estudo socioambiental da terra indígena trincheira bacajá
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1. uteseaseessesessereoooaeeenecoasseeeeoaaeeeeooaaanas 201 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados ueeeeaseeeecesssereoossserecoasasennos 202 6 6 2 1 4 Impactos associados a o de constru o do S tio Pimental 202 A Rede de Preced ncia de IMpactoS ssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 202 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados uuasasssssssessssssemssmasansss 204 6 6 2 1 5 Impactos associados a o de inunda o das reas para a forma o dos FeSCIVALONMOS saio ria a rir dana 204 A Rede de Preced ncia de IMpactoS s sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 204 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 205 6 6 2 1 6 Impactos associados a o de desmobiliza o da infraestrutura de apoio e da m o de obra suscitada casada erbiaadiistasdaa ida a 205 A Rede de Preced ncia de IMpactoS sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 206 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados s sssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnna 206 6 6 3 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE OPERA O aneadaindecandacesianecanandsndadods scia 207 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico 6 6 3 1 Impactos associados Fase de Opera o Comerc2. As comunidades ind genas que habitam a TI praticam o extrativismo vegetal principalmente de castanhas e frutas diversas Uma fonte potencial de conflito que poder vir a se instalar ao longo do rio Bacaj representada pelas rochas vulcano sedimentares com potencial aur fero o que poder atrair a atividade de garimpo hoje localizada preferencialmente na calha do rio Xingu especialmente no trecho da Volta Grande Vale salientar que existe um garimpo em atividade no interior da TI Trincheira Bacaj LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 36 6 2 6 RECURSOS H DRICOS SUPERFICIAIS O entendimento do comportamento atual e futuro dos recursos h dricos superficiais na regi o de interesse particularmente no setor a ser submetido redu o de vaz es discutido a seguir 6 2 6 1 Caracteriza o Hidrol gica do rio Xingu no TVR Para apresentar a caracteriza o hidr ulica do trecho da Volta Grande do rio Xingu no estir o entre o Eixo Pimental e a foz do rio Bacaj o estudo utilizou diversas fontes de dados como dados hidr ulicos e hidrol gicos estudos anteriores imagens de sat lite duas cenas com datas de passagem que foram associadas vaz o baixa 680 m s e outra com vaz o de aproximada de 7 300 m s se es topobatim tricas e medi es de n veis d gua e vaz es oriundos dos postos oficiais de medi o De posse dos dad
3. Tamb m fiquei sabendo agora que vem muito trabalhador Voc s falaram e fiquei sabendo N s somos poucos e os trabalhadores s o muitos Estou preocupado com isso tamb m Vai fazer barragem vai vir muita gente tem que falar com a Funai para proteger a terra fazer posto de vigil ncia para proteger a nossa terra On a BKJ Vem de tudo Vem ladr o vem b bado tem que ter garantia de vigiar Tucum BKJ 6 5 13 4 Preocupa o com a Previsibilidade dos Impactos Eles se preocupam tamb m com a previsibilidade dos impactos no caso da constru o do empreendimento e da precis o e realiza o efetiva dos estudos sobre o impacto especialmente sobre o rio Bacaj Precisamos que estudos sejam feitos Estamos preocupados com esse nosso rio Bebere BKJ Heim Bel tem muita coisa que voc explicou para n s N s estamos preocupados agora Engenheiro tem que estudar muito de peixe de ca a para n o ter problema Se n o estuda vai ter problema Tem que estudar muito de rio de ca a de peixe para n o ter problema para n s Bep Katenti Maradona MRO Para eles a possibilidade de monitorar a vazante do rio por equipamentos lhes deu uma garantia Se for construir a barragem tem que por sensor para a gente ver o rio aqui Tem que ter mesmo tem que botar mesmo para a gente saber se o rio vai secar Bep kr MRO N s estamos muito preocupados com esse rio Porque n s estamos segurando esse rio para n o fazer
4. desenvolver em seus alunos e professores a capacidade de discutir pontos pol micos da vida da sociedade e oferecer para a comunidade ind gena a possibilidade de cr tica e conhecimento de problemas As metas s o definidas como alcan ar 100 de aprova o erradicar a evas o escolar e promover a participa o dos pais na vida educacional dos alunos com aulas de refor o para alunos abaixo da m dia promo o de rodas de conversa com professores e corpo t cnico da escola e de projetos de datas comemorativas para envolver a fam lia na escola As metodologias previstas s o roda de conversa atividades extraclasse atividades l dicas leituras em grupo atividade rotineira caligrafia est tica leitura cabe alho pesquisas recortes colagens sendo trabalhado na pedagogia de projetos O levantamento realizado com os professores ind genas nas aldeias permitiu acrescentar alguns dados novos e um tanto das percep es e pr ticas no cotidiano escolar das aldeias Na aldeia do Mrotidam o Prof Aldo com 5 anos de experi ncia nas escolas xikrin do Bacaj tendo permanecido 3 anos e meio na aldeia do Bacaj formado em Pedagogia divide com a Profa M rcia que vai pela primeira vez lecionar nessa escola e cursa Pedagogia 1 s rie inicial 1 1a ambas a cargo dele e duas 2as a cargo dela h ainda um multiseriado de 32 e 4a a cargo do Prof Aldo e o curso noturno do Brasil Alfabetizado Nessa escola utilizam
5. e Garantir a qualidade socioambiental da TI Trincheira Bacaj tais como estudos e diagn sticos f sicos e bi ticos especialmente tendo em vista o empreendimento e a falta de informa es dos impactos dele decorrente fiscaliza o alternativas econ micas sustent veis recupera o de matas ciliares nas cabeceiras dos formadores do Rio Bacaj e ele pr prio estudos e monitoramento cont nuo nas reas bi ticas e f sicas e Contribuir para que o usufruto exclusivo de suas terras lhes sejam garantidos com medidas tais como de fiscaliza o e defini o de alternativas econ micas e Buscar o equil brio das rela es econ micas e culturais entre a comunidade ind gena e a sociedade regional com alternativas econ micas capacita o e treinamento educa o escolar e Contribuir para a melhoria das condi es gerais de sa de e bem estar da comunidade ind gena com especial aten o s doen as que possam ter seus n veis elevados ou ser introduzidas pelas a es do AHE Belo Monte e Contribuir para o fortalecimento das comunidades para melhor compreens o acerca da realidade brasileira e possibilidades de desenvolvimento econ mico sustent vel tal como educa o escolar e ambiental e fortalecimento organizacional para a defini o e gest o de novas alternativas econ micas sustent veis 6 7 1 3 Princ pios B sicos e Garantir a plena participa o das comunidades da Terra Ind gena Trincheira Bacaj em todas
6. foram l tamb m que ocorreram os ltimos ataques parakan As experi ncias hist ricas logo ap s o contato relatado acima em suma foram vividas pelos Xikrin nessa aldeia Ela permaneceu sendo a nica aldeia xikrin ao longo do bacaj at meados da d cada de 1980 quando se dividiram e uma fac o formou a aldeia do Trincheira nas proximidades do Posto Velho o primeiro posto aberto poca do contato A aldeia do Bacaj conta hoje com uma popula o de 268 pessoas com 45 fam lias em 26 resid ncias sendo 132 de sexo masculino e 136 feminino pelo censo realizado pela Funasa em dezembro de 2008 A aldeia de formato circular circundada de rvores frut feras tais como mangas lim es e mam es e de p s de urucum e jenipapo testemunhando sua antiga ocupa o assim como a terra branca de seu p tio As casas no c rculo da aldeia ganharam uma disposi o que tende a formar novos an is de casas fruto do crescimento populacional e da necessidade de constru o de novas casas para abrigar as fam lias que se multiplicam No centro est o ng a casa aberta onde se re nem os homens ao fim da tarde e noite para debater quest es pol ticas e de interesse da comunidade e para cantar e exercer a orat ria Essa casa ocupada tamb m durante o dia menos formalmente por homens que fazem cestaria adornos plum rios esculpem bordunas fazem arcos e flechas enfim Grupos de homens podem ainda se reunir para conversar e
7. e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano Ambiental de Constru o Programa de Capacita o de M o de Obra Estender no mbito deste Programa a informa o e as devidas orienta es para a m o de obra contratada quanto presen a e circula o dos ndios da TITB na regi o do AHE Belo Monte principalmente no S tio Pimental alojamento e canteiro de obras Programa de Sa de e Seguran a Projeto de Seguran a e Alerta Garantir de forma adequada e espec fica para os ndios da TITB a sinaliza o dos acessos os procedimentos de seguran a para navega o fluvial no S tio Pimental durante as obras a implanta o de sistema de sinaliza o e de sistema de informa o continuada e esclarecedora sobre as condi es de navegabilidade Z Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano de Gest o de Recursos H dricos Programa de Monitoramento Hidr ulico Hidrol gico e Hidrossedimentol gico Projeto de
8. o ao empreendimento e outros pontos de interesse LOCAL DIST NCIA KM De Altamira at a barragem principal 42 Da barragem principal pelo canal principal do Xingu at a conflu ncia 47 com o rio Bacaja Da foz do rio Bacaj at o limite perimetral da Terra Ind gena 51 Do limite da TI at a Aldeia Pykayak primeira comunidade da TI 6 partindo se da foz para a cabeceira do rio Bacaj Do limite da TI at a Aldeia P t Kr 52 Do limite da TI at a Aldeia Bacaj 198 Do limite da TI at a Aldeia Mrotidjam 224 Dist ncia entre a Aldeia Pykayak e a Aldeia P t Kr 46 Dist ncia entre a Aldeia P t Kr e a Aldeia Bacaj 145 Dist ncia entre a Aldeia Bacaj e a Aldeia Mrotidjam 27 Trincheira Bacaj y A Mrotidjam 200 a TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ Localiza o A aldeias Ind genas Barragem sistema Vi rio Hidrografia E mineira Baca E Hidrografia Principal Reservat rio 0 5 10 20 Figura 6 1 3 3 1 Localiza o da TI e raios de dist ncia em rela o ao empreendimento Dist ncias em linha reta desconsiderando as hidrovias do Xingu e Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 22 6 2 MEIO F SICO O diagn stico realizado pelo EIA abrange os elementos do meio f sico presentes nas reas de influ ncia direta e indireta em detalhe mesmo quando trata apen
9. o de precariedade em suas condi es de trabalho n o tendo estabilidade no emprego ou garantias de remo o da rea mas principalmente n o tendo qualifica o e forma o espec fica para o tipo de ensino em que s o alocados Por princ pio e por lei a educa o escolar ind gena deve ser diferenciada respeitando a cultura ind gena e incorporando a l ngua ind gena como l ngua de ensino Processos pr prios de ensino e aprendizagem e conhecimentos ind genas devem ser incorporados ao projeto escolar e a comunidade ind gena deve ter participa o na formula o do curr culo e do Projeto Pol tico Pedag gico das escolas No caso das aldeias do Bacaj com uma escolariza o ainda um tanto incipiente da comunidade pouca qualifica o n o espec fica dos profissionais de ensino e falta de parcerias e conv nios que permitissem assessorias e consultorias e falta de programas espec ficos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 440 na Secretaria Municipal de Educa o a escola ind gena est ainda distante de cumprir essas metas Sala de aula na aldeia Pykayak 6 5 11 A TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ HOJE Atualmente os Xikrin vivem em quatro aldeias que t m hist rias diferentes mas interligadas Elas ser o aqui apresentadas em uma ordem a partir de sua funda o de modo a que se possa acompanhar inclusive os desdobramentos que levaram forma
10. Ituna e principalmente o rio Bacaj Ressalta se que nem todos os estudos para o meio bi tico contemplaram a realiza o de levantamento de campo nas reas setores e per odos do ano anteriormente mencionados conforme pode ser observado na figura 6 3 1 O presente Estudo procurou realizar uma abordagem geral sobre aspectos bi ticos da TI Trincheira Bacaj bem como levantar e analisar os poss veis impactos sobre a biota decorrentes do empreendimento indicando tamb m poss veis a es a serem aprimoradas e detalhadas no sentido de reverter e ou minimizar tais impactos A realiza o do estudo teve como base de dados e An lise do EIA do Aproveitamento Hidrel trico Belo Monte EIA do AHE Belo Monte e outros estudos realizados no mbito do empreendimento e An lise do levantamento etnobiol gico de campo conduzido na TI Trincheira Bacaj entre fevereiro e mar o de 2009 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 65 NA 4 N AA Arara da Volta NA Grande do Xingi A KAS RAR lt Pykayak o KA TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ PONTOS DE AMOSTRAGEM FAUNA E FLORA gt Mam feros Aqu ticos Mamiferos Terrestres D ne Cs Crocodilianos CS Quet nios Herpetofauna e ktiofauna tel tetiopl ncton Macroinvertebrados Aqu ticos Macr fitas e P ncton Cheia Seca Vazante Enchente SS SS SS SS SS vegeta o Terrestr
11. Sendo assim conclui se que o empreendimento acarretar impactos negativos e positivos sobre o pl ncton Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 92 J 6 3 2 10 Macr fitas Aqu ticas Os resultados indicaram um baixo n mero de t xons e da abund ncia para as macr fitas aqu ticas A forma o dos reservat rios e a redu o na vaz o acarretar o a altera o na composi o das esp cies na rea dos reservat rios principalmente pr ximo s barragens prov vel ainda aumento na diversidade e densidade das macr fitas aqu ticas principalmente dos aguap s Eichhornia spp Sendo assim conclu se que o empreendimento pode acarretar impactos positivos e negativos sobre as macr fitas aqu ticas 6 3 2 11 Vegeta o Terrestre As florestas aluviais presentes nos igarap s da margem direita em especial no rio Bacaj sofrer o diminui o do efeito de remanso do rio Xingu em vaz es menores que as naturais Isto promover tamb m a diminui o longitudinal e lateral das inunda es destas forma es florestais durante o per odo de Cheia O principal impacto decorrente da implanta o e opera o do empreendimento sobre as florestas aluviais a diminui o do ciclo sazonal de cheias e secas que tem papel preponderante no desenvolvimento e equil brio desse ecossistema As florestas aluviais presentes ao longo das plan cies aluvionares do rio
12. e dois jusante deste Para os mam feros voadores morcegos foram utilizadas capturas noturnas com redes de neblina capturas diurnas em pedrais com redes e pu s e amostragem em cavernas totalizando 11 pontos amostrais diurnos sendo sete na rea I tr s nas proximidades de Itapuama Ilha Grande tr s montante e um jusante de Altamira e quatro na rea II tr s jusante do rio Bacaj e um no canal de deriva o e seis pontos amostrais noturnos sendo tr s na Area I dois nas proximidades de Itapuama Ilha Grande e um no Igarap Galhoso e tr s na Area II um montante e um jusante do rio Bacaj e um no canal de deriva o 6 3 1 2 1 Mam feros de M dio e Grande Porte Foram registradas 48 esp cies 29 por observa es diretas nove apenas por ind cios quatro foram avistadas eventualmente e outras seis foram citadas nos question rios Das observa es diretas maior n mero de esp cies e de registros foi verificado nas margens principalmente na esquerda na Seca na Area II e em reas de floresta n o inundada A ordem Carnivora apresentou o maior n mero de esp cies 14 Verificou se algumas diferen as naturais na composi o espec fica da fauna de primatas entre os dois lados do rio Xingu Ateles marginatus Chiropotes albinasus e Saimiri ustus s ocorrem na margem esquerda enquanto Chiropotes utahicki Saguinus niger e Saimiri sciureus ocorrem na margem direita Estudo Socioambiental da Ter
13. es adversas e diferentes das atuais 6 6 2 1 6 Impactos associados a o de desmobiliza o da infraestrutura de apoio e da m o de obra Foi identificado para a a o de desmobiliza o da infraestrutura de apoio e da m o de obra o impacto prim rio gerando sua rede de preced ncia a saber e Perda de postos de trabalho e renda Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 205 A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 6 1 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como daqueles que s o dele derivados Perda de postos de trabalho e renda Incremento das ocupa es informais Possibilidade de busca de novos locais para fixa o residencial Incremento da fragilidade da TITB e altera o nas rela es sociais com os ndios Incremento da viol ncia alcoolismo e uso de drogas na regi o Acirramento de tens es sociais Figura 6 6 2 1 6 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Perda de postos de trabalho e renda B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados A partir do quinto ano de implanta o do empreendimento a oferta de trabalho passar a declinar progressivamente at o final das obras A maior parte da perda de postos de trabalho ocorrer nos munic pios de Altamira e Vit ria do Xingu A desmobiliza o da m o de obra causar um forte
14. es impactantes Entende se por impacto ambiental no contexto deste relat rio como uma altera o sist mica induzida por processos produtivos de forma direta ou indireta no equil brio dos elementos ambientais As a es do projeto pass veis de causar altera es nos elementos ambientais referem se s interven es tecnol gicas originadas pela implanta o e opera o do empreendimento as quais poder o exercer em diferentes graus press es sobre as vari veis ambientais que s o constitu das pelos elementos dos meios f sico bi tico e socioecon mico Ap s a identifica o dos impactos negativos estimados deve se apresentar a es que visem a sua mitiga o mediante a implanta o de medidas mitigadoras e ou compensat rias Portanto tais medidas devem mitigar controlar e monitorar os impactos previstos Para analisar os impactos adversos decorrentes da implanta o e opera o do AHE Belo Monte na rea da TITB inicialmente deve se tecer algumas considera es e A TITB situa se praticamente pouco mais de 130 km de dist ncia da cidade de Altamira seguindo os cursos dos rios Xingu e Bacaj Dessa forma os estudos do EIA n o relacionaram a TITB como inst ncia a ser abrangida pela AID e ADA do empreendimento As justificativas apresentadas para isso foram baseadas em estudos pret ritos no TR do IBAMA solicitando complementa es no EIA e pela pr pria an lise do grupo de especialistas que realizaram os est
15. o de habitats importantes para essas esp cies Por m o barramento principal sem d vida ser o principal fator impactante limitando o deslocamento de ambas as esp cies e isolando as popula es Assim conclu se que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre esses animais 6 3 2 2 Mam feros Terrestres A grande maioria das esp cies amostradas est distribu da ao longo da maior parte da bacia amaz nica e em muitos casos at em outros biomas n o tendo sido verificado nenhum caso de endemismo O maior impacto para a fauna terrestre ser a perda de habitat natural al m da possibilidade de mudan as na estrutura das comunidades em fun o das altera es ambientais Outro impacto a fragmenta o de habitats antes cont nuos e o aumento da dist ncia entre as duas margens do rio o que para muitas esp cies pode significar o isolamento de popula es A fragmenta o e a perda habitats v m acompanhadas de outras modifica es no ambiente como a constru o de estradas ou habita es e um aumento da press o de explora o dos recursos flor sticos e faun sticos nos remanescentes de floresta nativa Popula es isoladas em fragmentos est o mais vulner veis extin o local pois est o mais sujeitas s cat strofes e ao endocruzamento afetando assim sua viabilidade em longo prazo A manuten o da floresta inund vel crucial para a conserva o de esp cies com grandes reas de uso co
16. o de uma vaz o m nima no hidrograma ecol gico ser um evento fregiiente todos os anos no per odo de estiagem e de maior dura o quando comparado aos eventos naturais ressaltando portanto a necessidade de se indicar um valor no qual se possa conviver com as limita es oferecidas por ele Dessa forma adotou se como refer ncia para o limite inferior do hidrograma ecol gico uma vaz o m nima de 700 nr s a qual foi avaliada como sendo a vaz o m nima necess ria para se manter a navegabilidade nesse trecho Entretanto h que se destacar que essa vaz o apesar de ser considerada aceit vel deve permanecer o menor tempo poss vel uma vez que ela representa dificuldades que devem ser avaliadas e propostas solu es quando da implanta o do empreendimento Considerando as mudan as no regime hidrol gico e a perda de reas de inunda o a partir da instala o do empreendimento hidrel trico parece evidente que todo o grupo de fauna e flora dependente do regime hidrol gico ser impactado Isso posto s o relacionados as condicionantes ambientais que definiram a ado o do hidrograma ecol gico no mbito do EIA e As coletas de ictiopl ncton identificaram uma grande quantidade de peixes desovando ao longo da rea de estudo no m s de fevereiro de 2008 na Enchente quando o rio tinha uma vaz o de aproximadamente 8 000 m s e a formas larvais encontradas dentro das lagoas indicavam que a desova vinha ocorrendo h algun
17. o vai morrer mas seus filhos t m filhos que ter o filhos e os impactos da barragem s o para sempre Levantamento da percep o ind gena na aldeia Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Levantamento da percep o ind gena na aldeia P t Kr Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 184 6 6 PROGN STICOS REDE E DESCRI O DOS IMPACTOS As Etapas e Fases do AHE Belo Monte considerados para avaliar os impactos na Terra Ind gena Trincheira Bacaj e na comunidade Ind gena Xikrin s o apresentadas na Tabela 6 6 1 As Etapas consideradas foram e Planejamento per odo de Estudos e Engenharia e Meio Ambiente que se estende at a obten o da Licen a de Instala o LI e Constru o Enchimento sendo a constru o o per odo no qual ap s a obten o da LI ocorrer a implanta o das obras de infraestrutura de apoio e das obras principais bem como a libera o das reas dos reservat rios Xingu e Canais para o seu enchimento O Enchimento corresponde ao per odo que suceder a obten o da Licen a de Opera o LO compreendendo a inunda o das reas devido ao fechamento do rio Xingu e desvio das guas para o Reservat rio dos Canais Inclui ainda as atividades de comissionamento e teste da primeira unidade geradora da Casa de For a Principal e Opera o per odo
18. ou seja a cachoeira aflora nas estiagens e Al m dos pontos mencionados foram selecionadas preferencialmente se es hipot ticas ao longo do rio Bacaj onde na restitui o havia indica o de n vel d gua e Otrecho representado ao longo do curso d gua foi de cerca de 82 km Cabe salientar aqui que as premissas metodol gicas reproduzidas acima foram necess rias pois n o houve levantamento de se es topobatim tricas ao longo da calha do rio Bacaj Isso de maneira nenhuma compromete os resultados obtidos pelo estudo de remanso Contudo devido import ncia do rio Bacaj no contexto de redu o de vaz o e por apresentar comunidades ind genas ao longo de suas margens nota se a necessidade de se estender os estudos hidrol gicos e hidrossedimentol gicos para um trecho mais representivo deste curso h drico Sobre o modelo foram considerados tr s cen rios para se verificar os efeitos do rio Xingu no rio Bacaj Dessa forma associou se um cen rio para cada vaz o ideal do rio Bacaj Para cada cen rio foi simulada a influ ncia do rio Xingu em quatro vaz es t picas representativas de per odos chuvosos a saber 1 500 m s 2 500 m s 4 000 m s 7 851 m s Qmit e 23 414 m s Cheia m dia anual Desta forma o estudo concluiu que para o Cen rio 1 vaz o no rio Bacaj de 1 465 m s na m xima mensal de mar o a influ ncia do rio Xingu se manifesta em um trecho da ordem de 15 a 20 km da foz Est
19. veados karaiakare karan kr n re Kkarar katieti karar anta kukrut Al m de serem consumidos o tatu canastra apietire tamb m utilizado em cerim nias e confec o de flauta rabo e o quati wakon domesticado O tamandu bandeira pat consumido pelos idosos e usado em cerim nias O macaco guariba kubut n o consumido mas seu canto apreciado Os ndios ca am o jacupemba mutenkr jacamim mrumuru jacu mutenti ja atoror inhambu atoroti arara azul ma dtukti arara vermelha m tire e arara canind ma dn rai para alimenta o ornamenta o corporal confec o de artefatos plum rios m scara facial ovos Os ndios ca am as gar as kamri urubu rei k kumrem o gavi o real akti gavi es ak para ornamenta o corporal confec o de artefatos plum rios e de flechas domestica o canto ritual Os ndios ca am e se alimentam do jacar tinga min e o jacar a u min tukti O jabuti machado kapr poire o tracaj kapr potire e a aperema kr nhib re s o muito importantes na alimenta o sendo capturados manualmente Os dois ltimos ocorrem o ano todo sendo o tracaj capturado noite nas praias e de dia quando est o repousando sobre troncos Os jabutis terrestres kapr mei kapr k kti kakrankranti n o considerados no ambito do EIA RIMA do empreendimento s o tamb m muito importantes na alimenta o das comunidades ind
20. 6 2 5 CARACTERIZA O INTEGRADA DOS ASPECTOS GEOL GICOS GEOMORFOL GICOS E PEDOL GICOS UNIDADES DE RELEVO E TIPOS DE TERRENOS ssa ssa dido asda da idas dias Cd Lin dd da ri 33 6 2 5 1 An lise Integrada da Paisagem sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 35 6 2 5 2 Unidade Florestas do Bacaj ssnnnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnn 36 6 2 6 RECURSOS H DRICOS SUPERFICIAIS sataasasasastsanatesasansaesasssasaesantnnaa 37 6 2 6 1 Caracteriza o Hidrol gica do rio Xingu no TVR emussaseeea 37 6 2 6 2 Caracteriza o Hidr ulica do rio Bacaj s ssssnnssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 37 6 2 6 3 Considera es sobre os C lculos de Remanso no rio Bacaj 40 6 2 6 4 Bacia Hidrogr fica do Rio Bacaj sssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 42 6 2 6 5 Qualidade da gua e Aspectos Limnol gicos sisastassasmasnesasamesasa 47 6 2 6 5 1 Profundidade e Transpar ncia sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 49 6 2 6 5 2 Acidez e Alcalinidade scusenanesasasiacasrecnceiiceire cant casasriss nisi nice cranittre die 49 6 2 6 5 3 Condutividade El trica nsssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnn 49 6 2 6 5 4 Tons DISsOlVIdOS assado cia a ie Said 49 6 2 6 5 5 TUFDId Z ssciscsssneacanesiicasiociincsninicnana indios in iamanicinaa nisi incas cias ice tdicasiidncasuiinaa 49 6 2
21. Entre as ervas dominaram algumas gram neas Panicum laxum Paspalum maritimum e P maximum lianas como o cip de fogo Davilla kunthiie D rugosa e Arrabidaea tuberculata Memora allamandifiora Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 87 As esp cies mais comuns em capoeira velha foram emba bas tapirira morotot envira cana Rollinia exsucca sapucaia Lecythis lurida ing cip Inga edulis rabo de arara Acacia multipinnata ing vermelha Inga rubiginosa e ing peludo Z thibaudiana Entre as palmeiras apareceram nas manchas mais antigas indiv duos de tucum do Par Astrocaryum vulgare mumbaca Astrocaryum ginacanthum e pupunharana Syagrus cocoides Foram reconhecidas como efetivamente amea adas 10 esp cies na categoria Vulner vel araracanga preta Aspidosperma desmanthum castanheira Bertholletia excelsa cedro Cedrela odorata pau cravo Dicypellium caryophyllatum angelim rajado da mata Hymenolobium excelsum ma aranduba Manilkara huberd ita ba Mezilaurus itauba ip roxo Tabebuia impetiginosa e virola Virola surinamensis e duas na categoria Em Perigo mogno Swietenia macrophylla e acapu A rea II foi o trecho com maiores e mais conservados remanescentes florestais em especial nas proximidades da foz do rio Bacaj e nas terras ind genas e o de menor atividade antr pica A Floresta Ombr fila Densa Aluvial predominou na c
22. Tem duas caixas d gua uma com capacidade de 15 mil litros localizada no extremo da aldeia oposto ao rio outra com 5 mil litros que abastece a enfermaria e o posto A equipe de saneamento do DSEI planeja a constru o de fossas secas embora a prioridade para o Distrito como um todo seja o abastecimento e tratamento de gua Um antigo forno coletivo para torrar farinha foi desativado tendo sido substitu do por dois fornos que est o na periferia da aldeia em dois lados um pr ximo ao chefe Bep tok On a outro no segmento residencial de Bep Djoti ANY Forno para torrar farinha Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte A ilumina o feita com gerador a leo A aldeia conta ainda com pista de pouso que d tamb m acesso a muitas das ro as Atravessando a pista fica o cemit rio com uma cobertura de buriti e t mulos que s s o limpos ocasionalmente na ocasi o de um novo enterro Com a sedentariza o e a antiguidade da ocupa o da aldeia as ro as t m ficado longe assim como se faz necess rio ir longe para ca ar e pescar Ro a nas proximidades da aldeia Bacaj Atualmente a aldeia do Bacaj conta com quatro pessoas com fun es de lideran a o chefe Bep tok conhecido por On a que lidera os mais velhos ao lado de Bep Djoti e dois jovens Katendjore filho de Bep Djoti que lidera os homens que est o na categoria mekrarepuinre pais
23. V o beber gua ruim e v o morrer 6 5 13 6 Preocupa o com os Peixes A preocupa o com a oferta de peixes com a qualidade da gua para eles viverem e se alimentarem e com sua reprodu o apareceu em todas as aldeias Na aldeia do Pat Kr isso foi muito enfatizado j que esse foi um momento de compartilhar uma experi ncia hist rica dos mais velhos Quem conta o velho Maur Antigamente eu vi O rio estava seco os peixes todos mortos Urubu os comia Voc n o viu faz muito tempo Com o rio seco todos os peixes morreram Os jovens todos se preocuparam com essa possibilidade e a repetiam Assim os velhos falam H muito tempo esse rio j secou ficou s os po es eles viram muito peixe morto aqui na beira Mas a gua n o ficar boa para os peixes Ressaltam que com a seca aumenta a temperatura da gua e os peixes quando ela fica muito quente morrem Mas ressaltam tamb m que mesmo que essa cat strofe n o acontecer ficar ruim para eles porque essa a experi ncia que t m todo ano na seca Esse o momento em que os peixes est o mais magros Quando ver o quando fica seco a gua fica muito quente e os peixes ficam magrinhos fininhos Sergio PTK A preocupa o tamb m com a circula o dos peixes pelo rio que sabem necess ria Preocupa lhes a possibilidade de que fiquem apenas po es desconectados e mesmo assim em pequena quantidade Estou preocupado com o rio tamb m o
24. a rea II apresentou 25 sendo oito de marsupiais e 17 de roedores uma nica esp cie de marsupial e cinco esp cies de roedores foram a capturadas exclusivamente 6 3 1 2 3 Mam feros Voadores Foram registradas 72 esp cies de morcegos incluindo uma esp cie em estudo que n o corresponde descri o de nenhum t xon atualmente conhecido constituindo uma prov vel esp cie nova Esse resultado revela a riqueza da quiropterofauna j que todas as nove fam lias de morcegos ocorrentes no Brasil foram amostradas Dezesseis esp cies de morcegos pertencentes a 13 g neros e seis fam lias foram registrados nos pedrais do rio Xingu sendo oito registradas exclusivamente nessas forma es os quais foram os abrigos exclusivos da esp cie rara do moloss deo Molossops Neoplatymops mattogrossensis e de uma nova esp cie desse g nero associada aos pedrais do rio Xingu As tr s reas foram bastante similares em termos de quantidade de indiv duos capturados riqueza e diversidade de t xons com predom nio de Carollia perspicillata A taxocenose que apresenta o maior equil brio entre frequ ncia de indiv duos esp cie e em termos de representatividade de guildas de forrageamento a da Area II Segundo o IBAMA o coat da testa branca Ateles marginatus considerado Em Perigo e o tamandu bandeira Myrmecophaga tridactyla tatu canastra Priodontes maximus o cuxi preto Chiropotes satanas utahicki a jaguatirica Leopardu
25. a e todos se banham O rio a mais importante rea de lazer das crian as e adolescentes Nele tamb m se puba a mandioca 6 5 12 A REALIZA O DAS REUNI ES NAS ALDEIAS De um modo geral as reuni es nas aldeias foram realizadas segundo um mesmo padr o Tendo chegado s aldeias por via fluvial decidimos come ar pela aldeia Mrotidjam a mais distante da boca e vir descendo o rio passando uma m dia de dois dias em cada aldeia A perman ncia variava um pouco de acordo com a dist ncia relativa entre as aldeias e o tempo que a viagem entre elas demoraria e com o andamento das reuni es De Altamira aldeia do Mrotidjam fomos acompanhadas por Bep Djare residente nessa ltima aldeia e que nos esperou em Altamira para nos acompanhar a nosso pedido via Funai local A decis o de quem iria nos acompanhar ficou a cargo deles que escolheram Bep Djare que tem bom dom nio do portugu s e bom tr nsito nos locais do trajeto Vis vamos com isso assegurar ter algu m conosco que realmente conhecesse o rio j que ele normalmente s navegado pelos ndios e pelos pilotos dos servi os que lhes atendem ou pessoas como os compradores de castanha n o sendo conhecido pelo piloto contratado para nos levar Quer amos tamb m estar no rio acompanhadas de um Xikrin E por fim pedimos a ele que compartilhasse conosco seu conhecimento do rio apontando cachoeiras corredeiras locais de dif cil navega o regi es piscosas reas de ca
26. am estrada e d em caminh o Porque o rio vai estar seco e eu sou velho e tenho medo de avi o Bep Djoti BKJ Se fizerem a barragem o rio vai secar Como vamos transportar as coisas para Altamira Vamos puxar o barco Tem que indenizar e construir uma estrada boa para a gente Eles sempre falam da barragem Todo ano eles falam da barragem Se o rio secar como vamos fazer para sair E nossas remo es E a ca a o peixe que nossos pais nossas m es nossos irm os comem Vai tudo acabar O rio vai ficar quente e vai tudo morrer Tem que construir estrada para a remo o tem que trazer came de gado para a gente comer Katenat PTK Ressalte se que a estrada efetivamente se far necess ria caso a navegabilidade nos rios Bacaj e Xingu for prejudicada tornando mais morosa e custosa a viagem Isso permitir as remo es de doentes as viagens a Altamira para cuidar dos direitos retirar o dinheiro dos sal rios das bolsas e Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nu79 das aposentadorias vender castanha comprar mercadorias e transport las de volta etc Mas ressalte se tamb m que atualmente todas as aldeias est o munidas de equipamentos suficientes para a navega o e que as novas gera es t m aprendido a dominar as t cnicas relativas navega o fluvial com ve culos mec nicos A constru o de estradas demandar equipar as aldeias com ve culos e ensinar os
27. associadas ao S tio Pimental e do reservat rio do Xingu b Trecho dos Canais posicionado na por o interna da Volta Grande do Xingu com as guas derivadas pelos canais de deriva o Ser formado pela aglutina o de cinco sub bacias de pequenos tribut rios confinadas atrav s da constru o de diques c Trecho de Vaz o Reduzida trecho com cerca de 100 km seguindo o canal principal de escoamento do rio desde o ponto de deriva o das vaz es no S tio Pimental at o local de restitui o das vaz es turbinadas pr ximo Casa de For a no S tio Belo Monte Essa configura o cria um trecho de vaz es reduzidas jusante do barramento principal Os principais afluentes ao rio Xingu neste trecho s o os rios Itat Bacaja e Bacaj pela margem direita sendo o rio Bacaj o mais importante deles Figuras 6 2 1 3 e 6 2 1 4 d Trecho de Restitui o de Vaz es trecho com cerca de 15 km jusante do local de restitui o das vaz es turbinadas ao curso normal do rio Xingu Este compartimento compreende todas as estruturas previstas para o S tio Belo Monte Dos quatro compartimentos citados acima somente o Trecho de Vaz o Reduzida onde se localiza a conflu ncia dos rios Bacaj e Xingu est diretamente ligado s eventuais interfer ncias que o rio Bacaj possa vir a sofrer devido instala o e opera o do empreendimento Por isso este setor ser visto em maior detalhe J as transforma es es
28. baseado na integra o de dados entre os componentes naturais e antr picos objetivando avaliar a situa o atual e o grau de fragilidade da bacia hidrogr fica e acompanhar de que forma as transforma es ambientais engendradas pelo empreendimento podem afetar os recursos naturais o meio ambiente e o modo de vida das comunidades ind genas que habitam as margens do rio Bacaj nos limites da TTTB O Diagn stico Ambiental da Bacia do rio Bacaj consistir na coleta de dados prim rios de forma assistida que ser o utilizados nas avalia es sobre a condi o ambiental hodierna da bacia 6 7 2 4 Projeto Diagn stico Ambiental Meio Bi tico Para atender as necessidades de estudos prim rios na bacia do rio Bacaj sugere se a realiza o de um diagn stico ambiental da biota aqu tica e terrestre tais como mam feros mam feros semi aqu ticos aves crocodilianos quel nios quel nios terrestres jabuti peixes macroinvertebrados pl ncton e vegeta o ao longo do rio Bacaj baseado na integra o de dados entre os componentes naturais e antr picos objetivando avaliar a situa o atual e o grau de fragilidade da bacia hidrogr fica e acompanhar de que forma as transforma es ambientais engendradas pelo empreendimento podem afetar os recursos naturais o meio ambiente e o modo de vida das comunidades ind genas que habitam as margens do rio Bacaj nos limites da TTTB O Diagn stico Ambiental da Bacia do rio Bacaj con
29. com os medicamentos uma maca mesa para o trabalho de escrit rio da profissional de sa de e balan as para pesar com uma abertura em forma de janela para a administra o dos medicamentos Na outra metade encontra se o quarto e uma cozinha da resid ncia da servidora com um jirau atuando como pia e um tanque do lado de fora Chuveiro e banheiro s o externos A escola da aldeia funciona de modo improvisado em uma das casas constru das no c rculo da aldeia e que fora abandonada pelo seu morador A casa foi dividida para comportar a casa da professora e uma sala de aula com lousa branca carteiras e uma estante para guardar o material did tico Embora a professora aprecie esse arranjo j que com diz v e se sente inserida na movimenta o da aldeia eles n o gostam e querem construir uma nova escola mais afastada para o lado que d acesso s ro as e em que est a casa de farinha A casa de farinha foi constru da com o aux lio do Dr Aldo Lo Curto Para esse caso tamb m obtivemos a informa o na sede do DSEI em Altamira de que ela fora constru da com recurso Vigisus Unesco na aldeia falam de recurso do Dr Aldo e do mesmo mestre de obras j citado na aldeia do Pat Kr A casa de farinha tem duas prensas sertanejas e tr s fornos de torrar farinha al m de um tanque para pubar a mandioca em alternativa gua do rio Ao lado da porta o cartaz impresso e colado que anuncia o aux lio dos amigos su os do Dr Aldo Lo
30. de poucos filhos e Bep tum conhecido por Rog que lidera os homens mais jovens e sem filhos Esses ltimos lideraram grupos de homens para a coleta da castanha do Par que armazenaram em esp cie de silos abertos no fundo se suas casas e se encarregar o de vender e distribuir os recursos assim adquiridos Na aldeia do Bacaj permaneceram principalmente os velhos essa a aldeia com maior idade Nela est o principalmente um irm o e uma irm do chefe Bep Tok e suas fam lias as irm s de sua esposa Irengri com suas fam lias as fam lias dos filhos e netos desses casais assim como as pessoas ligadas a essas fam lias por casamento e a fam lia de Bep Djoti com seus filhos e noras perfazendo uma popula o relativamente grande A castanha do Par tem importante papel na renda da aldeia que conta tamb m com aposentadorias dos velhos e com o sal rio do Agente Ind gena de Sa de Bep tum e do Agente Ind gena de Saneamento Durante algum tempo a explora o de madeira foi fonte de renda embora retirada e comercializada ilegalmente O acesso aldeia s poss vel atualmente por rio ou por avi o H 5 rabetas de propriedade individual a 5 5 e a 12 do Caboclinho a 6 0 de Betire Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 144 a 5 5 de Bep Dj a 6 0 de Bekanh 2 motor 15 um da escola e outro da farm cia A comunidade tem uma voadeira de 10m para 13 pessoas os a
31. do Xingu e a do Iriri em uma divis o log stica que visa potencializar as viagens atendendo aldeias de diversas etnias em uma mesma excurs o Os programas que cobrem toda a regi o s o e Vacina o em 2008 foram realizados tr s por aldeia em tr s etapas s o aplicadas as vacinas b sicas e algumas especiais como a de influenza pneumoc cica vacirela e pentavalente e Vigil ncia Alimentar coordenado por nutricionista alocado no DSEI Em 2008 a rota do Bacaj teve duas visitas Nela se pesa crian as menores de 05 anos com diagn stico referido ao sistema baixo peso e gestantes com prescri o de vitaminas e complementa o alimentar e se oferece palestras comunidade Segundo a coordenadora o recurso pequeno para a aquisi o de alimenta o para os desnutridos Em sua avalia o o ndice de desnutri o pequeno e Programa de Sa de da Mulher e da Crian a na falta de m dicos realizado por enfermeiras e por um t cnico de laborat rio exames ginecol gicos e Doen as Sexualmente Transmiss veis diagn stico realizado nas aldeias pelas enfermeiras que recebem treinamento fornece teste r pido para gestantes sob responsabilidade da farmac utica diagnosticam HPV gonorr ia e s filis n o h casos no Distrito de infec o por HIV e Programa de Assist ncia Farmac utica realizada pela farmac utica vinculada ao DSEi que deve realizar o m nimo de uma visita por rota para supe
32. e Mrotidjam Em per odo de festa abatem algumas cabe as de gado e dividem a carne entre todas as fam lias das duas aldeias Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 163 No Pat Kr o gado desta aldeia aproximadamente 120 cabe as est confinado em pasto bem pr ximo da aldeia Recentemente inauguraram o curral A informa o que tivemos que o gado da comunidade e manejado pelos indiv duos mais jovens Existe uma outra rea extensa aberta na beira da estrada que liga a aldeia ao limite da TI Nela os ndios plantam feij o No caso de Pykayak os habitantes desta aldeia mant m umas 40 cabe as de gado em pasto aberto no lote na beira do Xingu fora da TI O gado n o comunit rio tendo cada fam lia a propriedade de certo n mero de animais Por m todos em conjunto pagam para um respons vel zelar pelo rebanho Quando necess rio como no caso da produ o de farinha quando n o se t m tempo para ca ar pois a atividade cont nua e requer dedica o exclusiva de todos eles abatem uma cabe a O dono do gado divide a carne e vende para toda a comunidade no valor de 5 reais o quilo A id ia que eles t m para um futuro pr ximo de construir um curral e pasto cercado pr ximo da aldeia dentro da TI e levar o rebanho para l Em termos de recursos h dricos todas as aldeias est o localizadas na beira do Rio Bacaj Neste rio mulheres lavam roupa e lou
33. gaivota marreca dentre outros que se alimentam e se reproduzem nos bi topos formados pelas lagoas de inunda o lagoas inter ilhas pedrais e diques marginais bi topos esses que devem desaparecer totalmente O empreendimento acarretar impactos negativos sobre as aves dentre os principais pode se citar e Altera o na comunidade de aves de terra firme com diminui o da diversidade e da abund ncia pelas obras civis aumento de queimadas e de desmatamentos e inunda o de florestas de terra firme Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 89 J e Altera o na comunidade de aves florestais com diminui o da diversidade e da abund ncia pelo desmatamento e Altera o na comunidade de aves aqu ticas com diminui o da diversidade e da abund ncia pelo barramento mudan a no regime das guas inunda o permanente de floresta de v rzea e vegeta o ribeirinha 6 3 2 4 R pteis Aqu ticos Como o m todo de amostragem empregado n o permitiu que uma grande parcela dos indiv duos de crocodilianos fosse identificada pode se supor que todas as esp cies ocorreram nas reas amostradas As altas diversidade e abund ncia das esp cies tanto de crocodilianos quanto dos quel nios em todas as reas ratificam a import ncia da rea para as esp cies em quest o O desvio de parte da vaz o do rio Xingu na rea II certamente resultar na destrui
34. genas sendo tamb m capturados manualmente Os ndios pescam para alimenta o em grande quantidade arraia mietiet barba chata tep nhia kr poti bico de pato tep nhia pe prire bicuda t kruotu cachorra tep ua ti car bicudo krain kukatuk caratinga kraink k cascudo keire curimat ngronti flexeira tepk tire jaraqui tep iarituk jeju kunap mandi amarelo kr r mandi liso ib mandub preto ronho tukre mandub ronho matrich tepk tire pacu djuroroti piau aracu t ua pintado Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 94 J tepkr riti piranha t kukti pirarara tep punuti pocomon Kkropi sardinha nh kr ntu surubim konron tra ra kruo trair o kruoti tucunar tepik utilizando quase sempre anzol ou timb e na esta o Seca pacu e bicuda tamb m s o capturadas com arco amp flecha e Outros usos dos peixes s o por exemplo a cachorra escarifica o dos jovens o peixe el trico mokokti sarap uame sab o parimut que s o consumidos somente pelos velhos e Conhecem mas n o praticam a pesca de esp cies ornamentais como o acari boikoti de muitas variedades que dizem ocorrer em grande quantidade nos pedrais sendo capturadas manualmente e Os ind genas utilizam muitas esp cies da vegeta o como lenha para moradias para artefatos de ca a e pesca culin rios e
35. lia de Tucum e Bep Mojp Como j se mencionou Tucum morou nas aldeias Bacaj e Trincheira nesta nas suas duas fases e j havia ido morar em Altamira e em um lote por ele adquirido na beira do Xingu denominado Fazenda Xingu Teve conflitos tanto na aldeia do Bacaj por conta de diferen as quanto a suas atividades produtivas e o posicionamento em rela o aquisi o de recursos em disputas que envolviam a explora o ilegal de madeira quanto na antiga Trincheira nesse caso especificamente com a contrata o de um jovem de origem ind gena at ent o residente em Altamira como vigia da madeira de quem perderam o controle hoje falecido Por m manteve uma rela o cordial com os moradores da TI que sempre pousavam em seu lote em suas viagens a Altamira por rio Seus filhos todos falantes da l ngua kayap e que cresceram entre a cidade as aldeias xikrin do Bacaj e as aldeias Pukanu e Ba u casaram com pessoas de origens diversas A aldeia recebeu tamb m a fam lia do velho Bep Mojp que vive um tr nsito frequente entre as aldeias desde o contato Sua irm casou com Maur e sua filha mais velha casou com o filho mais velho de Tucum Bep Mojp casado ele mesmo com uma mulher com uma fam lia pr pria pequena tem no entanto s lidas rela es de parentesco em todas as aldeias da TI o que explica esse seu tr nsito Atualmente sua op o por ficar mais pr ximo boca do rio deve se ao sucesso de um rem dio pr
36. lix do Xingu Figura 6 4 2 1 2 Porcentagem da rea total desmatada nos munic pios em estudo nos anos de 2000 a 2007 fonte de dados Prodes Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 105 6 4 2 2 Estrutura Fundi ria Na Bacia do rio Xingu est o presentes as chamadas reas especial terras ind genas unidades de conserva o reas priorit rias para conserva o comunidades quilombolas reas militares assentamentos e reas com potencial mineral No mbito deste estudo as reas consideradas relevantes foram as terras ind genas unidades de conserva o assentamentos e reas com potencial mineral sendo algumas delas essenciais preserva o da biodiversidade e garantia dos direitos dos povos ind genas e outras alvo de conflitos de terra e disputa pelo seus recursos naturais 6 4 2 2 1 Terras Ind genas e Unidades de Conserva o As Terras Ind genas que representam 40 202 030 00 km da Bacia do rio Xingu quando somadas as Unidades de Conserva o que ocupam pouco mais de 20 108 160 43 km2 resultam em uma rea consider vel da bacia sob jurisdi o especial Dentre essas UC s algumas se enquadram no grupo de Uso Sustent vel e outras no de Prote o Integral O Estado do Par possui o maior percentual de UC s tanto em n mero 73 como em extens o 98 e no munic pio de Altamira que se concentra a maior quantidade 64 da
37. o Lukesh os fortes os valentes me be n okr os que s o fortes e bravos Importante ressaltar aqui que apesar as diferen as com os outros sub grupos Kayap amplamente reconhecidas por eles e expressas em diferen as na l ngua na pintura corporal e em alguns aspectos da organiza o social e pol tica a utiliza o de uma mesma denomina o que abrange todos os Kayap frisa sua semelhan a e unidade Encontram se hoje divididos em duas Terras Ind genas a TI Catet e a TI Trincheira Bacaj de que trata mais especificamente esse Relat rio As rela es com os diversos outros grupos Mebengokr Kayap os Xikrin do Catet e os Kayap Gorotire Mekrangotire Metuktire e Karara s o marcadas tamb m por esse duplo aspecto de similaridade e distin o Assim em uma dada medida s o parte de um mesmo conjunto s o todos Mebengokr Em outra resguardam suas diferen as internas em autonomia cultural e pol tica E nessa ambival ncia que mobiliza es das v rias aldeias e TI s Kayap t m sido poss vel com grande for a pol tica Os Xikrin do Bacaj s o o grupo Kayap situado mais ao norte 6 5 1 ORIGENS Os Xikrin do Bacaj t m origem em uma recente cis o em rela o aos do Catet ambos por sua vez resultam da cis o primeira dos Gorotire Kumren que os separou entre Gorotire que deu origem aos Gorotire e Mekragnoti e Karara hoje vivendo em diversas aldeias e TI s de acordo com um continuado proce
38. o com a Previsibilidade dos Impactos us 176 6 5 13 5 Preocupa o com o RIO sas asteri nda dada 176 6 5 13 6 Preocupa o com Os Peixes uumesseeeeeesessesecssecooaeerossseeosseecaneenenaas 177 6 5 13 7 Preocupa o com a Ca a s sssssnssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 178 6 5 13 8 Tr nsito entre Aldeias sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnn 178 6 5 13 9 Acesso a Altamira acscusincszsadasisadasisedaiicanaiiidenaininassdndenandadininiicaninac ndania 178 6 5 13 10 Acesso Energia Produzida ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 180 6 5 13 11 Preocupa o com a Sa de sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 180 6 5 13 12 Preocupa o com a Educa o s ssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn a 181 6 5 13 13 Preocupa o com a garantia que os Programas ser o feitos 181 6 5 13 14 Expectativa com Compensa o Financeira ssssssssununnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 182 6 5 13 15 Preocupa o com a Continuidade dos Programas seass 182 6 6 PROGN STICOS REDE E DESCRI O DOS IMPACTOS uaiasesiiasesisasassisascscassnieais 185 6 6 1 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE PLANEJAMENTO ssassassassassaseessass 185 6 6 1 1 Impactos associados Fase de Desenvolvimento de Estudos de Engenharia e Meio Ambiente ssassssaacnsincisnaasonsinisciocasscadacincocanancaeidacocaatacoc
39. o cultural e social como os nomes pessoais que foram dados aos humanos pelos peixes Esses dom nios s o fontes de conhecimento recursos mas tamb m doen as e mortes e as rela es com eles devem ser muito bem reguladas sendo intermediadas pelo xam o nico que circula entre os dom nios sem perder sua humanidade nesse espa o assim concebido que os Xikrin praticam suas atividades produtivas pautadas tamb m pelas rela es de g nero e idade As ro as s o abertas pelos homens e plantadas e cuidadas pelas mulheres e s o de um casal Como com as casas a proximidade relativa das ro as Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte NM 127 indica tamb m uma proximidade social j que as m es e filhas e irm s costumam plantar as ro as uma ao lado da outra As ro as t m um formato circular uma grande variedade de cultivares e um planejamento cuidadoso de sua distribui o Das ro as as mulheres trazem cotidianamente para consumir na aldeia mandiocas e batatas doces que s o por elas assadas nos fornos constru dos no fundo das casas e sazonalmente milho trazem tamb m ab boras e frutas que l plantam Mant m se tamb m muitos bananais e a banana importante fonte de alimento e muito apreciada As associa es masculinas podem tamb m abrir uma ro a coletiva hoje em dia predominantemente plantadas com mandioca para fazer farinha um h bito recente que tem se t
40. o de novas aldeias e sua liga o atual As informa es que constam dessa parte do relat rio v m do trabalho de campo com as visitas s aldeias e do conhecimento anterior adquirido em visitas pr vias 6 5 11 1 Aldeia do Bacaj Chegada na aldeia Bacaj margem esquerda do rio E Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 141 A aldeia do Bacaj hoje a mais antiga na TI e conta com a ocupa o permanente de mais tempo Ela teve origem com a constru o de um Posto pelo Servi o de Prote o aos Indios SPI durante o processo de contato Ela n o foi a primeira a ser aberta com esse fim antes foi constru do o Posto Velho para onde foram levados os Xikrin que aceitaram naquele momento o contato Por m com o advento de uma epidemia que os Xikrin chamam de diarr ia negra eles retornaram a sua pr pria aldeia e foram recontactados Para isso ro as haviam sido abertas em um novo s tio j conhecido pelos Xikrin e que tinha sido aberto por n o ind genas na poca da borracha tendo recebido o nome de Flor do Caucho Os Xikrin aceitaram se mudar a esse novo local e voltaram a l se reunir A primeira aldeia foi constru da em formato de ruas e ficava pr xima ao leito do rio tendo o cemit rio ao lado N o demorou para que constru ssem uma aldeia circular tradicional Foi l que reunidos se inseriram na coleta de castanha e na busca da pele do gato maracaj
41. o se encontram em reas de preserva o e atualmente enfrentam forte processo de degrada o ambiental devido expans o da pecu ria Figura 6 2 8 5 1 Situa o do desmatamento reas em vermelho na bacia do rio Bacaj pol gono verde Notar a press o antr pica ao redor da TI pol gono ocre 6 2 8 6 Quadro de Impactos A tabela 6 2 8 6 1 reproduz a partir do EIA parte da avalia o dos principais impactos a serem esperados com a instaura o do hidrograma ecol gico considerando suas tr s fases principais m nima de 700 m s pico de Cheia de 4 000 m s ano 1 e pico de Cheia de 8 000 m s ano II not vel que o trecho sofra um estresse suport vel No entanto a grande preocupa o com esse ambiente em que o rio Bacaj est inserido a manuten o de sua integridade ambiental com a opera o do empreendimento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Tabela 6 2 8 6 1 An lise de impactos para alternativas com vaz es de Seca e Cheia Atributos Alternativa I Qmax de 4 000 m3 s Alternativa II Qmax de 8 000 m3 s Alternativa III Altern ncia entre Q de 4 000 e 8 000 m3 s Vegeta o Qualidade da Agua Navega o Uso dos Recursos Naturais F sicos Modifica o da estrutura de esp cies na floresta aluvial Sucess o de esp cies de v rzea para comunidades de terra firme em longo prazo Perda do c
42. preced ncia Com as altera es nas condi es hidrol gicas do rio Xingu h um aumento dos riscos de acidentes relacionados navega o nas novas condi es do S tio Pimental A altera o da din mica do rio Xingu ocasiona uma altera o na qualidade de suas guas e consequentemente nos padr es de pesca Com isso a vulnerabilidade de pesca n o sustent vel no rio Bacaj tende a aumentar possibilitando a incrementa o de conflitos inter tnicos e com pescadores locais e regionais 6 6 2 1 5 Impactos associados a o de inunda o das reas para a forma o dos reservat rios Foram identificados para a a o de inunda o das reas para forma o dos reservat rios os impactos prim rios gerando suas redes de preced ncia a saber e Altera o das condi es de navega o no rio Xingu e Altera o da paisagem e Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 5 1 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como daqueles que s o dele derivados Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 204 Aumento da dura o Dificuldade de acesso a Altera o das condi es do deslocamento at servi os e equipamentos de navega o no rio Xingu Altamira e do custo da sociais de escoamento de viagem produ o e de manuten o
43. registros de outras duas esp cies de lagartos dependentes de ambientes relacionados ao rio Kentropyx altamazonica e Mabuya bistriata Dentre as 54 esp cies 29 de anf bios 9 de lagartos e 16 de serpentes que ocorreram nas reas de Floresta Ombr fila Densa Aluvial as que apresentam associa o mais forte com a floresta de v rzea foram os anf bios Hypsiboas boans e H wavrini que ocorreram na vegeta o s margens de rios dependendo da inunda o anual da floresta para o desenvolvimento de seus girinos Os lagartos Crocodilurus amazonicus e Uranoscodon superciliosus e as serpentes dos g neros Helicops Hydrodynastes Hydrops Dipsas e Sibon foram associadas a reas alag veis Os lagartos Cnemidophorus cryptus e Iguana iguana dependem de ambientes abertos e arenosos cuja vegeta o das margens do rio serve de abrigo e alimenta o Iguana iguana e Rhinella granulosa utilizam a gua do rio para fuga de predadores e para a reprodu o respectivamente Nos ambientes de terra firme algumas esp cies podem ser identificadas como potencialmente indicadoras da integridade do habitat tendo em vista sua estreita associa o floresta prim ria e o consequente desaparecimento quando estas reas sofrem antropiza o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 76 J Nenhuma das esp cies consta das listas estadual e nacional de esp cies amea adas ou na lista da IUCN Tam
44. rodovia Transamaz nica uma tend ncia irrevers vel principalmente considerando se que a mesma se articula em Rur polis portanto em dire o oeste a partir de Altamira com a BR 163 Cuiab Santar m e no sentido leste direcionando se para Tucuru e Marab Historicamente ind stria madeireira e a pecu ria tem sido a grande respons vel pelo desmatamento sobretudo na regi o Centro oeste apesar de nos ltimos anos a soja ter tomado esse papel Esse avan o da cultura de soja pressiona grande parte da regi o da Bacia do rio Xingu desde as cabeceiras dos rios que drenam a regi o norte do Mato Grosso com graves consequ ncias para os rios que cortam as Terras Ind genas gerando s rios problemas hidrol gicos como o assoreamento e a redu o da vaz o Nos anos oitenta e noventa foram desmatados aproximadamente 280 mil km2 quase dobrando a rea desflorestada Cerca de 80 do total desmatado localiza se em um grande arco que vai do Leste do Maranh o e Oeste do Par at o Acre passando pelo Sudeste do Par Norte do Tocantins Norte do Mato Grosso e Rond nia incluindo portanto parte da rea da Bacia do Rio Xingu As reas protegidas Unidades de Conserva o e Terras Ind genas apresentam taxas reduzidas de desmatamento por suas condi es especiais de uso e ocupa o At 2006 o desmatamento nelas verificado atingiu cumulativamente menos de 1 8 das unidades de conserva o de prote o integral A
45. sasansaaasaasasa rias asaaasa sara saraan ae aras arena narra 235 6 9 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS seeemeneeseeserereeseeeerereeereesereerensereneeeensanenaa 236 6 10 ANEXOS PRODU O CARTOGR FICA sssssateaasasssasssessanseassanesasaananasaensa 241 6 10 1 INTRODU O asia aaan Kanamara aiaa Nadana ENEO E Kaian 241 6 10 2 Anexo 01 Mapa de Uso e Ocupa o Indigena sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnn 241 6 10 3 Anexo 02 Mapa Geomorfol gi CO ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 241 6 10 4 Anexo 03 Mapa Pedol gico ssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 241 6 10 5 Anexo 04 Mapa Hipsom trico e de Relevo Sombreado u 241 6 10 6 Anexo 05 Mapa de Hidrografia sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 241 6 10 7 Anexo 06 Mapa de Ocupa o do entorno da TITB ano 2007 241 6 10 8 Anexo 07 Mapa de Minera o ssssnnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 241 6 11 EQUIPE T CNICA sssssienca sad a a 242 Figuras Figura 6 1 3 1 1 Localiza o do empreendimento Figura 6 1 3 2 1 reas de influ ncia do empreendimento em rela o a TI Trincheira Bacaj Figura 6 1 3 3 1 Localiza o da TI e raios de dist ncia em rela o ao empreendimento Figura 6 2 1 1 Localiza o das bacias hidrogr ficas dos rios Xingu e Bacaj e a TI Trincheira Bacaj Figura 6 2 1 2 Compartimenta o do rio Xingu no
46. uma preocupa o com a capacidade de atendimento com o maior fluxo de popula o Como disse Sergio em Pat Kr Vai vir muita gente Mesmo para educa o e sa de vai ficar ruim pra gente aqui Assim demandam garantias de que n o ter o problemas com novas ou mais doen as Tamb m estou preocupado com as doen as Se n o tiver doen as se n o aparecer v rias doen as com a constru o a fico mais trang iilo Tem que levar essas palavras para o respons vel para ver como vai ficar Queremos saber se ele vai concordar Se n o quiser n o deve construir a barragem Se aceitar pode construir mas tem que ter estrada para ir comprar alguma coisa na rua O rio vai secar vai ficar bem rasinho vai ser dificil de passar estou preocupado tamb m com as doen as essa nossa fala N s queremos falar com o respons vel Queremos ajuda para os netos e os filhos dos netos e os netos dos netos que isso n o brincadeira para sempre Queremos falar com o respons vel para ter resposta Bep Kr m Cobra BKJ 6 5 13 12 Preocupa o com a Educa o Essa parte se refere expectativa dos Xikrin de que sua educa o melhore preparando melhor os jovens para as novas condi es Como disse Rubem no Pykayaka se eles vierem e falaram rapaz o que voc s querem Queremos um col gio com professor para que o ndio possa se formar dentro da aldeia que dentro da comunidade ele se sente mais vontade que ele est perto do
47. 1 Condi es de contrata o e forma o dos professores atuantes nas escolas das aldeias da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Tabela 6 5 10 3 2 Censo Escolar para as escolas da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Tabela 6 6 1 Etapas e Fases do AHE Belo Monte Tabela 6 7 1 3 1 Plano Programas e Projetos espec ficos propostos no Estudo do Componente Ind gena da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Tabela 6 7 12 1 Planos Programas e Projetos propostos no EIA do AHE Belo Monte e relevantes para o Estudo do Componente Indigena da Terra Ind gena Trincheira Bacaj 6 1 APRESENTA O Este relat rio tem como objetivo apresentar os resultados da consultoria t cnica referente ao Estudo Socioambiental do Componente Ind gena da Terra Ind gena Trincheira Bacaj no mbito do EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte O estudo abrange a Terra Ind gena Trincheira Bacaj localizada nos munic pios de Pacaj S o F lix do Xingu Anapu Altamira e Senador Jos Porf rio no Estado do Par sob a jurisdi o da Administra o Regional da FUNAI de Altamira A TI em quest o homologada pelo Decreto de 04 10 1996 possui 1 650 939 ha de extens o uma popula o atual de 673 pessoas vivendo em quatro aldeias sendo elas Bacaj Mrotidjam Pat Kr e Pykayaka Tanto o relat rio quanto a consultoria que o subsidiou foram pautados pelas diretrizes expressas nos seguintes documentos Processo da FUNAI n 086202339 2000 DV Proce
48. 10 Material em Suspens o O material em suspens o total apresentou maiores concentra es nos per odos de Enchente e Cheia para o rio Bacaj Nota se o predom nio do material inorg nico sobre o org nico o que se deve lixivia o de solos pobres em nutrientes 6 2 6 5 11 Demanda Bioqu mica de Oxig nio Em todos os per odos amostrados com exce o da Enchente os valores ficaram abaixo do limiar estabelecido pela CONAMA 357 para corpos d gua Classe I 6 2 6 5 12 Coliformes Fecais Apresentou valores abaixo do limiar definido para corpos d gua Classe I 6 2 6 5 13 Metais na gua Superficial O rio Bacaj apresentou valores acima do limite das Classes 1 e 2 para os par metros zinco chumbo e cromo na Cheia e para os par metros chumbo e cromo na Enchente Segundo o EIA essas concentra es s o resultantes de uma contamina o do rio Xingu independente da contribui o das guas do rio Bacaj 6 2 6 5 14 An lise dos Resultados Ao analisar os dados obtidos o estudo conclui que as temperaturas das guas do rio Xingu e do rio Bacaj foram semelhantes e variaram em torno de 25 a 30 C O pH cido tamb m foi registrado no rio Bacaj e os valores mais neutros na campanha de Enchente foram comuns tanto para o rio Bacaj como para o rio Xingu Em termos de turbidez o estudo concluiu que no per odo de Seca a contribui o do rio Bacaj apresenta baixa influ ncia no rio Xingu Os resultados de s lidos
49. 140 4 036 9 752 30 129 Ano 1990 1943 1980 1964 1967 1974 1995 1978 1946 1986 1986 1989 1980 M dia do per odo cr tico 7 505 m s Ano hidrol gico seco mais recente 1998 1999 Ano hidrol gico com umidade m dia mais recente 1996 1997 Ano hidrol gico mido mais recente 1977 1978 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 28 Para a s rie de vaz es apresentada os valores de refer ncia podem ser resumidos como sendo e M dia das Vaz es M nimas Anuais 1 017 m3 s e M dia de Longo Termo 7 851 m3 s e Cheia M dia Anual 23 414 m3 s Os dados de vaz es m dias mensais de anos hidrol gicos caracter sticos foram associados a hidrogramas conforme consta da figura abaixo 30 000 E Lo fN 5 000 Vaz o m s Ano Seco 1998 99 Ano M dio 1995 97 Ano Umido 1977 78 Figura 6 2 2 2 Hidrograma de Vaz es de Anos Hidrol gicos Caracter sticos 1931 2000 LEME 2008 Pela an lise das curvas t picas apresentadas acima nota se que o per odo chuvoso estende se de janeiro a junho tendo o ano mais mido uma leve antecipa o de seu per odo de Cheia Em todos os hidrogramas registram se curvas caracter sticas com picos por volta de fevereiro a maio e um decr scimo significativo alcan ando valores m nimos entre os meses de setembro e outubro Este padr o do rio reflete a distribui o temporal de chuvas na regi o e a capacidade
50. 2 1 OBJETIVOS psicose nerd itinere 217 6 7 2 2 Diretrizes assess sasansasiiosirinsnienirscoraintaredicicai descansando nais dois sindicais es iia 217 6 7 2 3 Projeto Diagn stico Ambiental Meio F sico sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 218 6 7 2 4 Projeto Diagn stico Ambiental Meio Bi tico ssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 218 6 7 2 5 Projeto Monitoramento Ambiental Meio F SICO uuuuumunummamesaaaass 218 6 7 2 6 Projeto Monitoramento Ambiental Meio Bi tiCoO uumuuummmusmumsas 219 6 7 3 PROGRAMA DE SA DE asse ao a Das adiada 219 6 7 3 1 OBJETIVOS suscisiacanconcisnecasistacesicesnsascicanoncadicandicadinsdacisanisancscicanandscinan cco 219 6 7 3 2 DIPGLrIZOS isiresasinsmasmisesnsasnidenisicanoncaaaadifecasniniccisasdosdnas dica cinco ranan dicas inca 220 6 7 4 PROGRAMA DE EDUCA O nnoR dada a a oa indo Ronan aaa aa adia nn Ru ano Ec ina nai ando cima E 220 6 7 4 1 OBJCTIVOS quina a dn a ro doida da 220 6 7 4 2 Diret iZ S qu sina ds ad din aidedanianada 220 6 7 5 PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE scssissisesssessaeessaseasseneososesanasoanaeeaso 221 6 7 5 1 DBJELIVOS sasusaseaassiasizasossineaindesaccaidesioidaniaindadisiidacasoioindtiioncasuriniiscicisinedta 221 6 7 5 2 Diretrizes sescisssinesiaassinisasaciscasinicaamndituicacidinninoiiasacoisicdncrdaviscidisindadosinadas 222 6 7 6 PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PRODUTIVAS 223 6 7 6 1 OBJELIVOS acaneiicnasisa inss coricocianrti
51. 2 1 a 6 2 6 2 4 servem para identificar na s rie hist rica como as vaz es do rio Bacaj se comportaram em rela o s do rio Xingu O Max Atamira TI CO i a EETRTNERETP Figura 6 2 6 2 1 Sazonalidade das vaz es m ximas m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj LEME 2008 EEE hd EEE ae EEE ER lis Doc O E SSS ala E eeeh Es Ei Eis Es ns Ea ua DR RR BSSSSSSB888B888B88ES oooh k O O y e ATE E F S DA si ogzeA Figura 6 2 6 2 2 Sazonalidade das vaz es m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 10 000 Tm e z E a EE ER 8 000 55 2 o 5000 o 8 E E E E E ii FEI E gi 1 000 E al i R Figura 6 2 6 2 3 Sazonalidade das vaz es m nimas m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj LEME 2008 Vaz o Bacaj m3 s SOS SIS AS E AB o B Vaz o Xingu m3 s 40000 Figura 6 2 6 2 4 Vaz es no rio Xingu versus rio Bacaj LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 39 Na figura 6 2 6 2 4 nota se a grande variabilidade da vaz o do rio Bacaj em rela o uma dada vaz o do rio Xingu Por exemplo para a Cheia m dia anual do rio Xingu de 23 414 m s ocorreram no rio Bacaj vaz es de 400 a 1 400 m s Percebe se tamb m que com o aum
52. 3 3 A Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB A Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB foi homologada em 02 10 1996 atrav s do Decreto Federal que homologou a TI localizada nos munic pios de Pacaj S o F lix do Xingu Senador Jos Porf rio e Altamira Possui uma rea de aproximadamente 1 650 939 ha destinada posse do grupo ind gena Xikrin Os povos ind genas que habitam a TI s o Kayap Karara Kayap e Xikrin Bacaj A rea encontra se bem preservada praticamente sem interfer ncias espaciais significativas transgredindo seus limites com exce o do garimpo do Manel o na por o leste da rea e a estrada de acesso aldeia Mrotidjam na por o sul da reserva Essas interfer ncias e demais usos ind genas podem ser observados no Mapa de Uso e Ocupa o Ind gena desenvolvido no mbito deste relat rio e que se encontra no Anexo 01 As comunidades da TITB vivem e dependem do rio Bacaj vetor integrador da TI principal via de acesso e canal de comunica o desses povos e que estar sujeito aos impactos da opera o do AHE Belo Monte principalmente os decorrentes da redu o das plan cies de inunda o existentes Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 20 atualmente com efeitos potenciais sobre qualidade das guas vegeta o marginal e a ictiofauna dentre outros O rio Bacaj nasce ao norte das terras dos Apyterewa junto a
53. 6 3 1 3 AVES aicsin saaara aaa Onaind aa ARA ORE eiaa arinaa adriaan 71 6 3 1 4 R pteis Aqu ticos Crocodilianos e Quel nios sssssssnnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 73 6 3 1 4 1 CrocodilanoOS ssa iene rica di ci ada 73 6 3 1 4 2 QUETONIOS as aca 74 6 3 1 5 Herpetofauna Lagartos Serpentes e Anf bios s sssssnnssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnna 75 6 3 1 6 PEIXES scaansaasaissiceasianiieasisaprosisadsocadosincansdcadonannsiraanies ins cniN cia d ias nesta inca 77 6 3 1 7 Macroinvertebrados AqU t COS ssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nn 79 6 3 1 8 Macroinvertebrados Terrestres ssssssssnsunnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnn 80 6 3 1 9 dig eo eeaeee aE RR E EEA ae RE AO RR 81 6 3 1 9 1 Ictiopl ncton sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnmnnn nnna 82 6 3 1 9 2 ZOOpPlANCEON zias das cosieniinossaiadadsdaiictisiaassedeniaacassas dd KARARAN aaaea aia 82 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico 6 3 1 9 3 FILO piano 2a a a ii EKNK 83 6 3 1 10 Vegeta o Aqu tica assada 83 6 3 1 11 Vegeta o Terrestre jsssasuaanaiiia en a rd 84 6 3 2 IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO SOBRE A BIOTA sssssssssessssessseeseeees 88 6 3 2 1 Mam feros Aquaticos ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnna 88 6 3 2 2 Mam feros Terrestres ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
54. Bacaj e formadores em toda a sua extens o Discutir e incentivar atrav s de encontros financiamento assist ncia t cnica e outras a es o uso e manejo do solo que vise a forma o de n cleos produtivos consorciados de acordo com as voca es ambientais e sociais locais Contribuir para a manuten o de fauna aqu tica no rio Bacaj e seus tribut rios Discutir e propor a cria o de unidades de conserva o na regi o norte da TITB Discutir e propor formas de capacita o e treinamento de agentes ambientais ind genas para o desenvolvimento destas atividades Discutir e desenvolver projetos de sementes nativas com as comunidades ind genas e que possam servir na recomposi o das matas ciliares e outras assim como atividade produtiva Definir diretrizes de monitoramento da qualidade das guas do rio Bacaj em pontos pr ximos das comunidades e definir diretrizes a serem seguidas caso haja altera es na qualidade das guas e que venha a alterar a qualidade de vida dos ndios sa de atividades de subsist ncia navegabilidade Promover a participa o ind gena nas a es de monitoramento da qualidade ambiental 6 7 2 3 Projeto Diagn stico Ambiental Meio F sico Para atender as necessidades de estudos prim rios na bacia do rio Bacaj sugere se a realiza o de um diagn stico ambiental do meio f sico hidrossedimentol gico hidrol gico limnol gico e de qualidade da gua e das florestas aluviais
55. Caracteriza o Sociocultural COHN CLARICE 2000a A crian a ind gena A concep o xikrin de inf ncia e aprendizado Disserta o de mestrado Departamento de Antropologia S o Paulo Universidade de S o Paulo COHN CLARICE 2000b Crescendo como um Xikrin uma an lise da inf ncia e do desenvolvimento infantil entre os Kayap Xikrin do Bacaj Revista de Antropologia 43 2 195 222 COHN CLARICE 2000c Trincheira Bacaj retornos e mudan as Zn Carlos Alberto Ricardo Ed Povos Indigenas do Brasil 500 Porto Inseguro 1996 2000 S o Paulo Instituto Socioambiental p 518 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 237 COHN CLARICE 2001 ndios mission rios cultos protestantes entre os Xikrin do Bacaj Campos Curitiba PR v 1 N 1 COHN CLARICE 2001b Ser crian a crescer e aprender como um Xikrin Dispon vel em http pib socioambiental org files file PIB verbetes xirkin ser crianca pdf COHN CLARICE 2004 Os processos de ensino e aprendizado e a escola ind gena Cadernos de Educa o Escolar Indigena 3 1 Barra do Bugres MT UNEMAT COHN CLARICE 2005 Laudo antropol gico sobre as condi es de implanta o de projetos de desenvolvimento sustent vel na TI Trincheira Bacaj FISHER WILLIAM H 1991 Dualism and its Discontents social organization and village fissioning among the Xikrin Kayapo of Central Brazil Ph D
