Home

Da promessa à realidade: - Repositório Institucional da

Contents

1. 114 Da promessa realidade 21 FIGURA 21 Crescimento Populacional Potiguar Total x Escravos 22 FIGURA 22 Bairros de Natal em 1889 nn 23 FIGURA 23 Localidades com altos ndices de criminalidade no RN 1846 31889 nrinn a ds seo go bre GUS ia 24 FIGURA 24 Crescimento Populacional Potiguar Total x For a POIICIAI ssa sis a tada a 25 FIGURA 25 Quantidade de Engenhos existentes no RN entre os anos de 1845 a 1889 ii 26 FIGURA 26 Produ o A ucareira valores em arrobas entre os anos de 1846 a 1889 sato asseio AGE Ena Tendo pasa ae 6 27 FIGURA 27 Arrecada o do A car entre os anos de 1846 a 1889 28 FIGURA 28 Quantidade de Cabe as de Gado no RN entre os anos de 1845 4 1808 atinae a des ia RUA pano gd 29 FIGURA 29 Arrecada o do Gado entre 1844 e 1878 30 FIGURA 30 D zimo do Gado x Direitos de Exporta o entre 1879 a GOO MEETA ari E DR RD ETTE 31 FIGURA 31 Produ o de Algod o em Arrobas entre os anos de 1848 a 1900 Paste e A O A AE A S tea 32 FIGURA 32 Tributa o do Algod o entre os anos de 1859 a 1866 33 FIGURA 33 Localiza o das reas produtoras de algod o at 1889 NORN oiei er Dadas tee ari e Uebas due ad E aa EET 34 FIGURA 34 Produ o de Sal em Alqueires entre os anos de 1846 a GOA sentia AST A ih E a a EE AE 35 FIGURA 35 Exporta o de Pescado por Macau entre os
2. 146 3 3 4 Promessas econ micas que n o alavancaram Sal Pescado e 67 da U o fe EE era Solis cair denso ana DAS ad E 151 34 O COM RCIO POTIGUAR E OS CONFLITOS COM AS PROVINCIAS VIZINHAS assiicessmeiaieassseo quien arista sed cb tis ace reis toindc asia 156 3 5 EMPR STIMOS AP LICES FRAUDES PERIP CIAS NAS FINANCAS DO AN saias insista e a Sia O 160 CAP TULO 4 A CIDADE NOVAS PERSPECTIVAS E PROJETOS PARA O FUTURO sa gd nl Cas ca acl 169 4 1 C MARAS MUNICIPAIS E AS POSTURAS DISSEMINA O E COMPLEXIDADE DOS INSTRUMENTOS DE REGULA O SOCIO ESPACIAL meias ie at sea E si ui 170 4 2 INCHA O DO FUNCIONALISMO E DIVERSIDADE DA M O DE OBRA SUBSIDIOS PARA A CIDADE POTIGUAR EM CRESCIMENTO E er do Dada rn GR Enviada da Da GS ar 178 42 Engenh oS PNDR SS RD PRE ERRAR aa e RSRS PRO E 179 422 Professores uesileanibnsmuaniaa ia aatinaihead a E E E a 182 42 3 NIGUICOS iai ins Cora ET a pa Sd a a 184 4 2 4 Funcion rios do jur dico e problemas gerais no funcionalismo 187 4 3 RN EM CONEX O COM O MUNDO IMPACTOS DO COM RCIO E DA IND STRIA NA CIDADE tieins 190 4 4 A ELITE E A QUEST O TERRITORIAL RN EM LUTA PELOS SEUS PROPRIOS LIMITES essas entra AA a rn nen ces Aa Lero to adana os 194 4 5 O MAU QUE VEM PARA O BEM CALAMIDADES P BLICAS E A CONSTRU O DA CIDADE POTIGUAR 200 4 5 1 Aspectos f sico espaciais diversifica o e dispers o dos equipamentos p blicos ns cansia adia a Sos da SE 20
3. municipal do termo se S Jos de Mipib Antonio Borborema Bezerra Cavalcanti Ex 3 supplente do juiz municipal do termo de Mossor Antonio Filgueira Secundes 3 supplente do juiz municipal do termo de Mossor tabelli o Francisco Xavier de Menezes official do registro das hypothecas da comarca de Mac o bacharel Jos Rufino Pessoa de Mello Juiz de direito da comarca do Serid Manoel Joaquim Nobre de Almeida Ex 2 supplente do Juiz municipal do termo de Port Alegre bacharel Manoel Francisco Honorato Junior Ex Promotor publico da comarca de Mossor bacharel Dr Luiz de Souza da Silveira Promotor publico da comarca de Mossor bacharel Manoel Quintiliano da Silva Ex Promotor publico da comarca de Natal Bas lio Gomes da Silva Dantas Adjunto do promotor p blico da comarca do Serid no termo do Principe Egydio Gomes de Brito Ex Adjunto do promotor p blico da comarca do Serid no termo do Principe Jos Jeronymo de Azevedo Adjunto do Promotor publico no termo do Jardim capit o Jesuino Ildefonso de Oliveira e Azevedo Ex Adjunto do Promotor publico no termo do Jardim Manoel Antonio de oliveira Coriolano Ex adjunto do promotor publico da comarca de Mossor no termo do Apody bacharel D Luiz de Souza da Silveira Ex Promotor publico da comarca de Mossor bacharel Jos Anastacio da Silva Guimar es Promotor publico da comarca de Mossor dr Jos Ign cio Fernandes de Barros Ex Chefe de policia i
4. Jo o Capistrano Bandeira de Melo Filho Bacharel Luiz Antonio Ferreira Souto Junior Juiz Municipal do termo de S Jos Odilon Abdolino Pinto Madeira Adjunto do Promotor P blico de Mossor Manoel Antonio de Oliveira Coriolano Adjunto do Promotor P blico de Apody Zozimo Plat o de Oliveira Fernandez Adjunto do Promotor P blico de Cara bas Jo o Ferreira da Motta 3 suplente do juiz municipal do termo do Cear mirim major Jo o Antunes da Costa Ex 3 suplente do juiz municipal do termo do Cear mirim Antonio pires de Albuquerque Galv o e os bachar is Francisco Alves da N brega e Manoel Jos Fernandes Ex adjuntos de promotor publico nos termos do jardim Acary e pr ncipe da comarca do Serid Jesuino Ildefonso de Oliveira e Azevedo Francisco Umbel no Gomes da Silva e Egydio Gomes de Brito Adjuntos de promotor publico nos termos do jardim Acary e pr ncipe da comarca do Serid Hermegenildo Pinheiro de Vasconcellos Adjunto do Promotor Publico no termo de Sant Anna de Mattos bacharel Antonio Felippe d Albuquerque Maranh o Ivo Abd as Furtado de Mendon a e Menezes Theodosio Xavier de Paiva Ex 1 2 e 3 Supplentes do juiz municipal do termo se S Jos de Mipib Manoel d Ara jo Costa Manoel Xavier de Paiva Rocha e Job Furtado de Mendon a e Menezes 1 2 e 3 Supplentes do juiz 17 06 1878 a 10 05 1875 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 334
5. sobre os mercados a ougues e matadouros quartel evolu o do hospital p blico no RN sobre os pr dios de matrizes e igrejas acerca de aterros e cais desenvolvimento dos cemit rios estrat gias de comunica o no RN processo de tratamentos de rios para libera o de reas agricult veis e navegabilidade pontes do RN as fontes de guas p blicas potiguares tanto naturais como artificiais evolu o das estradas potiguares desde os caminhos das rotas do gado passando pelas estradas f rreas e de rodagem o processo de implanta o de ilumina o p blica do Rio Grande do Norte as melhorias de cal amento e pavimenta o das ruas do RN quais foram onde foram por quais raz es foram realizadas isto sem falar das eventuais articula es entre estes temas que j poderiam consolidar outras tem ticas ou seja as possibilidades s o realmente in meras Outras possibilidades de pesquisa pensando na esfera do Imp rio seria a investiga o das rela es do Rio Grande do Norte para com o Governo Imperial e de que forma esta prov ncia era percebida e considerada por este governo central Al m disto outras possibilidades s o os estudos comparativos da cidade potiguar com a cidade paraibana cearense pernambucana bem como com todas as demais prov ncias at ent o existentes evidente que o Rio Grande do Norte n o estava isolado do resto do Brasil estabelecendo com os demais governos
6. 173 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Poucos s o os beneficios que podem prestar as camaras aos seus respectivos municipios principalmente na parte material porque sendo mui diminutas as suas rendas mal cheg o para o pagamento de seus empregados necessitando muitas de serem supridas pelos cofres provinciaes como sempre tem acontecido WANDERLEY 1850 Em 1861 o presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior identifica o n o cumprimento das Posturas municipais em Natal sobretudo no tocante manuten o da limpeza das fachadas das casas deveriam para este fim utilizar a m o de obra de baixo custo dos presos para a retirada das imundices nas frentes das casas Figueiredo J nior tamb m verificou que n o se observava em Natal o art 5 das posturas de abril de 1853 e art 43 das de 2 de junho daquelle anno de se proibir a constru o de casas de palha capim ou junco nas ruas da capital assim como sua repara o ou reedifica o apesar do Presidente ter chamado a aten o a este respeito Prosseguiu desta feita em rela o s C maras do RN alertando para a falta de zelo em suas atribui es sua indiferen a e a complacencia com os agentes incumbidos da imposi o das multas e arrecada o das rendas No seu entendimento essas eram as principais causas da falta de recursos das pr prias C maras Tentando reverter o quadro em 1860 aplicou multas a duas C
7. FIGURA 07 Popula o do RN em 1835 E escravos E negros livres e pardos E brancos Fonte autoria pr pria dados populacionais de 1835 em Cascudo 1984 p 46 Embora a popula o escrava fosse reduzida 10 240 pessoas seus descendentes pardos e negros libertos em 1835 somavam 52 596 pessoas ao passo que a popula o branca era somente de 35 335 Unidos a popula o de negros 2 O termo famulagem se refere ao conjunto de servi ais de uma institui o ou fam lia ou a criadagem 43 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba descentes constitu am 60 da popula o potiguar maioria populacional constitu da por negros escravos e seus descendentes pessoas oriundas de uma situa o de viol ncia e maus tratos sem escolaridade sem a forma o moral ou religiosa cat lica proveniente dos homens brancos fundamentalmente pobres fragilizados desprovidos de tudo o que no entendimento das elites seria adequado para a constru o de uma sociedade crist dentro de um mundo civilizado Nos Relat rios n o encontramos diretamente informa es relativas sociedade e popula o do RN A pouca import ncia destes temas nos possibilitam tecer algumas articula es sobre como a elite percebia a popula o potiguar Se a maioria da popula o era formada de descendentes de negros e ndios pardos e negros libertos tratava se de uma popula o muito distante do que a elite g
8. e paradoxalmente mesmo com estes ndices altos de mortalidades o crescimento populacional atinge cifras expressivas Num cen rio ca tico os levantes populacionais acontecem de maneira alarmante pelas mais diversas raz es n o se limitando s camadas sociais mais baixas como os Relat rios do per odo passado alertavam mas atingem toda a popula o nos locais mais remotos e at ocorrem na pr pria capital Contraditoriamente o per odo em que o policiamento sofre os maiores cortes de contingente chegando propor o preocupante de um policial a cada 2 500 habitantes e a estrat gia para resolver esta fragilidade iniciada na seca de 1877 79 mobilizar a m o de obra flagelada em obras de melhoramentos em especial na capital em troca de socorros p blicos importante destacar que mesmo neste quadro na maior parte negativo avan os ocorreram em especial na economia que com todos os vieses consegue ter picos de crescimento Estes picos de crescimento d o esperan as aos Presidentes que acabam contraindo d vidas n o pagas neste per odo embora tenham ocorrido diversas propostas de interven o para sua resolu o mas os investimentos acontecem s o utilizados e ser o mais profundamente analisados no cap tulo 4 Esta era a percep o dos Presidentes de Prov ncia tal qual aparece nos Relat rios a partir destes relatos era de se esperar uma completa estagna o na constru o manuten o e cre
9. Enfim a quest o da venda em atacado que s deveria acontecer ap s um determinado prazo para evitar que a popula o em geral n o dispusesse de um m nimo de alimentos impedindo a concentra o de produtos com uma minoria Tamb m identificamos maiores defini es acerca do hor rio de funcionamento dos mercados definindo inclusive seu funcionamento em feriados e nos domingos A preocupa o em estabelecer hor rios de funcionamento os quais inclu am inclusive os dias santos nos indica o quanto a incorpora o de rela es tipicamente capitalistas de produ o com rcio e servi os se imp e paulatinamente cidade potiguar Uma das consequencias disso reside na diminui o de determinadas pr ticas religiosas como a diminui o da observ ncia de n o se trabalhar em dias santos por exemplo Teixeira 2009a explora pormenorizadamente tal fen meno Para evitar os excessos as C maras Municipais acabam por determinar tais hor rios e fortalec los atrav s de legisla o devidamente autuando os infratores Na contram o desta busca pelo lucro chamam a aten o os artigos 7 e 8 das Posturas Municipais de Pr ncipe Caic de 15 de outubro de 1864 que cria uma feira cujos produtos estavam isentos de impostos conforme ilustramos a seguir 138 O que s poderia acontecer depois de tr s dias exposto a venda Posturas Municipais de Macau de 11 de julho de 1873 137 Esta preocupa o com o controle do consu
10. FIGURA 06 Mapa com a localiza o das vilas de ndios no RN 41 FIGURA 07 Popula o do RN em 1835 42 FIGURA 08 Mapa das Localidades Produtoras de Gado no RN at MOMO o aa dE a R ETNIA TR do et 46 FIGURA 09 Finan as do RN de 1835 a 1844 48 FIGURA 08 Mapa de Vilas e Cidades do RN criadas antes de 1800 e at BAD ses e REED ago Sa SSD 55 FIGURA 11 Mapa das localidades com Posturas Municipais do RN 1822 1845 ma E AA 58 FIGURA 12 Mapa com localiza o das reas Produtoras de A car no RN At 1845 ssa radares 67 FIGURA 13 Mapa ilustrando as Rotas do Gado no RN 68 FIGURA 14 Equipamentos P blicos mencionados entre 1822 1845 76 Escolas P BLICAS sas ass E at FIGURA 15 Infraestruturas mencionadas entre 1822 1845 Fonte 80 BE e E Poe a cn RR NSRE RN UPAR RENA ORAR SRS TN RNP RREO FIGURA 16 Infraestruturas mencionadas entre 1822 1845 Pontes e 81 Aterros em Natal e Vizinhan a rere FIGURA 17 Infraestruturas mencionadas entre 1822 1845 Pontes 85 no RN nas proximidades de Natal FIGURA 18 Localidades mais afetadas pela seca de 1877 a 1879 no 103 RN a cara E EES e O Rd Ja RE a e RD a ooo AO FIGURA 19 Fluxo Populacional no RN 1946 1889 112 FIGURA 20 Popula o do RN entre os anos de 1846 a 1889
11. Localidades com Mercados A ougues e Matadouros mencionados nos Relat rios do RN 1846 a 1889 Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica do RIO GRANDE DO LEGENDA NORTE Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte A POVOA O Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento E vila Costeiro Dispon vel em www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arqu O CIDADE ivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Mello Filho 1874 e Dias 1882 Base em cartografia atual do estado do RN Muito embora com maior destaque para Natal os pr dios de mercados a ougues e matadouros p blicos s o demandados por outros pontos da prov ncia como por exemplo Cear Mirim S o Jos de Mipibu e Assu Chama a aten o o fato de Natal ainda n o ter seu pr dio pr prio at o final deste per odo ao passo em que Cear Mirim conclui o seu em 1882 e S o Jos de Mipibu tamb m j o possu a 214 Em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado buscando facilitar esta comunica o entre os dois bairros mandou fazer um cal amento partindo da pra a do mercado que estava em constru o seguindo at o Palacete da Assembl a Provincial 239 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba em 1874 o que demonstra a incipi ncia do com
12. Sem informa o 25 04 1867 a 13 05 1867 13 05 1867 a 29 07 1868 29 07 1868 a 06 08 1868 06 08 1868 a 19 08 1868 19 08 1868 a 01 09 1868 01 09 1868 a 10 03 1869 10 03 1869 a 12 04 1869 Presidente de Prov ncia Pedro de Barros Cavalcanti de Albuquerque Bacharel Amaro Carneiro Bezerra Cavalcante capit o Jo o Feliz de Moraes Navarro Guarda nacional e de policia capit o Manoel Basilio de Araujo Dr Jos Bufino de Mello Juiz de direito da comarca de Serido bacharel Joaquim Maria Carneiro Villela Juiz Municipal do Termo do Natal bacharel Feliciano Henrique Hardonan Juiz Municipal da Imperatriz bacharel Claudiano Bezerra Cavalcante Juiz Municipal dos Termos de S Jos e anexos bacharel Joaquim Germano Ramos Ex Promotor da comarca do Natal bacharel Jos Ignacio Fernandes Barros Promotor da comarca do Natal bacharel Affonso Barbosa da Cunha Moreira Promotor publico da comarca de S Jos bacharel Francisco Odilon Tavares Lima Promotor publico para a comarca do Mossor bacharel Antonio da Silva Antunes Ex Promotor publico da comarca do Mossor bacharel Manoel Rodrigues da Cunha Vienna Lima Promotor publico para a comarca da Maioridade bacharel Manoel de Paiva Cavalcante Ex Promotor publico para a comarca da Maioridade bacharel Caetano Estellita Cavalcante Pessoa Ex Chefe de policia da prov ncia bacharel Aurelio Ferreira Espinheira Chefe de policia d
13. Termo de Papary 1 cirurgi o o Dr Francisco Antonio Fernandes comandante da companhia na parte administrativa e disciplinar e da m dica capit o Joao Paulo Martins Naninguem Comandante do Quartel Galdino Cancio de Vasconcelos Monteiro Chefe do Deposito de artigos b licos Raimundo Quirino Bemfica Ex Secret rio da Capitania do Porto escriv o reformado d armada Jo o Evangelista de Menezes Secret rio da Capitania do Porto Jos Antonio Freire Secret rio Jos Avelino da silva Jacques capit o do Porto o capit o de mar e guerra reformado 1 tenente Augusto Cesar da Silva Comandante da Companhia de aprendizes marinheiros capit o reformado do exercito Antonio Cabral de Melo Le ncio Comandante da Fortaleza dos santos reis magos coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Administrador do Correio geral Dr Jos Paulo Antunes Dire o medica do Hospital de caridade Manoel Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 342 Artur Cesar de Azevedo Farmac utico atuante em Mossor Dr Avelino Ildefonso de Oliveira Azevedo Ex Diretor geral da instru o publica Dr Manoel Dantas Diretor geral Interino da instru o publica Bernardo Jos da Camara Ex engenheiro C cero de Pontes bacharel Luiz Pedro Drago Jos de S Bezerra e Francisco Manoel da Cunha Junior Contratados para a Estrada de ferro de Nova Cruz P H Waker Contratado para constru o dos Engenhos cen
14. despachos organisados como se pratica na mesa de rendas habilitada do porto de Mossor verifique sempre com toda a minuciosidade o peso e numero dos volumes como ainda n o permitta o embarque sem que do respectivo despacho conste o pagamento dos direitos provinciaes ALCOFORADO JUNIOR 1876 A partir da d cada de 1880 no entendimento de Monteiro 2007 132 133 o algod o nordestino tem um novo impulso desta vez para o mercado interno participando com a produ o de sacos de tecidos de algod o para embalar o caf paulista impulsionando assim a ind stria de fia o e tecelagem Suassuna 1999 p Para ilustrar o aquecimento do algod o no per odo Medeiros retoma uma narra o de Luiz Agassiz sobre a Exporta o Universal ocorrida em 1865 neste evento o Brasil recebeu uma premia o especial ela contribui o no abastecimento do mercado europeu MEDEIROS 1973 p 93 O Presidente Luiz Barbosa da Silva corrobora essa percep o se o pre o do algod o voltar a seu estado normal de outros tempos valores mais elevados de receiar que a sua cultura seja abandonada em grande parte da provincia onde actualmente se dedic o a ella apezar do excessivo pre o dos carretos porque ainda encontr o no pre o porque o vendem uma sobra escassa que constitue o lucro ou remunera o do trabalho SILVA 1887 Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha assinalou uma situa o ainda mais dif
15. es de moradia capela das unidades de produ o agr cola etc Mobilizava uma rea edificada expressiva e uma muito maior destinada ao plantio de a car Retomando a quest o econ mica a contribui o t mida da ind stria a ucareira neste momento pode ser inferida nos Relat rios quando os governantes apontam uma s rie de reformas para a melhoria da tributa o do d zimo de gado que trazia mais retorno e n o do a car visto neste momento como uma promessa RO juiz de Fora tinha como atribui es promover devassas anuais inspecionar a fiscaliza o dos almotac s solicitar por meio de oficiais a pris o de criminosos e exercia a fun o do juiz de Orf o na aus ncia deste cargo Poderiam concorrer ao cargo os homens bons de outra prov ncia estranhos ao RN por isto a denomina o de Fora que tivessem com grau universit rio e eram nomeados tamb m pelo rei depois pelo imperador Poderia tamb m substituir o Ouvidor e segundo Lemos 1980 p 20 Al por isto esteve sempre em exerc cio na Para ba jamais residindo em Natal 29 O Juiz Ordin rio era uma pessoa da prov ncia eleito juntamente com os vereadores do Senado da C mara dentre os homens bons e leigos Era ele que presidia a C mara Eram eleitos 3 ju zes ordin rios cada um deles atuava num mandato cuja dura o era de 1 ano Ao juiz de Orf o quando este existia cabia a jurisdi o orfanol gica e em sua falta assumia a fun o o juiz
16. o pelas doen as ali incubadas Explica es relativas aos focos de doen as e medidas sanit rias para reverter o quadro da sa de p blica s o bem ilustradas no Relat rio do Presidente 110 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em 1878 Em pleno curso da grande seca Montenegro via claramente em Natal as repercuss es negativas desta cat strofe as pr ticas indevidas da popula o para piorar o mau estado sanit rio mas tamb m identificou oportunidades para revert la numa solu o relativamente simples mas que resolveu v rios problemas simultaneamente conforme a cita o a seguir Ora certo que as febres miasm tica dependem do miasma palustre exhala o dos p ntanos logo destitu do de fundamento o falso supposto que leva muito gente a attribuir a situa o do cemit rio a causa destas febres No bairro da Ribeira al m do canto h um descampado onde o oceano se espraia sobre plantas rasteiras capim algas ficando ali as guas estagnadas A Ribeira tinha as ruas cobertas de hervan os e havia lugares em que a agglomera o de Mattos formavam verdadeiras charnecas Este differentes elementos s o poderissimos agentes de miasmas Entretanto parece que o bairro da Ribeira est mais abrigado contra a influencia delet ria dos miasmas que o da Cidade Alta E prov vel que isto seja devido ao effeito salutar das brisas ma
17. o somente nos anos de 1846 1847 1848 1849 1850 1854 1855 1858 1860 1861 1862 1867 1870 1872 1874 1876 1877 1878 1880 1883 e 1889 e observando que n o foi em todos os anos que os Presidentes mencionaram fontes de inspira o a m dia geral de refer ncias por documento foi de 2 28 ou seja os Presidentes neste per odo come am a balisar sua apreens o do RN com muito mais frequ ncia em realidades outras um reflexo da maior dissemina o das informa es e que traz como consequ ncia uma elite pol tico administrativa mais bem preparada pelo menos em teoria Dentre os Relat rios indicados a maior quantidade de refer ncias apareceram nos Relat rios de 1846 5 men es seguidos pelos de 1847 1849 e 1862 cada um com 4 refer ncias Diferente do per odo anterior em que foram raras as refer ncias espec ficas de modelos as refer ncias diziam respeito Europa e Estados Unidos de forma gen rica e modelos de cunho mais ideol gico neste os Presidentes mencionam al m de locais espec ficos argumentos explicando em que aspecto o local indicado fornecia subs dios ao Rio Grande do Norte Outra distin o ao per odo anterior que neste outras capitais ou prov ncias brasileiras foram mencionadas como exemplos a serem seguidos pelo RN No tocante aos locais mais mencionados fora do Brasil o primeiro lugar mais mencionado foi a Fran a com 12 refer ncias seguido pela Pr ssia Al
18. 2 que a dita mesa requisite da agencia fiscal da Parahyba que n o pode aqui gozar de melhor direito de maior franqueza e nem de completa isen o e exhibi o diaria de todas as guias que os almocreves trouxerem dos pontos fiscaes da Parahyba 3 que a mesa de rendas n o aceite mais de ora em diante despachos organisados pela forma porque actualmente s o ali admitidos e sim explicadamente como se pratica na mesa de rendas habilitada do porto de Mossor 4 finalmente que a mesma meza determine ao guarda encarregado da fiscalisa o no porto da barra que n o s verifique sempre com toda a minuciosidade o peso e numero dos volumes como ainda n o permitta o embarque sem que do respectivo despacho conste o pagamento dos direitos provinciaes ALCOFORADO JUNIOR 1876 E complementa fazendo den ncias acerca da atua o desonesta dos agentes da Para ba que inscreviam suas legendas em todos os sacos de algod o e couro que estivessem sem identifica o mesmo dos produtos vindos do RN com a relativa coniv ncia dos produtores e ainda que a falta de fiscaliza o e verifica o dos pesos dos produtos fazia com que houvesse as mais diversas fraudes haja vista que o despachante apenas pagava direitos pelo que ele mesmo declarasse e muitas vezes declaravam valores bem inferiores aos reais Em s ntese podemos dizer que o RN n o conseguiu adequar seu com rcio s demandas da economia em desenvolvimento ainda os problema
19. Comp Editora do Rio G Do Norte 1992 AZEVEDO Alu zio Hist ria do munic pio de S o Pedro Natal Nossa Editora 1988 BARBALHO Gilberto Guerreiro Hist ria do munic pio de S o Jos de Mipibu Rio de Janeiro Gr fica Editora NAP S A 1960 BARRETO Jos J come Portalegre Origem e Contemporaneidade Portalegre Prefeitura Municipal de Portalegre s d BOLTSHAUSER Jo o No es de evolu o urbana nas Am ricas Parte III Edi o Il Belo Horizonte Universidade de Minas Gerais Faculdade de Arquitetura 1968 BRITO Raimundo Soares de Estudos de Hist ria do oeste potiguar Natal Cole o mossoroense v 44 1979 BRITO Raimundo Soares de Mossor 1905 a 1916 Not cia cronol gica Mossor Cole o Mossoroense 1980 CALABI In TEIXEIRA Rubenilson Braz o O estudo da cidade numa perspectiva hist rica comparada aproxima es e distanciamentos da cidade potiguar Proposta de projeto para solicita o de bolsa de produtividade em pesquisa CNPq 2009 CAPEL Horacio Caminos de Modernizaci n em la Europa Ultramarina IN Surge et ambula a constru o de uma cidade moderna Natal 1890 1940 Angela L cia Ferreira e George Dantas org Natal RN EDUFRN editora da UFRN 2006 CAPES COFECUB Hist ria comparada de sociedades urbanas pol ticas urbanas e dimens o cultural BATISTA Marta Rossetti GRAF Marcia E Campos Org S o Paulo IEB USP CAPES COFECUUB 1998 C
20. Se a situa o social potiguar era t o perigosa e amea adora como os Relat rios procuram pontuar ao longo deste per odo qual a motiva o para que os Presidentes negligenciassem tanto o aumento da for a policial e o pagamento de seus vencimentos o que inequivocamente identificado no gr fico acima Seria ainda a confian a na caracter stica af vel da popula o ou ser que n o tinham sido dados sinais suficientes de que esta passividade potiguar era uma quest o de atingir limites suport veis que foi o caso deste per odo Alguns ind cios tais como a irregularidade no pagamento de sal rios e o n o fornecimento de fardas tornando a situa o do policiamento do RN deprimente e vergonhosa nos apontam para problemas de ordem financeira e ou econ mica nos subitens a seguir nos debru amos nestas problem ticas para tentar compreender como um investimento t o supostamente importante para a manuten o da elite pol tico administrativa foi t o escamoteado como ocorreu com a seguran a p blica e as for as policiais 3 3 DIVERSIFICA O DA ECONOMIA X EMPOBRECIMENTO O FUTURO PARECE PROMISSOR A REALIDADE NEM TANTO Depois da seca de 1845 a economia do RN passou por uma grande transforma o Considerando a sazonalidade com que ocorriam secas e enchentes a estrat gia de concentrar toda a fonte de riquezas da prov ncia num nico produto no caso a cria o pecu ria especialmente do gado vaccum
21. e de outros instrumentos nas frentes das casas e edifica es p blicas desta localidade POSTURA de Angicos 1874 Apesar da vis o muito cr tica e negativa dos Presidentes e certamente embora tenham sidos escassos os recursos direcionados para este ramo de servi o 173 Tais como a proibi o de apear animal nas ruas da vila Postura de Angicos 1874 andar a cavalo no dia da feira por entre o povo Postura de Cara bas 1882 e correr ou esquipar a cavalo Posturas de Cear Mirim 1863 e Jardim de Angicos 1865 174 Especificadas nas Posturas de N sia Floresta 1877 Cear Mirim 1863 e Campo Grande 1871 proibi o de soltar os fogos denominados buscap Postura de Caic 1872 a proibi o de dar tiros mesmo a t tulo de festejo Postura de Mossor 1884 e enumera armas proibidas exce es de vaqueiros e fazendeiros as armas necess rias ao of cio Postura de Caic 1872 175 Identificadas nas Posturas de Caic 1872 Campo Grande 1871 Jardim de angicos 1865 Mossor 1884 e especificamente a proibi o do entrudo Postura de Caic 1872 210 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba p blico ineg vel que acontece um desenvolvimento mesmo que n o t o fortemente quando o desejado sobretudo neste per odo t o demandado por seguran a p blica Dentro deste per odo dois momentos em especial nos chamam a aten o o ano de 1867 quando a demanda por cadeias era t o grande q
22. m Paran coloca o mediana H Goyaz Rio Grande do sul entre os maiores Matto Grosso gastos S o Paulo com 14 dos gastos e os Fonte autoria pr pria a partir de Mello Filho 1874 menores 1 Mato Grosso Mas levando em conta finan as dif ceis do RN esta propor o de fato muito consider vel pesando nos cofres p blicos O Presidente Mello Filho conclui este tema propondo uma revis o na legisla o vigente impedindo aposentadorias com pouco tempo de servi o de 8 a 12 anos de trabalho como ocorria e n o autorizando concess es de todos os vencimentos inclusive a gratifica o Al m dos sal rios que eram constantemente vistos como um grande problema do funcionalismo p blico no per odo outro aspecto que chama a aten o nos documentos s o os problemas da baixa efici ncia dos funcion rios que podem ser identificadas nos Relat rios seguintes Mello Filho 1874 Alcoforado J nior 1876 e Dias 1882 Em s ntese podemos constatar que neste per odo ocorreu um aumento bastante significativo na quantidade e diversidade de funcion rios p blicos o que acarretava diretamente um impacto na gest o financeira da prov ncia Este aumento 129 A respeito da Thesouraria provincial o Presidente denuncia o desleixo com que era tratada a fazenda provincial a falta de dedica o dos funcion rios incubidos da arrecada o de rendas e cita o exemplo da Comarca da Maioridade O abuso estava radicado e p
23. o No per odo colonial como grande parte da popula o se concentrava no litoral a seca acontecia mas n o causava danos s aglomera es urbanas existentes Logo que ocorre o desbravamento para o interior atrelado s melhores condi es de fixa o redu o dos conflitos com ind genas e povos estrangeiros e a um maior investimento com a instala o das fazendas de gado e da cotonicultura a exist ncia da seca come a a representar perdas significativas tanto para a popula o local como para o Imp rio De fato as secas aparecem nos Relat rios com muito mais frequ ncia do que as enchentes ocasionando malef cios de grandes propor es gerando expressiva quantidade de situa es de apreens o e interven o dos Presidentes de prov ncia encontramos refer ncias a estas nos anos de 1846 1847 1848 1849 1850 1858 1855 1856 1858 1862 1867 1870 1876 1877 1878 1880 1883 e 1886 Em outras palavras dos 43 anos que compreende este segundo per odo estudado em 18 Relat rios as secas s o mencionadas nos textos ou seja um total de 41 86 dos documentos relatam situa es deste tipo de calamidade clim tica Esta quantidade t o significativa de men es nos d a dimens o da magnitude dos danos da seca que embora ocorresse num per odo limitado tinha repercuss es negativas que podiam perdurar por anos a mais Analisando estes dados constatamos que quase durante a metade do tempo analisado o RN esteve ou
24. o com premia es de produtividade e redu o de desperd cio Contudo muito pouco foi feito esta escassez numa ind stria considerada t o promissora nos d a dimens o dos problemas financeiros da prov ncia A seca de 1877 ainda que tenha mobilizado recursos imperiais para tentar alavancar a produ o inviabilizou melhorias cruciais que poderiam ter impedido o decl nio do a car Muito semelhante foi a situa o do gado um dos principais problemas era a flutua o da pecu ria potiguar cuja imprevisibilidade dificultava o planejamento financeiro nunca se sabia se a arrecada o do d zimo do gado no ano existiria ou n o A partir de fins da d cada de 1960 at o final do per odo estudado particularmente com a seca de 1877 79 a produ o pecu ria do RN entra em decl nio n o mais conseguindo se recuperar O decl nio da produ o de gado par o RN n o teve somente consequ ncias do ponto de vista econ mico A pecu ria atrav s das rotas do gado tinha um papel de destaque na manuten o das estradas resultado do tr nsito dos animais Com a redu o deste tr nsito naturalmente a comunica o intraprovincial se v prejudicada Diferentemente do que ocorreu no per odo anterior 1822 1845 quando a produ o de algod o no RN n o era t o expressiva neste segundo per odo a cotonicultura sofre uma alavancada A Guerra de Secess o norte americana trouxe visibilidade ao produto potiguar que na d cada de 1
25. o de Mossor dos processos hist ricos estrutura urbana atual Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Natal 2006 POMBO Rocha Hist ria do Estado do Rio Grande do Norte Rio de Janeiro Annu rio do Brasil 1921 PORTALEGRE C mara Municipal Posturas 1839 PRINCIPE CAIC C mara Municipal Posturas 1837 PROJETO RESGATE Acesso em maio de 2011 atrav s do site http www dhi uem br index php option com content amp task view amp id 1227 amp ltemi d 164 REIS FILHO Nestor Goulart Contribui o ao estudo da evolu o urbana no Brasil 1500 1720 S o Paulo EDUSP 1968 RIO GRANDE DO NORTE Instituto de Defesa do Meio Ambiente Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento 310 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 Costeiro Dispon vel em http www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png acesso em abril de 2018 RODRIGUES Wagner do Nascimento Dos caminhos de gua aos caminhos de ferro a constru o da hegemonia de Natal atrav s das vias de transporte 1820 1920 Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Natal 2006 ROSADO Vingt Un Mossor Rio de Janeir
26. poca contudo algumas outras palavras de sentido aproximado apareciam com recorr ncia E o caso de civilidade civiliza o ordem raz o progresso que d o a entender algo pr ximo a desenvolvimento 23 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba e Apontar o processo evolutivo e de consolida o da cidade potiguar segundo as tr s categorias de an lise propostas e Identificar eventuais modelos idealizados ou influ ncias de como a cidade potiguar deveria ser Como esta pesquisa tenta compreender a percep o da elite pol tico administrativa acerca da cidade potiguar o universo de estudo abarca todas as aglomera es urbanas encontradas na documenta o dispon vel Cada refer ncia identificada sobre qualquer dessas aglomera es com informa es sobre como a elite pol tico administrativa percebia a cidade potiguar de grande relev ncia para a tese a categoria cidade potiguar em geral que nos interessa e n o cidades individuais o que leva por exemplo no que se refere dimens o f sico espacial ao estudo das condi es ambientais do territ rio e do processo de ordenamento territorial ou da rela o cidade territ rio A esse respeito cabe sublinhar que a percep o que a elite pol tica tinha da cidade e do territ rio como um todo foi sendo constru da ao longo do s culo XIX pois inicialmente ela tinha uma vis o pontual e fragmentada especialm
27. 1 3 2 1 A an lise do conte do usas assina rins sus ecinariieneviasendtadiro 33 1 3 2 2 A an lise do discurso ss iiseeeeerea 35 T4 A ESTRUTURA DA TESE au a A a a 35 CAP TULO 2 A PROMESSA DE CIDADE 1822 1845 37 2 1 UMA SOCIEDADE EMBRION RIA eternas 37 2 1 1 Ignorantes vadios e miser veis A forma o da sociedade potiguar e sua popula o 2 sess csguesa pisce assa abadasia so de de bebado 38 2 1 2 A economia agropecu ria os alicerces da cidade potiguar 44 2 1 3 O RN e o milagre da multiplica o o caso do funcionalismo 49 e dos recursos p BlICOS su sisqeimias asi antenados Road Dad opa na Sa 2 1 4 Reforma Tribut ria a solu o para uma economia em crise 51 2 2 A CIDADE ESPA O E GEST O INCIPIENTES 110 53 2 2 1 O crescimento dos munic pios e a necessidade de regulamenta o s cio espacial das localidades as Posturas Municipais sen state do a ITA ai 53 2 2 2 O funcionalismo e a administra o p blica quest es paralelas ao desenvolvimento da cidade re 59 2 2 3 Do poder provincial ao poder municipal caracter sticas e limita es na gest o da sociedade e do espa o 65 2 2 4 A fazenda como unidade produtiva e sua express o espacial da ocupa o do territ rio ao surgimento da cidade 66 2 2 5 Quando o sil ncio fala mais do que mil palavras O n o discurso da elite
28. 1848 22 Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley tratou da situa o do Baldo lugar ali s de recreio e distra o e que em outro paiz seria de mil encantos mas que na situa o atual era tido como um dos focos de infec o sobretudo no inverno quando recebe as guas e imundides e depois no ver o com a evapora o das guas torna se asqueroso e medonho solicitando provid ncias para reverter este uadro 333 O Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves em 1859 novamente menciona o Baldo e melhoramentos feitos em virtude da situa o de ru na em que se encontrava e menciona a necessidade de que toda a fonte fosse envolta por uma cinta de alvenaria contudo Uma grande excava o j se tem feito com a profundidade de 15 palmos ao lado da fonte sem que fosse ainda encontrado terreno resistente 234 As fontes de gua de Natal s o novamente mencionadas pelo Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves depois de grandes escava es conseguiu se firmar uma cinta de pedra e cal para suportar a Fonte da Bica mas a obra n o foi conclu da e a respeito da Fonte P blica de S o Tom foi reconstru da haja visto ter sido encontrada completamente desmoronando e alterada 735 S o as seguintes C maras Macau Principe e Apodi pedem a constru o de um a ude publico Portalegre al m de um a ude solicita a constru o de uma caixa que sirva de receptaculo d agoa ot
29. 1848 1849 1851 1852 1853 1859 1860 1861 1862 1863 1866 1870 1871 1872 1874 1876 1878 1882 e 1883 ou seja em 51 16 dos documentos analisados neste per odo No geral ao tratar deste tema a principal apreens o dos Presidentes era a avers o da popula o contra a vacina o criticavam tamb m a sua a o muito pontual e irregular somente ocorria em Natal ainda assim com pouca regularidade e resultados e depois muito lentamente ao t rmino do per odo segue para outros pontos da prov ncia a inefic cia do pus vac nico que com muita frequ ncia vinha da corte j sem validade o que desfavorecia ainda mais a ades o da popula o em geral que era descrente de seus benef cios a dificuldade em propagar a vacina por causa de sua inefic cia e do m todo ainda muito atrasado de varioliza o e finalmente a falta de pessoal capacitado m dicos e agentes vacinadores para atuar em diversos pontos da prov ncia o que fez com que durante a maior parte deste per odo estas a es s acontecessem na capital e no interior por curiosos e curandeiros Pudemos constatar a quest o da irregularidade destas vacina es em alguns Relat rios que trouxeram estat sticas de quantidade de vacinados na cidade de Natal em 1851 foram 110 pessoas em 1853 foram 197 em 1859 foram 60 em 31 Os dados foram extra dos dos seguintes Relat rios Cunha 1851 Carvalho 1853 Gon alves 1859 Cunha 1870 Mello Filho 1874 Alcof
30. 70000 60000 50000 40000 Tributa o 30000 20000 10000 1844 1846 1854 1855 1861 1862 1863 1877 1878 Fonte Autoria pr pria baseada nas seguintes refer ncias Passos 1854 1844 e 1846 Passos 1856 1854 e 1855 Meira 1863 1861 1862 e 1863 Carvalho 1877 1877 e 1878 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis FIGURA 30 D zimo do Gado x Direitos de Exporta o valores em Contos de R is entre 1879 e 1889 180 000 160 000 140 000 120 000 100 000 E D zimo do gado 80 000 E Direito de Exporta o 60 000 40 000 20 000 0 1879 1880 1881 1885 1886 1887 1889 Fonte Autoria pr pria baseada em Cascudo 1984 p 384 385 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis 48 Assim como aconteceu com a produ o a ucareira nos anos de 1877 e 1879 em virtude de uma seca prolongada a produ o potiguar de gado tamb m foi t o baixa que os Presidentes de Prov ncia n o cobraram os impostos devidos e desconsideraram as produ es tanto de a car como de gado destes anos contando com o aux lio dos socorros p blicos do Governo Geral para a subsist ncia da popula o que permaneceu
31. Antonio Machado Chefe da Alf ndega 1 tenente da armada Candido Floriano da Costa Barreto Comandante da Capitania do Porto bacharel Pedro Jos de Oliveira Pernambuco Secretario do Governo bacharel Joaquim Gon alves Chaves Filho Chefe da 1 sec o da Secretaria do Governo Jos Rabello Alvares da Silva 2 official da 1 sec o da Secretaria do Governo Umbelino Augusto Alvares 2 oficial da Secretaria do Governo Antonio Gabriel Pires Bezerra 1 official da 2 sec o da Secretaria do Governo Vice Presidente de Prov ncia Francisco Amintas da Costa Barros Sem informa o 10 08 1886 a 14 10 1888 Presidente de Prov ncia Jos Marcelino da Rosa e Silva Dr Jos Calistrato Carrilho de Vasconcellos Inspector de Sa de do Porto 1 tenente Carlos Augusto de Faria Veiga Comandante da Capitania do Porto Joaquim Diogo de Novaes Newton Administrador do Hospital de Caridade bacharel Louren o Justiniano Tavares de Holanda Juiz municipal do termo de Canguaretama Manoel Antonio de Oliveira Coriolano Adjunto do Promotor publico da comarca do Apody bacharel Firmo Antonio Dourado da Silva Juiz Municipal e de Orphaoes do termo de Nova Cruz Dr Tito Livio Vieira Dortas Chefe de policia Americo Xavier Pereira de Brito Chefe da Policia do Porto alferes reformado Galdino Canenio de Vasconcellos Monteiro encarregado do Deposito de Artigos Bellicos Manoel Gadelha de Mello Inspecto
32. Chefe de Pol cia bacharel Joaquim Francisco De Paula Esteves de Albuquerque Promotor publico de Pau dos Ferros o bacharel Francisco Amintas da Costa Barros Ex de juiz municipal e de rf os de Natal bacharel Augusto Carlos de Amorim Garcia Juiz municipal e de rf os de Natal bacharel Joaquim Guedes Correa Gondim juiz de direito da Comarca de Canguaretama bacharel Manoel Florentino de Albuquerque Montenegro Ex o Juiz municipal e de rf os do termo de Goianinha bacharel Joaquim Pacheco Mendes Juiz municipal e de rf os do termo de Goianinha bacharel Lodolpho Herculano Marinho Falc o Juiz de direito da Comarca do Apody Joaquim Cavalcanti Ferreira Melo e Basilisso da Silva Caldas Promotores p blicos das comarcas do Jardim e Canguaretama capit o Jo o Paulo Martins Naninguer Comandante da Companhia de infantaria de linha tenente Hercules Pindahyra de Carvalho Comandante nterino da For a policial capit o comandante Felicio Joaquim do Rego Barros Comandante de destacamento na vila de Papary tenente graduado Francisco Cezar do Rego Barros Comandante de destacamento em Nova Cruz capit o 20 06 1876 a 18 04 1877 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 339 tenente Jos Avelino da silva Jacques Comandante da Capitania do porto contador Pedro Paulo Vieira de Mello Administrador do Correio geral coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da c mara Administrador Inter
33. Conselheiro de estado e Senador do Imp rio Dr Jo o Carlos Greenhalgh major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o Pergentino Saraiva de Araujo Galv o Secret rio do Governo 17 08 1871 a 11 06 1872 Vice Presidente de Prov ncia Jer nimo Cabral Raposo da C mara Vice Presidente de Jo o Gomes Freira Sem informa o 11 06 1872 a 15 06 1872 15 06 1872 a Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 332 Prov ncia 01 07 1872 Presidente de Prov ncia Henrique Pereira de Lucena Bacharel Gaspar de Vasconcellos Menezes de Drumondo Promotor Publico na comarca de Canguaretama bacharel Alcebiades Dracon de Albuquerque Lima Juiz municipal e de orph os do termo de Mossor Bacharel Francisco Amynthas da Costa Barros Ex Juiz municipal de Natal Dr Paulo Martins de Almeida Chefe de Pol cia do RN bacharel Jos Antonio da Rocha Vianna Juiz municipal de Natal alferes reformado do exercito Galdino Cancio de Vasconcellos Monteiro Respons vel pelo Deposito de artigos bellicos capit o reformado do exercito Antonio Cabral de Mello Leoncio Comandante da Fortaleza dos Santos Reis Magos Alvaro Teixeira de Mac do Engenheiro Dr Francisco Gomes da Silva Director interino da instruc o publica da prov ncia Cosme Dami o Barbosa Tinoco Professor de latim e francez da cidade da Imperatriz Doutor Henrique Leopoldo Soares da Camara Insp
34. Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Jos de Mipibi e Cear Mirim atestam uma consider vel redu o em sua escravaria resultado de campanhas realizadas em algumas cidades potiguares SANTOS 1994 p 83 Al m das campanhas abolicionistas Suassuna explica a redu o dos escravos como sendo uma das consequ ncias das secas de 1877 Com a diminui o da produ o na agricultura e pecu ria em fun o da estiagem muitos escravos acabaram sendo vendidos gerando uma grande receita para a Prov ncia SUASSUNA 1999 p 71 De acordo com Monteiro o principal destino destes escravos eram outras prov ncias brasileiras em especial no sudeste alimentando um pr spero e lucrativo tr fico MONTEIRO 2007 p 115 cujo principal reflexo foi o aumento da receita do RN apesar dos principais produtos geradores de receita estivessem em franco decl nio gado a car e algod o Para termos uma dimens o deste imposto com a venda de escravos Cascudo explica que entre 1877 78 o valor ficou em 60 000 e em 1878 79 estava em 27 000 CASCUDO 1984 p 189 No mesmo per odo o imposto sobre gado praticamente n o existiu assunto retomado mais a frente neste mesmo cap tulo Com este processo de exporta o de escravos iniciando j na d cada de 1870 quando surgiram os movimentos abolicionistas no RN encontraram uma situa o muito receptiva vez que o escravo n o era t o indispens vel SUASSUNA 1999 p 71 Al
35. Essa pesquisa bibliogr fica levou em conta al m de material espec fico sobre a cidade potiguar aspectos do contexto nacional que serviram como pano de fundo para a cidade potiguar Em se tratando da pesquisa documental de fontes prim rias s o essencialmente os documentos oficiais produzidos pelos Presidentes de Prov ncia assim como outras fontes produzidas por t cnicos de alto escal o do governo e por outros membros da classe pol tica todos compondo a chamada elite pol tico administrativa do RN Al m dos Presidentes de Prov ncia compunham esta elite os membros dos poderes legislativos municipal e provincial da a investiga o tamb m contemplar as Posturas Municipais e do poder jur dico Chefes de Pol cia Delegados Subdelegados M dico do Partido P blico Inspetor de Sa de Comiss rio Vacinador Provincial Inspetor de Obras P blicas Engenheiro da prov ncia dentre outros Por m a nfase maior foi dada aos Relat rios dos Presidentes de Prov ncia vez que s o os que expressam mais diretamente a percep o que esse grupo privilegiado da elite pol tico administrativa tinha sobre a cidade potiguar e incluem muitas vezes outros membros dessa elite al m dos Presidentes em particular Ademais os Relat rios abarcam a maior parte do per odo estabelecido para a pesquisa Os funcion rios de alto escal o supramencionados aparecem frequentemente nos Relat rios atrav s de documentos anexos ao t rmino do texto redi
36. Falla lida a Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte pelo Exm Sr Dr Jos Marcelino da Rosa e Silva Presidente da Provincia Impresso na Typographia da Gazeta do Natal Rua Visconde do Rio Branco n 35 1989 SIQUEIRA Antonio Joaquim de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio com que o illustrissimo e excellenctissimo Senhor Desembargador Antonio Joaquim de Siqueira Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte abrio a primeira sess o ordin ria da s tima legislatura Assembl ia Legislativa Provincial no dia 7 de setembro de 1848 Pernambuco Typografia Uni o Rua da Uni o 1848 SOUZA Itamar de org Caic Natal Funda o Jos Augusto 1982 SOUZA Marcelo Jos Lopes de O territ rio sobre espa o e poder autonomia e desenvolvimento In CASTRO E et all Org Geografia conceitos e temas Editora Bertrand Brasil Rio de Janeiro 1995 SUASSUNA Luiz Eduardo B MARIZ Marlene da Silva Hist ria do Rio Grande do Norte Imp rio e Rep blica 1822 1934 Natal Gr fica Santa Maria 1999 TAQUES Benvenuto Augusto de Magalh es Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla diriga Assembl a Legislativa da Provincia do Rio Grande do Norte na instala o da sess o ordinaria no dia 3 de maio de 1849 pelo Presidente da Provincia Pernambuco Na Typographia de M F de Faria 1849 TEIXEIRA Rubenilson Braz o Da cidade de Deus cidade dos homens a seculariza
37. Vice Presidente de Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Prov ncia Presidente de Francisco Altino Correia de Ara jo Prov ncia Vice Presidente de Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Prov ncia Sem informa o 21 07 1883 a 22 08 1883 22 08 1883 a 19 07 1884 19 07 1884 a 30 09 1884 30 09 1884 a 11 07 1885 11 07 1885 a 22 09 1885 Vice Presidente de lvaro Ant nio da Costa Prov ncia Manoel Seve Filho Ex Promotor p blico da comarca de S Jos Jos R Choriguasy de Mattos Ex Promotor p blico da comarca de Thrahiry Trist o Alves Gon alves Cavalcanti Ex Promotor p blico da comarca de P u dos Ferros bacharel Paulino Ferreira da Silva Promotor p blico da comarca de S Jos bacharel Eduardo Correia do Rego Barros Promotor p blico da comarca de Thrahiry bacharel Francisco de Souza Ribeiro Dantas Filho Promotor p blico da comarca de P u dos Ferros bacharel Alvaro Fragozo de Albuquerque Ex Promotor p blico da comarca de Ass Luiz Manoel Fernandes Sobrinho Ex Promotor p blico da comarca de Cear mirim bacharel Vicente Sim es Pereira de Lemos Promotor p blico da comarca de Ass bacharel Francisco de Salles Meira e S Promotor p blico da comarca de Cear mirim bacharel Jos Herculano Bezerra Luna Ex Promotor p blico da comarca do Jardim bacharel Joaquim Mauricio Wanderley Promotor p blico da comarca do Jardim bacharel Luiz Manoel Fernandes Sob
38. amp C estabelecida no porto de Guarapes Em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior registra nova queda dos pre os de algod o e a car ocasionando o deficit de 214 079 228 que foi supprido pelo thesouro nacional e thesouraria de fazenda de Pernambuco Finalmente em 1889 o Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva relata outra redu o das receitas com a redu o de 40 do imposto sobre a produ o do gado vacum e a retirada do auxilio de 24 000 000 reis que o governo geral dava a for a policial em virtude desta situa o muito dif cil o Presidente Silva conclui Desejaria antes indicar vos medidas de diminui o de impostos porem infelizmente o estado prec rio do thesouro provincial me obriga a indicar vos o contrario Outro ind cio da situa o financeira extremamente negativa enfrentada no per odo foram as refer ncias falta de recursos pontuadas nos Relat rios do per odo nestes a tem tica aparece 91 vezes nos 46 documentos analisados entre 1846 e 1889 o que nos fornece uma m dia de 1 97 refer ncias por documento Uma vez que estas men es s o detectadas em 24 anos nos Relat rios de 27 Presidentes temos uma m dia de 3 37 recorr ncias de falta de verbas por Presidente Com rela o aos anos em que tal tema mais mencionado destacamos 1861 com 13 refer ncias seguido por 1874 8 refer ncias 1882 e 1883 cada um com 7 men es e 1878 com
39. assim como v rias outras constru es de car ter tempor rio para atender s demandas ocasionadas por epidemias que assolaram o RN nas d cadas de 1860 70 Mas a partir da d cada de 1860 Natal j contava com um Hospital de Caridade que foi recebendo benfeitorias ao longo do per odo tanto sendo ampliado como reformado para atender sa de p blica e em 1883 j existiam dois Lazaretos no Refoles destacamos neste caso a contribui o de aux lios particulares em especial de firmas comerciais inglesas que construiu um destes Lazaretos mencionados Embora n o tendo sido t o acentuado como o crescimento de escolas p blicas e cadeias importante registrar que a atua o na rubrica sa de p blica n o se concentrava apenas na edifica o hospitalar em si mas nas a es junto aos cemit rios regulamenta o tanto para implanta o do equipamento como de seu uso e manuten o fontes de gua e limpeza urbana Acerca de aterros e cais de in cio o maior foco de interven o era a capital conforme nos encaminhamos para o final do per odo estas obras come am a se espalhar para outras cidades do RN tendo como um importante ponto de partida a contribui o da m o de obra dos flagelados da seca a partir de 1878 desta forma que as principais interven es relatadas nos documentos indicam investimentos em v rias localidades como Natal Guarapes Macau Mossor e Maca ba Outro aspecto relevante sobre tais ob
40. blico cidad o o Sr Joaquim Ignacio Pereira servi o de passagem do Rio Salgado Illm Sr Jo o Francisco Vieira Braga cidad o do Rio de Janeiro que subscreveu valores como socorros p blicos para o povo potiguar Illms Srs Joaquim Ignacio Pereira Coroneis Manoel Luiz Wanderley Jeronymo Cabral Pereira de Macedo Commandante Superior Antonio Alvares Mariz e Domingos Henriques de Oliveira Membros da Comiss o de Socorros P blicos Padre Jo o Jeronymo da Cunha de Goianinha Vig rio Manoel Ferreira Borges Tenente coronel Estev o Hermogenes Ferreira da Silva Delegado de policia de Goianinha Filipe Jos Ferreira Capit o tenente da armada Enviado pelo 28 04 1845 a 09 10 1847 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 322 Governo Imperial para exame da barra de Natal Candido Januario Pessoa 2 Tenente do Imperial corpo de engenheiros Encarregado de levantar a planta da estrada geral entre as prov ncias do RN e PB Jo o Carlos Wanderley Secret rio do Governo Vice Presidente de Prov ncia Jo o Carlos Vanderlei Presidente de Prov ncia Frederico Augusto Pamplona Vice Presidente de Prov ncia Jo o Carlos Vanderlei Sem informa o 09 10 1847 a 05 12 1847 05 12 1847 a 31 03 1848 31 03 1848 a 29 04 1848 Presidente de Prov ncia Ant nio Joaquim de Siqueira Doutor Thomaz Cardoso d Almeida Commissario Vaccinador Provincial Manoel
41. blicos a instala o de firmas estrangeiras e at mesmo uma f brica de fia o na capital As igrejas e cemit rios foram muito necess rios neste per odo em especial os cemit rios onde foram enterradas muitas pessoas na cidade que foi assolada por cat strofes de ordem clim tica e epid mica levando a bito muitas pessoas impactando de forma irrevers vel nossa pecu ria Na falta de verbas p blicas foi o povo que atrav s de doa es manteve a maioria das igrejas e cemit rios que hoje se encontram em boas condi es especialmente na regi o do Serid O povo da cidade potiguar que por um lado auxiliou t o caridosamente na constru o e reparos de igrejas e cemit rios tamb m contribuiu muito para as desordens crimes e banditismo que aconteceram neste per odo algo nunca visto na mesma propor o antes Na tentativa de controla los vez que faltavam tanto cadeias como o policiamento que nunca foi t o prec rio como neste per odo empregamos a m o de obra dessa popula o em troca dos socorros p blicos destinados ao combate s secas para a realiza o de v rias obras da prov ncia E foi assim que fizemos algumas pontes estradas cais e aterros Tamb m por causa das secas proliferaram as fontes p blicas e em especial os a udes em v rios pontos do 300 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba sert o foram fechados contratos para tr s estradas de ferro mas apenas a de Nova Cruz foi fei
42. cais e aterros etc e tamb m o caso dos m dicos e suas interven es de cunho sanitarista atuando na consultoria para constru o de cemit rios fontes de gua p blica limpeza urbana matadouros e a ougues p blicos dentre outros Como resultado direto da inser o do RN na rota do capitalismo a partir de 1860 a cidade potiguar em especial as portu rias come am a contar com o aparecimento de edifica es e infraestruturas de suporte a estas novas demandas constru o de pr dios para armaz ns e alf ndega melhoramentos de cais e aterros cal amentos destes espa os constru o de espa os para as firmas comerciais e mais ao t rmino deste per odo a constru o de f bricas de fia o mudam e diversificam os usos dos pr dios potiguares N o s o crescimento da economia e rela es capitalistas afetam a cidade potiguar mas tamb m o crescimento populacional que deflagra o processo de mobilidade em dire o aos limites da prov ncia retomando antigos conflitos j identificados na primeira etapa de nossa investiga o as quest es 269 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba mau resolvidas dos limites territoriais entre o Rio Grande do Norte e a Para ba eo Cear se acirram e impulsionam a atua o de comiss es de engenheiros para tentar estabelecer estas demarca es As cat strofes clim ticas e epid micas mencionadas no cap tulo 3 curiosamente impelem uma s rie de constru
43. cio de 1868 69 Uma das primeiras provid ncias mais concretas para tentar amenizar a crise financeira ocorre em 1871 quando o Presidente Delfino Augusto Cavalcanti de Albuquerque interv m com a celebra o do que foi o primeiro empr stimo provincial com o Banco do Brasil em 1871 no valor de 100 000 000 aproveitando a amortiza o em 10 anos com juros de 8 pago semestralmente na corte concedida pelo artigo 15 da lei n 635 de 9 de novembro de 1870 tendo em vista que de acordo com o Presidente Albuquerque toda a economia feita at ent o n o eram bastante para debellar a crise attenuava somente os seus effeitos usei o recurso extremo de que j se haviam servido Pernambuco Parahyba e outras prov ncias ALBUQUERQUE 1871 Em 1872 o mesmo Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque apostou tamb m em medidas de cortes de gastos e aumento da economia dos gastos p blico pois em suas palavras Quando cheguei estava a prov ncia nas piores condi es que imaginar ao pode Os empregados n o recebiam ordenados a 8 10 mezes nas pra as de policia folha dos presos pobres e conserto do hospital se achavam em atraso Foi assim que reduzi a uma as duas companhias de policia Que limitei a oito os doentes desvalidos que deviam ser recolhidos ao hospital de caridade Alem de tudo isso n o mandei fazer obra alguma enquanto durou essa triste estado de causas e nem consenti como at hoje tenho
44. davam popula o a esperan a de cura para suas mol stias a constru o de infraestruturas e melhoramentos nas reas de produ o agr cola favorecer aos agricultores aumentando as reas pass veis de plantio o que indiretamente impulsionava a economia gerava recursos para serem empregados em outras melhorias e assim os esfor os empreendidos ao longo deste per odo sem sombra de d vidas consolidou a constru o da cidade potiguar mas tamb m do territ rio geogr fico de toda a prov ncia ainda que de maneira desigual trazendo benef cios popula o Com rela o s ideias for a delineadas como possibilidades de hip teses a serem refutadas ou confirmadas com os resultados da pesquisa pudemos constatar 280 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba que de fato o desenvolvimento urbano da cidade potiguar foi certo ainda que lento e dif cil e tem maior impulso conforme se aproxima do final do segundo per odo estudado nesta tese conforme pontuamos ao longo dos cap tulos 3 e 4 que trazem uma perspectiva comparativa entre os dois recortes cronol gicos estudados 1822 1845 e 1846 1889 respectivamente Al m disto ao intervir na cidade potiguar em quaisquer de suas dimens es pol tico administrativa socioecon mica e f sico espacial e sobretudo no momento em que esta interven o se consolida a cidade potiguar n o s promove seu pr prio desenvolvimento como este se reflete para a prov
45. de Queiroz Delegado de pol cia Jo o Carlos Lins Bezerra Alferes Commandante do Destacamento Antonio Cavalcanti de Albuquerque Juiz municipal supplente em exerc cio bacharel Ernesto Augusto Amorim do Valle Engenheiro Jo o Chrysostomo Bezerra Cavalcante de Albuquerque Respons vel pelo acabamento do cemit rio de Imperatriz Ricardo Jos Gomes Jardim Engenheiro cidad o Fabricio Gomes Pedrosa Cidad o que ofereceu empr stimo sem juros 28 04 1860 a 16 05 1861 325 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Vice Presidente de Ant nio Galdino da Cunha Sem informa o 16 05 1861 a Prov ncia 17 05 1861 Bacharel Ernesto Augusto Amorim do Valle Engenheiro Luiz Jos de Medeiros Ex ju z de direito da comarca de S Jos de Mipibu Delfino Augusto Cavalcante d Albuquerque Ex ju z de direito da comarca de Maioridade Bacharel Vicente Alves de Paula Pessoa Ju z de direito da comarca de Maioridade Bacharel Antonio Manoel d Arag o e Mello x Ju z de direito da comarca de S Jos de Mipibu Bacharel Manoel Jos Fernandes Presidente de Pedro Le o Veloso Promotor da comarca de Mossor Jo o Querino Rodrigues da Silva Juiz de direito da 17 05 1861 a Prov ncia comarca do Penedo bacharel Paulino Ferreira da Silva ex Promotor da comarca do 14 05 1863 Serid e Promotor para os termos do Principe Acari e Jardim cidad o Manoel Jos Martins Contratado para edifica o de u
46. e a persist ncia destas doen as impulsionou a constru o de espa os de tratamento assim como melhorias em equipamentos e espa os que s o retomados no item 4 5 neste cap tulo 4 2 4 Funcion rios do jur dico e problemas gerais no funcionalismo Num per odo t o conturbado do ponto de vista social como vimos no cap tulo 3 muitos tumultos movimentos sociais diversos aumento de criminalidade e redu o de policiamento o setor judici rio passa a ser solicitado com frequ ncia cada vez maior raz o pela qual ele toma destaque neste item No in cio deste novo per odo estudado os Presidentes ainda relatavam problemas com a falta de reuni es dos jures o que atravancava os processos de julgamento como ilustra em 1846 o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento ao explicar que nem s a seca justificava as aus ncias mas porque os Juizes de facto tal repugnancia mostr o em comparecer no Tribunal que muitas vezes deixa de reunir se numero sufficiente para haver casa Al m disto tamb m denunciou os problemas de apadrinhamentos para com os criminosos muito embora os esfor os do Presidente tenham sido no sentido de demitir promotores delegados e subdelegados ou mandar suspender seus mandatos Em 1849 o Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques alerta para a legisla o provincial que segundo ele algemava o Governo praticamente passando para a Assembleia Provincial o poder administrativo o que em se
47. e com muito mais intensidade Uma das principais raz es do crescimento do RN n o ter sido ainda maior neste per odo foi a falta de estradas pois grande parte da produ o do RN acabava escoando para as prov ncias lim trofes abandonando a capital era o que estava ocorrendo com Nova Cruz e Canguaretama cuja produ o seguia para o porto de Mamanguape na Para ba e todo o alto sert o norte que seguia para Aracati no Cear O RN embora com evidentes avan os ainda encontrava problemas que persistiam as falhas na rede potiguar se faziam sentir muito intensamente trazendo reflexos para a economia e finan as assim como para a pr pria cidade potiguar Incapacitada de fazer fluir seus principais produtos para seus principais portos e de manter na pr pria prov ncia a maior parte da tributa o os picos de produ o do RN e os capitais se evadiram especialmente para Para ba e Cear produ o de algod o e Pernambuco atrav s da tributa o com importa o de produtos estrangeiros Sem recursos para promover melhorias a falta de investimentos s acentuava as fragilidades do com rcio que encontrou em Natal a situa o mais dram tica chegando a levantar por parte da elite questionamentos sobre a manuten o cidade enquanto a capital 292 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba O resultado disto foi que a situa o financeira do RN no per odo n o era confort vel ao longo deste per odo 1846
48. elite pol tico administrativa com o crescimento da quantidade de Relat rios e o distanciamento temporal cada vez mais ficava dif cil para os Presidentes fundamentar suas falas e discursos a partir da leitura e an lise de Relat rios mais anteriores no tempo Bem diferente do que encontramos em 1822 a 1845 quando os Presidentes recorriam aos v rios Relat rios de anos anteriores at porque eram poucos neste per odo raros foram os Presidentes que se debru aram em documentos passados buscando comparar a realidade encontrada com o que existia antes no Rio Grande do Norte Na falta desta vis o panor mica evolutiva e sequenciada de longa dura o e interna pr pria prov ncia do RN o que poderia fornecer provavelmente um quadro menos desanimador em termos relativos pois a cidade do per odo agora em an lise 1846 1889 por mais prec ria que fosse ainda assim sofrera melhorias em rela o do per odo anterior 1822 1845 o par metro de compara o era buscado em cidades no mundo inteiro a cidade potiguar era assim comparada a Paris e outras cidades avan adas dos Estados Unidos da Alemanha etc quase sempre em desvantagem As compara es raramente conduziam a condi es aproximadas Considerando estas duas lentes que desfocam a realidade constru da nos Relat rios deste per odo identificados atrav s do uso dos instrumentos de an lise textual an lise de conte do e an lise do discurso entendemos este apar
49. enumera os principais cemit rios existentes at ent o Natal 3 S o Jos 3 Arez 2 Canguaretama 10 Macau 1 Acari 2 Jardim 1 e considerando que no per odo anterior este equipamento n o existia vez que os mortos eram sepultados nas igrejas tal crescimento bastante expressivo Para este equipamento p blico tamb m se contou muito com a iniciativa privada sendo muitos dos cemit rios mencionados particulares Conquanto o final do per odo registra as condi es prec rias do cemit rio de Natal importante que se diga que as grandes secas no final da d cada de 1870 e 1880 que fizeram afluir muitos flagelados em dire o capital fez a demanda para este equipamento aumentar numa propor o inimagin vel e para a qual os cofres p blicos n o se viam preparados Desconsiderando esta situa o an mala identificamos avan os significativos na constru o de cemit rios que n o se concentravam somente na capital mas por v rias localidades do RN Com rela o aos pr dios de reparti o p blica nestes diferente de muitos outros exemplos foram totalmente financiados com recursos provinciais sem contar com a iniciativa privada concentraram se na capital e uma obra bastante expressiva foi concretizada neste per odo iniciada em 1866 que foi o Palacete da Assembleia 272 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Provincial Os demais pr dios para utiliza o pelo funcionalismo eram em g
50. es tanto de equipamentos como de infraestruturas p blicas os socorros p blicos antes ofertados gratuitamente passam a servir como moeda de troca para pagamento de m o de obra dos flagelados das secas e assim s o constru das pontes feitos aterros melhoramentos de rios para a agricultura cal amentos de ruas dentre outras obras Especificamente tratando dos equipamentos p blicos enquanto no per odo anterior as mencionadas por ordem de recorr ncia foram a igreja seguida pela cadeia e finalmente as escolas p blicas neste per odo atual aumentam os equipamentos e subverte se a ordem de import ncia de tais equipamentos escolas p blicas depois pris o seguidas por hospital aterros e cais quartel igrejas cemit rios reparti es p blicas mercado p blico matadouro p blico e a ougue e finalmente as quest es de ordem est tica e das edifica es que neste per odo aparecem com bastante recorr ncia tanto nos Relat rios como nas Posturas No tocante s escolas p blicas temos no in cio deste per odo a exist ncia de um nico pr dio escolar pr prio o Atheneu Norteriograndense sendo que as demais cadeiras eram ministradas pelos professores em suas pr prias resid ncias ao final deste per odo em 1886 j s o identificadas 154 escolas espalhadas por todo o RN mantidas pelos poderes municipais ou provinciais al m da exist ncia de 3 bibliotecas sendo a primeira delas surgida em Natal em 1868
51. maras e expediu ordem de pris o para os vereadores que n o se reunissem para remeter assembleia os or amentos da receita e despeza de seus munic pios Mesmo assim o presidente n o obteve resultados muito significativos No ano seguinte em 1862 o Presidente Trajano Leocadio de Murta Medeiros preocupado com os efeitos mal ficos das secas que sistematicamente assolavam o sert o potiguar solicitou s camaras municipais que no uso de suas atribui es procurem obstar a que as campinhas sejam devastadas pelo fogo e a que as arvores das margens do rios lagoas e a udes sejam cortadas assim como as que nos campos d o sombra ao gado para o que dever o nesse sentido organisar posturas e submete las a aprova o da presid ncia que espera do zelo das municipalidades tomar o na mais seria considera o este objeto Pareceu me que de sua execu o poderia resultar algum proveito poucas porem tem sido as municipalidades que della cuidaram V Exc sabe que no geral as camaras municipais s o institui es que de nada servem ao paiz e portanto n o admira sua indiferen a em negocio de tanto interesse MEDEIROS 1862 Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira retomou a quest o da falta de recursos das C maras Municipais o que as impedia de realizar certos melhoramentos importantes tais como a manuten o das estradas segundo o Presidente Meira em sua viagem para a capital estas se encontravam intransit veis
52. mas era esta a popula o que encontr vamos tanto nas aglomera es rurais quanto nas urbanas Esta popula o em franco crescimento se espalhava por todo o territ rio sem lei sem moral e sem educa o e era associada inseguran a individual e de propriedade na apreens o da elite A cidade potiguar embora alicer ada nas fazendas agropecu rias n o recebia a contra partida destes recursos que seguiam para as prov ncias lim trofes deixando na cidade potiguar apenas as d vidas para com seu funcionalismo p blico e uma situa o de precariedade pela acumulada falta de investimentos O funcionalismo p blico praticamente inexistente pouco atuava no sentido de reverter a pen ria da cidade potiguar Pouco preparados pouco operantes este min sculo quadro de funcion rios somente oneravam as poucas verbas potiguares a ponto de ser discutida a sua exonera o Mesmo pouco este funcionalismo p blico ainda pesava e muito no or amento municipal o que nos d a ordem do quanto sua situa o era negativa A atua o limitada destes causava impactos na cidade potiguar que ia aos poucos sendo constru da de forma um tanto aleat ria s vezes revelia da interven o da elite Observando as dificuldades no desenvolvimento da cidade potiguar por um lado e a evas o das divisas agropecu rias por outro a elite levanta propostas de reforma 53 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba tribut ri
53. mesmo produtos cujos investimentos seriam menos expressivos como o sal o pescado e a carna ba n o receberam qualquer tipo de incentivo A partir destes relatos era de se esperar uma completa estagna o na constru o manuten o e crescimento da cidade potiguar qui um retraimento Mas de modo contradit rio n o foi o que encontramos A cidade potiguar tem um grande impulso de crescimento ao longo do per odo O que aconteceu ent o para que fosse t o paradoxal o discurso bastante negativo em geral e a realidade verificada de fato que se n o era muito boa pelo menos n o era t o ruim como pintavam os Relat rios preciso filtrar este registro atrav s de duas lentes a necessidade de angariar aux lio do Governo Central por um lado e os par metros de compara o por outro Os Relat rios s o documentos que refor am situa es negativas ou extremamente negativas no intuito de assim possibilitar a aquisi o de aux lios do Governo Central Em outras palavras os documentos tinham a finalidade n o s de apresentar uma realidade mas eram um registro das necessidades de interven o paras as quais demandavam recursos Portanto os Presidentes enfatizavam fraquezas e debilidades econ micas da prov ncia como estrat gia para angariar recursos junto ao Governo Central 293 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Al m disto preciso resgatar quais s o os par metros de refer ncia desta
54. ncipe Manoel Claudino de Ara jo adjunto do Promotor P blico da comarca de Pao dos Ferros bacharel Francisco Carlos Pinheiro Ex Promotor da comarca do Natal e atual Juiz Municipal e d Orph os dos termos reunidos de Angicos e Sant Anna do Mattos bacharel Jos Alexandre de Amorim Garcia Promotor P blico da comarca do Natal Luiz Manoel Fernandes Sobrinho Promotor P blico da comarca do Cear mirim bacharel Jo o Gurgel de Oliveira Promotor P blico da comarca do Apody bacharel Joaquim Xavier de Moraes Andrade Promotor P blico da comarca de P o dos Ferros bacharel Bianor Fernandes Carneiro d Oliveira Ex Promotor P blico da comarca da Maioridade e atual Juiz Municipal e d Orph os dos termos reunidos da Imperatriz e Port Alegre bacharel Manoel Moreira Dias Promotor P blico da comarca da Maioridade bacharel Jos Theotonio Freire Promotor P blico da comarca de Ass bacharel Vicente Sim es Pereira de Lemos Promotor P blico da comarca de Mossor bacharel Joaquim Xavier de Moraes Andrade Ex Promotor P blico da comarca de P o dos Ferros bacharel Caetano Gomes de S Pereira 1111 1886 a 10 08 1886 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 352 Promotor P blico da comarca de P o dos Ferros Tenente Coronel Jo o da Fonseca silva Sobrinho Ex 1 supplente do Juiz Municipal do termo de Touros bacharel Luiz Manoel Fernandes Sobrinho Promotor P blico da comarca do Apody bac
55. num per odo em que as estradas eram t o raras quanto precariamente concebidas e portanto demandavam uma manuten o constante nem sempre poss vel j que ficavam a cargo de particulares e n o do poder p blico Esta maior preocupa o com a manuten o de estradas e caminhos tem rela o direta com a comunica o interprovincial mas seus reflexos eram desastrosos para a economia para as finan as e nos que interessa de modo mais direto para as aglomera es urbanas Sem uma eficaz rede de transporte o Rio Grande do Norte constantemente perdia sua produ o para as prov ncias lim trofes para as quais a tributa o se evadia e isso tamb m dificulta o desenvolvimento comercial das aglomera es o que em grande parte explica a sua precariedade como os Relat rios de prov ncia e as Posturas municipais nos permitem entrever Assim verificamos que tanto Presidentes de Prov ncia como C maras Municipais bem pontuam a precariedade das estradas e tais elites cada uma dentro de suas reas de atua o procuraram evidenciar as repercuss es negativas desta realidade apreendida buscando estrat gias de interven o para san las os Presidentes de Prov ncia ao solicitar obras de estradas pontes e tratamentos em rios e as C maras Municipais pela expressiva frequ ncia com que solicitavam a manuten o de estradas e caminhos A import ncia dada a estes quesitos de demarca es e manuten o de estradas e caminhos e
56. o Jo o Paulo Martins Naninguer omandante da Companhia de Infantaria de Linha Continua Dr Francisco Antonio Fernandes 1 cirurgi o do corpo de sa do do ex rcito da Enfermaria Militar Focio Joaquim do rego Barros Comandante da Companhia de Policia capit o reformado do exercito Joaquim Francisco de Oliveira Ex Recrutador Galdino Cancio de Vasconcellos Monteiro Comandante do Deposito de Artigos Bellicos capit o Joaquim Jos do R go Barros Administrador do Hospital de Caridade Dr Jos de Paulo Antunes M dico do Hospital de Caridade coronel Luiz Manoel Fernandes Filho Juiz municipal supplente em exerc cio do termo Cara bas bacharel Avelino Ildefonso d Oliveira Azevedo Director geral da instruc o Publica 1 tenente da armada Augusto Cesar da Silva Comandante Interino da Capitania do Porto capit o de fragata Jos Avelino da Silva Jacques Comandante da Capitania do Porto 1 tenente Augusto Cesar da Silva Comandante da Companhia de Aprendizes Marinheiros 1 tenente Francisco Flaviano de Cantalico Comandante da Companhia de Aprendizes Marinheiros negociante Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o Contratado para o assentamento no munic pio de S Jos de Mipib de um engenho central de moer cannas Jos Mariano da Costa Nunes inspector da Thesouraria da Fazenda capit o reformado do exercito Urbano Fernandes Barros Secretario Militar Pedro de Alcantara De o Chefe da Secretaria da Presidenci
57. o e em que situa o os dobres s o suspensos nas imedia es da Igreja 226 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Posturas de Natal em 1884 ainda mais detalhamentos em artigos que tratam do asseio e limpeza dos cemit rios n o permitindo o crescimento de matos ou planta es exceto as flores e rosas para os jazigos ao sepulturas para os pobres que s o gratuitas para quem n o puder custe las o estabelecimento de prazos para o sepultamento determina es aos profissionais que trabalham no suporte ao cemit rio vender catacumbas cercas pedras ou lou as os quais deveriam solicitar licen a C mara e os prazos para reaberturas de sepulturas e catacumbas somente ap s um prazo de 2 anos e nas causas de mol stias contagiosas s poder o s lo a ju zo do m dico da sa de p blica ou por quem suas vagas fizer Mas e quanto s condi es f sico espaciais dos cemit rios na percep o dos Presidentes de Prov ncia Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha recomendou a constru o de cemiterios publicos embora nenhuma C mara tenha cumprido seja por deficiencia de meios e talvez mesmo por conhecerem na popula o algum apego ao inveterado abuso da inhuma o nos Templos pr tica n o s contraria decencia d estes coma salubridade publica Destinou verbas para a contru o de um cemit rio em Natal mas tamb m ainda n o foi concretizado por indefini o quanto ao melhor l
58. o Praxedes de Medeiros e Joaquim Vieira de Medeiros 2 e 3 Supplentes do Juiz municipal do termo do Acary Jos Martins da Silva Ex 3 Supplente do Juiz municipal do termo de Papary Tiburcio Valeriano do Amaral 3 Supplente do Juiz municipal do termo de Papary Jos Joaquim Freire Ex 3 supplente do Juiz Municipal do termo Papary tenente Manoel Ferreira de Mesquita 3 supplente do Juiz Municipal do termo Papary bacharel Paulino Ferreira da Silva Ex Promotor publico da comarca de S Jos de Mipib bacharel Gaspar de Vasconcellos Menezes de Drumond Promotor publico da comarca de S Jos de Mipib capit o Jos Ign cio de Brito Adjunto do Promotor publico da comarca e termo de Natal Bacharel Heraclio de Araujo Villar Adjunto do Promotor publico da comarca e termo da capital Adjunto do Promotor publico da 01 07 1872 a 17 11 1872 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 333 comarca e termo de Cear mirim barachel Jo o Albuquerque Maranh o Ex1 supplente do juiz municipal de Papary Jo o Tavares Guerreiro Ex1 supplente do juiz municipal de Papary bacharel Manoel Quint liano da Silva Promotor publico da comarca de Natal bacharel Jos Antonio da Rocha Vianna Juiz de Direito da comarca de Natal Luiz Bazilio de Oliveira Pinto alferes da 1 companhia do batalh o n 20 do munic pio do Apody Herculano Ferreira da Silva Cumar tenente da 6 companhia Jo o Car
59. o de um passeio p blico margem do Rio ao longo do caminho que conduz o bairro de Cidade Alta para a Ribeira Explica que al m da encantadora vista de um bello rio da suave briza sombra de frondosas arvores o local tem a possibilidade de vir a ser para o futuro uma pra a magn fica de commercio que pela sua vastid o solidez e outras propor es o edif cio mais pr prio para Alfandega d esta Cidade No sentido de proteger esta rea que estava sendo ocupada por constru es particulares o Presidente Carvalho ordenou C mara Municipal que proibisse tais constru es argumentando que embora a prov ncia n o tivesse condi es de executar o projeto agora poderia faz lo no futuro Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior considerando a ideia proposta em 1853 lhe faz ajustes reduzindo a rea total inicialmente proposta para possibilitar al m de constru es particulares o espa o sufficiente para uma boa pra a Se voltando para a est tica das edifica es criticou ainda a dire o das obras p blicas do RN que estavam nas m os de um simples curioso ao que ele atribui a falta de eleg ncia de algumas obras antigas como exemplo ele d o Hospital de Caridade de pouca altura e a falta de elegancia do edif cio No ano seguinte o alvo de interven o do Presidente Trajano Leocardio Medeiros Murta foi o pr dio Quartel cujos pra as estavam provisioriamente abrigad
60. o existente no intuito de diminuir a inadimpl ncia ou sonega o dos mesmos Al m dos problemas para orquestrar o governo de uma prov ncia praticamente sem recursos os Presidentes no per odo estudado ainda tiveram que lidar com situa es de fraudes e corrup es tanto dentro como fora da elite pol tico administrativa Identificamos duas situa es a primeira delas ocorreu no ano de 1861 quando o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior denuncia um esquema de desvio de dinheiro p blico para fins pessoais em suas palavras uma revela o embora n o provada fez me suspeitar que o emprego indevido dos dinheiros publicos era um abuso que se praticava h muito tempo No principio de cada mez quando era for oso fazer pagamentos que n o soffriam dila o entravam as quantias precisas para o cofre e as disponiveis sahira logo depois para emprestimos e outros fins Devo entretanto confessar que ainda n o obtive dados seguros para conhecer at que ponto exacta esta asser o FIGUEIREDO JUNIOR 1861 Em outras palavras as verbas eram utilizadas para pagar despesas mais significativas e o restante do valor era retirado dos cofres p blicos para os particulares 166 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba com promessa de retorno e dados os cont nuos d ficits detectados no per odo e o controle n o oficial desta movimenta o n o sabemos se as devolu es ocorreram efetiv
61. o haver renda que baste ao socorrimento da popula o MURTA 1862 Vez que o M dico do Partido P blico tinha como foco o atendimento de pobres presos e policiais se nos per odos epid micos come am a atender toda a popula o indiscriminadamente certamente esta inclus o de atendimentos sobrecarregava os cofres p blicos O Presidente Murta n o esclarece se tal fato se d pelos altos custos dos servi os m dicos altos mesmo para os mais ricos ou se pela falta de m dicos que pudessem atender O fato que neste per odo estava se iniciando as maiores incid ncias de epidemias o que tornava a resolu o desta situa o algo urgente Na d cada seguinte a partir de 1870 entram nos Relat rios questionamentos acerca de localiza o e condi es dos cemit rios p blicos do RN debate no qual os m dicos t m um papel de destaque A ltima refer ncia aos m dicos neste per odo ocorre em 1886 quando o Presidente Jos Moreira Alves da Silva relata o mau estado higi nico da prov ncia raz o pela qual o Presidente convidou os m dicos residentes em Natal o que demonstra que n o somente m dicos muito pesava ao Estado motivo pelo qual foi dispensado e substitu do por um farmac utico por 300 000 Mas dadas as necessidades o mesmo Dr Henrique aceitou ser recontratado recebendo o mesmo que o farmac utico O Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha preocupado com o cemit rio de Natal levanta a possibil
62. o somente as enchentes eram menos frequentes mas tamb m as repercuss es das secas foram mais intensas e provocaram muito mais impacto na cidade potiguar sobretudo em sua popula o As enchentes por sua vez s o mais associadas s flutua es econ micas ou seja destruindo planta es e desestruturando as finan as do RN Al m de cat strofes de ordem clim tica o RN conheceu neste per odo cat strofes na sa de p blica com surtos de epidemias que acometeram diversos pontos da prov ncia Estas epidemias ocasionadas por surtos de var ola bexigas c lera febre amarela e febres em geral passaram a acontecer com frequ ncia no RN assim como incidiam em outras partes do Imp rio como que enfatizando a inser o da prov ncia nas din micas sociais e econ micas do Brasil e do mundo inclusive em seus aspectos negativos De forma geral as secas e as epidemias v o causar mortalidade em massa e tamb m conduzem a um movimento de deslocamento da popula o no caso das epidemias a fuga dos locais infectados no caso do litoral que foi a rea mais atingida e no caso das secas o deslocamento foi no sentido inverso do sert o para o litoral ao menos num primeiro momento Em linhas gerais as calamidades foram propulsoras de uma redistribui o populacional no RN em tr s fases no sentido litoral sert o reflexo das epidemias na d cada de 1860 depois no sentido sert o litoral seca 12 parte at 1878 e por fim no
63. os artigos seguem justificando penalidades de multa para os donos que deixarem animais soltos porcos c es cabras e ovelhas a partir das dezoito horas e se estes vierem a emporcalhar as frentes das edifica es p blicas considerando que esta situa o espec fica identificada recorrentemente nas Posturas Municipais constatamos que esta se tratava de uma realidade bem comum das localidades potiguares do per odo nos fornecendo um quadro muito prec rio da manuten o das edifica es urbanas Numa situa o em que a limpeza era t o dif cil de ser mantida pela conjuntura fundamentalmente rural em que estas cidades se encontravam as preocupa es com est tica evidentemente ficavam em segundo plano e as de higiene acabavam tendo maior import ncia Em todo caso o foco principal das limpezas urbanas neste momento n o eram tanto os seus edif cios mas sim as ruas e estradas p blicas As dimens es que se exigiam ser limpas variavam a partir de 3 3 metros de largura Posturas Municipais de Touros de 20 de Setembro de 1842 4 4 metros para estradas p blicas e 2 2 metros para as particulares Posturas Municipais de Extremoz de 6 de Novembro de 1837 e Posturas Municipais de Vila Flor de 27 de Outubro de 1836 6 6 metros Posturas Municipais de Assu de 6 de Novembro de 1838 a 22 metros Posturas Municipais de Angicos de 12 de Julho de 1837 mas em sua maioria as Posturas Municipais apenas solicitam que fosse feita a limpe
64. por l e de forma mais ponderada aborda as repercuss es da iniciativa privada no RN neste quesito Infelizmente a nossa provincia n o pode fazer o que devera Sua insignificante renda n o permitte que espalhe os focos de luzes que devem illuminar esses que se ach o privados dellas A iniciativa individual tem sido despertada mas n o pode ella fraca e timida como entre n s produzir as maravilhas dos Estados Unidos Comtudo com o seu auxilio que alguns melhoramentos se t m aporado MELLO FILHO 1874 Em outras palavras mesmo incipiente era o aux lio da iniciativa privada que estava conseguindo promover melhoramentos na instru o p lica potiguar Em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado fala a respeito dos investimentos ingleses na constru o de linhas f rreas que embora tenham procurado investir no Brasil n o tem conseguido sem o aux lio do governo E menciona o caso da prov ncia de S o Paulo que mesmo mantendo sua receita em posi o muito superior a sua despeza ordin ria e cuja prosperidade econ mica disperta a admira o do estrangeiro n o pode ainda fazer valer o seu credito perante os capitalistas ingleses Novamente S o Paulo mencionado como exemplo pelo Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva em 1889 desta vez pelos esfor os empreendidos para a melhoria de seu ensino p blico atrav s de um fundo escolar em beneficio de sua instru o sendo constitu do al
65. prov ncias que respectivamente j haviam sediado ou sediavam no per odo os governos centrais no Brasil portanto a probabilidade de serem usadas como exemplo seria maior S o Paulo tamb m mais mencionado vinha despontando como um grande p lo comercial em virtude de sua exporta o cafeeira o que lhe conferia o status de exemplo do ponto de vista econ mico Em seguida a refer ncia ao Cear e a Para ba se justifica pela proximidade f sica como prov ncias vizinhas ao RN algumas situa es como por exemplo estrat gias de arrecada o tribut ria ou infraestruturas estradas e portos dispon veis eram motivos de compara o Chama a aten o a refer ncia ao Maranh o e a Alagoas prov ncias que n o estavam alocadas nas situa es acima mencionadas ou seja import ncia pol tica dentro do Governo central ou proximidade f sica com o RN Desta rela o de fontes de refer ncia podemos concluir que sem sombra de d vidas os principais registros dos Presidentes de Prov ncia identificados em seus Relat rios ainda eram pa ses europeus com destaques para a Fran a e Alemanha curiosamente Estados Unidos e Inglaterra grandes pot ncias econ micas aparecem somente em terceiro e quarto lugar Em se tratando dos temas mais tratados dentre estas fontes de inspira o o assunto mais levantado nos documentos de maioria expressiva foram os relacionados s quest es de ensino m todos de ensino rela o entre alu
66. rio dos p rocos e a amea a e abandono de suas atividades e a prec ria situa o das igrejas potiguares que limita a realiza o dos cultos Todas as Freguezias da Provincia se ach o providas de Parochos Collados ou Encomendados Attendendo ao diminutissimo rendimento de algumas dellas nenhuma duvida teria em propor vos o augmento das respectivas congruas afim de que esses Sacerdotes n o continuassem a soffrer as priva es e estreitezas em que vivem e pelas quaes est o a ponto de abandonar as suas Igrejas como verbalmente m oteem communicado mas agora o n o farei attento o estado decadente da receita provincial A excep o das Igrejas Matrizes do Acari e Serid que se ach o em 72 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba bom estado as outras est o apenas come adas ou em t o decadente estado que a casa passo se teme venh o ao ch o SARMENTO 1845 Mais adiante o Presidente de Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque em seu Relat rio trata das causas que no seu entendimento promovem a falta de seguran a individual e privada que com suas palavras afirma Em minha opini o entre as causas acoro oadoras dos delictos a falta de educa o moral e religiosa a par da occiosidade que o meio inerente a todos os povos que habitam os solos ricos e poucos occupados s o as que mais diretamente influem para esse mal ALBUQUERQUE 1870 A partir destes dois fr
67. uma profus o de artigos nas Posturas Municipais de v rias localidades trazendo novas determina es sobre funcionamento de com rcio e de outros estabelecimentos que lhes d o suporte como o caso de mercados a ougues matadouros dentre outros Com rela o aos artigos contidos nas Posturas Municipais que tratam de Com rcio identificamos propostas muito semelhantes s mencionadas no cap tulo 2 ou Seja preocupa o com os espa os de mercado p blico feira a ougue e matadouro solicita o de limpeza e conserva o dos espa os e seus utens lios de trabalho a normatiza o de instrumentos de pesos e medidas nos locais que trabalham com comercializa o de g neros assim como as aferi es recorrentes nos instrumentos os cuidados com a putrefa o ou falsifica o dos g neros aliment cios de primeira necessidade as multas e penaliza es respectivas pelo descumprimento das legisla es No entanto al m destas coloca es mais generalizadas pudemos detectar um maior detalhamento dos artigos especificidades antes n o identificadas em Posturas Municipais produzidas entre os anos de 1822 e 1845 S o elas com rela o aos produtos comercializados ou abatidos nos mercados feiras a ougues e matadouros impostos espec ficos para aguardente bem como necessidade de licen a pr via para comercializa o dos pontos em que se vendiam aguardentes a 133 obriga o em mostrar documenta o identifican
68. 1848 quando o Presidente fala em afronta a interesses particulares ao sugerir a reforma do pessoal ligado ao ensino pode n o ter sido um exemplo t o pontual assim muito embora nos documentos apenas tenhamos encontrado este exemplo Ainda em 1876 o Presidente Antonio dos Passos Miranda exp s uma realidade dif cil para o ensino p blico denunciando uma danosa pr tica comum entre as autoridades potiguares e professores na concess o indiscriminada de aposentadoria vital cia conforme ilustramos na cita o seguinte Entre n s o indiv duo que n o tem aptid o para qualquer outro emprego procura uma cadeira de primeiras letras como meio mais seguro de vida e depois de consegui lo arranja facilmente que autoridades pouco escrupulosas atestem muita aptid o intelig ncia zelo e moralidade do improvisado professor para que a vitaliciedade venha coroar a obra N o sou advers rio da id ia da vitaliciedade dos professores mas desejaria que exigissem outras provas para que se concedesse uma prerrogativa t o importante cujo abuso oferece tantos preju zos MIRANDA 1876 No decorrer deste per odo ficou claro que no entendimento da elite os professores n o eram bem remunerados situa o n o t o enfatizada no discurso relacionado aos engenheiros e m dicos e esta m remunera o repelia os bons profissionais de modo que a instru o p blica ficava restrita nas m os de pessoas n o t o qualificadas eventu
69. 1860 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves relatou a falta de pessoal habilitado na prov ncia para trabalhar como professores considerando a aus ncia de concorrentes apesar do aumento de vencimentos e outras vantagens de forma que n o foi poss vel abrir novas cadeiras em pequenas localidades l Tanto em 1863 Presidente Olintho Jos Meira como em 1871 Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque s o mencionados o mau estado da instru o p blica em virtude de miguados sal rios que em vista da dedica o exclusiva exigida pela profiss o mau permitia a subsist ncia dos professores 103 Nos anos de 1878 Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro 1880 Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado e 1883 Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto os Presidentes retomam a problem tica dos baixos sal rios e dos atrasos nos pagamentos ainda mais prejudicados pela jun o da a o das secas e do estado financeiro extremamente prec rio em que o RN atravessou ao longo destes anos 104 No ano de 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior se preocupava com a baixa frequ ncia de alunos nas escolas e acusou os professores de gerarem este problema vez que sob pretexto de n o receberem seus vencimentos estavam se dedicando a outras atividades A Em 1872 o Presidente Henrique Pereira de Lucena alertava para o aumento nas despesas p blicas em cons quencia de crea es impensadas
70. 194 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Art 7 fica criada uma feira na Povoa o do Jardim de Piranhas para compra e venda dos g neros aliment cios e outros g neros sem que por isso paguem taxa alguma Art 8 Esta feira ter lugar no dia de Domingo de cada semana e se reunir em um lugar designado pela Camara ou por alguem de sua Comiss o tendo se em vista o bem dos vendedores e consumidores e finalmente os interesses p blicos em geral POSTURAS Municipais de Pr ncipe de 15 de outubro de 1864 Foi a nica situa o encontrada nas Posturas Municipais estudadas neste per odo em que a C mara Municipal se isenta de receber impostos em virtude de uma a o popular que beneficia pessoas de baixa renda uma situa o realmente mpar na realidade potiguar mesmo considerando as restri es de localiza o e data mencionadas na legisla o acima relatada De fato a maior diferen a detectada no quesito Com rcio foi a abrang ncia deste item nas Posturas Municipais antes restritas a poucas localidades neste recorte de 1846 a 1889 em praticamente todas as cidades estudadas foram encontradas refer ncias assim como um maior detalhamento de certos itens que resultou numa maior normatiza o do Com rcio refor ando a paulatina mudan a de percep o dos Presidentes de Prov ncia sobre a import ncia do com rico para a prov ncia com evidentes consequencias na cidade potiguar Antes rural a at
71. 2 1 2 A economia agropecu ria os alicerces da cidade potiguar Os Relat rios ao menos neste primeiro recorte n o contemplam informa es mais aprofundadas sobre a produ o a ucareira acreditamos que esta aus ncia de informa es mais espec ficas se explique por dois fatores dificuldade de deslocamento aos centros produtivos pois a elite fixando se na capital permanecia desinformada da realidade agropecu ria A causa que nos parece mais plaus vel a de que na apreens o dos Presidentes a baixa receita n o estava no potencial produtivo da prov ncia mas na precar ssima situa o das estradas e no falho sistema de tributa o Para corroborar esta reflex o nos apropriamos de um trecho do Relat rio de Jo o Joze Ferreira D Aguiar que argumenta 45 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Bem longe de dizer vos que temos Estradas vos afirmarei que apenas algumas p ssimas veredas que nos d comunica ao com o centro da Provincia digo p ssimas por que alem de tortuozas e mal aceadas empessam cada passo o viajante pela sua estreiteza de maneira a n o permitir um cavaleiro transitar livremente este talvez um dos mais poderosos impecilios que obstao ao engrandecimento d esta Capital por que esmerando se todo um anno o laborioso agricultor para obter uma grande colheta v se for ado leva la ao mercado d outra Provincia que lhe apresenta melhores Estradas furtando se d esta ar
72. 5 men es evidenciando que de fato nas tr s d cadas que comp em este per odo ora analisado encontramos momentos pontuais nos quais as faltas de verbas no RN ficam latentes No tocante aos itens para os quais os Presidentes alegam faltar de recursos em primeiro lugar estava a realiza o de obras de melhorias seguidos por reformas no ensino para pagamentos de funcion rios p blicos para investir na sa de p blica para manuten o de presidi rios e concertos de cadeias e finalmente para investir em benef cios para as ind strias do RN Tendo em vista esta situa o financeira bastante comprometida vejamos quais foram as estrat gias de interven o econ mica que os Presidentes utilizaram para tentar superar as dificuldades A primeira proposta mencionada nos Relat rios acontece em 1862 quando o Presidente Pedro Le o Velloso sinaliza que nenhuma prov ncia mais do que o RN requer institui es de cr dito para mobilizar o valor do solo e dinamizar a ind stria 164 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba agr cola se n o for poss vel proceder com a redu o de gastos p blicos o Presidente sinaliza a cria o de novos impostos ou empr stimo al m de maior regulamenta o na arrecada o e fiscaliza o das rendas provinciais Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha abriu 14 cr ditos suplementares no valor de 36 062 799 para suprir o exerc
73. Areia Branca Diante do prolongamento da seca o Presidente compartilha sua apreens o no tocante s amea as que esta carestia poderia ocasionar para a seguran a e ordem social do RN em suas palavras A falta de generos aliment cios por effeito da longa seca que nos flagella tem ampliado consideravelmente os dom nios da mis ria e os necessitados que n o puderam satisfazer se nas fontes exhaustas de trabalho reunindo se aos que fazem da secca um pretexto para o crime determinaram o crescimento do numero dos que vivem a custa dos bens alheios A fome deslocou uma grande massa de gente ignorante e acumulou a em alguns pontos do litoral em cada um desses pontos a ordem social v uma amea a MACHADO 1880 Neste relato o Presidente Machado deixa muito claro o temor da elite n o s no sert o mas tamb m no litoral de que algo mais grave possa acontecer vez que a popula o oprimida pelas p ssimas condi es poderia a qualquer momento se rebelar tornando se uma amea a Em 1882 novamente identificamos problemas no tocante ao alistamento militar quando poucas comarcas do RN remeteram suas listas Segundo o Presidente Satyro de Oliveira Dias em 1880 s Mossor Macau e Imperatriz produziram suas listas e em 1881 as remeteram as comarcas de Assu Macau Trairi Jardim Pr ncipe Mossor Apodi e S o Jos de Mipibu Ainda no entendimento do Presidente Dias as dificuldades e embara os na produ o e envi
74. Augusto Cavalcante de Albuquerque menciona o tel grafo existente na Fortaleza dos Reis Magos que se comunicava com o da torre da matriz No ano seguinte o Presidente Henrique Pereira de Lucena enumera as 23 ag ncias de correio existentes no RN que s o as de Maca ba S o Jos Goianinha Penha Nova Cruz S o Gon alo Cear mirim Touros Angicos Santana do Matos Macau Assu Acari Jardim Principe Triumfo Cara bas Apodi Portalegre Imperatriz Pau dos Ferros Mossor e Porto da Barra de Mossor e lista as sete linhas de correio Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho se surpreende ao constatar que o RN era a nica provincia do Brasil em que s mente h duas viagens de estafetas para o interior E uma excep o que n o se justifica Logo que cheguei esta provincia notei que o servi o do correio n o podia continuar no mesmo p em que est h 20 annos demonstrando ces Vendo eu que eram em pura perda os sacrif cios que fazia a Provincia tomei a delibera o de suspender a subven o provincial e solicitou empr stimo para a compra de um pequeno vapor para a navega o entre os portos da Provincia GON ALVES 1853 Neste mesmo ano o Presidente Leocardio Trajano Medeiros Murta resolveu que toda a correspond ncia oriunda de Macau Assu Cara bas Apodi Portalegre Pau dos Ferros Campo Grande e Mossor fosse encaminhada pelos vapores da companhia pernambucana a seus de
75. CARVALHO 1853 t Muito embora no seu Relat rio referente a este ano o Presidente Luiz Barboza da Silva afirme que os variados produtos da carna ba tambem s o explorados ainda em muito pequena escala Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho comentou em seu Relat rio que as comarcas de Assu e Mossor tinham uma vigorosa produ o de carna ba que em seu territ rio nasciam espontaneamente conquanto sua exporta o anual era pequena em compara o com sua abund ncia Em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias lamenta a exist ncia de duas ou tr s l guas de carnaubais entregues nas m os de rendeiros que se ocupam da confec o de velas de m qualidade para ele estes carnaubais poderiam contribuir grandemente para a riqueza p blica 156 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Estas tr s atividades produtivas o sal a pesca e a carna ba s o exemplos de produtos que poderiam sem faustos investimentos servir como meio de sobreviv ncia e de trabalho de grande parte da popula o do RN sobretudo a pesca que como muitos Presidentes observaram era abundante nas duas costas da prov ncia al m disto a pesca n o sofria tanto os revezes das secas e enchentes que assolavam tanto o sert o como as reas de cultivo da cana podendo servir como alimento para consumo interno e at exporta o importante destacar tamb m que estes tr s produtos sal peixe e carna
76. Carla de Azevedo Borba para tratamentos de enfermos de in cio somente atendendo pessoas com poucos recursos e depois situa es mais generalizadas e mais preocupantes de acordo com os Presidentes Surgem nesse per odo edifica es provis rias e muito prec rias para O tratamento de doen as Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior trata do Hospital de Caridade acreditamos que neste caso um pr dio de car ter mais definitivo pois segundo o Presidente Figueiredo Junior o pr dio foi Construido n uma das melhores situa es da capital o nico estabalecimento de caridade Hospital de caridade que existe na provincia reune as condi es indispensaveis para o fim a que foi destinado notando se por m a pouca altura a falta de elegancia do edificio FIGUEIREDO JUNIOR 1861 Em 1872 o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque atestou os bons servi os prestados pelo Hospital de Caridade entretanto em virtude das finan as prec rias do RN precisou restringir o n mero de atendidos a 8 doentes No per odo da grande seca o Relat rio do Presidente Manuel Janu rio Montenegro 1878 faz refer ncia nica a espa os de tratamento que ele denomina como hospital em Cear Mirim Mossor e Macau Como nos demais relat rios pelo menos at o de 1889 n o h refer ncias a estes espa os acreditamos que foram locais de atendimento tempor rio extremamente prec rios que n o sobre
77. Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba escolas antes funcionando nas resid ncias dos pr prios professores produ o de plantas e or amentos feitos para constru es reformas e reparos tanto para equipamentos como para infraestruturas diversas constru o de cemit rios fontes de gua p blica limpeza urbana matadouros e a ougues p blicos etc O resultado direto da inser o do RN na rota do capitalismo para a cidade potiguar e em especial as portu rias a partir de 1860 s o o aparecimento de edifica es e de determinada infraestrutura de suporte a estas novas demandas tais como pr dios para armaz ns e alf ndega melhoramentos de cais e aterros cal amentos destes espa os constru o de firmas comerciais e mais ao fim deste per odo a constru o de f bricas mudam e diversificam os usos dos pr dios da cidade potiguar O com rcio contudo n o impactou somente o espa o da cidade potiguar em si mas o territ rio O crescimento e a mobilidade populacional inclusive em dire o aos limites da prov ncia tamb m relacionados ao desenvolvimento do com rcio desencadeou quest es de limites territoriais muitas vezes ainda indefinidos entre o Rio Grande do Norte a Para ba e o Cear As cat strofes clim ticas e epid micas ao contr rio do que se poderia imaginar conduzem a constru o de uma s rie de equipamentos e da dota o de alguns elementos de infraestrutura p blica os socorros
78. Everaldino Cicero de Miranda M dicos residentes em Natal Bacharel Joaquim Mauricio Wanderley Ex Promotor Publico da Comarca do Jardim Felinto Elysio de Oliveira Azevedo Promotor Publico da Comarca do Jardim Padre Manoel Fernandes Lustosa Lima Vig rio da Freguesia de Macahyba Pedro Jos de Oliveira Pernambuco Secretario da Provincia Bacharel Olympio Manoel dos Santos Vital Juiz de Direito da comarca de Macau c nego Dalino Fernandes de Souza Vigario Collado da Freguesia de Goyaninha Bacharel Eduardo Correia do Rego Barros Promotor da comarca do Trahiry Dr Alvaro Antonio da Costa Juiz de Direito da Comarca de S Jos de Mipibu Comendador Umbelino Freire de Guv a Mello supplente do juiz Municipal de Macahyba Francisco Antonio da Costa Professor Publico da villa de 22 10 1885 a 30 10 1886 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 351 Touros Antonio Gabriel Pires Bezerra Official da Secretaria do Governo Carlos Bastos Official Maior da Secretaria do Governo Silva Antunes Tranquelino da Silva Antunes Camillo C amp Irm o Cesar Sim es Lopes Manoel R da S Ramalho Jo o Henrique Marques de Oliveira Liberal Moreira Vidal Jo o Maria Machado Antonio Campelo Moreno Jeronymo de Carvalho Vasques Manoel de Araujo Costa e S Joaquim Virgolino de Souza Joaquim Rodrigues Ferreira Pantali o Bezerra da Cunha Jos Alexandre Bezerra Pedro Nunes de Vasconcellos Joaquim A
79. FOUCAULT Michel A arqueologia do saber Tradu o de Luiz Felipe Baeta Neves 3 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1987 Acesso ao site http www 4shared com get 100667524 34c0fe27 FOUCAULT Michel Arqueologi a do html em abril de 2010 FREIXINHO Nilton O sert o arcaico do Nordeste do Brasil uma releitura Rio de Janeiro Imago Ed 2008 GEIGER P P Des territorializa o e espacializa o In SANTOS M SOUZA M A de SILVEIRA M L org Territ rio globaliza o e fragmenta o 2 ed S o Paulo Hucitec 1996 p 235 GOIANINHA C mara Municipal Posturas 1852 GON ALVES Antonio Marcelino Nunes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado a Assemblea Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte pelo Excelentissimo Presidente Dr Antonio Marcelino Nunes Gon alves Typografia Liberal Rio Grandense anno 1858 GUEDES Kaline Abrantes O ouro branco abre caminho o algod o e a moderniza o do espa o urbano da Cidade da Parahyba 1850 1924 Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Natal 2006 HIST RICO do Projeto Resgate Acesso em maio de 2001 atrav s do site http www resgate unb br resgate index php IMPERATRIZ MARTINS C mara Municipal Posturas 1871 JARDIM JARDIM DE ANGICOS C mara Municipal Posturas 1865 JARDIM JARDIM DE ANGICOS C mara Municipal Posturas 1887 JESUS
80. Federal 1983 MIRANDA Jo o Maur cio Fernandes 380 anos de hist ria fotogr fica de Natal 1599 1979 Natal Ed Universit ria 1981 MORAIS lone Rodrigues Diniz de Desvendando a cidade Caic em sua din mica espacial Bras lia Senado Federal Secretaria Especial de Editora o e Publica es 1999 316 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 MORAIS Marcos Cesar Cavalcanti de Terras potiguares Natal Din mica Editora 1998 NESI Jeanne Fonseca Leite Natal monumental Natal Funda o Jos Augusto 1994 NOBRE Manuel Ferreira Breve not cia sobre a prov ncia do Rio Grande do Norte Rio de Janeiro Ed Pongetti 1971 NONATO Raimundo Evolu o urban stica de Mossor Natal Cole o Mossoroense N 248 s d NONATO Raimundo Ruas Caminhos da Saudade Fortaleza Imprensa Universit ria da Universidade Federal do Cear Cole o Mossoroense volume ONOFRE J NIOR Manoel O Martins sua terra sua gente Natal Departamento Estadual de Imprensa 1966 POMBO Rocha Hist ria do Estado do Rio Grande do Norte Rio de Janeiro Annu rio do Brasil 1921 PROJETO RESGATE HIST RICO do Projeto Resgate Acesso em maio de 2001 atrav s do site http www resgate unb br resgate_index php REIS FILHO Nestor Goulart Contribui o ao e
81. Jos Francisco de Paula Cavalcanti Albuquerque que em 1806 chega a fazer doa es pessoais para as cadeias de Assu Vila Nova da Princesa e Caic Vila Nova do Pr ncipe FIGURA 10 Mapa de Localidades do RN criadas antes de 1800 e at 1845 esperando assim servir de exemplo para a popula o local Em suas pr prias palavras o capit o mor explica 74 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba achei que era de suma necessidade fazerem se uma cadeia e Casa de C mara na Vila Nova da Princesa e outra na Vila Nova do Pr ncipe para o que convoquei alguns dos habitantes daqueles distritos de maior representa o e possibilidade e Ihes expus aquela precis o exemplando os em concorrer com 50 mil r is de minha algibeira para cada uma das obras e logo espontaneamente concorreram com algumas por es de maneira que pude mandar principiar as ditas obras e talvez chegue o dinheiro que a vista de todos foi entregue ao encarregado a inspe o delas para se acabarem TEIXEIRA 2012 p 84 85 Desta forma percebemos que embora raras as verbas voltadas para as cadeias eventualmente as atendiam Aplicando as ferramentas de an lise de conte do e an lise de discurso observamos a real import ncia dos equipamentos lgreja x Cadeia numa situa o muito similar Instru o P blica tratada no cap tulo 1 os textos que tratam de Cadeia se referem precariedade das constru
82. Manoel Joaquim Pereira do Lago Interino Secret rio do Governo Antonio Jos de Moura Tenente Ajudante de Ordens Jos Nic cio da Silva Secret rio Interino do Governo Presidente de Francisco de Queiroz Coutinho Sem informa o 08 01 1844 a Prov ncia Matoso da Camara 19 07 1844 Presidente de Vencesl o de Oliveira Belo Jos Joaquim Soares da Caniara contratado para a construc o de duma ponte no Rio 19 07 1844 a Prov ncia Maxaranguape Jo o Carlos Wanderley Secret rio do Governo 28 04 1845 Presidente de Prov ncia Casimiro Jos de Morais Sarmento Francisco de Brito Guerra ex Senador Tenente Joaquim Francisco de Paula Moreira Antonio Alvares Mariz Delegado Thomaz Cardozo de Almeida M dico do Partido Publico Manoel da Silva Pereira 2 tenente do Imperial Corpo de Engenheiros or amento de reparos do col gio Ateneu Manoel Joaquim Pereira do Lago Official Maior Jo o Carlos Wanderley Secret rio do Governo Doutor Joaquim Ant o de Scena M dico do Partido P blico o Doutor Jo o Paulo de Miranda ex Chefe de Policia da Provincia Francisco Primo de Souza e Aguiar 1 Tenente de Artilharia Encarregado das obras militares em anexo o parecer sobre a cadeia de Natal Jo o Carlos Wanderley Secret rio do Governo Dr Francisco de Souza Ribeiro Dantas Chefe de policia interino Juiz Municipal e d rf os da cidade de S Jos Dr Thomaz Cardozo de Almeida Ex m dico do Partido P
