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Vivendo com Propósitos

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1. Gaiatas 5 22 ARA Romanos 5 5 NTLH JS BON o0 1Jo o 4 7 16 NTLH 9 2 Pedro 1 4 0 G latas 5 22 23 NVD 22 1 Cor ntios 14 26 Ef sios 5 19 23 Jo o 17 3 24 Mateus 22 29 Jo o 5 39 25 Isa as 43 10 26 2 Cor ntios 3 18 27 Mateus 17 1 8 28 Para aprofundar o tema recomendo a leitura de Dallas Willard 4 conspira o divina S o Paulo Mundo Crist o 2001 Renovation ofthe heart Colorado Navpress 2002 O espirito das disciplinas Rio de Janeiro Danprewan 2003 e Richard Foster Celebra o da disciplina S o Paulo Vida 1983 Devotional classics Nova York HarperCollins 29 Mateus 4 4 ARA 30 Jo o 4 32 34 31 A Kempis Thomas 4 imita o de Cristo S o Paulo Shedd Publica es 2001 p 62 32 Daniel 1 12 33 Cobra Nuno v4 semente da vit ria S o Paulo Senac 2000 pp 82 4 34 Romanos 12 2 35 Jo o 8 32 NVD 36 Peterson Eugene Ouvindo a Deus editado por Elmer Dyck S o Paulo Shedd a 239 Publica es 2001 p 7 37 Capra Fritjof O t o da f sica S o Paulo Cultrix 1983 p 31 38 Salmos 30 11 12 NVT 39 Salmos 100 40 1 Cor ntios 7 5 41 Lucas 12 15 NVD 42 Nouwen Heni J M Silence the portable cell Sojoumers ju 1980 p 22 43 Prov rbios 16 32 44 Lucas 18 9 14 45 xodo 3 14 46 Mateus 6 5 8 47 2 Cor ntios 12 7 10 Mateus 26 36 46 48 Mateus 16 26 CAP TULO 13 AMOR 1 Lew
2. A respeito das emo es falei de sensibilidade Alguns proporiam serenidade ou paz Mas considero essas palavras zen demais e na verdade quase despersonalizantes mais pr prias para descrever lagos parados ou gente morta Os gregos falavam de apatia gr apatheia a saber a capacidade de n o se deixar alterar pelas circunst ncias Algo como n o se abalar ao quebrar uma caneca ou perder um c o de estima o atropelado para que n o se desequilibre com a morte prematura de um filho De minha parte fico com os que entre sentir dor e n o sentir nada preferem sentir dor a fossa de um amor n o correspondido absolutamente prefer vel ao cora o que n o capaz de amar Por essa raz o escolhi sensibilidade para descrever a sa de emocional chorar na hora da tristeza e sorrir no tempo da alegria Evidentemente um riso ou um choro proporcionais aos fatos h gente que chora como se tivesse perdido um filho quando a caneca que trouxe da Europa se quebra e que chora a perda de um filho como se fosse a perda de um c o Chorar o choro certo na hora certa e na medida certa Rir o riso certo na hora certa e na medida certa Eis minha primeira defini o de sa de emocional Finalmente pretendi que concordassem comigo quanto ao fato de que a sa de na dimens o volitiva est na capacidade de autodom nio dom nio pr prio ou temperan a Conseguir dizer n o para o que se pretende dizer n o e dizer sim para o que se pretend
3. o a maneira como Deus se expressa por meio de voc Isso refor a o fato de que a voca o uma express o 222 de sua identidade mais profunda como pessoa singular criada imago Dei O prop sito de construir n o est baseado na tr ade ocupa o emprego carreira mas sim na voca o O ideal que voc consiga alinhar ocupa o emprego carreira com sua voca o isto ter como fonte de receita financeira uma atividade profissional onde voc expressa o melhor do seu perfil pessoal e seus talentos nicos Mas isso para poucos O que voc n o pode fazer negligenciar sua voca o SENTIDO DO TRABALHO Todos desejamos encontrar um significado mais profundo em nossas atividades profissionais As recompensas financeiras j n o s o as nicas e para muitas pessoas j nem s o as mais importantes pagas de seu trabalho Tanto verdade que para a pergunta se voc tivesse bastante dinheiro para viver confortavelmente o resto da sua vida sem trabalhar o que faria em rela o ao seu trabalho a maioria esmagadora das pessoas responderia trabalharia mesmo assim Uma recente pesquisa mostra que o sentido no trabalho depende de seis cara cter sticas combinadas Em primeiro lugar o trabalho deve ser feito de maneira eficiente e gerar resultados pois ningu m gosta de plantar sem colher Depois deve ser intrinsecamente satisfat rio isto corresponder personalidade valores e talentos das pes
4. o foi acompanhado pela esposa consulta com o cardiologista Como toda esposa cuidadosa Dona Marina encareceu ao m dico que recomendasse ao marido trabalhar menos Esse homem ainda vai morrer de trabalhar doutor O m dico perguntou O senhor gosta do que faz Ao que recebeu como resposta um entusiasmado sim Ent o fique tranquila minha senhora ningu m morre de fazer o que gosta morre de fazer o que n o gosta o m dico encerrou a conversa Conf cio disse a mesma coisa Escolha um trabalho que voc ame e n o ter de trabalhar um nico dia em sua vida Imagino que muitos fil sofos e mestres de espiritualidade chegaram mesma conclus o pois se trata de uma sabedoria universal al m de uma experi ncia que todo mundo conhece Quantas vezes voc j n o ouviu um coment rio do tipo Fulano que tem sorte faz o que gosta e ainda ganha dinheiro Lembro bem do tempo em que eu vivia com meu nariz enfiado no alambrado de S o Janu rio observando o treino do Vasco da Gama antes e depois de minhas sess es de nata o O cheiro de caf torrado que vinha da 214 torrefa o ao lado do est dio era o pano de fundo para as viagens da minha imagina o Eu menino sonhava com o dia quando poderia acordar e ir jogar bola que nem aqueles caras que eu observava com inveja Imagina jogar bola o dia inteiro e ganhar dinheiro com isso Que escola que nada Um campinho verdinho daquele Bola de cap
5. o das mentes ap s s culos de opress o religiosa supersti o e servilismo a transforma o das institui es pol ticas em bases racionais e o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da a o conjunta da educa o e das leis 4 Tudo isso resultou em profunda desilus o pois entre as cren as que povoavam a imagina o e a vis o de futuro iluminista uma em particular revelou se problem tica a no o de que os avan os da ci ncia da t cnica e da raz o teriam o dom n o s de melhorar as condi es objetivas de vida mas atenderiam aos anseios de felicidade bem estar subjetivo e realiza o existencial dos homens Sob este aspecto seria dif cil sustentar que o presente esteja altura do amanh pretendido de ontem Em outras palavras como disse Sir Winston Churchill o ser humano tem melhor dom nio de todas as coisas exceto sobre si mesmo Podemos dizer que o iluminismo a Revolu o Francesa e o processo que costumamos chamar de modernidade jogaram o beb fora junto com a gua da bacia E o nome do beb era Deus Chegamos ao que Martin Heidegger chamou de noite do mundo em que o que triunfa a indiferen a a perda do gosto para procurar s raz es ltimas do viver e do morrer Perfila se desse modo o extremo rosto do s culo que chega ao 227 fim o rosto do niilismo O niilismo n o o abandono dos valores a ren ncia a viver alguma coisa pela qual valha a pena viver
6. o de recursos interiores o objetivo da literatura de auto ajuda a som o efe pro femas o progresso social e o bem estar pessoal leia se conforto Os autores visam oferecer manuais e textos pr ticos al m de narrativas em primeira pessoa nas quais o sujeito relata a descoberta de suas for as mais ntimas e a maneira como as empregou para alcan ar sucesso onde sucesso igual a poder mandar seus filhos para a universidade que eles escolherem mudar se para aquela casa espa osa e ajardinada de seus sonhos levar a fam lia em f rias regulares para aqueles lugares fascinantes de que sempre ouviu falar QUALIDADE DE VIDA Existe o evangelho da qualidade de vida que prega a necessidade da reeduca o alimentar das medicinas alternativas dos exerc cios f sicos sistem ticos do descanso e do lazer e do bom ambiente onde morar Multiplicam se os condom nios de luxo nas periferias dos grandes centros urbanos as academias de gin stica e as rodas de papo a respeito de dietas e de f rmulas para milhares de mulheres que se julgam acima do peso e que se martirizam porque apesar de todos os esfor os n o conseguem emagrecer Surge a chamada gera o sa de e a galera da malha o al m dos cinquent es sarados ainda hoje fisgados pela Lolita que Nobokov retratou em 1962 Evidentemente todas essas atividades e propostas s o absolutamente saud veis desde que integradas numa rotina consciente e numa din mica de comple
7. podemos entender que Deus Esp rito como ensinou Jesus assim como o ser humano criado imagem e semelhan a de Deus A peregrina o espiritual a caminhada em que o Esp rito de Deus foi unido ao esp rito do homem Nesse caso precisamos deixar para tr s os hindu smos e budismos que desconsideram a caracter stica pessoal do espirito e convocam as pessoas para o auto desenvolvimento a fim de realizarem a integra o e 89 harmoniza o com o todo o Dharma e o Nirvana C S Lewis comenta que essas propostas poderiam ser caracterizadas como espiritualidades de absor o depois desta vida ou de v rias vidas as almas humanas seriam absorvidas em Deus 4 ou deus digo eu pois se referem ao todo ao tudo impessoal Essa absor o comparada com uma gota de gua que cai no mar o que significa o fim da gota Nesse caso ser absolvido significa deixar de existir Nessa vers o de espiritualidade n o existe personalidade individualidade pessoalidade Para abordar as possibilidades da rela o esp rito Esp rito poder amos tamb m transitar pelos ambientes do islamismo e do juda smo que t m o mesmo tronco com ramifica es diferentes a saber a revela o de Deus a Abra o e a saga de seus descendentes Ismael e Isaque respectivamente como se pode ler no cap tulo 15 do G nesis na B blia Sagrada Nosso caminho entretanto o cristianismo Apesar de ou mesmo em raz o de sua base judaica
8. s vezes tenho a sensa o de que o fardo da pessoa por quem estou intercedendo passa para as minhas costas e vejo me chorando l grimas que n o s o minhas Ap s um per odo em que concentrei meus pensamentos e sentimentos canalizados em favor de algu m chego a experimentar um cansa o de alma algo como se minhas energias espirituais tivessem sido sugai las Essa experi ncia muito semelhante aos domingos mais intensos quando no final do serm o da noite me sinto exaurido N o se trata de um cansa o f sico mas sim emocional ou espiritual A intercess o com certeza uma das mais pr ticas e eficazes maneiras de ajudar os outros a suportar suas cargas pesadas 2Paulo ap stolo fala da ora o de intercess o como uma batalha Insiste que os crist os de Roma lutem por ele em suas ora es 3 e elogia o compromisso de Epafrodito um crist o que lutava pelos colossenses por meio de suas ora es a Deus 40 texto entretanto que mais me esclareceu a esse respeito foi Ef sios 6 no qual o ap stolo Paulo ensina a combater os esp ritos malignos as for as espirituais do mal nas regi es celestes Ele nos adverte que devemos estar revestidos da armadura de Deus a verdade clareza na vis o da realidade a coura a da justi a consci ncia sem culpa os cal ados da paz relacionamentos ntegros o escudo da f convic es fortalecidas o capacete da salva o correta rela o com Deus e a espada do Esp rito
9. associada opini o dos outros a nosso respeito O que v o dizer do pai que deixa o filho se lambuzar de chocolate e lamber os dedos O que v o dizer de um marido que permite que a esposa o trate desse ou daquele jeito O que v o pensar de mim quando souberem que eu n o fiz nada em resposta quela agress o O que v o pensar daqueles marmanjos rindo porque lambuzaram a mesa N o poucas vezes exigimos demais das pessoas que amamos por causa das pessoas que n o nos amam O Padre Ant nio Vieira em seu Serm o do Mandato pregado em 1645 ao comentar o amor de Cristo pelos disc pulos enfatizou que Jesus amou os seus que estavam no mundo Notai o texto e a ltima cl usula dele que parece sup rflua e ociosa Como amasse aos seus que havia no mundo Pois onde os havia de haver Fora do mundo Claro est que n o Logo se bastava dizer como amasse os seus por que acrescenta o Evangelista os seus que havia no mundo Foi para que entend ssemos o conhecimento com que Cristo amava aos homens mui diferente 186 do com que os homens amam Os homens amam muitas coisas que as n o h no mundo amam as coisas como as imaginam e as coisas como as imaginam hav las na imagina o mas no mundo n o as h A qualidade do amor est em amar o que n o o que deve ser ou o que gostar amos que fosse O segredo por tr s desse amor que ele abre espa o para que aqueles que amamos ainda que n
10. ati ado pela vis o ou conhecimento Finalmente em terceiro lugar Eva tentada quando a Serpente lhe diz que ela se tornar igual a Deus apelando ao que o evangelista Jo o chamou de ostenta o dos bens e em Jesus foi representado na tenta o de mostrar sua identidade messi nica saltando do pin culo do templo para que os anjos viessem em seu socorro de maneira espetacular Observo claramente as combina es Fruto bom de comer pedras em p es e cobi a da carne Depois rvore bonita vis o dos reinos e de suas riquezas e cobi a dos olhos Finalmente a pretens o de ser igual a Deus de mostrar o poder dos anjos de ostentar os bens A primeira tr ade fala de necessidades e de sobreviv ncia A segunda de conquistas e desejos A terceira de poder e orgulho A primeira apela aos instintos do corpo a segunda aos desejos da alma e a terceira aos anseios mais profundos do esp rito Ter o que preciso ter o que desejo at ter tudo Sobreviv ncia sucesso e significado O b sico o sup rfluo e o transcendente O corpo pede p o O esp rito pede transcend ncia sentido significado A alma na unidade corpo e esp rito fica no meio das duas dimens es e busca no ac mulo de coisas e de fatos o preenchimento de seu vazio Porque somos corpo precisamos satisfazer necessidades como a fome o sono a sede e o sexo Porque somos esp rito precisamos satisfazer anseios sublimes como sentido significado plenitude Ma
11. es autofocalizadas s o mais demoradas e dizem respeito ao meu mundo interior quando tento perceber os desalinhamentos de minhas emo es estados mentais e procedimentos Essas ora es est o assentadas basicamente em duas express es b blicas Ou me pergunto como o salmista Por que voc est assim t o triste minha alma Por que est assim t o perturbada dentro de mim ou pe o a Deus que me revele o que se passa dentro de mim Sonda me Deus e conhece o meu cora o prova me e conhece as minhas inquieta es V se em minha conduta algo te ofende e dirige me pelo caminho eterno As ora es autofocalizadas nascem de nossa experi ncia em um universo em desequil brio que nos ataca insistentemente e nos puxa para fora da seguran a e da paz de Deus Por isso Paulo ap stolo diz que vivemos entre dores e gemidos compartilhando a agonia da cria o a desarmonia c smica que repercute em nossas portas e bate nas horas mais inesperadas Aprendi sobre a ora o autofocalizada lendo este trecho das Escrituras Sagradas 120 Considero que os nossos sofrimentos atuais n o podem ser comparados com a gl ria que em n s ser revelada A natureza criada aguarda com grande expectativa que os filhos de Deus sejam revelados Pois ela foi submetida inutilidade n o pela sua pr pria escolha mas por causa da vontade daquele que a sujeitou na esperan a de que a pr pria natureza criada ser libertada da escr
12. o suficiente 207 COFRES Jesus nos aconselha a n o acumular tesouros na terra onde a tra a e a ferrugem destroem e os ladr es roubam e furtam Melhor acumular tesouros no c u A maioria das pessoas faz uma distin o entre riquezas da terra e riquezas do c u Separam a realidade em duas em que os bens materiais como casa carros e j ias s o considerados riquezas da terra e os bens imateriais como car ter liberdade e alegria s o chamados tesouros do c u Mas Jesus n o fez a distin o entre tesouros da terra e tesouros do c u Jesus falou de tesouros na terra e tesouros no c u Ele n o fez distin o entre riquezas mas sim entre lugares onde essas riquezas est o armazenadas ou guardadas na terra ou no c u A realidade una Lembrando sempre que somos p da terra e f lego da vida o p o e a alegria s o partes indispens veis da aventura de viver A casa e O acolhimento fraterno s o faces complementares do abrigo Abrir m o de possuir para encontrar a alegria uma experi ncia pessoal pr pria para aqueles cujos cora es est o cativos da realidade material As trilhas est ica c nica e fransciscana n o s o necessariamente os nicos caminhos para a bem aventuran a O segredo n o deixar de ter mas saber ter A sabedoria n o consiste em abrir m o dos tesouros da terra mas sim em colocar os tesouros da terra no c u A maneira como lidamos com o dinheiro determina quem o dono de
13. outros com amor 8 A express o suportar indica ter paci ncia com algu m at que termine a provoca o o que se aplica claramente ideia de que somente conseguiremos nos relacionar com as pessoas a quem estivermos dispostos a lavar os p s servir Servir nada fazer por ambi o ego sta nem por vaidade mas sim humildemente considerando os outros superiores a n s mesmos Servir cuidar n o somente dos nossos interesses mas tamb m dos interesses dos outros 10 Bastam dois vers culos b blicos para que os inimigos dos relacionamentos duradouros sejam desmascarados ambi o ego sta orgulho egocentrismo Ambi o ego sta a atitude daquele que faz tudo motivado por interesses pessoais segundas inten es conveni ncias o famoso que n o d ponto sem n Orgulho o exagerado conceito de si pr prio natural daqueles que n o se enxergam e que vivem achando defeitos nos outros ou que se enxergam mas recusam se a admitir suas imperfei es e a dar passos em dire o s necess rias repara es Egoc ntrica a atitude de quem precisa estar sempre no centro das aten es para que se sinta vontade o tipo de gente que refere tudo ao pr prio eu e que n o d espa o para que ningu m exista ao seu redor exceto aqueles que est o dispostos a satisfazer seus gostos a concordar com suas opini es e a rir de suas piadas Uma das mais sublimes express es de servi o a disponibilidade para ouvir
14. respons vel por preservar a ordem posterior ao caos A imagem de Deus no homem possui pelo menos quatro dimens es fundamentais espiritual pessoal relacional e criativa Espiritual porque Deus Esp rito Pessoal porque Deus Pessoa Relacional porque Deus plural Criativa porque Deus delegou sua autoridade para que o homem exer a dom nio sobre o restante da cria o A DIMENS O ESPIRITUAL DA IMAGO DEI O ser humano a primeira e nica criatura do Universo dotada de esp rito semelhante ao Esp rito divino Deus Esp rito e portanto o ser criado a sua imagem e semelhan a deve ser tamb m esp rito Para compreender essa dimens o espiritual precisamos ajustar nossa percep o do que o esp rito e de onde ele se situa no espa o A primeira vez em que apresentei palestras a respeito da vida com prop sito a partir da imago Dei fui abordado por um budista inconformado com minha defini o de um Deus pessoal que queria porque queria saber onde estava ent o esse Deus Se ele uma pessoa deve estar em algum lugar afirmou inquiridor Dallas Willard comparou a presen a de Deus no espa o com a presen a do ser humano em seu corpo Sou um ser espiritual que tem atualmente um corpo f sico Eu ocupo meu corpo e seus arredores pela consci ncia que tenho dele e pela minha capacidade de exercer a vontade de agir com ela e por meio dela Eu ocupo o meu corpo e seu espa o circundante mas n o posso ser l
15. Jesus dizer Nisto conhecer o todos que sois meus disc pulos se tiverdes amor uns aos outros 9A maior caracter stica de voc s ser esta olhar o para os outros e se importar o com eles n o estar o centrados em si mesmos olhando para dentro acostumados e acomodados numa felicidade interior pelo contr rio jamais conseguir o ser plenamente felizes convivendo com a dor alheia porque a dor alheia h de impactar o seu cora o Ser o escravos do sofrimento dos outros Isso amar Talvez numa express o simples mais constrangedor o pranto de Jesus no sepultamento de L zaro do que seu caminhar sobre as guas porque o caminhar sobre as guas o multiplicar de p es demonstra poder e autoridade mas o pranto de Jesus no sepultamento de L zaro demonstra que ali est um Deus que se importa e que se importa comigo e com voc A aten o de Jesus ao cego que grita Filho de Davi tem compaix o de mim demonstra que ali caminha um Deus que se importa e que se importa comigo e com voc 166 a O Deus crist o n o o deus grego N o o deus est vel inabal vel o deus que n o mexido por nada pelo contr rio e um Deus que chora um Deus que se importa Os evangelhos afirmam que Jesus foi movido de ntima e profunda compaix o o que significa que suas entranhas foram remexidas 0 Quando Jesus passava sobre os mendigos nas cal adas e seu cora o batia mais acelerado ele sentia alguma coi
16. No momento em que voc acorda todas as manh s todos os seus desejos e esperan as para o dia correm para voc como animais selvagens E a primeira tarefa de cada manh consiste em enxot los todos de volta e ouvir aquela outra voz observar aquele outro ponto de vista deixando que aquela outra vida maior mais poderosa e mais calma venha fluindo para dentro 13 Essas palavras de C S Lewis resumem o que estou chamando de transcender cultivar a permanente consci ncia da presen a de Deus ser viver e existir conscientemente em Deus O ap stolo Paulo chamou isso de orar sem cessar traduzido por Henri Nouwen como transformar pensamento em ora o Nesse caso o que os judeus peregrinos pelo deserto chamavam de Tenda da Congrega o ou do Encontro Jesus chamou de quarto com portas fechadas Sempre encarei a ora o como fuga da realidade e aliena o Acho que fui ensinado assim De vez em quando ou o pessoas dizendo Lamento mas tudo o que posso fazer por voc apenas orar Parece que a ora o pouco e que o ambiente da ora o restrito e restritivo Parece mesmo que a recomenda o de Jesus leva nos a um beco que reduz o horizonte do mundo para o quarto do contato com o mundo para a porta fechada da vis o para os olhos fechados da postura pronta para a a o para os joelhos num caminho que aparentemente nos coloca num universo cada vez menor de realidade Mas o que n o podemos esquecer
17. Por isso que Deus de vez em quando morre de rir 13 Que pena que os pessimistas que consideraram a vida uma piada riram sozinhos melanc licos e ir nicos Que pena que n o aprenderam a rir com Deus UTOPIA Isto n o o fim Nem mesmo o come o do fim Mas talvez seja o fim do come o 16 Assim come o a me despedir de voc O ltimo homem n o aquele que n o tem mais sonhos a sonhar ou o que vive de sonhos frustrados ao longo da hist ria O ltimo homem aquele que vive de um sonho que ainda n o morreu um sonho vivo cujos ideais n o foram frustrados O ltimo homem aquele que vive da utopia o que ainda n o encontrou o seu lugar Existem sim espa os livres nos quais podemos experimentar uma exist ncia singular e original pois cada ser humano um original H esperan a para este mundo O niilismo n o a palavra final Podemos seguir em frente Passo a passo Juntos amando e doando Celebrando mist rios fazendo perguntas e rindo de n s mesmos e do mundo que constru mos e ou que conseguimos enxergar Desde que ecoou a Voz me chamando ao arrependimento e f con vidando me para o Reino de Deus que est pr ximo poss vel acess vel 17 vivo essa utopia de 232 Jesus de Nazar Sei que este reino de justi a de paz e de alegrial8 que a comunh o do Esp rito tamb m a mesa da comunh o em que me encontro com meus irm os Conviver a nica causa qual posso s
18. Portanto o melhor que temos a fazer repetir a conduta do poeta b blico Ao menor sinal de perturba o devemos perguntar Por que voc est assim t o triste minha alma Por que est assim t o perturbada dentro de mim N o ser o poucas as ocasi es em que ficaremos surpresos quando a alma nos oferecer suas raz es Nessas horas sentar e chorar um timo rem dio Afinal quando a dor real e as causas podem ser claramente identificadas a l grima a menor dist ncia do sorriso Mas al m dos excessos e das circunst ncias da vida nosso estado de esp rito perturbado influenciado tamb m por nossas caracter sticas pessoais isto O conjunto de filtros herdados ou aprendidos por meio dos quais interagimos com o mundo Praticamente todas as nossas posturas na vida podem ser explicadas pelo mix personalidade cultura ambiente social Poucas s o as pessoas que conseguem estourar essa bolha e caminhar em dire o transforma o pessoal e contracultura impondo sua identidade pr pria e assumindo suas prefer ncias independentemente da ltima moda Por exemplo pessoas que cresceram num ambiente de cobran as e de exig ncias exageradas acabam desenvolvendo um general dentro de sua consci ncia e sofrem de um perfeccionismo doentio enquanto outras s o mais complacentes displicentes e at mesmo irrespons veis evidente que cada uma reage ao atraso em uma reuni o importante ou demora na entrega de uma e
19. a dos homens que suprimem a verdade pela injusti a pois o que de Deus se pode conhecer manifesto entre eles porque Deus lhes manifestou Pois desde a cria o do mundo os atributos invis veis de Deus seu eterno poder e sua natureza divina t m sido vistos claramente sendo compreendidos por meio das coisas criadas de forma que tais homens s o indesculp veis porque tendo conhecido a Deus n o o glorificaram como Deus nem lhe renderam gra as mas os seus pensamentos tornaram se f teis e o cora o insensato deles obscureceu se De fato quando os gentios que n o t m a Lei praticam naturalmente o que ela ordena tornam se lei para si mesmos embora n o possuam a Lei pois mostram que as exig ncias da Lei est o gravadas em seu cora o Disso d o testemunho tam b m a sua consci ncia e os pensamentos deles ora acusando os ora defendendo os Isso tudo se ver no dia em que Deus julgar os segredos dos homens mediante Jesus Cristo conforme o declara o meu evangelho Romanos 1 18 21 2 14 16 NVI Al m do Antigo e Novo Testamentos disse C S Lewis h duas outras maneiras como Deus se torna evidente para o ser humano a primeira pelo Universo que ele criou a segunda pela consci ncia moral que ele colocou em 70 nossas mentes 15 Lewis comenta que a consci ncia moral e a melhor evid ncia porque se trata de uma informa o intr nseca voc encontra mais a respeito de Deus na Lei Moral do que no u
20. amado por meu Pai e eu tamb m o amarei e me revelarei a ele Disse ent o Judas n o o Iscariotes Senhor mas por que te revelas a n s e n o ao mundo Respon deu Jesus Se algu m me ama obedecer a minha palavra Meu Pai o amar n s viremos a ele e faremos morada nele Jo o 11 15 23 NVI Sublinhe as express es outro Conselheiro para estar com voc s para sempre pois ele vive com voc s e estar em voc s voltarei para voc s me revelarei a ele se algu m me ama obedecer minha palavra Meu Pai o amar n s viremos a ele e faremos morada nele e perceba como Jesus est falando de uma experi ncia presente De fato Jesus esta falando que na rela o Esp rito Santo esp rito humano reside a comu nh o com o Cristo ressurreto Nenhuma outra criatura vibra na frequ ncia de Deus pois ningu m mais al m do 68 ser humano foi criado imagem e semelhan a de Deus e herdou o atributo do Esp rito esp rito Para ningu m mais o cristianismo afirma Cristo em v s sen o para o ser humano que se rende a essa rela o 4 imago Dei portanto essa dimens o espiritual privil gio singular do ser humano em rela o a todos os outros seres e realidades criadas A DIMENS O PESSOAL DA IMAGO DEI Herdeiros de Plat o e de sua teoria das ideias quase todos os fil solos e te logos posteriores que abordaram o tema trataram a imagem de Deus como pr pria da alma n o do corpo e notadament
21. an lise que deve resultar na compreens o dos fen menos observados de modo a possibilitar uma formula o te rica Acontece por m que essas formula es te ricas n o resultam necessariamente da an lise dos dados mas surgem espontaneamente quando o pesquisador est no banho ou passeando beira mar O processo cient fico n o completo sem essas percep es repentinas que procedem n o de um estado de consci ncia anal tico mas sim da totalidade do ser que conversa consigo mesmo e com o mundo sua volta numa dimens o supraconsciente Podemos fazer um paralelo com a medita o meditar penetrar esse espa o que transcende a an lise e a contempla o em que podemos ouvir a voz de Deus falando atrav s dos pensamentos que s o nossos mas que n o tiveram origem em n s A ora o outra disciplina devocional Orar estar com Deus As vezes em di logo profundo e consciente N o raras vezes al m das palavras Ver cap tulo 9 Conversa o Mergulhar o pensamento em Deus nos leva adora o O encontro com Deus indissoci vel da experi ncia do louvor Mudaste o meu pranto em dan a a minha veste de lamento em veste de alegria para que o meu cora o cante louvores a ti e n o se cale Senhor meu Deus eu te darei gra as para sempre 38Todo aquele que anda com Deus atravessou as portas do louvor e das a es de gra as pois Deus est apenas e t o somente do outro lado do abandono do eu co
22. enfim consci ncia Tamb m devemos levar em considera o que toda a estrutura o da rela o entre Deus e a ra a humana especialmente no Novo Testamento est baseada na realidade de que o evento paradigm tico de Ad o e Eva resultou em aliena o de Deus Isso significa que o complexo alma vivente p da terra f lego da vida passou a funcionar em detrimento de sua fonte original O cristianismo prop e que o esp rito do homem pode viver tanto em harmonia quanto em rebeldia em rela o ao Esp rito de Deus Quando o esp rito do homem est em harmonia com o Esp rito de Deus dizemos que tal pessoa est vivendo no espirito Esp ri to quando est em rebeldia dizemos que tal pessoa est vivendo na carne 9 O conceito crist o de pecado est absolutamente ligado a essa compreens o estar em pecado estar em rebeldia contra Deus em busca da possibilidade de viver independentemente de Deus como se ele n o existisse Aqueles que vivem na carne est o alheios vida do Esp rito de Deus e dependem da energia vital comum a todo ser humano isto dependem de Bios e n o de Zoe que pr pria de Deus chamada de vida eterna Por essa raz o o evangelho diz que as pessoas que est o afastadas de Deus est o espiritualmente mortas O homem n o somente vive mas tamb m ama e raciocina a vida biol gica atinge nele o n vel mais elevado que conhecemos Mas o que o homem n o possui na sua condi o natur
23. es entre meios e fins teologismo cf nesta acep finalismo estudo dos fins humanos DO IN CIO POR UMA QUEST O DE PRINC PIOS A discuss o a respeito de Deus pode ser resumida em quatro grandes categorias ate smo deismo te smo e agnosticismo Para os ateus Deus est fora de quest o Estranhamente entretanto o ateu Bertrand Russell disse que enquanto voc n o admite Deus a quest o a respeito do prop sito da vida fica sem sentido Os deistas por sua vez acreditam em Deus ou melhor em um deus um deus impessoal a totalidade do universo a causa de todas as coisas em que deus e mat ria se confundem e n o h rela o de causa e efeito entre os dois esse um deus acima do bem e do mal um deus que n o persona Os teistas acreditam que existe sim um Deus e este universo foi criado por ele Esse Deus criador uma pessoa Finalmente h os que se recusam a entrar na discuss o pois consideram que a hip tese Deus n o pode ser demonstrada ningu m pode provar que Deus existe e ningu m pode provar que Deus n o existe De modo simples essa a tese dos agn sticos 47 O Novo Dicion rio Aur lio pode nos ajudar mais uma vez ate smo De ateu ismo S m 1 Doutrina dos ateus 2 Falta de cren a em Deus 3 Filos Atitude ou doutrina que dispensa a ideia ou a intui o da divindade quer do ngulo te rico n o recorrendo divindade para se justificar ou fundamentar quer do n
24. est s Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar mesmo ali a tua m o direita me guiar e me suster Mesmo que eu diga que as trevas me encobrir o e que a luz se tornar noite ao meu redor verei que nem as trevas s o escuras para ti A noite brilhar como o dia pois para ti as trevas s o luz Salmos 139 7 12 NVI Reconhe am que o Senhor o o nosso Deus Ele nos fez e somos dele somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio Entrem por suas portas com a es de gra as e em seus trios com louvor d emlhe gra as e bendigam o seu nome Salmos 100 3 4 NVI Esses dois trechos da poesia hebraica s o aparentemente contradit rios O primeiro diz que n o existe a menor possibilidade de algu m estar longe da presen a de Deus O segundo convoca nos a entrar na presen a de Deus por meio da gratid o e do louvor Um deles diz que Deus est em todo lugar e outro afirma que entre mim e Deus existe um port o e um p tio A aparente contradi o poderia ser explicada pela linguagem po tica e portanto metaf rica Mas esse paradoxo pode servir para expressar aspectos diferentes de estar na presen a de Deus Uma coisa estar na presen a de Deus outra estar consciente da presen a de Deus Uma estar na presen a de Deus outra estar interagindo conscientemente com Deus sofrendo a a o de Deus Deus presente diferente de Deus agindo Deus agindo diferente de Deus agindo em mim ou
25. irm os Uma nuvem do c u que depois de longa caminhada e de muita poeira nos p s e na alma fez me assentar mesa em fam lia com minha mulher e meus filhos 9 a ante sala do c u o para so numa Terra marcada pelo caos Assim observo minha trajet ria Essa a leitura que fa o de tantas coincid ncias que me fizeram ser quem sou As perguntas que sempre povoaram meus rec nditos mais ntimos encontraram calmaria no cristianismo Especialmente na compreens o judaico crist que afirma que vivemos num par ntese da hist ria Um par ntese entre o para so e o c u Aprendi que viver peregrinar Uma peregrina o vis vel cheia de intera es invis veis Viver transitar entre um lugar e outro um estado de ser e outro uma condi o humana e outra um mundo e outro Fui criado na estrada Cresci na rua Morei em muitas casas e frequentei muitas escolas Substitu amigos e me adaptei diversas vezes Ou quem sabe n o me adaptei at hoje Pois continuo peregrino N o sinto que cheguei Talvez esse senso de transitoriedade que me foi inculcado na inf ncia explique minha disposi o para experimentar e minha vontade de descobrir Minha biografia uma hist ria de estar a caminho e justamente assim ou por isso mesmo enxergo a experi ncia espiritual como uma peregrina o Vejo a exist ncia humana como uma peregrina o rumo s verdadeiras dimens es da vida Uma peregrina o em companhia de pares q
26. lo ou sem relacionar se com ele em termos pessoais Talvez Corn lio tivesse ouvido falar do Deus dos judeus e mesmo sendo grego devotava lhe especial afei o Pedro enviado por Deus para levar a Corn lio a revela o a respeito de Jesus de Nazar o que significa que at ent o Corn lio n o poderia ser chamado pelos crist os de um dos nossos A coisa mais impressionante que mesmo sem ser um dos nossos Deus ouvia suas ora es e recebia para si as esmolas que ele destinava aos pobres 19 126 Por isso insisto que quem deseja transcender isto entrar na rela o esp rito Esp rito deve aprender a orar Deus d queles que o procuram um meio de encontr lo Na verdade o fato de estarem procurando e clamando por Deus talvez seja a maior das evid ncias de j terem sido encontrados por ele Apesar de ter sido ensinado que Deus somente ouve as ora es dos crentes dedico muito esfor o a ensinar as pessoas a buscar a Deus em ora o Das duas uma ou receber o o que pedem e seguir o suas vidas como se Deus n o existisse ou ter o um encontro com Deus e o que pedem se tornar absolutamente secund rio Em ambos os casos eu n o tenho outra recomenda o sen o busque a Deus o Pai em nome de Jesus A pergunta por que orar tem respostas simples Primeiro porque Deus responde queles que o invocam Mas tamb m porque o relacionamento com Deus n o autom tico independente de nossa disp