56. Cipa ba LEME 2008 A vaz o m dia de longo termo igual a 296 m s 13 71 s km 2 A m xima vaz o observada ocorreu em 24 02 1980 com valor de 1 385 m s 64 14 s km2 A menor vaz o observada ocorreu em 03 10 1981 com 0 825 m s 0 04 s km 2 em um ano de baixas precipita es na bacia hidrogr fica Os meses de estiagem s o setembro outubro e novembro com valores abaixo de 40 m s 1 85 s km Utilizando a distribui o estat stica do tipo Gumbel verifica se que o ndice de vaz es m nimas de sete dias de dura o e per odo de retorno de 10 anos igual a 2 20 m s A dist ncia das cabeceiras at o posto de 382 km No posto os n veis apresentam varia o entre 10 24 e 2 26 m que correspondem aos n veis das vaz es extremas Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 46 Posto Aldeia Bacaj Rio Bacaj Desativado A s rie de vaz es obtidas no banco de dados da ANA cobre o per odo hist rico de agosto de 1976 a junho de 1999 Todavia em vista das lacunas existentes no final da d cada de 80 e in cio da d cada de 90 os dados foram preenchidos utilizando se a m dia de longo termo de cada m s A Figura 6 2 6 4 5 indica que os meses de vaz es maiores s o fevereiro mar o abril e maio com valores m dios entre 300 e 470 m s 24 34 e 38 14 s km A vaz o m dia de longo termo igual a 177 m s 14 36 s km A m xima vaz o ob
57. Dissertation Faculty of the Graduate School of Cornell University FISHER WILLIAM H 1996 Kayapo leaders public associations and ethnophysiology of age and gender Paper prepared in advance for participants in Symposium no 121 Amazonia and Melanesia Gender and Anthropological Comparison FISHER WILLIAM H 2000 Rain Forest Exchanges Industry and Community on an Amazonian Frontier Washington Smithsonian Institution Press FISHER WILLIAM H 2003 Name rituals and acts of feeling among the Kayap Mebengokre 7he Journal of the Royal Anthropological Institute 9 1 117 135 GIANNINI ISABELLE VIDAL 1991a A Ave Resgatada A impossibilidade da Leveza do Ser Disserta o de mestrado S o Paulo Universidade de S o Paulo mimeo GIANNINI ISABELLE VIDAL 1991b Os dom nios c smicos um dos aspectos da constru o da categoria humana Kayap Xikrin Revista de Antropologia 34 GIANNINI ISABELLE VIDAL 1993 Sociedade e Meio Ambiente um estudo de caso In Ant nio Carlos Magalh es org Sociedades Indigenas e transforma es ambientais Bel m UFPA NUMA GIANNINI ISABELLE VIDAL 2000a Para entender o pol mico projeto de explora o madeireira na TI Xikrin do Catet Zm Beto Ricardo Povos Ind genas no Brasil 1996 2000 S o Paulo Instituto Socioambiental GIANNINI ISABELLE VIDAL 2000b O ritual Sete de Setembro Zn Beto Ricardo Povos Ind genas no Brasil 1996 2000 S o Paulo Instituto Socioam
58. EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 103 movimento convergente essa frente atravessa o rio Xingu e prossegue em dire o ao rio Iriri encerrando se no vale desses rios 4 Frente de ocupa o que parte da rodovia Cuiab Santar m em dire o ao rio Iriri no sentido Oeste Leste 5 Frente de ocupa o a partir da Rodovia Transamaz nica BR 230 rumo ao Norte caracterizada pela presen a de madeireiros fazendeiros e colonos de projetos de assentamentos oficiais 6 Frente de ocupa o no sentido munic pio de Rur polis foz do Riozinho do Anfr sio afluente do rio Iriri pela margem esquerda resultante do avan o de projetos de assentamentos oficiais madeireiras e fazendas de gado e 7 Frente de ocupa o a partir do munic pio de Uruar atrav s de uma estrada madeireira conhecida como rodovia Trans Iriri A unidade de paisagem correspondente Rodovia Transamaz nica apresenta uma intensa antropiza o caracterizada pela atua o de um vetor de desflorestamento que se desenha em forma de espinha de peixe ao longo dos travess es que derivam do eixo rodovi rio principal em fun o do qual a cobertura florestal encontra se intensamente fragmentada e isolada em meio a uma matriz de uso caracterizada principalmente pelo uso pecu rio e agr cola de culturas perenes Observa se para o compartimento em pauta que a intensifica o do vetor de antropiza o e consequentemente de desflorestamento associado
59. Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 3 1 a seguir a rede de impactos com a descri o dos impactos prim rios bem como daqueles que s o deles derivados Melhoria da Transassurini e constru o de ramal at o canteiro da margem direita Facilita as condi es de acesso via terrestre Altamira dos ndios da aldeia Pykayak Incremento da popula o e poss veis assentamentos na margem direita no Trecho de Vaz o Reduzida do rio Xingu Melhoria da acessibilidade decorrente das obras na Rodovia Transamaz nica no mbito das a es do PAC Aumento do fluxo e tr nsito de pessoas Aumento de acidentes dos trabalhadores provocados por m quinas ve culos e equipamentos Sobrecarga do sistema vi rio pelo empreendimento Surgimento de novas vilas e cidades nas regi es de acesso facilitado Incremento dos Travess es que saem da Rodovia Transamaz nica em dire o TITB Incremento de atividades agropecu rias Aumento do fluxo de pessoas Possibilidade de migra o dos jovens de outras aldeias para a aldeia Pykayak Desestrutura o e ou esvaziamento das aldeias Incremento da fragilidade do limite norte da TITB e vulnerabilidade a invas es Possibilidade de aumento de conflitos internos e vulnerabilidade a coopta o Aumento da press o sobre servi os e equipamentos de sa de Altera o da qualidade da gua pela gera o de efluentes l quidos e s lid
60. Intera o Institucional de ER e MM AD Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Programa de Apoio Gest o dos Servi os P blicos Fortalecimento da Administra o P blica e de Apoio Gest o dos Servi os P blicos para as institui es ligadas quest o ind gena FUNAI FUNASA Secretaria de Educa o entre outras e para a comunidade ind gena da TITB Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano de Sa de P blica Programa de Vigil ncia Epidemiol gica Preven o e Controle de Doen as Programa de Incentivo Estrutura o da Aten o B sica Sa de Programa de A o para o Controle da Mal ria PACM Ressalta se aqui a necessidade da implanta o e o adequado funcionamento dos Programas de Vigil ncia Epidemiol gica Preven o e Controle de Doen as de Incentivo Estrutura o da Aten o B sica Sa de e de A o para o Controle da Mal ri
61. Kr e Pykayak foi indicado o nome de Clarice Cohn para integrar como antrop loga o presente estudo Levantamento dos dados secund rios material documental refer ncias bibliogr ficas e insumos t cnicos especializados An lise do empreendimento EIA s mapas e levantamentos elaborados ao longo destes ltimos anos na fase de planejamento do empreendimento AHE Belo Monte e quando necess rio reuni es com os especialistas respons veis pelos estudos das diferentes reas tem ticas Realiza o de reuni es com a equipe t cnica Participa o de representantes ind genas nas atividades de campo Reuni es para apresenta o e esclarecimento sobre o empreendimento AHE Belo Monte em reuni es formais nas quatro aldeias visitadas Levantamento sistematiza o e apresenta o da percep o ind gena quanto aos impactos do empreendimento e expectativas das poss veis a es mitigadoras Considera o de opini es preocupa es recomenda es e propostas da popula o ind gena Levantamento de informa es nos rg os oficiais complementares pesquisa das fontes secund rias e pesquisa de campo Este relat rio apresenta os fundamentos antropol gicos e ambientais para a caracteriza o das Terras Ind genas Trincheira Bacaj e dos poss veis impactos decorrentes da implanta o do AHE Belo Monte Os dados resultam de uma s ntese de informa es dispon veis na bibliografia sobre a regi o e o povo in
62. Placas Uruar e Vit ria do Xingu possuem assentamentos o ipios que s o cor F No Estado do Par todos os munic Brasil Novo Medicil 1 Observa se a presen a de assentamentos no entorno da TITB Na sua por o norte e leste destacam se as Glebas Bacaj Bacaja e Engenho Os limites sul e sudeste da TITB fazem foram identificados cujos nomes n o fronteira com mais dois grandes assentamentos Gleba Bacaja na margem esquerda e aea na margem direita do rio Bacaj A confrontante direta com a TITB est r A Gleba Bacaj Florestas do Rio Bacaj cujas das frem avan os das frentes de ocupa o que pressionam os seus recursos na reas localizadas em o turais areas so ao e em de estrutura dO de 114 500 ha e com uma previs ta para ser implantada pelo INCRA composta por assentamentos em fase de consolida fase de implanta A Gleba Bacaj de 1 500 fam lias em terras devolutas o r area totalizando uma o 1 a previs est r Gleba Bacaja rj a assentadas 107 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 6 4 2 2 3 reas com Potencial Mineral As reas com potencial mineral ocorrem em grandes extens es na Bacia do rio Xingu especialmente no Estado do Par muitas vezes em reas protegidas Unidades de Conserva o e Te
63. Serra do Bacaj aproximadamente nas coordenadas 05 30 S e longitude 052 00 O Correndo no sentido S N por aproximadamente 379 km desemboca na margem direita do rio Xingu no trecho de vaz o reduzida Volta Grande Apresenta grande rea de floresta marginal a qual inundada periodicamente durante o per odo de Enchente Suas guas de apar ncia esbranqui ada em virtude do efeito da contribui o das guas provindas do escoamento superficial ou enxurrada que lhe atribui uma carga de part culas em suspens o e condutividade bem superiores s verificadas para o rio Xingu drenam em um vale em forma de V especialmente no seu trecho m dio escoando para um canal simples de pouca sinuosidade fundo principalmente constitu do por rochas e em alguns casos com dep sitos de lama e relativamente inst vel o que provoca eros o das margens e do fundo Em termos geogr ficos a TITB situa se relativamente distante das reas de interven o direta do empreendimento como pode ser observado pela an lise da Tabela 6 1 3 3 1 e pela figura 6 1 3 3 1 Al m disso o rio Bacaj um afluente do rio Xingu que des gua no compartimento a ter vaz es reduzidas sendo esse fato de grande import ncia para o entendimento dos processos s cio ambientais envolvendo o empreendimento e a TI Tabela 6 1 3 3 1 Quadro de Dist ncias Medidas tomadas ao longo dos cursos principais dos rios Xingu e Bacaj para exemplificar a dist ncia da TI em rela
64. Tubar o e no ver o s o vistos poucos Na regi o de Vit ria do Xingu os tucuxis s o avistados em grupos de at 8 indiv duos por m esporadicamente O boto vermelho visto com maior frequ ncia e em grupos de 2 ou 3 indiv duos A vadiagem per odo de coorte e c pula dos botos costuma ser mais observada no m s de julho em bandos de 5 6 machos atr s de uma nica f mea Os filhotes s o mais avistados no m s de outubro A partir da cidade de Senador Jos Porf rio as duas esp cies dividem o mesmo habitat tendo o tucuxi prefer ncia pela calha do rio e o boto pelas proximidades das margens 6 3 1 1 3 Sir nios O peixe boi n o foi avistado nas reas I e II confirmando a hip tese de que os mesmos n o ocorrem nessa rea por serem regi es encachoeiradas com o leito do rio encaixado nas pedras grande volume de pedras provocando um grande n mero de corredeiras e forte correnteza que dificultam o acesso desses animais regi o Todos os entrevistados relataram que n o existe peixe boi nessas reas indicando a sua ocorr ncia somente na regi o do Baixo Xingu O peixe boi tamb m n o foi avistado na rea III Segundo os moradores o peixe boi n o chega at a regi o de Belo Monte Foi relatado no passado avistamento para o Paran do Tubar o mas sem registros recentes sendo esse fato considerado como efeito da alta incid ncia de ca a Por habitarem rios com alta turbidez e por ser uma esp cie de compor
65. Tucuru Macap e Usina Hidrel trica Belo Monte Tamb m est o previstas no PAC obras para abastecimento d gua esgotamento sanit rio e drenagem nos munic pios de Altamira e Pacaj Vale ressaltar a falta de investimento no munic pio de Anapu prov vel munic pio de reassentamento da popula o diretamente impactada pelo AHE Belo Monte Conforme exposto no EIA do AHE Belo Monte na consolida o da rede vi ria de acesso bacia hidrogr fica do rio Xingu observa se que em termos de liga es intermodais a BR 230 faz parte do eixo de integra o rodo hidrovi ria atrav s de sua interconex o com as Hidrovias do Amazonas atrav s da BR 163 e do Tocantins atrav s das eclusas de Tucuru e deste ponto com o Porto Vila do Conde tamb m situado no Estado do Par no munic pio de Barcarena Por sua vez as referidas eclusas conformar o a interconex o da Hidrovia do Tocantins com a Ferrovia Norte Sul e Estrada Ferro Caraj s EFC Neste contexto portanto e conforme o Diagn stico Socioecon mico da rea de Abrang ncia Regional do EIA do AHE Belo Monte n o s o compartimento Baixo Xingu como de forma generalizada toda a bacia do rio Xingu estar contornada por vias de acesso em especial rodovi rio em condi es melhores de tr fego que as atuais facilitando o acesso de pessoas e o transporte de mercadorias O desenvolvimento das atividades econ micas na regi o por conseguinte ser alavancado conform
66. a escolha por abertura de estrada ir o se somar aos impactos do empreendimento j descritos anteriormente intensificando os Atualmente as comunidades da TITB t m dom nio t cnico da navega o e condi es materiais de navega o fluvial como motores e embarca es de propriedade dos ndios e dos servi os que os atendem e que deles fazem uso no transporte de materiais e profissionais A modifica o do meio de transporte fluvial para terrestre ter impactos na autonomia de movimento dos ndios que n o disp em de conhecimentos t cnicos e ve culos adequados a esse meio e levar necessidade de adequa o tamb m dos servi os que os atendem Ressalte se que a estrada n o minimizaria completamente a perda de acessibilidade na TI e para fora dela j que a eventual redu o da vaz o do rio Bacaj poder ser mais duradoura do que o corrente de modo a que a seca do rio possa n o mais corresponder ao per odo de falta de chuvas e que no per odo de chuvas o tr nsito por terra impossibilitado j que as estradas ficam alagadas A constru o da estrada importante minimiza o do impacto derivado da eventual perda de navegabilidade no rio Bacaj e no incremento da dificuldade na navega o do rio Xingu em seu trecho de Vaz o Reduzida e na transposi o da Barragem Isso evitaria o isolamento da TITB e a impossibilita o dos servi os de atendimento e da comunica o e transporte Ela por m o minimizaria p
67. ainda e dese dade 223 6 7 6 2 Diretrizes js ia ta ii 223 6 7 7 PROGRAMA DE PROTE O AMBIENTAL E FISCALIZA O DOS LIMITES 223 6 7 7 1 OBJETIVOS casais pic ae aaa ta dcaniiatia da 223 6 7 7 2 DiretrizZ S escresssasasanecosiiissos aire ancora desde 223 6 7 8 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL ssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 224 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico 6 7 8 1 OBJETIVOS ainsi a eddie 224 6 7 8 2 DIFGITIZOS ses aiasesa ii cdi dns da a nina 224 6 7 9 PROGRAMA DE COMUNICA O TES O SO OR 224 6 7 9 1 ODJELIVOS sasesesaisssesinsasesssradicenics sine ieca nisi raias aana Eain danca s Edasdn 224 6 7 9 2 DIFERIZ S exqresssasassassastoiscereniss nisso rasca 225 6 7 10 PROGRAMA DE POL TICAS P BLICAS eeeseneeseseesereerensesenes 225 6 7 10 1 OBJECTIVOS asesessasscesinsasesssnadocasicessaarsinindaciisaamad cen ciidomisa comenda cicanas dica Tha 225 6 7 10 2 DIT RIIZOS asian ii ii ARVANA sedasa adai 225 6 7 11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E AVALIA O Sarean aeaa 226 6 7 11 1 ODJCLIVOS ssa dr dita didi sapia radka 226 6 7 11 2 Diretrizes consesesirenisesicasrissaiosisdiscassindediadcacins coin sasiisis da deles iieic ind sia 226 6 7 12 PLANOS PROGRAMAS E PROJETOS PROPOSTOS NO EIA DO AHE BELO MONTE isniisasiaisasssdesisua oicainfodanidcaddsda sas dad coisa di io adianta dadas sarados adiado 226 6 8 CONSIDERA ES FINAIS
68. alcan a a margem esquerda do Rio Iriri e a segunda segue em dire o norte ao longo do interfl vio dos Rios Uruar e Tutu que s o afluentes do rio Amazonas mas n o pertencendo bacia do rio Xingu A Trans Triri faz parte das estradas mais importantes para as frentes de ocupa o que pressionam a Terra do Meio juntamente com a Estrada da Canopus entre a localidade de Taboca munic pio de S o F lix do Xingu e o Porto Canopus no Rio Iriri munic pio de Altamira A partir da Canopus foi aberta uma rede de estradas n o oficiais No ano de 2000 foi constru da por fazendeiros com o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nuit apoio da prefeitura de S o F lix do Xingu uma estrada ligando a sede do munic pio Vila Central situada no ponto M dio da Estrada da Canopus A Transassurini se vier a ser implantada na sua totalidade dividir a TI Trincheira Bacaj ao meio ligando a margem direita do rio Xingu na altura da cidade de Altamira com a cidade de Ouril ndia do Norte mais ao sul do Estado do Par A abertura desta malha vi ria na sua por o sul foi determinante na ocupa o recente da rea que se estende deste a cidade de Ouril ndia at o limite sul da TI em estudo provocando intensifica o das atividades madeireiras agropecu ria possibilitando a instala o de assentamentos transformando a regi o em uma rea altamente antropizada facilitando i
69. altera o do substrato de fundo predominante de arenosos a lamoso Sendo assim conclui se que o empreendimento acarretar impactos negativos e positivos sobre os macroinvertebrados aqu ticos 6 3 2 8 Impactos sobre os Macroinvertebrados Terrestres Os resultados indicaram altas diversidade e abund ncia das esp cies de macroinvertebrados terrestres mesmo se considerando que os estudos foram dirigidos a grupos espec ficos A forma o dos reservat rios e a redu o na vaz o acarretar o a altera o na composi o da vegeta o terrestre principalmente nas palmeiras que s o habitat de muitas esp cies de besouros por exemplo O empreendimento acarretar impactos negativos sobre os macroinvertebrados terrestres pela altera o na diversidade e abund ncia das esp cies dos diferentes grupos com extin o local de v rias esp cies das reas que ser o permanentemente alagadas e diminui o dos habitats da rea de vaz o reduzida 6 3 2 9 Pl ncton Os resultados indicaram altas diversidade e abund ncia das esp cies do pl ncton A forma o dos reservat rios e a redu o na vaz o acarretar o a altera o na composi o das comunidades planct nicas com prov vel perda de produtividade prim ria aumento na diversidade e na abund ncia e predom nio de esp cies t picas de ambientes l nticos como Copepoda e Cladocera no caso do zoopl ncton e possibilidade de aumento de popula es de cianof ceas
70. as an lises tem ticas Todos os mapas foram produzidos utilizando as bases digitais empregadas nos Estudos Ambientais do EIA RIMA do Aproveitamento Hidrel trico Belo Monte combinadas com a Base Cartogr fica integrado do Brasil ao Milion simo folhas SA22 e SB22 salvo indica o complementar A proje o cartogr fica adotada foi a UTM Zona 22 datum SAD69 A escala de apresenta o foi 1 500 000 Dessa forma os mapas produzidos no relat rio seguiram a seguinte ordena o 6 10 2 Anexo 01 Mapa de Uso e Ocupa o Ind gena O Mapa de Uso e Ocupa o Ind gena foi elaborado a partir do mosaico de imagens de sat lite Landsat 5 na composi o colorida 543 RGB rbita ponto 225 63 e 64 com respectivas passagens em 23 06 2007 e 12 08 2008 A informa o tem tica foi obtida mediante entrevistas com as lideran as ind genas nas quatro aldeias visitas durante trabalho de campo realizado entre 18 de fevereiro e 01 de mar o de 2009 A escala de apresenta o foi 1 100 000 6 10 3 Anexo 02 Mapa Geomorfol gico Compilado a partir de bases de dados tem ticas do EIA e informa es do projeto Radam Brasil 6 10 4 Anexo 03 Mapa Pedol gico Compilado a partir de bases de dados tem ticos do EIA e informa es do projeto Radam Brasil 6 10 5 Anexo 04 Mapa Hipsom trico e de Relevo Sombreado Os mapas hipsom trico e de relevo sombreado foram produzidos a partir do processamento de dados altim tricos da Miss
71. as etapas e processos relativos defini o formula o implanta o e avalia o dos Programas e Garantir que os benef cios gerados pelos projetos associados aos Programas possam ser usufru dos igualmente pelas comunidades ind genas e Evitar ou minorar eventuais efeitos adversos que os projetos associados aos Programas possam ter sobre estas comunidades e Apoiar projetos e atividades que respeitem a cultura desse povo ind gena contribuindo para a melhoria das condi es de sustentabilidade de suas popula es Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte A 214 e Valorizar os conhecimentos e as pr ticas ind genas e os contemplar em todos os Sub Programas de forma integrada e igualit ria e Os projetos devem estimular a gest o dos recursos pelos pr prios ind genas devendo ser previstas atividades de treinamento e qualifica o que permitam paulatina qualifica o t cnica e administrativa dos ndios concomitante com sua participa o na defini o e implanta o dos projetos e Todo apoio deve ser direcionado ao fortalecimento da organiza o social das respectivas comunidades respeitando sua autonomia e mecanismos de decis o De acordo com os objetivos do Plano e seus princ pios b sicos acima descritos as formas de gest o devem ser definidas com os ndios para o que se deve prever atividades de informa o comunica o constante apresenta o
72. cruzamento de dados permite equipe do DSEI perceber quem tem dom nio e capacidade de fazer diagn stico nas aldeias O regime de contrata o dos funcion rios do DSEI variado Alguns s o antigos concursados da Funai ou da SUCAM estes est o em sua totalidade alocados no escrit rio central Auxiliares de Enfermagem titulares na rea s o contratados por meio de repasse da Secretaria Municipal de Sa de seus substitutos s o contratados por conv nio com a Secretaria Municipal de Sa de atuando como colaborador Esta ltima modalidade de remunera o a que mais tem dado problema atualmente com atrasos que dificultam a contrata o de quadros Tanto no escrit rio central quanto principalmente nas aldeias h um n mero pequeno de funcion rios que se ressentem da precariedade de suas condi es de trabalho Funcion rios contratados n o t m estabilidade no emprego e pouca qualifica o espec fica os colaboradores que substituem os titulares durante sua folga n o t m garantias e t m sofrido com a demora em receber A rotatividade de funcion rios torna ainda mais prec ria a qualifica o desses profissionais porque um quadro continuamente renovado demanda novo esfor o de qualifica o A troca constante de profissionais da sa de tamb m tem implica es na rela o com os ndios j que demanda tempo conhecer a popula o atendida entender suas demandas espec ficas frequentemente feitas na l ngua ind gena
73. d cada de 1970 e que aprendeu a l ngua com flu ncia e se casou Ainda hoje a popula o sofre acr scimos e h migra es Essa pr tica cada vez mais comum entre aldeias kayap e os jovens frequentemente viajam em busca de esposas Recentemente novos moradores de origem Kayap vindos da aldeia Ba u casaram com mulheres Xikrin e est o em sua maioria morando na aldeia P t Kr pr ximo ao antigo Posto Francisco Meirelles um deles tendo assumido a presid ncia da Associa o que re ne as aldeias da TI Associa o Beby Xikrin do Bacaj ABEX 6 5 3 L NGUA Os Xikrin do Bacaj falam kayap ou como eles chamam mebengokr ou mekaben uma l ngua do tronco ling stico J Nas aldeias Mrotidam e Bacaj utilizam se exclusivamente da l ngua ind gena enquanto na Pat Kr e Pykayak ambas as l nguas s o utilizadas em conversas e reuni es Mesmo nas duas primeiras aldeias eles t m aprimorado muito seu dom nio do portugu s nas ltimas d cadas tendo muitos jovens ganhado flu ncia e compet ncia lingu stica No entanto ainda hoje mulheres e crian as s o praticamente monolingues As escolas das aldeias hoje em dia n o t m o ensino bil ng e Nas aldeias Mrotidjam e Bacaj onde a popula o fala majoritariamente a l ngua ind gena tendo o portugu s como segunda l ngua e dom nio recente esse um problema maior Nessa Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto
74. da TITB e ou para regi es que os afetem sendo os limites mais vulner veis o limite norte em especial a margem direita do rio Xingu e o limite leste principalmente a regi o do munic pio de Anapu A localiza o do canal preferencial no Rio Xingu pr ximo da margem direita pode levar a um adensamento da ocupa o eventualmente desordenada dessa margem Esses casos acarretar o em um aumento da press o nas por es leste e norte da TI e sobre seus recursos naturais ca a pesca recurso extrativista vegetal preciso ressaltar que Anapu apresenta atualmente defici ncias de infraestrura e de equipamentos e servi os sociais Na possibilidade da decis o de se reassentar a popula o nas reas rurais e urbanas deste munic pio ser necess rio que investimentos pr vios sejam alocados Estudo Socioambiental da Terra Indigena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 197 para poder receber um contingente populacional que certamente sobrecarregar e impactar de forma negativa a regi o Cabe lembrar que Anapu n o se beneficiar da Compensa o Financeira pela Utiliza o dos Recursos H dricos para Fins de Gera o de Energia El trica sendo somente os munic pios de Altamira Vit ria do Xingu e Brasil Novo No caso objeto desse estudo rela es sociais e econ micas com essa cidade j foram detectadas e o crescimento populacional e a sobrecarga nos servi os p blicos e a dinamiza o da economia podem
75. das rela es sociais Aumento da dificuldade dos ndios no atendimento pelos servi os de educa o e sa de e espec ficos a essa popula o diferenciada Risco de inadequa o das embarca es atuais Apreens o dos ndios quanto as novas condi es de navegabilidade navega o no Reservat rio Figura 6 6 2 1 5 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o das condi es de navega o no rio Xingu B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados As altera es das condi es de navega o no rio Xingu pelo enchimento do reservat rio levar o a um aumento da dura o do deslocamento dos ndios da Terra Ind gena Trincheira Bacaj ao munic pio de Altamira e tamb m a um aumento do custo da viagem pelo maior consumo de combust vel e das dificuldades log sticas pela necessidade de transporte desse combust vel e armazenamento nas aldeias A falta do dom nio de conhecimento sobre navega o em reservat rios somada poss vel inadequa o das embarca es atuais s novas condi es de navega o no eventual canal de deriva o ao desconhecimento da navega o no Trecho de Vaz o Reduzida e ainda necessidade de transposi o da barragem com amplia o da dificuldade log stica de abastecimento das embarca es causa apreens o dos ndios quanto manuten o de sua autonomia em quest es de mobilidade via fluvial e sua capacidade de navegar em condi
76. de Tucum seu irm o Benedito e sua fam lia e Maur e sua fam lia Logo ap s Tucum se retira com sua fam lia para um lote fora da TI e ficam seus irm os Seu Benedito e Maur na aldeia A aldeia foi rebatizada ganhando um nome escolhido coletivamente e que soasse mais propriamente Xikrin sendo Trincheira um nome em l ngua portuguesa Eles reclamam de um erro de grafia quando a aldeia foi reconhecida pelos documentos oficiais j que a comunidade havia escolhido o nome Poti kr6 lugar das tabocas e foi oficializada como lugar dos tamandu s No entanto tomaram para si o nome em sua tradu o pelos rg os oficiais e denominam sua pr pria aldeia por P t Kr A aldeia est nucleada por Seu Benedito e Dona Tininha e seus filhos casados com mulheres Xikrin o casal Maur e Tereza e suas filhas casadas o casal Meiti e Bekoir cujos filhos casaram com filhos de Seu Benedito e netas de Maur e o casal Bep pru e Irenhum que vieram morar pr ximo a suas filhas casadas com netos de Seu Benedito H uma fam lia Xipaia que tamb m reside l e um juruna casado com uma filha de Maur A popula o atualmente soma 101 pessoas em 14 casas que abrigam 16 fam lias segundo Censo da Funasa de dezembro de 2008 Os Velhos Seu Benedito e Maur t m grande prest gio na aldeia e Seu Benedito um l der com influ ncia e com grande respeito da comunidade A gera o mais nova liderada por Sulamita o juruna casado com uma f
77. de enfermagem mais pr ximos est o nas cidades de Santar m ou Bel m Eles s o mantidos em regime de contrata o e tem havido grande dificuldade para a contrata o de substitutos que fiquem nas aldeias durante a estadia na cidade dos titulares As quatro aldeias da TI contam atualmente com auxiliares de enfermagem titulares Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N35 embora com diferen as no tempo de perman ncia As aldeias contam ainda com Agentes Ind genas de Sa de AIS e Agentes Ind genas de Saneamento AISAN os primeiros s o formados em cursos peri dicos e modulares em Altamira enquanto os segundos recebem uma forma o pr tica quando das visitas das equipes Todas as aldeias contam hoje com auxiliares de enfermagem que trabalham como titulares A mais antiga trabalha na mesma aldeia P t Kr h 7 anos tendo ganhado evidente influ ncia em especial em pr ticas de sa de mas que n o fala a l ngua ind gena raz o de insatisfa o e cr tica de varias mulheres especialmente aquelas oriundas das outras aldeias da TI que n o dominam o portugu s a mais nova na rea da aldeia Mrotidjam acaba de ser transferida de uma experi ncia anterior com os Asurini ndios de l ngua Tupi A auxiliar de enfermagem alocada na aldeia Pykayak est como titular h um ano mas j vinha trabalhando na TI como substituta ela tamb m n o fala a l ngua o que n o u
78. de trabalho ou remunera o N o havendo uma log stica e uma verba oficializada as reuni es contam tamb m com a dificuldade de assist ncia dos ndios que n o contam com transporte oficializado ou verba Define se um Plano Distrital Trianual de Sa de Ind gena e como ser executado pela Funasa a entidade executora nele s o definidas diretrizes que s o m veis e podem ser reavaliadas e reprogramadas Neste novo Plano inovaram com o Projeto de Capacita o do Conselho local Aproveita se as visitas para vacina o para realizar as reuni es dos Conselhos Locais nas aldeias e Silvia a secret ria executiva do Conselho Distrital acompanha as equipes para realizar as reuni es e orientar sobre direitos e legisla o e conscientizar a comunidade e os conselheiros locais O Projeto de capacita o parece secret ria do Conselho Distrital ter avan ado na participa o e conscientiza o dos conselheiros locais e na capacita o dos usu rios S o realizados cursos palestras e oficinas por dois ou tr s dias a reuni o do Conselho e uma reuni o no ltimo dia para receber as demandas Do CASAI se comunica via r dio com todas as aldeias em 3 hor rios s 8 horas s 11 horas e s 15 horas Por ele a enfermeira pode acompanhar os casos relatados pelas auxiliares de enfermagem sugerindo continuidade ou mudan as no tratamento e avalia a necessidade de remo o A remo o costuma acontecer em casos de picada de cobra pr
79. definitiva da Amaz nia no processo de desenvolvimento do capitalismo brasileiro Na d cada de 1970 foram criados o Programa de Redistribui o de Terras PROTERRA e o Programa de Integra o Nacional PIN que na regi o tiveram por objetivos a constru o de dois grandes eixos rodovi rios as rodovias Cuiab Santar m e Transamaz nica Com a crise da economia varzeira e com os avan os tecnol gicos experimentados pela atividade pesqueira a partir da d cada de 70 a pesca transformou se na base da economia ribeirinha E importante destacar que esses avan os come aram na d cada de 50 por m s ganharam import ncia de fato a partir de 70 quando ocorreram melhorias nos setores de transporte armazenamento e captura do pescado al m de alguns incentivos do governo federal Ao mesmo tempo em que a pesca ascendeu comercialmente na v rzea a pecu ria se expandiu em terra firme Em raz o principalmente da implementa o do Plano Nacional de Desenvolvimento PND no in cio da d cada de 70 que incentivou os pecuaristas a expandirem seus rebanhos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 99 Resumindo tem se que com a mudan a na composi o do espa o econ mico a explora o beira dos rios passa a ser substitu da pela da beira das estradas O que se depreende dessa situa o que em pocas e com pap is distintos as reas de v rzea e terra
80. depress es do terreno nas ilhas e igarap s Altern ncia de anos de maior e menor estresse h drico poder favorecer esp cies com maior amplitude ecol gica Com 8 000 m3 s haver reprodu o de parte da vegeta o aluvial especialmente esp cies frut feras que alimentam a fauna aqu tica possibilitando eventos de dispers o dessas esp cies Manuten o da estrutura das florestas aluviais atuais pelo menos em uma faixa limitada Sem grande altera o em rela o s condi es naturais do ponto de vista dos par metros f sicos e qu micos Haver provavelmente uma redu o da concentra o de nutrientes com vaz es de 4 000 m3 s tendo como consegii ncia menor disponibilidade alimentar Dever haver uma altera o da biodiversidade e biomassa e diminui o de riqueza de esp cies quando se passa de 4 000 a 8 000 m3 s N o ter impactos de gravidade somente dificuldades nos per odos de estiagem Nos per odos de vaz o de 4 000 m3 s poder haver maior dificuldade de acesso ao rio Bacaj e aumento no tempo em que as condi es de navega o s o mais restritas Altern ncia de anos de maior e menor press o de uso dos recursos naturais combinando os progn sticos descritos para as alternativas I e II Compromisso entre os ganhos ambiental e energ ticos h Pela an lise dos cen rios prognosticados percebe se que os impactos ambientais ser o intensificados durante o per odo de estiagem q
81. dessa Depress o sobressaem se de forma generalizada morrotes morros e serras residuais com altitudes entre 500 e 750 m pertencentes aos Planaltos Residuais do Sul da Amaz nia como pode ser observado nos mapas hipsom trico e de relevo sombreado apresentados no Anexo 04 Esse relevo sustenta associa es pedol gicas onde predominam Neossolos e afloramentos rochosos podendo ocorrer tamb m associa es com Argissolos Os terrenos de morrotes morros e serras residuais apresentam susceptibilidade eros o laminar em sulcos rastejo e a movimentos de massa quando da remo o da cobertura vegetal O sistema de drenagem se caracteriza por canais esculpidos em rochas apresentando baixa sinuosidade e sem a presen a de trechos encachoeirados significativos Devido quantidade de reas de Conserva o e Terras Ind genas os ecossistemas florestais est o bem preservados Entretanto as bordas da bacia especialmente no setor oriental zonas de contato entre o cerrado e as florestas ombr filas encontram se sob forte processo de desflorestamento e avan o da atividade pecu ria que coloca em risco as reas protegidas LEME 2008 6 2 5 2 Unidade Florestas do Bacaj Os estudos ambientais identificam essa unidade devido homogeneidade que a bacia do rio Bacaj apresenta especialmente em fun o do bom estado de conserva o devido exist ncia da Terra Ind gena Trincheira Bacaj que praticamente est totalmente inserida
82. diferen a entre os Kayap que vieram de longe e estiveram envolvidos na agress o e eles que est o na regi o ser o afetados pela Hidrel trica e buscavam conhecer mais sobre o empreendimento que os afetaria sem recorrer agress o 6 5 9 O RIO Ressalte se que o rio tem import ncia crescente na vida e na produ o dos Xikrin Atualmente as 4 aldeias da TI foram abertas nas margens do rio e o transporte entre elas assim como para Altamira tem a via fluvial como fundamental Al m da navega o entre aldeias e para fora o rio fornece atualmente e cada vez mais um importante meio para as ca as coletivas e tamb m onde se pratica a pesca com anzol cada vez mais relevante na alimenta o especialmente ap s a sedentariza o que vem com a maior depend ncia aos servi os e aos equipamentos de sa de e educa o depois do contato Desde o contato na d cada de 1950 os Xikrin t m se voltado cada vez mais ao rio que lhes fornece o peixe antes pescado em igarap s na seca com a t cnica do timb e meio de acesso a caminhos de ca a castanhais frutos para coleta ro as abertas a suas margens outras aldeias xikrin e de outras etnias e a cidades como Altamira Eles t m dominado cada vez mais as t cnicas de navega o a remo e a motor conhecendo os caminhos do rio formando se pilotos aprendendo a manusear motores e construir canoas e a fazer a manuten o b sica dos motores As aldeias contam com crescente n
83. do uso do solo e variabilidade clim tica em longo prazo na bacia e seus efeitos potenciais de altera o no comportamento hidrol gico e na produ o de sedimentos Algumas perguntas realizadas pelos l deres das comunidades ind genas s o aqui reproduzidas e Os impactos sobre a plan cie aluvionar e na mata aluvial previstos para o baixo curso do rio Bacaj ter o consegi ncias montante principalmente nas proximidades das comunidades ind genas que atualmente concentram seus assentamentos ro as e palco de grande parte das atividades cotidianas das aldeias e O que acontecer com o rio Bacaj e seus afluentes e Como a diminui o da vaz o do rio Xingu afetar o rio Bacaj em longo prazo Por isso n o pode ser descartada a necessidade de se intensificar e adensar os estudos ambientais na bacia do rio Bacaj bem como utilizar modelos hidrol gicos para prognosticar o seu comportamento considerando o cen rio de redu o de vaz es Em rela o ao hidrograma ecol gico a bibliografia sobre o tema indica a exist ncia de v rios m todos para se chegar a um valor de vaz o residual que atenda as necessidades da biota aqu tica e do ecossistema afetado Benetti et a 2003 Embora n o se tenha uma defini o clara sobre a determina o do melhor m todo a ser empregado n o se deve descartar a possibilidade de se executar alguns ensaios considerando os outros m todos de avalia o n o empregados no EIA Por ou
84. dos resultados dos estudos e diagn sticos e qualifica o para gest o e formula o de projetos Todas as rela es entre as comunidades e associa es ind genas dever o contar com a participa o e interveni ncia da FUNAI e assessoria antropol gica O Plano de Gest o da Terra Ind gena Trincheira Bacaj seus programas e projetos s o apresentados na Tabela 6 7 1 3 1 Tabela 6 7 1 3 1 Plano Programas e Projetos espec ficos propostos no Estudo do Componente Ind gena da Terra Indigena Trincheira Bacaj Etapas e Fases do AHE Belo Monte Plano Espec fico Programa Espec fico Projeto Espec fico Etapa Planejamento Fase e Desenvolvimento de Estudos de Engenharia e Meio Ambiente Plano de Gest o da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Programa de Gest o Ambiental Projeto Diagn stico Ambiental Meio F sico Projeto Diagn stico Ambiental Meio Bi tico Programa de Acessibilidade Programa de Comunica o Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano de Gest o da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Programa de Gest o Ambiental Projeto Monitoramento Ambiental Meio F sico
85. e rea do Reservat rio 516 km2 6 1 3 2 reas de Influ ncia do Empreendimento O EIA do AHE Belo Monte apresentou quatro reas de influ ncia com extens es e abrang ncias distintas para os estudos dos meios F sico Bi tico Socioecon mico e Cultural Entre as reas apresentadas a TITB est parcialmente contemplada na AII e inteiramente inserida na AAR J a ADA e AID n o atingem os limites da TITB Essas reas de abrang ncia foram redefinidas ao longo do desenvolvimento dos trabalhos para atender a demandas legais e incorporar as considera es sobre os estudos Em 2007 o IBAMA solicitou atrav s de um TR Termo de Refer ncia novas adequa es que redefiniu as reas de influ ncia Isso posto seguem as descri es das reas de influ ncia como definida nos estudos a figura 6 1 3 2 1 mostra as reas de influ ncia do empreendimento e a localiza o da TI Trincheira Bacaj b ae z5 nar a RE i a 4 r FA b Eos aee 5 i N 4 Pia F po ES NERA F E e N ANSAN a 6 1 3 2 1 rea de Influ ncia Direta AID e rea Diretamente Afetada ADA Foi considerada como a rea cuja abrang ncia dos impactos incide diretamente sobre os recursos ambientais e a rede de rela es sociais econ micas e culturais podendo se estender al m dos limites da rea a ser definida como pol gono de utilidade p blica A AID engloba a ADA que corresponde s reas a serem ocupadas pelo empreend
86. em estudo e no Estado do Par Pode se notar que o caso dos munic pios de Anapu e Pacaj s o os mais prec rios por seu baixo n mero de estabelecimentos de sa de Tabela 6 4 3 3 4 Tabela 6 4 3 3 4 N mero de estabelecimento de sa de nos munic pios em estudo i S o F lix do Altamira Anapu Pacaj Xingu Centro de sa de unidade b sica 12 2 11 de sa de Cl nica especializada ambulat rio 7 1 especializado Hospital especializado 1 Hospital geral 1 2 Posto de sa de 18 5 4 10 Unidade de servi o de apoio de 2 1 diagnose e terapia Unidade de vigil ncia em sa de 1 1 1 Outros 1 Unidade 1 Unidade 1 Unidade 1 Consult rio m vel mista mista isolado terrestre 1 Policl nica Fonte Minist rio da Sa de Datasus Caderno de Informa es de Sa de dados de dezembro de 2007 Atrav s dos dados acima analisados e conforme informa es contidas no EIA RIMA do AHE Belo Monte os gastos em sa de s o baixos e insuficientes para a manuten o de condi es m nimas dos servi os e programas de sa de p blica necess rios manuten o de um bom n vel de qualidade de vida da popula o Considerando os itens gua encanada coleta de lixo e acesso energia el trica enquanto Altamira tem resultados acima da m dia do Estado do Par os munic pios de Anapu e Pacaj ficam bem abaixo comprometendo ainda mais a sa de da popula
87. em suspens o foram baixos nos dois rios no entanto percebe se a influ ncia do rio Bacaj no rio Xingu quando comparado com os valores encontrados nos pontos de montante e jusante da conflu ncia Nesse mesmo cen rio tem se a contribui o efetiva do rio Bacaj em rela o aos valores de s lidos em suspens o e condutividade el trica no per odo de Seca quando o volume de gua do rio Xingu reduziu efetivamente Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 50 J Os dois rios apresentaram boa oxigena o de suas guas Os resultados de c lcio magn sio pot ssio s dio e brometo revelaram baixas concentra es Os resultados dos elementos fluoreto cloreto sulfato merc rio e ferro dissolvido apresentaram se em conformidade com os limites determinados pela legisla o para corpos de gua Classes 1 e 2 Em rela o aos compostos nitrogenados e fosfatados as concentra es permaneceram baixas Os valores elevados de condutividade encontrados no rio Bacaj principalmente durante a Seca alertam para as futuras condi es da qualidade da gua a ser imposta ao estir o do rio Xingu sofrer redu o de vaz o LEME 2008 Ficou evidenciado nas an lises a import ncia do rio Bacaj no aporte de nutrientes para esse trecho do rio Xingu Por m considerando o quadro de redu o de vaz es possivelmente haver uma redu o nesse fluxo uma vez que as florestas i
88. es obtidas nas aldeias e foi feito no pr prio DSEI em entrevistas na Coordena o T cnica com a respons vel Enfermeira Ana Lucia de Rocha Pereira no setor de endemias com entrevistas realizadas com a microcopista Roseth no setor de saneamento com Jos Ciro de Lima e Silva e com Silvia Gomes secret ria executiva do Conselho Distrital de Sa de que respondeu a quest es relativas ao controle social Dados foram ainda fornecidos por meio do sistema SIAPI por Joelma O DSEI disponibiliza em cada aldeia uma farm cia com enfermaria um balc o para administra o de medicamentos uma sala para armazenamento de medicamentos e a resid ncia do funcion rio Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Mu3t respons vel servi os de saneamento caixas d gua po os e fossas secas combust vel r dio para comunica o e a visita das equipes de endemias para diagn stico e controle das doen as end micas e da Equipe Multidisciplinar de Sa de Conta ainda com servi os pr prios de transporte com voadeiras motores e pilotos e uma cota de combust vel O DSEI mant m a Casa de Sa de do ndio CASAI onde permanecem os ndios que foram removidos da aldeia por raz es de sa de que n o necessitam de interna o assim como a seus acompanhantes e familiares durante o tratamento ou a realiza o de exames ou diagn sticos Na Casa de Sa de trabalham auxiliares de enfermagem
89. escolar e t m se utilizado em sua hist ria recente de uma diversidade de alternativas desde escolas na aldeia at a pr tica mission ria de alfabetiza o para dominar as t cnicas e os conhecimentos escolares em especial o portugu s a escrita e a matem tica Paralelamente mant m suas t cnicas de aprendizagem e transmitem conhecimentos que lhes s o pr prios A escola foi por muito tempo mantida pela Funai e j esteve a cargo do Conselho Indigenista Mission rio CIMi de Altamira que se responsabilizou pela contrata o e remunera o de duas professoras Neste per odo era grande a rotatividade de professoras na aldeia Com a passagem da educa o ind gena para a Secretaria de Educa o do Estado SEDUC na d cada de 1990 tornada respons vel pela contrata o e forma o de professores e pelo material did tico o setor de educa o da Funai ficou respons vel por um apoio t cnico aos professores na rea o que consiste basicamente em resolver seus problemas na cidade e mandar rancho al m de fazer um acompanhamento de alunos matriculados e frequ ncia A SEDUC tinha grandes dificuldades em executar essa fun o n o tendo pessoal qualificado e buscando contratar pessoal com experi ncia em rea ind gena embora nem sempre isso se traduza em experi ncia com educa o e ou com popula es cultural e linguisticamente pr ximas Mesmo assim o engajamento dos alunos nessas experi ncias escolares teste
90. estudo nos anos de 1991 e 2000 Figura 6 6 1 1 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Gera o de expectativas e preocupa es com rela o ao empreendimento Falta de entendimento sobre quem o empreendedor respons vel Falta de estudo no rio Bacaj e na Terra Ind gena Trincheira Bacaj Figura 6 6 1 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada da Demanda de alternativas de acesso Figura 6 6 2 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Aumento da demanda por insumos mercadorias e servi os e dinamiza o da economia Figura 6 6 2 1 1 1 Rede de Preced ncia dos Impactos Derivada do Impacto Prim rio Aumento do fluxo migrat rio Figura 6 6 2 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Transfer ncia compuls ria da popula o e Falta de conhecimento do local de reassentamento da popula o atingida Figura 6 6 2 1 3 1 Rede de Preced ncia dos Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Melhoria da Transassurini e constru o de ramal at o canteiro da margem direita e Melhoria da acessibilidade decorrente das obras na Rodovia Transamaz nica no mbito das a es do PAC Figura 6 6 2 1 3 2 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o da paisagem Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Mon
91. fluxo migrat rio previsto para a implanta o da AHE Belo Monte sobre a import ncia de manter a integridade da terra ind gena e do modo de vida ind gena permitindo aos ndios a tranquilidade necess ria para desenvolver suas atividades e voca es 6 7 7 2 Diretrizes e Elaborar projetos de prote o ao meio ambiente das terras ind genas buscando parcerias com Org os Federais Estaduais Municipais e entidades ligadas quest o e Contribuir compatibilizando sua interven o com as a es j em curso para as a es de vigil ncia e prote o da TITB e Contribuir para o controle e fiscaliza o dos limites de forma preventiva da TITB atrav s do processamento de imagens sat lite e Contribuir para a difus o de informa es sobre a TITB para a popula o regional promovendo o respeito s diferen as culturais ind genas e seu territ rio Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 223 e Garantir a participa o continua e direta dos ndios nas atividades de monitoramento avalia o gerenciamento das informa es e fiscaliza o e As Metas F sicas dever o ser objeto de discuss o com a FUNAI as Comunidades Ind genas e rg os ligados ao Meio Ambiente tais como IBAMA Brigada de Inc ndio Secretarias de Meio Ambiente 6 7 8 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL 6 7 8 1 Objetivos Participar de processos para a qualifica o e forta
92. formado pela unidade Depress o da Amaz nia Meridional Colinas e Rampas Pedimentares em vermelho os conjuntos mais elevados dominado pelos Planaltos Residuais do Sul da Amaz nia Morrotes Morros e Serras Residuais e Morros e Serras Residuais Tabulares LEME 2008 6 2 5 1 An lise Integrada da Paisagem A compartimenta o da bacia hidrogr fica do rio Xingu baseada nos dados levantados durante as v rias etapas dos estudos permitiu a identifica o de macro unidades ambientais que representam a totalidade das fisiografias que compreendem a bacia Dessa forma a Terra Ind gena Trincheira Bacaj objeto deste relat rio est inserida no macro compartimento M dio Xingu Unidade Florestas do Bacaj como apresentado no EIA Esse macro compartimento engloba os maiores afluentes do Xingu pela margem direita na rea de interesse do empreendimento como os rios Iriri e Bacaj Constitui o maior dos tr s compartimentos identificados na bacia hidrogr fica e caracterizado por rochas do embasamento cristalino do Cr ton Amaz nico Sobre essas rochas desenvolveram se colinas e rampas pedimentares com altitudes variando entre 150 e 430 m componentes da Depress o da Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 35 Amaz nia Meridional onde ocorrem Argissolos com associa es de Latossolos e Neossolos Lit licos muito sens veis interfer ncia antr pica LEME 2008 Dentro
93. gente poder cobrar depois Assim demanda se a presen a dos respons veis diretos pelo empreendimento como aqueles que podem dar as garantias que esperam 7em que vir aqui e ouvir Vamos falar com eles pessoalmente cara a cara Falar com quem pode decidir Para fazer as coisas direitinho Fazer a estrada boa o canal as casas o posto de vigil ncia Ou como disse Rubem na aldeia Pykayaka que garantia eles v o dar para o nosso povo Sobrevivemos de peixe as castanha transportamos de barco nosso transporte o barco A com essa barragem esse muro sem fim esse canal vai ficar mais longo ainda se algu m viesse aqui e eles falassem olha n s vamos construir mas o que voc s querem de beneficio para sobreviver N s queriamos que algu m viesse e desse garantia para a gente A possibilidade de serem ouvidos no Congresso Nacional em uma oitiva ind gena foi bem recebida O jovem Bebere da aldeia Bacaj afirma Queremos ser ouvidos no Congresso Nacional Ou sen o fazer documento e mandar no Congresso Nacional E isso que queremos Se Governo fizer oitiva ind gena vamos l pelo nosso povo e representar nosso problema Sobre dificuldade log stica de fazer a oitiva ind gena apresentam uma alternativa o problema a nossa viagem Porque eles n o v m aqui Bep katenti Maradona MRO Tamb m se fala da necessidade de que as medidas sejam feitas Como disse Bep Kr m o Cobra da aldeia do Bacaj para fazer barragem a Eletr
94. igarap s v o secar tamb m Os rios que v m das serras n o d o conta de manter o Bacaj Se o Xingu chupar a gua do Bacaj o Bacaj vai chupar a gua dos igarap s Essas frutas que precisam de gua para sobreviver v o acabar a a bacaba Sergio PTK A seca no rio preocupa por v rias raz es Em geral preocupam se com a qualidade da gua V rias falas enfatizaram que precisam de gua de qualidade para beber A gua vai ficar ruim de beber Para beber vai ter que coar direitinho no pano e vai ser quente ainda Tem que indenizar Ter gua boa para a gente beber Seu Benedito PTK As mulheres reunidas durante essa discuss o resumiram O rio quando fica seco fica quente Os peixes v o morrer fica ruim de banhar vira criadouro de mosquitos mulheres PTK O rio n o apenas fonte de peixes parte fundamental para a vida dos Xikrin que nele n o s pescam e navegam mas banham lavam roupa pubam a mandioca para fazer farinha v o se refrescar com os filhos consumindo a batata doce rec m sa da do forno acompanhada de goladas de gua brincam de mergulhar Se o rio secar o que vou beber Como vou banhar Onde vou banhar J tenho muitos netos O que eles v o comer O que eles v o beber Onde v o banhar Vamos todos morrer a ca a vai morrer disso n o gosto Meiti PTK Uma fala merece aqui ser repetida de uma mulher que se preocupa com a sa de dos filhos o rio vai matar todos os nossos filhos
95. longo prazo Embora a TITB encontre se distante das reas de interven o direta do empreendimento e os resultados encontrados n o mostraram indicativos preocupantes que possam remeter a algum desequil brio significativo seria importante incrementar os estudos tanto em rela o qualidade de gua como para os par metros limnol gicos ao longo do rio Bacaj e principais afluentes Essa nova s rie de dados ajudaria a compreender a situa o atual da bacia antes de se iniciar os eventuais impactos da implanta o e opera o do empreendimento Devido a isso recomenda se a extens o dos trabalhos mencionados acima para todo o trecho do rio Bacaj relacionado s comunidades ind genas 6 2 8 3 Impactos Decorrentes da Instaura o do TVR no rio Xingu A navega o entre as comunidades ind genas situadas no m dio alto curso do rio Bacaj e a cidade de Altamira acontece durante o ano todo Mesmo no per odo de estiagem essa travessia realizada Os obst culos impostos pelo per odo seco s o limitadores mas n o s o empecilhos para coibir a mobilidade dos habitantes da TITB que frequentemente servem se desse nico acesso para realizar in meras tarefas em Altamira Para esse caso O projeto prev um sistema de transposi o de desn vel para navega o fluvial que permitir transpor a barragem O estudo considera que mesmo com a libera o do hidrograma ecol gico vaz o m nima obrigat ria na estiagem de 700 m s
96. margem esquerda de quem desce o Rio Bacaj conta com uma estrada de terra travess o transit vel na poca da seca e que sai da outra margem do rio dentro da propriedade do Sr D lio De qualquer forma eles t m que atravessar o rio Bacaj at a outra margem Levam em torno de 4 horas para chegar em Altamira N o contam com ve culos pr prios Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N154 A TI Trincheira Bacaj tem rea de 1 650 939 ha sendo na sua quase totalidade coberta por matas e o restante ocupado por lavouras habita es quintais estradas pista de pouso campo de futebol pastos garimpo atividades de explora o madeireira Existem vest gios de ocupa es ilegais de assentamento de colonos e que foram expulsos da rea pelos ndios As principais urbaniza es habita es escola posto de sa de se concentram na rea das aldeias localizadas nas margens do rio Bacaj Todas as resid ncias ind genas na TI Trincheira Bacaj nas quatro aldeias s o tradicionais constru das com madeiras da regi o utilizadas como esteio caibro e ripas tronco roli os ou t buas para formar as paredes das casas al m da palha de baba u para a cobertura Dentro da concep o de ocupa o territorial para o desempenho das atividades de subsist ncia e econ mica os ndios que habitam a TI Trincheira Bacaj entraram recentemente em um acordo de ocupa o espaci
97. mero de canoas voadeiras cascos rabetas motores Este um processo que vem vindo desde meados do s culo passado e se refor ado com as gera es mais novas cada vez mais h beis nessas t cnicas e que est ligada crescente import ncia do rio em suas vidas A ida a Altamira importante para que eles se beneficiem dos servi os a eles dedicados e o rio importante meio de acesso Na rea de sa de encontra se em Altamira a CASAI Casa de Sa de do ndio para l que s o encaminhados em caso de interna o no Hospital Municipal ou no Hospital Regional da Transamaz nica e l est sediada o Distrito Sanit rio Especial Ind gena da FUNASA Funda o Nacional de Sa de que gerencia a aten o sa de ind gena da regi o Tamb m os servi os de Educa o l s o referenciados j que a Secretaria Municipal de Educa o quem administra as escolas nas aldeias A Funai que lhes atende tamb m l se Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 130 encontra no escrit rio da Administra o Regional de Altamira Em Altamira se re nem tamb m os Conselhos de controle social dos servi os tais como o de sa de onde os Xikrin t m direito participa o L tamb m ocorrem os cursos de forma o tais como os de Agente Ind gena de Sa de que re nem as v rias etnias da regi o Sendo assim Altamira tamb m um importante p lo para os encontros inter
98. micro habitat ocupado foram feitas durante a aproxima o Para os Quel nios foram utilizados v rios petrechos de captura al m de Censo Visual Diurno junto s margens do rio praias remansos locais com pouca ou nenhuma correnteza calha principal do rio igarap s lagos marginais e de terra firme e reas de inunda o que bordejam o rio e os corpos de gua permanentes Na rea do empreendimento ocorreram quatro esp cies de crocodilianos e 11 de quel nios e O jacar tinga Caiman crocodilus o jacar a u Melanosuchus nige O jacar coroa Paleosuchus trigonatus e o jacar pagu Paleosuchus palpebrosus e A tartaruga da Amaz nia Podocnemis expansa o tracaj Podocnemis unifilis a piti Podocnemis sextuberculata habitando a calha principal do rio e as praias e A matamat Chelus fimbriatus o jabuti machado Platemys platycephala o mu u Kinosternon scorpioides a aperema Rhynoclemmys puncularia o cabe udo Peltocephalus dumerilianus e a cabe a torta Mesociemmys gibba encontrados no rio igarap s po as marginais ou em habitats alag veis enlameados e Ocorreram ainda duas outras esp cies de quel nios de h bitos terrestres o jabuti vermelho Chelonoidis carbonaria e o jabuti amarelo Chelonoidis denticulata n o considerados no estudo realizado 6 3 1 4 1 Crocodilianos Na rea I Setor I houve menor riqueza de crocodilianos e apenas o jacar tinga foi identificado sendo
99. no rio Bacaj e na Terra Ind gena Trincheira Bacaj A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 1 1 1 1 a seguir a rede de impactos prim rios bem como aqueles que s o deles derivados Gera o de expectativas e preocupa es com rela o ao empreendimento Falta de entendimento sobre quem o empreendedor respons vel Falta de estudo no rio Bacaj e na TITB Desconfian a e medo quanto sobreviv ncia f sica e cultural e qualidade de vida das gera es futuras Incerteza e preocupa o quanto s demandas necess rias e que minimizem os impactos Percep o da dificuldade em lidar com a magnitude do empreendimento e as r pidas transforma es que ocorrer o na regi o Desconfian a e medo quanto ao efetivo cumprimento das medidas de controle ambiental das compensa es e dos programas Intranquilidade quanto ao futuro da popula o Inseguran a quanto aos mecanismos de repasse e gest o dos compromissos e Incremento de conflitos e tens es sociais Possibilidade de desestrutura o das rela es sociais Tend ncia desestrutura o mental do entendimento tradicional Tend ncia ao incremento das rela es pessoais e n o institucionais e distribui o desigual de informa es e poder decis rio no interior da comunidade Inseguran a em rela o ao di logo com o governo para a garantia de que as compensa es sejam realizadas Cis
100. o um movimento regular de migra o longitudinal e lateral diretamente relacionado desova ou dispers o de algumas esp cies de peixes na rea inund vel com poca mais ou menos precisa no in cio da Cheia anual No rio Xingu o que parece mais evidente a migra o lateral dos indiv duos que entram nos canais de transbordamento do rio durante a Enchente Este comportamento encontrado para muitas esp cies como por exemplo aquelas pertencentes aos g neros Curimata Prochilodus Leporinus Myleus O surubim Pseudoplatystoma fasciatum a pirarara Phractocephalus hemioliopterus e o filhote Brachyplatystoma filamentosum parecem n o precisar percorrer dist ncias t o longas ao longo do rio no seu ciclo de vida Estas esp cies habitam as guas do rio Xingu tanto acima como abaixo das cachoeiras Os dados indicam que um grande n mero de esp cies realiza deslocamentos entre dezembro e fevereiro subindo o rio na busca de canais ou entradas de gua para desovar nas reas de inunda o Os jovens nascidos nesta poca s o observados pelos pescadores durante o inverno dentro dos lagos nas matas alagadas ou nas beiras dos remansos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 78 J Correla es entre a propor o de exemplares maduros e o n vel do rio Xingu foram testadas sendo determinada uma associa o positiva e significante entre o aumento do n vel do rio X
101. o apresentam a mesma seletividade para a escolha dos s tios de desova O cabe udo o mais sedent rio realizando deslocamentos pelo fundo dos corpos d gua e desovando na floresta de igap Dois principais ambientes de desova foram identificados as praias que variam bastante em extens o e grau de cobertura vegetal e as sarobas que s o pequenos conjuntos de ilhotas formadas por pedras e areia com vegeta o herb cea arbustiva associada localmente conhecida como regi o dos pedrais sendo esses os principais locais de desova de tracaj s montante de Belo Monte A rea III apresentou se como o local de maior diversidade de quel nios aqu ticos de maior reprodu o e abund ncia da tartaruga da Amaz nia o nico onde a piti foi amostrada Nessa rea existem os tabuleiros de desova localizados em praias situadas nas margens do rio Xingu e em um arquip lago que se forma abaixo de Belo Monte considerados nichos reprodutivos importantes para a tartaruga da Amaz nia e para o tracaj sendo que esta esp cie utilizou tamb m outras reas do rio e de seus afluentes Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 74 Em 54 praias foram encontradas desovas de quel nios com pelo menos uma esp cie utilizando o s tio para reprodu o O processo reprodutivo dessas esp cies est diretamente relacionado com o ciclo de Enchente e Vazante do rio existe uma sincronia entre o r
102. o de habitats importantes para os jacar s e tartarugas O jacar tinga esp cie dominante dentre os crocodilianos apresenta nessa rea indiv duos de todas as faixas et rias mas com predomin ncia de juvenis indicando ser essa uma rea de crescimento e pr xima a reas de nidifica o Nessa rea ocorreram tr s esp cies de crocodilianos e a reprodu o dos tracaj s nos barrancos e reas pr ximas ao rio durante a Seca E prov vel tamb m a altera o de habitats reprodutivos e alimentares de quel nios aqu ticos e crocodilianos como os bancos de areia e as ilhas Os moradores locais citaram que desovas de tracaj s o encontradas com facilidade nas margens do rio Bacaj e que a localidade do Caituc de grande interesse para coleta do tracaj Considerando se que o tracaj foi a esp cie mais abundante e que apresentou ocorr ncia significativa e locais de nidifica o importantes tanto montante quanto jusante do empreendimento que a tartaruga da Amaz nia ocorreu e pode apresentar s tios de nidifica o tamb m montante e jusante do empreendimento e que os quel nios realizam significativas migra es reprodutivas os impactos do empreendimento sobre os quel nios podem ser significativos Novamente o barramento principal sem d vida ser o principal fator impactante limitando o deslocamento das esp cies e isolando as popula es Outras atividades associadas como o aumento da circula
103. o do empreendimento espera se que impactos nos meios socioecon mico cultural f sico e bi tico sejam gerados O incremento dos ndices de viol ncia o aumento de doen as infecto contagiosas tuberculose hansen ase hepatites virais infec es e parasitas intestinais doen as sexualmente transmiss veis zoonoses doen as end micas mal ria leishmaniose tegumentar e a possibilidade de introdu o de novas endemias leishmaniose visceral e esquistossomose geram uma sobrecarga na gest o p blica O contingente populacional migrat rio tamb m ir exercer uma demanda acentuada sobre os equipamentos e servi os sociais sa de educa o saneamento transporte seguran a entre outros especialmente em n cleos urbanos j consolidados como Altamira Vit ria do Xingu e Anapu entre outros E necess rio destacar que atualmente esses munic pios j sofrem com insufici ncia de infraestrura e de equipamentos e servi os sociais Com o aumento do fluxo migrat rio para a regi o h uma maior exposi o das comunidades ind genas Trincheira Bacaj s doen as prostitui o ao alcoolismo ao uso de drogas acarretando uma sobrecarga em um sistema p blico prec rio e que j apresenta hoje em dia dificuldades em atend los Essa sobrecarga pode vir a lev los a buscar alternativas de atendimento fora do munic pio de Altamira onde se concentram os servi os de refer ncia especializados a atender essa popula o se
104. o privada baseada em investimentos em todos os setores econ micos mediante concess o de incentivos fiscais Pode se ainda complementar com o aumento do latif ndio na expans o da pr tica da grilagem e a exclus o social Os incentivos estatais bem como os investimentos pouco ou nada beneficiariam os pequenos agricultores meeiros caboclos sitiantes e as comunidades ind genas os quais muitas vezes foram at expulsos de suas terras na d cada de 90 que se intensificam as press es ambientalistas e preservacionistas sobre o espa o da Amaz nia Brasileira considerada detentora de capital natural e de recursos que poderiam ser explorados de forma sustent vel Passou se ent o fase de cria o de projetos voltados conserva o tal como o PPG 7 Programa para a Conserva o das Florestas Tropicais Brasileiras prevendo coopera o financeira internacional amplia o da cria o de reas protegidas Unidades de Conserva o e Terras Ind genas o reconhecimento da presen a humana na conserva o ambiental com a implanta o de projetos voltados para as popula es nativas e tradicionais e a incorpora o de um novo sujeito pol tico na regi o a denominada coopera o internacional atrav s de Organiza es N o Governamentais ONG Ag ncias de Desenvolvimento e outros Resumindo historicamente temos na Tabela 6 4 1 1 os planos programas e projetos dirigidos regi o em estudo Tabela 6 4 1 1 Des
105. onde os medicamentos s o armazenados e administrados por meio de uma janela que funciona como balc o H ainda um pequeno c modo que funciona de dep sito e arm rio da servidora Nessa casa est ainda o r dio cuja utiliza o controlada pela profissional de sa de A aldeia abastecida com um po o tubular artesiano com reserva de gua de 5000 litros na aldeia e uma caixa de 3 mil litros que abastece a farm cia e a escola O equipamento para tratamento de gua no reservat rio foi comprado mas o servi o est em licita o Quando for implantado formar o o Agente Ind gena de Saneamento para fazer funcionar A rede de gua abastece toda a Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 449 aldeia e chega em cada casa Usam hipoclorito de s dio nas resid ncias Mesmo sendo po o artesiano o sistema completo est revisto para 2010 H uma fossa seca por cada casa N o h um sistema implantado de lixo apenas orienta o A ilumina o feita com gerador a leo H ainda uma Casa de Apoio em constru o em parceria com a Funasa que forneceu material Funai e a comunidade que deu a m o de obra e forneceu um pouco de recurso Nela espera se poder receber as equipes que visitam a aldeia A casa de farinha fica pr xima a esses pr dios entre o c rculo da aldeia e o rio e tem um forno de farinha com paredes abertas e teto de buriti A aldeia conta ainda
106. os efeitos poss veis da vaz o reduzida do Xingu comentou ent o ficou pior Tamb m na aldeia Pat Kr Sulamita comentou o impacto n o mais pela cheia pela seca e muita coisa vai piorar com isso De fato eles est o muito preocupados porque como dizem uma barragem para sempre n o coisa de brincadeira verdade coisa s ria Como mencionado o material aqui exposto e analisado foi registrado em grava o e em forma escrita ainda durante o trabalho de campo S o discursos de tr s tipos discursos formais t picos da orat ria masculina proferidos principalmente pelos mais velhos depoimentos falados diretamente ao gravador frequentemente em portugu s pelos mais novos e as falas das mulheres que a fizeram como um discurso p blico e na l ngua ind gena Para os discursos preferidos na l ngua ind gena contamos com o aux lio dos Xikrin na tradu o para o portugu s As falas foram feitas com as expectativas de que sejam levadas a quem tem o poder de decis o sobre a constru o do empreendimento Falaram um por um tendo um posicionamento geral mas cada qual acrescentando um detalhe finalizando com o an ncio de que sua fala acabou mas ser seguida de outras porque s o muitos e todos querem falar A introdu o da fala de Bep Kr m conhecido por Cobra na aldeia do Bacaj representativa dessa expectativa Voc s vieram aqui e nos contaram sobre a barragem Agora vou falar para voc s Voc s est o
107. os entrevistados as ariranhas comem todas as qualidades de peixes As lontras s o vistas com menor frequ ncia geralmente sozinhas ou no m ximo em grupos de dois indiv duos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 68 J 6 3 1 1 2 Cet ceos O boto vermelho e o boto tucuxi n o foram avistados nas reas I e II confirmando a hip tese de que os mesmos n o ocorrem nessa rea por serem regi es encachoeiradas com o leito do rio encaixado nas pedras grande volume de pedras provocando um grande n mero de corredeiras e forte correnteza que dificultam o acesso desses animais regi o Todos os entrevistados relataram que n o existe boto vermelho ou boto tucuxi nessas reas indicando a ocorr ncia desses animais somente na regi o do Baixo Xingu Na rea III o boto vermelho 64 indiv duos e o boto tucuxi 44 indiv duos foram observados com maior regularidade abaixo de Senador Jos Porf rio Foi citado o avistamento de um boto no p da cachoeira de Belo Monte sem confirma o pelos pesquisadores Moradores e pescadores da regi o informaram que os botos sobem um pouco mais o rio na poca da Cheia a partir do m s de janeiro na regi o de Belo Monte os moradores indicaram apenas a ocorr ncia do boto vermelho Segundo os entrevistados o mais avistado o ano inteiro o vermelho que maior no inverno s o vistos com mais frequ ncia inclusive no Paran do
108. para aproximadamente 40 km jusante da cidade de Altamira Esta modifica o denominada de Alternativa Montante deslocou a barragem do Xingu na altura do s tio Bela Vista para montante na altura da Ilha Pimental preservando se os locais da gera o Usina de Belo Monte e a pot ncia instalada LEME 2008 Para essa nova concep o contudo seria necess ria a cria o de dois canais de deriva o que permitiriam sem alterar as caracter sticas energ ticas do empreendimento reduzir sensivelmente a rea do reservat rio de 1 225 km para cerca de 516 km2 Neste novo arranjo a maioria dos diques de confinamento do reservat rio entre os s tios Bela Vista e Belo Monte seria tamb m mantida No mbito do Processo de Licenciamento Ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov veis IBAMA N 02001 001848 2006 75 foi elaborado o Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrel trico Belo Monte EIA do AHE Belo Monte O EIA do AHE Belo Monte apresentou os resultados dos estudos desenvolvidos no per odo entre janeiro de 2006 e dezembro de 2008 incorporando tamb m e quando pertinentes os resultados desenvolvidos em per odos anteriores j que o empreendimento alvo de estudos desde o ano de 1975 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 14 J 6 1 2 METODOLOGIA O Termo de Refer ncia encaminhado pela CGPIMA FUN
109. pois as comunidades ind genas que habitam as margens do rio Bacaj t m como principal preocupa o conhecer o destino do rio Bacaj inserido nesse contexto de redu o de vaz o A vaz o m nima do rio Xingu usada como refer ncia para a formula o do hidrograma ecol gico de 1 017 m s que a vaz o m nima m dia anual a partir de dados do per odo de 1971 a 2000 Os dados apresentados mostram que vaz es superiores essa ocorrem em 43 do tempo do per odo de estiagem Os estudos apontaram para a similaridade de escoamento para essa vaz o e a de 700 m s e desta forma o estudo optou por manter esse valor como vaz o m nima Esse valor parece garantir as condi es m nimas para suportar a navega o e o m nimo das necessidades ecol gicas dos ecossistemas submetidos ao estresse h drico Um dos pontos cr ticos dessa proposta a ado o m nima para o per odo de estiagem da vaz o de 700 m s O pr prio EIA aponta as consegiu ncias da manuten o dessa vaz o por um longo per odo As avalia es do escoamento nas se es transversais levantadas ao longo do TVR mostram que vaz es inferiores a 700 m s reduzem significativamente as reas molhadas deixando canais secos ou com baixas profundidades A ocorr ncia natural de vaz es inferiores a 700 n s al m de ser um evento raro gera impactos isolados e de curta dura o que se resolvem naturalmente sem necessidade de interven es Por outro lado a proposi
110. por ano a cada rota do distrito em sistema de altern ncia de funcion rios sempre um microcopista o borrifador e um piloto a n o ser em casos de alta incid ncia que demandam visitas seguidas A equipe realiza principalmente controle de mal ria com busca ativa e busca passiva borrifa es peri dicas e diagn stico Essa nfase explicada pelo fato de que a mal ria a doen a end mica que mais acomete com maior incid ncia de vivax que falc pora e outras parasitoses como leishmaniose fica a cargo do laboratorista da Equipe Multidisciplinar de Sa de Ind gena at o momento n o h casos de dengue no Distrito No entanto n o s o capacitados e n o t m material para realizar controles de pragas especialmente baratas de grande incid ncia em aldeias do Distrito como o caso da aldeia do Bacaj cujas ovas n o s o atingidas pelo rem dio e est o negociando treinamento espec fico Durante as visitas analisam a incid ncia da mal ria em cada aldeia fazem a borrifa o contra o mosquito vetor na aldeia nas casas e em seus arredores e realizam palestras e reuni es para informar sobre preven o especialmente sobre cuidados para evitar criadouros como os casos de jabuti consumidos que s o descartados e tornam se recept culo de gua parada Avaliam que a participa o da comunidade boa especialmente para cobrar Fazem ainda durante as visitas a capacita o dos auxiliares de enfermagem e avaliam que o maior