83. O VINGT UN ROSADO Sesmarias do Rio Grande do Norte Coord Jer nimo Dix Sept Rosado En lio Lima Petrovich Olavo de Medeiros Filho Mossor Funda o Vingt Un Rosado 2000 GOMES Jos Bezerra Sinopse do munic pio de Currais Novos Natal Gr fica Manimbu 1975 315 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 38 39 40 41 42 48 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 GOMES Marco Aur lio de Filgueiras A Constru o do Campo da Hist ria Urbana no Brasil e a Experi ncia dos Semin rios de Hist ria da Cidade e do Urbanismo In Cidade territ rio e urbanismo um campo conceitual em constru o Org Virg nia Pontual Rosane Piccolo Loretto Olinda CECI 2009 GUERRA Valter de Brito Apodi no passado e no presente Apodi Cole o Mossoroense 1980 J NIOR Manoel Onofre Martins sua terra sua gente Natal Departamento Estadual de Imprensa 1966 KOSTER Henry Viagens ao Nordeste do Brasil Trad Luis da C mara Cascudo Recife Secretaria de Educa o e Cultura do Estado de Pernambuco Departamento de Cultura 1978 LE GOFF Jacques Hist ria e mem ria Jacques Le Goff tradu o Bernardo Leit o et al Campinas SP Editora da UNICAMP 1990 Cole o Repert rios LEMOS Vicente de MEDEIROS Tarc sio Capit es mores e governadores do Rio Grande do Norte 2 vol 1701 1822 Natal Ed do Inst Hist rico e Geo
84. Pinheiro da Camara 2 Escriptuario do Thesouro Provincial bacharel Francisco de Sousa Ribeira Dantas Filho Ex Procurador Fiscal bacharel Lindolpho Ernesto Alvares Procurador Fiscal Dr Luis Carlos Lins Wanderley Medico Interino do Hospital de Caridade Manoel Martiniano da Costa Monteiro Ex Encarregado do Lazareto da Piedade Jos da Costa Pereira Encarregado Interino do Lazareto da Piedade Presidente de Prov ncia Jos Moreira Alves da Silva Dr Altino Rodrigo Pimenta Ex Chefe de Policia Dr Francisco Amynthas da Costa Barros Chefe de Policia Dr Augusto Leopoldo Raposo Camara Chefe de Policia Interino Dr Jos Calistrato Carrilho de Vascolcellos M dico capit o do 14 Batalh o Claudino Marinho de Oliveira Cruz Comandante da Companhia de Guarni o Leonardo Bezerra Cavalcante Ex Chefe do Dep sito de Artigos Bellicos Antonio Floriano Paulino de Moraes Chefe do Dep sito de Artigos Bellicos Dr Augusto Leopoldo Raposo da Camara Juiz Municipal e de Orph os dos termos reunidos do Natal e Macayba Everaldino Cicero de Miranda e Celso Augusto de S Sant Lago Caldas M dicos Dr Maniel Francisco do Nascimento Sobreira Juiz Municipal dos termos reunidos de Sant Anna do Mattos e Angicos Dr Olympio Manoel dos Santos Vital Ex Juiz de Direito da comarca de Macao bacharel Manel Francisco do Nascimento Sobreira Juiz Municipal de Santana do Matos Drs Celso Augusto de Souza SantLago Caldas e
85. Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho lastimou o estado de ru na em que se encontravam muitas matrizes do interior citando o exemplo de Assu e de Angicos que precisaram praticamente ser reedificadas em Assu os of cios estavam acontecendo numa casa de ora o e em Angicos as missas eram celebradas na igreja em constru o com a nave e corredores lateraes expostos ao tempo Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior nos fornece um relato pormenorizado da situa o das diversas freguesias do RN assim como de suas matrizes e capelas Freguezia da capital Sinto n o poder dar andamento obra da respectiva matriz A florescente Villa do Ceara Mirim apenas tem uma capella mui pequena obra cujos alicerces est o feitos assim como parte da capella mor A igreja matriz situada na povoa o de Extremoz carece de pequenos reparos urgentes Freguezia de S Gon alo Tem duas capellas filiaes matriz A de Utinga com 222 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba principio de ru na e a de Santo Antonio que segundo observei acciduamente acha se muito deteriorada Freguezia de S Jos Existem alli duas capelinhas filiaes matriz Uma dellas situada em Papari construida de taipa e acha se bastante arruinada Apezar disto celebram se nella os actos religiosos e os habitantes da localidade tratam de edificar uma melhor A capelinha do
86. Presidente Manoel de Assis Mascarenhas pontua os principais problemas falta de pessoal e fraudes prop e que a arremata o ao inv s de geral ocorresse por munic pio Por fim em 1841 o Presidente Estev o Jos Barboza de Moura toca num ponto importante para a modifica o da baixa coleta que a Lei n mero 17 de 7 de Novembro de 1838 que determina o sistema de arremata o em globo nesta o Presidente sugere que a escolha do sistema de arrecada o fique crit rio do Governo J havia sido mencionado por outros Presidentes que a forma de arremata o em globo arrecadava menos qual a justificativa ent o deste sistema permanecer Quando pensamos que quem aprovava estas leis eram os mesmos grandes propriet rios rurais e que seria sobre seus lucros que esta tributa o incidiria esta situa o fica bastante clara A variedade de estrat gias visando a melhoria da tributa o do RN nada mais s o do que propostas de interven o para que o poder p blico pudesse aumentar sua arrecada o e materializasse na prov ncia itens de interven o Em linhas gerais temos condi es socioecon micas relativamente mais favor veis ao RN no per odo de 1822 a 1845 comparadas a per odos anteriores mas que precariamente se refletem em melhorias A maior parte da sua popula o era composta na percep o da elite por uma massa de ignorantes vadios e miser veis sem condi es de construir uma civiliza o ideal
87. RN Natal CERN Cia Editora do Rio Grande do Norte 1992 CHALHOUB Sidney Cidade Febril corti os e epidemias na Corte Imperial S o Paulo Companhia das Letras 1996 CORIOLANO Manoel Ant nio Apodi not cia hist rica 1894 Mossor Cole o Mossoroense n 497 1988 DANTAS Manoel Denomina o dos munic pios Cole o Mossoroense S rie B n mero 607 1989 Natal Empresa Typographica Natalense 1922 DELSON Roberta Marx Novas vilas para o Brasil Col nia planejamento espacial e social no s culo XVIII Bras lia Editora Alva 1979 DOLHNIKOFF Miriam O pacto imperial origens do federalismo no Brasil do s culo XIX S o Paulo Globo 2005 FABRIS Annateresa org Ecletismo na Arquitetura brasileira S o Paulo Nobel Editora da Universidade de S o Paulo 1987 FELIPE Lacerda Alves O urbano no Rio Grande do Norte Mossor Universidade Regional do Rio Grande do Norte s d FILGUEIRA Marcos Ant nio Velhos invent rios do Oeste Potiguar Cole o Mossoroense 1992 vol 740 s rie C FILGUEIRA Maria Goretti Medeiros Escravos da ribeira do Apodi sob a tica dos invent rios Cole o Mossoroense 1995 vol LXXX s rie A FRIDMAN Fania Breve hist ria do debate sobre a cidade colonial brasileira In PINHEIRO Elo sa Petti GOMES Marco Aur lio A de Filgueiras Orgs A cidade como hist ria Os arquitetos e a historiografia da cidade e do urbanismo Salvador EDUFBA 2004 FUNDA
88. Touros 11 04 1833 54 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba citados dizem respeito primeira vez em que a aglomera o urbana teve ascens o em seu status urbano H casos em que essas localidades perdem e readquirem diversas vezes este status Embora outras fontes revelem este dinamismo no status pol tico Cascudo Suassuna Teixeira dentre outros os Relat rios dos presidentes de prov ncia fazem pouca men o a esse assunto A principal quest o levantada foi o rebaixamento da vila de Angicos logo desfeito em virtude de protestos da popula o local Neste mesmo per odo Teixeira 2009a p 451 menciona o caso de Arez que segundo o autor conheceu v rias perip cias administrativas ao longo do s culo XIX Em 7 de agosto de 1832 ela perde seu t tulo de vila tornando se uma povoa o A sede do munic pio transferida para Goianinha Torna se novamente sede de munic pio em 8 de agosto de 1855 antes de ser novamente reconduzida ao t tulo de povoa o em 21 de abril de 1862 ficando subordinada ao munic pio de Goianinha TEIXEIRA 2009a p 451 Este dinamismo de acordo com Teixeira permite vislumbrar o esfor o da elite no processo de organiza o administrativa da prov ncia e destaca as suas incertezas como no caso de Arez cuja evolu o urbana lhes parecia duvidosa A seguir ilustramos no mapa do RN as localiza es das localidades existentes no per odo colonial em
89. a grande cr tica diz respeito falta de preparo destes profissionais mas al m disto eles representavam uma situa o paradoxal embora sua necessidade seja muito apontada ao longo do per odo n o s o destinam mais verbas para este fim supostamente t o importante Ao contr rio os Presidentes sugerem cortes Em se tratando do Engenheiro este n o existiu no RN neste per odo aparentemente os m dicos neste momento eram mais importantes para a cidade potiguar no entendimento da elite Quanto forma o do territ rio a cidade potiguar vinha num processo de celeridade se em 1800 havia no RN oito munic pios sendo uma cidade Natal e sete vilas Extremoz Vila Flor S o Jos de Mipibu Arez Portalegre Assu e Caic em 1845 encontramos treze munic pios al m dos supra citados Apodi Acari Goianinha Martins e Touros Esta profus o de cria o de vilas era parte do esfor o de organiza o territorial da prov ncia contudo grande era a precariedade desses n cleos urbanos Para organizar o funcionamento e ordena o destes n cleos surgem as Posturas Municipais instrumento jur dico que d a dimens o de quanto o 284 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba governo se torna mais presente junto s localidades mesmo as mais long nquas Com rela o pol cia importante agente de manuten o da ordem constante a solicita o de mais for as policiais e sua melhor distribui o p
90. a na aplica o de pun o para aquele profissional n o capacitado Aos artigos relativos Constru o seguem os que se relacionam com a Limpeza que basicamente complementam algumas obriga es mencionadas nos artigos relativos Constru o Esta Limpeza concentra se nas frentes das casas as quais devem ser limpas uma vez ao ano nos casos de Extremoz Caic e Touros ou duas vezes ao ano no caso de Vila Flor e n o se permite o lan amento de entulhos lixos ou mesmo material de constru o exceto mediante licen a da C mara Al m das frentes das casas algumas Posturas Municipais mencionam preocupa es com os quintais das casas dos quais se deveriam retirar os entulhos que pudessem ofender ou prejudicar a sa de p blica inclusive nas Posturas Municipais de Touros tanto de 4 de Novembro de 1839 como a de 20 de Setembro de 1842 chegam a solicitar a derrubada de todos os coqueiros que se acharem nos quintais das casas edificadas dentro da vila n o esclarecendo seus poss veis malef cios mas como veremos nos 89 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba pr ximos cap tulos tem conson ncia com algumas recomenda es m dicas relativas a teoria dos miasmas Voltando quest o dos Animais e agricultura um item em espec fico tem muita rela o com a limpeza das edifica es em muitas das Posturas Municipais nas quais mencionada a proibi o de criar animais soltos nas vilas e povoa es
91. a quest o econ mica ou seja os Presidentes apontando as intensas chuvas de inverno como a principal causa de inunda o e destrui o das planta es de cana de a car e de algod o trazendo diversos preju zos aos agricultores e por conseguinte prov ncia como a atesta o Presidente Luiz Barbosa da Silva Nos annos pouco invernosos s o extraordinarias as safras de assucar e as colheitas de algod o mas quando as chuvas s o copiosas como este anno lavrador v em poucos dias perdidos o seu trabalho de mezes frustradas as suas mais legitimas esperan as Por ao abrigo das enchentes a lavoura actual e tornar cultivavel uma grande parte dos excellentes terrenos hoje inundados tal o problema de cuja solu o pendem as maiores esperan as para a prosperidade desta provincia SILVA 1867 No geral os problemas clim ticos ocasionados pelas enchentes aparecem de forma mais resumida nos Relat rios o que nos permite inferir que de fato n o somente as enchentes eram menos frequentes mas tamb m as repercuss es das secas na apreens o da elite foram mais intensas e provocaram muito mais impacto na cidade potiguar sobretudo em sua popula o As enchentes por sua vez s o mais associadas s flutua es econ micas no caso destruindo planta es e portanto desestruturando as finan as do Rio Grande do Norte Deste modo retomamos tamb m esta liga o mais adiante no subitem 3 3 que trata de quest es econ micas
92. a percep o que a elite pol tico administrativa em especial os Presidentes da prov ncia do Rio Grande do Norte tinha sobre a cidade potiguar ao longo do s culo XIX Entrela ando aspectos pol tico administrativos socioecon micos e f sico espaciais o estudo desta percep o envolve dois momentos distintos que se articulam um momento de apreens o da cidade isto como a elite percebe descreve e critica a cidade e um segundo momento concomitante ou posterior ao primeiro de interven o na cidade no qual a elite exp e sua vis o e projetos para a cidade e para o territ rio Mais do que descrever a cidade potiguar em si a pesquisa tentou desvendar como ela era ao longo desse processo a partir de um determinado olhar ou discurso oficial e elitista que podia n o corresponder necessariamente e integralmente ao que ela era de fato Tentamos entender sempre pelas lentes do discurso como a elite pol tico administrativa percebia a cidade potiguar luz do que seus membros pensavam sobre outras realidades urbanas mormente dos pa ses mais avan ados como numa vis o integrada essa cidade se caracterizava em termos pol tico administrativos socioecon micos e f sico espaciais e como ela se consolidou ao longo do per odo estudado De natureza qualitativa e hist rica a investiga o se fundamentou metodologicamente em pesquisas bibliogr fica e documental Por trabalhar essencialmente com descri es compara es e interp
93. amea ar rapido desabamento Assu por sua vez pediu pela constru o de uma casa de mercado e a ougue onde a popula o v prover se dos objectos necessarios sua manuten o e os productores encontrem seguran a e acommoda es para a venda de seus g neros e por fim Natal reclamou de seu matadouro publico que se encontrava em pessimo estado de limpeza e precisa de serios reparos ou antes de uma nova construc o dando se lhe maior espa o e tamb m a respeito da casa de mercado uma propriedade particular pela qual se pagava aluguel e que sobremodo acanhada e n o se presta ao fim a que se destina succedendo algumas vezes voltarem pess as com os generos que vinham exp r venda por n o terem onde os recolha MELLO FILHO 1874 238 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba O problema da liga o entre os dois bairros e as dificuldades de acesso ao mercado p blico de Natal localizado na Cidade Alta ainda perduram Em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias atesta a conclus o da casa do mercado publico de Cear mirim para o recebimento das obras o Presidente Dias nomeou uma comiss o para examinar e dar seu parecer Em vista dos resultados marcou a inaugura o o que nas palavras do mesmo realisou se com minha assist ncia e com as solenidades do estylo Esse edif cio que espa oso e de solida constru o igualmente de bonita apparencia FIGURA 53
94. an lise de discurso e de an lise de conte do nos permitiram verificar que muitos presidentes leram trabalhos anteriores e simplesmente copiaram textos ipsi litteris o que nos leva a crer que o documento n o foi alvo de reflex es e an lises mais aprofundadas J os Relat rios de Presidentes confi veis em geral trazem reflex es com contribui es respaldadas 161 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba e dados mais trabalhados n o simplesmente reproduzidos geralmente nestes casos trazem compila es de v rios dados ao longo de um per odo de 5 a 10 anos e revelam suas reflex es sobre a evolu o dos n meros S o o caso dos Presidentes Sarmento Velloso Murta Machado e outros poucos que de forma mais recorrente s o mencionados e cujas cita es aparecem mais frequentemente ao longo da tese Tamb m para qualificar mais o gr fico produzido e num esfor o para tornar esta evolu o mais compreens vel ap s identificar os Relat rios confi veis demos prefer ncia aos Relat rios que continham para um mesmo ano as duas informa es despesa e receita para facilitar o entendimento da exist ncia de saldo ou d ficit no referido ano Tendo feito estes esclarecimentos sobre os dados encontrados na documenta o estudada produzimos um gr fico intitulado Finan as do RN 1850 a 1889 a partir do qual procuramos trazer uma melhor visualiza o de como se processou o balan o entre r
95. as primeiras edifica es constru das para tratamento de doentes como tratamentos de higieniza o e infraestrutura sob a alcunha de melhoria do estado sanit rio cujo principal mas n o exclusivo foco de interven o se concentrava na capital Da an lise sobre as refer ncias a m dicos no per odo entre 1846 e 1889 pin ados nos Relat rios pudemos elencar algumas tem ticas chaves a falta de profissionais da rea da sa de e m dicos em especial CUNHA 1852 PASSOS 1854 e PASSOS 1855 a falta de pr dios para o atendimento m dico MORAES 1847 WANDERLEY 1850 PASSOS 1857 o problema da pouca vacina o Em 1852 o Presidente Joze Joaquim da Cunha reclama da falta de profissionais da rea da sa de atuando no RN o que deixava a popula o da capital nas m os de charlat es visto que se restringiam a uma botica e a dois Facultativos que ainda precisavam atuar em toda a prov ncia embora em 1854 o Presidente Passos tenha conseguido m dico do partido p blico para trabalhar nas duas Comarcas do Ass e Maioridade j em Natal o funcion rio n o renovou seu contrato deixando a capital sem m dico limitando a caridade p blica 08 Em 1847 o Presidente Cazimiro Joz de Moraes destacou em seu Relat rio a suspens o do m dico do partido p blico enquanto n o se estabelecesse em Natal uma casa de caridade decis o esta amparada pela Resolu o Provincial n 138 de 2
96. ba s o nativos do RN e portanto n o necessitariam de investimentos como ocorria com a pecu ria e a produ o de a car A aus ncia de investimentos tanto nos carros chefes da produ o potiguar algod o a car e gado como nestes outros produtos sal pesca e carna ba que demandavam menos investimentos ainda nos fornecem ind cios de uma situa o financeira muito dif cil na prov ncia do RN embora tenhamos identificado momentos extremamente positivos do ponto de vista econ mico o fato destes picos produtivos terem ocorrido basicamente no decorrer da d cada de 1860 deixa claro que o volume de recursos obtido atrav s da tributa o parece n o ter sido suficiente para proporcionar nem o desenvolvimento econ mico e nem mesmo a manter a sua situa o Esta estagna o econ mica impediu a obten o de capitais que desenvolveriam com mais rapidez e intensidade a cidade potiguar No item seguinte nos detivemos em compreender como o com rcio potiguar respondeu a estas novas atividades produtivas e de que forma as rela es com as prov ncias vizinhas dinamizaram ou n o a economia potiguar 34 O COM RCIO POTIGUAR E OS CONFLITOS COM AS PROVINCIAS VIZINHAS No decorrer deste cap tulo pudemos constatar que o per odo compreendido entre 1846 e 1889 foi marcado por um aumento populacional significativo sobretudo quando consideramos as mortalidades ocasionadas por cat strofes epid micas e clim ticas ocorridas
97. cidade e sua administra o os problemas e solu es b A legisla o urban stica ou com incid ncia no urbano c A tributa o e sua aplica o nas melhorias urbanas d O status pol tico administrativo das aglomera es urbanas Il A percep o da cidade do ponto de vista socioecon mico a As tens es problemas e as calamidades p blicas na cidade b A estrutura social no meio urbano c O desenvolvimento econ mico da cidade d A integra o socioecon mica das aglomera es urbanas III A percep o da cidade do ponto de vista f sico espacial a O tra ado vi rio b Os equipamentos p blicos c d e O ordenamento de cidades no territ rio forma o da rede urbana Os valores relacionados est tica urbana e s habita es As quest es de infraestrutura urbana A separa o em tr s categorias um recurso meramente did tico vez que elas est o imbricadas entre si A an lise procurar produzir as devidas intercess es entre essas categorias e seus itens possibilitando um quadro mais completo dessa percep o da cidade potiguar via discurso da elite pol tica Trata se evidentemente de uma vis o necessariamente panor mica tendo em vista a complexidade e completude que as tr s categorias pressup em para a compreens o dessa percep o Nem por isso ela se torna menos relevante pois permite uma vis o 20 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba bastante
98. cil porque se somou a uma nova queda nos pre os do a car e do algod o uma redu o da colheita na safra deste ano Em 1872 o Presidente Henrique Pereira de Lucena relatou um novo decr scimo especialmente do algod o e a liquida o da Casa Comercial Fabricio amp C motivo pelo qual muitos dos produtores que demandavam o porto de Guarapes se desviaram para Mamanguape na Para ba o que repercutiu muito na arrecada o deste ano segundo o Presidente Lucena 5 Em 1876 os d ficits j atingiam 214 079 228 sendo suprimidos pelo Tesouro Nacional e pela Tesouraria de Fazenda de Pernambuco ilustrando a desconfort vel posi o do RN 5 Em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto retoma esta preocupa o com a evas o de tributos atrav s do Art 3 da Lei n 853 de 15 de 1883 que trata do pagamento de impostos de todas as mercadorias vindas de outras prov ncias que tiverem sa da do RN caso n o tenha documenta o de que tenha sido paga no munic pio produtor mesmo com todas as queixas e reclama es da Ag ncia Fiscal da Para ba e do com rcio de Mossor 150 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 61 refor a esta nova utiliza o da cotonicultura potiguar quando em 1888 a F brica de Fia o e Tecidos Natal de Juvino C sar Paes Barreto come ou a produzir sacos de algod o para a embalagem do a car substituindo os antigos caixotes de madeira e a repercuss o
99. collaborador Jo o Chrysostomo de Oliveira Junior 2 escriptu rio escriv o Jeremias Guar servindo de Admistrador das Collectorias e Mesas de Rendas Provinciaes cofres de Mossor Raphael Archanjo da Fonseca ex administrador das Collectorias e Mesas de Rendas Provinciaes cofres de Mossor tenente coronel Jos da Costa Villar Ex administrador de Canguaretama Jos Januario de Mello Pinheiro Escriv o de collectoria provincial da villa de S Gon alo Joaquim Manoel da Fomseca Silva Ex Escriv o da meza de rendas de Mossor Odilon Ullyses de Vasconcellos Collector da collectoria da villa de Macahyba Reverendo vig rio Jo o Alipio da Cunha Ex Encarregado de beneficiar o porto da Macahyba e canalisa o do respectivo rio negociante capit o Jo o Baptista de Albuquerque Vasconcellos Encarregado de beneficiar o porto da Macahyba e canalisa o do respectivo rio tenente coronel Luiz Bezerra Augusto da Trindade Administrador da meza de rendas provinciaes do munic pio de Canguaretama e Encarregado das obras de abertura do rio Cat Jo o Manoel do Nascimento Ex Encarregado das obras de abertura do rio Guagir Themoteo Gomes da Paz Encarregado das obras de abertura do rio Guagir capit o Manoel Joaquim Teixeira de Moura Encarregado do servi o do aterro do Salgado partir do rio de f ra at a camboa do Machado confronte ao Passo da Patria nesta capital Jo o Coelho da Silva Encarregado da obra da e
100. com a experi ncia do mesmo ajudassem a prevenir os males ocasionados pela seca Ao que o Presidente Sarmento no ano seguinte responde relacionando seis medidas importantes quais sejam 1 empregando se os convenientes meios afim de que a parte do povo que he inerte e pregui osa se tornasse trabalhadora e industriosa 2 tomando se medidas pr prias augmentar os 100 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba poderes productivos do trabalho que na actualidade he est ril tanto porque em geral he exercido sem intelligencia como porque aqui ainda n o s o conhecidas e nem usadas as mais simples machinas 3 abrindo se estradas que pondo todos os pontos da provincia em communica o uns com os outros os habilitem para mutuamente se soccorrerem em caso de necessidade e n o aconte a o que succedeu Maioridade Portalegre Apod Pao dos Ferros Acary e outros pontos que soffreram todos os rigores da fome por n o ser poss vel transportar lhes mantimhentos 4 vedando se n o s a destrui o das poucas mattas que restam e que diariamente v o sendo assoladas mas promovendo se a planta o de arvores nos lugares pr prios pois he sabido que as florestas os bosques sobre conservarem a humidade da terra desafiam e provocam as chuvas 52 mandando se construir a udes cysternas po os batidos ou abrir artesianos nos lugares que carecem de corrente como o Principe Acary Maioridade etc etc 6
101. conforme explica Teixeira O fiscal respons vel essencialmente pela fiscaliza o e execu o das posturas municipais por alertar os que n o as respeitam e por apresentar regularmente um relat rio de seu trabalho C mara Em caso de neglig ncia o fiscal por sua vez pass vel de uma contraven o penal TEIXEIRA 2009a p 269 Seu desempenho era cobrado e acompanhado pelos membros da C mara e pelos cidad os Al m da atua o do fiscal significativa a participa o da pol cia dos funcion rios das C maras Municipais e Ju zes Com rela o pol cia constante a solicita o de mais for as policiais e sua melhor distribui o pela prov ncia Um destacamento maior se localizava na capital e outro no interior Ass e Apodi e as demais localidades ficavam merc da bandidagem A falta de policiamento ocasionava inseguran a tanto popula o quanto s autoridades que se furtavam da aplica o da lei com receio de retalia es chegavam a acobertar crimes atrav s das pr ticas de apadrinhamento Segundo os Presidentes a precariedade na seguran a era ainda agravada pela falta de legisla o que a combatesse de forma mais incisiva como ilustra Mascarenhas Senhores a respeito da seguran a individual he bem triste o quadro que se nos apresenta Tempo houve em que ninguem se reputava seguro nem mesmo em sua propria casa Em v o o cidad o pacifico procurava recurso nas Aut
102. confronto com as criadas entre 1822 e 1845 E preciso esclarecer que esta localiza o e limites pol tico administrativos foram representados no mapa considerando sua realidade contempor nea dada aus ncia de fontes que permitissem com fidedignidade recompor limites e localiza es de todos os munic pios estudados no per odo Em geral estas reas eram bem maiores na poca de sua cria o comparadas com as demonstradas no mapa Contudo as dificuldades de comunica o entre munic pios pontuadas em grande parte dos Relat rios de Presidentes de Prov ncia atestam que as maiores dimens es da jurisdi o de cada munic pio tornando os geograficamente mais pr ximos entre si n o significavam uma maior proximidade de fato 55 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 10 Mapa de Vilas e Cidades do RN criadas antes de 1800 e at 1845 PORTALEGRE Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Legenda do surgimento das Grande do Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Vilas e Cidades do RN Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro Dispon vel em HE VILA CRIADA ANTES DE 1800 http www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio e A conomicos arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 200 BH VILA CRIADA AT 1845 7 png em abril de 2018 CIDADE CRIADA ANTES DE 1800 Base em cartografia atual do estado do RN O CIDADE CRIADA AT 1845 Um aspecto impor
103. da Silva Pereira Engenheiro Joaquim Ignacio Pereira servi o de passagem do Rio Salgado 29 04 1848 a 25 11 1848 Vice Presidente de Prov ncia Jo o Carlos Vanderlei Sem informa o 25 11 1848 a 24 02 1849 Presidente de Prov ncia Bemvenuto Augusto de Magalh es Taques Jo o Carlos Wanderley ex Secretario do Governo da Provincia Francisco de Souza Ribeiro Dantas Secret rio da Pol cia do Rio Grande do Norte Joaquim Ferreira Nobre Pelinca servindo de Secret rio do Governo Francisco das Chagas Galv o Oficial Maior da Contadoria da Thesouraria Provincial Jo o Lins de Albuquerque Contador da Thesouraria Provincial 24 02 1849 a 02 12 1849 Presidente de Prov ncia Jos Pereira de Ara jo Neves Sem informa o 02 12 1849 a 15 03 1850 Vice Presidente de Prov ncia Jo o Carlos Vanderlei Jo o Valentino Dantas Pinaj Juiz de Direito da Comarca da Maioridade Amaro Carneiro Bezerra Cavalcante Juiz Municipal do Termo da Imperatriz Reverendo Francisco Theodosio de Seixas Baylom Professor da Cadeira de Grammatica Latina Bacharel Jos Vieira Rodrigues de Carvalho e Silva Juiz de Direito Manoel Joaquim Hen riques de Paiva Secret rio do Governo Cidad o Gon alo Francisco da Rocha Bezerra e Mello contratado para abrir estrada de Natal a S o Gon alo Coronel Andr de Paiva Ferreira e Albuquerque Tenente Coronel Francisco Xavier de Souza Sobral encarreg
104. da comarca de P o dos Ferros bacharel Joaquim Francisco de Paula Esteves Clemente Promotor publico da comarca de P o dos Ferros bacharel Francisco Jos de Souza Nogueira Chefe de policia tenente Jo o da Silva Porto Delegado de Goianinha tenente Francisco Cesar do Rego Barros Subdelegado de Nova Cruz capit o Jo o Paulo Martins Naninguer Comandante da Companhia de infantaria 2 cirurgi o do corpo de saude do exercito Dr Francisco Jacintho Pereira da Motta Chefe da Enfermaria militar alferes reformado do exercito Galdino Cancio de Vasconcellos Monteiro Chefe do Deposito de artigos bellicos capit o reformado do exercito Antonio Cabral de Mello Leoncio 10 05 1875 a 20 06 1876 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 338 Comandante da Fortaleza dos Santos Reis Magos tenente Joaquim Jos do Rego Barros Administrador do Hospital de caridade Dr Jos Paulo Antunes Medico do Hospital de caridade capit o tenente Jos Avelino da Silva Jacques Comandante da Capitania do porto 1 tenente Francisco Flaviano de Cantalice Comandante Interino da Companhia de apredizes marinheiros Sir John Wankshaw Engenheiro coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Administrador dos Correios Dr Bernardo Jos da Camara Engenheiro Director das obras publicas geraes e provinciaes Pedro Wakem Organizador de companhia para estabelecer Engenho central Jos Mariano da Costa Nunes Ch
105. da prov ncia 144 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Analisando os gr ficos de Quantidade de Cabe as de Gado no RN e o da Arrecada o do Gado fica evidenciado a flutua o da pecu ria potiguar cuja J4 imprevisibilidade identificada tanto no n mero de animais quanto na renda proporcionada por esta atividade econ mica Embora identifiquemos esta grande J4 varia o nos n meros importante destacar que de modo similar ao que ocorreu com o a car observamos um pico produtivo em torno do in cio da d cada de 1860 desde aproximadamente 1857 at 1862 per odo em que identificamos relatos otimistas da pecu ria na apreens o dos Presidentes Em 1859 o Presidente Antonio M N Gon alves resgata o aumento da receita ocorrido em 1857 sobretudo em virtude dos impostos do d zimo do gado vaccum e cavalar dos direitos de exporta o e da meia siza e exporta o e escravos E complementa criticando a falta de impostos do gado para a exporta o versus a exorbitante taxa o do produto para consumo interno Como n o ignoraes a crea o do gado ainda constitue a principal industria da provincia e t o avultada ella que sobrando das necessidade do consumo alimenta uma activa procura de outras provincias O gado consumido na provincia paga al m do dizimo que pesa sobre toda produ o a taxa de 1 000 reis por cabe a o gado exportado por m nenhum outro imposto paga onde
106. das quais inclusive usada pelos habitantes para tomar banho o que levou o Presidente a alocar uma sentinela para impedir este abuso a cria o de animais soltos pela cidade cavalos A popula o era respons vel por esse conjunto de adversidades que eram expressamente combatidas pelas Posturas da cidade e no entanto a C mara n o se dava o trabalho 175 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de fiscalizar e multar Visando uma maior aproxima o com as C maras da prov ncia o referido Presidente lhes enviou circulares solicitando as necessidades mais urgentes de seus munic pios Dentre as 22 cartas enviadas apenas havia recebido retorno de 13 Em 1876 o Presidente Antonio dos Passos Miranda denuncia o descaso das C maras Municipais que poderiam prestar tantos servi os mas s o t o descuidadas no cumprimento de seus deveres ao registrar que foram raras as que haviam remetido o or amento de suas receitas e despesas para o per odo Outros exemplos do descaso das C maras ou de cr ticas a sua atua o por parte dos Presidentes da prov ncia poderiam ser citados A ltima refer ncia deste per odo acerca da atua o da C mara traz uma situa o um tanto mais positiva em 1878 o presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro promoveu uma limpeza geral de Natal empregando a m o de obra dos retirantes da seca o que em seu entendimento contribuiu muito para a melhoria das condi es sa
107. de 221 Sua inten o era claramente econ mica tribut ria a ideia era impedir que o algod o potiguar produzido na regi o serrana do alto oeste continuasse a seguir para o Aracati no Cear Solicitados a apresentar a planta geral e demais estudos referentes execu o da estrada os contratantes requereram prolongamento do prazo al m de outras modifica es no contrato o que retardou o in cio das obras mais uma vez 22 Al m destes solicitou tamb m um estudo mais detalhado sobre melhoramentos para a navega o fluvial dos rios da prov ncia 243 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ferro de Natal a Nova Cruz foi inaugurada Com rela o a estrada de Cear Mirim foi contratada com a mesma Companhia Concessionaria da Estrada de Ferro do Natal a Nova Cruz a constru o de um ramal para a cidade do Cear Mirim quanto estrada de ferro de Mossor foi celebrado um novo contrato pois o anterior assinado junto a empresa Graf foi dado por abandonado Em 1889 o Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva retoma a situa o da estrada de ferro de Natal a Nova Cruz cujo estado financeiro pouco lisonjeiro poderia comprometer sua exist ncia 224 Ainda assim precisando da aplica o de rendas especiais pois no assentamento da linha f rrea grande quantidade de dormentes estavam imprest veis por toda a linha tendo sido substitu dos cerca de vinte mil destes dormentes por conta dest
108. de Fora como mencionado A nomea o para Ouvidor tinha dura o de 3 anos al m de fazer correi es em sua Comarca atuava tamb m na esfera c vel em causas de at 10 000 e criminais at 28000 67 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 12 Mapa com localiza o das reas Produtoras de A car no RN At 1845 Fonte autoria pr pria baseada em Cascudo 1968 p 146 a 149 LEGENDA Base em cartografia atual do estado do RN A POVOA O E VILA CIDADE Conforme adentravam o interior da capitania o clima tornava se mais prop cio a pecu ria Este desbravamento ao interior n o acontecia de forma aleat ria mas nas proximidades de fontes de gua natural Desta maneira as primeiras rotas no sentido litoral interior margeavam os leitos dos rios sobretudo dos perenes Os fazendeiros iam tomando posse das terras e ali se estabeleciam gerando um n cleo pastoril O modelo adotado era a pecu ria extensiva uma formata o que mobilizava um volume menor de recursos comparada empresa a ucareira Como explica Aquino 1980 p 102 103 estas fazendas n o necessitavam de cercas o gado era marcado identificando o seu propriet rio e poderia pastar livremente Os animais encontrados com marcas eram reunidos para serem entregues aos seus donos Como n o havia investimentos para o plantio de reas de pastagens na medida em que o rebanho crescia necessitava de mais campos para sua alime
109. delegado de policia o capit o Antonio Benevides Scabra de Mello Comiss o para fiscalizar a obra edificio para escola na villa do Cear mirim negociantes Jos da Silva Neves e Henrique Leger Contratados para servi o de navega o por lanchas a vapor para o transporte de passageiros e cargas no rio Mossor Dr Feliciano Francisco Martins Engenheiro da prov ncia Dr Victor Jos de Castro Barroca Padre Antonio d Oliveira Antunes coronel Manoel Varella do Nascimento e tenentes coroneis Francisco Xavier de Souza Sobral e Jos Mendes Comiss o para obra de canaliza o do Cear Mirim Dr Horacio Candido de Salles e Silva e tenentes coroneis Antonio Jos de Mello e Souza e Antonio Bazilio Ribeiro Dantas Comiss o para obra de Desobstruc o dos rios trahiry e ararahy no Valle do capio engenheiro Jo o Carlos Greenhalgh e major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o Concessionarios da a estrada de ferro que partindo desta capital se dirija villa do Cear mirim passando pelo valle de S Gon alo com uma ponte de ferro do systema mixto sobre o rio Potengy Cicero Pontes Luiz Pedro Drago Jos de S Bezerra e Francisco Manoel da Cunha Junior Contratados para construc o da estrada de ferro de Natal a Nova Cruz Henrique Eduardo Hargreaves e Octavio da Rocho Engenheiros civis Jo o Carlos de Mello Vasconcellos Ex agente fiscal da provincia na cidade de Mamanguape Augusto Cesar da Silva Agente fiscal da provincia
110. deste novo f lego do algod o na economia do RN contemplado no per odo posterior j na Rep blica Velha Assim aconteceu com o a car a produ o de algod o do ponto de vista econ mico significou um curto per odo de lucros mais significativos para o RN Embora tenha representado um consider vel aquecimento na economia local importante apontar alguns problemas que minimizaram o impacto destes recursos na cidade potiguar como vimos as redes de comunica o da capital com o restante das localidades e destas entre si ainda continuaram muito prec rias ao longo deste per odo ocasionando a evas o da produ o para as prov ncias vizinhas sobretudo quando se observa que as reas produtoras se situavam nas proximidades dos limites do RN com as prov ncias vizinhas como podemos constatar observando a Figura 32 Localiza o das reas produtoras de algod o no RN at 1889 FIGURA 33 Localiza o das reas produtoras de algod o no RN at 1889 S O BENTO DO TRAIRI Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica do RIO GRANDE DO NORTE LEGENDA Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte Coordenadoria do POVOA O Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro Dispon vel em E VILA www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquiv os anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de Morais 1998 Base em cartograf
111. do Norte Em 1994 o Latin American Microform Project LAMP do Center for Research Libraries recebeu recursos da Funda o Andrew W Mellon para explorar quest es relativas digitaliza o de microfilmes O projeto proporciona acesso via Internet a estes documentos facilitando assim a sua utiliza o por pesquisadores esta fonte de pesquisa disponibilizada pelo Projeto de Imagens de Publica es Oficiais Brasileiras do Center for Research Libraries e Latin American Microform Project que guarda os Relat rios de Presidentes de Prov ncia e em especial os da Prov ncia do RN principal fonte documental para esta pesquisa ou seja foi o principal banco de dados utilizado neste estudo Outra fonte de informa o relevante ainda que de menor import ncia foi obtida atrav s do Projeto Resgate de Documenta o Hist rica Bar o do Rio Branco Projeto Resgate visando disponibilizar documentos manuscritos existentes nos Arquivos Norte americanos e Europeus sobretudo os de Portugal A respeito das fontes secund rias podemos enumerar refer ncias tanto de produ es cl ssicas como pesquisas mais recentes Em linhas gerais as refer ncias Projeto de Imagens de Publica es Oficiais Brasileiras do Center for Research Libraries e Latin American Microform Project dispon vel no site http www crl edu pt br node 6222 27 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba estudadas compreendem as
112. dos tr s portos Como pudemos constatar na investiga o cais e aterros neste per odo s o mencionados em v rios pontos da prov ncia embora com maiores investimentos e de forma mais recorrente nas proximidades da capital Foram ao longo do tempo sendo ampliados e feitos reparos consolidando as obras sempre melhorando as n o encontramos muitos casos em que houve involu o destas obras As principais localidades beneficiadas ou mencionadas foram as seguintes Natal Guarapes Macau Mossor Maca ba FIGURA 49 Localidades beneficiadas com Cais e Aterros no RN de 1846 a 1889 e pelas localidades em que observamos estes investimentos crucial a rela o existente entre tais interven es e a for a do com rcio Vez que a maior parte dos produtos de exporta o do RN partiam da prov ncia atrav s dos portos mar timos s o nestes locais e em suas imedia es que os cais e aterros ocorrem mais frenquentemente numa evidente liga o entre esta interve o e o desenvolvimento econ mico da prov ncia 218 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 49 Localidades beneficiadas com Cais e Aterros no RN 1846 a 1889 Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento Q CAIS E ATERROS Costeiro Dispon vel em www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos
113. e consolida o da cidade potiguar como veremos neste trabalho 1 3 ASPECTOS CONCEITUAIS Do ponto de vista conceitual a investiga o se enquadra nos estudos de Hist ria Urbana e se fundamenta em pesquisa de cunho qualitativo pois busca compreender o fen meno trabalhando com descri es compara es e interpreta es Procura compreender a a o dos atores estudados e sua percep o acerca da cidade potiguar Relacionamos conceitos mais relevantes abordados na tese aprofundando algumas terminologias empregadas ou trazendo defini es para balizar as an lises Fundamentalmente foram objetos destas conceitua es a elite pol tico administrativa e o Conceito de Percep o e Instrumentos de An lise Textual Vez que tais conceitos permeiam toda a investiga o nos pareceu mais pertinente esclarecimentos mais aprofundados Contudo outras tem ticas tamb m nos pareceram relevantes especialmente a nomenclatura do urbano no RN que diz respeito aos nomes que as localidades recebiam e que expressavam seu lugar na hierarquia urbana Acerca da A nomenclatura do urbano no RN dado o seu rebatimento direto com quest es pol tico administrativas das localidades ela aparece no decorrer dos cap tulos 29 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Outros conceitos que nos pareceram relevantes foram os de territ rio e de rede urbana sem adentramos numa longa discuss o te rico conceitual cabe de
114. e todos os anos estas obras precisavam de revis es que eram providenciadas e tinham uma dura o muito limitada Em 1845 o Presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento na tentativa de sanar de vez este problema prop e um investimento generoso corroborado por Engenheiro habilitado e que uma vez executada a obra sugere que a gua seja vendida popula o por barril revertendo o valor para os cofres p blicos cobrindo as suas custas at sanar a d vida ou seja ainda temos o problema de abastecimento 83 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de gua sem resolu o at o pr ximo recorte hist rico estudado no cap tulo 4 desta tese e novamente temos a cerceamento de uma importante infraestrutura sendo adiada por falta de verbas e de profissional capacitado o que tamb m repercuss o da falta de capitais A quest o do abastecimento de gua e o cuidado com a prote o e cria o de mananciais tamb m foi item de reflex o das C maras Municipais identificada nas Posturas Municipais Nestas observamos que tratam em linhas gerais da preocupa o com manuten o dos mananciais hidr ulicos existentes por exemplo estimulando a planta o de rvores e multando o corte destas nas marginais de rios e olhos d gua obrigando os plantadores e criadores a disponibilizarem seus olhos d gua para o sustento da localidade impedindo que se cause obstru o no acesso aos mananciais de gua e a obri
115. em muitos lugares Tomou como exemplo a C mara de Goianinha que deixara de fazer cobran as de 174 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba multas impostas pelos jurados e registrou que tinha conhecimento de mutas outras C maras que faziam o mesmo Buscando reverter a situa o tamb m sem muito sucesso enviou of cios para a C mara de Goianinha e diversas outras recomendando que tratasse de promover a referida cobran a Em 1870 a situa o relatada pelo Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque n o muito diferente revelou que poucas eram as C maras que possu am seu C digo de Postura e as que o tinham apresentavam nos defectivos e imprevidentes Na apreens o do Presidente Albuquerque esta seria a principal raz o para que as rendas municipais n o fossem suficientes nem para as mais insignificantes despesas Sugeriu ainda uma maior fiscaliza o para minimizar a falta de recursos mas revelou que as pr prias C maras eram as que menos se preocupavam com seus interesses No ano de 1874 o presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho traz um relato extramemente negativo acerca da atua o das C maras Municipais do RN assim como o despreparo de seus funcion rios como podemos constatar a seguir o desfallecimento e desprestigio em que estas As C maras Municipais permanecem reduzidas quase esterilidade S o geralmente conhecidos os defeitos daquella lei e os
116. em que os Presidentes focam muito no relato de situa es muito negativas SARMENTO 184675 CUNHA 1851 e MELLO FILHO 1874 e relatos em que algo estava sendo feito para reverter este quadro SARMENTO 1847 TAQUES 1849 CUNHA 18517 e MEIRA 186379 Em 1849 o Presidente Benvenuto Augusto Magalh es Taques relata o prosseguimento dos trabalhos na estrada de S o Jos de Mipibu passando por Goianinha e enfoca duas outras estradas importantes as do norte e centro da prov ncia que deveriam formar duas linhas partindo da capital possibilitando assim a integra o interna da prov ncia A primeira e principal a do Ass Da cidade do Ass poderia esta estrada prolongar se por Mossor at o Cear em direc o ao Aracaty A outra linha entroncando na estrada do Sul ou seguindo pela Villa de San Gon alo deve dirigir se ao sert o do Serid e Villa do Principe passando pela Villa do Acary e ramificando se para Santa Rita da Cachoeira O principio da estrada geral do Norte n o se fazendo a ponte do Peixe Boi o aterro da Cor a do Salgado em frente a Capital o qual d tambem sahida para as proximas Villas de San Gon alo e Extremoz TAQUES 1849 O Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira em 1860 nos relata o andamento das obras de estradas do RN Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso pretendeu aprimorar a estrada de Mossor para as serras de Luiz Gomes e 215 Em 1846 o Presidente C
117. engenheiros no per odo Um maior impulso nas contru es e a exist ncia at de equipes de engenheiros atuando no RN pontualmente nas d cadas de 1860 e 1870 reflete esse momento economicamente favor vel Neste per odo observamos uma atua o bastante prof cua sobretudo na produ o de or amentos de obras nem sempre na sua execu o principalmente mas n o exclusivamente localizadas na capital Esta presen a e atua o de engenheiros corrobora a ideia de que este per odo foi muito promissor para a constru o da realidade da cidade potiguar um quadro bem diferente do que vimos no per odo anterior agricultura com destaque para o vale do Cear Mirim Foi de in cio contratado pelo Bar o de Capanema para trabalhar no Brasil na constru o de linhas telegr ficas construindo no Norte e Nordeste do Brasil mas acabou contribuindo em v rias outras obras de infraestrutura Informa es obtidas atrav s do site http www arquivodeblumenau com br pesquisa php busca amp categoria amp id 1080 acesso em fevereiro de 2014 A vida de profissionais de outras nacionalidades para atuar no RN como foi o caso do engenheiro Dodt pode ser visto tamb m como um ind cio do processo de moderniza o da prov ncia O Presidente Meira os chamou para resolver o problema das Fontes P blicas de Natal segundo ele n o faltava gua pot vel na capital mas sim consertos nas Fontes da Bica e na Cacimba S o Thom para as q
118. engenho S Jo o chegou a tal estado de ruina Freguezia de Goianinha Para a obra da matriz Freguezias de Arez N o tem uma s capella filial Freguezia da Penha Calcula se em 20 000 a despeza necessaria afim de ficar completamente conclu da a nova matriz A antiga matriz sita na povoa o de Flor acha se arruinada Freguezia de S Bento E calculada em 12 000 a despeza para a considera o do corpo da capella de Nova Cruz Freguezia de Mac u obra de sua matriz Na povoa o de Guamar existe capella filial que se acha em m o estado Freguezia do Mossor corpo da igreja mais espa oso a reconstruc o do arco arruinado Freguezia do Ass A matriz acha se em bom estado quanto obra de pedra e cal Freguezia de Angicos J tem c ro e torres a matriz achanedo se alem disto fechada exteriormente com portas e janelas Freguezia de Sant Anna do Mattos necessidade de augmental o com mais 28 palmos na frente pelo menos Freguezia do Apody O cofre provincial n o despendeu ainda quantia alguma com os reparos daquella matriz Freguezia de Cara bas matriz tem sido construida custa dos fieis Freguezia do Principe Acha se a matriz arruinada Freguezia do Acari Al m da matriz existe alli em m o estado uma capella filial Freguezia do Jardim acha se adiantada a obra de pedreiro Freguezia da Impe
119. era o que estava ocorrendo com Nova Cruz e Canguaretama cuja produ o seguia para o porto de Mamanguape na Para ba e todo o alto sert o norte que seguia para Aracati no Cear Em contrapartida ao que ocorria na capital que contava apenas com uma casa comercial em 1874 Mossor no per odo entre 1872 e 1874 contava com as seguintes casas estrangeiras Leger amp Cia Henry Adms amp Cia Teles Finizola Gustavo dos 159 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Prazeres Brayner Conrado Mayer Graf amp Cia sucessor de Johan Ulrich Graf em Natal e Guynes amp Cia SANTOS 1994 p 90 mas mesmo este com rcio mais fortalecido que o da capital n o era suficiente para impedir que os produtos se evadissem do RN O litoral fica numa situa o ainda mais delicada quando a Casa Comercial Fabricio amp C encerrou suas atividades em 1872 levando produtores de algod o a se desviaram para Mamanguape na Para ba Preocupado com esta realidade que atingia diretamente as finan as do RN em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior enumera uma s rie de medidas para impedir a sonega o de impostos quais sejam 1 empregue todos os meios possiveis no sentido de poder conhecer quaes os comboios de algod o e de outros generos de produc o da provincia est o sujeitos aos direitos de exporta o que entram diariamente na cidade fazendo p r logo a legenda do Rio Grande do Norte
120. era uma grande necessidade reclamada por todos porque as trevas s o as protectoras da gatunagem e de outros actos prohibidos resolvi mandar vir da Europa cem lampe es com os respectivos postes de ferro para fazer a illumina o por meio de Kerosene Quando em outras prov ncias insignificantes localidades conseguira facilmente a satisfa o de t o palpitante necessidade admiro me que a cidade do Natal capital de uma prov ncia que incontestavelmente tem progredido estes ltimos annos tenha addiado at hoje a realisa o d esse importante melhoramento sendo al m disso certo que uma capital de Prov ncia n o deve viver nas trevas Por todo este mez ser inaugurada a referida ilumina o BARRETO 1883 Em 1887 o sistema de ilumina o feito base de querosene foi criticado pelo Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho como sendo incontestavelmente mau sendo muito para desejar a sua substitui o Dois anos depois identificamos a ltima refer ncia ilumina o p blica deste per odo no Relat rio do Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva o servi o continuava sendo realizado com 95 lampe es podendo o governo resolver sobre o augmento dos combustores quando assim o julgar conveniente A implanta o da ilumina o el trica talvez seja um dos exemplos que mais ilustram a transforma o de Natal no per odo a 261 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba capita
121. es tanto f sicas como temporais passam pelo crivo desta Com rela o rede urbana utilizamos Santos apud Rodrigues 2006 p 21 que as entende epistemologicamente em tr s fases pr mec nica mec nica intermedi ria e contempor nea t cnico cient fico informacional A rede urbana se forma de modo mais espont neo norteada e dependente de condi es geogr ficas naturais como mananciais aqu feros serras montanhas etc o que segundo Rodrigues n o significa a inexist ncia de um controle relativamente sistematizado do territ rio e das redes de transporte uma vez que desde a chegada do colonizador portugu s a pol tica de coloniza o envolvesse tamb m a conquista do territ rio Um exemplo contundente destas redes pr mec nicas no caso potiguar s o as rotas do gado tratadas no cap tulo 2 No tocante fase mec nica intermedi ria esta corresponde introdu o de linhas f rreas que tem in cio no s culo XIX e prosseguem pelo s culo XX cujo processo de cria o e implementa o envolve uma condi o mais elaborada com o envolvimento de profissionais especializados engenheiros assim como a ado o de instrumentos e insumos mais espec ficos al m da mobiliza o expressiva de investimento financeiro N o tratamos da rede contempor nea vez que posterior ao per odo analisado N o h neste trabalho uma an lise aprofundada da forma o e desenvolvimento d
122. es populares para a constru o ou reparos de tais pr dios muito embora durante grande parte deste per odo grandes somas foram conferidas a alguns pr dios em especial ao Palacete da Assembleia obra que foi criticada pela sua monumentalidade em especial quando se considerava a limita o financeira do RN mas sempre obtendo os recursos para sua continua o e para reparos e manuten o No geral as refer ncias feitas a tais edifica es aonde funcionavam as reparti es p blicas exce o da obra do Palacete da Assembleia eram sobre suas dimens es acanhadas falta de seguran a e ao fato de n o serem pr prios mas pr dios alugados evidentemente com fun es adaptadas ao uso como reparti o p blica num ind cio de que faltavam pr dios para funcionar alguns servi os de atendimento p blico tanto produzidos pela iniciativa p blica como pela privada 197 Cujas despesas foram da ordem de 89 060 r is 198 E era por esta raz o que se encontrava funcionando provisoriamente numa casa particular de acanhadas propor es 232 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 1 9 Est tica Urbana e Das Edifica es As primeiras refer ncias s quest es est ticas neste per odo s o identificadas em Natal e relacionam se com o mau aproveitamento est tico da margem do Rio Potengi Aconteceu em 1853 quando o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho sugeriu a constru
123. essentially the official documents produced by the Presidents of the province as well as other documents written by top government officials and other members of the administration staff all of them composing the so called ruling elite of Rio Grande do Norte Secondary sources were books and other publications theses and dissertations among others The research made possible the identification of a certain perception of the potiguar city in the 19 century which is certainly limited because it is grounded on a specific discourse that of the political and administrative elite but which in spite of such a limitation is still useful to understand the city and its evolution along the period established among other noteworthy remarks Key words 19 century President of the province political and administrative elite potiguar city Number of pages 354 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 Localizando o Rio Grande do Norte 17 FIGURA 02 Organograma te rico a percep o da elite sobre a cidade oo jiTo DF UNRO RR RPE ERRAR RR A RR RE 20 FIGURA 03 Popula o do RN de 1805 a 1844 39 FIGURA 04 Crescimento Populacional Potiguar Total x Ind gena 40 FIGURA 05 Crescimento Populacional Potiguar Total x Escravos 40
124. faz parte de nosso estudo Novamente se pud ssemos retornar ao passado e pergunt ssemos a um dos governantes do final do per odo analisado 1846 1889 como era a cidade potiguar considerando suas dimens es socioecon micas pol tico administrativas e f sico espaciais provavelmente o seu entendimento seria o seguinte A cidade potiguar de fato uma cidade mesmo que ainda distante em seu desenvolvimento das cidades francesas alem s norte americanas ou inglesas O crescimento destas mesmo com o ritmo n o t o acelerado como se gostaria nem tampouco com a intensidade desejada j conta com uma s rie de edifica es e de obras diversas Muitas das cidades j disp em de escolas este poderoso agente de forma o da civilidade de um povo embora com o ensino ainda bastante defasado Ainda que somente cinco cadeias realmente funcionem a contento a situa o est melhor do que antigamente quando todos os presos da justi a se concentravam em Natal onerando os cofres p blicos Natal tamb m j conta com um hospital da caridade e dois lazaretos o que ainda insuficiente mas tamb m est melhor do que antes quando n o t nhamos nem hospital e nem tampouco m dicos O florescente com rcio beneficiado pela pujan a do algod o e do a car impulsionou o investimento em cais aterros e portos dentre os mais importantes figuram o de Mossor Macau Guarapes Maca ba e Natal assim como na constru o de mercados p
125. foi produzido e os consumidores da provincia s o obrigados a compral a por mais alto pre o GON ALVES 1859 O otimismo identificado neste breve tempo n o obstante visto com cautela por outros Presidentes do mesmo per odo Contudo a partir de 1867 at o final do per odo estudado os Relat rios passam a trazer itens de apreens o extremamente negativos que culminam com a seca de 1877 79 a partir da qual a pecu ria do RN at o final deste per odo n o consegue se recuperar Para demonstrarmos 47 A meia siza era um imposto que incidia sobre a compra e vendas de escravos 48 Um dos principais c ticos quanto ao desenvolvimento da pecu ria potiguar neste per odo foi o Presidente Pedro Le o Velloso que em 1862 destacou que a cria o de gado representava a principal ind stria da prov ncia sendo portanto a base de sua riqueza e partindo destas considera es identifica as principais causas que impedem seu desenvolvimento assim como elenca a es para superar tais limita es S o causas intorpecedoras do seu progresso 1 A inconstancia e inclemencia das esta oes 2 As seccas repetidas 3 o mao trato que recebem os gados 4 A degenera ao das ra az 5 As epizootias Os nossos criadores avesados a esperar tudo da ac ao do tempo ou da interven ao do poder nada fazem para neutralizar os efeitos d aquellas causas Est por demais reconhecido que alem de outros melhorame
126. haveria em dizer se que nesta Provincia s existem choupanas asquerosas com o nome de cadeias excep o desta capital S Jos de Mipib e quando muito a cidade do Ass onde os edif cios que assim denominam se s o mais support veis em perspectiva e accommoda es rara a cadeia da Provincia que n o esteja occupada por maior numero de presos E tal o estado das cadeias nesta Provincia que muitas autoridades viram se for adas soltar presos apanhados em flagrante por n o ter onde recolhel os A falta de boas cadeias concorre poderosamente para o grande numero de crimes que enchem nossa estat stica A desta capital que apenas pode comportar cem presos accumulado constantemente mais de 260 O alcance em que se acha a Provincia n o me habilita a pedir vos esse augmento de despeza por m fique ao menos consignada a necessidade diante do espectaculo que j se deu na cidade de S Jos de Mipib cujo Delegado nos ltimos dias da situa o passada permittiu que os presos sahissem escoltados pelas ruas pedir esmolas de porta em porta pelo amor de Deus MONTENEGRO 1878 169 Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley elenca as necessidades espec ficas de algumas localidades Macau S o Gon alo e Goianinha pediam a constru o de uma cadeia Portalegre e Vila Flor pediam consertos Apodi solicitava a continua o das obras 170 Em 1867 o Presidente Luiz Barboza da Silva atesta as cond
127. havia apenas um m dico e uma botica mas o Presidente Passos defendeu se maravilhosamente fundando o Hospital de Caridade construindo o Cemit rio do 109 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Alecrim abrindo ruas reunindo feiras populares afastando a explora o da fome pelos negociantes desalmados comprando v veres mobilizando todos os recursos Ainda de acordo com Cascudo levou a bito 2 500 pessoas enquanto Medeiros 1973 p 111 apresenta um dado de 2 600 mortos at 1858 sendo 300 s em Natal Entre 1862 e 1863 novamente acontecem epidemias de c lera Os Relat rios mencionam com menos frequ ncia estas epidemias de c lera s o em maioria incidentes em Natal 3 ocorr ncias seguido por S o Gon alo do Amarante 2 vezes e somente com uma refer ncia em Acari Touros Papari Vila Flor Nova Cruz Extremoz e Cear Mirim Dada a amplitude do problema destas epidemias identificamos tamb m nos Relat rios tanto as reflex es dos Presidentes de fatores de apreens o que estariam ocasionando tais epidemias muitas vezes corroborados por profissionais da rea da sa de como estrat gias de interven o para minimizar e erradicar a dissemina o destas doen as Apreens o e interven o na sa de p blica puderam ser pontuados nos Relat rios de 1847 1850 1861 1863 1867 1870 1972 1878 1880 e 1882 De todas estas propostas reunimos e destacamos alguns aspectos que nos pareceram
128. he hum deserto Outra difficuldade se offerece a crea o de outras Villas he a falta de pessoas capazes de entrar em Verean a n isto senao pode ser exagerado a Villa d Extremoz o anno passado nao chegou a ter jun o de seus Camaristas taes quaaes os costuma ter comprehende a Povoa o dos Touros que vai prosperando pelas pescarias que offerece e pelo convite que fazem os frequentes despojos das Embarca es continuamente encalhadas nas que decorrem acostta ao Norte isto dar a V Exa hua proxima idea de seu crescimento todas as demais Villas tem diminuido de sua popula o para poderem ser subdivididas MAPAS estat sticos do Rio Grande do Norte nos anos de 1828 BN l 32 10 005 Na apreens o dos Ilmos Exmos Srs Lucio Soares Teixeira e Gouveia e Joze Paulino d Almda Albuquerque altos funcion rios da Comiss o de Estat stica e portanto dignos representantes da elite do Rio de Janeiro este crescimento num rico de vilas acontecia sem que a prov ncia tivesse condi es podendo provocar o esvaziamento de uma localidade para povoar outra Havia dificuldades de toda ordem para o funcionalismo p blico empobrecimento geral dificuldades de comunica o etc Mesmo que a funda o destas novas localidades pudesse acontecer caso determinada localidade tivesse ou n o condi es para existir um fato irrefut vel o crescimento populacional na prov ncia Esta popula o maior j justificava o surgimento de n
129. indica de forma geral condi es mais favor veis na cidade potiguar que estavam permitindo com todos os percal os assinalados neste per odo o aumento populacional A seguir ilustramos no gr fico para melhor visualiza o destes dados 114 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 20 Popula o do RN entre os anos de 1846 a 1889 300000 262307 270000 210000 233979 75160000 110000 96750 20000 132216 136479 Popula o em valores absolutos Fonte autoria pr pria os dados populacionais foram todos extra dos de Relat rios dos Presidentes de Prov ncia Sarmento 1846 Cunha 1851 Passos 1854 Gon alves 1859 Junqueira 1860 Veloso 1862 Silva 1867 Cunha 1870 Cunha 1870 Lucena 1872 Mello Filho 1874 e Mello Filho 1874 preciso fazer ainda algumas considera es sobre estes dados populacionais Apenas nos anos de 1846 e 1872 ocorreram de fato censos mais amplos mais completos e com dados um tanto mais confi veis Nos demais dados quando visualizamos n meros arredondados em geral foram obtidos atrav s de c lculos de aproxima o s o estimativas feitas pelos ndices de crescimento em geral e os valores menores foram as tentativas de censo incompletas ou com muitas falhas exemplo muito significativo o dado de 1867 segundo o Presidente Luiz Barbosa da Silva quando s se p de obter informa es da popula o de 26 distritos tendo faltado as informa
130. infraestrutura p blica no RN como podemos observar o conjunto formado por estradas comunica o e pontes formam de longe a maior demanda solicitada pelos Presidentes o que corrobora com os problemas da economia potiguar quanto ao escoamento da produ o sua comercializa o e a evas o de divisas para as prov ncias vizinhas em virtude da prec ria comunica o interna do RN Logo em seguida encontramos fonte p blica que em geral se justifica pela recorr ncia de cat strofes clim ticas e as grandes perdas que estas ocasionavam tanto em bens materiais como em vidas finalmente encontramos os investimentos que s o muito pontuais em Natal com as ruas e ilumina o itens que n o apareceram no per odo anterior o que nos permite vislumbrar os avan os e melhorias sen o em todas as cidades potiguares pelo menos na capital Em seguida nos detivemos nas v rias infraestruturas mencionadas neste per odo que mais absorveram os investimentos potiguares FIGURA 54 Infraestrutura P blica no RN entre os anos de 1846 a 1889 Fonte autoria pr pria a partir dos Relat rios de Presidente de Prov ncia entre 1846 e 1889 241 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 2 1 Estradas Muito embora as estradas no RN ao longo deste per odo permanecessem numa situa o n o muito positiva podemos estabelecer um per odo
131. lavar roupas ou animais ou outra causa na fonte de serventia de gua Cear mirim 1863 Caic 1863 Mossor 1884 proibi o de impedir o livre acesso s fontes d gua Cear mirim 1863 Caic 1863 Mossor 1884 252 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Dadas as decorrentes secas que acometeram o RN no per odo e suas consequ ncias catastr ficas verificamos uma postura muito distinta dos Presidentes neste momento comparado ao anterior Se entre 1822 1845 o grande foco de interven o na quest o da fonte d gua foi Natal neste 1846 1889 os investimentos s o mais democratizados do qual destacamos o impulso dado s zonas sertanejas com a prof cua constru o de a udes para as quais s o destinadas verbas tanto da prov ncia como do Imp rio Tem destaque tamb m o investimento particular e a utiliza o da m o de obra dos flagelados da seca foi sobretudo nos per odos de cat strofes clim ticas que obras de infraestrutura importantes s o impulsionadas paradoxalmente nos per odos em que os recursos da prov ncia estavam mais escassos e demandados pela situa o emergencial 4 5 2 4 Pontes As pontes s o obras fundamentais como complemento s vias de comunica o em especial s estradas Sem as pontes muitas das estradas propostas perdem sua raz o de ser vez que os rios ao cortarem estes trajetos inviabilizam o tr nsito impedindo a fluidez da liga o proposta Da me
132. m disto como vimos no cap tulo 2 o RN nunca teve um n mero expressivo de escravos Como explica Cascudo gente pobre relativamente ao padr o de outras prov ncias compr vamos poucos escravos CASCUDO 1984 p 188 Foi assim que ao ser fundada a Libertadora Norte Rio Grandense em 1 de janeiro de 1888 no Teatro Santa Cruz na cidade de Natal por iniciativa de Pedro Velho a prov ncia praticamente j os havia libertado somente foram identificados neste ano 482 pessoas escravas LYRA 2008 p 306 Embora os dados defendam a extin o da escravid o importante destacar que evidentemente n o houve a erradica o da etnia ou seja tanto negros como pardos e ndios continuaram no processo de miscigena o a endossar o crescimento demogr fico do RN como ilustra o gr fico da popula o potiguar neste per odo Com a aboli o a popula o rec m liberta sai das fazendas agropecu rias e aumentam ainda mais a concentra o nas cidades contribuindo para a sua expans o e crescimento e neste processo exigindo da cidade potiguar uma s rie de infraestruturas ainda n o existentes e que neste momento come am a ser mais do que nunca absolutamente indispens veis conforme defendemos no cap tulo 4 desta investiga o 34 De acordo com Santos S o Jos de Mipibi que contava com 9 816 escravos em 1884 registra apenas 822 escravos e Cear Mirim que tinha 3 000 passa a ter 1 126 Santos 1994 p 83 Segundo
133. mais demandavam aten o da administra o poca J nas Posturas Municipais que lidavam mais proximamente com estas quest es ainda de forma embrion ria sobretudo em rela o est tica das edifica es temos algumas refer ncias que nos possibilitam vislumbrar as principais preocupa es de ordenamento e est tica presentes neste primeiro per odo pesquisado Tais preocupa es se revelam sobretudo na rubrica Constru o Nas Posturas Municipais o item Constru es em nosso entendimento envolveu a constru o tanto de edifica es quanto de estradas Dentre estas recomenda es aparecem a necessidade de se obter licen a da C mara Municipal para edificar ou reedificar habita es e pr dios em geral tais licen as variavam entre um a dois anos de prazo para efetivar se a constru o caso contr rio tanto a licen a como a concess o do terreno tornavam se inv lidas podendo ser repassadas a outrem e a exig ncia de se manter o alinhamento frontal das edifica es em geral mediante risco contido no verso da licen a expedida pela C mara ou atrav s de cordeamento feito pelo pr prio fiscal ou agente destinado a esta atividade tanto em rela o s ruas como becos e pra as Juntamente com a recomenda o do alinhamento frontal vemos a obrigatoriedade na constru o de cal adas que s o sugeridas com dimens o em torno de quatro a cinco palmos evidenciando neste momento uma preocupa o maio
134. mandando se desobstruir as barras dos rios Cear mirim Camoropim Maxaranguape e outros e fazendo se os melhoramentos de que he succeptivel o porto desta cidade afim de que a navega o se tornasse facil e desempe ada e podesse forescer o commercio Ainda hoje s o as medidas que em minha opini o acho mais asadas para minorar os males da s cca SARMENTO 1846 Identificamos na apreens o do Presidente um conjunto bastante amplo de a es em v rias reas que teriam repercuss o na quest o das secas Desde a melhoria da agricultura com o implemento de m quinas o aumento das reas agricult veis a mobiliza o de m o de obra o que potencializaria a produ o de alimentos reduzindo o impacto da falta de g neros nos per odos de seca passando por obras de infraestrutura como a constru o de estradas para permitir o gil escoamento de socorros e aqui Sarmento retoma as localidades que n o puderam ser atendidas no ano anterior e explicita que a falta de estrada foi a causa do n o repasse a desobstru o de rios para permitir sua navegabilidade e assim cria o de outras op es de transporte a constru o de a udes e reservat rios de gua em geral e finalmente a prote o de mananciais aqu feros e florestas constantemente devastados para dar lugar agricultura e pecu ria Os demais Relat rios apenas complementam ou refor am um ou outro aspecto o caso do Relat rio de 1849 do ent o Presidente Benv
135. mas tamb m por uma redistribui o espacial ao se deslocar para os maiores aglomerados urbanos pode ter havido uma concentra o e uma maior facilidade para a realiza o de censos Conquanto os dados de popula o em todo este per odo apresentem fragilidades apontadas pelos pr prios Presidentes de Prov ncia em todo caso seguem apontando para um crescimento mesmo desconsiderando as regi es mais long nquas De toda forma n o considerar as reas mais afastadas n o afetaria o dado vez que n o poderiam tornar o gr fico populacional descrescente 113 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba estrutura social deste per odo ocorre com a aboli o da escravatura que evidencia no RN sob v rios ngulos a pobreza e fragilidade da popula o e da cidade potiguar 3 2 1 Contra todas as expectativas o crescimento demogr fico Tendo em vista as v rias cat strofes clim ticas bem como as epidemias que ocasionaram a morte e a migra o de muitos potiguares neste per odo entre 1846 e 1889 algo que merece destaque o vertiginoso crescimento populacional N o obstante anos espec ficos em que se identifica nas estat sticas um n mero consider vel de bitos com destaque para as d cadas de 1850 e 1860 com as epidemias variolosas e da seca de 1877 a 1879 cujos reflexos mal ficos ainda se refletiam nos Relat rios de Presidente de Prov ncia at 1882 a escala de crescimento sempre ascendente o que
136. meio de vida Art 3 Os Inspectores de Quarteir o dar o parte aos Ju zes de Paz das pessoas que de novo aparecerem em seus distritos declarando d onde vieram a que fim para onde se dirigem e em que se ocupam porque sendo vadios assinem termo de bem viver e sendo malfeitores se proceda contra eles na forma da lei POSTURAS Municipais de S o Jos de Mipibu de 6 de Novembro de 1838 O controle era observado nas reas rurais e nas localidades observamos a proibi o sempre determinada pela elite local de dar tiros na rea urbana das vilas e povoa es vetada a comercializa o de p lvora e fogos artificiais mesmo nas festividades V rias Posturas tamb m proibiram correr ou esquipar a cavalo nas ruas da vila e povoa es a partir das 18 horas E tamb m grandes preocupa es com o mau uso do espa o urbano nas Posturas de Extremoz de 1837 da qual destacamos alguns pontos a proibi o de jogos que os pretos e ndios costumavam fazer nas tavernas multas por abrigar escravos fugidos o veto ao ajuntamento de pretos e vadios em locais de venda de bebidas ap s estes terem suas mercadorias e a proibi o de barulho sem motivo durante a noite com destaque para os pretos que n o poderiam usar atabaques Fica evidente nestas Posturas certa indisciplina de negros escravos ndios e vadios que havia em Extremoz e que perturbavam a boa conviv ncia A seguran a individual na apreens
137. merecer a vossa solicitude pois n o podeis ignorar que a facilidade de comunica o para o centro da Provincia n o pode verificar se sen o por meio de estradas visto n o ser ella cortada por hum s rio naveg vel SARMENTO 1846 Ainda neste mesmo documento o Presidente Sarmento reconhece as dificuldades no repasse de socorros p blicos para algumas localidades do RN se defende de acusa es de que estaria retendo g neros aliment cios e ainda explicita seus esfor os no sentido de atenuar o problema da falta de alimentos Se alguns lugares tem deixado de receber soccorrros do Governo n o tem sido por falta de desejos ou dilligencias minhas mas por impossibilidade absoluta como ningu m ignora e s desconhecem os ignorantes que pens o que a Presidencia os retem fallando do Governo a torto e a direito Al m dos soccorros que o Governo Imperial h remettido devo declarar vos que foi a Provincia abastecida com farinha do Rio de Janeiro vindos requisi o minha de Pernambuco e aqui comprados a dous particulares o que muito contribuio para que o dito g nero nunca subisse nesta Cidade a pre os exhorbitantes como por certo teria acontecido SARMENTO 1846 Embora o Presidente n o deixe claro neste Relat rio quais raz es o impediram de enviar socorros para certas localidades a cita o anterior que trata das problem ticas condi es das estradas nos permite inferir que parte desta dificuldade s
138. mostrava se irracional em virtude das expressivas perdas que esta ind stria ocasionava sistematicamente De acordo com Lyra o RN ent o se transmutou de uma regi o quase exclusivamente criadora para uma rea tamb m de produ o agr cola cujos principais produtos foram o a car e o algod o os quais conforme foram se desenvolvendo impulsionaram tamb m o com rcio inclusive internacional LYRA 2008 p 294 Neste item veremos como o gado aos poucos cedeu lugar ao a car e depois ao algod o assim como outros produtos mais ao final do per odo tamb m come am a ganhar espa o o caso do sal e da carna ba Com a sua inser o no mercado capitalista internacional o RN em alguns per odos deu mostras de se tornar um grande produtor 38 Para compararmos com n meros atuais nos apropriamos do Relat rio do Secret rio Geral das Na es Unidas produzido no 20 Congresso de Preven o ao Crime e Justi a Criminal em Salvador BA abril de 2010 no qual se afirmou ap s pesquisa realizada entre v rios pa ses que existia uma m dia mundial de 300 policiais para cada 100 mil habitantes no ano de 2006 Este n mero nos d uma m dia de um policial a cada 333 33 habitantes Embora este valor seja uma constata o e n o uma recomenda o v lido para termos uma dimens o num rica para compara o Dados obtidos em dezembro de 2013 atrav s do site http abordagempolicial com 2013 11 a onu nunca recomendou quantidad
139. n o representava neste momento uma amea a ao Imp rio tendo em vista a inexist ncia de movimentos organizados de car ter separatista ou de revolta J com rela o a Seguran a individual os problemas aconteciam de acordo com a apreens o dos Presidentes pela jun o de uma legisla o falha um corpo administrativo pouco atuante e um prec rio policiamento da prov ncia Com a certeza da impunidade e na incipi ncia do poder local oficial a popula o contava apenas com a boa ndole dos cidad os o que n o era suficiente Do ponto de vista econ mico dois grandes pilares suportaram as finan as do RN no per odo o a car e o gado Embora a ind stria a ucareira estivesse em crescimento os poucos engenhos concentrados numa pequena faixa do litoral sul do RN e os altos investimentos para sua implanta o de in cio atrafam poucos investidores se comparado pecu ria al m disto seus resultados n o se refletiam em n meros para as finan as potiguares a precariedade das comunica es em especial das estradas faziam a produ o potiguar buscar outras pra as para a venda de seus produtos o que afetava profundamente o desenvolvimento da cidade mas tamb m a integra o econ mica do territ rio potiguar Em contraposi o com o grande investimento para montar um engenho temos uma realidade mais acess vel na pecu ria possibilitando sua maior dissemina o As fazendas se concentravam no interior da pr
140. ncia do RN como um todo Os projetos seguidos para o desenvolvimento da cidade potiguar em muitos casos tiveram como fontes de inspira o ou at mesmo de mimetismo realidades distantes inclusive internacionais como vimos num primeiro momento estas refer ncias s o mais gen ricas e depois se tornam mais espec ficas e englobavam realidades europeias norte e latinas americanas e at mesmo outras prov ncias brasileiras versando sobre uma enorme gama de temas sendo os mais significativos a instru o p blica infraestruturas diversas e cadeias Detectamos al m disto que as v rias facetas dos discursos das elites pol tico administrativas expressavam situa es reais imagin rias ou desejadas para a cidade potiguar em muitos casos com cr ticas ao legado urbano de per odos anteriores um exemplo de cr tica foi quando o Presidente Silva em 1867 destina verbas para prosseguir a obra do Palacete da Assembleia mas a critica considerando a grandiosa demais para a prov ncia e se n o tivesse sido iniciada jamais a teria empreendido Estas cr ticas aparecem mais frequentemente quando analisamos as interven es f sico espaciais cr ticas na escolha de tipologias de edifica es escolhidas para serem concretizadas em detrimento de outras cr tica a investimentos muito altos alocados numa s obra cr ticas quanto qualidade de projetos terrenos e ou materiais empregados numa determinada obra redefini es de pr
141. nova projetada Sua requisi o se justificava segundo o Presidente Montenegro pelo seguinte motivo Declaram os abaixo assigandos que n o existindo um mercado municipal nem mesmo outro de qualquer natureza provavelmente particular que supprar a falta do municipal os habitantes andam errantes em busca do matuto que traz o g nero vender e os mesmos matutos expostos ao relento chuvas e naturalmente aos rigores do sol Que os habitantes a quem do rio Salgado e ao sul do bairro alto assim como os que vem embarcados rio abaixo encontram abrigo e accommoda es no mercado publico do bairro alto e no telheiro Passo da Patria a margem do rio Salgado no mesmo bairro alto onde existe uma feira di ria Tudo isto uma verdade e de lamentar que a Provincia e muito esta municipalidade esteja impossibilitada de fazer um mercado no bairro baixo sendo ao mesmo tempo uma ras o para a transfer ncia da passagem para o bairro alto onde os matutos encontram agasalhos e accomoda es para seus g neros aguardando se assim das imtemperies e os habitantes do bairro baixo certos do lugar onde devem encontrar os g neros n o precisavam de andar errantes pelas cal adas MONTENEGRO 1878 213 Relacionamos aqui as solicita es pertinentes aos mercados a ougues e matadouros p blicos S o Jos de Mipib solicitou concertos da casa do mercado publico cujo telhado e paredes mestras acham se em completa ruina a ponto de
142. o os miraculosos po os artesianos ou instant neos Neste mesmo ano o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque comenta reparos realizados no a ude de Maca ba No ano de 18722 a popula o de Nova Cruz ainda reclamava ao Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque a falta de um a ude ao que este nomeou uma comiss o Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho enumera as necessidades mais urgentes de v rias C maras Municipais potiguares Dois anos depois o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior refor a a necessidade de consertos em Natal tanto da fonte p blica como do Baldo e da cacimba S o Tom assim como da fonte p blica de S o Jos esta ltima a mais urgente No ano de 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado menciona o aproveitamento do servi o de indingentes para a abertura de a udes no Principe Jardim Acari e Imperatriz 237 O Relat rio do Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira que nomeia comiss es e distribui quantias para as obras de constru o dos a udes de Imperatriz Angicos e Nova Cruz Neste mesmo ano o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque mandou substituir torneiras na fonte de gua p blica de Natal que a popula o convertera em lugar para o banho 239 No mesmo ano 1872 o Presidente Henrique Pereira de Lucena faz consertos na Fonte S o Thom no bairro da Ribeira pois achava se inteiramente abandonada
143. o as infraestruturas mencionadas se limitavam quase que exclusivamente Natal e compreendiam Fonte p blica Pontes Estradas e comunica o e Aterro neste segundo per odo estas infraestruturas s o divididas de forma mais equitativa pelo RN e se diversificam nos itens Estradas Comunica o Fonte p blica Pontes Ruas e Ilumina o p blica Com rela o s estradas se no in cio do per odo s o identificadas como veredas intransit veis no final deste per odo s o fechados 3 contratos para a implanta o de estradas ferrovi rias Cear Mirim Mossor e Nova Cruz sendo esta ltima conclu da em 1883 No quesito comunica o o RN sai de uma realidade de correios sem pontualidade em 1858 para correios atendendo a toda a prov ncia de 8 em 8 dias al m disto come a a contar tamb m com um tel grafo em 1871 que em 1882 acompanha a linha f rrea de Natal a Nova Cruz expandindo assim sua rea de atua o As fontes p blicas neste per odo se concentraram ainda em Natal at 1850 a partir de 1860 tem in cio uma grande quantidade de solicita es e constru es de a udes e fontes de gua p blicas por todo o RN e dentre as localidades contempladas ou mencionadas podemos listar Imperatriz Martins Angicos Nova Cruz Portalegre Maca ba S o Jos de Mipibu Touros Pr ncipe Caic Acari sendo que em algumas as obras foram concretizadas com a m o de obra dos flagelados das secas Estas fo
144. o aterros e outros 2 2 5 1 Aspectos f sico espaciais Que Equipamentos P blicos Tendo como ponto de partida uma vis o mais ampla da realidade dos aglomerados urbanos potiguares tratamos agora dos Equipamentos P blicos os 2 Natal a aglomera o urbana que h mais tempo tem o t tulo de cidade o que implicaria em maiores investimentos de infraestrutura no decorrer de anos e ainda por cima trata se da capital Mesmo assim esta era a apreens o da elite sobre o que havia de mais avan ado no RN Ressaltamos que embora seja a cidade mais antiga neste momento n o a nica surgem mais duas no per odo que s o Asse e S o Jos de Mipibu 71 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba quais s o visualizados basicamente no quesito Com rcio das Posturas Municipais e nos Relat rios de Presidente de Prov ncia sendo os tr s mais recorrentes as Igrejas seguidos pelas Cadeias e as Escolas p blicas Um dos equipamentos menos mencionado mas sempre solicitado a Casa de Caridade ou ainda Hospital ou Casa de rf os computados aqui como edifica es de uso correlato Na vis o dos Presidentes de Prov ncia estes tr s equipamentos em estado t o prec rio na Prov ncia concorriam muito para as situa es negativas vistas tanto na seguran a p blica como na economia em geral Primeiramente a Igreja pe a fundamental para a dissemina o das ideias crist s no disc
145. o dos Presidentes era um problema em v rios pontos do RN ocasionada por uma popula o identificada pela elite como perigosa ndios e escravos negros orientados ao v cio e crime Na Administra o p blica s o mencionados os funcion rios p blicos sobretudo os ligados s C maras Municipais e Ju zes A principal apreens o feita pelos Presidentes s o cr ticas a pouca atua o e a baix ssima frequ ncia com que as assembleias aconteciam que tornava moroso qualquer processo que necessitasse de julgamento ou avalia o dos rg os p blicos como esclarece Mascarenhas O Jury n o se tem reunido com aquella regularidade que a Lei exige Nesta Cidade Natal n o p de ainda haver a primeira Sess o deste anno pela demora de hum dos Juizes de Paz em remeter a rela o dos Jurados do seu Districto No Municipio de S Jos p de o Juiz de Direito reunir o Jury com grande custo mas teve de encerrar a Sess o antes do preaso grande na Lei a pezar de haverem processos pendentes porque os Jurados se ausent r o Na Camara do Ass n o me consta que tenha havido Jury neste anno A 63 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ausencia prolongada do respectivo Juiz de Direito e a esta o nimiamente chuvosa s o al m d outras as causas da inobservancia da Lei nesta parte N o tenho cessado de expedir terminantes ordens aos Juizes de Direitos interinos para convocarem o Jury mas infe
146. o tanto quanto poss vel do quanto esse discurso corresponde ou reflete a cidade real A investiga o trata de dar vez e voz constru o coletiva de um discurso sobre esta realidade particularmente urbana desenvolvida por membros privilegiados da elite potiguar no s culo XIX A compreens o da cidade sob a perspectiva da percep o da elite pol tico administrativa do RN no s culo XIX se manifesta segundo tr s vertentes ou categorias de an lise da cidade 1 do ponto de vista pol tico administrativo 2 do 19 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ponto de vista socioecon mico e 3 do ponto de vista f sico espacial S o essas tr s categorias de an lise que guiaram o desenvolvimento deste trabalho Evidentemente os tr s eixos s o muito amplos Contudo eles s o necess rios pelos seguintes motivos 1 o estudo da cidade envolve um enfoque multidisciplinar sempre que se busca uma vis o mais completa do fen meno urbano 2 os Relat rios n o permitem uma descri o detalhada e aprofundada da terceira categoria acima Portanto se ficasse limitada a esta vis o puramente f sica al m de incompleta para a compreens o da cidade poderia incorrer em s rias limita es metodol gicas Isso posto foi necess rio estabelecer subitens para cada uma das tr s categorias de acordo com os seguintes itens de investiga o abaixo A percep o da cidade do ponto de vista pol tico administrativo a
147. o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto explica que para evitar o desabamento do pr dio onde se encontrava o Quartel solicitou que o mesmo fosse escorado que a Fortaleza dos Santos Reis Magos encontrava se em perfeito estado de conserva o e sua exist ncia h quase 3 s culos atestava sua solidez e finalmente que o Quartel de Aprendizes Marinheiros agora era um elegante edificio decorado no estylo da ordem architectonica Esse edificio que antes era um pardieiro o que nos faz inferir que o pr dio que em 1862 havia sido constru do para abrigar o Quartel neste ano estava sendo utilizado Quartel de Aprendizes Marinheiros Em 1887 este pr dio novamente muda sua fun o e passa a funcionar ali a Capitania dos Portos pelo menos numa parte do edif cio J o Quartel conforme atesta neste mesmo ano o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho encontrava se aquartelada em uma casa particular sem acomoda es e pela qual paga a prov ncia 3608000 annuaes De todo o per odo estudado detectamos um nico momento de maior 221 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba impulso da edifica o Quartel no RN em 1862 com a constru o de uma edifica o nova a anterior havia sido constru da em 1815 e na poca atendia a apenas uma companhia e da em diante este pr dio come a a reclamar consertos e reparos at que come a a ser usado por outros funcion r
148. o mais tumultuado em quantidade e diversidade de apreens o da tranquilidade p blica assim que o presidente Montenegro trata neste Relat rio de 1878 sobre problemas na distribui o de alimentos aos emigrantes da seca em Macau Por diversas vezes alguns grupos em numero superior a duas mil pessoas armadas de cacetes percorrem as ruas publicas da cidade gritando em altas vozes que os membros da comiss o lhes h o de dar alimentos saiam donde sahirem chegando ao ponto de atacarem um dos comiss rios que tinha em seu poder as chaves do armaz m em que se depositam os g neros MONTENEGRO 1878 Outra quest o pontuada em 1878 foram os problemas ocasionados por um destacamento oriundo da Para ba quando em dilig ncia atracaram no porto de Mossor no momento em que se fazia a distribui o de alimentos aos desvalidos flagelados da seca os soldados do destacamento praticaram os maiores insultos n o s aos retirantes como as fam lias da cidade sem reserva e n o contentes ainda com este procedimento dirigiam se aos armaz ns dos g neros onde provocando ao povo ali aglomerado em numero consider vel maltrataram de palavras ao doutor promotor publico da comarca bem como as demais pessoas gradas do lugar espancaram de um modo cruel aqueles infelizes como se n o bastasse o flagelo da seca que os tem desgra ado e depois de terem espalhado mais de 10 mil pessoas ficando os 123 Da promessa realidade Adriana
149. o pelo RN qualificou e tratou bexigas embora n o conseguindo erradica la minimizou seus efeitos No mesmo ano o Presidente Rapozo da Camara identificou outra peste de bexigas no munic pio de S o Gon alo e enviou o Dr Em Medicina Firmino Jos Doria incumbido de verificar a natureza d ellas e fazer despesas para o tratamento conveniente 116 Em 1860 nova epidemia de var ola acometia a cidade de S o Jos de Mipibu motivo pelo qual o Presidente Gon alves encaminhou o Dr Firmino Jos Doria para l o m dico informou que novos casos vinham surgindo apesar de seus esfor os Na capital a enfermaria foi finalmente montada e vinha atendendo alem dos doentes desvalidos as pra as da Companhia de Policia e os presos de Justi a sob cuidados do M dico do Partido P blico 117 Em 1862 a not cia de chlolera morbus em Pernambuco fez o Presidente Pedro Le o Velloso nomear uma comiss o composta por chefe de policia do inspector de saude e do presidente da camara municipal para investigar as condi es sanit rias de Natal buscando estrat gias para impedir a epidemia 8 O Presidente Trajano Leocadio de Medeiros Murta prossegue enfrentando problemas de epidemias relatadas pelo inspector de sa de Dr Manoel Bernardino Bol var Para auxiliar nos tratamentos em 1862 contratou um enfermeiro que recebia 3 000 rs di rios Ao saber da contrata o de um curioso para atuar em outras localidades enviou para l um enferme
150. obviamente sem as adequadas instala es e mobili rio 158 Calculada a popula o em 220 000 habitantes tem se uma escola para 2 934 ou seja menos de 1 da popula o tem acesso educa o p blica ao passo em que E certo que a despeza que se faz com a instruc o primaria nesta provincia tem nos dous ultimos exercicios crescido de 50 sobre a dos exercicios anteriores LUCENA 1872 159 Em 1874 o presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho elenca uma s rie de melhorias realizadas em seu governo na rea da educa o p blica em 1873 a prov ncia tinha 144 alunos do ensino secund rio e em 1874 excedeu os 195 A biblioteca de Natal criada em 1868 e h muito fechada foi reaberta assim como criadas nas cidade de Mossor e Ass ou seja 3 no total estavam em funcionamento 160 O Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho traz uma informa o estat stica considerando a popula o do RN em 360 000 habitantes havia uma escola para cada 2 337 habitantes S No ano de 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva sugeriu que as atividades da C mara Municipal fossem alocadas para o Ateneu de modo a liberar todo o pr dio da C mara para servir como pris o que precisava aumentar a capacidade para abrigar o n mero crescente de presos nos dando a dimens o da real import ncia da educa o p blica e de seus pr dios no entendimento deste Presidente 162 Em 1877 Jos Nicolau Tolentino de
151. odo anterior fica bastante destacado que neste intervalo entre 1846 e 1889 a seguran a a falta de policiamento e as press es sociais se tornam efetivamente um problema e portanto uma apreens o recorrentemente tratada pela elite e ao longo do per odo vamos compreendendo de que forma esta elite prop e solu es para a interven o na cidade potiguar Em seguida pontuamos os Relat rio que nos pareceram mais significativos para ilustrar na apreens o dos Presidentes as fragilidades do policiamento e as estrat gias e interven o para tentar equacionar o problema da seguran a p blica e as press es sociais identificadas no subitem anterior J em 1846 o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento acreditava que parte do problema da inefic cia do policiamento devia se a funcion rios antigos dos altos escal es incapazes de atuar de forma adequada e sua proposta de interven o seria chamar para os empregos as pessoas mais intelligentes honradas e bem conceituadas demittindo os Promotores Delegados e Subdelegados que mal servio suspendendo e mandando responsabilisar na f rma das leis os Juizes e mais funccionarios da justi a de cujas prevarica es tenho tido provas SARMENTO 1846 Por outro lado a sua proposta de interven o para diminuir a criminalidade tendo em vista a impossibilidade de punir a todos que cometem furtos dado generaliza o com que ocorre e a falta de cadeias para com
152. onde nos aprofundamos mais nesta calamidade clim tica e suas repercuss es para a economia e cidade potiguar 106 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 3 1 2 Calamidades na sa de p blica epidemias Al m de cat strofes de ordem clim tica o RN conheceu neste per odo entre 1846 a 1889 uma s rie de cat strofes na sa de p blica com surtos de epidemias que acometeram diversos pontos da prov ncia Diferente do que aconteceu no per odo anterior agora as cidades efetivamente precisaram dos medicamentos edif cios hospitalares e de caridade assim como do m dico e de a es mais prof cuas nas a es de vacina o que praticamente n o existiam no per odo anterior Estas epidemias em alguns casos vieram associadas s cat strofes clim ticas tanto s secas como s enchentes ou s crises de falta de alimentos todavia tamb m tenhamos identificamos epidemias isoladas sem outras causas associadas Doen as como a var ola bexigas c lera febre amarela e febres em geral passaram a acontecer com frequ ncia no RN assim como incidiam em outras partes do Imp rio como que enfatizando a inser o da prov ncia nas din micas sociais e econ micas do Brasil e do mundo inclusive em seus aspectos negativos como era o caso das epidemias O tema de maior recorr ncia nos Relat rios do per odo ao tratar da sa de p blica diz respeito vacina o mencionada nos Relat rios dos anos de 1846 1847
153. p blicos 92 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba na cria o de leis e no julgamento de processos Embora ciente das limita es e dos problemas os Presidentes de Prov ncia se viam numa situa o dif cil na qual praticamente todas as esferas da cidade potiguar corroboravam para a sua estanqueidade Se a pr pria elite apresentava defici ncias o funcionalismo em geral n o ficava atr s nesse quesito o baixo contingente policial a vastid o do territ rio e a anu ncia nos julgamentos dos crimes criavam um senso de impunidade estimulando o n o cumprimento de leis como era o caso das Posturas Municipais Dentre os descumprimentos estavam o n o pagamento de multas ou as apreens es de infratores sempre perdoados o que significava baixa receita para a municipalidade que se via sem verbas nem para assegurar o soldo de seus funcion rios que dir materializar benef cios na prec ria cidade potiguar As grandes fazendas unidades produtivas e importantes enquanto elementos de ocupa o do territ rio geravam rendas que todavia se evadiam para as prov ncias lim trofes em especial para o Cear e Para ba em virtude das problem ticas redes de comunica o potiguares fazendo com que os aglomerados urbanos funcionassem como verdadeiras ilhas desconectadas no espa o verdadeiros bols es de pobreza Sem verbas com o descompromisso de grande parte de sua elite sem a contribui o da popula
154. p blicos antes ofertados gratuitamente passam a servir como moeda de troca para pagamento de m o de obra dos flagelados das secas Em se tratando dos equipamentos p blicos enquanto no per odo anterior 1822 1845 os mais mencionados por ordem de recorr ncia foram igreja pris o e escolas p blicas neste per odo 1846 1889 aumentam os equipamentos e subverte se a ordem de recorr ncia de tais equipamentos nos Relat rios passam a ser escolas p blicas pris o hospital aterros e cais quartel igrejas cemit rios reparti es p blicas mercado p blico matadouro p blico e a ougue e finalmente as quest es de ordem est tica e das edifica es que neste per odo aparecem com bastante recorr ncia tanto nos Relat rios como nas Posturas No tocante s escolas p blicas temos no in cio deste per odo a exist ncia de um nico pr dio escolar pr prio o Atheneu Norte rio grandense sendo que as demais cadeiras eram ministradas pelos professores em suas pr prias resid ncias ao final deste per odo em 1886 j s o identificadas 154 escolas espalhadas por todo o RN mantidas pelos poderes municipais ou provinciais al m da exist ncia de 3 bibliotecas em Natal Mossor e Assu importante destacar a contribui o da iniciativa privada em Cear Mirim e S o Jos de Mipibu com as doa es terrenos e de edif cios escolares O segundo equipamento mais mencionado nos Relat rios as cadeias tamb m sofrem u
155. para receber as Esta es Publicas o miseravel estado das ruas que alem de descalsas s o entulhadas de area solta que embara a e retarda o transito a carencia absoluta de fontes a negligente falta de iliumina o de um c es d a caza de priz o de um Hospital e de muitas outras couzas que constituem as regalias de uma Cidade s o as sensiveis priva es d esta Capital As Reparti es Publicas al m de mal colocadas est o montadas com muito pouco aceio A Secretaria do Governo n o tem em que arquivar os papeis e documentos da Reparti o e seus moveis s o t o velhos e estragados que uma indec ncia conserva los alli LISBOA 1837 A partir deste relato podemos dizer em linhas gerais que as elites potiguares neste primeiro per odo ainda se viam apreendendo uma realidade extremamente prec ria na qual de tudo faltava desde edif cios estruturantes para atender ao status pol tico de vila que muitos dos aglomerados urbanos potiguares receberam neste per odo como o caso de casas de c mara e cadeia e pelourinho at edif cios de suporte economia mercado p blico matadouros a ougues alf ndega armaz ns etc e ao desenvolvimento intelectual e moral da popula o potiguar escolas igrejas e cadeias Na vis o dos Presidentes de Prov ncia as parcas finan as impossibilitavam a constru o destas obras e a falta destas edifica es faziam com que a as v rias dimens es das cidades p
156. partir de base cartogr fica digi http www natal rn gov br semurb paginas File MAPAS FOTOS Natal Geral AO pdf Informa es sobre localiza o de casas de caridade em Natal coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Passos 1854 Figueiredo J nior 1861 Barreto 1883 Base em cartografia atual da cidade de Natal RN 214 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 48 Equipamentos p blicos Hospital no RN 1846 a 1889 Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica digi LEGENDA http Awww natal rn gov br semurb paginas File MAPAS FO A povoa o TOS Natal Geral AO pdf Informa es sobre localiza o de E via casas de caridade em Natal coletados do Relat rios de Presidente de Prov ncia Montenegro 1878 O CIDADE Temos neste per odo duas situa es de interven o nas edifica es para sa de p blica ao longo de 1860 70 uma constru o de car ter mais provis rio para dar conta de surtos epid micos pontuais mas recorrentes em toda a prov ncia Os pr dios deste per odo exce o do Hospital de caridade consistiam em casebres palho as constru es prec rias que quase sempre ap s sua utiliza o e t rmino dos surtos epid micos eram desprezadas e acabavam se destruindo pela a o do tempo e falta de manuten o n o sendo mencionados em Relat rios seguintes E a partir de 1880 identificamos o in cio tanto algumas contribui es particula
157. per odo de seca cujas consequ ncias foram um aumento inesperadamente expressivo de mortos nos traz um retrato muito negativo das condi es do cemit rio p blico de Natal exigindo medidas emergenciais para resolver a enorme demanda pelo equipamento neste per odo 19 Que como vimos no in cio deste item s come am a ter repercuss o nas Posturas a partir da d cada de 1870 191 E dentre os cemit rios existentes comenta que os melhores s o os de Natal e S o Jos e que confeccionou a planta para o de Pr ncipe assim como para as fachadas de Touros e S o Gon alo A saber o de Natal S o Jos Ass Principe Cear Mirim Apodi e S o Gon alo 193 Em suas palavras sendo preciso ou abrir as sepulturas dos cholericos em praso menor aquelle que aconselha a sciencia ou antes de dous annos as comuns o que contra o regulamento do mesmo cemit rio CUNHA 1870 228 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Situado grande distancia da cidade parecia ter propor es para enterramentos na raz o directa da popula o ou mortalidade presum vel Assim por m n o aconteceu este ano por causa da emigra o affluida de quase todo o centro da provincia e visinhas crescendo a cifra do obitu rio com as mol stias desenvolvidas de modo que o Cemit rio ficou completamente repleto de cad veres resolvi de accordo mandar prolongar a cerca estendendo mais duzentas bra as ao norte e se
158. pobre tinha dificuldade de acesso ao ensino alguns princ pios b sicos de cidadania n o eram cumpridos Contudo a legisla o havia sido criada considerando a exist ncia de uma base educacional Destacamos tamb m nesta cita o uma refer ncia impl cita aos conceitos de percep o da realidade delineados na metodologia e conceitos desta investiga o identificamos o entendimento de interven o quando Mascarenhas diz que se deveria considerar o pa s mais como o que devia ser e a compreens o de apreens o quando o presidente considera o que na realidade era ideias muito aproximadas das dos aspectos conceituais defendidos nesta tese No tocante a policiamento os itens de interven o foram diversos em 1836 o presidente Jo o Jos Ferreira de Aguiar solicita C mara aumentar o contingente para pelo menos 120 homens AGUIAR 1836 em 1837 Manoel Ribeiro da Silva Lisboa prop e a cria o do cargo de Delegado do Governo Presidencial inclus o de atribui es legais aos Chefes de Pol cia limita o da jurisdi o dos Ju zes de Paz e concess o de gratifica es LISBOA 1837 No ano seguinte 1838 Jo o Valentino Dantas Pinaj prop e que a Pol cia tenha duas frentes de atua o PINAJ 1839 A pol cia deveria ser remanejada para atividades ligadas constru o civil infraestrutura demonstrando preocupa o com a ociosidade destes pra as J em 1839 o Presidente Manoe
159. pode ter amortecido eventuais diferen as Como era de se esperar os resultados das investiga es sobre categorias de an lise pol tico administrativa socioecon mica e f sico espacial se transformam ao longo do tempo Por exemplo os profissionais engenheiros e m dicos s o ausentes no primeiro per odo 1822 1845 o que se explica pelo vi s principalmente econ mico sem recursos n o havia como contrat los nem tampouco havia verbas para realizar as propostas que por ventura viessem a sugerir no segundo per odo 1846 1889 estes profissionais aparecem vinculados ao setor pol tico administrativo como principais agentes e instrumentos de argumenta o Como integrantes da elite pol tico administrativa afinal eram funcion rios altamente especializados eles passam a apreender e intervir na cidade potiguar em sua constru o e transforma o f sica espacial Cabe finalmente a partir de agora descrever como de fato era a cidade potiguar tanto quanto os Relat rios e outras fontes permitem faz lo Faremos uso dos eixos s cio econ mico pol tico administrativo e f sico espacial sempre evidentemente sob o olhar da elite Para melhor compreens o dividimos essa descri o em dois per odos de acordo com a an lise empreendida neste trabalho 1 A promessa de cidade 1822 1845 Do ponto de vista social a maioria dos habitantes da cidade potiguar era composta por negros escravos seus descendentes e ndios
160. portos O Presidente Velloso comenta que se a pesca do RN tivesse investimentos poderia inclusive dispensar a importa o de bacalhau para consumo interno O Presidente Cunha lamenta que algumas culturas dentre elas a pesca extra o de sal e cera de carna ba estivessem em tamanho atraso e que a prov ncia por certo que j deveria ter cuidado seriamente de desenvolver estes elementos de prosperidade O Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho em 1874 o qual critica a falta de incentivo pesca e extra o de sal Uma provincia como esta dotada de um extenso littoral est por certo destinada a manter a industria da pesca em alta escala e a fazer da extrac o do sal um dos princiapes ramos de sua exporta o Entretanto todos estes elementos de prosperidade t m sido quase descurados Lamento que os recursos publicos ainda sej o t o exiguos que n o poss o offerecer um poderoso estimulo MELLO FILHO 1874 155 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba embora destaque que se a palmeira um s mbolo magn fico da abundancia tambem o da pregui a do selvagem que sua sombra se embalava A partir de 1854 come amos a encontrar relatos mais otimistas como o do Presidente Antonio Bernardo de Passos que atesta o in cio de um maior desenvolvimento do cultivo da carna ba No ano de 1867 como podemos vislumbrar no gr fico Produ o de Cera de Carna ba logo a seg
161. precariza o do funcionamento da cidade 2 movimento de deslocamento da popula o e neste caso temos duas situa es As epidemias que ao persistirem causavam p nico nos saud veis em virtude do medo de contamina o e poderia levar a uma fuga do lugar o que poderia eventualmente espalhar a doen a Embora n o tenhamos dados estat sticos concretos que comprovem este movimento grande parte da elite que residia em Natal especialmente os grandes fazendeiros muito possivelmente preferiram se evadir da cidade por receio de contamina o uma vez que segundo os dados dispon veis as reas mais intensamente atingidas foram o litoral e 111 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba especificamente Natal sobretudo d cada de 1860 Il As secas tamb m promoveram este deslocamento da popula o inclusive de outras prov ncias Para ba para o RN mas no sentido inverso do sert o para o litoral ao menos num primeiro momento Mais uma vez este dado n o corroborado pelas nossas fontes ou por dados estat sticos sabemos somente do acrescido n mero de retirantes que seguem para Mossor mas nos falta informa es sobre quantos habitantes haviam em Mossor antes da seca para compararmos em nossa an lise consideramos na falta deste dado sobre a popula o de Mossor o quantitativo da popula o de Natal acreditando que Natal tinha a maior popula o dentre as cidades do RN A ideia foi ger
162. problema dos flagelados e n o somente dos vadios e ex malfeitores se coloca de forma mais evidente neste momento come amos a identificar as propostas de interven o dos Presidentes para equacionar a m o de obra ociosa o insuficiente policiamento a seguran a p blica e as necessidades de constru es e infraestrutura especialmente da capital No Relat rio do Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro de 1878 mencionada a evas o de destacamentos para fora da capital para dar conta da situa o anormal ocasionada pela seca nas localidades para onde estavam se concentrando os emigrantes os riscos de tumulto eram maiores demandando o aumento de oficiais Dada esta situa o de fragilidade em que se encontrava Natal o Presidente Montenegro prop e como interven o a cria o de uma nova companhia comandada por um major Al m disto identifica a necessidade de ocupar os emigrantes que esmolam por falta de trabalho Em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado traz j os resultados da interven o idealizada de utilizar os emigrantes das secas como m o de obra em troca dos socorros p blicos nas palavras do Presidente Machado Aproveitando me do trabalho dos indigentes que procuro empregar para impedir que se percam na ociosidade e principalmente como medida econ mica e nica capaz de regular a distribui o dos g neros tenho promovido a realiza o de algumas obras de utilidade publica e autorisado o
163. proponho GON ALVES 1858 Em 1862 os ndices de criminalidade s o analisados pelo Presidente Pedro Le o Velloso e este chega ao resultado estat stico de 1 assassinato a cada vinte mil habitates e conclui que considerados os ndices de outros pa ses da Europa ditos civilizados o dado apresentado servir para afferrir a moralidade de nossa popula o em rela o a d aquelles paizes explicando que o RN n o estava em piores situa es do que alguns pa ses da culta Europa De acordo com o estudo apresentado o Rio Grande do Norte estava em situa o mais apraz vel do que Suecia d 1 homicidio por 14 060 habitantes Hespanha d 1 homicidio por 4 008 habitantes Napoles d 1 homicidio por 2 750 habitantes Romania d 1 homicidio por 750 habitantes e Dalmacia d 1 homicidio por 700 habitantes Na pr xima refer ncia selecionada o exemplo volta a ser o Brasil quando o Presidente Gustavo Adolfo de S em 1867 267 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba usa como modelo a importante iniciativa do Cear com a produ o de seus ensaios estat sticos o que no entendimento do Presidente S faria com que se abrisse a esta prov ncia uma nova era de prosperidades Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho menciona o exemplo dos Estados Unidos no est mulo e contribui o de sua iniciativa privada na melhoria das escolas e que estavam produzindo maravilhas
164. publica 187 De forma que dentro em pouco tempo ficar completamente obstruida com grave prejuizo da navega o e do commercio para a qual ele sugere a aquisi o de uma barca de escava o 217 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba concorrer para o melhoramento da provincia beneficiar o porto da Macahyba e canalisa o do respectivo rio Encontrado bastante adiantado o servi o resultando d ahi mais uma ocupa o em beneficio de grande numero de emigrantes que n o tem conseguido trabalho em outras partes Em Natal Para dar occupa o ainda aos emigrantes resolvi mandar construir caes que tem por fim impedir o prolongamento da escava o feita pelas mar s no porto das jangadas j mui pr ximo das casas empregando quelles desvalidos na conduc o da pedra necess ria MONTENEGRO 1878 Ainda em 1880 o presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado comenta em seu Relat rio que as obras do cais de Natal estavam em meio de caminho e este melhoramento tinha por objetivo impedir as mar s que avan avam no bairro da Ribeira amea ando avassallar os terreno e casas do mencionado Bairro Em 1889 o Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva menciona melhoramentos que precisariam ser feitos nos portos de Natal Macau e Mossor sendo o mais urgente o impedimento das areias trazidas pelos ventos que podem dificultar a navega o nas proximidades
