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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

1. 288 Ap ndice G Foto V Obra paralisada campus Ondina em 2013 embora o quinto ano de vig ncia do Reuni Ap ndice H Foto VI Instala es f sicas antigas em funcionamento campus Ondina embora a Unidade Administrativa tenha implantado curso no Reuni
2. Fonte Or amento da UFBA 2012 Cotejando os recursos advindos do Reuni para custeio o que foi efetivamente pago com aqueles provenientes de receitas pr prias da UFBA observa se que a varia o entre os dois montantes pequena de 0 20 acima para a Receita Pr pria No documento em 1 P 05 est comemora o aos 60 anos da UFBA publicado em 2006 UFBA em n meros registrado que os recursos pr prios desta institui o sofreram decl nio ao longo dos anos da sua exist ncia sendo os n meros do per odo de 2007 a 2010 equivalentes ao que arrecadava nas d cadas de 1970 e 1980 quando n o havia proibi o por parte da norma vigente de 104 As receitas pr prias s o aquelas arrecadadas pela institui o mediante a cobran a de taxa pela presta o de servi os HR UFBA em N meros Especial 60 anos Dispon vel em lt http w ww proplan ufba br docs ufba numeros 60anos pdf gt Acesso em jun 2013 208 cobran a de taxas de matr culas dos alunos e presta o de servi os de consultoria pelos professores O referido documento justifica que a eleva o do patamar deste tipo de arrecada o em virtude da expans o da Universidade P blica por m os valores da receita pr pria s o pequenos se tomados sobre o or amento global da UFBA Considerando que em 2006 estes valores eram considerados pequenos em 2010 reduzem ainda mais em termos proporcionais j que o or amento total da UFBA passa de R 214 m
3. Gradua o Dispon vel em lt http portal inep gov br superior censosuperior sinopse gt Acesso em jun 2013 Censo da Educa o Superior Bras lia 2011 BRASIL Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Secretaria de or amento Federal Manual T cnico do Or amento Bras lia DF 2012 Minist rio do Planejamento Or am PAC Programa de Acelera o do Crescimento Bras lia DF 2013 Dispon vel em lt http www planejamento gov br secretaria asp cat 500 amp sub 677 amp sec 62 gt Acesso em jun 2013 BRASIL Minist rio da Educa o Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Portaria Interministerial n 22 MEC de 30 de abril de 2007 Dispon vel em lt http www ufjf br prorh files 2010 02 portariaministerial22 2007 pdf gt Acesso em jun 2013 BOYADJIAN Ana carolina Paes de Barros Os Programas de transfer ncia de renda no Brasil no per odo de 1992 a 2007 In O Brasil sob nova ordem S o Paulo Saraiva 2010 BR GIDO Carolina Brasil tem um dos piores ndices de GINI O Globo Rio de Janeiro 23 jun 2010 Dispon vel em lt http oglobo globo com economia gini brasil tem piores indices gt Acesso em jul 2012 CABRITO Belmiro Gil Globaliza o e mudan as no ensino superior na Europa o Processo de Bolonha entre as promessas e a realidade Reformas da Educa o Superior Cen rios passados e contradi es do presente S o Paulo Xam 2009 C MARA DOS DEPUTADOS
4. uma leve queda deste setor em rela o ao p blico passando de 89 em 2007 para 88 em 2010 Portanto h uma pequena desacelera o o que ocorreu depois de um crescimento de 175 em quantidade de IES registrado no per odo de 1998 a 2010 Como j afirmado sendo a op o de Lula da Silva PT em ampliar vagas via Universidade P blica em movimento contr rio o setor p blico teve eleva o no mesmo per odo como pode ser observado no Gr fico 7 A eleva o mais significativa em fun o do Reuni Gr fico 7 Evolu o das vagas na gradua o dos setores p blico e privado no per odo de 2006 a 2010 3 000 000 2 500 000 2 000 000 ES P blicas 1 500 000 ES Privadas 1 000 000 ES Federais 500 000 p 0 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte INEP 2012 Deste modo o governo Lula da Silva PT justifica a expans o da Universidade P blica atrav s da ret rica em defesa da democratiza o do acesso e lan a o Reuni como meio de efetivar sua proposta Cabe observar que a cr tica feita amplia o de vagas na educa o superior p blica n o porque se defende a Universidade P blica para poucos ou para menor quantidade de indiv duos Neste sentido a amplia o do acesso educa o superior n o algo considerado como negativo Conforme estudos de Leher 2010 Barros e Brunacci 2010 Paula e Lamarrra 2011 a cr tica feita ao fato de expandir n o significar priorizar a
5. Oliveira 2010 aprofundando a sua leitura cr tica sobre o funcionamento da conjuntura pol tica e econ mica nacional explica as especificidades encontradas no funcionamento do governo Lula da Silva PT abordando o fen meno pol tico no qual os segmentos e representantes da classe dominada na condi o de ocupantes do poder realizam e implementam um projeto pol tico das classes dominantes o que se traduz como injusti a para com as camadas populares Deste modo introduziu o termo hegemonia s avessas com a inten o de explicar as especificidades encontradas no funcionamento do governo Lula da Silva PT Ressalta o autor que este per odo hist rico brasileiro n o tem ainda um ferramental te rico que o explica Portanto hegemonia s avessas n o ainda um conceito acabado mas que d conta em certa medida da realidade brasileira E ao mesmo tempo acena no sentido de que existe a necessidade para Oliveira 2010 de uma revolu o te rica e epistemol gica necess ria para explicar a realidade nacional adequadamente A elei o de Lula da Silva PT por duas vezes consecutivas deu mostras da supera o de uma esp cie de ran o nacional o preconceito de classe e a desigualdade social Afinal de contas um trabalhador foi al ado ao poder pelo voto direto Este teria sido um avan o obtido via embate de for as contradit rias existentes no tecido social brasileiro Entretanto uma vez no poder Lula da Silva PT retirou o conte d
6. es sociais conseguiu impor s universidades a mesma l gica daquelas organiza es p blicas de direito privado por meio de procedimentos induzidos por sua proposta de reforma gerencial do Estado A qualidade outro aspecto importante que Limoeiro 2001 observa quando analisa a reforma do ensino superior A autora chama a aten o para o modelo de avalia o criado pelo governo cujos crit rios s o deslocados para resultados de curto prazo em conson ncia com o mercado A observ ncia mais no sentido de controle do que produzido dentro da Universidade P blica no sentido burocr tico o que transforma as atividades meio em fins Com o foco no controle e na burocratiza o do ensino e da pesquisa na instrumentaliza o da produ o docente o investimento em pol ticas que objetivam fortalecer e aperfei oar a produ o docente inexiste dando lugar hierarquiza o cient fica A falta de recursos p blicos faz com que a pesquisa se subordine ao capital porque sem investimentos os professores buscam parcerias privadas para executar os seus projetos Deste modo o saber colocado a servi o da hegemonia e descaracterizado da sua perspectiva cultural reduzindo o conhecimento a uma mercadoria A dissocia o entre o ensino a pesquisa e a extens o faz parte da reforma do ensino superior na era FHC e esta a o assim como as evidenciadas anteriormente coadunam com as prescri es dos organismos internacionais Para a
7. O espa o se globaliza mas n o mundial como um todo sen o como met fora Todos os lugares s o mundiais mas n o h espa o mundial Quanto ao espa o ele tamb m se adapta nova era Atualizar se sin nimo de adotar os componentes que fazem de uma determinada fra o do territ rio o l cus de atividades de produ o e de trocas de alto n vel e por isso consideradas mundiais Esses lugares s o espa os hegem nicos onde se instalam as for as que regulam a a o em outros lugares A mobilidade do capital criou novos espa os de racionaliza o e a sua transnacionaliza o foi efetivada atrav s da forma o de grandes redes corporativas com sede nos pa ses centrais mas com atividades de produ o e investimentos expandidas para outros continentes A acumula o flex vel contribui para o fortalecimento da internacionaliza o do capital financeiro Neste contexto as rela es de trabalho se tornaram prec rias como foi observado por Santos 2009 com baixos sal rios altos ndices de desemprego perda de direitos sociais e desarticula o dos sindicatos Por conta do aumento da concorr ncia e do discurso em favor da redu o do tamanho do Estado muitas empresas estatais foram privatizadas fazendo com que o capital privado passasse a ter novos nichos de mercado para 8 Os meios que viabilizam a lucratividade do capital neste caso s o sal rios baixos exist ncia de m o de obra qualificada condi es am
8. O presente estudo procurou discutir se o programa Reuni implementado pelo governo Lula da Silva 2008 2010 no contexto da globaliza o flex vel democratiza ao cesso Universidade Federal da Bahia particularmente nas duas dimens es operacional e curricular pedag gica Discuss o esta que est localizada historicamente na reforma da educa o superior brasileira implantada a partir dos anos 1990 e que buscou evidenciar o seu significado no mbito do projeto pol tico econ mico do governo Lula da Silva PT bem como o papel atribu do Universidade P blica A revis o te rica realizada no cap tulo dois demonstra que as mudan as no modo de produ o e reprodu o do capital surgidas com o esgotamento do fordismo resultaram na reestrutura o capitalista dos anos 1970 que teve como objetivo a supera o da crise do capital atrav s dentre outros meios do aprofundamento da financeiriza o da economia materializada por meio da ado o em escala mundial dos fundamentos da pol tica econ mica neoliberal Estas modifica es no modo de acumula o capitalista constitu ram um corpo pol tico e ideol gico que determinam pr ticas sociais e reestruturam formas tradicionais de regula o na presta o de servi os de consumo coletivo particularmente dos pa ses perif ricos Neste contexto destaca se o papel da educa o elemento estrat gico no processo de produ o e reprodu o social particularmente na qualifica
9. Uma vez definidas as extens es anal ticas chegou se s dimens es anal ticas e as vari veis observadas durante a investiga o Mais uma vez recorreu se aos documentos Decreto n 6 096 s Diretrizes Gerais do Reuni a proposta da UFBA de ades o ao Reuni e ao relat rio da Andifes para identificar as a es balizadoras da implementa o do Reuni pelas universidades p blicas brasileiras e no caso desse estudo especificamente a UFBA As principais a es identificadas embasaram a defini o das seis vari veis que foram agrupadas dentro de duas dimens es anal ticas da seguinte forma 1 esfera operacional dimens o de an lise amplia o da oferta de ensino superior Vari veis i or amento ii aumento de pessoal docentes e t cnicos iii amplia o do acesso iv adequa o e atualiza o das estruturas de apoio ao ensino i esfera reestrutura o curricular pedag gica dimens o de an lise reestrutura o pedag gica Vari veis 1 reestrutura o acad mico curricular ii renova o pedag gica e 111 compromisso social No Quadro 2 est demonstrada a sistematiza o das extens es dimens es e vari veis da pesquisa contidas no modelo anal tico 173 Quadro 2 As dimens es e vari veis do modelo anal tico DIMENS ES Amplia o da oferta de ensino superior Reestrutura o pedag gica VARI VEIS Expans o de pessoal Estrutura curricular Amplia
10. es por participarem da avalia o cr tica da implanta o do Reuni em mbito nacional a Diretora do Sindicato 176 Nacional dos Docentes das Institui es de Ensino Superior Andes professora Marinalva Silva Oliveira e o atual presidente da Federa o de Sindicatos de Professores de Institui es Federais de Ensino Superior Proifes professor Eduardo Rolim de Oliveira Ainda na defini o dos atores a serem entrevistados levando se em conta o fato de que as dimens es e vari veis da pesquisa contemplam os aspectos de infraestrutura e reestrutura o curricular e pedag gica dos cursos optou se por fazer o recorte dentro do universo de atores que est o diretamente ligados aos cursos da UFBA campus Salvador os coordenadores dos Colegiados de Cursos Esses atores por estarem na base da UFBA fazerem parte do seu corpo docente e por isso tamb m vivenciam a realidade dos departamentos dos quais s o membros e serem respons veis pelos cursos cujos colegiados coordenam vivenciaram e ainda vivenciam a implementa o do Reuni com os seus avan os e limita es al m de conhecerem profundamente a realidade dos cursos tanto do ponto de vista pedag gico quanto do seu funcionamento administrativo Para fazer o recorte dentro do universo desses atores foi estabelecido o crit rio como j informado dos cursos que foram criados ou ampliaram vagas a partir do Reuni Na UFBA existem ap s o Reuni tr s modalidades de cursos
11. haviam sido feitas durante as elei es conforme j foi discutido quando o ent o candidato manifestou publicamente a sua inten o em manter os compromissos j assumidos pelo pa s junto aos organismos internacionais Entretanto at a sua posse muitos achavam que os posicionamentos abrandados de Lula da Silva PT poderiam ser parte de sua estrat gia eleitoral e o que ficou demonstrado logo nos primeiros meses do seu governo foi o contr rio o governo petista realmente optou por manter a pol tica econ mica de car ter neoliberal a mesma pol tica econ mica que tanto criticara Mas al m disso nomeou para cargos centrais pessoas identificadas com esta l gica como o caso de Henrique Meirelles que ocupou a presid ncia do Banco Central interessante observar que as justificativas para o posicionamento pol tico adotado por Lula da Silva PT sempre existiram ou seja o seu alinhamento e do PT rumo ordem vigente n o foi assumido claramente Se inicialmente teve de dar continuidade pol tica econ mica neoliberal por conta da heran a que havia herdado de FHC depois foi porque mant la era a nica forma de assegurar o crescimento sustentado do pa s uma vez que seria preciso assegurar a sua credibilidade no cen rio internacional Mais tarde a justificativa foi a de que o ambiente externo era desfavor vel a uma mudan a na pol tica econ mica interna uma vez que seria necess rio manter o pa s longe da crise financeira qu
12. modifica o das pr ticas gerenciais do Estado altera es no ritmo de trabalho com a maximiza o da explora o dos trabalhadores flexibiliza o dos contratos e o crescente desemprego e a financeiriza o e desregula o econ mica 27 Conforme observado por Harvey 2001 foram incessantes os esfor os do capital para lan ar se sobre a recomposi o do ciclo da acumula o de lucros e valoriza o do capital Com isso os requisitos necess rios para a amplia o das possibilidades de investimento do capital precisavam ser viabilizados A supera o do modelo Keynesiano ao passo do surgimento do Estado m nimo foi o elemento justificador para que as bases do consenso fossem estabelecidas Consenso este pautado no conjunto de novas pr ticas que justifica o argumento de que os elementos at ent o constituintes da pol tica econ mica Keynesiana foram insuficientes para conter a crise capitalista uma vez que o d ficit p blico se tornava maior em fun o da pol tica econ mica expansionista at ent o em vigor O que o mundo assistiu a partir da crise econ mica dos anos 1970 foi o deslocamento da nfase no processo produtivo baseado at ent o no fordismo para as pr ticas do toyotismo modelo japon s de produ o ao mesmo tempo em que houve o aprofundamento da financeiriza o das rela es econ micas Como pode ser percebido nos estudos de Dupas 2003 Santos 2004 o Estado no contexto da crise do sist
13. mt 1 mm m VIRTUTE SPIRITUS UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRA O N CLEO DE P S GRADUA O EM ADMINISTRA O EIXO ACAD MICO MESTRADO DOUTORADO LEIDIMAR C NDIDA DOS SANTOS O REUNI E A DEMOCRATIZA O DO ACESSO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESTUDO A PARTIR DAS DIMENS ES OPERACIONAL E REESTRUTURA O CURRICULAR PEDAG GICA Salvador 2013 LEIDIMAR C NDIDA DOS SANTOS O REUNI E A DEMOCRATIZA O DO ACESSO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESTUDO A PARTIR DAS DIMENS ES OPERACIONAL E REESTRUTURA O CURRICULAR PEDAG GICA Tese apresentada ao Programa de P s gradua o em Administra o Escola de Administra o Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para a obten o do t tulo de doutora em Administra o Orientador Prof Dr Jos Ant nio Gomes de Pinho Coorientadora Profa Dra Maria Elisabete Pereira dos Santos Salvador 2013 Escola de Administra o UFBA S237 Santos Leidimar C ndida dos O Reuni e a democratiza o do acesso Universidade Federal da Bahia estudo a partir das dimens es operacional e reestrutura o curricular pedag gica Leidimar C ndida dos Santos 2013 288 f il Orientador Prof Dr Jos Ant nio Gomes de Pinho Coorientadora Profa Dra Maria Elisabete Pereira dos Santos Tese doutorado Universidade Federal da Bahia Escola de Administra o Salvador 2013 1 Universidade Federal da Bahia Re
14. o fator de inclus o e mobilidade social um dos direitos do cidad o al m de ser um bem p blico que deve ser assegurado pelo Estado de maneira universal Peixoto 2011 p 219 afirma que democratizar o acesso educa o possibilitar a inser o de pessoas das mais condi es sociais e origens no sistema educacional contribuindo para tornar essas institui es e pa ses mais plurais e diferenciados social e culturalmente e em dia com os direitos de cidadania Para a efetiva democratiza o do ensino superior preciso obter a sua universaliza o seguindo um padr o de qualidade elevado A qualidade tem como diretrizes entre outros a inova o aprendizagem e pesquisa No entanto como ressalta Peixoto 2011 as reformas da educa o superior na Am rica Latina e no Caribe est o sendo concretizadas levando em conta aspectos e dimens es sobretudo com foco na expans o de vagas Na UFBA o Reuni pretende se efetivar atrav s das dimens es operacional e curricular pedag gica amparado no argumento de que democratiza o acesso Universidade P blica No entanto a an lise dos fatores que comp e o contexto da sua implanta o na UFBA permite identificar diversos fatores que contribuem para precarizar a qualidade da educa o superior al m de que promovem a n o perman ncia na Universidade Estes fatores s o dentre outros descompasso entre a expans o e a cria o das condi es adequadas para a oferta
15. o aos investimentos na educa o Em 2009 por exemplo apesar da aplica o de 5 do PIB o investimento em educa o foi negativo em 0 3 o que implica na manuten o do n vel dos recursos aportados O per odo de maior expans o dos investimentos foi entre 2006 e 2010 apesar de mantida a propor o entre o desempenho econ mico e o montante gasto em educa o n o tendo assim aumento proporcional relevante por conta das oscila es para baixo do PIB em anos anteriores importante ressalvar que nos anos de maior eleva o dos investimentos autorizados 188 inicialmente no or amento anual da Uni o nos anos de 2009 e 2010 o governo de Lula da Silva PT prop s cortes or ament rios dos gastos com a educa o na ordem de 10 Em se tratando de ensino superior a realidade quanto ao padr o de aporte de recursos em rela o ao PIB segue a tend ncia de estagna o por longo per odo Com o aumento dos gastos por partes das IFES segundo estudos de Leher 2010 tal estagna o de investimentos governamentais provocou grande desgaste estrutural nas institui es de ensino superior do setor p blico que por anos seguidos n o puderam contratar pessoal de carreira pouco p de manter da sua infraestrutura f sica e praticamente nada aumentou em termos de novas edifica es A amplia o dos investimentos na educa o particularmente no ensino superior come a a partir do ano de 2006 per odo em que o governo Lu
16. o do acesso ao ensino superior promovida pelo Reuni de fato conduz a democratiza o da universidade Efetivamente a amplia o ao acesso ao ensino superior promovida pelos governos FHC e Lula da Silva PT atrav s de mecanismos diferentes apesar de justificar as modifica es propostas para este n vel de ensino e para a Universidade P blica efetivamente n o o faz uma vez que a amplia o ocorrida n o acompanhada de melhoria das condi es e qualidade de ensino Ou seja o argumento de que a expans o de vagas democratizava ao acesso ao ensino superior por si s n o se sustenta fato fartamente comprovado pelas evid ncias emp ricas reunidas nesse trabalho O conceito que fundamenta tais conclus es o formulado por Coutinho 2008 e Chau 2001 ou seja a democracia diz respeito a liberdade e a igualdade e essa ainda uma promessa a ser conquistada a duras penas O significado da democratiza o do acesso ao ensino superior requer a transforma o das condi es de produ o da educa o o 265 que demanda transforma es econ micas e sociais mais profundas A educa o um direito a ser conquistado em meio a conflitos sociais conflitos que envolvem inclusive o embate em torno do modelo de desenvolvimento em curso As evid ncias emp ricas apresentadas ao longo do cap tulo seis sobre a efetiva o do Reuni na UFBA permitiram identificar ainda diversos fatores que descaracterizam a democratiza o de a
17. o e precariza o do trabalho Nesse novo contexto se modifica a l gica do processo produtivo das rela es de trabalho e do padr o de consumo Novos arranjos sociais se constituem em torno da flexibilidade da produ o do mundo do trabalho e do funcionamento do mercado Tamb m neste contexto o conhecimento continua valorizado pelo capital por ser a base da inova o e a Universidade continua a ser compreendida como importante e estrat gico mecanismo de desenvolvimento das novas t cnicas a serem empregadas no processo produtivo propiciando a retomada do processo de acumula o 19 A financeiriza o do capital e as pr ticas de cunho neoliberal se espalham pelo mundo Para garantir a inser o dos diversos pa ses no novo contexto globalizado s o estabelecidas diretrizes de pol tica econ mica mundial via organismos internacionais Fundo Monet rio Internacional e Banco Mundial que incidem sobre a configura o dos pa ses perif ricos ao adotarem a pol tica econ mica que visa desonerar o capital bem como criar plena liberdade para sua mobilidade A intensifica o de fluxos comerciais a mobilidade do capital potencializa e amplia o uso das tecnologias reordena os mercados e coloca em um patamar mais elevado a acumula o No Brasil os rumos tomados n o foram diferentes Esses processos incidem sobre os pa ses da Am rica Latina dependentes das economias fortes dos pa ses centrais No caso brasileiro na d cada
18. o entre sindicatos e mercado financeiro for as vistas at ent o como antag nicas e excludentes Trata se de uma nova vari vel no sindicalismo nacional isto outra rela o entre capital trabalho uma vez que historicamente os sindicatos sempre agiram em defesa dos direitos trabalhistas Jardim 2008 p 2 observa que extrapolando o trip cl ssico da a o sindical sal rio condi es de trabalho e redu o da jornada de trabalho o movimento sindical ou parte dele busca unificar os sindicatos em torno da administra o respons vel de vultosas somas dos fundos de pens o tendo a preocupa o com a moraliza o do capital a desigualdade social e com investimentos ticos e de responsabilidade social Os dois maiores sindicatos do pa s Central nica dos Trabalhadores CUT e Central Geral dos Trabalhadores CGT aderiram cria o deste tipo de plano de previd ncia No discurso de legitima o do envolvimento dos sindicatos com Planos de Previd ncia Privada est presente o argumento de que os trabalhadores n o podem ficar margem da moderniza o capitalista Neste sentido bom que fa am parte do sistema mas enquanto trabalhadores sem serem destitu dos da sua categoria de classe buscando equipara o de for as com o capital via opera o por dentro do sistema financeiro 82 na sua estrutura burocr tica como gestores Os referidos fundos passaram a operar no mercado financeiro b
19. pouco antes de 2002 ainda era criticada pelo PT Por outro lado tamb m s o encontradas passagens como A implementa o de nosso programa de governo para o Brasil de car ter democr tico e popular representar uma ruptura com o atual modelo econ mico fundado na abertura e na desregula o radicais da economia nacional e na consequente subordina o de sua din mica aos interesses e humores do capital financeiro globalizado PARTIDO DOS TRABALHADORES 2002 p 1 Pode se dizer que apesar das inten es contidas nos documentos do PT demonstrarem claramente o seu distanciamento da sua base social origin ria ainda figuraram como uma poss vel estrat gia da Coliga o Lula Presidente para driblar os poss veis entraves elei o de Lula da Silva PT Entretanto isso ficou mais no discurso do que na pr tica porque depois de eleito o representante petista n o s manteve os compromissos firmados sobretudo em rela o estabilidade econ mica ainda na campanha eleitoral como eles reapareceram nos programas propostos quando da campanha da reelei o em 2006 O paradoxo advindo deste alinhamento e as contradi es percebidas entre o discurso e a pr tica petista seguiram determinando a atua o de Lula da Silva PT Nesta narrativa dos fatos pode haver a impress o de que todo este movimento foi realizado sem maiores contesta es o que n o verdade Mesmo que as tend ncias majorit rias petistas tenham propiciado
20. uma pesquisa classificada de acordo com os seus procedimentos como documental e ao mesmo tempo como levantamento Voltando novamente a Gil 2002 p 43 este autor afirma que O elemento mais importante para a identifica o de um delineamento o procedimento adotado para a coleta de dados Assim podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos aqueles que se valem das chamadas fontes de papel e aqueles cujos dados s o fornecidos por pessoas No primeiro grupo est o a pesquisa bibliogr fica e a pesquisa documental No segundo est o a ex post facto o levantamento e o estudo de caso Trata se de uma pesquisa documental por utilizar documentos como fonte de informa es para a realiza o da pesquisa Esse estudo realiza ainda um levantamento de 168 dados o que se justifica com base em Gil 2002 pelos seguintes motivos i no levantamento h a perspectiva de estudar de maneira mais aprofundada uma determinada realidade e tal aprofundamento caracterizado pela compreens o de como ocorreu a implementa o de algumas dimens es do Reuni na UFBA ii fez se um levantamento de informa es a partir de entrevistas realizadas com um grupo significativo de pessoas sobre o objeto da pesquisa iii buscou se ainda o conhecimento da realidade a partir da caracteriza o da percep o das pessoas sobre a implementa o do Reuni na UFBA Martins e The philo 2007 p 60 definem o levantamento como estrat gia d
21. Assim As mudan as sob tais limita es aprior sticas e prejulgadas s o admiss veis apenas como nico e leg timo objetivo de corrigir algum detalhe defeituoso da ordem estabelecida de forma que sejam mantidas intactas as determina es estruturais fundamentais da sociedade como um todo em conformidade com as exig ncias inalter veis da l gica global de um determinado sistema de reprodu o MESZAROS 2008 p 25 O que se v no contexto da reestrutura o capitalista o empresariamento da educa o superior seja na forma da sua oferta como produto a ser adquirido pelos indiv duos ou transformando o sentido das pr ticas pedag gicas de modo que sejam conformadas ao padr o competitivo econ mico Portanto a reforma educacional n o para democratiz la mas para efetivar a l gica da forma o massiva porque o intuito qualificar a m o de obra conforme as exig ncias do mercado Isto posto segue se a discuss o sobre o teor da reforma do ensino superior brasileiro iniciada no governo FHC e que perpassa o governo Lula da Silva PT que instituiu o Reuni 4 4 A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA A PARTIR DOS ANOS 1990 Lima 2005 afirma que o governo FHC compreende o sistema educacional superior brasileiro como um complexo de institui es p blicas e privadas define a flexibilidade a competitividade e a avalia o como os pontos centrais deste sistema e estabelece os princ pios que fundamentam as suas a es
22. Gr fico 4 Gr fico 5 Gr fico 6 Gr fico 7 Gr fico 8 Gr fico 9 Gr fico 10 Gr fico 11 Gr fico 12 LISTA DE ILUSTRA ES Etapas de Organiza o da PESQUISA ao gasioas eds iias ad tag adaga asian As Dimens es e Vari veis do Modelo Anal tico Hist rico da estimativa do percentual do Investimento Direto em educa o em rela o ao PIB por n vel de ensino Brasil 2000 a Valores inscritos em Restos a Pagar por GND subfun o 364 Ensino S perior no periodo de 2007 a 20106 ssa dos cases aniaaas ane mhaanaaaia du fadantas digas Recursos or ament rios estimados pela UFBA em fun o do Reuni por GND d 2008 a 2010 corante agia asasena iaeia ata E Eea aeaa aSe Previs o da receita pr pria da UFBA no per odo de 2007 a 2010 Evolu o do n mero de institui es por depend ncia administrativa Brasil 1980 a 1998 eseseeesesseeresresrrssrrsressrrererressessess Evolu o do n mero de institui es por depend ncia administrativa Brasil 1998 a 2010 sa ea A E a asd Evolu o das vagas na gradua o dos setores p blico e privado no periodo de 2000 4 ON rsss papi ad ag Dae Evolu o da varia o percentual de vagas na gradua o UFBA no periodo de2002 4 2012 assita ds sr SS Roda Amplia o das vagas na UFBA em Salvador no per odo de 2008 a 2010 por modalidade de EUISO scan sdaa spa Sa Aida adaga deep aipaiDen u Vagas expandidas na UFBA no per odo de 2008
23. Mas o governo Lula da Silva PT n o representou os avan os esperados por se tratar de um l der pol tico que representava os trabalhadores Seria esta a oportunidade hist rica de alterar certos aspectos do cen rio nacional como devolver ao Estado a sua capacidade pol tica para mediar os interesses nacionais com o grande capital a sua capacidade de fazer pol tica econ mica N o se trata de esperar uma reforma estrutural radical por parte de Lula da Silva PT mas esperava se dele reformas importantes que permitissem o resgate de fundamentos e valores da economia e da pol tica brasileira que pudessem acenar na dire o da real redu o da desigualdade social Ao contr rio disso Oliveira e outros 2010 afirmam que Lula da Silva PT aumentou a autonomia do capital e ao mesmo tempo retirou da classe trabalhadora e da pol tica a possibilidade de redu o das desigualdades sociais bem como de ampliar a participa o democr tica Com a esquerda no poder a oposi o passou a ser a direita e portanto quaisquer cr ticas eram provenientes da classe hegem nica e portanto contra as camadas populares Toda cr tica era de direita porque intentava invalidar o projeto pol tico dos trabalhadores que finalmente haviam al ado ao poder Por outro lado como sinalizado mais uma vez por Oliveira 2010 n o foi um comportamento propriamente conservador o fato de representantes dos sindicatos serem al ados a condi o de gestores d
24. Para tanto requer recursos que foram buscados no Minist rio da Educa o Assim o projeto Universidade Nova conhecido pelo ent o Ministro Fernando Haddad que o acolhe promove a sua discuss o durante alguns meses e o transforma no Reuni e mais tarde v rios dos seus elementos s o incorporados na forma de diretrizes Tanto que no documento Diretrizes do Reuni 2007 aparecem as demais dimens es para al m da expans o das vagas 192 sendo implantadas na UFBA desde o seu primeiro mandato como reitor Com o objetivo de expandi lo no come o do seu segundo mandato o apresentou ao ent o ministro da Educa o Fernando Haddad que j tinha o intuito de promover o pacto pela educa o criado pelo governo Lula da Silva PT no come o de 2007 com a finalidade dentre outras de melhorar os indicadores da educa o nacional e alcan ar as metas do PNE A proposta Universidade Nova foi discutida por aproximados seis meses e em abril de 2007 incorporada ao Reuni Mais tarde da combina o dos interesses do governo Lula da Silva PT e dos elementos contidos na referida proposta surgiu o documento denominado Diretrizes do Reuni que detalha o conceito de reestrutura o e explica as dimens es do programa A fala de Naomar Almeida Filho sobre a vincula o do Reuni com o projeto Universidade Nova elucidativa o primeiro projeto de lei que deveria incorporar esse conjunto de ideias chamava Universidade Nova Depois o set
25. QUEIROZ 2011 p 13 Ainda sobre as prescri es do Banco Mundial para as reformas da educa o superior no documento de 1994 O Ensino Superior as li es derivadas da experi ncia reconhece que os investimentos p blicos no ensino superior s o maiores do que nos n veis anteriores E embora as matr culas tenham aumentado nesta esfera de educa o os resultados obtidos n o s o t o interessantes Cita como exemplo a baixa rela o aluno professor o ineficiente gerenciamento dos recursos econ micos nos pa ses perif ricos e a queda na qualidade do ensino para afirmar que a experi ncia demonstra o quanto as suas reformas estruturais s o urgentes e necess rias O caminho do governo para captar recursos de forma a diversificar as fontes de financiamento da educa o superior a amplia o do espa o privado via mercantiliza o da educa o superior Esta constata o da educa o como investimento e n o necessariamente um direito social deste modo n o precisa ser ofertada exclusivamente pelo governo ganha for a com o posicionamento da OMC que desde meados dos anos 1990 regulamenta novos setores de servi os que podem ser ofertados de acordo com as regras internacionais de com rcio Na maioria dos pa ses o setor p blico continuar educando uma grande propor o de estudantes Entretanto a fun o do setor privado se fortalece e a maior parte dos novos estudantes matriculados se educa em institui es 13
26. Ser necess ria uma l cida e criteriosa transi o entre o que temos hoje e aquilo que a sociedade reivindica O que se desfez ou se deixou de fazer em oito anos n o ser compensado em oito dias O novo modelo n o poder ser produto de decis es unilaterais do governo tal como ocorre hoje nem ser implementado por decreto de modo voluntarista Ser fruto de uma ampla negocia o nacional que deve conduzir a uma aut ntica alian a pelo pa s a um novo contrato social capaz de assegurar o crescimento com estabilidade Premissa dessa transi o ser naturalmente o respeito aos contratos e obriga es do pa s As recentes turbul ncias do mercado financeiro devem PN realiza o de alian as pol ticas por parte do PT vai se tornar algo corriqueiro e bastante ilustrativo da mudan a de rumos feita pelo partido Isso se radicaliza a ponto de em 2006 o ent o governador de Mato Grosso Blairo Maggi um dos maiores sojicultores do pa s representante da sigla partid ria PPS Partido Popular Socialista apoiar a candidatura reelei o de Lula da Silva PT em segundo turno Para ilustrar ainda melhor tal mudan a em 2012 o PT paulista por interm dio de Lula da Silva PT agora ex presidente da Rep blica firmou alian a com Paulo Maluf considerado um dos maiores inimigos pol ticos da esquerda brasileira sobretudo do PT al m de ter sido denunciado e condenado por cometer uma s rie de crimes de corrup o e de movimenta
27. Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal da Para ba Jo o Pessoa Para ba 2008 MAGALH ES Paulo et al Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 MAIOR corte no Or amento atinge reas priorit rias Folha de S o Paulo S o Paulo 2009 Dispon vel em lt http www1 folha uol com br fsp brasil fc3103200902 htm gt Acesso em jun 2013 MANCEBO Deise Diversifica o do ensino superior no Brasil e qualidade acad mico cr tica In OLIVEIRA Jo o Ferreira CATANI Afr nio Mendes SILVA JUNIOR Org Educa o Superior no Brasil Tempos de internacionaliza o S o Paulo Xam 2010 MANCEBO Deise SILVA JUNIOR Jo o dos Reis OLIVEIRA Jo o Ferreira Reformas e Pol ticas Educa o superior e p s gradua o no Brasil Campinas SP Editora Al nea 2008 274 MALAGUTI Manoel CARCANHOLO Reinaldo A CARCANHOLO Marcelo D orgs Neoliberalismo a trag dia do nosso tempo 2ed Quest es da Nossa Epoca S o Paulo Cortez 2000 MARTINS Gilberto de Andrade THE PHILO Carlos Renato Metodologia da Investiga o cient fica para Ci ncias Sociais Aplicadas S o Paulo Atlas 2007 MENEZES Lu s Carlos de Universidade sitiada A amea a da liquida o da universidade brasileira S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2000 MINAYO Maria Cec lia de Souza Org Pesquisa Social Teoria m todo e criatividade Cole o Temas Socia
28. afirma que este reordenamento foi pautado nos seguintes eixos mudan as no programa partid rio mudan as na organiza o e estrutura interna do partido e estabelecimento de alian as com diversas fra es da burguesa brasileira O quarto fundamento que suportou o argumento do risco de o PT se tornar um partido da ordem vigente foi o avan o incontest vel do neoliberalismo atrav s dos dois mandatos de FHC No ano de 1994 e mais tarde em 1998 tendo obtido ampla maioria para governar o ent o presidente FHC ajustou de maneira bastante radical o pa s ao neoliberalismo Singer 2010 destaca neste contexto dois pontos importantes que representaram perdas para o PT Um deles foram as privatiza es que desmontaram em certa medida o Estado brasileiro O outro foi a derrota obtida pelos petroleiros com a greve realizada em 1995 Este acontecimento dilacerou o movimento sindical no pa s uma vez que o movimento grevista foi fortemente combatido e punido pelo governo como nunca havia ocorrido antes ap s a redemocratiza o do pa s Sem a for a adquirida nos anos 1980 o PT lan a se por decis o da tend ncia hegem nica chamada de Articula o ao reordenamento interno Na opini o de Lima 2005 o eixo central do partido passou a ser posto que todos os alertas das an lises feitas a ii Segundo informa es contidas no site da Federa o nica dos Petroleiros 2012 em plen ria nacional convocada em janeiro de 1995
29. blico Neste sentido Cabrito 2009 p 51 afirma a op o tomada de harmoniza o do ensino superior no quadro da Declara o de Bolonha serve fundamentalmente a objetivos de natureza monet ria que n o repercutem no desenvolvimento dos indiv duos e que conduzem a um processo gradual de privatiza o da escola p blica As cr ticas aos BIs e Universidade Nova s o no sentido de que promovem no pa s a padroniza o do ensino superior conforme o modelo europeu sem respeitar as especificidades culturais locais aligeirando a forma o universit ria e seguindo as prescri es dos organismos internacionais legitimando deste modo o modelo de educa o amparado na reestrutura o capitalista e na acumula o flex vel Nos estudos de Paula 2009 L da e Mancebo 2009 os BIs s o compreendidos e criticados como o modelo de curso de forma o aligeirada moldado no formato das prescri es para a educa o superior emitidas pelo Banco Mundial e Unesco a partir da d cada de 1990 Trata se de modalidade de curso fundamentada na Teoria do Capital Humano e na concep o de educa o como forma o ao longo da vida que viabilizam a forma o do aluno atrav s das compet ncias impostas pelo mundo do trabalho 162 Ferreira 2009 ao analisar o formato dos BIs e a educa o superior por ciclos proposta pelo Processo de Bolonha v similaridades mas destaca que na Europa o primeiro ciclo ofertado sem que
30. como o Estado uma esp cie de sistematizador institucional de rela es sociais de for a ocorrem em seu interior as crises institucionais bem como a reorganiza o no sistema pol tico em fun o de que nele ocorrem mudan as motivadas por lutas tanto de natureza social quanto pol tica Pelo que se definiu do papel do Estado na acumula o capitalista at aqui conclui se que o Estado atrav s do seu modus operandi tanto faz interven es neste sentido ele sempre interventor com o intuito de manter as estruturas socioecon micas consideradas fundamentais para o funcionamento do capitalismo quanto tamb m ele pr prio se adapta s mudan as A sociedade capitalista caracterizada por crises e conflitos permanentes que alcan am o aparelho pol tico que tamb m acaba tendo de se reorganizar As crises por sua vez geram as reorganiza es e deste modo que o Estado garante a sua particularidade e relativa autonomia uma vez que tem a sua atua o determinada por um conjunto de for as da qual faz parte ou seja se o seu funcionamento mais no sentido interventor ou n o mais regulador ou n o isso n o determinado apenas pelas for as do mercado das fra es da burguesia e da sociedade organizada mas tamb m o Estado elemento que comp e estas for as e no embate entre elas que se d tamb m a reestrutura o do seu papel Deste modo pode se dizer que h uma correla o entre o modo como se desenvolve a
31. culos seja assegurada ou seja a qualidade expressa o fato de que os conte dos curriculares sejam alinhados s demandas do mercado Para tanto sugere que os 134 professores tamb m podem atuar no setor privado de modo a obter as experi ncias pr ticas e profissionais a serem compartilhadas com os alunos Os incentivos financeiros a programas e conjuntos de pesquisa entre ind strias e a Universidade est gios para estudantes patrocinados pelas empresas e nomea es de acad micos de tempo parcial para serem profissionais de setores produtivos podem ajudar a fortalecer os v nculos e a comunica o entre o sistema de educa o superior e outros setores da economia BANCO MUNDIAL 1994 p 13 tradu o nossa Pereira de Deus 2008 trata da reforma educacional devidamente inserida no contexto da reformula o da administra o p blica que implanta o modelo gerencial de gest o no setor p blico Al m disso aborda a reforma do setor educacional como preocupante uma vez que mercantilizar a educa o deu lhe significado de pr tica organizacional criando fornecedores e consumidores professores e alunos de um servi o que poderia ser ofertado por qualquer ente privado ou p blico desde que apresente as condi es m nimas exigidas e tenha fonte de financiamento Seguindo com a an lise do protagonismo dos organismos internacionais na reforma da a 673 y educa o superior nacional Casassus 2001 p 5 afirma
32. deixou de ser fundamentalmente baseado em bens para servi os novas formas de organiza o do mundo 31 do trabalho reconfigura o do espa o de atua o do mercado e das modifica es na nfase dos processos econ micos e sociais passando a ser a da flexibilidade e adaptabilidade aos novos rumos De modo geral nas ltimas d cadas houve como afirmado por Postone 2008 o enfraquecimento da soberania econ mica estatal nacional e a consolida o da ordem global pautada em fundamentos neoliberais A t nica da vida social pol tica e cultural com isso vai se tornar cada vez mais descentrada e fragmentada como requer a l gica da globaliza o N o obstante existam in meros estudos sobre o processo de reestrutura o do capitalismo a partir dos anos 1970 em meio aos tantos termos j citados anteriormente que definem este momento hist rico o conceito escolhido para guiar esta discuss o o de acumula o flex vel encontrado em Harvey 1992 Hirsch 2010 autores que compreendem as mudan as observadas no modo de acumula o capitalista como aquelas localizadas nas pr ticas culturais pol ticas e econ micas al m de remet las s maneiras de viv ncias do tempo e produ o do espa o Reconhecem os autores ainda que a reestrutura o capitalista significa a transi o no regime de acumula o e tamb m no modo de regulamenta o social e pol tico que a ele se vincula Harvey 1992 recorre E
33. mas n o precisa necessariamente ser ofertada pelo Estado Justifica portanto o discurso da sua oferta como um servi o a ser comercializado por diversificadas institui es de ensino muitas delas sendo administradas por grandes grupos de investimentos Isso coloca a educa o no mbito das exig ncias da empregabilidade o que consoante com as demandas do mercado de trabalho Para servir aos ide rios capitalistas a educa o definida dentro de padr es flex veis cursos a dist ncia empresariamento elimina o de barreiras mobilidade dos estudantes curr culos diversificados dentre outras caracter sticas Sob a gide do discurso da sociedade do conhecimento admite se que aprender ao longo da vida uma necessidade observada em v rios pa ses Assim a educa o algo a ser usufru do pela popula o em qualquer idade de qualquer lugar em que esteja e para isso necessita ser flex vel A aprendizagem deve ser transformada atribuindo lhe os conceitos de continuidade acesso inclus o e sustentabilidade a educa o colocada mais uma vez como fator de competitividade dos pa ses porque adv m da urg ncia da economia do conhecimento A educa o qualificada como elemento estrat gico do desenvolvimento devendo ser viabilizada sobretudo atrav s do uso de novas tecnologias A economia do conhecimento transformou as demandas do mercado e assim surgiram novas demandas para os trabalhadores Com isso
34. mas tamb m das estrat gias para v rios dos seus setores sociais a exemplo da educa o Nos estudos de Chau 2001 e Dupas 2003 observa se a constata o de que sob a gide do neoliberalismo entretanto n o poss vel a recupera o da economia mundial tampouco dos pa ses perif ricos Somado a isso constata se o avan o da pobreza e do desemprego por todo o mundo A promessa feita pelos pa ses centrais quando justificaram a expans o capitalista sob a tica da acumula o flex vel de viabilizar o crescimento econ mico dos pa ses da periferia capitalista n o se concretiza J em meados dos anos A Unesco emitiu os seguintes documentos Declara o Mundial sobre Educa o para Todos Satisfa o das Necessidades B sicas de Aprendizagem 1990 Declara o de Nova Delhi sobre Educa o para Todos 1993 Declara o e Plano de A o Integrado sobre a Educa o para a Paz os Direitos Humanos e a Democracia 1995 Recomenda es de Seul sobre Ensino T cnico e Profissional Educa o e forma o ao longo de toda a vida uma ponte para o futuro recomenda es 1999 Declara o das ONGs sobre Educa o para Todos Consulta Internacional de ONGs 2000 Declara o sobre Educa o para todos o compromisso de Dakar 2000 Declara o de Cochabamba Educa o para Todos cumprindo nossos compromissos coletivos 2001 Lima 2005 cita os seguintes documentos que foram emitidos pelo Banco Mundial O
35. mbito da reestrutura o capitalista dos anos 1970 e as demandas colocadas qualifica o da for a de trabalho e o papel da Universidade p blica nesse processo 11 refletir sobre a configura o pol tico econ mica do governo Lula da Silva PT no contexto da l gica capitalista mundial e financeirizada de modo a qualificar a ocorr ncia da expans o do acesso Universidade P blica 111 caracterizar o papel do Reuni na expans o e reestrutura o da Universidade P blica no governo Lula da Silva PT iv analisar a implementa o do Reuni na UFBA no per odo de 2008 2010 a partir das dimens es operacional e reestrutura o curricular pedag gica v produzir subs dios para a reflex o acad mica e fundamenta o te rica para a produ o de pol ticas p blicas na rea de educa o O marco te rico deste estudo est constitu do pela contextualiza o pol tico econ mica da reestrutura o capitalista ocorrida a partir do final dos anos 1970 a partir do esgotamento do fordismo e que teve como nfase a acumula o flex vel elemento condicionante da pol tica econ mica neoliberal adotada no pa s no come o da d cada de 1990 e cuja t nica se mant m no governo de Lula da Silva PT conforme os estudos de Harvey 1992 Oliveira 2003 2010 Hirsch 2010 Luciano Coutinho 2010 dentre outros Este modelo de desenvolvimento capitalista influenciou de acordo com Chau 2001 Paula e Lamarra 2011 dentre outros
36. menos favorecidos criando uma prote o aos seus interesses via coer o estatal Para Oliveira 2006 isso demonstrava a subordina o absoluta da acumula o interna de capital ao movimento internacional do capital e a ado o no pa s das recomenda es externas dizimando as chances de obten o do desenvolvimento a partir de um projeto nacional democr tico proveniente das pr prias contradi es internas Essa forma de inser o econ mica se constituiu no embri o do que anos mais tarde vai aparecer na literatura como inser o perif rica em uma economia globalizada e financeirizada Analisando o cen rio brasileiro j nos anos 2000 Oliveira 2003 descreve o padr o de desenvolvimento econ mico brasileiro algo n o muito diferente do que j havia observado alguns anos atr s desigual complexo contradit rio constitu do de avan os s avessas como a importa o do ide rio econ mico internacional ao inv s da constru o de um modelo de desenvolvimento voltado para a distribui o de renda como motor propulsor do crescimento interno Deste modo descreve o pa s com as seguintes caracter sticas no lugar da agricultura de subsist ncia tem se o agrobusiness da alta urbaniza o a uma industrializa o prec ria O Brasil um pa s cuja economia dependente do capital externo sem autonomia cient fica e tecnol gica Todavia tenha um parque industrial que em certo momento da 31 Paula 2005 infor
37. nunca foi feito no servi o p blico Ou voc faz naquele momento em que est ocorrendo em que a oportunidade est ocorrendo No servi o p blico dificilmente se planeja de maneira organizada a n o ser em uma ou em outra Universidade A UFBA hoje tem condi es de planejar o seu futuro Ela tem Hoje ela tem Como a Universidade Federal de Minas Gerais ela planeja ela tem um planejamento A Universidade como um todo a UFBA n o tinha um Plano Diretor quando da chegada dos recursos do Reuni A dificuldade para executar os recursos do Reuni e o despreparo operacional da UFBA foi tamb m constatado por Naomar Almeida Filho Segundo ele a libera o dos primeiros recursos foi no final de 2007 j findando o exerc cio financeiro e a partir da come ou a batalha burocr tica para dar conta de todas as a es necess rias para a sua execu o obedecendo legisla o vigente Principalmente porque a gente n o tinha uma hist ria de nunca ter dinheiro para investir n o tinha Eu acho que era deficiente a capacidade de gerenciar investimentos Setor de planejamento arquitet nico muito enfraquecido praticamente a parte de cristaliza o engenharia muito fraca prazos or ament rios curtos e os controles interno e externo fazendo intensificando as atividades o Tribunal de Contas da Uni o tamb m Ent o foi um per odo muito complexo Consoante dificuldade com o aparato operacional para a execu o do
38. o Portanto observar a vari vel or amento no contexto do Reuni possibilita perceber qual a l gica do aporte or ament rio financeiro por parte do governo federal para a educa o superior bem como identificar de que modo a execu o or ament ria tem sido processada e se corresponde em propor o s necessidades surgidas no mbito da UFBA a partir da implementa o do Reuni importante salientar conforme estudos de Amaral 2007 Sguissardi 2009 Leher 2010 que em termos da rela o PIB investimentos em educa o e particularmente no ensino superior n o ocorrem mudan as significativas at o ano de 2010 incluindo aqueles investimentos feitos do Reuni Tal fato aponta para o questionamento se a educa o particularmente a superior realmente prioridade no pa s como sempre foi anunciado por diferentes governantes Pelo menos em termos or ament rios n o se pode dizer que a educa o tem sido priorizada Ao contr rio disso a manuten o do n vel de investimentos demonstra o comprometimento do governo Lula da Silva PT com a pol tica econ mica mundial priorizando entre outros a produ o de super vit prim rio e o r gido controle das contas p blicas A tend ncia de estagna o observada nos investimentos no campo educacional sugere sua n o prioriza o por parte do governo pelo menos em termos de recursos or ament rios O n o incremento de aporte de investimentos acena ainda para o fat
39. o superior BANCO MUNDIAL 1994 p 10 tradu o nossa Aos conceitos de democratiza o do acesso e de autonomia ambos componentes da ret rica que justifica as mudan as prescritas pelos organismos internacionais agregado o de descentraliza o que significa repartir responsabilidades pela realiza o da educa o dividindo esta responsabilidade entre os atores envolvidos no processo educacional professores alunos pais de modo a assegurar a liberdade individual e a boa gest o econ mica quando na verdade se retira do Estado a responsabilidade pela oferta do que antes era compreendido como um bem p blico um direito universal e passa a ser um servi o a ser comercializado No quarto eixo o Banco Mundial aborda aspectos relativos a quantidade e a qualidade da educa o superior Reconhece a import ncia de existir nos n veis anteriores uma s lida educa o e trata sobre o fato de que uma IES precisa ter professores qualificados ambiente favor vel aprendizagem e recursos pedag gicos necess rios sobretudo recursos tecnol gicos preciso ter ainda um bom sistema de avalia o de modo a mensurar os resultados obtidos A qualidade da educa o abordada de acordo com a percep o de que as exig ncias econ micas quanto aos conte dos escolares aumentam Por isso o Banco Mundial enfatiza a import ncia de existirem representantes do setor privado na gest o das IES a fim de que a pertin ncia dos curr
40. o trabalhador tem direitos exclusivos de venda O dinheiro proporciona o ve culo para a acumula o Se o dinheiro representa valores reais exige o mesmo tipo de regula o estatal da oferta e do cr dito de dinheiro Voltando a Hirsch 2010 al m das formas valor e dinheiro o autor insere a forma pol tica na sua teoriza o sobre o Estado Esta se relaciona com a forma social de modo a caracterizar o Estado na acumula o capitalista pode ser explicada pela maneira como ocorre 41 a socializa o neste contexto ou seja pela divis o dos trabalhadores dos meios de produ o na produ o particular no trabalho assalariado e na troca de mercadorias A forma pol tica capitalista n o pode ser confundida com o aparelho estatal concreto Este apenas a express o institucional de estruturas sociais existentes atr s dele Em verdade as determina es formais capitalistas econ micas e pol ticas permeiam todas as reas sociais desde as burocracias de Estado como o sistema partid rio a fam lia as associa es de interesses a m dia as institui es econ micas dentre outras Para Hirsch 2010 a forma pol tica o Estado que se materializa separadamente dos membros da sociedade com certa autonomia em rela o s demais classes se apresenta como aparelho central de for a na forma de coer o Nesse sentido que se diz que a luta de classes com a presen a deste Estado se tornou racionalizada I
41. os reduzidos em fun o da sua grande oferta no mercado A redu o da lucratividade americana terminou por promover a estagna o econ mica porque sendo diminu das a produ o e a produtividade os sal rios foram impactados e baixos percentuais de ganhos lhes foram incorporados de modo a promover o desemprego crescente e a redu o de novos investimentos no processo produtivo Hirsch 2010 fala que a queda na taxa de lucro foi um fen meno mundial mas com peculiaridades observadas nos diferentes pa ses A redu o da lucratividade levou ao retrocesso estrutural na rentabilidade mundial e este foi um dos fatores preponderantes da crise que se instalou Todos os fatores da crise levaram portanto ao questionamento do modo de regula o fordista social e estatal O que antes era o apoio para a reprodu o e expans o do capital passa a ser o grande entrave O fato que houve a ruptura da rela o consumo de massa pol ticas sociais acumula o Hisch 2010 sinaliza que o colapso do fordismo teve tamb m muito da queda do estado de seguran a grifo do autor e com isso quer dizer que a oferta do bem estar baseado no consumo ruiu e com ele foi se tamb m todo o cimento ideol gico que sustentava Em rela o aos custos dos insumos uma das altas mais significativas ocorridas foi a do barril do petr leo que subiu muito levando as empresas a terem de investir em redu o de custos via inova o tecnol gica e orga
42. precisam adquirir novas habilidades e conhecimentos para serem capazes de buscar a sua inser o no mercado Equiparar as pessoas para lidar com essas novas demandas requer um novo modelo de educa o e forma o um modelo de aprendizagem ao longo da vida Ela engloba a aprendizagem formal escolas institui es de forma o universidades e a aprendizagem informal habilidades aprendidas com os membros da fam lia ou pessoas da comunidade Ele permite que as pessoas acessem oportunidades de aprendizagem como precisam e n o porque chegaram a certa idade Aprendizagem ao longo da vida fundamental para os trabalhadores que se 138 preparam para competir na economia global mas igualmente importante para a inser o social das pessoas nas suas comunidades A educa o promove o aumento da coes o reduz a criminalidade e melhoras a distribui o de renda BANCO MUNDIAL 2003 p xvii tradu o nossa A ret rica do Banco Mundial alinha se com a concep o da forma o global do indiv duo e considera que todos os espa os s o prop cios aprendizagem que se baseia tamb m na experi ncia e n o somente em conte dos previamente sistematizados Em um primeiro momento poss vel acreditar que esta vis o da educa o coaduna com a boa forma o escolar das pessoas Entretanto trata se na verdade da flexibiliza o da aprendizagem e da educa o admitindo a sob uma perspectiva completamente alinhada s demandas d
43. produtor de c pias daquilo que Oliveira 2003 denomina como descart vel como uma forma de indicar que a matriz produtiva o conhecimento cient fico as patentes estes pertencem aos pa ses centrais crescente a depend ncia financeira externa para investimentos na produ o de bens de consumo que n o asseguram a independ ncia produtiva do pa s mas se tornam obsoletos com muita rapidez e necessitam de atualiza o recorrente o que alimenta o ciclo de nova necessidade de investimentos de novas corridas ao capital externo sem que se obtenha no entanto a independ ncia da economia nacional No Brasil analisado por Oliveira 2003 a classe trabalhadora tamb m tem a sua especificidade O movimento de fortalecimento dos sindicatos dos anos 1970 pareceu paralisar se nos anos 1980 e a partir de ent o a organiza o dos trabalhadores entrou em franco arrefecimento fazendo com que a representa o de classe perdesse sua base social e poder pol tico Segundo Oliveira 2003 um dos fatores de solapamento da classe trabalhadora 2 2 y Gni 239 y PEES no pa s o surgimento dos fundos previdenci rios estatais que incorpora l deres sindicais 32 Paulani e Pato 2005 p 55 afirmam que o sistema previdenci rio brasileiro era marcado pelo regime de reparti o simples pay as you go caracterizado pela solidariedade intergeracional e pela posi o do Estado como seu principal ator O sistema de reparti o simples impl
44. recupera o do valor da pol tica Economia equilibrada ndices sociais melhorados nenhuma mudan a estrutural realmente efetivada e parece que a situa o brasileira n o mais de um pa s perif rico que n o h pauta que justifique fazer no pa s a grande pol tica E contradit rio observar a hegemonia da pequena pol tica justamente no governo cujo l der surgiu no bojo da grande pol tica da feitura e discuss o de num projeto pol tico nacional que reconhecia a necessidade da supera o das desigualdades sociais via luta classista Observa Nogueira 2010 que o resgate da grande pol tica seja algo imprescind vel para que a din mica social seja aquela em que 115 as quest es sociais sejam profundamente discutidas e estruturalmente modificadas em que o Estado seja forte n o pela tica do controle fiscal e da regula o econ mica mas pelo seu papel estrat gico dentro da sociedade pelo seu sentido tico pol tico Uma vez consolidado no Brasil o capitalismo dependente o caminho alternativo para a sua supera o talvez fosse devolver ao Estado a sua capacidade pol tica para mediar os interesses nacionais com o grande capital a sua capacidade de fazer pol tica econ mica Ao mesmo tempo promover na sociedade o resgate da pol tica nacional no sentido de abrir o debate em torno das quest es internas Colocar a grande pol tica na ordem do dia um desafio que ainda n o foi vencido no pa s uma vez que Lula da Si
45. reunidos podem propiciar aos indiv duos a supera o das desigualdades sociais o acesso irrestrito de todos educa o a qualidade efetiva do ensino a educa o como um bem p blico universal e a Universidade P blica como institui o social A democratiza o do acesso educa o superior portanto uma op o pol tica de enfrentamento da l gica hegem nica e n o a sua confirma o atrav s da cria o de estrat gias localizadas a exemplo do Reuni No mbito do entendimento neste estudo do significado da democratiza o do acesso ao ensino superior a educa o compreendida como intr nseca s rela es sociais da forma como est o estabelecidas ou seja reconhece a educa o como um direito a ser defendido em meio aos conflitos sociais Neste sentido a educa o um bem p blico ofertado precipuamente pelo Estado compreendido como um valor de alcance universal historicamente constitu do pela formula o de saberes m ltiplos amparados na cultura de um povo e nas rela es sociais A educa o deste modo conforme afirma Peixoto 2010 deve ser acess vel a todos os indiv duos al m de ser ofertada com qualidade A qualidade da educa o superior neste estudo compreendida com base nos estudos de Dias Sobrinho 2011 sendo um conceito complexo que pode ter as mais variadas interpreta es uma vez que constitu do de ideologia valores cultura influ ncias provenientes de uma ou de outr
46. rios aspectos incluindo o do comprometimento da sua qualidade Neste sentido o Reuni programa surgido durante o governo Lula da Silva PT em 2007 pelo Decreto 6 096 teve o prop sito apoiar a es que promovessem a reestrutura o do ensino superior e da Universidade P blica A quest o posta agora o modo pelo qual o Reuni foi operacionalizado Trata se de um programa do governo e como tal atendeu concep o pol tico ideol gica vigente no pa s durante o governo Lula da Silva PT Mas na dualidade observada neste governo e tendo em vista o seu alinhamento rumo ordem vigente o que 116 esperar do Reuni Constitui se este programa em mais um elemento do novo discurso da ret rica do governo petista O novo discurso que mant m os velhos ditames da ordem hegem nica Estas quest es orientam o prop sito de analisar o cen rio da educa o superior no pa s bem como o papel destinado Universidade P blica no governo Lula da Silva PT e a partir da compreender a natureza do Reuni e sua contribui o para o que este governo denominou como reestrutura o da Universidade P blica 117 4 REFORMA E A DEMOCRATIZA O DA EDUCA O SUPERIOR N o se pode afirmar que ser sempre assim mas nas condi es atuais quem desse ponto de vista se atrasa quem n o acerta o passo penalizado Na escala do globo o motor implac vel de tantas reorganiza es sociais econ micas pol ticas e tamb m geogr fic
47. rios produzidos poderiam acrescentar maiores informa es pesquisa al m daquelas j obtidas via documentos e entrevistas O Setor Reuni por exemplo apenas informa as obras que foram feitas J o de Informa o e Documenta o alimenta campos como quantidade de alunos professores montante de recursos or ament rios dentre outros S o informa es segundo depoimento dos colaboradores obtidas com as mesmas dificuldades e restri es encontradas durante a visita da pesquisadora aos diversos setores da UFBA e que j foram devidamente citadas Outra tentativa de acesso ao Simec foi feita atrav s de contato com o setor administrador do sistema que fica em Bras lia no Minist rio da Educa o Segundo troca de mensagens eletr nicas entre a pesquisadora e os colaboradores respons veis o acesso teria de ser autorizado pela Reitoria da UFBA atrav s de um cadastro e gera o de senha com fim espec fico Entretanto alertaram que o acesso de pesquisadores a essa base de informa es at ent o era desconhecido porque todos os colaboradores que a operam o fazem na condi o de alimentadores de m dulos espec ficos ou seja t m acesso para manusear o sistema alterar informa es e n o apenas para realizar consultas Informaram ainda que alguns m dulos do Simec s o abertos para consulta p blica mas est o atualizados somente at o ano de 2010 Isso de fato ficou constatado atrav s de visita ao endere o eletr nico h
48. smo neoliberal s o citados aqui dois posicionamentos que n o deixam de considerar o alinhamento rumo do governo Lula da Silva PT ordem vigente e que apresentam outros elementos determinantes desta realidade e s o importantes para a sua compreens o Apesar de ter ocorrido toda a mudan a de rumos do PT algo j citado neste texto e que comp e o conjunto anal tico de Singer 2010 n o h registro de que o partido tenha procedido a qualquer revis o das suas posi es nem das que constam dos documentos que marcam a sua funda o e percurso hist rico at os dias atuais tampouco daquelas encontradas nas pr ticas governamentais de Lula da Silva PT Ao contr rio disso o partido ainda considera o compromisso assumido com os menos favorecidos e com a transforma o social Isso significa que o partido se reconhece pelo menos em seus princ pios como um partido 99 que representa as massas populares com a ideologia inicial que fomentou o seu surgimento e o seu fortalecimento Neste sentido para Singer 2010 durante o governo de Lula da Silva PT algumas pol ticas colocadas em pr tica remeteram ao car ter de base social do partido mantendo as suas caracter sticas originais de modo que n o se pode dizer que a mudan a de rumos o alinhamento rumo ordem vigente foi completa A conclus o do autor pela exist ncia de dois eixos antag nicos mas que atualmente convivem dentro de um mesmo partido algo pass vel de an
49. tecnol gicos bacharelados interdisciplinares e de progress o linear Considerando essas classifica es e com base nos manuais do vestibular dos anos do per odo compreendido entre 2007 e 2011 chegou se aos seguintes n meros de cursos novos ou que ampliaram suas vagas em turmas j existentes tecnol gicos dois bacharelados interdisciplinares oito progress o linear quarenta e cinco importante registrar que no universo de 55 cursos novos turmas ampliadas existiam apenas 50 coordenadores de cursos uma vez comum haver apenas um coordenador para mais de um curso E h casos em que a turma existente antes do Reuni como no caso de Arquitetura por exemplo tem coordenadores e colegiados de curso distintos daquele da turma criada a partir do Reuni Assim n o h uma rela o direta entre o n mero de turmas e a quantidade de coordenadores No terceiro procedimento da etapa de observa o ocorreu a realiza o da coleta de informa es propriamente dita Essa etapa foi dividida em quatro momentos que n o foram estanques mas simult neos 1 explora o do site da UFBA ii visitas aos setores Quando do Reuni alguns cursos j existentes abriram turma no noturno Entretanto em fun o de especificidades da oferta dessa nova turma houve aumento da quantidade de semestres e no sistema UFBA um novo curso foi reconhecido Por m trata se da amplia o de um curso j existente Em alguns casos o coordenador dos d
50. 2007 p 06 as rela es sociais e os antagonismos por elas suscitados movem o processo em cont nua mudan a resultando na reprodu o do sistema em um ambiente permeado por contradi es sociais Por op o metodol gica n o se recorreu leitura dos autores da Escola de Regula o mas apenas aos estudos que Harvey 1992 e Hirsch 2010 desenvolveram levando em conta os subs dios te ricos desta teoria 32 nas concep es do espa o e do tempo s o rea es s altera es que ocorrem no capitalismo Assim como observado por Postone 2008 p 17 o capitalismo realiza compress es espa o temporais Elas as compress es alteram as experi ncias que as pessoas t m do espa o e do tempo as quais s o expressas culturalmente e sobre as quais se reflete teoricamente Ainda sobre a amplia o que Harvey 1992 prop e em rela o teoria desenvolvida pelos regulacionistas est a abordagem que faz sobre a rela o entre cultura e o capitalismo A an lise da crise do capitalismo n o deve ser restrita ao campo econ mico mas alcan ar tamb m as mudan as culturais ocorridas neste contexto Com isso o autor intenta mostrar que a nova configura o do capital produz as mudan as observadas nas rela es culturais sendo imposs vel dissoci las tampouco hierarquiz las Ent o a an lise de Harvey 1992 n o leva em conta a cultura apenas como elemento causal que comp e o capitalismo em certo per odo
51. Acesso em jun 2013 228 Pelas informa es contidas na Tabela 8 poss vel observar que a eleva o das vagas e dos inscritos no vestibular UFBA bem como do aproveitamento destas vagas at o ano de 2010 apresenta tend ncia de eleva o Chama a aten o o percentual de varia o das vagas na ordem de 88 enquanto o dos inscritos varia 58 Esta uma tend ncia que deve ser analisada em conjunto com os n veis de concorr ncia que em 2007 de 8 1 candidato vaga chegando ao ano de 2010 com o ndice de 6 8 candidato vaga Portanto de decr scimo curioso observar este fato porque a amplia o das vagas provoca o aumento da procura pelos cursos da UFBA mas n o na mesma propor o dos anos anteriores ao Reuni O que se pode constatar a partir destas informa es que h expans o das vagas ainda que n o seja consequ ncia natural o preenchimento delas H v rios cursos em que o n mero de classificados tem sido inferior quantidade de vagas ofertadas Pela expans o das matr culas observada na Tabela 9 fica percept vel o incremento m dio de 17 ao longo de tr s anos O que explica esse fato que dada a expans o do setor privado no que diz respeito educa o superior a amplia o do acesso UFBA pode incorrer em vagas em aberto o que implica em capacidade ociosa fen meno j observado antes do Reuni tido como uma defici ncia da Universidade P blica e que o governo Lula da Silva PT intencionou cor
52. Anhembi expressa no programa Lula 2002 assume um compromisso com a estabilidade o qual conforme indicamos em outro lugar condiz com o sentimento do subproletariado que come ava a se aproximar do partido e acalmava a burguesia Enquanto a alma do Sion poucos meses antes insistia na necessidade de operar uma efetiva ruptura global com o modelo existente a do Anhembi toma como suas as conquistas do per odo neoliberal a estabilidade e o controle das contas p blicas e da infla o s o como sempre foram aspira o de todos os brasileiros A inten o aqui n o fazer a an lise pormenorizada do conte do de todos estes documentos mas importante frisar que todos expressam de maneira predominante H na literatura extensiva refer ncia alma de Sion para ilustrar o surgimento do PT cuja assembleia da sua cria o ocorreu no Col gio Sion em S o Paulo Outra refer ncia esta feita por Singer 2010 alma do Anhembi que ilustra a aprova o de documentos da campanha eleitora do PT em 2002 Um deles a Carta Aberta ao Povo Brasileiro teve a sua aprova o em reuni o do Diret rio Central do partido no Centro de Conven es do Anhembi 96 compromisso com a transpar ncia com a manuten o do super vit prim rio com a estabilidade fiscal das contas p blicas enfim compromisso com a manuten o da pol tica macroecon mica vigente aquela mesma levada a cabo por FHC durante oito anos e que at
53. Brasil alcan ou em junho de 2002 1770 pontos mantendo se em crescimento Mas quando da posse de Lula da Silva PT no come o de 2003 em termos comparativos este mesmo ndice j estava na casa dos 1000 pontos e seguiu em franca queda encontrando se na atualidade em torno de menos de 200 pontos O comportamento do mercado sinalizou algo importante contudo o PT ainda mantivesse no seu discurso contrariedade com a pol tica econ mica neoliberal adotada por FHC conforme foi observado por Singer 2010 ficou muito clara a sua disposi o por manter as obriga es assumidas pelo pa s com os organismos internacionais e ainda as orienta es macroecon micas neoliberais ou seja houve a declara o clara convicta de que a elei o de Lula da Silva PT j n o significaria mais a radical transforma o social proposta pela base petista nos anos 1980 mas sim a continuidade da hegemonia burguesa a ordem nacional prevalecente O paradoxo petista a esta altura vis vel Nos documentos emitidos n o h a expl cita revis o das posi es do partido e n o h registro de que este fato tenha ocorrido em algum momento da sua exist ncia Os fundamentos sociais e classistas petistas sempre foram mantidos nos posicionamentos documentados Mesmo quando o partido admitiu a postura A escolha por utilizar a express o Lula da Silva PT deve se ao fato de que o recorte hist rico feito neste estudo foi durante o governo Lula da Si
54. Ensino Superior as li es derivadas da experi ncia 1994 Relat rio sobre o desenvolvimento mundial O Estado em um mundo em transforma o 1997 Documento estrat gico do Banco Mundial a educa o na Am rica Latina e Caribe 1999 Educa o superior nos pa ses em desenvolvimento perigos e promessas 2000 Do confronto colabora o rela o entre sociedade civil o governo e o Banco Mundial 2000 e Construindo a sociedade do conhecimento novos desafios para a educa o terci ria 2003 126 1990 a preocupa o com o aprofundamento do fosso social advindo do projeto de sociabilidade neoliberal e a situa o em que se encontra a economia mundial trouxe a tona o a PEES x 64 discurso do projeto pol tico intitulado como terceira via Para Chau 2001 a chamada terceira via tem como objetivo fazer uma cr tica limita o do neoliberalismo em resolver a estagna o econ mica e os problemas sociais al m de tentar se constituir em fundamento te rico da sociedade e da pol tica para o s culo XXI Entretanto n o se trata de um novo projeto de sociabilidade tampouco de rompimento com a l gica da financeriza o econ mica mas sim da renova o das for as hegem nicas A quest o central a ser observada na terceira via que o discurso hegem nico sobretudo disseminado a partir do Banco Mundial e com tom de cr tica ao formato cl ssico do neoliberalismo defende certa renova o e firma a e
55. H tamb m falta de estacionamento em alguns locais e muitos ve culos ficam em espa os ainda vazios sem cal amento pr ximos aos pr dios constru dos PAF IV por exemplo Em termos positivos al m dos pavilh es de aulas no campus Ondina existe o novo Restaurante Universit rio e um bom espa o de conviv ncia para as pessoas com obras de jardinagem Ambas s o constru es ocorridas ap s o Reuni mas n o se consegue identificar quais s o exclusivamente desta fonte H tamb m nova ilumina o pelas ruas do campus Ondina e cal amento de v rios acessos para pedestres Em pelo menos duas unidades administrativas Instituto de Matem tica e Instituto de Letras poss vel ver novas salas de estudos destinadas aos professores ainda que nem todas sejam individuais tenham tamanho razo vel s o muito pequenas e estejam devidamente equipadas positivo tamb m perceber obras em andamento seja de reforma ou constru o Por m h v rias obras paradas a exemplo da Faculdade de Dan a e de Agronomia Como j dito a expans o da Universidade P blica em si n o o objeto da cr tica ao Reuni mas constatar o descompasso entre todas as obras e a expans o das vagas bem como inadequa es existentes o aspecto negativo do Reuni porque geram problemas cujos efeitos incidem diretamente na qualidade do ensino Como exemplo disso pode ser citado o uso das novas salas de aula ainda n o extensivo a todos os professores As m
56. IFES o TCU promove a busca de solu es n 1 Bras lia 2007 Bras lia TCU Anais do F rum 2008 Dispon vel em lt http www scielo br pdf aval v 13n3 03 pdf gt Acesso em jun 2013 ANDIFES Pleno discute repactua o or ament ria do Reuni e distribui o de recursos da assist ncia estudantil Boletim de Not cias publicado em 21 ago 2009 Dispon vel em lt http www andifes org br p 1672 gt Acesso em jun 2013 ANDRADE Maria Margarida de Como preparar trabalhos para cursos de p s gradua o no es pr ticas 5 ed S o Paulo Atlas 2002 BANCO MUNDIAL La ensefianza superior las lecciones derivadas de la experi ncia Washington 1994 Dispon vel em lt http www bancomundial org br gt Acesso em dez 2012 Lifelong Learning in the Global Knowledge Economy challenges for Developing Countries Dispon vel em lt http siteresources worldbank org INTLL Resources Lifelong Learning in the Global Knowledge Economy lifelonglearning GKE pdf gt Acesso em dez 2012 Estrat gia para o setor educacional Documento estrat gico do Banco Mundial a educa o na Am rica Latina e Caribe Dispon vel em lt http siteresources worldbank org EDUCATION Resources ESSU Education_Sector_Strateg y_Update pdf gt Acesso em dez 2012 BARDIN Laurence An lise de Conte do Lisboa Edi es 70 2011 BARRETO Raquel Goulart LEHER Roberto Do Discurso e das condicionalidades do banco Mundi
57. Pr Reitoria de Pesquisa Ci ncia e Inova o ela com o Instituto de Letras conseguiu da administra o central uma verba para contrata o de monitores para um curso de l ngua estrangeira intensivo para alunos nossos participarem do projeto ci ncia sem fronteira O Setor Reuni UFBA localizado na Reitoria e que emitiu o documento onde as obras citadas est o listadas n o soube explicar a discrep ncia entre o que est registrado no sistema e o que est realizado Considerando a norma vigente o mais prov vel que a obra tenha sido realizada mas onde consta inicialmente um centro de idiomas foi transformado em instala es administrativas ou pavilh o de aulas de uso coletivo O relato sobre o Centro de idiomas apenas para ilustrar a dificuldade em encontrar as informa es sobre a expans o 240 f sica que ocorre na UFBA nos ltimos anos A informa o mais confi vel sobre o tema a que est na publica o denominada UFBA em N meros Nesta h registro apenas da expans o em metros quadrados no per odo de 2008 a 2010 e consta que a varia o foi na ordem de 17 32 Cotejando a varia o ocorrida em termos de rea constru da com a observa o in loco feita nas mais variadas unidades administrativas da UFBA poss vel afirmar que o Reuni intenta proporcionar uma verdadeira expans o f sica mas ela ainda n o ocorre na intensidade prevista A maioria absoluta das obras listadas no documento est em const
58. Reuni tem o fato de que o Plano Diretor da institui o estava contemplado no documento intitulado Princ pios B sicos para a Reforma Patrimonial da UFBA de 1996 Por conta de a es da Francisco Jos Gomes Mesquita concedeu entrevista em setembro de 2012 por ter sido o vice reitor da UFBA na gest o do professor Naomar e quando da implanta o do Reuni sendo o respons vel pela parte de efetiva o do programa porque liderou a parte de execu o or ament ria e realiza o das obras na citada Universidade 200 reitora da poca que buscava retomar as discuss es em torno da ocupa o espacial da institui o mas sobretudo em fun o do Reuni em 2008 o Conselho Universit rio Consuni considerando a atualidade deste texto procedeu ao seu ajustamento realidade atual e define em linhas gerais como deveria ser a ocupa o do espa o f sico institucional da UFBA em tempos de Reuni Assim o documento denominado Plano Diretor F sico e Ambiental dos Campi da Universidade Federal da Bahia PDFA UFBA fase I foi aprovado somente em maio de 2008 atrav s da Resolu o Consuni n 2 Segundo Naomar Almeida Filho e outros 2010 houve muita resist ncia para que o Plano Diretor fosse aprovado tanto por parte dos alunos quanto das unidades administrativas e ao mesmo tempo a UFBA ainda enfrentava resist ncias implanta o do Reuni Assim na fase I da execu o do citado plano s o contempladas as obras destin
59. Silva PT no ano de 2007 de fato democratiza o acesso ao ensino superior p blico Para tanto analisa a implanta o do referido programa na Universidade Federal da Bahia UFBA particularmente em suas dimens es operacional e curricular pedag gica no per odo de 2008 2010 As motiva es para a elabora o desta tese localizam se na minha escolha profissional por ser educadora Desde muito cedo ainda no ensino m dio esta foi a carreira que elegi e por isso ingressei no antigo curso Magist rio Durante este percurso formativo comecei a carreira docente como alfabetizadora em uma escola municipal Como consequ ncia natural ingressei na Universidade Federal de Mato Grosso UFMT para fazer a licenciatura plena em Pedagogia Ao mesmo tempo passei a atuar no ensino m dio no mbito educacional estadual e ainda na fase de forma o superior passei a compor o corpo t cnico administrativo da UFMT onde atuei por mais de quinze anos at voltar a exercer a fun o de educadora no ensino superior privado j durante a fase do mestrado Logo depois ingressei na carreira do ensino superior p blico como educadora da Universidade Federal da Bahia UFBA Ao longo de toda a minha forma o escolar e acad mica bem como da vida profissional lidei com a dif cil realidade da educa o brasileira em todas as esferas municipal estadual e federal p blica e privada ensino fundamental m dio e superior As condi es de oferta da ed
60. Universidade P blica l gica do capital e faz com que a educa o seja transformada em um mercado cujo produto comercializado o conhecimento Destaca que a produ o cient fica de qualidade s pode ser constru da com anos de trabalho cient fico intenso e ressalta a import ncia de o governo investir no desenvolvimento deste tipo de educa o superior ao inv s de promover reforma atrav s da qual precariza a Universidade P blica Para Limoeiro 2001 p 41 Est em curso entre n s uma reforma da Universidade que parte da grande reorganiza o da vida mundial sob a mundializa o do capital E significativo que ela esteja sendo definida a partir do Banco Mundial e n o de alguma ag ncia internacional de educa o ou de cultura Todo um aparato organizacional e financeiro vem sendo mobilizado para viabilizar pol ticas de educa o superior compat veis com aquela reorganiza o Chau 2003 concorda com o lugar de independ ncia que a Universidade P blica deve ocupar na sociedade apesar de toda inger ncia externa advinda da reconfigura o capitalista porque a sua autonomia enquanto produtora de conhecimento que torna poss vel a sua independ ncia mesmo que a estrutura social e o Estado seus elementos determinantes Chau 2001 reafirma que a Universidade aut noma e oferta um bem p blico a educa o como direito dos cidad os O fato de a educa o n o ser concebida como um bem p blico ofe
61. a 6 anos em 200 dias letivos 254 evid ncia do quanto o Reuni tem na UFBA abordagem mais instrumental com foco na expans o na dimens o operacional e n o na sua reestrutura o uma vez que privilegiou no Reuni mais a expans o das estruturas f sicas e do corpo docente do que a reestrutura o curricular pedag gica dos cursos que oferta Sem que a institui o tenha pensado discutido e elaborado o seu projeto pedag gico dif cil admitir algo para al m da feitura de um redesenho curricular nos seus cursos de maneira isolada Sem o norte pol tico pedag gico institucional sem os princ pios balizadores dos curr culos e das pr ticas pedag gicas inimagin vel pensar em reestrutura o da dimens o curricular pedag gica dos cursos Portanto o que ocorre nesta dimens o como visto s o adequa es s prescri es contidas na reforma da educa o superior de Lula da Silva PT Sobre a dimens o curricular pedag gica fica evidenciado que na UFBA a reestrutura o proposta pelo Reuni fica limitada implanta o dos BIs Mas importante lembrar que estes cursos n o s o propriamente uma pol tica do governo para a reestrutura o pedag gica do ensino superior Trata se na verdade de uma proposta que antecede o Reuni Uma proposta para ser implantado inicialmente na UFBA e que depois ganha corpo por ter sido abra ado pelo ent o ministro da educa o Fernando Haddad como uma das dimens es do Reuni de mo
62. a cidadania para o desenvolvimento tecnol gico e forma o da massa cr tica nacional Toda a condi o prec ria da educa o brasileira seria resolvida durante o governo Lula da Silva PT e a estrat gia para isso estava anunciada o rompimento com o modelo de desenvolvimento adotado por FHC O PT diante disso prop s o seu programa no qual estava definido o seu pr prio modelo de 8 As informa es estat sticas foram retiradas de Singer 2010 p 108 que cita como fonte prim ria as institui es Criterium e Funda o Perseu Abramo em lt www2 fpa org br gt acessado em 18 9 2009 Datafolha via Folha de S Paulo 30 5 2010 p A9 ii Segundo Singer 2010 as contribui es por parte dos filiados era majorit ria at o final do ano de 1989 caindo para menos de 1 em 2004 J as contribui es por parte empresas era na ordem de 1 em 1999 passando para 27 em 2004 98 desenvolvimento capaz de transformar esta realidade porque estava pautado na tica na amplia o da democracia e na justi a social A condi o prec ria da educa o nacional reconhecida pelo PT era verdadeira assim como a import ncia dada a este setor Realmente a inser o da educa o em todos os n veis no projeto de desenvolvimento nacional condi o para que o pa s avance sobre bases s lidas Entretanto os caminhos sinalizados pelo partido corroboram o alinhamento rumo ordem vigente porque os fundamentos continuaram os mesmos de ou
63. a compreender a reforma do ensino superior brasileiro da d cada de 1990 Institui es como ONU Unesco Banco Mundial FMI Unicef e a Organiza o Mundial do Com rcio OMC realizam v rios eventos e emitem prescri es atrav s das quais definem pol ticas para a educa o dos pa ses perif ricos Conforme observado por Krawczyk e Vieira 2008 nesse contexto que se torna poss vel perceber o quanto a educa o considerada uma importante estrat gia da difus o do projeto hegem nico A Justificativa para a a es dos organismos internacionais s o os problemas sociais como j dito agravados nos pa ses da periferia capitalista com a efetiva o do projeto neoliberal mas tamb m o alto n vel de endividamento destes pa ses e a necessidade de torn los eficientes na gest o das suas finan as Um dos documentos publicados no come o da d cada de 1990 e que traz o posicionamento da Unesco e Banco Mundial a educa o a Declara o Mundial sobre Educa o para Todos Neste documento s o explicitados alguns entendimentos sobre a 66 j se E Durante a d cada de 1990 foram muitos os documentos emitidos pelos organismos internacionais Todos eles tentavam dar conta das constata es dos problemas existentes nos pa ses da periferia capitalista e ao mesmo 129 educa o b sica que mais tarde figuram entre as estrat gias adotadas pelo governo na reforma do ensino superior Entre os pontos que constaram
64. a supera o das condi es sociais desiguais 124 4 2 OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E A REFORMA DA EDUCA O O esgotamento do fordismo com a crise do capitalismo a partir dos anos 1970 j referida neste trabalho a partir de Harvey 2003 Botelho 2008 Moraes 2006 se concretiza na periferia capitalista no final dos anos 1980 com consequ ncias do ponto de vista econ mico aumento da d vida externa e aprofundamento de problemas sociais Na periferia capitalista predomina a ideologia do desenvolvimento atrav s do est mulo financeiro com grande endividamento sendo no caso do Brasil o crescimento econ mico pautado a partir do padr o depend ncia dos pa ses centrais conforme j destacado por Oliveira 2010 Diante do endividamento cada vez maior dos pa ses perif ricos a inger ncia dos pa ses centrais consiste em prescrever a es que os subordinam l gica hegem nica internacionalizando cada vez mais o capital e fortalecendo a t nica da acumula o flex vel de modo a integrar mais ainda estes pa ses ao padr o reformulado do capital mundial Com o endividamento dos pa ses perif ricos o Banco Mundial e o FMI conforme afirmado por Lima 2005 p 48 come aram a impor programas de estabiliza o e ajuste da economia latino americana condicionando a renegocia o da d vida externa realiza o destes programas Conforme afirma Chau 2001 o foco na acumula o flex vel que enfatiza a financei
65. afirmado por Moraes 2006 Brand o 2007 Harvey 2008 marcam a transi o da acumula o capitalista via sistema produtivo para a esfera financeira Foi uma busca por padr es mais flex veis de ac mulo da riqueza e nesse contexto o aumento da riqueza passa a ter cada vez mais um car ter rentista Aliadas a esta nova forma de acumula o altera es acontecem tamb m no mundo do trabalho nos h bitos de consumo e no pr prio papel do Estado que passa da fun o de criador da infraestrutura para a acumula o e provedor do bem estar social no Brasil pode se dizer fun o desenvolvimentista para formulador e viabilizador das pol ticas de cunho neoliberal que n o prescindem das fun es anteriormente referidas sendo esta ent o a ideologia que fundamenta a nova reconfigura o mundial O mundo do trabalho vivencia ent o o solapamento da organiza o dos trabalhadores bem como dos seus ganhos e direitos sociais O Estado considerado incapaz de manter o n vel dos seus gastos sem incorrer na crise fiscal O grande capital corporativo precisa reordenar o processo produtivo investir em inova o tecnol gica e buscar novos mercados para manter o n vel produtivo e o consumo dos produtos fabricados Estava criado o ambiente da reestrutura o capitalista com nfase na acumula o flex vel A acumula o flex vel segundo Harvey 1992 a reorganiza o da acumula o capitalista com nfase na financeiriza
66. ao cumprimento das estrat gias para alcan ar a meta da democratiza o do acesso Universidade P blica prescrita pelo Reuni proposta a abertura de vagas no turno noturno assim como a cria o da infraestrutura necess ria para receber mais alunos com o objetivo de dar conta da volumosa expans o de vagas Dentre as metas relacionadas aparecem em menor n mero as que s o voltadas para a dimens o pedag gica e que pertencem dimens o reestrutura o do Reuni E importante ressaltar que a UFBA j vinha praticando a expans o de vagas e da sua infraestrutura mesmo antes do Reuni atrav s dos seus campi incluindo o de Barreiras Com a 00 Tanto este movimento estava ades o ao Reuni esta expans o foi bastante aprofundada instalado na institui o que 45 dos coordenadores de curso afirmam que o projeto de cria o amplia o dos cursos que coordenam j existia mas n o existia o aporte financeiro tampouco a previs o da expans o f sica para que fossem colocados em pr tica Outros 55 respondem que a amplia o ocorreu para atender a contrapartida exigida pelo Reuni Assim tr s pontos ficam evidentes um deles a concord ncia quanto a ampliar o acesso Universidade P blica Com projetos feitos antes mesmo do Reuni os professores demonstram o desejo de ampliar a entrada de mais alunos no ensino superior O outro ponto que h depend ncia total das IFES do governo federal Sem os recursos financeiros apor
67. apesar de ampliados seguem a tend ncia de investimentos observada em anos 7 A varia o m dia no per odo de 2007 a 2010 foi de 12 9 78 Al m de Leher 2010 tamb m Menezes 2000 p 43 trata do sucateamento promovido na Universidade P blica e destaca o rotineiro e cada vez mais elevado contingenciamento de investimentos no ensino superior ao afirmar o cerco econ mico uma realidade palp vel mas sobretudo resulta de mudan as no regime de previd ncia dos servidores p blicos assim como da ado o de pol ticas de contingenciamento financeiros que significam cortes no n mero de bolsas da p s gradua o redu o no apoio pesquisa e no custeio das Universidades P blicas Em 2006 as matr culas da gradua o nas IFES era 589 821 Em 2010 o n mero chegou a 938 656 sendo 833 934 no ensino presencial e 104 722 no ensino a dist ncia Informa es obtidas nas Sinopses Estat sticas do INEP de 2006 e 2010 2 Fontes Sinopses Estat sticas do INEP As vagas ofertadas pela Universidade P blica em 2006 era 19 135 Este n mero saltou em 2010 para 248 534 Dispon vel em lt http portal inep gov br superior censosuperior sinopse gt Acesso em jun 2013 191 anteriores uma vez que continuava a realizar a pol tica educacional pautada no PNE forjado no governo FHC Conforme afirmado por Dourado 2002 p 243 a proposta deste PNE reveladora dos seguintes indicativos de pol ticas pa