27. mesmo entre amigos Isso acontece porque nem todas as pessoas est o dispostas a rever posturas atitudes comportamentos e convic es S o as que dizem Eu nasci assim quando voc me conheceu eu era assim e quando decidiu ficar comigo sabia que eu era assim A resposta bvia seria E verdade eu sabia que voc era assim mas n o imaginei que voc pensasse em si mesmo como obra acabada Quem ama relacionamentos n o tem disposi o para mudar ceder deixar se transformar pois se satisfaz ou pensa que se satisfaz enquanto o relacionamento satisfat rio Quando o relacionamento come a a gerar desconforto ent o dizem n o ao relacionamento e trocam de par Na verdade essas pessoas n o amam apenas os relacionamentos amam a si mesmas Tudo o que querem sua satisfa o em seus termos Enquanto o outro qualquer que seja ele satisfaz o relacionamento perdura Quando o relacionamento come a a exigir ajustes e cada um convidado a dar passos para tr s o fim fica cada vez mais pr ximo Os que amam as pessoas com quem se relacionam entretanto est o dispostos a focalizar o relacionamento em detrimento de focar as imperfei es de seus pares As perguntas que fazem n o s o onde voc est errado ou errada ou o que voc precisa mudar mas sim por que n o estamos conseguindo uma rela o satisfat ria e o que podemos fazer para continuarmos caminhando juntos 182 Isso demonst
28. minha vida e meu eu mais profundo e verdadeiro Acredito que um mentor existe para ser acatado O mentor aquele cuja opini o tem peso de ordem e por essa raz o inclusive porque sabe s bios evitam dar opini o O mentor aquele que tem sobre voc uma autoridade que prescinde da intimidade Voc o acata e respeita pelo que ele e pela vida que tem independentemente de ser pr ximo de voc Na verdade alguns dos meus mentores est o distantes de minha conviv ncia Mas apesar disso neles que me referencio em termos de valores e de convic es espirituais Durante muito tempo fui acompanhado por um homem extraordin rio chamado Douglas Spurlock Depois de uma longa caminhada a dois que durou alguns anos ele voltou a viver nos Estados Unidos Uma de nossas ltimas conversas aconteceu no percurso entre S o Paulo e Serra Negra a caminho de um congresso para pastores e l deres crist os Naquele fim de tarde com o carro no piloto autom tico percorrendo uma estrada quase vazia perguntei se ele teria algo especial a me dizer antes de partir Ele naturalmente se virou para mim e disse Em vez de lhe dar um conselho ou outro vou pedir que voc assuma um compromisso comigo Imediatamente respondi que estaria disposto a assumir qualquer compromisso com ele Ent o ele pediu que eu me comprometesse a tratar minha esposa com amor e honra e declarou sua parte nesse compromisso Se um dia eu souber que voc falhou
29. ncia do contentamento quando disse que a felicidade essa rvore frondosa e cheia de frutos existe sim mas existe no lugar em que a plantamos e o problema que quase nunca a plantamos no lugar onde estamos A express o mais comum para os infelizes que ser o felizes assim que Assim que arrumarem um emprego novo um romance novo um carro novo uma casa nova um chefe novo e tanto mais cada vez mais Esse estilo de vida assim que coloca a felicidade no futuro e perpetua o descon 20 tentamento que impede a alegria de desfrutar o presente as pessoas que temos em volta as circunst ncias reais e imediatas que nos oferecem possibilidades de realiza o A palavra contentamento deriva do latim contentu contido e sugere a ideia de conte do Nesse caso contente aquele que tem conte do em si mesmo ou que capaz de usufruir o conte do da realidade na qual est inserido Em outras palavras em qualquer lugar em qualquer companhia i em qualquer circunst ncia existe possibilidade de contentamento mas somente para aqueles que sabem explorar sua riqueza interior ou as f potencialidades do momento ou ambas Um momento de contentamento aquele em que tudo parece certo n o h necessidade de mudar o que voc est fazendo nem a pessoa com quem voc est nem o lugar onde voc se encontra comum ouvir se que a felicidade estar numa ilha paradis aca em companhia da mulher ou do homem de minha vida
30. o Veja aqui est o que lhe pertence O senhor respondeu Servo mau e negligente Voc sabia que eu colho onde n o plantei e junto onde n o semeei Ent o voc devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros para que quando eu voltasse o recebesse de volta com juros Tirem o talento dele e entreguem no ao que tem dez 210 Pois a quem tem mais ser dado e ter em grande quantidade Mas a quem n o tem at o que tem lhe ser tirado E lancem fora o servo in til nas trevas onde haver choro e ranger de dentes Viu como funciona Voc dizia que se fosse rico tambem se tornaria um doador solid rio e faria neg cios com mais ousadia e a sabedoria vem ensinar que quem n o faz com pouco n o vai fazer com muito ou o melhor somente quem faz com pouco poder um dia ter muito O trato correto com os tesouros n o depende da quantidade das riquezas mas sim da atitude do cora o Vale a m xima popular quem n o arrisca n o petisca Quem opta pela reten o dos tesouros achando ser esse o caminho de maior seguran a acaba sendo r u de ju zo acusado de inter romper o fluxo das riquezas num universo em que tudo deve estar em constante movimento sob pena de tornar se obsoleto e de deteriorar se at apodrecer e morrer Finalmente acredito que administrar riquezas outra maneira de nos livrar do dinheiro e ajuntar tesouros no c u A riqueza bem administrada n o se perde Na verdade se renova e se red
31. o Cristo crist o o Messias prometido aos judeus o cristianismo Cristo N o o Cristo interior de cada ser humano N o o Cristo como estado est gio final da evolu o humana o chamado eu cr stico numa esp cie de budismo ou de hindu smo crist o O cristianismo n o prop e que os seres humanos tornem se cristos da mesma maneira que o budismo prop e que se tornem budas ou que o hindu smo prop e que se tornem krishnas No cristianismo Cristo n o um status universal do esp rito humano plenamente iluminado Cristo sim uma pessoa distinta de todas as criaturas de Deus sendo ele mesmo o pr prio Deus Um com o nico E a espiritualidade crist prop e o revestir se de Cristo na perspectiva do relacionamento de unidade com ele em que as partes n o se descaracterizam em sua individualidade O cristianismo fala de unidade em vez de absor o intimidade em vez de aniquilamento relacionamento em vez de incorpora o rendi o em vez de fus o A espiritualidade crist portanto o encontro esp rito Esp rito em que este Esp rito com E mai sculo Deus Pai Deus Filho e Deus Esp rito Santo o mist rio da Sant ssima Trindade Transcender ter acesso lazer contato estabelecer conex o encontrar se deixar se encontrar ser encontrado pelo Esp rito Transcender imergir em Deus Transcender estabelecer um relacionamento consciente com o Esp rito atrav s de na pessoa de Jesus Crist
32. o ao restante da cria o e a fun o de representar Deus no Universo Clemente de Alexandria n o considerava que a semelhan a entre Deus e o homem estivesse no ser mas sim no agir o ser humano assemelha se a Deus quando faz o bem e exerce dom nio sobre as coisas Greg rio de Nissa disse que a determina o no sentido de liberdade e de exerc cio de dom nio sobre a cria o uma express o da imagem de Deus O poeta b blico expressa essa singularidade do ser humano em rela o a cria o singularidade esta que o faz detentor da voca o de dominada 7 Quando contemplo os teus c us obra dos teus dedos a lua e as estrelas que ali firmaste pergunto Que o homem para que com ele te importes E o filho do homem para que com ele te preocupes Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de gl ria e de honra Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas m os sob os seus p s tudo puseste todos os rebanhos e manadas e at os animais selvagens as aves do c u os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares Salmos 8 3 8 NVI O Deus da B blia um Deus que trabalha desde a eternidade O labor divino uma forma de Deus revelar se singular O Soberano Senhor tu come aste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua m o poderosa Que Deus existe no c u ou na terra que possa realizar as tuas obras e os teus feitos poderosos Deuteron mio 3 24 NVI Meditarei em todas
33. o as prateleiras est o cheias de t tulos do tipo sete h bitos das pessoas muito eficazes oito fundamentos para a vida feliz sete obst culos para a felicidade vinte e uma leis do sucesso e outros tantos Poder amos seguir com os exemplos que se multiplicam a cada dia Abre par ntese Li muitos desses livros e aprendi muita coisa Sou grato e devo prestar homenagens a todos eles Fecha par ntese Mas minha pergunta ao receber tais sugest es sempre foi a mesma de onde eles tiram esses n meros de proposi es Isto por que 7 h bitos e n o 12 ou 21 Por que 5 prop sitos e n o apenas 3 Por que 2 1 leis irrefut veis e n o apenas 13 ou 7 Por que 8 fundamentos e n o 10 Nunca obtive resposta PONTO DE PARTIDA A premissa j foi estabelecida ningu m feliz porque encontrou a felicidade as pessoas s o felizes porque encontraram significado para sua exist ncia A felicidade n o um objetivo a ser perseguido mas a consequ ncia de uma vida com sentido A pergunta que est no ar portanto n o como posso ser feliz mas sim o que d sentido minha vida como posso desenvolver uma vida com significado Para responder a estas quest es precisamos mais do que bom senso organizado ou conclus es por amostragem do tipo o que as pessoas felizes t m em comum Precisamos definir um caminho coerente do come o ao fim Vivendo com prop sitos vai al m da compila o de m ximas e de princ pios da sabedoria univ
34. o na hist ria natural como por exemplo o Homo habilis 2 5 milh es de anos Homo erectus 1 8 milh o de anos o Homo sapiens arcaico 500 mil anos at que finalmente o Homo sapiens sapiens chega Europa h aproximadamente 40 mil anos O fato que a imagem de Deus e isso para mim uma grande not cia parece muito mais uma semente plantada na esp cie humana e somente na esp cie humana semente essa que evolui e conduz o ser humano a degraus mais elevados de exist ncia C S Lewis diz que O homem moderno talvez entenda melhor a ideia crist da transforma o se a relacionar com a da evolu o embora claro haja alguns esp ritos ilustrados que duvidem de sua exist ncia e a todos n s ensinam que o homem evoluiu a partir de formas inferiores de vida Em consequ ncia as pessoas s vezes se perguntam E qual ser a pr xima etapa Quando surgir o ser que ultrapassar o homem Ora bem se voc gosta de pensar nestes termos o que o cristianismo nos diz precisamente que esse novo passo j se deu e que realmente inovador N o uma mudan a de homens com c rebro para homens com mais c rebro ainda uma mudan a que envereda para rumos completamente inesperados a mudan a da condi o de criaturas de Deus para a condi o de filhos de Deus E o primeiro exemplar da nova esp cie j apareceu na Palestina h dois mil anos Ele n o apenas um homem novo um esp cime dessa esp cie m
35. o para o funcionamento do Universo e das rela es que nele se processam Deus ou o homem A resposta crist que a morte a consequ ncia natural do fato de a criatura pretender viver como se Deus n o existisse Ao afirmar que o homem se tornou como um de n s Deus n o estava concordando com a Serpente A express o ser igual a Deus n o trata de atributos e pot ncias mas sim de status isto n o descreve o que o homem pretendia ser poderoso tal qual a divindade mas sim o que o homem havia se tornado um 200 padr o de exist ncia aut nomo e rebelde em oposi o divindade A expuls o do para so n o coloca o ser humano fora de um ambiente geogr fico mas sim de uma condi o existencial Expulso do para so o homem n o est longe de uma terra mas sim alijado de um relacionamento o relacionamento com Deus o Criador Porque pretende ocupar o lugar do Criador que o ser humano fica impedido de ter acesso ao para so Talvez voc esteja se perguntando que Cria dor melindroso esse que n o capaz de conviver com advers rios Mas a quest o n o essa Quando dizemos que o sujeito est com frio porque est longe da fogueira isso n o quer dizer que a fogueira melindrosa e recusa se a dar seu calor Os paralelos ficam claros e fecham o quebra cabe as do dilema da ra a humana O Reino de Deus equivale ao para so A terra amaldi oada equivale ao lado de fora do para so Para que a terra
36. o que pecado Como definir pecado para a sociedade contempor nea Poder amos teologizar observando os tr s est gios seguindo a ordem mais correta 94 que evolui ou decai de 1 pecado original rebeli o para 2 natureza humana corrompida isto a inclina o interior para o mal que resulta em 3 pr ticas pecaminosos A teologia b blica concorda que existe a dimens o de pecado restrita a atos e praticas o que fazemos ou o que deixamos de fazer em raz o das leis que expressam e revelam o car ter de Deus H uma l gica nos imperativos morais b blicos fomos criados imago Dei e nesse caso nossa plena humanidade deve desenvolver se em conformidade com o Deus que expressamos e de quem derivamos Em outras palavras se Deus amor n o podemos ser dio e por isso n o podemos matar banir pessoas de nossa exist ncia N o podemos mentir porque Deus a verdade e somente se relaciona com o que verdadeiro Nosso v nculo com Deus de modo que sejamos inteiros completos saud veis e equilibrados depende de funcionarmos em conformidade com seu car ter e cora sua natureza Nesse caso as regras e leis divinas s o muito mais uma esp cie de manual do propriet rio do que imposi es de uma divindade melindrosa Quando a tradi o de espiritualidade judaico crist fala de fazer e deixar de fazer est falando de pecados no plural Mas a tradi o de espiritualidade judaico crist ap
37. o sejam o que podem ou apesar do que venham a ser justamente porque os amamos como s o e apesar do que n o s o Em s ntese quem ama n o cobra Celebra SERVIR Aqueles que estavam no mundo eram os doze disc pulos que naquela ltima celebra o da P scoa representavam toda a humanidade diante de Jesus de Nazar o Cordeiro Cristo que estava para ser entregue em oferta pela expia o do pecado da ra a Em meio aos doze estava Pedro que em seguida por tr s vezes negaria conhecer a Jesus e tamb m Judas que j havia decidido trair seu Mestre vendendo o aos romanos em troca de 30 moedas Os demais estavam at nitos com as ltimas palavras de Jesus e com sua insist ncia de que deveria morrer em Jerusal m naquela P scoa Confusos irritadi os cr ticos em rela o aos pensamentos e inten es do Mestre incapazes de compreender o que se passava e s portas da deser o coletiva pois todos exceto Jo o esconderam se t o logo Jesus foi preso no Gets mani e escondidos permaneceram amedrontados e acovardados at ouvirem as mulheres anunciando a ressurrei o na manh de domingo O que podemos lazer para preservar relacionamentos nessas circunst ncias A nica coisa que podemos fazer o que Jesus fez lavar os p s das pessoas assumir o lugar de servos e fazer o que ningu m gostaria de fazer Isso ou o fim do relacionamento A humilha o ou o abandono das pessoas amadas Servir ou virar as costas Pedr
38. pass vamos o tempo em discuss es m rbidas sobre a falta de significado da vida quando tudo j fora feito O mundo se estendia diante de n s disse ela n o como uma tela de possibilidades mas como um labirinto de trilhas batidas como os sulcos escavados por insetos em madeira de lei Saia da trilha reta e estreita da 225 carreira materialismo e voc terminar em outra a trilha das pessoas que sa ram da trilha principal Essa trilha na verdade j foi usada algumas foram abertas por nossos pr prios pais Quer viajar por a Ser um Kerouac moderno Pule na trilha Vamos Europa Que tal ser um rebelde Um artista de vanguarda Compre sua trilha alternativa no sebo de livros desinteressante e antiquada at a morte Em toda parte nos imagin vamos transformadas em um clich ambulante aquela hist ria da propaganda do Jeep e das com dias curtas Para n s parecia que todos os arqu tipos estavam gastos na poca em que nos formamos incluindo o do intelectual inseguro vestido de preto que est vamos tentando encarnar naquele momento Sufocadas pelas ideias e estilos do passado ach vamos que n o havia espa o livre em lugar nenhum 1 O angustiado testemunho de N omi Klein parece ecoar as palavras de Francis Fukuyama que denunciou o fim da hist ria e o ltimo homem que vive na Terra onde todos os sonhos j foram sonhados e todas as causas j foram lutadas Pois a hist ria ensina que houve um sem n
39. que n o o mundo que cont m o 109 quarto de ora o o quarto de ora o que cont m o mundo A realidade em sua maior densidade n o est no resvalar rarefeito que temos com a vida em meio s nossas m ltiplas e superficiais rela es O contato com a real realidade ocorre na experi ncia de conex o com Deus a fonte e sustenta o de tudo quanto existe o meio que perpassa todos os processos o fim ltimo de todas as coisas pois dele por ele e para ele s o todas as coisas Creio que isso explica por que quando foi solicitado a ensinai seus disc pulos a orar Jesus n o lhes deu apenas uma ora o mas um caminho N o ensinou apenas o que deveriam dizer ao orar mas tamb m e principalmente como deveriam orar E quando voc s orarem n o sejam como os hip critas Eles gostam de ficar orando em p nas sinagogas e nas esquinas a fim de serem vistos pelos outros Eu lhes asseguro que eles j receberam sua plena recompensa Mas quando voc orar v para seu quarto feche a porta e ore a seu Pai que est em secreto Ent o seu Pai que v em secreto o recompensar E quando orarem n o fiquem sempre re petindo a mesma coisa como fazem os pag os Eles pensam que por muito falarem ser o ouvidos N o sejam iguais a eles porque o seu Pai sabe do que voc s precisam antes mesmo de o pedirem Mateus 6 5 8 NVI Orar implica um relacionamento pessoal Quando Jesus ensinou seus disc pulos a orar esta
40. s culo IV em seu Credo a f universal esta que adoremos um nico Deus em Trindade e a Trindade em unidade N o confundindo as pessoas nem dividindo a subst ncia Porque a pessoa do Pai uma a do Filho outra e a do Esp rito Santo outra Mas no Pai no Filho e no Esp rito Santo h uma mesma divindade igual em gl ria e co eterna majestade O que o Pai o mesmo o Filho e o Esp rito Santo Em terceiro lugar dito que Deus exerce livremente sua vontade criativa Fa amos Ele se prop e a fazer criar e pela sua palavra os mundos s o feitos e passam a existir Esse exerc cio da vontade divina chamado livre porque n o determinado por nada exceto por si mesmo N o h uma causa antes de Deus pois 65 na afirma o de Tom s de Aquino em sua argumenta o da teologia natural Deus a causa primeira de todas as coisas Mas por tr s desta vontade livremente exercida existe autoconsci ncia inten o intelig ncia poder e autoridade Por tr s de uma vontade livre de causalidade externa n o determinada exceto por si mesma existe uma pessoa Deus Pessoa Finalmente dito no G nesis que ap s ter criado o Universo Deus delegou ao homem o dom nio sobre a cria o Na verdade tal dom nio era intencionado desde antes da cria o fa amos o homem tenha ele dom nio sobre 4 O ser humano recebe autoridade delegada e passa a ser co participante da obra criativa de Deus
41. se subo em dire o ao sol ou se des o s profundezas do mar at ali a m o de Deus me guiar e me sustentar na intimidade da ora o que resgato o senso que Deus me cerca por ir s e por diante e de que sobre mim est a sua m o em meio as trevas ando como em plena luz 123 tamb m no sil ncio da ora o no quarto fechado ena rendi o ao Esp rito que coloco em linha minha hist ria com meu momento percebo padr es de comportamento sentimentos recorrentes situa es repetitivas e destrutivas E na ora o autofocalizada que me recordo que Deus me formou no ventre de minha m e que ali me conheceu quando eu ainda era apenas subst ncia informe e desde ent o colocou sua m o sobre minha vida registrando em seu livro todos os dias de minha vida de modo que nada do que sou hoje escapa aos processos do tempo mas principalmente nada escapa s m os e controle de Deus ORA ES DE INTERCESS O Nas ora es simples presto aten o em Deus e em minhas circunst ncias Nas ora es autofocalizadas presto aten o em Deus e em mim mesmo Nas ora es de intercess o desvio o foco das minhas circunst ncias de meus pensamentos e desejos bem como de mim mesmo para prestar aten o em Deus e nas outras pessoas isto Deus e meu pr ximo Pe o a Deus que estenda sua m o sobre algumas pessoas com quem meu contato pastoral est mais estreito ou pessoas que me solicitaram que orasse por elas Ten
42. sentimentos e vontade j que uma pessoa a Pessoa A alma no ser humano determina a identidade singular de cada pessoa que n o existe parte de sua heran a gen tica e que inclui tanto fatores determinantes da apar ncia f sica quanto registros psicoemocionais Talvez seja essa uma das grandes diferen as entre a tradi o de espiritualidade judaico crist e as demais espiritualidades Todas as outras v em o corpo como obst culo pris o da alma e apregoam que a plenitude da vida poss vel apenas ao desencarnado A espiritualidade judaico crist cr no corpo f sico como imprescind vel exist ncia humana 132 O Credo dos Ap stolos que tem sua origem nas confiss es batismais dos crist os do primeiro s culo resume o que imprescind vel f crist Creio em Deus Pai Todo poderoso Criador do c u e da Terra Creio em Jesus Cristo seu nico Filho nosso Senhor o qual foi concebido por obra do Esp rito Santo nasceu da virgem Maria padeceu sob o poder de P ncio Pilatos foi crucificado morto e sepultado ressurgiu dos mortos ao terceiro dia subiu ao c u est sentado direita de Deus Pai Todo poderoso donde h de vir para julgar os vivos e os mortos Creio no Esp rito Santo na Santa Igreja Universal na co munh o dos santos na remiss o dos pecados na ressurrei o do corpo na vida eterna Am m Note que os eventos fundamentais da tradi o de espiritualidade crist s o corp
43. si s n o satisfaz Voc precisa de algo mais Precisa chegar ao terceiro n vel de vida Al m da sobreviv ncia e do sucesso voc precisa de significado Abraham Maslow psic logo norte americano abordou esse tema em sua Escala das necessidades do homem Sua pir mide hierarquizava as necessidades em cinco n veis Em primeiro lugar as necessidades fisiol gicas como por exemplo alimento roupa moradia sexo sono prazer al vio de dor conforto Depois vinham as necessidades de seguran a em que o foco estava na busca por prote o controle preven o garantias em resposta ao anseio mundial por estabilidade e 37 ordem Em seguida com a vida confort vel e sentindo se seguro a respeito da continuidade de suas circunst ncias favor veis o ser humano passaria a dedicar se a suprir suas necessidades sociais de afei o aceita o perten a conviv ncia amizade e amor O degrau seguinte seria das necessidades do ego e de auto estima em que estariam em jogo quest es como auto aceita o autoconfian a prest gio admira o por terceiros aprova o social e reconhecimento Finalmente viriam as necessidades de auto realiza o a saber o desenvolvimento do potencial criativo o empreendimento significativo a concretiza o dos talentos e de potencialidades para realizar algo de valor Essa percep o segue mais ou menos a ordem do Qoelet o Eclesiastes em seu testemunho de peregrina o em busca do
44. solid rio altru sta Esse mais um sen o o paradoxo da vida o caminho da auto realiza o a nega o do ego PODE SER PIOR Esse estado de esp rito perturbado torna se muito pior quando temperado pela culpa religiosa especialmente para algumas pessoas sinceras e esclarecidas em sua experi ncia espiritual que n o encontram explica o para o descompasso entre a f e sua condi o existencial Como pouqu ssima gente tem coragem de afirmar que Deus n o funciona a maioria acaba desconfiando da qualidade de sua f ou de sua din mica de vida A convic o de que Deus resolveria todos os problemas somada experi ncia da perturba o interior leva ao desespero quem est perdendo a guerra mesmo em parceria com um Aliado onipotente Isto quem acreditou que Deus seria a solu o para uma vida plena mas que mesmo sendo ntegro em suas obriga es ainda assim vive um estado de 18 esp rito perturbado chegou no limite e pergunta se o que vem depois de Deus ou o que posso tentar seja tentei at mesmo Deus Creio que n o s o poucos os que est o sinceramente errados em sua peregrina o espiritual Caso seja poss vel e assim creio existe muita gente relacionando se com o Deus certo mas da maneira errada Est o iludidos por falsas convic es a respeito de como experimentar a bondade de Deus Cr em de fato que Deus capaz de oferecer descanso para as nossas almas de encher nos de paz qu
45. t cnicas de controle mental mecanismos de auto sugest o programa o neurolingu stica e comportamentos artificiais para influ ncia pessoal CONVITE Vivendo com prop sitos um caminho alternativo Convido voc a me acompanhar nesta trilha de descobertas que privilegia o desenvolvimento espiritual e a transforma o pessoal visando um estilo de vida que se identifica mais com uma jornada do que com um destino 3 Significado OUTRO CAMINHO Viver muito perigoso j dizia Guimar es Rosa Viver um grande desafio e para ser bem franco apesar de desprezar absolutamente o caminho escolhido pela gera o auto ajuda compartilho com ela a ambi o pela felicidade Tamb m pretendo chegar ao fim de meus dias olhar me no espelho e ao encontrar os olhos de Deus no mais profundo de minha consci ncia ter a certeza de que n o desperdicei o maravilhoso presente chamado vida Tamb m quero ser um sucesso Tamb m pretendo cruzar a linha da realiza o pessoal Tamb m almejo deixar no solo da hist ria as pegadas da minha passagem para que alguns possam tom las como refer ncia em sua pr pria peregrina o E para ser mais franco ainda prefiro andar de BMW a andar de nibus N o sou bobo Nem hip crita Fa o coro com Sir Winston Churchill n o sou um homem exigente eu me contento com o 33 melhor Mas ao me comparar com a gera o auto ajuda vejo que meu caminho outro E meu destino tamb m Meus
46. voco a respeito de felicidade a cren a no destino aleat rio como se algumas pessoas tivessem nascido para ser felizes e outras n o Na verdade a felicidade n o chega por acaso desrespeitando a autonomia da pessoa que a experimenta Isso significa que n o estamos ao sabor das altera es de humor como se elas n o dependessem da maneira como vivemos Somos respons veis pela qualidade da vida que temos Let it be nunca foi uma filosofia de vida eficaz O ESTADO DE ESP RITO PERTURBADO O grande desafio que enfrentamos na correria do dia a dia diz respeito capacidade de administrar os estados de esp rito com que atravessamos nossa rotina di ria e desfrutamos as experi ncias simples que comp em a teia do que chamamos vida Aprendi que a vida n o consiste em poucos grandes momentos mas sim em milhares de pequenos momentos aos quais emprestamos significado Casamos uma vez e devemos viver casados para sempre Graduamo nos academicamente algumas vezes mas devemos exercer nossas compet ncias todo dia numa rotina que chamamos trabalho Olhamos o vidro do ber rio umas poucas vezes em busca dos nossos re c m nascidos mas devemos contemplar suas faces cheias de expectativas todas as manh s e jamais deixar que se deitem sem o nosso afago e quando eles saem do ninho que falta sentimos Enfim mesmo verdade que a felicidade n o depende tanto por exemplo de dias como o do casamento o da formatura e o da festa na maternidade
47. 17 mil reais menos a educa o adequada dos filhos Uma blusa que vale 27 reais n o pode ser comprada por 27 reais menos a tarde de s bado com marido ou namorado Essa arte est ligada capacidade de valora o ou escala de valores de cada um Pessoas que confundem pre o com valor n o s o boas administradoras Pessoas que n o t m seus valores e ordem certa viver o sempre criando anti riquezas e gerando escassez Pessoas valem mais do que coisas Significado vale mais do que sucesso Relacionamentos valem mais do que dinheiro Paz de consci ncia vale mais do que status Sempre A melhor s ntese da sabedoria que deve determinar nossa rela o com as riquezas e tesouros foi feita por Viv Grigg em seu imperd vel livro Servos entre os pobres Ganhe muito gaste pouco n o acumule nada doe generosamente e durma tranquilo Em outras palavras quem precisa de muito para viver e ou quem usa o que tem apenas consigo mesmo ainda n o aprendeu a viver E n o sabe lidar com riquezas SIMPLES Atribui se a Nizan Guanaes um texto brilhante que teria sido na verdade um discurso de paraninfo para uma das turmas da Faap Funda o Armando Alvares Penteado em S o Paulo Ele recomenda aos alunos rec m formados N o paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro Ame seu of cio com todo o cora o Persiga fazer o melhor Seja fascinado pelo realizar que o dinheiro vir como consequ ncia Quem pensa s em dinheiro n o consegu
48. 242 1999 p 39 14 Benson Herbert Medicina espiritual Rio de Janeiro Campus 1998 pp 53 6 15 Salmos 2 4 16 Sir Winston Churchil discurso proferido em 10 de novembro de 1942 17 Marcos 1 14 15 18 Romanos 14 17 Bibliografia Ara jo Ane Coach Um parceiro para o seu sucesso S o Paulo Gente 1999 Barclay William Charles 4s obras carne e o fruto do Espirito S o Paulo Vida Nova 1992 Palavras chaves do Novo Testamento S o Paulo Vida Nova 1985 Barret Richard Libertando a alma da empresa S o Paulo Cultrix Ltda 1998 Bennett William J O livro das virtudes Rio de Janeiro Nova Fronteira 1995 Benson Herbert Stark Marg Medicina espiritual Rio de Janeiro Campus 1998 Benton D A Fa a o que eles fazem S o Paulo Neg cio 2000 Betto Frei Sinfonia universal S o Paulo tica 1999 Bland Glenn Sucesso S o Paulo Vida 2000 Bofe Leonardo Experimentar Deus Campinas Verus 2002 Espiritualidade Rio de Janeiro Sextante 2001 A trindade e a sociedade Petr polis Vozes 1986 Tempo de transcend ncia Rio de Janeiro Sextante 2000 O tempo e a sociedade Petr polis Vozes 1986 Bolles Richard How tofindyour mission in life Calif rnia Ten Speed Press 1991 Bonder Nilton Fronteiras da intelig ncia S o Paulo Campus 2001 Portais secretos Rio de Janeiro Rocco 1996 A cabala do dinheiro Rio de Janeiro Imago 1991 Bonhoeffer Dietrich Discipulado S o Le
49. Acordei certa manh impregnado da sensa o de que a saga humana tem um andar de cima E um andar de baixo Qualquer pessoa que se sinta vontade neste mundo tal como se apresenta agora n o o percebeu adequadamente Quem convive passivamente com as causas aparentemente aleat rias que distinguem felizes de infelizes no m nimo ainda n o teve coragem de levantar a cortina para ver o que se passa do outro lado do mundo vis vel O mundo de contrastes remete nos inevitavelmente percep o de que a experi ncia existencial humana explica se melhor pela metaf sica Quanto a mim o piso t rreo nunca me atraiu As manchetes dos jornais jamais me satisfizeram no sentido de explicar por que exatamente aqueles 117 passageiros morreram no acidente de avi o ou por que justamente aquela mulher ficou vi va t o cedo Por que algu m se torna bom samaritano e outro monstro urbano A sociologia a 6 psicologia a antropologia e tantas outras logias jamais explicaram por que foi justamente o fulano e n o eu quem nasceu na favela tornou se ajudante de traficante e morreu assassinado aos 17 anos numa briga de bar Sempre desconfiei que por tr s da trama humana no mundo vis vel h fatores determinantes no mundo invis vel J n o me recordo quando foi que adquiri a convic o de que os fatores determinantes das biografias est o no mundo espiritual n o no plano hist rico Por essas raz es a trivialidade da viv ncia dos mor
50. Deus leva nos a patamares mais profundos de intimidade em que as palavras tornam se desnecess rias e inoportunas Algu m j disse que as palavras servem apenas para aplacar a efusividade do que dito no sil ncio Quanto mais intenso o encontro menos necess rias as palavras Nessas horas as palavras nos d o a sensa o de que quebrar o um momento m gico Isso me faz lembrar de um di logo de algu m com Madre Teresa de Calcut O que a senhora diz para Deus em suas ora es Nada eu s escuto E o que Deus diz para a senhora em suas ora es Nada ele s escuta Essa a verdadeira e mais profunda dimens o de ora o uma experi ncia de presen a e de comunh o espiritual que transcende a an lise e a verbosidade Por essa raz o Jesus diz que a ora o muito mais o que o Pai v em secreto do que o que o Pai ouve Nossa cultura cartesiana e dogm tica quer explica o para tudo ale porque explicar e compreender meio caminho para controlar Mas Deus n o pode ser explicado nem entendido em plenitude Pode apenas ser percebido afetivamente e por essa raz o a ora o muito mais um espa o de amizade com Deus do que um momento de despachar com a autoridade universal Orar penetrar em Deus n o para falar coisas para ele mas para simplesmente 112 experiment lo em sil ncio e afetivamente Eugene Peterson ensina que a linguagem humana tem pelo menos tr s dimens
51. Mas suspeito que seja uma afirma o extremamente absurda Isso seria timo por alguns dias mas logo se tornaria entediante mon tono vazio H outras dimens es da vida a experimentar al m da paix o alucinante outras potencialidades do ser a realizar al m da capacidade do amor rom ntico Ruth Rocha tem um livro in fantil chamado Uma estaria meio ao contr rio que inicia com o beijo do pr ncipe na princesa e a frase E foram felizes para sempre Na outra p gina a hist ria segue com a express o E era muito chato De fato a ideia de para so sem labor e s lazer mano insuport vel Um Deus criativo jamais criaria um ser est ril muito menos chamaria de para so um lugar povoado de parasitas Trago ainda na lembran a minha experi ncia de participar da Maratona de Nova York em companhia de meu amigo Ricardo Agora mesmo enquanto escrevo consigo me lembrar de um trecho da sth Avenue em Manhattan onde as dores nas pernas pareciam insuport veis Naquele momento entretanto apesar da dor e do desconforto eu estava era feliz N o havia outro lugar outra atividade ou outra pessoa a meu lado que eu desejasse mais naquela hora Mas se voc perguntar se eu desejaria perpetuar aquele momento eu evidentemente diria que n o pois alguns minutos mais adiante encontrei o abra o apertado e amoroso da minha esposa Silvia e aquele foi o melhor lugar do mundo E depois o abra o dos meus amigos Paulo e Elo se E