165. quanto se esperava dava ind cios de ser um potencial polo comercial ao passo em que a capital que cada vez mais perdia for as neste aspecto Em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva identifica o grande potencial da prov ncia que dotada de um litoral extenso e todo recortado de angras e enseadas que poder o servir para a navega o mediante pequenos esfor os da arte para melhoral os E lamenta que a falta destes melhoramentos fa a com que toda a produ o do sert o acabe indo por terra para a Para ba Cear e at Pernambuco 158 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba aonde chegam com custos alt ssimos De acordo ainda com o Presidente Silva uma vez que a sorte do com rcio est sempre ligada da ind stria este n o se admira do diminuto movimento comercial O Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque em 1871 aborda a import ncia de se construir uma ponte sobre o rio Salgado no intuito de ligar Natal ao centro da prov ncia visto esta se encontrar separada do restante do RN tanto por causa dos morros que a circundam como pelo pr prio rio Salgado na poca atravessado por meio de canoas numa travessia dif cil e dispendiosa Neste cen rio o Presidente corrobora com os demais ao apontar o incipiente com rcio da capital se acha reduzida esta mesma cidade Natal onde j n o h commercio algum chegando os seus habitantes triste contingencia de mandarem
166. que identificamos neste segundo per odo analisado algo que se destaca a diversifica o e a maior frequ ncia com que as edifica es s o mencionadas Se antes os mais mencionados foram as igrejas cadeias e escolas p blicas neste segundo per odo al m destas s o mencionados quartel hospital reparti es p blicas cais cemit rio mercado p blico matadouro e a ougue al m de refer ncias est tica urbana e das edifica es demonstrando que a cidade existente dava os primeiros passos na regulamenta o de seu espa o buscando n o s a limpeza mas o ordenamento e a est tica Ainda relacionando a import ncia destes equipamentos p blicos nos dois per odos temos que entre 1822 e 1845 os mais mencionados em ordem foram primeiro as igrejas seguidos pelas cadeias e finalmente as escolas p blicas J no per odo entre 1846 e 1889 os mais referenciados nos Relat rios foram escolas p blicas em seguida pris o hospital cais quartel igreja cemit rio reparti es p blicas est tica urbana e de edifica es e por fim mercado p blico matadouros e a ougues A seguir ilustramos esta diversidade e 201 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba frequ ncia dos temas num gr fico FIGURA 44 Quantidade de cita es sobre equipamentos p blicos no RN 1846 a 1889 para mel
167. que subsisti o do que espontaneamente lhes offerecia a natureza hoje que pela aturada falta de chuvas nada encontr o daquillo de que contumav o a alimentar se em alcateias ou individualmente se ach o em continua aggress o propriedade dos industriosos e trabalhadores SARMENTO 1845 Incorporados aos servi os de policiamento estes homens teriam uma ocupa o reduzindo a criminalidade prop e redistribuir o destacamento existente 169 pra as ao todo em for as menores enviadas para o Pr ncipe Goianinha refor ando o de Assu e para Socav o e Ceara Mirim para impedir a a o de quadrilhas que estavam come ando a praticar assassinatos aos que n o consentiam aos assaltos A situa o encontrada em 1845 at pica com a seca a popula o era levada a pr ticas extremadas Em linhas gerais n o havia uma proposta nica para solucionar o problema do policiamento cujas ideias iam de aumento de pra as aumento de cargos superiores aumento de soldos redistribui o de pessoal reformula o de atribui o dos cargos e at realoca o de atividades dos pra as O que ficava evidente era que o policiamento era apreendido como sendo insuficiente e pouco eficaz Mas e qual seria a repercuss o desta falta de seguran a para a cidade potiguar Fazia com que a popula o de in cio tomasse para si as provid ncias para garantir a sua pr pria justi a e a consequ ncia mais grave era a falta de confian a na justi a oficia
168. quinze palmos e limpeza de ladeiras Postura de Martins 1865 limpeza de estradas p blicas vinte palmos de largura Postura de Caic 1863 limpeza de estradas que passem em seus terrenos Postura de Mossor 1884 e a proibi o de dep sito de animais mortos e imundices nas ruas becos e pra as Postura de Mossor 1884 Enquanto as Posturas Municipais de Angicos de 17 de junho de 1884 atestava uma altura de sete as de Acari de outubro de 1871 de Jardim de Angicos de 30 de novembro de 1865 de Caic de 31 de janeiro de 1863 e de Mossor de 10 de outubro de 1884 propunham a dimens o de oito palmos de altura para evitar acidentes com os animais 236 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba agr colas por todas as implica es negativas que esta miscigena o vinha causando tanto por causa dos danos aos bens materiais quanto s pr prias pessoas J as Posturas Municipais de Natal atestam uma preocupa o in dita que era a arboriza o de largos e pra as conforme o pr prio documento explicita Art 5 Os largos e pra as da Capital ser o arborizados com a esp cie de rvore que a Camara julgar mais conveniente Art 6 82 Os que destru rem ou danificarem por qualquer modo as rvores de que trata este artigo ou nelas amarrem animais sofreram de penas POSTURAS Municipais de Natal de 17 de mar o de 1884 Identificamos neste trecho os pre mbulos da preocupa o acer
169. rcio da capital comparado a outras pra as Se cruzarmos estes dados de pr dios p blicos para funcionamento de mercado matadouro e a ougue com situa es mencionadas nos itens 4 3 RN em conex o com o mundo impactos do com rcio e da ind stria na cidade e mais ainda e com a an lise feita no item 4 5 3 Natal quase n o a tal a falta de comunica o e a supremacia amea ada da capital fica latente os problemas que Natal vinha enfrentando com seu com rcio pouco expressivo comprovado neste item e o concomitante desenvolvimento de outras localidades como Mossor Cear Mirim Maca ba e Guarapes que chegam a tentar modificar a sede da capital do RN Uma vez que tais espa os tinham consequ ncias diretas para a economia potiguar com a movimenta o monet ria e gera o de impostos e portanto de finan as observamos um maior interesse das elites na constru o destas reas para com rcio importante atentar tamb m para a contribui o da iniciativa privada na constru o de pra as de com rcio bem como de mercados ao passo em que os a ougues e matadouros em sua maioria tanto s o constru dos como mantidos e fiscalizados pelo poder p blico 4 5 2 Infraestrutura a seca democratizando investimentos Temos v rios momentos distintos de impulso na execu o de infraestruturas neste momento Assim como ocorreu com as obras p blicas temos um momento inicial de certa apatia em seguida um maior impulso da
170. realidade bastante prec ria no entendimento do Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em suas palavras O quartel que o mesmo para a companhia de policia um edif cio antigo por m muito pr prio para o destino que tem penna que esteja se arruinando O cupim e os ratos parecem apostados para darem conta de uma destrui o completa O estrago j tomou immensas propor es desde a base at a coberta MONTENEGRO 1878 220 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 50 Equipamentos p blicos Quartel e Reparti es P blicas no RN 1846 a 1889 Hospital Casa de C mara Milit e Cadeia Largo do Pal cia Assembleia grjaNAS Proyincial M Ros rio o QU Pal cio Govemo Q f i Ribeira Z LJ Wi e gt Bom Jesus a AZ COCU AR p 7 iiai wak o hesouraria a Quartel Aen Frei ai Prowindial deLinha scola Atheneu Bairro Cidade Alta Fonte autoria pr pria a partir de vetoriza o baseado no Atlas do Imp rio do Brazil de Candido Mendes de Almeida ilustrando Natal em 1864 Encontrado em Miranda 1999 p 55 A situa o do edif cio do Quartel em Natal a partir de 1878 s vem piorando at o final do per odo em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado relata que o estado da edifica o t o ruim que exige prontos reparos a ponto de estar estragando o pr prio material da Companhia Em 1883
171. rela es particulares sendo que cada um destes estudos j poderia consistir em pesquisas por si s Da mesma maneira seriam temas de pesquisa os estudos comparativos entre cada uma destas o que contribuiria enormemente para a compreens o deste per odo t o significativo do Brasil e ainda t o pouco investigado 29 A este respeito podemos citar j como desdobramento de investiga es pautadas tamb m nos Relat rios de Presidentes de Prov ncia o livro publicado por Teixeira 2012 O poder municipal e as casas de c mara e cadeia semelhan as e especificidades do caso potiguar demonstrando o potencial de pesquisa que estas fontes ainda permitem e como ilustra o do que assim como foi feito em rela o s casas de c mara e cadeia pode ser feito em trabalhos futuros com demais equipamentos elencados 303 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 6 REFER NCIAS 10 11 12 13 14 15 16 ACARI C mara Municipal Posturas 1871 ACULTURA O Acesso em abril de 2014 atrav s do site http www mundoeducacao com sociologia aculturacao htm ALBUQUERQUE Pedro de Barros Cavalcante de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio com que o Exm Sr Dr Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque passou no dia 17 de fevereiro de 1870 a administra o da Provincia do Rio Grande do Norte ao 3 Vice Presidente o Exm Sr Dr Octaviano Cabral Raposo da Camara Pernamb
172. revelam a aten o adequada funcionalidade da aglomera o urbana e um cuidado especial com quest es de ordem est tica Para compreendermos como tais Posturas Municipais incidiram nos 58 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba n cleos urbanos potiguares procuramos identificar os munic pios ent o existentes onde as posturas foram produzidas FIGURA 11 Mapa das localidades com Posturas Municipais do RN 1822 a 1845 Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento A POVOA O Costeiro Dispon vel em http Avww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economico E vila s arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de CIDADE 2018 Base em cartografia atual do estado do RN O fato de v rias C maras Municipais produzirem este instrumento jur dico d a dimens o de quanto o governo se torna mais presente junto s localidades mesmo as mais long nquas Paralelamente ao crescimento do n mero de munic pios percebe se tamb m um crescimento paulatino do interesse da elite em exercer um dom nio mais efetivo nas novas vilas e povoa es Conforme as rela es urbanas tornam se mais complexas estes instrumentos ordenadores ficam mais detalhados procurando dar conta dos novos problemas Por ora nos debru amos nas 14 importante pontuar
173. segunda metade do s culo XIX no RN foi marcada por calamidades de ordem clim tica e de sa de p blica Vemos ao longo deste per odo uma sucess o de secas que atingiam com maior intensidade as localidades do interior da prov ncia destruindo rebanhos e planta es pela car ncia de gua seguidas por enchentes na regi o litor nea igualmente assolando planta es submersas em grandes volumes de gua nos vales do Capi e Cear Mirim Estas calamidades clim ticas em muitos casos tinham repercuss o na sa de p blica a popula o fragilzada pela desidrata o e desnutri o obrigada a percorrer longas dist ncias em busca dos socorros p blicos ficava mais suscet vel s doen as que numa combina o mort fera levou a bito milhares de pessoas Mas nem sempre a calamidade clim tica respondeu neste per odo pelos elevados ndices de mortalidade Como que marcando a inser o do RN no circuito econ mico internacional a reboque desta nova realidade aportam doen as em car ter epid mico que no per odo anterior acometeram a popula o muito pontualmente tanto que a necessidade de m dicos era muito mais profil tica do que emergencial Epidemias como a var ola bexigas febre amarela febres intermitentes e a c lera morbos tornam o m dico indispens vel impulsionam a instala o e expans o de edifica es para atendimento de sa de p blica al m de trazer o debate da vacina o ou da sua aver
174. sentido litoral sert o novamente seca 2 parte ap s 1879 Evidentemente todas estas doen as e epidemias trouxeram repercuss es negativas para a cidade potiguar pois da mesma maneira que as cat strofes clim ticas estas epidemias aumentavam os ndices de mortalidade assim como deixavam em alerta os ainda saud veis provocando por um lado a diminui o da popula o por bito e por outro o esvaziamento de cidades migra o Mas mesmo com todas estas cat strofes que assolaram o RN a popula o teve consider veis ndices de crescimento Tratando especificamente das etnias os ndios aos poucos desapareceram das estat sticas J os escravos novas levas vieram para o RN desta vez oriundos do Maranh o com o aumento da produ o a ucareira importante ressaltar que mesmo com a aboli o as etnias negra e ind gena em boa parte miscigenada continuaram a compor a popula o potiguar 289 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba contribuindo e muito com o crescimento demogr fico do RN Com a aboli o a popula o rec m liberta sai das fazendas agropecu rias e aumentam ainda mais a concentra o nas cidades impulsionando sua expans o e desenvolvimento e neste processo exigindo da cidade potiguar uma infraestrutura ainda n o existente que come a a ser indispens vel Enquanto no primeiro per odo analisado os Relat rios tranquilizavam o governo central com a calmaria soci
175. significativo No tocante quantidade de escolas existentes na prov ncia o Presidente Mello Filho destaca terem se elevado ao total de 138 sendo 92 p blicas Finalmente trata da escola normal cujo tempo de exist ncia apenas 3 meses impedia uma avalia o de seus resultados 205 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 45 Localidades que possu am escolas p blicas no RN 1846 a 1889 01 MOSSOR 07 S O JOS DO MIPIBU 13 JARDIM DO SERID 02 ASSU 08 CANGUARETAMA 14 CAIC 03 MACAU 09 NOVA CRUZ 15 TRIUNFO 04 CEAR MIRIM 10 CURRAIS NOVOS 16 MARTINS 05 NATAL 11 SANTANA DO MATOS 17 PAU DOS FERROS 06 MACA BA 12 ACARI 18 S O MIGUEL 19 LUIZ GOMES Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento A POVOA O Costeiro Dispon vel em E via http www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos a rquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 O CIDADE assim como dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Mello Filho 1874 e Rosa 1889 Base em cartografia atual do estado do RN Mas as melhorias em educa o demandavam muitos resursos e como vimos o RN estava enfrentando problemas or ament rios no final da d cada de 1880 Considerando a insufici ncia das verbas para imputar ainda mais melhoria
176. sob o efeito das secas ou em processo de recupera o de sua a o danosa para a cidade potiguar um per odo realmente consider vel e que evidentemente trouxe reflexos em todas as dimens es socioecon mica pol tico administrativa e f sico espacial estudadas 98 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Levando em conta a situa o extremamente prec ria das vias de transporte da prov ncia conforme pontuamos ao longo do cap tulo 2 a a o das secas tinha uma repercuss o ainda mais potencializada Esta dificuldade de transporte e acesso que tamb m era uma dificuldade de comunica o fazia com que o estado de calamidade p blica ocasionado pela seca demorasse a ser diagnosticado e socializado para a capital Em seguida o acionamento dos socorros p blicos que vinham de outras prov ncias tamb m demorava a chegar e com este atraso aumentava a quantidade de v timas que poderia ser reduzido se as demandas fossem atendidas mais prontamente J em 1846 o presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento registra esta problem tica das condi es das estradas Veredas intransit veis em muitos pontos pelos temerosos atoleiros no inverno muito mais longas do que o podi o ser pelas suas turtuosidades voltas e continudas ladeiras aflanosas pela sua exiguidade escabrosidade e pelas areias ou pedras que s o accummuladas eis o que ser o precisos longos arrasoados para convencer nos de quanto este ponto deve
177. sobre o Oda Lalisina cas GMs cal amento de Natal extra das dos seguintes qu 3 A Relat rios de Presidente de Prov ncia Wanderley bairros de aiii Alta e pedia 1850 Meira 1863 Silva 1867 Lucena 1872 BB 1867 Ladeira do Passo da P tria Machado 1 Barreto 1883 achado 1680 Hameta 0 1872 66m da Rua da Cruz El 1880 da Pra a do Mercado ao Palacete da Assembleia Provincial 1883 Restante da cidade Como pudemos constatar o alvo de interven es nas ruas neste per odo concentraram se na capital buscando transpor o problema do tr nsito pelas areias soltas que no inverno erodiam deixando a cidade lhada em si mesma Passando por um primeiro momento somente de apreens o e n o de interven o as obras passam a se concretizar timidamente a partir de 1850 no per odo das secas 1878 com o aux lio dos retirantes este servi o tem um impulso que s aumenta conforme a cidade cresce e novas ladeiras s o incorporadas ao uso urbano Destacamos em 1883 a contribui o de particulares fornecendo mat ria prima para acelerar o processo de cal amento de Natal quando o Presidente j usa termos como cal ar o resto da cidade mostrando que o investimento feito ao longo do tempo fez com que a cidade tivesse seu cal amento em estado bem avan ado um quadro muito distinto do que encontramos at 1848 259 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 2 6 Ilumina o P blica De forma seme
178. study of this perception involves two distinct moments which are also linked a moment of apprehension of the city that is how the elite seizes describes and criticizes the city and a second moment which occurs simultaneously or after the first moment of intervention in the city in which the elite exposes its vision and projects for the city and for the territory Rather than describing the potiguar city in itself the research is an attempt to reveal how it was perceived along this process from a particular standpoint or discourse official and elitist which did not correspond necessarily or completely to what it was in reality We tried to understand always through the lens of the discourse how the ruling elite perceived the potiguar city based on what their members thought about other urban realities particularly of the advanced countries how within an integrated vision this city was characterized in political administrative socioeconomic and spatial terms and how it consolidated itself along the period established for the research Qualitative and historical in nature this study was also methodologically developed based upon bibliographical and documental research Given the fact that this research works with descriptions comparisons and interpretations it was necessary to make use of tools such as the discourse analysis in order to apprehend as much as possible what lay behind the words of the elite The primary sources used were
179. tenente coronel Onofre Jos Soares Contratado para constru o da casa de mercado na Villa do Cear mirim bacharel Jos de Cupertino Coelho Cintra Engenheiro fiscal engenheiro Hildebrando Pompeo de Souza Brazil Ex Ajudante do engenheiro fiscal engenheiro Lucrecio Augusto Marques Ribeiro Ajudante do engenheiro fiscal o bacharel Manoel Hemeterio Raposo de Mello Director geral Dr Archimimo Jos Correia Director geral Interino Dr Luiz Frederico Codeceira Inspector da Thesouraria de fazenda Jos Estanislao da Fonseca Lopes Contador da Thesouraria de fazenda Manoel Alves da Silva Procurador fiscal 13 04 1882 a 21 07 1883 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 349 Interino Raymundo Antunes de Oliveira Tesoureiro da Thesouraria da Fazenda Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes Escriv o do Tesoureiro da Thesouraria da Fazenda En as Leocracio de Moura Soares Chefe do Thesouro Provincial Jo o Chrysostomo de Oliveira Ex 2 Escripturario Jo o Olympio de Oliveira Mendes 2 Escripturario tenente coronel Jo o Chrysostomo Bezerra Cavalcante Ex Administrador da Meza de Rendas de Mossor Targino Nogueira de Lucena Administrador da Meza de Rendas de Mossor Genezio Xavier Pereira de Brito Contador da Contadoria do Thesouro Provincial do RN Vice Presidente de Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Prov ncia Presidente de Francisco de Paula Sales Prov ncia
180. ver nas feiras e lugarejos visinhos ou recompral os aqui por grande pre o os g neros de primeira necessidade porque me vista dos embara os de transporte ningu m os quer trazer para o mercado D aqui vem que ao passo que todas as capitais das outras prov ncias augmentam e prosperam a desta vai de dia em dia definhando ALBUQUERQUE 1871 Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho retoma esta situa o do com rcio do RN qualificando o como deplor vel ilustra tal fato argumentando que a capital contava com apenas uma casa estrangeira de grosso trato e nenhuma brasileira No seu entendimento tal situa o decorre do isolamento em que se encontra a capital em rela o aos centros produtores por falta de estradas que permitam o transporte dos g neros at Natal Mais adiante no mesmo Relat rio o Presidente Mello Filho descreve as estradas do RN como sendo Ver das ou trilhos mais ou menos intrasitaveis constituem o que impropriamente denominam estradas reaes por onde com immensa difficuldade transporta o agricultor os seus productos aos mercados consumidores N o tendo por m nunca sido conservadas ou reparadas quase que dellas n o restam vestigios MELLO FILHO 1874 Na apreens o do Presidente esta falta de estradas repercute diretamente na redu o das rendas provinciais pois grande parte da produ o do RN acabava escoando para as prov ncias lim trofes abandonando a capital
181. 0 4 5 1 1 Escolas P blicas rr 201 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 45 12 Prisao aan ni a a ade 206 4 5al 3 Hospital arcaica ia taae eaa ee iaaa 211 4514 Cais 6 ALGITOS k a E a E rasa 215 4 5 vor QUANT setor bit a E E 218 4 5 1 6lgroj S DARE RODE DD SRD NRO SRD ERR 221 4 5 1 7 Cemit rios css ida Endate a A O ani nda aii Ed 225 4 5 1 8 Reparti es P blicas spusesirustalsesasontisagreninsloadertoian us 229 4 5 1 9 Est tica Urbana e das Edifica es 232 4 5 1 10 Mercado P blico Matadouro e A ougue 236 4 5 2 Infraestrutura a seca democratizando investimentos 239 O CAME SIAdAS qu tata Cutter nad DE ed rd Ca Cd 241 HS 22 ComunICA O cagar pon badge d Dion a R 245 4 5 2 3 Fonte P blica sa a De SR Ar EUA an ESTE AR nen 249 4524 PONES irere AE Aa RES PRP RN ERP T EE ye 252 4 525 RUAS me e A E EEEF 256 4 5 2 6 Ilumina o P blica sssnessennenesesneeerennessrrrnseernnnrrnnresne 259 4 6 NATAL QUASE N O A TAL A FALTA DE COMUNICA O E A 261 SUPREMACIA AMEA ADA DA CAPITAL 4 7 FONTES DE INSPIRA O sn rrerreeeerrerererrerecereanta 264 5 CONCLUS O DA PROMESSA REALIDADE COMO ERA DE FATO A 276 CIDADE POTIGUAR A PARTIR DO OLHAR DA ELITE nnn 6 REFER NCIAS eternas 304 7 AP NDICE 3120 o a aa ad E da a a A a 314 BE ANEXO sos as een n
182. 04 TOUROS 11 AREZ 18 JARDIM DO SERID 25 APODI 05 CEAR MIRIM 12 GOIANINHA 19 CAICO 06 NATAL 13 NOVA CRUZ 20 SERRA NEGRA 07 MACAIBA 14 SANTA CRUZ 21 MARTINS Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande LEGENDA do Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro Dispon vel em E via www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos a rquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de CIDADE 2013 e de Cascudo 1968 Base em cartografia atual do estado do RN Obs Certamente havia muitos povoados mas dadas as imprecis es das fontes encontradas tanto em data de cria o como em localiza o no mapa preferimos n o incluir tal informa o 4 1 C MARAS MUNICIPAIS E AS POSTURAS DISSEMINA O E COMPLEXIDADE DOS INSTRUMENTOS DE REGULA O SOCIO ESPACIAL Do ponto de vista pol tico ao se aproximar do final do recorte cronol gico no ano de 1889 verifica se a atua o das C maras Municipais regulamentando as cidades que cresciam consideravelmente no Rio Grande do Norte As C maras estavam diretamente envolvidas e tentavam regulamentar sobre as aberturas de vias regulariza o de vias de acessos e fachadas das casas normatiza o de diversas 171 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba atividades no espa o urbano entre outras Um aspecto que chama aten o neste per odo a profus o de
183. 13 destacadamente ap s a seca de 1845 inicia se o surgimento de quadrilhas formadas por homens livres sem terras que atuavam sobretudo nas regi es de Martins Caic Acari Extremoz e S o Gon alo FIGURA 23 Localidades com altos ndices de criminalidade no RN de 1846 a 1889 126 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 23 Localidades com altos ndices de criminalidade no RN 1846 a 1889 Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da SECRETARIA DE LEGENDA ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS H DRICOS SEMARH A POVOA O Programa Estadual de Recursos H dricos Coordenadoria de Infraestrutura COINFRA Dispon vel em W vila http www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio_economicos CIDADE arquivos Anuario CDROM 202010 mapas Bacias_Hidrogr E1ficas_2010 png em setembro de 2013 Base em cartografia atual do estado do RN Mas foi com as secas das d cadas de 1870 e 1880 mais intensas mais duradouras e com consequ ncias mais danosas que o banditismo se fez mais presente no RN De acordo com Freixinho 2003 p 49 a di spora nordestina em volume nunca visto teve como consequ ncias por um lado o impulso por um fanatismo religioso e por outro a consolida o destas quadrilhas de bandidos os chamados cangaceiros que tiraram proveito da crise s cio econ mica aterrorizando o sert o No per odo estudado a atua o destes grupos era menos
184. 1382 03 10000 9878 181 8000 7712 878 6000 5476 679 E Contos de R is 4000 4182 24 2000 Fonte Autoria pr pria baseada em Velloso 1862 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis Durante este per odo as cr ticas pesca giravam em torno das pr ticas abusivas de concess o de licen as para pescaria FIGUEIREDO J NIOR 1861 e falta de instrumentos embarca es e utens lios adequados VELLOSO 1862 CUNHAS 1870 MELLO FILHOS 1874 A partir de 1867 os Relat rios come am a apontar para a decad ncia da pesca no RN como ilustra o Presidente Luiz Barboza da Silva ao comentar que embora com um litoral muito propenso para a pesca quase nenhuma exporta o se fez de peixe salgado Al m do sal e da pesca outro produto identificado como promissor mas que tamb m ainda n o apresenta grande destaque ao longo deste per odo a carna ba e especificamente sua cera muito utilizada para a produ o de velas J em 1849 o Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques apontou a carna ba como um dos principais ramos de produ o da prov ncia 59 O Presidente Figueiredo J nior prop e que fossem reduzidas tais concess es para um m ximo de 2 anos para constru o e conserva o de currais de peixes previamente autorizados pelas capitanias dos
185. 22 a 18 03 1822 18 03 1822 a 24 01 1824 24 01 1824 a 05 05 1824 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 319 Presidente de Prov ncia Tom z de Ara jo Pereira Presidente da C mara Municipal Louren o Jos de Morais Navarro Presidente da C mara Municipal Manuel Teixeira Barbosa Presidente de Prov ncia Manuel do Nascimento Castro e Silva Membro do Conselho da Prov ncia Ant nio da Rocha Bezerra Presidente de Prov ncia Jos Paulino de Almeida Albuquerque Membro do Conselho da Prov ncia Ant nio da Rocha Bezerra Presidente de Prov ncia Joaquim Vieira da Silva e Sousa Membro do Conselho da Prov ncia Padre Manuel Pinto de Castro Presidente de Prov ncia Joaquim Vieira da Silva e Sousa Membro do Conselho da Prov ncia Padre Manuel Pinto de Castro Presidente de Prov ncia Manuel Lobo de Miranda Henriques Presidente de Bas lio Quaresma Torre o 05 05 1824 a 08 09 1824 08 09 1824 a 20 01 1825 20 01 1825 a 21 03 1825 21 03 1825 a 08 05 1826 08 05 1826 a 21 02 1827 21 02 1827 a 10 03 1830 10 03 1830 a 22 02 1832 22 02 1832 a 04 09 1832 04 09 1832 a 24 09 1832 24 09 1832 a 08 10 1832 08 10 1832 a 23 01 1833 23 01 1833 a 31 07 1833 31 07 1833 a Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo
186. 235 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba encontramos Posturas defendendo a limpeza da frente das casas e especifica es mais precisas quanto a esta limpeza Em seguida encontramos ainda as refer ncias a Animais e agricultura cuja maior preocupa o relatada trata se da cria o de animais soltos nas povoa es sobretudo c es porcos e cabras daninhas e em sendo encontrados desprovidos de indica o de propriedade a autoriza o para mata los o impedimento de entrar em terras alheias por qualquer fim sem autoriza o dos donos o destino adequado aos animais mortos para longe da povoa o de forma a n o incomodar os moradores a proibi o de atear fogo aos pastos a proibi o da atividade de curtir couro de animal cujo dono seja desconhecido ou seja quando tais animais estiverem sem as orelhas que identifica seu propriet rio e finalmente a solicita o de extinguir as formigas de ro a nos pr dios urbanos O destaque identificado na an lise relativa a Animais e agricultura trata se da obriga o de se fazer e conservar as cercas nos ro ados para evitar maltratar os gados Eram comuns as cercas em material e dimens es insuficientes por onde o gado se arvorava e no processo ficava preso e se machucava nesta situa o as Posturas Municipais deste segundo recorte ficam mais atentas quanto ao que seria uma cerca adequada fornecendo par metros de altura 2 Duas particu
187. 3 de setembro de 1846 09 No ano de 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley tratou da falta de Pol cia M dica em Natal que fiscalise o mercado do peixe o consumo das carnes verdes e a venda de todos os mais generos de primeira necessidade entregue a discri o de que a quer especular abusando da credulidade de uns da necessidade de muitos e do bom senso de todos mas em fim ainda n o este o maior dos males o mais horroroso por atacar de frente a saude publica a moral e a civilisa o haverem ainda expostas venda em algumas tavernas onde o pobre povo paga caro as emba adellas que recebe substancias medicamentosas panac as com que especul o aquelles mesmos que ja tem a consci ncia calejada no habito de mentir e tudo falsificar WANDERLEY 1850 185 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba SIQUEIRA 1848 GON ALVES 1859 2 MONTENEGRO 1878 e DIAS 1882 amea a de epidemia e poucos m dicos na prov ncia PASSOS 1856 estrat gias para enfrentar as epidemias no RN GON ALVES 1858 GON ALVES 1860 S VELLOSO 1862 MURTA 1862 MEIRA 1863 SILVA 1867 MONTENEGRO 1878 e falta de recursos para melhorias na sa de p blica MURTA 1862 e MONTENEGRO 1878 2 110 Somente em 1857 que o Presidente Passos conseguiu contratar um medico para o partido publico contudo a enfermaria ainda n o hasia sido montada o que deixava os doentes pobres sem medicam
188. 860 tornou se uma importante fonte renda juntamente com o a car Infelizmente assim como aconteceu com o a car a produ o de algod o do ponto de vista econ mico significou um curto per odo de lucros mais significativos para o RN embora bastante expressivo durante um tempo as prec rias condi es das estradas ocasionaram a evas o de boa parte da produ o para as prov ncias vizinhas Enquanto algumas casas de exporta o atuaram no RN a tributa o aumentou um pouco mas quando estes estabelecimentos fecharam em 1872 a produ o passou quase toda para a Para ba Novamente o RN detinha um produto de exporta o importante como o gado no per odo anterior mas embora a produ o tenha sido consider vel os resultados em tributa o n o faziam jus ao volume produzido novamente pela falta de investimentos para melhoria de condi es b sicas como estradas transporte etc Mesmo assim at certo ponto o a car e o algod o acarretaram expressivas mudan as f sico espaciais em especial nas principais cidades portu rias com a constru o de casas comerciais armaz ns e at mesmo ind strias de confec o t xtil dentre outros 291 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Dentre os produtos que emergiram como promessas para o futuro encontramos o sal a carna ba e o pescado O sal j era um produto h muito conhecido no RN sempre visto como uma das grandes riquezas da terra cri
189. A O fronte O ATERRO ARNAMIRIM Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da prefeitura municipal do Natal Dispon vel em http www natal rn gov br semurb paginas file mapas fotos natal geral zip em julho de 2014 Base em cartografia atual da cidade de Natal RN ATERRO DO SALGADO Fonte Vetoriza o de fragmento da cidade de Natal baseado no Atlas do Imp rio do Brazil de Candido Mendes de Almeida ilustrando Natal em 1864 identificado o aterro do Salgado Encontrado em Miranda 1999 p 55 82 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Quer seja pelas dificuldades em viajar pela Prov ncia averiguando sua situa o como foi dito pela prec ria situa o das estradas e por conseguinte da rede de comunica o seja pela necessidade maior de fixa o do Presidente de Prov ncia na capital cidade de maior hierarquia administrativa na Prov ncia seja pelas resumidas verbas para empreender estas visitas pelo Rio Grande do Norte identificadas pelas constantes reclama es acerca da falta de recursos ou ainda pelos recursos de infraestrutura se fixarem somente na capital uma vez que n o havia recursos suficientes para provir outras localidades e a capital era a cidade que merecia maiores investimentos dado seu n vel hier rquico superior o fato que a Infraestrutura citada nos Relat rios todas se referem quase sempre a Natal Ao longo de todo este primeiro recorte hist rico a
190. A 25ANGICOS 35 MACAHYBA 06 AUGUSTO SEVERO 16S JO O 26LAGES 36 NATAL 07 S MIGUEL DE JUCURUTU 17 PARELHAS 27 JARDIM DE ANGICOS 37 S GON ALO 08PATU 18 JARDIM DE SERID 28POTENGY 38TAIPU 09PORTO ALEGRE 19 CAIC 29STA CRUZ 39 CEAR MIRIM 10MARTINS 20ACARY 30 S BENTO 40TOUROS Fonte autoria pr pria a partir de vetoriza o do Mappa dos LEGENDA estados do Cear Rio Grande do Norte e Parahyba com x parte dos estados limitrophes produzido pelo Minist rio da A POVOA O via o e obras p blicas Inspectoria de Obras contra as E via Seccas M Arrojado Lisb a Inspector pelo Servi o Geol gico CIDADE e Mineral gico do Brasil e sob a dire o dos engenheiros Horace E Williams e Roderic Crandall de Outubro de 1910 Obtido na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Obs N o foi poss vel identificar os povoados nomes ileg veis Por fim a ltima refer ncia acerca de problemas com limites do RN ocorreu em 1874 quando o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho tratou de uma solicita o feita pela C mara Municipal de Jardim pela defini o de uma clara fixa o dos limites entre a freguezia do Jardim RN e a de Santa Luzia do Sabugy PB visto que j h muitos anos aconteciam problemas de jurisdi o entre as autoridades vizinhas e conflitos entre particulares e igualmente mencionou a necessidade da edifica o de uma cadeia onde tamb m funcionasse a pr pria C mara Municipal Em linha
191. ASAL Manuel Aires de Corografia Brasilica ou rela o hist rico geogr fica do reino do Brasil Tomo Il S o Paulo Edi es cultura 1943 CASCUDO Lu s da C mara Hist ria do Rio Grande do Norte Natal Instituto Hist rico e Geogr fico 1974 314 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 CASCUDO Lu s da C mara O livro das velhas figuras Natal Rio de Janeiro Achiam 1984 CASCUDO Luis da C mara Governo do Rio Grande do Norte Mossor ESAM 1989 CASCUDO Lu s da C mara Hist ria da cidade do Natal Natal RN Econ mico 1999 CASCUDO Lu s da C mara Movimento da independ ncia no Rio Grande do Norte Natal Funda o Jos Augusto 1973 CASCUDO Lu s da C mara Nomes da terra Natal Funda o Jos Augusto 1968 CASCUDO Lu s da C mara Notas e documentos para a hist ria de Mossor Natal Funda o Guimar es Duque Funda o Vingt Un Rosado 2001 CASCUDO Lu s da C mara Not cia sobre dez munic pios potiguares Cole o Mossoroense s rie C Vol 1001 Mossor Funda o Ving Um Rosado Assembl ia Legislativa do Estado do RN ETFRN UNED de Mossor Secretaria de Educa o Cultura e Desportos do Rio Grande do Norte Prefeitura Municipal de Mossor 1998 CASTRO Paulo Venturele de Paiva Din mica urbana do Cear Mirim
192. Americana Rua dos Ourives n 9 1876 MIRANDA Antonio dos Passos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio com que o Exm Sr Dr Antonio dos Passos Miranda passou no dia 18 de abril de 1877 a adminstra o da Provincia do Rio Grande do Norte ao Exm Sr Dr Jos Nicol o Tolentino de Carvalho Pernambuco Typ de M Figueroa de Faria amp Filhos 1877 MIRANDA Jo o Maur cio Fernandes Evolu o urbana de Natal em 400 Anos 1599 1999 Cole o Natal 400 anos Volume VII Natal Governo do Estado do Rio Grande do Norte Prefeitura de Natal 1999 MONTEIRO Denise Mattos Introdu o hist ria do Rio Grande do Norte 3 ed Revista e ampliada Natal RN EDUFRN Editora da UFRN 2007 MONTENEGRO Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio com que instalou a Assemblea Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte no dia 4 de dezembro de 1878 o 1 Vice Presidente o Exm Sr Dr Manoel Janu rio Bezerra montenegro Pernambuco Typ do Jornal do Recife 47 Rua do Imperador 47 1877 1879 MORAIS Marcos Cesar Cavalcanti de Terras potiguares Natal Din mica Editora 1998 MOSSOR C mara Municipal Posturas 1884 MOSSOR C mara Municipal Posturas 1887 MOURA FILHA Maria Berthilde De Filip ia Para ba uma cidade na estrat gia de coloniza o do Brasil Jo o Pessoa Superint ndencia do Iphan na Para ba 2010 483p MOURA Presidente da Provincia do Rio Gra
193. Azevedo Borba PARTE Il A REALIDADE DA CIDADE 1846 1889 Esta cidade est situada margem esquerda do Rio Mossor As suas ruas s o geralmente largas espa osas e alinhadas contando algumas pra as ou quadras regulares e agradaveis em principios de arvoriza o As cazas s o em geral terreas mas quase todas de edifica o e gosto moderno contando se entre ellas alguns sobrados elegantes e vistosos Seus principais edificios s o a Igreja matriz ultimamente melhorada o palacete da caza da camara com espa osos sal es para as Audiencias sess es do Jury e elei es contendo ao res do ch o a cadeia publica bem gradeada e segura a casa da ma onaria de gosto moderno com gradeamento e arvoriza o a casa da escola publica ainda n o concluida a caza do mercado e o cemiterio publico um kilomentro da Igreja Matriz Esta cidade sendo como mercantil e talvez pela sua topographia a primeira pra a da Provincia tem diversos e variados estabelecimentos commerciais e industriaes e duas Pharmacias recebendo do interior de quatro Provincias limitrophes varios productos que exporta para diversas pra as do Imperio e para o estrangeiro por baldea o DESCRI O do munic pio de Mossor da prov ncia do Rio Grande do Norte 10 de janeiro de 1886 BN Il 32 28 019 O per odo compreendido entre 1846 e 1889 se diferencia do per odo anterior pela intensifica o do processo detectado anteriorme
194. Barreto d conta do andamento da obra da ponte sobre o Rio Curimata explicando que se haviam lan ado duas heti as systema Prat dos v os da grande ponte em que a ferrovia tem de atravessar esse rio 255 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba T TOUROS a Hop CEAR MIRIM 6 Extrevoz GUARAPES NATAL MACA BA gt RIO PITIMBU E sA AJUPIRANGA VILA FLOR OSN CUNHA E 2 RIO CURIMATA RIO TRAIRI Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da LEGENDA SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS O AGLOMERADO URBANO MENCIONADO RECURSOS H DRICOS SEMARH Programa Estadual de A x Recursos H dricos Coordenadoria de Infraestrutura COINFRA dd Dispon vel em http Awww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquivos Anuario CDROM 202010 mapas Bacias Hidrogr Eificas 2010 png em setembro de 2013 Informa es localiza es das pontes do RN obtidas nos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Taques 1849 Wanderley 1850 Passos 1853 Junqueira 1860 Gon alves 1860 Murta 1862 Silva 1867 Carvalho 1877 e Barreto 1882 Localiza es aproximadas Verificamos com rela o solicita o de pontes a grande variedade de locais beneficiados com estas o que muito previs vel visto que s o complementos naturais da constru o de estradas Tamb m podemos destacar nestas interven es das pontes as sucess es d
195. Borba 320 Prov ncia Presidente de Prov ncia Jo o Jos Ferreira de Aguiar Presidente de Manuel Ribeiro da Silva Lisboa Prov ncia Vice Presidente de Prov ncia Joaquim Aires de Almeida Freitas Vice Presidente de Manuel Teixeira Barbosa Prov ncia 01 05 1836 01 05 1836 a 26 08 1837 26 08 1837 a 11 04 1838 11 04 1838 a 25 04 1838 25 04 1838 a 03 07 1838 Vice Presidente de Prov ncia Jo o Valentino Dantas Pinaj Cirurgi o Jo o Jos de Oliveira servi o de vacina o n o era funcion rio provincial 03 07 1838 a 03 11 1838 Presidente de Dom Manuel D Assis Mascarenhas Prov ncia Tenente Joaquim Francisco de Paula Moreira Comando de Portalegre e de Vila da Princesa Jo o Ign cio de Loiola Barros Contador da Thesouraria Provincial 03 11 1838 a 06 07 1841 Vice Presidente de Estev o Jos Barbosa de Moura Prov ncia Francisco Xavier da Cunha Juiz de Paz do Distrito da Vila da Princeza Jos da Fonseca Silva Supplente immediato do Distrito da Vila da Princeza Jos Antonio de Souza Caldas Comandante de Vila da Princeza Tenente de Policia Doutor Jos Bento Pereira da Motta Partido Publico do curativo dos pobres Doutor Thomas Cardozo d Almeida m dico residente em Natal Jos Patricio de Seixas Casuinb Continho novo comandante do destacamento do Ass assumiu lugar do Tenente Jos Antonio de Souza Caldas Antonio Alva
196. Cap tulo 2 A PROMESSA DE CIDADE 1822 1845 Nesse ltimo cap tulo pretendemos demonstrar que a percep o que a elite tem da cidade potiguar sob v rios aspectos a de que os n cleos urbanos embora existentes s o muito prec rios desprovidos de uma s rie de elementos estruturantes do espa o urbano caracterizado por uma sociedade incipiente pobre com economia pouco expressiva numa conjuntura que revela a cidade potiguar muito mais como uma promessa do que como uma realidade efetiva O fato de a cidade ainda ser uma promessa mais do que um fato real nos fez inserir este Cap tulo 2 na Parte introdut ria da tese juntamente com a Introdu o Afinal de contas o Cap tulo 2 promessa de cidade tamb m anuncia como se fosse uma introdu o o que vem a seguir A Parte Il da tese que tamb m se comp e de dois cap tulos intitula se A REALIDADE DA CIDADE 1846 1889 Neste momento verificamos uma maior diversidade econ mica e a inser o do RN em uma estrutura econ mica mais semelhante capitalista a sociedade tamb m se torna mais complexa Retomando as quest es socioecon micas no Cap tulo 3 Avan os Sociais e Econ micos apesar de tudo buscamos evidenciar que em termos tanto sociais quanto econ micos h um desenvolvimento consider vel e sem precedentes na hist ria potiguar A cidade come a a adquirir import ncia principalmente de interven o No Cap tulo 4 A c
197. Carla de Azevedo Borba AGRADECIMENTOS A Deus Esta for a propulsora que move o universo e que cada vez mais d provas de sua exist ncia em minha vida Aos meus pais Socorro e Luiz Borba Pelo apoio incondicional pelo exemplo pelas ora es pela torcida pelo amor enorme que transpassa o tempo e atravessa continentes literalmente Ao meu finalmente marido Thiago Luiz Por compreender meus limites mais do que eu mesma por dizer sempre a coisa certa na hora certa pelo amor e pela dedica o integral e absoluta As minhas irm s Ana Patr cia e Andreza Pelo carinho compreens o e pelas conversas descontra das que me deram mais for a para continuar na luta Aos meus amigos e colegas de trabalho Adalberto Michelli e Pio Pela cumplicidade ajuda e amizade Sinto que posso contar com voc s para o que der e vier e isto muito reconfortante acreditem Ao professor Dr Rubenilson Pela orienta o deste trabalho nesta complexa viagem de volta ao passado do Rio Grande do Norte Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba EPIGRAFE H tr s categorias de homens a os que contam a sua hist ria b os que n o a contam c os que n o a t m Max Aub A verdadeira hist ria de um ser n o est naquilo que fez mas naquilo que pretendeu fazer Thomas Hardy Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo apreender qual era
198. Carla de Azevedo Borba g neros em completo abandono passaram a correr todos armados de estacas pelas ruas da mesma cidade espancando a quem encontravam sem distin o de qualidade alguma Penetravam pelas casas cujos habitantes n o tiveram tempo de fechar resultando de todos esses desatinos algumas mortes e ferimentos graves cujos corpos de delicto j se fizeram MONTENEGRO 1878 Ainda em Mossor o presidente Montenegro relata problemas tamb m relacionados ao pr prio processo de distribui o de alimentos Como havia sido determinado que os alimentos somente fossem entregues aos cegos aleijados e doentes MONTENEGRO 1878 os demais se sentindo prejudicados se aglomeraram e em massa se apoderaram de um ltimo carregamento de farinha milho e arroz e em seu desespero quase destroem completamente um grande armaz m destinado a estas distribui es No dia seguinte iniciaram um ataque e saque aos alimentos dos armaz ns o que s cessou com o retorno dos pra as que estavam fora da cidade em dilig ncia Tratando ainda de flagelados da seca desta vez os alojados no litoral na Col nia Sinimbu o Presidente Montenegro trata da pris o do ex diretor da Col nia que segundo relatos do Presidente anterior praticara uma s rie de contraven es a imigrantes l estabelecidos desde o n o repasse dos socorros p blicos a puni es f sicas n o justificadas at desrespeito no sepultamento dos cad veres que eram deixad
199. Carla de Azevedo Borba mananciais as recomenda es s o feitas nas Posturas Municipais e os investimentos portanto s o da popula o Neste caso a elite se preocupava com a manuten o dos mananciais hidr ulicos existentes e com o cuidado em evitar sua contamina o pelos fins mais diversos Embora vejamos a preocupa o com a prote o dos mananciais em v rias Posturas Municipais identificamos um refor o maior nas localidades do interior do RN Nestas regi es mais afastadas do litoral e mais sujeitas seca existe uma maior quantidade de artigos relacionando se com o resguardo dos mananciais e um maior detalhamento nas proibi es de agentes poluentes tanto para o abastecimento humano como as guas para sustento das cria es e planta o Estas diferencia es enfatizam no mbito da prov ncia aspectos de maior ou menor peso segundo situa es espec ficas de uma regi o mostrando que a elite apreendia as diferentes realidades e intervinha conforme a necessidade de cada rea Com rela o s Pontes embora tenham sido frequentemente mencionadas aparecem como n o existindo e sendo fundamentais para o desenvolvimento da cidade Neste caso s o muitas as solicita es para a constru o da Ponte Peixe boi sobre o rio Salgado Potengi na mesma situa o encontrava se a ponte sobre o rio Maxaranguape no munic pio de Extremoz j a ponte sobre o Rio Pitimbu encontrava se conclusa em 1844 Al m da fa
200. Carvalho explica em seu Relat rio que o RN acompanhando o movimento geral do imp rio gastava com sua instru o p blica um valor acima de um quarto de suas finan as e no ano anterior esta propor o foi de cerca de um ter o Tratando da Escola Normal argumenta que a baix ssima frequ ncia somente 20 inscri es desde sua funda o em 1874 e somente 3 alunos conclu ram seus estudos e poucos resultados tem servido para esterilizar t o til institui o Em 1886 o Presidente Jos Moreira Alves da Silva comenta que embora seja a favor da instru o p blica j fazia muito tempo que a prov ncia gastava com este ramo de servi o cerca de um ter o de sua renda 164 No RN em 1862 temos 1 aluno a cada 191 75 habitantes enquanto na Fran a era 1 19 na Pr ssia em 1835 era de 1 6 29 e na Hollanda de 1 8 30 204 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba um maior destaque na constru o de escolas p blicas FIGURA 45 Localidades que possu am escolas p blicas no RN de 1846 a 1889 De acordo com o Presidente Mello Filho 1874 estimada a popula o em 233 979 habitantes um total de 181 137 eram analfabetos sendo que a popula o em idade escolar era de aproximadamente 43 265 Nesta situa o o Presidente Mello Filho conclui que foram poucos os inscritos no ano de 1873 apenas 5 041 alunos mas se comparado ao n mero de inscritos em 1872 2 366 alunos observava se um aumento bastante
201. Cear mirim continuar a linha f rrea na dire o da cidade do Principe e uma segunda situa o no ano seguinte quando o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto trata da autoriza o dada pela Lei N 860 de 22 de Julho do anno passado a contractar com a Companhia Cessionaria da Estrada de Ferro do Natal a Nova Cruz a construc o de um ramal para a cidade do Cear Mirim 141 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba principal produto do RN Tais melhorias poderiam ter trazidos in meras repercuss es positivas n o s para a economia como para a cidade potiguar um aumento mais expressivo de reas agr colas poderia ter feito surgir mais fazendas e novos n cleos urbanos uma maior produ o demandaria mais estradas e vias de comunica o melhorando a rede provincial este crescimento econ mico poderia aumentar a tributa o significando mais recursos para investir em seguran a educa o infraestrutura equipamentos p blicos e outras necessidades Mas nada disto aconteceu e a cidade potiguar pelo menos em virtude da produ o a ucareira prosseguiu nos seus avan os mas de forma bem mais lenta do que as expectativas da elite 3 3 2 O Gado no RN a derrocada do principal produto de exporta o potiguar A seca de 1845 afetou a produ o de gado potiguar desviando pecuaristas para outras atividades econ micas o que todavia n o significou que o gado deixou de ser c
202. Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE P S GRADUA O EM ARQUITETURA E URBANISMO Da promessa realidade A Cidade Potiguar do S culo XIX a partir do olhar da elite Orientanda Adriana Carla de Azevedo Borba Orientador Prof Dr Rubenilson Braz o Teixeira Natal RN 2014 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Adriana Carla de Azevedo Borba Da promessa realidade A Cidade Potiguar do s culo XIX a partir do olhar da elite Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo da UFRN sob a orienta o do prof Dr Rubenilson Braz o Teixeira do Departamento de Arquitetura UFRN para obten o do t tulo de Doutor em Arquitetura e Urbanismo Natal RN 2014 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FICHA CATALOGR FICA Cataloga o da Publica o na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Departamento de Arquitetura Centro de Tecnologia Borba Adriana Carla de Azevedo Da promessa realidade a Cidade Potiguar do s culo XIX a partir do olha da elite Adriana Carla de Azevedo Borba Natal RN 2014 354 f Orientador Prof Dr Rubenilson Braz o Teixeira Tese Doutorado Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo Doutorado em Arquitetura 1 Hist ria d
203. Direito de Natal Germando Antonio Machado Inspector interino da Alfandega Jos Gabriel Gomes da Silva 1 escriptu rio da Thesouraria de Fazenda Antonio Cypriano de Araujo Silva Administrador interino da Mesa de rendas geraes habilitada na barra de Mossor Jo o Avelino de Vasconcellos Lima Administrador da Mesa de rendas geraes da cidade de Macao Salustiano de Andrade Pessoa 2 escriptu rio do Thesouro Nacional Germano Antonio Machado Inspector interino da Alfandega capit o Jo o Paulo Martins Naninguer Ex Commandante da Companhia de Guarni o alferes Francisco de Paula Moreira Commandante Interino da Companhia de Guarni o Dr Jo o Gualberto Ferreira Santros Reis Ex Diretor M dico da Infataria militar Dr Jos Paulo Antunes Diretor M dico da Infataria militar alferes Francisco de Paulo Moreira Commandante interino Capit o de Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 345 mar e guerra reformado Jos Avelino da Silva Jacques Chefe da Capitania do Porto Dr Bandeira de Mello Filho Presidente da Companhia de aprendizes marinheiros Jos de Paula Nepomuceno Ex Official de Fazenda de 4 classe Severiano Alves Martins Official de Fazenda de 4 classe Dr Manoel Dantas Ex 2 cirurgi o Dr Jo o Gualberto Ferreira Santos Reis 2 cirurgi o do exerc cio Dr Archimimo Jos Correia 2 cirurgi o do exerc cio Reverendo Vigario Jos Hermino da Silveira Bo
204. Ferreira d Aguiar prop e a organiza o de um bom sistema de arrecada o e frisa o d zimo do algod o De acordo com o Presidente os produtores de algod o potiguares s pagavam o d zimo nas prov ncias lim trofes onde era beneficiado e comercializado como se n o tivesse sido produzido no RN O Presidente prop s que fossem estabelecidas quatro ag ncias para cobrar tributos No ano seguinte o presidente Manoel Ribeiro da Silva Lisboa confirmou os problemas e denunciou a inefic cia das quatro ag ncias Em 1838 o Presidente Jo o Valentino Dantas Pinaj idealiza uma proposta de tributa o abrangente Pague a prov ncia sem excep ao alguma a d cima parte do tudo quanto for produzido embora seja consumido pelo pr prio productor Vos sabeis que as leis excepcionaes sempre s o odiosas por que fazem aparecer a desigualdade Deixei vos pois de excep es e determinai que a d cima dos pr dios seja comprehensiva de todo e qualquer pr dio que ao alugar ou esteja em maior ou menor povoado e comprehenda tamb m toda e qualquer propriedade que for arrendada seja terreno fazenda engenho ou engenho PINAJE 1838 De tudo que fosse produzido no RN a popula o seria obrigada a pagar o d zimo trata se de uma atitude de extrema preocupa o com o d ficit de arrecada o 52 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba mas impratic vel sobretudo sem funcion rios para aplic la No ano seguinte 1839 o
205. Gado no RN de 1845 a 1868 A arrecada o com o D zimo do Gado 1844 a 1878 e a rela o entre o D zimo do Gado e os Direitos de Exporta o 1879 a 1889 a seguir FIGURA 28 Quantidade de Cabe as de Gado no RN entre os anos de 1845 a 1868 70000 60000 60000 50000 40333 40000 30000 cabe as de gado 20000 17000 10000 0 T T 1845 1859 1868 Fonte Autoria pr pria baseada em Cascudo 1984 p 174 1845 Cascudo 1984 p 178 e Lyra 2008 p 297 1859 e Cascudo 1984 p 381 1868 45 Neste sentido o Presidente Antonio Bernardo de Passos comenta sobre este novo f lego que a produ o pecu ria apresentou no per odo Felizmente as esta es tem corrido mais ou menos regulares e o dizimo do gado f rma actualmente quase metade do rendimento annual da Provincia A crea o do gado he sem d vida alguma o ramo de industria que na Provincia tem attingido maior gr o de desenvolvimento e continua com sens vel progresso ainda que a calcular pelo imposto do dizimo a que est sujeita pare a ter se conservado estacionaria nos ltimos annos mas este c lculo he fallivel por quanto n o s a arrecada o do imposto he muito defreudada por n o ser poss vel verificar a verdadeira produc o de cada fazenda PASSOS 1854 143 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 29 Arrecada o do Gado valores em Contos de R is entre os anos de 1844 a 1878
206. IPAL AUTORIDADE FUNCION RIOS DE ALTO ESCAL O OU FUNCION RIOS PRESTADORES DE SERVI O CUJOS NOMES E CARGOS FORAM MENCIONADOS NOS RELAT RIOS PER ODO Junta Constitucional Provis ria Coronel Joaquim Jos do Rego Barros Presidente Manuel de Melo Montenegro Pessoa Secret rio Padre Francisco Ant nio Lumachi de Melo Coronel Lu s de Albuquerque Maranh o Capit o Ant nio da Rocha Bezerra Sargento mor Manuel Ant nio Moreira Capit o mor Manuel Medeiros Rocha Governo Tempor rio Professor Francisco Xavier Garcia Presidente Matias Barbosa de S Secret rio Francisco Xavier de Sousa J nior In cio Nunes Correia Tom s Pedro Paulo Vieira Junta de Governo Provis rio Padre Manuel Pinto de Castro Presidente Manuel Ant nio Moreira Secret rio Sargento mor Jo o Marques de Carvalho Agostinho Leit o de Almeida e Tom s de Ara jo Pereira Presidente da C mara Municipal Manoel Teixeira Barbosa Sem informa o Obs As linhas deste quadro onde consta a express o sem informa o apontam duas situa es distintas nos Relat rios 1 s o citados cargos e fun es sem os nomes das pessoas que as ocupavam 2 s o citados nomes de pessoas cujos cargos n o s o explicitados Este quadro s apresenta as situa es em que nomes e cargos s o mencionados mas isso n o significa que esses cargos e fun es n o existissem 3 12 1821 a 7 02 1822 07 07 18
207. Inglaterra e os Relat rios come am a enfocar este momento extremamente prof cuo da cotonicultura local Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso defende que depois da cana de a car o algod o o ramo da lavoura de maior importancia na provincia Apesar de otimista o Presidente Velloso cauteloso quanto ao preparo tecnol gico do RN para lidar com a qualidade e quantidade de algod o que a Europa demandava neste per odo O alto pre o que tem este producto gozado no mercado em ras o dos acontecimentos do Estados Unidos da America primeito fornecedor das fabricas de Inglaterra e o cuidado que teve o governo imperial de dar propolar as vantagens d aquella planta ao veio despertar em nossos agricultores a tendencia para ella E por m para notar o atrazo de seu fabrico tudo se faz grosseira e empiricamente de modo que seria de grandes vantagens a introduc ao de machinas de descaro ar como se empregam noutras partes se me autorisardes com os fundos necessarios mandarei vir uma ou duas para ceder os lavradores VELLOSO 1862 O Presidente Trajano Leocardio Medeiros Murta no mesmo ano evidencia um outro problema que a euforia pelo plantio de algod o poderia ocasionar no mercado interno no RN o alto pre o do algod o estava desviando os produtores de cereais para este novo produto o que no entendimento do Presidente poderia ocasionar uma redu o da produ o dos cerais que constituem a base da alimenta
208. L 77 MPIBU Fonte autoria pr pria a partir de redesenho do Mappa das LEGENDA estradas de rodagem do R io Grande do Norte constru das pela x IFOCS no per odo de 1919 1924 organizado pelo Eng A F de A POVOA O Lima Campos em Agosto de 1925 Inspectoria Federal de Obras E VILA Contra as Seccas 3 sec o M Arrojado Lisb a inspector Obtido O CIDADE junto ao Minist rio do Ex rcito no Rio de Janeiro A nica estrada de ferro constru da no per odo estudado foi a que vai de Natal no mapa o n mero 61 a Nova Cruz 71 importante destacar a morosidade na abertura e manuten o das estradas como vimos no cap tulo 3 numa situa o ainda mais dif cil por causa do descr scimo da produ o de gado que eram agentes naturais de abertura e manuten o das estradas do RN Ao inv s de buscar alternativas mais econ micas a elite potiguar possivelmente seguindo as refer ncias dos EUA adota o sistema de linhas f rreas muito mais caro de ser implantado e problem tico na aplica o da tecnologia diretamente para o nordeste brasileiro deste sistema cuja origem era um clima totalmente diferenciado Da aplica o direta da tecnologia o RN se ressente do grande investimento em dormentes pe a de madeira que ao sol potiguar chegou a se 245 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba desintegrar tendo de ser quase integralmente trocado j nas proximidades da entrega da obra A falta de cr di
209. Mello 1 Escritur rio Servindo de Chefe da Segunda Sec o da Thesouraria Provincial do RN Carlos Joaquim Pinheiro de Vasconcellos Ex Secretario da Provincia actual official maior Joaquim Vianna Inspetor de quarteir o Bacharel Dr Euclides Diocleciano de Albuquerque Mello Promotor de Mossor Francisco Jos Alves de Albuquerque Filho Promotor de Maioridade bacharel Mileno de Torres Bandeira Ex Promotor da comarca do Ass bacharel Antonio da Silva Antunes Promotor da comarca do Ass Capitao Focio Joaquim do Rego Barros Tenente Jos Olympio de Paula Moreira Alferes Rolim Cavalcante de Albuquerque Dito Lucio Machado do Rego Barros For a de Policia capit o Jos Bernardo de Medeiros Guarda Nacional em Servi o de Destacamento em Pr ncipe tenente Jo o soares de Macedo Guarda Nacional em Servi o de Destacamento em Assu Dr Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti Jo o Carlos Wanderley Juiz de paz do Ass engenheiro Dr Ernesto Augusto Amorim do Valle Diretor de obras publicas engenheiro Gustavo Luiz Guilherme Dodt Dr Vicente Ferreira Gomes Juiz de Direito de Natal doutor Vicente Inacio Pereira Ex Medico de Partido P blico cirurgi o Jose Joaquim Machado Medico de Partido P blico Interino doutor Thom Maria Cavalcanti Medico de Partido P blico doutor Jos Moreira Brand o da Fonseca Tinoco Ex Diretor geral da Instruc o p blica doutor Jefferson Mirabeau de Azevedo Soares Diretor geral da I
210. Mipibu de 31 de Outubro de 1845 na qual s constatamos refer ncias Constru o e ao Com rcio A situa o prec ria dos munic pios pode tamb m ser defendida pelo Presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento para analisar sua cita o que solicita a vinda de um m dico especificamente do Rio de Janeiro ou de Pernambuco que diz o presidente estivesse disposto a deixar os commodos e vantagens de que se goza em qualquer das referidas Cidades e se sujeite a permanecer nesta Capital Percebamos que este coment rio aconteceu em 1845 meados do s culo XIX e esta era a vis o que um Presidente de Prov ncia tinha da Capital da Prov ncia do Rio Grande do Norte ainda uma das poucas aglomera es urbanas a ter o t tulo de 2 no Rio Grande do Norte e que supostamente deveria ser uma das mais cidade avan adas sob o ponto de vista f sico espacial Um profissional m dico precisaria se sujeitar a residir em Natal deixando muito claramente exposto o quanto a capital estava atrasada em comodidade e vantagens se comparadas aos maiores centros urbanos imperiais no Brasil Tendo em vista sistematizar a an lise da percep o que tinham os presidentes de prov ncia no per odo aqui analisado de aspectos f sico espaciais subdividimos este item quanto aos equipamentos p blicos os principais tipos de edifica o p blica s posturas municipais e infraestrutura fornecimento de gua pontes estradas e comunica
211. Mirian Silva de Abrindo espa os os paulistas na forma o da capitania do Rio Grande do Norte Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Hist ria UFRN Natal 2007 JUNQUEIRA Jo o Jose de Oliveira Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio com que o Exm Sr Dr Jo o Jose de Oliveira Junqueira abrio a sess o da Assemblea Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte em 1860 Pernambuco Typografia de M F de Faria 1860 LEITE Gisele Teoria sobre as elites ou elitismo Acesso em maio de 2011 atrav s do site http pr monografias com trabalhos905 teoria elites elitismo teoria elites elitismo shtm l LEMOS Vicente de MEDEIROS Tarc sio Capit es mores e governadores do Rio Grande do Norte 1701 1822 Natal Ed do Inst Hist rico e Geogr fico do Rio G do Norte 1980 V 2 LIMA Pedro de Natal S culo XX do Urbanismo ao Planejamento Urbano Natal EDUFRN 2009 LISBOA Manoel Ribeiro da Silva Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com que o excelentissim o Exmo Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte o Dr Manoel Ribeiro da Silva Lisboa abrio a 3 sess o da Assembleia Legislativa da mesma Provincia em 7 de setembro de 1837 Recife na Tipografia de M F de Faria 1837 LOPES F tima Martins ndios colonos e mission rios na coloniza o da capitania do Rio Grande do Norte Mossor Funda o Vingt un Rosado Instituto Hist rico e Geogr fico
212. POTIGUAR Conquanto tenhamos identificado um certo pessimismo nos Relat rios em quesitos como a constru o repara o de equipamentos e infra estrutura p blicos resultado como j vimos da prec ria situa o financeira das epidemias e das cat strofes clim ticas paradoxalmente n o esta a realidade vislumbrada nos documentos Antes ao contr rio um momento extremamente positivo de constru o que alicer a fisicamente a cidade potiguar Tamb m do ponto de vista dos equipamentos a cidade vai aos poucos deixando de ser apenas uma promessa e passando a se tornar uma realidade cada vez maior cada vez mais complexa cada vez mais diversificada Esta nova realidade da cidade potiguar se expressa de in meras formas no incremento das posturas municipais e apesar das cr ticas numa maior atua o das c maras municipais no maior gasto com obras p blicas no aumento do funcionalismo p blico na melhoria das finan as nos maiores gastos com obras equipamentos e infraestrutura na consolida o do governo e da economia na preocupa o com os limites da prov ncia enfim produzia novas facetas e novos entendimentos do que seria como seria percebida e apreendida a cidade potiguar Tudo isso contribui para consolidar paulatinamente a cidade potiguar 4 5 1 Aspectos f sico espaciais diversifica o e dispers o dos equipamentos p blicos Comparando os equipamentos mencionados no cap tulo 2 com os
213. Posturas Municipais tanto pela quantidade por exemplo Caic produz neste per odo nada menos do que seis entre Posturas Municipais e Posturas Adicionais como por sua dissemina o em diferentes localildades como pode ser visualizado no mapa a seguir FIGURA 39 Localidades com Posturas Municipais no RN entre 1846 e 1890 MOSSOR CARA BAS APODI SIA FLORESTA INHA CAMPO GRANDE CAIC Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento LEGENDA Costeiro Dispon vel em x http Anww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economico tai s arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 CIDADE Base em cartografia atual do estado do RN Aqui novamente importante ressaltar que os documentos analisados foram aqueles que puderam ser manuseados dispon veis no Instituto Hist rico Geogr fico As posturas municipais analisadas por munic pio adicionais ou n o foram as seguintes quando adicionais a uma postura preexistente elas s o identificadas entre par nteses Natal adicionais de 1884 datada de 10 de maio de 1883 Natal de 1858 datada de 18 de julho de 1857 e de 1885 datada de 17 de mar o de 1884 Angicos adicional de 1874 datada de 1 de junho de 1874 Angicos de 1885 datada de 17 de julho de 1884 Apodi adicional 1866 Tr
214. Posturas de cidades que antes n o possu am e as localidades que j tinham o documento atualizam com inser o de novos artigos em Posturas Adicionais regulamentando novos usos como o caso de espa os de com rcio mercado matadouros a ougues p blicos cemit rios etc numa atua o prof cua das C maras Municipais potiguares Tamb m este crescimento pode ser identificado pelo aumento sem precedentes do funcionalismo p blico que cresce tanto em n mero quanto em diversidade das profiss es contempladas comparada com o per odo anterior temos o aumento de professores e a incorpora o de m dicos e engenheiros antes raros e agora quase integralmente presentes Estes profissionais come am a demandar tanto o espa o f sico para executar suas atividades o caso de m dicos e a constru o de casas de caridade hospitais asilos e lazaretos e de professores cada vez mais espalhados pelo RN impulsionando a cria o de escolas para ministrar a instru o p blica que no per odo anterior acontecia quase exclusivamente nas resid ncias dos pr prios professores como orientam e determinam interven es f sico espaciais o caso dos engenheiros atrav s da confec o de uma quantidade enorme de plantas e os or amentos feitos para constru es reformas e reparos para uma gama de obras que v o desde obras p blicas de usos diversos at v rias infraestruturas tais como pontes melhoramentos de rios estradas
215. Presidentes deixavam de ser promulgadas por quest es de inconstitucionalidade 66 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Com rela o ao poder judici rio atuava na prov ncia o juiz Ouvidor o Juiz de Fora o Juiz Ordin rio e o Juiz de rf o Segundo Araripe in Lemos 1980 p 19 o Ouvidor era nomeado diretamente pelo rei depois imperador e as condi es para investidura no cargo eram ser um bacharel em direito e ter servido como Juiz de Fora por pelo menos 4 anos Sendo ou n o pessoas da terra registros nos Relat rios comprovam in meros atritos entre estes ju zes e demais integrantes da elite assim conclu mos que tamb m no Poder Judici rio o foco da elite n o parecia ser a cidade potiguar mas a resolu o de agravos Desta maneira tamb m na puni o aos crimes ocorridos no RN a atua o da elite era falha mais uma vez a cidade potiguar era relegada a segundo plano 2 2 4 A fazenda como unidade produtiva e sua express o espacial da ocupa o do territ rio ao surgimento da cidade Veremos agora como as unidades produtivas se materializavam espacialmente e quais as repercuss es destas na percep o dos Presidentes Para a implanta o do engenho de a car era fundamental um capital consider vel e caso se situasse no litoral o investimento era maior caso dos engenhos potiguares O engenho era uma estrutura que mesclava caracter sticas agr colas e fabris dotada de instala
216. Relat rios de Presidente de Prov ncia dos seguintes anos 1836 1838 1841 1842 e 1845 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis Os n meros s o contundentes resgatam um volume de despesas muito maior do que a receita ambos num crescente cont nuo mas sempre desfavorecendo a prov ncia A falta de recursos uma justificativa plaus vel para que neste per odo os Relat rios detenham um volume maior de itens de apreens o do que de itens de interven o pois n o havia recursos para investimentos de qualquer tipo inclusive nas cidades Fica evidenciado a partir deste gr fico que o RN encontrava se numa situa o econ mica muito delicada continuamente em d ficit Este era o principal problema que balizava a apreens o dos Presidentes praticamente todos os aspectos socioecon micos lidos neste primeiro per odo enfrentam esta situa o e a utilizam como justificativa para a falta de interven o na cidade potiguar Numa realidade como esta claro que itens de interven o sobretudo os f sico espaciais que mobilizam mais verbas ficavam inviabilizadas ou bastante afetadas sobretudo neste primeiro per odo no qual o aux lio da iniciativa particular n o era muito efetivo Era preciso que a es fossem tomadas para reverter este quadro 49 Da promessa realida
217. SIA FLORESTA 16 ANGICOS 22 PAU DOS FERROS 05 EXTREMOZ 11 AREZ 17 SANTANA DO MATOS 23 LUIZ GOMES 06 S O GON ALO 12 GOIANINHA 18 ACARI 24 APODI 25 CARA BAS Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento A POVOA O Costeiro Dispon vel em E VILA www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquiv os anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de O CIDADE dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Figueiredo J nior 1861 Base em cartografia atual do estado do RN No ano da grande seca de 1877 demandando medidas emergenciais o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho mandou paralisar as obras das matrizes de Papari e de S o Jos de Mipib Ainda se desenvolvendo s custas dos fi is em 1882 o Presidente Francisco de Gouvea Cunha Barreto retrata o esfor o para a constru o de um templo na vila de Maca ba a mais florescente da prov ncia e reconhece que a situa o financeira do RN n o tem permitido grandes despesas No ano seguinte o mesmo Presidente Barreto registra em seu Relat rio a necessidade para reparos e continua o de obras em v rias localidades reparos de que precisava a Igreja da povoa o de Luiz Gomes obras da igreja Matriz da Villa de Goyaninhal obras da nova Igreja da Villa da M
218. Salientamos neste consider vel crescimento a contribui o da iniciativa privada com destaque para os grandes produtores de a car de Cear Mirim e S o Jos de Mipibu e suas doa es terrenos e de edif cios escolares O segundo equipamento mais mencionado nos Relat rios as cadeias tamb m sofrem um crescimento importante mas n o t o significativo quanto o das escolas se em 1846 eram consideradas todas arruinadas e somente a de Natal garantia uma maior seguran a em 1861 eram elencadas 11 cadeias e ainda somente a de Natal era de fato segura em 1889 s o registradas 15 cadeias e destas n o somente Natal mas em S o Jos do Mipibu Acari Jardim e Mossor havia cadeias efetivamente bem protegidas Desta forma temos as pris es tamb m mais disseminadas pela prov ncia e o que era mais importante uma quantidade maior de cadeias consideradas adequadas para diminuir a demanda t o alta que sobrecarregara at ent o a cadeia de Natal o que consequentemente tamb m diminuiu a demanda por policiamento que escoltava os presos desde seus pontos de 270 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba origem at a capital e os gastos p blicos com estas viagens n o mais necess rias pelo menos n o por dist ncias t o longas Em se tratando do hospital no in cio deste per odo ainda n o existiam espa os para atendimentos de sa de no RN s em 1854 que surgiu uma primeira enfermaria em Ponta Negra
219. Suassuna a quantidade de escravos em Cear Mirim era de 1 126 em 1855 e na realidade em 1884 teria somente 777 Suassuna 1999 p 71 119 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 3 2 2 Ignaras vadios e in teis no limite Revoltas sociais no RN Se no primeiro per odo analisado desta pesquisa os Relat rios de Presidente de Prov ncia tranquilizavam o governo central com a calmaria do RN a aus ncia de rebeli es e a exist ncia muito pontual de problemas com criminalidade mais ligados as paix es e desaven as pessoais sobretudo em per odos de elei es a partir deste novo per odo o quadro se modifica sensivelmente As secas as crises econ micas ocasionadas pelos espor dicos decl nios da agropecu ria as enchentes o aumento e a redistribui o populacional na prov ncia a falta de g neros aliment cios a mis ria as epidemias enfim uma s rie de fatores tornou o RN sobretudo o sert o uma rea em ebuli o na qual a popula o vivia no limite de suas for as de sua resist ncia E nesta conjuntura de dificuldades encontramos os Presidentes de Prov ncia praticamente em todo este per odo relatando problemas de dist rbios sociais levantes da popula o surtos de crimes princ pios do banditismo Priorizamos neste item a an lise de momentos pontuais ao longo deste per odo analisado nos quais os Presidentes apontam para problemas de ordem social quando grupos sociais por v rios m
220. a Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 340 Presidente de Prov ncia Jos Nicolau Tolentino de Carvalho Tenente Braz Marcolino de Andrade Mello Membro da assembl ia e administrador da mesa de rendas da cidade de Macau Jo o de Albuquerque Maranhao Cunha Senhor do engenho Estrela no lugar denominado Baia Formosa do termo de Canguaretama herdeiro de Andr de Albuquerque Maranhao Arco Verde na posse de terrenos de marinha bacharel Francisco Jose de Souza Nogueira Ex Chefe de policia bacharel Jos Ignacio Fernandes Barros Chefe de policia Interino bacharel Ernesto Adolpho de Vasconcelos Chaves Juiz de direito Presidente o bar o de Ibiapaba tendo sido eleitos para deputados os negociantes Luiz de Seixas Correia Jo o Cordeiro Antonio dos Santos Braga Junior e Jos Candido Cavalcante e para suplentes Jos Joaquim da Silva Albano e Joaquim Alvaro Garcia Junta comercial Jos Ant nio da Rocha Vianna Juiz de Direito da Comarca de Natal Jos Ign cio Fernandes Barros Juiz de Direito da Comarca de Cear Mirim Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque Juiz de Direito da Comarca de S o Jos Joaquim Guedes Correia Gondin Juiz de Direito da Comarca de Canguaretama Francisco Jos Cardozo Guimar es Juiz de Direito da Comarca de Assu Mathias Ant nio da Fonseca Morato Juiz de Direito da Comarca de Macau Jos Antonio Rodrigues Juiz de Direito da Comarca de M
221. a es vivendo apenas vida oficial E o foco do Presidente Albuquerque n o era a mudan a da capital mas um novo tipo de ponte mista de or amento mais reduzido que vencesse a largura do Rio Potengi permitindo a comunica o de Natal com o resto da prov ncia Embora ao longo deste per odo outras localidades fossem mencionadas como mais promissoras ou de maior import ncia econ mica que Natal como Mossor Cear Mirim Maca ba e at Guarapes de forma geral a elite critica muito mais as condi es de Natal do que questionam na como sede da capital De fato nos Relat rios apenas em 1859 o Presidente Gon alves chega propor a mudan a da capital sendo que nos demais casos s o mais feitas cr ticas e propostas de como melhorar a comunicabilidade de Natal seja atrav s da constru o sobre o rio Salgado Potengi proposta mais comumente mencionada seja por meio de estradas que cortem os morros de areia solu o menos cogitada Quer seja pelos altos custos de se mudar a capital e o RN n o estava com uma situa o financeira assim t o lisonjeira no per odo seja por fatores pol ticos o fato que Natal permanece como capital e aos poucos vai sendo dotada de todas as infraestruturas e equipamentos p blicos que foram mencionados solicitados ao longo dos Relat rios Evidencia se a relev ncia de Natal sobre as demais localidades do RN bem como a manuten o de Natal como capital As raz es desta hegem
222. a estava acontecendo e do quanto a prov ncia tinha pouco conhecimento para lidar com a situa o Al m disto refor a o quanto a popula o estava crescendo bem como a sua din mica de ocupa o territorial cada vez mais sendo impulsionada para as reas incultas seguindo de encontro para os indefinidos limites do RN importante tamb m constatar a import ncia dos engenheiros nas tomadas de decis o nestes embates atrav s da sua produ o t cnica relat rios e pareceres confeccionada por equipes de profissionais com representantes das respectivas prov ncias envolvidas buscando solu es Em 1867 o Presidente Luiz Barboza da Silva recupera a discuss o da falta de uma carta corographica da prov ncia onde figurassem todos os seus portos rios lagoas montanhas estradas cidades villas povoa es accidentes de terreno apontando este documento como um instrumento indispens vel para a adequada administra o p blica sobretudo na decis o do empreendimento de obras O Presidente Silva alerta ainda que caso o Governo Imperial n o se posicionasse enviando aux lios para que se realizasse o levantamento corogr fico do RN a pr pria prov ncia deveria providenciar esta confec o e menciona uma escassa informa o de conhecimento p blico sobre a rea total do RN A superf cie da prov ncia calculada em 150 000 legoas quadradas e s Neste mesmo Relat rio o Presidente Silva relembra os problem
223. a rea de jurisdi o do Ju z de Paz determinada pelas C maras Municipais devendo conter pelo menos setenta e cinco casas habitadas Em 1834 o Ato Adicional transferiu essa atribui o das C maras Municipais para as Assembleias Provinciais Acesso em outubro de 2013 atrav s do site http www tirs jus br export poder judiciario historia memorial do poder judiciario memorial judiciario ga ucho revista justica e historia issn 1676 5834 v3n5 doc 02 Wilson Rodycz pdf 65 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba organiza o do territ rio desta vez do ponto de vista judicial Percebe se tamb m que as comarcas t m suas sedes nos n cleos urbanos mais importantes o que demonstra mais uma vez o papel destes na organiza o do territ rio 2 2 3 Do poder provincial ao poder municipal caracter sticas e limita es na gest o da sociedade e do espa o O Rio Grande do Norte em sendo uma prov ncia perif rica tinha limitada import ncia dentro do Brasil Imperial al m disto suas limita es financeiras reduziam as possibilidades de atua o dos Presidentes pelo menos para o per odo agora em pauta 1822 1845 e os Relat rios evidenciam estas limita es numa primeira an lise por uma maior quantidade de apreens o do que de interven o em seguida pela recorr ncia de propostas semelhantes ao longo do per odo indicando que as propostas de interven o eram continuamente mencionadas mas n
224. a 1863 e Cunha 1870 Base em cartografia atual do estado do RN 229 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba A ltima refer ncia a cemit rios neste per odo foi feita em 1883 pelo presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto tratando do estado deplor vel do cemit rio da capital embora fosse novo e o Presidente mandou ao menos mur lo Da mesma forma que aconteceu com as igrejas fundamental a contribui o dos fi is na constru o dos cemit rios neste per odo A partir da d cada de 1860 este equipamento p blico toma um grande impulso como repercuss o direta das epidemias que assolaram o RN nas d cadas de 1860 70 e desde ent o come a a demandar amplia es impulsionadas tanto pelo crescimento natural da popula o como pelos per odos an malos em que os ndices de mortalidade cresceram de forma alarmante sendo o destaque desta situa o a seca de 1877 78 que deflagrou um processo de migra o maci a da popula o flagelada do sert o em dire o ao litoral e reas portu rias no alto oeste Mossor e Macau localidades que receberam uma quantidade inesperada e expressiva de cad veres considerando as previs es normais Mas esta nova demanda de acordo com Teixeira 2009a n o se deu somente em virtude das epidemias a pr tica das inuma es das igrejas realmente come a a declinar por volta de meados do s culo XIX da esses cemit rios fora das igrejas come arem
225. a Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira construiu uma pequena casa para servir como lazareto na margem do Rio Salgado nas proximidades da gamboa do Manimbu De acordo com o Presidente Meira tinha frente de 8 8 metros por comprimento de 11 metros e p direito de 3 52 metros Em 1869 70 um novo surto de var ola leva o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque a mandar construir um rancho de palha no lugar Ref les voltado ao tratamento de variolosos 179 Um lazareto no 1 districto para os presos acometidos de var ola e um segundo tamb m no Refoles s custas do philantropico s bdito inglez Francisco Arthur Bowen primeira refer ncia de contribui es particulares para a edifica o de edif cios de sa de no RN 213 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Jos Marcelino da Rosa e Silva solicita novos servi os que melhorem o atendimento do estabelecimento segundo o Presidente Muitos servi os tem prestado esta institui o de caridade Hospital de Caridade Se as for as econ micas da prov ncia n o fossem t o prec rias vos pediria meios para amplia la submeto a vossa considera o crea ao de uma empreza funer ria cujo rendimento concorra para as despezas do hospital SILVA 1889 FIGURA 47 Equipamentos p blicos Hospital em Natal 1846 a 1889 EXTREMOZ S O GON ALO DO AMARANTE PARNAMIRIM Fonte autoria pr pria a
226. a compara o do RN com outros fontes de inspira o s o retomados no cap tulo 4 evidentemente sempre em desvantagem raramente em condi es aproximadas Considerando estas duas lentes estes filtros que desfocam a realidade constru da nos Relat rios deste per odo identificados atrav s do uso dos instrumentos de an lise textual an lise de conte do e an lise do discurso entendemos este aparente contrassenso dos Presidentes de Prov ncia Este novo entendimento nos fornece subs dios para o cap tulo seguinte no qual analisamos de que maneira as dimens es pol tico administrativas e f sico espaciais comp em se entrela am e se incorporam dentro deste panorama s cioecon mico evidenciando a percep o da elite acerca da cidade potiguar no per odo entre 1846 e 1889 169 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba CAP TULO 4 A CIDADE NOVAS PERSPECTIVAS E PROJETOS PARA O FUTURO Os n cleos urbanos v o evidentemente refletir esse novo per odo entre 1846 e 1889 mais promissor tornando se uma realidade cada vez mais palp vel Trata se de um per odo marcado por um processo um pouco mais acentuado de urbaniza o FIGURA 38 Vilas e cidades existentes no RN at 1889 iniciado inclusive pela eleva o ao status de cidade de duas localidades Assu e S o Jos de Mipibu assim como um per odo caracterizado pela import ncia crescente de cidades como Mossor e Natal que passa por um proc
227. a cujo maior foco de interven o ser o d zimo do gado mas sem obter sucesso 2 2 A CIDADE ESPA O E GEST O INCIPIENTES Embora com uma sociedade e economia voltadas para o campo poss vel detectar sinais de que a elite potiguar se interessa pela quest o urbana mesmo de forma incipiente os Relat rios e as Posturas revelam um refor o lento da vida urbana percebido no surgimento de novos n cleos urbanos e munic pios preocupa o com a organiza o do territ rio sinais de maior controle da vida e forma urbana diversifica o da m o de obra crescimento populacional aumento do funcionalismo p blico investimento em obras p blicas dentre outros Dentre as Posturas estudadas agrupamos os artigos por assunto em seis categorias Animais e agricultura Com rcio Constru o Limpeza gua e Seguran a p blica 2 2 1 O crescimento dos munic pios e a necessidade de regulamenta o s cio espacial das localidades as Posturas Municipais Quanto forma o do territ rio um dado contundente a acelera o no processo de surgimento de n cleos urbanos Se em 1800 havia no RN 8 munic pios sendo uma cidade Natal e sete vilas Extremoz Vila Flor S o Jos de Mipibu Arez Portalegre Assu e Caic em 1845 encontramos 13 munic pios s o eles al m dos citados Apodi Acari Goianinha Martins e Touros Foram computadas as aglomera es urbanas elevadas condi o de vila ou munic pio em pr
228. a produzira neste ano e nem produziria no ano seguinte A situa o do d zimo do gado neste final do per odo de fato preocupante um dos maiores anseios dos Presidentes identificado desde o in cio de nossa do d zimo do gado vaccum pelo sistema de arremata o e defende que al m de este n o ser o mais acertado acredita ser inclusive prejudicial aos interesses da fazenda 50 Conquanto estes d zimos se reduzissem as d vidas provinciais j se elevavam a 250 000 000 tornando a situa o grav ssima Cerca de cinco anos mais a frente o Presidente Satyro de Oliveira Dias em seu Relat rio de 1882 ainda detecta os reflexos do flagelo de 1877 explicando que a ind stria pastoril antes da seca era a ocupa o quase que exclusiva do sertanejo mas que atualmente talvez produza menos que a metade O ltimo relato deste per odo em 1889 do Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva trata diretamente de tributa o num ltimo esfor o de melhorar as finan as do RN a partir do d zimo do gado Neste sentido alerta sobre a mudan a no sistema de arrecada o do d zimo do gado e as repercuss es negativas desta decis o para a economia do RN para desanimar a inova o do systema de arrecada o administrativa desse imposto inaugurada no exerc cio de 1883 1884 desprezando se o antigo por meio de arremata es que outrora t o bons e t o prof cuos resultados produziu como tive ocasi o de provar com dados e
229. a 1889 considerando os dados levantados apenas em 5 anos o valor obtido como receita foi superior ao das despesas Ao longo dos demais quando a situa o n o o inverso temos uma posi o quase de equil brio entre receita e despesa sendo a receita sempre levemente inferior o que ocasionava d vidas constantes repassadas de governo a governo De in cio os d ficits foram sendo sanados com os resqu cios de saldos obtidos ao longo da d cada de 1860 mas logo que estes saldos foram se extinguindo come ando um ciclo de empr stimos e lan amentos de ap lices na tentativa de equacionar a balan a desequilibrada Al m desta problem tica balan a financeira a elite deste per odo teve ainda que lidar com situa es de fraudes e corrup es Constatamos que as finan as do RN no per odo estavam enfrentando problemas in meros d ficits cada vez maiores perdas na pecu ria e agricultura al m das quedas dos pre os internacionais dos produtos de exporta o a car e algod o estradas intransit veis e a falta de investimentos em outros meios de comunica o linhas f rreas e melhorias da navega o impulsionavam os produtores do RN a continuar buscando as prov ncias vizinhas fazendo a tributa o tamb m evadir se a falta desta tributa o impossibilitava uma s rie de melhorias para aumentar a produtividade e escoamento da produ o atrasando o avan o tecnol gico das principais fontes de riqueza da prov ncia At
230. a Concei o 1880 MARINHO Francisco Fernandes O Rio Grande do Norte sob o olhar dos bispos de Olinda uma leitura dos relat rios das visitas ad limina apostolorum existentes no arquivo secreto do Vaticano e outras informa es de visitas pastorais 1679 1884 Natal Nordeste 2006 MASCARENHAS Manoel de Assis Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado a Assemblea Legislativa da Provincia do Rio Grande do Norte na abertura da ultima sess o ordinaria da 2 Legislatura Provincial no dia 7 de setembro de 1839 pelo Exmo Presidente da Provincia D Manoel de Assis Mascarenhas Pernambuco Typ de Santos amp Companhia 1839 1840 MASCARENHAS Manoel de Assis Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio que a Assemblea Legislativa da Provincia do Rio Grande do Norte apresentou o Exmo Presidente da mesma Provincia D Manoel de Assis Mascarenhas Em 7 de setembro de 1842 Pernambuco Typographia de Santos amp Companhia 1842 1848 MEDEIROS FILHO Olavo de Caic cem anos atr s Bras lia Centro Gr fico do Senado Federal 1988 MEDEIROS FILHO Olavo de Terra natalense Natal Funda o Jos Augusto 1991 MEDEIROS FILHO Olavo de Velhos invent rios do Serid Bras lia Centro Gr fico do Senado Federal 1983 MEDEIROS FILHO Jo o FARIA Oswaldo Lamartine de Serid S c XIX Fazendas e Livros Rio de Janeiro Fomape Editora 1987 MEDEIROS Tarc sio Aspect
231. a Costa Miranda Chefe de Pol cia Antonio Cypriano de Araujo Silva 2 escritur rio da Alfandega e administrador interino da mesa de rendas gerais de Mossor Francisco Clementino de Vasconcellos Chaves Chefe de policia interino Dr Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque e Dr Angelo Caetano de Souza Cousseiro Ju zes de direito Dr Jo o Gualberto Ferreira Santos Reis Ex Inspector da sa de publico e do porto Dr Luiz Carlos Lins Wanderley Inspector da sa de publico e do porto Interino Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara M dico commissionado na cidade de Mossor Dr Jo o Gualberto Ferreira Santos Reis Ex Commissario vaccinador Dr Jos Paulo Antunes Commissario vaccinador Antonio Cypriano de Araujo Silva 2 escriptuario d Alfandega Vestremundo Arthencio Coelho Ex Director da Colonia Sinimb Focio Joaquim do Rego Barros Commandante da Companhia de policia Dr Hermogenes Joaquim Barbosa Tinoco capit o Jo o Ferreira Nobre tenente coronel Jos F lix da Silveira Varela e major Francisco Bezerra Cavalcante Rocha Maracaj Comiss o para estudar a referida Colonia Sinimb Dr Henrique Leopoldo 04 10 1878 a 31 01 1879 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 343 Soares da Camara M dico atuante em Mossor Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes Inspector interino do Thesouro Provincial Jo o Nepomuceno Seabra de Mello 2 escriptu rio desta reparti o
232. a Cruz sendo esta ltima conclu da em 1883 No quesito comunica o o RN sai de uma realidade de correios sem pontualidade em 1858 para correios atendendo a toda a prov ncia de 8 em 8 dias al m disto come a a 298 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba contar tamb m com um tel grafo em 1871 o qual em 1882 acompanhava a linha f rrea de Natal a Nova Cruz expandindo assim sua rea de atua o As fontes p blicas neste per odo se concentraram ainda em Natal at 1850 a partir de 1860 tem in cio uma grande quantidade de solicita es e constru es de a udes e fontes de gua p blicas por todo o RN e dentre as localidades contempladas ou mencionadas podemos listar Imperatriz Martins Angicos Nova Cruz Portalegre Maca ba S o Jos de Mipibu Touros Pr ncipe Caic Acari sendo que em algumas as obras foram concretizadas com a m o de obra dos flagelados das secas Estas fontes d gua tamb m s o mencionadas em diversas Posturas que estabelecem em linhas gerais as regras de uso dos mananciais condi es para manuten o e limpeza e at mesmo a obrigatoriedade de constru o de cacimbas Da mesma forma que as fontes d gua as pontes tamb m s o bastante identificadas neste per odo e de in cio os esfor os concentram se em Natal com a t o clamada ponte sobre o Rio Salgado Potengi Mas logo a partir de 1850 come am a aparecer solicita es e verbas para pontes em todo
233. a Typografia de M F de Faria 1846 SARMENTO Cazimiro Joz de Moraes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Discurso apresentado pelo illustrissimo e excelentissimo senhor Doutor Cazimiro Joz de Moraes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte na abertura da segunda sess o da sexta legislatura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 7 de setembro de 1847 Pernambuco na Typografia de M F de Faria 1847 SILVA Janice Theodoro da Ra zes da ideologia do planejamento nordeste 1889 a 1930 S o Paulo Editora Ci ncias Humanas ltda 1978 SILVA Luiz Barbosa da Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio apresentado a Assembl a Legislativa do Rio Grande do Norte na sess o ordin ria do anno de 1866 pelo Presidente da Provincia o Exm Snr Dr Luiz Barbosa da Silva Rio Grande do Norte Tip Dous de Dezembro 1867 SILVA Jos Moreira Alves da Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla lida a Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte pelo Presidente Jos Moreira Alves da Silva no dia 26 de abril de 1886 ao installar se ella extraordinariamente Typographia do Correio do Natal Rua da Concei o n 22 1886 311 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 SILVA Jos Marcelino da Rosa e Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte
234. a a constru o do novo Atheneu sendo que esta verba estava destinada originalmente constru o do Hospital de Caridade no entendimento do Presidente Siqueira uma obra bem mais importante Al m desta aplica o de verba n o adequada ele critica outras situa es relativas a esta decis o Para esta obra Senhores foi applicada a quantia que estava destinada construc o do Hospital de Caridade quantia excessiva na verdade para uma provincia pobre onde falta o necessario Procedendo se Senhores contruc o deste edificio sem que primeiramente se mandas tirar a planta e se fizesse o seu or amento e havendo na Provincia Engenheiros a quem se deveria consultar despresou se tudo de maneira que a escolha do terreno foi pessima por ser ch o d ar a com pouca terra ordinaria e em um plano inclinado e pessima igualdade dos materiaes por quanto s se empregou barro e tijolo sem alguma cal que entre uma cousa e outra estabelecesse a necessaria liga SIQUEIRA 1848 5 Tamb m em 1859 foi inaugurado o Col gio de Educando Art fice que contudo n o contava ainda com um pr dio pr prio funcionando num alugado 46 O Presidente Gon alves atestou a conclus o da obra do Atheneu Rio Grandense iniciada em 1847 Mandou construir mais um pr dio para instru o p blica em Natal no bairro da Ribeira ser a 2 casa de escola existente na capital E prossegue relacionando as novas escolas en
235. a aparecer e a serem mais frequentes nos Relat rios O deslocamento e mortalidade em massa sobrecarregaram os equipamentos existentes e a partir da os Relat rios se preocupam n o somente com a manuten o dos cemit rios existentes mas com suas capacidades h muito extrapoladas Ao confrontar a falta de verba e os preceitos m dicos encontramos no RN algumas interven es intermedi rias embora n o obedecessem integralmente as determina es da medicina se buscava alguma solu o intermedi ria como era o caso de cercar um terreno cont guo para novos sepultamentos 4 5 1 8 Reparti es P blicas Como repercuss o direta do crescimento do funcionalismo p blico bem como sua diversidade vemos neste per odo um aumento nos investimentos para constru o de pr dios espec ficos para atender tanto demandas antigas como era o caso da falta de edif cios pr prios para as C maras assim como as novas exig ncias sobretudo ligadas fiscaliza o das exporta es a situa o de pr dios de alf ndega por exemplo Em 1846 o presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento retoma uma falta antiga no RN que s o as casas para reuni o das C maras apenas as de 19 Que como mencionamos refor ava a demanda tamb m por cadeias haja vista que esta edifica o compunha dois usos Casas de C mara e Cadeia 230 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Natal S o Jos Assu Portalegre Pr n
236. a arquitetura Tese 2 Planejamento urbano Tese 3 Cidade Potiguar S culo XIX Tese Teixeira Rubenilson Braz o Il Universidade Federal do Rio Grande do Norte III T tulo RN UF BSE15 CDU 94 72 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Adriana Carla de Azevedo Borba Da promessa realidade A Cidade Potiguar do s culo XIX a partir do olhar da elite Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo da UFRN para obten o do t tulo de Doutor em Arquitetura e Urbanismo APROVADA EM 07 04 2014 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Rubenilson Braz o Teixeira UFRN ORIENTADOR Prof Dr Edja Bezerra Faria Trigueiro UFRN MEMBRO Prof Dr F tima Martins Lopes UFRN MEMBRO Prof Dr Juliana Teixeira Souza UFRN MEMBRO Prof Dr Clovis Ramiro Juc Neto UFC MEMBRO Prof Dr Maria Berthilde de Barros Lima e Moura Filha UFPB MEMBRO Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba DEDICAT RIA Como dizia Johann Goethe Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lan a toda a for a de sua alma todo o universo conspira a seu favor e por sentir esta energia t o presente em minha vida apesar de tudo dedico este trabalho a minha av dona Astrogilda Meira de Azevedo in memorian pelo in cio da forma o desta dinastia de professoras Da promessa realidade Adriana
237. a confirma a conclus o da cal ada da rua da Concei o Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior comenta a situa o ca tica da maioria das ruas quase todas exigindo algum tipo de melhoramento Em certos lugares convem destruir mattos e n outros entulhar barrancos feitos pelas aguas pluviaes nivelar ao menos quanto for possivel os lugares de maior transito e reparar o pequeno cal amento que existe E sugere que se aproveite os presos mediante um m dico sal rio para a realiza o destas obras No ano de 1863 o Presidente Olintho Jos Meira executa reparos no cal amento da ladeira e aterro que ligam o bairro de Cidade Alta com o da Ribeira tr s anos depois 257 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba o mesmo Presidente trata da necessidade de cal ar a ladeira da cadeia por onde se fazia o transporte de g neros que chegavam pelo rio De acordo com o Presidente Meira tal obra n o uma comodidade so para os habitantes da capital pois uma obra de interesse para o comercio No ano seguinte o Presidente Luiz Barbosa da Silva anuncia a conclus o do cal amento da ladeira do Passo da P tria O Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque em 1870 reconhece a necessidade de cal amento da Ladeira da Capital e pretendia faz lo de paralelep pedo mas os recursos n o permitiram Dois anos depois o Presidente Henrique Pereira de Lucena contratou o cal amento
238. a constru o deste equipamento ocorrida no governo do capit o mor Lopo Joaquim de Almeida Henriques a frente da capitania do Rio Grande do Norte de 1802 a 1806 uma ata do Senado de Natal defendendo seus trabalhos na capitania significativa Teixeira 2009 recomp e esse acontecimento no trecho a seguir Para combater a seca ele Lopo Joaquim de Almeida Henriques mandou construir em Natal um curso d gua cristalina cercado de muros erigidos com pedra e cal Mandou construir tamb m uma grande cava que retendo a gua atrav s dos muros formavam um grande lago Esse reservat rio servia para banhos assim como para distribuir gua por quatro canaliza es produzindo dessa forma um leque profundo soberbo magnifico Era a fonte chamada do baldo localizada ao sul da cidade onde os habitantes se abasteciam d gua TEIXEIRA 2009a p 243 E a outra fonte d gua mencionada era a Cacimba S o Thom que assim como a Fonte da Cruz da Bica continuamente encontrava se danificada 80 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 15 Infraestruturas existentes entre 1822 1845 Fontes d gua RUA GRANDE ATUAL PRA A ANDR DE ALBUQUERQU IGREJA N S APRESENTA Bairro Ribeira Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da prefeitura municipal do LEGENDA Natal Dispon vel em E FONTE DE GUA http www natal rn gov br semurb paginas file mapas fotos
239. a contribuir fornecendo maior visibilidade e uma melhor compreens o da cidade potiguar neste per odo hist rico cuja palavra chave para o RN transforma o consideramos que grande parte de nossos esfor os foram v lidos A pesquisa bibliogr fica e documental coletada e analisada para esta pesquisa atrav s de vasta documenta o hist rica coletada principalmente no Instituto Hist rico e Geogr fico do Rio Grande do Norte na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro na biblioteca do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e a consulta ao Projeto de Imagens de Publica es Oficiais Brasileiras do Center for Research Libraries e Latin American Microform Project que guarda os Relat rios de Presidentes 302 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de Prov ncia e em especial os da Prov ncia do RN podem servir de motiva o para abrir novos caminhos de pesquisa Vale destacar que em virtude da nossa problematiza o voltada para a percep o da cidade potiguar nossa vis o sobre os documentos foi necessariamente ampla e panor mica e assim muitas informa es coletadas n o foram utilizadas na reda o e carecem ainda da investiga o de futuros pesquisadores da rea Assim os Relat rios de Presidente de Prov ncia fornecem subs dios para in meras pesquisas espec ficas Ou seja poder se ia empreender investiga es sobre o desenvolvimento das escolas p blicas no RN casas de c mara e cadeia
240. a fechou e foi sucedida pela Waryon Pedroza S A SANTOS 1994 p 89 Conforme elucida Medeiros 1973 p 94 Fabr cio Pedroza visualizou um local onde o escoamento de seus produtos aconteceria de forma mais gil no in cio da da constru o da Estrada Velha dos Guarapes que partindo do Alecrim Natal seguia rumo Maca ba com a constru o do porto de Guarapes num ponto mais estreito e profundo do Rio Potengi que possibilitava tr nsito de embarca es de at 500 toneladas Esta iniciativa de Pedroza atraiu o surgimento de v rios armaz ns e para exemplificar como este porto dinamizou a economia deste local ao passo que foi reduzindo a da capital Medeiros explica que somente no ano de 1869 70 vinte e duas embarca es partiram da em dire o Inglaterra enquanto de Natal apenas 19 Medeiros 1973 p 94 Em 1877 o Presidente Antonio dos Passos Miranda registrou em seu Relat rio a autoriza o atrav s das leis provinciaes ns 732 de 9 de Agosto de 1875 e 773 de 9 de Dezembro de 1876 para o contrato de estabelecimento de uma f brica de tecidos de algod o no munic pio desta capital celebrado com o sr Amaro Barreto inserindo o RN n o s na atividade de com rcio de mat ria prima para exporta o mas tamb m de produtos manufaturados Algumas outras consequ ncias diretas do ponto de vista f sico espacial da implementa o destas firmas comerciais e f bricas foram as v rias obras de infra estrutu
241. a o preparo da farinha teares modestos para o fabrico de redes ou pano grosseiro a udes engenhocas para preparar a rapadura capelas e at capel es cavalos de estima o negros africanos n o como fator econ mico mas como elemento de magnific ncia e fausto apresentaram se gradualmente como sinais de abastan a LIRA Tavares de 2008 p 199 N o raro alguns destes investimentos acabavam atraindo mais moradores e logo a fazenda de gado dava in cio a uma povoa o e conforme crescia atraia mais moradores Este modelo de nascimento de uma localidade inclusive mencionado por Teixeira 2009a p 413 ao tratar do processo de surgimento de algumas localidades potiguares no s culo XVIII a localidade que resulta da atividade de cria o de gado Percebemos a import ncia mais expressiva que a fazenda de gado tinha como instrumento de produ o de riquezas para o RN quando retomamos as v rias propostas tribut rias propostas de interven o dos Presidentes que aperfei oassem a arrecada o do d zimo do gado numa rea geogr fica maior demandando menos recursos e com clima favor vel era natural que esta empresa florescesse e na falta de recursos era na atividade econ mica mais produtiva que os Presidentes buscavam respostas para seus problemas 2 2 5 QUANDO O SIL NCIO FALA MAIS DO QUE MIL PALAVRAS O N O DISCURSO DA ELITE SOBRE A INEXISTENTE CIDADE POTIGUAR Iniciamos nossa an lise mais especificame
242. a promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba sua realidade conquistada no s culo XIX ao longo de todo o s culo XX at os dias atuais E mesmo que tenhamos uma perspectiva negativa da realidade do s culo XIX ocasionada pelo tom pessimista da maioria dos Presidentes basta verificarmos os ind cios e dados contidos nos pr prios documentos para constatar que mesmo com este discurso aparentemente incoerente o RN se desenvolveu e teve conquistas absolutamente expressivas neste per odo 276 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 5 CONCLUS O DA PROMESSA REALIDADE COMO ERA DE FATO A CIDADE POTIGUAR A PARTIR DO OLHAR DA ELITE Acostumados ao ritmo alucinante com que as mudan as se processam na contemporaneidade o mergulho de revisita ao passado imp e ao pesquisador uma nova e diferente forma de vislumbrar este passado um respeito pelos diferentes ritmos pelas limita es pelas dificuldades e sobretudo pelas diferen as auscultar este passado se propondo a compreender atrav s dos olhos de outrem aquela realidade consiste num trabalho de muita sutileza pois uma palavra um coment rio solto num discurso em alguns casos nos remete ao oposto do que estava sendo dito ou no nosso caso escrito Na busca por resgatar estes tantos olhares que apreenderam e intervieram na cidade potiguar ao longo de nosso percurso investigativo elencamos tanto as maiorias como pin amos as exce es a
243. a prov ncia capit o 12 04 1869 a 19 02 1970 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 330 Urbano Joaquim de Loyolla Barata Vereador da camara municipal de Natal capit o Antonio Joaquim de Lyra comandante Interino do destacamento da guarni o padre Joaquim Severino Ribeiro Dantas professor de francez do Atheneu dr Francisco Gomes da Silva Ex Director geral da instruc o publica bacharel Jeronyno Cabral Barbosa da Camara Director geral da instruc o publica cidad o Pedro Paulo Vieira de Mello Contrado para as obras do revestimento do palacete provincial Jos Rodrigues 1 tenente de engenheiro W Rewlinson Engenheiro padre Jos Luiz Cerveira Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Ex Inspector da thesouraria provincial Jos do Rego Bezerra Ex 1 escripturario Genesio Xavier Pereira de Brito 1 escripturario Gustavo Olympio Ferreira Alvares 2 escripturario cidad o Thomaz Barreto Lins Barros Praticante Joaquim Jos Pinto Ex Chefe da 1 sec o da Thesouraria Provincial Jos Pedro de Carvalho Chefe da 1 sec o da Thesouraria Provincial bacharel Carlos Justiniano Rodrigues Secret rio do Governo Interino official maior Antonio Pinheiro da Camara Secret rio do Governo Pedro de Alcantara De o Ex Chefe da 2 sec o da Thesouraria Provincial Francisco Canuto Emerenciano Chefe da 2 sec o da Thesouraria Provincial Vice Presiden
244. a quase exclusividade da capital 4 5 1 2 Pris o Um importante esclarecimento inicial acerca de pris o o fato de que neste per odo este edif cio vinha em anexo com as C maras Municiais nas chamadas Casas de C mara e Cadeia o que a princ pio pode ser um ind cio de porque esta foi 207 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba a segunda obra p blica mais mencionada nos Relat rios Uma outra motiva o para esta apari o t o expressiva tem reflexos nas demandas sociais identificadas no per odo conforme elencamos no cap tulo 3 desta tese Os v rios Relat rios do per odo que se estende de 1846 a 1856 apontam uma percep o dos Presidentes de Prov ncia bastante negativa sobre as cadeias da prov ncia est o arruinadas SARMENTO 1846 PASSOS 1854 MONTENEGRO 1878 precisando de muitas melhorias WANDERLEY 1850 SILVA 1867 e poucas apresentam a devida seguran a necess ria a um pres dio CUNHA 1852 PASSOS 1856 No ano de 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior faz um relato geral das condi es das 11 cadeias existentes no RN a de Extremoz amea ava ru na foi consertada mas ainda precisava de reparos para maior seguran a dos presos a de S o Jos por suas condi es de salubridade poderia conter maior numero de presos a de Apodi era arejada espa osa e segura a de Vila Flor de Imperatriz e de Portalegre precisavam de asseio e rep
245. a rede urbana potiguar 30 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba pois esse tema constituiria uma tese em si Vamos contudo aludir ou fazer algumas considera es introdut rias a esse respeito ao longo do trabalho o qual privilegia sobretudo o espa o intraurbano das localidades e n o a rela o entre elas 1 3 1 A elite pol tico administrativa A utiliza o do termo elite se por um lado pressup e um grupo espec fico de sujeitos por outro lado suscita mais incertezas do que defini es A leitura desta palavra nos remete ideia de uma classe mas que classe seria esta Quais os sujeitos est o implicitamente inclusos quando nos valemos da palavra elite Para esclarecer estas quest es nos apropriamos do artigo de Gisele Leite no qual estes conceitos s o vistos pelo vi s epistemol gico e nos permitiu esbo ar algumas considera es Antes de adentrar nestes conceitos julgamos pertinente trazer nossa compreens o de classe social a que nos referimos para o entendimento de elite Para trabalhar este conceito de Classe social nos apropriamos das reflex es de Adriano Codato e Fernando Leite 2013 que apontam quatro princ pios sociol gicos essenciais para a compreens o do conceito de classe social O primeiro deles determina que as diferentes posi es sociais devem ser pensadas em conjunto vez que uma posi o n o existe sem a outra desta rela o entre as d
246. acahybal concertos que reclamava a Igreja Matriz de S Jos de Mipib reparos de que carece a Igreja do 225 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Senhor Bom Jesus das Dores d esta capital BARRETO 1883 No tocante s igrejas observamos que foi muito limitada quase inexistente a contribui o dos cofres p blicos para a manuten o e constru o de igrejas neste per odo Como pudemos constatar se houve crescimento ou manuten o nas igrejas embora veementemente reclamadas nos Relat rios dos Presidentes tais provid ncias n o foram efetivadas pela elite ou pelo menos n o pela elite pol tico administrativa atrav s de verbas p blicas Outro ponto que chama a aten o como mencionamos no in cio deste item foi a diminui o com que este equipamento p blico foi mencionado demonstrando que n o s a popula o em geral vinha reduzindo seu interesse pelo culto p blico mas tamb m a pr pria elite tamb m come ava a despertar sua apreens o para outras facetas da cidade redirecionando esfor os e verbas neste sentido diversificando sua interven o na cidade As igrejas estavam aos poucos deixando de ser o ponto de encontro nico da sociedade e estavam tomando espa o outras edifica es laicas dentre as quais os mercados as pra as as reas comerciais dentre outras O RN inserindo se como estava nas novas tend ncias capitalistas n o poderia deixar mudar os tra
247. ade potiguar Mas al m do gasto com sal ros de funcion rios uma situa o muito criticada pela elite era a vitaliciedade de sal rios e gratifica es concedidas aos aposentados e ainda a situa o muito recorrente de mais que uma aposentadoria outorgada a um mesmo funcion rio Estas aposentadorias podiam ser estabelecidas estando o funcion rio com menos de 10 anos de trabalho e n o havia muita fiscaliza o acerca da real situa o de invalidez que conduzia a esta aposentadoria vez que o pr prio funcion rio que deveria fornecer provas de que n o mereceria a aposentadoria o que evidentemente n o acontecia Os desfalques nas finan as p blicas e os constantes atrasos nos vencimentos de funcion rios e aposentados nos permitem vislumbrar o quanto este montante sobrecarregava as finan as do RN e por sua vez o quanto tais gastos impactavam os cofres p blicos nos momentos de emerg ncia como nos per odos de calamidades clim ticas e epid micas e como foram minando a economia potiguar at o final de 1889 4 3 RN EM CONEX O COM O MUNDO IMPACTOS DO COM RCIO E DA INDUSTRIA NA CIDADE Enquando no per odo anterior o RN fazia exporta o da maior parte de seus produtos agropecu rios apenas para as demais prov ncias brasileiras entre 1846 e 1889 as exporta es acontecem tamb m para fora do Brasil sobretudo para a Inglaterra Como vimos no cap tulo 3 as guerras americanas tiveram repercuss o direta no Bras
