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Estou Preso - ReCiL

1. b Tem um projecto de vida delineado Sim N o c Sente que necessita de apoio ainda durante o cumprimento da sua pena para o ajudar na prepara o da sua sa da bem como na sua reintegra o da sociedade Sim N o d Ap s a sua sa da da pris o como pensa que ficar o os seus consumos Aumentarem Diminu rem Manterem se 28 No geral o que sente relativamente sua sa da da pris o pode seleccionar mais do que uma op o Receio Tristeza C Felicidade Ang stia Nervosismo Indiferen a MUITO OBRIGADA PELA SUA COLABORA O Se desejar acrescentar alguma sugest o IX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional M dulos do programa de interven o preven o SER LIVRE 1 M dulo Conhecimento m tuo Sess o Dura o Material T cnica Actividades Objectivo 1 60 Post it e caneta Quem sou eu Nesta actividade ser sugerido que cada participante se apresente dizendo o seu nome idade e uma caracter stica que o identifique incluindo o t cnico moderador dessa actividade De seguida o t cnico escreve os nomes de todos os participantes em post it individuais Coloca cada um de forma sorteada na testa de cada participante e inicia se o exerc
2. Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional criminal que dava uma vis o punitiva do consumo 1975 a 1982 com a institucionaliza o do modelo cl nico psicossocial sendo o consumo visto como uma situa o cl nica tratamento e com outros relevos que n o o da puni o entre 1983 a 1999 o modelo biopsicossocial constituiu a principal refer ncia do desenvolvimento do fen meno das drogas insepar vel do consumidor referenciando o como sendo um doente que necessitaria de ajuda em todas as vertentes que o constituem biol gico social e psicol gico e por fim a partir de 2000 o modelo da descriminaliza o das drogas fundamentado nas novas medidas legislativas adoptadas nesse sentido nomeadamente a protec o sanit ria e social dos consumidores de tais subst ncias sem prescri o m dica promovendo o tratamento volunt rio do consumidor Lei 30 2000 29 de Novembro Os desenvolvimentos suscitados por divergentes convic es expostas ao longo dos nossos tempos confrontadas com a mat ria de droga impulsionaram uma adapta o de comportamentos e atitudes designadamente novas formas de encarar a problem tica e clarificar as principais tend ncias das pol ticas relacionadas em Portugal desde 1970 at hoje 1 1 Vicissitudes evolutivas O fen meno d
3. donativos a institui es de solidariedade social Com a denominada Lei da Droga a aquisi o e a deten o para consumo pr prio de plantas subst ncias ou prepara es contidas nas tabelas anexas ao Decreto Lei n 15 93 de 22 de Janeiro passaram a compreender contra ordena es Contudo a posse ou consumo n o pode exceder as quantidades necess rias para o consumo individual num determinado espa o de tempo correspondente a dez dias Esta situa o legislativa procura solucionar a problem tica patente ao consumo de droga com o tratamento volunt rio onde poss vel a qualquer m dico referenciar o abuso de plantas subst ncias psicotr picas ou estupefacientes aos servi os de sa de do Estado Assim entendem se legitimadas as medidas de tratamento ou assist ncia no interesse do paciente dos familiares e comunidade para os quais n o existam meios dispon veis Artigo 3 Com este dispositivo jur dico lei 30 2000 29 de Novembro tornou se poss vel a colabora o com outras entidades nomeadamente o Instituto Portugu s da Droga e Toxicodepend ncia IPDT a Comiss o para a Dissuas o da Toxicodepend ncia CDT para a execu o de tratamentos aceites pelo consumidor toxicodependente E para o cumprimento 21 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prision
4. O abuso de droga pode aumentar ou iniciar se mediante alguns vectores sempre que o recluso esteja desmoralizado desconhe a a influ ncia negativa desse consumo esteja suscept vel interfer ncia exercida pelos pares possua uma predisposi o gen tica para o abuso de determinada subst ncia ou ainda quando este se sinta mal integrado no meio Vaillant 2004 Em meio prisional considera se que a estrutura social e a sua organiza o t m um forte contributo no desenvolvimento do comportamento de adi o levando a uma restri o interactiva que pode resultar em consequ ncias desadaptativas a os factores de riscos se desenvolverem continuamente Deste modo as interven es submetidas dentro dos 84 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional estabelecimentos devem ser gen ricas incluindo toda a comunidade prisional independentemente da liga o com a problem tica em quest o A interven o relacionada com a toxicodepend ncia segundo Martin 1995 p 55 citado por Moreira 2005 designada como um processo activo de implementa o de iniciativas tendentes a modificar e melhorar a forma o integral e a qualidade de vida dos indiv duos fomentando o autocontrolo individual e a resist ncia colectiva face oferta de drogas Concludentemente prev s
5. O uso de subst ncias psicoactivas assim como outros comportamentos de risco n o se submetem a rela es causais expl citas A toxicodepend ncia multifactorial e complexa podendo chegar conjuga o de v rias naturezas referentes a aspectos biol gicos psicol gicos sociais e culturais Abra o 1999 2 1 Comportamentos aditivos Dependente da hero na Dependente da coca na Dependente do lcool Dependente do tabaco Dependente do caf DEPENDENTE Atrav s de procedimentos simples ou complexos o homem descobriu a sua pr pria produ o de estados de satisfa o e prazer artificial Existe um c mputo de ind cios hist ricos e etnogr ficos que permitem distinguir as diferen as existentes nas sociedades Muitos dos produtos para estimular sedar disfar ar a dor provocar mudan as sociais motivar sensa es agrad veis alterar o estado de humor a cogni o e a percep o alucinar apreciar diferentes formas de conhecimento divergentes das habituais entre outros servem quando usados e consumidos para definir o conceito de consumo de drogas Roman 1999 27 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Toscano Jr 2001 Contudo tudo seria diferente caso essa produ o n o corroesse por dentro e provocasse consequ ncias devastadoras N
6. o seu entendimento face ao acompanhamento psicol gico em meio prisional quest o vinte e um ou de acordo com as regras do estabelecimento prisional que estrat gias seriam ben ficas na redu o das adi es quest o vinte e cinco e vinte e seis A quinta dimens o do inqu rito corresponde perspectiva do recluso face a sua reinser o social congregando os itens vinte e sete e vinte e oito As quest es s o direccionadas para a reinser o social do detido incluindo os seus sentimentos face a mesma bem como a eventual necessidade de beneficiarem de interven o psicol gica Gon alves 1998 na prepara o do seu projecto de reinser o Sendo a ressocializa o do agente do crime o fim ltimo das medidas penais Almeida et al 2003 Vieira 2005 Conselho da Europa 2006 sejam privativas de liberdade ou n o i e pena suspensa trabalho a favor da comunidade entre outras e um ponto fulcral da estrat gia nacional de luta contra a droga OEDT 2009 importa conhecer a opini o do recluso face a mesma A informa o da extra da ser fundamental para o desenho do programa de interven o devendo este responder da melhor forma poss vel s necessidades identificadas A medida de avalia o foi constru da em conjunto com a Dra Rita Domingos a desenvolver investiga o no EP de Vale de Judeus uma vez que ambas as investiga es se inserem no mbito da toxicodepend ncia em meio prisional tendo como objectivo
7. tabela 36 Com atribui es de menos import ncia temos o papel invertido da situa o anterior excluindo os acessos a programas de substitui o e as unidades livres de droga equiparadas no seu valor No que toca s opini es emitidas pelos reclusos referentes a algumas frases ajuda a perceber o valor dado a cada medida proposta de abandono dos consumos Os reclusos concordam que os toxicodependentes precisam de ajuda 100 tabela 41 e que n o s o todos iguais 90 tabela 40 necessitando de tratamento especializado e adequado aos seus consumos afirmam ainda que os toxicodependentes n o t m um comportamento comum 88 tabela 38 e que n o s o delinquentes 72 tabelas 39 devendo ser tratados abrangendo a rea biopsicossocial e n o punidos com pena privativas de liberdade Poiares 1998 Agra 1993 2008 Assim o recluso considera todas as op es fornecidas no inqu rito relativamente aos consumos de droga nas pris es como dignas de ser implementadas sendo lhes atribu da uma percentagem sempre igual ou superior a 84 tabela 42 43 44 45 Quanto s restantes quest es contidas no question rio aplicado e n o abordadas ou analisadas neste ponto dizem respeito informa o meramente indicativa para a constru o do programa n o afectando o sentido e as din micas que ser o tratadas no desenrolar da 78 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferre
8. 11 3 12 2 13 4 14 3 15 8 16 7 17 4 18 6 19 1 20 3 25 1 33 1 Total 50 Percent 8 0 4 0 2 0 6 0 4 0 8 0 6 0 16 0 14 0 8 0 12 0 2 0 6 0 2 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 8 0 12 0 14 0 20 0 24 0 32 0 38 0 54 0 68 0 76 0 88 0 90 0 96 0 98 0 100 0 LXXIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 30 Tipo de droga com que se iniciou Frequency Valid N o responde 4 lcool 8 Haxixe 10 Marijuana 3 Hero na 1 Tabaco 23 15 1 Total 50 Percent 8 0 16 0 20 0 6 0 2 0 46 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 8 0 24 0 44 0 50 0 52 0 98 0 100 0 LXXX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 31 Consumos ap s entrada na pris o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Aumentaram Mantiveram se Diminu ram Deixou de consumir Total 20 21 50 8 0 10 0 40 0 42 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia 8 0 18 0 58 0 100 0 LXXXI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Medidas de aban
9. Drogas e Comportamentos de Adic o Um manual para estudantes e profissionais de sa de 37 38 Porto Edi es Universidade Fernando Pessoa Sim es A 2006 Cuidados continuados de psicologia ou se Maom n o vai montanha Tese de p s gradua o em psicologia criminal da justi a e da exclus o social Retirado de http www psicologia com pt artigos textos AQ345 pdf em Abril de 2010 Soares M 1988 Consulta de psicologia a toxicodependentes em meio prisional refer ncia interven o no estabelecimento prisional de Lisboa Temas penitenci rios DGSP Soares M 1989 Consulta de psicologia a toxicodependentes em meio prisional Temas Penitenci rios N 1 55 60 Edi es Direc o Geral dos Servi os Prisionais Tinoco R 1999 Notas sobre a constru o psico social da identidade desviante em toxicodepend ncia In www psicologia com pt Acedido em 10 de Maio 2010 em http www psicologia com pt artigos imprimir php codigo A0169 Torres A Maciel D Sousa I amp Cruz R 2009 Drogas e Pris es Portugal 2001 2007 estudos universidades Lisboa Instituto da droga e da toxicodepend ncia I P Torres A amp Gomes M 2002 Drogas e Pris es em Portugal Lisboa CIES ISCTE Torres A amp Gomes M 2005 Drogas e Pris es Rela es Pr ximas Toxicodepend ncias Vol 11 n 2 pp 23 40 Edi es IDT Retirado de 105 Universidade Lus fona das Humanidade
10. Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o 7 Dura o 20 Material Mantas e aparelho de som com m sica de fundo T cnica Relaxamento Actividades Os participantes s o convidados a deitarem se nas mantas de barriga para cima e o t cnico vai falando dando indica es que os sujeitos devem seguir com aten o e respeitando o fluxo natural do pr prio corpo Ap s o exerc cio o t cnico verifica atrav s de uma partilha activa as dificuldades que os sujeitos enumerem e tenham sentido durante o exerc cio Objectivo Favorecer em cada participante um estado geral de relaxamento capaz de facilitar o contacto consigo mesmo Estimular o auto controlo de sentimentos pensamentos e atitudes 30 C pias do texto Introspectiva Leitura de um texto criativo a todos os participantes e posterior discuss o Texto saborear Proporcionar momentos de introspec o sobre o passado presente e futuro de cada um XVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o Dura o Material T cnica Actividades 8 50 a 90 Bal es de diversas cores tiras de papel e aparelho de som com respectiva m sica ambiente Ba
11. a droga vista como indissoci vel da viv ncia humana e por isso considerada como um problema social Dentro das tr s componentes de conflito que Nowlis 1975 identifica para a compreens o da utiliza o das drogas considera que o modelo jur dico moral m dico ou de sa de p blica psicossocial e ainda o modelo s cio cultural s o exemplos da diversidade presente em torno da toxicodepend ncia O modelo jur dico moral enfatiza o produto enquanto agente activo encarando o como in cuo num aspecto social e judicial ou perigoso por n o ser aceite por nenhum dos semblantes anteriores Por seu lado no modelo m dico ou de sa de p blica emerge uma vertente tendencial de substitui o do modelo anterior Por outras palavras aqui a droga era vista como geradora de depend ncia e o indiv duo encarado como vulner vel ou n o vulner vel defendendo que o consumidor deveria ser tratado com a simplicidade normal de tratamento imputada em todos os outros doentes Com o modelo psicossocial o indiv duo tido como o centro de todo o processo numa l gica tripartida droga indiv duo contexto Deste modo tanto o consumidor como o consumo de drogas encarado como um factor 20 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional complexo e din mico fazendo parte do mo
12. de Porto Edi es Universidade Fernando Pessoa Nunes L 2010 Crime e comportamentos criminosos Porto Edi es Universidade de Fernando Pessoa OEDT 2002 Relat rio anual sobre a evolu o do fen meno da droga na Uni o Europeia e na Noruega Quest es espec ficas cap 3 p 45 50 Retirado de http www emcdda europa eu attachements cfm att 37265 PT sel2002 Ipt pdf em 4 de Novembro 2009 OEDT 2009 Relat rio anual a evolu o do fen meno da droga na Europa Retirado de http www min saude pt NR rdonlyres 3125D77D 636B 4CAE 8445 B8223A3FA948 0 att 93236 PT EMCDDA AR2009 PT pdf em 6 de Novembro 2009 103 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional OEDT 2010 Relat rio anual a evolu o do fen meno da droga na Europa Retirado de http www emcdda europa eu attachements cfm att 120104 PT EMCDDA AR201 O PT pdf em 20 de Novembro 2010 Otero L pez J 1997 Droga y delincuencia Un acercamiento a la realidad Madrid Ediciones Pir mide Poiares C 1998 An lise Psicocriminal das Drogas O Discurso do Legislador Disserta o apresentada ao Departamento de Psicologia da Universidade do Porto para obten o do grau de Professor Doutor orientada por C ndido Agra Poiares C 2001 Da justi a psicologia raz es amp tr
13. http www scielo br pdf rbp v28s2 03 pdf Cl udio V amp Mateus M 2000 SIDA eu e os outros 113 125 Lisboa Climepsi editores Comiss o Europeia 2003 Relat rio da comiss o ao parlamento europeu e ao conselho sobre a aplica o da recomenda o do conselho de 18 de Junho de 2003 relativa preven o e redu o dos efeitos nocivos da toxicodepend ncia para a sa de Jornal oficial da Uni o Europeia Retirado de http eur lex europa eu LexUriServ LexUriServ do uri OJ L 2003 165 0031 0033 PT PDF em 13 de Maio de 2010 96 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Conselho da Europa 2006 Regras penitenci rias europeias Recomenda o Rec 2006 2 do comit de ministros dos estados membros sobre regras penitenci rias europeias Tradu o de Maria Jos Matos amp Jorge de Castilho Pimentel Conselho da Europa Cunha Filho H amp Ferreira Borges C 2008 Uso de subst ncias lcool e tabaco e outras drogas Lisboa Coisas de Ler Edi es Cunha Filho H 2004 In Cunha Filho H 2005 Necessidades de interven o no consumo de lcool tabaco e outras drogas em Portugal Interven o em sa de Vers o electr nica Revista portuguesa de sa de p blica 23 n 2 Acedido em 4 de Novembro de 2009 em http www ensp unl pt dispos
14. lcool anfetaminas ou simpaticomim ticos de ac o similar cafe na cannabis coca na alucinog nios inalantes nicotina opi ceos fenciclidina PCP ou arilciclo hexilaminas de ac o similar e sedativos hipn ticos ou ansiol ticos e a coca na com anfetaminas e simpaticomim ticos de ac o similar As perturba es relacionadas com subst ncias ramificam se em dois grupos perturba es pela utiliza o de subst ncias e g depend ncia e de abuso de subst ncias e perturba es induzidas por subst ncias e g intoxica o por subst ncias abstin ncia de subst ncias delirium induzido por subst ncias dem ncia persistente induzida por subst ncias perturba es mn sicas induzidas por subst ncias perturba o psic ticas induzidas por subst ncias perturba es do humor relacionadas com subst ncias perturba o da ansiedade induzida por subst ncias perturba es sexuais induzidas por subst ncias e por ltimo perturba es do sono induzidas por subst ncias Os consumos quando evoluem para estado de depend ncia f sica toler ncia ou abstin ncia e depend ncia psicol gica utiliza o compulsiva originam sucessivas perdas de 32 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional autodetermina o da conduta do sujeito exemplo disso s o os compor
15. o minimizando ou pondo fim aos consumos da popula o reclusa 7 5 An lise e Discuss o de resultados Ap s o levantamento do problema efectuou se uma pesquisa bibliogr fica com o intuito de delinear os prop sitos do presente estudo Algumas quest es foram levantadas de forma hipot tica prosseguindo com a investiga o para o aprofundamento da mesma Os resultados obtidos atrav s dos dados estat sticos evidenciaram diferen as em algumas hip teses bem como a inexist ncia noutras Relativamente ao inqu rito constru do apresentado um a de Cronbach s de 0 653 considerado aceit vel e consistente na sua generalidade Contudo quanto s dimens es vigentes nesse mesmo inqu rito a consist ncia de cada uma j n o se aplica de forma homog nea no seu todo havendo a car ncia de altera es e modifica es de alguns itens bem como do agrupamento de alguns itens em determinadas categorias Todavia e apesar da falta de homogeneidade presente na consist ncia de cada dimens o explorada no inqu rito verific mos que o instrumento utilizado nos possibilita a explora o da mat ria sugerida na investiga o Este faculta nos informa o satisfat ria para o fim objectivado na investiga o o programa de interven o juspsicol gico 75 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsico
16. o do programa de interven o de modo a conseguir trabalhar com os reclusos algumas medidas que fossem de encontro vontade por eles demonstrada em controlar os consumos ou de os sensibilizar para as consequ ncias do mesmo permitiu nos criar nesta popula o defesas consistentes para o confronto com as subst ncias psicoactivas trabalhando as lacunas existentes nas compet ncias sociais e pessoais que se evidenciaram indispens veis No desenrolar da investiga o fomo nos apercebendo que a exist ncia de consumos dentro do EP era evidente em alguns reclusos Contudo os resultados estat sticos n o o revelaram de forma significativa levando nos a concluir que muitos dos reclusos n o se consideram consumidores e muitos n o revelam no preenchimento do inqu rito os consumos reais existentes Muitos dos reclusos que participaram na fase de inqu rito questiona vam nos com a seguinte quest o mesmo para dizer a verdade Por m e apesar de os resultados n o demonstrarem consumos significativos estes n o deixam de existir devendo continuar a preocupa o actual de encontrar formas de controlar os consumos e as vias de realiza o do mesmo e ainda as respectivas consequ ncias de sa de prisional e assist ncia t cnica Assim e de acordo com a vontade dos reclusos o nosso programa divide se em duas partes a parte terap utica iniciada antes da implementa o das sess es do programa e o 93 Universidade Lus fona das
17. popula o reclusa pelo consumo O uso e consumo de subst ncias psicotr picas s o actualmente uma das maiores preocupa es a n vel mundial sendo nomeadamente nos estabelecimentos prisionais que essas preocupa es se evidenciam acarretando com todas as implica es ao n vel psicol gico e de sa de As fragilidades emocionais e motivacionais est o muito marcantes neste meio Os sujeitos a inseridos envolvem se num misto de priva es de liberdade de priva es de contactos sociais e de regras internas que s o de cumprimento obrigat rio Por fim chama a aten o para o facto de os consumos estarem muito relacionados com diversos factores nomeadamente familiares sociais s cio demogr ficos situa es jur dico legais entre outras como descoberta de novas diferentes experi ncias Palavras chave Consumos policonsumos estabelecimentos prisionais interven o Juspsicol gica e preven o interven o Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Abstract This thesis attempts to explore the complex dynamics between the existence of drugs and their consumption in prison Our hypothesis concerns the possibility of contextualizing the consumption of psychotropic substances in prisons of Portugal based on an analysis of the reality of the phenomenon in
18. segundo a informa o recolhida por parte de alguns reclusos inquiridos no seguimento da investiga o desenvolvida Pode ser descrito como positivo pois ajuda emocionalmente os sujeitos reclusos no controlo de partilha de sentimentos e emo es queles que se encontram mais pr ximos contudo tamb m se destaca como sendo uma tentativa de abstrac o do meio em que se encontra inserido e focando a sua aten o no mundo que deixou fora daquelas paredes nomeadamente aumentando os estados de tens o e ansiedade nos reclusos Vieira 1998 Como obst culo integra o elencamos a monotonia do dia a dia associada s tarefas di rias e todas as regras existentes no meio que ter o de ser executadas obrigatoriamente A aus ncia constante dos seus familiares est presente como um agente negativo O facto de n o terem o mesmo conv vio com os seus ou de n o poderem acompanhar o crescimento dos filhos o que pode provocar uma enorme instabilidade a n vel emocional Uma das situa es que tamb m se pode ter em conta como negativa ser a impossibilidade de estarem junto de um ente querido em acontecimentos marcantes e g nascimento de um filho morte de um familiar podendo causar um grande sentimento de culpa Estes sentimentos negativos quando aparecem intensamente tendem a provocar um discurso de arrependimento e de condena o moral devido s consequ ncias do seu acto junto dos familiares mais pr ximos Gon alves amp Vieira 1995 G
19. 33 11 50 Percent Cumulative Percent 66 0 66 0 22 0 88 0 8 0 96 0 4 0 100 0 100 0 XLIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 15 1 Padr o de consumo na pris o Marijuana Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 46 50 Percent 92 0 4 0 2 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 92 0 96 0 98 0 100 0 Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 16 Padr o de consumo antes da reclus o Hero na Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia 38 50 Percent 76 0 8 0 2 0 14 0 100 0 Cumulative Percent 76 0 84 0 86 0 100 0 LI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 16 1 Padr o de consumo na pris o Hero na Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 47 94 0 94 0 Raramente 3 6 0 100 0 Total 50 100 0 LII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira R
20. 40 0 Impressor 1 2 0 42 0 Operador de grua 1 2 0 44 0 Empregado de bar mesa 7 14 0 58 0 Ladrilhador 2 4 0 62 0 Tatuador 1 2 0 64 0 Auxiliar de servi os administrativos Ras PRE Aplicador de revestimento 1 2 0 70 0 Militar 1 2 0 72 0 Caixa de supermercado 1 2 0 74 0 XXXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Assistente de realiza o 1 2 0 76 0 Pintor de autom veis 1 2 0 78 0 Pintor 1 2 0 80 0 Mediador de Imobili rio 1 2 0 82 0 Montador de PVC 1 2 0 84 0 Armador de ferro 2 4 0 88 0 Mec nico 2 4 0 92 0 Lavador de autom veis 1 2 0 94 0 Motorista 3 6 0 100 0 Total 50 100 0 XXXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 7 Tempo de pris o em dias Valid Inferior ou igual a 100 dias Entre 101 e 1000 dias Entre 1001 e 3000 dias Entre 3001 e 5000 dias Total Frequency 14 34 1 1 50 Percent 28 0 68 0 2 0 2 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 28 0 96 0 98 0 100 0 XXXIX Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisiona
21. Ang stia Nervosismo Indiferen a 1 Receio felicidade l Total 50 Percent 56 0 2 0 2 0 16 0 4 0 4 0 4 0 4 0 2 0 2 0 2 0 2 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 56 0 58 0 60 0 76 0 80 0 84 0 88 0 92 0 94 0 96 0 98 0 100 0 CIX
22. Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 46 1 Quais os utens lios de consumo partilhados Cumulative Frequency Percent Percent Valid n oresponde 45 900 90 Canudos 1 2 0 92 0 Seringas Tubos Prata 2 4 0 96 0 Mortalhas 1 2 0 98 0 Cachimbos 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 XCVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 47 Import ncia apoio psicol gico na pris o Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 1 2 0 2 0 Sim 49 98 0 100 0 Total 50 100 0 XCVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 48 Beneficia apoio psicol gico na pris o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Sim 12 24 0 24 0 N o 38 76 0 100 0 Total 50 100 0 XCIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 49 Tipo de apoio psicol gico que beneficia na pris o Cumulative Frequency Percent Percent Valid n oresponde 38 7 60 760 Apoio individual 11 22 0 98 0 Terapias d
23. Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional por um estudo relativo ao consumo de droga em Portugal Balsa 2003 onde afirma que relativamente popula o jovem 15 34 anos os resultados indicam que cerca de 13 j experimentaram alguma droga tendo cerca de 7 consumido nos ltimos 12 meses A passagem para os consumos de drogas duras acontece pelos 22 anos no meio de actividades delinquentes ou caracterizada pela pr tica de tr fico de estupefacientes Os comportamentos delinquentes variam entre os 17 e os 19 anos com a pr tica de roubo e furto contudo a tend ncia para a pr tica de tr fico n o demora at se desenvolver chegando aproximadamente aos 24 anos com uma grande parte dos indiv duos sujeitos a interven o das inst ncias formais de controlo Toxicodependentes delinguentes provenientes de fam lias com caracter sticas mais s lidas do ponto vista s cio econ mico empregos fixos e estrutural sem conflitos parentais ou conjugais vis veis do que as dos tipos anteriores Os sujeitos inseridos neste tipo s o mais vinculados fam lia de origem permanecendo nesta at formar a sua pr pria No entanto revelam comportamentos desadaptativos no contexto escolar logo no in cio da entrada na fase escolar A fase laboral iniciada logo ap s o abandono escolar inicia se com a
24. Psicocriminal das Drogas O Discurso do Legislador Tese de Doutoramento P 117 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Joaquim H 2005 Criminalidade e Consumo de Subst ncias Il citas TOXICODEPEND NCIAS Vol 11 n 1 pp 53 64 Edi es IDT Retirado de 100 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional http www idt pt PT RevistaToxicodependencias Artigos 20Ficheiros 2005 1 2005 01 TXT6 pdf em 4 de Novembro 2005 Joyce Moniz L 2005 A modifica o do comportamento a teoria e pr tica da psicologia e psicopedagogia comportamentais Lisboa Livros horizonte Kuhn T 2003 A Estrutura das Revolu es Cient ficas Tradu o Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira T tulo original The Structure of Scientific Revolutions Data de publica o original 1969 7 ed S o Paulo Editora Perspectiva Lei 60 A 2005 de 30 de Dezembro Or amento Geral Do Estado art 96 Lei n 166 99 de 14 de Setembro Lei Tutela Educativa In D Almeida Rami o T 2002 Organiza o Tutelar Educativa de Menores anotada e comentada Jurisprud ncia e legisla o conexa Lisboa Quid Juris sociedade editora Lei n 25 92 31 de Agosto de 1992 Autoriza o ao Governo para rever a Legisla o de Combate Droga Retir
25. Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 19 17 50 Percent 38 0 12 0 16 0 34 0 100 0 Cumulative Percent 38 0 50 0 66 0 100 0 LXX Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 26 Padr o de consumo antes da reclus o Bebidas energ ticas Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 11 20 12 50 Percent 22 0 40 0 24 0 14 0 100 0 Cumulative Percent 22 0 62 0 86 0 100 0 LXXI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 26 1 Padr o de consumo na pris o Bebidas energ ticas Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 43 50 Percent 86 0 4 0 2 0 8 0 100 0 Cumulative Percent 86 0 90 0 92 0 100 0 LXXII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 27 Padr o policonsumo antes da reclus o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Sim 24 48 0 48 0 N o 26 52 0 100 0 Total 50 100 0 LXXIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicol
26. aberta Actividades Criar com os reclusos um v deo promocional para a diminui o dos consumos onde ser o estes a estruturar toda a din mica envolvente nomeadamente o texto que servir a divulga o do v deo Objectivo Perceber se interiorizaram quais os factores de risco inerentes aos comportamentos aditivos XXII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional FICHA DE SUGEST ES Pontos favor veis Pontos a melhorar Sess o Data XXII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional REGISTO INFORMATIVO INICIAL Nome Idade Estado Civil Solteiro Uni o de facto Casado __ Separado ___ Divorciado ___ Vi vo Escolaridade Sem escolaridade n o sabe ler Sem escolaridade n o sabe escrever Sem escolaridade n o sabe ler nem escrever Ensino b sico Ensino secund rio Ensino superior Ensino Profissional Consumidor de droga Sim N o Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia XXIV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Padr es de cons
27. cont m uma sess o a decorrer no dia 15 de Fevereiro iii M dulo das compet ncias pessoais e sociais cont m sete sess es a primeira a decorrer no dia 1 de Mar o b A segunda a decorrer no dia 15 de Mar o c terceira a decorrer no dia 1 de Abril d A quarta a decorrer no dia 15 de Abril e quinta a decorrer no dia 2 de Maio f A sexta a decorrer no dia 16 de Maio g A s tima a decorrer no dia 1 de Junho iv M dulo da conclus o do programa cont m uma sess o a decorrer no dia 15 de Junho 90 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 10 Estrutura organizativa e gest o do programa 10 1 Constitui o da equipa Para o eficaz e ambicionado cumprimento do programa de interven o a equipa dever ser constitu da por uma equipa multidisciplinar Desta forma ser o necess rios dois psic logos sendo inevitavelmente um deles especializado em Psicologia Forense e da Exclus o Social e o outro em Psicologia Cl nica a equipa contar ainda com um psiquiatra um m dico de cl nica geral e ainda a possibilidade da equipa se complementar com a integra o de um enfermeiro na medida em que possibilita o auxilio ao trabalho do m dico A forma o desta equipa tem como finalidade a partilha de conhecimentos divergentes e a adequa o das medida
28. d vida que se instala entre os utilizadores de drogas Ser o estes consumidores de droga ou n o Desta forma foi necess rio perceber se a popula o reclusa que consumia subst ncias psicoactivas antes da reclus o se considerariam consumidores ou n o quando um dos principais indicadores sobre o consumo de droga se refere declara o de se ter consumido pelo menos uma vez na vida qualquer subst ncia quest o n mero doze Torres amp Gomes 2005 Face s refer ncias bibliogr ficas Negreiros 1997 Rodrigues Antunes amp Mendes 1997 Torres amp Gomes 2002 Moreira 2006 OEDT 2009 Fernandes amp Silva 2009 que demonstram a exist ncia de elevados padr es de consumos em meio prisional consider mos fundamental conhecer os h bitos de consumos da popula o reclusa Apresentou se indispens vel tomar conhecimento da idade com que os sujeitos iniciaram os seus consumos uma vez que as traject rias de depend ncia de droga podem emergir de contextos juvenis Torres amp Gomes 2002 quest o n mero catorze e com qual das subst ncias se estreou quest o n mero quinze Assim poder amos perceber qual o historial de consumos antes e ap s a entrada no estabelecimento quest o n mero treze e ainda avaliar as caracter sticas da depend ncia sabendo se houve alguma altera o comportamental antes e depois da reclus o quest o n mero dezasseis Estes dados servir o para indiciar uma mudan a no padr o de consu