52. Ouvir 188 os discursos os problemas as hist rias Ouvir o que se diz com todas as letras e o que se diz por meio de sinais sutis Ouvir as palavras e a linguagem do corpo Ouvir com os ouvidos e com os olhos Por outro lado creio que uma das mais claras evid ncias de soberba de egocentrismo e de ego smo a fala ininterrupta o mon logo perene que acaba se transformando num solil quio pois quem fala apenas a respeito de si e ou fala sem ouvir acaba mesmo falando sozinho Ouvir implica responder Ouvir implica agir Provavelmente o primeiro ato de servi o num relacionamento ouvir Quem n o ouve age de maneira precipitada err nea ou invasiva Demorou muito para que eu aprendesse a ouvir E por via das d vidas n o poucas vezes pergunto explicitamente O que voc espera que eu fa a ou ainda Qual sua expectativa ap s esta nossa conversa Quando comecei a fazer isso fiquei surpreso com a quantidade de vezes em que recebi como resposta Nada pastor apenas queria que me ouvisse precisava desabafar j estou me sentindo bem melhor Outra express o de servi o que aprecio a a o emancipadora popularizada na recomenda o de n o apenas dar o peixe mas tamb m ensinar a pescar Conduzir pessoas autonomia e independ ncia ajud las a acreditar em seu potencial e capacidade a desenvolver sua auto estima a vencer desafios e medos a desenterrar talentos a resgatar sua dignida
53. a revela o de Deus Ao ler esse texto sagrado perguntei me como podemos lutar sem orar N o seria a ora o a maneira como aperfei oamos nossas convic es espirituais e nos preparamos para a guerra Creio que n o A ora o n o uma prepara o para a guerra tampouco uma arma para a guerra A ora o a pr pria guerra Isso significativo A maneira como lidamos com esp ritos maus falando com Deus e nos rendendo ao Esp rito de Deus trazendo a realidade sob conflito para dentro dos horizontes do Reino de Deus Assim nos ensinou Jesus quando intercedeu para que Pedro n o se perdesse ao ser atacado pelo esp rito mal Jesus n o se dirigiu ao esp rito mal antes rogou a Deus em favor de Pedro 15 Assim lutamos contra o mal intercedendo a Deus em favor dos que est o em conflito com as trevas ou est o em trevas POR QUE ORAR 125 A transcend ncia muito mais um relacionamento do que um momento A caminhada com Deus n o uma esp cie de bem me quer mal me quer espiritual do tipo com Deus sem Deus de acordo com nossas conveni ncias O Novo Testamento claro ao mostrar que a experi ncia matricial crist a convers o o novo nascimento definitiva e determinante Passar da morte para a vida das trevas para a luz da aliena o de Deus para a comunh o com Deus da rebeli o contra Deus para a submiss o a Deus indica um status existencial permanente Para falar o portugu s claro ou
54. abaixo o c u como matriz e a Terra como palco o c u como utopia e a Terra como arena Um lado de l e um lado de c do c u porque em termos ideais na utopia todo o Universo c u e haver um tempo quando n o teremos mais a Terra maldita Para melhor compreendermos esse conflito entre o c u e nada mais e o c u e tudo o mais precisamos voltar ao G nesis narrativa judaico crist da origem de todas as coisas No principio criou Deus os c us e a terra A terra era vazia e sem forma Esse 196 primeiro vers culo da B blia Hebraica apresenta o ato criador de Deus em que mat ria est subordinada ao Esp rito ou se preferir o Esp rito d origem mat ria A Terra n o poderia ser vazia e sem forma pois a forma inerente mat ria O que se diz na verdade que a Terra era sem forma organizada A express o hebraica Tohu Boh vazia e sem forma o vazio e o deserto melhor traduzida por desabitada e ca tica Em outras palavras criar colocar ordem no caos Criar dar intelig ncia significado e prop sito quilo que irracional f til e aleat rio Foi isso o que Deus fez E foi isso o que Deus ordenou que o ser humano fizesse o o o Ent o disse Deus Fa amos o homem nossa imagem conforme a nossa semelhan a Domine ele sobre os peixes do mar sobre as aves do c u sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao ch o Criou D
55. acordo com aquela express o popular virar o disco pr pria da poca dos long plays de duas faces algo do tipo coloque para tocar o outro lado que quer dizer abandone esse discurso A oportunidade da ora o um convite a abandonar velhas formas de pensar desmontar paradigmas mentais que geram afli es para receber de Deus novas imagens e realidades de paz e de esperan a A ora o uma porta de acesso a novos processos percep es atitudes mentais e emocionais poss veis na comunh o com o Abba Pai Orar portanto implica sil ncio Jesus tamb m ensina que a ora o acontece numa 111 dimens o profunda de introspec o v para seu quarto e feche a porta Quem permanece na dimens o do homem exterior n o consegue orar Quem fica na superf cie verbal e p blica n o consegue orar A ora o acontece no quarto silencioso do homem interior e n o na automa o da repeti o verbal nem mesmo no vazio da mente A ora o de Jesus apesar de ser cheia de conte do inteligente arremessa nos a uma dimens o de comunh o com Deus que transcende a raz o e as palavras Seu Pai que v em secreto A ora o geralmente identificada com a express o verbal A maioria das pessoas entende que orar falar com Deus De fato orar falar com Deus e n o apenas falar para Deus Falar com Deus implica tam b m ouvir Deus E ouvir Deus implica sil ncio O sil ncio na presen a de Deus sob a voz de
56. amaldi oada seja transformada em para so a rebeldia da ra a humana deve ser substitu da pela rendi o autoridade e soberania amorosa do Criador Venha o teu Reino seja feita a tua vontade assim na terra como no c u I3 A voca o de cada ser humano continua sendo cooperar com Deus para colocar ordem no caos O resultado da reconcilia o entre criatura e Criador a unidade do Universo em que c u e terra n o est o mais em oposi o e o para so abra ou e redimiu toda a terra amaldi oada isto o Reino de Deus chegou em plenitude Assim existir o c u e tudo o mais em vez de o c u e nada mais Por isso que o homem deve lutar contra sua ambi o de fuga para o para so Deve acreditar que este lado do c u digno de ser trabalhado plantar jardins na terra amaldi oada A dicotomia entre c u e terra deve acabar Negar a terra como se houvesse apenas o c u e nada mais trair o prop sito de Deus que delegou a terra aos cuidados da ra a humana O Reino de Deus o equivalente ao jardim de onde o homem foi expulso O jardim o mundo sob o comando de Deus Toda vez que um ambiente uma rela o uma atividade submetida a Deus o caos come a a entrar em ordem isto o jardim d seus sinais Haver um dia em que o caos ser transformado em jardim Ent o o Reino de Deus que j foi inaugurado estar consumado Enquanto o Reino de Deus n o vem em plenitude n s trabalhamos para que ele seja sina
57. as tuas obras e considerarei todos os teus feitos Teus caminhos Deus s o santos Que deus t o grande como o nosso Deus Tu s o Deus que realiza milagres mostras o teu poder entre os povos Salmos 77 12 14 NVI E por meio do seu trabalho que Deus compartilha sua alegria com os seus Tu me alegras Senhor com os teus feitos as obras das tuas m os levam me a cantar de alegria Como s o grandes as tuas obras Senhor como profundos os teus prop sitos 18 A atividade de Deus revela sua sabedoria Quantas s o as tuas obras Senhor Fizeste todas elas com sabedoria A terra est cheia de seres que criaste 19 Enquanto age Deus a perpetua entre a ra a humana Grande o Senhor e digno de ser louvado sua grandeza n o tem limites Uma gera o contar outra a grandiosidade dos teus feitos eles anunciar o os teus atos poderosos Proclamar o o glorioso esplendor da tua majestade e meditarei nas maravilhas que fazes Anunciar o o poder dos teus feitos tem veis e eu falarei das tuas grandes obras Comemorar o a tua imensa bondade e celebrar o a lua justi a O Senhor misericordioso e compassivo pacien te e transbordante de amor O Senhor bom para todos a sua compaix o alcan a todas as suas criaturas Rendam te gra as todas as tuas criaturas Senhor e os teus fi is te bendigam 200 povo de Deus confia em Deus por saber que ele trabalha Entregue o seu caminho ao Senhor 72 confie nele e ele ag
58. cada momento devemos viver em alinhamento com nossa natureza mais essencial a saber a imagem de Deus revelada em Jesus o primeiro de nossos irm os Para viver alinhados com a imagem de Deus ser necess rio rendermos o ego ao Esp rito de Deus vencer o ego smo que busca sempre evitar a dor e desfrutar prazer de modo que nada mais coerente do que a afirma o de que o Esp rito intercede por n s ou em outras palavras de que a leg tima ora o n o se dirige do esp rito humano ao Esp rito de Deus para que o Esp rito de Deus realize os desejo ou atenda as necessidades do esp rito humano A leg tima ora o n o outra coisa sen o a completa submiss o 122 do esp rito humano ao Esp rito de Deus para que o Esp rito de Deus realize seus prop sitos eternos em atrav s por apesar do esp rito humano Geralmente essas ora es autofocalizadas me conduzem a dois per odos distintos a s plica pelo p o de cada dia e o pedido pelo perd o das d vidas As perturba es de minha alma geralmente est o ligadas com necessidades ou pseudo necessidades n o satisfeitas e por isso pe o o p o Pe o a Deus que me d a completa satisfa o nele mesmo o p o da vida Aprendi que devemos trabalhar n o pela comida que perece mas pela que subsiste para a vida eterna 8 de modo que n o importe a situa o fartura ou escassez estejamos satisfeitos em Deus Tamb m oro para me livrar de p
59. coacher e da o nome virou g ria estudantil para gozar os professores e depois seriamente para batizar 174 t cnicos esportivos O coach portanto ensina e conduz O problema sempre tem um que muitos jovens talentosos est o convidando para conselheiros pessoas com as quais nunca tiveram v nculo pessoal A pessoa pode at aceitar mas o efeito pr tico seria o mesmo que um t cnico de futebol conseguiria caso resolvesse orientar sua equipe por e mail O coaching pressup e o conhecimento m tuo e a conviv ncia constante que leva ao entendimento claro por parte do coach das habilidades e das necessidades de seu pupilo Portanto ter um coach melhor do que n o ter um mas ter um coach distante desinteressado e desinformado a pior alternativa O maior desafio para quem procura um coach n o achar um encontrar o coach certo Gehringer inclui a intimidade pessoal na categoria do relaciona meu to com o coach De minha parte considero que isso opcional pois na verdade defino o coach como parceiro de performance Coach algu m que ajuda voc a alcan ar uma meta desejada Esta meta pode ser reduzir seu or amento mensal emagrecer cinco quilos conhecer a Europa aprender uma nova compet ncia profissional dominar outro idioma ou at mesmo correr uma maratona O coach diferente do amigo porque um coach deve ter compet ncias e conhecimentos espec ficos que ser o compartilhados O coach voc
60. contas era poss vel acessar mais de 1 485 000 sites de self help na Internet cada um apresentando em m dia 20 dicas infal veis de sucesso Eram apenas e t o somente cerca de 30 milh es de receitas instant neas para a felicidade Hoje enquanto escrevo em julho de 2003 recebi indica o de 5 670 000 sites para a mesma busca Isso bastaria para nos deixar em p nico mas Gehringer conclui com uma boa not cia Ele recomendou que a melhor maneira de encontrar a f rmula adequada a nosso jeit o de ser ler todos os livros de auto ajuda Depois alivia nos com a infor ma o de que todos os livros de auto ajuda s o apenas dois Como fazer amigos e influenciar pessoas traduzido para mais de 50 idiomas e mais de 10 milh es de exemplares vendidos e 0 poder do pensamento positivo que j vendeu mais de 7 milh es Com mensagens simples e ilus rias do tipo voc tem em seu interior todos os recursos de que precisa para alcan ar o sucesso e mude seu modo de pensar e voc mudar o mundo o que est por tr s a sugest o de que a vida plena apenas uma quest o de disposi o pessoal resumida na proposta atribu da ao imperador romano Marco Aur lio a vida de um homem o que os seus 27 pensamentos fazem dela Al m disso podemos facilmente perceber que apesar de sua nfase na engenharia da alma na auto realiza o no desenvolvimento da personalidade e dos poderes mentais no acesso e libera
61. de O cio criativo Rio de Janeiro Sextante 2000 Manning Brennan The Ragamuffin Gospel Oregon Multnomah 2000 Skete The Monks of New In the Spirit ofHappiness Nova York Litde Brown 1999 Sousa Ricardo Barbosa de Janelas para a vida Curitiba Encontro Publica es 1999 O caminho do cora o Curitiba Encontr o 1996 Sponville Andr Comte A felicidade desesperadamente S o Paulo Martins Fontes 2001 Pequeno tratado das grandes virtudes S o Paulo Martins Fontes 1995 245 Stevens Paul Disciplinas para um cora o faminto S o Paulo Abba Press 1993 Stott J R W Cristianismo b sico S o Paulo Vida Nova 1991 Tarnas Richard 4 epopeia do pensamento ocidental Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1999 Tournier Paul 4 miss o da mulher S o Paulo V rtice 1988 Warren Rick Thepurpose driven life Michigan Zondervan 2002 Willard Dallas O espirito das disciplinas Rio de Janeiro Danprewan 2003 Renovation ofthe heart Colorado Navpress 2002 A conspira o divina S o Paulo Mundo Crist o 2001 Yancey Philip O Deus in vis vel S o Paulo Vida 2001 In His Image Michigan Zondervan 1987 Zacharias Ravi Pode o homem viver sem Deus S o Paulo Mundo Crist o 1997 Zodhiates Spiros Ed The Hebrew Greek Study Bible Chattanooga TN AMG Publishers 1996 Vivendo Semin rios Viver com Prop sitos n o algo que se aprende em um livro um semin rio ou uma p
62. do lugar central de nossas vidas e colocar o nosso eu no centro N o somos capazes de entrar no mundo sem trazer junto um querer que tenta tomar o lugar de Deus Recusamos dar o lugar de Deus a Deus exigimos esse lugar para n s mesmos 25 Quando andamos em alinhamento com Deus na rela o esp rito Esp ri to o mundo um jardim um para so de del cias onde as possibilidades da felicidade e da plena realiza o humana est o latentes em pot ncia Quando recusamos submeter o ego a Deus e aspiramos viver como se f ssemos nossos pr prios deuses perdemos o para so somos arremessados numa condi o existencial em que n o h qualquer possibilidade de plenitude pois a felicidade a que se destinou a ra a humana a felicidade somente poss vel em Deus A expuls o do para so conforme descrita no G nesis n o outra coisa sen o ser lan ado para fora da presen a de Deus perder a conex o com Deus perder o fluxo de retroalimenta o da divina energia espiritual vital vida Zoe perder a rela o esp rito humano Esp rito de Deus Por essa raz o Jesus apresentado no evangelho como Senhor e Cristo Em suas m os fruto de sua vida morte e ressurrei o est toda a autoridade que h nos c us e na terra 26 Em suas m os est o poder de trazer de volta o ser humano ao para so que perdeu Somente Jesus pode esmagar a cabe a da Serpente que se pronuncia insistentemente dentro de cada ser humano cada Ad o e devolve
63. e muito bom 28 Essa viv ncia integrada em Deus em harmonia com Deus em comunh o com Deus o convite do evangelho sair da fragmenta o da desintegra o e da desarmonia para a unidade sair das trevas para a luz sair das dimens es da vida biol gica para a vida plena nascer de novo da gua e do esp rito Esp rito sair das trevas para a luz deixar este mundo tenebroso e passar a existir no Reino do Amado Filho de Deus E o caminho Jesus Apenas quando seus primeiros disc pu los o identificaram como o Filho do Deus vivo Jesus come ou a predizer sua morte Tendo ouvido a confiss o de Pedro Jesus come a a anunciar sua necessidade de ir 59 para Jerusal m para ser morto e ressuscitar E exatamente nesse contexto lan a seu convite solene Se algu m quer vir ap s mim a si mesmo se negue tome a sua cruz e siga me 29 Demorou para que eu compreendesse que o convite de Jesus n o se destinava apenas aos seus disc pulos imediatos mas era na verdade um convite ou uma convoca o para toda a humanidade Sua inten o n o era apenas chamar um grupo de poucos homens palestinos para que o seguissem at Jerusal m e testemunhassem a semana da paix o Sua convoca o era e para todo aquele que atravessar a morte rumo ressurrei o Seu chamamento ao discipulado implica experimentar a ressurrei o para participar da realidade ltima vida comunidade de amor ilimitado atravessando
64. e seu Esp rito 16 A EXPERI NCIA ESPIRITUAL CRIST Certa vez algu m me perguntou o que eu havia descoberto em minha caminhada no discipulado de Jesus De fato aquele homem queria saber como eu descreveria o pice da experi ncia crist e como aquilo me afetava pessoalmente N o era uma pergunta teol gica ou filos fica mas sim existencial Ele estava em busca da verdade Verdade e acreditando que eu a havia encontrado quis saber minha experi ncia N o me lembro bem como respondi na ocasi o mas a quest o ficou em meu cora o durante muito tempo at que uma noite sonhei que estava fazendo uma palestra num audit rio cujas fileiras de assentos se prolongavam ao infinito O tema da minha palestra era a resposta quele homem inquiridor da ess ncia da espiritualidade Lembro exatamente o que disse em sonho E o que disse l ou recebi l digo aqui O pice da experi ncia espiritual crist o fruto do Esp rito O m ximo que um ser humano pode receber de Deus o pr prio Deus na pessoa do Esp rito Santo e isso resulta numa qualidade de ser somente poss vel na intera o e unidade entre o esp rito humano e o Esp rito divino O produto da experi ncia espiritual crist um tipo de gente gente igual a Jesus de Nazar o Cristo de Deus de onde derivo minha confiss o de f Cristo meu destino Tudo quanto vivo e experimento em minha peregrina o espiritual visa fazer de mim um homem semelhante a Jesus pois
65. e vimos a sua gl ria gl ria como do unig nito do Pai Ningu m jamais viu a Deus o Deus unig nito que est no seio do Pai quem o revelou 14 Jesus de Nazar conhecia perfeitamente essas realidades Suas declara es durante o tempo de sua peregrina o terrena demonstram plena consci ncia e autoconsci ncia Ele conhecia sua g nese pois afirmou que veio do c u e que n o era deste mundo da Terra mas sim do c u 15 Conhecia sua identidade pois apresentou a si mesmo como o Messias o Ungido 16 disse que Deus era seu pr prio Pai fazendo se igual a Deus 7 estabeleceu um paralelo entre sua honra com a honra do pr prio Deus 8 afirmou categoricamente sua unidade essencial com Deus ao declarar Eu e o pai somos um 19e concluiu da maneira mais bvia dizendo que quem desejasse ver o Pai deveria olhar para ele 20 Como disse Charles Stanley a grande not cia do cristianismo n o apenas que Jesus igual a Deus mas sim que Deus igual a Jesus Aquele Eu eterno o Princ pio absoluto de toda a exist ncia Aquilo por que todo este mundo penetrado da f rmula s nscrita Tu s isto descrito nos Vedas no Upanixade e no Bhagavad Gita textos sagrados das tradi es hindu stas gregos chamavam de Logos E exatamente nesse contexto o evangelista Jo o introduz a pessoa de Jesus de Nazar o Logos que se fez carne Essa a compreens o dos ap stolos que assim se identificaram com o Cristo O Nov
66. ele o primeiro dos meus muitos irm os Insisto que o nome do jogo transforma o Crescer vir a ser Ser como Cristo Aquele que parecido semelhante a Deus deve viver em imita o a Deus O caminho crist o luz da imago Dei a imitatio Dei 143 O ESP RITO E A CARNE Assim Jesus orientou seus disc pulos no momento de sua maior agonia antes da cruz O esp rito na verdade est pronto mas a carne fraca o que deveria levar os disc pulos vigil ncia e ora o 7 O ensino e clarissimo a nica maneira de vencer a carne na rela o esp rito Esp rito A pergunta a que precisamos responder a partir de agora como preservamos e aprofundamos a rela o espirito Esp rito para expressar o fruto do Esp rito isto ser gente como Deus pretendeu ser gente como Jesus de Nazar em detrimento de evidenciar as obras da carne Isso nos leva ao pr ximo cap tulo 12 M todo ascese Do gr skesis exerc cio espiritual S f t 1 Exerc cio pr tico que leva efetiva realiza o da virtude plenitude da vida moral A literatura e a vida religiosa tinham para ele Charles Du Bos o mesmo grau de eleva o de ascese de xtase no seio do Criador Jo o Gaspar Sim es Cr tica I p 49 Novo Dicion rio Aur lio skesis a palavra que os gregos usavam para descrever a rotina de treinamento do atleta ol mpico Os fil sofos gregos inclu ram a pr tica das skesis no
67. entre Ad o Eva e a Serpente processa se ao redor de uma insinua o mentirosa mas quase irresist vel a respeito do benef cio de comer do fruto proibido no dia em que dele comerdes como Deus sereis conhecedores do bem e do mal 6 Harold Kushner diz que a hist ria do jardim do den n o trata do para so perdido mas do para so desenvolvido e tamb m n o trata do pecado original mas do nascimento da consci ncia n o aborda a queda do Homem mas o surgimento da Humanidade e narra o salto atrav s do qual a ra a humana descobriu o que existe para al m da exist ncia animal aquele que antes era dirigido por instintos passa a ser dirigido por senso moral A palavra de Deus no dia em que dela comeres da rvore do conhecimento do bem e do mal certamente morrer s 8 n o teria sido o estabelecimento de uma condena o mas sim apenas uma advert ncia uma declara o da consequ ncia natural do ato de conhecer o bem e o mal Essa interpreta o parece l gica e conveniente mas n o coerente com o todo da Escritura Sagrada Em primeiro lugar porque a narrativa do G nesis n o 91 autoriza a afirma o de que antes de comer o fruto o ser humano n o possu a consci ncia nem senso moral pois se assim fosse n o poderia ser julgado por Deus em raz o de seu ato Isto como poderia Deus atribuir responsabilidade moral a um ser que n o possu a senso moral discernimento de certo e errado
68. es descritiva diretiva e afetiva 17 Primeiro aprendemos a dar nomes s coisas Depois aprendemos a dar ordens realidade Somente com a maturidade aprendemos a expressar afeto e amor a buscar o contato para celebrar a amizade e o amor O contato afetivo transcende as palavras Tal encontro mais pr ximo da experi ncia de contemplar uma obra de arte o que implica eleva o e xtase do que a experi ncia de tentar explicar a voc as diferentes dimens es da linguagem Orar penetrar o indiz vel Todas as tradi es espirituais possuem instrumentos facilitadores da medita o esse estado alterado de consci ncia ou est gio profundo de introspec o Os iogues possuem seus mantras os espiritualistas suas mandalas os judeus suas cabalas os crist os suas ora es Isso explica as raz es por que Jesus ensinou uma ora o espec fica O Pai Nosso que n o deveria ser transformada em palavras m gicas constantemente repetidas mas sim oferecer o fundamento para o assentamento da consci ncia A mais popular ora o meditativa dos crist os Senhor Jesus Filho do Deus vivo tem piedade de mim reduzida na forma Kyrie eleison que os m sticos ensinam a repetir silenciosamente ao longo do dia at se tornar t o espont nea e instintiva quanto a respira o A medita o um estado de consci ncia Em minha experi ncia pessoal como colocar um segundo n vel de consci ncia para funcionar Algo muito pareci
69. est escrito na carta de Laodic ia prefer vel o erro omiss o O fracasso ao t dio O esc ndalo ao vazio Porque j vi grandes livros e filmes sobre a tristeza a trag dia o fracasso Mas ningu m narra o cio a acomoda o o n o lazer o remanso Colabore com seu bi grafo Fa a erre tente falhe lute Mas por favor n o jogue fora se acomodando a extraordin ria oportunidade de ter vivido Tendo consci ncia de que cada homem foi feito para lazer hist ria Que todo homem um milagre e traz em si uma revolu o Que mais do que sexo ou dinheiro Voc foi criado para construir pir mides e versos descobrir continentes e mundos e caminhar sempre com um saco de interroga es na m o e uma caixa de possibilidades na outra N o use Rider n o d f rias a seus p s N o se sente e passe a ser analista da vida alheia espectador do mundo comentarista do cotidiano dessas pessoas que vivem a dizer eu n o disse eu sabia Toda fam lia tem um tio batalhador e bem devida E durante o almo o de domingo tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que ele faria se fizesse alguma coisa Chega dos poetas n o publicados Empres rios de mesa de bar Pessoas que fazem coisas fant sticas toda sexta de noite todo s bado e domingo mas que na segunda n o sabem concretizar o que falam Porque n o sabem ansiar n o sabem perder a pose porque n o sabem recome ar Porque n o sabem
70. homem Essa a convic o dos santos ap stolos o Esp rito Santo habita em n s somos templo santo para morada de Deus por seu Esp rito Deus age em n s Cristo era v s 10 quem nasce da semente incorrupt vel casa espiritual um edif cio com pedras que vivem de onde os ap stolos tiraram essa ideia Posso assegurar que ouviram de Jesus Na casa de meu Pai h muitos aposentos se n o fosse assim eu lhes teria dito Vou preparar lhes lugar E se eu for e lhes preparar lugar voltarei e os levarei para mim para que voc s estejam onde eu estiver 12 Geralmente se interpreta a casa do pai como sendo o c u e que estar onde Jesus est uma experi ncia p s morte Mas isso um grande equ voco Jesus deixou claro aos disc pulos que ap s sua morte e ressurrei o enviaria o seu Esp rito Se voc s me amam obedecer o aos meus mandamentos E eu pedirei ao Pai e ele lhes dar outro Conselheiro para estar com voc s para sempre o Esp rito da verdade O mundo n o pode receb lo porque n o o v nem o conhece Mas voc s o conhecem pois ele vive com voc s e estar em voc s N o os deixarei rf os voltarei para voc s Dentro de pouco tempo o mundo n o me ver mais voc s por m me ver o Porque eu vivo voc s tamb m viver o Naquele dia compreender o que estou em meu Pai voc s em mim e eu em voc s Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece esse o que me ama Aquele que me ama ser
71. inesperada que como num passe de m gica derrame adrenalina no dia seguinte A infelicidade para a maioria das pessoas n o um sofrimento constante com l grimas derramadas de hora em hora mas sim o seu oposto justa mente a aus ncia de l grimas n o se emocionam n o se entristecem n o se desesperam n o se importam n o choram mais E acham isso normal sinal de maturidade estabilidade emocional de autocontrole Eu chamo isso de apatia dessensibiliza o incapacidade de ser afetado pela vida Talvez por essa raz o Borges seja t o celebrado Viveu sua ang stia sem dissimlula o Sua confiss o n o fui feliz ecoa at hoje no mundo da literatura que ainda tenta equacionar a genialidade com o fracasso existencial O maior escritor argentino de todos os tempos e um dos grandes do s culo xx professor de literatura inglesa e norte americana na Universidade de Buenos Aires e de poesia em Harvard colecionou ao longo da vida os mais c lebres pr mios da literatura mundial Celebrado como g nio deixou pisadas palmilhadas por centenas de novos escritores que sonhavam repetir suas hist rias fant sticas e abriu portas para Umberto Eco e Gabriel Garcia Marquez para citar apenas dois Mas fracassou na 23 vida Ao completar 80 anos em agosto de 1979 afirmou que estava cansado de viver Conviveu com a cegueira durante 30 anos Morreu c tico em profunda solid o pois sempre preferiu as personagens s pessoas O
72. interferir Minha biografia possui p ginas com hist rias de viol ncia e de assassinatos tr fico de drogas e jogo do bicho adult rios estupros e abuso sexual infantil mis ria e desespero suicida fam lia e favela igreja e amigos de rua amizades amores e orfandade O barulho dos tiroteios pela vizinhan a que me enchiam de pavor durante a noite ainda faz eco em alguns recantos de minhas mem rias emocionais Naquele tempo eu era o primeiro a me recolher para dormir O movimento da casa e as luzes acesas me traziam uma agrad vel sensa o de seguran a em raz o de saber que algu m estava acordado vigiando portas e janelas 7 contra invas es indesejadas e balas perdidas As vezes em que por alguma raz o eu ficava por ltimo a responsabilidade de percorrer a casa para apagar as luzes e verificar as trancas reca a como um fardo insuport vel sobre meus ombros Cada barulho do quintal podia significar perigo real e imediato Aquelas eram as noites mais longas Ainda tenho o registro da manh em que acordei com policiais trocando tiros com traficantes na porta de minha casa enquanto avisavam os moradores quanto possibilidade de um bandido qualquer estar escondido no arm rio ou na casa do cachorro Algumas vezes passei para o outro lado da cal ada a caminho da escola evitando o constrangimento de ter de pular um cad ver coberto de jornal nas esquinas pr ximas de casa N o poucas vezes ouvi de meninas que falta
73. jardins e terra amaldi oada ressignifica nosso conceito e nossa atitude em rela o ao trabalho O trabalho deixa de ser um castigo que acompanha a expuls o do para so Na verdade mesmo no para so o ser humano tinha trabalho Deus o colocou no para so para cuidar do jardim e cultiv lo fato que expulsos do para so e habitando uma terra amaldi oada que produz espinhos e cardos as coisas ficam mais dif ceis Mas tamb m fato que quando abrimos m o da nossa pretens o de controle e dedicamos as coisas para que sobre elas venha o Reino de Deus e a vontade de Deus seja feita fora do para so como feita dentro do para so o caos come a a entrar em ordem Construir cooperar com Deus para colocar ordem no caos Construir plantar jardins no meio do caos Esse caos pode ser seu mundo interior seu ambiente familiar suas rela es de trabalho e a sociedade onde voc vive N o importa O que importa que voc cumpra sua voca o de cooperar com Deus A partir dessa experi ncia tudo o que voc faz inserido na dimens o do sagrado Todo servi o passa a ser um ato de coopera o com Deus para a reden o do Universo N o importa se esse servi o falar palavras de encorajamento e de consolo para algu m em afli o consertar um autom vel fazer um parto dar uma aula de matem tica fechar o balan o da empresa ou passar a manh de s bado com os filhos no parque Todo trabalho realizado como devo o a D
74. maldi o terra que passou a produzir espinhos e cardos O ser humano que era parceiro de Deus no cuidado do Universo passou a ser prisioneiro do mundo que deveria dominar O que o G nesis chama de conhecimento do bem e do mal n o expressa uma caracter stica inerente ao ser humano tampouco o nascimento da consci ncia uma esp cie de queda para o alto Primeiro por que se fosse algo inerente ou uma evolu o moral Deus n o poderia n o deveria e n o teria amaldi oado o ato nem expulsado o ser humano do para so Mas tamb m e principalmente porque a consci ncia era n o apenas algo natural ao ser humano criado imagem e semelhan a de Deus como tamb m um pr requisito para que Deus explicitasse uma ordem com limita o e san o Como poderia um ser n o dotado de cons ci ncia ser colocado debaixo de um imperativo moral e mais ainda ser julgado e condenado caso n o transgredisse tal imperativo REDEN O A tradi o crist interpreta o ato de comer da rvore do conhecimento do bem e do mal n o como o surgimento da consci ncia mas com um ato de rebeldia um grito de independ ncia da criatura para com o Criador Ao comer da rvore do conhecimento do bem e do mal a criatura n o pretende adquirir consci ncia do bem e do mal mas sim tomar nas m os a prerrogativa de determinar o bem e o mal e nesse sentido ser igual a Deus O que est em quest o o questionamento a respeito de quem ser o padr
75. mas sim do romance que se 13 aprofunda do trabalho que se realiza e da vida em fam lia num ambiente de afeto e de possibilidades justamente nessa teia de atividades rotineiras que somos desafiados a experimentar a felicidade No contexto desses milhares de pequenos momentos que somos desafiados a cultivar um estado de esp rito satisfat rio pr prio de quem aprende a saborear o amor aos peda os Muitas pessoas entretanto se tivessem de descrever seu estado de esp rito mais comum poderiam substituir a palavra felicidade por outras como preocupa o ansiedade e ang stia S o palavras quase sin nimas que identificam um estado de esp rito perturbado e insatisfeito Sofrem com isso os que est o conscientes desse estado ou que de vez em quando surpresos deparam se com ele Esse estado de esp rito perturbado tem diversas causas Uma delas o excesso de responsabilidades e de solicita es que nos conduz ao excesso de ocupa o Apesar de estarmos t o atarefados carregamos a constante sensa o de que ainda n o cumprimos todas as nossas obriga es ou de que n o as cumprimos com o padr o de qualidade que gostar amos Os diferentes pap is que desempenhamos na vida como por exemplo c njuges pais filhos profissionais amigos cidad os cobrem nos de obriga es intransfer veis e lotam nossas agendas Por essas raz es acabamos assumindo mais compromissos do que somos capazes de cumprir ade quadam
76. mas um processo mais sutil ele priva o ser humano do gosto de empenhar se por uma raz o mais alta despoja o daquelas motiva es fortes que a ideologia ainda precisa oferecer lhe A doen a que hoje mais se alastra a falta de paix o pela verdade este o rosto tr gico da p s modernidade Poder se ia dizer que a enfermidade mais profunda da poca que chamamos de p s moderna seria a definitiva ren ncia a um pai m e para o qual se possa estender os bra os da espera e portanto o n o ter mais a vontade e o desejo de procurar o sentido pelo qual valha a pena viver e morrer Diante do v cuo do sentido ltimo a pessoa se agarra ao interesse pen ltimo conquista da posse imediata Quando algu m n o tem horizontes grandiosos de verdade facilmente se afoga na solid o ego stica da pr pria particularidade e a sociedade se torna um arquip lago Quando iniciei este livro imaginava que a doen a do homem contempor neo era a falta de sentido Mas convenci me de que o mal maior A doen a n o apenas a falta de sentido mas a falta de vontade de encontrar um sentido a falta de esperan a de encontrar um sentido o cinismo a respeito de qualquer sentido FIM DO MIST RIO Um estudo publicado pela revista brit nica Journal of Humanistic Psychology diz ter conclu do qual afinal o sentido da vida quest o que h s culos desafia fil sofos pensadores e seres humanos em geral A resposta encontrada A vida par
77. mero de horizontes no passado civiliza es religi es c digos de tica sistemas de valores Quem viveu sob eles sem a nossa percep o moderna da hist ria acreditava que seu horizonte era o nico poss vel Os que chegaram mais tarde nesse processo os que vivem na velhice da humanidade n o podem ser t o acr ticos Eles compreendem que seu horizonte apenas um horizonte n o terra s lida mas uma miragem que desa parece medida que nos aproximamos dando lugar a outro horizonte mais al m Por isso o homem moderno o ltimo homem ele foi exaurido pela experi ncia da hist ria O ltimo homem no fim da hist ria sabe que n o vale a pena arriscar a vida por uma causa pois reconhece que a hist ria est repleta de batalhas in teis A hist ria provou que o que levou os homens a atos desesperados e sacrif cio n o passavam de preconceitos tolos Os homens com educa o moderna contentam se em ficar em casa congratulando se por sua liberdade e falta de fanatismo Como diz o Zaratustra de Nietzsche Pois assim voc s falam Reais somos n s completamente e sem cren as nem supersti es Assim voc s estufam o peito mas infelizmente ele est vazio 2 Homens de peito vazio Satisfeitos com seguran a f sica e riqueza material e vazios de sonhos indiferentes s causa imunes s paix es incr dulos das utopias Paradoxalmente esse foi o legado do s culo das luzes que pretendeu tornar o homem fina