248. ades da prov ncia Nos Relat rios acerca de Natal aparecem sugest o de aproveitamento das visuais do rio Potengi e do Baldo a limpeza de ruas que lhes confere uma perspectiva agrad vel a erradica o de casebres de taipa em reas mais nobres bem como de terrenos baixos e alagadi os Nas Posturas para Natal proposto um servi o de arboriza o de pra as e largos em Mossor enfoca se um princ pio de zoneamento destinando reas espec ficas para a agricultura e para muitas cidades em linhas gerais encontramos a preocupa o das C maras com os alinhamentos e esquadros de edifica es regulamenta o no dimensionamento de fachadas esquadrias e cal adas assim como sua manuten o e limpeza para as reas rurais dimensionamentos para alturas de cercas de modo a padroniza las Muito embora algumas determina es das Posturas n o fossem aparentemente ligadas s quest es de est tica como vimos tamb m no cap tulo 2 ao tratar de limpeza como algo relacionado est tica algumas neste per odo j tem uma rela o bastante clara com esta inten o de harmoniza o da paisagem demonstrando a preocupa o da elite pol tico administrativa com a apar ncia da cidade potiguar e n o s com sua funcionalidade 273 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Com rela o infraestrutura temos tamb m um per odo extremamente produtivo enquanto na primeira metade de nossa investiga
249. ados por administrar a obra da estrada de Natal a Extremoz Joaquim Ignacio Pereira contratado para a obra do aterro da Cor a al m do rio salgado 15 03 1850 a 06 05 1850 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 323 Presidente de Prov ncia Jos Joaquim da Cunha Doutor Thomaz Cardoso d Almeida M dico encarregado da enfermaria militar Doutor Joaquim Ant o de Sena M dico do partido publico Jos da Costa Pereira Ex Inspector da Thesouraria Provincial Jos Bento da Fonseca Professor aposentado Antonio Jos de Moura Lente de Geometria do Col gio Atheneo Jo o Ignacio de Loyola Barros Inspector da Thesouraria Provincial Alferes Manoel Jo o da Silveira Contratado para constru o da estrada do Assu Gon alo Francisco da Rocha e Mello Contratado para constru o da estrada de Mossor Ricardo Jos Lopes pedreiro Bonif cio Francisco Pinheiro da C mara Contador da Thesouraria da Fazenda da Prov ncia do RN 06 05 1850 a 10 07 1852 Presidente de Prov ncia Ant nio Francisco Pereira de Carvalho Manoel Joaquim Henrique de Paiva Secret rio do Governo Manoel Ferreira Nobre Tenente Ajudante d Ordens Francisco Xavier Pereira de Brito Inspector da Instruc o P blica do RN Bonif cio Francisco Pinheiro da C mara Inspector da Thesouraria da Fazenda da Prov ncia do RN 10 07 1852 a 24 10 1853 Presidente de Ant nio Bernardo de Passos Ma
250. agmentos identificamos que de fato o estado prec rio das igrejas potiguares era uma realidade que incitava os p rocos a reduzir suas atividades junto comunidade paroquial e mais a frente esta falta de educa o moral e religiosa atestada anos depois apontada como um os fatores do aumento da criminalidade no Rio Grande do Norte A cidade potiguar na apreens o da elite era assim formada por uma popula o inculta desprovida de um m nimo de informa es que permitissem uma boa conviv ncia em sociedade e se faltava este conhecimento t o b sico que dir acerca de informa es mais t cnicas que permitissem uma cidade minimamente estruturada Da a causa dentre outras tantas da situa o prec ria de pr dios cuja import ncia era crucial para as cidades como era o caso das igrejas estarem em estado t o lastim vel Geralmente as provid ncias dos Presidentes de Prov ncia para reverter esta situa o e destinar recursos para os reparos das igrejas em todo o Rio Grande do Norte consistiam em distribuir a pouca verba dispon vel de forma relativamente igualit ria por todas as edifica es que precisassem de reparos desta forma as Igrejas estavam sempre precisando de mais recursos porque o que vinha n o era suficiente para concluir o problema que perdurava de governo a governo Em 1845 o Presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento prop e que ao inv s de se dividir a parca verba por todas as igrejas dever s
251. agressiva e mais romantizada como explica Freixinho Jesu no Brilhante de Mello e outros marcam essa fase de terrorismo de cl agindo por motiva es diversas tendo em comum o empenho de tirar dos ricos fazendeiros recursos para socorrer os retirantes sertanejos pobres acossados pelo flagelo da seca FREIXINHO 2008 p 54 Nos Relat rios de Presidente de Prov ncia apenas no ano de 1880 se faz refer ncia ao banditismo que estava ocorrendo no sert o potiguar especialmente porque a a o do canga o se torna efetivamente preocupante do ponto de vista da 127 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba seguran a p blica e por isto obtendo a ades o de aux lio nacional para seu combate somente no per odo seguinte De acordo com o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado bandos de salteadores armados e dirigidos por tr s celebres fac noras Jesuino Alves Brilhante e seus irm os Lucas e Jo o Alves infestam a zona do sert o commetendo toda a sorte de tropelias contra os direitos de seus habitantes n o se limitam ao furto do gado e g neros de alimenta o matam surram lan am tributos desacatam as fam lias de seus desafei oados e procuram aterrar com amea as com os nimos das autoridades que lhes sahem ao encontro Tenho destacado para o sert o uma boa parte da for a publica porem esta em sua totalidade chegaria para as necessidades do estado ordin rio
252. al do RN a partir deste segundo per odo o quadro se modifica As secas as crises econ micas as enchentes o aumento e a redistribui o populacional na prov ncia a falta de g neros aliment cios a mis ria as epidemias enfim uma s rie de fatores tornou o RN uma rea socialmente em ebuli o assim que praticamente em todo este per odo s o evidenciados problemas de dist rbios sociais levantes da popula o surtos de crimes banditismo Diferente do que a elite pol tico administrativa pressupunha no primeiro per odo estudado os movimentos sociais que ocorreram entre 1846 e 1889 n o era uma prerrogativa da popula o carente a elite econ mica tamb m come ava a se posicionar contra a elite pol tico administrativa Este momento parece concretizar todos os temores que a elite do RN tinha com rela o a sua popula o a mobiliza o social seja buscando rem dios alimentos e gua nos per odos de carestia passando por conflitos por posse de terras quest es econ micas e de alistamento militar atrav s de abaixo assinados ou fazendo uso da for a f sica a popula o potiguar j n o era mais um exemplo de passividade O l cus das grandes manifesta es populares era a cidade potiguar esta nova realidade configurava uma amea a ordem social e precisava ser refreada Nesta situa o o ex guo contingente policial do RN pontuado nos Relat rios do per odo anterior 1822 1845 n o era mais admiss
253. almente mais interessadas na aposentadoria vital cia logo obtida junto s autoridades O reflexo da m qualifica o e exonera es de 184 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba professores era a baixa qualidade do ensino do RN e para piorar a situa o os altos gastos com folha de pagamento prejudicando ainda mais as finan as em especial no fim deste per odo O formato de ensino individualizado tamb m concorria para agravar o problema pois um mesmo professor tinha um limite de atua o numa sala de aula muito heterog nea Al m disto fica muito claro que o crescimento no n mero de pr dios escolares assunto tratado mais adiante foi tolhido at certa medida por esta falta de professores capacitados para assumir os cargos na prov ncia ora se n o havia professores suficientes como construir mais escolas e como mudar a situa o da popula o inculta cuja maioria ainda era analfabeta 4 2 3 M dicos Ap s os funcion rios p blicos Engenheiro e Professor o mais referido nos Relat rios foi o M dico Muito parecida com a defer ncia com que eram tratados os engenheiros os m dicos foram neste per odo al m de efetivamente muito necess rios haja vista a quantidade de epidemias que assolou a prov ncia entre as d cadas de 1860 e 1870 eram os principais respons veis por demandar uma s rie de investimentos tanto de edif cios p blicos neste per odo aparecem
254. alunato os ricos enviavam seus filhos outras prov ncias ou at para a Europa produziu situa es que levaram inclusive a propostas de elimina o de algumas cadeiras e por outro lado at o fechamento de algumas escolas o Atheneu foi o mais mencionado Uma demanda frequente era por espa os que funcionassem como Hospital ou Casa de Caridade ou ainda uma Casa para rf os nenhuma localidade do RN dispunha deste equipamento nem mesmo Natal Com rela o ao mercado p blico as preocupa es s o mais relacionadas ao uso do espa o fornecimento de produtos adequados ao consumo e entregues nas quantidades e pre os corretos em conformidade com as determina es oficiais do que ao espa o em si possivelmente bastante prec rio assim como os demais pr dios p blicos encontrados na cidade potiguar Com rela o a constru es as Posturas mencionam a necessidade de licen a da C mara Municipal para iniciar obras determina sobre o alinhamento das edifica es e a obrigatoriedade da constru o de cal adas No quesito limpeza esta se limita s frentes das casas e nestas n o se permite o lan amento de entulhos lixos ou mesmo material de constru o exceto mediante licen a da C mara Tamb m tratam da proibi o de criar animais soltos nas vilas e povoa es e caso estes vierem a emporcalhar as frentes das edifica es p blicas os propriet rios seriam penalizados uma situa o recorrentemente nas Posturas Mun
255. am com a m conduta de muitos comerciantes A frequ ncia dos artigos tratando desta tem tica tamb m revelam a preocupa o com este elo entre o mundo rural e o urbano e a import ncia de limpar e tratar as mol stias vindas das cria es e fazendas unidades produtoras para o consumo nos meios urbanos Tal preocupa o em especial a relativa aos g neros estragados ou contaminados acaba 78 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba tendo reflexos diretos na sa de da popula o urbana uma vez que eliminando focos de toxidade nos alimentos previnem se doen as e reduz se a mortalidade oriunda desta possibilidade Para finalizar este item sobre equipamentos p blicos nas cidades potiguares lan amos m o de um dos rar ssimos relatos de Presidente de Prov ncia que traz um panorama de sua apreens o sobre as vilas e cidades do Rio Grande do Norte a partir do que ele percebe na capital no ano de 1837 Em suas palavras Do estado d essas Vilas existentes no RN nada posso informar Vos n o as tendo por ra visitado porem pelas indaga es que fiz e pela illa o que tiro da Capital julgo existirem privadas de todos os comodos tendo de Vilas apenas o nome e a Cathegoria Quanto Capital apesar de sua bella localidade e das vantagens que lhe offerece a Naturesa ella n o possue ainda nem aquelles mesmos reparos e commodos de uma Vila da Europa e mesmo de muitas do Imperio A ausencia total de edificios
256. amente ou n o Acreditamos que esta mais uma consequ ncia negativa da falta de institui es de cr dito no RN alguns membros da elite utilizando se de sua posi o hier rquica privilegiada se permitiram utilizar das verbas p blicas para usos pessoais conforme suas necessidades A outra situa o mais ligada s quest es das secas e especificamente dos socorros p blicos foi relatada em 1878 no Relat rio do Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro sobre os desvios de g neros aliment cios em seu translado para as reas necessitadas Al m disso tornando se assas dispendioso o frete de g neros para lugares centraes onde chegavam reduzidos metade e menos em consequ ncia dos furtos commettidos pelos conductores foi mister limitar os soccorros alguns lugares do littoral sendo que ultimamente s h distribui o gratuita com cegos e doentes nas cidade de Mac u e Mossor MONTENEGRO 1878 Como vimos esta a o de limitar a distribui o dos g neros enviados s regi es do alto oeste ocasionou in cios de levantes dos flagelados no per odo e aqui encontramos a motiva o deste corte que foi o roubo e portanto encarecimento do alimento enviado cujos valores altos e demandas constantes impulsionavam novos envios de alimentos nunca suficientes dados os roubos num ciclo de gastos desnecess rios que fragilizavam ainda mais a situa o prec ria financeira do RN Em s ntese cons
257. ampla do fen meno estudado Al m das tr s categorias de an lise descritas e seus subitens preciso definir tamb m o que se entende por percep o da elite pol tico administrativa sobre a cidade potiguar levando se em conta as categorias em quest o Nesse sentido foi idealizado o organograma abaixo FIGURA 02 Organograma te rico a percep o da elite sobre a cidade potiguar Descri o e cr tica Vis o e projetos Fonte autoria pr pria O termo percep o como o pr prio nome diz designa a maneira como a elite pol tico administrativa percebe visualiza compreende apreende interpreta enfim l a cidade seus problemas e potenciais Essa percep o por sua vez envolve dois momentos distintos que se articulam temos um primeiro momento de apreens o da cidade ou seja como a elite descreve e critica a cidade ocasionalmente comparando a com outras realidades conhecidas e num segundo momento o de interven o na cidade concomitante ou posterior ao primeiro no qual a elite exp e sua vis o de projetos de melhorias para a cidade No primeiro a palavra chave a apreens o de como a cidade no segundo a interven o que busca o como a cidade deve ser sempre segundo o olhar da elite Esse segundo momento envolve quest es relativas a metas planejamento projetos Ambos os momentos apreens o e interven o envolvem as tr s categorias de an lise propostas pois s po
258. ancasteriano j era disseminado de acordo com informa o do Presidente de Prov ncia do Rio Grande do Norte D Manoel de Assis Mascarenhas em seu Relat rio de 1839 ao explicar as vantagens deste m todo de ensino em detrimento do estudo individualizado praticado ainda no RN muito mais custoso aos cofres p blicos As diminutas verbas destinadas a este item eram ainda questionadas por muitos Presidentes que n o raro propunham cortes or ament rios dado o pouco retorno em rela o aos altos investimentos considerando proporcionalmente o que Prov ncia 75 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba conseguia levantar como receita Dado este quadro dif cil das escolas p blicas e em contrapartida a falta de recursos da Prov ncia vemos em alguns Relat rios a propostas de elimina o de algumas cadeiras e por outro lado at o fechamento de algumas escolas o Atheneu foi a mais mencionada dada a situa o dif cil do pr dio e a inadimpl ncia dos alunos FIGURA 14 Equipamentos P blicos Mencionados entre 1822 1845 Escolas P blicas foram algumas das propostas de interven o neste quesito 76 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 14 Equipamentos P blicos Mencionados entre 1822 1845 Escolas P blicas Bairro Cidade Alta Largo do Ros rio Escola Atheneu Fonte Redesenho baseado no Atlas do Imp rio do Brazil de Candido Mendes de Almeida
259. ancias anormaes e exaltamento de paix es de momento geradas pela ignorancia E a esta causa que attrib o os movimentos sediciosos que se derem por occasi o da nova lei de recrutamento de Canguaretama S Jos e Mossor chegando na primeira a ser ligeiramente alterada a ordem publica principalmente no termo de Goianinha dando se alguns ferimentos e mortes em numero de 3 pela imprudencia do povo que aggredia a tropa fazendo fogo sobre ella ALCOFORADO JUNIOR 1876 O Presidente Alcoforado J nior explica ainda sobre as dificuldades de executar a lei do recrutamento n 2 536 de 28 de Setembro de 1874 que garantiria o princ pio de igualdade entre os cidad os no processo de recrutamento obrigat rio A tentativa de implanta o no caso do RN teve repercuss o muito negativa junto popula o o que estava tornando moroso o processo embora o Presidente destaque os seus esfor os neste sentido Em 1877 o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho tamb m ainda n o havia obtido resultados satisfat rios com a nova lei do alistamento ao que ele atribui ignor ncia de parte de algumas autoridades assim como a infundada repugn ncia de um pequeno numero de cidad os quanto aos efeitos da lei da conscrip ao Tamb m neste ano o Presidente Carvalho relata em Baia Formosa no termo de Canguaretama o atentado de Jo o de Albuquerque Maranh o Cunha senhor do Engenho Estrela contra habitantes da localidade Mun
260. andando mais dos servi os p blicos dentre eles como constatamos uma maior atua o do poder judici rio sobretudo em virtude dos in meros conflitos que marcaram o per odo tamb m mencionados no cap tulo 3 Al m do aumento de Comarcas e redistribui o e cria o de Termos neste per odo tamb m detectamos alguns mudan as e eleva es de status pol ticos de localidades Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha tratou da Lei Provincial que pela 3 vez elevou a povoa o de Angicos categoria de vila Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves atestou a transfer ncia de sedes de munic pios a de Vila Flor transferida para a povoa o de Uru que passou a se denominar Vila de Canguaretama e a de Extremoz transferida para Boca da Mata redenominada Vila de Cear Mirim No ano seguinte o mesmo Presidente Gon alves pontuou a eleva o categoria de vilas as Povoa es de Concei o de Azevedo que passou a ser denominada Vila do Jardim e a de Campo Grande Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso criticou a excessiva cria o de munic pios em seu entendimento um abuso Em suas palavras N o vos pretendo censurar de abuso na crea ao de munic pios mas n o posso deixar de vos enunciar o que penso a tal respeito A eleva o de um local categoria de villa n o deve ser cousa que prodigalise a esmo ali s perder de sua importancia e deixar de servir de estimulo ao progressos das loca
261. anos de 1851 a 1859 eles Ba sa E a e pac its 36 FIGURA 36 Produ o de Cera de Carna ba entre os anos de 1851 a RS T GE DE SAN ARDE AGE UR E RE EE RN REAIS US UR 37 FIGURA 37 Finan as do RN entre os anos de 1850 a 1889 38 FIGURA 38 Vilas e Cidades existentes no RN at 1889 39 FIGURA 39 Localidades com Posturas Municipais no RN entre 1846 E SS 0 DADO SR RD UR SR E ES CPO NON RR SNS A 40 FIGURA 40 Gr fico Funcionalismo X Obras P blicas 1859 41 FIGURA 41 Gr fico Gastos com Aposentados 1874 42 FIGURA 42 Limites do RN 1846 ii Adriana Carla de Azevedo Borba 126 133 137 137 138 142 143 143 148 148 150 153 154 155 161 170 Da promessa realidade 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 FIGURA 43 Limites do RN 1910 2 FIGURA 44 Quantidade de cita es sobre equipamentos p blicos no RN 1846 a TODO sia aaa FIGURA 45 Localidades que possu am escolas p blicas no RN 1846 GOD O ranea CS FIGURA 46 Localidades que possu am cadeias no RN 1861 1889 FIGURA 47 Equipamentos p blicos Hospital em Natal 1846 a ps o RUDE ORNE NE RR SR MR RR RS a FIGURA 48 Equipamentos p blicos Hospital no RN 1846 a 1889 FIGURA 49 Localidades beneficiadas co
262. anta com indica o dos melhoramentos de que he susceptivel por onde pudesse a Camara Municipal dirigir para que pudesse se prevenir de futuras dificuldades as quais no futuro se tornar o insuper veis 833 Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves retomou a quest o da falta de comunica o entre Natal e o restante da prov ncia propondo a contru o da ponte sobre o rio Salgado Potengi para tanto encarregando o Coronel do Imperial Corpo de Engenheiros Dr Ricardo Jos Gommes Jardim para estudos e exames necess rios Como o valor estipulado para a obra foi muito alto n o inferior a 132 810 000 o Presidente optou por n o inici la dados os parcos recursos do RN GON ALVES 1859 Tratando das obras h dricas o Presidente Velloso argumentou o quanto eram dispendiosas e portanto n o era conveniente arriscar capitais sem os devidos estudos feitos pelos profissionais refor ando a import ncia dos pareceres destes engenheiros nas tomadas de decis o da prov ncia 5 Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso alertou para a falta de carta carogr fica da prov ncia a qual ele encomendou ao engenheiro em servi o na prov ncia servi o este n o efetuado segundo o engenheiro por falta de equipamentos e dos recursos para os adquirir Falta de nstrumentos para realizar estudos para navegabilidade dos rios Macau e Mossor esta falta de equipamentos tanto em Natal como em Pernambuco levaram o Presiden
263. ar e muito As reclama es dos Presidentes de Prov ncia acerca desta limitada atua o da municipalidade s o frequentes ao longo deste per odo Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley criticou o seu desempenho argumentando que Mirim de 1874 datada de 14 de janeiro de 1874 sobre cemit rio e de 1884 datada de 22 de fevereiro de 1884 Jardim Atual Jardim de Angicos de 1865 datada de 30 de novembro de 1865 Jardim Atual Jardim de Angicos adicional de 1887 datada de 15 de janeiro de 1887 Macau de 1878 datada de 11 de julho de 1873 Santana do Matos de 1871 datada de 4 de setembro de 1871 e Imperatriz Atual Martins de 1865 datada de 1 de setembro de 1871 e importante ressaltar que foi muito comum neste per odo a produ o de c pias de Posturas que eram repassadas s C maras Municipais de v rias localidades e somente reproduzidas sem maiores preocupa es com as especificidades locais e at mesmo a distribui o de formul rios padronizados para auxiliar na produ o de Posturas nos quais se deveria somente completar com alguns dados sendo o documento quase que integralmente um texto j pronto Muito embora estas facilidades tenham ocorrido voltamos a enfatizar que comparado ao per odo anteriormente estudado 1822 a 1845 quando nem este tipo de documenta o o RN possu a este per odo de 1846 a 1889 representou avan os mesmo que com todas as limita es apontadas
264. ar ndices de crescimento ainda mais expressivos que no per odo anterior sobretudo considerando os grandes impactos de mortalidade causados pelas referidas cat strofes Como consequ ncia deste crescimento observamos tamb m o aumento das cidades e a demanda por mais profissionais maior qualifica o bem como a diversifica o e especializa o desta m o de obra Outra particularidade neste per odo certa movimenta o da popula o enquanto os Relat rios do per odo anterior muito raramente mencionaram algum tipo de dist rbio da tranquilidade p blica agora parecia que a popula o ignara tinha chegado ao seu limite de passividade e nem todas as a es vindas do governo seja na esfera municipal provincial ou imperial eram acatadas sem questionamento O ponto culminante desta revelia contra o governo oficial acontece no final deste per odo e se prolonga mais fortemente no decorrer do seguinte quando o movimento do banditismo aterroriza os sert es piorando o quadro de histeria j deflagrado pelas grandes secas Na tentativa de sanar este problema de acordo com os Presidentes resultado da falta de trabalho que causava a ociosidade um dos fatores da criminalidade s o criadas as frentes de trabalho utilizando a m o de obra dos flagelados da seca A ltima mudan a na E E importante relativizar este dado este crescimento populacional pode ter sido balizado n o apenas pelo crescimento da popula o
265. ar rupturas Para ilustrar extra mos de um Relat rio um trecho que reflete tal situa o Nas palavras do presidente Ant nio Bernardo de Passos Os outros crimes de algum vulto limitam se a duas tentativas de morte uma tirada de presos um ajuntamento illicito um estupro e um furto de escravos Os restantes um de offensas phisicas um furto simples e uma fuga de presos s o de pouca import ncia Si estivesse s em nossas m os reduzir os crimes em outras pocas a este numero e gravidade e o realisassemos por certo pouco mais se poderia exigir na repress o do crime porque a perfei o no trabalho dos homens he uma utopia t o manifesta como o socialismo ou a imaginaria republica de Plat o m s infelizmente para conseguir tal fim n o est ao nosso alcance dominar completamente as causas que podem influir sobre a criminalidade PASSOS 1855 A ruptura pode ser identificada quando ap s enumerar os crimes ocorridos na prov ncia o presidente Passos cita exemplos do socialismo e da rep blica de Plat o para exemplificar que numa realidade ut pica o crime j teria sido extirpado mas isto n o ocorre porque os governantes n o conseguem dominar todas as causas que geram a criminalidade 35 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 1 3 2 2 A an lise do discurso A ferramenta an lise de discurso calcou se na contribui o de Foucault 2010 que traz a vis o da escola francesa sobre o tema cuj
266. ar segue num processo de crescimento bastante acelerado Para ilustrar esta situa o Cascudo 1984 p 179 compara a quantidade de profissionais nos anos de 1851 eram 87 incluindo aqui os professores e de 1859 somente oito anos depois quando estes funcion rios j totalizavam 150 um aumento significativo de 72 41 Al m disto neste mesmo ano Cascudo compara os gastos com o funcionalismo p blico e com obras p blicas no RN dados que ilustramos no gr fico a seguir FIGURA 40 Gr fico Funcionalismo X Obras Pipa jeuidenciado sao P blicas 1859 analisar o gr fico o quanto o investimento 75 355 351 com o quadro de 11 funcion rios era exagerado no RN o o gr fico mostra o peso E Funcionalismo o do funcionalismo nas E Obras P blicas despesas adminsitrativas 89 641 517 148 Todavia o quadro do 353 funcionalismo p blico Fonte autoria pr pria a partir de Cascudo 1984 p 179 n o apenas aumenta expressivamente em quantidade como tamb m se diversifica portanto se qualificando Isso ocorre especialmente e n o por acaso em Natal a capital da prov ncia De acordo com Monteiro ao longo deste per odo uma s rie de profissionais passou a incorporar a m o de obra na cidade a qual contava com artes os que supriam com sua arte e t cnicas manuais diferentes necessidades de seus habitantes como os 179 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba alfaiate
267. ar uma ordem de grandeza para melhor visualiza o da situa o E no litoral temos dois ind cios da migra o sert o litoral que foram o surgimento da Col nia Sinimbu ou Bom Jesus dos Navegantes com 3 600 pessoas e outra em Vera Cruz com 600 Outro ind cio do deslocamento sert o litoral foi o uso de trabalhadores flagelados da seca que ocorreu em Natal Ainda que n o disponhamos de estat sticas esses ind cios nos levam a crer que houve migra o no sentido sert o litoral Num segundo momento 1879 em diante os socorros p blicos come aram a seguir o fluxo litoral sert o e houve racionamento de alimentos no litoral para dar suporte ao sert o na seca Em outras palavras temos uma poss vel movimenta o uma redistribui o populacional no RN hipoteticamente em tr s fases conforme ilustramos na Figura 19 Fluxo Populacional no RN 1946 1889 no sentido litoral sert o reflexo das epidemias na d cada de 1860 depois no sentido sert o litoral seca 1 parte at 1878 e por fim no sentido litoral sert o novamente seca 2 parte ap s 1879 contudo infelizmente n o encontramos registros que nos permitam dimensionar a quantidade e portanto o impacto real desta movimenta o populacional Mesmo sem esta precis o estat stica certo que estes fluxos populacionais v o modificar o cen rio das cidades esvaziando algumas e inchando outras Todas estas doen as e epidemias traziam repercuss es negativas
268. ara a conclus o da ponte sobre o rio Trairi Dr Felix Antonio Ferreira de Albuquerque Respons vel pelos melhoramentos do porto Canguaretama Jo o Carlos Wanderley Ex Inspector Lago Francisco Pinheiro atual Inspetor Eneas Leocadio de Moura Soares Inspector do chefe da 2 se o da Tesouraria Provincial Aleixo Barbosa da Fonseca Tinoco 1 Escritur rio da Thesouraria de Fazenda Bernardino de Sena da Silva Guimaraes Chefe da Thesouraria de Fazenda Geral Dr Adelino Antonio de Luna Freire Chefe da Secretaria do Governo Vice Presidente de Prov ncia Ant nio Galdino da Cunha Sem informa o 26 05 1863 a 27 07 1863 Vice Presidente de Prov ncia Vicente Alves de Paula Pessoa Sem informa o 27 07 1863 a 30 07 1863 Presidente de Prov ncia Olinto Jos Meira Estev o Severino Dantas Ex delegado do termo do Jardim tenente do exercito Pedro Carlos Nogueira de Baumann Delegado tenente de policia Focio Joaquim do Rego Barros Delegado Dr Manoel Jos Fernandes Promotor P blico da Comarca do Serid Bacharel Manoel Rapozo de Mello Promotor da Comarca da Maioridade Bacharel Aleibiades Dracon de Albuquerque Lima Promotor da Comarca de Mossor Ilm e Rvm Sr Padre Joaquim Manoel de Oliveira Coadjuctor da freguezia de Pau dos Ferros Tenente do exercicio Pedro Carlos Nogueira Baumann Delegado de Policia Joao Corr a da Cunha Francisco Camillo de Oliveira e Jos Joaqu
269. arla de Azevedo Borba A partir da d cada de 1860 temos picos na cotonicultura tanto em quantidade de algod o produzida como na tributa o oriunda de sua exporta o Segundo Medeiros 1973 p 93 esta situa o perdura por alguns anos at come ar a se reverter em 1865 antes deste ano a exporta o de algod o superou a de outros produtos do RN em virtude dos alt ssimos pre os do algod o no mercado internacional Com o t rmino da Guerra de Secess o neste mesmo ano os Estados Unidos reestabeleceram suas rela es comerciais com a Inglaterra retomando sua posi o de maior produtor e fornecedor internacional de algod o Monteiro 2007 p 114 e em 1867 estes reflexos j se tornam vis veis nos Relat rios Em 1876 come am a aparecer nos Relat rios os avolumados d ficits do RN e as estrat gias para impedir a evas o da produ o algodoeira do RN para outras prov ncias como vemos a seguir Para melhor acautelar os interesses da fazenda provincial empregue todos os meios possiveis no sentido de poder conhecer quaes os comboios de algod o e de outros generos de produc o da provincia est o sujeitos aos direitos de exporta o que entram diariamente na cidade fazendo p r logo a legenda do Rio Grande do Norte que a dita mesa requisite da agencia fiscal da Parahyba que n o pode aqui gozar de melhor direito de maior franqueza e nem de completa isen o e exhibi o diaria de todas as guias
270. aros as de Assu Angicos Principe e Acari precisavam de reparos para salubridade e seguran a a de Mossor 186 Acerca deste assunto espec fico recomendamos a consulta ao livro de Teixeira 2012 que busca compreender em profundidade as especificidades das casas de c mara e cadeia no RN utilizando como uma das principais fontes de investiga o dentre outras os Relat rios de Presidente de Prov ncia do RN 166 Em 1846 o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento traz um relato bastante negativo acerca das condi es das cadeias existentes no RN est o arruinadas ou por acabar s o pequenas immundas l bregas horrorosas e t o pouca seguran a offerecem que para n o fugirem os presos he preciso guarda los vista Dadas as condi es financeiras da Prov ncia o Presidente Sarmento n o vislumbra perspectivas de melhorias nesta situa o 167 Em 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos chamou a aten o para a cadeia de Goianinha que um pequeno quarto s mente com uma porta na casa do a ougue constru da de p o cip e barro e j em ru na infelizmente n aquelle Termo d o se repetidos crimes e solicita tamb m a conclus o da cadeia de Apodi para que o Termo de Maioridade tivesse pelo menos uma cadeia regular 168 Em 1878 o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro nos traz um relato bastante pessimista acerca das cadeias potiguares em suas palavras Nenhuma hyperbole
271. arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Junqueira 1860 Silva 1867 Mello Filho 1874 e Montenegro 1878 Base em cartografia atual do estado do RN 4 5 1 5 Quartel No per odo inicial de nossa investiga o Quartel significavam duas edifica es que funcionavam como tal o Quartel Militar propriamente dito que segundo o Relat rio de 1860 do Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves havia sido edificado em 1815 para uma companhia apenas e a Fortaleza dos Reis Magos que tamb m tinha esta finalidade eventualmente Em 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos comentou que o quartel n o tinha capacidade suficiente para seu corpo de pol cia e em 1860 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves alerta que a edifica o do Quartel Militar encontrava se em mau estado precisando de reparos em todos os repartimentos e de algumas obras novas No ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior relata uma situa o muito inconveniente na falta de um pr dio pr prio alojou provisoriamente os pra as no consistorio da igreja de Santo Antonio n o obstante a justa reclama o da respectiva irmandade dada a falta de recursos para construir um pr dio que servisse 219 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba como quartel Esta situa o consi
272. as Em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior retoma o problema da barra e porto de Natal argumentando que seu principal problema era a m entrada que poderia ser resolvida tanto com o corte de arrecifes como atrav s de drenagem para tanto necessitando de uma barca de escava o No ano de 1878 come amos a encontrar a contribui o do trabalho de flagelados da seca registradas nos Relat rios como acontece no documento do Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro do qual retiramos o fragmento a seguir Considerando de grande alcance e altamente necess rio dar occupa o til aos emigrantes que por falta de trabalho viviam esmolando e recebendo em pura perda os soccoros do governo resolvi approveitar melhor os g neros que t o profusamente se estavam esbanjando em favor de pessoas ociosas e no intuito de estavam em condi es trafeg veis restando ainda a conclus o de 0 88 quil metros segundo o Presidente Cunha a obra mais importante da Provincia 184 Em 1853 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho registra a paralisa o das obras do aterro do Salgado por falta de recursos 185 Explica que at aquele momento estava conclu do 3 69 quil metros do aterro com 12 metros de largura ao t rmino do qual se planejava uma ponte ligando as duas margens do Rio Potengi Salgado 19 Segundo o Presidente Murta de grande utilidade pois n o havia um c es para a servid o
273. as ainda persistentes dos limites do RN tanto em rela o Para ba como em rela o ao Cear neste ltimo caso a respeito de margem esquerda do rio Mossor desde a sua foz at poucas l guas a cima sendo que nas duas situa es o Presidente acredita o bom direito est sem duvida do lado desta prov ncia 197 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 42 Limites do RN 1846 PROV NCIA DA PARAHIBA 01 MOSSOR 07 PR NCIPE 13 MPIBU 02 PRINCESA 08 CAMPO GRANDE 14 AREZ O3APODY 09 SANTANA DOMATOS 15 GOANINHA 04 PAU DOS FERROS 10S GON ALO 05 PORTO ALEGRE 11 NATAL 06 MAIORIDADE 12 UTINGA Fonte autoria pr pria a partir de vetoriza o da Carta do LEGENDA Imp rio do Brazil reduzida no arquivo militar em x conformidade da publicada pelo coronel Conrado Jacob de e Niemeyer em 1846 e das especiais das fronteiras com os estados lim trofes organizadas ultimamente pelo conselheiro CIDADE Duarte da Ponte Ribeiro Rio de Janeiro 1873 Acesso em julho de 2014 atrav s do site http dl wdl org 1035 png 198 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 43 Limites do RN 1910 ESTADO DA PARA BA 01 MOSSOR 11PAU DOSFERROS 21 PICUHY 31 NOVA CRUZ 02 MACAU 12 S MIGUEL 22 CURRAIS NOVOS 32 CANGUARETAMA O3ASSU 13 BARRIGUDA 23FLORES 33 GQIANINHA 04 APODY 14 LUIZ GOMES 24 S ANNADOMATOS 34 S JOS DE MIPIBU 05 CARAHUBAS 15 SERRA NEGR
274. as cidades atacadas pelas bexigas e var olas de 1846 a 1883 foram as seguintes por ordem de frequ ncia nos documentos Natal 10 ocorr ncias S o Jos de Mipibu 5 vezes S o Gon alo do Amarante e Extremoz 4 vezes Arez Papari e Cear Mirim 3 vezes Macau S o Miguel Pau dos Ferros Imperatriz Acari Maca ba Nova Cruz Jardim e Mossor 2 vezes e Luiz Gomes Patu Vera Cruz Angicos Esp rito Santo Genipabu Flores Canguaretama Areia Branca Muri e Apodi 1 vez Com rela o s febres em geral e a amarela identificamos uma maior incid ncia no litoral mas tamb m ocorr ncias em pontos isolados por toda a prov ncia Como explica Medeiros 1973 p 111 somente a zona serrana n o foi atingida pela febre amarela que teve maior intensidade entre 1850 e 1851 Nos Relat rios a cidade de Natal identificada apresentando focos de febre em 8 documentos seguida por S o Jos de Mipibu em 3 Extremoz Papari Goianinha Mossor Canguaretama as quais aparecem em dois documentos diferentes e por fim com uma ocorr ncia em Relat rios figuram Ponta Negra Assu S o Gon alo do Amarante Cear Mirim Macau Maioridade Triunfo Cara bas Po o Limpo Maca ba Apodi Cruz de Esp rito Santo Panelas Genipabu Pirangi Nova Cruz Touros Esp rito Santo e Angicos As d cadas de 1850 e 1860 foram marcadas tamb m pela a o do C lera Morbus Segundo Cascudo 1984 p 177 quando a epidemia atingiu a prov ncia
275. as de cercas Muito embora algumas determina es das Posturas n o fossem diretamente ligadas s quest es de est tica algumas neste per odo j tem uma rela o bastante clara com esta inten o de harmoniza o da paisagem demonstrando a preocupa o da elite pol tico administrativa com a apar ncia da cidade potiguar e n o s com sua funcionalidade Aqui deve ser destacado um dado fundamental nesse per odo 1846 1889 aos poucos se passa a ter uma vis o mais abrangente da cidade por exemplo definindo se largura de ruas tamanhos de pra as preocupa o com a est tica urbana etc Isso muito menos vis vel no per odo anterior estudado 1822 1845 Com rela o infraestrutura temos tamb m neste per odo de 1846 a 1889 um momento extremamente produtivo enquanto no per odo anterior 1822 1845 a infraestrutura mencionada se limitava quase que exclusivamente a Natal limitando se a itens como a Fonte p blica Pontes Estradas e comunica o e Aterro neste segundo per odo estes itens da infraestrutura s o divididos de forma mais equilibrada pelo RN e se diversificam nos itens Estradas Comunica o Fonte p blica Pontes Ruas e Ilumina o p blica Com rela o s estradas se no in cio do ltimo per odo 1846 1889 s o identificadas como veredas intransit veis no final deste mesmo per odo s o fechados 3 contratos para a implanta o de estradas ferrovi rias Cear Mirim Mossor e Nov
276. as estravam estavam intransit veis em muitos lugares 20 A estrada de Concei o S o Jos estava conclu da at a metade e em sua opini o parecia bem feita assim como em andamento estava a estrada do Baldo at Guarapes com largura de 30 palmos e previs o de t rmino em julho deste ano aguardava o estado da situa o das obras da estrada do Serid No ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior declarou que as estradas tanto de Guarapes como do Serid estavam conclu das 242 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba S o Miguel Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha ainda encontra a mesma situa o e explica que pelo menos uma estrada que ligue a capital ao fertilissimo municipio do Cear mirim onde existe a maior riqueza da provincia em consequencia da grande cultura da canna de assucar medida que se n o deve fazer esperar Finalmente esta estrada de Natal a Cear Mirim come a a se delinear em 1872 quando o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque fecha contrato para a constru o tanto da estrada de ferro do Cear Mirim como uma ponte sobre o Rio Potengi atrav s de sistema misto que permite passagem tanto de trens como o tr nsito comum Em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior elenca as 3 estradas de ferros que estavam contratadas na prov ncia ou seja a de Nova Cruz de Cear Mirim e a de Mossor e destas some
277. as rendas especiais 2 No entendimento do Presidente Silva esta situa o decorria da pequena extens o que percorria a estrada al m das tarifas elevadas que faziam com que os usu rios buscassem por exemplo a navega o em alguns pontos 244 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 55 Estradas do RN no ano de 1925 LEGENDA Estrada de mdagemconstruda Estrada carm vel Estrada carm ve estudada 30 Estradas de ferro em t fego Estradas de ferro em constru o 01 P FRANCO 16ALEXANDRIA 31 CRIZETA 46 PEND NCIA e2 MACAHYBA 02 A BRANCA 17 PATU 32A CARY 47 LOGRADOURO 63 SANTA CRUZ 03 MOSSOR 18 CARA BAS 33 C NOVOS 48 MACAU 64 POTENGY 04 BARBADINHA 19B JESUS SECAR BRANDO 49 CAMBOGY 65 CACIMBAS OSSAOSEBAST O 20 PALHA 35 FLORES 50 CAI ARA 66 SANTA CRUZ 06 APODY 21 A SEVERO 36 JUCURUTU 51 COTIA 67 SER DO DOUTOR O7A OM VERMELHA 22 AG MORCEGO 37S ADEMATTOS 52 TOUROS 68 C REDONDO 08 AR O 23 SEMIDENTIFICA O 38 CARA BAS 53 PETITINGA 69S BENTO 09 GAVI O 24 J DE PIRANHAS 39 RECANTO 54 POROROCOS 70 UMBUZERO 10 PORTALEGRE 25 CAIC 4OLAGES 55S B VERDE 71 NOVA CRUZ 11 MARTINS 26ITANS 41 F S CRE 56J DEANGICOS 72 PEDROVELHO 12 PAU DOS FERROS 27S NEGRA 42 E PESSOA 57 TORRE O 73 CANGUARETA MA 13S MIGUEL 28 SERIDO 43A 58 TAIPU 74 GOIANINHA NGICOS 59 CEAR MIRIM 75 AREZ 14 L GOMES 29 PARELHAS 44 S RAPHAEL 76 P 60 S GON ALO APARI 15VICTORIA 30 PERIQUTO 45ASSU 61 NATA
278. as sendo pavimentados 321 metros da Rua Principal 66 metros da Rua da Cruz em locais mais nobres da cidade Conforme se aproxima de 1880 as pavimenta es acontecem nas reas relacionadas ao com rcio Ruas do Pal cio e Rua do Com rcio empregando para este trabalho a m o de obra dos presos Outro aspecto relevante nestes cal amentos em geral o fato de quase todos tratarem se de ruas em ladeiras o que tornava este melhoramento indispens vel Com refer ncia a ilumina o p blica a primeira refer ncia a sua inexist ncia aconteceu em 1850 somente em 1860 um servi o de ilumina o p blico atrav s de lampe es a azeite foi implantado e logo no ano seguinte extinto Em 1883 a ilumina o p blica retorna com a implanta o de 100 lampe es a querosese sendo que em 1889 foram reduzidos para 95 mas a partir da Natal passou a ter suas noites iluminadas Ou seja come am a aparecer na prov ncia cidades com ruas cal adas e ilumina o p blica infraestruturas que aos poucos v o se consolidando e garantindo um aspecto de civilidade aos espa os Relativamente s Fontes de inspira o comparando com o per odo anterior cujos referenciais eram mais gen ricos e tratavam de Estados Unidos ou Europa sem maiores detalhamentos neste momento ora investigado as refer ncias se tornam mais espec ficas Fran a Alemanha Estados Unidos e Inglaterra se ampliam para outras partes do mundo como a Am r
279. as terras f rteis nos vales do agreste para produ o de excedentes que suprissem os per odos de carestia o tratamento de alguns rios para aumentar a rea agricult vel a funda o de estabelecimentos agr colas mais s lidos assim como a prote o de mananciais aqu feros florestas e campinas em geral Destacamos que j em 1847 o Presidente Sarmento elencou estrat gias que ministradas conjuntamente em sua apreens o sanariam a problem tica das secas o que possivelmente serviu como subs dio para a cria o da Lei n 160 de 4 de Outubro de 1847 mencionada pelo Presidente Taques no Relat rio de 1849 As demais refer ncias mais alertam o pouco compromisso da elite potiguar em reverter o quadro possivelmente porque as secas ocorridas entre as 1846 e de 1877 tenham tido pouco impacto no RN Contudo importante abrir um par ntese para a ocorrida entre os anos de 1877 e 1879 quando a calamidade toma propor o efetivamente significativa com consequ ncias quase apocal pticas e mudam a maneira como o problema apreendido ou detectado e como s o propostas novas estrat gias de interven o para reduzir seus efeitos al m de mobilizar um esfor o mais concentrado inclusive junto ao governo central para sanar futuras cat strofes desta magnitude Observamos neste per odo de dois anos a es distintas do governo potiguar No in cio desta grande seca de acordo com Cascudo 1984 p 184 o Presidente Jos Nicolau Tolentin
280. asimiro Jose de Moraes Sarmento traz um relato muito negativo sobre a situa o das estradas do RN considerando as veredas intransit veis em muitos pontos repleta de atoleiros mais longas do que deveriam ser tortuosas cheias de areia e pedras soltas dificultando muito o seu tr nsito 218 Em 1874 novamente a m qualidade das estradas potiguares chama a aten o do Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho que segundo ele n o tendo sido nunca reparadas ou conservadas destas n o restavam nem os vest gios No seu entendimento esta era a principal raz o do escoamento da produ o para as prov ncias lim trofes abandonando a capital os munic pios de Nova Cruz e Canguaretama preferiam o porto de Mamanguape na Para ba e os do alto sert o ao norte optavam pelo porto de Aracati no Cear l l O mesmo Presidente Sarmento em 1847 em consequ ncia da seca organizou uma companhia de trabalhadores flagelados da seca para trabalhar em aberturas de estradas iniciando uma delas em dire o S o Jos de Mipibu Esta estrada em linha reta j se encontrava limpa por aproximadamente cinco l guas com largura de 40 palmos 218 Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha comenta que em geral as estradas do RN s o poucas e m s estando em constru o a do Assu a Mossor No ano de 1863 o Presidente Olintho Jos Meira comenta o estado geral das estradas potiguares reclamando que em sua viagem para a capital
281. assim a delimita o clara de espa os p blicos x espa os privados tinham uma forte liga o com as ideias de civilidade civiliza o progresso palavras t picas da poca Ao especificar reas de uso p blico e de uso privado a elite buscava dar um ordenamento s localidades e sob este aspecto a busca pela regularidade dos espa os p blicos pelo dimensionamento e cal amento de ruas e estradas Isso passa pelo crivo da est tica e do embelezamento ou aformoseamento e alinhamento para usar as terminologias da poca Foram analisados tamb m o que denominamos como fontes de inspira o ou seja ideias influ ncias balizadoras propostas preconizadas por outras cidades que poderiam ser utilizadas N o se trata necessariamente de modelos f sicos precisos a serem copiados Neste primeiro recorte hist rico temos raras men es espec ficas destas fontes de inspira o identificamos compara es com a Europa de forma gen rica e com os Estados Unidos e mais frequentemente propostas de 91 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba refer ncia de cunho mais ideol gico por exemplo solicitando um pr dio para funcionar um hospital pois se trata de uma medida pertinente a um lugar civilizado ou ainda a um pa s crist o e citando prerrogativas para o progresso de um pa s civilizado Dentre as caracter sticas que confeririam este progresso e civiliza o dos pa ses nas pal
282. avel na fonte publica d aquella Villa e S o Gon alo pediu a constru o de uma fonte publica 38 Em 1857 o mesmo Presidente Passos alega que a povoa o de Nova Cruz solicitava a constru o de um a ude ao que o Presidente mandou fazer a planta e or amento para esta obra 250 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba A partir de 1860 os a udes deixam de ser apenas solicita es das C maras e passam a ser uma realidade no sert o potiguar No ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior trata de mais a udes que cada vez mais se espalham pelo RN o a ude de Angicos para o qual foi composta uma comiss o mas ainda n o iniciadas as obras e o a ude de Nova Cruz que prestou contas da quantia recebida Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira registra uma excelente fonte existente em Portalegre a qual contudo precisava de reparos Tr s anos o mesmo Presidente Meira trata da necessidade de um a ude pr ximo a florescente povoa o da machaiba para a qual nomeou uma comiss o As fontes p blicas de Natal voltam a entrar em debate Em 18708 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha manda fazer um cal amento de pedra na ladeira da fonte p blica para evitar o ac mulo de gua e nomeou uma comiss o para dar andamento ao Baldo d aguas serv veis recrimina a falta de cuidado da prov ncia com a constru o de a udes e lamenta que ainda n o sejam usados no sert
283. avelmente esta informa o trata se de um equ voco Contudo uma vez que este dado foi obtido diretamente de documentos do per odo consideramos adequado manter aqui o seu registro para posteriores averigua es No in cio do per odo pesquisado j havia um entendimento na apreens o da elite de que o contingente policial do RN era insuficiente para atender as suas demandas contudo ao longo deste per odo este policiamento insuficiente n o s n o aumenta proporcionalmente a popula o potiguar como em muitos per odos sofre cortes cujas justificativas parecem ser de ordem financeira conforme vimos ao longo deste item d ficit nos cofres p blicos seja para manter tais funcion rios seja para dar lhes condi es m nimas de trabalho assim que de 1851 a 1883 enquanto a popula o praticamente duplica aumento de 87 5 j o n mero de policiais diminui 25 A quantidade m dia de policiais no RN deste per odo de 121 16 homens enquanto que a popula o em m dia de 230 607 2 habitantes ou seja uma rela o de um policial para cada 1903 pessoas Comparado ao primeiro dado deste per odo no ano de 1851 esta rela o era de um policial a cada 1000 habitantes praticamente duplicou a quantidade de pessoas para cada policial se 134 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba compararmos com a m dia obtida no per odo e em 1883 temos uma rela o incr vel de um policial para cada 2500 pessoas
284. avras do Presidente Manoel Ribeiro da Silva Lisboa est o em ultima analyse que os gozos e comodos p blicos s o sempre os precursores do progresso e civilisa o dos Povos e uma prova incontestavel de fruirem elles as vantagens da liberdade S o elas a aproxima o das distancias a navega o dos rios o saneamento limpesa e suavidade das inuda es a abundancia e distribu o de agua potavel o ar jo das Pra as o alcance dos generos de primeira necessidade o recurso dos miseraveis e desamparados a conserva o das Esta oes Publicas em fim tudo aquilo que imprime no Paiz um caracter de grandeza proveitosa de abastan a e de civilisa o LISBOA 1837 Em resumo as caracter sticas de civilidade mencionadas pelos Presidentes de Prov ncia do Rio Grande do Norte eram tudo aquilo que a Prov ncia naquele per odo n o detinha em virtude de problemas de gest o legisla o mas especialmente por falhas e fraudes no processo de tributa o que repercutiam na mais absoluta falta de recursos para viabilizar qualquer interven o que fosse De tal forma que mesmo ap s vinte e cinco anos de independ ncia para com a Alf ndega de Pernambuco e mesmo com alguns picos de uma produ o agropecu ria um tanto mais significativa a Prov ncia como um todo era ainda muito problem tica nos quesitos pol tico administrativo e f sico espacial embora dando ind cios de que avan ava Em s ntese podemos destacar que ne
285. az o A igreja e o cemit rio na prov ncia do Rio Grande do Norte intera es entre o sagrado e o profano Mercator v 9 p 17 27 2005 TEIXEIRA Rubenilson Braz o Do sagrado ao profano no espa o urbano da cidade potiguar Prea Revista de Cultura Natal n 17 p 34 38 2006 TEIXEIRA Rubenilson Braz o Globaliza o moda antiga Os primeiros n cleos urbanos do e o processo hist rico de globaliza o s culos XVI e XVII In VALEN A M rcio M Org Globaliza o e marginalidade Natal EDUFRN 2008 p 715 728 TEIXEIRA Rubenilson Braz o TRIGUEIRO Edja Bezerra Faria A igreja a casa de c mara e a pra a s mbolos e rela es de poder no espa o urbano colonial In II Encontro Internacional de Hist ria Colonial 2008 Natal Anais do ll Encontro Internacional de Hist ria Colonial 2008 VAINFAS Ronaldo org Dicion rio do Brasil imperial Rio de Janeiro Objetiva 2002 WANDERLEY Romulo Chaves No es de hist ria e geografia do RN Natal Edi es Walter Da promessa realidade 8 ANEXO Adriana Carla de Azevedo Borba 318 Quadro s ntese contendo informa es sobre os Presidentes de Prov ncia que atuaram no Rio Grande do Norte no per odo entre 1822 a 1889 informa es extra das de CASCUDO Luis da C mara Governo do Rio Grande do Norte Mossor ESAM 1989 p 16 a 36 e tamb m dos Relat rios de Presidente de Prov ncia dos respectivos anos GOVERNO NOME DA PRINC
286. b Touros Macau Ass Mossor Nova Cruz Acary Triunfo e Natal 1 ver por exemplo o relat rio do Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho que em 1877 denunciou o mesmo problema a exiguidade das C maras que remeteram os balan os da receita e despeza do exerc cio e or amento para o de 1877 a 1878 O Presidente Carvalho refor a os baios rendimentos obtidos pelas C maras que em muitos casos mau conseguem levantar o suficiente para paga os vencimentos de seus funcion rios e que mesmo assim n o buscam estrat gias para aumentar seus rendimentos e dar lhes aplica o e conclui explicando que sobremodo conden vel esse abandono 176 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba pode ser visualizada aplicando instrumentos de an lise de discurso comum como estrat gia de barganha pintar um quadro muito mais prec rio do que a realidade para angariar assim mais recursos ades o trabalhos etc e pode ter sido esta a estrat gia utilizada pelos Presidentes para tentar mobilizar ainda mais a aten o das C maras para solucionar os novos problemas da cidade potiguar que se encontrava em franco processo de crescimento Outra situa o que indiretamente passa pelo crivo das C maras Municipais s o as modifica es do status pol tico administrativo e judicial das localidades nesse per odo si Uma primeira refer ncia a esta din mica do status pol tico do RN foi identificada e
287. ca da est tica urbana iniciado com a sugest o de arboriza o privilegiando espa os urbanos de conv cio como largos e pra as infelizmente as Posturas Municipais n o explicitam neste ou em documentos subsequentes que tenhamos conseguido analisar qual a esp cie vegetal eleita mas dada sua localiza o em espa os de perman ncia infere se que o vegetal teria caracter sticas mais ornamentais decorativas De qualquer forma detectamos estes ind cios de preocupa o com o paisagismo nas reas de conv vio p blico o que indica uma maior aten o n o s com a quest o da higiene que ao longo deste per odo foi bastante incentivada pela a o conjunta de m dicos e engenheiros atuando na esfera p blica mas tamb m com prerrogativas fundamentalmente est ticas 4 5 1 10 Mercado P blico Matadouro e A ougue a partir de 1861 que come amos a ter registros de demandas por pr dios de mercado p blico matadouros e a ougues Neste ano o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior solicitou ao engenheiro que levantasse a planta da pra a e ruas adjacentes numa rea situada entre os dois bairros de Natal Cidade Alta e Ribeira contemplando espa os necess rios para a constru o de dois edif cios um deles seria o mercado p blico da capital Neste mesmo documento o Presidente Figueiredo Junior registra a falta de um mercado p blico em Cear Mirim Em 1870 o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuqu
288. cada de 1870 a iniciativa privada tamb m come ou a impulsionar a educa o p blica com a doa o ou pelo menos promessas de pr dios para escolas municipais demonstrando que os impactos no com rcio potiguar estavam possibilitando a es filantr picas e como vemos ao longo deste item n o s na educa o Outro aspecto que destacamos era o grande impacto nas finan as que a educa o ocasionava girando durante uma grande parte do per odo analisado entre um quarto e um ter o do total arrecadado e sempre considerado pouco para as reformas necess rias ao que em 1889 o Presidente Silva prop e a cria o de um imposto para gerar um fundo e assim permitir um aumento nas verbas para a educa o Embora sempre criticada com raras exce es pelos Presidentes fato contundente que as escolas v o tanto aumentando em quantidade como se espalhando pela prov ncia mesmo que n o no ritmo desejado para atender demanda da popula o em crescimento da a proposta em 1883 de criar escolas distritais para tentar interiorizar o ensino Neste per odo ainda n o existiam no RN escolas p blicas de reconhecida qualidade situa o que s se modifica no s culo XX mas bem ou mal verbas estavam sendo alocadas para seu desenvolvimento e de fato as escolas estavam sendo constru das de modo que cada vez mais a cidade potiguar apresentava dentre seus equipamentos uma escola p blica situa o que no per odo passado er
289. cializada em v rias reas pela indiferen a ou in rcia dos pr prios membros do poder p blico entre outros 33 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 1 3 2 O Conceito de Percep o e Instrumentos de An lise Textual Como a percep o compreende um aspecto fundamental para o desenvolvimento deste trabalho preciso consider lo com mais profundidade Para tanto retomamos o organograma te rico Figura 1 p 18 no qual sintetizamos graficamente o que comp e nossa compreens o da percep o da elite Essa percep o como vimos compreende dois momentos que podem ser concomitantes o da apreens o e o da interven o e ambos se relacionam a fatores pol tico administrativos socioecon micos e f sico espaciais sobre a cidade A percep o apreens o e interven o multifacetada e fragmentada precisa ser ordenada de modo que a partir de um quadro pintado literalmente por centenas de m os possamos distingui la objetivamente Os Relat rios e demais documentos estudados raramente permitem uma apreens o completa da cidade muito menos das interven es propostas O nosso maior desafio nesta investiga o foi a partir destas informa es pontuais tentar construir como a elite percebia a cidade potiguar Com o intuito de possibilitar uma leitura poss vel dessa percep o da elite precisamos nos valer de instrumentos que auxiliaram a aprofundar a interpreta o das informa es a sabe
290. cidade de S Jos de Mipib ordenei a sua conclus o VELLOSO 1862 O presidente Velloso prossegue em seu Relat rio preocupado com a quest o da regulamenta o dos cemit rios Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira atesta na prov ncia um grande n mero de cemit rios e comenta que somente em poucos lugares ainda acorre a pr tica proibida de enterramentos em igrejas Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha enumera os cemit rios p blicos existentes e destaca a situa o do cemit rio de Natal que constru do catorze anos atr s atendia a uma popula o muito inferior atual de modo que n o teria como comportar enterramentos por mais tempo tendo chegado h muito a seu limite o que impulsionaria a uma pr tica condenada pela medicina No ano de 1876 o quadro prec rio do cemit rio da Capital ainda permanecia De acordo com o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior o Inspetor de Sa de P blica havia recomendado o fechamento definitivo deste cemit rio bem como o plantio de rvores no espa o e a constru o de um novo cemit rio em local apropriado e atendendo a algumas prerrogativas estabelecidas pelo m dico Uma vez que as condi es financeiras n o permitiam tal obra o Presidente Alcoforado Junior mandou cercar um terreno cont guo ao cemit rio e ali fazer o enterramento dos falecidos com febre amarela Em 1878 o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em pleno
291. cidade potiguar registrada nos diversos documentos principalmente de car ter oficial cuja leitura permitiu a constru o da imagem que essa elite tinha da cidade Busca se contribuir para o processo de compreens o das experi ncias urbanas em regi es perif ricas do Brasil possibilitando inspira es para futuras pesquisas e atua es no espa o urbano dessas reas perif ricas Assim sendo tivemos como objetivo geral e Apreender qual era a percep o que a elite pol tico administrativa atuante no RN tinha sobre a cidade potiguar no per odo estabelecido Quanto aos objetivos espec ficos eles s o e Identificar como era a cidade potiguar a partir da descri o e cr tica que dela fazia a elite pol tico administrativa apreens o da cidade e Identificar como a cidade potiguar deveria ser a partir das propostas de melhoria que essa mesma elite lhe fazia interven o na cidade e Cotejar a percep o da elite pol tico administrativa sobre a cidade potiguar com outras percep es no intuito de comprovar refutar ou relativizar essa percep o e Caracterizar a cidade potiguar pelo vi s pol tico administrativo socioecon mico e f sico espacial conferindo uma vis o integrada dessas tr s categorias de an lise 2 O termo desenvolvimento empregado aqui como sin nimo simplesmente de transforma o sem ju zos de gosto sabemos que a palavra desenvolvimento n o aparece diretamente nos documentos da
292. cipe Acari Extremoz e Villa Flor possu am edifica es pr prias as demais ou n o tinham ou as existentes estavam mais ou menos arruinadas e precisando de reparos Em 1863 o foco de interven o volta para a capital No ano de 1866 tem in cio uma grande obra no Palacete da Assemblea Provincial que perdura por v rios anos Nas palavras do Presidente Olintho Jos Meira idealizador desta expressiva reestrutura o determinei que fosse completamente demolido para fazer se um edif cio em tudo novo e com largas propor es capaz de acomodar n o s a Assemblea e tesouraria mas tamb m a camara municipal tribuna do jury e alguma outra reparti o ficando assim de uma vez satisfeitas muitas necessidades com mais economia do que se tivesse de fazer dous ou mais edif cios embora cada um de menores propor es Concebido o plano de um novo edif cio entendi pelas considera es expendidas que devia faze lo como atualmente se acha come ado quatro vezes maior do que o antigo Para este fim tornou se preciso desapropriar do pr dio e terreno contiguo MEIRA 1866 E j no ano seguinte detectamos as primeiras cr ticas quanto tomada desta decis o em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva solicitou que se desenhasse a planta do edificio e seu respectivo or amento esclarecendo que Em minha opiniao essa obra grandiosa de mais para os recursos da provincia e muito superior s exigencia
293. como a situa o de navegabilidade de rios e acesso aos portos do RN De in cio os relatos especialmente acerca dos correios n o s o muito otimistas como podemos constatar nos Relat rios dos Presidentes Passos 1855 e C mara 1858 Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves critica a falta de comunica o de Natal cujo isolamento traz cidade esse triste e sombrio aspecto e prop e dois melhoramentos indispens veis a constru o de uma ponte sobre o Rio Salgado e o prolongamento de uma estrada em dire o ao Cear Para ba e Pernambuco A partir de 1860 os Relat rios come am a tratar sobre a Companhia de Navega o de Pernambuco Neste ano o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves reclamou que desde 1853 quando se concedeu dita companhia o 226 Em 1855 o Presidente Antonio Bernardo de Passos reclama da falta de correios em v rios pontos da Provincia o que dificultava a a o da Inspectoria 227 Em 1858 o Presidente Rapozo da Camara comenta que apesar do quadro de funcion rios dos correios estar completo o servi o n o tem a pontualidade exigida dado o baixo valor pago aos estafetas O que seria remediado aumentando seus ganhos de acordo com as dist ncias percorridas 246 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba privil gio de exclusividade para navega o costeira a vapor sujeitou se o RN a realizar uma s rie de melhorias sem que os servi os correspondentes foss
294. conterem para mais de 4 a 5 mil doentes e orph os na maior parte maltrapilhos e famintos f ra o resto da popula o que estando robusta n o pode todavia deixar de ser soccorrida por algum tempo desde que n o tem meios de atravessar os sert es para procurar o agreste O commercio ou antes alguns negociantes j resolveram n o abrir mais seus estabelecimentos nos dias de distribui o e muitas familias j tem suas portas fechadas h muito tempo A cada momento se espera um assalto aos estabelecimentos particulares correndo boatos horr veis tal respeito Telegraphei ultimamente ao Exm Ministro do Imperio expondo quanto urgente providenciar em beneffiicio de tantos infelizes MONTENEGRO 1878 Quando em 1879 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado visitou Mossor verificou que a calamidade permanecia e resistia ainda de forma intensa As 108 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba despesas com a assist ncia aos retirantes j chegavam a 6 217 264 227 Santos 1994 p 80 e os principais munic pios afetados situavam se no sert o Pau dos Ferros Apodi Imperatriz Martins Triunfo Augusto Severo ex Campo Grande Assu Santana do Matos Angicos Pr ncipe Caic Jardim e Acari FIGURA 18 Localidades mais afetadas pela seca de 1877 a 1879 no RN FIGURA 18 Localidades mais afetadas pela seca de 1877 a 1879 no RN Fonte autoria pr pria a partir de bas
295. contros precisa ser concertada quanto antes para se evitar maior despeza O Presidente Pedro Le o Velloso recebe um aux lio em 1862 com o qual mandou construir uma ponte sobre o Rio Trairi neste mesmo ano o Presidente Trajano Leocardio Medeiros Murta trata da conclus o de uma ponte em Touros e na contrata o para conclus o da ponte sobre o Rio Trairi Em 1867 foi identificado um investimento equivocado com a constru o da ponte de Extremoz esta desmoronou antes de ser conclu da e o atual Presidente Luiz Barbosa da Silva questionando a finalidade desta obra decide se por n o reconstru la Em 1870 o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque retoma o debate sobre a constru o da Ponte sobre o Rio Salgado autorisou a Presidencia contrahir um emprestimo juros de 6 at 8 por cento ao anno para a construc o de uma ponte sobre o rio Salgado nesta capital sendo elle convertido em divida publica da provincia amortizavel em dez annos receio metter me em obra de tanta magnitude em face da pequena receita da provincia Entendo que se o Governo Imperial n o estender sua m o protectora esta provincia em t o importante obra ali s de urgencia e grande utilidade capital n o poderemos t l a t o cedo pelos recursos provinciaes ALBUQUERQUE 1870 Sobre esta mesma ponte no mesmo ano o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha incentivado pelos resultados positivos do u
296. creditando que cada documento revelava uma dimens o de nosso objeto auxiliando no remonte desta colcha de retalhos que era a cidade potiguar a partir do olhar da elite pol tico administrativa no s culo XIX Neste processo de re constru o desta cidade potiguar do s culo XIX o entendimento das articula es entre as dimens es socioecon micas pol tico administrativas e f sico espaciais no entendimento da elite foi de crucial import ncia pois como mencionados na Introdu o s o raros os relatos propriamente f sico espaciais da cidade potiguar nossa inten o primeira com esta pesquisa Grande parte do trabalho de an lise foi identificar estes fragmentos de informa es e remont lo como um quebra cabe a buscando rebatimentos de uma dimens o na outra procurando a confirma o ou nega o de uma determinada informa o com outra O confronto de dados se deu tanto comparando um dado com relatos anteriores ao documento estudado como com documentos posteriores assim como com outros estudos sobre o tema a partir dos quais tentamos compreender como se deu a evolu o da cidade potiguar sob as vertentes socioecon micas pol tico administrativas e f sico espaciais analisadas sempre a partir de um olhar espec fico o da elite pol tico administrativa do Rio Grande do Norte no s culo XIX Frequentemente uma dimens o auxiliou no entendimento de outra no cap tulo 4 por exemplo teve muito destaque tanto e
297. cretaria do Governo Francisco Canuto Emerenciano Official de gabinete da Secretaria do Governo Pedro de Alcantara De o Chefe de sec o Joaquim Guilherme de Souza Caldas Secret rio da Pol cia do RN Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes Servindo de Inspector de Sec o Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Jeronymo Cabral Raposo da Camara Director Geral da Instruc o Publica Dr Henrique Leopoldo Soares 22 03 1870 a 11 01 1871 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 331 da Camara Inspector da Saude Publica Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara Commissario vaccinador Urbano Fernandes Barros Capit o do Porto interino Focio Joaquim do Rego Barros Major comandante Do Corpo de Policia Vice Presidente de Prov ncia Jer nimo Cabral Raposo da C mara Sem informa o 11 01 1871 a 17 08 1871 Presidente de Prov ncia Delfino Augusto Cavalcanti de Albuquerque Manoel Antonio Bezerra Subdelegado da Cruz do Espirito Santo Dr Paulo Martins de Almeida Chefe de policia Dr Jos Pereira da Silva Moraes Ju z de Direito comarca de Mossor Dr Jo o Carlos Greenhalgh e Major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o Concession rios da Estrada do Cear Mirim Joaquim Guilherme de Souza Caldas Secret rio da Pol cia do RN Jos Cabral Rapozo da Camara Director Geral da instru o p blica bacharel Joaquim do Paula Pessoa do Lacerda Ex Juiz d
298. da no perido aqui analisado As Posturas Adicionais fruto da necessidade de adapta es em fun o principalmente do crescimento urbano outro fator a destacar Apenas para as localidades de Goianinha N sia Floresta Cara bas Macau Santana do Matos e Martins n o encontramos mais de uma Postura certamente por serem novos mun cipios vilas que surgiram neste segundo recorte hist rico Nas demais Natal Angicos Apodi Touros Acari Campo Grande Canguaretama Caic Mossor Cear Mirim e Jardim de Angicos identificamos pelo menos duas Posturas Municipais publicadas considerando todo o per odo estudado Elas surgem com maior frequencia por m neste novo per odo analisado 1846 1889 Enquanto no per odo anterior a maior preocupa o registrada nas Posturas Municipais eram as relativas aos Animais e agricultura entre 1846 e 1889 o Com rcio se torna o foco principal de interesse e atua o das C maras Municipais Trata se de outro ind cio deste processo de transforma o urbana cujas preocupa es v o aos poucos deixando de ser a realidade rural para problemas inerentes ao meio urbano Al m do Com rcio os demais assuntos tratados por ordem de frequ ncia foram Animais e agricultura Constru o Seguran a p blica gua e Limpeza cujos conte dos s o analisados adiante item 4 5 Em que pese a import ncia crescente das Posturas Municipais no entendimento da elite a atua o das C maras deixava a desej
299. dade por exemplo de a udes e fontes d gua e o Governo Central passa a incentivar estas obras enviando recursos com esta finalidade a falta de estradas tamb m recebe recursos para impulsionar a economia foi o caso das estradas de ferro dentre outras Em outras palavras os documentos apresentavam n o s uma realidade mas demandavam recursos e se a realidade apresentada era positiva de que maneira as inst ncias superiores seriam convencidas a enviar recursos Portanto pintar um quadro de desgra a pontuado de situa es negativas eventualmente piores do que a realidade poderia ser identificado como uma estrat gia para angariar recursos A segunda lente que precisamos ter em mente s o os par metros de compara o que com o crescimento da quantidade de Relat rios e o distanciamento temporal cada vez mais ficava dif cil retomar Relat rios anteriores Bem diferente do que encontramos em 1822 a 1845 quando os Presidentes recorriam aos v rios Relat rios de anos anteriores at porque eram poucos neste per odo raros foram os Presidentes que se debru aram em documentos passados buscando comparar a realidade encontrada com o que existia antes no Rio Grande do Norte Na falta desta vis o epistemol gica o par metro de compara o tornava a realidade encontrada e o ideal perseguido cada vez mais distantes o RN era comparado com Paris com as cidades avan adas dos Estados Unidos com a Alemanha
300. dade Adriana Carla de Azevedo Borba produtos e conhecimentos uma vez que era para l que seus filhos iam estudar A respeito desta aristocracia da terra alguns autores como A cio Villar de Aquino Lu s da C mara Cascudo e Jo o Alves de Melo chegam a compar la a uma estrutura feudal autossuficiente Vale ressaltar que embora tratemos aqui das diferen as entre o meio rural e a cidade esta diferencia o muito mais nominal do que real o modo de urbano pouco diferenciava do rural Nesta realidade os grandes propriet rios eram verdadeiros n mades possuindo propriedades rurais e urbanas sempre viajando conforme demandado Ao redor destes grandes propriet rios e suas fazendas se desenvolveram v rios aglomerados urbanos que aos poucos se consolidam e se desenvolvem resultando no crescimento populacional do RN Vejamos um gr fico que procura ilustrar como este crescimento populacional acontece na prov ncia FIGURA 03 Popula o do RN de 1805 a 1844 Popula o RGN Popula o em valores absolutos 8 88 8 S dd a Fonte autoria pr pria dados populacionais de 1819 MEDEIROS 1973 p 77 demais anos CASCUDO 1984 p 50 Antes de analis lo importante levantar algumas ressalvas dadas as dificuldades da poca o levantamento da popula o no RN apresenta muitas falhas Contudo ainda assim os dados nos permitem tecer algumas reflex es Destacamos que a curva de crescim
301. dade potiguar no per odo entre 1846 e 1889 4 2 1 Engenheiros A primeira refer ncia a Engenheiros neste per odo ocorreu no Relat rio de 1848 quando o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira solicitou um parecer sobre como fazer um conserto mais duradouro na Fonte da Bica em Natal como vimos no cap tulo 2 esta fonte continuamente se apresentava em ru nas embora tenha sido alocada verbas para seus concertos em quase todos os anos ao que o engenheiro afirma nenhum concerto duradouro se lhe p de fazer e que a melhor medida a adoptar se construir se um novo edificio segundo os preceitos da arte Em linhas gerais identificamos algumas tem ticas recorrentes nos Relat rios ao tratar sobre engenheiros a falta de m o de obra qualificada na constru o e de engenheiros especificamente JUNQUEIRA 18607 FIGUEIREDO J NIOR 18617 Em 1860 o Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira elencou as dificuldades para realizar constru es no RN e tamb m os principais motivos para uma s rie de obras j aprovadas ainda n o terem sido concretizadas na poca falta de oper rios de material e de pessoas qualificadas para produzir planos e or amentos bem confeccionados ao que o Presidente tentou resolver solicitando a contrata o de um engenheiro 78 Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior retoma a quest o da falta de pessoal revelando que a Dire o de Obras da Prov ncia ficava a cargo
302. de respeito das igrejas um primeiro fato que nos chamou a aten o foi a redu o de refer ncias a este equipamento considerando o per odo passado quando foi a mais mencionada Ao longo de todo este per odo foram relatadas muito mais contribui es particulares atrav s de donativos do que verbas p blicas a tais pr dios No in cio do per odo os Relat rios atestavam a falta de doa es ocasionadas ainda pela seca de 1845 46 o que estava deixando as igrejas abandonadas sem manuten o adequada em 1861 um relato muito detalhado deu conta da situa o muito prec ria da maioria das igrejas do RN ao passo em que defende que as igrejas em boas condi es o s o por iniciativa popular E no final do per odo cidades como Maca ba Acari S o Jos e Pr ncipe aparecem com templos exemplares a serem seguidos todos atrav s da ajuda de fi is De qualquer forma encontramos avan os neste quesito mesmo que tenha sido muito mais devido iniciativa popular do que p blica O cemit rio tinha uma rela o muito pr xima da igreja e em rela o ao per odo anterior era inexistente tanto nos Relat rios de Presidente de Prov ncia como nas Posturas Municipais uma modifica o identificada neste segundo recorte cronol gico Se no in cio as C maras municipais pediam recursos para a constru o de cemit rios e n o a obtinha a partir de 1858 j havia registros de andamento de constru es um detalhado relato de 1861
303. de um simples curioso e sua execu o atribu das a indiv duos alguns dos quaes ainda n o deram conta de dinheiro nem da obra e que a 180 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ALBUQUERQUE 1870 CARVALHO 1877 MONTENEGRO 1878 CARVALHO 1887 a import ncia de engenheiros na produ o de estudos e pareceres CUNHA 18512 GON ALVES 1859 MURTA 1862 a falta de equipamentos para o trabalho de engenheiros na prov ncia VELLOSO 18622 CUNHA 1870 e interven o propriamente dita em v rias obras e equipamentos p blicos MURTA 1862 MEIRA 1863 MEIRA 1866 SILVA 1867 CUNHA 1870 BARRETO 1882 BARRETO 1883 Embora tenhamos muitas refer ncias falta ou import ncia de engenheiros na prov ncia nos momentos em que estes profissionais efetivamente atuam no RN realizam uma s rie de plantas or amentos e execu o de obras diversas neste sentido trazendo um panorama bastante distinto do que detectamos no per odo de 1822 a 1845 Esta mudan a de cen rio come a a ser demarcada quando o Presidente Cunha em 1851 assinala a import ncia que o profissional engenheiro passa a possuir no RN Conforme adentramos na d cada de 1860 encontramos profissionais e obras em andamento no RN como pode ser ilustrado em MURTA 1862 ao mandar trazer o engenheiro Dodt para a prov ncia MEIRA 1863 pedindo aux lio do Diretor de partir de ent o estava contando com um engenheir
304. de Prov ncia Figueiredo Junior 1861 e Rosa 1889 1888 e 1889 Base em cartografia atual do estado do RN 4 5 1 3 Hospital Nas primeiras refer ncias hospital ou casa de caridade nos Relat rios deste per odo ainda encontramos um momento de transi o no qual n o haviam edifica es aonde pudessem acontecer atendimentos m dicos na prov ncia como ilustra o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento em 1846 que no ano anterior havia proposto a edifica o de huma casa de caridade mas que infelizmente n o pode ser cocretizada por falta de recursos Em 1848 o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira denunciou um desvio de verbas que estavam destinadas constru o da casa de caridade para a reconstru o do Col gio Ateneu em 1852 este quadro n o havia se modificado Em 1854 dada a recorr ncia de epidemias na povoa o de Ponta Negra l o Presidente Antonio Bernardo de Passos construiu uma enfermaria para tratamento dos pobres A partir de 1860 com a recorr ncia cada vez maior de epidemias em praticamente todas as maiores localidades do RN come amos a verificar nos Relat rios os registros de constru es provis rias ou n o de espa os 177 Conforme nos relata o Presidente Jos Joaquim da Cunha que nos casos de mol stias acometidas aos presos era preciso encaminhar o prisioneiro para a enfermaria militar na falta de uma casa de caridade 212 Da promessa realidade Adriana
305. de 1871 Caic 1863 45 Estas ltimas verbas sobretudo vindas atrav s dos socorros p blicos durante as secas 253 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba fome sede e ao furto he insufficiente para as necessidades do transito na impossibilidade de fazer uma ponte poder se hia talvez melhor a passagem substituindo a canoa actual por uma balsa formada sobre barcas CARVALHO 1853 Em 1853 os Relat rios come am a indicar investimentos em obras reais nas pontes do RN como nos relata o Presidente Antonio Bernardo de Passos ao mencionar a aplica o de 411 6993 a ltima presta o dentre outras obras para as pontes de Cajupiranga e Petimb Em 1856 o mesmo Presidente Passos mandou fazer a planta e or amento da ponte Cat ou Icatu em Vila Flor Em 1860 o Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira atesta a conclus o de parte da ponte de Maca ba e seu andamento destacando a grande utilidade desta ponte Neste mesmo ano o presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves fala da indispens vel constru o de uma ponte no Guarapes que complementada por uma estada d acesso a Cear Mirim No ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior aborda a Ponte sobre o Rio Salgado ordenou ao diretor de obras p blicas a revis o do or amento da obra e atentou para a necessidade de consertos na ponte do Rio Cajupiranga que estava bastante arruinada em um dos en
306. de 66 metros da rua da Cruz do bairro da Ribeira para facilitar o tr nsito no inverno Em 1878 para minimizar o impacto da seca para os flagelados que se encontravam na capital o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro os empregou para realizar a limpeza das ruas de Natal e este foi o nico momento no per odo estudado em que a interven o nas ruas n o foi seu cal amento mas sua higieniza o Na d cada de 1880 as interven es nas ruas de Natal come am a ligar se ao com rcio em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado mandou fazer um cal amento desde a pra a do Mercado at o Palacete da Assembl a Provincial pr ximo esta o telegr fica e em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto j relata reparos feitos a este cal amento das ruas do Pal cio e Com rcio utilizando a m o de obra dos presos al m disto para este servi o e cal amento do restante da cidade estava se empregando o lastro de pedras dos navios dos Srs J Drayer amp C e Odalon Garcia fornecidos gratuitamente 258 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 59 Ruas Cal adas em Natal RN 1846 a 1889 Ii Va NA E Bairro Cidade am o Fonte autoria pr pria com redesenho baseado no Atlas do Imp rio do Brazil de Candido Mendes LEGENDA de Almeida ilustrando Natal em 1864 Encontrado 1850 321 m da Rua Principal em Miranda 1999 p 55 Informa es
307. de Adriana Carla de Azevedo Borba 2 1 3 O RN e o milagre da multiplica o o caso do funcionalismo e dos recursos p blicos Al m dos funcion rios ligados rea administrativa outros funcion rios p blicos citados neste per odo foram o M dico o Professor e o Engenheiro que nos permitem refletir sobre as prec rias condi es econ micas da prov ncia Ainda que neste per odo n o ocorressem problemas de epidemias o m dico aparece como um profissional muito requisitado ao governo central Detectamos uma situa o paradoxal no discurso dos Presidentes ao tratar dos M dicos embora tal profissional n o fosse efetivamente necess rio sobretudo comparando com outros pontos do Imp rio ainda assim este profissional aparece como indispens vel ligado ideia de civilidade Na primeira refer ncia ao profissional M dico em 1836 o Presidente Jo o Jos Ferreira d Aguiar denuncia a aus ncia de m dico o que justificava a a o de curiosos o que na sua opini o era um flagelo maior do que a doen a Em 1838 o RN contava com o profissional mas de acordo com o presidente Jo o Valentino Dantas Pinaj o m dico n o se encontrava na prov ncia e o mais grave somente podia atender s pessoas miser veis da cidade de Natal e arredores e n o a toda a Prov ncia como solicitava a legisla o vigente vez que as dist ncias chegavam a cem l guas Para sanar este problema o presidente prop s a ap
308. de Natal RIO PITIMBU CAJUPIRANGA Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da LEGENDA SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS O AGLOMERADO URBANO MENCIONADO RECURSOS H DRICOS SEMARH Programa Estadual de O RIO OU REGI O APROXIMADA Recursos H dricos Coordenadoria de Infraestrutura COINFRA Dispon vel em http Avww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema so cio economicos arquivos Anuario CDROMY 202010 mapas Bacias Hidrogr Elficas 2010 png em setembro de 2013 Base em cartografia atual do estado do RN No tocante s Estradas e Comunica o assim como o problema da falta de pontes e de rios naveg veis a situa o da capital era de total isolamento desconectada com o que acontecia em seu interior pela falta de meios eficazes de comunica o que de acordo com o presidente Jo o Joze Ferreira D Aguiar trazia repercuss es negativas sobremaneira para a economia potiguar 86 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Bem longe de dizer vos que temos Estradas vos afirmarei que apenas algumas p ssimas veredas que nos d comunica ao com o centro da Provincia digo p ssimas por que alem de tortuozas e mal aceadas empessam cada passo o viajante pela sua estreiteza de maneira a n o permitir um cavaleiro transitar livremente E este talvez um dos mais poderosos impecilios que obstao ao engrandecimento d esta Capital por que esmerando se todo um anno o lab
309. de cadeiras eleva o em gr o remo es repetidas aposenta es for adas 183 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Para agravar ainda mais os problemas j elencados os Presidentes ainda precisavam tratar de situa es de desonestidade e mau uso do cargo p blico como podemos ilustrar no Relat rio de 1850 quando o Presidente Jo o Carlos Wanderley denunciou uma situa o de falta de tica de um professor que afastado de seus afazeres supostamente por motivos de sa de assumia outras atividades Professor que por mais de seis mezes se achou auzente de molestia e j sem ella fazendo sua quase habitual residencia na Cidade do Ass distante da Capital cincoenta legoas onde n o obstante suas pretextadas infermidades ensinava particularmente alguns m os N o me parecendo tolerar t o grande abuso apenas tomei conta da Presidencia busquei informar me da verdade e sendo ella confirmada pela directoria da instruc o publica e pela Thesouraria provincial por onde continuava o referido Professor a cobrar os ordenados mandei suspender o pagamento deste desde o dia que havia elle findado a licen a e que com parte de doente continuou permanecer na Cidade do Ass ensinando particularmente WANDERLEY 1850 Considerando as grandes somas gastas com o funcionalismo p blico e outras den ncias de ac mulo indevido de fun es esta situa o referida em 1850 e sugerida em
310. dem ocorrer tendo como pano de fundo quest es pol tico administrativas socioecon micas e f sico espaciais A dimens o f sico espacial n o envolve apenas o espa o interior ou intraurbano da cidade potiguar mas a rela o que as diferentes localidades mant m entre si e com o espa o geogr fico o que estende an lise escala territorial geogr fica para a prov ncia como um todo Por uma quest o de melhor sonoridade optamos por utilizar ao longo de todo o texto a terminologia itens de apreens o ao inv s de apreens es e do mesmo modo itens de interven o no lugar de interven es ainda que no ltimo caso seja comum o 21 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba plural interven es Em outras palavras o termo itens de interven o ao inv s de interven es simplesmente est sendo utilizado para manter o paralelismo com os chamados itens de apreens o Quando referindo nos apreens o ou interven o de forma gen rica ou em termos num ricos a apenas uma os termos ser o utilizados no singular sem o termo item A percep o est impl cita nesses dois termos embora apare a tamb m algumas vezes ao longo da an lise Nosso principal banco de dados s o os Relat rios dos Presidentes de Prov ncia que s o compostos por v rios t picos os quais podem ser associados a uma ou mais das tr s categorias de an lise propostas Os Relat
311. dente de Prov ncia Matias Ant nio da Fonseca Morato Sem informa o 16 03 1882 a 13 04 1882 Presidente de Prov ncia Francisco de Gouv a Cunha Barreto Dr Jos Jorge de Carvalhal Chefe de pol cia Frank Wilde Engenheiro Capit o Focio Joaquim do Rego Barros Commandante da companhia de policia Capit o Clementino de Paula Souza Malagueta Commandante da Companhia de Guarni o Urbano Fernandes Barros Ex Ajudante d Ordens da Presid ncia tenente da Companhia de Guarni o desta prov ncia Felippe Bezerra Cavalcante Secret rio Militar Capit o reformado Antonio Cabral de Mello Leoncio Ex Comandante da Fortaleza dos Santos Reis Magos Alferes da Companhia de Guarni o Francisco de Paula Souza Comandante Interino da Fortaleza dos Santos Reis Magos Coelho Cintra Engenheiro Aleixo Barboza da Fons ca Tin co Secretario da Presid ncia bacharel Virgilio Brigido Promotor p blico da comarca de S Jos de Mipib bacharel Jos Ignacio Fernandes Barros Juiz de direito da comarca do Cear mirim bacharel Geroncio Dias de Arruda Falc o Juiz de direito da comarca do Serid bacharel Firmo Antonio Dourado da Silva Juiz municipal e d orph os do termo de Nova Cruz Joaquim Jos do Rego Barros 1 tabeli o e escriv o do termo da Macahyba Manoel Andr de Lima 1 tabeli o e escriv o do termo de Goianinha Jo o Baptista da Fons ca Pinto Officios de justi a do termo da Imperatriz
312. dente dos servi os de passagem atrav s do Rio Salgado feito atrav s de contratos a particulares que como vimos n o apresentava grandes vantagens para a prov ncia at o final deste per odo Chamamos aten o para o incremento do tel grafo na d cada de 1870 bem como seus avan os acompanhando as linhas f rreas outra estrat gia para buscar a comunica o do RN interna e externamente aos poucos a comunica o potiguar vai se expandindo e se modernizando tomando maiores impulsos no per odo subsequente 249 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 2 3 Fonte P blica Tendo em vista que logo no in cio deste per odo o RN ainda se ressentia da a o de uma grande seca observamos ao longo desta etapa do estudo uma maior preocupa o com o abastecimento de gua n o s na capital mas nos mais variados pontos da prov ncia em especial no sert o mais assolado pelos rigores da estiagem Contudo no in cio deste per odo a aten o ainda estava voltada para a capital como identificamos nos Relat rios dos Presidentes Sarmento 1846 Siqueira 1848 e Wanderley 1850 2 Gon alves 1859 Gon alves 1860 4 A partir de 1847 os a udes entram na pauta dos Relat rios e o Presidente Sarmento alerta para a necessidade de se construir de dez a doze a udes os quais minimizariam os males ocasionados pela seca Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley refor a esta necessidade ao enumerar loca
313. derada indecente pelo Presidente Trajano Leocardio Medeiros Murta em 1862 impulsionou a constru o de um pr dio pr prio como ele mesmo explica N o parecia me decente que a policia se aquartelasse no consist rio de um templo como achei mandei preparar e adequar um edif cio provincial que hoje um quartel elegante e c modo Tiveram maior andamento as obras do quartel de linha que ainda n o est o conclu das MURTA 1862 Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha corrobora com a boa qualidade do novo edif cio do Quartel militar segundo ele mesmo sem duvida uma das melhores obras desta capital e talvez neste genero das provincias do norte mas estava naquele per odo j necessitando de reparos assim como a Fortaleza dos Santos Reis Magos que mesmo bem conservada precisava de consertos urgentes No ano seguinte o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque trata novamente do Quartel Militar e da Fortaleza dos Reis Magos ambas umas das melhores edifica es da prov ncia explicando que nesta ltima encontra se um pequeno farol e o tel grafo que se comunicava com o existente da torre da matriz refor ando o car ter estrat gico da edifica o e sua import ncia como pe a chave nas comunica es da capital com o restante do RN e com as demais prov ncias No final desta d cada em 1878 o pr dio do quartel que tamb m abrigava a companhia de pol cia encontrava se uma
314. dicionais costumes da prov ncia incorporando os novos ares vindos de fora 4 5 1 7 Cemit rios Em virtude dos tantos surtos epid micos ocorridos nas d cadas de 1860 70 e das grandes cat strofes clim ticas os cemit rios foram equipamentos p blicos bastante referenciados neste per odo diferente do estudado anteriormente Este destaque mais significativo p de ser detectado tanto dos Relat rios de Presidente de Prov ncia como nas Posturas Municipais e Adicionais que chama a aten o pela maior quantidade comparadas s do per odo anterior mas tamb m pelo maior detalhamento sobretudo nas maiores cidades e em especial na capital Este fato pode ser visualizado nas Posturas Municipais de Natal de 18 de julho de 1858 que aborda insuma es hor rios para enterramentos e a participa o da Igreja dobres de sinos perante o ocorrido tamb m s o verificadas nas Posturas de Cear mirim de 1874 que chega a definir dimens es de sepulturas dos equipamentos existentes capela locais para exames judiciais dos cad veres dep sito de urnas sobre o pessoal empregado processo de enterramento taxas e exuma es tamb m em prazo de 2 anos como no de Natal Mais ao fim deste per odo encontramos nas 188 Regulamenta a quantidade de dobres que deveriam ser dados quando da not cia da morte na ocasi o do enterro e o tempo de execu o destes dobres limita o m xima de quantidade de dobres e seu tempo de dura
315. dif cio foi reformado e reinaugurado em 24 de mar o de 1887 pelo Presidente Ant nio Francisco Pereira de Carvalho TEIXEIRA 2009a p 242 296 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba serviu aos Aprendizes de Marinheiro e depois parte do pr dio abrigou a Capitania dos Portos A respeito das igrejas um fato que nos chamou a aten o foi a redu o de refer ncias a este equipamento em rela o ao per odo anterior num ind cio do processo de seculariza o da sociedade Ao longo de todo este per odo foram relatadas muito mais contribui es particulares atrav s de donativos do que verbas p blicas a tais pr dios No in cio do per odo de 1846 1889 os Relat rios atestavam a falta de doa es ocasionadas ainda pela seca de 1845 46 o que estava deixando as igrejas abandonadas sem manuten o adequada e no final do per odo cidades como Maca ba Acari S o Jos e Pr ncipe det m templos exemplares todos atrav s da ajuda de fi is Eram exemplos a serem seguidos De qualquer forma mesmo sem muitos investimentos p blicos encontramos avan os tamb m neste quesito Com rela o aos cemit rios no in cio as C maras municipais solicitavam recursos para a sua constru o sem sucesso mas a partir de 1858 j detectamos registros de andamento de constru es Para este equipamento p blico assim como no caso dos templos religiosos tamb m se contou muito com a iniciativa privada sendo muitos dos c
316. do povo n o estava progredindo substancialmente Nas palavras do Presidente O tracto social que altera os conceitos e modifica as preocupa es populares ainda n o pode 121 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba exercer a sua benefica influencia no meio do isolamento e dispers o em que vive a m r parte dos habitantes do nosso vasto territ rio Entre 1875 e 1876 teve in cio uma revolta por causa da nova lei de recrutamento militar Anteriormente existiam encarregados para recrutar soldados pelos quais se obtinha uma recompensa do governo desde 1852 ap s 1874 o recrutamento passa a ser um alistamento obrigat rio de toda a popula o do sexo masculino com idades e entre 19 e 30 anos De acordo com Monteiro as mulheres invadiram as igrejas e destru ram os pap is das Juntas de Alistamento e no RN os locais onde a rea o foi mais intensa foram em Arez Canguaretama Goianinha Mossor S o Jos do Mipibu e N sia Floresta MONTEIRO 2007 p 117 Cascudo complementa explicando que em Mossor o movimento ficou conhecido como Motim das Mulheres dirigido por Ana Floriano e mais trezentas mulheres Registra tamb m que em Goianinha houve tr s mortes CASCUDO 1984 p 183 184 Este levante foi registrado no Relat rio de 1876 pelo Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior nas palavras do mesmo As poucas exep es da tranquilidade p blica havidas s o occasionadas por circumst
317. do Borba estes investimentos a produ o permaneceria na mesma situa o ou at poderia sofrer retra o Como vimos este novo interesse na ind stria a ucareira foi resultado direto da a o da seca de 1845 a devasta o da cria o bovina deixou muito claro a fragilidade de uma economia pautada somente num produto e o a car produto j tradicionalmente cultivado no RN se colocava como uma alternativa para promover a diversifica o econ mica Al m disto uma vez que seu cultivo se concentrava no litoral cujo clima sofria menos flutua es se posicionava como um cultivo mais seguro menos arriscado a perdas De in cio neste processo de diversifica o econ mica identificamos um incremento na produ o de a car que segue num crescente os n meros refletem condi es favor veis tanto em rela o aos investimentos particulares implanta o de novos engenhos tanto de madeira como de ferro estes ltimos com o passar do tempo tornando se a maioria no RN como no volume de produ o em arrobas que evidentemente tamb m aumentam assim como a respectiva arrecada o provincial oriunda da tributa o do produto O otimismo desta produ o pode ser detectado nos Relat rios de Presidente de Prov ncia como o de Antonio Bernardo de Passos vista do r pido progresso em que vai a cultura da canna e do incremento do commercio promettem em poucos annos igualar a importacia do dizimo do gado com
318. do Pal cio do Governo em 20 de Fevereiro de 1909 Natal Verbo Sebo Vermelho 1999 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 317 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba SOUZA Francisco de Fausto Hist ria de Mossor Jo o Pessoa Ed Universit ria 1979 SOUZA Itamar de org Caic Natal Funda o Jos Augusto 1982 SUASSUNA Luiz Eduardo B MARIZ Marlene da Silva Hist ria do Rio Grande do Norte Imp rio e Rep blica 1822 1934 Natal Gr fica Santa Maria 1999 TEIXEIRA Manuel A C A Constru o do Espa o Urbano do Brasil In DE CABRAL a Pedro Aspectos da Coloniza o Portuguesa no Brasil ed Maria Beatriz Niza da Silva 49 58 Lisboa 2001 TEIXEIRA Manuel A C Os Modelos Urbanos Portugueses da Cidade Brasileira In Urbanismo de Origem Portuguesa Lisboa 2001 lt http urban iscte pt revista gt TEIXEIRA Rubenilson Braz o A agonia do velho Natal face ao novo Seculariza o e modernidade urbana In Angela Ferreira George Dantas Org Surge et ambula a constru o de uma cidade moderna Natal 1890 1940 1a ed Natal EDUFRN Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2006 v 1 p 69 86 TEIXEIRA Rubenilson Braz o A evolu o da casa potiguar no s culo XIX algumas considera es a partir do contexto nacional Caderno de Historia Natal RN v 01 n 01 p 114 137 1996 TEIXEIRA Rubenilson Br
319. do Rio Grande do Norte 20083 307 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 66 67 68 69 70 11 72 73 74 75 76 77 78 79 80 LUCENA Henrique Pereira de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio com que abrio a 1 sess o ordinaria da Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte o Exm Sr Commendador Dr Henrique Pereira de Lucena no dia 5 de outubro de 1872 Rio de Janeiro Typographia Americana Rua dos Ourives n 19 1872 LYRA Tavares de Hist ria do Rio Grande do Norte 3 ed Natal EDUFRN Editora da UFRN 2008 MACAU C mara Municipal Posturas 1873 MACEDO Helder Alexandre Medeiros de Ocidentaliza o territ rios e popula es ind genas no sert o da Capitania do Rio Grande Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Hist ria UFRN Natal 2007 MACEDO Helder Alexandre Medeiros de Ocidentaliza o territ rios e popula es ind genas no sert o da Capitania do Rio Grande Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Hist ria UFRN Natal 2007 MACHADO Rodrigo Lobato Marcondes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com que o Exm Sr Doutor Rodrigo Lobato Marcondes Machado Presidente da Provincia abrio a 2 sess o da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte em 27 de outubro de 1879 Typographia do Correio do Natal Rua d
320. do analisado certos itens v o sendo pormenorizados e novos itens s o inclu dos O aumento do volume a maior variedade e o maior grau de detalhamento das informa es bem como a ado o de determinada formata o para os Relat rios que possibilita melhorias sequenciadas podem ser vistas como mudan as que dizem respeito em ltima an lise complexidade crescente da realidade potiguar de um modo geral e da cidade em particular que se imp e cada vez mais no per odo estudado 278 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Pontuamos na Introdu o deste trabalho algumas perguntas chaves ou de pesquisa que guiaram toda a investiga o A primeira delas foi de que modo a apreens o da elite pol tico administrativa principalmente Presidentes de Prov ncia mas n o somente estes sobre a cidade potiguar poderia ser confirmada por outras fontes de dados Levando em considera o que os Relat rios na realidade correspondem a um conjunto de textos quase sempre elaborados a partir de uma equipe multidisciplinar sobretudo no segundo per odo estudado conforme funcion rios v o se incorporando ao quadro p blico estes confeccionam pareceres que s o anexos ao Relat rio e utilizados no discurso dos pr prios Presidentes composta por elites intelectuais policiais m dicas eclesi stica etc considerando tamb m que esta equipe muda ao longo do tempo conforme o pr prio Presidente muda num primeiro mom
321. do pelo novo vigor econ mico do a car e algod o entre as d cadas de 1860 70 na seca de 1877 78 outro impulso com a vinda de socorros p blicos e o aproveitamento da m o de obra de flagelados e esta mesma situa o mais a frente novamente com as secas do final do Imp rio contudo de forma mais incipiente Para ilustrar estes per odos de acordo com o Presidente Trajano Leocardio de Medeiros Murta em 1862 a prov ncia ainda precisava de muitos melhoramentos em obras p blicas mas o seu estado financeiro n o permitia a realiza o de tais obras Em 1878 o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro atento ocupa o de grandes levas de emigrantes que vindos para Natal fugindo das secas n o encontravam trabalho resolveu emprega los para uma s rie de melhoramentos demandados pela prov ncia No ano de 1887 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho observando as m s situa es financeiras provinciais decidiu paralisar qualquer melhoramento material inclusive dispensando o encarregado das obras p blicas n o provendo o lugar Ao longo do per odo estudado considerando as infraestruturas mais referenciadas para as menos recorrentes nos documentos temos por ordem de 240 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba aparecimento as seguintes Estradas seguidas por comunica o fonte de gua p blica pontes ruas e ilumina o A seguir um gr fico ilustra a quantidade de refer ncias
322. do quantidade e qualidade dos animais comercializados normatiza o de um per odo de descanso para o abate do 135 gado caso este estivesse em jornada multa para quem vender em particular 132 Assim como licores e bebidas espirituosas que estejam venda Nas Posturas Municipais Adicionais de Goianinha de 2 de dezembro de 1852 nas Posturas Municipais de Caic de 15 de outubro de 1864 nas Posturas Municipais de Macau de 11 de julho de 1873 e finalmente nas Posturas Municipais de Natal de 17 de mar o de 1884 Assinada pelos fiscais ou autoridade respons vel em sua falta Al m disto acrescidas de informa es espec ficas como o dia da morte ferro existente e situa o de sa de do animal Que varia de 12 horas a 3 dias 134 193 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba g neros que deveriam estar no mercado e a proibi o de venda de g neros de primeira necessidade em atacado importante pontuar o problema das bebidas alco licas como aguardentes e licores que passaram a ser mais controladas fiscalizadas e a estas incidindo impostos diferenciados de onde se infere a preocupa o com seu consumo excessivo tanto na sua produ o como na comercializa o Tamb m fica evidente a preocupa o com a maior qualidade dos g neros aliment cios em especial das carnes verdes e secas que precisavam ser detalhadamente inspecionadas assim como um maior cuidado no processo de abate
323. e s parcas finan as do RN Nesse per odo a cidade praticamente desaparece sendo raras as informa es que nos pudessem visualizar com maior precis o os seus contornos Contudo ao longo deste mesmo per odo e principalmente no seguinte de 1846 a 1889 com a materializa o de obras de equipamentos p blicos e infraestruturas a consolida o urbana da cidade pode ser percebido com maior nitidez Com o passar do tempo identificamos um maior volume de verbas alocadas para reparos e reformas que em sendo valores menores do que para a constru o integral daquela obra permitia a pulveriza o dos poucos recursos em outras obras pensadas ou realizadas Assim percebemos uma diversifica o dos usos de pr dios nas cidades assim como uma maior dissemina o destas pelo territ rio enquanto que no in cio de nossos estudos praticamente todos os esfor os se concentravam quase exclusivamente em Natal evidente que por exemplo com a maior dissemina o de pr dios escolares era oportunizado a uma maior quantidade de crian as o acesso educa o p blica o que mesmo com todas as suas defici ncias melhorava a escolaridade da popula o cadeias seguras ainda que igualmente com problemas espalhadas de forma mais otimizada pelo RN tamb m impunham um sentido de ordem e de cumprimento das leis o que fazia a criminalidade ser um tanto quanto refreada a exist ncia de m dicos e espa os de tratamento mesmo que somente em Natal
324. e hist rico das disserta es e teses embora tratem de per odos anteriores ou posteriores ao recorte cronol gico proposto para esta investiga o apresentam informa es ou reflex es significativas para a compreens o desta pesquisa No que diz respeito ao s culo XX encontram se as seguintes disserta es de mestrado Farias 2008 que aborda a atua o de engenheiros na produ o do planejamento regional nordestino Borba 2007 que trata de um estudo da rela o entre planos urban sticos e diretores e a vis o de meio ambiente Dantas 2003 que enfoca as propostas urban sticas de sanitarismo e planejamento de Natal de 1935 a 1969 Guedes 2006 que trata da rela o entre a produ o algodoeira e a moderniza o da cidade da Para ba de 1850 e 1924 Pinheiro 2006 que contrap e os processos hist ricos e a estrutura urbana atual da cidade de Mossor Rodrigues 2006 que analisa a constru o da hegemonia de Natal a partir das vias de transporte entre 1820 e 1920 Os principais autores desta listagem s o os seguintes AQUINO 1980 KOSTER 1978 MEDEIROS FILHO 1983 1987 1988 1991 2002 CASCUDO 1974 1984 1989 2001 NONATO Da SILVA s d NONATO 1973 BRITO 1979 LEMOS 1980 MARINHO 2006 SOUZA 1982 SILVA 1978 FELIPE s d CORIOLANO 1988 DANTAS 1989 SANTOS 1994 BRITO 1980 WANDERLEY 1968 LYRA 2008 ROSADO 1980 MORAIS 1998 e POMBO 1921 28 Da promessa realidade Adria
325. e sem concorr ncia determinava pre os muito acima do que se 108 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba praticava por exemplo em Pernambuco em 1857 e finalmente a den ncia de falta de medicamentos na prov ncia em 1870 O segundo ponto de maior preocupa o identificada nos Relat rios foram as epidemias propriamente ditas as quais em sua maioria consistiram em var olas e bexigas seguidas pelas febres em geral e pela febre amarela e em menor quantidade as epidemias de c lera morbus Segundo Medeiros 1973 p 110 entre 1847 e 1849 a bexiga gerou muita mortalidade sendo que em Natal e localidades pr ximas o obitu rio foi mais que 300 pessoas por ano Em 1859 o Presidente Antonio Marcellino Nunes Gon alves informa que foram sepultados em decorr ncia de epidemia de var ola 160 pessoas no cemit rio p blico de Natal sendo mais da metade composta de crian as de at 7 anos de idade No per odo de 1860 61 outra recorr ncia obrigou a contrata o de dois m dicos Em 1882 as bexigas apavoraram implicando na constru o de abrigos para variolosos e em Natal do Lazareto da Piedade No ano seguinte o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto relata que os moradores de Natal com medo diziam que os mortos na capital eram mais de 500 quando na realidade foram 269 bitos o que na apreens o do Presidente era ainda assim um n mero muito consider vel De acordo com os Relat rios do per odo
326. e sobrecarrega os cofres provinciais com as despesas de translado dos prisioneiros al m da constante fuga de criminosos dados os longos trajetos Em sua opini o uma interven o adequada seria a constru o de cadeias nos locais mais distantes e importantes dotadas da necess ria seguran a Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho aponta para a falta de seguran a justamente nos sert es e pequenos povoados da prov ncia nos quais a seguran a em sua apreens o quase prec ria nos fornecendo uma perspectiva do abandono em que se encontravam as cidades mais distantes dos centros mais importantes do RN Em 1876 o Presidente Antonio dos Passos Miranda levanta as consequ ncias das baixas finan as do RN na manuten o da pol cia provincial acusa a irregularidade no pagamento dos vencimentos e denuncia a aus ncia de distribui o de fardamento aos pra as desde 1873 A este respeito o Presidente Mirando confessa ser 131 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba vergonhoso o estado a que se tem reduzido muitas dessas pra as falta do fardamento necess rio para seu asseio especialmente aquelas que n o disp em de outros recursos com os quais possam fardar se a sua custa e que por essa raz o vem se obrigadas a andarem envolvidas em trapos embora contra as lei da decenaria e do asseio MIRANDA 1876 A partir de 1878 com a perpetua o da seca as press es sociais aumentam e o
327. e Gouveia Cunha Barreto comenta o elegante edif cio do Quartel de Aprendizes Marinheiros O esfor o por dotar a cidade potiguar de conceitos de est tica e moderniza o n o foi uma prerrogativa apenas do poder executivo tamb m perpassou pelos instrumentos de ordena o e regulamenta o sendo amplamente contempladas nas Posturas Municipais de diversas localidades assim que encontramos nas Posturas de Natal de 1884 a preocupa o com o esquadro e alinhamento de todas as ruas e pra as que deveriam ficaa a cargo dos fiscais ou arruadores a necessidade de solicitar licen a C mara Municipal tanto para edifica es como para reformas e mesmo para a coloca o de material de constru o na frente da constru o Com rela o s dimens es de cal adas complementos de ruas e estradas detectamos na Postura de Cear Mirim de 1863 uma recomenda o aos propriet rios de casas obrigados a fazerem cal adas com pelo menos seis palmos de largura 201 O Presidente Silva complementa ainda que nenhuma outra localidade da capital se prestaria melhor a isso nenhuma seria tao aprazivel como esses sitios actualmente tao funestos Em sua opini o o que al m de aformosear o lugar garantir o aceio da fonte publica 203 Um pr dio de solida constru o e igualmente de bonita apparencia 204 De acordo com o Presidente Barreto decorado no estylo da ordem architectonica e o Lazareto da Piedade deco
328. e Orph os de Goianinha bacharel Angelo Caetano de Souza Cosseiro Juiz de Direito bacharel Antonio Serrano Gon alves de Andrade Ex Juiz de Direito de Natal bacharel Jo o Thomaz Arnaud Ex Juiz Municipal do termo de Mossor bacharel Antonio da Silva Antunes Juiz Municipal e de Orph os de Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 344 Mac o bacharel Manoel de Paiva Cavalcante Juiz Municipal e de Orph os de Nova Cruz Francisco Bezerra Cavalcante Juiz Municipal e de Orph os do termo da Imperatriz bacharel Manoel Rodrigues da Cunha Vianna Juiz Municipal do Jardim o bacharel Mathias Nunes Bandeira de Mello Juiz Municipal do Cear mirim capit o Francisco Solano Martins 2 supplente do Juiz Municipal do termo de Goianinha Luis Francelino d Aguiar Ex 2 supplente do Juiz Municipal do termo de Goianinha Francisco Justiniano Teixeira de S e tenente Jos Pedro Xavier da Costa 2 e 3 supplentes de Angicos Francisco Martins de Oliveira Barros 3 supplente do termo de Sant Anna do Mattos capit o Vicente de Andrade Lima 3 supplente do Juiz Municipal de Natal bacharel Fabio Cabral d Oliveira Promotor de Mac o Jeremias da Rocha Fagundes Ex Promotor de Mossor bacharel Luiz Francisco da Silva Promotor de Mossor Francisco Alves de Menezes Promotor da comarca do Trahiry Academico do 4 ano Manoel Maria Olympio Seixas Borges Promotor publico da comarca do Apod
