescimento das cooperativas no setor agroindustrial ou seja no seu processo de verticaliza o foi alcan ado gra as tamb m aos projetos de integra o definidos no in cio da d cada de 70 Estes representavam uma reestrutura o econ mica e filos fica do cooperativismo paranaense Essa forma de organiza o permitiu um desenvolvimento d
31. em uma negocia o que iniciou em maio e acaba de ser conclu da Segundo o presidente da Cocamar Luis Louren o a estrat gia de deixar a atividade da cana contribui para evitar novos gastos de aproximadamente R 100 milh es necess rios para que a unidade tivesse 258 uma produ o competitiva Os produtores cooperados passaram a ser fornecedores do novo grupo que ter seis usinas funcionando at 2007 As atividades de seda tamb m foram deixadas e a estrutura de fia o foi negociada com a Bratac maior empresa nacional do setor Os pre os baixos deixaram os 350 produtores cooperados desanimados mas com a parceria da Bratac eles puderam permanecer na atividade INDUSTRIALIZADOS 2006 n p Como visto uma das principais estrat gias da Cocamar intensificar a industrializa o para o varejo lan ando novos produtos em 2007 enquanto a Coamo busca reduzir despesas para manter os investimentos planejados para 2007 como a expans o da estrutura produtiva e de recebimento Ficam claras as diferen as entre as estrat gias dessas duas cooperativas Em suma enquanto a Cocamar intensifica a verticaliza o e diversifica o na ind stria para o varejo a Coamo busca ampliar sua capacidade e efici ncia produtiva Essa diferen a tamb m diz respeito busca de financiamentos para a cooperativa e aos cooperados Com rela o origem do Cr dito Rural a Cocamar busca maiores recursos banc rios cerca de 80 sendo
32. es de apoio moderniza o do setor industrial n o avan aram muito nos primeiros anos da d cada de 1990 dadas as dificuldades derivadas do processo de recess o e da instabilidade econ mica mas tamb m em decorr ncia da aus ncia de mecanismos institucionais e organizacionais s lidos a pol tica industrial restringiu se abertura comercial Essa embora considerada inevit vel foi muito criticada quanto a seu ritmo e forma pois faltou ind stria brasileira o apoio necess rio para o desenvolvimento de capacita o competitiva REGO e MARQUES 2003 p 244 12 Como as empresas nacionais de modo geral n o se encontravam bem preparadas para a abertura comercial envoltas em crise quem ganha mais espa o no mercado brasileiro s o as multinacionais No setor agroindustrial a expans o de grandes empresas de capital estrangeiro no Brasil n tida com apoio das a es governamentais Parece ironia afirmar que o Estado que financiou e subsidiou a implanta o do Complexo Agroindustrial ROCHA 1990 p 241 por meio de sua atua o no sentido de moderniza o agropecu ria instala o de ind strias de bens de produ o e est mulos infra estruturais fiscais e credit cios tenha enfraquecido enquanto agente regulador da economia PAULA 1997 p 37 38 Mas fato que na medida em que o pr prio Estado brasileiro atravessa um per odo de intensa crise fiscal a partir de meados dos anos 1980 mais forte a partir
33. es permane am No caso o que h um desenvolvimento normal das atividades necess rias para conjunto econ mico Os investimentos e os movimentos de capitais aproveitam ao m ximo as potencialidades de explora o onde quer que as encontrem Entretanto a a o coordenada de empresas firmas cooperativas associa es de empresas e mesmo o mercado no territ rio com vistas a expans o dos neg cios dependem da constru o de sua estrutura concretizada na capacidade de reprodu o das transa es pretendidas como 2 Autores como Delgado 1985 Graziano da Silva 1996 Kageyama 1987 e Miiller 1989 adotam preferivelmente o conceito de Complexo Agroindustrial em suas an lises O chamado Agroneg cio ainda que esteja ligado a uma vis o sist mica econ mica oriunda a tradu o do termo em ingl s agribusiness da escola de administra o de Harvard SIFFERT FILHO e FAVERET FILHO 1998 p 267 portanto no seio do projeto na expans o capitalista no campo ou seja no pr prio capitalista que n o difere as atividades agropecu rias dos demais empreendimentos para sua explora o LOPES 1981 p 20 21 utilizado aqui por conter maiores possibilidades de an lise mais restritas no caso do CAI que para alguns autores est superado conceitualmente 93 afirmam Siffert Filho e Faveret Filho 1998 p 266 Nesse contexto s o competitivas as firmas agroindustriais que conseguem estabelecer vantagen
34. fica mais evidente que o papel das mesmas sobretudo nos anos 1970 e 1980 resultou em implica es concretas na organiza o do espa o rural organizando a produ o e introduzindo novos componentes e novas rela es na paisagem regional MORO 1991 p 240 O processo de moderniza o e de desenvolvimento da agricultura paranaense ilustrativo desse fato O papel de uma agroind stria dentro do complexo agroindustrial chave no sentido de provocar a subordina o nos seus fornecedores dos produtos agropecu rios Tanto as grandes tradings e agroind strias multinacionais como as cooperativas agroindustriais agem no sentido de criar uma rela o de depend ncia Entretanto o que diferencia as empresas o grau de subordina o em que contratos de compra podem significar imposi o de pre os e condi es de pagamento como lembram Albuquerque e Garcia 1988 p 25 26 a firma compradora imp e pre os e as condi es de produ o em geral estabulagem ra es e vacinas para os produtores av colas ou sementes insumos qu micos e formas de processar as folhas de tabaco r dos produtores de fumo Outra forma direta a subordina o imposta pelas grandes cooperativas em que o associado se subordina aos financiamentos e fornecimento da cooperativa dela recebe assist ncia t cnica e ele vende a produ o como o caso dos pequenos produtores de hortifrutigranjeiros Dessa forma o produtor
35. m adota a estrat gia que n o deixa de ser tamb m marketing de associar a imagem da empresa e de sua marca a sua atua o al m do campo econ mico Um exemplo interessante est no fato da Bunge Fertilizantes ter patrocinado a publica o de um livro em homenagem ESALQ Escola Superior de Agricultura Lu s de Queiroz da USP Universidade de S o Paulo no ano de 2005 BUNGE 2006 A expans o recente do grupo Bunge no Brasil foi extraordin ria mas deve se ressaltar que ocorreu em boa parte em fun o de aquisi es quadro 8 Quadro 8 Linha do Tempo do Grupo Bunge ANO LOCAL FATOS 1987 Brasil e lan ada a linha in dita no mercado de pr misturas para panifica o a Pr Mescla No mesmo ano a Bunge faz chegar ao mercado a Cukin Fry gordura vegetal de alta qualidade e a margarina Ricca destinada ao mercado de panifica o e confeitaria 1993 Brasil e Estrategicamente decide se centrar o foco de atua o na rea de agribusiness incorporando diversas empresas e transferindo outras que diferiam de suas reas de neg cio 1997 Brasil e Aquisi o da Ceval maior esmagadora e processadora de soja do Brasil hoje Bunge Alimentos e Disposta a ampliar sua participa o no setor de fertilizantes adquiriu o controle da IAP o fertilizante do pai uma das marcas mais respeitadas do pa s hoje Bunge Fertilizantes e incorporada a unidade de neg cios de fertilizantes d
36. m algod o vislumbrando equil brio das contas e o pr prio crescimento da cooperativa Nos anos 1970 foi pioneira nos investimentos em armaz ns graneleiros e come a a receber soja trigo e milho em Maring e regi o Antes mesmo da erradica o quase completa da cafeicultura marcada simbolicamente pela grande geada ocorrida em 1975 a Cocamar j recebia grande quantidade de soja Tanto que em 1972 uma fila de cinco quil metros se forma para entrega do produto em Maring RECCO 1972 p 38 Tal fato provocou uma acelera o nos projetos de expans o com constru o de armaz ns visando ampliar a capacidade de recebimento A caracteriza o da estrutura dos entrepostos demonstram o rol de a es da cooperativa Segundo Recco 2003 p 39 Normalmente cada entreposto regional era sede de um armaz m graneleiro dimensionado de acordo com o potencial de produ o de sua zona de abrang ncia Al m do armaz m o entreposto ou unidade regional era equipado com lojas de insumos agr colas auto pe as e utens lios de uso comum nas lavouras com gabinetes dent rios e setor de encaminhamento para atendimento m dico hospitalar aos associados e seus dependentes diretos Era equipado com um departamento de assist ncia t cnica agron mica atrav s do qual a cooperativa prestava 221 atendimento direto no campo em termos de combate s pragas e doen as conserva o do solo e para a solu o dos mais variados problemas da lavou
37. mero de empregados 4 981 5 862 Sal rios U milh es 112 7 100 4 Impostos sobre vendas U 195 0 334 1 milh es Margem de vendas 03 To Giro do ativo n ndice Liquidez corrente n ndice Varia o dos investimentos 26 6 13 3 no imobilzado Fonte Exame Melhores e Maiores Dispon vel em lt http app exame abril com br mm resultComparaEmpresa do gt Acesso em 23 01 2007 As dimens es semelhantes dessas duas grandes multinacionais Cargill e Bunge fazem com que haja um certo equil brio entre as mesmas Em raz o disso seria dif cil encontrar diferen as n tidas na territorialidade destas Em se tratando da territorialidade em termos nacionais nota se que a Cargill age de forma a adotar m ltiplas escalas j que operando com cadeias produtivas distintas cacau laranja e soja obrigatoriamente deve levar em conta os processos inerentes a cada uma Mas curiosamente h uma integra o evidente na administra o do grupo que sequer divide o controle e a gest o entre subsidi rias que centralizado em S o Paulo No caso da Bunge h uma clara divis o no grupo Tanto que quando se estuda a cadeia soja por exemplo cabe o imediato recorte da Bunge Alimentos A manuten o da sede no interior de Santa Catarina mais precisamente no munic pio de Gaspar que foi sede da Ceval demonstra a op o da Bunge Um ponto comum entre a Cargill e o Grupo Bunge foi a estrat gia de cresc
38. monopolista no setor agroindustrial a agricultura industrializada subordinada por l gicas econ micas globais A pr pria agroind stria evidencia o processo em que o capital solda o que separou agricultura e ind stria OLIVEIRA 1987 p 53 Nesse sentido as cooperativas acabam por adotar modelos de estrat gias empresariais comuns a qualquer outro tipo de empresa embora constituam um formato diferenciado em rela o s demais empresas devido pr pria organiza o administrativa e gest o orientada por estatutos e leis que regem o cooperativismo No caso das estrat gias das cooperativas Cocamar e Coamo confrontadas com s adotadas por gigantes multinacionais do setor agroindustrial como a Bunge e a Cargill o principal fator o expl cito car ter nacional do capital das cooperativas frente aos investimentos externos representados pelas empresas globais Ainda que as dificuldades competitivas de uma empresa nacional perante o gigantismo de uma multinacional que se ap ia em diversas estrat gias e aparentemente pouco tem a perder quando decide avan ar no territ rio de a o de grupos nacionais o formato cooperativista resiste e expande sua atua o beneficiado pelo car ter de sua composi o organizacional Loureiro 1981 p 154 155 exp e a privilegiada posi o das cooperativas agropecu rias que perante o Estado gozam de isen es fiscais e cr ditos subsidiados perante o mercado usufruem da compra de produ
39. o agr cola log stica da agroindustrializa o din mica dos mercados de varejo e exporta o a articula o do territ rio se processa tendo como ponto de partida a condu o efetivada nas estrat gias empresariais As cooperativas agropecu rias paranaenses em geral e os casos de Cocamar e Coamo em particular t m demonstrado que apesar das estrat gias e da pr pria a o das cooperativas no mercado serem similares s das outras empresas persistem especificidades no formato cooperativista FONSECA COSTA 1995 p 370 Mesmo considerando o fato do grande cooperativismo empresarial e agroindustrial ser encarado como deturpador dos princ pios cooperativistas GON ALVES 2006 as diferen as entre esse tipo de empresa e as demais ainda existe Al m da gest o que de qualquer modo deve mesmo que burocraticamente considerar a participa o dos cooperados o relacionamento distinto com o Estado e os benef cios legais e fiscais que det m s o exemplos da tipologia diferenciada das grandes cooperativas agropecu rias 317 CONSIDERA ES FINAIS A territorialidade econ mica no espa o rural paranaense percebida na an lise dos casos estudados As cooperativas Cocamar e Coamo e as multinacionais Bunge e Cargill materializam a a o empresarial no campo por meio do uso corporativo SANTOS SILVEIRA 2004 p 291 que fazem do territ rio A reflex o te rico conceitual abordando a territorialidade econ
40. o ambiental Por sua vez os v nculos contratuais que representavam uma expectativa de reprodu o e ascens o social para a camada de pequenos agricultores significaram tamb m uma nova forma de subordina o e empobrecimento BRANDENBURG FERREIRA 1995 O perfil catarinense assim distinto do paranaense em termos da constitui o econ mica do territ rio que envolve ainda aspectos sociais hist ricos culturais e naturais J o Rio Grande do Sul sofreu um processo de moderniza o agropecu ria com introdu o das inova es de todo pacote tecnol gico e da mecaniza o anterior ao Paran Emblema de uma agricultura globalizada a soja penetra no Brasil depois de 1964 a partir de uma frente pioneira no Rio Grande do Sul Com 334 520 hectares essas planta es foram respons veis por 93 03 da rea cultivada no pa s e por 90 51 do volume da produ o nacional Ancorado na demanda de farelos prot icos para a alimenta o animal pelos pa ses europeus e no cr dito fiscal o avan o da fronteira agr cola da soja foi extraordin rio assim como o aumento da quantidade produzida SANTOS SILVEIRA 2004 p 128 Do territ rio ga cho a soja avan ou para algumas regi es do Paran principalmente o Norte a grande fronteira agr cola dos anos 1970 e depois anos 1980 atinge o Noroeste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina O pr prio esgotamento da fronteira agr cola naquele Estado terminou por interferir
41. o com as ind strias e dos cr ditos oferecidos pelo Estado FONSECA COSTA 1995 p 365 Na Regi o Sul a participa o dessas cooperativas extremamente significativa para a evolu o da produ o agropecu ria Como enfatiza o BRDE 2003 p 93 De fato essas empresas s o respons veis pelo recebimento industrializa o e comercializa o de uma parcela substancial da produ o agr cola e pecu ria dos tr s Estados da Regi o contribuindo desta forma para a gera o de mais de 60 mil empregos diretos Na maioria dos munic pios onde est o instaladas as cooperativas s o as maiores geradoras de empregos e de impostos Ainda que no Brasil um pa s caracterizado por uma debilitada estrutura agr ria o cooperativismo tenha surgido como alternativa s cio econ mica que evitasse conflitos s cio econ mico das classes produtoras no pice da pir mide social VILELA 1998 p 308 309 a a o dessas como empresas capitalistas prevaleceu Sendo assim muitos dos princ pios cooperativistas perderam o significado para os princ pios econ micos BERNARDO 1998 p 105 109 Oliveira 1985 p 7 se baseando em den ncias contra cooperativas ga chas no in cio dos anos de 1980 levanta outra quest o casos de corrup o em administra es de cooperativas Trata se de um problema que pode ocorrer em qualquer setor empresarial ou n o privado ou p blico mas que no caso cooperativista o mau gerenciamento ainda que
42. o do peso relativo da agroind stria no perfil industrial do Estado em favor de alguns ramos da metal mec nica antes mesmo do funcionamento do parque automotivo constitu do pelas montadoras e fornecedores diretos LOUREN O 1998 p 5 Mesmo perdendo espa o para outros ramos o macro Complexo Agroindustrial paranaense em todos seus micros complexos formadores do agroneg cio estadual tem ainda grande peso para a economia do Paran Nos anos de 1990 investimentos em setores como o de carnes NOJIMA 1996 p 14 tem sido constantes Ainda que o valor gerado seja alto em termos de volume para exporta es esses setores seriam numericamente reduzidos A pauta de exporta es dos complexos agroindustriais paranaenses composta por um reduzido n mero de produtos e se concentra naqueles que det m alta participa o no valor exportado Os principais complexos agroindustriais paranaenses representam em m dia 60 das exporta es paranaenses e s o representados por soja 56 3 madeira 19 2 carnes 9 8 caf 6 0 a car 5 2 couros e peles 2 9 e demais complexos de menor valor exportado SEREIA NOGUEIRA e CAMARA 2002 p 49 Dentro do total de exporta es da economia paranaense destaca se o complexo soja que det m h um bom tempo o posto de principal produto Mas outras culturas n o tiveram a mesma estabilidade nos n veis de participa o nos volumes de 140 produ o devi
43. pequena a at onde vai essa superioridade Com o avan o da participa o das cooperativas no mercado internacional o consegiiente crescimento das mesmas em termos de volume de produ o e em reas abrangidas e sobretudo a articula o cada vez maior entre a empresa cooperativa e o complexo agroindustrial MEDEIROS 1997 p 3 estas assumem a forma e a postura das demais empresas Embora organicamente existam diferen as b sicas entre elas empresas multinacionais e grandes cooperativas que se agroindustrializaram acabam competindo no mesmo mercado e por isso adotam estrat gias semelhantes A cooperativa inserida em uma sociedade capitalista e atuando no mercado precisa assumir certos padr es de conduta que lhe assegurem alguma competitividade neste meio Desta forma a inser o no mercado projeta sobre a cooperativa uma de suas dimens es levando a a assumir uma apar ncia semelhante empresa capitalista FLEURY 1983 p 143 Algumas grandes empresas multinacionais como a Bunge e a Cargill atuam em cadeias produtivas como a da soja dominando os investimentos em muitas regi es do Brasil Conforme Salom o e Seibel 2003 p 12 13 Estas empresas citadas e 2 De acordo com Paran Cooperativo Curitiba n 20 p 14 15 abr 2006 171 outras tradings agr colas s o respons veis pela maior parte do crescimento das exporta es de regi es consideradas p los do agroneg cio Essas reas
44. por meio de abordagens m ltiplas Compreender que a paisagem rural tem muito mais a oferecer que a simples externalidade um esfor o no sentido de apresentar a mesma como categoria anal tica din mica Como lembra Silva 2004 a paisagem geogr fica tem o apresentar se apreendido pelos sentidos sobretudo a vis o por m tamb m tem uma ess ncia que s o entendimento explica O conte do da paisagem confunde se com o conte do dos lugares do espa o do territ rio Isso porque nenhuma dessas inst ncias separam se na sua ess ncia SILVA 2004 p 117 Os processos podem ser regidos por uma nica ordem macro econ mica geral mas as especificidades do processo produtivo resultam em forma es caracter sticas e distintas funcionalmente Essa materialidade manifestada na paisagem e seu dinamismo constru do destru do ou reconstru do por transforma es e ou altera es da territorialidade dos processos agentes empresas e pol ticas 13 Quanto fun o da pesquisa na produ o agr cola e para o dinamismo do setor Santos e Silveira 2004 p 133 destacam o papel da Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria como fundamental para o aumento do rendimento das culturas 68 3 TRANSFORMA ES NO TERRIT RIO BRASILEIRO NO S CULO XX E A AGRICULTURA A evolu o atrav s da sucess o dos ciclos desde o per odo colonial condicionou o Brasil a uma estrutura o segmentada na sua forma o
45. que hoje constitui uma divis o da Bunge Alimentos que lidera no Brasil a comercializa o industrializa o e exporta o de soja e derivados ZAGO 2005 A Ceval Alimentos foi adquirida em 1997 Tratava se naquele momento uma das mais importantes empresas do setor de processamento de soja fundada em 1971 por empres rios ligados ao grupo t xtil Hering BUNGE 2005a p 15 A cria o da Agro Industrial dos Cereais do Vale S A Ceval data de 1972 por iniciativa de um grupo de empres rios catarinenses da Cia Hering e tinha objetivo de comercializar e industrializar cereais na regi o do Vale do Rio Itaja A primeira unidade industrial foi inaugurada em 1973 em Gaspar SC e no per odo dos anos 1970 expandiu suas atividades para outras cidades de Santa Catarina Em 1976 a Ceval lan a no mercado o leo Soya que se tornou uma das 4 A sigla Ceval refere se a Agro industrial Cereais do Vale S A As informa es sobre o hist rico da empresa foram obtidas por meio do Centro de Mem ria Bunge da Funda o Bunge atrav s do endere o http www fundacaobunge com br 281 marcas mais l deres no Brasil Nos anos de 1980 a empresa inicia atividades em outros Estados com a aquisi o de unidades de armazenamento em munic pios do Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Paran e Mato Grosso ao mesmo tempo em que entrava no setor de carnes com a aquisi o do Frigor fico Seara ind stria de frangos e su n
46. 105 4 1 Aspectos da ocupa o do Paran Tradicional seeesooossossssesssesssocssoose 110 4 2 Algumas considera es sobre a ocupa o do Norte Paranaense 113 4 3 Particularidades da ocupa o do Oeste e Sudoeste do Paran 118 4 4 A paisagem rural do Paran e os impactos das transforma es recentes na economia e no territ rio paranaense ccccereeeseererencerecereeescoreseceerecesseesconeseneeraceso 124 5 TERRITORIALIDADES NO ESPA O RURAL COOPERATIVAS AGROPECU RIAS EMPRESAS MULTINACIONAIS E TRADINGS AGRICOLAS NO PARANA esssessosseessesooesosssesooesoessossoossessossoossossossoossossoessossosssessosese 163 6 AS COOPERATIVAS AGROPECU RIAS E AS TRANSFORMA ES NA ESTRUTURA PRODUTIVA PARANAENSE c ccecccereesereeereserescerscecesecsseessee 177 TrA COCAMAR SENDA E RIRAD SS PPS PERA RR ADI RP PAREDE te tseo ioka siroa 199 7 1 Estrat gias e territorialidade da Cocamar cccecceeeereeerereecerecersecscenesreceraes 209 7 1 1 An lise das Respostas da Cocamar ao question rio aplicado em julho de PAU CO OR RR ROO RIGOR ARENS E AR SR RIP RR RS E RA RSS 210 7 1 2 Entrevista realizada com o Gerente de Cooperativismo da Cocamar 213 a ROS O V 0 4 LO A AE E E DR 230 8 1 Estrat gias e territorialidade da Coamo sseessesocsseesoesocsscescecocesocscessoesocsseesoesoe 241 9 COMPARATIVO ENTRE AS ESTRAT GIAS DA COCAMAR E DA COAMOSissiosiitoi
47. 287 J com sua posi o consolidada no mercado de sementes h bridas a Cargill estendeu sua atua o em Minas Gerais S o Paulo e no Paran com a instala o de usinas de beneficiamento e produ o na cadeia do milho Na d cada de 1970 a Cargill investiu na instala o de ind strias de processamento de soja que representa at hoje uma de suas principais atividades Em 1970 a Cargill alugou uma pequena f brica no bairro de Jaguar em S o Paulo e come ou a produzir o leo Veleiro 20 toneladas por dia O sucesso dessa primeira experi ncia conduziu implanta o definitiva do Complexo Soja na Cargill cujo primeiro passo foi a constru o da Unidade de Processamento de leo e Soja de Ponta Grossa inaugurada em 1973 A escolha dessa cidade se deveu entre outras raz es ao fato de Ponta Grossa ser um importante centro rodoferrovi rio de um dos maiores estados produtores de soja o Paran CARGILL 2006 n p Essa participa o da Cargill no Paran a coloca como uma das mais importantes agroind strias tradings instaladas no Estado Devido sua capacidade de processamento ela mant m rela es comerciais inclusive com outras tradings al m de cooperativas agropecu rias A Cargill que j atuou fortemente no ramo de citros no Brasil reduziu suas atividades nesse setor com vendas de fazendas e plantas processadoras em 2004 TOLEDO 2005 p 20 mant m se no mercado internacional nas unidades da Europ
48. Antonio Sergio Gabriel a garantia que a cooperativa n o fique dependente do capital dos cooperados que no saldo final acaba sendo insignificante diante de toda estrutura da cooperativa O restante das sobras fica sob a decis o da assembl ia que pode permitir que parte seja tamb m incorporado aos fundos indivis veis antes de serem totalmente distribu do entre os cooperados Entretanto a participa o dos cooperados como membros da cooperativa envolve ainda a participa o nas perdas se houver O compromisso do cooperado assumir os ganhos e as perdas da cooperativa Sobre a orienta o aos cooperados o Sr Antonio S rgio Gabriel diz que al m de todo atendimento t cnico com assist ncia gratuita a Coamo organiza periodicamente reuni es no campo que buscam aproximar o cooperado da cooperativa levando a Coamo a conhecer melhor os cooperados e aos cooperados participarem e se integrarem s decis es e rumos que a cooperativa toma Dessa forma a participa o n o se limita s assembl ias e esse contato efetuado no campo local em que a produ o acontece tornando mais efetiva essa aproxima o Por fim a vis o de Coamo apresentada de uma empresa que almeja 244 um crescimento cada vez maior adotando uma expans o horizontal mas tamb m atuando cada vez mais integrada ao conjunto de cadeias produtivas que atua O superintendente mostra exemplos como o caso da inser o da Coamo com produtos da cade
49. Atualmente t m se exemplos do predom nio da presen a de pequenas propriedades e de m o de obra familiar em partes do Sul Sudeste e Sudoeste as regi es menos desenvolvidas em meados dos anos de 1980 Atualmente o Governo do Paran mant m o Estudo de Cadeias Produtivas com objetivo principal de gerar uma base de informa es para referenciar as pol ticas p blicas e o planejamento das organiza es p blicas e privadas que atuam no agroneg cio paranaense PARAN 20064 n p O estudo que representa uma preocupa o permanente das pol ticas p blicas de desenvolvimento regional no Estado n o inclui atualmente a cadeia produtiva da soja o setor mais din mico do agroneg cio paranaense Obviamente que o chamado complexo soja adquiriu tamanha propor o no Paran que em meio competitividade e n veis tecnol gicos avan ados torna se dispens vel o aux lio direto do governo estadual Por sua vez culturas que j colocaram o Paran como um dos maiores produtores como no caso do algod o que teve no in cio dos anos de 1990 uma redu o dr stica na rea plantada e consequentemente na produ o gr ficos 9 e 10 Como aponta Louren o 1998 p 10 11 A cultura est atravessando um vigoroso processo de moderniza o baseado na utiliza o intensiva de m quinas agr colas e na explora o de reas extensas Por isso bastante improv vel a revers o da tend ncia de migra o da cotonicultura p
50. Brasil Concrab que congrega as cooperativas fundadas em assentamentos As cooperativas populares surgem no Brasil em claro antagonismo ao sistema oficial OCB As cooperativas tradicionais s o vistas como parte da l gica empresarial capitalista ou seja s o cooperativas n o democr ticas aquelas em que n o h participa o de todos os seus integrantes as assembl ias s o espor dicas o rod zio dos dirigentes inexistente e os mesmos tendem a concentrar o poder em suas m os O objetivo destas cooperativas est circunscrito realiza o de uma fun o econ mica 182 A iniciativa da cria o de uma entidade representativa das cooperativas teve no Paran a a o direta dos rg os p blicos Um dos objetivos para a cria o da Ocepar era justamente promover a integra o e evitar ou reduzir a concorr ncia entre cooperativas numa mesma rea mapa 10 Cooperativas pequenas muitas vezes atuando em reas comuns com outras formavam um ambiente competitivo e hostil no final dos anos 60 e in cio da d cada de 70 conforme mostrou estudo realizado pelo Inda Incra Essa realidade motivou o Incra o DAC e a Acarpa a organizarem o sistema cooperativista atrav s da implanta o dos Pidcoops Projetos Integrados de Desenvolvimento do Cooperativismo Os projetos visavam redistribuir a rea de atua o das cooperativas constituindo novas entidades transferindo as das localidades mais afastadas para as sedes municipais e su
51. Dreyfuss Coinbra s o respons veis pela comercializa o e processamento da maior parte da produ o agr cola do pa s CASTILLO 2004 p 84 85 sobretudo gr os destacam se principalmente a soja o milho e o cacau Esse fato resulta numa territorialidade composta por redes de log stica armazenagem e de unidades de industrializa o espalhados no territ rio nacional em conson ncia com as estrat gias globais de crescimento Tabela 11 Oito maiores empresas do setor de Alimentos por receita operacional l quida Brasil 1990 2002 1990 1993 1996 1999 2002 1 Nestl Nestl Nestl Nestl Bunge Alimentos 2 Sadia Sadia Ceval Ceval Cargill 3 Ceval Ceval Santista Cargill Nestl 4 Sanbra Cargill Sadia Sadia Sadia 5 Perdig o Perdig o Cargill Perdig o Coinbra 274 6 Frigobr s Refina es Parmalat Santista Perdig o Milho Brasil Agroindustrial 7 Refina es Sanbra Perdig o Parmalat Seara Milho Brasil 8 Fleischmann Frigobr s Frigobr s Arisco Bertin Fonte Dutra e Montoya 2005 p 17 Notas atualmente as empresas Santista Ceval e Sanbra pertencem ao Grupo Bunge A empresa Seara pertence Cargill desde 2005 Cargill 2006c p 2 A mobilidade no ranking das maiores empresas de alimentos denota a reestrutura o do setor no qual muitas empresas foram absorvidas nesse processo DUTRA e MONTOYA 2005 p 18 Nota se que entre as multinacionais que dominam o setor est a s
52. Ind stria de Transforma o do Paran em 2000 Vestu rio T xtil e Couros Madeira Norte Noroeste Pioneiro Centro Ocidenta Metrop de Curitiba Sudoeste Sudeste a Figura 14 Valor adicionado da ind stria de transforma o no Paran no ano de 2000 Fonte Ipardes 2003 p 28 378 Anexo R DO D Legenda O Centros Urbanos NY Sistema Vi rio Principal Outras rodovias Figura 15 Mapa da Infra estrutura rodovi ria do Estado do Paran Fonte Ipardes 2006 p 80 379 Anexo S E NERO Ane Mer Wyrd AA Wa A RO DRT VERAO A O o SAIS h P Figura 16 Mapa da distribui o das unidades de cooperativas agropecu rias no Estado do Paran em 2005 Fonte Ipardes 2006
53. Matarazzo que como lembram Albuquerque e Garcia 1988 p 14 Viria a dividir poder com a Sanbra e a Anderson Clayton nessa mesma rea de algod o e seus derivados ap s 1934 empresas que ali s j antes dos anos 50 se instalaram como complexo agroindustrial e que em 1947 e em 1948 s o apenas as duas respons veis por 9 0 do total das exporta es brasileiras Vale ainda destacar o papel do campo que ao mesmo tempo subordinado e integrado s atividades industriais no Brasil ele se submete a uma clara orienta o do empreendimento capitalista com vistas a introduzir no campo a empresa rural Lipietz 1988 p 46 usando o exemplo franc s quando afirma que mesmo a pequena produ o agr cola mercantil se liga ao capital por meio de despesas e amortiza es de um lado e pelo volume de neg cios de outro demonstrando que o processo de trabalho tende a ser organizado pela ind stria agroalimentar integradora por sua vez no Brasil o Estado teve papel fundamental seja com as iniciativas dentro das pol ticas agr rias como o Estatuto da Terra e trabalhistas no campo Estatuto do Trabalhador Rural que disciplinaram essa expans o das rela es de produ o capitalista no campo As novas alian as entre capital e Estado terminaram por valorizar a especula o da propriedade territorial e por outro lado pol ticas de financiamento subs dios e cr ditos rurais atendiam os interesses envolvidos na g
54. Ne Crogi CODES N HESSE STA E NDA COOSA VITA MS Cum Crentes car terminais portu rios Sugar port terminais TEAG Guaruj SP e T 33 Santos SP Nota A Cargill opera nesses terminals por meto de fai venus com a Sociedade Operadora Portu ria de S o Paulo por interm dio de seu acionista majorit rio Grupo Crystatsev Note Car gii operates in these teaminas N a jart venue W Soc dsde Operadora Fausi de S o Pavic trough its DEC compy Ne Crystasev gap E Amidos e ado antes Starches and sweeteners Uberl ndia MG S o Miguel do Igua u PR e Porto Ferreira SP Flavors S o Jos do Rio Pardo SP e Cosm polis SP amp Farinha Flour Tatu SP e Goi nia 60 Cacau Cocoa O heus BA e Acidulantes Acidulants Uberl ndia MG e Lecitina Lecatyn Uberl ndia MG Innovatti o Maininque SP Agribrands Purina Ra es Agribrandis Purina Feed Paul nia SP Inhumas GO S o Louren o da Mata PE e Cascavel PR o Cargill Foods Mainnque SP Uberl ndia MG Barreiras BA Rio Verde GO e Itumbiara 60 Seara Carnes Seara Meats had Forquilhinha SC Jaragu do Sul SC Itapiranga SC Jacareanho PR Seara SC Sidrol ndia MS Nuporanga SP e Dourados MS F brica de ra es Cricuima SC e Xarmera SC Granja de matrizes Ararangua SC 295 10 3 Comparativo entre a Bunge Alimentos e a Cargill A Cargill S A e a Bunge Alimentos s
55. Ocepar 2007 359 360 Anexo B MAT RIA PRIMA CIDADE PRODUTOS Produzidos pela Fia o de Algod o aa Cano na Figura 8 O QUE A COCAMAR INDUSTRIALIZA Fonte Cocamar 2007 p 23 361 Anexo C Cartazes de orienta o para pecu ria confeccionados pela Coamo so CONTROLE PROFILATICO l CONTRA DOEN AS INFECCIOSAS E PARASITARIAS FEBRE AFTOSA Todo o rebanho 6em 6 meses 2 gt 1 dosa 90 dias nasc Relor o 30 das s D D D I DIDIDID CLOSTRIDIOSES Todoorebamo e gt mucose rio ome e o PNEUMOENTERITE Vacas 7 m s gesta o 2299999999999 VACINAS Bezerros 1 m s ap s nascimento 2299999999 999 PASTEURELOSE Todo o rebanho om DDD 00000009 RAIVA Todo o rebanho Anual IBR BVD cr RSS gt tc o RR E a gt Rec m nascidos 1 dose mo nascito o mois iis PIDDDIDDDDDA ENDOPARASITAS io o rebanho Quadimestra 3 3 CONTROLES ECTOPARASITAS Todoorebanho Eaton ag 22299 2299 O calend rio para bovinos de corte CY T yA CONTROLE PROFIL TICO A sa A CONTRA DOEN AS INFECCIOSAS E PARASIT RIAS TUBERCULOSE io o ano a ue 6 em 6 meses gt 2 EXAMES BRUCELOSE Dans an sacana dote 6 EM MESES o o inato ensemi cousa cur BOSS 0006 FEBRE AFTOSA Todo o rebanho 6 em 6 meses a e CLOSTRIDIOSES Toda o rebanho ada n O O 0 0 0 0 0090 2 BRUCELOSE Femeas de 0408 Dose nica e mw a Cris nann SSS SSS VACINAS PASTEURELOSE Todo o rebanho nan
56. a imensa maioria dos grandes grupos econ micos multinacionais atuando no Brasil CARLEIAL 2004 p 18 fazendo com que a toda a estrutura produtiva incluindo a o agroneg cio esteja atravessada pela internacionaliza o econ mica Esse fato al m de preocupante no m nimo uma caracter stica a ser avaliada Seriam esses os caminhos que a economia nacional deve percorrer para atingir o almejado 88 desenvolvimento complexo falar em uma estrutura o aut noma da economia nacional num contexto em que a dispers o territorial dos investimentos independe de mecanismos internos de regula o EGLER 2003 p 222 223 Nos anos de 1980 com a crise fiscal do Estado a din mica dos diversos setores da economia brasileira foi alterada MAZZALI 2000 Por sua vez a agroind stria que deixou de ser subsidiada como foi nos anos 1970 MB ASSOCIADOS 2004 p 11 teve que incrementar sua capacidade competitiva Assim de forma gradativa o setor agroindustrial passa a se utilizar de mecanismos alternativos de financiamento financiando a produ o por meio de empresas de insumos comercializa o e de processamento aprofundado pela via do financiamento e da internacionaliza o das atividades Enquanto isso a agricultura se beneficia e consegue ao contr rio do conjunto econ mico brasileiro na d cada de 1980 estabilizar a sua produ o apoiada em pol ticas de pre os m nimos e no cr dito rural GOLDIN REZENDE 1993
57. abranger meses em que concorre com o cultivo de trigo sendo uma op o encontrada pelos produtores Mas como essa lavoura fica muito exposta aos efeitos das condi es clim ticas nem sempre alcan am boa produtividade Desse modo apesar da rea de cultivo ter crescido muito o volume de produ o n o acompanha o milho quela apresentada pelo milho normal gr fico 7 Entretanto a expectativa para o ano de 2007 de que haja um crescimento do milho safrinha no Paran suficiente para balizar as redu es na produ o da primeira safra e atender a demanda do produto COCAMAR 2007 p 15 135 O comportamento demogr fico tamb m reproduz profundas transforma es nas paisagens rurais paranaenses O Estado transformou se em rea de intensa migra o sobretudo das popula es rurais justamente devido s altera es que foram introduzidas nas rela es de trabalho nas atividades agropecu rias Como enfatiza Egler 1996 p 200 Esse processo transformou em tr s d cadas O Paran que era o principal foco de atra o de migrantes no Estado da Federa o que apresentou a menor taxa de crescimento populacional 0 9 a a na d cada de 80 E exatamente nos anos de 1980 que se conclui no Paran a instala o dos complexos agroindustriais e a moderniza o daqueles que j existiam SEREIA NOGUEIRA CAMARA 2002 p 48 Os primeiros anos dessa d cada s o caracterizados por um per odo de
58. acompanhados pelas multinacionais que atuam no setor Tendo como carro chefe para a expans o a produ o de gr os BRDE 2003 p 51 munic pios como Balsas Novas MA Lu s Eduardo Magalh es BA Mineiros GO Primavera do Leste MT Rio Verde GO Santar m PA Sorriso MT Uru u PI e Vilhena RO SALOM O e SEIBEL 2005 p 12 surgem como ilhas de prosperidade do agroneg cio frente marginaliza o de outras reas muitas delas vizinhas essas regi es espalhadas no territ rio nacional Observando as transforma es no espa o rural brasileiro marcado pela expans o e consolida o da produ o capitalista como elemento predominante nos novos desenhos territoriais percebe se as raz es da marginaliza o e da exclus o Ao mesmo tempo em que os processos de moderniza o agropecu ria e agroindustrializa o passam a dominar as rela es de trabalho e produ o no campo em detrimento da pequena produ o familiar e daqueles que efetivamente sobrevivem do trabalho no campo um movimento de resist ncia a J y Rus 24 sobretudo daquelas popula es em reas exclu das come a a surgir no cen rio rural V rios Ver mapa 19 no anexo K 3 Destaca se a participa o de empresas como a Bunge Cargill e ADM que atuando com soja e milho principalmente tem participado do crescimento das exporta es de v rios munic pios destes p los conforme Salom o e Seibel 2005 p
59. aliena o territ rio Santos 2002 p 88 94 examina o caso brasileiro dando conta que a moderniza o agr cola revelou a vulnerabilidade das regi es agr colas modernas diante da moderniza o globalizadora Essa din mica seria realidade na maior parte dos Estados do Sul e do Sudeste e no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e em manchas isoladas em outras unidades da federa o brasileira Em rela o participa o regional de forma desigual no modelo de desenvolvimento agropecu rio e agroindustrial adotado desde os anos de 1980 pol ticas p blicas v m tentando incorporar novas reas Nesse sentido por exemplo o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural PNDR implementado no final dos anos 1980 teve a tarefa de complementar o volume de invers es de capital para a moderniza o da produ o rural FONSECA GON ALVES 1995 p 33 36 Nesse caso espec fico destacou se a participa o do Centro Oeste al m de algumas outras reas em outras regi es que foram beneficiadas Essa tentativa de dinamizar e propagar a moderniza o da produ o agropecu ria n o alcan ou desse modo todo territ rio Isso demonstra que as iniciativas p blicas permaneciam 97 condicionadas s necessidades de expans o capitalista calcada numa ordem econ mica internacional em que a seletividade dos investimentos regra As l gicas ex genas da produ o econ mica global comandariam Sendo assim a competitividade mundial levaria
60. anos de 1980 obtiveram 70 dos financiamentos p blicos federais Al m de recursos do governo federal as empresas de Santa Catarina tamb m tiveram acesso a recursos estaduais atrav s de diversas fontes como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul BRDE o Fundo de Desenvolvimento de Santa Catarina FUNDESC o Programa Especial de Apoio Capitaliza o da Empresa PROFASC e o Programa para o Desenvolvimento da Ind stria de Su nos e Aves de Santa Catarina PROFASC Estes fundos forneciam incentivos fiscais atrav s de descontos do ICM devido na aplica o de projetos industriais Ludkevitch 2005 p 55 56 Obviamente o processo de moderniza o agropecu ria catarinense n o ocorre da mesma forma e no mesmo tempo que no Paran Em parte das regi es de Santa Catarina por muito tempo predominou as caracter sticas de pequena produ o familiar e mesmo na atualidade essa caracter stica sobrevive ainda que com a participa o de grandes empresas agroindustrial sobretudo quelas voltadas produ o de carnes integrando os produtores sua l gica Por outro lado muitos pequenos produtores de su nos por exemplo acabam nem mesmo podendo se adequar a normas ambientais como ressalta a OCB 2006 p 11 Atualmente apenas em Santa Catarina existem 14 mil produtores de su nos que n o 103 possuem licen a ambiental e no Paran apenas 6 do total de produtores de su nos est o regulares com a quest
61. ao surgimento a qualquer momento em outras reas do pa s ou do continente de novos movimentos de capitais rela es de com rcio transporte servi os ligados produ o e ao mercado global Os investimentos em novas regi es agr colas se processariam sem o conhecimento de cada rea espec fica ou seja do local Cabe perguntar nessas circunst ncias o que pode acontecer a uma rea agr cola que mediante um desses processos seja esvaziada do seu conte do econ mico Que acontecer por exemplo s novas reas da agricultura globalizada do estado de S o Paulo no caso da mudan a internacional da conjuntura da economia da laranja do a car ou do lcool E como diante de tal mudan a poder o reagir a regi o o estado de S o Paulo e a na o SANTOS 2002 p 93 Sob essa perspectiva tem se ainda de acordo com SANTOS 2002 p 93 94 uma diversidade regional que n o pode ser controlada pela sociedade local ou nacional Territorializar se hoje implica na a o e no controle de fluxos e no estabelecimento e comando de redes HAESBAERT 2004 p 301 o controle das redes de produ o circula o e comercializa o das atividades agropecu rias e agroindustriais pelas decis es externas constituiria uma territorialidade extremamente complexa do espa o rural Grupos econ micos internacionais seriam respons veis por uma territorializa o e des territorializa o atuando diretamente por meio das empresas que
62. apresentados por Ribeiro 2005 p 40 somente a Bunge Fertilizantes atuando no setor Qu mico Petroqu mico faturou 2 5 bilh es de d lares em 2004 280 faturamento em 2004 do Grupo Bunge foi de R 23 2 bilh es reais com 73 unidades entre as f bricas portos e centros de distribui o e ainda 226 silos de gr os e est presente em 16 estados brasileiros BUNGE 2005b p 3 Essa gigante do agroneg cio atuando diretamente em boa parte territ rio brasileiro constr i sua rede que integra os diversos setores de produ o comercializa o e log stica H alguns anos adotou a estrat gia de manter a mesma marca Bunge que unifica o grupo em n vel mundial Na medida que se expande e diversifica suas atividades tamb m amplia o alcance da marca A partir do final dos anos 90 a Bunge manteve seu foco de atua o mundial concentrado em reas que se completam fertilizantes agroneg cios ingredientes para ind stria e produtos aliment cios o que lhe proporcionou vantagens competitivas para consolidar sua forte posi o e expandir ainda mais seus neg cios A Bunge Brasil det m o poder acion rio da Bunge Alimentos e da Bunge Fertilizantes cujos principais produtos destinam se ao consumo final panifica o confeitaria e food service ind stria e ao agribusiness ZAGO et al 2005 n p A Bunge expande sua atua o no Paran tamb m recorrendo a aquisi es estrat gicas Deve se ressaltar a compra da Ceval
63. brasileiro metodologia de identifica o dos seus agrupamentos produtivos Nova Economia Belo Horizonte v 5 n 2 p 61 80 dez 1995 LESSA Carlos Quinze anos de pol tica econ mica S o Paulo Brasiliense 1985 LILLEY Sasha Cobrindo o Amazonas com soja 29 12 2004 In Textos Realidade Brasileira Dispon vel em lt http www mst org br biblioteca textos realbrasil sasha htm gt Acesso em 28 01 2006 LIMA Marli Cocamar v receita recuar e congela investimentos Valor Econ mico S o Paulo 14 jun 2006 Empresas p B13 LIPIETZ Alain O capital e seu espa o Tradu o Manoel Fernando Gon alves Seabra S o Paulo Nobel 1988 339 LOPES Juarez R B Do latif ndio empresa unidade e diversidade do capitalismo no campo Petr polis Vozes S o Paulo CEBRAP 1981 LORINI Arlete Muito al m da gasolina Exame S o Paulo ed 871 2006 Dispon vel em lt http portalexame abril com br revista exame edicoes 0871 mm m0082768 html gt Acesso em 22 01 2007 LOUREIRO Maria Rita Cooperativismo e reprodu o camponesa In LOUREIRO Maria Rita Cooperativas agr colas e capitalismo no Brasil S o Paulo Cortez 1981 LOUREN O Gilmar Mendes A desconcentra o industrial e o Paran An lise Conjuntural v 27 n 5 6 p 17 18 maio jun 2005 Cen rios do agroneg cio do Paran restri es e oportunidades An lise Conjuntural v 20 n 7 8 p 3 11 jul ago 1998
64. com a Sorocabana 117 que atingia Ourinhos PADIS 1981 p 88 Deve se ressaltar o papel da coloniza o pelas companhias particulares no esfor o de expans o dessas rodovias sobretudo pelas necessidades infra estruturais que tinham de ocupar a regi o em meados da d cada de 1920 obviamente contando com as iniciativas p blicas A estrutura montada na coloniza o dirigida permitia que se formasse no norte paranaense um impressionante arranjo territorial composto por n cleos urbanos bem pr ximos uns aos outros e estavam interligados por estradas e ferrovias que davam acesso regi o Com pleno desenvolvimento da cafeicultura uma s rie de armaz ns e unidades de beneficiamento consolida essa rede de escoamento da produ o cafeeira constru da O fator econ mico mostra se mais uma vez na associa o entre os esfor os p blicos de ocupar a regi o com os projetos imobili rios privados como grande definidor territorial Se em 1970 o norte do Paran se assemelhava a uma colcha de retalhos onde o caf dominava a paisagem em meio a lavouras tempor rias e gado CANCIAN 1981 p 140 nesse momento o decl nio da atividade cafeeira far com que um momento de transi o para outra grande transforma o para economia estadual surja no campo O problema da superprodu o e a satura o do mercado internacional de caf exige dos poderes governamentais pol ticas visando reduzir as safras pelos programas de erradica o de p s
65. cooperativas agropecu rias REFER NCIAS ABIOVE Associa o das Ind strias de leos vegetais Estat sticas do complexo soja capacidade instalada da ind stria de leos vegetais 2007 Dispon vel em lt http www abiove com br capacidade br htmi gt Acesso em 27 06 2007 ADM ADM no Brasil Dispon vel em lt http www admbr com br default htm gt Acesso em 27 01 2006 ADM uma franquia global Relat rio Anual de 2002 Chicago Creative Design Board 2002 A FAM LIA Perdig o Revista Perdig o Hoje S o Paulo n 56 jan fev 2006 AGRENCO GROUP Relat rio Anual 2004 Annual Report s n 2005 AGRONEG CIO garante saldo da balan a comercial brasileira Em quest o Boletim da Subsecretaria de Comunica o Institucional da Secretaria Geral da Presid ncia da Rep blica Bras lia n 464 s n 29 dez 2006 A IND STRIA E A NATUREZA Revista Cargill S o Paulo ago set out 2005 p 8 9 ALBUQUERQUE Rui H P L de GARCIA Ronaldo C Pol tica cient fica e tecnol gica para o setor agroindustrial reflex es sobre a experi ncia brasileira Campinas N cleo de Pol tica Cient fica e Tecnol gica NPCT UNICAMP 1988 ALENTEJANO O que h de novo no rural brasileiro Rio de janeiro Terra Livre S o Paulo n 15 2000 p 87 112 324 ALVES Luc lio Rog rio Aparecido SHIKIDA Pery Francisco Assis Fontes de crescimento das principais culturas do Estado do Para
66. d quadros ssisiissssisscissssissinsssesssssessscescosso basini sirsss siooas estesinos osso i sisi sacia daa fada ix Lista de ST TICOS vssisossssssssosesrasovscisssosesodsoisssosdseosessossdassoovos todo tisda tses ossoso ossis seses aS x List d Mapas ssiiasaisio ca ipnac ieaai cia deli doc dial ico da audi ada iranianas dad xii Lista de TotoBrahias sai ea RIDE IS aNs iio koos eosa sest xiii Lista de EAI E C EE ATSE EE ppa Xv RI Ro RA E LOGRAR NRO OND SPPERIDO E SA SRP RE USPTO RARA xvi RESUMO POEA EE E AA E TA EA E A EEEE TENTE EA XX eNNI E Ce E EE E T AR PR EE ER A A xxi INTRODUCA O irradia sii 22 1 A ABORDAGEM ECON MICA DO TERRIT RIO E O ESPA O RURAL 34 1 1 Discuss es sobre o territ rio e territorialidade no espa o rural 44 2 PAISAGEM RURAL COMO RESULTADO DE TERRITORIALIDADES ECONOMICAS sueiaricasiaron ieadaamessiaaitisda dps des osapinaito dinda o Deo oia pa saga tada dons ASCadi aaa Digasda diga sandes 50 3 TRANSFORMA ES NO TERRIT RIO BRASILEIRO NO S CULO XX EA AGRICULTURA untensninaiaa cipal ia pa anita cdr Se meia 66 3 1 O Estado e as pol ticas de desenvolvimento regional o papel do campo 71 3 2 Impactos de uma economia global no territ rio e no espa o rural 81 3 3 Espa o rural brasileiro agricultura e agroneg cio configura es e territorialidadeS ssawaceis cuiiior ris repeat ga lda ca oito 88 4 O PARAN OCUPA O SEGMENTADA NO TEMPO E NO ESPA O
67. da d cada de 1970 n o houve durante a segunda metade dos anos 70 modifica es substanciais do modelo hist rico de desenvolvimento quando comparado a per odos anteriores Buscava se mais uma vez diferenciar a estrutura 75 produtiva completando a e aproximando a ao paradigma ent o prevalecente nos pa ses centrais A nfase nos setores pesados cujo atraso era assinalado assemelhava o II PND a programas que no passado haviam abra ado os mesmos objetivos como o Plano de Metas CARNEIRO 2002 p 47 Se nesses termos as pol ticas de desenvolvimento pouco s o modificadas um re direcionamento das mesmas ainda que n o exatamente em discurso aconteceu cabalmente Determinante para isso foi o avan o das rela es capitalistas no campo A intensifica o da constitui o das for as produtivas e das rela es capitalistas no campo resultou no processo de moderniza o da agricultura no Brasil COSTA 1998 p 1 Tal processo expande e se consolida nos anos 1970 O longo processo de transforma o na base t cnica chamado de moderniza o culmina na pr pria industrializa o da agricultura Esse processo representa na verdade a pr pria subordina o da natureza ao capital que gradativamente liberta o processo de produ o agropecu ria das condi es naturais dadas passando a fabric las sempre que se fizerem necess rias GRAZIANO DA SILVA 1996 p 3 A partir de meados da d cada de
68. das cooperativas interagindo no espa o geogr fico as coloca as mesmas numa posi o de destaque no cen rio econ mico regional e apesar de crises conjunturais que afetam o setor agropecu rio eventualmente a diversifica o nas atividades e a atua o no setor industrial permitem que seu desempenho se mantenha Pode se ent o questionar sobre a possibilidade de que as empresas cooperativas encontrem formas de resistir presen a maci a de tradings e outras multinacionais no seu mercado espa o de atua o ou ainda se haveria formas de a o conjunta monopolizando ainda mais as cadeias produtivas agroindustriais ou existe mesmo um diferencial desse tipo de empresa que possa ser considerado capital nacional origem e fixa o regional alian a com o Estado etc O novo campo paradigma da batalha n o seria mais no campo ideol gico mas entre capital nacional e estrangeiro Esses princ pios impedem por enquanto processos de fus es e aquisi es na atual conjuntura por exemplo ainda que a es como esta sejam cogitadas RODRIGUES 1999 33 Nesse sentido h uma mobiliza o pol tica com o intuito de que projetos para uma nova lei cooperativista abram a perspectiva para as cooperativas atuarem tal qual as empresas de capital NOVA 2006 Permitindo a abertura de capital com o advento dos chamados Certificados de Aporte de Capital que daria uma remunera o fixa ou percentual ao neg cio efetuado a
69. das pol ticas de desenvolvimento As estrat gias corporativas no territ rio derivam assim de um complexo jogo de interesses em que o aproveitamento das oportunidades se d em fun o das possibilidades de obten o de maiores vantagens competitivas O embate entre cooperativas e multinacionais no mercado agroindustrial acaba por constituir o reflexo da reorganiza o produtiva na qual cada uma das empresas planeja suas estrat gias segundo as potencialidades e diferenciais que apresentam Por outro lado temos a reprodu o de um modelo produtivo nitidamente concentrador e excludente pela difus o do agroneg cio Fato que dificulta a inser o de pequenos produtores da agricultura familiar das cooperativas familiares etc no mercado dominado por algumas poucas mas gigantescas corpora es A territorialidade dessas empresas a realiza o material do poder exercido mesmas 104 Percebe se uma rela o intr nseca entre a din mica espacial e a territorialidade uma produzindo materialidades da outra Mas a fim de evitar confus es conceituais a territorialidade compreendida aqui fruto das atividades econ micas caracter sticas do setor agroindustrial na qual grandes corpora es exercem dom nio de reas no Estado do Paran A for a e o potencial territorializador de cada empresa s o influenciados diretamente por sua a o que no caso das empresas transnacionais tem escala mais global diferentemente da a o regional das
70. de caf KOHLHEPP 1991 p 80 Tais iniciativas j vinham desde 1961 quando o governo brasileiro cria o Grupo Executivo de Racionaliza o da Agricultura GERCA apoiado no Programa de Racionaliza o da Cafeicultura que previa como uma de suas metas a diversifica o de culturas nas reas liberadas com a erradica o do caf MORO 2000 p 353 354 Em face ao momento cr tico surgem v rias cooperativas de cafeicultores no norte do Paran como tentativa de amenizar os efeitos sobre os produtores a grande maioria formada por pequenos propriet rios que adquiriram seus lotes junto s companhias 37 Das 33 cooperativas de cafeicultores existentes em 1964 restaram apenas oito HESPANHOL COSTA 1995 p 375 Tal fato se explica por elas haverem surgido num momento de crise a muitas n o conseguiram sobreviver ao decl nio da atividade cafeeira nos anos de 1970 a n o ser aquelas que adotaram a diversidade e passaram a funcionar como agentes da moderniza o com apoio do Estado FONSECA COSTA 1995 p 365 366 A Cocamar fundada em 1963 e a Cocari fundada em 1962 que na poca ainda eram denominadas de cooperativas de cafeicultores de Maring e de Mandaguari respectivamente s o alguns exemplos de antigas cooperativas de cafeicultores que participaram no processo de moderniza o e tamb m da agroindustrializa o entre o final dos anos de 1970 e in cio da d cada de 1980 ver FAJARDO 2000 e MEDEIROS 1997 coloniz
71. de seu progresso de produ o e comercializa o Tamb m chamada de estrat gia de integra o Normalmente nessa estrat gia torna se mais interessante para a empresa manter uma unidade de esfor o com coordena o efetiva entre as v rias unidades Estrat gia de Diversifica o Conc ntrica Descri o Trata se da diversifica o da linha de produto com aproveitamento da mesma tecnologia ou for a de vendas oferecendo uma quantidade maior de produtos num mesmo mercado Caracter sticas Permite que a empresa tenha ganhos substanciais em termos de flexibilidade dependendo dos efeitos sin rgicos positivos associados aos conhecimentos Utilizada na d cada de 1990 pela Cocamar na introdu o de novos produtos da ind stria de fios com produ o de fios sint ticos por exemplo bem como no lan amento de novos derivados de soja para o varejo Outra diversifica o exemplificada com a produ o de maionese e de bebidas de diversos sabores a base de soja No caso da produ o e sucos de outros sabores al m de laranja o que A Coamo utiliza se dessa estrat gia com a produ o de margarina no ano de 2000 de tecnologia e ou existe o processo comercializa o industrial a partir da compra de mat ria prima semi elaborada n ctar concentrado ESTRAT GIAS DE Cocamar faz uso da AQUISI OES DE mesma quando adquire EMPRESAS uma destilaria de lcool Estrat gia d
72. de recursos a serem investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento para atingir o n vel competitivo das maiores empresas Ao aumento do montante de investimento em P amp D de modo a superar a capacidade financeira das maiores empresas conjugou se o encurtamento do ciclo de vida dos produtos incrementando consideravelmente os riscos envolvidos Nesse sentido tornou se crucial a amortiza o dos investimentos no per odo mais curto de tempo poss vel impelindo amplia o geogr fica de mercados e refor ando a tend ncia globaliza o da demanda Observando o posicionamento das cooperativas Cocamar e Coamo nota se que a Cocamar foi mais agressiva no sentido da verticaliza o ainda que com atua o regional enquanto a Coamo no sentido da expans o horizontal no territ rio Essa estrat gia da Coamo de diversifica o multi setorial mas tamb m inter regional FONSECA COSTA 1995 p 367 resultou na sua configura o atual com presen a direta em tr s unidades da federa o Paran Mato Grosso do Sul e Santa Catarina Se comparadas s posi es da Bunge a Cargill verificar se que a grande diferen a em termos de escala trabalhada permite que as multinacionais atuem com muito mais intensidade em praticamente todas as estrat gias mencionadas O poderio global das multinacionais imp e uma l gica que reduz o territ rio paranaense a um espa o como outro qualquer o qual pode ser desterritorializado pela sa da das mes
73. de sua regi o de origem ainda nos anos 1970 demonstra o contraste entre a mesma e a Cocamar bem menos agressiva em termos de expans o horizontal 74 Para a mudan a no perfil dos cooperados foi necess ria uma altera o nos estatutos da Cocamar De acordo com Recco 2003 p 38 Em 1974 foi feita a primeira reforma nos Estatutos Sociais da empresa A maior novidade ficou por conta do artigo que tratava do quadro de associados onde no lugar de apenas produtores de caf passaram a ter condi es de ingressar na cooperativa quaisquer produtores rurais mesmo n o sendo propriet rios da terra 252 Foto 23 Secador e graneleiro da Cocamar na regi o de Maring Fonte Cocamar Observa o ao priorizar a diversifica o e verticaliza o em v rias cadeias produtivas simultaneamente a Cocamar restringiu sua territorialidade no sentido de instala o dos fixos aos munic pios mais pr ximos respeitando sua rea de atua o original A expans o no Noroeste fruto da aquisi o da estrutura de antigas cooperativas Isso significa que a territorialidade destas cooperativas ocorre de modo diferenciado A Cocamar acaba por tamb m atingir v rias partes do territ rio nacional mas a partir dos mercados que alcan am seus produtos industrializados J a Coamo possui al m disso uma territorialidade f sica concreta embasada na constru o de unidades de recebimento de produ o em v rias partes do Paran em p
74. diferenciados e este valor diferenciado definido como centro da a o estrat gica focando a competitividade para alcan ar sucesso buscando rela es mais fortes com os clientes O que se percebe que por tr s desse discurso est nsia por se agigantar cada vez mais e de fato isso acontece na medida em que alastra sua a o em v rias partes do mundo construindo sua territorialidade global 291 Brasil em n meros Bunge ainda a maior Al m da soja e tamb m do cacau outra importante commoditie comercializada pela Cargill o a car a maior negociadora do produto no mercado mundial e a maior exportadora brasileira de a car Participa do Terminal de Exporta o de A car do Guaruj TEAG que nasceu de uma joint venture formada em 2001 entre Cargill e Sociedade Operadora Portu ria de S o Paulo por interm dio de seu acionista majorit rio Grupo Crystalsev E em 2003 criou no Porto de Santos o Terminal de Exporta o de A car Ensacado T 33 tamb m por meio de joint venture com a Crystalsev A Cargill ainda opera com algod o produ o de farinhas para biscoitos panifica o industrial pastif cios etc acidulantes lecitina de soja amidos ado antes flavors etc Detalhes sobre como a empresa expandiu suas atividades s o observados na hist ria da sua presen a no Brasil quadro 9 Quadro 9 Linha do tempo da Cargill no Brasil Per odo Local Fatos 1965 1975 S o Paul
75. dinamismo agroindustrial com crescimento do valor adicionado da agroind stria mas com uma maior concentra o das atividades como nas ind strias de transforma o de cereais abate de animais e prepara o de carnes PEREIRA 1995 p 41 S o favorecidos assim setores produtos mais fortemente ligados integra o de capitais tabela 3 Tabela 3 Valor Adicionado Fiscal VAF da ind stria segundo segmentos industriais no Paran em 2003 SEGMENTO VAF REPRESEN TATIVIDA DE NO VALOR ADICIONA DO DO Extra o de carv o mineral 10 101 321 0 03 Extra o de petr leo e servi os correlatos 178 002 213 0 54 Extra o de minerais met licos 18 524 901 0 06 Extra o de minerais n o met licos Fabrica o de produtos aliment cios e bebidas Fabrica o de produtos do fumo Fabrica o de produtos t xteis Confec o de artigos do vestu rio e acess rios Prepara o de couros e fabrica o de artefatos de couro artigos de viagem e cal ados Fabrica o de produtos de madeira Fabrica o de celulose papel e produtos de papel Edi o impress o e reprodu o de grava es Fabrica o de coque refino de petr leo elabora o de combust veis nucleares e produ o de lcool Fabrica o de produtos qu micos Fabrica o de artigos de borracha e pl stico Fabrica o de produtos de minerais n o met licos Metalurgia b sica Fabrica o de produtos de metal exclusive m quinas e
76. discuss o inicial relativa aos aspectos conceituais do trabalho tais como territ rio territorialidades espa o e paisagem rurais derivadas do processo produtivo indicou que atividades agropecu rias e agroindustriais no territ rio representam uma das vertentes mais importantes na an lise da espacialidade a 2 econ mica Sob a tica produtiva o territ rio alvo da ocupa o econ mica O uso do 318 territ rio no Brasil traduz em grande parte a ocupa o de extensas reas afastadas dos n cleos urbanos o espa o rural Ao analisar a caracteriza o territorial do Paran destaca se o papel da agricultura e a a o de empresas no desenvolvimento de uma estrutura produtiva voltada s atividades agroindustriais Isso significa que a din mica territorial paranaense est em grande parte organizada pela territorialidade econ mica resultante da a o corporativa no espa o rural As grandes empresas organizam suas atividades criando circuitos espaciais de produ o Para funciona elas devem regular seus processos produtivos hoje dispersos no territ rio sua circula o sua contabilidade etc SANTOS SILVEIRA 2004 p 153 Avaliando a participa o das cooperativas e multinacionais na organiza o produtiva agropecu ria e agroindustrial por meio dos casos estudados constr i se uma interpreta o da realidade regional do espa o paranaense calcada na territorialidade econ mica no meio rural A din mica
77. diversificar em termos de variedades de produtos do varejo Fica demonstrada aqui uma estrat gia bem diferente da Coamo A Cocamar n o demonstra atualmente inten o de expandir sua territorialidade em outros Estados e sequer em regi es mais distantes de sua sede em Maring Essa territorialidade s se processa via mercados dos produtos do varejo isto em termos de fluxos de comercializa o mas n o pretende estabelecer novos fixos em reas long nquas Mas analisando Coamo e Cocamar em conjunto chega se a conclus o de 321 que as diferen as b sicas entre a a o territorial das cooperativas e das multinacionais est o nas seguintes situa es primeiramente as cooperativas representam um capital nacional em segundo lugar ainda que haja expans o horizontal como no caso da Coamo o v nculo regional muito forte a sede o referencial da cooperativa Se futuramente essa condi o for alterada passaria a existir ent o outra empresa totalmente diferente sendo extinta esta que se conhece atualmente Obviamente as estrat gias de a o das cooperativas Coamo e Cocamar assim como das empresas globais Cargill e Bunge obedecem exig ncias impostas pela competitividade E ainda a l gica externa for ada pelo mercado internacional acaba por provocar distor es com rela o aos rumos que tomam as cooperativas A racionalidade empresarial h muito domina as gest es e a es das cooperativas agropecu rias no Pa
78. do trabalho em sua dimens o t cnica e material GODOY 2004 p 33 Nesse sentido a produ o econ mica e reprodu o do espa o capitalista tem uma abrang ncia geral n o podendo ser consideradas formas de acumula o distintas as que se encontram no mbito rural Com a agricultura transformada num empreendimento totalmente capitalista as atividades agropecu rias passam a ser uma rea como qualquer outra para aplica o do capital devendo o investimento auferir a lucratividade m dia LOPES 1981 p 20 Numa vis o geogr fica as empresas cooperativas podem ser entendidas como agentes de transforma o espacial na medida em que atuam em determinadas reas de forma regionalizada estabelecem tamb m uma parcela de divis o do trabalho colaborando para o arranjo territorial local e regional e para a defini o temporal de uma certa din mica social que resulta numa a o no espa o A cada divis o do trabalho muda o uso do territ rio em virtude dos tipos de produ o e das formas como se exercem as diversas inst ncias de produ o exigindo novos objetos geogr ficos casas silos etc e atribuindo valores novos aos objetos preexistentes SANTOS 1997b p 114 115 Do mesmo modo grandes grupos empresariais internacionais caracterizam se por conformar um direcionamento externo das atividades produtivas regionais Sendo o objeto da ci ncia geogr fica o espa o produzido num determinado terri
79. dois primeiros entrepostos da cooperativa foram instalados no ano de 1975 nos munic pios de Pai andu e S o Jorge do Iva com o objetivo de recebimento de produtos agr colas Em 1983 iniciou se o funcionamento da ind stria de fios de algod o com capacidade para produzir 3250 toneladas de fios ano sendo a primeira ind stria desta atividade no Estado do Paran apesar do 205 estado ser o maior produtor nacional de algod o PAULA 2001 p 75 Atualmente a Cocamar coloca dentre seus objetivos Prover de satisfa o o cooperado oferecendo servi o e produtos com qualidade e efici ncia preservando os par metros de rentabilidade Ser reconhecida por clientes e fornecedores como organiza o comprometida com a Qualidade Buscar a perpetua o da organiza o a partir da otimiza o de sua estrutura operacional e industrial Manter seus colaboradores aptos a cumprir suas fun es com seguran a orgulho e motiva o Ser uma organiza o cidad e promotora do desenvolvimento regional Essa miss o destacada pela cooperativa envolve estrat gias de expans o industrial na qual a cooperativa passa a competir dentro de diversas cadeias produtivas da mesma forma que outras grandes empresas que atuam nos setor agroindustrial Entretanto uma cooperativa ainda que estruturada similarmente a outras grandes empresas encontra se em situa o um tanto diferenciada e peculiar Ainda que a Cocamar tenha se transformado em
80. dos circuitos espaciais das cooperativas Cocamar e Coamo e das multinacionais Bunge e Cargill s o processadas de forma diferenciada Cada empresa define e redefine suas topologias segundo estrat gias e objetivos tra ados no planejamento da mesma A Cocamar desde cedo alguns anos depois de sua funda o na d cada de 1970 optou pela diversifica o basta lembrar dos primeiros passos em que de cooperativa de cafeicultores partiu para outros produtos como algod o milho e depois soja Esse processo se pautou primeiro na necessidade de moderniza o para ampliar os rendimentos da produ o agr cola dos cooperados e mais tarde meados dos anos 1970 para uma conota o de altera o na base da cooperativa que se insere nas atividades agroindustriais mais fortemente Por sua vez a Coamo nasce no momento em que os anseios de crescimento tinham a moderniza o como est mulo e anseio de muitos produtores A regi o de Campo Mour o diversificada em termos de variedades de produtos mas economicamente fraca em termos de significado para o conjunto estadual Considerando uma empresa multinacional como a Cargill a realiza o de seus circuitos espaciais produtivos atuando na compra e comercializa o de tr s commodities distintas entre si ao mesmo tempo soja laranja e cacau TOLEDO 2005 p 127 Em raz o dessa caracter stica particular que n o ocorre com a Bunge por exemplo a 319 pol tica territorial da Cargill
81. e distribui o de produtos e servi os agr colas aliment cios financeiros e industriais em um pa s de grandes dimens es CARGILL 2005 p 4 Al m do ramo aliment cio al m de unidades de processamento de soja foto 29 a empresa trabalha com leos lubrificantes e amidos industriais A empresa tamb m atua nos ramos de nutri o animal e ainda com a comercializa o de min rio de ferro por meio de sua subsidi ria Cargill Ferrous International 286 Foto 29 Unidade de processamento de soja da Cargill em Ponta Grossa Fonte Philus Engenharia leos vegetais malte carne de frango suco de laranja produtos de cacau avel amendoim produ o de glicose e frutose silos Gr os carnes leo de canola malte de cevada fibra de linho comida para animais alimentos e leo de soja armaz m de gr Alimento para animais embutidos frango industrializado Processamento de gr os soja silos fertilizantes sucos Terminal Portu rio processamento de cacau leo de soja lubrificantes metais ferrosos massas Armazenamento e processamento de gr os alimento industrializado algod o e fertilizantes Cacau velas milho sorgo processamento de leo cacau arroz Figura 5 A presen a da Cargill no mundo Extra do de Comportamento social de trabalhista mapa de empresa Cargill Observat rio Social S o Paulo maio de 2003 p 6
82. econ mica Sempre ao sabor das necessidades do mercado externo ANDRADE 1987 p 73 o territ rio foi moldado regionalmente e as paisagens modificadas segundo predom nio de cada ciclo cana de a car ouro caf borracha industrializa o Se a agricultura capitalista caracterizada pela proletariza o do trabalhador rural ANDRADE 1977 p 60 e por uma renda submetida ao mercado a propriedade fundi ria n o constitui pois nada em espec fico em favor da agricultura na m quina capitalista fundada sobre a propriedade em geral SAMIN VERGAPOULOS 1977 p 86 Em outras palavras um aprofundamento da divis o social do trabalho no campo promove uma destrui o da economia natural GRAZIANO DA SILVA 1996 p 2 e o desenvolvimento capitalista estrutura se na l gica industrial A economia brasileira apresenta o perfil agro exportador desde o per odo colonial at in cio do s culo XX Pode se situar a mesma externamente cercada pela apropria o do imperialismo de grande parte da sua acumula o interna e internamente pelo latif ndio SODR 1977 p 59 Em rela o ao desenvolvimento capitalista em escala mundial o caso brasileiro historicamente se processa num momento de decl nio Sodr 1977 p 59 aponta para o problema da heterocronia que atinge o pa s de modo particular Os surtos capitalistas atrasados isto os que e processaram mais tarde no tempo o da Alemanha o do Jap o
83. economia nacional se daria de forma dependente e perif rica em rela o ao centro din mico S o Paulo como na an lise de Padis 1981 De certa forma o isolamento da economia do mate deixava esse tipo de produ o muito exposto a sua rela o com o mercado 33 Na discuss o sobre o Brasil arquip lago Santos e Silveira 2004 p 31 36 demonstram que a forma o hist rica da economia brasileira est relacionada diretamente com exist ncia de zonas econ micas que at o 113 exterior e novas conjunturas terminariam por provocar sua estagna o completa No final dos anos 20 inicia se o decl nio da atividade prim rio exportadora e a economia paranaense entra em total retrocesso uma vez que o setor secund rio inexistia e a dinamicidade do terci rio dependia dos dois primeiros PEREIRA 1995 p 33 Naquele momento na d cada de 1920 as possibilidades da economia paranaense estavam muito limitadas e seu aparato infra estrutural era extremamente deficiente PADIS 1981 p 75 A precariedade econ mica conhece novos horizontes somente com um novo surto de ocupa o no norte do Estado Nas d cadas seguintes entre os anos de 1930 e 1960 os investimentos a es p blicas com vistas ao desenvolvimento e as inser es de capital em geral se detiveram em boa parte s regi es que iam sendo ocupadas das outras frentes Hoje a extensa rea correspondente quela da ocupa o da frente Paran Tradicional