29. da amostra teriam que ser consumidores de droga Contudo necess rio assegurar que os reclusos completavam os requisitos m nimos para a aplica o do inqu rito e consequentemente da participa o no programa Foi ent o pedido que todos fossem do sexo masculino n o se tornando limitativa a faixa et ria a nacionalidade o n vel de escolaridade a situa o de trabalho anterior reclus o bem como o facto de se encontrarem ou n o condenados pelos seus crimes A pertin ncia da escolha da amostra ser do sexo masculino cinge se ao facto de na maior parte da bibliografia encontrada este g nero ser o que apresenta um maior consumo de subst ncias psicoactivas comparativamente ao sexo feminino Por isto importante estudar se esta popula o tamb m se encontra em estado de consumo activo em meio prisional 68 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional A primeira dimens o respeita a quest es demogr ficas e inclui os primeiros seis itens do inqu rito Estes permitem uma caracteriza o do recluso ao n vel da sua escolaridade agregado familiar etnia compet ncias profissionais estado civil e idade A informa o da extra da ser relevante na adequa o do programa de interven o nomeadamente conhecendo o suporte social do recluso e quais as estrat gias que
30. das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo VI Legitima o do estudo 58 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo VI Legitima o do estudo as adi es n o s o carreiras eternas e o tempo o primeiro terapeuta Angel Richard amp Valleur p 215 2002 Na sociedade actual as manifesta es relativas problem tica da droga tornaram se cada vez mais frequentes Quando os comportamentos aditivos s o praticados e de forma articulada s o percepcionados com consequ ncias da inst ncia do crime ent o torna se quase inevit vel perguntar porque acontece e o que pode ser feito para diminuir a sua probabilidade de ocorr ncia Trata se obviamente de quest es bastantes complexas para as quais dif cil dar resposta tipificando o consumo a um tipo de crime Um dos factores de complexidade decorre da pr pria diversidade de formas de consumo incluindo consumos legais ilegais e policonsumos e ligado a estes a possibilidade associativa do acto criminoso Agra 1997 Manita 1997 A modifica o de comportamentos de risco e a forma como os consumos s o realizados podem ser umas das consequ nc
31. das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional psicologici perl a conduzione dei gruppi Traduzido por Jos Serra Lisboa Paulus editora Manita C 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Personalidade e ac o em consumidores de droga e delinquentes Vol 8 Gabinete de Planeamento e de Coopera o do Combate Droga Lisboa Minist rio da Justi a Manita C 1998 Auto organiza o psicol gica e transgress o Analise emp rico cr tica de duas figuras do comportamento desviante criminosos e consumidores de droga Disserta o de doutoramento Faculdade de Psicologia e Ci ncias da educa o Universidade do Porto Manita C 2001 Evolu o das significa es em traject rias droga crime II Novos sentidos para a interven o psicol gica com toxicodependentes Lisboa Revista Toxicodepend ncias vol 7 n 3 Edi o SPTT Retirado de http repositorio aberto up pt bitstream 10216 6882 2 EvoluG c3 a7 c3 a30 20das 20significa c3 a7 c3Y bSes 20em 20traject oc3Yb3rias o20de 20drogacrime 2011 20no vos 20sentidos 20para 20a 20intervenZ c3 a7 c3 a30 20psicol c3 b3gic a 20com 20toxicodependentes pdf em 7 de Novembro de 2010 Marlatt G A 1985 In Nunes L amp J lluskin G 2007 Drogas e Comportamentos de Adic o Um manual para estudantes e profissi
32. de viol ncia nas pris es 6 Edi o Petr polis Editora Vozes Fraz o C Pereira E Magalh es C amp Teles L 2005 Carrossel da vida Hist rias do agarrar Lisboa Climepsi Editores Goffman E 1961 Manic mios pris es e conventos Colec o Debates dirigida por J Guinsburg S o Paulo Editora Perspectiva Gon alves R amp Vieira H 1995 Sobrepovoamento stress e estrat gia de confronto em meio prisional Revista portuguesa de ci ncia criminal 5 p 173 207 Lisboa Aequitas Editora Gon alves R 1998 Tratamento penitenci rio mitos e realidades ilus es e desilus es Temas Penitenci rios S rie II 1 pp 65 82 99 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Gon alves R 2004 Os psic logos e as pris es em Portugal quest es antigas para respostas que tardam In Assimetrias em rota de colis o com a vida Actas do I congresso da rea da psicologia criminal e do comportamento desviante Coordena o de Carlos Alberto Poiares 116 143 1 ed Edi o Teseaurius Lda Gon alves R 2008 Delingu ncia crime e adapta o pris o 3 ed Colec o criminologia coordenada por Rui Gon alves Coimbra Quarteto Gon alves R Machado C Sani A amp Matos M 1999 Crimes pr ticas e testemunhos Actas do c
33. es de acordo com o que na altura urge ser trabalhado A aquisi o de compet ncias e a mudan a de comportamentos s podem ser bem sucedidas se se trabalhar e conquistar primeiramente a motiva o interna de cada um e a sensibilidade demonstrada pelos sentimentos anseios desejos e pensamentos de cada um podem ser fundamentais para a constru o da rela o e para o envolvimento dos sujeitos nas actividades propostas Em rela o avalia o do programa interventivo iremos proceder a essa vertente no final de cada actividade bem como no final de todo o projecto ser feita naturalmente uma avalia o global das actividades a sua efic cia e efici ncia o seu impacto a sua relev ncia e sobretudo na nossa opini o a sua sustentabilidade ou seja avaliar se os efeitos e os objectivos atingidos pelas actividades subsistir o depois de o projecto acabar e se o sujeito conseguir generalizar o que foi apreendido para outros cen rios no decurso da sua vida Em todas as fases deste programa a clarifica o de valores e de cren as v o se dissolvendo nas sess es existentes j no final da interven o afigura se que os participantes tenham desenvolvido as compet ncias sociais e pessoais que foram propostas e que se mostraram necess rias para a futura adapta o ao mundo social 9 5 Dura o calendariza o A equipa respons vel pela realiza o do programa no EP de Caxias prev que este seja aplicad
34. gico em meio prisional Tabela 43 A resolu o de problemas com drogas passa por criar mais programas de apoio Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 7 14 0 14 0 Sim 43 86 0 100 0 Total 50 100 0 XCIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 44 Na pris o os toxicodependentes t m uma boa oportunidade para deixar de consumir Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 16 32 0 32 0 Sim 34 68 0 100 0 Total 50 100 0 XCIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 45 O tempo mais ocupado na pris o pode contribuir para abandonar os consumos Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 8 16 0 16 0 Sim 42 84 0 100 0 Total 50 100 0 XCV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 46 Partilha utens lios de consumo Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 45 90 0 90 0 Sim 5 10 0 100 0 Total 50 100 0 XCVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes
35. interven o juspsicol gico em meio prisional e o programa de ac o comunit ria sobre a preven o da SIDA e outras doen as transmiss veis no quadro de ac o no dom nio da sa de p blica apoiariam projectos que visassem a preven o e redu o dos riscos associados depend ncia das drogas em particular incentivando a coopera o entre Estados Membros apoiando a sua ac o e promovendo a coordena o entre as suas pol ticas e os seus programas Estes dois programas t m vindo a contribuir para a melhoria da informa o educa o e forma o com vista a prevenir a toxicodepend ncia e os riscos a ela associados em particular para os jovens e grupos especialmente vulner veis Comiss o Europeia 2003 A presta o de servi os de sa de aos reclusos est a ser actualmente objecto de maior aten o por parte dos decisores pol ticos nacionais havendo indica o de que os Estados Membros da UE est o a melhorar os servi os oferecidos aos reclusos Por exemplo v rios pa ses j comunicam a exist ncia de pol ticas e programas nacionais em mat ria de sa de prisional nomeadamente por meio de uma coopera o entre pris es e os servi os de sa de e sociais cujo objectivo se cinge s melhorias na qualidade e continua o do tratamento e cuidados prestados na pris o OEDT 2010 Muito h ainda a fazer por m para garantir o acesso dos reclusos a cuidados de sa de com n vel e qualidade compar veis aos o
36. o seria uma quest o definitiva e aplic vel no geral populacional mas marcada como carenciada de controlo social e farmacol gico eficiente Sommer 2004 citado por Nunes amp J lluskin 2007 Com o paradigma biopsicossocial a partir de 1983 iniciou se a vis o do toxicodependente em todas as suas vertentes Nesta fase toda a legisla o adquiriu como denominador comum o intuito de salvaguarda ps quica do consumidor atrav s da redu o da estigmatiza o social passando pela possibilidade de n o pron ncia e dispensa da pena resultando assim na censura do acto do uso de droga e n o do actor como sujeito de terapia e reinser o social visando se lhe a cura e a reentrada no mundo das pessoas teis Todo aquele que se disponibilizaria para tratamento sujeito de terapia e reinser o social era visto como algu m que estaria disposto modifica o de comportamentos aberto a novas hip teses de resolu o de problemas e demonstrando condi es para ser considerado como potencial exemplo para futuros sujeitos Desta forma pressup em se uma abordagem sobretudo pluridisciplinar procurando obter a contribui o dos diferentes segmentos do saber social deixando o sistema jur dico de se situar num estatuto de omnipot ncia Poiares 1998 O problema da droga passou a ser visto de diversas vis es come ou a ser considerado um processo essencial de an lise de v rios m todos e teorias subjacentes toxicodepend ncia Assim
37. o do mundo pr prio e mundo social trabalhando a motiva o intr nseca e extr nseca XII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o Dura o Material T cnica Actividades Objectivo 5 20 Dispensado O encontro Anna Becattini As cadeiras s o dispostas em cruz uma frente da outra e o grupo de participantes dividido em pequenos grupos de quatro pessoas que se sentam nas respectivas cadeiras Posteriormente o t cnico ler umas perguntas s quais dever responder s um membro de cada vez Contudo caso haja um participante que n o de sinta vontade para dar a resposta poder PASSAR importante que nunca fique sem dar resposta pergunta Os participantes dever o observar as express es e gestos dos restantes sujeitos no entanto n o dever o emitir qualquer opini o relativamente ao que v o ouvindo As perguntas formuladas aos participantes ser o definidas pelos t cnicos em conformidade com as particularidades de interven o delineadas 30 Gostaria que tu Sabina Manes pedido aos participantes que se juntem em pares escolhendo um parceiro com quem ainda n o tenham trabalhado ficando os dois de p de frente um para o outro Seguidamente o t cnico apresente dua
38. o juspsicol gico em meio prisional Tabela 13 1 Padr o de consumo na pris o Alcool Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 46 92 0 92 0 Raramente 4 8 0 100 0 Total 50 100 0 XLVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 14 Padr o de consumo antes da reclus o Haxixe Percent Cumulative Percent Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 27 50 54 0 18 0 10 0 18 0 100 0 54 0 72 0 82 0 100 0 XLVII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 14 1 Padr o de consumo na pris o Haxixe Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 36 50 Percent 72 0 10 0 4 0 14 0 100 0 Cumulative Percent 12 0 82 0 86 0 100 0 XLVIII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 15 Padr o de consumo antes da reclus o Marijuana Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Frequency
39. o juspsicol gico em meio prisional tema das adi es em meio prisional trabalhando valores perspectivas e atitudes Assim procuraremos promover juntos da popula o reclusa h bitos que se distanciem dos existentes e considerado luz da Psicologia como desadaptados motivando os para a aquisi o de novas condutas comportamentais redu o nos seus consumos dentro e posteriormente fora do EP com a finalidade de o sujeito aquando da sua sa da conseguir adaptar se biol gica a psicol gica e a social de forma harmoniosa sociedade que se apresenta 65 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional PARTE B 66 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo VII Metodologia 7 Estrutura metodol gica 7 1 Amostra 7 2 Descri o da medida 7 3 Procedimento 7 4 Discuss o de resultados 67 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo VII Metodologia 7 Estrutura metodol gica A complexa rela o existente entre
40. o seu objectivo de regular e gerir o 50 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional equil brio institucional do EP zelando pelo acompanhamento adequado ao recluso DGSP s d 4 2 Consumos em meio prisional As pris es s o palco de uma vida social pr pria onde a mudan a a transforma o e a metamorfose se sucedem a um ritmo que rapidamente desprogramam as adapta es que os indiv duos adquiriram na comunidade O uso de drogas d nos uma boa perspectiva desta desprograma o Enquadrado num dos factores de risco impl cito dos EP est o consumo de droga que muitas vezes pode ser iniciado dentro do EP informa o recolhida pelos inquiridos reclusos do EP de Caxias durante a aplica o do inqu rito Contudo quando este adquire h bitos de consumos origin rios no meio externo marcante a continuidade dos consumos de drogas dentro dos EPs por mais que estes sejam em menor quantidade e frequ ncia a falta de actividades ou o pouco tempo fora das celas servem de justifica o para os reclusos inquiridos na base da investiga o em curso Esta informa o recolhida com os reclusos vai ao encontro com o que informa o relat rio da OEDT de 2009 e o de 2010 Segundo os relatos anuais 2009 2010 referentes evolu o do fen meno da droga na Europa ao entrar
41. poder o ser utilizadas em fun o da sua escolaridade e compet ncias t cnico profissionais Sendo a toxicodepend ncia um fen meno biopsicossocial torna se indispens vel o conhecimento da traject ria biogr fica dos adictos de forma a possibilitar a adequa o da interven o Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 Dias 2002 Nunes amp Alves 2008 A situa o de reclus o constitui a segunda dimens o do inqu rito sendo composta pelos cinco itens seguintes do sete ao onze Os itens compreendidos nesta dimens o s o considerados como informativos da situa o actual do sujeito contudo caracterizam o sujeito quanto sua situa o penal e motivo da deten o nomeadamente quanto dura o da sua pena se est como preventivo ou condenado se a primeira vez que se encontra detido qual o motivo conducente reclus o ou o tempo para o fim da sua condena o Esta dimens o importante na medida em que permite perceber se a deten o est ou n o relacionada com o consumo de drogas item dez e assim perceber qual a din mica existente droga e crime ou crime e droga procurando perceber qual a rela o entre os sistemas de ac o e a personalidade a rela o existente entre o sujeito normas e poss veis transgress es ou a tica regente no percurso do sujeito Agra 1990 Nunes 2010 Como defende Debuyst 1990 citado por Manita 1998 necess rio entender o crime como algo dependente de um determ
42. preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional problemas adjacentes s drogas como a transmiss o de doen as Contudo com esta vertente de media o n o se exige o abandono dos consumos mas que estes sejam exercidos no seu m nimo e que os consumidores reduzam a sua exposi o aos riscos por eles consequentes Nunes amp J lluskin 2007 Todavia todos os programas que destinem a sua aplica o no EP acarretam consigo algumas dificuldades nomeadamente os que englobam mudan a de comportamentos uma vez que os sujeitos alvo da interven o est o presos rotina impl cita nestes meios Por m esta problem tica mexe com algumas susceptibilidades o que ainda pode promover mais obst culos Algumas das dificuldades s o expostas pelos principais intervenientes na vida dos reclusos os t cnicos reeduca o Os t cnicos contemplam como principal dificuldade na ades o aos programas de interven o o facto do sujeito estar privado de liberdade motivado pela desconfian a com que s o confrontados no meio prisional Estes reclusos tendem a considerar os projectos desgastantes de pouca utilidade e de objectivos d bios Vieira 1998 Todavia e perante a realidade dos estabelecimentos deparamo nos com algumas dificuldades como a de locomo o dentro do meio entre outras burocracias Contudo estes obst culos variam de EP para EP uma vez que cada pris o tem as suas pr prias regras respeitando se
43. programa de interven o juspsicol gico em meio prisional B8223A3FA948 0 att 93236 PT EMCDDA AR2009 PT pdf em 6 de Novembro 2009 DSM IV TR 2002 Manual de Diagn sticos e Estat sticas das Perturba es Mentais 4 Edi o Texto Revisto American Psychiatric Association Lisboa Climepsi Editores Estievenart G sd In OEDT 2003 Problemas De Drogas Em Pris es Um Desafio Crucial Na EU Comunicado da ag ncia da UE de informa o sobre droga Retirado de http www emcdda europa eu attachements cfm att 965 PT 44pt pdf em 24 de Novembro 2009 Fernandes L amp Silva M 2009 O que a droga fez s pris es um percurso a partir das terapias de substitui o opi cea Colec es Monografias Lisboa Instituto de Droga e da Toxicodepend ncia Fernandes L 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Etnografia urbana das drogas e do crime Vol 10 Gabinete de planeamento e de coordena o do combate droga Lisboa Minist rio da Justi a Fernandes L 2009 O que a droga faz norma Toxicodepend ncias Vol 15 n 1 3 18 Edi o IDT Ferreira Borges C amp Filho H 2004 Alcoolismo e toxicodepend ncia manual t cnico 2 Lisboa Climepsi Editores Fonseca C 2006 Consumo de Drogas Crime ou Contra Ordena o Revista Sa de mental Vol VIII n 4 Retirado de http www estig ipbeja pt ac direito CRF pdf em Maio de 2010 Foucault M 1988 Vigiar e Punir Hist rias
44. progress o do envolvimento com subst ncias psicoactivas na adolesc ncia e na idade adulta Toscano Jr 2001 Segundo Dias 2002 a entrada na adolesc ncia considerada uma importante etapa do desenvolvimento pessoal o indiv duo come a a demonstrar as resultantes do pr prio conhecimento procedendo permuta dos la os afectivos familiares pelos do grupo de pares acabando por ambicionar uma rela o mais adulta que o caracteriza nesta fase de desenvolvimento Esta etapa da crise da adolesc ncia de dif cil compreens o por parte dos progenitores chegando estes a considerar tais atitudes como uma rejei o ou abandono O problema alonga se tamb m ao grupo de pares podendo o comportamento aditivo desenrolar se para comportamentos marginais ou mesmo delinquentes Dias 2002 Fraz o Pereira Magalh es amp Teles 2005 e ainda levar motivar ao insucesso escolar e ao desenvolvimento de fracas capacidades sociais Fraz o Pereira Magalh es amp Teles 2005 Contudo a contribui o de cada factor interveniente no desenvolvimento do comportamento toxicodependente n o poss vel de ser medido uma vez que cada factor de risco e cada tipo de subst ncia influenciam de diferentes formas o envolvimento do consumidor com as drogas Haden e Edmundson Scheier e Newcomb 1991 citados por Fraz o Pereira Magalh es amp Teles 2005 Toscano Jr 2001 Deste modo considera se que o fen meno da droga e a forma como fu
45. relativas mat ria de droga foram se evidenciando chegando a ser consideradas como um paradigma Poiares 1998 social e temporal Esse paradigma beneficia a ci ncia ampliando o conhecimento daqueles factos que apresenta como relevantes aumentando a correla o entre esses factos e as predi es do paradigma e articulando se ainda mais o pr prio paradigma Kuhn 2003 Segundo Poiares 1998 na emerg ncia de arqu tipos estariam envolvidas v rias racionalidades como a Justi a a Pol tica a Economia a Medicina a Psicologia e a Sociologia que incorporam a Ci ncia do Comportamento Aditivo CCA Com as altera es vividas no mundo das drogas fomos assistindo a uma evolu o significativa no que diz respeito s leis impostas para o controlo deste fen meno o que do ponto de vista s cio cient fico permitiu um conhecimento mais espec fico e directo de um mundo novo que apareceu de uma forma suave mas implac vel Poiares 1998 Neste seguimento ao longo dos processos de evolu o foram se evidenciando diferentes vis es sobre o fen meno Os padr es que surgiram duradoiros no tempo abarcaram quest es concretas ressalvando o problema fiscal desenvolvido consequ ncia das primeiras leis que encararam a droga como mercadoria comercial fiscal e a necessidade de controlo por parte do estado a preocupa o com o crime e suas consequ ncias a vis o do sujeito como um doente necessitado de tratamento e n o de repress o cr
46. simult neo alguma das subst ncias indicadas nos quadros anteriores policonsumo Sim Y Antes da reclus o Sim Depois da reclus o N o N o E Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 14 3 1 Caso a sua resposta seja Sim especifique com as subst ncias presentes nos quadros anteriores quais s o com com com 14 Que idade tinha quando come ou a consumir Anos 15 Qual tipo de droga com que se iniciou 16 Caracterize os seus consumos ap s a entrada na pris o Aumentaram Mantiveram se Diminu ram Deixei de consumir 17 Das seguintes medidas relativas ao abandono do consumo de drogas diga qual o grau de import ncia que atribui a cada uma Marque com uma X a sua resposta Importante Muito Importante Importante p Importante em cada uma das linhas Exist ncia de mais unidades livres de droga Acesso aos programas de substitui o metadona antagonistas entre outros Programas que visem a minimiza o de riscos e danos como a troca de seringas Salas de injec o assistida salas de chuto Acesso aos programas terap uticos grupos de auto ajuda apoio psicol gico etc VI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferrei
47. temos O primeiro cap tulo enunciado como o impacto do consumo e a sua adapta o legislativa serve de introdu o s quest es relacionadas com o desenvolvimento social que a mat ria droga e os consumos tiveram no mundo em geral e em particular no nosso pais nomeadamente a adapta o legislativa que foi necess ria implementar com o passar dos anos e a cria o de entidades que visam a luta contra os consumos e contra a cria o de estere tipos impl citos nos sujeitos consumidores Aqui abrimos o tema de modo a conseguirmos levantar novas quest es que abordaremos mais frente com o progresso da investiga o 10 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional O segundo cap tulo droga como mundo pr prio inicia a consolida o daquilo que nos propomos a estudar Este estreitamento para o objectivo da nossa investiga o divide se em v rias sec es de discuss o que ser o desenvolvidas com o desenrolar da investiga o Assim este cap tulo procede com a explana o dos comportamentos aditivos que mais se evidenciam e quais os n meros evidentes nos estudos existentes que comprovam a subsist ncia dos mesmo Aqui procur mos uma melhor compreens o e focaliza o da aten o na explora o dos aspectos que circunscrevem os percursos de vida adictos be
48. 0 Importante 12 24 0 50 0 Muito importante 25 50 0 100 0 Total 50 100 0 LXXXV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 36 Salas injec o assistida Valid Nada importante Pouco importante Importante Muito importante Total Frequency 25 3 16 6 50 Percent 50 0 6 0 32 0 12 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 50 0 56 0 88 0 100 0 LXXXVI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 37 A toxicodepend ncia um comportamento comum Frequency Percent Cumulative Percent Valid Discordo 44 88 0 88 0 Concordo 6 12 0 100 0 Total 50 100 0 LXXXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 38 Toxicodependente um delinquente Frequency Percent Cumulative Percent Valid Discordo 36 72 0 72 0 Concordo 14 28 0 100 0 Total 50 100 0 LXXXVIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gi
49. ARTERIAL TLD TERRIER CATE 13 Cap tulo I O impacto do consumo e a sua adapta o legislativa sii 15 1 Introdu o assssnasarta ias CEARA AA ARA ANS CE ASAE E NENE 15 1 1 Vicissitudes evolutivas az em rsrs ceara Dan 16 1 2 Comiss es para a Dissuas o da Toxicodepend ncia com interven o num mundo CONSUMO att IES EN DAS ER 22 Capitulo II Droga como mundo pr prio rrenan cereaenanea 26 2 Introdu o crase a stco areas toa sE ca STE E Sadr Ea sa dm ado ada de dad R ac E an ao ara ds 26 2 1 Comportamentos aditivos re cerereeeaaren aeee 27 Dodo T xicodependent S icri ni nii i E E E danada O E Dava laba aval eai ada 34 Cap tulo II Rela o dr ga crime ss soa aisiaia ain tosa totatea ab ahalapadnhafoa obs balapalstaiosebast sa E 40 SE INtrOdU O eee eee e eeaeee eeaeee ee aE eE e eee e ana subader mera cad 40 3L Jogob ilateralnrenecccsccscemsnnnacnenninii iini ai d 41 Cap tulo IV Efeito do enclausuramento no toxicodependente is ii 48 A Introdu o c i iss iussiorais e e E fase E REANA NARE ac Eesabnea 48 4 1 Caracteriza o dos estabelecimentos prisionais nner 50 4 2 Consumos em meio prisional esenee seert ssstrtssttrrssttrnssetrnsssensserennset 51 Capitulo V Leme de CoNS O ess ss iieii iii iii i i ii a 55 Cap tulo VI Legitima o do estudo ooeses
50. CATARINA LOPES FERREIRA RIBEIRO DROGA ESTOU PRESO PROGRAMA DE INTERVEN O JUSPSICOL GICO EM MEIO PRISIONAL Orientadora Maria da Purifica o Horta Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Psicologia Lisboa 2010 Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional CATARINA LOPES FERREIRA RIBEIRO DROGA ESTOU PRESO PROGRAMA DE INTERVEN O JUSPSICOLOGICA EM MEIO PRISIONAL Disserta o apresentada para a obten o do Grau de Mestre em Psicologia Forense e Exclus o Social no Curso de Mestrado em Psicologia Forense e Exclus o Social conferido pela Universidade Lus fona de Humanidades e de Tecnologias Orientadora Maria da Purifica o Horta Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Psicologia Lisboa 2010 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sabemos que o consumo de drogas nos estabelecimentos prisionais um problema na Europa e sabemos que os custos para os indiv duos e para as respectivas comunidades dos problemas relacionados com droga s o consider veis O desafio que se coloca pol tica europeia de luta contra a droga consiste em assegurar que os nossos estabelecimentos prisionais trabalhem no sentido de melhora
51. Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional programa propriamente dito Todavia a parte terap utica ter continuidade ao longo do programa se o recluso e os t cnicos assim o propuserem e acharem necess rio Percebemos que quanto ao n mero da amostra 50 reclusos num universo de mais de 400 poder ter sido limitativo na medida em que a informa o essencial para a constru o de um programa foi recolhida de uma percentagem reduzida da popula o Contudo este foi consequ ncia de uma outra o tempo dispon vel para a aplica o dos inqu ritos bem como a limita o que estava impl cita na mesma que eram as regras do estabelecimento uma vez que n o se mostrou vi vel a organiza o de grupos Em rela o a futuras investiga es neste mbito de estudo solicitado que se aumente o n mero da amostra promovendo uma maior fiabilidade do estudo e se em futuros estudos for usado o inqu rito por n s constru do aconselhada uma melhor adequa o das dimens es e respectivas quest es de forma a conseguir se uma consist ncia significativa em todas as partes constituintes Al m disto seria pertinente que em futuros trabalhos o processo de implementa o do programa de interven o juspsicol gico fosse concretizado contribuindo para um aprofundamento do tema em an lise 94 Universida
52. R 2002 este factor de risco est presente em v rias perturba es demonstrando a sua real necessidade de abordagem Assim em jeito de fazer prosperar a auto estima dever o ser aperfei oadas as rela es sociais com o objectivo de uma auto avalia o do desempenho nas actividades consideradas mais relevantes Moreira 2005 Esta aptid o pessoal que maioritariamente influenciada pelo meio social interfere com uma outra compet ncia a motiva o Esta muito importante uma vez que interv m directamente na forma como os indiv duos se envolvem numa actividade A envolv ncia varia mediante duas categorias a motiva o extr nseca correspondente ac o de interfer ncias vindas de situa es externas ao sujeito e a motiva o intr nseca predisposta em necessidades internas Contudo apesar de a motiva o estar dividida nestas categorias estas encontram se 87 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional inter relacionadas j que o sujeito est em constante interac o com o meio Por isso os motivos externos tornam se importantes sendo posteriormente influenci veis nas origens internas Moreira 2005 Neste m dulo e uma vez tratando se de compet ncias sociais e pessoais apercebemo nos que as compet ncias dependem directa ou indirectamente umas das o
53. a Metadona Coca na Tranquilizantes Total 50 100 0 LXXVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 28 1 Policonsumos depois da reclus o Cumulative Frequency Percent Percent Tabaco Caf 4 14 0 79 2 Tranquilizantes Caf 2 4 0 83 3 Hero na Coca na Caf 1 2 0 85 4 Hero na Tabaco Caf i 20 875 Tranquilizantes Metadona Haxixe 1 2 0 89 6 Haxixe Caf 1 2 0 91 7 Metadona Coca na Hero na tranquilizantes 1 2 0 93 8 lcool Haxixe Tranquilizantes Tabaco o 1 2 0 95 8 Haxixe lcool Tabaco 1 2 0 97 9 Haxixe lcool Tabaco 1 2 0 100 0 Caf Total 48 96 0 Missing Haxixe Tabaco Caf 2 4 0 Total 50 100 0 LXXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 29 Idade de consumo estatistica Idade de consumo N Valid 50 Missing 0 Mean 14 48 Std Deviation 5 821 LXXVIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 29 1 Idade de consumo Frequency Valid 0 4 9 2 10 1
54. a descodifica o das realidades nos diferentes contextos e a constru o de um programa de interven o juspsicol gico Na selec o dos reclusos n o esteve impl cito que todos os reclusos da amostra teriam que ser consumidores de droga Contudo necess rio assegurar que os reclusos completavam os requisitos m nimos para a aplica o do inqu rito e consequentemente da participa o no programa Foi ent o pedido que todos fossem do sexo masculino n o se tornando limitativa a faixa et ria a nacionalidade o n vel de escolaridade a situa o de trabalho anterior reclus o bem como o facto de se encontrarem ou n o condenados pelos seus crimes A pertin ncia da escolha da amostra ser do sexo masculino cinge se ao facto de na maior parte da bibliografia encontrada este g nero ser o que apresenta um maior consumo de subst ncias psicoactivas comparativamente ao sexo feminino Por isto importante estudar se esta popula o tamb m se encontra em estado de consumo activo em meio prisional 71 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional De futuro consideramos pertinente efectuar um estudo comparativo da herm tica entre os referidos locais de forma a contribuir para o aumento do conhecimento t cnico cient fico sobre o fen meno 7 1 Amostra A recolha