329. e cartogr fica da SECRETARIA DE ESTADO DO LEGENDA MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HIDRICOS SEMARH Programa Estadual de A POVOA O Recursos H dricos Coordenadoria de Infraestrutura COINFRA Dispon vel em http Awww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquiv E vila os Anuario CDROM 202010 mapas Bacias Hidrogr Eificas 2010 png em O CIDADE setembro de 2018 Base em cartografia atual do estado do RN Era fundamental que as estrat gias para lidar com esta seca fossem revistas porque o que estava sendo feito at o momento n o parecia surtir efeitos positivos Uma das mudan as foi a decis o de enviar os socorros aos centros assolados e fixar os retirantes nas proximidades evitando seu deslocamento em massa para os principais polos de recebimento dos socorros p blicos as cidades de Areia Branca Mossor e Macau assim como zona do Agreste e Litoral Al m disto um maior racionamento da produ o de g neros nas regi es menos afetadas visto que a situa o se deteriorava rapidamente em especial em Mossor que arrebanhava retirantes n o s do sert o do RN como tamb m da Para ba como o pr prio Presidente Machado relata Mossor ainda hoje conta para mais de quarenta e cinco mil pessoas sendo cerca de desoito mil procedentes da ultima prov ncia 104 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Para ba A cidade da Parahyba tem a felicidade de estar collocada a cem e
330. e de policiais por habitantes doing wp cron 1387149169 5502800941467285156250 Uq43b RDt1IY 135 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba fornecendo mat ria prima para o exterior e depois para outras prov ncias brasileiras e neste momento se destacou com cultivo do algod o para logo em seguida vislumbrar uma realidade menos promissora com consequ ncias negativas para suas finan as importante tamb m pontuar algumas quest es conjunturais tanto do Brasil como do mundo para entender como a economia do RN que parecia t o pr spera se desmontasse aos poucos ocasionando o processo de empobrecimento mencionado neste item Segundo Freixinho 2003 p 43 o distanciamento da sede do governo quando saiu de Salvador para o Rio de Janeiro iniciou um processo de redu o de capitais para o nordeste como um todo e o distanciamento pol tico se acentuou ainda mais quando se assomaram a tal fato quest es tamb m de ordem econ mica Inicialmente a primeira derrocada na economia nordestina se deu pela desvaloriza o do a car nacional em virtude da concorr ncia com o a car produzido nas Antilhas preferido por ser mais barato e de melhor qualidade lembrando que o a car era um dos principais produtos que alavancavam a economia nordestina e tamb m contribu a nas finan as da potiguar Em seguida identificamos a grande import ncia que a produ o cafeeira brasileira assume internacionalmente fazendo a
331. e direito de Natal bachar is Jos Alves da Silva e Antonio da Silva Antunes Ju zes municipaes bacharel Thomaz Louren o da Silva Pinto Juiz Municipal de Assu capit o Luiz Emygdio Pinheiro da Camara Empregado na Thesouraria de fazenda capit o Antonio Joaquim de Lyra Comandante de Destacamento afferes Eneas Pinheiro de Paula Rego afferes Jos Ferreira Nobre Pelinca Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara Inspector da sa de publica commandantes capit es Jo o Paulo Martins Naninguer e Antonio Cabral de Melo Leoncio Respons veis por concertos na Fortaleza dos Reis Magos cidad o Miguel Rodrigues Vianna Contratado para obras no Palacete da assembl a coronel Manuel Varella do Nascimento Dr Victor Jos de Castro Barroca padre Antonio de Oliveira Xavier de Souza Sobral e coronel Jos Mendes Comiss o para obras no Valle do Cear Mirim Dr Francisco Clementino de Vasconcellos Chaves e negociantes Amaro Barreto d Albuquerque Maranh o e Jo o Juvenal Barbosa Tinoco Comiss o para obras no rio Jundiahy nas proximidades do porto da Macahyba capit o Thom Soares de Carvalho cidad o Antonio Rodrigues Pereira da Silva e tenente Jos Correia de Oliveira Fio Comiss o para obras do A ude de Nova Cruz major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o e engenheiro Jo o Carlos Greenhalgh Contratados para constru o da Estrada de Ferro do Cear Mirim e Ponte Sobre o Rio Potengi Francisco de Salles Torres Homem Exm Sr
332. e econ mica era lucrativa mesmo considerando todos os reveses e dificuldades As principais dificuldades enfrentadas eram as secas que periodicamente assolavam a regi o levando ao exterm nio de parte do rebanho bovino Rocha Pombo 1921 p 197 ilustra explica que antes de 1790 a 1793 quando houve uma grande seca no RN seguiam do RN para Pernambuco 15 a 16 mil cabe as de gado de corte No per odo em quest o o rebanho praticamente extinto com a seca de 1845 embora existisse o problema da seca a falta de tecnologia de manejo e os maus tratos cria o a pecu ria se mant m com altos e baixos movimentando a economia potiguar Centros como Mossor e Assu que concentravam os maiores 47 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba rebanhos pela proximidade com salinas se destacaram pelos portos de Oficinas de Carnes nas quais eram produzidas as carnes secas Assim como com a produ o a ucareira a pecu ria n o muito mencionada nos Relat rios deste per odo Mas vez que os maiores centros localizavam se nos limites entre o RN e o Cear fica evidente porque nos itens de interven o dos Presidentes a maioria das reformas na tributa o repensavam o d zimo do gado O escoamento sistem tico da produ o bovina do RN era ainda estimulado pela diferen a de tributa o entre o produto exportado e interno a carne para consumo local era mais cara do que a exportada o que gerava problemas no abastecim
333. e elitista e de base urbana que ocorrem entre 1817 e 1824 em algumas das capitanias e prov ncias do que hoje o Nordeste brasileiro A promessa de cidade implicitamente citada por Henry Koster sobre Natal a capital em 1810 d uma ideia da precariedade dela e mais ainda dos demais n cleos urbanos de ent o no RN Essa promessa se revela num in cio lento do processo de consolida o da cidade atrav s de uma atua o incipiente das elites na sua gest o Evidentemente o termo promessa de cidade pode certamente ser aplicado a todo o per odo anterior col nia por m na fase em quest o essa promessa nos parece mais promissora com alguns sinais mais evidentes de uma evolu o urbana do que antes O rev s nesse processo causado pela grande seca de 1845 marca o fim dessa primeira fase 2 1 UMA SOCIEDADE EMBRION RIA Neste item tentamos demonstrar que em termos sociais e econ micos o per odo marcado por esta promessa de cidade o foco das elites ainda n o est voltado para a cidade em si A sociedade e a economia s o de base agropecu ria e a cidade ainda n o recebe os benef cios diretos da economia ambas incipientes A percep o da elite sobre a cidade fr gil quase inexistente porque a cidade parece n o ser o foco de sua apreens o ou interven o vez que neste momento o mundo rural constitui o grande interesse O resultado disso a pouca expressividade urbana e Impress es de Henry Kost
334. e em estado de n o prestar a minima serventia mandou limpa la e consertar a bomba e um grande tanque 20 S o Jos de Mipib pede reparos da fonte p blica que achva se em completa ruina Touros a constru o de dois a udes Nova Cruz solicita a continua o das obras do a ude Natal pede reparos na cacimba denominada de S o Tom que embora em bom estado n o presta utilidade alguma em consequencia de estar a respectiva bomba desde muito tempo quebrada e reclama melhoramentos no Baldo inutilisado por ter sido aterrado pelas areias para alli levadas pelas exurradas 251 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 57 Fontes d Agua naturais e artificiais do RN 1846 a 1889 MOSSOR PORTALEGRE Fonte autoria pr pria a partir de dados coletados LEGENDA dos seguintes Relat rios de Presidente de POVOA O ACUDE Prov ncia Figueiredo J nior 1861 Meira 1863 dad Albuquerque 1870 Cunha 1870 Alcoforado C VILA fel J nior 1876 e Machado 1880 CIDADE EEE POSTURA MUNICIPAL Base em cartografia atual do estado do RN z Mas n o somente nos Relat rios que se concentram as preocupa es acerca do abastecimento e cria o de fontes de gua na prov ncia as Posturas Municipais tamb m se debru am sobre este tema determinando uma s rie de regras para utiliza o e manuten o destes mananciais assim como recomenda a cria o de novas fontes c
335. e estas s iniciaram ap s a Independ ncia temos a situa o de uma elite intelectual muito reduzida quase sempre ligada elite econ mica Outra carater stica da elite brasileira da poca foi certa homogeneidade em consequ ncia da forma o sempre nas mesmas escolas compactuando com as mesmas teorias e conte dos Segundo o organograma te rico estabelecido para essa pesquisa a elite potiguar particularmente os Presidentes d prov ncia percebiam a realidade potiguar inclusive e principalmente a cidade potiguar ora apreendendo essa realidade isto a descrevendo e criticando ora intervindo nessa realidade ou seja propondo vis es e projetos para sua melhoria que podiam ou n o se realizar na pr tica Essa apreens o e interven o ocorriam conforme sua viv ncia e experi ncia tomando frequentemente como fontes de inspira o outras realidades conhecidas ou idealizadas Em sendo uma prov ncia de menor import ncia para o Imp rio os Presidentes que eram destinados ao governo do RN e outras prov ncias perif ricas em geral consistiam em pessoas rec m iniciadas na pol tica do imp rio Se por um lado esta experi ncia gerava uma expectativa pelo bom desempenho do novo Presidente por outro lado este se via engessado em suas tentativas e projetos de interven o e mais ainda na concretiza o destas principalmente pela falta de recursos locais mas tamb m por outros fatores como a falta de m o de obra espe
336. e ia concentrar toda a verba em poucas para concluir a obra e assim sucessivamente pelos anos vindouros e ir aos poucos sanando o problema em definitivo atrav s de manuten es menos onerosas ou pelo menos n o demandando anualmente quantias t o expressivas solicitadas por quase todas as edifica es como vinha ocorrendo E Acoro oar significa animar encorajar entusiasmar estimular incentivar incitar e pungir 73 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba As Cadeias tamb m v m mencionadas quase com a mesma frequ ncia em situa o ainda mais comprometedora que as Igrejas estas ainda recebiam esmolas e um determinado apoio das comunidades assim como doa es de terrenos ou de materiais por parte de particulares mais abastados ao passo que as cadeias raramente o recebiam sintom tico no final do recorte hist rico o relat rio de 1845 contendo as apreens es do ent o presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento N o h hum s lugar da Provincia que tenha huma Cadeia segura limpa arejada e com as necessarias accommoda es Villas h que n o teem absolutamente onde prend o os criminisos vendo se por isso na necessidade de os remetterem para a desta Cidade a excep o de hum ou outro todos os mais se a caridade publica os n o acudir morrer o por certo fome quantia sufficiente para esta despeza de que se n o pode prescindir em nenhum paiz qual o nosso christ o e civ
337. e investimentos e destrui es das mesmas o que demonstra que a manuten o de pontes no RN n o estava acontecendo a contento diferente do que aconteceu com as edifica es e fontes d gua as pontes n o pareceram na maioria do per odo contar com a orienta o de engenheiros o que provavelmente resultou na breve dura o de v rias pontes bem como situa es esdr xulas como o desmoronamento da ponte de Extremoz que n o foi refeita considerada pelo Presidente posterior de vantagem duvidosa Outro ponto de destaque desta infraestrutura era a sua vincula o com situa es econ micas e de com rcio em especial num quadro muito semelhante com o que detectamos ao tratar das estradas o escoamento da produ o agr cola para as zonas portu rias seja ela potiguar ou n o 256 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 2 5 Ruas Diferente do que ocorreu com outras obras de infraestrutura deste per odo quando encontramos o tema ruas este quase que invariavelmente remetia quest o de problemas com cal amento em especial de ladeiras e o foco praticamente nico de interven o era a capital Natal De topografia muito acidentada e com um terreno essencialmente arenoso o tr nsito de Natal sobretudo em per odos de chuva ficava profundamente abalado Em sendo a capital sede do poder pol tico administrativo tal situa o prejudicava o funcionamento da pr pria m quina administrati
338. e nunca para debellar os perigos de uma situa o extraordin ria e grave MACHADO 1880 O per odo compreendido entre 1846 e 1889 parece concretizar todos os temores que a elite do RN tinha com rela o a sua popula o sua falta de controle tanto em rela o ao crescimento como s atividades desta popula o associados ao prec rio contingente policial existente Se no per odo anterior os Presidentes pontuavam o esp rito pacato do povo potiguar e justificavam com isto as rar ssimas ocorr ncias de dist rbios na tranquilidade p blica neste per odo v rios motivos colocaram prova esta popula o e levaram os chamados ignaras vadios e in teis ao limite Seja buscando rem dios alimentos e gua passando por conflitos por posse de terras quest es econ micas e de alistamento militar brigando atrav s de instrumentos democr ticos como abaixo assinados para serem ouvidos quer a elite pol tico administrativa do RN queira quer n o o fato que a popula o potiguar j n o era mais um exemplo de passividade E desta vez o palco das grandes manifesta es populares eram as cidades potiguares desde o litoral s mais long nquas localidades do sert o do in cio ao fim do per odo pelos mais diversos motivos pelas mais diversas vozes quer da elite ou n o Mais do que nunca a apreens o dos Presidentes fica absolutamente evidenciada esta nova realidade era uma amea a ordem social e precisava s
339. ealidade Adriana Carla de Azevedo Borba como importantes mas n o existentes na prov ncia por falta de recursos sequer para pagar seus sal rios e em contrapartida a exist ncia de professores mas dado seu pouco retorno quantidade de alunos frequentemente eram propostas exonera es ou mudan a para o ensino lancasteriano reduzindo funcion rios e despesas 2 1 4 Reforma Tribut ria a solu o para uma economia em crise A principal coloca o dos Presidentes era a falta de recursos Vez que a tributa o dos rebanhos vacum e cavalar maior fonte de renda n o suprimia as necessidades da prov ncia os Presidentes idealizam propostas de tributa o Dentre as propostas de interven o chama a aten o serem poucas e a maioria consistir em propostas para aumentar as rendas atrav s de reestrutura o dos impostos e tributa o e solicita o de melhoria das vias de comunica o e transporte da prov ncia com destaque para a navega o No item Tributa o os mais mencionados foram os d zimos vaccum e cavallar seguidos pelo algod o Dadas s dificuldades de tributar a produ o algodoeira o tributo que trouxe receita prov ncia foi o do gado Contudo este n o era t o vantajoso assim o pouco retorno desta tributa o refor ado quando estudamos as recomenda es de interven o dos Presidentes e suas propostas de mudan a na tributa o Na primeira refer ncia em 1836 o Presidente Jo o Jos
340. ece em 1839 quando o Presidente Manoel de Assis Mascarenhas identifica a demanda pela divis o das comarcas como uma realidade reconhecida e palpada entendendo que existindo duas comarcas cada uma composta por 7 munic pios impedia o desempenho dos ju zes e prejudicava a popula o Outra quest o ligada justi a p blica a Redu o de distritos uma proposta de interven o detectada em 1838 pelo presidente Jo o Valentino Dantas Pinaj que prop e a redu o do n mero de distritos de paz em Natal 18 distritos e Assu 22 distritos pois seu aumento n o havia auxiliado na redu o da criminalidade O que se destaca nessa discuss o e que a torna interessante para esta pesquisa o fato de que as propostas de interven o relacionadas ao Status pol tico v m no sentido de reorganizar o territ rio para melhor control lo seja do ponto de vista jur dico como aqui se discute seja do ponto de vista da cria o dos munic pios j mencionado Muitos Presidentes mencionam a necessidade de aumentar as comarcas para minimizar as dist ncias Quanto aos munic pios e distritos a posi o dos Presidentes n o muito clara para alguns deve acontecer uma redu o na quantidade e para outros aumentar n o faria diferen a O fato ineg vel era que as dist ncias tornavam os processos lentos ou os atravancavam Era indiscut vel era que esta situa o estimulava a impunidade e mais crimes tipos de a
341. eceitas e despesas neste per odo FIGURA 37 Finan as do RN valores em Contos de R is entre os anos de 1850 a 1889 600000 500000 400000 300000 Receita E Despesa 200000 100000 0 O LO O DADA ab aD aA ao NO MO dO DS O DDR NNANAN SMA POLL DAL N E FE C Fonte autoria pr pria a partir de dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia Wanderley 1850 1850 Figueiredo J nior 1859 1859 Junqueira 1860 1860 Albuquerque 1870 1869 Albuquerque 1871 1870 Machado 1880 1871 a 1877 Silva 1886 1883 5 Carvalho 1887 1886 e Rosa 1889 1888 e 1889 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis 162 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Observando o gr fico acima podemos constatar que a situa o financeira do RN no per odo de fato n o confort vel ao longo destes 29 anos considerando os dados levantados apenas em 5 anos 1859 1860 1869 1886 e 1888 o valor obtido como receita foi superior ao das despesas Ao longo dos demais quando a situa o n o o inverso o caso de 1870 1872 1875 1877 e 1889 quando temos picos mais acentuados de d ficits temos uma posi o quase de equil brio entre receita e despesa sendo a receita sempre levemente inferior o que ocasionava d v
342. ector da saude publica e do porto padre Bartholomeu da Rocha Fagundes Vigario Verereador de Natal bacharel Jefferson Mirabeau de Azevedo Soares Procurador Fiscal da Thesouraria Provincial Respons vel pela Alf ndega de Natal official reformado do exercito Urbano Fernandes Barroso Respons vel pela Capitania do Porto Natal Dr Julio Alvaro Teixeira de Mac do Engenheiro civil inspetor do farol na fortaleza dos Reis Magos capit o Miguel Rodrigues Vianna Contratado para a conclus o do Palacete da Assembl a engenheiro da provincia Jo o Carlos Greenhalgh e o Major Affonso de Paula Albuquerque Maranh o obras da Estrada de ferro da Capital ao valle do Cear mirim bacharel Pergentino Saraiva de Araujo Galv o Secret rio do Governo Theophilo Orisimbo da Cunha Souto Maior e Roberto Carneiro de Freitas Adjuntos do promotor publico da comarca da Maioridade nos termos da Imperatriz e Porto Alegre Antonio Fernandes Ribeiro e Jo o Jacintho Raposo Ex Adjuntos do promotor publico da comarca da Maioridade nos termos da Imperatriz e Porto Alegre o tenente coronel Manoel Vieira de Medeiros Ex 1 suplente do juiz municipal do termo do Principe Jos Coronato Ferreira Maciel 1 suplente do juiz municipal do termo do Principe bacharel Alfredo Ernesto de Oliveiro Ex Promotor publico da comarca de Natal Antonio Severino da Silva e Jo o Baptista de Medeiros Ex 2 e 3 Supplentes do Juiz municipal do termo do Acary Jo
343. efe da Thesouraria da fazenda geral major Thomaz Antonio Ramos Zany Inspector da Alfandega major Antonio Pinheiro da Camara Chefe da Thesouraria Provincial bacharel Francisco Xavier Pereira de Brito Procurador fiscal Basilio Soares da Camara Pinto 1 escripturario da thesouraria provincial Antonio Jos Barbosa Junior 2 escripturario da thesouraria provincial Jo o Alvares de Quintal Ex agente fiscal Dr Francisco Gomes da Silva Ex Director da instruc o publica Theophilo Orozimbo da Cunha Souto Maior professor da 2 cadeira da Imperatriz promovendo construc o de outra escola capit o do exercito ajudante de ordens interino Francisco Ignacio Manoel de Lima Diretor da Secretaria militar Francisco Lucio de Castro Ex Secretario da Presid ncia official maior aposentado Pedro de Alcantara De o Secretario da Presid ncia Presidente de Prov ncia Ant nio dos Passos Miranda alferes honor rio do exercito Jo o Ferreira de Oliveira Comandante do destacamento Cosme Justiniano de Souza Lemos 1 suplente do Juiz municipal do termo de Imperatriz Dr Jos Alexandre de Amorim Garcia Juiz de direito Dr Francisco Bezerra Cavalcanti de Albuquerque Juiz municipal Cosme Justiniano de Souza Lemos 1 suplente do juiz municipal Antonio Francisco Queiroz Delegado capit o Jo o da Silva Lisboa professor Teophilo Orozimbo da Cunha Souto Maior magistrado Dr Francisco Jos de Souza Nogueira
344. efer ncia enfocam problemas significativos encontrados na cidade potiguar a quest o da mobilidade de areias que assoreavam rios e portos dificultando tanto a manuten o de estradas como de portos a proposta de po os artesianos ou instant neos como substitutos dos a udes mais baratos e de r pida execu o para serem implantados no sert o potiguar a ado o do engenho central na regi o f rtil dos vales do Cear Mirim e do Capi como estrat gia para impulsionar a produ o a ucareira e por fim a refer ncias s linhas f rreas t o solicitadas no per odo para escoar produtos agr colas dos centros produtores Consideramos relevante ainda resgatar algumas cita es das fontes de inspira o que trazem aspectos positivos do RN ou de outras prov ncias do Brasil para ilustrar e refor ar que nem sempre o quadro brasileiro ou mesmo potiguar n o era assim t o negativo quanto a maioria dos Presidentes retratou Assim em 1858 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves trouxe como refer ncia as casas de educandos art ficies que ensinam aos rf os desvalidos of cios de serralheiro alfaiate sapateiro e pedreiro no Brasil sobretudo inspirado na prosperidade sempre crescente dos estabelecimentos d ssa ordem nas Provincias que os tem adoptado especialmente na Provincia do Maranh o de que tenho mais cabal conhecimento n o deixa a menor duvida acerca do futuro da institui o que vos
345. eja referente ao transporte de tais g neros Possivelmente n o deve ter havido propriamente falta de socorros pois como o pr prio Presidente relatou mandou vir farinha tanto do Rio de Janeiro como do Recife o que impediu inclusive que seu valor no com rcio ficasse muito inflacionado Vale ressaltar tamb m que dada a amplitude 99 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba do problema e dos preju zos da seca conquanto fossem mais fortemente percebidos no interior tinham um efeito negativo em toda a prov ncia O racionamento de g neros aliment cios acontecia tamb m da regi o litor nea que remetia parte de sua produ o para o interior Como explica Monteiro 2007 p 112 as crises de fome e carestia de g neros aliment cios de primeira necessidade faziam parte da sociedade potiguar que era estruturada a partir da grande propriedade rural voltada para a exporta o onde a agricultura de subsist ncia era uma atividade secund ria as fazendas eram autossuficientes em termos de culturas alimentares em assim sendo quem cultivaria os alimentos necess rios ao restante da popula o da prov ncia tais como aqueles que se ocupavam dos servi os urbanos em povoados vilas e cidades em especial nestes per odos de crise aliment cia Outro aspecto relevante que neste primeiro momento uma vez que os socorros p blicos se concentravam nas capitais era para Natal e imedia es que seguiam os refugiado
346. ela prov ncia A insufici ncia de policiamento ocasionava inseguran a tanto popula o quanto s autoridades que se dirimiam da aplica o da lei com receio de retalia es A atua o da pol cia tamb m era auxiliada pelas Posturas que neste momento mostram uma preocupa o com o controle da popula o um reflexo da inseguran a ocasionada pela vis o da elite acerca de seu povo Nas Posturas ficava evidente certa indisciplina de negros escravos ndios e vadios que perturbavam a boa conviv ncia A seguran a individual na apreens o dos Presidentes era um problema em v rios pontos do RN ocasionada por uma popula o identificada pela elite como perigosa ndios e escravos negros orientados ao v cio e crime Do ponto de vista f sico espacial a fazenda foi um grande instrumento para a ocupa o do territ rio e posterior surgimento da cidade potiguar de forma que se pode tra ar um paralelo entre as rotas do gado as aglomera es urbanas mais antigas do RN e as bacias hidrogr ficas Embora fossem vilas ou cidades a presen a de animais e planta es aconteciam em plena rea urbana e foram amplamente tratados nas Posturas deste per odo Dado este car ter ainda muito rural dos aglomerados urbanos a quest o da est tica urbana e das edifica es foi pouqu ssimo mencionado e apenas se relacionando com condi es de limpeza e manuten o urbana Com rela o aos equipamentos p blicos
347. elat rio de MELLO FILHO 1874 1881 a 1888 CASCUDO 1984 p 189 Observando o gr fico cnama aten o a discrep ncia detectada no ano de 1856 quando n o aparecem dados da popula o total e a popula o de escravos decai muito consideravelmente comparada tanto ao ano de 1855 como a informa o subsequente em 1872 Vez que esta informa o foi obtida em fonte secund ria e nos documentos esta n o foi detectada existe a possibilidade deste dado se referir a somente algumas localidades e n o ao RN como um todo de qualquer forma como o dado foi identificado registramos aqui para posteriores investiga es Com rela o ao gr fico como um todo podemos destacar em linhas gerais a estat stica mais precisa que acompanha o n mero de escravos ao longo do per odo comparada com o da popula o em geral que eu 1874 apresenta seu ltimo dado Esta situa o se explica pelo grande interesse despertado na poca com o processo de aboli o da escravatura Desde 1846 at 1872 identificamos o crescimento da popula o escrava corroborando o desenvolvimento econ mico que demandava uma maior quantidade de m o de obra com destaque para o incremento da ind stria a ucareira que se torna expressivo na poca A partir de 1873 a quantidade de escravos segue em decl nio com destaque para os anos que antecedem a aboli o da escravatura Podemos ilustrar esta situa o analisando o ano de 1884 quando as cidades de S o 118
348. elo menos Postura de Campo Grande 1871 proibi o de edificar casas com altura menor de 15 palmos de frente desde a soleira at o flexal e ter o cal adas de 6 palmos de largura Postura de N sia Floresta 1877 casas nas proximidades da Matriz e do Porto dever o ter pelo menos a frente com 20 palmos do cal amento desde a soleira at a cimalha as portas e janelas com 6 metros de largura tendo estas oito e aquelas dez para o bom ornato nas demais ruas sem cal amento dezesseis palmos de largura das portas e 5 palmos de altura Postura de Canguaretama 1877 casas constru das ou reconstru das dever o ter quatro metros de altura da soleira a base da cornija portas externas com 2 64 metros de altura janelas com 1 65 metros umas e outras com 1 32 metros de largura assim como ter o tamb m cal ada na frente com 1 76 metros de largura formando plano inclinado e no oit o do lado do beco quando a casa for sita em ponto que se deve have lo Postura de Mossor 1884 proibi o de edificar ou reedificar que n o tenham ao menos a frente de tijolo ou pedra e a altura do pavimento cornija de desesseis palmos excetuando se as casas de sobrados que ter o as portas com onze palmos de comprimento e cinco de largura as janelas sete palmos e a mesma largura das portas Postura de Cear Mirim 1863 Dever o ser demolidas Postura de N sia Floresta 1877 ou ter o de ser reparadas Postura de Mossor 1884
349. em regularizados Por outro lado com opini o antag nica em 18622 o Presidente Pedro Le o Velloso elogia a pontualidade e regularidade das viagens da companhia pernambucana Em 1866 os servi os da Companhia de Navega o Pernambucana voltam a sofrer cr ticas o Presidente Olintho Jos Meira recrimina os altos investimentos da prov ncia para garantir que os vapores entrem no rio Mossor sem ter as vantagens desejadas Com rela o travessia do Rio Potengi relata que o servi o tem sido feito de forma regular dentro das limita es das canoas sendo que duas das tr s s o particulares No ano seguinte novamente os vapores da Companhia de Navega o Pernambucana s o mencionados pelo Presidente Luiz Barboza da Silva uma vez que o armaz m da Jurema foi transferido para o porto de Areia Branca o que possibilitaria maior regularidade dos vapores neste porto com grandes vantagens para o RN No ano de 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha explica que se a prov ncia n o estivesse numa situa o t o deplor vel investiria na melhoria da navega o que a mais barata via de transporte e comunica o em especial no caso do RN que tamb m n o tinha recursos para manter estradas ou linhas f rreas e destaca a imperiosa necessidade de estabelecer uma liga o entre Natal e o f rtil vale do Cear Mirim Em 1871 come am os registros do tel grafo j em funcionamento em Natal quando o Presidente Delfino
350. em aproveitados a abund ncia encontrada era tanta que em muito excederia as necessidades do imp rio A partir de 1853 encontramos v rios Relat rios registrando a preocupa o com fraudes a este imposto assim como com as altas taxas incidentes sobre o sal potiguar No ano de 1860 conforme pode ser visualizado no gr fico Produ o de Sal em Alqueires houve um expressivo aumento da produ o salineira que embora tenha grandes flutua es ao longo deste per odo mostrando a irregularidade desta produ o inegavelmente apresenta em 1860 um aumento significativo Conforme explica Suassuna 1999 p 60 em 1866 ap s a ado o de tarifas aduaneiras os comerciantes finalmente passaram a investir mais nas salinas contudo a introdu o de mudan as na extra o do produto de simples coleta para uma produ o mais bem sucedida s ocorre a partir de 1878 com a jun o de capitais financeiros oriundos do com rcio e utiliza o da m o de obra dos flagelados da seca mas nem isto concorre para um fortalecimento expressivo da produ o salineira at o final deste per odo investigado 57 O Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho levantou o problema da baixa arrecada o com a produ o de sal que deveria aumentar muito as rendas provinciais mas que n o o faziam dadas as fraudes sobre este imposto desde o processo de medi o do sal transportado pelo mar quanto pelo n o pagamento das taxas no cas
351. em de outros meios pelo producto do imposto annual de mil reis por contribuinte em toda a prov ncia proposta esta tamb m feita pelo Presidente Silva no referido ano Temos ent o um panorama da situa o pol tico administrativa e f sico espacial da cidade potiguar neste de per odo de 1846 a 1889 s o ineg veis os avan os que a cidade potiguar enfrenta nesta segunda metade de nossa investiga o que s o corroborados com v rios ind cios tanto do funcionalismo p blico como materializados atrav s de equipamentos p blicos e infraestruturas ainda que muitas vezes n o legitimados nos discursos dos Presidentes em sua apreens o da realidade Ao longo dos documentos fomos registrando tanto os avan os de interven o como a apreens o negativa numa situa o que nos pareceu de in cio paradoxal em muitos casos os avan os aconteciam mas possivelmente n o com a velocidade e intensidade que a elite pol tico administrativa gostaria da sua vis o 268 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba negativa sobre esta realidade e portanto foi necess rio aplicar os instrumentos de an lise textual sobretudo os de an lise de discurso para tentar desvendar este texto aparentemente contradit rio conforme explicitamos no final do cap tulo 3 Os avan os na cidade potiguar podem ser visualizados por exemplo com a maior produ o de Posturas Municipais tanto em quantidade como em qualidade surgem
352. em igualmente os pavimentos terreos das casas das respectivas camaras A cidade da Imperatriz uma das localidades menos bem servida este respeito Em outros lugares h casas destinadas para esse mister permanente ou temporariamente todas destituidas de seguran a e outras condi es indispensaveis MEIRA 1863 Ap s relatar problemas diversos nas cadeias existentes menciona Extremoz S o Jos Canguaretama Assu Angicos Acari Pr ncipe Apodi Portalegre assim como as diversas casas que servem como pris o a saber em S o Gon alo Utinga Touros Goianinha Imperatriz Macau Campo Grande Palma Santana do Matos Jardim e Mossor o Presidente Luiz Barboza da Silva conclui que os condenados da prov ncia est o quase todos em Natal por falta de seguran a nas cadeias do interior O Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque em 1871 identificou a exist ncia de 10 cadeias em Natal Extremoz S o Jos Flor Principe Acari Apodi Assu Angicos Portalegre e explicou que com exce o da capital as demais n o oferecem a seguran a nacess ria sendo que as de Acari Extremoz e Flor estavam praticamente em ru nas Quanto s casas que servem de pris o estavam nas seguintes localidades S o Gon alo Touros Cear mirim Papary Vera cruz Goaininha Jeric Santa cruz Mossor Pau dos ferros Jardim Santana do Matos e Imperatriz Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho elenca a
353. emanha com 11 em terceiro lugar ficaram os Estados Unidos 5 men es em quarto encontramos a Inglaterra e a Europa de forma geral 4 refer ncias em seguida com duas refer ncias temos a Holanda e por fim com apenas uma refer ncia encontramos o Paraguai a ustria a R ssia a Espanha a It lia especificamente N poles a Rom nia a Dalm cia na Cro cia a Su cia a S rvia e o M xico especificamente Guadalupe e o Caribe e em especial a Martinica Chama a aten o o fato de que neste per odo a quantidade de lugares de refer ncia al m de ter se ampliado na especifica o agora os exemplos deixam de ser o continente europeu e passam a ser muitos pa ses espec ficos ampliou tamb m 27 Relembrando as Fontes de inspira o s o ideias influ ncias balizadoras propostas preconizadas por outras cidades que poderiam ser utilizadas N o se trata necessariamente de modelos f sicos precisos a serem copiados 265 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba na dissemina o pelo mundo incorporando exemplos da Am rica latina M xico e Paraguai Com rela o s fontes de inspira o brasileiras as prov ncias mais mencionadas foram o Rio de Janeiro Pernambuco e S o Paulo com duas refer ncias e as demais com apenas uma refer ncia foram as seguintes Maranh o Alagoas Cear e Para ba Muito naturalmente as refer ncias mais recorrentes mencionam o Rio de Janeiro e Pernambuco
354. emit rios mencionados particulares Conquanto o final do per odo registra as condi es prec rias do cemit rio de Natal importante que se diga que as grandes secas no final da d cada de 1870 e 1880 fizeram com que a demanda para este equipamento aumentasse numa propor o inimagin vel Desconsiderando esta situa o at pica identificamos avan os significativos na constru o de cemit rios que n o se concentravam somente na capital mas por v rias localidades do RN Os pr dios de reparti o p blica foram totalmente financiados com recursos provinciais e uma obra bastante expressiva foi o Palacete da Assembleia Provincial Os demais pr dios para utiliza o pelo funcionalismo eram em geral casas alugadas consideradas pequenas e n o adequadas para o fim a que estavam atendendo Tamb m integralmente constru dos com recursos provinciais foram os mercados p blicos matadouros e a ougues p blicos em 1861 Natal solicitou pela primeira vez um espa o para este equipamento Ao longo do per odo foram feitos reparos no mercado p blico de S o Jos de Mipibu se construiu a de Assu e foi conclu da da casa de mercado de Cear Mirim assim como feitos reparos para o matadouro de Natal Natal cujo com rcio era t o prec rio dada suas dificuldades de comunica o com o restante da prov ncia chega a ter seus status como capital amea ado neste per odo Surgem cr ticas a sua localiza o alguns Presidentes chegando a s
355. ente contrassenso dos Presidentes de Prov ncia somente quando colocado em sua devida propor o e quando comparado com a mesma realidade interna do per odo precedente 1822 1845 e n o com realidades externas distantes e at mesmo idealizadas que podemos compreender e afirmar que de fato houve um processo de consolida o da cidade potiguar pelo vi s socioecon mico que tamb m se manifesta em termos pol tico administrativos e f sico espaciais entre 1846 e 1889 Os avan os pol tico administrativos do per odo se evidenciam tanto no funcionalismo p blico como na constru o de equipamentos p blicos e na infraestrutura ainda que muitas vezes n o se evidenciassem na apreens o da realidade pelos Presidentes Os avan os na cidade potiguar podem ser visualizados por exemplo com a maior produ o de Posturas Municipais tanto em quantidade como em qualidade surgem novas Posturas de cidades que antes n o as possu am assim como localidades que j tinham o documento os atualizam e produzem suas em Posturas Adicionais regulamentando novos usos numa atua o benfazeja das C maras Municipais Tamb m este crescimento pode ser identificado pelo aumento sem precedentes do funcionalismo p blico professores a incorpora o de m dicos e engenheiros ainda que raros A atua o desses profissionais t m implica es diretas no espa o da cidade constru o de casas de caridade hospitais asilos e lazaretos 294
356. ente de ter sido realizada ou n o reflete o processo de consolida o urbana da cidade potiguar e a transforma o das condi es de vida de seus habitantes A partir destas quest es podemos delinear o objeto de estudo da investiga o a percep o da elite pol tico administrativa do Rio Grande do Norte sobre a cidade potiguar entre 1822 e 1889 A hip tese de trabalho a de que o 22 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba discurso da elite pol tico administrativa sobre a cidade potiguar ao longo do recorte cronol gico proposto e segundo as tr s categorias de an lise se caracteriza por algumas ideias for a que s o as seguintes 1 o desenvolvimento urbano da cidade potiguar certo ainda que lento e dif cil 2 a interven o na cidade em sua dimens o pol tico administrativa socioecon mica e f sico espacial uma das mais significativas maneiras de se promover o seu desenvolvimento mas tamb m da Prov ncia do RN 3 os projetos seguidos para o desenvolvimento da cidade potiguar t m como fontes de inspira o ou de mimetismo realidades distantes inclusive internacionais 4 As v rias facetas dos discursos das elites pol ticas expressam situa es reais imagin rias ou desejadas para a cidade potiguar muitas vezes com cr ticas ao legado urbano de per odos anteriores A finalidade ltima qual se pretendeu chegar com esta pesquisa a percep o que a elite tem da
357. ente na primeira metade do referido s culo Os dados dispon veis demonstram que a elite pol tica tinha alguma no o das quest es urbanas e territoriais mesmo que n o fossem exatamente aquela que temos hoje Por exemplo os relat rios n o somente citam frequentemente necessidades de melhorias urbanas mas tamb m preocupa es e projetos de melhoria em reas geogr ficas inteiras desde pelo menos meados do s culo XIX Portanto ela tinha efetivamente certa no o de cidade e de territ rio a qual fica ainda mais evidente medida que o s culo XIX avan a de modo que a categoria cidade potiguar por n s utilizada se justifica plenamente O fato de a elite n o citar explicitamente esse termo n o significa que ela n o desenvolvesse essa percep o ao longo do s culo XIX Ressaltamos ainda que muito raramente encontramos refer ncias ou descri es espec ficas sobre cidades individuais ou sobre a cidade potiguar como um todo Raros foram os documentos em que se propuseram a descrever cidades sendo o mais comum descri es propostas pontuais sobre equipamentos vias p blicas po os artesianos estradas etc Isso ainda mais grave para os documentos referentes primeira metade do s culo XIX o que se justifica pela precariedade dos n cleos urbanos de ent o Mas destacamos que a sistematiza o desses fragmentos de informa o que terminam por nos dar a vis o da cidade como um todo Quanto ao recorte cronol g
358. ento sempre positiva os n cleos urbanos n o s se estabelecem como se multiplicam Vez que os contingentes populacionais de 7 Neste primeiro recorte este estudo fora fica subentendido pela p ssima qualidade do ensino p blico oferecido nas prec rias escolas potiguares de onde se infere que o estudo de qualidade obtido fora do Rio Grande do Norte mas em 1867 o Presidente de Prov ncia Luiz Barboza da Silva explicita de forma contundente A instruc o secudaria assim montada est bem longe de satisfazer as necessidades da prov ncia cujos habitantes excep o de um ou outro que dispondo de recursos pode ir cultivar seu esp rito em outra prov ncia pela maior parte jazem em completa ignor ncia das humanidades SILVA 1867 40 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ind genas e escravos negros t m reflexos diretos na economia consideramos v lido tamb m analisar os percentuais destas etnias na composi o geral da popula o da prov ncia A seguir apresentamos os dois gr ficos que ilustram a contribui o das FIGURA 04 Crescimento Populacional Potiguar Total x Ind gena 149072 E ind genas Total Popula o em valores absolutos 5040 6890 6795 Anos 1805 1835 1844 Fonte autoria pr pria dados populacionais extra dos de Cascudo 1984 p 43 e 44 FIGURA 05 Crescimento Populacional Potiguar Total x Escravos 149072 m Escravo
359. ento interno Identificada como principal fonte de receita a pecu ria n o era vista como um problema mas sim o sistema de tributa o falho e a incipiente atua o das C maras Municipais em sua arrecada o Estes ltimos eram frequentemente mencionados com pontos negativos a serem reformulados Uma fonte de recursos t o promissora que se evadia deixando o RN numa situa o financeira das mais prec rias trazia consequ ncias nocivas para a cidade potiguar de acordo com a percep o da elite ocasionava o seu estado de pen ria Sob as dimens es socioecon micas a cidade potiguar apresentava tantas fragilidades quantas eram poss veis e esta era ocasionada pela falta de recursos que paradoxalmente existiam mas que n o impulsionavam o seu desenvolvimento pelo menos n o neste per odo Considerando as fontes de rendas provinciais de que forma elas contribuem efetivamente na receita da prov ncia Qual a rela o entre a receita e despesa Pin ando os Relat rios encontramos dados que nos permitem remontar em valores como se deu o desenvolvimento ilustrados a seguir 48 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 09 Finan as do RN de 1835 a 1844 140 000 00 Po RA 120 000 00 O KOOR 001070 0 1000070 0 Es Despesa 510 80 0 0200 Receita 40 000 00 p 20 000 00 0 00 4 1835 1837 1841 1842 1844 Fonte autoria pr pria a partir de dados coletados dos
360. ento utilizamos os pr prios Relat rios como um primeiro ind cio para corroborar informa es confrontando informa es de anos distintos Outro documento utilizando como confirma o de dados foram as Posturas Municipais produzidas pelas C maras Municipais cujos funcion rios permaneciam mais tempo em seus cargos do que o Presidente de Prov ncia portanto tinham uma vis o mais precisa da evolu o da realidade da cidade E finalmente outros documentos foram relatos de autoridades do governo central que eventualmente emitiram pareceres a respeito do RN al m evidentemente das fontes secund rias como livros teses disserta es etc que permitiram corroborar ou n o algumas informa es obtidas junto as fontes prim rias Uma segunda quest o que guiou nosso trabalho foi De que modo a interven o pensada pela elite pol tico administrativa independente de ter sido realizada ou n o reflete um ideal de cidade que exterior Prov ncia do Rio Grande do Norte Diz respeito s fontes de inspira o para a cidade potiguar Identificamos num primeiro momento que estas fontes de inspira o eram explicitadas de forma superficial e contemplava genericamente a Europa e os Estados Unidos os mais mencionados Eram fontes de refer ncia de cunho mais ideol gico vistos como par metros idealizados ou exemplos do progresso No segundo per odo as fontes de inspira o s o mais espec ficas e diversificadas i
361. entos Em 1848 o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira mencionou os problemas enfrentados pelo Commiss rio Vacinador Provincial cujos esfor os para vacinar a popula o n o surtiam tantos efeitos dado o preconceito dos populares 112 Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves retoma a quest o da vacina o recebendo estat sticas do Comiss rio Vacinador da Prov ncia na capital foram 60 vacinados 40 com resultados positivos enquanto no interior n o houve vacina o e se lastimou da ignor ncia da popula o da pouca considera o pela a o profil tica da vacina e ainda da incuria que pela maior parte ostent o os agentes encarregados desse servi o 113 Em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias relata casos de var ola e confirma ainda resist ncia da popula o vacina o servi o feito de forma irregular sobretudo porque fora da capital este servi o feito por pessoas para cuja abnega o se appella sem ter entretanto a responsabilidade de funcion rios estipendiados 114 Em 1856 o Presidente Passos encontrava se preocupado com amea a de epidemias e a exist ncia de apenas um m dico do partido das comarcas do Sert o e conclui lamentando que A falta de medicos he uma grande dificuldade com que lutei e estou lutando 115 Em 1858 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves come a a enfrentar as epidemias o m dico da Para ba o Dr Firmino Jos Doria em comiss
362. enuto Augusto de Magalh es Taques que tratando sobre provid ncias para minimizar a a o das secas resgata a Lei n 160 de 4 de Outubro de 1847 a qual decretou a constru o de a udes nas C maras centrais esta lei n o estava sendo obedecida a contento e Taques solicita n o s maior empenho como a associa o com os fazendeiros interessados nessas benfeitorias e conclui argumentando que j mais deve esta materia deixar de ser contemplada no or amento da Despeza Provincial A constru o dos a udes e a planta o de florestas acabari o sem duvida por produzir uma grande altera o no regimen das aguas da Provincia J o Presidente Trajano Leocardio de Medeiros 101 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Murta 1862 recomenda uma maior atua o das C maras Municipais especialmente na prote o da vegeta o contra as queimadas e contra o corte de rvores que protegiam mananciais aqu feros e que serviam de pastagem aos rebanhos destacando que para atingir a este objetivo as C maras devem organisar posturas e submete las a aprova o da presid ncia que espera do zelo das municipalidades as quais tomar o na mais seria considera o este objeto denunciando a limitada atua o das C maras Municipais para minimizar os efeitos das secas peri dicas que assolavam o RN Em linhas gerais as propostas envolviam a constru o de a udes e reservat rios nos sert es a utiliza o d
363. er odo foi em 1887 quando o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho prorrogou o prazo para conclus o do Engenho Central de S o Jos de Mipibu que estava contratado pela companhia North Brazilian Sugar Factories Limited ou seja nenhum engenho central foi efetivamente constru do neste per odo dificultando o aumento da produ o de a car especialmente do pequeno propriet rio principal benefici rio deste modelo produtivo Quanto aos Bancos de cr dito n o s o mencionados nos Relat rios como tendo sido criados somente s o citados como provid ncia indispens vel para alavancar a produ o rural O pouco investimento feito numa ind stria mencionada nos Relat rios como sendo muito promissora nos permite concluir que apesar de a produ o a ucareira ter atingido seu pice seus rendimentos n o foram suficientes para garantir melhorias significativas na produ o A seca de 1877 ainda que tenha mobilizado recursos imperiais para tentar alavancar a produ o a falta de recursos locais contrapartida de empresas particulares inviabilizou melhorias cruciais sem as quais como vimos a produ o de a car entrou em decl nio e n o mais recuperou seu status como 42 Como exemplo de uma destas interven es temos duas situa es importantes a primeira do Presidente Satyro de Oliveira Dias que em 1882 menciona um prolongamento de linha f rrea que iria atravessar o rio Jundiahy no Ferreiro Torto e ir ao
364. er viajante do s culo XIX sobre a capital potiguar quando de sua visita ao Rio Grande do Norte em 1810 Este praticamente o nico relato de viajante de que se tem not cia no RN deste per odo Existe outra refer ncia datada aproximadamente de 1817 de Manuel Aires de Casal intitulado Corografia Bras lica que na p gina 280 aborda de forma extremamente superficial dados sobre Natal Arez Vila Flor Extremoz e Assu 38 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba do per odo evidente que o recorte hist rico proposto na tese tem finalidade mais did tica do que real como mencionado este processo se inicia antes de 1822 pois as aglomera es urbanas por mais prec rias que fossem ao longo do per odo colonial existiam Neste primeiro recorte 1822 1845 a promessa de cidade permite vislumbrar um crescimento mais efetivo mas que n o acontece nem t o r pido nem t o inexoravelmente quanto os governantes talvez desejassem Observamos o aparato governamental do RN ainda em forma o registramos o processo de transi o de governo deixava de ser Capitania passava a Prov ncia e os Relat rios ainda poucos mais situavam a realidade encontrada do que propunham interven es Considerando a an lise e interpreta o destes luz das categorias de an lise estudadas um aspecto que se sobressai a quantidade de elementos de apreens o segundo nossos pressupostos te rico conceituais mais do q
365. er debelada com urg ncia 3 2 3 Ao trabalho os que t m fome a solu o do RN para o t nue equil brio entre vadios e flagelados pol cia e seguran a O problema do ex guo contingente policial do RN j era pontuado nos Relat rios do per odo investigado anteriormente bem como as consequ ncias que tal falta trazia para a seguran a individual e de propriedade Contudo a enorme press o social identificada neste per odo como visto no item anterior quando tratamos das revoltas sociais ocorridas no per odo deixa mais do que evidente a 128 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba fragilidade da cidade potiguar tamb m no quesito de seguran a o que nesta nova realidade n o era mais admiss vel Para confirmar esta mudan a identificamos a quest o do policiamento sendo mencionada em 35 documentos do universo de 48 analisados neste per odo ou seja tratada em 72 91 dos Relat rios Al m disto foram pin adas 76 refer ncias espec ficas ou seja o policiamento n o foi tratado uma nica vez na maioria dos documentos e significou uma m dia de 2 8 refer ncias por documento No que se refere seguran a p blica e individual encontramos um total de 41 documentos trazendo informa es neste mbito perfazendo um montante de 115 refer ncias do universo pesquisado temos 85 41 de refer ncias seguran a p blica e individual e uma m dia de 2 84 registros por documento Em compara o com o per
366. er identificadas nos Realt rios dos Presidentes Carvalho 1877 e Dias 1882 140 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba escoamento no per odo estudado somente em 1882 e 1883 aparecem interven es um tanto mais concretas para propor sua solu o Estas iniciativas entretanto n o se consolidam neste per odo mantendo esta importante rea produtora sem conex o f rrea para as reas portu rias restringindo seu escoamento e portanto o retorno financeiro esperado e poss veis melhorias na infraestrutura da cidade potiguar Assim como as vias de escoamento os Engenhos Centrais n o chegaram a se concretizar neste per odo muito embora tenhamos identificado o esfor o dos Presidentes solicitando sua concretude em v rios Relat rios assim como a cria o de decretos e concess o A primeira refer ncia concess o de engenho central foi em 1876 quando o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior firmou contrato com a Companhia de Pedro Waken para estabelecimento de um engenho central no vale do Cear Mirim Em 1877 o Presidente Antonio dos Passos Miranda fechou contrato com o negociante Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o para constru o de um engenho central em S o Jos de Mipib e em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado prescreveu ambos os privil gios cujos prazos de 15 anos n o puderam ser atendidos por falta de capitais A ltima refer ncia a Engenhos centrais neste p
367. eral as refer ncias nos Relat rios mais tranquilizam o governo central preciso destacar que esta percep o dos Presidentes corrobora para a leitura da precariedade do RN como um todo e dos aglomerados urbanos ineg vel a import ncia de um m dico os pr prios Presidentes apontam para esta falha e solicitam a contrata o deste e o fato do profissional n o existir nos d a dimens o da pobreza material da prov ncia da incipi ncia de sua popula o de sua ignor ncia sua pobreza e sua inexist ncia como instrumento de mobiliza o social O RN deveria ter pelo menos um profissional este m dico deveria existir pelo menos na capital da prov ncia Acerca dos Professores o Presidente Jo o Jos Ferreira d Aguiar alerta em 1836 para o despreparo destes que n o sabiam nem enunciar e escrever o que pensam e em sua opini o a solu o seria sua aposentadoria Complementando esta situa o o presidente Manoel de Assis Mascarenhas em 1839 critica a impossibilidade de aposent los e prop e a institui o do m todo de ensino lancasteriano constru o de escolas adequadas e reestrutura o de cadeiras que deveriam ficar vagas at se resolvessem os problemas pontuando sempre os parcos recursos do RN Na Instru o p blica atrelada Professor identificamos uma situa o paradoxal nos Relat rios Enquanto as an lises de conte do e de discurso sugerem um grande investimento textua
368. eral casas alugadas consideradas pequenas e n o adequadas para o fim a que estavam atendendo Tamb m integralmente constru dos com recursos provinciais foram os mercados p blicos matadouros e a ougues p blicos em 1861 Natal solicitou pela primeira vez um espa o para este equipamento Ao longo do per odo s o fornecidos investimentos para reparos no mercado p blico de S o Jos de Mipibu para a constru o do de Assu e conclus o da casa de mercado de Cear Mirim assim como reparos para o matadouro de Natal A capital cujo com rcio era t o prec rio dada suas dificuldades de comunica o com o restante da prov ncia chega a ter sua supremacia como capital amea ada neste per odo Contudo embora v rios Presidentes criticam a localiza o da capital e alguns chegam a sugerir possibilidades de mudan a da capital na maioria dos relatos a proposta era injetar mais recursos para a constru o das infraestruturas demandadas por Natal a saber a ponte sobre o Rio Salgado conectando Natal a Cear Mirim e uma estrada ligando Natal a S o Jos de Mipibu Diferentemente do que aconteceu no per odo passado neste momento a Est tica urbana e das edifica es uma preocupa o que se insere tanto nos Relat rios de Presidente de Prov ncia como nas Posturas Municipais enquanto os Relat rios restringem suas an lises no caso de Natal as Posturas trazem a perspectiva da est tica de edifica es e urbana para outras localid
369. erque prop e uma interven o que modifica completamente as propostas feitas em 1861 Preocupado com as pequenas dimens es da cadeia de Natal em vista de grande demanda para atender s dilig ncias de todo o RN o Presidente Albuquerque recomenda que os alicerces feitos para a constru o da casa de mercado fossem aproveitados para a constru o de uma nova cadeia alertando ainda que este local faria a penitenci ria ser muito bem 237 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba localizada sendo arejada por todos os lados Esta refer ncia importante porque nos permite concluir que quase uma d cada depois o mercado p blico de Natal j tendo suas funda es n o havia sido constru do e mais o com rcio local seria t o prec rio que poderia ceder este espa o t o vantajoso para outro uso que no entendimento do Presidente Albuquerque seria bem mais importante que era a constru o de uma nova cadeia Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho registrou em seu Relat rio algumas solicita es entendidas como urgentes apontadas por diversas C maras do RN no tocante a mercados a ougues e matadouros p blicos Em 1878 o espa o para mercado p blico em Natal volta a ser mencionado nos Relat rios desta vez pelos os moradores do bairro da Ribeira que solicitavam atrav s de um abaixo assinado a continua o dos reparos da estrada velha e n o in cio da constru o de uma estrada
370. ertamente tiveram acesso a estas mesmas informa es e deram importantes contribui es que n o podem ser de modo algum negadas ou menosprezadas Mas o fato de os Relat rios se tornarem nesta pesquisa o cerne e a fonte por excel ncia da investiga o traz luz certos detalhes nuances in ditas nem sempre aprofundadas nesses trabalhos Conhecer estes pormenores nos permite um entendimento mais completo de nosso passado e das in meras dificuldades enfrentadas pelos nossos antepassados no longo processo de constru o da cidade potiguar em suas diversas dimens es Compreender estas diversas nuances que o conhecimento 301 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba enciclop dico apresenta como um mero dado quase estat stico est tico possibilita novas interpreta es e re valoriza o de nossa hist ria Muito embora o s culo XIX n o seja t o prof cuo quanto o XX como mencionamos a velocidade com que as transforma es f sico espaciais v o acontecendo s o mais intensas medida que o s culo XX avan a sob muitos aspectos ao longo do s culo XIX que foram lan adas as sementes dessa transforma o E aqui podemos registrar outra contribui o importante de nossa pesquisa a partir dos Relat rios de Presidente de Prov ncia pudemos pontuar com maior precis o o in cio de uma s rie de melhorias f sico espaciais do RN Um exemplo disso se encontra na quest o da ilumi
371. es capital sem depender da feira semanal de Maca ba e seus pre os excessivos a sombra do monop lio que exercem E reflete sobre as propostas de se mudar a capital ou de dot la de infraestrutura Ora quando muitos antecessores ilustrados que tenho tido considerar o a mudan a da capital para a margem oposta do rio como uma necessidade para o progresso desta prov ncia quando outros imaginar o que n o fosse perdida a despeza que se fizesse com a constru o uma ponte sobre o rio obra esta que a ser realiz vel importaria em muitas centenas de contos n o pode sem duvida a despeza que se fizesse com a constru o de uma ponte sobre o rio obra esta que a ser realiz vel importaria em muitas centenas de contros n o pode sem duvida ser considerado grande o disp ndio de que trato para um melhoramento incontestavelmente t o eficaz como qualquer dos outros lembrados anteriormente SILVA 1867 Em 1870 o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque comenta que n o havia no pa s uma capital como Natal que independia de todo o resto da prov ncia Por um lado separada pelo Rio Potengi com cerca de 600 metros de 263 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba largura que a afastava de Cear Mirim e de outro lado coberta de morros de areia que a afastava de S o Jos a capital era segregada por esses obst culos dos mais ricos centros do commercio definha mingua daquelas rel
372. es Vianna Delegado de S Gon alo capit o Jo o Paulo Martins Naninguer Commandante da Companhia de infantaria de linha capit o Focio Joaquim do Rego Barros Commandante da companhia de policia capit o reformado do exercito Urbano Fernandes Barros Recrutador alferes reformado do exercito Galdino Cancio de Vasconcellos Monteiro Respons vel pelo Deposito de artigos b licos capit o reformado do exercito Antonio Cabral de Mello Leoncio Commandante da Fortaleza dos santos reis magos parocho o Ver Joaquim Manoel de Oliveira Costa o Dr Juiz de direito da comarca Mathias Antonio da Fonseca Morato e presidente da camara municipal capit o Carlos Antonio de Araujo Comiss o par obras em Macau capit o Jos Bento Alvares Ex Administrador do Hospital de caridade Joaquim Jos do Rego Barros Administrador do Hospital de caridade Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara Ex M dico do Hospital de caridade Dr Jos Paulo Antunes M dico do Hospital de caridade Luiz Lopes Pereira Filho professor da villa de Canguaretama tenente coronel Jos Bernardo de Medeiros donativos para a contruc o de um pa o municipal cidade do Principe com propor o para uma escola e bibliotheca popular abastado agricultor coronel Manoel Varella do Nascimento Donativos para ser applicado a um edif cio para escola na villa do Cear mirim Dr Juiz municipal d aquelle termo Jos Ignacio Fernandes Barros do presidente da camara municipal e do
373. es dos demais 30 De qualquer forma como estes n meros foram apresentados nos Relat rios como dados oficiais resolvemos utiliz los deixando registrado por m as explica es apresentadas pelos pr prios Presidentes para justifica los Como dito anteriormente com algumas situa es pontuais de diminui o no geral temos uma constante de crescimento que praticamente faz 33 Neste Relat rio do Presidente Veloso tamb m foram extra dos os dados de 1855 e de 1858 115 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba duplicar a popula o do in cio 1846 com 149 072 habitantes s proximidades do t rmino deste per odo 1874 com cerca de 300 000 habitantes Infelizmente os dados dos Relat rios n o contemplaram o final do per odo imperial o que em especial nos daria a dimens o do quanto as secas e epidemias impactaram neste crescimento populacional Alguns dados nos permitem apenas vislumbrar o que estas calamidades trouxeram como consequ ncias Nobre in Suassuna 1999 p 62 explica que em 1872 a maioria da popula o potiguar estava nos sert es e zonas rurais sendo que Natal possu a uma popula o apenas de 47 782 habitantes Ora em 1879 a cidade de Mossor chega a abarcar uma popula o de aproximadamente 80 000 pessoas quase o dobro de Natal e atesta at esta data o n mero de 32 000 mortos foi como se 67 dos habitantes da capital tivessem morrido Como n o dispomos dos dados de mortalidade d
374. es potiguares chegou a propor a redu o do aux lio aos p rocos para que estes sejam mais 223 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba zelosos No ano de 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha defende que com exce o das matrizes de Acari S o Jos e Principe as demais inclusive e especialmente a da Capital n o eram dignas do nome Em 1874 a situa o ainda permanecia a mesma templos arruinados e segundo o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho esta era a principal causa do arrefecimento do culto em toda a prov ncia Buscando sanar este problema e tendo em vista as baixas finan as do RN o Presidente Mello Filho evitou distribuir simultaneamente pequenas quantias insuficientes para v rias matrizes e apenas concedeu a quantia de 1 000 r is a obra da matriz da freguezia de Mac o Neste mesmo ano acerca da Matriz de Natal traz um dado alarmante foi consertado naquele ano parte da cobertura do templo que havia desabado De fato se esta era a situa o da capital o que se poderia dizer do restante da prov ncia 224 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 51 Localidades com Capelas Igrejas e Matrizes existentes nos Relat rios do RN 1846 a 1889 01 MOSSOR 07 NATAL 13 VILA FLOR 19 JARDIM DO SERID 02 ASSU 08 MACAIBA 14 CANGUARETAMA 20 CAICO 03 MACAU 09 S O JOS DO MIPIBU 15 NOVA CRUZ 21 MARTINS 04 CEAR MIRIM 10 N
375. es profissionais procurem outro modo de vida 128 Em 1872 o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque comenta a situa o problem tica das finan as potiguares quando os empregados n o recebiam seus sal rios h 8 10 meses 127 O Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho informa que continua a crescer os gastos com aposentadorias e reformas que j chegavam a 28 827 748 a importancia que atualmente se despende com esta parte do funcionalismo sem que se pudesse justificar tal despesa e recomenda que a aposentadoria se extinguisse caso o funcion rio voltasse ativa em algum cargo p blico 128 O Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho encontrou um or amento cuja receita calculada era de 391 081 000 ao passo em que a despeza sinalizada era de 467 872 846 resultando no atraso do pagamento de grande n mero de empregados p blicos de acordo com o Presidente Carvalho havendo alguns que h mais de anno n o recebiam seus ordenados 189 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Observando o gr fico FIGURA 41 Gr fico Gastos com de gastos p blicos com Aposentados 1874 aposentados e desconsiderando Par outras informa es nao poder amos inferir que E Piauhy Ceara a economia do RN era eara E Sergipe estruturada e poderia W Espirito Santo arcar com o gasto de E Santa Catharina funcionalismo se m S o Paulo Rio Grande do Norte posicionando numa
376. es que se destinam ao aprisionamento pontuando as condi es insalubres e a parca verba destinada manuten o do presidi rio que precisava dar conta de sua alimenta o higiene e vestu rio sendo que mal provia a alimenta o di ria e defendendo que tal condi o seria uma afronta ao esp rito crist o e a civiliza o ou seja pela an lise de discurso demonstrada como importante em defesas mais longas an lise de conte do com bastante argumenta o e volume de texto contudo paradoxalmente n o apresentavam perspectivas reais de aumento de investimento neste item Em contrapartida as Igrejas muito raramente com maiores investimentos textuais nos relat rios em geral neste item s o somente citadas as necessidades e mencionados os valores destinados para tal obra sem maiores justificativas ou argumenta es continuamente viam destinados recursos para consertos e reparos diversos que quase nunca viabilizavam a plenitude do que seria necess rio de fato mas de qualquer forma verbas eram alocadas Outro exemplar de Equipamentos p blicos frequentemente mencionado nos Relat rios de Presidente de Prov ncia s o as Escolas p blicas tamb m com problemas de manuten o dos poucos edif cios existentes desprovidas de mobili rios e ano ap s ano atraindo um n mero muito reduzido de alunato os mais abastados enviavam seus filhos ou para outros pontos do pa s ou para a Europa onde o m todo de ensino l
377. escritos a mais de um s culo Como Bardin explica O analista como um arque logo Trabalha com vest gios o analista tira partido do tratamento das mensagens que manipula para inferir conhecimentos sobre o emissor da mensagem ou sobre o seu meio por exemplo Se a descri o a primeira etapa necess ria e se a interpreta o a ltima fase a infer ncia o procedimento intermedi rio que vem permitir a passagem expl cita e controlada de uma outra BARDIN 1977 Bardin defende que entre o documento e o contexto hist rico existe um processo de interpreta o um elo a ser estabelecido definido como infer ncia Nesta proposta o contexto hist rico deve ser considerado e pe a fundamental para a compreens o do discurso Para o caso espec fico desta pesquisa esta a postura que ser assumida Bardin argumenta e n s corroboramos que os conte dos s o ligados a outras realidades e aos c digos que cont m suportam e estruturam as significa es n o podendo destas ser desvinculados Estas significa es segundas ou entrelinhas do discurso v m atreladas ao discurso podendo lhe conferir outros significados Com rela o an lise da enuncia o o autor explica que esta se apoia numa concep o de que a comunica o um processo e n o um dado fechado em sendo o discurso um produto n o acabado mas um momento num processo de elabora o abre se a possibilidade de se identific
378. esso incipiente de moderniza o As Posturas Municipais s o adotadas por uma s rie de aglomerados urbanos e v o aos poucos incluindo novos artigos para dar conta das novas realidades da cidade potiguar economicamente o com rcio se desenvolve e fomenta a expans o de uma mentalidade capitalista verificada atrav s de empr stimos internacionais instala o de empresas multinacionais no Rio Grande do Norte etc As mudan as mencionadas no cap tulo 2 se intensificam mais um pouco nessa nova etapa e podem ser assim resumidas financiamento de obras p blicas com as verbas de socorros p blicos importa o de mobili rio e outros itens no intuito de modernizar a capital potiguar intensifica o das interven es na cidade e melhoria da qualidade dos materiais empregados prolifera o das Posturas Municipais nas localidades dentre outros E Capital proveniente do governo central para a aquisi o de alimentos medica o e vestu rio redirecionado para servir como pagamento de sal rio de retirantes da seca captados para trabalhar em obras relacionadas infraestrutura e ao embelezamento especialmente na capital do estado 170 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 38 Vilas e cidades existentes no RN at 1889 01 MOSSOR 08 AUGUSTO SEVERO 15 ANGICOS 22 PORTALEGRE 02 ASSU 09 S O JOS DO MIPIBU 16 SANTANA DO MATOS 23 PAU DOS FERROS 03 MACAU 10 N SIA FLORESTA 17 ACARI 24 S O MIGUEL
379. essor publico da cadeira de 1 gr o da cidade de Mossor Jo o Onofre Pinheiro de Andrade para a 3 cadeira da capital Luiz Carlos da Costa professor da cadeira de instruc o primaria para a cidade de Mossor Antonio Corsino Lopes de Macedo professor da cadeira de instruc o primaria de 3 gr o para S Miguel do Jucurutu Joaquim Claudiano da Silva Bondade professor da cadeira de 3 gr o do ensino prim rio da Caissara de Touros D Josepha Bezerra Cavalcanti Lobo professora da cadeira de 3 gr o da villa do Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 335 Acary tenente coronel Jo o Maria Julio Chaves Ex inspector da comarca de Ass bacharel Alvaro Fragoso de Albuquerque Inspector da comarca de Ass D Ign cia Jovina de Oliveira Bara na professora de instruc o da cidade de Mossor D Maria Manoella de Castro professora da cadeira do ensino prim rio da villa de Papary Francisco Antunes da Costa professor da cadeira do ensino prim rio de Nova Cruz Jos Ign cio Barboza professor da cadeira do ensino prim rio da villa de Touros Jo o Carlos de Albuquerque gondin Raphael Archanjo Garcia da Trindade Manoel Galdino da Silva e Manoel Onofre de Andrade Junior professores das cadeiras do ensino prim rio das povoa es de Caraubas de Canguaretama de Extremoz e S Bento e da villa de Pao dos Ferros D Francelina Rachel de Oliveira e Silva professora da cadei
380. este ponto de decl nio come am a aparecer nos documentos an lises buscando solu es para impedir sua derrocada partindo do entendimento do que seriam os entraves ao seu desenvolvimento Assim temos um exemplo no Relat rio do Presidente Antonio dos Passos Miranda que tenta apreender quais as principais raz es para o atraso da agricultura do RN la falta de uma escola agr cola orfanol gica na prov ncia estabelecida nas proximidades de um engenho central Os bra os que v o diminu do pela liberta o dos escravos em alta escala devem ser supridos e eu n o vejo outro meio se n o o de proteger se a emigra o estrangeira dando se certas vantagens aos colonos A falta de instrumentos maquinas e aparelhos aperfei oados sem duvida alguma uma das causas principais do atraso da agricultura mas como sabeis esses melhoramentos n o podem ser tent veis se n o por meio de avultadas somas que os agricultores n o possuem obter dinheiro por empr stimo O rem dio para este mal est no estabelecimento de engenhos centrais nos diversos pontos agr colas e da prov ncia Existe contratado um engenho central para o vale do Cear mirim o contratante n o pode ainda levar a efeito a obra por ter encontrado dificuldades a respeito da insufici ncia do capital garantido Temos finalmente a quest o de credito que sem duvida alguma a mais importante e a que embara a toda e qualquer tentativa til por par
381. etano de S Cousseiro Juiz de Direito da Comarca de Canguaretama Dr Jer nimo Americo Rap zo da C Juiz de Direito da Comarca de Trahiry Dr Francisco Clementino de V Chaves Juiz de Direito da Comarca de Jardim Dr Geroncio Dias d Arruda Falc o Juiz de Direito da Comarca de Serid Dr Olympio Manoel dos Santos Vtal Juiz de Direito da Comarca de Macau Dr Joaquim Correio d Ara jo Juiz de Direito da Comarca de Assu Dr Jos Jorge de Carvalho Juiz de Direito da Comarca de Mossor Dr Lodolpho Herculano M Falc o Juiz de Direito da Comarca de Apody Dr Jo o Antunes de Alencar Juiz de Direito da Comarca de Maioridade Dr Francisdo Amynthes da C Barros Juiz de Direito da Comarca de Pau dos Ferros Manoel do Nascimento Castro e Silva Juiz Municipal dos termos de Natal e Maca ba Mathias Carlos d Ara jo Maciel Juiz Municipal do termo de Cear Mirim Adalberto Elpidio d Albuquerque Figueir do Juiz Municipal dos termos de S Jos de Mipibu e Papary Manuel Jos Fernandes Juiz Municipal do termo Canguaretama Augusto Carlos do M L Eraistro Juiz Municipal do termo de Goianinha Firmo Antonio Dourado da Silva Juiz Municipal do termo de Nova Cruz Francisco da Cunha Machado Beltr o Juiz Municipal dos termos de Jardim e Acaicente Sim es Pereira Lemos Juiz Municipal dos termos de Serid e Serra Negra Fabio Cabral de Oliveira Juiz Municipal dos termos de Macau Angicos e Santana do Mattos Louren o Justin
382. exist ncia de apenas 9 cadeias que seriam a da capital Extremoz S o Jos de Mipibu Flor Angicos Assu Apodi Portalegre e Principe Acerca da cadeia de Natal alega que sua constru o antiga e condenada sugerindo que ao inv s de conserv la o mais indicado seria extingui la e reconstru la seguindo as prerrogativas do Par grafo 21 do art 179 da Constitui o do Imp rio Com o passar do tempo observamos que as cadeias que se acham em boas condi es v o aumentando em n mero apesar da vis o sempre pessimista dos Presidentes o que acontece em 1882 quando o Presidente Satyro de Oliveira Dias enumera as cadeias em boas condi es a saber a da capital de S o Jos de Mipibu de Mossor de Jardim Acari do Principe e de Portalegre Com rela o s casas de 209 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba alguel que servem como pris o o Presidente Dias sugere que as verbas fabulosa somma gastas com estas loca es casas particulares com o indevido nome de cadeias as quaes sem os precisos c modos mas constru das e muito arruinadas nenhuma seguran a offerece para ao fim a que s o destinadas seriam melhor empregadas com a constru o de edif cios mais apropriados para este fim O Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva no ano de 1889 identifica a exist ncia de 15 cadeias nos locais Capital Extremoz S o Jos de Mipibu Vila Flor Macau Angicos Ass Apodi Mar
383. facilidade dos meios de vida d m organisa ao do trabalho e da falta de policia apropriada os h bitos funestos da embriaguez t o espalhados na classe baixa e ignorante o uso de armas prohibidas VELLOSO 1862 E complementa com o que seriam as causas que geram a impunidade a vastid o do territ rio e a falta de vias de acesso que dificultam o trabalho da pol cia e facilitam a fuga de criminosos a falta de for a policial a falta de pris es seguras o costume de se proteger criminosos a clem ncia dos ju zes e a falta de pol cia paga que efetivamente se interessasse na preven o e repress o de crimes Neste mesmo ano o Presidente Trajano Leocardio de Medeiros Murta acrescenta o papel da ociosidade da popula o como agente causador da criminalidade e aponta como interven o a tutela governamental com a cria o de uma policia rural que a encaminhe aos habitos do trabalho resgatando a da perigosa ociosidade em que vive com grande preju zo para o pa s MURTA 1862 Em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva retoma a quest o da falta de instru o e de interesse do povo que se deixa jazer na indol ncia adormecido nos bra os da natureza que sem exagera o se pode disser incumbe se por si de allimental o vestil o e abrigal o SILVA 1867 No ano de 1871 o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque retoma o problema da falta de pris es seguras no centro da Prov ncia o qu
384. falta ali s grave da estatistica da Provincia o que at hoje se n o p de ainda conseguir com a exactid o necessaria tendo se apenas podido obter incompletos arrolamentos Isto posto e attendendo mesmo ao principio consagrado na Lei Fundamental do Estado de que o numero dos Represente antes do Paiz de cada huma das Provincias deve estar em perfeita harmonia n o s com a importancia de sua popula o torna se evidente que dando essa Provincia apenas hum Deputado e hum Senador n o est proporcionalmente representada mas apezar disto tem a Provincia continuado no mesmo estado BELLO 1845 Esta cita o nos parece crucial porque toca num ponto recorrente que a falta de verba para a realiza o de itens de interven o estruturantes Fica claro na fala do Presidente que a desatualiza o de dados estat sticos sobre a popula o do RN desprivilegia sua bancada junto ao governo central e diretamente implicava no pouco poder de barganha desta na distribui o dos recursos imperiais A falta de estat stica uma das falhas na atua o das C maras Municipais em enviar capital informa es atualizadas sobre suas aglomera es urbanas Embora a popula o estivesse em crescimento n o havia aumento na quantidade de representantes junto ao governo central o que implicava em manuten o ou redu o no repasse de verbas imperiais o que tinha reflexos diretos na interven o f sico espacial
385. feito que sahissem dos cofres quantia por mais diminuta que fosse sem motivo muito provado ALBUQUERQUE 1872 No ano seguinte o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Melo Filho contraiu um novo empr stimo junto ao Banco do Brasil desta vez no valor de 60 000 000 Em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado enfatiza que a prov ncia caminhava para o estado mais critico que se pode imaginar na vida de um povo a desorganiza o na economia do servi o por falta de recursos Denuncia ainda que desde 1875 o RN vivia como se n o tivesse credores ou compromissos n o amortizando e nem pagando juros chegando o n vel de descaso m ximo na ltima vota o de or amento na qual nem se destinou fundos para este fim Nesta situa o prossegue o Presidente Machado o cr dito junto ao Banco do Brasil foi extinto e as 266 ap lices de diversos valores na import ncia de 42 000 000 reis que haviam sido emitidas entre 1877 e 1878 encontravam se na mais completa deprecia o Em 1887 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho num esfor o de economia e gastos estritamente necess rios conseguiu levantar a quantia 165 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de em suas palavras de 73 673 483 e assim em menos de dois mezes deminuir em 21 962 092 a divida de 366 425 750 com que recebi a administra o E aponta ainda algumas solu es para sanar o problema ainda grave que em s
386. fluir grandes investimentos para o vale do rio Para ba do Sul nas regi es sul e sudeste do Brasil consolidando um fluxo maior em volume e frequ ncia de capitais para desenvolvimento desta ind stria solapando o crescimento de outras ind strias em outras regi es Neste item procuramos evidenciar que embora com picos de produ o econ mica ora de um ora de outro produto agropecu rio no geral o RN prossegue como no per odo anterior embora claro identifiguemos avan os numa situa o econ mica e financeira prec ria que se reflete na sociedade na economia e evidentemente na cidade potiguar 3 3 1 A car apogeu e decl nio de uma promessa antiga A ind stria a ucareira na Prov ncia do Rio Grande do Norte embora restrita ao litoral e mais especificamente na regi o compreendida nos vales de Cear Mirim do Capi entre S o Jos de Mipibu e N sia Floresta Goianinha Canguaretama e S o Gon alo prometia uma consider vel chance de prosperidade junto aos produtores Apontando investimentos para melhorias nas reas de Cear Mirim e Capi com a canaliza o dos rios e tratamento das reas alagadas que liberariam um grande volume de terras f rteis antes submersos pelas guas dos rios os senhores de engenho idealizavam um aumento significativo na produ o e como consequ ncia uma maior contribui o para o aumento das finan as do RN mas sem 136 Da promessa realidade Adriana Carla de Azeve
387. gatoriedade de abertura de novos po os ou a udes quando identificado um crescimento expressivo do rebanho de cria o em especial do vaccum bem como com o cuidado em evitar sua contamina o pelos fins mais diversos pelo lan amento de lixo e res duos variados de animais mortos de entulho proibi o de lavagem de roupas e de animais ou trabalhar com curtume de couros assim como vetando o uso do tingui no caso das pescarias Para exemplificar estas preocupa es com os mananciais aqu feros extrafmos das Posturas Municipais de Portalegre de 1839 os artigos 22 e 29 que tratam do plantio de rvores nas proximidades dos olhos d gua e da prote o s marginais de fontes d gua cujo conte do expresso a seguir Artigo 22 Os Fiscais desta Villa e mais das Povoa es no munic pio do mesmo determinar o aos moradores a planta o de cajueiros cajazeiras gameleiras trapi s pitombeiras nas proximidades dos olhos d agoas da Bica e em toda a baixa de suas nascen as no sitio do Brejo at atravessar a estrada que segue para o Martins no Simao Diaz Gruta do Fonseca Jenipapeiro e mais adjac ncias que forn o agoa para sustenta o do Povo sob pena dous mil reis de multa aos contraventores Artigo 29 Fica proibido o corte de quasquer madeiras das margens das fontes da Bica Brejo Sim o Dias Gruta de Fonseca e outras existentes at a dist ncia de duzentas bra as de cumprimento e quarenta de larg
388. ger de animais em comboio que permitiam pelo desgaste do terreno a manuten o dos caminhos e limpeza da vegeta o lindeira sem necessariamente a atua o humana para abertura destas estradas Com a redu o deste tr nsito naturalmente a comunica o intraprovincial se v prejudicada e uma das principais localidades que sofrem com o isolamento a pr pria capital Natal tema que retomado no cap tulo 4 3 3 3 O Algod o e a fugaz promessa de prosperidade No in cio do per odo estudado e no anterior a produ o de algod o no RN n o era t o expressiva Fundamentalmente o algod o produzido no RN atendia mormente ao uso interno e dom stico eram os panos usados na limpeza e manuten o residencial na vestimenta r stica de escravos e popula o pobre em geral compunham os utilit rios de cama mesa e banho O Relat rio sobre os dados econ micos e populacionais da prov ncia do Rio Grande do Norte nos fornece uma perspectiva hist rica da evolu o da cotonicultura entre 1847 19 conforme o trecho que extra mos a seguir Voltando a atten o da popula o para a agricultura emprehendeu se de novo a cultura do algodoeiro o mofo com effeito n o voltou como ent o o certo que em 1847 48 exportar o se pela Alfandega da Capital 3 275 arrobas e pelo interior farao conduzir para a Parahiba 109 sacaz pesando mais de 500 No anno seguinte a produ o continuou em maior escala tanto que no
389. gido pelos pr prios Presidentes Em praticamente todos os documentos os Presidentes se apropriam das informa es encaminhadas por estes funcion rios que tratam de suas atividades espec ficas e desenvolvem a partir destes pareceres sua percep o sobre a realidade assim como suas propostas de interven o Visto que os Presidentes desenvolviam os Relat rios baseados em uma gama de informa es das v rias dimens es sociais econ micas f sico espaciais e pol tico administrativa as s nteses e propostas elencadas por eles nos pareceram a fonte de dados mais completa que em ltima inst ncia diz respeito a uma percep o coletiva pois baseada em integrantes do alto escal o do governo Tamb m para manter a fluidez da leitura e evitar refer ncias em demasia optamos por utilizar ao longo do texto o Presidente de Prov ncia como autor das cita es mesmo que em muitos casos aquela fosse uma fala do Engenheiro do M dico enfim de algum funcion rio de alto escal o Para resgatar estas informa es sem preju zo do texto adicionamos como anexo desta tese uma tabela s ntese que relaciona o governo se era composto por uma junta Presidente ou Vice Presidente ou ainda membro da C mara Municipal os nomes dessas principais autoridades os funcion rios de alto escal o bem como o cargo que assumiu no governo e finalmente o per odo em que ocorreu este governo 26 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Bo
390. gr fico do Rio G do Norte 1980 LIRA A Tavares Hist ria do Rio Grande do Norte Natal Jos Augusto 1982 MAINGUENEAU Dominique An lise do discurso Campinas Pontes Editora da Universidade Estadual de Campinas 2 ed 1993 MARINHO Francisco Fernandes O Rio Grande do Norte sob o olhar dos bispos de Olinda uma leitura dos relat rios das visitas ad limina apostolorum existentes no arquivo secreto do Vaticano e outras informa es de visitas pastorais 1679 1884 Natal Nordeste 2006 MARINS Paulo C sar Garcez Habita o e vizinhan a limites da privacidade no surgimento das m tropoles brasileiras In NOVAIS Fernando A Org Hist ria da vida privada no Brasil Rep blica da Belle Epoque era do r dio S o Paulo Companhia das Letras 1998 p 131 214 MARX Murillo Cidade brasileira S o Paulo Melhoramentos EDUSP 1980 171 p MARX Murillo Cidade no Brasil terra de quem S o Paulo Nobel EDUSP 1991 143 p MARX Murillo Nosso Ch o do sagrado ao profano 2 ed S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo EDUSP 2008 224 p MATTOS Ilmar Rohloff de O Tempo Saquarema S o Paulo Hucitec 2004 MEDEIROS FILHO Olavo de Caic cem anos atr s Bras lia Centro Gr fico do Senado Federal 1988 MEDEIROS FILHO Olavo de Terra natalense Natal Funda o Jos Augusto 1991 MEDEIROS FILHO Olavo de Velhos invent rios do Serid Bras lia Centro Gr fico do Senado
391. harel Coriolano Augusto de Loyolla Juiz de Direito do Cear mirim bacharel Antonio Ces rio Cardozo Ayres Promotor da comarca de Macau bacharel Jo o Gurgel d Oliveira Promotor da comarca de P o dos Ferros bacharel Vicente Sim es Pereira de Lemos Promotor da comarca de Ass bacharel Jo o Gomes de Barboza Almeida Juiz Municipal e d Orph os dos termos reunidos do Pr ncipe e Serra Negra bacharel Antonio Ces rio Cardozo Ayres Promotor da comarca de Mac o bacharel Jeronymo Americo Rapozo da Camara Juiz de Direito da Comarca do Trahiry bacharel Thomaz Gomes da Silva Juiz Municipal e d Orph os do Apody bacharel Eduardo Correia do Rego Barros Promotor da comarca do Trahiry bacharel Angelo Caetano de Souza Cousseiro Juiz de Direito da comarca de Ass bacharel Luiz Manoel Fernandes Sobrinho Promotor P blico da comarca do Cear mirim bacharel Augusto Leopoldo Rapozo da Camara Juiz municipal de Natal bacharel Joaquim Ferreira Chaves Filho Juiz Municipal e d Orph os de P o dos Ferros bacharel Clemente de Oliveira Mendes Juiz de Direito de P o dos Ferros Francisco Amynthas da Costa Barros Juiz de Direito de Natal Capit o Jo o da Fonseca Varella official honor rio do Corpo de Pol cia Manoel Joaquim de Loyolla Barata Presta o de servi o da ilumina o de Natal Major Joaquim Guilherme de Souza Caldas Inspector do Thesouro Eutychiano de Amorim Garcia Contador do Thesouro de Fazenda capm Germano
392. hor visualiza o A partir deste gr fico podemos perceber de forma clara o quanto aumenta a diversidade dos equipamentos p blicos mencionados no per odo sobretudo comparado ao per odo j E FIGURA 44 Quantidade de cita es sobre anterior Estes dados equipamentos p blicos no RN 1846 a 1889 por si s nos d o a 131 f 140 Y dimens o do quanto a R cidade potiguar em 100 87 73 desenvolvimento 80T A 60 1 46 45 ag passou a demandar F 40 F 22 21 edifica es diversas e 2 Y estas efetivamente 0 T T Ri T i r r Y e SN SN xD ENa S SN RA E gt o 2 estavam se os s Ra SENA o Ea Cd gt e 64 ol N Ro materializando nas amp e S L l e 3 D g 2 E amp X cidades Ihes amp conferindo maior Fonte autoria pr pria a partir das cita es encontradas nos Relat rios de Presidente de Prov ncia entre 1846 e 1889 Itens grifados com a elencam entre par nteses a ordem de apari o destes equipamentos demandando solu es entre 1822 e 1845 e demonstram como a recorr ncia das cita es de novos problemas variam do primeiro para o segundo per odos investigados Destacamos Igreja que de 1 cai para 6 escola que estava em 2 e sobe para 1 f sico espaciais Nos e pris o que estava em 3 e sobe para 2 lugar complexidade e demais subitens procuramos pontuar quais eram as particularidades destes equipamentos p blicos qual a apree
393. horidades estas receando serem victimas do punhal do assassino n o se atrevi o a perseguil o pois sabi o de certo que no Jury encontraria elle a mais decidida protec o Tal foi o estado a que nos reduzio huma Legisla o fraca inadequada aos nossos costumes e que considerou o paiz mais em rela o ao que devia ser do que ao que na realidade era MASCARENHAS 1843 1 Cabe aqui um esclarecimento a respeito das atribui es das v rias inst ncias do poder no quesito da seguran a enquanto as ofensas menores agravos desentendimento eram da al ada das C maras Municipais sendo que em casos particulares poderiam envolver o Presidente de Prov ncia j os problemas relativos seguran a individual e de propriedade eram atribui es do Governo central 60 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Esta cita o recorrente nas falas dos Presidentes na aus ncia de funcion rios para manter a ordem p blica a popula o e autoridades se viam merc de contraventores O distorcido senso de justi a fazia com que julgamentos e puni es fossem esquecidos e acobertados pelos agentes que deveriam garantir a seguran a e a justi a Outro de destaque a an lise que faz o Presidente apreendendo a legisla o como fraca que considerou mais o que devia ser do que ao que na realidade era conceitos como civilidade princ pios de educa o e respeito n o eram muito disseminados a popula o
394. i es ainda sofr veis das pris es faltao os requesitos indispensaveis de seguran a e de salubridade e no caso de Natal sugere que o pr dio onde funciona a C mara Municipal seja todo utilizado os dois pavimentos como cadeia mudando as atividades da C mara para o Col gio Atheneu 171 Em 1852 o Presidente Jos Joaquim da Cunha prop s a constru o de uma cadeia bem segura na Comarca de Maioridade Martins para evitar o inconveniente de ter de conduzir prisioneiros por cerca de 90 l guas at a capital 2 Em 1856 o mesmo Presidente Passos fala da solu o para quando a pris o de Natal a nica realmente segura no RN encontrava se muita cheia parte dos criminosos eram removidos para a Fortaleza dos Reis Magos 208 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba embora acanhada e insalubre era segura as de Touros S o Gon alo e Macau eram casas t rreas sem acomoda es e sem seguran a alguma a de Goianinha um quarto desabou Explica que a maioria das cadeias n o tinha condi es m nimas de funcionamento Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira corrobora este relato ao esclarecer que N o existe em toda a provincia uma cadea digna deste nome A capital que consta do andar terreo da casa da camara necessita de grandes melhoramentos e asseio para tornar se apenas mais soffrivel Nas cidades de S Jos e Ass e nas villas de Angicos Principe Acary PortAlegre e Apody serv
395. i es prec rias SARMENTO 1846 WANDERLEY 1850 2 VELLOSO 1862 e MONTENEGRO 1878 9 solicita o de verbas para a constru o de pr dio escolar SIQUEIRA 1848 GON ALVES 1859 GON ALVES 1860 LUCENA 1874 ALCOFORADO J NIOR 1876 MONTENEGRO 1878 e BARRETO 1883 baixo n mero de 1 O Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento em 1846 recomenda a constru o de casas de corre o e de escolas prim rias como forma de combater a vadiagem e preven o de criminalidade no futuro ao imbuir nos jovens princ pios de moral e religi o argumentando que Em huma casa acanhada humida insalubre he t o imposs vel ter huma boa escola assim como he impossivel que um Profesor ignore ate deleixado desmoralisado bons disc pulos 142 Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley volta a tratar do Atheneu uma obra que se encontrava em estado de iminente ruina a qual tinha sido novamente contratada pelo presidente anterior Nesta ltima interven o foi necess rio ser demolida at a funda o para ser reedificado e portanto a cota destinada obra era reconhecidamente insuficiente O Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em 1878 trata da situa o prec ria do pr dio do Ateneu em mau estado de conserva o e com m veis danificados 144 Em 1848 o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira critica uma decis o tomada pela Assembleia Legislativa em 1847 que desviou verbas par
396. i a e a a O 319 16 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba PARTE A TITULO DE INTRODU O 17 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba PARTE I A T TULO DE INTRODU O CAP TULO 1 CONSIDERA ES INICIAIS Como dizia George Orwell a hist ria escrita pelos vencedores que acaba por se tornar a hist ria oficial a escrita dessa hist ria que nunca imparcial pode permitir a partir de uma an lise mais atenta ou cr tica outras interpreta es dos fatos assim a an lise hist rica pode nos ajudar a revelar uma realidade submersa exagerada ou contradit ria e fundamentalmente outros ngulos que pintam com novas cores o passado A presente pesquisa foi desenvolvida pensando se nesta perspectiva de revisita a um determinado per odo do passado o s culo XIX e para o conjunto de documentos que permitem uma determinada vis o hist rica elitista desse per odo para uma determinada realidade geogr fica a prov ncia e particularmente a cidade do Rio Grande do Norte FIGURA 01 Localizando o Rio Grande do Norte FIGURA 01 Localizando o Rio Grande do Norte Rio Grande s ci a Fonte autoria pr pria baseada no mapa do Brasil do IBGE acesso em abril de 2014 atrav s do link ftp geoftp ibge gov br mapas tematicos mapas murais brasil 2004 pdaf Foram utilizados os limites atuais do estado n o os do s c XIX Em outras palavras esta pesquisa traz co
397. ia com destaque para a navega o Do ponto de vista pol tico administrativo s o mencionados os funcion rios p blicos sobretudo os ligados s C maras Municipais e Ju zes A principal cr tica feita a estes funcion rios eram a pouca atua o e a baix ssima frequ ncia com que as assembleias aconteciam que tornava moroso qualquer processo que necessitasse de julgamento ou avalia o dos rg os p blicos Numa prov ncia cujo acesso educa o ainda era t o restrito indiv duos com determinada escolaridade e em condi es de assumir cargos p blicos era reduzido o que estimulava a superposi o de cargos para um mesmo indiv duo dentre os poucos com algumas aptid es como saber ler Al m dos funcion rios ligados rea administrativa vistos em geral como poucos e pouco atuantes outros funcion rios p blicos citados neste per odo foram o M dico o Professor e o Engenheiro Neste momento o M dico era muito mais uma quest o de status do que uma necessidade efetiva n o ocorreram problemas graves com a sa de p blica e o m dico acabou presente apenas num per odo limitado de tempo Por outro lado era de fato ineg vel a import ncia de um m dico os pr prios Presidentes apontam para esta falha e solicitam sua contrata o O RN deveria ter pelo menos um m dico este m dico deveria existir pelo menos na capital da prov ncia mas as limitadas finan as n o o permitiam Acerca dos Professores
398. ia atual do estado do RN Enquanto algumas casas de exporta o atuaram no RN a tributa o O CIDADE aumentou um pouco mas quando estes estabelecimentos fecharam em 1872 a 151 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba produ o passou quase toda para a Para ba Se a produ o de a car mobilizava fazendeiros mais ricos e ainda assim as melhorias tecnol gicas e de infraestrutura mal conseguiram se concretizar no caso do algod o cujo maior produtor era o pequeno agricultor praticamente nada foi feito no sentido de melhorar a qualidade ou os processos produtivos ao passo que os concorrentes internacionais investiam nestes quesitos Novamente o RN detinha um produto de exporta o importante como o gado no per odo anterior mas embora a produ o tenha sido consider vel os resultados em tributa o n o faziam jus ao volume produzido novamente pela falta de investimentos para melhoria de condi es b sicas como estradas transporte manejo aumento de produtividade t cnicas agr colas etc Diferente do que aconteceu com a pecu ria e a at certo ponto com a produ o a ucareira a cotonicultura do RN trouxe como consequ ncias al m desta movimenta o na economia aspecto socioecon mico expressivas mudan as f sico espaciais em especial nas principais cidades portu rias com a constru o de casas comerciais armaz ns e at mesmo ind strias de confec o t xtil e dado este
399. iano Tavares d Hollanda Juiz Municipal dos termos de Assu e Triunpho Paulo Leit o Louren o d Albuquerque Juiz Municipal do termo de Mossor Manoel Antonio de Oliveira Juiz Municipal do termo de Apody e Cara bas Francisco Bezerra Cavalcante d Albuquerque Juiz Municipal dos termos de Imperatriz e Portalegre Joaquim Ferreira Chaves Filho Juiz Municipal do termo de Pau dos Ferros capit o Focio Joaquim do Rego Barros Comandante da Companhia de Policia bacharel Luiz Frederico Codeceira Inspector da Thesouraria de Fazenda Rodolpiano Padilha Inspector da alf ndega Jos Estanislau da Fonseca Lopes Contador da Thesouraria de Fazenda capit o Eneas Leocradio de Moura Soares inspector do Thesouro Provincial da Fazenda Provincial Clementino de Paula Souza Malagueta Comandante da Companhia de Guarni o cirurgi o mor de brigada graduado Doutor Manuel Lopes de Oliveira Ramos Administrador da Enfermaria Militar Drs Antonio Manuel da Costa Barros e Virgilio Tavares de Oliveira 2 cirurgi es do corpo de sa de do exercito capit o reformado do exercito Antonio Cabral de Mello Leoncio Comandante da Fortaleza dos Santos Reis Magos capit o reformado do exercito Urbano Fernandes Barros Chefe da Secretaria Militar capit o tenente Ernesto Ignacio Cardim Capit o do porto e commandante da companhia de aprendizes marinheiros bacharel Jos de Cupertino Coelho Cintra Engenheiro fiscal por parte do governo geral e da pr
400. ica Latina e at prov ncias brasileiras s o tomadas como exemplares Rio de Janeiro Recife e S o Paulo foram as mais citadas acerca das tem ticas a maioria das fontes de inspira o tratou de instru o p blica seguidos por infraestrutura e finalmente por cadeias Esta maior precis o e detalhamento nas refer ncias nos faz inferir sobre um maior preparo da elite pol tico administrativa pelo menos no que se refere a apreender informa es de solu es interessantes para respaldar propostas de interven o nas mais diversas dimens es da cidade potiguar atrav s do uso de casos de sucesso j comprovados ao aplicar tais solu es Em linhas gerais houve investimentos em todos os mbitos pol tico administrativos e f sico espaciais analisados embora alguns em menor ou maior grau que outros praticamente sob todos os aspectos a cidade potiguar prosperou com rar ssimas exce es Considerando todos estes indicativos encontrados em praticamente todas as dimens es de an lise investigadas em nossa pesquisa que constatamos que no per odo compreendido entre 1846 e 1889 a cidade potiguar que antes quase em sua totalidade era apenas uma promessa deixa de ser um amontoado de itens de apreens o e passa ao campo da interven o materializando se tornando se efetivamente uma realidade A partir deste per odo n o encontramos mais estagna o ou retraimento a cidade potiguar segue avan ando e consolidando 275 D
401. icipais O foco principal das limpezas urbanas neste momento n o eram tanto os seus edif cios mas sim as ruas e estradas p blicas As dimens es que se exigiam ser limpas diante das casas variavam desde 3 3 a 22 metros e este servi o ficava por conta dos propriet rios ou inquilinos Numa realidade ainda t o atrelada ao meio rural a atua o da C mara Municipal potiguar no quesito edifica o dizia muito mais respeito limpeza urbana n o de edifica es mas de caminhos e estradas que por sua vez possibilitavam a mobilidade e comunica o num per odo em que as estradas eram t o raras quanto precariamente criadas e portanto demandavam uma manuten o constante No que se refere infraestrutura um dado alarmante sobre a cidade potiguar que n o foram encontrados investimentos p blicos neste setor nas cidades do RN exce o de Natal Em outras palavras as fontes p blicas pontes estradas e comunica o e aterro encontradas possivelmente s existiam ou ao menos eram solicitadas na capital Quando se fala em Fontes quase invariavelmente significam duas a primeira a Fonte da Cruz da Bica continuamente deteriorada em virtude das chuvas de inverno e a outra fonte d gua mencionada era a Cacimba S o Thom que assim como a Fonte da Cruz da Bica continuamente encontrava se danificada Acerca do abastecimento de gua e o cuidado com a prote o e cria o de 286 Da promessa realidade Adriana
402. ico a pesquisa se estende entre os anos de 1822 e 1889 ou seja o per odo do Brasil Imp rio Embora o interesse principal seja a percep o dos Presidentes de Prov ncia algumas refer ncias pontuais foram feitas ao per odo 24 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba colonial apenas para resgatar par metros de compara o com a situa o com a qual nos deparamos em nosso per odo de estudo O in cio do per odo estudado 1822 se justifica porque um marco nos movimentos contestat rios de car ter fortemente elitista e de base urbana que vinham se processando desde 1817 no RN e capitanias vizinhas e que perduraram at 1824 As elites da capitania tiveram participa o nesses movimentos inclusive no de 1821 quando parte dela tamb m se op s imposi o de uma nova constitui o portuguesa Como disse Teixeira 2002 importante ressaltar antes de tudo que todos estes movimentos sem exce o s o influenciados pelas id ias liberais e iluministas oriundas do s culo das Luzes Isto demonstra que as elites do Rio Grande do Norte seguidas muito lentamente por uma pequena parte da popula o em geral estavam mais ou menos informadas dos ideais subversivos em circula o TEIXEIRA 2002 esse momento de transi o para o pa s independente estruturado em prov ncias governadas por Presidentes de prov ncia que representa um marco inicial fundamental para a pesquisa desenvolvida Outro pe
403. iculares e oito 8 p blicos com aproximadamente 200 a 300 palmos quadrados s o cemiterios cheios de mattos e com cercas cahidas e na maioria os servi os ocorrem sem licen a do p roco em Macau o cemit rio tem extens o de 200 bra as cercado com madeira de mangue e tem port o feito s expensas dos fi is em Acari al m de particulares existem dois cemit rios p blicos um deles com 170 palmos quadrados feitos pelos fi is em Jardim h um cemit rio com capella altar dous ordens de catacumbas dous port es tres frontespi cios e um cruzeiro com dimens es de 55 metros de comprimento por 33 metros de largura em Angicos Santana do Mattos e Principe n o existem cemit rios e os enterramentos ainda acontecem nas igrejas 227 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba um cemit rio e estas doa es populares para a constru o de cemit rios no RN continuaram Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso comenta que o povo tem contribu do dous cemit rios vi levantados a sua custa de pedra e cal e bem decentes nas villas do Jardim e Acari Quando estive na cidade do Ass abri uma subscrip o para a conclus o do que se tem come ado n aquella cidadel Tamb m na villa do Principe abri remetti a planta que mandei tirar pelo engenheiro da provincia N o me parecendo conveniente nem pr prio do respeito que se deve aos mortos o estado em que vi o cemit rio da
404. idade novas perspectivas e projetos para o futuro cujo enfoque s o quest es pol tico administrativas e f sicos espaciais tentamos demonstrar que os n cleos urbanos v o refletir esse novo momento tornando se uma realidade cada vez mais palp vel Percebemos claramente um processo mais acentuado de consolida o da cidade e da urbaniza o do territ rio Segue se a esta ltima Parte a Conclus o a Bibliografia e o Ap ndice listando o material bibliogr fico e documental utilizado como refer ncia mas n o diretamente citado no corpo do texto 37 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba CAP TULO 2 A PROMESSA DE CIDADE 1822 1845 Cheguei s onze da manh cidade do Natal situada sobre a margem do Rio Grande ou Potenji Um estrangeiro que por acaso venha a desembarcar nesse ponto chegando nesta costa do Brasil teria uma opini o desagrad vel do estado da popula o nesse Pa s porque se lugares como esse s o chamados cidades como seriam as vilas e aldeias Esse julgamento n o havia de ser fundamentado e certo porque muitas aldeias no Brasil mesmo ultrapassam esta cidade O predicamento n o lhe foi dado pelo que ou pelo que haja sido mas na expectativa do que venha a ser no futuro Henry Koster 1978 p 896 O per odo compreendido entre 1822 e 1845 marca o in cio do processo de refor o da vida urbana no RN a come ar pelos movimentos contestat rios de car ter fortement
405. idade de ao inv s de reformar realocar o cemit rio para tanto nomeou uma comiss o composta pelos m dicos auxiliados pelo Dr Engenheiro da Provincia para fornecerem seu parecer ilustrado e competente O assunto retomado em 1876 no Relat rio do Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior quando o Inspetor de Sa de P blica defendeu a conveni ncia de fechar definitivamente o cemit rio existente plantar rvores no espa o e contruir um novo cemit rio em local apropriado segundo uma s rie de caracter sticas elencadas no documento Como as finan as n o permitiram o Presidente mandou ro ar e cercar um terreno cont guo ao atual cemit rio para acomodar os corpos de mortos por febre amarela 187 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba funcion rios p blicos existiam neste ano mas m dicos atendendo de forma particular para elencar medidas higi nicas a serem adotadas Diferente da situa o dos engenheiros no final deste per odo a prov ncia contava com m dicos e n o somente os p blicos o que nos permite inferir que embora diminuindo as doen as acometiam solicitando a presen a destes profissionais Assim como os engenheiros os sal rios dos m dicos era sempre respeitado A nica exce o detectada foi em 1878 quando um m dico concordou em ter reduzidos seus vencimentos Em s ntese os surtos de epidemias estimularam a vinda e perman ncia de m dicos no RN
406. idas constantes repassadas de governo a governo De in cio ainda como reflexo dos saldos positivos em consequ ncia do aquecimento econ mico no decorrer da d cada de 1860 os d ficits foram sendo sanados com os resqu cios deste per odo Contudo conforme estes saldos foram se extinguindo come a um ciclo de empr stimos e lan amentos de ap lices na tentativa de equacionar a balan a desequilibrada A este respeito encontramos um relato do Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado em 1880 bastante esclarecedor Ele analisa a d cada de 1870 e identifica em todos os anos a exist ncia de d ficits maiores ou menores em decorr ncia da insufici ncia de rendas para socorrer as despesas do or amento p blico Desde 1871 que as despezas mantem se superior a 300 000 000 e a receita na media de 280 000 000 Este desequil brio permanente esta insufficiencia da receita para occorrer as despezas reclamadas pelas necessidades do servi o ordin rio absorveram os cem contos de reis do primeiro empr stimo ao banco do brazil uma parte do segundo e os 42 000 000 da emiss o de 266 apolices MACHADO 1880 Vejamos agora como outros Presidentes apreendem as finan as da prov ncia neste per odo investigado J em 1860 o presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves identifica uma redu o na receita da prov ncia ao que ele atribui diminui o de alguns itens da receita e cita especificamente o imposto da meia siza do
407. ido de uma senten a de despejo contra os moradores obteve o aux lio 122 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de pra as junto ao juiz executor e iniciou o processo de derrubada das casas Quando iniciou a derrubada da casa do pescador Francisco Magalhaes segundo o Presidente originou se para logo uma certa resist ncia por parte dos interessados seus parentes e amigos em numero de quinze homens pouco mais ou menos armados com dois ou tr s clavinotes e cacetes Travou se ent o uma luta horr vel depois do conflito varejaram as casas das vitimas em procura de seus inocentes filhinhos para mata los e cortar lhes as orelhas Por felicidade escaparam nos bra os de duas m es que foragiram com eles CARVALHO 1877 Em 1878 o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro retoma este ocorrido em Canguaretama ao tratar do julgamento do facinora Jo o de Albuquerque Maranh o Cunha cujas atrocidades tanto perturbaram a tranquilidade publica pelo assassinato b rbaro de 6 pais de fam lia MONTENEGRO 1878 De acordo com o Presidente a absolvi o do senhor de engenho causou revolta e indigna o junto popula o e em virtude de ser uma injusti a escandalosa MONTENEGRO 1878 n o obteve unanimidade o que o levou de volta cadeia da capital A partir deste mesmo ano iniciam se nos Relat rios registros referentes s perturba es ocasionadas pelas secas sendo o ano de 1878
408. iferentes posi es que surge a ideia de rela es sociais ou sistema de rela es sociais a sociedade um sistema de rela es n o uma soma de posi es individuais O segundo identifica que essas posi es rela es sociais formam uma estrutura denominada estrutura social Embora constitu da por indiv duos grupos classes os agentes sociais tais rela es ocorrem independente da vontade desses agentes Estas posi es embora sejam exteriores aos indiv duos influenciam sua forma de pensar e agir O terceiro defende que a estrutura social comporta uma s rie de assimetrias e hierarquias que fazem o espa o social ser um espa o de lutas E o quarto especifica que se os agentes sociais partilham da mesma posi o social devem ter algo em comum e este constitui uma classe Em s ntese ao colocar que a elite estudada pertence a uma classe social dizemos que esta possui elementos em comum que mant m os agentes sociais de forma coesa compondo esta classe as posi es que as v rias classes sociais ocupam s o exteriores aos indiv duos mas influenciam sua postura individual para que esta classe exista fundamental a exist ncia de outras com as quais se relaciona e finalmente no caso da elite ao 5 LEITE 2011 31 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba falarmos em estratifica o social posicionamos a elite numa classe social que det m uma situa o de destaq
409. ifica o quanto localiza o de aterros o Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira menciona pela primeira vez as obras do aterro do Guarapes que estavam em andamento apesar das dificuldades deste tipo de obra No ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior nos d not cia sobre o desenvolvimento desta obra Em 1862 o Presidente Leocardio Trajano Medeiros Murta atestou o grande impulso dado ao aterro do porto de Guarapes e informa da conclus o do cais na pra a da Alf ndega No ano de 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva tratou da proposta de um cais na ladeira do Passo da P tria como obra indispens vel para o complemento do cal amento rec m conclu do na ladeira Prop s tamb m a mudan a do armaz m do Porto da Jurema numa das margens no rio Mossor para Areia Branca o que possibilitaria embarca es de maior calado Se at agora t nhamos s relatos positivos acerca de cais em Natal no ano de 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha encontrou o cais da pra a da Alf ndega e o do Passo da P tria arruinados e solicitou ao Engenheiro da prov ncia o levantamento do or amento os reparos sugerindo ainda que o cais da Alf ndega se prolongasse at o Passo da P tria Em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho registra sua preocupa o para com as barras tanto da Capital como de Macau e Mossor cujas areias movidas pelos ventos estavam a oreando as tr s barr