68. avan os pontuais observados eles foram mais simb licos do que reais porque foram traduzidos em resultados imediatos que n o conduzir o o pa s para a independ ncia econ mica e redu o das desigualdades sociais No governo de Lula da Silva PT a partir dos elementos j elucidados e que justificam o seu alinhamento rumo ordem vigente houve a valoriza o da pequena pol tica em detrimento da grande pol tica e isso s fortaleceu a hegemonia dominante e destruiu a capacidade do pa s de se organizar em torno das grandes e necess rias discuss es nacionais Luciano Coutinho 2010 e Nogueira 2010 afirmam o estado let rgico em que se encontrava a pol tica brasileira durante o governo Lula da Silva PT e atestam que este um ind cio ruim para o pa s que v estagnada a sua din mica social sem capacidade e motivos para ver alterado o rumo das coisas preciso resgatar a pol tica mas n o a pol tica moralista superficial N o a pequena pol tica que se ocupa das quest es triviais do governo e do pa s mas a grande pol tica aquela advinda como observado por Nogueira 2010 p 3 de uma reforma cujo eixo seja o fortalecimento democr tico das institui es a busca de coer ncia dos partidos a lisura dos pleitos a express o facilitada e equilibrada das prefer ncias da popula o a inclus o de novos eleitores Sua raz o de ser a revitaliza o das rela es entre as pessoas a sociedade civil e o Estado E a
69. busca maior liquidez no menor per odo de tempo e com menor risco poss vel o que torna os t tulos de renda fixa particularmente os t tulos da d vida p blica os ativos por excel ncia de seus portf lios por isso que Oliveira 2006 critica a inser o dos sindicatos na gest o da previd ncia privada V se que se trata de empresas totalmente inseridas na l gica da financeiriza o Os sindicalistas assim passaram a atuar em conson ncia e por dentro do sistema financeiro 83 FHC e tamb m pelo prosseguimento da desregulamenta o com o acr scimo de direitos sociais como o programa Bolsa Fam lia n o se trata para Oliveira 2006 desta simplifica o Na opini o do autor Lula da Silva PT refor ou a domina o de classe e despolitizou a luta quando radicalizou a subordina o total das decis es internas ao capital internacional n o restando nada da condi o de mediadora que um dia existiu na classe pol tica brasileira A pol tica deixa de existir como nacionalidade e os partidos n o fazem mais a pol tica mas brigam pelo poder de modo voraz Sob a lideran a carism tica de Lula da Silva PT efetivou se no pa s o que Oliveira 2006 descreve como domina o sem pol tica O que se viu no governo de Lula da Silva PT foi a liberdade para a explora o capitalista cada vez mais refor ada porque n o h nenhuma discuss o pol tica nenhum processo pol tico que possa barrar a domina o internacional
70. cada anterior e dar um conte do liberal a democracia reconquistada Aliado a isso a recess o interna os altos ndices de desemprego e a quebra das cadeias produtivas durante o governo Collor esfacelaram as bases da revolu o democr tica pregada pelo PT porque tanto o movimento sindical quanto os populares As demandas sociais sa ram do conjunto dos movimentos sociais de modo a serem individualizadas por associa es que uma vez constitu das atrav s de Organiza es N o Governamentais cooperativas voluntariado enfim via associativismo passam a representar determinados interesses de uma determinada categoria desfacelando a base concreta que era a luta de classes 91 perderam for a e viram se subordinados ao governo J a foi observado que as greves diminu ram consideravelmente numa clara demonstra o de recuo por parte dos sindicatos A conjuntura interna do PT foi o terceiro fundamento que mostrava o risco de o partido alinhar se com a ordem vigente Com a derrota de Lula da Silva PT nas elei es de 1989 os componentes da sua tend ncia majorit ria decidiram que era preciso rever os rumos das lutas partid rias Este grupo acreditava que o eixo norteador deveria ser a ocupa o do poder j referenciada anteriormente neste texto e n o mais a organiza o dos trabalhadores A partir de ent o ocorre um processo de realinhamento interno do partido que vai perpassar toda a d cada de 1990 Lima 2005 p 238
71. capital Por outro pode significar em certa medida tamb m a amplia o da massa cr tica e da melhoria das condi es sociais desta mesma coletividade cuja forma o interessa ao capital O acesso dos indiv duos das camadas populares escola leva para este espa o os conflitos sociais Portanto tal acesso pode ser elemento viabilizador da ressignifica o das rela es ali travadas ou seja os sujeitos sociais que servem a f brica e frequentam a escola s o os mesmos e expressam as contradi es estruturais da sociedade nos dois espa os A escola e o saber portanto podem ser instrumentos de aliena o mas tamb m de transforma o social neste contexto de contradi es que se constitui a institui o escolar e tamb m a educa o cujos saberes escolares s o tamb m constitu dos como focos de resist ncia em favor da educa o enquanto valor e n o apenas como meio de forma o profissional a partir da l gica de mercado Um dos aspectos evidenciados por Charlot 2007 a respeito da educa o no contexto do fordismo a mudan a da rela o do aluno com o saber e a institui o escolar em qualquer n vel de ensino A concep o do saber como fundamento da vida em sociedade como caminho para o desenvolvimento intelectual e consequentemente pela aquisi o do conhecimento como atividade prazerosa cedeu lugar ideia central de que a serventia da educa o mais propriamente da escolariza o o benef cio que
72. como uma pol tica p blica e de longo prazo de resgate da qualidade da educa o superior e da Universidade P blica mas sim como uma a o que promete ampliar investimentos tendo como contrapartida principal a expans o de vagas materializado em um contrato de gest o com as IFES de modo a alcan ar de fato as metas estabelecidas pelo governo federal A presidente do Andes Nacional Marinalva Silva Oliveira concorda com esta assertiva ao afirmar em entrevista que o Reuni faz parte da pol tica de expans o do governo Lula da Silva Esta pol tica tem como cerne fazer mais com menos Botar mais alunos na Universidade com menos professores e menos servidores menos recursos para a educa o uma pol tica expansionista que acabou precarizando a Universidade atingindo diretamente a qualidade da educa o Passa a construir uma Universidade voltada para o capital voltada para o mercado e uma universidade principalmente atrelada diretamente aos programas de editais do Estado Uma Universidade que perde a sua autonomia Ent o o Reuni est diretamente ligado l gica mundial do capital uma pol tica econ mica mundial e que prev tirar a qualidade da educa o que para eles tem outras perspectivas de forma o em massa de alcan ar n meros e n o qualidade Assim houve o aumento do repasse do governo federal para as IFES e como j dito n o consta do detalhamento da Lei Or ament ria Anual o valor efetivo d
73. da Silva PT no contexto do Reuni como estrat gia para efetivar a reestrutura o curricular dos cursos de gradua o e cada Universidade P blica deve propor a sua formata o e detalhamento Segundo Almeida Filho 2010 os BIs constituem um modelo de educa o superior atualizado que coloca o ensino superior do pa s em conson ncia com os modelos norte americanos e europeu Al m disso os BIs contribuem para a supera o de alguns problemas encontrados no cen rio da educa o superior brasileira tais como escolha precoce da profiss o porque muito cedo o aluno inicia o curso universit rio que define a sua profiss o falta de integra o entre a gradua o e a p s gradua o e o car ter disciplinar dos curr culos que devem adotar a pr tica pedag gica interdisciplinar O projeto Universidade Nova traduzido na cria o dos Bacharelados Interdisciplinares recebeu poucas ades es e muitas cr ticas mas s o plenamente reconhecidos pelo governo federal que emitiu no ano de 2010 os seus referenciais orientadores ou seja trata se de cursos que t m diretrizes nacionais como qualquer outro Apesar de o governo Lula da Silva PT incorporar o projeto dos BIs at 2011 existiam em apenas 11 Universidades P blicas com formatos variados em algumas s o combinados com a oferta de cursos de progress o linear 2 em outras a entrada principal dos alunos que depois poder o ter acesso aos cursos de 161 forma o trad
74. da economia particularmente quando o governo incentivou o consumo interno via redu o de impostos adquiriu via Banco do Brasil o Banco Votorantim dentre outros No papel do Estado tamb m poss vel perceber que houve por um lado o aumento da sua presen a com maior regula o econ mica Entretanto por outro lado tal retorno n o significou como j dito autonomia estatal em rela o ao bloco de poder dominante e sim serviu sobretudo como estrat gia para atender aos interesses hegem nicos uma vez que no novo arranjo pol tico econ mico da financeiriza o era imprescind vel o papel atuante do Estado no sentido de ser tracionar os novos blocos de investimentos Em certa medida a dualidade observada porque na verdade tanto os bancos BNDES e Banco do Brasil particularmente quanto as empresas estatais sobretudo a Petrobras foram centrais no fortalecimento dos grandes grupos empresariais Esta atua o do Estado como viabilizador das condi es de reprodu o e expans o do capital n o nova E por isso que Filgueiras e outros 2010 p 50 relembra a crise de 2009 e afirma que neste contexto o Estado interveio diretamente no processo de associa o de grandes grupos econ micos Sadia e Perdig o por interm dio do BNDES e comprou atrav s do Banco do Brasil parte do banco Votorantim O mesmo ocorre com na rea de infraestrutura e petroqu mica onde grandes grupos econ micos nacionais associ
75. de 2008 2010 O nico documento obtido uma rela o de obras e reformas onde s o citadas as edifica es reformas iniciadas em 2008 bem como a unidade administrativa a qual pertencem Neste documento s o identificadas obras no Instituto de Letras Pavilh o de aulas da Federa o Escola de M sica Instituto de Geoci ncias Biblioteca de Qu mica F sica Geoci ncias Matem tica Faculdade de Ci ncias Cont beis Hospital de Medicina Veterin ria e Centro de Idiomas Em visita aos campi da UFBA em Salvador facilmente constatado que parte destas obras realmente est o em andamento ap s quatro anos O curioso que duas obras citadas n o foram encontradas o Centro de Idiomas da UFBA e a Biblioteca Setorial de Administra o Economia Ci ncias Cont beis Direito Quanto ao Centro de Idiomas o pr dio destinado a ele na verdade o denominado Pavilh o de Aulas da Federa o PAF IV localizado em Ondina conforme a afirma o de Sergio Farias abaixo descrita Neste pr dio funciona a estrutura administrativa dos BIs e h alguns espa os dedicados ao ensino e outros cedidos para o curso de Zootecnia criado no Reuni e que n o coube no espa o da Faculdade de Agronomia porque o pr dio novo desta unidade est em constru o O centro de idiomas o pr dio foi constru do que esse onde n s estamos E que provisoriamente n o est funcionando como centro de idiomas porque o nosso do HIAC est em constru o A
76. de Sele o Orienta o e Avalia o SSOA da UFBA as informa es do gr fico n o contempla a Escola de Agronomia No ano de 2009 ocorreu a primeira entrada dos alunos provenientes das vagas Reuni que foram ofertadas no vestibular de 2008 As informa es contemplam toda a UFBA incluindo os campi de barreira e Vit ria da Conquista Apesar do recorte do estudo tenha sido a sede da UFBA localizada em Salvador a tend ncia dos n meros n o se modifica quando considerado o universo total da UFBA 117 2 e P Embora na UFBA existam apenas dois cursos tecnol gicos est o citados porque os dados estat sticos elaborados pelo Setor de Documenta o e Estat stica no ano de 2009 reuniram as duas modalidades de cursos Para manter a fidelidade das informa es coletadas optei por manter os n meros reunidos tamb m em 2010 O curso tecnol gico em Gest o P blica e Gest o Social come ou em 2009 com 50 vagas J o de Gest o de Transporte e Tr nsito come ou em 2010 com 45 vagas Tanto os BIs quanto os tecnol gicos n o existiam na estrutura da UFBA e foram criados a partir do Reuni entrando em funcionamento em 2009 cujas vagas foram ofertadas no vestibular de 2008 Nesta ocasi o a quantidade total de vagas foi de 950 J em 2009 saltou para 1 395 mantendo se no mesmo patamar no ano de 2010 Em 2007 foram ofertadas 3 896 vagas nos cursos de Salvador Nesta poca os BIs e os tecnol gicos tampouco o Re
77. do Com rcio OMC no mbito dos servi os n o exclusivos do Estado Adveio da a oferta da educa o por Organiza es que a entendiam como um produto e n o como bem p blico Por ser ofertada sob a perspectiva da mercantiliza o a gest o da educa o precisa ser com melhor rela o custo benef cio Adv m da as in meras pr ticas gerenciais colocadas em pr ticas dentro das Universidades P blicas com o intuito de alcan ar ndices de efici ncia que comprovassem a excel ncia da sua gest o Este processo Chau 2001 denomina como pr tica social determinada de acordo com a instrumentalidade 30 Diante do que foi considerado at aqui define se como objetivo deste cap tulo compreender a natureza da acumula o flex vel no mbito da reestrutura o capitalista dos anos 1970 contemplando com base na teoria cr tica os seguintes processos as mudan as advindas da reestrutura o capitalista crise dos anos 1970 e o modo de regula o contido na acumula o flex vel S o duas categorias anal ticas interdependentes cuja abordagem funcionar como lentes atrav s das quais ser poss vel compreender o contexto pol tico econ mico no qual est inserida a Universidade P blica Cr se que o contexto pol tico econ mico define o funcionamento desta institui o de onde emerge no ano de 2007 a aprova o do Reuni 2 1 O FORDISMO E AS MUDAN AS NA ACUMULA O CAPITALISTA Muitos estudiosos t m discutido s
78. e Brunacci 2010 educar em contexto adverso imp e desafios ao inv s de promover o ensino de qualidade A reforma educacional implementada no pa s tem sido efetiva no sentido de ampliar vagas Por outro lado esta expans o ocorre de maneira concomitante com a deteriora o da qualidade do ensino pelo menos no caso da UFBA Deste modo como compreendido neste estudo democratizar o acesso educa o n o simplesmente ampliar o n mero de vagas e construir edifica es Leher 2010 reconhece que os recursos or ament rios para o Reuni s o insuficientes para realizar a expans o da Universidade P blica assegurando a qualidade do ensino Observa que a estimativa de recursos necess rios para a amplia o de vagas no pa s feita com base em investimentos anteriores que estavam defasados e j deixam a Universidade P blica numa situa o prec ria Acrescenta que o Reuni se efetiva via acordo de metas assinado pelas IFES e h indicadores a serem cumpridos Ent o os novos investimentos s o na maioria destinados expans o atual e n o para recuperar estruturas antigas j completamente desgastadas pelo uso e pela a o do tempo Desgaste este resultado de anos em que a Universidade P blica fica relegada precariedade As IFES vivem portanto duas realidades enquanto novas edifica es s o erguidas outras permanecem da forma como estavam totalmente deterioradas Nos seus estudos Leher 2010 aborda tamb m a
79. e de sua pol tica macroecon mica A op o de Lula da Silva PT n o destoou na ess ncia do modelo de desenvolvimento previsto pelo capital para os pa ses perif ricos Assim n o avan ou no sentido de corrigir as distor es estruturais que conforme j observado por Oliveira 2010 e Luciano Coutinho 2010 emperram o desenvolvimento econ mico do pa s importante observar que os produtos de uso intensivo de tecnologia foram os que mais perderam em termos de participa o relativa em rela o ao total das exporta es Fica evidente que a os produtos que dominaram as exporta es nacionais s o predominantemente intensivos em recursos naturais ou s o produtos que requerem baixo desenvolvimento tecnol gico na sua produ o Os produtos nacionais com maior capacidade competitiva s o os provenientes dos setores tradicionais da ind stria de transforma o cujos insumos s o recursos naturais Pode se dizer que a estrutura produtiva existente nos anos Lula da Silva PT seguiu o mesmo percurso que vinha seguindo ao longo da d cada de 1990 mantendo se especializada em commodities agr colas e minerais No mbito do trabalho talvez estivesse concentrada a maior esperan a de mudan as estruturais a serem promovidas durante o governo de Lula da Silva PT porque afinal ele era um representante dos trabalhadores da classe oper ria Em certa medida alguns ganhos foram percebidos no decorrer do governo do governo petis
80. e gigantescas mudan as onde se observa o crescimento tanto em intensidade quanto em complexidade dos conhecimentos desenvolvidos para apoiar as novas pr ticas de produ o comercializa o e consumo de bens e servi os a Universidade P blica ocupa lugar estrat gico na reestrutura o capitalista passando a ser compreendida como organiza o operacional conforme afirma Chau 2001 O reconhecimento da 23 Universidade P blica deste modo tem um significado ela precisa adaptar se rapidamente s transforma es ocorridas no contexto global porque constitui o espa o onde ocorre a forma o dos profissionais de acordo com as demandas Nesse sentido a vis o pragm tica da Universidade P blica ganha for a tornando a mais alinhada com a l gica do capital No contexto do discurso da referida reforma da educa o superior brasileira a expans o do acesso a este n vel aparece justificada na necessidade da sua democratiza o e particularmente com o objetivo de inserir as camadas menos favorecidas nas institui es de ensino superior de modo que atrav s da educa o obtenham a inser o social Coutinho 2008 afirma que o conceito de democratiza o utilizado por diferentes ideologias servindo para justificar muitas vezes escolhas pol ticas que se distanciam do que de fato democracia e s utilizado porque representa uma virtude reconhecida socialmente e por isso serve como fundamento de pr ticas pol ticas
81. es financeiras il citas Esta alian a para favorecer a candidatura de Fernando Haddad Prefeitura de S o Paulo Com isso n o h mais d vidas de que para o PT dos anos 1990 para c tudo poss vel Atitudes como estas evidenciam a completa assun o do fisiologismo por parte do PT algo que parece improv vel para um partido que em tempos de maior lucidez pol tica chegava a promover conflitos internos ao partido por contestar rigidamente seus componentes que intentavam algum tipo de alian a partid ria com pol ticos que destoavam da filosofia petista Foi o caso por exemplo da expuls o de Lu za Erundina ex prefeita de S o Paulo por ter participado do governo do Presidente Itamar Franco 94 ser compreendidas nesse contexto de fragilidade do atual modelo e de clamor popular pela sua supera o Vamos preservar o super vit prim rio o quanto for necess rio para impedir que a d vida interna aumente e destrua a confian a na capacidade do governo de honrar os seus compromissos A concess o aberta ao capital por Lula da Silva PT atrav s da Carta ao Povo Brasileiro teve tamb m o intuito de evitar os poss veis impedimentos que o comportamento oscilante do mercado pudesse causar a sua candidatura A publica o deste documento ajudou a promover o arrefecimento das d vidas que o mercado tinha sobre a sua candidatura at ent o considerada como um malef cio ao capital Tanto isso verdade que o risco
82. es de Apoio j que n o foram constitu das para fins de atua o em obras e servi os de engenharia 194 gradua o reestrutura o acad mico curricular renova o pedag gica cria o de pol ticas de inclus o aumentar a taxa de conclus o dos cursos reduzir os ndices de reten o dentre outros Em termos or ament rios a promessa feita por Lula da Silva PT quando do lan amento do Reuni foi de investir nas Universidades Federais o montante de dois bilh es de reais ao longo de cinco anos aumentando em 20 o valor dos gastos em custeio e pessoal por unidade or ament ria em rela o ao que foi previsto para 2007 Do valor total prometido pelo governo algo em torno de um bilh o e meio estava vinculado quantidade de novas matr culas projetadas por cada IFES sendo que seria liberado o montante de R 5 000 00 vaga Na Tabela 2 apresentado o aporte de recursos por grupo de despesa que o governo Lula da Silva PT prometeu investir nas IFES Tabela 2 Previs o de acr scimo or ament rio a partir do Decreto n 6 096 2007 Natureza da Anos Varia o Despesa 2008 2009 2010 at o ano de 2010 Investimento 305 843 567 671 593 231 94 Custeio Pessoal 174 157 564 247 975 707 460 2 Total 480 000 1 131 918 1 568 938 226 9 Fonte Diretrizes Gerais do Reuni 2007 Todavia tenha a denomina o de programa o Reuni figura no Or amento da Uni o como a o e
83. esp rito cr tico que possam contribuir para a solu o de problema cada vez mais complexos da vida p blica Entretanto logo a seguir o documento afirma que esta qualidade s pode ser almejada caso a IFES fa a a ades o ao Reuni e suas diretrizes particularmente s que tratam do aspecto pedag gico E uma qualidade portanto dentro dos padr es do programa e que deve ser obtida por meio do redesenho curricular dos cursos o que implica na ado o de a es j previstas para o ensino superior desde a implanta o das Diretrizes Curriculares ainda no governo FHC que foram amplamente adotadas pela rede privada de ensino com o objetivo de obter a melhor rela o custo benef cio e n o a qualidade da educa o Como afirma Lima 2009 p 12 o Reuni uma contrarreforma do ensino superior com nfase na forma o aligeirada e para tanto adota estrat gias educacionais atrav s dos cursos de gradua o que estabelecem as bases que sustentam a fragmenta o e aligeiramento da forma o e a quebra da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extens o pela reafirma o da educa o a dist ncia e do uso intensivo de tecnologias de aprendizagem no ensino presencial Al m de todos os elementos j discutidos o Reuni tamb m prev em uma das suas dimens es a reestrutura o acad mico curricular pela qual contemplada a reorganiza o dos cursos de gradua o Paula 2009 considera que o referido programa su
84. este modo de produ o por desdobrar se em tantas vari veis formou um todo enquanto modo de produ o mas que foi composto por fases em que o seu funcionamento foi mais restrito ou mais ampliado Esta maneira de compreender o funcionamento do fordismo serve para situar a educa o durante este per odo A acumula o flex vel expressa a descontinuidade do que Botelho 2008 chamou de compromisso fordista ao fazer refer ncia descontinuidade da alian a entre o Estado o trabalho organizado e o grande capital corporativo Pelas raz es j elucidadas nesta discuss o por Harvey 1992 e Hirsch 2010 o modo de regula o vigente que suportava os embates das contradi es do modo de acumula o capitalista mostrou se insuficiente para superar a crise e surge neste contexto uma nova articula o entre elementos da produ o capitalista que para Botelho 2008 representou na reestrutura o capitalista a busca dos agentes sociais pela nova vincula o entre quantidade qualidade considerados par metros essenciais para a sobreviv ncia e lucratividade no mercado cada vez mais competitivo O esgotamento do fordismo e a consequente eclos o da acumula o flex vel n o devem ser compreendidos apenas como a crise da valoriza o do capital proveniente da reuni o de fatores como a estagna o do crescimento econ mico e a incapacidade de o Estado do bem estar ser mantido Estes elementos juntaram se a outros para caracterizar o q
85. evas o continua elevado as estruturas f sicas na sua maioria n o est o constru das h muitas obras paradas sem previs o de serem retomadas a quantidade de professores ainda que significativamente ampliada continua distante daquela considerada suficiente h falta de servidores particularmente qualificados h reconhecida falta de m veis equipamentos al m de material bibliogr fico Por fim a gest o organizacional que rege todo o movimento expansionista prec ria sendo o caos estrutural o contexto no qual se d crescimento de vagas amplia o de edifica es e de corpo docente O descompasso existente entre a amplia o de vagas os recursos or ament rios e a cria o das condi es b sicas necess rias ao ensino de qualidade a evid ncia maior de quanto o Reuni na UFBA se aproxima da realidade descrita nos estudos de Leher e Lopes 2008 Barros e Brunacci 2010 Leher 2010 expansionista desvinculada da qualidade e com chances reduzidas de promover a inclus o social com redu o das desigualdades Portanto os recursos aportados pelo Reuni de fato promove a amplia o de vagas mas s o insuficientes para atender as demandas advindas da expans o Como elucidam alguns 248 coordenadores de curso considera se que a luta pol tica pela qualidade da educa o e para manter o padr o de ensino da Universidade P blica termina nas m os dos professores uma vez que em meio a todas as limita es e
86. expandir o ensino superior com contrapartidas financeiras por parte do governo As dimens es do Reuni detalhadas no documento Diretrizes do Reuni t m como inspira o o projeto Universidade Nova da UFBA que cont m a proposta de implanta o dos BIs Assim a reestrutura o curricular surge como uma esp cie de complemento da expans o das vagas Na UFBA o aspecto curricular pedag gico dos cursos n o consta de maneira detalhada do Acordo de Metas n 8 firmado com o Minist rio da Educa o Nas considera es gerais do texto a mudan a curricular citada mas nas cl usulas contratuais a nfase apenas na execu o or ament ria O que diz respeito ao curr culo e ao aspecto pedag gico figura de maneira ampla dando margem a diferentes interpreta es quanto obrigatoriedade de realiza o Este fato aponta para o fato de que para o pr prio governo Lula da Silva PT reestruturar acatar os BIs ou ampliar a quantidade de cursos al m de ser uma dimens o cujo controle menor Isso evidenciado por Ant nio Silva 250 Assim atrelado expans o a dimens o pedag gica tem muito da influ ncia do professor Naomar que foi quem prop s a mudan a dos curr culos Mas a Universidade ainda muito fechada A Universidade Nova aparece com a expans o assim antes do Reuni os reitores falando da Universidade Nova Boa parte dos professores criou resist ncia Por que ao inv s de criar a Universidade No
87. flex vel com os elementos que a constitui n o pode ser compreendida como aquela que democratiza o acesso educa o superior 141 O conceito da democratiza o do acesso educa o superior neste estudo amparado nos estudos de Coutinho 2008 para quem a democracia atualmente encontrada nos discursos das mais diferentes correntes ideol gicas mas significa que utilizado por quem defende os ideais democr ticos O uso recorrente do conceito de democracia tem outro significado reconhecido como virtude Como tal usado para justificar as mais diferentes formas dos distintos grupos pol ticos e atua o governamental Deste modo a nfase atribu da democracia n o traduz o seu verdadeiro entendimento ao longo da hist ria tampouco o uso do termo pelo pensamento pol tico porque at mesmo governos autorit rios quando fundamentam suas escolhas pol ticas o fazem em nome de assegurar a democracia no pa s Coutinho 2008 afirma que a discuss o sobre o conceito de democracia fica mais adequada quando referida no o de democratiza o ou seja quando se reconhece que a mesma se constitui em um processo constitu do de elementos que est o em constante modifica o A democratiza o deve ser compreendida como um processo de sociabilidade da participa o popular na vida pol tica do pa s Acrescenta Coutinho 2008 p 9 que no sistema capitalista a democratiza o tem na sua natureza um componente s
88. flex vel constitu da como um sistema composto por elementos interdependentes como controles das pr ticas de trabalho rela es internacionais tecnologias h bitos de consumo perspectiva econ mica da educa o valores morais novos mercados financeiriza o reestrutura o organizacional poder pol tico modos de regula o dentre outras O conte do sociopol tico deste fen meno torna evidente como foi percebido por Harvey 1992 Chesnais 1996 Vakaloulis 2008 Hirsch 2010 dentre outros autores o quanto o capital tem na sua pr pria din mica a capacidade de assumir novos contornos de modo a se reestruturar quando em crise A reestrutura o capitalista ocorre de maneira que os acontecimentos v o constituindo uma esp cie de teia que abrange e interliga os elementos balizadores do funcionamento da sociedade como um todo Isso serve para elucidar que o fordismo n o foi s um modo de produ o em massa Mais do que isso era um sistema produtivo que trazia em seu bojo a constata o de que seria necess ria a coer ncia que assegurasse o seu funcionamento e expans o esta a coer ncia proveniente de um conjunto de institui es e normas sociais da qual faz parte tamb m a educa o e o sistema de ensino 8 ps ush p a O fordismo apresenta ent o prop sitos outros al m da fabrica o em massa tais a 9 E E como transforma es no mundo do trabalho novo modo de organiza o espacial co
89. foi decidida a unifica o da luta com v rias outras categorias do servi o p blico federal eletricit rios telef nicos trabalhadores dos Correios Em abril durante reuni o com a dire o da Federa o o presidente da Petrobr s admitiu n o ter autonomia para cumprir o acordo dos intern veis A greve unificada foi ent o marcada para o dia 03 de maio de 1995 Os trabalhadores da Petrobras aderiram massivamente ao movimento grevista e ficaram irredut veis mesmo depois que a greve foi julgada ilegal e de receberem v rias puni es por parte do governo como cortes de sal rios e demiss es de l deres grevistas O movimento ganhou v rios apoios de outros movimentos e at mesmo da sociedade Por outro lado a m dia encarregou se de mostrar o lado dif cil da rotina di ria sem o abastecimento normal dos derivados do petr leo no mercado e acusava os grevistas de impedirem o abastecimento quando na verdade quem o impedia eram as distribuidoras dos produtos como o g s de cozinha Mesmo com o fim da greve quase trinta dias depois de iniciada cada um dos 20 sindicatos que participaram do movimento recebeu multas de R 2 1 milh es Ao todo 73 trabalhadores foram demitidos entre eles v rios dirigentes sindicais Mais de mil petroleiros foram punidos a maioria com suspens es de at 29 dias 92 ocupa o do poder Singer 2010 afirma que o partido procurou afirmar se como refer ncia institucional o que implicou a constru o das
90. fragilidade da base or ament ria dos recursos do Reuni que se comparados com os investimentos j feitos pelo governo Lula da Silva PT n o traduz aumento consider vel a ponto de o modelo de financiamento das IFES ser reestruturado como foi anunciado Aponta tamb m o descompasso existente entre as promessas governamentais e a sua efetiva o H um grande espa o temporal que proporciona s IFES o funcionamento da forma como poss vel com poucos professores e estrutura f sica m nima O progn stico n o dos melhores sem dar conta da expans o das condi es adequadas para que o ensino superior seja efetivado e com a amplia o das vagas a pleno vapor o resultado n o pode ser outro a n o ser a exist ncia de um grande n mero de alunos na Universidade P blica sem que a base material a quantidade de pessoal e a estrutura de funcionamento sejam suficientes para atender todas as necessidades Esta a realidade encontrada na UFBA Com a reforma educacional mais recente a exig ncia de produtividade do corpo de professores vem tornando se cada vez maior O resultado da avalia o dos cursos tanto de gradua o quanto de p s passa necessariamente pela produ o docente O fluxo de tarefas tamb m vem aumentando a cada dia assim como a rela o professor aluno na Universidade 247 P blica Leher e Lopes 2008 destacam o quanto as IFES est o povoadas por profissionais terceirizados contratados para prestarem ser
91. gia pol tica encontra amplo consenso social por gerar postos de trabalho para pessoas qualificadas viabilizados por uma escolaridade mais longa A educa o assim ao atender as demandas do capital satisfaz as classes m dias e ao mesmo tempo desperta esperan a e possibilidades de melhoria da qualidade de vida nas camadas populares A educa o e a promessa de universaliza o do acesso ao conhecimento de fato n o deixa de beneficiar os trabalhadores e estudantes das camadas sociais situadas nas menores faixas de renda entretanto ela se constitui em um elemento primordial do processo produtivo Para Rodrigues 2007 o fordismo requer uma forma o massiva dos trabalhadores n o apenas pelo fato de que a produ o requer m o de obra com certa qualifica o mas tamb m porque os profissionais formados se constituem em um grande ex rcito de reserva que propicia ao longo do processo de acumula o um maior dom nio do capital nas negocia es com a classe trabalhadora V se que o fordismo cria uma dualidade na f brica que divide os trabalhadores entre aqueles que concebem os processos produtivos e os que apenas executam as tarefas mec nicas Esta dualidade reproduzida no sistema escolar tanto na forma de fazer a gest o da educa o quanto na compreens o do seu papel na forma o das pessoas A separa o entre o trabalho intelectual e o manual est relacionada com a expropria o do conhecimento por parte do capital
92. haja possibilidade de o aluno cursar mais tarde outro curso que o profissionalize J nos BIs o primeiro ciclo de forma o b sica Ap s tr s anos de estudos o aluno deve buscar a sua profissionaliza o em outro curso superior voltado para o campo de trabalho no qual deseja atuar Com isso a forma o m dia no ensino superior passa de quatro para sete anos De fato a composi o dos ciclos previstos no processo de Bolonha e nos BIs guardam diferen as Entretanto no Brasil n o h obrigatoriedade do aluno seguir os estudos ap s o primeiro ciclo uma vez que recebe o diploma de n vel superior Tendo o diploma tanto pode acessar o mercado de trabalho quanto um curso de progress o linear ou a p s gradua o Dada a quantidade de vagas disponibilizadas nos BIs h n tida massifica o do ensino com forma o de grande volume de alunos em curto espa o de tempo A isso devem ser somadas as condi es de trabalho dos professores e o fato de que o Reuni muito mais um programa que investe na expans o do que na reestrutura o da Universidade P blica Neste sentido a prioridade aumentar vagas e n o promover discuss es aprofundadas sobre qualidade da educa o metodologias de ensino avalia o da aprendizagem enfim A dimens o pedag gica do Reuni restringe se implanta o dos BIs Isto posto n o o formato operacional do ensino por ciclos que aproxima os BIs do processo de Bolonha mas sim o argumento ideo
93. hist rico mas sim como fator determinante da sua reprodu o Quando trata da acumula o flex vel Harvey 1992 analisa o fato de que na contemporaneidade o capital tanto difuso quanto global A luta intensa pela competitividade faz com que a busca incessante por taxas de lucros seja central Em consequ ncia disso como uma esp cie de vari veis dependentes est o o mundo do trabalho a dire o e o volume dos fluxos de capitais mundiais H nestes fluxos e nesta difus o um modo eficaz de disciplinamento do capital que alimenta a sua expans o Harvey 1992 assinala mudan as tanto no mbito pol tico econ mico quanto da cultura Assim fala de outra configura o surgida a partir da reestrutura o capitalista qual seja a conforma o do modo de vida Hirsch 2010 p 101 ressalta a importante contribui o da Teoria da Regula o na an lise da reestrutura o capitalista Cabe teoria da regula o o m rito de ter chamado a aten o para o significado das diferentes fases do desenvolvimento capitalista com suas estrat gias de valoriza o das caracter sticas suas formas pol tico institucionais e suas rela es sociais de for as Isso significativo n o s por ser uma teoria bem elaborada mas tamb m pela possibilidade de obter se uma mais precisa identifica o das constela es hist ricas de for as das formas de domina o e dos eixos de conflitos assim como das importantes implica e
94. imaginou como contrapartida e o que foi alcan ado 10 Quais s o as limita es do Reuni Quais s o na sua opini o as perspectivas do Reuni e dos BIs 11 Em que medida o governo Lula da Silva 2008 2010 ao implementar o Reuni reestruturou as dimens es operacional e acad mica da Universidade Federal da Bahia De que maneira esta reestrutura o acontece Como o governo controla esta reestrutura o A Universidade entrou em um novo rumo ap s o Reuni Se sim para onde caminha a Universidade P blica brasileira 282 AP NDICE B Pauta da entrevista com coordenadores de curso Quest es sobre a dimens o I Operacional amplia o de vagas combate evas o ocupa o de vagas recupera o e amplia o da infraestrutura recursos or ament rios 1 O curso cujo colegiado coordena foi criado a partir do Reuni 2 Por que o curso foi criado Havia uma demanda pelo curso ou a sua cria o foi atender a expans o proposta pelo Reuni 3 Como a entrada dos novos alunos Por semestre Por ano Quantos novos alunos entram em cada nova turma 4 A cria o do curso provocou o aumento da quantidade de alunos em turmas de outros cursos por conta de que os alunos fazem disciplinas que s o comuns a v rias gradua es Ou a quantidade de alunos nas turmas ficou mantida e o que aumentou foi a demanda por professores para atuar no curso 5 As salas de aula existentes foram suficientes para dar conta da expans o proven
95. interesses das classes sociais dentro de uma ordem considerada essencial ao funcionamento da sociedade capitalista e reprodu o do seu modo de acumula o V se que Harvey 2005 reconhece o Estado como produto das rela es antag nicas travadas no interior da sociedade N o o considera como elemento isolado que se dissocia do todo social como se fosse elemento alheio e talvez superior sociedade O Estado tem papel definido dentro da acumula o capitalista que se d a partir da compreens o da forma social que manifesta O Estado a express o de uma forma social determinada que assume as rela es de dom nio de poder e de explora o nas condi es capitalistas HIRSCH 2010 p 24 A relativa separa o que se verifica entre Estado economia pol tica e sociedade tem o intento apenas de tornar claro o fato de que um centro dirigente n o consegue por si s abarcar o controle de todas as vari veis existentes dentro do processo de acumula o capitalista uma vez que se trata de um conjunto funcionando dentro de uma l gica determinada cujas vari veis s o distintas e ao mesmo tempo complementares Os diversos atores que comp em a acumula o capitalista n o s o dissociados A forma social exprimida pelo Estado se manifesta pela socializa o que acontece de maneira peculiar tendo como caracter sticas 1 a propriedade privada dos meios de produ o 11 o trabalho assalariado iii a produ o p
96. isso Lula da Silva PT d seguimento expans o e continua promovendo a diversifica o da oferta do ensino superior prioritariamente atrav s do uso das tecnologias ampliando a atua o do setor privado no campo do ensino a dist ncia mantida tamb m a possibilidade de ofertar parte da carga hor ria presencial a dist ncia para qualquer tipo de IES sem que haja controle por parte do governo em rela o a essa pr tica efetiva Al m disso o governo federal se empenha para estabelecer parcerias com institui es nacionais e internacionais com os poderes p blicos estaduais e municipais a fim de ofertar de maneira institucionalizada a forma o acad mica nos moldes a dist ncia e aligeirado As a es afirmativas representam outro aspecto da educa o superior e s o basicamente criadas no governo de Lula da Silva PT atrav s do sistema de reserva de vagas para grupos sociais como ind genas e afrodescendentes e para alunos provenientes do sistema p blico de ensino Entretanto as a es afirmativas n o se reduzem s cotas Dizem respeito tamb m cria o de programas de bolsas aux lios que ajudam na perman ncia do estudante de baixa renda na Universidade P blica O objetivo destas a es portanto contribuir para a perman ncia do estudante al m de tornar menos desigual o acesso Universidade P blica uma vez que estudos oficiais demonstram a exist ncia de elevada desigualdade de cor e de ra a entre os que fre
97. keynesiano darem conta das contradi es inerentes ao capitalismo N o existiam mais respostas que pudessem ser consonantes com a configura o mundial estabelecida naquele momento hist rico de crise Era exigida a supera o do fordismo que tinha como fundamento a rigidez Este um ponto que merece destaque porque central na compreens o da reestrutura o capitalista Tal rigidez destacada por Harvey 1992 Botelho 2008 se refere ao modo como estavam constitu dos pelo menos tr s elementos fundamentais do fordismo i o trabalho 11 o Estado iii o capital corporativo No mundo do trabalho as cr ticas eram fundamentadas no fato de que nem todos tinham o mesmo acesso aos benef cios propiciados pelo fordismo Se outrora os trabalhadores eram pe as fundamentais para que a produ o ocorresse dentro dos n veis desejados e com isso puderam negociar e obter v rios direitos como melhores sal rios e garantia de emprego na fase que precedeu a crise dos anos 1970 a situa o era bastante diferente O acesso aos benef cios do fordismo foi se tornando cada vez mais restrito a um grupo de oper rios e a Justificativa que n o existia demanda efetiva geradora das condi es para incorporar toda m o de obra dispon vel tampouco de remuner la com ganhos satisfat rios Os sindicatos sofriam press o por parte daqueles trabalhadores que estavam fora do sistema alijados da possibilidade de comporem o operariado que se mant
98. limita es apontadas por esta pesquisa n o raro s o os que admitem as prec rias condi es de trabalho e o quanto este fator decisivo para a pr tica docente reconhecem os poucos avan os obtidos mas seguem engajados na luta pela educa o de qualidade e pela defesa da Universidade P blica 6 3 A DIMENS O CURRICULAR PEDAG GICA DO REUNI NA UFBA Os elementos contidos na an lise feita at aqui est o diretamente relacionados com a segunda dimens o do Reuni contemplada neste estudo a curricular pedag gica aqui definida como aquela constitu da das a es afirmativas e reestrutura o curricular A an lise desta dimens o tem como pressuposto b sico a qualidade da educa o superior definida conforme Sobrinho 2011 como a amplia o do acesso Universidade P blica associada a efetivos meios de perman ncia condi es adequadas de oferta do ensino de gradua o implementa o de a es pol ticas para promover a organiza o curricular bem como a reflex o e discuss o das pr ticas pedag gicas adotadas na UFBA Quando da publica o das Diretrizes do Reuni 2007 o governo Lula da Silva PT tenta efetivar o segundo objetivo do programa que a reestrutura o da Universidade P blica Para tanto justifica que a expans o precisa estar acompanhada da garantia da qualidade da educa o p blica que deve ser alcan ada a fim de formar jovens para o mercado de trabalho 2 mas tamb m cidad os com
99. mercado financeiro dos EUA passou por grande desregulamenta o que alcan ou outros pa ses no intuito de permitir a integra o de todos ao mercado financeiro global A este respeito Moraes 2006 afirma que desregulamenta o das finan as adquiriu particular import ncia e viabilizou o giro di rio de opera es nos mercados internacionais de c mbio Os controles foram significativamente reduzidos entre os anos de 1974 e 1979 nos Estados Unidos no Canad em pa ses europeus como Holanda Alemanha um pouco depois na It lia e na Fran a e tamb m no Jap o A acumula o flex vel por ter outra regula o proporcionava maior autonomia ao sistema banc rio e financeiro porque dependia dele como poder coordenador das finan as mundiais A forma o de um mercado de a es globais de mercados futuros de mercadorias e at de d vidas globais de acordos de compensa o rec proca de taxas de juros e moedas ao lado da acelerada mobilidade geogr fica de fundos significou pela primeira vez a cria o de um nico mercado de dinheiro e de cr dito HARVEY 1992 p 152 Este o A autonomia do sistema financeiro tem o outro lado que do aumento de riscos de ocorr ncia de crises globais como foi a de 2008 Mesmo com a capacidade do sistema financeiro de intervir imediatamente nos mercados de modo a transferir fundos entre empresas e evitar cat strofes o mercado fica mais suscet vel aos problemas em cascata
100. modo a assegurar a execu o 4 um subterf gio no futuro caso a verba seja liberada para o que est empenhado execu o or ament ria regular certamente provocada pela falta de condi es de realiz la plenamente pelos prov veis motivos j citados De toda forma Restos a Pagar traduzem uma parte do or amento autorizado que n o foi efetivamente pago e portanto est protelada para o ano seguinte Significa um passivo a ser quitado No caso da UFBA a situa o dos Restos a Pagar ilustrativa e comentada por Naomar Almeida Filho como uma estrat gia para alocar recursos or ament rios de modo a n o devolv los ao governo Em fun o dos seus crescentes valores chegaram a ser citados no Parecer sobre o Relat rio de Gest o da institui o 2010 p 2 Os Restos a Pagar v m atingindo crescente novos patamares Os Restos a Pagar processados inscritos em 2005 alcan aram R 81 775 00 e em 2009 ampliam se cerca de 179 9 vezes chegando a R 14 711 230 00 Por seu turno os Restos a Pagar n o processados cujos dados apresentados inclu ram apenas o per odo de 2007 a 2009 aumentaram de 8 6 vezes atingindo em 2009 o montante de R 62 778 826 00 no exerc cio de 2010 alcan am a import ncia de R 126 083 766 45 importante salientar que os Restos a Pagar alcan am em 2009 o valor de mais de sessenta e dois milh es de reais e pertencem somente unidade or ament ria Universidade Federal da
101. modo que a forma o superior propicie ao aluno atrav s da aquisi o de um conjunto de compet ncias realizar se como cidad o e profissional Lima 2009 afirma que o Reuni uma face do projeto Universidade Nova que prop e um novo arranjo curricular atrav s da implanta o dos BIs sem a contrapartida dos investimentos necess rios para efetiv lo O Reuni por este e outros fatores precariza a educa o superior o que vai de encontro democratiza o do acesso Universidade P blica por n o assegurar a qualidade da educa o Esta precariza o tem duas dimens es a da forma o profissional e a docente A forma o precarizada pelo exacerbado aumento de vagas sem o suficiente aporte de recursos or ament rios cria o de cursos de curta dura o com ciclos a exemplo dos BIs eleva o da quantidade de alunos por turma com forma o c lere e dissociada da pesquisa pelo rearranjo curricular que tem como princ pios norteadores a flexibiliza o que obtida atrav s da redu o de pr requisitos da diversifica o dos modelos de gradua o do ensino a dist ncia e da otimiza o da oferta de disciplinas obrigat rias dentre outros elementos Na dimens o docente a precariza o ocorre pela falta 259 da contrata o de professores na quantidade correspondente expans o das vagas pelo ac mulo de trabalho e na nfase atribu da s IFES de serem institui es de ensino A educa
102. n o mais apenas organizava os trabalhadores 39 PE CEA A Carta de Princ pios foi elaborada por um comit composto por alguns sindicalistas como Jacob Bittar Henos Amorina e Wagner Benevides Foi lan ada no dia 1 de maio de 1979 nas maiores cidades brasileiras Por esta carta as ideias centrais do PT sobre a sua organiza o interna e o combate s elites foram sistematizadas A social democratiza o uma express o recorrente na literatura citada por diversos autores que faz alus o aproxima o do PT e de Lula da Silva PT com a pol tica econ mica neoliberal e subordina o ao capital internacional al m de ter declinado do radicalismo que sempre foi uma marca do PT desde a sua funda o Ao pragmatismo adotado pelo PT e Lula da Silva PT ao conjunto de escolhas e a es que denunciam a flexibilidade e concess es petistas em face dos interesses do capital internacional alguns autores denominam social democratiza o do PT e de Lula da Silva PT Deste modo sempre que referido por autores outros o uso desta express o ser mantida Entretanto neste estudo ser usada livremente a express o alinhamento com a ordem vigente por entender que expressa o car ter das mudan as observadas ao longo da hist ria tanto por parte do PT quanto por parte de Lula da Silva PT no sentido de significar a alternativa ao radicalismo historicamente pertencente ao PT e a algumas tend ncias petistas sem incorrer na possibilidade de q
103. n o precisassem ser organicamente superadas Os direitos sociais dos cidad os se tornam produtos a serem disputados pelo mercado porque combater a pobreza terminou se transformando em um nicho de mercado A transfer ncia de renda via programas compensat rios terminaram muitas vezes nas m os do capital internacional e nem sempre com a contrapartida prometida como foi o caso do programa Universidade para Todos Prouni no setor educacional El Segundo informa es contidas no site do Prouni este tem como finalidade a concess o de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de gradua o e sequenciais de forma o espec fica em institui es privadas de educa o superior Criado pelo Governo Federal em 2004 e institucionalizado pela Lei n 11 096 em 13 de janeiro de 2005 oferece em contrapartida isen o de alguns tributos quelas institui es de ensino que aderem ao Programa 111 Atrav s do Prouni o governo transfere verbas p blicas para institui es de ensino superior do setor privado cujos donos s o grandes grupos de investimento estrangeiros Estas institui es por sua vez n o fornecem necessariamente a educa o de qualidade prometida tema que ser discutido no cap tulo seguinte certo que v rios cidad os tiveram acesso educa o porque conseguiram ser inseridos no Prouni Mas por outro lado v rios alunos apesar de terem o valor das mensalidades pago em faculdades particulares n
104. na condi o de classe pol tica sem conseguir manter a sua base social original e o seu car ter transformador parece hoje determinante da sua outra natureza A quest o central a ser observada na an lise da trajet ria do PT a dualidade existente particularmente a partir do final dos anos 1980 entre a sua ret rica e os movimentos que realizou at chegada de Lula da Silva PT ao poder Apesar das ressalvas de Singer 2010 e Nogueira 2003 quanto ao fato de que o deslocamento do PT rumo ordem vigente teve um tanto de exce o ou de naturalidade esta dualidade conquanto tamb m tenha sido justificada como estrat gia pol tica para promover a mudan a na ordem interna fazendo com que as camadas populares tivessem lugar preponderante no embate de for as contradit rias terminou 101 mesmo materializada na manuten o da hegemonia dominante conforme observado por Oliveira 2010 e Luciano Coutinho 2010 Ao chegar ao poder o PT ainda que com seus conflitos ideol gicos internos havia dado demonstra es de que assumiria o poder moral do pa s sem no entanto alterar a ordem de domina o em que os interesses hegem nicos foram mantidos Isso ficou evidente quando da publica o dos documentos oficiais do PT antes mesmo das elei es de 2002 e que j foram aqui citados N o foi poss vel ao partido manter os fundamentos da sua origem quando defendia a transforma o social pela via democr tica mas reconhecendo a
105. ncia da 165 t cnica em detrimento da criatividade do pesquisador e da fundamenta o te rica e ao x e Pii Ss 7 mesmo tempo reconhecer que um bom instrumental t cnico evita o empirismo ilus rio q A complexa rela o entre m todo e teoria suscita quest es de natureza propriamente epistemol gicas particularmente no que diz respeito natureza da rela o entre sujeito e objeto do conhecimento sobre o papel do pesquisador a constru o do percurso da pesquisa e a sua complexidade em fun o das contradi es da realidade E ao se buscar apreender a complexidade dessa rela o que se admite com base em Bordieu 2004 que a reflex o cr tica acerca das condi es nas quais o conhecimento cient fico produzido deve ser entendida como quest o central nas Ci ncias Sociais Isso viabiliza o exerc cio da adequada vigil ncia epistemol gica que adv m da capacidade do pesquisador refletir epistemologicamente sobre o seu papel na sociedade e no campo da pesquisa que realiza de modo a considerar as perspectivas de objetiva o e subjetiva o em rela o ao objeto investigado Perspectivas essas que permitem admitir que fazendo parte da realidade em que a pesquisa realizada os valores e cren as do pesquisador est o presentes na sua intera o com o mundo real e com o objeto da pesquisa superando a falsa dicotomia entre a an lise das condi es concretas de exist ncia dos agentes e os elementos si
106. nem sempre democr ticas A democratiza o para Coutinho 2008 constitu da necessariamente da amplia o da participa o popular na vida pol tica do pa s das dimens es pol tica econ mica e social ou seja a sua exist ncia requer a apropria o coletiva dos bens sociais da mesma forma que s o coletivamente produzidos Neste sentido a democratiza o vai de encontro s desigualdades sociais e aos interesses capitalistas que expropriam a coletividade dos seus direitos sociais Chau 2001 reafirma esse conceito de democracia e para compreender o processo de democratiza o concebe o referido conceito a partir de uma formula o mais ampla que est para al m da mera condi o de regime pol tico constitu do No sentido amplo a democracia uma forma constitu da socialmente e que expressa a cria o de direitos de car ter universal atribu do a todos os indiv duos independente da sua condi o social de maneira indistinta e indo de encontro portanto ao cerceamento que a ideologia dominante faz dos direitos sociais Dias Sobrinho 2011 afirma que no processo da democratiza o do acesso ao ensino superior a educa o compreendida como um bem p blico que atende aos interesses coletivos e acrescenta a este processo um elemento que considera primordial para que de fato o acesso ao ensino superior seja democratizado a qualidade cujo significado n o tem matizes operacionais e instrumentais A qual
107. no ano de 2003 mantendo os fundamentos da pol tica econ mica neoliberal assumida por FHC e neste sentido o que se constata a continuidade da ordem econ mica mundial estabelecida apesar das especificidades identificadas neste governo A manuten o da ordem vigente constitui conforme afirma Oliveira 2010 o que o autor qualifica como a hegemonia s avessas uma vez que Lula da Silva PT materializa ainda que na condi o de representante da classe dominada o projeto pol tico dominante 21 Neste sentido considerando a estrutura de classes da sociedade brasileira mesmo neste governo dos trabalhadores o poder do capital quem constitui a dire o pol tica e moral da sociedade Portanto os conflitos sociais e a correla o de for as continuam os mesmos o que imobiliza e refor a a incapacidade dos trabalhadores de promoverem mudan as pol ticas mais significativas e radicais na sociedade No mbito da educa o superior Lima 2005 considera que o governo de Lula da Silva PT a mant m na condi o de servi os n o exclusivos do Estado e no seu primeiro mandato mant m a l gica da oferta do ensino com nfase nas parcerias p blico privado al m do uso de tecnologia com o objetivo de ampliar a oferta de ensino atrav s de cursos dist ncia Este governo tamb m faz uso do marco regulat rio para prosseguir com a reforma do ensino superior e segue as diretrizes contidas nas prescri es dos organismos internacionais
108. o da m o de obra necess ria para o atendimento das demandas da reconfigura o do capital na inser o social de camadas menos favorecidas al m de ser elemento fundamental na constitui o e amplia o do mercado de consumo em tempos de crise do modelo de desenvolvimento capitalista Atrav s das reflex es apresentadas nos cap tulos tr s e quatro conclui se que os elementos de car ter estrutural que foram discutidos ao longo desse trabalho condicionaram e fundamentaram a constitui o do Programa Reuni instrumento utilizado pelo governo petista para efetivar a sua pol tica para a educa o superior atrav s da amplia o das vagas sendo o mesmo pol tico e ideologicamente justificado a partir da ret rica da democratiza o do acesso ao ensino superior Ademais a educa o superior foi qualificada no discurso do governo Lula da Silva PT como componente estrat gico fundamental para o desenvolvimento econ mico do pa s e por conta disso deveria ter a sua oferta ampliada Desse modo o que na ret rica do referido governo tido como democratiza o do acesso ao ensino superior pode ser traduzido como a amplia o do acesso por parte das camadas menos favorecidas da popula o 262 Universidade P blica Isto posto este estudo teve como objetivo central analisar se o Reuni o governo Lula da Silva PT 2008 a 2010 efetivamente democratiza o acesso Universidade tendo como refer ncia a experi ncia da Universidade
109. o embate de for as antag nicas permanente Ao que parece que no governo petista o funcionamento do Estado serviu estrategicamente composi o da alian a org nica social em defesa do projeto hegem nico com poucos movimentos contr rios como afirma Oliveira 2010 reconhecendo que no governo de Lula da Silva PT a presen a mais forte do Estado foi instrumento viabilizador e cristalizador dos interesses das fra es da burguesia nacional e do capital financeiro internacional Para Filgueiras e Gon alves 2007 o bloco de poder dominante constitu do hegemonicamente pelo capital financeiro internacional pelos grandes grupos econ micos financeiros nacionais e o capital produtivo internacional A estes somam se os grandes grupos n o financeirizados organicamente e os grandes e m dios capitais 113 Ao que parece Lula da Silva PT mesmo sem desvincular se da l gica dominante tampouco das prescri es econ mica neoliberal n o por acaso mas estrategicamente reconheceu a presen a maior do Estado no funcionamento da economia nacional o que foi diferente do apregoado em anos anteriores Esta afirma o pode ser justificada pelos gastos elevados com as pol ticas sociais ainda que assistencialistas pela realiza o de concursos p blicos nas mais diversas reas que em certa medida ampliou consideravelmente a contrata o de servidores p blicos recuperando carreiras estatais e pela interven o estatal no controle
110. o foi concedida dentro de poucos dias via of cio circular da vice reitoria enviado para alguns setores da UFBA Ocorre que em nenhum deles tal documento foi encontrado Ent o foi obtida uma c pia do referido of cio e com ela em m os foram iniciadas as visitas aos setores a fim de protocolar os pedidos de informa es O primeiro contato em busca de documentos sobre o Reuni foi com os servidores lotados nos setores de Planejamento F sico Reuni Pr Reitoria de Or amento e Planejamento Pr Reitoria de A es Afirmativas e Assist ncia Estudantil Or amento Vestibular e Informa o e Documenta o Nessa etapa os pedidos de informa es foram protocolados imediatamente No caso do setor de Vestibular todos os contatos foram atrav s de meio eletr nico J nos demais setores foram pessoalmente Depois do primeiro contato v rias tentativas de obten o de retorno sobre os pedidos protocolados foram feitas via telefone mas n o deram resultados positivos Ent o tiveram de ser feitas novas visitas aos setores Tr s exce es merecem registro pelo pronto atendimento quando da primeira visita Or amento Informa o e Documenta o e Vestibular Nesses al m da cordialidade e aten o dos servidores as informa es que estavam sistematizadas foram prontamente entregues ou ficaram prontas dentro de um curto espa o de tempo definido pelos servidores Acredita se que a maior rapidez desses setores possa ser atribu da ao f
111. o repasse para as IFES de recursos or ament rios advindos dele come ou em 2007 na forma de antecipa o por meio de descentraliza o or ament ria A antecipa o serviu na verdade como forma de press o para que todas as IFES fizessem a ades o ao Reuni uma vez que algumas n o responderam positivamente ao governo de maneira imediata N o foi este o caso da UFBA que faz parte do primeiro grupo de IFES a aderir ao 88 Os recursos seriam para os gastos com despesas dos grupos de natureza 1 3 e 4 3 A a o Reuni descrita no Or amento da Uni o pelos c digos reduzidos 8282 Custeio e 119V Investimentos 3S Antecipa o o termo contido no Relat rio do Primeiro Ano do Reuni 2009 e foi utilizado porque como a execu o or ament ria estava em andamento no ano de 2007 o governo resolveu antecipar recursos que seriam disponibilizados em 2008 e isso se deveu ao fato de que muitas IFES haviam assinado o Contrato de Gest o junto ao governo federal O que pode ser compreendido com o uso do termo antecipa o que a programa o financeira do Reuni que duraria 5 anos teria in cio apenas em 2008 Tal repasse funcionou mais para demonstrar que o governo estava realmente disposto a aumentar os gastos or ament rios com as IFES pressionando assim as demais IFES ades o ao Reuni 195 programa Isto posto em virtude do or amento estar na fase de execu o no ano de 2007 a transfer ncia dos primeiros r
112. o tamb m criou novos espa os sociais onde o capital poderia se valorizar Com a influ ncia do desenvolvimento tecnol gico o fornecimento e o uso de informa es se tornaram caminho para a competitividade Neste aspecto o setor de servi os passou por uma alavancagem sobretudo na rea de tend ncias de mercado e dados que poderiam subsidiar quase que instantaneamente as decis es corporativas Neste sentido o conhecimento passou a ser considerado como elemento de valoriza o do capital e assumiu portanto qualidade de mercadoria que pode ser comercializada Em termos de regula o no mbito do capital global a a o foi atribuir ao Estado a desregula o da moeda e do capital de modo a permitir a livre composi o e circula o dos fluxos financeiros Organismos internacionais FMI e BM tamb m passaram a atuar de modo a influenciar o desenvolvimento dos mercados financeiros e a definir o funcionamento interno das na es em aspectos como os econ micos pol ticos e educacionais Deste modo os Estados perif ricos aumentaram seu n vel de depend ncia face aos pa ses centrais por estarem sujeitos s prescri es hegem nicas al m de terem de adaptar se s normas financeiras destes pa ses criando uma esp cie de padroniza o que viabiliza a entrada e a sa da dos fluxos financeiros No mbito da regula o Hirsch 2010 chama a aten o para o fato de que h um descompasso entre a velocidade temporal dos pa se
113. o tinham condi es de arcar com as demais despesas decorrentes da inser o em um curso superior como transporte alimenta o e material did tico V se no Prouni a contradi o encontrada no governo Lula da Silva PT ao mesmo tempo atendeu os interesses do capital e intentou atender as demandas sociais O modelo adotado por Lula da Silva PT em termos de pol ticas sociais n o mudou estruturalmente a quest o da pobreza conquanto os bons ndices alcan ados ao longo do seu governo Justificou ainda a necess ria ades o ordem econ mica mundial e a servid o ao capital financeiro internacional E n o apresentou o projeto de desenvolvimento a longo prazo com op es pol ticas de ruptura com os mecanismos de reprodu o da subordina o ao capital internacional que talvez colocassem o pa s no rumo de resolu o dos problemas sociais sem ter de recorrer aos programas de transfer ncia de renda Neste sentido Filgueiras e Gon alves 2007 afirmam que Lula da Silva PT n o rompeu com o modelo de pol tica social adotada durante o governo FHC e nem tampouco com as orienta es pragm ticas do Banco Mundial para erradica o da pobreza O gasto or ament rio dedicado aos programas sociais assistencialistas teve prop sito ideol gico uma vez que serviu para arrefecer as tens es sociais desmotivar o debate social sobre a real necessidade de atua o estatal neste campo e manter o hist rico estado de depend ncia das
114. o tinham de vir necessariamente do ciclo operacional da empresa Uma estrat gia bastante disseminada entre as empresas foram fus es que terminaram criando verdadeiros monop lios em certos setores do mercado S o mudan as que como j dito alcan aram o modo de viver social e isso evidenciado por Harvey 1992 p 148 ao afirmar que A acumula o flex vel foi acompanhada na ponta do consumo portanto por uma aten o muito maior s modas fugazes e pela mobiliza o de todos os artif cios de indu o de necessidades e de transforma o cultural que isso implica A est tica relativamente est vel do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento instabilidade e qualidades fugidias de uma est tica p s moderna que celebra a diferen a a efemeridade o espet culo a moda e a mercadifica o de formas culturais H dois outros aspectos percebidos na transi o para a acumula o flex vel favorecendo a reorganiza o do capital o acesso e controle da informa o e a reestrutura o do sistema financeiro global No ambiente competitivo a informa o exata e tempestiva se tornou mercadoria de grande valor intang vel por permitir a tomada de decis o em defesa dos interesses corporativos em tempo real e com o uso de tecnologias em qualquer parte do mundo A informa o continha um valor agregado que n o s assegurava as estrat gias de investimentos como tamb m o alcance de lucros exorbitantes em fun o do ap
115. ou a supera o da preponder ncia hegem nica pela na o passiva O regime capitalista uma vez reestruturado internacionalizou a produ o e isso foi viabilizado por conta das novas tecnologias do avan o das telecomunica es das facilita es de deslocamento via transportes da cria o de redes de forma o de valor de divis o espacial das atividades empresariais da nova divis o internacional do trabalho da liberaliza o do capital dos mercados e financeiro A nfase na financeiriza o econ mica observada por Chesnais 1996 que ao referir se reestrutura o capitalista per odo ao qual se refere como mundializa o do capital enfatiza o quanto o capital financeiro adquiriu preponder ncia sobre as esferas da produ o e do com rcio Harvey 1992 Santos 2009 e Hirsch 2010 destacam no contexto da globaliza o a mudan a ocorrida na rela o espa o tempo como geradora de efeitos n o s nas pr ticas Na o ativa tem o seu modelo conduzido pelas burguesias internacionais e pelas burguesias nacionais associadas verdade tamb m que o seu discurso globalizado para ter efic cia local necessita de um sotaque dom stico e por isso estimula um pensamento nacional associado produzido por mentes cativas subvencionadas ou n o na o chamada passiva constitu da pela grossa maior parte da popula o e da economia aqueles que apenas participam de modo residual do mercado global
116. ou cujas atividades conseguem sobreviver sua margem SANTOS 1999 p 1 61 pol tico econ micas como tamb m na vida sociocultural Para Harvey 1992 no mbito da acumula o flex vel o tempo cada vez mais acelerado seja na produ o no giro dos estoques no tempo de vida til das mercadorias no consumo por parte da popula o no tipo de produto que consumido na elabora o e dissemina o de informa es O tempo tamb m acelerado em termos da circula o do fluxo financeiro com negocia es feitas cada vez mais em tempo real com o uso de ferramentas tecnol gicas A consequ ncia da compress o temporal o aprofundamento da ideia de volatilidade como algo tamb m inerente ao modo de vida em tempos de economia globalizada Com isso n o s a esfera produtiva atingida mas tamb m a cultura os valores a est tica a tica De maneira geral as pr ticas sociais dos indiv duos se tornam cada vez mais relativizadas pautadas na efemeridade que se constitui um modo de vida O espa o por sua vez sofre significativo encurtamento propiciando o atravessamento das fronteiras regionais A internacionaliza o desloca espacialmente o capital para al m das fronteiras nacionais permitindo a busca desenfreada por mercados nos quais as condi es de explora o favoreciam a lucratividade do capital No sentido do avan o sem precedentes do capital para novos espa os Santos 2004 p 13 diz que P4
117. outros indicadores a serem agregados queles definidos pelo TCU como por exemplo indicadores gerenciais que auxiliem a gest o de recursos humanos e outros processos administrativos da Universidade bem como outros indicadores para o ensino a pesquisa a extens o universit ria de maneira a contribuir com uma avalia o mais precisa acerca da efici ncia da economicidade e da efetividade das a es desenvolvidas pela Universidade RAAC de 2010 publicado em 2011 p 11 214 governamentais est o focadas no crescimento econ mico que n o se reverte necessariamente na redu o das desigualdades sociais Pol ticas estas que atingem o tecido social como um todo e incluem o ensino superior A democratiza o do acesso significa efetivar algumas pol ticas de a o afirmativa expans o e interioriza o com qualidade aliadas a a es de reformas que contribuam para que o aluno permane a e tenha sucesso dentro da Universidade P blica Em conson ncia com o que afirmado por Paula e Lamarra 2011 os subs dios financeiros aportados pelo Reuni para a UFBA s o insuficientes para promover a democratiza o do acesso Universidade P blica Embora se registre o posicionamento de que melhor estar dentro do Reuni do que fora dele preciso pontuar que j havia antes de 2007 enorme d ficit operacional na Universidade P blica e que a expans o n o teve in cio pontualmente no ano de 2008 mas j vinha oco
118. p blico privada e estimulando a realiza o de acordos entre os pa ses centrais e pa ses da periferia no campo da educa o A quest o central que a OMC de maneira progressiva e ampliada promove a liberaliza o da presta o dos servi os educacionais o que acatado e legitimado por outros organismos internacionais Embora existam focos mundiais de resist ncia quanto aos rumos tomados pela educa o a sua comercializa o se incorpora cada vez mais as pol ticas e pr ticas pelos pa ses centrais e perif ricos Estes sem condi es pol ticas e econ micas para concorrer neste mercado progressivamente cede espa o sobretudo no ensino superior aos pa ses centrais como afirma Siqueira 2004 p 11 Quanto ao setor p blico quanto mais terceiriza atividades por exemplo alimenta o treinamento de professores avalia o etc vende servi os cursos e tratamentos pagos desenvolvimento de pesquisas remuneradas ou que beneficiem empresas faz marketing comercial para atrair interessados torna se extremamente vulner vel regulamenta o da educa o como um servi o comercial via OMC GATS saindo do fr gil escudo do exerc cio da autoridade governamental pois passa a oferecer educa o em base comercial e em competi o com outros provedores Assim sendo os grupos empresariais poder o processar os pa ses por pr ticas prejudiciais livre oferta de servi os educacionais em vista do oferecimento de t
119. para a educa o nos pa ses perif ricos aumento de vagas diversifica o das modalidades de oferta da educa o mobilidade flexibiliza o curricular dentre outras A peculiaridade do governo de Lula da Silva PT que o mesmo cumpre o Plano Nacional de Educa o forjado na era FHC atrav s de um Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE que expande o ensino atrav s da amplia o de vagas na Universidade P blica Como afirma Lima 2008 este governo radicaliza o padr o dependente da educa o superior que j estava vigente no pa s por m o faz promovendo a expans o do ensino superior p blico Lula da Silva PT aprova no ano de 2007 o Decreto n 6 096 que implanta o Programa de Apoio Expans o e Reestrutura o das Universidades P blicas Reuni constituindo por meio desse instrumento legal os eixos que balizam conforme afirma Mancebo e outros 2008 a atua o deste governo no mbito da educa o superior libera o de investimentos para as Universidades P blicas por meio de contratos de gest o modifica es no trabalho docente altera o do funcionamento do cotidiano universit rio mais alinhado com a l gica do empresariamento da educa o manuten o das parcerias p blico privada fortalecimento da produ o de conhecimento na l gica mercadol gica e garantia de coes o social na realiza o das reformas estruturais O Reuni emerge como j dito sob a ret rica da democratiza o do acess
120. pol tico espacial em que os EUA dominavam atrav s de um sistema particular que alinhava as alian as militares com rela es de poder HARVEY 1992 p 132 Nesta onda de internacionaliza o foram registradas mudan as como a oferta de mat ria prima a baixo custo porque eram provenientes de pa ses que as produziam com menor valor da m o de obra bem como a nfase na explora o de atividades do ramo de servi os Houve tamb m a dissemina o de empresas transnacionais pelo mundo um novo modo de constitui o e organiza o do mundo de trabalho e a cria o do mercado internacional de capitais importante observar que na fase p s guerra o fordismo j amadurecido enquanto sistema produtivo imprimiu na sociedade um novo modo de vida Este um aspecto relevante da expans o capitalista N o ocorreu em verdade apenas a padroniza o da produ o e do consumo de massa mas tamb m do modo de viver social Esta ramifica o da t nica capitalista se espalhou de maneira consciente por todo tecido social implicando na sua nano l 2 absor o por outros pa ses Em rela o dimens o global alcan ada pelo fordismo saindo das fronteiras americanas Hirsch 2010 fala sobre o fato de o sistema de cr dito norte americano ter sido criado com o Acordo de Bretton Woods objetivando a reativa o das rela es internacionais destru das e o apoio reconstru o econ mica dos pa ses que haviam sido destru dos pe
121. porque tal afirma o reduziria o campo de an lise que tenta explicar como um governo proveniente da classe trabalhadora que manteve e fortaleceu os pilares da economia brasileira em conson ncia com o neoliberalismo cumpriu os contratos e acordos estabelecidos com os organismos internacionais e ao mesmo tempo criou programas de transfer ncia de renda fortaleceu o papel do Estado regulador adquiriu grande aprova o popular e soube manter sob a sua batuta os movimentos sindicatos e sociais al m de conseguir manter praticamente em sil ncio a voz destes movimentos Por considerar esta complexidade que a an lise da maneira que se deu o alinhamento do governo Lula da Silva PT com o capital internacional certamente evidenciar elementos que ajudar o na constru o do significado do Reuni enquanto programa que no discurso oficial dentre outros tem como objetivo reestruturar o ensino superior e a Universidade P blica O fio condutor hist rico da chegada de Lula da Silva PT ao poder tem o seu in cio com a an lise do surgimento do Partido dos Trabalhadores PT S o duas hist rias completamente imbricadas uma vez que Lula da Silva foi um dos fundadores do PT e j assumia o papel de l der pol tico dos trabalhadores antes mesmo da constitui o partid ria Deste modo a an lise dos elementos constituintes da natureza que o referido governo assumiu come a com a leitura dos rumos percorridos pelo partido at a chegada de Lula da
122. possibilita escolhas na vida profissional Este o pensamento que veio junto com o modo de vida pautado no fordismo disseminado pela sociedade e tornado discurso hegem nico defendido dentro e fora da vida educacional A expectativa deste modo em rela o s institui es educacionais s fez aumentar uma vez que s o percebidas como uma esp cie de elevador social Em rela o ao funcionamento do processo de ensino em si o princ pio educativo balizado no fordismo foi t o bem implantado na estrutura educacional das institui es que 123 originou e fortaleceu as tend ncias pedag gicas conservadoras e a consequente aliena o do indiv duo atrav s da educa o As tend ncias pedag gicas embora fossem duais no sentido de privilegiar em um dado momento a racionalidade formal e em outro a racionalidade t cnica sempre foram fundamentadas na divis o entre pensamento e a o O modo de organiza o do trabalho centrado no fordismo originou historicamente a pedagogia com foco nos conte dos e nas atividades mas nunca comprometida com o estabelecimento de uma rela o entre o aluno e o conhecimento que verdadeiramente integrasse conte do e m todo de modo a propiciar o dom nio intelectual das pr ticas sociais e produtivas KUENZER 2007 p 115 A educa o profissional era ofertada a uma pequena parcela da popula o urbana e apoiada em modelos pedag gicos r gidos seguindo o padr o fordista ministrada d
123. precisam apresentar a sua proposta or ament ria ao governo seguindo os seguintes crit rios 1 com base no volume or ament rio anterior 11 por um conjunto de indicadores que comp e o modelo denominado por f rmulas quando os volumes de repasses s o definidos em fun o de indicadores de qualidade e quantidade apresentados pelas Universidades como vagas ofertadas preenchidas evas o sucesso na gradua o aluno equivalente dentre outros Portanto as IFES continuam sem independ ncia para realizar dentre outras a es a a RR sua gest o or ament ria O Reuni surge como j citado em abril de 2007 como uma a o que consubstancia o PDE de Lula da Silva PT para o per odo de 2007 2011 e se materializa na forma de um contrato de gest o estabelecido entre o governo e as IFES aquela que deseja aderir ao Reuni recebe a contrapartida financeira desde que adote os preceitos previstos no PNE PDE vigentes e que est o explicitados nas Diretrizes do Reuni 2007 a eleva o gradual da taxa de conclus o m dia dos cursos de gradua o presenciais para 90 eleva o gradual da rela o aluno professor para 18 alunos professor aumento m nimo de 20 nas matr culas de Os repasses do Minist rio da Educa o para as IFES ocorrem mediante aloca o em grupos de despesas que s o definidos da seguinte forma 1 Pessoal e Encargos Sociais 2 Juros e Encargos da D vida 3 Outras Despesas Correntes 4 Investimentos 5 In
124. processo de acumula o do capital s pode manter se por meio de crises econ micas e pol ticas intermitentes A sua din mica faz com que o modo de trabalho e de consumo a tecnologia as estruturas sociais e as rela es de classe sejam continuamente transformadas O Estado sendo a condensa o institucional de rela es sociais de for a tamb m atua nas intermitentes crises institucionais e reorganiza o do sistema pol tico 2 2 A ACUMULA O FLEX VEL E A REESTRUTURA O CAPITALISTA Estabelecido o entendimento do Estado a maturidade do fordismo enquanto sistema de produ o foi alcan ada no p s guerra quando o problema da configura o e o uso dos poderes estatais foram equacionados Neste momento hist rico o modo de regula o fordista para Hirsch 2010 p 143 continha uma institucionaliza o centralizada e intermediada pelo Estado dos antagonismos capitalistas de classe porque se por um lado havia a interven o estatal no sentido de ofertar a prote o social exigida pelos sindicatos bem como manejando a economia nas reas pol tica e fiscal por outro os sindicatos atuavam fortemente negociando os contratos de trabalho de maneira parit ria de modo a conciliar os interesses dos 44 trabalhadores e tamb m das corpora es o que era tamb m uma forma de manejar a economia O modo de produ o capitalista nos pa ses avan ados viveu uma fase de expans o p s guerra que para Mandel 1
125. prontos e a falta de m veis e equipamentos compreendida porque pode ser que sejam entregues mais tarde Mas h cursos novos em implanta o como Gastronomia que exigem o uso de utens lios espec ficos ainda inexistentes Como j dito h pr dios terminados mas ainda sem nenhuma mob lia e portanto sem poderem ser usados Particularmente os cursos que t m elevada carga hor ria pr tica sentem mais dificuldades porque faltam os instrumentos necess rios para as aulas o caso de cursos de sa de e gastronomia Outros coment rios feitos pelos coordenadores quanto aos m veis computadores e instrumentos para as aulas pr ticas versam sobre a decep o dos alunos particularmente dos cursos de sa de gastronomia e tecnologia ao conhecerem a ainda prec ria estrutura de funcionamento dos cursos Muitos se sentem desmotivados e chegam a desistir do curso porque acham que estas condi es inadequadas de funcionamento incidem sobre a qualidade da sua forma o H ainda a lembran a de que as dificuldades pontuadas s o encontradas em cursos que est o nos semestres iniciais A tend ncia portanto que as limita es sejam aprofundadas Durante a entrevista alguns coordenadores mostram os m veis que usam no dia a dia e s o antigos est o desgastados pela a o do tempo e a quantidade existente insuficiente tanto para as atividades de gest o quanto de ensino Apesar das dificuldades relatadas 70 dos 245 coord
126. quando da implanta o da l gica produtiva fordista O posicionamento de Kuenzer 2007 p 155 ajuda a compreender de que forma a educa o fragmenta a forma o do trabalhador e por consegu ncia submete l gica do capital a ci ncia e o conhecimento tanto as rela es sociais e produtivas como a escola educam o trabalhador para esta divis o do trabalho Em decorr ncia a ci ncia e o 122 desenvolvimento social que ela gera ao pertencerem ao capital aumentando a sua for a produtiva se colocam em oposi o objetiva ao trabalhador assim o conhecimento cient fico e o saber pr tico s o distribu dos desigualmente contribuindo ainda mais para aumentar a aliena o dos trabalhadores A escola por sua vez se constituiu historicamente como uma das formas de materializa o desta divis o E n o por coincid ncia a classe que det m o poder material que possui tamb m os instrumentos materiais para a elabora o do conhecimento Assim a escola fruto da pr tica fragmentada expressa e reproduz esta fragmenta o atrav s de seus conte dos m todos e formas de organiza o e gest o Z E sempre plaus vel assinalar que o espa o da educa o um palco onde est o presentes as contradi es inerentes s rela es sociais capitalistas A amplia o de vagas representa a massifica o da escola e do saber uma vez que a qualifica o da m o de obra das camadas menos favorecidas intessa ao
127. que o mundo real a est como objeto mostra pass vel de ser compreendido atrav s delas mesmas Mirian Limoeiro Por considerar a pesquisa como uma atividade racional e sistem tica que exige planejamento pr vio e defini o dos procedimentos utilizados na investiga o do objeto definiu se como objetivo deste cap tulo apresentar a constitui o da trajet ria metodol gica da pesquisa de modo a evidenciar os elementos que definiram o seu objeto a necessidade de recorte do universo estudado os conceitos que fundamentaram a an lise e os procedimentos propriamente ditos Desse modo o cap tulo cont m a concep o metodol gica adotada no estudo a estrutura o das etapas da sua realiza o os instrumentos de pesquisa e fontes de informa es 5 1 A CONCEP O METODOL GICA DA PESQUISA A concep o metodol gica desse trabalho est baseada em Minayo 1994 que afirma ser necess rio ao pensar em um percurso metodol gico a combina o de tr s elementos 1 concep o te rica de abordagem 11 o conjunto de t cnicas que possibilitam a apropria o da realidade e 111 o potencial criativo do pesquisador Essa combina o permite que a teoria caminhe junto com a metodologia uma vez que s o intr nsecas e ainda que o instrumental metodol gico seja estabelecido de forma clara e coerente de modo a viabilizar a adequada investiga o e an lise do objeto da pesquisa Com isso pretende se evitar a preponder
128. que v m ocorrendo nas ltimas d cadas do s culo XX s o de ordem sist mica e t m promovido a reestrutura o do modo de acumula o capitalista de modo a contornar as crises pelas quais passa A tentativa de supera o desta crise do modo de produ o capitalista desembocou numa pol tica econ mica fundada nos preceitos liberais que foi aprofundada de modo a impor aos pa ses perif ricos um novo projeto de desenvolvimento forjado pelas elites internacionais S o mudan as que requerem ser analisadas em fun o da sua complexidade e alcance sobre todo o tecido social particularmente em rela o ao objeto de estudo desta pesquisa Para efeitos de constitui o de uma refer ncia hist rica o ponto de partida desta reflex o a crise estrutural pela qual passou o sistema capitalista no come o dos anos 1970 quando foi imperativa a sua reordena o a partir da assun o de uma nova t nica a da acumula o flex vel conceito encontrado em Harvey 1992 O referido processo de flexibiliza o se materializa de v rias formas e por diversos caminhos encolhimento das dist ncias mundiais em virtude do aumento da comunica o e circula o de bens materiais e simb licos o que viabilizado pela tecnologia da informa o a redu o do tempo de produ o e dissemina o de informa es privatiza o de empresas estatais controle do d ficit p blico desestabiliza o e consequente controle dos sindicatos dos trabalhadores
129. representam boa parte da folha de pessoas das IFES O incremento or ament rio destinado ao Reuni foi da ordem de 1 2 bilh o a ser repassado para as Universidades Federais a partir de 2012 Voltando reuni o do Consuni outro ponto importante registrado na ata deste Conselho que nem todas as unidades administrativas da UFBA foram inicialmente contempladas pela distribui o dos recursos advindos do Reuni Algo semelhante havia no mbito nacional quando o governo Lula da Silva PT agraciou em 2007 com antecipa o or ament ria apenas as IFES que assinaram o contrato de gest o acatando o Reuni de imediato Na ata citada h a manifesta o clara de conselheiros que tratam deste tema esclarecendo que a Universidade precisa ser fortalecida enquanto unidade e n o por setores que concordaram ou deixaram de concordar com os prop sitos governamentais Mesmo que isso tenha ocorrido em um primeiro momento e esteja registrado em ata mais tarde a l gica inicialmente proposta de dividir recursos pelas unidades administrativas 18 Estas informa es s o da ANDIFES publicadas no dia 21 de agosto de 2009 Segundo a ANDIFES para 2010 a aloca o de recursos do Reuni pactuado e repactuado seguiu a seguinte regra as IFES que executaram acima de 40 dos recursos de custeio e capital em 2009 ter o em seu or amento 100 do Reuni pactuado e 28 5 do repactuado Aquelas que executaram menos que este percentual ter o em seu or am
130. rias dos pa ses A ado o de um sistema de taxa de c mbio flex vel anos depois assinalou a completa aboli o do acordo Desde ent o todas as na es Estado dependeram do disciplinamento financeiro realizado via fluxo de capital ou de medidas institucionais diretas O colapso do fordismo keynesianismo significou assim o fortalecimento do capital financeiro As pr ticas adotadas pelo Estado na poca em que serviu como viabilizador do fordismo eram agora r gidas diante do novo contexto de financeiriza o e passaram a ser vistas como a causa de mazelas sociais como infla o corrup o e inefici ncia A gradual retirada do apoio do Estado do bem estar social os ataques ao poder sindical organizado e a defesa da nova estrutura do trabalho se tornaram as virtudes governamentais a serem seguidas rigorosamente para que pudessem resgatar as economias que n o iam bem Na medida em que o aumento da competi o internacional em condi es de crescimento lento for ou os Estados a se tornarem mais empreendedores e preocupados em manter um clima favor vel aos neg cios a for a do trabalho organizado e outros movimentos sociais tinham de ser contidos HARVEY 1992 p 158 Apesar de v rios focos de resist ncia ado o de medidas designadas como salutares por parte dos Estados centrais venceu o discurso da austeridade das redu es fiscais e a derrocada do compromisso social que havia entre o trabalho e o governo A ma
131. ser utilizado quando o intento explicar e discutir um assunto tema ou problema com base em refer ncias publicadas em meios bibliogr ficos impressos ou n o A partir do estudo bibliogr fico mais aprofundando sobre o Reuni objeto desse estudo foi percebido que 1 esse programa adquiriu diferentes formas quando da sua efetiva o nas Institui es Federais de Ensino Superior do pa s 11 o seu n vel de complexidade elevado por ser composto por seis dimens es que foram desdobradas em in meras e diversificadas vari veis 111 a sua dura o inicial foi prevista para o per odo de cinco anos a partir de 2007 tendo durado no governo Lula da Silva PT apenas tr s anos Com base nas conclus es advindas da explora o bibliogr fica ocorreu a devida delimita o do objeto estudado a partir da confirma o dos elementos previamente estabelecidos na pergunta de partida cujas justificativas s o descritas a seguir A confirma o da unidade de estudo definida por Gil 2002 como comunidade ou seja a delimita o espacial da pesquisa ocorreu pela constata o de que o Reuni foi criado pelo governo federal mas cada Universidade P blica brasileira por conta da autonomia SER S z T i x universit ria definiu seu plano de ades o bem como teve maneiras diferentes de proceder 7L O Plano de Ades o um documento atrav s do qual cada Universidade P blica ao aderir ao Reuni elaborou para explicitar
132. sistema metodol gico no qual est o contempladas tamb m as t cnicas de pesquisa o pesquisador pode incorrer no empirismo ilus rio 166 quem a pesquisa a atividade b sica da ci ncia na sua indaga o e constru o da realidade e tamb m na concep o de ci ncia que se fortalece a partir do di logo entre os distintos saberes cient ficos em uma tentativa de redimensionar as formas de constru o do conhecimento cient fico particularmente com a pretens o de compreender de forma mais aprofundada quest es do mundo contempor neo como afirmam Santos 1989 e Hissa 2002 A abordagem metodol gica tamb m est fundamentada em Cardoso 1971 que reconhece como sendo fundamental pr tica da ci ncia permitir o debru ar se do m todo sobre si mesmo no sentido de consentir o questionamento sobre os seus pr prios fundamentos uma vez que n o se trata de admiti lo o m todo apenas como um conjunto de normas a serem paulatinamente seguidas mas sim como elemento orientador da pesquisa aquele que dirige as ideias e apenas um aspecto de um corpo te rico integrado Ainda sobre a abordagem qualitativa de uma investiga o Quivy e Campenhoudt 2005 ressaltam a necessidade de n o consider la apenas como um conjunto de t cnicas a serem aplicadas uma vez que na pesquisa qualitativa o que est em quest o a constitui o do conhecimento de uma perspectiva totalizadora ou seja um conhecimento multidisciplinar
133. tanto propunha ajustes estruturais formulava pol ticas e concedia empr stimos 125 por Krawczyk e Vieira 2008 ocorre a confirma o do projeto neoliberal de sociabilidade para os pa ses perif ricos viabilizado pelas inova es tecnol gicas e pelo apoio de governos locais que n o oferecem resist ncia ao projeto hegem nico Em meio a tantos documentos publicados pelos organismos internacionais mais especificamente pelo Banco Mundial que em alguns casos se uniu Unesco para publicar e difundir seus posicionamentos s o reportados os considerados como norteadores dos rumos que a educa o superior toma a partir dos anos 1990 1 Declara o Mundial sobre Educa o para Todos 1990 ii O Ensino Superior as li es derivadas da experi ncia 1994 i A Educa o na Am rica Latina e Caribe 1999 iv Educa o permanente na economia global do conhecimento desafios para os pa ses em desenvolvimento O conte do destes documentos consoante com o discurso econ mico gestado pelas mesmas institui es para os pa ses perif ricos demonstrando conson ncia com as orienta es estabelecidas para o campo da economia e das finan as p blicas como reconhecido por Chau 2001 e Harvey 1992 Segundo os referidos autores a reestrutura o capitalista dos anos 1970 forjou o capitalismo dos anos 1990 No mbito desse capitalismo n o s h a imposi o aos pa ses perif ricos da pol tica econ mica hegem nica