84. em conjunto desenvolveram suas a es como verdadeiros agentes do capital ao procurarem organizar a produ o nos moldes do sistema de economia de mercado no qual se insere o Estado Brasileiro MORO 1995 p 92 Nesse sentido a Cocamar que no final da d cada de 1970 tamb m se insere nas atividades agroindustriais As instala es pequenas foto 11 d o lugar a instala o de um grande parque industrial foto 30 ver anexo J A Cocamar foi uma das cooperativas do Norte do Paran que mais participaram dos processos de diversifica o e verticaliza o Ela absorvia essencialmente pequenos produtores de caf E como a maioria desses milhares de trabalhadores e pequenos propriet rios que tinham o caf como seu 201 meio de sobreviv ncia os mesmos foram for ados a abandonar a atividade o impacto sobreveio forte A grande geada em 1975 teve um forte simbolismo por acelerar a erradica o das lavouras cafeeiras j em curso e impor a busca por novas culturas Foto 11 Parque industrial da Cocamar no in cio da d cada de 1970 Fonte Recco 2003 p 34 Observa o no mesmo local onde uma estrutura gigantesca est instalada hoje na poca se resumia a algumas unidades de armazenamento Mas se at meados da d cada de 1970 o Brasil exportava a soja predominantemente sob a forma de gr os a partir de 1975 coincidentemente a situa o muda radicalmente e o Brasil amplia consideravelmente sua capacidade de trit
85. em pequena escala propriet rio Sr Celso Reolon A regi o oeste do Paran n o possu a um atrativo empresarial tal qual ocorreu com o caf no norte paranaense com o capital fluindo de S o Paulo para o Paran facilmente apesar da exist ncia de solos f rteis e abund ncia de madeira NICHOLLS 1971 p 39 40 Os colonos se estabeleceram em pequenos lotes em propriedades familiares Essas popula es de origem italiana e alem por causa das condicionantes s cio culturais da sua estrutura o criaram uma economia relativamente fechada que no mais das vezes tinha o objetivo a auto sufici ncia Assim que ao mesmo tempo em que desenvolviam culturas de trigo milho batata e frutas incentivavam embora em pequena escala a cria o de bovinos e su nos desenvolviam atividades artesanais de fia o de tecelagem fabricavam vinho mo am trigo etc Tais atividades se desenvolviam em um n vel tecnol gico relativamente baixo com pouca mecaniza o apesar de certa especializa o de atividades e consegiientemente de uma vis vel 4 z 2 2 A erva mate normalmente atra a migrantes para o oeste e sudoeste do Paran e a explora o associada com a pecu ria SPOSITO 2004b p 30 entretanto jamais compar vel ao est mulo do caf no norte paranaense Nem mesmo a riqueza da madeira dos pinheirais iguala se como atrativo econ mico produ o cafeeira 124 divis o do trabalho PADIS 191 p 167
86. empreendimentos multinacionais investidos no Brasil da compra de empresas nacionais por grandes grupos econ micos estrangeiros t pica estrat gia do capital na sua poca monopolista O mercado agroindustrial brasileiro fortemente oligopolizado e as atividades agropecu rias acabam por tamb m compor essa condi o Com a integra o de capitais sobretudo a partir dos anos de 1960 permite se uma expans o extraordin ria dos neg cios implantados por estas empresas no setor agroindustrial brasileiro A agricultura passa a ser alvo de altas invers es de capitais oriundas de diversas outras atividades econ micas Estes capitais se cruzam e por meio da forma o de conglomerados que colocam as atividades agropecu rias como parte dessa organiza o monopolista Trata se do processo de conglomera o empresarial marcado pela organiza o de holdings cart is trusts e um sem n mero de processos de fus o e cruzamento de grandes grupos econ micos e blocos de capital dirigidos por uma esp cie de cabe a financeira que se cruza com os bancos e outras institui es financeiras do conglomerado os quais imprimem dire o aplica o dos capitais em distintos mercados DELGADO 1985 p 130 Desse modo v rias empresas de capitais nacionais e estrangeiros constru ram no pa s seus conglomerados Atualmente o processo de reestrutura o do sistema agro alimentar no Brasil mostra um forte aumento da concentra o de ca
87. empresas na economia regional Pode se desse modo chegar ao entendimento destas como agentes de organiza o do espa o Assim o uso corporativo do territ rio promove a territorializa o das empresas no espa o Como o foco das cooperativas agropecu rias e das multinacionais do agroneg cio justamente a produ o agropecu ria por meio deste pode ser identificado o espa o em quest o o espa o rural No caso do Estado este estaria presente ou ausente conforme a combina o de interesses envolvidos em termos de preocupa es com crescimento da participa o produtiva desses espa os no mbito do conjunto econ mico gt A competi o referida se processa em termos de disputa por reas e consequentemente pelos produtores que ali atuam ora dominadas por um ou por outro grupo ou empresa Esse fato n o descaracteriza a forte monopoliza o de v rias cadeias produtivas mas demonstra que h sim uma re configura o funcional das regi es na pr pria divis o territorial do trabalho a cada momento em que alternam se empresas na domina o das reas em quest o 9 A esse respeito Loureiro 1981 p 136 aponta para o sentido hist rico da utiliza o da cooperativa pelo Estado ap s os anos 1930 com intuito de promovera expans o da produ o agr cola em especial de alimentos para atender ao abastecimento das popula es urbanas em processo de crescimento 27 A expans o na base geogr fica de atua o das coopera
88. espa o dentro do projeto SULCOOP que englobava na poca os munic pios de Palmas Bituruna Mangueirinha e General Carneiro passou assim a incorporar o NORCOOP 184 Aliado a esses fatores o fato das cooperativas encontrarem fortes est mulos governamentais representou decisivo passo rumo s altera es na base produtiva do Estado promovidas pelas mesmas A transi o das cooperativas agr colas e no caso do Norte paranaense sobretudo as cooperativas de cafeicultores de meras comercializadoras da produ o para participantes do setor agroindustrial aconteceu com a consolida o da moderniza o agr ria via lavouras mecanizadas de soja e trigo A agroindustrializa o veio inicialmente atrav s do processamento da produ o entregue pelos associados A diversifica o da produ o agr cola com o incentivo a novos cultivos trouxe a diversifica o da forma de atua o das cooperativas com grandes investimentos na verticaliza o FAJARDO 2000 p 20 21 As caracter sticas das cooperativas enquanto comercializadoras reunindo produtores interessados em obter melhores ganhos de escala e benef cios da pr pria organiza o cooperativa predomina no Brasil at in cio dos anos de 1970 DELGADO 1985 p 165 Sendo que a partir da a moderniza o passa a constituir uma das a es primordiais das cooperativas Desse modo h uma diferen a entre a situa o enfrentada por cooperativas j existentes com
89. espacialidade do processo hist rico de povoamento e ocupa o econ mica do territ rio 111 Durante o s culo XX o Paran conclui seu processo de ocupa o econ mica com o esgotamento da fronteira agr cola passando de um Estado com forte poder atrativo de popula o no per odo auge da cafeicultura por exemplo para uma das unidades da federa o brasileira que tiveram menor crescimento populacional entre os anos 1980 e 1990 Alteram se as rela es de produ o e de trabalho no campo provocando a desestabiliza o das condi es rurais de sobreviv ncia e a expuls o de enormes contingentes populacionais at ent o vinculados s atividades agr colas Parcela significativa desses emigrantes rurais se transfere para os centros urbanos do pr prio Paran em busca de oportunidades de trabalho e de obten o de renda Nesse processo ampliam se sobremaneira o grau de urbaniza o do Estado e a tend ncia de concentra o da popula o nos centros urbanos de maior porte Ao mesmo tempo extensas correntes migrat rias dirigem se s reas urbano industriais do Sudeste particularmente para S o Paulo e s regi es de fronteira agr cola do Norte e do Centro Oeste brasileiro Dessa forma o Paran de receptor passa a constituir uma das principais reas expulsoras de popula o do pa s e se at esse per odo se destacava em fun o do forte ritmo de incremento de sua popula o passa a apresentar o menor cresc
90. exploram o rural selecionando e excluindo reas segundo seus interesses e a conjuntura econ mica As pol ticas p blicas de desenvolvimento atuam ent o condicionadas Ainda que exista esse comando externo os direcionamentos da evolu o da agricultura moderna e da agroindustrializa o remeteram a uma territorialidade na expans o das atividades agropecu rias e agroindustriais que apesar de concentradora e seletiva apresentava se organizada Havia a clara tend ncia de utilizar das terras ao m ximo aproveitando quando a tecnologia permitia as reas que suprimiriam a demanda de crescimento A evolu o do complexo soja nos anos de 1970 marca bem essa constata o 98 A cultura da soja num momento de crise econ mica quando o Brasil se viu onerado por elevada d vida internacional e procurou produzir artigos de grande aceita o no mercado externo teve uma grande expans o Como na conjuntura atual ela vem obtendo pre os elevados o Governo procura estimular a sua produ o visando a exporta o ocupando grandes reas nas Regi es Sul Rio Grande do Sul Paran e Santa Catarina Sudeste S o Paulo e no Centro Oeste Mato grosso do Sul sendo atualmente cultivada tamb m na Bahia ANDRADE 1977 p 76 Por essa afirma o nota se que a ocupa o com a atividade agropecu ria moderna tem sido efetuada a partir do avan o dessas novas rela es capitalistas de produ o e de trabalho no camp
91. exportadoras da soja brasileira Dentre as f bricas a empresa possui quatro de processamento de soja Campo Grande MS Uberl ndia MG Joa aba SC e Rondon polis MT com capacidade de 2 milh es de toneladas ano ainda uma das maiores processadoras de cacau com f brica em Ilh us BA Possui uma misturadora de fertilizantes em Catal o GO e Rondon polis MT Produz as marcas de leo refinado Sadia Conc rdia Corcovado e Rezende A principal atividade da ADM s o os gr os sobretudo a soja quadro 7 Esta cresce em m dia anualmente cerca de 7 movimentando 6 3 milh es de toneladas e exportou 3 6 milh es de toneladas em 2005 Em rela o log stica possui terminais fluviais Tiet Paran Paraguai tamb m usu ria da CVRD Companhia Vale do rio Doce Ferronorte Instala es nos portos de Santos Vit ria e Paranagu Constitui a segunda maior processadora 87 Entao p gt 2 P Como ocorre com a Perdig o a Sadia tamb m n o pode ser considerada uma trading agr cola por n o focar se 212 de cacau do Brasil ficando apenas atr s da Cargill No Paraguai a ADM a maior exportadora de soja 30 Maior provedora de fertilizantes para soja e milho Na Bol via a ADM possui f brica de processamento e refino de leo de soja Santa Cruz de La Sierra Quadro 7 Movimenta o de soja pela ADM TONELADAS em milh es 4 5 5 5 5 RR Fonte Bansen Comunica o e Marketin
92. fase globalizante Essa vis o adotada pela perspectiva economicista HAESBAERT 2002 p 130 a mesma que considera o territ rio simplesmente como localiza o num espa o f sico concreto Sendo que aqui a empresa capitalista tem suas barreiras e entraves superados em fun o de quest es de localiza o e o pr prio local e sua atividade econ mica espec fica s o enfraquecidos Nesse sentido Carlos 2002 p 172 v os dois lados do processo primeiro revelando a produ o de um espa o mundial e depois representando a constitui o de uma sociedade urbana Essa discuss o que repensa os conceitos e no es da Geografia influenciados pela globaliza o enquanto tema ou fato encontra terreno f rtil tanto do ponto de vista das abordagens de matriz marxista como nas vis es mais integradoras que incorporam elementos estruturalistas e fenomenol gicos O significado de territ rio subentendido proveniente de uma vers o de 45 espacializa o mais estrutural O espa o totalidade e mesmo as rela es espa o tempo transforma se a partir de processos que se realizam concretamente na produ o econ mica A din mica produtiva envolvendo fluxos de mercadorias capitais informa es e t cnicas v se afetada pela velocidade intensificada quanto maior a efici ncia tecnol gica O territ rio por fim passa a constituir se no territ rio usado termo empregado por autores como Santos e Carlos e o di
93. ganhos de efici ncia segundo a possibilidade de dotar as commodities de atributos qualitativos do interesse dos consumidores finais ou de etapas intermedi rias do processo produtivo value added technologies Essa interfer ncia da atividade produtiva no campo vai al m desse espa o englobando o conjunto econ mico na mesma l gica e racionalidade global do territ rio que re ne capitais a es e interesses diversos materializados por exemplo na participa o de grandes empresas no setor agroindustrial As situa es criadas assim s o variadas e m ltiplas produzindo uma tipologia de atividades cujos subconjuntos dependem das condi es fundi rias t cnicas e operacionais preexistentes Numa mesma rea ainda que as produ es predominantes se assemelhem a heterogeneidade de regra H na verdade heterogeneidade e complementaridade Desse modo pode se falar em continuidades e descontinuidades dessa maneira que se enriquece o papel da vizinhan a e a despeito das diferen as existentes entre os diversos agentes eles vivem em comum certas experi ncias como por exemplo a subordina o ao mercado distante SANTOS 2002 p 90 Nesse sentido a discuss o em torno de uma supera o conceitual do Complexo Agroindustrial sendo gradativamente substitu do pela biotecnologia e os chamados complexos bio industriais relevante GRAZIANO DA SILVA 1996 p 72 76 As ind strias de base biol g
94. gr o responde por 40 do faturamento da cooperativa COCAMAR 2004 p 49 N o por acaso que o r tulo agroindustrial lhe cabe perfeitamente A Cocamar assume a forma agroindustrial ao vincular o produtor n o apenas a um mercado de commodities agr colas mas cadeia produtiva orientada diretamente pela produ o agroindustrial Resta saber se como agroind stria cooperativa ser o beneficiados todos produtores incluindo os menores ou o n vel de participa o destes n o viabilizaria a presen a dos mesmos que poderiam desaparecer LAUSCHNER 1993 p 276 Deve se refletir ent o sobre os impactos dessa transforma o que n o s o apenas econ micos Uma cooperativa com tal estrutura agroindustrial como a Cocamar passa a ser encarada muito mais enquanto empresa e fica quase esquecido seu car ter de organiza o cooperativa BERNARDO 1998 p 107 Sendo assim est o em jogo tamb m seus princ pios que deveriam condicionar suas estrat gias e conduzir sua gest o A preocupa o social a come ar com rela o aos cooperados alcan ando a comunidade em que est o inseridas deve ent o estar em discuss o Um pouco em dire o a isso fato conhecido a Cocamar estar adotando uma postura que busca alinhar se ao perfil das empresas que se preocupam com responsabilidade social Com isso obteve reconhecimento LOUREN O L 2005 com premia es em 2004 como M rito em responsabilidade social e P
95. guardam com os que iniciaram cedo uma rela o de depend ncia As contradi es num e noutro caso s o de ordem diferente as primeiras como se constata pela hist ria contempor nea desembocam nas guerras as ltimas nos movimentos de liberta o nacional em que no entanto o regime posto em causa na sua ess ncia No Brasil a agricultura de exporta o plantations e a minera o n o produziram sistemas econ micos est veis ANDRADE 1977 p 57 Furtado 1995 p 241 69 destaca a contradi o da monocultura diante dos prop sitos da industrializa o O sistema de monocultura por natureza antag nico a todo processo de industrializa o Mesmo que em casos especiais constitua uma forma racional do ponto de vista econ mico de utiliza o dos recursos de terra a monocultura s compat vel com um alto n vel de renda per capita quando a densidade demogr fica relativamente baixa FURTADO 1995 p 241 Outra dificuldade estava no fato da orienta o econ mica organizada em produ es regionais voltadas ao exterior representar um impedimento unifica o do pa s internamente desarticulado PRADO J NIOR 1998 p 258 N o havia assim uma economia nacional com mercado interno plenamente estabelecido mas diversas economias regionais muito sens veis s oscila es do mercado internacional varia o na demanda e nos pre os dos produtos prim rios Com o desenvolvimento do mer
96. lugar comum os conflitos sociais espelhados nos b ias frias nos trabalhadores sem terra nas invas es de terra nos assentamentos rurais nas agrovilas e simultaneamente assiste se um aumento expressivo de atividades econ micas e de trabalho rural n o agr cola MORO 2000 p 355 Temos ent o a clara vis o das transforma es territoriais promovidas pelos processos que atingem o campo no Paran Do ponto de vista da territorialidade prevalece a vari vel econ mica no meio rural como definidora de uma paisagem O reflexo est nas redefini es das atividades produtivas nos processos de moderniza o agropecu ria e agroindustrializa o e na seletividade e ou concentra o espacial das atividades A estrutura gerada em torno da produ o chamada moderna exige adapta es das regi es onde a mesma implantada o que inclui as vias de escoamento foto 08 Foto 08 Estrada rural no Centro Sul paranaense Autor Ed lson J Kurasz fevereiro de 2007 Observa o a constru o de vias de acesso possibilitando o fluxo da produ o um exemplo de Brandenburg e Ferreira 1995 127 transforma o na paisagem promovida pelo processo de moderniza o agropecu ria Na produ o racional prevalece a racionalidade empresarial Outro fator que n o pode ser omitido que a seletividade dos investimentos notada at mesmo no que se refere s inser es iniciais da moderniza o agropecu r
97. mais ampla e complexa que suas concorrentes por envolver um conjunto de rela es heterog neas mas simult neas articuladas e coordenadas de objetos log stica pol ticas etc No entanto no territ rio paranaense a Cargill opera somente com comercializa o e processamento de gr os sobretudo soja e em menor propor o o milho Isso significa que o eixo do processo nesse caso especializado O circuito produtivo em quest o tem como base uma estrutura de fixos arranjados e localizados estrategicamente no territ rio como silos armaz ns e ind strias O caso da unidade de processamento em Ponta Grossa ilustrativo para compreender como os movimentos como os fluxos exigem uma estrutura de capital fixo para sua sustenta o SANTOS SILVEIRA 2004 p 132 No caso da Bunge a estrat gia de especializa o no setor aliment cio parece direcionar as pol ticas territoriais da empresa mas o esfor o recente de diversifica o por exemplo no caso da entrada no setor de processamento de carnes com a compra da Seara tem demonstrado uma escolha para aumento da competitividade incorporando empresas agroindustriais diversas A expans o dos fixos da Bunge no Paran e em boa parte do territ rio brasileiro se fundou nessa estrat gia de aquisi es O caso mais evidente e relevante foi a compra da Ceval em 1997 A estrutura j estava pronta o arranjo formado e os fluxos na cadeia da soja articulados Deve se se considerar
98. muito valoroso 24 no sentido de exibir a vis o estrat gica das empresas encontradas nas auto apresenta es feitas pelas mesmas a vis o dos dirigentes Defrontadas com dados e informa es obtidas ficam mais claras as estrat gias de a o das empresas O trabalho op e duas tipologias de empresas cooperativas e empresas globais De um lado as cooperativas representando um capital nacional historicamente v m atuando na produ o agropecu ria paranaense Sua participa o torna se evidente na medida em que se avalia em termos da observa o dos dados inerentes a produ o econ mica estadual Por outro lado cada vez maior a presen a de grandes empresas de capital estrangeiro na comercializa o e industrializa o da produ o agropecu ria Muitas dessas corpora es internacionais funcionam principalmente como tradings que operando com commodities agr colas s o respons veis pela maior parte da comercializa o brasileira e mundial Estas expandiram suas atividades no setor agroindustrial e com o objetivo de ampliar os ganhos operam processando os produtos prim rios hoje destacam se no ramo agro alimentar atuando ainda no mercado de insumos agr colas Empresas multinacionais como a Bunge Cargill ADM Coinbra Louis Dreyfuss concorrem em cadeias produtivas extremamente importantes como a da soja tanto na comercializa o em grande parte com a exporta o de commodities agr colas como no beneficiam
99. na Coamo um percentual de 43 GASQUES VILLA VERDE OLIVEIRA 2004 p 14 A Coamo faz uso maior de fontes pr prias de recursos e isso se explica pela capacidade de acumula o com reten o das obras muito maior nessa cooperativa 77 O ano base dos dados 2002 conforme trabalhados por Gasques Villa Verde e Oliveira 2004 p 14 260 10 AS EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL TRADINGS AGR COLAS E AGROIND STRIAS MULTINACIONAIS O mercado agroindustrial brasileiro se caracteriza pelo predom nio de alguns poucos mas grandes grupos econ micos Dentre esses boa parte composta por multinacionais do agroneg cio entre tradings e agroind strias Outra parcela constitu da de empresas de capital nacional e cooperativas agropecu rias Vale destacar dentro do ramo agroalimentar setores como o de carnes e de gr os No caso dos gr os muitas empresas que atuam com o processamento de soja e milho por exemplo operam tamb m com o processamento dos produtos como na produ o de leos vegetais A comercializa o em escala mundial ocorre com a domina o desses grupos sobretudo quando atuam como tradings que na sua atua o global usam o territ rio brasileiro O mercado de gr os tipicamente caracterizado como um mercado de commodities sendo a busca pela minimiza o de custos a estrat gia dominante Economias de escala e capacidade de origina o de gr os s o as principais vari veis que pr
100. ncia do incremento com culturas t picas de pequenas propriedades SOUZA LIMA 2003 p 49 Al m disso outros produtos como o milho e mesmo a soja s o de vital import ncia para produ o de ra es animais foi no Estado de Santa Catarina que se configurou um estilo especial de organiza o da produ o imprimindo uma nova din mica ao setor impulsionada por grandes frigor ficos de carne su na e com intenso apoio governamental A coordena o de todas as atividades atreladas produ o e comercializa o das aves passou a ser exercida por uma nica empresa 102 envolvendo a cria o das matrizes e a incuba o dos ovos produ o de ra o abate e distribui o da carne A a o de empresas agroindustriais no territ rio catarinense no entanto como a Ceval e a Agrenco permitiu expans o e moderniza o do agroneg cio naquele Estado A Ceval pertencente ao Grupo Bunge desde 1997 por exemplo surge no in cio dos anos 1970 com objetivo de expandir a explora o agropecu ria na regi o do Vale do Itaja e essa expans o inclu a moderniza o O est mulo para o crescimento do setor agroindustrial evidenciado no segmento de carnes ocorre atrav s do apoio do Estado com financiamentos s principais empresas agroindustriais de Santa Catarina Segundo Ludkevitch 2005 p 55 o conjunto dessas empresas que se constitu ram em fortes grupos econ micos l deres na ind stria de carnes a partir dos
101. necessidade de acumular e a essa base de pequenos e m dios produtores numericamente maior mas muito menor em termos de volume de produ o que possuem interesses de curto prazo que n o coincidem com os da cooperativa LE O 1989 p 45 No que tange s quest es ambientais as cooperativas agropecu rias tamb m colocam essa como fator na defini o de suas estrat gias de a o Mas a press o exercida pela pr pria legisla o sem nenhum contraponto governamental muitas vezes vista como empecilho ao pr prio cumprimento das leis ambientais A r pida implanta o das normas ambientais n o foi acompanhada de Cresol e os Fundos Avais Municipais que visam garantir os pequenos financiamentos rurais GASQUES VILLA VERDE e OLIVEIRA 2004 p 9 198 programas para adequar a produ o prim ria a essa nova realidade Enquanto pa ses como os Estados Unidos pagam cerca de US 114 00 hectare ano para a conserva o no Brasil os produtores s o obrigados a manter rea de reserva legal de at 80 cabendo o nus da preserva o exclusivamente ao produtor rural Atividades que impliquem impactos ambientais como por exemplo a suinocultura necessita de investimento de m dio e longo prazo para se adequar s normas ambientais OCB 2006 p 12 As cooperativas utilizam da linguagem e do discurso politicamente corretos tanto no campo ambiental como na rea de responsabilidade social Essa tem sido uma
102. o 3 O autor LAUSHNER 1993 p 139 usa o caso dos economistas 96 e administra o racional das transa es da decorrentes as trocas mercantis e os ganhos financeiros auferidos Por isso ocorre um deslocamento do foco das a es rela es e intera es dos indiv duos empresas e institui es que atuam no rural para a esfera da agropecu ria Trata se desse modo de uma percep o que tende a associar e reduzir o rural agricultura ou produ o agropecu ria lato sensu restringindo o debate a esta al ada SCHNEIDER BLUME 2004 p 111 N o se quer aqui adotar uma abordagem do agroneg cio nesse sentido mas sim compreender os resultados dessas a es na realidade espacial O territ rio adquire novas configura es delineadas pelos processos produtivos no meio rural Estes orientam inclusive as pol ticas de desenvolvimento regional O fato que est colocada uma realidade que deve ser analisada Se o foco no rural perpassa pelos conceitos adotados por abordagens econ micas e tamb m dos estudos de administra o e gest o do agroneg cio esta pode ser devidamente filtrada por um olhar geogr fico que considere todos os efeitos no espa o rural danosos inclusive como sociais e ambientais da produ o do conjunto econ mico Considerando historicamente os processos envolvidos abre se um enfoque bem menos restritivo Partindo da id ia da exist ncia de uma agricultura cient fica e globalizada que
103. o ASIA Va RRRA ENS Su XE Posse I Re wa W 4 NA TORS BL OI PANDA di aa t2 M 0 0 Escala para o Estado Legenda E gt E gt 25e lt s EM gt 1e lt 25 C gt 0 25e lt 1 O munic pio com maior participa o Paranava com 36 4 e os muni com participa o maior que 5 representam 66 6 do total do Estado Mapa 7 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Abates de Bovinos e Prepara o de Carnes e Subprodutos em 2003 Fonte Ipardes 2006 150 E JESTADODO RR Jy URSS PARTICIPA O DO MUNIC PIO NO AVAD IRS ESTE Ec as EDENA IAR 1 UNR Sri da SD A HA Pa el TREAT apra SNS 2 REDT tdo LE So a Bo LS AR ANN D M 0 0 Escala para o Estado Legenda se lt 5 1 e lt 2 5 gt 0 25 e lt 1 C lt 0 25 Sem atividade O munic pio com maior participa o Colorado om 22 5 e os municipios com participa o representam 63 8 do Estado DERE v v i NA Mapa 8 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Destila o de lcool em 2003 Fonte Ipardes 2006 151 O caso da principal cadeia produtiva do agroneg cio do Paran o complexo soja que abrange quase todas as regi es do Paran ilustrativo A dispers o viabilizada em termos de efici ncia e melhor aproveitamento log stico MARTINS CYPR
104. o conjunto de associados em torno dos seus objetivos Essa estrat gia inclui ainda as preocupa es de ordem financeira e credit cia pois o atendimento das necessidades de viabiliza o das atividades da cooperativa e do cooperado est condicionado a essas Estrat gia 6 Buscar as melhores pr ticas de gest o com nfase na integra o entre atividades proporcionando aos gestores uma vis o sist mica Trata se de aqui de uma estrat gia gerencial Esta d suporte s decis es tomadas e implementa o das mesmas Requer planejamento sistemas de controle pol ticas operacionais e linhas de autoridade e responsabilidade BAZOTTI 2001 p 34 212 Es o estilo gerencial de uma empresa pode ser definido pela cultura da mesma com suas pol ticas e seu planejamento Uma cooperativa como a Cocamar apresenta um estilo diferenciado em rela o s demais empresas por nela estar contido o referencial cooperativo e suas implica es Estrat gia 7 Desenvolver estrat gias para fortalecer a marca Cocamar projetando e fixando a sua imagem junto a diferentes p blicos Esta estrat gia reflete a constante preocupa o com o marketing da empresa A imagem junto ao p blico implica tamb m na imagem dos produtos no varejo ou seja a marca Cocamar nas g ndolas dos supermercados A Cocamar ainda coloca como estrat gias Buscar novos conhecimentos e realizar atualiza es tecnol gicas e de proces
105. o da natureza continuaria sendo um dos sustent culos da constru o econ mica do territ rio No caso da economia capitalista isso se exemplificaria na divis o territorial do trabalho e nas especializa es produtivas Entretanto do mesmo modo em que o conceito de um territ rio econ mico poderia ser identificado aqui a regi o surge ainda como uma das possibilidades de leituras desse mesmo espa o E desse modo apresenta se a necessidade de 37 esclarecimentos que evitem ambig idades conceituais Hoje na maior parte dos lugares estamos bem distantes de uma concep o de territ rio como fonte dos recursos ou como simples apropria o da natureza em sentido estrito Isto n o significa contudo que essas caracter sticas estejam superadas Dependendo das bases tecnol gicas do grupo social sua territorialidade ainda pode carregar marcas profundas de uma liga o com a terra no sentido f sico do termo HAESBAERT 2004 p 57 A abordagem econ mica do territ rio envolve um jogo de for as no qual o poder exercido pelo Estado ou por empresas n o ignora assim a natureza enquanto recurso Raffestin 1993 p 58 exemplifica Assim os conflitos de fronteira entre Marrocos e a Arg lia n o teriam apresentado um car ter violento se a posse do min rio de ferro existente na zona contestada n o houvesse sido o verdadeiro triunfo Essa concep o que privilegia a dimens o econ mica do territ rio
106. o estrat gica no crescimento da Cocamar foi utilizada desde a d cada de 1970 Segundo o crit rio adotado pela diretoria a implanta o de uma unidade armazenadora em determinada localidade dependia diretamente do volume de produ o que os associados dessa localidade entregavam para 215 a empresa O mesmo ocorria com os entrepostos instalados na rea de responsabilidade de que os armaz ns constitu am equipamento b sico o entreposto poderia contar com as melhores condi es de atendimento na medida em que os associados aumentassem os volumes entregues e dessem testemunho de seu grau de fidelidade cooperativa A estrat gia era chegar perto do produtor e facilitar a entrega RECCO 2003 p 39 Dentre as culturas de inverno se destacam a canola fotol5 e girassol desestimulada tendo em vista as perdas devido a ataques de pombos preju zo Isso leva a discuss o ambiental outra preocupa o da cooperativa H alguns anos a Cocamar teve que cortar dezenas de rvores grevilhas plantadas no seu parque industrial pois havia um risco de contamina o no farelo de soja por insetos que proliferavam naquelas rvores para esse caso foi simples a autoriza o do corte ambiental mas no caso dos pombos que acabam com as lavouras de girassol n o se pode resolver pois n o h autoriza o das institui es oficiais do meio ambiente como IAP e IBAMA para o controle desse problema Foto 15 Flor de canola Fonte Coc
107. o livre da coletividade SOUZA 2003 p 105 106 a mesma jamais pode ser esquecida 3 3 Espa o rural brasileiro agricultura e agroneg cio configura es e territorialidades O espa o rural tamb m sofre o impacto das transforma es industriais O capital internacional apresenta se como propulsor de um mercado tecnol gico voltado agropecu ria nos processos de moderniza o e industrializa o do campo Tal fato pode ser constatado pela ado o do pacote tecnol gico baseado em insumos agr colas e t cnicas de produ o internacionais A expans o das atividades tidas como modernas no campo tiveram e ainda t m grande apoio estatal por atender os interesses econ micos imediatos dos governos 90 latino americanos como no caso brasileiro vinculados pol ticas desenvolvimentistas e instala o do agribusiness Como afirma Wettstein 1992 p 161 O crescimento da agricultura comercial transnacionalizada recebe um grande apoio estatal representado pela expans o da infra estrutura especialmente de vias de comunica o por programas de aplica es e financiamentos e isen es fiscais O que difere o alcance das transforma es industriais em geral do capital internacionalizado daquelas processadas na agricultura o momento em que o processo ou seja a pol tica da industrializa o por substitui o das importa es atinge o campo justamente posterior em que logrado caracter
108. o oficial seletivo 3 a queda da produtividade pela combina o de adversidades clim ticas e do avan o da ferrugem asi tica 4 a redu o significativa da receita provocada pela valoriza o do real e pelo menor consumo das principais commodities agr colas em raz o da febre aftosa nos Estados do Mato Grosso do Sul Somados a estes fatores a carga tribut ria excessiva a falta de investimentos em infra estrutura e a lentid o de medidas de socorro por parte do governo federal resultou numa combina o explosiva que desencadeou uma das maiores crises agr cola da hist ria brasileira GALLASSINI 2007 n p Quando se analisa as estrat gias planejadas para 2007 as duas cooperativas Cocamar e Coamo pretendem privilegiar a venda de produtos industrializados que fabricam INDUSTRIALIZADOS 2006 A pretens o da Cocamar lan ar novos sabores de sucos e bebidas base de soja como chocolate e goiaba Apenas a produ o de leo vegetal da Cocamar entre as dez marcas mais vendidas do Pa s de 350 mil unidades di rias Outra estrat gia da cooperativa que esta decidiu sair do segmento de industrializa o da cana de a car concentrando suas atividades nos gr os e derivados principalmente Hoje a Cocamar considerada a cooperativa mais agroindustrializada do pa s com mais de 30 unidades industriais Coamo e Cocamar juntas s o respons veis por uma vasta rea do territ rio paranaense abrangendo mun
109. pessoas residentes no pa s Sob a hip tese de que as grandes transnacionais possuem um leque de op es mais amplo no que se refere ao cr dito de longo prazo uma vez que podem recorrer com maior facilidade aos mercados financeiro e de capitais internacionais s transa es intracompanhia as empresas controladas por residentes entre as quais se incluem as cooperativas revelando se como as principais demandantes potenciais de cr dito de longo prazo junto ao SFN Uma empresa capitalista avan a em reas em que encontre um potencial produtivo para acumula o capaz de manter um n vel de reprodu o do capital coerente com o investimento ali demandado E o grau de utiliza o da capacidade produtiva deriva 172 da demanda o que quer dizer que uma quantidade determinada de mercadorias tem sua produ o determinada n o devido capacidade da estrutura produtiva mas em fun o das condi es de comercializa o ou seja da capacidade consumo da sociedade PEREIRA 1995 p 32 O que ocorre quando a empresa global o fato desta estar bem mais articulada internacionalmente n o apenas com rela o ao mercado mas em rela o ao seu leque de possibilidades de reas de expans o Isso deixa a empresa mais seletiva e com uma maior capacidade independ ncia de fatores micro econ micos e pol ticos internos Ou seja as empresas globais no setor agropecu rio e agroindustrial operam desvinculadas ou de modo a se tornarem i
110. plenamente estruturada e as ind strias jusante processadoras desenvolvem se na medida em que tamb m se alteram h bitos de consumo no pa s Tal compreens o pode ser exemplificada no setor aliment cio como na presen a de enlatados e gorduras vegetais importados at os anos 1970 As aquisi es de agroind strias nacionais por grupos estrangeiros a partir de meados dos anos de 1980 significou um salto na atua o de multinacionais no agroneg cio brasileiro 85 O significado da presen a cada vez mais forte desses capitais multinacionais investidos foi uma estrutura o do territ rio tamb m enquanto base espacial fundada na seletividade Inclus o e exclus o de reas j vinham sendo praticadas nas pol ticas p blicas e na pr pria evolu o econ mica do pa s que foi essencialmente concentradora no processo de integra o nacional a concentra o da acumula o do capital em S o Paulo o maior exemplo Um ponto importante refere se transforma o dos h bitos de consumo estimulada pela ind stria aliment cia que acabou se constituindo numa ferramenta que permite a introdu o de novos produtos e o crescimento vertical pela diversifica o passa a ser uma meta da atividade agroindustrial Benetti 2004 ao tratar da desnacionaliza o do Agroneg cio brasileiro aponta para a chamada Revolu o Agroindustrial a partir dos anos 1980 fundada em empresas de grande porte capazes de res
111. por sua participa o no complexo soja que vai al m do recebimento industrializa o e exporta o dos do produto e derivados industrializados chegando ao mercado de insumos como sementes A Coamo a terceira maior produtora de sementes de soja do Brasil MOTOMURA 2005 p 42 Como a Coamo obt m na atua o direta com a produ o agropecu ria sobretudo soja a maior parte da receita a queda de produ o tende a representar tamb m queda na mesma receita Observando a varia o da receita global da Coamo entre os anos de 2002 e 2005 nota se que o impacto da queda significativo gr fico 18 239 Gr fico 18 Varia o na receita global da Coamo entre os anos de 2002 e 2005 em bilh es Fonte Coamo relat rios 2004 e 2005 Consegii ncia imediata da queda de receita foi a queda nas sobras e lucro l quido e consequentemente redu o no valor distribu do aos cooperados foto 21 e gr fico 19 Por outro lado o patrim nio l quido da Coamo mant m se est vel Foto 21 Presidente da Coamo Aroldo Gallassini entregando cheque a cooperado Fonte Coamo 2007 Observa o todos os anos quase que como um ritual simb lico a entrega das 240 sobras pela Coamo tem se transformado num evento da cooperativa que se orgulha da sua capacidade de distribuir esse lucro o que n o ocorre com muitas outras cooperativas agropecu rias paranaenses 2002 2003 2004 2005 Gr fico 19 varia
112. pr tica comum em grandes corpora es reproduzidas pelas cooperativas agropecu rias que trazem pelo menos ideologicamente no seu discurso um componente diferenciado o fato de constitu rem iniciativas cooperativistas Conforme afirma Rodrigues 1999 p 2 Ap s a reforma dos princ pios rochdalianos aos quais se voltou com outra leitura feita pela ACI em 1995 surgiu um novo fluxo para o caudal cooperativo De um lado o mercado onde as cooperativas precisam estar inseridas de forma competitiva buscando o que antes seria considerado uma heresia o lucro mas n o como um fim em si mesmo porque a outra margem consiste na felicidade e no bem estar dos seus associados e da comunidade novo s timo princ pio que s podem ser alcan ados por servi os de excel ncia prestados pela cooperativa eficiente no mercado e de resultados positivos Mesmo se posicionando de uma forma bem diferente de d cadas atr s o romantismo ainda que ret rico continua presente nos discursos das cooperativas agropecu rias Mas quando se observa as a es das grandes cooperativas paranaenses as multi cooperativas como Coamo e Cocamar tem seus perfis cada vez mais similares aos das grandes empresas do agroneg cio O cooperativismo agropecu rio por vezes envolto no dilema de existir muito mais forte enquanto empresa capitalista que como entidade cooperativa tem buscado aproximar se das estrat gias competitivas do mercado global
113. processamento de frutas c tricas A empresa oferece apoio direto ao produtor rural financia processa armazena e transporta commodities para 65 pa ses em um mercado cada vez mais global Sediada em S o Paulo a empresa e as suas coligadas brasileiras disp em de seis f bricas esmagadoras de soja uma de caro o de algod o duas usinas de a car duas f bricas de suco de laranja 40 armaz ns graneleiros 16 000 hectares de pomares de laranja e 30 000 hectares de cana de a car O grupo opera em quatro portos possui dois terminais portu rios em Paranagu e Santos mant m centenas de postos de compras e filiais e emprega mais de 5 000 funcion rios permanentes n mero que aumenta para 8 500 durante os per odos de safra COINBRA 2006 n p No Estado do Paran o grupo Louis Dreyfus Commodities LDC por meio da Coinbra possui unidades em Cascavel armaz m de soja Ponta Grossa esmagamento de soja e produ o de leo ver foto 25 Corb lia transbordo de soja Guarapuava transbordo de soja Londrina esmagamento de soja Maril ndia do Sul armaz m de soja Palmeira transbordo de soja Primeiro de Maio transbordo de soja Santa Mariana transbordo de soja Sertaneja armaz m de soja Sertan polis armaz m de soja e Paranagu escrit rio e operador portu rio Foto 25 Vista a rea das instala es da Coinbra em Ponta Grossa PR Fonte Philus Engenharia 262 A caracter stica dos
114. que concorrem para caracterizar essa territorialidade O resultado espacial ent o geral ou seja n o distingue apenas a especificidade do espa o rural mas a constru o do territ rio como um todo A emerg ncia da abordagem territorial do desenvolvimento rural pressup e que o n vel adequado de tratamento anal tico e conceitual dos problemas concretos deva ser o espa o de a o em que transcorrem as rela es sociais econ micas pol ticas e institucionais Esse espa o constru do a partir da a o entre os indiv duos e o ambiente ou contexto objetivo em que est o inseridos Portanto o conte do desse espa o entendido como o territ rio Mas n o se trata apenas do entendimento te rico e abstrato pois esta perspectiva tamb m prop e que as solu es e respostas normativas aos problemas existentes nesses espa os encontram se nele mesmo SCHNEIDER 2004 p 99 Por outro lado a regi o um conceito amplamente discutido dentro do pensamento geogr fico acaba muitas vezes sendo confundindo com territ rio e espa o Mas ao n vel abstrato a identifica o da regi o e de suas varia es como por exemplo o regional pode ocorrer se na sua defini o conceitual a categoria for concebida como subespa o dentro de uma totalidade social DUARTE 1980 p 22 Haesbaert 2002 p 129 traz tona a discuss o relativa destrui o dos territ rios regi es e lugares que acompanhada pel
115. recursos e as alian as estrat gicas entre as empresas realizam se merc da inst ncia nacional como enfatiza Ianni 1997 p 54 55 As transnacionais organizam se e dispersam se pelo mundo segundo planejamentos pr prios geoeconomias independentes avalia es econ micas pol ticas sociais e culturais que muitas vezes contemplam muito as fronteiras nacionais ou os coloridos dos regimes pol ticos nacionais 17 Tal discuss o pertinente tamb m quando se trata de teorias e abordagens que propagam o pretenso fim da regi o HAESBAERT 2002 p 130 136 84 No Brasil a din mica territorial passou por profundas transforma es nas ltimas d cadas articuladas com novas estrat gias financeiras industriais e t cnicas que inclu am o projeto de reorganiza o espacial do governo militar instalado em 1964 DIAS 1996 p 138 139 A entrada maci a do capital internacional com os investimentos iniciados timidamente no governo de Get lio Vargas amplia se no per odo de industrializa o no governo Juscelino Kubitschek mant m se est vel e controlado durante a ditadura militar 1964 1984 e consolida se na redemocratiza o Tais transforma es identificam se com o processo de globaliza o e este acaba afetando diretamente as atividades agropecu rias e agroindustriais No mbito das a es p blicas a pr pria governabilidade buscou justifica o para as crises e consequentemente suas respostas
116. s o menores que aquelas no Norte e Oeste j que historicamente boa parte da ocupa o mais antiga tem origem em grandes propriedades permeadas por pequenas propriedades inclusive muitas destinadas aos colonos imigrantes europeus constitu das pelo regime de sesmarias KONZEN e ZAPAROLLI 1990 p 171 172 Para compreender o atraso em rela o ao Norte com coloniza o dirigida por exemplo em termos da chegada da moderniza o agropecu ria deve se considerar a efici ncia na substitui o de culturas iniciada principalmente nos anos de 1970 As transforma es no campo paranaense nos anos setenta possuem uma dimens o agr ria ligadas como faces de um mesmo conjunto de mudan as Nesse per odo a agricultura paranaense din mica e diversificada passa tamb m a moderna e tecnificada Ao mesmo tempo a moderniza o implica novas formas de organiza o da produ o afetando a estrutura fundi ria a pauta dos principais produtos e a comercializa o desses produtos LE O 1989 p 39 A configura o do perfil agropecu rio paranaense demonstra que aliado ao processo de moderniza o e ao crescimento agroindustrial h o predom nio das culturas de gr os sobretudo as culturas de ver o soja e milho na paisagem rural paranaense Esse fato constatado pelos dados do valor bruto da produ o agropecu ria nas safras do per odo de 1996 97 a 2003 04 tabela 2 consequentemente a evolu o da rea cultivada so
117. s mesmas no conceito de Globaliza o condi o que exigiria pol ticas de inser o internacional HIRST THOMPSON 1998 A difus o de certos padr es e h bitos de consumo por v rias partes do mundo a partir das reas centrais do capital induziu tamb m o processo Assim o consumo interno no Brasil tinha que atender aos crit rios de produ o que eram internacionais trazidos das empresas que j vinham atuando desse modo em seus pa ses de origem Os impactos da globaliza o no sistema agroindustrial podem ser traduzidos como um aprofundamento da internacionaliza o em processo desde a d cada de 60 atrav s da difus o do modelo de produ o consumo centrado no processo prot ico e nas consequentes mudan as dos h bitos alimentares Nos ltimos anos a internacionaliza o do sistema agroindustrial tem resultado numa crescente desnacionaliza o dos padr es de seguran a alimentar com um novo sistema de regula o por parte do Estado e uma crescente import ncia das grandes corpora es enquanto agentes da mundializa o e do agribusiness PAULA 1997 p 34 8 Os investimentos estrangeiros agroindustriais durante os governos militares praticamente se estagnaram se forem comparados ao restante ou conjunto econ mico Isso se explica pois a ind stria nacional no caso daquela voltada ao setor agr cola teve um desenvolvimento mais lento A ind stria montante como insumos implementos etc ainda n o estava
118. se localizam principalmente no Centro Oeste Nordeste e Norte Considerando que foram esgotadas as fronteiras para expans o agropecu ria no Sul e no Sudeste as iniciativas de multinacionais nas reas em expans o focos no Centro Oeste Nordeste e Norte caracterizam ainda mais a presen a forte do capital internacional nesse agroneg cio Na regi o Sul por exemplo a atua o de cooperativas agropecu rias com o recebimento da produ o e processamento de gr os t o significativa BRDE 2003 p 27 que supera de modo consider vel de outras empresas sobretudo multinacionais N o por acaso ent o esse contraste regional pois essas grandes empresas multinacionais como Cargill e Bunge buscam expandir onde n o encontram concorr ncia das cooperativas No Paran o caso da Coamo representativo H muito tempo as maiores empresas do setor agroindustrial n o apenas no Brasil como em muitos outros pa ses s o multinacionais LAUSHNER 1984 p 82 83 o que provoca uma tend ncia concentra o a atua o de agroind strias cooperativas ao 2553 menos representam uma nacionaliza o ou um maior equil brio no agroneg cio E brasileiro Na Regi o Sul constatado esse fato conforme o BRDE 2003 p 93 as cooperativas hoje representam ap s a quebra de v rias empresas familiares e a desnacionaliza o de outras tantas algumas das poucas empresas de grande porte da Regi o Sul controladas por
119. se pode separar nem correr o risco de voltar a p r tudo em causa Considere se o lugar ocupado pela transum ncia na vida de montanha a perman ncia em certos sectores da vida mar tima arreigados em pontos privilegiados das articula es litorais repare se na duradoura implanta o das cidades na persist ncia das rotas e dos tr ficos na surpreendente fixidez do marco geogr fico das civiliza es BRAUDEL 1978 p 14 15 Ao planejar o territ rio a sociedade tra a pol ticas de desenvolvimento econ mico regional e tamb m ambiental nas quais de modo geral os objetivos econ micos de crescimento e sustentabilidade do consumo s o preponderantes A explora o dos recursos naturais exemplifica essa preocupa o constante Por essa raz o o planejamento e a atua o no espa o e a discuss o te rico conceitual est a embutida desconsiderando a abrang ncia do mesmo e a paisagem composta por elementos e processos da natureza e das atividades humanas parece incorrer no erro de desligar as inter rela es e renegar a pr pria Geografia como ci ncia da interface Sociedade Natureza essenciais para a compreens o do espa o como um todo preciso salientar diante do exposto que a paisagem consiste numa importante categoria de an lise geogr fica que nas ltimas d cadas foi sobremaneira esquecida como tal Muitos trabalhos reduzem se ao seu uso terminol gico e outros simplesmente ignoram o conceito que fica preterid
120. ser o portadores de especificidades n o encontradas num meio urbano N o recente o fato de que o espa o agr cola vem sendo alvo de in meros estudos devido sua import ncia e urg ncia como rea fornecedora de mat rias primas alimentos etc essenciais aos prop sitos de desenvolvimento MORO 1992 p 38 39 O planejamento regional efetivado nas pol ticas p blicas acaba adotando uma concep o de territ rio no m nimo confusa A base f sica da pr pria rea recortada enquanto regi o muitas vezes subentendida como territ rio O discurso institucional filtra esquemas de desenvolvimento e planejamento escala nacional decompondo o territ rio em superf cies de distribui o e com aux lio de indicadores estat sticos sobrepondo as superf cies e mobilizando modelos explicativos derivados daqueles estabelecidos por matem ticos e f sicos sobre os seus espa os topol gicos e isot picos ROUX 2004 p 55 Faz necess rio ent o ampliar as possibilidades de an lise regional utilizando se conceitos de territ rio mais abrangentes A territorialidade econ mica um fato concreto e por essa raz o n o pode ser presa a an lises que submetem a no o de territ rio a uma condi o hier rquica extremamente inferior a outras categorias anal ticas A ado o do territ rio adjetivado como econ mico no espa o rural conduz a incorpora o de novas leituras do espa o rural desvinculadas de abordagens parci
121. tem que aceitar as condi es da agroind stria cooperativa ou n o pois em muitos casos n o h nenhuma outra alternativa As empresas conseguem ent o vincular n o apenas o produtor mas o produto repassando uma receita de como produzir para ela Assim a territorialidade das empresas envolve tamb m um conjunto de t cnicas de produ o que significam uma maneira de produzir introduzida e reproduzida pelas pr prias empresas a partira das exig ncias nas rela es agroindustriais Somados os volumes comercializados pelo setor agropecu rio especificamente quele das atividades agroindustriais atualmente as cooperativas brasileiras 170 exportam para mais de 135 pa ses entre eles com maior relev ncia China Emirados rabes Alemanha Estados Unidos Holanda Jap o Nig ria Ar bia saudita frica do Sul R ssia Fran a e Marrocos principalmente por meio dos complexos Soja Carnes e Sucroalcooleiro Ao tentar estabelecer alguma diferen a entre a atua o no campo e nas rela es com a produ o agropecu ria e com produtores entre as empresas multinacionais e as cooperativas vale a pena inicialmente observar a reflex o de Kautsky 1980 p 137 N o se pode conceber que algu m possa negar a import ncia das cooperativas A quest o reside unicamente em sabermos se as vantagens da grande explora o cooperativa s o acess veis ao campon s em todos os casos em que a grande empresa seja superior
122. tem se constitu do no maior exportador de soja e derivados do Brasil BARBOSA PEREZ 2006 p 44 e essa unidade da federa o se consolida como aquela de maior capacidade instalada de processamento de soja gr fico 2 no per odo seguinte Tamb m o cr dito subsidiado permitia compensar o mercado de fatores fertilizantes 80 Soja em gr o Farelo de soja leo de soja Gr fico 1 Exporta es do Complexo Soja no Brasil em mil toneladas entre 1992 e 2007 Fonte dos dados ABIOVE Associa o das Ind strias de leos vegetais Estat sticas do complexo soja 2007 Dispon vel em lt http www abiove com br capacidade br html gt Acesso em 27 06 2007 Os dados relativos ao ano de 2007 s o uma estimativa da pr pria ABIOVE Gr fico 2 Capacidade Instalada de Processamento em toneladas de soja entre os anos de 2001 e defensivos fechado que praticava pre os maiores que os internacionais 81 2006 por Estados brasileiros Fonte dos dados ABIOVE Associa o das Ind strias de Oleos vegetais Estat sticas do complexo soja 2007 Dispon vel em lt http www abiove com br capacidade br html gt Acesso em 21 06 2007 Organizado pelo autor Acrescenta se tamb m nesse contexto a seletividade na defini o dos tipos de produtos cultivados em extensas propriedades mecanizadas beneficiando poucos produtores e deixando a
123. territ rio al m do munic pio de Campo Mour o Preocupada com o mercado internacional a cooperativa que acabou se tornando em n meros a maior empresa da iniciativa cooperativista da Am rica Latina SOUZA 2000 p 75 constr i seu territ rio no Brasil at chegar a atingir n veis produtivos volumes de produ o comercializada e processada extremamente significativos A Coamo em 1990 adquiriu uma ind stria de leo de soja e um terminal portu rio em Paranagu o que possibilitou no ano seguinte exportar os produtos dos cooperados como leo farelo de soja caf algod o em pluma e fio de algod o para diversos pa ses do mundo PAULA 2001 p 64 A Coamo ainda conta com importantes financiamentos p blicos em seus prop sitos de expans o Um exemplo dos novos investimentos em projetos da cooperativa pode ser observado nessa not cia vinculada pelo BNDES em 04 06 2004 A Coamo Agroindustrial Cooperativa fundada em 1970 atua em 47 munic pios do Paran e Santa Catarina contanto com 177 946 associados sendo que a maioria propriet ria de micro e pequenas propriedades agr colas Seu projeto tem como objetivo a implanta o expans o e moderniza o de unidades armazenadoras de produtos agr colas em 14 munic pios O BNDES ir financiar a iniciativa com R 20 milh es o 237 que corresponde a 70 dos investimentos totais da cooperativa que devem chegar a R 28 6 milh es Atualmente a Coamo mant m 3 70
124. tod O s 220000 s oaoa RAIVA Todo o rebanho Anual MASTE ec ea ta o bsn oo Nava Autaia qusaprs n o pd RSRS 3 LEPTOSPIROSE Animais em reprodu o Sa ama o o ENDOPARASITAS Rec m Nascidos 1 dose no nascimento e morgo ap s 60 das 2000900009 00 Todo o rebanho Quadrimestral praca gestantes 30 da artes 0a pario o gt ECTOPARASITAS Todo o rebanho Estrat gico a partir do m s de setemiro DDS 2200 COMBATE A ROEDORES Sistem tico 000000000 COMBATE A INSETOS gt Sistren tico RASA e de leite podem ser retirados pelos cooperados nas farm cias veterin rias nos entrepostos da Coamo Fonte Coamo 2007 362 Anexo D Linhas de produtos do varejo da Cocamar e da Coamo Conhe a a nossa Linha institucional Figura 10 Linha de Produtos do varejo com a marca Coamo Fonte Coamo 2007 e asi LCOOL BEBIDA CATCHUP Cocamar Gel DE SOJA Purity Maring BBS 1 Litro Cappuccino BBS Light 1 Litro Cocamar BBS 200 ml lt wd MAIONESE LEOS SUCO PURITY MOSTARDA Suavit Suavit N ctar 1 Litro Purity Purity Purity N ctar Light 1 Litro Lanchy Lanchy Cocamar N ctar 200ml Figura 11 Linha de produtos do varejo com as marcas da Cocamar Fonte Cocamar 2007 Anexo E Conhe a a Europa sem sair do Paran Roteiros que levar o voc e sua fam lia conhecer um peda o da Europa seus h bitos e costumes trazidos pelos imigrantes holandeses esla
125. transforma es no mbito tecnol gico biotecnologia microeletr nica e tecnologia da informa o alavancaram as altera es nos m todos de concep o produ o comercializa o e distribui o e contribu ram para a transforma o da configura o na ordem econ mica internacional MAZZALI 2000 p 30 No Brasil que teve os investimentos multinacionais concentrados setorial e espacialmente ZEFERINO 1991 p 82 mesmo as ind strias nativas passam ao n vel de competi o internacional A organiza o em rede do agroneg cio MAZZALI 2000 impulsionou o estabelecimento da l gica global apoiada pelo Estado onde as empresas passam a operar em fun o do mercado externo A redu o dos cr ditos agr colas oficiais ap s Deve se enfatizar o papel do Estado no financiamento da moderniza o e articulador dos interesses envolvidos na produ o Como lembra Toledo 2005 p 2 A expans o da fronteira agr cola do territ rio brasileiro nas ltimas d cadas tem significado um adensamento t cnico informacional e normativo sob uma nova regula o pol tica com a participa o decisiva de grandes empresas ligadas ao agroneg cio A distribui o de tais densidades no entanto seletiva uma vez que apenas alguns lugares s o escolhidos para receb las A agricultura passa a ser mais sistematicamente regida por l gicas antes comuns apenas aos outros setores da economia e o imperativo da competiti
126. uma cooperativa agroindustrial ela continuou a operar na comercializa o de gr os o que a caracterizou em uma empresa h brida ou seja ela possui uma estrutura operacional de base Rochdaleana embora comercialize commodities e outra estrutura operacional em bases capitalistas de um oligop lio Assim entende se que nessa estrutura h brida se concentra o fundamento de sua fragilidade estrutural que contribui sobremaneira para o esgotamento do ciclo de neg cios MEDEIROS 1997 p 24 Com exce o feita Coamo que atingiu n veis de expans o que fogem dos padr es da maioria das grandes cooperativas a territorialidade das a o cooperativista fica condicionada aos direcionamentos tomados por uma orienta o conjunta organizacional Sendo assim as cooperativas encontram no espa o regional original reas de atua o definidas em acordo entre as cooperativas a base territorial essencial de suas atividades ainda que alcancem boa parte do territorial nacional e internacional enquanto mercado consumidor 206 No caso da Cocamar esta atua principalmente na regi o Noroeste do Paran com unidades de recebimento comercializa o armazenamento e industrializa o de produtos agr colas Seu discurso enquanto entidade pauta se no oferecimento de sustenta o da atividade agr cola atrav s da difus o de informa es novos horizontes em alternativas de tecnologia comercializa o de bens de produ o e gar
127. 0 30 421 32 693 39 059 49 109 355 42 633 82 643 87 800 00 918 00 300 350 450 765 Participa o no PIB do Paran 9 70 10 50 13 30 16 50 18 Participa o no PIB agropecu rio do 47 00 55 00 52 00 53 00 55 INDICADORES ANOS Faturamento bilh es Cooperativas unidades Cooperados unidades Funcion rios unidades Exporta es milh es US Investimentos milh es US Paran Fonte Ocepar Getec O PIB do Paran em 2003 foi de R 94 17 bilh es e o valor bruto da produ o agropecu ria foi de R 28 01 bilh es Extra do de INDICADORES ECON MICOS Paran Cooperativo Curitiba ano 2 n 16 nov dez 2005 p 50 A expressiva participa o no Paran das cooperativas agropecu rias nos setores agropecu rio e agroindustrial favorecida pela caracter stica econ mica do Estado A voca o agropecu ria do Paran oferece um grande potencial para o desenvolvimento do setor agroindustrial face disponibilidade de mat rias primas de energia infra estrutura para escoamento da produ o proximidade aos grandes centros de consumo e pela l As informa es da rea de atua o na Coopermibra est o na p gina web da cooperativa dispon vel em lt http www coopermibra com br entrep mapa html gt e os dados da cooperativa Integrada se encontram no seguinte endere o lt http www integrada coop br unidades php gt 190 capacidade empreendedora do seu povo Por outro lado a e
128. 06 foi o Agroneg cio quem garantiu o saldo positivo da balan a comercial brasileira As exporta es totais do agroneg cio brasileiro praticamente duplicaram neste ano em rela o a 2002 quando somaram US 24 8 bilh es e o governo federal prev que o setor responder por mais de 90 do saldo comercial brasileiro neste ano estimado em US 44 bilh es Segundo o ministro da Agricultura Pecu ria e Abastecimento Lu s Carlos Guedes Pinto o super vit do setor dever ser de US 42 5 bilh es resultado de exporta es de US 49 bilh es contra importa es de US 6 5 bilh es A agricultura nacional est come ando a se recuperar da crise enfrentada nas ltimas duas safras AGRONEG CIO 2006 n p A rela o do Agroneg cio com o poder p blico vai al m das a es do Governo Federal para o setor A presen a de nomes como o do ex ministro do primeiro Governo Lula Roberto Rodrigues que foi presidente da ABAG Associa o Brasileira de Agribusiness e da OCB Organiza o das Cooperativas Brasileiras no cen rio pol tico nacional demonstra que a participa o e press o do setor na elabora o de pol ticas econ micas direta Em 27 de junho de 2006 Roberto Rodrigues deixava o cargo no mant m rela es contratuais Na pr tica o que se v o produtor e sua fam lia atuando quase que como um empregado da empresa ainda que em muitos casos como cita a autora h realmente um aumento de renda
129. 100 Minist rio da Agricultura Pecu ria e Abastecimento Mapa sendo substitu do por Luis Carlos Guedes Pinto ent o secret rio executivo do Minist rio e indicado pelo pr prio Rodrigues Na sua posse em solenidade no Pal cio do Planalto teve destaque a presen a do presidente da OCB Sescoop Organiza o das Cooperativas Brasileiras M rcio Lopes de Freitas e lideran as do agroneg cio nacional Os dirigentes do Agroneg cio comandam desse modo a organiza o e reestrutura o produtiva do campo O mesmo Roberto Rodrigues muito antes de ser ministro da Agricultura Pecu ria e Abastecimento no primeiro Governo Lula cargo que ocupou at junho de 2006 j em 1999 apresentava a receita da efici ncia das cooperativas no agroneg cio incluindo as fus es e parcerias mesmo que com empresas do exterior RODRIGUES 1999 Com isso o romantismo presente na doutrina e na pretensa unidade de um movimento cooperativista se renderia inser o competitiva O espa o rural brasileiro configura se assim no foco do chamado agroneg cio no qual as atividades agropecu rias t m car ter empresarial e os trabalhadores camponeses agricultores familiares ou mesmo sem terra ficam submetidos ao racionalismo da produ o Nessa l gica n o haveria lugar para quest es essenciais ainda n o resolvidas como a estrutura fundi ria e reforma agr ria Todos os envolvidos nas atividades agropecu rias se v m tamb m envol
130. 122 General Os rio CANGO em 1943 SPOSITO 2004b p 30 Tal demonstra o geopol tica do papel do Estado visava organizar a ocupa o com a concess o p blica de lotes legalizando as posses Foto 06 Paisagem rural do Sudoeste Paranaense Cedida por Jos Marcos Sinhorini Ano 1998 Observa o essa regi o uma das ltimas a sofrerem o processo de moderniza o tecnol gica somente a partir da d cada de 1990 mas ainda apresenta um n mero consider vel de pequenas propriedades onde a moderniza o tecnol gica n o alcan ou Com a ocupa o maci a da regi o s viria ent o a chegada de migrantes oriundos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina a partir da d cada de 1920 PADIS 1981 p 149 150 se estende durante as d cadas de 1930 1940 e 1950 Essa popula o que acabou juntando se aos caboclos moradores mais antigos e reproduzindo a sua subsist ncia As condi es de vida eram prec rias e os recursos investidos escassos At hoje a regi o marcada pela presen a destes migrandes em pequenas propriedades foto 07 42 is EIA j E Es F r Essa regi o n o inclui o atual Oeste paranaense outra mesorregi o tratada no presente cap tulo em conjunto com o referido Sudoeste 123 Foto 07 Pequena propriedade rural em Francisco Beltr o PR Autor M rcio Freitas Eduardo Data 2004 Observa o O detalhe na paisagem o cultivo de silagem para manuten o da pecu ria leiteira praticada
131. 1970 a agricultura e todo setor agr rio passa a receber maior aten o por parte de pol ticas p blicas O cr dito e os financiamentos agr colas ampliam se A explica o pode ser encontrada na pr pria constitui o de um modelo de moderniza o no campo caracterizado pelo surgimento do complexo agroindustrial A conjuga o de condi es favor veis na segunda metade dos anos 60 e na d cada de 70 viabilizou o desencadeamento de transforma es que merecem men o especial a a forma de inser o do pa s no contexto das trocas internacionais favor vel exporta o de produtos agro industriais e agr colas semi elaborados b a possibilidade de incorpora o das inova es tecnol gicas derivadas da Revolu o Verde c a presen a do Estado constitui a principal for a catalisadora do processo de moderniza o forjando novo perfil e imprimindo nova din mica ao setor agro industrial o Sistema de Cr dito Rural SNCR implantado na d cada de 60 viabilizou a incorpora o de inova es pela agricultura e solidificou sua articula o com setores situados a montante segmento industrial produtor de bens de capital e de insumos para a agricultura e a jusante ind stria da agricultura ind stria processadora ou agroind stria dela COSTA 1998 p 1 A d cada de 1970 representou para a economia brasileira um per odo de 76 crescimento e not vel acumula o ainda que permeada por constantes crises internacion
132. 2 empregos diretos e com o projeto planeja criar mais 196 novos postos de trabalho Ao tornar se um gigante do setor agroindustrial atrav s dos investimentos a Coamo colocou os pr prios produtores associados na l gica competitiva do setor E como participantes do conjunto do agroneg cio na medida em que um ou outro associado deixe eventualmente a cooperativa mas continua com a atividade acaba se inserindo do jogo de outra forma como fornecedor de uma outra empresa do ramo Na Coamo o n mero de associados altera se a cada ano e o crescimento num rico deve se a presen a cada vez mais de pequenos produtores Como afirmam Gasques Villa Verde Oliveira 2004 p 13 No quadro de associados da Coamo do total de 16 809 cooperados 65 6 s o produtores de at 50 hectares A maior quantidade de cooperados 4 940 encontra se no estrato de rea de 21 a 50 hectares Isso n o representa necessariamente uma participa o maior de pequenos produtores no volume produzido No entanto a cooperativa enfatiza o seu papel social atingindo diretamente muitas pessoas mais de 100 mil beneficiadas diretamente pelas a es da Coamo como se observa nos n meros quadro 3 apresentados pela Coamo Quadro 3 Perfil geral da Coamo em 2005 COAMO EM NUMEROS Cooperados em milhares 19 4 Funcion rios em milhares 4 21 Faturamento em bilh es de reais R 3 9 Unidades de recebimento n mero 90 Participa o na produ
133. 2005 Esta permitiu uma vis o das estrat gias de crescimento da cooperativa 242 diversifica o Foto 22 Sede Administrativa da Coamo Fonte Coamo Observa o diferentemente de outras cooperativas como a Cocamar a Coamo possui sua sede administrativa bem longe das instala es industriais num majestoso edif cio de dez andares localizado no centro da cidade de Campo Mour o A Coamo adota uma estrat gia de expans o horizontal e o seu crescimento em rea de atua o que abrange boa parte do territ rio paranaense avan ando tamb m nos estados de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina demonstra esse fato Segundo o Sr Antonio Sergio Gabriel essa estrat gia a qual ele denomina diversifica o regional permite que haja uma compensa o quando problemas em certas reas como efeitos clim ticos por exemplo promovam perdas de ou redu o no volume de produ o esperado Assim haveria uma compensa o pela produ o de outras reas um equil brio O Sr Gabriel enfatiza a estabilidade como caracter stica da Coamo Questionado sobre o diferencial da Coamo diante das outras empresas o que manteria a consolida o da cooperativa diante dos produtores o Sr Antonio Sergio Gabriel aponta que esse diferencial est no pr prio princ pio cooperativista Segundo ele enquanto as empresas mercantilistas visam apenas o lucro a amplia o do capital investido as cooperativas atuam no sentido de levar o bem es
134. 2006 Zoneamento agr cola do Paran Dispon vel em lt http www pr gov br iapar zonpr gt Acesso em 21 01 2006 PASSOS Messias M Perspectivas de eco hist ria aplicada ao estudo da paisagem Santa Rosa Universidad Nacional de La Pampa 2001 Por uma hist ria ecol gica da paisagem Geografia em atos n 1 v 1 1998 p 87 346 109 PASSOS Messias M MORO Dalton A A geografia e as l gicas regionais Boletim de Geografia Maring v 21 n 1 p 1 12 2003 PAULA Nilson M de As transforma es do agribusiness no contexto da globaliza o Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 91 maio ago 1997p 33 47 PAULA Regina Noemia Cavalin de Indicadores de produtividade em cooperativas do Paran um estudo comparativo de casos Disserta o Mestrado em Engenharia Florian polis Universidade Federal de Santa Catarina 2001 81 p PEREIRA La rcio Barbosa An lise da estrutura produtiva e do desempenho da agroind stria paranaense per odo 1970 85 Revista Economia e Sociologia Rural Bras lia v 34 n 2 p 31 49 nov dez 1995 PINHEIRO Machado Brasil Instant neos paranaenses Rio de Janeiro A Ordem fev 1930 p 9 PINSKY Jaime A forma o do Estado Nacional no Brasil origens do problema In BRUIT H ctor H org Estado e burguesia nacional na Am rica Latina Campinas Editora da Unicamp 1985 PORTER Michael Estrat gia Competitiva t cnicas para an
135. 3 Por outro lado a atividade agroindustrial apresenta maior dispers o no territ rio paranaense que outros ramos mapa 3 144 0 O Escala para o Estado Legenda Mapa 3 Paran Localiza o das 300 maiores ind strias do Estado segundo complexos em 2002 Fonte Ipardes 2006 145 Na medida em que o desempenho da agroind stria est relacionado diretamente com a produ o agropecu ria obviamente a reestrutura o de uma pressup e ou exige a reciprocidade da outra E a estrutura industrial paranaense j caminhava em sua reestrutura o via setor agroindustrial Pode se observar nas significativas mudan as no setor agroindustrial entre o final dos anos de 1970 e meados dos anos 1990 a definitiva instala o do capital oligopolista a jusante da agricultura Como afirma Pereira 1995 p 47 Essas mudan as est o inseridas no contexto da estrat gia de moderniza o tecnol gica da agropecu ria brasileira promovida pelo Estado com os objetivos de formar um amplo mercado para os insumos modernos e criar condi es favor veis produ o de mat rias primas para abastecer as agroind strias processadoras e exportadoras e assim ampliar a gera o de divisas Em decorr ncia dessa estrat gia manifesta se no Paran um intenso processo de concentra o e diversifica o da agroind stria em dire o aos setores de maior elabora o da mat ria prima resultando no estreitamento das rel
136. 3 p 291 292 coloca a log stica como uma das ra zes da d s ordem e da globaliza o fragmenta o Para a autora a geopol tica da inclus o exclus o materializa se gerada pela nova racionalidade na qual os campos de for a s o inst veis e o setor privado parece ter assumido o controle sobre a reorganiza o do territ rio Essa mesma log stica acaba por se aspecto importante das estrat gias das empresas A localiza o da empresa um elemento chave para definir sua competitividade uma vez os v nculos mais estreitos entre clientes fornecedores clientes e outras institui es afetam a vantagem competitiva atrav s do aumento da produtividade dos clusters ou arranjos produtivos locais como um todo CUNHA S K OLIVEIRA CUNHA J C 2003 p 4 Em termos de territorialidade econ mica as empresas ao lutar pela posse de mercados concorrem na disputa por territ rio Na perspectiva de um mercado global mais acirrada fica ent o a competi o A empresa controla n o somente todo o aparelho da sua produ o que compreende seres e coisas mas tamb m controla de uma forma mais indireta os seres e as coisas por interm dio de seu ou de seus mercados Quando entra em concorr ncia com outras empresas coloca na balan a tudo ou parte de seus trunfos RAFFESTIN 1993 p 59 Dentro da l gica global a tend ncia compartimenta o e fragmenta o do espa o faz com que haja paradoxalmente um choque e uma ass
137. 33 no Guaruj Joint venture com o Grupo Crystalsev Aquisi o da marca de leo de milho Mazola Inaugura o da f brica de steres e lubrificantes vegetais por meio da Innovatti joint venture com a Hatco Corporation In cio do programa de gr o em gr o da Funda o Cargill Cria o da Mosaic resultado da uni o mundial entre Cargill Crop Nutrition e IMC Global que concentra a opera o de fertilizantes da empresa em mbito mundial Aquisi o do neg cio de gorduras vegetais do grupo Maeda Inaugura o da f brica de processamento de soja e refino de leo em Rio Verde GO Retorno das opera es de algod o da empresa no Brasil Aquisi o da Seara Alimentos S A Aquisi o da Smucker do Brasil Arrendamento do moinho de trigo da empresa Emege em Goi s Comemora o dos 30 anos de lan amento do leo de soja Liza 293 ESCALA q 20 500 T50 km a Mapa 13 Localiza o das principais f bricas e terminais portu rios da Cargill no Brasil Fonte Cargil Relat rio 2005 Observa o legenda com detalhes na segii ncia 294 Legenda mapa 13 D tai o Mairinque SP Uberl ndia MG Ponta Grossa PR Tr s Lagoas MS Barreiras BA e Rio Verde G0 E Soja terminais portu rios Soybeans port terminals Paranagu PR Santos Guaruj SP Santar m PA e Porto Velho RO Nota A Cardil opera nesses terminais por concess o com Instala es pr prias