111. por um per odo maior Os jovens da Terra Ind gena Trincheira Bacaj poder o ir trabalhar no garimpo causando fragmenta o da organiza o social pol tica e cultural Com a desativa o das obras e a redu o de emprego a atividade garimpeira poder ser um objeto de interesse Essas altera es levar o tamb m a mudan as na acessibilidade das comunidades da TITB a Altamira onde est o os principais servi os de atendimento a essa popula o diferenciada Os ndios t m uma rela o h muitos anos consolidada com a cidade de Altamira para o atendimento de suas necessidades b sicas entre elas abastecimento dom stico utiliza o dos equipamentos e servi os sociais e outros oferecidos pela cidade principalmente os servi os espec ficos voltados a essa popula o diferenciada a comercializa o de produtos extrativistas ou cultivados castanha do par farinha entre outros e da pesca A navega o para eles o principal meio de transporte e sua dificuldade e ou interrup o comprometem suas rela es econ micas e sociais Al m disso a dificuldade de navega o reflete no atendimento dos ndios pelos servi os de educa o e sa de FUNASA FUNAI Secretaria de Educa o entre outros nas aldeias considerando que atualmente o acesso dos servidores para a execu o desses servi os realizado por via fluvial e demanda um tempo consider vel Esses impactos podem ser verificados tamb m na altera o das cond
112. presen a de um corredor de Terras Ind genas formado na d cada de 80 e 90 provavelmente tem sido respons vel pela conten o do processo de avan o da fronteira agropecu ria vindo das reas de expans o das rodovias Bel m Bras lia BR 010 Cuiab Santar m BR 163 e Transamaz nica BR 230 Entretanto preciso salientar que o modelo extensivo de explora o de recursos naturais tem aumentado a press o de madeireiros ilegais pecuaristas e grileiros sobre Unidades de Conserva o UC e Terras Ind genas TI Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 04 Nos munic pios de Altamira Anapu Pacaj e S o F lix do Xingu o desmatamento tem crescido conforme apresentado na Figura 6 4 2 1 1 rea total desmatada em Km 18 000 16 000 14 000 12 000 10 000 8 000 6 000 4 000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Altamira Anapu Pacaj S o F lix do Xingu Figura 6 4 2 1 1 rea total desmatada nos munic pios em estudo nos anos de 2000 a 2007 fonte de dados Prodes Observa se na Figura 6 4 2 1 2 que no munic pio de Altamira a porcentagem da rea desmatada inferior aos demais Isto se deve ao fato de grande parte deste munic pio ser constitu do de Terras Ind genas e Unidades de Conserva o da rea desmatada do munic pio 5 e 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Altamira Anapu Pacaj S o F
113. problema nesse caso a alta rotatividade de servidores n o fazem a capacita o dos Agentes Ind genas de Sa de para preparo e leitura de l minas j que eles ficariam com a rotina A incid ncia da mal ria nas aldeias da TI apresentada na Tabela 6 5 10 2 1 de acordo com os casos positivos confirmados e o total da popula o em cada aldeia Tabela 6 5 10 2 1 Incid ncia da mal ria nas aldeias da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Aldeias Bacaj Mrotidjam Pat Kr Pykayak 2006 34 230 203 226 38 129 24 s d 2007 93 263 218 227 33 104 27 58 2008 92 268 57 240 8 101 32 64 Fonte DSEI Altamira Funasa 2009 Em par nteses o total da popula o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N133 e Saneamento no Distrito priorizou se o abastecimento e o tratamento da gua n o h aten o direcionada para o lixo e n o existe programa de acondicionamento de lixo Pensam em criar ainda em 2009 um programa de capacita o de Agente Ind gena de Saneamento AISAN para a quest o ambiental e do lixo acondicionamento e separa o de lixo que envolve ou n o perigo de modo a que ele fique respons vel por fazer a parte educativa A equipe mant m po os caixas d gua motores e tubula es em toda aldeia A manuten o de motores e bombas terceirizada para uma empresa que visita as rotas no caso da rota Ba
114. produtos do extrativismo vegetal Na segunda metade do s culo XVII os primeiros jesu tas portugueses chegaram com suas miss es floresta amaz nica em busca de tribos ind genas As frentes de expans o da ocupa o europ ia ocorreram no sentido norte sul atrav s dos cursos dos afluentes do rio Amazonas tendo como obst culos as cachoeiras do rio Xingu na altura do rio Iriri o que adiou at as ultimas d cadas do s culo XIX a penetra o mais efetiva na regi o Desse modo apenas com o ciclo da borracha entre os s culos XIX e XX foi que a coloniza o chegou a outras por es da Bacia na regi o do M dio Xingu tendo como refer ncia a cidade de Altamira At este momento as vilas e miss es estavam concentradas no Baixo Xingu at a regi o da Volta Grande Na segunda metade do s culo XIX inicia se o Ciclo da Borracha que durou 20 anos de 1890 a 1910 Foi durante seu apogeu que houve uma primeira fase de atra o populacional para o Sul do Par Chegaram ao local os primeiros seringueiros nordestinos que se misturaram aos povos ind genas dessa regi o como os Xipayas Araras e Jurunas O decl nio do ciclo da borracha em raz o da produ o asi tica concorrente deixou um vazio na economia regional o que significou tr s d cadas de estagna o na comercializa o do produto Ao longo desse per odo grande parte da infraestrutura montada para atender a atividade extrativista do l tex foi transf
115. quanto magnitude Surgimento de da dificuldade de navega o no TVR Demanda de apreens es nos alternativas de acesso ndios Indefini o de como ser realizada a transposi o da Barragem Comprometimento do Dificuldade de acesso a equipamentos e navega o e prolongamento do tempo com restri o navega o Modifica o das ifi E atividades Dificuldade de servi os sociais do PE acesso ao k econ micas e sociais munic pio de Se dos ndios e perda Altamira comercializa o de da autonomia via produ o e compra de fluvial mercadorias Aumento da dificuldade de atendimento nos servi os de educa o e sa de z Amea a aos Altera o na Altera es nos Altera es nos modos conhecimentos e composi o das processos Cm pr ticas tradicionais e Florestas ecol gicos da procu sua transmiss o aos Ombr filas Aluviais fauna e flora comercializa o de jovens pelos mais produtos velhos Perda de fonte de Demanda de novas sustento gera es alternativas futuras econ micas e de sustenta o Forma o de po as ou canais com menor circula o de gua e maior tempo de resid ncia no rio Xingu e possivelmente no rio Bacaj Crescimento de macr fitas aqu ticas algas e vetores de doen as Aumento de risco de incid ncias de doen as E Poss vel coopta o Poss vel aumento da dos ndios para a press o sobre os atividade de pesca recursos pesqueiros n o sustent v
116. que a maior parte dos registros correspondeu a animais n o identificados ainda nessa rea Setor II foram identificados o jacar tinga e o jacar coroa A Area II apresentou composi o de jacar s semelhante ao Setor II com mais da metade das ocorr ncias para O jacar tinga A rea III apresentou se bastante diferenciada das demais possuindo a maior riqueza de esp cies de crocodilianos mas tamb m o maior ndice de perturba o em fun o do maior tr fego de embarca es Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 73 O jacar tinga foi a esp cie predominante neste estudo presente nas reas de estudo no canal principal corredeiras igarap s e lagos e foi mais abundante nas reas I Setor II e II e em menor quantidade na rea III Jovens e subadultos entre 1 0 m e 1 25 m foram mais frequentes na rea I Setor II indiv duos juvenis e subadultos ocorreram na rea I Setor I e na rea II ocorreu a melhor distribui o et ria com indiv duos de todas as faixas et rias mas com predomin ncia de juvenis O jacar coroa foi encontrado apenas acima das cachoeiras de Belo Monte O jacar pagu e o jacar a u foram encontrados exclusivamente na Area III embora este ltimo se apresente como esp cie predominante nessa rea As menores densidades foram registradas durante a Cheia o que pode ser explicado pela dispers o dos animais nas reas inundadas
117. rede de canais Anexo 05 As sub bacias de uma forma geral s o menores na por o norte da bacia Na por o sul as sub bacias t m maior tamanho e formas relativamente mais homog neas Figura 6 2 6 4 1 No Dl cedia ow N Y e eee a a a a UBI i Aa A E Bada do Bacaj A a va Top ER E j y s E Eq X ha N E Dog K do e Es PLS Md tolo Figura 6 2 6 4 1 Sub bacias do rio Bacaj Para a caracteriza o do regime hidrol gico da bacia foram utilizados dados fluviom tricos dispon veis no site da Ag ncia Nacional das Aguas ANA Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Ao longo do rio Bacaj existem dois pontos para os quais o estudo calculou os principais ndices hidrol gicos Os valores encontrados s o mostrados no quadro abaixo e discutidos ao longo do texto Para refer ncia tamb m s o apresentados os valores obtidos para o Posto Altamira no rio Xingu A figura 6 2 6 4 2 mostra a localiza o dos postos fluviom tricos 7 A Aldeia Ind gena rs Va Barragem 3 Rea E N r Estradas e Hidrografia Y T a Hidrografia Principal Va sy e gt TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ SS ES Legenda Reservat rio E Trincheira Bacaj amp qualidade da gua Pontos de Coleta 6 Postos Fluviom tricos 1 1 000 000 Figura 6 2 6 4 2 Localiza o dos postos fluviom tricos e outros pontos de interess
118. rede de impacto prim rio bem como aqueles que s o dele derivados Demanda de Demanda de abertura Transforma o da alternativas de de estrada dentro da ocupa o tradicional TITB do territorial acesso Aumento da vulnerabilidade de invas es na TITB Altera es da fauna e da flora Assoreamento de igarap s e rios e contamina o por efluentes l quidos e s lidos Contato dos ndios com os oper rios Possibilidade de prostitui o de uso de drogas e aumento de alcoolismo Demanda de ve culos automotivos Figura 6 6 1 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada da Demanda de alternativas de acesso B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados A demanda por alternativas de acesso decorrente da dificuldade ou poss vel interrup o de navega o do prolongamento do tempo de restri o navega o no rio Xingu e da indefini o do m todo de transposi o da barragem Soma se a isso a incerteza quanto ao impacto do empreendimento a curto m dio ou longo prazo no rio Bacaj e suas futuras condi es de navegabilidade A alternativa mencionada pelos ndios Xikrin do Bacaj a abertura de estrada dentro da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Sendo uma decorr ncia direta dos impactos causados pela implanta o do AHE Belo Monte optou se por descrever a rede de impacto prim rio e derivados desta demanda Vale ressaltar que os impactos referentes alternativa de acesso como
119. s vezes a cartilha gorotire ou seja uma cartilha preparada para a l ngua Kayap Mebengokr mas de outro grupo kayap Na aldeia do Bacaj os Professores Glebson formado em Pedagogia e T nia que est cursando Hist ria dividem as turmas um multiseriado com uma s rie inicial e uma 12 s rie de manh e uma 22 s rie tarde ambos a cargo dele e uma 32 s rie de manh e uma 42 tarde a cargo dela para as turmas do Brasil Alfabetizado que cursam o noturno a Profa T nia ensina as mulheres enquanto o Prof Glebson ensina os homens O casal est na aldeia h 3 anos A Profa Angela da aldeia do Pykayaka ensina turmas em todas as s ries que incluem crian as e adultos e uma turma do Brasil Alfabetizado ela est na aldeia desde 2008 e a primeira pessoa l alocada j que desde sua funda o a aldeia ficou dois anos sem escola ou professor A Profa Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N139 Dalva Helena rec m chega escola da aldeia Pat Kr e ainda n o organizou seu trabalho para esse ano temos ent o apenas as estat sticas do censo escolar para um retrato daquela escola Nenhum dos professores domina a l ngua ind gena Os professores v m como dificuldades para seu of cio o regime de contrata o renovado a cada ano e que al m de n o lhes dar os benef cios lhes reduz o ano salarial para 11 meses j que n o recebem em janeiro e r
120. sa de Muito da perman ncia longa desse povo na aldeia do Bacaj at hoje pode ser entendido por essa raz o ou seja a disponibiliza o do atendimento m dico e a farm cia As mulheres dizem sempre que n o podem passar muito tempo longe da aldeia porque seus filhos precisam ser medicados especialmente dada a grande incid ncia de diarr ias infecciosas e de doen as respirat rias entre as crian as Recorre se com frequ ncia biomedicina em casos de cefal ia diarr ias doen as respirat rias verminose mal ria mas outras incid ncias colocam sempre a d vida sobre a quem recorrer Principalmente os Xikrin temem a perman ncia nas enfermarias das aldeias durante os tratamentos Dizem que l muita gente morreu e logo pelas raz es apontadas acima haveria maior risco de morte dada a proximidade dos esp ritos dos mortos E comum que os pais de crian as pequenas que necessitam ficar com soro as levem para casa durante a noite para desespero dos atendentes de enfermagem para evitar a proximidade dos mortos t o mais perigosa quanto menor a crian a e mais severa sua doen a De mesmo modo a transfer ncia para equipamentos de sa de de maior complexidade em Altamira com remo o feita frequentemente de avi o motivo de preocupa o neste caso porque se teme a morte advinda longe dos seus Nem sempre f cil a comunica o com os atendentes n o ind genas de sa de que frequentemente n o entendem as raz es xikrin
121. sangue dele de sua fam lia Eles apontam como necessidade de que esses jovens sejam formados e preparados para os impactos a continuidade dos estudos ampliando o estudo fundamental de 5a a 8a de modo a que eles n o tenham que ir cidade completar seus estudos Apontam tamb m a necessidade de melhor material did tico professores mais bem formados e uma escola que prepare os jovens para o mundo contempor neo equipada com computadores 6 5 13 13 Preocupa o com a garantia que os Programas ser o feitos Como se apontou acima os Xikrin querem ter garantia de ter garantias e seus direitos respeitados De fato para eles importante conhecer seu interlocutor e negociar diretamente u n o conhe o o cara que faz barragem Mas n s quer falar quando o pessoal chegar que tem que ser sem fim Aqui n o tem nada tem que ser sem fim N s quer falar com o pessoal que sem fim Bep Koro MRO Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 81 Eles est o cientes da probabilidade da constru o do empreendimento mas tamb m de seus direitos Demandam ent o programas e medidas compensat rias es v o fazer mas a gente tamb m tem que ser indenizado Lucas PTK 6 5 13 14 Expectativa com Compensa o Financeira Um dos impactos que j podem ser sentidos a expectativa de que a constru o e a opera o do empreendimento tenham por contrapartida uma indeniza o em fo
122. ser no caso da aldeia Pykayak em que n o haviam sido comunicados por falta de r dio e j tinham come ado a pubar a mandioca e por isso n o podiam interromper a produ o de farinha Neste caso acharam tempo antes e depois dos servi os come arem No Pat Kr os homens que estavam quebrando castanha retornaram para a reuni o e esperou se pela sua chegada para a realizarmos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 166 Durante as reuni es de apresenta o as mulheres participaram de modos diferentes a cada aldeia Em Mrotidjam e na aldeia do Bacaj mantiveram se do lado de fora do nga enquanto estavam sendo apresentados o empreendimento e os impactos mas se mantiveram distantes no momento em que os homens declaravam suas posi es Elas puderam ver melhor os mapas na aldeia do Bacaj em que a casa central menor e mais aberta de modo a que elas podem se aproximar mais isso pareceu aumentar seu interesse Na aldeia do Pat Kr as mulheres se mantiveram fisicamente mais distantes enquanto est vamos fazendo a apresenta o do empreendimento e dos seus impactos mas vieram manifestar sua opini o e registr la no gravador Essa foi a nica aldeia em que o fizeram e de modo espont neo Na realidade depois que uma primeira mulher falou outras foram encorajadas a falar Algumas ficaram reticentes mas em sua maioria se aproximaram para falar Em Pykayaka as mulheres es
123. sistema de mutir o desde a derrubada at a colheita Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N155 e no caso da mandioca at a elabora o da farinha catar lenha colher a mandioca pubar descascar prensar torrar Os homens desta aldeia s o grandes produtores de farinha comercializada na cidade de Altamira Contam com uma casa de farinha com tr s fornos duas prensas dois tanques de gua para pubar a mandioca um gerador e um caititu movido a g s de cozinha Esta atividade exercida por todos os homens em trabalho de mutir o Trabalham de forma rotativa ou seja todos para o dono do lote Y e quando toda a farinha deste dono estiver produzida passam a trabalhar para o dono do lote Z e assim sucessivamente Cada dono obt m de 10 a 12 sacas de farinha de 50 quilos vendida em Altamira pelo valor de 0 70 a 1 real o quilo S o 11 donos de lotes que coincide com o n mero de fam lias Contabiliza se 3 meses para produ o de farinha de todas as fam lias Eu tiro 10 sacos que d mais ou menos 500 00 reais gasto 200 00 em combust vel para comercializar em Altamira sobra s 300 00 para o gasto Segundo eles o com rcio da farinha n o vale o trabalho Est o pensando em desenvolver outras atividades mais rendosas tais como plantio de urucum e cacau O quilo do urucum vendido na cidade de Altamira por 4 reais e o do cacau por 6 reais Al m de considerarem
124. sobre essas necessidades b sicas em sa de e saneamento pode ser ainda maior O aumento de oferta de energia el trica na regi o poder acarretar em uma dinamiza o e altera o da economia local que poder afetar as comunidades da TITB A possibilidade de incremento na agropecu ria e no mercado regional de produtos florestais e cultivados poder o modificar a produ o ind gena voltada comercializa o A poss vel modifica o em sua inser o regional leva a um impacto nas suas formas tradicionais de organiza o do trabalho ocupa o e uso do solo e distribui o interna de recursos 6 6 3 1 2 Impactos associados a o de libera o do hidrograma de vaz o m nima para o Trecho de Vaz o Reduzida Foi Identificado para a a o de libera o do hidrograma de vaz o m nima para o Trecho de Vaz o Reduzida o impacto prim rio gerando sua rede de preced ncia a saber e Altera o da din mica de escoamento fluvial do Trecho de Vaz o Reduzida e Altera o da paisagem e Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 3 1 2 1 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como daqueles que s o dele derivados Altera o da din mica Risco de inadequa o das de escoamento fluvial embarca es atuais as novas do Trecho de Vaz o condi es de navega o no TVR Reduzida Indefini o
125. sub bacias hidrogr ficas de contribui o lateral nos trechos de forma o do reservat rio de vaz o reduzida no rio Xingu e as situadas jusante do canal de restitui o da futura usina totalizando cerca de 27 860 km2 para os meios F sico e Bi tico Para os meios Socioecon mico e Cultural a AII considerou o conjunto de 11 munic pios que integram a Regi o de Integra o Xingu Altamira Senador Jos Porf rio Anapu Vit ria do Xingu Pacaj Placas Porto de Moz Uruar Brasil Novo Gurup e Medicil ndia totalizando cerca de 269 650 km2 Em rela o TITB a AII estendeu se por um trecho de 140 km ao longo do rio Bacaj desde a sua foz onde os estudos apontaram para uma evidente ruptura do n vel de base do rio Bacaj ou seja montante desse ponto o rio Bacaj apresenta um n vel de base superior sem interfer ncia com o n vel do rio Xingu 6 1 3 2 3 rea de Abrang ncia Regional AAR Foi a rea objeto da caracteriza o macrorregional com o objetivo de situar no contexto regional os eventuais impactos cumulativos decorrentes de outros empreendimentos propostos para a regi o O diagn stico socioambiental da AAR foi elaborado com aux lio de dados secund rios e teve como rea de interesse a totalidade da bacia do rio Xingu cartografada na escala 1 1 000 000 para os meios F sico Bi tico Socioecon mico e Cultural totalizando 511 000 km2 contemplando integralmente a sub bacia do rio Bacaj 6 1
126. tem como objetivo a an lise do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrel trico Belo Monte EIA do AHE Belo Monte e suas complementa es elaborado pelo Cons rcio Eletrobr s Eletronorte Camargo Correa Andrade Gutierrez e Odebrecht essencialmente no que tange avalia o dos impactos socioambientais decorrentes do empreendimento sobre a Terra Indigena Trincheira Bacaj TITB 6 1 3 CARACTERIZA O Procurou se fazer uma breve caracteriza o do empreendimento hidrel trico e de que forma a sua implanta o e opera o poder afetar mesmo que de forma indireta cumulativa e ao longo do tempo a TITB Apresenta tamb m informa es gerais das reas de Influ ncia do Empreendimento bem como sobre a Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB 6 1 3 1 Caracteriza o do Empreendimento O AHE Belo Monte um empreendimento projetado para a regi o norte do Brasil no rio Xingu afluente pela margem direita do rio Amazonas no estado do Par Considerando se o conjunto barragem reservat rios tomada de gua e casa de for a o empreendimento ocupar terras dos munic pios de Vit ria do Xingu Altamira e Brasil Novo Localiza se na rea denominada de Volta Grande do rio Xingu entre os paralelos 03 00 e 03 40 S e os meridianos 051 30 e 052 30 W como mostra a figura 6 1 3 1 1 Legenda C Aim rea de influ ncia Direta E subesta o Reg es PA a Hidrogra
127. ter efeitos na popula o ind gena em suas rela es sociais j pr estabelecidas nesse munic pio 6 6 2 1 3 Impactos associados s a es de constru o da infraestrutura de apoio constru o de constru o das obras principais de libera o das reas para os reservat rios e de forma o dos reservat rios Foram identificados para as a es de constru o da infraestrutura de apoio constru o de constru o das obras principais de libera o das reas para os reservat rios e de forma o dos reservat rios os impactos prim rios gerando suas redes de preced ncia a saber e Melhoria da Transassurini e constru o de ramal at o canteiro da margem direita e Melhoria da acessibilidade decorrente das obras na Rodovia Transamaz nica no mbito das a es do PAC e Altera o da paisagem e Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural Sendo a altera o da paisagem e a intensifica o da perda de cobertura vegetal e de habitat natural impactos decorrentes das a es de constru o da infraestrutura de apoio constru o de constru o das obras principais de libera o das reas para os reservat rios de forma o dos reservat rios e libera o do hidrograma de vaz o m nima para o Trecho de Vaz o Reduzida optou se por descrever suas respectivas redes de preced ncia de impactos neste item e cit los sempre que for relevante A Rede de Preced ncia de
128. terras s o grandes e tem muita ca a Lutei muito por ela mas agora me entreguei Se vai construir barragem pode construir mas vou cobrar Tedjere Domingos MRO As mulheres ressaltam o tempo de ocupa o na terra e com isso apontam uma linha do tempo que come a no passado e aponta para o futuro essa a terra das minhas av s agora eu j tenho muitos netos o que eles v o comer Irenhym PTK Assim enfatizam que a integridade da terra que herdada por essa gera o deve tamb m ser o legado que elas deixam s pr ximas gera es A sa de da terra importante tamb m para criar filhos saud veis eu j tenho muitos filhos logo terei netos que crio com peixe e ca a se o rio secar como fa o De que me alimentarei o que beberei As gera es se sucedem e por elas deve se zelar sou uma mulher nova mas j tenho muitos netos muitos mais v o nascer Essa preocupa o das mulheres ressoa em muitas das falas Por exemplo Ngrei rere no P t Kr fala os kuben falam muito de fazer barragem Mas n o pensam Se o rio secar o que o jaboti vai comer O que n s vamos comer S batata E o rio vai matar todos os nossos filhos V o beber gua ruim e v o morrer Penso muito nisso Por isso n o gosto dessa barragem Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N475 Essa preocupa o n o se limita sobreviv ncia mas fala de algo maior da integridade das terras
129. tnicos que permitem atualmente que se forje um novo tipo de relacionamento entre as etnias ind genas da regi o com a colabora o entre eles o debate sobre a situa o de cada um e iniciativas como o recente torneio de futebol 6 5 10 OS SERVI OS SITUA O ATUAL 6 5 10 1 FUNAI A FUNAI de Altamira tem o status de Administra o Regional sob a gest o de Benigno Pessoa Marques Nele se encontram os servi os jur dico de documenta o pessoal e de aposentadoria j que em cada aldeia h pessoas que recebem aposentadoria como trabalhador rural que administrada por uma funcion ria da Funai que faz a documenta o necess ria e repassa os rendimentos S o ao todo 28 aposentados nas 4 aldeias da TI Trincheira Bacaj 20 na aldeia do Bacaj 2 em Mrotidjam 3 em Pat Kr e 3 em Pykayak dos quais apenas uma administra sua pr pria renda sendo considerada capaz pela funcion ria respons vel por isso L tamb m h um setor de educa o que ficou restrito desde a passagem da educa o escolar ao Minist rio e s Secretarias de educa o a um apoio log stico A FUNAI mant m a Casa do ndio onde os ndios que est o na cidade ficam hospedados em um edif cio no cais do porto em que alguns quartos separados por etnia podem ser ocupados com o uso de redes ou colch es pr prios dispostas em fila nas extremidades do terreno e no qual h um forno de lenha uma edifica o central aberta em formato de oca e cobert
130. todas as esta es do ano as classes encontradas foram Bacillariophyceae entre 50 e 90 com predom nio de Aulacoseira sp Chlorophyceae Cyanophyceae Dynophyceae Zygnematophyceae Euglenophyceae e Crysophyceae na Cheia foram tamb m amostradas Xantophyceae e Cryptophyceae O n o predom nio de g neros da classe Cyanophyceae sugere que os ambientes n o s o eutr ficos Os valores da abund ncia e diversidade foram menores na Enchente crescendo a partir desta no per odo de Seca foram observados altos valores da abund ncia e da diversidade Durante o per odo de Enchente e Cheia a rea II apresentou a maior densidade de organismos nos per odos de Vazante e Seca em geral o trecho da calha do rio Xingu apresentou maiores densidades do que nos outros trechos O rio Bacaj apresentou a 32 maior densidade na Enchente e o maior valor de riqueza de esp cies na Vazante 6 3 1 10 Vegeta o Aqu tica As macr fitas aqu ticas foram amostradas nas esta es de Seca Enchente Cheia e Vazante em 28 pontos amostrais sendo 15 na Area I tr s nas proximidades do rio Iriri um montante de Altamira oito no entorno de Altamira tr s nas proximidades do barramento principal oito na rea II cinco montante do rio Bacaj um no rio Bacaj um no canal de deriva o e um montante de Belo Monte e cinco na rea III um jusante de Belo Monte tr s nas proximidades de Vit ria do Xingu e um nas proximidades de Senador P
131. transcorrido a partir da entrada em opera o da primeira unidade geradora da Casa de For a Principal Tabela 6 6 1 Etapas e Fases do AHE Belo Monte Etapas Planejamento Constru o Opera o Desenvolvimento Instala o da Instala o Libera o Forma o Opera o de Estudos de Infraestrutura das Obras das Areas dos Comercial Fases Engenharia e Meio de Apoio Principais para os Reservat rios das Unidades Ambiente Constru o Reservat rios Geradoras de Energia 6 6 1 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE PLANEJAMENTO 6 6 1 1 Impactos associados Fase de Desenvolvimento de Estudos de Engenharia e Meio Ambiente 6 6 1 1 1 Impactos associados s a es de divulga o do empreendimento altera es diversas ao projeto inicial falta de comunica o e de informa es desencontradas por diferentes atores sobre o empreendimento e da magnitude do empreendimento e sua rea de influ ncia Foram identificados para as a es de divulga o do empreendimento de altera es diversas ao projeto inicial da falta de comunica o e de informa es desencontradas por diferentes atores sobre o empreendimento e da magnitude do empreendimento e sua rea de influ ncia os impactos prim rios gerando suas redes de preced ncia a saber e Gera o de expectativas e preocupa es com rela o ao empreendimento e Falta de entendimento sobre quem o empreendedor respons vel e Falta de estudo
132. trecho da Volta Grande e interven es do empreendimento Figura 6 2 1 3 Vista a rea do Trecho de Vaz o Reduzida no per odo de estiagem com o canal preferencial de escoamento em primeiro e ltimo planos Figura 6 2 1 4 Vista a rea do rio Bacaj principal afluente do rio Xingu no Trecho de Vaz o Reduzida Figura 6 2 2 1 Histogramas de Precipita es M nima M dia e M xima Mensal no Posto Altamira Figura 6 2 2 2 Hidrograma de Vaz es de Anos Hidrol gicos Caracter sticos 1931 2000 Figura 6 2 2 3 Perman ncia das Vaz es M dias Mensais Afluentes 1931 2001 Figura 6 2 3 1 Perfil do Rio Xingu no trecho de vaz o reduzida Figura 6 2 4 1 Localiza o das se es topobatim tricas ao longo do Trecho de Vaz o Reduzida Figura 6 2 5 1 Unidades de Relevo e Tipos de Terrenos Figura 6 2 6 2 1 Sazonalidade das vaz es m ximas m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj Figura 6 2 6 2 2 Sazonalidade das vaz es m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj Figura 6 2 6 2 3 Sazonalidade das vaz es m nimas m dias mensais dos rios Xingu e Bacaj Figura 6 2 6 2 4 Vaz es no Xingu x Bacaj Figura 6 2 6 3 1 Cen rios para a modelagem de remanso no rio Bacaj Figura 6 2 6 4 1 Sub bacias do rio Bacaj Figura 6 2 6 4 2 Localiza o dos postos fluviom tricos e outros pontos de interesse Figura 6 2 6 4 3 Sazonalidade das vaz es m dias mensais Posto Altamira Figura 6 2 6 4 4 Sazonalidade das vaz es m dia
133. um jusante de Belo Monte tr s nas proximidades de Vit ria do Xingu e um nas proximidades de Senador Porf rio 6 3 1 9 1 Ictiopl ncton As densidades m dias obtidas foram consideradas baixas variando entre 0 2 abril e 6 5 larvas 100 m3 fevereiro Os indiv duos capturados foram principalmente da Ordem Characiformes sendo a Fam lia Characidae a mais representada em n mero de taxa e de indiv duos com maior ocorr ncia de Hemigrammus spp e Hyphessobricon spp nesta ordem foi tamb m encontrada a fam lia Anostomidae representada por Leporinus friderici Dentro da ordem Cyprinodontiformes foram encontrados numerosos indiv duos de Micropoecilia parae Poecilidae Os Perciformes apresentaram raros indiv duos da fam lia Cychilidae principalmente Apistograma spp Os Siluriformes foram representados por Corydoras spp A distribui o das larvas entre setores do rio indica que mais de 50 das larvas se encontraram na Area III no m s de fevereiro seguida pela Area I e Area II Os tribut rios e setor do Iriri contribu ram com menos de 5 da abund ncia total Em abril a maioria das larvas capturadas possu a saco vitel nico fator indicativo de uma desova ocorrida recentemente Os resultados parecem indicar uma migra o das larvas do rio para a floresta inundada medida que os indiv duos crescem A queda de densidade da popula o larval entre fevereiro e abril acompanhada por uma diminui o em abund ncia das la
134. 0m s Quingu 2500 m s Quingu 4000 m is Quingu 7851 m s Quingu 23414 m s FANDO Qungus 200m Quagus OlUmis Qungus TBStmiis Qungus 23614 mis A B A Cen rio 1 mar o Vaz o de 1 465 m3 s B Cen rio 2 abril Vaz o de 840 m3 s C Cen rio 3 maio Vaz o de 40 m3 s Figura 6 2 6 3 1 Cen rios para a modelagem de remanso no rio Bacaj adaptado de LEME 2008 Pelo que se pode depreender dos dados apresentados que com o in cio da opera o do empreendimento instaurando a deriva o da vaz o nesse trecho do rio Xingu a inunda o das plan cies aluviais e do canal do rio Bacaj ser afetada pois o rio Bacaj depende das cheias anuais do rio Xingu para a reprodu o de seus processos ecol gicos no trecho de influ ncia identificado nos estudos Com a libera o do hidrograma ecol gico as cheias do rio Xingu v o diminuir drasticamente comprometendo o curso do Baixo Bacaj justamente um dos locais de maior biodiversidade relativa na rea de estudo Nesse contexto faz se necess rio estudos complementares a fim de se conhecer a real interfer ncia do novo ciclo de vaz es regularizadas do rio Xingu sobre o rio Bacaj Da mesma forma esses novos estudos devem considerar os per odos completos de Seca e Cheia simulando as vaz es decorrentes da libera o do hidrograma ecol gico e suas varia es propostas para se perceber a ma
135. 11 na rea III cinco nas proximidades de Belo Monte e seis nas proximidades de Vit ria do Xingu nos per odos de Seca Enchente e Cheia Coletas de insetos terrestres foram feitas em seis pontos amostrais sendo cinco na rea I pr ximos ao barramento principal Setor II e um na rea II nas proximidades do rio Bacaj com armadilhas Coletas noturnas de insetos hemat fagos alados foram realizadas nas proximidades de comunidades e em reas de mata na rea I proximidades de Itapuama Ilha Grande Setor I e de Altamira Setor II na rea II proximidades do barramento principal e na rea III proximidades de Belo Monte Anapu Vit ria do Xingu e Senador Porf rio com armadilhas de luz atra o humana membro inferior descoberto e coletas em corpos h dricos para formas imaturas nos per odos de Seca Enchente e Cheia Foram coletadas 85 esp cies de besouros gorgulhos sendo tamb m registradas outras fam lias de besouros como Nitidulidae Colydiidae Staphylinidae Chrysomelidae Histeridae Scarabaeidae e Elateridae e outras ordens de insetos como Hymenoptera Heteroptera Dermaptera e Diptera Os besouros Curculionidae e Nitidulidae foram os mais abundantes e mais frequentes ocorrendo em 100 e 80 das amostras respectivamente A esp cie mais abundante foi Ce letes sp 6 seguida por Phytotribus sp 16 Terires sp 7 e Terires minusculus De maneira geral a rea do Estudo Socioambiental da Terra Ind gen
136. 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par Conforme Tabela 6 4 3 3 3 e Figura 6 4 3 3 2 todos os munic pios analisados neste estudo apresentam valores proporcionais de bitos infantis acima da m dia do Estado do Par com exce o de S o F lix do Xingu no ano de 2002 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte u14 Apesar de n o ser poss vel identificar a causa dos bitos enquanto alguns munic pios mant m est veis os valores proporcionais de bitos infantis o munic pio de Anapu se destaca apresentando uma taxa crescente superior aos demais Tabela 6 4 3 3 3 Porcentagem de bitos infantis em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par de bitos de bitos infantis de bitos infantis no total de no total de bitos infantis no total de bitos em 2002 em 2004 bitos em 2006 Altamira 17 5 14 7 12 3 Anapu 15 6 25 4 28 4 Pacaj 17 7 13 3 17 3 S o F lix do Xingu 12 7 13 7 13 2 Estado do Par 12 9 12 3 11 1 Fonte Minist rio da Sa de Datasus Caderno de Informa es de Sa de dados de dezembro de 2007 de bitos infantis no total de bitos 30 25 20 15 10 2002 2004 2006 Altamira Estado do Par Anapu Pacaj S o F lix do Xingu Figura 6 4 3 3 2 Porcentagem de bitos infantis em 2002 2004 e 2006 nos munic pios
137. 3 62 vest gios km Nenhum vest gio de ariranha foi observado No rio Bacaj foram observadas fezes de lontra e restos de alimenta o carapa a de uma aperema Rhinoclemmys punctularia no pedral Nenhum vest gio de ariranha foi observado Na rea III pr ximo da cachoeira limite com a rea II verificou se grande quantidade de vest gios de lontras fezes pegadas e restos de caranguejos nos pedrais Em muitas praias do rio Xingu ao longo dessa rea as fezes de lontra observadas estavam depositadas numa rea de cerca de 10 m da areia da praia h uma dist ncia que variou de 4 85 a 22 70 m da linha da gua Segundo os moradores locais pr ximo cidade de Belo Monte as ariranhas tamb m s o observadas o ano inteiro com maior frequ ncia na Seca enquanto que na Cheia elas v o para os po os localizados na regi o da Volta Grande Segundo os moradores as ariranhas fazem as tocas nas margens pr ximas s cachoeiras mas elas tamb m utilizam as pedras como abrigo Na regi o de Vit ria do Xingu e na comunidade Vila Nova as ariranhas s o vistas principalmente no inverno especialmente nos igap s e igarap s De acordo com os moradores elas constroem suas tocas no mesmo local onde existe cria o de gado Na regi o de Senador Jos Porf rio os moradores relataram que a mar exerce grande influ ncia na movimenta o desses animais com a entrada deles nos igarap s atr s de alimento quando a mar enche Segundos
138. 365 EIA G90 001a p 402 454 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 4 4 Crocodilianos do M dio Rio Xingu Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 456 470 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 4 5 Mam feros Aqu ticos Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 473 506 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulos 1 a 4 Apresenta o do Empreendimento Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 9 424 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT LEME ENGENHARIA LTDA 2009 Cap tulo 7 8 3 6 Comunidades Bi ticas do Rio Xingu e Tribut rios Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 114 159 POZZI NETO D GIANNINI R TALASKA A NOGUEIRA J NIOR O H STERN A G amp CHAGAS L G Exec 2006 Carta de Sensibilidade Ambiental para Derramamento de Oleo Base de Belo Monte BAMON Vit ria do Xingu PA ALPINA BRIGGS S o Paulo SP 121p RADAM BRASIL 1974 Levantamento de Recursos Naturais Folha SB 22 Araguaia e parte da folha SC 22 Tocantins Rio de Janeiro RJ v 4
139. 5 00 Z 20 00 7 15 00 7 10 00 s a z Altamira Anapu Pacaj S o F lix do Xingu m1991 m2000 Figura 6 4 3 3 4 ndice de analfabetismo na popula o de 15 ou mais anos dos munic pios em estudo nos anos de 1991 e 2000 Outro dado que desperta a aten o tendo em vista a proximidade e as rela es estabelecidas pelos ndios com os n cleos urbanos e rurais dos munic pios do entorno da TI Trincheira Bacaj e de Altamira a quest o da seguran a O EIA do AHE Belo Monte alerta para a falta de efetivo policial na regi o de estudo Segundo informa es nele contidas tanto a estrutura de seguran a p blica como a organiza o do sistema de execu o penal j s o deficientes Somado a isto a demanda para atender as necessidades de seguran a referentes ao incremento populacional estimado na implanta o do empreendimento revela a necessidade de investimentos nesse setor Dentro do contexto aqui diagnosticado se n o contempladas de forma preventiva analisando como e quando os rg os p blicos e os respons veis pelo empreendimento AHE Belo Monte dar o tratamento adequado a essas quest es elas poder o ser a origem de impactos socioambientais e econ micos irrevers veis de grandes propor es e de forte press o social na regi o e principalmente sobre a comunidade ind gena e a TITB tendo em vista a vulnerabilidade e as rela es que esta comunidade ind gena tem com as cidades do entorno p
140. 6 5 6 Oxig nio Dissolvido asacaiscaciasisssdadocancadausa Gi aaDisardiiasdlalhodsss dunas dindcucdssasidds 49 6 2 6 5 7 Potencial de xi redu o s ssssusunsunnununnunnunnnnunnnnnnnunnnnunnunnnnnnnnnnunnnnnnnn nnn 50 6 2 6 5 8 Nitrog nio Total e F sforo Total sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 50 6 2 6 5 9 Carbono Inorg nico Dissolvido sssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 50 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico 6 2 6 5 10 Material em Suspens o sacas esicassseaesinaceniiasieisandocicanaitasaasneEaa sd niRaa die 50 6 2 6 5 11 Demanda Bioqu mica de Oxig niO ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 50 6 2 6 5 12 Coliformes FECAIS asseio credor ea eins nada 50 6 2 6 5 13 Metais na gua Superficial setas sssessasaseneanasoreseae same naeasasnenasannsa 50 6 2 6 5 14 An lise dos ResultadoS ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 50 6 2 7 PROPOSI O DO HIDROGRAMA ECOLOL GICO sssastaasassssasase seas seara 51 6 2 7 1 Cen rio Ambiental Esperado com o Hidrograma Ecol gico 56 6 2 8 AVALIA O DOS POSS VEIS IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A TERRA INDIGENA TRINCHEIRA BACAJA suussseesseeeeassseeossescoseeneassesooeeraaseecosarecantenanaaa 56 6 2 8 1 Impactos no Meio F SICO sassnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
141. A MINERA O NAQUE LTDA MINERA O OURONORTE LTDA MINERA O RIO ITAJAI S A MINERA O SANTAR M LTDA MINERA O SILVANA IND STRIA E COM RCIO LTDA MINERA O TABULEIRO LTDA MINERA O VALE DAS ANDORINHAS LTDA MINERA O VALE DOS REIS LTDA NESTOR JOS SCALABRIN SOLO E TETO CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA NOTA Autoriza o para pesquisa e requerimento e concess o de lavra Requerimento para pesquisa Fonte DNPM Estes dados apontam para uma vulnerabilidade da TITB quanto s poss veis atividades garimpeiras no seu entorno ou em seu interior Destaca se que com a redu o da vaz o no Trecho de Vaz o Reduzida previsto um poss vel aumento das atividades garimpeiras na regi o da Volta Grande do rio Xingu facilitando a entrada de garimpeiros nesta TI Cabe lembrar que dentro da TITB pr ximo ao limite leste existe uma rea de explora o de ouro denominada garimpo Manel o 6 4 3 VULNERABILIDADE TERRITORIAL O PAC Par possui a es em todos os tr s eixos do PAC Federal Log stica Energia Social e Urbano As a es integradas relativas aos Eixos da Log stica e da Energia do PAC Par diretamente relacionadas com a Area de Influ ncia do AHE Belo Monte s o e BR 163 PA Pavimenta o Divisa PA MT Santar m Acesso a Miritituba BR 230 PA e BR 230 PA Constru o Pavimenta o Marab Altamira e Linha de Transmiss o Interliga o
142. A x A E q io Figura 6 incheira Bacaj Para facilitar os trabalhos relativos ao meio f sico o EIA separou o trecho do M dio Xingu em quatro setores segundo suas caracter sticas fisiogr ficas e pelo grau de interven o antr pica decorrentes da implementa o do empreendimento Desta forma foram definidos os quatro espa os qualificados para an lise ambiental a saber Figura 6 2 1 2 Da Ft TE T nestutui o da vaz o OTAR Mu dei SA SA Peas e For ER au E o RE Ca i Legenda L mina d gua presente no T V R Limite da calha do rio Xingu no T V R observ vel na imagens de sat lite para para a vaz o considerada vaz o de 8 165 m3 s rea de 622 km2 A Rede de drenagem Extens o do T V R medido na Q parte central da sua calha N Cerca de 100 km EI Reservat rio do AHE Belo Monte Caminho preferencial de escoamento 0 e ou de navega o do rio Xingu na vaz o de 680 m3 s 0 Extens o aproximada de 143 km sendo 130 km at a Cachoeira Grande Figura 6 2 1 2 Compartimenta o do rio Xingu no trecho da Volta Grande e interven es do empreendimento adaptado de LEME 2008 a Reservat rio do Xingu compreendido na calha principal do rio Xingu com a incorpora o de pequenas reas laterais de inunda o e da maioria de ilhas e pedrais posicionados no leito entre a Ilha Grande e o S tio Pimental Re ne todas as estruturas e infra estrutura de constru o
143. A RIMA do Projeto AHE Belo Monte u2 facilidade de acesso regi o de inser o do empreendimento pela Rodovia Transamaz nica que passa em Altamira e pela BR 163 aumentam o fluxo migrat rio para este munic pio prov vel que haja uma intensifica o do movimento migrat rio entre os munic pios vizinhos sendo que a sua ocorr ncia provocar altera es na estrutura e caracter sticas da sociedade local sem que eles estejam adequadamente preparados para estas transforma es Um dos problemas detectado diz respeito a j prec ria condi o de sa de na regi o A mal ria e a leishmaniose tegumentar s o hoje as principais endemias na Area de Influ ncia Indireta Os munic pios de Anapu Pacaj e Altamira concentram 80 dos casos de mal ria sendo a maioria destas ocorr ncias relacionada aos projetos de assentamento implantados pelo INCRA A leishmaniose visceral e a esquistossomose que est o em processo de dissemina o no Estado paraense podem ser introduzidas com a implanta o do empreendimento Tamb m se constitui um s rio problema de sa de p blica na regi o o aumento da dissemina o de doen as infecto contagiosas tuberculose hansen ase hepatites virais infec es e parasitas intestinais e doen as sexualmente transmiss veis Vale ressaltar conforme exposto no EIA RIMA do AHE Belo Monte em termos de servi o de sa de que a modalidade de Aten o B sica Sa de est muito pouco estrutura
144. AHE Belo Monte M2t popula o para se ter uma id ia havia em meados da d cada de 1990 apenas 5 rapazes alfabetizados Eles haviam aprendido a escrever ou na escola da TI Catet tamb m Xikrin e em um curso oferecido pelos mission rios em um s tio que eles mant m no munic pio de S o Felix do Xingu PA relativamente pr ximo da aldeia Esses mission rios s o ligados ao Summer Institute of Linguistics conhecida atualmente por Sociedade Internacional de Ling stica SIL institui o mission ria evang lica que atua em v rios lugares no Brasil traduzindo a B blia para as l nguas ind genas e alfabetizando os ndios formando leitores O curso era voltado a ndios Kayap de diversas terras e foi por um tempo um recurso para se alfabetizar Atualmente muitos dos jovens sabem ler e escrever com relativa compet ncia tendo podido aprender nas escolas em suas aldeias Nas aldeias Pat Kr e Pykayak a experi ncia escolar diversificada Parte da popula o biling e o que torna a falta de ensino biling e menos problem tica e a alfabetiza o em portugu s menos dif cil O tr nsito entre aldeias fez com que grande parte da popula o frequentasse escolas fora da TI nas aldeias Ba u Pukanu e Kendjam e em cidades como Altamira Assim puderam ser alfabetizados em portugu s ou com experi ncias escolares biling es de outras TI 6 5 4 A ESCOLA E A APRENDIZAGEM Os Xikrin do Bacaj valorizam muito a educa o
145. AI Processo FUNAI N 08620 2339 2000 DV no mbito do Processo de Licenciamento Ambiental junto ao IBAMA apontou a necessidade de estudos que abordassem os impactos Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB subsidiando assim a manifesta o da Funda o Nacional do ndio FUNAI ao rg o Licenciador Por se situar relativamente distante da rea de interven o direta do empreendimento a TITB somente foi contemplada em sua totalidade dentro dos estudos de rea de Abrang ncia Regional AAR resultando em estudos integrados a partir de dados secund rios para toda a bacia do rio Xingu na escala 1 1 000 000 O EIA do AHE Belo Monte no mbito da delimita o da rea de Influ ncia Indireta AII n o contemplou a totalidade da bacia do rio Bacaj a qual por ser muito extensa possui seu n vel de base controlado pelo rio Xingu at uma extens o de aproximadamente 140 km Dessa forma a AII recobriu 19 da TI n o considerando integralmente a presen a da TITB valendo se de crit rios geoambientais como a soleira no m dio curso do rio Bacaj que marca uma ruptura no n vel de base da bacia para a demarca o de seus limites Em rela o rea de Influ ncia Direta AID os estudos iniciais de remanso no rio Bacaj indicaram uma influ ncia do rio Xingu at uma extens o aproximada de 40 km medidos a partir da sua foz Este local coincide com uma regi o de serras onde a calha do rio Bacaj apresen
146. As Metas F sicas e as Diretrizes para implanta o deste programa dever o ser amplamente discutidas e acordadas entre a Funda o Nacional de Sa de FUNASA a FUNAI conveniados e colaboradores da FUNASA os Conselhos Locais e Distritais de Sa de e a comunidades ind genas da TITB PROGRAMA DE EDUCA O Objetivos O programa de Educa o deve contribuir para a implanta o de um sistema de educa o formal e informal que atenda s aspira es das comunidades ind genas que valorize sua cultura sua l ngua e seus processos pr prios de ensino e aprendizagem e que os prepare para a conviv ncia harmoniosa com a sociedade nacional de modo a torn los aptos a gerenciar as transforma es ambientais econ micas e sociais decorrentes da implanta o do AHE Belo Monte 6 7 4 2 Diretrizes Contribuir para a capacita o e treinamento dos profissionais envolvidos com as atividades educacionais atrav s de cursos semin rios oficinas e outras formas de treinamento Promover modalidades educativas que abordem no es b sicas de sa de saneamento e educa o ambiental Incentivar a produ o de material did tico espec fico para a comunidade ind gena atrav s da participa o direta dos estudantes ind genas e da comunidade Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 220 e Incentivar a viabiliza o do Ensino Fundamental em segundo n vel de 5a a 82
147. Bacaj assim como de outros afluentes sofrer o diminui o do efeito de remanso do rio Xingu em vaz es menores que as naturais A redu o da vaz o do rio Xingu poder representar o fim do alagamento peri dico de parte das florestas inund veis nas margens do rio Bacaj desta forma abre se a possibilidade destas forma es vegetais serem invadidas por esp cies menos tolerantes ao alagamento Este processo poder levar a m dio e longo prazos descaracteriza o flor stica redu o da rea ocupada e at mesmo ao desaparecimento das forma es vegetais alag veis no trecho afetado No invent rio flor stico apresentado no EIA 43 esp cies vegetais foram encontradas apenas nas matas de v rzea a qual forma ambientes prop cios para reprodu o e alimenta o de v rias esp cies de peixes quel nios e outros organismos aqu ticos e terrestres que s o dependentes destes ambientes No entanto em outras 64 esp cies inventariadas 32 foi registrado apenas um indiv duo por hectare O alto grau de raridade observado uma caracter stica natural das florestas ombr filas Dados de campo indicam o uso frequente dessas esp cies raras no dia a dia das comunidades ind genas Considerando que as esp cies est o adaptadas a um sincronismo de Cheia e Vazante e que algumas delas ocorrem em baixa densidade tais impactos poder o concorrer para o desaparecimento destas esp cies nestes igarap s como por exemplo o a ac
148. Curto O abastecimento de gua feito por po o escavado o que no relato deles se deu por op o pr pria e pela presen a de um cavador de po os Z Canhera irm o de Dona Osvaldina e cunhado de Tucum A caixa d gua tem 5 litros e a gua n o tratada automaticamente sendo distribu do hipoclorito de s dio para tratamento nas resid ncias A rede abastece todas asa casas N o h tamb m tratamento do lixo O Agente Ind gena de Saneamento AISAN tem por fun o manter o sistema de gua em funcionamento o liga e desliga concerta a rede e deve cuidar de atividades educativas em sa de No DSEI fomos informadas que foi realizado o levantamento de dados das casas e que se prepara um projeto de programa de gua completo para execu o em 2010 Para isso Tucum disponibilizaria a m o de obra e o material Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N153 N o h fossas secas e h apenas um chuveiro ao lado da casa de Tucum utilizado pela comunidade A ilumina o feita com gerador a leo e a rede chega a todas as casas e farm cia As fontes de recursos financeiros v m de 3 aposentadorias a do casal Bep Mojp e esposa e a de Dona Osvaldina esposa de Tucum que embora tenha se aposentado contando com a Funai para preparar e encaminhar a documenta o a nica a n o ter seu recurso administrado pela Funai e o gerir diretamente da remunera o d
149. Dispon vel em http mapas mec gov br MINIST RIO DA SA DE DataSus Caderno de Informa es de Sa de Dispon vel em http tabnet datasus gov br tabdata cadernos pa htm PRODES Taxa de Desmatamento por Munic pio Dispon vel em http www dpi inpe br prodesdigital prodesmunicipal php PROGRAMAS DAS NA ES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil Dispon vel em http www pnud org br atlas LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Avalia o do Impactos 7h Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte vol 23 e vol 24 ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Planos Programas e Projetos Ambientais 7 7 Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte vol 25 ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Diagn stico Socioecon mico e Cultural da AAR Zn Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte vol 06 ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Diagn stico Socioecon mico e Cultural da AII Zm Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte vol 09 ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a 6 10 ANEXOS PRODU O CARTOGR FICA 6 10 1 INTRODU O No mbito do presente estudo foram produzidos alguns produtos cartogr ficos que subsidiaram
150. E Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORR A ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 568 597 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 6 Herpetofauna Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 611 633 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 7 Avifauna Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 653 700 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 8 Mam feros de M dio e Grande Porte In Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBR S CAMARGO CORR A ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 752 874 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 236 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 4 1 Ictiofauna e Pesca Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 15 297 anexos LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 4 2 Ictiopl ncton Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBR S CAMARGO CORR A ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 381 395 anexos LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 4 3 Quel nios Aqu ticos Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBR S CAMARGO CORR A ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6
151. ESTUDO SOCIOAMBIENTAL DA TERRA INDIGENA TRINCHEIRA BACAJA TITB ETA RIMA DO PROJETO AHE BELO MONTE NDICE 6 APRESENTA O ss Sr nannan 12 Gl HIST RICO saias oie Rap anaa anai aa aa Aaaa Naaa Raa Aaaa iana 14 6 1 2 METODOLOGIA ssssssssssssesssessascesaseasaaecasacenasanoneoaeaanaseaeoacacenaeaseneaasaanaaaaa 15 6 1 3 CARACTERIZA O jcuisisiaanacasiadiaaida dns do anann nana 16 6 1 3 1 Caracteriza o do Empreendimento ss ssssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 16 6 1 3 2 reas de Influ ncia do Empreendimento ssssssssussusnnnnnnnnunnunnnnnnnnnnunnnnan 17 6 1 3 2 1 rea de Influ ncia Direta AID e rea Diretamente Afetada ADA 19 6 1 3 2 2 rea de Influ ncia Indireta AIL sssssastesesassasasasssseresessenesassanasesans 20 6 1 3 2 3 rea de Abrang ncia Regional AAR sassatiesasstassssesseasseresassanemasans 20 6 1 3 3 A Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB sssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 20 6 2 MEIO F SICO uai aires toa e a S 23 6 2 1 COMPARTIMENTA O DO RIO XINGU sssssssssssssssseseseesascenenasenecanaseaseaea 23 6 2 2 DISPONIBILIDADE H DRICA DA BACIA DO RIO XINGU sssnssensansaes 27 6 2 3 CARACTER STICAS F SICAS E HIDROL GICAS DO TRECHO DE VAZ O REDUZIDA TVR NO RIO XINGU ssssissssssessesesassaecasasesasaeoaeosenacasenecsaeeaasaneaaaaa 30 6 2 4 SE ES TOPOBATIM TRICAS NO TRECHO DE VAZ O REDUZIDA 31
152. F SICAS E HIDROL GICAS DO TRECHO DE VAZAO REDUZIDA TVR NO RIO XINGU O TVR o compartimento do rio Xingu diretamente relacionado com a bacia hidrogr fica do rio Bacaj e onde se localiza a TITB A rea de drenagem desse trecho de 31 717 km em uma extens o de 100 km com um desn vel de 84 0 m Figura 6 2 3 1 Os principais afluentes ao rio Xingu neste trecho s o os rios Itat Bacaja e Bacaj pela margem direita O rio Bacaj o mais importante deles com rea de drenagem de 23 070 km2 Sua conflu ncia com o rio Xingu situa se 47 km jusante do eixo da barragem no S tio Pimental Pela margem direita ocorrem os principais afluentes contudo com exce o do rio Bacaj os demais cursos d gua s o pouco desenvolvidos e contribuem muito pouco com o d bito fluvial do rio Xingu principalmente no per odo de estiagem Pela margem esquerda existem pequenos c rregos igarap s com contribui o quase inexpressiva O perfil do rio Xingu no referido trecho apresenta declividades m dias de 0 248 m km desde a barragem principal at 16 km jusante da foz do rio Bacaj Posteriormente as declividades m dias aumentam passando para 1 276 m km Figura 6 2 3 1 Essas diferen as de declividade imp em condi es de velocidades de escoamento diferentes modificando entre os dois ambientes as condi es hidrodin micas e fisiogr ficas al m dos usos da gua nesses dois trechos No trecho de menor decli
153. I BR 153 Interconex o com a BR 230 na altura de Marab BR 158 Interliga Reden o com Santana do Araguaia BR 163 Interconex o com a BR 230 na altura de Rur polis BR 222 Interliga o da BR 230 com a BR 010 na altura de Marab BR 422 Interconex o com a BR 230 na altura de Novo Repartimento PA 150 Interligam a BR 230 e BR 222 na altura de Marab e com a BR 158 na altura de Reden o PA 263 Interliga a PA 150 BR 422 na altura de Tucuru Analisando a qualidade da malha rodovi ria dos quadros acima verifica se que a sua capacidade de suporte para atender ao prov vel aumento de fluxo para transporte de mercadorias insumos e pessoas em fun o das obras de constru o do AHE Belo Monte m nima O que nos leva a supor que existe uma demanda e necessidade imediata para se asfaltar a BR 230 eixo rodovi rio pr ximo da TI Trincheira Bacaj incrementando os travess es e potencializando o avan o da frente de desflorestamento hoje j existente na faixa entre esta rodovia e o limite leste e sul da referida TI J existe uma grande quantidade de estradas como a Trans Iriri Uruar Altamira a Transtutu Uruar Santar m e a Transassurini que est o inclu das no PPA 2008 2011 do Estado do Par como estradas a serem oficializadas no mbito estadual A Trans Iriri e a Transtutu partem da Rodovia Transamaz nica na altura da cidade de Uruar A primeira segue na dire o sul atravessa a Terra Ind gena Cachoeira Seca e
154. Lewis 1979 op cit TURNER TERENCE 1979b Kinship household and community structure among the Kayap Zn Maybury Lewis 1979 op cit TURNER TERENCE 1988 History myth and social consciousness among the Kayap of Central Brazil Zm Jonathan Hill org Rethinking history and myth Indigenous South American perspectives on the past Urbana Chicago University of Illinois Press TURNER TERENCE 1991a Da cosmologia hist ria resist ncia adapta o e consci ncia social entre os Kayap Cadernos de Campo TURNER TERENCE 1991b Baridiumoko em Altamira Im Povos Ind genas no Brasil 1987 85 89 90 CEDI TURNER TERENCE 1992 Os Mebengokre Kayap hist ria e mudan a social de comunidades aut nomas para a coexist ncia inter tnica 7 Manuela Carneiro da Cunha org Hist ria dos ndios no Brasil S o Paulo FAPESP SMC Companhia das Letras TURNER TERENCE 1993 De cosmologia a Hist ria resist ncia adapta o e consci ncia social entre os Kayap 1n E Viveiros de Castro amp M Carneiro da Cunha orgs Amaz nia etnologia e hist ria indigena S o Paulo NHII USP Fapesp VERSWUVER GUSTAAF 1992 The Club Fighters of the Amazon Warfare among the Kayapo Indians of Central Brazil Gent VERSWUVER GUSTAAF 2000 Verbete Kayap Dispon vel em http pib socioambiental org pt povo kayapo VIDAL LUX 1976 As categorias de idade como sistema de classifica o e controle demogr fico d
155. Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez I 1 100 1 600 2 500 4000 1 800 1 200 1 000 900 750 700 800 900 II 1 100 1 600 4 000 8 000 4 000 2 000 1 200 900 750 700 800 900 Sobre o ensaio acima segundo a explica o apresentada no EIA as vaz es liberadas n o ser o constantes e dever o obedecer uma varia o sazonal acompanhando a varia o natural do rio Xingu O Hidrograma I o hidrograma m nimo a ser liberado e tem como vaz o m dia mensal m nima 700 m s e uma vaz o m xima de 4 000 m s Desta forma uma vez praticado tal hidrograma no ano seguinte a vaz o m dia mensal deve atingir 8 000 m s em pelo menos um m s obedecendo a forma do Hidrograma II ou pelo menos o volume anual desse Por fim a figura 6 2 7 1 apresenta o Hidrograma Ecol gico que engloba os hidrogramas I e II em compara o com aquele proposto nos estudos de viabilidade 9 000 8 000 7 000 6 000 5 0UV 4 000 3 000 2 000 1 000 nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out HIDRUGRAMA d idrograma proposta viabilidade Figura 6 2 7 1 Hidrograma ecol gico proposto versus hidrograma considerado nos estudos de viabilidade fonte LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 6 2 7 1 Cen rio Ambiental Esperado com o Hidrograma Ecol gico A instaura o do hidrograma ecol gico na forma como proposta pelo EIA dever implicar em e Inunda o
156. Monitoramento Hidrossedimentol gico Estender o Projeto de Monitoramento Hidrossedimentol gico para o rio Bacaj a fim de se monitorar as eventuais altera es no transporte e produ o de sedimentos na bacia ao longo do tempo Projeto de Monitoramento de N veis e Vaz es Estender o Projeto de Monitoramento de N veis e Vaz es para o rio Bacaj a fim de se monitorar as eventuais altera es no regime hidrol gico do rio ao longo do tempo Programa de Monitoramento Limnol gico e de Qualidade da gua Projeto de Monitoramento da Qualidade da Agua Superficial Estender o Projeto de Monitoramento da Qualidade da Agua Superficial para o rio Bacaj a fim de se monitorar as eventuais altera es nas caracter sticas de f sico qu micas e de qualidade das guas do rio ao longo do tempo Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o Plano de Conserva o dos Ecossistemas Terrestres Programa de Prote o e Recupera o da APP dos Reservat rios Buscar formas junto com outros atores locais para incentivar a recomposi o da Mata Ciliar dos rios e igarap s tribut rios do rio Bacaj mins NO J4 Instala o das Obras Principais Libera o das reas para os Reservat rios e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o
157. PRODU O ass aaa adidas 127 6 5 8 INSER O NO MERCADO REGIONAL E FONTES DE RENDA ussussssass 128 6 5 9 ORIOssaaapas ia a a aa d o 130 6 5 10 OS SERVI OS SITUA O ATUAL sssssssssununnunnunnnnunnunnnnunnnnnnnunnnnnnnunnnnn 131 6 5 10 1 FUNAI s sssssasassasaasessassanaanaanaanasoaroanaaoaa caso anoa na asa ano Ana oa nara nannan 131 6 5 10 2 SAUDE jason ra iii ee ra 131 6 5 10 3 EQUCA O T ATE T a nisi d asia dead an do 137 6 5 11 A TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ HOJE sassassessasasesssess 141 6 5 11 1 Aldeia do Bacaja sssnnnnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nn 141 6 5 11 2 Aldeia Mrotidjam seasacasecanenaceries corria iinrd in toind 146 6 5 11 3 Aldeia P t Kr sussa panasssia dados DNS and Sands Eain 148 6 5 11 4 Aldeia Pykayaka massa asssasssasi io oestisaadzdaA ainan annann aa acids ana dasan sans sand 152 6 5 11 5 Caracteriza o da TITB do ponto de vista da Produ o uu 154 6 5 12 A REALIZA O DAS REUNI ES NAS ALDEIAS cssetastsassasenasensamass 164 6 5 13 IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO NA PERCEP O DOS XIKRIN 171 6 5 13 1 Inseguran as geradas por Informa es Inconsistentes 173 6 5 13 2 Conflito com os Kayap s sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn mnnn 174 6 5 13 3 Preocupa o Com TL saueeaissescaninivasadscorsascaseicasesianiniordaaaiondnia Cinia veins 175 6 5 13 4 Preocupa
158. Projeto Monitoramento Ambiental Meio Bi tico Programa de Sa de Programa Educa o Programa de Acessibilidade Programa Desenvolvimento de Atividades Produtivas Programa Prote o Ambiental e Fiscaliza o dos Limites Programa de Fortalecimento Institucional Programa de Comunica o Programa de Pol ticas P blicas Programa de Monitoramento e Avalia o NU 6 7 2 6 7 2 1 PROGRAMA DE GEST O AMBIENTAL Objetivos Garantir a qualidade socioambiental da TITB a manuten o da qualidade dos recursos h dricos na regi o com a conserva o do rio Bacaj e dos seus formadores da margem direita al m de prevenir outras amea as ao ambiente natural principalmente s matas aluviares 6 7 2 2 Diretrizes Promover os diagn sticos ambientais dos meios f sicos e bi ticos ao longo do curso do rio Bacaj Minimizar os impactos sobre as matas ciliares das nascentes de rios e igarap s tribut rios do rio Bacaj e que se encontram fora da TITB Buscar formas junto com outros atores locais para incentivar a recomposi o de mata ciliar dos rios e igarap s tribut rios do rio Bacaj Desenvolver junto com o poder p blico formas para o controle da poss vel extra o ilegal de areia nos grot es igarap s e rios da bacia do rio Bacaj Efetivar o monitoramento da qualidade das guas no interior da TITB Incluir pontos de coleta para monitoramento no rio
159. Reduzida TVR Programa de Conserva o da Fauna Terrestre Projeto de Monitoramento da Herpetofauna Estender o Projeto de Monitoramento da Herpetofauna para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento da Avifauna Estender o Projeto de Monitoramento da Avifauna para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento de Mam feros Terrestres Estender o Projeto de Monitoramento de Mam feros Terrestres para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento de Quir pteros Estender o Projeto de Monitoramento de Quir pteros para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo no NO Programa de Compensa o Ambiental Projeto de Cria o de Unidade de Conserva o Cria o de Unidades de Conserva o em duas regi es na margem direita do rio Xingu j identificadas no EIA RIMA do AHE Belo Monte como reas que dever o ser foco de estudos para a cria o de UC s de Prote o Integral s
160. S o Francisco das Chagas Baixada Santo Ant nio S o Jos S o Pedro S o Raimundo Nonato Deus Amor S o Francisco Itat e Trans Uni o Alto Brasil Bom Pastor Travess o do Bambu Santa Juliana Surubim bem como as demais localidades e im veis rurais onde se desenvolvem atividades de garimpo pesca extrativismo vegetal e mineral lazer turismo Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 19 J e atividades agropecu rias n o mencionadas acima mas para os quais h ind cios de serem diretamente impactados pelo AHE Belo Monte totalizando cerca de 13 940 km2 Atendendo ao TR do IBAMA o EIA executou estudos espec ficos principalmente em rela o ao efeito da diminui o das vaz es do rio Xingu Desta forma a AID incluiu uma faixa lateral que se estende por 40 km ao longo do rio Bacaj pois atrav s de estudos hidrol gicos se percebeu as implica es das cheias m dias do Xingu sobre esse afluente 6 1 3 2 2 rea de Influ ncia Indireta AII Foi considerada como a rea que circunscreve a AID adotando se como crit rio a configura o das bacias hidrogr ficas afluentes a esta sendo aquela que pode potencialmente ser atingida pelos impactos indiretos da implanta o e opera o do empreendimento Contempla o rio Xingu da sua conflu ncia com o rio Iriri at a sua foz no rio Amazonas englobando al m das sub bacias laterais dos rios Iriri e Xingu as
161. S ser aumentada Entretanto a principal fonte de arrecada es a Compensa o Financeira pela Utiliza o dos Recursos H dricos para Fins de Gera o de Energia El trica CF Os munic pios que receber o essa compensa o financeira ser o Altamira Vit ria do Xingu e Brasil Novo Considerando que a Terra Ind gena Trincheira Bacaj tem parte de suas terras inseridas no munic pio de Altamira deveria se esperar um maior investimento para a reestrutura o e adequa o dos servi os de sa de e educa o na TI e voltada sua popula o uma vez que Altamira ter sua receita aumentada pela amplia o da arrecada o de tributos Ressalte se que esses servi os s o espec ficos a essa popula o diferenciada conforme direitos constitucionais Com o aumento de energia disponibilizada para a regi o onde ser implantado o AHE Belo Monte os ndios podem demandar a disponibiliza o de energia para sua Terra Ind gena Atualmente a energia nas aldeias gerada atrav s de um motor gerador utilizado exclusivamente para atendimentos emergenciais no posto de sa de e para bombeamento de gua que s o necessidades b sicas O motor gerador a diesel demanda combust vel disponibilizado pela FUNASA e enviado via fluvial com constantes dificuldades operacionais e financeiras para aquisi o transporte e armazenamento nas aldeias Considerando se que esse transporte pode ser dificultado pelas a es do empreendimento o impacto
162. Servi o de Prote o aos ndios para auxiliar no contato e ficou depois da equipe desfeita Casou se com uma Xikrin conhecida por Tereza irm de Bep Mojp Durante algum tempo viveram todos na mesma aldeia at que se dividiram O antrop logo William Fisher que acompanhou essa divis o mostra como as casas de cada uma das turmas j ficavam em segmentos separados da aldeia embora todas compusessem o c rculo da aldeia com se uma fatia tivesse se retirado j que as casas dos que sa ram eram vizinhas Isso mostra a proximidade social dessas pessoas relacionadas entre si por la os de parentesco De fato a antiga Trincheira foi composta por Maur e seus familiares e os familiares de sua esposa L residia tamb m o irm o de Maur Tucum Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 148 Na segunda metade da d cada de 1990 problemas com a explora o madeireira levou ao abandono da aldeia do Trincheira Parte da popula o como Bep Mojp e sua fam lia voltou a residir na aldeia do Bacaj enquanto a outra parte foi para a regi o de Altamira como foi o caso de Tucum e para Ba u e Pukanu Alguns anos depois retornaram para abrir novamente a aldeia Como dizem essa poca o local da aldeia j eram um juquir o tendo o mato crescido e os obrigado a refazer todo o trabalho de reabertura do circulo da aldeia e planeamento do p tio Foram para l a fam lia
163. Xikrin a oper los ensinando os a dirigir e princ pios b sicos de mec nica j que as terras s o distantes isoladas e eles n o podem depender exclusivamente de servi os de oficinas mec nicas Ademais o maior tempo de seca do Bacaj extrapolar o tempo da seca ou seja da falta de chuva Isso quer dizer que se hoje o tr nsito pode ser feito muitas vezes de modo alternado entre estrada e rio isso n o ser mais poss vel Atualmente quando o rio est seco n o chove e a estrada fica transit vel Na poca de chuva as estradas ficam intransit veis mas o rio bom para a navega o Com uma vaz o reduzida prolongada no Bacaj muitas vezes o rio n o estar naveg vel enquanto as estradas tiverem tamb m intransit veis pela chuva Essa n o portanto uma solu o absoluta mas um paliativo 6 5 13 10 Acesso Energia Produzida Os Xikrin demandam tamb m que a energia produzida os beneficie Atualmente todas as aldeias s o iluminadas com geradores a diesel altamente poluentes e que demandam suprimento de combust vel que deve ser transportado Atualmente esse transporte e a continuidade do suprimento j um problema que se agravar com a menor navegabilidade no pr prio rio Bacaj e com a barragem e a vaz o reduzida do Xingu A energia produzida pelo empreendimento poderia sanar esses problemas j existentes mas que o pr prio empreendimento agravar E eles falam da energia para eles e a gente Tem que trazer a
164. a Na movimenta o de ve culos e equipamentos poder ocorrer derramamento de leo e combust vel nas vias de acesso alterando a qualidade do solo e uma poss vel contamina o dos aqu feros A gera o de efluentes l quidos e s lidos esgotos lix es leos poder junto com os defensivos agr colas e processos erosivos e de assoreamento das cabeceiras dos formadores do rio Bacaj alterar a qualidade das guas e uma poss vel redu o da disponibilidade h drica e da ictiofauna Devido movimenta o de m quinas ve culos e equipamento o n mero de acidentes poder aumentar sobrecarregando os servi os e equipamentos de sa de e dificultando o acesso ao atendimento pela popula o ind gena A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 3 2 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como daqueles que s o dele derivados Altera o da paisagem Perda das refer ncias de navega o do rio Xingu Poss vel perda das Perda de refer ncias refer ncias de navega o e s cio espaciais das unidades de paisagem culturais e econ micas do rio Bacaj da popula o ind gena Figura 6 6 2 1 3 2 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o da paisagem B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados A descaracteriza o da paisagem resulta em um comprometimento das refer ncias s cio espaciais e culturais da popula o
165. a es com o exterior Muito antes do contato os Xikrin j o buscavam especialmente armas e muni o Eles eram adquiridos pelo furto a colonos e seringalistas ou pela guerra A posse de armas de fogo passou a ser fundamental especialmente dados os frequentes conflitos entre grupos Kayap que deslanchou uma pol tica de armamento com armas de fogo Antes da ida s cabeceiras do Pacaj os Xikrin adquiriam bens industrializados em uma variedade de rela es de troca e de guerra com os trabalhadores da borracha e a crise nessa economia contribuiu com as tens es vividas entre Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 128 eles inclusive com o abuso sexual de jovens xikrin At ent o a rela o era tranquila aos olhos Xikrin j que o caucho n o era um recurso valorizado por eles e os seringalistas n o buscavam se fixar na terra nenhum dos dois recursos estava em disputa Os Xikrin se inclu ram em uma s rie de atividades produtivas a partir de uma rela o que lembra a l gica do aviamento a eles facilmente reconhecida uma rela o interpessoal que aparece como troca de bens Foi assim com a primeira leva de seringalistas com o com rcio de peles e a produ o de castanha quando do primeiro posto estabelecido na atual aldeia do Bacaj sob o controle de Oliveira Na d cada de 1970 a Funai formulou um plano que visava a autonomia econ mica dos Xikrin do Bacaj pautad