134. tica em pa ses centrais e tamb m na Am rica Latina durante a d cada de 1990 e mencionam a Declara o sobre Educa o para Todos como o documento que norteia as pol ticas para a educa o mundial colocadas em pr tica por diversos pa ses incluindo os perif ricos que fazem reformas internas com o objetivo de se adequar s prescri es dos organismos internacionais Dando continuidade contextualiza o dos condicionantes da reforma pelas quais passa o ensino superior brasileiro a partir da d cada de 1990 preciso tratar de um conceito adotado pelo Banco Mundial o de capital humano O significado deste conceito conforme Chau 2001 o da responsabilidade individual de cada pessoa pela aquisi o das compet ncias necess rias para cumprir o seu papel no desenvolvimento econ mico e social Neste sentido o homem enquanto ser individualmente respons vel precisa ser capaz de tempo ofereciam proposi es para que tais problemas fossem resolvidos No mbito da economia da pol tica dos direitos sociais enfim os documentos versavam sobre as mais diversas dimens es da esfera governamental Um destes documentos foi a Declara o Mundial sobre a Educa o para Todos de 1990 contendo prescri es sobre a educa o mundial que mais tarde foram absorvidas pelas reformas educacionais ocorridas nos pa ses perif ricos incluindo o Brasil Esta Declara o foi elaborada em conjunto por organismos internacionais com
135. trabalhadores tampouco mudan a na condi o econ mica de modo significativo que pudesse colocar a classe trabalhadora num lugar de igualdade de direitos sociais em rela o classe hegem nica dominante Assim pode se compreender que h a pol tica de assegurar o consentimento social via amplia o de ganhos que em verdade n o chegam a transformar a condi o social da classe trabalhadora Contudo existam opini es que definem o governo Lula da Silva PT como simples continuidade neoliberal por conta da manuten o da pol tica econ mica herdada de 33 po 12 A reforma do sistema previdenci rio feita no governo FHC mudou o sistema de aposentadoria brasileiro elevando o prazo para a aquisi o dos benef cios e impondo tetos para seu pagamento Deste modo a previd ncia privada passou a ser valorizada Considerada como necess ria para complementar os ganhos em tempos de aposentadoria se tornou produto desejado pelos trabalhadores e sugerido pelos sindicatos como alternativa de ganhos futuros melhores Ocorre que o novo regime previdenci rio privado substituiu a reparti o simples pela capitaliza o O retorno futuro depende da capacidade de pagamento presente Os gestores dos fundos privados gerenciavam os recursos de modo a assegurar a rentabilidade ao longo do tempo mantendo assim o valor presente ajustado pelas taxas de atualiza o corrente Conforme afirmado por Paulani e Pato 2005 p 59 esse regime
136. vinha sendo praticado nos ltimos anos Portanto este fato n o justifica a expans o proposta pelo governo Lula da Silva PT e a hip tese que continua explicando o Reuni o ato condi o impetrado pelo governo s IFES como afirmado por Mancebo 2010 no sentido de exigir a otimiza o dos seus recursos via contrato de gest o obtendo a amplia o das vagas de modo a fortalecer a forma o da m o de obra qualificada conforme as demandas do mercado mantendo a l gica A expans o quando definida vem acompanhada de uma s rie de indicadores cuja fun o mais assegurar o cumprimento das metas do que propriamente a qualidade do ensino superior n vel de conclus o redu o da evas o rela o professor aluno servidor aluno queda do custo aluno dentre outros Interessa saber grosso modo se as IFES recebem muitos alunos e se colocam no mercado j devidamente formados muitos alunos Uma vez composto o cen rio da amplia o de vagas no ensino superior brasileiro p blico a partir do Reuni passa se a analisar a sua ocorr ncia na UFBA Assim como no ensino superior nacional esta institui o tem incremento de vagas antes do Reuni mas numa ordem bem pequena quando comparada com aquela ocorrida mais recentemente Por m cabe observar que de toda forma a sua quantidade de vagas j vinha sendo aumentada ainda que n o estivesse recebendo e nem ofertando contrapartidas via contratos de gest o Conforme pode ser obse
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138. 012 PAULA Jo o Antonio de A longa servid o a trajet ria do capitalismo no Brasil Adeus ao desenvolvimento a op o do governo Lula Belo Horizonte Aut ntica 2005 PAULA Maria de F tima Costa de LAMARRA Norberto Fern ndez Orgs Reformas e democratiza o da educa o superior no Brasil e na Am rica Latina S o Paulo Ideias amp letras 2011 PAULA Cristiana Maria de Neoliberalismo e Reestrutura o da educa o superior no Brasil o Reuni como estrat gia do governo Lula da Silva e da burguesia brasileira para subordinar a Universidade Federal l gica do atual est gio de acumula o do capital 2009 245 f Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal Fluminense Rio de Janeiro 2009 PAULANI Leda Maria PATO Christy Ganzert Investimentos e servid o financeira o Brasil do ltimo quarto de s culo In Adeus ao desenvolvimento A op o do governo Lula Belo Horizonte Aut ntica 2005 PEREIRA DE DEUS Maria Alba Reforma da Educa o Superior e gest o das Universidades Federais o planejamento institucional na Universidade Federal de Vi osa 2008 246 f Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal Fluminense Rio de Janeiro 2008 276 PEIXOTO Maria do Carmo de Lacerda Pol ticas para a democratiza o do acesso e a inclus o social na educa o superior do Brasil Reformas e democratiza o da educa o superior no Brasil e na Am rica Latina S o Paulo Idei
139. 1 privadas A experi ncia tamb m demonstra que para as institui es p blicas de ensino terem maior qualidade e efici ncia os governos precisam aplicar grandes reformas nos modos de financiamento com o objetivo de 1 mobilizar mais fundos privados para a educa o superior ii apoiar financeiramente os estudantes que n o t m condi es de pagar por seus estudos iii melhorar a capta o e aplica o dos recursos financeiros dentro das institui es de ensino Banco Mundial 1994 p 17 tradu o nossa O documento O Ensino Superior as li es derivadas da experi ncia o Banco Mundial anuncia ainda os quatro eixos em torno dos quais ocorre a reforma do ensino superior a partir dos anos 1990 i diversifica o de institui es de ensino p blicas e privadas ii redu o dos incentivos p blicos a fim de que as institui es busquem novas formas de financiamentos 111 redefini o da fun o do Estado de modo a privilegiar a autonomia e a responsabilidade institucional e iv cria o de pol ticas cuja nfase esteja na quantidade e qualidade O primeiro eixo diversifica o das institui es que ofertam o ensino superior faz refer ncia ao fato de que as estruturas p blicas de ensino da forma como est o constitu das n o servem mais ao mundo em desenvolvimento por serem r gidas e caras Portanto preciso contar com entidades do setor privado que possam fornecer educa o de modo a ampliar a ofe
140. 1990 por outro n o resolveu os problemas sociais advindos de anos de baixo ou inexistente crescimento econ mico e de irrelevantes investimentos em pol ticas sociais Um aspecto importante a destacar o papel preponderante dos organismos internacionais nos pa ses perif ricos e como ditam as regras a serem seguidas em v rios campos de atua o governamental como a educa o Aliado a isso tem o papel do Estado que atua de forma consentida de modo a acatar e viabilizar as orienta es emanadas pelos organismos de representa o do poder hegem nico No cen rio hist rico composto para tratar da Am rica Latina e do Brasil no contexto da reestrutura o capitalista a partir dos anos 1970 e particularmente no contexto do neoliberalismo s o inseridas a educa o e a Universidade P blica com o intuito de constatar que durante este per odo hist rico estiveram atreladas aos projetos e pol ticas governamentais como elementos da proposta de desenvolvimento econ mico hegem nico de maneira a legitim los Neste sentido foi modificada n o somente a estrutura mas tamb m a concep o pol tica em termos de acesso educa o Conforme pode ser percebido atrav s dos estudos 71 de Lima 2005 Chau 2001 Silva 2002 o padr o mundial de desenvolvimento econ mico que entrou em vigor a partir da reestrutura o capitalista forjou a educa o massificadora mais tarde adotada na Am rica Latina e particularmente no B
141. 1992 foi configurada a reestrutura o capitalista A defini o de globaliza o feita por Moraes 2006 p 27 como avalanche de reformas orientadas pelo e para o mercado que marca as duas ltimas d cadas do s culo XX a admitida neste estudo cuja compreens o similar encontrada em Salama 2011 Hirsch 2010 Rodrigues 2007 Singer 1997 dentre in meros outros autores Exce o regra assim dito livremente pela autora deste texto nem todos os autores concordam com o uso do conceito globaliza o o caso de Chesnais 1996 para quem global e globaliza o s o conceitos aos quais falta nitidez Por isso chama a aten o para o uso do termo mundializa o em contraponto globaliza o justificando que a palavra mundial permite introduzir com muito mais for a do que o termo global a ideia de que se a economia se mundializou seria importante construir depressa institui es pol ticas mundiais capazes de dominar o seu movimento E isso o que as for as que atualmente regem o destino do mundo n o intentam importante ainda frisar que a globaliza o n o obstante neste estudo seja abordada mais sob o ponto de vista econ mico se trata de um fen meno social pol tico econ mico social e cultural 60 neoliberalismo enraizou se na base das atividades dos organismos internacionais Fundo Monet rio Internacional FMI e Banco Mundial BM dos governos regionais e das empr
142. 2 Os grupos de cursos s o aqueles citados no Manual do Vestibular da UFBA Grupo A 1 Matem tica Ci ncias F sicas e Tecnologia Grupo A 2 Matem tica Ci ncias F sicas e Tecnologia grupo B Ci ncias Biol gicas e Profiss es da Sa de Grupo C Filosofia e Ci ncias Humanas Grupo D Letras Grupo II Cursos superiores de tecnologia e Bacharelados Interdisciplinares BIs importante destacar que em todos os n meros apresentados n o est o inseridos os cursos de licenciaturas especiais realizados via conv nios tampouco ensino a dist ncia 123 O sistema de cotas na UFBA segundo o Manual do Vestibular 2013 p 3 5 est consolidado e vem funcionando com a seguinte distribui o de vagas Categoria A 36 55 candidatos de escola p blica que se declararam pretos ou pardos Categoria B 6 45 candidatos de escola p blica de qualquer etnia ou cor Categoria D 2 candidatos de escola p blica que se declararam ndiodescendentes Categoria E 55 todos os candidatos qualquer que seja a proced ncia escolar e a etnia ou cor Em todos os cursos s o abertas at duas vagas extras al m do total oferecido exclusivamente para candidatos de escola p blica que se declaram ndios aldeados ou moradores das comunidades remanescentes dos quilombos inscri o de Categoria F nos termos do Art 3 al nea IMI e Art 7 da Resolu o CONSEPE n 01 04 Dispon vel em lt http www vestibular ufba br docs vest2005cotas pdf gt
143. 2010 p 29 43 COUTINHO Carlos Nelson Democracia um conceito em disputa Dispon vel em lt http laurocampos org br 2008 12 democracia um conceito em disputa gt Acesso em jan 2013 DIAS SOBRINHO Jos Educa o superior democratiza o acesso e perman ncia com qualidade Reformas e democratiza o da educa o superior No Brasil e na Am rica Latina S o Paulo Ideias e Letras 2011 DOURADO Luiz Fernandes CATANI Afr nio Mendes Orgs Universidade P blica Pol ticas e identidade institucional Cole o Pol micas de Nosso Tempo S o Paulo Autores Associados Goi nia Editora UFG 1999 271 DOURADO Luiz Fernandes Reforma do Estado e as pol ticas para a educa o superior no Brasil dos anos 90 Revista Educa o amp Sociedade Campinas vol 23 n 80 p 234 252 setembro 2002 Pol ticas de expans o da educa o superior no Brasil e a modalidade EAD In Reformas e Pol ticas Educa o superior e p s gradua o no Brasil Campinas S o Paulo Editora Al nea 2008 DRUCK Maria da Gra a Globaliza o e reestrutura o produtiva o fordismo e ou Japonismo In Revista de Economia Pol tica Vol 19 n 2 abril junho S o Paulo Ed Trinta e Quatro 1999 p 31 48 DUPAS Gilberto Tens es contempor neas entre o p blico e o privado S o Paulo Paz e Terra 2003 ENTENDA o Caso Enron FOLHA DE S O PAULO S o Paulo 27 de mai 2003 Dispon vel em lt http www 1 folha uo
144. 2010 por turno Evolu o da quantidade de cursos na UFBA Salvador incluindo o Reuni no per odo de 2008 a 2010 spaamenads assa dibiiitasad paeadn dinda cans a cdada pena Evolu o da oferta de novos cursos na UFBA Salvador por turno de funcionamento no per odo de 2009 a 2010 ua sans isessisspuenisnsenconnasemenn os 187 198 204 207 216 217 218 222 223 225 225 Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 LISTA DE TABELAS Despesa do governo federal por fun o 364 Ensino Superior do Minist rio da Educa o de 2006 a 2010 scsnacensenemar esq nisagaedinhanda dentes Previs o de acr scimo or ament rio a partir do Decreto n 6 096 2007 Metas da UFBA previstas no documento de ades o ao Reuni Previs o de incremento percentual advindo do Reuni em rela o a 2007 Estado pela Ao aa ia rerne NSE REE ET ias Efeitos do reuni por GND sobre o Or amento total da UFBA autorizado no per odo de 2007 2010 a corteiseaaadras dada ida dae Recursos do Reuni estimados pela UFBA e valores que foram autorizados por GND no per odo de 2007 2010 N mero de concluintes nos anos de 2006 a 2010 nas IFES por grandes reas do conhecimento definidas pelo INEP ses aenasaaaanadiaea adiados Evolu o da UFBA em cursos vagas inscritos classificados no vestibula
145. 47 O fato que a suposta nacionaliza o nas economias terminou sendo o fomento para que os Estados nacionais estabelecessem suas rela es de acumula o e de regula o Por outro lado a necessidade de orquestrar a economia mundial em rede fez com que fossem criadas novas formas de regula o internacional do capital sob o comando norte americano e tendo o d lar como moeda refer ncia O Fundo Monet rio Internacional FMI e o Banco Mundial BM eram as institui es que garantiam o funcionamento do sistema com base em trocas est veis que impunha s moedas nacionais determinadas rela es de interc mbio com c mbio fixo no qual em caso de d ficits tempor rios na balan a de pagamentos ele o sistema poderia conceder cr ditos aos Estados nacionais HIRSCH 2010 p 147 Com isso o padr o fordista foi amplamente difundido com o estabelecimento de um padr o global de acumula o devidamente regulado a partir dos Estados nacionais dos acordos pol ticos que estabeleciam e das suas institui es N o foi um nico modelo de produ o fordista que foi implementado mundo afora e sim um modo produtivo basilar que foi devidamente inserido em diferentes contextos sociais pol ticos e econ micos Druck 1999 p 37 assinala que as diferen as societais as rela es de for as pol ticas em cada na o bem como o n vel de desenvolvimento econ mico foram determinantes para constituir formas nacionais de fordi
146. 990 impulsionou i o avan o das for as produtivas ii a inova o tecnol gica iii a concentra o de capitais iv a internacionaliza o da produ o A todos estes pontos acrescenta se a regula o internacional do capital O fordismo do p s guerra n o chega a contrariar a ess ncia do que havia sido este modo de produ o nos anos anteriores Para Druck 1999 a trajet ria do fordismo a partir dos anos 1945 confirma a sua ess ncia porque com a atua o do Estado atende as novas situa es hist ricas usando da persuas o e da ades o da classe trabalhadora via concess o de pol ticas sociais Por isso por um longo per odo o capital fundamentado no fordismo e no Estado keynesiano viveu sua fase de expans o e relativo equil brio dos ndices de crescimento econ mico nos pa ses mais avan ados A maturidade do sistema fordista demonstra a nova t nica alcan ada pelo capital com o estabelecimento de novos pap is a atores considerados como centrais nesta fase de reestrutura o 1 Estado ii trabalho organizado iii grande capital corporativo Druck 1999 p 7 observa que depois do p s guerra foi o momento do fordismo consolidar se e fazer frente diante ao modo de viver e trabalhar pregado pelo socialismo que aparecia no cen rio mundial ap s a Revolu o Russa Neste sentido mais do que nunca portanto fundamental para a Am rica e para a Europa a consolida o e a amplifica o das pr t
147. Bahia excluindo o Hospital Universit rio At 2010 o valor inscrito representa mais do que a estimativa para o GND 4 Investimentos A pergunta a ser feita por que ocorre este fato na execu o or ament ria da UFBA se h por outro lado a demanda por execu o financeira de recursos e uma vez que a expans o das vagas e dos cursos est ocorrendo A protela o da execu o or ament ria por parte da UFBA tamb m verificada quando consultados os relat rios disponibilizados pela C mera Legislativa Federal Por estes o n vel de pagamento da execu o or ament ria GND 4 Investimentos variou no per odo de 2007 a recebidos e o servi o p blico federal atestou a liquida o ou seja concordou que est o dentro das qualifica es exigidas quando do ato da compra Portanto apenas o pagamento destas despesas foi protelado para o pr ximo exerc cio financeiro J as despesas n o processadas s o aquelas que foram empenhadas mas ainda n o s o constitu das como obriga es 110 Ata da reuni o extraordin ria do CONSUNI do dia 18 de dezembro de 2008 linhas 298 300 111 As demandas s o provenientes da expans o das vagas Conforme Relat rios de Gest o da UFBA 2007 e 2010 as matr culas saltaram na gradua o saltaram de 19 888 em 2007 para 27 156 em 2010 obtendo varia o na ordem de 37 e eleva o m dia de 12 2 ao ano Para dar conta desta eleva o de matr culas a constru o reforma amplia o da infra
148. Bras lia TCU 2008 Dispon vel em lt http portal2 tcu gov br portal page portal TCU imprensa noticias noticias arquivos Fund 20apoio pdf gt Acesso em dez 2012 278 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Gabinete da Reitoria Proposta de inclus o da Universidade Federal da Bahia no Programa de Apoio a Plano de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Reuni Salvador UFBA 2007 Pr Reitoria de Ensino de Gradua o Servi o de Sele o Orienta o e Avalia o Manual do Vestibular 2013 Salvador UFBA 2012 Dispon vel em lt http www vestibular ufba br docs vest2005cotas pdf gt Acesso em jun 2013 Relat rio de Gest o 2010 Salvador Proplan UFBA 2011 Dispon vel em lt http www proplan ufba br ftp relatorio 2010 relat gestao 2010 pdf gt Acesso em dez 2012 Relat rio de Gest o 2009 Salvador Proplan UFBA 2010 Dispon vel em lt http www proplan ufba br ftp relatorio 2009 relat gestao 2009 final pdf gt Acesso em dez 2012 Relat rio de Gest o 2008 Salvador Proplan UFBA 2009 Dispon vel em lt http www proplan ufba br ftp relatorio 2009 relat gestao 2009 final pdf gt Acesso em dez 2012 Relat rio de Gest o 2007 Salvador Proplan UFBA 2008 Dispon vel em lt http www proplan ufba br ftp relatorio 2009 relat gestao 2009 final pdf gt Acesso em dez 2012 Parecer sobre o relat rio da Gest o da UFBA em 2010 Autoria Joilson Jo o Lage de
149. EL eai ias ADIAR QUA Sa 26 O FORDISMO E AS MUDAN AS NA ACUMULA O CAPITALISTA 30 O Estado no mbito da reconfigura o capitalista ii 38 A ACUMULA O FLEX VEL E A REESTRUTURA O CAPITALISTA 43 GLOBALIZA O E NEOLIBERALISMO ii ssisineiiatidas di diiniiaeitcaa oiee 59 O DESENHO POL TICO ECON MICO DO GOVERNO LULA DA SIENA A eco ara Cd 73 AS ESTRAT GICAS POL TICO ECON MICAS DE LULA DA SILVA PT 77 A CONFORMA O POL TICA DO GOVERNO LULA DA SILVA PT 86 REFORMA E A DEMOCRATIZA O DA EDUCA O SUPERIOR 117 A EDUCA O NO FORDISMOsiamasd api 120 OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E A REFORMA DA EDUCA O 124 A DEMOCRATIZA O DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR 140 A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA A PARTIR DOS ANOS 1990 144 A TRAJET RIA METODOL GICA DA PESQUISA 164 A CONCEP O METODOL GICA DA PESQUISA 164 AS CLASSIFICA ES DA PESQUISA naus gaa ia a 166 AS ETAPAS DA PESQUISA eememeeneeeraermeme aeee eeereeemeereeasets 168 O REUNI E A DEMOCRATIZA O DO ACESSO UFBA 185 OS RECURSOS OR AMENT RIOS DO REUNI meme 186 A DIMENS O OPERACIONAL DO REUNI NA UFBA 199 A DIMENS O CURRICULAR PEDAG GICA DO REUNI NA UFBA 248 CONCLUSA O tens aseena a a R 261 REFER NCIAS AP NDICES 15 1 INTRODU O A presente tese discute se o Programa Reuni implementado pelo governo Lula da
150. Este foi um ponto positivo obtido pelos setores que defendiam a estrat gia de romper com o modelo pol tico at ent o vigente no pa s 105 interna tamb m complicou e isso se deveu ao fato de que Lula da Silva PT n o ter alterado a estrat gia de desenvolvimento e nem a pol tica econ mica que vinham sendo praticadas no pa s A isso se somaram os problemas estruturais internos e o resultado n o foi outro sen o o do aprofundamento da inser o passiva do Brasil na economia mundial e a demonstra o da sua vulnerabilidade externa A postura conservadora inicial de Lula da Silva PT mesmo seguindo os mesmos pilares da estrat gia econ mica neoliberal produziram alguns resultados porque h pontos positivos verificados na economia nacional ao longo do seu governo que devem ser devidamente reconhecidos Se no primeiro mandato a pol tica de restri o econ mica foi pesada no segundo mandato em virtude das condi es favor veis internas e externas houve certa mudan a quanto ao controle fiscal r gido a come ar pela redu o do super vit prim rio que chegou a 2 do PIB em 2009 saindo do patamar inicial em 2003 de 4 3 O saldo da balan a comercial durante boa parte do per odo 2003 2009 foi positivo e isso est relacionado com as exporta es que cresceram sistematicamente at o ano de 2007 voltando a patamares de queda a partir de 2008 A quest o que a explica o para este desempenho favor vel est em grande par
151. Execu o da Lei Or ament ria Anual de 2007 Bras lia DF 2007 Dispon vel em lt http www2 camara leg br atividade legislativa orcamentobrasil loa l0a2007 execucao l0a2007 html gt Acesso em dez 2012 Execu o da Lei Or ament ria Anual de 2008 Bras lia DF 2008 Dispon vel em lt http www2 camara leg br atividade legislativa orcamentobrasil loa l0a2008 execucao l0a2008 html gt Acesso em dez 2012 Execu o da Lei Or ament ria Anual de 2009 Bras lia DF 2009 Dispon vel em lt http www2 camara leg br atividade legislativa orcamentobrasil loa l042009 execucao l0a2009 html gt Acesso em dez 2012 Execu o da Lei Or ament ria Anual de 2010 Bras lia DF 2008 Dispon vel em lt http www2 camara leg br atividade legislativa orcamentobrasil loa l042010 execucao l042010 html gt Acesso em dez 2012 CARCANHOLO Marcelo Dias Inser o externa e vulnerabilidade da economia brasileira no governo Lula In Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 270 CARVALHO Marcio Luiz Buente de SCORTEGAGNA Liamara SPANHOL Fernando A Educa o a dist ncia no contexto da reforma da educa o superior no Brasil S o Paulo ideias e Letras 2011 CASASSUS Juan A reforma educacional na Am rica Latina no contexto de globaliza o Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0100 15742
152. Federal da Bahia nesse contexto que se situa a reforma do ensino superior discutida nesse trabalho Na verdade o projeto pol tico implementado pelo governo Lula da Silva PT a princ pio parecia programaticamente se contrapor ao modelo em curso nos anos noventa O Programa Reuni objeto deste estudo situa se exatamente no contexto hist rico deste tendo sido implementado como parte da sua reforma educacional Como afirma Oliveira 2003 2010 embora o governo de Lula da Silva PT modifique alguns aspectos da pol tica econ mica e introduza altera es no campo social efetivamente o mesmo n o constr i uma pol tica de desenvolvimento em longo prazo com o desenvolvimento de reas estruturantes dos setores econ mico e social do pa s A an lise cr tica do governo Lula da Silva PT permitiu constatar o alinhamento deste governo com a ordem econ mica vigente em fun o de aspectos dentre outros como solapamento da classe trabalhadora arrefecimento dos movimentos populares al m da aus ncia de projetos que promovessem modifica es estruturais em reas como a educa o A reflex o sobre a configura o pol tico econ mica do governo Lula da Silva PT permite constatar a exist ncia de uma continuidade em rela o pol tica econ mica dominante N o se trata de igualar os dois governos FHC e Lula da Silva PT uma vez que o governo petista conseguiu durante certo tempo construir um certo consenso social em torno da sua p
153. Magalh es Dispon vel em lt http www proplan ufba br ftp relatorio 2010 prest contas 2010 pdf gt Acesso em dez 2012 Pr Reitoria de Planejamento e Administra o Setor de Informa o e Documenta o UFBA em n meros Especial 60 anos Salvador 2006 Dispon vel em lt http www proplan ufba br docs ufba numeros 60anos pdf gt Acesso em jun 2013 Conselho Universit rio Resolu o n mero 02 de 14 de maio de 2008 Salvador 2009 Dispon vel em lt https www ufba br sites devportal ufba br files novo planodiretor resol02 09 pdf gt Acesso em jun 2013 Conselho Universit rio Ata da reuni o extraordin ria do Conselho Universit rio da Universidade Federal da Bahia Salvador 2008 Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o Resolu o n mero 02 Salvador 2008 Dispon vel em lt www ufba br legisla o gt Acesso em dez 2012 Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o Resolu o n mero 04 Salvador 2008 Dispon vel em lt www ufba br legisla o gt Acesso em dez 2012 Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o Resolu o n mero 03 Salvador 2008 Dispon vel em lt www ufba br legisla o gt Acesso em dez 2012 279 Plano de Desenvolvimento Institucional 2012 2016 Salvador 2012 Dispon vel em lt www ufba br sites devportal ufba br files pdiufba 2012 16 pdf gt Acesso em dez 2012 VAKALOULIS Michel Acumula o flex vel e regula o do capitalismo Tradu
154. NI E A DEMOCRATIZA O DO ACESSO UFBA A sociedade capitalista resguarda com vigor n o apenas seu sistema de educa o cont nua mas simultaneamente tamb m de doutrina o permanente O que torna as coisas ainda piores que a educa o cont nua do sistema do capital tem como cerne a asser o de que a pr pria ordem social estabelecida n o precisa de nenhuma mudan a significativa Precisa apenas de uma regula o mais exata em suas margens que se deve alcan ar pela metodologia idealizada do pouco a pouco Istv n M sz ros O prop sito desta se o analisar se o Reuni implementado durante o governo Lula da Silva PT 2008 2010 democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia nas suas dimens es operacional e curricular pedag gica com o intuito de confirmar ou refutar os seguintes pressupostos i na dimens o operacional que contempla a expans o de vagas pessoal or amento e estruturas f sicas os recursos aportados pelo Reuni promovem a amplia o do acesso mas s o insuficientes para atender as demandas advindas da expans o dos cursos da UFBA ii as altera es implementadas pelo Reuni na dimens o pedag gica ficam restritas a algumas a es afirmativas e poucas mudan as na estrutura curricular sendo insuficientes para reestruturar as condi es de oferta dos cursos da UFBA Uma das vertentes da reestrutura o proposta pelo governo Lula da Silva PT via Reuni o modelo de financiame
155. Qu mica Jeilson Barreto Andrade HIAC Jarbas Almeida Assessoria Reuni Carina Colegiado de Arquitetura e Urbanismo e Michele Instituto de Psicologia Enfim agrade o a todos que estiveram ao meu lado ao longo desta caminhada e que torceram por minha vit ria Eu nunca poderia pensar em educa o sem amor E por isso que me considero um educador acima de tudo porque eu sinto amor Paulo Freire RESUMO Na acumula o flex vel h a descontinuidade da alian a entre o Estado o trabalho organizado e o grande capital corporativo Este conjunto de acontecimentos expressa a descontinuidade do fordismo e evidencia que o modo de regula o que fundamentava os embates das contradi es da acumula o capitalista foi insuficiente para superar a sua crise Compreender os condicionantes e as consequ ncias da reconfigura o capitalista mundial importante para analisar a reforma educacional efetivada durante o governo Lula da Silva e para estudar o Programa de Apoio aos Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Reuni direcionado para a educa o superior p blica Assim este estudo tem como objetivo discutir se o Reuni implementado pelo governo Lula da Silva PT 2008 2010 e no contexto da acumula o flex vel democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia particularmente em suas dimens es operacional e curricular pedag gica A pesquisa mostra que o discurso pela democratiza o do acesso
156. R Jo o dos Reis Reforma Universit ria a nova forma hist rica das esferas p blica e privada no in cio do s culo XXI In Educa o sociedade de classes e reformas universit rias Campinas S o Paulo Autores Associados 2007 SILVA Maria Ab dia da Interven o e Consentimento A pol tica educacional do banco Mundial Campinas SP Editores Associados 2002 SILVA Luis In cio Lula da Carta ao povo brasileiro S o Paulo junho de 2002 Dispon vel em lt http www iisg nl collections carta_ao_povo_brasileiro pdf gt Acessado em mai 2012 SINGER Andr A Segunda alma do Partido dos Trabalhadores Novos estudos CEBRAP n 88 S o Paulo dez 2010 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 33002010000300006 gt Acesso em Nov 2012 SINGER Paul Um hist rico da globaliza o Revista da Sociedade Brasileira de Economia Pol tica Rio de Janeiro v 1 n 1 p 35 86 1997 SIQUEIRA ngela C de A regulamenta o do enfoque comercial no setor educacional via OMC GATS Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro n 26 2004 Dispon vel em lt http www scielo br pdf rbedu n26 n26al 1 pdf gt Acesso em 05 dez 2012 TONELLI Fl vio QUEIROZ Ant nio Carlos Trabalho e sindicalismo no governo Lula In Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNI O Ac rd o n 2731 2008
157. Reuni na expans o e reestrutura o da Universidade P blica no governo Lula da Silva PT O cap tulo cinco por sua vez apresenta o percurso metodol gico adotado neste estudo evidenciando a defini o do seu objeto No cap tulo seis s o analisadas as informa es obtidas dos documentos emitidos tanto por institui es respons veis pela oferta da educa o superior no mbito nacional quanto pela UFBA al m de ser tamb m analisado o conte do das entrevistas realizadas com atores representantes do Minist rio da Educa o do ANDES e da UFBA envolvidos diretamente com a implementa o do Reuni com o objetivo de constatar se democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia nas suas dimens es operacional e curricular pedag gica Finalmente no cap tulo sete apresentada a conclus o deste estudo com o intuito de recuperar em linhas gerais o contexto da reforma da educa o superior brasileira no governo Lula da Silva PT constatando o papel do Reuni na democratiza o do acesso ao ensino superior 26 2 O FORDISMO REESTRUTURA O CAPITALISTA E A ACUMULA O FLEXIVEL Privatizaram sua vida seu trabalho sua hora de amar e seu direito de pensar da empresa privada o seu passo em frente seu p o e seu sal rio E agora n o contente querem privatizar o conhecimento a sabedoria o pensamento que s humanidade pertence Bertold Brecht As mudan as das estrat gias de produ o e reprodu o do capital
158. Silva ao poder Acredita se que o 87 alinhamento de Lula da Silva PT com o capital internacional teve in cio antes mesmo da sua elei o como presidente da Rep blica e neste per odo hist rico que se pretende buscar os primeiros elementos da an lise proposta nesta se o O surgimento do PT no cen rio nacional se deu numa conjuntura pol tica internacional de fortes investimentos por parte dos pa ses centrais na reestrutura o capitalista cuja marca era a redu o dram tica dos direitos sociais dos trabalhadores A isso acrescenta se a crise vivida pelo socialismo real aquele implantado na ent o Uni o Sovi tica e em pa ses do leste europeu S o elementos que reunidos deram origem desestrutura o dos movimentos sociais organizados tanto no sentido pragm tico da sua organiza o estrutural em si quanto no sentido org nico ou seja do conte do destes movimentos No mbito nacional observava se um movimento contr rio ao observado internacionalmente desde meados da d cada de 1970 os movimentos sociais vinham se reorganizando Na d cada de 1980 estava em pauta a redemocratiza o do pa s depois de uma triste ditadura militar a constru o de instrumentos pol ticos e a reorganiza o das representa es de classe que tinham o objetivo de lutar pela transforma o social do pa s via abertura democr tica Um dos movimentos mais fortes foi o dos trabalhadores que se organizaram atrav s do denominado nov
159. T na qual foi manifestada a inten o do partido em assumir a dire o do pa s Lacerda 2012 p 9 afirma que nesta carta o PT se define como uma organiza o partid ria disposta a lutar contra a explora o social e como uma representa o das massas populares aquela capaz de unir todos os oper rios e outros segmentos de trabalhadores que comp e essa chamada massa explorada como banc rios professores funcion rios p blicos estudantes e profissionais liberais O PT se apresentava como a alternativa em busca da organiza o da classe trabalhadora e dos movimentos sociais com o intento de lutar contra o dom nio estatal burgu s de modo a alcan ar uma sociedade mais justa Apesar de programa petista tenha sido considerado radical pelos motivos j anteriormente citados no final dos anos 1980 alguns analistas pol ticos alertavam sobre um risco que o PT corria de alinhar se com a ordem vigente por reduzir os seus anseios ocupa o do poder Lima 2005 afirma que muitos analistas pol ticos nos anos 1980 chamavam a aten o sobre o necess rio posicionamento do PT no sentido de manter se como um partido das massas populares defensor do socialismo e revolucion rio sob pena da ter reduzido o seu programa partid rio ocupa o do poder num movimento denominado social democratiza o Segundo este pensamento uma vez que o partido realmente passou a p Pe 4 A representar interesses de v rias for as sociais e
160. UFBA a partir do Reuni e contribu ram efetivamente com a coleta das informa es As informa es coletadas nas entrevistas foram analisadas atrav s da t cnica denominada an lise do discurso fundamentada de acordo com a compreens o de Orlandi 2009 Na an lise das entrevistas o primeiro passo foi transcrever e tabular as informa es obtidas Ap s essa fase orientada pela pergunta de partida pelos pressupostos e objetivos ocorreu o exame das informa es seguindo a concep o te rica de Orlandi 2009 p 15 para quem A an lise do discurso como o seu pr prio nome indica n o trata da l ngua n o trata da gram tica embora todas essas coisas lhe interessem Ela trata do discurso E a palavra discurso etimologicamente tem em si a ideia de curso de percurso de correr por de movimento O discurso assim palavra em movimento Na an lise do discurso procura se compreender a l ngua fazendo sentido enquanto trabalho simb lico parte do trabalho social geral 183 constitutivo do homem e da sua hist ria Por esse tipo de estudo pode se conhecer melhor aquilo faz do homem um ser especial com sua capacidade de significar e significar se Para proceder an lise do discurso foi constitu do um dispositivo de interpreta o procurando perceber o lugar do discurso o que foi dito em rela o ao n o dito quem estava falando o lugar da fala as raz es para determinado tipo de linguagem os titulares de
161. Universidade P blica de Lula da Silva est associado ao reconhecimento da democracia como uma virtude e pela inger ncia dos organismos internacionais nos pa ses perif ricos Portanto o Reuni apesar de ampliar as vagas na Universidade Federal da Bahia n o democratiza o acesso educa o Superior porque o conjunto de a es efetivadas insuficiente para viabilizar o acesso igualit rio de todos pela educa o propiciar investimentos suficientes para construir as condi es adequadas da oferta do ensino superior de qualidade criar pol ticas de inclus o social que assegurassem as condi es materiais imprescind veis para a perman ncia do aluno na Universidade P blica reconhecer a educa o como um bem p blico social e por fim fortalecer a Universidade P blica como institui o social Palavras chaves Reestrutura o Capitalista Democratiza o Reuni Reforma da Educa o Superior Universidade P blica ABSTRACT There is in the Flexible Accumulation the discontinuity of the alliance among the State the organized work and the big capital enterprise This set of events expresses the discontinuity of Fordism and proves that the mode of regulation underpinning the impingement of the contradictions of capital accumulation was insufficient to overcome its crisis Understanding the determinants and consequences of global capitalist reconfiguration is important to analyze educational reform affected during Lula da Silvas gover
162. a o de pessoal cria o de modelo de avalia o institucional que privilegie os aspectos qualitativos da forma o do aluno discuss o democr tica das propostas curriculares das metodologias do ensino avalia o da aprendizagem e cria o das condi es estruturais para a oferta da educa o superior edifica es mobili rio acervo bibliogr fico entre outros A experi ncia de realiza o dessa pesquisa coloca o desafio de aprofundamento de um conjunto de quest es relativas ao l cus da educa o particularmente a educa o superior na constru o de projetos de desenvolvimento que efetivamente possam ser qualificados como democr ticos A experi ncia de amplia o de vagas nas universidades p blicas sugere ainda a necessidade de repensar do ponto de vista pol tico pedag gico a estrutura universit ria herdada do modelo desenvolvimentista o que se encontra praticamente intocada Enfim apesar do avan o no processo de democratiza o do pa s nas ltimas d cadas o Brasil tem a urgente tarefa de pensar a complexa rela o entre a educa o em seus v rios n veis desenvolvimento e democracia 267 REFER NCIAS ALMEIDA FILHO Naomar Monteiro de Universidade Nova textos cr ticos e esperan osos Salvador Edufba 2007 Memorial da Universidade Nova UFBA 2002 2010 Salvador Bahia julho de 2010 AMARAL Nelson Cardoso Autonomia e Financiamento das IFES desafios e a es In F rum Sobre as
163. a o do Reuni Tabela 9 Evolu o vagas ingressos matr culas diplomados da UFBA no per odo de 2008 2010 Outras Ingresso formas M dia Outras Sa das Anos Vagas Classificados vestibular ingresso matr cula Diplomados sa das total 2008 4 256 4 111 4 039 491 24 367 2 198 1 798 4 596 2009 6 996 6 639 6 405 559 25 796 3 067 2 675 5 742 2010 7 991 7 680 7 031 943 28 562 3 097 1 773 4 870 Fonte SIAC SUPAC SSOA 2012 Sobre a expans o das vagas as entrevistas realizadas com os coordenadores dos cursos elucidam informa es que coadunam com as que s o encontradas nas estat sticas Segundo todos os coordenadores h vagas ociosas nos cursos que coordenam mas que t m sido preenchidas atrav s da sele o para vagas residuais Nenhum coordenador soube precisar a quantidade de vagas em aberto mas sinalizam que os cursos t m participado rotineiramente da citada sele o Todos afirmam n o conhecer outra forma de preenchimento deste tipo de vaga a n o ser este Portanto o Reuni n o trouxe qualquer inova o neste sentido Al m disso 25 dos coordenadores disse que os cursos j est o com vagas ociosas desde o primeiro semestre ou seja nem todos os aprovados no vestibular efetuam a matr cula Em alguns casos a situa o pior a baixa procura vem desde o vestibular quando h menos inscritos do que a quantidade de vagas ofertadas Como j dito o fen meno de
164. a o estatal suas fun es e pol ticas com cada fase do processo de acumula o capitalista e das rela es de for a ligadas ao mercado global Enfim h que se considerar neste estudo em conson ncia ao que afirmado por Hirsch 2010 que o aparelho estatal concreto do Estado e a sua forma pol tica constituem se em duas 43 esferas distintas mas n o dissociadas em seu funcionamento O Estado se torna portanto uma objetiva o da rela o estrutural de classes e de explora o e se mant m enquanto esteja garantido o processo de reprodu o econ mica como processo de valoriza o do capital um Estado capitalista por raz es estruturais O Estado n o um mero instrumento neutro que se encontra fora da economia mas est diretamente ligado s rela es de produ o capitalistas das quais parte Por isso imposs vel transformar profundamente essas rela es de produ o atrav s do Estado HIRSCH 2010 p 32 Desse intrincado entre Estado e sociedade civil surge um sistema interdependente que n o deixa a sua margem as rela es contradit rias que s o mantidas de maneira condicionada No sistema interdependente h a forma pol tica que est sujeita forma dinheiro e forma capital A relativa separa o entre Estado e sociedade pol tica e economia significa que a sociedade capitalista n o pode dispor de um centro dirigente em condi es de abranger e de controlar o seu conjunto O
165. a o popular a ado o radical dos ajustes neoliberais A isso se segue uma s rie de a es que de certa forma j vinham sendo efetivadas ao longo dos anos 1990 1 reforma administrativa com nfase na redu o dos gastos com pessoal e reforma gerencial da administra o p blica brasileira 11 reestrutura o estatal iii aprofundamento do processo de desestatiza o com a privatiza o de v rias empresas p blicas iv acirramento da pol tica de ajuste fiscal Gon alves 1999 chama a aten o para o fato de que ao longo dos anos 1990 as restri es ao IED na economia brasileira foram sendo paulatinamente reduzidas e isso ocorreu em fun o da forte regula o adotada Desde o come o dos anos 1990 altera es b sicas na legisla o eram voltadas para a cria o de ambiente favor vel para a sa da do capital estrangeiro do pa s A lei de abertura do mercado brasileiro de inform tica em 1994 e a revis o constitucional de 1995 foram outros elementos favor veis entrada do capital estrangeiro no pa s A pr pria desregulamenta o financeira ocorrida ao longo da d cada de 1990 representou uma forma de regula o por parte do Estado brasileiro de modo a viabilizar a entrada e sa da de recursos estrangeiros no pa s A contraposi o ao mar de otimismo governamental observado nos pa ses da Am rica Latina e sobretudo no Brasil ao longo da d cada de 1990 encontrada em Fiori 2001 para quem as ten
166. a partir do momento hist rico em que o modo de produ o fordista entra em colapso e tamb m na expans o do capital cuja compreens o do seu papel est fundamentada em Harvey 1992 2005 e na Teoria Materialista do Estado elaborada por Hirsch 2010 Para Hirsch 2010 o Estado a express o de um novo modo de domina o pol tica que se materializa institucionalmente e determinado pelo conjunto din mica social conflitos luta de classes e por isso tem a sua fei o modificada ao longo do tempo Segundo o autor 39 o que interessa na an lise da acumula o capitalista em menor propor o o funcionamento do Estado e em maior a rela o social que apresenta e a forma como pode ser superada partindo do exame das rela es materiais de produ o ou seja como os indiv duos se relacionam entre si no modo de produ o Com isso v se que o Estado inst ncia ideol gica e parte integrante de amplas rela es hegem nicas definidas pelo pensamento e a a o dos indiv duos No pensamento exposto por Harvey 2005 o Estado sempre esteve presente no funcionamento da sociedade capitalista mas assume diferentes formas de atua o O papel que assume dentro da estrutura do capitalismo o que adquire novos formatos e isso est relacionado ao fato de que o Estado uma forma independente grifo do autor mas que surge das contradi es sociais um moderador de conflitos que mant m as diverg ncias de
167. a s atrav s da publica o em 24 de abril de 2007 do Decreto n 6 096 O Reuni apresenta duas metas gerais que devem ser alcan adas no prazo de 5 anos elevar a taxa de conclus o m dia na gradua o e a rela o aluno professor de 18 1 nos cursos presenciais Al m disso tem como justificativa a necessidade de expandir o acesso s IFES o que o governo Lula da Silva PT intitula como a democratiza o do ensino superior porque viabiliza a entrada na Universidade P blica de mais jovens provenientes das camadas populares Dentre outros aspectos a expans o pretende interiorizar as IFES por meio da cria o dos institutos de ensino profissionalizantes e de novas Universidades P blicas abrir cursos noturnos diversificar as modalidades de cursos e criar a es afirmativas que asseguram n o s o acesso Universidade P blica mas tamb m a perman ncia dos alunos nas IFES al m de prometer a melhoria das condi es da oferta do ensino superior atrav s da recupera o e constru o de infraestrutura f sica e contrata o de pessoal Como afirma Leher 2010 as metas do programa s o ambiciosas Com o Reuni o governo pretende em cinco anos abarcar em n vel de gradua o tanto a dimens o operacional investimentos infraestrutura contrata o de pessoal da Universidade P blica quanto a curricular pedag gica evas o revis o curricular dos cursos a es afirmativas etc Desse modo estabelece cinco dimens es em t
168. a 42 em 2006 chegando a 32 em 2010 Sendo o PT um partido que nasceu com o prop sito de organizar a classe trabalhadora e tendo mais tarde agregado na sua representatividade os movimentos sociais intentando fazer a transforma o social assumir o comando do pa s e transformar o Estado de modo a estabelecer pol ticas p blicas que propiciasse o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualit ria os dados estat sticos acima evidenciados reafirmam os rumos pragm ticos assumidos pelo PT e o distanciamento da luta de classes e da base social poss vel assim uma primeira conclus o diante destas informa es os interesses petistas em voga j n o s o mais aqueles das massas populares Pelo menos eles n o est o no primeiro plano do partido Caso contr rio n o poderiam ser observadas as retas ascendentes das contribui es de empres rios e de eleitores que se consideram ideologicamente posicionados no centro direita Em rela o educa o no documento Concep o e diretrizes do programa de governo do PT para o Brasil a ruptura necess ria o partido reconhece o sucateamento em todos os n veis da educa o brasileira Ao mesmo tempo afirma que a Universidade P blica necessita ser resgatada por conta do solapamento que havia sofrido ao longo dos anos sobretudo durante a gest o de FHC H o reconhecimento da import ncia da educa o para a forma o da base do desenvolvimento do pa s por ser o caminho para
169. a Universidade na busca da melhoria de seus diversos indicadores bem como o grau de efic cia no cumprimento das metas que refletem um padr o de desempenho institucional desejado o confronto dos resultados obtidos nos ltimos anos permite que se identifique poss veis distor es ou mesmo varia es fora da m dia que indiquem a necessidade de aperfei oamentos ou corre es de eventuais disfun es Esta autoavalia o contudo n o foi feita pela Universidade Em termos or ament rios a avalia o feita do Reuni de que a expans o foi iniciada sem a previs o de aloca o de investimentos que de fato subsidiassem a cria o e desenvolvimento de uma pol tica p blica consistente para o ensino superior que combine duas vari veis indissoci veis quando se fala em democratiza o do ensino p blico amplia o das vagas e a manuten o da qualidade da educa o ofertada O que se observa entretanto com o Reuni o discurso ret rico em favor da democratiza o do acesso Universidade P blica mas os seus elementos constituintes indicam movimento contr rio de aprofundamento das desigualdades de oportunidades Paula e Lamarra 2011 p 11 afirmam que nos pa ses da Am rica Latina as pol ticas 112 i f r ai E No mesmo parecer ainda consta as seguintes informa es complementares com rela o ao desempenho operacional da universidade vale mencionar que a UFBA informou que ainda n o estabeleceu
170. a a educa o nacional que orientam o planejamento curricular dos cursos de gradua o 253 Nacional de Educa o publicada no ano de 2007 Este documento prev a institui o da carga hor ria m nima para as diversas modalidades de cursos A partir disso as IES prop em adapta es e n o raro s o encontrados cursos com a carga hor ria m nima em funcionamento Particularmente no setor privado a l gica adotada da forma o em menos tempo e da maneira mais flex vel poss vel uma vez que o intento a massifica o da oferta de ensino Na UFBA este movimento de redu o da carga hor ria dos cursos tamb m ocorre a partir do ano de 2008 o que provoca a necessidade de rever o curr culo de acordo com as orienta es publicadas 137 Ainda sobre a adequa o s Diretrizes Curriculares por parte de cursos da UFBA observado que promove a padroniza o da educa o superior p blica em conformidade com a expans o privada do ensino superior dos anos 1990 Por isso torna se necess rio em v rios cursos a ado o da carga hor ria reduzida preciso registrar que o funcionamento do mercado da educa o superior em Salvador est completamente tomado por institui es privadas com cursos de curta dura o com as quais hoje a UFBA concorre diretamente na oferta de vagas Caso a UFBA opte por ir de encontro s adapta es curriculares pode ter de enfrentar o desafio de n o preencher suas vagas tamb m porque of
171. a ado o do padr o de educa o superior prescrito pelos organismos internacionais particularmente Banco Mundial e Unesco que vigora atrav s da reforma da educa o superior efetivada no pa s a partir dos anos 1990 O marco te rico contemplado neste estudo evidencia que a crise de acumula o nos anos setenta coloca a demanda de mudan a no processo produtivo nas condi es de reprodu o da for a de trabalho e nas rela es pol ticas e sociais sendo o fordismo considerado como incapaz como afirma Harvey 1992 de assegurar a expans o capitalista Segundo Hirsch 2010 as novas demandas postas pelo regime de acumula o em crise requer a gesta o de um novo modo de regula o social pelo Estado o que propicia a valoriza o do 18 capital via disciplinamento das rela es de trabalho estabiliza o dos sal rios e equil brio do consumo elementos fundamentais nesse processo O amadurecimento do fordismo fez surgir um pacto um consenso social prop cio necess ria reprodu o capitalista alavancando a forma o de um novo padr o global de acumula o Neste processo o Estado com promotor de estrat gicas necess rias reprodu o do capital reestrutura a educa o servindo aos prop sitos de qualifica o dos trabalhadores e formando a m o de obra de que necessita a instrumentalidade produtiva As mudan as ocorridas na esfera econ mica mundial a partir da reestrutura o capitalista conforme
172. a adote algumas estrat gias diferenciadas e aumente os investimentos no ensino superior substancialmente a pol tica educacional n o sofre altera es Silva Junior 2007 afirma que Lula da Silva PT assume o governo tendo a confian a n o s do povo brasileiro mas das ag ncias multilaterais a despeito de ser um pol tico forjado na luta sindical Apesar de toda a expectativa criada em torno do seu mandato os rumos assumidos s o de aproxima o com a referida l gica hegem nica Particularmente em que pese a forte 150 liga o do PT com v rios intelectuais da Universidade P blica a educa o no pa s trata se somente da subordina o a uma l gica econ mica predat ria do ponto de vista da rela o com o ambiente e da rela o capital e trabalho Neste sentido o ensino superior continua padecendo da ado o de uma pol tica p blica que assegure a melhoria cont nua e estrutural das suas condi es de oferta Os elementos constitutivos da democratiza o do acesso ao ensino superior n o s o adotados por Lula da SilvaPT O que ocorre no cen rio da educa o superior durante o seu governo muito semelhante ao que observado tamb m na sua pr tica pol tica governamental quanto descarta romper com a pol tica econ mica mundialmente estabelecida Mesmo sendo o governo de Lula da Silva PT marcado por amplia o dos gastos sociais em termos substanciais como constatado no cap tulo anterior h o reconhecime
173. a classe social que varia em fun o do tempo e do espa o Considerando a complexidade que o conceito sugere poss vel enumerar algumas caracter sticas que devem estar contidos na qualidade educativa aquelas que reunidas propiciam uma vida digna responsabilidade por parte da coletividade social do ente p blico concep o de desenvolvimento social e econ mico oportunidades de inclus o social e cultural compartilhamento de conhecimentos promo o do acesso ao mundo do trabalho e a equidade social Em s ntese a qualidade da educa o superior diz respeito amplia o do acesso Universidade P blica associada a efetivos meios de perman ncia condi es adequadas de oferta do ensino de gradua o implementa o de a es pol ticas para promover a organiza o curricular bem como a reflex o e discuss o das pr ticas pedag gicas adotadas no ensino superior Como afirma M sz ros 2008 a reestrutura o da educa o poss vel se h efetivamente a transforma o das rela es sociais Transforma o esta que pode partir do pr prio contexto educacional onde s o forjadas as pr ticas sociais propulsoras das transforma es sociais Onde n o existe a possibilidade de reestrutura o social dificilmente podem existir mudan as estruturais no campo educacional Advinda da manuten o da 144 pol tica hegem nica as mudan as observadas no campo educacional superior s o apenas ajustes limitados
174. a de inclus o e de assist ncia estudantil objetiva a igualdade de oportunidades para o estudante que apresenta condi es socioecon micas desfavor veis Esta medida est diretamente associada inclus o democratiza o do acesso e perman ncia O Reuni portanto a s ntese do tratamento dado educa o superior durante o governo Lula da Silva PT um projeto expansionista da Universidade P blica transvestido no discurso da democratiza o do acesso ao ensino superior Este o argumento ideol gico que justifica as modifica es ocorridas na educa o superior durante o governo Lula da Silva PT O Reuni segue vigente ainda no ano de 2013 indo para o seu sexto ano uma vez que muito do que foi come ado particularmente em termos de infraestrutura f sica e contrata o de pessoal continua em andamento o que requer a continuidade dos investimentos por parte do governo federal A continuidade do referido programa indica que o expansionismo do ensino superior gerou demandas ainda n o atendidas A cria o das bases concretas para ofertar o ensino neste contexto podem exigir anos de investimentos em infraestrutura contrata o de pessoal e manuten o das despesas correntes 164 5 A TRAJET RIA METODOL GICA DA PESQUISA O mundo a nossa volta fora da nossa consci ncia enquanto n s pr prios estamos dentro dele aparece como um desafio que o nosso conhecimento se faz em rela o a ele As evid ncias a indicarem
175. a e de que forma tais elementos estruturais se materializam no contexto do presente objeto de estudo 4 1 A EDUCA O NO FORDISMO No contexto hist rico do fordismo que antecede a reestrutura o capitalista em curso nos pa ses desenvolvidos s o criadas formas de organiza o do trabalho de rela es sociais e condi es de reprodu o da for a de trabalho e consequentemente modos de vida nos quais est o presentes os valores comportamentos e formas de regula o social que apesar de ter como elemento central a expans o capitalista terminam por assegurar as condi es b sicas e os direitos de acesso aos servi os de consumo coletivo de parcela relativamente expressiva do conjunto da popula o Na f brica e na sociedade um novo tipo de homem requerido aquele forjado pelo uso por parte do capital dos instrumentos de coer o entre os quais as pol ticas estatais Este novo homem aquele formado tamb m via educa o formal aquele que tanto tem que se adaptar ao processo produtivo em si e ser capaz de exercer as fun es mec nicas sob a sua responsabilidade quanto precisa ser sujeito de consumo dos bens produzidos e disseminador do modo de vida capitalista No contexto do fordismo a educa o compreendida como um dos elementos de coer o vinculada ao capital e usada estrategicamente a fim de articular como afirmado por Kuenzer 2007 as compet ncias requeridas na f brica com o modo de vida e valores
176. a necessidade de conciliar a forma o para o mundo do trabalho reflex o cr tica sobre as condi es econ micas sociais e pol ticas que estruturam a sociedade Desse modo a t tulo de exemplo o debate em torno do que pode ser compreendido como a qualidade educativa precisa enfatizar elementos que assegure s camadas populares o direito de apropriar dos conhecimentos multidisciplinares que impulsionam o processo de supera o das in meras desvantagens sociais ou seja que contribua para estancar a exclus o social Portanto a qualidade educativa que democratiza o acesso Universidade P blica aquela cuja nfase n o no produtivismo em suas vers es propriamente t cnica comercial e financeira Para Sobrinho 2011 p 134 qualidade educativa se vincula necessariamente com a justi a social fundamento da democracia e se constr i integrada cont nua e sistematicamente A democratiza o do acesso Universidade P blica portanto n o exclui a quantidade mas tem como t nica a qualidade uma vez que pressup e a amplia o do acesso no ensino superior de qualidade Neste sentido deveria caber ao Estado promover os meios para ampliar as oportunidades para que a popula o jovem pudesse usufruir de uma educa o com qualidade Estes meios n o se restringem apenas aos investimentos or ament rios aos arranjos operacionais da expans o das IFES mas precisam contemplar as a es de natureza pedag gica de
177. a sua execu o detalhando todos os elementos 169 utilizados O Quadro 1 demonstra a sistematiza o da primeira etapa de organiza o da pesquisa que ser descrita em seguida Quadro 1 Etapas de Organiza o da Pesquisa 1 Pergunta de partida Atendendo aos crit rios de clareza exequibilidade e pertin ncia 2 Pesquisa bibliogr fica 3 Constru o do modelo de an lise Explora o do objeto para a confirma o da pergunta de partida cria o de objetivos dos pressupostos e defini o dos conceitos norteadores Encadeamento de racioc nio em fases Ea hierarquizadas e argumento dedutivo Fonte Autoria pr pria 2012 A pergunta de partida desse estudo o Reuni implementado durante o governo Lula da Silva PT 2008 2010 democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia nas suas dimens es operacional e curricular pedag gica Por meio da pesquisa emp rica e da revis o bibliogr fica espera se obter a confirma o ou refuta o dos seguintes pressupostos 1 na dimens o operacional que contempla a expans o de vagas pessoal or amento e estruturas f sicas os recursos aportados pelo Reuni promoveram a amplia o do acesso mas foram insuficientes para atender as demandas advindas da expans o dos cursos da UFBA ii as altera es implementadas pelo Reuni na dimens o curricular pedag gica ficaram restritas a algumas a es afirmativas e
178. a vit ria do consenso por v rios momentos ocorreram crises dentro do partido e muitos filiados ao partido reagiram fortemente aos horrores ideol gicos que viram acontecer H ainda nos dias atuais tend ncias do partido que discordam da conduta moderada assumida pelo partido Em 2003 por exemplo a rea o contr ria foi vista particularmente por parte de parlamentares tidos como radicais como Helo sa Helena e Luciana Genro que acabaram expulsas do PT junto com outros filiados por n o terem aderido completamente aos novos rumos petistas e deixado de cumprir orienta es partid rias relacionadas s vota es de propostas do governo que foram encaminhadas ao Congresso Nacional 97 Nos estudos de Singer 2010 h ainda duas outras evid ncias que contribuem para a caracteriza o da mudan a observada nos rumos do PT Uma delas a composi o da estrutura de financiamento partid ria Foi constatada mudan a significativa das doa es feitas sendo que grande parte delas em 2004 foi feita por empres rios A outra evid ncia em rela o ao eleitorado petista Em uma linha do tempo estabelecida pelos anos 2002 2006 e 2010 Singer 2010 demonstrou as seguintes informa es em 2002 26 dos eleitores eram de centro direita e 50 eram de esquerda Em 2006 42 eram de centro direita e m 2010 este percentual chegou a 51 J os percentuais dos eleitores de esquerda foram decrescendo passando de 50 em 2002 par
179. acad mica tem de ser pautada no tempo nas reas e na quantidade estabelecidas pelos rg os avaliadores Caso os crit rios n o sejam rigorosamente cumpridos os programas aos quais os professores s o vinculados s o punidos com redu o dos conceitos a eles atribu dos Quanto ao fortalecimento da Universidade P blica fundada na tr ade ensino pesquisa e extens o no que diz respeito pesquisa FHC havia enviado em agosto de 2002 ao Congresso Nacional do Projeto da Lei de Inova o Tecnol gica que foi sancionado no governo de Lula da Silva PT A inova o tecnol gica fomentada atrav s de parcerias p blico privada de onde os investimentos necess rios para a pesquisa devem ser obtidos Portanto submete a produ o cient fica da Universidade P blica aos editais do mercado retirando do dom nio desta institui o de ensino a sua pr pria produ o cient fica Este padr o de financiamento da pesquisa implica diretamente no trabalho docente cada vez mais pautado em padr es de avalia es como j dito produtivistas Os professores da Universidade P blica precisam aderir ao conjunto de medidas e tarefas que o governo cria sob pena de serem alijados das unidades a que pertencem ou dos programas de p s gradua o aos quais s o incorporados quando n o atendem os padr es de compet ncia institu dos e isso pode impedir que tais programas progridam quando avaliados pelos rg os governamentais Lemos 2007 em estud
180. acordo com a legisla o precisam atuar no campo do ensino da pesquisa e da extens o Barreto e Leher 2008 afirmam que h vis vel compatibilidade entre os pronunciamentos da Unesco Banco Mundial e Organiza o do Com rcio e a reforma ocorrida no pa s n o s pela diversifica o das entidades educacionais pelo descomprometimento com a pesquisa mas tamb m em fun o da enorme expans o do ensino a dist ncia e esvaziamento do conceito de Universidade passando ser a nfase das IES na massifica o do ensino O governo de FCH concebido de maneira geral como aquele cuja pr tica pol tica desenhada de acordo com as prescri es hegem nicas Governa para o capital financeiro Em termos educacionais apresenta se subordinado aos organismos internacionais e efetiva todas as prescri es recomendadas nos documentos do Banco Mundial da Unesco e da OMC Confirma portanto o modelo de educa o brasileira como aquele centrado na expans o na flexibiliza o curricular no ensino a dist ncia de redu o de investimentos no ensino superior e cuja qualidade aquela que atende os indicadores das avalia es impostas pelo Minist rio da Educa o que n o conseguem contemplar a realidade vivenciada nas institui es de ensino superior O que foi vivenciado durante o governo FHC em termos da l gica de oferta da educa o superior n o sofre mudan a significativa quando Lula da Silva PT assume o governo do pa s Embor
181. acumula o flex vel 1 novas maneiras de fornecimento de servi os financeiros ii constitui o de novos mercados iii investimentos em inova o tecnol gica comercial e organizacional iv novas maneiras de ofertar servi os financeiros v outro modo de produ o do espa o vi redu o dos horizontes temporais da tomada de decis o vii nfase na informa o viii facilidade de comunica o via sat lite ix redu o dos custos de transportes A l gica flex vel provocou significativas mudan as no campo do trabalho Este um aspecto relevante da fase de transi o anteriormente destacada Observando de que modo o mundo do trabalho foi solapado poss vel assimilar o quanto a reestrutura o capitalista efetivamente contribuiu para a mudan a da base objetiva da luta de classes e fez uso de instrumentos diversos incluindo a educa o para impor os preceitos hegem nicos A quebra da rigidez dos contratos de trabalhos firmados no fordismo foi propiciada por dois fatores a exist ncia de m o de obra excedente e o deslocamento da produ o para territ rios localizados fora do eixo central das economias desenvolvidas A expans o capitalista via empresas multinacionais buscou outros espa os produtivos nos quais era poss vel negociar contratos mais flex veis com custos menores Com isso o desemprego nos pa ses centrais foi estrutural conforme observado por Druck 1999 Esta situa o radicalizada de de
182. ada s culo trazia a sua por o de sombra e de luz de apatia e de combate de verdade e de erro e o seu cortejo de sistemas de ideias novas de novas ilus es Meu olhar enfarado e distra do viu enfim chegar o s culo presente e atr s dele os futuros Aquele vinha gil destro vibrante cheio de si um pouco difuso audaz sabedor mas ao cabo t o miser vel como os primeiros Machado de Assis Cada poca se caracteriza por um conjunto de acontecimentos hist ricos que desenha a realidade define os seus protagonistas e influencia o funcionamento de uma sociedade Desta constata o adv m a op o por realizar a an lise do desenho pol tico econ mico assumido no pa s a partir dos anos 1990 e que tamb m pautou o governo do PT particularmente no governo de Lula da Silva PT A inten o analisar concep es que ajudam a compreender a inser o pol tico econ mica brasileira no projeto de desenvolvimento capitalista e que conformam o cen rio nacional em que surgiu o Programa Reuni Deste modo o objetivo deste cap tulo analisar a configura o pol tico econ mica do governo de Lula da Silva PT no contexto da l gica capitalista mundial e financeirizada de modo a qualificar a ocorr ncia da expans o do acesso Universidade P blica As quest es norteadoras deste cap tulo s o em que consiste o projeto pol tico do governo do PT O seu projeto pol tico proposto rompe com o modelo vigente sabido
183. adas s unidades administrativas que aderiram mais rapidamente ao citado programa Esta fase a que foi descrita na Proposta de Inclus o da UFBA ao Reuni Portanto n o houve propriamente como afirmado por Naomar Almeida Filho um planejamento detalhado elaborado e discutido coletivamente com previs o de longo prazo que pudesse ser executado ano a ano com os recursos or ament rios provenientes do Reuni Os coordenadores de curso entrevistados tamb m relatam a falta de planejamento e reconhecem que a UFBA n o estava preparada para implementar o Reuni que tudo aconteceu de forma muito r pida e inesperada Para 95 dos coordenadores tem havido muitas dificuldades na execu o do referido programa na institui o Por isso v rios problemas emergem todos os dias sem que a administra o superior possa resolv los a contento O despreparo institucional para aplicar os recursos do Reuni recai particularmente sobre a realiza o das obras e promove descompasso entre a amplia o das vagas uma a o mais simples e mais r pida sob o ponto de vista burocr tico e a cria o das condi es de funcionamento dos cursos Tanto que na entrevista com os coordenadores de curso quando indagados sobre onde as gradua es funcionam no ano de 2012 praticamente no final do Reuni 94 responderam que nas mesmas estruturas f sicas de outrora e com poucas condi es de funcionamento sendo dif cil assegurar a realiza o das atividade
184. ade existente 233 professores e t cnicos contratados h reposi o tanto por via da pol tica regular de expans o da Universidade P blica cria o de novos campi quanto atrav s do Reuni S o fontes de contrata o distintas Outro aspecto importante a observar que no c mputo total de professores contratados at 2010 tem se o total de 277 profissionais em regime de 20h o que remete pr tica adotada na UFBA de transformar uma vaga de DE dedica o exclusiva em tr s de 20h tendo em vista o banco de professores equivalentes Com isso algumas unidades administrativas conseguem contratar mais professores do que as vagas inicialmente previstas Por outro lado significa que a contrata o feita levando em conta apenas o ensino Na UFBA em 2010 o percentual de professores dedicados somente ao ensino 20h e 40h em rela o ao total de DE que atua nas reas de ensino pesquisa e extens o de 32 Se levado em conta todo o corpo docente sede e campi o ndice de 24 Considerando o percentual de substitutos que tamb m se dedicam apenas ao ensino a UFBA tem em 2010 38 do seu corpo docente permanente composto por este tipo de professor Luis Campos v a contrata o de professores 20h como a sa da vi vel para ter o corpo docente necess rio amplia o das vagas Acrescenta a esta a informa o sobre cursos da UFBA terem dificuldades para contratar novos professores uma vez que certas carreiras es
185. ado nacional tempo e apoio popular Os aportes financeiros provenientes de fundos de investimentos constitu dos para explorar novos nichos de mercado surgidos cresceram significativamente a exemplo do setor educacional No come o dos anos 2000 no campo da educa o por exemplo houve uma explos o de institui es de ensino superior IES privadas Para exemplificar cita se o fato de que grandes investidores adquiriram as maiores institui es educacionais privadas da Bahia transformando este setor em todos os sentidos come ando pela estrutura f sica das IES muitas ganharam design moderno semelhante com o de um shopping center com pra a de alimenta o e oferta de servi os variados passando pelo ensino massificado com uso desmedido e inadequado de tecnologias ofertando ensino a 15 dist ncia at o formato da gest o por resultados com distribui o de lucros e controle rigoroso dos custos e despesas sempre em busca da melhor rela o custo benef cio O capital financeiro busca manter a sua hegemonia atrav s de v rias medidas Com isso a financeiriza o explicitou a busca por alta liquidez obten o de lucros em curto prazo basicamente a partir da especula o financeira o que uma forma diferente de acumular uma vez que n o prev investimentos duradouros no setor produtivo At ent o por esta via o vislumbrado e prometido crescimento econ mico em bases s lidas regular e cont nuo n o tinha si
186. adora vamos assim dizer O simples fato de voc ter formandos dos BIs que ingressaram nos cursos de progress o linear j deu uma sacudida dentro da Universidade Tivemos v rias reuni es para regulamentar a passagem dos alunos formados nos BIs para os CPL uma boa oportunidade boa para que todos os cursos discutam tamb m independentemente do BI E tem curso que j est avan ando nisso Ricardo Miranda Filho acrescenta que os cursos t m independ ncia para repensar os seus curr culos e que isso tem sido feito de maneira particularizada mas afirma que a UFBA n o desencadeou este movimento em fun o do Reuni Fala ainda sobre as dificuldades que v m enfrentando devido amplia o das vagas da contrata o de professores e da descontinuidade de obras da estrutura f sica Afirma ainda que existem tantas adversidades a serem tratadas que sobra pouco tempo para tratar de quest es outras como as da dimens o pedag gica dos cursos Para Naomar Almeida Filho a reestrutura o curricular pedag gica na UFBA diz respeito sobretudo aos BIs Ressalta a dimens o hist rica dos resultados esperados ou seja os primeiros resultados da forma o dos novos alunos s vir no longo prazo depois que os 251 alunos provenientes dos BIs conclu rem os cursos de progress o linear A avalia o da reforma estrutural curricular e pedag gica s poder ser feita neste tempo Ele considera que ainda cedo p
187. ados ao Estado participam da implanta o de megaempreendimentos e na futura explora o dos servi os que da derivar o No governo de Lula da Silva PT o bloco de poder dominante manteve tanto a l gica financeira quanto as formas institucionais assumidas pelo capital financeiro de modo que a autonomia do Estado seja aquela que permita o avan o dos interesses majorit rios Neste aspecto cabe a an lise de Harvey 2005 quando afirma que o Estado assume formas diferentes dentro da estrutura do capitalismo atuando com relativa autonomia como moderador de conflitos mantendo as diverg ncias de interesses das classes sociais dentro de uma ordem considerada essencial ao funcionamento da sociedade capitalista e reprodu o do modo de acumula o capitalista Enfim as evid ncias apontam que a op o de Lula da 114 Silva PT foi por manter o pa s inserido no capitalismo rentista alinhado portanto com a l gica da financeiriza o O governo de Lula da Silva PT se tomou um conciliador entre os mais diversos interesses vigentes Neste sentido parece perdida a oportunidade de alterar a hist ria brasileira em v rios aspectos especialmente quando ao desenvolvimento econ mico e a melhoria estrutural das desigualdades sociais Neste sentido tem raz o Luciano Coutinho 2010 ao afirmar que Lula da Silva PT ocupou se da contrarreforma o discurso do novo completamente inserido dentro das velhas tradi es dominantes Apesar dos
188. al a educa o emerge terci ria Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro v 13 n mero 39 p 423 438 set dez 2008 BARROS Elizabeth BRUNACCI Maria Izabel Supera o e Perman ncia pol ticas p blicas da educa o brasileira e neoliberalismo In O Brasil sob nova ordem A economia brasileira contempor nea Uma an lise dos govermos Collor a Lula S o Paulo Saraiva 2010 BRAND O Carlos Rodrigues O que educa o S o Paulo Brasiliense 2007 268 BENKO Georges Mundializa o da Economia metropoliza o do mundo In Revista do Departamento de Geografia USP 15 2002 45 54 Dispon vel em http www geografia fflch usp br publicacoes RDG RDG 15 45 54 pdf Acesso em 16 abril 2012 BERCHANSKY Juan Carlos S culo XXI novo imperialismo e educa o Brasil Argentina nos governos Lula e Kirchnner Educa o Superior e a reforma da reforma 2008 271 f Tese Doutorado em educa o Universidade Estadual de Campinas Campinas S o Paulo 2008 BERNHEIM Carlos Tiinnerman CHAU Marilena Desafios da Universidade na sociedade do conhecimento 2003 Dispon vel em lt Desafios da Universidade na sociedade do conhecimento gt Acesso em dez 2012 BEUREN Ilse Maria Org Como elaborar trabalhos monogr ficos em Contabilidade Teoria e pr tica S o Paulo Atlas 2004 BORDIEU Pierre Jean Claude Chamboredon y Jean Claude Passeron 2004 El oficio del soci logo Presupuestos
189. ala dos coordenadores que acompanham o funcionamento dos cursos de maneira pr xima enfrentando a rotina di ria de funcionamento do ensino lidando com todas as limita es advindas da expans o Reuni J a outra advinda da fala dos professores que atuam na gest o a exemplo dos diretores das unidades administrativas Os coordenadores falam sobre a exist ncia de in meras limita es que incidem sobre o funcionamento a qualidade do ensino e acenam para o fato de que as a es do Reuni deviam ser melhores planejadas para evitar os nus que podem levar anos para serem revertidos al m de imputar aos que vivenciam a realidade em sala de aula alunos e professores dificuldades de toda ordem J os gestores ainda que reconhe am as dificuldades apontadas pelos coordenadores de curso pensam serem estas inerentes ao processo de expans o Reuni tendo que ser mais exaltados os pontos positivos do que os negativos a exemplo do que afirmado por Ricardo Miranda Filho n o foi criada uma estrutura f sica e humana que acolhesse o aumento e a amplia o das vagas Ampliou as vagas certo E ao mesmo tempo em que 244 se come ou o processo de amplia o da estrutura f sica com contrata o de pessoal e concurso bvio que isso vai dar uma bagun a evidente que voc vai ter sala de aula sem ar condicionado pr dio inacabado obra interrompida professor que falta servidor t cnico administrativo que n o existe aluno i
190. ala mais elucidativa sobre o assunto a do professor Sergio Farias que traz um elemento importante o fato de o aluno do turno da noite n o suportar a elevada carga de trabalho e estudos ao mesmo tempo Este fato aliado a outros j citados como a falta de seguran a nos campi da UFBA a aus ncia de condi es de apoio no turno da noite a aus ncia de gest o interna das vagas entre outros pode contribuir para que haja maiores ndices de evas o Estudar este fen meno na UFBA desafio colocado h anos e que precisa ser enfrentado Trinta e tr s por cento o ndice de evas o dos BIs Mas o ndice da UFBA de 47 um dos maiores do pa s Mas 33 diante de todos os problemas que relatei Que a gente por exemplo n o tem a vaga das mat rias iniciais e que ficam presas l pra matr cula de calouros e que a gente n o pode aproveitar nem a sobra da sobra O que acontece que quando se fala de evas o n s precisamos considerar fatores que s o externos O que que acontece com os cursos noturnos As pessoas que trabalham o dia inteiro procuram esses cursos achando que eles podem fazer a universidade trabalhando o dia inteiro Essa pessoa chega cansada tem aula at dez horas da noite no dia seguinte de manh cedo cinco horas seis horas pega um nibus cheio para ir para o trabalho passa o dia inteiro no trabalho e no dia seguinte volta para assistir aula Ele tem uma estrutura social que impede o t
191. alian as t o repelidas anteriormente O fato que o abrandamento do discurso petista estava deflagrado Intermin veis sinais evidenciavam certa mudan a de rumo realizada pelo PT e mais para o sentido da direita para o lado oposto ao radicalismo observado quando da funda o do partido e que havia prevalecido at praticamente o final dos anos 1980 Entre estes sinais podem ser citados o ataque menos efusivo ao imperialismo a forma o de alian as com partidos que representavam fra es da burguesia nacional investimento em campanhas de marketing de modo a construir a imagem renovada do partido agora mais pr xima da concilia o e mais distante do radicalismo o esvaziamento dos grandes congressos da milit ncia pol tica tornando os controlados pela burocracia partid ria e com pouco conte do pol tico sendo discutido a descaracteriza o dos v nculos classistas que foram a base da constitui o partid ria e a organiza o do partido em torno da pessoa Lula da Silva e n o mais da classe trabalhadora o que praticamente personificou a sigla partid ria petista Todos os sinais anteriormente citados desembocaram no fato de que ap s perder duas elei es presidenciais em meados dos anos 1990 o PT aprofundou sua inclina o rumo ordem vigente deixando de lado refer ncias que haviam marcado toda a sua trajet ria na d cada anterior como a recorrente afirma o de que seu programa era pautado em convic es socialist
192. alizada com economia de tempo e insumos A quest o chave foi dividir e especializar tarefas mecanizar a produ o destituindo o oper rio de conte dos e aprimorando apenas a t cnica de uso das ferramentas Este processo entretanto n o foi implementado de forma tranquila Ao mesmo tempo havia a resist ncia dos trabalhadores quanto mecaniza o adotada porque como foi assinalado por Druck 1999 p 35 al m de ser novo o tipo de trabalho este impunha para a sua realiza o a necessidade de romper com 299 uma s rie de h bitos de modos de vida V se que posto que o capital pudesse subordinar os trabalhadores aos seus prop sitos de modo a explorar a mais valia cada vez mais dependia da for a de trabalho para comandar as m quinas Quando se fala em depend ncia quer se expressar o fato de que se por um lado o trabalho representa para o trabalhador uma forma de propriedade privada cujos direitos de venda lhe pertencem e o dinheiro advindo da venda do trabalho a express o na luta de classes do seu poder social por outro lado o capital precisava alcan ar altos n veis de produtividade e para tanto necessitava ter a sua disposi o uma classe trabalhadora disposta a abrir m o do seu saber do seu modo de vida para cooperar totalmente com o processo produtivo e aderir s mudan as que propiciava O segundo ponto que caracterizou o fordismo como restrito conforme Harvey 1992 foi a cren a de Ford
193. am ser contratados para assegurar o timo funcionamento do curso 21 Pensa que os recursos or ament rios para investimentos provenientes do Reuni propiciaram a reforma ou constru o da infraestrutura necess ria para assegurar a expans o do curso 22 Se a resposta da quest o anterior foi n o por qu 23 Sabe dizer como os recursos or ament rios para investimentos foram alocados para o curso 24 Em termos de infraestrutura equipamentos o que foi reformado constru do ou adquirido para o curso a partir do Reuni Salas de aula Audit rios Edifica es Sala de videoconfer ncia Laborat rios Mob lia Equipamentos Livros 25 Como avalia a expans o do curso advinda do Reuni em rela o s contrapartidas obtidas 26 Em termos de infraestrutura para assegurar a expans o h alguma preocupa o para o futuro quanto dimens o operacional Se sim qual 284 Quest es sobre a dimens o II Substantiva estrutura acad mica reescrita dos projetos pedag gicos mudan a nas modalidades de gradua o oficinas de forma o p professores ado o de novas metodologias de ensino revis o dos m todos de avalia o da aprendizagem uso de tecnologias nas aulas novos processos seletivos 27 O Reuni promoveu por parte da Dire o Superior da Universidade Federal da Bahia a es para discutir a ado o de novo modelo acad mico para o curso cujo Colegiado coordena 28 A partir do Reuni a Univer
194. amental para o crescimento de um pa s Sem menosprezar as outras profiss es mas a Engenharia vai ser a mola mestra em criar a infraestrutura para que a gente possa ter um crescimento com qualidade ent o achamos que a expans o dos cursos de Engenharia importante porque faltava profissionais no nosso estado Ent o foram criados mais 5 cursos bacharelados Um deles tecnol gico em transportes A influ ncia maior no reuni foi quanto oferecermos o curso noturno A a gente mais sens vel a isso e colocamos esses cursos novos neste per odo 5 Segundo informa es do Minist rio do Planejamento o O PAC Programa de Acelera o do Crescimento criado em 27 de janeiro de 2007 atrav s do decreto 6 025 representa um novo modelo de planejamento gest o e execu o do investimento p blico Articula projetos de infraestrutura p blicos e privados e medidas institucionais para aumentar o ritmo de crescimento da economia Modernizar a infraestrutura melhorar o ambiente de neg cios estimular o cr dito e o financiamento aperfei oar a gest o p blica e elevar a qualidade de vida da popula o s o alguns dos objetivos do PAC Dispon vel em lt http www planejamento gov br secretaria asp cat 500 amp sub 677 amp sec 62 gt Acesso em jun 2013 221 Em termos de reas do conhecimento n o pode se afirmar no entanto que o Reuni modifica a l gica da forma o no pa s em rela o ao que
195. aneiro n o acompanhado por revis o program tica fundamental O encontro nacional de 1998 por exemplo propunha a implementa o de um programa radical de reformas que contribuir para a refunda o de uma perspectiva socialista no pa s poss vel dizer que os anos de 1990 representaram a passagem de um partido de tipo ideol gico cujo anseio por votos se subordina ao car ter doutrin rio da campanha para um partido respons vel que busca maximizar votos mas n o altera o seu programa para isso De modo geral os estudos a respeito da mudan a de rumos petistas concordam em um ponto as elei es presidenciais de 2002 encerraram as d vidas a esse respeito Seja por conta dos movimentos que o partido realizou para concorrer presid ncia do pa s compondo as alian as pol ticas inusitadas congregando for as pol ticas supostamente opostas como PT Partido Comunista Brasileiro Partido da Mobiliza o Nacional Partido Liberal dentre outros e pela escolha do candidato a vice presidente de Lula da Silva Jos Alencar empres rio bem sucedido e membro do Partido Liberal ou ainda pelo documento publicado pelo partido em junho de 2002 e que foi intitulado como Carta ao Povo Brasileiro 2002 p 3 4 no qual h a assun o por parte do PT e de Lula da Silva de uma atua o consensual de modo a n o desrespeitar os compromissos j assumidos pelo pa s conforme pode ser constatado nos escritos a seguir
196. aponta a dualidade observada em Lula da Silva PT que tentou ao mesmo tempo manter o atendimento dos interesses majorit rios e de algumas demandas dos menos favorecidos V se que a justificativa inicial para a continuidade da pol tica econ mica foi o fato de que Lula da Silva PT iniciara seu governo herdando de FHC o que na literatura consta como heran a maldita ou seja a economia do pa s estava fragilizada o Brasil se encontrava dentro de uma ordem econ mica mundial e com compromissos firmados com organismos internacionais FMI e Banco Mundial Por isso o novo governante n o poderia ser irrespons vel ao ponto de romper com a ordem estabelecida de maneira dr stica Ao contr rio o discurso era o de que passada esta fase inicial de necess rios ajustes aos moldes neoliberais finalmente Lula da Silva PT teria as condi es necess rias para colocar em pr tica o seu programa de governo Deste modo a tarefa inicial foi demonstrar ao mercado que de fato a lideran a do pa s n o oferecia riscos ao capital e que atitudes severas seriam tomadas no sentido de manter o receitu rio ortodoxo de pol tica econ mica eleva o do super vit prim rio eleva o da taxa b sica de juros corte de liquidez metas de infla o e c mbio flutuante O uso do termo heran a maldita encontrada em Magalh es e outros 2010 Filgueiras e Gon alves 2007 Mineiro 2010 Filgueiras e outros 2010 afirma que a economia b
197. ar e emitiu um Ac rd o Tudo isso veio nos anos de 2007 e 2008 anos muito intensos No documento Relat rio de Gest o 2008 da UFBA poss vel identificar no ano de 2007 o repasse antecipado pelo governo federal de 60 do valor total de recursos que estavam previstos para 2008 algo em torno de 49 milh es de reais Em 2008 da mesma 97 Em entrevista concedida 202 forma a UFBA recebe demais recursos por descentraliza o e da por diante consta do seu or amento as verbas do Reuni alocadas nas a es 8282 e 119V Os recursos repassados para a UFBA via Reuni desde o ano de 2007 s o advindos do cumprimento do contrato de gest o anteriormente citado pelo governo federal Em contrapartida a UFBA come a a realizar a sua parte no acordo Na Tabela 3 s o explicitadas as metas da UFBA ofertadas como contrapartida ao aporte de recursos prometido pelo governo Lula da Silva PT Tabela 3 Metas da UFBA prevista no documento de ades o ao Reuni Metas Quantidade Vagas em cursos noturnos de gradua o 2 530 Vagas em cursos diurnos de gradua o 1 980 Total de alunos gradua o Reuni e demais entradas 37 807 Rela o professor aluno 1 18 Novos cursos de gradua o 20 Novas turmas em cursos j existentes 21 Cursos novos de Educa o profissional tecnol gica 11 Turmas novas de Licenciaturas Especiais 16 Contratar novos professores DE 533 Contratar substi
198. ar que no ano de 2007 o MEC autorizou para a UFBA via Programa Brasil Universit rio 1073 a libera o de R 310 222 779 00 sendo que deste total R 12 609 064 00 foi destinado a investimentos GND 4 um montante elevado de recursos s igualado pelo Reuni em 2009 no seu segundo ano de vig ncia or ament ria e terceiro ano de vig ncia de repasses financeiros Ent o observa se que o incremento propiciado pelo Reuni n o t o superior aos repasses que vinham sendo feito para as IFES e os recursos anteriores n o t m a estimativa de contrapartidas de grande vulto como o caso do Reuni Em resumo considerando o aumento das vagas e outras metas previstas no contrato de ades o ao Reuni e que ter o de ser alcan adas pela UFBA n o se pode afirmar que o incremento or ament rio proveniente deste programa em rela o ao que vinha sendo praticado efetivamente significativo Analisando separadamente o incremento or ament rio e sob o ponto de vista do seu efeito no or amento total a conclus o anterior confirmada Constata se que a UFBA tem at o ano de 2010 eleva o or ament ria pequena assim sendo considerada ainda sem 101 Gastos com o pagamento dos novos professores e servidores aumento de consumo de gua energia el trica telefone consertos e manuten o predial aumento da log stica da seguran a limpeza transporte manuten o de elevadores dentre outros gastos classificados como correntes que segu
199. ara fazer qualquer progn stico E quando se muda a estrutura curricular voc s vai ter efeitos quando os sujeitos concluem um processo Ent o neste ano 2012 duzentos e pouco alunos do BI entraram em alguns cursos da Universidade No ano que vem ser o de setecentos a novecentos No ano seguinte perto de mil por isso que eu acho que introduz um elemento de mudan a na discuss o sobre a estrutura da pr pria universidade No depoimento Marinalva Oliveira s o os BIs que se constituem em refer ncia quando se pergunta sobre a dimens o curricular e pedag gica dos cursos de gradua o Para ela a proposta Universidade Nova apresentada por Naomar Almeida Filho teve forte rea o por parte dos professores universit rios Acrescenta ainda que o Reuni n o aborda de forma clara a quest o da reforma curricular mas que a proposta da Universidade Nova acaba incorporada nas diretrizes do referido programa atrav s da cria o dos BIs que na sua opini o s o cursos de forma o aligeirada de curta dura o com o objetivo de ampliar a coloca o de mais m o de obra qualificada no mercado Marinalva Oliveira afirma estive em Santar m na Universidade Federal do Par e vi o BI em implanta o Fiquei abismada com a quantidade de absurdos provenientes desta implanta o sem prever uma pol tica de sa da desse bacharelado e tamb m do seu desenvolvimento Ent o criou se o caos total Os alunos est o l ne
200. arantir as condi es de reprodu o ampliada do capital em contextos de crise Deste modo no hist rico contexto das assimetrias entre o centro e a periferia do sistema capitalista enquanto nos pa ses centrais no per odo p s guerra experimentaram a possibilidade de universaliza o da educa o atrav s da constru o do Estado do Bem Estar social na periferia capitalista foram implementados modelos e a es pol ticas atrav s de projetos de moderniza o com o objetivo de fazer valer os interesses das classes dominantes nacionais sem que a amplia o do acesso a educa o tenha atingido efetivamente o conjunto da popula o No contexto das rela es assim tricas entre Norte e Sul as imposi es do capital internacional t m historicamente determinado a reestrutura o econ mica pol tica ideol gica e social com especial nfase nos processos educacionais provocando mudan as no modo de atua o do Estado e gestando de maneira escalonada e hierarquizada rela es assim tricas de domina o entre o centro e a periferia do sistema capitalista Neste contexto a educa o parte das estrat gias do projeto de desenvolvimento capitalista e por isso sempre esteve permeada por determina es sist micas de natureza econ mica e ideol gica Deste modo a reestrutura o do ensino superior e da Universidade P blica no contexto moldado pela reestrutura o capitalista n o conduz necessariamente sua demo
201. article amp id 12261 amp Itemid 1085 gt Acesso em jun 2012 No ano de 2007 do total de 54 IFES 42 aderiram imediatamente ao Reuni incluindo a UFBA Outras 11 aderiram mais tarde e passaram a adotar o programa a partir de meados de 2008 198 despesa sendo devolvidos recursos nos GDNs 1 3 e 4 Custeio e Investimentos conforme texto do Relat rio do Primeiro Ano do Reuni 2009 p 12 Se considerarmos o valor de descentraliza es devolvido no exerc cio de 2008 na ordem de R 8 970 877 00 sendo R 7 176 494 00 em custeio e R 1 794 384 00 em investimento o MEC ultrapassou em 0 78 o montante de pactuado para o per odo As devolu es ocorreram devido a problemas operacionais no sistema de administra o financeira SIAFD O Gr fico 2 evidencia a constata o do j citado Relat rio do Primeiro Ano do Reuni quanto aos valores inscritos em Restos a Pagar Gr fico 2 Valores Inscritos em Restos a Pagar por GND subfun o 364 Ensino Superior no per odo de 2007 a 2010 em R 20 000 000 000 14 2 15 000 000 000 10 000 000 000 E Autorizado E Inscri o em RP GND 5 000 000 000 2007 2008 2009 2010 Fonte C mara Federal 2012 O retorno de recursos aos cofres da Uni o e a inscri o em Restos a Pagar ensejam que pode ter havido na gest o administrativa 1 erros do sistema ii libera o do limite da execu o financeira com prazo curto para realizar licita es e contrata