55. a particular agressividade conduzindo aquisi o de condutas criminosas No entanto n o podemos deixar de mencionar a exist ncia de outros factores que directa ou indirectamente influem relativamente ao fen meno Nestes casos as causas s o distribu das segundo diferentes rela es de consumos os que recorrem ao crime com o objectivo de fundo econ mico mantendo assim os consumos os que j pertencem a grupos marginais e que utilizam a droga de uma forma secund ria e ainda os indiv duos que cometem delitos sob o efeito dos seus consumos O envolvimento no crime difere do tipo de droga que o sujeito consome Contrariamente ideia que o senso comum nos transmite nem todas as drogas est o associadas ao crime e nem todos os crimes droga ou ao seu consumo Nunes 2010 Em Portugal e nos ltimos registos datados de 31 de Dezembro de 2009 da Direc o Geral de Servi os Prisionais DGSP 2009b temos indica o de uma preval ncia 43 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional de crimes contra o patrim nio 2737 casos de crimes contra as pessoas 2638 casos e de crimes relativos a estupefacientes 2026 casos Apesar de os crimes contra as pessoas n o se relacionarem com o consumo de droga estes abarcam uma multiplicidade de elementos a dominar em cada comp
56. a Borges 2008 Toscano Jr 2001 que se caracterizam como condi es que engrandecem a probabilidade de ocorr ncia de comportamentos com potencial para afectar a sa de nomeadamente do ponto de vista biol gico e g predisposi o vulnerabilidade gen tica metabolismo entre outras psicol gico e g personalidade estados emocionais negativos reduzidas compet ncias imita o modelos familiares desfavor veis entre outras e social e g influ ncia do grupo social facilidade de proximidade de locais de venda fissuras socialmente desfavor veis Quanto outra variante incluem se os factores de protec o estes diminuem a probabilidade de exist ncia de factores de risco na ades o aos consumos de drogas Moreira 2005 procurando solu es adaptativas din micas e interactivas situa o evolutiva do sujeito consumidor As diferen as impl citas no impacto que os factores de risco e protectores t m em diferentes sujeitos devem se etapa de desenvolvimento humano evolu o que dever ser 29 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional tida como uma resultante do equil brio entre as duas variantes presentes Contudo temos presente que aqueles n o ocorrem em simult neo na vida da pessoa surgindo em diversos momentos e proporcionando ou dificultando a
57. a mesma folha dever colocar a seguinte quest o Qual a batata quente Ou seja enunciar qual o seu problema Os intervenientes dever o ler e comentar o seu trabalho No final ser sugerida uma discuss o sobre todos Autoconsci ncia do presente e encontrar solu es para o futuro Dar a conhecer cada interveniente ao restante grupo abrindo o exerc cio ao grupo de modo a proporcionar um debate cujo objectivo ser de estabelecer v nculos entre os intervenientes mostrando que todos podemos seguir condutas menos aceites mas todos procuramos a outra oportunidade XI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 2 M dulo Problem tica perspectivada a partir desta sess o todas ter o como inicio de din mica o preenchimento de uma ficha de sugest es igual aplicada nesta sess o Sess o Dura o Material T cnica Actividades Objectivo 3 5 ri Ficha de sugest es canetas Discuss o aberta Preenchimento de uma ficha de sugest es de cariz volunt rio no inicio de cada sess o enumerando os pontos positivos e os pontos que os intervenientes queiram ver melhorados relativos sess o desenvolvida anteriormente Discuss o aberta onde o t cnico coordenador da sess o servir de moderador do restante grupo A sess o ter lugar nu
58. ado em http www dgpj mj pt DGPJ sections leis da jJustica livro iv leis criminais pdf63 13 1 27 1992 downloadFile file L 27 1992 pdf nocache 1181570407 9 em 16 de Janeiro 2010 Lei n 30 2000 29 de Novembro Regime jur dico aplic vel ao consumo de estupefacientes e subst ncias psicotr picas bem como a protec o sanit ria e social das pessoas que consomem tais subst ncias sem prescri o m dica Retirado de http www idt pt PT Legislacao Legislao 20Ficheiros Preven o e Tratamento da Toxicodepend ncia lei 30 2000 pdf em 2 de Abril 2010 Lopes A 2007 Suporte social e sa de mental em reclusos Projecto s cio profissional e memoria final II apresentado Instituto superior de estudos interculturais e transdisciplinares sob a orienta o de Susana Lucas e Margarida Varela Viseu Instituto Piaget Lopes G 1993 Achegas para a hist ria do direito penitenci rio portugu s Boletim do Minist rio da Justi a n 430 13 43 Lisboa Macedo T 2004 Altera es consecutivas ao abuso de drogas In Assimetrias em rota de colis o com a vida Actas do I congresso da rea da psicologia criminal e do comportamento desviante Coordena o de Carlos Alberto Poiares 144 145 1 ed Edi o Teseaurius Lda Manes S 2009 83 Jogos psicol gicos para din mica de grupos Um manual para psic logos professores animadores socioculturais Titulo original 83 Giochi 101 Universidade Lus fona
59. ajectos Sub Judice 22 23 25 35 Poiares C 2007 Reestruturar repensar reflectir para uma nova pol tica de dissuas o da CTD Retirado de http www idt pt P T RevistaToxicodependencias Artigos 20Ficheiros 2007 1 2007 01 TXT2 pdf em 12 de Maio de 2010 Poiares C 2009a Discurso Directo A Descriminaliza o do Consumo de Drogas um caso de sucesso Revista Toxicodepend ncias Vol 15 n 2 p 85 88 Retirado de http www idt pt PT RevistaToxicodependencias Artigos 20Ficheiros 2009 2 Disc ursoDvoll5 n2 pdf em Fevereiro de 2010 Poiares C 2009b Justi a Exclus o Social amp Psicologia ou Estranhas formas de vida Retirado de http cepen org portaldacidadania 2009 1 1 justica exclusao social psicologia em 14 de Maio de 2010 Queir s C 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Emo es e cogni es em consumidores de droga e delinquentes Vol 7 Gabinete de planeamento e de coordena o do combate droga Minist rio da Justi a Quivy R amp Campenhoudt L 1998 Manual de investiga o em ci ncias sociais 2 ed Colec o Trajectos N 17 Lisboa Gravida Rami o T 2002 Organiza o Tutelar de Menores anotada e comentada Jurisprud ncia e legisla o conexa Quid Juris Sociedade Editora Ld Redondo S 2006 Delitos violentos y reincidencia In Echebur a E coord Personalidades violentas cap 11 p 207 216 Madrid Ediciones Pir mide Ribeiro J s
60. al desta medida de tratamento disposta na Comiss o e o Governo Civil estes recorrem dependendo da pertin ncia de cada caso aos servi os p blicos de sa de aos servi os de reinser o social s autoridades policiais e s autoridades administrativas Artigo 9 Deste modo e com a ajuda essencial destas comunidades intervenientes o consumidor tem um tratamento mais individualizado uma vez que o seu caso ser possivelmente analisado por mais do que uma inst ncia de forma a haver um programa de tratamentos espec fico consoante a necessidade do paciente Contudo para que o tratamento tenha sucesso a vontade e motiva o do paciente toxicodependente primordial 1 2 Comiss es para a Dissuas o da Toxicodepend ncia com interven o num mundo consumidor Reconhecendo a defini o de dispositivo que Foucault 1988 adoptou na obra Vigiar e Punir sem nunca a ter delimitado concretamente abordaremos a cria o das CDT s A partir deste dispositivo come a se a procurar evidenciar e encontrar solu es para a problem tica presente As CDT s pretendem destacar a necessidade de procurar novas vias para a dissuas o do fen meno da evolu o da droga Deste modo o objectivo central desta estrutura baseia se em deliberar conting ncias sociais culturais e econ micas resultantes Neste seguimento afigura se nos importante o sentido do conceito de dispositivo utilizado ao longo desta linha de investiga o Definid
61. amente 1 Com frequ ncia 1 Total 50 Percent 96 0 2 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 96 0 98 0 100 0 LVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 19 Padr o de consumo antes da reclus o Estimulantes Frequency Percent Valid Nunca 40 80 0 Raramente 9 18 0 Com frequ ncia 1 2 0 Total 50 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 80 0 98 0 100 0 LVII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 19 1 Padr o de consumo na pris o Estimulantes Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 50 100 0 100 0 LVIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 20 Padr o de consumo antes da reclus o Tranquilizantes Frequency Percent Cumulative Percent Raramente 6 12 0 98 0 Com frequ ncia 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 LIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em mei
62. amentos mais espec ficos mostrando se essenciais dentro dos 59 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional estabelecimentos prisionais EP Contudo para estas medidas resultarem precisam de ultrapassar tr s factores Vieira 1998 1 Processos adaptativos dos reclusos em meio prisional ii Exist ncia de um sistema normativo informal confrontado com um sistema normativo formal e iii Contextos de comunica o no interior da pris o Neste mbito surge o reconhecimento da necessidade de um programa mais enquadrado com a problem tica de forma dar resposta investiga o encetada A dualidade droga e criminologia tem sido muito frequente dando origem a tomadas de posi es divergentes e at mesmo contradit rias podendo haver autores a defender a causalidade droga crime e outros a defender a causalidade crime droga Negreiros 1997 Otero L pez 1997 Tal situa o poder ser explicada pelas lacunas de investiga es existentes neste dom nio Negreiros 1997 Com a presen a de diversas orienta es alusivas realidade droga e criminologia impulsionadora do dualismo procuramos identificar qual o papel que os consumos de droga desempenham nesta vertente determinando qual seria o objecto de estudo levado a cabo para a investiga o em quest o Desta forma a
63. ao longo da sua vida adquirir h bitos que o distingam enquanto pessoa Erikson 1978 afirma que a personalidade do sujeito constitu da por um todo sistem tico desenvolvendo se desde a inf ncia at velhice variando a sua forma o com a interac o dos factores org nicos pessoais e sociais que o rodeiam Por norma o ambiente social o factor que mais influ ncia a constru o e a preserva o da unidade de personalidade do sujeito Dias 2002 Neste sentido Erikson considerava o sujeito psicologicamente s o quando desenvolvido num sentido favor vel em rela o s no es ego espa o temporal determinando o sujeito com uma pessoa nica na sociedade cujo passado presente e futuro s a este corresponde Contudo nem todas as traject rias de vida eram consideradas como psicologicamente s s Os sujeitos com traject rias de vida de consumo de drogas poderiam ser considerados como indiv duos psicologicamente doentes uma vez que o in cio dos seus consumos poderiam ter motivado a disfun o conduzindo a estados de depend ncia O toxicodependente transfigura se num doente f sica e psicologicamente ap s a constata o do estado de depend ncia sendo esta comprovada atrav s de altera es 34 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional psiqui tricas e ps
64. as drogas sujas obtida na rua por droga limpa obtida pelas farm cias Desta forma procurou se adoptar interven es mais adequadas com os problemas m dico psicol gicos existentes Fernandes 2009 46 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo IV Efeito do enclausuramento no toxicodependente 4 Introdu o 4 1 Caracteriza o dos estabelecimentos prisionais 4 2 Consumos em meio prisional 47 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo IV Efeito do enclausuramento no toxicodependente 4 Introdu o A entrada no meio prisional tendencialmente conduzida por sentimentos negativos ainda que n o se verifique em todos os sujeitos esta entrada pode construir uma etapa de mudan a e de aprendizagem Esta reorganiza o do estilo de vida foca se nas rela es constru das com os outros reclusos ou at mesmo o mantimento das rela es com elementos significativos como familiares ou amigos A urg ncia na reconstru o de vida em meio prisional acarreta uma nova necessidade de contextualiza o ao n vel das liga es emocionais e relacionais uma vez que os comportament
65. averigua o inicia se com o conhecimento dos padr es de consumos declarados em meio prisional passando posteriormente planifica o de um programa que intervenha junto da popula o reclusa do EP de Caxias que possibilite o controlo e minimiza o dos comportamentos aditivos Para Pinatel 1975 citado por Vieira 1998 o tratamento penitenci rio consistiria na ac o levada a cabo junto do delinquente com vista a tentar modelar a sua personalidade com o objectivo de afastar da reincid ncia e favorecer o seu enquadramento social Como tal tamb m somos da opini o que a introdu o de modifica o de comportamentos deve incidir nas vertentes psicol gica m dica pedag gica e sociol gica Nas pris es portuguesas as medidas terap uticas adoptadas para uma melhor abordagem aos reclusos toxicodependentes foram muito centradas na abstin ncia abandono do consumo Este modelo interventivo designado por Programas Livres de Droga incentiva ades o do recluso toxicodependente a um nico modelo de tratamento rigoroso quer ao n vel comportamental quer ao n vel das caracter sticas psicol gicas do sujeito Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 A exist ncia de Unidades Livres de Droga ULD espa os f sicos diferenciados e independentes das zonas prisionais comuns para onde s o encaminhados aqueles que se 60 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira R
66. cadores rr ee terra carrenaanaa rea a aaa rea ana araaanaanenada 83 9 3 1 Instrumentos de avalia o e ereeceraeerernanae 83 9 4 Ac es a desenvolver EAE EE AE E E E e caes 84 9 5 Dura o calendariza o errar caereacaraareraa caras 89 9 6 Cronograma das ac es erre erreareracaerra cara areraa caes 90 10 Estrutura organizativa e gest o do programa ciii 91 10 1 Constitui o da equipa err eeree erre caea arara arena 91 10 2 Parcerias formais assa aaa 91 10 3 SUPERVIS O 5 cem soe RA SR na Sed A Naa SE SO SEO DER NO E T nE ea 91 10 4 Avalia o interna re ereerereacaeaacaraa arena caraacaraa caes 92 10 5 Avalia o Externa st it LoL DSO URIA EE RO BURROS Buoad anta 92 BT Conchis o escassas pas ARARAS ETA GR TARTE e 93 APENDICES saqueada tan ED 9 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Introdu o A presente introdu o pretende apresentar o desenvolvido nos cap tulos e subcap tulos adiante dessa forma n o iremos partir para uma exposi o te rica de refer ncias que provem o desenvolvido O factor droga uma tem tica que afecta a nossa sociedade a v rios n veis sendo que a sua eti
67. cente com um aumento de 59 entre 2002 e 2007 Estima se que as infrac es relacionadas com o ecstasy em contrapartida diminu ram 22 no mesmo per odo OEDT 2009 Neste campo problem tico surge uma quest o onde se colocam muitas d vidas Ser o comportamento anti social preditivo do consumo da droga ou por sua vez ser a toxicodepend ncia que desencadeia o comportamento Agra 1993 Nesta linha delineiam se novas pol ticas com a finalidade de superar esta problem tica Aplica se ent o a possibilidade da n o incrimina o dos toxicodependentes passando a existir um processo de continuidade de op o cl nico ressocializadora onde a puni o n o interferisse com a recupera o do sujeito tanto ao n vel de sa de como ao n vel de reinser o social Agra 1993 A droga vista com naturalidade sendo comparada com a inseguran a urbana e a criminalidade fazendo parte da constitu da sociedade de risco Todos os elementos sociais envolventes coabitam connosco como se de um condom nio fechado se tratasse Fernandes 2009 Quando a exist ncia de droga se torna habitual no meio ent o reconhece se a impossibilidade da sua elimina o construindo se a vis o de conflito social uma vez que a pol tica proibicionista n o conseguiu alcan ar resultados pretendidos Assim os programas de redu o de riscos passaram a tratar o consumidor de forma a proporcionar lhe condi es de consumo mais seguras substituindo
68. cio Um de cada vez levanta se e vira se de frente para os restantes participantes A partir desse momento inicia um conjunto de pergunta que os outros t m de lhe responder sem nunca mencionar o nome que lhe foi atribu do Quando a pessoa correspondente ao post it colocado na testa do colega for descoberto este ter uns minutos para falar um pouco mais de si dando se a conhecer melhor a todo o grupo Assim que todos tenham feito o exerc cio incluindo o t cnico abre se a discuss o ao grupo solicitando a opini o de cada um relativa ao exerc cio terminado e ainda pedir sugest es para sess es futuras Promover o contacto com todos intervenientes incluindo os t cnicos Apresenta o informal de alguns pontos caracter sticos de cada um promovendo uma maior coes o do grupo Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o Dura o Material T cnica Actividades Objectivo 2 30 a 60 L pis e folhas de papel A batata quente Anna Becattini O t cnico estrutura a sala em c rculo e distribui uma folha e l pis pelos intervenientes as folhas dever o ser divididas em tr s partes e em cada uma dela respectivamente dever conter a informa o que o sujeito tem de si hoje como ser amanh e o que pode fazer para mudar Na parte de tr s dess
69. cipantes a escolherem dois membros de cada grupo que os representar Ap s a escolha os 4 representantes ficaram encarregues de transmitir um parecer sobre a din mica fundamentando se nos crit rios de avalia o estipulados inicialmente Contudo desta avalia o ser o descontadas as infrac es anotadas pelo t cnico E por fim ser colocada a quest o Valer a pena continuar a consumir XX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional ou a iniciar consumos a cada situa o desfavor vel que possa surgir A din mica terminar com a seguinte frase Todo o impulso cego e sem sabedoria e toda a sabedoria v sem ac o Objectivo Reflectir sobre as responsabilidades de cada um referente quanto exist ncia de subst ncias psicoactivas nas suas vidas e problem ticas adjacentes Instaurar um debate Saber colocar se no lugar do outro trabalhar em grupo participar argumentar controlar se escutar tomar posi o XXI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 4 M dulo Conclus o do programa Sess o 11 Dura o 90 a 120 Material C mara de filmar T cnica Discuss o
70. co em meio prisional Tabela 39 Os toxicodependentes n o s o todos iguais Frequency Percent Cumulative Percent Valid Discordo 5 10 0 10 0 Concordo 45 90 0 100 0 Total 50 100 0 LXXXIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 40 Os toxicodependentes precisam de ajuda Frequency Percent Cumulative Percent XC Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 41 Os toxicodependentes causam sempre problemas na sociedade Frequency Percent Cumulative Percent Valid Discordo 17 34 0 34 0 Concordo 33 66 0 100 0 Total 50 100 0 XCI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Relativamente ao consumo de droga na pris o Tabela 42 E importante minimizar a entrada droga Frequency Percent Cumulative Percent Valid N o 8 16 0 16 0 Sim 42 84 0 100 0 Total 50 100 0 XCII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol
71. com a Direc o Geral de Reinser o Social DGRS da liberdade condicional e da liberdade para prova e ainda na rea da explora o das actividades econ micas dos estabelecimentos prisionais o modelo de estrutura matricial tamb m constitu da por servi os externos nos quais se inserem os estabelecimentos prisionais n o sendo estes dotados de autonomia administrativa A investiga o por n s desenvolvida foi aplicada no EP de Caxias destinado a reclusos preventivos da regi o de Lisboa Contudo tamb m conta actualmente com popula o condenada consequ ncia que adv m do facto de a lota o dos restantes EP destinados a sujeitos condenados se encontrarem sobrepovoados Atrav s dos ltimos registos dispon veis verificamos que este EP tem capacidade para 334 reclusos e conta com uma exist ncia de 390 indicadores at 31 de Dezembro de 2009 DGSP 2009b O EP de Caxias assim como todos os outros EP s administra se atrav s de um regulamento geral organizado por regras formuladas pela DGSP contudo cada EP pode converter ou adicionar mais normas sendo estas espec ficas do estabelecimento e g visitas Este regulamento e no caso especifico do EP de Caxias tem como objectivo acompanhar e orientar a vida de cada individuo que passa pela institui o para que cada um seja princ pio da sua pr pria ac o e construtor de um dia a dia a caminho de e para a sua liberdade Concomitantemente o regulamento deve cumprir
72. ctividades n o qualificadas dos servi os e com rcio e ainda na ind stria hoteleira tal como evidenciado nos exemplos de tipos de traject rias anteriores Neste caso os primeiros contactos com drogas leves feito entre os 14 e os 16 anos quanto s duras inicia se antes dos 19 anos Os delitos roubo furto ou tr fico estreiam se ap s do consumo de drogas duras fundamentadas na necessidade de subsist ncia dos n veis de consumos O sujeito toxic mano est envolto num estado de depend ncia que uma vez instalado mantido por respostas condicionadas ou n o droga A este prop sito Sedler amp Zeidenberg 1982 citados por Agra 1993 referem que a manuten o da depend ncia feita base de refor os positivos como a euforia o efeito de anti ansiedade e efeito analg sico resposta incondicionada e refor os negativos como o estado de dor e a incapacidade fisiol gica resposta incondicionada e o medo de descontrolo e o isolamento social resposta condicionada A toxicomania passa por ser uma forma de estar no mundo Pag s Berthier 1993 citado por Angel Richard amp Valleur 2002 uma atitude face ao modo de vida que cada um escolhe O toxic mano vive em fun o da subst ncia transformando esta na via m gica que lhe permite restabelecer uma harmonia perfeita com o mundo A droga perturba a tomada de decis o do sujeito deixando este de se conseguir projectar no futuro desinteressando se por tudo aquilo
73. ctor a etnia 32 participantes 64 pertenciam etnia caucasiana e 18 participantes 36 pertenciam etnia negra n o havendo outras a assinalar tabela 5 Quanto situa o ocupacional anterior deten o 30 indiv duos 60 encontravam se empregados 15 30 desempregados 1 2 era estudante 2 4 estava a frequentar um curso de forma o profissional 1 2 era reformado e um ltimo 2 era trabalhador estudante tabela 6 Ainda relativamente situa o de trabalho anterior 12 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional reclus o as profiss es com maior frequ ncia de resposta foram empregado de bar mesa 14 e pedreiro 12 tabela 6 1 No que respeita sua situa o penal 22 participantes 44 eram condenados e 28 56 eram preventivos Destes inquiridos 34 68 estariam nesta situa o de reclus o pela primeira vez e 16 32 afirmaram ser reincidentes tabela 8 e 9 Por ltimo duas outras situa es espec ficas se mostram relevantes para a caracteriza o da amostra A investiga o revela que 19 participantes 38 estariam indiciados ou j condenados por crimes relacionados com tr fico 2 participantes 4 estariam por crimes relacionados com consumo de drogas 1 2 com tr fico e consumo 7 14 com outros crimes re
74. culdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o Dura o Material T cnica Actividades Objectivo 9 30 a 60 Dispensado Aquilo que realmente queres Palmira Sette sugerido aos participantes pensarem numa situa o relacionada com o tema DROGA e lhes dado tempo suficiente para reflectirem sobre o assunto Um de cada vez utilizando o verbo devo dever exprimir ao grupo a situa o em que pensaram passando por todos os participantes De seguida pedido para que executem a mesma modalidade mas com a palavra quero at todos cumprirem o exerc cio solicitado Como desfecho do exerc cio cada participante dever perceber a diferen a emotiva entre as duas diferentes modalidades expressivas e identificar em qual delas se sentiu mais espont neo e livre Promover os comportamentos assertivos ajudando cada um distinguir entre aquilo que querem e aquilo que devem fazer no hoje e no amanha XIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o Dura o Material T cnica Actividades 10 60 a 90 Fotoc pia do texto e agora justi a Debate Nesta fase o t cnico divide o grupo em dois com a final
75. d Aspectos psicopatol gicos da depend ncia de drogas In Torres A amp Lito A 2008 Consumos de drogas dor prazer e depend ncias Lisboa Fim de S culo Edi es 104 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Rodrigues L Antunes C amp Mendes Z 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Padr es de consumo e desvi ncia em menores sob tutela Vol 5 Gabinete de Planeamento e de Coopera o do Combate Droga Lisboa Minist rio da Justi a Roman O 1999 Las drogas sue os y razones 51 73 Barcelona Editorial Ariel Rosa A 1998 Toxicodepend ncia Manter a abstin ncia prevenir a reca da Coimbra Ediliber Sanz J Castellano J Ac n E amp Archanco C 2006 Programas sanit rios y de reducci n de riesgos y da os en las prisiones espa olas Col quio internacional Tudo sobre drogas e sa de p blica nas pris es Recomenda es experi ncias e pr ticas Lisboa Associa o Portuguesa Anti Proibicionista Schuckit M 1998 Abuso de lcool e drogas Colec o alcoolismo e toxicomanias modernas vol 2 Lisboa Climepsi editores Seibel S amp Toscano Jr A 2001 Depend ncias de drogas S o Paulo Editora Atheneu Seibel S D amp Toscano Jr A 2007 In Nunes L amp J lluskin G 2007
76. da sua opini o sobre certos assuntos abordados no 74 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional estudo Contudo foi pedido a quem se comprometer a participar no mesmo que tentasse ser o mais fiel a si mesmo e s suas atitudes e comportamentos dentro do estabelecimento prisional Assim e posteriormente recolha da amostra adveio o tratamento estat stico dos dados inquiridos Por ltimo foi constru do o programa de interven o juspsicol gico este direcciona se popula o masculina do EP de Caxias apresentando os consumos existentes ou n o dentro do estabelecimento Para a execu o do programa tivemos de ter inicialmente um melhor conhecimento das necessidades e caracter sticas da popula o reclusa consumidora e do EP procurando desbloquear o fen meno A pertin ncia e compreens o do prop sito dos consumos ou policonsumos de subst ncias que causam adi o sejam estas l citas ou il citas em meio carceral foi obtida atrav s dos estudos dos resultados obtidos da informa o facultada pela aplica o do inqu rito A explica o do processo existente cinge se fundamenta o te rica do tema que serviu de argumenta o e constru o do programa Neste programa e conhecendo a popula o alvo procuramos incutir altera es nos procedimentos de actua
77. dade e Tecnologias Faculdade de Psicologia 41 50 82 0 14 0 2 0 2 0 100 0 82 0 96 0 98 0 100 0 LXIII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 22 1 Padr o de consumo na pris o L S D Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 50 100 0 100 0 LXIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 23 Padr o de consumo antes da reclus o Tabaco Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 15 30 50 Percent 30 0 2 0 8 0 60 0 100 0 Cumulative Percent 30 0 32 0 40 0 100 0 LXV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 23 1 Padr o de consumo na pris o Tabaco Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 16 30 50 Percent 32 0 4 0 4 0 60 0 100 0 Cumulative Percent 32 0 36 0 40 0 100 0 LXVI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven
78. de Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Refer ncia Bibliogr fica Abra o I 1999 Factores de risco e factores protectores para as toxicodepend ncias Uma breve revis o Revista Toxicodepend ncias Vol 5 n 2 p 3 11 Minist rio da Sa de Servi o de preven o e tratamento da toxicodepend ncia Lisboa Edi o SPTT Agra C amp Matos A P 1997 Droga Crime Estudos Interdisciplinares Traject rias Desviantes Vol 11 Gabinete de Planeamento e de Coordena o do Combate Droga Minist rio da Justi a Agra C 1990 Sujet autopoi tique et transgression In Acteur social et d linquence homage Christian Debuyst Bruxelles Pierre Mardaga ED Agra C 1993 Dizer as Drogas Ouvir as Drogas Estudos te ricos e emp ricos para uma ci ncia do comportamento aditivo Porto Radic rio Agra C 1997a Droga Crime Estudos Interdisciplinares A Criminaliza o da droga da emerg ncia aplica o da lei Vol 3 Colec o Estudos Gabinete de planeamento e de coordena o do combate droga Lisboa Minist rio da Justi a Agra C 1997b Droga Crime Estudos Interdisciplinares A experi ncia Portuguesa programa de estudos e resultados vol 1 Colec o Estudos Gabinete de Planeamento e de Coordena o do Combate Droga Lisboa Minist ri
79. de caso da Escola Secund ria Baltazar Lopes da Silva Monografia apresentada Universidade Jean Piaget de Cabo Verde para obten o do grau de licenciatura em Psicologia orientada por Izaura Furtado Praia Acedido em 15 de Mar o de 2010 em http bdigital unipiaget cv 8080 dspace bitstream 123456789 119 1 Osvaldina 20A raujo pdf Balsa C 2003 Inqu rito nacional de sa de ao consumo de subst ncias psicoactivas na popula o portuguesa 2001 Minist rio da Sa de Lisboa IDT Basilio A 2007 Dispositivos de controlo das depend ncias Instituto superior do trabalho e da empresa sec o aut noma de direito Disserta o para obten o do grau de mestre em novas fronteiras do direito Orientador Prof doutor Pierre Guibentif Lisboa Baudrillard J 1995 A sociedade de consumo Lisboa Edic es70 Bean P 2004 Drugs and crime In Nunes L 2010 Crime e comportamentos criminosos Cap IV pp 77 Porto Edi es Universidade de Fernando Pessoa Carmo I 1994 Vida v rus e v cios Lisboa Rel gio D gua editores Lda Carvalho A 2009 Adapta o pris o na perspectiva do recluso Tese de mestrado apresentada Universidade Cat lica Portuguesa para obten o do grau de Mestre em Psicologia orientada por Raquel Matos Porto Chalub M amp Telles L 2006 lcool drogas e crime Revista Brasileira de Psiquiatria vol 28 suplemento II 69 73 Acedida a 29 de Setembro de 2010 em
80. de dados foi consumada de um universo de aproximadamente 400 reclusos preventivos e condenados numa amostra de 50 participantes do sexo masculino detidos no Estabelecimento Prisional de Caxias A amostra desta investiga o varia entre os 19 e os 54 anos de idade com uma incid ncia em reclusos com 32 e 33 anos representando cada um 8 tabela 1 1 No total da amostra verific mos uma m dia de idades de 33 22 com um desvio padr o de 9 049 tabela 1 No que respeita ao estado civil 34 indiv duos 68 eram solteiros 8 16 casados ou em uni o de facto 7 14 divorciados separados e 1 2 era vi vo tabela 2 Em rela o ao agregado familiar anterior deten o 19 participantes 38 residiam com a sua fam lia de origem considerando o pai m e e irm os 23 participantes 46 com fam lia constitu da considerando o c njuge companheiro a e filhos 7 participantes 14 revelaram viverem sozinhos e um ltimo participante 2 revelou viver com amigos antes da sua deten o tabela 3 Relativamente ao n vel de instru o as habilita es liter rias dos participantes variam em conformidade com o seguinte quadro 1 participante afirma n o ter escolaridade 2 um outro participante 2 revela n o ter escolaridade mas diz saber ler e escrever e o restante grupo de participantes 48 afirma ter escolaridade havendo preval ncia no 7 ano 14 e no 8 ano e 12 ano 12 tabela 4 Considerando o fa