410. iguares este servi o urbano n o estaria dispon vel Quando associamos a falta de ilumina o p blica a vastid o da prov ncia a precariedade dos caminhos a insufici ncia da pol cia e a grande di spora humana impulsionada pelas calamidades clim ticas e de sa de p blica temos a dimens o do quanto a seguran a p blica rapidamente poderia se transformar em caos social nas cidades potiguares bem como nos percursos seguidos pelos retirantes e nos distantes sert es da prov ncia O clima de inseguran a certamente impulsionou os mais abastados a enfrentar as dificuldades de deslocamento e abandonar o sert o em dire o ao litoral onde a realidade aos poucos se modificava com a atua o das frentes de trabalho alimentadas pelos pr prios retirantes que se acumulavam na capital e imedia es O ac mulo de pessoas longe de significar tranquilidade na apreens o dos Presidentes era mais um motivo de preocupa o pois a reuni o de um grande n mero de vadios poderia dar margem a insurrei es e a t o temida intranquilidade p blica apontada em v rios pontos do imp rio mas at ent o in dita no RN Neste per odo nenhuma localidade potiguar era considerada segura a redistribui o populacional e a falta ainda de estat sticas reais causavam nos Presidentes a apreens o de que a situa o chegara ao limite e sob muitos aspectos de fato tinha chegado Para finalizar retomamos a quest o do policiamen
411. il e sobretudo no RN pois a Inglaterra sem seu principal fornecedor de mat ria prima para manuten o de sua ind stria t xtil encontrou no Brasil um substituto para os Estados Unidos mesmo de que forma tempor ria Veremos neste item de que forma estas novas rela es comerciais estrangeiras impactaram e modificaram a cidade potiguar Monteiro 2007 p 101 destaca no RN entre as d cadas de 1850 e 1860 o surto de desenvolvimento comercial por um lado de exporta o de mat ria prima e por outro lado a importa o de produtos industrializados europeus Enfatiza que neste per odo muitas casas comerciais com matrizes europeias fundam filiais no RN como foi o caso da Casa Graff de Johan Ulrich Graff fundada em 1865 atrav s de capital misto de su os e ingleses cujas 191 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba filiais se localizavam tanto no RN como no Cear De acordo com Santos 1994 p 89 esta firma adquiria algod o a car pau brasil tatajuba e outros produtos De in cio se instalaram em Natal depois se trnsferiram para Mossor mantendo uma filial ca capital e por fim encerrou suas atividades em 1873 Suassuna 1999 p 60 61 complementa explicitando o surgimento de outra firma em 1859 a de Fabr cio Gomes Pedroza e fam lia S A tamb m conhecida como Casa de Guarapes respons vel pela exporta o direta de a car e algod o para a Europa mais adiante esta firm
412. ilas de ndios FIGURA 06 Mapa com localiza o das vilas de ndios do RN havia se reduzido tanto que o presidente Assis Mascarenhas chega a propor que a administra o dos bens ind genas se tornasse atribui o das C maras Municipais reformulando a fun o os Ju zes de rf os Este dado precisa ser analisado considerando um contexto mais amplo a redu o da popula o ind gena implicava em redu o de suas terras que ficavam assim disposi o dos colonos brancos Em outras palavras em n o existindo ind genas n o precisariam existir terras destinadas ao uso destes como melhor explicam Monteiro 2007 p 109 e Teixeira 2009a p 472 FIGURA 06 Mapa com localiza o de vilas de ndios do RN 1822 a 1845 Fonte autoria pr pria baseada em TEIXEIRA 2009a p 120 LEGENDA Base em cartografia atual do estado do RN A POVOA O EE VILA O CIDADE Analisemos agora o gr fico do crescimento da popula o escrava negra Da mesma forma que o gr fico do crescimento da popula o geral do RN a popula o negra vem sofrendo um crescimento constante mais lento entre 1805 a 1835 26 86 e em 1844 mais que duplica em rela o ao censo de 1835 acr scimo de 2 168 pessoas ou 129 10 Considerando que a m o de obra escrava negra ligava se diretamente com produ o agr cola percebemos que entre 1835 e 1844 o RN teve 42 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba um a
413. ilisado Parece me igualmente que n o podeis recusar a entes t o desventurados que jazem sepultados no hediondo fetido humido e estreito ergastulo que se chama Cadeia d esta Cidade alguma roupa que os tire da nudez em que pela maior parte se ach o expostos aos transes do frio e da humidade que como n o ignorais he aqui pelo inverno rigoroso em qualquer parte quanto mais n aquella lubrica e mal agourada mans o SARMENTO 1845 Esta era a situa o dos locais onde se encontravam cadeias nas aglomera es urbanas onde estes edif cios n o existiam os presos eram enviados para outras cidades que destas dispunham muitas vezes superlotando pr dios j sem condi es de receber o contingente m nimo para o qual foram projetados Contudo como j foi visto na maioria dos casos os criminosos n o recebiam a pena que mereciam pela pol tica de apadrinhamento o que demonstra um quadro ainda mais preocupante posto que nestas cadeias ficavam os raros detentos que n o conseguiam se desvencilhar de suas condena es e mesmo assim estas cadeias n o eram suficientes Muito embora tenhamos pontuado as poucas verbas destinadas aos edif cios das cadeias e ao sustento dos presos significativo destacar que estes donativos existiram mesmo que em menor propor o do que seria para a boa conserva o de seus pr dios Para corroborar esta afirma o nos apoiamos numa cita o do capit o mor do Rio Grande do Norte
414. ilustrando Natal em 1864 Encontrado em Miranda 1999 p 55 Assim fecha se um ciclo de problemas com repercuss es graves na seguran a p blica identificado pelos Presidentes a falta de espa os doutrin rios religiosos e c vicos Igrejas e Escolas e a falta de espa os de corre o pris es que penalizassem os criminosos aliados ao n o cumprimento ou absolvi o dos 77 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba condenados causando a muita impunidade e inseguran a na Prov ncia de acordo com as apreens es dos Presidentes Um demanda tamb m mencionada nos Relat rios de Presidente de Prov ncia diz respeito a espa os que funcionem como Hospital ou Casa de Caridade ou ainda uma Casa para rf os Nenhum aglomerado urbano potiguar nem mesmo a capital contava com um local para abrigar doentes ou rf os sobretudo os mais pobres Esta solicita o vinha muitas vezes atrelada ao pedido por um M dico que atendesse s demandas do Rio Grande do Norte como vimos a presen a de um M dico do Partido P blico ainda chegou a acontecer por um breve per odo j a constru o de um edif cio ainda n o neste primeiro momento da investiga o Tratando agora do Equipamento P blico mais mencionado nas Posturas Municipais compreende as edifica es relacionadas ao Com rcio aqui podendo ser entendido como mercado p blico a ougue e matadouros sejam eles p blicos ou os particulares licenciados pe
415. ilva Gama Comiss o composta para obra da Ponte dos Touros Antonio Jose de Mello e Souza Contratado para obra da Ponte sobre o rio Trahiry Joao Olympio de Oliveira Mendes Contratado para obra da Ponte de Pitimb e Cajupiranga Manoel da Costa Reis Contratado para obra de constru o de uma pequena casa para servir de lazareto capit o Roberto de Paiva Rocha Juiz municipal do termo do Cear mirimO bacharel Augusto Carlos Amorim Garcia Ex Diretor Geral da Instru o Publica bacharel Jos Moreira Brand o Castello branco Ex Diretor Geral da Instru o Publica Manoel Teixeira da Fonseca Silva secretario instru o p blica doutor Luiz Carlos Lins Wanderley Diretor Geral da Instru o Publica Jose Joaquim Machado Cirurgi o doutor Vicente Ign cio Pereira medico do partido publico cidad o Domingos Henriques de oliveira Junior Contratado para Obras publicas Palacete d Assemblea Provincial Roberto Francisco da Silva Barros Contratado para Obras dalLadeira do Passo da P tria cidad os Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o Manoel Alves Teixeira de Moura e Antonio Idalino de Vasconcellos Comiss o para obra do A ude da Macahiba cidad o Urbano Joaquim de Loyola Barata Contratado para Obras de reforma do Hospital de Caridade Ernesto Augusto Amorim do Valle Engenheiro de obras publicas Gerente F F Borges Justino Jos de Souza campos Escrit rio da Companhia pernambucana Bacharel Vicente Ferreira Gomes ju
416. im de Oliveira Juizes de Paz da freguezia de S Bento Major Jos Alves de Menezes alferes de policia Jos Olympio de Paula Moreira Subdelegado de Policia do districto de S Bento alferes do exercito Francisco de Deos e Costa Subdelegado do districto de Canguaretama ou Penha bacharel Octaviano Cabral Raposo da Camara Joao Ignacio Loyolla Barros Juiz de paz Aleixo Barbosa da Fonseca Tinoco secretario Antonio Francisco Pinheiro da Camara secretario Joao Ferreira Nobre escrutador Jos Ignacio de Brito escrutador Membros da mesa paroquial de Natal padre Jos Gabriel Pinheiro Vigario da freguezia de Ar s Francisco Justino Pereira de Brito Vigario visitador presidente Jos Quintino de Medeiros Juiz de Paz Villa do Jardim Sr Tenente Focio Joaquim do Rego Barros Delegado de policia Francisco Justino Pereira de Brito Vigario Joaquim Ferreira Nobre Pelinca Dr Francisco Xavier Pereira de Brito Canuto Ildefonso Emmerenciano e Manoel Ferreira Nobre Junior Vereadores de Imperatriz Ricardo Vieira do Couto Chefe de sec ao da 30 07 1863 a 21 08 1866 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 327 Secretaria do Governo Joaquim Theodoro Cysneiros de Albuquerque Juiz municipal do termo do Cear mirim Jos Moreira B Castelo Branco e Pedro Leao Velloso Deputados Geraes Dr Francisco Gomes da Silva Junior Deputado provincial Manoel Ferreira Nobre Junior Joaquim Ferre
417. imo dado deste gr fico datado no ano de 1878 que traz como nula a produ o de a car neste ano carece de esclarecimentos Entre os anos de 1877 e 1879 o RN enfrentou uma das mais severas secas do s culo XIX que praticamente dizimou o rebanho e agricultura potiguar Vez que a produ o foi t o baixa e dada a situa o de calamidade p blica os Presidentes de Prov ncia nos Relat rios de 1878 e 1879 n o cobraram os impostos devidos e consideraram como nula as produ es tanto de a car como de gado destes anos contando com o aux lio dos socorros p blicos do Governo Geral para a subsist ncia da popula o que permaneceu da prov ncia 138 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 27 Arrecada o do A car valores em Contos de R is entre os anos de 1846 a 1889 450 400 350 300 250 200 150 100 50 1847 1848 1849 1850 1851 1852 1854 1855 1860 1861 1867 Fonte Autoria pr pria baseada nas seguintes refer ncias Velloso 1962 dados dos anos de 1851 a 1860 Montenegro 1878 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis Fica claro que o apogeu do a car ocorreu entre os anos de 1860 e 1861 Para ilustrar este auge Santos 1994 p 93 explica que em 1861 havia no RN 173 engenhos de ferro e apenas 12 engenhocas que ao
418. impacto mais contundente na constru o e modifica o da cidade este aspecto da produ o algodoeira retomado no cap tulo 4 3 3 4 Promessas econ micas que n o alavancaram Sal Pescado e Carna ba O sal um produto h muito conhecido no RN sempre visto como uma das grandes riquezas da terra Mas alguns entraves se colocavam no desenvolvimento desta atividade segundo Suassuna 1999 p 59 o uso de ferramentas rudimentares ocasionava a m qualidade do produto al m de elevavam o custo da produ o dado o grande desperd cio Assim o RN permaneceu fora do mercado ga cho da charqueada para as quais era usado o sai europeu mais barato e de melhor qualidade Para corroborar esta problem tica em 1849 o Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques registrou em seu Relat rio que a extra o de sal vinha diminuindo muito por n o conseguir sustentar a concorr ncia com o sal estrangeiro e complementa A qualidade do sal depende do beneficio dos tanques em que se recolhe a agoa para ser evaporada e que muitas vezes s o formados sobre a lama logo que neste servi o se empreguem maiores capitaes deve melhorar o fabrico d este producto de geral consumo que mediante a prote o do Estado p de augmentar muito a riqueza da Provincia TAQUES 1849 152 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha argumentou que se todos os terrenos salineiros do RN foss
419. importante da cidade as igrejas aqui se encontram quase todas em ru nas mostrando a displic ncia e pobreza de seu povo 287 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba em sua maioria negros escravos e seus descendentes al m de ndios estes indolentes habitantes da terra Pregui osos ignorantes e irrespons veis s o muito pobres e todos analfabetos N o existem escolas e as poucas cadeiras que existem funcionam nas casas dos pr prios professores e s o muito distantes para possibilitar uma frequ ncia m nima dos estudantes O ensino de p ssima qualidade e como os sal rios s o baixos n o atraem bons professores quem quer uma boa educa o precisa recorrer Europa E aqui no RN s o poucos os que podem fazer isto S o poucos os indiv duos que t m condi es de assumir os cargos p blicos ocasionando um verdadeiro caos no funcionamento da m quina administrativa Tamb m n o temos cadeias as poucas existentes s o t o prec rias e todos os presos precisam ser encaminhados para Natal a capital da prov ncia Este translado muito dif cil porque al m de caro para os cofres p blicos n o temos policiamento suficiente e as estradas s o muito prec rias tornando qualquer viagem pelo RN extremamente penosa Ali s esta a principal raz o de porque nossos maiores produtos o a car e o gado n o geram tantos impostos para a prov ncia os produtores acabam preferindo enviar seus prod
420. ina o no bairro da Cidade Alta considerado at ent o um bairro de elite Mas a ilumina o p blica de Natal durou muito pouco tempo j no ano seguinte o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior critica a grande verba empregada para este servi o o sistema antigo Sessenta lampe es que serviram durante a antiga ilumina o de azeite na cidade do Recife e sobretudo a dist ncia em que foram colocados h mais de 500 passos de um a outro inviabilizando uma ilumina o conveniente para uma cidade inteira Desta forma o Presidente Figueiredo Junior defende a n o renova o do contrato pois era um melhoramento ass s defeituoso que de certo n o se compadece com as for as do nosso cofre Outra cita o que indiretamente nos faz perceber o crescimento da cidade se de in cio 8 a 10 lampi es bem ou mal iluminavam a cidade e em 1859 eram indicados 70 a exist ncia de 50 lampi es t o espa ados e que n o davam conta da cidade nos demonstra mais uma vez o crescimento desta cidade Em 1867 o Presidente Gustavo Adolfo de S trata lastima a falta de ilumina o p blica de Natal recebeu informa es de que j houvera tentativas neste sentido e indica que se procurasse novamente investir mesmo que em escala mais reduzida A ilumina o p blica retorna em Natal em 1883 pela interven o do Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto justificada por ele mesmo Entendendo que a ilumina o da capital
421. ino do Correio geral alferes reformado do exercito Galdino Cancio de Vasconcelos Monteiro Comandante do Dep sito de artigos b licos Jos Mariano da Costa Nunes Diretor da Tesouraria de fazenda geral Antonio dos Passos Miranda Inspetor da Tesouraria provincial Pedro de Alc ntara De o Secretario da presid ncia Bacharel Francisco de Souza Nogueira Ex Chefe de policia bacharel Jos Ign cio Fernandes Barros Chefe de policia Interino bacharel Ernesto Adolpho de Vasconcellos Chaves Chefe de policia Manoel Laurentino Freire de Alust o Navarro Adjunto do Promotor publico daquella comarca no termo de Papary o capit o Joaquim Ferreira Pinto Adjunto do promotor publico da commarca de P o dos Ferros Sabino Soares da Silveira Ex Adjuncto do promotor publico da commarca do Apody Joaquim Idalino de Araujo Adjuncto do promotor publico da commarca do Apody alferes Tiburtino de Azevedo Mangabeira Partidor e Distribuidor do termo de S Jos de Mipib Florentino de Azevedo Cunha 1 tabeli o do publico judicial e notas e escriv o das execu es c veis e crimes do termo de Papary Joaquim Ferreira Lustosa Lima 2 tabeli o do publico judicial e notas e escriv o das execu es c veis e crimes do termo de Papary Joaquim Jos Corr a Escriv o do geral e de orph os do termo de Port Alegre Jo o Vito do Conto 2 tabeli o do publico judicial e notas e escravid o do c vel e crime do termo da Imperatriz capit
422. ios tamb m ligados seguran a p blica Contudo o Quartel em si vai perdendo seu pr io original migrando para outros pr dios de qualidade inferior at ser alocado numa casa particular Tal fato nos d a dimens o da import ncia dada ao quartel neste per odo o que nos parece um tanto contradit rio considerando a posi o estrat gica do RN e de Natal como ponto militar privilegiado mas n o refor ado pela elite pelo menos n o na maior parte do per odo quando vemos outros equipamentos p blicos avan ando quase sempre com melhorias 4 5 1 6 Igrejas Um dos primeiros aspectos que nos chama a aten o neste per odo comparado ao anteriormente exposto a expressiva diferen a na quantidade de refer ncias que o equipamento p blico Igreja teve nestes dois per odos distintos Enquanto entre 1822 1845 a Igreja aparecia em primeiro lugar sendo o edif cio p blico mais mencionado neste 1846 1889 ela cai para o 8 oitavo edif cio mais referenciado nos permitindo concluir que a Igreja e a pr pria religi o cat lica vai paulatinamente perdendo sua for a e angariando cada vez menos recursos o que tamb m vai comprovado pelas falas dos Presidentes de Prov ncia J em 1848 o Presidente Antonio Joaquim De Siqueira lamenta o flagelo da seca que diminuiu muito a riqueza da popula o o que por conseguinte impediu que se contasse com o aux lio do povo para a manuten o dos templos Em 1853 o
423. ira Nobre Pelinca bacharel Francisco Xavier Pereira de Brito e Canuto Ildefonso Emmerenciano Vereadores da camara municipal de Natal alferes Galdino Cancie de Vasconcellos Monteiro Delegado militar para o Termo de Pau dos Ferros Tenente da meia companhia de policia Focio Joaquim do Rego Barros Subdelegado de S Bento Bacharel Miguel Gon alves Lima Juiz de Direito da comarca do Serid bacharel Jesuino de Souza Martins Juiz de Direito da comarca da Maioridade Gustavo Luiz Guilherme Dodt Engenheiro Hydraulico Manoel Bernadino Bolivar Luiz Calos Dias Wanderley Vicente Ignacio Pereira e Firmino Jos Doria M dicos Louren o Fernandes Campos Caf J nior curioso em Medicina Dr Joaquim Antao de Sena M dico do Partido P blico da comarca do Ass Louren o Antonio do Amaral Vaccinador Jos Joaquim Machado Cirurgiao do corpo de sa de padre Jos Alexandre Gomes de Mello Vigario de Papary padre Jos Gabriel Pinheiro Vigario de Arez Jos Rodrigues Vianna Contratado para a obra do Caes da pra a da alfandega Francisco Barvalho Bezerra Cavalcante Contratado para a obra do aterro da coroa segue para a villa de S Gon alo Manoel da Costa Reis Contratado para reparos no cal amento da ladeira e aterro que liga o bairro alto da Ribeira Jos ileg vel Emmerenciano Contratado para a obra do Caes do salgado na Ribeira Reverendo vigario e dos cidadaos Francisco de Paula Ridrigues de Paiva e Manoel Francisco da S
424. iro este porem n o quis seguir com a gratifica o de 3 000 rs di rios pelo que o substitui por outro demonstrando que a prov ncia j come ava a ter uma maior quantidade de profissionais para atender s demandas na rea da sa de e podia escolher profissionais ao menos no caso de enfermeiros 119 Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira nos traz um quadro muito negativo quando um conjunto de mol stias cholera morbus a variola e a febre amarela faziam estragos em differentes localidades Confirmou a visita de v rios m dicos a diversos pontos da prov ncia providenciadas pelos seus antecessores a saber os Drs Em medicina Manoel Bernadino Bolivar Luiz Calos Dias Wanderley Vicente Ignacio Pereira e Firmino Jos Doria assim como o curioso Louren o Fernandes Campos Caf J nior 120 Em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva relata a continuidade das epidemias febres intermitentes em Natal 121 Em 1878 em plena seca o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro trouxe em seu Relat rio uma situa o preocupante de surtos de epidemias casos de bexigas febres intermitentes beri beri var ola e outras mol stias em Jardim S o Jos de Mipib Cear mirim Macau e Mossor Para combater estas doen as o Presidente estava enviando ambul ncias criado hospitaes ao cuidado de m dicos parmaceuticos e algumas pessoas indoneas em falta d aquellas mediante gratifica o proporcional ao
425. iro Editora UFRJ Relume Dumar 1996 CARVALHO Antonio Francisco Pereira de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla dirigida Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte na sess o ordinaria que teve lugar no dia 17 de fevereiro anno de 1853 pelo Ilmo e Exm Sr Presidente da Provincia o Dr Antonio Francisco Pereira de Carvalho Pernambuco Typographia de M F de Farla 1853 CARVALHO Jos Nicolau Tolentino de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Fala com que o Exm Sr Doutor Jos Nicolau Tolentino de Carvalho abriu a 2 sess o da 21 legislatura da Assembl ia Provincial do Rio Grande do Norte em 18 de outubro de 1877 Pernambuco Typ de M Figueiroa de Faria amp Filhos 1877 CASCUDO Lu s da C mara Hist ria do Rio Grande do Norte Natal Instituto Hist rico e Geogr fico 1974 CASCUDO Lu s da C mara O livro das velhas figuras Natal Rio de Janeiro Achiam 1984 305 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 CASCUDO Luis da C mara Governo do Rio Grande do Norte Mossor ESAM 1989 CEAR MIRIM C mara Municipal Posturas 1863 CEAR MIRIM C mara Municipal Posturas 1874 CODATO Adriano e LEITE Fernando Uma introdu o ao conceito de classe social Acesso em agosto de 2013 atrav s do site http adrianocodato blogspot com br 2009 05 u
426. iscursos isoladamente mas considerando tamb m as pontes existentes entre os documentos e o contexto hist rico no qual estes se inserem 1 4 A ESTRUTURA DA TESE A seguir apresentamos a estrutura da tese e sua sistematiza o em partes e cap tulos Basicamente conta com duas partes cada uma delas dividida ainda em dois cap tulos a organiza o das partes obedeceu aos recortes cronol gicos propostos cujas datas ou anos limites j foram explicitados anteriormente A Parte compreendeu o per odo de 1822 a 1845 e a Parte Il corresponde ao per odo de 1846 a 1889 Cada uma destas duas partes se subdivide em dois cap tulos que se conectam com os tr s eixos de an lise da percep o da elite sobre a cidade ou seja aspectos socioecon micos pol ticos administrativos e f sico espaciais O primeiro dos dois cap tulos contidos em cada Parte aborda a percep o que a elite tem sobre a cidade pelo vi s dos aspectos sociais e econ micos O segundo trata da percep o da elite sobre a cidade a partir de sua dimens o pol tico administrativa e f sico espacial 36 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Apenas a primeira Parte introdut ria foge um pouco a essa estrutura As partes e cap tulos correspondentes s o os seguintes Na Parte A T TULO DE INTRODU O temos o Cap tulo 1 referente Introdu o propriamente dita da tese correspondente s considera es que v m sendo feitas at aqui e o
427. isto de pontes assinado neste per odo se concretize mais adiante ligando nosso centro produtor mais importante Cear Mirim capital A cidade potiguar mesmo ainda precisando de muitos melhoramentos para se tornar uma cidade definitivamente civilizada fornece fortes ind cios de que conseguir atingir o seu objetivo bastando seguir por este caminho j tra ado Sim a cidade potiguar n o mais uma promessa ela finalmente uma realidade Embora possamos questionar como foi feito ao longo deste trabalho certas afirma es e avalia es da elite pol tico administrativa sobre a cidade potiguar podemos concluir que a percep o que ela faz sobre essa cidade tanto em sua apreens o quanto em sua interven o corresponde grosso modo realidade Em outras palavras a an lise do discurso dessa elite particularmente dos Presidentes da prov ncia do RN mesmo que tenha apontado nuances exageros interesses omiss es propositais e outras quest es do g nero n o suficiente para destituir a validade desse discurso como essencial para a compreens o e descri o de como era essa cidade em si tal qual ela se desenvolveu ao longo do per odo estudado 1822 1889 Sem d vida autores tanto cl ssicos como contempor neos do Rio Grande do Norte que trabalharam com temas relacionados hist ria urbana ou hist ria da cidade potiguar se debru aram sobre os Relat rios dos Presidentes da prov ncia do RN e c
428. iunfo atual Campo Grande adicionais de 1884 datada de 28 de julho de 1883 e de 1871 datada de 27 de outubro de 1871 Canguaretama adicionais de 1877 datada de 12 de abril de 1877 e de 1874 datada de 11 de julho de 1873 Goianinha adicional de 1852 datada de 2 de dezembro de 1852 Papari atual N sia Floresta adicional de 1877 datada de 29 de agosto de 1877 Pr ncipe Atual Caic de 1873 datada de 25 de outubro de 1872 de 1877 datada de 27 de outubro de 1877 sobre a ougue de 1863 datada de 31 de janeiro de 1863 de 1864 datada de 15 de outubro de 1865 de 1865 de 1858 datada de 4 de janeiro de 1858 Touros de 1877 datada de 10 de novembro de 1877 Acari de 1871 datada de outubro de 1871 Cara bas adicional de1882 datada de 7 de outubro de 1882 Mossor de 1884 datada de 10 de outubro de 1883 Mossor adicional de1887 datada de 20 de janeiro de 1887 Cear 172 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba mas sabemos que o RN apresenta muito mais localidades dotadas de Posturas Municipais do que no recorte anterior Isso comprova uma maior participa o das C maras municipais e de suas respectivas Posturas na ordena o e regulamenta o do espa o urbano Considerando que muito possivelmente diversos exemplares produzidos foram perdidos al m daqueles que s o ileg veis devido a sua precariedade podemos concluir que uma quantidade siginificativa delas foi produzi
429. ividade econ mica e comercial em particular vai refor ar cada vez mais a passagem da prov ncia do rural ao urbano ainda o mundo urbano espere atpe a segunda metade do s culo XX para se tornar efetivamente predominante no Rio Grande do Norte 4 4 A ELITE E A QUEST O TERRITORIAL RN EM LUTA PELOS SEUS PROPRIOS LIMITES Como um dos reflexos territoriais do pocesso de consolida o da cidade e de sua expans o num rica a quest o dos limites do RN com outras prov ncias volta a ser retomada em v rios momentos deste per odo entre 1846 e 1889 tanto com a Para ba como com o Cear A primeira refer ncia identificada neste sentido ocorre em 1849 quando o Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques informa problemas de limites entre a Freguezia de Santos Cosme e Dami o da Serra do Pereira na Provincia do Cear e a Freguezia de Pau dos Ferros no RN De acordo com o Presidente Taques uma representa o promovida pelo vig rio do Cear solicitou que o Governo Imperial determinasse os limites entre as prov ncias ao que o Governo repassou para que fosse delimitado em comum acordo entre os Presidentes locais o que foi acertado tomando como refer ncia uma fazenda situada no vale entre ambas as serras do Frade e Jardim e do Pereira Em 1861 o problema de limites agora era 195 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba com a Para ba o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior atesta a invas o do l
430. iz de direito da comarca Vigario Bartolomeu da Rocha Fagundes Doutor Vicente Ignacio Pereira lago Francisco Pinheiro Inspetor da Tesouraria Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 328 provincial Jo o ferreira nobre e Joaquim Ferreira Nobre Pelinca empregados aposentados Membros da Comiss o patri tica de socorros da capital enente coronel Jo o Chrisostomo Bezerra Cavalcante Presidente de Prov ncia Luis Barbosa da Silva Joaquim Theodoro Cisneros d Albuquerque Secret rio do Governo do RN Joaquim Guilherme de Souza Caldas Secret rio da Policia do RN Eneas Leocracio de Moura Vasconcelos Chefe da Contadoria de Thesouraria Provincial do RN T A Ramos Zany Inspector da Alf ndega Ajudante interino da Alf ndega Jo o Rodrigues Lins Official maior da Alf ndega Gustavo Luis Guilherme Dodt Engenheiro hidr ulico Manoel Teixeira da Fonseca Silva Secret rio da Instru o P blica do RN Jo o Ignacio de Loyolla Barros Administrador do Correio Alexandre Thomaz Seabra de Mello Servindo de Chefe da Segunda Sec o da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes Servindo de official Maior da Secretaria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Dr Ernesto Augusto Amorim do Valle Engenheiro Director das obras publicas cidad o Antonio Ferreira Pacheco Contratado para obras do Aterro do salgado Alexandre Thomaz Seabra de
431. l Certos de n o haver puni o o que fazia a popula o seguir as legisla es promulgadas por qualquer rg o p blico como as Posturas Dada baixa receita das Municipalidades podemos inferir que as multas por desacato s Posturas por exemplo possivelmente n o eram arrecadadas ou sequer cobradas deixando que a cidade na pr tica se desenvolvesse de acordo com o entendimento de cada um s vezes revelia da elite e de suas legisla es Al m dos Presidentes observamos as C maras Municipais agindo para minimizar a quest o do policiamento atrav s das Posturas Havia uma preocupa o da C mara Municipal e dos Ju zes de Paz com o controle da popula o e dos h spedes destes moradores para exemplificarmos dar abrigo a algu m por mais de tr s dias motivo nas Posturas de Apodi de 1837 para se comunicar ao Juiz de Paz mostrando documentos que comprovem sua idoneidade J nas Posturas de Angicos 62 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de 1837 o tempo oito dias a partir dos quais obrigat rio avisar autoridade O m ximo deste tipo de controle visto nas Posturas de S o Jos de Mipibu Art 1 Os ju zes de Paz far o de dois em dois anos um exato arrolamento de todas as pessoas que existirem nos Distritos de sua jurisdi o com especifica o de suas naturalidades idades e ocupa es fazendo assinar os vadios termo de bem viver em o qual se designar a ocupa o o
432. l as conclus es destes itens n o destinam mais verbas para este fim supostamente t o importante ao contr rio sugerem cortes Tal fato corrobora com a ideia de que o RN se via numa situa o econ mica t o prec ria que os investimentos seguiam para itens de subsist ncia como por exemplo o suprimento de gua sendo os demais considerados sup rfluos Finalmente tratando do Engenheiro em 1839 o Presidente Manoel de Assis Mascarenhas sugere este profissional no quadro de funcion rios p blicos e deveria ser deixando sob sua responsabilidade as atividades de Percorrer e explorar a Provincia de levantar a Carta corographica della de tirar as plantas e fazer os or amentos das obras que se houverem de construir e finalmente de propor ao Governo tudo quanto julgar tendente a promover os melhores materiaes da mesma Provincia MASCARENHAS 1839 Esta foi a nica refer ncia identificada nos Relat rios deste per odo comparada solicita o por m dicos a import ncia destes ltimos parece ser mais evidente influ ncia das teorias miasm ticas com reflexos at no perif rico RN Em linhas gerais temos dois profissionais mencionados m dicos e engenheiros tidos Na poca o cargo era vital cio assim como muitos outros do funcionalismo p blico e o profissional s poderia ser demitido se escrevesse de pr prio punho atestando n o ter mais capacidade de continuar assumindo o cargo 51 Da promessa r
433. l cidade supostamente mais importante da prov ncia encontrava se sem ilumina o p blica ainda em 1859 quando cidades com S o Paulo e Macei j dispunham do servi o De 1860 a 1861 a cidade tem uma r pida experi ncia com a ilumina o p blica e em seguida permanece novamente por vinte e tr s anos na escurid o voltando a ter ilumina o s em 1883 A partir da observamos que esta ilumina o permanece at o final do per odo estudado avan ando em quantidade e qualidade da ilumina o ao longo do s culo XX A situa o de escurid o tornava a cidade insegura e suscet vel a a o de bandidos durante quase todo o per odo investigado e esta escurid o associada ao fato de que foi na capital que durante muito tempo se concentrou a maioria dos presos do RN em virtude da maior seguran a de sua cadeia per odos de intensos conflitos sociais e ainda o pouco policiamento Natal uma das cidades mais importantes do RN estava s portas da Rep blica Velha literalmente nas trevas o que diremos das demais cidades onde os investimentos p blicos n o chegavam 4 6 NATAL QUASE N O A TAL A FALTA DE COMUNICA O E A SUPREMACIA AMEA ADA DA CAPITAL A dificuldade latente de Natal em se comunicar com o restante da prov ncia assim como as pr prias dificuldades internas de transporte dados a topografia e tipo de solo da capital impulsionaram algumas reflex es nos Presidentes ora criticando a posi o de Na
434. l passou a ter suas noites iluminadas contribuindo para as condi es de seguran a p blica na capital Ou seja come am a aparecer na prov ncia cidades com ruas cal adas e ilumina o p blica elementos de infraestrutura urbana que aos poucos v o se consolidando e garantindo um aspecto de civilidade aos espa os 299 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Praticamente sob todos os aspectos pol tico administrativos e f sico espaciais analisados a cidade potiguar de um modo geral forneceu sinais de certa prosperidade crescimento e consolida o evidentemente com diferentes graus entre as cidades mais importantes como Natal e outras menores Todos estes indicativos encontrados em quase todas as dimens es de an lise investigadas em nossa pesquisa nos levam a constatar que no per odo compreendido entre 1846 e 1889 a cidade potiguar que antes quase em sua totalidade era apenas uma promessa materializa se tornando se efetivamente uma realidade A partir deste per odo n o encontramos mais estagna o ou retraimento a cidade potiguar segue avan ando e consolidando sua realidade conquistada no s culo XIX ao longo de todo o s culo XX at os dias atuais O per odo que se segue proclama o da Rep blica em 1889 conhecido pelos estudiosos como o de moderniza o da cidade e que abarca normalmente a Rep blica Velha 1889 1930 acelera e confirma ainda mais esse processo que contudo n o
435. l de Assis Mascarenhas determina um aumento do soldo dos pra as acreditando ser a baixa remunera o o motivo da pouca efic cia MASCARENHAS 1839 Em 1842 o Presidente Manoel de Assis Mascarenhas prop e a cria o de mais um cargo de Oficial MASCARENHAS 1842 Em 1844 o Presidente Venceslau de Oliveira Bello indica a necessidade de mais destacamentos em outros pontos de prov ncia s havia em Assu Maioridade e na Capital mas percebe a inviabilidade da proposta dada as parcas verbas BELLO 1845 Finalmente a ltima refer ncia ocorre em 1845 quando o presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento identifica um grave problema decorrente da seca surgimento de 17 Podemos apontar neste caso certo contrassenso ou o paradoxo definido por Bardin se o corpo policial era t o diminuto e pouco efetivo na proposta de interven o o Presidente idealiza suprimi lo e realoc lo para a rea de constru o de infraestrutura apontando a quest o f sico espacial como mais importante do que a seguran a 61 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba uma grande quantidade de ladr es que tem apparecido por todos os pontos da Provincia e principalmente na Maioridade no Serid em Acari e nos municipios de Extremoz e S Gon alo SARMENTO 1845 O Presidente solicita s autoridades locais que recrutem todos os homens que estivessem sem empregos Homens que sempre viv r o entregues ociosidade e pregui a
436. l do termo de Cajazeiras bacharel Uriel Gomes de S Juiz municipal do termo de Cajazeiras Arthur Annes Jacome Pires Promotor P blico da Comarca de Natal Heraclio de Ara jo Villar Promotor P blico da Comarca de Cear Mirim Paulino Ferreira da Silva Promotor P blico da Comarca de S Jos Mathias Carlos de Ara jo Maciel Promotor P blico da 18 04 1877 a 06 03 1878 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 341 Comarca de Canguaretama Antonio Saboya de S Leit o Promotor P blico da Comarca de Assu Vicente Sim es Pereira de Lemos Promotor P blico da Comarca de Macao Uriel Gomes de S Promotor P blico da Comarca de Mossor Francisco Octaviano da N brega Promotor P blico da Comarca de Apody F bio Cabral de Oliveira Promotor P blico da Comarca de Serid Bas lisso da Silva Caldas Promotor P blico da Comarca de Jardim Joaquim Ferreira Chaves Filho Promotor P blico da Comarca de Maioridade Joaquim Monteiro Diniz Promotor P blico da Comarca de Pao dos Ferros Luiz Francisco da Silva Promotor P blico da Comarca de Trahiry Jos Louren o de Almeida Adjunto do Promotor do Termo de Natal Manoel Laurentino Freire de Alust o Navarro Adjunto do Promotor do Termo de S Jos Manoel Rufino dos Santos Adjunto do Promotor do Termo de Canguaretama Jos Nabor de Azevedo Soares Adjunto do Promotor do Termo de Goyaninha Manoel Lins Caldas Sobrinho Adjun
437. laridades merecem nossa aten o uma est contida nas Posturas Municipais de Mossor de 1883 e a outra nas Posturas Municipais Adicionais de Natal no mesmo ano Na de Mossor ficaram estabelecidas reas espec ficas para a agricultura segundo o Art 20 S o considerados terrenos de agricultura neste Munic pio as compreendidas desde o lugar Baixa Lagedo Serra de Mossor Rancho do Casco Riacho Grande Outentes at Nogueir o Vemos neste artigo uma preocupa o em separar e definir reas espec ficas de agricultura num esfor o por separar a rea rural da urbana o que raramente foi visto em outras Posturas Municipais Ao delimitar uma rea para o uso espec fico da agricultura a C mara Municipal de Mossor demonstra uma proposta de interven o clara a cidade dado o seu processo de urbaniza o n o mais poderia comportar terras 211 Na dist ncia de 3 bra as para o centro da rua Postura de Angicos 1874 limpeza das frentes das casas at metade do terreno que fica entre as ruas deixando o capim Postura de Cear Mirim 1863 proibi o de queimar os quintais Postura de Cear Mirim 1863 limpeza de estradas vinte palmos e atalhos dez palmos Postura de Cear Mirim 1863 retirada de matos e entulhos ao redor da Igreja em quinze palmos Postura de Campo Grande 1871 remo o de pedras por caminhos que passem pela propriedade para o tr nsito p blico estradas p blicas trinta e cinco palmos caminhos
438. las C maras Municipais em nome de seu Fiscal Secret rio ou ainda Inspetores Neste caso surgem determina es para a constru o de tais espa os ou ainda regulamenta o quanto ao sistema de medidas e pesagens para secos e l quidos identificando tipos de equipamento a serem usados para cada g nero aliment cio assim como as aferi es e correi es relacionadas a tal atividade Tamb m s o contemplados aqui quest es de asseio e limpeza dos locais e instrumentos e penalidades para o extravio ou dano causado aos utens lios de mercados a ougues e matadouros e por outro lado as penalidades por produtos adulterados ou estragados e por falsifica es nas mensura es e nos equipamentos S o regulamentados tamb m os rebanhos de gado ovelhas cabras e porcos em sua quantidade e qualidade que s o vistoriados pelos fiscais e dois outros consultores determinados por este para averiguar a salubridade das carnes e demais produtos a serem tratados nos matadouros e a ougues assim como comercializados nos mercados e tavernas Nestas Posturas percebe se a preocupa o da C mara Municipal com o fornecimento de produtos adequados ao consumo e entregues nas quantidades e pre os corretos em conformidade com as determina es oficiais num claro esfor o em n o penalizar os consumidores que possivelmente inferimos esta situa o pela recorr ncia com que tal aspecto mencionado por v rias C maras Municipais potiguares sofri
439. lcoforado J nior Bacharel Lodolpho Herculano Marinho Falc o Chefe de policia interino de ent o Francisco Xavier Pereira de Brito Procurador Fiscal da Sec o do Contencioso da Thesouraria Provincial do RN Jos Cerqueira Carvalho Escriv o da mesa de rendas na cidade de Mossor capit o Rafael Archanho da Fonseca Assembl a legislativa provincial negociante Francisco Tertuliano de Albuquerque Agente fiscal dos direitos provinciaes da Parahyba bacharel Hisbello Florentino Corr a de Mello Juiz de direito da comarca do Serid bacharel Adelino da Silva Pinto nomeado juiz municipal e de orph os dos termos do Apody e Cara bas bacharel Francisco Amynthas da Costa Barros Juiz municipal de Natal bacharel Francisco de Souza Ribeiro Dantas Juiz Municipal do termo de S Jos de Mipib bacharel Manoel Florentino de Albuquerque Montenegro Juiz municipal do termo de Goianinha Francisco Ferreira de Novaes Junior Juiz municipal do termo de Assu bacharel Jos Maria da Rocha Carvalho Ex Promotor publico da comarca de S Jos de Mipib bacharel Paulino Ferreira da Silva Promotor publico da comarca de S Jos de Mipib bacharel Basilisso da Silva Caldas Promotor publico da comarca de Jardim bacharel Lodolpho Herculano Marinho Falc o Caldas Promotor publico da comarca de Canguaretama bacharel Antonio Sim es de S Leit o Promotor publico da comarca do Ass bacharel Thomaz Gomes da Silva Ex Promotor publico
440. lhante ao que ocorreu com as refer ncias s ruas a ilumina o p blica que aparece nos Relat rios deste per odo concentra se em apreens o interven o somente em Natal Nos documentos deste per odo a primeira refer ncia ilumina o p blica foi feita pelo Presidente Jo o Carlos Wanderley em 1850 e o pr prio Presidente Wanderley acusa ser esta a primeira vez que esta rubrica aparece nos documentos Aponta a falta completa de ilumina o p blica em Natal e recomenda que fossem iluminados pelo menos de oito ou dez pontos da Cidade e solicita autoriza o para a compra de lampe es Oito anos depois a falta de ilumina o p blica surpreende outro Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves N o procurarei desfar ar a sorpreza que experimentei com a falta de ilumina o nesta cidade Quando por toda parte se tem reconhecido que a ilumina o p blica uma das primeiras condi es para as policias dos povoados encarreguei o Dr Chefe de Policia que indicasse o numero de lampe es que devem ser distribuidos pelas ruas e lugares mais convenientes e apresentasse o or amento das despezas provaveis com o custo collocado nunca menos de 50 se fasiam necessarios para iluminar sufficientemente a Cidade GON ALVES 1858 Esta cita o traz um dado relevante que indiretamente nos faz inferir sobre o crescimento de Natal nestes oito anos em 1850 o Presidente Wanderley mencionava oito a dez pont
441. lica o de uma verba de 200 mil r is que segundo o pr prio Pinaj deveria ser Aplicada a comprar fornecimento de rem dios as mesmas pessoas miser veis eu vos proponho que determineis que o medico de partido visite uma vez por ano todas as villas da prov ncia e que se demore pelo menos oito dias em cada uma levando consigo um botic rio e rem dios PINAJE 1838 O presidente conclui que esta solu o otimizaria a atua o do m dico Em 1841 dois m dicos atuavam no RN nas palavras Presidente Estev o Jos Barboza de Moura Entregue aos cuidados destes dous Profissionais da Sciencia a nossa saude n o continuar a permanecer no lamentavel estado de abandono em que antes se achava MOURA 1841 Em 1845 o M dico do Partido P blico n o bem avaliado pelo Presidente Casimiro Jos de Moraes Sarmento e o mandou demitir porque o considerou sem per cia no trato com miser veis doentes e n o havia uma edifica o onde ministrassem os medicamentos Embora num certo per odo o RN tivesse m dico a situa o termina como se iniciou sem o profissional Para corroborar o fato de que o M dico era muito mais uma quest o de status do que uma necessidade efetiva levantamos as Calamidades p blicas nos Relat rios Foram encontradas v rias refer ncias que embora variadas n o apontam para um problema 50 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba grave com a sa de p blica em g
442. lica n o se concentrava apenas na edifica o hospitalar propriamente dita mas nas a es de natureza higi nica junto aos cemit rios fontes de gua limpeza urbana vacina o etc Acerca de aterros e cais de in cio o maior interesse era em Natal mas conforme nos encaminhamos para o final do per odo estas obras come am a se espalhar para outras localidades portu rias do RN tais como Guarapes Macau Mossor e Maca ba Outro aspecto relevante que todas as reas contempladas t m rela o direta com o com rcio e com o escoamento da produ o os investimentos em aterros e cais tinham como finalidade alavancar a economia do RN atrav s dos processos de exporta o sobretudo com o exterior O equipamento p blico Quartel embora tenha sido nico semelhantemente ao que aconteceu com o Hospital teve um investimento bastante expressivo Ele foi constru do unicamente em Natal em 1861 os pra as estavam aquartelados no consist rio da Igreja Santo Ant nio e considerando esta situa o indesejada no ano seguinte foi feito um grande investimento para dar in cio constru o de um pr dio para o quartel que ao longo do per odo foi considerado um dos mais elegantes da prov ncia Este pr dio contudo n o ficou como todo o per odo abrigando o quartel 28 Em 1813 fora inaugurado em Natal pelo capit o mor Sebasti o Jos de Melo Povoas um edif cio destinado Tropa de Linha que caiu em ru nas Esse e
443. lidade de tal a o muitos poucos bilhetes foram vendidos Somente em 1841 mencionada uma conclus o de estrada interligando Caic s Oficinas em Assu O Subitem intitulado Tra ado vi rio tal qual aparece nos Relat rios mencionado de forma indireta nos Relat rios e ainda assim foram poucas as refer ncias A principal informa o neste sentido se concentra em Natal e os Presidentes abordam muito mais as condi es dos caminhos do que sobre o desenho da cidade num discurso muito semelhante ao usado para caracterizar as Estradas Dado o car ter ainda muito rural no qual os aglomerados urbanos ainda tinham uma forte liga o com as unidades produtivas agropecu rias o subitem Est tica urbana e das edifica es n o foi mencionado de forma muito direta neste per odo hist rico sobretudo nos Relat rios de Presidente de Prov ncia pois como 2 Esta estrada de in cio iria em dire o Macau passando pelos munic pios de Santana do Matos e Angicos contudo em plena constru o verificou se que a melhor solu o seria que ela seguisse o curso do Rio Assu pois em tempos de seca a trajet ria anterior da estrada carecia de gua e de ramas para sustento do rebanho 87 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba vimos neste momento a cidade potiguar ainda se estruturava carecendo de uma s rie de equipamentos p blicos e infraestruturas b sicas que de t o prec rios eram os que
444. lidades Que vale dar municipalidades a lugarejos que n o tem pessoal habilitado para os cargos nem recursos para sustentar as necessidades que nascem com a cathegoria S o nus que vem pesar sobre o thesouro publico sem dar vantagens que lhes correspondam VELLOSO 1862 J4 Esta cita o importante porque por um lado podemos inferir sobre o crescimento da popula o refor ado por v rios outros fatores impulsionando a cria o de novas localidades mas por outro lado a falta de qualifica o profissional desta popula o para assumir cargos p blicos da edilidade ou outros quaisquer pois se tratava de uma popula o em sua maioria analfabeta No subitem seguinte nos aprofundamos sobre a qualifica o do pessoal que compunha o funcionalismo p blico neste per odo e de que maneira estes contribu ram para realidade da cidade potiguar 178 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 2 INCHA O DO FUNCIONALISMO E DIVERSIDADE DA M O DE OBRA SUBSIDIOS PARA A CIDADE POTIGUAR EM CRESCIMENTO Com o crescimento da cidade potiguar determinados servi os e seus respectivos funcion rios n o mais poderiam deixar de existir no RN uma situa o bastante diferente do que ocorreu no per odo anteriormente estudado Muito embora sejam frequentes nos Relat rios as reclama es sobre a falta de recursos inclusive para pagamentos de funcion rios p blicos como vimos no cap tulo 3 o funcionalismo p blico potigu
445. lidades do RN cujas C maras solicitavam em car ter de emerg ncia fontes de gua Em 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos retoma as vantagens e humanidade de se construir a udes ou grandes d agua por tal forma destribuidos pelo sert o para que nos anos de inverno pouco chuvoso resgatem gua sem oferecer tantos preju zos cria o de gado e a ind stria 230 O presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento relata a situa o da Fonte da Bica em Natal e alerta para o estado de ru na e abandono desta que era a nica fonte de gua pot vel da cidade t o contaminada pela lama e pelos p s do povo que a enxarca e resolve por tal forma que as vezes n o se ode tragar 31 Em 1848 a Fonte da Bica volta a ser tema de preocupa o nos Relat rios o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira menciona o investimento feito em 1846 para o conserto da fonte assim como a cria o de um imposto sobre os moradores da capital e ele questiona E qual ser o proveito Senhores Nenhum porque no dia immediato ao em que a gua come ou acorrer pelas bicas cessou de correr por ellas represada toda na caixa procurou sabida e come ou a filtrar se pelo lagedo do pateo mandei o engenheiro Manoel da Silva Pereira examina la mas o seu parecer que nenhum concerto duradouro se lhe p de fazer e que a melhor medida a adoptar se construir se um novo edif cio segundo os preceitos da arte SIQUEIRA
446. lizmente ellas n o tem sido cumpridas com aquellas pontualidade que se devia esperar MASCARENHAS 1840 Percebe se que a pouca frequ ncia de reuni es das C maras era uma realidade no RN Numa prov ncia cujo acesso educa o ainda era t o restrito indiv duos com grau de instru o aptos a assumirem cargos p blicos era tamb m reduzido ocasionando superposi o de atividades Vez que os sal rios p blicos eram baixos e atrasavam observamos que o cargo p blico trazia mais benef cios no status social do que em retorno financeiro Somado s condi es da prov ncia dificuldade de locomo o e comunica o temos a atua o pouco eficaz que conjuntamente com outros fatores contribuem direta ou indiretamente para a precariedade urbana Com rela o C mara Municipal mencionada em 1836 pelo presidente Jo o Jos Ferreira d Aguiar a situa o de morosidade e pouca efici ncia da atua o das C maras e dos ju zes e a proposta seria a cria o de uma terceira comarca que reduziria as dist ncias Na tentativa de resolver a quest o das longas dist ncias constatamos v rias propostas de interven o dos Presidentes A primeira proposta de interven o aparece em 1835 quando o Presidente de Prov ncia Bazilio Quaresma Torre o prop e que a Comarca de Natal ao inv s de dividida em quatro distritos fosse em dois Esta foi a nica proposta na qual se reduz o n mero de distritos o presidente o jus
447. los da Silva Souto Augusto Fernandes Carneiro e Bemvenuto Joaquim de Souza alferes secret rios da 6 companhia Antonio Rodrigues Pereira da Silva tenente cirurgi o do batalh o n 10 do munic pio de S Bento Umbelino Antonio da Costa Leit o alferes da 7 companhia do batalh o n 16 do munic pio do Principe Jos Rutio Bezerra da Trindade tenente quartel mestre do batalh o n 6 de Papary Antonio de Souza e Silva Francisco Monteiro de Souza professores de 3 gr o de instruc o primaria bacharel Francisco Xavier Pereira de Brito Director Interino da instruc o publica Jo o Tib rcio da Cunha Pinheiro Junior Professor de Franc s do Atheneu Joaquim Germano Ramos Professor de Geometria do Atheneu Joaquim Martinho de Mello e Joaquim Jos Duarte 2 e 3 pharoleiros do Pharol da Fortaleza dos Santos Reis Magos Jo o Ataliba Moreira de Almeida Servindo de secretario da inpec o de sa de do porto Gustavo Olympio Ferreira Alvares Ex 2 escriptuario da Thesouraria Provincial Augusto Cesar da Silva 2 escriptuario da Thesouraria Provincial Almino Alvares Affonso Ex Procurador fiscal bacharel Jefferson Mirabeau de Azevedo Soares Procurador fiscal Joaquim Germano Morais Secret rio da Sec o anexa Primeira Secretaria do Governo do RN Vice Presidente de Prov ncia Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves Sem informa o 17 11 1872 a 17 06 1873 Presidente de Prov ncia
448. lta de pontes s o citados a falta de esgotamento dragagem que tornassem tais rios naveg veis o que minimizaria o problema da falta de estradas mas nem se promoviam pontes nem estradas e tampouco a melhoria da navegabilidade de rios No tocante s Estradas e Comunica o assim como o problema da falta de pontes e de rios naveg veis a situa o da capital era de total isolamento desconectada com o que acontecia em seu interior pela falta de meios eficazes de comunica o Somente em 1841 foi mencionada uma conclus o de estrada interligando Caic s Oficinas em Assu A situa o da cidade potiguar era t o bvia t o simpl ria que neste per odo de 1822 a 1845 ela n o recebeu muita aten o e descri o por parte dos Presidentes de Prov ncia Mas se pud ssemos voltar no tempo e perguntar a um destes governantes como era a cidade potiguar considerando suas dimens es socioecon micas pol tico administrativas e f sico espaciais possivelmente sua s ntese seria a seguinte que destacamos sob forma de uma cita o hipot tica A cidade potiguar praticamente n o existe nem deveria ter esta designa o sobretudo quando a consideramos em compara o com as reais cidades da Europa Parafraseando Henry Koster em 1810 quando se referiu a Natal cnamar a cidade potiguar de um modo geral de cidade s v lido considerando n o o que ela mas o que ela pode vir a ser no futuro A edifica o mais
449. m 1859 no Relat rio do Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves quando ele relatou a cria o da Comarca do Serid Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso resgata que durante muito tempo a prov ncia se dividia em apenas duas comarcas e relembra os anos de cria o das ent o seis comarcas segundo o Presidente numa divis o que atendia s necessidades da administra o da justi a Em 1867 o Presidente Luiz Barboza da Silva relatou a extin o do Termo de S o Gon alo em virtude de ter apurado somente 42 jurados ao passo em que foi criado em 1866 o Termo de Papari contando com 85 jurados O Presidente Silva identificou ainda que todas as comarcas do RN s o muit ssimo pobres na m xima parte nem tem receita sufficiente para pagar aos seus empregados e conclui relacionando a quantidade de Comarcas existentes e seus respectivos Termos Em 1872 o Presidente Henrique Pereira de Lucena elenca 8 Comarcas e seus Termos No ano de 1876 o Presidente Antonio dos Passos Miranda relatou que a prov ncia se dividia em 11 comarcas e 20 Termos No ano seguinte o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho j mencionava serem 13 Comarcas Na ltima alus o s comarcas nos Relat rios deste per odo o Presidente Satyro de Oliveira Dias em 1882 relaciona as 13 comarcas existentes do RN as quais abarcam 24 termos dos quais 14 estavam providos de ju zes formados e os demais com suplentes No tocante
450. m Cais e Aterros no RN 1846 84 1889 sos a D Da FIGURA 50 Equipamentos p blicos Quartel e Reparti es P blicas no RN 1846 a 1889 FIGURA 51 Localidades com Capelas Igrejas e Matrizes mencionadas nos Relat rios do RN 1846 a 1889 FIGURA 52 Localidades com Cemit rios mencionados nos Relat rios do RN 1846 a 1889 FIGURA 53 Localidades com Mercados A ougues e Matadouros mencionados nos Relat rios do RN 1846 a 1889 FIGURA 54 Infraestrutura P blica no RN entre os anos de 1846 a 1989 ur Rural io EEEE FIGURA 55 Estradas do RN no ano de 1925 FIGURA 56 Localidades do RN com ag ncias de correio 1846 a 1889 ra ct aos ARARAS a coa AR na a a di FIGURA 57 Fontes d Agua naturais e artificiais do RN 1846 a Adriana Carla de Azevedo Borba 201 205 211 213 214 218 220 224 228 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba SUM RIO PARTE I A T TULO DE INTRODU O Drica doado A LAE A OEA 16 CAP TULO 1 CONSIDERA ES INICIAIS eee 17 1 1 M TODOS T CNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA 24 1 2 FONTES PRIM RIAS E SECUND RIAS o ae 26 TSI ASPECTOS GONCEITUAIS sai anisigemas pas sisesir ass iaesd e naain 28 1 3 1 A elite pol tico administrativa 30 1 3 2 O Conceito de Percep o e Instrumentos de An lise Textual 33
451. m Posturas Municipais como nos pr prios Relat rios de Presidente de Prov ncia as refer ncias a cemit rios aspecto f sico espacial muito demandados e pouco atendidos com destaque para o ano de 1878 Quando confrontado com aspectos socioecon micos entendemos a demanda espec fica deste ano e sobretudo para Natal o RN enfrentava um grande per odo de seca e neste momento os socorros p blicos ainda se concentravam na capital o 271 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba que impulsionou um verdadeiro xodo da popula o em dire o a Natal e muitos destes retirantes enfraquecidos acabaram falecendo S que esta demanda de sepultamentos acabou sendo muito superior a qualquer c lculo que tivesse sido feito para o dimensionamento do cemit rio de Natal pensado para atender capital apenas e n o a uma situa o de cat strofe que levou morte milhares de pessoas Muito embora os documentos n o esclare am e estabele am estas pontes de liga o entre um e outro fato a jun o das duas informa es nos permite entender a situa o de forma mais global e concluir como a seca no sert o impulsionou reformas no cemit rio de Natal duas percep es aparentemente n o relacionadas Para estabelecer estas liga es entre as informa es e encontrar conex es dentro de um mesmo discurso ou comparado com outros documentos ou ainda com as in meras leituras de livros teses artigos etc o aprofu
452. m armaz m na barra de Mossor tenente coronel Trajano Leocadio de Medeiros Murta Encarregado de construir uma ponte sobre o rio Trahiri cidad o Fabricio Gomes Pedrosa Encarregado de continuar com o aterro do porto de Guarapes Primo Feliciano Marto Ex Professor de Instru o Primeira da povoa o de Arez Jesuino 14 05 1863 a Jakson Pereira do Lago Professor de Instru o Primeira da povoa o de Arez D Maria 26 05 1863 Sabina da Cunha Viana Professora Interina de Mossor mestre Mathias Marinho Gomes de Carvalho Contratado com o a conclus o do cemit rio de S Jos Gustavo Luiz Guilherme Dodt Engenheiro Dr Firmino Jos Doria Inspetor de sa de interino Dr Luiz Carlos Lins Vanderley Inspector da sa de Louren o Fernandes Campos Caf Junior curioso em medicina Dr Manoel Bernardino Bol var Inspector de sa de Dr Joaquim Ant o de Sena M dico Drs Felix Antonio Ferreira de Albuquerque parecer sobre a Vice Presidente de Trajano Leocadio de Medeiros Murta lavoura de cana e fabrico de assucar em Penha Vicente Alves de Paula Pessoa parecer Prov ncia sobre a lavoura de cana e fabrico de assucar S Jos de Mipibu Domingos Joaquim da Fonseca Inspetor da Alf ndega Alexandrino Christiano de Oliveira Ajudante do Inspetor da Alf ndega Juiz de direito Vicente Alves de Paula Pessoa Promotor Jos Alexandre de Amorim Garcia e presidente da camara Jos ribeiro Dantas comiss o para reparos n
453. m crescimento importante se em 1846 eram consideradas todas arruinadas e somente a de Natal garantia uma maior seguran a j em 1889 s o 295 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba registradas 15 cadeias e destas al m de Natal outras ofereciam condi es satisfat rias de seguran a Jos do Mipibu Acari Jardim e Mossor Desta forma temos as pris es mais disseminadas pela prov ncia e o que era mais importante uma quantidade maior de cadeias consideradas adequadas para diminuir a demanda t o alta que sobrecarregara at ent o a cadeia de Natal o que tamb m diminuiu a demanda por policiamento que escoltava os presos desde seus pontos de origem at a capital e os gastos p blicos com estas viagens n o mais necess rias ou ao menos n o por dist ncias t o longas Em se tratando do hospital por volta de 1846 ainda n o existiam espa os para atendimentos de sa de no RN mas a partir da d cada de 1860 Natal j contava com um Hospital de Caridade que foi recebendo benfeitorias ao longo do per odo tanto sendo ampliado como reformado para atender sa de p blica Em 1883 j existiam dois Lazaretos no Refoles ressaltando a contribui o de aux lios particulares em especial de firmas comerciais inglesas na constru o de um destes Lazaretos Embora n o tendo sido t o acentuado como o crescimento de escolas p blicas e cadeias importante registrar que a atua o em sa de p b
454. m que o documento foi produzido Identificamos que sempre preciso distanciarmo nos da data em que o dado foi produzido por exemplo se o relato de 1870 o resgate de receitas e despesas at 1868 confi vel os demais que s vezes v o at 1 ou 2 anos frente s o proje es perspectivas futuras e n o condizem com o que realmente aconteceu Mesmo assim acontecem diverg ncias na informa o num Relat rio futuro os valores para uma mesma poca s o diferentes e nesta situa o em quem devemos confiar Com este cen rio de proje o de gastos e receitas algo que nos chamou muito a aten o foi o fato de que praticamente todos os Presidentes acabavam atestando uma situa o ruim no in cio de sua gest o despesas maiores que receita e portanto d ficit financeiro mas a proje o de seu pr prio governo era positiva e quase todos corrigem os d ficits de finan as de seu pr prio governo a partir de saldos positivos herdados do governo anterior que na pr tica existiu somente num curto per odo de tempo por volta da d cada de 1860 e in cio da seguinte ou seja outros tantos dados s o equivocados Um das estrat gias para tentar extrair as informa es mais pr ximas realidade foi a identifica o dentre os Relat rios analisados de uma lista do que chamamos de Presidentes confi veis pessoas cujo Relat rio n o parece ser copiado O uso do editor de textos Word e os instrumentos de
455. ma introducao ao conceito de classe htm l CODATO Adriano e LEITE Fernando Uma introdu o ao conceito de classe social Acesso em agosto de 2013 atrav s do site http adrianocodato blogspot com br 2009 05 uma introducao ao conceito de classe htm l CUNHA Jos Joaquim da Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla dirigida a Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte Na sess o ordin ria do anno de 1851 pelo ilustrissimo Presidente da Provincia o Doutor Jos Joaquim da Cunha Pernambuco na Typografia de M F de Faria 1851 CUNHA Silvino Elvidio Carneiro da Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado Assemblea Legislativa do Rio Grande do Norte pelo Exm Sr Doutor Silvino Elvidio Carneiro da Cunha em 5 de outubro de 1870 Recife Typographia do Jornal do Recife Rua do Imperador n 77 1870 D AGUIAR Jo o Joze Ferreira Presidente da Prov ncia do Rio Grande do Norte Falla com que o Ex Mo Prezidente da Provincia do Rio Grande Do Norte o Bacharel Jo o Joze Ferreira D aguiar abriu a segunda sess o da Assembl ia Legislativa da mesma Provincia em 2 de Setembro de 1836 Pernambuco na Typogr fta Fidedigna de J N de Mello Rua das Flores n 17 1836 DANTAS Ana Caroline de Carvalho Lopes Sanitarismo e planejamento urbano a trajet ria das propostas urban sticas para Natal entre 1935 e 1969 Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arqui
456. mais legoas de distancia da parte flagellada da prov ncia ficando esta parte a 40 50 e 60 legoas de Mossor e do Aracaty Em Mossor De janeiro de 1878 at agora foram sepultados no cemit rio publico quase 31 mil pessoas podendo sem perigo de erro calcular se a mil o numero dos que foram enterrados fora do cemit rio pela impossibilidade de transportar se os cad veres dos que morriam nos abarracamentos situados a alguma distancia da cidade Os sacrif cios do Estado s o grandes e as despezas tem consumido elevad ssima somma Tratei desde logo de encaminhar os socorros no sentido de favorecer de prefer ncia a popula o do sert o e esforcei me por fazer com que a do agreste procurasse do sert o Redusi em consequ ncia as despezas no agreste a 4 parte do que era e procurei em Mossor e Macau cortar as que n o me pareceram de 1 necessidade e passei a remeiter g neros mensalmente para a Imperatriz Pau dos Ferros Apody Triunfo Ass Santana do Matos Angicos principalmente Jardim e Acary A remessa de g neros trazia ainda a vantagem de impedir que as victimas viessem engrossar o numero dos emigrantes agglomerados no litoral MACHADO 1880 Com esta nova formata o de distribui o de socorros o problema passou a ser tratado mais incisivamente nos pontos mais cr ticos Mas esta n o foi a nica modifica o identificada nas interven es para minimizar os efei
457. mais significativos Em 1847 o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento aponta quatro pontos para tornar a capital mais saud vel que seriam a remo o do matadouro p blico para fora da cidade o fim da pr tica de enterramentos de cad veres em igrejas o aterro do p ntano da campina da ribeira e a remo o ou redu o do coqueiral que circunda a Ribeira Especialmente os dois primeiros apresentam implica es diretas na cidade potiguar e portanto s o retomados no cap tulo 4 No ano de 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior prop e para o bem da salubridade p blica uma maior fiscaliza o dos a ougues e seus utens lios sobretudo em seu asseio Em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva refor a a exist ncia dos terrenos alagadi os nas vizinhan as de Natal e prop e como interven o que estes fossem aterrados e aproveitados para construc ao e recreios publicos Nenhuma outra localidade da capital se prestaria melhor a isso nenhuma seria tao aprazivel como esses sitios actualmente tao funestos No ano de 1872 o Presidente Henrique Pereira de Lucena se preocupa com o cemit rio de Natal cujas dimens es diminutas para a quantidade de sepultamentos j pressionava a abertura de sepulturas de col ricos antes do per odo adequado em praso inferior ao que a sciencia aconselha ou abrirem se antes de dous annos contra o que disp e o regulamento as outras sepulturas fazendo correr risco de contamina
458. mmarcas e dos Termos os Lugares que devem ter Juizes de Vara Branca e as Igrejas que has de ser elevadas a Parochias aqui tomando se em considera o prosseguir o nos trabalhos que estao ao alcance de suas luzes BIBLIOTECA NACIONAL 1 32 10 005 T tulo MAPAS estat sticos do Rio Grande do Norte nos anos de 1811 1826 e 1834 A cita o mostra a inquieta o das autoridades em criar vilas como parte do esfor o de organiza o territorial da prov ncia Por m era grande a precariedade desses n cleos urbanos As elites locais criticavam a a o acelerada de cria o de vilas cujos recursos e popula o ex guos de fato n o contribu am pelo menos em curto prazo para o desenvolvimento urbano e populacional dessas localidades Um trecho do Mapa Estat stico do RN taxativo sobre a imprud ncia destas cria es de vilas Sendo a Provincia hua das mais tardias no seu desenvolvimento e estando o incremento da popula o em continua oscila o parece me em nada se melhoraria organizando se agora o Plano de uma divis o interna pois succederia que o augmento da popula o e commercio pendesse talvez para hum lugar deixando despovoado e pobre outro em que se creases Villa como succede em Goianinha que estando entre duas Villas de Arez e Flor que s pelos Alvar s de suas crea es gozam estes nomes he hua das maiores da Provincia e que em detrimento de seus habitantes tem a recorrer a Villa de Arez que
459. mo alternativa Natal o Presidente Gon alves cita o Guarapes h duas l guas ao sul de Natal situada numa posi o muito mais estrat gica com comunica o para diversas localidades como S o Jos Podendo brevemente constituir um ponto intermedi rio entre Natal e o interior da prov ncia conclui o Presidente Gon alves em uma epocha talvez n o muito remota ser para ali transferida a s de da capital visto ainda o grande favor que lhe assiste de um ancoradouro quase t o extenso e profundo Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior argumenta que a maior causa do atraso da capital era a sua situa o em virtude dos morros de ar a que difficultam excessivamente o transito Se por um lado o Presidente Figueiredo Junior trata desta condi o muito desvantajosa por outro reconhece a dificuldade de encontrar outro local mar timo com melhores propor es do que oferece a barra de Natal que contudo precisava de melhoramentos para impedir o avan o das areias num processo de assoreamento Em 1867 o Presidente Luiz Barboza da Silva fala da indispens vel melhoria da passagem sobre o Rio Salgado haja visto que Natal estava encerrada numa extens o area totalmente est ril e quase inacess vel aos g neros de consumo que dos terrenos cultiv veis s o exclusivamente transportados em costas de animaes O Presidente Silva prop e ent o que se melhore o cais de Natal de modo a unir os produtor
460. mo de bebida alco lica assim como no quesito de Seguran a p blica a proibi o de uma s rie de jogos nos permite vislumbrar o quanto o poder p blico local temia o descontrole social sobretudo liderado pelos vadios pessoas sem empregos e posses que perambulavam pelas prov ncias e pelos interiores e que podiam eventualmente ser incorporadas nos grupos de banditismo que atuavam ativamente neste per odo sobretudo ap s a d cada de 1870 como exploramos no cap tulo tr s 138 Para n o lan ar toxinas que pudessem inviabilizar o produto para o consumo 139 Acreditamos ser uma medida at certo ponto de racionaliza o j como preven o de per odos de seca 140 Como exemplos temos o caso de Canguaretama que em 1877 determinava o funcionamento dos estabelecimentos comerciais at as 21 horas Caic neste mesmo ano assinalava o hor rio do mercados p blicos entre as seis horas da manh at as 18 horas Cear Mirim em 1865 determina que as vendas de produtos em atacados s poderiam ocorrer a partir das 14 horas e em 1884 limita o hor rio de funcionamento nos domingos e dias santificados que deveriam fechar a partir das 15 at s 21 horas A nica exce o no tocante s restri es de hor rio de funcionamento ficava por conta dos estabelecimentos que vendem rem dios e drogas estes poder o abrir em qualquer hor rio conforme a necessidade da popula o sem recair em multas ou penalidades quaisquer
461. mo quest o central balizadora da investiga o de que forma a elite pol tico administrativa do RN percebia a cidade potiguar ao longo do s culo XIX e como ela imaginava que a cidade deveria ser com nfase para a percep o dos Presidentes de Prov ncia cargo hoje corresponde George Orwell era o pseud nimo de Eric Arthur Blair escritor nascido na ndia Inglesa em 25 de Junho de 1903 morreu em Londres em 21 de Janeiro de 1950 18 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba grosso modo ao de Governador do Estado durante o Per odo do Imp rio no Brasil 1822 1889 Tal percep o se expressava principalmente nos Relat rios que os Presidentes apresentavam no final de cada ano de mandato primeiramente ao Conselho Geral da Prov ncia e a partir de 1834 Assembleia Legislativa Provincial que o substituiu e com a Rep blica a Assembleia Legislativa Estadual Em todos os casos tratava se da inst ncia pol tico administrativa de apoio gest o da prov ncia Os documentos acima mencionados revelam acontecimentos marcantes que ocorreram no per odo em m dia com dura o de um ano de governo Os Relat rios expressavam a percep o dos Presidentes da prov ncia maior autoridade pol tico administrativa no mbito provincial mas tamb m eventualmente de outras autoridades importantes sobre uma s rie de quest es e problemas os mais diversos sociais econ micos pol ticos e f sico terri
462. na o p blica de Natal que principiou em 1860 com a implanta o de 60 lampe es de azeite Contudo este servi o foi suspenso no ano seguinte e somente em 1883 que se retoma de forma cont nua o servi o de ilumina o p blica em Natal com a coloca o de 100 lampe es de querosene depois disto Natal n o mais deixou de ter ilumina o e foi apenas aprimorando o que j havia Desta forma encontramos no s culo XIX a come o de ilumina o p blica no RN em dois formatos o que foi colocado primordialmente e um segundo modelo que foi o que perdurou Como este caso acontecem outros de melhorias que come am s o interrompidas e depois retomadas ou que tem in cio e prosseguem at o s culo XX com melhoramentos Em s ntese podemos dizer que o s culo XIX um per odo em que as fontes de pesquisa ainda s o relativamente acess veis comparadas ao per odo colonial por exemplo mas apesar disto ainda muito pouco explorado e este hiato precisava ser preenchido Encontramos pesquisadores estruturando suas investiga es sobre a cidade no per odo colonial e no republicano mais ainda neste ltimo per odo no per odo da moderniza o urbana Ambos os per odos s o extremamente v lidos mas de fundamental import ncia tamb m que novas pesquisas venham a elucidar o elo que mais do que cronol gico entre estes o per odo colonial e a Rep blica no estudo da cidade Se esta tese de alguma forma vier
463. na Carla de Azevedo Borba Outros estudos que trazem tona per odos anteriores ao modernismo s o encontrados no Programa de P s Gradua o de Hist ria e serviram como fonte de dados ou contribu ram em termos te rico metodol gicos os trabalhos de Jesus 2007 Macedo 2007 e Breda 2007 Embora se proponham a trabalhar a cidade e os processos urbanos o fazem sob o ponto de vista do historiador Trazem portanto o vi s da hist ria utilizando se de processos de an lise e observa o distintos dos da Arquitetura e Urbanismo e tendo como objeto de estudo quase sempre as rela es entre homem e cidade Outras pesquisas e ou publica es importantes desenvolvidas em outros programas de p s gradua o al m dos dois citados s o Oliveira 1997 que estuda Natal a partir das a es modernizadoras e da elite pol tica e intelectual Lima 2001 que estuda a consolida o do planejamento urbano de Natal no s culo XX Teixeira 2009a que enfoca n cleos urbanos antigos do RN e seu processo de seculariza o Moura Filha 2004 que aborda a evolu o urbana de Jo o Pessoa e Lopes 2005 que trabalha com n cleos urbanos potiguares de origem ind gena no s culo XVIII O estudo da cidade potiguar particularmente no s culo XIX sob o olhar dos Presidentes e dos Governadores se justifica tanto porque essa fonte documental ainda precisar ser mais explorada como tamb m pelo s culo XIX corresponder ao per odo de estabelecimento
464. na cidade de Mamanguape Ignacio Serrano Pinto de Carvalho 2 escripturario 1 escripturario Basilio Soares da Camara Pinto Encarregado de inspeccionar a mesa de rendas da villa de Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 337 Mac o e as collectorias da comarca do Ass Dr Aristides Cesar de Almeida Inspector da thesouraria de fazenda geral do RN Thomaz Antonio Ramos Zany Inspector da Alf ndega Joaquim Rom o Seabra de Mello Administrador de cemiterio publico de Natal Francisco Lucio de Castro Chefe da Secretaria do Governo Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes Chefe da Segunda Sec o da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Americo Xavier Pereira de Brito Visita da policia do porto major Joaquim Guilherme de Souza Caldas Escripturario servindo de Secretario da Secretaria de Policia Jos Antonio Corr a da Silva Chefe de Pol cia Francisco Gomes da Silva Director da Instru o P blica do RN Domingos Henrique de Oliveira e Pedro Paulo Vieira de Mello Contratados para pintura do farolete da Fortaleza dos santos reis magos capit o Urbano Joaquim de Loyola Barata Contratado para obras do edificio da fortaleza indicadas no or amento organisado pelo coronel Jos Joaquim de Carvalho Dr Aristides Cezar de Almeida Inspector da Thesouraria da Fazenda Feliciano Francisco Martins Director das obras publicas Presidente de Prov ncia Jos Bernardo Galv o A
465. na d cada de 1860 o que a princ pio significa um aumento do mercado consumidor Vimos tamb m que a diversidade econ mica representada pela pecu ria e agricultura de a car e algod o e em menor escala do sal pescado e carna ba nas d cadas de 1860 70 impulsionaram picos produtivos alguns de reconhecimento internacional para o RN foi o caso do algod o em 1865 A ponte entre este mercado consumidor e a produ o acontece atrav s do com rcio e parte das trocas financeiras comerciais geram tributa es que por sua vez movimentam as 157 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba finan as e investimentos Vejamos neste item como se encontrava o com rcio do RN neste per odo e de que maneira este contribuiu para dinamizar as finan as p blicas O primeiro relato sobre o com rcio do RN neste per odo foi detectado no Relat rio de 1860 do Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves neste o Presidente explica que o RN atuava em escala muito pequena no com rcio direto com pa ses estrangeiros sendo a maior parte da exporta o e importa o feita por interm dio da pra a de Pernambuco Portanto eram l tributados contribuindo fortemente para a redu o dos rendimentos da Alf ndega do RN Em 1862 o Presidente Trajano Leocardio Medeiros Murta relatou que o com rcio da prov ncia continuava acanhado ou seja n o estava acompanhando os avan os apontados na economia do per odo No mesmo a
466. natal geral zip em julho de 2014 Localiza o das fontes de gua em Teixeira 2009a p 521 Base em cartografia atual da cidade de Natal RN Quando se fala em Pontes a maior reclama o a inexist ncia dessas e a maior reivindica o dos Presidentes a Ponte Peixe Boi FIGURA 16 Infraestruturas existentes entre 1822 1845 Pontes e Aterros que atravessaria o Rio Salgado Potengi ligando a capital ao interior da prov ncia quando se fala de Estradas e comunica o a identifica o dos Presidentes acerca da prec ria situa o das vias de acesso da Prov ncia e sobretudo da dific lima liga o da capital com o restante da pr pria Prov ncia quando mencionado o Aterro FIGURA 16 Infraestruturas existentes entre 1822 1845 Pontes e Aterros trata se do Aterro da Coroa por onde embarcam e desembarcam produtos vindos do Rio Salgado Potengi 2 Maior aprofundamento acerca da Ponte Peixe Boi que atravessa o Rio Salgado bem como sobre o Aterro da Coroa a quest o das redes potiguares no decorrer do s culo XIX e suas implica es para Natal e Maca ba podem ser encontradas na obra de Rodrigues 2006 81 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 16 Infraestruturas mencionadas entre 1822 1845 Pontes e Aterros em Natal e Vizinhan a EXTREMOZ MUNIC PIO D S o GON ALO PONTE PEIXE BO SOBRE O RIO SALGADO AE ATUAL RIO POTENGI LEGEND
467. ncarregar se da confec o de um formul rio de uma tabela de dietas Doutor Archimino Jos Correia M dico respons vel pela organisa o de um regulamento para o Hospital de Caridade Focio Joaquim do Rego Barros Encarregado da Administra o do Hospital de Caridade de Natal Aleixo Barboza da Fonseca Tinoco Secretario da Presidencia juiz de direito Geroncio Dias de Arruda Falcao Ex Chefe de policia juiz de direito Antonio de Oliveira Cardozo Guimaraes Chefe de policia bacharel Jo o Antunes de Alencar Ju z de direito da comarca de Maioridade Antonio Joaquim Correia Alencar Ju z de direito da comarca de Assu bacharel Firmo Antonio Dourado da Silva Juiz municipal do termo de Nova Cruz bacharel Francisco Apr gio de Vasconcellos Brand o Ex Promotor publico da comarca do Jardim Cypriano Bezerra Galv o Santa Rosa Promotor publico da comarca do Jardim major Antonio Pinheiro da Camara Ex Promotor da comarca de S Jos de Mipibu Jos Freire de Oliveira Ex Promotor da comarca do Apody bachareal Manoel do Nascimento Castro e Silva Juiz municipal de Natal Dr Mathias Antonio da Fonseca 01 06 1881 a 16 03 1882 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 347 Morato Juiz de Direito da Comarca de Natal Dr Jos Ignacio Fernandes Barros Juiz de Direito da Comarca de Cear Mirim Dr Alvaro Ant nio da Costa Juiz de Direito da Comarca de S Jos do Mipibu Dr Angelo Ca
468. ncia Octaviano Cabral Raposo da Camara Joaquim In cio Pereira Respons vel pelo servi o da passagem do rio Salgado Firmino Jos Doria Dr em Medicina Francisco Jos Pereira Cavalcante d Alburquerque Chefe da Primeira Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte En as Leocracio de Moura Soares Chefe da Segunda Sec o da Contadoria da 19 05 1858 a Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 324 Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Joaquim Jos Pinto Official da Secretaria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte 18 06 1858 Presidente de Prov ncia Ant nio Marcelino Nunes Gon alves Dr Joaquim Pires Gon alves da Silva Juiz Municipal dos Termos reunidos de Ass Sant nna do Mattos etc Dr Firmino Jos Doria M dico commissionado pelo governo para estudar as bexigas Dr Luiz Carlos Lins Wanderley M dico do Partido Publico Alexandre Thomaz Seabra de Mello Servindo de Chefe da Primeira Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte En as Leocracio de Moura Soares Chefe da Segunda Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Gentil Homem d Almeida Braga Secret rio do Governo do RN lago Francisco Pinheiro Oficial Maior servindo de Secret rio do Governo Ubaldino Jos da Cruz Chefe da Segunda Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do Rio Grande d
469. ncluindo al m dos termos Europa e Estados Unidos com refer ncias mais espec ficas sobretudo Fran a Alemanha Estados Unidos e Inglaterra tamb m outras partes do mundo como a Am rica Latina e at prov ncias brasileiras Rio de Janeiro Recife e S o Paulo foram as mais citadas Com respeito aos temas a maioria tratou de instru o p blica seguidos por infraestrutura e por fim cadeias Esta maior precis o nos faz perceber um maior preparo da elite pol tico administrativa atrav s do uso de experi ncias de sucesso j comprovadas subsidiando as solu es propostas para o RN 279 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba A terceira e ltima indaga o foi colocada nos seguintes termos de que modo a interven o pensada pela elite pol tico administrativa independente de ter sido realizada ou n o reflete o processo de consolida o urbana da cidade potiguar e a transforma o das condi es de vida de seus habitantes Temos no per odo entre 1822 a 1845 uma situa o mais prec ria em praticamente todas as dimens es analisadas na qual a maior parte das interven es se relacionava mais com situa es de subsist ncia do fornecimento de condi es b sicas at ent o inexistentes como a garantia no abastecimento de gua condi es de comunica o precariedade de pr dios sejam eles p blicos ou particulares etc Todas estas dificuldades por sua vez se deviam em grande part
470. ndado estudo sobre os instrumentos de an lise textual an lise de conte do e de discurso se revelaram fundamentais Enquanto a an lise de conte do nos forneceu dados quantitativos volume de texto dedicado a determinado assunto o uso de adjetivos nas descri es e se estas palavras tinham conota o positiva ou negativa a an lise de discurso nos permitiu uma investiga o sem ntica mais aprofundada nos alertando para as rupturas ironias cr ticas contradi es e at den ncias existentes nos documentos Estas ferramentas juntas permitiram um entendimento mais amplo acerca das conex es das categorias de an lise trabalhadas na investiga o as chamadas entrelinhas do discurso J num primeiro contato com os documentos base desta investiga o os Relat rios de Presidentes de Prov ncia alguns ind cios documentais nos anunciavam pistas para a mudan a de cen rio que se sucederia ao longo do s culo XIX mostrando muito claramente as distin es entre os per odos cronol gicos estabelecidos na investiga o analisamos para entender a transforma es destes documentos neste vi s epistemol gico o tamanho destes documentos sua formata o e itens abordados Enquanto que no per odo entre 1822 a 1845 a dimens o dos Relat rios em m dia de 16 5 p ginas no per odo entre 1846 a 1889 a m dia sobe para 46 p ginas Al m disto h um maior grau de complexidade e nova formata o destes documentos ao longo do per o
471. nde do Norte Discurso pronunciado na abertura da segunda sess o da terceira legislatura da Ass mbleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte no dia 7 de setembro de 1841 pelo Exmo Vice Presidente da Provincia o Coronel Estev o Jos Barboza de Moura Pernambuco na Typogr fia de Santos amp Companhia 1841 MURTA Trajano Leocadio de Medeiros Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio apresentado pelo Illm e Esxm Sr Tenente coronel Trajano Leocadio de Medeiros Murta 4 vice presidente da prov ncia 1862 NATAL C mara Municipal Posturas 1883 NATAL C mara Municipal Posturas 1884 309 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 NONATO Raimundo Evolu o urban stica de Mossor Natal Cole o Mossoroense N 248 s d OLIVEIRA Giovana Paiva de A elite e as transforma es no espa o urbano Natal 1889 1913 Natal RN 1997 206p Disserta o Mestrado em Ci ncias Sociais Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Universidade Federal do Rio Grande do Norte ONU 2010 Relat rio do Secret rio Geral das Na es Unidas 20 Congresso de Preven o ao Crime e Justi a Criminal em Salvador BA abril de 2010 acesso em dezembro de 2013 atrav s do site http abordagempolicial com 2013 11 a onu nunca recomendou quantidade de policiais
472. ndo os problemas mais espec ficos de uma regi o mostrando que a elite apreendia as diferentes realidades e intervinha conforme a necessidade de cada rea Com rela o s Pontes embora tenham sido frequentemente mencionadas nos Relat rios de Presidente de Prov ncia como n o existindo e sendo fundamentais para o desenvolvimento da cidade se enquadram melhor nas propostas de interven es Deste modo nos Relat rios de 1837 1838 1843 e 1844 s o identificadas recorrentes apreens es dos Presidentes de Prov ncia falha que dificulta o desenvolvimento da Prov ncia que a aus ncia de uma ponte tamb m identificada como Ponte Peixe Boi que interligue a capital com os munic pios de Extremoz e S o Gon alo atravessando o Rio Salgado Rio Potengi S o citados os benef cios que seriam para o com rcio para a facilidade de comunica o e transporte contudo o maior impasse identificado a falta de construtores que se habilitassem a assumir tal empreitada Embora indiscutivelmente necess ria era de fato uma obra totalmente fora do or amento provincial da poca de forma que o Presidente Jo o Valentino Dantas Pinaj a este respeito comenta em seu Relat rio Todavia senhores eu devo confessar vos esta verdade e mesmo o presidente que vos pediu faculdade para construir essa ponte naquele lugar conheceu a vista delles que he t o dif cil construi la e conserva la atenta a propor la ai n o houvesse sid
473. nhores De acordo com Monteiro 2007 p 115 116 em 1873 a nova lei do Imp rio a n 1 157 de 26 06 1862 foi realmente posta em execu o e traz mais repercuss es negativas para a seguran a p blica do RN Ao instituir um nico sistema de pesos e medidas para todo o pa s acabou provocando a desconfian a da popula o trazendo como consequ ncia o ataque a mercados e feiras a destrui o de balan as e instrumentos de medidas No caso do RN ainda segundo Monteiro os principais munic pios envolvidos foram Santo Ant nio lelmo Marinho Acari Caic Jardim do Serid Patu Alexandria Marcelino Vieira Lu s Gomes Santas Cruz e Coronel Ezequiel Os protestos tiveram maior intensidade em fins de 1874 e meados de 1875 e ficou sendo denominado Quebra Quilo De acordo com Cascudo os amotinados aproveitaram as feiras semanais para dist rbios e alarido arrebatando os pesos e medidas e jogando as no fundo dos po os quebrando os CASCUDO 1984 p 182 183 Monteiro explica ainda que a queda dos pre os fez diminuir as rendas p blicas Para compens la foram criados novos impostos como o que incidia sobre g neros b sicos farinha e carne seca al m de aumentados impostos existentes o que aumentou ainda mais os protestos populares MONTEIRO 2007 p 115 Em 1874 0 Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho alerta para a precariedade da seguran a especialmente nos sert es e pequenos povoados onde a moralidade
474. nit rias da capital E deixou incubida a C mara Municipal para zelar pela manuten o desta situa o velando pela limpeza formoseamento e saneamento de seu munic pio sendo esta praticamente a nica refer ncia em que se depositou confian a na atua o de uma C mara potiguar para promover a melhoria de seu munic pio H uma evidente contradi o entre a afirma o de uma maior atua o das c maras municipais no per odo aqui analisado por um lado e as criticas dos Presidentes contra a apatia de sua atua o por outro Contudo h diversas explica es para isso os Presidentes vinham de outros lugares e portanto tinham outras refer ncias certamente mais positivas da aten o das C maras por terem mandatos de normalmente apenas um ano os Presidentes pouco conheciam ou se interessavam em conhecer os antecedentes da atua o das C maras que em termos relativos era bem mais ap tica do que eles constatavam A urg ncia da a o dos Presidentes num per odo de administra o t o curto n o lhes proporcionava provavelmente a possibilidade de rever e analisar historicamente a atua o das c maras Em outras palavras era preciso relativizar as suas cr ticas Isso explica por que as C maras Municipais em nosso entendimento agora mais atuantes s o avaliadas t o negativamente Outra possibilidade para explicar esta vis o negativa 7 Angicos Jardim Canguaretama Pao dos Ferros S o Jos de Mipi
475. no o Presidente Pedro Le o Velloso tratou especificamente da vila de Mossor que segundo ele se destina a ser o centro comercial da sua regi o sobretudo quando tiver navega o a vapor de forma regular Em seu entendimento com a navega o o algod o produzido em Luiz Gomes e S o Miguel deixaria de seguir para Aracati e permaneceria no RN Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira demonstrou preocupa o com a incipi ncia do com rcio na capital e prop s como interven o a imposi o de um pre o minimamente baixo para os seus generos e o contrario alem da escassez e pouca variedade para os de que procurao abastecer se a difficuldade do transito por numerosos e elevados morros de areia ou em canoas pelo rio aonde falta uma ponte o pessimo estado ou antes a falta de estradas taes sao as causas que dao lugar a esta dispersao sumariamente nociva aos interesses da fazenda publica MEIRA 1863 O Presidente Meira complementa ainda explicando que o cal amento da ladeira do Passo da P tria n o uma comodidade somente para os habitantes da capital ou uma maneira de um aformoseamento da capital mas a continua o da via fluvial por onde aportam do rio os g neros aliment cios de diferentes partes da prov ncia e que abastecem o mercado p blico de Natal ou seja uma obra de interesse para o com rcio da prov ncia Estes relatos nos apontam dois indicativos que Mossor embora ainda n o t o estruturada
476. noel Joaquim Henriques de Paiva Secret rio do Governo Herculano Ant nio Pereira da Cunha Chefe de Pol cia do RN Manoel Ferreira Nobre Tenente Ajudante d Ordens Jos de Barros Accioli Pimentel M dico encarregado de curar os desvalidos na povoa o de Ponta negra Francisco Xavier Pereira de Brito Inspector da Instruc o P blica do RN Francisco Jos Pereira Cavalcante de Albuquerque Chefe de Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do RN Jos Gomes Ferreira Escriv o da Despesa e Receita da Contadoria da Thesouraria Provincial do RN Joaquim Jos de Lima e Silva Escriv o da Alf ndega e Meza de Rendas em Natal RN Francisco Jos de Ara jo Viana e Prov ncia Almeida Piloto da escuna Lindoya em Assu 24 10 1853 a 01 04 1857 Manoel Joaquim Henriques de Paiva Secret rio do Governo Jos Nicol o Rigueira Costa Chefe de Pol cia da Secretaria da Pol cia do RN Jo o Manoel de Carvalho Botelho Servindo de Chefe de Sec o da Contadoria Provincial do RN Dr Juiz direito Joaquim Pedro da Costa L bo Chefe de Pol cia da Secretaria da Pol cia do RN padre Antonio Gomes Raphael de Mello Sr bispo diocesano o Reverendo padre da Freguezia de S o Bento Manoel Joaquim Henriques de Paiva Secret rio do Governo lago Francisco Pinheiro Secret rio Interino do Governo Presidente de Bernardo Machado da Costa Doria Sem informa o 01 04 1857 a Prov ncia 19 05 1858 Vice Presidente de Prov
477. nos e habitantes pr dios escolares e este tema ser o mais mencionado o que justifica a apari o da Fran a e Alemanha como maiores exemplos seguidos de longe por propostas de melhorias em infraestruturas diversas dentre eles est o projetos de fixa o de dunas para Natal e de implanta o de po os artesianos ou instant neos para as cidades sertanejas ambos na Fran a assim como um modelo de engenho central funcionando no M xico a e compara o de quantidade de linhas f rreas por habitante cuja Su cia serviu como ideal a ser seguido e finalmente por sugest es de mudan as nos sistemas penitenci rios modelos de c rcere e desempenho ou n o de atividades dos presos assim como a forma de controle no caso de trabalhos realizados fora da pris o para o qual a principal refer ncia era os Estados Unidos sendo a Filad lfia especificamente mencionada uma vez 266 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Estas refer ncias aos temas encontram rebatimento tamb m em aspectos f sico espaciais e pol tico administrativos escolas p blicas e professores s o temas recorrentes nos Relat rios e as fontes de inspira o trazem balizadores aos Presidentes ao proporem interve o na realidade potiguar assim como os temas pris o policiamento e seguran a p blica tamb m s o bastante mencionados Os temas relacionados s infraestruturas diversas embora bem menos citados cada um tr s apenas uma r
478. nqueira 1860 Atentados e badernas prosseguem na d cada seguinte em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior forneceu mais detalhes sobre o 120 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba assassinato do delegado e do juiz municipal de Pau dos Ferros por um grupo de matadores que al m destas mortes deixaram 4 soldados feridos Finaliza com a frequente recomenda o do governo imperial de capturar os fugitivos Em 1862 o problema identificado pelo Presidente Pedro Le o Velloso em Papari e Vera Cruz foram conflitos relacionados com elei es e a interven o providenciada a mudan a do pessoal da policia que foi bastante para serenar os nimos e fazer que as cousas entrassem em seu curso normal com tem continuado em todo resto da prov ncia Em 1865 a respons vel pela intranquilidade p blica foi uma campanha mais intensa de recrutamento para mobilizar soldados para a Guerra do Paraguai espalhando o p nico nos pescadores da Ribeira das Rocas do Areal Do RN foram recrutados e enviados para a guerra aproximadamente 2000 soldados MEDEIROS 1973 p 105 106 Em 1866 o Presidente Olyntho Jos Meira registra a fuga de escravos de engenhos de Goianinha os quais forao reunir se nos matos dando fei es de insurrei o a esse movimento Logo foi enviada uma for a e ordens para as autoridades policiais tendo como desfecho a pris o de alguns e outros retornaram para as casas de seus se
479. ns o e interven o proposta pelos Presidentes e como tais edifica es estavam impactando o Rio Grande do Norte e suas cidades no per odo estudado 4 5 1 1 Escolas P blicas Um primeiro aspecto que chama a aten o na constru o da instru o p blica neste per odo a aloca o de verbas para concretamente mudar a situa o do ensino no RN entre 1846 e 1889 Se no per odo anterior as cadeiras eram ministradas nas resid ncias particulares dos professores neste per odo observamos um esfor o consider vel da prov ncia na constru o de pr dios escolares que contemplassem especificamente este uso dotados de mobili rios e equipamentos para a finalidade ensino Da mesma forma que no per odo anterior h um grande investimento textual nos Relat rios detectado pelas ferramentas de an lise de texto 202 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba contudo neste per odo este discurso vem respaldado por fontes de inspira o muito mais detalhadas ver mais adiante neste mesmo cap tulo pontuando te ricos e pa ses cidades espec ficos e o mais importante para a cidade potiguar este discurso promove e justifica a interven o na cidade mudando aos pouco suas fei es e tamb m de forma muito mais lenta o grau de escolaridade do norteriograndense No tocante s principais tem ticas identificadas a esta tipologia de obra p blica encontramos os pr dios escolares em cond
480. ns o quanto principalmente de interven o esta ltima a ser mais explorada no cap tulo 4 Como pontuamos no cap tulo dois da Parte o in cio deste segundo per odo hist rico marcado pela seca de 1845 a 1846 respons vel por uma violenta desestrutura o socioecon mica na prov ncia do Rio Grande do Norte com repercuss es negativas sobretudo no interior Uma vez que este n o foi o nico epis dio de calamidade ocorrido qual foi a sua import ncia para marcar o final deste recorte hist rico Esta seca vem a desarticular a forma como se estruturava a economia norte rio grandense reduzindo drasticamente a importante tributa o do gado potiguar na economia local se antes a produ o girava em torno de dois produtos b sicos o a car e o gado ap s esta seca acontece uma maior diversifica o econ mica Fica latente a fragildade da economia baseada principalmente na pecu ria impulsionando os produtores a apostar em alternativas al m da cana de a car e da pecu ria observamos um incremento da produ o de algod o da pr pria cana de a car al m de refor o nas reas salineiras e outro cultivo ganha espa o que o da carna ba Desta maneira percebemos na economia potiguar a ado o de cultivos melhor adaptados s condi es clim ticas da regi o numa busca por reduzir as perdas nos per odos de seca j percebida neste momento como um fen meno natural de relativa regularidade assim que o
481. nstruc o p blica doutor Hermogenes Joaquim Barbosa Tinoco Diretor geral da Instruc o p blica Interino Sr doutor Joaquim Teodouro Cisneros de Albuquerque Secretario da prov ncia tenente Vicente Ferreira Lima Secretario militar Aleixo Barboza da Fonseca Director interino da Instru o p blica Manoel Teixeira da Fonseca Silva Secret rio da Instru o P blica do RN cidad o Manoel do Rego Pereira Leite Colletor da Thesouraria Provincial de Pao dos Ferros administrador Jos Vitalino Teixeira de Souza Colletor da Thesouraria Provincial de Angicos Francisco Alves Moraes Castro Colletor da Thesouraria Provincial de S 21 08 1866 a 25 04 1867 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 329 Gon alo En as Leocracio de Moura Soares Servindo de inspector da Thesouraria Provincial Joaquim Jos Pinto Official Maior da Secretaria da Thesouraria Provincial Jos Gomes Ferreira Chefe da Segunda Sec o da Thesouraria Provincial Vice Presidente de Prov ncia Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Presidente de Prov ncia Gustavo Adolfo de S Vice Presidente de Prov ncia Bartolomeu da Rocha Fagundes Vice Presidente de Prov ncia Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Vice Presidente de Prov ncia Luis Gonzaga de Brito Guerra Presidente de Prov ncia Manuel Jos Marinho da Cunha Vice Presidente de Prov ncia Pedro de Alc ntara Pinheiro
482. nta o impulsionando a movimenta o do rebanho para reas ainda mais distantes Com o aumento destas dist ncias foram surgindo redes de liga o pelo interior geradas pelo tr nsito destes numerosos rebanhos N o tardou para que acompanhando estas rotas uma rede de apoio atividade pastoril surgisse A seguir apresentamos um mapa ilustrando estas rotas do gado no Rio Grande do Norte 68 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 13 Mapa ilustrando as Rotas do Gado no RN 01 MOSSOR 10 RIACHUELO 19MONTE DAS GAMELEIRAS 28 MARCELINO VIEIRA 02 GROSSOS 11 MONTE ALEGRE 20 JAPI 29 S O MIGUEL 03 ASSU 12 SEN ELOI DE SOUZA 21 TANGAR 30 PAU DOS FERROS 04 S O RAFAEL 13 LAGOA DE PEDRAS 22 SANTA CRUZ 31 UMARIZAL 05 SANTANA DOMATOS 14 GOIANINHA 23PARELHAS 32 VI OSA 06 CERRO COR 15 NOVA CRUZ 24 SANTANA DO SERID 33 TABULEIRO GRANDE 07 CAI ARA DO NORTE 16 SANTO ANT NIO 25 CAIC 34 ITA 08 PEDRA PRETA 17 LAGOA D ANTA 26 MESSIAS TARGINO O9 JARDIM DE ANGICOS 18 SERRA DE S OBENTO Z27PIL ES Fonte autoria pr pria a partir de base cartogr fica da SECRETARIA LEGENDA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS H DRICOS SEMARH Programa Estadual de Recursos H dricos Coordenadoria de ROTA DO GADO Infraestrutura COINFRA Dispon vel em http www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio econ POVOA O omicos arquivos Anuario E VILA CDROM 202010 mapas Bacias Hidrogr Eifica
483. nte 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso retoma o problema da falta de uma defini o mais precisa de limites com a Para ba pois havia recebido um aviso do Minist rio do Imp rio e precisou montar uma equipe de engenheiros composta tanto por representantes da Para ba como do Rio Grande do Norte para examinar os marcos entre as prov ncias e emitissem um parecer a respeito possivelmente um desdobramento do processo encetado em 1861 pelo Presidente Figueiredo Junior Al m disto levantou pela primeira vez neste per odo o problema s rio que ocasionava prov ncia a falta tanto de dados estat sticos cadastrais como de uma carta corogr fica e suas provid ncia neste quesito N o so de um cadastro t o necess rio aos estudos administrativos e cuja confec o vir facilitar o estudo e solu o de diversos problemas que sente falta esta prov ncia n o tem Ella carta coreographica nem ao menos imperfeita e em esbo o como outras possuem Quando entrei para a administra o pretendi supprir esta lacuna e ao engenheiro ao servi o da provinvia encarreguei do trabalho que n o foi effeituado falta de instrumentos pr prios e de recursos para occorrer s respectivas despezas VELLOSO 1862 Apontar a falta de mapas no RN relacionada s quest es de limites com as prov ncias vizinhas nos d a dimens o da recorr ncia com que o problema de limites 196 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borb
484. nte Em termos sociais e econ micos a seca de 1845 1846 marca o in cio de uma nova era na prov ncia que d sinais mais evidentes de inser o numa economia tipicamente capitalista A elite tenta aplicar mais diretamente essa nova realidade socioecon mica vida urbana A cidade j n o mais uma promessa mas uma realidade 95 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba CAP TULO 3 AVAN OS SOCIAIS E ECON MICOS APESAR DE TUDO Neste cap tulo tentaremos demonstrar que em termos tanto sociais quanto econ micos h um desenvolvimento consider vel e sem precedentes na hist ria do Rio Grande do Norte at ent o Podemos evidenciar a atua o das elites nesse desenvolvimento em pontos como a diversifica o da economia atrav s da manuten o de algumas culturas como o caso da cana de a car da pecu ria e do forte incremento do algod o do sal e da carna ba ap s a seca investimentos nacionais e estrangeiros donde destacamos os primeiros empr stimos feitos no per odo Imperial moderniza o na comunica o com a implanta o de tel grafo forma o de m o de obra especializada primeiros m dicos e engenheiros efetivamente atuando organiza o da administra o municipal discursos da elite enfatizando quest es como a industrializa o ilumina o p blica obras de comunica o e transporte etc Em suma a cidade passa paulatinamente a adquirir import ncia tanto em termos de apree
485. nte a companhia de Nova Cruz j estava organizada para poder iniciar as obras E embora estivesse em condi es de iniciar no ano seguinte segundo o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho ainda n o havia come ado seus trabalhos situa o desta estrada para Nova Cruz em 1880 j estava bem mais adiantada o que infelizmente n o se pode dizer dos outros dois contratos conforme explica o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado a estrada de ferro da capital a Nova Cruz promete operar sem demora A estrada tem j alem das picadas que se prolongam a maior distancia 4 kilometros de leito preparado em fins de mar o possa a cidade de S o Jos de Mipibu receber os primeiros bafejos do vapor Sinto n o poder fornecer vos iguaes informa es a respeito de dous outros privilegio que esta Assemblea concedeu A primeira partindo desta capital e tendo por ponto objetivo o Cear mirim pelo vale de S Gon alo A segunda de Mossor aos limites da prov ncia passando Apody e Pau dos Ferros MACHADO 1880 Em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias trata da necessidade de complementos tanto de estradas de ferro como de articula es com estradas de meia rodagem Assim solicitou ao engenheiro fiscal das estradas de ferro um estudo mais completo sobre estas estradas de ferro assim como indica o das estradas de rodagem que deveriam complementar as ferrovias Somente em 1883 a estrada
486. nte sobre as reas urbanas partindo das coloca es gerais das Posturas Municipais acerca de Animais e agricultura que nos permitem conceber um quadro amplo de como eram na vis o da elite potiguar muitas das aglomera es urbanas potiguares em primeiro lugar estes documentos sinalizam a preocupa o com Animais e quest es ligadas a agricultura nas vilas e povoa es Nestes artigos constam determina es tais como a proibi o de criar animais soltos em especial porcos e c es marca o de gado vacum e cavalar com ferros exig ncia de cercas e suas especifica es para impedir a dispers o de animais recomenda es sobre pescaria determina o de local para enterrar animais mortos ou podres impedimento de entrada em propriedades alheias 70 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba em busca de animais dentre outros neste mesmo vi s que d o a dimens o do quanto nestes aglomerados ainda persistia uma forte voca o rural Embora fossem vilas ou cidades a presen a de animais e planta es aconteciam em plena rea urbana e precisavam ser regulamentadas via Posturas Municipais para evitar inclusive acidentes envolvendo a vida humana comum a permiss o para matar porcos e c es soltos nas vilas e povoa es sobretudo se estes estivessem ocasionando danos cria o planta o ou pessoas Uma rara exce o nesta configura o ficou por conta das Posturas Municipais de S o Jos de
487. nterino dr Jos Antonio Correa da Silva Chefe de policia capit o Roberto de Paiva Rocha major do batalh o n 10 da guarda nacional do munic pio de S Bento capit o Feliciano Bezerra da Silva Soares Ex comandante dobatalh o n 10 da guarda nacional do munic pio de S Bento Jos Marques do Valle alferes da 3 companhia do batalh o n 2 do munic pio de S Gon alo tenente coronel Jos Feliz da Silveira Varella Commandante do batalh o n 4 da guarda nacional do munic pio do Cear mirim capit o Antonio de G es de Vasconcellos Borba Major do batalh o n 4 da guarda nacional do munic pio do Cear mirim capit o Elpidio Furtado de Mendon a e Menezes Ex Major do batalh o n 4 da guarda nacional do munic pio do Cear mirim Antonio Athaliba de Paula Tiburcio Valeriano da Rocha Falc o e Abdon Nepomuceno Barboza capit o e tenentes do batalh o n 3 do munic pio do Cear mirim Eugenio Jos Pires Ex capit o da 5 companhia Alexandre Varella do Nascimento de tenente da 6 companhia do batalh o n 4 do munic pio do Cear mirim Joaquim Theotonio Barbalho Francisco Ribeiro de Paiva e Joaquim de G es de Vasconcellos Borba tenente e alferes do batalh o n 3 do munic pio do Cear mirim D Anna Roza Em lia Professora publica do ensino prim rio da cidade de Mossor Joaquim Xavier da Cunha Professor para a cadeira do 3 gr o da povoa o de Pat Juvencio Tassino Xavier de Menezes prof
488. ntes d gua tamb m s o mencionadas em diversas Posturas que estabelecem em linhas gerais as regras de uso dos mananciais cosdi es para manuten o e limpeza e at mesmo a obrigatoriedade de constru o de cacimbas para o caso dos criadores de gado As pontes tamb m s o bastante mencionadas neste per odo e da mesma forma que as fontes d gua de in cio os esfor os concentram se em Natal solicitando a t o necess rio ponte sobre o Rio Salgado Potengi Mas logo a partir de 1850 come am a aparecer solicita es e verbas para pontes em todo o RN Macau Cear Mirim Cajupiranga e Pitimbu Vila Flor Guarapes sobre o rio Trairi Touros e Extremoz s o mencionados neste nterim No final do per odo em 1872 finalmente foi assinado um contrato para a constru o de uma ponte de sistema misto permitindo a passagem de trem e de tr nsito normal que no entanto n o foi materializado neste per odo Enquanto no per odo anterior todas as infraestruturas acima elencadas referiam se incondicionalmente capital nos permitindo inferir que apenas em Natal estas melhorias eram efetivadas j neste per odo duas infraestruturas antes in ditas passam a ser mencionadas nos Relat rios ambas relacionadas apenas a Natal S o elas o cal amento e limpeza de ruas e a ilumina o p blica A respeito de 274 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ruas as primeiras refer ncias falam em metros de ru
489. ntos s o proprios para atenuar os effeitos nocivos d aquellas causas 1 A construc o de a udes 2 O plantio de arvores 3 A forma ao de prados artificiaes 4 A introduc ao de ra as novas 5 Os conhecimentos veterinarios VELLOSO 1862 Dada a variedade de propostas para a sua melhoria percebemos o quanto a cria o no RN apresentava fragilidades 4 Dentro deste cen rio mais pessimista podemos citar os exemplos detectados em 1867 quando o Presidente Luiz Barbosa da Silva explica que as excessivas secas ao flagelar periodicamente o sert o acabaram destruindo a cria o que foi por muito tempo a principal fonte de receita da prov ncia motivando os produtores a abandonar a pecu ria e aos poucos se enveredarem para o plantio de algod o E tamb m em 1870 quando o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque observa o outro vi s diretamente relacionado economia a quest o da tributa o critica a forma de arrecada o 145 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba suscintamente a apreens o de um Presidente do per odo identificamos em 1872 uma compara o feita entre a situa o atual e o per odo em que os holandeses estavam ocupando o Recife num relato extremamente significativo do quanto a cria o bovina tinha se arruinado ao longo dos tempos no entendimento do Presidente Henrique Pereira de Lucena E realmente para admirar que uma provincia que n outras ras adquirira
490. ntunes de Ara jo Antonio Maria de Oliveira Jo o Susano de Andrade Pedro Alves da Rosa Jo o Susano de Ara jo e Antonio Luiz Gon alves Comiss o formada por comerciantes de Macau pedindo pelo t rmino dos benef cio do Armaz m Peso P blico Vice Presidente de Prov ncia Luis Carlos Vanderlei Sem informa o 30 10 1886 a 11 11 1886 Presidente de Prov ncia Ant nio Francisco Pereira de Carvalho 2 cirurgi o do Exercito Dr Everaldino C cero de Miranda Inspector de Hygiene P blica Interino Dr Luiz Carlos Lins Wanderley Inspector de Hygiene P blica Dr Antonio de Amorim Garcia Director geral da instruc o p blica Reverendo Manoel Fernando Lustosa Lima e Antonio Olyntho Barbalho Construtores de Casa de Instruc o na Villa da Macahyba bacharel Francisco de Salles Meira e S Diretor da escola particular Collegio S Francisco de Salles em Cear mirim Dr Antonio de Amorim Garcia Delegado especial do ensino prim rio e secund rio do munic pio da corte Dr Luiz Calos Lins Wanderley M dico do Hospital de Caridade Dr Evangelista C cero de Miranda M dico Interino do Hospital de Caridade juiz de direito Bacharel Francisco Amythas da Costa Barros Ex Chefe de pol cia juiz de direito bacharel Jeronymo Americo Rapozo da Camara Chefe de pol cia Americo Xavier Pereira de Brito Encarregado do Servi o da Pol cia do Porto bacharel Antonio Aladim de Ara jo Juiz Municipal do Pr
491. o desprovida de comunica o que permitisse o desenvolvimento do com rcio a partir de sua produ o agropecu ria a cidade potiguar mal possu a neste per odo os equipamentos p blicos indispens veis para o seu funcionamento Os tantos pedidos de verbas para constru o manuten o de igrejas a inexist ncia ou precariedade de casas de c mara e cadeia os incipientes pr dios destinados ao com rcio a falta de hospitais ou casas de caridade estes ltimos que deviam existir pelo menos na capital e n o existiam atestam a fragilidade destes aglomerados urbanos Se ainda identificamos um esfor o para que estes equipamentos p blicos existam em v rias localidades potiguares j no quesito Infra estrutura nos parece que a prov ncia se resume capital para onde convergiram neste momento todas as verbas destinadas as fontes de gua e aterros e a sempre solicitada ponte sobre o Rio Salgado Potengi que viria finalmente a conectar a capital com o restante da prov ncia e que n o sai do plano das ideias Podemos dizer que sob as tr s dimens es investigadas nesta pesquisa os eixos s cio econ mico pol tico administrativo e f sico espacial a cidade potiguar sob a percep o da elite ainda era apenas uma promessa distante tentando se tornar uma realidade 93 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba PARTE Il A REALIDADE DA CIDADE 1846 1889 94 Da promessa realidade Adriana Carla de