166. a o de um chefe leva anos e deve ser iniciada cedo A chefia entre os Xikrin heredit ria passando preferencialmente de pai para filho Ser chefe ser capaz de ressoar as decis es pol ticas do grupo negociar e apaziguar conflitos assim como de se ver frente aos desafios contempor neos arte dif cil e dominada por poucos A lideran a pol tica est fortemente ligada classifica o social por g nero e idade As pessoas se re nem em categorias de idade para atividades rituais e produtivas separadas de acordo com o g nero Cada categoria de idade tem uma lideran a pr pria que lidera as atividades que ser o realizadas coletivamente Assim h l deres da categoria de idade dos jovens solteiros dos jovens Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 125 com poucos filhos dos homens maduros com muitos filhos e dos velhos A esposa do l der atua como l der para as mulheres de sua categoria de idade promovendo sess es de pintura coletiva e algumas atividades produtivas como a colheita do milho verde realizado pelas mulheres alternadamente nas ro as familiares Quando os homens se re nem no centro da aldeia as diferen as das categorias de idade ganham uma express o espacial sentam se em c rculos conc ntricos ficando os jovens mais periferia A lideran a pol tica realizada tamb m de acordo com as categorias de idade Quanto mais velho um homem maior asc
167. a Transamaz nica e a Cuiab Santar m Um dos empreendimentos foi a coloniza o oficial atrav s do INCRA para faixas de at 100 km de largura ao longo das estradas visando o assentamento de pequenos produtores apoiados pelo governo II Plano Nacional de Desenvolvimento II PND Tinha a finalidade de retirar do atraso o setor de meios de produ o e aumentar a produ o de alimentos e energia Programas P lo Amaz nia P lo Noroeste e P lo Centro Abertura para atividades de neg cio privado P los de Crescimento conceito de concentra o descentralizada de desenvolvimento Projeto abrangente orientado para a execu o de planos e programas dentre outros com o objetivo facilitar a compra de grandes extens es de terras no Norte do pa s por meio incentivos fiscais e oferta de cr dito Projetos de Coloniza o oficial Projetos Integrados de Coloniza o PIC Projetos de Assentamento PA e Projetos de Assentamento R pido PAR realizados atrav s do INCRA Instituto Nacional de Reforma Agr ria com participa o privada principalmente no Estado do Mato Grosso e executados com recursos do Programa Federal PROTERRA Programa de Mega projeto de integra o da regi o ao mercado mundial atrav s da explora o dos recursos minerais opera o destinada a implantar um vasto programa de desenvolvimento regional baseado nos recursos naturais da prov ncia mine
168. a coleta castanhal antigas ocupa es enfim o que achasse relevante nos apontar Durante todo o trajeto contamos com a companhia de pessoas que moram na TI e em cada aldeia algu m foi por eles escolhido para nos acompanhar e apontar os locais que lhes parecesse importantes Esses pontos foram registrados por GPS e anotados com os coment rios que nos eram oferecidos Na subida at Mrotidjam nos acompanhou por todo o trajeto Bep Djare que nos ofereceu essas informa es que depois pudemos averiguar muito acuradas e completas entre Pat Kr onde pernoitamos e o castanhal do Jeriqu vide mapa Mukuka colaborou com ele No retorno de Mrotidjam at a aldeia do Bacaj Bep Kr cuidou de apontar uma s rie de locais Entre a aldeia do Bacaj e do Pat Kr quem o fez foi Bebeto Betire que reside no Bacaj e filho de Maur o tendo acompanhado muitas vezes quando crian a em pescarias e expedi es Entre Pat Kr e Pykayaka Kadjure jovem filho de Pru kei nos acompanhou apontando v rios locais Ele seu irm o e um casal residente em Mrotidjam nos acompanharam at Altamira Levantamento das localidades importante ao longo do curso do rio Bacaj ARS Levantamento com GPS das localidades apontadas pelos ndios Em cada aldeia apresent vamos a proposta de trabalho e o nosso trabalho Era importante ent o deixar claro que est vamos levando a eles o conhecimento corrente sobre o empreendimento e os poss veis impac
169. a de destes povos ind genas a FUNASA e seus conveniados e parceiros para a melhoria das condi es gerais de sa de e bem estar das comunidades ind genas por meio de a es coordenadas de medicina preventiva e aten o sa de prim ria secund ria e terci ria fortalecimento da medicina tradicional ind gena e valoriza o de seus conhecimentos e pr ticas tradicionais 6 7 3 2 6 7 4 6 7 4 1 Diretrizes Contribuir para a melhoria das condi es gerais de sa de e bem estar das comunidades ind genas por meio de a es coordenadas no campo da aten o sa de Integrar a es de sa de preventiva com atividades educacionais Promover a es relativas ao saneamento b sico das aldeias Promover o monitoramento das condi es sanit rias e de endemia nas aldeias e na TITB com especial aten o s doen as que possam ter seus n veis elevados ou ser introduzidas pelas a es do AHE Belo Monte Valoriza o dos conhecimentos e pr ticas de sa de tradicional ind gena e sua integra o com a biomedicina Contribuir para a capacita o de m o de obra especializada em sa de ind gena com a o priorit ria nas aldeias Contribuir para a melhoria de condi es materiais e de qualifica o profissional de atendimento especializado em sa de nas aldeias ind genas Contribuir para a melhoria de condi es de atendimento especializado em sa de ind gena nos servi os p blicos da cidade de Altamira
170. a tendo em vista a rela o que os ndios da TITB possuem com a popula o dos munic pios que o Plano de Sa de P blica abrange em especial Altamira e Anapu Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Plano de Gerenciamento Integrado da Volta Grande do rio Xingu Programa de Acompanhamento das Atividades Miner rias Projeto de Monitoramento da Atividade Garimpeira Garantir o cumprimento do Projeto de Monitoramento da Atividade Garimpeira no TVR estendendo o para a foz e ao longo do rio Bacaj e outras reas no interior da TITB a Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Programa de Monitoramento Hidr ulico Hidrol gico e Hidrossedimentol gico Projeto de Monitoramento da Largura Profundidade e Velocidade em Se es do TVR Estender o Projeto de Monitoramento da Largura Profundidade e Velocidade em Se es do TVR para o rio Bacaj a fim de se monitorar as eventuais altera es nas caracter sticas hidr ulica hidrol gica e hidrossedimentol gica das guas do rio ao longo do tempo Programa de Monitoramento das Condi es de Navegabilidade e Condi es de vida Projeto de Monitoramento do Dis
171. a Agente Ind gena de Sa de a nica mulher a ocupar essa posi o na TI e do AISAN da venda da farinha produzida coletivamente para cada propriet rio de ro a em regime de altern ncia da venda da castanha que coletam em um castanhal distante da aldeia e que n o haviam feito esse ano e do gado O acesso a Altamira se d por terra em uma estrada que cruza a fazenda do D lio que fica na outra margem do rio bem em frente sa da do canal que leva aldeia ou mais frequentemente pelo rio A comunidade tem 7 canoas com rabeta um 5 dois 5 5 tr s 6 5 e um 13 As canoas foram constru das por eles mesmos que inclusive forneceram canoas aldeia do Bacaj esperando pagamento H tamb m a lancha do Tucum que carrega carga e onde transportada a farinha para venda T m ainda 13 bicicletas e 2 motos uma de Tucum e outra de seu filho mais velho Luiz Com as motos v o margem do rio mas principalmente transportam coisas como a lenha da casa S o seis os homens que s o reconhecidos como bons pilotos 6 5 11 5 Caracteriza o da TITB do ponto de vista da Produ o As aldeias Mrotidjam e Pat Kr est o situadas na margem direita do rio Bacaj e as aldeias Bacaj e Pykayak na margem esquerda As aldeias Mrotidam e Bacaj est o situadas ao sul da TI e pr ximas entre si em todos os sentidos geogr fico e nas rela es de parentesco e econ mica O acesso entre elas se d atrav s de embarca es movidas a rabe
172. a Infraestrutura de Apoio Instala o das Obras Principais Libera o das Areas para os Reservat rios e Enchimento dos Reservat rios do Xingu e dos Canais Foi identificado como uma demanda geral decorrente da implanta o do empreendimento o impacto prim rio gerando sua rede de preced ncia a saber e Aumento da demanda por insumos mercadorias e servi os e dinamiza o da economia local A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 1 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como aqueles que s o dele derivados Aumento da demanda por insumos mercadorias e servi os e Diminui o da capacidade de Eleva o dos pre os dos aquisi o dos servi os e dinamiza o da servi os e mercadorias mercadorias pelos ndios da economia TITB Amplia o da demanda de insumos e mat rias primas extra das da regi o brita areia madeira carv o Descaracteriza o da regi o Possibilidade de invas es da TITB e poss veis acordos com os ndios Poss vel aumento das Possibilidade de atividades ilegais exist ncia de servi os extrativistas no entorno da terceirizados sem a TITB para o suprimento de devida orienta o mat rias primas e insumos Poss vel incremento das atividades econ micas com vistas a recursos financeiros dos ndios Incremento da press o sobre a TITB com descaracteriza o da TI Altera o da qualidade das guas e
173. a Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 80 empreendimento apresenta diversidade de esp cies semelhante s demais regi es estudadas Todas as esp cies coletadas na rea de estudo mostraram exclusividade na associa o com a palmeira hospedeira exce o de cinco esp cies n o havendo portanto similaridade de esp cies entre a maioria das esp cies de palmeiras Entre as reas tanto a riqueza quanto a abund ncia de esp cies n o mostraram um padr o definido entre os per odos Seco Enchente e Cheio os menores valores de riqueza e abund ncia foram verificados na Enchente e os maiores na Cheia Foram coletadas 65 esp cies de gafanhotos sendo cinco esp cies semi aqu ticas associadas a macr fitas aqu ticas As esp cies mais abundantes de gafanhotos terrestres foram Amblytropidia sp 1 Episomacris sp e Colpolopha obsoleta Considerando todas as coletas realizadas a rea que apresentou a maior riqueza espec fica para o grupo foi a II seguida por I Setores II e I Foram coletadas 45 esp cies de vespas com resultados semelhantes aos de outras localidades amaz nicas e com a preval ncia de algumas esp cies pertencentes aos g neros Agelaia Lepeletier e Angiopolybia Foi observada a ocorr ncia de seis esp cies de mosquitos todas do g nero Simulium com S guianense dominante quase 60 da abund ncia total entre os per odos e em quase todas as reas juntamente com guadhifidum A baixa d
174. a condi o de redu o de reas alagadas favorecendo as esp cies mais tolerantes ao estresse h drico Associado a esse tipo de vegeta o existe um habitat essencial ictiofauna e que ser diretamente impactada com interfer ncia imediata na sua abund ncia A perda de habitat acarreta um aumento no estresse da ictiofauna com perda de reas potenciais de desova de Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 210 abrigo contra predadores e de habitat de alimenta o de jovens e adultos al m de aumentar a competi o por um habitat de melhor qualidade A diminui o da vaz o na seca ir expor os peixes maior possibilidade de captura que associado ao aumento da demanda por renda e alimento poder levar a uma intensifica o da press o pesqueira tornando se um grande risco para esta regi o O aumento da press o sobre os recursos pesqueiros no rio Bacaj comprometem h bitos alimentares dos ndios e podem causar conflitos internos inter tnicos e com pescadores da regi o O rio Bacaj representa para os ndios da Terra Ind gena Trincheira Bacaj o principal vetor de comunica o e de sua reprodu o f sica e cultural Deste modo altera es nos processos ecol gicos da fauna e da flora assim como a diminui o da vaz o neste rio ir o transformar o modo de vida desta popula o e de suas gera es futuras A altera o do modo de vida dos ndio
175. a de sap onde ficam a televis o e o refrigerador quando dispon veis banheiros e chuveiros Atualmente a Casa do Indio n o conta com funcion rios pr prios contando apenas com funcion rios de seguran a Tr s vezes ao dia servida comida aos que l se encontram na forma de marmitex Na Casa do ndio est tamb m a Farm cia Verde e l ficam armazenados os medicamentos fitoter picos que ser o distribu dos pelas aldeias e que de 1998 a 2005 eram produzidos pela parceria Funai e pela extinta Amazoncoop nome fantasia dado Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas e Agr colas de Altamira CAMPEALTA em parceria com a The Body Shop A inser o da Farm cia Verde na Casa do Indio de Altamira decorre do fato de que durante este per odo Funai e Amazoncoop gerenciavam em conjunto a Casa do ndio o que se v hoje apenas pela utiliza o conjunta do espa o como resid ncia transit ria dos ndios durante sua perman ncia na cidade e a Farm cia Verde 6 5 10 2 Sa de O Distrito Sanit rio Especial Ind gena da Funda o Nacional de Sa de DSEI FUNASA encontra se localizado tamb m em Altamira contando com um quadro de funcion rios voltados aos servi os de atendimento e acompanhamento da situa o de sa de das 17 aldeias do Distrito As quatro aldeias da TI Trincheira Bacaj somam no censo de dezembro de 2008 realizado por esse rg o 673 pessoas O levantamento de dados aqui apresentado complementa as informa
176. a na coleta de castanha que ela mesma vendia diz se que ela conseguia poca vender tudo e que com isso eles adquiriam itens de maior valor tais como espingardas A entrada das madeireiras na rea ind gena em fins da d cada de 1980 inaugurou uma hist ria cheia de percal os A primeira invas o foi da madeireira Perachi radicada em Tucum na parte norte e os Xikrin negociaram com o propriet rio Idacir Perachi para a retirada de rvores derrubadas Desde ent o e por toda a d cada de 1990 as lideran as se dividem em rela o s provid ncias a serem tomadas que v o desde a negocia o de rvores j derrubadas at acordos com madeireiras para a explora o ilegal de mogno e cedro em seu territ rio Isso particularmente desvantajoso aos Xikrin e prejudicial floresta embora tenha sido frequente e os rg os competentes com frequ ncia n o o tenham conseguido evitar Deve se lembrar que os XIkrin n o atribuem eles mesmo valor ao mogno ou no caso do garimpo ao ouro sendo lhes f cil nesse sentido abrir m o desses recursos pelos quais n o competem No entanto como se sabe a explora o madeireira e garimpeira quando n o feita com cuidado muito prejudicial afetando a floresta os rios a sa de p blica e a organiza o social e pol tica Principalmente deve se levar em conta que a explora o desordenada n o s leva a maior desmatamento e polui o dos rios como a um esgotamento precoce d
177. a o abastecimento jusante da Casa de For a Complementar Pedrais ir o inundar durante o per odo de Cheia N o haver inunda o da plan cie aluvial Manuten o da estrutura das florestas aluviais atuais pelo menos em uma faixa pequena Floresta aluvial poder florescer e eventualmente frutificar pois parcialmente ser inundada Diminui o na taxa de dispers o das sementes Forma es arbustivas e pioneiras praias e podostom ceas com impacto de baixo n vel Sem impactos de maior gravidade pois ficar assegurada a oxigena o do sistema e as condi es f sicas das massas de gua N o haver impactos significativos biota especificamente o pl ncton e macro invertebrados bent nicos O fluxo de nutrientes ser mantido em fun o da inunda o de parte das florestas aluviais principalmente nos igarap s e consequentemente ser mantida a produtividade dos sistema no se refere ao fitopl ncton e s macr fitas aqu ticas N o haver interrup o da navega o mas haver amplia o do tempo de exposi o s condi es restritas de deslocamento Quanto maior a vaz o menos tempo durar essa fase mais restrita Aumento da press o inicial tempor ria de coleta de quel nios e pesca N o h altera o na quantidade e na qualidade de gua jusante da Casa de For a Complementar Inunda o total dos pedrais e inunda o parcial das florestas aluviais A gua entra pelas pequenas
178. a realizam tamb m algumas atividades produtivas Os homens ingressam nas associa es masculinas que regulam suas atividades produtivas com que turma colabora e ca a e pesca em conjunto etc assim como seu posicionamento na pol tica alde Quando deixam de ter filhos os homens s o conhecidos por mebeng t as mulheres por mebeng x Essa uma fase de relativo isolamento com menor influ ncia pol tica cotidiana e menor comprometimento com o facionalismo Mas tamb m uma fase de maior prest gio j que seus conhecimentos s o valorizados e eles s o ouvidos com aten o A chefia n o tem para os Xikrin um papel coercitivo e nem det m o monop lio da viol ncia Pelo contr rio o chefe vive uma condi o de dif cil equil brio porque embora se espera que seja um bom ca ador e guerreiro sendo portanto belicoso e violento com o exterior espera se tamb m que ele seja bom negociador e conciliador de modo a manter a paz na sempre tensa pol tica marcada que pelo facionalismo que frequentemente irrompe entre as associa es masculinas ou as categorias de idade Ele deve tamb m ser um bom orador conhecer os cantos e rituais especialmente uma fala que uma modalidade do chefe o ben que marca o in cio e o fim de atividades coletivas como rituais e expedi es de ca a e guerra assim como se volta a fen menos como eclipses A chefia demanda habilidades que demoram a ser aprendidas e podem ser custosas a form
179. a viridi jacu Penelope jacquacu ja Crypturellus undulatus inhambu Tinamus majo gar as Ardea spp Egretta tula arara vermelha Ara chloroptera arara canind Ara ararauna Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 72 A arara azul Anodorhynchus hyacinthinus e a ararajuba Guarouba guarouba s o classificadas na categoria Vulner vel IBAMA e Altamente Amea ada de Extin o IUCN Outras seis esp cies s o classificadas na categoria Quase Amea ada IUCN Penelope pileata Morphnus guianensis o gavi o real Harpia harpyja Neomorphus squamiger limpa folha de bico virado Simoxenops ucayale e o puruch m Synallaxis cherriei 6 3 1 4 R pteis Aqu ticos Crocodilianos e Quel nios Foram realizados levantamentos na Seca setembro a outubro Enchente novembro a dezembro e Cheia de mar o a abril na rea I nas proximidades da foz do rio Iriri Setor I e montante de Altamira Setor II na rea II nas proximidades do Gorgulho da Rita na Volta Grande montante do rio Bacaj e na rea III jusante de Vit ria do Xingu Para os Crocodilianos foi empregada a T cnica de Censo Visual Noturno percorrendo se com embarca es a calha principal do rio Xingu e os igarap s poss veis de navega o sendo os indiv duos contados pelo reflexo dos olhos quando iluminados por holofotes A identifica o e estimativa de comprimento total do animal e o
180. acaj n o s imediatamente ap s o in cio das obras mas tamb m em rela o opera o do empreendimento em longo prazo Como o rio Bacaj o principal afluente do rio Xingu no trecho de vaz o reduzida tem se a preocupa o de que os efeitos do recuo das vaz es do rio Xingu possam ter reciprocidade no rio Bacaj impondo um regime que demandaria um d bito fluvial maior do que a capacidade de regulariza o natural do rio diminuindo em longo prazo a disponibilidade h drica na bacia Dessa forma recomenda se o adensamento dos estudos hidrol gicos na bacia do rio Bacaj considerando esse cen rio A bacia do rio Bacaj praticamente coincide numa macro perspectiva com os limites da Terra Ind gena Trincheira Bacaj e sem d vida o fato da exist ncia da unidade de preserva o que garante o bom estado de conserva o da bacia No entanto a an lise de documentos cartogr ficos produzidos no mbito deste relat rio permitiu identificar n cleos de press o antr pica ao redor da unidade principalmente em sua por o sul sudeste al m de um vetor de comunica o materializado por uma estrada de acesso na altura da Aldeia Mrotidjam Figura 6 2 8 5 1 Avaliando a inser o do empreendimento numa perspectiva de longo prazo de se esperar que a press o antr pica se intensifique e comprometa a integridade das comunidades ind genas que habitam a TI Trincheira Bacaj uma vez que as cabeceiras do rio Bacaj n
181. acia do rio Xingu apresenta m xima pluviosidade no ver o e m nima no inverno Das cabeceiras at a parte m dia alta da bacia o per odo chuvoso compreende os meses de dezembro a mar o Da faixa m dia at o baixo curso o per odo chuvoso vai de janeiro a maio LEME 2008 A calha do rio Xingu e seu entorno na regi o do AHE Belo Monte abrange duas regi es distintas o trecho mais distante do barramento denominado Baixo Xingu e a regi o onde ocorrer grande parte das transforma es espaciais conhecido como M dio Xingu A regi o do Baixo Xingu integralmente abrangida pela Bacia Sedimentar do Amazonas verificando se a a ocorr ncia de arenitos siltitos folhelhos e conglomerados que sustentam relevos esculturados em colinas pouco dissecadas LEME 2008 O M dio Xingu no trecho em quest o quase que integralmente inserido nos dom nios do Cr ton Amaz nico regi o estruturalmente formada por rochas mais duras e cristalinas do Complexo Xingu S o essas rochas que sustentam um relevo predominante de colinas e morrotes associados aos Planaltos Marginal do Amazonas e Residuais do Sul da Amaz nia e Depress o da Amaz nia Meridional al m de plan cies fluviais relacionadas aos dep sitos aluvionares quatern rios Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 23 J ada HA e NES af ade h is y RU PAM Ao dB oa y RAY P as
182. ados o ndice de analfabetismo ter reduzido os atuais n veis ainda s o muito altos Tabela 6 4 3 3 6 Figura 6 4 3 3 4 Tabela 6 4 3 3 6 Descri o do servi o de educa o dos munic pios em estudo Altamira Anapu Pacaj ta o ingu Taxa de escolariza o l quida 85 6 67 8 74 4 67 Fundamental 7 a 14 anos Taxa de escolariza o l quida Ensino 20 4 3 9 1 5 5 8 M dio 15 a 17 anos Escolas Municipais Estaduais e 119 66 163 135 Federais N mero de alunos 28 576 6 093 11 746 15 312 N mero de professores 4 153 624 1 055 1 527 ndice de analfabetismo na pop de 15 31 02 48 00 48 44 32 05 ou mais anos em 1991 ndice de analfabetismo na pop de 15 18 40 30 23 29 47 23 93 ou mais anos em 2000 Fonte 1 IBGE PNAD s 2005 e 2006 Tabula o Inep MEC Dados de 2006 A taxa de escolariza o l quida indica o porcentual da popula o em determinada faixa et ria que se encontra matriculada no n vel de ensino adequado sua idade Fonte Minist rio da Educa o Mapa da Educa o Brasileira x Fonte PNUD Brasil Atlas de desenvolvimento humano e IBGE Censo Demogr fico de 2000 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 117 ndice de analfabetismo na pop de 15 ou mais anos 50 00 7 45 00 7 40 00 a 35 00 7 30 00 7 2
183. al A TI foi segmentada em quatro partes de maior dom nio mas n o exclusivo das diferentes aldeias Do ponto de vista da produ o a agricultura desempenha um papel fundamental na organiza o social e econ mica dos ndios da TI em estudo E realizada pela fam lia extensa Muitas vezes se abre mais de uma ro a exclusivamente para o consumo cotidiano e consumo interno viabilizando festas Na l gica dos ndios e do bom manejo eles necessitam de uma boa extens o de terra para poder perpetuar as suas formas tradicionais de manejo e cultivo de subsist ncia As ro as s o abertas ao redor e em locais pr ximos da aldeia ou ao longo das margens de rio Bacaj e grotas locais de terra f rteis e midas facilitando tamb m o deslocamento para a manuten o do cultivo e do transporte via fluvial dos materiais vegetativos na poca da colheita O ro ado uma atividade que segue o modelo da agricultura tradicional descrita para popula es ind genas da Amaz nia caracterizada pela ro a de toco com as atividades de corte da vegeta o queima plantio e pousio O trabalho de abertura e limpeza executado pelos homens e s mulheres cabem as atividades de plantio manuten o e colheita A escolha do local segue um r gido controle sobre a qualidade do solo A mandioca dentre as esp cies cultivadas a planta de maior abund ncia na ro a colhida durante o ano todo pois as esp cies cultivadas apresentam varia es
184. al EIA RIMA Relat rio Final INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz nia Minist rio de Ci ncia e Tecnologia 60p IBGE 1992 Manual T cnico da Vegeta o Brasileira S rie Manuais T cnicos em Geoci ncias n 1 Funda o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE Rio de Janeiro RJ 92p ISA 2009 Caracteriza o Socioambiental das Terras Ind genas do Brasil Dispon vel em http pib socioambiental org caracterizacao php Acessado em 10 02 2009 ISAAC NAHUM V J Exec 2008 Ictiofauna e Pesca Diagn stico Estudo de Impacto Ambiental sobre a Fauna e Flora da Regi o do M dio Rio Xingu UHE Belo Monte Museu Paraense Em lio Goeldi Universidade Federal do Par 434p JURUA FLORESTAL LTDA 2008 Plano de Manejo Florestal Sustent vel da Terra Indigena Trincheira Bacaj LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 3 Flora da Regi o do M dio Baixo Xingu Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 129 241 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 4 Macrofauna de Invertebrados Terrestres Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AHE Belo Monte ELETROBRAS CAMARGO CORREA ANDRADE GUTIERREZ ODEBRECHT 6365 EIA G90 001a p 483 568 LEME ENGENHARIA LTDA 2008 Cap tulo 7 8 2 5 Insetos Hemat tagos Alados Vetores de Organismos Causadores de Doen as em Humanos Im Estudo de Impacto Ambiental do Projeto AH
185. al da ariranha e de lagartos maiores na alimenta o n o existem interrela es entre as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj e os mam feros aqu ticos a herpetofauna os macroinvertebrados aqu ticos e terrestres o pl ncton e as macr fitas aqu ticas Assim ainda que sejam esperados impactos negativos sobre esses grupos bi ticos as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj n o ser o prejudicadas diretamente Contudo prov vel que as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj sejam afetadas indiretamente porque e O aumento do n mero de po as no trecho de vaz o reduzida poder contribuir para a prolifera o das esp cies de moluscos vetores da esquistossomose expondo os ind genas que navegam pelo rio Xingu Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 95 e A forma o dos reservat rios a menor vaz o das guas e o aumento do n mero de po as ir o contribuir para o aumento significativo na abund ncia das esp cies de mosquitos hemat fagos e vetores de doen as principalmente no Setor da Volta Grande e Os macroinvertebrados aqu ticos e terrestres o pl ncton e macr fitas aqu ticas s o item alimentar essencial para outras esp cies de macroinvertebrados aqu ticos e terrestres peixes anf bios r pteis aves e pequenos mam feros e assim altera es na composi o desses grupos podem acarretar impactos a toda a cadeia tr
186. aldeias para esta em virtude da melhor acessibilidade que ela apresenta Essa migra o pode levar a uma desestrutura o das rela es sociais e ao esvaziamento das outras aldeias A facilidade de tr nsito de pessoas externas no interior da TI poder tamb m levar a uma vulnerabiliza o dos ndios a poss veis acordos em rela o explora o dos recursos naturais de forma n o sustent vel e eventuais conflitos internos Apesar das obras na Rodovia Transamaz nica estarem inseridas nas a es do PAC a sua rede de impactos relacionada com a Terra Ind gena Trincheira Bacaj foi descrita neste Estudo em virtude da total depend ncia que a implanta o do AHE Belo Monte tem com a melhoria da sua acessibilidade Vale salientar que os impactos prim rios e derivados dessas a es se somam e intensificam os impactos negativos no meio socioecon mico cultural e ambiental f sico e bi tico da regi o Decorrente da maior facilidade de acesso na regi o pela melhoria da acessibilidade na Rodovia Transamaz nica h um aumento do fluxo de pessoas com surgimento de novas vilas e cidades aumento dos travess es que saem da Rodovia Transamaz nica e um acr scimo de atividades agropecu rias provocando uma altera o na estrutura e caracter sticas da sociedade local al m de um aumento da vulnerabilidade da Terra Ind gena Trincheira Bacaj s invas es e um incremento da descaracteriza o do entorno da TI exercendo press o sobre a mesm
187. alha do rio Xingu at a conflu ncia com o rio Bacaj a partir da predomina a extensa rea de vegeta o dos pedrais Na margem direita do rio Bacaj predominaram reas cont nuas de Florestas Ombr filas Abertas com Cip s e Palmeiras principalmente pr ximo foz e associadas Floresta Ombr fila Densa Aluvial preservada para o interior 6 3 2 IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO SOBRE A BIOTA 6 3 2 1 Mam feros Aqu ticos O boto vermelho o boto tucuxi e o peixe boi n o ocorreram nas amostragens realizadas e tampouco foram citados pelos moradores locais na rea I e na rea II em raz o da presen a de corredeiras e pedrais que naturalmente impedem o deslocamento desses animais os quais s o citados somente na rea III jusante do empreendimento e mesmo assim na sua por o inferior Sendo assim conclu se que o empreendimento n o acarretar impactos negativos sobre esses animais J as ariranhas e lontras ocorreram em todas as reas com maiores densidades para as lontras na Area III e em alguns igarap s na Area II no rio Bacaj no qual foi percorrida somente uma pequena dist ncia a ocorr ncia das lontras foi constatada indiretamente pela presen a de fezes e restos de alimenta o As altas densidades de vest gios verificadas indicaram no m nimo a import ncia da rea para essas esp cies O desvio de parte da vaz o do rio Xingu pelos igarap s Galhoso e Di Maria certamente resultar na destrui
188. amantaeo 185 6 6 1 1 1 Impactos associados s a es de divulga o do empreendimento altera es diversas ao projeto inicial falta de comunica o e de informa es desencontradas por diferentes atores sobre o empreendimento e da magnitude do empreendimento e sua rea de influ ncia uuumunismmaasanesasassasaceasanees 185 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico A Rede de Preced ncia de IMpactoS s sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 186 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados uasassssssssssssssesssmssansss 188 6 6 1 1 2 Impactos associados a o de alternativa de acesso ummmms 188 A Rede de Preced ncia de Impactos asascassascinasicssannconcanindacanansninanacasaaancncanincco anda so 189 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados ueeesesaseeeecesssereoosseeeeeoasssennos 190 6 6 2 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE CONSTRU O Danda ce sida nes ain ndand nad duna 191 6 6 2 1 Impactos associados Fase de Instala o da Infraestrutura de Apoio Instala o das Obras Principais Libera o das reas para os Reservat rios e Enchimento dos Reservat rios do Xingu e dos Canais ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 191 A Rede de Preced ncia de IMpactoS ssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 191 B Descri o do Impact
189. aminhamento do Plano de Trabalho 12 de janeiro de 2009 Envio do Plano de Trabalho proposto pela consultora para formaliza o de sua aprova o pela Coordena o da CGPIMA FUNAI e Diretoria da CMAM FUNAI 28 de janeiro de 2009 Contrata o da Equipe 29 de janeiro de 2009 Reuni o para apresenta o do UHE Belo Monte na sede da THEMAG em S o Paulo 06 de fevereiro de 2009 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 12 J g h j k Reuni es da Equipe 09 e 13 de janeiro 05 21 22 23 de fevereiro Pesquisa preliminar das fontes secund rias fevereiro e primeira quinzena de mar o Atividade de campo realizada pela Antrop loga e pela Coordenadora do estudo 17 de fevereiro a 03 de mar o de 2009 Sistematiza o dos dados e consolida o do relat rio pela equipe t cnica segunda quinzena de mar o Entrega do Relat rio Final 27 de mar o de 2009 A realiza o do estudo que embasou a confec o deste relat rio obedeceu a alguns preceitos e abordagens t cnicas e metodol gicas conforme se apresenta a seguir Anu ncia do povo ind gena citado e da FUNAI quanto ao trabalho a ser realizado atividades de campo e equipe t cnica Na vistoria pr via da FUNAI Terra Indigena Trincheira Bacaj realizada em duas etapas a primeira em outubro de 2008 nas aldeias Bacaj e Mrotidjam a segunda em dezembro de 2008 nas aldeias Pat
190. amplitudes de 150 a 300 m em rela o aos terrenos adjacentes da Depress o da Amaz nia Meridional As diferentes formas de relevo residuais foram agrupadas em duas unidades de terreno os Morrotes Morros e Serras Residuais e os Morros e Serras Residuais Tabulares Esses terrenos s o constitu dos por rochas antigas do embasamento cristalino do Cr ton Amaz nico Os Morrotes Morros e Serras Residuais s o terrenos constitu dos por morrotes residuais isolados com topos convexos que podem formar agrupamentos at grandes conjuntos de morros com topos convexos estreitos muito dissecados vales encaixados e encostas com alta inclina o formando serras como a do Bacaj na por o norte da TITB Devido complexidade do substrato rochoso dessa regi o os relevos residuais s o sustentados por diversos tipos litol gicos predominando os termos mais resistentes com rela o s rochas circundantes como o caso das intrus es de granitos alcalinos que predominam nesses terrenos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 33 J Ocorrem Neossolos Lit licos associados a Afloramentos de Rochas podendo ainda haver associa es com Argissolos Vermelho Amarelo e Cambissolos H plicos Essa unidade apresenta potencial mineral para ouro estanho fluorita ferro cobre n quel chumbo zinco cobalto e granada Os garimpos de ouro ocorrem em aluvi es ou veios de quartzo em reas
191. anaip k BKJ E se n o der para passar de rabeta Eu mesmo vou de rabetinha e quando eu colocar minha mulher e meus filhos que fica baixinho como eu vou passar nas corredeiras Sergio PTK Na impossibilidade de fazer o canal com menor corredeira a alternativa muni los de equipamentos para sua transposi o Se n o mudar o canal tem que ao menos dar motor 40 Maradona MRO Uma grande preocupa o com a barragem mesmo e sua transposi o A altura da barragem e as alternativas de transposi o n o agrada e eles temem n o poder mais ir a Altamira O muro vai ser alto e estou com medo Disseram que o muro vai ser alto e estou com medo do elevador que vai subir pode quebrar a corrente e a gente cair M d ma BKJ Eu n o tenho coragem de pegar meus filhos e botar em uma rabeta e encontrar aquele muro Vai que arrebenta e vai a fam lia toda Porque qual a nossa estrada aqui E o rio Uma alternativa a seus olhos a constru o e manuten o de estradas Essa foi muito enfatizada na aldeia do Bacaj a nica que n o conta atualmente com nenhum acesso por via terrestre em todas as outras a necessidade de manter e limpar a estrada que sempre fecha e alaga durante as chuvas e deve ser continuamente limpa e planeada foi ressaltada Se fizerem barragem o rio vai ficar muito seco Que fa am estrada para chegar de caminh o Tem que dar o carro tamb m Como os doentes v o sair Cobra Bep kr m BKJ Que fa
192. ando fator de atra o do fluxo migrat rio e fortalecendo as condi es atuais de polariza o de n cleos urbanos como Altamira S o F lix do Xingu e Sinop Em decorr ncia potencializa se o avan o das frentes de desflorestamento hoje j verificadas e consequentemente a amplia o das reas desflorestadas indicadas para o cen rio atual 6 4 3 1 Rodovias A Tabela 6 4 3 1 1 descreve as rodovias que possuem rela o direta com a rea de Influ ncia do AHE Belo Monte Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte u10 Tabela 6 4 3 1 1 Rodovias que possuem rela o direta com a rea de Influ ncia Indireta do AHE Belo Monte Rodovia Rela o com a AII BR 230 Interligam as sedes de Pacaj Anapu Altamira Brasil Novo Medicil ndia Uruar e Placas interconex o com a BR 153 BR 163 BR 222 PA 150 PA 67 e PA 415 PA 167 Interliga a sede de Senador Jos Porf rio BR 230 na altura da travessia de balsa no Rio Xingu e a partir desse ponto coincide com a BR 230 at a sede de Altamira PA 415 Interliga a sede de Vit ria do Xingu sede de Altamira e BR 230 A tabela 6 4 3 1 2 apresenta as rodovias que t m rela o indireta com a rea de Influ ncia do AHE Belo Monte Tabela 6 4 3 1 2 Rodovias que possuem rela o indireta com a rea de Influ ncia Indireta do AHE Belo Monte Rodovia Rela o com a AI
193. apacidade de reunir os homens e frequentemente tamb m de suas esposas de reunir as mulheres em atividades produtivas financeiramente rent veis como a coleta de castanha do par A cada momento da hist ria uma aldeia pode reconhecer v rios l deres j que a tend ncia que cada categoria de idade tenha uma lideran a pr pria e que ela seja duplicada N o se deve esquecer tamb m que a abertura de novas aldeias insere se nessa din mica j que novas aldeias permitem acessos renovados e diferenciados a recursos e tamb m a possibilidade de al ar a uma posi o de influ ncia que talvez n o fosse poss vel na condi o anterior Hoje em dia h tamb m um outro modo de adquirir prest gio e se fazer l der que a rela o com o mundo n o ind gena especialmente os rg os do estado e as organiza es n o governamentais e igrejas que esperam ter um representante um l der para com ele negociar e tratar criando se uma elite negocial no dizer do antrop logo C ssio Noronha Inglez Assim tamb m h novas posi es de prest gio como as ligadas ao atendimento sa de As combina es de pap is podem ser t o m ltiplas quanto os conflitos delas resultantes Hoje em dia a TI Trincheira Bacaj conta com uma associa o que re ne suas aldeias que ainda mais uma nova modalidade de exerc cio da pol tica Sabe se que desde o contato h a tend ncia de se enfatizar a lideran a nica e centralizada o qu
194. arcialmente j que a estrada sazonal permanecendo intrafeg vel durante o per odo de chuvas e que grande parte da comunica o e do transporte efetivado pelos ndios da TITB em especial aqueles relativos aos contatos entre as aldeias e s atividades de produ o e subsist ncia permanecer o sendo fundamentalmente fluvial sendo o rio Bacaj a conex o entre esses pontos Alternativas rodovi rias de acesso s o meios fundamentais de minimizar impactos relativos acessibilidade mais insuficientes devendo ser articuladas com as vias fluviais j dispon veis e que devem ser mantidas Alternativas rodovi rias de acesso tamb m s o geradoras de impactos que demandam aten o A abertura de estrada dentro da Terra Ind gena Trincheira Bacaj pode acarretar impactos provenientes da sua constru o entre eles transforma o da ocupa o tradicional do territ rio aumento da vulnerabilidade a invas es da TI altera o da comunidade da flora e fauna assoreamento de igarap s e rios e contamina o por efluentes s lidos e l quidos poss vel aumento do fluxo e tr nsito de pessoas de fora na TI possibilidade de prostitui o e uso de drogas e aumento de alcoolismo em raz o do contato dos ndios Xikrin do Bacaj com os oper rios durante a constru o da estrada e com as pessoas que eventualmente possam dela fazer uso 6 6 2 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE CONSTRU O 6 6 2 1 Impactos associados Fase de Instala o d
195. as vegeta o pisoteada fezes tocas ou paragens Para os cet ceos e sir nios utilizou se o m todo de Amostragem Dist ncia atrav s do Transecto de Banda paralelo margem a uma dist ncia de 100 m com um observador prim rio rastreando constantemente a rea frente do barco um observador olhando para frente um observador olhando para tr s para confirma o dos avistamentos e estimativa das taxas de perdas e um auxiliando nos avistamentos olhando em todas as dire es Observa es de ponto fixo em algumas das cachoeiras e corredeiras existentes nas reas de estudo foram feitas para determinar presen a n mero de indiv duos e frequ ncia de passagem dos animais por elas A ocorr ncia dos mam feros aqu ticos tamb m foi conduzida pelo M todo Indireto de an lise de question rios aplicados aos moradores da regi o e pela coleta de indiv duos mortos devido captura acidental por pescadores encalhes capturas diretas etc No rio Xingu ocorrem cinco esp cies de mam feros aqu ticos e Os mustel deos representados pela ariranha Pteronura brasiliensis e a lontra Lontra longicaudis e Os cet ceos representados pelo boto vermelho Inia geoffrensis e o boto tucuxi Sotalia fluviatilis e Os sir nios representados pelo peixe boi da Amaz nia Trichechus inunguis 6 3 1 1 1 Mustel deos Na rea I somente foram avistados tr s grupos de ariranhas na Cachoeira do Espelho sendo uma ariranha na cach
196. as Florestas Aluviais para o rio Bacaj incluindo seu baixo e alto curso As florestas aluviais s o de suma import ncia para as comunidades ind genas da TITB Em atendimento aos planos e programas propostos durante a fase de constru o e opera o do empreendimento sugere se a extens o para abranger o rio Bacaj dos projetos de monitoramento hidrossedimentol gico hidrol gico limnol gico e de qualidade da gua e das florestas aluviais previsto no EIA RIMA do AHE Belo Monte 6 7 2 6 Projeto Monitoramento Ambiental Meio Bi tico Este projeto tem por objetivo estender ao longo do curso do rio Bacaj os projetos de monitoramento da herpetofauna considerando tamb m os quel nios terrestres jabutis da avifauna dos quir pteros da ictiofauna dos invertebrados aqu ticos dos quel nios e dos crocodilianos e que constam do EIA RIMA do AHE Belo Monte com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota da Terra Ind gena Trincheira Bacaj como um todo O Projeto dever ser conduzido nos per odos de Seca Enchente e Cheia contemplando os pontos amostrais considerados mais representativos nos resultados do Diagn stico da Biota A equipe de consultores deve considerar nos trabalhos de campo o acompanhamento de ind genas da TITB 6 7 3 PROGRAMA DE SA DE 6 7 3 1 Objetivos Contribuir em a es estrat gicas de apoio junto aos prestadores de servi o de aten o s
197. as com dados secund rios Nesse sentido foram realizadas campanhas de campo estudos complementares invent rios etc para subsidiar as an lises necess rias Para o entendimento do diagn stico executado em suas diversas escalas de abordagem faz se aqui uma descri o sucinta dos principais elementos ambientais envolvidos com a TITB Todas as descri es apresentadas a seguir s o excertos do diagn stico ambiental do EIA do empreendimento 6 2 1 COMPARTIMENTA O DO RIO XINGU A bacia hidrogr fica do rio Xingu uma sub bacia do rio Amazonas pela margem direita englobando no seu trecho de montante terras do Estado do Mato Grosso e jusante do Estado do Par Figura 6 2 1 1 O alto curso do rio situa se na regi o conhecida como espanador do Xingu onde v rios rios convergem para formar o rio Xingu como Culuene Curisevo Ronuro Von den Steinen entre outros As nascentes do rio Xingu est o situadas em altitudes da ordem de 600 m na jun o da Serra do Roncador com a Serra Formosa Sua extens o total pode ser avaliada em cerca de 2 045 km sendo 1 815 km com a denomina o Xingu A bacia hidrogr fica do rio Xingu abrange uma rea de 509 000 km e apresenta uma forma alongada com cerca de 350 km de largura m dia e 1 450 km de comprimento A rede de drenagem quase paralela entre a maioria dos afluentes e corre no sentido do caimento geral da bacia Em linhas gerais a caracteriza o hidrol gica da b
198. as quanto aos h bitos alimentares e aos modos tradicionais de ca a e pesca al m de gerar conflitos sociais entre eles a popula o local e a popula o migrante Altera es da din mica urbana de Altamira Anapu e Pacaj cidades com que os ndios mant m rela es sociais e ou o surgimento de novos n cleos urbanos podem modificar e desestruturar a rede dessas rela es ocasionando a perda de refer ncias s cio espaciais e culturais e podendo apresentar incremento na segrega o tnica e preconceitos 6 6 2 1 2 Impactos associados a o de aquisi o de im veis Foram identificados para a a o de aquisi o de im veis os impactos prim rios gerando sua rede de preced ncia a saber e Transfer ncia compuls ria da popula o atingida e Falta de conhecimento do local de reassentamento da popula o atingida A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 2 1 a seguir a rede de impactos com a descri o dos impactos prim rios bem como daqueles que s o deles derivados Poss vel Transfer ncia reassentamento Aumento do uso compuls ria da da popula o e ocupa o do popula o para as solo do limite proximidades da leste da TITB TITB Aumento da press o sobre a TITB e seus recursos naturais ca a pesca recursos extrativista vegetal Poss vel deslocamento desordenado da popula o para a margem direita do rio Xingu Eventual aumento do uso e ocupa o do solo
199. as registradas em papel Algumas falas demonstram a confian a que depositam em n s para que levemos fielmente a fala deles para quem decidir como a do velho Bep Dj da aldeia do Bacaj voc nos conhece h tempos vou falar para voc Agora voc j chegou e estamos falando para voc para voc escrever Voc sabe falar nossa lingua Fa a documento e mostre para o Presidente e traga o documento pronto e leia para a gente Ou a fala de Raimundo do Bacaj tem que levar nossas palavras para o chefe de verdade Tem que levar nossa fala escrita para o presidente Esperamos uma resposta queremos saber se vai sair se vai fazer Mas a grande maioria gostaria de falar diretamente com o respons vel do empreendimento Seu Tucum afirma o problema o seguinte O Carvalho j fez uma reuni o com a gente a gente j procurou com ele mas ele n o respondeu n o tinha o direito de responder Tinha que vir algu m que tem o direito de responder Como eu vou conviver com esse pessoal Quanto tempo ela vai durar Quais os direitos de meu povo Porque se durar mil anos eu e meu povo tem que ter Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N172 condi es de sobreviver Uma pessoa tem que dar a garantia de que a gente vai ter como sobreviver Porque n s vamos morrer e vai ficar essas crian as como elas v o sobreviver Que garantia n s tem Tem algum papel escrito por uma pessoa para a
200. associadas a afloramento de rochas arqueanas b Depress o da Amaz nia Meridional Colinas e Rampas Pedimentares Segundo as descri es do EIA essa unidade de relevo constitui uma superf cie de aplanamento que se estende desde a cachoeira de Von Martius onde as altitudes variam entre 380 e 430 m e cai para norte atingindo altitudes de 150 a 200 m na regi o de Volta Grande As formas dominantes nessa unidade associam relevos com encostas de baixa inclina o com disseca o incipiente em topos convexos de baixa amplitude e relevos de topos planos denominados Colinas e Rampas Pedimentares Esses terrenos s o constitu dos por rochas antigas do embasamento cristalino do Crat n Amaz nico correspondentes a uma grande variedade de unidades litol gicas onde se destacam granit ides greenstonebelts charnockit ides e unidades metavulcanossedimentares Colinas e Rampas Pedimentares s o terrenos suaves ondulados onde predominam formas colinosas de baixa amplitude que se associam a rampas pedimentares formadas no sop dos relevos residuais Esses terrenos s o sustentados por rochas gneas e metam rficas de diferentes composi es mas que foram igualmente arrasadas pelos processos de aplanamento Nesses terrenos predominam Argissolos Vermelho Amarelos e em menores propor es Latossolos Vermelho Amarelos Associados a estes ocorrem ainda Argissolos Vermelho Amarelos Eutr ficos e Neossolos Lit licos A maior parte das mine
201. ato e vivido entre outros grupos falantes dessa l ngua Contavam tamb m com Mebengokr advindos de diversos grupos de quem os Xikrin lembram e nomeiam at hoje Os arredios Xikrin do Bacaj que estavam sendo contactados eram de fato bem conhecidos pela turma da Frente de Atra o os funcion rios do SPI respons vel por realizar o contato Quando essa equipe os encontra chamam seu chefe pelo nome e com eles falam em sua l ngua materna 6 5 2 CONTATO O contato oficial data de 1959 quando os Xikrin do Bacaj foram persuadidos a se mudar para o Posto aberto pela Frente de Contato do Servi o de Prote o aos Indios nomeado Francisco Meirelles em homenagem ao sertanista que a liderou na regi o onde atualmente se ergue a aldeia Pat Kr e que na d cada de 1980 abrigou a antiga aldeia Trincheira No entanto pouco cuidado em prover alimenta o ao grupo rec m chegado e uma forte epidemia que vitimou a muitos inclusive ao chefe levou a uma retirada dos Xikrin Eles foram novamente persuadidos a permanecer junto equipe do Servi o de Prote o aos Indios dessa vez no assentamento de colonos conhecido por Flor do Caucho onde hoje est a aldeia mais antiga da T I conhecida por Bacaj Desde ent o o grupo viveu novas divis es que resultaram em xodos e abertura de novas aldeias mas tamb m grande crescimento populacional e a recep o de imigrantes A d cada de 1960 obscura Os Xikrin ficaram sob a responsabilidade
202. atureza pautada fortemente por sua cosmologia um rico conhecimento e uma bela interpreta o sobre seus componentes E a partir desse rico conhecimento que os Xikrin elaboram estrat gias de ca a pesca e escolhem os locais para a abertura de aldeias e ro as Mas esse conhecimento n o apenas utilit rio e as rela es que estabelecem com o meio s o pautadas tamb m pela rica cosmologia pela qual se v um mundo em que as rela es entre os seres e o reconhecimento dos seres que nele habitam est o mais ou menos referidas s rela es sociais A aldeia o espa o mais social de todos e seu centro como que um epicentro de socialidade a clareira que a circunda e as ro as espa os ainda domesticados guardam ainda a marca da atividade e da circula o humana mas j traz os perigos n o s de ataques de animais mas tamb m da proximidade dos esp ritos dos mortos A floresta conhecida onde se ca a um espa o de maior perigo em que os animais de presa e venenosos convivem com esp ritos v rios e um ca ador deve saber se prevenir esse perigo s superado pelo das terras distantes dos inimigos e dos esp ritos Esse mundo dividido ainda em dom nios cosmol gicos e com cada qual um tipo de rela o poss vel ou desej vel os dom nios celeste terrestre subterr neo e aqu tico Deles n o se tira apenas recursos materiais mas tamb m importantes recursos simb licos que s o fundamentais para a reprodu
203. b m n o h registros de esp cies end micas na rea de influ ncia direta do empreendimento 6 3 1 6 Peixes As coletas diurnas e noturnas da ictiofauna foram realizadas em per odos de 15 a 20 dias denominados de campanhas Ao todo foram executadas nove campanhas sendo duas em 2000 novembro e dezembro 4 em 2001 janeiro fevereiro julho e setembro duas em 2007 setembro e dezembro e uma em 2008 mar o abrangendo todos os per odos Cheia Vazante Seca e Enchente Foram utilizados v rios m todos de pesca adaptados para cada ambiente rede de malha para remansos e lagos espinhel para canais de rio coleta manual e tarrafinha para corredeiras e pedrais tapagem e coleta com pu s e paneiros para igarap s Outros m todos de coleta como mergulho livre arrasto manual tarrafa grande pu e cerco foram utilizados sem uma finalidade quantitativa para otimizar a lista de esp cies e a determina o da biodiversidade do trecho do rio estudado No m s de fevereiro de 2001 foi feita uma campanha especial para estudar o trecho inferior do rio Bacaj utilizando se baterias de redes de espera e espinh is A coleta de amostras n o ficou restrita AID obtendo se amostras tamb m de reas da AII e da AAR j que a ictiofauna do rio Xingu pode percorrer uma rea bem mais extensa do que a delimitada como AID Os ambientes foram divididos nos compartimentos Canal do Rio Remansos Corredeiras e Cachoeiras pedrais ri
204. barragem Segurando o rio para nossos filhos Vai fechar mesmo vai construir barragem Governo j falou eu ouvi J est resolvido e n o tem como mudar Tem que botar sensor para mostrar a gua para o rio n o secar Karangr Neguinho MRO 6 5 13 5 Preocupa o com o Rio A preocupa o maior com a possibilidade do rio secar Porque como dizem ele crucial para sua sobreviv ncia O rio a nossa vida pelo rio que n s anda o rio que d o peixe para n s criarmos nossos filhos Por isso n s estamos preocupados com esse rio a Betire Bebeto BKJ Assim o chefe On a da aldeia do Bacaj demanda que a constru o seja efetivamente acompanhada de cuidados Se voc s foram fazer se querem mesmo fazer fa am tudo direitinho fa am com cuidado N o deixem a gua o rio ficar ruim On a BKJ Muitos se preocupam com a possibilidade de o rio Bacaj devido vaz o reduzida do Xingu Para alguns isso ser inevit vel como acredita Seu Benedito da aldeia Pat Kr O Bacaj mais alto inclinado assim mostra com os bra os o Xingu mais baixo Se o Xingu secar o Bacaj seca tamb m Seu Benedito PTK Seu filho Sergio amplia essa preocupa o estendendo essa precis o e esse efeito para os igarap s que alimentam de gua o Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 476 Se o rio fica baixinho claro que os
205. biental p 497 GIANNINI ISABELLE VIDAL 2001 Verbete Xikrin Kayap Dispon vel em http pib socioambiental org pt povo xikrin kayapo GORDON C SAR 1996 Aspectos da organiza o social J de Nimuendaj d cada de 90 Disserta o de mestrado Rio de Janeiro Museu Nacional UFRJ GORDON CESAR 2001 Nossas utopias n o s o as deles os Mebengokre Kayap e o mundo dos branco In Sexta Feira 6 JUtopia S o Paulo Editora 34 Pletora pp 126 136 GORDON CESAR 2003 Folhas P lidas A incorpora o Xikrin Meb ng kre do dinheiro e das mercadorias Tese de doutorado Rio de Janeiro Museu Nacional UFRJ Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 238 INGLEZ DE SOUZA C SSIO NORONHA 2000 Vantagens v cios e desafios Os Kayap Gorotire em tempos de desenvolvimento Tese de doutorado S o Paulo Universidade de S o Paulo LUKESH ANTON 1976 Mito e vida dos ndios Caiap s S o Paulo Pioneira EDUSP RIBEIRO F BIO 2006 Diagn stico Socioambiental do bloco de Terras Ind genas do M dio Xingu Corredor Sul Amaz nico Par Relat rio Final Centro de Trabalho Indigenista CTI 145 p TURNER TERENCE 1966 Social structure and political organization among the Northern Kayapo Ph D Dissertation Cambridge MA Harvard University TURNER TERENCE 1979a The G and Bororo societies as dialectical systems a general model In Maybury
206. biental da Terra Indigena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 194 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados A m o de obra a ser contratada dividida em funcion rios das empresas construtoras relacionados aos setores administrativo financeiro de manuten o ger ncia e coordena o dos trabalhos e a m o de obra que executa as tarefas diretamente ligadas constru o das obras Para o AHE Belo Monte o atendimento a essa demanda se dar com a atra o de m o de obra de outras regi es e at outros Estados do Pa s Assim ocorrer um afluxo de popula o migrante para a regi o n o somente pela busca de trabalho nas obras mas tamb m para atender o incremento entre a rela o oferta e a demanda por insumos mercadorias e servi os Estudos do EIA do AHE Belo Monte indicam que a popula o atra da dever se concentrar na rea de influ ncia direta AID principalmente em Altamira por ser um p lo regional de servi os e em Vit ria do Xingu pelos locais de realiza o das obras S tios Belo Monte Bela Vista Pimental Canais e Diques A facilidade de acesso regi o de inser o do empreendimento pela Rodovia Transamaz nica que passa em Altamira e pela BR 163 aumentam o fluxo migrat rio para este munic pio cabendo aqui ressaltar que o asfaltamento dessas rodovias est o no mbito das a es previstas no PAC Considerando o contingente de pessoas atra das com a implanta
207. bientes para que esses processos ocorram preciso ressaltar que no EIA do AHE Belo Monte n o foram encontradas cita es sobre o tipo porte das embarca es que ter o condi es de navegabilidade com a libera o do hidrograma de vaz es m nimas o que causa um aumento da apreens o por parte dos ndios quanto magnitude da dificuldade a possibilidade de interrup o da navega o no TVR e a inadequa o de suas embarca es s novas condi es de escoamento Com a redu o na vaz o do rio Xingu no TVR o alagamento peri dico de parte das florestas inund veis e da vegeta o herb cea e arbustiva aluvial ser prejudicado expondo essa vegeta o a uma nova condi o natural com menores varia es no n vel do len ol fre tico e no n vel d gua As florestas aluviais dos igarap s da margem direita em especial o Bacaj Ituna e Itat sofrer o diminui o do efeito de remanso do rio Xingu assim como o rio Bacaj cujo efeito de remanso poder ser reduzido em 1 3 As altera es das comunidades flor sticas devido s perdas de inunda es das florestas e altera es de inunda es nos pedrais ocasionam perda da diversidade da flora altera o das comunidades da fauna devido perda e altera o de habitats naturais e altera o de habitats reprodutivos e alimentares de quel nios aqu ticos As esp cies da flora e da fauna apresentar o respostas diferentes em fun o da capacidade de adapta o nov
208. bre o apoio dado aos Kayap O fato que lhes parece que tanto os que s o contr rios ao empreendimento quanto a Eletronorte t m centrado sua aten o nos outros Kayap e nunca neles e que isso se traduz em aux lios e apoio de ambas as partes somente aos Kayap Essa insatisfa o deve ser considerada j como um impacto gerado pelo empreendimento tendo em vista que afeta as rela es entre os grupos Kayap Mebengokr gerando conflitos Esse conflito s vezes expresso claramente no posicionamento contr rio s amea as de outros Kayap de quebrarem a barragem se ela for feita que lhes soam novas agress es vindas de outros Kayap em suas terras em sua regi o agora n s estamos juntos e concordamos com a barragem agora quero ver eles quebrarem Na aldeia do Bacaj Raimundo apontava bem para essa dimens o do conflito a guns brancos s o contra os Kayap tamb m os brancos brigam entre si por conta disso os Kayap com os Xikrin Esse efeito colocar os Xikrin contra os Kayap j um forte impacto que teve in cio desde antes da constru o do empreendimento e deve ser revertido 6 5 13 3 Preocupa o com TI A compreens o da vaz o reduzida prevista pelo empreendimento faz com que se preocupem com os efeitos no rio Bacaj Mas essa preocupa o tem tamb m uma forma gen rica com a Terra Ind gena Estou preocupado com terra Aqui fazemos tudo e tem que ficar boa para os netos On a BKJ Apnire as
209. caj a cada dois meses O AISAN treinado para fazer a manuten o da tubula o em uma forma o pr tica que ocorre no acompanhamento das equipes em palestras e orienta o domiciliar na aldeia Para ilustra o dos procedimentos forneceu se o exemplo da constru o de fossas secas em que a Funasa fornece o material a comunidade entra com a m o de obra e o AISAN ser treinado para mant la A situa o dos equipamentos em cada aldeia ser detalhada adiante e Controle Social realizado por meio dos Conselhos Locais de Sa de vigentes em cada aldeia a serem detalhados mais abaixo e o Conselho Distrital de Sa de que conta com um representante de cada Conselho Local em uma composi o que prev 50 de usu rios 25 de gestores dentre Funasa Funai Conselho Indigenista Mission rio CIMi Associa o Ling stica Evang lica Mission ria ALEM do Hospital Municipal da Universidade federal do Par UFPA da CESPA e da Secretaria Municipal de Sa de e 25 de trabalhadores concursados ou contratados At o momento a presid ncia est com William C sar Lopes Domingues da ALEM em abril prev se uma assembl ia e uma reformula o do Conselho e a presid ncia deve ficar vaga j que o presidente atual deve retornar aldeia para assumir o cargo de Chefe de Posto da Funai Teme se ser dif cil substitu lo no cargo sendo a participa o no Conselho uma atividade e responsabilidade a mais sem licen a
210. chavam que o problema que lhes afetaria era a inunda o de suas terras V rios deles mencionaram que aprenderam conosco sobre o empreendimento conosco que conhecemos as coisas do kuben do n o ndio Como disse o velho T piet da aldeia do Bacaj voc s chegaram e nos contaram da barragem Contaram tudo e explicaram tudo direitinho Algumas coisas s o boas outras s o ruins Mocuca da aldeia P t Kr comenta as mudan as na primeira palavra nossa preocupa o era a enchente o rio ia inundar Agora nessa segunda palavra nossa preocupa o a sequeira N s queremos que eles venham aqui para a gente falar e eles darem uma quantidade de dinheiro para a gente melhorar nossa educa o nossa sa de Nossa preocupa o tamb m com o rio o peixe vai morrer a ca a vai diminuir N o por n s que n s estamos falando pelos que est o nascendo agora Assim deve se considerar que eles tiveram pouco tempo de matura o de suas opini es sobre os impactos e as medidas que esperam j que suas preocupa es tiveram que ser redirecionadas e redimensionadas N o obstante sua percep o foi sempre acurada Logo no primeiro dia de trabalhos na primeira aldeia em que realiz vamos a apresenta o Bep katenti Maradona o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte chefe se aproximou do mapa para melhor entend lo e ent o tendo percebido a diferen a dos projetos e
211. cidades Altamira Anapu Pacaj Altera o no padr o de relacionamento social na regi o Aumento da demanda de equipamentos e servi os sociais sa de educa o saneamento seguran a Possibilidade de aumento da viol ncia urbana nas cidades e vilas do entorno da TITB e na cidade de Altamira Aumento de doen as infecto contagiosas end micas zoonoses e possibilidade de introdu o de novas doen as Incremento urbano de cidades situadas na Rodovia Transamaz nica Sobrecarga na gest o p blica Poss vel altera o na alimenta o das gera es Diminui o da ca a na TITB Diminui o da ictiofauna do rio Bacaj Realiza o de acordos com os ndios para a extra o ilegal dos recursos naturais no interior da TITB futuras Press es na TITB para a extra o ilegal de recursos de conflitos internos naturais ca a pesca Modifica o e desestrutura o da rede de rela es sociais Perda de refer ncias s cio espaciais e surgimento de tens es sociais Aumento da exposi o da comunidade da TITB prostitui o alcoolismo e uso de drogas Aumento das dificuldades dos ndios na assist ncia sa de Novas cidades passam a ser o centro urbano de refer ncia substituindo ou acrescentando se Altamira Figura 6 6 2 1 1 1 Rede de Preced ncia dos Impactos Derivada do Impacto Prim rio Aumento do fluxo migrat rio Estudo Socioam
212. cies foram as mais diversas as outras ocorreram com apenas uma fam lia Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 77 Dentre as fam lias Characidae 111 esp cies Loricariidae 61 esp cies e Cichlidae 30 esp cies foram as que apresentaram o maior n mero de esp cies representando cerca de 52 da riqueza total capturada Pimelodidae 22 esp cies Curimatidae 20 esp cies Auchenipteridae 16 esp cies e Hemiodontidae 12 esp cies seguiram em import ncia As outras fam lias apresentaram uma riqueza menor de esp cies sendo que 22 das fam lias apresentaram apenas uma nica esp cie Na distribui o do n mero de grupos taxon micos por setor todos os setores apresentaram entre 25 e 27 fam lias com exce o do Setor VI Bacaj que teve apenas 12 fam lias representadas 48 esp cies o que pode ser justificado pelo menor esfor o amostral no mesmo Dentre os setores o Setor I foi o que apresentou a maior riqueza de esp cies 227 esp cies e em seguida os Setores II 206 esp cies e III 208 esp cies J nos Setores IV e V a riqueza foi menor 133 esp cies e 116 esp cies respectivamente O trecho de vaz o reduzida apresentou 208 esp cies a segunda rea mais rica em esp cies a maior riqueza de cascudos 23 esp cies grande abund ncia de esp cies maduras e em processo reprodutivo e de grande interesse para coleta de peixes ornamentais especi
213. com um curral e uma casa de queijo Ambos foram rec m constru dos com um recurso conseguido pelo Dr Aldo lo Curto que h muito atende a popula o ind gena da regi o mas s recentemente nos ltimos anos tem visitado a TI restringindo se s aldeias Pat Kr e Pykayaka Os recursos de acordo com as informa es coletadas na Funasa prov m da Unesco por meio do Vigisus Pelas informa es obtidas na aldeia o Dr Aldo teve grande participa o na elabora o do projeto e selecionou o mestre de obras marido de uma funcion ria da Funai que atua em TI vizinha e que sua amiga h tempos Crian as na rea de pasto pr xima aldeia Pat Kr Os moradores dessa aldeia t m mantido boas rela es com um fazendeiro que comprou recentemente terras fazendo fronteira com a TI por onde passa a estrada que chega Transamaz nica Conhecido por Junior de origem capixaba ele visita a aldeia com frequ ncia fornece balas e guloseimas s crian as forneceu o leite para o projeto de capacita o das mulheres para a confec o do queijo e leva as mulheres em seu caminh o para a fazenda para colher laranja N o viemos a conhecer esse senhor e essas s o as poucas informa es de que dispusemos H apenas 3 aposentados na aldeia o casal Seu Benedito e Dona Tininha e o velho Meiti Al m disso h a renda do AIS e do AISAN e o gado mantido na fazenda A grande produ o da aldeia parece ser a venda da castanha que eles e
214. com uns 10 do que hoje e gua r pida N o vai dar para navegar n o tem chance de navega o O rio permite atualmente o tr nsito entre as aldeias de um modo exclusivo As pessoas que moram nessas aldeias s o parentes entre si e se visitam com regularidade Se o rio secar essas visitas v o ser mais dif ceis como diz Txoture que mora na aldeia do Bacaj mas participou das reuni es na aldeia Pat Kr onde estava visitando os pais e eu que moro l em cima como vou fazer para ver meu pai minha m e Meu rio pequeno n o grande como vou navegar 6 5 13 9 Acesso a Altamira Como se apontou por diversas vezes a Altamira que os Xikrin t m que ir para o atendimento de sa de de maior complexidade e para todos os servi os a eles dedicados de sa de educa o assist ncia e forma o Altamira tamb m o principal lugar para escoamento e comercializa o da castanha do par importante fonte de recursos para todas as aldeias da TI A dificuldade em chegar a Altamira com a vaz o reduzida foi muito comentada em especial para a remo o de doentes e para a comercializa o da castanha e transporte dos v veres adquiridos com esses recursos Agora minha preocupa o quando a gente quebra castanha Como vai levar e passar por Belo Monte Bep Djare MRO Precisamos do rio para carregar as coisas Se o rio fica seco n s n o conseguimos passar as cachoeiras s o muito fortes Se o rio fica seco fa am e
215. constam do EIA RIMA do AHE Belo Monte apresentado ao IBAMA cujas a es contribuir o para a mitiga o de impactos negativos sobre a TITB e o modo de vida dos ndios 6 1 1 HIST RICO Os estudos a respeito do aproveitamento hidrel trico do rio Xingu remontam a meados da d cada de 70 com a consolida o dos chamados Estudos Xingu Posteriormente os estudos de viabilidade decorrentes formalizaram a proposi o de cinco interven es no rio sendo a mais baixa denominada de Karara que mais tarde passou a ser chamada de Belo Monte Desde ent o uma sucess o de estudos complementares discuss es t cnicas e judiciais fizeram com que o acervo documental dos estudos ambientais desse empreendimento fosse bastante detalhado e rediscutido Na primeira etapa dos estudos de viabilidade o arranjo hidroenerg tico considerado previa uma barragem com vertedouro no rio Xingu no s tio de Bela Vista Barragem do Juru que desviaria as guas para um canal de adu o natural at atingir novamente o rio Xingu no local da usina denominado de Usina Belo Monte O reservat rio com um espelho d gua de 1 225 km2 abrangia reas na plan cie do rio Bacaj e da calha natural do rio Xingu at a cidade de Altamira Tais estudos consistiram na 1a Etapa dos Estudos de Viabilidade do AHE Belo Em uma segunda etapa por volta de 1994 foi proposto pelo grupo de trabalho que reavaliou os estudos iniciais o deslocamento do eixo da barragem
216. contatos comerciais com eles tendo negociado para esse ano cuidar do escoamento e da comercializa o da castanha coletada Recentemente foi constru da uma grande casa central nga de madeira e eucatex para a reuni o dos homens As ro as ficam pr ximas aldeia tendo acesso por rio ou pela pista de pouso reas de a a bacaba e baba u tamb m se encontram pr ximos da aldeia sendo frequentemente exploradas pelas mulheres Os homens pescam e ca am nos arredores A popula o dessa aldeia relativamente mais jovem que a do Bacaj tendo para l se mudado em sua maioria casais com filhos de categoria de idade mediana S o apenas quatro os homens reconhecidamente da categoria de velhos mebeng t e de um certo ponto de vista foram al ados a essa posi o porque eram os mais velhos da aldeia mesmo bem mais jovens que os velhos que permaneceram no Bacaj alcan ando assim o prest gio que vem com a idade relativamente mais cedo A popula o de crian as muito grande e a aldeia em geral muito jovem T m realizado rituais tendo sido o ltimo um ritual de nomina o mereremex feito em dezembro de 2008 Bep katenti o l der mais influente da aldeia que lidera ao lado do sogro Tedjere conhecido por Domingos V rios jovens t m se destacado e pessoas mais velhas t m reconhecido prest gio embora a lideran a esteja claramente focada nesses dois homens H uma escola com duas salas de aula e a resid ncia d
217. cri o hist rica de planos programas e projetos na regi o em estudo Planejamento para aa Regi o Amaz nica A es at Planos e Programas ES Instala o de linhas telegr ficas para interliga o da a O Missan Randon regi o Centro Oeste ao restante do pa s Coloniza o e ocupa o da Regi o Centro Oeste Programa Marcha para o E E Re 1930 1940 atrav s da instala o de col nias agr colas as Oeste A BE Col nias Nacionais 1930 1950 Projeto de Integra o Expedi o Roncador Xingu com o objetivo de Nacional alcan ar Santar m PA abrindo novos caminhos Lei N2 1806 Cria o da denomina o Amaz nia Legal 1950 1960 E Cria o da SPVEA Meta de constru o da Rodovia Bel m Bras lia Programa de desenvolvimento infra estrutural baseado em Corredores ou Eixos de Desenvolvimento S rie de a es como a constru o da rodovia Transamaz nica ligando o 5 Nordeste e a rodovia Bel m Bras lia Amaz nia 1960 1970 a Ocidental e a constru o da rodovia Cuiab Santar m BR 163 dentre outras realizadas pela SUDAM e Sodeco Superintend ncias de Desenvolvimento da Amaz nia e do Centro Oeste Defini o da Amaz nia Legal como regi o de planejamento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte go1 I Plano Nacional de Desenvolvimento I PND Tamb m visava constru o de rodovias como
218. currais nas aldeias ind genas para serem utilizadas na Cheia quando os peixes eram menos acess veis Na bacia do rio Xingu o consumo de quel nios sobretudo o do tracaj faz parte da vida de caboclos ribeirinhos e de ndios principalmente no ver o Seca quando se consome tamb m os ovos Na regi o jusante de Belo Monte a tartaruga da Amaz nia e a piti s o amplamente consumidos pela popula o principalmente no inverno Cheia Ainda que segundo o IBAMA os crocodilianos e quel nios n o estejam em risco a IUCN classifica o jacar pagu e o jacar tinga na categoria Baixo Risco e a tartaruga da Amaz nia o tracaj e a piti na categoria Vulner vel 6 3 1 5 Herpetofauna Lagartos Serpentes e Anf bios Foram realizadas amostragens nas margens do rio Xingu utilizando se M todo da Procura Ativa e Armadilhas de Intercepta o e Queda em cinco pontos amostrais na Area I tr s em Itapuama Ilha Grande e dois montante do barramento principal e oito na rea II dois montante do rio Bacaj tr s jusante deste um no rio Bacaj e dois nos canais de deriva o entre outubro de 2000 e mar o de 2001 e entre novembro de 2007 e mar o de 2008 contemplando per odos de Seca Enchente e Cheia As amostragens por procura ativa consistiram em percursos por transec es ao longo dos quais todos os microhabitats foram vistoriados tanto de dia quanto de noite Utilizou se tamb m m todo de vocaliza o e
219. d gena da TITB no EIA RIMA do AHE Belo Monte entregue ao IBAMA em 23 de dezembro de 2008 nos dados de demarca o da TITB extra dos do site oficial da FUNAI al m dos dados levantados em campo que contou com a participa o e acompanhamento dos ndios das aldeias Mrotidjam Bacaj P t Kr e Pykayaka garantindo assim a troca de informa es complementa o e incorpora o de dados e levantamento das percep es ind genas com rela o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 13 J aos impactos e expectativas decorrentes da implanta o do empreendimento AHE Belo Monte O contato com as diferentes institui es que atuam no local FUNAI FUNASA Secretaria de Educa o possibilitou a atualiza o dos dados sobre demografia sa de educa o e atividades produtivas Iniciamos pela caracteriza o ambiental f sica e bi tica da rea de influ ncia do empreendimento no qual se insere a Terra Ind gena Trincheira Bacaj seguida da contextualiza o socioecon mica da regi o e da contextualiza o antropol gica dos ndios e da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Na sequ ncia o estudo traz um progn stico dos impactos derivados das etapas de planejamento constru o e opera o do AHE Belo Monte apresenta uma proposta para o Plano de Gest o da TITB com os respectivos programas e projetos e apontam quando proceder os planos os programas e os projetos que