78. n o me abandona N o vai ter pr xima vez porque eu n o aguento mais esta vida dupla J cansei de tentar as coisas voc faz o que quiser da vida S o milhares os casais que se retroalimentam em seus ciclos de lit gios agudos e ou insatisfa es cr nicas Para alguns a trag dia do amor chover o ano inteiro chuva fina e para outros cair l de cima um elevador PSEUDOTRANSCEND NCIA Por essas e outras os templos e terreiros est o lotados os gurus exot ricos e esot ricos est o em alta e o misticismo varre as ruas com propostas inacredit veis As crendices e supersti es que tecem a cultura do primitivismo religioso quase nos fazem acreditar que estamos de volta idade das trevas Desenvolve se uma espiritualidade tribal em que Deus torna se um dolo de esquina que deve ser acessado para uma negocia o na qual os benef cios da divindade nada t m a ver com a seriedade do suplicante pois pouqu ssima gente tem for as para trilhar o caminho da transforma o de dentro para fora A experi ncia espiritual moderna ou p s moderna como preferem alguns na verdade medieval Primeiro porque v Deus como um meio e n o como um fim em si mesmo Deus passou a estar a servi o do fiel respons vel por realizar seus desejos sob pena de ser abandonado e considerado um Deus ausente distante omisso e lento demais para suprir as 29 demandas dos desafios da vida Em segundo lugar a espirit
79. n s e nos feriram Essa alguma raz o precisa ser identificada para que as palavras que consideramos duras sejam as pedras que nos levar o mais alto na escada da plena realiza o INJFELICIDADES A infelicidade que Sir Winston Churchill ainda tem raz o o dom nio do homem desenvolveu se em todas as esferas exceto sobre si mesmo A felicidade que j sabemos que privilegiar a viagem para fora em detrimento da viagem para dentro percorrer a trilha da conquista da cidade negligenciando a conquista de si mesmo uma loucura Assim Jesus ensinou in til ganhar o mundo inteiro e perder a alma 48 Os exerc cios espirituais skesis s o o caminho para a maturidade 13 Amor DIABOS Quando meus filhos perguntaram Pai quem criou o Diabo eu respondi que tinha sido L cifer E assim acredito at hoje Deus criou L cifer e L cifer criou o Diabo Deus criou um Anjo de Luz e o Anjo de Luz no exerc cio de sua liberdade moral rebelou se contra seu Criador e tornou se Diabo 158 J sei Voc deve estar se perguntando se eu acredito mesmo na exist ncia do Diabo Acredito sim E foi C S Lewis quem mais me ajudou a equacionar minha intelig ncia e vontade de n o acreditar em Diabo com essa figura medievalizada isto pr pria da Idade das Trevas Concordo com Lewis Acredito na exist ncia do Diabo pelo menos pelas seguintes raz es porque explica um bom n mero de fatos est de acordo com o cla
80. nas boas novas 19 Quando Jesus diz que o Reino de Deus est pr ximo n o est querendo dizer que vai chegar daqui a pouco como quem fala de uma proximidade em termos de tempo O que ele est dizendo que o Reino de Deus est acess vel Basta levantar a m o e voc vai esbarrar no Reino de Deus Em outras palavras Jesus estava prometendo acesso a uma realidade vivencial Reino o ambiente em que a vontade de seu soberano exercida sem restri es e resist ncias Jesus est dizendo que o ser humano pode fazer parte do Reino de Deus isto o ambiente em que as coisas funcionam do jeito de Deus ou se voc preferir em que a realidade humana est harmonizada com a realidade divina sendo as duas uma somente Isso explica a convoca o do evangelho ao arrependimento Arrependimento vem da palavra grega metan ia geralmente traduzida como mudan a de mente mas que de fato significa algo mais profun do como por exemplo expans o da consci ncia capacidade de enxergar as coisas de outro prisma ou mesmo de enxergar as coisas de perspectiva mais completa 96 Metan ia a experi ncia que nos possibilita dizer Mudei j n o penso mais assim j n o consigo ver as coisas desse jeito e consequentemente redefine nossos valores e prioridades Metan ia faz nos mudar de atitude e de comportamento Por essa raz o metan ia arrependimento mudan a de rota meia volta Quem se arrepende abandona uma dire
81. ncia sexual ajuda nos a evitar que a gratifica o sexual seja o centro de nossa parceria conjugal o que nos estimula a buscar patamares mais profundos de conviv ncia que nos aproximam ainda mais repercutindo positivamente na parceria sexual Os casais deveriam qualificar seus relacionamentos antes de se entregarem ao sexo A roupa do corpo deve ser tirada depois das m scaras sob pena de levarmos personagens 154 para cama o que acaba sendo fatal como bem disse o Lulu Santos O estilo de vida simples e a frugalidade nos desafiam abstin ncia das coisas Num mundo de desigualdades sociais t o cru is devemos dizer n o ao desperd cio e levantar uma bandeira contra a extravag ncia Desfrutar do bom e do belo e viver confortavelmente sem cair no luxo despropositado uma arte que poucos dominam A sabedoria espiritual sabe que o consumismo fr volo corrompe a alma e nos faz cada vez mais escravos dos sentidos e da sensualidade al m de nos manter estacionados em termos de amadurecimento pessoal pois como disse Hans Burki Mais da mesma coisa nos deixa no mesmo lugar Mais rico quem precisa de pouco do que aquele que tem muito pois a vida de um homem n o consiste na quantidade dos seus bens 41 A solitude outro exerc cio espiritual de abstin ncia Desta vez nos abstemos do contato com as pessoas para ficarmos sozinhos ou em solitude como preferem os mestres espirituais Estar em solitude diferente de es
82. no corpo n o um instrumento mas um obst culo de onde surge o dualismo corpo alma mat ria esp rito que vai influenciar toda a filosofia posterior Arist teles 384 322 a C tamb m joga lenha nessa fogueira e apesar das conhecidas diverg ncias com seu mestre Plat o dedica boas paginas alma que definiu como princ pio vital de todo organismo e dividiu a em tr s tipos a alma vegetativa comum a todos os seres vivos a alma sensitiva compartilhada pelos animais e a alma racional exclusiva do ser humano Nesse contexto filos fico s o escritas as p ginas do Novo Testamento especialmente a teologia do ap stolo Paulo que determina a antropologia crist Na tradi o crist essa discuss o extensa e os chamados Santos Agostinho 354 430 d C plat nico e Tom s de Aquino 1227 1271 d C aristot lico t m lugar de destaque no palanque Os dois apesar de suas distin es realimentam a concep o de corpo e alma como entidades distintas Aquino chega a afirmar que a vida inicia quando a alma se une ao corpo dando a entender que a alma est em algum lugar espera do corpo em que vai encarnar Agostinho em sua obra a Cidade de Deus faz oposi o entre sens vel e intelig vel alma e corpo esp rito e mat ria bem e mal ser e n o ser Em outras palavras a tradi o crist interpretou os escritos apost licos luz da filosofia grega e esse foi o grande equ voco Em vez de usarem o Antigo Testamento e
83. o e que portanto o ser humano tamb m atua criativamente trans formando o mundo Mas fato que o ser humano n o o nico ser espiritual pessoal e determinado identificado na B blia Sagrada os anjos e os dem nios tamb m o s o Resta concordar com Ariovaldo quanto ao fato de que a nica dimens o de Deus da qual apenas e t o somente o ser humano portador a voca o de unidade unicidade a capacidade de formar comunidade de se tornar um um entre seus iguais e um com Deus Tri Uno Essa unidade da humanidade explica o conceito crist o de salva o pois o prop sito eterno de Deus a gera o de um novo homem e esse homem novo coletivo pois o objetivo dele Cristo era criar em si mesmo de toda a humanidade um s homem novo 27 e por isso orou ao Pai pedindo 76 Para que todos sejam um Pai como tu est s em mim e eu em ti Que eles tamb m estejam em n s para que eles sejam um assim como n s somos um eu neles e tu em mim Que eles sejam levados plena unidade para que o mundo saiba que tu me enviaste e os amaste como igualmente me amaste Pai quero que os que me deste este jam comigo onde eu estou e vejam a minha gl ria a gl ria que me deste porque me amaste antes da cria o do mundo Jo o 17 21 24 NVI Por essa raz o Paulo apostolo deixa claro que a experi ncia com o Cristo tamb m uma experi ncia com o corpo de Cristo Ora assim como o corpo uma unidade embora te
84. o cheguei l Mas conhe o pessoas cujo semblante demonstra tal serenidade e alegria perenes que chego a desconfiar que descobriram esse segredo Por enquanto minhas ora es ainda est o na categoria das conversa es Cabem dentro de ocasi es espec ficas que separo para entrar na presen a de Deus estabelecer conex o entrar num momento divino De vez em quando sou surpreendido por Deus Algo como ser tomado por um senso de presen a que n o me deixa d vidas de que de alguma maneira penetrei em Deus ou melhor dizendo ele se deixou penetrar por 117 mim Mas isso raro quase nunca depende de mim e jamais consigo planejar que aconte a O que consigo planejar s o meus per odos de ora o ORA ES SIMPLES Pratico o que aprendi a chamar de ora es simples S o assim chamadas porque n o observam qualquer padr o ou elabora o n o est o sujeitas a quaisquer crit rios n o sofrem censuras pr vias n o s o articuladas cartesianamente chegando a ser quase displicentes e quase sempre passionais Acontecem espontaneamente a partir de percep es instant neas em qualquer lugar a respeito de qualquer coisa a qualquer hora Em minha experi ncia essas ora es simples duram pouqu ssimo tempo quando no meio de minhas atividades di rias me lembro de que estou na presen a de Deus e me dirijo a ele com rever ncia e afeto S o encontros e vislumbres constantes com o Abba Pai Nesses pequenos enc
85. o desse Deus Transcendente Imanente Transparente que nos convida a segui lo passando pela morte rumo ressurrei o a fim de vivermos no Reino de Deus em comunh o com a comunidade de amor ilimitado Isso o que significa glorificar a Deus e alegrar se nele para toda a eternidade como propuseram os antigos O caminho para essa identifica o com Deus a imita o de Jesus o discipulado de Cristo ser e viver como Jesus Em s ntese o sentido da vida depende da compreens o e experi ncia das seguintes vari veis a vida far sentido em seu todo quando suas partes fizerem sentido 62 as partes da vida a sucess o de agoras far o sentido quando soubermos realizar o sentido de cada momento seremos capazes de realizar o sentido de cada momento quando cada momento de nossa vida for vivido em harmonia com Deus o fundamento pessoal de todas as coisas Jesus Cristo o modelo de viv ncia integrada em Deus e por isso a imita o de Cristo o caminho para a harmonia com Deus Com essa linha de raciocinio promovemos a correla o dos conceitos de teologia antropologia e teleologia C S Lewis um dos meus te logos pre diletos disse que se verdade que algu m teologia me fez antropolo gia para seus pr prios fins teleologia ent o evidente que recaem sobre mim certos deveres que eu n o teria se simplesmente fosse dono do meu nariz Isso perfeitamente coerente com
86. o e toma outro rumo Diferente de remorso que apenas uma tristeza em rela o ao caminho que est sendo trilhado o arrependimento implica transforma o mudan a nas atitudes e na disposi o da vontade Nesse caso cabe perguntar de que o ser humano precisa arrepender se sen o de sua rebeli o em rela o a Deus e a seu Reino O ser humano deve arrepender se de tentar viver s expensas de seus recursos pr prios em pretensa independ ncia da fonte da vida Zoe Se algu m quiser acompanhar me negue se a si mesmo tome a sua cruz e siga me Pois quem quiser salvar a sua vida a perder mas quem perder a sua vida por minha causa a encontrar 20 disse Jesus Por causa disso os ap stolos compreenderam que viver no Reino de Deus era viver em sujei o a Jesus Porque estamos convencidos de que um morreu por todos logo todos morreram E ele morreu por todos para que aqueles que vivem j n o vivam mais para si mesmos mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou 21 ESP RITO SANTO O primeiro kerigma legitimamente crist o foi proclamado pelo ap stolo Pedro no dia de Pentecostes 22 Sua mensagem foi ao mesmo tempo simples e no m nimo constrangedora Fez quatro afirma es a respeito de Jesus de Nazar l Jesus de Nazar viveu de um jeito que nenhum outro ser humano viveu homem aprovado por Deus que viveu sem pecado sem rebeldia livre da rebeli o 2 Jesus de Nazar morreu de um jeito que nenhum
87. o existe A pergunta portanto como desfrutar todo o prazer da vida a dois em meio a pap is contas vencidas e telefonemas de chefes estressados ou como entregar meu corpo fora de forma sem perder uma gota do prazer poss vel na cama do amor Fora isso voc estar vivendo no mundo do se ent o Esse mundo n o existe e portanto voc n o o est vivendo Todas as realidades circunst ncias insatisfat rias t m uma capacidade enorme de acumular lixo ps quico em nosso cora o e em nossa mente Pensamentos e sentimentos t xicos estragam o dia os relacionamentos os empreendimentos 101 enfim a vida Mas a infelicidade circunstancial est longe de ser o pior dos infort nios Ser abandonada pelo marido perder um filho num acidente de autom vel ser demitido de surpresa ser preterido injustamente para aquela vaga perseguida durante meses receber a not cia que o resultado do exame foi positivo ou negativo acumular d vidas ficar sozinho no s bado e n o ter com quem repartir a noite de anivers rio s o situa es comuns digo com pesar e estranhamente est o longe de ser as maiores trag dias que algu m possa experimentar A maior de todas as infelicidades n o circunstancial A maior infelicidade existencial a escravid o volitiva o cativeiro emocional e o labirinto mental A incapacidade e a falta de motiva o para agir e a sensa o de que n o faz mais sentido realizar qualquer coi
88. o goste dos seus colegas de trabalho pode pedir demiss o e procurar emprego em outro lugar Voc n o obrigado a suportar um ambiente profissional Mas a verdade que a maioria de n s tem de se sujeitar a conviver com pessoas que n o ter amos escolhido inserir em nossa intimidade at porque provavelmente em qualquer emprego que voc arrumar elas estar o l elas as pessoas que voc n o faria quest o que estivessem Nesse caso melhor construir uma conviv ncia saud vel no lugar onde a gente est do que procurar um lugar cuja conviv ncia seja saud vel Cada grupo exige um tipo de comportamento E cada pessoa que faz parte do grupo exige um tipo de relacionamento N o podemos tratar nossa rede de clientes com a mesma transpar ncia com que tratamos nossa rede de amigos e n o podemos tratar nossa rede de amigos com a mesma intensidade com que tratamos nossa fam lia nuclear Mesmo na rede de amigos h aqueles em quem confiamos mais e aqueles com quem nos abrimos aos poucos Os primos podem apenas gravitar a nosso redor ou podem participar de nossa intimidade O certo saber quem quem e como devemos nos relacionar com cada um Precisamos aprender a preservar as fronteiras de nossa intimidade a guardar assuntos reservados a tratar cada pessoa e a nos comportar em cada ambiente de acordo com a situa o A palavra chave dessa rela o com os diferentes grupos com quem interagimos fronteiras Devemos zelar pelas fr
89. o natural darwiniana Imagino que se a Serpente falasse alem o a proposta que apresentaria para Jesus no c lebre evento da tenta o no deserto seria resumida em uma nica palavra Ubermensch Henri Nouwen traduziu essa ideia em tr s grandes tenta es ser capaz ordena que estas pedras se transformem em p es ser poderoso tudo isso te darei e ser espetacular atira te para baixo para que os anjos te recolham nos bra os Ubermensch autonomia absoluta autoconfian a auto sufici ncia e seus derivados prepot ncia orgulho vaidade egocentrismo ego smo A cultura chamada p s moderna individualista assim mesmo Deus por todos cada um por si e o Diabo que carregue o ltimo Almoce seu vizinho antes que ele coma voc na janta Express es como humildade abnega o altru smo e solidariedade fazem parte de um universo t o antinatural ao ser humano que s o chamadas de virtudes Essa foi a cr tica de Nietzsche ao cristianismo a venera o do fraco e oprimido o culto ao anti her i Para a maioria de nossos contempor neos crescer bastar a si mesmo n o precisar de ningu m ser independente De acordo com a Serpente n o basta ser humano nem mesmo super homem preciso ser sobre humano Na cartilha da Serpente o ser humano em sua plena maturidade no pice de seu desenvolvimento n o precisa de Deus pois deus de si mesmo Na verdade um deus 138 Essa conversa atravessa a hist r
90. o pensamento judaico como pano de fundo para sua compreens o do Novo Testamento usaram os fil sofos gregos Deveriam ter usado culos da grife Mois s Isa as Jeremias mas usaram marcas mais populares e acess veis no mercado S crates Plat o e Arist teles Como disse Joshua Heschel os profetas est o ausentes quando os fil sofos se pronunciam 129 JUDAICO CRIST O Os autores do Novo Testamento utilizaram os mesmos termos dos fil sofos gregos para indicar o corpo a alma e o esp rito por m com o sentido e o pano de fundo do juda smo vetero testament rio que apresenta o ser humano como um todo indivis vel O Novo Testamento tamb m reconhece a distin o entre corpo e alma ou melhor entre homem interior e homem exterior Por m essa distin o n o significa oposi o como se o homem interior fosse naturalmente bom e o exterior mal Os dois s o essencialmente complementares um ao outro ambos foram criados bons por Deus O homem interior sem o exterior n o possui exist ncia independente verdadeira Tem necessidade do corpo A diferen a com respeito alma grega evidente a alma grega sobrevive sem o corpo e somente sem o corpo pode alcan ar seu pleno desenvolvimento Nada disso ocorre na B blia O corpo segundo a concep o b blica tem necessidade por sua vez do homem interior 6 A B blia n o enxerga o homem como corpo alma e esp rito mas sim como pessoa Wheeler Robinson diz que a id
91. os fazendo as coisas pr prias de todos os mortais Eu achava maravilhoso Uma tremenda desconstru da no ideal do super her i ramos uns poucos diletantes e uma meia d zia de entusiasmados artistas que nutriam o sonho de uma carreira bem sucedida e rent vel Minha mem ria registra poucas coisas mas jamais me esqueci daquela noite em que todos compenetrados transform vamos nossa criatividade em cartoons caricaturas e charges Papel e crayons esparramados sobre as mesas e como n o 215 poderia deixar de ser muitos risos De repente por atr s de mim quase altura da minha nuca ouvi a voz suave do Z lio endere ando uma pergunta ao sujeito sentado minha frente J tentou violino meu filho Sil ncio absoluto todos os l pis flutuando a tr s cent metros dos couch Cara de por que voc fez isso comigo do camarada sentado a minha frente At que o Z lio explicou Para voc dar certo na vida precisa de trabalho talento e estrela Com talento e trabalho voc vai longe Com talento e estrela tamb m Mascom trabalho e estrela voc ser sempre med ocre Ponto final N o me lembro se o sujeito voltou Eu n o teria voltado teria sa do em busca do meu talento A sabedoria convencional diz que para dar certo na vida voc precisa de intelig ncia forma o acad mica e experi ncia em seu ramo de atividade Mas os consultores atuais concordam com o Z lio de vinte anos atr s o fator
92. ou de Cristo em n s ou a comunh o espiritual com Deus a pr pria experi ncia da vida eterna prometida no evangelho e que constitui o pr mio que dura para sempre Eis a salva o a vida divina fluindo em n s o que nos torna pessoas semelhantes a Jesus Cristo a express o m xima da plena maturidade humana 145 PARA QUE SKESIS Na peregrina o espiritual somos transformados gradativamente no tipo de gente que Deus quer A express o fruto do Esp rito denota um processo de crescimento natural Na dimens o espiritual vamos amadurecendo de maneira muito semelhante ao desenvolvimento de uma semente que floresce para depois frutificar skesis s o exerc cios espirituais que visam nos tornar plenamente conscientes da presen a de Deus de modo a experimentarmos a vida de Deus a partir de nossa intera o pessoal com ele Por meio dos exerc cios espirituais promovemos o alinhamento do corpo com o esp rito e vice versa para nos colocarmos por inteiro sob a a o do Esp rito de Deus O ap stolo Paulo chamou isso de ser fortalecido com poder mediante o seu Esp rito no homem interior 3 O objetivo n o nos colocar na presen a de Deus nem mesmo invocar a presen a de Deus Estamos sempre na presen a de Deus e Deus est sempre conosco o que n o significa que estamos constantemente c nscios de sua presen a muito menos interagindo com ele O objetivo dos exerc cios espirituais portanto nos tornar consc
93. outro ser humano morreu entregue segundo o determinado des gnio e presci ncia de Deus 3 Jesus de Nazar venceu a morte como nenhum outro ser humano venceu Deus o ressuscitou rompendo os grilh es da morte pois era imposs vel que fosse retido por ela 4 Jesus de Nazar det m uma autoridade que nenhum outro ser humano det m Deus o fez Senhor e Cristo Compreendidas no contexto da Lei de Mois s e de tudo quanto os profetas falaram 97 Pedro identifica Jesus de Nazar com o Messias prometido cuja figura indicava autoridade absoluta sobre todos os reinos humanos 23 Mas antes de prometer um Messias para os judeus Deus prometera um redentor para a ra a humana aquele que esmagaria a cabe a da Serpente que havia seduzido o ser humano a declarar independ ncia do Criador 24 A rela o entre Jesus de Nazar e Ad o absolutamente clara no Novo Testamento Howard Mumma acerta ao dizer que Ad o em hebraico significa homem Portanto o que voc tem aqui no G nesis n o a hist ria do que aconteceu a um homem mas a dramatiza o de como as coisas s o com todos n s Ad o um espelho da natureza humana Olhando no espelho de Ad o vemos que o homem uma mistura de bem e mal O homem tem uma aptid o para o verdadeiro o belo e o bom Como tal ele difere de qualquer outra criatura sobre a Terra Essa aptid o a imagem de Deus O mundo em que vivemos o jardim pelo qual andamos Pecado tirar Deus
94. pessoal e mantendo a conduta impr pria do ofensor ent o est errado O perd o visa resguardar dignidades transformar o agressor e restaurar orelacionamento Por essa raz o o perd o n o pode ser outorgado incondicionalmente Nem mesmo Deus perdoa incondicionalmente Deus n o perdoa todo mundo A ora o do Pai Nosso ensina que Deus nos perdoa na medida do perd o que concedemos aos nossos ofensores A raz o bvia o perd o em ltima inst ncia visa interromper o ciclo de agress o Um agressor n o transformado agredir novamente Uma pessoa agredida repetidas vezes ser esmagada em sua dignidade E um agressor contumaz e uma pessoa sem dignidade n o fazem um casal um par de amigos uma fraternidade C S Lewis diz que a no o de que Deus perdoa um homem mesmo que ele continue sendo o que est baseada na confus o entre perdoar e desculpar Desculpar o mal simplesmente ignor lo trat lo como se fosse uma coisa boa Mas o perd o precisa ser aceito exatamente como oferecido para que seja completo um homem que n o admite culpa n o pode aceitar perd o Isso significa que quando a experi ncia do perd o frustrada o problema n o est em quem oferece o perd o mas sim em quem n o admite a culpa 194 M XIMAS Aceita sugest es Ent o levante se agora e v atr s das pessoas que voc ama Se precisar perdoar perdoe as Se precisar pedir perd o pe a Se elas estiverem precisando
95. pode e deve inclusive remunerar mas o amigo jamais Seu relacionamento com o coach pode ser tempor rio at voc alcan ar sua meta O coach voc encontra com hora marcada desenvolve tarefas e presta contas Quando voc se encontra com seu professor de ingl s ele n o pergunta como vai seu casamento E se perguntar voc deve responder com evasivas pois o relacionamento de voc s n o inclui esta dimens o N o est o ali para falar a respeito da intimidade familiar e conjugal mas para estudar ingl s O mesmo ocorre em meus treinos matinais O coach que me ajuda a completar uma maratona n o precisa necessariamente ser a pessoa com quem vou discutir os problemas que tenho na educa o dos meus filhos at porque ele n o precisa saber me aconselhar neste assunto O tema dos nossos encontros deve girar ao redor de suplementa o alimentar diversidade dos treinos caracter sticas dos t nis exerc cios de alongamento e em volta disso trivialidades e curiosidades impessoais at que nos tornemos amigos o que pode inclusive n o acontecer MENTORES 175 Max Gehringer nos ajuda outra vez 12 Mentor um nome pr prio Em seu poema pico Odisseia provavelmente escrito no s culo VIII a C o poeta grego Homero relata as perip cias do rei Odisseu Ulisses em latim a partir do momento em que ele deixa Tr ia sua cidade para um p riplo de batalhas e aventuras que duraria dez anos Para cuidar da administra o d
96. poema Instantes erroneamente atribu do a ele bem poderia servir como seu epit fio Se eu pudesse viver novamente minha vida na pr xima trataria de cometer mais erros N o tentaria ser t o perfeito relaxaria mais Seria mais tolo ainda do que tenho sido na verdade bem poucas coisas levaria a s rio Seria menos higi nico Correria mais riscos viajaria mais contemplaria mais entardeceres subiria mais montanhas nadaria mais rios Iria a mais lugares aonde nunca fui tomaria mais sorvete e menos lentilha teria mais problemas reais e menos problemas imagin rios Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida claro que tive apenas momentos de alegria Mas se pudesse voltar a viver trataria de ter somente bons momentos Porque se n o sabem disso feito a vida s de momentos n o percam o agora Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termometro uma bolsa de gua quente um guarda chuva e um p ra quedas se voltasse a viver viajaria mais leve Se eu pudesse voltar a viver come aria a andar descal o no come o da primavera e continuaria assim at o fim do outono Daria mais voltas na minha rua contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crian as se tivesse outra vez uma vida pela frente Mas j viram tenho 85 anos e sei que estou morrendo Borges entendeu talvez tarde demais que a vida cheia de pequenos momentos que podem
97. presen a de Deus em tudo e todas as coisas O pante smo na verdade fala que Deus exatamente a soma deste tudo e de todas as coisas Deus tudo e Tudo Deus O pante smo al m de roubar de Deus seu mais essencial atributo a saber a pessoalidade esgota se na iman ncia O cristianismo entretanto n o pante sta O cristianismo pode chegar perto do panenteista5 ver tudo em Deus mas jamais do pante smo chamar Deus de tudo Tudo est em Deus nele vivemos nos movemos e existimos 6 disse Paulo ap stolo em Atos 17 citando um poeta grego em seu discurso em Atenas confirmando que dele por ele e para ele s o todas as coisas Teilhard de Chardin falava do le milieu divin n s estamos dentro de Deus pois nunca sa mos 52 de Deus nem vamos a Deus porque estamos sempre dentro de Deus A tarefa da f ou efeito da revela o descobrir esse Deus presente em todas as coisas mas oculto sob mil sinais O universo o grande sacramento 8 Fa o quest o de deixar claro o fato de que a linha que separa o panteismo do te smo muito t nue O teismo sugere que Deus criou o universo e o entregou s leis naturais de modo que o mundo funciona tal qual um rel gio cujo criador deu corda e depois o abandonou sua pr pria sorte Essa compreens o mecanicista da atividade divina roubou de Deus sua transcend ncia sua capacidade de existir al m do seu universo criado sua possibilidade de inter
98. processo de educa o e desenvolvimento humano Foi esse conceito que o ap stolo Paulo usou para comparar o progresso espiritual afirmando que assim como um atleta que compete nos jogos submete se a um treinamento rigoroso a fim de obter uma coroa que logo perece uma coroa de louros tamb m aquele que deseja atingir a plena maturidade deve desenvolver uma disciplina radical para que alcance o pr mio que dura para sempre 1 Cor ntios 9 24 27 Mas que pr mio esse que dura para sempre Qual a coroa que recebe aquele que alcan a a plena maturidade A resposta simples a pr pria maturidade Na verdade o grande pr mio do atleta que completa uma maratona n o a medalha 144 que recebe ao final mas sim o fato de ter se tornado um tipo de gente capaz de completar uma maratona A medalha como um certificado uma esp cie de atestado que diz para todo mundo que aquele sujeito um tipo de gente incomum Afirmar que algu m consegue percorrer um percurso de pouco mais de 42 km implica afirmar que ali est com raras exce es uma pessoa que possui virtudes como disciplina determinar o perseveran a e outros atributos necess rios para chegar ao final de uma prova ol mpica O pr mio daquele que pratica a skesis tornar se um tipo de gente e no caso da peregrina o espiritual crist gente semelhante a Jesus Cristo Essa semelhan a a Jesus Cristo entretanto n o est restrita ao car ter ou ao comportamen
99. que o reino de Deus est dentro de v s 2 isto n o experimentado na dimens o biops quica mas na dimens o espiritual pois carne e sangue n o podem herdar o Reino de Deus 3 Se houve um homem que transitou naturalmente pela dimens o espiritual e que dedicou sua vida a fazer com que as pessoas encontrassem o mesmo caminho esse homem foi Jesus o homem completo Na verdade Deus encarnado 100 Deus 100 homem Mist rio divino Para um observador do estilo de vida de Jesus conforme descrito nos Evangelhos duas coisas chamam especial aten o Em primeiro lugar o fato de que ele jamais esteve contido nos limites da mat ria em rela o ao universo natural ou biops quico da realidade humana Jesus curou doen as e enfermidades das mais diversas andou sobre as guas multiplicou p es e peixes fez cessar tempestade exerceu dom nio 103 sobre esp ritos opressores conduziu bastante gente pelas trilhas da transforma o pessoal e at mesmo ressuscitou mortos O tr nsito de Jesus no meio das multid es era admir vel Conseguia andar no meio da massa sem perder de vista o indiv duo Jesus n o apenas montava e desmontava egos mentais padr es de pensamento paradigmas de racioc nios em si mesmo mas tamb m e principalmente conduzia as pessoas nesse processo extraordin rio de transforma o pessoal Sabia perfeitamente chegar ao mago daqueles que dele se aproximavam foi assim com Zaqueu hom
100. que Deus reage dizendo que est procurando essa resposta h s culos O resumo da pera que amor abnega o Amar dar permiss o para ser ignorado Amar estar disposto a morrer pelo menos ser como um morto um ausente n o existente para aquele que se ama Indo mais longe amar abrir m o de tudo inclusive de si mesmo O Diabo quer expandir se e engolir tudo para 164 tudo chamar de eu Deus quer esvaziar se N s estamos entre estes dois arqu tipos existir em favor do outro numa parceria de amor ou existir em fun o do eu numa guerra tir nica entre egos Espere um pouco voc diria Agora voc colocou Deus e o Diabo no mesmo patamar Nada disso Deus continua sendo Todo Poderoso Deus continua sendo o padr o ao qual todo o Universo especialmente voc deve se conformar sob pena de cair num niilismo sem sa da num caos ainda mais grotesco do que o em que j nos encontramos Lembre se de que estamos em busca de sentido e de significado para a exist ncia humana Pois ent o n o se esque a de que fomos criados imago Dei feitos para viver em uma unidade plural em uma fraternidade solid ria abnegada e altru sta N o fomos feitos para engolir egos de maneira a tornar nosso ego o maior de todos Fomos feitos para conviver e para isso precisamos dar espa o para o ou tro Na verdade devemos admitir que somente encontraremos nossa identidade mais profunda e nossa realiza o m
101. remunera o mesmo que tal atividade n o tenha nada a ver com seu gosto pessoal ou talento Ocupa o vender lim o na esquina mesmo que voc seja engenheiro formado Ocupa o costurar no ateli de sua vizinha mesmo que voc seja economista com p s gradua o na Inglaterra Ocupa o atuar como frentista de posto de gasolina ou ascensorista nos pr dios velhos do centro urbano mesmo que voc j tenha sido um empres rio bem sucedido Ocupa o fabricar tendas mesmo sendo ap stolo como Paulo de Tarso no Novo Testamentos Ocupa o prestar todo e qualquer servi o digno ainda que incompat vel com sua prefer ncia forma o ou talento quando voc n o tem outra alternativa honesta para levar para casa o p o de cada dia ou n o possa mais esperar aquela oportunidade que combina melhor com voc Emprego o ambiente em que alugamos nossas compet ncias conhecimentos experi ncias e talentos No emprego cooperamos para que o empregador alcance 219 seus objetivos em troca de uma remunera o que nos permite correr atr s dos nossos objetivos ap s o expediente Isso explica o sujeito que trabalha como caixa de banco mas que se dedica voluntariamente a um projeto de apoio a crian as especiais ou aquela senhora que vendedora de produtos de beleza mas que gosta mesmo de fazer docinhos e salgadinhos para as festas aos finais de semana no seu bairro Ela vive dizendo ao marido que seu sonho t
102. reos encarna o morte e ressurrei o de Jesus e a promessa da ressurrei o do corpo de todo aquele que cr TENS O Quer ver como funciona Voc deve ser igual a mim Convive com uma dupla aspira o e uma quase insol vel tens o Ao mesmo tempo que aspira transcend ncia est igualmente suscet vel aos apelos da iman ncia Quer o c u mas n o consegue abrir m o das boas coisas da terra Eu sei que voc assim tamb m Busca a experi ncia de xtase espiritual mas n o rejeita uma manga rosa o cheiro de alecrim o aroma do caf tomando a casa pela manh um banho de cachoeira uma caminhada na beira da praia sentindo a gua gelada entre conchas e pedrinhas que massageiam os p s ao p r do sol o barulho das ondas a brisa fresca e leve o cheiro de maresia Durante muito tempo sentia me culpado quando percebia momentos em que estava muito mais interessado numa bacia de pipoca do que num retiro para ora o e medita o Mas j me livrei desse peso Robinson Cavalcanti bispo anglicano disse que um bom n mero de pessoas deseja ser anjo e outros tantos desejam ser bicho Alguns querem apenas a dimens o espiritual enquanto outros apenas a dimens o animal Poucos s o os que desejam ser gente Crescer para ser gente significa aprender a transitar entre o p da terra e o f lego da vida numa valsa que entrela a os dois 133 DUAS VIAGENS Fui almo ar com dois amigos Conversamos a respeito de val
103. rios executivos e profissionais liberais num evento que aconteceu no Sheraton Mofarrej Hotel em S o Paulo organizado por um grupo de amigos muito especiais 3 Aquelas experi ncias abriram as portas para caminhos que me levaram para fora do mundo da religi o institucionalizada no qual desenvolvi minha voca o pastoral nos ltimos vinte anos Na verdade sempre desejei buscar as ovelhas que n o eram desse aprisco o aprisco da religi o Durante todos os anos em que atuei como pastor em uma comunidade crist local encontrei muitas pessoas apaixonadas por espiritualidade mas que ao mesmo tempo detestavam a religi o e para falar a verdade n o cabiam e n o cabem dentro da subcultura crist evang lica Sempre tive um rebanho marginal desconhecido de minha comunidade local an nimo no audit rio em que falo aos domingos que se encontra comigo no dia a dia da cidade de S o Paulo e com quem converso virtualmente desde os mais in spitos recantos do Brasil e do mundo Acabo de receber um e mail vindo do leste da Europa de algu m com quem estou conversando j h mais de dois meses mas que nunca tive o prazer de encontrar pessoalmente Pessoas que n o descartaram o sonho do evangelho da espiritualidade crist mas que ibram feridas ou que se frustraram nos bastidores da experi ncia religiosa Pessoas que jamais pisaram um templo evang lico e que se espantam quando ficam dizendo que sou pastor de uma Igreja Batis