81. de uma alus o interven o juspsicol gica que se d sentido e reconhecimento a algumas normas do Direito A Psicologia atrav s pr ticas e saberes que a caracterizam tornou se assim indispens vel na aplica o da lei Poiares 2007 uma vez que esta era limitada n o tendo em conta a estrutura o da personalidade e dos comportamentos de cada pessoa Surge por isso o modelo de interven o juspsicol gica passando a Psicologia por ser parte intercontribuinte da justi a penal inibindo a rela o da psicologia como uma ci ncia auxiliar til somente ao n vel do testemunho Poiares 2001 2007 Este modelo consiste na adapta o das pr ticas psicol gicas no campo da justi a Assim tal como nos alude o autor a observa o est para esta interven o como um alicerce de todo o processo a capta o e a descodifica o dos discursos e intradiscursos dos ditos e n o ditos com a finalidade de um melhor e mais pormenorizado conhecimento total dos intervenientes Concomitantemente importante conhecer os cen rios e os actores que neles se desenvolvem interpretando as rela es deliberadas Desta forma e com as op es pol tico judiciais que se foram impondo de modo n o linear e sim transcorrendo da necessidade como o uso de subst ncias estupefacientes e psicotr picas que antes de tudo uma quest o de estilo de vida e de sa de teremos que deliberar o quadro relacional nessas vertentes afastando o Direi
82. depend ncia a uma postura anti patri tica subordinada a um movimento pol tico comunista Poiares 1998 contudo esta posi o atenuou se com a Revolu o do 25 de Abril de 1974 Posteriormente a esta mudan a gradual Portugal foi se adequando s orienta es internacionais a respeito do fen meno do consumo de drogas tendo come ado a adoptar medidas com rumo ao tratamento e aos cuidados dos indiv duos toxicodependentes Sommer 2004 citado por Nunes amp J lluskin 2007 Em Portugal os anos 70 espelharam a express o de grandes mudan as pol tico institucionais econ micas e s cio culturais que se constitu ram como refer ncias essenciais caracteriza o do fen meno da droga no pa s Desse modo a indu o de uma vertente que visava sensibiliza o dos cidad os para os problemas associados ao fen meno droga permitiu o aparecimento de um novo paradigma o paradigma criminal Durante aquele per odo salientava se a edi o de um novo ordenamento legislativo Decreto Lei 420 70 de 3 de Setembro de 1970 assente numa perspectiva criminalizadora do consumo de drogas onde se inseriam v rias disposi es sobre tr fico de estupefacientes acompanhado da autentifica o da Conven o nica sobre Estupefacientes CUE de 1961 A refer ncia normativa regia se numa racionalidade criminalizadora do consumo atendendo aos riscos presentes ao n vel da sa de moral e f sica dos consumidores Agra 1997 Uma vez ma
83. determinados comportamentos comportamentos de recusa oferta trabalhar os factores cognitivos conhecimento e informa es e ainda as vari veis afectivas valores cren as e atitudes Agra 1993 No consumo de droga existente em meio prisional verifica se que os sujeitos do sexo masculino est o em maioria Segundo Negreiros 1997 o sexo masculino est representado numa maior percentagem comparativamente ao sexo feminino 84 3 vs 159 No que diz respeito informa o recolhida por Negreiros 1997 comparativamente ao g nero predominante na pris es portuguesas este averiguou que os resultados sobre os consumos de droga e a actividade criminal revela que 71 dos sujeitos revelavam o uso pelo menos uma das subst ncias psicoactivas lcool haxixe marijuana hero na metadona coca na estimulantes tranquilizantes inalantes L S D tabaco ecstasy caf Ainda referido um consumo cumulativo de v rias drogas pelo menos uma vez por semana sendo a hero na que aparece neste estudo como a mais consumida com 55 dos sujeitos com um consumo di rio seguida pelo lcool com 29 dos sujeitos e por ltimo o consumo de coca na com aproximadamente 20 nos quatro meses que precederam deten o Em Portugal e comparativamente com outros pa ses os resultados s o muito semelhantes relativamente aos consumos de droga antes da entrada na pris o Os dados mostram que em Portugal em 2001 registava se 65 dos reclusos
84. do ao abuso de diferentes drogas em simult neo Nunes amp J lluskin 2007 Existe uma forte rela o entre o abuso de drogas il citas e os problemas associados ao seu uso Schuckit 1998 O discurso sobre o consumo de drogas refere se geralmente a subst ncias espec ficas drogas ilegais e consideradas pesadas Dificilmente deixar de se concluir que esta perspectiva unidimensional est a tornar se cada vez mais in til para entender a natureza evolutiva dos padr es do consumo de subst ncias na Europa As pessoas que consomem drogas quase nunca restringem o seu consumo a uma nica subst ncia OEDT 2009 Actualmente a n vel europeu os padr es de policonsumo de drogas s o a norma e o consumo combinado de diversas subst ncias respons veis pela maioria dos problemas com que somos confrontados OEDT 2009 tanto dirigidos para as principais resultantes altera es neuropsicol gicas como destinados aos pares e familiares do consumidor crimes associados ao consumo Os consumos tipificados j se mostram diminutos levando a uma progress o 31 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional cont nua relativas ao abuso de outras drogas perturbadores depressores ou estimuladores do sistema nervoso central Actualmente regista se um aumento acentuado ao n vel dos p
85. dono do consumo Tabela 32 Unidades Livres de droga Frequency Percent Cumulative Percent Pouco importante 6 12 0 36 0 Importante 20 40 0 76 0 Muito importante 12 24 0 100 0 Total 50 100 0 LXXXII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 33 Programas de substitui o Valid Nada importante Pouco importante Importante Muito importante Total Frequency 12 16 19 50 Percent 24 0 6 0 32 0 38 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 24 0 30 0 62 0 100 0 LXXXIII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 34 Programas terap uticos Valid Nada importante Pouco importante Importante Muito importante Total Frequency 13 30 50 Percent 4 0 10 0 26 0 60 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 4 0 14 0 40 0 100 0 LXXXIV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 35 Programas minimiza o riscos Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nadaimportante No 20 20 Pouco importante 2 4 0 26
86. e No Valido 50 Missing 0 Mean 33 22 Std Deviation 9 049 XXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 1 1 Idade Valid 19 20 21 2 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Frequency Percent 2 0 2 0 4 0 4 0 6 0 4 0 6 0 2 0 2 0 2 0 2 0 2 0 2 0 8 0 8 0 4 0 2 0 4 0 2 0 6 0 2 0 2 0 2 0 Cumulative Percent 2 0 4 0 8 0 12 0 18 0 22 0 28 0 30 0 32 0 34 0 36 0 38 0 40 0 48 0 56 0 60 0 62 0 66 0 68 0 74 0 76 0 78 0 80 0 XXIX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 42 2 4 0 84 0 43 1 2 0 86 0 44 2 4 0 90 0 46 1 2 0 92 0 49 l 2 0 94 0 50 1 2 0 96 0 53 l 2 0 98 0 54 l 2 0 100 0 Total 50 100 0 XXX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 2 Estado civil Valid Solteiro Casado uni o de facto Separado divorciado Vi vo Total Frequency 34 8 7 50 Percent 68 0 16 0 14 0 2 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade
87. e a vulnerabilidade da personalidade e da sua actividade mental Ramos 2004 citado por Torres amp Lito 2008 Toscano Jr 2001 Comportamentos arrolados com a problem tica da toxicodepend ncia est o relacionados com os problemas emocionais de cada um Hopper 1981 citado por Torres amp Lito 2008 e com a compreens o que o desenvolvimento infantil tem em compara o com o comportamento adquirido pelo sujeito toxicodependente particularmente em termos dos deficits do Ego Freud 1949 citada por Torres amp Lito 2008 Mediante as situa es acima referidas de salientar a import ncia atribu da motiva o que os sujeitos imputam aos consumos nomeadamente para se tornarem dependentes de drogas Desta forma existe uma diversidade de factores que podem contribuir para que o consumo tenha entrado na vida dos sujeitos Hipoteticamente existem factores preditivos associados ao in cio do consumo factores pessoais sociais e ambientais s o alguns exemplos promotores do in cio e ou manuten o do uso de subst ncias Fraz o Pereira Magalh es amp Teles 2005 Roman 1999 Rosa 1998 Dias 2002 Toscano Jr 2001 Quando fazemos refer ncia ao impacto e desenvolvimento que a problem tica da droga t m na vida de cada indiv duo estamos a articular duas oscila es que interferem positiva ou negativamente no percurso de vida de cada um Nessas vari veis temos compreendido factores de risco Cunha Filho amp Ferreir
88. e expressar o que pensa e o que sente tendo cuidado de n o magoar os outros Moreira 2005 Para alguns autores o termo de compet ncia social chega mesmo a ser substitu do por assertividade No nosso programa a assertividade trabalha se em v rias situa es desde o m dulo da problem tica perspectivada passando pela pr pria sess o para o qual est destinada e chegando ao fim do programa Por fim e ainda no dom nio das toxicodepend ncias como quase todos os outros m dulos e suas sess es a capacidade de tomada de decis o e de resolu o de problemas fundamentais indispens vel na resolu o de qualquer problema Contudo no tratamento das toxicodepend ncias torna se essencial Desta forma esta compet ncia dota o sujeito de uma tomada de consci ncia para as suas decis es prevendo as consequ ncias a elas inerentes O 88 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional sujeito deve encontrar uma forma adaptada de ajustar a si e ao seu meio as decis es que toma para o futuro Consideramos importante deixar uma nota sobre as actividades sugeridas no nosso programa uma vez que n o devem ser apenas vistas como din micas de grupo devendo haver a preocupa o de se despertar para a disposi o e para as necessidades dos participantes no momento adaptando as ac
89. e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional http www idt pt PT RevistaToxicodependencias Artigos 20Ficheiros 2005 2 2005 02 TXT2 pdf em 4 de Novembro 2009 Torres A amp Lito A 2008 Consumos de drogas dor prazer e depend ncias Lisboa Fim de S culo Edi es COTA M 6433 Toscano Jr A 2001 Adolesc ncia e Droga In Seibel S amp Toscano Jr A 2001 Depend ncias de drogas Cap 11 283 301 S o Paulo Editora Atheneu Touraine A 1998 Iguais e Diferentes Poderemos viver juntos Lisboa Instituto Piaget Vaillant G 2004 Hist ria natural da adi o e caminhos para a recupera o In Ferreira Borges C amp Filho H 2004 Alcoolismo e toxicodepend ncia manual t cnico 2 Lisboa Climepsi Vandam 2009 In OEDT 2009 Relat rio Anual A Evolu o do Fen meno da Droga na Europa Retirado de http www min saude pt NR rdonlyres 3125D77D 636B 4CAE 8445 B8223A3FA948 0 att 93236 PT EMCDDA AR2009 PT pdf em 6 de Novembro 2009 Ventura J 2004 Vertentes da interven o psicol gica na actividade de investiga o criminal In Assimetrias em rota de colis o com a vida Actas do I congresso da rea da psicologia criminal e do comportamento desviante Coordena o de Carlos Alberto Poiares 64 78 1 ed Edi o Teseaurius Lda Vieira H 1998 Int
90. e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 68 0 84 0 98 0 100 0 XXXI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 3 Agregado familiar Valid Fam lia de origem pai m e irm os Fam lia constitu da c njugue companheiro a filhos Sozinho Amigos Total Frequency 19 23 50 Percent 38 0 46 0 14 0 2 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 38 0 84 0 98 0 100 0 XXXII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 4 Habilita es liter rias Cumulative Frequency Percent Percent Valid Sem escolaridade 1 2 0 2 0 Sem escolaridade mas sabe ler 1 2 0 4 0 e escrever Com escolaridade 48 96 0 100 0 Total 50 100 0 XXXIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 4 1 Ano de escolaridade Valid N o responde 4 Classe 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano Frequ ncia universit ria Curso Profissional Total Frequency 50 Percent 4 0 10 0 10 0 10 0 14 0 12 0 8 0 6 0 4 0 12 0 6 0 4 0 100 0 U
91. e a diminui o de comportamentos aditivos combatendo os factores de riscos presentes e actuando na promo o dos factores protectores existentes em cada um dos reclusos Os factores de risco de uma forma simplificada decorrem de uma associa o entre uma condi o espec fica apresentada por um indiv duo grupo ou ambiente e uma probabilidade aumentada de desenvolver determinado tipo de perturba es associados a uma doen a Assim quanto maior for a exposi o aos factores de risco maior a probabilidade de consumo de subst ncias Morel Boulanger Herv amp Tonnelet 2001 Ferreira Borges amp Filho 2004 Moreira 2005 Nunes amp J lluskin 2007 Cunha Filho amp Ferreira Borges 2008 Disposi o gen tica e psicol gica ou compet ncias sociais normas limitativas de circula o no espa o prisional comportamentos desviantes do grupo de pares f cil acesso droga baixa auto estima e autocontrolo s o alguns dos factores de riscos que poder o proporcionar comportamento de adi o despoletados ou dilatados aquando do seu encarceramento Contudo estes factores n o determinam em exclusivo o consumo de subst ncias Reciprocamente o papel dos factores protectores como a designa o indica atenuam ou ministram condi es para que os reclusos consigam gerir os riscos a que est o expostos de uma forma segura atenuando a possibilidade do uso de drogas Moreira 2005 Cunha Filho amp Ferreira Borges 2008 Prese
92. e de felicidade considerados dif ceis de conquistar pelos mesmo sem a ajuda da subst ncia consumida seja esta l cita ou il cita O consumo admite a elimina o de estados de disforia de ansiedade de irritabilidade e de outros sentimentos desagrad veis produzidos por eventual abstin ncia Macedo 2004 Desta forma importante compreender qual a melhor forma de estabelecer uma rela o com os grupos de maior risco e assim confrontarmo nos com uma preven o que dever caminhar de encontro com as necessidades e os desejos dos destinat rios garantindo o bem estar o prazer e realiza o dos mesmos visto que o foco da interven o visa o melhor funcionamento do sujeito perante a subst ncia Melo 2000 Refer ramo nos ent o aos problemas decorrentes dos consumos Estes tem a capacidade de conduzir o sujeito consumidor a diversos n veis de dano e destacando se os efeitos focados em particular na sa de e na vida social de cada sujeito n o desvalorizando os danos provocados nos pares e familiares mais pr ximos O uso nocivo relaciona se directamente com danos f sicos ou mentais causados sa de que podem ou n o ser acompanhados de outros problemas e consequ ncias sociais Relativamente aos efeitos ao n vel da sa de evidenciam se a S ndrome de Imunodefici ncia Adquirida SIDA a tuberculose hepatites intoxica o por subst ncias dem ncia persistente dem ncia mn sica persistente perturba o do humor pe
93. e g reclusos com problemas de conduta diferen as de aprendizagem entre outros promovendo uma nova adapta o a uma nova sociedade Quando um sujeito d entrada numa dessas institui es este v se obrigado a viver em determinadas condi es quebrando as aquisi es sociais adquiridas na sociedade da qual se despede A perman ncia institucional vai variando de sujeito para sujeito variando atrav s das medidas decretadas pelas entidades judiciais competentes nessa mat ria tribunais Gon alves 2008 Ai adjacente est a adapta o ao meio prisional sentindo se o indiv duo limitado a uma nova organiza o de espa os tempo pessoas e viv ncias que ter de se ajustar Estas novas situa es adaptativas determinam a maneira de estar e de socializar do indiv duo Admite se por isso que a integra o no meio prisional pode variar levando a adquirir comportamentos desfavor veis relativos sua conduta caso esta n o seja bem sucedida pelo mesmo Esta inadapta o poder ser desenrolada mediante factores sociais biol gicos ambientais e de personalidade Gon alves 2008 Cunha Filho amp Ferreira Borges 2008 Um dos comportamentos consequentes da in adapta o ao meio prisional foca se no consumo de drogas e a adi o torna se assim numa perturba o discreta com manifesta es m ltiplas Vaillant 2004 onde muitos dos reclusos entrevistados chegam a afirmar que como n o h mais nada para fazer fuma se
94. e interven o juspsicol gico em meio prisional guardas prisionais cuja compet ncia controlar os comportamentos dos reclusos vinte e quatro horas O meio prisional tamb m pode ser considerado um terreno desviante pela visibilidade retirada da vida quotidiana normal e exist ncia de grandes aglomerados de pessoas muitas dessas j consumidoras no meio livre Neste exemplo de territ rios a socializa o feita atrav s de elementos que criam a identidade do lugar a densidade das rela es interpessoais o pr prio funcionamento do espa o e a polival ncia comportamental Estes elementos tanto podem favorecer o bom funcionamento do espa o provocando a ocorr ncia de comportamentos sociais integrados como desfavorecer com comportamentos desviantes Nunes amp J lluskin 2007 Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 A droga e drogado tendem por isso a suceder se em v rias possibilidades de relacionamento provocando e fazendo parte de uma diversidade de exist ncias sociais de dispers o de estilos de vida de organiza es de identidade de motiva es e de interesses Agra 1993 Os contextos de propaga o da subst ncia s o hoje basilares no fen meno da desvi ncia e alvo de an lise de v rias disciplinas de Ci ncias Humanas Os espa os de condicionamento de popula es marginalizadas s o considerados lugares de novos grupos perigosos convertendo se em excelentes analisadores da situa o profunda da
95. e livre criando uma din mica ao n vel da sua socializa o e por outro lado normaliza o contrariando a marginaliza o Em meados da d cada de 90 a pol tica interventiva estava dirigida exclusivamente aos tratamentos livre de droga n o se conjecturando a capacidade de leitura do que j era n tido para muitos uso da metadona como substitui o e que levaria posteriormente adop o de medidas de redu o de riscos tal como constatado no Relat rio da Comiss o para a Estrat gia Nacional de Luta contra a Droga 1998 Esses cuidados seriam organizados no sistema prisional com a cria o de alas de comunidade terap utica e mais tarde especializando as em Alas Livres de Drogas que poderiam funcionar em articula o com os Centros de Atendimento a Toxicodependente CAT permitindo uma continuidade de tratamentos iniciados no exterior Fernandes amp Silva 2009 Estes tratamentos s o da responsabilidade da DGSP dando assim continuidade aos tratamentos iniciados em liberdade ou at propor outros para tratamento sempre seguidos por t cnicos respons veis pelos programas de interven o DGSP 2009a Os programas de redu o de danos e riscos recorrem a um leque de estrat gias com foco interventivo ao n vel terap utico sanit rio e social objectivando a minimiza o dos 62 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou
96. e o seu percurso e ainda com as suas experi ncias e aprendizagens De acordo com esta perspectiva destacam alguns factores a ter em conta 1 O conflito de motivos relacionado com o prazer imediato e a tentativa e evitamento ou adiamento dos efeitos infaustos oscila es entre p los diferentes ii O aparecimento de reac es defensivas que surgem no seguimento do ponto anterior tais como o evitamento de decis es objectivas a pr pria racionaliza o e a nega o Nunes amp J lluskin 2007 A problem tica que envolve o fen meno n o se desenvolve apenas pelo consumo banalizado integrado no dia a dia tal como retratado pelo senso comum Come a antes a expandir para um formato de reflex es que j come am a levantar quest es Aqui a forma do sujeito consumidor alcan ar novas experi ncias com a simples adi o de uma outra subst ncia ao seu consumo habitual torna se numa nova vis o de h bitos de consumo passando a sobressair uma assimila o de varia es de consumo Estas novas interac es existentes nos novos consumos denominam se de policonsumo de drogas Esta defini o utilizada por muitos Estados Membros que se referem ao consumo de mais do que uma droga ou tipo de droga pelo mesmo indiv duo consumo simult neo ou sequencial tal como definido no l xico da Organiza o Mundial de Sa de OMS Observat rio Europeu de Droga e da Toxicodepend ncia OEDT 2002 Assim o policonsumo surge associa
97. ehaviour School Aged Children HSBC sobre o consumo de drogas recolhidos em Portugal entre 1998 e 2006 verificou se que a droga mais experimentada pelos jovens dos 11 aos 16 anos foi a cannabis haxixe ou erva Estes consumos podem desviar a conduta do sujeito fazendo com que haja um quadro de consequ ncias diferente do que haveria at ent o Conforme disposto na Lei Tutelar Educativa LTE o menor at aos 16 anos n o ser penalizado criminalmente sendo julgado pelo Tribunal de Menores onde as medidas tutelares educativas aplicadas ser o em conformidade com as disposi es da referida Lei Segundo o art 2 as medidas tutelares educativas visam a educa o do menor para o direito e a sua inser o de forma digna e respons vel na vida em comunidade Organiza o Tutelar de Menores OTM 2002 Especialistas droga crime descendentes de fam lias numerosas mas com uma estrutura o mais consistente que o tipo anterior Estes sujeitos s o detentores de estrat gias adaptativas a ambientes estruturados e normativos onde cerca de metade frequenta o percurso escolar regular e a outra metade opta pelo absentismo escolar O seu percurso laboral tende a iniciar se antes dos 16 anos em actividades n o qualificadas Os primeiros contactos com drogas leves ocorrem normalmente antes dos 17 anos provocados pela sub cultura delinquente ou pela conviv ncia com consumidores regulares de droga como comprovado 36 Universidade
98. ela 16 para 4 tabela 16 1 consumidos raramente se enunciarmos os consumos de tranquilizantes pass mos de 12 tabela 21 consumidos com raridade para um consumo dentro do EP de 12 tabela 21 1 consumidos todos os dias e se abordarmos a metadona verific mos um aumento mesmo que pouco evidente a passar de 4 tabela 18 consumidos todos os dias para 6 tabela 18 1 consumidos igualmente todos os dias Em rela o ao aumento ainda que pouco significativo dos consumos de metadona este permite nos perceber que os reclusos t m acesso subst ncia usufruindo da mesma em programas de substitui o Contudo este factor acarreta duas situa es opostas a favor vel e a criticada onde por um lado temos a vertente motivacional de controlo ou cess o dos consumos promovida pelos consumos de metadona e por outro lado temos a comunica o informal recolhida dos reclusos que revelam que o tratamento de substitui o com metadona continua a ser um consumo e que n o ajuda muito porque n o deixa de ser droga Os reclusos chegam a declarar partilha de utens lios OEDT 2002 2009 2010 com outro recluso apesar de baixa 10 tabela 46 a exist ncia inevit vel uma vez que estes mesmos reclusos assumem consumos ainda que muito reduzidos de drogas il citas 11 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o jus
99. elecimentos apesar de todas as medidas tomadas para reduzir a sua oferta reconhecido tanto por peritos prisionais como por decisores pol ticos europeus OEDT 2009 2010 a presen a desse facto Estudos realizados desde 2002 respeitantes ao consumos de droga nas popula es prisionais revelam que entre 1 e 50 dos reclusos dizem ter consumido drogas na pris o e uma percentagem afirmou ter consumido drogas regularmente OEDT 2009 Em concord ncia e segundo estudos de 2007 desenvolvidos em Portugal sobre os consumos de droga em meio prisional divulgado que 12 dos reclusos assumem ter consumido regularmente subst ncias psicotr picas durante o ltimo m s OEDT 2010 Com o abuso de drogas e o aumento de casos tipificados como crime foram adoptadas novas dimens es legislativas Lei 30 2000 29 de Novembro encaminhadas para o agravamento das penas por tr fico de drogas ou crimes relacionados com o consumo de subst ncias il citas Juntamente v rias muta es foram inseridas no Sistema de Justi a principalmente para combater os problemas causados pelo aumento do consumo de droga 52 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Uma das inova es foi o aparecimento dos programas de tratamento de toxicodependentes nas pris es de modo a promover a aquisi o de
100. em na pris o a maioria dos consumidores reduz ou cessa o consumo de droga justificando a dificuldade de aquisi o das subst ncias OEDT 2009 2010 Contudo poucos s o aqueles que deixam mesmo de consumir subst ncia psicoactivas Estes reduzem os seus consumos s drogas leves e l citas havendo todavia quem assuma que continua a consumir drogas il citas com regularidade O fen meno das drogas tanto no que diz respeito aos crimes como no que se refere aos consumos domina o panorama prisional Torres amp Gomes p 213 2002 No estudo de Negreiros 1997 cujo objectivo se prendia em perceber a rela o entre o consumo de droga e a actividade criminal revelado que 70 dos sujeitos da amostra consumiam periodicamente mesmo antes da sua reclus o assumindo o consumo de pelo menos uma subst ncia psicoactiva Neste seguimento e corroborando com o estudo de Negreiros 1997 Agra 2008 menciona que a popula o reclusa declara mais consumos de estupefacientes comparativamente com a popula o livre completando a indaga o afirmando que em Portugal cerca de tr s quartos da popula o prisional consome com 51 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional regularidade sendo a hero na a subst ncia com maior taxa de consumo antes da deten o seguindo se o
101. epend ncia Colec o epistemologia e sociedade Lisboa Instituto Piaget Dias F 2008 Processos psicoterap uticos em meio prisional Manuscrito n o publicado Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Lisboa Dias J amp Andrade M 1997 Criminologia O homem delinquente e a sociedade crimin gena 2 Reimpress o Coimbra Coimbra Editora Dias J 2008 Psiquiatria Forense 2 Ed 278 306 Lisboa Edi o Funda o Calouste Gulbenkian Dias L 2007 As drogas em Portugal o fen meno e os factos jur dico pol ticos de 1970 a 2004 Coimbra P de Pagina editores Dicion rio de l ngua portuguesa 2007 Novo dicion rio da l ngua portuguesa conforme o acordo ortogr fico 1 Edi o Cac m Texto Editores Direc o Central de Investiga o do Tr fico de Estupefacientes Sec o Central de Informa o criminal DCITE SCIC 2004 A Criminalidade Associada Droga Evolu o comparativa 1996 1999 e 2000 2003 Retirado de http www idt pt PT Investigacao Documents EstrategiaNacional criminalidade pdf em 22 de Novembro de 2009 Direc o Geral da Sa de e dos Consumidores 2008 In OEDT 2009 Relat rio Anual A Evolu o do Fen meno da Droga na Europa Retirado de http www min saude pt NR rdonlyres 3125D77D 636B 4CAE 8445 98 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso
102. erven es em meio prisional abordagem explorat ria Temas Penitenci rios s rie II 1 45 54 Direc o Geral dos Servi os Prisionais Vieira H 2005 Pris es Da interven o institucional desinstitucionaliza o das Interven es Temas Penitenci rios s rie III 1 e 2 Edi es Direc o Geral dos Servi os Prisionais 106 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional AP NDICES Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Vimos solicitar a sua colabora o num estudo sobre Programas de interven o junto da popula o reclusa que apresente consumos de drogas e subst ncias psicoactivas no mbito do Mestrado em Psicologia Forense e da Exclus o Social da Faculdade de Psicologia da Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Este question rio an nimo e a sua participa o volunt ria como tal solicitamos que responda o mais honestamente poss vel Lembre se que n o existem respostas certas ou erradas e que estas servem apenas o objectivo do estudo Caso n o se sinta vontade com determinadas quest es poder omitir a resposta bem como sentir se livre para desis
103. es consumidores e consumidores agentes de crimes anexos Assim o crime progrediu e os traficantes diversificaram se e proliferaram Almeida 1997 Foi crucial parar para pensar n o parecia ser este o caminho a trilhar para a resolu o da problem tica vivida Foi ent o no per odo de 1975 a 1982 que se institucionalizou o poder segundo o paradigma cl nico psicossocial A marca da entrada de Portugal num Estado Social de Direito n o ficou indiferente quest o da droga que passou a fazer parte dos discursos dos governantes nacionais aprovando se o Decreto Lei n 745 75 de 31 de Dezembro marcando o in cio da cria o de estruturas de combate droga em Portugal Dias 2007 nomeadamente a atenua o das penas relativamente aos consumos e deixando de criminalizar o acto da mesma forma Poiares 1998 Uma vez instalada em Portugal a problem tica das drogas incidiu sobre a popula o jovem passando a ser considerada uma prioridade pol tica do Governo a aplica o de um modelo de interven o que visava o tratamento m dico social do toxic mano e procurava assegurar a cobertura profil tica da popula o em alto risco Foi ent o nesta vis o cl nico policial assente no problema da droga que se criou o Centro de Estudos da Juventude CEJ e o Centro de Investiga o Judici ria da Droga CIJD dispositivos legais cuja compet ncia estava ligada ao estudo dos fen menos da droga nomeadamente o tratamento e o e
104. esssesseeerresssseterrtrrrssssrrrrtrrsssssreerrrnrssssreeennessssssreeet 59 PARTE Bose EEEL EELEE A TET Rad Do Qdo RU GO DO CRM DO De ROO ER QRO JOR DR CO DO 2 O GO DO RO RR 66 Capitulo VII Metodologia sas aa 68 7 Estrutura metodol BICa suas seus e A eE A AEE E JANE pa O a 68 Mad SAMOSLRA ss RA ea o cena not o cao nan o fo a a e e fo a a e la aaa nf a no aa EOT 72 8 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 7 3 Descri o da medida errar aa er arara aaa arara ra raaeaarararaa a 73 LA Procedimento sanar As SEARA ASAE ER RRRA A E AR AS 74 7 5 An lise e Discuss o de resultados era careaenne 75 Cap tulo VIII Programa de interven o juspsicol gico ii 81 8 Cartografia do programa erre ceareaaaeaaeanaanaaraaanaarenaaa 81 8 1 Apresenta o do programa erre eeree aerea cararrera caras 81 8 2 rea geogr fica de implementa o ienes 81 83 DeStIMAL TIOS 27 52 sar as a e e a a ET TE a Eat 82 9 Planifica o do programa ir rereea rea acareanaacaaraaanaarenaaa 82 91 Objectivos gerais ssa i En EE EE Pa PD DANDO AN en 82 9 2 Objectivos espec ficos ee rreeerre area cereeacareeaeereanerenaa 82 9 3 Indi
105. ferecidos fora da pris o as pris es t m de dar resposta aos desafios colocados pelas necessidades de sa de espec ficas dos consumidores de droga como as doen as infecto contagiosas transmitidas por via sangu nea e os problemas psiqui tricos co m rbidos OEDT 2009 Para que os programas se realizem com o devido e esperado sucesso ser favor vel incluir as seguintes caracter sticas i Per odos de tempo adequados dura o dos tratamentos melhorando assim a suas capacidades cognitivas havendo mais tempo poder se trabalhar o sujeito mediante as suas capacidades promovendo a aten o adequada do interveniente ii Dever o ser estabelecidas liga es estreitas com os servi os de sa de e de tratamento da toxicodepend ncia da comunidade como forma de encontrar as medidas adequadas s situa es que possam emergir ao longo do programa iii Dever ser prestada forma o espec fica a todos os t cnicos intervenientes com a finalidade de dotar os condutores do programa de forma a dar a resposta s d vidas existentes bem como ter em considera o a perspectiva dos pr prios reclusos Conforme os objectivos a que nos propomos visamos que esta investiga o cumpra e responda ao pretendido levando modifica o dos comportamentos relacionados com o 64 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven
106. haviam consumido algum tipo de subst ncia antes da entrada no EP na Esc cia eram 69 em 2007 na Su cia eram 55 em 2006 em Espanha eram 65 em 2006 na Noruega eram 70 em 2002 e na Dinamarca eram 56 em 2001 Todavia verificada a dificuldade em aceder s subst ncias e manter certas modalidades de consumo consequ ncia do controlo dos comportamentos e pr ticas dos reclusos Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 Desta forma os n meros referentes aos consumos de droga existentes dentro e fora dos meios prisionais obrigam nos a analisar a realidade de uma forma preocupante 53 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo V Leme de colis o 54 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo V Leme de colis o O mundo dos consumos distingue se pela sua natureza sui generis de tal forma que o sujeito consumidor ao longo do desenvolvimento da sua depend ncia experiencia um vasto leque de viv ncias hoje em dia assinaladas como comuns Este desenvolvimento conota na maior parte das vezes uma procura de novas experi ncias nomeadamente a vontade de alcan ar estados de perfei o