492. o Irm os Pongetti Editores 1980 S Gustavo Adolfo de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com que o Exm Sr Dr Gustavo Adolfo de S abrio a Assembl a Legislativa provincial no dia 23 de maio em sessao extratordinaria Rio Grande do Norte Typographya do Dous de Dezembro Rua de S Antonio 1867 SANTANA DO MATOS C mara Municipal Posturas 1871 SANTOS Paulo Pereira dos Evolu o econ mica do Rio Grande do Norte do s culo XVI ao S culo XX Natal Clima 1994 S O JOS DE MIPIBU C mara Municipal Posturas 1838 SARMENTO Christiane Finizola Povoa es freguesias e vilas na Para ba Colonial Pombal e Sousa 1697 1800 Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Natal 2007 SARMENTO Casimiro Jose de Moraes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Discurso pronunciado pelo excellentissimo Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte na abertura da sess o ordinaria da quinta legislatura da Assemblea Legislativa Provincial no dia 7 de setembro de 1845 Pernambuco na Typographia de M F de Faria 1845 SARMENTO Casimiro Jose de Moraes Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Discurso com que o ilustrissimo e excelentissimo Senhor Dr Casimiro Jose de Moraes Sarmento Presidente desta Provincia do Rio Grande do Norte abriu a 1 sess o da 6 legislatura da Assembl ia Legislativa Provincial anno de 1846 Pernambuco n
493. o concretizadas Embora a palavra interven o tenha uma conota o de a o de atua o concreta da realidade para efeitos de nossos estudos ela pressup e tamb m propostas de a es para modifica o desta realidade tenham sido estas implementadas na pr tica ou n o Esta era a realidade e as limita es do Poder Executivo no RN Mas e quanto aos Poderes Legislativo e Judici rio cujos integrantes de alto escal o tamb m s o parte da elite nesta investiga o Qual o grau de atua o desta elite na constru o da cidade potiguar A classe pol tica local era composta pelos deputados provinciais que atuavam nas esferas provincial e imp rio e os vereadores que atuavam em mbito local A respeito destes ltimos a realidade era preocupante poucas pessoas com condi es de assumir os cargos baixo grau de escolaridade pouca frequ ncia com que ocorriam as reuni es das C maras Sob v rios aspectos a elite local era tamb m prec ria As consequ ncias desta atua o limitada eram danosas para a cidade potiguar pelas raz es acima as poucas pessoas com condi es de assumir os cargos p blicos tinham de dar conta do vasto territ rio que ocasionava a baixa frequ ncia de reuni es A partir de 1850 come amos a identificar refer ncias nos Relat rios dos percal os que esta elite pouco preparada causava na cidade potiguar algumas Posturas e outras Leis de C maras Municipais do RN que de acordo com os
494. o do alistamento militar estava sendo ocasionado pela m vontade e preven o geral da popula o Finalmente em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha 125 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Barreto identifica problemas com o novo imposto de importa o implantado no RN Em Natal os comerciantes solicitaram a suspens o da cobran a sem maiores repercuss es mas em Mossor a rea o foi bem mais enf tica De acordo com o Presidente Barreto Em Mossor foi mais s ria a opposi o feita ao pagamento do imposto pois que os commerciantes d aquella cidade declaram me formalmente em diversos telegramas que me endere aram que n o o pagavam No intuito de evitar qualquer perturba o da ordem e guardar convenientemente as mercadorias que permanecessem no armazem mandei que o Capit o Focio Joaquim do Rego Barros se transportasse a Area Branca ponto da arrecada o e alli se demorasse com as pra as que julgasse necessarias at que as cousas voltassem ao seu estado normal BARRETO 1883 Desta situa o identificamos que os movimentos sociais que ocorreram no per odo n o eram uma prerrogativa da popula o carente mas que a elite econ mica tamb m come ava a se posicionar inclusive de uma forma mais agressiva contra a elite pol tico administrativa Outro reflexo nefasto da seca associada a outras conjunturas o fen meno do banditismo Segundo Monteiro 2007 p 1
495. o edif cio da cadeia e casa da camara da cidade de S Jos de Mipib capit o Jos dos Santos Faria Ex Administrador do Armazem de Artigos Belicos alferes Mathias Carlos de Vasconcelos Monteiro Administrador do Armazem de Artigos Belicos Major Jo o Ign cio de Loyola Barros Chefe da administra o do correio tenente coronel Trajano Leocadio de Medeiros Murta Delegado Dr Francisco de Souza Ribeiro Dantas 1 suplente de Delegado Dr Severiano Alves de Carvalho Chefe de Pol cia da Prov ncia Paulino Ferreira da Silva Juiz Municipal dos Termos do Pr ncipe Jardim e Acary Joaquim Pedro da costa Lobo Juiz de direito de Natal Joaquim Teodoro Cisneiro de Albuquerque Juiz municipal do Cear mirim Jo o Querino Rodrigues da Silva Juiz de Direito de Mossor Dr Francisco Gomes da Silva Junior Director da Instruc o P blica Aleixo Barbosa da Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 326 Fonseca Tinoco Professor major Fabr cio Gomes Pedroza Administrador da obra do caes aterro do porto de Guarapes cidad o Jos Gothardo Emerenciano Contratado da obra do caes aterro do porto de Guarapes Dr Joaquim Ant o de Sena Respons vel pela obra do cemit rio da cidade do Ass vig rio e cidad os Manoel Francisco da Silva Gama e Francisco de Paula Rodrigues de Paiva comiss o para constru o de ponte na villa de Touros cidad o Antonio Jos de Mello e Souza Contratado p
496. o o bacharel Ernesto Augusto Amorim do Valle que ele esperava reduzisse as fraudes e disperdicios 79 Ainda em 1870 o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque relatou novamente a falta de um engenheiro atuando na prov ncia motivo pelo qual a obra do Palacete Provincial havia sido paralisada Somente no final do ano um engenheiro retoma os trabalhos no RN No ano de 1877 o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho comunicou uma realidade dif cil em virtude das escassas rendas provinciais a inexist ncia de obras em andamento na prov ncia apesar da imperiosa necessidade destas e em vista deste quadro a exonera o do engenheiro e conclui A falta desse empregado sens vel 81 O Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em 1878 atestou que o profissional ainda inexistia no RN ao relatar um abaixo assinado de moradores do bairro da Ribeira em Natal abaixo assignado de 22 respeit veis moradores do bairro da Ribeira pedindo que de prefer ncia mudasse concertar a estrada velha e mais obras nellas existentes visto como consideravam de mais vantagem do que a projectada Ligando a devida importando esse abaixo assignado suspendi o servi o novo e em falta do Engenheiro pedi Camara Municipal seu parecer MONTENEGRO 1878 2 Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha mencionou uma comiss o de engenheiros que estava em Natal mas que n o produziu nenhuma pl
497. o p blica como sendo a principal medida para a sua melhoria mesmo que isto fosse de encontro com muitos interesses particulares O Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques solicitou que houvesse uma Direc o illustrada e inspec o severa sobre as escolas tendo em vista a melhoria do ensino p blico 98 No final deste per odo o Relat rio do Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva em 1889 reflete o dif cil estado da instru o p blica argumentou que a prov ncia h muito fazia sacrif cios para melhorar a instru o p blica mas sem resultados positivos o que segundo ele seria ocasionado pela fal ncia do sistema de ensino e falta de habilita es praticas por parte dos professores 9 Em 1853 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho retomou o problema dos sal rios baixos dos professores assim como os longos per odos s vezes meses em que tais funcion rios ficavam sem receber seus sal rios a partir do que o Presidente conclui que a a base principal para a reforma da instruc o da Provincia a meu ver o augmento dos ordenados dos professores O Presidente Antonio Bernardo de Passos refor a a ideia de aumento de ordenados como estrat gia para atrair pessoas mais capacitadas a assumir a carreira de professor o que ele lamentou n o ser poss vel tendo em vista outras despesas mais urgentes nas quais deveriam ser aplicadas as verbas provinciais a No ano de
498. o publica Para melhor visualizar o impacto que a produ o de algod o potiguar sofreu 52 De acordo com o Presidente Murta este processo de redu o de produtos de subsist ncia j estava se processando com o aumento do pre o da farinha de mandioca do milho dentre outros 148 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba produzimos gr ficos com a Produ o de Algod o em Arrobas 1848 a 1866 e a Tributa o do Algod o 1859 a 1866 apresentados a seguir FIGURA 31 Produ o de Algod o em Arrobas entre os anos de 1848 a 1866 160000 140000 120000 100000 80000 Produ o em Arrobas 60000 40000 20000 6000 0 1 DvD DADOS ECC Fonte Autoria pr pria baseada em Santos 1994 p 94 1848 Velloso 1862 1851 1852 1853 1854 1855 1856 1857 1858 1859 1860 Silva 1867 1866 FIGURA 32 Tributa o do Algod o valores em Contos de R is entre os anos de 1859 a 1866 Tributa o 3500000 3000000 2500000 2000000 1500000 Tributa o 1000000 500000 0 1859 1860 1865 1866 Fonte Autoria pr pria baseada em Santos 1994 p 94 1859 e 1860 Medeiros 1978 p 95 1865 e 1866 Foram usados os dados convertidos para Contos de Reis para simplifica o das cifras embora nos documentos originais as informa es viessem em Reis Convers o 1 Conto de Reis equivale a 1000 Reis 149 Da promessa realidade Adriana C
499. o Norte Joaquim Candido Pessoa de Seixas Escriv o da Alf ndega do RN 18 06 1858 a 04 10 1859 Presidente de Prov ncia Jo o Jos de Oliveira Junqueira Dr Firmino Jos Doria M dico encarregado do tratamento da variola no municipio de S o Jos Dr Joaquim Ant o de Sena M dico do partido publico da comarca do Ass Joaquim Pedro da Costa Lobo Chefe de Pol cia Interino da Secretaria de Pol cia do RN Manoel Ferreira Nobre Pelinca Secret rio do Atheneu Rio grandense Joaquim Jos Pinto Oficial da Secretaria da Thesouraria Provincial do RN Ubaldino Jos da Cruz Chefe da Segunda Sec o da Contadoria da Thesouraria Provincial do Rio Grande do Norte Jo o Carlos Lins Bezerra Alferes de Pol cia Antonio Victorino Ferreira Nobre Homeopatha Major doutor Antonio Luiz de Sousa Seixa M dico do Hospital de Caridade Ubaldino Jos da Cruz Chefe de Sec o da Thesouraria de Fazenda contratante Manoel Modesto Pereira do Lago e Coronel Estev o Jos Barbosa de Moura Respons veis pela ponte da Maca ba Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Inspetor da Thesouraria de Fazenda Ignacio Jos Caetano da Silva Inspector Interino da Thesouraria de Fazenda Florencio da Costa Oliveira Oficial da Thesouraria de Fazenda 04 10 1859 a 28 04 1860 Presidente de Prov ncia Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior Dr Joaquim Pedro da Costa Lobo ex Chefe de Policia Interino Epiphanio Jos
500. o RN Macau Cear Mirim Cajupiranga e Pitimbu Vila Flor Guarapes sobre o rio Trairi Touros e Extremoz s o mencionados neste nterim No final do per odo em 1872 finalmente foi assinado um contrato para a constru o de uma ponte de sistema misto permitindo a passagem de trem e de tr nsito normal que no entanto n o foi materializada no per odo aqui estudado Com a populariza o de itens de infraestrutura antes limitados a Natal para as demais cidades do interior apenas dois novos itens antes in ditos passam a ser mencionados nos Relat rios e s o vinculadas apenas a Natal o cal amento e a ilumina o p blica A respeito de ruas as primeiras refer ncias falam em metros de ruas sendo pavimentados em locais mais nobres da cidade e conforme se aproxima o ano de 1880 as pavimenta es acontecem nas reas relacionadas ao com rcio Ruas do Pal cio e Rua do Com rcio empregando para este trabalho a m o de obra dos presos Outro aspecto relevante nestes cal amentos em geral o fato de quase todos diziam respeito a ruas em declive o que tornava este melhoramento indispens vel Com refer ncia a ilumina o p blica em 1860 um servi o de ilumina o p blico atrav s de lampe es a azeite foi implantado e extinto logo no ano seguinte Em 1883 a ilumina o p blica retorna com a implanta o de 100 lampe es a querosene sendo que em 1889 foram reduzidos para 95 mas a partir da Nata
501. o a erup o variolosa e ent o dizia se com um certo tom dogm tico que a inocula o determinara o apparecimento da bexiga BARRETO 1883 E finalmente em 1878 o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro preocupado com a grande mortalidade ocasionada pela seca e pelas epidemias constatando a ojeriza que a popula o tinha da vacina al m de pr ticas prejudiciais que aconteciam pelo sert o do RN chega a sugerir que seria interessante de alguma maneira obrigar o cidad o a se vacinar No sert o pelo contrario h uma pratica muito prejudicial confian a que se deve estabelecer cerca dos effeitos premunitores da vaccina incoulam o puz varilioso manifesta se a beixiga com seu cortejo pavoroso de sympthomas e muitas vezes a morte o desfeixo de tudo Os que observamos effeitos sem investigar a causa condemnam immediatamente a vaccina em vez de punirem o charlatismo ousado e criminoso No estado de atraso em que est o nosso paiz seria conveniente obrigar se o cidad o vaccinar se como condi o essencial at para os misteres mais rudes da vida MONTENEGRO 1978 Al m da quest o da vacina o identificamos tamb m nos Relat rios por m com menor frequ ncia a problem tica das medica es Dentre os itens de apreens o mais mencionados figuram os rem dios falsos sendo comercializados na capital em 1850 o valor muito alto de rem dios comercializados em Natal onde havia apenas um botica qu
502. o de Carvalho acabou promovendo a desorganiza o da prov ncia fazendo migrar a popula o flagelada em dire o ao litoral de modo que Natal e demais cidades litor neas rapidamente come aram a sofrer com o despreparo para receber os retirantes se tornando carecedoras de tudo al m do problema de sa de p blica decorrente da concentra o de focos de peste para a qual as condi es sanit rias da capital e circunvizinhan as n o se viam nem de longe preparadas tornando se ainda mais fragilizadas Segundo Carvalho 102 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba hoje a prov ncia quase inteira sofre os rigores do flagelo que de dia a dia mais se agrava aberto diversos cr ditos na importancia de 80 000 000 para serem empregados na compra e transporte dos viveres necess rios Apesar das dificuldades que surgem a frente do encargo de levar a todos os pontos centrais o socorro necess rio dificuldades que nascem da falta de transporte at hoje felizmente n o tem deixado de chegar aos seus destinos os g neros remetidos Efetivamente para as cidades de Mossor e Macau vilas de Cear mirim Canguaretama Goianinha e S Gon alo e distritos de Panelas e Extremoz tem aflu do grande numero de retirantes e em todos esses pontos tem eles encontrado os meio de subsist ncia CARVALHO 1877 No in cio desta seca como ocorreu em todas as demais os recursos vinham para a capital sua
503. o do sal carregado por terra Neste sentido o presidente Carvalho prop e redu es nas taxa es e defende que Com a reduc o que vos proponho collocar se h a imposi o dentro dos limites da justi a evitando se ao mesmo tempo a repugn ncia dos contribuintes CARVALHO 1853 Em 1855 o Presidente Antonio Bernardo de Passos retoma a quest o das altas taxa es impostas aos produtores de sal que segundo ele sofriam a imposi o de dois impostos sua proposta de interven o seria mudar completamente a natureza do imposto Os Presidentes Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque 1870 e Herrique Pereira de Lucena 1872 tamb m retomam a quest o dos impostos do sal o Presidente Albuquerque prop e para animar a ind stria a redu o do atual imposto de 3 ou at mesmo sua extin o alegando que est poder ser no futuro uma importante fonte de renda para a prov ncia Em 1872 o Presidente Lucena faz uma apreens o mais pessimista dada a realidade encontrada no RN no per odo Mostra tambem a vantagem de reduzirem se a 2 os direitos sobre o sal visto como n o pequena a quantidade que existe amontoada nas salinas de Mac o por falta de compradores Em minha opini o por m taes direitos deviam de ser inteiramente abolidos pois de certo um grande absurdo taxar um genero nacional quando outro de natureza identica nos importado do estrangeiro livre de direitos LUCENA 1872 153 Da promes
504. o do uso da forma e da fun o urbana Natal EDUFRN 2009a TEIXEIRA Rubenilson Braz o O estudo da cidade numa perspectiva hist rica comparada aproxima es e distanciamentos da cidade potiguar Natal UFRN Proposta de projeto para solicita o de bolsa de produtividade em pesquisa CNPq 2009b TEIXEIRA Rubenilson Braz o Os nomes da cidade no Brasil colonial Considera es a partir da capitania do Rio Grande do Norte Mercator Revista de Geografia da UFC v 2 n 03 2002 TEIXEIRA Rubenilson Braz o O poder municipal e as casas de c mara e cadeia semelhan as e especificidades do caso potiguar Natal RN EDUFRN 2012 TOUROS C mara Municipal Posturas 1839 TOUROS C mara Municipal Posturas 1842 TOUROS C mara Municipal Posturas 1877 TRIUNFO CAMPO GRANDE C mara Municipal Posturas 1871 TRIUNFO CAMPO GRANDE C mara Municipal Posturas 1883 VELLOSO Pedro Le o Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio apresentado a Assembl a Legislativa do Rio Grande do Norte na sess o ordin ria no anno de 1862 pelo Presidente da Provincia Coordenador Pedro Le o Velloso Macei Tipographia do Diario do Commercio Rua do Macena Sobrado da esquina 1862 VIDAL Laurent As recentes orienta es da investiga o sobre a hist ria do Brasil urbano elementos para um balancete 1990 2003 ANUARIO AMERICANISTA EUROPEO 20083 N 1 p 13 40 312 Da promessa
505. o em que os impostos come am a incentivar a produ o brasileira o Cear identifica neste manancial e na fragilidade pol tica do RN uma oportunidade para reivindicar esta rea Da mesma forma temos O limite para com a Para ba sobretudo nas proximidades de uma import ncia zona de cotonicultura do RN para onde inclusive aflu a grande parte da produ o potiguar sob a forma de contrabando fazendo evadir se grande parte dos impostos que deveriam ser do RN mas que ficavam na Para ba Diferentemente do que acontecia no Cear para onde os lucros com a produ o do sal potiguar n o se evadiam uma vez que parte dos lucros da produ o algodoeira efetivamente ia para a Para ba os problemas mencionados nos Relat rios al m da perda de capitais diz respeito tens o de seguran a p blica na regi o Criminosos vindos da Para ba frequentemente obtinham asilo na RN levando autoridades paraibanas a invadirem a jurisdi o potiguar o que estava ocasionando atritos diversos Em resumo nos dois problemas de limites a falta de defini es fragilzava a autonomia potiguar sobretudo vinculada a quest es econ micas e de seguran a p blica o que guardadas suas propor es impactavam negativamente o desenvolvimento da cidade potiguar seja pelas tens es seja pelas perdas de capitais 200 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 5 O MAU QUE VEM PARA O BEM CALAMIDADES P BLICAS E A CONSTRU O DA CIDADE
506. o mal informado Eu acrescento que a ponte est muito alem de nossas for as e a sua utilidade n o compensar em um s culo o custo de sua constru o e daqui infiro que esta obra limitar se ha a lei citada PINAJ 1838 Na mesma situa o encontrava se a ponte sobre o rio Maxaranguape no munic pio de Extremoz cuja concess o havia sido fornecida em 1842 perdida em Refere se a Lei n 18 de 31 de Outubro de 1837 que autorizou o Governo a promover por meio de empresa ou por subscri o voluntaria a constru o de uma Ponte no lugar denominado Peixe boi interligando a capital Extremos 85 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 1843 porque o interessado n o executou a obra e ainda em 1844 n o havia aparecido outro interessado em execut la tamb m n o realizada neste primeiro recorte J a ponte sobre o Rio Pitimbu encontrava se conclusa em 1844 assim como o esgotamento do Rio Cajupiranga que contudo n o removeu todos os obst culos a sua plena navega o Este era outro problema recorrente em toda a prov ncia al m da falta de pontes a falta de esgotamento dragagem que tornassem tais rios naveg veis o que minimizaria o problema das faltas de estradas mas entre a constru o de pontes e os tratamentos para melhoria da navegabilidade de rios nem era feito um servi o tampouco o outro FIGURA 17 Infraestruturas existentes entre 1822 1845 Pontes no RN nas proximidades
507. o trabalho de seus bra os e de alguns livres que aluga modicamente gra as espantosa fecundidade do agreste da Provincia aonde logares h que basta o lavrador plantar canna duas ou tr s vezes em sua vida depois de n o muitos annos de lida he senhor de engenho PASSOS 1854 Para visualizar esse desenvolvimento da produ o a ucareira potiguar ilustramos os dados em tr s gr ficos apontando para estes tr s indicadores de crescimento diferentes Quantidade de Engenhos do RN Produ o A ucareira valores em arrobas e Arrecada o do A car conforme segue 137 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 25 Quantidade de Engenhos existentes no RN entre os anos de 1845 a 1889 200 180 187 156 166 160 140 120 100 Engenhos 80 60 T 40 20 1845 1859 1860 1861 Fonte Autoria pr pria baseada nas seguintes refer ncias Cascudo 1984 p 379 380 1845 Gon alves 1859 Junqueira 1860 Figueiredo J nior 1861 FIGURA 26 Produ o A ucareira valores em arrobas entre os anos de 1846 a 1889 300000 250000 4 oe 200000 225495 144551 153725 150000 100000 50000 Fonte Autoria pr pria baseada nas seguintes refer ncias Cascudo 1984 p 379 380 1847 Carvalho 1853 1848 1849 e 1859 Passos 1855 1851 1852 1854 e 1855 Junqueira 1860 Figueiredo J nior 1861 Silva 1867 37 O lt
508. ocal No ano seguinte o Presidente Jos Joaquim da Cunha indentificou a mesma situa o e a perman ncia da pr tica perniciosa e indecente de sepultamento nos templos Em 1858 a situa o j come ava a dar os ind cios de mudan as quando o Presidente Rapozo da Camara alega estarem em andamento as obras de mais um cemit rio em S o Jos do Mipibu e a C mara de Macau remeteu o or amento para constru o de seu cemit rio Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior nos traz um detalhado parecer sobre a situa o de diversos cemit rios do RN especificando quais eram p blicos e particulares bem como informa es gerais sobre suas condi es Enquanto o Presidente Figueiredo Junior estava visitando Cear Mirim cidad os doaram a convite do presidente a quantia de 1 650 para a constru o de 189 Em Natal o cemit rio p blico estava murado e outros dois particulares cercados todos os tr s sem capelas em S o Gon alo designou se um terreno para sepultamento e diversos lugares particulares tamb m atendem a este fim em S o Jos o cemit rio fica pr ximo cidade com paredes de 1 50 metros de altura assim como outros dois em Papari e Bedro todos contru dos pelos fi is em Arez existem dois cemit rios um com 150 palmos quadrados e outro com 100 palmos de cumprimento e 70 de largura ambos bentos mas n o est o cercados nem limpos em Canguaretama existem dois cemiterios part
509. ocessos corroborados pela legisla o Esta designa o algumas vezes apenas de cunho oficial ela n o reflete necessariamente um crescimento de sua import ncia econ mica ou social Conta mais para efeito desta melhoria de status urbano frequentemente o poder de articula o pol tico da elite local da aglomera o do que qualquer outro fator Outra explica o necess ria que os anos de cria o dessas vilas e cidades 11 Os documentos trabalhados nesta an lise foram os seguintes Posturas municipais de Vila Flor e S o Jos 6 de Setembro de 1841 Postura municipal de Vila Flor 27 de Outubro de 1836 Postura municipal da Vila de Angicos 12 de Julho de 1837 19 de Outubro de1837 e 4 de Outubro de 1839 Postura municipal da Vila de Apodi 16 de Outubro de 1837 Postura municipal da Vila de Extremoz 6 de Novembro de 1837 Postura municipal da Vila de Portalegre 18 de Outubro de 1836 5 de Setembro de 1839 e 9 de Julho de 1843 Postura municipal da Vila de Pr ncipe atual Caic de 9 de Mar o de 1835 Postura municipal da Vila de S o Jos de Mipibu 6 de Novembro de 1838 e 31 de Outubro de 1845 Postura municipal de Touros 4 de Novembro de 1839 e 20 de Setembro de 1842 Postura municipal de Acari 6 de Outubro de 1836 e Postura municipal de Princesa atual Assu de 6 de Novembro de 1838 E Segundo Cascudo 1968 p 146 149 Apodi 11 04 1833 Acari 11 04 1833 Goianinha 07 08 1832 Martins 10 11 1841 e
510. ojetos s o comuns sobretudo no segundo per odo investigado quando o RN come a a ter mais capitais por m n o tanto quanto seria necess rio para desenvolver todas ou a maioria as necessidades da prov ncia Embora tenhamos detectado no geral alguns pontos de contradi o nos Relat rios empregando instrumentais de an lise de discurso o que se observa com rela o categoria f sico espacial certa homogeneidade na qual as discord ncias s o raras Embora n o descartemos a possibilidade deste resultado ser consequ ncia da vis o mais generalista desta investiga o n o nos detivemos nos detalhes de cada equipamento ou obra p blica e os percal os para sua materializa o e nem tampouco esgotamos as fontes de pesquisa sobretudo as fontes prim rias alguns pontos devem ser considerados para ocasionar este cont nuo identificado na pesquisa 281 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Primeiramente o breve tempo m dio de governo cerca de um ano n o possibilitava que o Presidente fizesse muito mais do que avan ar nas realiza es do governante anterior em segundo existe o condicionante financeiro como vimos os recursos dispon veis permitiram maiores investimentos f sico espaciais somente em curtos espa os de tempo e finalmente a forma o acad mica dos pr prios Presidentes de Prov ncia quase sempre homog nea quase sem exce o pautada no liberalismo econ mico do XIX possivelmente
511. olas contratadas nas quais os professores seriam os maiores interessados na frequ ncia e quantidade de alunos pois destes fatores dependeriam sua maior remunera o 147 203 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba escolas no RN PASSOS 1854 baixa qualidade das escolas no RN PASSOS 1855 2 e FIGUEIREDO J NIOR dados estat sticos GON ALVES 1859 FIQUEIREDO J NIOR 1861 2 VELLOSO 1862 CUNHA 1870 LUCENA 1872 8 MELLO FILHO 1974 e CARVALHO 1887 grandes investimentos em educa o e pouco retorno destes e suas consequ ncias VELLOSO 1862 SILVA 1867 LUCENA 1872 ALCOFORADO J NIOR 1876 CARVALHO 1877 2 e SILVA 1886 e as fontes de inspira o para a escola potiguar VELLOSO 1862 Podemos destacar dentre deste percurso da instru o p blica e de investimentos mais maci os neste per odo os anos de 1872 a 1874 quando acontece 151 No ano de 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos comenta que o n mero de escolas n o suficiente para a prov ncia pois com uma quantidade de habitantes em torno de 170 mil calculava que a soma de alunos deveria ser muito maior 152 O Presidente Passos explica que Natal assim como outras cidades ou vilas n o eram os locais para onde os homens de fortuna enviam seus filhos para estudar pois estes pais n o encontravam aqui um collegio propriamente tal isto um estabelecimento que se encarregue n o s de desenvolver a in
512. onforme as necessidades sejam elas para abastecimento humano seja como suporte cria o de gado ou agricultura Acerca de regras de uso detectamos a especifica o quanto ao hor rio de funcionamento da bomba d gua e de seu uso e tamb m ao uso de a udes No tocante manuten o dos mananciais encontramos nas Posturas do interior do RN algumas preocupa es mais evidentes tanto em rela o a sua manuten o assim como situa es de obriga o de abertura de fontes de gua 2 Refer ncias a situa es que inutilizam as torneiras de servid o p blica ou as dos Chafarizes da empresa de abastecimento d gua lan ar imundice na fonte publica ou no p tio desta praticar atos de obscenidade ou quaisquer outras que ofendam ao pudor p blico a permiss o para uso de vasilhames para a coleta e condu o de gua desde que contenham o orif cio do di metro duplo das torneiras da mesma fonte e dos Chafarizes da empresa das Posturas de Natal 1884 22 Nas Posturas de Macau 1873 determina o de hor rio para coleta de gua no a ude 4 da manh as 8 e das 16hs s 18 dentro do quadro do a ude proibi es de atividades abrir cacimba para venda de gua abrir aguada para embarca es ou trafico de salinas proibi o de retirar cercas de vazantes cacimbas e utilidades p blicas Angicos 1874 e Mossor 1884 proibi o de atividade de pescaria N sia Floresta 1877 proibi o de banhar se
513. onia n o ficam muito explicitadas nos Relat rios mas infere se que tenha rela o com a elite a ucareira que por sua proximidade com o litoral ali aplicavam os maiores investimentos A esta elite n o era interessante desprezar tudo que foi feito em Natal e simplesmente mudar para outra regi o e a este respeito a investiga o de Rodrigues 2006 traz muita contribui o para a compreens o da constru o desta hegemonia da capital que se desenvolve ao longo do s culo XIX e se consolida no s culo XX 246 A disserta o de Wagner do Nascimento Rodrigues intitulada Dos caminhos de gua aos caminhos de ferro a constru o da hegemonia de Natal atrav s das vias de transporte 1820 1920 traz pistas que corroboram com a constru o desta hegemonia de Natal Quando discute a articula o da elite natalense para conduzir derrocada o florescente com rcio de Maca ba com a constru o da ponte e estrada de ferro cortando o Rio Potengi de modo a impedir a navega o que ligava Maca ba capital praticamente desbancando a cidade vizinha como p lo comercial 264 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 7 Fontes de Inspira o Neste per odo foram detectadas 48 refer ncias a Fontes de Inspira o externos ao RN seja no pr prio Brasil seja em outros pa ses o que nos d uma m dia geral de uma refer ncia por documento Contudo ao longo deste per odo foram mencionados fontes de inspira
514. or Apodi sendo que apenas em Natal existia a seguran a necess ria enquanto que em 1889 as cadeias mencionadas s o 15 e j t nhamos um total de 5 cidades em condi es de atender a tal demanda com a seguran a adequada Natal S o Jos Acari Jardim e Mossor FIGURA 46 Localidades que possu am cadeias no RN de 1846 a 1889 Ou seja o n mero de cadeias praticamente dobrou e as constru es que atendiam a sua finalidade de forma satisfat ria quintuplicou pode ser pouco para a demanda mas melhorias aconteceram apesar de tudo 178 Novamente um outro per odo de dif cil na prov ncia em plena a seca de 1877 78 quando faltaram n o s recursos como os socorros p blicos foram insuficientes pelo prolongamento da estiagem 211 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 46 Localidades que possu am cadeias no RN 1861 a 1889 ASSU None ico J MOSSOR O ROS APODI PORTALEGRE N ACARI NOVA CRU A JARDIM DO SERID Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento O CADEIAS EM 1861 Costeiro Dispon vel em http Avww idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economico CADEIAS EM 1889 s arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 assim como dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente
515. or de rendas da villa do Cear mirim Bacharel em direito Luiz Frederico Codeceira Inspector da Alfandega bacharel Bazilisso da Silva Caldas Promotor de Canguaretama bacharel Luiz Francisco da Silva Promotor de S Jos Manoel Lins Wanderley Promotor de Imperatriz Agostinho Jorge de Queiroz e S Wanderley Promotor de Apody Dr Ignacio Tavares da Silva Secretario do governo da prov ncia Manoel Pereira de Azevedo Official Maior da Secretaria do Governo Presidente de Prov ncia Alarico Jos Furtado Vice Presidente de Prov ncia Matias Ant nio da Fonseca Morato Sem informa o 01 05 1880 a 20 04 1881 20 04 1881 a 01 06 1881 Presidente de Prov ncia Satiro de Oliveira Dias bacharel Manoel Hemeterio Rapozo de Mello Director geral de Instru o publica Doutor Luiz Carlos Lins Wanderley M dico Encarregado do tratamento dos variolosos em Extremoz Doutor Jos Paulo Antunes Inspector da sa de publica capit o Balthazar da Rocha Bezerra Cavalcanti Subdelegado Extremoz Drs Antonio de Oliveira Cardozo Guimaraes Jos de Cupertino Coelho Cintra e Archimino Jos Correia e do ent o administrador Joaquim Jos do Rego Barros Comiss o para obras do Hospital de Caridade Joaquim Jos do Rego Barros Administrador do Hospital de Caridade Archimino Jos Correia Manoel Lopes de Oliveira Ramos e do pharmaceutico Jos Gervazio de Amorim Garcia Comiss o de m dicos para e
516. or da prov ncia margeando os principais rios e conforme as fazendas de cria o se consolidavam permitiam um maior distanciamento das fontes naturais de gua cria o de a udes e reservat rios A seguir ilustramos onde se concentravam estas cria es de gado 46 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 08 Mapa das Localidades Produtoras de Gado no RN at 1845 01 MOSSOR 10 RIACHUELO 19 MONTE DAS GAMELEIRAS 28 MARCELINO VIEIRA 02 GROSSOS 11 MONTE ALEGRE 20 JAPI 29 S O MIGUEL 03 ASSU 12 SEN ELOI DE SOUZA 21 TANGAR 30 PAU DOS FERROS 04 S O RAFAEL 13 LAGOA DE PEDRAS 22 SANTA CRUZ 31 UMARIZAL 05 SANTANA DO MATOS 14 GOIANINHA 23 PARELHAS 32 VI OSA 06 CERRO COR 15 NOVA CRUZ 24 SANTANA DO SERID 33 TABULEIRO GRANDE 07 CAI ARA DO NORTE 16 SANTO ANT NIO 25 CAIC 34 ITA 08 PEDRA PRETA 17 LAGOA D ANTA 26 MESSIAS TARGINO 09 JARDIM DE ANGICOS 18 SERRA DE S OBENTO 27 PIL ES Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento POVOA O Costeiro Dispon vel em www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquivos E vita anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de O CIDADE Morais 1998 Base em cartografia atual do estado do RN A quantidade e a localiza o da cria o pecu ria do RN exemplificam o quanto tal atividad
517. or isto tem sido difficil extirpal o inteiramente Entretanto alguma cousa j se h conseguido Existindo na comarca da Maioridade diversos individuos devedores fazenda provincial de quantia superiores a 20 000 000 desenvolvendo se em favor de taes devedores escandalosa protec o MELLO FILHO 1874 130 Em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior refor a o problema da falta de esp rito fiscal dos encarregados da administra o das rendas e a certeza que t m os mesmos contribuintes de n o serem chamados ao pagamento 131 O Presidente Satyro de Oliveira Dias em 1882 relata uma situa o an mala ocorrida com a Assembleia Legislativa a aus ncia de reuni o no bi nio 1880 1881 cujas consequ ncias foram tr s exerc cios financeiros orientados por um mesmo or amento que certamente desequilibrou as finan as da prov ncia no entendimento do presidente 190 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba do funcionalismo al m dos gastos com seus sal rios tamb m impulsionou a constru o de reparti es e obras p blicas aonde estas pessoas pudessem trabalhar ou ainda o aluguel de pr dios para servir a tais fins e em qualquer das duas situa es estimulou o aumento de constru es sejam particulares ou p blicas para atender a este aumento do funcionalismo Em outras palavras o aumento de funcionalismo p blico contribuiu diretamente para a constru o da cid
518. orado J nior 1876 107 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 1870 somente 15 em 1874 um total de 495 sendo 400 no munic pio de Acari e a ltima refer ncia em 1876 foram vacinadas 1446 pessoas tanto na capital e em outros pontos da prov ncia Em geral embora irregular observamos que nas proximidades das secas mais violentas a vacina o se acentuou e em seguida como consequ ncia da seca de 1877 a 1879 esta profilaxia se intensificou seus resultados s o mais vis veis nos Relat rios do per odo seguinte de 1890 a 1914 Para ilustrar esta problem tica no RN e as dificuldades que a popula o ignorante impunha ao tratamento nos apropriamos das palavras do Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto sen o para erradicar o mal ao menos alternal o praticar a vaccina o e a revaccina o violar pelo menos aos indigentes affectados de bexiga persuadindo os da conveni ncia d esta medida Medidas t o naturaes que se imp e ao bom senso sem necessidade do menor conhecimento de hygiene encontrar o difficuldades na pratica Uns n o queriam sujeitar se a vaccina negando lhe a virtude prophylatica outros acreditando na efic cia da vaccina o entendiam ser uma temeridade a inocula o em quadra epid mica alguns vaccinaval se quando j tinham casos de var ola na fam lia tendo com certeza o g rmen mornhifico em estado latente apparecia passado o per odo de incuba
519. orioso agricultor para obter uma grande colheta v se for ado leva la ao mercado d outra Provincia que lhe apresenta melhores Estradas furtando se d esta arte aos cont nuos A incommodos que tem de suportar para traze la esta capital e outros diferentes pontos da Provincia diminuindo ao mesmo tempo as suas pequenas rendas D AGUIAR 1836 Aqui observamos a rela o direta de uma categoria de an lise infraestrutura influenciando outra economia e mais ainda o desenvolvimento da cidade na apreens o do Presidente de Prov ncia mesmo quando havia uma produ o satisfat ria pass vel de tributa o logo de receita para a Prov ncia a falta de pontes e estradas minimamente estruturadas fazia evadirem se os recursos para as prov ncias lim trofes impedindo a aplica o de recursos para a melhoria da infraestrutura potiguar e os benef cios que isso traria A isto aliado um sistema de tributa o falho temos como resultado a situa o f sico espacial potiguar de um modo geral e da cidade em particular absolutamente prec ria ao longo deste primeiro recorte Na busca por resolver este problema uma das op es mencionada em 1838 foi a realiza o de uma loteria jogo e com a venda dos bilhetes uma porcentagem seria revertida para a melhoria das estradas existentes e constru o de mais uma estrada interligando a vila do Pr ncipe Caic com a vila da Princesa Assu no ano seguinte verificou se a inuti
520. os no consist rio da igreja Santo Antonio e passaram a utilizar um reformado edif cio provincial que hoje um quartel elegante e c modo Em 1863 o espa o urbano volta a sofrer propostas de interven o identificando a falta de um cais p blico o Presidente Olintho Jos Meira deu in cio s obras enumerando ainda alguns itens que precisariam ser feitos Menciona tamb m obras feitas do antigo edif cio da Thesouraria de fazenda que ficou um dos melhores e mais elegantes desta cidade Em 1866 o mesmo Presidente Meira demonstrou preocupa o com a exist ncia de casebres de taipa na rua da Concei o em Natal Mencionou tamb m obras do pr dio da Alf ndega e seu esfor o para que as demais fachadas ficassem de conformidade com a da frente principal deo se lhes uma melhor forma No ano 199 Estes itens eram os seguintes lageamento do cais varandas de ferros laterais e corrim os de ferro nas escadas e o Presidente Meira defendia que estes complementos servir o para conserva o e aformoseamento do nico c es de desembarque que tem esta cidade 20 Para o Presidente Meira 1862 estes casebres estavam t o estragados e mal seguros que est o quase no caso de ser demolidos e alega a import ncia de n o permitir sua reedifica o 233 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba seguinte o Presidente Gustavo Adolfo de S prop s a constru o de um teatro um dos maio
521. os ao relento at sua putrefa o relatos contam que animais chegaram a se alimentar dos corpos dos flagelados antes que fosse providenciado seu enterramento O Presidente Montenegro registra ainda a dissolu o desta col nia Sinimbu tendo em vista a situa o encontrada na administra o do local e relata problemas de viol ncia que perturbaram as elei es das comarcas de S o Jos Canguaretama e Trahiry A ltima refer ncia destacada neste Relat rio foi uma diverg ncia ocorrida em Natal entre os moradores dos bairros da Ribeira e Cidade Alta FIGURA 22 Bairros de Natal em 1889 sobre a constru o de uma estrada nova ou consertos e demais obras de uma estrada antiga foi produzido um abaixo assinado pelos moradores da Ribeira defendendo consertos da estrada velha e pelos da Cidade Alta um outro pedindo que se continuasse a estrada projetada ambos enviados C mara Municipal foi deferido o pedido da estrada nova 124 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 22 Bairros de Natal em 1889 ssa A Ba ra Ri beira q f B Bairro Cidade ab Fonte Redesenho baseado no Atlas do Imp rio do Brazil de Candido Mendes de Almeida ilustrando Natal em 1864 Encontrado em Miranda 1999 p 55 Em 1880 o Presidente Rodrigo Lobato Marcondes Machado relata problemas com a distribui o de alimentos dos socorros p blicos aos retirantes das cidades de Macau Mossor e
522. os demais pontos do sert o embora Mossor seja de fato o mais expressivo e na falta de estat sticas confi veis da popula o do RN considerando a popula o total de 300 000 1874 habitantes a seca de 1877 79 representou a morte de 10 66 dos potiguares considerando o total de 233 979 outra estimativa para o ano de 1874 13 67 faleceram nesta calamidade Voltando a tratar dos dados populacionais produzidos no per odo uma reclama o constante nos Relat rios a falta de compromisso das par quias e C maras Municipais do RN no envio de dados censit rios em tempo h bil e com a corre o das informa es Para corroborar esta situa o citamos o Relat rio do Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento que afirma Apezar dos esfor os que tenho empregado afim de apresentar vos alguns dados estat sticos nada tenho at agora podido obter al m dos mappas sob n meros 6 e 7 dos baptisados casamentos e bitos que tiveram lugar no anno passado fe ainda com exce o de Pau dos Ferros e de Santa Cruz cujos p rocos n o enviaram seus dados SARMENTO 1847 Em 1862 o Presidente Trajano Leocardio de Medeiros Murta retoma o problema do recenseamento considerando o simultaneamente como um embara o assim como a solu o de muitos problemas administrativos por mais de uma vez solicitou aos p rocos a organiza o e arrolamento da popula o e somente alguns atenderam a esta demanda Mais adiante em 1867 o Presiden
523. os f ros de creadora e que no tempo da guerra da restaura o hollandeza servia de celleiro cidade do Recife que della extrahia o gado e farinha de mandioca de que precisava para o sustento de sua popula o faminta mande hoje aos talhos de sua capital numero mais que limitado de gado bovino magro cansado e por pre o elevadissimo chegando a importar directamente das provincias limitrophes e algumas vezes mesmo do Rio de Janeiro a farinha precisa para consumo LUCENA 1872 Esta cita o nos d ind cios do quanto a ind stria aliment cia no RN estava numa situa o prec ria al m do gado para consumo interno ser de m qualidade mais caro e escasso a pr pria produ o de cereais de subsist ncia estava rareando possivelmente como reflexo das demais monoculturas de a car e algod o que arrebanhava cada vez mais pequenos agricultores agricultores estes que antes atendiam demanda interna de cereais da prov ncia sobretudo capital e demais cidades de maior porte Tais localidades j possufam uma m o de obra diferenciada e essencialmente urbana n o ligada ao mundo rural e portanto dependente da produ o destes pequenos fazendeiros Obviamente esta cria o t o reduzia trazia impactos consider veis na tributa o como ilustra o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho em 1877 quando se lamentou do resumido d zimo de gados em geral uma grande verba de receita para o RN mas que infelizmente nad
524. os geopol ticos e antropol gicos da Hist ria do Rio Grande do Norte Natal Imprensa Universit ria 1973 MEIRA Olintho Jos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado a Assembl a Legislativa do Rio Grande do Norte em sess o 308 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 81 82 88 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 ordinaria do anno de 1863 pelo Presidente da Provincia o Exm Snr Dr Olintho Jos Meira Rio Grande do Norte Typographia do Rio Grandense 1863 MEIRA Olintho Jos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado a assembl a Legislativa do Rio Grande do Norte em sess o do anno de 1866 pelo Presidente da Provincia o Exm Snr Dr Olintho Jos Meira 1866 MELLO FILHO Jo o Capistrano Bandeira de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com que o Exm Sr Dr Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho abrio a 1 sess o da vigesima legislatura da Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte em 13 de julho de 1874 Rio de Janeiro Typographia Americana Rua dos Ourives 9 1874 MIRANDA Antonio dos Passos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com que o Exm Sr Dr Antonio dos Passos Miranda abrio a primeira sessao da vig sima primeira legislatura da Assembl a Provincial do Rio Grande do Norte em 17 de outubro de 1876 Rio de Janeiro Typographia
525. os instrumentais permitem uma an lise mais adequada s finalidades desta investiga o Foucault defende que na pesquisa contempor nea os problemas que norteiam as investiga es n o s o mais a tradi o e o rastro mas sim o recorte e o limite Questiona como se poderiam especificar os diferentes conceitos que permitem avaliar a descontinuidade e a fragmenta o das informa es e crit rios para isolar as unidades fragmentadas Uma etapa da pesquisa seria a cr tica do documento Considera como sua tarefa primordial n o interpretar o documento n o determinar se diz a verdade mas sim trabalh lo no seu interior e re elabor lo de modo a encontrar nas novas rela es estabelecidas outros significados novas verdades Assim a hist ria os organiza recorta distribui ordena e reparte em n veis estabelece s ries distingue o que pertinente do que n o identifica elementos define unidades descreve rela es A an lise de discurso um campo aberto com diversas contribui es e com v rias possibilidades de trabalho Optamos por utilizar ferramentas que analisam tanto o texto em si mesmo considerando as informa es contidas no pr prio fragmento analisado mas n o nos restringimos ao texto unicamente Uma vez que nos propusemos a trabalhar com uma metodologia h brida que contempla an lise de conte do e an lise do discurso percebe se que a proposta foi analisar com profundidade a estrutura e forma o dos d
526. os mais mencionados como importantes na cidade potiguar deste per odo foram igrejas seguidos pelas cadeias as escolas p blicas e em menor evid ncia o mercado p blico ou a ougue e matadouros Igrejas que deveriam ser mantidas pelo Estado ainda associado Igreja oficial cat lica mas tamb m cadeias e escolas estavam em estado t o prec rio na Prov ncia que concorriam muito para uma percep o negativa tanto na seguran a p blica como na economia em geral Primeiramente a Igreja pe a fundamental para a dissemina o das ideias crist s em situa o de semiarruina prestes a desmoronar ou com obras em andamento eram espa os que terminavam por n o ter uso t o frequente As cadeias tamb m s o mencionadas quase com a mesma frequ ncia estas estavam em situa o ainda mais comprometedora que as igrejas que ainda recebiam esmolas isto quando a localidade dispunha de cadeia Contudo os moradores eram convocados tamb m a contribuir com a constru o de casas de c mara e cadeia De qualquer forma onde as cadeias n o existiam os presos eram enviados para outras cidades que destas dispunham muitas vezes superlotando pr dios j sem condi es de receber o contingente m nimo para o qual foram projetados As poucas escolas p blicas tamb m com problemas de manuten o 285 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba desprovidas de mobili rios e ano ap s ano atraindo um n mero muito reduzido de
527. os que precisariam de ilumina o e oito anos depois o Presidente Gon alves solicita para ilumina o de Natal pelo menos 50 lampe es para uma claridade suficiente Embora a propor o n o deva ser tomada t o diretamente porque no caso de 1850 a ideia era n o deixar a capital na escurid o completa este aumento t o expressivo possivelmente tem reflexo na expans o da cidade e de sua ocupa o Em 1859 o mesmo Presidente Gon alves avan a mas sem muito sucesso na implanta o de ilumina o p blica em Natal Mandou por em arremata o o servi o de ilumina o de 70 lampe es para o qual foram oferecidas apenas duas propostas com lampe o a azeite embora para o Presidente Gon alves fosse prefer vel a ilumina o por meio do gaz hydrogenio Autorizou ainda experimentos do fabrico deste tipo de ilumina o n o obtendo resultados positivos Finaliza comentando que aguardava uma proposta definitiva da mesma empresa respons vel pela ilumina o de S o Paulo e Macei mas desde j apontava para a falta de recursos do RN Em 1860 o Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira finalmente manda buscar de Recife 60 lampe es usados e quebrados haja visto que segundo o Presidente Junqueira Foram concertados e se acham assentados devidamente 260 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba sendo 40 no bairro alto desta cidade e 20 no da Ribeira e observamos a prefer ncia de ilum
528. ossor Leopoldo Herculano Marinho Falc o Juiz de Direito da Comarca de Apody Risbello Florentino Correia de Mello Juiz de Direito da Comarca de Serid Francisco Clementino de Vasconcellos Chaves Juiz de Direito da Comarca de Jardim Jos Alexandre de Autorm Garcia Juiz de Direito da Comarca de Maioridade Francisco Amynthas da Costa Barros Juiz de Direito da Comarca de Pao dos Ferros Jeronymo Americo Rapozoda Camara Juiz de Direito da Comarca de Thahiry Antonio Serrano Gon alves de Andrade Juiz Municipal do Termo de Natal Mathias Nunes Bandeira de Mello Juiz Municipal do Termo de Cear Mirim Francisco de Souza Ribeiro Dantas Juiz Municipal do Termo de S o Jos Joaquim Cavalcante Ferreira de Mello Juiz Municipal do Termo de Canguaretama Joaquim Pacheco Mendes Juiz Municipal do Termo de Goyaninha Francisco Ferreira de Novaes J nior Juiz Municipal do Termo de Assu Antonio da Silva Antunes Juiz Municipal do Termo de Macau Adelino da Silva Pinto Juiz Municipal do Termo de Apody Manoel Rodrigues da Cunha Vianna Juiz Municipal do Termo de Jardim Francisco Bezerra Cavalcante de Albuquerque Juiz Municipal do Termo de Imperatriz Manoel de Paiva Cavalcante Juiz Municipal do Termo de Nova Cruz bacharel Euclides Deocleciano d Albuquerque Ex Juiz Municipal da Comarca de Mossor bacharel Gaudino Eudocio de Brito Juiz Municipal da Comarca de Mossor bacharel Francisco Altino Correia Araujo Ex Juiz municipa
529. ostaria que fosse o alicerce de sua sociedade civilizada Como escravos esta massa de pessoas permitia o incremento econ mico a partir de sua for a produtiva Libertos tornavam se desgarrados n o formalizavam empregos e viviam como n mades desconectados com os interesses da prov ncia e para piorar a apreens o das elites encontrava se em processo de crescimento Sob este vi s o relacionamento desta popula o com itens como seguran a p blica e seguran a individual como aparece nos Relat rios que de in cio parece tangenciar uma an lise populacional nos parece agora absolutamente pertinente uma popula o n o adequada em consider vel crescimento sem controle e sem que o poder oficial tivesse dela um m nimo de conhecimento nem mesmo de sua quantidade e localiza o no territ rio era uma sinon mia de medo de inseguran a da sua apari o nos itens de seguran a nos Relat rios E mais era esta a popula o que compunha boa parte dos moradores dos n cleos urbanos potiguares desprovidos de uma boa educa o formal pobres sem recursos sem t cnica sem a convic o de que uma a o pontual poderia prejudicar a toda a comunidade eram estas as pessoas que aos poucos vinham construindo a cidade potiguar Neste per odo importante salientar que a seguran a p blica identificada nos Relat rios mais compreendida como a inexist ncia de movimentos separatistas ou
530. otiguares socioecon mico pol tico administrativo e f sico espacial n o se desenvolvessem com mais express o num ciclo vicioso que precisava ser interrompido da as propostas de reten o de gastos e busca por aumento de receitas elencadas no cap tulo desta pesquisa 79 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 2 2 5 2 Infraestrutura E Natal finalmente foi a tal Outro aspecto relacionado ao espa o f sico das aglomera es muito citado nos Relat rios de Presidente de Prov ncia o que se relaciona com Infraestrutura As apari es mais recorrentes dizem respeito s Fontes p blicas e Pontes seguidas pelas Estradas e comunica o e Aterro Um fato importante que percebemos nos Relat rios que enquanto no item Os Equipamentos P blicos os Presidentes se referem a situa es no Rio Grande do Norte em geral no caso de Infraestrutura todas as coloca es referem se capital ou da capital em rela o ao restante da prov ncia deixando subentendido que tais infraestruturas apenas existiam na capital detentora das maiores verbas para sua constru o inexistentes nas demais localidades Quando se fala em Fontes quase invariavelmente trata se de duas a FIGURA 15 Infraestruturas existentes entre 1822 1845 Fonte D gua a primeira a Fonte da Cruz da Bica continuamente deteriorada em virtude das chuvas de inverno a respeito d
531. otivos se posicionaram de encontro s autoridades ocasionando dist rbios ou movimentos que implicaram em registros nos Relat rios Os registros t m in cio em 1851 quando o Presidente Jos Joaquim da Cunha relata sobre malfeitores atuando em Maioridade justifica o pela proximidade com Para ba e Cear cujos criminosos infestam a taes Provincias al m das grandes distancias de suas capitaes e por consequencia fora do alcance de providencias r pidas J em 1853 o Presidente Antonio Bernardo de Passos aponta para grupos de faccinorosos atuando desta vez em Timbauhas que atacaram uma escolta de pra as em dilig ncia para capturar criminosos e a consequ ncia foi dois soldados gravemente feridos Na apreens o do Presidente Tal procedimento denotava grande ousadia da parte de seus autores Em 1855 o Presidente Antonio Bernardo de Passos retrata uma perturba o em Tamantaduba quando criminosos adentraram armados missa Amea aram s pessoas distinctas que se achavam presentes pronunciaram se em geral contra os Senhores de engenhos porem felizmente nenhum outro attentado commetteram No final desta d cada em 1859 o Presidente Antonio M N Gon alves denuncia um arrombamento na cadeia de Natal que permitiu a fuga de 9 presos sendo que 6 dos mais importantes foram capturados Ainda neste ano ocorreu o assassinato do delegado de Pau dos Ferros de acordo com o Presidente Jo o Jos de Oliveira Ju
532. ou n o o t m de forma relevante S o numericamente a maioria mas n o s o organizados e est o a servi o da classe dominante Para efeito desta pesquisa entendemos como elite um grupo restrito de pessoas que det m poder em contrapartida de uma maioria que n o o possui total ou parcialmente este poder a princ pio pol tico mas n o descartamos as formas de poder econ mico e intelectual sobretudo porque identificamos sobreposi es entre estas esta minoria se une e trabalha em coopera o a partir de um interesse comum ainda que haja frequentemente diverg ncias internas pr pria elite como contraponto a elite existe a maioria da popula o que se encontra a servi o ou subordinada a esta elite bem como s vezes a ela se op e O estudo a que nos propomos demonstrar que no per odo determinado para esta pesquisa 1822 1889 existiu de fato um grupo social que se constituiu numa elite e a percep o desta elite sobre a cidade potiguar que nos interessar sobremaneira importante agora tecermos r pidas considera es sobre a forma o dos Presidentes de Prov ncia principal personagem investigado nesta tese Embora o Brasil fosse um Imp rio e houvesse implantado escolas para forma o de bachar is S o Paulo e Pernambuco estas escolas s conseguem repercuss o efetiva no Brasil ap s alguns anos e sobretudo na medida em que estas escolas come am a ter real 32 Da promessa realidade Adriana Ca
533. ov ncia Sr Francisco Arhur Bowem Contratado para assentamento de um engenho central no vale de cunha Pedro Il Waken e Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o concession rios dos engenhos centraes do munic pio do Cear mirim e Valle do Capi Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 348 Doutor Maranth Engenheiro inglez da estrada de ferro do Natal a Nova Cruz Jos Paulino de Andrade Ignacio Henrique de Paiva Jo o Teixeira d Oliveira e Silva Membros da C mara Municipal de S Jos de Mipibu Luiz Manoel Fernandes El sio Fernandes Carneiro e Oliveira Abdias Praxedes d Oliveira Fernandes Porfirio Fernandes Carneiro Benvenuto Geminiano de Brito Membros da C mara Municipal de Cara bas Joaquim Araripe Dantas Felinto Elinto de Oliveira Azevedo Clarindo Villar da Silva Santos Pedro Paulo de Azevedo Jo o Francisco Martins Membros da C mara Municipal da cidade do Jardim Antonio Monteiro de Faria Joaquim Honorato de Medeiros Joaquim Florentino de Faria Leandro Clementino de Faria Jos Felix da Silva Filho Membros da C mara Municipal da villa de Serra Negra Vicente de Andrade Lima Virgulino Francisco do Rego Barros Thomaz Antonio de Mello Manoel Pegado Rodrigues Machado Jo o baptista de Albug Vasconcellos Henrique Casimiro de Oliveira Membros da C mara Municipal da villa de Macahyba coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Administrador do Correio Vice Presi
534. ov ncia margeando os principais rios as principais dificuldades enfrentadas eram as secas que periodicamente assolavam a regi o levando quase ao exterm nio de parte do rebanho bovino Mesmo assim era um empreendimento bastante rent vel mais do que a produ o de a car Contudo assim como no caso do a car o RN n o obtinha deste produto tanta rentabilidade quanto era de se esperar vez que os maiores centros produtores localizavam se nos limites entre o RN e o Cear era para outras prov ncias que o gado seguia Considerando as fontes de rendas provinciais os n meros s o contundentes resgatam um volume de despesas muito maior do que a receita ambos num crescente cont nuo mas sempre desfavorecendo a prov ncia A falta de recursos uma justificativa plaus vel para que neste per odo os Relat rios detenham um volume maior de itens de apreens o do que de itens de interven o pois n o havia recursos para investimentos de qualquer 283 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba tipo inclusive nas cidades Esta falta de recursos era ocasionada por falhas na tributa o dos rebanhos vacum e cavalar maior fonte de renda o que levou os Presidentes a idealizar propostas de tributa o Dentre as propostas de interven o a maioria consistia em formas de aumentar as rendas atrav s de reestrutura o dos impostos e tributa o e solicita o de melhoria das vias de comunica o e transporte da prov nc
535. ovas aglomera es embora a constru o determinadas edifica es 57 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba administrativas ficassem para o futuro Al m do crescimento das localidades e da popula o potiguar este per odo avan a tamb m na quest o jur dica legislativa com modifica es nas Posturas Municipais instrumentos jur dicos de ordenamento urbano existentes desde o per odo colonial entendido aqui de forma muito mais el stica do que na atualidade As Posturas buscavam regular o modo de utiliza o do espa o e do bem estar p blico a principal ferramenta disposi o da elite a n vel local municipal para garantir a qualidade da vida urbana Este instrumento j era mencionado na Constitui o de 1824 que tamb m institui as C maras municipais e deixam para uma lei complementar a regulamenta o das atribui es das C maras que foi promulgada 4 anos depois a Lei de 1 de Outubro de 1828 Dentre as atribui es das C maras Municipais est a regulamenta o das Posturas Art 39 As Camaras na sua primeira reuni o examinar o os provimentos e posturas actuaes para prop r ao Conselho Geral o que melhor convier aos interesses do municipio ficando depois de approvados sem vigor todos os mais Art 64 As delibera es das Camaras que se dirigirem ao Conselho Geral ou sejam propostas crea o revoga o ou altera o de uma Lei peculiar estabelecimento de uma no
536. pagamento dos ordenados do funcionalismo p blico do RN j vinha de longo tempo e exemplifica Dous emprestimos t m sido contrahidos por esta provincia com o banco do Brazil O primeiro de 100 000 000 r is mandou applicar a importancia do mesmo na construc o de uma ponte sobre o rio salgado nesta capital N o teve por m essa applica o sendo toda a quantia do emprestimo despendida em pagamento de vencimentos dos funccionarios p blicos MELLO FILHO 1874 Neste mesmo Relat rio o Presidente Mello Filho critica a grande quantidade de verbas alocadas para aposentadorias reformas e jubila es e fornece o dado de que o RN gastava a import ncia de 29 526 360 r is com 60 aposentados o que comparando com outras prov ncias era um valor muito alto Para ilustrar tal fato o Presidente Mello Filho comparou os gastos com aposentados em outras prov ncias do Brasil que trazemos em formato de gr fico a seguir para melhor visualiza o 124 Em 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos trata dos sal rios de funcion rios da secretaria do governo em sua opini o muito diminutos considerando o excesso de trabalho Em 1863 o Presidente Olintho Jos Meira enfoca a justi a potiguar que n o corre livre de trope os e difficuldades vicios talvez quaesquer que elles sejao e ao mencionar a crise financeira enfrentada no per odo sugere que se acabe com o funcionalismo p blico e que se permita que est
537. para a cidade potiguar pois da mesma maneira que as cat strofes clim ticas estas epidemias aumentavam os ndices e mortalidade assim como deixavam em alerta os ainda saud veis provocando por um lado a diminui o da popula o por bito e por outro o esvaziamento de cidades migra o de muitos s vezes levando consigo as doen as e as espalhando para outras localidades Seja por uma ou outra raz o estas calamidades na sa de p blica tamb m modificaram a distribui o demogr fica do Rio Grande do Norte ora com menos pessoas a cidade sofria uma retra o no seu desenvolvimento assim como o oposto com o aumento da popula o em outras cidades estas puderam crescer mais 112 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba rapidamente e novamente o que vai ocorrer no litoral potiguar e nos polos mais desenvolvidos do interior Mossor especialmente FIGURA 19 Fluxo Populacional no RN 1946 1889 ANO SENTIDO DO FLUXO Epidemias 1860 litoral sert o Seca 1877 1878 sert o litoral Seca 1878 1879 litoral sert o Fonte autoria pr pria dados extra dos de Relat rios dos Presidentes de Prov ncia JUNQUEIRA 1860 VELOSO 1862 MIRANDA 1877 MONTENEGRO 1878 3 2 IN TRANQUILIDADE P BLICA POPULA O E OS MOVIMENTOS SOCIAIS Muito embora tenham sido identificadas cat strofes tanto de natureza clim tica como de sa de p blica a popula o num geral vai apresent
538. poderes publicos curam dos meios remedial os Por um lado a falta de instruc o e educa o civil que inhabilita a muitas para exercerem as func es de reprentante municipal o que for a muitas vezes a escolha dos incapazes a indolencia e apathia um pouco congenitas ao caracter nacional principalmente dos habitantes do interior do paiz Algumas bem poucas camaras municipaes da provincia posto que sem meios bastantes para acudir s necessidades do seu municipio revelam se solicitas pelo bem deste indicando quer assembl a legislativa provincial quer presidencia as medidas que lhe parecem mais urgentes e que muito devem recommendal as ao conhecimento de seus municipes Sinto n o poder incluir nestas poucas camaras a desta capital Parece haver da parte desta corpora o manifesta reluctancia para tudo o que concerne ao bem publico Devendo ser a primeira da provincia a servir de modelo s demais aspira talvez ser a ultima pela pessima arrecada o de suas rendas pelo completo abandono do municipio cujas postura n o s o executada apezar da existencia de um fiscal devidamente retribuido MELLO FILHO 1874 E em se tratando especificamente da situa o de Natal o Presidente Mello Filho elenca um quadro pouco lisonjeiro para usar as palavras da poca a sujeira das ruas cais e pra as da cidade o estado infecto do matadouro a falta de cuidado para com as duas fontes de gua p blicas uma
539. por habitantes doing wp cron 1387149169 5502800941467285156250 Uq43b RD t1Y ORWELL George Acesso em novembro de 2013 atrav s do site http www webfrases org frases_de_george_orwell 2 PAPARI NISIA FLORESTA C mara Municipal Posturas 1873 PAPARI NISIA FLORESTA C mara Municipal Posturas 1877 PASSOS Antonio Bernardo de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla que o Illm e Exm Snr Doutor Antonio Bernardo de Passos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte dirigio a Assembl a Legislativa Provincial no acto da abertura de sua sess o ordinaria em 4 de julho de 1854 Pernambuco Typographia de M F de Faria 1854 PASSOS Antonio Bernardo de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla que o Illm e Exm Senhor Antonio Bernardo de Passos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte dirigido a Assemblea Legislativa Provincial no acto da abertura de sua sess o ordinaria em o 1 de julho de 1855 Pernambuco Typographia de M F de Faria 1855 PINAJ Jo o Valentino Dantas Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Discurso que recitou o bacharel Jo o Valentino Dantas Pinaj Vice Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte na abertura de sua Assembl a Legislativa na 1 sess o ordin ria da 2 legislatura no dia 7 de setembro de 1838 17 da independendia e do Imp rio Cidade do Natal 1838 1839 PINHEIRO Karisa Lorena Carmo Barbosa O processo de urbaniza
540. portar todos os bandidos seria o trabalho por recrutamento Em 1849 o Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques tratou de sua apreens o acerca do restrito policiamento do RN que ele considerou um grande desfalque sobretudo numa prov ncia que tem dous lados formados pela Costa Comenta tamb m sobre o insucesso da Lei Provincial de 24 de Outubro de 1837 que havia tentado criar as companhias de jornaleiros De acordo com o Presidente Taques esta Lei seria uma 129 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba provid ncia contra vadios ciganos pessoas sem ocupa o adequada e ex malfeitores mas que infelizmente enfrentou invencivel repugnancia nos preconceitos e desconfian as que se levar o na popula o que se devi o applicar qual a obriga o do servi o antolhou se como escravid o ficar o ellas sem execu o E os habitos prejudiciais industria subsistem em todo o vigor TAQUES 1849 Da mesma maneira que o alistamento militar trouxe repercuss es negativas junto popula o temos a Lei das companhias de jornaleiros equivocadamente interpretada e portanto n o executada tal fato pode ilustrar o distanciamento que a elite tinha da popula o e como esta rela o trazia repercuss es negativas tanto para a sociedade como para o desenvolvimento das cidades Como o pr prio Presidente Taques identifica esta m o de obra ociosa descrente das beneficies da legisla o p
541. preens o observados pelos Presidentes As implica es negativas das falhas de comunica o desta rede atingiam diretamente as cidades potiguares a popula o sem entendimento de que a es individuais acarretavam preju zos para a coletividade certos da impunidade se desvirtuavam das legisla es A apreens o da elite sobre estas quest es demonstra que se tratava de um grave problema Mais uma vez os padr es de civilidade social seja no campo seja na cidade estavam longe de serem os desejados pela elite Oficialmente a quantidade de comarcas permanece a mesma e o problema das longas dist ncias continuou Cabe ressaltar nesta discuss o sobre as comarcas que representavam mais uma forma como o munic pio de controle e 18 O Distrito de Paz caracterizado pela exist ncia do Juiz juntamente com o seu escriv o constituindo se o Ju zo de Paz De acordo com Vieira Ferreira in Rodycz 2003 p 08 as fun es do Juiz de Paz consistiam em conciliar as partes antes da demanda processar e julgar as causas c veis cujo valor n o excedesse a dezesseis mil r is manter a ordem nos ajuntamentos reuni es p blicas dissolvendo os no caso de desordem p r em cust dia os b bados durante a bebedice dentre v rias outras atribui es citadas pelo autor que sempre tinham a ver com a ordem social com a gest o dos recursos naturais agricultura etc Rodycz esclarece ainda 2003 p 22 que o Distrito de Paz era
542. primeiro semestre de 1848 49 exportarao se pela Alfandega da Capital 1 068 sacas 5t Podemos identificar esta situa o no Relat rio de 1849 do Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques ao colocar que a produ o de algod o vinha sofrendo com problemas de mofo mas que se recuperava aos poucos 147 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba forao pelo interior para a Parahiba 223 e para o Aracaty 200 fazendo nao menor de 8000 arrobas sem contar se com as que se dirigirao Pernambuco pra a sempre preferida nao s pela melhor venda deste producto como por offerecer maior variedade de mercadorias e artefactos de produ o estrangeira que servem de retorno aos mascates que preferem conduzir mais capitaez neste genero RELAT RIO apresentando dados econ micos e populacionais da prov ncia do Rio Grande do Norte BN 1 34 10 034 Rio de Janeiro 1859 Desta cita o podemos perceber que aos poucos Natal vai deixando de ter a prefer ncia nas exporta es que come am a evadir se para as prov ncias mesmo que por hora esta produ o ainda n o tenha muita express o A situa o registrada nos Relat rios muda completamente a partir do in cio da d cada de 1860 de acordo com Monteiro 2007 p 100 a Guerra de Secess o dos Estados Unidos interrompe as rela es comerciais com a Europa e a produ o local recebe um consider vel impulso Foi assim que o RN passou a vender o produto diretamente para a
543. que as determina es das Posturas Municipais incidiam tanto na sede municipal com nas suas povoa es e distritos ou seja at mesmo as pequenas localidades subordinadas a uma vila ou cidade precisavam atender s prerrogativas da legisla o do munic pio no qual se localizavam 15 As posturas municipais aqui analisadas s o aquelas que foram pass veis de ser manuseadas obtidas junto ao Instituto Hist rico e Geogr fico do Rio Grande do Norte Documentos muito danificados n o foram trabalhados para preservar suas condi es f sicas e uma vez que o processamento de documenta o no Instituto constante poss vel que sejam disponibilizados mais documentos contendo Posturas Municipais de outras localidades e per odos mas que n o tivemos contato at a conclus o desta tese 59 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba repercuss es pol tico administrativas e f sico espaciais que as primeiras Posturas Municipais trouxeram para a realidade potiguar citadas nos itens que vem a seguir 2 2 2 O funcionalismo e a administra o p blica quest es paralelas ao desenvolvimento da cidade As Posturas precisavam de estrat gias para sua aplica o e fiscaliza o Neste sentido ocorrem modifica es no funcionalismo p blico tais como o Fiscal cargo semelhante ao de Almotac no per odo colonial membro da C mara Municipal cuja principal atribui o fazer valer as prerrogativas das Posturas Municipais
544. que o excelentissimo senhor Dr Francisco de Gouveia Cunha Barreto Presidente da Prov ncia abrio em 9 de fevereiro de 1883 a segunda sess o ordin ria da Assembl a Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte Pernambuco Typographia de Manoel Figueiro de Faria amp Filhos 1888 BELLO Venceslau de Oliveira Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Dircurso pronunciado pelo excelentissimo Presidente da Rep blica do Rio Grande do Norte Venceslau de Oliveira Bello Na abertura da primeira sess o ordinaria da Assembleia Legislativa Provincial na quinta legislatura no dia 7 de setembro de 1844 Pernambuco Typografia de Santos e Companhia 1845 BERTOLETTI Esther Caldas Projeto Resgate Bar o do Rio Branco Recupera o de fontes manuscritas do per odo colonial Acesso em maio de 2001 atrav s do site 304 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 CANGUARETAMA C mara Municipal Posturas 1884 28 27 29 30 31 32 33 34 http cidoc mediahost org archive cidoc2002 comunicacoes htm conferencias conf erencias bertoletti html BIBLIOTECA NACIONAL Documentos diversos BORBA Adriana Carla de Azevedo Meio ambiente e planejamento a rela o cidade natureza nos Planos Urban sticos da cidade de Natal no s culo XX Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Na
545. r an lise do conte do e de an lise de discurso conforme explicitamos nos subitens em sequ ncia 1 3 2 1 A an lise do conte do Para desenvolver o instrumental referente An lise de conte do trabalhamos Bardin 1977 A seguir s o apresentadas s nteses das revis es bibliogr ficas e um breve resumo do que ser empregado como ferramenta de an lise na tese Bardin trabalha a partir de um tratamento mais quantitativo da informa o dentro de seu escopo est o quantidade de texto utilizado para defender um argumento quantidades de palavras por classe gramatical quantidade de caracteres etc Considerando este instrumental tratamos de quantificar usando ferramentas de contagem de palavras e de caracteres do Microsoft Word o investimento em volume de texto para determinado item do Relat rio Pontuamos na obra de Bardin alguns elementos que t m uma rela o mais aproximada com a an lise de discurso Bardin define seu objeto de estudo como sendo um conjunto de instrumentos metodol gicos que se aplicam aos discursos baseados na dedu o na infer ncia Como os processos de an lise de conte do obrigam observa o de um intervalo de tempo entre a produ o da mensagem e a rea o interpretativa este instrumento foi um dos 34 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba mais indicados para esta pesquisa pois os exemplares mais recentes dos discursos aqui analisados foram
546. r dios imediatamente as portas janelas e soleiras e vidra as que enfrontarem para as ruas travessas e p tios da Cidade Postura de Natal 1884 ou ainda caiadas as frentes de casas assim como os muros voltados para as ruas Postura de Cear Mirim 1863 a necessidade de mandar caiar a frente das casas e consertar as cal adas Postura de Caic 1863 Becos dever o ter vinte palmos Postura de Cear Mirim 1863 ruas com largura de quarenta palmos de parede a parede e becos com vinte e cinco palmos Postura de Campo Grande 1871 becos dever o ter pelo menos 10 metros de largura de cal ada a cal ada Postura de Mossor 1884 Ao tirar licen a obriga o de levantar a casa do prazo de dois anos Postura de Angicos 1874 Jardim de angicos 1865 ou de um ano Postura de Canguaretama 1877 de N sia Floresta 1877 de Cear Mirim 1863 e de Campo Grande 1871 208 Gom a largura de cinco palmos e a altura no n vel do batente devendo ainda conservar seu bom estado seja para qualquer tipo de constru o casas de pedra e cal ou taipa Postura de Goianinha 1852 obriga o em caso de constru o nos quadros da vila de fazer muros de tijolos cozinhados ou pedras rebocadas de cal tra ado no per odo de 5 annos Postura de Apodi 1866 Pr dios urbanos n o ser o edificados com altura menor de quinze palmos de frente desde as soleiras at as bicas e ter o cal adas baixas ou passeio na frente de cinco palmos de largura p
547. r odo marcante o final da investiga o que coincide com o final do per odo Imperial 1889 a partir do qual observamos um processo subsequente no per odo republicano de acelera o de v rias tend ncias e interven es identificadas ao longo do per odo estudado essencialmente o s culo XIX e que no s culo XX v o compor o processo de moderniza o urbana no RN fen meno que extrapola o recorte cronol gico dimensionado para nosso estudo Entre os marcos inicial e final do estudo respectivamente 1822 e 1889 vislumbramos um momento intermedi rio que marca uma ruptura no desenvolvimento da prov ncia consistindo na grande seca de 1845 46 que dada sua amplitude redefine investimentos e interven es na cidade potiguar representando uma guinada no cont nuo identificado no primeiro per odo 1822 a 1845 Esse desenvolvimento se estende desde 1846 at o advento da Rep blica Velha a partir de 1889 quando se acelera o crescimento das cidades 1 1 M TODOS T CNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA O presente estudo utiliza o m todo hist rico haja vista que o projeto de pesquisa apresentado se prop s a levantar acontecimentos hist ricos e principalmente a concep o de uma determinada classe social sobre um fen meno espec fico a cidade No tocante aos instrumentos anal ticos para a explora o do 25 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba problema usamos pesquisas bibliogr fica e documental
548. r timas que as levam para longe A Cidade Alta estava em condi es id nticas Ribeira e as ruas estavam pejadas de lixo nas pra as mais importantes faziam despejos a noite e defecavam durante o dia abrigados sob um docel de verdura que por toda parte pululavam lugares havia em que a estala o era t o f tida de modo a encommodar aos transeuntes em certas reas haviam arbustos da altura de dous metros noite agachados sob estas capoeiras se ostentava a libertinagem asqueirosa e s rdida No inverno despegadas folhas sobre a ac o impetuosa do vento apodreciam netas esterqueiras No baldo havia um grande deposito d agoa que servia para lavar animaes e roupa via se constantemente ali folhas apodrecidas e vegetaes em decomposi o Entendendo que o lixo a imundicia e os hervan os que apodreciam nas ruas desta capital tinham uma grande parte na produc o dos accidentes que cercavam a vida da grande parte desta popula o tive a lembran a de mandar proceder a limpeza desta cidade assignalado a causa dos infelizes retirantes que at ent o s de esmola obtinham meios de subsist ncia empregados no trabalho durante o dia a noite depois da refei o frugal e restauradora das for as dormem tranquillos sem pertubar a ordem publica nem o socego particular MONTENEGRO 1978 Em linhas gerais tanto as secas como as epidemias v o causar 1 mortalidade ou seja a redu o da popula o rural e urbana e a
549. r com a est tica das ruas do que das edifica es no cap tulo quatro vemos aos poucos este item Constru o tornar se muito mais significativo e detalhado nas Posturas Municipais A precariedade de algumas destas constru es pode ser identificada nas Posturas Municipais de Touros de 4 de novembro de 1839 quando em seu artigo 7 determina Que toda a pessoa que tiver casa de palha nas ruas p blicas d esta Vila as n o poder o redificar s sim se for para se cobrir de telha e n o podendo ceder o lugar a outra que o possa fazer na correspond ncia das outras Posturas Municipais de Touros de 4 de novembro de 1839 Ou seja algumas aglomera es urbanas em suas ruas principais ainda tinham casas cobertas com palha Dentre as raras preocupa es est ticas se que 2 O cordeamento um processo de demarca o sobretudo de lotes e ruas a partir de dimens es pr determinadas Normalmente a regularidade do tra ado urbano atribu da a o de engenheiros militares mas tamb m resultado das normas e regulamentos das C maras Municipais impostos por meio de seus arruadores na constante defini o do cordeamento e da demarca o das ruas em conson ncia com as Posturas que variavam conforme a realidade do munic pio e sede 88 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba podemos considera la como uma quest o est tica encontradas nestas Posturas est o as obriga es em caiar a fren
550. r da Thesouraria de 14 10 1888 a 15 06 1889 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 353 Fazenda Luiz Emygdio Pinheiro da Camara Chefe da Alf ndega bacharel Antonio de Amorim Garcia Diretor Geral da Instru o Publica e Delegado Especial padre Francisco Constancio da Costa Diretor Geral da Instru o Publica Interino ao dr Tito L vio Vieira Dortas Delegado Especial Interino bacharel Celso Florentino Henriques de Souza Secretario da Presidencia Vice Presidente de Prov ncia Francisco Amintas da Costa Barros Vice Presidente de Prov ncia Ant nio Bas lio Ribeiro Dantas Presidente de Prov ncia Fausto Carlos Barreto Sem informa o 15 06 1889 a 18 06 1889 18 06 1889 a 12 07 1889 18 07 1889 a 23 10 1889
551. ra em diversos pontos do RN para dar suporte tanto s formas de transporte de mercadorias melhorias em portos aterros e pontes como ao incremento das pr prias unidades produtivas constru o de fontes de gua e a udes e melhoramentos de rios disponibilizando reas agricult veis e minimizando o impacto de chuvas intensas como acontecia nos vales de Cear Mirim e Capi aspectos estes que ser o retomados mais adiante nesse cap tulo Uma outra repercuss o do com rcio e da expans o econ mica das d cadas de 1850 e 1860 foi o acentuado crescimento dos povoados existentes que acabaram modificando seu status pol tico como aponta Monteiro Foi o que ocorreu com Mossor e Papari atual N sia Floresta elevados vila em 1852 Cear Mirim 1855 Pau dos Ferros 1856 Campo Grande Canguaretama e Jardim atual Jardim do 192 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Serid 1858 Cara bas e Nova Cruz 1868 Serra Negra 1874 S o Miguel e Trairi atual Santa Cruz 1876 e Maca ba 1877 MONTEIRO 2007 p 103 Mas as mudan as identificadas no Rio Grande do Norte no tocante ao com rcio todavia n o se limitaram s quest es f sico espaciais Este novo impulso comercial acarretou mudan as no uso da cidade potiguar para al m de proteger consumidores estabelecer diretrizes para o bom funcionamento e ordenamento destes estabelecimentos Neste sentido identificamos no per odo de 1846 a 1889
552. ra Chaves Filho Promotor publico da comarca da Maioridade bacharel Jos Alves de Lima Junior Promotor publico da comarca de Mac o bacharel Bazilisso da Silva Caldas Promotor publico da comarca de S Jos de Mipib bacharel Candido Alves da Nobrega Promotor publico da Comarca do Jardim bacharel Jos alexandre d Amorim Garcia Juiz de direito bacharel Adelino da Silva Pinto Promotor publico bacharel Jeronymo Americo Rapozo da Camara Juiz municipal bacharel Francisco Bezerra Cavalcanti de Albuquerque Juiz municipal bacharel Antonio Ferraz da Motta Pedreira Juiz de Direito da comarca do Serid bacharel Antonio Serrano Gon alves de Andrade Juiz municipal o bacharel Luiz Gonzaga de Brito Guerra Juiz de Direito bacharel Reinaldo Francisco de Moura Juiz de Direito Dr Jos Antonio Correia da Silva Chefe da policia Jos Ignacio Fernandes Barros Juiz municipal do termo do Cear mirim Dr Luiz Ignacio de Mello Barreto Chefe de policia interino Joaquim Henrique de Almeida Subdelegado de policia de S Miguel Francisco Ildefonso Emerenciano China Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 336 Subdelegado de Utinga capit o Antonio Benevides Seabra de Mello Delegado do Cear mirim Joaquim Manoel de Souza Subdelegado do Cear mirim tenente de policia Hercules Pindahyra de Carvalho Delegado de Mossor Louren o Pinto Martins Delegado de Mac o Antonio Rodrigu
553. ra do sexo feminino da villa do Jardim D Maria Carlota Melchiades de Oliveira Castro professora da cadeira do sexo feminino da vila do Triumpho D Maria Emilia pedroso Galv o professora da cadeira do sexo feminino de Nova Cruz D Joanna Evaristo de Moraes Barros professora da cadeira do sexo feminino de Sant Anna do Mattos Jos Antonio de Moura Vicente Vieira de Mello e Joaquim da Cunha Lyra professores para as cadeiras de 3 gr o das povoa es de S Raphael Rosario e S Sebasti o de Mossor Vicente Vierira de Mello e Manoel Jos Pereira Fagundes professores de Roz rio e Guamar bacharel Aristides Cezar de Almeida director geral da instruc o publica bacharel Aristides Cezar de Almeida Diretor da Thesouraria de Fazenda Jos Candido Viegas Ex chefe de sec o da thesouraria de Pernambuco Jo o Ataliba Moreira de Almeida Guarda servindo de Secretario da Inspec o de Sa de publica o RN bacharel Joaquim Germano Ramos Servindo como Procurador fiscal dr Francisco Gomes da Silva Assembl a legislativa provincial Pedro de Alcantara De o Official maior Diretor da Secretaria do Governo Francisco Othilio Alvares da Silva Servindo de secretario do Governo capit o Antonio Benevides Seabra de Mello Delegado de policia o bacharel Ulysses de Barros Mendon a Promotor publico da comarca do Ass bacharel Alvaro Fragoso d Albuquerque Ex Promotor publico da comarca da Maioridade bacharel Joaquim Ferrei
554. rado no estylo toscano 234 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Em rela o limpeza das fachadas detectamos nas Posturas a obriga o em conservar caiadas as fachadas das casas sobre ruas e estradas tamb m encontramos especifica es quanto a dimens es Em caso de constru o de novas edifica es encontramos v rias instru es a respeito das licen as obriga o de constru o de cal adas ou muros na frente das novas edifica es dimensionamentos de pr dios urbanos e procedimentos no caso de amea ar ru na Todavia a est tica urbana e das edifica es n o se limitava apenas s quest es de aformoseamentos e moderniza es de estilos arquitet nicos e propor es de pr dios ruas e cal adas embora fosse uma de suas mais not rias express es Lembremos que neste per odo ainda temos problemas com falta de m o de obra e verbas em especial para os servi os de limpeza e manuten o urbana e o RN embora apresentando grandes avan os no processo de urbaniza o continua sendo uma prov ncia fundamentalmente rural Neste sentido problemas relacionados com a limpeza e manuten o de edifica es ruas estradas ainda s o uma s ria demanda na cidade potiguar e ainda indentificamos problemas com animais e reas rurais precisando de regulamenta o nas Posturas Na quest o da limpeza 205 decentemente caiadas ou pintadas a porta externa de seus p
555. ras que todas as reas contempladas t m rela o direta com o com rcio e em especial com o escoamento da produ o s o reas que comportam uma florescente pra a comercial ou um porto mar timo com boas condi es de navegabilidade ou ambas as situa es Em outras palavras os investimentos em aterros e cais tinham como finalidade alavancar a economia do RN atrav s dos processos de exporta o sobretudo com o exterior O equipamento p blico Quartel embora tenha tido poucos investimentos semelhante ao que aconteceu com o Hospital o nico investimento feito foi bastante expressivo e apenas registrado em Natal em 1861 os pra as estavam aquartelados no consist rio da Igreja Santo Ant nio e considerando esta situa o indesejada no ano seguinte foi feito um grande investimento para dar in cio constru o de um pr dio para o quartel que ao longo do per odo foi considerado um dos mais elegantes da prov ncia Este pr dio contudo n o ficou como todo o per odo abrigando o quartel em 1883 passou a ser ocupado pelos Aprendizes de Marinheiro e em 1887 parte do pr dio era onde funcionava a Capitania dos Portos sendo que o quartel passou a 271 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba funcionar numa casa alugada Embora tenha acontecido este remanejamento podemos dizer que o investimento foi concretizado significando melhorias neste equipamento e que repercutiu positivamente na cida
556. ratriz O templo n o tem torres nem corredores Nas paredes v em se algumas rachaduras que fazem receiar um desabamento Freguezia de P o dos Ferros douramento da matriz e constru o do frontespicio FIGUEIREDO JUNIOR 1861 Esta longa cita o nos possibilita atestar as reais dificuldades enfrentadas nestes templos do RN como a maioria dos Relat rios trata de uma situa o de ru na generalizada das igrejas tendemos a acreditar num certo pessimismo exagerado e uma percep o simplista da realidade por parte da elite Contudo este relato do Presidente Figueiredo J nior em sua precis o nos permitiu chegar a mesma conclus o na cita o o Presidente elenca 19 freguesias e trata da situa o de 18 matrizes e 8 capelas num total de 26 templos Ora se numa rela o de 26 templos apenas 04 foram mecionados de forma positiva Assu Angicos Jardim e Pau dos Ferros fica evidenciado que a maioria de fato precisava de reparos recorrentemente reparos muito consider veis dada a condi o de semi ru na em que estavam tais edifica es Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso registra que os melhores templos existentes no RN devem sua conserva o contribui o volunt ria dos fi is ao que o Presidente Velloso exemplifica com os da comarca do Serid em especial em Acari cujas obras estavam bastante adiantadas Em 1867 o Presidente Luiz Barbosa da Silva preocupado com o estado de ru na das matriz
557. rba A pesquisa desenvolvida se pautou fundamentalmente no discurso muito mais do que ilustra es foi a palavra o fio condutor principal de reflex es atrav s do discurso que a elite pol tico administrativa se expressa para defender determinados pontos de vista em rela o cidade potiguar angariando assim partid rios deste projeto ou o oposto Objetivando extrair mais informa es desta linguagem escrita enveredamos numa busca pelos instrumentos de pesquisa para levantar ferramentas que auxilassem a aprofundar as an lises textuais Como resultado da pesquisa explorat ria inicial duas ferramentas se mostraram pass veis de utiliza o a an lise de conte do utilizada em estudos de lingu stica e a an lise de discurso empregada em pesquisas que enfocam argumenta o Essas ferramentas de an lise ser o retomadas adiante no item 1 3 2 1 2 FONTES PRIM RIAS E SECUND RIAS No que tange s fontes prim rias imprescind vel registrar as contribui es do Projeto Resgate do Projeto de Imagens de Publica es Oficiais Brasileiras do Center for Research Libraries e Latin American Microform Project e das Bases Grupos de Pesquisa intituladas Hist ria da Cidade do Territ rio e do Urbanismo HCUrb e Morfologia e Usos da Arquitetura MUSA estas duas ltimas dentro do Programa de P s gradua o de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande
558. realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 142 VILA DA PRINCESA C mara Municipal Posturas 1838 143 VILA FLOR C mara Municipal Posturas 1836 144 WANDERLEY Jo o Carlos Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio apresentado a Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte pelo Exm Primeiro Vice Presidente da Provincia Jo o Carlos Wanderley No dia 3 de maio de 1850 Pernambuco Typografia de M F de Faria 1851 313 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 7 AP NDICE 10 11 12 18 14 15 16 17 ALENCASTRO Luiz Felipe de Vida privada e ordem privada no Imp rio In Hist ria da vida privada no Brasil Imp rio a corte e a modernidade nacional sob a organiza o de NOVAIS Fernando A S o Paulo Companhia das Letras 1997 AMORIM Pedro O Munic pio de Assu not cia at 1928 Natal imprensa oficial 1929 ANDRADE Mario de L Apprenti touriste Traduit du Br silien par Monique Le Moine et Marie Pierre Maz as Collection Voyager avec la Quinzaine Litt raire Pour la pr sente dition pr face et dition fran aise 1996 S o Paulo Livraria duas Cidades 1996 AQUINO Aecio Villar de Nordeste s culo XIX Jo o Pessoa Editora Universit ria 1980 AUGEL Moema Parente Visitantes estrangeiros na Bahia oitocentista S o Paulo Ed Cultrix 1980 AZEVEDO Alu zio de Hist ria do munic pio de Monte Alegre Monte Alegre
559. res de forma bem mais incipiente do que vimos no caso das escolas p blicas como aos poucos as moderniza es do edif cio do Hospital de Caridade que permanece sendo o nico pr dio de boa qualidade na prov ncia mesmo com todos os surtos epid micos como vimos nestas d cadas de 1860 70 impulsionaram a constru o de pr dios improvisados que logo deixavam de existir e por fim as propostas e estrat gias para gerar fundos para gest o do pr prio Hospital de Caridade tendo em vista contemplar reformas amplia es al m da manuten o do pr dio No caso dos Hospitais nos parece que os avan os nos pr dios foram muito t midos possivelmente porque os surtos de epidemia n o prosseguiram por todo o per odo e quando foram mais 215 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba recorrentes a prov ncia ainda n o recursos para melhorias mais expressivas Neste per odo os M dicos tamb m tinham uma atua o em outras vertentes da sa de p blica com repercuss o f sico espacial que n o somente a atua o nos hospitais seu trabalho era ligado s quest es de higiene e limpeza da cidade da o retorno a este debate no item Est tica Urbana e das Edifica es como forma de profilaxia limpeza das Fontes de gua vistas como poss veis focos de contamina o preocupa o com a limpeza e condi es de higiene de certos edif cios comerciais em especial os Mercados P blicos A ougues e Matadou
560. res Mariz Commandante Superior de Guardas Nacionaes Camara da Villa do Principe Jo o Ign cio de Loiola Barros Contador da Thesouraria Provincial 06 07 1841 a 04 12 1841 Presidente de Dom Manuel D Assis Mascarenhas Prov ncia Sem informa o 04 12 1841 a 31 03 1842 Vice Presidente de Estev o Jos Barbosa de Moura Prov ncia Sem informa o 31 03 1842 a 31 05 1842 Presidente de Dom Manuel D Assis Mascarenhas Prov ncia Doutor Jos Bento Pereira da Motta Medico do partido publico Jo o Carlos Wanderley Secret rio do Governo 31 05 1842 a 15 11 1842 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 321 Vice Presidente de Prov ncia Estev o Jos Barbosa de Moura Sem informa o 15 11 1842 a 07 07 1843 Vice Presidente de Andr de Albuquerque Maranh o Cidad o Joaquim Alvares Cavalcanti contratado para a constru o da Ponte no Rio Pitimb e o esgoto do Rio Caj piranga nomeado o cidad o Jo o Chrysostomo de Oliveira que recusou o cargo e nomeado depois nomeado Francisco Gomes Guar Administrador da Meza de arrecada o dos Direitos Provinciais da Povoa o de Santa 07 07 1843 a Prov ncia Luzia de Mossor Jo o de Ara jo Pinheiro ex professor de Primeiras Letras do Acari 08 01 1844 Francisca Soares da Camara Professora Presidente de acordo com art 15 da Lei Provincial n 27 de 5 de Novembro de 1836
561. res exemplos de civilidade e modernidade do per odo e se lamenta que a prov ncia n o tenha recursos para arcar com tal empreitada No mesmo ano o Presidente Luiz Barbosa Da Silva comenta sobre os terrenos baixos e alagadi os das margens do Rio Salgado que em sua opini o deveriam ser aterrados e aproveitados para constru o e recreios p blicos No ano de 1870 as aten es se voltam para a fonte de gua p blica em Natal que o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha encontrando em mau estado mandou consertar e fazer um muro circundando a e fechando com um port o de ferro Em 1874 a limpeza urbana entra no Relat rio do Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho que reclama da falta de asseio das ruas cais e pra as da cidade a sujeira nas duas fontes p blicas e o livre tr nsito de cavalos pelas ruas Aponta tamb m para a grave falta de uma planta de Natal para que regularisada a sua edifica o e mantido o alinhamento das suas poucas ruas n o tortuosas Em 1878 a limpeza p blica volta a aparecer nos Relat rios quando Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro manda os emigrantes limparem as ruas de Natal oferecendo agora uma perspectiva agrad vel As ltimas refer ncias identificadas nos Relat rios do per odo tratam de est tica das edifica es em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias comenta sobre a casa do mercado p blico de Cear Mirim e em 1883 o Presidente Francisco d
562. restante do 3 Embora existisse a produ o salineira uma s rie de entraves pol ticos impediu no per odo anterior que o sal tivesse uma dimens o econ mica mais expressiva quanto ao algod o tamb m n o teve tanto destaque quanto acontece no per odo estudado na Parte Il da tese conforme abordamos ainda neste cap tulo tr s Fundamentalmente a base da economia potiguar girava em torno do gado vez que o a car tinha uma rea de atua o muito restrita regi o litor nea diferente da pecu ria que se desenvolvia pela maior parte da prov ncia 96 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba per odo Imperial no RN marcado por per odos de seca versus os de pujan a permeados por extraordin rios ganhos econ micos versus necessidade de empr stimos junto a bancos que inserem o RN nas flutua es pr prias do capitalismo internacional As localidades embora esvaziadas pelas calamidades p blicas registram um crescimento populacional sem precedentes impulsionando uma maior complexidade urbana que demanda m o de obra especializada criando condi es tamb m para o aumento do funcionalismo p blico O aumento com a folha de pagamento p blica incha as contas do governo trazendo impactos na flutuante receita potiguar em sua tributa o e na constru o da cidade potiguar itens que ser o tratados ao longo deste cap tulo 3 3 1 O TEMPO DAS CALAMIDADES DAS REVOLTAS E SEUS REFLEXOS PARA A CIDADE A
563. reta es foi necess rio fazer uso de instrumentais como a an lise do discurso para apreender tanto quanto poss vel o que estava realmente por tr s das palavras dessa elite As fontes prim rias s o essencialmente os documentos oficiais produzidos pelos Presidentes de Prov ncia assim como outras fontes produzidas por t cnicos de alto escal o e outros membros da classe pol tica todos compondo a chamada elite pol tico administrativa do RN As fontes secund rias foram livros publica es teses e disserta es pertinentes ao tema entre outros A pesquisa permitiu identificar uma determinada percep o sobre a cidade potiguar no s culo XIX certamente limitada porque baseada num discurso espec fico o de membros da elite pol tico administrativa mas que mesmo assim possibilitou entender essa cidade e sua evolu o ao longo do per odo estudado entre outras observa es dignas de nota Palavras chave S culo XIX Presidente de Prov ncia elite pol tico administrativa cidade potiguar N mero de p ginas 354 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba ABSTRACT The purpose of this research is to apprehend the perception that the ruling elite especially the Presidents of the province of Rio Grande do Norte Brazil had about the potiguar city that is the urban localities existing in the province along the 19 century By interweaving political administrative socioeconomic and spatial aspects the
564. revolta perante o Imp rio Em se tratando da Seguran a individual os problemas aconteciam de acordo com a apreens o dos Presidentes pela jun o de legisla o falha corpo administrativo pouco atuante aliados ao prec rio policiamento da importante destacar que os escravos origin rios de pa ses africanos tinham evidentemente a forma o cultural educacional e religiosa em conformidade com sua origem Em contato com o Brasil tinha in cio o processo de transforma o cultural que os impactava em maior ou menor grau com as orienta es da religi o cat lica modificando as cren as destas pessoas tornando as com o passar do tempo mais aceit veis do ponto de vista religioso contudo ainda distantes no quesito escolaridade que ser praticamente uma prerrogativa da elite A cultura um processo din mico e aberto em que h bitos e valores s o sistematicamente resignificados 44 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba prov ncia Com a certeza da impunidade a popula o contava apenas com a boa ndole dos cidad os o que n o era suficiente Sobre os dados estat sticos os documentos fazem alus o falta de levantamento estat stico que fornecesse administra o p blica informa es que auxiliassem na proposi o de itens de interven o Um dos Relat rios traz uma informa o relevante neste sentido como ressalta Bello Posto que se devesse isto atribuir
565. rges Diretor da escola de 1 letras capit o Antonio Cabral de Mello Leondo Comandante da Fortaleza dos Santos Reis Magos Tyrso Alexandrino da Silva Estaccionario do tel grafo coronel Bonif cio Francisco Pinheiro da Camara Administrador do Correio Joaquim Rom o Seabra de Mello Presidente da Camara Municipal official maior Francisco Gomes da Rocha Fagundes servindo de Secretario interino do Governo Pedro de Alcantara De o Ex Secretario do Governo Vice Presidente de Prov ncia Matias Ant nio da Fonseca Morato Vice Presidente de Prov ncia Euclides Diocleciano de Albuquerque Vice Presidente de Prov ncia Vicente In cio Pereira Sem informa o 31 01 1879 a 07 02 1879 07 02 1879 a 14 02 1879 14 02 1879 a 13 03 1879 Presidente de Prov ncia Rodrigo Lobato Marcondes Machado tenente Joaquim Jos do Rego Barros Administrados do Hospital de Caridade Doutor Luiz Carlos Lins Wanderley M dico do Hospital de Caridade C nego Joaquim Antunes de Oliveira Dr Eugenio Telles da Silveira Fontes Diretor da instru o publica Dr Manoel de Carvalho e Souza Diretor Interino da instru o publica Cicero Pontes Luiz Pedro Drago Jorge de S Bezerra e Francisco Manoel da Cunha Junior Antigos concession rios da estrada de ferro de Natal a Nova Cruz engenheiro Jo o Carlos Greenhalgh e o Major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o Concession rios Estrade de fe
566. riado Ao longo deste per odo o gado comp s juntamente com o a car e o algod o as tr s principais fontes de recursos que movimentaram a economia do RN e a principal cr tica feita especificamente pecu ria era a flutua o das rendas geradas com a sua tributa o Esta grande varia o era ocasionada pelos fatores clim ticos sobretudo as secas que atingiam o sert o levando a mortalidade do rebanho foi somente com a grande seca de 1877 79 que iniciaram obras de infraestrutura para combater os impactos da seca assunto que ser retomado com mais profundidade no cap tulo 4 Uma vez que esta an lise iniciada justamente no momento p s seca de 1845 os primeiros Relat rios at o de 1851 enfatizam este problema Em 1851 o Presidente Jos Joaquim da Cunha alerta para a decad ncia da produ o de gado que aos poucos ia sendo substitu do pela cana de a car Afirma que a maior parte das rendas provinciais ainda provinha do d zimo do gado que sempre era arrecadada por administra o e raramente por arremata o No entendimento do Presidente Cunha a arremata o era prefer vel porque independia das secas tinha prazo o caso do Relat rio do Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmento que em 1846 n o incluiu os d zimos de gado vaccum e cavalar tendo em vista que a diminui o tinha sido t o expressiva que n o era poss vel contar com tal receita No ano seguinte o Presidente Casimiro Jose de Moraes Sarmen
567. rinho Promotor p blico da comarca do Apody bacharel Jose Camilo Linhares de Albuquerque Ex Promotor p blico da comarca do Serid bacharel Antonio Aladim de Ara jo Promotor p blico da comarca do Serid Jos Francisco Areias Zamba Ex Adjunto de Promotor 22 09 1885 a 22 10 1885 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 350 p blico da comarca de Natal Joaquim Jos Maria de Lucena Ex Adjunto de Promotor p blico da comarca de Serid Remigio Alvares da Nobrega Ex Adjunto de Promotor p blico da comarca de Jardim Dr Manoel Felix Citarina Chefe de policia Dr Augusto Leopoldo Raposo da Camara Chefe de policia Interino Jo o da Fons ca Varella Capm Commandante da Companhia de Policia Alferes Miguel Augusto Seabra de Mello Alferes Cosme Justiniano de Souza Lemos Miguel Porfirio de Souza Caldas Joaquim Idalino d Ara jo Adelino Florentino Carneiro da Cunha e Manoel Pessoa de Andrade Tenentes da Companhia de Policia Dr Antonio d Amorim Garcia Director da Instruc o Publica Eneas Leocracio de Moura Soares Ex Inspector Major Joaquim Guilherme de Sousa Caldas Inspector Elias Antonio Ferreira Souto Administrador da mesa de rendas de Macau Francisco Gurgel d Oliveira Souto Administrador da mesa de rendas de Mossor Jos Pedro da Luz Administrador da mesa de rendas de Canguaretama Adolpho Solano Martins Ex 2 Escriptuario do Thesouro Provincial Bonifacio Francisco
568. rios passam a assumir com o tempo uma determinada formata o cont m temas frequentemente tratados independente do Presidente que esteja ocupando o cargo Eles cont m tamb m uma parte denominada mapas na verdade quadros apresentando dados estat sticos com tabelas fornecendo informa es num ricas que ilustram o texto corrido Al m dos Relat rios outros documentos oficiais imperiais consultados foram os Requerimentos Cartas Of cios Informa es Decretos Autos Consultas dentre outros Considerando que o s culo XIX como um todo pode ser visto como aquele em que a cidade potiguar se consolida que este s culo se caracteriza por tr s per odos distintos de estrutura pol tico administrativa e governo Capitania Prov ncia e Estado algumas perguntas merecem uma investiga o devendo ser analisadas a partir do discurso dos Presidentes de Prov ncia segundo as categorias de an lise propostas 1 De que modo a apreens o da elite pol tico administrativa principalmente Presidentes de Prov ncia mas n o somente estes sobre a cidade potiguar confirmada por outras fontes de dados 2 De que modo a interven o pensada pela elite pol tico administrativa independente de ter sido realizada ou n o reflete um ideal de cidade cujo modelo exterior Prov ncia do Rio Grande do Norte 3 De que modo a interven o pensada pela elite pol tico administrativa independ
569. rla de Azevedo Borba credibilidade perante a elite brasileira as fam lias ainda enviavam seus filhos a Europa Enquanto esta consolida o das escolas brasileiras n o ocorria identificamos quais eram estes primeiros centros de forma o da elite no Brasil A maior parte dos pol ticos brasileiros da primeira metade do s culo XIX estudou em Coimbra Ao lado da Universidade de Coimbra duas outras institui es de ensino foram importantes para a forma o da elite brasileira a Real Academia de Marinha e o Col gio dos Nobres Ambas destinavam se forma o militar dos nobres Mas as escolas fno Brasil dedicadas explicitamente forma o da elite pol tica s surgiram ap s a Independ ncia Trata se dos dois cursos de direito criados em 1827 e iniciados em 1828 um na cidade de S o Paulo outro em Olinda transferido em 1854 para Recife Al m desses uma Escola de Farm cia foi criada em Ouro Preto em 1839 Os filhos de fam lias de recursos que podiam aspirar a uma educa o superior iniciavam a forma o com tutores particulares passavam depois por algum liceu semin rio ou preferencialmente pelo Pedro Il e afinal iam para a Europa ou escolhiam entre as quatro escolas de direito e medicina As quatro cobravam anuidades e seus cursos duravam de cinco anos direito e seis anos medicina CARVALHO 1996 p 59 64 65 Vez que eram poucas e caras as escolas que formavam os pol ticos brasileiros
570. rno imperial a elite potiguar viu na seca uma oportunidade mpar que era o excedente populacional em situa o de pen ria oferecendo sua for a produtiva at ent o escassa como vimos at o momento por valores bem abaixo das indicadas nos 105 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba or amentos produzidos para diversas obras ao longo do per odo anterior Em Mossor um exemplo desta situa o foi a constru o da Casa de C mara e Cadeia conclu da em 1880 Nesta constru o foi usada intensamente a m o de obra de retirantes da seca Em s ntese paradoxalmente a cidade potiguar em especial a do litoral muito ganhou com esta seca em particular tema que ser retomado no cap tulo 4 Se por um lado as secas parecem ter no entendimento da elite uma rela o com a possibilidade de melhorias urbanas na cidade atrav s das v rias obras em que se utilizou a m o de obra dos flagelados das secas que tamb m foi empregada no campo as enchentes por sua vez tamb m impactaram a economia da prov ncia por m sem permitir um uso direto desta mesma m o de obra para combater seus efeitos Com rela o s enchentes s o mencionadas nos anos de 1866 1867 1876 e 1878 Na primeira refer ncia o Presidente Meira informa ter adiado a Exposi o Provincial por causa das dificuldades de tr nsito em virtude do rigoroso inverno Nas demais informa es sobre enchentes observamos uma rela o mais direta com
571. roposta deixava de contribuir para o desenvolvimento da ind stria potiguar e por conseguinte deixava de movimentar a economia o que tolhia os impostos e a implementa o de melhorias na cidade Ainda no documento de 1849 o Presidente Taques elenca o que em sua apreens o seriam as principais causas da impunidade a falta de provas do crime vez que muitas vezes aconteciam em lugares distantes de dif cil investiga o uma incompreens vel compaix o dos julgadores pelos criminosos a prote o dada pelos homens influentes a estes ditos criminosos a dificuldade de pessoal capacitado para assumir os cargos policiais o des nimo dos policiais que vendo o insucesso de seu trabalho se deixam corromper a vastid o da prov ncia sua popula o distribu da de forma t o espa ada e o pouco n mero de policiais e al m do mais mal preparados Em 1858 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves se surpreende com a falta de ilumina o p blica de Natal o que em seu entendimento seria uma das primeiras provid ncias para que se otimizasse a a o da pol cia e a redu o da criminalidade Em suas palavras a ilumina o p blica seria uma indispens vel medida de preven o de delitos e sua proposta de interven o foi solicitar ao Chefe de Pol cia indicasse o n mero de lampi es bem como sua localiza o mais conveniente bem como o or amento com sua implanta o ao que o mesmo afirmou serem necess rios 3 Em mui
572. ros P blicos e finalmente aos Cemit rios P blicos suas normas de funcionamento e a crucial rela o com os demais equipamentos p blicos tais como Fontes d gua e Mercados assim como as estradas acessos e comunica o com as Igrejas em s ntese foram profissionais que juntamente com os Engenheiros contribu ram enormemente com a constru o e articula o cidade potiguar deste per odo cada vez mais complexa e populosa 4 5 1 4 Cais e Aterros importante esclarecer que embora cais e aterros tenham a princ pio uma conota o de infraestrutura no caso do RN deste per odo tais espa os eram pensados para receber estruturas que se pretendiam dar suporte ao com rcio mercado p blico pra as pontes e suas reas de carga e descarga enfim espa os com abrigo para perman ncia de pessoas e n o somente para seu tr nsito ou continuidade de vias de comunica o Os Relat rios demonstram grande preocupa o das autoridades com essa quest o e v rios exemplos podem ser citados sobretudo enfocando a realidade de Natal e neste caso em especial fala se em aterro do Salgado e suas proximidades Sarmento 1846 Siqueira 1848 Wanderley 1850 2 Cunha 1852 Carvalho 1853 Finalmente o aterro do Salgado dado por conclu do em 1858 pelo Presidente Rapozo da Camara 180 A primeira refer ncia a aterro neste per odo aconteceu em 1846 quando o Presidente Casimiro Jose De Moraes Sarmento Presidente tra
573. rro Natal Nova Cruz Pedro H Wakem concession rio do Engenho Central no vale do Cear mirim negociante e chefe da importante casa commercial de Guarapes Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o concession rio do Engenho Central no vale do Capi Sr Dr Bandeira de Mello Respons vel pela canalisa o dos rios Trahiry e Ararrahy e em parte a do rio Cear mirim Sr Dr Montenegro Respons vel pela canalisa o de mais de metade do vale do Cat e come ou a canalisa o do Pitimb e Caju piranga Alferes Francisco de Paula Moreira Commandante da companhia de Guarni o Dr Jo o Gualberto Ferreira Santos Reis Ex M dico Diretor da enfermaria militar 1 cirurgi o d armada Dr Archimino Jos Correia M dico Diretor da enfermaria militar coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da Camara Administrador do Correio capit o de mar e guerra Jos Avelino silva Jacques Chefe da Capitania do Porto capit o reformado do 13 03 1879 a 01 05 1880 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 346 exercito Urbano Fernandes Barros Secretario da Presidencia Eneas Leocracio de Moura Soares Diretor Inspetor do Thesouro Provincial Marcolino Lins Wanderley Ex Administrador da Mesa de Rendas em Macau Tenente coronel Deocleciano de Albuquerque Mello Administrador da Mesa de Rendas em Macau capit o Jo o Ferreira Nobre Ex Collector de rendas da villa do Cear mirim Manoel Jos Ferreira Collect