104. s minhas varia es de humor e tento discernir sempre as raz es por que estou triste com raiva com medo euf rico ou com aquela sensa o de alguma coisa que n o sei o que est fora do lugar dentro de mim Quando esses padr es de humor come am a repetir se percebo que hora de uma visita mais profunda ao lugar onde o Pai me v em secreto 46para encontrar novos caminhos e viv ncias que me conduzam a um patamar de maior maturidade Outro sinal que procuro observar o conte do das minhas ora es Gosto da pr tica b blica de orar tr s vezes Paulo ap stolo orou tr s vezes para que Deus o livrasse do que chamava de espinho na carne e Jesus orou tr s vezes no G tsemani em sua agonia antes da cruz Orar tr s vezes ensina que devemos orar at que o peso que nos leva ora o seja retirado de nosso cora o N o se trata de um n mero cabal stico nem de uma simpatia de preces Em minha experi ncia pessoal as ora es repetitivas denunciam quest es mais profundas do que aquelas que eu imaginava ao iniciar minhas s plicas Por tr s das ora es repetitivas e portanto n o atendidas por Deus devem existir perguntas do tipo por que isso t o importante para mim por que estou insistindo tanto nisso como seria minha vida caso esta ora o n o for atendida e quanto estou dependente desta resposta Gosto da sabedoria de Viktor Frankl ao ensinar que quando a circunst ncia boa devemos des
105. ser partilhadas ang stias para as quais n o h empatia poss vel O cora o de cada ser humano um solo sagrado que muito poucas pessoas t m permiss o de pisar e que pouqu ssimas conseguem faz lo Nesse sentido cada um de n s est fadado a uma dimens o de solid o o que na verdade o espa o existencial particular e necess rio sem o qual seria imposs vel a constru o de uma identidade singular Tamb m verdadeiro que a constru o dessa identidade n o abstra a mas acontece na din mica das intera es que se processam desde o ventre materno e em boa dose determinada pela bagagem gen tica o que explica o fato de voc ser t o parecido com seu av Nesse sentido ningu m uma ilha pois estamos todos consciente ou inconscientemente sob influ ncias as mais diversas Incidem sobre n s os raios de luz e as sombras tanto daquelas pessoas de quem deliberadamente resolvemos nos aproximar e que amamos explicitamente com quem resolvemos partilhar nossa peregrina o pela exist ncia quanto daquelas que nos esbarram sem nossa permiss o partilham de nossos espa os sem que as tiv ssemos convidado e invadem nossa intimidade n o poucas vezes sem nos darmos conta Por exemplo em que propor o sua auto imagem afetada pelas estrelas do show biz Quem disse que voc tem de emagrecer Por que voc corta o cabelo desse Jeito ou por que est cursando arquitetura At que ponto voc pensa o que pensa porque
106. suas mazelas precisam de pessoas problemas para permanecer sempre na condi o de v tima Quem observa de fora imagina um pai abnegado uma esposa sol cita uma m e capaz de sacrificar se ao m ximo pelos filhos Mas a verdade que se escondem atr s da desgra a e infort nio do outro e optam consciente ou inconscientemente por manter a rela o de depend ncia para que n o precisem encarar de frente seus pr prios fantasmas Finalmente creio que a mais elevada express o de servi o que mant m um relacionamento a disponibilidade ou a iniciativa de fazer o que se sabe que deve ser feito Nos relacionamentos pessoais mais imediatos como o conjugal o familiar e o das amizades essa a dimens o mais dif cil do servi o pois trata das tarefas cotidianas corriqueiras e triviais Coisas como ajudar a tirar a mesa depois daquele jantar entre amigos levantar para atender o telefone desviar se do caminho para dar uma carona buscar o resultado do exame no laborat rio ou mesmo passar a noite no hospital com o amigo rec m operado Esses atos de servi o devem ocorrer sem que sejam solicitados Tamb m n o devemos perguntar se o outro deseja ajuda A resposta geralmente n o n o precisa se incomodar ou n o n o quero incomodar voc sei que voc atarefa da Invariavelmente as mesmas pessoas que diriam n o oferta de ajuda jamais se esquecem dela quando espontaneamente n s as doamos Talvez voc seja tentado a
107. ter feito Ele olhou bem nos meus olhos e disse Por exemplo agora pai sei que voc detestou o que eu fiz com a trufa mas eu 185 fiz de prop sito Sei que voc se controlou muito para n o me repreender e fazer um discurso a respeito de boas maneiras mesa Mas convenhamos que comer uma trufa de chocolate e lamber os dedos uma del cia Voc poderia dizer que isso pode ser eventualmente feito em casa e n o em p blico Mas hoje uma data muito feliz para nossa fam lia e estamos celebrando nossa alegria e eu n o quis me privar desse prazer Naquele dia descobri que meu filho n o era mais uma crian a e tive mais uma indica o de que eu ainda n o era um homem Alguns anos depois fui almo ar com um atleta muito famoso capit o de um dos maiores clubes de futebol do Brasil Quando fui me servir deixei cair um pouco de molho de tomate na toalha Ele olhou para mim com um sorriso maroto e apontou a sujeira para o outro amigo que estava mesa como quem diz veja s arrumamos um pastor meio atrapalhado para nos aconselhar Perguntei a ele por que estava rindo e ele simplesmente respondeu que achava engra ado quando gente grande faz lamban a mesa Todos rimos gostosamente lembrando que n o havia coisa mais deliciosa do que comer manga lambuzando m os e bra os ou chocolate enquanto derrete entre os dedos A raz o de exigirmos que as pessoas sejam ou que se tornem aquilo que queremos geralmente est
108. tico positivo 3 Filos Diz se do que v lido para todos e n o apenas para um indiv duo 4 Diz se de fen meno natural que se determina conforme os crit rios cient ficos vigentes V complemento direito idealismo nova o a pronome e vertigem a S m 5 Mat No m todo interativo o valor final para o qual convergem progressivamente os resultados das sucessivas intera es 6 Objeto prop sito Do lat propositu S m 1 Algo que se pretende fazer ou conseguir inten o intento projeto 2 Delibera o determina o decis o resolu o 3 Modo sisudo tino prud ncia 4 Rela o liga o 5 Fim a que se visa Cf prep sito A prop sito 1 A respeito 2 Oportunamente convenientemente 3 V por sinal A prop sito de 1 Pelo fato de 2 Com respeito a De prop sito 1 Por querer por acinte intencionalmente adrede Fora de prop sito 1 Alheio ao assunto ou s circunst ncias presentes despropositado finalidade De final i dade lat tard finalilale desin ncia termina o S i 1 Fim a que se destina uma coisa objetivo alvo destina o 2 Causa final i e explica o intelectual dum fen meno pelos acontecimentos que se lhe seguem pelo fim a que ele se destina Finalidade externa Filos 1 A que tem por fim um ser diferente daquele que total ou parcialmente meio de realizar esse fim Finalidade imanente Filos 1 A que resulta da natureza e d
109. trabalhar Ao sair do elevador ela cumprimenta sorridente as faxineiras do edif cio onde mora sabe o nome das pessoas que est o no ponto de nibus todo dia no mesmo hor rio conversa com o zelador do pr dio onde trabalha leva a receita do bolo que prometeu para a mulher do caixa do supermercado onde na volta para casa compra algumas coisas para o jantar e quando entra em casa parece que abriram uma janela de cara para o sol Isso voca o um talento exercido todo o tempo em todo lugar a servi o de todo mundo Por isso que a voca o uma extens o do que voc e n o apenas o que voc faz Um dos meus amigos tem o que chamamos de mem ria de elefante Ele recorda facilmente datas hor rios conversas e tudo relacionado Suas narrativas s o ricas 220 em detalhes Chega ao absurdo de lembrar o dia e a hora que liguei as palavras literais que usei a pergunta que ele me fez e como respondi e as decis es que tomamos juntos Sabe o que ele faz na vida m dico Tenho certeza de que ele n o olha para seus pacientes com aquela cara de voc quem mesmo ou que exame mesmo eu pedi para o senhor ou qual foi a ltima vez que a senhora esteve aqui Eis um padr o de pensamento sentimento e comportamento isto um talento que afeta radicalmente a atividade profissional Voc pode ter uma ocupa o um emprego e uma carreira sem exercer sua voca o Veja por exemplo algu m que escolheu a c
110. voc quer andar com Deus ou quer andar sozinho Por isso o prop sito de transcender implica uma op o n o apenas algumas ora es eventuais Devo fazer entretanto duas observa es A primeira que acredito que Deus ouve as ora es de todas as pessoas sem distin o Toda vez que o nome de Deus invocado ele atende responde reage O Senhor est perto de todos os que o invocam de todos os que o invocam com sinceridade 16Quando Deus se manifesta pode inclusive conceder o que foi suplicado independentemente de quem seja o suplicante A B blia est cheia de testemunhos de d divas divinas para pessoas que n o se importavam em andar com ele A multid o era beneficiada pela ministra o amorosa e compassiva de Jesus mas nem todos os agraciados tornavam se seus seguidores A maioria ali s preferia a benesse circunstancial do que a radicalidade do discipulado Jesus denunciou a turma que o seguia somente por causa do p o no caso material de trigo mesmo e observou que de dez leprosos curados apenas um voltou para agradecer 18 O mais interessante dos exemplos biblicos a respeito da disponibilidade de Deus a hist ria de Corn lio Era um homem temente a Deus e que fazia ora es e dava esmolas aos pobres mas n o possu a a revela o completa a respeito desse Deus a quem buscava Corn lio representa aqueles que acreditam em um ser espiritual superior e reverenciam a Deus mesmo sem conhec
111. 11 NVI Lembre se de que entre o escritor do Livro do G nesis muito provavelmente Mois s e Mateus o evangelista que narra a tenta o de Jesus h um intervalo de quase mil e quinhentos anos Mateus e Jo o por sua vez apesar de contempor neos inclusive de Jesus de Nazar escrevem seus textos num intervalo aproximado de 50 anos Mas o impressionante que os conceitos s o os mesmos a matriz existencial a mesma a leitura que fazem do ser humano e sua luta com as for as transcendentes a mesma Apenas os resultados s o absolutamente 40 diferentes Vamos imaginar esse paradigma distendido no tempo desde Ad o e Eva passando por Jesus e chegando at n s Existem tr s tr ades que se repetem nesses processos Eva imagina que a rvore boa para se comer e isso se refere tenta o na dimens o da necessidade f sica o que para Jesus foi a fome depois de 40 dias de Jejum o que o levou a ser tentado a transformar pedras em p es e para n s hoje o que o evangelista chamou de cobi a da carne Em segundo lugar Eva ficou fascinada porque o fruto do conhecimento do bem e do mal era agrad vel aos olhos 10 Da mesma maneira Jesus foi levado ao alto monte onde o Diabo mostrou lhe todos os reinos do mundo e as suas A grandezas 1 o que para n s equivale cobi a dos olhos 12 Talvez da venha o ditado o que os olhos n o v em o cora o n o sente do qual se deduz que o desejo
112. Esta a diferen a entre o monote smo trinit rio crist o e os outros monote smos unit rios como o juda smo e o islamismo Nestes encontramos a solid o do Uno de um Deus que n o tem nenhum outro igual com o qual possa se relacionar O cristianismo a nica religi o monoteista que cr num nico e indivis vel Deus que se manifesta como uma Trindade de Pessoas O Deus crist o e b blico n o existe solitariamente ele sempre a comunh o das tr s pessoas divinas 4 Leonardo Boff segue a mesma trilha mas inclui tamb m o ser humano na unidade da Trindade As pessoas eternas co existem umas dentro das outras Um dinamismo de vida e de amor as une de tal forma que se constituem a si mesmas numa uni o integradora 161 plena e completa Essa unidade se constitui pela abertura essencial de uma Pessoa outra mais ainda pela interpenetra o de uma na outra de tal forma que s o sempre uma com a outra Esta unidade est aberta para fora pois insere nas pessoas amadas tamb m as perdidas que buscam perd o e o universo em sua totalidade O resumo dessa rela o indissoci vel entre as pessoas da Trindade e as pessoas humanas corno eu e voc est expl cito nas palavras afetivas com que Jesus ora ao Pai que est nos c us N o rogo somente por estes mas tamb m por aqueles que vierem a crer em mim por interm dio da sua palavra a fim de que todos sejam um e como s tu Pai em mim e eu em ti ta
113. Irm o Louren o autor do cl ssico devocional 4 pr tica da presen a de Deus ponta que ao chegar ao monast rio foi enviado a trabalhar na cozinha o que lhe causou grande decep o pois imaginava que se dedicaria o tempo todo ora o Mas isso lhe rendeu o t tulo de senhor de todos os caldeir es e panelas e lhe serviu como porta de acesso a uma das mais extraordin rias experi ncias de intimidade com Deus Testemunhou sua experi ncia dizendo que a hora dos neg cios n o difere para mim da hora de ora o e no barulho e alarido da minha cozinha enquanto diversas pessoas ao mesmo tempo pedem coisas diferentes possuo a Deus em t o grande tranquilidade como se estivesse de joelhos para o bendito sacramento Ele de fato acreditava que n o existe um modo de vida no mundo mais agrad vel e mais cheio de deleite do que a conversa o cont nua com Deus Foi ele quem nos recomendou fazer do cora o uma capela bem verdade que o irm o Louren o admite ter levado pelo menos dez anos para aprender a orar sem cessar mas isso s prova que mesmo poss vel Creio como Thomas Kelly sugere que poss vel ordenai a nossa vida mental em mais de um n vel ao mesmo tempo Em um n vel podemos estar pensando discutindo vendo calculando satisfazendo todas as exig ncias de afazeres externos Mas muito no fundo por tr s das cenas num n vel mais profundo podemos tamb m estar em ora o e adora o Confesso que ainda n
114. Paul Sartre Talvez encon tr ssemos algumas placas sinalizadoras para o bem viver deixadas por aqueles que tentaram fazer o mapa da alma como Sigmund Freud Alfred f Adler Cari Jung e Viktor Frankl Melhor proveito ter amos se busc ssemos o porqu das coisas e as raz es por tr s do universo como buscaram Tales S crates Plat o Arist teles Ren Descartes e seus tantos pares menos c lebres Poder amos avan ar bastante seguindo as trilhas da filosofia oriental desenvolvendo suas disciplinas e aprendendo das inesgot veis hist rias de conversas enigm ticas entre mestres e disc pulos E sem sombra de d vidas colher amos maravilhosos frutos do pomar das tradi es da espiritualidade judaico crist desde o Antigo e Novo Testa mentos iniciando com a sabedoria rab nica aprendendo com os Pais da Igreja e ouvindo corretamente os Reformadores Mas dever amos parar reverentemente 34 diante do incompar vel e inevit vel Jesus de Nazar TRANSCEND NCIA Com rar ssimas exce es os grandes pensadores da hist ria da humanidade concordaram que o bicho homem essencialmente um ser transcendente que n o pode encontrar sua realiza o neste mundo da iman ncia e que portanto como disse Fyodor Dostoyevsky carrega no cora o um vazio do tamanho de Deus e que vive repetindo a ora o de Agostinho chamado Santo O Deus inquieto bate meu cora o enquanto n o descansar em ti N s humanos somos essencialme
115. Richard Foster em seu livro Ora o o ref gio da alma Ali encontrei alguns esclarecimentos extraordin rios Teresa de vila me fez ver que n o existe fase de ora o t o sublime que n o seja necess rio voltar sempre ao in cio John Dalrymple me convenceu de que jamais superaremos esse tipo de ora o porque jamais superaremos as necessidades que lhe deram origem C S Lewis me ajudou a orar sem m scaras ao dizer que devemos colocar diante de Deus o que est em n s e n o o que deveria estar em n s C H Spurgeon confrontou meu orgulho dizendo que quer gostemos quer n o pedir a regra do Reino Mas Foster me desmontou com a declara o do bvio ao afirmar que o nico lugar em que Deus pode nos aben oar aquele em que nos encontramos pois nesse lugar que estamos Essas percep es me ajudaram a compreender a sabedoria de Paulo ap stolo ensinando a orar N o andeis ansiosos de coisa alguma em tudo por m sejam conhecidas diante de Deus as vossas peti es pela ora o e pela s plica com a es de gra as E a paz de Deus que excede todo o entendimento guardar o mr vosso cora o e a vossa mente em Cristo Jesus Simples Ali s ora o simples N o estou completamente curado N o censuro quem o faz mas tenho absoluta dificuldade em pedir a Deus que arrume uma vaga no estacionamento do shopping ou que mantenha a bilheteria do teatro aberta at eu chegar Continuo acreditando qu
116. Schabat S o Paulo Perspectiva 2000 Houston James Mentoria espiritual Rio de Janeiro Sepal 2003 Em busca da felicidade S o Paulo Abba Press 2002 Huxley Mdous A filosofia perene S o Paulo Cultrix 1995 Jones Laurie B Thepath creating your mission statementfor worh and for life Nova York Hyperion 1996 Kazantz kis Nikos Ascese S o Paulo tica 1997 Kempis Thomas 4 imita o de Cristo S o Paulo Shedd Publica es 2001 Kiyosaki Robert T Lechter Sharon Pai rico pai pobre Rio de Janeiro Campus 2000 Klein N omi Sem logo Rio de Janeiro Record 2003 Kushner Harold Living a life that matters Nova York Alfred A Knopf 2001 How Good do We Have to Be Canad Little Brown 1996 To life USA Rabbinical Assembly 1993 Qiiando tudo n o o bastante S o Paulo Nobel 1987 Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas S o Paulo C rculo do Livro 1981 Kushner Lawrence Deus esteve aqui e eu n o sabia S o Paulo C rculo do Livro 1991 Ledoux Joseph O c rebro emocional Rio de Janeiro Objetiva 1998 Leider RichardJ O poder o prop sito S o Paulo Mercuryo 2000 Leone Alexandre G 4 imagem divina eo p da terra S o Paulo Humanitas FFLCH USP 2002 Lewts C S Cristianismo puro e simples S o Paulo ABU 1989 As cartas do coisa ruim S o Paulo Edi es Loyola 1982 Lightman Alan Sonhos de Einstein S o Paulo Cia das Letras 1997 Masi Domenico
117. a ensin las a encontrar sua identidade mais 102 profunda e acessar a realidade plena no eterno agora DEMASIADAMENTE HUMANO O homem mais do que uma m quina biops quica Voc muito mais do que um organismo com vontades sentimentos e intelig ncia Este muito mais chamado de esp rito a dimens o do ser que transcende o tempo e o espa o O ap stolo S o Paulo chamava esse muito mais de homem interior Por isso n o desanimamos pelo contr rio mesmo que o nosso homem exterior se corrompa contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia Porque a nossa leve e moment nea tribula o produz para n s eterno peso de gl ria acima de toda compara o n o atentando n s nas coisas que se v em mas nas que se n o v em porque as que se v em s o temporais e as que se n o v em s o eternas 2 Cor ntios 4 16 18 ARA O homem exterior est sujeito aos desgastes naturais do tempo adoece envelhece enfraquece fica senil Ele instintivo e reage s circunst ncias tentando sobreviver tem fome e come tem sono e dorme tem apetites e desejos e atira se alucinado em busca de satisfa o imediata Mas o homem interior que transcende Est destinado e equipado para ir al m dos limites biops quicos Quando Jesus disse que o esp rito est pronto mas a carne fraca 1 estava se referindo a essas duas dimens es o homem interior esp rito e o exterior carne Jesus disse tamb m
118. a mas de fato as pessoas que t m metas e objetivos mas n o t m prop sito escoraram a escada em parede nenhuma Sua peregrina o rumo aos objetivos atrav s das metas n o encontra sustenta o Chegam l mas como se n o tivessem chegado Conseguiram alcan ar a meta de comprar a casa para realizar o objetivo de dar mais conforto para a fam lia mas se esqueceram de perguntar se era mesmo o conforto o que traria a todos o senso de plenitude Essas pessoas n o vivem nem de acumula o nem de ilus o Vivem de frustra o Cruzam a linha de chegada e caem no vazio percebendo que a conquista da meta e a realiza o do objetivo n o supriram as fomes essenciais e reais anseios do cora o Isso explica por que o mundo est cheio de gente infeliz sem saber por qu ou pior gente infeliz que acredita ter tudo para ser feliz Alcan aram suas metas mas isso n o bastou Concretizaram seus objetivos mas isso n o satisfez Realizaram seus desejos mas isso de nada adiantou A raz o simples a felicidade n o um lugar aonde se chega mas sim um jeito como se vai 83 PROP SITOS Andr Comte Sponville explica que virtude poder mas poder espec fico A virtude do hel boro n o a da cicuta a virtude da faca n o a da enxada a virtude do homem n o a do tigre ou da cobra A virtude de um ser o que constitui seu valor em outras palavras sua excel ncia pr pria a boa faca a que corta bem o b
119. a Jesus 4 Na verdade o corpo o ponto focal da exist ncia humana Em termos simples e bvios n o h possibilidade de experi ncia humana com Deus sem levar em considera o o corpo Qualquer relacionamento que o homem possa ter com Deus mediado pelo corpo Em palavras simples n o h mente sem c rebro consci ncia sem neur nio Embora muitas pessoas pensem que a religi o traia das coisas do esp rito arrisco dizer que o cristianismo uma religi o centrada no corpo A encarna o a crucifica o e a ressurrei o s o eventos do corpo A maior celebra o crist o ato cont nuo de relembrar a entrega que Jesus Cristo fez de si mesmo em favor de toda a ra a humana seu corpo partido e seu sangue derramado 15 A vida espiritual uma vida no corpo por uma raz o simples a vida humana uma vida no corpo Excluir o corpo de nossas vidas excluir nossa vida dessa dimens o de exist ncia e justamente nela que recebemos a vida eterna o fluir da vida divina em n s de modo que a vida que recebemos de Deus est rela cionada com nosso corpo Nem mesmo a vida depois da morte extracorp rea pois cremos na ressurrei o do corpo 16 para que a sua vida de Jesus tamb m se manifeste em nosso corpo mortal 17 A vida espiritual n o uma vida superior separada do corpo nem que corre em paralelo nossa exist ncia corp rea A encarna o de Deus em Jesus a afirma o da rela o ent
120. a cabe a e mais conveniente s minhas necessidades Fui procurado por uma mulher aflita diante da necessidade de decidir entre casar ou romper o noivado Pastor meu noivo muito violento e s vezes chega inclusive a me agredir fisicamente ela me disse Mas tamb m carinhoso e sempre chora se arrepende e me pede perd o quando me trata mal ou me fere com o seu jeito de ser A expectativa daquela mo a era que eu lhe dissesse se ela deveria casar ou n o Sua real inten o era saber se eu acreditava na possibilidade de mudan a do noivo e se poderia garantir que isso aconteceria Minha resposta foi evasiva N o disse que acreditava nem que desacreditava apesar de sempre crer nas possibilidades muito menos prometi qualquer garantia de que o homem seria transformado Mas emiti minha opini o dizendo que ela somente deveria casar se estivesse disposta a viver com ele daquele jeito para o resto da vida pois a mo a deveria casar com o homem que ele era e n o com o homem que ele poderia vir a ser Caso o homem que ele era n o lhe fosse suficiente certamente passaria a vida tentando transform lo e assim correria o s rio risco de se frustrar al m de rapidamente tornar se incapaz de celebrar e de desfrutar o homem que teria ao lado Karl Lachler meu professor no Semin rio de Teologia me ensinou que o ideal do casamento que um mais um some um mas que em alguns casamentos um mais um somam tr s ou quatro A B
121. a moeda Pessoas precisam de pessoas para serem pessoas como bem disse Augustine Shutte N o poderia ser diferente Um Deus plural que perfeito na perfeita unidade entre iguais ao criar um ser sua imagem e semelhan a deveria criar um ser cuja perfei o fosse poss vel somente e necessariamente numa unidade entre iguais E Deus n o igual ao homem Por essa raz o Deus n o suficiente para a plena realiza o humana Acredito piamente que sua vida ser t o saud vel quanto saud veis forem as pessoas com quem voc se relaciona Mas n o basta estar rodeado das pessoas certas necess rio conviver da maneira certa Isso quer dizer que algumas pessoas podem ser instrumentos de vida para voc mas apenas se voc souber absorver sua influ ncia positiva enquanto outras podem ser instrumentos de morte mas tamb m apenas se voc permitir que elas despejem sobre voc seu potencial destrutivo Por isso acredito tamb m que sua vida ser t o saud vel quanto saud veis forem seus relacionamentos com as pessoas com quem voc convive 168 Toda pessoa uma ilha Nenhuma pessoa uma ilha Qual a afirma o verdadeira Talvez estejamos novamente diante de duas verdades aparentemente excludentes por m complementares paradoxo Toda pessoa uma ilha porque a individualidade implica dimens es da alma que ningu m capaz de compreender dores que ningu m capaz de suportar l grimas que n o podem
122. a nova compet ncia profissional lan ada como moda e uma nova tranqueira tecnol gica despejada no mercado Al m disso dezenas de e mails com recados do tipo essa voc n o pode deixar de ler lotam nossas m quinas diariamente A VIDA E SEUS LIM ES Avida nem sempre nos trata como desejamos O mundo injusto As trag dias e calamidades n o escolhem a quem tentar destruir De quando em vez nada mais coerente do que estar com o estado de esp rito perturbado Uma das mais intrigantes passagens da vida de Jesus aconteceu s portas do t mulo de L zaro seu amigo narrada no Evangelho de Jo o cap tulo 11 Na verdade a not cia de que L zaro estava gravemente enferrno chegara quatro dias antes com as palavras Aquele a quem tu amas est morte Jesus n o se abalou com a not cia nem alterou seus planos imediatos pois tinha prop sitos muito mais elevados do que a simples cura f sica de um amigo Ao chegar casa de L zaro recebe a not cia de que ele estava morto havia quatro dias Nesse momento chora Mas por que chora Ali s parece mesmo contradit rio que Jesus sabendo que res suscitaria L zaro dali a poucos minutos se entregasse s l grimas e se deixasse invadir por sentimentos para a maioria de n s indesejados Mas acredito em outra poss vel leitura do evento O fato de que L zaro voltaria vida em poucos minutos n o anulava a realidade de que naquele exato momento estava morto Diante de um am
123. a palmeira for apenas um sabi na palmeira e se n o houver nada por tr s da sequ ncia de dias e noites Imagino que alguns religiosos sacariam do coldre a B blia e despejariam sobre o poeta uma avassaladora saraivada de conceitos mostrando que isso mesmo No c u o mundo far sentido e depois tentar o confortar o poeta convidando o a acreditar que Jesus poder lev lo para l o c u Mas n o posso ser contado entre eles AL M DA IMAN NCIA E DA TRANSCEND NCIA Na teologia crist transcend ncia e iman ncia s o dois atributos de Deus A transcend ncia trata do Deus Totalmente Outro como se referem os te logos aquele que habita em luz inacess vel 1 A transcend ncia a afirma o de que Deus embora presente e perpassando tudo n o pode ser retido nas malhas de nenhuma presen a concreta 2 A transcend ncia diz que Deus est no mundo mas tamb m fora dele Ou como diz Huxley somente o transcendente o completamente outro pode ser imanente sem ser modificado pelo vir a ser daquilo que ele habita 3 Em outras palavras Deus est no mundo mas n o o mundo Deus abrange o todo mas mais do que o todo Deus est aqui e al m Por uma raz o simples Deus e n o pode ser contido pelo que est A iman ncia por sua vez fala que Deus est presente e ativo dentro de sua cria o 4 como fundamento de toda a realidade Este conceito bem desenvolvido nas tradi es orientais Por exempl
124. a ser desfrutada Seria essa pelo menos a vis o de 17 o maior grupo de 200 personalidades marcantes cujas palavras foram analisadas por uma equipe de psic logos americanos Entre os que partilhariam dessa vis o est o o ex presidente dos EUA Thomas Jefferson e a cantora Janis Joplin que morreu aos 27 anos Em segundo lugar aparecem aqueles que acreditavam que o sentido da vida amar ajudar e prestar servi os aos demais Neste grupo est o o f sico Albert Einstein e o l der indiano Mahatma Gandhi Mas h tamb m os pessimistas para quem a vida simplesmente n o tinha sentido Onze por cento segundo o estudo pensavam dessa forma Entre eles Sigmund Freud e os escritores Franz Kafka e Jean Paul Sartre Finalmente um menor n mero de estudados pensava que a vida simplesmente uma piada Neste time est o o cantor Bob Dylan e o escritor Oscar Wilde 7 Devo confessar que se fosse entrevistado por esse grupo de psic logos marcaria X 228 em todas as alternativas Estou entre aqueles que acreditam que o sentido da vida est em viver Tamb m acredito que o sentido da vida n o encontrado na resposta definitiva nem que exista uma nica experi ncia que resolva em termos cabais o dilema da exist ncia humana Foi meu tio quem me ensinou que a gente deve viver como se j tivesse encontrado a resposta mas sabedores de que jamais a encontraremos sen o indo procur la sempre O mist rio da vida se resolve passo a pa
125. ais plena quanto mais espa o dermos para que outros existam conosco e quanto mais estivermos dispostos a existir com outros SOFRER Os gregos n o buscavam o amor Buscavam a paz Mais precisamente a serenidade um esp rito inabal vel resultado de duas caracter sticas que deveriam ser desenvolvidas no ser humano aut rkeia e ap theia Aut rkeia era a perfeita independ ncia A perfeita auto sufici ncia em rela o a qualquer objeto ou qualquer pessoa Era uma atitude pr pria daqueles que acreditavam que encontrariam sua plena realiza o e sua felicidade em si mesmos isto que n o podiam depender de nada fora de si mesmos para que se tornassem realizados e felizes Aap theia era a incapacidade de ser abalado Da vem a nossa palavra apatia que o Aur lio define como estado de insensibilidade impassibilidade indiferen a No cepticismo e no estoicismo estado em que a alma se torna insens vel dor e a qualquer sofrimento O est ico Epicteto contempor neo do ap stolo Paulo ensinava que o homem pode desenvolver afei o desde que nunca em tempo algum dependa de outra pessoa para a sua felicidade e alegria A filosofia o treinamento para a indiferen a Os homens nunca devem fixar seus cora es em ne 165 nhum objeto ou pessoa porque nada e ningu m deve ser necessidade para um homem O homem deve ensinar se a n o se importar com nada Dizia que o homem primeiro deve come ar a n o se i
126. al a vida espiritual essa esp cie de vida mais elevada diversa da nossa que existe em Deus Usamos a mesma palavra vida para ambas mas na realidade a diferen a que h entre a vida biol gica e a vida espiritual t o grande que prefiro usar nomes distintos para referir me a elas A vida biol gica que recebemos da natureza e que como tudo o mais que h na natureza tende a esgotar se e decair de forma que s pode manter se se receber subs dios permanentes dessa mesma natureza sob a forma de ar gua alimento etc a essa vida daremos o nome de Bios J a vida espiritual que est em Deus desde toda a eternidade e que criou todo o Universo natural dar lhe emos o nome de Zoe Bios apresenta sem d vida uma semelhan a vaga e simb lica com Zoe mas apenas o tipo de semelhan a que existe entre uma fotografia e o lugar fotografado ou entre 92 uma est tua e um homem Um homem que passasse da condi o de ter vida Bios para a de ter Zoe teria sofrido uma transforma o t o grande como uma est tua que passasse da condi o de pedra esculpida para a condi o de ser humano real E este o tema central do cristianismo O nosso mundo um imenso ateli de um grande escultor N s somos as est tuas e entre n s corre o rumor de que um dia alguns de n s vamos receber vida 10 Fico impressionado com a coer ncia do evangelho Jesus diz que quem quer participar do Reino de Deus deve nascer de novo O primei
127. alestra at porque viver com prop sitos um estilo de vida Por esta raz o convido voc para participar do Semin rio Vivendo com Prop sitos e passar a integrar a Comunidade virtual Vivendo com prop sitos e receber newsletters peri dicas informa es a respeito de palestras congressos e semin rios complementares Voc tamb m pode frequentar o site para desenvolver intera es com centenas de outras pessoas e principalmente construir relacionamentos pessoais nada virtuais Para maiores informa es visite www vivendocompropositos com br www edrenekivitz com br ou ligue 11 3257 4909 11 3258 2094 Ed Ren Kivitz Sobre o Autor Ed Ren Kivitz te logo e escritor Fundador e diretor da Galilea Consultoria e Treinamento conferencista em semin rios congressos e workshops e um dos mais respeitados preletores crist os do pa s capaz de contextualizar os princ pios da espiritualidade para as mais diversas situa es do cotidiano Desde 1989 atua como pastor presidente da Igreja Batista de gua Branca onde semanalmente faz 246 confer ncias trazendo sempre uma luz nova sobre a espiritualidade contextualizando os princ pios crist os para as mais diversas situa es do cotidiano Casado com S lvia Regina tem dois filhos Fernanda e V tor e vive atualmente em S o Paulo 247
128. am lia em f rias regulares para aqueles lugares fascinantes de que sempre ouviu falar E ainda conseguir a paz de esp rito que acompanha a realiza o das coisas que voc deseja muito realizar na vida Quero fazer lhe uma pergunta por que voc comprou este livro N o ser por acaso porque o preocupa n o ter tudo o que deseja Voc quer saber a forma de conseguir sucesso financeiro e social bem como nas rela es familiares e tamb m busca uma maneira de encontrar plena satisfa o em todos os aspectos 25 da vida Se eu tra asse uma linha e lhe dissesse que se voc a atravessasse com um s passo sua vida mudaria para melhor ser que n o daria esse passo claro que sim Se voc soubesse que dar o passo garantiria paz interior prosperidade e bem estar n o hesitaria um segundo Pois voc ter a oportunidade de dar esse passo para entrar numa vida de felicidade e de sucesso medida que continuar lendo este livro Atravessar a linha realmente funciona Dar o passo para o outro lado levou me definitivamente a uma vida de felicidade e de sucesso J dividi minha experi ncia com amigos ntimos e parceiros comerciais e com outras pessoas que eu nem conhecia bem J vi pessoas miser veis transformadas em pessoas de sucesso Indiv duos endividados transformando se em sucessos financeiros Pessoas doentes fracas de mente e de corpo transformando se em cidad os saud veis e produtivos Antes de atrav