138. 7 p 35 A Cocamar atua no mercado nacional de varejo mas muito dif cil atingir todo territ rio pois isso exige um investimento muito alto para implantar o com rcio em todo territ rio Mas a meta vender para todo o Brasil E a Cocamar tem buscado isso evitando o grande com rcio grandes redes de supermercados por exemplo e entrando pelo pequeno varejo consegue cercar as grandes redes que com isso acabam resistindo e tamb m passam a comprar reduz o custo No aspecto da tomada de decis es Marcelo Bergamo afirma que maioria dos cooperados n o participa das assembl ias mas as decis es mais importantes s o tomadas pelo Conselho Administrativo que tem autonomia poder constitu do dado por assembl ia Voltando ao tema atua o no varejo o gerente de cooperativismo lembra que a Cocamar fabrica leo de soja com a marca Coamo e vende tamb m o servi o pra outras empresas pagam r tulo e usam suas marcas para leo e tamb m pra maionese etc Outro assunto importante relatado pelo Sr Marcelo Bergamo trata da preocupa o em torno da fidelidade da rea de atua o das cooperativas no Paran A Cooperativa Integrada com sede em Londrina por exemplo concorre com Cocamar instalando se na rea da mesma ex dentro do munic pio de Maring A Cocamar tem planos de crescimento O principal investir ainda mais na cadeia da soja em variedades de produtos a base de soja H tamb m a inten o de instalar e
139. 9 10 As disputas com Paraguai e Argentina e posteriormente com Santa Catarina na quest o do Contestado avan aram at o in cio do s culo XX Com isso o Paran viveu quase quatro s culos de estagna o econ mica NICHOLLS 1971 p 28 O in cio de um esbo o do processo de industrializa o tem suas ra zes ainda no per odo do ciclo da Erva mate A chegada de imigrantes europeus contribuiu na composi o dessa fase inicial da ind stria caracterizada pelo beneficiamento e empacotamento da erva mate OLIVEIRA 2001 p 24 aliada explora o da madeira e a produ o do caf na regi o norte do Estado a economia paranaense foi se constituindo preciso enfatizar que o processo de ocupa o econ mica do territ rio paranaense seguiu direcionamentos distintos no tempo e no espa o por meio de incurs es e fluxos n o muito definidos Ao tratar da evolu o da estrutura agr ria no Paran Konzen e Zaparolli 108 1990 p 159 161 apontam a exist ncia de sete grandes ciclos no processo de ocupa o O primeiro seria o Escravo ind gena iniciado com o estabelecimento de redu es jesu ticas que abrangiam v rias regi es com as iniciativas espanholas de catequiza o indo at o per odo da a o dos bandeirantes paulistas Em seguida a Minera o com a busca de ouro entre o final do s culo XVI e in cio do s culo XX h o surgimento dos primeiros povoados portugueses no litoral paranae
140. A 1971 p 49 Resultado desse fluxo em que gado e charque oriundos do Rio Grande do Sul com destino Sorocaba e de l em dire o ao abastecimento zonas de minera o em Minas Gerais atravessavam o territ rio paranaense muitos povoados e posteriormente cidades s o fundados tendo como atividade principal a pr pria pecu ria extensiva Essa atividade desenvolve se sobretudo nas reas de campo Um exemplo claro dessa ocupa o tradicional dos campos com pecu ria a do munic pio de Guarapuava BERNARDES 1953 p 338 Tal fato repetiu se na funda o de povoados que originaram cidades nos campos gerais e mesmo na regi o de Curitiba No entanto as atividades econ micas mais expressivas t m in cio com a explora o da erva mate que dominara o cen rio paranaense at o per odo de sua emancipa o em meados do s culo XIX e com a explora o da madeira PADIS 1981 p 55 e 68 Em suma a ocupa o avan ou sob a forma frentes que definiram e caracterizaram os espa os regionais de acordo com o momento hist rico e a atividade econ mica predominante bem como a rea de origem desses movimentos Deste modo se pode distinguir tr s ocupa es segmentadas espacialmente e temporalmente a ocupa o do Paran Tradicional a ocupa o do Norte paranaense e a ocupa o do Oeste e Sudoeste paranaense N o se trata aqui de uma regionaliza o administrativa oficial mas de um recorte definido pela
141. A COSTA Armando Agroind strias brasileiras e sua estrat gia de ocupa o do territ rio nacional Geografia Rio Claro vol 23 n 3 p 39 64 dez 1998 DELGADO Guilherme Capital financeiro e agricultura no Brasil Campinas Editora da Unicamp cone 1985 DEMO Pedro Alguns pressupostos metodol gicos In Introdu o metodologia da ci ncia S o Paulo Atlas 1987 p 53 112 Metodologia cient fica em ci ncias sociais 3 ed S o Paulo Atlas 1995 DINIZ FILHO Lu s Lopes Certa m heran a marxista elementos para repensar a geografia cr tica In MENDON A Francisco KOZEL Salete Orgs Elementos de epistemologia da geografia Curitiba Editora UFPR 2004 p 77 107 Contribui es e equ vocos das abordagens marxistas na geografia econ mica um breve balan o Terra Livre S o Paulo Ano 18 vol I n 18 p 143 160 jan jun 2002 DIAS Leila Christina Redes eletr nicas e novas din micas do espa o brasileiro In CASTRO In E GOMES Paulo C da C CORR A Roberto L Orgs Quest es atuais da reorganiza o do territ rio Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1996 DOMINGO LASTRA nomeado presidente da ADM Am rica do Sul 332 P gina Rural Not cias Dispon vel em lt http www paginarural com br noticias_detalhes asp subcategoriad 66 amp id 45925 gt Acesso em 30 01 2007 DUARTE Alu zio Capdeville Regionaliza o considera es metodol gicas Bolet
142. Agro Industrial dos Cereais do Vale S A Com rcio e Ind strias Brasileiras S A Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda Departamento Geral de Comercializa o de Trigo Nacional Departamento de Economia Rural do Paran 19 EMATER PR ESALQ FGV FIEP IAP IBGE INCRA IPARDES NORCOOP N P K OCB OCEPAR PAC PIB PIC PPP RMC SNCR SOCCEPAR SULCOOP USP VAF VBP Instituto Paranaense de Assist ncia T cnica e Extens o Rural Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Funda o Get lio Vargas Federa o das Ind strias do Estado do Paran Instituto Ambiental do Paran Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Instituto Nacional de Coloniza o e Reforma Agr ria Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econ mico e Social Projeto Norte de Cooperativismo N Nitrog nio P F sforo K Pot ssio composi o dos fertilizantes inorg nicos Organiza o das Cooperativas Brasileiras Organiza o das Cooperativas Paranaenses Programa de Acelera o do Crescimento Produto Interno Bruto Projeto Igua u de Cooperativismo Parcerias P blico Privada conforme Lei n 11 079 de 30 de dezembro de 2004 Regi o Metropolitana de Curitiba Sistema Nacional de Cr dito Rural Sociedade Cerealista Exportadora de Produtos Paranaenses Projeto Sul de Cooperativismo Universidade de S o Paulo Valor Adicionado Fiscal Valo
143. Coop rola que atuava nos munic pios de P rola Alt nia Ipor e Xambr Noroeste paranaense Cooperativa Agr ria dos Cafeicultores de Paranava Coaca com o recebimento de soja em v rias regi es do Paran desde meados dos anos 1970 Quando a Coamo n o efetuou a compra direta de unidades de recebimento armaz ns e silos desativadas procedeu a constru o de novas instala es O crescimento horizontal da Coamo foi t o significativo que a cooperativa extrapolou as fronteiras estaduais e se tornou a maior cooperativa singular da Am rica Latina mesmo atuando somente no territ rio nacional Estrat gia de Diversifica o Vertical Descri o A empresa passa a produzir um novo produto ou servi o que se encontra entre seu mercado de mat rias primas e consumidor final do produto que j se fabrica Efetuada pela Cocamar no final dos anos 1970 com a produ o de leos vegetais e a partir dos anos de 1980 com a expans o da agroindustrializa o produ o de fios de algod o torrefa o de caf etc A diversifica o vertical da Coamo tem in cio com a instala o ainda na d cada de 1970 de um moinho de trigo e nos anos 1980 da Fia o de Algod o e Destilaria de lcool Nos anos 1980 a Coamo come a tamb m a produzir leo de soja 307 Caracter sticas A empresa investe para frente e ou para tr s de modo que tenha dom nio de seqii ncia
144. Desenvolvimento Curitiba n 86 set dez 1995 49 99 ROUX Michel O re encantamento do territ rio o territ rio nos rastros da complexidade In SILVA Aldo A Dantas da GALENO Alex orgs Geografia ci ncia do complexus 349 Porto Alegre Sulina 2004 p 42 66 SALOM O Alexa SEIBEL Felipe Os 10 novos p los do agroneg cio Exame guia agroneg cio S o Paulo n 849 p 9 15 ago 2005 SANTINI Giuliana Aparecida Din mica tecnol gica da cadeia de frango de corte no Brasil an lise do segmento de insumos e processamento 2006 247 f Tese Doutorado em Engenharia de Produ o Universidade Federal de S o Carlos S o Carlos SANTOS Alesandra Bastiani dos Santos BACHA Carlos Jos Caetano A evolu o da cultura e do processamento industrial de soja no Brasil per odo de 1970 a 2002 Teoria e Evid ncia Econ mica Porto Alegre v 11 n 20 p 89 118 maio 2003 SANTOS Carlos R A dos Vida material e vida econ mica Curitiba SEED 2001 SANTOS Milton A natureza do espa o t cnica e tempo raz o e emo o S o Paulo Hucitec 1997 Espa o e m todo S o Paulo Nobel 1985 Por uma outra globaliza o 9 ed S o Paulo Record 2002 Metamorfoses do espa o habitado 5 ed S o Paulo Hucitec 1997 SANTOS Milton SILVEIRA Maria Laura O Brasil territ rio e sociedade no in cio do s culo XXI 6 ed S o Paulo Record 2004 SAQUET Marcos A O territ r
145. E o gt 0 50 a lt 1 00 gt 0 25 a lt 0 50 gt 0 10 a lt 0 25 gt 0 00 a lt 0 10 JUDEE Inexist ncia de registro Notas 1 Os 13 munic pios com participa o superior a 1 respondiam por 17 5 do VBP do milho do Paran 2 O conjunto de 43 munic pios com participa o entre 0 5 e 1 totalizavam 27 7 Fonte Ipardes 2006 Mapa 17 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de milho dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 368 Anexo J ESTADO DO PARAN PARTICIPA O DO VALOR BRUTO DA PRODU O DE TRIGO DOS MUNIC PIOS EM RELA O AO TOTAL DO ESTADO 200 UM ent noanoa 1 por 36 2 do VSP da Ego do Pan EIN o 15 mtalia ZAAN Mapa 18 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de trigo dos munic pios em rela o ao Estado em 2003 Legenda no total do produto EE gt 1 00 EE gt 0 502 lt 1 00 EDS gt 0 25 a lt 0 50 F gt 0 10a lt 0 25 gt 0 00a lt 0 10 E ij Inexist ncia de registro Notas 1 Os 21 munic pios com participa o superior a 1 respondiam por 34 9 do VBP do trigo do Paran 2 O conjunto de 38 municipios com participa o entre 0 5 e 1 totalizavam 28 4 Fonte Ipardes 2006 369 Anexo K Porto de Santar m Porto de Itaqui Itacoatiara AS Porto Velho A CONVEN ES Rodovia mm Ferrovia eme Hidrovia A Porto Hidrovi rio vos Porto Mar t
146. E n 61 2004 174 p BERNARDES J lia A As estrat gias do capital no complexo soja In CASTRO In E de GOMES Paulo C da C CORR A Roberto L Orgs Quest es atuais da reorganiza o do territ rio brasileiro Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1996 BERNARDES Lysia Maria Cavalcanti O problema das frentes pioneiras no Estado do Paran Revista Brasileira de Geografia Rio de Janeiro ano XV n 3 jul set 1953 BERNARDES Nilo Expans o do povoamento no Estado do Paran Revista Brasileira de Geografia Rio de Janeiro out dez 1952 BERNARDO Elisa E R Repensando o cooperativismo agr cola In Anais da 6 Reuni o Especial da SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci ncia Universidade Estadual de Maring p 105 109 out 1998 BERTOGLIO Oscar FREITAS Claiton Ata des de MACHIAVELLI FILHO lvaro Luiz O perfil dos produtores e as alternativas de financiamento na cultura de arroz na regi o de Pelotas RS In Encontro de Economia Ga cha 2 2004 Porto Alegre Anais 2004 BERTOLDI Andr a Bunge compra a Socepar em Paranagu Folha de Londrina 11 nov 2006 Economia p 13 BERTRAND Georges Paisagem e geografia f sica global esbo o metodol gico Caderno de Ci ncias da Terra S o Paulo n 13 p 11 27 1971 BERTRAND Jean Pierre LAURENT Catherine LECLERCQ Vincent O mundo da soja Tradu o L lio Louren o de Oliveira S o Paulo Hucitec 1987 327 B
147. Estado de 54 As cooperativas obtiveram algumas vantagens frente s demais empresas do setor no Paran em termos de concorr ncia pois est o presentes tamb m nessa expans o planejada em que a organiza o direcionou at a agroindustrializa o Al m disso os conhecidos benef cios tribut rios e credit cios oferecidos pelo grande aliado o Estado que favorecem uma organiza o cooperativa estimularam o salto econ mico de certas cooperativas O chamado agroneg cio tem mais esse ator no jogo competitivo do mercado agroindustrial que se expande com a economia paranaense As pr prias cooperativas passaram a atuar como institui es de financiamento permitindo juntamente com institui es tradicionais o acesso de produtores siia a63 ao cr dito Entre as institui es tradicionais incluem se o sistema banc rio no qual se sobressai o Banco do Brasil as grandes cooperativas como a Cooperativa Agr cola de Campo Mour o Coamo e a Cooperativa Agroindustrial de Maring Cocamar Ainda na rela o de institui es tradicionais podem ser consideradas as ind strias de processamento e de insumos GASQUES VILLA VERDE OLIVEIRA 2004 p 8 O Paran caracterizou se por seu destaque na produ o agr cola nacional amp Al m da presen a de v rias cooperativas de cr dito voltadas ao produtor rural atuando em rede no territ rio nacional existem ainda as chamadas Cooperativas
148. Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul h aspectos que diferem da realidade paranaense Em Santa Catarina no ramo agroindustrial alcan aram preponder ncia econ mica empresas de origem familiar originadas da pequena produ o mercantil como por exemplo a Sadia e a Perdig o que se tornaram grandes Nos anos 1960 s o desenvolvidos em Santa Catarina v rios projetos de industrializa o de su nos e expans o da agricultura e da avicultura por empresas familiares como lembra Uller 2002 p 63 Nesta mesma poca surgiam mudan as nas estrat gias das empresas desse setor As l deres como Perdig o e Sadia at os anos 60 desenvolvem estrat gias para evidenciar seus neg cios essenciais core business ou seja elas se concentram no neg cio de su nos e procuram colocar em evid ncia caracter sticas que possibilitem obter vantagens competitivas Esse perfil da economia catarinense deve se a uma multiplicidade de combina es de fatores desde os aspectos f sicos do territ rio topografia e solos desfavor veis por exemplo que influenciaram no menor peso representado grande produ o mecanizada de gr os nesse Estado as caracter sticas da coloniza o com a forte presen a de imigrantes europeus sobretudo alem es e italianos em pequenas propriedades trabalhando com a cria o de animais su nos aves e pequena produ o agr cola Essa realidade revelada quando se observa a import
149. IANO 1998 p 959 A presen a da soja em todas as mesorregi es do Paran aponta para essa necessidade de dispers o Outras cadeias entretanto n o atingem todo territ rio paranaense fato que leva o poder p blico a planejar caso a caso as potencialidades de cada regi o Do ponto de vista do governo estadual importante que o planejamento organize os direcionamentos das atividades agropecu rias e agroindustriais em sintonia com os prop sitos de desenvolvimento conjunto do Paran Nesse sentido a es desenvolvidas pelo governo estadual a fim de atingir o desenvolvimento regional a partir das cadeias produtivas do agroneg cio acontecem h alguns anos Um estudo conjunto envolvendo a Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento do Paran SEAB o Instituto Agron mico do Paran IAPAR e a Extens o Rural e Assist ncia T cnica do Paran EMATER PR visa esse desafio de estrutura o de p los regionais que identificado como uma necessidade para o setor p blico melhor compreender o conjunto e a dimens o das cadeias agroindustriais do Paran e com isso potencializar sua atua o em parceria com a iniciativa privada O Estudo caracteriza se tamb m como estrat gia para o desenvolvimento agro industrial sustentado norteadora das prioridades de plano de a o da SEAB PROPOSTA 1997 p 1 Esse estudo mencionado identificou as 20 vinte principais cadeias produtivas do agroneg
150. IOCOMBUST VEIS a energia renov vel Jornal Coamo Campo Mour o n 357 dez 2006 BRANDENBURG Alfio FERREIRA ngela Duarte Os agricultores e suas estrat gias a rela o contratual com as agroind strias Revista de Economia e Sociologia Rural Bras lia v 33 n 03 p 63 82 jul set 1995 BRAUDEL Fernand A longa dura o In Hist ria e ci ncias sociais S o Paulo Perspectiva 1978 p 7 39 BRASIL Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social BNDES Sala de imprensa not cias Expans o de cooperativas agr colas tem apoio de R 40 milh es do BNDES 04 06 2004 Dispon vel em lt http www bndes gov br noticias not818 asp gt Acesso em 07 08 2005 BRDE BANCO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL Superintend ncia de Planejamento As cooperativas agropecu rias e o BRDE hist rico situa o atual e perspectivas Porto Alegre BRDE 2003 BUNGE BRASIL S A Hist rico Bunge Alimentos S o Paulo Centro de Mem ria Bunge 2005a Hist rico Bunge Fertilizantes S o Paulo Centro de Mem ria Bunge 2005b Hist rico do Grupo Bunge S o Paulo Centro de Mem ria Bunge 2005c CABRAL Jos Irineu Diagn sticos e perspectivas dos agro p los no Brasil In ENCONTRO INTERNACIONAL AGRO P LOS COMO ESTRAT GIA DE DESENVOLVIMENTO 3 anais Fortaleza p 109 121 nov 2001 328 CAIXETA FILHO Jos Vicente et al Competitividade no agribusiness a quest o do transport
151. PARAN 2007 p 17 A maioria das obras citadas no estudo da Ocepar ficou de fora do PAC Dentre essas o trecho de Campo Mour o que n o possui liga o ferrovi ria necessidade de liga o a Jussara e Norte do Paran Como um projeto de infra estrutura gera in meros impactos econ mico a simples pavimenta o de uma rodovia ou a constru o de uma linha ferrovi ria poderia alterar a realidade de uma regi o mapa 11 Em setores como o agropecu rio e agroindustrial com forte atua o no mercado internacional com necessidade de escoamento da produ o at os portos a competitividade est atrelada diretamente ao potencial log stico que disp em Um caso exemplar ocorre no Noroeste do Paran somente no transporte de soja e milho a constru o da ferrovia Campo Mour o Jussara traria uma economia anual de R 16 bilh es PARAN 2007 p 18 O c lculo realizado pela Ger ncia T cnica da Ocepar considera o potencial produtivo da regi o que de um milh o de toneladas de soja e quinhentas mil toneladas de milho N o foram contabilizados os transportes de farelo leo e insumos Hoje a maioria da produ o do Noroeste enviada aos portos de Paranagu PR e S o Francisco SC atrav s do modal rodovi rio J o frete ferrovi rio representaria uma economia de cerca de 20 Por essa raz o seriam necess rios investimentos no setor 194 Ourinhos Ferrovias existentes Maring Q Trechos a Jussar
152. PR Foto 10 Lavouras de milho e trigo pe GE Sa Foto 11 Parque industrial da Cocamar no in cio da d cada de 1970 Foto 12 Setor de envase da ind stria de leo de soja da Cocamar Foto 13 Lavoura de soja na regi o do Arenito Caiu Foto 14 Armaz m graneleiro da Cocamar na regi o de Maring 15 50 52 55 56 Foto 15 Flor de canola smsna notadas SE Rs talo Sds Sedes ar E A A N Foto 16 rea interna da ind stria de fios da Cocamar Foto 17 Ind stria de suco de laranja da Cocamar em Paranava PR Foto 18 Armaz m graneleiro da Cocamar em Cianorte PR Foto 19 Destilaria de lcool da Coamo erre eeererereenea Foto 20 Vista panor mica do parque industrial da Coamo em Campo Mour o PR Foto 21 Presidente da Coamo Aroldo Gallassini entregando cheque a cooperado Foto 22 Sede Administrativa da Coamo em Campo Mour o PR Foto 23 Secador e graneleiro da Cocamar na regi o de Maring PR Foto 24 Entreposto da Coamo no munic pio de Cantagalo PR Foto 25 Vista a rea das instala es da Coinbra em Ponta Grossa PR Foto 26 Unidade de processamento de Trigo da Bunge em Ponta Grossa PR
153. PR 2006 Dispon vel em lt http www pr gov br seab deral epcpr xIs gt 133 2000000 1800000 1600000 1400000 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 E Milho normal E Milho safrinha Gr fico 7 Varia o da rea colhida de milho normal e safrinha no Paran entre as safras de 1997 1998 e 2004 2005 A paisagem rural paranaense com isso tem sido um pouco modificada As lavouras de soja permanecem dominando Entretanto o crescimento em termos de reas plantadas e no volume de produ o de milho foto 10 destacando se o crescimento consider vel da chamada safrinha que teve um nos ltimos anos e da cana de a car gr ficos 6 e 7 demonstra que outras culturas concorrem com o trigo e a pr pria soja Em suma a paisagem rural vem sido caracterizada por um predom nio das culturas de soja milho e trigo Isso percebido em v rios munic pios do Estado ver mapas 17 18 e 18 nos anexos H I e J 134 Foto 10 Lavouras de milho e trigo Autor Ed lson J Kurasz Data 21 de fevereiro de 2007 Observa o essa paisagem localizada no Centro Sul Paranaense ilustra a presen a do milho contrastando com a soja Geralmente o espa o ocupado pela lavoura de soja logo em seguida colheita do milho d novamente lugar ao milho no caso o chamado safrinha antes da semeadura do trigo No caso do milho safrinha este cultivado em per odos de entre safras podendo
154. RENDIMENTO DE LEO LEO Kg ha 9 Soja 19 570 Algod o 20 600 caro o Amendoim 50 800 Girassol 45 675 Colza Canola 40 750 Mamona 45 675 Palma 25 5 000 Fonte Coamo 2006 Extra do de Biocombust veis 2006 Nota a tabela original apresentada pela Coamo com o t tulo Por que produzir biodiesel Duas indaga es podem ser extra das dos dados da tabela 10 A Primeira seria em rela o soja que mesmo n o sendo o produto de maior teor de leo imensamente superior em termos de rea cultivada no Brasil Produtos como a canola mesmo com teor bem superior de leo se comparado soja tem o leo vendido a um pre o muito mais alto justamente devido reduzida produ o A outra quest o seria quem realmente ganharia com o biodiesel e o chamado H bio figura 3 Vidal 2006 aponta para as multinacionais do agroneg cio como as grandes beneficiadas e por isso manipuladoras do processo de produ o de biodiesel No entanto a Coamo vem buscando como estrat gia competitiva se inserir tamb m nesse mercado j que atua tanto com soja e produ o de leos vegetais como tamb m com o lcool componente do biodiesel T3 Ver tabela 13 em anexo 247 REATOR DE TRANSESTERIFICA O FABRICA DE BIODIESEL thri l lA sy LAVOURA DE SOJA FABRICA DE LEOS GIRASSOL CANOLA ETC Fa HOT DAS PROPANO Figura 3 Esquema de produ o de Biodiesel e H Bio Fonte Biocombust veis
155. RIBEIRO Antonio Giacomini As transforma es da sociedade e os recursos da natureza na regi o de Palmas e Guarapuava Boletim de Geografia Maring Ano 7 n 01 p 17 80 set 1989 348 RICKLEFS Robert A economia da natureza 3 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1996 RIVA Joaquim Carlos Teixeira VIEIRA FILHO Carlos C sar Meireles VALEN A Antonio Alberto Machado Pires Cadeias log sticas de transporte Bahia An lise amp Dados Salvador v 13 n 2 p 179 186 set 2003 ROCHA M rcio Mendes Complexo industrial Revista Unimar Maring v 12 n 2 p 237 242 out 1990 RODRIGUES deixa o Mapa Paran Cooperativo Curitiba n 22 p 20 jun 2006 RODRIGUES Roberto Onda ou maremoto ABAG Artigos S o Paulo 1999 Dispon vel em lt http www abag com br ondaou htm gt Acesso em 30 09 1999 RODRIGUES Rossana Lott GUILHOTO Joaquim J M Estrutura Produtiva rela es Intersetoriais e cooperativas Agropecu rias no Paran em 1980 e 1985 Revista de Economia Rural RER Rio de Janeiro vol 42 n 02 p 243 266 abr jun 2004 RODRIGUES Rossana et al Setores alimentares e rela es produtivas no sistema inter regional Paran Restante do Brasil Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 110 p 09 32 jan jun 2006 ROLIM C ssio F C O Paran urbano e o Paran do agribusiness as dificuldades para a formula o de um projeto pol tico Revista Paranaense de
156. Rio Grande do Sul e em parte de S o Paulo foi a marca da moderniza o com a pr tica do chamado bin mio soja trigo A cultura mecanizada do trigo usa equipamentos e m quinas em comum com a soja o que facilitou a sua introdu o apesar das limita es clim ticas Um exemplo de interfer ncia de um elemento de uma vari vel natural nos condicionamentos produ o material humana refere se ao fator clim tico enquanto quando n o inibidor um forte diferencial das atividades econ micas Observa se por exemplo o caso da estiagem prolongada no Paran em 2005 que resultou numa perda consider vel da produ o agr cola Os insuficientes n veis de precipita o pluviom trica causaram preju zos significativos para a produ o de gr os SUZUKI JR 2005b p 2 O meio rural assim afetado diretamente por uma combina o de atividade agr cola com efeitos de um fator natural no caso o clima Mas ao tratar do conceito de paisagem dentro da tica da estrutura o territorial no campo temos que atentar ao significado dos termos trabalhados para que n o 55 haja confus o entre abordagens distintas tendo em vista a pr pria imprecis o na diversidade conceitual A terminologia rural na origem do significado latino rus campo tem duas acep es reconhecidas uma no sentido de zona dedicada explora o agr cola e outra como o termo que se op e ao urbano Atualmente uma tend ncia geral aponta par
157. U n e S AA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ia FACULDADE DE CI NCIAS E TECNOLOGIA Campus de Presidente Prudente ESTRAT GIAS E TERRITORIALIDADES DAS COOPERATIVAS AGROPECU RIAS E EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL NO PARAN Sergio Fajardo Orientador Prof Dr Messias Modesto Passos Tese elaborada junto ao Programa de P s gradua o em Geografia rea de Concentra o Produ o do Espa o Geogr fico para obten o do T tulo de Doutor em Geografia Presidente Prudente 2007 minha m e Arlete dedico Pelo seu amor incondicional Sempre um apoio e consolo ainda que esteja com a sa de fr gil um carinho constante nos momentos mais dif ceis como na poca da perda de meu pai em maio de 2006 Haja hoje para tanto ontem Paulo Leminski A n s bastem nossos pr prios ais Que a ningu m sua cruz pequenina Por pior que seja a situa o da China Os nossos calos doem muito mais M rio Quintana AGRADECIMENTOS Agrade o em primeiro lugar ao meu orientador Professor Messias Modesto Passos pela confian a em acreditar nesse desafio Ele teve um papel fundamental desde a defini o da pesquisa no in cio do Doutoramento at na condu o da orienta o apontando os melhores caminhos Meus agradecimentos aos professores com os quais tive a grata satisfa o de conviver durante as disciplinas na Unesp Jos Gilberto de Souza Roberto Verdum Rog rio Haesbaert Marcos A
158. a es interindustriais agricultura ind stria e ocasionando transforma es significativas na estrutura produtiva do Estado Nota se que se a ind stria de modo geral cresceu de maneira concentrada no Paran nos anos de 1990 sobretudo na Regi o Metropolitana de Curitiba no que cabe agroind stria esta tamb m possui seus p los regionais concentrando se mas de forma mais dispersa mapa 3 com v rios pontos no territ rio alguns especializados como carnes leos vegetais e produ o de lcool mapas 4 5 6 7 e 8 mant m se din micas pontualmente localizadas de um conjunto de ramos industriais na maioria tradicionais em diferentes espa os do Estado a exemplo de ind strias tradicionais com perfil inovador no segmento sucroalcooleiro de latic nios e sucos na Mesorregi o Noroeste e leos vegetais fia o de algod o e conservas de frutas no Centro Ocidental Paranaense O setor agroindustrial n o escapou s tend ncias mais gerais de reestrutura o produtiva e ao estilo de crescimento tendo se consolidado ramos de maior agrega o de valor e de maior capacidade inser o nacional e internacional LOUREN O 2005c p 8 146 ESTLDO DO FERE CE TORTA A a rd KX O munic pio com maior participa o Paranagu com 34 9 e os municipios com participa o maior que 5 representam 82 3 do total do Estado Mapa 4 Participa o do munic pio no valor de sa da d
159. a o das mesmas pela constru o de fixos materializa o dos capitais fixos na paisagem Essa estrutura concretizada no conjunto de objetos sustenta a funcionalidade do movimento dos fluxos que por sua vez est o articulados nos circuitos produtivos estabelecidos Estradas silos frigor ficos portos com terminais de uso exclusivo e tantos outros objetos indicam a for a dos capitais fixos no territ rio Mas esse arranjo de objetos n o funciona sem um acr scimo cont nuo de m quinas de plantio e colheita tratores sementes h bridas e fertilizantes isto um capital constante org nico que por sua vez precisa de energia e informa o que s o tamb m normas calend rios agr colas instrutivos de utiliza o dos 10 N o se quer aqui dar uma conota o negativa imagem de Milton Santos sem d vida o maior nome do pensamento geogr fico brasileiro do s culo XX que carregava um not vel ecletismo epistemol gico segundoDiniz Filho 2004 p p 81 42 produtos etc SANTOS e SILVEIRA 2004 p 132 Na vis o de Santos 1997b p 50 55 o territ rio compreendido tanto como territ rios nacionais ou como a base f sica e espacial da produ o se v afetado pela l gica global das transforma es na atualidade A divis o territorial e social do trabalho fortalecida na mundializa o do espa o geogr fico e nesta as mesmas horizontalidades compartilham o cotidiano territorial A proposi o de ruptura b
160. a o de algod o ind strias de leo de soja e farelo farinha de trigo e f brica de margarina Seu maior parque agroindustrial est situado em Campo Mour o PR mas tamb m utiliza um sistema de terceiriza o junto a outras cooperativas e empresas industriais para atender a demanda do mercado interno e externo AZEVEDO e SHIKIDA 2004 p 273 234 Atualmente totalizam 84 unidades de recebimento de produtos em 51 munic pios do Paran Santa Catarina e Mato Grosso do Sul com capacidade de armazenamento de 3 3 milh es de toneladas estrutura que permite receber 3 9 milh es de toneladas de produtos entregues pelos cooperados que correspondem a 3 3 da produ o nacional de gr os e fibras Em expans o para fora do Estado do Paran a Coamo atua nos munic pios de Abelardo Luz Igua u Ouro Verde e S o Domingos no Estado de Santa Catarina e ainda em Amambai Aral Moreira Caarap e Laguna Carap no Mato Grosso do Sul COAMO 2005 p 15 e 20 Toda essa rea administrada a partir da sede em Campo Mour o figura 2 Assembl ia Geral Ordin ria A G O Conselho Fiscal Conselho de Administra o Diretor Secret rio Diretor Presidente Diretor Vice Presidente Assessoria Assessoria de Jur dica Comercializa o Superintend ncia Superintend ncia Superintend ncia Superintend ncia Industrial Administrativa Operacional T cnica Financeira Figura 2 Estrutura organizacional da Coamo Font
161. a Cavalcanti amp Cia em Recife PE que posteriormente denominada que foi denominada Santista Alimentos A atua o da Bunge tamb m em atividades de minera o de rocha fosf tica industrializa o e comercializa o de fertilizantes mat rias primas e nutrientes fosfatados t m seu in cio em 1938 com a cria o da Serrana S A de Minera o com o objetivo de explorar uma reserva de calc rio na Serra do Mar no Estado de S o Paulo BUNGE 2006 p 16 Nos anos de 1990 a Bunge concentra sua atua o em termos mundiais em tr s reas que se complementam fertilizantes gr os e oleaginosas e produtos aliment cios No ano de 1999 transfere sua sede para White Plains Nova York EUA e em agosto de 2001 abre seu capital na bolsa de Nova York 216 A compra no ano de 2000 da ind stria de fertilizantes Manah uma das maiores do setor torna o Grupo Bunge um dos principais no setor de fertilizantes nesse momento que criada em agosto deste ano de 2000 a Bunge Fertilizantes uni o das empresas Serrana Manah lap e Ouro Verde Buscando se fortalecer ainda mais no setor de alimentos em setembro do mesmo ano nasce a Bunge Alimentos uni o da Ceval adquirida em 1997 empresa especializada na cadeia produtiva de gr os sobretudo soja e dotada de uma gigantesca estrutura no Paran era muito expressiva no processamento de soja e ainda na produ o de fertilizantes ver fotos 27 e 28 e da Santista que ta
162. a Estados Unidos e Jap o At ent o 2004 a Cargill era uma das empresas l deres na produ o e processamento de citros concentrando suas atividades sobretudo no Estado de S o Paulo O cacau outra commoditie com a qual a Cargill opera A empresa constitui a maior processadora de cacau da Am rica Latina tem a f brica instalada em Ilh us BA possui e escrit rios de compra naquela regi o Sua produ o atende o mercado interno todo o continente americano e a Europa O setor de carnes foi mais uma investida da Cargill atrav s da aquisi o da Seara em 2005 A Seara comercializa carnes de aves su nos e termoprocessados para mais de 70 pa ses a terceira maior exportadora brasileira desses produtos Com sede em Itaja SC a Seara possui oito f bricas no Brasil e intensifica sua A Cargill aparece como uma das principais compradoras de soja da Cocari por exemplo FAJARDO 2000 p 99 288 atua o no mercado interno com as linhas de empanados pratos prontos hamb rgueres mortadelas presuntaria ingredientes para feijoada ling i as defumados banha salsichas salgados salame curados aves inteiras em corte ou desfiadas al m de linhas especiais para festas e light CARGILL 2006c p 8 O rol de produtos e atividades vem crescendo a cada ano entretanto o dinamismo econ mico da Cargill fica mais percept vel se observada a variedade e quantidade de produtos feitos para atender a ind s
163. a serem construidos Guaira O Jaguariaiva Campo a anaa Mour o Fe uaira Cascavel Ipiranga Ca vc 6 gu p Curitiba x Orta Antonina a t ja Guarapuava Grossa 5 aa Foz do Paranagu Je tiba igua u Ferrovia Campo Mour O Rio Negro Uni o da Vit ria o y k 02 Lscala para o Letado Mapa 11 Paran trechos ferrovi rios existentes e queles necess rios segundo a Ocepar Fonte Ocepar 2007 Deve se ressaltar que Campo Mour o um dos munic pios que o concentra boa parte dos recebimentos de gr os do Paran De acordo com o Gerente de Commodities da Coamo Rog rio de Mello se fouvesse a op o daria se prefer ncia ao transporte ferrovi rio Cerca de 90 do volume de soja recebido pela Coamo s o escoados atrav s de caminh es PARAN 2007 19 H ainda a necessidade de expans o do corredor ferrovi rio do Oeste Outra preocupa o das cooperativas agropecu rias est no trabalho junto ao cooperado O esfor o de crescimento das cooperativas inclui as pr ticas e adequa es na gest o e operacionaliza o A necessidade de um alinhamento dos produtores associados 195 aos objetivos da dire o dessas empresas pressup e ent o um acompanhamento t cnico A tecnologia desenvolvida e implantada deve assim chegar aos cooperados As cooperativas t m trabalhado com base em um modelo de transfer ncia de tecnologia usando se para isso treinamento e visitas t cnicas e desenvolvem grupos
164. a 14 Paran Munic pios com unidades da Bunge i 299 Mapa 15 Paran Munic pios com unidades da Cargill 300 Mapa 16 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de soja dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 361 Mapa 17 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de milho dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 362 Mapa 18 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de trigo dos munic pios em rela o ao Estado em 2003 ssauressma rates sesrasenasei aa rss scaseaetadare a 363 14 LISTA DE FOTOGRAFIAS Foto 01 Paisagem rural com a presen a de lavoura de trigo na regi o de MARIDOS ssa praia Rap e baia d a a faia e e a faia apagadas Foto 02 Lavoura de milho na regi o de Maring PR Foto 03 Paisagem rural com canola e milho na regi o de Maring Foto 04 Paisagem rural com lavoura de soja na regi o em Campo Mour o PR Foto 05 Armaz ns e silos na paisagem rural sesessseeesseeessesssesseesseeesseeesseesseesseesseee Foto 06 Paisagem rural do Sudoeste Paranaense iiire Foto 07 Pequena propriedade rural em Francisco Beltr o PR Foto 08 Estrada rural no Centro Sul paranaense rece Foto 09 Paisagem rural pr xima ao munic pio de Astorga
165. a 9 e gr ficos 13 14 15 16 e 17 Tabela 8 Produ o agr cola recebida pela Cocamar em toneladas Produtos 2001 2002 2003 2004 2005 Soja em Gr os 440 549 463 202 517 941 520 862 566 972 Milho em Gr os 265 150 168 420 399 930 243 706 159 448 Trigo em Gr os 35 738 21 043 40 481 37 701 27 156 223 Triguilho 565 459 558 1 019 683 Triticale 609 Casulos Verdes 817 918 809 602 539 Canola 3 726 3 143 2 608 2 048 1 320 Cana de a car 514 870 601 207 728 624 714 066 732 969 Algod o em Caro o 17 741 10 077 16 369 20 840 9 403 Caf Beneficiado 9 038 16 332 13 911 12 029 7 384 Girassol 802 2 266 Laranja 66 790 131 653 95 105 123 620 101 470 Fonte Cocamar Nota Explicativa 1 A produ o de laranja de 2001 a 2004 foi recebida pela Paran Citrus S A empresa da qual a cooperativa foi s cia e que foi incorporada totalmente pela Cocamar em 01 09 2005 600 000 500 000 400 000 E Soja em gr os 300 000 E Milho em gr os O Trigo em gr os 200 000 100 000 0 2001 2002 2003 2004 2005 Gr fico 11 Recebimento de produ o agr cola pela Cocamar entre 2001 e 2005 em toneladas Fonte Cocamar 800 000 750 000 700 000 650 000 600 000 550 000 500 000 450 000 7 E Can r RR Cana de a ca 350 000 E Laranja 300 000 250 000 200 000 150 000 100 000 50 000 0 2001 2002 2003 2004 2005 224 Gr fico 12 Recebimento de cana de a car e laranja pela Cocama
166. a Eleikeiroz al m de adquirir parte do capital da Takenaka detentora da marca Ouro Verde extremamente respeitada pelos produtores rurais Nesse mesmo ano a Bunge Fertilizantes inicia a venda de fertilizante aplicado utilizando tecnologia de Agricultura de Precis o 1999 Brasil e EUA e Depois de d cadas em S o Paulo a Bunge transfere a sede para a cidade de White Plains Nova York com o objetivo de alavancar os neg cios internacionais e intensificar sua atua o global 284 2000 S o Paulo Brasil e Aquisi o da Manah l der no setor de fertilizantes concluindo um ciclo de reestrutura o que envolveu a aquisi o do controle acion rio da Fertisul IAP Elekeiroz e Ouro Verde e Como parte da estrat gia de ampliar a visibilidade mundial todas as empresas Bunge se concentram em uma nica marca No Brasil s o criadas a Bunge Fertilizantes e a Bunge Alimentos 2001 Brasil e EUA e criada a Bunge Brasil assumindo o controle da Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes e Nos Estados Unidos realizada a abertura de capital na Bolsa de Valores de Nova York 2002 Paris Fran a e Aquisi o da Cereol Com a incorpora o a Bunge tornou se a maior processadora de gr os oleaginosos do mundo 2003 St Louis EUA e Bunge e Dupont se associam na joint venture Solae para atuar no desenvolvimento e na produ o de ingredientes funcionais setor do qual a Bunge uma das l deres por m
167. a Valcoop e da Corol no per odo 1970 98 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 101 p 53 70 jul dez 2001 MARINO Matheus Kfouri SCARE Roberto Fava ZYLBERSZTAJN D cio Selecta diferencia o e coordena o de redes no agribusiness brasileiro SEMIN RIOS PENSA DE AGRONEG CIOS redes estrat gias compartilhadas Semin rio IV Goi nia 29 11 2002 S o Paulo 2002 p 01 26 MARQUES Marta Inez Medeiros O conceito de espa o rural em quest o Terra Livre S o Paulo Ano 18 n 19 p 95 112 jul dez 2002 MARTIN Ron Teoria econ mica e geografia humana In GREGORY D MARTIN R SMITH G Geografia humana sociedade espa o e ci ncia social Rio de Janeiro Jorge Zahar 1996 341 MARTINS Ricardo Silveira CYPRIANO Luiz Alberto Estudo da localiza o da agroind stria no Estado do Paran na perspectiva das altera es recentes dos cen rios agr colas In O AGRONEG CIO BRASILEIRO desafios e perspectivas v 1 Bras lia Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural SOBER 1998 MARTINS Ricardo S CYPRIANO Luiz A CAIXETA FILHO Jos V Log stica e competitividade do agroneg gio paranaense In CASIMIRO FILHO Francisco SHIKIDA Pery F A Orgs Agroneg cio e desenvolvimento regional Cascavel Edunioste 1999 MARX Karl Contribui o cr tica da economia pol tica Tradu o de Maria B Alves 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1983 Manuscritos eco
168. a a segunda acep o campo em oposi o cidade a qual diferencia o rural de agr cola criando a possibilidade de existirem zonas rurais n o agr colas Ribas Vilas 1992 p 249 Bertrand 1971 p 2 considera que paisagem n o pode ser uma simples adi o de elementos geogr ficos disparatados mas consiste numa determinada por o do espa o o resultado da combina o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos que reagindo dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto nico e indissoci vel em perp tua evolu o BERTRAND 1971 p 2 Partindo dessa defini o o campo ou espa o agr rio pode ser inserido dentro da vis o de paisagem total ou integrada Como o pr prio Bertrand 1971 refere se problem tica inclusive de cunho metodol gico de se analisar paisagens profundamente humanizadas como as paisagens urbanas Nesse caso o meio rural surge numa situa o um tanto privilegiada no tratamento sist mico em compara o com o urbano ou mesmo o natural El paisaje rural es por tanto donde m s se evidencian las influencias de los tres grupos de elementos abi ticos bi ticos y antr picos y en que pueden presentar un grado de jerarqu a similar Caso distinto de paisaje natural donde dominan los elementos abi ticos y bi ticos y del urbano donde dominan los elementos antr picos Asimismo las energias que mantienen el paisag
169. a agroalimentar em 2003 Mapa 3 Paran Localiza o das 300 maiores ind strias do Estado segundo Complexos em a fede Ra Mapa 4 Paran Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento leos e gorduras Vegetais en 200S snieter Ruca Danada SL t Gana gds E a Mapa 5 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento abate de aves e prepara o de carnes e subprodutos em 2003 erra Mapa 6 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Abates de Su nos e Prepara o de Carnes e Subproutos em 2003 Mapa 7 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Abates de Bovinos e Prepara o de Carnes e Subprodutos em 2003 Mapa 8 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Destila o de NGS sjlis e RR RSRS PER ERC IRER NEC PEN REAR RE PES DOR RIR E RR Mapa 9 Osvaros Paranas sas ii id RA REM UR Ud CAR aa 138 144 146 147 148 149 150 160 13 Mapa 10 reas de atua o dos projetos regionais de cooperativismo no Paran 183 Mapa 11 Paran Trechos ferrovi rios existentes e aqueles necess rios segundo a 6 6 5 0 URCA ERP RP RD ON A RR RSS OSS RA RR ERRO O 193 Mapa 12 Paran Munic pios com unidades da Cocamar e da Coamo 256 Mapa 13 Localiza o das principais f bricas e terminais portu rios da Cargill no 54 a K O RAM NERD E RR E E RR OR RR 293 Map
170. a assim persiste no processo de moderniza o a diferencia o regional por exclus o de grupos sociais e regi es econ micas DELGADO 1985 p 42 tendo o Centro Sul brasileiro grande rea de concentra o espacial O processo de moderniza o no campo foi desse modo parcial devido seletividade de reas mas com impacto geral como salienta Miiller 1990 p 45 46 a moderniza o sempre foi parcial mas com impacto geral e n o incluiu a maioria esmagadora dos estabelecimentos agropecu rios Essa Tr plice Alian a mencionada pelo referido autor MULLER 1990 p 45 46 que reunia o Estado e os capitais nacionais e estrangeiros ap s a Segunda Guerra Mundial traduziu se na agricultura como fato regulador dos empreendimentos capitalistas na agricultura sendo o Estado o mediador por meio das pol ticas p blicas DELGADO 1985 p 43 49 A constitui o de um Complexo Agroindustrial CAI macro que funda o chamado Agroneg cio no Brasil se deu com a integra o entre agricultura e ind stria a partir da realiza o dos encadeamentos produtivos capazes de incorporar a l gica industrial pelas altera es e moderniza o da base t cnica da produ o agropecu ria no setor agr cola Isso foi poss vel no momento em que se desenvolve no pa s a internaliza o do setor produtor de meios de produ o para a agricultura denominado DI Assim estruturado o CAI com a ind stria a montante produ o
171. a elimina o tanto das identidades culturais como do controle estatal sobre os espa os numa poca elobalizante em que o aparente desenraizamento provocaria tal furor que alcan a um n vel conceitual amplo Entretanto a ambigiidade reinante no que diz respeito diversidade de tratamentos do assunto Muitas vezes defronta se com um paradoxo processos globalizantes ou desterritorializantes ao mesmo tempo em que destroem constroem outras formas de espacializa o Diante da complexidade da quest o h os que prefiram distinguir os termos fazendo op o por um ou por outro como a territorialidade em lugar de territ rio ou regi o A flexibilidade do uso do termo acaba servindo como base para v rias interpreta es As rela es de poder postas em quest o constituiriam o elemento diferencial Num mundo globalizado a informa o possui um potencial ou carga de poder 39 tamanha que passa a representar um dos principais fatores ao lado do poder econ mico que definiriam e redefiniriam territ rios e territorialidades Como afirma Santos 2002 p 79 A globaliza o com a proemin ncia dos sistemas t cnicos e da informa o subverte o jogo da evolu o territorial e imp e novas l gicas O espa o ressurge ent o de modo ainda mais fragmentado e compartimentado pela l gica geral global seletiva e determinante no qual o poder t cnico e intelectual e poder econ mico fundem se Becker 200
172. a estrutural ou funcional A paisagem precede a hist ria que ser escrita sobre ela ou se modifica para acolher uma nova atualidade uma inova o A espacializa o sempre presente um presente fugindo enquanto paisagem sempre passado ainda que recente O espa o igual paisagem mais a vida nela existente a sociedade encaixada na paisagem a vida que palpita conjuntamente com a materialidade SANTOS 1997b p 73 60 Ainda que essa vis o manifeste uma oposi o compreens o din mica da paisagem na vis o sist mica a mesma ilustra uma interpreta o s cio econ mica do espa o que tamb m insere a paisagem como categoria de an lise Como conceito operacional a paisagem oferece uma leitura do espa o geogr fico Elementos naturais ou tecnificados estar o presentes SUERTEGARAY 2001 A reprodu o justamente de elementos tecnificados por pr ticas consideradas racionais e modernas de explora o do solo tem resultado na difus o de uma paisagem que se repete em boa parte do Centro Sul brasileiro Talvez a soja como cone de lavoura moderna seja um retrato desse tipo de conforma o paisag stica no meio rural foto 04 Foto 04 Paisagem rural com lavoura de soja na regi o de Campo Mour o PR Autor Helio Silveira Data 16 12 2006 Observa o as enormes extens es de cultivos de soja no Paran resultam numa paisagem repetitiva quase mon tona que se reproduz em quase todas as mesorre
173. a inser o no Arenito Caiu foto 18 foi uma de suas estrat gias de avan o naquela regi o ainda considerada uma fronteira para a soja 68 De acordo com a pr pria Cocamar nos seus relat rios de 2004 e 2005 222 Foto 18 Armaz m graneleiro da Cocamar em Cianorte PR Fonte Cocamar Observa o a instala o de estrutura de recebimento concentrando se no Noroeste em munic pios como Cianorte tem sido uma prioridade estrat gica na expans o horizontal da Cocamar Al m disso a Cocamar busca ser tamb m reconhecida pelos v rios projetos que mant m nas reas de responsabilidade social e ambiental Por sua vez a preocupa o com a imagem da Cocamar parece estar atrelada mais fortemente sua rela o enquanto empresa preocupada com seus consumidores que com cooperativa e aten o aos cooperados A expans o das vendas de varejo imp e o sentido empresarial sobre os demais A presen a regional da Cocamar em munic pios das mesorregi es Norte Central e Noroeste Paranaense vista como um v nculo importante pela cooperativa A sua territorialidade constru da e expande fundada nesse vinculo e assim planos de unidades fora do Paran como ocorre com a Coamo n o s o cogitados no momento atual A varia o no recebimento dos produtos tabela 8 e gr ficos 11 e 12 denotam a consolida o do perfil da Cocamar por meio de um processo de diversifica o instalado o que reflete no seu faturamento tabel
174. a pol tica de incentivos exporta o de produtos agr colas semi processados e manufaturados al m da difus o de novos padr es de consumo Assim a reestrutura o produtiva contribui para modificar o perfil econ mico brasileiro como enfatizam Rodrigues et al 2006 p 8 Em curto per odo delimitado pelos anos 70 o Brasil trocou sua posi o de exportador de produtos prim rios como o caf e passou a dominar o mercado de leo e farelo de soja suco de laranja e caf al m de se destacar no com rcio de carnes processadas e tabaco E essa industrializa o da agricultura que foi desigual e segundo Oliveira 1991 p 24 atrav s da mesma o capitalismo unificou o que o que havia separado no inicio do seu desenvolvimento o que pode at parecer contradit rio a agricultura e a ind stria o que 71 foi poss vel porque o capitalista se tornou tamb m o propriet rio das terras A partir de ent o mudam as rela es entre agricultura e demais setores GUIMAR ES 1979 p 113 Ocorrem por conta desse fato as altera es na base t cnica da produ o agr cola pela ado o de meios de produ o de origem industrial que s o produzidos fora das unidades produtivas rurais e assim adquiridas por meio do mercado FLEISHFRESSER 1988 p 11 Intensifica se ent o a mercantiliza o de toda atividade produtiva ampliando os custos monet rios medida que se industrializava a agricultura passava de um n vel infer
175. abalho tomada como o pr prio conceito de territ rio Enquanto o espa o a totalidade tem posi o privilegiada na discuss o geogr fica a configura o territorial surge como base do todo 43 Seja qual for o pa s e o est gio de seu desenvolvimento h sempre nele uma configura o territorial formada pela constela o de recursos naturais lagos rios plan cies montanhas e florestas e tamb m recursos criados estradas de ferro e de rodagem condutos de toda ordem barragens a udes cidades o que for E todo esse conjunto de coisas arranjadas em sistema que forma a configura o territorial cuja realidade e extens o se confundem com o pr prio territ rio de um pa s SANTOS 1997a p 75 76 Nessa vis o de territ rio apresentada por Milton Santos espa o este sim a totalidade verdadeira din mica E esse mesmo espa o social a base da divis o do trabalho no desenvolvimento capitalista em que a divis o territorial sempre esteve presente SMITH 1988 p 152 A produ o que sobremodo econ mica do espa o concretamente imp e certos ritmos de organiza o espacial e se expressa materialmente nos fixos e nos fluxos nas categorias do m todo geogr fico estrutura processo fun o e forma SANTOS 1985 p 49 Produ o consumo e distribui o articulam se MARX 1983 p 208 216 reproduzindo historicamente no espa o e a sua pr pria din mica de rala es materializada
176. abrange regi es importantes para a economia estadual como a Regi o Metropolitana de Curitiba principal rea industrial do estado bastante diversificada nos ltimos 20 anos com o incremento da ind stria automotiva As regi es que fazem parte do Eixo Paranagu Curitiba Ponta Grossa sustentaram a grande expans o industrial do Paran na d cada de 90 com grandes transforma es na sua estrutura industrial passando por um processo de diversifica o com a instala o do P lo automotivo e moderniza o e reestrutura o produtiva e patrimonial da agroind stria CUNHA S K OLIVEIRA CUNHA J C 2003 p 8 Outras reas como as regi es mais centrais e aquelas do Sudeste e Sul passaram a se dedicar s atividades agropecu rias e agroindustriais Tem se exemplos com a ind stria de latic nios em Castro com participa o de cooperativas e a atividade madeireira vinculada ao processamento industrial de madeira extra da da silvicultura nas regi es dos munic pios de Tel maco Borba Irati Imbituva e Guarapuava Ademais nota se que em muitos munic pios dessa vasta rea a moderniza o da agropecu ria foi mais lenta que outros in cio do s culo XX eram desarticuladas internamente e existiam em fun o do exterior O processo de integra o ocorre durante o s culo XX concentrando em S o Paulo o desenvolvimento industrial 114 espa os paranaenses 4 2 Algumas considera es sobre a ocupa o do Nort
177. ada De modo geral as estrat gias de especializa o t m recebido maior aten o por parte das empresas embora n o seja desprez vel o movimento de 264 diversifica o de alguns grupos SIFFERT FILHO e FAVERET FILHO 1998 p 268 Assim por outro lado alguns grupos empresariais dentro da l gica de integra o de capitais possuem atividades extremamente diversificadas com linhas variadas de produtos presentes em diversos ramos industriais Isso ocorre em casos de grandes corpora es multinacionais que possuem al m de uma forte atua o no setor agroindustrial que n o se limita ao ramo aliment cio est o presentes tamb m na produ o de cosm ticos produtos de limpeza e higiene etc Esse tipo de empresa n o poderia ser considerado como trading agr cola Pois ainda que possa concorrer com as tradings em muitos mercados estas n o t m sua funcionalidade ligada diretamente comercializa o sobretudo com exporta o que acontece para atender ao abastecimento de suas agroind strias Desse modo ocorrem as rela es contratuais com produtores Tomemos ent o alguns casos de empresas que apesar de atuarem com agroind strias n o atuam como tradings agr colas e de outras empresas que caracterizam se por sua natureza como tais Grandes empresas do setor agroindustrial brasileiro como a Sadia e Perdig o surgiram no territ rio de forma modesta como familiares ULLER 2002 O crescimento levou as mesm
178. ada de 1970 e in cio dos anos de 1980 no Paran boa parte representada pelas iniciativas de cooperativas com a significativa participa o tamb m de empresas estrangeiras 138 DO VERA a U Legenda Yo E E le lt s E gt 050e lt 1 EO gt 025e lt 0 50 Lo lt 0 25 C sem registro de atividade Mapa 2 Paran participa o do munic pio na ind stria agroalimentar em 2003 Fonte Ipardes 2006 139 Apesar do crescimento do setor agroindustrial paranaense a partir dos anos de 1980 o Paran perde seu potencial de agrega o de valor da sua agroind stria para fora LOUREN O 1998 p 5 6 Pois o setor possui capacidade de ampliar as exporta es do complexo agroindustrial SEREIA NOGUEIRA e CAMARA 2002 p 49 que n o aproveitada Al m disso crises setoriais e a pr pria caracter stica da agroind stria paranaense dificultam sua expans o O reduzido grau de processamento das mat rias primas agropecu rias no Estado pode ser traduzido pela concentra o do complexo soja na fabrica o de farelo pelo passeio do trigo couro milho seda e pluma de algod o pelo contingenciamento da produ o de a car e do lcool pelo desmanche de animais no frigor fico etc representando um processo permanente de vazamento de potencial de agrega o de valor para fora do Paran Esse fen meno pode ser comprovado tamb m pela r pida diminui
179. adas na expans o entre os maiores produtores que por si s representam ganhos de escala Desse modo os pequenos produtores associados seriam perfeitamente dispens veis ainda que os mesmos representem o maior volume de cooperados Por outro lado as outras empresas desde as tradings agr colas multinacionais at mesmo as menores cerealistas teriam nesta fra o de pequenos e m dios produtores seus potenciais clientes No que diz respeito diversifica o e amplia o da gama de produtos industrializados a Coamo volta se a um determinado segmento aliment cio que busca 245 aproximar novos produtos com aqueles trabalhados h mais tempo Por exemplo dos leos vegetais s margarinas e maioneses A id ia seria completar o rol atendendo a um certo grupo de consumo Seria uma estrat gia empresarial t pica como aponta Sparemberger 2001 p 35 o posicionamento baseado nas necessidades o que vem ao encontro segmenta o tradicional Aparecendo quando h um grupo de clientes com diferentes necessidades e o desenvolvimento de um conjunto de atividades apropriadas podem servir melhor aquelas necessidades do grupo de consumidores selecionados Nesse sentido a Coamo segundo seu superintendente administrativo Sr Gabriel estuda inserir produtos como salame e mortadela ainda que parte dessa produ o seja industrializada por terceiros a o j utilizada na produ o de farinha de trigo e caf Para tanto tem esti
180. ade cada vez mais r pida e din mica e ainda que n o haja longevidade devido s r pidas transforma es espaciais os recortes territoriais persistem na forma e conte do Ao admitir essa continuidade da exist ncia regional podemos tamb m afirmar a exist ncia de paisagens n o apenas e simplesmente como express o visual de um processo homog neo de territorialidade capitalista mas espa os caracter sticos dos mesmos processos individualizados sim mas n o exatamente particulares O territ rio formado por fra es funcionais diversas Sua funcionalidade depende da demanda a v rios n veis desde o local at o mundial A articula o entre diversas fra es do territ rio se opera exatamente atrav s dos fluxos que s o criados em fun o das atividades da popula o e da heran a espacial SANTOS 1985 p 72 Assim como o territ rio apresenta se fragmentado e organizado em torno de funcionalidades econ micas as paisagens podem ser entendidas como portadores destas mesmas funcionalidades A territorialidade econ mica assim percebida na paisagem enquanto materialidade da mesma No espa o rural essas extrapolam o aspecto da produ o articulando inclusive a perspectiva ambiental Admitindo que a pr pria regi o n o possua mais uma autonomia e seja definida pelo exterior SANTOS 1997b p 9 10 os mecanismos de defini o das mesmas j n o s o nos moldes cl ssicos Nesse mesmo sentido a paisagem
181. ades da empresa se beneficiando das condi es de cada uma que se associa ou funde com posturas id nticas Estrat gia de Novos Empreendimentos Descri o Representa um empreendimento totalmente novo para a empresa Caracter sticas Apesar de haver maiores incertezas e riscos para as decis es oferecem oportunidades de sucesso tipicamente atraentes ESTRAT GIAS PARA VENDAS DE EMPRESAS Estrat gia para redu o de custos Descri o a mais comum em per odos de recess o e consiste na redu o de todos os custos poss veis para que a empresa possa subsistir Caracter sticas Pode ser viabilizada pela redu o de pessoal e n veis hier rquicos diminui o das compras na realiza o leasing de equipamentos na melhora de produtividade redu o de n veis de estoque e outros fatores Representa uma economia para a empresa Estrat gia de Desinvestimentos Descri o Corresponde a sa da de determinados ramos ou retirada de certas linhas de produtos que gerem conflito e deixam de ser A venda da destilaria de lcool e do fechamento da Fia o de Seda um exemplo do uso dessas estrat gias pela Cocamar 311 interessantes Caracter sticas Representa uma sa da para a empresa que desinveste para n o sacrificar o conjunto das opera es mantendo apenas o neg cio original ESTRAT GIAS PARA FUS ES DE EMPRESAS Estrat gia de Es
182. ado Brasileiro em milh es de hectares REA TOTAL 204 REA AGRICULT VEL 137 PASTAGEM 35 CULTURAS ANUAIS 10 CULTURAS PERENES E 2 FLORESTAS REA DISPON VEL 90 Fonte Embrapa Extra do de Biocombust veis 2006 Nota torna se perigoso na atualidade por quest es ambientais associar o aproveitamento das terras agricult veis ao uso de reas de Cerrado 366 Anexo H ESTADO DO PARAN PARTICIPA O DO VALOR BRUTO DA PRODU O DE SOJA DOS MUNIC PIOS EM RELA O AO TOTAL DO ESTADO tim 00 Escala para o Estado FONTE IBGE NOTA Dados trabalhados pelo PARDES BASE CARTOGR FICA JAP 2002 Mapa 16 Participa o do Valor Bruto da Produ o de soja dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 Legenda no total do produto gt 1 00 gt 0 50 a lt 1 00 gt 0 25 a lt 0 50 gt 0 10 a lt 0 25 gt 0 00 a lt 0 10 OMRE Inexist ncia de registro Notas 1 Os 17 munic pios com participa o superior a 1 respondiam por 25 6 do VBP da soja do Paran 2 O conjunto de 45 municipios com participa o entre 0 5 e 1 totalizavam 28 3 Fonte Ipardes 2006 367 Anexo ESTADO DO PARAN PARTICIPA O DO VALOR BRUTO DA PRODU O DE MILHO DOS MUNICIPIOS EM RELA O AO TOTAL DO ESTADO 2003 Escala para o Estado FONTE BGE NOTA Dados irabajhados palp PARDES BASE CARTOGR FICA JAP 2002 Legenda no total do produto
183. ado nas estrat gias e pr pria evolu o da territorialidade das cooperativas A resposta a essas e outras indaga es que se colocam exige que se compreenda como se caracteriza cada uma dessas empresas cooperativas e multinacionais Al m disso deve se considerar as rela es destas com os processos hist ricos de consolida o das rela es capitalistas de produ o no campo at a forma o de uma economia conjunta fortemente calcada das rela es intersetoriais e integra o de capitais A moderniza o agropecu ria a industrializa o do campo e todos os impactos e transforma es resultantes desencadearam uma s rie de condicionantes modificadores de posturas e estrat gias Cabe avaliar como se comportaram e comportam o conjunto dessas empresas que fazem parte do estudo de caso Cocamar Coamo Bunge e Cargill no sentido ou n o de um pretenso desenvolvimento regional por meio da materializa o de suas territorialidades 178 6 AS COOPERATIVAS AGROPECU RIAS E AS TRANSFORMA ES NA ESTRUTURA PRODUTIVA PARANAENSE No Sul do Brasil as atividades agropecu rias e agroindustriais s o respons veis por uma parte significativa do Produto Interno Bruto PIB e dentro dessas atividades as cooperativas agropecu rias desempenham papel de destaque BRDE 2003 p 93 A explica o para esse fato deve ser buscada na a o das mesmas como agentes de difus o do progresso t cnico na agricultura e na intermedia
184. adoras 118 As cooperativas sobretudo de cafeicultores criadas por incentivo do governo atrav s do Instituto Brasileiro do Caf IBC e representando uma sa da aos produtores atuaram como elementos de difus o da moderniza o agropecu ria estimulando e provocando a introdu o de lavouras chamadas modernas sobretudo a soja A sua estrutura organizacional e relacionamento direto com os produtores facilitaram o papel das mesmas que encontraram no Estado seu principal aliado FAJARDO 2000 p 3 A crise na cafeicultura instala se refor ada real e simbolicamente pelas constantes geadas que iam destruindo os cafezais com destaque para o ano de 1975 Foi esse o per odo em que as lavouras modernas principalmente soja e trigo desenvolvem se decisivamente em substitui o ao caf E foi essa a orienta o das pol ticas p blicas do governo brasileiro desestimular a continuidade da cafeicultura que encontra refor o nas geadas Para conseguir atingir seus objetivos o governo gerou uma pol tica de desest mulo cafeicultura e de est mulo cultura de oleaginosas em rota o com o trigo Para tanto colocou a disposi o dos agricultores uma s rie de subs dios oficiais com finalidade de agilizar o processo Ao contr rio para a cafeicultura a pol tica oficial foi de completo desest mulo MORO 1990 p 155 156 A transforma o na base t cnica da produ o levou essas lavouras mecan
185. adoras SANTOS SILVEIRA 2004 p 140 141 enquanto outras com seu desenvolvimento s cio econ mico relativamente atrasado em rela o s demais estariam numa condi o considerada socialmente cr tica mapa 9 EST bn DO LEE OS V RIOS PARAN S RTRA AT PERY NE 97 174 A A NA PN sa Aa agi f PS pi T EY E IAA EN ST Dan AA a Pa EAN LE ED ABR OR dg SN Veda TIA EAR apet Pe ADE ANAS RANEA D M 0 0 Escala para o Estado Legenda Espaciafdade com relev ncia concentra o e densidade econ mica e institucional E Extrema RO Clevada E M dia Minima Espaciaidade HO Socialmente cr tica Mapa 9 Os v rios paran s Fonte Ipardes 2006 161 O perfil econ mico paranaense atual caracterizado nos ltimos anos pela expans o em atividades industriais diversificadas como a metal mec nica advinda da instala o das montadoras de autom veis na regi o metropolitana de Curitiba mas tamb m pela manuten o e crescimento das atividades agropecu rias e agroindustriais com forte peso nas regi es do interior do Estado Entre as raz es pelas quais algumas regi es se apresentam mais relevantes na concentra o e densidade econ mica e institucional est no fato de que estas possuem n veis de estrutura o agropecu ria e agroindustrial mais avan ados O papel decisivo da moderniza o na produ o agropecu ria e agroindustrial constitu da po
186. afia Maring n 10 p 25 44 dez 1992 Aspectos geogr ficos da moderniza o agr cola no norte do Paran Boletim de Geografia Maring n 13 p 79 93 out 1995 Substitui o de culturas concentra o fundi ria e xodo rural na microrregi o homog nea do norte novo de Maring In Encontro Nacional de Geografia Agr ria 11 1990 Teres polis v 1 p 151 170 Substitui o de culturas moderniza o agr cola e organiza o do espa o rural no norte do Paran Tese Doutorado em Geografia Instituto de Geoci ncias e Ci ncias exatas Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Rio Claro 1991 353 p Transforma es s cioespaciais decorrentes da moderniza o da agricultura no Estado do Paran In ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGR RIA 15 2000 Goi nia Anais comunica es Universidade Federal de Goi s Instituto de Estudos S cio ambientais 2000 p 352 355 343 MOTOMURA Marina Semear ficou mais dif cil Exame guia agroneg cio S o Paulo n 849 p 42 43 ago 2005 MULLER Geraldo Complexo Agroindustrial e moderniza o agr ria S o Paulo HUCITEC 1989 Observa es sobre a economia pol tica da agricultura brasileira Rascunho Araraquara n 14 dez 1990 NIC CIO Jos ngelo Alian as estrat gicas entre agroind strias integradas em cooperativas 1997 Disserta o Mestrado em Engenharia de Produ o Universidade Fede
187. ainda a discuss o em torno do desenvolvimento regional que envolve al m da discuss o te rico conceitual aspectos diretamente relacionados com a funcionalidade das grandes empresas tradings agroind strias e cooperativas agropecu rias no espa o rural A territorialidade econ mica tem como resultado a pr pria rela o e o jogo de interesses entre as empresas o poder p blico em todas suas esferas os grupos econ micos e interesses locais e regionais al m de todo discurso que permeia qualquer liga o que se tente construir entre os objetivos da a o empresarial no campo e as pol ticas de desenvolvimento Mas essas grandes multinacionais do agroneg cio mesmo realizando grandes opera es financeiras atreladas ao fornecimento de insumos adubos como pauta de atua o mas que via de regra n o realizam acompanhamentos t cnicos somente entregando o adubo e em menor escala a semente que representa um custo proporcionalmente menor frente a outros insumos MARINO SCARE e 320 ZYLBERSZTAJN 2002 p 5 6 Isso significa que as gigantes do setor agroindustrial podem atender interesses do Estado relativos ao que representam quantitativamente para a composi o das exporta es brasileiras ver tabela 14 com perfis da Cargill e Bunge Alimentos mas n o estabelecem rela es que as aproximem mais com o interesse dos produtores Por outro lado as cooperativas agropecu rias no caso Coamo e Cocamar al m
188. ais A agricultura como setor participante no processo passa a ser encarada dentro da expressividade econ mica do per odo como parte da pr pria din mica O desenvolvimento econ mico n o poderia ent o ficar limitado ao crescimento industrial j que os setores encontravam se extremamente articulados Durante o s culo XX um intenso processo de transforma es caracterizadas por uma dinamiza o econ mica embasada fortemente pela urbaniza o industrializa o e pela moderniza o agropecu ria A organiza o territorial reflete nitidamente essa muta o sofrida na qual os arquip lagos regionais d o lugar a um espa o econ mico unificado THERY 2001 p 407 Um dos aspectos mais marcantes a efetiva o de um car ter concentrador que se esbo ava desde o per odo auge do caf que construiu em S o Paulo o cora o econ mico do pa s A partir da lideran a paulista a regi o Sudeste constitu a se na principal rea das atividades industriais do pa s A partir da d cada de 70 o setor prim rio passou por intensas mudan as estruturais que aumentaram sobremaneira sua capacidade de competi o Apesar de ter a exemplo do setor industrial desfrutado de subs dios credit cios para seu desenvolvimento a exposi o concorr ncia externa no mercado de produtos determinava o desenvolvimento de uma capacidade competitiva que o segmento industrial protegido n o necessitava E esta mesma capacidade de comp
189. ais N o se pretende aqui aprofundar a quest o mas sim apontar a pertin ncia do estudo da territorialidade econ mica no meio rural 52 2 PAISAGEM RURAL COMO RESULTADO DE TERRITORIALIDADES ECON MICAS O debate metodol gico da Geografia frequentemente envolve discuss es sobre as categorias anal ticas e objetos de estudo geogr ficos Nas an lises espaciais estes aparecem como importantes elementos na formula o de interpreta es Compreendendo o espa o enquanto uma totalidade a ser investigada a sua leitura inicia parte dos seus componentes Os recortes anal ticos podem ser feitos a partir de uma diversidade de leituras e abordagens e correntes de pensamento Conceitos como o pr prio espa o o territ rio a regi o o lugar e a paisagem permitem tratamentos distintos O conceito de paisagem aparece aqui como uma das possibilidades de an lise da realidade do espa o E este espa o est como tamb m a paisagem adjetivado de rural para designar o conjunto de a es e objetos envolvidos nas atividades que definem a paisagem foco da aten o do trabalho Nesse sentido pretende se discutir algumas rela es existentes entre a paisagem e os estudos sobre organiza o do espa o agr rio Da mesma forma que o espa o numa vis o geogr fica amplo din mico sofrendo uma s rie de transforma es na sua constru o e produ o a partir das inter rela es Sociedade Natureza a paisagem tamb m possui es
190. ais recente foi a aquisi o em 2006 da Soccepar Sociedade Cerealista Exportadora de Produtos Paranaenses que opera no porto de Paranagu realizando armazenagem e embarque de gran is s lidos de origem agr cola milho soja a car e farelos com 150 funcion rios e dispondo de uma capacidade de 210 mil toneladas BERTOLDI 2006 p 3 Em 1947 a cria o da Fertimport visando atender a log stica das empresas do grupo Bunge no Brasil significou um passo importante j que a experi ncia acumulada com servi os ao Grupo Bunge elevou o n vel de competitividade do mesmo favorecendo sua 5 A Seara foi adquirida pela Cargill em 2005 CARGILL 2006c p 2 282 expans o nos anos de 1960 A Fertimport passa ent o a disponibilizar seus servi os para todo o mercado iniciando um processo de expans o alavancada em 2001 quando passa a operar fora do Brasil Hoje a Fertimport l der em qualidade no suporte ao com rcio internacional oferecendo o mais completo leque de servi os e a melhor rela o custo benef cio em log stica portu ria S o 14 unidades estrategicamente distribu das entre as principais cidades e portos da costa leste da Am rica Latina e a mais eficiente rede de subagentes e empresas associadas prontos para atender a importadores exportadores afretadores e armadores em qualquer parte do mundo BUNGE 2005c p 6 Assim a Fertimport surge em territ rio brasileiro e deste passa servir o Gru
191. ais recentemente no Brasil algumas tradings nacionais t m se destacado S o os casos da Amaggi e da Agrenco Diferentemente das multinacionais que atingem todo territ rio brasileiro estas t m forte influ ncia regional No caso da Amaggi esta surgiu no final dos anos de 1970 e atua sobretudo com soja nos Estados do Mato Grosso Rond nia e Provider sendo respons veis pela terceiriza o para multinacionais como Johnson amp Johnson e Procter amp Gamble 81 A Unilever n o est aqui identificada como uma trading agr cola pois o seu caso mais complexo atuando num amplo e diverso n mero de cadeias produtivas e setores que extrapolam a vis o de trading aqui considerada grandes grupos econ micos que atuam em cadeias agroindustriais trabalhando diretamente com a comercializa o de commodities agr colas em larga escala que constituem eixo central de suas atividades 82 Informa es obtidas por meio da home page do grupo Unilever que est dispon vel em lt http www unilever com br ourcompany aboutunilever Historia Default asp gt Acesso em 26 01 2006 Em junho de 2007 a Unilever anunciou a venda das marcas de margarinas Doriana Delicata e Claybom para a Perdig pelo valor de 77 milh es de reais Foi ainda feito um acordo entre as empresas para a cria o de uma joint venture que cuidar da gest o das marcas internacionais Becel e Bece Pr Active BARBIERI 2007 34 A Anderson Clayton antes de ser adquiri