220. d genas n o s o espec ficas funcionando no limite como escolas regulares de ensino fundamental sem material did tico pr prio e com cobran a de rendimento escolar e pouca adapta o s realidades locais que fica a cargo dos professores em rea Na Confer ncia de Educa o Escolar Indigena realizada em Bel m PA de acordo com funcion rios da SEMEC entrevistados uma das reivindica es era o retorno da educa o escolar ao Estado Desde 2006 a Secretaria aderiu ao Programa Brasil Alfabetizado mas sem a inclus o de ind genas Em 2007 essa inclus o teve in cio mas com dificuldades Conta com turmas formadas nas quatro aldeias da TI Trincheira Bacaj para o ano letivo de 2008 a ser realizado no decorrer de 2009 Por esse Programa os professores alocados nas escolas dedicam se a um curso noturno de 10 horas semanais de alfabetiza o de jovens e adultos em seis meses de aulas para o qual se disponibiliza cartilhas de alfabetiza o espec fica do Programa recebendo um adicional uma bolsa de R 250 00 por turma N o havendo previs o no Programa de escolas ind genas elas s o cadastradas como rurais pela SEMEC as 13 escolas rurais que lhes cabia cadastrar s o ind genas e faltam ainda escolas ind genas que n o puderam ser cadastradas Para uma escola rural as turmas t m que ter um m nimo de 7 e um m ximo de 25 alunos com 15 anos ou mais As turmas s o cadastradas no Programa pelos seis meses n o podendo ser recadas
221. da na regi o havendo d ficit de leitos hospitalares no n mero de m dicos e profissionais de atendimento sa de Colaboram com estas informa es os dados coletados no Minist rio da Sa de Datasus e apresentados na Tabela 6 4 3 3 1 As informa es em vermelho contidas na tabela est o abaixo do recomendado pela Organiza o Mundial da Sa de e destacam a falta de m dicos dentistas e leitos dispon veis no sistema SUS da regi o Por outro lado satisfat ria a porcentagem da popula o coberta pelo Programa de Agentes Comunit rios de Sa de e pelo Programa de Sa de da Fam lia Tabela 6 4 3 3 1 Descri o do servi o de sa de dos munic pios em estudo E s S o F lix do Altamira Anapu Pacaj Xingu M dico que atende o SUS por 1 000 1 2 0 7 0 2 0 8 habitantes 1 por mil hab M dico por 1 000 habitantes 1 por mil 1 4 0 7 0 2 0 8 hab Dentistas por 2 000 habitantes 1 por 0 4 2 0 2 0 4 dois mil hab Total de leitos SUS por 1 000 3 6 25 0 8 17 habitantes 4 5 por mil hab Total de leitos por 1 000 habitantes 4 1 2 5 0 8 17 4 5 por mil hab popula o coberta pelo programa 58 136 71 87 PACS e PSF em 2004 popula o coberta pelo programa 59 211 85 104 PACS e PSF em 2007 Fonte Minist rio da Sa de Datasus Caderno de Informa es de Sa de dados de dezembro de 2007 Recomenda es da Organiza o Mundial da Sa de PACS Programa de Age
222. da pelos Xikrin rendendo lhes recursos financeiros Depois de expulsos os respons veis pela abertura da fazenda retiveram tratores e equipamentos que s foram devolvidos mediante pagamento em forma de cabe as de gado que eles mantiveram nos pastos Da fazenda parte uma estrada que leva Transamaz nica dando acesso por terra tanto para Altamira quanto para Marab ou Anapu assim como para pequenas vilas onde compram v veres e objetos como roupas A proximidade da fazenda e das vilas e cidades com acesso por terra foi alguns dos atrativos da nova aldeia que tem tamb m uma grande profus o de ca a pesca e produtos de coleta al m de boas terras para ro a pr ximas do local da aldeia em uma rea at ent o mais esparsa e periodicamente explorada A abertura das ro as para a constru o da aldeia nessa rea teve in cio por volta de 2002 e em 2003 algumas fam lias j haviam se mudado para l A aldeia foi aberta em formato circular com algumas casas de palha de buriti com a utiliza o de um trator cedido por um fazendeiro da regi o que estava trabalhando na fazenda que os Xikrin mantiveram conhecido por Chap u Preto Esse senhor abriu tamb m a pista de pouso e o campo de futebol e aparentemente gerenciou a explora o de madeira na regi o da aldeia especialmente cedro Recentemente foi afastado da administra o da fazenda na rea ind gena agora cuidada por dois vaqueiros contratados pelos Xikrin mas permanece mantendo
223. dade de escoamento declividade do canal entre outros em ambas as margens do rio A figura 6 2 4 1 mostra a disposi o das se es Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 31 Figura 6 2 4 1 Localiza o das se es topobatim tricas ao longo do Trecho de Vaz o Reduzida LEME 2008 De acordo com os levantamentos apresentados e pela an lise de produtos de sensoriamento remoto foi poss vel caracterizar o canal preferencial de escoamento do rio Xingu At a conflu ncia com o rio Bacaj o rio Xingu tem seu canal preferencial pela margem direita ap s o encontro com o referido afluente seu canal preferencial passa a ocupar a margem esquerda e depois toma uma forma difusa no trecho dos pedrais de maior declividade O conhecimento sobre a disposi o dos canais ao longo do trecho de vaz o reduzida relevante uma vez que com a libera o do hidrograma ecol gico os locais de escoamento tomados pelos canais secund rios sofrer o muito mais os efeitos da diminui o de vaz o do que o canal principal Durante o per odo de estiagem do ano de 2001 foram realizadas tamb m medi es de descarga l quida ao longo do trecho do rio pr ximo Aldeia Paqui amba se o 5 para se compreender o padr o de circula o das guas Os estudos de velocidade do escoamento consideraram uma vaz o de 700 m s Conforme esperado observou se que apenas 5 da vaz o
224. de armazenamento da bacia LEME 2008 Os estudos de perman ncia de vaz es m dias mensais Posto Altamira mostram uma grande varia o nos defl vios mensais Esta situa o t pica de rios com pequena capacidade natural de regulariza o Figura 6 2 2 3 Neste sentido especificamente para o rio Xingu depreende se que apenas o trecho superior da bacia onde predominam os solos terci rios apresenta boas condi es naturais de regulariza o dos defl vios esta parte da bacia correspondendo a cerca de 1 3 da drenagem total do rio Xingu que garante as vaz es m nimas do rio na poca de estiagem LEME 2008 Curva de Perman ncia de Vaz es M dias Mensais Rio Xingu em Altamira Janeiro de 1931 a Dezembro de 2000 30 000 E AAE EA oem om fi a a mf Ei jo o im omisso a Bi ias fofos fim pi pego pm E a E E E e E E A a om E R E O E E E E q o pi e E E em o u 25 000 HAS 20 000 15 000 Vaz es em m s 10 000 5 000 Porcentagem do tempo Figura 6 2 2 3 Perman ncia das Vaz es M dias Mensais Afluentes 1931 2001 LEME 2008 Da curva de perman ncia pode se concluir que a vaz o m dia de longo termo 7 851 m3 s igualada ou superada durante 39 do tempo enquanto que a vaz o garantida para 95 do tempo de 939 m3 s Adicionalmente verifica se que vaz es acima de 10 000 m s n o s o t o ocasionais ocorrendo durante mais de 30 do tempo 6 2 3 CARACTER STICAS
225. de sua terra o que faz com que fosse importante uma qualifica o que os informe sobre possibilidades de produ o e explora o sustent vel das terras e de gest o de projetos Os Xikrin foram impactados pela constru o da Transamaz nica que levou inclusive a uma grande mobilidade ind gena e ao acirramento de conflitos apaziguados em sua maioria por um investimento em expedi es de atra o e pacifica o esse foi um per odo de grande afluxo populacional de press o territorial e de conflitos b licos As not cias sobre a constru o de uma hidrel trica os assolam h d cadas e eles participaram no encontro realizado em Altamira em 1989 e mais recentemente e de modo menos ativo no Encontro realizado tamb m em Altamira em abril de 2008 por diversas organiza es contra a constru o da hidrel trica onde foram conhecer as posi es de ambos os lados e ouvir os outros ndios e o representante da Eletronorte que para l foi apresentar o empreendimento Os dois encontros tiveram hist rias e consequ ncias muito diversas e se os Xikrin participaram ativamente do de 1989 que teve a iniciativa ind gena e a execu o fortemente ritualizada dissociam hoje sua imagem do evento ocorrido em 2008 quando da agress o do engenheiro representante da Eletronorte no encontro que resultou em um ferimento como mostra a entrevista dada pelo atual chefe da aldeia Pat Kr ao jornal O Liberal em que Bep Kamr o entrevistado marca a
226. de bens industrializados e de dinheiro acabou por gerar uma desigualdade interna impactando na tradicional generosidade e capacidade redistributiva dos chefes Essa uma situa o delicada a todos ainda sens vel j que tanto os chefes como aqueles que n o ocupam posi o de chefia s o ambivalentes Uns reclamam de falhas na redistribui o equ nime os chefes reclamam que eles mentem quanto a suas necessidades e que devem ter cuidado se querem ser justos Os chefes mesmo s o ambivalentes quanto a seu relativo sucesso e frequentemente pensam em abandonar o posto em especial em frente ao que lhes parece uma desaprova o dos seus seguidores Por outro lado a organiza o social e as atividades econ micas e rituais Xikrin demandam lideran as que portanto devem se manter Tendo em vista essa situa o delicada qualquer programa a ser implementado entre os Xikrin deve respeitar ao m ximo suas formas de fazer pol tica e se organizar de modo a n o agravar um processo que t m acontecido e gerado insatisfa o e desconforto de ambos os lados Isso s poder ser feito com o respeito a essa forma de fazer pol tica que n o representativa no sentido republicano nem centralizada ou coercitiva e que se faz pela pluralidade de lideran as e pela capacidade de liderar atividades ser generoso e apaziguador e ter posi es firmes na defesa dos interesses de seu povo 6 5 7 A NATUREZA E A PRODU O A rela o dos Xikrin com a n
227. de cheia do rio Xingu a vaz o n o poder ser menor do que 4 000 m3 s Entretanto quando em um ano n o puder ser liberada uma vaz o maior de 4 000 m3 s no ano seguinte obrigatoriamente na cheia dever escoar no TVR uma vaz o de 8 000 m3 s em pelo menos um m s No entanto n o foi poss vel verificar as consequ ncias da redu o de vaz o do rio Xingu ao longo do ciclo hidrol gico do rio Bacaj A diminui o da vaz o implicar em altera es nas caracter sticas de escoamento a jusante do empreendimento com diminui o das profundidades velocidades e reas molhadas dificultando a navega o no TVR trecho que naturalmente apresenta problemas de navega o nos per odos de estiagem devido presen a de pedrais e canais estreitos Segundo o EIA do AHE Belo Monte haver maior dificuldade de acesso aos igarap s Ituna Bacaja Bacaj e Itat e aumento do tempo em que as condi es de navega o s o mais restritivas Vale destacar que n o basta garantir que haja gua na calha principal do rio Xingu mas tamb m que essas guas continuem a chegar at os afluentes deste rio e os igarap s para que os processos ecol gicos da flora e da fauna como reprodu o das plantas flora o e frutifica o alimenta o e reprodu o da fauna migra o de animais atividades de pesca entre outros sejam mantidos As plan cies aluviais do rio Bacaj principal tribut rio da margem direita do Xingu s o importantes am
228. de da viol ncia cometida contra o engenheiro durante uma reuni o em Altamira Como dizem n s que moramos aqui eles v m de longe e fazem isso mas n s que moramos aqui Em segundo lugar porque em sua percep o os Kayap mesmo o de terras distantes teriam recebido muito aux lio por conta dos impactos da barragem e eles que ser o realmente impactados n o recebem nada Bep Djoti da aldeia Bacaj diz que Eletronorte s ajuda o pessoal do Kayap e nem lembra de n s Como dizem n s que somos os donos desse rio n s que moramos aqui Tedjere Domingos MRO Bekanh Pedro da aldeia Bacaj resume D o dinheiro s para o Kayap N s que somos daqui nunca lembraram de n s Vamos ver se a Eletronorte lembra de n s d alguma coisa para n s para ver se a coisa vai melhorar para n s Kanaip k ressalta quando tiver construindo quando tudo tiver construido e s nossos netos que t m que ganhar alguma coisa n o para dar para os Kayap Dizem mesmo que os kayap o pessoal de fora usa nosso nome para ganhar dinheiro e n s aqui esquecidos Essa insatisfa o deve ser levada a s rio A hist ria dos grupos Kayap marcada por guerras e separa es Eles s o parentes entre si mas tamb m j viveram muitos per odos de inimizade Recentemente t m conseguido se reunir em um bloco nico para enfrentar desafios comuns Mas isso n o anula um hist rico de inimizades sempre latente No caso dos Xikr
229. de extens o ao longo da calha principal do rio Xingu Grande parte desse trecho ter seu padr o atual de circula o das guas afetado pela deriva o das vaz es principalmente ao longo dos canais secund rios locais que naturalmente j apresentam baixo escoamento A proposi o do hidrograma ecol gico na forma como defendida no EIA do AHE Belo Monte supera os valores das vaz es propostas nos estudos de viabilidade e revela uma preocupa o em se minimizar os impactos ao longo do trecho de vaz o reduzida n o apenas em considera o das vari veis hidrol gicas como tamb m na manuten o dos ecossistemas e organismos que dependem do ciclo sazonal de Cheia e Seca do rio Xingu A sazonalidade dos ciclos hidrol gicos com seus per odos de Seca e Cheia tem papel fundamental na manuten o dos ecossistemas que se desenvolvem nesse ambiente Devido a esse fato a escolha do cen rio que considera essa altern ncia um ponto positivo para a sustentabilidade ambiental Assim o EIA estudou alternativas otimizadas para a manuten o de um fluxo de guas no trecho de jusante o que resultou na preposi o do hidrograma ecol gico ap s a an lise de 11 poss veis cen rios De forma conclusiva o estudo optou pela manuten o de um hidrograma capaz de atender tanto as demandas energ ticas como os condicionantes ambientais Dentre os 11 cen rios estudados para a defini o do hidrograma ecol gico existem alternativas que p
230. de navega o uso do sumo para pesca timb bem como o consumo pr prio de frutas variadas e a coleta e comercializa o de castanhas e Utilizam tamb m in meras esp cies vegetais em ritos cerimoniais pintura corp rea e como rem dios e Igualmente identificam v rias esp cies de rvores cujos frutos s o consumidos por v rias esp cies de peixes como gurdi o sar o gulosa gobiraba caj cajarana arapari socor juari bananinha goiabinha figo amargo jenipapinho Da an lise desses resultados concluiu se que as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj ser o prejudicadas diretamente Da an lise desses resultados concluiu se que existe uma grande interrela o entre as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj e os mam feros terrestres a avifauna os r pteis aqu ticos os peixes e a vegeta o terrestre Como s o esperados impactos significativos no Setor da Volta Grande como a redu o nas vaz es dos rios Xingu e Bacaj que acarretar o altera es nesses grupos bi ticos especialmente aqueles estritamente aqu ticos ou com maior afinidade aos habitats aqu ticos de grande rea de uso ou que apresentem reas de reprodu o no rio Bacaj ou nas proximidades da sua foz conclui se que as comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj podem ser prejudicadas diretamente Por outro lado os resultados do levantamento realizado em campo tamb m apontaram que com exce o do uso eventu
231. de tempo de matura o e desta forma nunca falta a farinha Cultivam v rias qualidades de milho ab bora v rias esp cies de mandioca banana e tub rculos Na aldeia Bacaj plantam tamb m algod o cujo fio usado na fabrica o de uma linha fina para amarrar flecha e confeccionar artefatos Os ndios retornam aos seus s tios produtivos antigos servindo essa pr tica como term metro de mobilidade dentro do territ rio tradicional Os ndios sempre voltam para os locais das antigas aldeias e ro as tamb m situadas margem do rio Bacaj Cabe ressaltar que no caso espec fico da aldeia Pykayak as atividades de agricultura se dividem entre as atividades comerciais e de subsist ncia As pr ticas agr colas implementadas nesta localidade est o relacionadas com o plantio de milho banana e mandioca em reas de m dio porte Por m elas seguem o padr o de abertura e plantio igual ao das ro as de coivara derrubada da mata queima plantio N o fazem uso de agrot xicos herbicidas ou adubos Para as atividades agr colas comerciais os ndios abriram 3 alqueires de lavoura de mandioca 1 alqueire e meio para o plantio de milho e 12 alqueire para o plantio de banana Toda rea derrubada pelos homens queimada e plantada seguindo o sistema de ro a de coivara extensiva Dentro desta rea cont nua cada fam lia nuclear possui o seu lote de terra para a realiza o do cultivo Todas as atividades s o exercidas no
232. de um modo complementar e sem conflitos s vezes envolve dilemas e conflitos O xamanismo envolve uma experi ncia inici tica e n o est aberto igualmente a todos Poucos o dominam e atualmente na TI Trincheira Bacaj h apenas um homem com habilidades xam nicas reconhecidas embora limitadas Ele reconhecido especialmente pela sua habilidade em tratar picada de cobra mas frequentemente casos considerados mais s rios s o tratados em outras Terras especialmente o Catet renomado pelos seus xam s S o muitos os rem dios do mato utilizados alguns de conhecimento difundido outros mais restrito aos quais os Xikrin do Bacaj recorrem para v rias doen as e desconfortos que v o de dores de cabe a a picadas de cobra Especialistas fazem diagn sticos e progn sticos de acordo com esse sistema m dico e tratamentos s o seguidos por esse meio Os Xikrin se dedicam bastante tamb m a medidas preventivas e profil ticas especialmente em rela o s crian as de cujo bem estar os pais t m que cuidar atentamente inclusive se abstendo de fazer ou comer certas coisas Essas interdi es valem especialmente quando as crian as s o pequenas e decorrem da liga o corp rea existente entre genitores e seus filhos na concep o xikrin Para os Xikrin o v nculo entre os corpos de pais e filhos n o se encerra quando do nascimento mas se mant m por toda a vida revelando se sempre que uma pessoa se encontra em situa o de vu
233. de um senhor conhecido por Oliveira que responderia pelo rg o federal do Servi o de Prote o aos ndios mas que s aparece em seus quadros como um mec nico que fazia parte da equipe do Servi o de Prote o aos ndios na poca do primeiro contato O Posto Ind gena ficou assim relativamente abandonado e n o se sabe as raz es do afastamento daqueles que lideraram a equipe de contato e conheciam bem a l ngua e os costumes mebengokr Liderados por esse Oliveira trabalham como gateiros e na extra o de castanha em uma modalidade que lembra o aviamento Esta a d cada de crise do SPI que vem a ser extinto em 1967 sob acusa es de corrup o e um momento obscuro da rela o dos sertanistas com os Xikrin O eventual retorno de Afonso Alves que tinha liderado a equipe do primeiro contato foi dif cil j que ele tinha pouco a oferecer tendo os recursos do Posto tendo sido esvaziados pelo Org o assim que o contato se consolidou uma experi ncia comum em processos de contato e que se repetiu diversas vezes na regi o A d cada de 1970 traz o plano da Funai de garantir autonomia econ mica do Posto que se busca realizar com a coleta de castanha A poca a Funai tinha xito em comercializar toda a castanha extra da com a qual se comprou muitos v veres e bens tais como espingardas A coleta de castanha permanece como uma importante atividade para os Xikrin do Bacaj at hoje A TI Bacaj foi delimitada em 1979 com limit
234. deradas migrantes setentrionais O ma arico Charadrius collaris foi exclusivamente registrado no per odo Seco e a guia pescadora Pandion haliaetus foi registrada ao longo de todo o per odo de amostragem sendo significativamente mais comum na esta o Seca A avifauna presente na regi o possui padr es de riqueza distribui o e composi o de esp cies semelhante aos padr es observados por outros estudos na regi o amaz nica no entanto a an lise de raridade considerou a ocorr ncia de cerca de 80 das esp cies que foram amostradas Um total de 18 esp cies foi classificado como bons indicadores ecol gicos da integridade de praias arenosas e rio 20 para vegeta o ribeirinha 44 para floresta de v rzea e 97 para floresta de terra firme Do total de 44 esp cies capturadas em redes de neblina nas proximidades do rio Bacaj Caracol 18 foram consideradas raras e cinco exclusivas cabe a branca Dixiphia pipra limpa folha de cauda ruiva Philydor ruficaudatum tovaquinha Dichrozona cincta cricri Lipaugus vociferans e rabo branco rubro Phaethornis ruber A esp cie dominante foi arapa u da taoca Dendrocincia merula seguida pelo tico tico de bico preto Arremon taciturnus e flautim marrom Schiffornis turdina Outras esp cies tamb m avistadas foram o urubu rei Sarcorhampus papa gavi es Leucopternis schistaceus Buteogallus urubitinga Rostrhamus sociabilis jacupemba Penelope superciliaris jacamim Psophi
235. desemprego reduzindo as fontes de renda para a maioria dos trabalhadores que ficar o sem ocupa o formal Uma parcela desses trabalhadores dever deixar a regi o e outra dever retornar s atividades exercidas antes das obras devendo permanecer na regi o um contingente a princ pio desempregado e com necessidades de apoio social A perman ncia de parcela da popula o empregada pela obra ap s a desmobiliza o da infraestrutura de apoio poder ocasionar um aumento da ocupa o informal de postos de trabalho da ocupa o desordenada do solo do desemprego que poder acarretar em aumento da viol ncia do alcoolismo do uso de drogas e um acirramento de tens es sociais na regi o Esses fatores poder o incrementar tanto a fragilidade da Terra Ind gena Trincheira Bacaj com maior press o territorial e sobre seus recursos como das rela es sociais e econ micas dessa popula o com os ndios 6 6 3 IMPACTOS ASSOCIADOS ETAPA DE OPERA O 6 6 3 1 Impactos associados Fase de Opera o Comercial das Unidades Geradoras 6 6 3 1 1 Impactos associados a o de gera o e transmiss o de energia Foram identificados para a a o de gera o e transmiss o de energia os impactos prim rios gerando suas redes de preced ncia a saber e Amplia o da arrecada o de tributos no munic pio de Altamira e Aumento de energia disponibilizada para a regi o onde ser implantado o empreendimento A Rede d
236. do esta um dos ltimos pol gonos fora de Terras Ind genas e Unidades de Conserva o com florestas bem conservadas VA VAVAVAVAAVATA FIREN RIRIERRSS IESIRE ARS A 544000600 1000 DN 6006 0104 1090 04 TXERREN RROA A RRIXIINNRNXS 1 16 4040 00 040410 6 RILIS RS s KAAKIRI TANIS emr BD 4 000 e a os O ato 000000007 0000 1964460470 DRRR 90 NI 1646101001 1051010006 OAs Ed RNIN E RRN rA NNN E RONNA REA SS LKR o 000004 EM asia Ea Q OXXX X EXXX OOE 0 0400000 180 V40101010 0 070 0101010100074004 EI O NXXXXXXAXANAX DD XXXXXASANAAAR o WXXXXAAAAAAAY 4 ASS KLIENS EANES DEEM TAM EASY AS L OO o AA IARRI IRRI TOOR ERRINA ERR SLR ISRN E NNR ISR ELINA RE KINNAR PLRK ERRI KNN AIIRRRNRKE XIIEN SIZIR SONO E OR 608600060 2 A A VE a Rv 0004404 e YYY OOX AANSEN T E he XL IPA Le 5 KLN L ROON AANT E VaN XX ROSS MATY D OOX o AAAA nda i IIRI E RST RRK ESSES EA 8S ENRON 5 0 00 DOS E AAAA da a OOOO OOOO 0049 370 Figura 6 4 2 2 1 1 Regi es de interesse para a cria o de Unidades Conserva o As setas indicam 2008 1 fonte LEME r quais s o essas areas o Assentamentos 6 4 2 2 2 na sua grande o ao Na regiao e sticos do processo de ocupa eris Os assentamentos s o caract foram implantados nas reas de influ ncia das principais rodovias maioria tados pela BR 230 como Altamira Anapu ndia Pacaj
237. do limite norte da TITB Falta de Apreens o sobre os efeitos do conhecimento do local assentamento da popula o nas de reassentamento da proximidades da TITB e ou popula o para regi es que os afetem Figura 6 6 2 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Transfer ncia compuls ria da popula o e Falta de conhecimento do local de reassentamento da popula o atingida B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados A transfer ncia compuls ria da popula o ir ocorrer na fase de implanta o das obras com a aquisi o de terras para a implanta o da infraestrutura de apoio ao AHE Belo Monte e para que seja viabilizada a execu o de suas obras principais e na fase de libera o das reas para o reservat rio dos Canais e do Xingu para sua forma o Os efeitos desse impacto ocorrer o tanto em reas rurais como na rea urbana de Altamira e demais reas urbanas Conforme o EIA do AHE Belo Monte a transfer ncia dessa popula o para outras reas ocorrer de forma planejada n o sendo informada com exatid o a localidade do reassentamento Entretanto tamb m se deve considerar a possibilidade de uma forma desordenada de ocupa o A falta de conhecimento quanto ao local dos reassentamentos causa desconfian a e medo por parte dos ndios da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Isto se deve ao fato da incerteza quanto transfer ncia da popula o para locais pr ximos
238. do pela gua represada por palmas de buriti e faz os peixes pularem superf cie sendo assim coletados Essa pescaria feita na seca em igarap s e uma atividade coletiva s vezes apenas masculina frequentemente reunindo toda a comunidade tem grande import ncia ritual e parte do complexo ritual da inicia o masculina ligando se tamb m rela o que os homens mant m com os peixes e o dom nio aqu tico A coleta parte fundamental dessa produ o e em um per odo anterior sedentariza o trazida pelo contato mobilizava grupos menores por um per odo de tempo em expedi es de ca a e coleta quando o retorno aldeia principal se dava para fazer os grandes rituais que para os Xikrin demandam um grande n mero de pessoas e uma diversidade de pap is rituais e sociais A vida ritual na TI tem se mantido forte e regular e a realiza o de um ritual demanda a colabora o coletiva na ca a que oferecida no momento do ritual e na colheita e no preparo dos bolos de mandioca assados que s o servidos Hoje em dia acrescenta se a essas comidas oferecidas bolachas sucos e outros itens industrializados muito valorizados e que demandam tamb m um esfor o embora outro que envolve outras rela es outra distribui o e outros meios de produ o para sua aquisi o 6 5 8 INSER O NO MERCADO REGIONAL E FONTES DE RENDA Esses produtos industrializados t m sido adquiridos a partir de uma diversidade de rel
239. do rio escoam pela margem esquerda canal secund rio com velocidades muito baixas nas proximidades da se o 5 Portanto pode se inferir que o funcionamento do AHE Belo Monte ir provocar mesmo com a ado o do hidrograma ecol gico uma diminui o significativa da circula o de guas pela margem esquerda pois o fluxo de vaz o ir se concentrar ao longo da calha principal ou seja pela margem direita Desta forma espera se que aumentem a quantidade de po as e ou trechos de gua estagnada e com baixa circula o principalmente na margem esquerda do rio Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 32 Para o segundo trecho do rio Xingu no trecho de vaz es reduzidas espera se condi es melhores em decorr ncia das maiores declividades e consequentemente maiores velocidades de escoamento al m da contribui o da aflu ncia do rio Bacaj 6 2 5 CARACTERIZA O INTEGRADA DOS ASPECTOS GEOL GICOS GEOMORFOLOGICOS E PEDOLOGICOS UNIDADES DE RELEVO E TIPOS DE TERRENOS Para os estudos do meio f sico na AAR nica rea de interesse a cobrir toda a TI Trincheira Bacaj foi escolhida a metodologia de mapeamento de terrenos que apresenta uma s ntese dos aspectos do substrato rochoso do relevo dos solos e a sua rela o com a cobertura vegetal que permite uma vis o integrada das suscetibilidades fragilidades e potencialidades dos terrenos que constituem a rea d
240. dois outros pontos um situado montante e outro jusante da conflu ncia com o rio Xingu serviram como base para a caracteriza o do rio Bacaj no trecho monitorado no entanto esses dois pontos situam se bem pr ximos foz do rio muito distante da TITB Figura 6 2 6 5 1 paqui p Pykayak TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ Pontos de coleta de par metros fisicos e quimicos da agua sedimentos para an lise de nutrientes metais e pesticidas e Par metros fisicos e quimicos Sedimentos an lise de nutrientes metais e pesticidas A aldeias Indigenas Barragem Limite da TI Estradas ES Hidrografia Principal Hidrografia Reservat rio 1 450 000 Figura 6 2 6 5 1 Localiza o dos pontos de coleta de qualidade de gua e limnologia As coletas no rio Bacaj e seus tribut rios restringiram se a apenas dois pontos amostrais como citado acima mesmo o rio estando 40 km dentro da Area de Influ ncia Direta do empreendimento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 48 As campanhas de amostragem foram realizadas nos meses de janeiro de 2007 Enchente em maio de 2007 Vazante em setembro de 2007 Seca e em mar o de 2008 Cheia Nem sempre foi poss vel que as coletas retratassem a sazonalidade do ciclo hidrol gico devido a dificuldades locais Os estudos foram complementados por outros levantamentos realizados e
241. e m Macoinvertebrados Terrestres e A Aldeia Indigena Ea Vias Reservat rio Barragem ED Hidrografia Principal Hidrografia g x Ec Terra Ind gena 1 450 000 AM TO VD A O FIFA Figura 6 3 1 Distribui o dos pontos amostrais dos diversos estudos conduzidos no mbito do EIA do AHE Belo Monte adaptado de LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 66 Da an lise dos resultados dos levantamentos acima mencionados s o apresentadas e S ntese da biota terrestre e aqu tica considerada nos estudos disponibilizados e Avalia o dos impactos do empreendimento sobre a biota terrestre e aqu tica considerada nos estudos existentes e Avalia o dos impactos do empreendimento sobre as Comunidades Ind genas da TI Trincheira Bacaj em fun o de rela o direta e ou indireta das comunidades com a biota terrestre e aqu tica considerada e Proposi o de avalia es complementares e medidas mitigat rias e compensat rias quando pertinentes 6 3 1 CARACTERIZA O DOS GRUPOS BI TICOS 6 3 1 1 Mam feros Aqu ticos O estudo utilizou a t cnica de Censo Visual Diurno percorrendo as reas I II e III da calha principal do rio Xingu entre outubro e novembro de 2007 Seca com embarca es Para os mustel deos foram amostrados tamb m todos os igarap s visando a observa o direta dos animais e de vest gios pegad
242. e A seguir s o apresentados indicadores hidrol gicos Tabela 6 2 6 4 1 e gr ficos de vaz es m dias di rias a partir de originais descritos no EIA Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Tabela 6 2 6 4 1 Indicadores hidrol gicos Postos Fluviom tricos Indicadores Posto Altamira rio Xingu Posto Fazenda Cipa ba Foz do rio Bacaj Posto Aldeia Bacaj 40 km da foz desativado AD 446 203 km2 24 575 km 12 839 km Qmax 32 330 m s 1 385 m s 1 082 m s Qmit 7 851 m s 296 m s 177 m s Cheia m dia anual 23 414 m s Q m dia min anuais 1 017 m s Qmin 365 m s 0 234 m s 0 018 m s Q90 1 193 m s 3 90 m s 3 90 m s Q7 10 654 m s 2 20 m s 1 25 m s Dist ncia das cabeceiras 1 439 km 382 km N veis nos postos Posto Altamira Rio Xingu 2 a 8 86 m 2 26 a 10 24 m Esse posto se localiza na cidade de Altamira e conta com boa s rie hist rica O gr fico indica que os meses de maiores vaz es s o fevereiro mar o abril e maio com valores m dios entre 24 000 e 32 000 m s A vaz o m dia de longo termo igual a 7 917 m s 17 73 I s km A m xima vaz o observada ocorreu em 17 03 1980 com valor de 34 795 m s 77 92 s km A menor vaz o observada ocorreu em 12 10 1971 com 461 m s 1 03 I s km2 Os meses de e
243. e contr rio pr tica xikrin que sempre teve uma diversidade complexa de lideran as e sempre realizou uma s rie de reuni es para que se chegue a uma decis o consensual A representa o e a coer o n o s o pr ticas pol ticas xikrin e se deve evitar que negocia es e interlocu es com a sociedade envolvente tenha por efeito a centraliza o do poder Impactos desse tipo j v m sendo sentidos pelos Xikrin desde o contato Foi a partir desse momento que houve um rearranjo nas lideran as pol ticas ap s a morte de Ng r r ti durante as primeiras epidemias e a capacidade de lideran a demonstrada por On a e Maur quando se dedicavam s atividades de coleta de castanha e de pele do gato maracaj A primeira divis o de Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 126 aldeias p s contato o On a permanecendo na aldeia onde primeiro se fixaram ap s o contato Maur retornando ao lugar do Posto Velho para abrir nova aldeia Desde ent o a sucess o tem se impactado tamb m inclusive pela dificuldade em se dedicar o tempo necess rio para a forma o de um novo chefe que deve pela tradi o dominar muitas t cnicas e conhecimentos Como nota o antrop logo William Fisher a extra o de madeira e o garimpo agravam essa quest o j que madeireiros e garimpeiros t m uma vis o diferente de chefia que os Xikrin que s o contradit rias Assim tamb m a entrada
244. e grupos entre os Xikrin do Catet e de como s o manipulados em diferentes contextos Zn Actes du XLIIe Congr s International des Am ricanistes Paris Societ des Am ricanistes VIDAL LUX 1977 Morte e Vida de uma Sociedade Indigena Brasileira S o Paulo Hucitec VIDAL LUX 1983 A morte entre os ndios Kayap Zm Jos de Souza Martins org A morte e os mortos na sociedade brasileira S o Paulo Hucitec VIDAL LUX 1992 A Pintura Corporal e a Arte Gr fica entre os Kayap Xikrin do Catet Zn Grafismo Indigena S o Paulo Nobel EDUSP FAPESP Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 239 VIDAL LUX 2001 O mapeamento simb lico das cores na sociedade ind gena Kayap Xikrin do Sudoeste do Par Im Aracy Lopes da Silva e Mariana Kawall Leal Ferreira orgs Antropologia Hist ria e Educa o A quest o indigena na escola S o Paulo Global MARI FAPESP VIDAL LUX amp GIANNINI ISABELLE VIDAL 1992 Xikrin do Catet exploram madeira E s o explorados por madeireira Zn Povos Ind genas no Brasil 1987 88 89 90 S o Paulo CEDI S rie Aconteceu Especial 18 Sites e outros Relat rios Consultados IBGE Taxa de Escolariza o Dispon vel em lt http portal mec gov br gt INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL Caracteriza o de Terras Ind genas Dispon vel em http www socioambiental org MINIST RIO DA EDUCA O Mapa da Educa o Brasileira
245. e opera o do empreendimento Desta forma contempla o rio Xingu de um ponto situado a 25 km montante do final da cota de inunda o do futuro reservat rio at um ponto situado a 15 km jusante do ponto de restitui o englobando as reas no entorno dos futuros reservat rios do rio Xingu e dos Canais o trecho de vaz o reduzida as bacias de drenagem dos igarap s Amb Altamira e Panelas e dos igarap s inseridos no reservat rio dos canais e que drenam para o trecho de vaz o reduzida a cidade de Altamira e as reas previstas para sua expans o totalizando cerca de 5 150 km2 para os meios F sico e Bi tico Para os meios Socioecon mico e Cultural a AID considerou as sedes dos munic pios de Altamira Vit ria do Xingu Senador Jos Porf rio Anapu e Brasil Novo os povoados e aglomerados rurais Agrovila Sol Nascente Agrovila Princesa do Xingu Agrovila Piauiense Agrovila Senador Carlos Pena Filho Agrovila Leonardo da Vinci Belo Monte Belo Monte do Pontal Ressaca Ilha da Fazenda Garimpo do Galo Vila Nova os n cleos de refer ncia rural Agrovila Cilo Bananal Agrovila Olavo Bilac Gavi ozinho Padre Eurico Krautler Sagrado Cora o de Jesus Pioneira Santo Ant nio S o Jo o Batista Itapuama Mangueira Cana Verde Transassurini Travess o dos Caj s Travess o Paratizinho Travess o do Espelho Babaquara Bom Jardim I Travess o Pimentel Quatro Bocas Ramal dos Crentes Bom Jardim II Paratiz o Santa Luzia
246. e Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 3 1 1 1 a seguir a rede de impactos com a descri o dos impactos prim rios bem como daqueles que s o deles derivados T3 E Possibilidade de Amplia o da arrecada o disponibiliza o de recursos de tributos no municipio para reestrutura o e de Altamira adequa o dos servi os de sa de e educa o na TITB Aumento de energia disponibilizada para a regi o onde ser implantado o empreendimento Demanda de disponibiliza o de energia para a TITB Incremento da fragilidade da TITB e altera o nas rela es sociais e econ micas da popula o local com os ndios Possibilidade de aumento Dinamiza o e de equipamentos de transforma o da produ o industrial e economia regional comercial Possibilidade de altera es nos modos de produ o ind gena e de comercializa o dos produtos Figura 6 6 3 1 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Amplia o da arrecada o de tributos no munic pio de Altamira e Aumento de energia disponibilizada para a regi o onde ser implantado o empreendimento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 207 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados Com a implanta o do AHE Belo Monte impostos como ISS COFINS e PIS entre outros ser o arrecadados e a base para arrecada o do ICM
247. e conhecer as din micas pr prias desse tipo de atendimento Do ponto de vista dos ndios tamb m a confiabilidade dos servidores sempre pautada pela possibilidade de que eles venham a ser removidos ou queiram ser realocados Para os ndios a dificuldade desses profissionais em adquirir compet ncia ling stica em sua l ngua um motivo de reclama o constante quando muito eles adquirem a compet ncia ling stica suficiente para entender as demandas b sicas mas muito raro que sejam efetivamente capazes de interagir na l ngua ind gena falada quase exclusivamente pelas mulheres e crian as Como s o as m es que com maior frequ ncia encaminham seus filhos farm cia essa quest o torna se ainda mais problem tica O DSEI conta ainda com a Equipe Multidisciplinar de Sa de Ind gena composta por nutricionista enfermeira laboratorista e farmac utica que realiza visitas peri dicas pela mesma l gica de rotas sobe os rios vacinando e coletando exames e desce fazendo consultas em cada aldeia O m dico do DSEI atua apenas na Casa de Sa de do ndio CASAT n o realizando as rotas de visitas nas aldeias Em cada aldeia h um a auxiliar de enfermagem que passa 60 dias na aldeia e 16 na cidade ou 4 meses na aldeia para de 45 a 60 dias na cidade caso dos funcion rios que cursam a gradua o intervalar oferecida na cidade por uma universidade particular embora em reas que n o da sa de por falta de oferta os cursos
248. e do sistema Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 53 Menor cheia observada 1998 Cheia TR 1 5 anos 1992 1993 Cheia TR 2 anos 1983 1984 Fra es vaz es mensais das m dias Hidrograma colado Tabela 6 2 7 1 Resumo dos Cen rios Simulados Descri o Cen rio de seguran a ambiental baseado na repeti o do hidrograma com menor volume e vaz o de pico no per odo de observa o Situa o ambiental mais cr tica j ocorrida no local Cen rio de seguran a ambiental baseado na cheia de 1 5 anos de tempo de retorno para a qual os rios normalmente iniciam o extravasamento da calha Situa o ambiental pouco cr tica j ocorrida no local Cen rio de seguran a ambiental baseado na cheia de 2 anos de tempo de retorno para a qual os rios inundam as margens Situa o ambiental confort vel ocorrida no local Cen rio de manuten o de vaz es m nimas com varia o mensal com limite inferior de 700 m3 s x 12627 20846 22422 7557 Cen rio de manuten o de processos ecol gicos associados cheia de 8000 m s durante um m s com antecipa o da recess o Natural Cen rio de manuten o de processos ecol gicos associados cheia de 8000 m s durante um m s Cen rio de manuten o de processos ecol gicos associados cheia de 4000 m s durante um m s Cen rio de vaz o constante e
249. e estudo Os terrenos correspondem a uma por o da superf cie terrestre que caracterizada pela similaridade do arranjo espacial de seus componentes e atributos e que pode ser facilmente reconhecida pela sua fisionomia tanto no campo quanto por meio de imagens de sensores remotos Os principais atributos do terreno s o interdependentes e correlacionados de modo que todos os usos do terreno s o dependentes das combina es e intera es dos elementos do meio f sico e de seus atributos Para subsidiar esse mapeamento foram utilizados outros produtos cartogr ficos espec ficos como mapas geomorfol gico e pedol gico Anexos 02 e 03 Esses produtos foram baseados nos estudos realizados pelo Projeto Radam Brasil e foram utilizados para identificar as principais unidades geomorfol gicas presentes na rea de interesse Esses mapeamentos apresentados quando integrados com outras informa es permitiram definir unidades de terreno que s o descritas a seguir na forma como apresentado no EIA Figura 6 2 5 1 a Planaltos Residuais do Sul da Amaz nia Morrotes Morros e Serras Residuais e Morros e Serras Residuais Tabulares Segundo as descri es do EIA essa unidade de relevo juntamente com a Depress o da Amaz nia Meridional abriga as bacias do m dio rio Xingu e seus afluentes Iriri Fresco e Bacaj Esta unidade constitu da por relevos residuais de diferentes dimens es com altitudes vari veis de 500 a 750 m e por
250. e n o s o compreendidos por eles N o obstante essas tens es sempre se pleiteia a perman ncia de agentes de sa de formados e a manuten o do estoque da farm cia percebidos como uma garantia da condi o de sa de na aldeia Normalmente os profissionais de sa de que reside nas aldeias t m a forma o t cnica de auxiliar de enfermagem e m dicos e dentistas fazem visitas regulares nas aldeias da TI Trincheira Bacaj H relativamente pouco diagn stico e acompanhamento das condi es de sa de da popula o da TI Trincheira Bacaj j que a n o ser pelo controle neonatal e pelos cuidados de puericultura com o acompanhamento de peso das crian as ou o controle de doen as end micas n o se faz exames com a frequ ncia desejada especialmente na popula o adulta Os atendimentos e o acompanhamento ficam restritos s ocorr ncias As aldeias contam com Agentes Ind genas de Sa de AIS que t m sido formados desde o in cio da d cada e Agente Ind gena de Saneamento AISAN 6 5 6 ORGANIZA O SOCIAL E POL TICA A aldeia circular constru da pelos Xikrin marca espacialmente suas rela es sociais e o modo de conceb las A aldeia o espa o domesticado socializado humano por excel ncia e um gradiente de dist ncia f sica tamb m um gradiente de decrescente humaniza o e socializa o O c rculo das casas o espa o dom stico familiar e feminino onde os corpos s o nutridos e cuidados e onde as rela
251. e picos de Cheia anuais alternados em 4 000 e 8 000 m s a navega o at Altamira ser poss vel a partir das comunidades do rio Bacaj mesmo que essa navega o venha a apresentar maiores obst culos e eventualmente aumento de percurso Do ponto de vista das comunidades ind genas que habitam as margens do rio Bacaj esses impedimentos podem representar maiores dificuldades do que o imaginado A considerar que o percurso entre as comunidades ind genas longo em alguns casos demandando mais de um dia de viagem esse eventual aumento de percurso pode tornar a viagem muito mais penosa do que j Sem considerar ainda que em muitos casos as embarca es fazem viagens carregadas de produtos como castanha farinha pescado etc Nesses casos novos obst culos navega o podem comprometer toda a rede socioecon mica dessas popula es Isso posto seria fundamental que o projeto visando a sustentabilidade da navega o entre o m dio alto curso do rio Bacaj e a cidade de Altamira citado nos estudos ambientais fosse Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 58 J detalhado e apresentado com a devida divulga o aos maiores interessados ou seja s comunidades ind genas da TITB Por fim manter a viabilidade da navega o entre as comunidades ind genas do Bacaj at Altamira do ponto de vista indigenista quest o essencial para a manuten o do modo de
252. e uma enfermeira que fica dispon vel ao menos uma vez ao dia para dar apoio aos auxiliares de enfermagem que se encontram nas aldeias no hor rio do r dio sugerindo tratamentos e avaliando a necessidade de remo es O CASAI mantido trancado contando com um seguran a e conta com quartos um local para armazenamento de medicamentos e para consultas uma cozinha e um espa o livre e semi coberto com bancos mesas e uma televis o Ele est localizado distante da rea central da cidade ou do porto demandando longas caminhadas entre a Casa do Indio e a CASAI ou o centro comercial Algumas vezes poss vel uma carona nos carros da FUNASA mas normalmente visitas a parentes demandam dos Xikrin longas caminhadas O Hospital Municipal de Altamira recebe os ndios para interna o em complexidade secund ria o Hospital Regional da Transamaz nica de complexidade terci ria tem algumas especialidades e realiza hemodi lises e tomografias Atendimentos de maior complexidade ou n o cobertos pelas especialidades em Altamira s o encaminhados Santa Casa de Bel m O DSEI de Altamira coordenado por Dnair Marques e Walter Avelino da Silva sendo substitu dos por Francisco Teixeira que nos recebeu Opera em uma casa exclusiva para esse fim onde os setores est o distribu dos e programas s o formulados e executados de modo uniforme s 17 aldeias cobertas totalizando cerca de 2000 ndios alternadamente em tr s rotas a do Bacaj a
253. ecebem fevereiro e mar o apenas em abril Al m das perdas financeiras e das d vidas acumuladas especialmente em in cio do ano reclamam da inseguran a O contrato se faz em um regime que vai de AD1 para quem tem ensino m dio a AD4 para quem tem ensino superior Reclamam tamb m da falta de concurso espec fico para a rea ind gena e do fato de que mesmo quando concursados devem se restringir ao ensino infantil n o podendo ser promovidos T m como insatisfa o tamb m uma certa marginalidade j que por exemplo a coordenadora da escola ind gena da Secretaria n o teria ido rota Bacaj nenhuma vez em 2008 uma rota esquecida Esperam a forma o espec fica para a utiliza o do material did tico do programa Brasil Alfabetizado j que foram informados de que uma forma de alfabetizar diferente Essa forma o seria feita diretamente pela coordenadora Cec lia que deve ir s aldeias realizar a capacita o Em todas as aldeias como mostra o censo escolar acima h alunos preparados em n mero suficiente para formar a 5a s rie Isso s n o poss vel por falta de forma o espec fica dos professores j que s o pedagogos e podem trabalhar apenas nas 13 e 2a etapas do Ensino Fundamental ou seja da 1 a 4a s rie T m expectativas em rela o ao projeto de ensino modular que pelo seu conhecimento est sendo formulado pela Secretaria Em v rias aldeias alunos repetem diversas vezes a 42 s rie para se
254. ecursos financeiros e t cnicos para a aquisi o de meios de transporte ve culos automotivos e combust vel s comunidades ind genas assim como qualifica o para a condu o e manuten o dos ve culos Subsidiar a adequa o dos servi os p blicos que atendem as comunidades ind genas para que promovam a conex o entre suas sedes e as aldeias de modo a transportar materiais equipamentos e profissionais s aldeias e transportar membros das comunidades ind genas a suas sedes em Altamira para a utiliza o dos equipamentos de apoio tais como os de aten o sa de e para a qualifica o de agentes ind genas nas novas condi es de transporte Promover a es de qualifica o dos profissionais contratados para a constru o das obras vi rias na TITB para que respeitem a cultura e os modos ind genas e garantam a integridade f sica e ambiental do territ rio Promover e subsidiar a es de fiscaliza o da TITB e comunica o sobre a TITB para a popula o regional com vistas preven o e prote o de invas es e ocupa o do territ rio ind gena eventualmente facilitadas pela abertura e manuten o de estradas com a participa o das comunidades ind genas e demais atores tais como Funai Promover meios para a participa o ind gena na formula o das metas e prioridades do programa e no seu monitoramento e avalia o com eventuais modifica es e adequa es de acordo com essa avalia o e com os i
255. egime de Vazante e o in cio do comportamento de nidifica o com diferen as de um ano para o outro decorrentes das varia es no pr prio ciclo hidrol gico mas as nidifica es ocorrem a partir de setembro As posturas da tartaruga da Amaz nia e da piti monitoradas foram depositadas em praias geralmente sem cobertura A tartaruga da Amaz nia utiliza al m da regi o das praias jusante outras praias localizadas montante das cachoeiras H evid ncias de que as f meas preferem sempre a mesma regi o para desovar retornando a cada esta o de nidifica o escolhendo o s tio mais adequado para postura em fun o de caracter sticas f sicas como altura da praia em rela o ao n vel da gua e da natureza f sico qu mica da areia O tracaj mostrou se mais diversificado na escolha de seu s tio de desova com posturas localizadas em praias arenosas sem e com cobertura barrancos margens erodidas reas de campo na sombra em borda de florestas Covas dessa esp cie foram observadas ao longo do rio Xingu sendo mencionadas duas regi es com concentra o de posturas bem significantes o rio Bacaj e o Tabuleiro dos Araras Os quel nios sempre constitu ram um item importante na dieta dos habitantes da regi o sendo a coleta da tartaruga da Amaz nia a atividade etnozool gica mais importante de toda a regi o amaz nica por ser de maior porte e a mais abundante era rotineiramente consumida e tamb m armazenada em
256. el no no rio Bacaj rio Bacaj Degrada o da Altera o da Floresta Ombr fila ictiofauna do rio Aluvial no rio Xingu Xingu Possibilidade dos jovens Fragmenta o da organiza o trabalharem no garimpo social pol tica e cultural da TITB Intensifica o das atividades garimpeiras Possibilidade da descaracteriza o de usos costumes e tradi es e inviabiliza o na reprodu o f sica e cultural dos ndios da TITB Diminuic o da Poss veis altera es no S regime hidrol gico do rio vaz o do rio Xingu Bacaj Figura 6 6 3 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o da din mica de escoamento fluvial do Trecho de Vaz o Reduzida Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 209 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados Como resultado da configura o do AHE Belo Monte o trecho do rio Xingu localizado entre a barragem do S tio Pimental e a Casa de For a Principal sofrer uma redu o no volume de gua Esse trecho chamado de Trecho de Vaz o Reduzida TVR tem 100 km de extens o medidos ao longo da calha central do rio Conforme estudos descritos no EIA do AHE Belo Monte a vaz o m nima no per odo de seca ser de 700 m3 s vaz o esta que segundo o Estudo garante a navega o no trecho No cen rio proposto no hidrograma ecol gico que consta do EIA no per odo
257. em busca de alimento e prote o A alta propor o de indiv duos n o identificados gt 50 sugere altos ndices de perturba o IP no ambiente Foram encontradas 30 ninhadas de jacar s sendo 26 de o jacar tinga duas do jacar a u uma de jacar coroa e uma n o identificada n meros n o indicativos de expressivos s tios de reprodu o das esp cies No Igarap Itata na conflu ncia com o rio Xingu foi observada grande quantidade de buracos no barranco utilizados pelo jacar coroa 6 3 1 4 2 Quel nios O tracaj a tartaruga da Amaz nia a cabe a torta e a piti foram nessa ordem as esp cies mais abundantes com maiores valores da tartaruga da Amaz nia e da piti no canal principal principalmente na rea III e do tracaj nas reas I e II embora essa ltima tenha ocorrido em todas as regi es amostradas A densidade de quel nios foi maior no per odo de Enchente e no canal do rio Xingu Embora a tartaruga da Amaz nia n o tenha sido amostrada e provavelmente n o ocorria acima das cachoeiras do rio Xingu diversos animais adultos foram introduzidos por seringueiros pelo pr prio IBAMA e pelo rompimento de tanques de cria o em cativeiro Tanto a tartaruga da Amaz nia quanto a piti realizam extensas migra es reprodutivas saindo da plan cie alagada e dos ambientes de alimenta o para o canal principal e migrando s praias arenosas Os tracaj s n o empreendem movimentos sazonais e n
258. end ncia ele pode vir a ganhar A orat ria importante meio de fazer pol tica algo que se deve aprender a fazer envolvendo uma t cnica e uma ret rica espec fica e s o os mais velhos que a fazem melhor e com mais efic cia Um jovem pode vir a fazer um discurso mas normalmente s o os mais velhos que o fazem A orat ria um importante meio de fazer pol tica no sentido de dar express o a decis es e vontades que s o da coletividade e tamb m de adquirir e verificar prest gio Como se disse um homem vai sendo reconhecido pelo seu prest gio e ganhando influ ncia pol tica com a idade mas volta a um relativo isolamento na velhice quando na categoria de idade dos que n o mais t m filhos retirando se da pol tica faccionalista Nas aldeias do Bacaj algumas pessoas t m se mantido com prest gio e influ ncia por muito tempo como o caso de Bep Tok o chefe On a da aldeia do Bacaj Outros ascenderam ao poder h pouco mas conquistaram uma posi o s lida como Bep Katenti o Maradona que abriu e lidera a aldeia Mrotidjam H ainda lideran as como a de Tucum que re ne em torno de si sua fam lia e agregados mas alterna uma lideran a pol tica ativa com per odos em que se retira Por outro lado h uma mobilidade grande nas lideran as jovens que nem sempre permanecem em posi o de lideran a e prest gio Os l deres de categoria de idade podem mudar com frequ ncia e cada vez mais sua posi o depende de sua c
259. endo elas e regi o da Volta Grande na margem direita do rio Bacaj um dos mais importantes afluentes do rio Xingu e regi o entre as Terras Ind genas Koatinemo e Trincheira Bacaj Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Plano de Conserva o dos Ecossistemas Aqu ticos Programa de Monitoramento da Flora Projeto de Monitoramento das Florestas Aluviais Estender o Projeto de Monitoramento das Florestas Aluviais para o rio Bacaj incluindo seu baixo m dio e alto curso Programa de Conserva o da Ictiofauna Projeto de Monitoramento da Ictiofauna Estender o Projeto de Monitoramento da Ictiofauna para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo nao y Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Programa de Conserva o da Fauna Aqu tica Projeto de Monitoramento e Controle de Invertebrados Aqu ticos Estender o Projeto de Monitoramento e Controle de Invertebrados Aqu ticos para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a inte
260. energia at aqui puxar o fio para c tamb m eles n o falam da gente que est no mato e vai sofrer tamb m Bep Koti PTK 6 5 13 11 Preocupa o com a Sa de S o tr s as preocupa es em rela o sa de o cuidado dos doentes na aldeia a e melhoria dos servi os de sa de o aumento de incid ncia de doen as e a chegada de novas doen as e a remo o dos doentes que precisarem de equipamentos de maior complexidade em Altamira dada a vaz o reduzida As condi es de atendimento sa de nas aldeias poderiam ser bem melhores em seu entender Por exemplo reclamam da falta de rem dio e pedem garantias de que ele n o falte Para os doentes tamb m tem que deixar escrito que tem que ter sempre o rem dio para os doentes Que fa am as coisas certas On a BKJ Mas preocupam se com a forma o dos profissionais que atendem nas aldeias Como vimos s o auxiliares de enfermagem que permanecem nas aldeias realizando inclusive a maior parte dos diagn sticos para o que contam com o apoio de uma enfermeira locada em Altamira que fica no r dio para avaliar os tratamentos a necessidade de modific lo ou a remo o Atualmente m dicos n o chegam aldeia pela Funasa j que o m dico contratado fica fixo em Altamira e a Equipe Multidisciplinar de Sa de Ind gena n o conta com um medido Os trabalhos volunt rios com visitas de m dicos s o espor dicos e nem sempre abrangem todas as aldeias Seu Tucum dado esse c
261. ento da vaz o do rio Xingu ocorre um aumento na variabilidade das vaz es do rio Bacaj Em outras palavras a interpreta o desses dados releva que o rio Bacaj pode variar muito ao longo dos per odos de Seca e Cheia Informa es obtidas em campo junto s comunidades ind genas reportam grandes varia es nos n veis do rio em curto espa o de tempo Por fim devido a essas caracter sticas apresentadas seria relevante que na bacia do rio Bacaj fossem conduzidos estudos espec ficos que enfocassem aspectos hidrol gicos e hidrogr ficos em maior detalhe 6 2 6 3 Considera es sobre os C lculos de Remanso no rio Bacaj A modelagem matem tica do rio Bacaj teve o objetivo de se compreender a extens o da influ ncia das cheias do rio Xingu no baixo curso do rio Bacaj Os c lculos de remanso apresentados procuraram representar o comportamento do pulso hidrol gico do rio Bacaj para um cen rio de cheias reduzidas no rio Xingu As se es topogr ficas foram inferidas com base na restitui o fotogram trica segundo os seguintes crit rios e Na foz do rio Bacaj considerou se o fundo na cota 70 correspondente ao fundo m dio do rio Xingu na Se o 7 se o topobatim trica levantada em campo e Na se o da cachoeira a 1 5 km da foz que aparece na imagem de sat lite de 20 10 1998 o fundo foi considerado na cota 72 cota do n vel d gua para uma vaz o de estiagem no rio Xingu de aproximadamente 1 000 m s
262. ento florestal por meio da implementa o de modelos de produ o de madeira e outros produtos florestais a partir de assentamentos concess es e unidades de conserva o de uso sustent vel promo o do fortalecimento da explora o sustentada das florestas priorizando o manejo florestal comunit rio pr ximo aos centros urbanos e as estradas Fonte LEME 2008 6 4 2 USO E OCUPA O DO SOLO 6 4 2 1 Frentes de Ocupa o As frentes de ocupa o atuantes no Par s o 1 Frente de ocupa o que parte do sudeste do Par rumo Terra do Meio at o vale do rio Iriri afluente do rio Xingu pela margem esquerda consiste no avan o de madeireiros e pecuaristas atrav s de uma estrada aberta na d cada de 70 por uma empresa de minera o estrada Canopus a partir da qual madeireiros vindos principalmente dos munic pios de Reden o Rio Maria Xinguara Tucum Ouril ndia e S o F lix do Xingu abriram mais de 600 km de estradas n o oficiais em busca das rvores de mogno 2 Frente de ocupa o vinculada rodovia Cuiab Santar m BR 163 no sentido munic pio de Itaituba Terra do Meio consiste no avan o de madeireiros acompanhados pela pecu ria extensiva 3 Frente de ocupa o a partir dos munic pios Concei o do Araguaia Reden o e Marab diretamente vinculada aos estados vizinhos do Maranh o Tocantins e Goi s em um Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj
263. eparado por Seu N go Arara da Volta Grande do Xingu no tratamento de uma mol stia de pele se sua esposa que nunca fora propriamente diagnosticada e parecia n o ter cura Bep mojp atraiu seus filhos e noras e sua fam lia ocupa 4 casas do c rculo da aldeia A aldeia foi constru da em formato circular com 17 casas que abrigavam 64 pessoas em dezembro de 2008 de acordo com o censo demogr fico da Funai No entanto esse censo nem sempre inclui as fam lias Xikrin origin rias das outras aldeias da TI que l residem imaginando que elas possam vir a partir logo Eles dizem ter aberto o p tio da aldeia m o tendo tido grande trabalho com uma suma ma que fincava suas ra zes bem no meio do p tio Duas traves est o colocadas atualmente no p tio funcionando como campo de futebol e eles planejam a constru o de uma Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 152 casa central ng para as reuni es Atualmente as reuni es s o feitas na casa de Tucum A aldeia est um pouco mais distante do leito do rio que as outras e eles abriram um canal que parte do leito principal do rio e leva a um caminho que d na aldeia Nessa passagem do rio tomam banho e lavam roupa e frequentemente lou as Por esse caminho a primeira casa a se encontrar a farm cia constru da por eles com madeira serrada Seu plano quadrado dividido em dois uma metade compondo a farm cia propriamente dita
264. erida para atender produ o da castanha do par que passou ent o a sustentar a economia paraense Em 1920 a coleta da castanha j era a mais importante atividade econ mica do estado do Par Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 08 O grande afluxo de migrantes para a regi o Sudeste do Par ser repetido ciclicamente em diferentes momentos de seu desenvolvimento econ mico importante destacar que at a d cada de 50 a ocupa o da Amaz nia limitava se regi o litor nea e s faixas de terras ribeirinhas dos principais rios naveg veis Os ciclos de explora o econ mica pouco alteraram este quadro j que se tratava de atividades extrativistas Nesse contexto os trabalhadores penetravam na floresta onde coletavam o l tex da borracha a castanha do par e as madeiras nobres ca avam os animais silvestres para a retirada das peles explorava min rios em especial o ouro de aluvi o Boa parte dos produtos do Par eram transformados em bens de consumo no pr prio local da coleta E interessante notar que todas essas atividades ensejavam a dispers o da popula o no territ rio Desse modo durante os anos 50 a popula o encontrava se dispersa na floresta e nos pequenos n cleos urbanos de tamanhos diferenciados e que cumpriam seu papel no mbito da divis o do trabalho regional estabelecendo o circuito de media o das trocas mercantis Nesse
265. erramento dos trabalhos da Amazoncoop os Xikrin tiveram que voltar a pesquisar o mercado para inserir seu produto e modos de escoamento da produ o O artesanato embora a qualidade da plum ria kayap mebengokr seja reconhecida n o fonte de renda constante ou representativa especialmente ap s as restri es comercializa o de plumas Os Xikrin do Bacaj fazem bordunas e produtos de mi angas para venda em Altamira onde encontram um mercado restrito Mas relativamente comum a troca de bordunas por farinha produzida na cidade O garimpo do Manez o ainda hoje oferece uma indeniza o que com relativa frequ ncia buscada pessoalmente pelos Xikrin Um certo fluxo de dinheiro adv m das Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 129 aposentadorias recebidas por alguns dos mais velhos assim como por uma mulher que se aposentou por incapacidade o que beneficia suas fam lias e do Bolsa Fam lia que tem uma fam lia contemplada na TI H tamb m fun es assalariadas como os Agentes Ind genas de Sa de AIS e Agentes Ind genas de Saneamento AISAN O dinheiro que chega por essas vias n o suficiente para responder demanda de produtos industrializados Os Xikrin buscam meios de adquiri los buscando recursos financeiros alternativos nem sempre legais Ficam assim especialmente vulner veis a apelos nem sempre leais ou ben ficos a eles ou sustentabilidade
266. es contato direto com a comunidade compromissos sustent veis considera es das especificidades socioculturais ind genas e considera es das perspectivas dos ndios Este trabalho foi realizado por uma equipe interdisciplinar composta por especialistas na rea do meio f sico e bi tico social e antropol gico Este estudo foi conduzido e refletiu de maneira objetiva e independente a concep o dos consultores contratados O princ pio desta concep o ao longo do tempo de todo o trabalho foi o da ampla participa o e completa transpar ncia do processo junto aos ndios FUNAI e empresa contratante e contamos com contribui es No entanto o relat rio de responsabilidade da equipe de consultores e tem como objetivo atender ao termo de refer ncia elaborado pela FUNAI e que responde a uma exig ncia legal para a obten o do licenciamento pr vio 6 9 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Caracteriza o Ambiental BENETTI A D LANNA A E amp CABALCHINI M S 2003 Metodologias para Determina o de Vaz es Ecol gicas em Rios Revista Brasileira de Recursos Hidricos 8 149 160 DECRETO FEDERAL S N de 02 10 1996 HENRIQUES L M P DANTAS S DE M SARDELLI C H CARNEIRO L S BATISTA R do S da S ALMEIDA C C A TORRES M de F SILVA M de C LARANJEIRAS T O amp MELLO FILHO J C de 2008 Diagn stico avifaun stico da rea de influ ncia do AHE Belo Monte como subs dio ao Estudo de Impacto Ambient
267. es de parentesco s o vividas o p tio o lugar do ritual e o centro onde hoje se costuma erguer uma casa o espa o p blico pol tico e masculino As casas s o compostas por fam lias extensas ou seja habitadas por mulheres aparentadas e suas fam lias que cooperam na produ o dos alimentos e na cria o das crian as Os homens saem da casa natal quando se casam para viver com a fam lia da esposa At pouco tempo atr s os jovens sa am de casa antes do casamento indo morar no centro da aldeia para finalmente acabar de atravessar o p tio e residir com sua mulher e os parentes dela quando casavam Hoje eles fazem o tr nsito sem esse Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 124 per odo intermedi rio no p tio Assim normalmente as casas s o compostas por um casal mais velho suas filhas genros e netos seus filhos solteiros e os filhos ainda crian as Casas pr ximas tamb m s o casas de pessoas que guardam uma rela o de parentesco proximidade e coopera o Os Xikrin estruturam sua sociedade de acordo com a combina o dos crit rios de g nero e idade As pessoas s o divididas e classificadas de acordo com a categoria de idade a que se pertence a depender do momento de sua vida Quando nascem meninos e meninas fazem parte de uma mesma categoria mekarore rec m nascidos depois tornam se meprire crian as gente pequena Nessa fase tem in cio a dife
268. es internas Estresse constante sobre a comunidade ind gena Incremento de alcoolismo e possibilidade de psicose e uso de drogas enquanto o empreendimento compensa es durar Figura 6 6 1 1 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Gera o de expectativas e preocupa es com rela o ao empreendimento Falta de entendimento sobre quem o empreendedor respons vel Falta de estudo no rio Bacaj e na Terra Ind gena Trincheira Bacaj a B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados O Aproveitamento Hidrel trico Belo Monte alvo de estudos desde os anos 80 quando era conhecida como Usina Hidrel trica Karara Diversas contesta es foram feitas ao empreendimento ao longo desses anos com altera es nas obras de engenharia e paralisa o e retomada dos estudos Os diferentes posicionamentos contr rios e favor veis ao projeto adotados pelos movimentos sociais pesquisadores ambientalistas organiza es n o governamentais poder p blico popula o local representantes ind genas somado ao contato entre a popula o ind gena e t cnicos respons veis pela realiza o dos estudos de engenharia meio ambiente socioecon micos e antropol gicos e a divulga o do empreendimento de tamanha magnitude geram muitas expectativas em rela o perspectiva de implanta o do AHE Belo Monte A divulga o tardia do empreendimento e suas altera es junt
269. es muito inferiores aos esperados pelos Xikrin deixando de fora importantes castanhais e reas de uso e ocupa o inclusive a regi o onde foram Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte NM 120 primeiro contatados Com o apoio da ADR da antrop loga Lux Vidal e da Companhia Vale do Rio Doce novo processo foi encaminhado O novo pleito era consoante ainda com um plano de se demarcar as terras ind genas da regi o em um cont nuo evitando se corredores que permitiriam acesso a invasores e desmatamento Em 1993 a rea ampliada agora denominada Trincheira Bacaj reconhecida como de posse permanente dos ndios para efeito de demarca o Portaria 319 Minist rio da Justi a publicada no DOU em 18 08 1993 a demarca o definitiva acontece apenas em 1996 Decreto s n com data de publica o de 04 10 1996 REG CRI E SPU 02 10 1996 com uma rea de 1 650 939 ha nos munic pios de Altamira Pacaj Anapu Senador Jos Porf rio S o Felix do Xingu Estado do Par tendo como limite leste as cabeceiras dos igarap s Dois Irm os da Direita Manez o Carapan e Chapeuzinho sul a TI Apyterewa e o Igarap Negro afluente da margem direita do rio Bacaj e oeste as TI s Koatinemo e Arawet o Norte faz fronteira com as glebas Bacaj e Bacaja fazendas terras devolutas est pr ximo da TI Arara da Volta Grande e tem sua face voltada para a margem direita do Rio Xingu A
270. esentado para toda a bacia do rio Xingu quando da realiza o dos estudos regionais em fun o da escala a TITB encontra se inserida em classe indivisa formada pela aglutina o das forma es vegetais Floresta Ombr fila Aberta Submontana Floresta Ombr fila Densa Aluvial Floresta Ombr fila Densa Submontana e Floresta Ombr fila Densa Terras Baixas a quais ser o detalhadas no decorrer do texto O EIA apresenta tamb m para a AII mapeamento na escala 1 250 000 que recobre 19 da rea da TITB principalmente em sua por o norte at imedia es da Aldeia P t Kr Esse mapeamento foi baseado em dados secund rios oriundos do IBGE SIVAM que identificou nesse trecho o dom nio praticamente exclusivo com exce o de pequenas manchas de Floresta Ombr fila Aluvial da associa o entre as forma es vegetais ocupadas por Floresta Ombr fila Densa Submontana Dossel Emergente Floresta Ombr fila Aberta Submontana com Palmeiras e Floresta Ombr fila Aberta Submontana com Cip De acordo com o mapeamento realizado pelo Projeto Radam Brasil grande parte da TITB principalmente em seu trecho sul dominado pela regi o ecol gica Florestas Densas sub regi o Arrasada da Serra dos Caraj s ocorrendo localmente Florestas Abertas Mistas e em enclaves isolados Floresta Submontana Aplainada Na por o norte e noroeste ocorre a regi o de Florestas Abertas sub regi o da Superf cie Aplainada do Alto Xingu TIriri ocorrendo localmente F
271. essores ind genas atuando nas escolas A Tabela 6 5 10 3 1 resume as condi es de contrata o e forma o dos professores tal como constam nos documentos oficiais da Secretaria Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nu37 Tabela 6 5 10 3 1 Condi es de contrata o e forma o dos professores atuantes nas escolas das aldeias da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Professor Qualifica o Escola Aldeia Curso Disciplina Turno S rie Alunos Ra A en Ensino z Inicial a 43 Angela Mana nes os Pam EMEF Bekati Pykayaka Fundamental de 08 peucacag 10 20 24 200h Santos Pedagogia e 09 anos Geral EJA LP em Aldo Viana Duarte Pedagogia Ensino Educa o B 200h EMEF Bep Pryti Mrotidjam Fundamental de 08 10 20 Inicial a 48 80 Cursando LP 09 Geral Erenita Lima Santos e J3 anos 100h Pedagogia George dos Santos Cursando LP Eni 100h Ferreira Pedagogia nSINO z M Pa Bacaj Fundamental de 08 o 10 20 Iniciala 4a 84 T nia Cristina da Silva Cursando LP gorarat e 09 anos Cra 200h Bueno Pedagogia ras EMEF Ensino n pandeira te oo Trincheira Pat Kr Fundamental de 08 o 9 10 20 Inicial a 42 35 200h gog Bacaj e 09 anos Fonte Secretaria Municipal de Educa o Cultura e Desporto Prefeitura Municipal de Altamira 2009 Duas escolas da TITB contam em 2009 com Pessoal de Apoio Administrativo cont
272. estabelecer resultados finais e intermedi rios a serem alcan ados e Apresentar relat rios regulares sobre as atividades desenvolvidas gest o financeira e administra o de contratos contatos e a es entre o empreendedor e as comunidades ind genas e Manter um Conselho Consultivo para o acompanhamento avalia o e fiscaliza o do Programa com participa o parit ria ind gena e Manter regularidade no desempenho do Programa de trabalho e Definir processos e agenda para monitoramento avalia o e ajuste nas a es propostas 6 7 12 PLANOS PROGRAMAS E PROJETOS PROPOSTOS NO EIA DO AHE BELO MONTE Os planos programas e projetos que constam do EIA RIMA do AHE Belo Monte apresentado ao IBAMA e cujas a es contribuir o para a mitiga o de impactos negativos sobre a TITB e o modo de vida dos ndios s o apresentados na Tabela 6 7 12 1 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 226 Tabela 6 7 12 1 Planos Programas e Projetos propostos no EIA do AHE Belo Monte e relevantes para o Estudo do Componente Ind gena da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Etapas e Fases do AHE Belo Monte Plano do EIA Programa do EIA Projeto do EIA Complementa es referentes comunidade e Terra Ind gena Trincheira Bacaj Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais
273. estas florestas podem estar associadas a cip s e palmeiras com predom nio da segunda Entre as palmeiras destacam se o baba u Attalea phalerata o coco cabe udo 4 martiana e inaj 4 maripa Estas florestas com dossel descont nuo crescem sobre solos antigos rasos intemperizados e associados a relevos movimentados Floresta Ombr fila Densa Submontana Esta forma o ocorre em reas dissecadas do relevo montanhoso e dos planaltos com solos medianamente profundos S o florestas com dossel fechado com alturas das rvores uniforme ou com presen a de emergentes acima de 50 m de altura A submata integrada por pl ntulas de regenera o natural al m da presen a de palmeiras de pequeno porte e lianas herb ceas em maior quantidade LEME 2008 Floresta Ombr fila Densa de Terras Baixas De acordo com o IBGE 1992 esta forma o ocupa em geral os terrenos situados pouco acima do n vel do mar at a cota 100 m nas plan cies laterais aos rios principais n o inundadas sazonalmente Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 85 J Floresta Ombr fila Densa Aluvial A floresta ombr fila densa aluvial regionalmente conhecida como v rzea possui uma diversidade inferior floresta de terra firme Trata se de uma forma o ribeirinha que ocorre ao longo dos cursos d gua ocupando os terra os das plan cies quatern rias Localmente predominam ao longo das pla
274. estas para atender demanda de produtos florestais antes realizada nas reas onde ocorrer a implanta o do empreendimento Essa procura aumenta a vulnerabilidade s invas es da Terras Ind genas da regi o incluindo a TI Trincheira Bacaj e do mosaico de Unidades de Conserva o 6 6 2 1 4 Impactos associados a o de constru o do S tio Pimental Foram identificados para a a o de constru o do S tio Pimental os impactos prim rios gerando suas redes de preced ncia a saber e Altera es nas condi es hidrol gicas do rio Xingu no S tio Pimental devido sequ ncia das obras e das condi es de navega o e Altera o da qualidade das guas do rio Xingu e Altera o da paisagem e Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 4 1 a seguir a rede de impactos com a descri o dos impactos prim rios bem como daqueles que s o deles derivados Altera es nas condi es hidrol gicas do rio Xingu Possibilidade da Aumento da dificuldade dos no S tio Pimental devido interrup o da ndios de atendimento nos sequ ncia das obras e das navega o servi os de educa o e sa de condi es de navega o Dificuldade de transposi o do S tio Pimental para acesso Altamira Aumento da dificuldade de escoamento da produ o de acesso aos servi os p blicos e de manuten o das re