107. iantes sendo que nestes casos a rela o existente entre o consumo e o crime parece fortificar se Nunes amp J lluskin 2007 A hero na e a coca na tamb m surgem associadas ao crime mas com uma intensidade e car cter espec fico como roubo furto chegando at ao jogo e prostitui o Os delitos s o executados pela necessidade do uso de drogas e pelos elevados pre os do produto e ainda pelo consumo que fomenta efeitos r pidos que motivam nos consumidores adi es consecutivas provocando grande depend ncia psicol gica OEDT 2009 Como refere o relat rio anual 2009 entre 2002 2007 o n mero de infrac es que envolviam a cannabis aumentou ou manteve se est vel na maioria dos pa ses registando um aumento de casos estimado em 23 na Uni o Europeia UE Desta forma a UE em termos globais revela que as infrac es relacionadas com a coca na aumentaram cerca de 59 durante o mesmo per odo OEDT 2009 45 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional A inclina o decrescente das infrac es relacionadas com a hero na na UE constatada em relat rios anteriores parece agora ter findado observando se um aumento de cerca de 7 no intervalo de anos referido O n mero de infrac es relacionadas com as anfetaminas continua a mostrar uma tend ncia cres
108. ias da entrada em meio carceral Todavia o grau de depend ncia de subst ncias il citas torna a exist ncia e a presen a em programas de apoio espec fico essenciais para a maioria dos reclusos pertencentes a esta amostra Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 Considerando o uso de drogas um problema complexo que deve ser contemplado na sua continuidade importante a exist ncia de um sistema prestador de cuidados de sa de proporcionando a integra o do sujeito oferecendo uma efectividade duradoira da resposta Estes grupos prestadores de cuidados s o constitu dos por sistemas inter relacionados ou interdependentes de outros servi os prestados por v rias institui es ou reas de actua o que ajudam no alcance das respostas necess rias i e Centros de Atendimento a Toxicodependentes CAT Para tal efeito existe em primeiro lugar servi os disponibilizados aos indiv duos que ainda n o sofrendo de depend ncia de subst ncias necessitam de uma interven o de apoio e orienta o com o intuito de adequar o uso de subst ncias a padr es funcionais e saud veis este tipo de interven o focaliza se na preven o do uso e dos riscos associados Cunha Filho 2004 citado por Cunha Filho 2005 Esta preven o est reservada a situa es prim rias vocacionadas para uma interven o preventiva e precoce As interven es a este n vel s o vistas com sendo breves e por norma s o utilizadas separadamente com trat
109. ibeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 17 Padr o de consumo antes da reclus o Metadona Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 46 50 Percent 92 0 2 0 2 0 4 0 100 0 Cumulative Percent 92 0 94 0 96 0 100 0 LIII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 17 1 Padr o de consumo na pris o Metadona Frequency Percent Cumulative Percent Todos os dias 3 6 0 98 0 5 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 LIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 18 Padr es de consumos antes da reclus o Coca na Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 33 50 Percent 66 0 18 0 4 0 12 0 100 0 Cumulative Percent 66 0 84 0 88 0 100 0 LV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 18 1 Padr o de consumo na pris o Coca na Frequency Valid Nunca 48 Rar
110. ibeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional diferente o consumo de adulterantes corresponde adi o de subst ncias complementadas com produtos cujo objectivo o de as diluir manipulando as e a aumentando artificialmente o seu valor quanto ao consumo simult neo policonsumo este equivale adi o concomitante de duas ou mais subst ncias Temo nos deparado com o facto de as causas busca de novas experi ncias e os efeitos altera es neuropsicol gicas Iruarrizaga 2004 do consumo ou policonsumo serem muito diversificados cada sujeito tem as suas motiva es particulares ou determinadas por outrem para se iniciar como consumidor Mostra se demasiado casual e delicado generalizar uma causa a todos os que se iniciam ou at mais dif cil se torna definir qual o efeito que os mesmos ir o apresentar Cada sujeito tem uma vida e uma experi ncia e cada droga l cita ou il cita vai ter diferentes resultados ou efeitos nos consumidores na necessidade do desejo que se funda toxicodepend ncia tornando o sujeito autocentrado e devorador de si pr prio enlouquecendo bloqueando e esvaziando o seu mundo Morel Herv amp Fontaine 1998 2 2 Toxicodependentes O indiv duo enquanto parte integrante da sociedade desenvolve a sua personalidade na sequ ncia das experi ncias vividas ou impostas pelo meio envolvente Desta forma o toxicodependente pode ou n o
111. ibeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional querem tratar e procuram uma vida sem drogas leva a um programa de tratamento em unidades residenciais orientado para a abstin ncia de consumo de subst ncias com uma dura o m dia de 18 meses e incluindo actividades educativas ocupacionais e terap uticas Estas desenvolvem se num contexto grupal sendo o grupo simultaneamente instrumento e objecto de trabalho propiciando um contexto de aprendizagem e de experimenta o de compet ncias pessoais e sociais que facilitam e promovem a organiza o de um projecto de vida sem drogas Em alguns EP s existiam em 2006 alas destinadas a toxicodependentes que assumiam um compromisso de n o consumir droga Estas ULD eram tr s localizadas nos EP s de Lisboa Caxias e Sintra as Unidades de Apoio a Reclusos Toxicodependentes UART seriam cinco e foram implementadas nos EP s de Leiria Porto Santa Cruz do Bispo e Tires Estas UART teriam o objectivo de separar os reclusos toxicodependentes dos restantes proporcionando lhes condi es de interac o especial com t cnicos e vigilantes favorecendo assim a estrutura o da motiva o para o tratamento indicado Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 Contudo e apesar da exist ncia desta unidades em alguns EP s o intuito da nossa investiga o op e se a algumas op es defendidas pelas unidades existentes existindo uma diferen a ent
112. icol gicas subordina o a um consumo independente do efeitos depressibilidade do humor car ncias a n vel da identifica o e ao n vel da passagem ao acto e comportamentos auto destrutivos e demonstradas pelo papel que a reca da tem Rosa 1998 Pag s Berthier 1993 citado por Angel Richard amp Valleur 2002 Considerado como variante do consumo de droga est o sujeito que se divide entre as categorias patol gicas que dificultam a decis o quanto posi o que os consumos de subst ncias psicoactivas t m O toxic mano por isso contido racionalidade repartida e ordenadora das desordens psiqui tricas deixando de existir a personalidade pr pria e passando a existir uma interroga o constitu da por respostas j existentes a sua identidade n o desaparece modifica se Dias 2002 O toxicodependente vive subjugado preocupa o de encontrar um r pido al vio para a sua tens o interior A sua dificuldade de encontrar satisfa o no dia a dia e a intoler ncia frustra o leva o a procurar satisfa o imediata na necessidade e no desejo sentido pela subst ncia Os sujeitos dependentes de t xicos drogas narc ticos tra am um mundo de ideias pr prio acompanhado por n veis elevados de estimula o de tonalidade dolorosa associados ao profundo estado de ang stia e s dificuldades de controlo e toler ncia ao stress caracterizado pela desorganiza o ideativa Agra 2008 Podem viver num mundo envolt
113. icologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo I O impacto do consumo e a sua adapta o legislativa 1 Introdu o 1 1 Vicissitudes evolutivas 1 2 Comiss es para a Dissuas o da Toxicodepend ncia na interven o num mundo consumidor 14 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo I O impacto do consumo e a sua adapta o legislativa O consumo de drogas enquanto vari vel antropol gica constitui um comportamento que num dado momento da hist ria das sociedades ocidentais se tornou a problem tica da droga Agra 1993 p 29 1 Introdu o Num dado tomo da nossa hist ria o desenvolvimento do mundo do consumo passou a fazer parte de um problema constru do na base da compreens o do objecto consumido e dos comportamentos provocados consequentes destes actos Agra 1993 O desenvolvimento da droga ao longo de v rias d cadas sofreu um grande mpeto incutindo na popula o um pensamento baseado em numerosas interroga es d vidas e ang stias Poiares 1998 Em todo o mundo a droga reconhecida como fen meno global E em diversas sociedades determinava se que a utiliza o de certas subst ncias s seriam consumidas por gr
114. idade de promover uma discuss o sobre o tema droga Contudo antes de este debate come ar o t cnico dever deixar claro que os participantes estar o a ser avaliados nas seguintes vertentes 1 trabalho em equipa 2 participa o 3 capacidade de argumenta o 4 autocontrolo 5 colabora o para o desenrolar saud vel do debate 6 fidelidade posi o do grupo em que se insere Todos os pontos que n o forem respeitados ser o registados desfavorecendo o grupo que os desrespeitou Ap s os esclarecimentos aos participantes estes tem uns minutos para organizar os argumentos o grupo 1 defender o consumo de droga o grupo 2 defender o n o consumo e as consequ ncias que adv m dos consumos Inicia se o debate e cada grupo um depois do outro defender a sua posi o durante cerca de 20 minutos De seguida o t cnico abre o debate para um momento em que cada um livre de defender a sua posi o face tem tica com a dura o de 10 minutos Para finalizar o debate o t cnico faz algumas pondera es sobre os aspectos que n o foram abordados pelos grupos tais como a facilidade com que se vende e se compra droga a import ncia e a for a positiva e negativa dos amigos onde e como os consumos s o executados nas ruas perto de escolas e o que se poder fazer para isso a exist ncia de tanta informa o a advertir para os factores de risco dos consumos entre outros Depois do debate o t cnico convida os parti
115. iminal e por fim a vis o do sujeito apresentado numa perspectiva global como actor do mundo Poiares 1998 Com esta vertente evolutiva da mat ria em causa iniciou se o processo com vista obten o de um melhor entendimento relativo s principais motiva es para o desenvolvimento progressivo da subst ncia Com a cria o das primeiras leis sobre droga entre 1914 e 1970 procurou se trabalhar para um maior controlo e supervis o das subst ncias consideradas psicoactivas Passou se assim a definir uma pol tica geral que combatesse as infrac es fiscais contudo isto foi consumado sem que se tivesse em conta o perfil do consumidor restringindo se o legislador unicamente previs o e regulamenta o dos aspectos relacionados com a subst ncia Poiares 1998 Denominou se este per odo como paradigma fiscal Todavia entre 1970 e 1975 Portugal assistiu a um retrocesso da pr pria postura face s medidas aplicadas Este recuo foi justificado pela rigidez do discurso pol tico adoptando uma postura moralmente agravada sobre a problem tica da droga situa o que foi 17 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional rapidamente associada ao movimento do regime ditatorial em que Portugal estava inserido A comunica o que este regime passava era o de associar a toxico
116. in micas de grupo 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 50 Ben fico para diminuir o consumo Frequency Valid Trabalhar mais 6 Fazer desporto 3 Contactos sociais 4 Tratamentos internos 9 Trabalhar mais Fazer desporto Fazer desporto Tratamentos internos Fazer desporto Contactos sociais Tratamentos internos i Trabalhar mais Tratamentos internos i Contactos sociais Tratamentos internos i Trabalhar mais Fazer desporto Contactos sociais i Fazer desporto Contactos sociais i Trabalhar mais Tratamentos internos i Trabalhar mais Fazer desporto Contactos sociais 10 Tratamentos internos Total 50 Percent 12 0 6 0 8 0 18 0 12 0 4 0 2 0 2 0 4 0 4 0 6 0 2 0 20 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 12 0 18 0 26 0 44 0 56 0 60 0 62 0 64 0 68 0 72 0 78 0 80 0 100 0 CI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Regras para diminuir consumo drogas il citas Tabela 51 Mais tempo fora das celas Frequency Percent Cumulative Percent Importante 12 24 0 80 0 Mais imp
117. inado contexto num dado ensejo da vida do sujeito tomando como refer ncia a posi o do indiv duo na sociedade e as adversidades com que se defronta quais as caracter sticas da sua personalidade e como estas se articulam com as das pessoas que o rodeiam Manita 1998 A selec o dos itens inclu dos na dimens o justificada pela complexa rela o estabelecida entre o consumo de subst ncias psicoactivas e a pr tica de crimes sendo importante perceber de que forma esta se verifica na popula o alvo Agra 1997b 2008 Manita 1997 Negreiros 1997 Fernandes 1997 Poiares 1998 A terceira dimens o distingue as principais tend ncias de consumos de subst ncias exercidos antes e depois da entrada no estabelecimento prisional incluindo as quest es distribu das dos itens doze e dezasseis incluindo o item vinte Neste sentido o objectivo da presente dimens o conhecer e apresentar uma vis o actualizada do estado do abuso de subst ncias mostrando se fundamental no sentido em que permite conhecer o padr o de 69 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional consumo da popula o alvo indispens vel para a constru o do programa de interven o e na defini o das estrat gias a utilizar Esta procura da identifica o de consumos de subst ncias inicia se com a
118. ional Cap tulo VIII Programa de interven o juspsicol gico 8 Cartografia do programa 8 1 Apresenta o do programa O programa de interven o juspsicol gica em causa apresenta se no sentido de desenvolver como objectivo central a cria o de capacidades pessoais e sociais que visem a diminui o dos consumos de subst ncias que causem depend ncia em meio prisional refor ando nos sujeitos a capacidade de cria o de respostas adaptativas resistindo s traject rias desadaptativas comportamentos aditivos Baseado na conjuga o de opini es realizada nos reclusos do EP de Caxias acreditamos que este programa ir permitir o crescimento e implementa o de compet ncias promovendo a diminui o dos comportamentos aditivos refor ando as atitudes contra o abuso de drogas sejam estas legais ou ilegais Desta forma e com a constru o deste programa pretendemos aumentar as compet ncias sociais e interrelacionais nomeadamente a compet ncia de comunica o a rela o com os pares a auto efic cia e a assertividade Pretendemos tamb m trabalhar as compet ncias pessoais como o autocontrolo a auto estima e controlo de est mulos O incentivo mudan a incute um sentido de transversalidade interven o estruturada para este programa uma vez que a sua execu o ir depender das especificidades de cada interveniente de forma a conjug las e adapt las Deste modo a aplica o do programa no estabeleciment
119. ira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional interven o e g informa o referente s regras do estabelecimento relativa com o fim das penas sentimentos sentidos em analogia com a sua sa da entre outras Desta forma a informa o retirada da aplica o dos inqu ritos fundamenta a cria o de um programa de interven o ou preven o juspsicol gico 79 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo VIII Programa de interven o juspsicol gico 8 Cartografia do programa 8 1 Apresenta o do programa 8 2 rea geogr fica de implementa o 8 3 Destinat rios 9 Planifica o do programa 9 1 Objectivos Gerais 9 2 Objectivo Espec ficos 9 3 Indicadores 9 3 1 Instrumentos de avalia o 9 4 Ac es a desenvolver 9 5 Dura o Calendariza o 9 6 Cronograma das ac es 10 Estrutura organizativa e gest o do programa 10 1 Constitui o da Equipa 10 2 Parcerias formais 10 3 Supervis o 10 4 Avalia o interna 10 5 Avalia o Externa 11 Conclus o 80 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio pris
120. iro do consumidor n o satisfaz o pre o estabelecido pelo vendedor ou ainda quando o vendedor p e termo s dividas at ent o consumadas pelo consumidor Contudo este n o ser o nico dualismo droga crime existente Muitos autores questionam se sobre a exist ncia de outra dualidade a crime droga revelando que n o s o s os comportamentos criminosos que adv m dos consumos de droga mas a possibilidade dos consumos de droga poderem ser consequ ncia dos comportamentos criminosos Otero l pez 1997 Negreiros 1997 Nunes 2010 Agra 1993 1997a 2008 Assim coloca se a quest es que come ou a centrar as investiga es e onde residiu a interroga o do papel da droga causa ou consequ ncia da criminalidade Agra 2008 No caso da problem tica do consumo de droga existe um grande leque de teorias que procuram explicar o porqu de certas pessoas consumirem subst ncias psicoactivas No entanto dessa vasta sucess o de teorias actualmente dispon veis s algumas t m a habilidade de relacionar os consumos com a actividade criminosa As teorias e modelos abordados para a explica o do consumo iniciam se com a teoria baseada no determinismo causal Nunes 2010 Esta vis o assenta na ideia de que as subst ncias psicoactivas levam os sujeitos ao crime ou contraditoriamente o mundo do crime que conduz aos trilhos dos consumos de drogas Assim desenvolveram se tr s modelos que se encaixam nesta teoria ca ndo na conce
121. is o direito interno foi modificado em fun o de comandos convencionais e como meio de se adaptar as exig ncias ao n vel externo o que foi significativo para um pa s cujo regime pol tico era visto cada vez mais como aberra o a publica o de um Decreto Lei adoptou uma outra racionalidade punitiva Poiares 1998 O legislador optou por uma postura repressiva sem a defini o de medidas profil cticas A l gica que ent o se configurava j n o era mercantil fiscal introduzindo se assim o paradigma criminal utilizar as drogas passou a ser um facto criminalmente tipificado reclamando castigo Poiares 1998 O consumo de estupefacientes indiciavam a aquisi o de uma segunda gera o de delitos como atentados ao patrim nio roubo furtos assaltos a farm cias assim o utente de drogas tomava como aquisitivo a invas o das ruas e as pra as consumo em plena luz do dia desafio da tranquilidade social fosse este nos grandes centros urbanos ou nas refundidas localidades N o ficando alheios a esta onda criminal os organizadores do sistema pol tico passaram a clamar a exist ncia de um endurecimento do sistema penal e processual penal 18 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional com vista ao agravamento das penas concretas aplicadas aos traficantes traficant
122. itens onde o objectivo est direccionado para a reinser o social do recluso incluindo os seus sentimentos face a mesma bem como a eventual necessidade de receberem apoio psicol gico na prepara o do seu projecto de reinser o Os itens incluem respostas abertas dicot micas e optativas em fun o do tipo de quest o formulada e da informa o que se pretende obter O inqu rito e consecutivamente o programa de interven o juspsicol gica funcionar o sobre diversas tentativas de induzir modifica es nas atitudes em rela o s drogas 7 4 Procedimento Como conduta da investiga o diligenciou se um pedido de autoriza o formal DGSP de forma a ser concedida a recolha da amostra num EP a decretar pelos servi os Dando seguimento ao processo foi constru do um inqu rito determinado por cinco categorias fundamentais de modo a encontrar respostas para as necessidades e caracter sticas relativas popula o alvo do estudo em causa Ap s consentimento informado por parte dos servi os do EP de Caxias e dos respectivos reclusos procedeu se recolha aplica o dos inqu ritos a 50 reclusos sem nenhum tipo de requisito inicial estipulado sustentando a possibilidade de desist ncia dos intervenientes a qualquer momento do estudo Todo o estudo teve cariz volunt rio por parte dos reclusos e anonimato foi assegurado desde o in cio Esta situa o deixou o recluso mais livre para a resposta e para a faculdade
123. itivos de apoio cdi cdi sector de publicacoes revista 2000 2008 pdfs 2 06 2005 pdf Cunha Filho H 2005 Necessidades de interven o no consumo de lcool tabaco e outras drogas em Portugal Interven o em sa de Vers o electr nica Revista portuguesa de sa de p blica 23 n 2 Acedido em 4 de Novembro de 2009 em http www ensp unl pt dispositivos de apoio cdi cdi sector de publicacoes revista 2000 2008 pdfs 2 06 2005 pdf Decreto Lei 125 2007 27 de Abril Di rio da Rep blica 1 s rie n 82 Decreto Lei 130 A 2001 de 23 de Abril Comiss o Para a Dissuas o da Toxicodepend ncia Organiza o Processo e Regime de Funcionamento Retirado de http www dgpj mj pt sections leis da justica livro iv leis criminais pdf63 13 dl 130a 2001 downloadFile file DL 1304 2001 pdf nocache 1181642919 76 em 29 de Abril de 2010 Decreto Lei 15 93 de 22 de Janeiro Aprova o da Conven o da Na es Unidas contra o Tr fico Il cito e Estupefacientes e de Subst ncias Psicotr picas de 1988 Retirada de http www idt pt PT Legislacao Legislao 20Ficheiros Preven o e Tratamento da Toxicodepend ncia dl 15 93 pdf em 29 de Abril de 2010 Decreto Lei 15 93 de 22 de Janeiro Trafico e consumo de estupefacientes Decreto Lei 420 70 de 3 Setembro Tr fico ilegal de estupefacientes Di rio da Rep blica I s rie n 204 Retirado de http www idt pt PT Legislacao Legislao 20Ficheiros C
124. jectivos espec ficos i Sensibilizar os intervenientes do programa da exist ncia de agentes de risco inerentes problem tica do consumo de subst ncias legais ou ilegais desenvolvendo mensalmente actividades promotoras do seu esclarecimento decorrendo at ao t rmino da aplica o do programa ii Promover a capacidade por parte dos reclusos que fizerem parte do programa de adquirirem novas compet ncias sociais e pessoais nomeadamente de comunica o incitar as rela es com os pares motivar a auto efic cia o autocontrolo e a auto estima e ainda a assertividade numa perspectiva de reeduca o para a tomada de decis o 82 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 9 3 Indicadores Para o objectivo espec fico i os indicadores s o a Sujeitos reclusos que beneficiaram da integra o no programa de interven o b Sujeitos reclusos participantes no programa de interven o c Sujeitos reclusos que completem o programa de interven o d Sujeitos reclusos que indiquem diminui o dos consumos de subst ncias que causam depend ncia ap s o t rmino da aplica o do programa de interven o Para o objectivo espec fico ii os indicadores s o a Familiares dos sujeitos reclusos dispon veis para a interven o inserida no programa b Sujei
125. juspsicol gico em meio prisional Cap tulo III Rela o droga crime 3 Introdu o 3 1 Jogo bilateral 39 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo III Rela o droga crime Levando por diante a met fora da experi ncia comum quando se refere droga e ao crime como mundo diremos que para al m do mundo da droga e para al m do mundo do crime existe um terceiro mundo desviante o mundo da droga crime Agra 2008 p 110 3 Introdu o Todas as cidades t m zonas que s o percepcionadas como cercos indesej veis de marginalidade e com n veis de perigosidade elevados Estes s tios s o propriet rios de uma habita o desviante independentemente dos sujeitos que l habitem circulem em cada momento Por outras palavras existiriam lugares que albergariam atrairiam ou fixariam sujeitos e grupos que neles desenvolvessem comportamentos sociais perigosos ou actividades delinquentes Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 Territ rios nome aproximado para contextualizar os espa os f sicos e habitados onde a dimens o droga crime ou poder ser evidente S o contextos urbanos que poder o evidenciar tend ncias de crescimento nestas direc es consumo de droga sendo conhecidas por representarem o t
126. l Tabela 8 Situa o penal actual Frequency Percent Cumulative Percent Valid Condenado 22 44 0 44 0 Preventivo 28 56 0 100 0 Total 50 100 0 XL Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 9 Primeira vez preso Valid Sim N o Total Frequency 34 16 50 Percent Cumulative Percent 68 0 68 0 32 0 100 0 100 0 XLI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 10 Situa o que motivou a sua deten o Valid Relacionada com tr fico Relacionada com consumo de drogas Relacionada com tr fico e consumo de drogas Relacionada com outros crimes para obter dinheiro para consumo de drogas furto roubo outro Nenhuma das op es Total Frequency 19 21 50 Percent 38 0 4 0 2 0 14 0 42 0 100 0 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 38 0 42 0 44 0 58 0 100 0 XLII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 10 1 Situa o que motivou a deten o Outra op o Valid
127. l es coloridos A primeira fase da din mica ter como objectivo acolher motivar e escolher Nesta etapa o t cnico acolher os participantes motiv los para o momento de viv ncia e sabedoria e convid los a escolher um dos bal es que estar o espalhados pela sala Posteriormente ir retirar uma tira de papel com um n mero objecto s mbolo atitude de vida personalidade entre outras nela escrito distribu da pelo t cnico A segunda fase abordar o brincar sentir e congelar aqui o t cnico pedir aos intervenientes que se juntem no centro da sala com os respectivos bal es passando a explicar o que se ir fazer no momento de viv ncia Este momento corresponder a um momento de sustenta o do bal o em qualquer parte do corpo ao som de uma m sica ambiente Seguidamente todos s o convidados a observarem o tipo de sentimento exposto durante a actividade proposta Quando o t cnico chamar um n mero objecto ou outra coisa escrita nas tiras distribu das o participante correspondente ter de fazer duas coisas ficar congelado at ao fim do momento da viv ncia e deixar que o seu bal o seja sustentado pela pessoa mais pr xima sem haver qualquer aviso apenas ter em aten o o seu sentimento durante o sucedido Por fim o t cnico chamar um por um com intervalos de tempo de modo a ficarem todos congelados A terceira fase da interven o focar se no parar interpretar e partilhar ap
128. l gico em meio prisional Este inqu rito teve a sua aplica o no EP de Caxias de forma individual sugerido pela direc o do pr prio estabelecimento como sendo a forma mais apropriada de conseguir explicar e tirar d vidas a todos aqueles que se voluntariassem para a participa o no estudo Este facto da aplica o individual foi se mostrando favor vel recolha de informa o informal que iria surgindo no decorrer do preenchimento do pr prio inqu rito Desta forma o ambiente envolvente aplica o garantia conforto para a exposi o de certos assuntos menos abordados uma vez que a confidencialidade e a n o entrega dos inqu ritos ao estabelecimento eram garantidos do in cio ao fim do estudo Relativamente aos resultados estes foram analisados atrav s do processamento de dados efectuado com o programa estat stico SPSS Statistical Package for Social Sciences vers o 17 0 facultando uma decomposi o estat stica descritiva fornecendo a informa o essencial para o levantamento das necessidades da popula o carceral com vista constru o do programa de interven o juspsicol gico perspectivado Assim e para a compreens o das vertentes que ponder mos serem mais relevantes na constru o do programa limit mo nos unicamente exposi o e observa o das suas frequ ncias Desconstruindo agora alguns dos resultados que foram alcan ados e tentando desenhar algumas explica es para a sua verifica o
129. lativos obten o de dinheiro para o consumo e o maior grupo de 21 participantes 42 n o est relacionado com droga tabela 10 Contudo 31 participantes 62 diz j ser consumidor aquando da sua reclus o e 19 38 afirmam n o serem consumidores antes da reclus o tabela 12 7 3 Descri o da medida Com base na relev ncia dos factores definidos anteriormente bem como no agrupamento das vari veis nas diferentes dimens es j explicadas e com o objectivo de averiguar quais as dimens es de consumos que os sujeitos exercem em meio prisional tornou se pertinente a constru o de um inqu rito que enquadra se a problem tica nesse meio Desse modo foi feita uma diagnose de necessidades que visa enquadrar a din mica existente no EP e a sua popula o reclusa na problem tica que est em relevo Na constru o deste mesmo inqu rito junt mos duas vertentes de estudo uma referente aos consumos e suas variantes e uma outra referente reintegra o do sujeito recluso na sociedade Estas duas vertentes presentes no inqu rito est o organizadas nas seguintes categorias 1 quest es demogr ficas constitu da por seis itens permitindo um conhecimento geral do recluso e possibilitando a adequa o do programa de interven o s caracter sticas basilares da amostra tais como rede de suporte familiar eventuais compet ncias profissionais e o n vel de escolaridade ii caracteriza o da situa o da reclus o constit
130. lcool e a coca na Assim e mediante a manuten o de consumos dentro dos estabelecimentos deparamo nos com um d fice subsistente nas metodologias utilizadas referentes aos consumo de droga nas pris es Vandam 2009 Direc o Geral da Sa de e dos Consumidores 2008 A partir de 2002 os dados pertencentes a v rios estudos realizados com a finalidade de perceber se os reclusos tinham consumos de droga regulares antes da sua entrada na pris o principalmente na Europa Ocidental OEDT 2009 2010 mostraram que entre um ter o e metade dos reclusos inquiridos menciona o consumo regular de uma droga ilegal Os estudos tamb m indicam que as formas mais perigosas de consumo podem estar concentradas entre os reclusos sendo que entre um quinto e um ter o dos inquiridos afirmam j ter consumido droga inject vel OEDT 2009 Aparentemente os reclusos consumidores de droga inject vel partilham o equipamento mais frequentemente do que os consumidores que n o est o reclu dos Esta situa o suscita quest es relativas poss vel propaga o de doen as infecto contagiosas entre a popula o prisional OEDT 2009 2010 Importa assim n o esquecer que os consumos continuam no meio envolvente popula o reclusa objectivando a sustenta o das depend ncias e das modalidades de consumo e consequentemente envolvendo grandes riscos para a sa de Apesar de n o serem permitidas as drogas ilegais acabam por entrar na maior parte dos estab
131. liza o de todas as consequ ncias que podem surgir dos comportamentos aditivos nos n o consumidores A media o realizada no mbito do programa SER LIVRE ser composta por um misto de objectivos Esta conjugar a preven o relativa a reclusos que n o consumam qualquer subst ncia que cause depend ncia permitindo que a ac o decorra antes que o problema se desenvolva preven o prim ria e a interven o que ir abranger os reclusos que declarem consumos de droga possibilita a mudan a de comportamentos adquiridos e motiva os aquisi o de novas condutas permitindo que a ac o programada actue no sentido de aumentar os factores protectores para que os sujeitos se tornem capazes de resistir a traject rias desadaptativas futuras Nas institui es penitenci rias os programas que compreendam a desintoxica o do recluso toxicodependente n o novidade Nos EP o acompanhamento tem em vista a abstin ncia relativa aos consumos sendo desenvolvidas medidas de redu o de danos e de riscos dando o caso da troca de seringas como medida mais implementada Nunes amp J lluskin 2007 Contudo essa n o a medida que mais agrada maioria dos reclusos Estes afirmam que se para deixar de consumir ent o n o deveria haver seringas aqui EP mas um acompanhamento m dico e psicol gico mais frequente Assim e no seguimento da opini o dos reclusos o nosso programa SER LIVRE ser constitu do po