192. amar Observa o apesar da semente de canola possuir um dos teores mais altos de leo e ser consider veis um dos leos vegetais mais saud veis tamb m um dos mais caros simplesmente por que o volume produzido desse produto irris rio se compar vel soja amplamente cultivada no territ rio paranaense 216 2 Em rela o aos produtos transg nicos a Cocamar separa a soja pois necess rio A parte destinada produ o de farelo que pode ser consumida n o transg nica nem aquela para produ o de leo o restante sim Ele estima que atualmente o recebimento seja entre 50 de convencional e a outra metade transg nica Oficialmente a Cocamar se posiciona plenamente a favor do uso de transg nicos e isso ressaltado inclusive em publica es Com rela o ind stria de fios n o h mais a denominada fia o de algod o mas apenas Fios Cocamar j que a f brica foto 16 trabalha com diversos materiais inclusive sint ticos como poli ster mat ria prima atualmente n o tem v nculo algum com a produ o do cooperado comprada do Centro Oeste No entanto recentemente a Cocamar vem incentivando a produ o de algod o como alternativa pequena propriedade COCAMAR 2007 p 37 Foto 16 rea interna da Ind stria de Fios da Cocamar Autor Antonio Celso Carniellis Data 10 02 2007 Sobre os investimentos no arenito a Cocamar que j havia tentado investir no Centr
193. amo Considerando fato das cooperativas concentrarem grande fatia do mercado do chamado agroneg cio e da Coamo constituir se de longe a principal cooperativa do Paran em termos de volume exportado e receita perfeitamente l gico que a mesma sirva como term metro do setor 8 1 Estrat gias e territorialidade da Coamo Na sua expans o horizontal a Coamo aumenta tamb m sua capacidade instalada obviamente pela amplia o de sua estrutura Esta seria ent o uma decis o estrat gica do aumento da capacidade Capacidade est relacionada com as decis es a respeito de instala es sendo determinada pela planta industrial equipamentos e recursos humanos Envolve em como adaptar se s demandas c clicas e como utilizar a capacidade como fator influenciador nas decis es tomadas pelos competidores BAZOTTI 2001 p 30 De acordo com o Superintendente administrativo Sr Antonio Sergio Gabriel em entrevista realizada na sede da Coamo foto 22 em Campo Mour o no dia 22 de agosto de 2005 as decis es tomadas pela Coamo em dire o a novos investimentos procuram respeitar o sentido de ser da cooperativa sendo assim a liga o com o cooperado e os produtos com os quais estes trabalham devem orientar tamb m as iniciativas de 7 Foi realizada uma entrevista com o Superintendente Administrativo da Coamo Sr Antonio Sergio Gabriel em sua sala na sede da cooperativa em Campo Mour o PR no dia 22 de agosto de
194. amo por exemplo extremamente superior A Coamo exporta grande quantidade de soja e farelo enquanto a Cocamar atua quase que totalmente no mercado interno o volume de exporta es de commodities irris rio No caso de exporta es da Cocamar vale lembrar que no caso da ind stria de suco de laranja em Paranava quase toda a produ o exportada cerca de 95 ficando uma pequena parte para a produ o de sucos para varejo da marcas da Cocamar vendas no mercado interno A Cocamar concorre com as multinacionais para conquistar a fidelidade do cooperado ela faz uso de algumas regras para oferecer benef cios por exemplo se o cooperado vender sua produ o de soja tem um determinado desconto se comprar insumos da cooperativa A atua o da Cocamar diferenciada h visitas t cnicas assist ncia eventos e parcerias com escolas participa o na comunidade h pelo menos dois eventos por dia Visando melhorar a qualidade de vida do cooperado com lazer por exemplo A Cocamar ainda promove incentivos educa o dos filhos de cooperados curso superior treinamentos cursos e palestras t cnicas etc Ainda dentro da estrat gia e aproxima o junto aos cooperados f sica ou geograficamente falando trata se de uma atitude essencial da cooperativa construir um aporte estrutural e organizar a log stica dos entrepostos construindo e unidades localizadas de acordo com a capacidade de abrang ncia de cada uma Essa a
195. ant m tima rela o com a Coamo No Porto de Paranagu usa estrutura da cooperativa com sede em Campo Mour o o que tem significado uma boa parceria j que a pr pria Coamo tem a maior parte do leo produzido com sua marca pela ind stria da Cocamar em Maring Com outras empresas como multinacionais a rela o dupla De um lado estas fornecem insumos como fertilizantes adubos sementes sendo a Cocamar um cliente e a Cocamar tamb m vende gr os soja e milho para multinacionais quando encontra circunstancias favor veis pre os etc H assim uma rela o de respeito nas palavras do Sr Marcelo Bergamo com as multinacionais que s o tamb m s o concorrentes Outras cooperativas tamb m mant m rela es com a Cocamar Ela por exemplo recebe soja da Cocari No caso da ind stria de suco de laranja foto 17 a Cocamar concorre com multinacionais Ades Unilever Del Valle Coca Cola As vezes eles conseguem vender mais barato mesmo em Maring pois tem uma pol tica de pre os diferente concorr ncia injusta ressalta o Sr Marcelo Bergamo E Foto 17 Ind stria de suco de laranja da Cocamar em Paranava PR Fonte Cocamar Observa o ao adquirir o total controle da Paran Citrus a Cocamar passa a investir em peso na 219 produ o de suco de laranja voltado sobretudo exporta o Com isso o est mulo cultura no Noroeste do Paran tamb m fomentado em campanhas COCAMAR 200
196. antia da aquisi o de safras como forma de proporcionar seguran a a milhares de produtores COCAMAR 2005 Numa regi o assentada em boa parte sobre terrenos do chamado arenito Caiu foto 13 a Cocamar numa iniciativa pioneira realizou estudos t cnicos que buscaram viabilizar o cultivo de gr os em solos considerados impr prios A cooperativa incentivou a produ o assegurando recebimento da safra atitude que grandes empresas multinacionais que tamb m mant m unidades na mesma regi o nunca haviam tomado apesar de serem beneficiadas com a introdu o do cultivo nessas reas Foto 13 Lavoura de soja na regi o do Arenito Caiu Fonte Cocamar amp Conforme miss o apresentada no site da cooperativa http www cocamar com br empresa perfil htm 207 O crescimento da Cocamar em 2004 foi expressivo batendo record em recebimento de soja COCAMAR 2005 p 12 e levando seu parque industrial a operar plena carga no m ximo da capacidade Interessante notar que a Cocamar verticalizou se a ponto de tornar se um dos parques industriais mais diversificados do cooperativismo brasileiro a Cocamar processa nada menos que 87 de todo o volume de produtos agr colas que recebe Pioneira no Paran na pol tica de investir em ind strias a Cocamar est fazendo do produtor associado cada vez mais um industrial Toda a soja produzida pelos cooperados industrializada e a cadeia produtiva do
197. anto de cooperativas como das multinacionais configura os espa os de a o das mesmas Ou seja pela instala o dos fixos das atividades produtivas armaz ns unidades industriais etc e pela articula o dos mesmos pelos fluxos movimenta o do circuito produtivo comercializa o no mercado 322 interno exporta o etc produzido o espa o que por sua vez a din mica espacial refletida na delimita o dos territ rios corporativos Nesse sentido o conceito de territ rio rede caberia perfeitamente na compreens o desse tipo de territorialidade HAESBAERT 2004 p 297 Obviamente a exist ncia de v rias territorialidades corporativas no espa o paranaense no caso espec fico do espa o rural do setor agroindustrial indica a n o exist ncia de exclusividade no mesmo SOUZA 2003 p 94 Mas a disputa pelo mercado tamb m territorial e isso se torna explicito se exemplificarmos a disputa por produtores de gr os sobretudo soja e milho entre cooperativas e multinacionais do agroneg cio Ora se o pr prio produtor cooperado ou n o est espacialmente localizado a escolha do produtor pela empresa ou a op o da empresa pela rea significa possibilidades de altera es territoriais da produ o A fluidez do territ rio est condicionada pela combina o das estrat gias empresariais aliadas s governamentais como por meio das pol ticas p blicas no caso do papel decisivo do planejamento regional e
198. apa crucial A industrializa o seria o nico caminho a trilhar se desejassem se tornar senhoras do seu pr prio destino e simultaneamente se verem livres da mis ria MELLO 1989 p 20 Mesmo com o processo de industrializa o avan ando os ideais cepalinos n o foram atingidos Essa frustra o levou a aceita o quase un nime pelo pensamento econ mico brasileiro da teoria da depend ncia Mello 1989 p 23 aponta que em meados dos anos de 1960 h a morte do movimento nacional desenvolvimentista Esta ocorrera em raz o da industrializa o n o ter correspondido s expectativas ou ela se abortara ou n o trouxe a liberta o nacional muito menos a pretensa liquida o da mis ria Explica es econ micas eram fundamentadas n o apenas no fato da 14 economia brasileira em sendo perif rica em rela o ao centro do capital encontrar se sempre numa condi o de atraso mas tamb m outros fatores que identificam as economias latino americanas em geral evidenciadas por uma sucess o de situa es hist ricas de depend ncia colonial prim rio exportadora e tecnol gico financeira MELLO 1989 p 23 24 O Brasil constitui uma esp cie de paradigma de pa s de industrializa o retardat ria onde o crescimento econ mico e a diferencia o das for as produtivas t m apresentado uma extraordin ria vitalidade Essa performance estende se desde os anos 30 e se acentua particularmente a partir
199. apitalista tem uma abrang ncia geral n o podendo ser consideradas formas de acumula o distintas as que se encontram no mbito rural As pol ticas e os planos de desenvolvimento acabam sendo direcionados a economia em conjunto 46 A produ o agr cola al m de responder pela demanda interna tem seu papel funcional no comercio exterior O desempenho da agricultura reflete diretamente no saldo de divisas do pa s A consolida o do Complexo Agroindustrial articulou interesses sociais comprometidos com o processo de moderniza o Como aponta Delgado 1986 p 41 Todo esse processo de moderniza o se realiza com intensa diferencia o e mesmo exclus o de grupos sociais e regi es econ micas N o portanto um processo que homogeneiza o espa o econ mico e tampouco o espectro social e tecnol gico da agricultura brasileira O Complexo Agroindustrial pode ser considerado compreendendo a quatro sub setores o das empresas que fornecem insumos agricultura ind stria para a agricultura o sub setor agropecu rio propriamente dito o sub setor das ind strias agr colas de processamento ind strias de base agr cola e o sub setor de distribui o final FURTUOSO BARROS e GUILHOTO 1995 p 13 A articula o e interdepend ncia entre esses setores resultaram na configura o de um novo padr o produtivo Assim a din mica agr cola foi assentada sobretudo atrav s das rela es inter setoriais estabelecidas
200. ar os rendimentos com exporta o A agroind stria de alimentos paranaense sobretudo representada nas ltimas d cadas pelo setor agroalimentar Como aponta o Ipardes 1994 p 46 a import ncia da ind stria de alimentos para o conjunto da economia paranaense h muito tempo destacada na literatura especializada Estabelecidas rela es inter setoriais da ind stria agroalimentar para tr s com a agricultura a pecu ria a ind stria que produz insumos para a moderna agricultura como por exemplo a ind stria de m quinas agr colas metal mec nica fertilizantes qu mica defensivos agr colas farmac utica e calc rio metais n o ferrosos e os segmentos consumidores com rcio supermercados hot is e restaurantes e de transporte dos produtos agroindustriais transporte rodovi rio e ferrovi rio por isso esse setor necessita ser foco de estudos mais aprofundados V rios munic pios paranaenses possuem unidades de ind stria agroalimentar mapa 2 A distribui o desta n o se d na atualidade de forma concentrada no territ rio abrangendo praticamente todas as regi es x 4 Conforme Belik 1994 p 125 a emerg ncia de uma pol tica p blica clara de incentivo exporta o de produtos agr colas semi processados e manufaturados era o que impulsionava a agroind stria a partir dos anos de 1970 Foi a concretiza o dessas pol ticas que levaram a agroindustrializa o a partir do final da d c
201. ara o Centro Oeste brasileiro regi o cuja topografia favorece a mecaniza o e onde prevalecem propriedades maiores L der na produ o nacional de algod o por um longo per odo o Paran est sendo superado pelos estados do Mato Grosso Goi s e S o Paulo Esse decl nio da cotonicultura provocou altera es nas paisagens rurais paranaenses na ltima d cada Muitas pequenas e m dias propriedades que conviviam cotidianamente com essa lavoura que era geradora de grande volume de m o de obra tempor ria de repente assistem ao quase desaparecimento da cultura Esse fato refletiu diretamente na ind stria de fios de algod o paranaenses E v rias cooperativas que possuem fia es tiveram que buscar a mat ria prima em outros Estados FAJARDO 2000 p 78 155 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 Gr fico 9 Varia o na rea com cultivo de algod o no Paran entre 1980 e 2006 em hectares Fonte dos dados Ipardes 2006 p 21 Nota os valores do ano de 2006 s o preliminares 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 Gr fico 10 Varia o da produ o de algod o no Paran entre 1980 e 2006 em toneladas Fonte dos dados Ipardes 2006 p 21 Nota os valores do ano de 2006 s o preliminares 156 Entretanto algumas iniciativas que buscam estimular um resgate da cultura de algod o no Paran Como por exemplo a campanha realizada pela Cocamar q
202. aranaense que na poca era parte da Prov ncia de S o Paulo era totalmente desocupada e nesse vazio demogr fico no momento da funda o da Prov ncia do Paran em 1853 toda a parte mais ocidental incluindo o norte era considerada oeste a ser desbravado 121 primeiras d cadas do s culo XX Havia a preocupa o e interesses em expandir o povoamento at o Rio Paran que ocorreu de modo n o muito organizado como no caso do norte como se observa na descri o de Bernardes 1952 p 445 O que se verificou na ocupa o da maior parte do oeste foi um vasto assalto s terras devolutas do estado ou a grandes glebas particulares por caboclos luso brasileiros ou por descendentes de europeus geralmente eslavos que se deslocavam e ainda se deslocam das col nias do leste Um novo termo passou a ter grande circula o designando estes povoadores intruso por deriva o terra intrusada a terra particular ou devoluta que sem estar venda e muito menos dividida em lotes invadida e ocupada por esses indiv duos na nsia de novos solos Aos elementos que se radicam ali s muitos assim procedem o estado concede a posse da terra a cabo de certo n mero de anos de ocupa o e de acordo com a rea a ser aproveitada Mesmo com a iniciativa governamental de coloniza o oficial dirigida concedendo grandes extens es de terras a empresas particulares com o compromisso de coloniz las houve uma demora e
203. arte de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina Os perfis recentes das duas cooperativas quadro 4 refletem a condi o da Cocamar muito inferior Coamo em termos de movimento de capital e gera o de receita apesar da primeira ser reconhecidamente uma das cooperativas mais industrializadas do Brasil Quadro 4 Perfis da Coamo e Cocamar em 2005 253 DESCRI O COAMO COCAMAR Apresenta o A Coamo recebe cerca de 3 5 A Cocamar foi fundada em da produ o nacional de gr os 1963 por um grupo de e fibras e 17 da safra paranaense Atua em 47 munic pios do Paran Santa Catarina e Mato Grosso do Sul Ela tem um parque industrial na sede em Campo Mour o PR formado por ind stria e refinaria de leo fia o de algod o usina de lcool anidro e hidratado moinho de trigo f brica de margarina e gorduras vegetais produtores de caf e hoje uma das maiores cooperativas da Am rica Latina Os associados produzem industrializam e vendem derivados de soja caf laranja e cana de a car A empresa dona das marcas Cocamar Suavit Maring e Purity Endere o sede Rua Fioravante Jo o Ferri 99 Jardim Alvorada Campo Mour o PR Raz o Social Coamo Agroindustrial Cooperativa Endere o sede Estrada Oswaldo de Moraes Corr a 1 000 Maring PR Raz o social Cocamar Cooperativa Agroindustrial Diretor Pre
204. as cooperativas de maneira dirigida os pr prios investimentos em agroindustrializa o passavam a ser impulsionados de maneira planejada FAJARDO 2004 p 167 Essa organiza o integrada das cooperativas resumia se numa defini o de reas de atua o dos Projetos de Integra o Cooperativista PICs pelas quais o Paran dividia se em tr s grandes reas Projeto Igua u de Cooperativismo PIC que abrangia o Oeste e o Sudoeste o Projeto Norte de Cooperativismo NORCOOP que cobria todo o Norte e parte do Centro do Estado e o Projeto Sul de Cooperativismo SULCOOP respons vel pelo Centro Sul OCEPAR 1997 A Organiza o das Cooperativas do Paran OCEPAR nasce inclusive nesse per odo apoiando a execu o dos projetos durante a d cada de 1970 e constituindo se como entidade representativa das 187 cooperativas FAJARDO 2004 p 167 Vale ressaltar que a organiza o das cooperativas conseguiu nos anos seguintes atingir os objetivos de transformar toda a estrutura produtiva agr cola orientando e induzindo a moderniza o tecnol gica e diversifica o da produ o agropecu ria regionalmente segundo os interesses de expans o dos capitais e agrega o de valor via agroind stria Nesse per odo as cooperativas apresentaram um crescimento e uma moderniza o consider veis Ocorreram profundas transforma es em suas estruturas empresariais o que as tornaram verdadeiras multiempre
205. as a adorem estrat gias competitivas Em resposta aos novos desafios gerenciais de aumento da diversidade e aumento dos conflitos de prioridade levou ao posicionamento de cada uma no cen rio econ mico nacional e internacional Conforme Ludkevitch 2005 p 46 as quest es relativas ao problema do aumento da diversidade s o a defini o do neg cio principal o desenvolvimento de economias de escala e escopo entre as f bricas a sinergia dos neg cios e a forma o de princ pios comuns atrav s de toda a organiza o J o chamado desafio promovido pelo aumento dos conflitos de prioridade incluem o envolvimento da alta dire o nas decis es o planejamento nos movimentos de expans o e diversifica o e a capacidade de focar os investimentos ver quadro 6 265 Quadro 6 Exemplos de a es dos grupos Sadia e Perdig o Desafio Quest es gen ricas A es da Sadia em A es da Perdig o em gerencial resposta ao desafio resposta ao desafio e Aumento grau a diversidade Defini o neg cio T Desenvolvimento de economias de escala e escopo das f bricas Sinergia entre os neg cios Forma o de princ pios comuns atrav s de toda a organiza o Foco constante na atividade de alimentos Diversifica o relacionada Integra o vertical ao longo da cadeia Integra o entre as f bricas e demais departamentos Desenvolvimento de uma marca forte associada Sem foco de neg cio
206. as e das corpora es multinacionais incluindo as tradings e as agroind strias no cen rio regional A quest o que se coloca se h uma disputa territorial significativa entre essas empresas que vai al m da competi o mercadol gica Ao caracterizar o atual quadro regional das cadeias produtivas esse fato pode ser sinalizado As transforma es ocorridas no espa o rural nas ltimas d cadas resultam de um processo de aprofundamento das rela es capitalistas no campo OLIVEIRA 1987 Cada vez mais os encadeamentos inter setoriais permeiam as atividades agropecu rias Considerando que os processos econ micos e a economia capitalista como um todo s o respons veis pela produ o do espa o que articula os objetos das rela es sociais e de trabalho na reprodu o do capital o espa o agr rio constitui sua funcionalidade na divis o social e 7 Conforme Ocepar 1999 a participa o das cooperativas agropecu rias paranaenses na produ o e exporta o de trigo ultrapassa 90 e no caso da soja chegava a 70 Embora nos ltimos anos tenha havido uma redu o nestes n meros ainda consider vel 28 territorial do trabalho Assim a produ o do espa o produ o de objetos que articulam e organizam em suas fun es espec ficas interc mbios sociais que envolvem o trabalho e a produ o O espa o seria neste caso a materialidade e a media o entre os sistemas de produ o de controle e reprodu o
207. assos A crise agr ria Rio de Janeiro Paz e Terra 1979 GRAZIANO DA SILVA Jos A moderniza o dolorosa estrutura agr ria fronteira agr cola e trabalhadores rurais no Brasil Rio de janeiro Zahar 1982 A nova din mica da agricultura brasileira Campinas Ed da UNICAMP 1996 GRUPO AMAGGI Atividades Dispon vel em lt http www grupomaggi com br br expimp atividades htm gt Acesso em 21 01 2006 HAESBAERT Rog rio D s caminhos e perspectivas do territ rio In RIBAS Alexandre D SP SITO Eliseu S SAQUET Marcos A Territ rio e desenvolvimento diferentes abordagens Francisco Beltr o Unioeste 2004 Filosofia geografia e crise da modernidade In HAESBAERT Rog rio Territ rios alternativos S o Paulo Contexto 2002 p 17 49 O mito da desterritorializa o do fim dos territ rios multiterritorialidade Rio de Janeiro Bertran Brasil 2004 336 HESPANHOL Antonio Nivaldo A forma o s cio espacial da regi o de Campo Mour o e dos munic pios de Ubirat Campina da lagoa e Nova Cantu PR Boletim de Geografia Maring ano 11 n Ol p 17 28 dez 1993 HESPANHOL Antonio N COSTA Vera M H M A import ncia das cooperativas no processo de moderniza o da agricultura paranaense Boletim de Geografia Teor tica Rio Claro v 25 n 49 50 p 373 384 1995 HIRST Paul THOMPSON Grahame Globaliza o em quest o Economia internacional e as possibilidades d
208. ativa 3 Parcerias com demais empresas e outras cooperativas 3 Avalia o dos resultados econ micos da Cocamar nos ltimos anos 4 Expectativas para o futuro 5 dados sobre recebimento e industrializa o No dia 25 de janeiro de 2007 foi ainda realizada uma entrevista com o Gerente de Cooperativismo da Cocamar Sr Marcelo B rgamo uma entrevista Na segii ncia est o as respostas comentadas da cooperativa e 210 em seguida o resultado da entrevista com o gerente de cooperativismo da Cocamar 7 1 1 An lise das respostas da Cocamar ao question rio aplicado em julho de 2006 Sobre as principais estrat gias de a o da Cocamar com vistas ao crescimento horizontal e vertical identificou se 9 nove estrat gias objetivos S o elas Estrat gia 1 A Cocamar visa assegurar a rentabilidade das atividades desenvolvidas pela cooperativa face aos seus compromissos No que tange aos compromissos da cooperativa estes n o estariam somente vinculados suas obriga es institucionais mas sobretudo manuten o de sua capacidade produtiva para atender s demandas impostas pelo mercado manter a sa de financeira da Cocamar Estrat gia 2 Buscar alternativas para viabilizar a atividade agricola do cooperado considerando diferentes perfis Essa estrat gia representa um esfor o de aproveitamento m ximo da produ o recebida dos produtores cooperados orientando os no sentido de optar por ativ
209. ativo j que o mesmo envolveu al m das m ltiplas institui es p blicas a participa o das cooperativas e da iniciativa privada por meio das agroind strias e empresas de planejamento agr cola e assist ncia t cnica Essas institui es em conjunto com a Emater deveriam repartir o trabalho de assist ncia t cnica com os produtores rurais de acordo com a divis o de trabalho estabelecida Tal divis o previa que as empresas privadas de planejamento e assist ncia t cnica atendessem aos produtores que podiam pagar por esses servi os as agroind strias integradoras de fumo carnes lat cinios e outras atenderiam a seus integrados as cooperativas a seus associados e a assist ncia t cnica oficial aos demais produtores FLEISCHFRESSER 1999 p 68 Outra a o do Governo do Paran com vistas ao planejamento agroindustrial que merece destaque foi a tentativa de implanta o de agro p los no Estado pelo Instituto de Tecnologia do Paran TECPAR O chamado Programa Paran Agroindustrial previa a efetiva o de agro p los nas regi es de Francisco Beltr o Umuarama Maring Paranava Apucarana Londrina Campo Mour o Guarapuava e de Ponta Grossa CABRAL 2001 p 117 No entanto esse programa n o teve continuidade a partir de 2003 na nova administra o 160 No Paran entretanto ainda persiste a caracteriza o de um Estado com v rias faces com reas aparecem como regi es concentr
210. b m as peculiaridades de cada um desses sistemas 70 Gradualmente as transforma es s cio econ micas no per odo ap s a Segunda Guerra Mundial provocam altera es profundas na agricultura brasileira que s o conhecidas pela designa o geral de moderniza o E assim o avan o capitalista no campo por meio das atividades agropecu rias passam a exigir a tecnifica o no setor agr cola e rompe os limites s cio econ micos entre o meio rural e urbano CARVALHO BRITO e PEREIRA 1993 p 39 A subordina o da agricultura din mica industrial expande se na d cada de 1960 consolidando se em meados dos anos de 1970 Nos anos 70 o cr dito abundante fornecido em condi es vantajosas pelo setor p blico foi fundamental para o desenvolvimento da agroind stria e amplia o da fronteira agr cola Uma combina o de taxas de juros baixas com mecanismos de empr stimos com garantia de compra que transferia o risco de comercializa o para o governo garantia a expans o do segmento estimulando o aumento da rea cultivada A pol tica de cr dito permitiu acumular um estoque de m quinas que seria extremamente til para a moderniza o do setor Tamb m o cr dito subsidiado permitia compensar o mercado de fatores fertilizantes defensivos fechado que praticava pre os maiores que os internacionais M B ASSOCIADOS 2004 p 5 O crescimento da agroind stria alimentar ocorre motivado pela emerg ncia de um
211. b d 1 850 cab d 32 800 t a 85 000 t a 2 420 t a 120 000 t a 3 650 t d 2 500 t d 38 200 t d 1 800 t d 28 650 t d 22 600 t d 2 880 t d Participa o das cooperativas na capacidade instalada no Paran em 35 53 15 100 20 35 10 70 55 21 100 30 20 5 20 40 40 34 191 Margarinas e gorduras 1 500 t d 15 Cana A car 5 000 t d 26 lcool 1 300 000 000 1 a 34 Arroz 5 060 t d 5 Caf Beneficiamento 4 000 t d 40 Torrefa o 220 t d 10 Fonte Ocepar 2007 Uma discuss o pertinente refere se ao impacto provocado pelos est mulos da produ o do biodiesel e do chamado H Bio Como a base para a produ o desses combust veis s os os leos vegetais cogita se uma perspectiva de crescimento fant stico para o setor para as cooperativas Entretanto como algumas poucas empresas multinacionais as chamadas tradings dominam o mercado brasileiro de exporta o de soja por exemplo essas seriam as maiores favorecidas VIDAL 2006 Tabela 7 Participa o das cooperativas na produ o agropecu ria paranaense em 2004 Culturas Produ o recebida Participa o das cooperativas na produ o do PR Algod o ton 78 422 87 Aveia ton 52 436 16 Aves para corte ton 426 413 23 Caf Beneficiado ton 35 148 24 Cana de A car ton 7 355 319 23 Canola ton 2 047 99 Cevada ton 233 918 100 Feij o ton 69 008 10 Laranja ton 74 996 19 Leit
212. ca a divis o do trabalho acelerada na l gica global das decis es produtivas de um determinado espa o pela ordem vigente que internacional afeta diretamente as caracter sticas funcionais dos espa os Novas e complexas territorialidades se apresentam O melhor esclarecimento de como se processam essas transforma es regionais constituem tamb m objetivo deste trabalho Para tal necess rio investigar o n vel de participa o das grandes empresas cooperativas agropecu rias e multinacionais na configura o do espa o regional paranaense A atua o de empresas denominadas cooperativas agropecu rias no espa o agr rio paranaense consider vel Torna se evidente quando observada a participa o desse tipo de empresa no recebimento da produ o agropecu ria e no processamento agroindustrial Entretanto o seu espa o de atua o encontra cada vez mais aberto a entrada de Deve ficar claro que o foco de aten o nesse estudo s o as multinacionais que ao mesmo tempo constituem tradings agr colas e agroind strias como nos casos selecionados da Bunge e da Cargill A discuss o sobre o distanciamento dos chamados princ pios cooperativistas pelas grandes cooperativas agroindustrializadas que funcionam exatamente como as demais empresas capitalistas apesar do r tulo e da origem n o est sendo aqui aprofundada apesar de tratada em parte por n o constituir objeto central de estudo 26 outras empr
213. cado de trabalho a partir do final do s culo XIX a constitui o de um mercado interno no decorrer do s culo XX e a orienta o econ mica no sentido da industrializa o iniciando ap s a crise de 1929 no governo Vargas e consolidando se nos anos de 1950 o papel da agricultura evidenciado no fornecimento capital e for a de trabalho industrializa o O novo centro din mico da economia a ind stria e a vida urbana imp e suas demandas ao setor agr cola e passa a condicionar suas transforma es que v o conduzindo ao dom nio dos complexos agroindustriais GRAZIANO DA SILVA 1996 p 5 Outro conceito o de fili res no caso de cereais por exemplo caberia como sin nimo de cadeias produtivas tal qual as que constituem um complexo agroindustrial em sentido particular A multiplicidade de no es visando esclarecer o estreitamento das rela es entre os grandes setores econ micos prim rio secund rio e terci rio des guam ap s os anos de 1960 como afirma F vero 1996 p 280 281 Nesse novo emaranhado de concep es certas no es como as de sistemas de mercadorias commodities systems em ingl s de fili res e de cadeias de produ o identificavam algumas das concep es plurissist micas Com estas no es os mais diversos estudiosos quiseram sublinhar a id ia da integra o da produ o agr cola em sistemas formados em torno de produtos espec ficos como tam
214. caracterizou o dinamismo naquele momento O norte paranaense foi assim ocupado a partir dos interesses da expans o agr cola em uma zona ainda desocupada se desenvolveu a partir do aproveitamento intenso dessas terras com uma lavoura destinada exporta o o caf tendo na soja e na agroindustrializa o o papel que definiu o seu perfil agr cola e agroindustrial Tal condi o foi alcan ada no Paran BRANDENBURG FERREIRA 1995 p 65 custa de uma re estrutura o agr ria que expulsou um imenso contingente populacional oriundo do campo para os centros urbanos dos p los regionais no caso do norte Londrina Maring Apucarana cidades que tiveram um salto na popula o urbana ap s a moderniza o s o exemplificativos ou outras regi es brasileiras como as fronteiras agr colas do Centro Oeste e do Norte KOHLHEPP 1991 p 87 91 Assim uma importante mudan a na paisagem rural foi em rela o concentra o fundi ria no norte paranaense Esta est associada moderniza o tendo em vista o fato de que muitos produtores n o estavam equipados para a substitui o do caf sendo for ados a vender ou arrendar as propriedades para o cultivo das lavouras modernas MORO 1995 p 82 Desse modo a incorpora o de novas reas de terra aquelas j existentes gerou concentra o 4 3 Particularidades da ocupa o do Oeste e Sudoeste do Paran A parte ocidental do Estado do Paran foi aquela que concluiu o pr
215. cesso terra elevadas reas m dias dos estabelecimentos baix ssima moderniza o tecnol gica baixas lota o de animais por rea e de produ o de leite baixa participa o de lavouras tempor rias e pastagens mas alta participa o de matas e reas em descanso n o utilizadas e elevado uso de m o de obra permanente Curitiba e Ponta Grossa Reduzida moderniza o agropecu ria tratores adubos e agrot xicos elevada participa o de pastagens naturais de matas naturais e plantadas com solos de baixa fertilidade natural e com possibilidade de mecaniza o Elevada a m dia quantidade de litros por vaca alta a m dia participa o da cultura do milho e feij o M o de obra familiar com elevada participa o conjugada com m dia participa o da m o de obra assalariada permanente Pitanga Baixa Produ o de Leite por vaca ano baixa participa o de lavouras permanente e tempor rias e de pastagens naturais baixo n vel de moderniza o tecnol gica e elevada presen a solos com baixa fertilidade natural Wenceslau Braz Reduzida moderniza o tecnol gica mec nica qu mica ou biol gica moderada desigualdade no acesso terra reduzida participa o de lavouras permanentes ou do caf reduzidos n veis de unidades 48 Esse estudo da SEAB utiliza a denomina o microrregi es homog neas por trabalhar com dados do Censo Agropecu rio de 1985 e por isso metodologicamente est desatual
216. cias pois relacionando se uns com os outros criam la os de inter depend ncia entre os mesmos Quanto mais modernizada a atividade agricola mais amplas s o as suas rela es mais long nquo seu alcance SANTOS 1997a p 54 Isso quer dizer que o alto n vel de efici ncia produtiva e comercial de um agroneg cio no Centro Sul pressup e que a expans o das atividades mais prim rias a explora o direta da agricultura capitalista moderna ou a pecu ria por exemplo da agropecu ria seja buscada em outras regi es ainda n o ocupadas totalmente como no caso citado da Amaz nia as frentes pioneiras no Brasil contempor neo associam se sobretudo ocupa o da regi o Centro Oeste e da Amaz nia a ocupa o perif rica onde o uso intensivo do territ rio moderno Essas terras tornam se aptas para uma agricultura cientifizada de prefer ncia a outro modo de produ o agr cola porque exigem acr scimos t cnicos irriga o telecomunica es transportes r pidos e eficientes semoventes tratores m quinas de plantio e de colheita e insumos ao solo sementes criadas artificialmente para essas condi es ambientais fertilizantes mas tamb m informa o mapas espec ficos previs o de safras e dinheiro para responder s demandas de capital org nico SANTOS SILVEIRA 2004 p 103 Isso n o significa que a seletividade seja reduzida nem que a exclus o e marginaliza o de regi
217. cionais na agricultura promotoras de um novo uso do tempo e da terra SANTOS SILVEIRA 2004 p 118 A partir da constata o que a produ o agr cola tem uma voca o global tal fato torna limitado incompleto e indireto o papel 165 pol tico das cidades como comando p lo do comando t cnico da produ o SANTOS 2002 p 91 Dessa forma a territorialidade econ mica fruto das rela es de poder sobre um determinado espa o tem seu direcionamento orientado pelos interesses de grandes grupos corpora es enfim empresas que atuam voltadas l gica global da produ o agropecu ria e agroindustrial N o se trata aqui de uma abordagem meramente economicista que simplesmente afirmaria que o territ rio guardaria o solo considerado como recurso explora o agr cola Ainda que possa afirmar e confirmar as rela es econ micas como produtoras da divis o territorial do trabalho HAESBAERT 2004 p 91 o car ter econ mico do territ rio n o descarta a exist ncia de outras territorialidades sobrepostas e inter relacionadas considerando outros elementos que est o sobremodo presentes no espa o rural por exemplo Mas definir o rural no espa o n o tarefa simples j que envolve diversas vis es relativas supera o das id ias tradicionais que op em o rural e o urbano Do ponto de vista da produ o econ mica em conjunto a mesma muitas vezes desconsidera as diferen as entre os espa os
218. cooperativa decidiu sair do neg cio houve um acordo com a Bratac e os cooperados tiveram liberadas a carta capital passando ter contrato com a Bratac com cl usula que garantia a compra por dois anos No entanto a Bratac n o comprou as instala es pois s trabalha com 30 da capacidade e n o tem necessidade de expandir a capacidade produtiva atualmente No caso da cadeia Sucro alcooleira a venda da destilaria de lcool da Cocamar para a Usina Santa Terezinha FUS ES 2006 p 8 foi excelente neg cio segundo o Sr Marcelo Bergamo fechado pelo conselho administrativo em 2006 que teve sigilo at o fechamento da negocia o Os motivos para essa afirma o e a justificativa da venda est no fato de que apenas 70 menos de 1 cooperados participavam da atividade por isso n o compensavam os investimentos havia a necessidade de amplia o pra ser competitiva a capacidade ficava muito abaixo da maioria das concorrentes teria que produzir a car tamb m etc Para a Santa Terezinha foi timo neg cio estrat gico pois fica pr xima a destilaria da mesma E no caso da produ o de lcool h a necessidade de localiza o das usinas h menos de 30 km territorialidade Acabou resolvendo outro 218 problema a destilaria era a garantia de uma d vida com o banco do Brasil e nas negocia es para a venda acompanhadas pelo Banco o mesmo aceitou a Santa Terezinha pelas rela es que mant m com a mesma A Cocamar m
219. corresponda a fatos isolados incorre num preju zo que agravaria o endividamento de algumas cooperativas no Sul do Brasil Para o referido autor uma 179 realidade que crescimento da produ o de alimentos no Brasil se deve muito ao cooperativismo e organiza o dos agricultores que o sistema cooperativista propiciou Mas n o se deixar de apontar as distor es que porventura ocorram A condi o de agricultor n o isenta ningu m de responsabilidade diante da lei Ele conclui colocando que denunciar os descaminhos do cooperativismo n o quer dizer que se queira acabar com o mesmo mas sim tem objetivo de colaborar com seu saneamento As cooperativas agropecu rias brasileiras atuando de forma empresarial possuem investimentos milion rios visando expandir a capacidade produtiva e a competitividade no setor agroindustrial As cooperativas agropecu rias possuem projetos de investimento vi veis tecnicamente e de interesse de seus associados cujos valores podem superar os limites estabelecidos na safra 2005 06 que foram de R 35 milh es S o exemplos concretos desta realidade os projetos de implanta o de abatedouros de frangos frigor ficos de su nos ind strias de latic nios ind strias de produ o de malte ind strias de processamento de milho mido etc OCB 2006 p 6 Com o crescimento das cooperativas agropecu rias no Sul do Brasil em especial no Paran a auto afirma o das mesmas no mercado como empr
220. cou parcerias em empresas que inclu am as tradings agr colas Amaggi Bunge Cargill Dreyfuss ADM e Coabra ENCONTRO 2003 n p O pr prio Grupo Maggi foi respons vel por investimentos log sticos como a constru o de um porto fluvial em Itacoatiara AM visando escoamento da produ o de soja exportada Outra trading de capital nacional a Agrenco Essa bem mais recente que a Amaggi surge no in cio da d cada de 1990 em Santa Catarina Com sede corporativa em Itaja SC Num caminho inverso ao das tradings estrangeiras que adentraram o Brasil o Agrenco Group expandiu se rapidamente adquirindo e instalando v rias empresas no exterior e montando uma estrutura log stica que garantiu excelentes negocia es com mercados da Europa e sia AGRENCO 2005 p 15 Um dos diferenciais da Agrenco a garantia de comercializa o de soja n o modificada geneticamente efetuada com mecanismos que inclui origina o e rastreamento desde a produ o Algumas cooperativas tamb m se assemelham s tradings Uma delas a Coabra Cooperativa Agroindustrial do Centro Oeste Brasileiro fundada no ano de 2000 e atuando nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul mant m uma forma diferenciada de gest o que foge ao padr o das cooperativas A COABRA foi constitu da em 11 03 2000 por um grupo seleto de produtores rurais dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul objetivando a importa o de mat rias prima N P K
221. da Aliena o e uso corporativo do territ rio paulista incentivos territoriais e investimentos privados Disserta o Mestrado em Geografia Campinas Unicamp Instituto de Geoci ncias 2005 186 p SILVA Lenyra Rique da Do senso comum geografia cient fica S o Paulo Contexto 351 2004 p 90 109 SINGER Paul Evolu o da economia e vincula o internacional In SACHS Ignay WILHEIM Jorge PINHEIRO Paulo Sergio Brasil um s culo de transforma es S o Paulo Companhia das Letras 2001 p 78 131 SODR Nelson W Brasil radiografia de um modelo Petr polis Vozes 1977 SOUZA Marcelo Jos Lopes de O territ rio sobre o espa o e poder autonomia e desenvolvimento In CASTRO In E de GOMES Paulo C da C CORR A Roberto L Geografia conceitos e temas 5 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 SOUZA Maria Ad lia Aparecida de Paran o quadro geogr fico hist rico e econ mico do processo de urbaniza o Boletim Paulista de Geografia S o Paulo n 46 p 38 87 dez 1971 SOUZA Paulo Marcelo de LIMA Jo o Eust quio de Mudan as na pauta de produtos e efeitos sobre o perfil agr cola nas regi es Sul e Sudeste 1975 1995 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 104 p 41 60 jan jun 2003 SOUZA Sidney Rodolfo de Avalia o da qualidade de servi os prestados por cooperativas agr colas um estudo de caso Disserta o Mestrado em Engenharia de P
222. da Segunda Guerra Mundial quando a ind stria manufatureira consolida em eixo din mico da economia SERRA 1982 p 56 57 O dinamismo econ mico reverenciado por exemplo na poca do chamado milagre econ mico entre o final dos anos de 1960 e in cio da d cada de 1970 n o era suficiente para apagar a imagem da economia perif rica dependente Pelo contr rio esse mesmo dinamismo resultou de uma pol tica agressiva de investimentos externos condicionando o pa s a um endividamento jamais visto Como ent o se posiciona a agricultura no processo A resposta pode ser encontrada compreendendo o papel que o setor agr rio assume no per odo entre as d cadas de 1930 e 1970 secund rio no mbito das pol ticas p blicas de desenvolvimento As raz es j mencionadas est o no pr prio direcionamento que tomou a economia Ainda que por muito tempo inconstante e encarada de modo secund rio pelas pol ticas p blicas a agricultura era estrat gica pois al m do peso que significava no total das exporta es representava um setor chave em quest es de abastecimento interno defini es de ndices de pre os capacidade de importa es e acumula o interna Delgado 1985 p 51 destaca que as crises de abastecimento eram freq entes no final dos anos 1960 devido sobretudo a escassez aguda de bens de consumo de massa frente ao enorme crescimento populacional As pol ticas de desenvolvimento quase n o s o alteradas no decorrer
223. da pela Unilever em 1986 era uma trading agr cola que competia com Cargill e grandes empresas do atual grupo Bunge como Sanbra e Ceval 268 Amazonas com uma rede de armaz ns portos pr prios unidades sementeiras tradings e ind strias de processamento a empresa l der do Grupo Andr Maggi fundada em 1977 com o nome de Sementes Maggi desde o in cio o foco era o produtor rural onde se fornecia os insumos b sicos e se buscava alternativas lucrativas de comercializa o de seus produtos Agora j com a denomina o de Amaggi Exporta o e Importa o a principal empresa do Grupo Andr Maggi fez progresso cresceu desenvolveu rotas alternativas de log stica e chegou ao consumidor final no exterior AMAGGL 2006 n p O perfil da Amaggi modesto comparado ao das empresas multinacionais mas o poder que exerce nas atividades agropecu rias de regi es de fronteira agr cola consider vel Com 500 funcion rios 14 armaz ns e faturamento de US 490 milh es e exporta o de 2 milh es de toneladas de gr os principalmente soja o grupo um dos exemplos de tradings constitu das de capital nacional que conseguem competir regionalmente com as multinacionais Esse mesmo Grupo Amaggi pertencente ao atual governador do Mato Grosso Blairo Maggi vem sendo alvo de den ncias de organiza es n o governamentais ongs A expans o da soja no Mato Grosso provocou impactos na paisagem tanto nas reas de Cerrado com
224. dados constitu ram logo depois no s culo XVIII zonas produtoras com sesmarias sendo requeridas em n mero cada vez maior BERNARDES 1953 p 435 O aproveitamento das pastagens naturais das reas de campos que cortam boa parte do Paran foi fundamental essa atividade Por volta de 1850 a maioria dos campos do Paran e dos estados vizinhos do sul tinham sido ocupados sendo que os distantes produtores de gado do Rio Grande do Sul dependiam principalmente da exporta o de couro e do charque encontrando este ltimo um mercado consider vel nas cidades porto do Nordeste NICHOLLS 1971 p 29 Com o esgotamento e decl nio da pecu ria extensiva s o buscadas novas alternativas econ micas Sendo as reas tradicionais de ocupa o ricas em mata nativa de arauc rias NICHOLLS 1971 p 29 a explora o da madeira e da erva mate presente na mata nativa foi a sa da encontrada Entre o final do s culo XIX e in cio do s culo XX a erva mate e a madeira passam a representar importantes fontes de divisas ao Paran No caso da produ o ervateira essa atravessou v rias crises PADIS 1981 p 49 64 e acabou por perder o posto de produto hegem nico para o caf que vinha em plena expans o em S o Paulo j avan ando as fronteiras paranaenses Macedo Vieira e Meiners 2002 p 8 9 relacionam a Economia do mate fase dos chamados arquip lagos regionais THERY 2001 p 396 em que a articula o com a
225. das A rentabilidade dessa cultura permitiu a gera o de excedentes que complementaram sem encargos exagerados para os produtores associados os recursos necess rios para a expans o dessas cooperativas LE O 1989 p 44 O papel das grandes cooperativas que alcan aram um processo de agroindustrializa o entre o final dos anos de 1970 e in cio dos anos de 1980 tamb m de representar o capital nacional que era minorit rio nos novos investimentos industriais No decorrer da d cada de setenta instalou se no Estado a grande empresa moderna com tecnologia de ponta concorrendo no plano nacional e internacional Este fato resultou na elimina o de in meras pequenas e m dias empresas e favoreceu a concentra o industrial Podemos destacar que neste processo tamb m houve uma maior participa o relativa do capital multinacional frente ao capital nacional TRINTIN 1993 p 89 O chamado Complexo Soja representou um dos principais alicerces para a estrutura o das cooperativas nessa nova base produtiva em que a industrializa o passa a ser meta Para o pa s e particularmente ao Estado do Paran as transforma es espaciais provocadas pela soja foram intensas Por meio da diversifica o de atividades e expans o do sistema t cnico na medida em que de desenvolve implicou tamb m em reestrutura o das rela es sociais BERNARDES 1996 p 363 A participa o no mercado internacional do produto brasileiro
226. das demais atividades beneficiando se principalmente da rea deixada pelo trigo De 1985 a 1995 arroz e fumo continuaram a expandir a rea colhida o que ocorreu tamb m com banana batata inglesa e laranja que at 1985 haviam sofrido decl nio em sua rea Uma vez que o efeito escala foi negativo nesse per odo a rea com esses produtos cresceu por efeito da substitui o de culturas dentro do sistema alimentando sua expans o a partir do decl nio na produ o de soja e trigo essencialmente A rea deixada por esses produtos foi ocupada principalmente com arroz fumo e milho embora este ltimo tenha sofrido decr scimo em sua rea em raz o do efeito escala negativo Nota se que a tend ncia redu o de reas de soja no territ rio ga cho em fun o de varia es internas do pr prio sistema produtivo que redundam numa diversifica o agr cola explicariam a supera o da produ o paranaense em rela o ao Rio Grande do Sul Por outro lado o n vel de diversifica o no Paran como foi visto anteriormente menor se consideradas as devidas proporcionalidades e escalas Considerando as atividades industriais em geral o Paran matem um ndice de crescimento superior aos outros Estados da Regi o Sul do Brasil Em parte isso se deve ao crescimento de outros ramos industriais al m do setor agroindustrial em que o Paran teve o incremento industrial da Regi o Metropolitana de Curitiba com a ind stria m
227. de 1935 a oeste do rio Tibagi com a expans o da cafeicultura MAACK 1968 p 201 ilustra o per odo em que um Estado em dificuldades entre as duas Guerras Mundiais faz dessas terras p blicas um alvo de um dos maiores investimentos imobili rios privados que se tem not cia Concess es de terras a empresas de coloniza o privada foram respons veis pelo loteamento da boa parte do norte N o pretende se aqui definir o norte paranaense enquanto uma regi o administrativa espec fica pois na regionaliza o oficial feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE encontram se v rias 115 paranaense atraindo capital estrangeiro para ocupar as terras Em decorr ncia de tal pol tica foi fundada em 1925 uma companhia de terras a Companhia de Terras Norte do Paran subsidi ria da Paran Plantation Ltd of London Tendo adquirido 4 806 milhas quadradas de terras do Estado n o reclamadas na Zona Nova essa companhia particular de terras e sua sucessora brasileira 1944 merecem inteiramente todo cr dito por terem executado o esquema de coloniza o mais bem sucedido na Hist ria do Brasil seja p blico ou privado Apesar de que outras companhias de terras tamb m desempenharem um papel menos importante a ocupa o intensiva da Zona Norte come ou com a funda o em 1929 pela CTNP da cidade de Londrina Pequena Londres NICHOLLS 1971 p 33 Foi justamente esse fracionamento das terras em solo
228. de Cr dito Rural com Intera o Solid ria 197 a partir de ent o estruturou se de modo que agricultura serviu de base a incorpora o de novos investimentos industriais que permitiram a integra o de capitais montante e jusante O Complexo Agroindustrial funda na economia estadual o agroneg cio deixando na paisagem rural elementos estruturais inerentes a esse quadro agroindustrial redes de transporte rodovi rio e ferrovi rio armaz ns unidades industriais e cidades que constitu ram verdadeiros p los agroindustriais como Ponta Grossa Maring Londrina e Cascavel Nesse sentido o papel das cooperativas marcante As cooperativas ao exercerem atividades agroindustriais exigem das organiza es rurais uma performance mais eficiente no que se refere produtividade e qualidade da mat ria prima Enfim as cooperativas garantem a participa o dos cooperados no mercado de produtos transformados Estas organiza es t m tamb m a fun o de reduzir a intermedia o conseq entemente os pre os dos fertilizantes sementes medicamentos ra o dentre outros fatores de produ o CARVALHO BRITO PEREIRA 1993 p 40 Entretanto essa participa o dos produtores cooperados n o se realiza de forma eq itativa sendo mais beneficiados queles melhor situados na escala s cio econ mica VILELA 1998 p 307 Eis uma contradi o pr pria da cooperativa estar ao mesmo tempo presa
229. de m quinas e insumos agr colas e a jusante setor processador de mat rias primas e alimentos ou agroind strias da agricultura moderna 14 Delgado 1985 p 42 cita os estados de Minas Gerais Goi s Rio de Janeiro S o Paulo Paran Santa Catarina e Rio Grande do Sul como representantes desse Centro Sul entretanto atualmente incluem se nessa grande regi o econ mica o Mato Grosso do Sul devido ao n vel de crescimento do setor agropecu rio alcan ado a partir dos anos de 1980 e 1990 Como se trata de uma regionaliza o que n o administrativa mas que est baseada no n vel de desenvolvimento econ mico como proposto por Geiger 1970 p 161 esse espa o constituiria a macro regi o econ mica mais desenvolvida frente as outras duas Nordeste e Amaz nia 5 Sobre o DI agr cola Graziano da Silva 1996 p 5 coloca sua instala o como ponto de partida para a industrializa o da agricultura que passa a contar com o fornecimento do capital e com a for a de trabalho representada pelo proletariado rural Inaugurava se ent o a nova din mica de acumula o de capital no campo a partir dos anos de 1950 78 LEITE 1990 p 11 Por m antes mesmo dessa configura o agroindustrial se estabelecer definitivamente t nhamos exemplos no Brasil de integra o da ind stria de alimentos t xtil e o controle da produ o agr cola como em grandes glebas no Estado de S o Paulo com produ o de algod o no caso do Grupo
230. de produ o de leos com baixo teor de gordura cremes vegetais etc e a terceira sa da refere se a diversifica o por meio da incorpora o de bases t cnicas novas como seria o caso de produ o de sab es detergentes e cosm ticos O o referido autor Mazzali 2000 nota que no caso das cooperativas como a Cocamar a op o encontrada foi o esfor o da diversifica o sem afastamento das atividades ligadas soja como o processamento de laranja Percebe se que na Cocamar a diversifica o foi al m e atualmente a busca por produtos sofisticados como na diversidade de derivados de soja tem sido a principal estrat gia da cooperativa como visto na pesquisa Por outro lado o perfil horizontal da Coamo apresenta se como uma estrat gia de crescimento que vem alcan ando excelentes resultados tendo em vista o crescimento dessa cooperativa nas ltimas d cadas O poder internacional os multi mercados as m ltiplas estrat gias e a desvincula o regional s o fatores que exp e muito mais as cooperativas no caso Cocamar e Coamo na economia regional que as multinacionais Esse uso competitivo do espa o demonstra se assim hier rquico na medida em que algumas empresas disp em de maiores possibilidades para utiliza o dos mesmos recursos territoriais SANTOS SILVEIRA 2004 p 195 Nesse sentido o caminho encontrado pelas cooperativas empresariais representantes do capital nacional tem se demonstrado eficient
231. de produtores no sentido de otimizar o trabalho de transfer ncia de tecnologia o que feito por t cnicos das pr prias cooperativas GASQUES VILLA VERDE OLIVEIRA 2004 p 12 Num sistema econ mico desigual as disparidades que acontecem espacialmente diferenciando regi es na divis o territorial do trabalho tamb m ocorrem setorialmente como no caso do competitivo setor agroindustrial com participa o das cooperativas tendo em vista que a seletividade refor ada pela concorr ncia Se a diferencia o n o deixa escapar nem mesmo um grupo organizado de empresas desigual tamb m a participa o de cada produtor cooperado Nesse sentido os maiores produtores s o os que mais se beneficiam pelo crescimento da cooperativa acentua se assim a concentra o da amplia o dos ganhos com a diferencia o de renda em que uns acumulam mais que outros O funcionamento das cooperativas parece portanto condicionado pela din mica do sistema capitalista vigente cuja caracter stica fundamental o desenvolvimento desigual das diversas categorias que comp em seu quadro social Assim o processo de diferencia o s cio econ mica observado na sociedade reflete se nas organiza es cooperativas que funcionam como um aparato do modelo desigual de desenvolvimento capitalista VILELA 1998 p 308 Ainda que as cooperativas e mesmo a Ocepar evitem comentar nas publica es oficiais ou nos contatos que se estabelece
232. de ser exemplificado quando observados os casos de reas do Norte e Oeste do Paran reas com forte presen a de setores agroindustriais que fazem a diferen a Enquanto isso boa parte da zona mais central do estado como a regi o no entorno de Guarapuava apresenta um n vel cr tico em termos de relev ncia na espacialidade econ mica estadual A concentra o econ mica das principais e maiores atividades e investimentos agroindustriais conforma internamente uma condi o de regi o concentrada SANTOS SILVEIRA 2004 p 140 141 tamb m no territ rio paranaense Como visto a presen a de grandes corpora es e tradings agr colas de capital multinacional extremamente significativa nas atividades agroindustriais constituindo aqui os bra os desse oligop lio mas a estrutura produtiva estadual tem ainda forte presen a de empresas nacionais no setor representada pelas grandes cooperativas As mesmas cooperativas s o em grande parte respons veis pela acentua o da verticaliza o das cadeias agr cola e agroindustrial LOUREN O 2005c p 10 Tentando acompanhar o ritmo e os novos padr es de crescimento na economia paranaense grandes cooperativas que j foram denominadas multi cooperativas e hoje se intitulam cooperativas agroindustriais atuam assim como grandes empresas que s o tamb m ditando ritmos que s o acompanhados de perto pelas grandes tradings agr colas que ampliam suas atividades no
233. de ter obrigatoriamente a baliza dos produtores cooperados na suas decis es que podem at mesmo n o traduzir a vontade de todos os cooperados mas a rea o do conjunto deles deve ser levada em considera o tem um indiscut vel v nculo regional o que n o ocorre com as multinacionais Na sua territorialidade as multinacionais Cargill e Bunge atuam no sentido de obterem maiores lucros por meio de melhor aproveitamento das vantagens de mercado log stica etc Nesse sentido podem se desterritorializar conforme o contexto econ mico nacional e internacional transferindo se para reas do Brasil e do mundo que sejam mais prop cias aos seus investimentos e estrat gias de crescimento O conjunto de estrat gias de a o utilizadas pelas empresas na constru o de sua territorialidade esclarecem os circuitos produtivos SANTOS SILVEIRA 2004 p 143 resultantes destas No caso da Coamo a mesma adota claramente a estrat gia de expans o horizontal E essa estrat gia tem como base o recebimento e comercializa o de gr os tanto que n o h projetos de constru o de unidades industriais fora da regi o da sede Campo Mour o Pelo contr rio a expans o no sentido agroindustrial justamente planejada com nas unidades j existentes na sede J a Cocamar assume a postura de verticalizar se cada vez mais Na sua expans o por exemplo no Noroeste paranaense ela estabelece novas unidades agroindustriais e por outro lado procura
234. diretamente na migra o de agricultores ga chos ao Sudoeste e ao Oeste Paranaense Por outro lado em certas regi es do Rio Grande do Sul como a Serra Ga cha a presen a de colonos europeus em pequenas propriedades familiares representou um aspecto de similaridade com o caso de Santa Catarina Pode se ainda localizar no Paran certas regi es e ou setores que se assemelham aos casos ga cho e catarinense e poderiam ser pontualmente identificados como no caso da fumicultura praticada na mesma condi o pequena produ o familiar nos tr s Estados PRIEB 2003 Assim como o Rio Grande do Sul diferenciado regionalmente pelo 29 2 ue aii a Inclui se a as caracter sticas fundi rias de Santa Catarina que na sua estrutura agr ria apresenta maior presen a econ mica de pequenas propriedades que o contexto paranaense 104 hist rico de ocupa o e pelas caracter sticas naturais da superf cie o territ rio paranaense possui regi es distintas mas apesar desse car ter a predomin ncia econ mica de certas regi es sobre as demais interfere nos direcionamentos tomados no conjunto territorial do estado Entre 1975 e 1985 na agricultura do Rio Grande do Sul percebe se a amplia o da rea plantada em raz o da substitui o de culturas como apontam Souza e Lima 2003 p 48 ocorre crescimento na rea colhida com arroz feij o fumo milho e soja que passaram a ocupar as terras deixadas pelo recuo
235. do s constantes oscila es no mercado t m promovido modifica es na estrutura produtiva A partir da d cada de 80 o produtor paranaense mudou sua estrutura de cultivo safra ap s safra apostando em culturas cujo retorno fosse maior No entanto com as fronteiras agr colas praticamente esgotadas a agricultura passou a expandir suas atividades atrav s de substanciais realoca es dos recursos produtivos entre culturas Os agricultores de modo geral optavam pela expans o de rea daquelas culturas que possu am mercado mais est vel e lucrativo ou de menores riscos ALVES e SHIKIDA 2001 p 18 Historicamente o Estado do Paran apresenta a sucessiva substitui o de culturas com o crescimento de e retra o de outras Desde o caf nos anos de 1970 que perde reas lavouras mecanizadas soja trigo e milho e pastagens at as r pidas transforma es e substitui es de culturas ocorridas nos anos de 1980 e 1990 No entanto a diversifica o das atividades parece ser a solu o encontrada para produtores desvinculados com o eixo principal oleaginosas carnes etc relacionado com as atividades agroindustriais O Estado do Paran n o possui mais fronteiras agr colas significativas o que exige de cada produtor uma otimiza o do espa o agr cola ainda predomina a produ o de cereais oleaginosas carnes leite e madeiras Mas cresce com consist ncia a produ o de frutas hortali as plantas medicina
236. do Sudoeste teve um crescimento demogr fico nessa d cada enfraquecido mais tarde quando a rea rural e dos pequenos centros urbanos se tornam deficit rios SPOSITO 2004b p 33 e consequentemente come a tamb m a perder popula o Por outro lado atualmente o crescimento de alguns setores como a avicultura e suinocultura t picos da regi o al m da moderniza o agr cola que chega Interessante notar que a rea de Campo Mour o foi atingida pelas duas frentes do Norte com a penetra o inclusive da lavoura cafeeira na regi o e ocupa o pela frente do Oeste Sudoeste com o estabelecimento de v rias col nias pr ximas a atual sede do munic pio Ver HESPANHOL 1993 p 21 22 125 consolidada nos anos de 1980 d o novos aspectos economia regional A regi o Oeste caso tamb m do Sudoeste difere de outras como as messorregi es geogr ficas Norte Central e Noroeste por apresentar especializa o na atividade agroindustrial mas com uma tend ncia maior diversifica o a partir de atividades complementares sem grande express o e menor agrega o de valores como aponta Ipardes 2005b p 75 nesse espa o econ mico a natureza da atividade n o exige proximidade resultando em participa o expressiva em munic pios mais dispersos entre si A partir de um v rtice em Cascavel desenvolve se mais nitidamente em dire o a Marechal C ndido Rondon e Palotina e em dire o a Foz do Igua
237. dos anos 1990 esse modelo colocado em cheque MAZZALI 2000 p 27 Os novos condicionantes assim obrigam as empresas sem muitas alternativas de cr ditos e financiamentos a adotarem novas estrat gias No Brasil as preocupa es governamentais com o desenvolvimento econ mico desencadearam pol ticas p blicas visando um crescimento na produ o que se traduzia basicamente na busca por um perfil econ mico moderno urbano industrial Essas pol ticas de est mulo moderniza o favoreciam culturas de exporta o e ou de transforma o industrial como cana de a car soja trigo etc e assim n o atingiram as pequenas propriedades respons veis por g neros aliment cios de primeira necessidade GRAZIANO DA SILVA 1982 p 30 E foi o direcionamento tomado com vistas a privilegiar a ind stria e as culturas modernas que alinhou a fun o da agricultura nesse esfor o geral da economia 3 1 O Estado e as pol ticas de desenvolvimento regional o papel do campo As pol ticas p blicas desde o per odo Vargas refletiramr uma postura e um discurso desenvolvimentista adotado pelo Estado E as aspira es de desenvolvimento e moderniza o estavam calcadas na industrializa o do pais O periodo Vargas da mais alta 13 import ncia para compreens o do nacionalismo revivido no Brasil sem d vida PINSKY 1985 p 82 Entretanto foi no governo JK em que se intensificou a pol tica industrial iniciada com Vargas
238. du o no campo mais competitivos A seletividade uma das tend ncias caracter sticas do conceito globaliza o mundializa o SPOSITO 2004a p 146 tamb m privilegia algumas atividades ligadas a certos setores da economia isolando e marginalizando outros O espa o rural como as atividades agropecu rias e agroindustriais 82 tamb m atingido diretamente pelos processos globais que estimulam a competitividade 3 2 Impactos de uma economia global no territ rio e no espa o rural O processo de globaliza o econ mica representa o momento em que se alcan a o pice da internacionaliza o do mundo capitalista SANTOS 2002 p 24 Est o presentes nessa fase elementos t cnicos e pol ticos articulados a uma capacidade jamais vista de fluidez das decis es e informa es com a velocidade atuando em prol dos interesses dos agentes globais A intensidade das transforma es a partir da retomada da expans o capitalista ap s a Segunda Grande Guerra Mundial levou a uma realidade em que o capital perde a nacionalidade e sua reprodu o em escala internacional acaba por definir tamb m as condi es dos movimentos e das formas da reprodu o nacional IANNI 1997 p 45 Tal caracter stica permitiu que se desenvolvesse a id ia de uma economia globalizada que daria s empresas internacionais personificadas no mercado um forte poder de decis es de investimentos em detrimento dos estados nacionais enfraquecidos E
239. e ciclos econ micos pode ser periodizada justamente por essa materializa o no tempo e no espa o E em cada etapa de explora o a mesma inclui sempre um ponto de partida a explora o de recursos naturais seja na extra o direta como minera o madeira erva mate etc seja na explora o do solo ap s o desmatamento O Paran teve seu territ rio explorado economicamente em v rios momentos que atingiram de forma segmentada os espa os regionais Em cada regi o o impacto na paisagem foi sentido de modo caracter stico quele tempo e quela parte do territ rio Assim os ciclos econ micos se sucedem ao longo da hist ria do territ rio A sociedade se renova e na paisagem v o se registrando as marcas e as heran as de ciclos passados convivendo com o mais atual de maneira relictual num processo incessante de explora o e exaust o dos recursos da natureza caracter sticos das regi es perif ricas quelas industrializadas RIBEIRO 1989 p 18 As transforma es s cio econ micas geradas a partir do processo de moderniza o da agricultura no Estado do Paran representaram profundas altera es produtivas e fundi rias A estrutura agr ria modificada em todas as regi es paranaenses Tomando se o exemplo das transforma es agropecu rias no Norte do Paran a d cada de 1970 marcante para a agricultura do Estado constituiu se num per odo de modifica es no perfil econ mico paranae
240. e Coamo Extra do de Souza 2000 p 76 235 O processo de verticaliza o da Coamo come a na d cada de 1980 e j no in cio dessa d cada h a instala o da fia o de algod o da destilaria de lcool desativada em 2001 ver foto 19 e tamb m da ind stria de esmagamento e produ o de leo de soja consolidando a agroindustrializa o da cooperativa Na mesma d cada 1980 a Coamo j avan a na sua expans o horizontal inaugurando entrepostos em v rias regi es do Paran Foto 19 Destilaria de lcool da Coamo Fonte Coamo Observa o Essa destilaria foi desativada no final de 2001 quando a cooperativa priorizou o setor de recebimento de soja e industrializa o de ol o mas o est mulo da produ o de lcool gerado com os incentivos para a produ o de biodiesel vem provocando interesse na Coamo A constru o da infra estrutura atual da Coamo consolida se nos anos de 1990 A estrutura do seu parque industrial foto 20 situado em Campo Mour o manteve se est vel praticamente n o avan ou fora da regi o de sua sede A estrat gia principal foi ent o a expans o horizontal 236 Foto 20 Vista panor mica do parque industrial da Coamo em Campo Mour o Fonte Coamo Observa o A verticaliza o ainda que importante para a cooperativa que inovou inclusive produzindo margarinas a primeira cooperativa a investir no produto n o expandiu em termos de instala es f sicas fixos no
241. e territorialidade Por outro lado corpora es multinacionais como a ADM Archer Daniels Midland exercem influ ncia global na produ o e industrializa o de gr os Conforme ADM 2002 p 13 Cada regi o geogr fica possui suas pr prias necessidades e suas pr prias oportunidades A Am rica do Sul uma regi o com crescimento substancial na produ o agr cola mas com uma demanda relativamente pequena Por outro lado o consumo est crescendo rapidamente na sia gerando uma demanda que ultrapassa em muito a capacidade de produ o da regi o Na ADM adaptamos nosso modelo de neg cios para tirar o m ximo proveito das oportunidades em cada regi o Por exemplo em 1994 come amos a trabalhar lado a lado com nossos parceiros da sia para criar projetos que atendessem crescente economia da China Criamos joint ventures na China com 16 f bricas at o momento incluindo sofisticadas instala es portu rias e uma f brica que est projetada para ser inaugurada no ano fiscal de 2003 A ADM agora um investidor l der na China e a oportunidade para maiores crescimentos enorme A ADM assim mesmo atuando em boa parte do territ rio brasileiro concorrendo com as outras tradings nacionais e estrangeiras e com cooperativas em Estados como o Mato Grosso diferentemente de algumas outras multinacionais que incorporam pol ticas administrativas e direcionamentos independentes ou com certa autonomia interna seg
242. e Desenvolvimento do mercado Descri o Ocorre quando a empresa procura maiores vendas levando seus produtos a novos mercados Pode se ter al m da de uma extinta cooperativa em 1993 em S o Tom na regi o de Cianorte A participa o da Cocamar na produ o de suco de laranja iniciada com uma unidade industrial em 308 abertura de novos mercados geogr ficos a atua o em outros segmentos do mercado Caracter sticas Pode levar a empresa a expandir al m das capacidades existentes de mercado tecnologia e provavelmente exige um realinhamento das rela es e procedimentos organizacionais Consequentemente s o exigidos recursos adicionais financeiros e humanos A empresa pode alcan ar o desenvolvimento de mercado atuando internamente via planejamento identifica o de setores a setores alvo encontrando um nicho de mercado reduzindo custos de produ o introduzindo inova o de marketing etc Outra possibilidade o desenvolvimento de mercado pela pr pria aquisi o obtendo vantagens n o apenas na compra mas nas possibilidades de futuros ganhos Estrat gia de desenvolvimento de produto ou servi o Descri o Ocorre quando uma empresa busca ter maiores vendas mediante o desenvolvimento de melhores produtos e ou servi os para seus mercados atuais Caracter sticas As novas caracter sticas do produto podem levar ao desenvolvimento Por exemplo varia
243. e Paranaense A regi o Norte do Estado do Paran constituiu se historicamente na principal regi o agr cola paranaense face a sua potencialidade ecol gica para as atividades agropecu rias clima relevo solo MORO 2000 p 353 Mas o in cio da ocupa o efetiva da maioria da extensa rea que engloba todo o norte do Estado se deu h cerca de oitenta anos A maior parte do norte do territ rio paranaense teve sua ocupa o intensificada apenas nas primeiras d cadas do s culo XX Essa vasta regi o constitui numa das reas do pa s em que os problemas estruturais e desenvolvimento da agropecu ria s o percept veis de modo mais acentuado KOHLHEPP 1991 p 79 No in cio predominava uma coloniza o espont nea que acompanhou o percurso futuro da ferrovia S o Paulo Paran que alcan aria o rio Tibagi somente em 1932 NICHOLLS 1971 p 32 com pioneiros adentrando a regi o por iniciativas isoladas dando lugar mais tarde a uma coloniza o dirigida KONZEN e ZAPAROLI 1990 p 160 161 Segundo Padis 1981 trata se de um verdadeiro fen meno de movimento ocupacional um acontecimento que se processou de forma muito r pida com efeitos surpreendentes Tendo sido ocupada uma rea de aproximadamente 71 637 quil metros quadrados que em menos de quarenta anos se transformou de mata densa despovoada em regi o de quase dois milh es de habitantes em 1960 A derrubada das imensas matas primitivas a partir
244. e a seus prop sitos de manuten o da competitividade O v nculo regional proporciona um conhecimento diferenciado do espa o e do mercado em que elas atuam Apesar de limitadas em rela o s escalas financeiras e produtivas essas empresas em especial vem conseguido se aproveitar dessas vantagens legais e do apoio institucional com rela o cr ditos e financiamentos 316 Nota se ainda que no Paran uma das estrat gias para a entrada das agroind strias multinacionais ainda na d cada de 1970 foi a disponibilidade de mat ria prima MORO 1991 p 261 Entretanto no caso das cooperativas as mesmas foram justamente as respons veis em grande parte para a exist ncia das culturas que estimularam juntamente com o processo de moderniza o tecnol gica Ora enquanto agentes do Estado e da moderniza o as grandes cooperativas agropecu rias desempenharam um papel decisivo para a expans o capitalista no campo abrindo caminho para as multinacionais Por outro lado uma alternativa para a manuten o da competitividade das grandes cooperativas agroindustriais do Paran como a Cocamar e a Coamo e talvez at mesmo para as menores poderia estar nas alian as entre as mesmas NIC CIO 1997 Esse tipo de estrat gia j iniciado entre as cooperativas estudadas tamb m contribui para redefini o territorial na medida em que altera os ritmos dos processos econ micos que organizam o espa o Da orienta o da produ