129. amento de amor entre o eu o divino e o pr ximo um sistema indissol vel que nos livra de nos tornarmos diabos e nos faz mais humanos O paradoxo que para nos tornarmos mais humanos precisamos abandonar nosso egoismo em entrega abnegada ao pr ximo de onde se depreende que amar diminuir se limitar se morrer para si mesmo Nenhum relacionamento sobrevive sem a auto imposi o de limites pois enquanto o eu for mais importante do que o relacionamento de amor o relacionamento ser utilizado para a satisfa o do eu portanto n o ser um relacionamento de amor Comte Sponville acredita que o amor divino se que Deus existe diz ele um ato de diminui o uma fraqueza uma ren ncia Absorve o pensamento de Simone Weil que diz que 163 a cria o da parte de Deus um ato n o de expans o de si mas de retirada de ren ncia Deus e todas as criaturas menos do que Deus sozinho Deus aceitou essa diminui o Esvaziou de si uma parte do ser Esvaziou se j nesse ato de sua divindade por isso que Jo o diz que o Cordeiro foi degolado j na constitui o do mundo Deus permitiu que existissem coisas diferentes Dele e valendo infinitamente menos que Ele Pelo ato criador negou a si mesmo como Cristo nos prescreveu nos negarmos a n s mesmos Deus negou se em nosso favor para nos dar a possibilidade de nos negar por Ele As religi es que conceberam essa ren ncia essa dist ncia volunt ria esse apagam
130. ando do candidato uma defini o de Deus Responda que Deus n o pode ser definido pois definir delimitar estabelecer limites e isso contraria na ess ncia toda e qualquer compreens o a respeito de Deus Se voc fizer isso vai sair na frente e determinar o tom do restante do exame Encarei aquela banca examinadora cheio da confian a e da prepot ncia que caracterizam ajuventude inexperiente Minha primeira resposta estava na ponta da l ngua e eu mal podia esperar para retrucar a meu algoz Do alto de sua sabedoria entretanto meu examinador mandou a primeira pergunta Sabemos que Deus n o pode ser definido Mas pode ser 48 percebido Como voc percebe Deus Sou grato ao pastor Edson Borges de Aquino meu examinador que naquela primeira pergunta me convidou humildade mostrando repetidas vezes durante aquelas inesquec veis quatro horas de precisas perguntas que o labor teol gico se faz com a alma e o cora o e n o com a mente e os manuais de teologia e filosofia Desde ent o tenho tentado perceber Deus Claro creio nas m ltiplas express es da revela o de Deus aos homens A cosmologia a antropologia a hist ria a B blia Sagrada e Jesus de Nazar sua palavra final Creio na ilumina o do Esp rito Santo Creio tamb m naquilo que Don Richardson chamou de Fator Melquisedeque a saber os sinais de Deus em todas as culturas e tradi es de espiritualidade Mas creio que todos os sinais devem ser
131. ando com o realizar se mas esquecendo 162 a si mesmo e dando se descuidando de si e concentrando seus pensamentos para al m de si 6 Essa uma consequ ncia de voc ter sido criado imagem de Deus Um Deus que tr s n o poderia criar uma express o de si mesmo que n o fosse destinada a viver uma unidade plural AMOR O sentido da vida encontra lugar numa parceria de amor entre Deus e os homens Bernardo de Clairvaux monge cisterciense que viveu entre 1090 1153 ensinou que existe uma evolu o no exerc cio de amar Como a natureza fr gil demais e fraca demais a necessidade manda a p r se primeiro a servi o de si mesma o amor carnal o homem come a por amar a si mesmo pelo simples amor a si Em seguida preciso se elevar ao segundo grau do amor que o amor a Deus por amor a si mesmo e depois ao terceiro grau que amar a Deus por amor a Deus at chegar ao quarto e ltimo grau s se amar por Deus Na verdade essa evolu o vai do amor a si mesmo passando pelo amor ao pr ximo e chegando ao amor a Deus A pergunta a respeito da ordem desses amores daria uma boa discuss o Como desenvolver o amor pr prio sem o amor de Deus Como receber o amor de Deus sen o acolhendo o amor do pr ximo que nos oferecido Como amar o pr ximo sem o amor pr prio Levadas s ltimas consequ ncias essas perguntas nos deixariam num c rculo vicioso ou virtuoso j que se trata de amor O entrela
132. ando imergiu no Reino de Deus e descobriu que deveria devolver tudo quanto havia roubado e usurpado 7 A segunda maneira de ajuntar tesouros no c u por meio da doa o Certa vez um homem rico foi perguntar a Jesus como poderia herdar a vida eterna Depois de um breve di logo tratando de obedi ncia aos mandamentos divinos quest es morais e comportamentais Jesus foi direto ao ponto Venda tudo o que voc possui e d o dinheiro aos pobres e voc ter um tesouro nos c us Depois venha e siga me Por tr s desse evento existem duas sabedorias que contrariam o senso comum A primeira a no o de que Jesus mandou trocar as riquezas da terra pelas riquezas do c u Mas j sabemos que Jesus n o faz essa distin o N o se trata de abrir m o de ter aqui para ter depois da morte Depois que o homem rico foi embora de volta para seu dinheiro Jesus explicou a seus disc pulos que ningu m que tenha deixado casa mulher irm os pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixar de receber na presente era muitas vezes mais e na era futura a vida eterna Isso n o significa que o ingresso no Reino de Deus implica abandono do lar e de todo e qualquer tipo de posse N o que voc d as cosias para o que possui e para as pessoas que ama e fica de frente para Deus O segredo consiste em colocar Deus entre voc suas posses e as pessoas que voc ama Isso significa que a partir do ingresso no Reino de Deus s
133. ando que a alegria fruto do Esp rito Santo e que apenas aqueles que se deixam continuamente encher pelo Esp rito a experimentam Ou quem sabe devem atentar melhor para a declara o de que o car ter de Cristo formado em n s processualmente com gl ria cada vez maior custando inclusive dores de parto aos que trabalham em nosso favor de modo que somos sempre encorajados a desenvolver nossa salva o com temor e tremor algo como abrir a caixa de recursos que Deus colocou em nossas m os e aprender a usar as ferramentas uma de cada vez Existem tamb m os que esperam uma experi ncia espiritual instant nea que os conduza definitivamente a um status permanente de plena satisfa o e realiza o 19 S o pessoas que cr em que se oraram hoje e Deus lhes apaziguou o cora o a respeito da enfermidade do pai hospitalizado n o precisar o orar amanh pois j receberam a paz que excede todo o entendimento Na manh seguinte ao se perceberem novamente perturbados questionam onde est seu erro Estaria Deus falhando em cumprir sua promessa ou a f com que buscaram a Deus era fraca Ou pior Deus os estaria punindo por um pecado ou outro que desconheciam ou pior ainda que conheciam Falta lhes o esclarecimento de que a experi ncia espiritual crist din mica Jesus n o prometeu um copo de gua que mataria definitivamente a sede O que Jesus prometeu foi que do interior de quem cr brotar uma fonte a jorra
134. aneiro Sepal 2003 p 17 14 Mateus 18 20 CAP TULO 15 ATITUDES 1 Moraes Vinicius de Para Viver um Grande Amor S o Paulo Companhia das Letras 2001 p 181 2 Leone Alexandre 4 imagem divina e o p da terra S o Paulo Humanitas FFLCH USP 2002 pp 158 9 G nesis 2 24 NVD Mateus 3 17 ARA Serm o baseado em Jo o 13 1 Eclesiastes4 10 N VD G latas 6 2 NVD Ef sios 4 3 Rienecker F e Rogers C Chave lingu stica do Novo Testamento Grego S o Paulo Vida Nova 1985 p 393 10 Filipenses 4 3 4 11 Mateus 18 21 351 CLAD AL CAP TULO 16 TRABALHO 1 Heschel Joshua O Schabat S o Paulo Perpectiva 2000 p 68 2 G nesis 1 26 28 NVD 3 Eclesiastes7 29 4 Kushner Harold How Good do We Have to Be Canad Little Brown 1996 p 31 5 Id ibid pp 21 2 6 Citado em Albert Camus e o te logo por Howard Mumma S o Paulo Carrenho Editorial 2002 pp 40 3 7 G nesis 2 16 17 NVD 8 G nesis 3 16 22 24 9 Romanos 7 19 24 10 G nesis 4 7 8 11 G neiis 3 17 19 12 G nesis 3 22 ARA 13 Mateus 6 10 NVD 14 Lucas 11 20 15 Mateus 3 2 4 17 10 7 Marcos 1 15 Lucas 10 9 241 16 Willard Dallas 4 conspira o divina S o Paulo Mundo Crist o 2001 pp 51 2 17 Por ocasi o da Revolu o dos Cravos em Portugal abril de 1974 CAP TULO 17 TESOUROS 1 Valor econ mico IS Caderno 22 fev 2002 2 Jo o 5 17 3 Comte Sponville Andr A feli
135. ao m ximo de suas possibilidades como ser criado imagem e semelhan a de Deus O ser humano um peregrino e a tradi o de espiritualidade judai co crist o melhor mapa que encontrei Viver caminhar A vida faz sentido quando conseguimos extrair o sentido de cada momento cada kair s cada dia O sentido da vida est em viver Mas n o um viver qualquer Um viver qualquer mera exist ncia suceder de dias H um jeito de viver e esse jeito de viver est embutido em cada ser humano em duas dimens es A primeira universal a imago Dei matriz divina da qual todos somos herdeiros A segunda singular pois cada ser humano um original A capacidade de viver um momento de cada vez expressando a imago Dei por meio de minha singularidade o que chamo viver com prop sito Assim espero encontrar a felicidade ali e al m mas tamb m aqui e agora Parte Imago Dei 1 Felicidade Cometi o pior dos pecados que um homem possa cometer N o fui feliz Que os glaciares do esquecimento me arrastem e percam desapiedados Meus pais me engendraram para o jogo arriscado e formoso da vida Para a terra a gua o ar o fogo Eu os defraudei N o fui feliz 11 Cumprida n o foi sua jovem vontade Minha mente se aplicou s sim tricas porfias da arte que entretece o nada Me legaram valor n o fui valente N o me abandona sempre est ao meu lado a sombra de haver sido um infeliz Jorge Lui
136. ar bola do Filho Pr digo Contou a respeito do menino rico que pediu a heran a em vida se mandou da casa do pai reivindicou sua autonomia torrou a grana como se n o houvesse amanh desperdi ou a si mesmo e seus recursos e acabou sozinho e pobre decaiu de seu status restando lhe apenas duas alternativas viver com os porcos bestializado ou voltar para a casa do pai arrependido ap s cair em si e cair de si Eis algumas ilustra es de pecado Pecado uma op o pela auto sufici ncia que gera em n s uma ilus o de pot ncia e faz nos desperdi ar recursos como se fossem inesgot veis fazendo nos descer a ladeira at a desumaniza o Pecado anestesia Pecado ilude Pecado drena Pecado bestializa Pecado desumaniza O melhor caminho para compreender o pecado trat lo em termos existenciais que tipo de gente voc pensa que Que tipo de gente voc est se tornando Que tipo de gente voc gostaria de ser Que tipo de gente voc sabe que Quando chegamos a esse ponto da conversa ela tem dois caminhos poss veis O auto engano e nesse caso n o adianta conversar pois quem n o quer ouvir ou n o est pronto para ouvir n o receber nem conceitos nem hist rias Ou a autoconsci ncia poss vel para qualquer pessoa honesta que tem espelho em casa A autoconsci ncia a porta da convers o METAN IA A ess ncia da mensagem de Jesus Cristo O Reino de Deus est pr ximo Arrependam se e creiam
137. arreira de professor Mas que tipo de professor Seu padr o recorrente de pensamento sentimento e comportamento est voltado para as ideias ou para as pessoas Seu talento explicar conceituar estimular a aprendizagem ou descobrir e desenvolver talentos Seus alunos adquirem o gosto pela leitura e se apaixonam pelos livros ou passam a valorizar os relacionamentos e o contexto da aprendizagem Sua classe rigorosa mente disciplinada ou um ambiente descontra do de camaradagem e mutualidade Enfim a carreira de professor e o emprego numa escola municipal na periferia da cidade E a voca o qual Enquanto n o for descoberta as pe as n o estar o encaixadas At que o pool de talentos seja identificado tanto a carreira quanto o emprego est o sub judice Quem n o sabe ao certo quem n o sabe ao certo o que deve fazer nem como deve fazer VIRADA Na Avenida Paulista em S o Paulo existiu durante muitos anos uma lanchonete chamada 0 engenheiro que virou suco Provavelmente motivado pelas dificuldades para arrumar um emprego aquele sujeito resolveu dar um pontap em seu diploma de engenharia e ganhar a vida fazendo algo que n o tinha nada a ver com sua especializa o acad mica Alguns seguem essa trilha em resposta s dificuldades no competitivo mercado de trabalho mas acredito que muita gente poderia fazer o mesmo caminho reinventar a carreira e a atividade profissional Cliff Hakim um consultor que se dedi
138. as o homem novo Ele a 78 origem o centro e a vida de todos os homens novos Veio por vontade pr pria ao Universo criado trazendo consigo a Zoe a nova vida nova para n s quero dizer porque nele a Zoe sempre existiu E transmite a n o por hereditariedade mas pelo que chamei de bom cont gio Todos os que recebem essa vida fazem no por um contato pessoal com ele Os homens s o novos por estarem em Cristo Mil nio ap s mil nio Deus foi dirigindo a natureza at ao ponto em que pudesse produzir criaturas capazes de transcend la e de transformar se em deuses se assim o quisessem Esse par grafo de C S Lewis um dos textos da literatura universal que sustentam minha f no cristianismo e no Cristo Ele me coloca ao lado e acima do mais avan ado que a ci ncia j conseguiu chegar em tratar do ser humano em sua origem evolu o e destino bem como ao lado e acima de todas as tradi es de espiritualidade j discernidas no planeia A afirma o central do cristianismo est assim exposta Deus me fez para que eu me tornasse como Cristo E tudo quanto devo me tornar como ser humano Jesus Cristo foi em sua peregrina o terrena A imagem de Deus esta expl cita em Jesus de Nazar e em sua humanidade perfeita Os santos ap stolos disseram No princ pio era o Verbo Logos e o Verbo estava com Deus E o Verbo era Deus O Verbo se fez carne e habitou entre n s e vimos sua gl ria gl ria como a do un
139. as premissas da tradi o judai co crist antes de existir qualquer coisa existia algu m Algu m antes de existir qualquer coisa existia design des gnio Em s ntese as categorias teologia antropologia e teleologia casam se na afirma o de que o ser hu mano foi criado imagem e semelhan a de Deus e o sentido de sua vida est na possibilidade de viver de acordo com essa imago Dei Todo aquele que deseja experimentar uma vida com significado deve afirmar Deus me criou e a minha vida somente far sentido quando eu viver de acordo com esse design divino segundo o qual fui criado E exatamente isso o que se quer dizer com seguir imitar a Jesus ser e viver como Jesus IMAGO DEI As linguagens teol gica e filos fica carecem de trem de pouso Henry David Thoreau disse que ser fil sofo n o meramente ter pensamentos sutis nem mesmo fundar uma escola resolver alguns dos problemas da vida n o na teoria mas na pr tica O mesmo vale para ser te logo ou pretender fazer teologia ou a reflex o nos ajuda a viver melhor ou puro diletantismo Em que consiste portanto essa imago Dei Gomo essa imagem de Deus se manifesta no ser humano De que maneira Deus se expressa atrav s do ser humano Gomo esses conceitos de teologia antropologia teleologia podem se tornar pr ticos Como podemos colocar trem de pouso nesse universo de ideias a fim de que elas nos sejam teis para encarar a se gunda feira Responder a essas
140. atrav s de mim e ainda mesmo em meu favor Isso at parece bvio Considerando que Deus uma Pessoa e n o uma energia uma luz ou um poder imaterial razo vel imaginar que podemos estar em sua presen a e ainda assim longe de sua interfer ncia alheios sua voz a seu toque e manifesta es Muitas vezes passamos por pessoas sem perceber sua presen a somos tocados sem sentir chamados sem ouvir de t o absortos ou concentrados em outra dire o Essa experi ncia foi narrada na B blia em diferentes momentos Jac o patriarca fugia de seu irm o Esa e escondia se no deserto Certa noite sonhou com uma 106 escada ligando a terra e o c u com anjos subindo e descendo Ao acordar expressou espanto Na verdade o Senhor est neste lugar e eu n o o sabia Qu o tem vel este lugar a Casa de Deus a porta dos c us 9 Elias o profeta em crise depressiva refugiava se numa caverna e ap s uma noite ouviu a voz de Deus Que fazes aqui Elias 10 Que extraordin rio detalhe Deus n o pergunta Que fazes a escondido mas sim Que fazes aqui em minha presen a De igual modo os disc pulos na estrada para Ema s caminham lado a lado com o Jesus ressurreto sem contudo notar a presen a do Cristo vivo 1 Tantas vezes Deus est ao nosso lado mas n s n o estamos em sua presen a N o estamos conscientes nem atentos sua presen a Por isso o poeta hebreu convoca nos a entra
141. av s de apenas uma dessas janelas E at mesmo essa nica costuma ficar emba ada pelo h lito de nossa humanidade finita Com as costas da m o desemba amos um pedacinho e por ali olhamos N o surpreende que fiquemos confusos com a fra o nfima do todo que conseguimos ver Afinal como tentar compreender o panorama do deserto ou do oceano atrav s de um canudo de papel E eu pl cida luz do sol t o integrada com a floresta banhada de chuva e com as criaturas que nela viviam por um breve momento pude espiar por uma outra janela e com uma outra vis o uma experi ncia que acontece espont nea com algumas das pessoas que passam muito tempo sozinhas na natureza O ar estava impregnado de uma sinfonia emplumada a prece dos p ssaros Ouvi frequ ncias novas em sua m sica e tamb m no canto dos insetos notas t o altas e doces que fiquei at nita Fui tomada por uma consci ncia intensa da forma e da cor de cada folha isolada dos padr es variados dos veios tornando cada uma delas uma pe a nica Os perfumes eram n tidos facilmente identific veis frutas maduras demais fermentando terra encharcada as cascas das rvores frias e midas o cheiro abafado de p lo de chimpanz e claro meu pr prio cheiro tamb m E as emana es arom ticas de folhas tenras esmagadas eram quase opressivas Senti a presen a de um pequeno ant lope e depois o vi pastando tranquilo de frente contra o vento os chifres espiralados o
142. avid o da decad ncia em que se encontra recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus Sabemos que toda a natureza criada geme at agora como em dores de parto E n o s isso mas n s mesmos que temos os primeiros frutos do Esp rito gememos interiormente esperando ansiosamente nossa ado o como filhos a reden o do nosso corpo Pois nessa esperan a fomos salvos Mas esperan a que se v n o esperan a Quem espera por aquilo que est vendo Mas se esperamos o que ainda n o vemos aguardamo lo pacientemente Da mesma forma o Esp rito nos ajuda em nossa fraqueza pois n o sabemos como orar mas o pr prio Esp rito intercede por n s com gemidos inexprim veis E aquele que sonda os cora es conhece a inten o do Esp rito porque o Esp rito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam dos que foram chamados de acordo com o seu prop sito Pois aqueles que de antem o conheceu tamb m os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho a fim de que ele seja o primog nito entre muitos irm os E aos que predestinou tamb m chamou aos que chamou tamb m justificou aos que justificou tamb m glorificou Romanos 8 18 30 NVI Ainda que sua g nese seja nosso sofrimento as ora es autofocalizadas n o visam al vio mas sim a forma o do car ter de Jesus Cristo em n s ou se voc preferir a restaura o cada vez mais pro
143. beleceu um fundamento s lido sem o qual a ora o n o passa de verbosidade fr vola e de desabafo Jesus mostrou que orar estar em comunh o com Deus o Pai o Pai que est al m de nos Jesus diz que em ora o seremos vistos pelo Pai Orar estar sob as vistas de Deus e cada vez que voc estiver consciente que est sob as vistas de Deus estar orando O lugar secreto o lugar onde Deus n o apenas pode nos ver mas tamb m pode estar conosco Quando voc se recolhe para orar n o est falando com voc mesmo fazendo um desabafo emocional ou elaborando pensamentos e sentimentos no div de um deus suposto As ora es colocam nos diante de um interlocutor real e interessado em n s Quando voc est em ora o est se dirigindo a outra pessoa al m de voc mesmo est em comunh o com o Pai Abba o nome crist o para Deus Quem ora chama Deus de Pai e somente quem chama Deus de Pai consegue orar Jesus de Nazar foi a primeira pessoa que se dirigiu a Deus chamando o de Pai 110 Abba Na verdade Jesus podia dirigir se a Deus dessa maneira porque era o unig nito filho de Deus Jesus era o nico gerado de Deus diferentemente de todos os seres humanos criados por Deus Por essa raz o o encontro com Deus mediado por Jesus Somente ele Jesus podia dizer Eu e o Pai somos um Abba a palavra aramaica usada para descrever o balbuciar de uma crian a que est aprendendo a falar e melhor seria
144. blia ensina que o homem deixar pai e m e e se unir sua mulher e eles se tornar o uma s carne 3 em que um mais um somam um Mas quando algu m se une a uma mulher real e leva consigo em sua imagina o outra mulher ideal um mais um somam tr s e se a mulher faz a mesma coisa um mais um somam quatro Provavelmente passar o a vida tentando mudar um ao outro jamais celebrando o que s o uma vez ocupados em tornar 184 cada um o outro no que gostariam que fossem Durante muitos anos relacionei me assim com meus filhos Hoje vejo com tristeza quanto tempo perdi Minha perspectiva de ser pai implicava a responsabilidade de formar para a vida de preparar para o futuro de moldar o car ter de desenvolver compet ncias de ensinar a lei de instruir enfim de tudo quanto erroneamente est em nossas cabe as embutido no verbo educar N o fui capaz de celebrar plenamente sua inf ncia nem de curtir seus erros como experi ncias naturais ao crescimento Quer um exemplo simples Quando seu filho pequeno derrama suco na mesa do jantar voc s explodem numa gargalhada ou iniciam uma ladainha do tipo preste mais aten o voc muito desligado desse jeito n o vai dar coisa boa na vida Simples n o E desconcertantemente bvio O convite primeiro de Deus para nos tornarmos seus filhos amados A declara o mais surpreendente de Deus a respeito de Jesus de Nazar Este o meu Filho amado em quem me compraz
145. bscurecidos pela chuva E me senti preenchida at o mago por aquela paz que ultrapassa todo entendimento 20 Em momentos assim de transcend ncia a nica coisa que existe a sensa o de plenitude que resulta da consci ncia de estar imerso em Deus A respeito disso a experi ncia de Jac paradigm tica 21 Seu susto ao acordar ap s sonhar com a escada que unia Terra e c u com anjos subindo e descendo constatar que Deus estava aqui e eu n o o penetrava Penetrar a tradu o escolhida por Andr Chouraqui22 para o verbo hebraico iad que pode significar saber e conhecer mas tamb m penetrar como quando a B blia diz que Ad o conheceu Eva isto penetrou Eva isto ganhou acesso a dimens es profundas Assim compreendo que transcender al m de implicar um relacionamento permanente com Deus implica momentos espec ficos em que podemos e devemos acessar estar em pene trar mergulhar e ou ser invadido pelo Divino que est al m do tempo e espa o 9 116 Conversa o PONDO OS P S NO CH O Orar estar com Deus Toda vez que voc est consciente da presen a de Deus voc est orando As pessoas mais comuns atrav s dos tempos dizem que a recomenda o do ap stolo Paulo orar sem cessar exequ vel Dizia se de S o Francisco que ele parecia menos um homem orando do que a pr pria ora o encarnada Caso duvide acredite S o Francisco era sim um homem comum O
146. bsolutamente relacionado com a capacidade que desenvolvemos de equacionar as demandas do corpo suas necessidades e seus desejos mas tamb m e principalmente do esp rito e de sua ess ncia INSUFICIENTE Tamb m por essas raz es n o me satisfa o com as propostas mais usuais para a realiza o pessoal A maioria dos manuais que se prop em a apontar caminhos para uma vida significativa trabalha em termos de administra o do tempo e de objetivos e metas de curto m dio e longo prazos definidos para cada uma das reas essenciais da vida Est o baseados em tr s perguntas Aonde voc quer chegar O que pretende fazer para chegar l Como vai encaixar isso tudo que voc quer fazer na agenda As propostas de gerenciamento de rotina e agendas com base em planos de metas e objetivos futuros mant m nossos p s fincados nas dimens es da sobreviv ncia e do 42 sucesso e dizem pouco a respeito das quest es mais fundamentais da transcend ncia e da fome por sentido e significado Evidentemente os manuais para planejamento futuro e administra o do tempo t m o seu valor Versa o dito que quem falha em planejar est planejando falhar Uma vida bem administrada pode nos levar a situa es de maior conforto e de menos conflitos em todas as dimens es Mas n o por meio da gest o que chegaremos a satisfazer nossa fome de sentido e de significado Posso lhe garantir que esse pacote mix planejamento versu
147. ca a atuar como orientador pessoal para aqueles que desejam uma renova o de suas vidas para que consigam expressar o melhor de seus talentos Em 1994 publicou We are ali self employed Todos trabalhamos por conta pr pria e por meio de sua consultoria Rethinking Work8 vem desenvolvendo o conceito de auto emprego ou o que chama de self employed altitude o que quer dizer que em ltima inst ncia querendo ou 221 n o voc seu chefe Pessoas bem sucedidas afirma precisar o trabalhar em dois empregos um que emita um contracheque e outro em que gerenciem suas pr prias carreiras Para isso precisam desenvolver a atitude de aut nomo quer estejam trabalhando para os outros quer abrindo um neg cio para si mesmas O tempo do paternalismo acabou A conversa de que minha empresa n o me d oportunidade de crescer ou neste meu emprego n o consigo desenvolver o melhor do meu potencial deve ser substitu da por uma atitude pr ativa em que voc toma nas m os a responsabilidade pelo seu futuro profissional De acordo com H Jackson Brown autor de A Fathers Book of Wisdom Livro de sabedoria dos pais o maior erro que voc pode cometer acreditar que trabalha para outra pessoa Num mundo em constante mudan a em que o emprego cada vez mais escasso e o diploma de um curso superior deixou de ser um vale de garantia para uma boa oportunidade profissional o melhor que se tem a fazer transformar talento e
148. cada pela podrid o moral Jamais me esqueci da noite em que ficamos os primos olhando da sacada do apartamento de frente para o mar minha tia rodopiando na praia levada de um lado para outro por esp ritos que chamo de dem nios O mundo cor de rosa n o durou muito para mim Desde meus oito anos de idade convivo com as mais diversas hist rias de mazelas pessoais e familiares N o me lembro de ter acreditado em Papai Noel Cresci cedo Os miser veis moradores da 8 favela e as pobres crian as que meus filhos v em apenas da janela do carro nos grandes cruzamentos da cidade de S o Paulo eram os meninos com quem eu jogava bola e trocava pontap s nas brigas de rua A favela ficava ao lado Mas o cristianismo fala de outro lugar de outro estado de ser de outra possibilidade de rela o cora Deus o Criador amoroso que n o desistiu de sua cria o Minha biografia tamb m Hoje entendo quando Deus me olha nos olhos e sussurra repetidas vezes Com amor eterno eu te amei com benignidade te atra Jeremias 31 3 ARA Esse amor eterno a nica explica o para que eu tenha sido preservado em meio a tantas idas e vindas Minha peregrina o teve in cio na eternidade Foi sempre protegida pela incans vel luta de minha m e que vi va aos 22 anos de idade colocou sob suas asas duas crian as e correu incansavelmente atr s do p o de cada dia Ningu m me tira da cabe a que o Milton Nascimento escreveu a can o para e
149. chama de arrependimento Esse foi o chamado de Jesus Arrependei vos e crede E por que devemos nos arrepender e crer Simples porque o Reino de Deus est pr ximo 15 isto o Reino de Deus est acess vel dispon vel Basta crer e viver luz dessa verdade para que a seu redor o caos comece a entrar em ordem isto o Jardim comece a dar seus sinais Dallas Willard comparou essa experi ncia de arrependimento e f ao processo de chegada da eletricidade zona rural o que muda completamente as rela es das pessoas com os aspectos fundamentais da vida luz e escurid o calor e frio limpeza e sujeira trabalho e lazer prepara o e conserva o de alimentos Mas as pessoas precisam acreditar na eletricidade compreender seu funcionamento tomar provid ncias para desfrutar dos benef cios dessa energia Quando Jesus invadiu a hist ria anunciando o Reino de Deus foi como se tivesse dito aos fazendeiros Arrependei vos porque est pr xima a eletricidade Afastem se de seus lampi es e lanternas de querosene das suas caixas de gelo e por es das suas t buas de esfregar e dos seus batedores de tapete das suas m quinas de costuras movidas a mulheres e dos seus radinhos de pilha O chamado ao arrependimento significa mudem completamente seu jeito de viver e 202 de fazer as coisas creiam que os recursos de Deus est o dispon veis e que o mundo pode ser diferente TRABALHO Essa perspectiva de c u e terra
150. cidade desesperadamente S o Paulo Martins Fontes 2001 p 19 4 Filipenses 4 10 13 5 Mateus 6 33 6 Mateus 6 21 NVD 7 Lucas 19 1 10 8 Lucas 18 18 30 N VD 9 Mateus 25 14 30 NVD 10 Bonder Nilton v4 cabala do dinheiro Rio de Janeiro Imago 1991 p 22 CAP TULO 18 TALENTO 1 Buckingham Marcus e Coffman Curt Primeiro quebre todas as regras Rio dejaneiro Campus 1999 2 Goleman Daniel Intelig ncia emocional Rio dejaneiro Objetiva 1996 3 Gardner Howard Intelig ncias multiplas Porto Alegre Artmed 1998 4 1 Cor ntios 12 7 NTLH 5 Atos 18 1 3 6 Morin Estelle Os sentidos do trabalho ERA Executivo v 1 ago set out 2002 pp 70 5 CAP TULO 19 CONCLUS O 1 Klein N omi Sem logo Rio dejaneiro Record 2003 p 87 2 Fukuyama Francis O fim da hist ria e o ltimo homem Rio de Janeiro Rocco 1992 pp 369 70 3 Flores Stefano de Dicion rio de espiritualidade S o Paulo Paulus 1993 p 341 4 Giannetti Eduardo Felicidade S o Paulo Companhia das Letras 2002 p 23 Id ibid p 30 5 Forte Bruno A ess ncia do cristianismo Rio de Janeiro Vozes 2003 pp 13 20 6 Jornal O Estado de S Paulo de julho de 2003 7 Eclesiastes 9 7 10 NVD 8 Kushner Harold Quando tudo n o o bastante S o Paulo Nobel 1987 p 80 10 Id ibid p 86 11 Mateus 25 40 NVT 12 Jo o 13 33 34 13 Gleiser Marcelo Retalhos c smicos S o Paulo Companhia das Letras
151. cisava criar Ela n o tem valor de sobreviv ncia pelo contr rio uma daquelas coisas que d valor sobreviv ncia l Creio na amizade como a mais elevada express o de amor humano C S Lewis chamou a amizade de prato principal no banquete da vida Disse que se tivesse que dar um conselho a um jovem a respeito de um bom lugar para viver diria Sacrifique quase qualquer coisa para estar perto de seus amigos pois considerava a amizade a melhor das coisas deste mundo e a mais importante felicidade da vida Ralph Waldo Emerson disse que felicidade a casa que abriga o amigo Amigos s o aqueles com quem podemos viver sem m scaras porque n o tememos ser rejeitados Amigo aquele que conhece voc por dentro e mesmo assim continua seu amigo O relacionamento de voc s extrapolou a fase dos poss veis desapontamentos e condi es para a manuten o da amizade A B blia diz que h amigo mais chegado que um irm o Aamizade o espa o privilegiado do crescimento pessoal pois Assim como o ferro afia o ferro o homem afia o seu companheiro 8 E n o esque a ferro com ferro implica atrito e todo atrito esquenta e faz fa sca Por isso amigos que n o se estranham que n o debatem pontos de vista divergentes que n o se questionam mutuamente na verdade n o s o amigos Melhor a repreens o feita abertamente do que o amor oculto isto a amizade que sobrevive s custas da omiss o reflete um amor d
152. co crist A ess ncia das espiritualidades judaica e crist est baseada nos dois grandes e maiores mandamentos amar a Deus e ao pr ximo Pela primeira vez uso espiritualidades para me referir ao juda smo e cristianismo como se fossem experi ncias distintas Tenho minhas raz es Certo homem conhecedor da Lei de Mois s perguntou a Jesus qual era o principal de todos os mandamentos Jesus sabendo de quem se tratava respondeu citando a Lei de Mois s mais precisamente o Shema Escute povo de Israel O Senhor nosso Deus o nico Senhor Ame o Senhor seu Deus com todo o cora o com toda a alma com toda a mente e com todas as for as E o segundo mais importante este Ame os outros como voc ama a voc mesmo 3 Mas em seu discurso de despedida por ocasi o da ltima ceia dias antes de sua morte Jesus deixa claro a seus disc pulos que o amor seria a marca que os distinguiria para o resto da hist ria e da humanidade Se tiverem amor uns pelos outros todos saber o que 139 voc s s o meus seguidores Aparentemente Jesus esta repetindo o Shem e ratificando o segundo mandamento que ordena amar o pr ximo como a si mesmo Mas h um detalhe Jesus afirmou que estava lhes dando um novo mandamento E o novo mandamento era Amem uns aos outros Assim como eu os amei amem uns aos outros O que existe de diferente entre a declara o de Mois s ao povo de Israel e a de Jesus a seus disc pulos O padr o d
153. corpo e a minha alma a lenha desse fogo S quero torn la de toda a humanidade ainda que para isso tenha de a perder como a minha Cada vez mais assim penso Cada vez mais ponho na ess ncia an mica do meu sangue o prop sito impessoal de engrandecer a p tria e contribuir para a evolu o da humanidade Assim Fernando Pessoa expressou o caminho atrav s do qual pretendia dar sentido sua vida Viver seria pouco Era necess rio criar De fato n o basta viver no sentido de passar pela exist ncia E preciso concretizar as finalidades que 84 justificam nossa exist ncia Conforme vimos no ltimo cap tulo a imago Dei no ser humano tem quatro dimens es b sicas essencial pessoal relacional e criativa Dessas dimens es derivamos quatro prop sitos universais luz dos quais todo ser humano deve viver transcender crescer conviver e construir Podemos parafrascar Fernando Pessoa viver n o necess rio preciso transcender A dimens o essencial da imago Dei faz dos seres humanos os nicos capazes de uma intera o de unidade com o divino O prop sito de transcender implica experimentar a unidade entre o esp rito humano e o Esp rito de Deus estabelecer conex o desenvolver um relacionamento pessoal afetivo e eterno O est gio final do prop sito de transcender a participa o na natureza divina Viver n o necess rio preciso crescer A dimens o pessoal da imago Dei faz do ser humano o nic
154. criar oportunidades para a multiplica o de riquezas e correr o risco de perder dinheiro Essa a sabedoria da famosa par bola dos talentos contada por Jesus O Reino dos c us como um homem que ao sair de viagem chamou seus servos e confiou lhes os seus bens A um deu cinco talentos a outro dois e a outro um a cada um de acordo com a sua capacidade Em seguida partiu de viagem O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente aplicou os e ganhou mais cinco Tamb m o que tinha dois talentos ganhou mais dois Mas o que tinha recebido um talento saiu cavou um buraco no ch o e escondeu o dinheiro do seu senhor Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse O senhor me confiou cinco talentos veja eu ganhei mais cinco O senhor respondeu Muito bem servo bom e fiel Voc foi fiel no pouco eu o porei sobre o muito Venha e participe da alegria do seu senhor Veio tamb m o que tinha recebido dois talentos e disse O senhor me confiou dois talentos veja eu ganhei mais dois O senhor respondeu Muito bem servo bom e fiel Voc foi fiel no pouco eu o porei sobre o muito Venha e participe da alegria do seu senhor Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse Eu sabia que o senhor um homem severo que colhe onde n o plantou e junta onde n o semeou Por isso tive medo sa e escondi o seu talento no ch