275. evereiro a junho coincidindo com o per odo de guas altas e de maior disponibilidade de alimento O peixe boi da Amaz nia e a ariranha est o classificados na categoria Vulner vel pelo IBAMA e a IUCN considera a lontra e o boto tucuxi como de Baixo Risco e o boto vermelho como Vulner vel 6 3 1 2 Mam feros Terrestres Complementando os resultados dos estudos de 2000 2001 foram realizadas tr s campanhas de campo entre 2007 e 2008 Seca outubro a novembro Enchente janeiro a fevereiro e Cheia abril Em cada rea foram estabelecidos pontos amostrais procurando se obter uma representatividade dos habitats presentes A fauna de mam feros de m dio e grande porte foi inventariada pelo M todo de Transec o Linear e do Rastreamento de Vest gios pegadas vocaliza es ou outros sons odores ossadas e fezes durante o dia Al m disso moradores locais foram entrevistados sobre as esp cies presentes na rea e sobre o uso que fazem da fauna silvestre No total foram inventariados oito pontos amostrais nas margens esquerda e direita e em ilhas sendo cinco na rea I tr s pr ximos a Itapuma Ilha Grande um no igarap Galhoso e um no igarap Di Maria e tr s na rea II jusante do rio Bacaj Os mam feros pequenos foram amostrados com armadilhas em 12 pontos amostrais sendo seis na rea I um montante de Altamira e cinco montante da Barragem S tio Pimental e seis na rea II quatro montante do rio Bacaj
276. fia Poligonal ADA EE Rio Xingu Eixo Barragem EE Canal de deriva o Ea Reservat rio Canais e Ilhas Figura 6 1 3 1 1 Localiza o do empreendimento O eixo da Barragem Principal situa se no rio Xingu cerca de 40 km jusante da cidade de Altamira o Canal de Fuga da Casa de For a Principal localiza se cerca de 9 5 km jusante da vila de Belo Monte Como mencionado anteriormente a op o por redefinir o tamanho do reservat rio trouxe benef cios diretos para as comunidades e terras ind genas pois evitou entre outros pontos a Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte cria o de um bra o de reservat rio no rio Bacaj bem como interfer ncias territoriais diretas com popula es ind genas nas TI s Paqui amba Arara da Volta Grande e secundariamente com TI Trincheira Bacaj situada montante no rio Bacaj Por fim o empreendimento analisado teve a atualiza o de seus estudos aprovado pela Ag ncia Nacional de Energia El trica ANEEL atrav s do Despacho N 2 756 de 28 de julho de 2008 identificando o aproveitamento Belo Monte com as seguintes caracter sticas de refer ncia e Coordenadas Geogr ficas do Eixo do Barramento 03 07 35 Se 051 46 30 W e Pot ncia Estimada 11 181 MW e rea de Drenagem 449 748 km2 e N vel d gua M ximo Normal de Montante 97 0 m e N vel d gua M ximo Normal de Jusante 4 6 m
277. fica e Os poss veis impactos do empreendimento sobre o ictiopl ncton se refletir o sobre os futuros estoques pesqueiros 6 3 4 CONCLUS ES SOBRE O MEIO BI TICO Os estudos desenvolvidos no mbito de EIA do AHE Belo Monte caracterizaram os grupos bi ticos das reas de influ ncia do empreendimento mas n o abordaram o rio Bacaj e consequentemente n o permitiram um diagn stico conclusivo sobre a biota da TITB suas interrela es e poss veis impactos advindos do empreendimento Excetuando se o estudo da ictiofauna que realizou amostragens em tr s pontos no rio Bacaj ainda que na campanha 2000 01 e somente no per odo de Enchente nem todos os estudos tem ticos do EIA contemplaram o rio Bacaj e quando o fizeram ou os pontos de amostragem se localizaram imediatamente montante ou jusante da sua foz ou quando muito um nico ponto no rio Bacaj foi amostrado mas pr ximo sua foz com menor esfor o amostral em rela o aos demais pontos amostrais e n o contemplando todos os per odos de amostragem algumas lacunas tamb m foram verificadas imediatamente jusante ou montante da foz do rio Bacaj dificultando o entendimento dos padr es de dispers o dos grupos Ainda que bem distante da ADA os grupos bi ticos da TITB estar o sujeitos aos efeitos da instala o e opera o do empreendimento na rea da Volta Grande do Xingu j que o rio Bacaj o principal afluente do rio Xingu nessa rea o
278. ficamente dos acaris No rio Bacaj destaca se para os indiv duos em reprodu o desovados e em repouso indicando que esta tamb m uma importante rea de desova O hidrograma do rio define diferentes per odos que v o se alternando desde um extremo na esta o Seca quando a quantidade de gua pequena e o rio drena apenas pelos canais preferenciais at o outro extremo na Cheia quando a quantidade de gua t o grande que transborda o rio inundando as reas marginais lagoas e depress es do terreno rip rio A din mica sazonal das inunda es um dos principais fatores para a regula o da intensidade e poca da reprodu o recrutamento e produtividade dos peixes O pulso hidrol gico interfere na disponibilidade de alimento para os peixes nas rela es inter e intra espec ficas nas estrat gias reprodutivas e na disponibilidade de habitats para a ictiofauna Adicionalmente a entrada das guas na plan cie alag vel promove o enriquecimento dos solos al m de aumentar o n mero de nichos dispon veis para os peixes Na Vazante as guas voltam ao canal principal propiciando a lavagem da mat ria org nica em decomposi o o que tamb m contribui na produtividade das guas do rio A maior parte das esp cies dependente deste pulso hidrol gico para fechar o seu ciclo de vida Praticamente todos os peixes realizam movimentos dentro do sistema de canais e zona de inunda o Contudo a piracema ou arriba
279. firme foram envolvidas na hist ria econ mica e pol tica da regi o amaz nica e tamb m do pa s principalmente atrav s dos grandes ciclos econ micos e dos grandes Programas de Desenvolvimento voltados para a regi o Nesses termos a hist ria econ mica da regi o pode ser caracterizada de forma geral por dois grandes momentos um marcado pelo dom nio da economia de v rzea por mais de tr s s culos atrav s de recursos naturais abundantes beira dos rios ou somente acess veis atrav s deles e outro por um per odo mais recente onde a terra firme recebe a maioria dos investimentos e seus produtos passam a ser os principais componentes da economia regional No mbito do I Plano Nacional de Desenvolvimento I PND foram constru das rodovias como a Transamaz nica e a Cuiab Santar m que ao lado de rodovias j existentes compunham a estrutura b sica necess ria para o acesso e a circula o no territ rio Um dos empreendimentos executados no Programa de Integra o Nacional PIN e I PND foi a coloniza o oficial atrav s do INCRA para faixas de at 100 km de largura de ambos os lados de toda estrada federal Nesse contexto foram previstos v rios tipos de coloniza o o Projeto Integrado de Coloniza o PIC no qual o INCRA encarregava se de organizar todo o assentamento provendo inclusive assist ncia t cnica e financeira aos colonos previs o esta que n o se concretizou adequadamente os Projetos de Assenta
280. gnitude dessas interfer ncias ao longo da bacia do rio Bacaj de forma acumulativa e em longo prazo 6 2 6 4 Bacia Hidrogr fica do Rio Bacaj A bacia hidrogr fica do rio Bacaj ocupa uma rea de aproximadamente 25 625 km2 o que representa cerca de 5 do territ rio da bacia do rio Xingu Esta bacia delimitada a leste pela bacia do rio Anapu e a oeste pela bacia do rio Bacaja ao norte o limite o pr prio rio Xingu e ao sul a bacia do Igarap S o Jos afluente do rio Xingu em regi o com forte desmatamento principalmente associado pecu ria Os seguintes munic pios integram parcialmente a bacia do rio Bacaj Anapu Altamira Senador Jos Porf rio e S o Felix do Xingu Praticamente toda a TITB est inserida na bacia do rio Bacaj ocupando 65 do seu territ rio A dist ncia entre a cabeceira do rio Bacaj e a sua foz de quase 400 km nesse percurso o rio apresenta v rios trechos de pedrais e de corredeiras sendo grande parte aflorante durante o per odo de estiagem Durante viagem de campo realizada entre fevereiro e mar o de 2009 durante o per odo de Enchente os obst culos navega o foram identificados e est o representados no mapa de usos e ocupa o ind gena Anexo 01 O padr o do canal varia ao longo de seu percurso alternando entre trechos me ndricos e outros menos sinuosos O padr o de drenagem variou de subdendr tico treli a devido ao controle estrutural no tra ado da
281. gridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento e Manejo de Quel nios e Crocodilianos Estender o Projeto de Monitoramento e Manejo de Quel nios e Crocodilianos para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento de Mam feros Aqu ticos e Semi Aqu ticos Estender o Projeto de Monitoramento de Mam feros Aqu ticos e Semi Aqu ticos para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo Projeto de Monitoramento da Avifauna Aqu tica e Semi Aqu tica Estender o Projeto de Monitoramento da Avifauna Aqu tica e Semi Aqu tica para o rio Bacaj incluindo a TITB com a finalidade de se detectar poss veis altera es que possam comprometer a integridade da biota como um todo no NO Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano de Atendimento Popula o Atingida Programa de Negocia o e Aquisi o de Terras e Benfeitorias na Area Rural Projeto de Reas
282. heiro para comprar as coisas eu fico mais trang ilo Bep Djoti BKJ Se fala muito na barragem que o rio vai secar Como se vai fazer Tem que dar uma indeniza o boa muito dinheiro que n o acabe que seja para sempre porque nossos filhos e os filhos de nossos filhos ficar o por aqui para sempre Bekwoi b PTK Essa demanda por indeniza o monet ria feita em consenso pelos mais velhos potencializando uma divis o entre categorias de idade que se modo de classifica o das pessoas fundamental para o funcionamento do sistema social e produtivo tamb m historicamente fonte potencial de conflitos e cis o O acirramento desse conflito e do potencial de cis o pode ser um impacto que come amos a observar e que deve ser devidamente avaliado Os velhos j t m dor O dinheiro tem que ser dado primeiro para os velhos que t m dor Para comprar coisas arroz feij o caf came Os velhos est o cansados e com dor Precisam de rem dio e de coisas Isso voc s t m que falar M d ma BKJ Voc s vieram nos contar da barragem e agora levem essas palavras Queremos dinheiro para comprar coisas E isso que os velhos todos falam falam uma fala nica Queremos dinheiro para comprar coisas para nossos filhos e netos Kanaip k BKJ 6 5 13 15 Preocupa o com a Continuidade dos Programas Uma das maiores preocupa es com a continuidade dos programas Essa preocupa o se d pela experi ncia hist rica do con
283. i es de navega o do rio Xingu e na altera o da din mica de escoamento fluvial do TVR conforme descrito nas suas respectivas redes de preced ncia As mudan as no projeto do empreendimento e a comunica o falha ou as informa es desencontradas causam apreens o aos ndios Dentre elas est principalmente aquela que diz Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte A21t respeito navegabilidade dos rios Xingu e Bacaj e o acesso a Altamira tanto na transposi o da barragem quanto nas condi es de navega o nos trechos de vaz o reduzida TVR no reservat rio e no eventual canal de deriva o que pode n o ser amplo e fundo o suficiente para o transporte de insumos e produtos ou pode ser r pido demais para as embarca es de que disp em A incerteza sobre esses fatores geram apreens o e demanda por alternativas de transporte de pessoas e bens Lembre se que o rio meio de navega o entre aldeias e para a cidade de Altamira e a eventual dificuldade de navega o nos rios Xingu e Bacaj podem ter grande impacto sobre essa popula o nas suas rela es sociais internas e externas e na produ o de subsist ncia assim como naquela voltada ao mercado regional o que pode ter impacto tanto nas suas rela es internas como com a popula o regional 6 7 PROGRAMAS 6 7 1 PLANO DE GEST O DA TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ 6 7 1 1 Apresenta o A hidr
284. i o da barragem e sua complexidade fazem com que o medo e as apreens es dos ndios da TI Trincheira Bacaj aumentem Cabe ressaltar que eles j mencionaram que n o ir o transpor a barragem por elevador e que se for feito um canal de desvio que este seja feito de forma que lhes d condi es de navegabilidade Os ndios t m uma rela o h muitos anos consolidada com a cidade de Altamira para o atendimento de suas necessidades b sicas entre elas abastecimento dom stico utiliza o dos equipamentos e servi os sociais e outros oferecidos pela cidade de Altamira principalmente os servi os espec ficos voltados a essa popula o diferenciada a comercializa o de produtos extrativistas ou cultivados castanha do par farinha entre outros e da pesca A navega o para eles o principal meio de transporte e sua dificuldade e ou interrup o comprometem suas rela es econ micas e sociais Al m disso a dificuldade de navega o reflete no atendimento dos ndios pelos servi os de educa o e sa de FUNASA FUNAI Secretaria de Educa o entre outros nas aldeias considerando que atualmente o acesso dos servidores para a execu o desses servi os realizado por via fluvial e demanda um tempo consider vel Esses impactos podem ser verificados tamb m na altera o das condi es de navega o do rio Xingu e na altera o da din mica de escoamento fluvial do TVR conforme descrito nas suas respectivas redes de
285. ial das Unidades Geradoras asuaiisiacsidarsaeeenissinidcradiiscaciosicicicasoiianidodoasacuaiinisiniadinoroniinidarcisinidsacandcca 207 6 6 3 1 1 Impactos associados a o de gera o e transmiss o de energia 207 A Rede de Preced ncia de IMpactoS sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 207 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados aasssssasssssssssemsemssansss 208 6 6 3 1 2 Impactos associados a o de libera o do hidrograma de vaz o m nima para o Trecho de Vaz o Reduzida ssnsssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnna 208 A Rede de Preced ncia de IMpactoS s sssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn 208 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados s sssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 210 6 7 PROGRAMAS scisuseasseeasseneasacenssasoneoaeoaeasoaeoaooceaa oa aoa Eos a Ra a oa ao asa aee aaa o aan canas a anna 213 6 7 1 PLANO DE GEST O DA TERRA IND GENA TRINCHEIRA BACAJ ssssass 213 6 7 1 1 Apresenta o s usinas nicoessirissa sie da ces innin anan anaana si e a 213 6 7 1 2 Objetivo Geral esesiiasiesisssesssrissasassicaiosticiasscandicnioriasiei arara dadnd sede dnndad 213 6 7 1 3 Principios B SICOS ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 214 6 7 2 PROGRAMA DE GEST O AMBIENTAL astseastssasesasasesssenssaerassassaenssanananaasa 217 6 7
286. ica o interinstitucional e gerenciar informa es sobre os impactos do empreendimento e suas medidas mitigadoras e compensat rias desenvolver e gerenciar alternativas de acessibilidade gera o de renda e investimentos futuros dentro da concep o de sustentabilidade compatibilizando sua voca o sociocultural com o uso sustent vel de seus recursos naturais Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 213 Para que esses objetivos sejam garantidos ser necess rio antes de tudo um diagn stico da situa o atual e da an lise dos poss veis impactos referentes ao empreendimento em suas diversas fases sobre a Terra Ind gena em espec fico o rio Bacaj e sua bacia assim como um estudo mais detalhado do uso e ocupa o de solo da TITB pelos ndios Essas an lises dever o ser realizadas com plena participa o ind gena e seus processos de estudo e resultados amplamente divulgados e apresentados s comunidades envolvidas Entende se que esses passos iniciais s o condi o para a defini o dos impactos em sua reversibilidade magnitude relev ncia dura o de ocorr ncia certa ou n o direta ou n o e val ncia e principalmente para se garantir o objetivo principal dos Programas a sustentabilidade socioambiental dos Xikrin do Bacaj e o fortalecimento de sua capacidade organizacional e participativa Com vistas aos objetivos acima ser o realizadas a es para
287. icados a seguir 6 2 8 1 Impactos no Meio F sico Pela an lise dos documentos recebidos foi poss vel perceber que as obras de infra estrutura para a constru o do AHE Belo Monte n o gerar o impactos diretos ao meio f sico da rea da TITB As principais constru es ser o realizadas dentro da rea de influ ncia da obra hidroenerg tica e se referem a constru es de vilas residenciais e alojamentos melhorias ou constru o de estradas de acesso melhoramento da infra estrutura hidrovi ria rede de suprimento energ tico e de telecomunica o al m de reas de empr stimo jazidas e pedreiras e de obras de disposi o de est reis das escava es obrigat rias em reas de bota fora Todas essas interven es situam se distante da TITB e em grande parte apresentam impactos localizados e de curta a moderada dura o Durante a execu o das obras de infra estrutura e apoio o EIA prev a implementa o de importantes medidas de controle dos aspectos ambientais mais significativos visando prevenir eliminar ou minimizar a ocorr ncia de impactos significativos adversos Dessa forma s o exemplos de sistemas de controle ambiental j incorporados no projeto de engenharia e que obrigatoriamente acompanhar o as obras de engenharia Sistema de Transposi o de Desn vel para Peixes Sistema de Drenagem Sistema de Ventila o Sistema de gua de Resfriamento Sistema de Esgotamento Sanit rio Sistema de Agua de Servi
288. iclo vital da floresta aluvial eventualmente poder haver alguma flora o mas n o frutifica o por falta de inunda o e pulso hidrol gico As podostom ceas nas corredeiras e praias n o teriam impacto de alta magnitude Nas praias pode ocorrer coloniza o de gram neas Na frente da Ilha da Fazenda poder aumentar o n vel de coliformes As po as de gua parada poder o ter qualidade comprometida em determinados locais com propens o ao desenvolvimento de cianof ceas macr fitas aqu ticas e aumento dos vetores podendo ser s tios de prolifera o de esp cies de cianoficeas t xicas com danos vida selvagem e popula o humana Algumas esp cies de macr fitas que poder o ocorrer s o Pistia spp e Eichhornia spp A produtividade prim ria do sistema ser comprometida pela falta de inunda o das plan cies aluviais e menor afluxo de nutrientes N o haver interrup o da navega o mas haver amplia o do tempo de exposi o s condi es restritas de deslocamento Quanto maior a vaz o menos tempo durar essa fase mais restrita O remanso do rio Xingu no rio Bacaj reduz a extens o de 20 para 7km interferindo na navega o nesses afluentes Intensifica o dos garimpos e do uso dos recursos naturais tais como quel nios peixes etc N o h altera o na quantidade de gua e a qualidade da gua dos po os pode diminuir na Seca Vaz es s o suficientes para manter boa qualidade da gua par
289. icrohabitats importantes como as reas de pedrais e Altera es na qualidade das guas e Altera es nas comunidades do pl ncton e dos macroinvertebrados aqu ticos e terrestres e Limita o na migra o e no deslocamento das esp cies e Isolamento de popula es e Altera es na reparti o dos benef cios da explota o pesqueira e Altera es nos padr es de pesca devido s mudan as nas comunidades de peixes decorrentes de perturba es diretas ou indiretas nos habitats e Perda de esp cies pela convers o de habitats chave Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 91 e Diminui o na abund ncia de importantes predadores como surubim pescada e tucunar pela falta de presas e Colapso na pesca comercial de peixes ornamentais e Altera o dr stica da disponibilidade de reas de desova e crescimento para v rias esp cies como os Characiformes notadamente nas florestas aluviais inundadas durante os meses de maior vaz o Assim conclu se que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre a ictiofauna 6 3 2 7 Macroinvertebrados Aqu ticos Os resultados indicaram altas diversidade e abund ncia das esp cies de macroinvertebrados aqu ticos A forma o dos reservat rios e a redu o na vaz o acarretar o a altera o na composi o das comunidades com prov vel aumento na diversidade e na abund ncia em fun o da
290. ilha de Maur e Kroire neto de Seu Benedito Sulamita cuida de organizar e liderar atividades produtivas como a coleta de castanha e era ele quem a estava organizando quando do trabalho de campo Kroire tamb m Agente Ind gena de Sa de AIS e filho de Jair atualmente presidente eleito da Associa o Beby Xikrin do Bacaj ABEX que re ne as aldeias da TI e negocia atualmente um projeto de manejo sustent vel de madeira na regi o A aldeia de formato circular tem 14 casas de madeira e telha de cavaco ou palha de buriti uma delas com um quintal cercado a de Sulamita No centro ergue se o ng a Casa dos Homens onde s o feitas as reuni es Ainda no centro da aldeia fica a caixa d gua que abastece as casas Um campo de futebol foi aberto atr s das casas A escola foi erguida fora do c rculo do lado oposto do campo com madeira e tem uma ampla sala de aula e a resid ncia da professora acoplada Como frequente as janelas s o pequenas e o interior escuro A merenda servida em bancos e mesas de madeira que foram constru dos a alguns metros da escola sombra de rvores A farm cia muito bem constru da de alvenaria e seu plano quadrado comporta uma resid ncia da profissional de sa de com tr s c modos e banheiro interno e tr s c modos de enfermaria Um usado como escrit rio outro guarda os equipamentos de enfermaria como a maca a cama ginecol gica e as balan as para pesar as crian as e um terceiro
291. imento propriamente dito envolvendo as reas de prote o permanente e todas as reas de instala o da infra estrutura como aquelas destinadas forma o dos reservat rios a saber e Reservat rio do Xingu formado ao longo da calha do rio at o seu barramento no eixo Pimental cerca de 42 km jusante de Altamira e Reservat rio dos Canais situado ao largo da margem esquerda do rio Xingu na regi o conhecida como Volta Grande e Trecho de Vaz o Reduzida TVR setor do rio Xingu situado jusante do barramento principal a ser submetido redu o de vaz o quando da entrada em opera o do empreendimento e Trecho de Restitui o de Vaz es setor do rio Xingu jusante do ponto de restitui o das vaz es turbinadas A ADA contempla ent o o rio Xingu do final da cota de inunda o do futuro reservat rio na altura da localidade de Itapuama at um ponto situado a 15 km jusante do ponto de restitui o englobando os futuros reservat rios do rio Xingu e dos Canais o trecho de vaz o reduzida as reas das estruturas componentes do AHE Belo Monte e da infra estrutura associada s obras e os igarap s Amb Altamira e Panelas totalizando cerca de 1 522 km2 para os meios F sico Bi tico Socioecon mico e Cultural Ainda com rela o AID vale ressaltar que a mesma n o se limita ADA mas abrange reas circunvizinhas que poder o ser atingidas pelos impactos potenciais diretos da implanta o
292. in do Bacaj h uma hist ria n o muito distante de guerras com os Gorotire que foi ali s o que os levou a migrar cada vez mais para o Norte Mas eles se ressentem tamb m do que pode ter sido um efeito desse isolamento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nu74 Recentemente por m os Xikrin do Bacaj parecem ter ficado ou se sentido um tanto margem da riqueza que pareciam advindas das intera es econ micas realizadas pelos demais grupos Kayap Os Xikrin do Bacaj s o o grupo Kayap Mebengokr situado mais a Norte no Pa s uma posi o que resulta de suas migra es e que em parte explicada por uma ren ncia fronteira ou seja por um momento em que buscaram o isolamento Isso no entanto lhes custou um menor influxo de bens dinheiro e mercadorias quando comparados com outros grupos kayap mebengokr que se viram nestas ltimas d cadas engajados em processos de extra o de madeira e garimpagem de ouro assim como mais recentemente projetos de manejo sustent vel como a coleta de castanha do Par especialmente em A ukre Eles sempre foram visitados pelos demais Kayap especialmente em suas fases de maior riqueza o que gerou uma desigualdade nas rela es al m de um aliciamento de outros grupos como os Xikrin para se incorporar s pr ticas de garimpo e explora o ilegal da madeira N o cabe discutir sobre se eles t m raz o ou n o so
293. ind gena A perda das refer ncias para os ndios da TI Trincheira Bacaj decorrente da altera o da paisagem e dos canais est especialmente relacionada perda de refer ncias de navega o do rio Xingu A possibilidade de altera o no regime h drico do Rio Bacaj e afluentes poder promover altera es tanto nos canais de navega o quanto nas unidades de paisagem Essas altera es ambientais ocasionar o uma perda de refer ncias s cio espaciais culturais e econ micas da popula o ind gena A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 3 3 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como daqueles que s o dele derivados Aumento da Incremento na vulnerabilidade de busca de novas invas es nas reas de floresta Terras Ind genas para atender e no Mosaico de demanda Unidades de Conserva o Redu o da disponibilidade de produtos madeireiros e n o madeireiros na regi o Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural Figura 6 6 2 1 3 3 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados O agravamento do processo de fragmenta o da paisagem da regi o e a redu o da disponibilidade de produtos madeireiros e n o madeireiros acarretar a busca de novas reas de flor
294. ingu Enchente Cheia com a propor o de exemplares maduros de v rias esp cies como Agoniates anchovia Argonectes robertsi Bivibranchia fowleri Leporinus sp verde pacu branco Myleus torquatus Roeboides dayi piranha Serrasalmus rhombeus e pocomon Tocantinsia depressa confirmando a sua estrat gia sazonal J para as esp cies de car Geophagus aff altifrons e flexeira Hemiodus vorderwinkler a correla o foi negativa indicando uma prefer ncia para a desova na poca menos chuvosa A maioria dos peixes frug voros das guas do rio Xingu que dependem dos frutos da floresta aluvial e da vegeta o pioneira pertencem ordem dos Characiformes e a algumas fam lias da ordem Siluriformes Pelo menos oito esp cies utilizam recursos da floresta inundada Colossoma macropomum Bryconops Sp Tocantinsia depressa Leporinus sp Tometes sp Myleus schomburgki Myleus sp e Triportheus rotundatus Para a maior parte das rvores o per odo de frutifica o ocorre simultaneamente durante as Enchentes do rio coincidindo com a entrada de tambaquis pacus aracus e outros na plan cie de inunda o em busca de alimento A pesca e o extrativismo de peixes ornamentais n o sustent veis v m se tornando mais intensos na regi o e n o h sinais que indiquem uma redu o dessa press o Um total de 32 esp cies de peixes bent nicos da fam lia Loricariidae ocorrem nos pedrais e corredeiras alimentando se de limo e microalgas q
295. itigadoras ou compensat rias O diagn stico essencial para se definir os par metros necess rios ao monitoramento na TITB e s a es de controle advindas de transforma es ambientais e sociais decorrentes da implanta o do AHE Belo Monte Espera se que atrav s deste relat rio tenha sido poss vel vislumbrar a caracteriza o socioecon mica e cultural assim como o conhecimento e intera o do Povo Ind gena da TITB com o meio ambiente Espera se tamb m que as opini es preocupa es recomenda es e propostas dos ndios com rela o ao empreendimento do AHE Belo Monte tenham sido devidamente apresentadas Os estudos indicam que os ndios da TITB habitam uma regi o altamente preservada que eles conhecem profunda e detalhadamente seu meio ambiente e o manejam com t cnicas diversificadas Al m disso mostra que os ndios constituem uma sociedade cuja economia tem alto grau de subsist ncia ficando evidente que enorme a depend ncia econ mica dos ndios em rela o ao seu territ rio e aos recursos naturais nele presentes Ficou claro que esta sociedade tem como vetor principal para o desenvolvimento de suas atividades de subsist ncia e das rela es sociais entre as aldeias o rio Bacaj Conforme indicado neste estudo algumas premissas devem guiar a elabora o de um Plano de Gest o da Terra Ind gena Trincheira Bacaj sendo elas ampla e permanente participa o ind gena transpar ncia de informa
296. iversidade parece estar relacionada a altera es dos ambientes ocasionada pela supress o da vegeta o original gerada pela introdu o do pasto estradas rodovias ao longo das reas estudadas A abund ncia foi menor na Seca crescendo a partir desta at o m ximo no per odo de Cheia Para os insetos as maiores diversidades foram registradas nas reas de floresta de terra firme e mata secund ria A v rzea devido s suas caracter sticas de inunda o sazonal e forma o de uma pequena camada de lIiteira apresentou menor diversidade e menor n mero de indiv duos capturados apesar de se mostrar bastante conservada Em todas as reas pesquisadas foi verificada a domin ncia da fam lia das formigas 75 em rela o s demais seguida pela dos grilos e pela dos besouros O n mero de indiv duos coletados da classe Arachnida aranhas escorpi es e opilh es foi baixo Em quase todas as amostras o h bito alimentar predominante para as formas imaturas dos insetos foi de sapr fagos a maioria de formigas e de v rias fam lias de moscas estas ltimas tanto nas fases imatura quanto adulta associadas a bact rias e fungos Destaque tamb m para os d pteros taban deos mutucas cujas larvas que possuem gl ndulas de veneno s o predadoras de outros invertebrados que vivem no mesmo ambiente mido onde aquelas se criam Verificou se que em todas as reas estudadas existem esp cies de insetos das fam lias Aedini Anopheli
297. l da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Mig xikrin e guerras especialmente com os Gorotire Quando chegam l encontram uma regi o previamente ocupada por outras popula es ind genas com as quais guerreiam os Arawet chamados de Kubenkamrekti ou estrangeiros vermelhos dado seu costume em se pintar com o urucum os Asurini e mais tarde tamb m os Parakan Akokakore nomeados a partir do botoque labial que usam akokak em mebengokr e com quem as lutas duram at tempos mais recentes A escolha das cabeceiras do Pacaj n o arbitr ria e decorre de um conhecimento pr vio da regi o inclusive de seus habitantes assim como a profundos conhecimentos sobre os povos com quem intercambiam ou guerreiam Dentre as d cadas de 1920 e 1950 eles parecem viver um momento id lico em que plantam e realizam frequentes expedi es de coletas at que acirram as rela es com os garimpeiros e seringueiros o que por sua vez leva o Servi o de Prote o ao ndio SPI a montar uma expedi o de pacifica o Os Xikrin do Bacaj s o o ltimo grupo Kayap a ser contactado em um esfor o de pacifica o da regi o que levou ao contato dos demais De fato as expedi es de contato eram lideradas por sertanistas com ampla experi ncia e conhecimento dos Mebengokr Kayap o sertanista Afonso Alves importante personagem dessa hist ria falava fluentemente a l ngua Mebengokr tendo feito o cont
298. la es sociais Demanda de alternativas de acesso Indefini o das formas de transposi o Medo dos ndios em transpor o S tio Pimental Aumento dos riscos de acidentes relacionados navega o nas novas condi es do S tio Pimental Poss vel aumento de conflitos inter tnicos e com pescadores locais e regionais Altera o da qualidade Altera o da Altera o de padr o Prov vel intensifica o das guas no rio Xingu ictiofauna de pesca no rio Xingu de pesca no rio Bacaj Figura 6 6 2 1 4 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Altera es nas condi es hidrol gicas do rio Xingu no S tio Pimental devido sequ ncia das obras e das condi es de navega o e Altera o da qualidade das guas no rio Xingu h B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados As estruturas principais no S tio Pimental compreendem a Barragem de Terra o Vertedouro Principal e a Casa de For a Complementar A implanta o dessas estruturas ser feita ao longo de cinco anos sendo necess ria a execu o de ensecadeiras em diferentes canais do rio Xingu em diversos per odos O manejo do rio Xingu para a constru o das estruturas associadas ao S tio Pimental acarretar uma altera o na distribui o das vaz es dificultando e ou interrompendo a navegabilidade o que leva a uma demanda por novas alternativas de acesso A indefini o da forma de transpos
299. lecimento das associa es e representa es ind genas visando aprimorar e fortalecer a gest o institucional e melhorar a capacidade de interlocu o entre os povos ind genas e a sociedade nacional desenvolver junto com os demais atores p blicos e privados a es para o fortalecimento organizacional participativo das comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj para que sejam aptos a desenvolver e gerenciar alternativas de gera o de renda investimentos financeiros e as transforma es ambientais econ micas e sociais decorrentes da implanta o do AHE Belo Monte 6 7 8 2 Diretrizes e Promover processos de capacita o e forma o aos membros da associa o ind gena j formada habilitando os ao bom desempenho de suas fun es e Realizar investimentos e subsidiar a melhoria da educa o e da forma o dos estudantes ind genas para a forma o de quadros institucionais e Fortalecer a capacidade de gest o socioambiental das comunidades da TI Trincheira Bacaj de acordo com sua organiza o social e de modo a capacit los para definir interlocutores e a es garantir e debater seus direitos participar de conselhos e de mecanismos de avalia o e controle social dos servi os que os atendem tais como sa de educa o entre outros e gerenciar monitorar e debater informa es sobre a qualidade f sica e bi tica e a integridade do seu territ rio e Garantir investimentos e subs dios para o Desenvolviment
300. leo Um telefone foi instalado na aldeia ao lado da farm cia e outro est em fase de instala o ao lado da casa do chefe Bep katenti Maradona no c rculo da aldeia Com tecnologia Embratel em formato de orelh o foi licitado pela Funai Atualmente o nico telefone instalado est com a campainha quebrada sendo utilizado apenas para fazer chamadas O r dio que fica na varanda da farm cia utilizado pelos ndios para contato com as outras aldeias da TI com os Xikrin que est o em Altamira e com outras terras Kayap Mebengokr A comunidade conta com um Agente Ind gena de Sa de AIS Kapot e um Agente Ind gena de Saneamento AISAN Nasa Sendo uma aldeia jovem h poucas aposentadorias apenas 2 Recursos financeiros s o adquiridos e distribu dos principalmente por meio da fazenda e da coleta de castanha Mensalmente recolhem do garimpo do Manez o que reativaram 100 gramas de ouro A press o que vem da recente abertura da aldeia e a expectativa gerada na comunidade de um maior fluxo de dinheiro e mercadorias com a proximidade das cidades e da fazenda e a facilidade de acesso via estrada leva a uma tend ncia a explorar recursos madeireiros de modo n o legalizado ou sustent vel Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nu47 O acesso a Altamira se d por estrada na poca da seca ou pela via fluvial Casos de remo o podem utilizar tamb m a pista de pous
301. llha Grande Setor I e dois nos igarap s Galhoso e Di Maria Setor II e quatro na rea II tr s jusante do rio Bacaj e um no canal de deriva o nos per odos de Seca Enchente e Cheia Os gafanhotos terrestres foram coletados com redes e busca ativa em cinco pontos na rea I tr s nas proximidades de Itapuama llha Grande Setor I e dois nos igarap s Galhoso e Di Maria Setor II e quatro na rea II tr s jusante do rio Bacaj e um no canal de deriva o e suas adjac ncias praias e pedrais ao longo do rio Xingu onde houve tamb m coletas ocasionais no per odo de Seca As esp cies semi aqu ticas foram amostras junto s macr fitas aqu ticas ocorrentes nas proximidades de Altamira e Vit ria do Xingu As vespas foram amostradas em 23 pontos sendo 18 na rea I treze nas proximidades de Itapuama Ilha Grande Setor I e cinco nos igarap s Galhoso e Di Maria Setor II e cinco na Area II quatro jusante do rio Bacaj e um no canal de deriva o nos per odos de Seca Enchente e Cheia com armadilhas e busca intensiva Os mosquitos foram amostrados manualmente em 72 pontos sendo 41 na rea I sete nas proximidades de Itapuama llha Grande Setor I 26 nas proximidades de Altamira e 8 pr ximos ao barramento principal Setor II 20 na rea II tr s montante do rio Bacaj tr s na sua foz dois no seu interior e seis sua jusante e outros seis nas proximidades de Belo Monte e
302. lnerabilidade A morte para os Xikrin n o s motivo de tristeza e perda mas tamb m de grande preocupa o j que os mortos cujo destino n o consensual mas que em algumas vers es vagam solit rios pela floresta e em outras vivem juntos em uma aldeia dos mortos levam consigo a lembran a dos vivos de quem sentem falta e saudade Querendo t los perto de si eles buscam levar seu karon a alma o duplo da pessoa aquilo que permanece quando o corpo fenece para lhes fazer companhia e viver ao seu lado V rias medidas devem ser tomadas para evit lo especialmente em lugares em que esses esp ritos dos mortos os mekaron podem estar como as ro as e as clareiras ao redor das casas j que apenas olhar um morto pode causar a morte de quem o v Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 123 Quando um morto consegue se apossar do karon de algu m quem pode negociar seu retorno o xam Os Xikrin se utilizam tamb m dos servi os e procedimentos de sa de da medicina ocidental tamb m chamada de biomedicina De fato para a abertura de uma aldeia leva se sempre em conta a viabilidade do atendimento m dico que deve estar por perto J para a primeira cis o que houve na TI quando da abertura da aldeia do Trincheira os ndios queriam manter sua autonomia de decis o mas se preocupavam com o atendimento m dico e buscavam a implanta o de um equipamento do servi o de
303. lorestas Mistas Outra fonte consultada foi o mapa de vegeta o elaborado no mbito do Plano de Manejo Florestal Sustent vel da TITB que utilizando a terminologia adotada pelo IBGE que se baseia na composi o flor stica de cada tipologia vegetal identificou quatro regi es fitoecol gicas tipos de vegeta o a saber Floresta Ombr fila Densa Floresta Ombr fila Aluvial Floresta Ombr fila Aberta Latifoliada e Floresta Ombr fila Mista Por recobrir toda a TITB esse mapa reproduzido neste relat rio como um indicativo da cobertura vegetal presente na rea O mapeamento foi atualizado com informa es sobre o desmatamento oriundo do Projeto PRODES ano base 2008 e pela detalhamento das plan cies fluviais do rio Bacaj e seus afluentes Considerando todas as forma es vegetais foi registrado um total de 1 067 esp cies e 105 fam lias bot nicas 112 esp cies 10 5 foram identificadas somente at o n vel de g nero Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 84 J As fam lias de maior diversidade foram Fabaceae 81 esp cies Mimosaceae 60 Caesalpiniaceae 49 Sapotaceae 46 e Euphorbiaceae e Myrtaceae 42 cada 26 fam lias 24 8 do total apresentaram apenas uma esp cie localmente rara Na rea do futuro reservat rio seis esp cies 1 5 ocorreram com mais de uma centena de indiv duos envira muruci Mollia gracili pau preto Cenostigma tocanti
304. los das reuni es para fazer levantamentos da situa o da aldeia e dos seus servi os Por fim realizamos uma reuni o final em cada aldeia para ouvir e registrar a posi o de cada uma delas sobre a constru o da AHE seus impactos e as medidas mitigadoras ou compensat rias esperadas As reuni es foram realizadas no centro da aldeia o ng local tradicional de reuni es em todas as aldeias a n o ser em Pykayak em que n o h constru o central Nessa aldeia a apresenta o dos estudos foi feita de manh em uma casa avarandada aberta para o p tio e a reuni o final na noite seguinte na casa de Tucum que tem uma rea semi aberta com fog o ao fundo que funciona como rea comum Sempre pedimos a algu m que traduzisse o que era apresentado para o Kayap No Mrotidjam o pr prio Bep katenti Maradona se encarregou disso no Bacaj dois homens relativamente jovens da categoria dos homens jovens com filhos foram encarregados da tradu o Betire Bebeto e Bep notox Betire depois ajudou a traduzir para o portugu s os discursos gravados Em P t Kr e no Pykayak a tradu o n o foi necess ria sendo mais difundido o dom nio do portugu s Os discursos al m de serem gravados eram anotados na hora em portugu s em suas partes mais significativas As reuni es contaram com participa o expressiva em todas as aldeias Tendo sido avisados de que est vamos chegando puderam reservar os dois dias para isso a n o
305. m Ao longo do processo de divulga o do empreendimento que n o termina com a conclus o do EIA RIMA e do aprimoramento futuro dos estudos etnoecol gicos ocorrer o altera es e aumento das expectativas da popula o ind gena prevista a possibilidade do surgimento de conflitos e tens es sociais nas comunidades ind genas da TI Trincheira Bacaj modifica o e desestrutura o de suas rela es sociais assim como um aumento nas apreens es relacionadas aos impactos e a percep o da nova realidade da regi o pela implanta o do AHE Belo Monte acarretando por sua vez cis es internas possibilidade de potencializa o de desigualdades internas estresse constante incremento de alcoolismo e possibilidade de psicose e uso de drogas Vale lembrar que por raz es semelhantes s apresentadas aqui na comunidade Xikrin do Catet parentes pr ximos dos ndios objeto deste estudo t m surgido in meros casos de doen as ps quicas decorrentes de sua rela o com empreendimento de grande magnitude como a VALE 6 6 1 1 2 Impactos associados a o de alternativa de acesso Foi identificado para a a o de alternativa de acesso o impacto prim rio gerando sua rede de preced ncia a saber e Demanda por alternativa de acesso Estudo Socioambiental da Terra Indigena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 488 A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 1 1 2 1 a seguir a
306. m feros anta macacos principalmente guariba veados ii roedores paca cutia iii r pteis jacar e diversas esp cies de quel nios iv aves mutuns jacus inhambus tucanos entre outras esp cies Para ca ar utilizam a espingarda introduzida no passado e adquiridas individualmente A utiliza o do arco e flecha restringiu se para a atividade de pesca Saindo para pescar Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 160 As matas ciliares s o importantes locais de ref gio da fauna de grande porte anta veado caititu queixada cuja carne apreciada A ca a mais abundante nas pocas de chuva quando as guas sobem e favorecem a concentra o dos animais nas ilhas e nas matas da regi o de interfl vio pr xima a rvores frut feras conhecidas pelos ndios A avifauna tamb m bastante rica incluindo desde aves ribeirinhas at aves de interior de florestas maduras A maior parte das aves consumida pela popula o local na alimenta o com exce o daquelas de tamanho muito reduzido No caso espec fico dos ndios da aldeia Bacaj e Mrotidjam das aves tamb m s o obtidas penas e bicos para a produ o de artefatos rituais Entre os r pteis consumidos est o os jabutis tracaj s e jacar s Os ovos destes r pteis s o bastante apreciados e colhidos no per odo de agosto a setembro A floresta densa esconde caminhos conhecidos pelos
307. m a implanta o do empreendimento haver uma perda desse tipo de habitat por inunda o montante de Altamira e por diminui o da vaz o jusante o que pode ter consequ ncias delet rias para certas esp cies A perda de habitats aqu ticos ser importante para v rias esp cies chave na alimenta o das popula es ribeirinhas e ind genas como a anta e a capivara por exemplo esp cies herb voras e que vivem s margens do rio Xingu e de seus afluentes como o rio Bacaj al m das lagoas de inunda o e marginais A estreita rela o de varias esp cies de morcegos e grande volume de indiv duos com os pedrais as margens dos rios e em terra firme poder ser afetada com consequ ncias significativas e imprevis veis por um lado pela diminui o de vaz o na Area II que vai expor os pedrais por outro lado pelo desaparecimento total ou parcial dos pedrais na Area I Conclu se desta forma que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre os mam feros terrestres 6 3 2 3 Aves As altas diversidade e abund ncia das esp cies em todas as reas ratificaram a import ncia da rea para a avifauna ainda mais em se considerando que mais de 60 das esp cies apresentaram algum grau de depend ncia dos habitats aqu ticos Nas margens canais secund rios ilhas e bancos de areia abundam in meras aves aqu ticas e palud colas como batu ras bacuraus maguari v rias gar as e soc s biguatinga ja an
308. m novembro de 2008 IIEGA 2008 Essa nova campanha objetivando a qualidade de gua n o abarcou as proximidades da TITB estando praticamente todos os pontos amostrais situados montante da conflu ncia do rio Bacaj com o rio Xingu Existe um nico ponto situado em uma pequena grota afluente pr ximo foz do rio Bacaj 6 2 6 5 1 Profundidade e Transpar ncia Tanto no rio Xingu como no rio Bacaj foi observada maior transpar ncia na esta o Seca No per odo de Cheia foi notada uma diminui o da transpar ncia da gua devido ao aumento da carga de material em suspens o transportado pelo rio o qual limita a penetra o da luz na gua 6 2 6 5 2 Acidez e Alcalinidade As an lises mostraram valores dentro dos padr es abaixo do limiar estabelecido pela CONAMA 357 por m alguns pontos de coleta apresentaram valores de pH abaixo do limite inferior de pH 6 principalmente pelas caracter sticas das guas amaz nicas que tendem a ser mais cidas LEME 2008 6 2 6 5 3 Condutividade El trica No rio Bacaj foram observadas condutividades maiores nos per odos de Enchente Vazante e Seca e as mesmas chegaram a influenciar a condutividade do rio Xingu pr ximo sua foz Esses valores elevados se devem s pequenas varia es geol gicas de sua bacia de drenagem n o configurando por m um sistema de alta condutividade t pico de ambiente rico em carga org nica LEME 2008 6 2 6 5 4 ons Dissolvidos N
309. m problema com grande parte da popula o que domina bem o portugu s mas tamb m com mulheres oriundas de outras aldeias da TI que n o falam o portugu s e reclamam das dificuldades de comunica o A auxiliar de enfermagem da aldeia do Bacaj est l h poucos meses mas veio transferida da aldeia do Mrotidjam em raz o diz de precisar mudar um pouco as pessoas atendidas e os casos ela busca se comunicar na l ngua e esse seu esfor o elogiado Poucas atentam realmente para as pr ticas de sa de locais e algumas t m o que parece s vezes excessiva influ ncia nessas pr ticas em especial no que concerne aos partos e aos cuidados das crian as H ainda trabalhos volunt rios sendo realizados na regi o Uma equipe da Universidade Federal do Par UFPA de Bel m em uma parceria sem conv nio faz visita s aldeias realizando atendimentos que registram nos prontu rios arquivados na farm cia devem ser acompanhados por algu m do DSEI e s vezes levam um estoque pr prio de medicamentos eventualmente entregam um relat rio das atividades desenvolvidas que no entanto demora Em 2008 realizaram uma visita em todas as rotas O Dr Aldo lo Curto m dico italiano tem realizado h anos excurs es para o acompanhamento das condi es de sa de das aldeias da regi o com recursos pr prios e de modo aut nomo e s nos ltimos anos realizou visitas em duas aldeias da TI Trincheira Bacaj O Dr Jo o Paulo Botelho Profes
310. m s tios reprodutivos dos anuros As armadilhas foram instaladas apenas nas localidades em que a perman ncia dos pesquisadores foi superior a dez dias ou seja em Itapuama Bom Jardim e Caracol amostradas na segunda etapa Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 75 Ocorreram pelo menos 86 esp cies de serpentes 41 de lagartos e anfisbenas e 69 de anf bios os n meros de esp cies e de indiv duos de lagartos e serpentes foram relativamente est veis nos per odos de Seca e Enchente e menores no per odo de Cheia enquanto que para os anf bios esses n meros foram maiores nas esta es de Enchente e Cheia N o foram verificadas distin es na diversidade e abund ncia da herpetofauna em rela o s reas de amostragem Entre os anf bios predominaram as esp cies das fam lias Hylidae 30 e Leptodactylidae 10 Os hil deos caracterizam se por usar microhabitats predominantemente arbor colas enquanto os leptodactyl deos s o predominantemente terr colas Esse uso est associado diretamente ao local e tipo de reprodu o j que as esp cies do g nero Phyilomedusa Hylidae acasalam se em arbustos situados s margens de corpos d gua onde depositam os ovos J as esp cies do g nero Leptodactylus Leptodactylidae geralmente depositam seus ovos em ninhos de espuma pr ximos a corpos d gua sendo normalmente mais resistentes desseca o A fam lia Gymn
311. ma pessoa tamb m pode ter um certo controle sobre o que vai aprender ou sobre os conhecimentos que vai dominar e a iniciativa pessoal para aprender que se realiza por meio do pedido para algu m que domine esse conhecimento o ensinar muito valorizada Isso se d especialmente naqueles conhecimentos mais especializados de dom nio de poucos Assim o conhecimento algo sempre em aberto e em constru o e assim que ele concebido pelos Xikrin o que ali s nos ajuda a entender a import ncia que d o escola e a aus ncia de um temor de que os conhecimentos escolares possam corromp los ou competir com os seus pr prios Seria importante implementar um programa de educa o escolar diferenciada com professores qualificados de modo a responder a essa valoriza o que os Xikrin fazem da escola e dos conhecimentos escolares de modo a respeitar e dialogar com seus saberes e pr ticas pedag gicas tal como se define na legisla o e um direito constitucional adquirido 6 5 5 SA DE Os Xikrin do Bacaj se utilizam hoje tanto de uma medicina nativa tradicional quanto da medicina ocidental Recorrem a xam s e especialistas ind genas de cura e tamb m a auxiliares de enfermagem e m dicos Tomam rem dios do mato e medicamentos industrializados Respeitam tamb m uma s rie de cuidados para o bem estar pr prio e dos seus familiares que v m das l gicas ind genas e da medicina ocidental ou biomedicina Isso s vezes feito
312. manter frequentando a escola na falta de uma 5a s rie Uma fam lia oriunda da aldeia do Pat Kr se mudou para Altamira para matricular seus filhos na escola para cursar a 52 s rie fato que j se observa em muitas aldeias no Brasil O transporte dos professores e da merenda aldeia um grande problema e para o in cio do ano letivo de 2009 os pr prios professores fretaram o barco que subia o Bacaj para transportar castanha coletada pelos Xikrin para chegarem s suas escolas Todas as aldeias contam com um Conselho Escolar composto por um presidente um vice um tesoureiro e um secret rio em que principalmente se decide a aloca o e as prioridades da verba do Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE Ele tem sido utilizado para reformas dos pr dios e para aquisi o de material de consumo como por exemplo na aldeia do Bacaj a verba foi utilizada para mudar o piso e reformar a rea externa da escola a professora leva como proposta esse ano a aquisi o de equipamentos j que a escola conta com TV e DVD mas lhe falta antena parab lica No entanto ela privilegiou a aquisi o de prateleiras para a organiza o do material did tico que espera aprovar em reuni o Na aldeia do Pat Kr a verba foi utilizada para aquisi o de materiais para preparar a merenda como bacias de alum nio e para equipamentos como TV antena parab lica e DVD a prioridade desse ano deve ser telhas Em suma os professores vivem uma situa
313. mbiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Reuni o aldeia Bacaj Reuni o aldeia Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Reuni o aldeia Pykayak Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 170 Reuni o aldeia Pykayak 6 5 13 IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO NA PERCEP O DOS XIKRIN Optamos por apresentar nesse item a percep o dos Xikrin classificada por temas de acordo com as principais preocupa es e demandas que nos foram apresentadas nas aldeias Tendo apresentado as especificidades de cada aldeia e do modo como as reuni es foram feitas apresentamos agora a percep o dos Xikrin do Bacaj Embora referidos por aldeias os depoimentos traduzem preocupa es que s o gerais na TI diferen as quando houverem ser o apontadas Acreditamos com isso respeitar uma premissa a de que o impacto incide sobre a TI como um todo e a suas 4 aldeias atuais mas principalmente a vontade e a percep o dos Xikrin expressa em sua decis o de fazer uma reuni o nica para todos juntos debaterem com os rg os federais e as pesquisadoras o relat rio Acrescente se ainda que pudemos perceber que o empreendimento em sua nova vers o era muito pouco conhecido pelos Xikrin mesmo tendo sido recentemente apresentado nas aldeias De fato muitos ainda a
314. mente 70 anos de dados revela que os valores m nimos de vaz o na poca de ver o estiagem chegaram a 444 m3 s em outubro e 477 m3 s em setembro Assim segundo a norma supracitada a vaz o remanescente no trecho de jusante deveria ser da ordem de 350 m s Desde as primeiras considera es descritas nos estudos de viabilidade que previam uma vaz o residu ria como uma porcentagem da Q7 10 vaz o m nima de sete dias com per odo de retorno de 10 anos muito comum em estudos de outorga de uso de gua e como expresso na resolu o CONAMA N 20 percebeu se com o incremento dos estudos que uma alternativa baseada em uma vaz o fixa n o supriria as necessidades ecol gicas do ecossistema da Volta Grande Desta forma foi proposta uma vaz o ecol gica seguindo uma tend ncia mundial baseada em crit rios e estudos t cnicos que mesmo reduzindo o aporte de gua para o meio tem condi es de manter minimamente o equil brio ecol gico do ambiente em conson ncia com a demanda energ tica Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 51 Os estudos para a defini o de um hidrograma ecol gico para o trecho de vaz o reduzida no estir o de jusante refletem um entendimento da complexidade das altera es ambientais que esse trecho ser submetido Desta forma a sua consolida o vem de encontro com o amadurecimento das quest es socioambientais que envolvem o empreendimento
315. mente entre os meses de fevereiro e abril al m de uma grande sazonalidade do regime pluvial como se pode observar na figura 6 2 2 1 Segundo os estudos o rio Xingu na altura de Altamira tem contribui o especifica m dia anual da ordem de 17 6 I s km2 O rio Xingu caracteriza se por varia es significativas de volumes escoados entre os per odos chuvoso e de estiagem As descargas m nimas s o da ordem de 10 da vaz o m dia de longo per odo enquanto as cheias chegam a atingir valores quatro vezes superiores m dia LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 27 Precipita o mm Figura 6 2 2 1 Histogramas de Precipita es M nima M dia e M xima Mensal no Posto Altamira LEME 2008 Em termos de vaz es o estudo apresenta a s rie hist rica do posto Altamira A an lise estat stica dos dados permitiu consolidar suas caracter sticas principais Tabela 6 2 2 1 Tabela 6 2 2 1 Vaz es caracter sticas e dados hidrol gicos do rio Xingu LEME 2008 Vaz es Caracter sticas m s M s Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual M dia 7 790 12 876 18 123 19 942 15 959 7 216 2 904 1 557 1 066 1 115 1 880 3 730 7 846 M nima 2 516 5 653 9 56 9 817 6 587 2 872 1 417 908 477 444 605 1 167 444 Ano 1971 1998 1971 1998 1998 1998 1998 1998 1969 1969 1969 1969 1969 M xima 17 902 24 831 30 129 29 258 27 370 13 396 4 710 2 353 1 557 2
316. mento PA e os Projetos de Assentamento R pido PAR nos quais a atua o do INCRA reduzia se simples demarca o e titula o das terras ocupadas livremente Com os planos do governo federal citados acima e a efetiva abertura da Transamaz nica a imigra o nordestina foi maci a principalmente do Maranh o mas tamb m do Piau e do Cear No II Plano Nacional de Desenvolvimento II PND durante o auge do per odo do milagre brasileiro as estrat gias de planejamento regional na Amaz nia tinham como centralidade o conceito de p los de crescimento baseados em setores da economia tais como minera o pecu ria industrializa o entre outros Entretanto observa se nesse plano uma importante mudan a de dire o no atendimento de colonos migrantes para os grandes fazendeiros que passou a defender nas terras fronteiri as uma agricultura capitalista em detrimento da agricultura familiar A partir de 1973 inicia se a constru o da Hidrel trica de Tucuru atraindo um fluxo consider vel de trabalhadores e moradores para a regi o pr xima usina Outro ponto marcante para a regi o foi a descoberta da jazida de min rio de ferro em Caraj s em 1967 A partir de ent o a atividade mineradora deixou de ser uma a o isolada ou da livre iniciativa e passou a ser uma pol tica de Estado A regi o pelas descobertas na rea de minera o e por quest o geopol tica tornou se rea estrat gica para os militare
317. mpactos efetivamente detectados 6 7 6 PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PRODUTIVAS 6 7 6 1 Objetivos Este programa visa elabora o participativa de programa de suporte a projetos de desenvolvimento sustent vel em acordo com as voca es locais e o desenvolvimento organizacional das comunidades ind genas contribuindo para sua autonomia 6 7 6 2 Diretrizes e Incentivar as atividades de coleta compat veis com o ambiente natural e as voca es do povo Xikrin e Apoiar e subsidiar as iniciativas ind genas relativas a alternativas econ micas que gerem autonomia e que sejam sustent veis e respeitem as voca es sociais culturais e produtivas do povo Xikrin do Bacaj e As Metas F sicas desse programa dever o ser discutidas com as comunidades ind genas a FUNAI e outros parceiros a partir do diagn stico f sico bi tico e de uso e ocupa o tradicional do solo visando estabelecer calend rio e possibilidades de a es conjuntas e contribuindo para a elabora o de um Plano de Gest o Econ mica para o povo da TITB 6 7 7 PROGRAMA DE PROTE O AMBIENTAL E FISCALIZA O DOS LIMITES 6 7 7 1 Objetivos Contribuir para o usufruto exclusivo de todos os recursos existentes em suas terras aos ind genas que nela habitam e para impedir invas es de car ter permanente ou tempor rio no interior das mesmas promovendo a es de conscientiza o da popula o envolvente de modo cont nuo e que abranja o
318. munho da valoriza o que d o escola Atualmente a educa o escolar ind gena est sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Educa o SEMEC que tem ainda grande dificuldade de contrata o e qualifica o de profissionais para atuar em reas ind genas veja descri o detalhada da situa o atual abaixo H problemas de qualifica o profissional para a educa o indigna espec fica e falta materiais did ticos espec ficos A rotatividade nas reas permanece como um problema atualmente Os Xikrin permanecem valorizando al m da aprendizagem escolar a aprendizagem de sua cultura por eles chamada de kukradja por meio de seus pr prios processos de ensino e aprendizagem Aprender por eles chamado mari o que se refere capacidade de ouvir compreender e refletir assim como a audi o e o pensamento reflexivo importante o desenvolvimento da capacidade visual para que se possa aprender pela vis o omunh Esse desenvolvimento envolve muito mais que habilidades e t cnicas envolve o desenvolvimento do corpo e da pessoa o desenvolvimento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte NM 122 dos rg os sensoriais ele que d pessoa a capacidade de aprender um aprendizado que mantido no cora o A crian a vai desenvolvendo essa capacidade ao mesmo tempo em que aprende em que constantemente submetida a situa es de aprendizagem Mas u
319. n o em pol ticas p blicas 6 7 11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E AVALIA O 6 7 11 1 Objetivos Identificar metodologia que possibilite avaliar os resultados das a es de suporte estabelecidas neste Programa assim como pelos processos desencadeados sobre a vida do povo Xikrin atingido pelo empreendimento assim como monitorar o desenvolvimento das a es avaliar seus resultados e propor os ajustes necess rios para o seu sucesso Esse programa faz se necess rio para promover um acompanhamento e o monitoramento cont nuo da execu o dos Programas propostos com plena participa o e atua o ind genas 6 7 11 2 Diretrizes e Utilizar o Estudo do Componente Ind gena Trincheira Bacaj o EIA RIMA e os diagn sticos f sico bi tico e socioecon mico como base para identificar a situa o inicial anterior implanta o do empreendimento como refer ncia para medir os resultados do Programa e Acompanhamento assessoria e avalia o cont nua das atividades previstas neste Programa e Definir com as comunidades ind genas os respons veis pelo desenvolvimento das a es assim como os interlocutores institucionais tais como FUNAI e associa es ind genas e Desenvolver a es de capacita o e fortalecimento institucional ind gena para o acompanhamento e monitoramento dos Programas contando com assessorias especializadas e Elaborar de forma participativa a agenda e o programa de trabalho e Definir prioridades e
320. n cies aluvionares do rio Bacaj com enclaves ao longo de seus principais afluentes Essas florestas crescem sobre solos de origem hidrom rfica geralmente mal drenados e pouco profundos Podem ficar saturados durante as chuvas de inverno devido ao ciclo das guas Nesse tipo de floresta s o comuns as esp cies que crescem sobre solos n o consolidados como a paxi ba e o a a Cerca de 120 150 esp cies de rvores s o encontradas nesta tipologia distribu das em fam lias bot nicas como Caesalpiniaceae e Euphorbiaceae A abund ncia de indiv duos entre as esp cies mais bem distribu da do que nas florestas de terra firme LEME 2008 Entre as 200 esp cies registradas no mbito dos estudos do EIA seis esp cies apresentaram maiores abund ncias a saber Mollia gracilis Cynometra marginata Zygia cauliflora Paramachaerium ormosioides Discocarpus essegueboensis e Hevea brasiliensis que correspondem a 3 das esp cies amostradas Algumas esp cies encontradas nessa forma o t m grande import ncia para as popula es ind genas pois servem como alimento atrativo de peixes etc A figura 6 3 1 11 1 apresenta o mapa de vegeta o compilado contemplando a extens o da floresta ombr fila aluvial e os desmatamentos ano base 2008 do Projeto PRODES As Florestas Ombr filas Abertas com Cip s constitu ram uma fitofisionomia caracter stica embora esteja dentro da zona onde a paisagem mais fragmentada pela a o h
321. na bacia Em sua por o sul e leste existem fortes n cleos de ocupa o humana que pressionam os limites da TITB Essas forma es florestais abrangem toda a extens o da bacia hidrogr fica do rio Bacaj As precipita es m dias anuais variam entre 1 500 e 2 000 mm apresentando d ficit h drico m dio anual de 300 a 400 mm LEME 2008 Com apoio dos mapas geomorfol gicos apresentados no EIA e o mapa de relevo sombreado elaborado no contexto deste relat rio pode se notar a grande quantidade de canais fluviais que compreendem a bacia sendo o rio Bacaj seu principal eixo Os tipos de terrenos encontrados e descritos no item anterior est o associados a morrotes morros e serras que geralmente ocorrem na por o norte da TI e quase sempre orientadas no sentido leste oeste A esses terrenos mais elevados associam se as florestas ombr filas densas substitu das por fei es abertas dessas forma es nas proximidades do rio Xingu onde prevalecem relevos mais baixos e dissecados marcados por relevo de rampas e colinas Tamb m nessa regi o a floresta est bem preservada sendo muito restritas as reas de desflorestamentos Apenas ao sul e a leste h ocorr ncias de desmatamentos localizados muito em virtude da transgress es de madeireiros e de antigas fazendas de gado Outro importante vetor de press o sobre essas florestas pode ser observado ao norte na regi o da Volta Grande a partir da unidade Transamaz nica LEME 2008
322. nae Culicinae e Psycodidae que podem ser vetores de arboviroses humanas Em pelo menos uma rea ocorreram insetos vetores da Doen a de Chagas Triatom neos sendo tamb m relatada por moradores das diversas reas a presen a de barbeiros As esp cies de flebotom neos encontradas s o comprovadamente vetores de leishmaniose tegumentar As reas t m transmiss o ativa de mal ria humana associada presen a de esp cies de mosquitos anofelinos principalmente Anopheles darlingi vetor mais importante no Brasil 6 3 1 9 Pl ncton O ictiopl ncton foi amostrado em 12 pontos entre fevereiro e abril da conflu ncia dos rios Iriri e Xingu rea I cidade de Vit ria do Xingu rea III contemplando tamb m a rea II incluindo se nessa um ponto no rio Bacaj atrav s de arrastos com rede c nica horizontal na calha do rio igarap s tribut rios corredeiras lagos remansos reas de inunda o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 81 O fitopl ncton e o zoopl ncton foram amostrados nas esta es de Seca Enchente Cheia e Vazante em 28 pontos amostrais sendo 15 na Area I tr s nas proximidades do rio Iriri um montante de Altamira oito no entorno de Altamira tr s nas proximidades do barramento principal oito na Area II cinco montante do rio Bacaj um no rio Bacaj um no canal de deriva o e um montante de Belo Monte e cinco na Area III
323. nas aldeias e Incentivar a consolida o de uma educa o escolar diferenciada com atua o nas aldeias com especial aten o aos jovens capacitando os para lidar com as transforma es advindas das a es do AHE Belo Monte e Promover a crescente participa o ind gena na educa o escolar com nfase na forma o de agentes ind genas educacionais tais como monitores e professores ind genas e na gest o ind gena da escola e Promover meios e processos de divulga o e gerenciamento das informa es dos estudos e diagn sticos relativos s a es do AHE Belo Monte e realizados com participa o ind gena e em parceria com especialistas e rg os diversos para a comunidade ind gena e Promover e incentivar a valoriza o dos conhecimentos e dos processos pr prios de ensino e aprendizagem ind genas em todos os aspectos das atividades educacionais e As Metas F sicas e Diretrizes para implanta o dos objetivos do Programa de Educa o dever o ser discutidas com as Secretarias de Educa o Estadual e Municipal e a FUNAI oficialmente respons veis pela educa o escolar nas comunidades ind genas 6 7 5 PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE 6 7 5 1 Objetivos Este programa visa garantir a autonomia e a mobilidade das comunidades ind genas da TITB atingidas pela TVR e pela transposi o da barragem no S tio Pimental em especial com medidas de acessibilidade e navegabilidade Esse programa tem por objetivo garantir
324. ndios e que s o percorridos procura de ca a e certas plantas E uma regi o profundamente conhecida pelos ndios que ali habitam Este fato comprovado pela import ncia dos dados levantados em campo pelas antrop logas deste estudo num curto per odo de tempo e que constam do mapa ocupa o espacial Anexo 01 Xikrin aponta rea de ca a na imagem de sat lite Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 161 Aldeia Pykayaka Levantamento de informa es na imagem de sat lite Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 162 Informa es de uso e ocupa o territorial sobre a imagem de sat lite Esta atividade realizada nas quatro aldeias consistiu basicamente em interpreta o das imagens de sat lite e levantamento de pontos georreferenciados Foram apontadas as principais reas utilizadas para diferentes atividades como ca a pesca abertura de ro ados retirada de madeiras coleta da castanha do Par garimpo Toda essa regi o t o rica e diversificada do ponto de vista ambiental ocupada pelos ndios n o apenas de forma material com suas ro as e aldeias mas tamb m de modo simb lico Em campo ao citar as variedades de esp cies da ictiofauna da regi o n o deixaram de informar sobre a exist ncia do Mruka k um ser sobrenatural que vive nas profundezas do rio e que joga feiti o em
325. nico canal de liga o entre as comunidades ind genas da TITB e os demais componentes bi ticos residentes ou n o com o rio Xingu Ainda a insufici ncia tamb m de dados f sicos ao longo do rio Bacaj conforme verificado no cap tulo Meio F sico do presente estudo n o possibilita maiores suposi es sobre os padr es de dispers o passiva ou ativa de componentes aqu ticos estrat gicos para a cadeia tr fica e ou para a explora o sustent vel dos recursos como por exemplo sementes de plantas ovos e larvas do pl ncton notadamente do ictiopl ncton peixes e r pteis Os resultados aqui apresentados ainda que preliminares mostram claramente a intensa depend ncia das comunidades ind genas da TITB com os variados componentes bi ticos e em usos m ltiplos de modo que altera es na disponibilidade abund ncia e diversidade destes certamente ir o afetar as rela es com as comunidades ind genas Os Xikrin dependem da ca a e da pesca para seu suprimento de prote na ainda relativamente abundantes na regi o ainda que durante a esta o de chuvas essas atividades diminuam significativamente O aumento populacional nas cidades vilas e comunidades sob influ ncia do empreendimento certamente ir aumentar a press o sobre os recursos biol gicos notadamente pela ca a e pesca Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 96 de mam feros aves r pteis e peixe
326. nnnn nnmnnn 57 6 2 8 2 Impactos Referentes Qualidade da gua sasiatsasesasassassanseresssars 58 6 2 8 3 Impactos Decorrentes da Instaura o do TVR no rio Xingu 58 6 2 8 4 Impactos Decorrentes da Instaura o do Hidrograma Ecol gico 59 6 2 8 5 Impactos Associados ao Modo de Vida das Comunidades Ind genas 60 6 2 8 6 Quadro de Impactos ssimniaasusisnsasminincasicadainsadcaacicadcisanicasracemsinascasincsis 61 6 2 9 CONSIDERA ES FINAIS ssssssssssunnunnunnnnnnnnunnnnnnunnannunnnnnnannannunnannnnnnnnnnnnan nann nnn 63 6 3 MEIO BI TICO a Sn nnn nnnn nen ennennn tenannn ennenen nn nena 65 6 3 1 CARACTERIZA O DOS GRUPOS BI TICOS ssasassssununnunnununnunnunnnnunnnnannunnnnn nnana 67 6 3 1 1 Mam feros AqU t COS ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 67 6 3 1 1 1 MUSTEITDEOS ssa ssica iscas DL asda ni said 68 6 3 1 1 2 8 5 do cio NARA ea EU QRO E ES VP EEE RR A SO RE SS SR 69 6 3 1 1 3 E E EPA INR AR ERR SEGREDO ERP GAR E NR 69 6 3 1 2 Mam feros Terrestres ssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnmnnn 70 6 3 1 2 1 Mam feros de M dio e Grande Porte ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 70 6 3 1 2 2 Mam feros de Pequeno Porte s sssunnssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnn 71 6 3 1 2 3 Mam feros Voadores ssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnna 71
327. nnnnnnnnnnnnnn 103 6 4 2 2 Estrutura Fundi ria ssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnna 106 6 4 2 2 1 Terras Ind genas e Unidades de Conserva o ummaeeeeas 106 6 4 2 2 2 Assentamentos uuusunsaesanassassananaanaanaroanoanaanasoaroanoanaacaroanoa nana anana 107 6 4 2 2 3 reas com Potencial Mineral ssasastatas seara seseraosssenseassanaeasananasaa 108 6 4 3 VULNERABILIDADE TERRITORIAL scsssssscssesssessaeasaseassencaseesasaesanaamaso 110 6 4 3 1 ROC VIAS r dudeninides dana dad 110 6 4 3 2 Fluxo Migrat rio ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnman 112 6 4 3 3 Caracteriza o dos Munic pios sssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 112 6 5 CONTEXTO ANTROPOL GICO issstisesasesasesaserssersseasseasaserasensseniserisaenasenasansanasa 119 6 5 1 E oae EA A E sen aeaaaaaa 119 6 5 2 CONTATO suasessisaeiaisccisies arco aan ud dd E NEA na iana 120 6 5 3 L NGUA asas iss ia aranean i aaa rda aiaa a Eaa eaaa aran an daadaa aeania aai 121 6 5 4 A ESCOLA E A APRENDIZAGEM ssssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnan 122 655 SAUDE E E E E E ap 123 6 5 6 ORGANIZA O SOCIAL E POL T TICA s sssssssusuuunnunnnnunnnnnnnunnnnnnnunnunnnnnnnnnnnnnnnn 124 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico 6 5 7 A NATUREZA E
328. nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn Da 89 6 3 2 3 AVES siiis nsanra naina ka deaan eaaa Eana dan Aaaa aa oia a ta 89 6 3 2 4 R pteis AQUALICOS ssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnmnnn 90 6 3 2 5 Herpetofanna saassassncncoiiir cid ssdoni od oirindd dci decida diiaiecaniidac 90 6 3 2 6 PeIXOS rasa adora tenda pad ida dinastia 91 6 3 2 7 Macroinvertebrados AqU t COS ssssssnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn na 92 6 3 2 8 Impactos sobre os Macroinvertebrados Terrestres s sssssssnnnnnnnnnnnnnnnnn 92 6 3 2 9 eea a E E RS RR RNP RR RR 92 6 3 2 10 Macr fitas Aqu ticas ass asssisianasdcis esa asi nadie seia destas 93 6 3 2 11 Vegeta o Terrestre ais sstricaicisasiiindie odiei dias ad a dada 93 6 3 3 AVALIA O DOS POSS VEIS IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A TI TRINCHEIRA BACAJA susaieseseesaesasaesesoeoasoeenesasoasoaeoanosoaeoasocecaeaaoas aaa aaea seas a as aana aaa 94 6 3 4 CONCLUS ES SOBRE O MEIO BI TICO asssesatatesseaessesassssssessasasiseneassansa 96 6 4 CONTEXTO SOCIOECON MICO isssatias sesta sesesaassssneaaaaorennaaasamanaarasanannsasnennaaa ana 98 6 4 1 HIST RICO DA OCUPA O sssssssssunnununnunnununnnnnunnununnunnnnunnunnnnunnnnnnnunnnnnannnnnn nnn 98 6 4 2 USO E OCUPA O DO SOLO ssssssssssunsusnnnnnnnunnnunnnnnnnnunnunnnnnnnnnunnnnnnnnnnnnnnnnnnanna 103 6 4 2 1 Frentes de OCUPA O ssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