245. e com objetivos comerciais GRAZIANO DA SILVA 1996 p 176 Mas ainda que a cafeicultura no Paran fosse uma continua o da lavoura paulista em expans o o Paran desempenhou historicamente um papel distinto A particularidade vai desde o modelo de ocupa o das terras divididas em pequenos lotes pelas companhias colonizadoras at a conjuntura do setor cafeeiro poca da ocupa o que proporcionou ao Paran vantagens devido s restri es do cultivo em S o Paulo num momento de decl nio da cultura nesse e em outros estados FAJARDO 2000 p 26 Ou seja claramente numa condi o oposta a S o Paulo o que descaracterizaria a vis o de simples extens o da lavoura paulista Assim o caf adentra o norte do Paran na medida em que a lavoura entra em crise em S o Paulo devido proibi o do plantio naquele Estado CANCIAN 1981 p 140 Portanto ainda que o desenvolvimento regional do norte do Paran seja numa vis o superficial relacionado ao desenvolvimento de S o Paulo elevado como principal n cleo econ mico nacional GEIGER 1970 p 161 o caso paranaense distinto pelas caracter sticas s cio espaciais e fundi rias da ocupa o e pelo momento hist rico da cultura cafeeira Mas como essa atividade era quase que exclusivamente voltada ao mercado exterior surgiram dificuldades de comunica es que interligassem a regi o a S o Paulo levaram a constru o de uma rodovia e em seguida da conex o ferrovi ria
246. e comercializado litros mil 811 198 58 Ma a ton 4 958 12 Milho ton 4 687 074 42 Soja ton 6 475 269 63 Su nos para corte ton 115 494 39 Trigo ton 1 940 651 64 Triticale ton 43 853 28 Fonte Ocepar 2007 Com rela o ao acesso s novas tecnologias na medida em que novos 192 padr es s o colocados no dia a dia da produ o quando a mesma passa a se orientar por um ritmo ditado por esse ritmo as cooperativas tendem a incorporar os produtores que conseguem acompanhar as mudan as As perspectivas de crescimento do cooperativismo agropecu rio no Paran est o associadas s preocupa es gerais dos agentes do agroneg cio estadual Recentemente em janeiro de 2007 o an ncio pelo Governo Federal do Programa de Acelera o do Crescimento PAC provocou in meras expectativas no chamado setor produtivo paranaense A pr pria Ocepar passou a avaliar as possibilidades de crescimento da economia regional auxiliado por investimentos infra estruturais Um estudo elaborado pela Ocepar PARAN 2007 p 14 30 avalia que para ampliar e modernizar a infra estrutura paranaense preciso viabilizar investimentos de R 5 8 bilh es Montante de recursos necess rios para eliminar os principais gargalos log sticos do Estado realizando um trabalho de recupera o e expans o de ferrovias portos e aeroportos e no setor de energia Algumas obras necess rias relacionadas no PAC podem contribuir para amenizar os pr
247. e em um contexto log stico Relat rio de Pesquisa Piracicaba USP ESALQ Departamento de Economia e Sociologia Rural Funda o Instituto de Administra o FIA IPEA Junho de 1998 57 p CANCIAN Nadir Aparecida Cafeicultura paranaense 1900 1970 Curitiba Grafipar 1981 CARGILL Cargill 40 anos construindo sua hist ria no Brasil com responsabilidade social Perfil Social 2004 Maio 2005 CARGILL A Cargill Dispon vel em em lt http www cargill com br C8 A 20Cargill default aspx gt Acesso em 19 01 2006 CARGILL Portal foods Cargill no Brasil Dispon vel em lt http www cargillfoods com br Cargill 20no 20Brasil default aspx gt Acesso em 17 01 2006 CARGIL Relat rio anual 2005 S o Paulo Cargill 2006 43 p CARLEIAL Liana Maria da Frota A quest o regional no Brasil contempor neo In LAVINAS Lena CARLEIAL Liana M F NABUCO Maria R Reestrutura o do espa o urbano e regional no Brasil S o Paulo Hucitec Anpur 1993 p 35 58 Subdesenvolvimento globalizado a resultante das escolhas da pol tica econ mica brasileira dos anos noventa Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 106 p 7 28 jan jul 2004 CARLOS Ana F A A geografia brasileira hoje algumas reflex es Terra Livre S o Paulo 329 Ano 18 v 1 n 18 jan jun 2002 CASTRO In Elias de Visibilidade da regi o e do regionalismo In LAVINAS Lena CARLEIAL Liana M NABUCO Maria R
248. e governabilidade Petr polis Vozes 1998 IANNI Oct vio Teorias da globaliza o 4 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1997 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Pesquisa industrial mensal Indicadores IBGE Rio de Janeiro nov 2006 p 1 46 INDICADORES ECON MICOS Paran Cooperativo Curitiba ano 2 n 16 nov dez 2005 p 50 INDUSTRIALIZADOS s o a op o das cooperativas para crescer Cafeicultura Com rcio S o Paulo 05 dez 2006 Dispon vel em lt http www revistacafeicultura com br index php tipo edi amp numedi 6 amp subedi 3 gt Acesso em 14 01 2007 IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econ mico e Social Competitividade da ind stria paranaense uma an lise setorial Curitiba Ipardes 1994 Caderno estat stico do estado do Paran Curitiba Ipardes ago 2005 a 337 Paran diagn stico social e econ mico Sum rio Executivo Curitiba Ipardes 2003 Os v rios Paran s estudos sociocon mico institucionais como subs dio ao plano de desenvolvimento regional Instituto Paranaense de Desenvolvimento econ mico e Social Curitiba IPARDES 2005 b 305p AG NCIA ESTADO Justi a manda fechar porto da Cargill no Par ltimo segundo Economia 24 03 2007 Dispon vel em lt http ultimosegundo ig com br economia 2007 03 24 justi23la manda fechar porto da carg ill no par225 727253 html gt Acesso em 24 03 2007
249. e ingredientes funcionais de soja A Bunge tem atualmente unidades industriais silos e armaz ns nas Am ricas do Norte e do Sul Europa Austr lia e sia al m de escrit rios da Bunge Global Agribusiness em v rios outros pa ses figura 4 No Brasil possui o controle da Bunge Alimentos Bunge Fertilizantes e a Fertimport e tamb m mant m a Funda o Bunge BUNGE LIMITED Holding mundial controladora das empresas Bunge Global Maas Fertimport Bunge North Bunge Argentina Am rica Bunge Bunge Europa Fundacion Bunge Brasil Fundation Bungey Born Bunge Funda o Bunge Fertilizantes Figura 4 Fluxograma do Grupo Bunge Organiza o S Fajardo Fonte dos dados Bunge 2005c p 6 279 Do ponto de vista da organiza o espacial desde o in cio da d cada de 1990 ainda sob a denomina o Bunge y Born o caso da Bunge seu papel e funcionalidade na constru o do espa o do capital s o exemplificados enquanto corpora o multinacional que atua em todo territ rio nacional como aponta Corr a 1991 p 64 No Brasil atua nos setores de leos vegetais farinha de trigo ra es adubos produtos qu micos tecidos cimento seguros etc A corpora o emprega milhares de pessoas e manipula anualmente outras tantas toneladas de mat rias primas e produtos acabados a Bunge y Born atribui a cada uma de suas reas ou pontos um papel diferenciado segundo suas possibilidades e o
250. e rural son tanto de origen natural como antr pico Ribas Vilas 1992 p 250 Do ponto de vista da territorialidade econ mica concretamente o recorte no meio rural resulta em implica es antr picas que s o sobremodo percebidas na forma o das paisagens O espa o agr rio possui a peculiaridade de incorporar recursos naturais na sua constitui o No estudo em quest o o solo o recurso mais significativo Entretanto os recursos h dricos a energia solar e e lica a vegeta o enfim influenciam diretamente nas atividades humanas no campo 56 Debido a que los recursos se definen por los conocimientos y tecnologias disponibles y por las necesidades cambiantes de la sociedad se concluye que lo que pode considerarse un recurso en un lugar y en un momento dado puede no serlo en otro lugar o en otro tiempo Asimismo tambi n aparecen otros nuevos en funci n de las posibilidades de aprovechamiento por parte del hombre RIBAS VILAS 1992 p 252 Na produ o agr cola a explora o dos recursos se processa no uso do potencial ecol gico pela explora o biol gica Ao analisar o papel das cooperativas agropecu rias e das grandes empresas multinacionais na organiza o do espa o regional paranaense como agentes ativos na produ o agropecu ria e agroindustrial constata se que fatores de ordem econ mica atuam como elemento antr pico decisivo na combina o que resulta na defini o de uma paisagem rural caracter st
251. e um estudo que aparece na publica o Observat rio Social de maio de 2003 aponta justamente para esse tratamento que teve por parte da Cargill que n o atendeu s solicita es de contribui o ao seu estudo CUT 2003 p 4 Entretanto esse fato valoriza ainda mais as informa es arduamente conseguidas A Cargill uma empresa fornecedora internacional de alimentos figura 5 produtos agr colas e de gerenciamento de risco Conta atualmente com 124 000 funcion rios em 59 pa ses e seu faturamento da Cargill no ano fiscal 2004 2005 foi de US 71 1 bilh es CARGILL 2006a A empresa fundada em 1865 e sediada dos Estados Unidos Minneapolis Minnesota e chega ao Brasil em 1965 com ra zes ligadas no segmento do agroneg cio e hoje uma das mais importantes ind strias de alimentos do pa s Tem sua matriz nacional em S o Paulo e possui f bricas e escrit rios em mais de 170 cidades e cerca de 22 500 funcion rios CARGILL 2006b n p H 40 anos come ou suas opera es em uma pequena usina de beneficiamento e produ o de sementes h bridas de milho em Avar no interior de S o Paulo Hoje uma das maiores ind strias de alimentos do Pa s com f bricas escrit rios e terminais portu rios em aproximadamente 170 cidades de 18 Estados A Cargill no Brasil est entre as principais unidades da companhia que tem sede em Minneapolis EUA e oferece solu es diferenciadas na comercializa o processamento
252. e uma coopera o entre empresas se imp e unindo pontos distantes do territ rio sob uma mesma l gica particularista TOLEDO 2005 p 16 Subordinada ao mercado internacional a produ o agropecu ria inserida sob o comando das grandes corpora es na competitividade empresarial As empresas ent o adotam estrat gias de a o que contemplam o setor agr cola for ado a ser conduzido pela l gica das empresas no sentido de envolver essa variante levando consigo os produtores no jogo mercadol gico As estrat gias s o formuladas de acordo com os objetivos globais das mesmas e estes est o associados ao campo e rea selecionada No caso das multinacionais dentro do setor agroindustrial o dom nio e a integra o completa da cadeia produtiva constitui uma dessas estrat gias Muitas vezes as empresas buscam a industrializa o de produtos que demonstrem certa identidade com a mesma ou pelo menos que n o se distanciem de certa forma das atividades originais Essa forma de operar as suas atividades consiste tamb m numa das estrat gias empresariais Entre as estrat gias empresariais destacam se a busca por especializa o centrando as atividades da empresa em seu core business e a diversifica o estrat gia antag nica especializa o representando o ingresso em novos mercados os quais tanto podem ser relacionados diversifica o conc ntrica ou n o com as atuais atividades diversifica o conglomer
253. eio da Bunge Alimentos 2004 e As empresas Bunge em todo mundo adotam o mesmo logotipo Bunge mantendo suas respectivas raz es sociais Fonte Bunge 2005c Atualmente as principais marcas pertencentes ao Grupo Bunge no Brasil s o Iap Manah Serrana Ouro Verde Dona Benta Del cia Cyclus Primor Soya Salada e Bunge Pr BUNGE 2006 p 15 E ampliar a atua o nos mercados de varejo parece ser uma das estrat gias de crescimento da Bunge No seu Relat rio de Sustentabilidade 2005 a Bunge apresenta quatro prioridades estrat gicas para se tornar a melhor empresas de alimentos e de agroneg cio do mundo A primeira a pr pria expans o nos mercados que mais crescem nos segmentos de atua o da mesma A segunda est na efici ncia reduzir custos e a melhorar produtividade A terceira se volta para a qualidade de produtos e servi os E por fim a quarta prioridade estrat gica da Bunge est em manter um modelo operacional diferenciado que combina integra o e descentraliza o 10 2 A Cargill Uma apresenta o mais consistente da empresa Cargill S A poderia ser alcan ada caso a mesma tivesse colaborado com a pesquisa Apesar de in meras tentativas de 285 contatos com a sede da referida empresa em S o Paulo bem como com suas filiais no Paran nenhuma resposta foi obtida Esse tipo de atitude n o surpreende j que h alguns anos a Central nica dos Trabalhadores CUT por meio d
254. el ndia Agropecu ria Consolata COPAGRA Copagra Cooperativa Nova Londrina Agropecu ria do Noroeste Paranaense COPAGRIL Cooperativa Agroindustrial Marechal C ndido Rondon Copagril COPATRUZ Cooperativa Paranaense de Maring Avestruz COPERCACHA A Cooperativa dos Produtores Assis Chateaubriand 358 Artesanais de Cacha a do Oeste do Paran COPERCANA Cooperativa Agroindustrial de Nova Aurora Cana de A car de Nova Aurora COPERGR O Cooperativa de Produtores de Laranjeiras do Sul Gr os COPLAR Cooperativa dos Produtores de Adrian polis Leite do Alto Ribeira COPROSSEL Cooperativa dos Produtores de Laranjeiras do Sul Sementes de Laranjeiras do Sul Ltda COROL Corol Cooperativa Rol ndia Agroindustrial COTRIGUA U Cotrigua u Cooperativa Central Cascavel CRPL Cooperativa Regional de Guarapuava Produtores de Leite FRIMESA Cooperativa Central Medianeira Agropecu ria Sudoeste Ltda INTEGRADA Integrada Cooperativa Londrina Agroindustrial LACTISUL Cooperativa de Produtores de Irati Leite de Irati Lactsul Ltda LAR Cooperativa Agroindustrial Lar Medianeira NOVA PRODUTIVA Cooperativa Agroindustrial Astorga Nova Produtiva UNICASTRO Cooperativa Agr cola Uni o Castro Castrense Ltda VALCOOP Cooperativa Agropecu ria Vale Londrina do Tibagi Ltda WITMARSUM Cooperativa Mista Agropecu ria Palmeira Witmarsum Ltda Fonte
255. em uma hora ou em fra es de segundos no caso do mercado financeiro se nas estradas de circula o terrestres convencionais auto estradas que cortam visivelmente o espa o marcando profundamente a paisagem ou se nas super highways os cabos de fibra tica sat lites etc CARLOS 2002 p 170 A territorialidade manifestada na funcionalidade econ mica expressa tamb m na paisagem Por sua vez a paisagem das diversas regi es tamb m s o definidas pela realiza o de atividades produtivas Assim a l gica da acumula o capitalista orienta tamb m 64 a diferencia o dos subespa os por meio da funcionalidade do todo as especializa es produtivas e a divis o territorial do trabalho atestam tal realidade Se as regi es enquanto l cus de determinadas fun es na sociedade SANTOS 1985 p 66 se distinguem entre si OS mesmos processos econ micos tratam de distinguir paisagens caracter sticas Soma se a isso o fato dos fatores predominantemente naturais como clima solo hidrografia geomorfologia etc interferirem diretamente no aspecto vis vel e estrutural das paisagens no meio rural Mesmo considerando uma economia globalizada os processos globaliza o e fragmenta o agem conjuntamente como individualiza o e regionaliza o SANTOS 1997b p 196 197 Como suporte e condi o de rela es globais as regi es realizam o processo econ mico participam da territorialid
256. emanas do meio ambiente refor am esse sentido A marca da empresa se beneficia quando essa demonstra e divulga sua preocupa o com a Natureza Entretanto por exemplo no caso da Cargill a mesma foi acusada de estimular o desmatamento da floresta Amaz nica ao instalar um terminal portu rio graneleiro em Santar m no Par estrat gico logisticamente para os interesses de exporta o de soja do Centro Oeste s margens do rio Amazonas que teria provocado interesse maior pelo cultivo de soja na regi o No dia 24 de mar o de 2007 a Justi a determinou a paralisa o imediata das atividades da multinacional norte americana que recorreu da 8 Conforme Ag ncia Estado 2007 290 decis o O discurso da empresa ainda inclui a venda de uma imagem de empresa preocupada com o Brasil Nas palavras do presidente da empresa no Brasil a Cargill uma gigante do agroneg cio mundial apresenta como uma verdadeira parceira do desenvolvimento brasileiro A Cargill est preparada para participar cada vez mais do crescimento do Pa s seja atrav s da amplia o ou melhoria de nossas estruturas de armazenamento seja por meio de investimento em unidades de produ o e de exporta o de mat rias primas e ou derivados atua o financeira ou atrav s do desenvolvimento de novas tecnologias orienta o e atendimento direto ao agricultor brasileiro BARROSO 2005 p 2 Ainda comp e o discurso da Cargill seu objetiv
257. emente numa paisagem e num espa o f sico natural portador de ra zes e de forte identidade s cio cultural em suma no melhor car ter da Geografia Pol tica como na tradicional vis o de Ratzel carrega um componente econ mico essencial Um territ rio nacional assim abrange al m do discurso ideol gico caracter stico uma apropria o econ mica que consiste muitas vezes nos pr prios objetivos da territorialidade De acordo com a vis o de Raffestin 1993 p 58 o poder visa o controle e a domina o sobre os homens e sobre as coisas Nesse sentido o poder exerceria sua a o por meio dos trunfos a popula o o territ rio ou os recursos A rela o entre estes ou ainda no controle dom nio apropria o ou influ ncia do poder sobre um dos mesmos materializado na transforma o territorial Saquet 2004 p 126 aponta como uma das contribui es de Raffestin para a discuss o do conceito de territ rio a sinaliza o que o mesmo d s quest es dos recursos naturais como instrumentos de poder Se admitirmos que Toda e qualquer produ o apropria o da natureza pelo indiv duo no quadro e por interm dio de uma forma de sociedade determinada MARX 1983 p 205 a produ o que coletiva representada no processo econ mico tem na base f sica territorial ponto de partida para a efetiva o das territorialidades concretizadas nas formas e estruturas espaciais distintas Ou seja a explora
258. ento e industrializa o A competi o entre essas empresas resultou num cen rio interessante de uma acirrada briga por mercados e produtores num mercado oligop lico Essa competi o mercadol gica entre cooperativas tradings e agroind strias nacionais e estrangeiras acaba gerando tamb m uma esp cie de disputa territorial Nos seus prop sitos de expans o efetiva na abrang ncia espacial ou seja na rea de atua o das mesmas elas fixam se em v rias regi es do Paran estabelecendo unidades Entre as cooperativas algumas t m se destacado como o caso da Coamo a maior empresa cooperativa do Brasil Essa pesquisa buscou avaliar a competi o entre as 1 Archer Daniels Midland A Coamo inicialmente tinha a denomina o de Cooperativa Agropecu ria Mouraoense mas desde 2003 passou a adotar a raz o social de Coamo Agroindustrial Cooperativa Segundo o superintendente administrativo da Coamo Sr Antonio Sergio Gabriel em entrevista realizada no dia 22 08 2005 essa altera o foi necess ria com a expans o da rea de atua o que extrapola o territ rio paranaense No mesmo sentido a Cocamar antes denominada Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Maring PR adota a denomina o Cocamar Cooperativa Agroindustrial Importante lembrar que a Ocepar Sindicato e Organiza o das Cooperativas do Estado do Paran n o distingue uma tipologia agroindustrial para as coope
259. entos novos agentes e novos objetos A matriz te rico metodol gica do Materialismo Hist rico foi essencial para as an lises geogr ficas relativas produ o do espa o pois foi respons vel pela afirma o do econ mico na Geografia como lembra Nunes 2005 p 90 No caso do materialismo hist rico evidente sua import ncia e presen a at os dias atuais como referencial para a discuss o e an lise do econ mico na Geografia embora coloque se a necessidade da incorpora o de dimens es n o estritamente econ micas para a an lise do econ mico 49 O novo uso do territ rio no per odo t cnico cient fico informacional resulta de inova es t cnicas e organizacionais que incluem o aproveitamento dos ciclos vagos no calend rio agr cola ou o encurtamento dos ciclos vegetais a velocidade da circula o de produtos e informa es SANTOS e SILVEIRA 2004 p 118 No entanto a an lise da din mica do setor agroindustrial via CAI esgotada na medida em que o pr prio arcabou o conceitual do Complexo Agroindustrial torna se limitado tendo em vista novas situa es determina es a es e intera es fora do seu mbito anal tico s o identificadas MAZZALI 2000 p 11 Um exemplo da nova orienta o do sistema agroindustrial est justamente na implementa o de inova es e novas tecnologias no mbito da ado o de estrat gias alternativas e aut nomas de crescimento pe
260. equipamentos Fabrica o de m quinas e equipamentos Fabrica o de m quinas para escrit rio e equipamentos de inform tica Fabrica o de m quinas aparelhos e materiais el tricos Fabrica o de material eletr nico e de aparelhos e equipamentos de comunica es Fabrica o de equipamentos de instrumenta o m dico Fabrica o e montagem de ve culos automotores reboques e carrocerias Fabrica o de outros equipamentos de transporte Fabrica o de m veis e ind strias diversas Reciclagem TOTAL Fonte Ipardes 2005a p 86 196 617 311 5 846 278 392 18 591 272 392 088 002 466 639 356 122 399 233 1 924 112 141 2 665 586 333 397 496 792 7 303 496 031 2 426 930 619 1 053 665 299 1 328 679 408 361 266 452 681 334 023 1 988 782 283 38 015 890 435 023 332 291 240 297 323 733 331 3 399 313 747 28 060 559 933 698 988 16 376 761 32 808 871 743 136 0 60 17 82 0 06 1 20 1 42 0 37 5 86 8 12 1 21 22 26 7 40 3 21 4 05 1 10 2 08 6 06 0 12 1 33 0 89 0 99 10 36 0 09 2 85 0 05 100 00 137 Essa caracter stica reproduz o que ocorre em termos nacionais Na reestrutura o da ind stria no Brasil a agroind stria teve o papel fundamental BELIK 1994 125 126 Na medida em que se consolida o padr o de consumo interno tipicamente urbano as pol ticas p blicas v o estimulando o processamento dos produtos agr colas com vistas agregar valor produ o e elev
261. erativa Svitlo luz em Carazinho Uni o da Vit ria em janeiro de 1920 e a Cooperativa Agr ria de Consumo de Responsabilidade Ltda Liberdade em Vera Guarani munic pio de Paulo Frontin surgida no ano de 1930 que foi a primeira cooperativa registrada conforme o Decreto Lei 581 38 tendo o registro sido feito no dia 19 de maio 1942 recebendo o n 1 Cabe registrar outro personagem pioneiro dos movimentos cooperativos no Estado foi o padre Teodoro Drapienski que criou em tr s de maio de 1920 a Sociedade Cooperativa de Com rcio Uni o Lavoura de cunho pol tico confessional e a funda o da Col nia Muricy atrav s da Sociedade Agr cola Polonesa de 1912 transformada em Cooperativa Mista Agropecu ria S o Jos em 1945 OCEPAR 1997b s n Com avan o na ocupa o econ mica do territ rio novas cooperativas surgem no Paran em contextos diferentes A funda o de cooperativas de produtores de mate estimuladas pelo Governo Federal nos anos 1940 FAJARDO 2000 p 24 e de cafeicultores nos anos 1960 FAJARDO MORO 2000 p 86 Tanto o mate como o caf passaram a ser beneficiados de forma r stica o que poderia ser considerado como um primeiro processamento agroindustrial As pr ticas agr colas tradicionais com atividades que inclu am a cultura do caf e a extra o de madeira e erva mate sofrem intensas altera es a partir dos anos Recentemente desde 2006 teve in cio a explora o pela Cooptur
262. erenciamento rentabilidade tecnologia concorr ncia e mesmo mecanismos de controle econ mico por parte do Estado empresas diversas mesmo concorrentes das marcas da Cocamar No caso da estrat gia de inova o a Cocamar atuou nesse sentido lan ando produtos at ent o in ditos como os cremes e o condensado de soja A Cocamar ainda possui parcerias na produ o Mais recentemente em 2006 a Cocamar a parceria com o Moinho Itamb proporcionou a entrada da Cocamar na industrializa o do trigo A Cocamar n o atuou com estrat gia de internacionaliza o diretamente mas por meio do mercado sobretudo de suco de laranja cuja maior parte destina se exporta o J a participa o em joint ventures somente caso da Paran Citrus registrado Trata se de uma explora o inicial n o aprofundada na pesquisa que n o teve nessa o objetivo principal Fontes te rico conceituais Oliveira 1995 e Porter 1997 Organiza o S Fajardo Pode se identificar ainda outras estrat gias empresariais espec ficas das cooperativas Cocamar e Coamo bem como de outras empresas ligadas s respostas das mesmas frente a necessidade de reorganiza o no interior do setor agroindustrial Mazzali 2000 40 44 aponta algumas estrat gias associadas ao dom nio de tecnologias Nesse sentido 314 as condi es para transi o a um novo padr o industrial exigem um montante
263. es ambientais cada vez mais suscitam a discuss o ecol gica sobre a destrui o de paisagens naturais por meio do impacto antr pico O progresso t cnico oferece ao homem a capacidade de modificar profundamente a paisagem RIBAS VILAS 1992 p 253 E no intuito de satisfazer suas necessidades s cio econ micas h uma interfer ncia desmedida das atividades humanas A preocupa o ambiental levanta desse modo a discuss o sobre paisagens Muitos estudos de ordem econ mica deixam um pouco de lado chegando at a desconsiderar essa vertente quest es ambientais ou elementos naturais As teorias de desenvolvimento econ mico do s culo XX assim como as pol ticas econ micas decorrentes sempre ignoraram a condicionalidade ambiental considerada apenas mera externalidade O pensamento econ mico do s culo XIX ignorou o assunto Nem Marx Ricardo ou Adam Smith discutiram a quest o VIEIRA 2002 p 126 Nessa afirma o a externalidade aproxima se com a vis o de paisagem que an lises economicistas adotam Mas n o se pode negar que as transforma es derivadas de atividades preponderantemente econ micas repercutem diretamente nos processos e na din mica dos sistemas naturais e nas caracter sticas morfol gicas das paisagens Podemos citar 58 os impactos das atividades agr colas e agroindustriais no espa o rural A elimina o ou a substitui o da cobertura vegetal atua na produ o da biomassa e na defesa d
264. esas conciliada a sua exist ncia enquanto entidade cooperativa tem significado um verdadeiro desafio O surgimento das cooperativas no meio rural paranaense tem ra zes hist ricas e econ micas que associam a evolu o da estrutura agr ria com as conjunturas econ micas caracterizada por crises c clicas Por sua vez no Estado de S o Paulo as cooperativas agropecu rias surgem inicialmente motivadas pela necessidade de abastecimento do mercado interno inclusive com incentivos do Estado P s 1930 como por exemplo o caso da cooperativa de Cotia relacionada com a produ o de batatas FLEURY 1983 Enquanto no Paran principalmente no Norte do Estado a comercializa o de produtos de exporta o como o caf representou o principal fator motivador da funda o de cooperativas no campo No Paran a agricultura desempenhou tamb m um papel de elemento impulsionador da economia regional ainda que assumisse uma posi o perif rica em 180 rela o a S o Paulo PADIS 1981 p 214 O surgimento das primeiras cooperativas agropecu rias no territ rio paranaense est relacionado iniciativa de imigrantes europeus FAJARDO 2000 p 22 Entre os pioneiros do cooperativismo no Paran merece destaque o caso do ucraniano Valentim Cuts que liderou a funda o de diversas cooperativas no Estado principalmente compostas de imigrantes ucranianos Alguns exemplos s o citados por Ocepar 1997b s n a Sociedade Coop
265. esas de capital internacional na sua maioria o que provoca certo n vel de competi o por reas As cooperativas funcionaram como agentes dos processos de moderniza o e diversifica o da agricultura ou seja da pr pria expans o capitalista no campo bem como dos projetos do Estado por si j coloca as mesmas como alvo importante de investiga o T m destaque essas organiza es como incorporadoras de esfor os das pol ticas p blicas de desenvolvimento econ mico regional Ou seja diretamente orientadas pelos interesses aliados do Estado e dos capitais nacional e internacional Chega se constata o de que as cooperativas passam n o mais a constituir um modelo alternativo ao capitalismo mas uma estrat gia alternativa para alguns grupos acumularem mais capitais eliminando atravessadores e beneficiando se das pol ticas de Estado impostos financiamentos etc Enfocando o estudo da atua o conjunta das cooperativas agropecu rias em contraste com as outras grandes empresas de capital internacional na organiza o do espa o regional coloca se a possibilidade de uma maior compreens o da din mica existente entre as mesmas em inter rela o com outros elementos e atores que conformam o espa o geogr fico Na perspectiva de alcan ar a investiga o das territorialidades de grandes empresas no espa o rural e o resultado na organiza o territorial no Paran deve se inicialmente considerar a for a dessas mesmas
266. etal mec nica Tal fato pode ser percebido se observados indicadores da produ o no ano de 2006 tabela 1 Tabela 1 Indicadores da produ o industrial geral na regi o sul entre janeiro e novembro de 2006 Indice base fixa mensal n mero ndice a partir da base m dia de 30 Um relevo acidentado n o permite por exemplo a implanta o de grandes reas de lavoura e pode dificultar at mesmo a pecu ria extensiva A seletividade da ocupa o econ mica de um espa o condicionante dos investimentos de capital e mesmo direcionamento do planejamento e das a es p blicas 105 2002 100 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 114 55 122 37 116 41 114 78 115 16 112 35 115 08 118 60 103 97 106 52 106 29 105 63 105 28 104 63 104 31 104 76 9744 98 61 97 84 99 81 100 70 102 81 100 00 101 63 Fonte IBGE 2006 p 46 Nota Na escolha de ndices mensais aqui apresentados percebe se que o Rio Grande do Sul teve em alguns meses entre mar o e julho uma produ o abaixo da m dia de 2002 que serve de refer ncia ao IBGE Esse fato n o seria percebido caso fossem utilizados ndices anuais E importante frisar que a economia de Estados como o Paran apesar de evoluir margem da concentra o econ mica no Estado de S o Paulo estavam dentro da grande rea de investimentos do setor agropecu rio e agroindustrial o Centro Sul 107 4 O PARAN OCUPA O SEGMENTADA NO TEMPO E NO ESPA O O Es
267. eti o servia para garantir crescente popula o urbana brasileira alimenta o em condi es adequadas necess rias para o desenvolvimento harmonioso do bin mio industrializa o urbaniza o Ou seja o agroind stria crescia e desenvolvia os mercados externo e interno concomitantemente MB ASSOCIADOS 2004 p 10 Al m disso a pesquisa agr cola surge como elemento condicionante para a evolu o subsequente da agroind stria expandindo as fronteiras de produ o E justamente nos anos 1970 que tem in cio um processo de desconcentra o a partir do Sudeste ROLIM 1995 p 51 ainda que moderada com novas regi es recebendo investimentos industriais J nos anos de 1980 o per odo de estagna o industrial contrasta com o crescimento nas atividades agropecu rias acompanhando uma desconcentra o espacial pelo avan o da produ o de gr os No momento em que a internacionaliza o da economia atinge o setor agr cola este passa a incorporar o modelo de explora o capitalista moderno que a 11 agropecu ria acaba por fundir interesses e capitais em torno da agroindustrializa o O avan o das atividades agroindustriais em diversas regi es do pa s permitiu uma integra o maior das mesmas com o conjunto da economia e ao mesmo tempo a desconcentra o j mencionada da acumula o gerando focos de investimento em todo o Centro Sul mais tarde atingindo algumas reas no Nordeste Aind
268. eto de investimento agroindustrial das cooperativas do Paran Curitiba 1997 Dispon vel lt http www ocepar org br ocepar gt Acesso em 20 02 2007 OJIMA Andr a Leda Ramos de Oliveira Perfil da log stica de transporte de soja no Brasil Informa es Econ micas S o Paulo v 36 n 1 p 17 25 jan 2006 OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de A agricultura camponesa no Brasil S o Paulo Contexto 1991 Modo capitalista de produ o e agricultura 2 ed S o Paulo tica 1987 OLIVEIRA Dennilson de Urbaniza o e industrializa o no Paran Curitiba SEED 2001 345 OLIVEIRA Djalma de Pinho Rebou as de Holding administra o corporativa e unidade estrat gica de neg cio S o Paulo Atlas 1995 OLIVEIRA Francisco O roubo livre 2 ed Porto Alegre Tch Editora 1985 O EFEITO das mega fus es Revista Rural n 82 nov 2004 O FORTALECIMENTO pela integra o Paran Cooperativo Curitiba n 24 p 54 64 set 2006 PADIS Pedro C Forma o de uma economia perif rica o caso do Paran S o Paulo Hucitec 1981 PARAN precisa investir R 5 8 bilh es Paran Cooperativo v 3 n 27 Curitiba p 14 30 jan 2007 PARAN COOPERATIVO Curitiba n 20 abr 2006 PARAN Governo do Estado Estudo de Cadeias Produtivas para Prospec o de Demandas do Agroneg cio Paranaense SEAB IAPAR Dispon vel em lt http www pr gov br cadeias gt Acesso em 20 01
269. fetivo da popula o rural portanto superava em muito o da popula o urbana Com o desencadeamento do processo de moderniza o agr cola e de substitui o de culturas intensificando a penetra o das rela es capitalistas no campo notadamente durante a d cada de setenta a situa o do efetivo da popula o e sua distribui o espacial rural urbana altera se profundamente Essas altera es na estrutura produtiva do Paran n o afetam apenas a economia regional mas significam tamb m sens veis modifica es na paisagem rural As culturas de soja trigo e milho em crescimento no Paran entre 1975 e 1985 juntamente com outras como algod o e cana de a car expandem ainda mais sua rea cultivada entre 1985 e 1995 SOUZA e LIMA 2003 p 47 As transforma es na economia paranaense no entanto n o se limitaram ao agribusiness Num momento em que a tend ncia de desconcentra o geogr fica da ind stria no Brasil prossegue outros setores concorrem para o dinamismo econ mico do Estado Com a tend ncia desconcentra o renovada nos anos 1990 pela abertura econ mica e o advento do Plano Real o que t m se na realidade um movimento de desconcentra o concentrada dentro do raio de interfer ncia de S o Paulo e do Mercosul com exce o de alguns pontos do territ rio nacional como Bahia e Amazonas beneficiou o Paran LOUREN O 2005a p 17 O bom desempenho da ind stria paranaense que
270. fre oscila es gr fico 4 130 Tabela 2 ranking dos subgrupos no Valor Bruto da Produ o Agropecu ria VBP no Paran no per odo entre as safras de 1996 1997 e 2003 2004 1 2 3 4 5 1996 97 Gr os de ver o Bovinos Aves Outras culturas de ver o Su nos 1997 98 kGr os de ver o Aves Bovinos Outras culturas de ver o Prod pecu ria comercial 1998 99 Gr os de ver o Bovinos Aves Produtos Florestais Outras culturas de ver o 1999 00 Gr os de ver o Bovinos Aves Prod Pecu ria comercial Produtos florestais 2000 01 Gr os de ver o Bovinos Aves Produtos florestais Su nos 2001 02 Gr os de ver o Aves Bovinos Produtos florestais Prod pecu ria com 2002 03 Gr os de ver o Aves Bovinos Produtos florestais Outras culturas de ver o 2003 04 Gr os de ver o Aves Produtos florestais Bovinos Outras culturas de ver o Fonte Andretta 2006 p 14 Dados da Secretaria de Abastecimento SEAB e Departamento de Economia Rural do Estado do Paran DERAL Notas S o 24 os sub grupos que comp e o c lculo do VBP Esses sub grupos s o utilizados na classifica o do DERAL SEAB e incluem no ranking hortali as frutas silagens capineiras equinos mudas frut feras especia
271. g 09 08 2006 A comercializa o da soja um dos carros chefe das tradings O mercado dos chamados pr mios determina o dos valores pagos na exporta o importa o do produto de acordo com custos estruturais e log sticos tem como principais agentes justamente as cooperativas agropecu rias de gr os e essas empresas multinacionais destacando se Cargill Bunge e ADM MORAES 2002 p 15 O que distingue a a o de uma trading agr cola das demais empresas como por exemplo holdings s o as opera es comerciais voltadas principalmente comercializa o de commodities agr colas Entre essas commodities o peso da comercializa o de soja evidente E as principais tradings do mercado de soja s o algumas multinacionais do agroneg cio verdadeiras empresas globais concentrando a comercializa o do produto no Brasil gr fico 20 na comercializa o e processamento de gr os e sim nas agroind strias de carnes e derivados 38 Obviamente uma holding pode tamb m funcionar como trading na medida em que na sua constitui o enquanto holding pode participar do controle acion rio ou mesmo na produ o ou na comercializa o dos produtos OLIVEIRA 1995 p 26 27 273 Gr fico 20 Mercado comprador de soja no Brasil na safra 2001 2002 Fonte ABECE Extra do de Marino Scare e Zylbersztajn 2002 p 5 Constata se que as maiores tradings estrangeiras que atuam no Brasil a Bunge a Cargill a ADM e a
272. gi es do Estado onde as caracter sticas do solo e do terreno permitem mecaniza o e investimentos em tecnologia 61 Por outro lado a an lise sist mica compreende o espa o rural enquanto agrossistema O espa o rural portanto um ecossistema ou seja uma entidade ou uma unidade natural que inclui as partes vivas para produzir um sistema est vel no qual as trocas entre as duas partes se inscrevem em caminhos circulares PASSOS 2001 p 17 Desse modo a paisagem rural representa a complexidade de um sistema agr cola E ela vai al m das formas e a complexidade de sua din mica ultrapassa o vi s econ mico De forma alguma se quer aqui afrontar as diversas abordagens e correntes de pensamento geogr fico entretanto mesmo que se adote por exemplo o ponto de vista dial tico o meio natural a primeira natureza como colocam os marxistas encontraria seu locus atrav s do entrela amento que possui pela teia de rela es com a sociedade MENDON A 1991 p 23 A paisagem rural significa ent o o lugar em que se estabelece o encontro entre os processos naturais e humanos no espa o Esse encontro entre o natural e o humano reproduz a id ia da simultaneidade espa o tempo SANTOS 1997a p 127 na qual a hist ria representada pelos processos de ocupa o e produ o de determinado territ rio Concretamente a ocupa o do territ rio brasileiro manifesta se no uso do territ rio por a es que articulam em to
273. gio MORO Dalton ureo O complexo agroindustrial e a atua o das cooperativas agr colas no Norte Central do Estado do Paran Boletim de Geografia Maring n 18 v 1 p 85 112 2000 FAVERO Celso Antonio O Mercosul e a reestrutura o da agricultura as fili res de cereais e a exclus o social Cadernos de Ci ncia amp Tecnologia Bras lia v 13 n 3 p 279 302 1996 FLEISHFRESSER Val ria Moderniza o tecnol gica da agricultura contrastes regionais e diferencia o social no Paran na d cada de 70 Curitiba CONCITEC IPARDES Livraria do Chain 1988 FERREIRA Darlene Aparecida de Oliveira O mundo rural sob o ponto de vista geogr fico Geografia Rio Claro Vol 25 1 55 79 abril 2000 FLEURY M T L Cooperativas agr colas e capitalismo no Brasil S o Paulo Global 1983 FONSECA Sandra R COSTA Vera M H de M As transforma es recentes no setor agroindustrial brasileiro uma abordagem da atividade cooperativista Boletim de Geografia Teor tica 25 49 50 363 372 1995 FONSECA Maria da Gra a Derengowski GON ALVES Jos Sidnei Financiamento do investimento da agroind stria e agropecu ria an lise de dois planos governamentais recentes Informa es Econ micas S o Paulo v 25 n 6 p 31 47 jun 1995 334 FURTADO Celso Forma o econ mica do Brasil 25 ed S o Paulo Ed Nacional 1995 FURTUOSO Maria Cristina Ortiz BARROS Geraldo Sant Ana de Camarg
274. grandes empresas de explora o e grandes reas Chegou portanto o momento de desaparecimento da explora o pequena e familiar para benef cio de toda economia LAUSCHNER 1993 p 139 Esse ponto de vista mencionado pelo referido autor LAUSCHNER 1993 p 139 seria quele dos que consideram que as pol ticas agr rias oficiais deveriam apressar a erradica o do pequeno produtor em estruturas fundi rias obsoletas Mas muitos outros te ricos acreditam que a manuten o da explora o familiar com m o de obra n o assalariada seria um caminho racional para pa ses em desenvolvimento Defendendo assim medidas do Governo e de toda sociedade em dire o distribui o de terras e apoio econ mico pequena produ o argumentam que o entrave ao desenvolvimento seria justamente a grande explora o com baixa produ o por hectare o que caracterizaria os latif ndios Dentro dessa discuss o h te ricos criticam a vis o daqueles que focalizam o agroneg cio enquanto conjunto de opera es de produ o troca e distribui o em forma de cadeias como em Schneider e Blume 2004 p 111 analisando a territorialidade da ruralidade afirmam Esta perspectiva procura mostrar que s o os fatores que implicam a maximiza o das condi es de funcionamento da cadeia de valor frente a uma determinada estrutura de mercado Em consegii ncia os estudos buscam conhecer as formas e os m todos de obten o da produ o a gest
275. gura 13 anexo P Novos investimentos que ocorrem a partir da d cada de 1990 consolidam Regi o Metropolitana de Curitiba como aglomera o industrial de destaque nacional Esses novos investimentos v m acompanhados pela maior diversifica o industrial pela expans o dos servi os e pela consolida o da RMC como um p lo nacional de ci ncia tecnologia e inova o O outro eixo de dinamismo da economia paranaense vem sendo sustentado pelos recentes investimentos e pelo potencial de expans o do agroneg cio paranaense CUNHA S K OLIVEIRA e CUNHA J C 2003 p 6 Outro ponto relevante est no fato de em termos regionais mesmo dentro da rea de influ ncia de Curitiba verifica se a presen a do setor agr cola seja diretamente em alguns munic pios da Regi o Metropolitana de Curitiba seja indiretamente na articula o integra o desta com as regi es vizinhas MORETTO e GUILHOTO 2001 p 91 Com a amplia o das rela es inter setoriais a press o econ mica e das pol ticas p blicas sobre as atividades agropecu rias com vistas a uma maior integra o com a l gica industrial ampliam se Pois mesmo com uma ligeira redu o na import ncia e no peso das atividades agr colas e agroindustriais perdendo espa o a outros ramos como o metal mec nico no Paran as cadeias produtivas reunidas na produ o agroindustrial ainda detinham posi o de destaque no cen rio econ mico estadual ROLIM 1995 p 6
276. horizontal no que diz respeito ao mercado expandido no territ rio nacional e no estrangeiro dos produtos industrializados 7 1 Estrat gias e territorialidade da Cocamar As estrat gias empresariais s o condicionadas por fatores internos e externos firma e definem as pol ticas de investimento as formas de financiamento e gest o da produ o canais de comercializa o e marketing SIFFERT FILHO FAVERET FILHO 1998 p 268 No caso de uma estrat gia territorial esta ao mesmo tempo em que uma estrat gia competitiva balizadoras de decis es empresariais traduzem a a o material concreta da empresa no espa o construindo sua rea de atua o seu recorte territorial Em se tratando de uma cooperativa as iniciativas pr ticas de expans o territorial da Cocamar deveriam teoricamente partir do interesse manifestado do conjunto de produtores associados os cooperados nessa dire o Entretanto atuando como uma empresa que busca torna se cada vez mais competitiva no mercado agroindustrial a diretoria da cooperativa assume o papel aut nomo de conduzir os rumos da mesma Com intuito de conhecer a os posicionamentos dos dirigentes da cooperativa e identificar as estrat gias da Cocamar foi aplicado em julho de 2006 um breve question rio Cocamar na pessoa do seu Vice Presidente respondida pelos seus assessores que trata dos seguintes pontos 1 estrat gias de a o da Cocamar 2 Planos de expans o da cooper
277. ia em reas consideradas mais aptas A defini o dessa aptid o agr cola mapa 1 seria dada segundo as condi es topogr ficas e pobreza dos solos que exigem maior custo financeiro para corre o e ou adapta o foto 09 Foto 09 Paisagem rural pr xima ao munic pio de Astorga na mesorregi o Norte Central Paranaense Autor H lio Silveira Data 25 02 2005 Observa o pr ximo a essa regi o ocorrem solos mistos com combina o de latossolo roxo e da terra roxa estruturada com a presen a de solos mais arenosos originados do Arenito Caiu como latossolo vermelho escuro latossolo vermelho amarelo podz lico vermelho amarelo O cultivo da soja encontrou reas de grande fertilidade natural em boa parte do Norte o mesmo n o ocorreu no atual Noroeste e em reas pr ximas nas regi es Centro Sul Sudeste e Campos Gerais e parte no Norte Pioneiro que exigiram maiores investimentos e tecnologia 128 Legenda E Sos aptos N ro med D Kn O Mesoregides 0 1D CO hreasutanaseparques Escala para o Estado Mapa 1 Paran aptid o agr cola do solo Fonte Ipardes 2006 128 Seria poss vel definir no Paran uma paisagem rural que traduzisse um perfil econ mico Ainda que seja complexo responder a caracteriza o do espa o rural foi fortemente conduzida no processo de ocupa o segmentada Como visto a hist ria econ mica paranaense fortemente marcada por fases j denominadas por alguns autores d
278. ia soja introduzidos no mercado europeu onde a Coamo acaba concorrendo com empresas como a pr pria Bunge e Cargill A diretoria da cooperativa orgulha se em ressaltar o gigantismo da Coamo por exemplo lembrando que trata se da maior exportadora do Paran cooperativa e uma das maiores do Brasil premia es Questionado sobre a produ o de insumos o Sr Gabriel explicou que a Coamo atua somente no ramo de produ o de sementes Em rela o a uma ind stria de fertilizantes j pensada considerou se invi vel pois a compra de mat ria prima viria de concorrentes como a Cargill Ele coloca que Coamo n o multinacional pra brigar com os grandes tem que ser grande e a cooperativa deve ser grande por fora e pequena por dentro pr ximo ao cooperado Sobre a qualifica o do cooperado e os ganhos de escala ele afirma que o grande mais importante pois o custo que um pequeno tem para a cooperativa o mesmo que o grande Todos s o iguais a medida em que se igualam Pagar o mesmo pre o a quem entrega bem menos custoso a cooperativa Em menor propor o outros produtos s o industrializados pela Coamo como caf e farinha de trigo que utilizam de estrutura terceirizada de outras empresas e ou cooperativas no processo Uma an lise inicial das informa es fornecidas pela Coamo e do relato apresentado pelo seu Superintendente Administrativo deixa claro que as estrat gias de crescimento da cooperativa s o paut
279. ic pios de v rias mesorregi es geogr ficas com unidades instaladas mapa 12 Essa abrang ncia ainda maior se considerarmos a participa o indireta RE de produtores de outros munic pios Essa informa o destacada nas publica es da Cocamar bem como no web site da cooperativa 7 Em termos de escala a entrega da produ o em um determinado munic pio pode ser facilitada com a presen a de um entreposto num munic pio vizinho na medida em que a proximidade da propriedade com rela o sede do munic pio em que est localizada nem sempre maior que com outros munic pios do entorno 256 MUNIC PIOS PARANAENSES COM UNIDADES DA COAMO E DA COCAMAR 268 D Mn 48 W 0 1D Escala para o Estado LEGENDA E MnidfiosanriddsdC no E Mii i ddshG Mapa 12 Paran Munic pios com unidades da Cocamar e da Coamo Fonte dados da pesquisa Organiza o S Fajardo Nota explicativa as unidades podem ser compostas por escrit rio loja agropecu ria armaz m ou silo para recebimento de produtos e ou ind stria Uma determinada unidade obviamente pode atender mais de um munic pio assim v rios munic pios com cooperados atendidos n o necessariamente possuem unidades J a Coamo com a amplia o do terminal pr prio da cooperativa no porto de Paranagu teve a capacidade est tica aumentada em 75 mil toneladas de gr os totalizando 178 mil toneladas A cooperativa tamb m investiu em a
280. ica t m participado cada vez mais da produ o 50 Sobre esse assunto uma discuss o pertinente atual e tamb m pol mica gira em torno dos alimentos transg nicos geneticamente modificados que s o cada vez mais comuns e difundidos no agroneg cio apesar dos movimentos ecol gicos e pol ticos contr rios No Paran a pol tica do governo tem sido desde 2003 combater a produ o transg nica bem como as multinacionais do agroneg cio que controlam boa parte do mercado e da produ o REQUI O 2005 Como n o foi poss vel manter a posi o juridicamente o Estado vem atuando no sentido de priorizar a produ o convencional colocando obst culos aos gr os de soja transg ncia como com a segrega o no Porto de Paranagu no qual inclusive os armaz ns p blicos s recebem soja convencional 167 agroindustrial como na ind stria aliment cia tornando seu papel essencial na atual E dad z OE 1 p DAR realidade tecnol gica da produ o A base biol gica torna se tamb m base tecnol gica nos sistemas agroindustriais Assim o conjunto das atividades produtivas dos agrupamentos que constituem o sistema agroindustrial fornecedores de bens de produ o atividades rurais e ind strias processadoras est fortemente relacionado com a gen tica a qual a base tecnol gica deste sistema Em s ntese a particularidade dos agrupamentos agroindustriais que o desenvolvimento de suas partes constituinte
281. ica A estrutura produtiva de gr os constr i esse verdadeiro cen rio paisag stico no espa o rural Foto 02 Foto 02 Lavoura de milho na regi o de Maring PR Autor Helio Silveira Data 25 de fevereiro de 2005 Observa o nota se o contraste das lavouras de milho em dois est gios frente ocupando a maior parte da imagem uma lavoura ainda recente ao fundo no lado direito uma rea em ponto de colheita 57 O espa o rural em sendo uma cria o humana permanente dependente das popula es campesinas que nele vivem e cultivam e tamb m de uma parte da burguesia urbana que det m seu dom nio imobili rio e pol tico PASSOS 2001 p 10 Mas ele n o pode existir fora das condi es naturais pois Ele uma realidade ecol gica Por defini o ele comporta uma parte maior de elementos naturais ou diretamente derivados do meio natural relevo clima solo guas vegetais animais Todavia seus componente naturais n o podem ser impostos como uma d diva pr via mas como uma realidade vivida s vezes dominante s vezes dominada combatida e utilizada no interior de uma organiza o social e econ mica A an lise ecol gica situa se obrigatoriamente jusante do fato humano por t lo esquecido ou pelo menos negligenciado que muitos estudos ecol gicos ou geogr ficos n o apresentam mais que um pequeno interesse pela hist ria ou pela geografia rural PASSOS 2001 p 10 As quest
282. ica global SANTOS 89 1996 p 49 fatalmente essa articula o pressup e se o fim da autonomia regional Teve papel fundamental o meio t cnico cient fico informacional na difus o da economia global sobretudo a partir de meados dos anos 1970 A articula o do territ rio realizada pelas in meras possibilidades de produ o e circula o de insumos produtos dinheiro informa es ordens e homens SANTOS SILVEIRA 2004 p 52 53 No decorrer dos anos seguintes percebe se que a abertura econ mica a partir da d cada de 1990 tende a agravar esse processo A produ o agropecu ria vista pelo pr prio poder p blico empresarialmente A difus o do Agribusiness nos discursos governamentais o maior exemplo o papel de um Estado democr tico como possuidor de um territ rio cuja popula o ele regula lhe d uma legitimidade definida internacionalmente de modo que nenhuma outra ag ncia poderia ter no que diz respeito ao que ele pode dizer para aquela popula o HIRST THOMPSON 1998 p 264 A a o de multinacionais diretamente na produ o agr cola e no processamento agroindustrial coloca o setor agropecu rio merc da l gica global e dos agentes do mercado internacional Resta a reflex o se e a autonomia constitui a base do desenvolvimento enquanto processo de auto institui o da sociedade com vistas a uma maior liberdade e menor desigualdade num processo doloroso mas f rtil da discuss
283. idades mais condizentes com as necessidades do mercado e mais pr ximas a sua realidade em termos de rea cultivada tipo de solo etc Algumas dessas iniciativas acabam n o se sustentando por muito tempo por fatores econ micos conjunturais ou estruturais externos sericicultura um exemplo O caso da introdu o de soja na rea do Arenito Caiu no Noroeste Paranaense ilustrativo A Cocamar expande sua rea direta de a o no territ rio crescimento horizontal oferecendo uma alternativa viabilizada pela tecnologia implementada A tecnologia compreende uma outra importante vari vel estrat gica de decis o da empresa BAZOTTI 2001 p 31 Estrat gia 3 Disponibilizar atendimento eficaz ao cooperado atrav s de estrutura fisica pr xima e adequada e de colaboradores preparados A manuten o e amplia o da estrutura f sica acompanha a estrat gia de sustenta o da capacidade O atendimento eficaz ao cooperado reflete o esfor o para 66 a A z E E Ee A pr pria Cocamar por meio de seus dirigentes e assessorias parece confundir objetivos com estrat gias por isso optou se nesse caso espec fico reunir para fins anal ticos os mesmos em estrat gias 211 efic cia produtiva de todo conjunto da cooperativa Nada mais que uma estrat gia empresarial em que o cooperado funciona como ao mesmo tempo como parceiro mas as decis es acabam sendo impostas ainda que o discurso seja coletivo Es
284. idades produtivas Por conseguinte as mesmas estariam vinculadas a um sistema de decis es que internacional e global As empresas cooperativas e as multinacionais tamb m operam dentro da l gica das categorias de an lise do espa o geogr fico forma fun o estrutura e processo na reprodu o das rela es sociais de produ o CORR A 1995 p 28 29 Na materializa o dos objetos constru dos na paisagem por exemplo a estrutura de armazenagem e beneficiamento estariam presentes as formas concretizadas no espa o o arranjo territorial A exist ncia de uma rede de circula o e de um fluxo da produ o agropecu ria e agroindustrial apontaria para os processos e as fun es nas intera es dentro do espa o Estariam as grandes empresas multinacionais que atuam no campo com a produ o agropecu ria bem como as empresas que se apresentam como cooperativas agroindustriais vinculadas a l gica global de uma agricultura cient fica em detrimento dos pequenos produtores e da agricultura familiar Esse um ponto a ser refletido quando se discute o modelo produtivo do agroneg cio imposto s atividades agropecu rias por uma racionalidade global de acumula o Nas reas onde essa agricultura cient fica globalizada se instala verifica se uma importante demanda de bens cient ficos sementes inseticidas fertilizantes corretivos e tamb m de assist ncia t cnica Os produtos s o escolhidos segundo uma base mercanti
285. im de Geografia Teor tica Rio Claro 10 20 p 5 32 1980 DUARTE Laura Maria Goulart Capitalismo amp cooperativismo no R G S o cooperativismo empresarial e a expans o do capitalismo no setor rural do Rio Grande do Sul Porto Alegre L amp PM 1986 DUTRA Alberto da Silva MONTOYA Marco Antonio Tend ncia das estruturas de mercado a montante e a jusante da agricultura brasileira no per odo de 1990 a 2002 Texto para Discuss o Passo Fundo n 23 p 1 34 2005 EGLER Cl udio A G A quest o regional no Brasil In BECKER Berta K et alli Geografia e meio ambiente no Brasil 2 ed S o Paulo Hucitec 1998 ENCONTRO EM SINOP MT DEBATE A SUSTENTABILIDADE DA BR 163 Ambiente Brasil 18 11 2003 Dispon vel em lt http www ambientebrasil com br noticias index php37action ler amp id 12831 FAJARDO S rgio Algumas considera es sobre a participa o das cooperativas agropecu rias no setor agroindustrial para o Estado do Paran o caso da Cocamar Revista Paranaense de Geografia N 7 Curitiba p 101 109 2001 As cooperativas paranaenses e o novo padr o de desenvolvimento agroindustrial Forma o Presidente Prudente n 12 v 1 p 165 192 2005 333 Din mica s cio espacial das cooperativas agropecu rias no contexto do complexo agroindustrial o caso da Cocari Mandaguari PR 2000 172 f Disserta o Mestrado em Geografia Universidade Estadual de Maring Maring FAJARDO Ser
286. imento populacional dentre as UF brasileiras MAGALH ES e KLEINKE 2000 p 30 Analisando o car ter perif rico da economia paranaense PADIS 1981 notaremos que fatores e interesses externos direcionam todo o processo de ocupa o afetando e E 32 2 Z diretamente a mobilidade populacional Por outro lado h um crescimento na rea dos estabelecimentos rurais ap s 1970 em todas as regi es do Paran KONZEN ZAPAROLLI 1990 p 162 168 o que demonstra a conhecida associa o entre a concentra o fundi ria a introdu o de lavouras modernas mecanizadas e a urbaniza o 4 1 Aspectos da ocupa o do Paran Tradicional O povoamento no Paran realizou se de modo irregular BERNARDES 1952 p 53 Na sua primeira fase de ocupa o a penetra o foi realizada por iniciativas isoladas individuais Excetuando a ocupa o ocidental pelos espanh is n o houve nos 2 Ver figura 12 112 primeiros momentos no per odo colonial um planejamento efetivo sendo escasso o povoamento O desenvolvimento da pecu ria em n cleos que iam de Curitiba at Guarapuava foi estimulado pelo decl nio na procura de ouro que motivara a presen a inicial dos portugueses a partir do litoral paranaense SOUZA 1971 p 48 49 Do ponto de vista econ mico a ocupa o tradicional foi efetivada tamb m pela passagem das tropas que estabeleciam pontos de fixa o sendo que esses v rios n cleos fun
287. imento via aquisi es A territorialidade de ambas foi constru da em boa parte dessa forma Isso constatado no hist rico das empresas No que diz respeito ao territ rio paranaense a Bunge Alimentos conquista sua presen a mais forte por meio da compra da Ceval Na pr tica a atual estrutura da Bunge foi herdada desta Se observada a estrat gia da Bunge de difundir se espacialmente no territ rio instalando escrit rios e armaz ns em muitos munic pios Enquanto isso a Cargill est presente nos principais p los como Ponta Grossa Cascavel e Maring com unidades 101 realmente not vel como a Ceval forneceu muito mais estrutura para a Bunge Alimentos que a Santista N o fora essa aquisi o o gigantismo da Bunge Alimentos n o seria o mesmo atualmente 298 industriais alem de alguns outros pontos no Estado quadro 11 A integra o entre esses fixos e a din mica dos circuitos produtivos encontram apoio log stico A efici ncia de cada atividade garantida pelas estrat gias adotadas segundo as necessidades estruturais e locacionais de cada cadeia MARTINS CYPRIANO 1998 O planejamento portanto ferramenta importante adotada por essas grandes empresas na defini o de suas estrat gias e condu o de suas a es Quadro 11 Unidades da Bunge Alimentos e da Cargill no Paran BUNGE ALIMENTOS CARGILL e Em Paranagu uma estrutura Em Paranagu fabrica o de fertilizantes portu
288. imo O Cidades amp Rodovia Federal Porto de Rio Grande Mapa 19 Malha Vi ria e Principais Fluxos de Exporta o da Soja Brasileira Fonte Ojima 2006 p 22 370 Anexo L Rela o de produtos Cargill para consumo no varejo leos Liza Soja Nutriplus Milho Girassol e Canola leo de Milho Mazola leo de soja Veleiro leos compostos Ol via Tradicional Cebola e Alho Ervas finas Or gano e Manjeric o Azeites de Oliva Gallo Puro e Extra Virgem 7 Azeites de Oliva La Espa ola Puro e Extra Virgem Maionese Liza Molhos para Salada Liza Caseiro Ros Proven al Tomate Seco e Queijos Maria Maionese Maria Compostos Tradicional Lim o Ervas Finas Alho Or gano Cebola Italiano Manjeric o Fonte Cargill Portal foods Dispon vel em http www cargillfoods com br Nossa 20linha default aspx Acesso em 27 07 2007 371 372 Anexo M Imagens de alguns produtos do varejo da Bunge Alimentos Primor leos primor goa oro mala pra og O leo Primor tem uma f rmula exclusiva rica em vitamina E mega 3 eo que melhor com 0 de Gordura Trans o que ajuda a controlar os niveis de colesterol do seu organismo e ajuda a L manter sua sa de sempre em dia valorize seu diwheiro esunsa de Experimente o leo Primor 373 Anexo N Foto 30 Atual parque industrial da Cocamar em Maring Fonte Cocamar 374 Ane
289. ing 2005 Relat rio Cocamar 2006 Revista Cocamar Maring 2007 COINBRA Coinbra hist rico Dispon vel em lt http www coinbra com br web portugues historico asp gt Acesso em 20 01 2006 CENTRAL NICA DOS TRABALHADORES CUT Comportamento social e trabalhista mapa de empresa Cargill Observat rio Social S o Paulo p 1 42 maio de 2003 COOPERATIVAS paranaenses registram aumento de 24 9 em 2006 Ocepar Not cias 22 01 20007 Exporta es D Dispon vel em lt http www ocepar org br publicacao mostrarpublicacaoUIM Y7VQ9C htm gt CORR A Roberto Lobato Regi o e organiza o espacial 4 ed S o Paulo tica 1991 CUNHA Marina Silva da CHILANTE Claudia Aparecida Toniato Caracteriza o da agropecu ria paranaense na d cada de 90 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 101 p 3 16 jul dez 2001 CUNHA Sieglind Kindl da OLIVEIRA Maria Aparecida CUNHA Jo o Carlos da Clusters novo padr o de especializa o da ind stria paranaense na d cada de 90 SEMEAD 6 Pol tica Gest o Tecnol gica Curitiba Ipardes 2003 p 1 13 331 D AMBROSIO Daniela Terceiriza o cria nicho de f bricas de marcas famosas Valor o Online n 1440 31 jan 2006 1 caderno Dispon vel em lt http www valoronline com br veconomico show index amp mat 3513173 amp edicao 1278 amp cad erno 83 amp news 1 amp cod d1d18329 amp s 1 gt Acesso em 01 02 2006 DALL
290. io diferentes abordagens na literatura italiana In RIBAS A SP SITO E S SAQUET M A Territ rio e desenvolvimento diferentes abordagens 350 Francisco Beltr o Unioeste 2004 p 121 147 SCARAMUZZO M nica Perdig o faz acordo com Bunge e sai do leo de soja S o Paulo Valor Econ mico Valor on line n 1434 14 07 2005 Dispon vel em lt lt http www valoronline com br valoreconomico 285 agronegocios 1779 Perdigao faz acordo com Bunge e sai do oleo de soja 9 3143428 html gt Acesso em 26 01 2006 SCHNEIDER Sergio A abordagem territorial do desenvolvimento rural e suas articula es externas Sociologias Porto Alegre ano 6 n 11 p 88 125 jan jun 2004 SCHNEIDER Sergio BLUME Roni Ensaio para uma abordagem territorial da ruralidade em busca de uma metodologia Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 107 p 109 135 jul dez 2004 SEREIA Vanderlei Jos NOGUEIRA Jorge Madeira CAMARA M rcia Regina Gabardo da As exporta es paranaenses e a competitividade do complexo agroindustrial Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 103 p 45 59 jul dez 2002 SIFFERT FILHO Nelson FAVERET FILHO Paulo O sistema agroindustrial de carnes competitividade e estrutura de governan a Revista do BNDES Rio de Janeiro v 5 n 10 p 265 297 dez 1998 SILVA Armando Correia da O espa o fora do lugar 2 ed S o Paulo Hucitec 1988 SILVA Clayton Luiz
291. ionososceso atol a cobbias nara cipa du inacabado neoe soss Sande an ava 249 10 AS EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL TRADINGS AGRICOLAS E AGROINDUSTRIAS MULTINACIONAIS 259 10 1 A BUNDE sqausisisncanaarainigo saia ori reis cenitica dae ada aula daria danada deb add 275 102 A Carsi RNRRER ROO UR NR RA RNA A NR NR ORA NR ARE RA 285 10 3 Comparativo entre a Bunge Alimentos e a Cargill ccccsseceesserreseereesso 296 11 AN LISE DA A O DDAS COOPERATIVAS E DAS EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL NO ESPA O PARANAENSE OS CASOS COCAMAR COAMO BUNGE E CARGILL esecssereseesse 302 CONSIDERA ES FINAIS ccreereereenserseereensersemeemerserreereerserseesemrsenscesenseensens es 317 A REFERENCIAS otacaisessriiocacodinecda cada disa deseo us crdunas Cas ddan an datando drsded ada sa do asas da ANEXOS suutslasassogetads sao pasta ana nadas des sega ta CnGso pps is roion ada osoin fa CU SR S esor Seea asss seais Anexo A Rela o das cooperativas agropecu rias associadas ao Sistema Ocepar em janeiro de 2007 ssesssescocsssccsscossocccocecooessoocsooossosecosccsocesoocsocossesecosssossesse Anexo B O que a Cocamar industrializa figura 7 ssssescoessocsssecssocesoccesocessosesse Anexo C Cartazes de orienta o para pecu ria confeccionados pela Coamo CETEL a SS OIE pen a Rai ga A Anexo D Linhas de produtos do varejo da Cocamar e da Coamo figuras 10 e Anex
292. ior a um n vel superior de desenvolvimento mas isso tamb m significava uma perda progressiva de sua autonomia e de sua capacidade de decis o Agora se tornava poss vel apreciar as v rias faces de um fen meno que correspondia um passo a frente inevit vel no curso do crescimento agr cola mas que lhe haveria de trazer uma nova ordem de problemas Ao aumentar sua depend ncia de um lado em rela o ao forte grupo de ind strias fornecedoras de insumos b sicos e de outro em rela o s grandes ind strias transformadoras e compradoras da maior parte dos produtos agr colas a agricultura ir aumentar sua produtividade mas ir tamb m aumentar seus custos sem poder compens los com uma equivalente lucratividade ROCHA 1990 p 239 O que se observa no territ rio brasileiro que a abertura comercial iniciada nos anos de 1990 provocou uma vis o mais clara da concorr ncia que muito acirrada mas expondo tamb m as condi es da mesma PAULA 1997 p 37 Fica desse modo mais transparente tamb m a fragilidade de alguns setores e empresas frente a essa concorr ncia desigual A abertura econ mica representava essa exposi o A abertura da economia foi realizada fazendo uso de dois mecanismos redu o tarif ria de acordo com um cronograma idealizado inicialmente para quatro anos e elimina o imediata das restri es n o tarif rias s importa es que se refletiu rapidamente em aumento de importa es As a
293. is condimentares arom ticas madeira para papel celulose e ind stria moveleira carnes alternativas etc ANDRETTA 2006 p 8 Por outro lado a reestrutura o produtiva sentida nas altera es relativas composi o do trabalho no campo Ainda na d cada de 1970 o reflexo no quadro de pessoal ocupado no meio rural ou seja dos trabalhadores do campo ilustrativo O impacto demogr fico inerente a essas mudan as por exemplo da cafeicultura no norte do Paran foi intenso como enfatiza Moro 1995 p 84 Uma das lavouras que tiveram uma dr stica redu o da rea plantada e consegiientemente da produ o nos anos de 1990 o algod o Este produto foi uma alternativa frente a crise de cr dito para pequenos produtores que induziu a expans o da atividade e estimulou o surgimento de diversas agroind strias de fia o nos anos de 1980 se viu em crise nos anos de 1990 Dados do per odo mostram que o Paran chegou ao fim dessa d cada 141 Com a not vel expans o da cultura associada da soja e trigo com elevado ndice de mecaniza o no Norte do Paran em especial durante a d cada de setenta o efetivo do pessoal ocupado na produ o foi sensivelmente reduzido notadamente onde a retra o da cafeicultura foi expressiva No tempo de predom nio da monocultura comercial do caf como principal atividade produtiva da agricultura norte paranaense a maior parte da popula o habitava a zona rural O e
294. iva de culturas permanentes notadamente o caf e baixa presen a de culturas tempor rias Reduzido n vel de moderniza o tecnol gica Solos com alta possibilidade de mecaniza o Desigualdade da distribui o da terra de m dia a elevada e elevada presen a de m o de obra assalariada permanente e de parceiros Fonte PROPOSTA 1997 Por utilizar se de dados de 1985 quadro 1 essa caracteriza o regional da SEAB PROPOSTA 1997 p 12 desatualizada e se comparadas ao presente momento observaremos que os n veis de moderniza o tecnol gica em algumas das regi es citadas foram ampliados consideravelmente nas d cadas de 1980 e 1990 A introdu o da soja e decad ncia do caf no Noroeste que inclui Paranava e Umuarama e a moderniza o nas regi es de Ponta Grossa Apucarana e tamb m no Sudoeste por exemplo s se conclu ram no final da d cada de 1980 n o sendo alcan ada plenamente pelos dados Entretanto a caracteriza o regional apresentada ilustra de modo interessante muito bem como resultou a ocupa o e evolu o econ mica do Paran A seletividade dos padr es modernos representou um atraso de certas regi es em rela o quelas que concentraram os maiores investimentos e acumula o do capital no campo Por outro 154 lado as reas mais modernas de alto n vel tecnol gico e produtividade eram justamente aquelas de maior desigualdade e concentra o no acesso terra
295. ivas como a Cocamar e Cocari MEDEIROS 1997 e FAJARDO 2000 cooperativas como a Coamo expandiram se horizontalmente 188 extrapolando a rea de atua o inicial FAJARDO 2004 p 167 Tal fato ocorre com outras cooperativas mas o caso da Coamo mais representativo O surgimento de cooperativas na d cada de 1990 merece uma an lise parte Estas cooperativas nascem desvinculadas s origens da organiza o do sistema cooperativista paranaense e aparentemente por essa raz o n o demonstram nenhum compromisso com a mesma Esse o caso da Coopermibra Cooperativa Mista Agropecu ria do Brasil fundada em Campo Mour o em 1997 mesmo munic pio sede da Coamo e na sua atua o concorre com Coamo e Cocamar em munic pios do Norte Central Noroeste Centro Ocidental Centro Sul Sarandi Doutor Camargo Floresta Terra Boa S o Jorge do Iva Quinta do Sol S o Jo o do Iva Umuarama Goioer Campo Mour o Campina da Lagoa Mambor Manoel Ribas Pitanga Guarapuava Outra cooperativa com surgimento recente a Integrada Cooperativa Agroindustrial fundada em Londrina em 1995 A mesma tamb m concorre com Cocamar e Coamo nas regi es Norte Central Norte Pioneiro Noroeste Centro Ocidental Atua sobretudo com unidades de recebimento de gr os soja milho trigo Munic pios 45 Andir Assai Bandeirantes Bela Vista do Oeste Camb Corn lio Proc pio Floraf Goioer Guapirama Itambarac Malu
296. iza o 6 ed S o Paulo Record 2002 VILELA Nirlene Junqueira Fatores desfavor veis ao desenvolvimento do cooperativismo no Brasil In Semin rio Agropecu rio do Acre 2 Anais Embrapa Minist rio da Agricultura UEPAE Rio Branco 1998 p 301 310 WAACK Roberto Silva MACHADO FILHO Cl udio Pinheiro Administra o estrat gica em cooperativas agroindustriais Workshop Brasileiro de Gest o de Sistemas Agroalimentares 2 PENSA FEA USP Ribeir o Preto 1999 p 148 155 WETTSTEIN German Subdesenvolvimento e geografia Tradu o de Rosina D Abgina 354 S o Paulo Contexto 1992 WOSH Luiz Fernando Oliveira O papel marcante do complexo soja nas exporta es paranaenses An lise Conjuntural v 18 n 7 8 jul ago 1996 p 15 ZAGO Camila Avozani et al An lise do processo log stico o caso Bunge Santa Maria SIMPEP 7 Bauru 07 09 nov 2005 n p ZEFERINO Augusto C sar An lise da localiza o espacial dos investimentos multinacionais no Brasil Boletim de Geografia Teor tica Rio Claro v 16 n 2 p 77 93 out 1991 ZIBETTI Darcy Walmor Teoria tridimensional da fun o da terra no espa o rural econ mica social e ecol gica Curitiba Juru 2005 ZILBERSZTAJN D cio LAZZARINL Sergio Giovanetti MACHADO FILHO Cl udio A Pinheiro Perspectivas da aplica o da biotecnologia no Sistema Agroindustrial Brasileiro o exemplo da soja Roundup Ready Semin rio de Internacio
297. izada em rela o regionaliza o do IBGE de 1989 na qual estas deram lugar s microrregi es geogr ficas Ver BRASIL IBGE Funda o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Boletim de Servi o suplemento 1763 semanas 927 a 931 Rio de Janeiro ano XXXVIII 31 de julho de 1989 153 animais e quantidades de leite por vaca ano Apucarana Pequena moderniza o tecnol gica alto uso de m o de obra familiar e de tra o animal limitada dota o de solos f rteis moderada desigualdade no acesso terra m dia a alta participa o de lavouras de milho e feij o e pastagens plantadas Londrina Maring e Cascavel Elevada moderniza o tecnol gica mec nica qu mica e biol gica elevada renda bruta e do valor dos bens rea elevada desigualdade no acesso terra forte presen a de lavouras tempor rias notadamente a soja e em menor escala o milho e o feij o Solos com alta fertilidade natural e possibilidade de mecaniza o Sudoeste Reduzidas rea m dia e desigualdade no acesso terra elevada participa o da cultura do milho e feij o e reduzida rea com culturas permanentes Reduzido grau de moderniza o tecnol gica baixa margem bruta de produ o e elevada participa o da m o de obra familiar Paranava e Umuarama Elevada presen a de pastagens plantadas e de unidade animais bovinos por rea associada baixa produ o de leite por vaca ano Presen a significat
298. izadas a um processo r pido de expans o nos anos de 1970 em detrimento da uma dr stica redu o na produ o de caf TRINTIN 1993 p 78 Enquanto isso a soja passa a ser o produto de maior dinamismo naquela d cada ROLIM 1995 p 63 O sucesso da soja em substitui o ao caf no Norte do Paran se deve condi o de essa cultura possuir inova es pr adquiridas como sementes selecionadas um processo de produ o totalmente mecanizado desde o plantio at a colheita a capacidade de aliar interesses que impulsionaram o seu cultivo o das ind strias processadoras e exportadoras do produto e do Estado que teve inclu do um produto de grande aceita o na pauta de suas exporta es FAJARDO 2000 p 17 119 bom lembrar que a expans o da soja n o ocorreu somente no norte paranaense mas em todo estado al m de atingir v rias regi es do Brasil a partir dos anos de 1980 chegando a reas de Cerrado nos anos de 1990 Mas no caso do norte paranaense essa cultura teve um papel fundamental para o crescimento da economia estadual O cultivo intercalado com o trigo a cultura de inverno formando o chamado bin mio soja trigo que possibilitou um aproveitamento dessas terras mecaniz veis KOHLHEPP 1991 p 85 Al m disso a presen a na regi o de outras lavouras como milho e cana de a car no final dos anos de 1970 motivado pelo PRO LCOOL a produ o agr cola apresentou certa diversidade que