155. cunhou o termo intelig ncia emocional e hoje j se fala em intelig ncia espiritual Howard Gardner foi o mais popular te rico do assunto e classificou as intelig ncias em sete categorias A intelig ncia lingu stica aquela da sua tia que fala pelos cotovelos do seu sobrinho que bom pra caramba em reda o e do seu amigo que aprende idiomas com uma facilidade que d at raiva O seu Manoel que faz conta de cabe a e deixa o l pis pendurado na orelha s pra manter o tipo tem a intelig ncia l gico matem tica Isso me faz lembrar da hist ria da padaria da esquina da minha casa que foi vendida para um portugu s que botou pre o s de perguntar quantos p ezinhos e litros de leite eram vendidos por dia A intelig ncia musical 217 a do seu primo que toca viol o sem nunca ter estudado e da sua vizinha que acredita que vai tirar a sorte grande num programa de calouros e s n o tira porque n o tenta porque todo mundo gosta quando ela canta O Garrincha por exemplo que tinha as pernas mais tortas do mundo deixava tortos todos os seus marcadores carinhosamente apelidados de Jo o e mostrava que em terra de Pele n o tem intelig ncia corporal cinest sica que fique de p Essa mesma intelig ncia faz sua filha aprender todas as dan as da moda enquanto voc n o consegue nem entender o que quer dizer dois pra l dois pra c Quando voc observa um camarada procurando alguma coisa no estacionamento do shoppi
156. d vel livro de Harold Kushner Deus do tipo que diz isso n o tudo mas j basta Um grande mist rio dessa narrativa do G nesis que quando Deus p ra de criar ele n o p ra de trabalhar Jesus disse que seu Pai trabalha at hoje e ele Jesus trabalha tamb m 2 Deus parou de criar mas n o parou de trabalhar Deus parou de criar e entrou no shabat isto entrou no descanso Entrar no shabat come ar a desfrutar da cria o e isso uma esp cie de trabalho um descanso ativo diferente da passividade omiss o ou comodidade Na verdade Deus parou de somar coisas cria o e passou a desfrutar das coisas criadas Quantas esp cies de peixes existem Francamente n o sei e duvido que algu m saiba Mas fato que poderia existir o dobro Ou o triplo Deus poderia continuar criando ad infinitum Somando somando Acumulando acumulando Mas n o foi isso o que fez Em vez de fazer existir sempre mais optou por colocar limites ao que poderia vir a existir para que pudesse desfrutar o que j existia Eis a o segredo Voc tem de saber a hora de parar Voc tem de saber o quanto basta Voc tem que se dar por satisfeito e interromper a correria na dire o de acumular Voc tem de aprender a desfrutar o que tem em vez de correr atr s de mais e mais mais importante desejar o que tem do que ter o que deseja Por isso Comte Sponville adverte que n o basta ter tudo para ser feliz para s lo de fato O qu
157. da aleat rio Am quina macro micro c smica exibe uma ordem tal que levou Einstein a afirmar que Deus n o joga dados com o Universo A terceira e ltima inten o do relato b blico afirmar que o Universo n o auto existente e portanto n o auto sustent vel Na verdade a segunda Lei da Termodin mica diz que todo organismo abandonado a si mesmo tende a se degenerar e por isso que a B blia diz que o Universo subsiste em Deus 56 De fato Deus o fundamento de todas as coisas Mas esse fundamento divino uma Pessoa com vontade inten o e mente criativa Mais do que isso esse fundamento divino de todas as coisas uma Unidade de Pessoas TriUnidade Trindade Deus Pai Deus Filho e Deus Esp rito Santo Deus Pessoa e nunca se mostrou mais pessoal do que em Jesus de Nazar Transcend ncia iman ncia e transpar ncia expressam perfeitamente a Pessoa de Jesus O Evangelho de Jo o o texto sagrado por excel ncia para expressar a absoluta intera o entre essas dimens es divina e humana na pessoa de Jesus Para cumprir seu prop sito o evangelista Jo o se apressa em sintetizar na pessoa de Jesus Cristo os tr s conceitos Fala da transcend ncia quando diz que no princ pio era o Logos e o Logos estava com Deus e o Logos era Deus Fala tamb m da iman ncia ao afirmar que o Logos se fez carne e habitou entre n s E finalmente fala da transpar ncia quando conclui cheio de gra a e de verdade
158. da consiste justamente em viver a partir desse encontro com Deus que nos reconcilia uns com os outros e tamb m com os sabi s e as palmeiras O sentido da vida consiste em viver o eterno agora em harmonia com esse Deus Transcendente Imanente Transparente pois conforme disse o ap stolo Paulo dele por ele e para ele s o todas as coisas Aele seja a gl ria para sempre Am m 240 sentido da vida consiste em fazer todas as coisas seja comer seja beber a partir da comunh o com Jesus Cristo 25 de dentro dessa comunidade de amor ilimitado O sentido da vida consiste em integrar os mundos do aqui e do al m do agora e do porvir da Terra e do c u do tempo e da eternidade num mundo s onde Deus tudo em todos 26 O sentido da vida em s ntese consiste em viver em alinhamento com Deus O Catecismo de Westminster escrito ao longo de mais de cinco anos desde julho de 1643 por uma assembleia de te logos reunidos na Abadia de Westminster em Londres resumiu a proposta crist para o sentido e significado da vida ao afirmar que a finalidade suprema da vida humana glorificar a Deus e se alegrar nele por toda a eternidade John Piper traduziu essa express o para o que chamou de hedonismo crist o da seguinte maneira Deus mais glorificado em n s quando estamos mais satisfeitos nele 27 Isso o que chamo de viver em perfeito alinhamento com Deus imerso em Deus e portanto imerso em tudo quanto Deus criou e chamou de bom
159. da ensinou que os carpinteiros d o forma madeira os flecheiros dito forma s flechas e os s bios d o forma a si mesmos O or culo de Delphos tornou c lebre a recomenda o conhece te a ti mesmo que levou o fil sofo grego S crates a afirmar que a vida examinada a nica que vale a pena ser v vida Salom o o s bio e poderos ssimo rei hebreu admitiu ap s suas muitas batalhas vitoriosas que maior aquele que conquista a si mesmo do aquele que domina uma cidade 43 S o Jo o da Cruz estimulou seus seguidores dizendo que o conhecimento de si mesmo o primeiro passo que deve dar a alma que busca o conhecimento de Deus A raz o para essa recomenda o da espiritualidade crist simples Deus o nico que nos v como realmente somos em nossa intimidade mais profunda e portanto conhece nos de verdade Uma vez sabedor de nossa real identidade recusa se a relacionar se com o nosso falso eu ainda que nosso falso eu pare a a n s mesmos o eu verdadeiro Por essa raz o a primeira coisa que Deus faz quando o buscamos nos desmascarar mostrar para n s quem de fato somos de modo que podemos vir a ser o que devemos ser Jesus contou uma par bola a esse respeito Disse que dois homens foram ao templo orar O primeiro religioso dedicado agradeceu a Deus o fato de ser quem era Julgando se digno de aprova o O segundo movido por uma profunda consci ncia de que ainda n o era o que deveria ser cla
160. da era Ora o o ref gio da alma por Richard Foster Campinas Crist Unida 1996 p 139 NUA BORN CAP TULO 10 MODELO Jo o 3 1 8 2 Romanos 8 16 17 3 2 Cor ntios 7 1 1 Tessalonicenses 5 23 4 Deuteron mio 6 5 Mateus 22 37 5 Citado por Alexandre G Leone em 4 imagem divina e o p da terra S o Paulo Humanitas FFLCH USP 2002 p 125 6 Cullmann Oscar Das origens do evangelho forma o da teologia crist S o Paulo Novo S culo 2000 p 193 7 Para aprofundar o tema veja Erickson Millard Introdu o teologia sistem tica S o Paulo Vida Nova 1997 Cap tulo 18 Aimagem de Deus no homem notadamente pp 230 3 8 Recomendo quatro autores Joseph Ledoux O c rebro emocional Rio de Janeiro 238 Objetiva 1998 Ant nio Dam sio O erro de Descartes e O mist rio da consci ncia S o Paulo Companhia das Letras 1998 e 2000 respectivamente o popular Daniel Goleman Intelig ncia emocional Rio de Janeiro Objetiva 1996 e Henrique Schutzer Del Nero O s tio da mente S o Paulo Collegium Cognitio 1997 9 Dam sio Ant nio O erro de Descartes S o Paulo Companhia das Letras 1998 p 280 10 G nesis 2 7 ARA 11 Mateus 6 33 12 Nouwen Henri J M Renovando todas as coisas S o Paulo Cultrix 1993 pp 33 4 CAP TULO 11 MATURIDADE 1 2 Cor ntios 4 16 NVD Salmos 14 1 53 1 Marcos 12 28 31 NTLH G latas 2 20 ARA Colossenses 1 26 27 NTLH
161. da transforma o da mente 34por meio da constante substitui o da mentira pela verdade conhecer o a verdade e a verdade os libertar 35 Por contraste com as espiritualidades mais espetaculares nossa via pedestre ou seja literalmente colocar um p diante do outro ao seguirmos Jesus Para sabermos quem Jesus para onde ele vai e como andarmos nos seus passos pegamos um livro o livro supremo e o lemos as Sagradas Escrituras 36A base crist para o conhecimento da verdade o objeto priorit rio do estudo do crist o a B blia Mas n o apenas a B blia Todas as ci ncias paralelas teologia devem ser valorizadas e todo o acervo do discernimento humano deve ser acessado pois tudo o que est na B blia verdade mas nem tudo o que verdade est na B blia Al m do esfor o anal tico podemos desenvolver a capacidade de introspec o supraconsciente Capra observou O conhecimento absoluto uma experi ncia da realidade inicialmente n o intelectual uma experi ncia nascida de um estado de consci ncia n o usual que pode ser denominado de medita o ou estado m stico A exist ncia desse estado 152 n o tem sido testemunhada apenas por numerosos m sticos orientais e ocidentais mas aparece igualmente na pesquisa psicol gica 37 O processo cient fico possui tr s est gios de introspec o O primeiro a concentra o para a coleta de evid ncias O segundo a contempla o para a
162. de Uma coisa a ajuda eventual de que todos precisamos Outra a ajuda permanente que implica a rela o de depend ncia Nesses casos devemos estimular as pessoas a andar com as pr prias pernas facilitando seu acesso aos recursos n o explorados quer interiores quer externos O servi o que n o emancipa n o servi o explora o Numa rela o as sim o que pensa estar servindo precisa mais do outro do que quem esta sendo servido Mas talvez nenhum dos dois tenha essa consci ncia Certa vez fui procurado por uma senhora cujo filho era alco latra Sua depend ncia da bebida j havia causado muitos danos fam lia Dinheiro n o era problema e ent o o rapaz foi encaminhado a uma excelente cl nica de apoio e de tratamento para dependentes qu micos Depois de poucos meses em uma visita ao 189 ver o rapaz t o saud vel o pai julgou que j era hora de levar o filho para casa Os m dicos disseram que n o Tentaram mostrar que era precipitado que o processo de recupera o ainda estava incipiente e que o rapaz precisaria se fortalecer um ponto mais para encarar de novo os ambientes e amizades que o mantinham es cravizado ao lcool Mas o pai foi irredut vel e contrariando o bom senso levou o rapaz embora O resultado foi o pior poss vel Com essa experi ncia constatei o que havia aprendido nos livros algumas pessoas precisam de rela es adoecidas para sobreviver precisam de bodes expiat rios para
163. de de algo material ent o esse eu quer dizer a alma por meio da qual sou o que sou distingue se completamente do corpo e ainda mais f cil de conhecer do que esse ltimo e ainda que n o houvesse corpo a alma n o deixaria de ser o que 13 Dam sio denuncia que exatamente a est seu erro 69 A separa o abissal entre o corpo e a mente entre a subst ncia corporal infinitamente divis vel com volume com dimens es e com um funcionamento mec nico de um lado e a subst ncia mental indivis vel sem volume sem dimens es e intang vel de outro a sugest o de que o racioc nio o ju zo moral e o sofrimento adveniente da dor f sica ou agita o emocional poderiam existir independentemente do corpo Especificamente a separa o das opera es mais refinadas da mente para um lado e da estrutura e funcionamento do organismo biol gico para o outro 14 Quando falamos em raz o mente alma devemos incluir necessariamente os atributos intelectuais emocionais e volitivos sem jamais separ los do corpo a dimens o f sica e material do ser humano O ser humano possui tamb m uma dimens o moral ou se voc preferir consci ncia moral o senso de certo e errado presente em todo ser humano de todas as culturas e de todos os tempos Paulo ap stolo falou a respeito desse senso de certo e errado como algo que Deus semeou na mente humana A ira de Deus revelada dos c us contra toda impiedade e injusti
164. de ajuda v servi las Se est tudo bem entre voc s fa a uma surpresa que demonstre seu amor e sua alegria em t las por perto Se elas n o estiverem mais aqui escreva lhes uma carta coloque numa garrafa e jogue a no mar 195 Parte V Construir 16 Trabalho DO CAOS PARA A ORDEM A doutrina de Rabi Schimeon era Existe apenas o c u e nada mais por m o c u o contradisse Existe o c u e tudo o mais foi ent o que o rabi entendeu que o mundo deste lado do c u digno de ser trabalhado 1 Essa experi ncia do Rabi Schimeon deve se repetir tantas vezes quanto existirem seres humanos uma experi ncia paradigm tica que gira ao redor de quatro vari veis o para so a Terra maldita a saudade do para so e o trabalho Existe um lado de l do c u que abra a toda a realidade e que est sobre tudo quanto existe a matriz que controla e que define tudo o mais Apenas quem enxerga um para so consegue perceber sentido do lado de c do c u Sim porque existe um lado de c do c u que insiste em mostrar se como nica dimens o de realidade Mas este lado de c do c u uma Terra amaldi oada em oposi o ao para so o lado de l do c u A grande tenta o enfrentada pelo ser humano negar a exist ncia ou valor da Terra amaldi oada e fugir de volta para o para so Mas o Universo n o nem c u nem Terra isolados um do outro O Universo c u e Terra um sobre o outro o c u acima e a Terra
165. decidiu pensar ou pensa o que pensa porque brasileiro e n o alem o Tem certeza de que se meteu nessa presta o porque concluiu que era a melhor coisa a fazer ou seria o caso de ter sido induzido a viver do jeito que a classe m dia vive J percebeu como num casal que experimenta uma parceria bem sucedida os c njuges v o ficando cada vez mais parecidos um com o outro N o verdade que inconscientemente imitamos as pessoas que admiramos Alguma vez j tomou uma decis o que n o lhe parecia ser a mais razo vel somente para agradar uma pessoa querida Em algum momento j se viu arrastado a determinada situa o de consequ ncias funestas e absolutamente previs veis porque teve constrangimento de 169 desapontar um amigo ou amiga J conviveu com pessoas de personalidade t o forte que acabou percebendo sua pr pria individualidade sendo amea ada Enfim j fez o que n o queria fazer ou deixou de fazer algo que queria fazer por causa de pessoas que n o mereciam tal sacrif cio Um fen meno interessante que observo na terceira idade a vi va que floresce depois da morte do marido Chora uma semana e depois se mete na primeira excurs o que aparece Passou a vida inteira sem dan ar carregou durante anos a frustra o de n o usar maquiagem e sempre morreu de vontade de se vestir de maneira extravagante e agora que o veio se foi ningu m segura essa vov Tamb m fico impressionado com as varia es de
166. decodificados na interioridade da experi ncia de cada pessoa de modo que Deus seja uma realidade experimentada e vivenciada n o apenas um objeto de estudo O melhor que consegui at agora foi perceber Deus como o fundamento pessoal de toda a realidade existente Essas duas dimens es s o para mim o m nimo irredut vel da percep o de Deus Fundamento e Pessoal Fundamento Pessoal DEUS NO MUNDO Quando eu morrer verei o avesso do mundo O outro lado al m do p ssaro da montanha do poente O significado verdadeiro pronto para ser decodificado O que nunca fez sentido far sentido O que era incompreens vel ser compreendido Mas e se o mundo n o tiver avesso Se o sabi na palmeira n o for um signo Mas apenas um sabi na palmeira Se a Sequ ncia de noites e dias n o fizer sentido E nessa Terra n o houver nada apenas terra Mesmo se assim for restar uma palavra Despertada por l bios agonizantes Mensageira incans vel que corre e corta Campos interestelares corta gal xias que giram E clama reclama grita Gosto desse poema do polon s Czeslaw Milosz Nobel de Literatura porque expressa a impress o popular de que ap s a morte o mundo finalmente far sentido Mas o que me chamou mesmo a aten o foi a confiss o de seu desespero ao considerar a hip tese de que o mundo n o tenha qualquer outro sentido sen o o 49 que est diante de nossos olhos aqui e agora e se o sabi n
167. depois a alegria de um jantar maravilhoso na casa do Israel e da Andr a jantar ali s interrompido pelo inesquec vel telefonema de meus filhos Fernanda e Vitor curiosos e animados com os bra os os mais compridos do planeta que atravessaram milhas e milhas para me dar um abra o gostoso E depois na volta ao Brasil e o reencontro com 21 os companheiros que me encorajaram nas madrugadas frias do Parque do Ibirapuera enquanto me preparava para a Maratona E depois depois outros tantos momentos Como disse Gilberto Gil o melhor lugar do mundo aqui e agora N o sei nem quero saber qual era o lugar e o momento aos quais o poeta se referia pois creio que a vida cheia de lugares e de agoras E a felicidade implica a possibilidade de esteja onde estiver com quem estiver n o importa o que esteja fazendo dizer o melhor lugar do mundo aqui e agora Como disse Viktor Frankl psicanalista vienense A realidade sempre se apresenta na forma de uma particular situa o concreta e uma vez que cada situa o de vida irrepet vel segue se que o sentido de uma dada situa o nico Os significados dos momentos que s o nicos s o objetos da descoberta pessoal Eles devem ser procurados e encontrados por cada um Desde que a situa o sempre nica com um sentido que tamb m necessariamente nico segue se que a possibilidade de fazer qualquer coisa em rela o situa o tamb m nica p
168. des curou enfermos alterou os elementos multiplicou p es e peixes transformou gua em vinho e at mesmo ressuscitou pessoas Tudo fez com exata consci ncia de si mesmo e de sua voca o Entendia se n o apenas como o Filho de Deus mas tamb m como o Filho do homem Sabia que viera ao mundo para buscar e salvar o que estava perdido 33 e n o para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos 34 Finalmente a dimens o espiritual da imago Dei a pr pria identidade de Jesus Sendo Deus encarnado e sabendo que Deus Esp rito ningu m mais expressou em termos absolutos a Pessoa de Deus quanto Jesus que por isso foi chamado o Cristo Essas s o as raz es por que o cristianismo o caminho daqueles que escolheram responder ao sentido da vida a partir da imago Dei conforme expressa em Jesus de Nazar o Cristo de Deus 6 Prop sitos DEFININDO OS TERMOS Metas objetivos e prop sitos s o palavras entrela adas que para a maioria das pessoas querem dizer exatamente a mesma coisa pontos de chegada Os manuais de planejamento e de gest o multiplicam se e com eles tamb m cresce o n mero de defini es poss veis para os termos Na verdade o mais comum que cada autor use as palavras de acordo com sua conceitua o particular o que um chama de meta o outro chama de objetivo e o que o outro chama de prop sito aquele um chama de meta e assim por diante at que ningu m se entende numa reu
169. desconsiderar a import ncia dessa dimens o do servi o at porque os exemplos s o triviais Mas imagine que os pequenos atos t m o poder de definir um padr o de relacionamento Imagine a mulher reclamando que o marido deixa as roupas sujas espalhadas pelo ch o Na verdade seu desabafo contra o desrespeito de um ato praticado durante muito tempo e que revela uma postura em rela o ao parceiro Imagine mulheres que passam muito tempo ao telefone especialmente nos momentos em que 190 poderiam estar mesa com o maridos Ao longo dos anos se estabelece uma din mica de conviv ncia em que cada um faz suas refei es sozinho Quantas vezes voc j ouviu amigos reclamando um com o outro com picuinhas do tipo se eu n o te ligo voc nem d as caras ou voc nunca me convidou para ir sua casa O que parece um detalhe pequeno do relacionamento acaba tornando se a moldura que determina a satisfa o ou a insatisfa o da conviv ncia Afinal os relacionamentos sobrevivem ou morrem porque detalhes t o pequenos de n s dois s o coisas muito grandes para esquecer Em s ntese quem deseja caminhar com a mesma pessoa pela mesma estrada por longos anos precisa saber que em alguns trechos dever levar seu par no colo lavar seus p s servir sob pena de seguir viagem sozinho ou com uma pessoa desconhecida ao lado numa rela o de ilus o e auto engano cujo fim a solid o PERDOAR N o matar s um d
170. determinante do sucesso o talento Marcus Buckingham e Curt Coffman analisaram uma pesquisa feita pela Gallup Organization com 80 mil executivos e escreveram suas conclus es num livro inte ressante desde o t tulo Primeiro quebre todas as regras Eles definem talento como um padr o recorrente de pensamento sentimento ou comportamento que pode ser aplicado de maneira produtiva Geralmente quando pensamos em ta lento lembramos de capacidades extraordin rias como as de Pel Michael Jordan Mozart Beethoven e Albert Einstein Mas o fato que todos n s possu mos um padr o recorrente para agir e reagir A mem ria fotogr fica o sentido de dire o o racioc nio matem tico e o senso est tico s o exemplos de padr es de pensamento de sentimento e de comportamento Para simplificar as coisas talento o que voc faz com o p nas costas como se diz no popular Talento como escrever com a m o certa Quando voc escreve com a m o trocada o esfor o e o desconforto s o maiores e o resultado provavelmente n o do seu agrado Talento algo que voc faz naturalmente 216 como por exemplo minha cunhada que tem a invej vel capacidade de fazer todo mundo se sentir especial e amado ou minha esposa que capaz de servir qualquer pessoa como se estivesse servindo seu filho ou sua filha Fazer conta de cabe a enxergar uma casa linda num terreno baldio tocar instrumentos de ouvido cozinhar conversar ouv
171. divis vel com volume com dimens es e com um funcionamento mec nico de um lado e a subst ncia mental indivis vel sem volume sem dimens es e intang vel de outro a sugest o de que o racioc nio o ju zo moral e o sofrimento adveniente da dor f sica ou agita o emocional poderiam existir independentemente do corpo Especificamente a separa o das opera es mais refinadas da mente para um lado e da estrutura e funcionamento do organismo biol gico para o outro Toda essa volta para chegar a afirma es simples A dimens o pessoal da imago Dei a unidade indivis vel das partes constitutivas do ser humano a saber as dimens es material e imaterial A B BLIA TEM RAZ O Nephesh ruah e adamah Essas s o as tr s palavras hebraicas com as quais o 131 livro do G nesis narra a cria o do ser humano formou o Senhor Deus ao homem do p da terra adamah e lhe soprou nas narinas o f lego de vida ruah e o homem passou a ser alma vivente nephesh O Com essa simplicidade a B blia insere o ser humano nas duas esferas da realidade material e imaterial f sica e espiritual imanente e transcendente Minha equa o final ficou a seguinte p da terra f lego de vida alma vivente Em outras palavras o complexo mente sentimentos vontade que em Deus atributo do Esp rito no ser humano ganha mais uma dimens o a saber corpo e essa soma entre os atributos do esp rito mais um corpo f sic
172. diz que a grande maioria dos homens vive uma vida de silencioso desespero Por baixo do pano escuro da noite quando as luzes se apagam e restam apenas os labirintos da mente como trilha para o encontro com o descanso muita gente repousa infeliz Sua sorte ou infort nio que durante o dia quase ningu m percebe disfar am bem ou convivem com gente igualmente ocupada em disfar ar que n o consegue perceber qu o ruins os atores Is o no palco da vida Algumas pessoas retrucariam Eu n o sou t o infeliz como voc est sugerindo Acredito Na verdade conhe o muitas pessoas assim Mas n o invejo suas vidas E desconfio de que nem mesmo elas se orgulham da vida que t m pois se a infelicidade n o as descreve tamb m n o t o f cil encontrar uma palavra que o fa a T m vidas amorfas vazias e obedecem mesmice da navega o de um marujo que n o sabe para onde vai que teme chegar a algum lugar indesej vel e que cruza os dedos fazendo figa para que o acaso lhes reserve boa ventura Vidas sonolentas que se arrastam em meio a rotinas enfadonhas Gente que vive espera da sexta feira e que se arrepia quando a luz do quarto se apaga no domingo noite sem que nada interessante tenha acontecido no final de semana N o t m uma cama onde repousar deitam se noite ap s noite numa cova de len is sepultando um projeto de vida fracassado e ainda que inconscientemente rolam de um lado para o outro imaginando alguma novidade
173. do absorto com o viol o na m o por dez anos Que diferen a faz o perd o A par bola tamb m ensina que o perd o visa a preserva o da dignidade de quem foi ofendido Jesus come a a hist ria dizendo que o credor chamou todos os devedores para um acerto de contas Sabe por que muitos relacionamentos chegam ao fim Por falta de eventos sistem ticos de acerto de contas Uma m goa hoje um ressentimento amanh uma raiva depois de amanh at que depois de um tempo existe uma parede quase intranspon vel entre as partes Voc me pisa hoje e eu deixo Voc me pisa amanh e eu deixo Ent o voc me pisa todo dia e aquilo se torna um padr o de nosso relacionamento Meu cora o vai adoecendo vou ficando diminu do e minha dignidade escorre pelo ralo Acertar contas sistematicamente significa pontuar cada agress o Quando voc me pisar tenho de procur lo e falar o seguinte Gostaria que voc soubesse que me senti agredido por suas palavras por seu comportamento por sua atitude Quero inclu lo de novo em minha vida mas para isso preciso dizer que n o vou tolerar esse padr o de relacionamento Em seguida voc diz Por favor me perdoe eu n o fiz por mal E eu digo Claro que perdoo Vim aqui para isso N o vim cobrar uma d vida vim cuidar de nossa conviv ncia Mas n o poderia ter deixado de vir aqui porque deixar de vir aqui seria ignor lo Seria o mesmo que mat lo tirarde voc o direito d
174. do com o que acontece quando no meio da conversa esquecemos o nome de uma pessoa e seguimos no papo dizendo daqui a pouco eu lembro Parece que enquanto a conversa prossegue na mente 01 a mente 02 come a a vasculhar seus arquivos at que o nome do sujeito achado e ent o a mente 02 envia a informa o para a mente 01 e voc interrompe a conversa e diz ah lembrei Isso acontece quando voc est trabalhando no seu computador e de vez em quando uma janela abre sozinha colocando algo novo sua frente Na ora o silenciosa meditativa contemplativa como queira chamar esse fen meno acontece vezes sem conta Enquanto a nossa consci ncia n vel 01 est focada em uma coisa apenas a respira o ou uma ora o curta Kyrie eleison o Esp rito Santo suscita em nossa consci ncia n vel 02 um sentimento um pensamento uma disposi o nova de vontade A ora o portanto implica f e consequ ncias Jesus ensina que a ora o abre caminhos para a interven o de Deus Seu Pai que v em secreto o 113 recompensar N o tenha d vida a ora o leva voc para al m das possibilidades de seus pensamentos sentimentos e vontade e coloca voc diante das infinitas possibilidades do mundo espiritual A ora o alinha nosso cora o e mente com a vontade perfeita de Deus e coloca os trilhos pelos quais ganhamos acesso aos recursos maravilhosos dos c us Tamb m por essa raz o orar n o tanto
175. do de morrer sem saber por que viveram disse me ele no escuro da madrugada desde a cama de cima do beliche que divid amos 38 O PARADIGMA JUDAICO CRIST O Essa hist ria de busca de sentido mais velha do que andar para tr s Teilhard de Chardin fil sofo e matem tico franc s prop s que n o somos seres humanos passando por uma experi ncia espiritual somos seres espirituais passando por uma experi ncia humana Ainda que question vel em seu sentido mais abrangente trataremos da antropologia crist no cap tulo 11 o que Chardin est dizendo que qualquer projeto de vida que se esgote no aqui e agora est fadado ao fracasso e qualquer conquista que n o sobreviva ao t mulo incapaz de trazer a experi ncia de plenitude e encher de significado os dias A hist ria de Ad o e Eva paradigm tica A Serpente revela toda a sua ast cia n o apenas ao usar um discurso sedutor e uma linguagem enganosamente persuasiva mas principalmente ao penetrar a ess ncia abissal do ser humano a fim de manipular conceitos e anseios e de propor caminhos difusos para a realiza o da transcend ncia Esque a por enquanto o literalismo da narrativa do G nesis n o se ocupe em tomar posi o sobre se as personagens Ad o Eva e a Serpente existiram mesmo se esse tal para so um lugar geogr fico ou se essa hist ria uma par bola pois sendo fato ou figura a hist ria quer dizer a mesma coisa Considere a possibilidade d
176. dos e ainda que contrariadas admitindo avarias f sicas e psicoemocionais as pessoas acessam as rotas para gerenciamento e compensa o da vida estressante que ali s n o s o poucas As 26 mais comuns entretanto podem ser resumidas em pelo menos cinco categorias Para combater o estado de esp rito perturbado de maneira coerente com a cren a que a felicidade chegar assim que a sociedade contempor nea desenvolveu pelo menos cinco caminhos a auto ajuda a busca da qualidade de vida a entrega aos prazeres a pseudotranscend ncia e a dedica o s causas nobres AUTO AJUDA A primeira e mais badalada de todas as tentativas de solu o para o encontro com a felicidade neste in cio de terceiro mil nio sem d vida o movimento chamado de auto ajuda que sugere t cnicas de controle mental e artif cios para conquistar objetos do desejo H muitas maneiras de definir o que auto ajuda mas a que mais me agrada saiu da pena de Max Gheringer 4 auto ajuda tudo aquilo que tem o poder de transformar em f cil tudo aquilo que extremamente dif cil para a maioria absoluta dos mortais De fato aquela conversa de que voc precisa ape nas dar um simples passo para mudar sua vida de uma vez para sempre e do outro lado da linha encontrar sucesso e felicidade uma ofensa aos mortais Mas mesmo assim os profetas da auto ajuda e suas loucas profecias multiplicam se assustadoramente Quando Gheringer fez suas
177. e uma hip rbole l gico que se presta ao papel de exaltar ao m ximo poss vel um homem que atuou apenas trinta anos e teve uma vida p blica de apenas tr s Os disc pulos observaram atentamente esse divino taumaturgo capaz de transitar com a mesma naturalidade entre o universo material mental e espiritual Ali estava diante deles um homem que era como diria John Wimber naturalmente sobrenatural Um homem capaz de transitar serenamente atrav s do labirinto das id ias das contrariedades dos sentimentos e dos apelos das vontades Um peregrino que n o considerava o mundo espiritual como um lugar distante posterior c u depois da morte ou anterior para so antes do pecado exist ncia humana p no ch o Mas os disc pulos conseguiram observar um pouco mais Enxergaram que Jesus gostava de ficar sozinho Express es como foi Jesus levado pelo Esp rito ao deserto retirou se dali para um lugar deserto parte despedidas as multid es subiu ao monte a fim de orar sozinho caindo a tarde l estava ele s Tendo se levantado alta madrugada saiu foi para um lugar deserto e ali orava De uma feita estava Jesus orando em certo lugar fizeram com que os disc pulos pedissem a ele Senhor ensina nos a orar 8 105 MOMENTOS DIVINOS Para onde poderia eu escapar do teu Esp rito Para onde poderia fugir da tua presen a Se eu subir aos c us l est s se eu fizer a minha cama na sepultura tamb m l
178. e de todas elas Da mesma maneira a sa de uma realidade que alcan a integralmente o corpo a mente as emo es e a vontade O que ent o crescer Para responder a essa pergunta precisamos de tr s observa es A primeira que sa de a plena maturidade do corpo da mente das emo es e da vontade Em termos pr ticos j que precisamos de crit rios de medi da para constatar a sa de essas dimens es da vida humana nos servem de par metro Para onde devemos olhar quando estivermos em busca da constata o da sa de de uma pessoa Olhar para o todo a resposta certa mas o todo precisa ser dividido didaticamen te de modo que opto pelas dimens es corpo mente emo es e vontade por mais intercambi veis que sejam A segunda observa o a de que o crescimento rumo plena maturidade deve considerar a natural degenera o f sica consequ ncia inevit vel do envelhecimento Qualquer padr o de medida da sa de deve levar em conta que a ordem natural da vida aquela mesma o que vivo nasce cresce reproduz se e morre Nesse caso precisamos abrir brechas para enquadrar como saud veis algumas pessoas que mesmo em face da degenera o e da disfun o f sica t m suas dimens es ps quicas equilibradas ou resguardadas A terceira e mais importante observa o a respeito do crescimento pessoal que esse processo diz muito mais respeito ao tipo de gente que vamos nos tornando medida que envelhecemos d
179. e aprofunda algu m toma a iniciativa de desligar o r dio Existe uma dimens o de conversa o poss vel na rotina di ria tamb m existe outra dimens o para a qual s o necess rias provid ncias espec ficas a fim de que os ru dos n o atrapalhem a comunica o Ascetismo e carisma s o como dois remos de um barco a iniciativa do Esp rito Santo e a disciplina humana confundem se e entrela am se Tanto Deus opera em n s o querer e o efetuar quanto n s desenvolvemos nossa salva o 2 Quem fica apenas com o remo da a o do Esp rito isto dos imputs imprevis veis que Deus coloca em nosso cora o torna se m stico e espera m gicas quem fica apenas com o remo da disciplina cai no formalismo e no legalismo que resulta numa experi ncia mec nica e vazia A privacidade e a participa o coletiva s o outros dois aspectos dessa rela o dial tica entre o esp rito humano e o Esp rito de Deus A intimidade do lugar secreto o quarto atr s da porta fechada t o importante quanto a celebra o p blica a festa o interc mbio da mutualidade a conversa na pra a a roda de amigos e a participa o mesa da comunh o 22 Aprendemos a andar com Deus andando com pessoas que andam com Deus Certamente voc j ouviu alguma mulher reclamando para o marido que eles nunca saem sozinhos que precisam sempre estar rodeados de amigos enquanto o marido retruca que eles necessitam de 149 companhia para arejar a re
180. e como se lida com as assombra es ideol gicas mais assustadoras na busca de significado para a vida Ao contr rio de outros escritores que escrevem sobre o mesmo tema Ed Ren conclui que o prop sito da vida n o atingir um alvo predefinido que aflui para a felicidade plat nica ou ao nirvana crist o Ironicamente o prop sito final da vida alinha se com o processo de destilar o melhor de n s mesmos em comunh o com o Esp rito atrav s das disciplinas ticas e est ticas do conviver do construir do crescer e do transcender Assim o prop sito n o o ponto de mira do arqueiro a trajer ria da flecha Uma leitura completa e deliberada do seu livro poder levar o leitor a resolver de uma vez por todas o anseio por raz o de viver Ed Ren conhece o caminho tortuoso da n usea existencial um apaixonado pelo Evangelho de Cristo e escreve com a autoridade surpreendente de quem j fez piquenique no vale da sombra da morte Vivendo com Prop sitos merece ser recebido com entusiasmo Para muitos significar o fim de uma longa busca um al vio um descanso um trilho para a vida eterna Mark L Carpenter Editora Mundo Crist o Apresenta o Comecei a escrever este livro em 1998 quando fui convidado a fazer palestras na Mercedes Benz Falei a respeito de estresse e espiritualidade lendo a Ora o do Pai Nosso para um audit rio atento e emocionado Depois repeti a palestra para mais de 150 empres