202. articular iv a troca de mercadorias v a concorr ncia S o caracter sticas que atribuem materialidade a processos que come am com a incorpora o da for a de trabalho produ o gerando a mais valia forma valor passando pelo dinheiro que regula o lucro obtido nas vendas realizadas e ao mesmo tempo 13 a 4 O conceito de socializa o encontrado em Hirsch 2010 e deve ser compreendido como o modo e a forma assumidos pelas rela es entre as pessoas na sociedade 40 considerado o equivalente geral pelo mercado forma dinheiro at desembocar na fase final que a defini o pelo mercado sobre a produ o realizada ser ou n o uma necessidade social Esta fase aquela em que h a realiza o do valor em fun o da venda de mercadorias forma valor e forma dinheiro Na sociedade capitalista a rela o social dos indiv duos n o se estabelece por sua pr pria vontade mas por estes processos estruturais via produ o privada e da troca de mercadorias Os processos que caracterizam a socializa o definem na sociedade capitalista as rela es sociais de modo que os indiv duos que delas participam n o o fa am de maneira direta e consciente A sociabilidade dos indiv duos pois dada pela representa o do dinheiro e capital dentro de antagonismos sociais Os indiv duos n o podem escolher livremente as suas rela es m tuas tampouco dominar as condi es sociais de sua exist n
203. artido Democr tico Trabalhista Produto Interno Bruto Partido do Movimento Democr tico Brasileiro Plano Nacional da Educa o Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento Projeto Pedag gico Partido Popular Socialista Parceria P blico Privada Partido da Social Democracia Brasileira Programa Licenciaturas Especiais Pr Reitoria de Planejamento Programa Universidade para todos Partido dos Trabalhadores PTB RAAC Reuni SESu Siafi Simec Sinaes SNES SSOA TCU UAB UE Unesco Unicef UFBA Partido Trabalhista Brasileiro Relat rio de Auditoria Anual de Contas Programa de Apoio Expans o e Reestrutura o das Universidades P blicas Secretaria de Educa o Superior Sistema Integrado de Administra o Financeira do Governo Federal Sistema Integrado de Monitoramento Execu o e Controle do Minist rio da Educa o Sistema Nacional de Avalia o da Educa o Superior Secretaria Nacional de Economia Solid ria Servi o de Sele o Orienta o e Avalia o Tribunal de Contas da Uni o Universidade Aberta do Brasil Uni o Europeia Organiza o das Na es Unidas para a Educa o Ci ncia e Cultura Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia Universidade Federal da Bahia 2 1 2 1 1 2 2 2 3 3 1 3 2 4 1 4 2 4 3 4 4 5 1 5 2 5 3 6 1 6 2 6 3 SUM RIO INTRODU O aaia E E EE 15 O FORDISMO REESTRUTURA O CAPITALISTA E A ACUMULA AO FLEXIV
204. arvey 1992 e indica que as concep es de tempo e espa o s o obtidas via pr ticas e processos materiais contidos na reprodu o social S o pr ticas e processos que podem variar de acordo com o espa o geogr fico e com o tempo historicamente determinado No caso da acumula o flex vel o termo designa o fato de que a inconst ncia e a velocidade dos acontecimentos passam a 55 empresas passaram a se inserir nas redes produtivas e neste contexto os produtos j n o eram fabricados em massa nem necessariamente na f brica mas por lotes muitas vezes por trabalhadores que n o tinham v nculos contratuais com as empresas Os custos de produ o ca ram mas era preciso saber usar a capacidade produtiva ociosa Houve a redu o no fluxo dos estoques no tempo do consumo e na vida til dos produtos fabricados Por outro lado acontecia a acelera o da inova o tecnol gica na explora o de novos nichos de mercado Muitas empresas sa ram do mercado porque n o conseguiram se adaptar aos ditames da flexibiliza o tinham a sua estrutura organizacional enrijecida e n o foram capazes de incorporar as novas t cnicas e processos produtivos J outras buscaram se ajustar ao novo contexto de modo a conseguir as estrat gias necess rias para diversificar sem campo de atua o que muitas vezes se distanciava em muito do objetivo primeiro da sua constitui o ou seja importava diversificar a origem dos ganhos econ micos que n
205. as essa mais valia global cujo bra o armado a competitividade que neste nosso mundo belicoso a mais guerreira de todas as a es Milton Santos 2006 A educa o uma pr tica social forjada no centro das rela es e conflitos sociais permeada por ideologias e que tanto tem papel preponderante no desenvolvimento das for as produtivas quanto na forma o dos valores culturais da coletividade A educa o portanto determinada pelos fatores sociais que se modificam historicamente fazendo com que possa ser moldada para conformar certa ordem pol tica em um dado momento hist rico Com isso quer se dizer que a educa o assumida como instrumento de transforma o da realidade social por diferentes ideologias e ser conduzida de modo a produzir as mudan as requeridas servindo neste sentido como estrat gia de interven o na realidade para qualquer grupo de poder que mant m a propriedade e controle dos meios produtivos Isto posto cabe ressaltar que neste estudo o modelo de educa o discutido aquele situado no contexto do modo de produ o capitalista Neste cap tulo s o discutidas as mudan as ocorridas na educa o superior brasileira a partir dos anos 1990 at o governo Lula da Silva PT tendo com o ponto de partida os condicionantes do per odo fordista da reestrutura o capitalista o papel dos organismos internacionais na reforma do ensino superior e a democratiza o do acesso Unive
206. as Do discurso petista desapareceram at mesmo os protestos e as cr ticas relacionados com a d vida externa nacional uma das bandeiras de luta mais tradicionais do partido A es deste tipo aliadas aos sinais de mudan a de rumo observados em anos anteriores demonstram a nova trajet ria tomada pelo partido qual seja a ruptura com a luta pelo socialismo com a transforma o social via luta de classes O caminho agora o da concilia o de classes da forma o de alian as pol ticas a busca pelo pacto entre as classes sociais em favor do pa s Apesar de todo o realinhamento pol tico por parte do PT e sem desconsiderar isso Singer 2010 afirma que em meio a todo abrandamento do discurso e dos programas do PT at o come o dos anos 2000 ainda era poss vel ouvir o partido ainda falando em rompimento com o modelo econ mico adotado por FHC Isso demonstrava de certa forma que apesar das alian as partid rias antes imaginadas e as concess es eleitorais realizadas o PT ainda expressava discord ncia em rela o ao dom nio capitalista global Ent o para este autor at 93 come o dos anos 2000 o PT parecia estar em uma caminhada para o realinhamento rumo a ordem vigente sem contudo realiz lo completamente Para Singer 2010 p 104 O interessante que o car ter crescentemente eleitoral do partido que aparece em 1998 sob a forma de uma associa o com o PDT o que custou a quase extin o do PT no Rio de J
207. as o e n vel de conclus o do curso levando em conta que a evas o m dia da UFBA de 45 a informa o do Setor de Informa o e Documenta o da UFBA sobre este assunto reconhecendo que ser publicado em 2013 o primeiro estudo sobre evas o da UFBA poss vel afirmar que a maioria dos coordenadores desconhece a realidade efetivamente existente nos cursos em que atuam Na verdade a evas o m dia observada na institui o antes do Reuni deve continuar a mesma uma vez que este programa n o contempla nenhuma a o no sentido de combat la Ali s o prop sito da UFBA combater a evas o via implanta o dos BIs uma nova modalidade de curso que pode ajudar o aluno a amadurecer a sua op o so Informa o encontrada no documento intitulado Proposta de Inclus o da Universidade Federal da Bahia no Programa Reuni 2007 p 10 E importante ressaltar que este um indicador dificilmente encontrado na UFBA N o h a divulga o oficial desta informa o 231 eai 125 E gt z pela carreira profissional Ocorre que nestes cursos tamb m h elevado ndice de evas o 12 ao p mi 33 al m da ociosidade de vagas desde as matr culas ou seja h desist ncia na partida entre a aprova o no vestibular e a matr cula Portanto a UFBA permanece apesar da consider vel amplia o de vagas com capacidade ociosa e isso inclui o per odo noturno o que configura um aparente paradoxo Sobre a evas o a f
208. as e Letras 2011 Educa o como bem p blico internacionaliza o e as perspectivas para a educa o brasileira In Educa o Superior no Brasil Tempos de internacionaliza o OLIVEIRA Jo o Ferreira CATANL Afr nio Mendes SILVA J NIOR Jo o dos Reis Org S o Paulo Xam 2010 POSTONI Moishe Teorizando o mundo contempor neo Tradu o de Fernando Rugitsky Novos Estudos CEBRAP 2008 PRESID NCIA DA REP BLICA Controladoria Geral da Uni o Secretaria Federal de Controle Interno Relat rio de Auditoria Anual de Contas Bras lia 2008 Dispon vel em lt http www cgu gov br relatorios RA208462 R A208462 pdf gt Acesso em dez 2012 QUEIROZ Viviane de As pol ticas do Banco Mundial para a educa o superior na Am rica Latina diversifica o das IES dos cursos e das fontes de financiamento Dispon vel em lt http www Sebem ufsc br trabalhos eixo 09 e09c t004 pdf 2011 gt Acesso em dez 2012 QUIVY Raymon CAMPENHOUDT Luc Van Manual de Investiga o em Ci ncias Sociais Tradu o de Jo o Minhoto Marques Maria Am lia Mendes e Maria Carvalho Lisboa Portugal 2005 RODRIGUES Jos Os Empres rios e a educa o superior Cole o Pol micas de Nosso Tempo S o Paulo Autores Associados 2007 SABIA Claudia Pereria de P dua A Mercantiliza o da Universidade Via projetos de coopera o Universidade Empresa S o paulo Arte e Ci ncia 2009 SALAMA Pierre O Desafio
209. as no ensino superior tende a aumentar de maneira significativa e o governo precisa ampliar as vagas neste n vel educacional Tal amplia o contudo ocorre no cen rio econ mico neoliberal cuja nfase na redu o dos gastos p blicos Esta combina o de interesses fundamentam as pol ticas e a reforma da educa o superior de cunho privatista Como afirmado por Peixoto 2010 no Brasil a explora o do setor educativo n o uma concess o mas sim da ordem da livre iniciativa e as empresas que atual neste campo fornecem esse servi o t m apenas que cumprir as regulamenta es do Minist rio da Educa o Portanto as IFES devem conforme afirma Gomes 2008 assumir o padr o econ mico nacional de cortes de gastos Com isso o governo estabelece via marco regulat rio a 217 primazia do privado sobre o p blico Esta a l gica expansionista dos anos 1990 aprofundada durante o governo Lula da Silva PT apesar de o expansionismo privado com o tempo perder for a por conta da acomoda o do mercado depois de anos de amplia o desenfreada de vagas O Gr fico 6 ilustrativo da evolu o do setor privado no pa s a partir dos anos 1998 at o ano de 2010 Gr fico 6 Evolu o do N de Institui es por Depend ncia administrativa Brasil 1998 2010 em intervalo de 3 anos ES Privadas ES P blicas Total IES 1998 2001 2004 2007 2010 Fonte INEP 2012 Conforme afirma Pe
210. as por parte do governo pode advir da combina o de tr s mecanismos i incremental a previs o atual baseada no or amento do ano anterior 11 por f rmulas o montante de recursos destinados deriva da combina o de vari veis e indicadores que comp em uma matriz financeira atrav s da qual ocorre a 158 distribui o de maneira proporcional ao resultado obtido por cada institui o federal de ensino superior iii contratual por este mecanismo a IFES recebe os recursos quando firma contrato com o governo por meio do qual cumpre metas e resultados Atualmente conforme afirma Cislaghi 2010 o modelo de financiamento das IFES combina os mecanismos incremental e por f rmulas ou seja o governo baseia se no volume de gastos do exerc cio anterior e tamb m formula uma matriz de desempenho para realizar a sua programa o financeira de gastos com as IFES Com o Reuni pode se dizer que o mecanismo contratual foi acrescido ao modelo de financiamento citado uma vez que os repasses deste programa ocorrem na medida em que h a oferta das contrapartidas previstas quando da assinatura do Acordo de Metas entre as IFES e o govemo federal As contrapartidas s o consubstanciadas nos indicadores apresentados ao governo sistematicamente por meio de sistemas de controle O padr o de financiamento das IFES n o permite que estas sejam de fato aut nomas H total depend ncia destas do governo federal para assegurar o seu funcioname
211. assim como na primeira na segunda etapa 179 da coleta de informa es alguns documentos n o foram entregues dentro do prazo h bil de realiza o da pesquisa emp rica As dificuldades em obter informa es n o devem ser atribu das falta de cordialidade e acatamento das solicita es por parte dos servidores Entretanto nem a cordialidade tampouco o pronto recebimento das solicita es por parte dessa pesquisadora nem sempre foram traduzidos em resultados Acredita se que o atendimento demorado das solicita es ou o n o atendimento tenha sido pelo fato de que n o foi encontrado na UFBA um setor espec fico ou uma equipe de servidores respons veis por reunir e sistematizar todas as informa es da execu o das a es advindas do Reuni tampouco que fossem respons veis pelo planejamento execu o e controle dos resultados advindos desse programa Conquanto algumas publica es da reitoria da UFBA tivessem sido divulgadas quando da gest o do ent o reitor professor Naomar Almeida n o foram encontrados os documentos que subsidiaram tais publica es O que ficou evidente que as a es do Reuni s o executadas ao mesmo tempo por v rios e distintos setores mas sem um setor centralizador das decis es e das informa es que pudesse coordenar a aplica o dos recursos controle e acompanhamento da execu o das a es bem como proceder aos registros hist ricos e rotineiros dos problemas encontrados e dos re
212. ato de que as informa es entregues n o eram advindas do Programa Reuni mas sim do funcionamento regular do setor ou seja 178 as informa es solicitadas estavam sistematizadas porque versavam sobre o funcionamento da UFBA em si e n o especificamente sobre o Reuni Vale salientar que no setor de Informa o e Documenta o ainda que as informa es n o tenham uma sistematiza o que possa ser considerada tima h v rias compiladas e prontas para serem utilizadas Esse setor pode ser considerado como estrat gico pela UFBA em fun o da quantidade de informa es que conseguiu reunir enquanto em outros quase nada foi encontrado Nos demais setores houve demora consider vel na entrega das informa es s vezes mais de trinta dias e em alguns casos nem foram entregues dentro do prazo h bil da pesquisa emp rica A justificativa para a demora ou aus ncia de informa es foi de que n o havia pessoal suficiente para realizar as tarefas do setor e ainda sistematizar as informa es requeridas Houve uma situa o em que entre o protocolo do of cio pedindo as informa es e a resposta do setor transcorreram treze dias e a resposta obtida foi de que as informa es deveriam ser buscadas no setor de Informa o e Documenta o da UFBA importante ressaltar que essa informa o foi obtida depois de v rias liga es telef nicas e tr s visitas ao setor Ap s a primeira etapa de levantamento de informa es d
213. atos passam a fazer parte da grande massa de indiv duos com acesso educa o superior A nfase na amplia o do acesso educa o por parte dos trabalhadores se apresenta como uma inser o limitada e que deixa a 132 desejar em termos de qualidade uma vez que o Banco Mundial n o associa o ensino pesquisa e extens o quando trata da diversifica o das modalidades de oferta Na modalidade de ensino dist ncia n o h pesquisa tampouco extens o sendo a nfase no ensino No segundo eixo o Banco Mundial trata das fontes de investimentos da educa o superior Com a expans o certamente uma nova infraestrutura precisa ser criada para dar conta das novas matr culas neste n vel de ensino Como os anos noventa um per odo de ajustes fiscais e a nfase de investimento dos recursos p blicos para o n vel b sico da educa o cabe s Institui es de Ensino Superior buscar novas formas de financiamentos com o objetivo de garantir maior qualidade e efici ncia Nesse contexto o Banco Mundial sugere mobilizar fundos privados para a educa o superior dar apoio aos estudantes que embora qualificados n o tenham condi es de pagar pelos estudos e ao mesmo tempo tornar mais eficiente a destina o e utiliza o dos recursos fiscais tanto entre as institui es quanto na sua gest o interna S o v rias as formas sugeridas pelo Banco Mundial para que haja a diversifica o das fontes de financiamento i
214. balho constitui o de redes de empresas menores subordinadas as grandes corpora es cuja atua o no sentido de fornecer insumos para o processo produtivo dentro de crit rios e padr o de gest o e produ o estabelecidos Importante frisar que o toyotismo apesar de forjado no contexto da crise dos anos 1970 disseminou se mais fortemente para as empresas do globo a partir dos anos 1980 Al m disso sua implanta o tamb m esteve condicionada s especificidades dos locais de sua implanta o tornando o mais ou menos fiel a sua origem Jap o 50 Com o acirramento da competi o entre as empresas citadas a lucratividade do capital foi reduzida em fun o de que os produtores podiam ter menores custos particularmente a Alemanha e o Jap o Apoiados na liberaliza o mundial do com rcio tendo apropriado das condi es tecnol gicas para produzir com um sistema de regula o com interven o estatal mais efetivo em compara o ao americano e a substitui o dos r gidos sistemas r gidos produtivos por outros mais flex veis alguns pa ses centrais aumentaram suas participa es no mercado mundial obtendo melhores pre os de manufaturas e aumentando assim sua lucratividade Entretanto logo o nus da queda da lucratividade foi dividido entre todos os pa ses avan ados porque os insumos produtivos se tornaram mais caros houve grande desvaloriza o do d lar com a crise monet ria e os bens finais tiveram seus pre
215. bientais favor veis explora o pelas grandes empresas rela es pol ticas de for a reduzidas dom nio da classe trabalhadora via enfraquecimento dos sindicatos em fun o do desemprego estrutural e reserva de m o de obra qualificada 62 comandar e obter a lucratividade A concorr ncia tamb m trouxe a press o por inova es melhores pr ticas de gest o e reestrutura o no mbito das corpora es de modo a tornar cada vez melhor a rela o custo benef cio da sua produ o A acumula o flex vel foi pautada em grande parte pela financeiriza o da economia vinculada desregulamenta o dos mercados tanto de capital quanto financeiro o que motivou a obten o de lucros no curto prazo via investimentos especulativos Com isso houve a necessidade dos governos terem maior disciplina fiscal a fim de manter os pa ses com atrativos de investimentos especulativos o que obtido via rigorosa redu o dos gastos p blicos com pol ticas sociais Neste sentido aumentou a subordina o dos governos ao capital financeiro e como foi bem lembrado por Santos 2009 radicalizou o fosso social nos pa ses perif ricos N o obstante isso a economia mundial ficou mais suscet vel s crises especulativas al m de ver reduzidos os investimentos de longo prazo em infraestrutura para criar ou aumentar a capacidade produtiva A busca pelo lucro r pido fortaleceu empresas como bancos e fundos de investimentos A globaliza
216. bretudo por parte dos mais pobres uma vez que esta modalidade de oferta permite reduzir consideravelmente os custos Al m disso o ensino a dist ncia viabilizador da internacionaliza o da educa o porque segundo Lima 2005 flexibiliza e padroniza os curr culos implanta um sistema de avalia o cujos par metros de medida pretendem verificar a adequa o da oferta de ensino em conson ncia com as demandas do mercado viabiliza e fomenta a realiza o das parcerias p blico privada PPP 137 p blicos para a educa o amplia o do acesso flexibiliza o curricular diversifica o das modalidades de oferta e das institui es de ensino nfase no uso de tecnologias para viabilizar o ensino a dist ncia dentre outros elementos Essa pol tica n o sofre solu o de continuidade e n o h ruptura ideol gica em rela o a pol tica educacional nesse per odo Ao contr rio o que legitima as mudan as no campo da educa o justamente a confirma o por parte do capital de que este o projeto de sociabilidade necess rio ao desenvolvimento dos pa ses perif ricos No ano de 2003 o Banco Mundial publica o documento intitulado Educa o permanente na economia global do conhecimento desafios para pa ses em desenvolvimento no qual reafirma o tom do discurso hegem nico Neste documento a educa o definida como um bem p blico mas este conceito relativizado significando que deve estar ao alcance de todos
217. centes esta proposta A respeito da reestrutura o curricular todos os coordenadores de curso respondem n o ter conhecimento desta a o advinda do Reuni tampouco foram convidados pela administra o superior da UFBA para quaisquer discuss es sobre o tema Dentre esses 76 responderam que a ltima reestrutura o curricular ocorrida foi em fun o das Diretrizes Curriculares ou tiveram como motiva o demandas dos pr prios cursos sem qualquer rela o com o Reuni De fato no ano de 2008 o Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o publica portarias regulamentando o funcionamento dos cursos de progress o linear tecnol gicos e bacharelados interdisciplinares O conte do destas portarias se coaduna com a l gica das Diretrizes Curriculares cuja t nica a flexibiliza o do ensino a mobilidade a redu o da carga hor ria dos cursos e a implanta o do ensino a dist ncia Estas diretrizes s o nacionais importante lembrar sendo aplicadas tanto pelo setor p blico quanto privado e se constitui em um elemento da regula o do mercado de ensino por parte do governo federal O que ocorre na UFBA portanto em termos de readapta o curricular a adequa o dos seus cursos prescri o imposta pelo governo atrav s da Resolu o n 2 do Conselho 6 As Diretrizes Curriculares nacionais s o estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educa o desde o come o dos anos 2000 S o normas obrigat rias par
218. cesso ao ensino superior tais como descompasso entre a expans o e a cria o das condi es adequadas para a oferta do ensino n mero insuficiente de professores e servidores recursos or ament rios limitados para dar conta das demandas advindas da expans o muitas obras inacabadas dentre outros Isto posto o que se constata que na dimens o operacional os recursos aportados pelo Reuni promoveram a amplia o do acesso UFBA N o se pode negar que ap s anos de falta de investimentos p blicos a Universidade Federal da Bahia assim como outras IFES recebeu consider vel aporte de recursos mas foram insuficientes para atender as demandas advindas da expans o dos seus cursos Deste modo constata se um descompasso entre o aporte de recursos e a expans o de vagas sendo os recursos inferiores s demandas por infraestrutura e contrata o de pessoal Al m do descompasso entre o montante de aporte de recursos e as demandas advindas da c lere expans o das vagas constatado que sob o ponto de vista administrativo a UFBA n o estava preparada para fazer a gest o do Reuni N o havia equipe t cnico administrativa para realizar os projetos de infraestrutura as licita es e gerenciar os in meros projetos que foram implementados ao mesmo tempo Aliado a isso soma se a falta de um Plano Diretor previamente definido orientando a aplica o dos recursos nas obras eleitas Com isso v se que a falta de gest o profissionalizada
219. cia atrav s de sua a o direta HIRSCH 2010 p 27 Apesar da a explica o de Harvey 2005 sobre o funcionamento do Estado no modo de produ o capitalista n o ser atrav s das formas valor e dinheiro o autor tamb m elucida teoricamente as rela es sociais de troca e de valor de troca centrais neste modo de produ o para demonstrar como a reprodu o cont nua do sistema capitalista requer certas fun es b sicas do Estado Atesta Harvey 2005 que a exist ncia de pessoas f sica ou jur dicas o sistema de direito de propriedade um padr o comum do valor em troca valores equivalentes e a condi o na troca de depend ncia rec proca produ o e consumo individual produ o e consumo grupal s o pressupostos das rela es de troca que d o origem s no es de indiv duo liberdade igualdade direitos justi a O Estado por sua vez como independente da sociedade civil deve ser o formatador e provedor de um sistema legal que abarcar tais conceitos de modo a conciliar as contradi es inerentes s rela es sociais de troca e de valor de troca Acrescenta Harvey 2005 p 82 A for a de trabalho se divorciou do controle dos meios de produ o que assim tornou se conserva da classe capitalista Essas rela es de produ o e acumula o uma vez criadas devem necessariamente ser fomentadas amparadas e aplicadas pelo uso do poder do Estado A for a de trabalho uma mercadoria
220. ciais autonomia sindical frente ao Estado e independ ncia diante dos partidos pol ticos negocia o direta com os patr es sem interven o do Estado nas conversa es salariais e mobiliza es de base para permitir criar as condi es para um sindicalismo de massas apoiado na democracia interna Singer 2010 p 15 informa que os sindicatos de trabalhadores que cresceram nos recessos da ditadura representando em parte uma camada oper ria recente advinda do milagre econ mico propunham igualmente uma ruptura com o velho sindicalismo do per odo populista Com o vigor t pico dos gestos inaugurais pregavam a liberdade sindical e a revoga o da legisla o que segundo se dizia inspirada no fascismo italiano atrelava o movimento sindical ao Estado 88 CEBs Comunidades Eclesiais de Base da igreja cat lica os Movimentos Negros de g nero dentre outros Diante desta realidade de intensa mobiliza o popular Lacerda 2012 p 4 afirma que houve uma reforma partid ria no ano de 1979 restabelecendo a volta ao pluralismo partid rio mas sob um espa o formal limitado e que era controlado pela Lei org nica dos Partidos Pol ticos LOPP As novas regras impunham restri es severas forma o de partidos O registro das legendas depende de suficientes evid ncias de organiza o no n vel de estados e munic pios exigindo se ainda que os partidos obtivessem pelo menos 5 da vota o nacional e 3
221. ciso o controle do trabalho impondo uma divis o e organiza o uma hierarquia que garantisse a subordina o dos trabalhadores ao capital a introdu o da maquinaria cumpria um papel fundamental pois incorporava parte do saber oper rio diminuindo desta forma a autonomia dos oper rios e seu controle sobre o processo do trabalho Mesmo diante da nova cultura criada pelo fordismo do quanto este modo produtivo tenha alcan ado e modificado as rela es sociais da alta produtividade alcan ada nas f bricas cumprirem seu papel na base t cnica e mec nica do processo fabril As fun es de concep o e planejamento eram separadas das fun es de execu o houve o controle do tempo e movimentos na produ o as tarefas foram fragmentadas e especializadas Todos estes preceitos tayloristas tinham o objetivo de tornar a produ o mais racional O fordismo se traduziria como a associa o das normas tayloristas do trabalho com a produ o consumo de massa 36 e do elevado n vel de consumo social dois aspectos aparecem na literatura como importantes para a an lise do funcionamento do fordismo que se mant m por algum tempo restrito O primeiro dos dois aspectos a liga o deste modo de produ o s for as produtivas Na rela o capitalismo for as produtivas sempre houve movimentos contradit rios Um deles o fato de que a for a de trabalho era imprescind vel para que a produ o em massa pudesse ser re
222. como das pessoas que seriam entrevistadas Para tanto levou se em conta os estudos de Quivy e Campenhoudt 2005 e de Gil 2002 que alertam para a import ncia de precis o e exist ncia de condi es dos entrevistados darem as respostas de modo a ser poss vel captar o comportamento das vari veis observadas Outro aspecto considerado foi a necessidade de fazer um recorte 175 quantitativo dentro do universo de prov veis entrevistados para que fosse poss vel a coleta de informa es e a sua an lise dentro da realidade temporal da pesquisa Para realizar o referido recorte quantitativo de atores a serem entrevistados foram institu dos os crit rios 1 unidades administrativas da UFBA cuja ades o ao Reuni gerou a maior cria o de vagas ii atores que participaram da formula o e implementa o do Reuni na UFBA e no mbito nacional iii respons veis pela gest o administrativa do Reuni em suas respectivas unidades No levantamento pr vio da ades o das unidades administrativas da UFBA ao Reuni com base na an lise do manual do vestibular publicado no per odo de 2007 2011 ficou constatado que a Escola Polit cnica Direito e o Instituto de Humanidades Artes e Ci ncias Professor Milton Santos IHAC foram respons veis pela maior amplia o em n mero de vagas advinda do Reuni As entrevistas foram realizadas com o objetivo de captar de atores centrais suas concep es a respeito do Reuni seus avan os e limite
223. conforme afirmado por Macedo Galeffi e Pimentel 2009 formado ao mesmo tempo pela reuni o pela associa o de m ltiplos aspectos dimens es e recortes relevantes do real Estudos dessa natureza podem possibilitar compreender e este o caso da pesquisa que se prop e em maior grau de profundidade particularidades do comportamento do objeto investigado 5 2 AS CLASSIFICA ES DA PESQUISA Em rela o s estrat gias e dada a sua complexidade metodol gica como definido por Andrade 2002 Gil 2002 e Martins e The philo 2007 a presente pesquisa pode ter mais de uma classifica o Pode combinar v rios tipos a depender da forma como foi delineada e dos seus v rios componentes tais como os objetivos e procedimentos Segundo Gil 2002 essa pesquisa de acordo com os seus objetivos pode ser qualificada como qualitativa e como explorat ria uma vez que pretende estimular a descoberta de novas rela es e tornar expl citas dimens es ocultas do real Pode se dizer que as pesquisas explorat rias t m como objetivo 167 principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intui es Estas pesquisas envolvem levantamento bibliogr fico realiza o de entrevistas com atores diretamente vinculados ao objeto investigado e an lises de exemplos encontrados na realidade estudada que contribuem para a sua compreens o Classificar a pesquisa de acordo com o seu objetivo n o se justifica apenas pelo fato de cara
224. conomia de mercado como a jun o entre a racionalidade o realismo a modernidade e o progresso renovando o capitalismo Nesse contexto ressurge fortemente o discurso da democratiza o pol tica da preocupa o com a seguran a do combate pobreza da disseminada no o de desenvolvimento sustent vel de luta contra a corrup o da defesa da transpar ncia na gest o p blica enfim afirmando o capital social como elemento chave para que as economias cres am e ao mesmo tempo se torne poss vel o desenvolvimento social Entretanto conforme afirmado por Lima 2005 p 129 Esta capacidade entretanto n o significa que as crises e contradi es do capitalismo estejam superadas mas reinscreve no horizonte pol tico a constru o do socialismo e a tarefa de desmontar os projetos que est o sendo apresentados como agenda poss vel um capitalismo reformado e O aumento das desigualdades sociais advindas do neoliberalismo foi observado por Harvey 2004 p 3 que afirma os grupos com rendimentos mais elevados tornaram se infinitamente mais ricos sob o neoliberalismo A desigualdade social aumentou em vez de diminuir Nos EUA por exemplo os 1 do topo da pir mide de rendimentos detinha 16 da renda nacional antes da Segunda Guerra Mundial mas durante os anos 50 e 60 essa fatia caiu para 8 e os fracassos dos anos 70 amea avam o seu poder ainda mais Mas em 2000 este grupo voltou a deter 15 p
225. constituiu se em um novo modo de viver estabelecido por elementos totalmente interdependentes e alcan ou por isso esferas outras da vida humana que n o somente aquelas vinculadas ao mundo do trabalho ou do mbito econ mico Com isso se fez necess rio um novo modo de regula o para atender as exig ncias da produ o fordista que a compreende como parte da unidade acumula o regula o constitu da pela influ ncia das pr ticas sociais Estas por sua vez formam o consenso social necess rio reprodu o do capital Entretanto o consenso social referido para ser obtido necessita da atua o do Estado Deste modo a an lise do significado do fordismo precisa ser ampliada para compreend lo como um modo de produ o complexo E por isso que Hirsch 2010 afirma ser ampliado o seu conceito de regula o uma vez que insere o papel espec fico do Estado neste contexto Reconhecendo a import ncia da atua o do Estado na regula o e consequentemente no 12 2 x 2 2 A valoriza o do capital resultante da produ o de bens e consumo em massa somada pol tica de sal rios 38 fordismo e na reestrutura o capitalista torna se necess rio fazer neste momento uma discuss o a fim de definir neste estudo a compreens o do seu papel no contexto da reestrutura o capitalista 2 1 1 O Estado no mbito da reconfigura o capitalista Apesar de Harvey 1992 n o ter proposto quando da an lis
226. contrariando o discurso de outrora na defesa absoluta da sua natureza m nima A maior presen a do Estado tamb m foi outro elemento do dualismo observado no governo Lula da Silva PT Por um lado manteve se o pragmatismo dos preceitos econ micos neoliberais a busca pelo equil brio fiscal e a desregulamenta o do mercado a organiza o econ mica e pol tica do pa s de modo a favorecer a financeiriza o Por outro ocorreram investimentos pesados nos j citados programas sociais de transfer ncia de renda e o manejo da economia brasileira sobretudo a partir de 2007 a partir do segundo mandato particularmente da crise financeira mundial que atingiu o pa s em 2009 Posicionamentos como estes evidenciaram um Estado com presen a maior que entretanto n o chegou a ser diferente no sentido de que manteve como observado por Oliveira e Catani 2010 os fundamentos que claramente favoreciam sobremedida numa linha de continuidade em rela o a governos anteriores ou seja a l gica da financeiriza o da economia A presen a maior na economia n o significou a busca da autonomia estatal em rela o ao bloco de poder dominante tampouco a realiza o de reforma estatal em rela o a que havia ocorrido nos anos 1990 N o se pode esquecer que o Estado ao mesmo tempo aparato de domina o e campo de disputas Por mais que a luta das camadas populares tenha sido arrefecida no governo Lula da Silva PT pelos motivos j explicados
227. contribuiu de maneira significativa para a precariza o das condi es de oferta do ensino superior na UFBA Em rela o dimens o curricular pedag gica as altera es implementadas pelo Reuni praticamente inexistiram pois ficaram restritas a algumas a es afirmativas e poucas mudan as na estrutura curricular sendo insuficientes para reestruturar as condi es de oferta dos cursos da UFBA As modifica es nas matrizes curriculares dos cursos nem mesmo foram em consequ ncia do Reuni mas da vig ncia das Diretrizes Curriculares no pa s e das determina es advindas do Minist rio da Educa o quando implementou a carga hor ria m nima dos cursos Deste modo a constata o que o Reuni na UFBA n o alcan ou a dimens o curricular pedag gica restringindo se portanto dimens o operacional Em s ntese a implementa o do REUNI na UFBA democratiza apenas parcialmente o acesso a universidade uma vez que amplia o n mero de vagas mas n o reestrutura 266 pedagogicamente o ensino de gradua o O trabalho de pesquisa desenvolvido no mbito da Universidade Federal da Bahia desse modo refor a a tese de que a educa o precisa ser ofertada dentro de adequadas condi es de ensino constituindo um padr o de qualidade que contempla dentre outros dos seguintes elementos reconhecimento e fortalecimento da Universidade P blica como institui o social investimento na qualidade do trabalho docente contrat
228. corre nos editais p blicos a exemplo daqueles emitidos pelo CNPq Conselho Nacional de Pesquisa que fornece recursos mas exige contrapartidas um programa de expans o de vagas p blicas na educa o superior e que traz junto a isso a reformula o curricular atrav s dos BIs Explica que as Universidades apresentam projetos que s o julgados e selecionados dentro da limita o de recursos existentes Recursos estes apesar de ampliados t m limita o porque o governo federal precisa atender a todos os Minist rios que rotineiramente solicitam incremento nos seus or amentos Mas no final o que de fato fundamenta a distribui o dos recursos entre as IFES o compromisso que cada uma estabelece com a expans o das vagas e nem tanto com os demais aspectos como a reestrutura o pedag gica dos cursos Sobre este assunto Ant nio Silva afirma Dentro da UFBA a resist ncia ao Reuni foi grande e muitas discuss es ocorreram at que a ades o fosse aprovada pelo CONSUNI Conforme informa o dada pelo professor Naomar Almeida exatamente o oposto da tese que falam o Reuni na UFBA foi discutido Ele sofreu grande rea o porque foi discutido Todas as unidades discutiram avaliaram apresentaram propostas 196 O compromisso do Reuni de expans o das vagas p blicas Assim atrelado expans o quanto reestrutura o tem a muito dedo do professor Naomar teria proposto a mudan a
229. cratiza o ao fortalecimento da Universidade P blica como institui o organicamente vinculada aos interesses do conjunto da sociedade ao fortalecimento da sua autonomia e gratuidade e a oferta de ensino pesquisa e extens o de qualidade Ademais a simples amplia o do acesso a 59 O termo moderniza es considerado no texto como o conjunto de a es necess rias para disseminar determinada pol tica em diferentes espa os de modo que o sistema hegem nico seja expandido para os subsistemas conforme explica Santos 2006 p 226 Vivemos o mundo da a o em tempo real J que as etapas da a o podem ser rigorosamente previstas a ordem temporal assim obtida se associa ordem espacial dos objetos para atribuir a maior produtividade econ mica ou pol tica s a es e ao espa o em que incidem Trata se da possibilidade de uma a o racional sobre um espa o racional Alguns subespa os dotados com as moderniza es atuais podem acolher as a es de interesse dos atores hegem nicos assim que se constitui dentro do conjunto de subespa os um subsistema hegem nico 120 Universidade P blica pode se dar de forma prec ria reproduzindo no mbito do sistema educacional as assimetrias que perpassam o cotidiano da vida dos segmentos sociais situados nas menores faixas de renda Vejamos quais os tra os mais caracter sticos dos processos educacionais no contexto do fordismo e da flexibiliza o produtiv
230. creto Presidencial 5 800 2006 e um sistema formado por v rias Universidades P blicas que ofertam cursos superiores a dist ncia voltados para a popula o que n o tem acesso forma o superior Os professores da educa o b sica t m prioridade na ocupa o das vagas disponibilizadas O Pr Licenciatura outro programa de forma o de professores no exerc cio da profiss o tamb m a dist ncia E um programa desenvolvido no mbito da UAB 153 N o s a forma o dos professores do ensino b sico se distancia da qualidade mas tamb m os seus ganhos salariais e as suas condi es de trabalho Neste sentido afirmam Leher e Lopes 2008 n o importa o n vel de ensino porque estes elementos de precariza o s o encontrados no ensino superior e vinculam se diretamente a esta esfera de ensino uma vez que a Universidade P blica forma os estudantes advindos dos n veis anteriores de educa o Deste modo os professores universit rios est o diretamente envolvidos com o empobrecimento da forma o geral do cidad o brasileiro N o obstante esta dura realidade o governo Lula da Silva PT ao inv s de propor mudan as estruturais para aumentar a qualidade da educa o centra esfor os em criar redes de avalia o do trabalho docente que mais mensuram ndices baseados na exig ncia de elevada produtividade do que propriamente a qualidade do que produzido A autonomia docente cada vez mais esvaziada porque a produ o
231. cterizar o tipo de estudo que se prop e realizar mas tamb m porque contribui efetivamente para a defini o do marco te rico que subsidiar todo o caminho metodol gico percorrido desde o estabelecimento do problema at a an lise das informa es advindas da observa o do objeto da pesquisa V se que h um v nculo entre a aproxima o conceitua o e o ponto de vista emp rico que se concretiza atrav s da cria o do modelo de an lise da pesquisa reconhecido na literatura como design ou delineamento conforme afirma Gil 2002 p 43 O delineamento refere se ao planejamento da pesquisa em sua dimens o mais ampla que envolve tanto a diagrama o quanto a previs o de an lise e interpreta o de coleta de dados Entre outros aspectos o delineamento considera o ambiente em que s o coletados os dados e as formas de controle das vari veis envolvidas O delineamento expressa de que forma a pesquisa ser desenvolvida e ao focar uma das suas partes constituintes a coleta e an lise de informa es aproximamo nos da defini o dos seus procedimentos No caso desse estudo h uma clara e necess ria combina o entre as fontes das informa es que s o provenientes de documentos e tamb m de entrevistas realizadas com pessoas que t m intera o direta com o objeto investigado Portanto uma pesquisa classificada de acordo com os seus procedimentos como documental e ao mesmo tempo como levantamento Portanto
232. cu o or ament ria existe a possibilidade de inscrever em Restos a Pagar as despesas que foram autorizadas mas n o chegaram a ser pagas at o ltimo dia do exerc cio financeiro Podem ser inscritas nesta rubrica tanto as despesas empenhadas quanto as liquidadas Este estudo n o se ateve ao que foi inscrito em Restos a Pagar pela complexidade que encontrar estes valores nos documentos disponibilizados pelo governo Outro aspecto a ser considerado que nem sempre a diferen a entre o or ado e o executado pode ser inscrita em Restos a Pagar s vezes h a autoriza o do recurso or ado mas n o chega a ser efetivado o repasse Neste caso despesas podem deixar de ser realizadas Pode ocorrer ainda o recebimento do recurso sem que haja tempo h bil para ser gasto Neste caso h anula o de dota o or ament ria e os valores podem retornar aos cofres do Tesouro Nacional Para controlar todas estas especificidades seria preciso acessar o Sistema Financeiro do governo federal que de uso restrito Por isso a op o foi por observar o comportamento da evolu o dos gastos desconsiderando neste caso o tratamento dado diferen a entre o or ado e o executado sob o ponto de vista financeiro 189 anos quarenta bilh es sendo quase 8 bilh es destinados ao n vel superior Com este recurso a pretens o publicada no PDE 2007 seria de duplicar a quantidade de vagas nas Universidades P blicas Esta inten o coaduna com a m
233. culo 9 ed Petr polis Vozes 2008 GIACOMONI James Or amento P blico 16 ed S o Paulo Atlas 2012 GIL Antonio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed S o Paulo Atlas 2002 GOMES Alfredo Macedo As Reformas e pol ticas da educa o superior no Brasil Reformas e Pol ticas Educa o superior e p s gradua o no Brasil Campinas S o Paulo Al nea 2008 GON ALVES Reinaldo Globaliza o e desnacionaliza o S o Paulo Paz e Terra 1999 HARVEY David A Produ o capitalista do espa o S o Paulo Annablume 2005 David Condi o p s moderna S o Paulo Edi es Loyola 1992 David O Novo Imperialismo acumula o por desapossamento Tradu o de Mariana Bueno Fhoutine Marie Reis Souto Lutas Sociais S o Paulo volume 15 16 p 21 34 2003 David Neoliberalismo e restaura o do poder de classe 2008 Dispon vel em lt http resistir info varios neoliberalismo ago04 port html gt Acesso em nov 2012 HIRSCH Joachim Teoria do Estado materialista Processos de transforma o do sistema capitalista de Estados Tradu o Luciano Cavini Martorano Rio de Janeiro Revan 2010 HISSA C ssio Eduardo Viana A Mobilidade das fronteiras Inser es da Geografia na crise da modernidade Belo Horizonte Editora UFMG 2002 IANNI Octavio A Sociedade global 6 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1998 JARDIM Maria Chaves Fundos de pens o no Brasil novo ethos sindica
234. cutida a partir do conceito de hegemonia s avessas O pressuposto que o estudo feito neste cap tulo deseja sustentar o de que o modelo de inser o dos pa ses perif ricos no modelo de desenvolvimento capitalista dependente mantido ao longo do governo Lula da Silva PT porque a op o pol tica dos governantes brasileiros a partir dos anos 1990 segue uma linha de continuidade uma vez que os fundamentos neoliberais v m sendo mantidos na pol tica econ mica nacional apesar de terem adquirido diferentes e espec ficos contornos em cada poca e talvez mais espec ficos ainda na era Lula da Silva PT O que se pretende elucidar que mesmo com a sua chegada ao poder como representante da classe trabalhadora Lula da Silva PT manteve em voga o padr o do novo discurso recheado com velhos conte dos o que resultou na hegemonia s avessas No conjunto de reformas estruturais feitas no pa s durante o governo Lula da Silva PT foi contemplado o ensino superior Neste mbito tamb m se fez presente o novo discurso que se materializou atrav s de v rios programas entre eles o Reuni promessa de reestrutura o f sica e org nica da Universidade P blica Entretanto estando a educa o superior contida no projeto econ mico pol tico hegem nico as perspectivas n o s o animadoras e parecem acenar para a constata o de que o Reuni a express o do velho padr o de compromisso com o capital e n o com a educa o superior tampo
235. d ncias da economia mundial continuam a ser de decl nio desde o fim do Sistema de Bretton Woods Para o autor a estrat gia neoliberal adotada no Brasil n o o transformou em um pa s independente do capital externo tampouco com autonomia suficiente para manter a sua estabiliza o econ mica Com isso enquanto for mantida esta estrat gia de pol tica econ mica repetir constantes ajustes cambiais e fiscais de natureza recessiva A quest o central para Fiori 2001 s o os efeitos cumulativos das crises e dos ajustes que se tornam cada vez mais perversos e sobre os quais as pol ticas defensivas t m cada vez menos alcance Chama a aten o ainda para o fato de que foi criada no pa s duas imagens aquela do discurso governamental em que a situa o do pa s favor vel ao crescimento econ mico e a real encontrada na realidade de milhares de brasileiros sem emprego sem ganhos salariais dignos sem acesso aos direitos b sicos necess rios para ter uma vida digna Ainda sobre a vis o cr tica da pol tica neoliberal adotada no pa s Silva 2002 faz uma constata o em rela o ao mundo do trabalho Para a autora a reestrutura o produtiva 70 capitalista traz em consequ ncia a desestrutura o social e do trabalho H a redu o das pol ticas sociais por um lado e por outro o acirramento da concorr ncia em todos os sentidos entre empresas institui es pessoas Assim entretanto seja dito que h empregos
236. da intensifica o da explora o da m o de obra A sociedade civil sucumbe por sua vez diante do argumento da poss vel empregabilidade atrav s da obten o de maiores n veis de escolaridade do an ncio recorrente de que as vagas no mercado de trabalho esperam por profissionais qualificados al m da oferta de educa o no formato aligeirado e a dist ncia A vincula o direta entre a obten o do diploma e a empregabilidade institucionalizada sem que necessariamente a qualidade da forma o acad mica seja discutida Sobre o trabalho docente em tempos de governo Lula da Silva PT Leher e Lopes 2008 afirmam que as mudan as do mundo do trabalho alcan am o campo da educa o resultando nas altera es dos contratos de trabalho que promovem o esvaziamento do saber docente e a subordina o desta categoria aos fundamentos capitalistas que norteiam o cotidiano de funcionamento da Universidade P blica Ressaltam que n o apenas a carreira docente do ensino superior est precarizada como tamb m as dos n veis anteriores destacando que a forma o de novos profissionais da educa o tem sido feita no contexto da expans o do ensino superior dist ncia aligeirada atrav s de programas como o da Universidade Aberta do Brasil e Pr Licenciatura de forma o massiva que aumentam os ndices quantitativos em detrimento da qualidade da forma o docente A Universidade Aberta do Brasil UAB institu da pelo De
237. da Declara o contemplada a ret rica da democratiza o do acesso educa o e tamb m o papel atribu do s Novas Tecnologias da Informa o e Comunica o NTIC s tidas como tecnologias educacionais e viabilizadoras do acesso de maior quantidade de pessoas de qualquer lugar mas que sobretudo servem para efetivar a difus o do modelo hegem nico de educa o Todos os instrumentos dispon veis e os canais de informa o comunica o e a o social podem contribuir na transmiss o de conhecimentos essenciais bem como na informa o e educa o dos indiv duos quanto a quest es sociais Al m dos instrumentos tradicionais as bibliotecas a televis o o r dio e outros meios de comunica o de massa podem ser mobilizados em todo o seu potencial a fim de satisfazer as necessidades de educa o b sica para todos UNESCO 1990 p 5 Dos organismos internacionais surgem propostas de modelos educacionais que articulam se com a pol tica econ mica neoliberal sob o discurso da melhoria das condi es de vida atrav s do aumento da renda e combate pobreza bem como da necessidade em manter a economia equilibrada para propiciar o investimento por parte dos pa ses centrais Modelos educacionais que guardam verdadeiramente a inten o de disseminar o projeto hegem nico de sociedade Diversos estudos como Lima 2005 Pereira de Deus 2008 Paula 2009 Queiroz 2011 destacam as reformas estruturais colocadas em pr
238. dade de cada Institui o de Ensino Superior P blica os resultados e desafios que produz ainda s o pouco conhecidos sobretudo no mbito da Universidade Federal da Bahia Assim os efeitos do programa na realidade da educa o superior brasileira s o compreendidos como campo prop cio para a realiza o de pesquisas porque se trata da mais importante e emblem tica a o pol tica para a educa o superior implantada durante o governo Lula da Silva PT e que afeta substancialmente o funcionamento da Universidade P blica nos aspectos de financiamento estrutura f sica organiza o curricular e pr ticas pedag gicas Assim trata se de um campo aberto para a pesquisa a compreens o da l gica de funcionamento do Reuni Isto posto a seguinte quest o central desta tese apresentada o Reuni implementado durante o governo Lula da Silva PT 2008 2010 democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia nas suas dimens es operacional e curricular pedag gica Ser o discutidos neste estudo os seguintes pressupostos 1 na dimens o operacional que contempla a expans o de vagas pessoal or amento e estruturas f sicas os recursos aportados pelo Reuni promoveram a amplia o do acesso mas foram insuficientes para atender as demandas advindas da expans o dos cursos da UFBA ii as altera es implementadas pelo Reuni na dimens o pedag gica ficaram restritas a algumas a es afirmativas e poucas mudan as na estrutura curricular
239. dade de direitos universais para todos os indiv duos A democratiza o n o se efetiva nas desigualdades sociais mas sim no reconhecimento de que est o postas no tecido social e s o pass veis de serem superadas Portanto se efetiva na supera o dos conflitos e antagonismos sociais e re ne para tanto um conjunto de instrumentos imprescind veis para a luta pela igualdade de direitos a participa o coletiva as institui es jur dicas e as condi es materiais Sendo a democratiza o a supera o do dom nio pol tico econ mico de for as e interesses de classe hegem nicos no contexto da reestrutura o capitalista est posto o constante desafio da sua promo o devendo sempre serem levadas em considera es os conflitos internos e as press es externas dos organismos internacionais com o objetivo de manter a ordem vigente Quando o desafio da democratiza o observado a partir das quest es e demandas colocadas pela educa o superior pode se dizer que a supera o anteriormente referida n o se restringe oferta de mais vagas no ensino de terceiro grau p blico Quando tratada desta maneira restritiva a democratiza o apenas um componente da escolha pol tica dos governantes fundada nas prescri es hegem nicas dos organismos internacionais A amplia o de vagas para ser traduzida na democratiza o do acesso ao ensino superior requer 143 a sua combina o com o conjunto de outros mecanismos que
240. das desigualdades S o Paulo Perspectiva 2011 SALES Francisco Jos Lima Da Queda do modelo de desenvolvimento fordista ascens o da acumula o flex vel Revista Labor Fortaleza CE v 1 n 5 p 75 98 2011 SANTOS Boaventura de Sousa A Universidade no s culo XXI Para uma reforma democr tica e emancipat ria da Universidade Cole o Quest o de Nossa Epoca S o Paulo Cortez 2004 Introdu o a uma ci ncia p s moderna S o Paulo Graal 1989 SANTOS Milton Na o ativa na o passiva Folha Online S o Paulo 21 nov 1999 Brasil 500 d C p 1 Dispon vel em http www folha uol com br fol brasil500 dc 3 2 htm Acesso em jul 2012 Por uma outra globaliza o Do pensamento nico consci ncia universal 5 ed S o Paulo Record 2011 277 T cnica espa o tempo Globaliza o e meio t cnico cient fico informacional S o Paulo EDUSP 2009 SANTOS Reginaldo Souza et al Reestrutura o produtiva do Estado brasileiro na perspectiva do projeto neoliberal RAP Revista de Administra o P blica Rio de Janeiro v 38 n 1 p 7 32 jan fev 2004 SGUISSARDI Valdemar Universidade Brasileira no s culo XX Desafios do presente S o Paulo Cortez 2009 SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUI ES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA APUB Pauta local Dispon vel em lt https docs google com file d 0B9kK4Gngi90rUHhpdV9FNWhoOXM edit pli 1 gt Acesso em dez 2012 SILVA JUNIO
241. de 1990 as prescri es neoliberais s o impostas organiza o da vida econ mica e social mas tamb m s novas formas de poder e do Estado Desse modo como consequ ncia direta da reestrutura o do capital no contexto de globaliza o econ mica e de uma nova compreens o do papel do Estado ocorre a ressignifica o da educa o superior Conforme afirma Santos 2004 a educa o assim como outros servi os sociais antes tidos como ofertados de maneira prec pua pelo governo perde prioridade nas pol ticas p blicas Conforme afirma Chau 2003 a educa o passa a ser compreendida dentro da categoria de servi os n o exclusivos do Estado e por isso pass vel de explora o por grupos empresariais Portanto amplia se o campo de atua o da iniciativa privada que expande a sua a o na qualidade de prestadora de servi os n o estatais o que tamb m amparado no fato de que a Organiza o Mundial do Com rcio OMC coloca em vigor o Acordo Geral sobre Servi os General Agreement on Trade in Services GATS reconhecendo a educa o como um item de servi o podendo ser tratada assim no sentido comercial O objetivo dar impulso para a liberaliza o do com rcio de servi os via elimina o progressiva das barreiras comerciais Portanto a educa o superior passa a ser um servi o de informa o comercializado globalmente Esta compreens o sobre a educa o superior atribui lhe car ter comercial com uma i
242. de bem menor do que atualmente A partir do primeiro governo de FHC iniciada expans o do setor privado da educa o superior culminando como afirmado por Lima 2008 com a aprova o da LDB e com o PNE ambos de cunho privatista Com isso fica confirmado que a amplia o do acesso ao ensino superior ocorreu de maneira preponderante 216 pela rede privada Depois mais tarde j no governo Lula da Silva PT esse processo se deu atrav s da rede p blica de maneira mais radicalizada atrav s do Reuni Gr fico 5 Evolu o do N de Institui es por Depend ncia Administrativa Brasil 1980 1998 1985 1990 1995 1998 Total f Federal e Privada Fonte MEC INEP SEEC 1998 A referida expans o das vagas no ensino superior brasileiro n o surge sem os fatores que a justificam ideologicamente Uma delas o fato de a educa o ser classificada pela OMC como com rcio de servi os e n o mais exclusivamente como um bem p blico a ser ofertado de maneira prec pua pelo Estado Outro argumento do governo expl cito no PNE 2001 que grande parte da popula o jovem do pa s cerca de 1 5 milh es n o tem acesso ao ensino superior por defasagem da oferta de vagas que pequena diante do crescimento populacional da eleva o de jovens formados no ensino m dio e em fun o das atuais exig ncias do mercado de trabalho por trabalhadores qualificados Diante dos fatores citados anteriormente a demanda por vag
243. de bolsas aux lios ofertados No caso das a es afirmativas chama a aten o o fato de poucos coordenadores de curso conhecerem a exist ncia de programas desta natureza na UFBA Poucos souberam informar sobre as bolsas aux lios dispon veis para os alunos Os que conhecem citam apenas o Programa Permanecer Nesse contexto preciso chamar a aten o para a mudan a no perfil do aluno da UFBA Este fato reconhecido no Memorial Universidade Nova 2010 como fruto da implanta o do sistema por cotas e tamb m reconhecido por v rios coordenadores de curso As a es afirmativas s o importantes mecanismos de manuten o do aluno na Universidade P blica entretanto durante a pesquisa realizada n o surgiram coment rios por parte dos gestores ou dos coordenadores de curso sobre movimentos de car ter institucional no sentido de apreender esta nova realidade do alunado da UFBA bem como discutir formas para enfrentar os desafios advindos desse novo contexto Intriga saber que os n meros existem est o divulgados perfil reten o evas o que a percep o das mudan as ocorridas sentida pela comunidade universit ria mas por enquanto a UFBA enquanto institui o parece protelar a discuss o de quest es centrais como as surgidas a partir da implementa o do 257 Reuni obras inacabadas e vagas em aberto por exemplo e como lidar com o atual perfil do aluno ingressante Esse quadro relativo a estrutura cu
244. der desses fatores para a sua acumula o e reprodu o A medida que a hegemonia econ mica pertence ao capital financeiro e n o ao capital produtivo a informa o prevalece sobre o conhecimento propriamente dito pois o capital financeiro funciona com a riqueza puramente virtual cuja exist ncia corresponde pr pria informa o Essa situa o produz entre outros efeitos um bastante preciso o poder econ mico que se fundamenta na posse de informa o que em consequ ncia se torna secreta e por fim constitui um terreno de competi o econ mica e militar sem precedente bloqueando necessariamente ao mesmo tempo as for as democr ticas que se baseiam no direito informa o tanto o direito a obt la como o de produzi la e dissemin la Com base nestes pressupostos ganham for a os conceitos de sociedade da informa o e sociedade do conhecimento sendo estes dois elementos centrais para o processo de desenvolvimento hegem nico no centro e na periferia do capitalismo S o conceitos produzidos e disseminados dentro da l gica do mercado tendo efeitos diretos sobre a educa o no plano global e particularmente sobre a educa o brasileira cuja reformula o iniciada a partir dos anos 1990 n o ocorre de forma isolada mas como parte do contexto de reestrutura o capitalista iniciada nos anos 1970 na qual ocorre o reordenamento do papel do Estado e a cria o de estrat gias para superar a crise do capital e mante
245. do acesso e agora com a vertente do progresso tecnol gico que fez surgir dentre outras ferramentas educacionais o ensino a dist ncia As mudan as no campo educacional estavam tamb m fundamentadas na transforma o do mundo do trabalho uma vez que a t nica do processo produtivo capitalista centrou se na flexibiliza o financeira e neste contexto a demanda era por um perfil de trabalhador que desenvolvesse m ltiplas tarefas e fosse capaz de inovar no processo de trabalho O processo de reforma da educa o do governo FHC n o se restringiu ao setor privado embora tenha sido este o principal mbito da sua efetiva o Os reflexos da op o pela expans o desenfreada e pelo empresariamento do ensino superior aprofundaram as dificuldades encontradas na Universidade P blica brasileira colocando a numa situa o de precariedade estrutural Esta foi a realidade que vivenciei a partir de meados dos anos 1990 inicialmente na UFMT e mais tarde como doutoranda na UFBA As inquieta es com a educa o brasileira s aumentavam na medida em que observava a dissemina o da reforma de cunho neoliberal na Universidade P blica e j n o mais como reflexo da op o pela educa o privada mas sim pela clara op o do governo Lula da Silva em ampliar o acesso ao ensino superior via Universidade P blica o que implicava em aplicar nesta institui o as mesmas estrat gias neoliberais do governo FHC Para mim tornava se necess rio com
246. do alcan ado A financeiriza o justificou a manipula o de normas do sistema financeiro como ferramenta gerencial Com isso pr ticas ilegais de gest o t m sido identificadas mundo afora algumas delas gerando crises financeiras locais sendo necess ria a interven o governamental seja para acomodar problemas advindos de tais pr ticas ou para evitar quebras de economias e a propaga o pelo mundo de um poss vel efeito domin Enquanto se houve falar em derrames de alt ssimas cifras para salvar a financeiriza o que tamb m se traduz na crise estrutural do sistema capitalista por outro lado o que se observa no Brasil uma insatisfa o crescente por parte da popula o em face do crescimento galopante de problemas sociais como a viol ncia urbana a precariedade dos servi os de sa de educa o transporte al m da continuidade de problemas ainda mais graves como a parcela significativa de brasileiros que continuam vivendo em condi es de extrema mis ria Esta insatisfa o n o chega a ecoar pelo tecido social em forma de organiza o pol tica demonstrando a forte apatia que cala as representa es populares n tido o apoio popular existente no pa s ao governo petista mesmo que estat sticas oficiais evidenciem que as condi es de vida n o estejam satisfat rias para a grande maioria da popula o Em 2003 Lula da Silva PT assume a presid ncia do pa s e ao contr rio do que muitos esperavam e a
247. do curr culo das modalidades de curso e de ensino dentre outros L da e Mancebo 2009 p 51 destacam as principais estrat gias contidas no PDE do governo Lula da Silva PT O PDE aparece conjugado ao PAC e comporta um conjunto de decretos projetos de lei e regula es menores o Decreto n 6 095 de 24 de abril de 2007 para fins de constitui o dos Institutos Federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia IFET no mbito da rede Federal de Educa o Tecnol gica o Decreto n 6096 que institui o REUNI as Portarias Normativas Interministeriais n 22 e 224 ambas de 2007 dos Minist rios da Educa o e do Planejamento que constituem em cada universidade federal como instrumento de gest o administrativa de pessoal um banco de professores equivalente Nos estudos de Pereira de Deus 2008 duas a es do PDE de Lula da Silva PT s o destacadas o Reuni e a cria o do banco de professor equivalente S o duas a es que se complementam porque o Reuni promove a expans o do ensino superior via setor p blico enquanto a normatiza o do professor equivalente promete aumentar a autonomia das IFES que passam a poder contratar professores sem que haja pr via autoriza o por parte do MEC No sistema professor equivalente cada institui o tem constitu do um banco de vagas composto pelas modalidades de carga hor ria 20h 40h e Dedica o Exclusiva DE com pesos diferenciados Um professor DE por e
248. do de democratiza o do acesso ao ensino superior adotado neste estudo Para a autora o conceito de democracia deve ser compreendido no atual contexto de maneira ampliada ultrapassando a ideia simplista de express o de um regime pol tico ligado a certa forma de governo O elemento estruturante do conceito de democracia a cria o de direitos e por isso deve ser compreendida como a forma geral da sociedade constitu da buscar a igualdade de direitos e ao mesmo tempo reconhecer a exist ncia das contradi es materiais da divis o interna da sociedade em classes dos conflitos e antagonismos sociais O exerc cio do direito n o remete os indiv duos a uma dimens o particular tampouco espec fica da vida Ao contr rio o direito tem car ter universal v lido para todos os indiv duos de todas as classes sociais A democracia portanto a forma atrav s da qual a sociedade reconhece a exist ncia de direitos sociais econ micos culturais e pol ticos e s porque os reconhece que estabelece e constitui a sociedade democr tica No entanto institu la no contexto da hegemonia do capitalismo n o tarefa das mais simples dada a dificuldade de tornar predominante o espa o p blico diante da amplia o do espa o privado Tomando como base os estudos de Chau 2001 e Coutinho 2008 a democratiza o pode ser definida como uma forma sociopol tica que n o ignora os conflitos sociais e busca neste contexto a igual
249. do ensino n mero insuficiente de professores e servidores recursos or ament rios limitados para dar conta das demandas advindas da expans o muitas obras inacabadas elevado ndice de evas o e reten o vagas em aberto falta de pol ticas de as a es afirmativas que realmente mantenham o aluno na institui o aus ncia de reestrutura o curricular e pedag gica dos cursos adequa o dos cursos ao padr o minimalista prescrito nas Diretrizes Curriculares gest o limitada das distor es advindas da implanta o de cursos que funcionam numa l gica diferente daquela adotada pela maioria dos cursos da UFBA BIs CPL dentre outros Desse modo a UFBA atrav s do Reuni amplia o n mero de vagas e aumenta a inser o de pessoas de segmentos sociais situados nas menores faixas de rendas no ensino superior a o que apenas refor ada uma vez que o sistema de acesso por cotas sociais anterior ao Reuni Com a implanta o deste programa tal inser o torna se mais expressiva Portanto a democratiza o do acesso no sentido de promover a igualdade de oportunidades a participa o coletiva de todos na apropria o dos bens coletivamente criados e manter a qualidade educativa pelos diversos fatores limitantes apresentados anteriormente ocorre 260 apenas parcialmente porque a UFBA uma vez que o Reuni amplia o n mero de vagas mas n o reestrutura pedagogicamente o ensino de gradua o 261 7 CONCLUS O
250. do que o referido programa n o ficasse documentalmente apenas circunscrito amplia o das vagas O Reuni serve assim como meio para que a proposta da Universidade Nova seja efetivada n o s na UFBA como em outras IFES Desse modo os BIs s o realidade na UFBA e avali los n o objeto deste estudo mas foi uma implanta o feita de maneira aligeirada atendendo aos ideais de quem defende o modelo de forma o por ciclos compondo o cen rio da expans o de vagas efetivando as diretrizes do Reuni conforme previsto pelo governo Lula da Silva PT Al m disso por se tratar de uma forma espec fica de oferta de ensino de gradua o que ao mesmo tempo possui interface com os cursos de progress o linear v rios t m sido os problemas advindos dessa articula o sendo administrados de maneira contingente medida que surgem Segundo S rgio Farias os BIs podem contribuir para o aprimoramento da forma o com qualidade N o poss vel discordar de tal formula o sem maiores aprofundamentos sobre o assunto Por m n o podemos deixar de explicitar que mesmo sendo os BIs uma estrat gia de reestrutura o curricular pedag gica da UFBA por enquanto os mesmos n o est o livres dos problemas observados tamb m nos cursos de progress o linear vagas em aberto desde as matr culas ndice m dio de evas o em torno de 35 ndice de reten o m dio de a Informa es obtidas junto Diretoria do HIAC 255 apr
251. dos curr culos Mas ainda muito fechado Mas mudar os curr culos e promover a mobilidade interna entre os cursos que a gente chama de reestrutura o O Reuni foi um est mulo s Universidades que com autonomia decidiram aderir apresentando seus projetos executando os seus projetos de acordo com o seu tempo Igual a projeto de pesquisa Quem vai julgar a comiss o de reestrutura o apresentou projetos mas nem todos foram considerados interessantes Apresentar o projeto de reestrutura o n o era condi o sine qua non para aderir o que norteou a distribui o dos recursos foi a expans o Mais isso do que a reestrutura o propriamente dita No ano de 2008 a forma de repasse dos recursos do Reuni foi repetida por meio de descentraliza o via Minist rio da Educa o A partir de 2009 as a es 8282 119 e 11 passaram a constar do Or amento das IFES como a es integrantes do Programa Brasil Universit rio E importante ressaltar que atrav s deste programa o governo Lula da Silva PT realizava os gastos com a educa o incluindo manuten o da infraestrutura novos investimentos e aquisi o de material bibliogr fico O Reuni portanto surge no contexto em que j havia certa amplia o dos gastos com pol ticas sociais mas colocado como elemento novo sem ser independente mas classificado dentro de uma hierarquia or ament ria j existente e que criou o v nculo contratual entre o governo
252. duca o superior 1 fortalecimento do empresariamento superior ii implementa o das parcerias p blico privada 111 operacionaliza o dos contratos de gest o 1v garantia da coes o social em torno das reformas estruturais e v mudan as no trabalho docente e no cotidiano universit rio Como se v os eixos citados demonstram mais uma vez 152 que o governo Lula da Silva PT segue a mesma pol tica educacional adotada no governo FHC estabelecida no contexto da reforma gerencial do Estado e da pol tica econ mica de cunho neoliberal Esta continuidade ocorre praticamente da mesma forma que no governo FHC com a emiss o de v rias normas que complementam a LDB s o justificadas pelas metas contidas no PNE e v o constituindo o funcionamento da educa o superior de acordo com as op es governamentais Dourado 2008 afirma que no governo Lula da Silva PT observa se a coopta o de parte da sociedade civil e das organiza es sindicais do ensino superior que mesmo sendo contra v rios pontos da reforma da educa o n o conseguem travar um debate com o governo uma vez que este age de maneira estrat gica como ocorre atrav s do Reuni fazendo com que a Universidade P blica assuma uma posi o de subordina o s pr ticas pol ticas de cunho hegem nico que s o paulatinamente implantadas preciso lembrar que em tempos de globaliza o o trabalho se precariza e as organiza es sindicais se enfraquecem al m
253. e que para obt los preciso que as pessoas estejam cada vez mais qualificadas na verdade na economia automatizada as oportunidades s o cada vez mais desiguais Em contrapartida a explora o e a busca pela mais valia atrav s da redu o de custos s aumenta aprofundando o fosso da falta de oportunidades reais de trabalho para as pessoas O que se conclui a partir das evid ncias te ricas apresentadas que a crise dos anos 1970 foi sem d vida determinante no processo de desenvolvimento dos pa ses perif ricos Com isso os pa ses da Am rica Latina com pouca autonomia pol tica com baixa capacidade de regula o independente da l gica do capital sem nenhuma autonomia econ mica subordinaram se aos crit rios que compunham as estrat gias da retomada da valoriza o do capital e do aumento da sua lucratividade que foram espalhadas mundo afora No contexto da flexibiliza o econ mica os pa ses latino americanos como muitos outros da periferia capitalista entraram em um ciclo descendente reconhecido na literatura como a d cada perdida em fun o de terem aprofundado os problemas sociais a d vida interna e externa o solapamento da classe trabalhadora e de n o terem conseguido o crescimento econ mico imaginado Assim mergulharam num processo cont nuo de desequil brio estrutural contido com ado o das pr ticas econ micas neoliberais que se por um lado foi capaz de estabilizar a economia brasileira nos anos
254. e Fundos de Previd ncia Privada e estarem operando por dentro do sistema financeiro como parceiros do grande capital Neste sentido a justificativa foi outra de que a classe popular precisava participar das negocia es capitalistas porque poderiam deste modo proteger os interesses dos trabalhadores 86 3 2 A CONFORMA O POL TICA DO GOVERNO LULA DA SILVA PT S o v rias as interpreta es da recente hist ria governamental brasileira particularmente do per odo em que o pa s esteve sob a lideran a de Lula da Silva PT 2003 2010 Interpreta es estas prudentemente consideradas por alguns estudiosos como ainda em constru o haja vista o car ter recente dos efeitos de suas pr ticas principalmente no que tange educa o superior e Universidade P blica Nesta an lise se pretende identificar o alinhamento pol tico do governo Lula da Silva PT com as proposi es hegem nicas para a periferia capitalista o que ser feito com a ajuda de estudiosos que t m publicado suas observa es e interpreta es sobre a realidade brasileira com o objetivo de explicar a natureza e as nuances derivadas do denominado continu smo pol tico econ mico dominante que reafirmou no pa s o modelo capitalista dependente Em conformidade com o que j foi dito por Oliveira 2010 e de acordo com o que foi observado tamb m por Paula 2005 n o h a pretens o de justificar aqui o governo Lula da Silva PT como um neoliberal uma vez que
255. e a amplia o das vagas e as condi es efetivas para tanto uma vez que a constitui o do aparato docente e administrativo para dar conta das demandas surgidas ocorre de maneira insuficiente ap s a amplia o de vagas e n o simultaneamente ou antes como deveria ter sido Al m disso a quantidade de substitutos ilustrativa do quanto a amplia o de professores mesmo com o Reuni deixa a desejar At 2010 tendo aumentando 317 131 2 V rios coordenadores de cursos noturnos falam sobre o fato de os professores mais antigos n o assumirem encargos nas turmas da noite Basicamente as aulas da noite s o ministradas por professores contratados a partir do Reuni J os professores do noturno ministram aulas nos cursos diurnos Mas h exce es cursos como o de Direito em que os professores do diurno assumiram encargos pela noite sem maiores problemas 238 professores ainda h necessidade de 523 substitutos Isso implica em poder dizer que mesmo se todos os efetivos previstos pelo Reuni fossem contratados 580 a UFBA ainda teria de contar com 260 substitutos ou seja apesar da contrata o de novos professores e servidores via Reuni esta n o foi na quantidade suficiente para resgatar o d ficit de pessoal acumulado ap s anos de abandono do funcionalismo p blico Em rela o aos t cnicos conforme sinalizado antes fica evidenciado que a UFBA tem defici ncia no seu quadro de servidores tanto do ponto de vis
256. e a alternativa crise do fordismo consistiu na reorganiza o estrutural da valoriza o do capital A crise dos anos 1970 n o serviu para desbancar o poder hegem nico norte americano tampouco mudar os rumos do capital Ao contr rio parece ter servido como motor propulsor para a re configura o mundial que se seguiu depois alcan ando os v rios n veis de organiza o social ditando assim como ocorrera no fordismo um modo de viver O capitalismo na verdade n o se desorganizou Ao contr rio disso passou a ter uma nova forma de organiza o agora atrav s da dispers o geogr fica da flexibiliza o do trabalho da cria o de novos mercados de consumo Tudo isso associado ao uso de tecnologias e novos arranjos institucionais Sob a t nica da financeiriza o ocorreram mudan as diversas que abarcaram os pa ses da Am rica Latina incluindo o Brasil A respeito do significado da crise ocorrida nos anos 1970 Fiori 2008 p 1 afirma 52 hoje se pode ver que n o houve decl nio pelo contr rio foi na d cada de 70 que se definiram as novas pol ticas e regras respons veis pela multiplica o exponencial da riqueza e do poder americano no ltimo quarto do s culo XX Foi quando os Estados Unidos deixaram de ser credores e passaram para a condi o de grandes devedores da economia mundial Mas ao mesmo tempo sua d vida e sua capacidade de endividamento se transformaram no primeiro motor da econo
257. e amea ava os Estados Unidos e a Europa Deste modo utilizando se de argumentos que demonstraram subordina o ordem econ mica mundial Lula da Silva PT come ou a sua contrarreforma que perpassou todo o seu governo mantendo as antigas estruturas de poder dominante mas sempre trazendo para o discurso a exist ncia de uma nova realidade nacional Na opini o de Mineiro 2010 tais justificativas nem precisariam ser feitas uma vez que o ent o presidente nada mais fez durante o seu governo do que manter se fiel ao que havia prometido quando da publica o da Carta ao Povo Brasileiro ou seja Lula da Silva PT acatou e aprofundou as reformas estruturais em favor do mercado e isso n o se tratou propriamente de algo inesperado Todavia a heterogeneidade existente no conjunto de for as 103 que fundiram para eleger Lula da Silva PT o que foi proveniente das v rias alian as pol ticas estabelecidas e do alinhamento do PT rumo ordem vigente Mineiro 2010 aponta a citada Carta como o documento que mais evidenciou o intento de estabelecer rela o favor vel com o capital financeiro internacional Ao mesmo tempo ressalva a contradi o observada na compara o deste documento com outros a exemplo do Programa de Governo de 2002 Contradi o esta apontada quando da constata o de posicionamentos que demonstravam ora rompimento com o capital financeiro internacional ora subordina o a ele Assim como Singer 2010 este autor
258. e ao que foi feito at o ano de 2006 j durante o primeiro mandato de Lula da Silva PT Implica portanto numa propor o equivalente aos anos anteriores Levando em conta o discurso em favor do resgate do ensino superior e da Universidade P blica ap s anos de sucateamento o aumento consider vel da quantidade de alunos infraestrutura constru da a partir do ano de 2008 e a amplia o das vagas ofertadas pela Universidade P blica a reestrutura o com garantia da qualidade precisaria implicar num montante de investimentos superior ao que j vinha sendo feito pela esfera federal quando n o havia o Reuni e imperava a pol tica clara de contingenciamento de investimentos na Universidade P blica Pol tica esta que vigorou fortemente desde os anos 1980 conforme atestado por Menezes 2000 N o se pode negar o aumento de recursos autorizados pagos para o ensino superior a partir do ano de 2007 conforme est demonstrado na Tabela 1 Mas a proporcionalidade observada no incremento anual m dio de investimentos no ensino superior antes do Reuni cuja diferen a ficou na ordem de aproximadamente 4 12 6 para 16 4 e sendo que a varia o m dia foi de 12 9 pequena para conforme est descrito nas Diretrizes do Reuni 2007 p 1 dotar as Universidades Federais das condi es necess rias para a amplia o do acesso e perman ncia na educa o superior Portanto os gastos m dios feitos por Lula da Silva PT
259. e apoio no Congresso Nacional sendo esta obtida n o s pelas alian as eleitorais mas tamb m pelo alinhamento pol tico promovido dentro do pr prio PT que resultou nas expuls es de parlamentareis tidos como radicais v rias a es conservadoras puderam ser colocadas em pr tica tais como duas elucidadas por Carcanholo 2010 i arrocho fiscal de modo a obter super vit prim rio em um percentual al m daquele acordado com o FMI ii a defesa expl cita da independ ncia do Banco Central para decidir sobre a taxa de juros Fatos como estes evidenciam o que Mineiro 2010 constatou as reformas feitas por Lula da Silva PT tiveram o objetivo de n o contrariar o favorecimento dado ao mercado j nos governos anteriores Carcanholo 2010 trata das justificativas que pautaram o alinhamento do governo Lula da Silva PT em dire o ordem vigente falando da condi o de inser o do pa s no capitalismo dependente Neste sentido explica que o pa s vive em constante estado de emerg ncia de modo que h sempre a necessidade de proceder a algum tipo de ajuste radical indo quase sempre de encontro aos interesses da popula o mas que irremedi vel porque se trata de um estado de emerg ncia econ mica Foi assim durante o processo hist rico de domina o capitalista sobre o pa s uma vez que em cada poca o Brasil teve a sua participa o no capitalismo mundial na condi o de pa s perif rico determinada pelas mudan as e
260. e as IFES vinculando o aumento dos recursos ao cumprimento de metas previamente estabelecidas e que j foram citadas A Justificativa que melhor explica o surgimento do Reuni n o a de que o governo Lula da Silva PT estabeleceu como prioridade investir na educa o superior Como j demonstrado ocorreram maiores investimentos mas o volume n o t o superior ao que j vinha sendo praticado O mais plaus vel considerar que o bom desempenho do PIB nacional nos anos de 2006 e 2007 a amplia o da arrecada o e o equil brio da economia no n vel macroecon mico conjuntamente contribu ram para que o governo Lula da Silva PT ampliasse os gastos sociais incluindo aqueles direcionados ao Reuni Sobre este assunto na entrevista Naomar Almeida Filho afirma a minha an lise de que o Reuni s foi poss vel depois de o governo Lula da Silva ter pago outras d vidas sociais Uma a quest o das pol ticas p blicas Tornar o bolsa fam lia um programa integrado de distribui o adicional de renda e no grau de atividade suficiente para fazer uma diferen a na estrutura social Como o governo tinha excedente de arrecada o o Presidente Lula definiu o apoio expans o das Universidades O excedente do ano de 2007 foi enviado para as Universidades como uma antecipa o para os primeiros investimentos 197 A cria o do Reuni portanto vincula se l gica at ent o em curso na medida em que n o surge
261. e culturais que marcaram os anos 1970 desembocando na acumula o flex vel novos par metros educacionais surgiram agora centrados na efici ncia sobretudo na educa o superior para dar nova dire o conforme afirmado por Dourado e Catani 1999 65 expans o educacional tendo como objetivo a moderniza o econ mica pautada nos princ pios da globaliza o do capital e no novo processo de organiza o da produ o do trabalho e do consumo Neste sentido Harvey 1992 entende que houve a renova o do interesse e de nfase dada para a educa o O importante era ganhar vantagem competitiva dentro de um mercado altamente concorrido e ent o a informa o e o conhecimento passaram a ser de grande utilidade A educa o deste modo passou a propiciar o acesso aos mais novos conhecimentos t cnicas e produtos No contexto da acumula o flex vel as Universidades e os institutos de pesquisa se notabilizaram pela produ o do conhecimento que pudesse agregar valor ao capital Da adveio as parcerias com grandes ind strias sobretudo aquelas que lidavam com alta tecnologia interessadas nos resultados das pesquisas porque seriam produtos com alto valor agregado e competitivos no mercado Harvey 1992 p 151 destaca que A produ o organizada de conhecimento passou por not vel expans o nas ltimas d cadas ao mesmo tempo que assumiu cada vez mais cunho comercial como provam as inc modas transi es de mu
262. e de Gini mede a concentra o de renda nos pa ses e atribui uma numera o de varia de O total equidade a 1 maior concentra o de renda e maior desigualdade 5 Cabe refer ncia ao problema que os jovens estudantes brasileiros enfrentaram e ainda enfrentam embora a Lei do Est gio publicada em 2008 quando da realiza o de est gios V rias empresas passaram a ofertar vagas de est gios para estudantes e na verdade eram postos de trabalhos retirados de trabalhadores j formados Os estagi rios no final das contas assumiam fun es normais dentro das empresas com carga hor ria de 8 ou mais horas di rias embora o v nculo empregat cio fosse de um aprendiz A Lei de Est gio veio para regulamentar a contrata o de estagi rios que se tornou uma maneira menos custosa para as empresas obterem m o de obra qualificada 109 Conclui se portanto que contrariando as expectativas dos mais esperan osos em torno de Lula da Silva PT inclusive an lises otimistas de estudiosos como Tonelli e Queiroz 2010 p 348 para os quais em rela o ao governo de Lula da Silva PT as expectativas eram maiores do que as circunst ncias permitiram avan ar o cen rio que vinha se desenhando no pa s desde os anos 1990 com a mais dura tradu o do efeito do neoliberalismo sobre o emprego provocando o solapamento da classe trabalhadora e a in rcia dos sindicatos em termos de correla o de for as entre capital e trabalho n o
263. e do fordismo uma teoria do Estado propriamente dita n o deixou de remeter ao papel que teve na crise capitalista dos anos 1970 Para este autor a vis o da import ncia do Estado para as estrat gias de supera o da crise capitalista foi constitu da desde a grande depress o dos anos 1930 constatando que foi preciso esta crise capitalista para que houvesse nova compreens o da forma e do uso dos poderes do Estado Para Harvey 1992 p 122 o modo como o sistema fordista se estabeleceu constitui com efeito uma longa e complicada hist ria que se estende por quase meio s culo Isso dependeu de uma mir ade de decis es individuais corporativas institucionais e estatais muitas delas escolhas pol ticas feitas ao acaso ou respostas improvisadas s tend ncias de crise do capitalismo particularmente em sua manifesta o na Grande Depress o dos anos 30 Deste modo conclui se que para Harvey 1992 o Estado passou a ter papel mais incisivo nas a es levadas a cabo para dar conta da situa o estabelecida A falta de demanda para consumir os produtos era por certo o eixo central da problem tica O capitalismo neste momento pareceu incapaz de regulamentar as condi es de que precisava para se reequilibrar Deste modo coube ao Estado o papel de compor as solu es adequadas para a crise via arranjos pol ticos institucionais e sociais O Estado tem assim papel preponderante na reestrutura o capitalista que foi gestada
264. e em todos os grupos dos cursos desta institui o h registro de que aderiram expans o Reuni em maior ou menor quantidade s vezes com a amplia o de vagas em apenas um curso mas em todos os grupos de cursos h este registro Portanto h o envolvimento de praticamente todas as unidades administrativas da institui o mesmo que a forte resist ncia observada quando da sua ades o ao programa A outra vertente da expans o de vagas diz respeito s matr culas que a UFBA obt m no per odo de 2008 2010 Neste aspecto reside um importante dado a ser observado de maneira detalhada uma vez que um dos argumentos fundamentais do Reuni foi a elevada capacidade implantada ociosa existente nas IFES sobretudo no per odo noturno importante frisar que a UFBA adota v rias formas de ingresso nos seus cursos vestibular vagas residuais conv nios e interc mbio com institui es estrangeiras bem como destina 45 das suas vagas para acesso via sistema de cotas A Tabela 8 traz informa es importantes para a an lise das matr culas em tempos de Reuni Tabela 8 Evolu o cursos vagas inscritos classificados UFBA no per odo de 2008 2010 Ingresso outras Anos Cursos Vagas Inscritos Classificados Ingresso vestibular formas 2008 66 4 256 34 440 4 111 4 039 491 2009 100 6 996 43 330 6 639 6 405 559 2010 112 7 991 54 308 7 680 7 031 943 Fonte SIAC SUPAC SSOA 2012 12
265. e modo a atender a demanda das empresas por qualifica o profissional por exemplo no campo eletromec nico Tratava se de uma educa o voltada ao mercado de trabalho centralizada sem participa o pol tica dos atores envolvidos especificamente da classe trabalhadora e que mantinha por consegu ncia coer ncia com a defini o dos conte dos da forma o profissional focada como afirmado por Vitorette e outros 2012 p 2 na oferta de cursos tradicionalmente consagrados realizados por entidades solidamente constitu das com cursos pr estabelecidos nacionalmente e sem correla o com as caracter sticas socioculturais e econ micas das regi es e localidades Isto posto v se que no contexto do fordismo a educa o passou por reformas que sempre intencionaram mudan as sociais sendo esta a justificativa utilizada pelo Estado Como um direito universal deve ser acess vel a todos e com isso preciso que o espa o educacional seja aquele suficiente para atender a demanda dos que o procuram V se que na massifica o do ensino est o conte do prevalecente da amplia o do acesso o que legitimado pela sociedade que dadas as condi es sociais e ideol gica aceita programas reformistas sem maiores resist ncias No entanto as modifica es na estrutura escolar percebida no contexto do fordismo parece ser mais um arranjo pol tico ideol gico do que propriamente reconhecer a educa o como fundamental para
266. e pesquisa na qual a coleta de dados pode ocorrer de maneira universal nesse caso h um censo ou atrav s de recortes e amostras da popula o o que feito com base em crit rios previamente estabelecidos Para estes autores os levantamentos s o pr prios para os casos em que o pesquisador deseja responder a quest es acerca da distribui o de uma vari vel ou das rela es entre caracter sticas de pessoas ou grupos da maneira como ocorrem em situa es naturais a versatilidade dos levantamentos n o se restringe variedade das popula es s quais se aplicam mas estende s alternativas de planos dispon veis e a toda gama de dados poss veis de serem obtidos Com base nos estudos de Gil 2002 Quivy e Campenhoudt 2005 e Martins e The philo 2007 poss vel afirmar que os principais elementos constitutivos de um levantamento s o a pergunta de partida a defini o dos objetivos o estabelecimento dos conceitos principais do estudo com as respectivas vari veis delimita o do universo pesquisado e recorte da amostra elabora o dos instrumentos da coleta de dados pr teste desses instrumentos coleta das informa es e an lise e interpreta o dos resultados 5 3 AS ETAPAS DA PESQUISA As etapas da pesquisa demonstram os caminhos percorridos para a sua organiza o de modo a evidenciar o encadeamento das a es que forjaram o percurso metodol gico do estudo desde o seu planejamento at
267. e trabalho intelectual Esta divis o social do trabalho claramente est vinculada pol tica educacional que concebeu a educa o dentro de um formato econ mico colocada a servi o do desenvolvimento Outro ponto destacado o alinhamento do consumo nova condi o de ganhos da classe trabalhadora A respeito disso Hirsch 2010 p 140 diz que o consumo dos assalariados criou novos mercados de consumo e possibilidades de invers o de capital Expressa em termos econ micos a reprodu o da classe trabalhadora quer dizer de seu consumo que cada vez mais se realiza sob a forma de mercadoria passou a ser um campo constitutivo central da valoriza o do capital A compreens o de Druck 1999 mostra que o fordismo aliado ao taylorismo foram capazes de a partir do espa o fabril constitu rem outra cultura trabalhista no sentido de que na f brica surgiram novas rela es de poder e outro tipo de trabalhador agora transformados cientificamente que tinham papel central no sistema produtivo Esta cultura criada a partir do espa o exprimia tamb m o momento da nova ordem das for as sociais e pol ticas existentes na sociedade capitalista Druck 1999 p 34 tamb m evidencia a divis o entre o trabalho manual e o intelectual ao exprimir Assim o surgimento do sistema de f brica demonstrava que para obter maior efici ncia e maior produtividade elementos indispens veis para a concorr ncia capitalista era pre