299. izado por uma acomoda o desses impactos resumidos na difus o da agropecu ria moderna no territ rio brasileiro A industrializa o do campo um momento espec fico do processo de moderniza o a reunifica o agricultura ind stria num patamar mais elevado que do simples consumo de bens industriais pela agricultura o momento da moderniza o a partir do qual a ind stria passa a comandar a dire o as formas e o ritmo da mudan a na base t cnica agr cola o que ela s pode fazer ap s a implanta o do D1 para a agricultura no pa s GRAZIANO DA SILVA 1996 p 32 A ind stria agroalimentar ou agroind stria tamb m se mobiliza na reeestrutura o a partir dos anos de 1970 apesar de ter sido inclu da posteriormente enquanto setor aos prop sitos dos investimentos multinacionais em industrializa o E voltando ao tema log stica do ponto de vista geogr fico a forma o de p los e cadeias alimentares com forte participa o de ind strias multinacionais concretizou um espa o rural integrado ao urbano industrial na l gica da produ o econ mica conjunta Na fase p s fordista despontam como p los din micos de crescimento na cadeia agroalimentares segmentos de log stica e distribui o A log stica que normalmente era interna a empresa passa a ser um elo independente na cadeia de produ o e toma para si a fun o de unir produtores e fornecedores no menor tempo poss vel seja qual fo
300. jo 4 Solidificar se no mercado de varejo 5 Pesquisar e desenvolver novos produtos e mercados 6 Modernizar se tecnologicamente 7 Fortalecer a marca Cocamar 228 8 Fortalecer sua participa o no mercado interno 9 Aumentar exporta o 10 Elevar o volume de recebimento de produtos agr colas Gr os Caf Laranja 11 Elevar o faturamento R 1 5 bilh es nos pr ximos 5 anos 12 Buscar novas formas de captar e aplicar recursos financeiros 13 Ter excel ncia na gest o na produ o e na log stica 14 Praticar a gest o social ambiental e de recursos humanos Fonte Cocamar Nota segundo resposta a um question rio enviado vice presid ncia da cooperativa em junho de 2006 que arg ia sobre as estrat gias de a o e perspectivas para o futuro da Cocamar Filtrando o discurso da gest o e a linguagem rom ntica utilizada quando a Cocamar apresenta suas estrat gias de a o e perspectivas para os pr ximos anos quadro 2 pode se perceber que se trata de uma vis o empresarial totalmente preocupada com a competitividade da cooperativa Buscando diversifica o para se consolidar no mercado e expandir os neg cios em territ rio nacional e em volume de exporta es a Cocamar atua com grande for a em verticaliza o processo que representou um salto para o crescimento de sua participa o em diversas cadeias produtivas como a soja Entretanto ex
301. l o que tamb m implica uma estrita obedi ncia aos mandamentos cient ficos e t cnicos S o essas condi es que regem o processo de planta o colheita armazenamento empacotamento e comercializa o levando introdu o aprofundamento e difus o de 32 processos de racionaliza o que se contagiam mutuamente propondo a instala o de sistemismos que atravessam o territ rio e a sociedade levando com a racionaliza o das pr ticas a uma certa homogeneiza o SANTOS 2002 p 89 O estudo das grandes cooperativas agropecu rias paranaenses e das multinacionais tradings e agroind strias em conjunto representa uma tentativa de compreens o dos resultados da a o dessas empresas no espa o geogr fico como agentes din micos A discuss o do desenvolvimento regional contemplada nesse sentido Ao considerar os aspectos que envolvem a atua o de grandes empresas na busca de vantagens comparativas de um espa o PASSOS MORO 2003 p 11 o car ter geogr fico manifesta se nas estruturas desses espa os modelados remodelados e transformados Tal realidade pode ser percebida numa vis o que integra as vertentes econ mica social e ambiental sob o foco regional A inter rela o entre as cooperativas as grandes tradings agr colas e agroind strias al m dos outros agentes s cio econ micos no espa o geogr fico resultam numa territorializa o pass vel deser investigada No Paran a articula o
302. l principalmente das comunidades do interior S o as principais parceiras na gera o de tributos e contribui es ao Estado e aos munic pios contribuindo de forma mpar para o desenvolvimento do Paran KOSLOVSKI 2005 p 10 Alguns destes pontos poderiam ser refletidos Poderia se questionar se outras grandes empresas como as multinacionais n o poderiam tamb m gerar empregos e tributos como as cooperativas E quando se trata de desenvolvimento que tipo de desenvolvimento promoveria a cooperativa que as outras empresas n o possam fazer Deixando de lado ou melhor no ar essas quest es t m que se observar alguns detalhes que colocam sim as grandes cooperativas agroindustrializadas em uma posi o diferente pelo menos se comparadas s multinacionais do agribusiness O simples fato das cooperativas constitu rem capitais essencialmente nacionais relevante Na constru o da suas territorialidades cooperativas e multinacionais utilizam se de estrat gias empresariais na busca de mercados e reas potencialmente aptas para expans o tanto do recebimento da produ o como a industrializa o A seletividade como discutido anteriormente menos dura quando se tratam de capitais sem ra zes regionais Eis mais um ponto a ser analisado poss vel afirmar que haja maior fidelidade maior confian a ou seguran a nas cooperativas pelos produtores locais e que 176 possa ser constat
303. las empresas agroindustriais Essas inova es apontam para transforma es espaciais que convergem o aspecto econ mico da territorialidade mesmo quando vista como configura o territorial ou divis o territorial do trabalho numa vis o mais totalit ria que delega aos pap is e as fun es a diferencia o dos espa os No entanto autores como Alentejano 2000 p 106 observam uma diferen a sens vel entre a territorialidade no urbano e no rural que possuiriam intensidade e escalas distintas cada realidade rural ou urbana deve ser entendida em sua particularidade mas tamb m no que tem de geral sua territorialidade mais ou menos intensa esta intensidade da territorialidade que distingue em nossa opini o o rural do urbano podendo se afirmar que o urbano representa rela es mais globais mais descoladas do territ rio enquanto o rural reflete uma maior territorialidade uma vincula o local mais intensa ALENTEJANO 2000 p 106 Esta vis o difere da j mencionada an lise de Santos 2002 p 88 92 sobre tend ncia a uma agricultura cient fica globalizada Mas talvez essa maior intensidade de um v nculo local est exatamente nos fatores que caracterizam o espa o rural com particularidades como a presen a mais forte dos recursos naturais e entre estes o solo Ainda que a a o econ mica oriente a territorialidade na ocupa o e produ o do espa o rural os 50 resultados na paisagem rural
304. leo de soja por portos de embarque e estados de origem 1996 a 2004 Informa es Econ micas S o Paulo v 36 n 2 p 38 53 fev 2006 BARROSO Sergio Mercado din mico mensagem Agro Cargill S o Paulo n 31 ago set out 2005 p 2 BAUDOUIN Thierry Territ rios produtivos empresas multinacionais e estados na log stica mundial In MONI Fr d ric SILVA Gerardo Orgs A mobiliza o produtiva dos territ rios institui es e log stica do desenvolvimento local Rio de Janeiro DP amp A 2003 BAZOTTI Ademir Decis es estrat gicas de produ o como suporte a uma estrat gia de neg cios um estudo de caso na ind stria de fertilizantes Porto Alegre UFRS Disserta o de Mestrado 2001 BECKER Bertha K A geopol tica na virada do mil nio log stica e desenvolvimento sustent vel In CASTRO In E de GOMES Paulo C da C CORRR A Roberto L Geografia conceitos e temas 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 Ci ncia tecnologia e inova o para conhecimento e uso do patrim nio natural da Amaz nia Parcerias Estrat gicas Bras lia n 20 p 583 613 jun 2005 BELIK Walter Agroind stria e reestrutura o industrial no Brasil elementos para uma avalia o Economia Curitiba n 18 p 121 136 1994 BENETTI Maria Domingues Globaliza o e desnacionaliza o do agroneg cio brasileiro 326 Porto Alegre FEE Funda o de Economia e Estat stica Documentos FE
305. lguns entrepostos e unidades industriais que tiveram sua capacidade ampliada A Coamo mesmo com a estrat gia de expans o horizontal foto 24 tem na rea de rea de industrializados 40 do seu faturamento com o esmagamento de soja para a 257 produ o de leo bruto e refinado farelo margarina gordura vegetal al m de farinha de trigo e caf em p A cooperativa deve receber na safra 2006 2007 uma produ o de soja em torno de 4 1 milh es de toneladas um volume maior em compara o ao da ltima safra Foto 24 Entreposto da Coamo no munic pio de Cantagalo PR Fonte Coamo A Coamo continua inaugurando entrepostos bem distantes da sua rea original de atua o No caso do entreposto da foto em Cantagalo na Mesorregi o Centro Sul Paranaense o mesmo foi inaugurado no in cio de 2006 Com objetivo de ampliar o faturamento a Cocamar esperam driblar as dificuldades focando se as atividades nos segmentos que geram mais lucro gr os e produtos de varejo por isso a sa da estrat gica da cadeia sucro alcooleira A queda de faturamento ocorreu em fun o de alguns fatores como as condi es clim ticas desfavor veis que prejudicaram as tr s ltimas safras agr colas e a desvaloriza o do d lar que reduziu o ganho dos produtores cooperados A cooperativa teve que adotar medidas visando uma reestrutura o A cooperativa vendeu a sua destilaria de lcool que fica em S o Tom para o Grupo Santa Terezinha
306. lia o das rela es inter setoriais promovidas tamb m pelas cooperativas representaram a caracteriza o do setor agroindustrial no Paran A Coamo ao lado de outras cooperativas desde o in cio manteve se como uma das empresas l deres no setor MEDEIROS 1997b p 8 A impuls o modernizante da agroind stria capitaneada pelas iniciativas da estrutura empresarial cooperativista em opera o no territ rio estadual beneficiada pelo dom nio exercido sobre a oferta de mat ria prima pela expressiva capacidade de industrializa o dispon vel pela atua o regionalizada facilitando a identifica o de oportunidades e pela sustenta o em organiza es avan adas do ponto de vista gerencial e de capitaliza o o que permite a aloca o mais eficiente de recursos em integra o e verticaliza o das cadeias LOUREN O 1998 p 6 Atualmente a Coamo a 30 empresa no ranking geral das exporta es brasileiras COAMO 2005 p 8 Ela consolidou se nesse in cio de s culo XXI como a maior exportadoras de commodities agr colas do Paran Essa Cooperativa conta atualmente com um quadro de 3 2 mil funcion rios e 17 mil associados atuando em 45 munic pios nos estados do Paran e Santa Catarina A Coamo recebe atualmente cerca de 3 3 de toda a produ o nacional de gr os e fibras e 14 da safra paranaense sendo a maior cooperativa agr cola no ranking brasileiro Atua no ramo agroindustrial com a fi
307. lise de ind strias e da Concorr ncia 7 ed Rio de Janeiro Campus 1997 PORTO GON ALVES Carlos Walter Os efeitos do capitalismo no meio ambiente Jornal Sem Terra n 267 nov 2006 Dispon vel em http www mst org br php ed 30 Acesso em 08 01 2007 347 PRADO JR Caio Hist ria econ mica do Brasil 43 ed S o Paulo Brasiliense 1998 PRIEB Rita In s Pauli A din mica recente da fumicultura ga cha a emerg ncia dos servi os Congresso da Sober 11 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural Juiz de Fora s n jul 2003 PROPOSTA DE A O INTEGRADA documento executivo v 1 1997 In PARAN GOVERNO DO ESTADO Estudo das cadeias produtivas do agroneg cio paranaense Curitiba Governo do Estado SEAB IAPAR EMATER 1997 RAFFESTIN Claude Por uma geografia do poder S o Paulo tica 1993 RECCO Rog rio org Cocamar uma hist ria em quatro d cadas Maring Cocamar 2003 REGO Jos M rcio MARQUES Rosa Maria orgs Economia brasileira 2ed S o Paulo Saraiva 2003 REQUI O Roberto Contra a patifaria Caros amigos Entrevista Explosiva S o Paulo n 100 jul 2005 RIBAS VILAS Jordi Planificaci n y gesti n del paisaje rural In BOL S Maria de Manual de ci ncia del paisaje teoria m todo y aplicaciones Madrid Masson 1992 p 250 262 RIBEIRO Aline O vigor do agroneg cio Exame guia agroneg cio S o Paulo n 849 p 40 41 ago 2005
308. lonizadoras do caf e a segunda oriunda dos dois estados meridionais Rio Grande do Sul e Santa Catarina composta por descendentes de colonos europeus terceira e quarta gera o que impossibilitados de se reproduzirem socialmente nos minif ndios de origem de deslocaram para o Paran HESPANHOL 1993 p 21 22 Foi nesse espa o com agricultura diversificada at a d cada de 1960 em que nasce a Coamo Ela foi idealizada num per odo em que o ciclo da madeira havia se encerrado na regi o e havia a necessidade do desenvolvimento de uma agricultura sustent vel AZEVEDO e SHIKIDA 2004 p 273 O surgimento da cooperativa inicialmente com 79 agricultores associados representou um marco na regi o que a partir de ent o teve sua agricultura direcionada pela introdu o de novos produtos e t cnicas de cultivo A Coamo estimulou a produ o de trigo na regi o de Campo Mour o nos anos de 1970 e logo em seguida a soja COAMO 2005 Um dos fatores respons veis pelo xito inicial da cooperativa nesse momento pode ser encontrado nos est mulos ao setor cooperativista a partir da Pol tica Nacional de Cooperativismo definida pela Lei 5764 que entra em vigor no ano de 1971 HESPANHOL e COSTA 1995 p 375 Diferentemente das v rias cooperativas surgidas principalmente no norte paranaense impulsionada pela cafeicultura at mesmo definidas em sua maioria como Apesar de estranha a utiliza o do termo su
309. ltinacionais atuantes no mesmo espa o e mercado das cooperativas foram selecionadas a Bunge e a Cargill Estas De acordo com o diretor de commodities agr colas da ALL o investimento dos clientes nos terminais e vag es tem em contrapartida a garantia de aumento de performance das ferrovias Assim a Bunge assinou um contrato com a ALL prevendo transportar at 2027 cerca de 230 milh es de toneladas adquirindo 4000 vag es a um custo de 200 mil reais cada CHERNIJ 2005 p 24 175 duas empresas est o entre as maiores multinacionais que atuam no setor de alimentos no Brasil RIBEIRO 2005 p 40 Atualmente o controle acion rio da Bunge bermudense enquanto da Cargill norte americano Ambas possuem a sede nacional localizada em S o Paulo no caso da Bunge Alimentos a sede fica em Gaspar SC mas sua atua o alcan a todo territ rio brasileiro sendo bastante significativa no Paran O contraste observado quando s o comparadas as cooperativas com as multinacionais que atuam no setor agr cola e agroindustrial paranaense aponta para alguns pontos que devem ser analisados Um dos pontos de partida pode consistir no fato de que as cooperativas do Paran s o apresentadas dessa forma As cooperativas empresas genuinamente paranaenses dinamizam toda a economia local e regional s o hoje dentro do Estado um forte aliado do desenvolvimento geradoras de empregos distribuidoras de renda e promotoras do bem estar socia
310. m Maring uma ind stria de sal mineral Mas em rela o ao crescimento horizontal a Cocamar n o pretende avan ar al m do territ rio paranaense priorizando a sua regi o de atua o que inclui o Noroeste do Paran Sobre o caf s mbolo e cone do surgimento da cooperativa a Cocamar considera um produto importante a identidade da cooperativa e por isso estimulada a produ o que hoje conta com cerca de 700 cooperados O caf adensado uma das t cnicas que permitem eleva o do rendimento 220 A grande maioria dos cooperados da Cocamar s o pequenos e m dios produtores sendo que os grandes teriam cerca de 700 alqueires em m dia e s o pouqu ssimos nessa condi o O Sr Marcelo Bergamo encerra dizendo que Cocamar atua pouco com exporta o priorizando o mercado interno e o varejo com baixa comercializa o de commodities in natura com exce o da produ o de suco de laranja cuja maior parte exportada A partir das considera es colocadas pelo Sr Marcelo Bergamo gerente de cooperativismo da Cocamar pode se analisar como evolu ram as estrat gias de a o da Cocamar A cooperativa j surge como estrat gia dos produtores de caf preocupados em eliminar atravessadores obtendo ganhos de escala na comercializa o do produto numa poca de crise da cafeicultura FAJARDO MORO 2000 p 86 E desde 1965 demonstrou a preocupa o com a diversifica o Na poca come ou a receber e beneficiar tamb
311. m com elas percebidos nas experi ncias que tivemos na pesquisa de campo desde o Mestrado entre 1998 e 2000 h uma competi o e certa rivalidade entre as grandes cooperativas paranaenses sentidas na expans o de algumas em detrimento da estagna o ou crise enfrentadas por outras Fatores relativos gest o administrativa podem explicar os rumos tomados pelas cooperativas e o controle das cooperativas pela organiza o conjunta pela Ocepar n o maior que a autonomia e a competitividade empresarial exercida por cada uma Mas de certo modo projetos conjuntos e parcerias distinguem essa competi o interna que muito reduzida se comparada quela existente com as demais empresas do setor 196 Apesar desse contexto numericamente os pequenos e m dios produtores correspondem maioria dos cooperados no Paran fato que favorece a ret rica das cooperativas como observa se na afirma o da Ocepar 2007 n p A expressiva participa o dos pequenos e m dios produtores rea at 50 ha nos quadros sociais das cooperativas representando 70 do total evidencia a import ncia das cooperativas para essa faixa de produtores que s o normalmente os menos favorecidos A integra o das cooperativas e a agrega o dos interesses dos produtores rurais permitiram a montagem de uma infra estrutura fant stica de armazenagem da produ o sendo a participa o das cooperativas no total da capacidade est tica de armazenagem do
312. m iniciar o processo O atraso devia se ao fato de essas empresas aguardarem mais est mulos financeiros e um melhoramento das condi es de comunica o BERNARDES 1953 p 343 No entanto permanecia o fluxo de pessoas para a regi o ampliando tamb m o n mero de posseiros Na regi o onde est atualmente delimitado o Sudoeste paranaense a mesorregi o geogr fica foto 06 a migra o em boa parte era de agricultores sem terra oriundos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que acabavam se tornando posseiros E quando nos anos de 1940 essa ocupa o espont nea representa perigo ordem e os interesses do Estado e na implanta o de rela es capitalistas de produ o uma a o governamental foi motivada com a cria o por exemplo da Col nia Agr cola Nacional 4 Houve altera o na grafia do nome desse n cleo que apresenta se como Xopim no in cio BERNARDES 1953 p 341 e atualmente t m se o munic pio de Chopinzinho originado da funda o dessa col nia militar em 1882 J Foz do Igua u teve sua funda o como col nia militar em 1888 Entre essas empresas est o a E F S o Paulo Rio Grande Silva Jardim Miguel Mate Cia de Mate Laranjeira Cia de Madeiras Alto Paran com sede na Argentina Meyer Anes e Cia Ltda entre que adquiriram glebas com intuito claro de explora o econ mica com exce o da ltima que realmente realizou uma obra colonizadora outras BERNARDES 1953 p 344
313. maiores possibilidades de retorno produtivo PARAN 20060 n p interessante notar que as condi es clim ticas constituem fator importante na delimita o das regi es e das suas respectivas cadeias produtivas que s o alvo do planejamento A amplia o da capacidade produtiva do Estado parece representar o ponto de partida fundamental para qualquer preocupa o em termos de desenvolvimento econ mico Ficam assim merc dessa prioridade econ mica os aspectos mais sociais das quest es regionais No mbito modifica es do perfil econ mico paranaense em seu conjunto 157 as altera es recentes na economia estadual ampliaram a posi o do Paran na economia nacional que vai conseguindo manter a quinta posi o no parque industrial de transforma o do pa s LOUREN O 2005b p 12 No caso do agroneg cio seu papel continua sendo importante para a economia paranaense mas dificultado pelas limita es ou empecilhos que tamb m s o externos condu o pol tica estadual embora o agroneg cio continue tendo um excelente desempenho no Estado e ainda responda por parcela expressiva da renda gerada internamente importante notar que o seu processo de reestrutura o produtiva introdu o de novos padr es tecnol gicos difus o de novas formas de gest o adequa o expans o da fronteira agr cola para o Centro Oeste etc vem sendo espacialmente muito seletivo definindo ilhas de p
314. margem da grande produ o capitalista um n mero enorme de atuais ou antigos pequenos propriet rios Temos o exemplo da cultura de soja cone da lavoura moderna capitalista que se expandiu em reas antes ocupadas por culturas como feij o ANDRADE 1977 p 76 77 prejudicando n o s o abastecimento interno do produto mas queles que viviam da dessa lavoura n o sintonizada na poca com a l gica do complexo agroindustrial Como visto o esgotamento explicativo do conceito de Complexo Agroindustrial se v afetado pelos novos condicionamentos impostos como a redu o de cr ditos pela crise fiscal do Estado brasileiro aprofundada nos anos 1990 A a o estatal que orientou e deu suporte financeiro e tecnol gico ao processo de moderniza o como por exemplo via Sistema Nacional de Cr dito Rural SNCR criara o modelo em crise como enfatiza Mazzali 2000 p 23 24 No esfor o de gera o de tecnologia ocorreu uma divis o de trabalho espec fica entre o setor privado e o setor p blico cabendo a este ltimo a concentra o de esfor os na gera o das denominadas inova es biol gicas particularmente novos cultivares melhoramento gen tico na pecu ria controle de pragas e mol stias etc E com a inser o cada vez maior da produ o agropecu ria e agroindustrial no mercado internacional novas l gicas se imp em tendo em vista a necessidade de pol ticas visando tornar os setores ligados pro
315. mas sem que isso represente um abalo nas estruturas desses grupos Outro fator que interfere nas estrat gias empresariais o condicionamento das empresas s sens veis mudan as de prefer ncias dos consumidores No caso da Cocamar atuando fortemente no varejo esta condi o torna se mais expl cita O comportamento dos produtos nos diversos mercados vari vel conforme a regi o Mazzali 2000 p 40 nesse sentido aponta para os padr es estrat gicos encontrados nas atividades de produ o comercializa o e distribui o que est o assentados como se segue e Na concep o mais ampla dos produtos por meio da incorpora o crescente de servi os pr e p s venda e No aprofundamento da interdepend ncia e da coordena o entre o design a produ o e a comercializa o 315 e Na necessidade de reorganiza es freq entes no processo produtivo trazendo tona a rigidez das rotinas organizacionais e o car ter irrevers vel dos investimentos e Na exig ncia de compet ncias cada vez mais especializadas Especificamente tratando do setor de soja leos cadeia produtiva da soja Mazzali 2000 p 42 observa ainda que haveriam tr s tend ncias frente s dificuldades no momento de reestrutura o do setor agroindustrial a primeira seria a retirada da atividade do esmagamento acompanhada de um esfor o de concentra o no refino a segunda consistiria na busca de diferencia o sofistica o a partir
316. mb m possu a instala es no Paran como a de processamento de trigo em Ponta Grossa foto 26 Foto 26 Unidade de processamento de Trigo da Bunge em Ponta Grossa PR Fonte Phillus Engenharia 2 Conjunto de informa es obtido junto ao Relat rio 2006 do Grupo Bunge 277 Foto 27 Unidade de processamento de Soja da Bunge em Ponta Grossa Fonte Philus Engenharia Dando continuidade a sua estrat gia agressiva de crescimento a Bunge cria em 1998 a Bunge Global Market com atua o mundial voltada principalmente s rela es comerciais no com rcio internacional de commodities do grupo Esta permitiu Bunge ter 278 acesso aos mercados considerados mais promissores do mundo ampliando consideravelmente sua presen a internacional e afirmando se cada vez mais como uma empresa global No ano de 2001 a Bunge reestrutura o capital acion rio no Brasil e da Bunge Alimentos e da Bunge Fertilizantes cria a Bunge Brasil S A Essa nova empresa surgia como a maior produtora de fertilizantes da Am rica do Sul maior processadora de trigo e soja da Am rica Latina e maior fabricante brasileira de margarinas leos comest veis gorduras vegetais e farinhas de trigo BUNGE 2006 p 17 A alian a com a DuPont em 2003 anunciada e teve o objetivo de fazer ampliar os neg cios nas reas de alimentos e nutri o de forma ainda mais significativa Com essa alian a surge a Solae visando atuar na rea d
317. mb m usufru ram dos benef cios ou ainda foram criadas com essa motiva o Apoiada por esses programas a cooperativa deu origem ao seu parque industrial colocando em funcionamento em 1979 a unidade de esmagamento de soja com capacidade inicial para 600 toneladas dia ampliada para 1300 toneladas dia pouco depois O leo n o tardou a ser refinado e envasado em recipientes de PVC biorientado in dito no pa s chegando s g ndolas dos supermercados LOUREN O 1992 p 28 Assim o primeiro grande investimento da Cocamar no sentido do processamento industrial foi a unidade de esmagamento de soja e produ o de leo foto 12 Foto 12 Setor de envase da ind stria de leo de soja da Cocamar Autor Antonio Celso Carniellis Data fevereiro de 2007 Outro setor em que a Cocamar adentrou na verticaliza o foi o de algod o Com a constru o em 1980 da ind stria de esmagamento de caro o produzindo 204 leo semi refinado e depois a instala o de uma fia o em 1983 LOUREN O 1992 p 28 A cooperativa permaneceu por alguns anos entre as empresas l deres nas atividades agroindustriais No entanto uma fase de instabilidade operacional e financeira resultou no final de um ciclo de dinamismo econ mico Por m essa cooperativa resistiu re financiando d vidas conseguindo cr ditos para novos investimentos em parceria com outras cooperativas Nota se que a Cocamar assim como vinham tentando outras coo
318. mbiental considerada r gida acaba for ando grandes empresas a se adequarem Nos processos industriais as unidades da Cargill cuidam para que haja um aproveitamento de res duos e tratamento dos efluentes As f bricas de Barreiras BA Ponta Grossa PR e Tr s Lagoas MS que s o algumas das unidades de processamento de soja da Cargill desenvolvem a chamada compostagem onde o lixo org nico passa por um processo que o transforma em adubo que pode ser aplicado na produ o de mudas de rvores nativas destinadas reconstitui o de mata e reas degradadas As unidades de Uberl ndia MG Rio Verde GO e Tr s Lagoas MS iniciaram em 2004 um programa de reflorestamento visando suprir suas necessidades de energia pois uma das grandes preocupa es da Cargill sempre foi a conserva o dos recursos energ ticos Em 2004 foram plantadas 1 6 milh o de rvores e em 2005 a inten o chegar a 9 milh es Em grande parte de suas unidades a Cargill tamb m promove a Semana do Meio Ambiente desenvolvendo treinamentos nos quais s o discutidos temas ambientais e se busca a conscientiza o de que se nada for feito hoje um mundo semelhante ao que vivemos possivelmente n o existir em um futuro pr ximo A IND STRIA 2005 p 9 Essas a es ambientais como colocado antes apontam uma preocupa o das grandes empresas em geral que fazem do cumprimento das normas ambientais uma estrat gia de marketing Eventos como s
319. meio de cr dito oficial a juros subsidiados recursos n o faltaram j que as mesmas tiveram no Estado seu principal aliado As cooperativas agropecu rias constituem um elemento de fundamental import ncia para a compreens o do processo hist rico de moderniza o da agricultura paranaense e consolida o do capital no campo Cabe agora avaliar o impacto nessa a o a partir da participa o de grandes empresas de capital internacional no setor agr cola bem como o posicionamento do Estado em rela o ao fato A amplia o da divis o do trabalho e do interc mbio gera a Em se tratando de cooperativismo o termo associado geralmente empregado como sin nimo de cooperado Por outro lado um produtor integrado a uma empresa qualquer n o tem car ter associativo algum 31 acelera o do movimento e mudan as mais r pidas na forma e no conte do As diferen as entre lugares que eram antes devidas a uma rela o direta entre sociedade local e o espa o local hoje apresenta outra configura o j que se d o como resultados das rela es entre um lugar dado e fatores long nquos vetores provindos de outros lugares rela es globais das quais o lugar suporte SANTOS 1997 p 98 As corpora es multinacionais do agroneg cio tanto como agroind strias ou como tradings representariam a materializa o das rela es externas como determinantes na configura o e no direcionamento das ativ
320. mica presente nas rela es de produ o redes de trocas no valor do espa o mercadoria etc possa induzir a um novo determinismo PASSOS e MORO 2003 p 8 9 n o se pode negar que os processos de ordem econ mica s o intr nsecos forma o de um territ rio nacional E este territ rio constitu do de in meros agentes que interagem no espa o constituindo suas territorialidades As grandes empresas e sua articula o na economia em geral realizam essas territorialidades Tradicionalmente os conte dos da Geografia positivista e mais tarde neo positivista passando por Humboldt Ratzel e sua Geopol tica explicita e ideologicamente engajada La Blache Hartshorne at o pragmatismo do planejamento territorial nos anos de 1960 j adotavam uma vis o de territ rio calcada no seu aspecto de superf cie apenas Objetivamente seu conte do assenta se na superf cie terrestre ou no espa o terrestre na concep o de territ rio constituindo se de fen menos fatos acontecimentos revestidos de uma express o espacial e portanto objetivados pela sua dimens o espacial ou como se quer geogr fica envolvendo suas intera es rela es combina es e conex es capazes de criar ou dar origem a uma organiza o espacial ou a um processo de organiza o do espa o MORO 1992 p 34 Cabe mencionar o pretenso fim de um territ rio econ mico ou seja a desterritorializa o promovida pela
321. mica industrial O Complexo Rural d lugar ao Complexo Agroindustrial CAI Esse novo padr o chega ao Paran nos anos de 1970 sendo que as cooperativas agropecu rias atuaram como principais agentes da moderniza o e industrializa o da agricultura As condi es paranaenses eram muito favor veis A economia estava integrada ao mercado nacional havia disponibilidade de terras excelentes e existia um n vel razo vel de acumula o entre os produtores de caf o que levou ao impulso modernizante no norte do Estado FLEISHFRESSER 1988 Um fator que contribuiu para a efic cia das pretens es de crescimento das cooperativas paranaenses foi a sua integra o O sistema cooperativista paranaense foi implantado pela Organiza o das Cooperativas Paranaenses Ocepar criada em 1971 juntamente com o surgimento da Organiza o das Cooperativas Brasileiras OCB e que integra cooperativas de v rios ramos em todo o Brasil figura 3 Em n vel internacional a OCB filiada Alian a Cooperativa Internacional ACI com sede em Genebra Su a e sua representa o nas Am ricas fundada em 1990 em San Jos Costa Rica GAWLAK TURRA 2003 p 94 97 Obviamente n o est o a inclu das as chamadas cooperativas populares SINGER 2001 p 121 como aquelas vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra H inclusive uma importante entidade a Confedera o das Cooperativas de Reforma Agr ria do
322. mica resultante da a o de grandes empresas no espa o rural conceito tamb m enfocado e os reflexos dessa a o manifestados na paisagem rural paranaense foram percebidos na pesquisa Os casos estudados com isso permitem uma avalia o da din mica do processo de territorialidade econ mica no contexto regional caracter stico de uma economia regional voltada para agricultura de exporta o vinculada s cadeias produtivas agroindustriais Compreender somente a reparti o das atividades em lugares divis o territorial do trabalho n o leva compreens o do territ rio O funcionamento deste entendido se captado o movimento que por sua vez leva em conta os circuitos espaciais da produ o definidos pela circula o de bens e produtos o que indica o modo como os fluxos perpassam o territ rio SANTOS SILVEIRA 2004 p 143 As grandes multinacionais atuando como tradings agr colas ou como agroind strias exercem sua territorialidade estabelecendo seus fixos e criando seus fluxos seja com a compra e exporta o de commodities seja com o seu processamento industrial e posterior comercializa o Em geral h integra o entre os processos As grandes cooperativas paranaenses atuando nas mesmas cadeias produtivas que as multinacionais tamb m se territorializam em n vel local estadual e mesmo fora das fronteiras nacionais quando por exemplo operam em larga escala com exporta es Foi portanto necess rio expor uma
323. mpresas capacita o exporta es tecnol gica e para a Reduzir a capacidade ociosa amplia o da base Elevar os ganhos financeiros comercial Ampliar a participa o nos fortalecendo a posi o mercados se grandes das cooperativas tanto no mercado nacional como internacional investimentos Re localiza o geogr fica Amplamente utilizada Vencer o fim das fronteiras e o pelo setor elevado pre o de terras no Centro agroindustrial e Sul do pa s notada no Expandir a produ o e conquistar comportamento das posi es estrat gias cooperativas que expandem para outras regi es fora do espa o de origem Aquisi o de unidades de outras Realizada pelas Agilizar a amplia o produtiva da empresas cooperativas para empresa via compra de unidades j expans o das constru das o que permite tamb m atividades um acesso mais f cil e r pido verticaliza o Constru o de f bricas e ind strias Utilizada pelas Agregar valor ao produto recebido verticaliza o cooperativas na sua dos cooperados por meio das 102 CEEE a E Eur Deve se lembrar que num per odo de crise iniciado nos anos de 1980 houve uma dr stica redu o dos cr ditos s cooperativas o que acabou gerando crise e fechamento de muitas delas no Brasil e no Paran 103 A KE 5 Lamentavelmente o artigo dos autores citados n o apresenta nenhuma refer ncia do jornal n mer
324. mulado cooperados a diversificar as atividades com a cria o de su nos por exemplo Desse modo a busca pela especializa o centrando as atividades da empresa no seu core business constitui outra importante estrat gia empresarial utilizada SIFFERT FILHO FAVERET FILHO 1998 p 268 Essas estrat gias que s o administrativas acabam por interferir diretamente nos rumos que toma a cooperativa Esta privilegia a amplia o maximizar as oportunidades de aproveitamento dos recursos que disp e do mesmo modo que ocorre com as grandes empresas Por outro lado h a participa o da Coamo no programa nacional para desenvolvimento do chamado biodiesel BIOCOMBUST VEIS 2006 produzindo em sua unidade piloto em Campo Mour o v rios lotes de biodiesel a partir do leo de soja e etanol Esse fato demonstra a import ncia das cooperativas agropecu rias para as pol ticas p blicas que buscam energias renov veis Como o biodiesel figura 6 elaborado a partir da combina o de lcool e leos vegetais a produ o de mat ria prima pode ter assim a colabora o das cooperativas Por outro lado a Coamo coloca como condi o favor vel do Brasil para produ o de culturas que forneceriam mat ria prima ao biodiesel o potencial 246 da expans o agr cola nos cerrados BIOCOMBUST VEIS 2006 e tamb m o teor de leo dos produtos tabela 10 Tabela 10 Teor e rendimento de leo dos produtos TEOR DE
325. n 1981 1999 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 101 p 17 32 jul dez 2001 AMAGGI EXPORTA O E IMPORTA O Dispon vel em lt http www grupomaggi com br br expimp atividades htm gt Acesso em 21 01 2006 AMIN Samir VERGAPOULOS Kotas A quest o agr ria e o capitalismo no Brasil Rio de Janeiro Paz e Terra 1977 ANDRADE Manuel C de Agricultura e capitalismo S o Paulo Ed Ci ncias Humanas 1977 Espa o polariza o e desenvolvimento 5 ed S o Paulo Atlas 1987 ANDRETTA Gilka Cardoso Valor bruto da produ o agropecu ria paranaense 1997 e 2004 Curitiba SEAB DERAL 2006 ASSUMP O A G de GALINA L A CONSONL R Mudan as no padr o de desenvolvimento agroindustrial o caso do norte do Paran Revista de Economia e Sociologia Rural v 28 n 4 p 133 142 1990 ARA JO Silvia Maria P de Eles a cooperativa um estudo sobre a ideologia da participa o Curitiba Projeto 1982 AZEVEDO Charles Marcelo de e SHIKIDA Pery Francisco Assis Assimetria de informa o e o cr dito agropecu rio o caso dos cooperados da Coamo Toledo PR Revista de Economia e Sociologia Rural v 42 n 2 p 267 292 abr jun 2004 vol 42 325 BARBIERI Cristiane Perdig o paga R 77 mi por margarinas Folha de S o Paulo S o Paulo Dinheiro 26 de junho de 2007 BARBOSA Maria Zeferino PEREZ Lu s Henrique Evolu o das exporta es brasileiras de
326. n a partir da crise da economia ervateira e avan o da economia madeireira A cultura cafeeira foi predominantemente efetuada no norte do Paran quase que como uma extens o do caf paulista Mas como a ocupa o do norte paranaense se realizou em tr s pocas distintas a pr pria regionaliza o do norte foi compartimentada Assim o chamado norte velho foi o primeiro espa o ocupado nas reas entre os rios Itarar e Tibagi pelos pioneiros Entre os rios Tibagi e Iva norte novo predominou a coloniza o dirigida destacando a os empreendimentos da Cia De Terras Norte do Paran denominada mais tarde Companhia 31 Ainda que essa terminologia ciclos considerada aqui inadequada entendendo que o termo fases mais 109 Melhoramentos do Norte do Paran e al m do rio Iva at o Paran al m de uma coloniza o dirigida problemas fundi rios como conflitos com posseiros caracterizaram a ocupa o O caf passou a dominar a paisagem sendo explorado principalmente em pequenas propriedades muitas instaladas na coloniza o dirigida pelas companhias colonizadoras Mais recentemente o espa o rural dominado pela fase Soja policultura e pecu ria Foi a partir dos anos de 1950 que teve in cio uma diversifica o da agricultura paranaense com o plantio em escala comercial de algod o milho feij o arroz cana de a car amendoim rami fumo hortel e soja Al m disso inte
327. n cio em fins de 1986 e come o de 1987 data que coincide com o t rmino do Projeto Integrado de Apoio ao Pequeno Produtor Rural 159 Pro Rural implementado via acordo de empr stimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento BID a estrat gia operacional do Programa em parte detalhada no Manual Operativo 29 e em parte no Manual T cnico pode ser considerada inovadora tendo em vista que prop e o envolvimento de v rias entidades e dos pr prios produtores nas a es e nos trabalhos a serem desenvolvidos no territ rio compreendido pelas MBH Seu desenho previa a participa o da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento SEAB e das empresas a ela vinculadas Empresa de Assist ncia T cnica e Extens o Rural Emater PR Instituto Agron mico do Paran lapar e Instituto Ambiental do Paran IAP bem como de outras institui es federais e municipais medida que determinadas a es est o afetas s suas fun es ou atribui es como por exemplo o Departamento de Estradas de Rodagem DER e as prefeituras municipais no caso da adequa o das estradas e de outras obras de engenharia FLEISCHFRESSER 1999 p 62 e 67 Esse tipo de preocupa o do governo do Estado busca associar as pol ticas agr colas por meio da SEAB e Deral s a es ambientais DONIN 2004 cujo rg o p blico mais atuante o Instituto Ambiental do Paran IAP O exemplo do referido programa ilustr
328. n mico tamb m essencial considerar o papel do Estado na condu o das pol ticas p blicas de desenvolvimento e o tratamento recebido pela agricultura Os impactos de um processo de internacionaliza o da economia e forma o de uma economia globalizada nas atividades agropecu rias correspondem ainda outro eixo de discuss o no cap tulo 3 A an lise ainda inclui a compreens o do chamado agroneg cio 2 O termo agroneg cio deriva do ingl s agribusiness que teve origem na Escola de Administra o da Universidade de Harvard e que prop e uma vis o sist mica do funcionamento das atividades relacionadas a agropecu ria SIFFERT FILHO e FAVERET FILHO 1998 p 266 34 como a imposi o de uma territorialidade econ mica dominante no espa o rural Partindo da configura o geral do territ rio brasileiro que estruturada pela atividade produtiva chegamos ent o ao caso do Paran cap tulo 4 A situa o atual da economia paranaense vista como fruto de um processo de ocupa o segmentada e das conjunturas econ micas nacionais e internacionais Historicamente a caracteriza o do territ rio paranaense compreendida por fases econ micas percorridas desde a sua funda o em 1853 como Prov ncia ap s o desmembramento de S o Paulo Quest es relativas condi o perif rica na sua forma o econ mica PADIS 1981 tamb m s o evidenciadas No cap tulo 5 abordada a territorialidade cor
329. n mico filos ficos e outros textos escolhidos Tradu o de Jos Carlos Bruni et al n OS PENSADORES 2 ed S o Paulo Abril Cultural 1978 MAZZALI Leonel O processo recente de reorganiza o agroindustrial do complexo organiza o em rede S o Paulo Editora Unesp 2000 MB ASSOCIADOS O sucesso da agroind stria o que se pode aprender S o Paulo Fiesp Federa o da Ind strias do Estado de S o Paulo 2004 MEDEIROS Natalino Henrique A competi o schumpeteriana e a organiza o cooperativa o caso da COCAMAR Texto para discuss o Dep de Economia UEM Maring 30 1997 O mercado agro industrial cooperativo norte paranaense e o novo padr o competitivo da d cada Texto para discuss o Dep de Economia UEM Maring 32 outubro 1997 342 MELLO Jo o M C de O capitalismo tardio S o Paulo Brasiliense 1989 MENDON A Francisco Geografia f sica ci ncia humana S o Paulo Contexto 1991 MORAES Mauricio de Pr mio de exporta o da soja brasileira Disserta o Mestrado em Ci ncias Universidade de S o Paulo USP ESALQ Piracicaba 2002 90 p MORETTO Antonio Carlos GUILHOTO Joaquim J M Rela es intersetoriais e inter regionais nas regi es p lo paranaenses em 1995 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 101 p 71 92 jul dez 2001 MORO Dalton ureo A organiza o do espa o como objeto da geografia Boletim de Geogr
330. na integra o de capitais Esta se deu com forte investimento tecnol gico No decorrer dos anos de 1980 e in cio dos anos de 1990 as restri es a novos investimentos atingem o setor agr cola de forma diferenciada A seletividade dos investimentos e pol ticas p blicas age assim no conjunto das cadeias produtivas elegendo setores e no territ rio privilegiando espa os e regi es A agricultura a partir da abertura econ mica neoliberal exp e se aos ditames do mercado internacional e passa a ser orientada por l gicas externas ou seja do mercado global Podemos falar de uma agricultura cient fica globalizadora Quando a produ o agr cola tem uma refer ncia planet ria ela recebe influ ncia daquelas mesmas leis que regem os outros aspectos da produ o econ mica Entende se por Complexo Agroindustrial a composi o dos dois conjuntos de ind strias um a montante e outro a jusante da produ o agr cola com a pr pria atividade agropecu ria conforme a defini o de Alberto Passos Guimar es 1979 p 134 Outros autores como Siffert Filho e Faveret Filho 1998 p 266 adotam a no o de Sistema Agroindustrial que do mesmo modo abarca as atividades agropecu rias desde a etapa de produ o aos elos a montante e a jusante de fornecimento de insumos m quinas e implementos transforma o agroindustrial e comercializa o 47 Assim a competitividade caracter stica das atividades de car te
331. nal PENSA de Agribusiness 1998 8 S o Paulo Programa de Estudos dos Neg cios do Sistema Agroindustrial PENSA 1998 ANEXOS 355 Anexo A RELA O DE COOPERATIVAS ASSOCIADAS AO SISTEMA OCEPAR EM JANEIRO DE 2007 Nome Raz o Social Munic pio Sede AGR RIA Cooperativa Mista Entre Rios Guarapuava Ltda AGROPAR Cooperativa Agropecu ria do Assischateaubriand M dio Oeste do Paran BATAVO Cooperativa Agropecu ria Carambe Batavo Ltda BOM JESUS Cooperativa Agroindustrial Lapa Bom Jesus Ltda C VALE C VALE Cooperativa Palotina Agroindustrial CAMDUL Cooperativa Agr cola Mista Dois Vizinhos Duovizinhense CAMISC Cooperativa Agr cola Mista S o Mari polis Crist v o Ltda CAMIX Cooperativa Agropecu ria Mista Rio Bonito do Igua u Xagu Ltda CAMP Cooperativa Agr cola Mista de Prudent polis Prudent polis CAMPAL Cooperativa Agropecu ria do Corn lio Proc pio M dio Paranapanema CAPAL Capal Cooperativa Arapoti Agroindustrial CAPEG Cooperativa Agropecu ria Pato Branco Guarany Ltda CASB Cooperativa Agr cola Sul Brasil Assa de Londrina Ltda CASTROLANDA Cooperativa Agropecu ria Castro Castrolanda CATIVA Cooperativa Agropecu ria de Londrina Londrina Ltda CCLPL Cooperativa Central de Carambe Latic nios do Paran Ltda CENTRALPAR Cooperativa Central de Curitiba Alimentos do Paran Ltda CLAC Cooperativa de Latic nios S o Jo
332. nos objetos concretos A cada momento hist rico varia o arranjo desses objetos sobre o territ rio O conjunto dos objetos criados forma o meio t cnico sobre o qual se baseia a produ o e que evolui em fun o desta SANTOS 1997a p 111 Mas o real se transforma as categorias mudam e tamb m os conceitos devem ser revistos re trabalhados com novas leituras e interpreta es No per odo atual caracterizado por uma rapidez das transforma es n vel jamais alcan ado anteriormente repensar conceitos implica tamb m em questionar velhas teorias Querer que os mesmos conceitos e teorias se apliquem a diferentes pocas do desenvolvimento econ mico andar em c rculo encantado de excessiva abstra o agredir as pr prias realidades que nossos conceitos e teorias deveriam ajudar nos a entender O novo capitalismo n o pode ser adequadamente representado e explicado pelas categorias conceituais e estruturas te ricas ora existentes No m nimo as novas realidades expuseram s rias falhas e lacunas em nossas teorias e portanto a necessidade de uma substancial reconsidera o MARTIN 1996 p 39 Da banalidade do termo ao desprezo do mesmo por muitos ge grafos o territ rio e seus derivados territorial e territorialidade encontram nas an lises de cunho 44 marxista uma aproxima o que atinge n veis de similaridade com certas abordagens da Economia e mesmo da Sociologia Ainda que a primazia econ
333. nse como ressalta Recco 2003 p 38 A chegada dos anos setenta significou uma grande mudan a no perfil da agricultura regional e do Norte do Paran Com a mecaniza o o caf foi declinando e os propriet rios das terras que moravam no campo mudaram se para a cidade Na ro a m quinas enormes tomaram lugar dos trabalhadores na lida no cabo da enxada Ocorria o boom da soja na regi o acelerada por uma alta de pre os na oleaginosa no mercado internacional 129 Assim mudan as na agropecu ria em termos regionais refletem a constru o de um novo perfil econ mico estadual manifestados tamb m nas altera es ocorridas na paisagem rural Concretamente o resultado das transforma es materializa se espacialmente e isso percebido nas mudan as na utiliza o da terra na concentra o nas posses das propriedades e nas condi es dos produtores e da explora o Essas transforma es que s o s cio espaciais traduzem alguns aspectos Dentre estes cabe destacar a morfologia fundi ria notadamente no Norte Central Noroeste e Oeste do Estado a estrutura fundi ria a utiliza o das terras e o uso do solo a condi o do produtor os regimes de explora o o pessoal ocupado na produ o o habitat rural e a situa o rural urbana da popula o MORO 2000 p 354 Nas regi es de ocupa o tradicional as altera es na estrutura fundi ria mais concentrada que as regi es de ocupa o recente
334. nse como consequ ncia da minera o Com o esgotamento do ouro estabelece se uma agricultura de subsist ncia Depois o Tropeirismo ocorrendo em reas de campo como em Ponta Grossa Palmas e Guarapuava tiveram sua ocupa o influenciada diretamente pela passagem de tropas a partir do in cio do s culo XVIII vindas do Rio Grande do Sul em dire o Sorocaba Foi uma ocupa o entretanto esparsa mas que contribuiu ao surgimento de n cleos populacionais importantes A partir de ent o a Erva mate que origina se no per odo colonial a explora o deste produto erva mate planta nativa do Paran representou importante atividade sobretudo durante o s culo XIX quando passou a ser beneficiado A Madeira ocorrera entre o final do s culo XIX e in cio do s culo XX a madeira al m da explora o para consumo interno relacionado inclusive com a produ o do mate a madeira atraiu capitais estrangeiros e passou a compor a pauta de exporta es no Paran A instala o de v rias madeireiras at as primeiras d cadas do s culo XX ilustra bem o momento Tal explora o atingiu regi es como o norte paranaense no momento de desmatamento com a introdu o da lavoura cafeeira enquanto o mate proporcionou a explora o inicial com a presen a de capitais estrangeiros O Caf que na vis o dos autores KONZEN e ZAPAROLLI 1990 p 159 161 representaria o sexto ciclo na hist rica econ mica paranaense O caf ganha espa o no Para
335. nse de Turismo a partir de ZOO nado unia Sa ada RDNS CGE a E RS SO aa 358 18 Figura 12 reas de concentra o e esvaziamento demogr fico do Paran PR NR SR RAD RENO NENE RODA RS RR RD POD PRN SRT BRR RAP RR 369 Figura 13 Valor adicionado da agroind stria no Paran no ano de 2000 370 Figura 14 Valor adicionado da ind stria de transforma o no Paran no ano de 2000 Ra Saca a A a A a 371 Figura 15 Mapa da Infra estrutura rodovi ria do Estado do Paran 372 Figura 16 Mapa da distribui o das unidades de cooperativas agropecu rias no Estado do Baran em 200520 E AA E AEN E EIE EEE A CU A ee 373 ABAG ABECE ADM ANBEVE ALL ACARPA AMAGGI ANDEF BACEN BIRD BNDES BRATAC BRDE CAI CAROL CEVAL COINBRA COMIGO CTRIN DERAL PR LISTA DE SIGLAS Associa o Brasileira de Agribusiness Associa o Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural Archer Daniels Midland Companhia de Bebidas das Am ricas Am rica Latina Log stica Associa o de Cr dito e Assist ncia Rural do Paran Grupo Andr Maggi Associa o Nacional de Defesa Vegetal Banco Central do Brasil Banco Mundial Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social Burajiru Takushoku Kumiai Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Complexo Agroindustrial Cooperativa dos Agricultores da Regi o de Orl ndia Ltda
336. nsens veis s realidades regionais aspecto que distingue as cooperativas Historicamente se pode identificar fatores que combinados resultaram no processo que culminaram na grande participa o de cooperativas no setor agropecu rio e agroindustrial As pol ticas p blicas e est mulos governamentais constantes dados s mesmas possibilitaram que estas conduzissem boa parte do processo de moderniza o tecnol gica da atividade agropecu ria e introdu o de um paradigma agroindustrial MEDEIROS 1997b p 5 A conson ncia de interesses entre o Estado os grandes produtores agropecu rios e as grandes empresas inclu das as cooperativas que atuam no meio rural terminou por concretizar a ado o desses padr es modernos de produ o Uma quest o importante diz respeito ao fator log stico Como a cada ano produ o agropecu ria brasileira experimenta incrementos consider veis em sentido contr rio caminha o deteriorado sistema de transporte que n o estava preparado para t o r pido crescimento Em meados da d cada de 1990 o Brasil atingiu uma produ o de gr os de cerca de 80 milh es detoneladas chegando a cerca de 115 milh es em 2003 e como 5 O autor mencionado Lauschner 1984 p 83 usa os exemplos da Unilever e da Nestl como fortes concentradoras da ind stria alimentar Percebe se ao analisar as grandes cooperativas agropecu rias paranaenses que por mais que cres am vertical e horiz
337. nsificou em algumas regi es como noroeste oeste e sudoeste a cria o de bovinos e su nos Mas no caso da soja a expans o dessa cultura foi extraordin ria a partir da introdu o da mecaniza o e ado o das novas tecnologias novas variedades de sementes adubos agrot xicos enfim todo conjunto de insumos da chamada revolu o verde No norte essa expans o coincide com o decl nio e crise da lavoura cafeeira que passou a ser substitu da pelas lavouras modernas Tal fato teve seus resultados sociais como aponta Silva 2004 p 98 A febre da expans o da grande lavoura no caso da soja produto moderno que criou uma verdadeira cultura da soja resultou na expuls o do pequeno produtos de suas terras acarretando o fen meno de capta o usurpada da renda fundi ria do pequeno para o grande propriet rio produtor de soja preciso deixar claro que essas fases da economia paranaense basicamente resumidas na estrutura o da produ o agr cola n o se sucederam uma suprimindo a outra Na realidade houve sempre a presen a das atividades de uma ou outra fase ao mesmo tempo mas de modo em que a crise de uma elevasse a participa o da outra O esgotamento de uma atividade ainda que nunca por completo se daria ent o como um processo de decl nio da produ o Pode se notar atualmente inclusive a atividade ervateira e madeireira ainda presentes em certas regi es do Paran por m num contexto diferen
338. ntradora dessa integra o SIA A x E E Brend A discuss o atual em torno da produ o e consumo de alimentos transg nicos aponta para essa tend ncia Al m disso considere se o fato das quest es ambientais serem alvo de preocupa es e pol mica tanto em rela o evolu o da biotecnologia como tamb m na produ o de biocombust veis 168 Por outro lado as grandes cooperativas agropecu rias predominantemente s o constitu das de capitais originados e voltados exclusivamente ao conjunto produtivo das atividades agr colas e agroindustriais Isto significa que os capitais integrados nesse caso incluem sim o industrial e o financeiro entretanto restritos a investimentos nesse setor Um aspecto positivo das cooperativas agropecu rias notadamente das que se dedicam agroind stria a capacidade de dominar a cadeia produtiva de determinados produtos o que lhes confere maior poder de concorrer de forma eficiente no mercado RODRIGUES e GUILHOTO 2004 p 245 A figura da multicooperativa assemelha se com as empresas controladoras de grupos empresariais pela diversifica o multisetorial e espacial de opera o econ mica e na complexidade organizacional entretanto deve ficar claro a grande diferen a entre a cooperativa enquanto associa o de pessoas das outras empresas enquanto associa o de capitais DELGADO 1985 p 165 O modelo de gest o cooperativa implica em certas dificuldades em te
339. nvolvem a hist ria natural e a hist ria humana s o raz es de ordem ecol gica que provocam o aparecimento de paisagens diferenciadas homog neas e heterog neas SILVA 1988 p 10 Que os processos de ordem econ mica afetam diretamente os aspectos vis veis da paisagem n o se discute Entretanto al m desses os processos naturais combinados no interior da mesma representam alvo de diversos estudos em Geografia sobretudo nos trabalhos f sico ambientais Como a pr pria produ o econ mica conforma uma organiza o espacial espec fica a paisagem possui uma organiza o em que elementos naturais como clima solo vegeta o e hidrologia e fatores humanos se encontram em permanente contato e intera o Num espa o rural essa intera o fica mais evidente e vis vel pois as atividades agr colas n o apenas usam da paisagem enquanto suporte f sico ou territorial mas dependem dos elementos naturais presentes na mesma como recurso vital Um exemplo a condi o estacional das lavouras durante o ano A cultura de trigo por exemplo Foto 01 caracter stica de uma boa parcela da paisagem rural do territ rio paranaense durante os meses de inverno 54 Foto 01 Paisagem rural com a presen a de lavoura de trigo na regi o de Maring PR Autor Helio Silveira Data julho de 2005 Observa o a presen a do trigo em algumas regi es do Brasil sobretudo nos Estados do Sul Paran Santa Catarina e
340. o ser l der mundial em alimentos E no esfor o para atingir esse objetivo a empresa cresce no setor aliment cio n o apenas ampliando suas estruturas produtivas j existentes mas tamb m adquirindo empresas do setor Recentemente em 2005 a aquisi o da Seara CARGILL 2006c p 2 demonstrou que est na disputa para se consolidar entre as maiores do setor agro aliment cio no territ rio brasileiro A Cargill tem forte presen a nos setores agr cola de alimenta o industrial e financeiro considerada a principal exportadora de soja do Brasil e a maior processadora de cacau da Am rica Latina al m de ter forte presen a no segmento de a car Tamb m reconhecida por ser um importante fornecedor de ingredientes aliment cios al m de produzir comercializar e distribuir produtos de consumo como por exemplo os tradicionais leos de cozinha Liza e Mazola Opera terminais portu rios por concess o com instala es pr prias em Paranagu PR Santos Guaruj SP Santar m PA e Porto Velho RO sociedade an nima de capital fechado a empresa atua alinhada s diretrizes da Cargill em mbito mundial CARGILL 2006c p 6 Apesar da Cargill se apresentar como principal exportadora de soja do Em sua p gina na Internet http www cargill com br C16 Vis o Miss o 20e 20Valores defaut aspx a Cargill coloca o ponto Vis o Miss o e Valores A miss o da empresa criar valores
341. o GULHOTO Joaquim Jos Martins O produto interno bruto do complexo agroindustrial brasileiro Revista de Economia e Sociologia Rural Bras lia 33 3 p 9 23 1995 FUS ES e aquisi es no Brasil Price Waterhouse Coopers S o Paulo p 1 19 jun 2006 GALLASSINI Jos Haroldo Relat rio da gest o 2006 Demonstra es financeiras Dispon vel em lt http www coamo com br contabeis 2006 gt Acesso em 08 03 2007 GON ALVES Marcos Rafael G A utopia cooperativista regulada pelo direito cr tica para uma filosofia jur dica transmoderna 2006 205 f Disserta o Mestrado em Direito Setor de Ci ncias Jur dicas Universidade Federal do Paran Curitiba GASQUES Jos Garcia VILLA VERDE Carlos Monteiro OLIVEIRA Jos Arnaldo F G de Cr dito rural e estrutura de financiamento Texto para Discuss o Ipea Bras lia n 1036 p 1 47 ago 2004 GAWLAK Albino TURRA Fabiane Ratzke Cooperativismo filosofia de vida para um mundo melhor 6 ed Curitiba Secoop PR Cocamar 2003 335 GEIGER Pedro Pinchas Divis o regional e problema regional Revista Brasileira de Geografia Rio de Janeiro n 32 1970 GODOY Paulo Uma reflex o sobre a produ o do espa o Estudos Geogr ficos Rio Claro v 2 n 1 p 29 42 jun 2004 GOLDIN Ian REZENDE Gerv sio Castro A agricultura brasileira na d cada de 80 crescimento numa economia em crise Rio de Janeiro IPEA 1993 GUIMAR ES Alberto P
342. o data etc que traz esse levantamento nem mesmo nas refer ncias ao final do trabalho 305 expans o desde as d cadas de 1970 e 1980 como exemplo atividades industriais as paranaenses Cocamar e Coamo Sofistica o diferencia o e Destaque entre os Obter vantagens competitivas no diversifica o de produtos movimentos mercado alcan ando estrat gicos realizados consequentemente eleva o de pelas cooperativas receitas agropecu rias representa o estabelecimento de diferenciais competitivos Mudan a na rela o com cooperados Revis o das rela es com os cooperados como por exemplo com a ado o da equival ncia produto na venda de insumos e sementes Representou uma alternativa escassez de cr ditos oficiais a partir dos anos 1980 Outras rela es tiveram que ser revistas como a gratuidade da assist ncia t cnica Garantia de pagamento para a cooperativa Permitir a continuidade da produ o do cooperado Superar escassez de cr ditos Evitar oscila es bruscas na produtividade e no abastecimento da cooperativa Reestrutura o Administrativa Muito utilizada por exemplo na redu o do quadro de pessoal e n mero de n veis hier rquicos dentro da Reduzir custos Agilizar e descentralizar o processo decis rio na empresa empresa e redefini es de tarefas e fun es Terceiriza o Bastante utilizado Conten o de des
343. o na qual o processo econ mico constr i se territ rio considerado moderno desterritorializando a antiga ocupa o considerada atrasada E se o r tulo de moderno est nesse sentido com as propriedades utilizadas na grande produ o no caso para exporta o aqueles que a n o est o inclu dos resta dirigirem se s cidades participarem de novas frentes pioneiras SANTOS 2002 p 90 ou acabarem como componentes da popula o socialmente exclu da HAESBAERT 2004 p 323 324 De outro lado uma nova classe de agricultores cresce em meio ao desenvolvimento agroindustrial os pequenos produtores familiares vinculados agroind stria OLIVEIRA 1990 p 27 31 Estes em algumas atividades e cadeias produtivas como na sericicultura conseguem manter se com o trabalho familiar a sua produ o mas acabam por ser submetidos numa rela o de depend ncia empresa compradora que instrui todo processo de produ o No caso de outras rela es contratuais com agroind strias como su nos e avicultura a estrutura de produ o acaba dificultando em uma escala maior que a produ o seja familiar O produtor acaba tendo que contratar mais trabalhadores o que confirmaria a ado o da vis o de empresa rural no caso vinculada uma agroind stria Grandes empresas do setor como Sadia e Perdig o observam vantagens na experi ncia de pequenos produtores que cada vez mais estariam dispostos a investir pa
344. o E Cartaz divulgado pela Cooptur Cooperativa Paranaense de Turismo a partir de 2006 figura 7 sesssccessocessesssecesocesooesoosesscessccssocesocssoosssssessse Anexo F Demonstra es financeiras da Cocamar relativas ao exerc cio 2006 Anexo G rea de expans o do Cerrado Brasileiro tabela 13 0 0 0 000 0 060 Anexo H Mapa 16 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de soja dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 Anexo I Mapa 17 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de milho dos munic pios em rela o ao total do Estado em 2003 Anexo J Mapa 18 Paran Participa o do Valor Bruto da Produ o de trigo dos munic pios em rela o ao Estado em 2003 oesesoosossesoossossssocsossesocssssosoossesossoe Anexo K Malha Vi ria e Principais Fluxos de Exporta o da Soja Brasileira Anexo L Rela o de produtos Cargill para consumo no varejo e sesseessesseessessoesosssese Anexo M Imagens de alguns produtos do varejo da Bunge Alimentos Anexo N Foto 30 Atual parque industrial da Cocamar em Maring Anexo O Figura 12 reas de concentra o e esvaziamento demogr fico do Anexo Q Figura 14 Valor adicionado da ind stria de transforma o no Paran no ano de 2000 soooossssssssosoossssssssosoocossssssssoceose
345. o Oeste decidiu investir no Noroeste do Paran na regi o do Arenito COCAMAR Cooperativa Agroindustrial Transg nico definitivamente Maring Relat rio 2004 p 56 57 217 Caiu O Sr Marcelo Bergamo afirma que a diretoria da Cocamar fez em meados dos anos 1990 uma reflex o regi es como Castro com solos extremamente rasos arenosos e fracos conseguia atingir bons ndices de produtividade papel de cooperativas usando de modo pioneiro t cnicas como plantio direto ex da aveia Esse exemplo motivou a empreitada no arenito e a Cocamar vem conseguindo bons resultados Houve uma mudan a de conceito com advento do plantio direto da pesquisa era isso que faltava para a Cocamar investir com mais for a em regi es desacreditadas pela pobreza do solo por exemplo No que diz respeito s atividades industriais a Cocamar investiu na produ o de leo vegetal que come a a ser fabricado em 1977 varejo in cio anos 1980 e hoje a Cadeia Soja um dos principais vetores da verticaliza o A produ o de seda por sua vez atravessou dificuldades a partir da concorr ncia com o produto da China A partir de ent o a Cocamar investiu em qualidade para ser esse seu diferencial mas mesmo assim n o conseguia pre o e mercado para se manter na atividade N o conseguia agregar valor mercado sup rfluo A Cocamar que j teve 800 produtores de seda cooperado em 2001 teve esse n mero reduzido para cerca de 206 Foi ent o que a
346. o Paran A Cargill constitu da em S o Paulo com opera es na rea de sementes de milho e In cio das atividades por meio de terminais nos portos de Santos SP e Paranagu PR e Cria o da Funda o Cargill SP e Primeira unidade de processamento de soja refino e enlatamento de leo em Ponta Grossa PR e In cio das opera es do Departamento de produtos Qu micos e Metais SP 1976 1985 Paran S o Paulo e Bahia e Inaugura o da f brica de ra es em Maring PR e Inaugura o da segunda unidade de processamentos de soja no Brasil localizada em Mairinque SP e In cio do processamento de cacau na Bahia e In cio da f brica de alimentos para c es em Paul nia SP 1986 1995 Minas Gerais S o Paulo e Inaugura o da unidade de processamento de soja em Uberl ndia MG e In cio do processamento de milho para 292 produ o de amidos glucoses e derivados em Uberl ndia Implanta o do Processo para a Melhoria da Qualidade PMQ voltado ao desenvolvimento profissional dos funcion rios Lan amento do Projeto Semear precursor dos programas de educa o ambiental e seguran a alimentar para a comunidade In cio do Programa de Educa o com Adultos visando alfabetiza o de funcion rios Conclus o da forma o do Complexo de Uberl ndia 1996 2005 Cria o do Terminal de Exporta o de A car Ensacado T
347. o Paran comparando o posicionamento estrat gico das cooperativas Cocamar e Coamo frente a atua o das empresas globais Bunge e Cargill Palavras chave territorialidade econ mica setor agroindustrial cooperativas agropecu rias empresas globais Estado do Paran 22 STRATEGIES AND TERRITORIALITIES OF THE FARMING COOPERATIVES AND GLOBAL COMPANIES OF THE AGRO INDUSTRIAL SECTOR IN THE PARAN STATE BRAZIL Abstract The work investigates the action of the great companies of the agro industrial sector in the transformations in the agricultural space and the productive structure of the Paran State Brazil The research opposes two types of companies farming cooperatives and global companies Of a side the cooperatives Cocamar and Coamo had been selected representing a national capital that historical come acting in the farming production state Its participation becomes evident in the measure where if the inherent data are observed the state economic production On the other hand the presence of great foreign capital companies in the commercialization and industrialization of the farming production is each bigger time Many of these international corporations function mainly as tradings that operating with commodities agriculturists is responsible mostly of the commercialization of the Brazilian and world wide production mainly of soy and maize as in the chosen cases of the Bunge and Cargill These had expanded its activi
348. o Sr Marcelo Bergamo cita exemplos de v rias empresas multinacionais que se instalaram em Maring e depois de alguns anos desativaram suas unidades de recebimento e processamento desde a Brasway at a Coimex e mais recentemente a Cargill que manteve o pr dio onde antes recebia soja apenas com um escrit rio e posto de transbordo na linha f rrea Isso demonstra que a empresas como essas atuam apenas com interesse financeiro Enquanto isso a Cocamar est em Maring h mais de anos As suas unidades em outros munic pios da regi o foto 14 v m completando 20 25 30 35 anos Foto 14 Armaz m graneleiro da Cocamar na regi o de Maring Fonte Cocamar Em rela o ao fato da Cocamar ter perdido o posto de maior cooperativa do Paran e uma das maiores do Brasil para a Coamo Marcelo B rgamo coloca alguns 214 pontos que levaram a isso 1 No in cio dos anos 1980 enquanto a Cocamar continuava a distribuir as sobras normalmente a Coamo retinha capital para investimentos em expans o 2 A Cocamar come ou a investir desde o final dos anos 1970 em industrializa o op o da cooperativa A Cocamar sempre respeitou sua rea de atua o enquanto a Coamo avan ou em v rias regi es extrapolando a rea inicial A Cocamar atua com pequenos e m dios produtores em sua maioria enquanto a Coamo tem um n mero bem maior de grandes produtores e a rea de cobertura enorme por isso a quantidade recebida de soja pela Co
349. o ao espa o territ rio lugar ou regi o Em geral as argumenta es s o fundamentadas em correntes te ricas totalmente desvinculadas com as quest es ambientais Os debates acad micos deveriam ser direcionados mais s discuss es te rico conceituais e pr tica da produ o de id ias e conhecimentos valorizando a criatividade e o poder explicativo do pesquisador A paisagem consiste sim num olhar privilegiado do espa o uma perspectiva da an lise geogr fica A paisagem rural n o pode ser considerada somente como uma esp cie de apar ncia do espa o agr rio produzido ou seja seu aspecto vis vel H que se respeitar o pluralismo e a diversidade de vis es na ci ncia geogr fica Prender se a uma nica forma de encarar o mundo um nico enfoque e m todo para apreender o real reduz a capacidade de explica o geogr fica e impede reconhecer aspectos da realidade omitidos por muitas interpreta es 63 Em um de seus trabalhos cl ssicos de Geografia Agr ria Orlando Valverde por exemplo defende a an lise das paisagens agr rias criadas pelos italianos como forma de compreens o da contribui o que os mesmos trouxeram ao desenvolvimento agr cola e econ mico do Brasil VALVERDE 1985 p 76 100 Nesse entendimento a not vel beleza de parreiras de uva em encostas suaves a arquitetura etc demonstram a exist ncia de diferentes tipologias paisag sticas no meio rural combinando elementos naturais e culturai
350. o as maiores empresas do ramo de alimentos pelo crit rio vendas do Brasil No ranking tabela 12 que re ne al m do sub setor especificamente aliment cio tamb m bebidas e fumo essas duas multinacionais aparecem entre as tr s maiores do pa s Tabela 12 As maiores empresas do Brasil no ramo Alimentos Bebidas e Fumo em 2005 Posi o no EMPRESA VALOR DAS ranking VENDAS EM MILH ES US 1 Ambev 5 921 9 Ze Cargill 4 922 5 3 Bunge Alimentos 4 635 8 4 Nestl 3 575 4 5 Sadia 3 394 4 6 Souza Cruz 3 350 3 7 Perdig o Agroindustrial 2 324 6 8 Friboi 1 756 1 9 Kraft Foods 1 318 5 10 Coinbra 1 024 0 Fonte Exame Melhores e Maiores Dispon vel em lt http app exame abril com br mm asMaiores do TemplateToLoad mm2k6 2F gt Acesso em 23 01 2007 A similaridade da estrutura e dos investimentos dessas duas grandes empresas globais do Agroneg cio se torna evidente se observados seus perfis quadro 10 10 O ranking aqui utilizado da Revista Exame classifica as cooperativas Coamo e Cocamar dentro do setor Atacado e Com rcio Exterior Caso fosse aqui inclu da a Coamo com vendas totalizando 1 160 0 milh es estaria entre as 10 maiores Quadro 10 Perfis da Cargill e da Bunge Alimentos em 2005 DESCRI O CARGILL BUNGE ALIMENTOS Apresenta o Gigante do setor agroindustrial a Cargill a maior empresa americana de capital fechado A subsidi ria brasileira ent
351. o espa o geogr fico abre margem para outros olhares externos ci ncia geogr fica alguns deles absorvidos pela pr pria Geografia Entretanto deve se reconhecer que a divis o do trabalho as especializa es produtivas e a pr pria diferencia o do capital social esclarecem fen menos caracter sticos do processo de territorialidade econ mica Nessa tica urbano ou rural campo ou cidade est o entrela ados no desenvolvimento econ mico capitalista Em rela o ao conceito de desenvolvimento econ mico Carleial 2004 p 11 apresenta a seguinte defini o O desenvolvimento econ mico pode ser entendido como um processo de expans o das possibilidades e alternativas de um pa s mas necessariamente compromissado com o processo da evolu o das condi es humanas de vida No sentido estritamente econ mico ainda pode ser entendido como um processo que leva ao crescimento da produtividade com redu o das desigualdades sociais regionais e pessoais A realidade nos mostra que o sentido estritamente econ mico prevalece E nessa poca de investimentos de portfolio SMITH 1988 p 162 a diversidade de escalas coloca a sobreposi o e mistura de diferentes atividades e tamb m do controle exercido no espa o A composi o t cnica e a composi o org nica do territ rio mudam gra as cibern tica biotecnologias novas qu micas inform tica e eletr nica SANTOS 1997b p 140 e isso significa tamb m novos movim