132. m como averiguar quais as caracter sticas dos sujeitos consumidores ou toxicodependentes tentando entender a din mica existente entre este os consumos e o meio envolvente O terceiro cap tulo rela o droga crime faz um levantamento do dualismo existente entre a droga e o crime tentando encontrar fundamentos para as consequentes resultantes crime droga ou droga crime O quarto cap tulo efeito do enclausuramento no toxicodependente visa a caracteriza o das estruturas dos EP nomeadamente do EP de Caxias conseguindo enquadrar a problem tica ao estabelecimento e as medidas que nele s o implementadas A adapta o ao meio prisional tamb m se mostra essencial no seio da sua compreens o tentando trabalhar com o recluso os seus sentimentos valores atitudes e a vis o que este tem relativamente droga e seus consumos Nesse seguimento desenvolveremos o tema de consumos em meio prisional revelando este o nosso tema central de estudo uma vez que explora os problemas presentes em todo mundo que s o as consequ ncias que estes comportamentos podem acarretar O quinto cap tulo leme de colis o refer ncia as consequ ncias provocadas pela mat ria abordada no subcap tulo desenvolvido do cap tulo anterior o dos consumos em meio prisional nomeadamente a implementa o ao n vel da sa de prisional assist ncia aos reclusos consumidores e medidas promotoras do abandono dos consumos de subst ncia psicoactivas O
133. ma sala ampla com todos os intervenientes dispostos em c rculo de modo a todos se conseguirem ver e ser vistos No final ser distribu do a todos os intervenientes um folheto informativo com todo os conte dos trabalhados na sess o 50 Folheto informativo Promover um debate favorecendo a aproxima o relacional com os t cnicos e com o grupo de intervenientes desenvolvendo a auto estima entre outras compet ncias Apresenta o e discuss o sobre subst ncias legais e ilegais entre t cnicos e intervenientes tentando perceber qual a perspectiva trazida discuss o pelos participantes Abordagem dos factores de risco subjacentes s subst ncias em discuss o Abordagem dos factores protectores presentes em cada um referentes s subst ncias em discuss o XII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 3 M dulo Compet ncias sociais e pessoais Sess o 4 Dura o 50 Material Texto criativo T cnica O grito do sil ncio Can sio Mayer Actividades Ap s a leitura do texto criativo por parte do t cnico ser solicitada a opini o dos intervenientes direccionando a discuss o para a motiva o intr nseca ou extr nseca de cada um em rela o aos objectivos futuros Objectivo Perceber qual a percep
134. mas passaram a san es administrativas ou coimas Mediante isto s comiss es caberia a fun o de intervir junto dos consumidores iniciados recorrendo a pr ticas concordantes com as leis e com a interven o predominantemente psicol gica m dica e social Decreto Lei n 130 A 2001 de 23 de Abril No plano de actividades de 2010 proposto a melhoria da din mica de con bio entre os parceiros internos e externos com vista a garantir a aplica o eficaz e proveitosa das necessidades preventivas sanit rias terap uticas ou sancionat rias IDT 2010 Estas comiss es est o habilitadas de forma a trabalhar um agregado de princ pios e estrat gias emergentes com fim dissuas o sustentando se numa regra de redu o da procura As respostas que surgem destas comiss es correspondem s reais necessidades da popula o consumidora Estas respostas aproximam se do desenvolver da media o entre situa es de consumo e medidas sancionat rias trabalhando a motiva o para a mudan a de comportamentos e ades o a programas terap uticos sem nunca desresponsabilizar o interveniente Contudo a interven o em toxicodepend ncia n o se constitui um fim por si s comprometendo a descentraliza o das subst ncias assumindo o foco no sujeito e nas necessidades reais ou ilus rias 24 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso p
135. meio a exist ncia de um sistema normativo informal confrontado com o sistema formal e a exist ncia de contextos de comunica o no seu meio Vieira 1998 Constata se ent o que o tratamento exercido dentro do estabelecimento dever ser estruturado junto do recluso com a finalidade de delinear a sua personalidade e com o 48 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional prop sito de por de parte o risco de reincid ncia trabalhando a reinser o social Pinatel 1975 citado por Vieira 1998 de salientar o apoio dos t cnicos em variad ssimos temas Estes t cnicos para muitos dos reclusos transp em a barreira existente entre eles e passam a constituir um suporte para o sujeito permitindo que a empatia existente os fa a reagir s situa es limite e os ajude a aprender aquilo que realmente importante no momento criando motiva es Gon alves 2004 Gon alves amp Vieira 1995 O apoio da fam lia e amigos nas visitas consumadas no EP e nas restantes situa es decorrentes correspond ncia telefonemas est apontado como um exemplar ponto de partida para o bom funcionamento das rela es desenvolvidas entre os reclusos e os t cnicos que os v o acompanhando ao longo da sua perman ncia no EP Este apoio tanto pode ser positivo como negativo Vieira 1998
136. mento primordial de interven es O modelo s cio cultural vincula ainda mais o factor contexto analisando o modo como a sociedade define a toxicodepend ncia e os seus utilizadores e ainda a sua forma de reac o Nowlis 1975 Concomitantemente em 1983 ou 10 anos depois com a publica o do Decreto Lei 15 93 de 22 de Janeiro o objectivo do legislador impunha se na recupera o cl nica e psico social dos toxic manos evitando que as fortunas acumuladas provocassem transac es criminosas diligenciando o evitamento da dilata o do tempo relativamente ao seu percurso de vida Por outro lado revela se ainda uma atitude utilitarista na medida em que a recupera o funciona tamb m como profilaxia da criminologia Poiares 1998 Actualmente e dando continuidade s muta es das medidas encontra se em vigor desde Julho de 2001 a Lei 30 2000 de 29 de Novembro Com a Lei 30 2000 de 29 de Novembro objectiva se a defini o do regime jur dico aplic vel ao consumo de estupefacientes e subst ncias psicotr picas bem como a protec o sanit ria e social das pessoas que consomem essas subst ncias sem prescri o m dica Artigo 1 contudo actos de consumo e posse passaram a ser consideradas san es administrativas coimas ou limita es de direito e g suspens o da carta proibi o de frequentar certos locais interdi o de aus ncia para o estrangeiro sem autoriza o presta es de trabalhos comunit rios ou at
137. mo aquando da entrada na pris o verificando se existem quebras no mesmo ou se pelo contr rio aqueles que declaravam que n o consumiam antes da pris o adquiriram h bitos de consumos A perspectiva do recluso face a interrup o dos seus consumos constitui a quarta dimens o do inqu rito e compreende os itens do n mero dezassete e vinte e seis excluindo o vinte j integrado na dimens o anterior O principal objectivo deste agrupamento justifica se na medida em que retrata uma dimens o que permite conhecer o que na ptica do recluso seriam medidas promotoras da diminui o dos consumos em meio prisional Concomitantemente visa obter informa o relativa opini o do recluso face o fen meno da toxicodepend ncia Para potencializar a efic cia da interven o necess rio adequar estrat gias ao que os seus destinat rios entendam como ben fico na interrup o dos consumos sendo que neste sentido emergiu a necessidade de auscultar a sua opini o Morel Herv amp Fontaine 1998 Torres amp Gomes 2002 Dias 2002 Filho amp Ferreira Borges 2008 OEDT 2009 Assim foram inclu das quest es sobre que medidas seriam eficazes na 70 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional diminui o dos consumos na opini o do recluso quest o dezassete e vinte e quatro
138. mpre as regras penitenci rias europeias Conselho Europeu 2006 O programa a ser implementado procura contornar estas e outras dificuldades que possam surgir de modo a conseguir atingir os objectivos pretendidos Os reclusos t m direito ao mesmo n vel de assist ncia m dica relativamente aos sujeitos que vivem na comunidade e aos inseridos nos servi os de sa de prisional Devem poder tratar os problemas relacionados com o consumo de droga em condi es compar veis s oferecidas fora da pris o Este princ pio geral de equival ncia reconhecido pela UE na Recomenda o do Conselho de 18 de Junho de 2003 Comiss o Europeia 2003 relativa preven o e redu o dos efeitos nocivos da toxicodepend ncia para a sa de cuja aplica o exigida pelo novo plano de ac o da UE de luta contra a droga 2009 2012 OEDT 2009 A Recomenda o do Conselho de 18 de Junho de 2003 Comiss o Europeia 2003 considera que a melhor estrat gia consistia numa abordagem abrangente que cobrisse todas as reas da preven o do abuso de drogas desde a dissuas o do uso inicial at redu o das consequ ncias nefastas para a sa de e para a sociedade O programa de ac o comunit ria relativo preven o da toxicodepend ncia no quadro de ac o no dom nio da sa de p blica 63 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de
139. n o responde Roubo Viol ncia dom stica Tentativa de homic dio Assalto m o armada Furto Carjacking Agress o a terceiros Correio Condu o com carta apreendida Furto e agress o Total Missing Roubo e sequestro Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 25 6 49 50 50 0 12 0 2 0 6 0 6 0 4 0 2 0 4 0 8 0 2 0 2 0 98 0 2 0 100 0 Percent Cumulative Percent 51 0 63 3 65 3 71 4 711 6 81 6 83 7 87 8 95 9 98 0 100 0 XLIII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 12 Consumos antes da reclus o Frequency Percent Cumulative Percent Valid J era consumidor 31 62 0 62 0 N o era consumidor 19 38 0 100 0 Total 50 100 0 XLIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 13 Padr o de consumo antes da reclus o Alcool Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 25 15 50 Percent 12 0 50 0 30 0 8 0 100 0 Cumulative Percent 12 0 62 0 92 0 100 0 XLV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven
140. nciona com cada sujeito adquire uma vis o multifactorial podendo variar mediante as condi es de vida e pessoais e ainda o modo de organiza o da vida de cada indiv duo afirma o que se justifica com o factor vari vel da faixa et ria nomeadamente ao longo do desenvolvimento de vida n o distinguindo a diferen a de g neros Toscano Jr 2001 Dias 2002 Os factores referidos acima interferem ainda na constru o da personalidade Segundo Bergeret 1991 n o se trata de identificar um tipo de personalidade t pica existente nos dependentes de droga Contudo existe a possibilidade de estrutura o da personalidade e tra os funcionais que se tornam comuns A maior parte dos dependentes apresenta uma estrutura o de personalidade depressiva indicativa de uma imaturidade afectiva e ainda da exist ncia de problemas de identidade Toscano Jr 2001 Segundo Marlatt 1985 citado por Nunes amp J lluskin 2007 o uso sem controlo de subst ncias psicotr picas visa uma bonifica o imediata podendo estar presente a falta de controlo sobre os comportamentos Por m os autores afirmam que esta conduta aditiva 30 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional prende se com os h bitos de consumo com situa es anteriores cren as individuais expectativas de vida
141. ndividual e Terapias din micas de grupo 24 Na sua opini o o que considera que seria ben fico para diminuir o consumo Trabalhar mais Fazer desporto L Contactos sociais L Tratamentos internos 25 De acordo com as regras do estabelecimento indique por ordem crescente de import ncia o que seria ben fico para consumir menos drogas il citas Hero na Coca na Haxixe entre outros 1 Menos importante 2 importante e 3 mais importante Haver mais tempo fora das celas L Arranjar mais ocupa o para os tempos de recreio Haver tratamentos de substitui o ou programas que visem a redu o dos consumos L 26 De acordo com as regras do estabelecimento indique por ordem crescente de import ncia o que seria ben fico para consumir menos drogas l citas Anti depressivos calmantes comprimidos para dormir entre outros 1 Menos importante 2 importante e 3 mais importante Haver mais tempo fora das celas E Arranjar mais ocupa o para os tempos de recreio O Haver tratamentos de substitui o ou programas que visem a redu o dos consumos L VII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 27 Relativamente ao fim do cumprimento da sua pena e consequente reinser o na sociedade a Sente se preparado Sim N o
142. niversidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Cumulative Percent 4 0 14 0 24 0 34 0 48 0 60 0 68 0 74 0 78 0 90 0 96 0 100 0 XXXIV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 5 Etnia Frequency Percent Cumulative Percent Valid Caucasiana 32 64 0 64 0 Negra 18 36 0 100 0 Total 50 100 0 XXXV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 6 Situa o de trabalho anterior reclus o Cumulative Frequency Percent Percent Valid Empregado 30 600 600 Desempregado 15 30 0 90 0 Estudante 1 2 0 92 0 Forma o profissional 2 4 0 96 0 Reforma 1 2 0 98 0 Estudante Trabalhador 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 XXXVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 6 1 Profiss o anterior reclus o Cumulative Frequency Percent Percent Pedreiro 6 12 0 18 0 Vigilante 1 2 0 20 0 Bombeiro 1 2 0 22 0 Organizador de festas 1 2 0 24 0 Administrador 1 2 0 26 0 Empres rio 1 2 0 28 0 Assessor na rea ambiental 1 2 0 30 0 Cozinheiro 1 2 0 32 0 Electricista 1 2 0 34 0 Serralheiro 3 6 0
143. ntemente continuam a existir registos de consumos de drogas dentro dos estabelecimentos apesar de o relat rio anual de 2009 e 2010 revelarem que os consumos s o reduzidos ou cessados mediante a entrada em meio carceral OEDT 2009 2010 Mediante esta contradi o vis vel entre aquilo que observado atrav s de entrevistas aos reclusos in loco e os relat rios apresentados pela OEDT mostra se evidente a necessidade de uma interven o abrangente comunidade n o s para controlar e combater os riscos intr nsecos como para tentar dotar os reclusos de compet ncias pessoais e sociais que protejam o recluso das adi es 85 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional A interven o delimitar se a atrav s de um programa que se inscreve no mbito da preven o interven o das toxicodepend ncias propondo se acautelar ou retardar o uso abuso de qualquer subst ncia Centrando se na individualidade e nas caracter sticas dos sujeitos assente na modifica o comportamental desenvolvimento pessoal e na vertente da doen a Nunes amp J lluskin 2007 O programa SER LIVRE cingir se ao desenvolvimento de compet ncias sociais e pessoais passando a dotar o recluso de capacidades vitais para o afastamento do uso de subst ncias nos consumidores ou a consciencia
144. o Escolha apenas as situa es que se adequam ao seu caso Relacionada com tr fico Relacionada com consumo de drogas Relacionada com tr fico e consumo de drogas Relacionada com outros crimes para obter dinheiro para o consumo de drogas furto roubo outro O Nenhuma das seguintes op es indique qual 11 Quanto tempo falta para o fim sua pena Meses ES Anos EE 12 Anteriormente sua reclus o J era consumidor N o era consumidor C IV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 13 Identifica o de padr es de consumo 13 1 Assinale com uma cruz X a s subst ncia s que consumia antes da reclus o uN Q S l m al 94 e5 Elos Ss 5 El iz 2 ea em EE EEE E Pe llilidtitidlido Todos os dias 13 2 Assinale com uma cruz X a s subst ncia s que consome na pris o Energ ticas z loz 5 5 52 2 ED Ed Hero na Q E em z q T A Es Inalantes N Q S S HEHE N pu pt A N 2 eroina N V S S E arijuana mi HEHE Alcool axixe Metadona Coca na Energ ticas H M H Nn 2 Nunca f me tes 5 z E F Es e Com frequ ncia Todos os dias 13 3 Consome em
145. o como um mecanismo disposto para alcan ar um determinado fim Dicion rio de l ngua portuguesa 2007 em diversas situa es surge como sin nimo de ordem engenho ou mecanismo Para Foucault 1988 representa um mecanismo de exerc cio de poder controlo e de normaliza o Estes dispositivos procuram actuar em todas as vertentes envolventes em que o consumidor se encontra Com a cria o destas estruturas nomeadamente as comiss es ou o IDT passa se a diligenciar de forma adequada encontrando um enquadramento pessoal social e econ mico para a popula o consumidora Sustentado no paradigma biopsicossocial Poiares 1998 a que aludimos anteriormente tem inicio a descriminaliza o das drogas levando a uma perspectiva divergente do consumidor objecto de diferentes observa es e necessidades descentradas da mera condena o da ilicitude do acto e atendendo se primordialmente s caracter sticas ps quicas do sujeito Nesta fase potenciou se uma redu o do estigma social motivado pela 22 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional salvaguarda ps quica do consumidor descriminalizando o indiv duo consumidor Como resultado dessa descriminaliza o dava se ao infractor a possibilidade de dispensa da medida privativa de liberdade caso este aceitasse o tratamento
146. o consumo de drogas e a criminalidade Agra 1997 Manita 1997 Fonte 2007 constitui um ponto fulcral do estudo colocando em evid ncia a necessidade de perceber de que forma esta se manifesta na popula o alvo constituindo o ponto de partida da investiga o Assim foi constru do um inqu rito de forma a permitir o conhecimento das necessidades caracter sticas e opini es dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Caxias sobre o fen meno da toxicodepend ncia em meio prisional A referida avalia o ir possibilitar a cria o de um programa de interven o Juspsicol gico adequado e adaptado s particularidades da popula o alvo Fundamentado na literatura dispon vel sobre as tem ticas e com base na metodologia da Psicologia Forense e da Exclus o Social foi constru do um inqu rito estando este estruturado em cinco dimens es de forma a permitir a capta o e descodifica o da herm tica do consumo de drogas em meio prisional concorrendo para a descodifica o compreens o e explica o do fen meno que na pr tica se ir traduzir na constru o do programa de interven o juspsicol gico Poiares 2001 Atrav s deste procedimento pretendemos conhecer as caracter sticas e necessidades da nossa popula o alvo de forma a ser poss vel a constru o de um programa de interven o juspsicol gico devidamente adaptado aos seus destinat rios Na selec o dos reclusos n o esteve impl cito que todos os reclusos
147. o da Justi a Agra C 2008 Entre a Droga e o Crime Actores espa os traject rias 2 ed Lisboa Casa das Letras Agra C Queir s C Manita C amp Fernandes L 1997 Biopsicossociologia do comportamento desviante Separata da revista do Minist rio P blico n 69 Lisboa Minigr fica Alc ntara J 1997 Como educar a auto estima Lisboa Pl tano Almeida C 1997 Uma abordagem da politica criminal em mat ria de droga In Debates Presid ncia da Rep blica Droga situa o e novas estrat gias Actas de semin rio promovido pelo Presidente da Rep blica Centro Cultural de Bel m Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda Almeida J Duarte M Fernando P Sousa F amp Abreu P 2003 4 reinser o social dos reclusos um contributo para o debate sobre a reforma do sistema prisional In www depj mj pt Acedido em 25 de Janeiro de 2010 em http www dgpj mj pt sections planeamento opj a reinsercao social dos downloadFile file rrsr pdf nocache 1179157388 32 95 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Angel P Richard D amp Valleur M 2002 Toxicomanias Colec o alcoolismo e toxicomanias modernas vol 8 Lisboa Climepsi editores Ara jo O 2007 Atitude dos adolescentes face toxicodepend ncia estudo
148. o de sentimento vazio e de depress o variando at altivez man aca provocada pela subst ncia Revelam uma imagem de si pr prio e do modo como devem conduzir a sua vida demasiado autocentrada verificando se conjuntamente uma adequa o relativa ao comportamento interpessoal e inexist ncia de indicadores de negativismo social A sua rela o com o meio envolvente pouco consistente quer motivada pelas suas ideias e pensamentos quer pelos aspectos afectivo emocionais Agra 2008 descreve que na rela o droga crime est o presentes tr s divis es distintas do toxicodependente As varia es evidenciam se nos tipos Delinquente toxicodependente caracterizado por ser o grupo mais vis vel em meio prisional Estes sujeitos evidenciam altera es estruturais desde cedo como por exemplo uma fr gil vincula o s cio familiar Os comportamentos pr delinquentes pequenos furtos relacionam se com situa es de sobreviv ncia do consumo e com actividades desviantes determinadas pelo grupo de perten a Neste tipo os primeiros contactos com as drogas ocorrem por norma por volta dos 16 anos integrando se na subcultura delinquente ou pr delinquente Os primeiros contactos com drogas comp em mais um elemento na vida desviante do sujeito inserido nas actividades do grupo Por m este factor e com o 35 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Dr
149. o entanto existem outras perspectivas de busca de satisfa o a exist ncia de muitas outras coisas que promovem prazer no homem de forma saud vel e g adrenalina caso contr rio a vida seria um destino de mart rios Durante a vida muitas pessoas experimentam subst ncias potencialmente produtoras de depend ncia Apesar de serem diferentes ao n vel da sua constitui o gen tica explicam grande parte das varia es existentes nos consumos de subst ncias psicoactivas e consequentemente no pr prio desenvolvimento de depend ncia em certos sujeitos Existem estados de prazer que matam mas o da depend ncia olhado como sin nimo de uma loucura sem limites Quando se fala em depend ncia e adi o parece claro que se tratam de fen menos intr nsecos El hombre es un ser dependiente por la naturaleza Roman 1999 p 59 Assim o Homem ao longo do seu crescimento orientado pelos seus instintos pelas tomadas de decis o pela sua cultura e aprendizagens o que tamb m pode ser considerado como uma forma de depend ncia do meio ambiente que o rodeia sendo este uma marca importante na sua vida Ao abordar a tem tica das depend ncias estamos perante um fen meno demasiado complexo Depend ncias h muitas e para alguns indiv duos dependendo das condi es impl citas algumas s o definidas como patol gicas A depend ncia de drogas transforma o sujeito num toxicodependente e o desabafo j n o consigo passa
150. o juspsicol gico em meio prisional Tabela 24 Padr o de consumo antes da reclus o Ecstasy Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 37 50 Percent 74 0 18 0 6 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 74 0 92 0 98 0 100 0 LXVII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 24 1 Padr o de consumo na pris o Ecstasy Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 50 100 0 100 0 LXVIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 25 Padr o de consumo antes da reclus o Caf Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Frequency 11 15 20 50 Percent 22 0 30 0 8 0 40 0 100 0 Cumulative Percent 22 0 52 0 60 0 100 0 LXIX Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 25 1 Padr o de consumo na pris o Caf Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e
151. o juspsicol gico em meio prisional ser perguntado que subst ncia consumia antes da sua reclus o e g lcool tabaco haxixe entre outras Assim que lhe era feita a pergunta relativa aos padr es de consumo anterior reclus o metade da amostra n o se conteve em assumir que raramente consumiam lcool 50 tabela 13 afirmando informalmente que bebiam uns copos por refei o e alguns afirmam consumir com frequ ncia 30 em rela o a outros consumos os que se evidenciam mais antes da entrada na pris o s o o tabaco 60 todos os dias tabela 23 o caf 40 todos os dias tabela 25 as bebidas energ ticas 24 com frequ ncia tabela 26 e a marijuana 22 raramente tabela 15 Nos consumos declarados dentro da pris o os que se evidenciam mais est o manifestos com sendo exercidos todos os dias s o o tabaco 60 tabela 23 1 o caf 34 tabela 25 1 o haxixe 14 tabela 15 1 e os tranquilizantes 12 tabela 21 1 Estes valores comprovam que existe um decr scimo de consumos OEDT 2009 2010 contudo confirmam tamb m que estes n o deixam de se efectuar apesar do enfraquecimento dos consumos comprovando que a popula o reclusa continua a consumir Quando comparamos os consumos da mesma subst ncia dentro e fora da pris o deparamo nos com algumas varia es Se nos pronunciarmos sobre a marijuana visualizamos um abate de consumos significativo ap s a entrada passando de 22 tab
152. o m tico explica o 26 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional entendimento do fen meno estabelecendo uma liga o entre o vis vel e o oculto a dimens o filos fica constr i um sentido universal para a exist ncia da mat ria em causa e por ltimo a exist ncia de uma perspectiva mais cient fica n o assentando no simples mundo de opini es ambicionando explica es cred veis e consistentes Quivy amp Campenhoudt 1998 Ajustada numa perspectiva cient fica esta problem tica motiva a indaga o de explana es cred veis para o esclarecimento geral e fundamentado Desta forma a procura de solu es explicativas torna se num bom caminho para um melhor entendimento da tem tica em causa de modo a alcan ar todas as resolu es poss veis para a diminui o ou controlo da problem tica Assim a combina o dos efeitos de refor o positivo das drogas com a redu o dos estados emocionais de abstin ncia fornecem uma for a motivacional para a tomada compulsiva de droga que caracteriza a depend ncia f sica ou ps quica O seu consumo assegura se incluso num dos factores destabilizadores mais importantes entre os sujeitos fundamentado na gravidade motivada pelas preocupa es f sicas ps quicas e sociais associadas Sanz Castellano Ac n amp Archanco 2006
153. o num prazo de 6 meses de Janeiro de 2011 a Junho de 2011 Contudo esta ltima data poder ser alterada conforme a vontade dos participantes em prolongar o tratamento de alguma mat ria proposta ou consoante as necessidades de adapta o que se forem evidenciando 89 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 9 6 Cronograma das ac es A aplica o do programa de interven o iniciar no m s de Janeiro de 2011 e terminar a Junho 2011 podendo haver prolongamento de alguns m dulos por sugest o dos intervenientes O programa ter um momento de divulga o e um momento avaliativo das condi es de integra o no programa Estes dois momentos ter o lugar durante a primeira quinzena de Janeiro dia 3 a 14 assegurando que a primeira semana dia 3 a 7 destinar se divulga o do programa e a segunda semana dia 10 a 14 para avalia o dos comportamentos aditivos dos candidatos a participantes Os M dulos ser o vari veis no n mero de sess es inclu das No m nimo haver uma sess o por m dulo no m ximo sete sess es por m dulo Os m dulos e respectivas sess es ter o o seguinte cronograma i M dulo do conhecimento m tuo cont m duas sess es a decorrer no dia 177 de Janeiro e no dia 24 de Janeiro ii M dulo da problem tica perspectivada
154. o prisional Tabela 20 1 Padr o de consumo na pris o Tranquilizantes Frequency Valid Nunca 43 Raramente l Todos os dias 6 Total 50 Percent 86 0 2 0 12 0 100 0 Cumulative Percent 86 0 88 0 100 0 LX Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 21 Padr o de consumo antes da reclus o Inalantes Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia 47 50 Percent 94 0 2 0 2 0 2 0 100 0 Cumulative Percent 94 0 96 0 98 0 100 0 LXI Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 21 1 Padr o de consumo na pris o Inalantes Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca 49 98 0 98 0 Com frequ ncia 1 2 0 100 0 Total 50 100 0 LXII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 22 Padr o de consumo antes da reclus o L S D Frequency Percent Cumulative Percent Valid Nunca Raramente Com frequ ncia Todos os dias Total Universidade Lus fona das Humani
155. o revela se prof cuo contribuindo para um melhor entendimento da problem tica e consequentemente para a diminui o dos comportamentos aditivos e ou disruptivos existentes na popula o reclusa 8 2 Area geogr fica de implementa o O programa de interven o que visa a descri o dos padr es de consumos e controlo dos factores de riscos inerentes aos comportamentos aditivos ser aplicado no Estabelecimento Prisional de Caxias 81 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 8 3 Destinat rios Os destinat rios do programa enquadram se com a popula o da comunidade prisional do EP de Caxias A participa o na interven o sugerida ser volunt ria e submetida a uma pr avalia o Dessa forma tentaremos caracterizar os padr es de consumo de cada sujeito uma vez que caso um candidato a participante indique padr es de consumo sujeitos a acompanhamento m dico este recluso receber tratamento adequado ao seu estado de depend ncia 9 Planifica o do programa 9 1 Objectivos gerais i Promo o da redu o dos comportamentos aditivos em meio prisional ii Criar interven es motivadoras de est mulos ou ac es alternativas s drogas trabalhando as associa es apreendidas relativas aos estupefacientes e seus condicionantes 9 2 Ob
156. oga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional desenvolver do tipo de contacto estabelecido com as drogas pode originar no consumo de drogas duras consequ ncia que pode ser atingida atrav s de processos de modelagem ou arrastamento por parte dos membros com mais influ ncia Dentro das teorias psicol gicas perturba o da personalidade determinante para a toxicodepend ncia Aspectos da personalidade do sujeito toxicodependente sobressaem nomeadamente a passividade a depend ncia a imaturidade sexual a agressividade n o controlada uma sensibilidade reduzida em rela o frustra o sentimentos de inferioridade e uma grande tend ncia para a depress o Rosa 1998 O uso de subst ncia psicoactivas em grupos de jovens foi sendo considerado como um estilo de vida que se relaciona com as rela es interpessoais e actividades conjugadas com os grupos em que se inserem Actualmente a utiliza o de subst ncias psicoactivas aos olhos do jovem considerado um acto natural na medida em que j n o associa droga s representa es que esta patenteia consigo a droga incorporada como elemento integrado nas pr ticas sociais festas Para os jovens a conota o dada cannabis j n o se encontra dentro das drogas leves o jovem hoje reclama a sua legaliza o justificando que o seu uso est completamente difundido na sociedade Fernandes 2009 Segundo os dados do Health B
157. ogia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 27 1 Padr o policonsumo depois da reclus o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Sim 20 40 0 40 0 N o 30 60 0 100 0 Total 50 100 0 LXXIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 28 Policonsumos antes da reclus o Cumulative Frequency Percent Percent Valid n o responde 32 64 0 65 3 Haxixe lcool 1 2 0 67 3 Haxixe lcool Marijuana 1 2 0 69 4 Coca na Coca na Hero na 3 6 0 75 5 Hero na Caf Tabaco 1 2 0 71 6 Haxixe Metadona Haxixe 1 2 0 79 6 Hero na Tabaco 1 2 0 81 6 Hero na lcool Tabaco 1 2 0 83 7 coca na Bebidas energ ticas lcool 1 2 0 85 7 Haxixe lcool Tabaco 1 2 0 87 8 Hero na Coca na 1 2 0 89 8 Marijuana Haxixe lcool Coca na Ecstasy 1 2 0 91 8 lcool Tabaco Caf 1 2 0 93 9 Haxixe Tabaco Caf Haxixe 1 2 0 95 9 lcool Hero na Coca na 1 2 0 98 0 lcool Marijuana Ecstasy 1 2 0 100 0 Total 49 98 0 LXXV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Missing Hero n