329. ntal da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte A 221 6 7 5 2 Diretrizes Monitoramento das condi es de navegabilidade do Rio Bacaj tendo em vista a possibilidade de que sua vaz o seja reduzida dado o padr o de interdepend ncia bacia do Rio Xingu afetado pela Vaz o Reduzida no trecho em quest o Garantir as condi es de navegabilidade no Trecho de Vaz o Reduzida TVR do Rio Xingu no reservat rio e no eventual canal de deriva o de acordo com as condi es t cnicas e materiais de navega o atualmente dispon veis s comunidades ind genas da TITB Garantir meios adequados de transposi o da barragem no S tio Pimental que n o causem desconforto ou apreens o e que n o prejudiquem os ndios Promover meios de comunica o e difus o das altera es da paisagem e dos canais de navega o decorrentes das a es do AHE Belo Monte e que poder o causar desorienta o e perda de referenciais de navega o Constru o e manuten o cont nua de meios alternativos e complementares de transporte rodovi rio com abertura de estradas que partam das aldeias e d em acesso a Altamira e ou Rodovia Transamaz nica de modo a garantir o tr nsito a Altamira a remo o de doentes a manuten o com qualidade dos servi os de aten o sa de educa o e outros nas aldeias e o transporte de bens e mercadorias entre a cidade de Altamira e as aldeias da TITB Garantir os r
330. ntamentos do INCRA as estradas as fazendas etc ilustrando a situa o atual da regi o a press o demogr fica e o desmatamento Uma s rie de mapas apresentava a TI em seus aspectos relativos hidrologia relevo a bacia hidrogr fica cobertura vegetal Um grande mapa trazia em escala de 1 100 000 uma imagem de sat lite do rio Bacaj com toda a TI e at sua desembocadura no Xingu Trabalhamos esse mapa em cada aldeia registrando os nomes dos locais e o uso e a ocupa o do territ rio registrando locais de ca a pesca e coleta caminhos os canais e as corredeiras do rio serras tipos de cobertura vegetal locais de ro a e das fazendas e tudo o mais que os Xikrin acharam importante Em cada aldeia Isabelle Giannini apresentava o projeto da AHE Belo Monte e seus impactos socioambientais constantes no EIA RIMA em uma reuni o inicial Ressalte se que esses estudos limitavam se bacia do Xingu e popula o n o ind gena Em uma segunda parte apresentamos os mapas com os estudos em elabora o da bacia do Bacaj da TI e seus entornos e dos impactos que se pode prever Trabalhamos ent o o mapa com a imagem sat lite em que cada aldeia nomeou e localizou pontos a partir de sua utiliza o da rea como apontado acima dividiram a rea em 4 partes para utiliza o preferencial mas n o exclusiva das 4 aldeias Trabalhamos tamb m o levantamento dos conhecimentos e a utiliza o da fauna e da flora Aproveitamos interva
331. ntar pr ximo s resid ncias esp cies tais como plantas medicinais e frut feras manga pequi banana caba a coco an o laranja lim o urucum jenipapo entre outras A coleta uma das atividades mais importantes para a manuten o cultural e sobreviv ncia f sica do povo que habita a TI Trincheira Bacaj Dentro desta perspectiva inclui se a coleta de frutos alimento complementar a carne de ca a e pesca Faz parte da alimenta o o consumo de in meros frutos incluindo aquelas extra das da natureza e as plantadas Ora s o colhidos ocasionalmente durante o tr nsito pelas matas ora na forma de expedi es espec ficas para a coleta de determinadas esp cies Algumas esp cies como as palmeiras fornecem grande quantidade de frutos dentre estas pode se citar a bacaba o tucum o baba u o a a entre outros De um modo geral h sempre disponibilidade de frutos ao longo do ano sejam eles oriundos da atividade extrativista cuja produ o de frutos se concentra na poca de chuva ou de rvores cultivadas que possuem uma produ o mais distribu da ao longo do ano Os frutos consumidos pelos ndios t m origem em diferentes ambientes como nas ro as e arredores imediatos nas florestas maduras jatob bacaba castanha do Par frut o matas ciliares baba u e a a Para a pintura corporal utilizam o jenipapo e urucum Durante o trabalho de campo os homens das aldeias Mrotidjam Bacaj e Pat Kr esta
332. nte ir o causar efeitos negativos principalmente sobre as esp cies de lagartos e serpentes Assim conclu se que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre a herpetofauna 6 3 2 6 Peixes Considerando as mudan as no regime hidrol gico e a perda de reas de inunda o a partir da instala o do empreendimento hidrel trico parece evidente que o grupo de peixes com estrat gia sazonal dever sofrer o maior impacto A falta do pulso de inunda o dever determinar o desaparecimento dos cardumes de peixes que utilizam essas reas para reprodu o alimenta o e ber rio A relev ncia alta porque ser o necess rias adapta es a um novo hidrograma no qual os n veis de vaz o sejam sempre muito inferiores aos naturais e isso dever trazer dr sticas consequ ncias para a pesca A maior parte dos peixes de consumo como pacu curimat branquinha e outros dependem desse ciclo hidrol gico e dever o buscar reas alternativas rio Bacaj ou outros afluentes para habitar durante o per odo mais chuvoso A forma o dos reservat rios a redu o da vaz o no trecho da Volta Grande o barramento principal os desmatamentos para implanta o do empreendimento o aumento da press o de pesca s o os principais fatores que ir o contribuir de forma significativa e negativamente na ictiofauna acarretando principalmente e Altera es no ciclo de inunda o das reas de v rzea e Destrui o de habitats e m
333. ntes Comunit rios de Sa de PSF Programa de Sa de da Fam lia Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nu13 Conforme se verifica na Tabela 6 4 3 3 2 e na Figura 6 4 3 3 1 os munic pios analisados neste estudo apresentam valores de bitos por mil habitantes acima da m dia do Estado do Par com exce o de S o F lix do Xingu que apresentou no ano de 2004 e 2006 ndices inferiores ao do Estado assim como Pacaj em 2002 Apesar de n o ser poss vel identificar a causa dos bitos enquanto alguns munic pios mant m est vel o n mero de bitos por mil habitantes o munic pio de Anapu apresenta uma situa o que vem piorando com o decorrer dos anos Tabela 6 4 3 3 2 N mero de bitos por mil habitantes em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par N de bitos por N de bitos por N de bitos por 1 000 habitantes 1 000 habitantes 1 000 habitantes em 2002 em 2004 em 2006 Altamira 5 1 5 7 4 9 Anapu 3 7 8 6 10 4 Pacaj 3 2 4 2 4 8 S o Felix do Xingu 3 7 3 4 3 6 Estado do Par 3 6 3 9 3 8 Fonte Minist rio da Sa de Datasus Caderno de Informa es de Sa de dados de dezembro de 2007 N de bitos por 1 000 habitantes 12 10 2002 2004 2006 Altamira Anapu Pacaj S o Felix do Xingu Estado do Par Figura 6 4 3 3 1 N mero de bitos por mil habitantes em
334. ntigamente o rio encheu por ele mesmo e matou v rias pessoas Por isso quando descobre que ser apenas uma barragem que n o causar inunda es esse velho fica mais tranquilo H muito tempo o pessoal est falando que vai fazer muitas barragens Agora s uma fico mais trang ilo Se s uma eu concordo A mudan a no projeto tem que levar a uma reavalia o e a uma mudan a nos posicionamentos Mas isso tem que ser feito com cuidado como demonstra a fala do jovem Bebere Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N173 Outro projeto n s n o queremos Agora mudou e n s aceitamos esse N s n o aceitamos a outra barragem mas com esse projeto n s concordamos N s preocupados com esse nosso rio que nosso rio corre para o Rio Xingu Se barragem for feita por S tio Pimental n s precisamos canal Se deixarem um pouco de gua para chegar em Altamira e peixe n o morrer n s concordamos com esse projeto Bebere BKJ H uma fala comum que ressalta que a expectativa da barragem tem levado a uma apreens o e que se for inevit vel construir que seja feito respeitando os direitos e dando aos Xikrin garantias J faz tempo que se fala de fazer a barragem agora que est o estudando para fazer a barragem Parem de falar e comecem a fazer J cansei dessa conversa de falar de barragem Se quiser fa am Mas tem que fazer as coisas direitinho Bep Djoti BKJ Muitos
335. ntos que ser o alagados Reservat rios Xingu e dos Canais o Trecho de Vaz o Reduzida e o Trecho de Restitui o das Vaz es Turbinadas Estudos diretamente relacionados com o rio Bacaj s o poucos e quando existentes compreendem a regi o de seu baixo curso local relativamente distante das comunidades ind genas A bacia hidrogr fica do rio Bacaj n o foi considerada como um todo ou seja n o foram estudados seus componentes f sicos biol gicos e antropol gicos e sua influ ncia sobre o empreendimento e vice versa As comunidades ind genas t m completa depend ncia dos recursos naturais da bacia hidrogr fica do rio Bacaj As atividades de ca a pesca e extrativismo s o executadas em v rios igarap s e em v rias sub bacias formando uma rede intrincada de depend ncia dos recursos naturais Qualquer mudan a nesse ambiente implicar num rearranjo de rela es Por esse motivo muito importante o conhecimento funcional desse sistema antes da influ ncia de externalidades Sobre o rio Bacaj s o apresentados c lculos hidrol gicos que precisam ser aprofundados para se compreender perfeitamente quais ser o as consequ ncias dos impactos negativos do Trecho de Vaz o Reduzida do rio Xingu e de que forma tais interfer ncias ir o afetar o regime fluvial do rio Bacaj Os estudos apontam que a diminui o da vaz o do rio Xingu jusante do barramento ir afetar o ciclo hidrol gico do rio Bacaj principalmen
336. num jutairana Cynometra marginata baba u Attalea speciosa mututi duro Paramachaerium ormosioides jo o mole Guapira venosa entretanto 130 esp cies 33 3 ocorreram com apenas um indiv duo nas 24 unidades amostrais Na rea de do reservat rio dos canais somente uma esp cie 0 3 o a a Euterpe oleracea ocorreu com mais de uma centena de indiv duos 94 esp cies 28 7 foram consideradas como localmente raras com um indiv duo amostrado Na rea de vaz o reduzida seis esp cies 1 6 ocorreram com mais de uma centena de indiv duos ing jarandeua Zygia cauliflora breu grande Protium apiculatum pau preto baba u envira muruci jodo mole com apenas um indiv duo foram identificadas 122 33 2 esp cies A seguir descrevem se as principais forma es vegetais identificas nos levantamentos do EIA Floresta Ombr fila Densa O ambiente fitoecol gico representado pela Floresta Ombr fila Densa ocorre praticamente na por o norte da TITB Tem como caracter stica ombrot rmica temperaturas variando entre 25 e 30 C e distribui o homog nea de chuvas durante o ano todo Este ambiente caracterizado por apresentar uma vegeta o sempre verde com rvores de folhas perenes e raramente caducif lias Floresta Ombr fila Aberta Submontana De acordo com o IBGE 1992 este tipo de vegeta o distribui se por toda a Amaz nia e mesmo fora dela principalmente com a f cie floresta com palmeiras Na AII
337. nund veis estar o sob estresse h drico o que dificultar o carreamento de nutrientes e subst ncias h micas para o curso do rio Xingu No estudo de 2008 TIEGA 2008 o nico ponto compreendido na bacia hidrogr fica do rio Bacaj apresentou valores elevados para coliformes fecais com explica o de que o ponto amostral se localiza no interior de uma grota afluente do rio Bacaj que usada frequentemente para consumo e higiene 6 2 7 PROPOSI O DO HIDROGRAMA ECOLOL GICO Entre os principais programas referentes s medidas mitigadoras e compensat rias propostas pelo EIA que diretamente podem beneficiar as comunidades ind genas e os elementos ambientais da TITB destacam se a Proposi o do Hidrograma Ecol gico e o Programa de Monitoramento Limnol gico e de Qualidade da Agua Durante o desenvolvimento dos estudos sobre a viabilidade do volume das vaz es a ser liberado no trecho de vaz es remanescentes algumas propostas foram estudadas at se chegar Proposi o do Hidrograma Ecol gico alternativa 10 conforme apresentado no EIA Nos estudos de viabilidade o c lculo da vaz o residual no trecho de jusante seria baseado na norma DNAEE que j foi revogada e que previa que 3 vaz o remanescente no curso d gua jusante do barramento n o poder ser inferior 80 da vaz o minima A an lise da s rie hist rica dispon vel no Posto Altamira considerando o per odo de 1931 a 2000 portanto pratica
338. nvas es na TITB Na sua por o ao norte trecho situado entre a margem direita do rio Xingu a TI Koatinemo a TI Trincheira Bacaj e TI Arara da Volta Grande a Transassurini tamb m um vetor importante de ocupa o apresentando v rios travess es assentamentos e fazendas de gado Melhorias est o previstas neste trecho para atender as obras do AHE Belo Monte na localidade do S tio Pimental na margem direita do Xingu aumentado a vulnerabilidade da por o noroeste da TITB 6 4 3 2 Fluxo Migrat rio Segundo o EIA RIMA do AHE Belo Monte base de dados deste estudo a m o de obra a ser contratada dividida em funcion rios das empresas construtoras relacionados aos setores administrativo financeiro de manuten o ger ncia e coordena o dos trabalhos e a m o de obra que executa as tarefas diretamente ligadas constru o das obras Para o AHE Belo Monte o atendimento a essa demanda se dar com a atra o de m o de obra de outras regi es e at outros estados do Pa s Para Altamira espera se uma atra o no pico da obra da ordem de 34 000 pessoas e para o S tio Belo Monte de 40 000 pessoas Cerca de 10 000 pessoas dever o se direcionar para as proximidades dos S tios Pimental Belo Vista e dos Canais e Diques e outras 10 000 para reas que fazem parte dos munic pios da rea de influ ncia indireta do empreendimento Ao todo estima se que 96 000 pessoas poder o ser atra das pela constru o do AHE Belo M
339. o sa de saneamento e acesso gua educa o e cultura infra estrutura ao apoio gest o territorial e regulariza o fundi ria Est o previstos investimentos da ordem de R 410 milh es para a regi o Transamaz nica do Par onde est o localizados os munic pios de Altamira Anapu e Pacaj Programa Territ rios da Cidadania Dentre os munic pios da rea de Influ ncia Indireta contemplados pelo PAS est o Altamira e Anapu Destacam se as seguintes a es elabora o do Plano de Gest o Ambiental Rural da BR 163 nos munic pios de Altamira e Placas cria o e implanta o do mosaico de unidades de conserva o da Terra do Meio elabora o e implementa o dos planos de manejo da Floresta Nacional de Altamira conclus o dos estudos e demarca o da TI Xypaya monitoramento da cobertura vegetal em reas cr ticas de expans o do desmatamento e explora o madeireira ilegal implanta o de cadastro fundi rio e ambiental em m dias e grandes Plano Amaz nia propriedades monitoramento e controle de atividades garimpeiras Sustent vel PAS implementa o de a es integradas de fiscaliza o consolida o de uma malha rodovi ria regional eficiente articulando as rodovias federais com redes de rodovias estaduais e vicinais densas e racionais fomento cadeia produtiva de madeira incentivando a ind stria de beneficiamento da madeira e a ind stria mobili ria promo o do desenvolvim
340. o s comunidades ind genas a falta de comunica o e informa es desencontradas por diferentes atores FUNAI ONG s popula o local grupos tnicos levam a uma intranquilidade quanto ao futuro da popula o ind gena Junto a isto o desconhecimento do empreendedor respons vel acarreta medo e desconfian a por parte dos ndios quanto garantia do cumprimento das compensa es O sentimento e a percep o dos ndios de que a nica alternativa para eles a demanda por compensa es ocasiona incertezas e preocupa es quanto ao acerto da procura por medidas mitigat rias e ou compensat rias os planos programas projetos e recursos financeiros A pr pria demanda por essas compensa es motivo de conflitos internos e inter tnicos e com as demais popula es da regi o Algumas das demandas j solicitadas pelos ndios em reuni o com as antrop logas que programas e projetos dever o existir para sempre e de que haja o estabelecimento de um di logo direto com o futuro empreendedor e com o Governo de forma a garantirem suas demandas Vale salientar que a falta de estudos no rio Bacaj sendo este rio fundamental para a manuten o da comunica o da subsist ncia e das rela es s cio econ micas dessa comunidade ind gena gera um desconhecimento sobre os impactos ambientais no rio e ocasiona mais uma vez medo e desconfian a dos ndios quanto ao seu futuro e dos recursos naturais que deles depende
341. o A comunidade tem um caminh o e duas motos pilotada por um rapaz contratado Um dos antigos l deres de categoria de idade Bep komati est fazendo curso para tirar carteira de habilita o em Altamira 6 5 11 3 Aldeia Pat Kr Aldeia Pat Kr na beira do rio Bacaj Essa aldeia foi reaberta no mesmo s tio onde em 1985 fora aberta a antiga aldeia do Trincheira pr ximo do antigo Posto Velho o primeiro feito pela equipe do Servi o de Prote o aos Indios para a efetiva o do contato oficial O Posto Velho fora abandonado naquela ocasi o por conta de uma epidemia os Xikrin foram novamente reunidos pela equipe do Servi o de Prote o aos ndios no s tio onde atualmente est a aldeia do Bacaj Foi em 1985 que eles se dividiram uma parte permanecendo no Bacaj a outra se dirigindo s proximidades do Posto Velho A divis o ocorreu entre duas associa es masculinas a do On a que at hoje tem papel de lideran a no Bacaj e a do Maur que tamb m liderava poca uma associa o masculina para a coleta de castanha e para a ca a do gato maracaj com a venda de peles Maur filho de um casal de origem em Pukanu outra terra Kayap Mebengokr Sua m e Dona Raimunda viveu at recentemente em Altamira tendo tido v rios filhos que se espalharam entre as aldeias da TI Trincheira Bacaj e de Pukanu e Ba u a cidade de Altamira e as margens do Rio Xingu Maur chegou ao Bacaj trazido pela equipe do
342. o Sistema de Agua Pot vel Sistema de Separa o Agua Oleo Sistema de Oleo Lubrificante Sistema de Hidrantes Sistema de Agua Nebulizada Anti inc ndio etc Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 57 6 2 8 2 Impactos Referentes Qualidade da gua O resultado dos estudos de qualidade da gua apresenta um panorama atual de todos os compartimentos que comp em a Area de Influ ncia Direta do empreendimento No entanto a sele o dos pontos de coleta durante todas as campanhas realizadas contemplaram minimamente o rio Bacaj com pontos de coleta apenas nas proximidades da sua foz que recebe como visto nos resultados influ ncia significativa do rio Xingu em alguns par metros analisados Ao longo de mais de 200 km montante do rio existem quatro comunidades ind genas que habitam as margens do rio Bacaj e que dependem diretamente da qualidade de suas guas Na regi o da Volta Grande do Xingu onde a vaz o ecol gica ser aplicada as an lises indicaram boa qualidade das guas No entanto as transforma es espaciais decorrentes da implanta o do empreendimento podem levar a um aumento na concentra o de nutrientes e consequente aumento da produ o prim ria e do desenvolvimento de macr fitas aqu ticas em reas de remanso Como a bacia do rio Bacaj parte desse sistema as mesmas preocupa es podem ser direcionadas essa bacia numa perspectiva de
343. o Bacaj Lagoas Marginais e Insulares Areas de Inunda o e Igarap s Os ciclos de maturidade sexual e as pocas de desova foram obtidos a partir da observa o macrosc pica das g nadas de 9 800 indiv duos capturados com redes de malha durante as campanhas de 2000 e 2001 Para a descri o do modelo de deslocamentos dos peixes bem como a determina o dos locais de desova foram realizadas entrevistas com moradores pescadores O trecho entre Paqui amba e as grandes cachoeiras pouco antes de Belo Monte n o foi visitado devido s dificuldades de navega o neste trecho Para estudar o efeito das cachoeiras na conectividade da fauna ctica foram utilizados dados sobre a variabilidade gen tica em Prochilodus nigricans a partir de amostras de m sculo da regi o pr dorsal de 75 exemplares coletadas durante os meses de setembro a dezembro de 2008 em cinco regi es do rio Xingu Considerando todas as artes de pesca todos os ambientes e todos os per odos de coleta desde 2000 at 2008 foram coletadas 387 esp cies ou morfo esp cies pertencentes a 12 ordens e 41 fam lias Estes n meros correspondem s maiores riquezas j registradas na regi o Amaz nica As ordens Characiformes 12 fam lias e 183 esp cies Siluriformes 11 fam lias e 125 esp cies Gymnotiformes 6 fam lias e 19 esp cies Perciformes 2 fam lias e 35 esp cies Cyprinodontiformes 2 fam lias e 4 esp cies e Clupeiformes 2 fam lias e 9 esp
344. o Organizacional Participativo para os Xikrin e suas Organiza es 6 7 9 PROGRAMA DE COMUNICA O 6 7 9 1 Objetivos Este programa necessita de aten o constante pois a comunica o com as popula es ind genas e seus interlocutores institucionais ou n o fundamental para uma conviv ncia de boa qualidade Pensar os espa os de interlocu o e de troca de informa es deve ser considerado uma ferramenta estrat gica de preven o e gest o de conflitos Desenvolver canais processos e produtos espec ficos de comunica o aos Xikrin que garantam um fluxo permanente de informa es de qualidade fundamental para a conviv ncia e a preven o de conflitos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 224 6 7 9 2 Diretrizes e Construir agenda de trabalho entre os interlocutores do empreendimento comunidades ind genas FUNAI e demais parceiros e Estabelecer canais de comunica o assim como as ferramentas a serem utilizadas para sua efetividade e Manter regularidade qualidade e confiabilidade nas rela es entre as partes atrav s de um di logo transparente e permanente entre a empresa em conjunto com seus parceiros institucionais p blicos ou privados consultores e assessores e os Xikrin e Comunicar em tempo h bil aos Xikrin e FUNAI assim como aos demais rg os competentes quaisquer altera es do projeto inicial do empreendimento e suas con
345. o Prim rio e Derivados uueesesaseeeeessseeeoosnerecoassenenos 193 6 6 2 1 1 Impactos associados a o de contrata o e mobiliza o de m o de Obra PRE RR Nne i nadaanan aaan 193 A Rede de Preced ncia de IMpactoS sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn na 193 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados sssssssssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnna 195 6 6 2 1 2 Impactos associados a o de aquisi o de im veis 196 A Rede de Preced ncia de Impactos uteseaseeseesesseeeoooneeeneooasseneeoaaneeeeooaaanar 196 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados uuuassassasssssssssessemasensss 197 6 6 2 1 3 Impactos associados s a es de constru o da infraestrutura de apoio constru o de constru o das obras principais de libera o das reas para os reservat rios e de forma o dos reservat rios ssssssssnnnnnnnnnnunnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn 198 A Rede de Preced ncia de Impactos uteseeaseeseesesseesooonareneooaseeeeeoaaeeecocananar 198 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados sssssssssnnsnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn n 200 A Rede de Preced ncia de Impactos uteseaseeeeeseseeenooonaeenecoaaserenoaaeeeoooasanar 200 B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados s sssnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnna 201 A Rede de Preced ncia de Impactos
346. o SRTM 6 10 6 Anexo 05 Mapa de Hidrografia Compilado a partir da cartografia sistem tica oficial na escala 1 250 000 e 1 100 000 6 10 7 Anexo 06 Mapa de Ocupa o do entorno da TITB ano 2007 6 10 8 Anexo 07 Mapa de Minera o Compilado a partir da base de informa es do DNPM Departamento Nacional de Produ o Mineral Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte A 241 6 11 EQUIPE T CNICA EQUIPE NOME DO PROFISSIONAL PROFISSIONAL PROJETO PROFISSIONAL IBAMA Isabelle Vidal Giannini Bi loga e Antrop loga Coordenadora 1674487 Clarice Cohn Antrop loga Meio Socioecon mico Roberto Giannini Ocean grafo Meio Bi tico 231691 Equipe 3 TI Osvaldo Henrique Nogueira Junior Ge grafo Meio F sico CREA 5060309572 301535 Trincheira Bacaj Celso Murano Del Picchia Economista Meio Socioecon mico M rcia Viotto Darci Gon alves Engenheira Cart grafa Meio F sico CREA 5061174196 3991499 Mayra Vidal Giannini Bi loga Meio Bi tico CRBio 64181 01D
347. o a rea de amostragem subdividida em tr s Areas I II e III as quais por sua vez podem ser subdivididas nos seguintes setores e Setor I Iriri rea I Setor montante do reservat rio considerado como rea controle compreende o trecho inferior do rio Iriri a sua desembocadura no rio Xingu continuando neste at a Ilha Grande limite superior da AID e Setor II Reservat rio rea I Setor que ir sofrer inunda o permanente pela forma o do reservat rio principal do empreendimento compreende a calha do rio Xingu desde a Ilha Grande montante de Altamira at o s tio Pimental jusante onde ser localizada a barragem e vertedouro principal do empreendimento e Setor III Volta Grande rea II Setor do rio Xingu conhecido como Volta Grande onde haver uma redu o de vaz o permanente devido ao represamento do rio no s tio Pimental estendendo se desde at o a cachoeira de Itamarac pouco montante de Belo Monte e Setor IV Baixo Xingu rea III Trecho inferior do rio Xingu desde o povoado de Belo Monte at a localidade de Senador Jos Porf rio e Setor V Reservat rio dos Canais Regi o de terra firme onde ser formado o Reservat rio dos Canais incluindo os igarap s Galhoso e Di Maria que ser o transformados em canais para desviar a gua do rio para o novo reservat rio e Setor VI Tribut rios Tribut rios de maior porte do rio Xingu como o Iriri Bacaja
348. o de embarca es motorizadas a diminui o do estoque pesqueiro a modifica o da vegeta o ciliar a altera o de habitats e de s tios de reprodu o a contamina o das guas e a ca a certamente ir o causar efeitos negativos sobre as popula es de crocodilianos e quel nios Assim conclu se que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre os r pteis aqu ticos 6 3 2 5 Herpetofauna Os resultados indicaram altas diversidade e abund ncia das esp cies da herpetofauna nas reas ratificando a import ncia da rea para as esp cies em quest o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 90 Ainda que o rio Xingu represente uma barreira geogr fica apenas para algumas poucas esp cies da herpetofauna terrestre como os lagartos Gekkonidae Gonatodes hasemani e Gonatodes spp os quais foram encontrados na margem esquerda e direita respectivamente o desvio de parte da vaz o do rio Xingu certamente resultar na destrui o de habitats importantes mas sem d vida o barramento principal ser o principal fator impactante limitando o deslocamento das esp cies e isolando as popula es Outras atividades associadas como o aumento da circula o de embarca es motorizadas a diminui o do estoque pesqueiro a modifica o da vegeta o ciliar a altera o de habitats e de s tios de reprodu o a contamina o das guas e a ca a certame
349. o e ampliando os problemas ambientais Tabela 6 4 3 3 5 Figura 6 4 3 3 3 Tabela 6 4 3 3 5 Descri o do servi o de gua encanada coleta de lixo e energia el trica dos munic pios em estudo e do Estado do Par no ano de 2000 Pessoas que vivem em domic lio com gua encanada Pessoas que vivem em domic lios urbanos com servi o de coleta de lixo Pessoas que vivem em domic lio com energia el trica Altamira 53 15 86 72 87 68 Anapu 9 33 14 53 39 71 Pacaj 9 39 25 95 31 66 S o F lix do Xingu 13 70 73 34 45 51 Estado do Par 44 90 73 80 76 70 Fonte Programas das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil Dados do ano de 2000 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte u16 Pessoas que vivem em Pessoas que vivem em Pessoas que vivem em domic lio com gua encanada domic lios urbanos com domicilio com energia el trica em 2000 servi o de coleta de lixo em em 2000 2000 m Altamira mAnapu Pacaj mSdoF lixdo Xingu Estado do Par Figura 6 4 3 3 3 Descri o do servi o de gua encanada coleta de lixo e energia el trica dos munic pios em estudo e do Estado do Par no ano de 2000 Os dados sobre educa o alertam para o alto n vel de analfabetismo na popula o com mais de 15 anos Apesar de em todos os casos analis
350. o estudo foram monitoradas as concentra es de fluoreto cloreto nitrito brometo nitrato sulfato s dio am nio pot ssio c lcio e magn sio Em m dia as maiores concentra es de ons foram observadas no per odo da Cheia no rio Xingu e na Enchente nos seus tribut rios O rio Bacaj apresentou altas concentra es de nitrato am nia c lcio magn sio s dio e pot ssio 6 2 6 5 5 Turbidez Os valores encontrados para turbidez no rio Bacaj mostraram valores maiores para o per odo de Seca ultrapassando os limites definidos pela CONAMA 357 6 2 6 5 6 Oxig nio Dissolvido Em todos os per odos amostrados os valores ficaram abaixo do limiar estabelecido pela CONAMA 357 para corpos d gua Classe I Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 49 J 6 2 6 5 7 Potencial de xi redu o Os resultados obtidos para o rio Bacaj relacionam se com os valores encontrados para o oxig nio dissolvido relevando boa oxigena o das guas do sistema 6 2 6 5 8 Nitrog nio Total e F sforo Total Em todos os per odos amostrados os valores ficaram abaixo do limiar estabelecido pela CONAMA 357 para corpos d gua Classe I embora as concentra es para f sforo total tivessem maior varia o 6 2 6 5 9 Carbono Inorg nico Dissolvido Os valores encontrados para o rio Bacaj foram maiores na Vazante e na Seca por m dentro dos padr es aceit veis 6 2 6 5
351. o tr nsito entre as aldeias o transporte de produtos de atividades de subsist ncia o transporte de produtos voltados para a comercializa o e de mercadorias para as aldeias e o atendimento nos servi os b sicos localizados na cidade de Altamira Este programa prop e a integra o de dois meios de transporte o fluvial e o rodovi rio de modo a garantir o acesso das comunidades ind genas ao exterior da TITB refor ada pela constru o e manuten o de estradas entre as aldeias e a cidade de Altamira ou com acesso Rodovia Transamaz nica assim como a comunica o entre as aldeias e o tr nsito para castanhais ro as e locais de pesca ca a e coleta efetivado por meio fluvial Desse modo um projeto de abertura e manuten o de estradas que colabore com evitar o isolamento da TITB a partir dos impactos gerados pela vaz o reduzida no Rio Xingu e pelas dificuldades na transposi o da barragem e na navega o em especial em certos per odos do ano deve ser articulado garantia de meios de navega o no Trecho de Vaz o Reduzida TVR e no eventual canal de deriva o que d acesso cidade de Altamira que permanecer fundamental especialmente nos per odos da chuva quando as estradas s o intrafeg veis assim como ao monitoramento e garantia de condi es de navegabilidade no rio Bacaj fundamental meio de comunica o entre aldeias e de transporte para as atividades produtivas e de subsist ncia Estudo Socioambie
352. oblemas na gesta o acidentes como fraturas dispn ias ou diarr ias muito fortes em crian as ou nos casos de epidemia de v mito e diarr ia neste ltimo caso a remo o pedida quando at cinco casos quando ultrapassa esse n mero pedida a visita de uma equipe que fazem exames e decidem o tratamento Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N34 A forma o dos Agentes Ind genas de Sa de AIS s realizada em Altamira por m dulos de acordo com material disponibilizado pela FUNASA Os m dulos s o Introdut rio Doen as End micas Parasitoses Intestinais e Doen as de Pele DST AIDS Sa de da Mulher e da Crian a e Sa de Bucal Sa de do Adulto e Atendimento de Urg ncia Os Agentes Ind genas de Saneamento AISAN s o formados na pr tica e in loco acompanhando as atividades da equipe na rea na instala o de equipamentos de abastecimento de gua e na abertura de fossas aprendendo a limpar a caixa d gua trocar torneiras fazer a manuten o das tubula es e das bombas Os auxiliares de enfermagem recebem como capacita o no es sobre tuberculose doen as end micas mal ria e vigil ncia alimentar No entanto quando encaminhados rea normalmente s recebem uma orienta o de rotina A capacita o para controle de endemias demorada e dif cil e o controle da leitura de l minas para o diagn stico feito em Altamira de modo que o
353. oeira um grupo de cinco indiv duos se alimentando em uma praia pr xima cachoeira e outro grupo de cinco indiv duos em uma toca constru da na ponta de uma ilha Segundo os moradores da regi o as ariranhas s o observadas o ano inteiro mais durante a Seca e a Enchente alimentando se nas reas de praias e nos pedrais migrando na Cheia para os igap s Na rea II tocas de ariranha classificadas como n o em uso foram observadas nas partes naveg veis do rio A m dia de vest gios de mustel deos aqu ticos observada nessa rea foi de 0 030 vest gios de ariranha km e 0 023 vest gios de lontra km No Igarap Itata foram observados dois vest gios de mustel deos aqu ticos um de ariranha e um de lontra com m dia de 0 67 vest gios km No Igarap Bacaja foram registradas duas tocas n o em uso de ariranha totalizando 0 66 vest gios km sem vest gio de lontra No Igarap Galhoso foram observados 11 vest gios de lontra recentes sendo 54 5 de fezes 36 4 pegadas e paragens e 9 1 tocas ou abrigos resultando em 2 02 vest gios km As fezes observadas continham restos de peixes e crust ceos com predom nio de peixes e em sua maioria estavam depositadas em cima de troncos ou pedras e eventualmente na areia Nenhum vest gio de ariranha foi observado No Igarap Di Maria foram observados 23 vest gios de lontra recentes sendo 65 2 de pegadas ou paragens 26 1 de fezes e 8 7 de tocas ou abrigos resultando em
354. ografia elemento definidor das reas de influ ncia do empreendimento em rela o Terra Ind gena Trincheira Bacaj vez que a TI est quase em sua totalidade inclu da na Bacia do Rio Bacaj que um importante afluente do rio Xingu com padr es de interdepend ncia Desta forma todas as propostas e a es de controle foram tomadas buscando prevenir e proteger os ndios e seu territ rio de quaisquer consequ ncias negativas que poderiam advir da implanta o do AHE Belo Monte De imediato ainda na fase de planejamento e de forma complementar ao EIA RIMA ser necess rio aprofundar estudos que contribuam para o melhor conhecimento dos aspectos f sicos e bi ticos da bacia do rio Bacaj cuja rea equivale quase que em sua totalidade TITB Outro foco de aten o ainda nesta fase de planejamento e que deriva em boa parte dos estudos propostos para o meio f sico e bi tico o desenvolvimento junto com os demais atores p blicos e privados e as comunidades ind genas da TITB de a es compensat rias relacionadas aos projetos de alternativas econ micas sustent veis prote o e fiscaliza o da TITB educa o e sa de ind gena e melhoria de acessos e ou abertura de estradas Tais medidas tomadas em conjunto e complementarmente minimizariam os impactos negativos da implanta o do AHE Belo Monte sobre a reprodu o f sica e cultural das comunidades ind genas da TITB atingidas pelo empreendimento As pro
355. onorte tem muito dinheiro Porque n o usa um pouco desse dinheiro para ajudar a gente Ou Lucas da aldeia Pat Kr eles v o fazer mas a gente tamb m tem que ser indenizado Assim chamam aten o para o sofrimento que a barragem trar a eles eles falam da barragem mas acho que est o pensando s neles N o est o pensando nos ndios em muitos kuben n o ndios gue v o sofrer N s que vamos sofrer nossos filhos v o sofrer os filhos de nossos filhos v o sofrer Acho que eles t m que pensar um pouco na gente que vai sofrer tamb m Sergio PTK 6 5 13 1 Inseguran as geradas por Informa es Inconsistentes Os Xikrin do Bacaj t m convivido com a possibilidade da barragem ser constru da desde a d cada de 1980 uma expectativa que gera inseguran a Ano ap s ano eles viveram com o fantasma da possibilidade de ter suas terras inundadas como mostra o depoimento do velho Bep Dj da aldeia Bacaj Faz muito tempo que est o falando da barragem Eu digo sempre que para ficar trang ilo para botar ro a que n o assim n o n o vai ser assim r pido que pode fazer ro a A perspectiva das inunda es era para eles especialmente ruim j que n o s perderiam terras veriam inundadas aldeias e ro as mas tamb m por raz es simb licas e cosmol gicas Sua preocupa o remete a um evento mitol gico como conta em seguida o velho Bep Dj Antigamente na poca dos antigos n o acontecia isso de barragem A
356. onte No pico das obras dever o ser gerados cerca de 17 000 empregos diretos e 23 000 indiretos totalizando 40 000 empregos A atra o de 96 000 pessoas ser um impacto gerador de outros que afetar o os meios socioecon mico e cultural bi tico e f sico da regi o Faz se necess rio levar em considera o n o somente o n mero de empregados tempor rios e ou permanentes mas sim a quantidade de integrantes da fam lia de cada um destes trabalhadores pois o total deste contingente localizado nas reas de influ ncia direta e indireta bem como nos munic pios vizinhos far aumentar a demanda por servi os p blicos de infra estrutura habita o saneamento b sico sa de educa o transporte seguran a entre outros os quais necessitariam de investimentos p blicos e privados para se adequarem a esta nova situa o Prev se um afluxo de popula o migrante para a regi o n o somente pela busca de trabalho nas obras mas tamb m para atender o incremento entre a rela o oferta e a demanda por insumos mercadorias e servi os 6 4 3 3 Caracteriza o dos Munic pios Estudos indicam que a popula o atra da dever se concentrar na rea de influ ncia direta principalmente em Altamira por ser um p lo regional de servi os e em Vit ria do Xingu pelos locais de realiza o das obras S tios Belo Monte Bela Vista Pimental Canais e Diques A Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EI
357. ontexto pede expressamente tem que ter recurso para contratar m dico Seu genro Rubem acrescenta que os servi os t m que estar preparados para atender em maior complexidade nas aldeias Mas quando n o poss vel preocupam se com a remo o especialmente nas aldeias mais pr ximas boca em que a remo o com mais frequ ncia feita por via fluvial Mas em todas as Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 480 aldeias essa uma preocupa o e ouvimos no Bacaj a seguinte fala como vou levar meu filho para Altamira se ele ficar doente Tem que fazer canal para a gente passar Tampinha BKJ As doen as temidas s o um agravamento das doen as que j os assolam mas tamb m novas doen as como fica claro na fala de Tampinha 7ememos muito as doen as que podem vir com os mosquitos Tamb m vai vir muita gente para fazer a barragem Tememos essas novas doen as A mal ria se imp e como uma preocupa o imediata Vai fazer barragem e vai secar o rio vai ficar po o e dar muito mosquito Isso tamb m uma preocupa o para n s Tedjere BKJ Os mosquitos da mal ria v o aumentar aqui tamb m que aqui tamb m tem lajeiros N o que o mosquito vai vir de l n s j temos o mosquito aqui Vai ficar sempre aquela gua represada vai ficar sempre aquele reservat rio criat rio de doen as Vai ser a mesma coisa aqui Sulamita PTK Mas tamb m h
358. ophthalmidae foi a mais representativa em n mero de esp cies de lagartos 8 e abrange o grupo mais estreitamente associado serrapilheira da floresta Destas pode se considerar que a esp cie Cnemidophorus cryptus Teiidae seja dependente de ambientes pr ximos a corpos d gua uma vez que foi identificado apenas em reas de Floresta Aluvial e forma es pioneiras nas margens do rio A maioria das esp cies de serpentes registradas da fam lia Colubridae sendo a maioria associada floresta prim ria e de h bitos noturnos e arbor colas como por exemplo os g neros Xenoxybelis e Leptodeira As serpentes de import ncia m dica compreendem as jararacas ou comb ias g neros Bothrops e Bothriopsis cobra coral Micrurus spp e surucucu pico de jaca Lachesis muta A maioria das esp cies da herpetofauna terrestre As reas sazonalmente alagadas foram importantes para anf bios embora apenas duas esp cies tenham ocorrido exclusivamente neste habitat Phyllomedusa bicolor e Trachycephalus venulosus Poucas esp cies ocuparam os pedrais e as margens do rio apenas duas esp cies de anf bios Rhinella granulosa e Hypsiboas boans duas de lagartos Cnemidophorus cryptus e Tropidurus oreadicus e uma de serpente Eunectes murinus ocorreram exclusivamente nestes habitats embora no caso dos anf bios e da serpente essas esp cies sejam comumente encontradas tamb m em outros habitats Em um trecho jusante da rea de estudo h
359. orf rio Foi observada a ocorr ncia de 9 t xons A aninga Montrichardia linifera foi a esp cie com maior frequ ncia de ocorr ncia distribuindo se nas margens e foz dos rios e igarap s em ambientes de transi o entre o aqu tico e terrestre Com porte herb ceo com 4 a 6 metros de altura trata se de planta pioneira por colonizar o solo nu das margens dos rios e oferecer resist ncia ao movimento das guas Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 83 J Na regi o da Volta Grande do Xingu somente os igarap s Galhoso e Ituna apresentaram macr fitas com pequenos estandes de Pistia sp e Cyperus sp respectivamente 6 3 1 11 Vegeta o Terrestre O resgate de informa es secund rias foi feito com base nas cartas do Radam Brasil escala 1 250 000 mapas fotografias a reas e imagens de sat lite Os levantamentos abrangeram os munic pios de Altamira Anapu e Vit ria do Xingu Na floresta ombr fila aberta com cip ou com palmeira foram realizadas oito parcelas em cada margem do rio Xingu A floresta ombr fila aluvial foi amostrada nas ilhas pr ximas s reas de estudos oito parcelas nas ilhas Itapuama e Bela Vista e quatro parcelas na ilha Taboca utilizando se amostragens casuais e sistem ticas No total foram alocadas 64 parcelas 250 m x 10 m 0 25 ha A TITB est totalmente inserida no dom nio das Florestas Ombr filas No mapa de vegeta o apr
360. orifera Decapoda Ostracoda Hydracarina e Turbellaria foram registrados em menor densidade e riqueza A regi o dos tribut rios da calha do rio Xingu foi que apresentou a maior densidade e riqueza de t xons A poca com maior densidade de organismos e riqueza de t xons foi a Vazante seguida da Seca A menor densidade de organismos foi observada na Cheia por m a menor riqueza ocorreu na Enchente No rio Bacaj foi observada uma menor diversidade em todos os per odos amostrados relacionada provavelmente com a maior condutividade e substrato essencialmente arenoso Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 79 J Foi observada a presen a do molusco Biomphalaria sp no igarap Ituna um tribut rio da Volta Grande e de Pomacea sp no igarap Altamira vetores da esquistossomose uma das parasitoses de maior risco de introdu o na rea de influ ncia direta do empreendimento 6 3 1 8 Macroinvertebrados Terrestres As comunidades de macroinvertebrados terrestres estudados foram a de besouros gorgulhos Curculionidae de flores de palmeiras gafanhotos semi aqu ticos e terrestres Acritoidea vespas sociais Hymenoptera mosquitos simul deos Diptera Nematocera insetos terrestres e insetos hemat fagos alados Coletas diurnas de besouros gorgulhos em infloresc ncias de palmeiras foram feitas em nove trilhas sendo cinco na rea I tr s nas proximidades de Itapuama
361. ornado uma fonte de alimento frequente bem adaptado que para uma vida mais sedent ria a farinha pode ser produzida coletivamente e consumida nas atividades coletivas ou produzida pelos casais e consumida em fam lia Os Xikrin gostam de fazer ca as coletivas uma das atividades das associa es masculinas Eles usam uma embarca o para ir at o local escolhido coletivamente e depois seguem individualmente um percurso em forma de arco para retornarem coletivamente O rio cada vez mais imprescind vel para essas excurs es especialmente pelo esgotamento das regi es mais pr ximas das aldeias com a longa perman ncia Atualmente realizam cada vez mais ca adas individuais assim como noturnas usando a t cnica da tocaia ainda na d cada de 1980 Fisher comentava que apenas dois Xikrin tinham esse h bito hoje mais difundido embora se pratique tamb m com frequ ncia a ca a coletiva A pesca tem ganhado uma import ncia cada vez maior os homens ca am utilizando se de redes malhadeiras que eles colocam com barcos a motor ou com linhas e anz is A pesca atividade predominantemente individual ou de duplas e se vai at os locais de pesca s vezes bastante distantes de canoas a remo ou barcos a motor A pescaria com anzol e linha tem permitido uma maior participa o na produ o de jovens e crian as que pescam nos arredores da aldeia em canoas Os Xikrin praticam ainda a pesca com timb produto vegetal que espalha
362. os lixo e esgoto Altera o da qualidade do solo e da gua pela gera o de efluentes l quidos pela possibilidade de vazamentos de leo Intensifica o do processo erosivo e de assoreamento das cabeceiras dos formadores do rio Bacaj Incremento da altera o da qualidade da gua e poss vel redu o da disponibilidade h drica da bacia do rio Bacaj Figura 6 6 2 1 3 1 Rede de Preced ncia dos Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Melhoria da Transassurini e constru o de ramal at o canteiro da margem direita e Melhoria da acessibilidade decorrente das obras na Rodovia Transamaz nica no mbito das a es do PAC Estudo Socioambiental da Terra Indigena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 199 B Descri o dos Impactos Prim rios e Derivados A melhoria nas condi es de acesso na regi o est relacionada abertura de novas estradas e recupera o de vias j existentes A melhoria da Transassurini e a constru o do ramal at o canteiro da margem direita facilitar o incremento da popula o e de assentamentos na margem direita do rio Xingu o que aumentaria a fragilidade da Terra Ind gena Trincheira Bacaj no seu limite norte Por outro lado a melhoria das condi es de acesso via terrestre poder facilitar tamb m o acesso dos ndios da aldeia Pykayak Altamira Sendo assim poss vel que ocorra uma migra o dos ndios mais jovens das demais
363. os o estudo apresentou uma modelagem hidr ulica utilizando modelo matem tico de c lculo de remanso Como resultados principalmente para as vaz es de estiagem obtiveram respostas muito pr ximas ao observado na imagem de sat lite de 1998 vaz o de 680 m s Dessa forma pode se concluir que embora a vaz o derive 95 para a margem direita do Xingu mesmo com a vaz o de 700 m s existe escoamento nas proximidades da Aldeia Paqui amba O conhecimento desse padr o de escoamento importante pois o trecho da margem esquerda do Xingu sofrer mais os efeitos da redu o de vaz o 6 2 6 2 Caracteriza o Hidr ulica do rio Bacaj No estudo de c lculo de remanso para estimativa dos n veis foi utilizado o modelo HEC RAS que representa o escoamento uni dimensional e pode simular a condi o em regime permanente ou n o permanente Para a aplica o dos c lculos de remanso no rio Bacaj foi necess rio definir as se es baseado em informa es obtidas principalmente atrav s da restitui o fotogram trica 1 25 000 em vaz es t picas m dias mensais no posto de Altamira no rio Xingu e na foz do rio Bacaj vaz es t picas do rio Xingu concomit ncia das vaz es dos rios Xingu e Bacaj e curva chave no rio Xingu pr xima a foz do rio Bacaj A an lise conjunta desses dados permitiu delinear o que ocorre no rio Bacaj quando se reduzem as vaz es de cheias normais do rio Xingu Os dados apresentados nas figuras 6 2 6
364. os professores acoplada posicionada como que de costas para a aldeia no outro extremo em rela o ao rio e quase na pista de pouso Para fora dessa constru o h um telhado que recobre um fog o de barro onde preparada a merenda distribu da na varanda da escola Entre a escola e a aldeia encontra se a farm cia que tamb m est constru da de modo a dar as costas aldeia Nessa constru o encontra se de um lado a resid ncia do auxiliar de enfermagem com dois c modos e banheiro interno e de outro a enfermaria em um c modo com banheiro interno unidos pela farm cia onde os medicamentos s o armazenados em prateleiras e administrados por um balc o que se abre para a varanda onde se re nem os pacientes Uma terceira casa abrigou o chefe de posto mas encontra se hoje abandonada N o h chefe de posto atuando nessa aldeia atualmente A aldeia conta com sistema de abastecimento de gua completo Todo o equipamento de gua est comprado faltando apenas licitar a contrata o de t cnico para fazer a implanta o A gua tratada nas resid ncias com hipoclorito de s dio e a rede alcan a todas as casas E um h bito da aldeia encher recept culos com a gua assim que a bomba come a a operar armazenando gua e esvaziando rapidamente a caixa Fossas secas est o planejadas para serem feitas com material cedido pela FUNASA e com o trabalho da comunidade N o h tratamento de lixo A ilumina o feita por gerador a
365. os recursos sendo poss vel prever se ela n o for abandonada nesse modo uma situa o n o muito futura de falta desses bens que poderiam se feito com cuidado responder por mais tempo s demandas dos Xikrin por bens industrializados e dinheiro Recentemente as aldeias se reuniram em uma Associa o a Associa o Beb y Xikrin do Bacaj ABEX pleiteando a implanta o de um projeto de manejo sustent vel na rea com v rios parceiros que est em curso Uma das maiores dificuldades reveladas por esse processo a de romper com a l gica do aviamento e da contrata o a partir da rela o pessoal para elaborar a inser o dos xikrin no mercado de modo sustent vel Hoje em dia a castanha permanece sendo uma fonte de renda importante Novamente a l gica da rela o de aviamento se interp e e frequentemente os Xikrin esperam receber v veres e bens antes da coleta ser realizada o que leva a tens es com a Funai que anuncia seu apoio mas recusa as demandas que n o lhe parece adequadas como colch es cobertores redes que aos olhos dos Xikrin aparecem como uma esp cie de pagamento antecipado Claro ressentimentos surgem tamb m quando o pagamento chega deduzido dos gastos com a coleta que os Xikrin reivindicam como uma obriga o da Funai Em tempos recentes a castanha era escoada a Altamira e vendida para a Amazoncoop uma cooperativa que arcava com a Funai com o transporte da castanha a beneficiava e comercializava Com o enc
366. p s o contato a popula o do Bacaj recebeu outros Kayap para l imigrados Maur filho de um Karara com uma n o indigena foi int rprete da expedi o de contato e retornou ao Bacaj para l residir casando se com uma Xikrin Na poca da produ o de castanha na d cada de 1970 ele foi importante lideran a de associa o masculina que trabalhava junto na coleta e no beneficiamento dos frutos De outro lado estava On a que se fez chefe do Bacaj Essa configura o acabou por prenunciar a cis o que ocorreu em 1985 quando Maur se retirou com algumas fam lias para a regi o do antigo Posto Francisco Meirelles l abrindo a antiga aldeia do Trincheira Essa reocupa o demonstrou que para os Xikrin seu territ rio de uso era mais extenso que o demarcado poca como notou a antrop loga Lux Vidal Outras pessoas de diversas origens foram se mudando e sendo transferidas para o Bacaj Este o caso de Manoel Gavi o ndio da etnia Gavi o Parakatej da TI M e Maria que foi transferido pela Funai tendo tamb m se casado com uma Xikrin Essas pessoas eram as que melhor entendiam o portugu s poca tendo tido importante papel como tradutores e int rpretes V rios Karara tamb m foram para l transferidos ap s a experi ncia desastrosa de seu contato e alguns permaneceram e l formaram fam lia Na aldeia Bacaj vive ainda hoje uma Parakan que foi tomada prisioneira quando das incurs es de guerra na
367. paciais no trecho do Reservat rio do Xingu ir o afetar o padr o de navegabilidade at a cidade de Altamira uma vez que para atingir a cidade ser necess ria a constru o de mecanismos para transpor a barragem no S tio Pimental Esses mecanismos est o descritos nos planos e projetos compensat rios do EIA Figura 6 2 1 3 Vista a rea do Trecho de Vaz o Reduzida no per odo de estiagem com o canal preferencial de escoamento em primeiro e ltimo planos fonte LEME 2008 Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 26 Figura 6 2 1 4 Vista a rea do rio Bacaj principal afluente do rio Xingu no Trecho de Vaz o Reduzida fonte LEME 2008 6 2 2 DISPONIBILIDADE H DRICA DA BACIA DO RIO XINGU As considera es apresentadas para o rio Xingu baseadas principalmente na an lise de s ries hist ricas dos postos presentes na bacia e nos dados secund rios compilados apontam para uma defasagem entre os totais pluviom tricos verificados ao longo do rio O alto curso compreendido basicamente entre a regi o de cabeceiras at a soleira formada pela Cachoeira de Von Martius tem seu per odo chuvoso entre dezembro e mar o no seu baixo e m dio curso principalmente desde a rea de influ ncia do empreendimento at sua foz no rio Amazonas os m ximos de Cheia s o entre janeiro e maio LEME 2008 Essa caracter stica favorece grandes defl vios principal
368. parcial dos pedrais visando a manuten o de parte dos habitats reprodutivos e tr ficos e minimizando as perdas socioambientais principalmente aquela relacionada com a pesca ornamental com 4 000 m s e Inunda o de pequena parte das reas de plan cies aluviais reduzindo o estresse imposto a esse ecossistema e favorecendo a pesca local 8 000 m s e Garantia da navega o para as popula es ribeirinhas e ind genas nos per odos de estiagem ainda que deva ocorrer aumento de percurso e dificuldades em alguns locais que devem ser medidas e monitoradas 700 m s e Prolifera o de vetores devido forma o de po as em especial junto aos primeiros 10 km do trecho da Volta Grande do Xingu e Altera o da qualidade das guas junto s comunidades de Ressaca e Ilha da Fazenda devido ao aumento localizado do ndice de coliformes fecais Em decorr ncia das prov veis altera es ambientais descritas acima e que as mesmas possivelmente ir o gerar interfer ncias no rio Bacaj necess rio simular o futuro comportamento hidrol gico do rio considerando os per odos completos de Seca e Cheia para se perceber a magnitude dessas interfer ncias de forma acumulativa e em longo prazo 6 2 8 AVALIA O DOS POSS VEIS IM PACTOS AMBIENTAIS SOBRE A TERRA INDIGENA TRINCHEIRA BACAJA Os principais pressupostos envolvidos na an lise dos impactos ambientais referem se aos conceitos de impacto ambiental elementos ambientais e a
369. passar o tempo coisa que atualmente feita tamb m em rodas de domin As casas re nem mais de uma fam lia nuclear segundo a l gica residencial dos Xikrin Grupos de irm s formam suas fam lias e permanecem residindo com seus pais ou eventualmente em caso de lota o excessiva abrem uma casa ao lado ou logo atr s Essas mulheres mant m um forno atr s de suas casas normalmente um forno nico que atende a esse grupo de irm s e sua m e onde assam os tub rculos que trazem diariamente das ro as e a ca a trazida pelos homens da casa As ro as s o abertas no modelo tradicional e esse mesmo grupo de mulheres costuma abrir ro as ao lado umas das outras frequentemente indo juntas para suas ro as T m realizado rituais e promoveram recentemente em dezembro um ritual kworo kang A aldeia do Bacaj realizou por duas vezes torneios de futebol que congregam as v rias etnias da regi o para o qual se serve al m da ca a e do peixe gado da fazenda A aldeia a nica que conta com um Posto da Funai a cargo do chefe de posto Carlos Benigno O Posto tem uma casa residencial do chefe constru da em madeira e um adendo com o r dio que abre para a varanda Al m disso h um barrac o originariamente uma enfermaria abandonado que serve de galp o para armazenar combust vel e motores e atualmente uma televis o comunit ria Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Mon
370. per odo a Amaz nia ficaria novamente esquecida e o interesse econ mico pela regi o somente seria retomado na d cada de 1960 como decorr ncia da descoberta e avalia o de seu potencial mineral Fundadas na preocupa o com a integra o nacional as a es contidas no Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek JK que culmina com a constru o das rodovias Bel m Bras lia e Cuiab Porto Velho alavancaram um novo processo no perfil econ mico e demogr fico da Regi o Norte brasileira Era o in cio do processo de integra o nacional do Estado do Par A partir de 1966 o Governo organizou a legisla o b sica e as normas institucionais destinadas a atrair capitais produtivos para a Amaz nia e realizou campanhas nacionais para chamar investidores O Banco de Cr dito da Amaz nia BCA se torna o Banco da Amaz nia S A BASA extingue se a Superintend ncia do Plano de Valoriza o Econ mica da Amaz nia SPVEA implantada em 1953 e criada a Superintend ncia do Desenvolvimento da Amaz nia SUDAM A SUDAM foi reconstitu da por meio da Lei Complementar N 124 de 3 de janeiro de 2007 como autarquia federal vinculada ao Minist rio da Integra o Nacional em substitui o Ag ncia de Desenvolvimento da Amaz nia ADA Reformulou se e ampliou se a pol tica de incentivos fiscais para a regi o com a cria o do Fundo de Investimento da Amaz nia FINAM Estas medidas entre outras buscaram a inser o
371. posentados t m uma com capacidade de 8 a 10 pessoas o chefe On a tem uma para 6 pessoas e a escola tem uma voadeira H muitas canoas a maior parte feita por Betire Bebeto Recentemente receberam um barco de 5 toneladas constru do sob supervis o do chefe de posto com recursos da Funai fretamento para o transporte dos professores aldeia e das aposentadorias INST PA ar Tm mo A 4 IN MA t fiko Ml j Paiol para armazenamento de castanha do Par aldeia Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 145 Os recursos da aldeia v m das aposentadorias da venda de castanha e da fazenda que administram em conjunto com a aldeia Mrotidjam T m ainda direito a recursos do garimpo do Manez o mas parece que a parte que lhes cabe est desativada n o tendo sido reativada por eles 6 5 11 2 Aldeia Mrotidjam Significando lugar do jenipapo Mrotidjam nomeia a aldeia que teve origem na divis o da aldeia do Bacaj aberta mais no rumo das cabeceiras em uma regi o bastante conhecida e explorada pelos Xikrin conhecida por Mal ria A aldeia foi aberta por Bep Katenti conhecido por Maradona filho de uma irm falecida do chefe Bep Tok o On a chefe da aldeia Bacaj Est em uma posi o estrat gica j que fica pr xima a uma fazenda que fora aberta na Terra Ind gena e que ap s a expuls o daqueles que a abriram tem sido explora
372. positivo de Transposi o de Embarca es Refor ar o objetivo de se verificar as expectativas e demandas da popula o ind gena da TITB em rela o nova forma de navega o indicando medidas corretivas de forma a atender as demandas desta popula o usu rias desse sistema Projeto de Monitoramento da Navegabilidade e das Condi es de Escoamento da Produ o Estender o Projeto de Monitoramento da Navegabilidade e das Condi es de Escoamento da Produ o para o rio Bacaj no seu baixo m dio e alto curso 6 8 CONSIDERA ES FINAIS Considerando a vulnerabilidade da Terra Ind gena Trincheira Bacaj em rela o ao empreendimento importante destacar a necessidade de se estender os estudos dos meios f sico e bi tico para o curso do rio Bacaj de forma a complementar os estudos realizados no mbito do EIA RIMA ao longo do rio Xingu de modo a favorecer uma an lise integrada importante que se defina qual ser a interfer ncia do hidrograma ecol gico proposto para o Trecho da Vaz o Reduzida do rio Xingu na din mica do rio Bacaj e consequentemente no meio bi tico no modo de vida e na reprodu o f sica e cultural da popula o ind gena da TITB Desta forma com o diagn stico realizado ainda na fase de planejamento do empreendimento poss vel ter se uma caracteriza o ambiental da regi o do rio Bacaj definir se de forma mais apropriada os impactos e as a es m
373. postas aqui arroladas t m por base e fundamento as previs es de impactos causados pelas a es do empreendimento do AHE Belo Monte conforme cap tulos de diagn sticos e rede de preced ncia de impactos com suas devidas considera es cujas an lises e conclus es as ap iam e subsidiam No entanto esta proposta carece ainda de um processo de discuss o e constru o participativa e a es para o fortalecimento organizacional participativo das comunidades ind genas As medidas propostas abaixo ainda est o em fase de planejamento e dever o ser definidas a partir dos estudos propostos a seguir e de forma participativa e com di logo com as comunidades envolvidas de acordo com as premissas propostas de participa o ind gena Fazem parte da Terra Ind gena e participam das discuss es sobre o empreendimento e as propostas de trabalhos futuros as comunidades ind genas da Terra Ind gena Trincheira Bacaj das aldeias Bacaj Mrotidjam Pat Kr e Pykayaka 6 7 1 2 Objetivo Geral Garantir a qualidade socioambiental e acessibilidade da Terra Indigena Trincheira Bacaj contribuindo para desenvolver junto com os demais atores p blicos e privados a es para o fortalecimento organizacional participativo das comunidades de modo que sejam aptas a discutir os impactos do empreendimento definir internamente medidas mitigadoras e compensat rias negociar suas condi es futuras definir interlocutores estabelecer procedimentos de comun
374. postas para o TVR Tabela 6 2 8 6 1 An lise de impactos para alternativas com vaz es de Seca e Cheia Tabela 6 4 1 1 Descri o hist rica de planos programas e projetos na regi o em estudo Tabela 6 4 1 2 Descri o de planos e programas existentes atualmente na regi o em estudo Tabela 6 4 2 2 3 1 Minera o no Bloco Terra Ind gena Trincheira Bacaj Tabela 6 4 3 1 1 Rodovias que possuem rela o direta com a rea de Influ ncia Indireta do AHE Belo Monte Tabela 6 4 3 1 2 Rodovias que possuem rela o indireta com a rea de Influ ncia Indireta do AHE Belo Monte Tabela 6 4 3 3 1 Descri o do servi o de sa de dos munic pios em estudo Tabela 6 4 3 3 2 N mero de bitos por mil habitantes em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par Tabela 6 4 3 3 3 Porcentagem de bitos infantis em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico Tabela 6 4 3 3 4 N mero de estabelecimento de sa de nos munic pios em estudo Tabela 6 4 3 3 5 Descri o do servi o de gua encanada coleta de lixo e energia el trica dos munic pios em estudo e do Estado do Par no ano de 2000 Tabela 6 4 3 3 6 Descri o do servi o de educa o dos munic pios em estudo Tabela 6 5 10 2 1 Incid ncia da mal ria nas aldeias da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Tabela 6 5 10 3
375. que estas s o atividades que demandam menos tempo de servi o O urucum e o cacau planta uma vez e depois s colher a gente est perdendo a coragem de lidar com a farinha Seu Tucum Eles j reservaram e est o abrindo as reas para estes novos cultivos Ro a ndias colhendo batata doce Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 156 a Produ o de farinha para comercializa o Nesta mesma aldeia al m das extensas reas de lavoura descritas acima observa se pequenas ro as tradicionais de coivara com diferentes esp cies cultivadas no mesmo local ou seja banana batata doce ab bora milho mandioca macaxeira mam o melancia Estas ro as pertencem s mulheres Xikrin rec m casadas com homens da fam lia do seu Tucum ou casais que vieram das aldeias Mrotidjam e Bacaj para se instalarem nesta aldeia Muitas vezes esses casais retornam para as suas aldeias de origem Cabe lembrar que os genros do seu Tucum sempre exerceram alguma atividade de presta o de servi o regional trabalhando como mergulhador na captura de acari no rio Xingu em atividades pecu rias garimpo lavoura ou extra o de madeira Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 157 Em todas as aldeias a utiliza o dos terrenos circundantes s casas bastante vari vel mas de um modo geral existe o h bito de se pla
376. quem mexer indevidamente com ele Com rela o ictiofauna os recursos pesqueiros s o fundamentais para a subsist ncia dos ndios desta regi o Por haver rios igarap s e lagos piscosos a pesca constitui uma das principais atividades e importante fonte de alimenta o e prote na da popula o na poca de seca A captura realizada com arco e flecha durante a pesca com o timb Pescam tamb m com anz is Os ndios reconhecem a import ncia da preserva o de c rregos e igarap s que n o podem secar pois muitas esp cies de peixes migram em dire o a suas cabeceiras para desova e reprodu o Relatam tamb m a import ncia dos campos inund veis que fazem parte do leito maior do rio Bacaj e onde existem muitas rvores frut feras que servem de alimento para os peixes procura dos frutos que caem na gua na poca de cheia os peixes migram para as reas dos campos inund veis e em dire o s lagoas que com a cheia unem se ao leito do rio formando uma grande l mina de gua Durante o trabalho de campo foram anotadas algumas esp cies da fauna da regi o de utilidade para os ndios Existe na TI Trincheira Bacaj duas grandes fazendas onde se desenvolve a atividade pecu ria A fazenda da aldeia Mrotidjam conta com 200 cabe as de gado Tem um vaqueiro n o ind gena que zela pelo rebanho sal vacina es e cujo servi o pago com gado A fazenda comunit ria e de propriedade da Aldeia Bacaj
377. querendo saber se gostamos ou n o N s queremos que o chefe de l saibam de nossas palavras O mesmo apontava Bep Djoti j faz tempo que se fala da barragem Agora que voc s nos contaram como ela vai ser e v o levar nossa fala escrita Ele ainda aponta com indigna o quando n o tinha ningu m nessas terras n o pensavam em barragem Agora que nos conhecem e sabem que moramos aqui se fala de barragem As pessoas t m medo O rio com muita gua bom com muito peixe Bep Djoti BKJ Eles t m grande preocupa o em ser ouvidos por quem respons vel pelas decis es a respeito da constru o do empreendimento demandando mesmo sua presen a nas aldeias para ouvi los diretamente Sua insist ncia em todas as aldeias vem dessa percep o de que o processo tem andado sem que eles at o momento tivessem sido consultados Isso fica pior com a impress o de que os Kayap t m sido apoiados e os ndios da regi o n o Mas principalmente vem de uma experi ncia hist rica que lhe ensina a exigir garantias de que seus direitos ou os acordos ser o respeitados garantias no papel por quem pode d las Cansam se de ver delegadas responsabilidades para setores ou pessoas que n o est o presentes Este o maior desconforto atual com a Funai que sempre responde que n o tem recursos ou que depende de decis o das inst ncias superiores Por isso querem garantir que a pessoa respons vel venha diretamente falar com eles e lhes dar garanti
378. ra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 70 J As esp cies mais registradas por observa es diretas foram cutia Dasyprocta leporina esp cie dominante seguida pelo macaco prego Cebus apella quatipuru Sciurus aestuans e guariba Alouatta belzebun totalizando 78 5 dos avistamentos O ponto amostral jusante do rio Bacaj apresentou 248 registros de 30 esp cies sendo a cutia a mais frequente e abundante Das esp cies registradas algumas s o de interesse para os povos tradicionais locais como a capivara Hydrochoerus hydrochaeris paca Agouti paca cateto Tayassu tajacu queixada Tayassu pecari veado mateiro Mazama americana anta Tapirus terrestris e quati Nasua nasua principalmente no rio Bacaj Todas as esp cies de ungulados veados tapiti anta cateto e queixada a maioria dos roedores caviomorfos como a paca cutia capivara e os tatus s o alvos preferidos de ca adores em toda a Amaz nia e s o capturadas regularmente por moradores da regi o constituindo um recurso importante para os povos tradicionais locais 6 3 1 2 2 Mam feros de Pequeno Porte Ocorreram 31 esp cies de pequenos mam feros sendo 11 de marsupiais e 20 de roedores As esp cies mais abundantes foram os ratos do mato Hylaeamys megacephalus e Euryoryzomys sp Os ratos soi Proechimys cf roberti e Proechimys cuvieri e as cu cas Marmosa murina e Marmosops cf pinheiroi Do total dessas esp cies
379. ral Serra dos Caraj s 1980 desenvolvimento regional x w en Execu o de obras de infra estrutura construidas Grande Caraj s PGC F em poucos anos a E F Caraj s o Porto de Itaqui em S o Lu s e a UHE Tucuru no rio Tocantins que atra ram significativos fluxos migrat rios e geraram o surgimento de diversos novos n cleos urbanos f z Previs o de investimentos altos em obras de infra Programa Brasil em A o e a 1990 2006 i estrutura para a regi o visando especialmente o Avan a Brasil E X escoamento da produ o de gr os Amplo conjunto de a es e de projetos de investimentos na infra estrutura p blica Para a 2007 2010 Programa de Acelera o Amaz nia com previs o de investimentos do Crescimento PAC participa o com projetos que j estavam programados para a regi o e que se concentram no setor de energia e transporte Fonte LEME 2008 Existem atualmente outros programas na regi o que se sobrep em ao PAC e que devem influenciar a situa o socioecon mica da regi o Tabela 6 4 1 2 Todos de iniciativa do Governo Federal Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 102 Tabela 6 4 1 2 Descri o de planos e programas existentes atualmente na regi o em estudo Programas A es A es voltadas ao direito e desenvolvimento social organiza o sustent vel da produ
380. raliza es refere se a garimpos dep sitos ou ocorr ncias de ouro encontrados em veios de quartzo ou aluvi es em reas geralmente associadas a afloramento de granit ides arqueanos como o caso do garimpo do Manel o situado no interior da TITB As Plan cies Fluviais s o terrenos em que predominam processos de deposi o e eros o associados a o dos canais fluviais Na TI Trincheira Bacaj essas plan cies caracterizam se por serem as terras mais f rteis e por esse fato s o os locais preferidos para as comunidades ind genas desenvolverem suas ro as No entanto mesmo com essa ocupa o marginal pontual n o s o observados processos erosivos intensos e nem assoreamentos localizados sugerindo uma baixa intensidade e frequ ncia de processos erosivos O coeficiente de compacidade Kc e o fator de forma Kf da bacia do rio Bacaj apontam para uma bacia com caracter sticas morfom tricas t picas de bacias que est o sujeitas a ocorr ncia de cheias de curta dura o Por m pelo car ter alongado e extens o da rea de drenagem a bacia do rio Bacaj apresenta cheias de picos elevados que chegam a durar at 2 meses Para o curso do rio Bacaj entre as cabeceiras e o curso m dio a declividade m dia de cerca de 0 73 m km enquanto que entre o trecho baixo at sua foz junto ao rio Xingu este valor cai para 0 62 m km Figura 6 2 5 1 Unidades de Relevo e Tipos de Terrenos Em laranja o piso regional
381. ratado no cargo fun o de Agente Operacional ambos com ensino fundamental que atuam no 1 e no 2 turno Vanderl a Barbosa da Silva no EMEF Trincheira Bacaj na aldeia Pat Kr e Francisco Nascimento dos Santos na EMEF Ng r r ti da aldeia Bacaj O quadro total para o apoio administrativo das 16 escolas ind genas atendidas pela secretaria e alocados nas escolas de 09 funcion rios todos contratados e apenas um com ensino m dio A Tabela 6 5 10 3 2 apresenta o Censo Escolar de 2009 para as escolas da TI Trincheira Bacaj Tabela 6 5 10 3 2 Censo Escolar para as escolas da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Escola Aldeia Inicial 12 2a 3a 4a 5a Total EMEF C digo Mrotidjam 14 14 4i 2 9 31 111 Indigena 15140504 pacaj 7 19 15 25 18 26 110 Ngorarati Ind gena Trincheira 15568792 Pat Kr 2 15 8 2 8 13 48 Bacaj ia ng anexo Pykayak 4 8 3 3 6 5 29 Fonte Secretaria Municipal de Educa o Cultura e Desporto Prefeitura Municipal de Altamira 2009 Os professores Aldo Viana Duarte ngela Pires dos Santos Dalva Helena Alves da Silva Erismar Antunes Rabelo Glebson Aureliano da Silva M rcio Bandeira de Sousa e T nia Cristina da Silva Bueno alocados nas escolas da TI para esse ano realizaram sob a coordena o pedag gica de Cec lia Maria Nascimento Batista um Plano de Curso para 2009 em que definem como objetivo geral das escolas da TI
382. redu o da disponibilidade h drica do entorno da TITB extra o de min rio pode atingir e poluir os cursos d gua superficiais como o len ol fre tico Figura 6 6 2 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Aumento da demanda por insumos mercadorias e servi os e dinamiza o da economia B Descri o do Impacto Prim rio e Derivados A implanta o do AHE Belo Monte ir necessitar de muitos insumos bens e servi os ligados direta e indiretamente s obras criando uma press o de demanda em diversos setores da economia Destacam se os diretamente ligados s obras m quinas equipamentos e mat ria prima para constru o civil e os indiretamente relacionados decorrentes do fluxo migrat rio como alimenta o hospedagem combust veis e com rcio de mercadorias Assim o crescimento da procura dever servir de est mulo para que novas atividades legais sejam criadas na regi o Entretanto a falta de fiscaliza o de pol ticas de inclus o social e de investimentos na economia local podem trazer aumento das atividades ilegais ao inv s de desenvolvimento socioecon mico Com a amplia o da procura por insumos e mat rias primas areia madeira carv o brita poder ocorrer um incremento da descaracteriza o do entorno da Terra Ind gena Trincheira Bacaj invas es na TI e possibilidades de acordo com os ndios para a realiza o de atividades extrativistas ilegais As ati
383. rencia o por g nero as meninas se tornando mekurerere e depois meprintire os meninos passando de meokr a mebokti e a menoronure E nessa ltima fase que o menino sairia de casa para residir no centro da aldeia mas desde cedo ele ganha uma grande autonomia de movimentos podendo se manter ausente da casa durante grande parte do dia andando em grupos de amigos de idade pr xima pelos arredores da aldeia pelas capoeiras pr ximas e pelo rio as meninas s o mantidas por mais tempo na casa e costumam acompanhar suas m es ro a quando tem o primeiro filho que um casal v sua rela o estabilizada e consolidada embora separa es n o sejam nem pouco frequentes nem mal vistas pelos Xikrin e eles ingressam nas categorias de idade produtivas o dos mekrare os que t m filhos E nesse momento que abrem a primeira ro a e passam a contribuir com a rede de reciprocidade trocando produtos da ro a e da ca a e pesca realizada pelo jovem marido As pessoas pertencem a categorias de idade de acordo com o n mero de filhos que t m e o homem passa de me abatoinure a me abatoie a me abatoi tum de acordo com o nascimento dos filhos e a mulher de mekrapuim a mekratum Com a maternidade a mulher ingressa nas atividades de pintura coletiva deixando de ser pintada por sua m e para se tornar uma pintora pintando suas companheiras de categoria de idade e sendo pintada por elas seus maridos e filhos Com suas companheiras de pintur