352. o na Amaz nia e essa poss vel devasta o teria tido apoio de financiamentos externos LILLEY 2004 A expans o das lavouras de soja e tamb m de pastagens nos cerrados em v rios estados brasileiros e em reas de desmatamento de florestas na Amaz nia mostra uma das faces do uso do territ rio que prioriza o crescimento a qualquer custo das exporta es em detrimento dos ecossistemas naturais Como afirma Becker 2005 p 588 De um lado o uso atual em expans o no cerrado comandado por grandes conglomerados internacionais como a Bunge Cargill ADM entre outras e nacionais como o Grupo Amaggi sua produ o baseada na pesquisa e desenvolvimento e s o dotados de log stica poderosa gerando uma forma espec fica de ordenamento do territ rio De outro lado o uso do territ rio que aponta para o futuro nos ecossistemas amaz nicos florestais que tem baixa densidade de popula o e s o utilizados pela economia extrativista e ou pequena produ o agr cola 35 Informa es do Grupo Amaggi 2006 269 Quando se trata tamb m de participa o em empreendimentos estrat gicos por parte do Estado que visam a expans o das atividades agropecu rias como expans o rodo ferrovi ria as tradings aparecem com destaque O caso da conclus o das obras da rodovia Cuiab Santar m ilustra bem essa associa o de interesses O BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social bus
353. o no caso das cooperativas de cafeicultores exemplo da Cocamar e daquelas que foram criadas justamente nesse momento caso da Coamo Esse fator justifica a escolha de duas cooperativas organizadas em per odos distintos mas que atingiram n veis de desenvolvimento compar veis A partir do final da d cada de 70 ganham destaque a moagem dos gr os e a produ o de leo sendo que a Cocamar instala sua ind stria em 1979 entrando num mercado oligop lico dominado por grandes empresas n o cooperativas como Sanbra Anderson Clayton Cargill Braswey e outras que j trabalhavam com gr os localizadas nos p los agroindustriais de Londrina Maring e Apucarana Outras cooperativas passam a atuar na cadeia de oleaginosas como a Coamo e a Corol Cooperativa Agropecu ria Rol ndia FAJARDO 2000 p 36 185 Interessante observar que as cooperativas acompanharam as modifica es no espa o rural paranaense ativamente consolidando a implanta o de lavouras modernas e da agroindustrializa o Relevante ent o torna se a an lise dessas empresas como elementos que produzem o espa o orientando a produ o produtores e a economia regional Vale ressaltar tamb m a organiza o regionalizada no territ rio e atua o que considera uma estrutura conjunta Al m disso a expans o da soja foi um elemento fundamental na dinamiza o do setor ao dinamizar a agricultura das regi es onde as cooperativas est o instala
354. o segmento leos e gorduras em 2003 Fonte Ipardes 2006 147 ESTADOIDOIRARANA CARNES E SUBPRODUTOS 2003 C LEIRI E LER ABATE DE AVES E PREPARA O DE Snipe sue s 78 Rio H Hm 0 0 Escala para o Estado Legenda EH gt 5 E gt 25e lt s EM gt te lt 25 E gt 0 25e lt 1 C lt 0 25 C Sem atividade O municipio com malor participa o Dois 4 e Vizinhos com 15 1 os munic pios com particpa o maior que 5 representam 68 74 dototaldo Estado Mapa 5 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento abate de aves e prepara o de carnes e subprodutos em 2003 Fonte Ipardes 2006 148 ESTADOIDOLRARANA PARTICIPA O DO MUNIC PIO NO VALOR DE SA DA DO SEGMENTO ABATE DE SU NOS E PREPARA O DE CARNES E SUBPRODUTOS 2003 o M renas DA AIZ o s Os PAS DA TNI sa No D M 0 0 Escala para o Estado Legenda ppp com per ticipa o Toledo com 47 65 e unic pias com participa o maior que 5 repr docas A 945 do total do Estado Mapa 6 Participa o do munic pio no valor de sa da do segmento Abates de Su nos e Prepara o de Carnes e Subprodutos em 2003 Fonte Ipardes 2006 149 gt ESTADO DOIRARAN SRTA 1 PARTICIPA O DO MUNIC PIO NO ESA BND poa Donoro er 72 IRAR HEOR a DE CARNES E SUBPRODUTOS 2003 ALUNAS Pesa F ES
355. oblemas log sticos Mas o longo per odo de estagna o dos investimentos sem infra estrutura coloca em risco os planos de desenvolvimento do Estado aponta Nelson Costa superintendente adjunto do Sistema Ocepar PARAN 2007 p 14 Por isso fundamental na vis o da Ocepar a parceria p blico privada PPP institu da legalmente em 2004 pela Lei 11 079 de 30 de dez de 2004 No entanto o PAC contempla de forma integral apenas tr s projetos log sticos dentre as obras consideradas priorit rias no Paran a pavimenta o da chamada Rodovia Transbasiliana do trecho que liga ventania a Alto do Amparo a liga o ferrovi ria entre Guarapuava e Ipiranga e a adequa o do Contorno Leste de Curitiba Outros dois projetos que sendo implementados poderiam atender de maneira parcial s reivindica es do setor produtivo o caso da amplia o da pista e do terminal de cargas do aeroporto Afonso Pena e da constru o e recupera o de ber os de atraca o no Porto de Paranagu O programa ainda prev uma segunda ponte internacional sobre o rio Paran em Foz do Igua u 193 O presidente da Ocepar Jo o Paulo Koslovski coloca que investir em infra estrutura condi o fundamental para garantir o desenvolvimento do pa s o plano um avan o mas entende que ajustes s o necess rios para que os projetos sejam concretizados e possam ter mais abrang ncia o agroneg cio n o foi contemplado com medidas de destaque
356. ocesso de 120 ocupa o mais recentemente Partindo de n cleos mais antigos como Guarapuava e Palmas BERNARDES 1953 p 341 a frente pioneira avan ava para oeste por iniciativas particulares ou oficiais Inicialmente coloniza o era esparsa e frequentemente n made e de explora o ao longo das bacias hidrogr ficas nas matas de arauc rias como lembra Nicholls 1971 p 38 As reas de arauc rias mais acess veis eram invadidas pelo lenhador que devastava essas reas florestais sem levar em considera o a sua preserva o e pelo safrista que queimava a floresta plantava e ap s a colheita deixava aos porcos a tarefa de limpar o terreno pois estes se alimentavam com todo tipo de resto das planta es Depois ent o havia novo plantio e decorridos alguns anos o safrista mudava se para repetir o ciclo em outro lugar Ao tratar das regi es este e sudoeste do Paran deve se a incluir todo a vasta rea que confunde seus extremos oeste sudoeste e sul com os extremos do pr prio estado PADIS 1981 p 147 A liga o mais pr xima a essa extensa regi o era o trecho da estrada de Ferro S o Paulo Rio Grande que cortava Guarapuava sendo que com a constru o das primeiras estradas fazendo a liga o leste oeste permitiram o in cio da coloniza o p blica NICHOLLS 1971 p 38 Contando os munic pios mais antigos como Guarapuava Palmas e Uni o da Vit ria foram fundados na regi o no final do s c
357. ocia o do movimento da sociedade planet ria com o movimento particular das fra es regional ou local da sociedade nacional SANTOS 2002 p 79 80 Mas ser essa materialidade econ mica o fator dominante na estrutura o do 40 territ rio Segundo os autores Vieira E F Vieira M M F 2003 p 19 o espa o econ mico assume na atualidade maior proemin ncia em rela o aos demais social cultural pol tico dos direitos individuais e coletivos o que significaria a exist ncia de um contraponto em contraste e articulado ou seja os espa os econ micos mundiais na economia global comandaria as decis es no mundo dos neg cios em contraste aparentemente paradoxal com o papel do lugar e suas singularidades Do ponto de vista da conforma o territorial em geral a discuss o poderia partir do car ter funcional Ou seja as rela es de poder envolvidas ainda que esse tenha extremo v nculo pol tico que muito mais que discursivo ou conceitual abrangem a esfera concreta e efetiva das decis es e delineamentos na orienta o das territorialidades Mas sob a tica de um olhar mais amplo dos agentes presentes os aspectos culturais n o podem ser descartados no jogo das combina es que faz o campo pol tico das a es Em qualquer circunst ncia o territ rio encerra a materialidade que constitui o fundamento mais imediato de sustento econ mico e de identifica o cultural de um grupo descontadas trocas com o exteri
358. ontalmente n o deixa de existir uma postura regional que representaria as ra zes locais das regi es de origem Isso pode at ser sentido no reconhecimento dos produtores ainda que haja a sedu o das multinacionais 173 ressaltam Riva Vieira Filho eValen a 2003 p 179 180 dados recentes do Centro de Estudos em Log stica do Coppead URRJ mostram que 60 das cargas se movem sobre pneus fato que colabora na deteriora o das rodovias brasileiras a maior parte sem uma manuten o planejada e peri dica Muito se comenta sobre a prem ncia da implanta o da intermodalidade Apesar dos muitos planos apresentados nos ltimos dez anos poucos sa ram do papel RIVA VIEIRA FILHO VALEN A 2003 p 180 exatamente a intermodalidade que pode nortear os investimentos no setor de transportes contribuindo para a redu o de custos o que implica em maior competitividade como no caso da cadeia produtiva da soja OJIMA 2006 p 23 No Estado do Paran como em boa parte do territ rio brasileiro a concentra o do transporte de mercadorias no modal rodovi rio insuficiente diante da crescente demanda dificulta a possibilidade de uma maior competitividade da agroind stria MARTINS CYPRIANO CAIXETA FILHO 1999 p 89 Tal fato repercute na a o das cooperativas em termos do escoamento da produ o recebida e no fluxo para as reas de processamento agroindustrial No caso do estado do Paran
359. oporcionam vantagens competitivas para os players Diante das condicionantes desse mercado o setor mostra se concentrado com a presen a de poucas empresas multinacionais o ABCD da soja composto pelas empresas ADM Bunge Cargill e Dreyfus e algumas cooperativas principalmente Coamo Carol e Comigo MARINO SCARE ZYLBERSZTAJN 2002 p 5 6 A atua o de grandes grupos empresariais multinacionais especializados na exporta o de commodities agr colas n o t o recente no Brasil ocorre desde o in cio do s culo XX H exemplos como os grupos Bunge e Louis Dreyfus que adentram o mercado nacional adquirindo empresas nacionais O caso da Coimbra Com rcio e Ind strias Brasileiras ilustrativo Na d cada de 1940 o Brasil exportava caf e algod o e dava passos decisivos rumo industrializa o Na poca o termo agroneg cio n o existia Em 1942 j com quase quatro d cadas de atividade no Brasil o grupo consolidou sua presen a no pa s adquirindo a Com rcio e Ind strias Brasileiras Coinbra S A Hoje o grupo Coinbra atua na industrializa o 78 Cooperativa Mista dos Produtores do Sudoeste Goiano 261 no com rcio e na exporta o de caf caf sol vel algod o farelo e leo de algod o soja leo farelo gorduras e outros derivados da soja a car lcool milho trigo sucos de laranja lim o pomelo farelo de polpa c trica leos essenciais aromas e outros derivados do
360. or O espa o social delimitado e apropriado politicamente enquanto territ rio de um grupo suporte material da exist ncia e mais ou menos fortemente catalisador cultural simb lico e nessa qualidade indispens vel fator de autonomia SOUZA 2003 p 108 Embora alguns te ricos n o tratem conceitualmente o territ rio enquanto uma das principais categorias anal ticas na interpreta o da realidade econ mica na produ o do espa o na maioria dos casos os mesmos reconhecem o territ rio tamb m enquanto palco das transforma es Para Santos 1997b p 150 o territ rio brasileiro tomado como exemplo torna se mais flu do com as redes de circula o e transporte expandidas nas regi es mais desenvolvidas O autor ilustra mencionando o caso de S o Paulo como representativo da sua presen a em todo territ rio informatizado brasileiro numa economia globalizada Tal fato tem como conseqgii ncia a segmenta o vertical do mercado enquanto territ rio e uma segmenta o vertical do territ rio enquanto mercado na medida em que os diversos agentes sociais e econ micos n o utilizam o territ rio de forma igual SANTOS 1997b p 157 Essa territorialidade materializada pela a o das empresas a partir do momento em que reproduz o territ rio usado enfatizado na vis o de Milton Santos SPOSTTO 2004b p 23 24 41 Haesbaert 2004 p 60 61 exp e a vis o de Milton Santos de um ter
361. or a dos capitais fixos no territ rio SANTOS SILVEIRA 2004 p 132 E esse arranjo de objetos na paisagem rural faz se perceber pela territorialidade constroem Foto 05 Armaz ns e silos na paisagem rural Autor Ed lson J Kurasz fevereiro de 2007 66 Observa o foto tirada na regi o de Guarapuava PR onde a Coamo tamb m atua Percebe se a presen a de lavoura de soja contrastando com a linha de grevilhas formando o chamado quebra vento e ao fundo silos graneleiros Os fluxos sobre o territ rio e sobre sua infra estrutura que fazem o territ rio Desse modo pessoas produtos insumos capitais e todos os movimentos nos processos de ocupa o produ o agropecu ria e agroindustrial e circula o interagem na defini o territorial de um espa o orientado pela l gica produ o no espa o rural Essa eficiente e tamb m seletiva e excludente orienta o fortemente relacionada com uma ordem econ mica global depende ainda do desenvolvimento t cnico cient fico como base para sua manuten o e crescimento N o se pode afirmar que exista um objeto ou um m todo ideal mas o ideal certamente reconhecer a diversidade de concep es da realidade Se cada posicionamento dentro dos estudos geogr ficos considerasse tal fato construir amos uma ci ncia ao qual sempre se prop s ser o papel da Geografia uma ci ncia global e multidisciplinar por natureza investigativa de uma realidade plural
362. orregi es geogr ficas 142 Gr fico 9 Varia o na rea com cultivo de algod o no Paran entre 1980 e 2006 emihectares ssa sos sab E as hua cai UR De dO UE RNA O so UA SR DS sa E aa 155 Gr fico 10 Varia o da produ o de algod o no Paran entre 1980 e 2006 em toneladas Sirs Se ie SE agua Sus Bati Does Ge IES aaa Sel ca Poe o Tl ara ea Sa 155 Gr fico 11 Recebimento de produ o agr cola pela Cocamar entre 2001 e 2005 em toneladasS E E EEA E E OEE E EEEE 224 Gr fico 12 Recebimento de cana de a car e laranja pela Cocamar entre 2001 e 2003 em toneladas Jnr a a e a a a E a i a a 224 Gr fico 13 Faturamento da Cocamar por setor em 2001 225 Gr fico 14 Faturamento da Cocamar por setor em 2002 226 Gr fico 15 Faturamento da Cocamar por setor em 2003 226 Gr fico 16 Faturamento da Cocamar por setor em 2004 227 Gr fico 17 Faturamento da Cocamar por setor em 2005 nssnssesseesoseoesesesee se 221 Gr fico 18 Varia o na receita global da Coamo entre os anos de 2002 e 2005 em DIIB ES sis sesta possas aa assi toda dera ras tio ea 239 Gr fico 19 Varia o no valor das sobras lucro da Coamo entre 2002 E 2005 240 Gr fico 20 Mercado comprador de soja no Brasil na safra 2001 2002 273 LISTA DE MAPAS Mapa 1 Paran aptid o agr cola do solo ii ierereceeeea Mapa 2 Paran participa o do munic pio na ind stri
363. os localizada na cidade de Seara SC e amplia a atua o neste setor com v rias aquisi es de empresas nos Estados do Paran e S o Paulo Atingindo tamb m o territ rio sul mato grossense em 1988 a Ceval conclui a constru o da unidade industrial de Campo Grande Nesse momento tamb m expande sua diversifica o e verticaliza o com a constru o de uma unidade industrial de produ o de margarinas cremes e gorduras hidrogenadas e mais aquisi es como uma unidade de refino de soja no munic pio de Luizi nia GO e uma unidade de industrializa o de milho em Sarandi PR e ainda inicia a constru o de unidades industriais de soja nos Estados de S o Paulo Bahia e Mato Grosso No in cio da d cada de 1990 a Ceval era uma das tr s maiores empresas do ramo aliment cio no Brasil e continua lan ando novos produtos no varejo como a margarina Bona o creme vegetal Mileto e azeite de oliva Isadora O Grupo Bunge ao adquirir a Ceval em 1997 fica com todos os empreendimentos ap s a cis o parcial em 1998 do setor de soja leos vegetais e margarinas que foram transferidos Santista Alimentos atual Bunge Alimentos J o setor de carnes foi isolado e constituiu outra empresa a Seara Alimentos S A not vel a expans o da territorialidade da Bunge com a compra da Ceval No Estado do Paran at ent o 1997 n o era t o expressiva a presen a do grupo E essa estrat gia continua sendo utilizada Um exemplo m
364. os compradores dos mesmos mesmo sendo tratados como n o s cios nas atividades da cooperativa Soma se isso os contratos de parceria e ao tratamento tribut rio diferenciado j garantido pela Constitui o ao ato cooperativo uma enorme vantagem competitiva seria dada s cooperativas agropecu rias Metodologicamente esses questionamentos n o visam apenas a obten o de dados ou informa es numa abordagem descritiva mas pelo contr rio devem estimular uma vis o cr tica dos processos que s o hist ricos geradores de transforma es no espa o O espa o como um todo o meio rural a paisagem etc inter relacionados est o introduzidas numa l gica econ mica que contradit ria e cujos conflitos de interesses s o quase uma regra o exemplo da concorr ncia e disputa no mbito oligop lico ilustra essa vis o Para responder s quest es levantadas foi realizada no cap tulo 1 uma discuss o te rico conceitual sobre a abordagem econ mica do territ rio enquanto o cap tulo 2 trata da paisagem rural como resultado de processos econ micos Essa etapa importante no sentido de elucidar metodologicamente alguns pontos da proposta do trabalho Em seguida no cap tulo 3 as transforma es no territ rio brasileiro passam a ser tratadas no intuito de esclarecer aspectos hist ricos da forma o econ mica brasileira Como estes s o respons veis por modifica es ocorridas na agropecu ria inserida no conjunto eco
365. os solos a constru o de reas urbanas e agr colas interfere no balan o h drico e energ tico a intensidade da irriga o e o consumo de guas pelas popula es urbanas com suas atividades industriais repercutem no volume e regime fluvial o uso de fertilizantes e agrot xicos incide nas rea es qu micas do intemperismo na qualidade das guas e na vida das plantas e animais as escava es cortes e aterros interligam o transporte de sedimentos e se refletem na morfologia topogr fica CHRISTOFOLETTI 1987 p 125 O valor dos elementos naturais interagindo com os sociais econ micos e culturais por vezes envolvendo conflitos na conforma o das paisagens rurais n o pode ser ignorado Frequentemente as consequ ncias das atividades humanas s o menos diretas e inesperadas estas podem ser dif ceis de detectar ou perdidas no tempo e no espa o Para fornecer um exemplo relativamente claro o desmatamento para a agricultura ou a extra o de madeira frequentemente conduz eros o e disposi o do silte jusante da bacia de drenagem por longos per odos Assim os habitats ribeirinhos podem ser alterados e os reservat rios das represas soterrados RICKLEFS 1996 p 420 As atividades humanas podem manter elevar ou reduzir a qualidade da paisagem como lar do homem Se o que se deseja a sua conserva o ou seu desenvolvimento cont nuo e equilibrado obtendo do seu uso racional um timo aproveitamento
366. p 70 71 Outro ponto relevante se refere s transforma es tecnol gicas que resultaram em impactos decisivos para configura o de uma eficiente estrutura produtiva da circula o e dos mercados que se tornam globais Em suma o papel do meio t cnico cientifico informacional nas atividades agroindustriais gera um efeito direto de tornar condicionar cada elemento em toda a estrutura econ mica que engloba o setor agroindustrial Ao possibilitar o armazenamento processamento e transmiss o de grande quantidade de dados a longa dist ncia os sistemas de informa o e de comunica o contribu ram para acentuar a tend ncia em dire o globaliza o De um lado eles constituem o meio t cnico da globaliza o financeira e de outro contribuem para a globaliza o da demanda ao difundirem prontamente um n mero crescente de produtos e servi os aos compradores potenciais no mundo todo MAZZALI 2000 p 32 Portanto o crescimento agroindustrial brasileiro a partir dos anos 1980 esteve vinculado tamb m a um processo de desnacionaliza o com a aquisi o de empresas nacionais que j n o conseguem manterem se sem subs dios Com isso a pr pria autonomia do conjunto da produ o agropecu ria e do setor agroalimentar colocada em risco Por m este o racionalismo da globaliza o na instala o ide circuitos espaciais de produ o sobre o planeta Como mundo foi organizado em subespa os articulados na l g
367. para consumo pr prio bem como a comercializa o de produ o obtida diretamente pelo produtor Os diferenciais das demais cooperativas s o a terceiriza o de todos os servi os a proibi o de assumir compromissos sem a garantia de terceiros e a n o solidariedade das responsabilidades individuais dos cooperados Atualmente existem parcerias com terceiros objetivando recursos 86 E dos A Coabra Cooperativa Agroindustrial do Centro Oeste Brasileiro apesar de atuar exatamente como as tradings comprando produ o externa quela fornecida pelos cooperados n o est sendo considerada aqui como tal pela sua caracter stica organizacional de origem cooperativista 270 necess rios a viabiliza o da implanta o das lavouras bem como a melhor comercializa o da respectiva produ o dos cooperados COABRA 2006 n p Ainda que alguns pontos dos diferenciais da Coabra distanciam se da a o das grandes cooperativas junto aos cooperados ela e estas outras mesmo gigantes do agroneg cio como a Coamo n o poderiam ser entendidas como tradings pela estrutura organizacional que prev ou pelo menos pressup e a considera o de princ pios cooperativistas Ou seja pode ocorrer que na pr tica uma cooperativa funcione exatamente como uma trading mas esta n o por sua natureza considerada uma Uma proximidade entre as cooperativas e as tradings nacionais est no papel econ mico regional em termos d
368. pela Cocamar 223 Tabela 9 Faturamento da Cocamar por setor erre 225 Tabela 10 Teor e rendimento de leo dos produtos 246 Tabela 11 Oito maiores empresas do setor de Alimentos por receita operacional l g rda Brasi 10000002 esse ia JR UI aa 273 Tabela 12 As maiores empresas do Brasil no ramo Alimentos Bebidas e Fumo em 200S sosssasmsensiinoneiadira ses 0H de Ess EESK EAEE ESTEA SENEESE aca ge end Ea O e EEEa iia 295 Tabela 13 rea de expans o do Cerrado Brasileiro ssss ssssssssssssssiesisseeiiresseerr esse 353 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Caracteriza o geral da agropecu ria paranaense em 1985 Quadro 2 Perspectivas para os pr ximos anos e objetivos apresentados pela Cocamar Scuba a od ria e TA E A a E Quadro 3 Perfil geral da Coamo em 2005 Quadro 4 Perfis da Coamo e Cocamar em 2005 ss si ieerreas Quadro 5 Desempenho parcial da Cocamar e da Coamo em 2006 Quadro 6 Exemplos de a es dos grupos Sadia e Perdig o Quadro 7 Movimenta o de soja pela ADM Quadro 8 Linha do tempo do Grupo Bunge i Quadro 9 Linha do tempo da Cargill no Brasil s Quadro 10 Perfis da Cargill e da Bunge Alimentos em 2005 Quadro 11 Unidades da Bunge Alimentos e da Cargill no Paran
369. perativas atuam em duas frentes no intuito de crescimento e expans o das atividades primeiramente a verticaliza o da produ o dentro de cadeias produtivas como a soja com o processamento de leo bruto por exemplo ASSUMP O GALINA CONSONI 1990 P 136 e por sua vez a diversifica o Nesta pode ser mencionado um conjunto de novas unidades de processamento como uma moderna ind stria de fios de seda e ainda recentes investimentos na ind stria de suco de laranja Desse modo a Cocamar conseguiu em 1997 um faturamento de R 300 milh es OCEPAR 1998 p 22 Um novo padr o de desenvolvimento agroindustrial iniciado entre o final dos anos de 1980 e in cio dos anos de 1990 bem diferente daquele at ent o predominante passa a caracterizar as invers es das cooperativas e no caso da Cocamar Este desvincula a instala o de agroind strias da exist ncia pr via de mat ria prima abundante O que ocorre a diversifica o agropecu ria em fun o da agroind stria Como exemplo pode se citar a sericicultura estimulada pela Cocamar FAJARDO 2001 p 105 A expans o da cooperativa se d ao mesmo tempo tanto verticalmente como horizontalmente acompanhando os dois processos estrat gias diversifica o e verticaliza o agroindustrializa o Dessa forma amplia se a atua o da Cocamar no territ rio paranaense e do mesmo modo cresce sua participa o no contexto econ mico estadual e nacional Os
370. pesas entre as cooperativas em alguns casos parte do pr prio processamento industrial terceirizado h os casos ainda em que a empresa que presta o servi o uma cooperativa Organiza o S Fajardo Fonte Fonseca e Costa 1995 As empresas globais do 306 setor agroindustrial disp em de in meras possibilidades de estrat gias algumas destas podem tamb m ser normalmente utilizadas pelas cooperativas outras possuem um n vel de dificuldade por depender de condi es especiais no sentido legal e limita es no sentido operacional ver alguns exemplos no quadro 13 Quadro 13 Posicionamento da Cocamar e da Coamo em rela o algumas estrat gias empresariais ESTRAT GIAS Cocamar Coamo ESTRATEGIAS DE Utilizou se dessa Fez uso dessa estrat gia DIVERSIFICA O estrat gia quando expandindo sua atua o Estrat gia de Diversifica o Horizontal Descri o A empresa concentra se capital pela compra ou associa o com empresas similares Caracter sticas Possibilidade de sinergia baixo com exce o da sinergia comercial Divis o da empresa em subsistemas ou departamentos com reparti o de tarefas especializadas anexou entre o final da d cada de 1970 e in cio dos anos 1980 cooperativas a beira da liquida o como a Cooperativa Agr ria dos Cafeicultores Coac que atuava na regi o de Umuarama Cooperativa Regional de P rola
371. pital nas transnacionais O EFEITO 2005 n p Mas preciso deixar claro que apenas algumas se caracterizam enquanto tradings agr colas ou seja grandes grupos especializados na compra e exporta o de commodities agr colas que passam a operar tamb m na produ o agroindustrial Trata se nesse caso de um restrito n mero de empresas de grande porte que dominam o setor Temos alguns exemplos ainda de empresas agroind strias que n o necessariamente constituem tradings agr colas As grandes corpora es multinacionais passam a ditar as regras se aproveitando da estrutura constru da com o importante papel do Estado para estabelecimento 263 de fluxos e fixos via constitui o de meio t cnico cient fico informacional da infra estrutura log stica e de produ o de energia como portos aeroportos estradas barragens usinas hidroel tricas etc SANTOS SILVEIRA 2004 p 55 Desse modo essas empresas estrangeiras fazem uso da fluidez do territ rio para constru rem sua pr pria territorialidade A predominante l gica global atinge sobretudo o campo onde as grandes empresas ligadas ao agroneg cio e que atuam em rede Cargill Bunge ADM Dreyfuss Maggi Caramuru Citrosuco Cutrale entre outras escolhem pontos do territ rio que ser o acionados para se tornarem competitivas no mercado internacionalizado A medida em que o territ rio brasileiro se torna fluido as atividades mais modernas difundem se
372. po Bunge globalmente envolvendo com os direcionamentos do conjunto da corpora o ou seja com sua territorialidade internacional A Bunge coloca como seu principal objetivo ser a melhor e mais integrada empresa de alimentos do mundo Bunge 2005c p 12 Para tal adota as seguintes estrat gias globais Posicionar se para o crescimento Ter como foco a efici ncia Servi os e produtos de qualidade superior Modelo operacional nico O Grupo Bunge tamb m atua com funda es programas educativos e institui es sem fins lucrativos como a Funda o Bunge Brasil Bunge Fundation EUA e Fundaci n Bunge y Born Argentina destinadas a envolver a empresa nas reas de educa o e cultura A Funda o Bunge surgiu da Funda o Moinho Santista criada em 1955 Visando fortalecer o seu trabalho no campo da Responsabilidade Social a Funda o Bunge em parceria com as empresas Bunge lan a em maio de 2002 o programa de voluntariado corporativo Comunidade Educativa O Programa nasce com a miss o de contribuir para a melhoria das condi es do ensino fundamental por meio de a es voltadas s escolas p blicas localizadas no entorno das unidades Bunge e gerar oportunidades para que os funcion rios das empresas desenvolvam trabalhos comunit rios Bunge 2005c p 15 Fonte das informa es obtidas junto ao Centro de Mem ria Bunge 283 Assim como muitos grupos econ micos fazem a Bunge tamb
373. ponder s necessidades de investimentos financeiros na estrutura f sica e sobretudo na incorpora o de novas tecnologias Essa situa o levou a acentuar se a concentra o no setor agroindustrial com papel crucial de empresas multinacionais a nova produ o agroindustrial fundada em muitos produtos e grandes unidades de produ o induziu ao aumento do tamanho das empresas envolvidas na sua distribui o particularmente das que integram o com rcio varejista ou seja os supermercados N o razo vel supor que a distribui o de uma oferta industrial complexa como essa e na escala em que feita pudesse continuar a ser intermediada pelo pequeno com rcio Trata se por outro lado de uma produ o exigente na sua manipula o transporte e estocagem de forma que n o se percam na circula o as qualidades e ou especifica es das mercadorias criadas na esfera da industrializa o associando se assim a grandes investimentos comerciais BENETTI 2004 p 20 Outra quest o diz respeito aos impactos ambientais gerados por uma produ o global Visando atender de modo cada vez mais eficiente o mercado internacional o agroneg cio se utiliza de todas as fronteiras agr colas poss veis explorando ao m ximo o uso do territ rio Os principais agentes s o os grandes grupos econ micos por meio das empresas 19 7 O caso de S o Paulo bastante ilustrativo Nota se que mesmo diante de um processo c
374. porativa no espa o rural paranaense O territ rio do capital analisado pela presen a de cooperativas agropecu rias empresas multinacionais do setor agroindustrial e tradings agr colas As an lises e compara es das cooperativas e das empresas multinacionais s o feitas em seguida O cap tulo 6 abrange a discuss o em torno do papel das cooperativas agropecu rias na transforma o da estrutura produtiva paranaense Em seguida no cap tulo 7 feito o estudo de caso da Cocamar no cap tulo 8 a Coamo Uma an lise comparativa entre as duas cooperativas e suas estrat gias realizada no cap tulo 9 O cap tulo 10 aborda as empresas globais do setor agroindustrial e compara as estrat gias das multinacionais Bunge e Cargill no Paran A territorialidade das empresas mencionadas tamb m constitui objeto de interpreta o nos referidos cap tulos O cap tulo 11 analisa as estrat gias das cooperativas e das empresas multinacionais bem como sua territorialidade 36 1 A ABORDAGEM ECON MICA DO TERRIT RIO E O ESPA O RURAL Admitindo o territ rio enquanto conceito delimitado e definido por e a partir de rela es de poder SOUZA 2003 p 78 sob a tica produtiva as rela es de poder assumem se como processos geradores de territ rios O dinheiro em sendo meio e poder gerais MARX 1978 p 31 resulta assim num ve culo efetivo de transforma es espaciais Mesmo a vis o de um territ rio concreto embasado fort
375. posta competi o a cooperativa acaba lidando com os mesmos problemas das demais empresas Um caso ilustrativo foi o fechamento da fia o de seda em maio de 2006 al m da indica o de queda de receita e sa da de outros setores como a venda da destilaria de lcool O ramo de fia o de seda representava menos de 1 do faturamento da Cocamar e era mantido por raz es sociais As m quinas ser o vendidas e o grupo Bratac maior empresa do segmento no pa s A destilaria apesar de rent vel precisa de investimentos para se tornar competitiva A Cocamar tem 6 8 mil cooperados e desde 2000 mant m investimentos superiores a R 20 milh es anuais A previs o para 2006 era de R 25 milh es mas devido crise na agricultura a cooperativa ir reconsiderar seus investimentos O grupo demitiu 200 funcion rios e reduziu a participa o no recebimento de algod o LIMA 2006 p 13 229 A Cocamar recentemente enfrenta os problemas oriundos de crises setoriais como no caso da seda focando seus esfor os no ramo aliment cio Assim como algumas grandes multinacionais do setor agroindustrial A associa o da Cocamar imagem sobretudo conseguida com o varejo de ind stria de alimentos constitui ent o na estrat gia empresarial de fixar a seu core business SIFFERT FILHO e FAVERET FILHO 1998 p 268 Esta posi o que n o deixa de ser uma grande conquista da cooperativa no entanto tende a colocar o
376. primindo as inativas irrecuper veis O FORTALECIMENTO 2006 p 54 H ainda organiza es paralelas ao sistema OCB baseadas em cooperativas menores de cunho popular Juridicamente n o se faz no Brasil a devida distin o entre o cooperativismo hegem nico no qual se encaixam as cooperativas do agroneg cio aqui estudadas Coamo e Cocamar chamado tamb m de empresarial do cooperativismo popular GON ALVES 2006 p 166 determinada Por outro lado considerado o cooperativismo verdadeiro e original o cooperativismo popular V AZZOLER EID 2004 183 ALIAN A COOPERATIVISTA INTERNACIONAL ACI 1895 ACI Am ricas 1990 OCB ORGANIZA O DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS 1971 p ais OCE s organiza es e sindicatos estaduais de Servi o Nacional de cooperativas Aprendizado ao Ex OCEPAR ooperativismo SECOOP 1998 Centrais Cooperativas L Cooperativas singulares Cooperativas singulares Figura 3 Fluxograma do Cooperativismo sistema ACI OCB Organizado pelo autor Fonte dos dados Gawlak e Turra 2003 NORCOOP LILI 0 20 40 60 Km Mapa 10 reas de atua o dos projetos regionais de cooperativismo no Paran Escala aproximada FONTE MORO 1991 p 74 Deve se salientar que a Coamo ainda na d cada de 1970 passou a ser respons vel por uma rea que ultrapassa a delimita o original do projeto NORCOOP Esse
377. principal at a d cada de 1980 Diversifica o n o relacionada Integra o vertical longo da cadeia Aus ncia de filosofia norteadora qualidade Fonte Ludkevitch 2005 p 46 O caso da Perdig o ilustrativo esta surge na d cada de 1940 na cidade de Videira SC quando a fam lia Brandalise adquire nesse munic pio do oeste catarinense um moinho de trigo e constr i uma f brica de ra es balanceadas e mant m um abatedouro de su nos DALLA COSTA 1998 p 45 46 Com a expans o a empresa passa a diversificar sua produ o sempre atentando para uma proximidade com as origens agroindustriais da Perdig o Depois de se firmar no com rcio atrav s da aquisi o de avi es e da constitui o do Expresso Perdig o a empresa passou a diversificar suas atividades lan ando produtos como salsichas lingii as e presuntos Com o crescimento dos grandes centros urbanos e tend ncia de suas popula es de consumir mais produtos industrializados de carne animal na forma de embutidos enlatados e resfriados ou congelados e com a populariza o da geladeira nas d cadas de 50 e 60 a demanda do setor aliment cio cresceu significativamente Mais tarde no in cio dos anos 70 a Perdig o entraria no setor de frango de corte destacando se como a principal concorrente da Sadia e ocupando o segundo lugar no ranking das maiores produtoras DALLA COSTA 1998 p 45 A Perdig o priorizou assim a fabrica o de
378. produtos a car algod o caf congelados couros farelos madeira milho leo vegetal e soja al m de outros est o inclu dos na pauta produtiva do agroneg cio paranaense os n meros das exporta es paranaenses tabela 4 confirmam a import ncia das atividades que envolvem a agropecu ria e a agroind stria para a economia estadual Do mesmo modo tanto as commodities agr colas como soja e milho como a produ o beneficiada pela agroind stria como farelos leos vegetais e tamb m congelados t m participa o consider vel das cooperativas e das multinacionais Atualmente pode se concluir que a agropecu ria paranaense tecnificada e capitalizada contudo algumas regi es se diferenciam pela pr pria especificidade de suas atividades predominantes CUNHA e CHILANTE 2001 p 13 O reflexo do papel da do agro no Paran influi na sua espacialidade Outro fator a ser destacado novamente o papel das pol ticas do Governo Estadual voltadas agricultura e setor rural E dentro dessa linha de pol ticas foi implementado o Paran Rural Programa de Manejo das guas Conserva o do Solo e Controle da Polui o em Microbacias Hidrogr ficas entre 1989 e 1997 O Programa conhecido como Paran Rural foi implementado entre fevereiro de 1989 e mar o de 1997 como resultado de um contrato de empr stimo 3018 BR firmado entre o governo do Estado e o Bird Seu processo de negocia o teve i
379. produtos derivados ou relacionados do setor de carnes criando uma identidade que a coloca entra as maiores 266 empresas do setor de carnes Entretanto essa empresa que tem controle acion rio exercido por um grupo e fundos de pens o atuou no mercado de gr os como milho e soja ligados por exemplo produ o de ra es para atender as demandas de suas agroind strias E com isso essa empresa chegou produ o farelos de soja e de leos vegetais com a instala o de ind strias esmagadoras de gr os Por m recentemente como numa sa da estrat gica a Perdig o retirou se da produ o de leo de soja coma venda de suas unidades Bunge alegando que aquele n o era o foco principal da empresa conforme not cia relatada por Scaramuzzo 2005 n p A empresa com duas unidades processadoras de oleaginosas na regi o Sul do pa s informou que vendeu para a Bunge Alimentos os equipamentos industriais de sua esmagadora de soja instalada em Marau RS e fechou dois acordos comerciais com a companhia A segunda esmagadora da Perdig o localizada em Santa Catarina deixar de produzir leo e vai passar a produzir apenas farelo de soja O esmagamento de soja n o o principal neg cio da Perdig o disse Ricardo Menezes diretor de rela es institucionais da Perdig o Segundo ele a Bunge vai licenciar por sete anos as marcas de leo de soja do frigor fico que s o negociadas no varejo como Perdig o e Bo
380. r mio Express o de Ecologia Revista Express o Pr mio Valor Social Jornal Valor Econ mico Em 2006 a Cocamar recebeu importantes homenagens tais como a Medalha de M rito Industrial 208 concedida pelo Sistema Federa o das Ind strias do Paran FIEP Tamb m foi homenageada como Nova Estrela do ramo supermercadista no evento Supermercado Awards 2006 na C mara Americana do Com rcio em S o Paulo e ainda obteve o primeiro lugar no XI Pr mio M rito Fitosanit rio ocorrido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Esalgq USP em Piracicaba SP no final de abril de 2006 promovido pela Associa o Nacional de Defesa Vegetal Andef COCAMAR 2007 p 32 33 Entretanto trata se de uma adequa o que muitas outras empresas est o buscando por consistir em um fator que levado em conta na afirma o da imagem da empresa com rela o ao cumprimento de sua fun o social e a identifica o com os princ pios de tica e cidadania Ainda que as estrat gias de crescimento das empresas tomem essa atitude apenas como uma vari vel um diferencial importante no aspecto de marketing iniciativas sociais podem amenizar a territorialidade econ mica Pois os territ rios n o podem ser considerados simplesmente por sua funcionalidade na re produ o explora o econ mica ou domina o geopol tica mas espa os de apropria o e identifica o social HAESBAERT 2004 p 369
381. r Bruto da Produ o 20 21 ESTRAT GIAS E TERRITORIALIDADES DAS COOPERATIVAS AGROPECU RIAS E EMPRESAS GLOBAIS DO SETOR AGROINDUSTRIAL NO PARAN Resumo O trabalho investiga a a o das grandes empresas do setor agroindustrial nas transforma es no espa o rural e na estrutura produtiva do Estado do Paran A pesquisa op e duas tipologias de empresas cooperativas agropecu rias e empresas globais De um lado foram selecionadas as cooperativas Cocamar e Coamo representando um capital nacional que historicamente v m atuando na produ o agropecu ria paranaense Sua participa o torna se evidente na medida em que se s o observados os dados inerentes a produ o econ mica estadual Por outro lado cada vez maior a presen a de grandes empresas de capital estrangeiro na comercializa o e industrializa o da produ o agropecu ria Muitas dessas corpora es internacionais funcionam principalmente como tradings que operando com commodities agr colas s o respons veis pela maior parte da comercializa o da produ o brasileira e mundial principalmente de soja e milho como nos casos escolhidos da Bunge e Cargill Estas expandiram suas atividades no setor agroindustrial e com o objetivo de ampliar os ganhos operam processando os produtos prim rios destacando se no ramo agroalimentar atuando ainda no mercado de insumos agr colas Prop e se analisar as estrat gias empresariais no uso territ rio no Estado d
382. r a dist ncia geogr fica A distribui o por sua vez por estar em contato direto com a demanda permite uma aferi o imediata das tend ncias de consumo determinando o perfil da oferta Estes dos elos da cadeia t m aumentado paulatinamente o seu espa o seja atrav s de maior porcentagem de valor agregado recebido ou seja pelo seu poder de determinar estrat gias montante e jusante BELIK 1994 p 124 125 91 Na d cada de 1980 a intensifica o das rela es inter setoriais no Complexo Agroindustrial brasileiro faz com que a agricultura passe a subordinar se amplamente din mica dos capitais FAJARDO 2000 p 11 Sendo que a unidade das diversas atividades dos complexos agroindustriais alcan ada na pela regula o macroecon mica mais geral interligando as atividades t cnica e financeiramente KAGEY AMA 1987 p 11 Um passo importante na dire o das transforma es na agropecu ria brasileira com vistas uma integra o de capitais a partir do setor agroindustrial foi a moderniza o agr cola a partir das inova es tecnol gicas e mecaniza o Mas essa moderniza o assume outras formas levando a exist ncia de situa es curiosas como de pequenos produtores familiares subordinados l gica produtiva do grande capital ou seja das grandes empresas agroindustriais A iniciativa da implanta o do Agribusiness no Brasil atuando particularmente na verticaliza o do capital na agricultura
383. r entre 2001 e 2005 em toneladas Fonte Cocamar Tabela 9 Faturamento da Cocamar por setor em mil R ator a Vator valor voor e Vaor 5I In Natura 73 156 14 48 17 18 68 i 63 13 87 132 433 12 41 74 Industrializa 600 70 68 do ai 68 57 e 63 79 64 71 701 482 65 73 um 70 140 37 16 Insumos sa e a 29 17 51 a 73 20 40 zig 040 12083 a Out aor 00 04 o 002 02 1 02 143 13 174 174 ERA RENA 9 387 e 258 1 Total 505 05 ne 670 02 e 920 12 1 067 21 m T Fonte coca Insumos 17 225 Outros 0 Industrializados 69 Gr fico 13 Faturamento da Cocamar por setor em 2001 18 Insumos Outros 0 Industrializados 63 226 Gr fico 14 Faturamento da Cocamar por setor em 2002 Outros 1 0 insumos a0 In natura 12 Industrializado s67 Gr fico 15 Faturamento da Cocamar por setor em 2003 Outros 1 In natura 14 Insumos 20 Industrializado s 65 221 Gr fico 16 Faturamento da Cocamar por setor em 2004 Outros 2 In Natura 14 Insumos 16 Industrializado s 68 Gr fico 17 Faturamento da Cocamar por setor em 2005 Quadro 2 Perspectivas para os pr ximos anos e objetivos apresentados pela Cocamar 1 Remunerar e fidelizar cooperados 2 Procurar viabilizar economicamente o pequeno produtor cooperado 3 Pesquisar e desenvolver novas culturas e novas formas de mane
384. r planet rio leva a um aprofundamento da tend ncia instala o de uma agricultura cient fica Esta como vimos exigente da ci ncia t cnica e informa o levando ao aumento exponencial das quantidades produzidas em rela o s superf cies plantadas Por sua natureza global conduz a uma demanda extrema de com rcio O dinheiro passa a ser uma informa o indispens vel SANTOS 2002 p 88 89 O territ rio como base ou referencial do poder SOUZA 2003 p 106 107 n o pode ser prescindido Numa economia globalizante com uma agricultura cient fica controlada por uma l gica geral externa ainda sim o territ rio mesmo do ponto de vista local existe e persiste ainda que na perspectiva da territorialidade Haesbaert 2004 p 61 destaca a grande nfase na funcionaliza o e no conte do t cnico dos territ rios feita por Santos como manifesta o da perspectiva econ mica que prioriza o autor O territ rio n o apenas o resultado da superposi o de um conjunto de sistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem O territ rio o ch o e mais a popula o isto uma identidade o fato e o sentimento de pertencer quilo que nos pertence O territ rio a base do trabalho da resid ncia das trocas materiais e espirituais da vida sobre as quais ele influi Quando se fala em territ rio deve se pois de logo entender que se est falando em territ rio usado u
385. ra No final dos anos 1970 outra estrat gia de crescimento adotada pela Cocamar foi a verticaliza o via investimentos em atividades agroindustriais A cooperativa come a ent o a produzir leo e farelo de soja Foi uma estrat gia chave pois significava uma posi o adotada pela Cocamar de firmar o objetivo de tornar se agroind stria situa o que muitas cooperativas relutavam em tomar concreta LAUSHNER 1984 A confirma o dessa estrat gia apoiada em tais objetivos leva a compreens o das raz es pelas quais a Cocamar chega atualidade como maior parque industrial entre as cooperativas brasileiras Na d cada de 1980 prossegue a verticaliza o da Cocamar com a instala o de f bricas de leos semi refinados de algod o produ o de fios de algod o e fios de seda com a instala o das respectivas ind strias de fios torrefa o de caf Na expans o na Regi o Noroeste do Paran veio a produ o de suco de laranja concentrado em Paranava destilaria de lcool em S o Tom Recentemente a cooperativa tem investido na produ o de bebidas e sucos a base de soja em Maring bem como fabrica o de maioneses e molhos A Cocamar se apresenta como uma cooperativa compromissada com o desenvolvimento econ mico e social da regi o usando como contraponto do seu crescimento no Paran o apoio a programas de impacto como a integra o agricultura e pecu ria nos solos do arenito no Noroeste paranaense Ess
386. ra manterem se competitivos na atividade DALLA COSTA 1998 p 62 A Perdig o inclusive adotou tamb m estrat gia de crescimento via 26 A autora Oliveira 1990 utiliza o caso da sericicultura que permite ao pequeno produtor utilizar se da m o de obra familiar somente no cumprimento das tarefas b sicas de produ o sob orienta o da empresa a qual 99 aquisi o de empresas no caso exemplar a participa o na Bat via que j tinha sido adquirida da Cooperativa Batavo pela Parmalat A Perdig o adquiriu 51 do capital da Bat via que pertencia ao Grupo Parmalat por R 101 milh es FUS ES 2006 p 8 Diante da atual din mica econ mica internacional e por conseguinte nacional os setores aos quais pertencem esses produtores se modificaram diferentemente Diferencia o ocorrida atrav s da nova din mica econ mica que atingiu o pa s teritorializa o desterritorializa o e reterritorializa o das empresas H muitos exemplos casos de empresas como a Frangosul adquirida em 1998 pelo grupo franc s Doux SANTINI 2006 p 143 que vem readequando suas estrat gias para o mercado interno pela obten o de vantagens por meio de uma reestrutura o no territ rio nacional O Agroneg cio al m representar a bandeira da grande produ o agropecu ria e agroindustrial tem sido foco de aten o do poder p blico tendo em vista que este respons vel por grande parte das exporta es brasileiras Em 20
387. ral de Santa Catarina Florian polis NICHOLLS William H A fronteira agr cola na hist ria recente do Brasil o Estado do Paran Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 26 1971 NOJIMA Daniel A continuidade do desenvolvimento agroindustrial no Estado An lise Conjuntural v 18 n 7 8 p 14 15 jul ago 1996 Crescimento e reestrutura o industrial no Paran 1985 2000 Revista Paranaense de Desenvolvimento Curitiba n 103 p 23 43 jul dez 2002 NOVA Lei cooperativista do Pa s entra na pauta a convoca o extraordin ria do Congresso Senado Federal Gabinete do Senador Osmar Dias Dispon vel em http www senado gov br web senador odias Trabalho Noticias Noticias Releases Releases20 05 0512 Acesso em 13 12 2006 NUNES Flaviana Gasparotti O econ mico na geografia uma reflex o a partir da produ o geogr fica da USP RA EGA Curitiba n 10 p 83 92 2005 344 OCB Organiza o das Cooperativas Brasileiras Proposta da OCB para o Plano Agr cola e Pecu rio 2006 2007 Bras lia GEMERC Sistema OCB 2006 OCEPAR Sindicato e organiza o das cooperativas os estado do Paran Cooperativismo e agroind stria no Paran 2 ed Curitiba 1990 Banco de Dados Cooperativista Curitiba 22 1998 OCEPAR Cooperativismo paranaense balan o social Paran Cooperativo Curitiba dez 2004 p 100 O cooperativismo paranaense Curitiba 1997 s n Proj
388. ran Atualmente o fato da pr pria produ o agropecu ria e agroindustrial a base produtiva das cooperativas agropecu rias estar sujeita l gica global dos mercados das rela es de consumo etc indica para um desvio consider vel no comportamento das cooperativas enquanto entidades associativas nos ltimos 30 anos Se a refer ncia global e o objetivo atingir cada vez mais o mercado para obten o de mais e mais lucros at mesmo a caracteriza o civil de uma cooperativa deveria ser repensada GON ALVES 2006 Por outro lado para uma empresa global a inexist ncia de um v nculo regional diferentemente das cooperativas significa que uma rea qualquer representa apenas um mercado a mais ou a menos O Estado do Paran pode estar sendo num determinado momento rent vel a certa empresa portanto parte de suas estrat gias estar presente l e daquela forma com seus fixos e fluxos mas se alterada essa condi o estrat gica a empresa pode deixar aquele espa o aquele mercado se desterritorializar a seu bel prazer Essa posi o das grandes corpora es agroindustriais multinacionais a posi o do Grupo Bunge e da Cargill S A Por meio de estrat gias empresariais com refer ncia e escala global essas multinacionais poderiam hipoteticamente deixar de atuar no Paran elegendo outros espa os que atendam os seus prop sitos suas estrat gias A territorialidade resultante das estrat gias de atua o t
389. rande produ o agropecu ria e agroindustrial DELGADO 1985 p 44 45 Desse modo as pol ticas p blicas estimulavam os grandes produtores modernizados em detrimento dos demais Por isso quelas atividades l 416 ligadas diretamente ao setor agroindustrial eram favorecidas 1 A expans o da rea de produ o era estimulada pelas pol ticas de cr dito e pelos subs dios oficiais por isso quanto maior fosse a rea maior seria o subs dio De acordo com MB Associados 2004 p 11 A rea total cultivada com as principais lavouras passou de 20 milh es de hectares em 1960 para 45 milh es de hectares em 1980 Ao mesmo tempo a agroind stria se modernizou aumentando o investimento em maquin rio e o uso de insumos modernos A pol tica de cr dito permitiu acumular um estoque de m quinas que seria extremamente til 79 Na d cada de 1970 os ambiciosos programas de investimentos do II Plano Nacional de Desenvolvimento II PND beneficiam em muito setores da agroind stria e processamento agroalimentar sobretudo ind strias de esmagamento de gr os com financiamentos e taxasde juros muito favor veis FONSECA GON ALVES 1995 p 31 Nesse caso as regi es mais beneficiadas foram o Sudeste e o Sul Nota se que historicamente as preocupa es das pol ticas p blicas para a agricultura foram at o in cio dos anos de 1990 voltadas muito mais ao crescimento da produ o sobretudo destinada exporta o Fato q
390. rativas que atuam no setor produtivo rural sendo enquadradas como cooperativas agropecu rias 25 cooperativas e entre estas e as corpora es multinacionais do setor agroindustrial com o intuito de compreender como essa competi o assume as caracter sticas de disputa por territ rio Como estudo de caso foram selecionadas duas cooperativas e duas corpora es multinacionais que funcionam como tradings agr colas e agroind strias representativas inicialmente eleitas a pr pria Coamo e a Cocamar e entre as multinacionais a Cargill e a Bunge Uma das hip teses para tentar explicar a a o din mica dessas empresas no meio rural est na forma diferenciada em que s o constitu dos os capitais das mesmas cooperativas agropecu rias e multinacionais do setor agroindustrial Algumas quest es podem ser levantadas Haveria um diferencial nas estrat gias territoriais que coloque cooperativas numa posi o vantajosa em rela o s demais empresas sobretudo as multinacionais do agroneg cio O Estado teria perdido seu papel como agente do desenvolvimento regional para essas empresas na ltima d cada Estes e outros questionamentos levariam compreens o da reestrutura o territorial paranaense com novas realidades e elementos ativos e din micos no espa o rural Por outro lado a configura o regional na atualidade est envolta por elementos que se realizam nas rela es entre um lugar e fatores long nquos Nessa ti
391. recionamento das produ es e reprodu es espaciais do capital indicariam as transforma es s cio espaciais Numa articula o entre o global e o local o lugar ganharia for a enquanto categoria CARLOS 2002 p 171 pois a em que as contradi es se manifestam com maior intensidade por meio das resist ncias como por exemplo dos movimentos sociais Em termos produtivos a territorialidade no caso pelo vi s dos processos econ micos se realiza do espa o rural de modo particular E esse espa o rural tido como sin nimo do espa o agr rio no sentido jur dico ZIBETTI 2005 p 49 1 1 Discuss es sobre o territ rio e territorialidade no espa o rural Considerando que os processos econ micos e a economia capitalista como um todo s o respons veis pela produ o do espa o que articula os objetos das rela es sociais e de trabalho na reprodu o do capital o espa o agr rio constitui sua funcionalidade na divis o social e territorial do trabalho Assim a produ o do espa o produ o de objetos que articulam e organizam em suas fun es espec ficas interc mbios sociais que envolvem o trabalho e a produ o O espa o seria neste caso a materialidade e a media o entre os sistemas de produ o de controle e reprodu o do trabalho em sua dimens o t cnica e material GODOY 2004 p 33 Nesse sentido a produ o econ mica e reprodu o do espa o c
392. rella A companhia tamb m vai fornecer farelo de soja para tr s f bricas de ra o animal da Perdig o instaladas em Marau e Gaurama ambas no Rio Grande do Sul e para a unidade de Catanduvas em Santa Catarina O fornecimento de farelo para a f brica de Catanduvas ser parcial explicou Menezes Nesse caso da compra de unidades de esmagamento de soja da empresa Perdig o pela Bunge esta ltima uma das maiores tradings agr colas do mundo licenciou marcas de leo da Perdig o que passam a disputar prateleiras com suas pr prias marcas A terceiriza o na industrializa o tornou se pr tica comum n o apenas no setor aliment cio e hoje se observa a exist ncia de f bricas de marcas em v rios setores como o de higiene e limpeza D AMBROSIO 2006 pela qual o mesmo produto recebe diversos r tulos segundo o cliente que terceiriza o servi o Pode se sentir com isso que no caso do setor agroindustrial se mant m cada vez maior a concentra o de empresas num mercado Conforme Belik 1993 p 129 houve ainda a participa o do grupo japon s Mitsubishi na Perdig o que buscava assim expandir os neg cios aproveitando as possibilidades naquele pa s 8 De acordo com not cia relatada por D ambrosio 2006 a participa o de ind strias brasileiras no mercado de higiene e limpeza cresceu significativamente com muitas das mesmas empresas como Daviso Razzo Higident e 267 oligop lico que a sua caracter
393. representa a assimila o de uma perspectiva materialista Tal modo de encarar o territ rio muitas vezes chega a ser evitado pela Economia Regional por exemplo que acaba utilizando se de termos como espa o espacialidade e regi o Exce es seriam alguns ge grafos que incorporam o territ rio econ mico nas suas an lises espaciais HAESBAERT 2004 p 58 O uso da terminologia para designar a base f sica superficial tende a uma deprecia o da amplitude do conceito de territ rio O espa o ou a espacialidade encontram se como sin nimos do que geogr fico enquanto o territ rio encarado como superficie terrestre O territ rio vai muito al m de uma vari vel estrat gica em sentido pol tico militar SOUZA 2003 p 100 como muitas vezes tratado por uma vis o conservadora e tecnocr tica por exemplo no caso brasileiro durante a ditadura militar Sendo assim as vis es economicistas de desenvolvimento propostas ao tratar o territ rio como base de planos e pol ticas torna se enfraquecidas ao confundir o conceito que perfeitamente poderia ser substitu do por espa o ou rea O espa o como defini o ampla encontra se multi facetado Nesse sentido a din mica geral condiciona din micas espec ficas como a territorialidade do rural Ao analisar o territ rio no mbito dos processos econ micos no meio rural do ponto de vista 38 geogr fico t m se ent o que considerar os m ltiplos fatores
394. res de Cana de Rondon Ltda COODETEC Coodetec Cooperativa Central Cascavel de Pesquisa Agr cola COONTRUZ Cooperativa Nipo Brasileira de Londrina Produtores de Avestruz 357 COOPAGRICOLA Cooperativa Agr cola Mista de Ponta Grossa Ponta Grossa COOPAVEL Coopavel Cooperativa Cascavel Agroindustrial COOPCANA Cooperativa Agr cola Regional Para so do Norte de Produtores de Cana Ltda COOPER QI Cooperativa de Produtores da Paranava Agropecu ria do Noroeste do Paran COOPERANTE Cooperativa Agr cola campo do Campo do Tenente Tenente COOPERAVES Cooperativa Agroindustrial Para so do Norte Regional de Avicultores COOPERLAC Cooperlac Cooperativa Toledo Agroindustrial COOPERLATE Cooperativa de Produ o de Coronel Vivida VIDA Leite de Coronel Vivida COOPERMIBRA Cooperativa Mista Agropecu ria Campo Mour o do Brasil COOPERPONTA Cooperativa Agr cola Ponta Grossa Pontagrossense COOPERSUI Cooperativa de Suinocultores da Lapa Lapa COOPERTRADI O Cooperativa Agropecu ria Pato Branco Tradi o COOPERVAL Cooperval Cooperativa Jandaia do Sul Agroindustrial Vale do Iva Ltda COOPLEITE Cooperativa Central de Londrina Capta o de Leite COOPRAMIL Cooperativa Regional Agr cola Cambar Mista de Cambar Ltda COOVICAPAR Cooperativa dos Produtores de Toledo Ovinos e Caprinos do Oeste do Paran COPACOL Copacol Cooperativa Caf
395. rescente de uso corporativo do territ rio h uma diversifica o em termos de investimentos estrangeiros que mesmo no interior do Estado n o s o exclusivamente agroindustriais SILV A 2005 86 agroindustriais Hoje poss vel que uma grande cidade em qualquer lugar do mundo seja abastecida com mat ria prima agr cola ou mineral de qualquer parte de planeta Toda a trag dia social e ambiental da produ o de soja nos chapad es e plan cies dos cerrados brasileiros e j adentrando a Amaz nia se destina em grande parte a alimentar o gado europeu criado em est bulos custa dessa irracionalidade ambiental temos a forma o de grandes cart is como a Sadia a Perdig o a Cargill a Syngenta a Bunge entre tantas que conseguem assim vender frango e soja em qualquer lugar PORTO GON ALVES 2006 n p No entanto a seletividade dos investimentos promove diferencia es entre os espa os que os recebem ou n o estes Nesse sentido a economia global sugere concomitantemente um processo de fragmenta o gerando essa geopol tica inclus o exclus o fato que demonstra a log stica como fator estrat gico nesse processo BECKER 2003 p 291 Entretanto se a vantagem log stica pode ser um diferencial significativo de competitividade h tamb m que se considerar os potenciais de crescimento tanto de produ o quanto de demanda pelos produtos espec ficos CAIXETA FILHO et al 1998 p 7 As
396. ria armaz m e terminal de embarque para a soja e outra para o trigo e Em Ponta Grossa duas unidades de recebimento e industrializa o de soja e uma de trigo moinho e Unidades de recebimento armazenagem e comercializa o compostas de silos e armaz ns nos seguintes munic pios Apucarana Arapoti Assai Bela Vista do Para so Cascavel Cand i C u Azul Guarapuava Ipiranga Irati Lapa Maring Marialva Nova Aurora Palmeira Palotina Pitanga Ponta Grossa Reserva Santa Mariana S o Jo o Sertaneja Tibagi e Ubirat s lidos e terminal portu rio e Em S o Miguel do Igua u processamento de f cula de mandioca de e Em Curitiba Centro Compartilhados CSC Servi os e Em Ponta Grossa processamento de soja e Nos munic pios de Maring Cascavel Pato Branco Iva Nova F tima e Santa Mariana unidades de transbordo e armaz ns Fontes Bunge Alimentos http www bungealimentos com br fornecedor mapa e Cargill http www cargill com br C0 Paran default aspx acesso s p ginas Web em 25 01 2007 299 PARAN MUNIC PIOS COM UNIDADES DA BUNGE ALIMENTOS ww AR PAO O a AR A T GAT RO PIa n Y a e 50 cm 0 100 Escala para o Estado LEGENDA EB Munic pios com unidades da Bunge Alimentos no Paran Mapa 14 Paran munic pios com unidades da Bunge Fonte dados da pesquisa Organiza
397. rias pescado de gua doce floricultura e outros produtos com menor expressividade O c lculo do VBP atende dentre outros ao objetivo de composi o dos ndices do Fundo de Participa o dos Munic pios no ICMS arrecadado As principais culturas desse sub grupo denominado gr os de ver o s o soja e milho 0Os sub grupos Bovinos Aves Su nos Produ o Pecu ria Comercial e outros pertencem ao Grupo Pecu ria 131 4500000 4000000 3500000 3000000 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 Gr fico 4 Evolu o na rea cultivada com soja trigo e milho no Paran entre 1980 e 2006 Fonte dos dados Ipardes 2006 Nota Os valores do ano de 2006 s o preliminares Observando os dados relativos ao per odo de 1980 a 2006 gr ficos 5 6 e 7 verifica se que nos ltimos anos houve um aumento consider vel na rea produzida de soja o cultivo de milho mant m se relativamente est vel enquanto o trigo n o apresenta o mesmo dinamismo de meados dos anos 1980 132 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 Gr fico 5 varia o na rea colhida com cana de a car no Paran entre as safras 1997 1998 e 2004 2005 em hectares 35000000 30000000 25000000 20000000 15000000 10000000 5000000 Gr fico 6 Varia o na produ o de cana de a car no Paran entre as safras de 1997 1998 e 2004 2005 no Paran em toneladas Fonte SEAB DERAL
398. rit rio de todos que retoma as id ias de Fran ois Perroux pela qual esse territ rio correspondente ao espa o banal Essa discuss o extremamente pertinente j que permite conhecer claramente o conceito trabalhado por Santos equivale se ao territ rio usado quase um sin nimo de espa o geogr fico Assim o desenvolvimento econ mico resultaria num processo de organiza o reorganiza o e mesmo desorganiza o do espa o a partir de p los din micos como em Perroux mas por esse mesmo ponto de vista as territorialidades e desterritorialidades aproximam se ainda que os termos n o sejam utilizados O fato de que a for a nova das grandes empresas como firmas neste per odo cient fico t cnico traga como consegii ncia uma segmenta o vertical do territ rio sup e que se redescubram mecanismos capazes de levar uma nova horizontaliza o das rela es que esteja n o apenas a servi o do econ mico mas do social SANTOS 1997b p 157 O territ rio econ mico traduz se assim no espa o das horizontalidades cujos objetos os fixos e os fluxos materializados na estrutura espacial incorporam tamb m as transforma es regionais Nesse sentido a abrang ncia vai al m do econ mico e fatores de ordem pol tica cultural e social est o mais presentes na forma de agentes que dinamizam todo processo No caso do campo a o das empresas no espa o rural processa e traduz a territorializ
399. rmos de planejamento a es e estrat gias O fato de um cooperado ter obrigatoriamente de se comportar enquanto propriet rio e cliente aliado condi o dos dirigentes enquanto tamb m cooperados um complicador no aspecto administrativo Trata se de um modelo de dif cil gest o pelos aspectos doutrin rios cada cooperado um voto Em geral acaba por tentar suprimir demandas muito heterog neas induzindo um aumento natural do peso pol tico no processo decis rio A governan a se torna muito complexa e grande parte do esfor o gerencial se concentra nela Carece de profissionais na gest o distancia se do mercado focalizando se na produ o Pela heterogeneidade de interesses acaba por ter problemas de escala e falta de foco em neg cios WAACK MACHADO FILHO 1999 p 149 Talvez seja justamente pelo distanciamento com os princ pios gestores cooperativistas t picos e pela aproxima o com a gest o empresarial convencional que se constitu ram as multi cooperativas De um lado usufru am da iniciativa cooperativista 169 beneficiando se juridicamente disto de outro fazem investimentos ousados no melhor modo das grandes corpora es multinacionais relevando se as propor es Tanto as cooperativas como as outras grandes empresas que atuam no meio rural com destaque para as tradings desempenham importante fun o de orientar direcionar ou mesmo induzir a produ o agropecu ria No caso das cooperativas
400. rno de si a vari vel econ mica apropriando se e ou condicionando se s a es naturais O espa o rural assim compreendido como amostra das possibilidades de diferentes usos do tempo e do espa o sendo esse espa o portador tamb m de fatores ambientais A paisagem rural possui uma estrutura inerente s experi ncias da cultura e da produ o material humana Estruturalmente constru da temporal e espacialmente de elementos tamb m de elementos naturais O exemplo da constitui o da estrutura espa o temporal de Braudel 1978 destaca que essa articula o n o distingue o humano do natural Parece que o exemplo mais acess vel continua a ser ainda o da rea o geogr fica O homem prisioneiro desde h s culos dos climas das 12 Haesbaert 2002 p 33 numa cr tica explicita aos te ricos da dial tica marxista aponta para a auto afirma o dos pesquisadores que se dizem dial ticos e tratam de refor ar essa condi o a todo momento mas que na verdade omitem a empobrecedora vis o de um dogmatismo de direita alimentando a contesta o pela contesta o por meio de princ pios sempre muito claros como se o mundo todo estivesse dividido entre marxistas e idealistas esquerda e direita e assim o debate se anula pois nada temos a ceder ou com o que contribuir 62 vegeta es das popula es animais das culturas de um equil brio lentamente constru do de que n o
401. rodu o Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2000 160 p SPAREMBERGER Ariosto As estrat gias de uma empresa agroindustrial o caso do frigor fico Cotriju Florian polis Insular 2001 SPOSITO Eliseu Sav rio Geografia e filosofia contribui o para o ensino do pensamento geogr fico S o Paulo Editora UNESP 2004 352 Sobre o conceito de territ rio um exerc cio metodol gico para a leitura da forma o territorial do sudoeste do Paran In RIBAS Alexandre SPOSITO Eliseu Saverio SAQUET Marcos Aur lio Orgs Territ rio e desenvolvimento diferentes abordagens Francisco Beltr o Unioeste 2004 p 15 36 STORPER Michael Territorializa o numa economia global possibilidades de desenvolvimento tecnol gico comercial e regional em economias subdesenvolvidas In LAVINAS Lena CARLEIAL Liana M NABUCO Maria R orgs Integra o regi o e regionalismo Rio de Janeiro Bertran Brasil 1994 p 13 26 SUZUKI JR J lio Takeshi Economia paranaense os ltimos resultados da produ o industrial An lise Conjuntural v 27 n 9 10 p 10 11 set out 2005 Economia paranaense resultados em 2005 An lise Conjuntural v 27 n 11 12 p 2 7 nov dez 2005 THERY Herv Retrato cartogr fico estat stico In SACHS Ignacy WILHEIM Jorge PINHEIRO Paulo Sergio Brasil um s culo de transforma es S o Paulo Companhia das Letras 2001 p 394 417
402. rodutividade em localidades pontuais no interior do Paran MACEDO VIEIRA MEINERS 2002 p 19 A expans o das atividades agropecu rias e agroindustriais no Paran ocorre fundada no processo de forma o desse agroneg cio seletivo e oligop lico que tem como caracter stica a concentra o agroindustrial e a crescente participa o de cooperativas PEREIRA 1995 p 47 num setor dominado por grandes e poucas empresas multinacionais respons veis pela comercializa o da maior parte das commodities agr colas no pa s Esse crescimento demonstrado pelos n meros da exporta o do Porto de Paranagu tabela 4 Tabela 4 Exporta o de longo curso pelo Porto de Paranagu 2004 VARI VEL QUANTIDAD E ACUCAR 1578 669 T AGUA PARA NAVIOS 44008T ALGODAO 141724 T CAFE 644 T CERAMICAS 20 742 T COMBUSTIVEIS PARA 449 156T NAVIOS CONGELADOS 517642 T COUROS 11298 T Desse zoneamento agr cola atual fazem parte as culturas de algod o arroz batata das guas caf feij o fruticultura milho e trigo PARANA 2006b 158 DERIVADOS DE 93 295 T PETROLEO FARELOS 5282377 T MADEIRA 1783 206 T MILHO 3541294 T OLEOS VEGETAIS 1586520 T PAPEL 204 189 T PRODUTOS QUIMICOS 66 696 T SOJA 5 084975 T VE CULOS 52 758 FONTE APPA Extra do de Ipardes 2005a p 35 Observa es T igual a toneladas exportadas A quantidade de ve culos dada por unidades Considerando que os
403. rodutos que apresentem certa proximidade de consumo por exemplo do leo at farinha e a margarina levaram a Coamo a cogitar a produ o de salame e presunto conforme depoimento obtido do seu superintendente administrativo 312 Estrat gia de Especializa o Descri o A empresa visa conquistar ou mesmo manter lideran a no mercado atrav s da concentra o de esfor os de expans o numa nica ou em poucas atividades da rela o produto mercado Caracter sticas Apresenta a vantagem de reduzir custos unit rios pelo processamento em massa A principal desvantagem a vulnerabilidade pela alta depend ncia de poucas modalidades de fornecimento de produtos e vendas ESTRAT GIAS PARA e A Cocamar fez uso e Al m da parceria com a ALIAN AS DE EMPRESAS dessa estrat gia Cocamar para produ o associando se Paran de leos vegetais e uso Estrat gia de inova o Citrus com a do terminal portu rio da Descri o A empresa procura antecipar se frente aos concorrentes em freq entes desenvolvimentos e lan amentos de novos produtos e servi os Caracter sticas Exige que a empresa tenha r pido acesso a todas as informa es necess rias em um mercado de r pida evolu o tecnol gica j que consiste no desenvolvimento de nova tecnologia ou de um produto in dito Estrat gia da Internacionaliza o Descri o A empresa estende suas atividades para fora de
404. rou em opera o em 1965 e tem unidades industriais terminais portu rios armaz ns fazendas e Resultado da uni o da Ceval com a Santista em 2000 a Bunge Alimentos uma das mais importantes empresas de industrializa o e exporta o de soja e trigo Est presente em 16 estados brasileiros comprando soja milho trigo e caro o de 296 escrit rios em 14 estados A Cargill beneficia commodities agr colas e manufatura produtos de consumo como suco de laranja e leo de soja algod o de cerca de 30 mil produtores rurais e vendendo para cerca de 30 pa ses A empresa pertence ao grupo holand s Bunge Limited Endere o sede Av Morumbi 8234 Brooklin S o Paulo Endere o sede Rod Jorge Lacerda km 20 s n Po o Grande Gaspar SC Raz o social Alimentos S A Raz o Social Agr cola S A Cargill Bunge Grupos Mosaic Cargill Grupos Bunge Diretor Presidente Roberto Waldrich Controle bermudense Diretor Presidente Alair Barroso Controle estadunidense Vendas em US milh es 4 922 5 4 635 8 Lucro l quido ajustado US 13 7 40 8 milh es 20 n o 4 9 Sergio Sergio acion rio acion rio Posi o entre as 500 maiores empresas brasileiras 17 A esnabolsa n o O Jn o S E pe E l quido ajustado 9 Liquidez geral n ndice 07 09 ivi 897 qm Endividamento geral 89 7 Riqueza criada U milh es 518 7 727 0 71 1 297 N
405. rural e urbano no entanto h sim especificidades como aquelas relacionadas funcionalidade da divis o do trabalho ou s caracter sticas da maior ou menor presen a de elementos naturais que n o podem ser desconsideradas H muita diverg ncia quanto ao modo de definir o rural e isto se deve a uma s rie de fatores que v o desde a forma diversificada em que esta realidade se apresenta no espa o e no tempo at as influ ncias de car ter pol tico ideol gico e os objetivos a que visam atender as diversas defini es Comumente o rural definido juntamente com o urbano com base em caracter sticas a partir das quais eles se diferenciam MARQUES 2002 p 99 No espa o rural entendido tamb m como realidade ecol gica a explora o s cio econ mica ou utiliza o antr pica interfere no potencial abi tico e na explora o biol gica PASSOS 1998 p 99 No mesmo sentido o advento do uso em massa das inova es como o caso da incorpora o da biotecnologia esta promove a reinve o da natureza modificando solos criando sementes e at mesmo impondo leis ao 166 clima SANTOS SILVEIRA 2004 p 118 Conforme ressaltam Zylbersztajn Lazzarini e Machado Filho 1998 p 3 Basicamente existem duas linhas de abordagem sobre os benef cios trazidos por tal tecnologia primeiro a possibilidade de aumentar produtividade e reduzir custos de produ o cost saving technologies resultando portanto em