268. ecialmente ao Ilirio Rech um querido persistente A Maria Helena Bonilla pela amizade acolhida e orienta es sobre poss veis caminhos a seguir Aos colegas do doutorado especialmente ao J lio Cesar Andrade de Abreu que sempre me ouviu incentivou e apoiou Agrade o tamb m K tia Alice Daniel e Gustavo pela conviv ncia mais pr xima Ao Roberto Brasileiro querida presen a nos estudos e no trabalho com quem sempre posso dividir as ang stias da profiss o Aos professores Reginaldo Souza Santos Elizabeth Matos Ribeiro Paulo Guedes Maria da Gra a Piti Raimundo Leal Gra a Teixeira e s t cnicas Isis Rodrigues e Carmen Barreto tanto pela solidariedade quanto pela ajuda que concederam a mim enquanto colegas do Departamento de Finan as e Pol ticas P blicas e do Colegiado do Curso de Administra o para que pudesse dedicar me elabora o da tese Universidade Federal da Bahia que atrav s dos seus setores administrativos tornou poss vel a realiza o desta tese Agrade o aos dirigentes dos seguintes setores Pr Reitoria de Ensino de Gradua o Pr Reitoria de Planejamento e Or amento Setor de Informa o e Documenta o Assessoria Reuni Servi o de Sele o Avalia o e Orienta o Vestibular e Planejamento F sico Aos professores que s o dirigentes e ex dirigentes do ensino superior por terem aceitado participar deste trabalho e atenderam prontamente ao meu pedido de colabora o Lui
269. ecimento tenha uma forma o multi inter transdisciplinar e tenha a chance de conhecer a Universidade antes de optar pela sua profissionaliza o Este aluno que proveniente do bacharelado interdisciplinar que cursa disciplinas b sicas dos BIs mas tamb m do curso para o qual pretende entra mais tarde que j cursou mais de trinta disciplinas no m nimo e foi avaliado mais de trinta vezes Ent o esse aluno que egresso do BI entra em um curso profissionalizante com uma mentalidade mais elaborada com mais viv ncia e pode aproveitar melhor a sua forma o espec fica Ent o a minha avalia o sim a minha avalia o que a proposta de reestrutura o curricular com a inser o do BI na forma o profissional Conforme j abordado neste cap tulo quando perguntados sobre os BIs muitos coordenadores de curso dos cursos da UFBA em geral preferem evitar maiores coment rios Fica claro que os BIs ainda hoje tema controverso na UFBA e a maioria dos coordenadores discorda que a melhoria da qualidade do ensino passe pela ado o deste formato de gradua o o que pode ser corroborado com a constata o de que a amplia o dos cursos ocorre com a manuten o do modelo CPL E n tida a prefer ncia pela manuten o do modelo tradicional de organiza o dos cursos prevalecente do ensino de gradua o Poucos coordenadores de cursos de progress o linear comentam sobre os BIs ou n o se mostraram reti
270. econ micas sociais e militares que outrora estavam a cargo do falecido Estado nacional Do lado da economia surgem o Nafta a Comunidade Econ mica Europeia o Pacto Andino o Mercosul a Organiza o da Unidade Africana Dupas 2003 reconhece o crescente esvaziamento do papel do Estado como provedor dos direitos sociais o que adv m da reestrutura o capitalista e mais ainda a partir da globaliza o econ mica Chama a aten o para o fato de que as corpora es se sobrep em sociedade civil com reconhecimento p blico validado por normas que s o institucionalizadas com o objetivo de viabilizar o avan o e concretiza o de processos e interesses hegem nicos H neste contexto o esvaziamento da atividade pol tica ou o que alguns autores qualificam como esquecimento da pol tica Em rela o a isso para Dupas 2003 p 59 a dissolu o ou fragmenta o da identidade pol tica universalista qual correspondia o conceito de cidadania opera se ao benef cio de identidades coletivas n o somente particulares mas parciais e truncadas Desse modo a fronteira entre a vida pol tica a sociedade civil e a vida privada cada vez mais fluida o que abre espa o para o questionamento do significado da pol tica enquanto ente elemento capaz de promover a dif cil e complexa rela o entre liberdade e igualdade Al m da reformula o do papel do Estado o protagonismo exercido pelos organismos internacionais ajuda
271. ecursos teve de ser na forma de suplemento or ament rio e n o foi inclu do na previs o que est demonstrada na Tabela 2 porque os valores feitos via descentraliza o or ament ria n o est o claros nas fontes de informa es pesquisadas e mesmo tendo sido solicitados Secretaria de Educa o Superior SESu n o foram disponibilizados Analisando os n meros contidos na Tabela 2 percept vel que a promessa de incremento financeiro nas IFES era realmente atraente mas importante lembrar a forma de distribui o dos recursos uma combina o entre metas alcan adas e capacidade de execu o dentro dos prazos vigentes N o houve porque inexiste autonomia por parte das IFES no sentido de receberem o total de recursos seja por qualquer crit rio para fazerem a aplica o conforme suas necessidades escolhas e tempo necess rio O Minist rio da Educa o por sua vez mediante os contratos de gest o das IFES e os projetos que apresentaram instituiu comiss es que avaliaram as propostas e definiram o montante com base em uma matriz de distribui o de recursos a ser recebido por cada Universidade P blica O Coordenador Geral de Expans o e Gest o Ant nio Sim es Silva que atua na Secretaria de Educa o Superior do Minist rio da Educa o esclareceu a forma como ocorre a distribui o dos recursos do Reuni Segundo ele se trata de um programa do governo que prev a descentraliza o de recursos assim como o
272. educa o reduzir desigualdades sociais assegurar a qualidade do ensino enfim n o significa democratizar o acesso Universidade P blica Em n meros absolutos o setor privado tem no campo da educa o superior a preponder ncia que os n meros evidenciam Este setor oferta cinco vezes mais vagas em rela o ao setor p blico somadas ofertas das esferas municipal estadual e federal sendo respons vel por 86 do total ofertado no ano de 2010 J a esfera federal responde neste ano por 8 do total das vagas disponibilizadas Observado isoladamente o ensino p blico federal 219 sofreu expans o no per odo de 2006 a 2010 de 72 18 H portanto aumento significativo das vagas ocorrendo aumento m dio de 18 ao ano Se observado apenas o per odo a partir da vig ncia do Reuni de 2008 a 2010 a eleva o na ordem de 47 ou seja numa m dia anual de 23 Levando em conta que a amplia o de vagas criam demandas a serem atendidas atrav s dos recursos or ament rios cabe dizer que as vagas obtiveram varia o percentual de quase 100 em rela o m dia da varia o or ament ria que como dito anteriormente ficou em 12 9 ao ano ou seja a amplia o de vagas contrapartida das IFES para o Reuni parece mais c lere do que o efetivo montante de recursos or ament rios liberados para a UFBA no mesmo per odo Segundo as Diretrizes do Reuni outra justificativa da expans o p blica se prende satura
273. eja neste ponto de torn la cada vez mais distante da sua g nese enquanto espa o de universaliza o do conhecimento dos saberes da cultura e da arte o prop sito de num per odo de grave crise do ensino superior brasileiro e da Universidade P blica surgir um programa de governo Reuni em cuja justificativa haja justamente a previs o do seu resgate O discurso fundamentador da reestrutura o da Universidade P blica enfatiza in meras a es infraestruturais que talvez propositalmente estejam mais alinhadas aos princ pios da gest o de excel ncia e n o propriamente a um resgate estrutural do sentido social da Universidade e da educa o superior 1 H o reconhecimento de que apesar de que a ideologia neoliberal tenha provocado modifica es nas estruturas sociais o projeto de desenvolvimento nela amparado n o assume uma forma id ntica em todos os espa os Tal sistema adentra as sociedades de maneira a generalizar estruturas processos culturas Por m como consequ ncia da sua pr pria contradi o cria movimentos contr rios de resist ncia que age pela cr tica ao que est posto como modelo neste sentido que abordado aqui o fato de que n o se pode afirmar que no mbito da Universidade P blica encontram se representados apenas os interesses hegem nicos Habitam neste mesmo espa o os interesses contra hegem nicos Chau 2001 informa que a educa o foi inserida pela Organiza o Mundial
274. ela o entre Estado e a sociedade civil Este sistema ao mesmo tempo forma uma rela o contradit ria que tamb m alcan a as institui es Resulta que o Estado e sociedade civil terminam formando com tantas contradi es uma unidade contradit ria condicionada Assim a forma pol tica concretizada institucionalmente no aparelho do Estado depende da forma dinheiro e da forma capital estando ao mesmo tempo em contradi o com elas O 42 dinheiro regulado pelo Estado apesar de ser produzido por ele e sim pelo processo de valoriza o do capital mediado pela troca mercantil A respeito da compreens o da a o do Estado dentro do capitalismo ao assumir que o Estado produto da contradi o entre os interesses particulares e os da comunidade mas que em um dado momento assume exist ncia independente em rela o sociedade civil Harvey 2005 elucida que este o meio que d condi o ao Estado de uma vez agindo em defesa do interesse comum dominar as pessoas e os grupos sociais No confronto entre as rela es de for as e a obten o de lucratividade do capital o Estado utilizado por exemplo como instrumento para explorar a for a de trabalho Dentro da din mica do processo de acumula o capitalista como j explicitado h antagonismos que fazem com que o modo de trabalho e de consumo as tecnologias as estruturas sociais e as rela es de classe passem por frequentes mudan as Consequentemente
275. ela Reitoria e aprovado pelo Conselho Universit rio da UFBA ii Relat rio de Acompanhamento do Reuni de janeiro de 2010 publicado pela Associa o Nacional dos Dirigentes das Institui es Federais de Ensino Superior Andifes e ainda na revis o da literatura sobre o Reuni Foi observado que havia maior nfase em torno de elementos de apenas quatro entre as seis dimens es do Reuni i amplia o da oferta de educa o superior p blica ii reestrutura o acad mico curricular iii renova o pedag gica da educa o superior e iv compromisso social da institui o Considerando a nfase observada nos documentos anteriormente citados e a necess ria vigil ncia epistemol gica da pesquisa atrav s dentre outros aspectos da circunscri o do campo da an lise emp rica e tamb m as orienta es encontradas em Martins e The philo 2007 foram definidas como n vel anal tico desse estudo duas extens es derivadas das dimens es contidas no Reuni aqui denominadas como operacional e reestrutura o curricular pedag gica Na operacional est o inseridas de maneira recortada ajustada e combinada itens da dimens o do Reuni amplia o da oferta de educa o superior p blica e a ela foi acrescentado o item or amento J na reestrutura o curricular pedag gica est o contempladas as dimens es do Reuni reestrutura o acad mico curricular renova o pedag gica da educa o superior e compromisso social
276. elhores condi es de trabalho ainda n o s o atribu das a todos o que gera disputa pelas salas localizadas nos pr dios novos porque os professores com raz o preferem ministrar aulas em ambientes onde encontram as melhores condi es e os alunos tamb m reclamam por estudar em pr dios antigos com v rios problemas V se portanto em termos de espa o f sico o ensino de gradua o assim como o funcionamento da infraestrutura que o ampara acontece sem que as condi es estruturais sejam as ideais As condi es da infraestrutura f sica da UFBA um aspecto tamb m percebido nas falas dos coordenadores de cursos Sobre o fato de o Reuni ter proporcionado o aumento da infraestrutura f sica 93 dos entrevistados responderam que o programa mais reforma as estruturas existentes do que constr i novos espa os e as salas de aulas constru das s o para 242 uso coletivo al m de serem em quantidade insuficiente Estes coordenadores comentam que v rias unidades administrativas da UFBA t m salas de aulas pr prias e n o usam as coletivas a exemplo da Escola de Administra o Isso viabiliza a acomoda o das turmas expandidas a partir do Reuni Percebe se atrav s das falas dos coordenadores de curso que h prefer ncia pelas salas de aula das pr prias unidades administrativas deixando as coletivas apenas para as disciplinas comuns a v rios cursos ou para aqueles que s t m estas salas para usar Isso ocorre por co
277. em nove estados diferentes a fim de se qualificarem para a representa o no Congresso Al m disso foi mantida a proibi o de registro e partidos comunistas No come o de 1980 surgiram ainda que com todo controle governamental alguns partidos pol ticos e entre eles estava o PT constitu do como um partido representante da classe oper ria cujo intento al m de organizar os trabalhadores era levar esta categoria ao status de classe dirigente A cria o do PT colocava em cena a requalifica o da pol tica brasileira conforme evidenciado por Lima 2005 Lacerda 2012 porque trazia em seu conte do a luta contra v cios antigos encontrados nos antigos partidos como corrup o clientelismo favorecimentos nepotismo pouca representa o dos interesses populares dentre outros Al m disso na sua organiza o e funcionamento interno n o contemplou as exig ncias da Lei org nica dos Partidos Pol ticos LOPP indo de encontro ao governo militar mantinha liga o pr xima com as suas organiza es de base dava nfase s lutas sociais amealhou setores at ent o exclu dos do sistema pol tico brasileiro prop s um novo modelo de organiza o da classe trabalhadora diferente daquele defendido por partidos como o Partido Comunista Brasileiro exigiu fidelidade partid ria dos parlamentares eleitos pela sigla petista n o admitiu participar das elei es indiretas de 1985 decidiu n o assinar a Constitui o de 1988 con
278. em que a contrata o de 20h significativa que a ideia 234 mesmo ampliar o corpo docente obter mais vagas do que as que o governo disponibiliza Esta afirma o pertinente porque n o existe projeto pedag gico que seja do conhecimento desta pesquisadora em que esteja claro o papel dos professores 20h na forma o do perfil do egresso quantos devem ser estes professores bem como em quais reas atuar o A contrata o neste regime indiscriminada sem v nculo algum com a op o pedag gica do curso Por fim em alguns cursos a quantidade de profissionais 20h chega a 36 do total do corpo docente o que leva a indagar sobre a quantidade de professores para dar conta da dimens o pr tica de uma gradua o Al m da contrata o em regime de 20h servir para multiplicar vagas h tamb m outra Justificativa que parece mais verdadeira do que a que est posta no discurso vigente a carreira docente n o est atrativa para alguns profissionais e de fato mais dif cil encontrar aqueles que querem ser DE o caso de Medicina Direito Engenharia dentre outros cursos Um profissional destas e de outras reas que est no mercado pode desejar ser professor apenas para atuar no ensino e ao mesmo tempo continuar suas atividades fora da Universidade P blica Mas a atua o destes profissionais nas IFES corrobora a cr tica ao lugar que os governantes t m colocado a Universidade P blica apenas como centro de en
279. ema capitalista dos anos 1970 foi considerado pelos defensores do modelo neoliberal como o grande vil o por conta da crise e da sua inefici ncia administrativa somada expans o do d ficit p blico e das crescentes taxas de infla o Deste modo sendo o respons vel pelos problemas enfrentados nos n veis econ micos e sociais reestrutur lo seria necess rio para que se tornasse eficiente Para tanto precisaria resignificar o seu papel e isso implicaria tamb m em reduzir o seu tamanho atrav s de diversas a es como por exemplo o decr scimo no quadro de pessoal e privatiza o de empresas estatais Na verdade este argumento que se fez hegem nico intentava viabilizar o caminho colocado como resposta crise flexibilizar a rela o entre capital e trabalho exigir a reestrutura o entre o p blico e o privado ou seja o Estado deveria deixar de intervir diretamente no processo econ mico e se colocar na condi o de articulador da nova l gica de expans o do capital O sistema capitalista traz em sua pr pria l gica de funcionamento e reprodu o a necessidade de expandir se para al m das fronteiras geogr ficas continentais alcan ando territ rios perif ricos e influenciando a transforma o dos espa os territoriais atrav s do dinamismo da economia A chamada nova ordem capitalista sob a lideran a dos pa ses desenvolvidos foi abarcada pelos pa ses da Am rica Latina N o se pode dizer que o capitalism
280. enadores acham que a qualidade das aulas est sendo mantida por conta de que os professores procuram driblar as limita es di rias com esfor o pr prio de modo a desenvolver as aulas com qualidade mesmo n o tendo as condi es estruturais adequadas citado o exemplo de professores que t m projetores multim dia e levam para a UFBA para usar nas aulas Outro caso citado ilustra o pice da falta espa o f sico na UFBA quando coordenadores de curso que n o tendo salas de aula na UFBA precisam ocupar espa os de escolas p blicas ou professores ministram aulas no p tio da sua unidade administrativa Quanto aquisi o de livros na an lise dos gastos com investimentos e custeio da UFBA observa se que no Or amento da Uni o dos anos de 2009 e 2010 as verbas provenientes do Reuni n o foram necessariamente destinadas aquisi o de material bibliogr fico Este tipo de gasto est claramente definido desde 2007 por exemplo em outro programa o Brasil Universit rio ou seja esta a primeira fonte de recursos para a aquisi o do referido material que ocorre de maneira rotineira e cujo vulto or ament rio n o mudou a partir do Reuni Esta observa o confirmada pelos coordenadores quando 82 disseram que o curso que coordena n o recebe novos livros em fun o do Reuni mas sim pelas vias normais de aquisi o da UFBA como sempre ocorre 18 dos coordenadores afirmaram n o saber como funciona a aquisi o deste
281. entes no campo da educa o superior Com isso confirma que o Reuni uma a o espec fica serve ao prop sito de obter a expans o via contratos de gest o firmados com as IFES Para justificar a 159 necessidade de implantar o referido programa o governo Lula da Silva PT torna a rememorar neste documento a situa o da educa o superior ainda inacess vel a v rios jovens Por m o diagn stico n o remete falta de compromisso pol tico dos governantes para com a educa o superior tampouco com o fato dela n o ser prioridade sob a tica dos gastos p blicos e ainda n o trata do estado prec rio em que depois de anos de abandono est a Universidade P blica Ao tratar da qualidade do ensino superior ministrado na Universidade P blica as referidas Diretrizes do Reuni 2007 p 5 as reconhece como elemento importante da expans o das vagas e inclusive cita que o objetivo ampliar a forma o acad mica de modo a evitar a sua instrumentaliza o e adequa o aos ditames do mercado Ela a educa o fundamental para que os diferentes percursos acad micos oferecidos possam levar forma o de pessoas aptas a enfrentar os desafios do mundo contempor neo em que a acelera o do processo do conhecimento exige profissionais com forma o s lida E educa o superior por outro lado n o deve se preocupar apenas em formar recursos humanos para o mundo do trabalho mas tamb m formar cidad os com
282. ento 70 do pactuado no Programa Os 30 restantes do pactuado bem como os 28 5 do acordo de repactua o devidos a cada institui o ficar o no or amento do MEC e ser o disponibilizados via descentraliza o de cr ditos em 2010 Os recursos destinados assist ncia estudantil tamb m foram objetos de discuss o com o governo ficando decidido a expans o dos mesmos mas seguindo crit rios estabelecidos pelo Minist rio da Educa o os quais foram atrelados ades o ou n o ao ENEM IFES com ades o total receber o incremento de 100 dos recursos repactuados ades o de 75 receber o 75 as que aderiram em percentual superior a 10 e inferior a 50 do n mero de vagas ou utilizar o o Enem como forma parcial de sele o receber o 50 do aumento e as universidades que se enquadram em outros casos ter o 25 do acr scimo ANDIFES 2009 p 1 Dispon vel em lt http www andifes org br p 1672 gt Acesso em jun 2013 211 da UFBA que aderiram ao Reuni n o foi mantida Como em 2008 as IFES de maneira geral aderem ao Reuni e n o existia portanto distin es por parte do governo tamb m na UFBA todas as unidades administrativas terminaram contempladas com recursos Por outro lado de certa forma tamb m passaram a fazer parte do Reuni uma vez que ofereceram certa contrapartida ainda que na quantidade diferente e menor daquelas cuja ades o foi imediata A este respeito elucidativo o depoimento de Ricardo M
283. ento cient fico por restringir a caracteriza o do per odo compreendido entre 2003 2010 em aspectos pontuais dos mbitos desempenho macroecon mico poder pol tico e pol ticas sociais sem preju zo da compreens o necess ria para proceder investiga o do objeto da pesquisa A an lise de como se deu o alinhamento do governo Lula da Silva PT rumo ordem vigente come a pelo aspecto a pol tica econ mica adotada logo que assumiu a presid ncia do pa s Sem promover nenhuma ruptura com o modelo at ent o vigente o l der petista deixou clara a incorpora o das teses defendidas pelos organismos internacionais em rela o aos ajustes macroecon micos Neste sentido estava configurada como observado por Luciano Coutinho 2010 a hegemonia neoliberal pela caracteriza o de que o Estado era o grande 102 vil o a ser combatido duramente atrav s dos seguidos e aprofundados ajustes fiscais e controle r gido da economia H consenso quanto ao fato de Lula da Silva PT ter mantido sobretudo no primeiro mandato a pol tica econ mica neoliberal praticada por FHC e esta afirma o respaldada pelos estudos dentre outros de Filgueiras e Gon alves 2007 Paulani e Pato 2005 Filgueiras e outros 2010 e Magalh es 2010 A linha de continu smo observada no come o do governo Lula da Silva PT a consolida o da hegemonia neoliberal n o foi uma surpresa propriamente dita porque sinaliza es nesta dire o j
284. entos do capitalismo levando em conta o mundo do trabalho a regula o e a acumula o flex vel o ponto de partida para compreender os rumos tomados pelo ensino superior no Brasil a partir dos anos 1990 ao governo Lula da Silva PT e ao Programa de Apoio ao Plano de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Reuni Na an lise do processo de reestrutura o capitalista h v rios elementos a serem considerados e a forma o da for a de trabalho ganha lugar central no contexto das mudan as porque o capital busca sua valoriza o via aumento da lucratividade A educa o ent o o espa o determinado para a fun o de formar qualitativamente tanto quem exerce fun es simples como os trabalhadores que lidam com tarefas mais complexas A educa o se subordina s necessidades de forma o t cnica definidas pelo poder hegem nico em cada momento hist rico Este processo longo intrincado mas se reproduz de forma diferenciada nos pa ses capitalistas do centro como tamb m em sua periferia e particularmente no Brasil Este movimento se explicita por exemplo na reforma do ensino brasileiro especificamente a do n vel superior com a finalidade prec pua de alinhar ainda mais a Universidade P blica l gica de acumula o O pressuposto considerado na discuss o realizada neste cap tulo o de que a Universidade P blica por ser espa o no qual se produz o saber sistematizado uma institui
285. epistemol gicos 1 Edici n 1 Reimpresi n Siglo XXI Buenos Aires BOTELHO Adriano Do Fordismo produ o flex vel O espa o da ind stria num contexto de mudan as das estrat gias de acumula o do capital S o Paulo Annablume 2008 BRASIL Presid ncia da Rep blica Decreto n 6 096 de 24 de abril de 2007 Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Reuni Bras lia DF Di rio oficial da Uni o 25 abr 2007 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educa o nacional Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis 19394 htm gt Acesso em jun 2012 BRASIL Minist rio da Educa o Reuni Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Diretrizes Gerais Bras lia agosto 2007 Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE Raz es Princ pios e Programas Bras lia MEC 2007 Dispon vel em lt http portal mec gov br arquivos livro gt Acesso em Nov 2012 Plano Nacional de Educa o PNE Bras lia Senado Federal 2001 Relat rio do Primeiro Ano do Reuni Bras lia MEC SESU DIFES 2009 Dispon vel em lt http portal mec gov br index php option com content amp view article amp id 1226 amp Item id 1085 gt Acesso em dez 2012 269 BRASIL Minist rio da Educa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INEP Sinopses Estat sticas da Educa o Superior
286. er da cultura organizacional e estrutura administrativa de cada institui o p blica de ensino superior Tendo em vista a forma contingente como os recursos para investimentos foram liberados no ano de 2007 pode se afirmar que todas as IFES despreparadas estruturalmente que n o t m a cultura do planejamento em longo prazo apresentam preju zos na execu o or ament ria Isso observado nos estudos de Cislaghi 2010 que evidenciam o fato das IFES terem recebido recursos do Reuni em 2007 mas n o tendo tempo h bil e apoio operacional para execut los encontram como sa da para evitar a devolu o aos cofres p blicos aloc los nas suas Funda es de Apoio Igualmente a UFBA executou o mesmo procedimento tendo sido auditada pelo Tribunal de Contas da Uni o cujo resultado consta do Ac rd o n 2 738 2008 A respeito deste assunto Naomar Almeida Filho 2012 afirma Os recursos iniciais foram suplemento do or amento De modo que a Universidade come ou pela primeira vez a ter caixa para investimentos teve uma verba bastante grande para come ar investimentos E foi o segundo momento do Reuni na UFBA a batalha da burocracia A nica maneira de n o retornar este recurso era colocando em Restos a Pagar Mas n o podia porque nada estava licitado ainda Ent o as Universidades que receberam este recurso fizeram um contrato de administra o com as Funda es Universit rias E o TCU considerou isso irregul
287. eriferia capitalista a discuss o central desta se o feita com base nos conceitos de desenvolvimento dependente e hegemonias s avessas Estes conceitos subsidiam a compreens o do papel da educa o e da Universidade P blica nos anos 2000 e da natureza do Reuni programa surgido no contexto da reforma do ensino superior Constatar preceitos econ micos hegem nicos que definem o modus operandi do governo de Lula da Silva PT implica em situar o Reuni como produto de um projeto econ mico pol tico mais amplo localizado dentro de uma estrutura de poder que continua tendo da educa o uma vis o reducionista apenas como estrat gia de domina o como inst ncia de legitima o das pr ticas hegem nicas particularmente daquelas que est o em vigor desde a reestrutura o capitalista Considerando a complexidade de que feita a leitura e an lise dos pressupostos pol ticos e econ micos do governo Lula da Silva PT de suma import ncia contar com a 77 interlocu o de autores que estudam os dilemas e a continuidade da condi o de depend ncia do Brasil em rela o ao capital internacional tamb m importante dialogar com aqueles que t m feito estudos cr ticos a respeito da conforma o existente no governo Lula da Silva PT composta por elementos como despolitiza o pol ticas assistenciais continu smo da pol tica econ mica neoliberal e arrefecimento da luta pol tica dos trabalhadores Conforma o esta dis
288. ermos de interven o amplia o da oferta da educa o superior p blica reestrutura o acad mico curricular renova o pedag gica da educa o superior mobilidade intra e interinstitucional compromisso social da institui o e suporte da p s gradua o ao desenvolvimento e aperfei oamento qualitativo dos cursos de 157 gradua o V se que nestas dimens es est o contemplados diversos elementos contidos nas reforma da educa o superior realizada por FHC bem como nas prescri es do Banco Mundial para a cria o de pol ticas educacionais nos pa ses perif ricos Entre as diretrizes do Decreto 6 096 est o a expans o da educa o superior flexibilidade e redesenho curricular Al m destas diretrizes h outras como redu o das taxas de evas o ocupa o de vagas ociosas e aumento de vagas de ingresso especialmente no per odo noturno amplia o da mobilidade estudantil com a implanta o de regimes curriculares e sistemas de t tulos que possibilitem a constru o de itiner rios formativos mediante o aproveitamento de cr ditos e a circula o de estudantes entre institui es cursos e programas de educa o superior diversifica o das modalidades de gradua o preferencialmente n o voltadas profissionaliza o precoce e especializada amplia o de pol ticas de inclus o e assist ncia estudantil e articula o da gradua o com a p s gradua o e da educa o superi
289. erta cursos com dura o mais prolongada do que as IES privadas O setor privado n o s atua com carga hor ria reduzida ao m nimo poss vel mas com v rios instrumentos facilitadores para os alunos o que no discurso aparece sob o v u da flexibilidade como aulas a dist ncia atividades complementares e carga hor ria de est gio bem reduzida Outro fator importante a ser observado que muitas IES do setor privado oferecem cursos em bairros mais distantes do centro tradicional o que facilita o acesso do estudante Por fim as IES privadas usufruem do sistema de financiamento governamental para manter boa parte dos seus alunos Outro aspecto a ser analisado na dimens o curricular pedag gica o fato da UFBA ainda que fazendo a ades o ao Reuni no ano de 2007 e introduzindo as mudan as de natureza curricular em virtude das Diretrizes Curriculares Nacionais n o realiza a revis o do seu Plano de Desenvolvimento Institucional PDI Este documento atualizado s publicado em 2012 tendo vig ncia de quatro anos e contempla em um cap tulo o Projeto Pedag gico Institucional PPI O PDI um documento que prev o desenvolvimento institucional em todas as dimens es ensino pesquisa e extens o O atraso na revis o do referido documento uma 137 o q No caso dos bacharelados os componentes curriculares passam a ser disciplinas atividades complementares est gio e atividade Os cursos passam a ter dura o entre 3
290. es de servi os ou adquirir bens iii falta de apoio log stico nas unidades or ament rias para dar conta da execu o or ament ria iv falta de um Plano Diretor definido um planejamento preparado para a execu o do Reuni v empenho da despesa sem a contrata o da presta o dos servi os ou entrega de bens Seja qual for o motivo a melhor alternativa numa execu o or ament ria realizar a maior quantidade poss vel do or amento autorizado e dentro do exerc cio financeiro evitando protelar a es que resultam em atrasos de toda esp cie inclusive de realiza o de obras reformas amplia es imprescind veis para o funcionamento timo de uma institui o de ensino Na UFBA o comportamento da execu o dos recursos 3 GNDs 1 3 e 4 Pessoal e encargos Sociais Outras Despesas Correntes e Investimentos respectivamente ou seja despesas de custeio e de capital 199 or ament rios advindos do Reuni seguiu a mesma tend ncia observada no mbito nacional o que analisado a seguir 6 2 A DIMENS O OPERACIONAL DO REUNI NA UFBA No caso da UFBA a falta de planejamento no gasto dos recursos or ament rios existente por falta de apoio administrativo nas unidades e h despreparo tamb m em termos de planejamento Isso impede a execu o de um volume maior de recursos dentro do prazo legal algo que foi constatado por Francisco Jos Gomes Mesquita ex vice reitor da UFBA Eu acho que isso planejamento
291. esas Ianni 1998 p 140 afirma que as ra zes do neoliberalismo est o no mercado mundial no fluxo de capital tecnologia for a de trabalho mercadoria lucro mais valia Lan a se diretamente num mundo sem fronteiras alf ndegas barreiras Reafirma princ pios da liberdade igualdade propriedade e contrato agora sob a gide das multinacionais corpora es conglomerados organiza es pouco localiz veis no sentido de que est o em muitos lugares e s vezes operam margem de institui es c digos estatutos ou constitui es nacionais Santos 2009 discute a globaliza o de maneira bastante cr tica pontuando a radicaliza o dos malef cios que este movimento propicia aos que ficam a sua margem sobretudo a popula o dos pa ses perif ricos Neste sentido diz o autor a globaliza o numa crescente de desemprego baixos sal rios e aumento consider vel da pobreza se imp e como f brica de perversidades A globaliza o uma onda do capital diferente das ocorridas anteriormente e se comp e por dois elementos os sistemas t cnicos tecnologia e sistemas pol ticos que estabelecem os favorecidos pela produ o capitalista Estes elementos n o s o dissociados e de maneira interdependente funcionam na pr tica social caracterizando a a a 27 batalha entre a na o ativa e a na o passiva podendo advir da o que se observa mais comumente a preponder ncia daquela sobre esta
292. esp rito cr tico A qualidade da educa o entendida pelo governo Lula da Silva PT no contexto do Reuni como a mudan a curricular cuja t nica a 135 Este comportamento por parte dos professores ficou evidente nas entrevistas com os coordenadores de curso quando afirmaram que no final das contas sabe se que os professores driblam as dificuldades e buscam assegurar o ensino de qualidade Grande parte dos coordenadores reconhece que a base da Universidade P blica termina absorvendo as condi es prec rias existentes e continua assegurando o funcionamento do ensino da pesquisa e da extens o Por fim importante lembrar a for a do movimento grevista na UFBA em 2012 Muitos professores est o na institui o h pouco tempo se inseriram ativamente na greve cuja pauta contemplava reivindica es relativas as adversidades advindas da implementa o do Reuni na UFBA Maiores informa es sobre a referida pauta no link lt https docs google com file d OB9kK4Gngi90rUHhpdVOFNWhoOXM edit pli 1 gt Acesso em dez 2012 249 flexibiliza o interdisciplinaridade cria o de modalidades diferentes de gradua o al m da efetiva o do v nculo entre educa o b sica ensino superior e p s gradua o Ao tratar sobre a reestrutura o curricular o governo Lula da Silva PT faz cr tica contundente ao modo como os cursos de gradua o das IFES est o organizados e s pr ticas pedag gicas adotadas consideradas t
293. estrutura f sica imprescind vel bem como a aquisi o de material permanente Os recursos para este fim s o do GND 4 Investimentos 213 2010 de 28 a 22 sendo que em 2008 apenas 13 do or amento autorizado foi pago O restante foi inscrito em Restos a Pagar e a maioria dos recursos est apenas empenhada n o liquidada Portanto inscritos em Restos a Pagar n o processados Outro aspecto a ser ressaltado em rela o e que coaduna com o que j foi abordado sobre a baixa execu o or ament ria do GND 4 a indica o em v rios pareceres de auditoria da Controladoria Geral da Uni o CGU da necessidade de a institui o proceder cria o de controles internos de gest o e ao refor o dos que existem de modo a obter informa es suficientes para monitorar e avaliar a gest o procurando aumentar a sua qualidade No Relat rio de Auditoria Anual de Contas RAAC do ano de 2007 j consta o registro de que h fragilidades nos controles internos da UFBA e no ano de 2010 o RAAC 2011 p 11 amplia tal constata o 2 Registre se que para o exerc cio de 2010 a UFBA n o elaborou a sua autoavalia o a respeito dos indicadores institucionais corroborando com o que j foi apontado em auditorias anteriores a respeito da inexist ncia de padr es de desempenho ou metas a serem atingidas pela entidade tendo por base os indicadores definidos pelo TCU Essa aus ncia impossibilita que fique evidenciado o esfor o d
294. estrutural da rela o de for as capital trabalho Este fen meno de arrefecimento da luta dos trabalhadores verificado no governo Lula da Silva PT o transformismo observado quando da assun o pelos sindicatos da cria o de Planos de Previd ncia Privada e da participa o de trabalhadores nos Conselhos Administrativos destes planos como forma de proteger o capital dos trabalhadores provocou uma esp cie de alian a entre governo sindicatos movimentos sociais e fra es da burguesia em torno da subordina o ao capital financeiro Assim concomitantemente com o discurso pautado na necessidade de manter os ajustes fiscais e nos poucos ganhos reais concedidos como algo que jamais outro presidente havia feito foi acontecendo o esvaziamento das lutas sindicais e a perda da oportunidade de realmente criar no pa s uma verdadeira pol tica social 110 voltada para a valoriza o do trabalho formal de melhor distribui o de renda de modo a caminhar rumo resolu o dos problemas sociais que afligem a popula o sobretudo os menos favorecidos O que se viu sobretudo foi a precariza o e a flexibiliza o do trabalho a manuten o da l gica de curto prazo de pequenas solu es para problemas estruturais Filgueiras e Gon alves 2007 reconheceram que Lula da Silva PT realizou pol ticas sociais focalizadas e n o universais como aquelas estabelecidas pelo Estado do Bem Estar Social quando trabalhadores tiveram aces
295. eta constante do Plano Nacional de Educa o PNE publicado no ano de 2001 no qual foi estabelecida a expectativa de ofertar educa o superior para pelo menos 30 da popula o jovem brasileira com idade entre 18 e 24 anos A estimativa era de efetivar tal oferta at o final de 2010 No n vel superior segundo informa es do INEP 2012 at o ano de 2010 o aumento de vagas de 72 ficando ainda distante do total estimado Entretanto levando em conta a oferta de ensino a dist ncia a quantidade de vagas nas IES p blicas alcan a o percentual de aumento na ordem de 96 Portanto em termos de vagas o governo Lula da Silva PT confirma o previsto e promove a amplia o desejada nas IFES Conforme pode ser observado a partir dos valores citados na Tabela 1 apesar de que tenha ocorrido a eleva o dos valores investidos no ensino superior at 2010 o incremento havia sido de cinco bilh es Levando em conta o aumento m dio observado ano ap s ano v se que at 2010 aproximadamente 65 da meta estabelecida no PDE foi cumprida Em termos anuais isso equivale a aproximadamente 16 do total investido Significa portanto que Lula da Silva PT para alcan ar a meta prevista no PDE teria de desembolsar 35 do total de investimentos em apenas um ano e num cen rio de queda constante do PIB o que indica a necessidade de contingenciar os gastos governamentais Tabela 1 Despesa do governo federal por fun o 364 Ensino Superi
296. etos estariam na gest o dos Planos de Previd ncia Privada Este conjunto de fatos e processos observados no governo Lula da Silva PT que deram conforma o ao poder pol tico e econ mico no Brasil comp em a hegemonia s avessas Ressalta Oliveira 2010 p 25 26 que hegemonia s avessas o que traduz melhor o governo Lula da Silva PT uma vez que este n o pode ser definido como patrimonialismo pois o que os administradores dos fundos de pens es estatais gerem capital dinheiro N o o patriacarlismo brasileiro de Casa grande e senzala de Gilberto Freyre porque n o nenhum patriarca que rA exerce o mando nem a economia dom stica N o populismo como sugere a cr tica da direita e mesmo de alguns setores da esquerda porque o populismo foi uma forma autorit ria de domina o na transi o da economia agr ria para a urbano industrial Nada disso est presente na nova domina o Para explicar o conceito de hegemonia s avessas Oliveira 2010 ainda cita a interpreta o gramsciana sobre hegemonia Afirma que esta constitu da dos elementos for a e consentimento Este resultante do conflito de classes no qual a classe dominante quando elabora a sua ideologia forja molda a classe dominada conforme a sua imagem e semelhan a Entretanto no caso da hegemonia s avessas elemento for a subtra do da equa o que traduz a hegemonia e o consentimento sofre um rev s concei
297. evistados alegam que ainda n o conta com a quantidade de professores necess ria e h casos espec ficos como os cursos da rea de sa de que a situa o ainda mais alarmante porque em fun o das suas especificidades precisam de uma quantidade de professores 15 20 que certamente o Reuni n o contemplar Todos os coordenadores reconhecem que o Reuni renovou parcialmente o quadro docente efetivo da UFBA e que este um aspecto positivo do programa porque atende a uma reivindica o antiga da categoria Por outro lado reconhecem que h excessiva carga de trabalho sobre os professores que muitos cursos ainda n o est o totalmente implantados e que em breve a falta destes profissionais aprofundar o j comprometido desenvolvimento das atividades pedag gicas de ensino pesquisa e extens o Diante deste cen rio vale retomar o tema contrata o de professores 20h e 40h A quantidade de vagas para professor com dedica o exclusiva pode ser insuficiente mas contratar profissionais com carga hor ria de 20h multiplicando as vagas n o resolve o problema da falta de professores porque s atuam no ensino Aumenta portanto a precariza o do ensino superior e aprofunda as j prec rias condi es de trabalho do professor f PE f EET 128 universit rio reconhecidas pelos coordenadores Somado a isso tr s indicadores de gest o 128 Os indicadores de gest o das IFES foram definidos pela Decis o n mero 408 2002 d
298. exigido pelo Tribunal de Contas da Uni o e que est nos Relat rios Anuais de Gest o UFBA A taxa de sucesso evidencia a quantidade de alunos formados dentro do tempo estimado de conclus o em n vel de gradua o e obtido pelo c lculo da divis o entre a quantidade de alunos concluintes e ingressantes 130 No curso de Administra o por exemplo conforme o Sistema Acad mico da UFBA as turmas de Matem tica t m sempre 60 alunos matriculados O mesmo acontece com disciplinas como Estudos Organizacionais I Administra o Cont bil dentre outras Este curso n o expandiu vagas em fun o do Reuni 237 disciplinas do campo das ci ncias exatas Com isso turmas de semestres mais avan ados ao contr rio est o funcionando com uma m dia de 25 alunos Sergio Farias constata este fato e exp e que a UFBA perde ano a ano praticamente um quarto das suas vagas desta forma com turmas avan adas vazias e chama a aten o para o fato de que falta aprimorar a gest o acad mica neste sentido Maximizando as turmas mais avan adas h sobras de professores para atuar nas disciplinas b sicas na pesquisa e na extens o Tenho uma coisa importante para falar Se voc fizer uma an lise da oferta e da ocupa o de vagas voc vai ver que existem in meras turmas com 12 alunos com 7 alunos com 14 alunos com 22 alunos quando poderiam ter 50 Porque cerca de vinte e sete por cento das vagas elas s o esperdi adas a cada se
299. expans o diversifica o avalia o supervis o qualifica o e moderniza o Este conjunto de resolu es determinam as in meras estrat gias que s o colocadas em pr ticas ao longo de oito anos do seu governo Em cada um dos princ pios citados uma gama de estrat gias elaborada e implementada mas a nfase na expans o do ensino superior via setor privado Estas estrat gias conforme afirma Lima 2008 est o consubstanciadas no marco regulat rio para a educa o superior no pa s entre eles a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o e o Plano Nacional de Educa o Neste sentido o Estado age como viabilizador desta expans o regulando o setor educacional e criando as bases financeiras necess rias Com isso surge o aparato de normas que constitui o marco 145 regulat rio da expans o da educa o superior no pa s nos moldes das prescri es hegem nicas Entre outras as principais normas publicadas durante o governo FHC citadas por Lima 2005 s o cria o do Conselho Nacional de educa o regulamenta o a escolha dos dirigentes das IFES LDB 1996 Programa de Cr dito Educativo cria o do Sistema Nacional de Avalia o institui o do Sistema Federal de Ensino cria o da Gratifica o de Est mulo doc ncia no Magist rio Superior GED estabelece o Fundo de Financiamento do Estudante no N vel Superior FIES aprova o do Plano Nacional de Educa o e o Projeto de Lei de Ino
300. ficativa de que promove a democratiza o do seu acesso s camadas mais pobres da popula o No que diz respeito aos avan os que o poderia trazer a exemplo da amplia o do financiamento para a Universidade P blica e a dedu o dos gastos com pessoal do c lculo do montante destinados s IFES o PNE n o inova Outro ponto importante do PNE a nfase no ensino a dist ncia Deste plano adv m a meta de prover a educa o superior a 30 da camada jovem da popula o nacional com idade entre 18 e 24 anos A expans o do ensino superior que j vinha sendo feita intensificada por meio do ensino a dist ncia O argumento que justifica o uso desta modalidade de ensino propiciar o acesso 146 das camadas populares Universidade P blica e formar novos profissionais com o intuito de assegurar lhes a empregabilidade O PNE serve portanto para que o governo FHC fa a o seu plano para a educa o nacional incluindo a superior e retire da Universidade P blica as suas condi es de sobreviv ncia reduzindo os investimentos p blicos sugerindo que preste servi os privados para assegurar sua receita pr pria atrav s das Funda es de Apoio e parcerias com o setor privado al m de conforme afirmado por Pereira de Deus 2008 colocar a Universidade P blica no mesmo patamar de controle e avalia o das IES privadas ou seja tem de ser produtiva em termos de vagas e amplia o da sua capacidade operacional tanto quanto a
301. ficiente os seus recursos or ament rios Na concep o deste governo esta uma realidade que precisa ser transformada porque a educa o superior necessita estar em conson ncia com as estrat gias do desenvolvimento econ mico uma vez que tida como elemento primordial neste processo A reforma educacional de FHC ocorreu particularmente fortalecendo o setor privado que expandiu consideravelmente as vagas na educa o superior Com o mercado nacional privado da educa o j devidamente acomodado Lula da Silva PT n o muda os rumos da reforma educacional de FHC seguindo a mesma linha de ades o s prescri es dos organismos internacionais e n o reduz a atua o privatista mas busca o incremento de vagas no ensino superior via expansionismo da Universidade P blica ofertando para isso maiores investimentos As estrat gias da reforma ocorrida nos dos dois governos ser o a seguir discutidas e ambos enfatizam nas suas pol ticas educacionais a amplia o do acesso ao ensino superior e amparam esta op o pol tica no argumento de que com isso democratizam o acesso particularmente das camadas populares a este n vel de ensino Portanto considera se importante analisar o entendimento do significado de democratiza o do acesso educa o superior neste estudo uma vez que ao longo desta reflex o pretende se demonstrar que a reforma educacional brasileira forjada no contexto da reestrutura o capitalista e da acumula o
302. fo da autora A reforma proposta por FHC realmente modifica o cen rio da educa o nacional porque agem sobre os seus mais diversos aspectos numa tentativa de abarcar via marco regulat rio todo o funcionamento do sistema nacional de educativo A expans o realmente ocorre via aberturas de vagas no setor privado e particularmente atrav s do ensino a dist ncia Entretanto todas as modifica es s o pautadas como j foi dito nas prescri es dos organismos internacionais Particularmente nos documentos do Banco Mundial e da Unesco Todas estas a es como afirmado por Chau 2001 e Sguissardi 2009 colocam a Universidade P blica numa situa o de heteronomia o que significa reduzir ainda mais a sua 147 condi o de aut noma ma vez que est cerceada por pol ticas governamentais devidamente amparadas na legisla o vigente e no padr o hegem nico A Universidade P blica se subordina deste modo cada vez mais ao modus operandi do sistema educacional mundial e passa a ocupar lugar preponderante num cen rio de competitividade como protagonista do reconfigura o do modo de produ o capitalista reconhecido o descaso do governo FHC com a Universidade P blica que passou anos recebendo parcos investimentos que nem mesmo asseguram a sua sobreviv ncia Limoeiro 2001 chama a aten o para a vincula o entre a reforma da educa o superior na era FHC e o Banco Mundial abordando que a subordina o da
303. foram considerados importantes para as coletas das informa es e iv realiza o da coleta das informa es No primeiro procedimento da etapa de observa o os seguintes instrumentos foram definidos levantamento documental e entrevistas semiestruturadas e estruturadas Essa defini o foi baseada no estudo de v rias t cnicas de levantamento de informa es da compreens o daquelas que seriam mais adequadas para o tipo de estudo realizado e respeitando as etapas do modelo anal tico bem como a defini o dos atores No segundo procedimento da etapa de observa o a fim de verificar a precis o e a clareza das quest es constantes da pauta das entrevistas seguindo as orienta es de Quivy e Campenhoudt 2005 e Gil 2002 que consideram importante e necess rio testar os instrumentos de coleta das informa es antes de serem aplicados foi feito teste preliminar com um grupo de cinco professores da UFBA com conhecimento sobre o Reuni escolhidos aleatoriamente e atendendo ao crit rio da acessibilidade por parte da pesquisadora Esses professores foram reunidos em uma sala da Escola de Administra o ouviram as quest es e expuseram suas compreens es e d vidas acerca delas A delimita o dos atores e setores da UFBA campus Salvador importantes para a coleta das informa es foi o terceiro procedimento da etapa de observa o Antes de tudo foi feito o recorte dos setores onde as informa es seriam buscadas bem
304. forma universit ria 2 Ensino superior e Estado 3 Democratiza o da educa o I Universidade Federal da Bahia Escola de Administra o II T tulo CDD 378 81 TERMO DE APROVA O LEIDIMAR C NDIDA DOS SANTOS O REUNI E A DEMOCRATIZA O DO ACESSO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESTUDO A PARTIR DAS DIMENS ES OPERACIONAL E REESTRUTURA O CURRICULAR PEDAG GICA Tese aprovada como requisito parcial para obten o do grau de Doutor em Administra o Universidade Federal da Bahia pela seguinte banca examinadora ull Jos Ant nio Gomes de Pinho Orientador Doutor em Regional Planning University of London UK Universidade Federal da Bahia NPGA UFBA Maria Elisabete Pereira dos Santos Coorientadora i Ss w Doutora em Ci ncias Sociais Universidade Estadual de Campinas Unicamp Universidade Federal da Bahia To Fernando de Souza Coelho JJ Doutor em Administra o P blica e Governo Escola de Administra o de S o Paulo da Funda o Getulio Vargas EAESP FGV Escola de Artes Ci ncias e Humanidades da Universidade de S o Paulo EACH USP Ademar de Lima Carvalho Doutor em Ed o Brasilei Mar lia mao Instituto de Ci ncias Sociais Campus Universit rio de Rondon polis Universidade Federal de Mato Grosso Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho UNESP Maria Couto Cunha Eid Doutora em Educa o Faculdade de Educa o Univers
305. houve mudan a significativa no governo de Lula da Silva PT A quest o do trabalho que deveria ser central permaneceu subordinada ordem do capital financeiro internacional Esta subordina o n o foge regra da reestrutura o produtiva do capital Uma vez aderindo ao projeto hegem nico a flexibiliza o das rela es trabalhistas e o solapamento da classe trabalhadora foi uma consequ ncia natural Posto que existam alguns ganhos estruturais neste campo que n o s o negados absolutamente o que era esperado de um l der trabalhista acabou por constituir se s avessas no transformismo devidamente abordado neste texto com base nos estudos de Luciano Coutinho 2010 Durante os oito anos de governo Lula da Silva PT os sindicatos passaram por um n tido arrefecimento em termos de lutas pelos direitos dos trabalhadores Nos estudos de Gon alves 2010 Mineiro 2010 Filgueiras e outros 2010 assim como foi analisado por Luciano Coutinho 2010 Oliveira 2010 afirmado ser tal arrefecimento produto do embate entre as for as antag nicas capital e trabalho O vitorioso foi o capital que tratou de subordinar as lutas sindicais e dos movimentos sociais l gica da pol tica econ mica no sentido de que a nica via seria aquela de respeitar e contribuir para a manuten o dos fundamentos b sicos do equil brio macroecon mico e nestes n o estiveram compreendidos ganhos reais aos trabalhadores de modo a promover a altera o
306. humanos ou seja de modo a forjar o homem que atenda s demandas de valoriza o do capital Uma vez vinculada ao capital e ao modo de produ o fordista a educa o teve o seu funcionamento marcado tamb m pelas fases e peculiaridades espaciais pol ticas e econ micas que os caracterizam Embora o modus operandi fordista tenha alcan ado a educa o de modo geral transformando a em ferramenta de materializa o da divis o social 121 do trabalho e da valoriza o do capital preciso elucidar que n o se pode dizer que houve um s conceito ou um nico modelo de educa o vigente nos pa ses avan ados E tampouco uma mesma forma de organiza o formal do espa o e da estrutura de funcionamento escolar Isso ficou muito vinculado regula o presente em cada pa s compreens o hist rico cultural que cada na o tinha sobre a forma o educacional e tamb m aos tipos de contradi es e resist ncias existentes no mbito do espa o escolar O sistema educacional dos pa ses desenvolvidos acompanhou o imperativo fordista da alta produtividade das condi es em que o trabalho foi colocado dentro da l gica da acumula o capitalista e da atua o do Estado enquanto provedor das pol ticas sociais Neste sentido pensar a educa o consiste em inseri la na ordem econ mica e o Estado o que para Charlot 2007 coloca a educa o a servi o do desenvolvimento capitalista No contexto do fordismo essa estrat
307. ica Latina e o Caribe 135 regulamenta o estabelecida delegar esta a o desde que haja controle e fiscaliza o de modo a resguardar a educa o superior como um direito social estendido a todas as camadas sociais da popula o As facilidades para que o modelo de educa o forjado nos pa ses desenvolvidos possa ser comercializado s o contempladas como j dito nos pronunciamentos da OMC nesse contexto que s o constitu das regras tais como 1 evitar cria o de barreiras desnecess rias ao livre com rcio entre as na es 11 n o ser mais exigente do que o necess rio para manter a qualidade do servi o ofertado iii reconhecimento de t tulos e qualifica es feitas em outros pa ses O fato que ao estabelecer regras que devem ser cumpridas por todos os pa ses envolvidos termina se por criar situa es de desigualdades uma vez que a concorr ncia entre os pa ses centrais e perif ricos n o ocorre em condi es similares existindo inger ncia dos que possuem maior poder no mercado Inger ncia materializada por meio do dom nio do capital pela condi o de depend ncia dos pa ses perif ricos e a falta de recursos tecnol gicos que apresentam A OMC conforme afirmado por Siqueira 2004 trata da oferta dos servi os educacionais qualificando os como bens econ micos definindo suas modalidades propondo redu o dos gastos neste setor por parte do Estado enfatizando a realiza o de parcerias
308. ica em solidariedade por excel ncia porque transfere a responsabilidade de custeio dos benef cios dos aposentados e pensionistas atuais aos segurados que ainda est o na ativa Da mesma forma as gera es futuras ser o mantenedoras dos benef cios daqueles que est o contribuindo no presente e assim sucessivamente Este sistema foi considerado atrasado no come o dos anos 1990 porque onerava o Estado e ao mesmo tempo devido ao monop lio estatal da sua gest o a sua explora o estava impedida por parte do setor privado J sob a influ ncia dos preceitos neoliberais come a no pa s a prepara o interna por parte do Estado para as diversas reformas que seriam efetivadas mais tarde de maneira mais radical A quest o da previd ncia privada passar a constar da pauta nacional sendo fortalecida no governo Lula da Silva PT Jardim 2008 elaborou tese de doutoramento em que discutiu o interesse dos sindicatos pelos Fundos de Previd ncia Privada no Brasil Este fen meno foi observado no cen rio nacional de maneira mais intensa a partir de meados dos anos 1990 No governo Lula da Silva PT em 2003 o fundo de pens o sindical foi regulamentado A gest o de Fundos de Previd ncia Privada que movimentam recursos vultosos na ordem de at 16 do produto Interno bruto PIB brasileiro desloca o campo de atua o dos sindicatos da tradicional luta pelos direitos trabalhistas para a inser o no mercado financeiro Este fato anuncia a aproxima
309. icas fordistas agora tamb m rearticuladas com as propostas de pol ticas de pleno emprego e de prote o social do Estado a fim de garantir um determinado padr o e qualidade de vida exigidos pelos movimentos de trabalhadores contaminados pela vit ria socialista Ao Estado coube um papel central como j referenciado De posse do poder institucional regeu os arranjos estrat gicos necess rios via manejo da economia e o estabelecimento de pol ticas sociais de modo a controlar os ciclos econ micos e assegurar o crescimento da produ o de um lado e o consumo de massa do outro Gra as a um per odo de crescimento econ mico constante os investimentos p blicos puderam ser pesados nas reas sociais e em outras como a de infraestrutura Hirsch 2010 p 145 v neste momento de fortalecimento do fordismo o seu modo de regula o Para ele O modo de regula o fordista se baseou na exist ncia de grandes organiza es sociais inclusivas em um Estado intervencionista em amplas esferas da sociedade partidos de massa burocratizados sindicatos 45 federa es empresariais e agr rias associa es de m dicos e nucleamento de diferentes interesses que se propunham a operar politicamente os processos do mercado capitalista bem como as estruturas e desenvolvimentos da sociedade mediante sistemas de negocia o centralizados O mundo do trabalho vivenciou no per odo p s guerra diferentes experi ncias De maneira ge
310. icional a exemplo da Universidade Federal do Sul da Bahia e de outras criadas mais recentemente A novo desenho curricular proposto pelos BIs criticado por ser inspirado no modelo europeu de organiza o do ensino superior implantando no contexto da Uni o Europeia EU a partir da Declara o de Bolonha publicada no ano de 1999 que para Cabrito 2009 promove a reforma do ensino superior na Europa com os objetivos de ampliar a mobilidade da m o de obra qualificada entres os pa ses da EU aumentar a competitividade do n vel de ensino superior adotar o modelo de forma o por compet ncias e torn lo uma estrat gia da constru o da sociedade do conhecimento Com isso os modelos cl ssicos de cursos superiores foram substitu dos por sistemas de cursos criados dentro de um padr o de tr s ciclos compar veis em termos de tempo de dura o credita o e tipo de forma o ofertada O primeiro ciclo com dura o m dia de tr s anos corresponde gradua o o segundo ao mestrado e o terceiro ao doutorado Com o argumento de forma o da sociedade do conhecimento o processo de Bolonha evidencia a ado o de medidas pol ticas que buscam a efici ncia dos gastos p blicos no que diz respeito s pol ticas sociais Deste modo diante da necessidade de tornar o sistema de ensino mais eficiente termina contemplando a es educacionais que mais contemplam o mercado do que o indiv duo e o fortalecimento da educa o como bem p
311. idade Federal da Bahia Faculdade de Educa o Universidade Federal da Bahia Salvador 30 de agosto de 2013 A Oracina minha primeira professora e de quem tenho a honra de ser filha Cleo Eunice e Marli que na minha escolha por fazer a travessia pelo fundo do lago deram me as suas m os e me trouxeram ressurgida para a outra margem Hamilton Junior Clara Mariane Laura Rafael e Douglas sobrinhos amados AGRADECIMENTOS O significado de agradecer expressa para mim a import ncia e participa o do outro nesta caminhada e ainda a constata o de que s consegui alcan ar os meus objetivos porque recebi das mais diversas pessoas em diferentes momentos e das mais variadas formas atitudes que me trouxeram alento companhia alegria ajuda conhecimento sabedoria e sobretudo me mantiveram esperan osa de que poderia conseguir chegar ao final de mais um entre tantos momentos de aprendizagem O meu agradecimento inicial a Deus por ter fortalecido em mim a coragem e a persist ncia Ademais agrade o a todos os que estiveram ao meu lado durante o doutoramento e com quem compartilho a alegria por t lo conclu do Aos professores Jos Ant nio Gomes de Pinho e Maria Elisabete Pereira dos Santos aos quais agrade o especialmente por terem aceitado a minha orienta o em momento desafiador Obrigada por terem compartilhado comigo os seus conhecimentos e orienta es A professora Maria Teresa Franco Ribe
312. idade ganha diferentes contornos porque estabelecida dentro das rela es sociais sendo influenciada ideologicamente O seu significado no contexto da democratiza o tem dimens o social e p blica constituindo se portanto quando agregada educa o em um direito social que deve ser ofertado pelo 24 governo aos cidad os Neste sentido a educa o de qualidade indispens vel para forjar sujeitos sociais Diante do exposto reafirmando o que j foi dito o que se observa na an lise do cen rio nacional um tra o de continuidade entre os governos FHC e Lula da Silva PT em que os fundamentos advindos da l gica da reestrutura o do capital s o mantidos na pol tica econ mica nacional determinando as pr ticas pol ticas desses governos e definindo a reforma da educa o nacional Neste sentido h evid ncias que parecem atribuir ao Reuni a natureza de produto de um projeto econ mico pol tico mais amplo localizado dentro de uma estrutura de poder que continua tendo da educa o uma vis o reducionista compreendida como estrat gia de domina o e como inst ncia de forma o da m o de obra necess ria ao aumento da lucratividade do capital enquanto caminho de legitima o das pr ticas que descaracterizam a democratiza o do acesso ao ensino superior Considerando que a implanta o do Programa Reuni na Universidade P blica brasileira recente e parece ter diferentes contornos a depender da reali
313. idar com a capacidade excedente porque com a queda da produ o e a descontinuidade da l gica de produzir em massa o n vel de ociosidade dos ativos fixos foi elevado Era preciso adotar medidas que pudessem resolver isso tais como buscar novas linhas de produ o investir em outros nichos de mercados promover a dispers o geogr fica em busca de explorar outras zonas de com rcio apropriar se da inova o tecnol gica para automatizar postos de trabalho enfim reestruturar se de maneira que a antiga estrutura se tornasse flex vel mais rent vel e menos dispendiosa Outro ponto sintom tico da crise que rondava foi o fato de que as na es reconstru das pelos Estados Unidos e que at ent o absorviam a sua produ o em massa j tinham produzidos excedentes que precisavam ser negociados no mercado internacional Neste contexto a eminente crise sinalizava na opini o de Druck 1999 a amea a hegemonia americana no campo econ mico porque a redu o da sua capacidade competitiva para as empresas europeias e japonesas representava a diminui o do seu mercado consumidor Entre as estrat gias do capital para passar l gica da produ o flex vel como alternativa produ o em massa estava a proposi o da nova organiza o do trabalho formatada pelo toyotismo que aparecia com fortes ndices de produtividade aliados contrata o do trabalho considerada bem mais flex vel e menos onerosa do que aquela at ent o
314. iente do curso ou tem tido dificuldades para acomod los 6 O curso criado obteve estrutura f sica pr pria ou nova ou funciona nas instala es j existentes 7 O curso obteve os laborat rios de que necessita para funcionar Se sim foram advindos do Reuni 8 Os equipamentos dos laborat rios foram adquiridos atrav s do Reuni 9 At o momento qual o ndice de evas o do curso 10 A partir do Reuni foram criadas novas formas para preencher as vagas ociosas ou s conhece o preenchimento via vagas residuais 11 O curso tem conseguido preencher todas as vagas ociosas 12 Conhece medidas para combater a evas o que tenham sido advindas do Reuni 13 Qual a perspectiva de quantidade de alunos na primeira turma de formandos 14 Quantos professores foram contratados via Reuni para assegurar o funcionamento do curso 15 Al m dos professores contratados o curso conta com professores de outras gradua es para seu funcionamento 283 16 Na sua opini o para assegurar o funcionamento timo do curso ainda precisaria contratar professores Sem sim quantos 17 No curso h professores substitutos Se sim quantos 18 O curso obteve contrata o de servidores para o seu funcionamento ou os novos servidores s o de outros cursos criados que foram compartilhados com o curso 19 Quantos servidores foram contratados para o curso em vagas provenientes do Reuni per odo de 2008 2012 20 Quantos servidores ainda precis
315. ifes n o concedeu a entrevista Todavia o pr prio diretor ou a sua assessoria de imprensa tenham sido procurados em v rias oportunidades e responderam prontamente ao pedido da entrevista chegando a marc la por seguidas vezes a desmarcaram justificando cansa o do diretor ou falta de agenda Quanto aos coordenadores de cursos do total de cinquenta quarenta e seis foram entrevistados Dos que n o concederam a entrevista apenas um disse claramente que n o tinha tempo para conced la em fun o da sua carga de trabalho di ria Outros dois receberam a pesquisadora pessoalmente reconheceram terem recebido outros contatos pedindo a entrevista e mail e telefone concordaram em falar mas disseram que entrariam em contato para agendar uma data e n o o fizeram O ltimo recebeu todos os contatos foi bastante atencioso e gentil em todas as ocasi es em que foi procurado pessoalmente disse estar sem tempo para dialogar e se mostrou disposto a colaborar realizando a entrevista via meio eletr nico mas n o retornou marcando a data 182 preciso registrar que todas as entrevistas foram realizadas no espa o institucional seja da UFBA do Minist rio da Educa o ou do ANDES Na realiza o das entrevistas com o primeiro grupo de atores n o houve registros de dificuldades encontradas Tanto o acesso quanto a marca o das entrevistas e obten o das informa es por parte dos entrevistados foi bastante natural J na realiza
316. ilh es para R 762 milh es Neste sentido os recursos provenientes do Reuni se tomados em rela o ao or amento global vigente equivalem aos valores da receita pr pria Isto posto conclui se que levando em conta a reestrutura o advinda das demandas do aumento consider vel das vagas na UFBA os recursos do Reuni s o tamb m pequenos em rela o s demandas or ament rias desta institui o Apesar de todo o otimismo contido no discurso oficial e daqueles que defendem o Reuni como meio para reestruturar a Universidade P blica e expandir a educa o superior at o ano de 2010 apesar do aporte de recursos or ament rios na UFBA as informa es da Tabela 6 indicam que os valores realmente autorizados pelo governo Lula da Silva PT no c mputo geral ficam abaixo da expectativa contida no Acordo de Metas assinado pela UFBA Tabela 6 Recursos do Reuni estimados pela UFBA e valores que foram autorizados por GND no per odo de 2007 2010 Anos Custeio Custeio Varia o Investimentos Investimentos Varia o Estimado Autorizado Estimados Autorizados 2007 620 965 100 49 464 100 2008 6 199 528 7 241 463 16 8 10 038 018 688 836 93 2 2009 19 939 423 8 162 678 59 1 25 432 327 15 205 158 40 2 2010 34 430 951 16 403 358 52 4 25 432 327 25 554 489 0 48 Fonte Relat rios de Gest o Or amento Reuni Executado UFBA C ma
317. ilho quando concedeu entrevista Para o referido pr reitor o Reuni apresentou se como uma oportunidade da UFBA receber recursos para investimentos algo de que necessitava h muito tempo e por isso n o podia deixar de participar deste programa a Universidade assim A Universidade assinou com o MEC um termo de compromisso Pode ler o termo de Compromisso S o metas gerais N o diz qual a matriz curricular dos cursos O fundamental o seguinte o governo cede os recursos professores e t cnicos e em troca ampliam se as vagas do vestibular Essa a quest o central Essa constata o reafirmada a partir dos dados apresentados no Gr fico 3 relativo a oportunidade de receber recursos motivada pela no qual verifica se que o maior incremento esperado pela UFBA foi em rela o a investimentos ou seja recursos para serem aplicados em obras e aquisi o de material imobilizado apesar de que o custeio tamb m tenha sido contemplado contrata o de pessoal pagamento de bolsas manuten o etc Gr fico 3 Recursos or ament rios estimados pela UFBA em fun o do Reuni por GND de 2008 a 2010 em milhares de reais 60 000 000 50 000 000 40 000 000 E 4 Investimentos 30 000 000 E 1 3 Custeio Pessoal 20 000 000 10 000 000 0 E Total 2009 2010 Fonte Proposta de inclus o da UFBA ao Reuni 2007 No Gr fico 3 est demonstrado a expectativa do volume de gastos governamentais em custe
318. imo de 40 vagas em Salvador Levando em conta o total da expectativa a ser realizada subtraindo as 800 vagas prometidas para licenciaturas especiais a UFBA cumpre o prometido pelo governo Lula da Silva PT porque de fato amplia as suas vagas em praticamente 98 do esperado contemplando tamb m conforme planejado a expans o no per odo noturno importante ressaltar que para a ades o ao Reuni feita a promessa de amplia o de maneira inespec fica quanto localiza o espacial ou seja sem indicar onde ocorreriam as amplia es se em Salvador ou nos campi do interior tampouco se em cursos presenciais ou a dist ncia se em cursos efetivamente novos ou j existentes 121 bu 2 n O PROLE Programa Licenciaturas Especiais oferta cursos de licenciaturas em car ter excepcional e tem por objetivo formar professores vinculados ao sistema educacional estadual No documento de ades o ao Reuni foram projetadas a oferta de 800 vagas via PROLE mas este tipo de curso j ocorria na UFBA antes de 2007 e tamb m n o s o contemplados nas estat sticas elaboradas pela institui o como UFBA em N meros 227 Em rela o amplia o de vagas no per odo noturno a maior contribui o novamente dos BIs que ofertam 900 vagas seguidos da Escola Polit cnica engenharias com 280 vagas e Direito com 200 vagas As demais foram distribu das pelas outras unidades administrativas da UFBA interessante observar qu
319. ina focando em especial o caso do Brasil constru da por Oliveira 2003 Em seus estudos o autor trata da quest o do desenvolvimento dos pa ses perif ricos ressaltando a aus ncia apesar dos diversos estudos realizados sobre a tem tica de uma teoria do subdesenvolvimento que contemple as especificidades encontradas na realidade brasileira Oliveira 2003 constr i os seus argumentos cr ticos a partir de dois pontos 1 a inclus o da pol tica na articula o das formas econ micas subdesenvolvidas 11 a constata o de que a pol tica n o externa aos movimentos de classe perspectiva encontrada no pensamento de Marx Enquanto a preocupa o em explicar o modelo de desenvolvimento se concentrava em aspectos externos particularmente nas rela es hierarquizadas entre as na es centrais e a periferia ou seja em mostrar o que falta nos pa ses perif ricos em rela o ao que possuem os desenvolvidos deixou se de construir uma teoria do subdesenvolvimento cujo foco deveria ser os aspectos internos e as estruturas de domina o que configuram a acumula o capitalista nos pa ses da periferia do sistema Para Oliveira 2003 p 33 o debate em torno do desenvolvimento centrou se nas rela es externas e o problema transformou se assim em uma oposi o entre na es passando despercebido o fato de que antes de oposi o entre na es o desenvolvimento ou o crescimento um problema que diz respeito op
320. inha empregado e ao mesmo tempo tentavam impedir supera o por parte das empresas da rigidez em fun o dos contratos estabelecidos antes do contexto de crise Druck 1999 p 38 constata que No mbito do processo de trabalho constata se um movimento generalizado de lutas e resist ncias nos locais de trabalho expressas nos ndices de absente smo de turnover nos defeitos de fabrica o e na quebra do ritmo de produ o Ao mesmo tempo avan a o poder dos sindicatos que exigem a continua o dos ganhos de produtividade incorporados aos sal rios Do outro lado estava o Estado que funcionava como mantenedor do fordismo viabilizando o sal rio social da popula o A demanda por servi os p blicos aumentava e era preciso assegurar cada vez mais o acesso da popula o aos direitos sociais al m de combater o desemprego e o avan o dos n veis de pobreza Entretanto para isso o Estado dependia de recursos cada vez maiores e certa estabilidade sob o ponto de vista fiscal o que estava atrelado ao equil brio produtivo do fordismo A defla o verificada nos anos 1973 1975 foi uma demonstra o de que as finan as do Estado estavam comprometidas porque os recursos obtidos eram insuficientes para evitar a crise fiscal e ao mesmo tempo a sua legitima o 49 uma vez que ocupava papel de provedor do bem estar social e j n o conseguia mais se manter na mesma posi o O capital corporativo por sua vez tinha de l
321. interiorizar o ensino superior lev lo at onde est o as camadas menos favorecidas da popula o Este governo compreendeu o sistema nacional da educa o como um conjunto de institui es p blicas e privadas Mas enfatizou a expans o via setor privado e justificou sua op o no fato de que a Universidade P blica n o tinha as condi es adequadas de oferta bem como era preciso reduzir gastos governamentais para produzir super vit fiscal Assim a l gica do controle rigoroso das contas p blicas e a estrat gia do empresariamento do ensino superior favoreceram a sua expans o via setor privado Lula da Silva PT assumiu o governo durante a vig ncia da LDB e do PDE que foram marcos regulat rios importantes da reforma educacional de FHC N o apenas por isso mas por ter havido o alinhamento do referido governo em rela o ordem vigente o modelo de reforma da educa o superior assim como a condu o pol tica e econ mica do pa s n o sofreu grandes modifica es com o governo do Partido dos Trabalhadores A nfase de Lula 264 da Silva PT ao contr rio de FHC foi na expans o de vagas via Universidade P blica com o argumento de que era preciso aproveitar a capacidade operacional ociosa desta institui o sobretudo no per odo noturno Na verdade o setor privado da educa o superior j se encontrava acomodado depois de anos seguidos de grande crescimento Portanto a estrat gia de Lula da Silva PT s podia se
322. io e investimentos da UFBA em fun o da ades o ao Reuni Com o objetivo de demonstrar qual a varia o destes gastos em rela o ao ano de 2007 quando os recursos do Reuni ainda n o constavam do or amento da UFBA s o apresentadas na Tabela 4 as varia es no per odo de 2008 a 2010 com o objetivo de esclarecer qual de fato o incremento esperado pela UFBA nos GNDs Investimentos Custeio e Pessoal 205 Tabela 4 Previs o de incremento percentual em rela o a 2007 estimado pela UFBA e proveniente do Reuni em Natureza da despesa Anos 2007 2008 2009 2010 ain ve AtnCatos 33 850 462 29 7 15 15 do Re 536 969 781 1 2 3 7 6 4 Total 570 820 243 30 0 78 1 81 4 Fonte Or amento da UFBA 2007 A expectativa da UFBA sobretudo para investimentos Esta tend ncia confirmada quando foram autorizados montantes maiores para o GND 4 A quest o que se coloca a partir de ent o relativa manuten o de toda a infraestrutura criada ou expandida ao longo da vig ncia do Reuni Os recursos para este tipo de a o s o da rubrica custeio ou seja ap s a expans o precisar ser ampliado significativamente para manter a eleva o dos n veis de gastos em manuten o Em termos de varia o percentual dos investimentos advindos do Reuni a expectativa da UFBA maior em termos m dios do que a apresentada pelo governo Lula da Silva PT ver tabela 2 importante sinaliz
323. ir dos anos 1970 subsidiam neste estudo a explica o do trajeto percorrido pelas institui es no caso deste estudo particularmente a Universidade P blica bem como os arranjos desenvolvidos no contexto da crise do capitalismo mundo do trabalho tecnologia educa o cultura pol tica dentre outros Deste modo pode se dizer que compreender o modo como um programa de governo Reuni se efetiva remete an lise de um fen meno cuja complexidade determinada por m ltiplas vari veis que constituem um modo de ser social O significado da acumula o flex vel o pensamento ideol gico que a fundamenta atrav s do modo de regula o o lugar que ocupa o Estado e as institui es s o pontos aqui discutidos porque fundamentam a constitui o do projeto de desenvolvimento capitalista sob a tica pol tico econ mica e ideol gica a partir dos anos 1970 Estas considera es s o feitas com base nas teorias sistematizadas por estudiosos que explicam a reestrutura o capitalista tendo como suporte o momento hist rico reconhecido como o esgotamento do padr o de x 3 6 2 a acumula o baseado no fordismo Porque se pretende compreender a partir da as diferentes 5 Nos estudos de Hirsch 2010 o regime de acumula o aquele definido por Lipietz 1985 p 120 designa se um modo de produ o determinado que garanta por per odos mais extensos as rela es de correspond ncia entre as condi es materiais de produ
324. iranda Filho Ent o quando voc fala assim unidades universit rias da UFBA algumas aderiram ao Reuni outra n o E falso Ningu m perguntou se a unidade administrativa ia aderir A ades o n o foi por unidades universit rias mas por Universidades A Universidade foi quem assinou o contrato O que a unidade administrativa poderia fazer era afirmar ser contra o Reuni A delibera o da UFBA O reitor assina ou n o um contrato com o governo Este acordo aqui O Acordo de Metas n mero oito Apesar da ata que comprova a reuni o do Consuni e a afirma o do ent o reitor Naomar Almeida Filho sobre ter discutido a destina o dos recursos Reuni parece que este assunto ficou restrito ao Conselho Universit rio Os coordenadores de cursos afirmam n o terem conhecimento sobre tal destina o e que para eles as discuss es ficam apenas na esfera administrativa das unidades onde trabalham Do total de coordenadores entrevistados 51 disseram n o participar de qualquer reuni o em que a decis o de onde aplicar os recursos discutida 10 afirmam que o diretor da unidade administrativa na qual s o lotados comunica informes advindos de reuni es com as esferas superiores da UFBA 39 afirmam que s participa das decis es do Reuni enviando demandas de m veis espa o f sico e pessoal Diante disso pode se concluir que na UFBA al m de n o ter um planejamento previamente definido para a execu o do Reuni a decis o da ap
325. iro pelas primeiras orienta es que deram origem a esta tese Ao professor Sandro Cabral coordenador do N cleo de P s Gradua o da Escola de Administra o NPGA pelo apoio e confian a Aos professores do doutorado do NPGA que contribu ram significativamente para minha forma o em especial Profa Paula Schommer e Prof Genauto Carvalho de Fran a Filho Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES e ao N cleo de P s Gradua o da Escola de Administra o UFBA por concederam me bolsa de estudos e com isso proporcionaram melhores condi es para me dedicar ao programa de doutoramento s colaboradoras do NPGA Dacy e Ana lia pela aten o com que sempre me atenderam e pela contribui o efetiva ao setor t cnico administrativo do NPGA Aos meus pais Orozino e Oracina a quem tenho a alegria de anunciar que mais uma etapa dos meus estudos foi conclu da Aos meus irm os C ndida Orismar Lucimar e Simony ao compadre Divaldo e a prima F tima pela conviv ncia fraternal e por desejarem o meu sucesso As amigas Cleone Gomes de Oliveira Marli Moreira Silva e Eunice Ribeiro dos Santos pela companhia sempre carinhosa pelo incentivo e paci ncia ao longo dos meus estudos A Carmen L cia Lavigne que tanto contribui para o meu amadurecimento Aos amigos Alexander Andr a Pessoa Anita Cec lia Claudina Denize Divino Gleiva Mirian Paola Requena Sandra Torres e Suzete Esp
326. is 20 ed Petr polis Vozes 2002 MINEIRO Adhemar S Desenvolvimento e inser o externa algumas considera es sobre o per odo 2003 2009 no Brasil In Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 MANDEL Ernest A Crise do Capital Os fatos e sua interpreta o marxista S o Paulo Ed Ensaios 1990 M SZ ROS Istv n A Educa o para al m do capital Rio de Janeiro BoiTempo Editorial 2008 MOIS S Jos lvaro Li es de liberdade e de opress o os trabalhadores e a luta pela democracia Rio de Janeiro Paz e Terra 1982 MORAES NETO Benedito R Marx Taylor e Ford as for as produtivas em discuss o S o Paulo Brasiliense 1989 MORAES Reginaldo Carmello Correa de Estado desenvolvimento e Globaliza o S o Paulo UNESP 2006 MORIN Edgar Introdu o ao pensamento complexo Porto Alegre Editora Sulina 2006 NOGUEIRA Marco Aur lio A agenda cristalizada o Estado e o Governo Lula Servi o Social amp Sociedade S o Paulo ano XXIV n 76 p 6 36 novembro 2003 OBSERVAT RIO BRASIL DE IGUALDADE DE G NERO Relat rio Anual 2010 2011 Bras lia Secretaria Especial de Pol ticas para as mulheres 2011 OLIVEIRA Giuliano Contento de VAZQUEZ Daniel Arias Florestan Fernandes e o capitalismo dependente elementos para a interpreta o do Brasil Revista Oikos Rio de Janeiro vol 9 n 1 p 137 160 2010 OLIVEIRA Francisco de C
327. itos sistemas universit rios do mundo capitalista avan ado que passaram de guardi es do conhecimento e da sabedoria para produtores subordinados de conhecimento a soldo do capital corporativo A reestrutura o capitalista o sistema educacional foi precarizado A educa o ao ser inserida na l gica fordista foi antes considerada insuficiente para dar conta da forma o para o mundo do trabalho e para a vida em sociedade porque claro n o se desejava a educa o que educa o ser humano para a autonomia pol tica No contexto da compress o tempo espa o de acirramento da competi o do capital globalizado do desenvolvimento tecnol gico e da divis o internacional do trabalho a educa o precisou ser tanto diversificada quanto flex vel A educa o at ent o em voga foi considerada r gida como tudo o que impedia expans o capitalista Com isso a produ o do conhecimento e a forma o escolar eram duas reas consideradas como essenciais para a inser o dos pa ses no mundo globalizado e havia a efetiva o de um novo par metro pol tico pedag gico agora completamente alinhado com a l gica da acumula o Os movimentos da acumula o capitalista at aqui analisados alcan aram a periferia capitalista apesar de terem matizes espec ficas No caso da Am rica Latina os estudos de Santos e outros 2004 Berchansky 2008 Hirsch 2010 Salama 2011 e Sales 2011 entre outros contribuem para a compreens o do
328. ixoto 2010 no per odo de 1998 a 2008 foram praticamente inexistentes os esfor os estrat gicos para fortalecer a educa o de fato como bem p blico Pelas informa es contidas no Gr fico 6 observa se a expans o das IES privadas Movimento este que segue a mesma tend ncia de eleva o no governo Lula da Silva PT J a evolu o das IFES bastante inferior O Reuni surge neste contexto mas n o tem o objetivo de estancar a evolu o do setor privado da educa o superior nacional mas sim corroborar para o fortalecimento desta expans o agora atrav s do setor p blico O expansionismo do acesso ao ensino superior p blico ocorre fundamentado em v rios argumentos colocados pelo governo Lula da Silva PT Um deles o da reestrutura o da Universidade P blica Este governo afirma ser necess rio dar continuidade s metas do PNE forjado na era FHC e publica o seu PDE 2007 reafirmando neste documento a necessidade de aumentar at 2011 em 30 a oferta de vagas no ensino superior Para isso elabora o diagn stico da educa o superior pautando se no de 2005 justificando que i a expans o do setor privado est esgotada ii a oferta de cursos nos mesmos campos do conhecimento provoca satura o em v rias profiss es e principalmente iii muitos jovens n o t m condi es econ micas para arcar com cursos pagos 218 Em rela o ao que o governo Lula da Silva PT denomina como esgotamento do setor privado
329. l In COL QUIO SABER E PODER 2008 Campinas S o Paulo FOCUS Dispon vel em lt http www fe unicamp br focus textos gt Acesso em jul 2012 p 1 28 Entre a solidariedade e o risco sindicatos e fundos de pens o em tempos de governo Lula 2007 423 f Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Universidade Federal de S o Carlos S o Carlos S o Paulo 2007 KRAWCZYK Nora Rut VIEIRA Vera Lucia A reforma educacional na Am rica latina nos anos 1990 Uma perspectiva hist rico sociol gica S o Paulo Xam 2008 KUENZER Ac cia Zeneida Exclus o includente e inclus o excludente a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas rela es entre educa o e trabalho Revista Educa o e Sociedade Campinas vol 28 n 100 Especial p 1153 1178 out 2007 LACERDA Gislene Edwiges de O surgimento do Partido dos Trabalhadores uma an lise de documento hist rico de sua pr funda o Dispon vel em lt http www ufjf br virtu files 2010 05 artigo 7a22 pdf gt Acesso em jul 2012 273 L DA Denise Bessa MANCEBO Deise REUNI heteronomia e precariza o da universidade e do trabalho docente Educa o e Realidade Porto Alegre UFRGS volume 34 49 64 jan abr 2009 LEHER Roberto Educa o no governo Lula da Silva a ruptura que n o aconteceu Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 LEMOS Denise Vieira da Silva Aliena o no
330. l gico da constitui o das duas propostas prover ensino superior p blico para jovens particularmente provenientes das camadas populares de maneira massificada no contexto da valoriza o do capital da degrada o da for a de trabalho e da flexibiliza o curricular Como j abordado o Reuni tem sua nfase na expans o apesar de que no discurso agrega a esta dimens o outras como a pedag gica reestrutura o curricular via BIs e contempla a melhoria da qualidade da educa o superior Na concep o governamental ampliar vagas na educa o em qualquer n vel promove a igualdade de condi es para as camadas mais pobres da popula o no acesso escolariza o o que resulta na democratiza o do ensino superior De maneira adjacente dois outros componentes s o inseridos neste contexto a qualidade da educa o e a perman ncia do aluno no sistema de ensino Este conjunto de elementos comp e o discurso democratizante contido nos documentos oficiais da reforma educacional de Lula da Silva PT para o ensino superior a exemplo das Diretrizes do Reuni 2007 p 5 6 163 O Reuni prop e substancialmente a agregar esfor os e refor ar iniciativas para a amplia o das vagas e a eleva o da qualidade da educa o nacional A qualidade para este n vel de ensino superior tende a se concretizar a partir da ades o dessas institui es as IFES ao programa e as suas diretrizes A amplia o de pol tic
331. l com br folha sinapse ult 063u416 shtml gt Acesso em jun 2012 FAGNANI Eduardo Pol tica Social no Brasil 1964 2002 entre a cidadania e a caridade 604 f Tese Doutorado em Economia Universidade Estadual de Campinas Campinas S o Paulo 2005 FERREIRA Suely A Universidade no s culo XXI concep es finalidades e contradi es 2009 305 f Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal de Goi s Goi nia Goi s 2009 Internacionaliza o da educa o superior no contexto da mundializa o do capital Educaci n y Sociedad Santiago de Chile Chile n mero 3 p 654 88 novembro de 2010 N 3 FERNANDES Florestan Universidade Brasileira reforma ou revolu o S o Paulo Alfa mega 1975 FILGUEIRAS Luiz et al Modelo liberal perif rico e bloco de poder pol tica e din mica macroecon mica nos governos Lula In Os anos Lula Contribui es para um balan o cr tico 2003 2010 Rio de Janeiro Garamond 2010 FILGUEIRAS Luiz GON ALVES Reinaldo A Economia pol tica do governo Lula Rio de Janeiro Contraponto 2007 FIORI Jos Lu s Crises e hecatombes In Carta Maior Revista Eletr nica 31 03 2008 Dispon vel em http www cartamaior com br templates colunaMostrar cfm coluna 1d 3856 Acesso 09 jun 2012 FIORI Jos Lu s Brasil no espa o 2 ed Petr polis Vozes 2001 272 FRIGOTTO Gaud ncio Org Educa o e crise do trabalho perspectivas de final de s
332. la o e na queda nos n veis de investimento e emprego Com a grave crise inflacion ria o esgotamento do padr o de financiamento do Estado brasileiro estava anunciado De modo geral a situa o ca tica das economias latinas n o deixava d vidas de que seria anunciado um ajuste radical com ado o de um novo modelo econ mico e um novo padr o de financiamento que pudesse refletir a completa integra o perif rica l gica capitalista central A orienta o hegem nica anteriormente citada baseada na doutrina neoliberal que serviu de fundamento da reforma que se seguiu mais tarde nos anos 1990 No final dos anos 1980 foi aprovado o Consenso de Washington pelo qual as recomenda es de car ter neoliberal foram feitas aos pa ses da periferia capitalista tendo o Brasil mais tarde aderido plenamente s novas regras importante frisar conforme afirmado por Maciel 2008 a inger ncia de organismos estruturais sobre as economias perif ricas como o Fundo Monet rio Internacional o Banco Mundial o Banco Internacional para Reconstru o e Desenvolvimento BIRD o Banco Interamericano para o Desenvolvimento BID e a Organiza o Mundial do Com rcio OMC s o os portadores dos acordos internacionais atrav s dos quais os pa ses perif ricos se subordinaram ao receitu rio neoliberal As reas abrangidas pelo Consenso de Washington s o citadas com base em Malaguti Carcanholo e Carcanholo 2000 p 25 disciplina fiscal
333. la guerra Observa o autor que uma vez superado o padr o ouro nos anos 1930 os Estados nacionais tiveram alguma autonomia em rela o coer o estabelecida pelo padr o ouro quanto fixa o da paridade da moeda das regras de convers o e controle das margens de a o para a cria o de cr ditos banc rios Pareceu ocorrer certa nacionaliza o nas economias dos pa ses mais desenvolvidos Neste sentido Hirsch 2010 p 146 observa que O sistema de cr dito foi uma base decisiva do modo de acumula o e regula o fordista criando as condi es para a forma o de pre os inflacion rios e monopolistas da pol tica parit ria baseada em pactos sociais que tornou poss vel a extens o do consumo de massas em grande medida financiado por um elevado endividamento e o sistema de previd ncia social Importante ressaltar que esta absor o conquanto seja de um padr o estabelecido n o ocorreu da mesma forma em todos os pa ses desenvolvidos tampouco mais tardiamente naqueles menos favorecidos Cada na o tinha seu modo particular de lidar com as quest es trabalhistas com a sua pol tica fiscal e monet ria com a destina o dos investimentos p blicos e tamb m com as suas pol ticas sociais Al m disso preciso considerar que cada na o tem sua cultura distinta seu modo particular de funcionamento social o que impede a igualdade de a es e resultados provenientes de um determinado modo de produ o
334. la da Silva PT j forjava o seu Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE a vigorar no per odo de 2007 2011 A amplia o dos gastos portanto intencional com o objetivo de coloc lo em pr tica Para efeitos de an lise da eleva o dos investimentos na educa o superior s o observadas as informa es contidas na Tabela 1 Nela est o considerados os valores efetivamente pagos uma vez que s o distintos e menores dos que foram autorizados quando da aprova o da Lei Or ament ria Anual LOA Podendo a diferen a entre as duas etapas or ado pago ter sido inscrita em Restos a Pagar ou cancelada interessante assinalar que a diferen a entre o or ado executado elemento comum encontrado frequentemente nos indicadores or ament rios da Administra o P blica o que pode sinalizar que n o h por parte do governo um bom planejamento dos seus gastos Ou ainda que as IES n o t m o apoio administrativo necess rio execu o or ament ria Segundo Barros e Brunacci 2010 levando em conta os programas estabelecidos pelo governo Lula da Silva PT quando da aprova o do PDE para 2007 2011 o Minist rio da Educa o tinha a expectativa de que os investimentos em educa o superassem em quatro 73 Informa o dispon vel em lt http wwwl folha uol com br fsp brasil fc3103200902 htm gt Acesso em jun 2013 Este corte or ament rio reduziu os recursos da educa o em R 1 2 bilh o 2 Na exe