574. s Popula o em valores absolutos m Total 8072 9109 10240 23467 Anos 1805 1819 1835 1844 Fonte autoria pr pria dados populacionais de 1819 1835 e 1844 MEDEIROS 1973 p 77 de 1805 CASCUDO 1984 p 50 duas etnias Enquanto a popula o geral potiguar cresce consideravelmente ao longo deste primeiro per odo aumento de 202 68 a popula o ind gena n o acompanha este crescimento pouco expressivo entre os anos de 1805 a 1835 36 70 e no censo seguinte sofre uma redu o at desaparecer das fontes prim rias investigadas Esta situa o de diminui o das popula es ind genas tamb m foi pontuada em um dos Relat rios de 1839 no qual Mascarenhas retrata que O numero destes indolentes habitadores do Brasil vai progressivamente diminuindo nesta Provincia e hoje apenas existe nos Municipios de Estrem s S Jos Villa Flor e Goianinha Das informa es dos respectivos Juizes de Orf os consta que em Estrem s o numero dos Indios chegar a 700 Os de S Jos n o excedem de 500 Em Villa Flor existem 140 fogos de Indios O numero dos de Goianninha n o excede de 400 F ra minha opini o que se tirasse aos Juizes de Orf os e se transferisse para as 41 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Camaras Municipaes a administra o dos bens dos Indios MASCARENHAS 1840 p 9 O n mero de pessoas morando nas v
575. s ferreiros marceneiros sapateiros contava com pequenos comerciantes varejistas funcion rios p blicos subalternos da justi a fazenda pol cia e legislatura empregados de pequenas manufaturas como a de redes desempregados padres de pequenas posses caixeiros das casas comerciais etc al m de algumas centenas de escravos negros e mulatos MONTEIRO 2007 p 106 Nos Relat rios os funcion rios p blicos mais recorrentemente citados no per odo aqui analisado foram os Engenheiros num total de 56 refer ncias ou 37 08 seguido pelos Professores perfazendo 50 men es ou 33 11 os M dicos totalizando 45 refer ncias ou 29 80 Outros funcion rios citados s o os do setor jur dico como vimos na discuss o sobre os problemas gerais no funcionalismo p blico Com todas as dificuldades apontadas n o deixa de ser verdade que diferentemente do per odo anterior neste os profissionais mencionados efetivamente cresceram em n mero e atua o na prov ncia contribuindo para que a cidade potiguar deixasse de ser apenas uma promessa mas uma realidade Em linhas gerais estes funcion rios sobretudo engenheiros e m dicos atuaram na produ o de diagn sticos em suas reas respectivas de atua o com impacto direto sobre a cidade potiguar A seguir pontuamos dos Relat rios as principais informa es acerca de cada um destes profissionais buscando compreender suas contribui es espec ficas na constru o da ci
576. s o identificados no Relat rio do Presidente Jos Ernardo Galv o Alcoforado Junior Em 1877 o Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho critica o edif cio da Tesouraria oficial que embora tivesse sido reconstru do h pouco tempo era em sua opini o acanhadissimo e falta lha a necess ria seguran a Em 1882 este pr dio foi novamente alvo de reformas o presidente Satyro de Oliveira Dias nos fala de sua situa o prec ria O edif cio em que funciona este thesouro achando se com a coberta bastante arruinada reclama urgentes concertos As guas pluviaes que cabem nas sallas tem muitas vezes na esta o invernosa interrompido os trabalhos obrigando a andar se com as mezas de uns para outros lados e a conservar se o archivo desarrumado para evitar que se estraguem os livros e mais papeis pois que sendo as estantes encostadas as paredes recebem estas grande quantidade d agua que segundo me parece transborda das bicas que por insuficientes n o comportar o as guas que recebem do tecto DIAS 1882 No ano de 1887 a ltima refer ncia s reparti es p blicas deste per odo o presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho trata da reconstru o do pr dio da Alf ndega de Natal Diferente do que acontece com outros pr dios p blicos chama a aten o o fato de nestes casos a participa o popular ser quase inexistente n o identificamos nos Relat rios situa es de subscri es ou doa
577. s o pela popula o para o centro das a es sanit rias Tais calamidades trouxeram outras repercuss es negativas levadas pelas condi es extremas certos do abandono governamental tanto no envio de socorros p blicos como no gerenciamento do caos que estas calamidades traziam s localidades a criminalidade aumentou a n veis alarmantes ocasionando o fen meno 97 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba do banditismo mais contundente no interior Al m disto observamos neste per odo uma maior movimenta o da popula o em defesa de seus direitos promovendo levantes contra mudan as que lhes parecem negativas levando os Presidentes de Prov ncia a registrarem em seus Relat rios ocorr ncias bem mais frequentes do item Seguran a P blica comparados com o que identificamos no per odo anterior 3 1 1 Calamidades clim ticas secas e enchentes A seca que demarca o in cio deste segundo per odo de investiga o n o foi a nica ocorrida nem neste per odo nem no anterior Ao longo do s culo XIX aconteceu um total de nove per odos de secas que assolaram o RN de acordo com Santos 1994 p 79 80 nos seguintes anos 1808 1814 1825 1833 1845 1877 a 1879 1888 a 1889 1898 e 1900 Pelas condi es clim ticas e geol gicas da regi o acredita se que este problema sempre existiu mas somente com o processo de interioriza o da popula o foi que se conheceu efetivamente esta situa
578. s 2010 png em setembro de 2013 Informa es das rotas de gado baseadas em CIDADE Teixeira 2009a p 537 e Cascudo 1995 p 307 321 Base em cartografia atual do estado do RN Observando o mapa podemos tra ar um paralelo entre estas rotas do gado as aglomera es urbanas mais antigas do RN e as bacias hidrogr ficas Esta rela o evidentemente n o aleat ria os animais e vaqueiros em busca constante por novas pastagens sempre margeando as fontes de gua acabavam por criar pontos mais ou menos usuais de paragens De in cio uma popula o de suporte se assenta ao longo das rotas do gado Estabelecidos no local estes pequenos fazendeiros iniciavam suas lavouras plantando itens de subsist ncia cujo excedente vendiam tamb m aos transeuntes criando pequenos entrepostos comerciais E em muitos casos os investimentos n o paravam por a nas palavras de Tavares de Lira 69 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba alguns gra as aos conhecimentos locais melhoraram e encurtaram as estradas fizeram a udes plantaram canas proporcionaram ao sertanejo uma de suas alegrias a rapadura Desvanecidos os terrores da viagem do sert o alguns homens mais resolutos levaram as fam lias para as fazendas tempor ria ou definitivamente e as condi es de vida melhoraram casas s lidas espa osas de alpendre hospitaleiro currais de mour es por cima dos quais se podia passear bolandeiras par
579. s Comarcas e Termos podemos perceber que estes v o aumentando gradativamente ao longo do per odo passam de 6 para 13 no total o que diretamente demandava pessoal habilitado para preencher os novos cargos que 72 Mais especificamente t a execu o do Acto Addicional 73 Seguem as quatro mais recentes Maioridade 1841 S Jos 1853 Serid 1858 e Mossor 1861 Comarca de Natal Termos de Natal S o Gon alo Cear mirim e Touros Comarca de S o Jos Termos de S o Jos Goianninha Canguaretama Comarca de Assu Termos de Ass Campo Grande Angicos Comarca de Serid Termos de Principe Acari Jardim Comarca de Mossor Termos de Mossor Apody e Comarca de Maioridade Termos de Imperatriz Port Alegre e Pao dos Ferros 75 Natal Capital e Cear merim S o Jos S o Jos e Papary Canguaretama Canguaretama e Goyaninha Ass Ass e Triumpho Mac o Angicos Serid Principe Jardim e Acary Mossor Mossor Apody e Cara bas e Maioridade Imperatriz Porto Alegre e P o dos Ferros Natal Cear Mirim S o Jos do Mipibu Canguaretama Trahiry Jardim Serid Macau Ass Mossor Apody Maioridade e Pau dos Ferros 177 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba estavam surgindo no poder jur dico potiguar Este crescimento tamb m refor a o que argumentamos do cap tulo 3 sobre o aumento populacional que se intensifica e se distribui pelo territ rio do RN dem
580. s Fontes d gua da capital aparecem deterioradas e carecendo de reparos nas palavras do Vice presidente Coronel Estev o Jos Barboza de Moura A Fonte Publica da Capital cnamada Bica est no mais deploravel estado de ruina Foi perdida toda a despesa que com ella se fez falta da direc o de hum Engenheiro habil conhecedor da materia Posto que reconhecesse a Camara Municipal a mesma falta no quiz deixar de or ar para concertos a quantia de 1 400 00 Reis assim como para reedifica o da Cacimba chamada de S Thom a de 252 600 e a de 221 800 Rs para reparos do Baldo Todos estes or amentos s o feitos com o preciso detalhe mas nem por isso posso afian ar que se fac o obras duradouras MOURA 1841 Longe de ser uma situa o excepcional o relato deste Presidente identificado em praticamente todo o primeiro per odo estudado todos os Presidentes destinaram verbas para o conserto da Fonte P blica de gua da Bica em Natal que contudo todo ano era encontrada pelo Presidente subsequente em ru nas como a pr pria cita o acima insinua ao concluir dizendo que embora os or amentos tenham sido feito com detalhes e ainda mais por um Engenheiro habil nem por isso se pode assegurar que as obras sejam duradouras Verbas em maior ou menor vulto eram continuamente destinadas a reparos mas que n o eram suficientes para resistir aos desgastes das intemp ries clim ticas ou ao uso frequente destas infraestruturas
581. s da seca ocasionando uma concentra o populacional nociva para as localidades que n o dispunham de infraestrutura para receber este contingente populacional excessivo gerando uma centraliza o humana ca tica para o adequado funcionamento da cidade potiguar No ano seguinte de 1847 ainda o Presidente Sarmento aponta a seca como sendo o principal problema que impedia o crescimento da Prov ncia corroborado tamb m pelos Presidentes Benvenuto Augusto de Magalh es Taques em 1849 por Antonio Francisco Pereira de Carvalho em 1853 por Antonio Bernardo de Passos em 1856 Trajano Leocardio de Medeiros Murta em 1862 Luiz Barbosa da Silva 1867 e outros tantos demonstrando que o problema era n o s recorrente ao longo do per odo como os seus preju zos e capacidade de destrui o eram do conhecimento dos Presidentes que no entanto n o tinham capacidade financeira sobretudo sem a parceria do governo central para implantar as provid ncias que reduziriam sua a o nefasta no sert o potiguar Dada recorr ncia do problema das secas identificamos os esfor os dos Presidentes em apontar propostas de interven o para tentar minimizar sua a o neste sentido destacam se as propostas dos Presidentes Casimiro Jose de Moraes Sarmento 1847 Benvenuto Augusto de Magalh es Taques 1849 e Trajano Leocardio de Medeiros Murta 1862 Em julho de 1846 o Governo Imperial havia solicitado ao Presidente de Prov ncia medidas que de acordo
582. s das falhas na rede potiguar se faziam sentir muito intensamente trazendo reflexos tanto para economia como para as finan as como para a pr pria cidade potiguar Incapacitada de fazer fluir seus principais produtos e de manter na prov ncia a tributa o os picos de produ o do RN se evadiram em grande parte para Para ba e Cear produ o de algod o e Pernambuco importa o de produtos estrangeiros Sem recursos para promover 160 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba melhorias a falta de investimentos s acentuava as fragilidades do com rcio que encontrou em Natal a situa o mais dram tica chegando a levantar por parte da elite questionamentos sobre a manuten o cidade enquanto a capital da prov ncia assunto retomado no cap tulo 4 3 5 EMPR STIMOS AP LICES FRAUDES PERIP CIAS NAS FINAN AS DO RN Antes de iniciarmos este item sobre as finan as do RN no per odo em an lise importante fazermos algumas considera es iniciais o volume de dados quantitativos ou estat sticos para a compreens o da evolu o das finan as neste per odo enorme e muitas vezes contradit rios Encontramos para um mesmo ano financeiro Relat rios diferentes ou o mesmo chegando a mencionar at quatro valores diferentes de despesas e receitas e nesta situa o qual dado deveria ser levado em considera o Um dos primeiros passos para separar dados reais e conjecturas verificar a data e
583. s do servi o publico Em 1870 esta e outras obras p blicas encontravam se paralisadas pela falta de um engenheiro no RN T o logo este profissional chegou o Presidente Pedro de Barros Cavalcante de Albuquerque o incubiu das obras do palacete que em seu entendimento precisaria de um um plano mais conveniente e adequado Dois anos depois o Presidente Henrique Pereira de Lucena explica que encontrou em constru o a obra de conclus o do Palacete da Assembleia No ano de 1874 t m in cio as obras de reparos e manuten o desta edifica o de acordo com o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho A coberta deste edif cio Palacete da assembl a provincial feita com telhas de m qualidade exige que nas proximidades do inverno se proceda um exame minucioso em toda ella Este trabalho indispensavel conserva o do travejamento em grande parte composto de madeira de mangue que sujeita humidade apodrece facilmente MELLO FILHO 1874 19 O Presidente Olintho Jos Meira comenta a conclus o da reforma do pr dio da Tesouraria da Fazenda que ficou um dos melhores e mais elegantes desta cidade e sobre obras e consertos efetuados no pr dio da Alf ndega 1 Para a qual foi fixada a import ncia de 39 000 000 e que estava j quase conclusa inclusive para antes do prazo ajustado para sua entrega 231 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Em 1876 novos consertos
584. s escravos e os d zimos do gado vaccum e cavallar e de miun as e lavouras Em 1866 o Presidente Olyntho Jos Meira traz uma perspectiva bastante positiva a receita do ano de 1865 que estava or ada em 104 802 087 foi bastante superior ao esperado totalizando em 237 209 087 e a do exerc cio 1864 ultrapassaram as despesas em 26 580 265 Contudo alerta que no corrente as receitas haviam ca do em consequ ncias da esta o seca por outro lado a despesa n o estava cessando e ao contr rio estava muito avolumada em virtude das obras em andamento No ano seguinte o Presidente Luiz Barboza da Silva analisa que o estado das finan as do RN continuava lisonjeiro apesar da diminui o da receita com a redu o tanto da colheita como a queda dos pre os internacionais do algod o e do aumento da receita pelo 163 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba excesso de gastos com a constru o do Palacete da Assembleia e apesar deste suposto estado lisonjeiro paradoxalmente foram abertos diversos cr ditos neste ano A partir de 1872 os relatos come am a trazer uma situa o dif cil e que segue piorando ano a ano o Presidente Henrique Pereira de Lucena traz a opini o de seu Inspector de Thesouraria de que a principal causa do decr scimo de rendas no per odo era a sens vel queda dos pre os de g neros de exporta o em especial do algod o assim como a liquida o da casa commercial de Fabricio
585. s gerais estes problemas de limites do RN em rela o s prov ncias lim trofes ainda se alastram para al m deste per odo s se resolvendo efetivamente j no s culo XX not rio neste debate sobre a quest o dos limites do RN que embora os 199 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Presidentem em sua maioria se queixem das parcas finan as da morsidade do desenvolvimento do RN este se encontrava em franco processo de crescimento come ando a atingir seus limites territoriais e abrindo um debate acerca da precis o destes que dadas as incertezas oficiais entravam em conflito com as prov ncias vizinhas Al m disto a defini o dos limites relacionam se igualmente com a necessidade de planejamento e da organiza o pol tico administrativa das prov ncias e n o s do RN fruto do surto de desenvolvimento geral o que n o significava necessariamente que isso ocorresse como resultado do crescimento do n mero de localidades e de sua expans o no territ rio importante atentar tamb m para fatores al m de quest es f sico espaciais e territoriais que s o os interesses econ micos que est o por tr s destes debates desde o s culo XVII as salinas de Macau e mesmo de Mossor j haviam sido assinaladas como importantes produtoras de sal de boa qualidade e abund ncia e foi somente o n o protecionismo da ind stria brasileira que impediu seu franco desenvolvimento h mais tempo No moment
586. s na instru o p blica potiguar e baseado em experi ncias positivas em S o Paulo o Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva em 1889 sugere a cria o de um fundo escolar em favor da instru o p blica que seria alimentado por um imposto sobre emprego ou profiss o de todos os indiv duos maiores de 21 annos residentes na prov ncia nacionaes e estrangeiros que tiverem emprego ou profiss o ou viverem de seus bens ou de suas rendas Destacamos neste per odo alguns outros momentos importantes do desenvolvimento de escolas no RN o primeiro quando em 1848 foi dada prefer ncia 206 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba constru o do Ateneu do que ao Hospital de Caridade neste momento o RN ainda n o passava por problemas epid micos muito graves o que deve ter ajudado na tomada desta decis o ou seja a educa o foi considerada mais importante do que a sa de p blica o segundo quando em 1867 foi proposto usar o Ateneu para abrigar as atividades da C mara Municipal e o pr dio da C mara ser todo usado como cadeia ou seja a seguran a p blica foi percebida como mais significativa do que a educa o e o ano de 1874 que marcou um per odo de maior impulso educa o p blica com abertura de novas escolas e de pr dios de suporte bibliotecas p blicas antes apenas existente na capital e desativada e neste ano reaberta e criadas tanto em Mossor como em Assu A partir desta d
587. s ou escravos MEDEIROS 1973 p 76 Com rela o aos escravos localizavam se a princ pio no litoral do RN sobretudo nas cidades de Cear Mirim S o Jos de Mipibu Goianinha e Canguaretama origin rios de Pernambuco Ao longo deste s culo XIX com o aumento da produ o a ucareira novas levas de escravos vieram para o RN desta vez oriundos do Maranh o De acordo com Santos estes desembarcavam em Mossor Areia Branca e Macau e passaram a vir em maior quantidade dos que vinham de Pernambuco SANTOS 1994 p 81 82 Em menor quantidade os escravos exerceram atividades agropastoris no sert o com destaque para os munic pios de Jos da Penha Marcelino Vieira Riacho de Santana S o Miguel Dr Severiano Pau dos Ferros Encanto gua Nova Francisco Dantas e Pil es A seguir ilustramos a evolu o do crescimento populacional do RN em compara o com a quantidade de escravos de 1846 a 1889 117 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 21 Crescimento Populacional Potiguar Total x Escravos 300000 233 979 149 072 132 216 Popula o em valores absolutos E escravo m total Fonte autoria pr pria dados populacionais de 1846 extra do de Relat rio de Presidente de Prov ncia SARMENTO 1846 1855 Santos 1994 p 83 e Relat rio de VELOSO 1862 1856 CASCUDO 1984 p 177 1872 Relat rio de MELLO FILHO 1874 e MEDEIROS 1973 p 78 1873 CASCUDO 1984 p 189 e R
588. s poucos estavam sendo eliminadas A produ o s na rea de Natal e S o Jos ficava em torno de 375 000 arrobas n o sendo exagero estipular em mais de 700 000 arrobas a produ o total da prov ncia Ap s este pice observamos o in cio do decl nio da produ o como aponta o dado de 1867 quando a produ o decai para 200 000 arrobas comparada com a de 1861 que foi de 417 480 arrobas temos uma queda de 52 O Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho em seu Relat rio busca compreender as raz es desta crise Actualmente passa a agricultura por uma grande crise S o infimos os pre os de seus principaes productos o assucar e o algod o que encontram temiveis competidores nos similares de outros paizes onde a lavoura progride sob o impulso das variadas institui es de credito e dos meios faceis de transporte MELLO FILHO 1874 38 N o encontramos nos documentos e bibliografias investigadas evid ncias espec ficas do que aconteceu precisamente em 1867 para que o decl nio da produ o a ucareira fosse t o acentuado algum desastre natural problemas econ micos externos etc Registramos a informa o aqui para pesquisas futuras que se proponham a compreender os pormenores desse decr scimo 139 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Uma vez que o a car mesmo com o decr scimo da produ o segue ainda neste per odo como um dos pilares da economia potiguar a partir d
589. s proximidades e localidades mais estruturadas do sert o como era o caso de Mossor impulsionando os flagelados a se deslocarem Com a persist ncia desta seca esta migra o e a mortalidade vinham crescendo de forma alarmante como ilustra Vingt un Rosado in Medeiros 1973 p 108 nos ltimos meses de 1877 em Mossor o obitu rio acusa uma di ria de 30 a 40 pessoas Muitos famintos em desespero acabaram se dirigindo aquela cidade ocasionando um verdadeiro genoc dio A continuidade desta situa o ainda no ano seguinte em 1878 piora ainda mais o quadro levando o Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro a acionar o Exmo Ministro do Imp rio para o qual escreve solicitando aux lio urgente Todas as povoa es muitas villas e algumas cidades do interior desta provincia est o quase inteiramente abandonadas por causa da horrorosa s cca que vai para trez annos tem assolado Os abastados tem ficado pobres e estes j morreram ou est o para isto Todos os dias recebo communica es que me compungem De Mossor o recept culo maior das diversas torrentes de miser veis contem uma popula o nunca inferior 80 mil almas 20 mil pelo menos s o velhos crian as e inv lidos de todas as idades que habitam por assim dizer no campo nus e famintos quais m mias Al m disso existem diversos estabelecimentos de caridade taes como hospitaes e cases de orph os que calcula se
590. sa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 34 Produ o de Sal em Alqueires entre os anos de 1846 a 1867 120000 100000 80000 60000 Alqueires 40000 20000 1846 1847 1848 1849 1851 1852 1853 1854 1855 1856 1857 1858 1859 1860 1867 Fonte Autoria pr pria baseada em Cascudo 1984 p 386 1846 a 1849 e 1860 Velloso 1862 1851 a 1860 e Silva 1867 1867 Outro produto do RN s vezes associado produ o salineira e que n o tem grande express o neste per odo embora seja visto como um grande potencial da prov ncia a pesca Em 1854 o Presidente Antonio Bernardo de Passos enfocou a pesca como importante para o abastecimento local assim como para as exporta es e embora empregando 1419 pessoas contudo ainda est longe do gr o de desenvolvimento a que poderia atingir PASSOS 1855 O gr fico a seguir intitulado Exporta o de Pescado por Macau mostra uma produ o mais expressiva justamente entre os anos de 1855 a 1858 mostrando que esta grande quantidade de pessoas mobilizada nesta atividade estava possibilitando certo retorno financeiro ao RN 58 Mesmo criticando sua pr tica ainda muito rudimentar por meio de jangadas ou atrav s do sistema de currais 154 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 35 Exporta o de Pescado por Macau entre os anos de 1851 a 1859 12000 1
591. scimento da cidade potiguar qui um retraimento Mas de modo contradit rio n o foi o que encontramos ao trabalhar as dimens es pol tico administrativo e f sico espacial como veremos no cap tulo seguinte estas duas esferas assim como os ndices populacionais tem um grande impulso de crescimento ao longo do per odo tanto no n mero de localidades como nas dimens es das j existentes Uma vez que nem sempre estes impulsos de crescimento em equipamentos urbanos infraestrutura e produ o de Posturas Municipais ocorrem no mesmo momento mas disseminados ao longo dos quarenta e tr s anos podemos considerar isto como cont nuos investimentos e de propostas de interven o sendo concretizadas O que aconteceu ent o para que o registro se mostrasse t o negativo e at certo ponto paradoxal a sua realidade preciso filtrar este registro atrav s de duas lentes o potencial de aux lio do Governo Central e os par metros de compara o Para al m de simples documentos de registro da realidade e propostas de interven o os Relat rios s o documentos que refor am situa es negativas ou extremamente negativas pass veis de receber aux lios do Governo Central N o somente socorros p blicos em momentos de seca impulsionaram a vinda de recursos Conhecido o problema sazonal das secas os Relat rios eram instrumentos 168 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba que refor avam a necessi
592. seguintes tem ticas Cl ssicos de estudos urbanos Hist ria do Brasil Hist ria do Nordeste Hist ria do RN Viajantes do s culo XIX Hist ria de cidades do RN e Metodologia cient fica No tocante pesquisa hist rica sobre a cidade potiguar ela ainda pouco expressiva no RN exce o de alguns trabalhos cl ssicos Manoel da N brega Nestor Lima C mara Cascudo Tavares de Lyra Rocha Pombo e mais recentemente Olavo Medeiros que trataram de temas diversos mas que lan aram alguma luz sobre quest es da cidade a maior parte da produ o historiogr fica recente sobre a cidade encontra se vinculada aos Programas de P s Gradua o da UFRN sobretudo ao PPGAU Portanto a produ o de disserta es deste Programa receber maior aten o nesta exposi o Abrimos contudo um par ntese aqui para mencionar a relev ncia de algumas das obras cl ssicas sobre o Rio Grande do Norte que embora tragam poucos dados auxiliaram na compreens o o contexto hist rico e algumas lacunas encontradas nos documentos e fontes prim rias estudadas Acerca da produ o historiogr fica mais atual cabe tamb m ressaltar que mesmo no mbito do PPGAU UFRN s o poucas as pesquisas direcionadas ao per odo anterior ao s culo XX Alguns deles embora tratem do s culo XIX t m como foco principal a busca das bases da modernidade Considerando a produ o cient fica dos Programas de P s Gradua o em alguns casos observa se que o recort
593. sendo que estes as poucos come am a desaparecer das estat sticas Miscigenadas ou n o eram pessoas cuja hist ria foi marcada pela viol ncia e pelos maus tratos sem escolaridade sem a forma o moral ou religiosa cat lica formal sincretizada com suas religi es de origem fundamentalmente pobres fragilizados enfim desprovidos de tudo No entendimento da elite era um povo carente constru o de uma sociedade crist dentro de um mundo civilizado Essa popula o orbitava ao redor dos fazendeiros no sert o grandes pecuaristas figuras que representavam o poder local acima do poder oficial ainda pouco presente No litoral em menor escala este poder ficava por conta dos senhores de engenho A elite pol tico administrativa via a 282 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba popula o da cidade potiguar com reservas como escravos esta massa de pessoas era control vel e ajudava a aumentar as riquezas da elite mas libertos tornavam se desgarrados n o formalizavam empregos e viviam como n mades desconectados com os interesses da prov ncia Em consider vel crescimento sem controle e sem que o poder oficial tivesse dela um m nimo de conhecimento nem de sua quantidade nem da localiza o no territ rio a popula o da cidade potiguar era uma sinon mia de medo de inseguran a Embora fosse vista como uma bomba rel gio prestes a explodir esta popula o
594. sma forma que os Presidentes demandaram por estradas solicitaram tamb m constru o e consertos de v rias pontes do RN que nem sempre se concretizaram Um exemplo desta n o concretiza o registrada no Relat rio de 1849 do Presidente Benvenuto Augusto de Magalh es Taques quando trata das pontes peixe boi sobre o Rio Potengi e das sobre os rios Maxaranguape Cear Mirim e Trairi Na sequ ncia s o elencadas uma s rie de solicita es de pontes n o realizadas em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley registra a solicita o de uma ponte de madeira feita pela C mara de Macau Em 1853 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho pede novamente pela ponte sobre o rio Cear Mirim no lugar Estivas no ano seguinte o Presidente Antonio Bernardo de Passos lamenta a falta de uma ponte sobre o Rio Potengi que seria o complemento do aterro e da estrada unindo a capital Cear Mirim Sobre a atual forma de passagem sobre o rio Potengi comenta o Presidente Carvalho quanto a passagem d este rio effectuada em uma pequena canoa sendo o passageiro obrigado a deixar a calvagadura exposta proibi o de retirar rvores das proximidades de olhos d gua Cear mirim 1863 proibi o de retirar barro de rios e fontes Cear mirim 1863 proibi o de curtir couros Campo Grande 1871 24 Quem tiver uma certa quantidade de gado fica obrigado a abrir e limpar cacimbas d gua Apodi 1866 Campo Gran
595. so de betonmonolito em pontes de ferro levadi a sobretudo pela not vel inferioridade do custo convidou 254 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba um profissional para vir prov ncia levantar a planta da ponte e organizar seu or amento Trata ainda da ponte de Maca ba cujos reparos mandou executar haja vista estar muito deteriorada e em suas palavras Deixar que o tempo completasse a obra da destrui o fora privar em pouco o commercio dessa florescente povoa o Finalmente em 1872 o Presidente Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque celebra o contrato para a constru o de uma ponte de ferro por systema mixto isto que se presta passagem dos trens e transito commum segundo o Presidente Albuquerque caso se concretize far com que a prov ncia saia do estado de atraso em que permanecia Esta a ltima refer ncia feita ponte sobre o Rio Potengi neste per odo Nas demais situa es os Presidentes citam necessidades de constru es e reparos de pontes em diversas localidades em 1874 o Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho solicita o conserto da ponte de Touros em 1877 o Presidente Jos Nicol o Tolentino de Carvalho menciona gastos para a constru o de uma ponte sobre o Rio de Cunha em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias nomeia uma comiss o para obras de reparos na Ponte de Maca ba e neste mesmo ano o Presidente Francisco de Gouvea Cunha
596. soas As secas aparecem com muito mais frequ ncia nos Relat rios do que as enchentes e portanto identificamos um conjunto bastante amplo de a es em v rias reas buscando atenuar a a o das secas Desde a melhoria da agricultura com a aquisi o de m quinas o aumento das reas agricult veis a mobiliza o de m o de obra para atuar na constru o de v rias infraestruturas englobando a constru o de estradas para permitir o gil escoamento de socorros a desobstru o de rios para permitir sua navegabilidade e assim cria o de outras op es de transporte a constru o de a udes e reservat rios de gua em geral e finalmente a prote o de mananciais aqu feros e florestas A seca de 1877 a 1879 modificou a distribui o demogr fica da prov ncia esvaziando muitas localidades 288 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba sertanejas inflando as litor neas e o resultado desta migra o se fez notar muito expressivamente na cidade potiguar Enquanto no sert o apareciam verdadeiras cidades fantasmas despovoadas na zona agreste a concentra o de m o de obra aliada aos socorros p blicos estimulou a constru o de diversas obras que estavam paralisadas por falta de recursos dando os primeiros passos no t o almejado processo de moderniza o de Natal Os problemas clim ticos ocasionados pelas enchentes aparecem de forma mais resumida nos Relat rios o que nos permite inferir n
597. sobre a inexistente cidade potiguar 69 2 2 5 1 Aspectos f sico espaciais Que Equipamentos P blicos 70 2 2 5 2 Infraestrutura E Natal finalmente foi a tall 79 PARTE II A REALIDADE DA CIDADE 1846 1889 93 CAP TULO 3 AVAN OS SOCIAIS E ECON MICOS APESAR DE TUDO 95 3 1 O TEMPO DAS CALAMIDADES DAS REVOLTAS E SEUS Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba REFLEXOS PARAA CIDADE ssa nosso Sist Saias 96 3 1 1 Calamidades clim ticas secas e enchentes 97 3 1 2 Calamidades na sa de p blica epidemias 106 3 2 IN TRANQUILIDADE P BLICA POPULA O E OS MOVIMENTOS SOCIAIS suspira ie Rei oa ra 112 3 2 1 Contra todas as expectativas o crescimento demogr fico 113 3 2 2 Ignaras vadios e in teis no limite Revoltas sociais no RN 119 3 2 3 Ao trabalho os que t m fome a solu o do RN para o t nue equil brio entre vadios e flagelados pol cia e seguran a 127 3 3 DIVERSIFICA O DA ECONOMIA X EMPOBRECIMENTO O FUTURO PARECE PROMISSOR A REALIDADE NEM TANTO 134 3 3 1 A car apogeu e decl nio de uma promessa antiga 135 3 3 2 O Gado no RN a derrocada do principal produto de EXPORA O PONQUAM erernu DUDA er ani ba pps indo SAGE End 141 3 3 3 O Algod o e a fugaz promessa de prosperidade
598. ssenta ao nascente e poente E digno desejar que no bairro da Ribeira j t o populoso e anida mais distante do actual Cemiterio se constru sse um outro em sitio separado E por demais doloroso n o haver nesta cidade um Cemiterio nas condi es de aveio e vastid o para o reponso eterno dos manes de seus habitantes O que existe nesta capital est situado no Refoles em grande distancia da cidade O seu aspecto interior era o de uma matta porque os arbustos achavam se muito crescidos mandei o limpar e fazer um cercado de 60 palmos de cada lado e 300 de fundo para guardar aquellas sepulturas e para que possam ter lugar entra inhuma es MONTENEGRO 1878 FIGURA 52 Localidades com Cemit rios mencionados nos Relat rios do RN 1846 a 1889 01 ASSU 06 NATAL 11 CAIC 02 MACAU 07 S O JOS DO MIPIBU 12 APODI 03 TOUROS 08 N SIA FLORESTA 04 CEAR MIRIM 09 CANGUARETAMA 05 S O GON ALO 10 JARDIM DO SERIDO Fonte autoria pr pria Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do LEGENDA Norte Coordenadoria do Meio Ambiente Subcoordenadoria de Gerenciamento A POVOA O Costeiro Dispon vel em E VILA www idema rn gov br contentproducao aplicacao idema socio economicos arquivos anuario2009 mapas Politico Administrativo 2007 png em abril de 2013 e de CIDADE dados coletados dos seguintes Relat rios de Presidente de Prov ncia C mara 1858 Figueiredo J nior 1861 Velloso 1862 Meir
599. stacar alguns conceitos b sicos para esta pesquisa Para tanto nos apropriamos das reflex es de Pedro P Geiger Milton Santos e Marcelo Jos Lopes de Souza Segundo Geiger 1998 p 235 a palavra territ rio refere se a uma extens o terrestre mas inclui uma rela o de poder posse de um grupo social sobre esta extens o terrestre para Lef bvre o territ rio transmite ainda uma sensa o psicol gica de fechamento ao passo que a ideia de espa o transcende fronteiras Sousa 1995 p 81 explica ainda que associada a esta ideia de poder o termo territ rio evoca o conceito de territ rio nacional o que remete ao Estado O territ rio para Santos n o pode e nem deve se atrelar a restri es O territ rio contudo no entendimento de Santos n o pode e nem deve ser reduzido a estas restri es Territ rios existem e s o constru dos nas mais diversas escalas seja uma rua ou um pa s dentro de escalas temporais tamb m diferentes dias meses anos s culos podendo ter car ter permanente ou peri dico No caso de nossa investiga o o territ rio tamb m tem uma forte liga o com a percep o que a elite tinha sobre este territ rio uma vez que suas delimita es e recortes tanto na escala f sica como na temporalidade passam pelo crivo desta mesma elite No caso de nossa investiga o o territ rio tamb m tem uma forte liga o com a percep o que a elite tinha sobre este territ rio vez que suas delimita
600. stat sticos que estampei em meu primeiro relat rio de 2 de mar o de 1886 Me parece de alta conveni ncia que quanto antes sem perda de um s exerc cio se volte ao antigo systema de arremata es O facto deplor vel da decad ncia deste ramo de receita provincial j n o se discute hoje uma verdade incontest vel SILVA 1889 146 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba investiga o era a mudan a no sistema de arrecada o visto como mal fico para a economia potiguar mas quando este sistema muda de arremata o para administrativo a arrecada o parecia ter piorado ainda mais aos olhos da elite deixando o RN cada vez mais endividado Al m das repercuss es negativas do ponto de vista econ mico sobretudo com esta redu o da tributa o proveniente do d zimo do gado a redu o dr stica da pecu ria no RN trouxe repercuss es negativas para a sua rede interna Como vimos no item 3 3 1 A car apogeu e decl nio de uma promessa antiga as v rias promessas para cria o de estradas de ferro ligando as reas produtoras de a car para as zonas portu rias n o se concretizaram no cap tulo 4 retomamos a quest o das estradas e vias de comunica o deste per odo Neste cen rio a pecu ria tinha um papel crucial para a manuten o das estradas atrav s das rotas do gado vistas no cap tulo 2 estas estradas nada mais eram do que resultado do das vias de tr nsito utilizadas pelo tan
601. ste primeiro per odo 1822 a 1845 a cidade potiguar apresentava uma gama de fragilidades que dificultavam enormemente o seu desenvolvimento no que se refere aos instrumentos de gest o as Posturas Municipais atestam que mesmo as aglomera es urbanas mais urbanizadas tinham ainda um cunho fundamentalmente rural focada essencialmente na dif cil manuten o dos raros pr dios p blicos e s voltas com problemas de limpeza e consertos nos fornecendo um quadro de extrema pen ria nesta situa o encontramos inclusive a capital da prov ncia Dotada de uma atua o extremamente limitada da elite local que era pouco numerosa com baixa escolaridade a baixa frequ ncia nas assembleias etc a cidade potiguar nas apreens es desta mesma elite sofria com a morosidade SUE importante esclarecer portanto que n o era simplesmente a falta de uma alf ndega no RN que impulsionava a evas o de recursos para as prov ncias vizinhas como acreditavam at ent o a elite pol tico administrativa do per odo mas os problemas de disputa fiscal entre as prov ncias Tanto neste per odo como no subsequente s o frequentes as propostas de mudan a nas porcentagens de tributa o de uma s rie de produtos quase sempre tributados no pr prio RN com valores superiores aos praticados nas prov ncias lim trofes Estas taxas maiores estimulavam os produtores a pagarem os tributos em outras prov ncias reduzindo a arrecada o dos cofres
602. stinos 247 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba a urgente necessidade de serem creadas mais cinco agencias sendo quatro nas povoa es de S Miguel S Bento Santa Rita e Mel o e a ultima na villa de Papary LUCENA 1874 Embora o Presidente Lucena aponte para esta situa o de poucas viagens para a entrega de encomendas do correio e proponha a cria o de mais ag ncias dos que as 23 at ent o existentes em 1876 o Presidente Antonio dos Passos Miranda menciona a exist ncia de apenas 20 ag ncias sendo a correspond ncia encaminhada ao centro da prov ncia com a presteza que se pode exigir de homens a p Tr s anos depois a situa o dos correios retomou a evolu o que pode ser constatada no Relat rio do Presidente Jos Nicolau Tolentino de Carvalho que enumerou 29 ag ncias na prov ncia por m somente seis linhas de correios percorridas por homens a p Em 1880 Rodrigo Lobato Marcondes Machado explicou que depois de aumentado o sal rio dos estafetas o n mero de viagens foi acrescido possibilitando se ter noticias de 8 em 8 dias de toda a prov ncia Em 1882 voltamos a ter not cias do tel grafo cuja linha telegr fica se estendia ao longo da ferrovia segundo o Presidente Satyro de Oliveira Dias no ano seguinte o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto atesta o funcionamento regular dos tel grafos durante o ano Em 1889 o problema da travessia do Rio Salgado re
603. strada que vai para o Amargoso e da que vai de Macau para o Alagamar Francisco Caraciolo Seabra de Mello Administrador da passagem do rio Salgado capit o Focio Joaquim do Rego Barros Commandante desta companhia que serve h 17 annos tenente Joaquim Jos do Rego Barros Adminstrador do Hospital de Caridade Xisto Baptista Encarregando do respectivo tratamento e vacina o em Natal Juiz de direito Dr Jos Ignacio Fernandes Barros do juiz municipal Dr Mathias Nunes Bandeira de Mello do promotor publico Dr Manoel Hemeterio Raposo de Mello e do vig rio interino Commiss o para organizar um hospital em Cear mirim Dr Joaquim Ant o de Senna M dico Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara M dico em Mossor Jo o Ribeiro Pessoa de Albuquerque Encarregando do respectivo tratamento e vacina o em Mossor Bar o do Cear mirim Doador de Pr dio escolar Bar o de Mipib Doador de Pr dio escolar Luiz Carloman Capdeville Diretor do coll gio particular S Miguel em Cear mirim Luiz Bezerra Augusto da Trindade Junior Bibliothecario do Atheneu Jos Moreira Brand o Castelo Branco Filho Secretario do Atheneu Bacahrel Ignacio Tavares da Silva Director de Instru o p blica bacharel Joaquim Guedes Correia Gondin Juiz de Direito da comarca de Canguaretama bacharel Joaquim Cavalcante Ferreira de Mello Juiz Municipal e de Orph os de Canguaretama bacharel Joaquim Pacheco Mendes Juiz Municipal e d
604. studo da evolu o urbana no Brasil 1500 1720 S o Paulo EDUSP 1968 ROSADO Vingt Un Mossor Rio de Janeiro Irm os Pongetti Editores 1940 RUGENDAS Jo o Mauricio Viagem pitoresca atrav s do Brasil S o Paulo Martins 1940 SANTA ROSA Jayme da N brega Acari funda o Hist ria e desenvolvimento Rio de Janeiro Ed Pongetti 1974 SANTOS Paulo Pereira dos Evolu o econ mica do Rio Grande do Norte do s culo XVI ao S culo XX Natal Clima 1994 SANTOS Sebasti o Vasconcelos dos OLIVEIRA Nanci Neiza de Invent rios mossoroenses 1833 1862 Cole o Mossoroense 1980 vol CXXX SENNA J lio Gomes de Cear Mirim Exemplo nacional 1938 1972 Vol 1 Rio de Janeiro Pongetti 1974 SILVA Janice Theodoro da Ra zes da ideologia do planejamento nordeste 1889 a 1930 S o Paulo Editora Ci ncias Humanas ltda 1978 SILVA Maria Dionice da Hist ria de Estremoz Natal Gr fica e Ed Natal s d SILVA Raimundo Nonato da Evolu o urban stica de Mossor Natal Cole o mossoroense n 248 s d SILVEIRA Celso da Assu Gente natureza e Hist ria Natal Bo gua Editora 1995 SOARES FILHO Ant nio Notas de Hist ria Natal Funda o Jos Augusto 1985 SOARES Ant nio Dicion rio hist rico e geogr fico do Rio Grande do Norte A E Cole o Mossoroense Natal Imprensa Oficial 1988 SOUZA Eloy de Costumes locais Primeira confer ncia realizada no sal o de honra
605. ta e esta falta de estradas tem causado problemas ainda de escoamento de nosso algod o e gado para os limites da prov ncia Quanto a estes limites surgiriam lit gios com prov ncias vizinhas e uma equipe de engenheiros est trabalhando em plantas e documentos para comprovar que o RN est com a raz o e n o o Cear e a Para ba Nosso correio funciona muito bem de oito em oito dias podemos ter not cia de toda a prov ncia e tamb m agora temos o tel grafo que corre junto linha f rrea de Nova Cruz Tamb m temos novos dois pr dios na capital o Pal cio da Assembleia e o pr dio do Quartel ambos muito elegantes e dos melhores do RN gra as a presen a de competentes e ilustrados engenheiros que agora j s o mais comuns em nosso funcionalismo p blico assim como m dicos e advogados que ocupam cargos de delegados vereadores etc Mas ainda temos muito que melhorar a cidade potiguar ainda vive nas trevas sim n o temos ilumina o p blica a exce o de Natal que se utiliza de antiquados postes movidos a querosene E isto ainda torna nossas cidades muito perigosas Nossas ruas tamb m n o s o cal adas mas de areias soltas que dificultam e muito a caminhada tamb m com exce o de Natal cujo cal amento das ruas est quase completo com o uso dos lastros de navios ingleses gentilmente doados Natal ainda n o est totalmente conectada com o restante da prov ncia mas temos esperan a de que o sistema m
606. ta do aterro do Rio Salgado como n o havia aparecido interessados em arrematar a obra contratou a mesma junto a um particular sob o plano e com as clausulas constantes dos papeis que aqui vos apresento Em 1848 o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira novamente trata deste aterro do Salgado argumentando sua import ncia para o com rcio da prov ncia critica contudo a extens o do aterro que em seu entendimento ao inv s de ser somente 418 metros deveria ter 5 quil metros que a dist ncia do projectado c es Cruz do Rio de f ra que tornam o caminho um verdadeiro mar incomodo aos que os transitam e prejudicial as mercadorias que conduzem para esta Pra a Muito conviria pois que o aterro chegasse a este lugar da Cruz do Rio de f ra e conclui com uma den ncia de que a obra da forma como foi contratada beneficia somente ao contratante e n o ao p blico 182 Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley lamenta que em virtude de recursos reduzidos as obras dos aterros entre a cor a e Aldeia Velha e a continua o da de Extrem s para o lugar dos Viados precisar o ser paralisadas 183 No ano de 1852 o Presidente Jos Joaquim da Cunha d conta do andamento da obra do aterro do Salgado cuja extens o m xima era registrada de 3 9 quil metros estavam prontas 1 1 quil metros 1 98 216 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Em 1860 come amos a identificar uma maior divers
607. tal 2007 BRAND O Helena H Nagamine Introdu o an lise do discurso Campinas Editora da Unicamp 2004 BRASIL Constitui o 1924 Constituic o Politica do Imperio do Brazil de 25 de mar o de 1824 Registrada na Secretaria de Estado dos Negocios do Imperio do Brazil a fls 17 do Liv 4 de Leis Alvar s e Cartas Imperiaes Rio de Janeiro em 22 de Abril de 1824 Presid ncia da Rep blica Casa Civil Subchefia para Assuntos Jur dicos Acesso em julho de 2013 atrav s do site http Awww planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicao24 htm BREDA Daniel Oliveira Vicus Judaeorum os judeus e o espa o urbano no Recife neerland s Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Hist ria UFRN Natal 2007 CAIC C mara Municipal Posturas 1863 CAMPO GRANDE C mara Municipal Posturas 1871 CANGUARETAMA C mara Municipal Posturas 1873 CANGUARETAMA C mara Municipal Posturas 1874 CANGUARETAMA C mara Municipal Posturas 1877 CAPEL Horacio Caminos de Modernizaci n em la Europa Ultramarina IN Surge et ambula a constru o de uma cidade moderna Natal 1890 1940 Angela L cia Ferreira e George Dantas organizadores Natal RN EDUFRN editora da UFRN 2006 CARAUBAS C mara Municipal Posturas 1882 CARVALHO Jos Murilo de A Constru o da Ordem a elite pol tica imperial Teatro de Sombras a pol tica imperial 2 ed Ver Rio de Jane
608. tal enquanto capital do RN ora apontando mudan as da capital especificando outras localidades mais vantajosas para sua sede Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves trata do desenvolvimento da agricultura do RN em contrapartida decad ncia do com rcio da capital cuja tend ncia era aniquilar se completamente e nos fornece sua apreens o quanto localiza o da capital o mais completo isolamento d o cidade do Natal esse triste e sombrio aspecto que tanto a desconsidera aos olhos dos que a visit o Cercada pelo lado do Leste e do sul por uma cordilheira de morros de areia de dificil accesso que se prolong o na extens o de muitas leguas em incultas e estereis chapadas tendo em frente pelo Oeste o Rio Potengi com 265 bra as de largura e ao Norte o oceano na distancia de duas milhas comprehende se facilmente qu o penosa deve ser a communica o com qualquer ponto do interior da provincia productos que se destin o exporta o s o levados para os portos do Aracati na provincia do Cear de Mac o e outras nesta provincia s o tambem desviados para os mercados da Parahiba e Pernambuco todo o assucar nella produzido o gado algod o e mais generos da comarca do Serid a pobreza e 262 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba decadencia da capital na raz o inversa da riqueza e engrandecimento dos demais povoados da provincia GON ALVES 1859 Co
609. tante que a maioria dos novos munic pios guarda proximidade f sica com os existentes Como no mapa ilustramos os limites atuais os limites destes munic pios no momento de sua cria o eram ainda mais pr ximos entre si Alguns novos munic pios s o criados na continuidade espacial dos anteriores ou previamente existentes Martins em rela o Portalegre e Goianinha em rela o a S o Jos de Mipibu e as demais se encontram nas proximidades Neste sentido podemos lan ar a hip tese de que este alastramento pelo espa o configurar se ia como uma interven o tanto das elites locais como dos Presidentes de Prov ncia e at mesmo do Governo Central cuja inten o seria consolidar a ocupa o do territ rio Um documento a Copia d Acta da Sess o de 30 de janeiro de 1828 ilustra o esfor o por estruturar a ocupa o do territ rio potiguar Pelo Excelentissimo Senhor Presidente for o apresentados e lidos diversos Avisos das Secretarias de Estado dos Negocios do Imperio e da Justi a contendo as ulteriores ordens de Sua Magestade Imperial sobre a Estatistica e com copia de hum officio da Camara de Deputados recommendando a observancia da Lei de vinte de Outubro de mil setocentos e vinte e trez na parte relativa a essa materia e para que se organize hum plano para a divis o das Commarcas Cidades Villas e Povoa es indicando se as cabe as 56 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de Co
610. tatamos que as finan as do RN no per odo estavam enfrentando problemas os mais diversos d ficits cada vez maiores em virtude de perdas na pecu ria e agricultura al m das quedas dos pre os internacionais dos produtos de exporta o a car e algod o estradas intransit veis as quais n o mais contavam t o intensamente com as rotas de gado para sua manuten o e a falta de investimentos em outros meios de comunica o constru o de linhas f rreas e melhorias nas vias naveg veis existentes impulsionavam os produtores do RN a continuar buscando as prov ncias vizinhas como j ocorria no per odo de 1822 a 1845 fazendo a tributa o tamb m evadir se a falta desta tributa o impossibilitava uma s rie de melhorias para aumentar a produtividade e escoamento da produ o atrasando o avan o tecnol gico das principais fontes de riqueza da prov ncia At mesmo produtos cujos investimentos seriam menos expressivos como o sal o pescado e a carna ba n o receberam qualquer tipo de incentivo Aliadas a estas condi es o RN teve s rios problemas epid micos e clim ticos que desestruturaram a popula o e a cidade potiguar seja pelos altos ndices de mortalidade redu o demogr fica seja pelo deslocamento da popula o em busca 167 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba de alimentos na seca ou de aux lio m dico na seca e nas epidemias redesenhando a distribui o demogr fica potiguar
611. te aguardava parecer t cnico de pessoa habilitada para analisar qual a mais vantajosa dentre as quatro propostas apresentadas para constru o da Estrada de Ferro de Mossor o Engenheiro Coelho Cintra foi um dos proponentes e portanto se eximiu da avalia o das propostas 182 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 4 2 2 Professores O segundo funcion rio p blico mais mencionado nos Relat rios deste per odo foi o professor Numa situa o bem diferente do engenheiro visto como um profissional especializado bem conceituado os professores no RN eram identificados pela elite de maneira bastante negativa e as principais refer ncias aos mesmos era por sua melhor qualifica o ou por melhoria de seus sal rios Considerando o conjunto de Relat rios estudados acerca do tema professor podemos elencar os seguintes t picos mais recorrentes falta de professor habilitado SIQUEIRA 1848 TAQUES 1849 e SILVA 1889 baixos sal rios dos professores ocasionando problemas diversos na educa o CARVALHO 1853 PASSOS 1854 GON ALVES 1860 MEIRA 1863 ALBUQUERQUE 1870 2 MONTENEGRO 1878 MACHADO 1880 e BARRETO 1883 atraso nos sal rios dos professores ALCOFORADO J NIOR 1876 cria o indiscriminada de cadeiras e aposentadorias gerando grande impacto nos cofres p blicos LUCENA 1872 9 Em 1848 o Presidente Antonio Joaquim de Siqueira identificou a reforma do pessoal da instru
612. te aos cont nuos incommodos que tem de suportar para traze la esta capital e outros diferentes pontos da Provincia diminuindo ao mesmo tempo as suas pequenas rendas E por tanto junto Senhores que gasteis algumas oras em buscar lhes milhoramento D AGUIAR 1837 Uma vez que a ind stria a ucareira por exemplo vinha em crescimento no ano de 1774 havia somente 3 engenhos segundo Suassuna 1999 p 58 e em 1845 este n mero j havia acrescido em 45 de acordo com Santos 1994 p 93 fica claro que a ind stria a ucareira estava se desenvolvendo a quest o era que o capital resultante n o estava tendo repercuss o na cidade potiguar Embora a elite raramente tivesse como foco a cidade potiguar pelas ins litas refer ncias diretas a ela no per odo podemos a partir deste quadro de precariedade das comunica es e da fr gil economia inferir que a cidade tamb m se inseria nesta realidade contundente que a falta de comunica o aliadas economia deficit ria afetavam profundamente o desenvolvimento da cidade potiguar Sua singeleza era t o certa que a cidade n o parecia ser alvo direto das percep es da elite n o merecendo maiores reflex es Em contraposi o com o grande investimento para montar um engenho temos uma realidade mais acess vel na pecu ria possibilitando uma maior dissemina o deste neg cio No que tange a localiza o podemos dizer que esta ind stria pastoril se concentrava no interi
613. te Luiz Barbosa da Silva esclarece que a falta de estat sticas do RN n o era uma situa o isolada mas sim uma das necessidades cuja satisfa o urgentemente reclamada n o s aqui como em todo o Imperio No mesmo ano o Presidente Gustavo Adolfo de S aponta o exemplo do Cear que atualizou suas estat sticas e a partir desta j formulou um 116 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba t o importante e indispens vel trabalho que abrir lhe h sem contesta o uma nova era de prosperidades evidenciando que os dados populacionais eram inclusive uma forma de impulsionar a economia provincial Tratando especificamente das etnias como vimos no cap tulo 2 os ndios aos poucos desapareceram das estat sticas de modo que segundo Monteiro 2007 p 110 do total da popula o registrada em 1872 os 233 979 habitantes eram divididos entre brancos 44 pardos pretos e caboclos estes tr s juntos computavam 56 do total Na tentativa de traduzir a miscigena o de etnias Medeiros explica que os recenseamentos oficiais divulgados pelo IBGE a partir de 1872 em diante a especifica o segundo a cor al m dos tradicionais branco preto e pardo apresenta as op es amarelo e sem declara o para atender s imigra es para o Brasil estimuladas a partir de 1850 Al m disto abriu se a possibilidade para classifica o de brancos pretos e pardos livre
614. te a ir adquir los na corte O engenheiro Dodt foi contratado para trabalhar no aterro da Ribeira que precisava de reestrutura o do projeto em execu o e da desobstru o do Rio Cear Mirim Este engenheiro Gustavo Luiz Guilherme de nacionalidade alem foi muito importante para o RN no per odo encabe ando uma s rie de obras de infra estrutura de envergadura para o desenvolvimento da 181 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Obras P blicas e do engenheiro hidr ulico MEIRA 1866 solicitando obras diversas ao engenheiro Dodt SILVA 1867 ainda demandando o engenheiro Dodt CUNHA 18702 designa o Engenheiro da prov ncia para atuar em v rias obras BARRETO 1882 prossegue obras sob a dire o do Engenheiro Coelho Cintra DIAS 1882 BARRETO 18839 O ano de 1887 ilustra uma realidade bastante dif cil para o RN de acordo com o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho em virtude da m situa o financeira al m de paralisar as obras que estavam em andamento mandou dispensar o encarregado das Obras P blicas Provinciais n o provendo o lugar Esta situa o refor a o que foi identificado no cap tulo 3 que as condi es financeiras do RN embora tenham tomado impulso nas d cadas de 1860 e 1870 especialmente com a agricultura a ucareira e algodoeira inicia em seguida um processo de decad ncia que se reflete na paralisa o de obras e portanto encerramento das atividades dos
615. te das edifica es pelo menos uma vez ao ano mencionada nas Posturas de Touros de 4 de novembro de 1839 Vila Flor de 27 de Outubro de 1836 e Portalegre de 5 de Setembro de 1839 Nas Posturas Municipais de Extremoz de 6 de Novembro de 1837 encontramos duas situa es que merecem destaque pela sua excepcionalidade no per odo estudado O 17 Artigo determina larguras de portas e janelas de 1 1 a 1 21 metros dependendo da largura do pr dio foi a nica Postura Municipal estudada neste primeiro recorte que faz men o a dimensionamento de esquadrias o que de certa forma corresponde a uma preocupa o est tica e o Artigo 25 que trata de penalidades aos mestres de obras que n o cumprirem o seu trabalho de constru o de forma adequada o qual diz o seguinte Art 25 Todo mestre de obras que trabalhar em qualquer edif cio que fique amea ando ruina por mal aplumado e constru do ou por falta de materiaes profundidade e largura de bons alicerces conhecido isso por exame de peritos na conformidade do artigo antecedente ser multado em doze mil reis sem preju zo da indemniza o ao prejudicado POSTURAS Municipais de Extremoz de 6 de Novembro de 1837 Este artigo traz algumas repercuss es positivas de ordem pr tica inibe a atua o de profissionais n o capacitados uma vez que pode incorrer em multa o construtor analisa suas reais credenciais para atender ao servi o e garante ao propriet rio penalizado certa justi
616. te de Prov ncia Octaviano Cabral Raposo da Camara Sem informa o 19 02 1970 a 22 03 1870 Presidente de Prov ncia Silvino Elvidio Carneiro da Cunha Dr Aurelio Ferreira Espinheira Chefe de Po cia Dr Jo o Carlos Greenhalgh Engenheiro Dr Ulisses de Barros Mendon a Promotoria de Mossor capit es Manoel Ramos de Oliveira Coelho e Ponciano Barreto Ferreira Souto tenentes Emygidio Getulio de Oliveira e Jos Lucas Barboza e alferes Antonio Pio Augusto Palmeira Fenelon Xavier Pereira de Brito e Jo o Ferreira de Oliveira para os mesmos postos na policia officiaes volunt rios da For a publica capit o Antonio Joaquim de Lyra capit o Antonio Pinto de Moraes Castro Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara Respons vel pela Enfermeira militar Jos Joaquim Machado 1 Cirurgi o Dr Jos Antonio Rodrigues Engenheiro Dr Vicente Ignacio Pereira M dico Dr Jos Paulo Antunes M dico capit o Urbano Joaquim de Loyolla Barata Contratado para a limpeza do baldo de Natal tenete coronel Jos Louren o de Almeida Contratado para a obra da Gamboa do atalho Sr Joaquim Ignacio Pereira Locador da casa onde funciona o Palacio do Governo Pedro de Alcantara Pinheiro Ex Inspector da Thesouraria de Fazenda Sr Jos Candido Viegas Inspector da Thesouraria de Fazenda Desembargador Jo o Paulo de Miranda Ex Chefe de Policia capit o Antonio Pinheiro da Camara Direc o do official major da Se
617. te dos agricultores MIRANDA 1876 Dentre as principais solu es apresentadas est o novos investimentos para melhorar reas produtoras vale do Cear Mirim e do Capi melhoria das vias de escoamento da produ o constru o de estradas ou linhas f rreas implementa o de Engenhos Centrais cria o de bancos de cr dito rural e at mesmo o incentivo produ o com premia es de produtividade e redu o de desperd cio Com rela o ao melhoramento de rios alguns Relat rios mencionam sua import ncia mas n o destinam investimentos neste sentido os que principiam recursos para realiza o de obras e manuten o e finalmente Relat rios contendo novas demandas por obras mais abrangentes de maior envergadura para as quais a prov ncia n o se via em condi es de assumir inclusive chegando a interromper trabalhos em andamento por falta de recursos Em linhas gerais os Presidentes entendem que foi feito certo melhoramento nos principais vales produtores mas que ainda muito precisava ser feito para disponibilizar maior quantidade de reas agricult veis No tocante s vias de 39 Neste caso encontramos os Relat rios dos Presidentes Taques 1849 Carvalho 1853 Passos 1854 Velloso 1862 Murta 1862 Silva 1867 e Albuquerque 1870 Dentre estes Relat rios podemos citar Albuquerque 1871 Lucena 1872 Mello Filho 1874 e Alcoforado J nior 1876 Mais raras tais propostas de maior impacto podem s
618. telligencia como tambem de cuidar do moral e phisico de seus filhos 153 O Presidente Figueiredo J nior elucida que os que podem proporcionar boa educa o aos seus filhos os envia a estudar em Pernambuco 154 Em 1859 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves nos trouxe dados estat sticos as 43 escolas existentes foram frequentadas por 1 536 alunos e comparadas ao ano de 1857 houve um aumento de 169 155 Em 1861 o Presidente Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior d conta do funcionamento do Col gio de Educando Art fice das nove oficinas previstas apenas 3 estavam funcionando e os trabalhos feitos de forma t o lenta e com t o poucos resultados que haviam no convencido a suprimir o estabelecimento lamentando que estivesse montado de forma t o prec ria Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso traz mais estat sticas da educa o no RN considerando a propabilidade de a popula o ser em torno de 200 mil habitantes a frequ ncia escolar que foi de 1 aluno a cada 191 75 habitantes no seu entendimento prova muito contra o desenvolvimento intelectual 157 Em 1870 o Presidente Silvino Elvidio Carneiro da Cunha traz outro dado estat stico dimensionando a popula o livre da prov ncia em 237 981 a propor o de um estudante para cada 113 pessoas e a situa o dos pr dios escolares onde apenas o Atheneu funciona em edif cio proprio e as demais situadas nas resid ncias dos pr prios professores
619. tetura e Urbanismo UFRN Natal 2007 DIAS Satyro de Oliveira Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio com que o Exmo Senhor Doutor Satyro de Oliveira Dias passou a administra o a Exmo Senhor 1 Vice Presidente Dr Mathias Antonio da Fonseca Morais no dia 16 de mar o de 1882 Rua da Concei o Natal 1882 EXTREMOZ C mara Municipal Posturas 1837 FARIAS H lio Takashi Maciel de Contra as Secas a engenharia e as origens de um planejamento regional no nordeste brasileiro Disserta o de mestrado defendida do Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFRN Natal 2008 FIGUEIREDO JUNIOR Jos Bento da Cunha Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio que o Exm Sr Dr Jos Bento da Cunha Figueiredo Junior Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte apresentou a respectiva Assemblea Legislativa Provincial na sess o ordinaria de 1861 Ouro Preto Typographia Provincial 1862 FOUCAULT Michel A ordem do discurso L Ordre du discours Le on inaugurale au Coll ge de France prononc e le 2 d cembre 1970 Editions Gallimard Paris 1971 Trad de Edmundo Cordeiro e Ant nio Bento Acesso ao site http Aynww 4shared com get 16387629 9ad41093 Michel Foucault A ordem do d html em abril de 2010 306 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65
620. ticado pela extra o ainda muito rudimentar que geravam a m qualidade e pre o elevado A produ o salineira embora com grandes flutua es inegavelmente apresenta em 1860 um aumento significativo A introdu o de mudan as na extra o do produto s ocorre a partir de 1878 com a jun o de capitais financeiros oriundos do com rcio e utiliza o da m o de obra dos flagelados da seca Tanto o sal como a pesca e a carna ba s o exemplos de produtos que poderiam sem expressivos investimentos servir como base da economia potiguar sobretudo a pesca abundante nas duas costas da prov ncia al m disto a pesca n o sofria tanto os revezes das secas e enchentes podendo servir inclusive para a exporta o Vez que estes produtos eram nativos n o necessitariam tamb m de muitos investimentos como era o caso do a car Assim aus ncia de investimentos tanto nos principais propulsores econ micos algod o a car e gado como nos produtos locais sal pesca e carna ba nos fornecem ind cios de uma situa o financeira muito dif cil na prov ncia A estagna o econ mica a partir da d cada de 1870 impediu a obten o de capitais que desenvolveriam com mais rapidez e intensidade a cidade potiguar De qualquer forma o com rcio do RN neste per odo contribuiu para dinamizar as finan as p blicas diferente do per odo anterior neste embora com finan as em d ficits avan os f sico espaciais foram concretizados
621. tifica pela car ncia de ju zes No ano seguinte 1836 o presidente Jo o Jos Ferreira d Aguiar defende a cria o de mais uma comarca na prov ncia para acelerar as decis es dos processos em andamento Na vis o do Presidente quazi que vos posso afirmar que com a diviz o existente das Commarcas elles os ju zes nunca aparecer o por quanto sendo necessario a um Juiz de Facto desamparar as suas lavouras os seos gados e seos interesses tendo alem dos quinze dias da Sess o ordinaria de percorrer um espa o de vinte e cinco trinta e mais legoas prefere antes o pagamento da multa do que o comparecimento pessoal no Tribunal exemplo este tantas vezes repetido que o Juiz de Direito d esta Commarca j se tem vista obrigado a chamar extraordinariamente quarenta e seis Juizes por somente averem comparecido quatorze dos sorteados D GUIAR 1837 Aumentando uma comarca a abrang ncia geogr fica de cada uma delas seria reduzida diminuindo o tempo destes ju zes nas viagens O presidente Manoel Ribeiro da Silva Lisboa retoma esta discuss o em 1837 solicitando que as duas comarcas existentes abrangendo uma vasta rea de 140 l guas precisavam ser 64 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba subdivididas Em 1838 o presidente Jo o Valentino Dantas Pinaj prop e que Assu fosse subdividida em duas comarcas pois as dist ncias dificultavam as atribui es dos ju zes A ltima refer ncia acont
622. tins Portalegre Caic Jardim Acari e Mossor e que com exce o das pris es de Natal S o Jos Acari Jardim e Mossor nenhuma das demais tinham seguran a necess ria Com rela o as casas que funcionavam como cadeias o Presidente Silva cita Maca ba Cear Mirim Touros Nova Cruz Canguaretama Santana do Matos Pau dos Ferros S o Miguel de Pau dos Ferros e Luiz Gomes Ao passo em que a constru o e manuten o das cadeias acontece lentamente ao longo do per odo vimos no cap tulo 3 que o policiamento no per odo mau cresce e em alguns momentos at sofre retra o assim na uni o de pouco policiamento e morosidade do crescimento das cadeias que detectamos neste per odo uma maior contribui o das Posturas Municipais buscando ordenar o comportamento da popula o em v rias localidades era a elite esquadrinhando outras estrat gias para sanar o problema de seguran a p blica Dentre os itens identificados nos documentos est o os relativos ao uso de cavalos utiliza o de fogos de artif cio e armas seja no fabrico e venda de quaisquer fogos de artif cios determina o de jogos proibidos e finalmente a contribui o familiar ao impedir pr ticas subversivas como ilustra a Postura de Angicos 1874 Os pais de fam lia que residem nesta localidade ser o obrigados a inspecionar seus filhos familiares ou escravos a fim de que seja evitado o absurdo de pedradas em telhados vidra as
623. to afirma que As rendas provinciaes continuam a ser diminutas e insufficientes ainda para as despezas com o pessoal resultando por conseguinte o deficit de r is vinte e seis contos sessenta e um mil novecentos continuar a existir emquanto n o for reparada a destrui o que a diuturna s cca causou no gado vaccum e cavallar cujo dizimo he a maior fonte de receita provincial como bellamente sabeis SARMENTO 1847 Na maior parte da investiga o os documentos da poca apontaram como o d zimo mais frequente o cobrado por administra o Foi apenas neste curto per odo da seca que foi cobrado por arremata o e n o teve o t o esperado aumento de arrecada o de modo que logo em seguida retornou ao sistema antigo Infelizmente os documentos de poca n o elucidam qual a diferen a ou como eram estes dois sistemas de arrecada o e registramos aqui para futuras pesquisas 142 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba espec fico para ser recolhido uma vez que tinha quantia fixa a ser arrecadada n o oferecia surpresas na arrecada o e nem era suscept vel a fraudes raz es que o fizeram realizar a interven o de mudar a arrecada o neste ano A partir de 1854 os Relat rios come am a apresentar dados mais otimistas Para ilustrar a situa o da pecu ria do RN desde o in cio deste per odo at 1889 seguem tr s gr ficos que demonstram respectivamente a Quantidade de Cabe as de
624. to as limitadas perspectivas de retorno de um investimento t o oneroso ocasionou uma implanta o extremamente let rgica nos Relat rios as primeiras refer ncias s linhas f rreas no caso a contrata o para constru o ocorrem em 1872 mas somente um dos contratos dos 3 celebrados consegue se materializar e ainda assim com muita dificuldade e apenas em 1883 cerca de 11 anos depois Outra cr tica que os Relat rios trazem a esta estrada de ferro seu limitado percurso n o chegando a abarcar nenhuma rea consider vel de produ o ou seja n o impactando para a melhoria do escoamento das produ es mas impactando de forma decisiva nas finan as provinciais Embora muito mencionada nos Relat rios a quest o da navegabilidade dos rios potiguares nunca foi seriamente alavancada mesmo tendo sido mencionada como uma forma de comunica o das mais baratas Somente ao final do per odo a elite come a a refletir sobre sistemas h bridos de estradas intercalando linhas f rreas com estradas de rodagem ou de meia rodagem mais comum como estrat gia de interligar internamente o RN t o fragmentado solu o que s come a a se concretizar de fato no per odo posterior 4 5 2 2 Comunica o Neste item discutimos o que nos revela os Relat rios do per odo acerca de outras estrat gias de comunica o da prov ncia que n o diretamente atrav s das estradas neste caso enfocamos a atua o dos correios bem
625. to quando nos Relat rios de 1887 Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho e 1889 Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva os Presidentes se queixam do baixo n mero de captura de criminosos e atribuem tal situa o ao limitado aux lio da for a policial que por ser t o diminuto n o atendia s demandas do servi o Para ilustrar o quanto realmente o n mero de policiais era reduzido no RN vejamos o gr fico comparativo entre o contingente de policiais no RN e as estat sticas populacionais no decorrer deste per odo investigado 133 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 24 Crescimento Populacional Potiguar Total x For a Policial 300000 262307 233979 196750 160000 E pol cia E popula o Ny sa 4 h O N Ho S v A A E Po S Fonte autoria pr pria os dados populacionais foram extra dos de Relat rios dos Presidentes de Prov ncia CUNHA 1851 VELOSO 1862 e 1863 ALBUQUERQUE 1870 e MELLO FILHO 1874 Os dados policiais foram extra dos de Relat rios dos Presidentes de Prov ncia CUNHA 1851 VELOSO 1862 e 1863 CUNHA 1870 MELLO FILHO 1874 e MIRANDA 1877 Visualizando o gr fico acima destacamos um dado discrepante apresentado no ano de 1863 Neste ano n o foram obtidas informa es acerca da popula o total da prov ncia e chama a aten o a quantidade muito reduzida da for a policial Considerando os dados do restante do per odo muito prov
626. to do Promotor do Termo de Assu Antonio Pinheiro de Lima Adjunto do Promotor do Termo de Assu Luiz Candido Maciel de Brito Adjunto do Promotor do Termo de Macao Jo o Francisco Alves de Souza Adjunto do Promotor do Termo de Macao Hermenegildo Pinheiro de Vasconcellos Adjunto do Promotor do Termo de Macao Manoel Basilio de Brito Guerra Adjunto do Promotor do Termo de Mossor Manoel Antonio de Oliveira Coriolano Adjunto do Promotor do Termo de Apody Zozimo Plat o de Oliveira Fernandes Adjunto do Promotor do Termo de Apody Jos Jeronymo de Azevedo Adjunto do Promotor do Termo de Jardim Francisco Umbelino Gomes da Silva Adjunto do Promotor do Termo de Jardim Theophilo Orozimbro da Cunha Souto Maior Adjunto do Promotor do Termo de Maioridade Roberto Carneiro de Freitas Adjunto do Promotor do Termo de Maioridade Joaquim Ferreira Pinto Adjunto do Promotor do Termo de Pao dos Ferros Joao Vite de Couto Tabeli o do publico judicial e notas e escriv o do c vel e crime da Comarca de Maioridade Termo de Imperatriz Joaquim Jos Correia Escriv o do geral e de rf os da Comarca de Maioridade Termo de Port Alegre Florentino do Azevedo Cunha Tabeli o do publico judicial e notas e escriv o das execu es c veis e crimes rf os e ausentes da Comarca de Jardim Termo de Jardim Joaquim Ferreira Lustoza Lima Tabeli o do publico judicial e notas e escriv o das execu es c veis e crimes da Comarca de S Jos
627. tomado foi rescindido o contrato considerado pelo Presidente Jos Marcelino da Rosa e Silva desvantajoso para os interesses da prov ncia e aberta nova concorr ncia p blica desta vez com condi es ben ficas para o RN 248 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba FIGURA 56 Localidades do RN com ag ncias de correio 1846 a 1889 01 MOSSOR 08 MACA BA 15 ACARI 22 PAU DOS FERROS 02 ASSU 09 S O JOS DO MIPIBU 16 JARDIM DO SERID 23 APODI 03 MACAU 10 GOIANINHA 17 CAIC 04 TOUROS 11 CANGUARETAMA 18 TRIUNFO 05 CEAR MIRIM 12 NOVA CRUZ 19 CARA BAS 06 NATAL 13 ANGICOS 20 MARTINS 07 S O GON ALO 14 SANTANA DOMATOS 21 PORTALEGRE Fonte autoria pr pria a partir de dados LEGENDA coletados do seguinte Relat rio de Presidente x de Prov ncia Lucena 1874 A PONSAD Base em cartografia atual do estado do RN E viLA CIDADE O correio lentamente foi sendo aprimorado com a abertura tanto de ag ncias novas como melhoria de sal rios de estafetas permitindo uma maior comunica o interna na prov cia FIGURA 56 Localidades do RN com ag ncias de correio 1846 a 1889 o mesmo j n o se pode dizer das condi es de navegabilidade setor no qual praticamente nada foi feito no sentido de aperfei oar o transporte via rios apesar dos argumentos de alguns Presidentes sobre os baixos custos de enveredar por este caminho de comunica o Natal ainda era vista como uma cidade isolada depen
628. toriais que a prov ncia enfrentava assim como suas poss veis solu es Neste sentido trata se de testemunhos dos anseios dos administradores provinciais e de suas interven es reais ou apenas intencionadas em diversas reas inclusive na cidade Na maioria dos trabalhos de pesquisa sobre o s culo XIX no RN os Relat rios dos Presidentes de prov ncia t m sido normalmente utilizados como informa o complementar sem uma an lise mais aprofundada Neste trabalho de pesquisa eles tomam posi o central e a proposta foi analis los em sua completude compreendendo e interpretando os diversos discursos produzidos tendo como principal objetivo a compreens o que a elite pol tica de ent o tinha sobre a cidade potiguar Cabe destacar que pretendemos dar nfase aos discursos dos Presidentes de Prov ncia 1822 1889 muito embora outras elites tamb m s o contempladas nesta investiga o Considerar a percep o dessa elite pol tico administrativa ao longo do per odo Imperial num recorte temporal que abarca grande parte do s culo XIX pode lan ar luz sobre as transforma es da cidade potiguar reais ou imagin rias que s o fruto de um projeto de cidade idealizado pelas elites pol ticas Tendo em vista que os discursos dessas elites s o a fonte principal de investiga o o interesse da presente pesquisa mais do que ser sobre a cidade potiguar em si reside no que as elites dizem sobre essa cidade e na verifica
629. tos da seca era preciso al m de distribuir os socorros pelo sert o dar ocupa o e meios de sustento ao crescente n mero de retirantes que chegavam ao litoral sobrecarregando a infraestrutura de Natal e redondezas Assim o Presidente Machado fundou a col nia Bom Jesus dos Navegantes na regi o de Pitimbu e Cajupiranga que chegou a reunir 3 600 pessoas e segundo Cascudo 1984 p 184 185 plantou meio milh o de covas de mandiocas e legumes Outra iniciativa neste sentido foi encabe ada pelo padre Ant nio Xavier de Paiva que fundou em Vera Cruz outra col nia com aproximadamente 600 retirantes Aproveitando a farta m o de obra o Presidente empregou estes retirantes numa s rie de obras tais como a abertura de estradas constru o de a udes e desobstru o dos rios em Pitimbu e Cajupiranga A seca de 1877 a 1879 modificou a distribui o demogr fica da prov ncia esvaziando muitas localidades sertanejas inflando as litor neas e o resultado desta migra o se fez notar muito expressivamente na cidade potiguar Enquanto no sert o apareciam as cidades fantasmas abandonadas na zona agreste a profus o de m o de obra aliada aos socorros p blicos que acabavam servindo como sal rio dos trabalhadores retirantes impulsionou a constru o de diversas obras que estavam paralisadas por falta de recursos acelerando o t o almejado processo de moderniza o e civiliza o de Natal Indiretamente auxiliados pelo gove
630. tos documentos a quest o do cio e da vadiagem foi levantada nos Relat rios de Presidentes de Prov ncia e cabe aqui uma contextualiza o Com a paulatina transi o do trabalho escravo para o livre era crucial para elite que ocorresse a manuten o do v nculo dos ex escravos como novos trabalhadores assalariados destes grandes latif ndios A raz o deste v nculo se justificava para compor uma massa de trabalhadores disposi o destas ind strias evitando a falta de m o de obra Al m disto o v nculo como trabalhador impedia o surgimento de pequenos produtores que caso se multiplicasse poderia rivalizar com o grande latif ndio Assim era importante formalizar os ex escravos como trabalhadores e uma maneira de for ar esta rela o era pela marginaliza o de outras formas de trabalho Os termos cio e vadiagem era uma forma de marginalizar os trabalhadores n o vinculados a uma atividade fixa ou permanente 130 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba pelo menos 50 lampi es Em 1862 o Presidente Pedro Le o Velloso apontou o que em sua apreens o seriam as principais causas da regenera o dos costumes dividindo as em causas prim rias e secund rias No seu entendimento as causas prim rias seriam A ignor ncia da massa da popula o e falta de educa o moral e religiosa a escravid o a impunidade S o causas secundarias a ociosidade resultante da
631. trabalho de cada um 122 Os escassos recursos tamb m retardavam a atua o do Presidente Montenegro h meses estava comissionado o Dr Henrique Leopoldo Soares da Camara recebendo mensalmente de 700 000 r is que 186 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba A falta de uma fiscaliza o m dica atuando em mercados feiras boticas etc como instrumento de preven o de doen as comprometia n o s a qualidade dos alimentos comercializados como tamb m dos medicamentosos segundo o Presidente Wanderley 1850 uma situa o ainda mais grave do que a venda de alimentos inadequados No per odo mais intenso de epidemias por volta da d cada de 1860 o Presidente Murta relatou ainda uma sobrecarga que estava acontecendo no atendimento de sa de p blica no RN em suas palavras N o posso com a fraqueza que me caracteriza deixar de lastimar a convic o que lavra na popula o de que ao governo corre o dever em ocasi o de epidemia de prestar socorros aos favorecidos e n o favorecidos da fortuna convic o que vai matando os sentimentos de caridade e gerando a mais culp vel imprevid ncia Os ricos entendem que o governo lhes deve dar e a sua fam lia assim como seus escravos medico e botica e toda a popula o aspira que se estabele am a cada canto enfermarias hospitais e postos sanit rios s o sentimentos que de dia a dia mais se generalisam de modo que neste andar se n o houver um termo no futuro n
632. trais de Cear mirim Amaro Barreto de Albuquerque Maranh o Contratado para constru o dos Engenhos centrais de S Jos Francisco Romano Steplle da Silva Gerente da Companhia pernambucana de navega ao costeira major Antonio Pinheiro da Camara Ex Inspetor da Tesouraria provincial bacharel Jos Alves da Silva Inspetor da Tesouraria provincial Jos Mariano da Costa Nunes Inspetor da Tesouraria da fazenda bacharel Hermogenes Joaquim Barbosa Tinoco Procurador fiscal interino da Tesouraria da fazenda Birilo Le o Saraiva Inspetor da Alfandega bacharel Jos Alves da Silva e capit es Jos Mariano da Costa Nunes e Birilo Le o Saraiva Inspetores das tesourarias provincial de fazenda e da alf ndega Vice Presidente de Prov ncia Manuel Janu rio Bezerra Montenegro Presidente de Prov ncia Eliseu de Souza Martins Sem informa o 06 03 1878 a 18 03 1878 18 03 1878 a 04 10 1878 Vice Presidente de Prov ncia Manuel Janu rio Bezerra Montenegro Imediatamente baixei uma portaria declarando por seus nomes quais o vereadores suspensos a saber Coronel Bonifacio Francisco Pinheiro da C mara Jos do Rego Bezerra Encas Pinheiro de Paula Rego Jo o Felix de Moraes Navarro Manoel Ferreira da Silva Veiga Jos Estanislao Cordeiro e Andr Gomes da Silva sendo exclu dos da responsabilidade os vereadores Vestremundo Arthemio Coelho e Joaquim Rom o Seabra de Mello Dr Joaquim Tavares d
633. tregues no RN J a povoa o de Parelhas no municipio do Jardim tem o seu edificio para a escola professor da villa de Canguaretama Luiz Lopes Pereira Filho promovia uma subscrip o para edica o de uma casa para escola na cidade do Principe donativos para a construc o de um pa o municipal com propor o para uma escola e bibliotheca popular abastado agricultor coronel Manoel Varella do Nascimento para ser applicado a um edificio para escola na villa do Cear mirim LUCENA 1874 Em 1876 o Presidente Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior atesta que estava pr xima a conclus o da constru o oferecida pelo Bar o de Cear Mirim para a escola deste munic pio O Presidente Manoel Janu rio Bezerra Montenegro em 1878 recebe o pr dio escolar doado pelo Bar o do Cear mirim e explica que uma mesma oferta de doa o havia sido proposta pelo Bar o de Mipib mas ainda sem perspectivas de se concretizar 150 Em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto nos fornece um relato geral das causas que dificultam a difus o da instru o p blica dentre elas o fato da prov ncia ser ainda eminentemente agr cola e portanto distante das sedes das escolas nas vilas povoados e cidades impedindo a regular frequ ncia Neste sentido prop e a cria o de escolas em circumscrip es territoriaes n o inferiores a quatro legoas quadradas assim como a cria o de esc
634. u entendimento poderia causar muitos males e at mesmo anarquia No ano de 1851 0 Jos Joaquim da Cunha levanta pela primeira vez neste o per odo o problema das aposentadorias criticando em especial a vitaliciedade de aposentadoria de empregados p blicos O principal ponto levantado era a falta de lisura no processo haja visto que a documenta o que comprova a incapacidade tanto moral como mental do profissional era fornecida pelo pr prio funcion rio sem garantias de sua idoneidade Esta situa o ocasionava aumento de gastos com o funcionalismo p blico impactando grande parte do or amento da prov ncia engessando estas 188 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba verbas que poderiam ser empregadas em outros ramos como a contru o de obras e infraestrutura para alavancar o desenvolvimento do RN em outros aspectos Como para outros funcion rios p blicos o pagamento do pessoal do setor jur dico representava um grande problema como podemos ilustrar nos Relat rios dos Presidentes Passos 1854 Meira 1863 Albuquerque 1872 Mello Filho 1874 Carvalho 1877 7 e Carvalho 1887 2 No ano de 1867 o Presidente Luiz Barboza da Silva relatou o descaso dos funcion rios da Assembleia Provincial que por abandono de seus empregos e fun es acabaram por n o votar a lei do or amento provincial O Presidente Jo o Capistrano Bandeira de Mello Filho em seu Relat rio de 1874 relembra que tais dificuldades no
635. ua apreens o seria cortar ainda mais despesas menos necess rias e aumento da receita atrav s da cria o de novos impostos Na perspectiva de melhoria das finan as extra fmos dos Relat rios as mais recorrentes propostas dos Presidentes para aumento da receita provincial Identificamos um total de 51 refer ncias a este tema e considerando o total de 46 documentos analisados entre 1846 e 1889 gera uma m dia de 1 10 refer ncias por documento Tendo em conta que estas men es s o encontradas em 21 anos nos Relat rios de 24 Presidentes temos uma m dia de 2 12 refer ncias de aumento da receita provincial No tocante aos anos em que este tema levantado destaca se 1883 com 9 refer ncias em seguida 1870 com 6 refer ncias e por fim os anos de 1876 e 1880 com 5 refer ncias em cada um a partir de onde observamos que este problema se situa ap s a d cada de 1860 quando identificamos picos produtivos na economia tornando se algo mais problem tico de meados da d cada de 1870 para 1880 Com rela o s principais propostas para melhorias na receita os principais projetos de interven o versam sobre revis es na tributa o existente e em igual quantidade defini o de estrat gias para melhorar a fiscaliza o da arrecada o em seguida prop em a cria o de novos impostos e por fim est o a contra o de empr stimos junto s institui es de cr dito e a redu o nas porcentagens de tributa
636. uais solicitou or amentos Em 1866 o Presidente Meira autorizou servi os de reforma no Hospital de Caridade a cargo do engenheiro Dodt assim como pediu estudos para uma estrada ligando Mossor ao interior da prov ncia como complemento da obra da navega o do rio Mossor 1 Em 1867 novamente o problema de abastecimento de gua em Natal volta a aparecer nos Relat rios desta vez do presidente Luiz Barbosa da Silva a Fonte da Bica estava em estado de abandono e foi solicitado ao engenheiro Dodt que fizesse o or amento de um melhoramento efficaz e duradouro tendo entretanto ordenado ao Engenheiro Dodt que n o realizasse a obra de que f ra encarregado Al m disto encomendou o desenho da planta do Palacete da Assembleia bem como seu or amento Nas seguintes obras cadeias p blicas em p ssimas condi es do Hospital da Caridade do Cais da Alf ndega e do Passo da P tria ao qual solicitou tamb m a realiza o dos reparos o A continua o das obras do quartel da Companhia de Aprendizes Marinheiros Em 1882 o Presidente Satyro de Oliveira Dias tratou de valiosas informa es prestadas pelo Pa Coelho Cintra e pelo Capit o de Porto a respeito de navega o e estradas da prov ncia Em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto solicitou or amento e execu o para as obras de reformas no Hospital da Caridade lan ou a primeira pedra para constru o do Lazareto da Piedade e finalmen
637. uco Typographia de M Figueiroa de F de Filhos 1870 ALBUQUERQUE Delfino Augusto Cavalcante de Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relatorio com que o Exm Sr Dr Delfino Augusto Cavalcante de Albuquerque passou a administra o da Provincia do Rio Grande do Norte ao quarto Vice Presidente o Exm Sr Dr Jeronymo Cabral Raposo da Camara Pernambuco Typ de M Figueiroa de F amp Filhos 1872 ALCOFORADO J NIOR Jos Bernardo Galv o Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Relat rio com que o Exm Sr Dr Jos Bernardo Galv o Alcoforado Junior passou a administra o da provincia do Rio Grande do Norte ao Exm Sr Dr Antonio dos Passos Miranda no dia 20 de junho de 1876 Rio de Janeiro Typographia Americana Rua dos Ourives N 9 1877 ANDRADE Juciene Batista F lix Caic uma cidade entre a recusa e a sedu o Disserta o de mestrado defendida no Programa de P s Gradua o em Hist ria UFRN Natal 2007 ANGICO C mara Municipal Posturas 1837 ANGICOS C mara Municipal Posturas 1866 ANGICOS C mara Municipal Posturas 1874 APODI C mara Municipal Posturas 1874 AQUINO Aecio Villar de Nordeste s culo XIX Jo o Pessoa Editora Universit ria 1980 ASSU C mara Municipal Posturas 1838 BARDIN Laurence An lise de conte do Lisboa Edi es 70 1977 BARRETO Francisco de Gouveia Cunha Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte Falla com
638. ue interven o na cidade na percep o da elite Os relat rios expressam dificuldades que v o desde a heran a do per odo colonial na prov ncia passando pela sua posi o geogr fica e politicamente perif rica no contexto imperial baixa receita que acompanha o primeiro per odo estudado Do universo de Relat rios analisados a maioria menciona a situa o prec ria em que se encontravam as finan as da prov ncia o que engessava melhorias sobretudo as que demandassem verbas mais vultosas 2 1 1 Ignorantes vadios e miser veis A forma o da sociedade potiguar e sua popula o Numa sociedade na qual o poder oficial era t o distante no espa o e tempo a figura do fazendeiro no sert o e do senhor de engenho no litoral pairam como um indiscut vel poder local a partir do qual girava a estrutura social Estas pessoas eram as refer ncias de ordem e poder notadamente nas localidades mais distantes do litoral Ao contr rio do fazendeiro o senhor de engenho menos frequente no RN vez que os engenhos de cana s o relativamente poucos comparados aos de outras prov ncias ainda que aumentem ao longo do s culo XIX gra as a estas fam lias detentoras de poder na prov ncia do RN que surge uma classe social diferenciada a aristocracia da terra descendentes dos primeiros colonos e embora se concentrassem no interior tinham acesso ao que acontecia na Europa de l trazendo 39 Da promessa reali
639. ue seja este destaque econ mico pol tico ou intelectual Retomamos agora o que entendemos com o termo elite Em toda sociedade existe sempre uma minoria detentora do poder em oposi o a uma maioria que dele est privada Dentre todas as formas de poder s o sobretudo os poderes econ mico ideol gico e pol tico que perfazem a diferen a entre as elites e o restante da popula o Para compreender este fen meno surgiu a teoria das elites que se desenvolveu pela especial rela o mantida entre as elites pol ticas e o Estado Partindo de uma retrospectiva hist rica Leite 2011 esbo a uma s ntese conceito de elite a partir da qual delimitamos o que entendemos por elite nesta pesquisa Em linhas gerais segundo Leite 2011 os fatores que determinam a teoria das elites s o os seguintes em toda sociedade organizada as rela es entre indiv duos e grupos s o desiguais a causa da desigualdade est na desigual distribui o de poder e sua concentra o num grupo restrito de pessoas entre as v rias formas de poder o mais determinante o poder pol tico a classe pol tica sempre a minoria a domina o se pauta nos interesses comuns da classe pol tica e sua solidariedade permite a manuten o da situa o um regime se diferencia do outro com base na forma o das elites e sua evolu o decad ncia e como exercem o poder o elemento oposto elite a massa conjunto de pessoas que n o det m o poder
640. ue foi proposto em Natal que todo o pr dio da C mara Municipal se transformasse em pris o e o Col gio Ateneu recebesse as reuni es da C mara mostrando o quanto era latente a falta de pris es no RN a ponto de se propor que esta sobrepujasse a educa o p blica justamente dentro da d cada de 1860 quando a prov ncia foi muito acometida de epidemias e talvez esta decis o tenha sido sugerida por problemas de presos doentes contaminando os demais e a segunda situa o em 1878 quando o delegado de S o Jos de Mipibu permitiu que os presos fossem escoltados pedir esmolas pela cidade nos dando o cen rio de caos em que esta cadeia se encontrava A exce o destes dois momentos mais dif ceis percebemos ao longo do tempo uma melhoria nas condi es e quantidade de cadeias Acontecem tanto constru es de novas cadeias como ajustes e reparos nas existentes de modo que cada vez mais a prov ncia vai sendo acobertada por edifica es penitenci rias embora paradoxalmente o n mero de policiais n o foi aumentando nos permitindo inferir que os maiores gastos com segura a p blica neste per odo se voltaram para as constru es e reparos de cadeias ou seja maior investimento f sico espacial do que a forma o de um funcionalismo p blico neste setor Uma maneira de ilustrar este crescimento comparar a realidade em 1850 quando existiam apenas 7 cadeias no RN Natal Macau S o Gon alo Goianinha Portalegre Vila Fl
641. ugar denominado Marcos no RN pelo subdelegado de pol cia da Bahia da Trai o da Para ba chegando a efetuar pris es O Presidente Figueiredo Junior solicitou esclarecimentos ao Presidente da Para ba que logo demitiu o agente policial pouco tempo depois agentes agora de Mamanguape tamb m na Para ba novamente haviam estendido sua jurisdi o ao mesmo lugar Marcos Considerando a possibilidade de frequentes problemas com tais fronteiras o Presidente Figueiredo Junior tratou de exigir informa es sobre a quest o de limites que suscitava se entre esta e a provincia da Parahiba no referido lugar Toda a difficuldade da quest o consiste em verificar se a primitiva posi o de um marco que servindo de balisa entre as duas provincias fora mudado para o norte com prejuizos desta segundo me levam a crer as allega es contidas nas pe as officiaes que vos ser o presente Por mais liquido que me pare a o direito desta provincia ali s contestado pelas autoridades da Parahiba com raz es que n o podem destruir as nossas cumpre que se proceda a uma demarca o ou aviventa o de rumos conservando se entretanto e posse no status quo at que o poder competente resolva como for mais justo Conv m entretanto consultar ainda os archivos publicos e invertigar qualquer prova que tenha por fim helucidar a quest o de limites entre as duas mencionadas provincias FIGUEIREDO JUNIOR 1861 No ano segui
642. ugerir a mudan a da capital para outro lugar A ideia predominante foi contudo investir em mais infraestrutura na cidade principalmente numa ponte sobre o Rio Salgado 297 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba conectando Natal a Cear Mirim e menos frequente citada tamb m a melhoria na estrada ligando Natal a S o Jos de Mipibu Diferentemente do que aconteceu no per odo anterior neste momento a Est tica urbana e das edifica es foi uma preocupa o tanto nos Relat rios de Presidente de Prov ncia como nas Posturas Municipais enquanto os Relat rios restringem suas an lises ao caso de Natal as Posturas trazem a perspectiva da est tica de edifica es e urbana para outras localidades da prov ncia Sobre Natal aparecem sugest es de aproveitamento das visuais do rio Potengi e do Baldo a limpeza de ruas para possibilitar uma perspectiva agrad vel elimina o de casebres de taipa em reas mais nobres bem como de terrenos baixos e alagadi os Nas Posturas para Natal foi proposto um servi o de arboriza o de pra as e largos em Mossor encontramos um princ pio de zoneamento e para muitas cidades em linhas gerais encontramos a preocupa o das C maras com os alinhamentos aformoseamentos e esquadros de edifica es com a regulamenta o no dimensionamento de fachadas esquadrias e cal adas assim como sua manuten o e limpeza e para as reas rurais dimensionamentos para altur
643. uir ocorre um pico da produ o que quase duplica comparada aos dados referentes aos anos anteriores No entendimento de alguns Presidentes embora a carna ba fosse um produto extremamente abundante no RN MELLO FILHOS 1874 acabavam sendo mau aproveitadas pela falta de investimentos DIAS 1882 FIGURA 36 Produ o de Cera de Carna ba entre os anos de 1851 a 1867 10000 9000 8000 7000 6000 5000 ARROBAS 4000 3000 2000 1000 1851 1852 1853 1854 1855 1856 1857 1858 1859 1867 Fonte Autoria pr pria baseada em Silva 1867 1867 Dias 1882 1851 1855 a 1859 e Passos 1855 1852 a 1854 Encontramos outra refer ncia relacionando a carna ba com os pobres sobretudo o sertanejo em per odo de seca o recurso da pobreza mormente nos tempos calamitosos de s cca e que par do alimento que fornece d o preciso para a construc o de casas cont m em suas folhas uma esp cie de gomma ou antes resina de que se faz a cera que tem o mesmo nome da arvore que a produz e constitue um ramo importante de industria sendo de presumir o seu progresso tanto pela abundancia como pelo consumo que nesta e em muitas outras Prov ncias h d esta cera vegetal entretanto de notar que n o existindo a carna ba exclusivamente nesta Prov ncia mas tamb m em outras como na do Cear a concurrencia que por isto se d prohibe de avultar por semelhante ramo
644. umento significativo A popula o negra como a ind gena passou por um processo de miscigena o contribuindo para a forma o geral da popula o potiguar Muitos destes escravos acabavam obtendo sua liberdade configurando os agregados das fazendas de acordo com Cascudo 1984 p 117 a fazenda era um mundo que se bastava com seus artes os famulagem teares para tecer fabrica o de p lvora telhas caieiras para o cal e cada uma destas atividades pressupunha trabalhadores com conhecimentos espec ficos Contudo a falta de m o de obra para o trabalho na agropecu ria acompanhou a realidade do RN em todo o s culo XIX como a regi o n o se enquadrava nos grandes centros produtores os grandes contingentes de escravos africanos n o aportavam no RN Observa se que a contribui o negra para o aumento da popula o limitada comparada a outras prov ncias como ilustra Tarc sio Medeiros se verifica que a percentagem negra atingira ao m ximo no Maranh o com 66 6 da popula o composta por escravos das fazendas de algod o a 42 5 em Goi s na minera o aur fera a 38 6 em Mato Grosso a 39 39 em Alagoas Os m nimos achavam se do RIO GRANDE DO NORTE 12 8 no Paran 17 2 e na Para ba 17 4 MEDEIROS 1978 p 77 Uma informa o acerca da popula o potiguar em 1835 nos permite compreender mais acerca desta contribui o da popula o negra e ind gena ilustrada no gr fico a seguir
645. ura sob pena de dez mil reis de multa e na mesma pena incorrer o os que nessa dist ncia fizerem ro ados ou ro agens para qualquer fim POSTURAS Municipais de Portalegre de 5 de Setembro de 1839 Os artigos acima ilustram a preocupa o na manuten o do entorno dos mananciais de gua estimulando o plantio de determinadas esp cies de rvores mais resistentes ao clima sertanejo e penalizando de forma mais severa os que as removem fragilizando o reabastecimento destas fontes de guas naturais Embora vejamos este item presente em v rias Posturas Municipais identificamos como o 84 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba caso da cita o acima um refor o maior nas localidades situadas mais ao interior do Rio Grande do Norte onde a gua um bem valioso e escasso sobretudo nos per odos de secas o caso de Portalegre Angicos Caic e Assu muito embora Apodi possivelmente estivesse na mesma situa o mas n o nos foi poss vel analisar suas Posturas Municipais Policiais Nestas regi es mais afastadas do litoral observa se uma maior quantidade de artigos relacionando se com o resguardo dos mananciais e um maior detalhamento nas proibi es de agentes poluentes tanto para o abastecimento humano como as guas para sustento das cria es e planta o Estas diferencia es de tratamento conforme a regi o s o significativas porque enfatizam no mbito da prov ncia aspectos de maior peso segu
646. urso dos Presidentes muito vinculado com a situa o ideal de um pa s crist o e civilizado estando continuamente em situa o de semi ru na prestes a desmoronar ou com obras em andamento e raramente conclu das eram espa os que terminavam por n o ter uso t o frequente quanto se desejaria pela periculosidade que sua estrutura f sica demonstrava Embora em alguns casos os Presidentes se refiram simples falta de paramentos para que os cultos ocorressem de forma correta e decente os Relat rios demonstram com muita frequ ncia um quadro mais prec rio ainda como falta de conclus o em constru es telhados com risco de cair e as pr prias paredes em vias de ruir Em sendo a Igreja ainda o principal edif cio presente no espa o dos aglomerados urbanos no per odo provincial principalmente no per odo aqui analisado n o de se admirar no caso de uma Prov ncia t o pobre encontrarmos esta situa o dif cil e como resultado a limitada atua o do clero conscientizando a popula o por exemplo a n o praticar crimes e outros delitos Esta restrita atividade do clero que vem a ser considerada inclusive como um dos fatores a geradores da falta de seguran a individual e de propriedade mencionados nos Relat rios de Presidente de Prov ncia pode ser inferida a partir de dois fragmentos o primeiro escrito pelo Presidente de Prov ncia Dr Casimiro Jos de Moraes Sarmento em 1845 se preocupa com o baixo sal
647. utos para as prov ncias lim trofes do que para Natal pois nas outras prov ncias encontram portos mais rapidamente para o envio de seus produtos A cidade potiguar por assim dizer verdadeiras ilhas soltas pela prov ncia quase desconectas umas das outras Natal tem canalizado todos os recursos com reparos em fontes de guas aterros mas ainda falta muito a ser feito nesta prosaica cidade sua localiza o torna dif cil o seu acesso cercada pelo rio Salgado de um lado e um cord o de morros de areias soltas de outro Natal de fato uma cabe a solta de seu pr prio corpo A cidade potiguar creio apenas uma promessa e carece de muitos avan os at que se possa chamar de uma cidade de verdade 2 A realidade da cidade 1846 1889 E quanto cidade potiguar na 2 metade do s culo XIX Em que aspectos ela mudou comparada com a 12 metade a crer no olhar desta mesma elite pol tico administrativa A segunda metade do s culo XIX no RN foi marcada por calamidades de ordem clim tica e de sa de p blica Uma sucess o de secas que atingiam com maior intensidade as localidades do interior da prov ncia seguidas por enchentes no litoral Estas calamidades clim ticas tinham tamb m repercuss o na sa de p blica a popula o fragilizada pela desidrata o e desnutri o obrigada a percorrer longas dist ncias em busca dos socorros p blicos ficava mais suscet vel s doen as levando a bito milhares de pes
648. utras de iniciativa das commissoes de soccorros interessadas em melhorar a sorte das localidades em que residem MACHADO 1880 Em 1858 o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves havia se surpreendido com a falta de ilumina o p blica na capital mas foi somente em 1883 25 anos depois que provid ncias concretas para sanar esta apreens o foram tomadas Conforme explica em seu Relat rio o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto admiro me que a cidade do Natal capital de uma prov ncia que incontestavelmente tem progredido estes ltimos annos tenha addiado at hoje a realisa o d esse importante melhoramento Ilumina o P blica sendo al m disso certo que uma capital de 132 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Prov ncia n o deve viver nas trevas A despeza com a acquisi o do material para a referida ilumina o foi autorisada pela verba Obras P blicas e importa na insignificante quantia de 4 000 000 Por todo este mez ser inaugurada a referida ilumina o BARRETO 1883 Embora a ilumina o p blica aparentemente fosse uma prerrogativa para a efic cia na seguran a p blica merece destaque o fato da capital do RN ter demorado tanto tempo para ser dotada de ilumina o praticamente no final do per odo imperial Tendo em vista que esta ilumina o nos Relat rios somente mencionada em Natal partimos da hip tese de que nas demais cidades pot
649. va dificultando tanto a comunica o interna como a externa Sobre este assunto temos uma primeira refer ncia nos Relat rios o documento produzido elo Presidente Antonio Joaquim de Siqueira em 1848 que considera dentre as obras necess rias em Natal Joccupar o primeiro lugar o cal amento das ruas d esta Capital Nenhum de v s Senhores desconhecerei a necessidade de serem cal adas ao menos algumas das principaes ruas Todos os dias exper mentamos quanto dilficil e incommodo o transito por uma area solta e movedi a Al m de que a continuas chuvas fazendo profundas excava es vou pouco a pouco arruinando o solo de maneira que se n o obviardes a similhante destrui o por meio do cal amento quando quizerdes faze lo dous trabalhos ser o de mister o de entulhallas para serem ao depois cal adas SIQUEIRA 1848 Em 1850 o Presidente Jo o Carlos Wanderley encontra uma s rie de obras que estavam em andamento mas que precisavam ser paralisadas por falta de recursos correndo o risco de perder todo o investimento feito at ent o Nesta situa o encontrava se o cal amento da rua principal de Natal que j estava com uma extens o de 321 metros de acordo com o Presidente Wanderley uma obra importante para evitar que as aguas do inverno escavassem como escavav o a mesma rua e a tornav o difficil sen o de impossivel transito em muitos lugares No ano seguinte o Presidente Jos Joaquim da Cunh
650. va obriga o para o municipio com o nome de postura ou qualquer objecto da sua competencia bem como as representa es s autoridades superiores ser o assignadas por toda a Camara Nas que tiverem por objecto ordenar o cumprimento das suas posturas e o das leis cuja execu o esteja a seu cargo bastar que os officios sejam assignados pelo Presidente e Secretario As Posturas de cada localidade pressup em um conjunto de itens de interven o e s o uma forma de como a elite local percebia a cidade e nela queria atuar buscando assim novos rumos para o seu crescimento Conquanto tivessem uma estrutura jur dica relativamente definida e uma formata o de lei as Posturas variavam conforme a localidade vez que eram produzidas nas suas respectivas C maras Municipais e cada situa o assinalava condutas diferenciadas em conson ncia com sua realidade A amplitude e reas de atua o das Posturas s o bastante vastas versam desde conduta dos cidad os uso dos bens urbanos regulamenta o dos padr es de higiene e salubridade das reas p blicas e constru es dentre outros Mais explicitamente ligadas forma urbana observamos nas Posturas a preocupa o com alinhamento limpeza ilumina o desobstru o manuten o e repara o das ruas cais muralhas fontes pris es e outras constru es para o benef cio dos habitantes para o decoro e ornamento das povoa es TEIXEIRA 2009b p 269 itens que
651. vel Contudo essa situa o de pen ria policial permaneceu Em s ntese o policiamento insuficiente n o s acompanha proporcionalmente o crescimento da popula o como at sofre cortes cujas justificativas parecem ser de ordem financeira Depois da seca de 1845 a economia do RN passou por uma grande transforma o as secas e enchentes mostraram a inviabilidade de se concentrar toda a fonte de riquezas da prov ncia num nico produto gado em virtude das expressivas e frequentes perdas que esta ind stria ocasionava A ind stria a ucareira por outro lado representava um consider vel potencial de prosperidade junto aos produtores sobretudo com as melhorias de infraestrutura Nos anos de 1860 e 1861 ficou muito evidente o desenvolvimento da ind stria a ucareira potiguar de forma que em seguida mesmo com o decr scimo da produ o o a car continua como um dos sustent culos da economia potiguar S no final da d cada de 1870 e in cio da seguinte que o decl nio do a car se evidencia mais levando os Presidentes a buscarem solu es Dentre as principais solu es apresentadas est o novos 290 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba investimentos nas reas produtoras vale do Cear Mirim e do Capi melhoria das vias de escoamento da produ o constru o de estradas ou linhas f rreas implanta o de Engenhos Centrais cria o de bancos de cr dito rural e at mesmo o incentivo produ
652. viveram a a o do tempo Em 1883 o Presidente Francisco de Gouveia Cunha Barreto menciona al m do Lazareto do Refoles a constru o de mais dois Em 1887 o Presidente Antonio Francisco Pereira de Carvalho relata melhorias no Hospital de Caridade com a constru o de duas pris es para alienados e bem assim uma Capella para celebra o de actos religiosos Assinala ainda a falta de leitos por falta de recursos raz o pela qual o Hospital n o atende a ainda mais doentes Preocupado com a possibilidade de abandono do pr dio da Santa Casa de Miseric rdia o Presidente Carvalho sugere que o lucro das passagens sobre o Rio Salgado fossem revertidos em benef cio manuten o deste hospital No ano de 1889 o Presidente 178 Em 1860 o Presidente Jo o Jose de Oliveira Junqueira identifica em Natal focos de var ola e manda construir um rancho no lugar chamado Morro destinado ao tratamento isolado dos bexiguentos pobres pois n o era conveniente leval os para o hospital de caridade onde a enfermaria um grande sal o comum ou seja entre 1854 e 1860 foi constru do o Hospital de Caridade em Natal mas dado o alto cont gio da var ola foi necess rio construir um outro local para o isolamento dos doentes Neste mesmo ano o Presidente Antonio Marcelino Nunes Gon alves anuncia que a Enfermaria da Caridade estava montada faltando apenas acomoda es seguras para os presos da justi a para impedir sua fug
653. y Antonio Galdino de Ara jo Cunha Adjunto do Promotor do termo de Goianinha capit o Manoel Seve Filho Adjunto do Promotor Publico da comarca de S Jos de Mipib Manoel Antonio de Oliveira Coriolano Adjunto do Juiz de Direito do Apody Jo o Henrique Pess a Escriv o de orph os do publico judicial e notas do termo de Nova Cruz Jos Florencio de Souza e Silva para escriv o do termo de Sant Anna do Mattos Luiz Antonio de Souza Secundes escriv o do crime civil jury e execu es criminaes do termo de Mossor Jo o Baptista de Oliveira Ex escriv o d orph os do termo do Ass Francisco Xavier de Menezes Escriv o vital cio de Angicos Jo o Baptista da Fonseca Pinto Escriv o vital cio da Imperatriz Joaquim Jos Correia Escriv o vital cio de Port Alegre Jo o Victor do Couto 22 Tabelli o da Imperatriz Belarmino Joaquim de Vasconcellos Escriv o de Canguaretama engenheiro inglez Jason Rigby Diretor da Estrada de Ferro do Natal Nova Cruz Jo o Carlos Grenhalgh e Major Affonso de Paula de Albuquerque Maranh o Concession rios da Estrada de Ferro da Capital Cear mirim Tenente Coronel Jo o Crysostomo Bezerra Cavalcante Chefe de Estado Maior do commando superior da Maioridade e anexos Tenente Coronel Joaquim Bernardo de S Barreto Chefe do batalh o do munic pio da Imperatriz Major Augusto Joaquim de Carvalho Inspector Thesouraria da Fazenda Dr Mathias Antonio da Fonseca Morato Juiz de
654. za sem especifica o de uma quantidade em dimens o a ser limpa Esta limpeza das testadas das edifica es ficava a cargo dos propriet rios ou inquilinos mas estes tamb m poderiam eventualmente ser convocados para a limpeza de reas p blicas como identificado nas Posturas Municipais de Assu de 6 de Novembro de 1842 conforme a cita o seguinte Art 19 Os moradores possibilitados desta vila ser o obrigados a concorrer com suas fam lias ou escravos quando pelo fiscal respectivo forem convidadas para a limpa do quadro da mesma vila em cujo servi o ter cuidado de arrancar somente as ervas deixando se o capim POSTURAS Municipais de Vila da Princesa de 6 de Novembro de 1838 Caixa 209 mar o 28 2 Embora o sistema de medi o da poca utilizasse unidades como palmo equivalia 0 22 metros e bra a que correspondente a 2 2 metros adotamos o sistema m trico para facilitar a compreens o das dimens es especificadas no per odo estudado 90 Da promessa realidade Adriana Carla de Azevedo Borba Numa realidade ainda t o atrelada ao meio rural a atua o da C mara Municipal potiguar no quesito edifica o dizia muito mais respeito limpeza urbana n o de edifica es mas de caminhos e estradas que por sua vez possibilitavam a mobilidade e comunica o as v rias dimens es em que se solicitam limpeza nos permitem vislumbrar uma quantidade aproximada de tr nsito de pessoas e rebanhos nos aglomerados urbanos

Download Pdf Manuals

Related Search

Related Contents

Maintenance Chart.vp  MII User Manual  Samsung HT-THQ25 Bruksanvisning  Da-Lite Deluxe  Golden Interstar 9000CI PVR Premium PVR de Primera clase?  Apple 073-0542 User's Manual  LG 55LA8600 55" Full HD 3D compatibility Smart TV Wi-Fi Black LED TV  Manuel d`utilisation XCARLink Bluetooth  

Copyright © All rights reserved. Failed to retrieve file