384. ressaltaram que a constru o parece inevit vel mas que se for constru do o empreendimento ent o que o seja feito tomando todos os cuidados e com todas as garantias Como disse o chefe Bep tok On a da aldeia do Bacaj voc s chegaram e agora sabemos que a barragem vai sair mesmo E Bel trabalha l no Catet e veio nos contar o que vai acontecer Agora j sei o que vai acontecer agora j sei que o rio vai secar A rede el trica vai construir Muita gente est fazendo documento para n o fazer a barragem mas muita gente est a favor se querem construir t m que cuidar para tudo ficar bem Se forem construir a gua vai ficar ruim o rio seco vai ter muita pedra como vou viajar Levem essas minhas palavras para o chefe respons vel queremos resposta de como vai ficar o rio Queremos resposta que quem for construir nos de resposta Voc s vieram nos contar agora n s estamos falando com voc s Isso que eu estou falando queremos falar com o respons vel explicar direitinho Queremos que o respons vel venha aqui falar conosco para perguntar como vai ser se vai pagar se vai fazer as coisas Quando o respons vel chegar vou perguntar como vai ficar a sa de se vai ficar boa ou n o Vamos esperar a resposta dele 6 5 13 2 Conflito com os Kayap Ressalte se ainda que h um grande inc modo em rela o aos outros Kayap Em primeiro lugar porque os Xikrin se ressentem de que atribu do regionalmente a responsabilida
385. rincipalmente de Altamira e Anapu Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 118 6 5 CONTEXTO ANTROPOL GICO A popula o Xikrin do Bacaj atualmente de 673 pessoas vivendo em quatro aldeias da Terra Ind gena Trincheira Bacaj Mantendo seus rituais sua l ngua e atividades de ca a pesca coleta e agricultura mant m tamb m uma inser o regional tanto no mercado como em atividades inter tnicas e relativas s rela es com a sociedade nacional em seus diversos agentes Nesse item buscamos apresentar os Xikrin do Bacaj em uma breve caracteriza o e em um retrato de sua situa o atual Para tanto nos utilizamos de documentos oficiais tais como decretos de demarca o de terra e relat rios da Funai e de antrop logos assessores da Funai e da CVRD assim como documentos produzidos pela Associa o Beb y Xikrin do Bacaj ABEX de estudos acad micos sobre os Kayap os Xikrin e especialmente os Xikrin do Bacaj de autores como Terence Turner Gustaaf Verswijver Vanessa Lea Anton Luckesh Lux Vidal Isabelle Giannini Cesar Gordon William Fisher e Clarice Cohn e da pr pria experi ncia das consultoras nas TI s Catet e Trincheira Bacaj Os Xikrin se autodenominam como aos outros Kayap Mebengokr termo que pode ser traduzido como gente do buraco d gua muitas vezes associado ao interfl vio Tocantins Araguaia ou como sugeriu o etn logo alem
386. rivilegiam as necessidades ecol gicas em detrimento demanda energ tica Talvez esses cen rios se adotados inviabilizem economicamente o empreendimento mas n o deixa de ser Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 59 J uma alternativa a ser mais bem desenvolvida caso as discuss es contestem o hidrograma defendido pelo EIA Os estudos definem que o rio Xingu no trecho de vaz o reduzida ir se comportar de forma permanente conforme hoje ocorre no per odo da estiagem bastante pr xima condi o da vaz o m nima observada e com as caracter sticas dos per odos de transi o dos anos mais secos Portanto de se esperar que a rede de drenagem que aflui para essa regi o como o caso do rio Bacaj sofra consequ ncias semelhantes Nesse contexto h necessidade de se intensificar as discuss es sobre as caracter sticas e comportamento da bacia do rio Bacaj como um todo pois esperado que o rio sofra com um decaimento de sua disponibilidade h drica Caso isso venha a ocorrer ser um impacto negativo de grande magnitude pois todo o modo de vida das comunidades ind genas depende do ciclo hidrol gico do rio Bacaj e de seus afluentes seja para transporte alimenta o ou para eventos socioculturais 6 2 8 5 Impactos Associados ao Modo de Vida das Comunidades Ind genas Atualmente a grande preocupa o dos Xikrin em rela o ao futuro do rio B
387. rma de compensa o financeira ou pagamento direto s comunidades Essa expectativa vem do conhecimento que t m de experi ncias como as indeniza es da VALE aos Xikrin do Catet e aos Gavi o de M e Maria com quem se relacionam e mant m rela es de parentesco T m tamb m resson ncia com experi ncias hist ricas na pr pria TI j que sempre foi assim que negociaram com garimpos como o do Manez o que em troca da explora o de recursos em suas terras e por prejudicar as terras pagam aos Xikrin uma porcentagem do ouro extra do Ressalte se que esses acordos v m desde a poca em que o garimpo foi aberto quando se fazia a revis o dos limites da TI e na poca o garimpo estava fora Ela se manteve mesmo quando os novos limites demarcados inclu ram a rea explorada no garimpo do Manez o que foi fechado algumas vezes mas nunca foi totalmente desativado Tem que dar dinheiro tamb m para o bem de nossos filhos e netos N o a casa e a terra dos Kuben n o indigena que v o ficar no rio seco Se for fazer a barragem que d em um dinheiro uma compensa o mensal E que seja para sempre Barragem coisa para sempre Bep kr m Cobra BKJ Que a barragem seja construida e d em dinheiro Assim que d em dinheiro para eu comprar coisa rede para deitar porque estou fraco e doente assim posso descansar Eletrobr s s deu dinheiro para os outros Kayap N o d o dinheiro para os Xikrin e ficamos bravos Se derem din
388. rras Ind genas Na faixa entre o rio Amazonas e a Rodovia Transamaz nica h grandes reservas de alum nios abrangendo a maioria dos munic pios da Area de Abrang ncia Regional no Estado paraense Nos munic pios de Cumaru do Norte Ouril ndia do Norte S o F lix do Xingu e Tucum destacam se o ouro e cobre Dados do Instituto Socioambiental publicados na sexta S rie Documentos do ISA apontam para a exist ncia de 7 203 processos miner rios na Amaz nia Legal na grande maioria com incid ncia em Terras Ind genas sendo esta a situa o encontrada na TI Trincheira Bacaj Os interesses miner rios que incidem na TI em estudo foram extra dos da base de informa es do DNPM Departamento Nacional de Produ o Mineral e s o descritos na Tabela 6 4 2 2 3 1 e vis veis no Anexo 07 Tabela 6 4 2 2 3 1 Minera o no Bloco Terra Ind gena Trincheira Bacaj rea ha da 9 da TI com Terra Area da TI T tulos Hese TI com incid ncia de Mi d Ind h iner rios miner rios incid ncia d ineradoras ndigena ha miner rios cidentes incid ncia de processos processos miner rios E Trincheira 1 650 939 00 0 149 952 2 57 68 MINALUA MINERA O ALUVIONAR DA AMAZONIA Bacaj LTDA f MINERA O SANTA ELINA INDUSTRIA E COMERCIO S A CODELCO DO BRASIL MINERA O LTDA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE EMPRESA DE MINERA O VIGONOVO LTDA ESSEX SA PERFORMANCE E ENGENHARIA DE SISTEMAS MINERA O ITAMARAC LTD
389. rvas com o saco vitel nico 3 a 4 dias de idade m ximo aponta um pico de intensidade reprodutora no m s de fevereiro O per odo de desova quando ocorre o agrupamento de indiv duos adultos ao longo da beira do rio principalmente nos locais de piracema que correspondem a pequenos cursos h dricos similares aos igarap s pelos quais os peixes penetram na floresta alagada para eventualmente entrar nas lagoas insulares est diretamente relacionado vaz o do rio iniciando se no m s de dezembro e se estendendo por aproximadamente 4 meses at mar o ou seja durante toda a Enchente A floresta alagada tem um papel duplo atuando como local de desova mas tamb m como rea de ber rio n o existindo dados que comprovem qual a vaz o do rio necess ria para a desova bem como para um desenvolvimento normal das larvas na floresta 6 3 1 9 2 Zoopl ncton No total foram amostrados 118 t xons com maior abund ncia de Rotifera e Protozoa t picos de ambientes l ticos somente em algumas amostras do per odo Seco quando se formaram ambientes mais estagnados houve maior desenvolvimento de outros grupos como Copepoda e Cladocera As esp cies dominantes e mais frequentes foram os Rotifera Filinia longiseta Lecane bulla e Polyarthra vulgaris o Cladocera Moina minuta e alguns Copepoda todas indicadoras de bom estado de preserva o do sistema Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Proje
390. rvi os b sicos para os munic pios de Altamira Anapu Pacaj e S o F lix do Xingu Estes munic pios foram escolhidos tendo em vista a proximidade das rela es que os ndios da TITB mant m com eles Rela o historicamente consolidada com a sede do munic pio de Altamira servi os p blicos e com rcio e rela o mais recente com Anapu e Pacaj com rcio e neg cios S o F lix do Xingu foi escolhido por ser um importante p lo de ocupa o da regi o sul da TITB 6 4 1 HIST RICO DA OCUPA O A Regi o Amaz nica brasileira da qual faz parte o estado do Par era intensamente ocupada por popula es ind genas muito antes da chegada dos exploradores de origem ib rica no s culo XVI A ocupa o do extremo norte brasileiro no passado colonial seguiu o curso do Rio Amazonas e afluentes Ocorreu principalmente pela constru o de fortes realiza o de expedi es militares em reas estrat gicas e da fixa o de ordens religiosas carmelitas franciscanos merced rios e jesu tas com o objetivo de ocupar o territ rio instaurando assim a tutela religiosa e a imposi o do trabalho s popula es ind genas nativas Especificamente a ocupa o do territ rio da Bacia do Rio Xingu em sua por o paraense ocorre devido exist ncia de uma densa rede hidrovi ria e teve in cio em meados do s culo XVI com o ciclo das drogas do sert o especiarias como o cacau esp cies oleaginosas resinas entre outros
391. rvi os de sa de e educa o espec ficos FUNAI etc A falta de planejamento e fiscaliza o por parte da administra o p blica dos munic pios que conforme EIA do AHE Belo Monte n o possuem instrumentos para tal dificulta uma ocupa o adequada do solo na regi o O crescimento do uso e ocupa o desordenado do solo ao leste ao sul e ao norte da Terra Ind gena Trincheira Bacaj intensifica a press o sobre esta TI e seus recursos naturais Especial aten o deve ser dada contamina o das guas por res duos s lidos lixo e pelos efluentes derivados dos esgotos a c u aberto em reas que n o est o inseridas no planejamento do AHE Belo Monte mas que s o consequ ncias do aumento do fluxo migrat rio e da ocupa o desordenada do solo Esses efluentes potencializam o risco de transmiss o de doen as Estudo Socioambiental da Terra Indigena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 195 O aumento da densidade demogr fica na rea de influ ncia do AHE Belo Monte poder promover a intensifica o da ca a utiliza o de produtos da fauna dos recursos madeireiros e n o madeireiros e aumento da demanda por pescado na regi o O incremento da ca a e da pesca na regi o da TI Trincheira Bacaj e dos formadores do rio Bacaj pelo adensamento populacional t m impactos sobre a principal fonte de prote na de subsist ncia dos ndios alterando o modo de vida dessa popula o e de suas gera es futur
392. rvisionar o acondicionamento o estoque a distribui o e a validade dos medicamentos constantes nas aldeias a equipe operacional e a Casa de Sa de do ndio est o tamb m sob sua supervis o a manuten o do estoque pode tamb m ser efetivada por meio de pedidos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N132 dos auxiliares de enfermagem atuando nas aldeias por r dio de acordo com o estoque os rem dios s o adquiridos na farm cia conveniada com receitas e prescri es se necess rio for ou diretamente para os b sicos as farm cias das aldeias contam tamb m com os medicamentos fitoter picos da Farm cia Verde que s o requisitados diretamente Funai sem necessidade de prescri o Tuberculose exames realizados nas aldeias em casos de resultado negativo e persist ncia de sintomas o paciente referenciado a Altamira o tratamento realizado nas aldeias e os casos acompanhados por cinco anos N o h casos recentes diagnosticados sendo o ltimo diagn stico de 2005 As enfermeiras fazem ainda o acompanhamento durante suas visitas s aldeias de hipertens o e diabete O controle de hansen ase est inscrito no programa do Munic pio e referenciado ao CASAI Programa de Endemias a cargo de uma equipe de tr s microcopistas e um borrifador sob coordena o de Guy Contez que conta com sala pr pria na sede do DSEI Altamira Realizam duas visitas
393. s uma amea a aos conhecimentos e pr ticas tradicionais e suas transmiss es garantidas na Constitui o Federal Para os ndios da TI Trincheira Bacaj o rio Bacaj representa o nico meio de transporte fluvial e interromper ou prejudicar a sua navega o significa impedir os ndios de se deslocar para locais de ca a pesca coletas de mat ria prima acessos as trilhas tradicionais e ro as todos situados ao longo e nas margens do rio Bacaj Com altera o no fluxo de gua no TVR poder ocorrer em toda a sua extens o a forma o de po as ou canais com menor circula o e maior tempo de resid ncia da gua favorecendo o crescimento de macr fitas aqu ticas das algas mais tolerantes e dos vetores de doen as como a mal ria febre amarela arboviroses filarioses e esquistossomose entre outras Segundo dados do EIA do AHE Belo Monte mosquitos do g nero Mansonia transmissor da filar ase e macr fitas aqu ticas necess rios para a sua reprodu o j ocorrem naturalmente na regi o de inser o do AHE Belo Monte Doen as como a mal ria j tem incid ncia alta na TI Trincheira Bacaj podendo esta doen a ser agravada e outras surgirem por conta da redu o da vaz o do rio Bacaj por um maior per odo de tempo As atividades garimpeiras no leito do rio poder o sofrer influ ncia do empreendimento com possibilidade de intensifica o no TVR devido redu o da vaz o e a maior exposi o do leito do rio
394. s Da as dimens es do Projeto Grande Caraj s PGC que inclu a uma s rie de iniciativas na regi o Ao PGC soma se a constru o da Estrada de Ferro Caraj s EFC Em 1980 ocorre um importante acontecimento o surgimento do garimpo de Serra Pelada que atraiu milhares de pessoas de todo o Pa s e at de outros pa ses tradicionalmente mineradores como Guiana e Venezuela Este fato teve como consegi ncias entre outras o crescimento desordenado da popula o acidentes doen as e homic dios insufici ncia de infraestrutura b sica local e das sedes municipais Essa situa o permite entender a dimens o da viol ncia na regi o que junto com os conflitos reivindicat rios dos garimpeiros mostram uma condi o de instabilidade pol tica e social Tal conjuntura agravou se com o fechamento do garimpo e a consequente desocupa o daquele contingente parte do qual passaria a buscar e ocupar terras para cultivar acirrando os conflitos agr rios que hoje marcam a regi o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 100 Portanto no decorrer do s culo passado observa se de forma geral que o programa de desenvolvimento econ mico regional cunhado pelo Estado brasileiro para a Amaz nia pode ser dividido i na a o estatal para o desenvolvimento da infraestrutura concentrada no transporte rodovi rio como parte central dos esfor os para a integra o da Amaz nia ii na a
395. s pressionando as reas reconhecidamente mais abundantes como o rio Bacaj A poss vel redu o na pesca de peixes ornamentais e para consumo esperada para o trecho de vaz o reduzida tende a empurrar os pescadores para novas reas de pesca em especial ao rio Bacaj expondo aqueles pescadores a conflitos com as comunidades ind genas Deve se ressaltar ainda que a despeito da utiliza o do hidrograma ecol gico como ferramenta de garantia de uma vaz o m nima que viabilize economicamente o empreendimento e ambientalmente o sistema seus resultados s o hipot ticos n o existindo dados confi veis que comprovem qual a vaz o do rio necess ria para a desova de peixes por exemplo bem como para um desenvolvimento normal de suas larvas Dessa forma estudos ambientais na bacia do rio Bacaj para todos os grupos bi ticos ao longo do ciclo hidrol gico devem ser realizados 6 4 CONTEXTO SOCIOECON MICO O objetivo deste estudo foi caracterizar atrav s de dados extra dos do EIA do AHE Belo Monte e fontes do governo as condi es do entorno da Terra Ind gena Trincheira Bacaj TITB abordando os aspectos socioecon micos da regi o como o hist rico da ocupa o a descri o de planos e programas o uso e ocupa o do solo a estrutura fundi ria destacando se aspectos da vulnerabilidade territorial ind gena tais como frentes de ocupa o constru es e melhorias de rodovias fluxo migrat rio e condi es dos se
396. s UC s paraenses Frente ao contexto regional de desenvolvimento caracterizado por intensa antropiza o conflitos fundi rios desflorestamento avan o da atividade agropecu ria e mineraria entre outros fica evidente a import ncia das reas de regime especial de prote o as Unidades de Conserva es e as Terras Ind genas para a conserva o dos recursos naturais e a manuten es dos servi os a eles associados Essas reas formam um mosaico de prote o dos ecossistemas que se estendem desde o baixo curso do rio Xingu at o seu alto curso Por m apenas sua cria o n o significa garantia plena de sua preserva o sendo necess ria uma intensa fiscaliza o e um manejo adequado para que n o se proliferem os efeitos decorrentes das press es antr picas como os observados atualmente nas por es sul leste e nordeste da Terra Ind gena Trincheira Bacaj e na por o sul da Terra Ind gena Apyterewa Anexo 06 Com a implanta o do AHE Belo Monte o limite norte da TI Trincheira Bacaj ter sua vulnerabilidade ampliada Portanto vale ressaltar que nos estudos do EIA RIMA do AHE Belo Monte foram identificados duas regi es de interesse para a cria o de Unidades Conserva o Figura 6 4 2 2 1 1 sendo elas i a regi o da Volta Grande na margem direita do rio Bacaj um dos mais importantes afluentes do Xingu e ii a regi o da margem direita do rio Xingu entre a TI Koatinemo e a TI Trincheira Bacaj sen
397. s dias nesses ambientes e Informa es de campo indicaram algumas poucas reas de plan cies nas ilhas inundadas e pedrais completamente submersos para vaz es de 7 000 m s e reas secas com canais em ilhas sem conex o com o rio em condi es de vaz o de 3 500 m s com parte dos pedrais emersos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 52 e An lises de sobreposi es de imagens de sat lite que indicaram principalmente o limite de vaz o a partir do qual os pedrais ficam emersos Nas vaz es de Cheia a proposta do hidrograma ecol gico aponta para dois patamares de vaz es em opera o alternada e Vaz es m ximas de 4 000 m s onde n o se formam ambientes de inunda es das plan cies aluviais e somente os pedrais ficam parcialmente cobertos de gua e Vaz es m ximas de 8 000 m s onde o ambiente de pedrais fica totalmente submerso e inicia se a forma o de ambientes de inunda o em algumas partes mais baixas das ilhas criando ambientes de reprodu o alimenta o e ref gio da fauna Para a proposi o de um hidrograma a ser mantido ao longo da Volta Grande do Xingu entre a barragem e a Casa de For a Principal o estudo elaborou 11 cen rios respeitando as seguintes condicionantes complementares e Vaz o m nima que atenda a perman ncia da navegabilidade em todo o trecho a qual segundo o estudo de 700 m s e Vaz o m xima capaz de
398. s mensais Posto Fazenda Cipa ba Figura 6 2 6 4 5 Sazonalidade das vaz es m dias mensais Posto Aldeia Bacaj Figura 6 2 6 5 1 Localiza o dos pontos de coleta de qualidade de gua e limnologia Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte indico Figura 6 2 7 1 Hidrograma ecol gico proposto versus hidrograma considerado nos estudos de viabilidade Figura 6 2 8 5 1 Situa o do desmatamento na bacia do rio Bacaj pol gono verde Figura 6 3 1 Distribui o dos pontos amostrais dos diversos estudos conduzidos no mbito do EIA do AHE Belo Monte Figura 6 3 1 11 1 Mapa de Vegeta o Figura 6 4 2 1 1 rea total desmatada nos munic pios em estudo nos anos de 2000 a 2007 Figura 6 4 2 1 2 Porcentagem da rea total desmatada nos munic pios em estudo nos anos de 2000 a 2007 Figura 6 4 2 2 1 1 Regi es de interesse para a cria o de Unidades Conserva o Figura 6 4 3 3 1 N mero de bitos por mil habitantes em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par Figura 6 4 3 3 2 Porcentagem de bitos infantis em 2002 2004 e 2006 nos munic pios em estudo e no Estado do Par Figura 6 4 3 3 3 Descri o do servi o de gua encanada coleta de lixo e energia el trica dos munic pios em estudo e do Estado do Par no ano de 2000 Figura 6 4 3 3 4 ndice de analfabetismo na popula o de 15 ou mais anos dos munic pios em
399. s pardalis a on a pintada Panthera onca e a on a parda Puma concolor est o classificadas na categoria Vulner vel e a anta Tapirus terrestris classificada como Vulner vel pela IUCN 6 3 1 3 Aves A avifauna foi amostrada entre 2000 e 2001 nas margens esquerda Ilha Taboca e Caititu pr ximo ao alojamento da Eletronorte e direita do rio Xingu Tucum e Xipaia regi o do rio Bacaj com censos terrestres diurnos e noturnos censos aqu ticos observa es qualitativas e capturas com redes de neblina e entre 2007 e 2008 nas Areas I II e III nos per odos de Seca Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 71 outubro a novembro Enchente janeiro a fevereiro Cheia abril 2008 e Vazante junho com censos diurnos terrestres e aqu ticos observa es qualitativas diurnas e capturas com redes de neblina Foram identificadas 461 esp cies pertencentes a 65 fam lias considerando se cinco esp cies com popula es morfologicamente distintas entre as margens do rio Xingu A maior parte das esp cies era inset vora e cerca de 15 se alimentavam primariamente de vertebrados carn voros pisc voros e detritivoros O habitat com maior riqueza de esp cies foi a Floresta Ombr fila Aberta Quase 60 das esp cies incluindo 79 exclusivas dependem em algum grau dos habitats aqu ticos incluindo tanto a avifauna estritamente aqu tica como aquelas esp cies flore
400. s peixes o rio a ca a os nossos filhos tamb m Com os peixes tamb m N o s em po o n o Peixe em todo canto que anda Esse rio n o tem po o Tem pouco po o no rio Vai secar foi o que falou Ent o n s tem que falar pra Eletronorte que tem que construir um canal para ficar como o Xingu e n o secar o rio Bep koro MRO Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N477 6 5 13 7 Preocupa o com a Ca a Teme se tamb m os efeitos da seca do rio na ca a que dele depende para beber gua Como diz o velho Meiti Se o rio secar o que o jaboti todas as ca as v o beber V o todos morrer Como vou pegar ca a Por enquanto ta tendo muita ca a mas acho que com essa sequid o n o sei como vai ser Vai morrer metade do mato porque n o tem gua Sergio PTK A ca a vai toda morrer Vai simplesmente se acabar Se fizerem a barragem vai ser muito ruim Pru Kei Cabritinho PTK 6 5 13 8 Tr nsito entre Aldeias O rio Bacaj meio para o transporte no interior da Terra Ind gena por ele que se chega a grande parte das ro as e dele parte a maioria dos caminhos de ca a Por ele se vai buscar frutos como bacaba a a baba u e se vai para os castanhais na poca da coleta Com sua vaz o reduzida a navegabilidade ser prejudicada como mostram os c lculos de Sulamita da aldeia P t Kr Se o Xingu n o recebe nem 50 da gua o Bacaj vai ficar
401. se criar habitats essenciais reprodu o alimenta o e ref gio da fauna e Forma do hidrograma que respeite o pulso hidrol gico existente e Vaz es m ximas vari veis para cada cen rio de forma a compatibilizar a demanda hidrel trica e a quest o ambiental No quadro reproduzido do EIA Tabela 6 2 7 1 tem se a descri o dos 11 cen rios analisados e demonstrados no decorrer do estudo e suas caracter sticas Cada cen rio define um padr o de hidrograma que deve ser mantido ao longo do TVR Ap s a an lise dos 11 cen rios o estudo agrupou as alternativas em quatro grupos de acordo com as caracter sticas de produ o de energia e compatibilidade ambiental O primeiro grupo o que prioriza a produ o de energia enquadram se nesta categoria os cen rios 7 8 9e 11 O segundo e terceiro grupos maximizam os interesses ambientais utilizando como limites m nimos de vaz o para o TVR valores pr ximos vaz o m dia de inunda o s o os cen rios 1 2 e 3 O quarto grupo intermedi rio buscando aliar a produ o energ tica e sustentabilidade ambiental s o os cen rios 5 6 e 10 O EIA aponta que as melhores alternativas s o os cen rios do quarto grupo pois associam a demanda de produ o s caracter sticas ambientais onde a vaz o de 8 000 m s necess ria para manter alguns processos ecol gicos imprescind veis e m nimos no TVR durante o per odo de Cheia com vistas a manter a sustentabilidad
402. sentamento Rural Cuidado especial quanto decis o de se reassentar a popula o atingida pelo AHE Belo Monte no munic pio de Anapu e ou na margem direita do rio Xingu pr ximos ao limite leste e norte da TITB respectivamente Como j mencionado no Projeto de Reassentamento Rural deve se disciplinar os procedimentos adotados no tratamento das quest es referentes transfer ncia compuls ria da popula o atingida Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Constru o e Instala o das Obras Principais e Libera o das reas para os Reservat rios e e Forma o dos Reservat rios Etapa Opera o Fase e Libera o de Hidrograma de Vaz es M nimas para o Trecho de Vaz o Reduzida TVR Plano de Requalifica o Urbana No caso do reassentamento da popula o atingida vir a ser no munic pio de Anapu e ou em munic pios lim trofes TITB deve se criar para esses munic pios Programa de Interven o no mbito do Plano de Requalifica o Urbana disponibilizando desta forma uma infraestrutura urbana rural e institucional adequada Etapa Constru o Fases e Instala o da Infraestrutura de Apoio Plano de Articula o Institucional Programa de Articula o e Intera o Institucional Programa de Fortalecimento da Administra o P blica Ampliar a abrang ncia dos Programas de Articula o e
403. sequ ncias e Fomentar meios para que os Xikrin gerenciem e difundam internamente de modo a debater nas comunidades da TI Trincheira Bacaj as informa es e quest es advindas de a es do AHE Belo Monte e outras a es dele decorrente 6 7 10 PROGRAMA DE POL TICAS P BLICAS 6 7 10 1 Objetivos Contribuir para a constru o de uma pol tica estruturante de ordenamento territorial e fortalecimento institucional nos munic pios da regi o em particular Altamira Anapu e Pacaj com rela o proposi o de legisla o e pol ticas para uso e ocupa o do solo e zoneamento urbano e relativos aos servi os de aten o popula o ind gena Esta proposta visa evitar ocupa es que possam trazer impactos aos recursos naturais existentes na Terra Ind gena e que prejudiquem os ndios e seu territ rio e fortalecer a capacidade de atendimento aos ndios em munic pios vizinhos TITB 6 7 10 2 Diretrizes e Acompanhar processos de discuss o de pol ticas p blicas e Contribuir na gest o de processos indiretos de indu o populacional em decorr ncia do projeto que possam vir a implicar em press o adicional sobre os territ rios e popula es ind genas e Compor estrat gias com parceiros institucionais que resguardem os interesses e o patrim nio ind gena no f rum local regional e nacional e Contribuir para o desenvolvimento organizacional para os Xikrin e suas comunidades de formas a capacit los na interve
404. servada ocorreu em 10 03 1978 com valor de 1 082 m s 87 80 I s km 2 A menor vaz o observada ocorreu em 29 09 1981 com 0 018 m s 0 002 s km2 um ano de baixas precipita es na bacia hidrogr fica Os meses de estiagem compreendem junho a dezembro com valores abaixo de 2 0 m s 0 162 I s km 800 Ou irma WM ida OM cima n v Abr M un Ju Ago Est ou Nov Figura 6 2 6 4 5 Sazonalidade das vaz es m dias mensais Posto Aldeia Bacaj LEME 2008 Utilizando a distribui o estat stica do tipo Gumbel verifica se que o ndice de vaz es m nimas de sete dias de dura o e per odo de retorno de 10 anos igual a 1 25 m s 0 101 s km Pela an lise dos indicadores hidrol gicos para os dois postos existentes no rio Bacaj percebe se que ambos mostram valores baixos de Q7 10 em rela o s m dias indicando baixa capacidade de regulariza o pois quanto menor este ndice maior a varia o de vaz o durante os per odos de estiagens A medida que o curso de gua possui maior regulariza o esses valores aumentam 6 2 6 5 Qualidade da gua e Aspectos Limnol gicos Para as an lises referentes qualidade da gua e aspectos limnol gicos o estudo realizou campanhas de campo em todo o trecho da ADA com pontos de coleta distribu dos ao longo da calha do rio Xingu e em alguns tribut rios de maior relev ncia Em rela o ao rio Bacaj al m dos pontos amostrais situados pr ximos sua foz
405. sistir na coleta de dados prim rios de forma assistida que ser o utilizados nas avalia es sobre a condi o ambiental hodierna da bacia O Projeto Diagn stico Ambiental para a aquisi o de dados prim rios dever ser conduzido nos per odos de Seca Enchente e Cheia em um n mero de pontos amostrais que seja representativo para a TITB A equipe de consultores deve considerar nos trabalhos de campo o acompanhamento de ind genas da TITB n o s para a facilita o de acesso s reas mas principalmente para incorporar o conhecimento ind gena quanto identifica o comportamento e ciclo de vidas das esp cies e caracteriza o do uso dos recursos naturais pelos ndios de modo a contempl los tanto no diagn stico como no monitoramento cont nuo de impactos 6 7 2 5 Projeto Monitoramento Ambiental Meio F sico Prop e se tamb m para ap s o diagn stico e concomitante s obras de engenharia um monitoramento cont nuo dos principais par metros ambientais para se caso ocorra determinar e identificar as influ ncias induzidas na bacia do rio Bacaj derivadas das a es impactantes do empreendimento Para se alcan ar esses objetivos sugere se a instala o de PCD s em pontos estrat gicos a serem definidos ao longo do rio Bacaj e caso o diagn stico aponte a necessidade em demais afluentes no interior de sua bacia hidrogr fica As Plataformas de Coleta de Dados PCD s s o aparelhos eletr nicos de alto n
406. sor da Universidade do Estado de S o Paulo Unifesp tem realizado visitas aos Parakan Posto de sa de da aldeia Pykayak Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 6 5 10 3 Educa o Atualmente a educa o escolar ind gena da regi o de Altamira est sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Educa o sob coordena o de Cec lia Nascimento Batista As informa es foram disponibilizadas por Liliane Chipaia e L Arruda Leidiane Maria Ver cio assim como pelo setor de estat stica A secretaria n o tem programas espec ficos de educa o escolar ind gena nem forma o espec fica de quadros ou cria o de material did tico espec fico Ela mant m escolas nas quatro aldeias com professores concursados ou contratados com forma o em pedagogia ou magist rio sem especializa o em educa o escolar ind gena em n vel fundamental at a 43 A coordena o de escola ind gena tem buscado efetivar uma parceria com a Secretaria Estadual desde 2005 sem sucesso Mant m ainda projetos ainda no papel como a implanta o do modular de 5a a 82 Receberam uma verba R 600mil dos Territ rios da Cidadania programa voltado regi o da Transamaz nica para aprimoramento da infraestrutura das escolas que ainda n o puderam utilizar estando regularizando a documenta o T m grande dificuldade de transporte da merenda escolar e dos professores As escolas in
407. sso IBAMA n 02001 001848 2006 75 Termo de Refer ncia Estudos Socioambientais do Componente Ind gena no mbito do EIA RIMA do projeto AHE Belo Monte TI s Karara Arawet Igarap Ipixuna Koatinemo Cachoeira Seca Arara e Apyterewa Encaminhado atrav s do Of cio n 157 CGPIMA DAS 08 de 22 04 08 da FUNAI para o IBAMA e atrav s do Of cio n 58 2008 CGENE DILIC IBAMA de 20 05 08 para a ELETROBR S Of cio n 815 CGPIMA DAS 08 de 22 12 08 Nesse Of cio ficou estabelecido que a TI Trincheira Bacaj poderia ser inclu da no segundo Termo de Refer ncia acima citado juntamente com as seis demais TI s Tamb m foi esclarecido o escopo e grau de detalhamento dos servi os A FUNAI consentiu que no caso da Terra Indigena Trincheira Bacaj os estudos fossem feitos com base em dados secund rios ressaltando por m que identificados impactos que necessitem maiores esclarecimentos os estudos de campo e levantamento de dados prim rios ser o necess rios Plano de trabalho para a realiza o dos Estudos Socioambientais na TI Trincheira Bacaj Protocolado na FUNAI em 28 01 09 Os trabalhos voltados para a realiza o deste estudo foram iniciados em janeiro de 2008 e a cronologia do processo da consultoria seguiu as etapas abaixo descritas a b c d e f Apresenta o da Proposta de Trabalho 23 de dezembro de 2008 Defini o da equipe de trabalho 23 de dezembro a 05 de janeiro de 2009 Enc
408. sso de cis o e reagrupamento os Ir mrajre Pau D Arco extintos na d cada de 1940 e os Porekr Djore Este grupo que surge na primeira metade do s culo XIX em raz o da primeira cis o vai viver um processo de cis o e reagrupamento que levar na atualidade origem dos Xikrin do Catet e do Bacaj Durante a segunda metade do s culo XIX os diversos grupos dessa fac o lutam entre si cindindo se e reagrupando se de acordo com um facionalismo que um operador pol tico atuante e reconhecido entre os Mebengokr Ser na d cada de 1910 que eles se reunir o novamente na aldeia Mrotidjam e em 1926 partem regi o do Bacaj Na d cada de 1950 ocorre um primeiro contato oficial e os grupos de re nem por um per odo de tempo no Posto de Las Casas Os Xikrin do Bacaj e do Catet vivem ent o novamente cis es e reagrupamentos at que se fixam em suas respectivas terras At hoje mant m uma rela o pr xima de parentesco A decis o dos Xikrin do Bacaj que se reconhecem como descendentes dos Djore de se dirigir s cabeceiras do Pacaj nesta d cada de 1920 envolve uma retra o moment nea em rela o ind stria da borracha poca decadente e decorre em parte das tens es crescentes advindas do crescimento do n mero de migrantes brasileiros na rea em que estavam nas proximidades de Concei o do Araguaia especialmente por experi ncias de aliciamento e abuso sexual das jovens Estudo Socioambienta
409. stais e n o florestais n o aqu ticas que s o restritas aos habitats criados por rios como cigana Opisthocomus hoazin arapa u bicudo Nasica longirostris formigueiro do igarap Sclateria naevia solta asa do sul Hypocnemoides maculicauda choca d gua Sakesphorus luctuosus e choquinha estriada Myrmotherula multostriata O rio Xingu se constitui numa barreira geogr fica para a distribui o de algumas esp cies como o arapa u de loro cinza Hylexetastes brigidai arapa u uniforme Hylexetastes uniformis m e de taoca preta Rhegmatorhina gymnops cantador amarelo Hypocnemis hypoxantha ochraceiventris formigueiro de cauda castanha Myrmeciza hemimelaena pallens tovaca estriada Chamaeza nobilis e maria cabe uda Ramphotrigon megacephalum Foi registrada uma maior riqueza em esp cies estritamente aqu ticas na rea I e no per odo de Seca As esp cies mais abundantes e freq entes foram mergulh o Phalacrocorax brasilianus carar Anhinga anhinga maguari Ardea coco cigana Opisthocomus hoazin martim pescador grande Megaceryle torquata e martim pescador verde Chloroceryle amazona o jaburu Mycteria americana foi abundante mas com baixa frequ ncia de ocorr ncia tendo sido registrado exclusivamente na Area I Todas as esp cies restritas aos habitats criados por rios foram consideradas residentes a maior parte das esp cies estritamente aqu ticas foi considerada residente e tr s foram consi
410. stavam coletando em grande quantidade Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 150 O acesso a Altamira pode se dar por rio ou pela estrada que parte da aldeia e passa pelas fazendas at alcan ar a Transamaz nica na altura de Anapu Os ndios n o possuem ve culo pr prio para transitar na estrada Fazem frequentemente o trajeto para Altamira pelo rio pilotando rabetas muitas vezes com bastante carga e transportando uma fam lia inteira Possuem 2 voadeiras com motor rabeta e 3 canoas para rabeta e uma voadeirinha como chamam T m 6 motores 5 1 motor 13 1 motor 6 e 1 motor 10 Todos esses cascos e motores s o de propriedade de algu m e h ainda o motor 40 da comunidade O Posto de Sa de tem tamb m uma voadeira para casos de remo o Anuncia se a instala o de um telefone comunit rio mas n o se sabe ainda se ele ficar localizado no espa o da aldeia a ques ta E T pecas Did MESA Dn E a Teo DG os o N Trilha para castanhal explorado pelos ndios da aldeia Pat Kr Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 151 6 5 11 4 Aldeia Pykayaka F Canal de entrada para a aldeia Pykayak Pykayak o modo como eles chamam a linha de demarca o de suas terras e se refere posi o geogr fica dessa que a ltima aldeia a ser aberta na TI h 3 anos Ela tem por n cleos as fam
411. stiagem s o agosto setembro e outubro com valores abaixo de 2 000 m s Figura 6 2 6 4 3 Utilizando a distribui o estat stica do tipo Gumbel verifica se que o ndice de vaz es m nimas de sete dias de dura o e per odo de retorno de 10 anos Q7 10 igual a 653 7 m s 1 46 s km 35000 ER E E M xima E M dia O M nima 30000 25000 20000 Vaz o m s 15000 10000 5000 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Figura 6 2 6 4 3 Sazonalidade das vaz es m dias mensais Posto Altamira LEME 2008 Os dados apresentados retratam o rio Xingu como fortemente marcado pela sazonalidade uma vez que os n meros apresentados revelam um regime fluvial em que as descargas m nimas s o da Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 45 J ordem de 10 da vaz o m dia enquanto as cheias chegam a atingir valores quatro vezes superiores a essa m dia Posto Fazenda Cipa ba Rio Bacaj pr ximo foz Esse posto se localiza no rio Bacaj pr ximo sua foz na conflu ncia com o rio Xingu constituindo se no principal afluente pela margem direita do rio Xingu na rea de interesse A figura 6 2 6 4 4 indica que os meses de vaz es maiores s o fevereiro mar o abril e maio com valores m dios entre 600 e 850 m s 27 79 e 39 37 I s km Figura 6 2 6 4 4 Sazonalidade das vaz es m dias mensais Posto Fazenda
412. strada e chegamos de caminh o On a BKJ A possibilidade de constru o do canal para navega o tendo em vista a transposi o da barragem foi comentada no que diz respeito sua navegabilidade Eles enfatizam que o canal tem que ser largo o suficiente para passar os barcos de 5 ou 6 toneladas que usam para transportar castanhas e mercadorias sem corredeira forte de modo a poder trafegar com rabetas e sem ser muito longo de modo a aumentar demais o tempo e os custos da viagem por precisar de mais combust vel Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte N78 Tamb m fiquei preocupado com o canal que vai abrir e que voc s disseram que corre muito e n o d para motor passar A pensei que tem que ter estrada mesmo at a aldeia fica melhor Bep Djare MRO Se quiser fazer fa am Mas tem que fazer canal para passar fazer canal bem largo para viajar para passar barco grande Bep Djoti BKJ Ouvi falar que quando construir o canal a corredeira vai ser muito forte n o vai dar nem para subir Tem que construir maior para dar para subir Mad ma BKJ Estou preocupado tenho muito medo Se o rio secar a cachoeira vai ser muito forte n o tem como ir de barco Tem que arrumar canal para viajar de barco O rio vai secar vai ser muito dificil passar como vamos transportar castanha Tem que ter canal largo para passar o barco Como o barco vai trazer rancho para meus netos K
413. ta na poca da seca e embarca es maiores com motor 40 e barco de cinco toneladas na poca de cheia A aldeia Bacaj n o possui estrada sendo a nica via de acesso o rio Bacaj A aldeia Mrotidiam conta somente na poca de seca julho a dezembro com uma estrada de terra que sai da aldeia em dire o da vila de Maracaj na margem da Rodovia Transamaz nica Deste ponto seguem para Altamira por esta rodovia Levam o dia todo de viagem N o contam com ve culos pr prios A aldeia Mrotidjam recente e as fam lias desta localidade prov m de uma cis o da aldeia Bacaj liderada pelo cacique Bep katenti conhecido por Maradona e sua fam lia extensa Justificam a cis o na maior proximidade desta aldeia com a fazenda de gado e transporte via terrestre no per odo de seca As aldeias Pat Kr e Pykayak est o situadas mais ao Norte e mais pr ximas entre si novamente em todos os sentidos geogr fico e nos v nculos de parentesco e rela es econ micas Elas est o ligadas por uma hist ria comum referida poca do contato e antiga aldeia do Trincheira aberta nas proximidades do Posto Velho da poca do contato na d cada de 1980 fechada durante alguns anos na d cada de 1990 e reaberta inclusive por Tucum e fins da d cada de 1990 A aldeia Pat Kr possui acesso de estrada de terra transit vel na poca da seca at a cidade de Anapu e deste ponto via transamaz nica at Altamira A aldeia Pykayaka situada na
414. ta uma curva mais pronunciada e que deve representar um estrangulamento ao seu escoamento superficial A regi o da calha situada montante dessa serra parece ser um local de intensa deposi o de sedimentos Portanto o EIA do AHE Belo Monte considerou que a extens o das plan cies de inunda o ao longo do rio Bacaj que poder o sofrer impactos diretos da redu o de vaz o no rio Xingu dever no m ximo e de forma conservadora estender se at esse ponto Os estudos mais detalhados do remanso no rio Bacaj mostraram que para vaz es de cheias no Xingu 23 400 m3 s esse efeito se estende at 25 km da foz Desta forma segundo o entendimento do EIA a TITB n o seria afetada ou no pior caso somente impactos indiretos poderiam afet la uma vez que os crit rios apresentados para a defini o tanto das reas diretamente afetada como a de influ ncia direta excluem a TITB Por outro lado estudos espec ficos foram realizados com o intuito de se prever os potenciais impactos que o empreendimento possa vir a causar como os c lculos de remanso aplicados no baixo curso do rio Bacaj e os estudos envolvendo a defini o do hidrograma ecol gico a ser liberado no trecho de vaz o reduzida que existir entre a barragem principal e o local de restitui es das vaz es turbinadas nas imedia es da vila de Belo Monte gerando um trecho de aproximadamente 100 km ao longo da calha do rio Xingu de vaz es residuais O presente Estudo
415. tamento extremamente discreto expondo apenas as narinas no momento da respira o muito dif cil a observa o direta dessa esp cie na natureza Por m as reas de alimenta o do peixe boi podem ser claramente identificadas pela presen a de macr fitas aqu ticas pastadas chamada popularmente de com dia Segundo os entrevistados na regi o de Vila Nova o peixe boi mais avistado no inverno se alimentando nos igarap s Caju e Tamanduazinho descritos como reas com abund ncia de macr fitas aqu ticas sendo observadas com dia e as fezes do animal durante o ano inteiro Na regi o de Senador Jos Porf rio foi citada a exist ncia de reas no rio que permanecem profundas mesmo durante a Seca conhecidas popularmente como po os onde s o encontrados vest gios de alimenta o durante todo o ano Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 69 J De acordo com as informa es obtidas a ca a ainda persiste na regi o de Vit ria do Xingu Vila Nova e Senador Jos Porf rio por m de forma bastante discreta havendo cerca de 10 pescadores profissionais de peixe boi na col nia de pesca Um dos entrevistados relatou que o per odo de acasalamento principalmente em janeiro e que j viu cavalga o como popularmente s o conhecidas a coorte e o per odo de c pula do peixe boi de 3 a 4 machos e uma f mea que os filhotes s o avistados com maior frequ ncia de f
416. tato Quando aceitaram se fixar na aldeia do Bacaj o aceitaram com as promessas de cuidados com a sa de e de provis o de recursos feitas poca pela equipe do Servi o de Prote o aos ndios Por m com o tempo viram esses recursos minguarem e os Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Nus2 servi os deixam a desejar em termos de continuidade e qualidade com alta rotatividade de profissionais nem sempre qualificados e falta de equipamentos b sicos e medicamentos Como diz a velha Kaig voc s nos convenceram a sair do mato dizendo que sempre teria presente para n s agora n o d o nada a aldeia est abandonada dizem que n o podem decidir nada que n o t m dinheiro para nada Mas eles se preocupam tamb m por conta da experi ncia pr xima da barragem de Tucuru e querem se prevenir contra descontinuidades de programas Preocupa o assim n s estamos ouvindo sobre a barragem do Tucuru Porque tem muita gente que falou para mim que est quase abandonado A um dia que falei para Carvalho ele falou que n o que vai renovar todo ano Todo fim de ano verba acaba Ent o quando come a o ano a renova N s queremos para todo ano n s n o queremos nem para 40 nem para 50 anos queremos direto correto todo ano Maradona MRO Como enfatizaram diversas vezes os programas e as indeniza es t m que ser sem fim para sempre porque essa gera
417. te indico Figura 6 6 2 1 3 3 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Intensifica o da perda de cobertura vegetal e perda de habitat natural Figura 6 6 2 1 4 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Altera es nas condi es hidrol gicas do rio Xingu no S tio Pimental devido sequ ncia das obras e das condi es de navega o e Altera o da qualidade das guas no rio Xingu Figura 6 6 2 1 5 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o das condi es de navega o no rio Xingu Figura 6 6 2 1 6 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Perda de postos de trabalho e renda Figura 6 6 3 1 1 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada dos Impactos Prim rios Amplia o da arrecada o de tributos no munic pio de Altamira e Aumento de energia disponibilizada para a regi o onde ser implantado o empreendimento Figura 6 6 3 1 2 1 Rede de Preced ncia de Impactos Derivada do Impacto Prim rio Altera o da din mica de escoamento fluvial do Trecho de Vaz o Reduzida Tabelas Tabela 6 1 3 3 1 Quadro de Dist ncias Tabela 6 2 2 1 Vaz es caracter sticas e dados hidrol gicos do rio Xingu Tabela 6 2 6 4 1 Indicadores hidrol gicos Postos Fluviom tricos Tabela 6 2 7 1 Resumo dos Cen rios Simulados Tabela 6 2 7 2 Hidrograma ambiental Vaz es pro
418. te 42 J A pista de pouso d acesso a diversas ro as e separa a aldeia do cemit rio que fica a seu lado Em uma de suas extremidades a que fica em dire o do rio est o campo de futebol A escola constru da com madeira tem duas salas de aula e a resid ncia dos professores atualmente um casal no mesmo edif cio com uma varanda atendo alunos das s ries inicial a 42 e alfabetizando adultos no turno noturno conforme descrito no item Educa o acima H ainda a casa em alvenaria que comporta a enfermaria a farm cia e a resid ncia do funcion rio da sa de nela a farm cia se abre com um balc o para uma varanda onde os ndios recebem a medica o Duas salas internas servem de enfermaria com macas e bal es de oxig nio armazenamento de medicamentos e escrit rio com uma mesa de trabalho utilizada pela funcion ria No outro extremo do pr dio a resid ncia com um banheiro interno e um c modo que re ne cozinha e quarto Conta com um sistema completo e po o de 96m de profundidade recentemente perfurado em rea de dif cil acesso a gua pot vel no subsolo Um equipamento para tratamento da gua autom tico foi comprado mas ainda n o instalado dependendo da licita o de t cnico para instala o A gua consumida nas casas tratada por hipoclorito distribu do comunidade Isso n o causa preocupa o j que a gua do po o considerada de boa qualidade profundo sem fossa perto e estando longe do rio
419. te no que se refere ao alagamento das plan cies aluvionares Estudos mostraram atrav s do c lculo de remanso uma interfer ncia da Cheia do rio Xingu da ordem de at 25 km montante da foz do rio Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 63 J No entanto n o foram apresentados dados prim rios ou conclus es baseadas em par metros quantitativos que pudessem equacionar quest es sobre a capacidade da bacia do rio Bacaj suportar o estresse h drico imposto pela redu o de vaz o do rio Xingu Da mesma forma h preocupa es sobre a produ o de sedimentos no interior da bacia uma vez que as cabeceiras do rio Bacaj n o se encontram em rea de preserva o como seu m dio curso e certo que o empreendimento trar para o local uma forte press o antr pica fomentando mesmo que de forma indireta desmatamentos e ocupa o humana que induzir o a um prov vel quadro de aumento da oferta de sedimentos para o interior da bacia As an lises sedimentol gicas revelaram que o rio Bacaj tem caracter sticas de transporte de sedimentos maiores do que o rio Xingu no trecho em quest o Por isso indica se a realiza o de estudos hidrossedimentol gicos ainda mais com o cen rio de press o antr pica se intensificando uma vez que os impactos de um empreendimento dessa envergadura devem ser analisados de forma cumulativa caracterizando a tend ncia de altera o
420. tiveram presentes junto aos homens durante a apresenta o mas n o falaram Na aldeia Mrotidjam o chefe Bep Katenti Maradona e os mais velhos falaram e s ent o alguns dos mais jovens falaram Na aldeia do Bacaj os jovens foram encorajados a falar e alguns fizerem discursos formais na l ngua ind gena falando em p e alto enquanto outros falaram em portugu s ou na l ngua sentados e para o gravador Eles falaram depois dos velhos que fizeram discursos formais em p munidos de bordunas ou arcos e flechas como manda a tradi o Em Pat Kr os jovens tamb m foram encorajados a falar e alguns deles o fizeram com um discurso formal enquanto outros falavam para o gravador Em Pykayaka apenas Tucum e seu genro mais velho fizeram discursos completos os demais registraram sua concord ncia com esses discursos que permaneceram como o consenso J em Mrotidjam nas primeiras reuni es surgiu a proposta de que no nosso retorno para a apresenta o do relat rio todos se reunissem em uma nica aldeia a do Bacaj Essa proposta foi aceita por todas as aldeias e ficou combinado que a chegada da equipe com a Funai e o Ibama seria anunciada e combinada a tempo deles se reunirem na aldeia do Bacaj Reuni o na aldeia Mrotidjam Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 167 Reuni o na casa dos homens aldeia Mrotidjam Reuni o na aldeia Bacaj Estudo Socioa
421. to AHE Belo Monte 82 J Foram registradas alta densidade e baixa diversidade durante o per odo da Seca 20 vezes maior do que na Cheia quando a riqueza de esp cies foi alta Com a redu o dos n veis da gua durante a Seca formam se po as de gua onde se concentra mat ria org nica formando um ambiente prop cio ao desenvolvimento de grande quantidade do fito e zoopl ncton mas com menor diversidade dos organismos pois muitas localidades ficam sem gua No come o do per odo de Enchente as po as igarap s e tribut rios s o inundados arrastando todos os organismos inclusive aqueles que se encontram em est gios de dorm ncia causando um aumento na riqueza de esp cies que se verifica na Cheia Por outro lado a densidade dos organismos na Cheia reduzida pelo volume de gua o qual cerca de 20 vezes maior do que na poca da Seca sofrendo dilui o e tamb m pelo aumento da correnteza que carreia todos os organismos que flutuam n o oferecendo condi es para se reproduzirem N o houve diferen a significativa na densidade total entre os compartimentos do rio Xingu nos per odos amostrados Em rela o riqueza de esp cies a calha do rio Xingu apresentou maior riqueza durante o per odo da Seca sem diferen a significativa nos tribut rios O rio Bacaj apresentou a 42 maior densidade e o maior valor de riqueza de esp cies na Enchente 6 3 1 9 3 Fitopl ncton No total foram amostrados 111 t xons em
422. tos decorrentes no caso de sua constru o o que n o era um estudo acabado e que o relat rio seria apresentado Funai incorporando as palavras deles para avalia o antes da licita o da obra Era importante tamb m apresentar Isabelle Giannini que nem todos conheciam ainda e explicar os nossos pap is j que ela coordena o estudo e fazia a visita como bi loga enquanto Clarice Cohn iria atuar como antrop loga auxiliando no estudo por indica o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 165 deles Ressalt vamos tamb m a exist ncia de estudos sobre a regi o do Xingu e sobre os n o ndios e o in cio dos estudos sobre as popula es ind genas definidas como atingidas ou afetadas assim como o fato de que come vamos a fazer um estudo at ent o n o realizado sobre o Rio Bacaj e os efeitos nele da vaz o reduzida no Xingu Levamos uma s rie de material gr fico preparado pela equipe Levamos em tamanho AO mapas que mostravam o projeto da AHE mostrando os reservat rios do Xingu e dos Canais a barragem no S tio Pimental a Caixa de For a em Belo Monte e as previs es para a vaz o reduzida da Volta Grande Levamos tamb m gr ficos estat sticos com a previs o de migra o para a constru o da barragem e de resid ncia ap s sua conclus o Outro mapa indicava as terras protegidas na regi o Terras Ind genas Unidades de Conserva o e afins os asse
423. tradas individualmente alunos com desist ncia ou que n o alcancem a meta podem ser rematriculados em novas turmas A continuidade prevista para esse Programa a inclus o do aluno alfabetizado nos programas de Educa o de Jovens e Adultos EJA que at o momento n o existe nas reas ind genas A avalia o do programa realizada por meio de um relat rio final dos professores encaminhado coordena o de turma neste caso a coordenadora da escola ind gena Cec lia Maria Nascimento Batista e ent o ao gestor neste caso a Secret ria de Educa o Profa Nilcea Alves de Moura que finalmente o encaminha ao Programa A aldeia Bacaj matriculou 32 alunos em duas turmas de 16 uma feminina com aulas ministradas pela professora e uma masculina com aulas ministradas pelo professor a aldeia Mrotidjam matriculou 28 alunos n o h ainda matr culas confirmadas para as outras duas aldeias A SEMEC encaminhou a documenta o de uma fam lia da aldeia Pat Kr para o Bolsa Fam lia que a concedeu Os professores atuantes nas escolas das aldeias da TI Trincheira Bacaj s o em sua maioria contratados pela Secretaria Municipal de Educa o apenas um deles sendo concursado o professor Glebson Aureliano da Silva do EMEF Ng r r ti da aldeia Bacaj respons vel pela Educa o Infantil com 20 alunos O ltimo concurso foi realizado h 5 anos e a Secretaria n o realiza concursos espec ficos para educa o ind gena N o h prof
424. tro lado a proposi o de um hidrograma que mesmo com valores diminutos consiga representar a sazonalidade do regime fluvial natural no nosso entendimento a alternativa mais indicada O que question vel a ado o dos valores m ximos e m nimos de vaz o e os crit rios empregados para defini los quando especificamente com rela o ao rio Bacaj sabe se que os principais impactos diretos decorrentes da opera o do AHE Belo Monte estar o relacionados redu o do alagamento das plan cies de inunda o hoje a verificadas com efeitos negativos potenciais para a ictiofauna qualidade das guas e vegeta o marginal Portanto no contexto de se procurar elementos para avaliar e propor medidas para minimizar os impactos sobre a Terra e comunidades ind genas que ocupam as margens do Bacaj os estudos hidrol gicos hidrogr ficos hidrossedimentol gicos e modelagens matem ticas como os realizados para o baixo curso do rio e para a ADA necessitam ser extendidos para um trecho mais representativo possivelmente at um ponto a montante do limite sul da TI Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 64 6 3 MEIO BI TICO Para o Meio Bi tico os levantamentos de campo conduzidos no mbito do EIA do AHE Belo Monte foram realizados nos per odos de Cheia mar o a maio Vazante junho a agosto Seca setembro a novembro e Enchente dezembro a fevereiro send
425. u Hura crepitans a piranheira Piranhea trifoliolata a abiurana da v rzea Pouteria glomerata e acapurana Campsiandra laurifolia al m da ucu ba Virola surinamensis e suma ma Ceiba pentandra com destaque quelas amea adas de extin o ucu ba Virola surinamensis e o acap Vouacapoua americana No caso do rio Bacaj os estudos de remanso apresentados no EIA indicam que com a diminui o da vaz o no rio Xingu o efeito de remanso poder ser reduzido em 1 3 sendo que Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 93 J hoje este efeito estimado em 25 km a partir da foz deste rio Esta situa o ir impor tamb m para as reas mais afastadas da conflu ncia do rio Bacaj com o rio Xingu um regime de estresse h drico o que levar a altera es da composi o flor stica e at mesmo extin o local de esp cies Sendo assim conclu se que o empreendimento acarretar impactos negativos sobre a vegeta o terrestre 6 3 3 AVALIA O DOS POSS VEIS IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A TI TRINCHEIRA BACAJA Os resultados do levantamento realizado em campo apontaram dentre outros que Os ndios ca am e consomem v rias esp cies como macacos kukoi kukoika kr kukoikrut on a parda ropm ti on a pintada ropkrore capivara kunum paca ngra cutia kukeire cateto angrure queixada angr tatus tonti veado mateiro nhiadju
426. udo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 40 J Para as vaz es menores de 7 851 4 000 e 1 500 m s a influ ncia se d at os 7 km iniciais Em outras palavras ao se diminuir a vaz o do rio Xingu minimiza se a influ ncia desse rio nas inunda es do rio Bacaj O Cen rio 2 vaz o no rio Bacaj de 840 m s na m dia mensal de abril observa se que a partir de 25 km da foz n o se tem influ ncia no rio Bacaj decorrente da Cheia m dia anual no rio Xingu Para vaz es menores de 7 851 4 000 e 2 000 m s as linhas d gua se confundem a partir do km 10 ou seja a influ ncia da Cheia do rio Xingu sentida no rio Bacaj at 10 km da foz Verifica se uma perda de plan cie na foz entre a vaz o de 23 414 e 7 815 m s devido uma diferen a de n vel d gua de 3 0 m que passa a da ordem de um metro a 15 km da foz Por fim no Cen rio 3 vaz o no rio Bacaj de 40 m s na m nima m dia mensal de maio para as vaz es de 7 851 4 000 e 1 800 m s as influ ncias do rio Xingu no rio Bacaj se manifestam respectivamente at cerca de 25 10 e 2 5 km da foz A influ ncia do rio Xingu na vaz o de 1 300 m s fica limitada a um trecho pr ximo a foz antes do trecho encachoeirado distante cerca de 1 5 km desse ponto Os gr ficos resultantes da modelagem com as respectivas linhas d gua encontram se representados na figura 6 2 6 3 1 FUNDO Quingu 150
427. udos Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 56 A TITB situa se praticamente a 130 km de dist ncia da cidade de Altamira considerando o limite perimetral da rea demarcada e a 140 km ao considerar a primeira nuclea o ind gena a Aldeia Pykayaka e O maior componente ambiental da TITB o rio Bacaj seu principal elemento da paisagem sendo o rio o meio primordial de transporte e fonte de alimenta o para as comunidades ind genas e A TITB coincide em n vel macro com os limites da bacia hidrogr fica do rio Bacaj em seu m dio alto curso e A TITB possui cerca de 1 650 ha de extens o e encontra se em timo estado de conserva o com menos de 2 de sua rea desmatada seja por a o da comunidade ind gena ou por transgress es de uso decorrentes da outras atividades e Tanto em termos de conserva o da cobertura vegetal como particularmente das plan cies fluviais e potencial de eros o os terrenos da TITB apresentam bons indicadores de preserva o ambiental e A TITB possui um plano de manejo sustent vel em processo de aprova o que visa a explota o de seus recursos florestais de forma sustent vel Os principais impactos identificados em decorr ncia da instala o e opera o do empreendimento e que podem mesmo que indiretamente afetar o meio f sico ou o modo de vida das comunidades e Terra Indigena Trincheira Bacaj s o identif
428. ue em fun o das demandas energ ticas ter uma dura o maior do que o ciclo sazonal regular Por sua vez o per odo de Cheia ser reduzido e talvez n o seja suficiente para reequilibrar as rela es ambientais do ecossistema Se ainda for considerado que a regi o receber um aporte populacional muito elevado com demandas elevadas por saneamento disponibilidade h drica atividades de lazer e outras necessidades b sicas sem d vida as consequ ncias apresentadas no quadro em quest o ser o potencializadas 6 2 9 CONSIDERA ES FINAIS Os estudos apresentados no mbito de EIA no que tange parte hidrol gica caracterizam de forma sistem tica os segmentos do rio Xingu e de seus afluentes que est o inseridos dentro das reas de influ ncia do empreendimento O primeiro n cleo populacional da TI Trincheira Bacaj a Aldeia Pykayaka dista aproximadamente 140 km de Altamira seguindo os cursos dos rios Xingu e Bacaj Essa dist ncia faz com que os impactos diretos sejam amortecidos mas n o impede que seus efeitos delet rios possam ter consequ ncias adversas nos componentes do meio f sico e bi tico que formam a bacia do rio Bacaj Pela an lise do material do EIA n o foi poss vel responder de forma conclusiva a algumas importantes indaga es da comunidade ind gena em rela o ao destino do rio Bacaj O massivo de estudos concentra se nas reas diretamente afetadas pelo empreendimento como os compartime
429. ue crescem sobre os pedrais O acari zebra Hypancistrus zebra esp cie de acari de grande import ncia econ mica na pesca de peixes ornamentais que ocorre na regi o desde pouco antes de Belo Monte ao longo de toda a Volta Grande e at pouco acima de Altamira uma das esp cies que mais sofre press o de captura Na Volta Grande 43 dos indiv duos foram classificados como virgens ocorrendo praticamente o ano todo Isto denota a import ncia desta regi o como habitat de esp cimes jovens Em segundo lugar neste setor destacam se os indiv duos desovados 6 3 1 7 Macroinvertebrados Aqu ticos Os macroinvertebrados aqu ticos foram amostrados nas esta es de Seca Enchente Cheia e Vazante em 28 pontos amostrais sendo 15 na Area I tr s nas proximidades do rio Iriri um montante de Altamira oito no entorno de Altamira tr s nas proximidades do barramento principal oito na Area II cinco montante do rio Bacaj um no rio Bacaj um no canal de deriva o e um montante de Belo Monte e cinco na Area III um jusante de Belo Monte tr s nas proximidades de Vit ria do Xingu e um nas proximidades de Senador Porf rio Foi registrado um total de 69 t xons sendo os mais frequentes e abundantes Chironomidae e Oligochaeta A maioria das fam lias da Classe Insecta principalmente da Ordem Coleoptera mas outros grupos como Anellida e Mollusca tamb m estiveram presentes durante todo o per odo estudado Nematoda P
430. um elemento de paisagem S o florestas localizadas na plan cie de inunda o com desn vel variando entre 4 e 8 m nos picos anuais de Enchente e Vazante Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 86 Figura 6 3 1 11 1 Mapa de Vegeta o Em tons de verde as varia es da Floresta Ombr fila Notar a distribui o da Floresta Aluvial ao longo do rio Bacaj e afluentes al m dos desmatamentos identificados pelo projeto PRODES em vermelho As Florestas Secund rias que se originam ap s a a o antr pica s o popularmente denominadas de capoeira Foram identificadas duas classes de idade das capoeiras jovens consideradas aquelas com at 10 anos de recrescimento sendo as predominantes e antigas com mais de 10 anos de recrescimento As principais esp cies da capoeira jovem foram os arbustos conhecidos como lacre Vismia guianensis e V cayennensis emba bas Cecropia palmata C latiloba e C concolon maria preta Cordia scabrifolia jurubebas Solanum juripeba e S stramonifolium tapiririca Tapiriria guianensis chumbinho 7rema mircantha e mata calado Casearia javitensis e C arborea Foram comuns tamb m indiv duos jovens de esp cies da sucess o ecol gica mais avan ada como o par par Jacaranda copaia muiravuvuia Croton matourensis burra leiteira Sapium lanceolatum morotot Didymopanax morototoni e envira preta Guatteria poeppgiana
431. umana ocupando uma rea de 588 41 km o que corresponde a 11 da AID Entre as 427 esp cies registradas nas 24 parcelas das tr s reas de estudos quatro 0 9 apresentaram abund ncia superior a uma centena jodo mole pau preto melancieira 4 exa grandiflora acapu Vouacapoua americana contudo outras 135 esp cies 31 6 ocorreram com apenas um indiv duo Dezenove esp cies ocorreram em metade ou mais das unidades amostrais sendo que jodo mole e melancieira ocorreram em 22 e 21 parcelas respectivamente As Florestas Ombr filas abertas com Palmeiras ocupam uma rea de 1 041 91 km o que correspondeu a 20 da AID Entre as 369 esp cies registradas nas 20 parcelas das tr s reas de estudos quatro 1 1 apresentaram abund ncia superior a uma centena baba u pau preto breu grande e jo o mole Entretanto outras 135 36 6 ocorreram com apenas um indiv duo Catorze esp cies ocorreram em metade ou mais das unidades amostrais sendo que jo o mole e geniparana da v rzea Gustavia hexapetala ocorreram em 17 parcelas As Florestas Ombr filas Aluviais sofreram inunda o durante parte do ano e abrangeram 429 04 km o que corresponde a 8 3 da AID ocorrendo nas margens do rio Xingu e sendo mais comuns na zona do baixo curso Em alguns trechos apareceram forma es com as palmeiras jauari Astrocaryum jauari a a e caran Mauritiella armata nas zonas mais rebaixadas do relevo No entanto n o chegaram a configurar
432. vam em plena atividade de coleta da castanha do par para comercializa o em Altamira e as mulheres colhendo em grande quantidade favas de ing e os frutos da bacaba para consumo pr prio Todo deslocamento para essas atividades feito pelo rio Bacaj Mulheres Xikrin transportando lenha atrav s do rio Bacaj Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 158 J a A x ei A rS Pey Coleta de ing e transporte pelo rio Bacaj Sem d vida esta via de transporte utilizada para deslocamento entre as aldeias acesso a ro as que est o situadas ao longo das margens do rio Bacaj acesso para trilhas que adentram a mata e pescaria O rio Bacaj o principal vetor de comunica o desta popula o ind gena Retorno de uma fam lia aldeia Bacaj ap s visita a parentes na aldeia Mrotidjam Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 159 Deslocamento dos ndios da aldeia Pat Kr para o castanhal As atividades de ca a pesca e coleta quase sempre est o associadas entre si j que ao sair para ca ar ou pescar o percurso escolhido permite a coleta de frutas da poca plantas medicinais mel existe uma grande variedade na regi o A ca a muito valorizada e seus produtos s o respons veis pelo principal aporte prot ico na poca de chuva Entre as esp cies mais apreciadas destacam se i ma
433. vel de automa o dotadas de sensores de monitoramento e sistema de comunica o propiciando a coleta e tratamento cont nuos dos dados como precipita o pluviom trica descargas l quidas e s lidas par metros f sico qu micos e de qualidade da gua entre outros Cabe salientar que o Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte 218 monitoramento assistido n o d informa es precisas sobre a natureza da polui o indicada sendo necess rio para tanto a coleta de amostras para an lise posterior em laborat rio A proposi o de um programa de monitoramento hidrossediment gico busca determinar com maior confiabilidade o comportamento do transporte de sedimentos ao longo do rio Bacaj As medi es permitem estimar a tend ncia de transporte e deposi o de sedimentos notadamente em rela o ao baixo e m dio curso do rio Bacaj no contexto de redu o de vaz o do rio Xingu O projeto de monitoramento hidrol gico do rio Bacaj busca determinar com maior confiabilidade o comportamento do regime fluvial do rio Estas medi es permitem avaliar as caracter sticas hidrol gicas do rio no contexto de redu o de vaz o do rio Xingu O projeto de monitoramento Limnol gico e de Qualidade da gua Superficial do rio Bacaj busca acompanhar os padr es de qualidade e aspectos f sico qu micos das guas ao longo do tempo Sugere se estender o Projeto de Monitoramento d
434. vida dessas comunidades A preocupa o com esse impacto compartilhada em diversos momentos ao longo do EIA que destaca o uso do rio como meio de transporte das comunidades ribeirinhas o principal impacto que deve ser minimizado quando se prop e uma redu o de vaz es em per odos de estiagem A presen a do barramento a montante desse trecho provocar uma altera o significativa dos percursos de navega o ou at mesmo a interrup o nos per odos de estiagem se as restri es de vaz es forem muito acentuadas Em primeiro lugar ser diminu do o volume de gua em um trecho que j apresenta dificuldade de navega o no per odo de seca em segundo torna se obrigat rio para se chegar Altamira a transposi o da barragem O estudo apresenta dados da contagem da popula o ano base 2007 totalizando uma popula o de 803 habitantes no trecho da Volta Grande sendo Ilha da Fazenda com 221 habitantes Garimpo do Galo com 111 habitantes e Ressaca com 471 habitantes No entanto neste censo n o est contabilizando as comunidades ind genas da TITB que atualmente 2009 tem popula o superior a 500 indiv duos 6 2 8 4 Impactos Decorrentes da Instaura o do Hidrograma Ecol gico Segundo os estudos analisados com a opera o do AHE Belo Monte logo ap s a barragem principal ser condicionado ao trecho de jusante um regime de vaz es reduzidas Esse estir o de jusante ter aproximadamente 100 km
435. vidade a varia o das velocidades muito mais suave propiciando a pesca navega o abastecimento de comunidades lazer e outras atividades No segundo trecho de maior declividade e contando com a presen a constante de cachoeiras r pidos e corredeiras tornam esse trecho do rio proibitivo para os principais usos DA SPERAN A EIXO UHE ALTAMIRA ANTIGA BABAQUARA D ERR VIP e TA CF AUXILIAR no F x 100 g so E a 8 i BE o a 3 2 JE Tv EO AA i NE E a E E E op et A 3 pr eea k F E d tr Saida ae g E z o E 8 3 8 8 3 5 3 8 i 8 3 DIST NCIA Km Figura 6 2 3 1 Perfil do Rio Xingu no trecho de vaz o reduzida LEME 2008 6 2 4 SE ES TOPOBATIM TRICAS NO TRECHO DE VAZ O REDUZIDA Foram levantadas 18 se es topobatim tricas na rea de interesse compreendida entre a Ilha da Serra e a foz do rio Bacaj formando um trecho com extens o aproximada de 44 km Das 18 se es levantadas 13 foram realizadas no per odo de 2000 a 2001 no mbito dos estudos de viabilidade e cinco se es foram realizadas em mar o de 2008 no complemento dos estudos As se es representaram trechos significativos de ambas as margens do rio Xingu A se o mais pr xima do rio Bacaj encontra se logo montante da conflu ncia se o 7 Para essa sec o foram levantados dados como cota profundidade veloci
436. vidades extrativistas se realizadas nas proximidades da TI podem alterar a qualidade das guas afetando a disponibilidade h drica no entorno da TI e das cabeceiras e formadores de rios como o Bacaj e seus afluentes O aumento pela demanda acarretar em um aumento de pre o de bens e servi os no curto prazo com impacto direto na capacidade de aquisi o desses bens e servi os pelos ndios e sua vulnerabiliza o coopta o para atividades ilegais e n o sustent veis de explora o de recursos 6 6 2 1 1 Impactos associados a o de contrata o e mobiliza o de m o de obra Foi identificado para a a o de contrata o e mobiliza o de m o de obra o impacto prim rio gerando sua rede de preced ncia a saber e Aumento do fluxo migrat rio A Rede de Preced ncia de Impactos Apresenta se na Figura 6 6 2 1 1 1 a seguir a rede de impactos com a descri o do impacto prim rio bem como aqueles que s o dele derivado Possibilidade de aumento da press o sobre a ca a no entorno e dentro da TITB Aumento do fluxo migrat rio Possibilidade de sobrepesca nas reas da foz e do rio Bacaj e nas cabeceiras de seus formadores localizadas fora da TITB Poss vel incremento da press o sobre a TITB para a extra o ilegal de recursos naturais madeira e min rio Crescimento do uso e ocupa o desordenada do entorno a leste ao sul e a norte da TITB Altera o da din mica urbana das
437. xtremamente baixa baseado no crit rio antigo do DNAEE de 1984 Cen rio de vaz o constante baseada na Q da Cen rio de altern ncia entre picos de vaz o com 8000 ou 680 alternados 4000 maior e menor potencial de manuten o de 4000 processos ecol gicos mo 11 Viabilidade Hidrograma utilizado no estudo da viabilidade 2000 Pulso de 4000 E N ta nad O estudo conclui a an lise alegando que em todas as alternativas estudadas continuar o a ocorrer eventos de inunda es no TVR pelos vertimentos da vaz o excedente no entanto a probabilidade de ocorr ncia de inunda o diminuir Em termos conclusivos o EIA opta pelo Cen rio 10 com pequenas modifica es ou seja opta pela ado o que viabiliza a demanda por gera o el trica e mant m condi es ambientais m nimas no trecho de vaz o reduzida O Hidrograma do Cen rio 10 dever ser liberado em um determinado ano e admite que no ano subsequente o sistema possa ser submetido a um estresse h drico ainda maior LEME 2008 r A seguir apresentada uma simula o de vaz es mensais Tabela 6 2 7 2 considerando a implanta o do hidrograma ecol gico proposto para o TVR Estudo Socioambiental da Terra Ind gena Trincheira Bacaj EIA RIMA do Projeto AHE Belo Monte Tabela 6 2 7 2 Hidrograma ambiental Vaz es propostas para o TVR Hidrograma Ambiental vaz es m dias mensais propostas para o TVR Hidrogra E Jan Fev Mar Abr
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