335. laterra e na Alemanha no come o dos anos 1980 consolidou se mundialmente hegemonia da referida orienta o e com isso foram redefinidos os fundamentos da pol tica macroecon mica do capitalismo e a prescri o a ser seguida pelos pa ses perif ricos endividados e com total desequil brio das suas economias tanto no mbito interno quanto externo Nesta percep o como j afirmado anteriormente os problemas econ micos mundiais foram vinculados crise fiscal do Estado que deveria passar por uma redu o Ao mesmo tempo ocorria tamb m a liberaliza o dos mercados atribuindo a este a responsabilidade para encontrar sa das para a crise instada Em pa ses da Am rica Latina como Chile Argentina M xico e Brasil por volta de meados dos anos 1980 j era percebia a ado o de medidas consoantes com a t nica da acumula o flex vel Nestes pa ses o Estado respons vel pela crise econ mica deveria assumir as fun es m nimas e a nova concep o liberal ganhou for a transformando radicalmente o modelo pol tico at ent o em vigor V rias foram as consequ ncias disso Para Santos e outros 2004 p 5 no Brasil uma das piores foi o crescimento inflacion rio fruto da incapacidade de o governo encontrar uma sa da r pida e eficiente capaz de reduzir o impacto negativo da fuga de capitais e da eleva o da 68 taxa de juros e na instabilidade das estruturas econ micas expressa na subida da inf
336. lcan ar este intento o governo investe na expans o das institui es privadas que na sua maioria dedicam se somente ao ensino Por isso as IES s o diversificadas para que definam o seu campo de atua o de acordo com os seus interesses mercadol gicos Investir no ensino traz maiores resultados porque n o s h incentivos do governo para esta esfera do ensino bolsas e financiamentos como n o preciso investir em professores com titularidades mais elevadas Com isso o custo da m o de obra reduzido Outro aspecto que favorece as IES focadas no ensino o uso das tecnologias 149 para ministrar cursos ou aulas a dist ncia Cursos inteiros podem ser ofertados assim como parte da carga hor ria 20 das disciplinas presenciais Diante desta l gica os n meros da expans o educacional s o expressivos apontando crescimento de 90 das matr culas no per odo de tr s anos entre 1999 2002 conforme afirmado por Leher e Barreto 2008 Para estes autores a amplia o das institui es de ensino superior pelo pa s faz com que apenas um quinto de todos os alunos matriculados tenham acesso pesquisa V rias institui es alteram a sua defini o jur dica para Centros Universit rios em busca da autonomia para gerir a sua atua o no mercado da forma como melhor convier abrindo e fechando cursos na medida em que isso pode trazer melhores rendimentos mas evitam chegar classifica o como Universidade porque de
337. lica o dos recursos centralizada nas esferas superiores sem envolver a base do ensino de gradua o Este fato curioso uma vez que quem mais lida com a realidade do ensino diariamente justamente o professor o coordenador do curso o chefe do departamento aqueles que vivenciam rotineiramente as prec rias condi es de oferta do ensino superior E portanto deveriam fazer parte da tomada de decis o sobre a aloca o das verbas recebidas por saberem das prioridades a serem atendidas diante de um cen rio de escassez de recursos Outro aspecto deve ser levado em conta quando de uma an lise de cunho or ament rio E 3 ssa gi o ie OD a SRI financeiro a inscri o em Restos a Pagar que significa a n o execu o or ament ria dentro os Segundo Giacomoni 2012 p 322 323 Os res duos passivos do exerc cio denominam se Restos a Pagar e compreendem as despesas empenhadas e n o pagas at 31 de dezembro Constituindo modalidade de d vida flutuante os Restos a Pagar s o registrados por exerc cio e credor e distinguem as despesas em processadas e n o processadas As processadas s o aquelas que ocorreram os bens produtos e servi os adquiridos foram 212 do exerc cio financeiro Os fatores para que essa inscri o ocorra s o os mais variados e a hip tese que melhor explica a sua ocorr ncia na UFBA a realiza o de licita es com o consequente empenho mas sem a liquida o e o pagamento de
338. lises mais aprofundadas Como exemplo das pol ticas anteriormente referidas Singer 2010 cita o programa Bolsa Fam lia e tamb m a recupera o de exclu dos feita pelo Minist rio do Desenvolvimento Agr rio S o exemplos que justificaram a inclus o do combate pobreza e a fome na agenda pol tica do Lula da Silva PT Al m disso houve a constru o de direitos sociais via Estado e ainda que numa medida insuficiente diante da precariedade do campo social do pa s ocorreram transfer ncias de renda via programas de bolsas aumento do emprego e progressos nas reas a sa de Sistema SUS e educa o Reuni Nos estudos de Nogueira 2003 h a constata o de que o alinhamento do PT rumo ordem vigente representa o deslocamento do partido do eixo radical aquele dos anos 1980 para maior flexibilidade o que para o autor significa o amadurecimento do partido e ao mesmo tempo a sua atualiza o te rico pol tico partid ria Enquanto outras an lises do posicionamento adotado pelo PT a partir do final dos anos 1980 d o conta de uma intencionalidade a fim de buscar a ocupa o do poder Nogueira 2003 afirma que na pol tica h por um lado o lado da paix o que o engajamento o combate o conjunto de valores constitu dos pelas pessoas que fazem parte dos partidos Mas por outro lado a pol tica n o tem sobrevida sem pragmatismo e sensatez diante da realidade Na a o pol tica tem o ambiente adverso fruto da c
339. lizado negocia os interesses nacionais que s vezes se reduz a um conjunto de interesses corporativos com o capital internacional de maneira que o sentido da soberania nacional j n o tem tanto significado O Estado termina por se constituir em um agente viabilizador de parcerias entre grupos de interesses se desobrigando de demandas de natureza social nesse contexto que ocorre a transfer ncia da concess o dos direitos sociais para as parcerias p blico privada O Estado neste contexto atua como mediador das prescri es do Banco Mundial para os pa ses perif ricos para a concretiza o das parcerias com o setor privado Silva 2002 chama a aten o para o fato de que no contexto da globaliza o econ mica e da cr tica ao neoliberalismo da forma como vinha sendo implementado o Estado assume parceria com o capital nos assuntos relacionados com o mercado e com os problemas sociais fortalecendo a atua o dos organismos internacionais que fazem prescri es para os pa ses perif ricos no mbito da economia e das pol ticas sociais como a educa o Assim afirma Chau 2001 p 33 Em 1997 o Banco Mundial publicou o documento intitulado Relat rio sobre o Desenvolvimento Mundial no qual faz entre outras suas considera es a respeito da reformula o pela qual deveria passar o Estado 128 a globaliza o imp e a cria o de novas institui es internacionais que se encarreguem das pol ticas
340. lva particularmente quando da implanta o do Programa Reuni N o se trata por m de personificar este governo uma vez que neste estudo reconhecida a vig ncia no per odo estudando do projeto pol tico do Partido dos Trabalhadores Da a refer ncia a Lula da Silva PT O conte do completo da Carta ao Povo brasileiro est dispon vel em http www2 fpa org br carta ao povo brasileiro por luiz inacio lula da silva Importante frisar que alguns documentos lan ados pelo PT durante a campanha de Lula da Silva PT presid ncia em 2002 embora fossem inicialmente reconhecidos como elaborados para a campanha depois foram aprovados pelo PT e adquiriram portanto status de orienta es partid rias Foi o caso conforme afirma Singer 2010 das diretrizes contidas na Carta ao Povo Brasileiro O risco pa s risco Brasil para adaptar ao pa s um ndice denominado Emerging Markets Bond Index Plus EMBI que intenta medir o grau de instabilidade econ mica de um pa s em tradu o o quanto arriscado pode ser a economia de um pa s para o investidor estrangeiro 95 menos radical confirmou a inten o de promover a transforma o social pela vida democr tica com ampla participa o popular pela organiza o da sociedade civil e contra a voracidade da explora o capitalista Esta dupla via manuten o das pol ticas favor veis reprodu o e expans o capitalista programas de inclus o dos menos favorecidos existente
341. lva PT imp s o estado de emerg ncia econ mico e social trazendo para o primeiro plano da pol tica nacional o pragmatismo e a necessidade imediata de resolver o equil brio econ mico e o enorme fosso social aprofundado pelo neoliberalismo Neste sentido n o fortaleceu a contento a participa o popular n o trouxe baila a discuss o do projeto de na o emergido da sociedade brasileira Uma vez colocados os elementos que justificam o alinhamento do PT e de Lula da Silva PT em dire o ordem vigente momento de compreender a educa o superior e a Universidade P blica neste contexto Partindo dos fundamentos contidos na reestrutura o capitalista a partir dos anos 1970 e daqueles encontrados na realidade brasileira particularmente no governo Lula da Silva PT j se pode afirmar que as mudan as ocorridas na educa o brasileira de maneira geral particularmente a partir dos anos 1990 n o fugiu regra das orienta es dos organismos internacionais para os pa ses perif ricos H orienta es definidas pelo Banco Mundial para a periferia capitalista que intentam manter a educa o como meio de difus o do projeto hegem nico de sociedade Na sua condi o de institui o p blica influenciada sobretudo pelos fatores pol ticos e econ micos de ordem mundial a Universidade P blica e tendo sido cada vez mais transpassada pela l gica capitalista o que desaguou numa situa o de precariedade do ensino superior em v
342. m Inser o da avalia o global do curso alunos professores infraestrutura Ado o de novas pr ticas pedag gicas Implanta o da flexibilidade curricular Assun o de pr ticas interdisciplinares Ado o de mobilidade dos alunos Implanta o de ambientes virtuais de aprendizagem Oferta de educa o a dist ncia Oferta de apoio pedag gico aos alunos com dificuldades de aprendizagem Cria o de mecanismos de apoio psicopedag gico aos alunos Aumento de conv nios para realiza o de est gios Promo o de programas de cultura e lazer 35 Tendo em vista o papel da Universidade P blica na sociedade brasileira e a sua hist rica precariza o por falta de investimentos p blicos na sua avalia o em que medida o Reuni reestruturou de fato esta institui o 286 Ap ndice C Foto I Instala es antigas de laborat rio de pr tica embora a turma criada no Reuni campus Federa o Ap ndice D Foto II Falta de acessibilidade em pr dio campus Federa o onde funciona turma criada no Reuni 287 Ap ndice E Foto III Pr dio ainda em constru o campus Ondina no ano de 2013 no quinto ano de vig ncia do Reuni Ap ndice F Foto IV Pr dio de biblioteca setorial campus Ondina constru do durante o Reuni mas que n o entrou em funcionamento por falta de m veis equipamentos e acervo bibliogr fico
343. m rica Funda o Get lio Vargas Fernando Henrique Cardoso Fundo de Financiamento do Estudantes no Ensino Superior Fundo Monet rio Internacional Global Alliance for Transnational Education Gratifica o de Est mulo Doc ncia no Magist rio Superior Grupo de Natureza da Despesa Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IFET HIAC IDS IED IES IFES LDB LOA LOPP MEC MDA MST NTIC s OBIG OMC PAC PAF PCB PDE PDFA UFBA PDI PDS PDT PIB PMDB PNE PNUD PPI PPS PPP PSDB Prole Proplan Prouni PT Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia Instituto de Humanidades Artes e Ci ncias Professor Milton Santos Indicador do desenvolvimento Social Investimento Direto Internacional Institui es de Ensino Superior Institui es Federais de Ensino Superior Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Lei Or ament ria Anual Lei Org nica dos Partidos Pol ticos Minist rio da Educa o Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Novas Tecnologias da Informa o e Comunica o Observat rio Brasil de Igualdade de G nero Organiza o Mundial do Com rcio Programa de Acelera o do Crescimento Pavilh o de Aulas da Federa o Partido Comunista Brasileiro Plano de Desenvolvimento da Educa o Plano Diretor F sico e Ambiental dos Campi da Universidade Federal da Bahia Plano de Desenvolvimento Institucional Partido Democr tico Social P
344. ma que na Am rica latina foram diversas as tentativas de supera o do atraso econ mico de supera o do capitalismo dependente Na d cada de 1960 foi observado na Am rica Latina um conjunto de movimentos reformistas e revolucion rios que buscavam a supera o do subdesenvolvimento Para reprimir estes movimentos foram desencadeados golpes militares em v rios pa ses latinos a exemplo do Chile Bol via Guatemala Brasil Argentina Nicar gua dentre outros Os regimes militares foram na verdade a manifesta o de um processo maior da hegemonia imperialista que intentava aplacar ferozmente qualquer tentativa de supera o do desenvolvimento dos pa ses perif ricos Nogueira 2011 afirma que em 1960 o setor agr rio brasileiro respondia por 25 da constitui o do Produto Interno Bruto PIB Duas d cadas mais tarde este ndice caiu para 15 Nos dois per odos respectivamente a ind stria respondia por 22 e foi para 24 do PIB Estes ndices demonstram as mudan as promovidas pela inser o dependente do pa s na economia mundial nos anos 1960 tempos da ditadura militar 81 hist ria p de ser equiparado ao de pa ses desenvolvidos mant m a mesma situa o subordinada produtiva de outrora As palavras de ordem no mundo do trabalho s o terceiriza o precariza o flexibiliza o ocupa o em substitui o ao emprego e desemprego Em resumo n o h independ ncia produtiva e resta ao pa s a condi o de
345. man ncia do aluno de baixa renda na Universidade P blica fica comprometida Deste modo a din mica do empresariamento e da expans o da educa o superior segue fortalecida sem que haja efetivamente a es que busquem assegurar a qualidade da educa o nacional A expans o do acesso ao ensino segue em curso como tamb m mantido o discurso que a ampara o da democratiza o do acesso Universidade P blica cujo significado restringe se inclus o das camadas menos favorecidas da popula o via expans o de vagas no ensino superior p blico Da necessidade de expandir surgiram as estrat gias necess rias para que o intento do governo Lula da Silva PT fosse alcan ado agora atrav s das IFES atingir a meta de prover o ensino superior para 30 da popula o jovem do pa s Para tanto se admite disponibilizar mais recursos or ament rios por m tal libera o ocorre de maneira vinculada ou seja desde que o governo tenha instrumentos de controle das a es implementadas pela Universidade P blica desde que as contrapartidas de que necessita sejam realmente efetivadas Com isso sem deixar outra op o para as IFES conforme afirma Mancebo e outros 2008 s o implantados os contratos de gest o forjados no governo FHC e que s o finalmente colocados em pr tica pelas m os de um governante que antes os havia criticado Para Mancebo e outros 2008 s o cinco os eixos que balizam o governo de Lula da Silva PT no campo da e
346. mb licos produtos da intera o cotidiana entre o sujeito e o mundo real Nesse sentido a op o metodol gica aqui apresentada compreende a realidade investigada como objeto de conhecimento constru do a partir de uma dada percep o do mundo real e ao mesmo tempo das quest es advindas de dimens es e aspectos do real e que a partir de certo recorte n o est o plenamente desvelados Assim a constru o do conhecimento implica em sucessivas tentativas de explicar o mundo como tamb m em explicitar a complexa rela o entre o pesquisador e o objeto de estudo Essas reflex es propiciam a constru o do conhecimento de uma forma que n o desinteressada mas ao contr rio disso assumida como resultante da inser o do pesquisador no mundo real e da sua intera o com o objeto da pesquisa sendo a sua possibilidade de objetiva o determinada pela sua permanente vigil ncia epistemol gica De natureza essencialmente qualitativa a abordagem metodol gica aqui descrita est pautada nas concep es de Bordieu 2004 como j dito na de Minayo 2002 p 17 para 7 Minayo 1994 ao enfatizar a import ncia do m todo na realiza o da pesquisa cient fica esclarece que n o podemos supervalorizar as t cnicas tampouco desprez las sob pena de incorrermos no empirismo ilus rio que a falsa ideia de que os resultados encontrados no universo investigado permitem por si s compreender o objeto Sem um correto
347. mestre Voc sabe o que 27 um quarto do que a gente oferece A voc pode dizer assim mas tem mat rias que a gente oferece trinta vagas a gente sabe que mat ria do ltimo ano que s tem vinte e dois que sobra oito ent o tem algumas vagas que fatalmente v o sobrar Mas tem muitas que s o fruto de uma m administra o Dos coordenadores de curso que falaram sobre as turmas serem cheias muitos citam o fato de serem novatos na UFBA e j terem de assumir cargos de gest o como no Colegiado Isso atesta o aumento da carga de trabalho dos professores Os que s o DE atuam no ensino x g 131 de gradua o muitos no per odo noturno na pesquisa na extens o exercem fun o gratificada e participam de diversos rg os deliberativos Colegiado Departamento Congrega o Conselho Acad mico de Ensino dentre outros Analisando a fala dos coordenadores e apenas os tr s indicadores de gest o poss vel afirmar que em termos de gest o a UFBA est no mesmo lugar at o ano de 2010 O Reuni n o serviu para modificar este aspecto A rela o professor aluno tamb m indica que apesar da amplia o de vagas a perman ncia do aluno na UFBA continua comprometida a evas o continua elevada o volume de trabalho dos professores vem aumentando e o tamanho do corpo docente continua defasado em rela o s demandas existentes Al m disso ressalte se mais uma vez a observa o do descompasso existente entr
348. mia mundial destes ltimos 30 anos Foi tamb m na d cada de 70 que o padr o d lar ouro foi substitu do pelo novo sistema monet rio internacional d lar flex vel lastreado em ltima inst ncia no poder americano e nos seus t tulos da d vida p blica Por outro lado s o tamb m da d cada de 70 as pol ticas de desregula o dos mercados financeiros anglo americanos que lideraram o processo de globaliza o financeira do final do s culo XX Ou seja desde a crise de 70 em vez do decl nio americano o que se assistiu foi uma mudan a profunda da economia mundial e um aumento exponencial do poder dos Estados Unidos A acumula o flex vel definida como um conjunto de a es e pr ticas de natureza pol tica e econ mica que formar o as estrat gias utilizadas como contraponto rigidez at ent o em vigor do capitalismo E o modus operandi da reorganiza o do modo produtivo das decis es pol ticas e da vida social que se contrap e imperativamente rigidez constitu da por elementos que foram necess rios constitui o do fordismo na sua fase p s anos 1930 Estes elementos ganharam ares de inflexibilidade porque iam de encontro s necessidades de reestrutura o do capitalismo e alguns deles s o citados 1 processo produtivo de massa inflex vel assegurado por altos investimentos em ativos fixos em longo prazo que requeriam demanda efetiva constante 11 contratos de trabalho apoiados em reg
349. ncorr ncia ao impor a desregulamenta o de outras a es importantes na reestrutura o capitalista como a privatiza o de empresas estatais e a crescente coopera o com os governos dos pa ses centrais Age de modo orientado pelas necessidades de lucratividade de cada pa s atuando na cria o do consentimento social que permite e fortalece a ado o da pol tica econ mica neoliberal A regula o expressa atrav s do Estado que cria as condi es jur dicas e de infraestrutura necess rias para o acesso do capital s reas sociais de seu interesse As mudan as no contexto da reestrutura o capitalista tamb m provocam o redimensionamento do papel da educa o dentro da l gica capitalista Para entend lo melhor pode se come ar pelo esclarecimento de Hirsch 2010 ao explicar sobre o surgimento do que denominou como o capitalismo do saber no qual a busca da valoriza o do capital o conhecimento e a informa o s o colocados em lugar preponderante porque no capitalismo globalizado a educa o e o conhecimento s o eixos que alavancam e movem a transforma o produtiva e o desenvolvimento econ mico O conhecimento propicia novos processos de racionaliza o na rea do trabalho imaterial e justifica o investimento em pesquisa desenvolvimento de novos produtos e t cnicas assim como em inova o Quando do esgotamento do fordismo j diante das transforma es t cnico cient ficas econ micas pol ticas
350. ndo Giacomoni 2010 s o aqueles destinados produ o de bens e servi os inerentes administra o p blica 206 2 e o consider vel volume de computar os d ficits or ament rios existentes no per odo recursos inscritos em Restos a Pagar n o processados al m do baixo pagamento execu o financeira do GND 4 A varia o or ament ria portanto mesmo com os recursos do Reuni pequena diante das pretens es apresentadas quando da implanta o do citado programa cuja proposi o expandir e reestruturar a Universidade P blica brasileira Tabela 5 Efeitos do Reuni por GND sobre o Or amento total da UFBA autorizado no per odo de 2007 2010 Anos Or amento Reuni Efeito Custeio Investimentos percentual 2007 670 045 717 620 965 49 464 0 1 2008 731 651 062 7 241 463 688 836 1 1 2009 660 171 037 8 162 678 15 205 158 3 5 2010 762 459 627 16 403 358 25 554 489 5 5 Fonte Relat rios de Gest o Or amento Reuni Executado UFBA 2012 Al m disso importante esclarecer que nem todos os investimentos feitos na UFBA no per odo de vig ncia do Reuni t m este programa como fonte or ament ria V rias obras s o realizadas com repasses provenientes de bancadas obtidas por representantes baianos no legislativo nacional Segundo Luis Edmundo Prado de Campos diretor da Escola Polit cnica da UFBA em entrevista concedida muitos dos investimentos feitos naquela
351. neira como a interven o estatal na economia se deu em cada pa s foi vari vel mas o curioso que mesmo havendo diferen a ideol gica entre os mais diferentes governos que estavam no poder nos anos que se seguiram ap s a crise de 1970 as Terceiro Mundo tamb m evoluiu rapidamente alcan ando patamares assustadores entre os anos de 1970 e 1987 com aumento m dio de 20 ao ano 3 A atividade banc ria se fortaleceu por todo o mundo muito rapidamente de maneira cada vez mais via constitui o de fus es aquisi es de institui es financeiras Com a viabilidade propiciada pela tecnologia era poss vel fazer neg cios no mercado de a es de qualquer parte do mundo sem fronteiras Uma teia foi se formando entre as empresas que atuavam no mercado financeiro em que t tulos empr stimos eram feitos entre elas sem necessariamente terem lastro consolidado Isso foi o que Harvey 1992 denominou como empreendimentismo com pap is 58 modalidades os alvos e a capacidade de interven o estatal foram basicamente os mesmos O Estado deste modo tornou se parceiro para a consecu o dos objetivos do capital Pelas reflex es feitas at aqui pode se concluir que o desenvolvimento maturidade e esgotamento do modo de produ o fordista constitu ram se num per odo hist rico em que a configura o das rela es socioculturais foi pautada na racionalidade econ mica e permeado pelas contradi es sociais verdade tamb m que
352. nforme pode ser percebido no Gr fico 10 120 A A o as Os BIs t m dura o de apenas tr s anos e tem na sua composi o curricular obrigatoriamente a mobilidade dos alunos pelos cursos da UFBA uma vez que as disciplinas de forma o espec fica digamos assim devem ser cursadas de acordo com o campo do conhecimento onde o aluno deseja fazer sua segunda gradua o Deste modo os alunos do BI em Humanidades por exemplo fatalmente estuda durante os tr s anos em turmas ofertadas por cursos deste campo do conhecimento Assim a inser o dos alunos dos BI nos cursos CPL movimento natural 225 Gr fico 10 Vagas expandidas na UFBA no per odo de 2008 2010 por turno Vagas expandidas noturno diurno Fonte Manual do Vestibular 2007 2010 Segundo dados dispon veis no Manual do Vestibular da UFBA do per odo de 2008 a 2010 o aumento de vagas no per odo noturno de aproximadamente 70 do total da amplia o ocorrida Em rela o ao total de vagas ofertadas em 2010 30 para o turno da noite Para uma institui o cuja tradi o do ensino era diurna quase 100 dos cursos funcionavam apenas durante o dia criada nova realidade em termos de ofertas de cursos passando a ser 29 com aproximadamente 2 200 vagas o que implica diretamente na amplia o do acesso ao ensino superior conforme as diretrizes emanadas pelo governo Lula da Silva PT No Gr fico 11 apresentada a evolu o da quantidade de cu
353. nist rio P blico n o olha muitas vezes o preju zo para a UFBA Ele avalia o lado frio da lei Nem sempre era poss vel negociar dar continuidade Outra observa o feita quando da visita aos pr dios das unidades administrativas a falta de itens obrigat rios e essenciais que caracterizam a acessibilidade Em v rios pr dios antigos e novos n o h elevador nem rampa de acesso Em alguns casos os pr dios est o constru dos ou reformados sem as instala es el tricas necess rias para fazer funcionar o 2 Os registros indicam que em 2008 a rea constru da era de 262 631 46 m Em 2009 o n mero passou para 292 986 02m alcan ando em 2010 a quantidade de 307 884 94m 13 Na entrevista com o professor Jos Gomes de Mesquita ex reitor da UFBA fica evidenciado que tamb m foram constru das resid ncias universit rias mas elas n o constam do documento recebido do Setor Reuni UFBA 241 elevador que l est e que se encontra fora de uso Por outro lado as novas salas de aula s o maiores mais ventiladas modernas e equipadas Mas nem todas t m o mesmo padr o Em algumas por exemplo h ventiladores em outras ar condicionado Em alguns pavilh es de aulas constru dos h projetores multim dia nas salas Em outros n o Os pavilh es de aulas antigos n o est o ainda adaptados s novas constru es Ainda que continuem como antes atendem grande quantidade de alunos da mesma forma que nos novos pr dios
354. nizacional e tamb m criou o problema da reciclagem dos petrod lares excedentes problema que exacerbou a j forte instabilidade dos mercados financeiros mundiais BOTELHO 2008 p 56 18 Para Harvey 1992 os EUA mantiveram a expans o do p s guerra atrav s de uma pol tica monet ria totalmente solta No come o dos anos 1970 os EUA decretaram o fim da paridade d lar ouro porque haviam colocado em circula o muita moeda americana com o intuito de suportar a emiss o de b nus do Tesouro Em fun o disso estima se que durante meados dos anos 1970 os Estados Unidos tenham realizado sua retomada econ mica atrav s de um d ficit or ament rio de setenta a 80 bilh es de d lares Contudo o pre o da ado o de pol ticas provocou a desvaloriza o do d lar e altas taxas inflacion rias Segundo Mandel 1990 p 59 o limite da aplica o das t cnicas anticrise atingido logo que a infla o tendo exaurido o grosso das reservas de uma pot ncia imperialista come a a se acelerar e perde todo o efeito estimulante sobre a atividade econ mica A infla o dessa maneira foge do controle das autoridades financeiras e passa a ocasionar defici ncias no consumo 51 a coes o social Neste sentido o discurso cr tico contra a cultura expansionista do capital a explora o desenfreada e desmedida da natureza dentre outros aspectos se tornou cada vez mais forte Neste momento via se a express o mais forte de valores op
355. nment and especially to study the Support Program to the Restructuring and Expansion of Federal Universities Reuni directed to higher public education Thus this study aims to discuss the Reuni implemented by Lula da Silva PT 2008 2010 and if in the context of flexible accumulation it democratizes the access to the Universidade Federal da Bahia The Federal University of Bahia particularly in its operational curricular and pedagogical dimensions The research shows that the speech by democratizing access to Lula da Silva Public University is associated with the recognition of democracy as a virtue and also by the interference of international organizations in the peripheral countries Therefore Reuni although it expands the vacancies in Federal University of Bahia doesn t democratize the access to higher education because the set of materialized actions are insufficient to enable equal access to education for all to provide sufficient investment to build the appropriate conditions to offer a higher education of quality to create policies of social inclusion that ensure the essential material conditions to the endurance of the students in the Public University to recognize the education as a public good and ultimately strengthen the Public University as a social institution Keywords Capitalist Restructuring Democratization Reuni Higher Education Reform Pubic University Quadro 1 Quadro 2 Gr fico 1 Gr fico 2 Gr fico 3
356. no discurso e na pr tica petista fomentou o que Singer 2010 denomina de conviv ncia de duas almas petistas Aquela pertencente origem do partido radical que ainda reconhece as suas bandeiras de luta originais e a outra abrandada que busca o caminho da concess o e concilia o para defender seu projeto de desenvolvimento A observa o feita por Singer 2010 sobre o fato de o PT manter dentro de uma mesma esfera duas almas pol ticas com distintos caracteres realmente percept vel quando da an lise dos documentos emitidos pelo PT no final dos anos 1980 em diante H sempre a dupla manifesta o em um momento marcando a posi o radical do partido com reconhecimento da luta de classes e a op o pela transforma o social pela via democr tica e organiza o da sociedade civil em outro momento reafirmando as concess es ao capital internacional Ao longo da campanha petista outros documentos al m da Carta ao Povo Brasileiro foram publicados no ano de 2002 para expressar as inten es pol ticas do PT para o pa s e em todos eles constam as duas posi es petistas j citadas S o eles Compromisso com a soberania o emprego e a seguran a do povo brasileiro Concep o e diretrizes do Programa de governo do PT para o Brasil e o Programa de governo Um Brasil para todos A afirma o de Singer 2010 p 105 resume as inten es petistas contidas nos documentos da campanha eleitoral de 2002 Como se v a alma do
357. no fato de que o poder corporativo seria suficiente para construir uma nova sociedade e manter os n veis de consumo emprego e renda equilibrados Havia a ilus o de que o pr prio poder corporativo daria conta da regulamenta o necess ria ao funcionamento est vel da economia algo considerado como ut pico pelos estudiosos uma vez que n o havia previs o dos tipos de problemas advindos do novo sistema produtivo provocados pela din mica do seu pr prio funcionamento Problemas estes devidamente 1 Um exemplo que pode ser nomeado conforme citado por Botelho 2008 que a inova o ocorreu via uso de instrumentos mec nicos como a esteira que permitia a economia de tempo gasto pelo trabalhador que n o mais precisava transitar pela f brica em busca das pe as de que precisaria na linha de montagem Ao contr rio disso havia o ent o denominado servi o de transporte que conduzia as pe as at o ponto de uso pelo trabalhador Este exemplo ilustra bem a correla o estabelecida entre a divis o do trabalho e a produtividade importante destacar conforme afirma Moraes Neto 1989 que o sistema produtivo fordista requeria apenas a a o manual do oper rio sobre o objeto do trabalho de maneira mec nica e til 37 assinalados por Harvey 1992 como n o s de ordem econ mica mas tamb m sociais psicol gicos e pol ticos A limita o do fordismo na sua primeira fase justificada no fato de que h uma rela o en
358. nsatisfeito uma confus o um caos Agora a pergunta esse caos o caos da destrui o ou o caos que voc tem esperan a sobre ele A leitura que fa o o caos que se tem esperan a sobre ele Ent o a Universidade est fazendo sacrif cios para expandir para colocar no interior dela para a popula o que nunca teve acesso a ela Para discutir novos projetos de cursos para arejar a pr pria Universidade para ampliar em todos os sentidos Vale a pena Pode ser que a hist ria mostre que n o Mas eu e muita gente acha que vale Poderia ser feito de maneira melhor Poderia Mas n o foi feito Paci ncia n o foi feito No Brasil n o temos pol tica de Estado temos uma pol tica de governo Ou voc aproveita aquele governo de plant o fazendo isso ou voc n o sabe qual vai ser o pr ximo Outro aspecto da dimens o operacional destacado pelos coordenadores a falta de m veis equipamentos e instrumentos utilizados nas aulas 49 destacaram o recebimento de mob lia e computadores mas acha que a quantidade insuficiente Apenas 11 disseram que houve aquisi o desse tipo de material e em n mero suficiente para atender as demandas 40 disseram que o curso nada recebeu at ent o Nos coment rios feitos sobre este tipo de material alguns coordenadores ressaltam as dificuldades para ministrar aulas porque os laborat rios n o est o prontos e nem equipados Na maioria dos casos os pr dios n o est o z
359. nstrumentalidade fundamentada em estrat gias de gest o efici ncia controle e obten o de resultados econ micos Isto posto observa se que a reforma do ensino superior brasileiro iniciada a partir da d cada de 90 est relacionada aos ajustes estruturais propostos por documentos produzidos por organismos internacionais que exercem grande protagonismo neste processo o que constatado nas an lises de quatro documentos considerados sintetizadores da pol tica educacional destes organismos para os pa ses perif ricos 1 Declara o Mundial sobre 20 educa o para todos ii O Ensino superior as li es derivadas da experi ncia iii A Educa o na Am rica Latina e Caribe e iv Educa o permanente na economia global do conhecimento desafios para os pa ses em desenvolvimento A reforma do ensino superior brasileiro portanto ampara se no novo marco regulat rio publicado pelo governo FHC constitu do fundamentalmente pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa o 1996 e pelo Plano Nacional da Educa o 2001 Este marco regulat rio viabiliza a implanta o de diretrizes amparadas na flexibiliza o da educa o superior tais como expans o das institui es privadas de ensino ofertas de cursos de n vel superior em conson ncia com a demanda do mercado redu o dos investimentos estatais nas Institui es P blicas de Ensino Superior e vincula o delas com o setor produtivo em busca de captar recurs
360. nsumo 7 e ai Pi P zZ O fordismo demonstra a configura o do capitalismo no per odo compreendido ap s o t rmino da II Guerra Mundial at o come o dos anos 1970 e foi decisivo para as condi es que se seguiram depois no processo de acumula o capitalista nos mbitos social econ mico e pol tico o ponto de partida de como o capitalismo vem se desenhando no cen rio mundial situado nesta discuss o a partir do fordismo por uma quest o de escolha did tica para discutir a teoria que permite compreender a reestrutura o do capital que desembocou na acumula o flex vel Contudo n o h que se considerar o fordismo e o capitalismo como sin nimos 9 7 e A As mudan as citadas s o aquelas reconhecidas como a nova cultura do trabalho baseada na concep o cient fica da sua organiza o de modo que os trabalhadores pudessem ser treinados transformados a fim de 35 de bens em grande quantidade uma nova forma de constituir a sociedade democr tica uma nova regulamenta o a imposi o de nova perspectiva para o conhecimento e a educa o O fordismo portanto de origem americana foi disseminado de modo a transformar as rela es sociais e as condi es de vida porque na forma do seu surgimento estava o fato de os Estados Unidos exercerem a supremacia pol tico econ mica Uma das caracter sticas apontadas por Hirsch 2010 como central no fordismo a divis o social entre trabalho manual
361. nta da dist ncia entre as v rias unidades administrativas da UFBA espalhadas por diversos pontos da cidade de Salvador Outro coment rio feito pelos coordenadores de curso que as salas apesar de reformadas n o tiveram o tamanho das suas medidas aumentado Com a expans o da quantidade de alunos nas turmas terminam sendo pequenas porque foram constru das em outro momento da UFBA quando havia menor quantidade de alunos 7 dos coordenadores disseram n o saber responder sobre a constru o de salas de aulas a partir do Reuni Sergio Farias diretor do HIAC faz uma avalia o otimista do Reuni em todos os sentidos e acha que os BIs funcionam atualmente em melhores estruturas do que antes mesmo que n o tenham espa o pr prio ocupam o PAF IV provisoriamente Entretanto avalia a quantidade de salas como ainda limitada tendo em vista a expans o dos BIs que est por vir O seu posicionamento converge com o da maioria dos coordenadores de curso ou seja as salas de aula existentes na UFBA apesar da amplia o ainda s o insuficientes frente expans o das vagas e para abrigar o aumento natural de alunos advindo da a perspectiva ampliar o n mero de alunos porque o aluno n o conclui o curso em tr s anos Chegar o 1300 e sair o 400 imagine a reten o de 900 Nesse pr ximo ano ent o vai ter 900 alunos a mais Ent o tem necessidade concreta de mais salas de aula Agora depois de todos os pr dios pron
362. nto qualquer investimento novo depende da aprova o governamental al m de que n o consideram as especificidades da natureza de cada institui o e do territ rio onde est o instaladas Com isso a tend ncia que as IFES com maior produtividade e melhores condi es de funcionamento sejam cada vez mais fortalecidas enquanto as IFES menores recebem menos recursos e por isso t m maiores dificuldades para crescer O Reuni n o muda esta l gica de financiamento apesar de aumentar por certo per odo os gastos governamentais com investimentos e custeio A manuten o do padr o de financiamento por parte do governo Lula da Silva PT mesmo com o Reuni em vigor evidencia a verdadeira inten o deste programa servir como instrumento para firmar com as IFES contratos de gest o conforme constatado por Mancebo 2010 com o intuito de otimizar recursos preencher a capacidade ociosa das institui es federais de ensino superior e ter controle sob as contrapartidas exigidas para a libera o dos recursos or ament rios Ap s publicar o texto do decreto 6 096 em agosto de 2007 o governo Lula da Silva PT lan a o documento intitulado Diretrizes Gerais do Reuni e por meio dele detalha faz o detalhamento do Reuni confirmando o argumento da sua implanta o a necessidade de ampliar as vagas no ensino superior para alcan ar a meta prevista no PNE A partir da define as estrat gias assegurando a continuidade de outros programas j exist
363. nto das Institui es de Ensino Superior no pa s e a sua an lise importante a vari vel or ament ria um dos argumentos propulsores do Reuni uma vez que a promessa de investimentos para a Universidade P blica o que motivou os reitores a aderirem ao programa Isto posto feita a an lise do funcionamento dos investimentos na educa o particularmente em n vel superior e no Reuni no mbito nacional de modo a compreender a inser o da UFBA neste contexto 186 6 1 OS RECURSOS OR AMENT RIOS DO REUNI O financiamento das IFES feito pela Uni o obrigatoriedade prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB a Uni o tamb m a respons vel prec pua pela oferta do ensino de n vel superior mesmo que as demais esferas n o estejam isentas desta responsabilidade A Universidade P blica n o obstante sua autonomia n o possui fonte pr pria de recursos suficiente para manter o seu funcionamento O patrim nio das IFES depende portanto de serem criados e mantidos pelo governo Assim n o h como promover reestrutura o f sica ampliar o acesso ao ensino superior promover a es estruturantes sem que haja o devido aporte de recursos financeiros por parte do governo Conforme observado por Amaral 2007 Sguissardi 2009 a Universidade P blica depende do governo para estabelecer suas pol ticas o seu planejamento e atuar interando se com a sociedade nos campos do ensino da pesquisa e extens
364. nto de continu smo pol tico da hegemonia da pequena pol tica como reconhecido por Luciano Coutinho 2010 o que significa no campo da educa o superior a ado o de programa tempor rio de resgate da Universidade P blica sem que haja a discuss o envolvendo os atores necess rios sobre quais devem ser os rumos da Universidade P blica com a consequente ado o de um projeto em que esteja realmente demonstrada a op o pol tica do governo pelo desenvolvimento da educa o global em todos os n veis de maneira a combinar investimentos e busca da qualidade do ensino Leher 2010 afirma que a educa o no pa s sempre foi prioridade nos discursos governamentais Entretanto quando se avalia o montante de investimentos o lugar da educa o entre as demais pol ticas sociais particularmente dos ltimos governos continua distante de coloc la como priorit ria Como exemplo disso Leher 2010 cita a rela o PIB gastos com educa o demonstrando que depois de anos de tend ncia de queda houve melhoria dos ndices nos anos de 2006 e 2007 mas que em termos totais o n vel de investimento n o aumentou porque o percentual do PIB destinado educa o continua o mesmo durante anos Em conson ncia com Leher 2010 Barros e Brunacci 2010 afirmam ser a educa o no governo de Lula da Silva PT de car ter expansionista e desvinculada da qualidade em fun o de que n o h modifica o substantiva na l gica de financiamen
365. nto dos recursos a serem distribu dos entre as unidades administrativas da UFBA dividida por custeio investimentos e equipamentos Entretanto faltam esclarecimentos sobre a sua composi o e os n meros mais uma vez divergem dos demais documentos encontrados de modo que optei por utilizar as fontes j citadas na composi o da tabela e consider la apenas como norteadora da divis o dos recursos pela Reitoria da UFBA no ano de 2008 210 por parte de v rios conselheiros da necessidade urgente das obras serem iniciadas para evitar o descompasso entre a amplia o das vagas e as condi es de oferta do ensino Isso demonstra a sinaliza o por parte dos membros do Consuni da preocupa o com o descompasso que n o evitado Estes resultados s o fruto do contingenciamento de recursos por parte do governo federal o que conforme afirmado por Leher 2010 se deve limita o or ament ria do Minist rio da Educa o que apesar de ter institu do o Reuni n o est obrigado a se responsabilizar pela garantia dos recursos se n o h libera o deles por parte do governo Tanto isso verdadeiro que questionado pelos gestores das IFES o governo Lula da Silva PT em 2009 promoveu a renova o do pacto em torno do Reuni estabelecendo aumento de 50 do montante fixado pelo Decreto 6 096 2007 sendo este valor correspondente a 20 do montante dos recursos inicialmente previstos para custeio e pessoal excluindo os inativos que
366. o Unicef PNUD Unesco e Banco Mundial 130 equacionar os problemas decorrentes da sua condi o social Ent o o foco do investimento deve ser no capital humano de modo que cada indiv duo tenha acesso aos bens e servi os de que necessita atrav s da meritocracia ou seja conforme a sua capacidade e habilidade para destacar se em meio a tantos outros indiv duos Para Chau 2001 segundo essa concep o o conte do da luta de classes esvaziado sendo a condi o de pobreza associada capacidade e ao m rito de cada indiv duo e n o as suas condi es sociais E preciso registrar que a desigualdade socioecon mica gera servi os sociais ofertados no contexto da l gica do mercado 3 o discurso estrat gico do Banco Mundial de combate a pobreza transforma os servi os sociais como a educa o como a es destinadas aos pobres atrav s das pol ticas sociais focalizadas e compensat rias e amplia o processo de privatiza o das pol ticas sociais para aqueles que podem pagar pelos servi os privados Nesse contexto h um culto ao individualismo estimulando que um indiv duo ao educar se e se tornar competitivo estaria atingindo a sua empregabilidade Nesse discurso o desemprego e a pobreza aparecem como consequ ncias da incapacidade individual omitindo que o desemprego estrutural e a desigualdade econ mica e social s o necess rios para manter e refor ar o sistema capitalista
367. o conforme afirma Wanderley 2003 forjada no contexto da complexidade social e 29 na defini o dos seus rumos por isso sofre muta es atrav s dos tempos de modo que vai se adequando s novas condi es impostas pela realidade A reestrutura o do modo de produ o capitalista trouxe o imperativo da forma o que estivesse em conson ncia com as determina es da divis o social do trabalho subordinando o l gica da acumula o Conforme estudos de Fernandes 1975 Dourado e Catani 1999 Chau 2001 Wanderley 2003 Santos 2004 a Universidade P blica uma institui o social com significado poliss mico que remete a m ltiplos termos tais como saberes espa o trabalho cultura arte ci ncia ensino pesquisa autonomia representa o social civiliza es pensamentos defini es leis teorias dentre outros A Universidade P blica palco onde os muitos interesses e conflitos est o representados Em seu interior digladiam interesses antag nicos que ao mesmo tempo conjugam for as formam a sua din mica e a definem como institui o de natureza hist rico social A Universidade P blica no contexto da luta de classes l cus da representa o das contradi es da sociedade e como tal conquanto subordinada l gica da acumula o tamb m espa o de luta e defesa pela democratiza o do saber e da manuten o da sua natureza enquanto institui o hist rico social Talvez est
368. o considerar a real condi o do desemprego no pa s Foi consolidada a pol tica de forma o profissional flex vel caracterizada pela flexibiliza o dos conte dos e pela demanda existente de forma o espec fica considerando neste momento ao contr rio do que ocorreu em anos anteriores a necessidade de forma o existente em cada regi o do pa s Outro ponto a ser destacado o fato observado por Silva 2002 quanto ao consentimento dos governos latinos em rela o imposi o das regras pelos organismos internacionais sobretudo pelo Banco Mundial No caso brasileiro a autora afirma que n o houve posicionamento cr tico por parte dos gestores p blicos neste sentido Ao contr rio o Minist rio da Educa o sem um projeto educacional definido sujeitou se s imposi es externas comprometendo a qualidade da estrutura da educa o nacional Este consentimento implicou como afirmado por Silva 2002 p 34 no esfacelamento do etno cultural e dos princ pios promovendo o esvaziamento da identidade e a domestica o da intelig ncia de 72 sua popula o cuja materialidade se expressa em n o ultrapassar os limites preconizados para a produ o do conhecimento cient fico e tecnol gico no Brasil e na Am rica Latina A conclus o que se tem ap s as evid ncias te ricas apresentadas que o modo de acumula o capitalista carrega em sua pr pria constitui o a tend ncia de passar por crises A re
369. o Tribunal de Contas da Uni o e s o instrumentos de avalia o que permitem identificar o desempenho institucional A taxa de sucesso 236 da UFBA corroboram para constatar efeitos limitadores da expans o Reuni Conforme Relat rios de Gest o da UFBA at o ano de 2010 por exemplo n o ocorreram mudan as significativas na taxa de sucesso da gradua o 0 8 em 2008 e 0 7 nem no custo aluno redu o de apenas 13 em 2010 em rela o a 2008 Mas o custo de 2010 igual ao de 2007 tampouco na rela o professor aluno em 2008 11 38 e em 2010 12 96 Este ltimo ndice est em 2010 muito distante daquele esperado pelo governo Lula da Silva PT 18 alunos professor Neste caso ter uma rela o professor aluno na ordem de 12 1 mais interessante em termos de qualidade de ensino do que a esperada pelo governo Lula da Silva PT a constata o de um fator positivo que contraria a l gica expansionista do Reuni Contudo 67 dos coordenadores de curso afirmam que as turmas est o mais cheias ap s o Reuni particularmente nas disciplinas iniciais Com isso o volume de trabalho para muitos professores aumentou consideravelmente Em algumas unidades onde o n mero de professores ainda pequeno em rela o expans o como os de sa de h tamb m maior concentra o de encargos did ticos na gradua o para um professor Consultando o Sistema Acad mico da UFBA poss vel encontrar v rias turmas com 60 70 alun
370. o ao ensino superior p blico e tem como metas gerais elevar os ndices de alunos graduados nas IFES e a rela o professor aluno O objetivo do referido programa promover a amplia o de vagas na Universidade P blica e ocupar a virtual capacidade ociosa das suas estruturas f sicas particularmente no ensino noturno Entretanto as diretrizes operacionais do programa aparecem fundamentadas tamb m na justificativa da reestrutura o da Universidade P blica 22 por meio da eleva o dos recursos financeiros para serem aplicados em investimentos e custeio e ainda atrav s da reestrutura o curricular e pedag gica dos cursos No que diz respeito a este quesito o Reuni sugere a implanta o de cursos cuja estrutura de funcionamento seja fundamentada em ciclos Bacharelados Interdisciplinares As a es do Reuni podem ser englobadas nas seguintes dimens es amplia o da oferta de educa o superior p blica reestrutura o acad mico curricular renova o pedag gica da educa o superior mobilidade intra e interinstitucional compromisso social da institui o e suporte da p s gradua o ao desenvolvimento e aperfei oamento qualitativo dos cursos de gradua o A quest o em torno do governo Lula da Silva PT e do Reuni se este programa sendo forjado no contexto das prescri es dos organismos internacionais e amparado pela pol tica econ mica dominante realmente pode promover como afirmar a ret rica que o ju
371. o das entrevistas com os coordenadores de cursos ocorreram algumas dificuldades A primeira delas foi o fato de a UFBA estar em greve e ter sido por isso praticamente imposs vel encontrar os docentes e servidores da UFBA ou obter os seus contatos pessoais e mail ou telefone Com o t rmino da greve a primeira dificuldade foi superada porque os servidores retornaram ao trabalho e como secretariam os colegiados forneceram os contatos dos coordenadores A segunda dificuldade encontrada foi conseguir retorno dos coordenadores via e mail ou telefone Poucos responderam a esse tipo de contato A estrat gia utilizada foi a de encontr los pessoalmente o que demandou in meras visitas aos Colegiados Essas visitas exigiram muito tempo uma vez que as unidades administrativas da UFBA est o localizadas em v rios pontos geogr ficos de Salvador e nem sempre foi poss vel encontrar o coordenador na primeira tentativa E mesmo encontrando a entrevista era marcada para outra data poucos a concederam imediatamente Entretanto no grupo de 46 coordenadores entrevistados uma vez sendo encontrados todos se mostraram bastante dispostos a colaborar Dos entrevistados apenas tr s demonstraram alguma preocupa o com o teor da pesquisa com as informa es que seriam divulgadas e se seriam identificados Os demais participaram das entrevistas sem demonstrar nenhuma preocupa o com a tem tica elogiaram a iniciativa da pesquisa em conhecer a realidade da
372. o de Ruy Braga Actuel Marx Paris n 17 1996 VITORETTE Jaqueline Maria Barbosa et al Modelo econ mico flexibiliza o integra o e PROEJA Dispon vel em lt HTTP www http www ifg edu br observatorio index php textos colaboradores gt Acesso em jul 2012 WANDERLEY Luiz Eduardo W O que a Universidade Cole o Primeiros Passos S o Paulo Brasiliense 2003 UNESCO Declara o Mundial sobre Educa o para Todos satisfa o das necessidades b sicas de aprendizagem Dispon vel em lt http unesdoc unesco org images 0008 086291 por pdf gt Acesso em dez 2012 280 AP NDICES A Roteiro para a entrevista COM FESLOT S us sm ajpnares soniasoais PMs aapaaag SUN IDA pasta g ui AS da T atua aa 281 B Roteiro para a entrevista com os coordenadores de curso da UFBA 282 C Foto I Instala es antigas de laborat rio de pr tica embora a turma criada no Reuni campus Federac o secre oir a E G a A 286 D Foto II Falta de acessibilidade em pr dio campus Federa o onde funciona turma Criada NO Reuni aqu se isseniamcusfasiisp essi aE E EA A i aA EER Ea SAE leads castanha AEE Es AaS 286 E Foto III Pr dio ainda em constru o campus Ondina no ano de 2013 no quinto ano de Mipenciado Reuniao VE ana a NADA RUA OE Aa Ega OR aaa 287 F Foto IV Pr dio de biblioteca setorial campus Ondina constru do durante o Reuni mas que n o entrou em funcionamento
373. o de alguns cursos ofertados pela rede privada Neste sentido era de se esperar a diversifica o daqueles que seriam ofertados pelas IFES e particularmente pela UFBA quando da implementa o do Reuni indo de encontro ao que j vinha sendo ofertado pela rede privada Mas o movimento n o o esperado A expans o do ensino superior p blico via Reuni n o modifica a l gica existente conforme est evidenciado na Tabela 7 Tabela 7 N mero de concluintes nos anos de 2006 e 2010 nas IFES por grandes reas do conhecimento definidas pelo INEP Classifica o da Varia o quantidade de Percentual Concluintes por de rea do concluintes conhecimento y Concluintes reas do conhecimento 2006 2010 2006 2010 Educa o 173 759 161 286 2 Humanidades e Artes 27 196 22 424 17 5 EE 6 Ci ncias Sociais Neg cios e 299 246 361 820 20 9 1 1 Direito Ci ncias Matem tica e 59 821 52 127 12 9 4 5 Computa o Engenharia produ o e 41 491 57 615 38 9 5 4 constru o continua Tabela 7 N mero de concluintes nos anos de 2006 e 2010 nas IFES por grandes reas do conhecimento definidas pelo INEP 113 eos zpi Levando em conta apenas as vagas ofertadas nos cursos presenciais Como j dito levando em conta as vagas a dist ncia este n mero chega a 96 114 Valores em milhares 220 conclus o Agricultura e Veterin ria 13 552 18 094 33 5 8 8 Sa de e bem estar
374. o de que na prescri o dos Organismos Internacionais particularmente do Banco Mundial o investimento p blico priorit rio deveria ser em educa o b sica e n o no n vel superior o qual deveria ser 187 fomentado pelo setor privado Com base nestes argumentos demonstrado o gr fico 1 no qual consta a rela o PIB Investimentos em educa o em um intervalo de tempo de onze anos compreendendo os mandatos de FHC e grande parte do governo de Lula da Silva PT Gr fico 1 Hist rico da estimativa do percentual do Investimento P blico Direto em educa o em rela o ao Produto Interno Bruto PIB por n vel de ensino Brasil 2000 2010 m Varia o Percentual do PIB E Percentual do PIB investido em educa o E Percentual PIB investido no Ensino Superior Varia es Percentuais 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 Ha Fonte INEP 2012 A varia o de investimentos na educa o de modo geral em termos proporcionais oscilou pouco no intervalo de tempo compreendido entre os anos 2000 2005 Apesar da maior oscila o do PIB o n vel de investimento em educa o permaneceu basicamente o mesmo variando de 3 9 a 4 1 ocorrendo altera o maior a partir de 2006 que coincide com o segundo mandato de Lula da Silva PT fase em que o pa s teve melhor desempenho econ mico mas n o implicando no aumento da propor o de valor do PIB educa o de modo que possa ser constatada a mudan a de rumos em rela
375. o do acesso Condi es de oferta Estruturas de apoio ao ensino A es afirmativas Or amento Fonte Autoria pr pria Por fim uma vez estabelecidas s vari veis foram definidos os indicadores que melhor permitiriam a observa o do objeto da pesquisa Tal defini o tamb m foi feita com base nas atividades propostas dentro das a es que foram definidas pela UFBA quando da sua ades o ao Reuni e pela Andifes no relat rio do ano de 2010 Atividades essas determinadas por ambos como aquelas que seriam efetivadas de modo a implementar o Reuni e alcan ar os resultados almejados Assim dedutivamente agrupados dentro das vari veis no menor n vel do modelo de an lise est o entre outros indicadores como i vari veis i expans o de pessoal ii amplia o do acesso iii estruturas de apoio ao ensino iv or amento Indicadores professores e servidores contratados evolu o das vagas ofertadas ingressos taxa de sucesso da gradua o cria o de cursos bolsas e aux lios custo aluno rela o professor aluno rela o servidor aluno evolu o dos recursos or ament rios ii vari veis 1 estrutura curricular ii condi es de oferta iii a es afirmativas Indicadores concorr ncia acesso aos cursos de progress o linear condi es da oferta de ensino superior revis o curricular reestrutura o pedag gica dos cursos dentre outros Levando em conta as esferas hier rquicas constituin
376. o e o seu desenvolvimento isto o volume de capital invertido a estrutura do aparelho produtivo segundo setores bem como as normas de produ o com o seu consumo social gastos de consumo dos assalariados e outras classes consumo coletivo consumo induzido por medidas sociais estatais A compreens o do Fordismo aquela definida por Botelho 2008 p 32 conjunto de pr ticas econ micas t cnicas gerenciais pol ticas e sociais que combinadas formam uma estrat gia espec fica do capital para reproduzir se de forma ampliada Trata se de um sistema de produ o surgido em 1914 e que entrou em decl nio nos anos 1970 34 fases do desenvolvimento capitalista identificando o conjunto de elementos for as formas de domina o eixos de conflitos e implica es pol ticas que as definem Elucidar a partir da crise do fordismo a trajet ria percorrida pelo capital entre os anos 1970 e 1990 que desembocaram na re cria o do projeto burgu s de sociedade em vigor at hoje apesar de que com novas nuances permite situar neste contexto a leitura dos movimentos observados no cen rio pol tico econ mico brasileiro no que tange ao per odo do governo Lula da Silva PT 2003 2010 Sendo assim justifica se que a trajet ria te rica assumida neste estudo tem por base estudos que buscam uma leitura cr tica da reestrutura o do modo de produ o capitalista Isto posto define se neste estudo a acumula o
377. o mercado uma vez que n o se trata de buscar a sua qualidade mas sim formas de flexibilizar a sua oferta de modo que mais pessoas possam acess la Nos documentos do Banco Mundial publicados a partir dos anos 2000 v o se repetindo os elementos que a justificam como investimento pass vel de negocia o no mercado sempre sob o olhar regulador do Estado Ao mesmo tempo destacam Barreto e Leher 2008 ampliada a nfase dada ao ensino a dist ncia que devidamente amparada no conceito de compet ncia viabiliza a expans o desta modalidade em escala global como resultante das novas exig ncias econ micas aliadas s novas tecnologias O uso das tecnologias facilitador para a amplia o do acesso educa o superior Barreto e Leher 2008 observam o quanto a palavra acesso utilizada no documento Educa o Permanente da Economia Global do Conhecimento Desafios Para Pa ses Em Desenvolvimento O acesso ampliado educa o o que justifica a sua democratiza o obtida por meio das reformas educacionais e com a participa o do setor privado esta a maneira como o poder hegem nico compreende e dissemina a democratiza o do acesso ao ensino superior atrav s da sua privatiza o sem definir os elementos que constituem a sua qualidade Na cita o abaixo fica clara a refer ncia participa o do setor privado na denominada democratiza o do acesso educa o de maneira geral particularmente ao en
378. o pol tico da quest o da pobreza e da desigualdade reduzindo a a um problema administrativo Ao mesmo tempo esvaziou os movimentos de classe nomeando l deres sindicais para cargos de confian a dentro da burocracia governamental e fortaleceu a cria o de grupos econ micos que exploram a previd ncia privada Fez da presen a mais forte do Estado o instrumento viabilizador e 84 cristalizador dos interesses das fra es da burguesia nacional e do capital financeiro internacional e alimentou a popula o mais carente com pol ticas sociais focalizadas Ressalta Oliveira 2010 que a partir da chegada da esquerda ao poder a oposi o passou a ser a direita e portanto quaisquer cr ticas eram provenientes da classe hegem nica e portanto contra as camadas populares Toda cr tica era de direita porque intentava invalidar o projeto pol tico dos trabalhadores que finalmente haviam al ado ao poder Por outro lado como sinalizado mais uma vez por Oliveira 2010 n o foi um comportamento propriamente conservador o fato de representantes dos sindicatos serem al ados a condi o de gestores de Fundos de Previd ncia Privada e estarem operando por dentro do sistema financeiro como parceiros do grande capital Neste sentido a justificativa foi outra de que a classe popular precisava participar das negocia es capitalistas porque poderiam deste modo proteger os interesses dos trabalhadores uma vez que seus representantes dir
379. o que por democratiza o do acesso educa o entende se a sua expans o viabilizada majoritariamente pelo setor privado para favorecer a amplia o das matr culas no n vel superior 133 A autonomia pode ser traduzida como consentimento ou seja aceita o por parte das institui es educacionais da l gica organizacional S o aut nomas para agir dentro de determinados padr es estabelecidos pelo Banco Mundial e previstos nos marcos regulat rios locais As institui es de ensino superior devem obter por conta pr pria os recursos econ micos necess rios para investir na amplia o da educa o e por isso poderem decidir sobre a sua aplica o Neste contexto surge tamb m a nfase na produtividade do professor que deve ser remunerado ou at mesmo mantido no trabalho conforme o seu n vel de produtividade Sem d vidas h justificativas para que o Estado continue prestando apoio a este setor as invers es em ensino superior geram benef cios externos importantes para o desenvolvimento econ mico como os benef cios a longo prazo das pesquisas b sicas e o desenvolvimento e transfer ncia de tecnologias A crise no ensino superior sobretudo no setor p blico est gerando grandes mudan as nos objetivos e nas modalidades de interven o governamental No lugar de exercer um controle direto a fun o do governo a de proporcionar pol ticas favor veis para as institui es p blicas e privadas da educa
380. o se reproduziu da mesma forma em todos os pa ses mas a raiz central das 28 prescri es hegem nicas foi devidamente disseminada tamb m no Brasil que cumpre com as suas varia es locais o mesmo receitu rio macroecon mico imperativo da nova ordem De acordo com o Chau 2001 como parte das diversas exig ncias contidas nas prescri es hegem nicas feitas pelos organismos financiadores internacionais est a ado o de medidas que causam efeitos diretos nos variados setores sociais e dentre eles est a educa o superior certo que n o existe apenas um elo que une o ensino superior e a Universidade P blica ao processo de reestrutura o do capital Este v nculo na verdade em forma de movimento din mico complexo composto por in meras vari veis que dificilmente podem ser dissociadas porque formam conex es pol ticas e culturais Mas h um elemento em particular que parece justificar melhor o motivo pelo qual a educa o torna se central dentro da estrat gia hegem nica h interesse cada vez maior pela ci ncia pela inova o tecnol gica e produ o de informa o que agregam valor econ mico ao processo produtivo e for a de trabalho porque preciso formar indiv duos para assumir fun es na sociedade dividida em classes e ainda porque um novo sistema de regula o foi imperativo e com ele as formas de produ o e apropria o do saber tamb m foram reestruturadas Assim compreender os movim
381. o setor privado no financiamento e presta o de servi o estimular a amplia o do acesso atrav s da tecnologia Neste documento aparece tamb m a necessidade de reafirmar o que a referida institui o qualifica como democracia local a redu o da dimens o do Estado e o seu papel enquanto viabilizador das parcerias com a iniciativa privada e entidades sociais ONGs objetivando ampliar a oferta da educa o Ressalta se que a refer ncia feita democratiza o da educa o novamente permite compreender que equivale amplia o do acesso ao ensino superior Nesse contexto termina se por viabilizar investimentos por parte dos grandes grupos internacionais que terminam prestando importantes servi os sociais ao pa s uma vez que mais pessoas passam a ter acesso a este servi o que vendido como um bem p blico imprescind vel ao indiv duo competitivo capaz de lutar por si s em busca da sua empregabilidade O que p de ser percebido que nos documentos publicados pelo Banco Mundial est claramente posto o fio condutor da reforma educacional observada no pa s desde a d cada de 1990 empresariamento da educa o superior manuten o do modelo de investimentos Nos estudos de Queiroz 2011 quando o Banco Mundial faz refer ncia ao uso de tecnologias no ensino est fazendo refer ncia exclusivamente ao ensino a dist ncia uma importante estrat gia para ampliar o acesso educa o superior so
382. o seu plano estrat gico de investimento 171 aplica o dos recursos advindos do programa Al m do fato de que as IFES t m diferentes realidades em fun o do espa o onde est o situadas da sua hist ria da cultura local do seu modo organizacional do seu porte enfim Desse modo foi necess rio definir uma universidade p blica para a realiza o da pesquisa para que fosse poss vel observar um modo como foi operacionalizado o Reuni entre tantos outros poss veis A Universidade Federal da Bahia sede localizada em Salvador ficou confirmada como unidade de estudo pelos seguintes motivos 1 por figurar entre as maiores IFES do pa s e ser a maior em oferta de vagas das regi es norte e nordeste ii por ter ocupado atrav s do seu ent o reitor papel preponderante como colaborador do projeto Reuni iii por ser exequ vel dentro do espa o temporal existente e das condi es materiais e humanas dispon veis para a sua realiza o o que constituiu as condi es de acessibilidade por parte da pesquisadora O Reuni aqui estudado a partir de duas dimens es quais sejam a operacional e curricular pedag gica Essas dimens es foram definidas a partir da combina o de vari veis contidas nas seis dimens es originais do Reuni e foram definidas com o objetivo de contemplar os aspectos considerados como estruturais do programa Por fim o espa o temporal da pesquisa compreende o per odo de 2008 a 2010 durante o governo de L
383. o sindicalismo cuja agremia o foi estabelecida em S o Paulo e que teve como um dos seus maiores representantes Luis In cio Lula da Silva Neste mesmo contexto hist rico v rios outros movimentos sociais emergiram como as 34 Nos estudos de Fagnani 2005 p 105 est a afirma o de que no Brasil partir de meados dos anos 70 o processo de reorganiza o pol tica da sociedade civil foi intensificado Dentre as diversas manifesta es desse movimento destacam se a retomada do movimento sindical a emerg ncia do movimento social amparado por setores progressistas da Igreja Cat lica a organiza o de novos partidos pol ticos de oposi o o revigoramento das associa es comunit rias e das associa es profissionais e de classe a retomada da mobiliza o estudantil e o crescente engajamento da Universidade na luta pela restaura o do Estado Democr tico de Direito 35 O novo sindicalismo foi marcado pelo rompimento com o sindicalismo de vanguarda que defendia as alian as entre l deres sindicais e o governo No novo sindicalismo a autonomia do trabalhador na negocia o com o patr o relevante o embate e a resist ncia s o as principais estrat gias usadas Como afirmado por Mois s 1982 p 60 foi o pr prio contexto capitalista p s 1964 que deu origem a um novo movimento sindical bastante combativo e agressivo e cujas orienta es est o relacionadas com pelo menos tr s quest es essen
384. obre a reestrutura o capitalista dos anos 1970 e h deste modo algumas designa es para o fen meno observado neste contexto capitalismo flex vel reestrutura o produtiva capitalista capitalismo tardio novo capitalismo acumula o flex vel Todo o esfor o te rico dos estudos realizados sobre o tema com o objetivo de elucidar os elementos anal ticos que ajudam a explicar muito do funcionamento da economia mundial e das recentes crises do capitalismo Est amplamente reconhecido que nas ltimas d cadas ocorreram mudan as de car ter mundial que assinalam o rompimento com a ordem social pol tica econ mica e cultural vigente at a Segunda Guerra Mundial Conforme observado exaustivamente na literatura particularmente em Vakaloulis 1996 no come o dos anos 1970 a crise estrutural capitalista que anos antes j vinha sendo gestada atingiu seu ponto m ximo quando tamb m entraram em desequil brio as pol ticas macroecon micas keynesianas quando houve o esgotamento das pol ticas de expans o econ mica fazendo com que a taxa de infla o alcan asse patamares incontrol veis os lucros fossem comprimidos ocorresse estagna o dos investimentos fazendo com que o desemprego alcan asse elevado n vel deixando em evid ncia a crise das finan as p blicas As estrat gias escolhidas para o enfrentamento desta crise culminaram na reestrutura o do sistema capitalista marcada pelas mudan as no processo produtivo
385. ocumentais houve a necessidade de complementar o que j havia sido obtido e dessa vez n o houve pronto atendimento por parte de nenhum dos setores procurados Pr Reitoria de Planejamento Setor de Or amento Reuni Coordena o de Planejamento F sico e Superintend ncia de Pessoal Em todos esses setores os respons veis pediram algum tempo para fornecer as informa es marcaram reuni es que n o foram realizadas ou ficaram de dar retorno via e mail Alguns pediram uma semana de prazo como a secret ria da Pr Reitoria de Planejamento e a do Setor de Or amento por conta do per odo que era de finaliza o da execu o or ament ria anual Apesar disso o prazo solicitado foi razo vel uma semana e cumprido pela secret ria da Proplan mas n o pela respons vel pelo Setor de Or amento que n o obstante tenha marcado a data de entrega das informa es depois de 15 dias da data inicialmente prevista alegou falta de condi es para fornec las uma vez que o per odo era de muito trabalho em fun o da chegada do final do ano e da execu o or ament ria que teria de ocorrer dentro de um espa o ex guo de tempo A maioria dos setores na segunda etapa de levantamento de informa es n o quis precisar tempo de entrega dos documentos sendo que j haviam demorado consideravelmente na primeira solicita o feita ou nem chegaram a atend la Nesses casos foram feitas diversas visitas aos setores sem grande sucesso e
386. oi disponibilizado para esta pesquisadora 232 estrutura de funcionamento da Universidade P blica Com isso o governo prometeu a contrapartida em quantidade de novos servidores desde que as IFES aumente a taxa m dia de conclus o em seus cursos para 90 e a rela o professor aluno seja de 18 para 1 na gradua o presencial No Tabela 10 evidenciada a evolu o da quantidade de professores e t cnicos na UFBA Tabela 10 Evolu o de professores e t cnicos administrativos na UFBA no per odo de 2008 2010 Categorias Anos 2008 2009 2010 Professores efetivos 1 768 1 961 2 085 Professores substitutos 578 597 523 T cnicos administrativos 3 312 3 244 3 2713 Fonte UFBA em N meros 2012 A quantidade de professores substitutos ano a ano indica a necessidade deste profissional para suprir a aus ncia dos efetivos Tomando por base o ano de 2008 em que neste aspecto o Reuni n o estava ainda implementado uma vez que a expans o de vagas feita em 2008 para ser efetivada em 2009 observa se que a redu o da necessidade de substitutos de apenas de aproximadamente 13 No ano de 2009 quando as turmas novas entram em funcionamento h aumento de substitutos certamente porque n o existiam condi es para contratar todos os efetivos necess rios At o ano de 2010 a contrata o de efetivos tem incremento de apenas 18 enquanto a eleva o das vagas ofertadas na ordem de 88 A situa o do
387. ois cursos foi um mesmo professor Em outros n o foi criada uma estrutura em torno da turma curso criado incluindo um coordenador A forma como cada curso foi organizado dependeu da unidade administrativa e das condi es existentes em cada uma delas 177 administrativos iii revisita aos setores administrativos para complementar informa es ou insistir nos pedidos protocolados anteriormente e que n o haviam sido atendidos iv realiza o das entrevistas Como se observa o levantamento documental ocorreu em tr s etapas Inicialmente foi feita uma pesquisa via internet no site da institui o buscando legisla es projetos pedag gicos matrizes curriculares Projeto de Desenvolvimento Institucional PDI Projeto Pedag gico Institucional PPI dentre outros Essa pesquisa foi facilitada pela organiza o do site institucional e pela constata o da disponibilidade dessas informa es Entretanto nem todos os documentos estavam atualizados e nas visitas feitas aos setores foi constatado que realmente documentos como o PDI e o PPI estavam sendo reescritos e as novas vers es n o foram publicadas at o t rmino da pesquisa emp rica Ap s o primeiro momento do levantamento documental houve o protocolo do pedido de autoriza o vice reitoria da UFBA para ter acesso s informa es sobre a implementa o do Reuni via acesso aos documentos institucionais existentes em v rios setores administrativos A autoriza
388. omercial da educa o superior O protagonismo dos organismos internacionais no campo econ mico e da educa o deixa evidente o uso estrat gico da educa o como mecanismo difusor do projeto de desenvolvimento capitalista Desse modo a an lise dos condicionantes que caracterizaram a reforma da educa o no governo de FHC e mais tarde no governo de Lula da Silva PT torna evidente que a reforma educacional realizada pautou se nas prescri es internacionais e portanto foi alinhada com o projeto de desenvolvimento capitalista o que terminou assegurado com a revis o do marco regulat rio da educa o nacional particularmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Brasileira que entrou em vigor no ano de 1996 o Plano Nacional de Educa o publicado no ano de 2001 e a implementa o do Reuni em 2007 Todos estes documentos constitu ram se na verdade em elementos e pe as distintas de um mesmo projeto ou padr o de desenvolvimento Isso n o significa afirmar que n o existam diferen as entre os governos FHC e Lula da Silva PT em rela o a pol tica do ensino superior Com base nos estudos de Lima 2005 o governo FHC expande a educa o superior e adota a nfase na flexibiliza o diversifica o avalia o qualifica o e moderniza o No que diz respeito a diversifica o FHC promove a oferta da educa o a dist ncia com o uso das novas tecnologias A ret rica que fundamentou esta a o foi a necessidade de
389. ominado como til e que deve ser apreendido pelos alunos aquele que contribui para o aumento da base produtiva particularmente no campo das novas tecnologias O Estado atua no sentido de responder s press es internas e externas por forma o de m o de obra qualificada e viabiliza as condi es para que a l gica da educa o instrumental seja implantada e o faz dentre outros meios criando condi es objetivas e regulamentando a educa o Por meio de tais normas o Estado dita o seu modelo de qualidade pautado em avalia es que mensuram o desempenho institucional dos professores e dos alunos Na verdade nesse processo de expans o o Estado controla a redu o de custos e com uma suposta transpar ncia na aplica o dos recursos or ament rios procura uma melhor rela o custo benef cio e forma profissionais de acordo com as demandas Apesar de o modelo vigente de qualidade educativa ser o hegem nico preciso ter claro que adv m de concep es de mundo de interesses econ micos e sociais claramente corporificados no mbito do Estado E preciso registrar que no contexto social mais amplo como no mbito da pr pria Universidade P blica existem outras concep es de qualidade 258 forjadas em modelos e concep es de qualidade educacional que caminham na contram o do modelo hegem nico N o que se trata de tentar definir a qualidade sem levar em conta o momento hist rico e suas demandas mas de afirmar
390. omplementares e compartilhadas pertencem a um setor e do total desconhecimento do outro O quarto momento da coleta de informa es foi a realiza o das entrevistas cujas pautas permitiram obter dos entrevistados informa es que explicaram tanto sobre o surgimento do Reuni sob o ponto de vista de ser uma pol tica p blica do governo Lula da Silva PT para a educa o superior quanto a rela o desse programa com os bacharelados interdisciplinares com a reestrutura o da universidade p blica e do ensino superior brasileiro Al m disso as entrevistas permitiram apreender informa es sobre a operacionaliza o do programa Reuni na UFBA a partir do olhar proveniente dos cursos que formam a base da universidade p blica sob a tica das dimens es contempladas nesse estudo operacional e reestrutura o curricular pedag gica As entrevistas foram realizadas primeiramente com os atores que participaram da formula o e implementa o do Reuni na UFBA e no mbito nacional Em seguida com os atuais diretores das unidades administrativas da UFBA cuja ades o ao Reuni geraram a cria o de maior n mero de vagas e por fim com os atores que participaram da formula o e implementa o no mbito nacional O contato inicial com os entrevistados foi feito via telefone ou mensagens eletr nicas que foram respondidos dentro de curto espa o de tempo com a resposta positiva para a concess o das entrevistas Apenas o diretor do Pro
391. onstru o hist rica de cada pa s a dimens o ideol gica e a disputa pelo poder Governar significa conjugar elementos distintos por vezes antag nicos e n o sempre que a dimens o ideol gica prevalece diante da condi o social imposta que n o tem como ser desconsiderada Nem poss vel apag la para come ar tudo novamente Por vezes tamb m a dimens o ideol gica fica subordinada disputa pelo poder quando o governo precisa fazer concess es al m de compor alian as para obter a governabilidade Ent o pode se dizer que a mudan a de rumos petista foi uma esp cie de consolida o entre a aproxima o entre as suas op es hist ricas as condi es espec ficas do Brasil e a realidade do fazer pol tica em sociedades complexas NOGUEIRA 2003 p 7 Alguns condicionantes provenientes da realidade brasileira determina es e limites 100 hist rico sociais peso e autonomia relativa da burocracia condicionamentos e restri es do sistema pol tico restri es democr ticas efeitos da tens o entre governo partido e a heran a neoliberal levaria de maneira inevit vel o Lula da Silva PT a adotar a modera o no governo Antes mesmo das elei es presidenciais de 2002 o PT j havia buscado alian as partid rias que destoavam do seu radicalismo hist rico bem como havia o comprometimento expl cito do partido com a manuten o dos compromissos assumidos por FHC junto aos organismos internacionai
392. ontar os preju zos financeiros advindos desta prec ria racionaliza o e na aplica o dos recursos p blicos Preju zos estes de maneira bem rasa j constatados pela simples perda do valor dos recursos aportados em fun o da passagem do tempo O resultado disso n o pode ser outro a n o ser o de in meras consequ ncias apontadas ao longo desta an lise que distanciam o Reuni da democratiza o do acesso Universidade P blica Na dimens o operacional definida neste estudo a estrutura or ament ria proveniente do Reuni o fundamento que ampara o cumprimento do acordo de metas estabelecido pela UFBA com o governo Lula da Silva PT Da adv m os demais elementos constituintes da dimens o operacional amplia o das vagas contrata o de pessoal e expans o da estrutura f sica Deste modo passa se an lise da vari vel amplia o das vagas na UFBA Por m antes disso s o consideradas as informa es no mbito da educa o superior nacional o que se faz necess rio em virtude de que a efetiva o do Reuni na UFBA ocorre de maneira articulada com este contexto Isto posto em rela o amplia o das vagas a primeira constata o da forma como est composto o cen rio da educa o nacional em termos de oferta de vagas O Gr fico 5 demonstra o quanto a educa o superior majoritariamente ofertada pelo setor privado desde os anos 1980 mas neste tempo as IES com fins lucrativos existiam em quantida
393. or do Minist rio da Educa o no per odo de 2006 a 2010 Anos Valores Or ament rios Valores Or ament rios Varia o autorizados pagos Recursos pagos 2006 9 837 725 652 8 672 784 091 o 2007 11 471 236 211 9 814 704 726 13 2 2008 13 094 566 836 10 974 849 953 11 8 5 9 2009 15 162 678 836 12 089 846 403 10 2 2010 17 440 786 587 14 073 063 459 16 4 5 9 Conforme informa es publicadas nas Sinopses Estat sticas da Educa o Superior Gradua o em 2006 a quantidade de vagas ofertadas modalidade presencial pelas IES p blicas era de 144 445 Em 2010 este n mero passou para 248 534 J na modalidade a dist ncia n o h informa es do ano de 2006 mas em 2010 as vagas ofertadas totalizavam 34 127 Fonte BRASIL Minist rio da Educa o INEP Sinopses Estat sticas da Educa o Superior Gradua o Dispon vel em lt http portal inep gov br superior censosuperior sinopse gt Acesso em jun 2013 Os valores das tabelas apresentadas est o em milhares 190 Fonte C mara Federal 2012 No per odo de 2000 a 2006 antes do Reuni e do PDE j citado o governo federal j contingencia os gastos com educa o de modo que o incremento como afirmado por Leher 2010 p 392 em seis anos de apenas 2 7 bilh es de reais o que indica aumento m dio anual de 12 8 Quando se analisa o per odo subsequente 2007 2010 v se que a varia o do investimento equival
394. or cento da renda nacional e isto pode disparar at 20 por cento num futuro pr ximo se os cortes nos impostos se mantiverem A origem deste termo pode ser encontrada em Chau 2001 p 27 a origem desta f rmula como reconhecem seus atuais proponentes pouco ilustre foi impregnada pelo fascismo para indicar um projeto e um programa econ mico social e pol tico que se pretendia equidistante do liberalismo e do socialismo comunismo Reapareceu nos anos 40 nos discursos de Per n e consolidou o peronismo Em outras palavras outrora como agora a ideia da Terceira Via tem a pretens o de colocar se al m da direita liberal e da esquerda socialista comunista Lima 2005 p 50 afirma que o termo Terceira Via exprime um processo de ideologiza o maci a sobre a possibilidade de um capitalismo humanizado ou reformado um projeto pol tico identificado ora como terceira via ora como social democracia nova esquerda centro esquerda social democracia modernizadora ou governan a progressista O termo referido comp s um projeto apresentado aos intelectuais e pol ticos europeus por Anthony Giddens ent o reitor da London School of Economics e assessor de Tony Blair ex primeiro ministro ingl s Foi um projeto apresentado tamb m na C pula da Governan a progressista cujas reuni es come aram em 1999 e na literatura h registro de que teriam ocorrido periodicamente at o ano de 2009 127 humanizado
395. or com a educa o b sica DECRETO N 6 096 2007 Ao estabelecer o Reuni conforme afirmado por Pereira de Deus 2008 o governo permite que as IFES fa am suas ades es livremente ao programa Da mesma forma devem apresentar os seus projetos de expans o O Decreto do Reuni menciona que o governo subsidiar os gastos advindos da expans o tanto os de custeio quanto os de investimentos Entretanto limita a amplia o dos gastos com custeio at 20 do que praticado pela IFES e deixa claro que os recursos ser o concedidos desde que haja capacidade or ament ria por parte do Minist rio da Educa o Al m disso afirma que respeita a autonomia universit ria ao estabelecer que cada IFES adere ao programa de acordo com a delibera o do seu Conselho Superior ou seja conforme a vontade da comunidade universit ria Por fim institui os crit rios necess rios para que as IFES recebam os recursos or ament rios firmar contrato de gest o com o governo responsabilizando se pelo cumprimento de ambiciosas metas expansionistas de vagas que visam cumprir o estabelecido no PNE e que est tamb m no PDE de Lula da Silva PT prover a oferta do ensino superior para pelo menos 30 da popula o jovem do pa s Atrav s do Reuni o governo promete aumentar os gastos com a educa o superior mas isso n o implica na mudan a da l gica de financiamento das IFES porque de acordo com os estudos de Amaral 2007 o repasse de verb
396. or de marketing do governo mudou para Reuni porque na poca estava sendo lan ado o Prouni Programa Universidade para todos De modo que quando Lula assinou o decreto em maio era um documento bastante simplificado E j estava incorporada uma s rie de ideias que tinham sido desenvolvidas em dezembro 2006 Ent o a es afirmativas cursos noturnos a reestrutura o curricular a integra o com a p s gradua o v rias destas ideias j estavam postas nesse documento Universidade Nova Outra an lise a ser feita quando se trata de recursos or ament rios quanto autonomia da Universidade P blica um tema que Lula da Silva PT assim como outros governos n o colocou em pauta Como o Reuni foi inicialmente bastante criticado por alguns reitores de Universidades P blicas e tamb m pelo ANDES sobretudo quanto ao suposto ataque autonomia das IFES uma das promessas de Lula da Silva PT ao publicar o PDE de 2007 foi de fortalec la por meio de v rias a es e citou uma a contrata o de professores que foi modificada passando a ser atrav s de um banco de vagas professor equivalente Para o governo o fato de as IFES poderem contratar professores com base em um banco de equival ncia de vagas contribui para que sejam aut nomas sob o ponto de vista da gest o dos recursos de pessoal Por m esta uma compreens o de autonomia question vel e que ser retomada mais a frente Em termos or ament rios
397. os Disciplinas a exemplo de Matem tica e Introdu o Filosofia que est o em curr culos da maioria dos cursos da UFBA t m turmas sempre Z grandes Este mesmo fen meno percebido nas turmas iniciais dos mais diversos cursos E onde at por conta do elevado ndice de reten o os alunos est o aglomerados E bom lembrar que o m dulo regular de disciplina da UFBA sem o Reuni de 45 alunos turma Em muitos cursos at nos que n o expandiram vagas f cil encontrar turmas com mais de 50 130 alunos Apesar de as turmas iniciais serem cheias sempre funcionando com a capacidade operacional acima do limite de 45 alunos h por outro lado o elevado ndice de evas o da UFBA que fica em torno de 45 e o tamb m alto ndice de reten o particularmente nas na gradua o a rela o entre alunos concluintes e ingressantes O custo por aluno calculado considerando as despesas correntes totais divididas pelo n mero total de alunos equivalentes A rela o professor aluno obtida atrav s do n mero de alunos tempo integral dividido pelo n mero de docentes de tempo integral em atividade na doc ncia acrescido do n mero de professores tempor rios substitutos e visitantes subtra do dos professores que est o afastados da IFES Todos os n meros citados da UFBA n o levam em conta a unidade Hospital Universit rio 1 A taxa de sucesso na gradua o registrada neste estudo diz respeito ao indicador
398. os anos de 1980 fundamentado na abertura financeira e comercial dos pa ses Tal argumento amparado no fato de que os pa ses mais afetados foram justamente aqueles que n o adotaram e propagaram ao mundo a adequa o do referido modelo Estados Unidos Inglaterra Alemanha Jap o M xico dentre outros Fatos como este ratifica a cr tica de Oliveira 2003 quando alertou para o fato de que o Brasil ao assumir a l gica da financeiriza o distanciou se da possibilidade de promover o desenvolvimento econ mico sustent vel fundamentado no processo produtivo interno que realmente poderia melhorar a sua condi o enquanto pa s perif rico Em suma em rela o aos anos anteriores ao seu governo Lula da Silva PT teve de maneira geral melhores resultados sob o ponto de vista econ mico Esta constata o feita Para Harvey 2011 a crise ocorrida em 2008 come ou a dar sinais na verdade desde 2006 quando em algumas cidades dos Estados Unidos a taxa de despejos de pessoas de baixa renda aumentou significativamente Enquanto os despejos eram de fam lias pobres foram considerados como normais provenientes da exclus o social Entretanto mais tarde em 2007 fam lias de classe m dia passaram a fazer parte das estat sticas de despejo em uma quantidade que despertou a aten o do governo porque afinal de contas j n o se tratava mais de pessoas exclu das socialmente A incapacidade dos cidad os americanos em manter o pagamen
399. os com a proposi o de serem o primeiro ciclo de uma funda o superior em dois ciclos Como houve muita resist ncia a essa proposta e os setores mais ligados forma o profissionalizante eles resistiram a modificar qualquer coisa nesses cursos tradicionais chamei de tradicional por falta de outra palavra Tradicionais mais antigos mais prestigiados devido a essa resist ncia chegou a uma proposi o intermedi ria que n o foi nem deixar como estava da forma tradicional nem fazer essa mudan a mais significativa de gradua o dos ciclos Ent o chegou se numa proposta intermedi ria de cria o dos bacharelados interdisciplinares e possibilitar a entrada do egresso do BI num curso profissionalizante tradicional chamado CPL Curso de Progress o Linear Os BIs como j afirmado representam grande for a na expans o das vagas da UFBA s o parte da estrat gia desta institui o para aderir ao Reuni representam a reestrutura o pedag gica na UFBA como ser visto a seguir e continuam a receber n mero vultoso de per odo os BIs e os tecnol gicos promoveram nova amplia o de 445 vagas ou seja 54 do incremento ocorrido 224 alunos a cada semestre al m de terem alunos espalhados pelos mais diversos curso da UFBA Contudo est o restritos ao HIAC e n o alcan aram por conta da expans o Reuni lugar de destaque em meio aos demais cursos da UFBA os denominados CPL Esta afirma o feita com ba
400. os privados incremento das receitas das universidades p blicas atrav s da contribui o dos estudantes e vendas de servi os dentre outras Associado aos ajustes citados a compreens o do papel do ensino superior passa a ser de que o mesmo precisa ser reformulado para ser capaz de atender s demandas surgidas a partir das novas exig ncias do mercado global A reforma educacional de FHC centra esfor os na amplia o do acesso ao ensino superior Para tanto utiliza da parceria p blico privada para financiar a pol tica para a educa o em geral particularmente a de n vel superior e abre o mercado brasileiro para a explora o por parte de grupos empresariais nacionais e estrangeiros al m de estimular o uso das novas tecnologias da informa o enfatizando a oferta do ensino a dist ncia Com isso o mercado privado da educa o superior nacional sofre significativa amplia o registrando no ano de 2005 conforme estat sticas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INEP 2012 a exist ncia de 2 013 institui es de ensino superior universidades centros universit rios faculdades integradas centros de forma o tecnol gica Segundo as referidas estat sticas no per odo de 1989 a 2002 as matr culas no ensino superior privado expandiram na ordem de 160 Com isso est reafirmada a op o pol tica de FHC de ampliar o acesso educa o superior via setor privado Lula da Silva PT assume o pa s
401. os realizados na Universidade Federal da Bahia observa que embora os professores se denominem aut nomos ao exercer a profiss o cada vez menor a sua autonomia diante da forma como est constitu do o controle institucional sobre o trabalho docente de modo a manter o funcionamento do cotidiano da Universidade P blica em conson ncia com o empresariamento da educa o Se por um lado o professor se sente 154 aut nomo no exerc cio da sua profiss o na realidade inexiste a constata o desta independ ncia O que h segundo a autora a aliena o do trabalho docente diante de um forte e r gido sistema de controle realizado substancialmente pelos rg os governamentais com uso de instrumentos de avalia o pautados na l gica empresarial L gica que define tamb m o modelo de financiamento da pesquisa que tamb m contribui para a aliena o do trabalho docente Ainda sobre a expans o do ensino superior Dourado 2008 realiza estudos nos quais discute o papel do ensino a dist ncia neste contexto Neste sentido ratifica o continu smo da pol tica educacional adotada por Lula da Silva PT utilizando do marco regulat rio vigente LDB PNE PDE Prouni e SINAES Sistema Nacional de Avalia o do Ensino Superior para promover adapta es na legisla o de modo a unir o direito do acesso educa o e o fortalecimento de maneira natural do modelo de educa o nacional fundado nas prescri es hegem nicas Com