406. rusca e definitiva em rela o s abordagens positivistas feita pelo enfoque marxista na Geografia criticou tamb m o aporte cartogr fico visto como instrumento de domina o e manipula o fato que torna restritiva a an lise geogr fica como lembra Kozel 2004 p 167 Neste enfoque o espa o passou a ser analisado como uma produ o pol tico social cuja organiza o trazia implicitamente os ditames da l gica capitalista Entretanto ao banir as representa es cartogr ficas como aporte das an lises geogr ficas restringia se na sua fun o social negando as como produto cultural O espa o na vis o marxista como mercadoria ou sistema de rela es espaciais numa totalidade em que os valores de uso ditam a tica da organiza o espacial s pode ser amplamente entendido se observado o espa o geogr fico como um todo Expresso na forma de territ rio o espa o geogr fico torna se um ap ndice do desenvolvimento social A id ia de que as coisas acontecem num espa o n o somente um h bito do pensamento mas tamb m um h bito da linguagem e apesar de seu apelo ao absoluto o espa o natural anacr nico at mesmo nost lgico e uma barreira a uma compreens o cr tica do espa o Por suas a es a sociedade n o mais aceita o espa o como recept culo mas sim produzimos o espa o vivendo atuando e trabalhando SMITH 1988 p 132 A base territorial enquanto horizontalidade da divis o do tr
407. s dos Pinhais Curitiba Ltda COABIL Cooperativa Agropecu ria Bituruna Bituruna Ltda COACAN Cooperativa Agropecu ria Cand i 356 Cand i COAGEL Coagel Cooperativa Goioer Agroindustrial COAGRO Cooperativa Agropecu ria Capanema Capanema Ltda COAGRU Cooperativa Agroindustrial Ubirat Uni o COAMIG Cooperativa Agropecu ria Mista Guarapuava de Guarapuava Ltda COAMIL Cooperativa Agr cola Mista e Laranjeiras do Sul Industrial Santa Regina COAMO Coamo Agroindustrial Campo Mour o Cooperativa COASUL Cooperativa Agropecu ria S o Jo o Sudoeste Ltda COCAFE Cooperativa Agr cola Mista de Astorga Astorga COCAMAR Cocamar Cooperativa Maring Agroindustrial COCAMP Cooperativa Agr cola dos Palmas Campos Palmenses Ltda COCARI Cocari Cooperativa Mandaguari Agropecu ria e Industrial COCEAL Cooperativa Central de Algod o Ibipor Ltda CODEPA Cooperativa de Mangueirinha Desenvolvimento e Produ o Agropecu ria COFERCATU Cooperativa Agropecu ria dos Porecatu Cafeicultores de Porecatu Ltda COLARI Cooperativa de Latic nios de Mandaguari Mandaguari Ltda COMOPAR Cooperativa de Produtores de S o Jos dos Pinhais Morango do Paran CONFEPAR Cooperativa Central Agro Londrina Industrial ltda COOAVISUL Cooperativa dos Avicultores do Dois Vizinhos Sudoeste do Paran COOCAROL Cooperativa Agro industrial de Rondon Produto
408. s competitivas sustent veis por meio de sistemas produtivos de alta performance Em outras palavras a competitividade de uma firma pode ser avaliada pela capacidade de ganhar e preservar parcelas do mercado Para tal faz se necess rio maximizar as economias de escala operar no n vel m nimo do custo m dio de escopo combinar na mesma planta produtiva mais de um produto e ou servi o e de transa o redu o de custos de negocia o Foi dessa maneira que desenvolveram regi es como o Centro Oeste pela explora o da soja nos cerrados A expans o da cultura da soja para a regi o dos cerrados teve seu alicerce no desenvolvimento regional do Centro Oeste do pa s iniciado no come o da d cada de 1970 Com o objetivo de gerar mat rias primas para as ind strias de regi es mais desenvolvidas do pa s de abastecer os centros urbanos e aumentar a exporta o de produtos n o tradicionais o governo estabeleceu uma pol tica que visava ao aumento da produ o e produtividade nas atividades agropecu rias SANTOS 2003 p 93 Focos de dinamismo s o cada vez mais comuns normalmente marginalizando reas no seu entorno no territ rio brasileiro THERY 2001 p 412 414 O deslocamento de investimentos oriundos da regi o Sul do Brasil para o Centro Oeste e outras reas como o sul do Maranh o e v rios pontos do Nordeste denominadas de Centro Oeste ampliado por Louren o 1998 p 4 incluem a expans o da produ
409. s em atividades industriais que demonstram uma clara op o pela verticaliza o Enquanto a Coamo ainda que tamb m haja se expandido com agroindustrializa o optou por um crescimento horizontal que atingiu reas que extrapolam o territ rio paranaense As raz es pela qual a Cocamar passou a dedicar se mais intensamente agroindustrializa o que a Coamo que tamb m come a a industrializar se no mesmo per odo passam pelos direcionamentos hist ricos tomados nos anos de 1970 Estes iniciam com a diversifica o como relato apresentado por Recco 2003 p 38 Entrando a soja na linha de recebimento come a efetivamente a diversifica o na cooperativa Do caf para o algod o agora para a soja e da para a frente passar a operacionalizar com trigo cereais e outros produtos cultivados pelos associados foi quest o de tempo No mesmo terreno onde no ver o os associados cultivavam soja poderiam cultivar trigo no inverno usando ainda as mesmas m quinas para os dois cultivos Por extens o ao cooperativa ao se estruturar para receber soja automaticamente estaria se estruturando para receber tamb m o trigo Com detalhe a essa altura uma vez dispondo do armaz m para a estocagem do trigo no per odo em que a 251 soja j havia sido comercializada a cooperativa passou a ser requisitada pelo governo federal a participar da pol tica voltada ao produto coordenada pelo CTRIN O trigo passou a ser comprado pelo governo a
410. s est direta e indiretamente dependente dos avan os tecnol gicos da ci ncia gen tica LEMOS 1995 p 63 A expans o da tecnifica o e da moderniza o no espa o rural se deu por meio do impulso gerado por grandes empresas introdutoras de maquin rios e produtos qu micos como Ford Massey Fergunson Shell Ciba Geigy Bayer Dow Chemical Agroceres e Cargill As reas selecionadas pelas estrat gias empresariais de mercado e produ o acabam por integrar se a um complexo arranjo econ mico dominado pela produ o dessa nova geografia feita de belts modernos e de novos fronts Assim as fronteiras agr colas s o explicadas por esse processo SANTOS SILVEIRA 2004 p 119 Na atualidade concorrendo com as grandes empresas multinacionais nas novas tecnologias de produ o agr cola e agroindustrial est o os investimentos de grandes cooperativas representando hoje em algumas regi es boa parte dos investimentos no setor A presen a de grandes grupos econ micos na economia rural destacando a import ncia das S A e Holdings significa a exist ncia sobretudo a partir da d cada de 1970 de um movimento de integra o de capitais muitas vezes omitidas estatisticamente nos dados dos censos agropecu rios e do pr prio Incra DELGADO 1985 p 144 146 O fato de grupos econ micos diversos nacionais e estrangeiros atuarem como empresas controladoras da produ o agropecu ria e agroindustrial traduz a tend ncia conce
411. s f rteis de origem bas ltica por companhias particulares o respons vel pelo xito na implanta o da cultura cafeeira CANCIAN 1981 p 87 ainda que os prop sitos iniciais da Companhia de Terras Norte do Paran fossem cultivar algod o Fatores conjunturais levaram a uma mudan a de planos e o direcionamento tomado foi essencialmente um planejamento que encaixado perfeitamente no modelo de produ o e escoamento do caf que se conseguiu alcan ar O baixo pre o dos lotes com tamanho m dio variando entre 3 e 15 alqueires e as facilidades de pagamento permitiram que um n mero muito grande de colonos oriundos principalmente de S o Paulo e tamb m Minas Gerais e em menor n mero do Nordeste brasileiro viessem para a regi o entre as d cadas de 1930 e 1950 com vistas produ o de caf As dimens es das propriedades condicionaram evidentemente o tipo de economia que surgiu na regi o De dimens es limitadas as reas a serem cultivadas exigiam um volume de capital relativamente modesto e em muitos casos a for a de trabalho da fam lia era suficiente para atender as divis es em que um ou mais nortes aparecem no Estado do Paran Tal fato tamb m deve ser considerado quanto ao Oeste e Sudoeste que tiveram altera es nas sucessivas divis es regionais 35 A crise internacional do algod o em 1932 estimulava a produ o do produto no Paran especialmente na regi o norte PADIS 1981 p 106 107 Entretanto a
412. s iniciativas das companhias colonizadoras foram frustradas pelas dificuldades econ micas que estas tiveram com a Grande Depress o de 1929 e no per odo da Segunda Guerra Mundial o que levou a intensificarem a venda de lotes passando aos colonos o esfor o de iniciar o cultivo do caf al m de outras culturas em menor escala Segundo Padis 1981 p 106 os pre os das terras reduziram se no norte paranaense a ponto de em 1950 fosse poss vel que uma pessoa adquirisse um lote de tr s alqueires em 48 presta es pagando pouco mais de um sal rio m nimo por m s 116 necessidades de cultivo PADIS 1981 p 106 O caf alcan ou o Paran desde o in cio dos anos de 1920 mas na poca a produ o n o era proveniente da regi o norte do estado mas das reas pr ximas a Curitiba em dire o ao litoral e a Ponta Grossa e Castro em regi es de solos inadequados e climas impr prios PADIS 1981 p 114 Por m quando a cultura atinge as reas colonizadas no norte paranaense o desenvolvimento da cafeicultura t o r pido e fulminante que em pouco tempo nos anos de 1950 a regi o torna se a principal produtora do pa s A ocupa o do Norte do Paran se constituiu numa expans o da cafeicultura paulista que a encontrou enormes extens es de terras roxas ideais para essa cultura As frentes pioneiras que ali se estabeleceram vieram atra das pelas perspectivas de um novo Eldorado geralmente trazendo algum capital
413. s interesses da corpora o A divis o territorial do trabalho assim influenciada por ela que tem por sua vez a sua pr pria organiza o espacial escrit rios nacionais regionais e locais usinas de beneficiamentos dep sitos minas e f bricas A Bunge da Argentina denominada Bunge y Born anterior subsidi ria brasileira datando ainda do s culo XIX o seu surgimento Quando da expans o no territ rio brasileiro a condu o desta orientada pela Bunge y Born A sede corporativa do grupo que surgiu na Holanda j passou pela Argentina fixou se no Brasil Em S o Paulo atualmente est localizada em White Plains NY Estados Unidos A Bunge tem ind strias no Brasil Argentina Ucr nia H processadora mundial de oleaginosas com destaque para o Brasil Estados Unidos da Am rica Argentina Canad e Leste Europeu a l der mundial na venda de leos vegetais para consumidores a principal fornecedora norte americana de leo refinado para as cadeias de food service e a l der sul americana na produ o de fertilizantes e ingredientes para nutri o animal No Brasil ap s incorporar diversas empresas do ramo de fertilizantes e aliment cio se tornou uma das maiores exportadoras brasileiras e a maior empresa do setor de alimentos do Brasil com um faturamento em 2004 de 5 4 bilh es de d lares RIBEIRO 2005 p 40 Isso sem contar a outra subsidi ria a Bunge Fertilizantes O total de 3 Conforme n meros
414. s na atividade agr cola O campo enquanto espa o agr rio ou meio rural oferece uma multiplicidade de leituras e interpreta es A paisagem rural constitui uma das abordagens que conseguem captar os dois lados da moeda a explora o da terra enquanto recurso econ mico e do outro lado os recursos naturais impactados pelas atividades humanas A dimens o ambiental do rural dada por sua rela o com a atividade agropecu ria com as reas de preserva o e a paisagem VILLA VERDE 2004 p 10 De outro modo Zibetti 2005 indica o espa o rural como o l cus em que se materializam as fun es econ mica social e ecol gica da terra no sentido jur dico Essa abrang ncia do que o autor designa tamb m como zona rural parte do princ pio do direito coletivo do uso da terra condizente com uma justi a supra territorial idem p 115 Na atualidade a articula o entre o local e o global confere tamb m s paisagens novas formas e fun es O olhar econ mico assim como o cultural e o social n o anula o fato de a paisagem constituir se em realidade emp rica e conceitual Novas atividades criam se no seio de profundas transforma es do processo produtivo onde o tempo se transforma comprimindo se O tempo do percurso outro compactou se de modo impressionante mas as dist ncias continuam necessariamente a ser percorridas por mercadorias fluxos de capitais informa es etc n o importa se
415. sas isto deixaram de ser empreendimentos essencialmente comercializadores de produtos agropecu rios com estrutura organizacional relativamente simples e tornaram se empresas modernas com elevado grau de integra o vertical e horizontal de atividades adentrando no processo produtivo da agroind stria moldando se s mesmas caracter sticas apresentadas por esse segmento econ mico FONSECA COSTA 1995 p 366 Por outro lado uma forte crise afeta o setor cooperativista paranaense em meados dos anos 1980 motivada pela crise na agricultura e escassez de financiamentos que resultaram em endividamentos Em meados da d cada de 80 as cooperativas agropecu rias ap s significativa expans o desde aquelas que se mantiveram com estruturas tradicionais at as que exibiam modernas e complexas estruturas agroindustriais passaram a evidenciar graus significativos de endividamento esgotamento na capacidade de gerar sobras e consequentemente limitadas possibilidades de manter as mesmas taxas de crescimento apresentadas anteriormente MARANDOLA LUGNANI 2001 p 60 Como a participa o das cooperativas no setor agroindustrial n o abrangeu a todas elas aquelas que n o se capitalizaram o suficiente permaneceram como meras comercializadoras e algumas outras em melhor posi o atingiram a verticaliza o a partir do final dos anos de 1970 e principalmente durante a d cada de 1980 Al m da verticaliza o ocorrida em cooperat
416. se car ter din mico ainda que muitas abordagens considerem a mesma apenas superficialmente limitando se aos aspectos vis veis do real A paisagem reconhecida como materializa o do espa o geogr fico por diversas abordagens e por isso mesmo pertinente utilizar a categoria como in cio ou final das leituras Ao considerar a forma o do espa o geogr fico Silva 1988 p 10 distingue a paisagem natural da paisagem cultural Enquanto a primeira seria resultante de uma desigual combina o de fatores f sicos geol gicos pedol gicos geomorfol gicos hidrol gicos clim ticos e bi ticos num equil brio ecol gico natural numa dada extens o territorial a segunda resultaria tamb m de uma combina o desigual mas de elementos humanos econ micos sociais pol ticos e culturais que por sua vez interferem nas paisagens naturais modificando as condi es de heterogeneidade natural podendo acentuar o seu car ter homog neo ou n o de acordo com a adequa o das transforma es efetuadas pelos grupos humanos 53 Essa proposi o torna se interessante quando visualizadas as a es dos processos econ micas que modificam as paisagens criando e recriando inserindo elementos e objetos novos no espa o No meio rural essas transforma es s o percebidas facilmente nas atividades introduzidas O meio natural e o meio cultural formam o meio geogr fico Este modifica se no decorrer do tempo medida em que se dese
417. sempenho parcial da Cocamar e da Coamo em 2006 E poom CORNO Faturamento global R 874 milh es R 2 66 bilh es Sobras l quidas R 72 7 mil R 190 milh es Recebimento total de 720 5 mil toneladas 3 69 milh es de toneladas produtos Fonte relat rios 2006 das gest es da Cocamar e Coamo Nota Os valores do recebimento de laranja que corresponde a menos de 70 toneladas n o foi inclu do Tamb m n o est o somados os valores referentes ao recebimento de trigo e canola no ano de 2006 que n o foram divulgados pela Cocamar A redu o do faturamento da Cocamar em 2006 em rela o ao per odo anterior deve se a fatores como a pol tica cambial com a desvaloriza o em moeda nacional e a cota o de commodities como soja j que a estiagem que reduziu em 30 a safra regional COCAMAR 2007 No caso da Coamo tamb m houve uma redu o de 9 2 e a justificativa para a mesma semelhante da Cocamar Mas o segundo o presidente da cooperativa Jos Haroldo Gallassini a degrada o em geral do setor agropecu rio em 2006 teria sido respons vel por esse desempenho ruim 255 Esta deteriora o aconteceu em decorr ncia de diversos fatores dentre os quais podemos destacar 1 o elevado custo para a forma o da lavoura em compara o com o pre o de comercializa o fruto da valoriza o acentuada do real em rela o ao d lar 2 os altos custos financeiros pelo cr dito privado restritivo e
418. seu pa s de origem participa o da Copagra de Nova Londrina e do Fundo de Desenvolvimento do Estado FDE Alguns anos depois a Cocamar assumiria o controle total da ind stria passando a incorporar a cooperativa Outro exemplo de alian a o acordo entre a Cocamar e a Coamo para parceria no esmagamento de soja e envasamento de leos vegetais na Cocamar com a marca Coamo H ainda na Cocamar parcerias com v rias empresas para produ o de leos com marcas diversas e tamb m o fornecimento de leo para produ o de outras marcas de maionese de Coamo pela Cocamar atualmente a torrefa o de caf e a produ o de farinha de trigo pela Coamo s o realizadas por meio de parcerias com outras empresas por terceiriza o do processo industrial 313 Caracter sticas Processo lento e arriscado mas pode ser interessante para empresas de maior porte pela situa o evolu da dos sistemas log sticos e de comunica es bem como por conta da economia globalizada Estrat gia de joint venture Descri o Trata se da estrat gia utilizada por duas ou mais empresas que se associam num empreendimento para produzir um produto ou servi o Caracter sticas Ocorre em muitos casos que uma empresa entre com o capital e outra com a tecnologia Ocorrem certas restri es em alguns pa ses e considera se alguns fatores na iniciativa como estrutura de capitais propriedades g
419. sidente Jos Diretor Presidente Luiz Aroldo Gallassini Louren o Posi o entre as 500 maiores 105 351 empresas brasileiras Vendas em US milh es 1 160 0 379 2 Lucro l quido ajustado US 66 0 2 8 milh es A es na bolsa N o N o Patrim nio L quido ajustado 488 1 116 9 Rentabilidade do patrim nio 12 6 2 4 l quido ajustado 9 Liquidez geral n ndice 1 8 0 6 Endividamento geral 12 9 31 6 Riqueza criada U milh es 219 3 53 7 N mero de empregados 4 097 3 319 Sal rios U milh es 28 4 23 4 Impostos sobre vendas U 28 4 14 1 milh es Margem de vendas 5 7 0 7 Giro do ativo n ndice 1 3 1 2 254 Liquidez corrente n ndice 2 3 1 1 Varia o dos investimentos no 16 8 9 7 imobilzado Fonte Exame Melhores e Maiores Dispon vel em lt http app exame abril com br mm resultComparaEmpresa do gt Acesso em 23 01 2007 Avaliando os resultados de 2005 outro dado n o constante no quadro 4 em rela o varia o nas vendas Tanto a Coamo como a Cocamar tiveram reduzidos os volumes de vendas quadro 5 No entanto a Cocamar teve uma perda menor 35 7 da Coamo e 22 0 da Cocamar Isso se explica pelo fato da Coamo depender muito mais da comercializa o direta de commodities agr colas principalmente soja em rela o Cocamar Esta por sua vez concentra boa parte da receita nos produtos industrializados Quadro 5 De
420. sos proporcionando a moderniza o da cooperativa 8 Implementar a es voltadas para a garantia da gest o ambiental e social Planejar e monitorar os programas de capacita o considerando as demandas e objetivos da cooperativa 9 Entretanto essas a es e atitudes da cooperativa enquanto empresa fazem parte de uma administra o voltada ao esfor o de efici ncia e fortalecimento da imagem e da marca Cocamar Em rela o aos planos ou projetos em expans o est o a Produ o de Biodiesel acompanhando est mulos e iniciativa governamental a F brica de Ra o que comp e o setor montante da atividade agropecu ria e j realidade entre outras cooperativas Co gera o de Energia Novos Produtos Base de Soja Amplia o da Capacidade de Armazenagem A Cocamar mant m parcerias com outras cooperativas como a Coamo Campo Mour o PR a Copagra Nova Londrina PR e com tradings agr colas como a Bunge Gaspar SC e a Agrenco Itaja SC Essa constitui mais uma estrat gia gerencial 7 1 2 Entrevista realizada com o Gerente de Cooperativismo da Cocamar Com a finalidade de conhecer a vis o dos diretores da Cocamar al m da estrutura da cooperativa relativas s a es e estrat gias da mesma procedeu se a entrevista 213 como Sr Marcelo B rgamo graduado em administra o Gerente de Cooperativismo h 12 anos na Cocamar Sobre a compara o da Cocamar com as multinacionais
421. ssa tem sido a vis o adotada por aqueles que reconhecem nas pol ticas neoliberais as propagadoras do discurso global A elimina o real para o fluxo de capitais das fronteiras jur dicas e a liberdade de transfer ncia da moeda equivalente ao d lar contribuiu para o fortalecimento do capital financeiro Com isso os particularismos que eram obst culos para a constitui o dos territ rios nacionais permanecem nos n veis do cidad o que se desloca e n o do fluxo de capitais SPOSITO 2004 p 19 bvio que as rela es econ micas se internacionalizaram a ponto de poder se afirmar que a produ o econ mica mundial gira em torno da atua o estrat gica de grandes empresas multinacionais e grupos econ micos Auxiliada por um aparato tecnol gico cada vez mais eficiente que inclui infra estrutura de transportes telecomunica es e transmiss o de informa es a economia internacionalizada associada com um enfraquecimento de atividades espec ficas de um local e menor depend ncia local que levaria desterritorializa o STORPER 1994 p 13 14 83 Essa perspectiva econ mica de desterritorializa o tem sido utilizada como sin nimo da pr pria globaliza o HAESBAERT 2004 p 173 e comumente adotada no sentido de explicar a independ ncia dos fluxos comerciais financeiros e de informa es na forma o de um mercado mundial Resta refletir se as novas configura es territoriais resultantes da sele
422. ssssososoosessssssosoosessssssssossose 351 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 367 368 369 370 Anexo R Figura 15 Mapa da Infra estrutura rodovi ria do Estado do Diego Lip RARO DA SP DRE A ET RR RR PR RA ER SPD SRP RD A Anexo S Figura 16 Mapa da distribui o das unidades de cooperativas agropecu rias no Estado do Paran em 2005 eessesoessecsoesocssecsoesoossccssesooesoessesssesse 373 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Indicadores da produ o industrial geral na regi o sul entre janeiro e novembro de 2006 Indice base fixa mensal n mero ndice a partir da base m dia BR Tp E O S o Tabela 2 Ranking dos subgrupos no Valor Bruto da Produ o Agropecu ria VBP no Paran no per odo entre as safras de 1996 1997 e 2003 2004 130 Tabela 3 Valor Adicionado Fiscal V AF da ind stria segundo segmentos industriais no Paran em 2003 nsise ninaiona SOL a ud eiii 135 Tabela 4 Exporta o de longo curso pelo Porto de Paranagu 2004 157 Tabela 5 Indicadores do Cooperativismo no Paran de 2000 a 2004 189 Tabela 6 Participa o das cooperativas no setor agroindustrial paranaense em DUO rasa a E O E 190 Tabela 7 Participa o das cooperativas na produ o agropecu ria paranaense em 200A an E SRD AND ER VEDRAS RD AU ONEROSO DE ROS 191 Tabela 8 Produ o agr cola recebida
423. stent vel a id ia que os autores levantam de uma pr tica agr cola mais eficiente e consolidada mas sem nenhuma rela o com o discurso de sustentabilidade da agricultura t o enfocada nos dias de hoje 232 cooperativas de cafeicultores como o caso da Cocamar a Coamo nasce na perspectiva das lavouras modernas N o apenas o momento em que surge mas tamb m as caracter sticas regionais foram respons veis pela pouca import ncia do caf para essa rea Hespanhol 1993 p 23 24 explica que na regi o de campo Mour o al m das limita es clim ticas o car ter de transi o entre o norte e o sul produziu na regi o uma diversidade agr cola com a presen a de uma policultura milho arroz feij o hortel caf algod o caf algod o etc al m da explora o madeireira e pecu ria Esse fato n o ocorria no grande norte predominado pelas lavoras cafeeiras Nesse per odo meados dos anos de 1970 a Coamo ainda possu a caracter sticas tipicamente comerciais o que era predominante na estrutura cooperativa brasileira DELGADO 1985 p 165 A expans o das atividades da cooperativa seu crescimento horizontal com amplia o no n mero de produtores associados e munic pios atendidos e vertical no sentido da industrializa o caracterizou o in cio de um processo de transforma o econ mica do Paran a partir de meados dos anos de 1970 A Coamo ent o expande sua atua o na medida em que desenvol
424. stica sobretudo o setor controlado pelas grandes corpora es multinacionais Uma outra grande corpora o multinacional que n o constitui caso t pico de trading agr cola a Unilever Esse grupo surge em 1929 de uma fus o entre uma f brica de sab o inglesa a Lever Brothers e a f brica de margarina holandesa Margarine Unie No Brasil o grupo j denominado Gessy Lever cresceu em duas frentes principais de produtos uma voltada a linhas que v o de produtos de limpeza higiene cosm ticos e perfumarias e outra aliment cia que inclui margarinas sorvetes ch s sucos molhos etc Marcas famosas como Omo Kibon Cica Knorr Doriana Becel Hellmanns Sa de Arisco Ades Seda Lux Dove Vasenol Close Up Axe Ponds e v rias outras pertencem atualmente ao grupo Unilever Como o carro chefe da empresa a produ o industrial que combina linhas variadas apesar de atuar na agroind stria de derivados de leos vegetais como gorduras vegetais e margarinas n o pode ser considerada assim uma trading agr cola j que n o visa a comercializa o com compra e exporta o da produ o agr cola A rela o que a Unilever assim muitas outras empresas possui com as grandes tradings agr colas de ser um grande cliente na compra de mat rias primas como os pr prios leos e gorduras vegetais por exemplo para suas ind strias Ainda que haja um predom nio de multinacionais entre as tradings h tempos m
425. sultado do ingresso na comercializa o de gr os e a partir de 1977 na industrializa o da soja a COCAMAR passou a fazer parte de dois mercados altamente competitivos O mercado de commodities e o mercado de agribusiness Este ltimo din mico e competitivo imp e alguns padr es de conduta no mercado constituindo o processo de inova o e diferencia o de produtos mecanismos utilizados como barreiras ao ingresso nessa ind stria e perman ncia no mercado MEDEIROS 1997 p 6 A participa o da Cocamar no mercado agroindustrial foi significativa Com ajuda de amparos governamentais com subs dios concedidos Esses est mulos abrangeram o conjunto das cooperativas agr colas A contrapartida que o Estado conseguiu foi a cria o de uma infra estrutura essencial consolida o e expans o de uma agricultura em bases t cnicas modernas HESPANHOL COSTA 1995 p 383 Assim como as demais cooperativas que j se encontravam estabelecidas h algum tempo como o caso da 6t O uso da terminologia Norte justifica se em virtude da divis o regional oficial estabelecida pelo IBGE em Microrregi es Homog neas em 1969 e em Mesorregi es Homog neas em 1977 em vig ncia no per odo ainda n o apresentar o Noroeste como uma mesorregi o fato que somente veio a ocorrer com a Divis o do Brasil em Mesos e Microrregi es Geogr ficas de 1989 Conforme Resolu o PR n 51 de 31 07 1989 203 Cocamar novas cooperativas ta
426. t rio e esse resulta de diversas determina es que comp em a totalidade tamb m chamada de paisagem esse espa o produzido e organizado nas rela es capitalistas da mesma maneira que pelos outros agentes econ micos A no o territorial abarca elementos te ricos que interagem conceitualmente e na pr tica essa id ia da territorializa o na produ o do 29 espa o enquanto totalidade pode ser aplicada a uma vis o mais aberta acerca do verdadeiro significado geogr fico da an lise que muitas vezes mero estudo econ mico Como afirma Storper 1994 p 26 essa dimens o territorial deveria ser observada mesmo nas pol ticas de desenvolvimento Se o desenvolvimento de centros industriais e territoriais como sustento um elemento necess rio da participa o bem sucedida na economia global ent o precisamos desenvolver uma nova sabedoria convencional nos c rculos de pol ticas de desenvolvimento A dimens o territorial tanto no sentido de regi o como no de na o e combinada a id ia de espa o econ mico devem constituir os elementos centrais dessa sabedoria STORPER 1994 p 26 Muitas vezes h um predom nio de um racioc nio economicista quando se trata da visualiza o de um espa o na forma de paisagem na qual uma vis o marxista consideraria simplesmente como algo est tico a materializa o de um instante da paisagem como em Milton Santos 1997 ou ainda o trabalho morto
427. tabilidade Descri o Busca de manuten o de um estado de equil brio ou ainda o retorno em caso de perda do mesmo Caracter sticas A empresa busca equilibrar fluxos de receitas e de despesas O desequil brio financeiro exige a ado o de planejamento visando estabelecer prioridades para o controle da situa o Nesse sentido h a manuten o de produtos e mercados conhecidos e eficientes evitando se riscos maiores Estrat gia de nicho Descri o A empresa busca dominar um segmento de mercado em que ela atua concentrando esfor os para preservar as vantagens competitivas Caracter sticas A empresa deve possuir um ambiente empresarial bem restrito e n o procura se expandir geograficamente buscando menor risco a n o ser quanto concentra se em um nico segmento de mercado As estrat gias de fus es n o foram identificadas claramente na Cocamar No entanto na sua atua o a busca de nichos como derivados de soja e da especializa o no ramo agroindustrial principalmente aliment cio est o presentes no desenvolvimento da empresa via outras estrat gias como a sa da de alguns mercados e prioriza o de outros Tamb m na Coamo n o s o identificadas claramente a estrat gia de fus es mas no que diz respeito aos esfor os para estabelecer um nicho estes s o encontrados quando se observa a tentativa de atuar com a produ o para o varejo somente com p
428. tado do Paran caracterizado historicamente por um povoamento que teve orienta o nas diversas fases econ micas pelas quais percorreu tropeirismo madeira mate caf e soja Estas fases resultaram num processo de povoamento irregular com parcelas do territ rio sendo ocupadas segundo as motiva es de explora o econ mica do momento O in cio do povoamento ainda no per odo colonial envolve as disputas territoriais entre Portugal e Espanha Como a maior parte do atual territ rio paranaense pertencia Espanha o problema de demarca o do territ rio que seria o Paran entre os s culos XVI e XVIII dificulta um esbo o mais claro de sua ocupa o nessa poca Esse per odo de domina o espanhola na parte ocidental do Paran foi caracterizado pela instala o de v rios povoados e redu es jesu ticas A Prov ncia del Guayr a qual pertencia boa parte do atual territ rio paranaense tinha a popula o ind gena de milhares de pessoas desenvolvendo atividades como o plantio de milho mandioca cria o de gado e extra o de erva mate al m de outras ocupa es SANTOS 2001 p 19 20 No s culo XVI todas as redu es acabaram destru das pelos bandeirantes paulistas Mesmo ap s os tratados como de Santo Ildefonso em 1777 e conflitos j no per odo imperial como a Guerra do Paraguai persistiram as dificuldades de fixa o do territ rio desmembrado da Prov ncia de S o Paulo em 1853 PADIS 1980 p
429. tar ao produtor cooperado contribuindo para que os mesmos disponham de melhor qualidade de vida com apoio total da cooperativa nas suas atividades de produ o e comercializa o O cooperado representa assim um membro essencial da institui o enquanto que numa empresa n o cooperativa ele mero cliente 243 Com rela o concorr ncia da Coamo com outras empresas que atuam no setor sobretudo na comercializa o de gr os como soja e milho muitas dessas empresas s o tamb m clientes da Coamo compram tamb m da cooperativa Para a Coamo torna se vantajoso em muitos casos essa rela o de comercial com empresas que tamb m disputam produtores com a mesma pois em situa es conjunturais desfavor veis a venda do produto internamente para o processamento nessas empresas pode ser mais rent vel que a exporta o direta Importante lembrar que na cadeia produtiva da soja que representa o principal eixo de a o da cooperativa a agroindustrializa o significou uma autonomia para a cooperativa que atua em todas as etapas desde a produ o de soja com a produ o de sementes at o esmagamento produ o de leos e margarina A Coamo adota como uma das metas fortalecer o capital fixo seu patrim nio de quase um bilh o de reais 51 dos ganhos anuais da cooperativa reinvestido transformado em fundos indivis veis ou entra no capital de giro Isso permite a estabilidade administrativa que de acordo com Sr
430. te da poca em que possu ram um papel decisivo nos intuitos da constitui o da autonomia econ mica estadual Pelo exposto no que diz respeito ocupa o demogr fica o que se pode apropriado essa rela o com o processo global de forma o econ mica do pa s interessante 110 afirmar categoricamente que toda a penetra o populacional foi movida fundamentalmente pela atividade econ mica Assim deduz se que essa fixa o de n cleos populacionais em determinadas reas s foi poss vel sustentada por uma atividade econ mica permanente PADIS 1980 p 37 A ocupa o ent o obedeceu a ritmos determinados pela motiva o da pr pria atividade econ mica em quest o nas v rias regi es do Paran A segmenta o da ocupa o como visto foi concretizada nas chamadas frentes pioneiras O Estado do Paran atravessou fases econ micas nas quais predominavam uma ou outra atividade Recapitulando a ocupa o do territ rio paranaense temos uma primeira motiva o econ mica sendo a explora o de ouro no per odo colonial mas com curta dura o e pouco significado ainda que tenha dado origem a povoados como Morretes e Paranagu nas primeiras incurs es portuguesas no territ rio SOUZA 1971 p 47 Um relevante fator de ocupa o territorial foi o denominado tropeirismo A regi o que representava o caminho do gado obteve no desenvolvimento da pecu ria extensiva uma rent vel atividade SOUZ
431. territ rio nacional brasileiro assumindo grande parte da comercializa o e do processamento de commodities agr colas Estas empresas multinacionais detentoras de enorme poder econ mico no pa s e no exterior encontram nas grandes cooperativas como o ilustrativo caso da Coamo 162 concorrentes altura nesse oligop lio agroindustrial A a o das grandes empresas no espa o rural seja pela via da comercializa o direta de commodities agr colas seja pela instala o e estrutura o de plantas agroindustriais a montante e a jusante das atividades agropecu rias efetua sens veis modifica es em termos de da caracteriza o das paisagens rurais E se as mudan as na paisagem regional revelam al m da mudan a por exemplo de produtos condutores da economia do espa o rural RIBEIRO 1989 p 40 tamb m indicam altera es na orienta o econ mica como um todo O territ rio possuidor de paisagens regionais nas quais s o percebidos objetos concretos como armaz ns unidades industriais e toda a infra estrutura e rede log stica necess ria que s o espacialmente constru dos destru dos e reconstru dos pela a o destas grandes empresas 164 5 TERRITORIALIDADES NO ESPA O RURAL COOPERATIVAS AGROPECU RIAS EMPRESAS MULTINACIONAIS E TRADINGS AGR COLAS NO PARAN Tratando se de territorialidade econ mica notadamente o contexto brasileiro caracteriza se por diferencia es regionais em termos de renda
432. teve para seu crescimento a participa o da ind stria automotiva nos ltimos anos SUZUKI JR 2005a P 10 Resultado do crescimento industrial na Regi o Metropolitana de Curitiba RMC nos ltimos vinte anos que no ano de 2000 essa mesorregi o passa a compor 45 9 do Valor Adicionado Fiscal VAF do Paran IPARDES 2005 p 71 Em termos de diferencia o regional esse car ter concentrador representou uma perda de posi o em rela o s demais mesorregi es sobretudo o Norte Central e o Noroeste Nota se que o crescimento como importador do produto oriundo de outras unidades de federa o como Mato Grosso Essa situa o refletiu 142 na participa o do valor adicionado acompanhou a taxa geom trica de crescimento populacional gr fico 8 POPULA O VALOR ADICIONADO Taxa M dia Geom trica de Crescimento Anual Participa o no Total do Estado Metropolitana Centro Oriental Oeste Norte Central Sudeste Centro Sul Sudoeste Norte Pioneiro Noroeste Centro Ocidental PARAN 45 40 05 0 05 19 15 20 25 30 350 10 20 E 4 50 a a E 1980 1991 M 1991 2000 PEER 2000 FONTES IBGE SEFA NOTA Dados trabalhados pelo IPARDES Gr fico 8 Taxa de crescimento da popula o e participa o no valor adicionado fiscal do Estado segundo mesorregi es geogr ficas Fonte SEFA Secretaria da Fazenda do Estado do Paran Ipardes Leituras regionais Extra do de Ipardes 2004 p 10 Nota Dados
433. ties in the agro industrial sector and with the objective to extend the profits they operate processing the primary products distinguished in the food branch acting still in the market of agricultural inputs It is considered to analyze the enterprise strategies in the use territory in the Paran State being compared the strategical positioning of the cooperatives Cocamar and Coamo front the performance of the global companies Bunge and Cargill Key words economic territoriality agro industrial sector farming cooperatives global companies Paran State Brazil 23 INTRODU O O trabalho trata da territorialidade corporativa no espa o rural resultante da a o de grandes empresas ligadas s atividades agropecu rias e agroindustriais Para tanto utiliza se como exemplo dos casos das cooperativas agropecu rias e das empresas globais as grandes multinacionais do agroneg cio como as tradings agr colas e as agroind strias que atuam diretamente com commodities agr colas desde o processo de produ o at a comercializa o e industrializa o dos gr os A relev ncia do tema est no fato de que existe uma forte presen a dessas empresas no Centro Sul brasileiro em especial em Estados como o Paran que possui o dinamismo do chamado agroneg cio como uma das marcas dos discursos e a es governamentais das pol ticas de desenvolvimento regional Portanto plenamente justific vel uma abordagem geogr fica da quest o
434. tilizado por uma dada popula o SANTOS 2002 p 96 97 O uso de uma nica via de an lise numa interpreta o da realidade incorre no risco de limita es ou equ vocos quanto capacidade abrang ncia da mesma Mas o real problema est na ado o de modelos sociais que pretensamente poderiam ser aplicados em qualquer tempo e em qualquer espa o BRAUDEL 1978 p 37 38 respondendo satisfatoriamente a quaisquer das quest es que se colocam hist ricas pol ticas sociais econ micas ou culturais Assim a complexidade de um processo econ mico n o permite decifrar teoricamente o fato novo ou inesperado rapidamente aplicando se um modelo ou lei interpretativa Os esfor os para estabelecer uma teoria geral sobre a l gica do capital no espa o conduzem a uma vis o segundo a qual o fen meno do desenvolvimento desigual e combinado seria uma esp cie de lei do capitalismo O mais correto dentro da tica marxista seria pensar esse fen meno como um componente hist rico do processo de mundializa o do capitalismo de modo que a an lise deve centrar se nos condicionantes do 48 processo de desenvolvimento econ mico em sua dimens o espacial DINIZ FILHO 2002 p 159 Sendo a Geografia uma ci ncia que funde os resultados de outras ci ncias MENDON A 1991 P 15 tona se ainda mais complexo converger as diferentes ticas em uma abordagem Al m disso o rol de elementos envolvidos n
435. tivas significa o recebimento de uma maior variabilidade de produtos agropecu rios e diversifica o nas linhas de produ o FONSECA COSTA 1995 p 364 Com isso amplia se ainda mais a significa o desse tipo de empresa para a estrutura o econ mica regional e sua respectiva organiza o espacial O papel das cooperativas chega a ser evidente diante dos dados existentes sobre a atividade econ mica desse tipo de empresa no Paran As multinacionais do setor agroindustrial adentram o pa s procuram estabelecer o mesmo n vel de participa o Fatias do mercado e do territ rio s o disputadas conformando novas configura es O territ rio em quest o pode ser compreendido na perspectiva integradora HAESBAERT 2004 p 74 indo al m do aspecto econ mico predominante avan ando para um espa o compreendido al m das vis es estritas natural pol tica econ mica ou cultural Ao avaliar as implica es espaciais decorrentes da presen a das cooperativas e agropecu rias e multinacionais na organiza o e desenvolvimento do espa o regional paranaense sobretudo a partir da d cada de 1970 s o consideradas a relev ncia e representatividade na sele o dos casos Ao mesmo tempo em que essa territorialidade a partir do processo econ mico produz uma din mica regional calcada na estrutura produtiva resulta ainda em mudan as na paisagem rural Tais mudan as ocorrem exemplarmente a partir da inser o das cooperativas agropecu ri
436. tividade e exclus o de reas pelo capital global n o representariam o oposto ou seja redefini es oriundas das funcionalidades e especializa es produtivas da divis o territorial do trabalho Por outro lado a internacionaliza o do capital pode sustentar a territorializa o em certos aspectos como afirma Storper 1994 p 15 n o se trata de as atividades localizadas fora do seu pa s de origem serem necessariamente desterritorializadas como muitas vezes se sup e na literatura sobre o assunto pois se uma atividade internacionalizada atra da para recursos espec ficos localizados em outro pa s internacionalizada mas fortemente territorializada muitas pesquisas recentes sobre investimentos estrangeiros diretos sugerem que precisamente isso que ocorre com atividades internacionalizadas de alto valor agregado N o h pois nenhuma correspond ncia autom tica entre internacionaliza o e desterritorializa o O conceito de territ rio em especial trabalhado pela Geografia ganhou maior proje o e foi fortalecido com a internacionaliza o da economia e difus o das teorias da globaliza o CASTRO 1994 p 160 161 Ao ampliar o conceito ampliam se as possibilidades de an lise do espa o geogr fico A territorialidade de uma empresa transnacional na tica da economia globalizada adquire uma l gica pr pria que foge ao controle dos das ag ncias e dos governos nacionais A movimenta o dos
437. tos agr colas dos cooperados que s o na pr tica clientes cativos que do mesmo modo compram da cooperativa os insumos diante dos demais comerciantes de produtos agr colas a cooperativa n o assume os riscos da comercializa o e da produ o como queda de pre o ou deteriora o do produto pois comercializam em consigna o na medida em que recebem o produto do cooperado Esses fatores por si s indicam que n o se trata mesmo de uma empresa 304 como outra qualquer j que se sustenta num modelo distinto das demais organiza es Esse cooperativismo denominado empresarial consiste numa tipologia avan ada das iniciativas cooperativista que se mantiveram vivas sustentando a penetra o do capitalismo no campo maximizando as oportunidades e atingindo uma racionalidade econ mica DUARTE 1986 p 43 mas que acabaram sendo descaracterizadas da sua forma original mais pr xima ao associativismo Para chegar a essa conclus o basta comparar os perfis tanto da Coamo como da Cocamar quando da suas funda es com o que representam economicamente hoje Fonseca e Costa 1995 p 368 369 exp em uma rela o de estrat gias levantadas pelo jornal Gazeta Mercantil como se observa no quadro 12 Quadro 12 Estrat gias empresariais no setor agroindustrial utilizadas pelas cooperativas ESTRATEGIA CARACTERIZA O OBJETIVOS Alian a associa o com outras Essencial para a Intensificar e facilitar as e
438. trabalhados pelo Ipardes Mas esse fato n o significa uma harmonia s cio econ mica j que desde o in cio da d cada de 1990 a prioriza o de alguns setores resulta em impactos negativos em outros ao mesmo tempo em que pode criar uma condi o ilus ria do desenvolvimento econ mico do Paran Em 1993 em meio hiperinfla o indexada brasileira tamb m a partir da interpreta o equivocada de n meros da produ o industrial do IBGE n o atentando para a influ ncia de uma parada t cnica da Petrobr s em 1992 que comprimiu a base de compara o o Paran transformou se num Brasil que dava certo O que quer dizer ent o da terra dos setecentos mil empregos gerados entre 1996 e 2002 por um ciclo liderado pelas tamb m na redu o da produ o do leo de algod o ALVES e SHIKIDA 2001 p 29 143 montadoras de autom veis e seus grandes fornecedores mundiais quando as pesquisas do IBGE chegaram a levantar mais de 450 mil desempregados no Estado LOUREN O 2005c p 8 O crescimento industrial paranaense incrementado pelo papel da ind stria automotiva evidencia um lado da reestrutura o industrial nos anos 1990 o perfil da ind stria paranaense que at o in cio dos anos 1980 era agroindustrial com um peso consider vel da ind stria aliment cia O fato n o exclui o predom nio das atividades agroindustriais como grande eixo industrial do Paran sobretudo no interior do Estado ver fi
439. trat gia 4 Oferecer produtos diversificados e atualizados aos clientes a pre os competitivos atentando se para oportunidade de introdu o de novos produtos Como discutido anteriormente a diversifica o uma estrat gia empresarial cl ssica SPAREMBERGER 2001 Para manter a competitividade a Cocamar se serve dos recursos que disp e Incorporando novos produtos uma empresa amplia seu mix de processos produtivos BAZOTTI 2001 p 33 A diversifica o do rol de produtos industrializados oferecidos pode ou n o ser acompanhada por uma diversifica o nas atividades agropecu rias dos cooperados Em caso negativo a parceria e terceiriza o constituem decis es estrat gicas que podem estar alheias aos cooperados por representar sobretudo a es da gest o Nesse sentido esses investimentos partem de decis es estrat gicas que atingem o conjunto produtivo da cooperativa mas podem n o alterar as condi es produtivas do produtor associado Estrat gia 5 Implementar a es que promovam a viabilidade t cnica e econ mica da atividade agr cola dos cooperados atrav s de pesquisa fomento organiza o da produ o busca de fontes de recursos financeiros assist ncia t cnica e comercializa o A sustentabilidade econ mica da Cocamar como a de qualquer outra empresa depende da incrementa o t cnica da mesma Por sua vez a cooperativa deve transferir ao produtor cooperado toda sua preocupa o envolvendo
440. trav s do Banco do Brasil ficando as cooperativas no caso espec fico de Maring a Cocamar encarregada do seu recebimento e armazenagem tendo ainda a incumb ncia de prestar assist ncia t cnica ao produtor Entrando o trigo e a soja e uma s rie de outros produtos na linha de recebimentos a Cocamar n o estava tendo outro caminho a n o ser expandir sua estrutura e adaptar se aos novos tempos Enquanto a Cocamar avan ou da cafeicultura para a diversifica o marcada pela introdu o da soja a Coamo por outro lado surge com a perspectiva de promover a diversifica o com a pr pria soja no in cio da d cada de 1970 Pode parecer um detalhe insignificante mas considerando uma empresa que j tinha cerca de dez anos de exist ncia atuando somente com cafeicultores e atravessando constantes crises adota estrat gias que transformam por completo suas bases gerenciais o impacto gerado no seu desenvolvimento acaba ocorrendo de modo intenso O apoio institucional em termos de cr ditos e financiamentos foi decisivo para os prop sitos de crescimento da Cocamar Tanto a Cocamar como a Coamo utilizaram dos recursos no in cio na amplia o e constru o de infra estrutura para recebimento de gr os Verifica se no entanto que no caso da Cocamar a rea de abrang ncia n o atingia regi es muito distantes ficando restrita s mesorregi es Norte Central e Noroeste do Paran foto 23 A instala o de entrepostos da Coamo muito al m
441. tria aliment cia fato que fica oculto quando n o se atua diretamente voltada ao varejo como faz mais intensamente a Bunge Observando os circuitos produtivos operados pela Cargill figura 6 percebe se como boa parte dos produtos processados voltam se exporta o Produtores de soja i P NG y r 4 farelo tacado e varejo Mercado Interno E RENDAS 5 gt o Cm d S r Sil E 4 e gt Silos secagem gt a S limpeza E leo M N f s zZ k T is o Fi a N ns j m y o o m mn Sy a de e mw va me A a n suco N Tmo eo Mercado Externo mo tacado e varejo us pe t d a E NN Prod de laranja oN P e cai Ra Armaz ns m La sele o Port Escrit rio Farelo leos a Portos central A all A S o Paulo 4 E Ld 4 E z ud gt Manteiga quor i gt Fa Mercado Interno Y 1 a a AApt cado e varejo n Produtores de Armaz ns rg cacau secagem a Y P casca e pelicula Fluxos Fluxos imateriais materiais Figura 6 Circuitos produtivos operados pela Cargill no territ rio brasileiro em 2003 2003 Fonte Toledo 2005 p 25 289 Como se pode observar na figura a Cargill vem atuando em circuitos produtivos diferenciados entretanto no Paran suas atividades s o direcionadas s cadeias produtivas de gr os sobretudo soja e milho A vari vel ambiental levada em conta nas a es da Cargill O fato do Brasil possuir uma legisla o a
442. u No caso do Sudoeste os munic pios de maior expressividade econ mica s o Pato Branco e Francisco Beltr o com destaque na produ o agroindustrial Numa rea intermedi ria na delimita o dos espa os paranaenses a partir frentes pioneiras de ocupa o est o na mesorregi o geogr fica Centro Sul Paranaense os munic pios de Guarapuava refer ncia estadual na produ o agroindustrial dos setores madeireiro e mobili rio e Palmas numa regi o extensa e pouco expressiva IPARDES 2005 p 76 Outro munic pio j mencionado anteriormente numa situa o de transi o entre frentes Campo Mour o localizado na mesorregi o Centro Ocidental Paranaense que tem destaque na produ o agropecu ria e agroindustrial sendo inclusive a sede da maior cooperativa agropecu ria paranaense a Coamo 4 4 A paisagem rural do Paran e os impactos das transforma es recentes na economia e no territ rio paranaense Observando mais a fundo os resultados da a o econ mica no espa o rural no Paran chegamos constata o de uma paisagem completamente modificada pelos processos de transforma o da estrutura produtiva e fundi ria 4 Algumas cooperativas participaram decisivamente nesses empreendimentos al m da presen a de empresas do setor de carnes na regi o relacionando se com pequenos produtores como no caso dos su nos estudado por 126 Atualmente no cotidiano da paisagem rural paranaense passaram a ser
443. ue culminou nessa caracter stica observada nos discursos sobre o campo que omitem ou negam a sua express o social e as lutas de classes GRAZIANO DA SILVA 1996 p 60 O setor agroindustrial deu amostras de como funcionaria a partir de ent o numa l gica global e neo liberal se aproveitando do momento de crise grandes corpora es ocupam o lugar do Estado Ao mesmo tempo em que o setor se desnacionaliza os mecanismos do mercado internacional passam a comandar O exemplo do complexo soja marcante nesse sentido Especificamente em rela o aos produtores de soja as grandes tradings passaram a atuar tamb m como agentes financeiros exercendo um papel antes exclusivo do Estado Modificaram se as formas de financiamento e comercializa o da safra TOLEDO 2005 p 13 A expans o nas exporta es brasileiras de soja em gr o farelo de soja e leo de soja gr fico 1 fruto de uma intensa ocupa o das fronteiras agr colas como no caso do Cerrado demonstram a for a do modelo produtivo imposto materializado no agroneg cio Trata se de um movimento implac vel apoiado pelo poder p blico que visa amplia o regionalmente e ambientalmente indiscriminada da produ o da principal cadeia Enquando novas reas s o incorporadas as pioneiras dessa lavoura moderna como no Sul ampliam sua capacidade de processamento fato que reflete inclusive nas exporta es de farelo e leo de soja No Paran o Porto de Paranagu
444. ue estimula o cultivo de algod o como alternativa pequena propriedade COCAMAR 2007 p 37 Por outro lado o planejamento continua sendo fundamental ao poder p blico para a defini o das cadeias produtivas mais aptas para cada rea do territ rio paranaense Assim no Zoneamento Agr cola do Paran o aproveitamento das potencialidades considerado essencial nas a es governamentais Se por um lado a diversidade representa a grande riqueza do Paran por outro lado necess rio conhecer esse potencial e identificar as regi es com caracter sticas adequadas para cada esp cie vegetal para que o potencial produtivo possa ser maximizado Assim as an lises que resultaram no zoneamento tiveram como alvo a delimita o de regi es climaticamente homog neas com condi es adequadas para o cultivo de culturas anuais e perenes bem como as melhores pocas de semeadura de culturas anuais Por meio da redu o dos riscos associados aos fatores clim ticos proporcionada pelo cultivo nas regi es e pocas adequadas s o oferecidas aos produtores melhores condi es para obterem produtividades mais elevadas com menor risco sem que haja aumento nos seus custos de produ o Al m disso os resultados desse trabalho foram transferidos ao Minist rio da Agricultura e do Abastecimento para normatiza o de cr dito aos produtores possibilitando que o dinheiro investido pela sociedade atrav s de financiamentos tenha
445. ui a Nestl que tem atua o sobretudo no Estado de S o Paulo O interior daquele Estado uma das principais reas onde empresas fazem uso corporativo do territ rio SILVA 2005 No Paran sobretudo a Bunge e a Cargill s o as que t m com maior atua o A Bunge tem maior distribui o regional espalhada em praticamente todas regi es do territ rio paranaense a Cargill destaca se por sua grande infra estrutura de processamento Ambas multinacionais operam no territ rio paranaense como tradings e como agroind strias S o respons veis por boa parte do recebimento processamento e comercializa o da produ o estadual de soja e milho encontrando contraponto na a o das grandes cooperativas Zea 90 agropecu rias 10 1 A Bunge O Grupo Bunge inicia sua hist ria em 1818 quando fundada a Bunge amp Co em Amsterd Holanda por um negociante alem o Johannpeter G Bunge para 8 Atuam tamb m no Estado do Paran a Coinbra e a ADM mas o de produ o de gr os alcan ado pelas mesmas e faturamento ainda bem inferior s mencionadas Mesmo com a competi o entre as multinacionais e as cooperativas h tamb m rela es comerciais e parcerias entre as mesmas De acordo com os relatos de diretores e dados da pesquisa percebe se que quando conveniente e vantajoso a cooperativa n o dispensa a multinacional como cliente e vice versa l Apesar de tratar do Grupo Bunge o foco de disc
446. uindo particularidades locais esta corpora o possui estrat gias globais 271 que integram todos os pontos do planeta onde atuam verificando as potencialidades de cada um para seu modelo de neg cio No Brasil a ADM iniciou suas atividades em 1997 e em 2000 j era a terceira maior processadora de soja e a primeira exportadora de soja do pa s ADM 2006 E assim como a Bunge est produzindo o leo da marca Perdig o a ADM produz leos com marcas como Sadia Conc rdia Corcovado e Rezende Na Am rica do Sul as atividades da ADM s o relativas origina o processamento log stica transporte e exporta o de gr os e derivados al m da comercializa o de fertilizantes A Archer Daniels Midland ADM l der mundial em processamento agr cola e tecnologia de fermenta o A ADM um dos maiores processadores mundiais de soja milho trigo e cacau A ADM tamb m l der na produ o de leo e farelo de soja etanol ado antes e farinha de milho Al m disso a ADM produz ingredientes para alimentos e para nutri o animal com valor agregado Com sede em Decatur Illinois a ADM tem mais de 25 000 funcion rios mais de 250 plantas de processamento e vendas l quidas de US 35 9 milh es no ano fiscal findo em 30 de junho de 2005 DOMINGO 2006 s n No Brasil a ADM Brasil iniciou suas atividades no Brasil em setembro de 1997 e j como uma das maiores processadoras de soja do pa s e uma das maiores
447. ulo XIX sobretudo pr xima a Guarapuava outros 18 n cleos al m das col nias militares surgidas das preocupa es com as quest es de limite com a Argentina em fun o do Contestado como Foz do Igua u e Chopin PADIS 1981 p 149 Mesmo assim a maior parte da regi o permaneceu despovoada at as 38 Exclui se aqui o povoamento por parte dos espanh is presentes desde o final do s culo XVI ocupando uma rea que antes pertencia Espanha de acordo com o Tratado de Tordesilhas Estes adentraram o territ rio hoje paranaense a partir do atual Paraguai quando fundaram diversos povoados e redu es jesu ticas com popula o formada basicamente dos povos nativos PADIS 1981 p 15 18 Desse modo lembra Sposito 2004b p 29 para compreender a forma o territorial dessa regi o preciso considerar aspectos hist ricos que n o come am pelo papel das tribos que ali viveram mas pela implanta o das rela es capitalistas de produ o Na sua an lise Pedro Calil Padis 1981 p 147 181 considera essa regi o como Sudoeste paranaense H muitas diverg ncias quanto defini o exata do que seria o Oeste e o Sudoeste do Paran devido ao fato dessa grande rea que cobre segundo o referido autor aproximadamente 66 5 mil km ter passado por v rias regionaliza es na medida em que o e Paran ia sendo ocupado E vale lembrar que quando da funda o de n cleos como Guarapuava em 1819 a maior parte do territ rio p
448. um dos mais complicados cobertores curtos do setor Como o dinheiro para investimentos limitado e as necessidades de reformas s o grandes a solu o encontrada pelas empresas a solu o encontrada pelas empresas foi literalmente dividir para conquistar CHERNI 2005 p 24 No exemplo citado h uma contra partida da ALL reformando e ampliando as ferrovias visando aumentar a capacidade de transporte e reduzir o tempo de viagem O caso do Estado do Paran ilustra muito bem as transforma es na estrutura produtiva do campo brasileiro voltada consolida o desse modelo econ mico que privilegiou a constru o do agroneg cio e a grande produ o agropecu ria e agroindustrial voltada exporta o A dinamiza o do setor agroindustrial contou com a participa o decisiva das cooperativas atuando no espa o rural paranaense ASSUMP O GALLINA CONSONI 1990 p 136 137 Partindo do crit rio representatividade do relevante papel que det m na economia paranaense duas das cooperativas mais significativas no contexto regional s o a Cocamar e a Coamo Al m disso as mesmas t m um fator caracter stico tais cooperativas diversificaram suas atividades a fim de cobrir algumas cadeias de forma completa abrangendo o controle da mat ria prima que no caso o produto do associado sua transforma o e sua comercializa o GASQUES VILLA VERDE OLIVEIRA 2004 p 13 Do mesmo modo duas grandes empresas mu
449. ur lio Saquet e Jonas Nery Cada qual colaborando de algum modo com o trabalho estimulando a rela o dos assuntos trabalhados nas aulas com as reflex es da pesquisa Agrade o ainda Aos professores Antonio Nivaldo Hespanhol e M rcio Rog rio Silveira pelas contribui es valiosas na qualifica o Ao Sr Antonio Sergio Gabriel superintendente administrativo da Coamo por ter concedido uma entrevista esclarecedora Ao Sr Marcelo Bergamo gerente de cooperativismo da Cocamar prestativo e atencioso na entrevista fornecendo informa es importantes Aos amigos Ed lson J Kurasz H lio Silveira Antonio Celso Carnielis Jos Marcos Sinhorini e M rcio Freitas Eduardo pela ajuda com as fotografias Funda o Bunge pelo material enviado Apesar da dificuldade de se conseguir dados diretamente das empresas como da Cargill que sequer respondia aos apelos as poucas informa es cedidas foram de imenso valor Aos colegas do Departamento de Geografia da Unicentro em Guarapuava PR pelo apoio t o necess rio quando se cursa um Doutorado sem nenhum afastamento das atividades docentes nenhuma bolsa ou algo semelhante Foi uma luta rdua para conciliar as atividades e responsabilidades do trabalho as obriga es do cotidiano da vida com a pesquisa e as disciplinas mas ao fim tudo correu bem e a batalha vencida SUM RIO Lista de taBelaS iss cap adenpreda cpneliaado fan aicaga nadas co ct anda aaa cepa lda viii Lista
450. ura o e essa nova pol tica da soja se traduz em dois tipos de evolu o no mercado de leo e da chamada torta de soja por um lado passa a abastecer o mercado interno com leo de soja em substitui o da totalidade de outros leos e gorduras animais por outro lado o pa s torna se forte exportador de soja concorrendo com os Estados Unidos nos mercados da Europa e do Jap o BERTRAND LAURENT LECLERCQ 1987 p 95 96 Z E nesse contexto que a Cocamar entra para a cadeia produtiva da soja 202 Mesmo antes da quase conclus o do processo de erradica o do caf em curso no Brasil a Cocamar demonstra inten es claras de expans o e diversifica o apresentando projetos voltados a esses objetivos Em 1970 nenhuma multinacional planejava investir na constru o de um armaz m graneleiro no Paran muito menos na regi o de Maring Isto claro possibilitaria uma oportunidade nica ao cooperativismo Tanto que o cimento ia sendo derramado e ainda mido recebia soja Afinal n o haviam armaz ns para o acondicionamento de gr os S depois disso que as multinacionais entraram pra valer RECCO 2003 p 36 No final da d cada de 1970 o Norte do Paran tinha em produtos como soja e trigo uma realidade integrante da atividade rural Conclu do o processo de transi o para as lavouras modernas a Cocamar passa ent o para uma etapa adiante o processamento dos produtos agr colas Como re
451. uss o principal nesse cap tulo a Bunge Alimentos 275 comercializar gr os e produtos importados das col nias holandesas Anos depois sua sede transferida para Roterd e s o fundadas subsidi rias em outros pa ses da Europa conforme Bunge 2006 p 16 Em 1859 a convite do rei do rec m criado Reino da B lgica a Bunge leva sua sede para Antu rpia tornando se o bra o comercial da expans o internacional do novo Reino Inicia neg cios na sia e frica j sob o comando de Edouard Bunge neto do fundador Em 1884 Ernest Bunge irm o de Edouard muda se para a Argentina onde com outros s cios cria uma empresa coligada com o nome de Bunge Y Born com o objetivo de participar do mercado de exporta o de gr os do pa s N o recente a presen a do Grupo Bunge no territ rio brasileiro A empresa iniciou suas atividades Brasil em 1905 com o Moinho Santista S A hoje parte da Bunge Alimentos Atualmente a companhia considerada pioneira na comercializa o de gr os e fomento agr cola a es que foram iniciadas pela Sanbra e pela Samrig que contribu ram significativamente para o fortalecimento do agroneg cio brasileiro BUNGE 2005a p 1 A Bunge expandiu suas atividades no territ rio brasileiro adquirindo diversas empresas nos ramos de alimenta o agroneg cios qu mico e t xtil entre outros Foi assim formada a Sanbra Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro em 1923 com a compra a empres
452. utro problema em foco a exist ncia da cooperativa enquanto entidade que re ne interesses dos produtores associados mesma A quest o que se coloca ent o como conduzir uma cooperativa cuja atividade principal a industrializa o ver gr fico 17 Os cooperados teriam que ser encarados como um conjunto heterog neo de s cios de um empreendimento agroindustrial A expans o por meio de lan amentos novos produtos no varejo denota que tanto na diversifica o como na especializa o dentro do processo de verticaliza o h uma outra realidade colocada muito distinta da expans o vertical dos anos 1970 e 1980 Trata se a de uma t pica estrat gia empresarial de carteira SPARENBERGER 2001 P 55 Esse um dos pontos a serem enfrentados diante da gest o empresarial e das dificuldades num mercado repleto de multinacionais 231 8 A COAMO A Coamo foi fundada em Campo Mour o PR no ano de 1970 com a denomina o de Cooperativa Agropecu ria Mour oense desde 2003 passou a ser designada Coamo Agroindustrial Cooperativa Essa regi o tivera sua coloniza o iniciada na d cada de 1930 com ocupa o efetiva de glebas principalmente a partir dos anos de 1940 Interessante que a regi o recebia migrantes de duas frentes A popula o que se deslocou para a rea era procedente basicamente de duas frentes de expans o uma proveniente do Norte e outra do Sul A primeira derivada das frentes co
453. ve sua estrutura f sica amplia o n mero de entrepostos e investe na agroindustrializa o Os primeiros passos rumo ao crescimento come am ainda na d cada de 1970 O primeiro armaz m graneleiro com capacidade para 500 000 sacas foi inaugurado em 1973 e neste ano entrou em funcionamento o laborat rio de an lise de sementes Os primeiros entrepostos foram constru dos em 1974 e em junho de 1975 come ou a funcionar 64 o moinho de trigo Coamo Em 1976 iniciou se o recebimento de algod o e nesta poca a rea de atua o da cooperativa j abrangia 15 munic pios PAULA 2001 p 63 64 A expans o das cooperativas na agroind stria alimentar ap s impulso dado pela moderniza o da agricultura e crescimento da cultura da soja teve um significado decisivo na re configura o da estrutura produtiva estadual PEREIRA 1995 p 36 Ainda que outras grandes empresas de capital internacional adentrem o territ rio 233 paranaense no per odo as cooperativas foram agentes decisivos no processo justamente pelas vantagens obtidas por pol ticas institucionais de cr dito e financiamentos Assim as cooperativas industrializadas atendem aos objetivos e estrat gias do Estado e do grande capital oligopolizado s o decisivas no processo de moderniza o e diversifica o da agricultura pela ado o do pacote tecnol gico da chamada Revolu o Verde PEREIRA 1995 p 37 Ao mesmo tempo a integra o de capitais e a amp
454. vidade apodera se da produ o em todas as suas etapas Nesse sentido a a o do Estado volta se sua posi o de aliado necessidade de exporta o o que converge com os interesses das tradings 87 a d cada de 1980 abriu ainda mais o espa o para as multinacionais do setor gr fico 3 23 4 16 5 15 1 l lii 12 3 11 7 3 7 T T T T 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Gr fico 3 Cr dito oficial agr cola disponibilizado pelo Governo Federal em bilh es de reais Fontes Anu rio Estat stico do Cr dito Rural 1997 a pre os de 1997 Inflator m dia anual do IGP DI FGV BACEN Dados preliminares 2000 Anu rio Estat stico do Cr dito Rural 1999 e 2000 Extra do de Bertoglio Freitas Machiavelli Filho 2004 O setor agroindustrial fundado na constru o do complexo agroindustrial ou agroneg cio coloca as atividades agropecu rias num mercado oligop lico no qual algumas grandes empresas multinacionais dominam o setor Sob a forte concorr ncia oligop lica que exige competitividade em termos de inova es e tecnologias as empresas de capital nacional lutam para manterem se ativas e assim fica caracterizada uma luta interclasses na qual o que importa a disputa pelo mercado entre burguesias nacionais e conglomerados transnacionais ROCHA 1990 p 240 E nessa luta as grandes buscam monop lio do mercado Atualmente temos
455. vidos na competi o econ mica Essa competi o no territ rio tamb m regional As diferentes economias regionais dentro da economia brasileira se especializaram na exporta o de produtos locais devido s vantagens comparativas utilizando distintas estrat gias na busca de melhor desempenho na comercializa o de seus produtos As economias regionais fora da Regi o Sudeste apresentaram melhor desempenho no setor agropecu rio e nos setores a ele relacionados tais como m quinas e equipamentos insumos modernos e transforma o e beneficiamento de produtos SEREIA NOGUEIRA CAMARA 2002 p 48 Not cia divulgada pela revista Paran Cooperativo de junho de 2006 Rodrigues deixa o Mapa Paran Cooperativo Curitiba n 22 p 20 jun 2006 8 Mesmo a produ o em assentamentos rurais como do MST acaba visando e atingindo o mercado quando atua em redes de neg cio SINGER 2001 p 120 A luta pela terra termina com o in cio de uma nova luta para sobreviv ncia e viabilidade da atividade nas rela es capitalistas 101 A regi o Sul em especial o Paran caracteriza por rea agropecu ria por excel ncia um territ rio onde o processo de moderniza o tecnol gica ocorreu de modo intenso Os incentivos fiscais de v rios programas estaduais e federais beneficiaram nesse processo empresas esmagadoras de gr os e processadoras de leos e farelos FONSECA GON ALVES 1995 p 32 Nos casos dos
456. vos e germ nicos Pacotes exclusivos que lhe proporcionar o momentos inesquec veis passando pelas Col nias Witmarsum em Palmeira Castrolanda em Castro Batavo em Carambe Entre Rios em Guarapuava Arapoti Ponta Grossa e Prudent polis Uma verdadeira viagem de imers o em cooperativismo cultura religi o gastronomia e utiliza o de modernas tecnologias agr colas que tornaram essas regi es modelos de produtividade e de desenvolvimento Aceite esse nosso corte contate hoje MESMA sew agente de viagem au fale CONOSCO Cooptur Cooperativa Paranaense de Turismo j d Rua Julia Wanderley 415 Ponta Grossa PR Fone 42 3223 4771 DTEPAR info cooptur coop br www cooptur coop br SESCOOP PE Figura 7 Cartaz divulgado pela Cooptur Cooperativa Paranaense de Turismo a partir de 2006 363 Anexo F 364 Demonstra es financeiras da Cocamar relativas ao exerc cio 2006 COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DEMONSTRA ES FINANCEIRAS PARA O EXERC CIO ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 DEMONSTRA O DE SOBRAS E PERDAS RECEITA OPERACIONAL BRUTA Venda de produtos e servi os Dedu es impostos e devolu es RECEITA OPERACIONAL L QUIDA CUSTO DOS PRODUTOS E SERVI OS VENDIDOS Sobra Bruta DESPESAS RECEITAS OPERACIONAIS Despesas com pessoal Despesas t cnicas Despesas com vendas Receitas com taxas de recep o armazenagem e outras Resultado operacional antes dos efeitos financeiros
457. xo O 375 Ed TE IBGE Censo Demogr fica IPARDES Tabula es Especais FON BASE CARTOGR FICA JAP 1997 Figura 12 reas de concentra o e esvaziamento demogr fico do Paran Fonte Ipardes 2003 p 21 376 Anexo P Valor Adicionado Principais EM 12 1 Curitiba C 4 3 Londrina E 11 3 Ponta Grossa E 3 6 Paranagu 5 3 Toledo CO 28 Cascavel EB 5 2 Maring DOI 2 7 Carambei EB s3apucarana C 24 Arauc ria Estes 10 Municipios somados concentram 54 do Valor Adicionado da Agroind stria do Estado Valor Adicionado Principais Mesorregi es Noroeste Pioneiro Estas 4 mesorregi es somadas concentram 77 do Valor Adicionado da Agroind stria do Estado Centro Ocidental Oeste Metrop de Curitiba Sudoeste Sudeste a leos e Gorduras Vegetais Cervejas Chopp e Malte Estes 5 agrupamentos concentram 45 do Valor Adicionado da Agroind stria Paranaense lcool e A car Abate de Aves Abate de Bovinos e Su nos To ER E Figura 13 Valor adicionado da agroind stria no Paran no ano de 2000 Fonte Ipardes 2003 p 28 377 Anexo Q Valor Adicionado Principais Municipios C 9 5 S o Jos dos Pinhais EEE 56 Ponta Grossa DI 35 Londrina Estes 5 Munic pios somados concentram 62 do Valor Adicionado ds Ind stria de Transforma o do Estado Qu mica Estes 5 agrupamentos concentram 92 8 do Valor Adicionado da
458. xpans o da agropecu ria est limitada pela ocupa o total da fronteira agr cola portanto o crescimento da produ o depende da melhoria da produtividade e da agrega o de valores aos produtos prim rios via agroindustrializa o Outro aspecto que merece cita o a diversifica o das cooperativas operando com todos os produtos agr colas importantes da economia paranaense al m de serem pioneiras na implanta o de novas culturas e projetos OCEPAR 2007 n p Percebe se que o desenvolvimento das cooperativas acompanhou a evolu o do setor agropecu rio que convergiu com boa parte do setor industrial presente no Paran no advento da agroindustrializa o tabelas 6 e 7 Apoiado no chamado agroneg cio o ramo cooperativista agropecu rio expande se no territ rio paranaense competindo tamb m com empresas multinacionais mas tamb m entre si Tabela 6 Participa o das cooperativas no setor agroindustrial paranaense em 2005 Setor Agroindustrial Ra es Leite Usina beneficiamento Derivados l cteos Leite em p Carnes Su nos Aves Bovinos Beneficiamento Algod o Fia es Algod o Seda Malte de Cevada Trigo Milho Mandioca Farinha F cula e amidos Soja Esmagamento de soja Farelo de soja Refino de leo Capacidade total instalada pelas cooperativas 23 000 t d 4 720 000 1 d 66 000 t a 20 000 t a 15 000 cab d 2 900 000 ca

Download Pdf Manuals

Related Search

Related Contents

Datasheet  ガスファンヒーター 取扱説明書 家庭用    Télécharger  Scanner Wedge for BlackBerry™ Software Users  Relatório - Tribunal de Contas da União  2 - Kyosho  Bedienungsanleitung User manual FL 100HA Junior  Cisco ASA5585-S20-K8 firewall (hardware)  IBフロア AF-DP、AZ3000-DP、AZ5000-DP、AN3000-DP  

Copyright © All rights reserved. Failed to retrieve file