158. ol gico em meio prisional alas livres de droga 49 em UART e 53 em programas antagonistas n o separados dos restantes reclusos Dos 1 260 reclusos caracterizados como consumidores de hero na 575 45 6 estavam em tratamento de substitui o dos quais 548 com metadona e 27 com subutex Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 Desta forma torna se indispens vel a exist ncia de um programa de interven o e preven o em todos os meios prisionais com o intuito de combater a ininterrup o de consumos dentro dos estabelecimentos estimulando a mudan a de comportamentos considerando as popula es a que se destinam e os factores de riscos e de protec o presentes Por outro lado e evidenciando a comunidade populacional a ser trabalhada deve se considerar os limites existentes nas abordagens individualizadas de modo a conduzir a evolu o das estrat gias de interven o na rea da preven o abrangendo adequadamente toda a popula o Existe conjuntamente a possibilidade das casas de sa de que existem unicamente no Estabelecimento Prisional Regional das Caldas da Rainha EPRCR e s o unidades residenciais que acolhem reclusos que terminam o programa de tratamento da toxicodepend ncia Estas casas t m como objectivo fortalecer as aquisi es adquiridas durante o tratamento promovendo a inser o s cio laboral invocando recursos comunit rios Esta op o favorece o recluso pois permite lhe uma interac o com a comunidad
159. oliconsumos combina es como a do consumo de lcool e de hero na n o deixando o consumo de coca na metadona e tabaco cada vez mais presentes no meio envolvente dos jovens ainda de salientar que os consumidores de opi ceos como a hero na acabam por consumir tamb m coca na Nunes amp J lluskin 2007 Fazendo refer ncia aos policonsumos teremos que distinguir as diversas formas de uso de subst ncias a possibilidade de exist ncia de problemas tempor rios relacionados com outras subst ncias abuso e depend ncia que se integram nos crit rios do DSM IV TR 2002 importante depois de clarificadas as distin es existentes entre os sujeitos que consomem desenvolver um esquema para classificar o abuso com polissubst ncias ou multissubst ncias O abuso de polissubst ncias relaciona se com o uso de mais do que uma subst ncia psicoactiva n o incluindo opi ceos enquanto o abuso de multissubst ncias envolve duas subst ncias psicoactivas que n o o lcool nicotina cafe na ou medicamentos sujeito a prescri o m dica Schuckit 1998 De acordo com o DSM IV TR 2002 o consumo de uma droga de abuso incluindo o lcool designa se como perturba es relacionadas com subst ncias n o excluindo os efeitos secund rios de um medicamento ou a exposi o a um t xico que tamb m est o confrontadas com esta perturba o As subst ncias inclu das nestas perturba es est o agrupadas em onze classes
160. ologia e consequ ncias da toxicodepend ncia t m constitu do o foco da aten o de diversos investigadores Dada a exist ncia desta considera o e fundamentada na realidade directa consumos e policonsumos ou indirecta actos criminosos associada droga surge a hip tese deste estudo A presente investiga o rege se com o objectivo de responder s lacunas presentes nomeadamente a de conhecer a exist ncia de h bitos de consumos em meio prisional e a de encontrar uma via de controlo desses mesmos consumos de modo a conseguir minimiz los Desta forma pretende se estudar a poss vel exist ncia de consumos em meio carceral configurando a posteriori um programa de interven o junto da popula o prisional consumidora ou n o consumidora cujo prop sito se centra em partilhar e receber de e com todos os sujeitos o conhecimento real de todas as subst ncias que causam depend ncia e analisar nomeadamente quais as suas consequ ncias a curto m dia e longo prazo fomentando curiosidades ao n vel da sa de f sica e ps quica do sujeito incutindo lhe que a droga n o dever ser o prop sito fulcral da sua vida e numa outra fase motiv los a adquirir comportamentos contradit rios aos dos que os levam aos consumos A parte A envolve toda a fundamenta o te rica que se mostrou indispens vel para o o fim mais apropriado a constru o adaptado s necessidades e caracter sticas dos reclusos do EP de Caxias Dentro da parte A
161. on alves Machado Sani amp Matos 1999 Gon alves 2004 49 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 4 1 Caracteriza o dos estabelecimentos prisionais A Direc o Geral dos Servi os Prisionais DGSP um servi o da administra o directa do Estado dotado de autonomia administrativa Tem por miss o assegurar a gest o do sistema prisional nomeadamente da seguran a e da execu o das penas e medidas privativas da liberdade assegurando condi es de vida compat veis com a dignidade humana e contribuindo para a defesa da ordem e da paz social atrav s da manuten o da seguran a da comunidade e da cria o de condi es de reinser o social dos reclusos permitindo a condu o da sua vida de forma socialmente respons vel Decreto Lei n 125 2007 2007 A DGSP constitu da por uma organiza o interna obedecendo ao modelo estrutural misto a nas reas de actividade de gest o e administra o bem como de execu o de penas e medidas privativas de liberdade de estudos e planeamento forma o e de seguran a o modelo de estrutura hierarquizada b Nas reas do tratamento penitenci rio nomeadamente presta o de cuidados de sa de ensino forma o profissional trabalho desporto anima o sociocultural e prepara o em colabora o
162. onais de sa de 23 24 Porto Edi es Universidade Fernando Pessoa Marques Teixeira J 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Processos psicofisiologicos em consumidores de droga e delinquentes Vol 6 Gabinete de Planeamento e de Coopera o do Combate Droga Lisboa Minist rio da Justi a Marques Teixeira J 2000 Comportamento criminal perspectiva biopsicol gica Lisboa Vale amp Vale editores Lda Martin E 1995 De los objectivos de la prevenci n a la prevenci n por objectivos In Moreira P 2005 Para uma preven o que previna 4 ed Colec o psicologia cl nica e psiqui trica coordenada por scar Gon alves Lisboa Quarteto Editora Mayer C 2009 Din micas de grupo e textos criativos 4 ed Editora Vozes Petr polis Melo R 2000 Metodologias de interven o na preven o prim ria da toxicodepend ncia Toxicodepend ncias Vol 6 n 1 p 49 57 Edi es SPTT Melo R 2002 Os qu s e os porqu s da preven o prim ria da toxicodepend ncia Toxicodepend ncias Vol 8 n 2 p 23 28 Edi es SPTT Retirado de 102 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional http www idt pt PT RevistaToxicodependencias Artigos 20Ficheiros 2002 2 2002 02 TXT3 pdf em Maio de 2010 Moreira J 2006 Estat
163. ongresso crimes ib ricos Centro de estudos em e psicologia Instituto de educa o e psicologia Universidade do Minho Gorman D 1996 Etiological theories and the primary prevention of drug use Journal of drug issues 26 505 520 In Moreira P 2005 Para uma preven o que previna 4 ed Colec o psicologia cl nica e psiqui trica coordenada por scar Gon alves Lisboa Quarteto Editora Greenwald G 2009 Drug decriminalization in Portugal lessons for creating fair and successful drug policies Washington D C Cato Institute Holmes J 2002 Narcisismo Lisboa Almedina Humana Global 2005 2006 Projecto pris es humanas Projecto piloto da Humana Global Coimbra Humana Global IDT 2009 Plano de Actividades para 2009 Retirado de http www 1dt pt PT ADT RelatoriosPlanos Documents 2009 PA 2009 pdf em 28 de Junho de 2010 IDT 2010 Plano de Actividades para 2010 Retirado de http www idt pt PT ADT InstrumentosdeGestao Documents 2010 instrumentos gest ao PA 202010 Final pdf em 28 de Junho de 2010 Iruarrizaga I 2004 Estado actual de la investigation sobre la politoxicoman a desde una perspectiva neuropsicol gica Assimetrias em rota de colis o com a vida Actas do I congresso da rea da psicologia criminal e do comportamento desviante Coordena o de Carlos Alberto Poiares 116 143 1 ed Edi o Teseaurius Lda Jim nez Villarejo J 1986 In Poiares C 1998 An lise
164. ontrole da Oferta e da P rocura dl420 70 pdf em 28 de Abril de 2010 Decreto Lei 745 75 de 31 de Dezembro Cria o do Centro de Estudos da Juventude e o Centro de Investiga o Judici ria da Droga Di rio da Rep blica I serie n 300 Retirado de 97 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional http www idt pt PT Legislacao Legislao 20Ficheiros Preven o e Tratamento da Toxicodepend ncia dI745 75 pdf em 29 de Abril de 2010 Despacho conjunto n 72 2006 2006 Plano de ac o nacional para o combate propaga o de doen as infecciosas em meio prisional Relat rio do grupo de trabalho justi a sa de Retirado de http www dgpj mj pt sections politica legislativa anexos legislacao avulsa plano de accao nacional do wnloadFile attachedFile f0 Relat Plano Combate Doencas Infecciosas Prisoes pdf nocache 1205856345 98 em 2 de Maio de 2010 DGSP 2009 Retirado de http www dgsp mj pt em 18 de Novembro 2009 DGSP 2009b Lota o e reclusos existentes em 31 de Dezembro de 2009 Retirado de http www dgsp mj pt backoffice uploads anuais 20100302020331Lot e RecExist Dez pdf em 13 de Maio de 2010 DGSP s d Regulamento do estabelecimento prisional de Caxias Minist rio da Justi a Dias F 2002 Sociologia da toxicod
165. ores de crimes associados ao uso de drogas contudo quando come am a aparecer os primeiros ind cios estes corresponderam a assaltos a farm cias para a apropria o de medicamentos Esta pr tica veio a desenvolver se como meio de angaria o de fundos para a sua subsist ncia tornando se assim numa quest o criminal e j n o como uma atitude desviante representativa do consumo Poiares 1998 Consecutivamente a droga surge como amea a de coes o dos poderes e das institui es Esta coes o coloca em causa a exist ncia de circuitos de oferta e procura transformando os seus agentes em transgressores Nasceram assim duas modalidades espec ficas de crime a dos vendedores e a das organiza es em que se inseriam relacionada com crimes de natureza aquisitiva furto roubo assegurando a manuten o do consumo verificando se uma renova o da criminalidade economia a criminalidade do colarinho branco Agra 2008 Por isso este modelo ainda se demonstra reducionista n o circunscrevendo a complexidade do fen meno n o clarificando variad ssimas situa es presentes nesta herm tica tais como explicar o factor propulsor que motiva o crime a antecipar se ao consumo de drogas Ainda na teoria do determinismo causal e contrariando o modelo apresentado anteriormente temos o modelo sist mico defendendo que os consumidores se mobilizavam onde a exist ncia de territ rios de mercado il cito Nunes amp J lluskin 2007 fomentav
166. ormente Bandura 1977 citado por Nunes amp J lluskin 2007 O consumo aparece adoptando uma conduta activa e colectiva compondo todo um sistema de valores enquanto fun o de integra o e de controlo social Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 Numa perspectiva psicopatol gica a toxicodepend ncia vista como uma doen a cr nica com base no desenvolvimento da patologia Nunes amp J lluskin 2007 alicer ada na busca da explica o para a rela o droga e crime acabando por assentar na procura de caracter sticas disfuncionais de cada um encontrando problemas tendentes manifesta o de comportamentos desviantes Agra 1997b Contudo esta n o a abordagem mais conveniente para explicar a rela o droga crime Contudo tamb m n o ser apenas a partir de factores biol gicos que se conseguir explicar esta rela o uma vez que qualquer comportamento inclu do o criminoso considerado com in meros processos em complexa interac o As 44 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional abordagens biol gicas s o importantes n o devendo nem ser negadas nem sobrevalorizadas Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 Por ltimo surge a teoria da perspectiva processual onde s o tidos em conta os elementos ligados aos est dios prog
167. ortamento aditivo Uma outra teoria neste jogo bilateral faz refer ncia perspectiva estruturalista desvalorizando a causalidade defendida pela teoria determinista causal adoptando uma via correlacional Esta teoria defende a presen a de elementos subentendidos aos dois comportamentos do consumo e do crime Agra 2008 Trata se de uma manifesta o comportamental centrada nas estruturas org nicas sociais e psicol gicas Agra 1997b e resultante dessa declara o est patente a dificuldade em profetizar qual dos comportamentos desponta primeiro Na teoria da perspectiva estruturalista subsiste a vertente sociocognitiva defendendo que a rela o da droga com o crime n o surge naturalmente mas mediante interpreta es motivadas pela interac o que o sujeito procura na sociedade assim como na componente cognitivo afectiva Agra 1997b Desta forma a perspectiva estruturalista promoveu uma maior aproxima o s reais explica es da liga o droga e crime Da esta teoria se fundar na rela o estrutural entre comportamentos O modelo de aprendizagem social de Bandura 1977 consolida o mesmo segmento na medida que Bandura indica a abordagem presente sobre os processos de imita o comportamental dividida em dois tempos a aquisi o de comportamentos mediante a observa o de um modelo tendo como fun es t nicas a aten o e a reten o de comportamentos e posterior reprodu o espont nea da observa o tida anteri
168. ortante 10 20 0 100 0 Total 50 100 0 CII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 52 Mais ocupa o para os tempos de recreio Percent Cumulative Percent Frequency Valid Menos importante 10 Importante 26 Mais importante 14 Total 50 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia 20 0 52 0 28 0 100 0 20 0 72 0 100 0 CII Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 53 Tratamentos de substitui o programas Frequency Valid Menos importante 12 Importante 12 Mais importante 26 Total 50 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Percent 24 0 24 0 52 0 100 0 Cumulative Percent 24 0 48 0 100 0 CIV Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Fim de pena e reinser o Tabela 54 Preparado Valid Sim N o Total Frequency 43 50 Percent Cumulative Percent 86 0 86 0 14 0 100 0 100 0 CV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio
169. os adquiridos pelos sujeitos s o mais valorizados e marcantes conduzindo assim s varia es pr prias de cada um tendo por base a sua hist ria de vida at ent o N o esquecendo as rupturas a que estes indiv duos est o sujeitos no momento de entrada e durante a fase de enquadramento no meio prisional sendo principiantes ou reincidentes A experi ncia ser sempre vivida com tratamentos distintos Dependendo se o sujeito est neste meio pela primeira vez ou n o essa ruptura ir ser sentida de uma forma abrupta a todos os n veis emocional comportamental e afectivo Com base nos aspectos enunciados ultim mos que a integra o dos sujeitos reclusos assistida em fun o de dois padr es de factores os que auxiliam e ou embargam a sua adapta o ao meio Assim como auxiliadores desta adapta o deparamo nos com o estabelecimento de novas rela es dentro do meio prisional sendo este um marco positivo visando aos sujeitos ferramentas necess rias para viver ou sobreviver num meio t o complexo A assist ncia dos t cnicos de reeduca o t m tamb m ajudando abstrac o do mundo de liberdade que fica para tr s passando este sujeito a viver nesta nova realidade com alguns objectivos Gon alves amp Vieira 1995 Gon alves Machado Sani amp Matos 1999 Gon alves 2004 Concomitantemente com estes factores que facilitam uma melhor adapta o temos de ultrapassar de forma adequada os processos adaptativos naquele
170. p o de que s o as drogas que promovem as pr ticas criminosas Bean 2004 citado por Nunes 2010 O modelo psicofarmacol gico inscrito na teoria baseada no determinismo causal assume se como a primeira das abordagens defendendo que o consumo de droga transporta o sujeito para estados que o levam aquisi o de actos desadaptativos verificado durante o efeito do consumo de subst ncias Para consolidar esta vers o Chalub e Telles 2006 efectuaram uma pesquisa onde comprovaram que a ocorr ncia de actos criminosos se verificava aquando da presen a de subst ncias nos agressores e ou nas v timas Os autores frisaram ainda que existe uma necessidade de fazer refer ncia aos factores org nicos s cio culturais e de personalidade Contudo neste modelo os autores n o referenciaram a rela o oposta a de crime droga limitando se s ao acto de consumir como causador do acto criminoso 42 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 2 Um outro modelo inserido no determinismo causal o econ mico compulsivo Nunes 2010 remetendo o acto criminoso como forma de garantir a manuten o da depend ncia de subst ncias psicotr picas OEDT 2009 Deste modo e como reconhecimento deste modelo verificamos que at ao dec nio de setenta n o existiam em Portugal indicad
171. para o qual era destinado de forma volunt ria Poiares 1998 O processo de descriminaliza o foi marcado por um longo desenvolvimento passando por v rios momentos legislativos e v rias iniciativas Como forma de colocar todos os acordos planos e estrat gias at ent o estipulados a cria o das CDT s vieram permitir a introdu o de uma linha de interven o de cariz juspsicol gico sobre os consumidores de subst ncias il citas refor ando o princ pio da oferta de tratamento educa o e reabilita o em alternativa s medidas de preven o de liberdade e san es penais para delitos relacionados com o consumo de drogas il citas Bas lio 2007 A interven o juspsicol gica veio promover uma articula o de saberes que possibilitam direccionar as necessidades do Direito e as vertentes comportamentais da Psicologia e trabalh las com o objectivo de se complementarem no percurso para um s fim o procedimento diferen ado adaptado a cada problem tica e cada sujeito Esta interven o consagra uma maleabilidade de perspectivas presenteando o interveniente com um tratamento individualizado Poiares 2000 2001 que ouvido pela CDT e proposto a uma avalia o dos consumos tendo em conta o registo j existente e posteriormente discute se qual a melhor medida a aplicar apoio psicol gico tratamento coimas ou trabalho comunit rio inibi o de conduzir ou frequentar certos locais obrigatoriedade de cumprir apresen
172. presentes em todas as reuni es de avalia o do programa de modo a acompanhar de perto e in loco todo o desenrolar dos exerc cios aplicados Esta avalia o permitir identificar quais foram as interven es que se evidenciaram operantes e quais as que deveremos trabalhar de uma outra forma conseguindo numa futura aplica o um resultado mais adaptativos e funcional Esta avalia o desenvolver se pelo menos uma vez por m s com a realiza o de reuni es de equipa de modo a resolver situa es inesperadas execu o do programa No fim da aplica o do programa avaliar se o grau de efic cia do programa no seu todo No desenrolar do programa porta da sala destinada s interven es ser colocada uma caixa de opini es e sugest es onde os reclusos poder o deixar a sua opini o sendo esta uma sugest o ou uma cr tica Na ltima sess o do programa ser pedido ao recluso uma aprecia o geral da sua participa o nomeadamente sobre a adequa o s mat rias abordadas e sugest es que considerem importantes 10 5 Avalia o Externa A parceria estabelecida com o IDT ir ser desenvolvida neste campo Uma equipa estruturada pelo pr prio instituto com os t cnicos indicados para acompanhar a execu o do programa avaliar o programa implementado facultando o alcance de uma avalia o mais adaptado popula o tendo em conta a imparcialidade o rigor e o objectivo pretendido para a efici ncia do
173. prisional Tabela 55 Projecto de vida delineado Frequency Percent Cumulative Percent Valid Sim 42 84 0 84 0 N o 8 16 0 100 0 Total 50 100 0 CVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 56 Apoio na reinser o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Sim 34 68 0 68 0 N o 16 32 0 100 0 Total 50 100 0 CVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 57 Como pensa que ficar o os consumos ap s sa da pris o Frequency Percent Cumulative Percent Valid Aumentarem 4 80 80 Diminu rem 32 64 0 72 0 Manterem se 14 28 0 100 0 Total 50 100 0 CVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 58 Sentimento relativamente sa da da pris o Frequency Valid Felicidade 28 Tristeza l Indiferen a 1 Felicidade Nervosismo 8 Receio Nervosismo 2 Felicidade Nervosismo Ang stia Felicidade Ang stia 2 Receio Felicidade Nervosismo i Receio Nervosismo Tristeza Receio Nervosismo Tristeza
174. prisons with male at Caxias prisional institution through data from the use of a survey developed specifically for this purpose When analyzing the trends and developments in consumption in Portugal we draw attention to the dynamics to develop in order to minimize the far reaching consequences that allow reducing the damage caused to individuals and the prison population by consumption The use and abuse of narcotic drugs are currently a major concern worldwide particularly in prisons and that those concerns are evident leading with all the implications and psychological health The emotional and motivational weaknesses are marked in this way In prisons the subjects are submitted to a mix of deprivation of liberty deprivation of social contacts and internal rules that are binding Finally it draws attention to the fact that the intakes are closely related to several factors including family social socio demographic legal situations and others such as discovery of new or different experiences Keywords Consumption policonsumotion prisons juspsicol gica intervention and prevention intervention Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Abreviaturas CAT Centro de Atendimento a Toxicodependentes CCA Ci ncia do Comportamento Aditivo CDT Comiss e
175. programa 92 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 11 Conclus o Ao longo deste estudo o consumo de droga n o foi considerado um acto isolado muitas vezes associado ao acto criminoso e a condutas anti sociais A literatura mais relevante acentua a necessidade de perceber qual a interac o existente entre estas duas vertentes e qual delas se presenteia como consequ ncia da din mica Neste estudo objectivou se que os consumos em meio prisional fossem compreendidos e solucionados A investiga o visou a cria o de um programa de interven o juspsicol gico que trabalhasse junto da popula o reclusa dos estabelecimentos prisionais nomeadamente com a do estabelecimento de Caxias Este estudo foi fundamentado num inqu rito estruturado para esse fim que nos permitisse conhecer a situa o penal do recluso caracterizar os padr es de consumo ter a perspectiva dos reclusos relativamente aos consumos e ter a perspectiva deste face reclus o Este inqu rito permitiu nos um conhecimento real tanto das caracter sticas da popula o reclusa como dos seus consumos e ainda das suas perspectivas face ao futuro pr ximo Na sequ ncia do conhecimento proporcionado pela aplica o do inqu rito foi nos poss vel perceber quais as din micas mais apropriadas na inclus
176. psicol gico em meio prisional Quando abord mos os padr es de poss veis policonsumos dentro e fora do estabelecimento verific mos uma diferen a pouco evidente tanto dentro sim 48 n o 52 tabela 27 como fora sim 40 n o 60 tabela 27 1 Em rela o aos prim rdios dos consumos os reclusos revelam iniciar se nos seus consumos com uma m dia de 14 48 anos tabela 29 consumindo maioritariamente tabaco 46 e haxixe 20 tabela 30 Sendo expressiva a situa o nova de reclus o com 68 dos reclusos a referirem estarem presos pela primeira vez Este factor refor a a necessidade de interven o preventiva com o objectivo de diminuir os consumos importados do exterior e trabalhar a sensibiliza o e a aquisi o de compet ncias pessoais e sociais em falta ou desvinculadas da sua conduta Para melhorar as interven es focadas para a minimiza o dos consumos propusemos algumas medidas relativas ao abandono dos consumos e sugerimos aos reclusos que enunciassem qual a mais importante de forma a facultar nos a sua perspectiva relativa futura implementa o interventiva referente mat ria da droga Os reclusos atribu ram o grau de muito importante aos programas terap uticos 60 tabela 34 seguida de programas de minimiza o de riscos 50 tabela 35 o acesso a programas de substitui o 30 tabela 33 a exist ncia de unidades livres de droga 24 tabela 32 e as salas de chuto 12
177. que requeira responsabilidade A tomada de decis o do consumidor rege se pelo 37 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional imediato e de uma forma limitada O sujeito toxicodependente motivado pela restri o em que vive ao n vel das rela es interpessoais afectivo e emocional cai num enredo de mentiras e meias verdades que desvalorizam valores cren as e atitudes Dias 2002 A toxicomania contribui por isso para conceder uma identidade de grupo conforme um modelo padronizado em detrimento da singularidade do indiv duo Da se distinguir a verdadeira toxicomania com o simples acto de consumir droga Pag s Berthier 1993 citado por Angel Richard amp Valleur 2002 O proibicionismo do consumo e a descriminaliza o correm em sentidos distintos uma vez que uma teoria proibicionismo defende a proibi o de consumos de subst ncias psicoactivas e a outra teoria descriminaliza o defende a despenaliza o de consumos passando a ser proposto ao consumidor um tratamento em detrimento da pena atribu da tentando medir for as numa luta que s deveria ter um fim o controlo dos consumos 38 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o
178. r a situa o e n o o contr rio Estievenart s d p 1 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Aos meus pais que um dia sonharam e hoje partilham este importante momento comigo minha av por tudo aquilo que representa para mim Ao meu namorado pela paci ncia pelas gargalhadas e experi ncias vividas Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Resumo Esta disserta o tenta explorar a complexa din mica entre a exist ncia de droga e os seus consumos em meio prisional A nossa hip tese prende se com a possibilidade de contextualizar os consumos e policonsumos de subst ncias psicotr picas nos estabelecimentos prisionais de Portugal tendo por base uma an lise da realidade do fen meno em meio prisional com reclusos do sexo masculino do EP de Caxias atrav s dos dados obtidos na aplica o de um inqu rito desenvolvido especificamente para este objectivo Ao analisar as tend ncias e evolu es dos consumos em Portugal procuramos alertar para as din micas a desenvolver com a finalidade de minimizar as consequ ncias abrangentes que permitam diminuir os danos causados aos indiv duos e
179. r m dulos destinados ao desenvolvimento das compet ncias sociais e pessoais necess rias para uma integra o favor vel sociedade livre Humana global 2005 2006 Todavia a entrada no programa sujeita a uma avalia o m dica e psicol gica indicativa dos padr es de consumo de subst ncias l citas e il citas assim como os factores que interv m junto da problem tica Esta avalia o passa por caracterizar v rios n veis de an lise como a condi o geral de sa de o estado psicol gico entre outros Nunes amp J lluskin 2007 Este diagn stico pr programa procura estabelecer uma liga o entre tra os estados ou causas profundas que possam explicar a coer ncia da perturba o individual relativa a contextos situacionais ou sintomas subjacentes Joyce Moniz 2005 86 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Em rela o constru o deste programa de interven o foi importante a estrutura o de um inqu rito aplicado numa fase anterior avalia o promovendo equipa multidisciplinar uma recolha de informa o fundamental para que a interven o se adapta s caracter sticas individuais e de grupo da comunidade prisional Na fase inicial da implementa o do programa os dois primeiros m dulos dizem respeito ao conhecimento m t
180. r sem isso um dos factores para se diferenciar o uso ocasional de drogas e a toxicodepend ncia dificultando a defini o compreens o ou tentativa de explica o da rela o que se instaura entre a subst ncia e o sujeito consumidor Morel Herv amp Fontaine 1998 Por esta raz o os autores consideram melhor abordar a depend ncia como um estilo de vida escolhido pelo interveniente Segundo o DSM IV TR 2002 a depend ncia de subst ncias cinge se a um conjunto de sintomas cognitivos comportamentais e fisiol gicos apesar de todos os problemas associados mesma A depend ncia desencadeia assim uma s rie de sintomas toler ncia e abstin ncia s ndrome de depend ncia Contudo s h pouco mais de duas d cadas a depend ncia de subst ncias psicoactivas come ou a ser entendida como uma disfun o cerebral tal como os dist rbios psiqui tricos e neurol gicos Por exemplo quando um sujeito consome subst ncias e da resultam efeitos hed nicos recompensa essa 28 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional experi ncia activa os circuitos cerebrais espec ficos tornando previs vel a repeti o dos seus consumos Ribeiro s d citado por Torres amp Lito 2008 Os comportamentos aditivos recaem na instabilidade da estrutura ps quica subjacent
181. ra Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 18 Indique a sua opini o relativamente s seguintes frases Marque com uma cruz Discordo Concordo A toxicodepend ncia um comportamento comum igual nn o qualquer outro E E E Os toxicodependentes s o doentes ES Os toxicodependentes causam sempre problemas na sociedade E 19 Relativamente ao consumo de drogas na pris o considera Marque com uma X importante minimizar a entrada de droga na pris o 4 La A resolu o dos problemas relacionados com drogas em meio prisional passa pela cria o de mais programas de apoio aos toxicodependentes X a sua resposta em cada uma das linhas a sua resposta em cada uma das linhas Na pris o os toxicodependentes possuem uma boa oportunidade para deixarem de consumir O tempo mais ocupado na pris o pode contribuir para que os toxicodependentes abandonem os consumos 20 Alguma vez partilhou utens lios de consumo com outro recluso N o Sim L Quais 21 Acha importante o apoio psicol gico dentro das pris es N o L Sim VII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 22 Beneficia de apoio psicol gico para controlo do seu consumo Sim N o 23 Se sim qual Apoio I
182. re o praticado at ent o e o desejado com esta investiga o Nesta investiga o objectiva se que a desloca o para as unidades seja feita s para reclusos que declarem depend ncias fortes com subst ncias pesadas e de m dia e longa dura o e para todos aqueles considerados os novos reclusos consumidores uma vez que em situa es qualificadas de depend ncia o sujeito necessite de assist ncia m dica e psicol gica n o estando preparado para trabalhar nas din micas estipuladas para interven o programada podendo este ser detentor de perturba es que requerem tratamento No entanto todos os outros reclusos consumidores ou n o deveriam manter se no EP de forma a participar num programa de interven o Os EP s de Lisboa Porto e Tires disp em ainda de programas terap uticos de substitui o opi cea com metadona criados ao abrigo do protocolo criado entre a DGSP e o antigo Servi o de Preven o e Tratamento da Toxicodepend ncia SPTT Torres Maciel Sousa amp Cruz 2009 Atrav s de um estudo do Grupo de Trabalho da Justi a Sa de 2006 registou se que dos 4 130 consumidores identificados 808 19 6 estavam a frequentar programas de tratamento Desses 233 reclusos frequentavam programas de abstin ncia 131 estavam nas 61 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsic
183. relativamente situa o penal actual tabela 8 de cada recluso verifica se um valor superior de sujeitos preventivos 56 como revela a principal caracter stica do EP de Caxias que tem como particularidade o facto de ser um estabelecimento destinado a reclusos preventivos em compara o com a frequ ncia de reclusos condenados 44 Quanto situa o que motivou a deten o tabela 10 maioritariamente corresponde a crimes n o relacionados com droga 42 sendo especificado o roubo 12 tabela 10 1 n o fazendo refer ncia ao objectivo para o qual cometeram esse crime contudo os crimes relacionados com o tr fico 38 Negreiros 1997 Torres amp Gomes 2002 2005 n o se apresentam muito distantes do valor dos crimes n o relacionados com droga tendo a relev ncia no esclarecimento do jogo bilateral vivido entre a droga e o crime Quando abordado o assunto enquadrado com os consumos apesar de se mostrarem renitentes quanto s suas respostas e quanto ao conceito de consumidor ou toxicodependente os reclusos afirmam na sua maioria serem consumidores anteriormente reclus o 62 tabela 12 por m os valores apresentados estatisticamente podem n o ter a sua veracidade total uma vez que muitos dos reclusos n o se assumiam consumidores at lhes 76 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven
184. ressivos dos comportamentos abordados n o deixando de parte a exist ncia de distintos estilos de vida que poder o alterar o sentido devidamente estabelecido Agra 2008 A progress o nos est dios presenteia se com diferentes semblantes nomeadamente a disponibilidade da subst ncia as motiva es que o levam busca do consumo os conhecimentos as t cnicas e as compet ncias do sujeito relativamente ao acto desviante Agra 2008 Estas componentes patenteiam uma liga o com a inicia o do consumo de drogas que se apoderam da vida do sujeito compactuando com a normalidade comportamental Nos crimes associados toxicodepend ncia podemos referir a representa o de tr s categorias 1 crimes motivados pela desinibi o impl cita intoxica o 2 crimes resultantes da marginalidade social e por fim 3 crimes funcionais ou conexos motivados pela s ndrome de abstin ncia Jim nez 1986 citado por Poiares 1998 Nos ltimos o consumidor tem uma maior necessidade das subst ncias e medida que avan a a toler ncia a necessidade de dose aumenta e por conseguinte a necessidade de verbas monet rias tamb m aumentam representando a situa o num ciclo O consumo excessivo de lcool e algumas drogas actuam como desinibidores no sujeito fazendo com que se criem condi es para a pr tica de crimes lcool e drogas funcionam por isso como estimulantes da delinqu ncia facilitando a adop o de comportamentos desv
185. rio privilegiado do h bito de intoxica o Agra 1993 Fazendo alus o s subst ncias nos ghettos e bairros urbanos s cio espacialmente marginalizados a hero na continua a ser a droga mais transaccionada e consumida seguida do haxixe OEDT 2009 O mercadejar de droga il cita tem o seu car cter auto organizacional num contexto territorial desviante O conceito territ rios engloba as ruas as esquinas ou partes de bairros territ rios p blicos e ainda os clubes nocturnos de entradas seleccionadas apartamentos ou outros lugares onde o contacto possa acontecer em privado territ rios privados considerados como foco principal de vendas quer pela sua morfologia f sica e ambiental quer pelas texturas das sociabilidades existente nesses terrenos Nunes amp J lluskin 2007 Contudo em todos existem excep es e nem todos os seus intervenientes s o negociadores ou at mesmo consumidores de subst ncias psicotr picas Nestes contextos imputado o sentido de territ rio de medo uma vez que lhes est inserido a apari o inesperada de for as de seguran a estando todos os sujeitos sob controlo para a desvi ncia e perigosidade O mesmo se verifica em meio prisional na medida em que os sujeitos se encontram inseridos num territ rio conferido maioritariamente por 40 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa d
186. roga encontra se dividido entre a responsabilidade moral compromisso com as consequ ncias sociais provocadas por determinadas ac es ou aus ncia das mesmas daqueles que directamente lidam com a problem tica e a respectiva imparcialidade do saber uma vez que todos aqueles que interferem na evolu o do fen meno dever o ter uma postura imparcial conseguindo chegar a uma finalidade proveitosa para o melhor desenvolvimento Esta ambiguidade dever ser estudada como um mal social em conjunto com tr s elementos fundamentais Nowlis 1975 1 Subst ncia ii Indiv duo que a utiliza iii Contexto s cio cultural em que se insere a sua utiliza o Desde os tempos mais long nquos as drogas s o consideradas como mat ria em muta o N o parece que tenha existido outra sociedade onde os homens n o tivessem tido sua disposi o subst ncias que permitissem varia es de humor altera es ao n vel da percep o e dos estados de consci ncia Todavia tamb m conhecido que o consumo de 16 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional droga n o seria efectuado sem regras mas sim regularizada atrav s de actos religiosos pr ticas m dicas e encontros sociais t picos daquele tempo Morel Herv amp Fontaine 1998 Ao longo dos anos as diferentes perspectivas
187. rograma de interven o juspsicol gico em meio prisional Cap tulo II Droga como mundo pr prio 2 Introdu o 2 1 Comportamentos aditivos 2 2 Toxicodependentes 25 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Capitulo II Droga como mundo pr prio 2 Introdu o A droga nomeadamente o seu consumo considerada um fen meno social que engloba um vasto grupo de indiv duos e g investigadores pol ticos legisladores entre outros motivado pela exist ncia de elevados factores humanos econ micos sociais representativos na nossa sociedade Otero L pez 1997 A droga subst ncia l cita ou il cita caracteriza se como produtora de altera es no estado de consci ncia O seu uso e suas implica es ao n vel social e da sa de constituem um desafio complexo e multidimensional sendo que o seu efeito pode variar da ligeira estimula o causada por uma ch vena de caf ou ch at a efeitos mais profundos como os provocados por alucinog nios tais como as plantas que conduzem altera o da percep o do tempo do espa o e do pr prio indiv duo Seibel amp Toscano Jr 2001 A Organiza o Mundial de Sa de OMS 2006 usa a designa o de subst ncias psicoactivas ou drogas psicotr picas considerando as como corpo que quando introdu
188. rturba es da ansiedade perturba es psic tica delirium disfun o sexual e perturba es do sono DSM IV TR 2002 J os danos relacionados com as consequ ncias sociais associam se aos problemas familiares zangas ofensas viol ncia problemas jur dico legais furtos roubos e problemas econ micos escassez de dinheiro para subsistir o v cio de forma cont nua Os especialistas no fen meno droga nos in cios da d cada de 90 imputaram o seu foco de investiga o no crescimento que o fen meno parecia ter dentro das pris es Este aparecera como um forte indicador de preocupa o Uma vez conhecidas as novas preocupa es relativas mat ria de droga em meio social livre dominadas pelo avan o da 55 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional epidemia do v rus VIH bem como a exist ncia das hepatites ou tuberculoses a presen a de subst ncias psicoactivas il citas em meio carceral permitiria a cria o de um novo espa o a necessitar de interven o especializada Fernandes amp Silva 2009 Relativamente ao princ pio penal o consumo de droga n o est considerado como sendo uma quest o criminal uma vez que o direito d a todos a liberdade individual de dispor da sua vida Cordeiro 2008 n o penalizando o acto de consumir ent o atrav s
189. s a viv ncia de sustentar bal es o t cnico prop e 4 actividades 1 a reflex o individual com dura o de 3 sobre o sucedido anteriormente nomeadamente perceber qual a rela o da din mica com a vida quotidiana 2 partilhar dois a dois durante 5 sobre o mesmo momento 3 partilha em quartetos durante 7 sobre o momento e por fim 4 o plen rio sobre o ocorrido o vivido e a rela o do mesmo com o dia a XVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Objectivo dia A quarta fase abordar as vertentes do estourar descobrir e comunicar o t cnico convoca todos os intervenientes a rebentarem os bal es fazendo com que estes descubram a exist ncia de tiras de papel com frases no interior de alguns bal es aqueles que tiverem mensagens nos bal es ter o que a ler para todos fazer uma reflex o verbal depois no fim da reflex o o t cnico escolher alguns para comentar a mensagem lida pelo colega e acrescentarem novas frases partilhando aprendizagens das suas vidas Por fim terminar a din mica com uma partilha com a frase que os intervenientes elejam com lema para todos discutindo o porqu Proporcionar situa es de bem estar auto estima confian a no outro e auto controlo XVIII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Fa
190. s aplicadas 10 2 Parcerias formais Com vista ao desenvolvimento do programa de interven o foi fundamental estabelecer parcerias com diversas institui es ligadas tem tica Assim a composi o do cons rcio ser partilhada pelas seguintes entidades i PSIJUS Associa o para a Interven o Juspsicol gica possibilitando o supervisionamento t cnico do programa implementado ii DGSP permitindo a aplica o do programa e mostrando abertura e receptividade face implementa o de poss veis mudan as promovidas na estrutura do programa iii IDT este administrar o cumprimento de uma avalia o externa fidedigna colaborando com informa o complementar 10 3 Supervis o A supervis o t cnica facultada pela Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias e pela PSIJUS permitir a implementa o de um maior afinco e rigor das avalia es promovendo assim o alcance dos objectivos estabelecidos 91 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 10 4 Avalia o interna A avalia o do programa ficar entregue equipa multidisciplinar que faz parte da organiza o do mesmo j as parcerias estabelecidas com a Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias e a PSIJUS desenvolvidas para uma melhor efic cia deste campo ir o estar
191. s de Droga e Toxicodependentes CIJD Centro de Investiga o Judici ria da Droga CUE Conven o nica sobre Estupefacientes DGRS Direc o Geral de Reinser o Social DGSP Direc o Geral de Servi os Prisionais DSM IV TR Manual de Diagnostico e Estat stica das Perturba es Mentais EP Estabelecimentos Prisionais OEDT Observat rio Europeu de Droga e da Toxicodepend ncia OMS Organiza o Mundial de Sa de ONU Organiza es das Na es Unidas OTM Organiza o Tutelar de Menores SNS Servi o Nacional de Sa de SPTT Servi os de Preven o e tratamento da Toxicodepend ncia UART Unidades da Apoio a Reclusos Toxicodependentes UE Uni o Europeia ULD Unidades Livres de Droga Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Indice Dedicat ria cima essi asse cri area cres ana E Ga DEUS ADEGA UNS SG DADO GG Da GV T 4 RESUMO srs rr dg ira alga Se CDS SU STS CA DSO ERIC SDS ARTES DSO OS CID OEA da ear er a ri a er er a RA 5 ADS TAC EA E 6 Abreviaturas er serem seretere L EEEE EETETERA CERASEEA EETET RA EEEREEEAEETETERA PETREEEA E ERETEEE EEE EERETETA TESE 7 Introdu o sssesisesss racer perenes pancest percent O a pas nus a nas AaCE DR Cneu a one CRU a Dat Ones bato nas bate Rs sado 10 PARTE A ie
192. s frase gostaria que tu me dissesses que e n o gostaria que tu me dissesses que Essas duas frases dever o conclu das por cada interveniente ao seu parceiro e posteriormente decorrer uma invers o de pap is Posteriormente os pares ter o 10 minutos para trocarem as suas opini es relativas din mica realizada No final o grupo re ne se em c rculo e inicia se a discuss o aberta acerca dos temores e expectativas que surgiram Estimular o di logo e a comunica o entre os intervenientes Conhecer os pr prios desejos e temores na rela o com os outros XIV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Sess o 6 Dura o Vari vel mediante o filme escolhido Material Filme T cnica Observa o e discuss o aberta Actividades Visualiza o de um filme definido pelo t cnico e posterior divis o dos participantes em dois grupos Um dos grupos abordar e defender uma vertente presente no filme e o outro grupo defender outra independentemente de qual seja a sua posi o relativamente ao assunto em discuss o Estes ter o juntamente com o restantes grupo em que se inserem encontrar argumentos para fazer prevalecer a sua opini o Objectivo Favorecer a coes o com os pares XV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias
193. sexto cap tulo legitima o do estudo varia na sua constitui o entre uma forma cr tica e elucidativa sobre o mundo dos consumos em meio prisional e a necessidade de uma interven o juspsicol gica que abordasse a minimiza o dos consumos Este serve de encerramento da parte A fundamenta o te rica fazendo a liga o para a parte B onde estar patente a metodologia usada a exposi o descritiva dos resultados obtidos trabalhando posteriormente a constru o do programa de interven o juspsicol gico adequado popula o prisional e suas caracter sticas 11 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Na parte B da nossa disserta o encontram se a descri o da metodologia usada o enquadramento da amostra o esclarecimento do procedimento levado a cabo e o tratamento estat stico e respectiva discuss o dos resultados Assim e finalizando a fase introdut ria limit mo nos a incentivar e proporcionar novas discuss es e estudos no segmento desta mat ria 12 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional PARTE A 13 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Ps
194. sociedade uma vez que a popula o a ser estudada est no seu meio natural de domic lio Assim este tipo de contexto passa a impor uma tens o social entre os integrados versus os exclu dos S o ent o estas zonas consideradas como lugares onde a cidade se interrompe onde a cidade cosmopolita cede lugar a uma outra figura Agra Queir s Manita amp Fernandes 1997 3 1 Jogo bilateral A vida est amotinada com v rios jogos que o sujeito escolhe para jogar sozinho ou acompanhado Considerado um ser soci vel o sujeito escolhe jogar acompanhado cada nova partida que se sucede No universo do fen meno droga comum o jogo ser ajustado por v rios jogadores que sobrevivem mediante a exist ncia de pelo menos tr s vertentes o consumidor o produto e o vendedor Contudo este jogo n o est contido dentro dos jogos legais por isso n o obedece a regras fixas e estipuladas Geralmente o vendedor que imp e as regras podendo 41 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional estas diversificarem se entre o produto que usufrui para venda ou o perfil dos consumidores jogadores Estas jogadas tornar se o demasiado arriscadas quando a necessidade de consumo do consumidor n o corresponde vontade de vender do vendedor ou quando o dinhe
195. sticas Prisionais 2006 apresenta o e an lise Gabinete Pol tico e legislativo Lisboa Minist rio da Justi a Retirado de http www dgsp mjy pt backoffice uploads relatorioestatistico 20080129040134Relat orioestatistico2006 1 pdf em 13 de Maio de 2010 Moreira P 2005 Para uma preven o que previna 4 ed Colec o psicologia cl nica e psiqui trica coordenada por scar Gon alves Lisboa Quarteto Editora Morel A Boulanger M Herv F amp Tonnelet G 2001 Preven o das toxicomanias Lisboa Climepsi Morel A Herv F amp Fontaine B 1998 Cuidados ao toxicodependente Colec o alcoolismo e toxicomanias modernas Vol 4 Lisboa Climepsi editores Negreiro J 1997 Droga Crime estudos interdisciplinares Consumo de Drogas nas Pris es Portuguesas Vol 4 Gabinete de Planeamento e de Coopera o do Combate Droga Lisboa Minist rio da Justi a Negreiros J 2001 Delingu ncias juvenis Lisboa Editorial Noticias Nowlis H 1975 A Unesco e o seu programa A verdade sobre as drogas Rio de Janeiro IBECC UERJ Nunes L amp Alves S 2008 An lise biogr fica de indiv duos com hist ria de consumo de subst ncias Revista An lise Psicol gica n 4 s rie XXVI Publica o trimestral Out a Dez Lisboa Instituto Superior de Psicologia Aplicada Nunes L amp J lluskin G 2007 Drogas e Comportamentos de Adic o Um manual para estudantes e profissionais de sa
196. studo dos problemas judiciais da droga bem como o desenvolvimento de actividades de investiga o fiscaliza o e repress o criminal nesse dom nio Dias 2007 O Decreto Lei n 745 75 de 31 de Dezembro veio consagrar a necessidade existente em analisar o fen meno da droga no seu dom nio cl nico psicossocial e repressivo A aplica o dos v rios diplomas legislativos permitiu o abandono das especificidades implementadas pelo modelo criminal Assim o fen meno que envolvia as subst ncias psicoactivas continuou a ser identificado como um produto institu do socialmente como um constructo social Dias 2007 Com o aparecimento do VIH SIDA resultou uma nova e arrasadora realidade no mbito do tratamento da toxicodepend ncia implementando se o paradigma biopsicossocial Poiares 1998 passando a dar valor a todas as vertentes que envolvem o sujeito Este passa a ser contido num rol de aspectos sociais importantes para o seu desenvolvimento tratamento toxicol gico Desta forma e como consequ ncia passou a ser mais significativa a vis o do actor social Touraine 1998 juntamente com as exig ncias de integra o e interven o 19 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional m dico farmacol gica Foi esta posi o que levou ideia de que a toxicodepend ncia n
197. ta es na policia ou servi os de sa de entre outro IDT 2010 Atendendo realidade a que fomos sendo expostos relativamente ao desenvolvimento dos diplomas legais a sociedade come ou a optar por estrat gias mais adaptativas evolu o do fen meno Em Portugal a descriminaliza o teve como objectivo n o suprimir a proibi o existente nos consumos de droga mas sim atribuir um car cter mais humano e eficaz interven o Surgiram assim as autoridades administrativas que se substitu ram aos tribunais comiss es para a dissuas o do uso Objectivando a cria o de um primeiro contacto com aqueles que confrontados pela pol cia e mediante uso ou posse il cita de subst ncias psicoactivas seriam dissuadidos de dar continuidade s praticas normais de consumo independentemente de este ser considerado pelo individuo como ocasional regular ou problem tico Bas lio 2007 23 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Desta forma o sujeito consumidor teria a oportunidade de se consciencializar dos pr prios consumos encontrando uma nova perspectiva de mudan a dos comportamentos possibilitando o combate e controle dos h bitos e uso de subst ncias Uma vez colocada em pr tica a descriminaliza o o consumo ou a posse n o deixaram de ser punidos
198. tamentos adquiridos roubo furto agress o pelos sujeitos dependentes Esses comportamentos s o adquiridos como busca incessante dos estados de prazer proporcionados pela mat ria e respondendo falta f sica que algumas subst ncias provocam ressaca abstin ncia O relat rio da OEDT 2009 d aten o ao policonsumo de droga analisando a forma como o consumo de m ltiplas subst ncias afecta diferentes grupos de consumidores As conclus es apontadas revelam que entre os jovens o consumo de variadas subst ncias pode aumentar o risco de problemas agudos e prenuncia do desenvolvimento posterior de um h bito de consumos cr nico Entre os consumidores de droga regulares e mais velhos o policonsumo um dos principais factores contribuintes para a overdose de droga para al m de dificultar o tratamento da toxicodepend ncia e de estar associado viol ncia e viola o da lei Real a se ainda a variedade cada vez maior de subst ncias muitas delas n o controladas e g cannabis a inova o na produ o de drogas sint ticas e as crescentes preocupa es suscitadas pelo abuso de medicamentos sujeitos a prescri o m dica OEDT 2009 No policonsumo o grande perturbador tem vindo a ser o lcool por ser um bom combinado com outras drogas O consumo de lcool encontra se designado com droga l cita sendo permitido o seu consumo compra e venda em locais p blicos Assim a sua presen a no dia a dia de um cidad o port
199. tir do estudo quando entender Os dados destinam se apenas a fins acad micos sendo as respostas an nimas e confidenciais Agradecemos a sua participa o e disponibilidade H Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional INQU RITO 1 Idade anos 2 Estado civil 3 Agregado familiar Fam lia de Origem pai m e irm o L Fam lia Constitu da c njuge companheira o filhos Sozinho Em institui o E Sem domic lio E Outra Me 4 Habilita es liter rias Sem escolaridade O Sem escolaridade mas sabe ler e escrever Com escolaridade LI Indique o ano 5 Etnia Caucasiana Negra O Outra 6 Situa o de trabalho anterior reclus o Empregado Reforma Desempregado O Outra Estudante Forma o Profissional Baixa M dica E Profiss o HI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 7 H quanto tempo est preso Dias T Meses ES Anos EA 8 Qual a sua situa o penal actual Condenado Preventivo L 9 a primeira vez que est preso Sim N o I 10 Qual foi a situa o que motivou a sua deten
200. to Penal e promovendo meios que possibilitem a concretiza o de tr s tempos fundamentais o conhecimento dos sujeitos consumidores a sua motiva o e o subsequente encaminhamento para o tratamento garantindo tamb m a defini o de medidas de reinser o social Poiares 2007 2009 Assim esta interven o abrange por isso todos os actores sociais Ventura 2004 sejam estes v timas arguidos ou at mesmo os que se confrontam com os investigadores e os utentes do sistema de justi a criminal Desta forma preciso dotar os pol cias de investiga o criminal de mecanismos e dispositivos de interven o psicol gica Ventura p 65 2004 uma vez que a psicologia institui cria o de novas formas de compreens o e interpreta o da realidade no panorama da valoriza o e enriquecimento das rela es humanas 56 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Com todos estes efeitos podemos concluir que o fen meno dos consumos de droga e toda a estrutura envolvente se tornam muito complexos estando articulados a um vasto rol de factores impl citos podendo estes favorecer por forma a afastar ou a elucidar o sujeito deste fen meno ou ent o podendo prejudicar mediante caracter sticas pessoais ou sociais envolventes ao sujeito 57 Universidade Lus fona
201. tos reclusos participantes no programa de interven o 9 3 1 Instrumentos de avalia o Registo informativo de cada interveniente efectuado na primeira sess o do programa contendo alguma informa o relevante para o seguimento da aplica o nomeadamente os padr es de consumo at ao in cio do programa Ficha de sugest es de cariz volunt rio a ser preenchida no in cio da sess o seguinte da que foi desenvolvida anteriormente Ficha informativa dos consumos aplicada a todos os participantes do programa no in cio de cada sess o Registo informativo de cada interveniente efectuado na ltima sess o do programa sugerindo a avalia o do seguimento da aplica o e ainda fazer refer ncia aos padr es de consumo no momento final do programa Aplica o de uma grelha comparativa dos padr es consumos declarados no in cio do programa e no fim fornecida pelos t cnicos 83 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional 9 4 Ac es a desenvolver Os EP s o exemplos da exist ncia de institui es totais Goffman 1961 consideradas como um meio privilegiado de uma sociedade dentro de outra Goffman 1961 concebendo o contacto com diferentes popula es valores e cren as favorecendo a reconhecimento e ac o de determinadas popula es em risco
202. u da por cinco itens objectivando a recolha de dados referentes deten o do sujeito estes dados que estar o mencionados nesta dimens o enquadram o recluso numa fase espec fica da sua vida e do seu delito conseguindo abranger temporalmente o decurso de pena j consumado o restante para 13 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional o fim da mesma e ainda ter uma percep o relativa sua situa o jur dico legal tipo de delito praticado e se prim rio ou reincidente 111 caracteriza o dos padr es de consumos constitu do por seis itens procura um melhor entendimento do mundo dos consumos e qual a vis o que os pr prios consumidores ou os sujeitos reclusos t m dos consumos dentro do EP assim solicitado ao sujeito que indique os seus padr es de consumo pretendendo saber se este meio beneficia ou prejudica os consumos iv perspectiva do recluso face a interrup o dos seus consumos constitu da por nove itens tenta conhecer o que na ptica do recluso seriam medidas promotoras da diminui o dos consumos em meio prisional Visa igualmente obter informa o relativa opini o do recluso face o fen meno da toxicodepend ncia e toxicodependentes e para finalizar temos v a perspectiva do recluso face a sua reinser o social constitu da por dois
203. ugu s visto como natural uma vez que n o encarada como uma droga subst ncia que provoque mal estar social intenso para os seus consumidores Combina es desta subst ncia com coca na metadona ou tabaco s o mais frequentes entre os jovens O tabaco e o lcool s o subst ncias de f cil aquisi o apesar de terem idades de permiss o estabelecidas comum ver um jovem com idade inferior permitida a consumir estas duas subst ncias A mesma facilidade de acesso verifica se com a coca na de facto a compra de subst ncias il citas hoje um acto de f cil acesso Uma das situa es que adv m dos policonsumos a adultera o das ess ncias Nunes amp J lluskin 2007 A deturpa o dos produtos provoca um corte cujo intuito aumentar artificialmente o seu valor comprometer os lucros aos revendedores ou at modificando a massa da subst ncia iludir a quem a adquire e ainda ajuda a confundir o faro dos c es colaboradores das autoridades respons veis por estas buscas OEDT 2009 Como resultante podem surgir situa es de perigo variando estas mediante as subst ncias usadas na adultera o Contudo n o devemos igualar a defini o de adi o de adulterantes com o consumo simult neo de v rias drogas Estes dois actos de consumo n o se devem confundir uma vez que dizem respeito a ac es 33 Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira R
204. umo E O O RR RR Ce O O o Coe O RR RR Cee O RR o RE DS o RR Ce DS O RR RR E O Estimulantes Tranquilizantes Inalantes L S D Tabaco e e RR Coe t e Bebidas energ ticas XXV Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional FICHA INFORMATIVA DOS CONSUMOS E O O RR RR Ce O O o Coe O RR RR Cee O RR o RE DS o RR Ce DS O RR RR E O Estimulantes Tranquilizantes Inalantes L S D Tabaco e e RR Coe S e o Bebidas energ ticas Nome Data Sess o XXVI Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional REGISTO INFORMATIVO FINAL Avalia o do programa Ri Dc Rica fc Ri Avalia o dos conte dos fair Mi Hi incial Rica Avalia o do trabalho dos t cnicos Ss MR Rd De Ma Auto avalia o Ra a Mai fd Mi Outras considera es XXVII Universidade Lus fona das Humanidade e Tecnologias Faculdade de Psicologia Catarina Lopes Ferreira Ribeiro Droga Estou preso programa de interven o juspsicol gico em meio prisional Tabela 1 Idade estat stica Idad
205. uo e ao da problem tica perspectivada Estes dois m dulos objectivam uma aproxima o de todos os intervenientes de modo a que todos se conhe am e ainda perceber qual a vis o que t m sobre as subst ncia l citas ou il citas existentes No m dulo da problem tica perspectivada o t cnico tenta compreender quais os factores de riscos e protectores conhecidos e enumerados pelos reclusos Dando continuidade ao programa apresenta se o m dulo correspondente promo o de compet ncias sociais e pessoais Este m dulo completa se incrementando alguns exemplos de compet ncias que me mostrem essenciais A autoestima designadamente baixa considerada como um dos factores de risco para o desenvolvimento geral e ainda para o envolvimento em comportamentos aditivos Moreira 2005 Como enuncia o modelo de Kaplan 1986 apoiado na teoria psicol gica baseada em causas intra pessoais teoria integrativa do comportamento desviante ao perder o apre o e a aprova o por parte dos outros o sujeito invoca sentimentos de auto rejei o que necessitam uma resposta reparadora e compensat ria Nunes amp J lluskin 2007 Torna se ent o determinante que o sujeito encontre uma forma de se auto valorizar de forma positiva relativamente aos que o rodeiam Caso contr rio a baixa auto estima ir comprometer a aprendizagem a vontade de fazer qualquer tipo de actividade a responsabilidade a autonomia entre outras Alc ntara 1997 No DSM VI T
206. upos particulares de pessoas e em contextos espec ficos passando a ser considerado um problema a analisar As diferen as contextuais e culturais eram justificadas em fun o das subst ncias existentes nesse meio do tipo de pessoas que consumiam e dos motivos que as incentivavam ao consumo A droga atormentava e continua a atormentar a sociedade portuguesa por se encontrar associada degrada o pessoal dos consumidores s mortes por overdose transmiss o de graves doen as infecto contagiosas criminalidade e outros comportamentos desviantes ao impedimento de trabalhar exclus o social e aos encargos para os sistemas de sa de e seguran a social Almeida 1997 Todavia n o era o tipo de subst ncia que preocupava mas sim as quantidades consumidas Nowlis 1975 Neste sentido a intensifica o do consumo de droga come ou a assumir uma clara preocupa o patenteada na celebra o dos v rios tratados que foram surgindo desde 1912 com a Conven o Nacional sobre o pio Dias 2007 Poiares 1998 at nossa contemporaneidade com a Lei 30 2000 de 29 de Novembro O desenvolvimento da investiga o das drogas e seus consumos foi delimitado atrav s de uma an lise breve da traject ria s cio hist rica legal e estrutural do fen meno presente em Portugal Neste seguimento procurou se complementar esta an lise com a identifica o de quatro per odos dominantes Poiares 1998 1970 a 1974 com o modelo 15
207. utras procurando o sucesso pessoal do sujeito A vertente da comunica o um bom exemplo dessa depend ncia j que este semblante s se consegue desenvolver no sujeito caso este tenha uma auto estima equilibrada Caso contr rio este n o vai conseguir exprimir a sua vontade valores cren as e opini es ao restante grupo A este est tamb m ligado a motiva o uma vez que se o sujeito n o encontrar algo promotor da sua inser o no grupo ou no tema em vias de discuss o a sua comunica o n o vai promover a sua inser o no grupo A rela o estabelecida com os pares marcada por desempenhar um papel muito importante na determina o de atitudes e comportamentos sendo considerada por Gorman 1996 uma vari vel importante a ser trabalhada nas interven es O ser humano encontra se sobre a influ ncia do meio desde que nasce at sua morte Por isso considerado um ser social que procura nos seus pares a aceita o e o reconhecimento de algumas qualidades merecedoras de valoriza o pessoal Em algumas situa es consideradas como vulner veis os sujeitos procuram e necessitam dessa aceita o por parte dos seus pares de modo a ter for as para superar todas a adversidades Sendo consensual que as faltas de compet ncias sociais resultam de d fices comportamentais do indiv duo e est o na origem de dificuldades de relacionamento interpessoal o nosso programa visa a abordagem da assertividade como capacidade d
208. zidos no sistema org nico afectam os processos mentais os aspectos cognitivos ou afectivos Observat rio Europeu de Droga e da Toxicodepend ncia OEDT 2009 O estudo das drogas como mundo pr prio abarca um vasto leque de estudos tanto qualitativos como quantitativos Todavia a experi ncia que abrange a problem tica n o tem parado de aumentar tornando se justificativa a exist ncia de uma melhor compreens o e focaliza o da aten o na explora o dos aspectos que circunscrevem os percursos de vida adictos Nunes amp Alves 2008 Deste modo importante estudar e aprofundar este mundo pr prio para melhor conseguirmos compreender para um melhor prevenir e intervir tendo em conta tudo o que rodeia o sujeito Ao longo dos anos o mundo das drogas foi se ramificando em v rias modalidades discursivas Deste fen meno surgiu um apelo feito com vista avalia o cr tica relativamente s condi es comportamentais dos sujeitos consumidores de droga o que motivou ainda cria o de uma representa o do fen meno a v rios n veis de conhecimento senso comum m tico filos fico e cient fico Cada variante de conhecimento tem a sua explica o para o desenvolvimento da mat ria levando a v rias interpreta es Agra 1993 No senso comum figura uma rela o das interpreta es tendo por base uma multiplicidade de acontecimentos vinculados representa o que a problem tica exerce em cada sujeito o lad

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