402. os repasses nos anos de 2007 e 2008 espec ficos do Reuni Por isso as informa es a respeito destes anos s o aquelas obtidas no Relat rio do Primeiro Ano do Reuni Segundo este documento no ano de 2007 o governo Lula da Silva PT apenas antecipou recursos para o Grupo de Natureza das Despesas GND 4 Investimentos na ordem de duzentos e cinquenta milh es Neste caso foram contempladas as IFES que aderiram ao programa imediatamente A partir de 2008 j com todas as IFES devidamente inseridas no Reuni a execu o or ament ria ocorreu atrav s dos GNDs 1 e 3 Custeio e GND 4 Investimentos mas os recursos ainda foram enviados para as IFES atrav s de descentraliza o e n o nas a es or ament rias 8282 119 e 11 como feito a partir do ano de 2009 interessante observar que com as transfer ncias de recursos feitos pelo Minist rio da Educa o para as IFES e a reconhecida necessidade de receb los nem todas conseguiram executar plenamente a Dispon vel em lt or amentofederal go vr gt Os primeiros repasses do Reuni foram feitos por descentraliza o or ament ria ou seja recursos que o governo federal repassou para o Minist rio da Educa o e que foram descentralizados para as IFES Portanto ao conferir o Or amento da Uni o do ano de 2008 por exemplo n o poss vel encontrar o Reuni em meio aos demais programas a es descritos Dispon vel em lt http portal mec gov br com_content amp view
403. osi o entre classes sociais internas x 3 Oliveira 2010 faz alus o argumenta o utilizada por estudiosos cepalinos particularmente Celso Furtado que foi diretor da divis o de desenvolvimento da CEPAL Comiss o Econ mica para a Am rica Latina durante aproximadamente oito anos e produziu enquanto estudioso v rias obras em que discutia criticamente sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil A teoria estruturalista da CEPAL tratava o subdesenvolvimento como uma etapa do desenvolvimento que seria conforme afirmado por Lima 2005 p 182 superada a partir da intensifica o do processo de industrializa o dos pa ses latino americanos Um processo estimulado e planejado pelo Estado que ampliaria a competitividade empresarial nos marcos da soberania nacional 79 2 O subdesenvolvimento que a tradu o hist rico material do desenvolvimento capitalista na periferia para Oliveira 2003 p 127 deve ser definido como singularidade e n o elo da cadeia de desenvolvimento E pela consci ncia o subdesenvolvimento n o era exatamente um evolu o truncada mas uma produ o da depend ncia pela conjun o de lugar na divis o internacional do trabalho capitalista e articula o dos interesses internos O contexto no qual o debate em torno do subdesenvolvimento travado historicamente p s anos 1930 Oliveira 2003 discute por exemplo a agricultura de subsist ncia para a ac
404. ostos aos que o capital havia difundido at ent o O fato que a eleva o social anunciada pelo fordismo j n o existia em fun o do rompimento da sua estrutura econ mica do fim do Estado do bem estar e da interrup o do crescimento das economias dos pa ses centrais A este respeito Hirsch 2010 p 156 afirma A crise do fordismo esteve vinculada a uma crise de hegemonia que se fazia notar em todas as suas dimens es ideologicamente atrav s da desintegra o das representa es de valores at ent o dominantes politicamente pela eros o da domina o estadunidense e institucionalmente pela transforma o dos Estados e das organiza es internacionais colocados em quest o No come o dos anos 1970 com a crise do fordismo Harvey 1992 concluiu que uma vez amea ados no mbito da produ o os Estados Unidos trataram de impor a sua hegemonia atrav s das finan as A este per odo o autor denominou acumula o flex vel Vakaloulis 1996 se posicionando a respeito do mesmo per odo disse que se trata da crise estrutural do fordismo interpretada como uma transi o na dire o de outro regime produtivo e a procura de outro compromisso social Com a acumula o flex vel ocorrem mudan as no sistema capitalista e isso coincidente com a passagem do modo de produ o baseado no fordismo para a financeiriza o da economia mundial Sobre esta fase do capitalismo Hirsch 2010 por sua vez acrescenta qu
405. oximadamente 30 e diplomados em torno de 16 conforme documento elaborado pela diretoria dos BIs O significado desses ndices dos BIs assim como dos cursos de progress o linear alinhados a outros fatores j expostos nesta an lise provavelmente ser o debatidos pela comunidade universit ria Considera se que estes s o desafios advindos do Reuni e que precisam ser enfrentado em curto espa o de tempo sob pena de amealhar preju zos hist ricos na forma o dos alunos Outro aspecto relativo dimens o curricular pedag gica s o as a es afirmativas N o objetivo deste trabalho o aprofundamento desta tem tica mas apenas identificar de que forma t m contribu do para a perman ncia do aluno na UFBA a partir da expans o Reuni tendo como ponto de partida a constata o de que o governo expande vagas na rede p blica de ensino superior tendo como objetivo incluir alunos provenientes das menores faixas de rendas da popula o o que um aspecto positivo do Reuni Entretanto as dificuldades para este p blico entrar e permanecer na Universidade s o demasiadamente reconhecidas Na ret rica do governo Lula da Silva PT as a es afirmativas s o elemento constitutivo da democratiza o do acesso ao ensino superior Neste sentido diz se que t m atua o tanto na forma como o estudante tem acesso Universidade P blica modos de sele o quanto na perman ncia durante os anos de estudos Na UFBA as a es afirmativas pa
406. per odo hist rico no qual pa ses perif ricos 66 entre eles o Brasil tentaram executar sua pol tica industrial voltada para o modelo fordista de acumula o e regula o via pol tica de substitui o de importa es de car ter protecionista A an lise da condi o econ mica e pol tica da Am rica Latina p s os anos 1950 feita por Berchansky 2008 a partir do estudo e da constata o das contribui es de tr s correntes te ricas ilus o do desenvolvimento desenvolvimentismo e depend ncia Explicita o autor sobre as estrat gias usadas pelo capital para aumentar a sua lucratividade que foram sistematicamente usadas na Am rica Latina com anu ncia do Estado em forma de explora o da m o de obra barata e dos recursos naturais sem grandes limita es legais e com o solapamento da organiza o trabalhista em fun o de altos n veis de desemprego e tamb m da presen a das ditaduras militares em v rios pa ses latinos Os pa ses perif ricos da Am rica Latina tiveram uma dif cil inser o no mercado mundial pagando alto custo de um grande endividamento externo eleva o das taxas de juros sobre os empr stimos adquiridos intensa competitividade nos pre os das mat rias primas exportadas e rigorosa pol tica de prote o por parte dos pa ses centrais Esta combina o de elementos econ micos aliada ao processo pol tico colocaram os pa ses latinos numa situa o de produzir para pagar os juros da d
407. pessoas que favorece a manipula o pol tica por parte do poder dominante A posi o pol tica de Lula da Silva PT ao investir nas pol ticas sociais focalizadas de cunho assistencialista n o destoou das tantas evid ncias at aqui relatadas da exist ncia do seu alinhamento e do PT rumo ordem vigente Assim como observado por Oliveira 2006 Lula da Silva PT efetivou no pa s fundamentalmente via pol ticas sociais focalizadas a domina o sem pol tica Ao tratar a quest o da desigualdade social e da pobreza com tanto pragmatismo minou a discuss o pol tica assim como o fez ao promover o transformismo no campo do trabalho e da coopta o das lideran as dos movimentos sociais e dos trabalhadores A linha de continu smo no sentido de aus ncia de uma ruptura com fra es da burguesia nacional e com a l gica do capital fundamentada na aus ncia da discuss o pol tica 112 funcionou como uma esp cie de v nculo org nico estabelecido para cimentar as rela es de for as antag nicas fra es da burguesia e camadas populares em favor da constru o de uma estrat gica coes o em torno da cren a de que o caminho para o pa s era um s na dire o de conviver com os interesses dominantes e ao mesmo tempo ofertar aos trabalhadores aos movimentos sociais e s camadas populares pol ticas compensat rias no lugar de pol ticas estruturantes Tal coes o foi obtida tamb m pelo retorno do Estado ao protagonismo
408. por falta de m veis equipamentos e acervo Bibliogr fico niinn nas aa db Eia e EE E aperta a 287 H Foto VI Instala es f sicas antigas em funcionamento campus Ondina embora a Unidade Administrativa tenha implantado curso no 281 AP NDICE A Pauta da entrevista com gestores 1 Gostaria de ter a sua avalia o do Reuni enquanto pol tica de educa o para o ensino superior do Governo Lula da Silva 2 O que pensa sobre a seguinte afirma o o Reuni n o reestrutura Universidade P blica Brasileira e sim fortalece os seus v nculos com a educa o flex vel que intenta responder de maneira eficaz o atual est gio de desenvolvimento do capital 4 Tendo em vista as duas dimens es a operacional e a substantiva o Reuni e consequentemente os BIs poderiam compor uma pol tica de resgate da Universidade P blica Como isso se daria 5 A reestrutura o em termos de expans o na UFBA est a contento N mero de vagas salas audit rios restaurantes laborat rios mobili rios equipamentos vagas nas moradias estudantis bolsas para alunos 6 Est a contento as contrata es de professores e servidores para os BIs 7 Acha que os BIs podem contribuir para a reestrutura o pedag gica dos demais cursos da UFBA de que modo 8 Em termos de BI o que pensa sobre a entrada e a evas o Como s o tratadas as vagas ociosas 9 Em que medida as contrapartidas exigidas das Universidades foram alcan adas Daquilo que se
409. poucas mudan as na estrutura curricular sendo insuficientes para reestruturar as condi es de oferta dos cursos da UFBA Em s ntese a implementa o do 170 Reuni na UFBA democratiza apenas parcialmente o acesso a universidade uma vez que amplia o n mero de vagas mas n o reestrutura pedagogicamente o ensino de gradua o A pergunta de partida da pesquisa procurou atender aos crit rios de clareza exequibilidade e pertin ncia conforme orientado por Quivy e Campenhoudt 2005 A partir da pergunta inicial foi preciso confirmar o recorte do objeto investigado que havia sido estabelecido numa primeira elabora o a fim de assegurar a exequibilidade da pesquisa A partir da foram elaborados os j citados objetivos e os pressupostos Foram tamb m definidos os conceitos norteadores do estudo Esse percurso serviu para construir o modelo de an lise da pesquisa Seguindo as recomenda es de Quivy e Campenhoudt 2005 a partir da formula o da pergunta de partida foi realizada pesquisa bibliogr fica mais aprofundada com a finalidade de explorar ainda mais o objeto da pesquisa Com isso foi poss vel voltar quest o de partida e confirmar a sua clareza exequibilidade e pertin ncia bem como elaborar os objetivos e definir os conceitos norteadores do estudo Martins e The philo 2007 p 54 confirmam a adequa o do levantamento bibliogr fico para esse fim quando afirmam que se trata de um procedimento que deve
410. praticada pelo fordismo americano O toyotismo aparece no contexto da reestrutura o capitalista como disseminador de mudan as nas pol ticas de gest o e organiza o do trabalho nfase na cultura da qualidade e usando de estrat gias de negocia o com os sindicatos de modo a abrig los dentro da estrutura empresarial neutralizando tanto a organiza o sindical dos trabalhadores quanto o seu poder de resist ncia antes observados no fordismo 16 O toyotismo tamb m denominado como modelo enxuto de produ o aparece no contexto da flexibiliza o como alternativa rigidez do fordismo Pauta se na cultura da qualidade e numa estrat gia patronal que visa a cooptar e neutralizar todas as formas de organiza o e resist ncia dos trabalhadores Para DRUCK 1999 alguns dos princ pios do toyotismo s o as novas formas de contrata o e gest o da carreira estabilidade no emprego promo o por tempo de servi o implanta o do sistema just in time produzir no tempo certo com insumos e m o de obra em quantidade exata apurado sistema de informa es evidenciando o funcionamento dos diversos est gios da produ o e do giro dos estoques modelo kanban implanta o do sistema de qualidade total para melhorar em ganhos de produtividade forma o de equipes de trabalhadores polivalentes que conhecem e podem atuar em mais de uma fun o no processo produtivo integra o dos sindicatos pol tica de gest o do tra
411. preender de que maneira os condicionantes da reforma do ensino superior voltavam se para a Universidade P blica uma vez que acreditava ser o Programa Reuni a sua express o mais forte A minha inser o no programa de doutoramento ocorreu nos primeiros anos de implanta o do Reuni e pude vivenciar agora por dentro da Universidade P blica os avan os da reforma educacional de cunho privatista que havia iniciado no pa s na d cada de 1990 e que continuou durante o governo de Lula da Silva Na busca da compreens o dos elementos constitutivos desta reforma percebi que o processo de reestrutura o do ensino superior de Lula da Silva de fato culminou na implanta o do Programa Reuni que conforme Paula 2009 Lima 2008 Pereira de Deus 17 2008 entre outros encontra se mais uma vez eivado e revestido da ret rica do resgate da Universidade P blica da melhoria da qualidade da educa o superior e da democratiza o do acesso ao ensino superior al m da reestrutura o das condi es de sua oferta Diante desta constata o surgiu a proposta desta tese de doutoramento com o objetivo de investigar se o Programa Reuni implementado pelo governo Lula da Silva PT 2008 2010 no contexto de acumula o flex vel democratiza o acesso Universidade Federal da Bahia particularmente em suas dimens es operacional e curricular pedag gica Os objetivos espec ficos s o 1 compreender a natureza da acumula o flex vel no
412. prioriza o dos gastos p blicos reforma tribut ria liberaliza o financeira regime cambial liberaliza o comercial investimento direito estrangeiro privatiza o desregula o e propriedade intelectual Ao Estado coube a reordena o do seu papel no sentido de assumir a fun o de manter o equil brio fiscal via redu o de gastos como meio de combater a infla o e resolver os problemas do desequil brio externo O discurso adotado para definir o papel do Estado no contexto da implanta o das pr ticas neoliberais de quanto menos interventor melhor o momento do mercado e o Estado atua agora como coadjuvante do projeto de desenvolvimento capitalista e passa a focar a pol tica de ajuste e super vit como meio de assegurar a lucratividade do capital Mas isso n o implica na dissocia o do Estado da economia das rela es pol ticas sociais e culturais Esta dissocia o conquanto fortemente presente no discurso n o se efetiva expressamente na pr tica porque conforme j citado por Hirsch 2010 o funcionamento do Estado orientado pelas necessidades de realinhamento do capital 69 Em meados dos anos 1990 o governo brasileiro justificando a perda de posi o do pa s no rol de Investimento Direto Internacional IED em fun o da instabilidade da pol tica econ mica interna adota como concep o de desenvolvimento aliado ao Plano Real j em andamento e com o enfraquecimento da particip
413. problemas administrativos uma vez que a ades o ao Reuni foi desprovida pelo menos no caso da UFBA de um planejamento pr vio de objetivos claros quando da aplica o do aporte or ament rio da inexist ncia de efetivos e fortes controles internos de gest o imprescind veis execu o or ament ria em qualquer gest o organizacional Neste sentido a fala do Fernando Rocha coordenador do curso de Direito elucidativa 215 S o coisas da Administra o P blica Quando houve a implanta o do Reuni diziam que havia aloca o de verbas que n o dependia de mais nada que o dinheiro j existia Existe o dinheiro eu n o preciso de mais nada Bom implanta se o curso e a para contratar um professor n o autorizam porque n o tem verba Funcion rios Fazem um concurso a gente luta n s recebemos aqui acho que tr s quatro ou cinco funcion rios no m ximo Ent o isso tudo cria em n s por outro lado internamente um certo desencanto um certo desalento Na UFBA tudo isso aliado ao fato de que nem sempre as transfer ncias dos recursos ocorrem em tempo h bil para o cumprimento dos prazos previstos na legisla o vigente e falta de estrutura de gest o com servidores na quantidade suficiente e devidamente treinados resulta na execu o or ament ria marcada pelo n o cumprimento das metas de acordo com as necessidades existentes e protela o de pagamentos que n o se sabe se foram l adiante feitos Sem c
414. quanto a nova Carta Constitucional tivesse sido na poca considerada progressista com a inclus o de consider veis avan os e ganhos sociais O PT incluiu em seu programa partid rio a luta contra a explora o do homem pelo homem a constru o e defesa de uma sociedade socialista mais justa e igualit ria Programa este considerado radical quando da funda o do partido O radicalismo atribu do s ideias 36 no 24 a s d Os movimentos ligados igreja cat lica se pautavam na Teologia da Liberta o disseminada inicialmente no Brasil pela obra Jesus Cristo Libertador do ent o frade franciscano Leonardo Boff publicada em 1971 Lei Org nica dos Partidos Pol ticos de 1971 Lei 5682 71 Em 1980 foram criados os seguintes partidos Partido Democr tico Trabalhista PDT Partido Trabalhista Brasileiro PTB Partido Democr tico Social PDS herdeiro da estrutura organizacional da Arena Partido do Movimento Democr tico Brasileiro PMDB herdeiro do extinto MDB e o Partido dos Trabalhadores PT 89 petistas em fun o da requalifica o da pol tica brasileira que o partido promovera Com muito conte do voltado para a transforma o social e com a firme postura cr tica dos seus l deres em face do imperialismo e da ditadura militar partes das inten es partid rias no caso da assun o do poder j estavam contidas na Carta de Princ pios 2 publicada em 1979 antes da forma o oficial do P
415. que com seu discurso de profunda ambiguidade socialismo de mercado e democratiza o da democracia ou radicaliza o da democracia oculta o foco central do debate os embates entre projetos antag nicos de sociabilidade Sob a gide do discurso da retomada do crescimento econ mico a educa o e o conhecimento ganham lugar nas estrat gias de desenvolvimento definidas pelos organismos internacionais para os pa ses perif ricos A educa o vista como necess ria para atender as demandas do crescimento econ mico assim como fora compreendida no fordismo e serve tamb m como fator de integra o entre os pa ses no mundo globalizado viabilizadora do desenvolvimento social e via de controle e dom nio necess rios para assegurar a ordem hegem nica e arrefecer a crise do capitalismo Assim a educa o novamente tomada como pol tica p blica importante no contexto da reconfigura o capitalista na qual investimentos devem ser alocados O Estado deve assim buscar meios para prover a educa o global que pode ser atrav s de rigorosos ajustes fiscais da cria o de parcerias p blico privadas al m de obter novos cr ditos internacionais a exemplo daqueles providos pelo Banco Mundial destinados ao financiamento das reformas educacionais nos pa ses perif ricos Neste contexto Chau 2001 e Dupas 2003 reafirmam a compreens o de que o Estado se constitui em l cus a partir do qual o poder instituciona
416. que no decorrer dos ltimos anos do s culo XX os pa ses classificados na periferia capitalista identificados como subdesenvolvidos aqueles sem autonomia produtiva e econ mica na tentativa de alcan arem patamares de crescimento econ mico satisfat rios se sujeitaram aos padr es e l gica de acumula o ditadas pelos pa ses do centro Em mais uma tentativa de superar o subdesenvolvimento e ainda como sujeitos passivos da avalanche de acontecimentos na ordem econ mica mundial estes pa ses implementaram com especificidades regionais mudan as nos setores produtivo financeiro social e tecnol gico Mudan as que os conduziram ades o ao projeto capitalista hegem nico que se transveste como oportunidade de inser o na modernidade e obten o de vantagens competitivas no mundo da economia globalizada mas que se materializou mesmo em pol ticas de 74 precariza o dos j parcos direitos sociais e trabalhistas baixo crescimento econ mico desemprego dentre outras mazelas No caso brasileiro muitos foram os cen rios estabelecidos at os anos 1990 e a t nica da supera o do atraso em rela o aos pa ses centrais justificou a constru o de projetos nacionais de desenvolvimento cuja t nica era suplantar a condi o de pa s subdesenvolvido Ao longo da hist ria brasileira o modelo de desenvolvimento implementado caracterizou se pela depend ncia dos pa ses centrais No in cio dos anos 1990 j sob a infl
417. que o Promedlac tamb m um condicionante desta reforma estimulando a mudan a de um novo modelo de gest o da educa o voltado para o alcance de resultados O autor afirma que na reuni o do Promedlac realizada no ano de 1991 s o definidos os seguintes pontos 1 a abertura do sistema terminando com sua autorrefer ncia para responder s demandas da sociedade 11 o estabelecimento de novas alian as abertura do sistema de participa o e tomada de decis es a novos atores e novos aliados iii um vasto processo de descentraliza o pondo fim ao centralismo hist rico iv a passagem da nfase na quantidade para a nfase na qualidade Ainda considerando o protagonismo dos organismos internacionais cabe ressaltar a manifesta o da OMC sobre a educa o superior ser compreendida no mbito do com rcio mundial como um servi o Segundo Lima 2005 inicialmente as discuss es em torno da educa o embora compreendida como uma estrat gia adotada pelos pa ses centrais para disseminar a l gica hegem nica reafirmam a sua condi o de bem p blico um direito universal assegurado a todos os cidad os ofertado de maneira prec pua pelo Estado Embora deva ser obriga o primeira do Estado ofert la o poder p blico pode de acordo com Promedlac a sigla indicativa da reuni o de Ministros de Educa o convocados pela Unesco para analisar o desenvolvimento do Projeto Principal de Educa o para a Am r
418. quentam o ensino superior p blico Sales 2011 demonstra em seus estudos que o governo Lula da Silva consegue ampliar o sistema de cotas e com isso assegura maior quantidade de afrodescendentes nas IFES Contudo Lima 2008 ressalva que as a es afirmativas deste governo s o focadas no al vio da pobreza e simplifica o do conceito de universaliza o da educa o Neste sentido indica que a pol tica de cotas e outras a es em 155 prol da perman ncia no ensino superior s o ainda insuficientes para assegurar o acesso de todos educa o de qualidade Quanto ao seu Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE documento atrav s do qual o governo Lula da Silva PT estabelece as a es que julga priorit rias para a educa o no pa s h o reconhecimento de que fundamentado nas diretrizes do PNE e portanto n o est dissociado das prescri es dos Organismos Internacionais para a educa o nos pa ses perif ricos porque incorpora o discurso da escassez de recursos or ament rios da falta de investimentos em pol ticas sociais ao longo dos anos aprofundando o fosso social e do urgente combate aos malef cios provocados por anos de pol tica econ mica neoliberal Portanto preciso investir no campo social combater a pobreza e promover a inclus o social Ao mesmo tempo defende a educa o como uma das estrat gias para promover o desenvolvimento social mas a educa o sob a tica da flexibiliza o do acesso
419. r no per odo de 2008 2010 aqeseaseaiosasoresiaa iai detinha drag o Evolu o da UFBA em vagas ingressos matr culas diplomados no priododd 2008 OO sa tas GS St EE RS Evolu o de professores e t cnicos administrativos na UFBA no periodo de 2008 200 352 gas inda 189 194 202 205 206 208 219 227 229 Alca Andes Andifes APUB BID BIRD BIs BM BNDES BPC CEBs CNPq Cepal CGT Consuni Contag CGU CPL CUT DDE DE EUA FGV FHC FIES FMI GATE GED GND IBGE LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Area de Livre Com rcio das Am ricas Sindicato Nacional dos Docentes das Institui es de Ensino Superior Associa o nacional dos Dirigentes das Institui es Federais de Ensino Superior Sindicato dos professores das Institui es Federais de Ensino Superior da Bahia Banco Interamericano para o Desenvolvimento Banco Internacional para a Reconstru o e Desenvolvimento Bacharelados Interdisciplinares Banco Mundial Banco Nacional do Desenvolvimento Benef cio da Presta o Continuada Comunidades Eclesiais de Base Conselho Nacional de Pesquisa Comiss o Econ mica para a Am rica Latina Central Geral dos Trabalhadores Conselho Universit rio Confedera o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Controladoria Geral da Uni o Curso de Progress o Linear Central nica dos Trabalhadores Docentes com Equival ncia de Dedica o Exclusiva Dedica o Exclusiva Estados Unidos da A
420. r tica raz o dualista O Ornitorrinco S o Paulo Boitempo 2003 275 Hegemonia s avessas In Hegemonia s avessas Cole o Estado de S tio S o Paulo Boitempo Editorial 2010 p 21 27 A Domina o globalizada estrutura e din mica da domina o burguesa no Brasil Neoliberalismo e sectores dominantes Tendencias globales y experi ncias nacionales Basualdo Eduardo M Arceo Enrique CLACSO Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales Buenos Aires 2006 OLIVEIRA Francisco de BRAGA Ruy RIZEK Cibele Orgs Hegemonia s avessas Cole o Estado de S tio S o Paulo Boitempo Editorial 2010 OLIVEIRA Vanderli Fava de Crescimento do n mero de cursos e de modalidade de engenharia principais causas e consequ ncias In Congresso Brasileiro do Ensino de Engenharia XXXIII 2005 Campina Grande Para ba Associa o Brasileira de Engenharia Dispon vel em lt http www abenge org br CobengeAnteriores 2005 artigos MG 1 20835930653 1118693297153 pdf gt Acesso em jun 2013 ORLANDI Eni Puccinelli An lise de Discurso Princ pios e procedimentos 8 ed Campinas S o Paulo Pontes 2009 ORSO Jos Paulino Org Educa o sociedade de classes e reformas universit rias Campinas S o Paulo Editores Associados 2007 PARTIDO DOS TRABALHADORES Plano de governo de Lula da Silva 2002 Dispon vel em lt Wwww l uol com br fernandorodrigues arquivos plano2002 lula doc gt Acesso em jun 2
421. r colocada em pr tica via Universidade P blica Para tanto assim como FHC fez uso do marco regulat rio anteriormente consolidado e instituiu os instrumentos que fundamentaram ideologicamente a reforma educacional vigente como a Lei de Inova o Tecnol gica 2004 PNE 2007 e Decreto n 6 096 2007 O estudo desse marco regulat rio revela que a expans o e reestrutura o da Universidade P blica durante o governo Lula da Silva PT conduziu a flexibiliza o diversifica o expans o de vagas qualifica o e moderniza o do ensino sendo ainda refor ado o ensino dist ncia Esse elementos est o amplamente discutidos na experi ncia da implementa o do Reuni na Universidade Federal da Bahia no per odo de 2008 2010 A agrega o das suas seis dimens es em duas operacional e curricular pedag gica tornou poss vel a observa o atrav s da an lise de documentos observa es in loco e de entrevistas de aspectos do programa como expans o de vagas amplia o de pessoal or amento estruturas f sicas modifica es curriculares pedag gicas e a es afirmativas Todos estes aspectos foram analisados luz do conceito de democratiza o do acesso ao ensino superior conceito fartamente utilizado para justificar a implementa o do Reuni nas institui es de ensino superior Desse modo de forma conclusiva os estudos realizados recuperam o conceito de democratiza o e questionam exatamente em que medida a amplia
422. r sua expans o em uma escala mundial Autores como Harvey 1992 consideram que as tend ncias e tens es gestadas no mbito do capitalismo est o situadas em um contexto e espa o profundamente marcados pela luta de classes sendo o dom nio dos conflitos importante elemento para a legitima o da ideologia hegem nica e garantir a reprodu o da estrutura social capitalista nos planos global e na escala da na o Considerando o espa o como resultado da complexa rela o entre objetos a es e rela es vari veis indissoci veis e influenciadas historicamente vale aqui lembrar a constata o de Harvey 1992 segundo a qual a produ o capitalista se materializa 119 atrav s de investimentos em infraestrutura tanto f sica quanto social e ao mesmo tempo atrav s do fortalecimento de for as de natureza administrativa pol tica e econ mica Ambas as vertentes investimentos em infraestrutura e qualifica o da for a de trabalho t m como objetivo produzir e reproduzir condi es materiais e estabelecer o controle dos conflitos entre classes e pa ses centrais e perif ricos do sistema O que se deseja evidenciar portanto como afirmado por Santos 2004 que as reformas educacionais implementadas no centro e na periferia do sistema nas ultimas d cadas consistem em a es estrategicamente engendradas com o objetivo de assegurar interesses de grupos e classes sociais espec ficos que enfrentam o desafio de g
423. ra a educa o superior diversifica o do sistema por meio de pol ticas de expans o da educa o superior a n o amplia o dos recursos vinculados ao governo federal para esse n vel de ensino aferi o da qualidade de ensino mediante sistema de avalia o amplia o do cr dito educativo envolvendo recursos estaduais nfase no papel da educa o a dist ncia Destacam se ainda no referido documento a aus ncia de mecanismos concretos de financiamento para a efetiva o das medidas o que certamente resultar na concretiza o de novos formatos de privatiza o desse n vel de ensino respaldada pela interpenetra o entre as esferas p blica e privada Trata se o PNE de 2001 de documento no qual cont m linhas de a es vinculadas l gica expansionista do ensino superior com foco no ensino enfraquecendo a tr ade ensino pesquisa extens o A proposta do governo expandir mas sem estabelecer as bases claras de financiamento que subsidiam as demandas advindas do aumento das vagas Neste sentido pode se concluir que sob o ponto de vista or ament rio a pol tica adotada por Lula da Silva PT n o foi de ruptura com esta l gica mesmo com o aumento dos gastos feitos com a educa o superior Portanto qual o significado do Reuni neste contexto Pressup e se que n o exatamente o da democratiza o do acesso ao ensino superior Funciona mais como um instrumento atrav s do qual o governo Lula da Silva PT
424. ra dos Deputados 2012 Em se tratando dos valores de fato pagos at o final do exerc cio financeiro de cada ano j h oscila o anual negativa uma vez que s o sempre menores do que os 106 l z 107 autorizados Observando as informa es da Tabela 6 quando cotejados os valores 06 Para conferir esta assertiva consultar o site http www2 camara leg br atividade legislativa orcamentobrasilloa l0a201 1 consultas e relatorios de execucao V se que nos or amentos executados h sempre uma diferen a para menor entre o or amento autorizado e o que foi pago Esta diferen a costuma ser para as despesas correntes na ordem de at 10 sendo que o pagamento das despesas com pessoal costuma ficar no patamar de 95 a 98 de execu o J as despesas de capital particularmente as de 209 estimados pela UFBA e os que realmente foram autorizados pelo governo Lula da Silva PT a varia o positiva nos recursos para custeio ocorreu apenas no ano de 2008 ou seja segue a mesma tend ncia de oscila o negativa dos recursos or ament rios pagos O mesmo comportamento observado nos investimentos cuja varia o preponderante negativa tendo pequena oscila o positiva ano de 2010 Al m dos recursos estimados serem menor do que o montante que foi autorizado pelo governo preciso adicionar nesta an lise o fator execu o abaixo do esperado pagamentos efetivados que chega a ocorrer no n vel de apenas 18 do total au
425. ra promover o acesso Universidade P blica n o s o prerrogativa do Reuni pois j eram enfatizadas no reitorado de Naomar Almeida Filho no ano de 2004 conforme est registrado no Memorial da Universidade Nova 2010 Dentre outras a es o sistema de cotas implantado na UFBA j com vig ncia para a entrada a partir do ano de 2005 N o s o acesso como a perman ncia do aluno est contida no programa de a es afirmativas da UFBA Outra forma de acesso institu da durante o reitorado de Naomar Almeida Filho s o as Vagas Residuais um processo seletivo j discutido neste cap tulo que promove o aproveitamento das vagas que ficam em aberto nos cursos atrav s de ingressos por meio de transfer ncia interna externa e portadores de diploma Esta a o tamb m antecede o Reuni Em rela o quantidade de bolsas de estudos pesquisa e aux lios que auxiliam na manuten o do aluno particularmente o de baixa renda tiveram uma varia o na ordem de 51 totalizando em 2010 3 029 bolsas aux lios para o universo de aproximadamente 28 000 E pe 140 alunos matriculados o que equivale a uma unidade de bolsa aux lio para cada 9 2 alunos 139 Fonte UFBA em N meros publicado pela Proplan no per odo de 2008 a 2010 O c lculo feito com base nas informa es divulgadas pela Proplan UFBA atrav s do documento UFBA em N meros de 2010 256 Se comparada a varia o destes subs dios institucionai
426. rabalhador de dia inteiro fazer um curso noturno decente Ent o chega uma hora que ele n o resiste mais ele evade Outra vertente importante da amplia o do acesso ao ensino superior a quantidade de professores e funcion rios para dar conta da demanda de trabalho que o incremento das vagas produz A falta de pessoal nas IFES uma constata o antiga aprofundada na d cada de 1990 quando houve conten o absoluta na contrata o de pessoal para o setor p blico Por outro lado a contrata o de professores e t cnicos consequ ncia natural da expans o das vagas uma vez que n o h como receber alunos sem ter quem ministre as aulas e d conta da 125 Quando da ades o da UFBA ao Reuni foi implantado o projeto dos Bacharelados Interdisciplinares que t m 3 anos de forma o geral Ap s este per odo cada aluno escolhe um curso de progress o linear que deseja cursar estando sujeito ao limite de vagas destinado aos BIs Deste modo o aluno entraria na Universidade via BIs cursaria disciplinas b sicas de uma certa rea tecnologia sa de humanidades ou artes e s depois de tr s anos escolheria a carreira profissional Ent o come aria outro curso agora n o mais no formato BIs mas sim de licenciatura ou bacharelado Com isso esperava se combater a evas o porque o aluno certo da sua escolha n o desistiria t o facilmente do curso escolhido 12 H nos BIs um controle da evas o feito pela Dire o do HIAC que f
427. radicionais Afirma que estas precisam ser atualizadas com o uso de tecnologias de metodologias inovadoras de ensino Esta cr tica uma alus o direta ado o da proposta Universidade Nova com a implanta o dos Bacharelados Interdisciplinares al m da cria o dos cursos de curta dura o e com vi s profissionalizante os tecnol gicos Estes s o os mecanismos de inova o pedag gica proposta pelo Reuni uma vez que s o compreendidos como formas diferenciadas de gradua o t m como fundamento a mobilidade do aluno bem como a flexibilidade curricular Os BIs s o organizados de forma diferente dos cursos de progress o linear sendo constitu do de dois ciclos o b sico e o complementar Em resumo o rearranjo curricular do Reuni tem nos BIs e nos cursos tecnol gicos a sua melhor tradu o A reestrutura o curricular pelo fato de o Reuni ser estabelecido atrav s de contrato de gest o condi o para o recebimento de recursos or ament rios O fato que o aspecto curricular pedag gico do Reuni termina ficando em segundo plano tanto pelo governo Lula da Silva PT quanto pela Universidade Federal da Bahia Restringe se a reestrutura o proposta pelo Reuni na implanta o dos BIs A n o realiza o da reestrutura o curricular e portanto o n o repensar do aspecto pedag gico da expans o das vagas tem in cio desde a g nese do Reuni que conforme explicado por Naomar Almeida Filho tem como primeiro objetivo
428. ral na primeira fase do fordismo os trabalhadores obtiveram expressivos ganhos de direitos porque podiam barganhar com as corpora es uma vez que havia escassez de m o de obra qualificada e o processo produtivo em franco desenvolvimento requeria a contrata o de oper rios Entretanto no per odo seguinte a situa o j n o era mais a mesma nos pa ses de capitalismo mais avan ado Apesar das experi ncias vividas pela classe oper ria variassem de pa s para pa s em geral os ganhos salariais foram negociados com os sindicatos em troca de uma esp cie de consentimento e ades o dos trabalhadores disciplina requerida pelos sistemas de produ o automatizados A ideia era fazer com que os trabalhadores aderissem completamente l gica do modo de produ o fordista Este foi o papel do trabalho organizado no alcance da maturidade do fordismo J ao terceiro ator o grande capital corporativo coube como bem observado por Harvey 1992 p 129 um compromisso corporativo com processos est veis e vigorosos mudan as tecnol gicas com um grande investimento de ativo fixo melhoria da capacidade administrativa na produ o e no marketing e mobiliza o de economias de escala mediante a padroniza o do produto Imaginando que os tr s atores cumpririam com as suas obriga es nesta esp cie de compromisso assumido com o fordismo as a es da promo o do consumo de massa e da demanda efetiva pelos produtos fabricados
429. ras enrijecidas que asseguravam relativa for a aos sindicatos e dificultavam a aloca o da m o de obra de acordo com a necessidade produtiva iii rigidez no processo produtivo que impedia a cria o de margem fiscal positiva ao Estado para que fosse mantida a oferta de programas assistenciais 1v cobran a por parte da popula o dos direitos sociais que eram ofertados pelo Estado 2 O novo percurso adotado pelo capitalismo apoiado assim na flexibilidade Deste modo vigora a l gica que definir os processos de trabalho a fabrica o dos produtos o mercado de trabalho e o padr o de consumo Trata se da continuidade do regime de acumula o capitalista agora provido de regulamenta o social e pol tica distinta da at ent o praticada Chesnais 1997 afirma que est localizado no per odo hist rico do final dos anos 1970 o momento em que as for as pol ticas dos pa ses centrais se dedicaram com afinco em busca de a es de liberaliza o desregulamenta o e privatiza o E continua Puderam faz lo explorando em seu proveito o refluxo resultante da a o de todos os dirigentes pol ticos e sindicais que em nome da classe trabalhadora contribu ram a conter e abrandar o potencial verdadeiramente democr tico e consequentemente anticapitalista dos grandes movimentos sociais que marcaram o dec nio 1968 1978 tanto na Europa como nos Estados Unidos 53 Harvey 1992 define como caracter sticas da
430. rasil promovendo a amplia o das vagas no n vel superior mas com a limitada inclus o das camadas mais pobres da popula o que pela menor acumula o de capital econ mico social e cultural tiveram menores chances de acesso e perman ncia na Universidade P blica A massifica o da educa o superior sem promover o acesso a ela por parte das camadas menos favorecidas da popula o provocou o que Paula e Lamarra 2011 denominam como inclus o excludente porque massifica e n o democratiza uma vez que apesar de estar mais acess vel a uma parcela maior da popula o n o inclui os requisitos necess rios para a perman ncia do aluno de baixa renda na Universidade para que a educa o ganhe em qualidade dentre outros aspectos Nos estudos de Silva 2002 h constata es sobre o papel da educa o profissional no Brasil nos anos 1990 resultante do padr o educacional estabelecido mundialmente nos anos anteriores em termos mundiais A autora afirma que a regulamenta o feita pelo governo brasileiro refor ou o v nculo desta modalidade de educa o com a tecnologia e o trabalho Deste modo os termos empregados para definir este tipo de forma o nos n veis b sico t cnico tecnol gico e especialista foram empregabilidade flexibilidade e adaptabilidade Al m disso foi recorrente o discurso em defesa da qualifica o profissional como requisito necess rio inser o do trabalhador no mundo do trabalho sem no entant
431. rasileira passava por instabilidade quando Lula da Silva PT assumiu a presid ncia do pa s Tal instabilidade proveniente da depend ncia da economia brasileira do capital financeiro nacional e internacional que se baseiam nas elevadas taxas de juros praticadas no Brasil A situa o econ mica em 2002 era proveniente de uma combina o de elementos ruins mas que resumiam a condi o inst vel da economia nacional que constituiria a chamada heran a maldita Sem uma pol tica industrial definida com as taxas de juros altas com o mercado interno estagnado o crescimento econ mico reduzido sem infraestrutura a infla o amea ando retomar patamares elevados entre outros problemas as finan as p blicas estavam fragilizadas Assim coube a Lula da Silva PT em um primeiro momento seguir com a pol tica econ mica neoliberal porque tinha de equilibrar a economia brasileira 3 Filgueiras e Gon alves 2007 p 101 afirmam que o super vit prim rio foi aumentado por Lula da Silva PT para mais de 4 25 do PIB 4 3 em 2003 4 6 em 2004 4 8 em 2005 e 4 3 em 2006 De 2007 at o final do governo Lula da Silva PT em fun o das boas condi es da economia interna houve queda no super vit prim rio Em 2007 foi menos de 4 chegando a 2 em 2009 104 Com as alian as criadas desde as elei es em torno da candidatura de Lula da Silva PT a internaliza o da necessidade de manter a economia equilibrada e uma consider vel base d
432. ratamento diferenciado caracterizado por subs dios s entidades p blicas exigindo tratamento igual recursos p blicos para todos ou para nenhuma institui o 136 Quando o Banco Mundial publica o documento intitulado A Educa o na Am rica Latina e Caribe avalia as reformas educacionais ocorridas nesta regi o e ao mesmo tempo lan a as bases da educa o a ser implementada nos anos 2000 Como afirmado por Lima 2005 a posi o adotada pelo BM de conceber a educa o como estrat gia de combate pobreza como fator de mobilidade social importante para o crescimento econ mico dos pa ses perif ricos e enquanto servi o ofertado sobretudo pelo setor privado Insiste na necessidade de diversifica o das suas fontes de financiamento diversifica o das institui es de ensino ofertantes da educa o superior flexibiliza o da gest o bem como amplia o do uso de tecnologias no ensino Para Queiroz 2011 p 14 O objetivo central do Banco reduzir a pobreza mediante o crescimento econ mico elevar o capital humano da Am rica Latina e Caribe particularmente dos pobres tradu o da autora Para alcan ar esta meta no que tange o ensino superior o Banco define como estrat gias incentivo financeiro s fam lias pobres aumentar as oportunidades de educa o superior por meios de bolsas descentralizar os gastos p blicos diversificar e reformar a educa o superior fortalecendo o papel integral d
433. re por mutir es solid rios de barracos em comunidades distantes e com pouco ou nenhuma infraestrutura A forma de exce o se institui porque ao inv s de uma cidade planejada e habita es adequadas para os indiv duos tem se a expans o de comunidades empobrecidas constitu das por barracos A autoconstru o se torna exce o da cidade assim como o trabalho informal exce o da mercadoria e a imposi o estatal exce o da acumula o capitalista As contradi es internas gestadas no seio do subdesenvolvimento deveriam conduzir a sua pr pria supera o ou seja a exce o deveria produzir o elemento que conduzisse o pa s ao desenvolvimento 80 No caso do Brasil para Oliveira 2003 isso n o foi poss vel porque faltou a alian a entre os menos favorecidos com a burguesia nacional E j nos anos 1960 no plano global ind cios apontavam para a supera o do fordismo com elementos constituintes desta condi o como por exemplo a perda de direitos adquiridos por parte da classe trabalhadora a busca pela desregula o dos mercados e a investida contra o avan o do ide rio socialista alavancado sobretudo pela ent o Uni o Sovi tica Elementos estes que contribu ram para que na Am rica Latina fossem institu das ditaduras que levariam os pa ses ao endividamento externo como via de acesso ao desenvolvimento econ mico Deste modo a burguesia de distanciou ainda mais da possibilidade de alian a com os
434. res de maneira geral particularmente o movimento sindical Um destes fundamentos a conjuntura internacional estabelecida no final dos anos 1980 e come o dos anos 1990 em que a queda do Muro de Berlim ilustrou o fortalecimento dos valores capitalistas no mundo O movimento do capital foi no sentido de combater qualquer resist ncia do socialismo disseminando os fundamentos da reestrutura o capitalista dos anos 1970 e que havia gerado anos depois o neoliberalismo A ofensiva do capital foi no sentido de radicalizar o corte dos direitos sociais sobretudo os trabalhistas e implementar reformas que geraram altos n veis de desemprego Isso promoveu altera es no movimento sindical de modo a alinhar alguns proposta neoliberal Em rela o aos movimentos sociais houve o est mulo ao associativismo de modo que a luta de classes fosse esfacelada se tornando lutas de agremia es isoladas de interesses grupais e n o mais gerais da sociedade como um todo O segundo fundamento a conjuntura interna do pa s Em 1989 Lula da Silva havia sido candidato presid ncia da Rep blica atrav s da composi o da Frente Brasil Popular mas saiu derrotado pela chapa formada por Fernando Collor de Melo e Itamar Franco No mbito nacional come ou a partir da o que Singer 2010 p 16 chamou de restaura o grifo do autor os governos seguintes buscaram reformar a Constitui o rec m promulgada retirar os direitos obtidos na d
435. retirar subs dios dados aos alunos como alimenta o ii cobrar taxas de matr cula iii recebimento de doa es de ex alunos iv realiza o de servi os de consultoria Em resumo uma maior mobiliza o de apoio financeiro privado para a educa o superior mediante a elimina o de subs dios n o relacionados com a instru o a cobran a de direitos a obten o de doa es e realiza o de atividades que geram ingressos podem proporcionar s institui es uma base de financiamento mais diversificada e provavelmente mais est vel Uma meta poderia ser as institui es gerarem ingressos que financiassem cerca de 30 dos seus gastos rotineiros BANCO MUNDIAL 1994 p 19 tradu o nossa Ao tratar do terceiro eixo o Banco Mundial faz refer ncia ao papel do Estado j devidamente discutido nesta se o Trata se da redefini o do seu papel tratando o como agente viabilizador aquele que propicia a cria o do marco regulat rio necess rio para fundamentar a reforma e tamb m age politicamente em favor da amplia o do espa o privado no mbito da esfera p blica O apoio do Estado ao setor privado se configura como uma troca porque afinal ganhos importantes para o desenvolvimento econ mico podem ser obtidos como o investimento em pesquisa b sica e transfer ncia de tecnologias Ao tratar da fun o do Estado o Banco Mundial traz a discuss o conceitos como democratiza o e autonomia Fica subentendid
436. rge motivado pelo projeto UFBA Nova idealizado por Naomar de Almeida Filho ex reitor da Universidade Federal da Bahia que foi aprovado nos Conselhos Superiores desta institui o no ano de 160 2006 Mais tarde conforme afirmado por Almeida Filho 2007 este projeto mais tarde apresentado para a ANDIFES e para a SESu que o apoiaram Esta proposta depois de ampliada abarcada pelo Minist rio da Educa o quando da implanta o do Reuni Segundo Almeida Filho 2012b o projeto criado inicialmente pela UFBA termina sendo incorporado como a parte conceitual do Decreto 6 096 e a proposta Universidade Nova detalhada no documento intitulado Diretrizes do Reuni que versa sobre a cria o da nova arquitetura curricular parte integrante da reestrutura o da Universidade P blica proposta pelo Reuni na forma dos bacharelados interdisciplinares No que diz respeito arquitetura acad mica Almeida Filho 2009 p 265 afirma que a proposta Universidade Nova Trata da implanta o de um regime de tr s ciclos de educa o universit ria Primeiro ciclo Bacharelados Interdisciplinares Bl propiciando forma o universit ria geral como pr requisito para progress o aos ciclos seguintes Segundo ciclo forma o profissional em licenciaturas e carreiras espec ficas Terceiro ciclo forma o acad mica cient fica ou art stica de p s gradua o Os bacharelados interdisciplinares s o tidos pelo governo Lula
437. rigir Contudo se a expans o das vagas por si j n o justifica a democratiza o do acesso ao ensino superior acredita se que o fato de terem vagas expandidas tem tamb m importante significado social Por que as vagas est o deixando de ser ocupadas se havia demanda reprimida de alunos sem acesso ao ensino superior Este ponto deve fundamentar as reflex es por parte da UFBA quando da avalia o do Reuni al m de ser um desafio a ser enfrentado Em rela o aos diplomados o incremento m dio no per odo do Reuni foi de apenas 11 Este n mero pequeno considerando a evolu o das vagas e a varia o das matr culas Fica menor ainda quando tomado em rela o a outras formas de sa da que n o seja por conclus o de curso Neste caso v se que no ano de 2010 36 dos alunos que deixaram a UFBA o fizeram n o por terem conclu do o curso mas por outros motivos transfer ncia desist ncia jubilamento Esta quantidade de alunos representa em 2010 22 das vagas ofertadas e 25 das vagas preenchidas por vestibular Apesar de que at o ano de 2008 os alunos que entraram na UFBA ainda n o s o concluintes os cursos duram em m dia 4 anos o Reuni pretendia aumentar a quantidade de alunos formados de maneira geral n o apenas os que entraram na Universidade P blica na sua vig ncia Por m a an lise dos 229 diplomados evidencia que na UFBA n o ocorreram mudan as significativas neste indicador em fun o da efetiv
438. rir este campo para o setor privado e sobretudo para os grandes grupos de investidores internacionais Reforma justificada no postulado da democratiza o do acesso Universidade P blica mas que s o advindas de uma pol tica educacional que parece distante disso uma vez que est em sintonia com a l gica do rompimento das fronteiras espaciais do esvaziamento da pol tica do culto ao consumo da ressignifica o do conceito de cidadania de bem p blico de democratiza o da educa o e da compreens o do papel Universidade P blica como institui o social 140 4 3 A DEMOCRATIZA O DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR Conforme determina o protagonismo dos organismos internacionais para os pa ses perif ricos nos anos 1990 no Brasil s o efetivadas as prescri es hegem nicas para o campo da educa o O controle m ximo dos gastos p blicos dita as bases nas quais s o fundamentadas as pol ticas governamentais e definidos os rumos do ensino superior e da Universidade P blica no pa s ao mesmo tempo em que a administra o p blica busca aprimorar a sua gest o com base nos fundamentos gerenciais Em conson ncia com os ditames dos organismos internacionais nos anos 1990 o governo FHC apresenta o diagn stico da situa o educacional brasileira demonstrando sob a sua tica a crise da Universidade P blica n o consegue atender a necessidade de educa o superior do pa s fornece ensino conservador e n o aplica de maneira e
439. riza o da economia em detrimento dos investimentos no processo produtivo faz surgir a prescri o por parte dos pa ses centrais que objetiva dar conta da crise capitalista e fundamentada em rigorosos ajustes fiscais assumidos pelos pa ses da Am rica Latina desde os anos 1980 sendo os mesmos intensificados na d cada de 1990 Silva 2002 reconhece que desde meados da d cada de 1980 o Banco Mundial e o FMI j assumem a tarefa de alinhar os pa ses perif ricos l gica neoliberal tamb m atrav s da formula o de pol ticas p blicas incluindo as educacionais o que se amplia nos anos 1990 Desde os anos 1980 o modelo de educa o para os pa ses perif ricos se alinha com a expans o capitalista massificar a educa o para a popula o de baixa renda ofertando lhe a educa o b sica e incentivando o ensino profissionalizante Deste modo conforme afirmado Lima 2005 afirma ainda que no per odo de 1983 1992 foi espantosa a transfer ncia de recursos financeiros de pa ses latinos para os desenvolvidos algo em torno de 500 bilh es de d lares Disp ndio este feito para pagar juros da d vida que mesmo assim aumentou no mesmo per odo de 360 para 450 bilh es de d lares e Siqueira 2004 afirma que na d cada de 1990 o BM deixou mudou o foco da sua atua o passando de um organismo internacional voltado para o desenvolvimento para ser um auxiliar na cobran a da d vida externa dos pa ses endividados Para
440. roposta pol tica refor ando a domina o de classe e despolitizando a luta da sociedade civil organizada o que na realidade terminou por aprofundar a subordina o do pa s l gica da economia globalizada e financeiriza o Desse modo o que se constata que substancialmente nos governos FHC e Lula da Silva PT organismos internacionais particularmente do Banco Mundial e da Unesco pautaram as pol ticas educacionais essa interven o aparece na ret rica governamental de Lula da Silva PT como um discurso de que preciso combater a pobreza nos pa ses perif ricos utilizando como uma das estrat gias o investimento na educa o Essa refer ncia ao protagonismo dos organismos internacionais se justificou ao longo desse trabalho pelo fato de que suas prescri es foram determinantes para a reforma do ensino superior iniciada no pa s nos anos 1990 prosseguindo at o governo de Lula da Silva PT A an lise de documentos dos referidos organismos internacionais evidencia que os seus conte dos t m forte impacto nas prescri es econ micas incorporadas pelos pa ses da 263 periferia capitalista Neste mbito a educa o superior refor ada pelo pronunciamento da OMC que a classificou como servi os compreendida como investimento que tanto serve para combater os malef cios advindos da pol tica econ mica neoliberal quanto para promover a expans o do capital uma vez que reconhece ou reafirma o car ter c
441. roveitamento de oportunidades no mercado financeiro Quem detinha informa es privilegiadas ganhava em poder competitivo Ainda no mbito da informa o o conhecimento t cnico e cient fico x marcar a vida social A refer ncia compress o espa o tempo indica que a volatilidade se transforma no contexto de reestrutura o capitalista numa m xima que abarca o trabalho a cultura as rela es sociais etc 22 2 E Uso do princ pio do just in time 56 tamb m ganhou em import ncia porque quem dominava o saber sobre a mais nova t cnica criava o mais novo produto e obtinha maiores vantagens competitivas As Universidades e institui es de pesquisas eram subsidiadas pelas empresas que tinham interesse no produto das investiga es cient ficas com o intuito de alavancar os neg cios O conhecimento aparece neste momento bastante valorizado pelo capital De institui es preocupadas com a produ o do conhecimento e da sabedoria social as Universidades se colocaram como uma esp cie de produtores subordinados aos interesses do capital corporativo A respeito da reestrutura o do sistema financeiro global Harvey 1992 v neste ponto uma rela o de reciprocidade entre a forma o de conglomerados e corretores de grande poder mundial e a r pida dissemina o e descentraliza o de atividades e fluxos financeiros atrav s da cria o de instrumentos e mercados financeiros at ent o inexistentes O
442. rrendo de forma menos acelerada Esta expans o tamb m assegura recursos para a UFBA provenientes da Uni o Portanto os recursos or ament rios da UFBA n o s o exclusivos do Reuni mas sim uma combina o entre programas descentraliza es de recursos via Minist rio da Educa o e verbas de bancadas o que demonstra que os valores advindos do referido programa s o de fato insuficientes para atender as demandas da UFBA no que diz respeito oferta de ensino de qualidade A insufici ncia dos recursos or ament rios do Reuni para dar conta da expans o associada qualidade do ensino elucidada tamb m na fala de Marinalva Oliveira N o foi suficiente Primeiro n o foi suficiente o n vel de recurso que o governo est aumentando se comparado com a amplia o dos cursos Por exemplo em algumas universidades foram dobrados os n meros de cursos Eram 12 e hoje tem 24 Principalmente nas Universidades menores mas n o foi s isso Como que voc dobra o n mero de alunos e aumenta o n vel de recursos em 20 do que era ofertado em 2007 Ou seja invi vel Nenhuma conta d sentido para isso O governo avalia que a Universidade tinha espa o inoperante tinha professor inoperante e por isso tinha de aumentar um pouco dos recursos e usar o que estava l inoperante Soma se insufici ncia dos recursos a sua libera o de maneira apressada sem preparar as IFES para isso o que provocou diversos
443. rricular e as a es afirmativas que comp em a dimens o curricular pedag gica do Reuni conforme definido neste estudo s o elementos fundamentais ao debate sobre a democratiza o do acesso UFBA Para Coutinho 2008 analisar se uma determinada situa o ou n o democr tica requer cuidado conceitual exatamente pelo fato de que o conceito de democracia utilizado com v rios sentidos incluindo aquele que o mant m apenas nos planos formal o que implica em reducionismo em artif cio ideol gico que termina por retirar seu car ter transformador Democratizar a partir deste pressuposto tem o sentido de conforme Coutinho 2008 p 14 igualdade de participa o coletiva de todos na apropria o dos bens coletivamente criados tem tamb m uma dimens o social e econ mica Sobrinho 2011 afirma que democratizar a educa o n o apenas sin nimo de amplia o de vagas Significa ofertar dentro das condi es adequadas o ensino Estas condi es dizem respeito a diferentes formas de manter o aluno na Universidade P blica recebendo educa o de qualidade Vivemos em um tempo em que a qualidade da educa o pautada pela l gica da economia capitalista Portanto o modelo de educa o refor ado aquele pautado no pragmatismo e que oferta resultados no curto prazo disseminado como meio para alcan ar o desenvolvimento do pa s ou seja a inser o competitiva no capitalismo globalizado O conhecimento den
444. rsidade P blica O pressuposto que as diretrizes emanadas das prescri es dos organismos internacionais para a educa o embasam a reforma do ensino superior ocorrida no pa s a partir da d cada de 1990 O objetivo deste cap tulo ent o compreender os condicionantes da reforma ocorrida na educa o superior bem como caracterizar o papel do Reuni na expans o e reestrutura o da Universidade P blica no governo Lula da Silva PT Como resultado da reestrutura o capitalista ocorrida a partir dos anos setenta o conhecimento passa a ter papel central nas mudan as ocorridas nos processos de acumula o 118 de capital Com a financeiriza o econ mica a centralidade do processo produtivo desloca se dos elementos tradicionais capital trabalho mat ria prima para o conhecimento e para a informa o cujo uso intensivo ganha nfase como valor agregado O conhecimento e a informa o aliadas s novas tecnologias passam a se constituir na base da competitividade no cen rio mundial em fator potencializador da acumula o e reprodu o do capital sendo a crise capitalista dos anos 1970 um importante ponto de inflex o conforme afirmam Bernheim e Chua 2003 p 7 a vantagem comparativa determinada cada vez mais pelo uso competitivo do conhecimento e das inova es tecnol gicas Ao se tornarem for as produtivas o conhecimento e a informa o se integram ao pr prio capital que come a a depen
445. rsos na UFBA advindos da expans o Reuni Gr fico 11 Evolu o da quantidade de cursos na UFBA Salvador com o Reuni no per odo de 2008 2010 E UFBA E Salvador E Reuni Fonte UFBA em N meros Manual do Vestibular 2012 226 O que preciso verificar entretanto que apesar da exist ncia em 2010 de 29 cursos noturnos em pelo menos dez h apenas a expans o daqueles que j estavam em funcionamento h alguns anos Por serem ofertados pela noite houve mudan a na quantidade de semestres em fun o da carga hor ria poss vel para este turno de funcionamento e por conta de outros aspectos legais foram reconhecidos pelo sistema UFBA como novos mas de acordo com a descri o contida no Manual do Vestibular dos anos de 2009 e 2010 quando houve a cria o dos novos cursos do total de 29 criados no noturno cerca de 35 j existia A amplia o de vagas tem portanto o foco na cria o de novos cursos turmas no per odo noturno e o que a UFBA alcan a em dois anos supera as expectativas iniciais contempladas na proposta de ades o ao Reuni o que observado no Gr fico 12 Gr fico 12 Evolu o da oferta de novos cursos na UFBA Salvador por turno de funcionamento no per odo de 2009 2010 E Noturno E Diurno Tecnol gicos Fonte UFBA em N meros Manual do Vestibular 2012 Nos anos posteriores a expans o praticamente nula chegando a 2012 com o n mero de 7 131 vagas apresentando decr sc
446. rta e ao mesmo tempo buscar a redu o dos gastos preciso encontrar melhor rela o custo benef cio A ordem ent o diversificar institui es cursos curr culos modalidades de oferta tempo de dura o da forma o dentre outros aspectos E na defesa da diversifica o h o claro posicionamento cr tico diante da estrutura adotada pela Universidade P blica que deve ser reformada de modo a alinhar se s exig ncias de forma o provenientes do mercado Nos ltimos anos as matr culas nas institui es de ensino superior n o universit rias tanto p blicas quanto privadas t m aumentado com maior rapidez que nas Universidades tradicionais Incluem polit cnicos institutos profissionais e t cnicos que ofertam cursos de curta dura o e programas de ensino a dist ncia Seus custos s o mais baixos e por isso acabam atraindo os estudantes que podem pag los Os casos de maior sucesso t m sido das institui es que atendem de forma flex vel a demanda do mercado de trabalho e est o vinculadas aos programas universit rios mediante mecanismos apropriados de transfer ncias como sistemas de cr ditos e disposi es quanto s equival ncias BANCO MUNDIAL 1994 p 15 16 tradu o nossa Em rela o ao ensino a dist ncia Lima 2005 e Queiroz 2011 afirmam que o Banco Mundial associa essa modalidade de ensino aos alunos provenientes das camadas mais baixas da popula o que ao terem acesso a cursos mais bar
447. rtado precipuamente pelo Estado desloca a do campo dos direitos sociais da cidadania para o eixo de servi o item de comercializa o acess vel aos que podem pagar para t lo A reforma do ensino superior segue ignorando a natureza da Universidade P blica transformando a numa organiza o social atribuindo lhe o significado de uso da instrumentalidade como fim transformando a sua pr tica social como instrumento para obter objetivos particulares Uma organiza o social pr xima do modelo empresarial sem liberdade de express o desprovida de pesquisa e extens o 148 Mancebo e outros 2008 p 10 contribuem para a compreens o do papel da Universidade P blica como organiza o social no contexto da reforma educacional a partir dos anos 1990 explicitando a padroniza o do seu funcionamentos aproximando a do setor privado atrav s do modelo de financiamento a educa o superior passar a ser identificada como uma atividade p blica n o estatal portanto um servi o prestado por IES p blicas e IES privadas o que justificaria segundo o governo o financiamento p blico direto ou indireto para as IES privadas e o financiamento privado para as IES p blicas as IFES seriam transformadas em organiza es sociais e o financiamento p blico para as IES p blicas seria efetivado a partir do estabelecimento de contratos de gest o Embora o ministro Bresser n o tenha conseguido transformar as IFES em organiza
448. ru o desde 2008 e em Salvador constatado em 2012 que encerradas t m apenas os pavilh es coletivos de aulas PAF IV PAF V e outro onde funcionava o servi o m dico duas bibliotecas setoriais uma parte do pr dio de Geoci ncias o Pr dio da Faculdade de Farm cia e o da Faculdade de Nutri o A Biblioteca Setorial dos cursos de Qu mica F sica Geoci ncias e Matem tica e o pr dio da Faculdade de Nutri o apesar de prontos n o est o em funcionamento por falta dos m veis equipamentos e livros Em muitos casos constatado visivelmente que o funcionamento dos pr dios gest o administrativa aulas pesquisa e extens o ocorre num ambiente de constru o civil H casos de cursos que est o desalojados enquanto as obras de reforma amplia o constru o ocorrem e se ajeitam como podem n o raramente de maneira prec ria A fala de Jos Mesquita ajuda a compreender a situa o das obras na UFBA Num intervalo t o pequeno de 2007 para 2010 as dificuldades iam aparecer Eu procurava trabalhar em parceria com as empresas S o pequenas s o todas pequenas vai sair uma e entrar outra do mesmo porte Os problemas n o ser o resolvidos As empresas pequenas t m poucas condi es de cumprir com o acordado at porque atuam em v rias obras ao mesmo tempo Isso provoca atrasos Mas lhe garanto que isso ocorre no Brasil inteiro E tem o lado jur dico de ter de fazer tudo de acordo com a norma O Mi
449. rvado no Gr fico 8 com o Reuni esta expans o aprofundada No per odo de 2001 a 2006 a amplia o fica acumulada em 9 2 Com o Reuni a quantidade de vagas variou de 0 2 em 2008 para 64 4 em 2009 Os ndices acumulados atestam a varia o percentual na ordem at o ano de 2010 de 78 6 A oferta de vagas portanto quase dobrou em apenas dois anos conforme pode ser observado no Gr fico 8 222 Gr fico 8 Evolu o da varia o percentual de vagas na gradua o UFBA no per odo de 2002 2011 100 80 64 4 60 40 20 So s A N o O N R Q7 W 20 N Ra Fonte SSOA UFBA 2012118 Como pode se perceber a evolu o das vagas na UFBA maior do que a m dia nacional sendo de 26 2 ano considerando o per odo de tr s anos 2008 2010 Se considerada apenas a sede em Salvador a varia o das vagas fica na ordem de 13 no mesmo per odo Nos campi de Barreiras e Vit ria da Conquista o incremento foi de 21 contribuindo em m dia mais que a sede para a expans o das vagas Na sede preciso considerar o desempenho dos Bacharelados Interdisciplinares BIs e dos cursos tecnol gicos Juntos s o respons veis pelo incremento de 1 350 novas vagas Do total de 7 171 vagas ofertadas em Salvador no ano de 2010 os BIs e tecnol gicos representam 19 5 Em rela o amplia o ocorrida se tomado o ano de 2007 como base s o 116 Conforme informado pelo Servi o
450. rventor n o reduz sua import ncia na acumula o capitalista O que se pode admitir que h outro funcionamento do Estado que altera o seu car ter a sua estrutura e as suas fun es O que ent o a desregulamenta o da economia Uma a o imperativa deste Estado no contexto da regula o pol tica modificada em face ao que era a regula o no per odo fordista Ent o com base em Hirsch 2010 p 169 pode se dizer que formou se um modo de regula o que diferencia se em pontos centrais daquele do fordismo Ele n o apresenta nenhum projeto consistente mas surge em um processo contradit rio e conflitivo que incompleto e disputado Nisso s o determinantes as estruturas de domina o e as rela es de for a internacionais modificadas pela crise da forma o fordista e pela reestrutura o neoliberal as novas estrat gias de valoriza o capitalista e os deslocamentos decorrentes dos eixos de conflitos sociais O modo de regula o modificado apresenta algumas caracter sticas espec ficas 1 o poder internacional atua atrav s de uma nova estrutura que tem a lideran a norte americana a coopera o de pa ses centrais e a subordina o dos pa ses perif ricos 11 o Estado n o mais aquele do fordismo que priorizava a concess o de pol ticas sociais e ampliava seus gastos Agora se trata de um Estado com estrutura reduzida com atua o para al m das fronteiras regionais e que funciona atrav
451. s Depois que Lula da Silva PT foi eleito o pacto sociopol tico se manteve e foi fortalecido porque se viu nesta a o a possibilidade de construir as bases necess rias governabilidade do pa s Este pacto interno com a continuidade da pol tica econ mica neoliberal permitiria a Lula da Silva PT come ar o seu governo em condi es de ao longo do tempo implementar a proposta pol tica petista Neste cen rio o PT ficou conforme afirma Nogueira 2003 p 13 obrigado a se inventar a si pr prio como partido manter a governabilidade democr tica do pa s sem perder a identidade governar sem se descaracterizar como for a reformadora em suma constituir se plenamente como partido de esquerda disposto a governar o capitalismo e a criar condi es para se ir al m do capitalismo Mas o que ocorreu a partir da elei o de Lula da Silva PT foi a radicaliza o das concess es feitas pelo PT e a amplia o de escolhas que demonstraram o alinhamento do partido rumo ordem vigente Isso se deu durante os dois mandatos de Lula da Silva PT e a mudan a de rumos petista foi reconhecida pela pr pria dire o do partido que em 2009 nas orienta es destinadas aos ingressantes definiu o o partido como um partido de massas e como tal sujeito s contradi es sociais e desta nossa poca O que constava nas an lises de conjuntura pol tica como uma possibilidade de o PT diante do alinhamento rumo ordem vigente ficar apenas
452. s Na primeira etapa os documentos foram selecionados para serem analisados luz da pergunta de partida dos pressupostos e objetivos da pesquisa Em seguida foi feita a primeira leitura deles com o consequente levantamento de temas que foram classificados dentro de categorias correspondentes aos indicadores estabelecidos no modelo de an lise e que correspondiam s dimens es operacional e reestrutura o curricular pedag gica Na segunda etapa ocorreu a explora o dos temas levantados na primeira etapa com a agrega o deles em unidades que foram definidas pelas semelhan as encontradas nos conte dos Essas unidades por sua vez foram agrupadas em categorias de an lise cujos conte dos remeteram aos seguintes temas amplia o da oferta de educa o superior compromisso social da institui o or amento reestrutura o acad mico curricular e 184 renova o pedag gica da educa o superior Uma vez vencida essa etapa passou se para a terceira em que houve o tratamento dos resultados a partir da interpreta o das informa es coletadas com base no marco te rico realizando infer ncias de modo a ter buscado os significados que estavam guardados nos conte dos analisados Nessa etapa interessou descrever os conte dos dos documentos analisados mas tamb m descrever os detalhes do contexto para que fosse poss vel inferir sobre o conjunto da comunica o feita atrav s dos documentos estudados 185 6 O REU
453. s Os outros 6 responderam que os cursos continuam funcionando nas mesmas instala es n o pontuando as condi es O Reuni portanto surge da op o pol tica expansionista do governo colocada no cen rio brasileiro de maneira apressada e envolvendo a UFBA e demais IFES da mesma forma bem como agiu da mesma forma quando fez o primeiro repasse de recursos no final 201 do ano de 2007 praticamente no encerramento do exerc cio or ament rio Assim sem o planejamento devido faltaram condi es estruturais para muitas IFES planejamento apoio operacional e pessoal qualificado incluindo a UFBA o que pode ter propiciado dentre outros fatores a execu o or ament ria abaixo do esperado e a posterga o do atendimento de in meras demandas advindas da expans o conforme afirmado pelos coordenadores de curso ao relatarem que a UFBA deixou de atender at mesmo as demandas mais simples e factuais salas de aula e laborat rios Dos coordenadores de curso entrevistados 76 responderam n o terem salas suficientes para ministrar aulas 26 disseram n o ter laborat rios e 35 falaram da falta de espa o f sico destinado aos gestores chefes dos departamentos e coordenadores de colegiados A situa o da UFBA diante do Reuni n o at pica uma vez que cada Universidade P blica implementa o programa de acordo com a sua realidade poss vel dizer que o Reuni acaba tendo v rias vers es pelo pa s afora a depend
454. s a percep o da influ ncia do pensamento hegem nico nas diretrizes institucionais da universidade e a compreens o das mudan as ocorridas no ensino superior e na UFBA Por isso foram entrevistados respectivamente os atores representantes das unidades Escola Polit cnica Direito e o Instituto de Humanidades Artes e Ci ncias Professor Milton Santos IHAC Foram eles professores Lu s Edmundo Prado de Campos Fernando Santana Rocha e Sergio Coelho Borges Farias Quanto aos atores que participaram da formula o e implementa o do Reuni na UFBA foram escolhidos pelo papel preponderante que ocupam ou ocuparam no exerc cio das suas fun es os seguintes professores Naomar Monteiro de Almeida Filho ex reitor Francisco Jos Gomes Mesquita foi vice reitor e Ricardo Carneiro de Miranda Filho atual Pr Reitor de Ensino de Gradua o No mbito nacional tr s atores foram selecionados O atual Coordenador Geral de Expans o e Gest o do Minist rio da Educa o professor Antonio Sim es Silva por ser o representante do Minist rio da Educa o no setor respons vel pela expans o do ensino superior no pa s e consequentemente pelo controle da execu o do Programa Reuni em n vel nacional Em fun o da contraposi o sofrida pelo Reuni na poca da sua implanta o buscou se ouvir dois atores que representam os interesses dos professores das universidades federais e poderiam contribuir com o levantamento de informa
455. s organiza es privadas de ensino superior Dourado 2002 confirma o car ter privatista do PNE ao afirmar que as estrat gias previstas para a educa o superior s o focadas na expans o e o governo atua neste processo enquanto agente regulador criando mecanismos de avalia o das IES No que diz respeito s fontes de financiamento o documento pouco elucidativo o que sugere o aumento da preval ncia do setor privado no fornecimento da educa o superior O ensino a dist ncia um dos instrumentos que mais prop cia a massifica o do acesso ao ensino superior e tem a justificativa perversa de que forma profissionais cujo acesso ao mercado de trabalho certo Para conquistar uma vaga o profissional precisa estar qualificado inicialmente Depois precisa ser um empreendedor de si mesmo Com estas duas ferramentas o acesso ao mundo do trabalho inevit vel Sobre este assunto Lima 2005 afirma a promo o do governo em parceria com o Minist rio do Trabalho as empresas os servi os nacionais de aprendizagem e as escolas t cnicas federais de programas de forma o profissional a dist ncia Este eixo norteador do projeto educacional do MEC parte constitutiva do projeto hegem nico que identifica a educa o a dist ncia como uma estrat gia de atualiza o dos trabalhadores s novas demandas do mundo do capital e de desenvolvimento de suas habilidades e capacidades que viabilizem a sua empregabilidade gri
456. s sejam suficientes para atender a toda demanda O governo deve focar os seus investimentos na educa o b sica e nos alunos de baixa renda de onde emergem os resultados sociais J as empresas devem ampliar investimentos no n vel superior de modo a privilegiar o surgimento dos resultados privados Ao discutir sobre o papel de protagonismo assumido pelos organismos mundiais observa se que a concep o de educa o defendida sobretudo pelo Banco Mundial aquela que transforma um bem p blico em investimento pass vel de comercializa o Pautadas nestas l gicas a reforma na educa o sobretudo do ensino superior justificada pela necessidade de adequa o dos pa ses perif ricos nova ordem global o que disseminado tendo como fundamento inicialmente a ideologia do desenvolvimento a cren a na inefici ncia da atua o estatal para dar conta dos problemas econ micos e sociais a necessidade dos organismos internacionais assumirem o protagonismo da formula o das pol ticas p blicas para os pa ses perif ricos e na responsabilidade individual pela conquista das condi es materiais de modo a ter ascens o social Sob a gide do neoliberalismo e da globaliza o econ mica o papel estrat gico da educa o enfatiza necessidade de ampliar o acesso ao ensino particularmente ao superior Com isso surgem a reforma dita reestruturante mas que se traduz na desregulamenta o da educa o superior de modo a ab
457. s Edmundo foi vice presidente da Escola Polit cnica da UFBA por oito anos e assumiu a dire o no ano de 2006 estando em 2012 no segundo mandato A Escola polit cnica a maior Unidade Administrativa da UFBA em termos de oferta de cursos s o dez no campo da engenharia e um tecnol gico na rea de transportes terrestres 207 Os coordenadores de curso ratificam a informa o de que nem todas as verbas investidas nas obras da UFBA s o provenientes do Reuni mas poucos citam o fato de serem advindas de bancadas Para muitos o esfor o dos professores pesquisadores t m ajudado a manter os cursos Neste sentido 54 dos coordenadores de cursos afirmaram que os projetos rotineiramente captam recursos de diferentes fontes e asseguram mais as condi es de trabalho na UFBA do que propriamente os recursos advindos do governo Esta a constata o dos coordenadores mesmo com o Reuni em andamento ou seja concluem que os recursos or ament rios deste programa s o insuficientes para criar as condi es adequadas de oferta e funcionamento dos cursos Outra vari vel importante a ser observada neste contexto o relativo montante das receitas pr prias A previs o no per odo de 2007 a 2010 a que segue apresentada no Gr fico 4 Gr fico 4 Previs o da receita pr pria da UFBA no per odo de 2007 a 2010 25 000 000 20 000 000 15 000 000 E 4 Investimentos E 3 Custeio 10 000 000 E Total 5 000 000 0 2007 2008 2009 2010
458. s centrais em rela o aos perif ricos Onde h maior desenvolvimento tecnol gico a compress o celeridade temporal tende a ser maior 63 Neste sentido n o obstante o fluxo de capital tenha circula o cada vez mais r pida e livre no mercado mundial n o consegue fazer isso por si s sem que em cada espa o regional haja as condi es estruturais necess rias para sua mobilidade O capital requer na sua mobilidade certas condi es sociais culturais e de infraestrutura Estas condi es por sua vez t m suas especificidades porque s o locais Por mais que as rela es econ micas tenham ganhado a t nica de globalizadas os arranjos sociais locais possuem suas caracter sticas pr prias nem sempre globais o que coloca o espa o e o tempo dentro de uma dimens o local mas que precisa alinhar se com a dimens o global Isto posto a regula o ter o objetivo de promover este alinhamento e portanto torna se diferente mas n o menos importante no processo de reestrutura o capitalista A quest o que o discurso neoliberal alardeia a tese da liberaliza o econ mica mas isso grosso modo evidencia uma falsa oposi o entre Estado e mercado Hirsch 2010 p 169 pontua que os processos mercantis s o sempre marcados politicamente e que o Estado n o nenhuma inst ncia extraecon mica mas parte integrante das rela es de produ o capitalistas Assim o Estado todavia menos inte
459. s com a das matr culas quatro vezes maior o que implica em um aumento consider vel dos mesmos No entanto o maior volume de bolsas na modalidade Inicia o Cient fica CNPq Nesta modalidade a varia o de 55 por m n o se trata de projetos vinculados apol tica de perman ncia na Universidade P blica mas de est mulo pesquisa Os programas ligados perman ncia como o Permanecer e Moradia Resid ncia que constam nesta modalidade na proposta de ades o ao Reuni tiveram varia o menor de 22 e 40 respectivamente Desse modo as a es afirmativas na UFBA pelo menos nos aspectos analisados neste estudo n o mudaram de forma significativa a partir do Reuni As a es adotadas para o ingresso s o anteriores a sua institui o Houve incremento na quantidade de bolsas Permanecer e Moradia resid ncia numa varia o m dia anual de 21 Este ndice leva em conta toda a UFBA Salvador e Barreiras uma vez que os dados s o disponibilizados de forma agregada A varia o m dia do aumento das vagas no mesmo per odo de 34 A varia o na quantidade de bolsas positiva e apresenta tend ncia de eleva o ano a ano por m considerando a evolu o das vagas ofertadas o elevado ndice m dio de evas o da UFBA 43 o foco em inclus o de alunos provenientes das camadas mais baixas da popula o o valor m dio deste tipo de ajuda de custo de R 400 00 requer o incremento ainda maior na quantidade
460. s contradi es entre as classes sociais e a necessidade do rompimento com o padr o de desenvolvimento at ent o adotado pelo pa s atrav s da proposi o de um projeto pol tico de na o alicer ado sobretudo nas demandas das camadas populares Este projeto de na o colocaria o pa s no rumo do desenvolvimento sustent vel de maior independ ncia da economia nacional da redu o das desigualdades sociais da recupera o da identidade pol tica nacional Seria a mudan a estrutural na ret rica petista aquela que emerge das bases e alcan a todo o tecido social Deste modo as considera es feitas at aqui a respeito do PT j indicaram os rumos da trajet ria do governo Lula da Silva PT durante os dois mandatos que exerceu como Presidente da Rep blica sendo o primeiro de 2003 2006 e o segundo de 2007 2010 com escolhas contradit rias em rela o sua hist ria pol tica e tamb m do PT mas que evidencia a op o pol tica de buscar o alinhamento rumo ordem vigente N o se pretende aqui proceder avalia o de todo o conjunto do governo Lula da Silva PT porque n o este o objeto da pesquisa ora realizada e tamb m dada a complexa extens o de um governo imposs vel de ser coberta pelo alcance anal tico proposto neste estudo Para dar conta das tantas vari veis verificadas nos dois mandatos de Lula da Silva PT optou se portanto para fazer jus seriedade com que deve ser tratada a constru o do conhecim
461. s de parcerias com o setor privado iii a regula o n o mais circunscrita a determinado espa o nacional mas mundial iv o capital precisa penetrar nas reas sociais das na es de modo a ampliar a explora o dos recursos naturais Deste modo a 64 regula o age agora neste sentido estabelecendo as bases para a livre concorr ncia no lugar da viabiliza o da coes o social via pol ticas sociais Outro ponto importante a ser ressaltado sobre a regula o no contexto da reestrutura o capitalista a atua o de v rios organismos internacionais na defini o de normas de funcionamento do capital compondo o grupo imbu do de autoridade pol tica supranacional Banco Mundial BM Fundo Monet rio Internacional FMI e Organiza o Mundial do Com rcio OMC Deste modo a regula o se situa cada vez mais no mbito internacional Os problemas surgidos muitos deles antes nacionais agora extrapolam as fronteiras dos pa ses Quest es sobre a explora o dos recursos naturais o dom nio por parte do mercado financeiro o uso de tecnologias na rea de gen tica por exemplo e do livre com rcio s o discutidas por inst ncias reguladoras internacionais onde tamb m s o expressas as rela es de domina o e depend ncia determinantes para a financeiriza o econ mica global O que se v um novo modo de regula o agora determinado pelas rela es mercantis e concorrenciais O Estado viabiliza a co
462. s diferen as entre os modelos de desenvolvimento e crescimento regionais Ao tratar da reestrutura o produtiva do Estado brasileiro Santos e outros 2004 contextualiza a discuss o em n vel global e explicita aspectos importantes deste processo hist rico como o papel assumido pelo Estado de comando da concep o e defini o da pol tica reestruturante Para este autor a compreens o das motiva es e dos elementos da reestrutura o do capitalismo industrial privado s poss vel quando se compreende ao mesmo tempo a reformula o por interesses do capital ocorrida no Estado Outro aspecto destacado a explica o apresentada pela ortodoxia para justificar a crise do capital em fun o da pol tica keynesiana expansionista grifo do autor Com isso houve um receitu rio que Santos e outros 2004 p 2 denomina como Simples e pr tico elimina o do d ficit p blico o que exigia uma redefini o dos espa os capitalistas e ou da renda nacional sob o controle do Estado Esta defini o era compreendida como a necessidade de reestruturar as bases produtivas do Estado capitalista projeto logo transformado no eixo central da pol tica macroecon mica do n cleo do capitalismo A concep o ideol gica que fundamentou a reestrutura o produtiva capitalista propiciou a cria o da nova orienta o pol tica e acad mica que aliada assun o do poder por governos conservadores nos Estados Unidos na Ing
463. s e Madagascar Contudo os ganhos relativos adquiridos por outro lado a precariza o social do trabalho t nica do neoliberalismo n o foi rompida n o houve melhoria na da concentra o de renda e nem o problema do desemprego foi totalmente equacionado todavia as repetidas taxas decrescentes A precariza o foi determinada pela informalidade terceiriza o flexibiliza o dos contratos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores Aqui cabe a cr tica de Oliveira 2006 p 23 ao afirmar que a chegada do PT ao poder central n o fez qualquer diferen a para a classe trabalhadora uma vez que Lula da Silva PT promoveu o esfacelamento da pol tica identificada com as classes populares ou seja n o havia resist ncia pol tica por parte dos trabalhadores Em rela o ao solapamento da classe trabalhadora no pa s Filgueiras e Gon alves 2007 p 172 afirmam que O mercado de trabalho no Brasil no governo Lula embora tenha melhorado conjunturalmente confirma a continuidade de uma crise estrutural com a manuten o de taxas de desemprego mantiveram se alto o grau de informalidade os baixos sal rios e a cria o de ocupa es prec rias O crescimento do emprego com carteira assinada nos ltimos anos resulta sobretudo de um quadro econ mico internacional favor vel s exporta es brasileiras e n o de uma pol tica de emprego de que esse processo se mantenha 5 O ndice de Gini ou o Coeficient
464. s e n o amplia da mesma forma a quantidade de professores e funcion rios voc passa a ter turmas mais lotadas maior quantidade de turmas e passa a ter de 235 dedicar mais tempo somente ao ensino de gradua o Nesse nterim voc deixa de fazer pesquisa e extens o A UFBA portanto uma institui o que j conta com significativa quantidade de professores comprometidos apenas com o ensino Se por um lado esta estrat gia alavanca as vagas para ampliar o n mero de professores por outro refor a a l gica hegem nica do foco no ensino e forma o de m o de obra sem nfase na pesquisa e extens o Mas n o s esta a consequ ncia observada H tamb m o ac mulo de atividades sobre os professores enquadrados como DE uma vez que al m de serem respons veis pelo ensino gradua o e p s pesquisa e extens o precisam ocupar os cargos de gest o dos mais diversos setores da UFBA sendo membros dos in meros conselhos existentes al m de terem de corresponder aos elevados ndices de produtividade exigidos para a carreira docente Por fim a pergunta a ser feita qual o modelo de institui o de ensino superior o Reuni na UFBA refor a O tecnicista ou de institui o fundamentada na tr ade ensino pesquisa e extens o Os coordenadores de curso foram un nimes em afirmar que ainda precisam de professores para que os cursos atendam as demandas existentes sobretudo ap s o Reuni Mesmo com este programa 98 dos entr
465. s pol ticas Quando Hirsch 2010 reconhece as contribui es da Teoria da Regula o prop e ampli la em rela o aos seus fundamentos iniciais em tr s aspectos 1 a inclus o da teoria materialista do Estado ii considerar o capitalismo como um sistema mundial e portanto a an lise do Estado global e n o apenas nos seus espa os isolados iii a defini o do regime de acumula o como aquele que engloba as rela es sociais com a natureza as formas de 33 produ o e apropria o do saber as rela es de g nero e a rela o espa o tempo HIRSCH 2010 p 105 Se h uma relativa estabilidade e a continuidade da acumula o capitalista isso se deve ao fato de que h um correspondente conjunto de regula o social institui es e normas sociais que viabiliza modos de trabalho de consumo e de vida Tanto o modo de acumula o quanto o de regula o t m varia es ao longo da hist ria do capitalismo sendo ent o vinculados s suas crises Entre o regime de acumula o e o modo de regula o n o h uma rela o causal simples mas um resultado advindo das lutas sociais que se deram historicamente Ao longo do tempo existiram regimes de acumula o e os modos de regula o distintos que caracterizam tanto temporal como espacialmente a sociedade capitalista As concep es de Harvey 1992 e Hirsch 2010 sobre as mudan as observadas no regime de acumula o capitalista a part
466. s por GND 107 A tabela 6 foi composta a partir de informa es retiradas de diversas fontes tamanha a dificuldade em obter dados precisos sobre a execu o or ament ria da UFBA e do Minist rio da Educa o Os valores do Reuni est o contidos no banco de dados da C mara Federal em arquivo Access e tamb m no or amento anual da UFBA mas apenas contempla os anos de 2009 e 2010 J os repasses do Reuni de 2007 e 2008 s est o contidos em documento fornecido pela Pr Reitoria de Planejamento da UFBA demonstrativo da execu o do Reuni Para buscar o m nimo de consolida o dos valores apresentados foram consultados os Relat rios de Gest o da UFBA do per odo de 2007 a 2010 mas no de 2007 por exemplo n o h qualquer refer ncia aos valores repassados via Reuni Est indicado apenas o percentual de 60 dos recursos de investimentos que estavam estimados para 2008 A dificuldade em obter as informa es nos setores respons veis e a complexidade existente nos relat rios financeiros e Demonstra es Cont beis dificultaram bastante a compila o das informa es O discurso pela transpar ncia existe no pa s por m obter informa es sobre execu o financeira ainda algo dif cil para o cidad o comum O acesso espec fico ao sistema restrito aos servidores credenciados de modo que para um pesquisador torna se dif cil o acesso a detalhes que enriqueceriam as informa es Tem ainda uma planilha em que h o detalhame
467. s servidores ainda mais preocupante h decr scimo da quantidade de t cnicos administrativos em plena expans o de vagas na ordem de 1 2 Em rela o expectativa de contrata o a UFBA esperava obter com o Reuni 580 novos professores sendo at 2010 contratados 380 Pretendia receber 426 novos t cnicos administrativos contratando at 2010 304 Esta previs o foi feita baseada na contrapartida das vagas ampliadas que realmente ocorreu Entretanto at o ano de 2010 o incremento foi de apenas 308 no geral o incremento foi de 317 e no caso de servidores de apenas 29 importante esclarecer que conforme Ricardo Miranda Filho na quantidade geral de 17 No caso da contrata o de professores Lula da Silva PT implantou o DDE Docentes com equival ncia de Dedica o Exclusiva Este ndice calculado tomando por base o banco de professores equivalentes institu do pela portaria Interministerial n mero 224 2007 O DDE igual ao total de professores equivalentes dividido por 1 55 Entretanto o ajuste do tamanho do corpo docente de cada IFES feito levando em conta alunos da p s gradua o ndice de avalia o dos cursos da p s enfim um c lculo que em resumo diz respeito produtividade da institui o e dos professores O c lculo de professor equivalente determina o tamanho do corpo docente e as vagas que poder o ser abertas para concurso S podem ser contratados professores at o limite da disponibilid
468. scola de Regula o para fundamentar suas formula es amparadas no pressuposto de que no funcionamento de um regime de acumula o percebida a exist ncia de alguma rela o entre as condi es de produ o e as da reprodu o dos trabalhadores Neste sentido observa o modo como se materializa o regime de acumula o sempre amparado em um conjunto de regras e fatos sociais que em conjunto aparecem tanto na forma de h bitos como de leis e redes de regulamenta o dentre outros elementos constituintes do modo de regulamenta o que assegura a unidade do esquema de reprodu o A acumula o flex vel torna se instrumento de compreens o da l gica da reestrutura o capitalista Harvey 1992 faz a sua an lise sob a perspectiva da teoria da regula o agregando lhe outros elementos como a compress o espa o tempo Para o autor as mudan as 3 Harvey 1992 enfatiza a predomin ncia da financeiriza o ao discutir a crise capitalista dos anos 1970 e trata a quest o das finan as como um produto do capital e como um fen meno dissociado ou imposto produ o capitalista A Escola Francesa da Regula o tem como seu fundador Michael Aglietta economista franc s que publicou em 1976 a obra R gulation et crises du capitalisme l exp rience des tats Unis S o tamb m considerados regulacionistas os autores Robert Boyer Benjamin Coriat e Alain Lipietz Para os regulacionistas conforme informado por Concei o
469. se na entrevista com os coordenadores de cursos ofertados no padr o cl ssico Quando indagados sobre o modelo curricular dos cursos adotado pelos BIs e o motivo pelo qual os cursos que coordenam n o o adotam 76 informam que o curso opta pelo formato CPL por estar consagrado na institui o e no mercado al m de ser reconhecido como adequado pelos alunos Entretanto somado a todos estes motivos tem o componente discord ncia dos BIs Isso observado na atitude de v rios coordenadores entrevistados quando este tema foi abordado Muitos n o quiseram estender suas falas sobre o assunto preferindo n o se posicionar claramente sobre estes cursos Outro aspecto importante da expans o do ensino superior p blico a oferta de cursos no per odo noturno Para tanto duas justificativas fundamentam o argumento da amplia o de vagas no per odo noturno Um a grande ociosidade da capacidade instalada da Universidade P blica O outro a baixa rela o professor aluno Portanto preciso buscar a expans o no per odo noturno expandindo tamb m as possibilidades de acesso ao ensino superior por parte dos indiv duos que j exercem alguma atividade profissional durante o dia atraindo mais alunos o que implica na melhoria da rela o quantitativa professor aluno Com isso parte da amplia o de vagas na UFBA de fato no noturno Alguns cursos foram criados para funcionamento exclusivamente no turno da noite outros para o diurno co
470. semprego foi vivenciada sobretudo pelas camadas jovem e idosa da popula o bem como por imigrantes Este fator acompanhado da perda do poder de barganha dos sindicatos organizados e a admiss o das novas normas e pr ticas trabalhistas estabelecidas significou para a classe trabalhadora um grande retrocesso em termos de ganhos salariais e direitos sociais obtidos no passado Ainda analisando os efeitos da flexibiliza o no mundo do trabalho houve crescimento acelerado da economia informal nos pa ses centrais e perif ricos porque esta era uma forma de prestar servi os por lotes j que a l gica previa a supera o da produ o em massa Dentro das empresas surge outra estrutura do trabalho que para Harvey 1992 era composta por n cleo central e periferia esta por sua vez seria subdividida em dois outros setores Esta Botelho 2008 informa que o novo modo de coordenar a produ o dentro das ind strias passava pela terceiriza o da m o de obra Isso era uma inova o organizacional que se baseava no sistema just in time e na auto ativa o produtiva Com isso a aquisi o de mat rias primas ocorria na quantidade necess ria dentro de um tempo certo de giro dos estoques Para que este processo funcionasse adequadamente era necess ria a constitui o da pir mide de fornecedores formada fora da ind stria por subcontrata es Muitos trabalhadores passaram a ser fornecedores informais de mat ria prima cons
471. sendo insuficientes para reestruturar as condi es de oferta dos cursos da UFBA O presente trabalho est estruturado em sete cap tulos incluindo esta introdu o No segundo cap tulo busca se compreender a natureza da acumula o flex vel advinda do 25 esgotamento do modo de produ o fordista no processo da reestrutura o capitalista dos anos 1970 O terceiro cap tulo intenta analisar o alinhamento pol tico do governo Lula da Silva PT com as proposi es hegem nicas para a periferia capitalista a partir dos conceitos de desenvolvimento dependente e hegemonia s avessas que s o encontrados nos estudos de Oliveira 2010 com a inten o de entender o papel da educa o e da Universidade P blica neste governo e a natureza do Reuni programa surgido no contexto da reforma da educa o superior Reforma explorada mais detalhadamente no cap tulo quatro partindo dos condicionantes advindos do fordismo da reestrutura o capitalista do papel dos organismos internacionais particularmente Banco Mundial e Unesco da ret rica da democratiza o do acesso ao ensino superior p blico Neste cap tulo admitido o pressuposto de que a reforma da educa o superior brasileira ocorrida a partir dos anos 1990 fundamentada nas prescri es dos organismos internacionais para a educa o Portanto o objetivo do cap tulo quatro compreender os condicionantes da referida reforma da educa o superior caracterizando o papel do
472. sidade Federal da Bahia via Reuni criou estrat gias para divulgar o curso nas escolas de ensino m dio de Salvador 29 O curso t m tutoria acad mica para orientar os alunos em rela o forma o que escolheram 30 Os alunos do curso ainda precisam deslocar se do seu campus de origem para cursar componentes curriculares necess rios a sua forma o 31 De que modo avalia o modelo dos Bacharelados Interdisciplinares na UFBA 32 Por que o curso criado n o foi no formato dos BIs 32 Acredita que o formato pedag gico dos Bacharelados Interdisciplinares a melhor op o para melhorar a qualidade do ensino superior na UFBA ou a melhoria da qualidade do ensino n o tem necessariamente os BIs como ponto de partida 32 De que forma avalia o acesso dos alunos provenientes dos Bacharelados Interdisciplinares aos demais cursos da UFBA seja em disciplinas optativas ou para prosseguirem a forma o acad mica 33 Acredita que a inser o dos alunos provenientes dos Bacharelados Interdisciplinares pode promover mudan as na concep o pedag gica dos demais cursos da UFBA que n o funcionam em regime de ciclos 34 Quais a es que foram implementadas no curso em fun o do Reuni Inser o de novas formas de acesso ao curso Altera o da matriz curricular Discuss o e reescrita do Projeto Pedag gico do Curso Mudan as nas metodologias de ensino 285 Novas pr ticas de avalia o da aprendizage
473. sino superior Os pa ses precisam fazer significativas mudan as tanto na gest o quanto nas fontes de financiamento da educa o se quiserem criar bons sistemas de aprendizagem ao longo da vida A experi ncia dos pa ses mais desenvolvidos que focaram a oferta e o financiamento da educa o no mbito p blico demonstra que esta foi uma escolha equivocada porque estes mesmos pa ses agora t m que criar uma pol tica flex vel e marcos regulat rios que abrangem uma ampla gama de atores institucionais O setor p blico n o pode mais sozinho ofertar a educa o O Estado precisa estabelecer coopera o com o setor privado e com a sociedade civil O setor 139 privado pode fornecer educa o tanto nos moldes tradicionais de propriedade e opera o de escolas particulares e fornecimento de insumos taiscomo livros materiais e equipamentos e nos novos moldes parcerias com o setor p blico via contrato As empresas tamb m podem ser envolver mais na oferta de educa o desenvolvendo padr es profisisonais e curr culos Banco Mundial 2003 p 19 20 tradu o nossa O Banco Mundial 2003 faz novamente refer ncia expl cita ao fato de que ofertar educa o requer altos investimentos o que est distante da capacidade financeira do Estado Assim para colocar em pr tica o modelo de educa o proposto cabe aos governos nacionais buscar a diversifica o das fontes de financiamento da educa o de modo que os recurso
474. sino tecnicista e forma o de m o de obra voltada para as demandas do mercado ao inv s de fortalec la como institui o social de m ltiplas dimens es produ o de cultura investiga o cient fica forma o superior de diagn stico e discuss o de quest es sociais cujo funcionamento amparado na indissoci vel tr ade ensino pesquisa e extens o Apesar de que todos os desafios impostos pela realidade da educa o nacional e particularmente pela n o t o atrativa carreira docente entende se que a defini o do papel da Universidade o que na verdade fundamenta a escolha pela contrata o de professores 20h ou DE Neste momento de expans o a inten o do governo fortalecer a dimens o tecnicista da Universidade P blica e vem encontrando respaldo dentro desta institui o para efetivar suas a es como evidenciado por Marinalva Oliveira E depois voc percebe qual a l gica que eles entendiam ali de uma Universidade sem ensino pesquisa e extens o Uma Universidade voltada apenas para o ensino uma universidade tecnicista Ent o muda a l gica da Universidade Ela deixa de ser a Universidade que defendemos de constru o de conhecimento voltada para a sociedade e passa a construir uma Universidade voltada para o capital para o mercado e principalmente atrelada diretamente aos programas de editais do estado Uma Universidade que perde a sua autonomia Quando amplia o n mero de vaga
475. smo Ent o a dissemina o fordista acontece de maneira diferenciada bem como sua implanta o nos pa ses europeus e no Jap o assume conota es inerentes em cada espa o geogr fico Conquanto se estabelecendo cada vez mais distante dos limites nacionais a acumula o capitalista n o conseguiu manter se no mesmo ritmo e nem solidificar suas bases para assegurar se livre de uma nova crise Problemas provenientes da pr pria acumula o come aram a surgir e o fordismo entra novamente em crise bem como o modo de produ o capitalista Em termos de registro hist rico os sinais de insatisfa es por parte da popula o vinham desde os anos 1960 Por m o pice da crise ocorreu conforme afirmado por Mandel 1990 Drucker 1999 Harvey 1992 Botelho 2008 entre outros estudiosos no come o dos anos 1970 A crise dos anos 1970 pode ser compreendida como inserida em um contexto em que estavam as complexas din micas econ micas sociais e pol ticas que tanto no mbito nacional quanto internacional permearam o modo de acumula o e regula o do capitalismo As in meras insatisfa es formaram um conjunto de vozes que insurgiam contra os mesmos atores que antes foram t o fundamentais na reestrutura o fordista e obtiveram o consentimento por parte da sociedade o Estado e os sindicatos 48 A quest o perceber que a crise vivida pelo capitalismo nos anos 1970 demonstrou a incapacidade do fordismo e do Estado
476. so aos direitos sociais porque em certa medida isso era parte da estrat gia da acumula o capitalista N o que no Brasil este Estado tenha existido tampouco as pol ticas sociais universais elas inspiraram os modelos de desenvolvimento adotados nos anos 1960 e 1970 J a partir dos anos 1990 os rumos foram aqueles no sentido de reduzir a interven o Estatal e equilibrar as finan as p blicas ocorrendo em consequ ncia a perda dos direitos sociais por parte da classe trabalhadora Sob a gide do neoliberalismo e o discurso de minimizar os danos sociais causados com a reestrutura o capitalista surgem assim no cen rio latino as orienta es do Banco Mundial no lugar dos direitos sociais o combate pobreza atrav s das pol ticas focalizadas A cr tica de Filgueiras e Gon alves 2007 no sentido de que as pol ticas focalizadas Trata se de uma pol tica social que desloca a disputa entre capital e trabalho pr pria das sociedades capitalistas para o mbito interno da classe trabalhadora transformando a num conflito distributivo que op e os seus v rios estratos assalariados com rendimentos mais elevados versus assalariados com ganhos mais reduzidos trabalhadores qualificados versus trabalhadores menos qualificados Enfim s o pol ticas cuja natureza mercantil que tratam a pobreza com pragmatismo como se n o fosse fruto da divis o social do trabalho das desigualdades sociais e como se as suas causas
477. social 103550 133 797 Bre 35 3 Servi os E Fonte INEP 2012 Conforme observado na Tabela 7 a quantidade de concluintes retrocedeu de 2006 para 2010 nas reas de Educa o Humanidades e Artes e Ci ncias Matem ticas e Computa o Nas demais houve varia o positiva sendo a maior no campo da Engenharia produ o e constru o Observando a coloca o de cada rea nos distintos anos v se que apenas houve troca do 4 e 5 lugar do ano de 2006 para 2010 sendo que engenharia ocupou a posi o dos cursos da rea de tecnologia um movimento que corresponde ao que observado na realidade o crescimento econ mico do pa s ocorrido nos anos de 2007 2008 e 2010 alavancou o setor de infraestrutura do pa s bem como os programas implantados pelo 115 governo Lula da Silva PT como o Programa de Acelera o do Crescimento PAC A isso somam se outros fatores como explicitado por Oliveira 2004 o surgimento do curr culo m nimo para diversos cursos da rea de engenharia propiciado pela LDB a flexibiliza o curricular propiciada pelas Diretrizes Curriculares e o desenvolvimento tecnol gico que incrementou a fun o do engenheiro em reas como sa de meio ambiente produ o e petr leo Luis Campos diretor da Escola Polit cnica da UFBA refor a o bom desempenho da rea de Engenharia nos ltimos anos O Reuni coincidiu tamb m com o momento econ mico do pa s A Engenharia fund
478. ssa linguagem quais foram as vantagens recebidas pelo enunciador ao proferir determinado tipo de discurso seu status e sua fun o no universo da pesquisa Al m do lugar individual do discurso foi necess rio tamb m se definir o lugar institucional de cada ator que no caso dessa pesquisa foi tanto a universidade p blica o Minist rio da Educa o o sindicato dos professores quanto as fun es que os atores ocupam sejam de dire o de coordena o do curso ou de lideran a de uma categoria profissional Tanto no lugar individual quanto no institucional foi levado em conta a qual grupo pertencia os enunciadores e os tipos de posi es que mantinham diante do objeto e da realidade em que est inserido Os documentos por sua vez foram analisados empregando a t cnica de an lise de conte do definida por Bardin 2001 38 como Um conjunto de t cnicas de an lise das comunica es que utiliza procedimentos sistem ticos e objectivos de descri o do conte do das mensagens cuja inten o a infer ncia de conhecimentos relativos s condi es de produ o ou eventualmente de recep o infer ncia esta que recorre a indicadores quantitativos ou n o No caso do estudo realizado a infer ncia intencionou identificar as causas e os efeitos das mensagens contidas nos documentos analisados e seguiu a as etapas sugeridas por Bardin 2011 1 pr an lise ii explora o do material iii tratamento dos resultado
479. sses cursos e a Universidade e o Minist rio da Educa o agora t m de encontrar uma solu o para que estes alunos saiam da Universidade Eles implantaram de maneira aligeirada de qualquer jeito para pensar depois no que fazer E se n o bastasse este problema ainda t m de resolver os problemas do Reuni em si das outras dimens es do programa obras inacabadas falta de professores falta de salas de aula Para Sergio Farias a reestrutura o curricular n o acontece no Reuni Este programa apenas deflagra este processo que poder trazer modifica es Neste sentido de inova o curricular h a implanta o dos BIs nas novas Universidades Federais criadas a partir do Reuni que j s o em torno de 15 e que tendem a ser mais porque as que forem criadas ter o este tipo de curso de gradua o por orienta o do Minist rio da Educa o Como j dito anteriormente na UFBA os BIs deveriam funcionar como o primeiro ciclo de todos os cursos de progress o linear Deste modo ocorreria a reestrutura o curricular e pedag gica mas esta proposta n o avan ou na institui o e os cursos de progress o linear optam por manter a antiga forma de organiza o Segundo Sergio Farias No caso da UFBA n s temos quatro reas a Universidade brasileira que tem a proposta mais abrangente Ci ncias Tecnologia Sa de e Humanidades e Artes A proposta b sica que o estudante tenha a chance de 252 ingressando numa rea de conh
480. sso se deve ao fato de que distante das classes sociais o Estado n o se coloca como um aparelho de coer o criado pela classe majorit ria e sim como um ente que surge da pr pria sociedade como um aparelho impessoal distante do antagonismo de classes encontrado nas rela es sociais Ao mesmo tempo em que viabiliza a explora o da for a de trabalho mant m as condi es de luta das classes populares mas sem deixar de controlar os limites do alcance das manifesta es contr rias ao poder hegem nico A coer o f sica promovida pelo Estado na acumula o capitalista significa que ele se afirma como ltima inst ncia de for a e viabiliza atrav s do seu aparato institucional e das leis a propriedade privada sobre os meios de produ o como uma condi o pr via da explora o mercantil da for a de trabalho Mas o Estado n o apenas aparelho de for a e sim a pr pria forma pol tica deste modo parte integrante das rela es de produ o capitalista porque se traduz como elo econ mico e pol tico de uma sociedade marcada pela concorr ncia e pelos antagonismos de classe V se que conforme os estudos de Hirsch 2010 o Estado n o se coloca em um plano superior luta de classes mas como uma inst ncia que as alimenta ao mesmo tempo em que as controla O Estado se nutre das contradi es existentes na sociedade parte destas contradi es H um sistema interdependente e complexo estabelecido a partir da r
481. sta neste estudo admitido por globaliza o que emerge impulsionada por governos de orienta o neoliberal e o capital multinacional al m de ter como indica o a ampla desregulamenta o econ mica e a liberaliza o do mercado Nos estudos realizados por Malaguti Carcanholo e Carcanholo 1998 Ianni 1998 Moraes 2006 Salama 2011 dentre outros o neoliberalismo aparece como a express o da economia pol tica da sociedade global representando a luta contra a interven o estatal no funcionamento do mercado e a amplia o da oferta de pol ticas sociais por parte do governo atuando em defesa da economia de mercado da liberdade econ mica como fundamento da liberdade pol tica e condi o para a prosperidade coletiva O neoliberalismo aparece como o pensamento imbu do dos pressupostos norteadores da expans o mundial do capital e da supremacia dos pa ses centrais sobre os perif ricos como fundamenta e organiza os movimentos do capital em escala global Baseando se nos princ pios do livre jogo das for as de mercado da competitividade da lucratividade da economia de escala das vantagens comparativas da divis o internacional do trabalho e da liberdade de a o das corpora es o 2 2 sa Globaliza o um conceito amplamente discutido na literatura e que aceito neste estudo para fazer refer ncia fase posterior ao esgotamento do fordismo em que pautada na acumula o flex vel como definida por Harvey
482. sta ocorr ncia alta em torno de 30 O curioso que 78 responderam que a evas o nos cursos ap s o Reuni continua igual pelo o que percebe do movimento de entrada e sa da de alunos Outros 17 disse que aumentou ap s o Reuni Outra informa o importante a ser cotejada neste contexto o ndice de reten o nos cursos Sobretudo os coordenadores de cursos da rea exata ressaltam existir altos ndices de reten o nas disciplinas b sicas sendo que 56 concordam com esta afirma o A respeito da quantidade de alunos que s o diplomados no curso 70 dos coordenadores disseram que em m dia apenas 25 dos que entram conseguem concluir o curso dentro do per odo normal Ainda sobre a evas o motivados a comentar sobre este fen meno na UFBA os coordenadores falam sobre quais fatores podem motiv la condi es prec rias de seguran a nos campi condi es de infraestrutura insuficiente para atender os cursos do noturno perfil do aluno que tem chegado institui o com grande d ficit de forma o escolar anterior dificuldade de deslocamento entre os campi falta de mobilidade urbana em Salvador custo elevado para o aluno se manter na UFBA sem receber aux lios do governo falta de pol tica institucional para lidar com o novo perfil de aluno existente decep o dos alunos diante da parca infraestrutura existente nos cursos e falta de professores Considerando todas as informa es dos coordenadores de curso sobre ev
483. stifica a democratiza o do acesso ao ensino superior Neste mbito o que se constata a exist ncia de um discurso ideol gico que se materializa atrav s da promessa de reestrutura o f sica e org nica da Universidade P blica brasileira Tanto no que se refere reforma do ensino superior quanto compreens o do papel da Universidade P blica no contexto pol tico e econ mico da financeiriza o os governos de FHC e Lula da Silva PT utilizam da mesma ret rica para justificar a amplia o do acesso ao ensino superior N o obstante adotem diferentes m todos expansionistas FCH investe no setor privado da educa o e Lula da Silva PT amplia vagas via Universidade P blica ambos tratam a referida expans o como uma pr tica pol tica que democratiza o acesso educa o superior por parte das camadas menos favorecidas da popula o Quanto ao papel da Universidade P blica apesar das especificidades encontradas em cada um dos citados governos e dos investimentos que Lula da Silva PT faz nas IFES por meio do Reuni compreendido como subordinado economia e como afirma Ferreira 2009 tem a sua natureza de institui o social modificada para fornecedora do ensino como uma mercadoria Assim deve ser modernizada e reestruturada de modo a adaptar se aos novos rumos da sociedade do conhecimento Sendo a educa o superior importante recurso de que o pa s necessita para participar da estrutura global em que h r pidas
484. struturais ocorridas no sistema Com a chegada de Lula da Silva PT ao poder a possibilidade de o Brasil desviar se do capitalismo rentista da financeiriza o pareceu poss vel em virtude dos fundamentos petistas terem sido historicamente a transforma o social e a constru o de uma sociedade mais justa e igualit ria via supera o das contradi es sociais impostas pelo capital Entretanto ao longo do tempo a submiss o da periferia capitalista ao capital foi se aprofundando e se ajustando conforme a reestrutura o mundial capitalista Com o Brasil n o foi diferente de outros pa ses perif ricos Mesmo tendo um l der trabalhista no poder o estado de emerg ncia econ mica se manteve mas agora justificado pela l gica da financeiriza o A situa o econ mica interna esteve bem enquanto o cen rio externo era favor vel Quando isso foi modificado a situa o 53 Mineiro 2010 afirma que a busca pelo apoio da base parlamentar evidenciou tamb m conflitos de interesses uma vez que contendo representantes dos movimentos sociais da base petista mais radical e por outro lado dos grupos tradicionais de poder chegar ao consenso em torno das pol ticas propostas pelo governo n o era tarefa das mais simples Neste sentido o autor observa que o conflito de interesses na base parlamentar permitia negocia es que terminavam favorecendo em certa medida a participa o dos movimentos sociais na formula o da pol tica externa
485. sultados obtidos importante registrar que em termos de informa es sobre o Reuni h um sistema do Minist rio da Educa o denominado Simec Sistema Integrado de Monitoramento Execu o e Controle do Minist rio da Educa o que funciona como um portal operacional e de gest o que versa sobre o or amento e monitoramento das propostas on line do governo federal na rea da educa o Esse sistema constitu do por v rios m dulos e um deles o Reuni Cada m dulo alimentado pelas universidades federais com base nas informa es advindas dos mais diversos setores Para ter acesso s informa es da UFBA contidas no Simec o primeiro procedimento foi identificar quais colaboradores tinham acesso ao sistema Por isso foram feitos contatos pessoalmente e por telefone com a Proplan Setor de Or amento Pr Reitoria de Ensino de Gradua o Setor de Informa o e Documenta o e o Setor Reuni Dos cinco contatos feitos em tr s ficou expl cito que n o h alimenta o do Simec Proplan Setor de Or amento Pr Reitoria de Ensino de Gradua o Nesse ltimo o colaborador informou que h muito tempo as informa es requeridas pelo Simec s o alimentadas pelo Setor de Informa o e Documenta o e n o mais pela pr reitoria Nos outros dois Setor de Informa o e Documenta o e o Setor Reuni dois colaboradores disseram alimentar m dulos do Simec de maneira restrita e n o consideraram que os 180 relat
486. t temiam seu posicionamento n o foi outro sen o o de firmar compromisso aberto com a manuten o da pol tica econ mica em vigor Apesar de dizer que herdou de FHC a pol tica macroecon mica a ser devidamente administrada e que n o poderia fugir do lugar comum logo no in cio do seu primeiro mandato durante os oito anos em que governou a na o Lula da Silva PT n o fugiu ao comprometimento com o projeto capitalista n o obstante isso tenha ocorrido de maneira ainda a ser totalmente decifrada mas pode se dizer que o referido governo se deu atrav s de uma unidade org nica composta por um lado pelo Em 2008 houve nos Estados Unidos a crise da General Motors GM fabricante de ve culos automotores e um dos grandes s mbolos do poderio industrial americano O governo americano injetou aproximadamente 50 bilh es para salvar a empresa Para alguns analistas esta indicativo de mais do que um simples desequil brio financeiro Trata se da crise estrutural de poca do capitalismo moderno A quebra da GM refletia a profunda recess o mundial 76 apoio da burguesia nacional e por outro pelo arrefecimento dos movimentos populares Paradoxalmente do ponto de vista do modelo de Estado vigente n o houve rompimento conquanto tenha ocorrido maior aproxima o com a realidade social com o intuito de atender demandas cingidas pelo projeto pol tico anterior De toda forma o l der trabalhista que foi eleito sob a expectativa de promo
487. t o mais promissoras no mercado do que na Universidade o que n s vamos poder fazer dividir tr s de vinte isso seria muito importante para a gente porque n s n o vamos conseguir sobreviver se for com dedica o exclusiva Eu sou favor vel dedica o exclusiva mas a gente tem de colocar certa quantidade numa for a de multiplicar professores estes professores ficam somente no ensino e os professores DE para desenvolver pesquisa e extens o O professor de 20h tem outro perfil outro perfil de mercado O curso precisa de gente de mercado professores De que s vezes nunca teve contato com a f brica Eu penso no futuro da Escola no meu sucessor que vai ter problemas pela frente N o posso deixar para ele situa o dif cil de ser gerenciada A reflex o feita sobre os professores 20h tem como ponto de partida a forma como hoje constitu da a Universidade P blica brasileira fundamentada na tr ade ensino pesquisa e extens o Quanto mais professores 20h maior o foco no ensino O argumento que justifica este tipo de contrata o que estes profissionais se dedicam mais ao mercado do que Universidade Portanto t m condi es de incorporar ao ensino a dimens o pr tica N o cabe dizer que este argumento improcedente uma vez que aliar teoria pr tica profissional tamb m uma escolha pedag gica para a forma o do aluno Entretanto o que foi observado na UFBA pelo menos nos cursos
488. ta Conforme estudos de Filgueiras e outros 2010 houve redu o na taxa de desemprego e a queda foi confirmada ao longo do tempo chegando ao ndice de 6 7 no final de 2010 a recupera o de postos de empregos formais e aumento real do sal rio m nimo cen rio este que p de ser observado particularmente a partir de 2006 O mesmo movimento no sentido de ganhos no mbito do mundo do trabalho foi observado por Tonelli e Queiroz 2010 que afirmaram ter sido o governo Lula da Silva PT marcado pela facilidade de cr dito ao trabalhador formaliza o do 108 trabalho e transfer ncia de renda Em rela o a este contexto houve tamb m melhoria no ndice de GINI de 0 584 em 1995 para 0 539 em 2005 Apesar dos ganhos observados entretanto a quest o que n o houve a esperada mudan a estrutural nas rela es de trabalho Com a inser o dependente do pa s na l gica mundial o modelo de precariza o do trabalho foi mantido A falta de mudan as estruturais justificada por exemplo pelo fato de que a distribui o de renda no pa s teve pequena melhora em certo per odo conforme citado mas no ano de 2010 o ndice de GINI conforme reportagem publicada pelo Jornal O Globo estava em 0 56 ou seja no ano de 2010 houve a revers o da queda observada em 2005 Este ndice de 2010 colocou o Brasil no terceiro lugar entre os pa ses com maiores concentra o de renda no mundo perdendo apenas para Bol via Camar e
489. ta de pessoal qualificado dificulta o uso dos laborat rios imp e mais trabalho ao professor que tem de cuidar das aulas pr ticas sozinho que n o h funcion rios em quantidade suficiente para o turno da noite e que os poucos contratados foram alocados em secretarias coletivas para suprir pelo menos a necessidade b sica da gest o As secretarias coletivas atendem os departamentos e colegiados e funcionam de maneira preponderante durante o dia As falas de Sergio Farias e Fernando Rocha elucidam a situa o do corpo de profissionais da UFBA mesmo com o Reuni Servidores n s estamos com um bom quadro O ideal seria ter mais servidores pra dar conta dos trabalhos mais t cnicos orienta o acad mica de coordena o de est gio porque n o d para colocar os professores para isso por causa da sobrecarga de trabalho e tudo mais Mas a parte de 239 divulga o ent o se tivesse mais servidores para isso nosso trabalho seria mais aperfei oado SERGIO FARIAS Sobre as dificuldades advindas do Reuni Todas Falta professor funcion rios equipamentos inform tica falta tudo Quer dizer n s vivemos uma expectativa um pouco frustrada entre o que prometeram e o que realmente concederam FERNANDO ROCHA Quanto estrutura f sica para comportar a amplia o das vagas ratifica se o registro j feito no cap tulo cinco n o foi poss vel obter as informa es sobre o que expandido na UFBA no per odo
490. ta qualitativo quanto quantitativo uma vez que quando da an lise da execu o or ament ria ficou claro que a mesma deixou a desejar tamb m por falta de qualifica o na execu o das licita es contrata o e acompanhamento efetivo dos gastos bem como realiza o e acompanhamento das obras contratadas muito dif cil colocar em pr tica uma expans o como foi a promovida pelo Reuni sem que haja um corpo administrativo preparado para executar as in meras a es requeridas Mais uma vez fica latente a falta de planejamento na UFBA para implementar o Reuni o que certamente leva ao pouco aproveitamento e adequada aplica o dos recursos or ament rios recebidos tanto para custeio contrata o de pessoal quanto de investimento Por fim sem as condi es m nimas de execu o do Reuni a implica o negativa disso no mbito pedag gico consequ ncia natural A falta de servidores da rea t cnica foi identificada tamb m na fala dos coordenadores 6 disseram n o ter conhecimento se houve ou n o contrata o de novos t cnicos a partir do Reuni sabem apenas que para o cursos que coordenam n o ocorreram tais contrata es 11 respondem que os t cnicos contratados s o alocados na unidade administrativa e n o nos cursos 83 afirmam que n o aconteceram as contrata es e citam que h necessidade urgente de profissionais qualificados para atuar em reas espec ficas como de tecnologia e sa de Acrescentam que a fal
491. tados os projetos de novos cursos j existentes ficam engavetados Neste sentido o Reuni emerge como o instrumento viabilizador e por isso as unidades administrativas da UFBA viram nele a 2 chance de efetivar a es antes arquivadas O terceiro ponto a confirma o de que a expans o vinha ocorrendo no governo Lula da Silva PT mas em ritmo lento Em resumo o 10 Nos Relat rios de Gest o da UFBA em anos anteriores a 2007 v se no programa Brasil Universit rio os mesmos elementos existentes no Reuni repasse de recursos amplia o da infraestrutura f sica e da quantidade de vagas nos cursos Entretanto esta expans o na UFBA ficou restrita a cursos de forma o de professores e aos campi do interior como o de Barreiras A partir do Reuni a expans o alcan ou os cursos sediados em Salvador porque os recursos or ament rios s seriam liberados caso a Universidade apresentasse uma arrojada contrapartida expansionista 204 Reuni na percep o dos coordenadores de cursos e dos gestores da UFBA significa oportunidade para implantar projetos de ampliar ou criar novos cursos Por outro lado o governo tem como objetivo ampliar vagas no ensino superior via Universidade P blica e est disposto a aportar recursos Portanto a ades o ao programa significa para muitos n o deixar passar a oportunidade de receber estes investimentos o que confirmado pelo Pr Reitor de Ensino de Gradua o UFBA Ricardo Carneiro de Miranda F
492. te no surgimento da China como grande comprador de produtos prim rios que o Brasil estava em condi es de fornecer As melhorias observadas n o significaram absolutamente o rompimento com o padr o de desenvolvimento hegem nico estabelecido para os pa ses perif ricos tampouco o investimento pesado na recupera o da ind stria nacional de modo que o processo produtivo interno representasse o rejcome o da trajet ria brasileira em dire o ao real fortalecimento da sua condi o econ mica que ainda de vulnerabilidade tanto financeira quanto estrutural O n o investimento por parte de Lula da Silva PT no resgate da ind stria nacional evidencia a op o pela continuidade em manter no pa s o modelo de desenvolvimento tradicional j criticado por Oliveira 2003 cuja origem revela a situa o de depend ncia do pa s enquanto periferia do capitalismo ou seja de completa subordina o l gica econ mica mundial A depend ncia brasileira da economia mundial conforme afirmado por Filgueiras e outros 2010 pode ser observada no aumento das exporta es decorrente do efeito China e outros fatores conjunturais internos implicaram na redu o da instabilidade macroecon mica porque houve queda da vulnerabilidade externa conjuntural da economia nacional O desempenho da balan a comercial brasileira n o foi resultante de uma nova pol tica comercial adotada por Lula da Silva PT Ao contr rio tudo seguiu como an
493. tente Neste cen rio a quest o era retirar totalmente o controle do trabalho por parte dos sindicatos e obter a explora o da m o de obra de maneira legitimada porque os oper rios se viram sem alternativas Mesmo tendo focos de resist ncia por parte dos trabalhadores os sindicatos perderam poder porque a organiza o do trabalho de maneira informal sem os v nculos com a f brica j n o constitu a mais a rela o capital versus trabalho e sim grupos familiares informais que estavam fora do alcance da organiza o sindical Tratava se portanto de um contexto complexo e que isso importante frisar n o se constituiria sem que houvesse o embate entre as classes sociais ou seja posto que reestrutura o do mundo do trabalho tenha ocorrido n o foi sem que a classe oper ria tenha se posicionado sem que tenha lutado pela manuten o da fatia de for a que havia conquistado no modo de produ o fordista Seguindo com a caracteriza o do contexto da acumula o flex vel Harvey 1992 afirma que as novas formas organizacionais da produ o sob a gide da compress o espa o tempo mudaram a nfase da produ o em massa para a solu o de problemas imediatos As 20 P leio Os novos trabalhadores exclu dos incorporaram se aos negros mulheres e minorias tnicas que estavam foram do mercado de trabalho antes mesmo da eclos o da crise dos anos 1970 20 termo compress o espa o tempo foi utilizada por H
494. tes do modelo anal tico a complexidade e extens o inerentes ao Programa Reuni e as atividades propostas pela UFBA para implementar o Reuni foram definidas as seguintes fontes de informa es 1 Decreto n 6 096 2007 do governo federal 11 Diretrizes Gerais do Reuni iii Proposta de Inclus o da Universidade Federal da Bahia 2007 iv Relat rio de Acompanhamento do Reuni publicado pela Andifes v Relat rios de Gest o da UFBA vi Estat sticas oficiais da UFBA e do 174 INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais vii Manuais do Vestibular UFBA viii Legisla o UFBA sobre ensino de gradua o publicada a partir de 2007 ix Documentos emitidos pela UFBA sobre o Reuni ata do Conselho Universit rio planilhas elaboradas pelos setores de Planejamento F sico e Reuni x Or amento do governo federal a partir de 2007 x1 Or amento do Minist rio da Educa o a partir de 2007 xii Or amento da UFBA a partir de 2007 xiii Entrevistas semiestruturadas com antigos e atuais gestores da UFBA e xiv Entrevistas estruturadas com coordenadores de colegiados de cursos da UFBA que expandiram vagas Ap s se definir as fontes com base nos argumentos de Quivy e Campenhoudt 2005 foi estruturada a observa o a partir de quatro procedimentos 1 defini o dos instrumentos para recolher informa es ii testes dos instrumentos iii delimita o dos atores e setores da UFBA campus Salvador e que
495. tes e os resultados favor veis s demonstraram o quanto o pa s depende do com rcio exterior Em um momento em que o 106 mercado externo estava equilibrado demandando por produtos nacionais o Brasil aproveitou a oportunidade de exportou seus produtos Todos os fatores positivos anteriormente citados contribu ram para que o governo conseguisse controlar bem a infla o e alcan asse maiores taxas de crescimento A situa o positiva interna permitiu reduzir as taxas de juros e ao mesmo tempo aumentar internamente a concess o de cr dito Portanto a economia brasileira se tornou favor vel com aumento do consumo crescimento do emprego aumento real do sal rio m nimo e crescimento do PIB Pode se dizer que sobretudo no seu segundo mandato Lula da Silva PT contou com o bom funcionamento da economia nacional mas que mesmo assim foi fortemente impactada pela crise americana de 2008 ocasionando a significativa redu o da expectativa de crescimento econ mico brasileiro passando de 6 em 2008 para parcos 0 2 negativo em 2009 N o se pretende discutir a crise financeira de 20082 iniciada nos Estados Unidos e que foi espalhada pelo mundo mas importante pontuar que esta crise demonstra a fragilidade da economia brasileira e a sua forte rela o de depend ncia do capital internacional Outro ponto a ser assinalado que a crise indicou conforme afirmado por Mineiro 2010 o esgotamento do modelo econ mico adotado desde
496. tipo de material Os coordenadores de curso comentam que o acervo bibliogr fico dos cursos desatualizado e que necess rio investir mais na aquisi o de novos exemplares de livros bem como ampliar a quantidade de cada t tulo indicado pelos professores Falam sobre cursos de uma mesma rea disputar exemplares de livros porque a aquisi o de novas bibliografias levou em conta a quantidade de alunos de apenas uma gradua o mas que na pr tica por serem bibliografias b sicas servem a v rios cursos ao mesmo tempo e a quantidade existente n o contempla a grande quantidade de alunos dos semestres iniciais o caso dos cursos da rea de sa de e das disciplinas b sicas de v rios cursos como Matem tica O curioso que 62 dos coordenadores comentam sobre o fato de que os professores compram os livros para uso pr prio e providenciam c pias de cap tulos para os alunos Deste modo conseguem driblar as limita es existentes no acervo bibliogr fico Todos os elementos da dimens o operacional aqui analisados or amento expans o de vagas pessoal e estrutura f sica s o fatores intr nsecos democratiza o do acesso ao ensino superior e consequentemente Universidade P blica O modo como se constituem na realidade o que determina a qualidade do ensino a inclus o das camadas mais pobres a perman ncia dos alunos nas IFES e a redu o das desigualdades sociais Assim como 246 reconhecido por Barros
497. tituindo se em produtores de lotes de produtos que eram vendidos para os intermedi rios que por sua vez os repassavam para a ind stria Este foi um dos efeitos da flexibiliza o do trabalho que retirou os oper rios da f brica e os colocou em condi es sociais totalmente desfavor veis 54 nova composi o estrutural do trabalho permitia a flexibiliza o da contrata o e dispensa dos trabalhadores bem como o ajuste sempre que necess rio dos gastos trabalhistas em rela o produ o No estudo de Druck 2009 consta que a organiza o flex vel do trabalho somada automa o do processo produtivo fez com que os trabalhadores qualificados portadores de grande conhecimento t cnico pudessem ser substitu dos por aqueles com pouca qualifica o terceirizados ou subcontratados que n o exigiam grandes ganhos salariais As mudan as no mundo do trabalho foram marcantes e no sentido de solapar os direitos adquiridos at ent o al m de promover o desmantelamento da organiza o pol tica dos trabalhadores A l gica das transforma es ocorridas no mundo do trabalho era perversa porque estimava se ter menos trabalhadores no grupo central e mais nos dois grupos perif ricos minando a organiza o do trabalho a classe oper ria em geral e aprofundando a marginaliza o dos grupos exclu dos que haviam sido constitu dos antes dos anos 1970 quando o modelo fordista j n o absorvia o excedente de m o de obra exis
498. to do ensino superior Sguissard 2009 ao reconhecer a depend ncia financeira da Universidade P blica em rela o ao governo afirma que isso refor a a natureza relativa da sua autonomia uma vez que continua no padr o de depend ncia dos recursos p blicos para manter o seu funcionamento e buscar o desenvolvimento de que necessita para exercer o seu papel na sociedade Para Lima 151 2008 o governo Lula da SilvaPT radicaliza o padr o dependente da educa o superior que sempre esteve em vig ncia no pa s e isso ocorre atrav s das reformula es que prop e para a educa o nacional particularmente para a superior Reformula es estas que n o alteram a l gica de funcionamento da Universidade P blica que continua heter noma culturalmente e consoante s regras de car ter mercadol gico Paula e Lamarra 2011 refor am a tese do padr o dependente da educa o superior e afirmam que observado nos pa ses da Am rica Latina onde as reformas educacionais t m ocorrido com base no discurso de que o crescimento econ mico requer melhor forma o da for a de trabalho existente no pa s Com isso o governo prega a expans o do ensino em todos os n veis particularmente no ensino superior Entretanto esta expans o dissociada de pol ticas p blicas voltadas para a redu o das desigualdades sociais Portanto a amplia o das vagas nas IFES termina esvaziada de conte do porque o outro lado da expans o a per
499. to dos financiamentos dos seus im veis provocou o abandono em cascata de v rios im veis e consequentemente atingiu o sistema banc rio que era o financiador das hipotecas Afirmar Harvey 2011 p 10 o dia em que o banco de investimentos Lehman Brothers desabou em 15 09 2008 foi um momento decisivo Os mercados globais de cr dito congelaram assim como a maioria dos empr stimos no mundo Com o colapso financeiro americano o resto do mundo at ent o relativamente imune crise foi conduzido ao problema tendo dificuldades em manter suas economias equilibradas 107 tamb m por Filgueiras e outros 2010 que discute sobre a diverg ncia existente a respeito do que justifica tal melhoria H os que dizem ser por conta dos oito anos de profundos ajustes neoliberais feitos por FHC cujos frutos foram colhidos anos mais tarde e h os que afirmam que Lula da Silva PT no segundo mandato de fato rompeu com a pol tica econ mica neoliberal e por isso p de obter melhor desempenho econ mico O fato que realmente as condi es externas favoreceram a economia do pa s conforme observado por Mineiro 2010 Gon alves 2010 e por Filgueiras e outros 2010 p 39 Estes afirmam que a melhoria dos indicadores macroecon micos no per odo decorrente sobretudo da conjuntura econ mica internacional favor vel acompanhada pela flexibiliza o da pol tica econ mica vem se constituindo em fator fundamental deste modelo
500. tomada hist rica do fordismo em que ficou evidente o seu complexo funcionamento demonstrou a crise capitalista em determinado momento da hist ria mundial e as estrat gias utilizadas para super la A financeiriza o conjugada com a mobilidade tecnol gica do capital e com a regula o constitu da seja na forma de leis ou de modo de vida social promoveu mudan as profundas na sociedade como o solapamento das rela es trabalhistas o enaltecimento da sociedade do consumo altera o da configura o espacial e temporal do funcionamento do Estado e da regulamenta o nacional O conhecimento neste contexto aparece apropriado pelo capital servindo a sua expans o e reprodu o Neste sentido ficam compreendidos os fundamentos da subordina o a qual est submetida educa o e Universidade P blica e tamb m ficam estabelecidos os fundamentos conceituais que permitem a compreens o do v nculo Universidade P blica capital enquanto um movimento din mico complexo composto por diversas vari veis Tendo os fundamentos pol ticos e econ micos que pautaram o funcionamento do capitalismo at o final da d cada de 1990 momento de prosseguir na leitura e an lise dos fatos hist ricos focando particularmente a realidade brasileira e o governo Lula da Silva PT de onde emergir o Reuni Esta a tem tica a ser discutida no pr ximo cap tulo 73 3 O DESENHO POL TICO ECON MICO DO GOVERNO LULA DA SILVA PT C
501. torizado Deste modo a varia o negativa no caso de investimentos onde observa este fen meno com mais frequ ncia se torna ainda maior interessante observar que a UFBA elaborou uma matriz de custeio e investimentos que foi apresentada ao governo Lula da Silva PT Depois disso a fim de propor a divis o interna dos recursos elaborou um plano de aplica o detalhado por custeio investimentos e aquisi o de material permanente que foi discutido na reuni o extraordin ria do Consuni de 18 de dezembro de 2008 Neste plano os valores diferem para menor do que foi apresentado quando da ades o ao Reuni Esta situa o explicada pelo fato de que como j afirmado anteriormente os recursos do referido programa n o foram suficientes para os projetos de reforma amplia o constru o da infraestrutura f sica tampouco para as demais demandas Na referida ata do Consuni aparece a informa o de que n o s os recursos do Reuni s o aplicados na expans o da UFBA mas tamb m os provenientes das verbas de bancadas ou seja obtidas junto aos representantes baianos no Legislativo Federal H tamb m o registro investimentos ficam com o pagamento bem abaixo do autorizado H situa es em que a execu o chega a ser apenas 10 do que foi programado Para conferir a execu o or ament ria da UFBA ap s abrir o banco de dados em Accsess usar os termos rg o 2600 fun o 364 unidade or ament ria 26232 pedir relat rio
502. tornaram se hegem nicas Estava portanto criado o cen rio perfeito para que o capital se reproduzisse Na sua l gica de reprodu o se faz necess rio ampliar para al m das fronteiras americanas a demanda efetiva por seus produtos Os Estados Unidos EUA realizaram investimentos na reconstru o de pa ses europeus desde o per odo entre guerras mas tal a o foi consideravelmente ampliada ap s os anos 1945 Deste modo via abertura de investimentos do capital estrangeiro e do com rcio com os pa ses do velho mundo o excedente produzido nos EUA era completamente absorvido o d lar virou moeda reserva mundial houve a vincula o do desenvolvimento do mundo s pol ticas fiscal e monet ria O Plano Marshall foi uma forma indireta de dom nio americano nos pa ses europeus via financiamento para que pudessem ser reconstru dos ap s a Segunda Guerra Mundial A nfase inicial do plano estava no fornecimento de alimentos ra es para animais e fertilizantes com o objetivo de aumentar a produtividade agr cola Depois a import ncia recaiu sobre as mat rias primas e os produtos semi industrializados bem como maquinarias ve culos e combust veis Nesse contexto a aquisi o dos produtos americanos beneficiava intensamente a economia norte americana 46 americana V se que a expans o internacional do fordismo ocorreu numa conjuntura particular de regulamenta o pol tico econ mica mundial e uma configura o
503. tos de todas as reformas se vier verba complementares a UFBA ter uma estrutura adequada para essa quantidade de alunos 34 A entrada semestral de alunos na UFBA j maior em virtude da amplia o Ocorre que o n vel de reten o particularmente nas disciplinas b sicas grande e a quantidade de formandos pequena em rela o entrada Com isso entram mais alunos do que saem Assim a quantidade de salas precisa abarcar toda a popula o de alunos da UFBA por at o dobro do tempo de dura o de um curso porque o Regulamento do ensino de Gradua o prev isso H sempre para o aluno o dobro de tempo normal para concluir o curso Nos BIs que t m dura o de 3 anos um aluno pode ficar at seis anos ocupando uma vaga O que se discute n o o direito do aluno em ter o dobro do tempo para realizar um curso mas sim a falta de gest o da UFBA que tem alta evas o alta reten o nos cursos ndice m dio de diplomados e n o tem pol tica estabelecida para enfrentar esta realidade Fica portanto com grande quantidade de alunos retidos sem lidar com a quest o de maneira adequada 243 Ao responderem a pergunta sobre as demais edifica es provenientes do Reuni os coordenadores tecem novamente alguns coment rios Um deles sobre terem conhecimento de que nem todas as obras s o feitas com recursos Reuni mas de outras fontes e muitos enfatizam que algumas instala es f sicas da UFBA laborat rios t m o
504. trabalho docente O professor no centro da contradi o 2007 277 f Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Universidade Federal da Bahia Salvador Bahia 2007 LIMA K tia Regina de Souza Reforma da educa o superior nos anos de contra revolu o neoliberal de Fernando Henrique Cardoso a Luis In cio Lula da Silva 2005 466 f Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal Fluminense Rio de Janeiro 2005 Reformas e Pol ticas de Educa o Superior no Brasil In MANCEBO Deise SILVA JUNIOR Jo o dos Reis OLIVEIRA Jo o Ferreira Reformas e Pol ticas Educa o superior e p s gradua o no Brasil Campinas S o Paulo Editora Al nea 2008 Contra reforma da educa o nas universidades federais o REUNI na UFF Universidade e Sociedade Bras lia n 44 p 147 157 jul 2009 LIMOEIRO Mirian Cardoso Ideologia do desenvolvimento Brasil de JK JQ Rio de Janeiro Paz e Terra 1978 Os Formuladores da reforma da Universidade s o funcion rios do Banco Mundial Revista ADUSP S o Paulo n mero 22 mar o de 2001 Dispon vel em lt http www adusp org br files revistas 22 rev22 pdf gt Acesso em jan 2012 MACEDO Roberto Sidnei GALEFFI Dante PIMENTEL lamo Um rigor outro Sobre a quest o da qualidade na pesquisas qualitativa Educa o e ci ncias antropossociais Salvador EDUFBA 2009 MACIEL Maria Helena Ribeiro Hegemonia ajuste neoliberal e ensino superior no Brasil 2008 155 f
505. transfere recursos para as IFES para efetivar a expans o das vagas na Universidade P blica exigindo contrapartidas como forma de controlar a gest o destas institui es Este pressuposto confirmado quando se analisa o conte do das informa es do ex reitor da Universidade Federal da Bahia professor Naomar Monteiro de Almeida Filho quando afirma que as demais dimens es do Reuni al m da expans o das vagas e a contrapartida financeiras para as IFES s o inseridas neste programa porque emergiu da proposta chamada Universidade Nova As bases desta proposta vinham O professor Naomar Monteiro de Almeida Filho foi reitor da UFBA por dois mandatos consecutivos de julho de 2002 a julho de 2010 permanecendo no cargo durante oito anos o criador da proposta Universidade Nova contemplando a implanta o dos Bacharelados Interdisciplinares BIs na UFBA e liderou a ades o desta Universidade ao Reuni no ano de 2007 ae Segundo o Naomar Almeida Filho 2012 a expans o das vagas na UFBA j havia come ado atrav s do aproveitamento daquelas que vinham sobrando nos cursos Para tanto foi criado o sistema de sele o denominado Vagas Residuais Al m disso no seu primeiro mandato fortaleceu as a es afirmativas como meio de atrair e manter o aluno na Universidade incluindo o sistema de acesso por cotas A ideia da Universidade Nova de expandir vagas e reestruturar a qualidade da gest o universit ria e do ensino superior
506. tre o regime de acumula o capitalista e o modo de regula o Hirsch 2010 atesta que o fordismo se imp s quando o modo de regula o social foi completamente transformado Transforma o esta que n o foi produto do poder corporativo mas sim da conjuga o de for as sociais com a definida atua o do Estado na economia Neste sentido a valoriza o do capital foi obtida porque o sistema de regulamenta o disciplinou o mundo do trabalho estabilizou os sal rios e promoveu o equil brio da demanda por produtos 2 E preciso ratificar que a acumula o interdepende da regula o e ambas neste movimento circular de funcionamento formam um fen meno em que s o conjugadas como for as de maneira simult nea Portanto n o h entre estas uma ordem de subordina o Para Hirsch 2010 p 107 a rela o interdependente entre acumula o e regula o foi preponderante no caso do fordismo E acrescenta caracterizou se o regime fordista por consumismo crescimento e progresso como valores dominantes por sindicatos fortes processos de negocia o salarial e uma extensa rede de seguridade social estatal Ao sistema institucional de regula o pertencem as empresas e suas federa es os sindicatos as entidades cient ficas e educacionais os meios de comunica o todo o aparato do sistema pol tico administrativo e n o por ltimo a fam lia como local da reprodu o da for a de trabalho O fordismo
507. trora alcance de resultados via parcerias p blico privadas aumento dos cr ditos educativos bolsas concedidas pelo governo e amplia o consider vel das vagas nas Universidades P blicas N o se pode dizer que pol ticas p blicas de longo prazo foram criadas visando a reestrutura o em particular do ensino superior No governo Lula da Silva PT foi determinante o alinhamento da educa o com as diretrizes do Banco Mundial e isso n o tirou o pa s do lugar comum em termos de reformas estruturais que pudessem alterar a finalidade do ensino superior Pode se dizer que o programa n o uma pol tica p blica de maior vulto voltado para o n vel superior de educa o ao longo de oito anos de governo foi o Reuni que diga se de passagem n o se tratou propriamente de reestrutura o conforme foi anunciado o que pressuposto deste estudo e cuja discuss o ocorrer mais adiante Ao final desta an lise que intenta discutir o alinhamento de Lula da Silva PT rumo ordem vigente importante tratar do fato de que na literatura s o v rias as leituras cr ticas que reconhecem a mudan a de rumos do Partido dos trabalhadores que teve in cio no final dos anos 1980 como acredita se j ter sido suficientemente evidenciado nesta se o Mas esta n o a nica vis o dos fatos ou a nica leitura poss vel da hist ria Levando em conta a assun o anterior de que o governo Lula da Silva PT n o pode ser qualificado apenas como continu
508. ttp painel mec gov br At mesmo em uma das entrevistas realizadas na pesquisa ficou evidente a informa o de que o m dulo Reuni do Simec acabou restrito s informa es sobre obras expans o de alunos e contrata o de professores Atrav s do Simec imaginou ter acesso a uma fonte nica de informa es produzidas e sistematizadas pela UFBA uma vez que se trata de um sistema de controle e cuja obrigatoriedade de alimenta o da base de dados estendida a todas as IES p blicas do pa s Entretanto ap s todas as buscas pelo uso do Simec na UFBA a expectativa inicial n o foi confirmada e chegou se a conclus o de que as fontes de informa es consideradas pela pesquisa mesmo com todas as limita es eram mais completas e confi veis do que as que provavelmente constam do Simec compreens vel que produzir informa es retroagindo quatro anos n o tarefa f cil e nem r pida Mas a quest o central a ser considerada o fato de essas informa es n o estarem devidamente e rotineiramente registradas e constantemente sistematizadas por algum setor da UFBA A percep o a de que a maioria dos setores quando provocados pela pesquisa teria de produzir as informa es para depois disponibiliz las o que exigiu tempo e boa vontade dos servidores e nem sempre aconteceu Outra limita o observada que os diversos 181 setores que executam o Reuni nem sempre se comunicam Informa es que deveriam ser c
509. tual proveniente da classe dominante Em conclus o o poder hegem nico o capital e os capitalistas quem efetivamente termina por constituir consentir a dire o moral da sociedade aos dominados Enfim a apar ncia de que efetivamente existe uma dire o moral por parte dos dominados se torna elemento necess rio ao novo cen rio estabelecido se constituindo uma pe a importante manuten o do status quo dominante N o significa absolutamente que a 85 classe dominada esteja imbu da de for a pol tica capaz de promover mudan as estruturais na sociedade Ao contr rio disso a correla o de for as permanece a mesma assim como as contradi es sociais O ato de assumir a dire o moral assume car ter estrat gico das fra es da burguesia que no embate das for as antag nicas consente o suposto ganho aos dominados Ganho este traduzido em consentimento que servir como uma esp cie de alian a em torno da manuten o dos interesses majorit rios No caso brasileiro Oliveira 2010 p 27 explica que estamos em face de uma nova domina o os dominados realizam a revolu o moral que se transforma e se deforma em capitula o ante a explora o desenfreada Oliveira 2010 afirma que a elei o do Lula da Silva PT foi um avan o no sentido de que um trabalhador foi al ado ao poder pelo voto direto Avan o este obtido via embate de for as contradit rias existentes no tecido social brasileiro
510. tutos 470 Contratar servidores 426 Conclus o e constru es de novos pavilh es de aulas a Constru o do Centro de idiomas 01 Reestrutura o da arquitetura curricular da UFBA Constru o amplia o e reformas de audit rios el o instala es diversas Aquisi o de m veis e equipamentos o Fortalecimento das A es Afirmativas oo Redu o das taxas de evas o atual de 43 o Eleva o da taxa de conclus o de curso 60 at 2010 Elevar ocupa o de vagas ociosas Elevar a ocupa o para 67 5 continua 8 8282 e 119V s o codifica es or ament rias utilizadas pelo governo federal para indicar recursos do Reuni As metas citadas na tabela 3 s o aquelas recortadas para a realiza o deste estudo conforme descrito no cap tulo V H outras metas relacionadas com o detalhamento das a es afirmativas voltadas para a extens o pesquisa e p s gradua o 203 Tabela 3 Metas da UFBA prevista no documento de ades o ao Reuni Conclus o Constru o de bibliotecas nao Cria o de acervos bibliogr ficos e amplia o dos j a existentes Amplia o de servi os de seguran a e ilumina o el trica o Cria o de sistema vi rio entre os campi on Fonte Proposta de inclus o da UFBA ao Reuni 2007 Pelas informa es da Tabela 3 fica demonstrada a nfase no compromisso assumido pela UFBA com a expans o das vagas o que levaria
511. u ncia do neoliberalismo al m de ajustes fiscais a aposta do governo local para promover o crescimento econ mico foi no aumento da efici ncia do processo produtivo nacional e na comercializa o de bens e servi os por interm dio da moderniza o industrial Em meados dos anos 1990 quando o pa s passou a ter como presidente o FHC as reformas estruturais consideradas importantes para favorecer a influ ncia dos mecanismos de mercado nas decis es de aplica o de recursos foram aprofundadas Com o discurso pol tico em defesa dos preceitos neoliberais e a aprova o de leis a abertura ao capital estrangeiro foi radicalizada no pa s sobretudo com o argumento da inefici ncia estatal e da necessidade de investimentos externos na economia nacional Algumas diretrizes dentre outras foram adotadas para tornar o pa s mais competitivo i liberaliza o do com rcio exterior ii privatiza o de empresas estatais iii desregulamenta o financeira iv cria o de ambiente macroecon mico est vel v reforma do Estado para modelo gerencial Com FHC prevaleceu a vis o de desenvolvimento na qual a abertura comercial a liberdade ao investimento direto estrangeiro e a privatiza o eram os pilares da estabilidade interna e do crescimento econ mico O governo FHC teve a combina o de dois elementos importantes para constituir o que se pode denominar de caminho pavimentado que viabilizou o acesso do capital financeiro ao merc
512. ubversivo o que significa dizer que vai de encontro exist ncia de um Estado capturado apropriado pela classe hegem nica Esta contradi o s pode ser superada supera o que precisamente o processo de democratiza o na medida em que a socializa o da participa o pol tica se expresse numa crescente socializa o do poder o que significa que a plena realiza o da democracia implica a supera o da ordem social capitalista da apropria o privado do Estado e a consequente constru o de uma nova ordem social Se a democratiza o se contrap e a centraliza o do poder a desigualdade aos interesses de classe hegem nicos poss vel conceber a sua concretiza o em sociedades desiguais particularmente as situadas na periferia do sistema capitalista O discurso acerca da democratiza o deste modo vazio destitu do de significado pol tico Para Coutinho 2008 p 11 a democracia cont m uma dimens o pol tica mas tamb m econ mica e social e compreend la como igualdade implica em reconhecer que os bens coletivamente produzidos na sociedade devem ser apropriados da mesma forma Assim existe democratiza o quando h institutos de democracia direta participativa e por outro lado quando existem tamb m as condi es jur dicas e econ mico sociais para que as regras democr ticas sejam cumpridas 142 Os estudos de Chau 2001 tamb m contribuem para a compreens o do significa
513. uca o no pa s sempre me inquietaram Desde muito cedo ainda na fase inicial da carreira vivenciava as dificuldades pol ticas econ micas estruturais e ideol gicas que os educadores tinham de enfrentar para assegurar a rotina escolar apesar de todas as limita es existentes Neste contexto inquietava me o confronto com as tantas limita es e despertava em mim a necessidade de compreender o contexto pol tico econ mico em que muitos dos problemas vivenciados na pr tica pedag gica estavam situados Ao mesmo tempo percebi que o fundamento das pol ticas educacionais implementadas amparava se na ret rica da amplia o do acesso educa o p blica gratuita e de qualidade Sempre foi n tida a dist ncia existente entre a ret rica dominante e a realidade educacional tendo esta o funcionamento precarizado em virtude das diversas mazelas advindas da falta de 16 ser a educa o verdadeiramente a escolha pol tica dos governantes Por outro lado vivenciei esfor os de educadores que lutavam por sua qualidade mesmo sem que as condi es para isso estivessem dadas No come o dos anos dois mil passei a vivenciar a realidade do ensino superior privado e acompanhei as in meras mudan as na educa o brasileira advindas das reformas colocadas em pr tica durante o governo FHC Embora o momento hist rico fosse outro no mbito superior esta reforma educacional estava mais uma vez amparada na ret rica da amplia o
514. uco com a Universidade P blica 3 1 AS ESTRAT GICAS POL TICO ECON MICAS DE LULA DA SILVA PT A compreens o do governo Lula da Silva PT se faz a partir de formula es te ricas que intentam dar conta da realidade nacional em termos dos seus modos de busca pela transforma o social Para tanto s o discutidas ideias a respeito do significado de desenvolvimento econ mico para os pa ses da periferia capitalista focando em espec fico o Brasil O que se pretende analisar nesta discuss o o modo como o Brasil como um pa s perif rico inserido no modo de produ o capitalista como um pa s cujo modelo de 78 desenvolvimento dependente e de que forma esta inser o determina a din mica do capitalismo no pa s durante o governo Lula da Silva PT No Brasil n o houve embora as suas especificidades e o governo de Lula da Silva PT a formula o de uma pol tica de desenvolvimento nacional de modo a estabelecer um projeto de na o a ser alcan ado no longo prazo com o desenvolvimento estrutural de v rias reas essenciais como a econ mica a social e a pol tica Ao contr rio disso a hist ria brasileira demonstra a situa o da depend ncia econ mica nacional em rela o aos pa ses centrais Consoante a isso s o pautadas as escolhas governamentais com o claro dom nio das fra es da burguesia local sobre a sociedade Uma das formula es te ricas a respeito de como o capitalismo se desenvolveu na Am rica Lat
515. ue Hirsch 2010 reconheceu como crise de hegemonia do capital Esta crise de hegemonia ficou caracterizada pelo fato de que cada vez mais foi difundida a ideia do comprometimento das perspectivas de vida fordistas prometidas pelos anos de sucesso econ mico que pareciam ser ad aeternum e pelo questionamento cada vez mais intenso dos valores sociais fundados no consumo Conclui se assim que o esgotamento do fordismo vincula se quebra de hegemonia do capital em fun o das dimens es ideol gica e pol tica Ideologicamente por meio da desarticula o das representa es de valores at ent o dominantes e politicamente pelo desgaste do dom nio institucional norte americano pela transforma o dos Estados nacionais e pela atua o do sistema de Estados na regula o dos processos socioecon micos bem como dos conflitos sociais e rela es de classe neles contidos 59 2 3 GLOBALIZA O E NEOLIBERALISMO Se no esgotamento do fordismo percebida a conjun o de diversos elementos esta mesma estrutura de an lise serve para nortear a compreens o do que foi a reestrutura o capitalista que se seguiu a partir da crise dos anos 1970 Neste sentido cabe salientar que a reestrutura o capitalista consistiu em uma reorganiza o estrutural agora sob a t nica da flexibilidade como constatado por Harvey 1992 das condi es de valoriza o do capital que resulta na nova e indispens vel forma o da sociedade capitali
516. ue o termo social democratiza o possa remeter sem maiores pondera es identifica o com a social democracia defendida pelo Partido da Social Democracia Brasileira PSDB e FHC porque n o este o prop sito da an lise que se faz l Dois aspectos do PT o radicalismo e as for as que representava fizeram com que o partido influenciasse a democracia nacional O reconhecimento de direitos fundamentais para a classe trabalhadora e de institutos de participa o direta na Constitui o de 1988 deve se em grande medida aos movimentos grevistas realizados entre 1978 e 1988 Al m disso a crescente for a de representa o do partido dava corpo s aspira es sociais de modo que parecia poss vel materializ las promovendo a transforma o social 90 da ind stria paulista sendo representante das massas populares e propondo a transforma o social e do Estado precisaria mais do que ocupar o poder Seria necess rio que o PT estabelecesse um plano de organiza o interna e definisse os seus fundamentos como um partido com expressiva representa o eleitoral sob a pena de n o fazer isso e futuramente se tornar um partido da ordem distanciando se dos fundamentos socialistas presentes na sua origem Lima 2005 ainda cita alguns fundamentos assumidos como indicativos do risco de alinhamento do PT com a ordem vigente Fundamentos estes que influenciaram n o s o PT do final dos anos 1980 como tamb m os movimentos popula
517. ula da Silva PT uma vez que o Reuni foi institu do em 2007 com dura o prevista para cinco anos tendo sido executado a partir de 2008 A partir da defini o dos conceitos e da articula o entre eles buscou se estruturar a an lise da pesquisa sendo a mesma definida ap s estudo das seis dimens es do Reuni que foram anunciadas atrav s do Decreto n 6 096 de 24 de abril de 2007 e do documento intitulado Diretrizes Gerais do Reuni publicado em 2007 pelo Minist rio da Educa o Nos dois documentos anteriormente citados constam as seguintes dimens es do Reuni i amplia o da oferta de educa o superior p blica ii reestrutura o acad mico curricular iii renova o pedag gica da educa o superior iv Mobilidade intra e interinstitucional v compromisso social da institui o vi Suporte da p s gradua o ao desenvolvimento e aperfei oamento qualitativo dos cursos de gradua o Sendo o Reuni um programa amplo e com v rios elementos compondo cada uma das suas dimens es fez se necess rio o recorte o ajuste e a combina o em torno daquelas que permitiram a circunscri o do campo da an lise emp rica no espa o temporal geogr fico e social O recorte o ajuste e a combina o dos elementos presentes nas seis dimens es do Reuni foram feitos com base em dois documentos oficiais 1 Proposta de Inclus o da 172 Universidade Federal da Bahia no programa Reuni de outubro de 2007 elaborado p
518. uma vez que as institui es est o interligadas em uma ciranda financeira Os bancos por exemplo negociam t tulos da d vida entre si de modo que todos perderiam caso n o houvesse possibilidade de pagamento por parte do titular Se por um lado a volatividade e o deslocamento espacial propiciam o frenesi deste mercado e valorizam o capital financeiro por outro tamb m criam as suas pr prias possibilidades de crise A Harvey 1992 chama a aten o para o fato de que o sistema financeiro mundial n o ficou sob nenhum tipo de controle coletivo Cita o exemplo do eurod lar que ilustra esta situa o Segundo o autor o volume de eurod lares nos anos 1970 aumentava em m dia de 25 ao ano se comparado ao aumento de estoque de moeda dos EUA 10 e com a taxa de crescimento do com rcio exterior 4 O volume da d vida dos pa ses do 57 ambiente da financeiriza o econ mica do valor futuro em que os mercados negociam de qualquer parte do mundo atrav s de coordena o permitida pelo uso de tecnologias cada vez mais avan adas a es aplica es futuras moedas d vidas cr ditos A quest o chave era o deslocamento da obten o de lucros por variados caminhos estrat gicos e n o mais estritamente do processo produtivo No come o dos anos 1970 com a ruptura do acordo de Bretton Woods j estava sinalizado de que os EUA n o tinham condi es de fazer o controle por si s das pol ticas fiscais e monet
519. umula o interna do capital no pa s Contrariando as teses que tratava deste tipo de agricultura como algo atrasado que impedia o desenvolvimento econ mico do pa s sustenta que ao contr rio financiava tanto a agricultura moderna quanto a industrializa o porque contribu a para a redu o do custo da for a de trabalho urbana ao mesmo tempo em que produzia excedente que financiava a acumula o urbana Para Oliveira 2013 p 130 esse conjunto de imbrica es entre agricultura de subsist ncia sistema banc rio financiamento da acumula o industrial e barateamento da reprodu o da for a de trabalho nas cidades constitu a o fulcro do processo de expans o capitalista O atraso econ mico brasileiro se revelava em verdade como uma forma particular de expans o do capital O subdesenvolvimento deste modo a forma da exce o permanente do sistema capitalista na sua periferia OLIVEIRA 2003 p 131 Esta forma de exce o se materializa nos pa ses subdesenvolvidos atrav s das alternativas encontradas pelas camadas populares que buscam obter alguma condi o de vida mesmo em meio voraz explora o capitalista Um dos meios utilizados para esta sobreviv ncia a procura por parte dos menos favorecidos por moradia nos grandes centros urbanos O meio encontrado para obter um lugar onde morar o exemplo da condi o de exce o uma vez que a alternativa para isso a constru o quase semp
520. uni existiam Em 2008 a oferta de vagas passou para 6 346 A diferen a foi de 2 450 vagas Deste total 950 foram dos BIs e tecnol gicos ou seja 39 das vagas ampliadas Em 2009 as vagas de Salvador foram ampliadas para 7 171 aumentando portanto mais 825 Deste total mais 445 foram ofertadas pelos BIs e tecnol gicos portanto 19 5 do total de vagas para 2010 em Salvador Para 2011 a quantidade de vagas ofertadas foi mantida 7 171 Levando em conta o aumento observado entre 2009 e 2010 825 vagas no mesmo 223 respons veis pelo incremento total de vagas na UFBA em 43 Deste modo v se que a estrat gia de contrapartida da UFBA para obter os recursos do Reuni passou pela cria o dos BIs que ofertam quatro tipos de cursos nos turnos matutino e noturno Portanto isoladamente s o respons veis pela maior quantidade de vagas da expans o UFBA analisando apenas a sede conforme est expresso no Gr fico 9 As demais vagas 57 s o dilu das nos demais cursos da institui o denominados CPLs Cursos de Progress o Linear Gr fico 9 Amplia o das vagas na UFBA em Salvador no per odo de 2008 2010 por modalidade de curso CP Bjs Tecnol gicos 2008 2009 Fonte UFBA em n meros 2008 2010 Sobre o papel estrat gico dos BIs na expans o da UFBA o Sergio Farias diretor do HIAC ao conceder entrevista faz a seguinte contribui o Na UFBA os bacharelados interdisciplinares eles foram criad
521. unidade por exemplo s o advindos de outras fontes de recursos e n o exclusivamente do Reuni Este fato observado em outras unidades administrativas da UFBA como no Instituto de Geoci ncias Segundo Luis Campos Laborat rios a sala de videoconfer ncia a gente j tinha Os audit rios est o precisando de uma reforma N s t nhamos um laborat rio de gradua o mas n o houve investimentos a A gente fez uma grande reforma na biblioteca mas n o foi com o Reuni Conseguimos uma emenda parlamentar de deputados e com isso providenciamos a biblioteca 102 Na descri o do Balan o Or ament rio de 2006 j havia a informa o da ocorr ncia de d ficit na ordem de R 39 719 716 00 Em 2007 o d ficit foi de R 62 712 205 00 em 2008 de R 51 918 002 00 em 2009 R 71 626 502 00 em 2010 de R 148 936 093 00 A observa o dos d ficits implica no fato de que mesmo em tempos de Reuni a UFBA teve execu o de despesas maior do que as receitas ou seja os recursos or ament rios foram insuficientes para cobrir todas as despesas Seja qual for o motivo a observa o feita aqui em rela o ao fato de que no processo do Reuni esperava se que a Universidade P blica estivesse em plenas condi es or ament rias de cobrir os seus gastos Fica demonstrado portanto a pontualidade do Reuni direcionado para a expans o sem preocupar se com o estado or ament rio e financeiro global da UFBA 103 O Professor Lui
522. uscando lucros cada vez maiores Muitos sindicatos criaram seus pr prios fundos de previd ncia complementar Este fato na opini o do autor bastante explicativo da forma o que coloca representantes da social democracia e dos trabalhadores lado a lado constituindo a conforma o pol tica que n o se restringe ao pragmatismo da gest o mas que no plano ideol gico tornam semelhantes trabalhadores e burguesia Na l gica capitalista o processo produtivo fica subordinado financeiriza o e determinado pelo capital internacional O Estado se constitui em um elemento viabilizador do capital al m de assegurar a reprodu o da for a de trabalho que tamb m interessa hegemonia dominante No contexto da financeiriza o com as privatiza es e a desregulamenta o a classe trabalhadora viu se acuada com o desemprego a crescente informaliza o do trabalho a perda dos direitos dos servidores p blicos enfim com o solapamento dos direitos e condi es dos trabalhadores Para Oliveira 2010 o Partido dos Trabalhadores foi assim integrado ao sistema pol tico brasileiro aprofundando a hegemonia do capital internacional N o obstante os ganhos obtidos por v rias categorias dos trabalhadores como o aumento real do sal rio m nimo no pa s e a melhoria das condi es de renda das camadas mais pobres da popula o particularmente atrav s da concess o de bolsas pelo governo n o houve resgate da organiza o dos
523. uso viabilizado atrav s dos projetos de pesquisa dos professores H relato dando conta de pr dios novos prontos mas j defasados porque a quantidade de laborat rios existentes por exemplo menor do que a demandada Citam as obras conclu das com problemas na rede el trica elevadores instalados e que n o funcionam por falta de condi es previamente criadas falta de gest o dos contratos com os empreiteiros e suspens o das obras por tempo indeterminado Ainda citam a n o inclus o nos projetos de constru o ou reforma de espa os para atender adequadamente a comunidade cursos da rea de sa de por exemplo A falta de salas de estudo para professores e de espa o destinado aos Colegiados tamb m foi ressaltada Os coordenadores reconhecem o avan o obtido com a amplia o do espa o f sico da UFBA mas acham que a forma como t m sido realizada deixa muito a desejar porque falta planejamento n o atende as demandas da expans o e tem como consequ ncia a falta de condi es apropriadas para que o ensino ocorra Ainda em termos de edifica es 90 dos coordenadores disseram desconhecer a constru o de audit rios e salas de videoconfer ncia e no relat rio de obras da UFBA estes espa os n o figuram Portanto n o devem mesmo ter sido contemplados quando da feitura dos projetos de infraestrutura f sica Sobre a amplia o das estruturas f sicas da UFBA duas constata es s o feitas Uma delas proveniente da f
524. v se que n o ocorre a ruptura com o que fundamentam o programa que come a apenas com o intuito do governo federal de aumentar a quantidade de alunos na Universidade P blica As dimens es s o segundo Naomar Almeida Filho a complementa o do Reuni Adveio da o reconhecimento do papel preponderante que a UFBA tem na efetiva o do Reuni como a institui o de ensino superior que mais fortemente aderiu ao programa E de onde surgiram as tantas outras observa es e cr ticas feitas a esta institui o porque o seu ent o reitor o mentor intelectual da Universidade Nova Cr ticas advindas particularmente dos que foram contra o Reuni como o ANDES 83 O decreto Lei deveria ser intitulado Universidade Nova mas por uma quest o de marketing foi denominado como Reuni para acompanhar outras designa es j existentes no governo Lula da Silva PT como Prouni 193 modelo de gest o at ent o vigente tampouco h a implanta o de a es que realmente promovam a autonomia financeira por parte da Universidade P blica Conforme afirmado por Amaral 2007 o modelo de financiamento adotado com ou sem Reuni ainda aquele de depend ncia dos repasses do Poder Executivo sem que cada institui o possa decidir como aplicar os recursos recebidos de maneira livre As receitas pr prias das IFES n o fazem frente s demandas or ament rias Tanto o custeio quanto o investimento dependem dos recursos da Uni o Assim todos os anos
525. va o tecnol gica A aprova o da LDB e do Plano Nacional de Educa o sem d vida o marco mais importante em termos de legisla o educacional do governo FHC Estes documentos por si s j trazem significativas propostas de modifica es da educa o nacional Este conjunto de normas materializa no cen rio nacional os diversos tipos de IES p blicas privadas faculdades centros universit rios universidades e centros federais de educa o tecnol gica faculdades integradas institutos e escolas superiores expande o acesso ao ensino superior atrav s das in meras IES criadas no setor privado institui a modalidade de ensino presencial e a dist ncia estabelece as diretrizes e metas da educa o brasileira pautadas na flexibiliza o e competitividade e cria o sistema nacional de avalia o de alunos de cursos e das IES padronizando o que o governo entende como qualidade da educa o submete a Universidade P blica l gica da educa o como investimento por meio de v rios instrumentos mas particularmente pelo caminho da busca pela inova o tecnol gica atrav s de parcerias com o setor privado e cria mecanismos para incentivar a expans o da educa o privada a partir de financiamentos concedidos aos estudantes Como observado por Lima 2008 os fundamentos do PNE s o aqueles prescritos pelos organismos internacionais e intentam promover particularmente a expans o do ensino superior mas com a justi
526. va n o expande o que j existe Ent o vamos criar as duas coisas Quem quiser expandir expande Se quiser os dois pode implantar as duas coisas expandir e reestruturar O Reuni n o imp s isso a ningu m Eu at achei particularmente que o Reuni tinha induzido algumas Universidades alguns cursos reestrutura o mas n o Vi osa por exemplo s ampliou cursos existentes Quando questionado sobre a reestrutura o curricular advinda do Reuni Ricardo Miranda Filho menciona os BIs explicando que na sua opini o os quatro cursos neste formato criados na UFBA propiciam discuss es e reflex es sobre a antiga l gica de funcionamento dos CPL Explica que na UFBA imposs vel adotar os BIs em todas as reas de conhecimento em virtude de a institui o j ter a sua organiza o em escolas cuja oferta de ensino consagrada tanto pela sociedade quanto pela pr pria institui o Como exemplo cita as Escolas de Medicina de Administra o e de Belas Artes O Professor Ricardo Miranda Filho acrescenta que ao longo do tempo a interface entre os BIs e os CPL pode gerar modifica es curriculares e pedag gicas nestes ltimos Porque a proposta do BI s faz sentido por ser uma proposta arrojada n o De forma o De forma o ampla Mas para todos os sentidos ele precisa vir junto com revis o de metodologias de ensino de aprendizagem N o faz sentido voc ter um curso desse e manter todo o resto na l gica conserv
527. vagas ociosas na UFBA realidade e mesmo com a expans o recente n o significa que este problema tenha sido causado pelo Reuni e sim por problemas de outra ordem que cabe ser estudado e compreendido pela UFBA Como j dito trata se de um desafio a ser enfrentado coletivamente porque necess rio descobrir e atuar nas causas deste fen meno Coadunando com as informa es sobre vagas ociosas 90 dos coordenadores afirmam n o saber de a es por parte da UFBA para divulgar os cursos de maneira ostensiva junto sociedade Este ndice aponta para o fato de que na UFBA n o h ainda estrat gia definida para buscar o preenchimento das vagas ociosas A institui o ainda espera pela resposta espont nea da sociedade ou seja pela procura das vagas por parte da popula o Considerando o esperd cio de vagas que ficam em aberto desde o vestibular parece ser este um desafio para a UFBA pensar em como preench las Para alguns coordenadores entrevistados uma alternativa pode ser a divulga o dos cursos junto comunidade escolar de Salvador algo que disseram n o ser ainda realizado 230 Quando perguntados sobre o ndice de evas o se continua o mesmo ou mudou ap s o Reuni 87 dos coordenadores respondem que desconhecem os n meros do curso neste sentido mas 60 disseram que estimam ficar em torno de 15 no m ximo Poucos coordenadores apenas 11 afirmam acompanhar a evas o do curso Parte deste percentual afirma que e
528. ver significativas mudan as de ordem estrutural sobretudo nas reas social e econ mica primou pelo atendimento das exig ncias do capital Chama a aten o o fato de que nos ltimos anos parece ter havido um alinhamento rumo ordem no comportamento dos grupos sociais do pa s definidos como progressistas de modo a ajust los a este tempo em que n o se evidenciam as diferen as entre posi o e oposi o direita e esquerda trabalhadores e patr es Uma vez devidamente inseridos na estrutura administrativa estatal os l deres das classes populares pareceram mais dispostos a conformar o apoio ao governo do que resgatar a luta de classe Outro aspecto importante a ser ressaltado que a sujei o brasileira s exig ncias internacionais n o se restringe ao imperativo da ordem mundial Ela proveniente de arranjos pol ticos e econ micos de domina o externa mas tamb m se faz atrav s de alian as das elites econ micas nacionais com o grande capital interessadas em defender a valoriza o exacerbada da sua riqueza O governo Lula da Silva PT aparece assim afinado com a capacidade do projeto burgu s de sociedade de apresentar os velhos fundamentos neoliberais transvestido do novo adotando a pol tica macroecon mica hegem nica ao passo que criou pol ticas compensat rias de modo a aprofundar o consentimento social A an lise do alinhamento pol tico do governo Lula da Silva PT com as proposi es hegem nicas para a p
529. vers es Financeiras 6 Amortiza o da D vida 9 Reserva de Conting ncia 5 A defini o dos crit rios de distribui o dos recursos financeiros para as IFES est o previstos no Decreto Lei n 7233 2010 2 Um dos pontos do Reuni que evidencia a autonomia da Universidade P blica a contrata o de professores efetivos e substitutos que passou a ser atrav s do banco de professor equivalente O documento que normatiza esta condi o a Portaria Normativa Interministerial n 22 MEC de 30 de abril de 2007 Uma vez a Universidade Federal tendo vaga ociosa dentro do seu limite de professor equivalente pode proceder ao preenchimento da vaga sem ter de solicitar autoriza o ao Minist rio da Educa o Entretanto no artigo 6 deste documento est dito que novas vagas a serem acrescidas ao banco de professores equivalentes s poder ocorrer mediante autoriza o dos Minist rios da Educa o e do Planejamento ou seja a Universidade P blica tem autonomia para preencher vagas existentes e n o para criar as vagas de que precisa 87 Conforme estudos de Cislaghi 2010 as Funda es de Apoio funcionaram durante muito tempo como uma esp cie de suporte para a execu o or ament rias das IFES que alocavam nelas recursos recebidos da Uni o e depois os executavam de acordo com os seus planos de gest o Ocorre que em 2008 o Tribunal de Contas da Uni o TCU proibiu a execu o de recursos para investimentos por parte das Funda
530. vi os temporariamente De fato h grande n mero de terceirizados na Universidade P blica mesmo ap s a expans o Reuni Somado a isso Leher e Lopes 2008 afirmam que a contrata o de professores 20 horas s faz aumentar o contingente de profissionais que est na Universidade P blica com dedica o apenas ao ensino o que aproxima cada vez mais esta institui o do modelo de TES do setor privado Contudo observam os autores apesar de todo o movimento contr rio valoriza o dos professores uma grande parte deles segue engajada na resist ncia em defesa da Universidade p blica fundada na tr ade ensino pesquisa e extens o e que tenta assegurar a forma o superior seguindo o antigo padr o universit rio de qualidade A realidade dos fatos revela que o modus operandi da dimens o operacional do Reuni que est sendo efetivada na UFBA apresenta poucos elementos que promovem de fato a democratiza o do acesso ao ensino superior Na an lise realizada h a clara indica o de que a expans o de vagas para o ensino superior realmente se efetiva dentro da elevada ambi o por aumento de vagas no governo Lula da Silva PT Neste quesito a UFBA cumpre a sua parte na ades o ao Reuni mas o que adv m desta expans o n o assegura as condi es adequadas de ensino a manuten o dos alunos na UFBA e a redu o das desigualdades sociais Os recursos or ament rios s o insuficientes h muitas vagas em aberto o ndice de
531. vida e ainda ter de contar com recorrentes empr stimos para manter os compromissos com os agentes financiadores internacionais Em fun o de tanta instabilidade econ mica Berchansky 2008 afirma que reverter este quadro foi necess rio reduzir o consumo interno destes pa ses elevar a carga tribut ria para financiar os d ficits p blicos interno e externo reduzir as exporta es e desvalorizar a moeda local Mesmo assim o amplo aumento da infla o e das taxas de desemprego implicou na ado o de seguidas pol ticas de ajustes determinadas pelo apoio norte americano desaguando nos caminhos necess rios inclusive da redemocratiza o pol tica para que os pa ses perif ricos mantivessem o pagamento da d vida externa Para Sales 2011 ocorreu nestes pa ses um processo de mecaniza o da ind stria de conex o com a acumula o intensiva e crescimento dos mercados dos bens de consumo dur veis que entretanto fracassou enquanto tentativa de industrializa o fordista em fun o das estruturas sociais e pol ticas existentes nestes pa ses Ainda sobre este assunto Hirsch 2010 afirma que a replica o do fordismo na periferia capitalista foi na medida em que o modo de acumula o e regula o dos pa ses centrais determinaram os par metros do seu desenvolvimento econ mico e social Esta afirma o justifica o fato j devidamente abordado 67 nesta se o de que o fordismo global foi determinado por consider vei
532. xemplo equivale a pouco mais de tr s professores 20h Em um primeiro momento parece que as IFES fazem a gest o da quantidade de professores que precisa contratar Ocorre entretanto que desse processo adv m apenas uma certa facilidade para a realiza o de concursos p blicos para cargos efetivos mas n o autonomia para decidir sobre os c digos de vagas ou seja as IFES continuam sem determinar 156 a quantidade de professores de que necessitam Este n mero ainda definido com base em negocia o com o governo As promessas feitas por Lula da Silva PT e formalizadas no Reuni provocaram in meras rea es por parte das IFES e particularmente por parte das entidades representativas dos professores e alunos que reagiram em defesa da autonomia das IFES por desacreditar das in meras promessas do governo quanto ao aumento dos investimentos e melhorias das condi es de oferta do ensino superior por constatar a radicaliza o do alinhamento das diretrizes contidas no Reuni com as prescri es hegem nicas por serem contra o professor equivalente uma vez que n o a o em prol da autonomia das IFES dentre outros aspectos Por m mesmo com toda a mobiliza o contra o Reuni grandes parte das IFES aceitaram estabelecer o contrato de gest o com o governo Lula da Silva PT e assinaram o termo de ades o ao Reuni Assim o Programa de Apoio Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais Reuni institu do no p
533. z Rog rio Bastos Leal atual vice reitor da UFBA Naomar Monteiro de Almeida Filho ex reitor da UFBA Francisco Jos Gomes Mesquita foi vice reitor da UFBA Ricardo Carneiro de Miranda Filho atual Pr Reitor de Ensino de Gradua o da UFBA Antonio Sim es Silva Coordenador Geral de Expans o e Gest o do Minist rio da Educa o Marinalva Silva Oliveira Diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Institui es de Ensino Superior ANDES Lu s Edmundo Prado de Campos Diretor da Escola Polit cnica Fernando Santana Rocha Coordenador do Colegiado do Curso de Direito e Sergio Coelho Borges Farias Diretor do Instituto de Humanidades Artes e Ci ncias Professor Milton Santos Aos Coordenadores dos Colegiados de Cursos da Universidade Federal da Bahia que participaram da pesquisa al m de terem compartilhado comigo suas experi ncias na gest o pedag gica dos cursos que coordenam A todos os servidores t cnico administrativos da UFBA que me receberam com cordialidade ajudaram me a obter contatos dos dirigentes e coordenadores dos cursos al m de fornecerem muitas informa es necess rias para a realiza o da pesquisa Meu agradecimento especial para Sandra M Duarte Assump o Pr Reitoria de Planejamento e Or amento Ad sia M C Laborda Chenaud e V nia Gesteira M de Almeida Setor de Or amento Joana Ang lica Moreira de Seixas Setor de Documenta o e Informa o Terezinha Matos Silva Colegiado de

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