181. e dizer sim Senhor de sua vontade aquele que consegue colocar cabresto em seus desejos su bordinando os sua vontade Os desejos est o associados aos instintos enquanto a vontade est associada s escolhas morais s decis es baseadas em valores Por exemplo posso num momento de ira desejar a morte de um agressor mas devo dominar esse impulso instintivo uma vez que minhas convic es e cren as impedem me de matar Minha pretens o era convencer a todos de que crescer era seguir rumo mobilidade lucidez sensibilidade e temperan a Mas meu grupo n o permitiu Terminei aquele encontro me desculpando admitindo que eles haviam vencido E haviam vencido por uma raz o simples estavam absolutamente convencidos de que corpo e esp rito s o realidades indissoci veis e de que n o existe sa de mental 136 independentemente da sa de f sica a qual por sua vez afeta a sa de emocional que tambem est vinculada sa de volitiva Sa de um conceito hol stico quem est com dor de cabe a n o consegue avaliar adequadamente as circunst ncias quem est deprimido est com d ficit f sico org nico bioqu mico e portanto ter suas emo es abaladas e nem sequer ter vontade de sair da cama Algu m me explicou que depress o aus ncia de vitalidade ou incapacidade de ter um impulso na dire o da vida E nesse caso a depress o uma disfun o f sica emocional mental ou volitiva Quem sab
182. e excede todo entendimento de alegria plena e de vida abundante ou completa mas desconhecem os processos da peregrina o espiritual e podem enquadrar se em alguns dos principais equ vocos a respeito da din mica da espiritualidade crist S o capazes por exemplo de acreditar que as d divas de Deus independem de suas pr prias atitudes Imaginam que os favores de Deus v m automaticamente pelo simples fato de que cr em em Deus Por exemplo acreditam que podem continuar vivendo de maneira ego sta orgulhosos de sua humildade e cheios de emp fia contra aqueles que pelo menos em sua opini o s o menos iluminados Talvez n o tenham ouvido que Deus op e se aos orgulhosos mas concede gra a aos humildes e que se alegra em atender os que pedem com f sem vacilar Por outro lado h os que imaginam que as d divas de Deus s o respostas apenas s atitudes interiores abstra as e que desconsideram a necessidade dos exerc cios espirituais da busca disciplinada do esmurrar __ o corpo para n o ser desqualificado da ora o perseverante do estudo incans vel das Escrituras Sagradas para que a Lei seja alimento de medita o diuturna H os que pensam que todos os favores de Deus s o experimentados em termos definitivos isto aquele que recebeu uma gra a fica com ela para sempre Perguntam se at nitos Mas n o entreguei minha vida a Deus Ent o por que n o tenho alegria Talvez care am ouvir o ap stolo Paulo ensin
183. e existir em minha vida Deixar de vir aqui seria abrir m o de minha dignidade e assumir que n o h problema nenhum voc ficar me pisando desse jeito Pelo amor de Deus n o v repetir essa ladainha toda vez que for acertar contas com as pessoas da sua conviv ncia Isso s para quevoc saiba o que est por tr s de um momento de acerto de contas Outra coisa que aprendo com essa par bola de Jesus que o perd o visa a 193 transforma o do agressor A ladainha do acerto de contas incluiu outra frase mais ou menos assim Quero incluir voc de novo em minha vida mas para isso preciso dar a voc a chance de mudar de conduta caso contr rio nossa conviv ncia vai ficar insustent vel Ao cancelaro perd o ao homem que n o leve miseric rdia de seu devedor Jesus desfaz um mal entendido a respeito do perd o Para a maioria das pessoas o perd o uma transa o que libera da ofensa aquele que ofendeu Mas quando o perd o unilateral e aquele que ofendeu desconsidera o fato de ter ofendido e agride de novo e de novo e de novo ent o a situa o diferente A no o de que perdoar setenta vezes sete perdoar sempre tem duplo significado Se perdoar setenta vezes sete significa abrir m o da necessidade de repara o e de se recusar a ficar preso m goa e ao desejo de vingan a ent o est correio Mas se perdoar sempre significa manter relacionamentos a qualquer pre o abrindo m o da dignidade
184. e habita em mim Assim encontro esta lei que atua em mim Quando quero fazer o bem o mal est junto a mim No ntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo guerreando contra a lei da minha mente tornando me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros Miser vel homem que eu sou Quem me libertar do corpo sujeito a esta morte Romanos 7 15 24 NVI Muitas pessoas tentam desenvolver seu relacionamento com Deus baseando se apenas nas atitudes interiores como por exemplo humildade f pureza de cora o e outras Essas pessoas esquecem que o ser humano um todo indivis vel corpo e esp rito n o atuam separados A grande distin o entre o cristianismo e qualquer outra perspectiva religiosa a encarna o a possibilidade e o fato de que Deus e o homem o que implica f lego da vida e p da terra podem interagir em 147 termos absolutos Os ap stolos sempre fizeram quest o de registrar que Jesus Cristo possu a um corpo f sico exatamente igual ao nosso Jo o escreveu de acordo com a cultura grega de seu tempo e afirmou que no princ pio era o Lagos e o Logos estava com Deus e o Logos era Deus E o Logos se fez carne e habitou entre n s 12 Deus se fez carne pois Jesus sendo Deus n o ficou agarrado a seu status mas esvaziou se a si mesmo vindo a ser servo tornando se semelhante aos homens 13 pois Deus mesmo preparou um corpo par
185. e identificada com a mente raz o F lon de Alexandria chamou a mente de princ pio hegem nico da alma Greg rio de Nissa prop s que assim como Deus tem mente e verbo tamb m o ser humano possui a capacidade do co nhecimento express es daquela mente e verbo divinos Agostinho de Hipona diz que o homem representa Deus em rela o ao nobil ssimo ato que conhecer de fato representa Deus n o apenas enquanto ente e vivente mas tamb m enquanto inteligente Tom s de Aquino inclu a o conhecer e o querer como pr prios da imagem de Deus no homem mas dava prioridade ao conhecimento em detrimento da vontade afir mando que a imagem reside sobretudo na dimens o cognitiva pois a vontade origina se na mem ria e na intelig ncia Compreender a mente raz o como express o da imagem de Deus e inevit vel Mas n o precisamos ficar restritos ao conceito que faz a raz o equivaler apenas ao conhecimento e capacidade de racioc nio Devemos dar aten o s ltimas conclus es das pesquisas no campo da neuroci ncia Ant nio Dam sio escreveu O erro de Descartes em que discute as bases do cartesianismo na forma o da antropologia ocidental e suas influ ncias na neuroci ncia Ren Descartes 1596 1650 com sua famosa proposi o Penso logo existo quer dizer que Eu soube que era uma subst ncia cuja ess ncia integral pensar que n o havia necessidade de um lugar para a exist ncia dessa subst ncia e que ela n o depen
186. e modo que a maturidade humana harmoniza o ser humano em propor es inversas o natural que quanto mais degenerada a dimens o material mais amadurecida e plena a dimens o imaterial Na linguagem b blica embora exteriormente estejamos a desgastar nos interiormente estamos sendo renovados dia ap s dia l Essa a raz o por que de vez em quando ouvimos coment rios do tipo ele ja tem idade mas possui uma vitalidade invej vel ela est bem doentinha mas continua l cida como sempre ou papai est cansado mas o mesmo homem admir vel Tratemos os males da 137 senilidade como exce es O tipo de gente que nos tornamos medida que envelhecemos essa a grande quest o embutida no prop sito de crescer MATURIDADE Ubermensch Essa foi a palavra usada por Friedrich Nietzsche para se referir ao super homem ou se voc preferir o mais correto ao sobre humano Na verdade melhor cham lo mesmo de sobre humano porque ele n o tem nada a ver com o personagem dos quadrinhos de Siegel e Shuster Nietzsche n o falava de um homem musculoso com extraordin rias aptid es capaz de parar locomotivas e de sustentar avi es nos ares O sobre humano de Nietzsche uma personalidade forte movida pela nsia de poder pelo desejo de controlar tudo e de impor se sobre todos O sobre humano uma mistura de deuses do pante o grego de conquistadores de imperadores romanos e de esp cies fortes da sele
187. e muitas das ora es que fazemos n o s o simples s o infantis egoc ntricas e 119 incompat veis com o car ter de Deus Ainda concordo com Tiago que disse que h o recebemos muitas das coisas que pedimos a Deus porque pedimos mal para gastar em nossos pr prios interesses para esbanjar em prazeres ego stas oramos a partir do reino do eu e n o a partir do Reino de Deus Mas tudo bem a gente s aprende a confiar e a ter conversa de gente grande com o pai porque ele nos deu pirulitos e nos deixou encher a pan a de sorvete na inf ncia Crian a conversa na l ngua do doce e Deus jamais despreza as criancinhas O saldo de minha experi ncia de ora o simples que n o seleciono mais assuntos mas continuo selecionando pedidos J n o escondo desejos n o mascaro ansiedades n o fico camuflando sentimentos e opini es mas prefiro mais falar e ouvir do que me apressar em pedir Aprendi que a promessa que acompanha a ora o simples n o a satisfa o da necessidade ou o atendimento do desejo mas a paz de Deus que excede todo o entendimento e que guarda nossos cora es e mentes isto devolve nos o equil brio biopsicoespiritual ajuda nos a realizar o sentido do momento e restaura nosso estado de esp rito perturbado ORA ES AUTOFOCALIZADAS Nas ora es simples presto aten o em Deus e em minhas circunst ncias Nas ora es autofocalizadas presto aten o em Deus e em mim mesmo As ora
188. e nos falta para ser feliz quando temos tudo para ser e n o somos Falta nos a sabedoria Os c nicos seguidores dos fil sofos socr ticos Anti stenes de Atenas 444 356 a C e Di genes de S nope 413 323 a C pregavam a volta a vida em estrita conformidade com a natureza e por isso opunham se radicalmente aos valores 206 aos usos e s regras sociais vigentes Para os c nicos os prazeres eram divididos em dois grupos os comuns a todos os homens chamados de naturais e os buscados por meio das conven es sociais e pol ticas chamados de n o naturais Di genes afirmava que a maneira mais correta do homem de viver consiste em ter as necessidades mais simples poss veis para o homem basta lhe a vida Os est icos como o grego Zen o de Cicio 340 264 a C e os romanos Epicteto c 55 c 135 d C e Marco Aur lio 121 180 d C defendiam que o ideal do s bio era a austeridade que poderia ser caracterizada como certa impassibilidade em face da dor ou do infort nio S neca por exemplo escreveu para Luc lio recomendando que se alegrasse unicamente naquilo que prov m apenas do que seu O que quero dizer com apenas do que seu Quero dizer voc mesmo e a sua melhor parte Parece que Paulo ap stolo tinha algo de c nico e est ico Suas declara es aos crist os da cidade de Filipos ainda ecoam como desafio urgente num mundo marcado pelo consumo Afirmou que aprendeu o segredo de viver satisfeito e
189. e pouco valor Minhas palavras seriam poucas e insuficientes em intensidade para descrever o valor da amizade Por isso escolhi como ltimas as palavras de Henri Nouwen um dos mais celebrados mentores espirituais contempor neos para encorajar voc na dire o da amizade 173 Um amigo de verdade n o algu m que pode resolver todos os seus problemas ou tem respostas para todas as perguntas Tamb m n o algu m que vai embora quando n o h nenhuma solu o ou resposta mas fica com voc permanece fiel a voc Muitas vezes quem nos d maior conforto n o a pessoa que diz Fa a isso diga aquilo v l mas quem mesmo se n o h nenhum bom conselho para dar afirma N o importa o que acontecer eu sou seu amigo voc pode contar comigo Quanto mais velho voc se torna mais descobre que sua alegria e felicidade dependem de tais amizades O grande segredo da vida que o sofrimento frequentemente parece ser t o insuport vel que pode se tornar na compaix o uma fonte de vida e esperan a novas A amizade um dos maiores dons que um ser humano pode receber um v nculo que ultrapassa objetivos interesses ou hist rias em comum um v nculo mais forte do que aquele que a uni o sexual pode criar mais profundo do que o que um destino partilhado pode solidificar e ainda pode ser mais ntimo que os la os do matrim nio ou da comunidade A ami zade estar com o outro na alegria e na tristeza mesmo
190. e rotina do pal cio real durante sua longa aus ncia e prover o b sico para sua fam lia a esposa Pen lope e o filho Tel maco Odisseu solicita os pr stimos de um amigo Mentor Mentor um personagem menor da Odisseia Odisseu n o atribuiu a ele nenhuma das fun es que hoje definiram um mentor Apenas solicitou ao amigo que mantivesse tudo intacto at sua volta Nada de mais mas Mentor n o conseguiu dar conta da tare fa Sua participa o na Odisseia s ganha relev ncia quando a deusa Palas Atena disfar ada de Mentor guia o jovem Tel maco em sua busca pelo pai Odisseu que todos julgavam morto Mentor ficou esquecido no rodap da literatura at 1699 quando um educador e escritor franc s Fran ois de la Mothe Febelon escreveu As Aventuras de Tel maco uma releitura da Odisseia Na obra Fenelon tira Mentor da obscuridade e o eleva condi o de segundo pai professor orientador e guia de Tel maco A obra fez tanto sucesso como material educacional que em 1750 a palavra mentor j figurava nos dicion rios franc s e ingl s como sin nimo de conselheiro s bio al m de protetor e financiador Mais recentemente o mundo corporativo adotou a palavra mentoring para identificar o processo por meio do qual um jovem conta com os conselhos e o apoio constante de uma pessoa j experiente uma esp cie de personal trainer para a carreira profissional Isso deturpou a ideia de algu m que se dedicava ta
191. e sequer ser nem um grande bandido nem um grande canalha Napole o n o invadiu a Europa por di nheiro Hitler n o matou 6 milh es de judeus por dinheiro Michelangelo n o passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro E geralmente os que s pensam nele n o o ganham Porque s o incapazes de sonhar E tudo que fica pronto na vida foi constru do antes na alma A prop sito disso lembro me de uma passagem extraordin ria que descreve o di logo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pac fico e um milion rio texano O milion rio vendo a tratar daqueles leprosos disse Freira eu n o faria isso por dinheiro nenhum no mundo E ela responde Eu tamb m n o meu filho N o estou fazendo com isso nenhuma apologia pobreza muito pelo contr rio Digo apenas que pensar e realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna Meu segundo conselho 212 pense no seu pa s Porque principalmente hoje pensar em todos a melhor maneira de pensar em si Afinal dif cil viver numa na o onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo O caos pol tico gera uma queda de padr o de vida generalizada Os pobres vivem como bichos e uma elite brega sem cultura sem refinamento n o chega a viver como homens Rouroubam mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguasu Meu terceiro conselho vem diretamente da B blia seja quente ou seja frio n o seja morno que eu te vomito exatamente isso que
192. e ser apenas uma narrativa elucidativa da rela o entre Criador e suas criaturas Primeiro vamos olhar com cuidado a pr pria narrativa Assim o livro do G nesis relata a conversa entre Ad o Eva e a Serpente Ora a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito E ela perguntou mulher Foi isto mesmo que Deus disse N o comam de nenhum fruto das rvores dor jardim Respondeu a mulher serpente Podemos comer do fruto das rvores do jardim mas Deus disse N o comam do fruto da rvore que est no meio do jardim nem toquem nele do contr rio voc s morrer o Disse a serpente mulher Certamente n o morrer o Deus sabe que no dia em que dele comerem seus olhos se abrir o e voc s como Deus ser o conhecedores do bem e do mal Quando a mulher viu que a rvore parecia agrad vel ao paladar era atraente aos olhos e al m disso desej vel para dela se obter discernimento tomou do seu fruto comeu o e o deu a seu marido que comeu tamb m Os olhos dos dois se abriram e perceberam que estavam nus ent o juntaram folhas de figueira para cobrir se G nesis 3 1 7 NVI Como lhe disse essa narrativa uma das bases da tradi o judaico crist 39 Observe ent o o que disse o evangelista Jo o praticamente mil e quinhentos anos ap s o Livro do G nesis N o amem o mundo nem o que nele h Se algu m ama o mundo o amor do Pai n o est nele Pois tudo
193. ealidade O mapa apenas um registro limitado da leitura do peregrino apenas as anota es que o peregrino conseguiu fazer ao longo de sua jornada Por mais exato que o peregrino tente ser o mapa sempre conter equ vocos e imperfei es pois a realidade sempre maior do que o que o peregrino consegue enxergar e o que ele conseguiu enxergar tamb m maior do que o que conseguiu registrar A segunda observa o luz dessa met fora do mapa que o estudo do mapa jamais substitui a peregrina o Nenhum peregrino contenta se em conhecer mapas pois que todos desejam mesmo pisar o ch o e descobrir novas trilhas que os peregrinos anteriores n o conseguiram perceber ou por n o as registrarem ou porque n o tiveram coragem de registr las S NTESE Imago Dei Deriva es Prop sitos Perguntas Essencial Compartilhar a Transcender Onde est Deus ess ncia espiritual de Deus Deus esp rito poder pessoal incorp reo Pessoal Compartilhar os Crescer Que tipo de gente atributos pessoais de eu me tornei Deus mente sentimentos vontade autoconsci ncia consci ncia Relacional Compartilhar a Conviver Onde est o as natureza plural de pessoas que eu amo Deus Deus Tr s e que me amam uma unidade entre iguais 87 Criativa Compartilhar com Deus a responsabilidade de ordenar o caos e de exercer dom nio sobre o Universo Construir Qual foi min
194. eci mento cora o entendimento for a GREGO DEMAIS A defini o do conjunto de dota es que constituem a natureza humana e que distingue o humano do n o humano ocupa muitas p ginas de discuss o entre os te logos e fil sofos crist os A evolu o do pensamento filos fico pode ser compreendida a partir dos pr socr ticos como Dem crito e Her clito chamados de naturalistas que procuravam respostas para a natureza ou o fundamento ltimo 128 das coisas S crates 470 399 a C por sua vez procurava respostas para a natureza ou para a realidade ltima do homem Prop s que o homem a sua alma psych a sede racional inteligente e eticamente operante a consci ncia e a personalidade intelectual e moral Dizia que uma coisa o instrumento que se usa e a outra O sujeito que usa o instrumento O homem usa seu corpo como instrumento e nesse caso quando algu m pergunta o que o homem a resposta n o pode ser o corpo mas sim aquilo que usa o corpo a saber a psych a alma Plat o cujo verdadeiro nome era Aristocles 427 347 a C disc pulo de S crates seguiu na mesma trilha Plat o estabelecia uma diferen a entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos o que implicava a distin o entre a alma do homem e seu corpo Disse que a natureza do homem racional e por consequ ncia na raz o mundo das ideias realiza sua humanidade Essa natureza racional do homem encontra
195. ef mero Phileo o amor perene gape o amor para o outro Eros o amor pelo outro Phileo o amor com o outro Embora sublimes todos os tr s minha prefer ncia est em phileo Primeiro porque o elo que alimenta os outros amores Sempre encarei a rela o com Deus como amizade E n o acredito em amantes que n o sejam amigos Amantes que n o s o amigos s o corpos unidos tes o Devotos a Deus que n o s o amigos de Deus s o mendicantes interesse Prefiro phileo porque gape uma quest o de f e eros uma quest o de sorte Experimentar o amor de Deus algo de foro ntimo pessoal dire o na qual ningu m pode for ar ningu m Viver um grande amor ficar apaixonado e ser feliz para sempre algo que nem todo mundo consegue e n o 172 acredito que os que conseguem sejam melhores pessoas do que os que n o conseguem Mas gosto mesmo de phileo porque o amor de que em tese poder amos prescindir e provavelmente por isso o mais socializado dos amores quase todo mundo sabe o que ter um amigo N o somos tolos de dar as costas ao amor de Deus apenas n o sabemos direito como vivenci lo N o somos tolos em dar as costas ao romance apenas n o sabemos como cultiv lo Mas poder amos dar as costas s amizades principalmente se acreditamos estar sob o amor de Deus e abrigados num romance A amizade t o desnecess ria quanto a filosofia a arte o pr prio Universo pois Deus n o pre
196. ego Ao fulgor suave do sol as folhas estavam brilhantes de um verde claro e luminoso o tronco e os ramos ensopados pareciam de bano a pelagem preta dos chimpanz s era matizada por lampejos de castanho acobreado E por tr s desse tableau refulgente estendia se o pano de fundo dram tico do c u ndigo escuro onde o rel mpago ainda tremeluzia e faiscava e o trov o distante ribombava Existem muitas janelas atrav s das quais podemos observar o mundo em busca de algum significado Existem as que foram abertas pela ci ncia com as vidra as polidas por uma sucess o de mentes brilhantes penetrantes Atrav s delas podemos ver cada vez mais longe cada vez mais claro em reas que estavam acima do conhecimento humano Olhando por uma destas janelas no decorrer dos anos aprendi muito sobre o comportamento dos chimpanz s e seu lugar na natureza das coisas E isto por sua vez nos ajudou a compreender um pouco melhor alguns aspectos do comportamento humano nosso pr prio lugar na natureza Mas existem outras janelas janelas que foram descerradas pelas l gicas dos fil sofos janelas atrav s das quais os m sticos buscam sua vis o da verdade janelas nas quais os l deres das grandes religi es se debru aram em sua busca de um prop sito n o apenas na beleza maravilhosa do mundo mas tamb m em sua escurid o e em sua fei ra A maioria de n s quando medita sobre o mist rio de 115 nossa exist ncia perscruta o mundo atr
197. eia hebraica de personalidade um corpo vivente e n o uma alma encarnada O hebraico n o possui uma palavra expl cita para corpo nunca se precisou dela j que o corpo era o homem Millard Erickson em sua teologia sistem tica prop e que no Novo Testamento aparece a terminologia de corpo alma mas ela n o pode ser associada ideia de exist ncia encarnada e desencarnada A Escritura parece retratar os homens como seres unit rios Raramente menciona se a natureza espiritual deles independentemente ou parte do corpo A Escritura indica que h um estado intermedi rio entre a morte e a ressurrei o mas esse estado intermedi rio i e imaterial ou desencarnado um estado claramente incompleto ou anormal pois na ressurrei o a pessoa receber um corpo novo Na concep o da unidade condicional nosso estado normal um ser unit rio materializado Podemos pensar que cada ser humano um composto unit rio de um elemento material e outro imaterial O elemento espiritual e o f sico nem sempre s o distingu veis pois n o h conflito entre a natureza material e imaterial O composto pode ser dissociado como o cloreto e o s dio no composto sal a dissocia o ocorre na morte Mas na ressurrei o formado um novo composto com a parte imaterial voltando a ser inseparavelmente ligada ao corpo Isso faz lembrar o ditado que ficou popularizado pela teologia da miss o integral corpo 130 sem esp rito defunt
198. ele e ningu m encontrar sentido no mundo antes de en contrar se com o transcendente que nele tamb m est Philip Yancey jornalista um dos mais premiados escritores crist os da 53 atualidade Em seu livro O Deus in vis vel voc vai encontrar as seguintes afirma es buscar o Esp rito como procurar os culos estando com eles o Esp rito com mais precis o aquilo pelo qual percebemos n o aquilo que percebemos quem abre nossos olhos para destacar as realidades espirituais subjacentes O que ele est dizendo que a maioria de n s encara a vida como uma laranja e pensa que Deus um dos gomos Funciona mais ou menos da seguinte maneira assim como interagimos com o trabalho o lazer o dinheiro as pessoas o corpo a igreja e por a vai tamb m interagimos com Deus Deus uma das nossas intera es Mas essa uma concep o errada da realidade O correto compreender que Deus est por tr s de cada uma das nossas intera es Deus est presente em cada uma das realidades com as quais convivemos e inclusive em n s mesmos estamos imersos em Deus Todas as nossas intera es s o mediadas por Deus A nica rela o imediata que temos com Deus imediato do lat immediatu que n o tem nada de permeio todas as outras s o mediatas mediato do lat mediatu que est em rela o com uma coisa por interm dio de uma terceira indireto Isso significa que um sabi somente far s
199. elos outros Quando um membro sofre todos os outros sofrem com ele quando um membro honrado todos os outros se alegram com ele Ora voc s s o o corpo de Cristo e cada um de voc s individualmente membro desse corpo 1 Cor ntios 12 12 27 NVI De modo que todos voc s s o filhos de Deus mediante a f em Cristo Jesus pois os 77 que em Cristo foram batizados de Cristo se revestiram N o h judeu nem grego escravo nem livre homem nem mulher pois todos s o um em Cristo J esus 28 Essa a justificativa da dimens o relacional da imago Dei Deus Uno mas Tr s distinto entre iguais Assim tamb m o ser humano pleno apenas na comunh o entre iguais e tanto mais ser um reflexo da ima gem de Deus quanto mais desenvolver essa unidade com o pr ximo e com Deus CONCLUS O Espero que n o me tomem como algu m que foge do debate com a ci ncia mas n o quero tomar partido na discuss o entre evolucionismo e criacionismo exceto para afirmar perigosamente que n o vejo incompatibilidade entre o criacionismo e determinadas categorias do evolucionismo Isto n o fa o quest o de afirmar e no fundo considero tolice que o ser humano criado por Deus no G nesis equivale ao esp cime contempor neo que transita pela Avenida Paulista em S o Paulo Aprendi na escola que a sele o dos human ides antes de dar a camisa dez ao Homo sapiens sapiens teve alguns outros artilheiros no campeonato da peregrina
200. em a novos patamares de intimidade com Deus 27 Uma coisa certa qualquer um que pretender estabelecer regras r gidas para a pr tica dos exerc cios espirituais vai se frustrai at por que relacionamentos transcendem a observa o das regras e tamb m sobrevivem s falhas s quais todos estamos sujeitos PR TICAS MILENARES Afinal de contas quais s o esses tais exerc cios espirituais Evidentemente n o estamos falando de polichinelo e de abdominais Ou estamos Veremos Os mestres da espiritualidade aqueles que buscaram a realiza o de seu m ximo potencial mediante um relacionamento pessoal com Deus nos deixaram um legado Suas pr ticas espirituais ficaram marcadas como pegadas na areia Minhas pesquisas me levaram a classificar os exerc cios espirituais skesis em quatro grupos f sicos devocionais interpessoais e de abstin ncia 28 150 Os exerc cios f sicos como por exemplo as caminhadas no meu caso as corridas di rias s o imprescind veis para a sa de plena A conhecida m xima mente s em corpo s o atribu da aos gregos mas que na realidade foi defendida pelo escritor sat rico romano Juvenal 128 d C est ancorada na sabedoria da espiritualidade do Oriente que ensina que o corpo e a mente s o um s Quem cuida do corpo cuida de tudo e quem cuida de tudo n o pode deixar de cuidar do corpo Os jejuns tamb m est o inclu dos nas disciplinas espirituais que classifico como f
201. em banho de cachoeira e lambuzeira de manga rosa a realidade do outro n o existe felicidade sem abra os e beijos cafun s troca de olhares sorrisos marotos e gargalhadas na roda de amigos e a imprescindibilidade de Deus n o existe felicidade sem mist rio sem o Tremendum o Numinoso o peso da gl ria do Totalmente Outro Na tradi o de espiritualidade judaico crist a felicidade n o est dentro de n s mas no encontro Encontro A maneira como nos aproximamos de Deus Encontro indo em dire o ao pr ximo e irm o encontro digo lhes a verdade O que voc s fizeram a algum dos meus menores irm os a mim o fizeram 11 Sou crist o 229 e portanto acredito que jamais serei o que devo ser enquanto n o amar a Deus sobre todas as coisas e ao pr ximo com o amor do Cristo 12 Mas h tamb m os pessimistas para quem a vida simplesmente n o tem sentido Com eles me solidarizo Nietzsche Kafka Freud Sartre Camus e tantos outros ocupam lugar de honra em minha biblioteca Tamb m fa o suas perguntas Tamb m sofro a aus ncia de respostas para muitas delas Dou raz o a Robert De Niro quando ironicamente afirma que se o c u existe Deus tem muito o que explicar A diferen a que eu acredito que o c u existe Quanto s explica es elas j foram apresentadas na cruz do Calv rio e admito que n o consegui apropriar me de todas elas N o tenho problemas com as perguntas O oposto da f
202. em de pequena estatura rejeitado socialmente desonesto e culpado de trai o do povo judeu tendo sido cooptado por Roma para cobrar impostos de sua pr pria gente Zaqueu e um homem abalado em sua auto estima que tenta superar se enriquecendo e acaba consumido pela gan ncia vendendo a alma pelo poder econ mico para vencer seu senso de rejei o O evangelista Lucas regis tra o dia em que Zaqueu subiu em uma rvore e se exp s publicamente ao rid culo na tentativa desesperada de ver Jesus passar Jesus percebeu a cena parou o cortejo ordenou que Zaqueu descesse da rvore e convi dou se para jantar na casa dele A multid o ficou confusa pelo fato de que Jesus escolhera a casa errada para ficar hospedado a casa de um pecador 4 O constrangimento de Zaqueu foi t o grande que se comprometeu a dar aos pobres metade dos seus bens e a restituir quatro vezes mais a todas as pessoas que por ele haviam sido lesadas Para um homem cujo alicerce existencial era o dinheiro a disposi o de abrir m o da riqueza acumulada a maior evid ncia de um lego mental foi substitu do isto houve mudan a de mente arrependimento Jo o no cap tulo 4 de seu Evangelho conta a hist ria de uma mulher de Samaria A beira do po o tirando gua interpelada por Jesus D me de beber Como sendo tu judeu pedes de beber a mim que sou mulher samaritana indaga a mulher sabedora da inimizade radical entre judeus e samar
203. em interior os sentimentos os pensamentos e a vontade quer para o homem exterior as necessidades circunstanciais s o sempre muito mais abrangentes do que aparentam ser A uni o ntima com Deus experi ncia de transcend ncia extrapola nossos 114 conceitos de realidade e dif cil expressar isso em palavras Embora Jesus tenha dito ser um com o Pai e nos convidado para essa rela o dificilmente conseguimos acreditar que o abismo que nos separa de Deus n o existe Sob a influ ncia da filosofia naturalista somos tentados a crer que Deus fez as coisas e depois passou a observar o andamento do drama universal interferindo de vez em quando para fazer o que chamamos de milagre Todos os m sticos e mestres da espiritualidade dizem que em momentos de profundo amor e eleva o podemos experimentar uma esp cie de contato com uma realidade maior qual muita gente n o sabe dar nome ou usa coisas do tipo Cristo interior e consci ncia c smica Creio que esse algo maior Algu m E creio que n o poucas vezes esse Algu m d o ar da gra a convidando nos a um relacionamento de amor Jane Coodall em seu livro Uma janela para a vida 30 anos com os chimpanz s da Tanz nia conta que certa vez os chimpanz s subiram em uma rvore baixa para comer brotos de folhas Fui para um lugar de onde podia quieta observ los fazendo a ltima refei o do dia A cena tinha uma beleza de tirar o f l
204. en rio vis vel das estat sticas e das probabilidades existe Algu m interagindo na situa o Deus Os recursos humanos resultantes da f s o ainda um mist rio para a ci ncia Quem capaz de exercitar a f v mais longe voa mais alto chega mais adiante INIMIGO NTIMO As discuss es a respeito de ser o homem essencialmente bom ou essencialmente mau como j observamos s o extensas e n o nos interessam aqui pelo menos por enquanto Mas a experi ncia diz que independentemente do que o homem em ess ncia ele naturalmente ego sta egoc ntrico voltado para si mesmo e para seu pr prio bem estar e conforto Essa caracter stica do homem em que predomina o ego e faz com que ele desenvolva uma esp cie de teomania aquilo que os te logos chamam pecado essencial ou original Algo como um status do ser que pretende bastar se Em outras palavras a criatura deu as costas para o Criador e pretendeu construir seu pr prio mundo com suas pr prias leis e administr lo com suas pr prias capacidades A B blia fala de tr s tipos de pessoas natural carnal e espiritual A primeira natural simplesmente dominada pelos instintos da biossobreviv ncia mais parecida com um bicho do que com gente A segunda carnal vai um pouco mais longe e adquire consci ncia mas dela se utiliza apenas para tentar exercer dom nio 17 em benef cio pr prio A terceira espiritual transcendeu seu pr prio universo de inter
205. ente S o pessoas movidas pela conquista e a conquista para elas um fim em si mesmo Jamais est o satisfeitas o que Schopenhauer resume ao afirmar que a vida oscila pois como um p ndulo da direita para a esquerda do sofrimento ao t dio 1 Sofrimento porque h desejo sem posse e t dio porque h posse sem desejo Quem tem meta sem objetivo nem prop sito n o capaz de satisfazer se com suas conquistas porque as conquistas n o podem ser encaradas como fins em si mesmas Conhe o tambem pessoas que t m objetivos e propositos mas que n o t m metas N o conseguem sair do lugar pois faltam os passos pr ticos na dire o de seus objetivos Essas pessoas geralmente convivem com imensas frustra es em raz o de desejos n o satisfeitos mas na verdade n o sabem o que poderia trazer tal satisfa o Desejam conforto para a fam lia viver um grande amor ganhar dinheiro obter reconhecimento entre os pares mas n o conseguem identificar ao certo quais seriam as experi ncias que resultariam na realiza o de tais objetivos S o pessoas que pensam de maneira abstrata e que enxergam dificuldade em tudo Diferentemente dos que vivem de acumula o gente assim vive de ilus o T m sonhos sem trem de pouso H tamb m os que t m metas e objetivos mas n o t m prop sito Esses s o os mais infelizes Stephen Covey fala daqueles que subiram a escada do sucesso e descobriram que a escada estava escorada na parede errad
206. ente e o resultado que oneramos uma ou outra parte de nossa sa de sen o todas elas N o apenas estamos cheios de responsabilidades de solicita es e de ocupa es como tamb m convivemos com um excesso de suposi es Possu mos uma mente repleta de se Essa multid o de se respons vel por nossas preocupa es se o exame der positivo se eu for cortado este m s se eu n o alcan ar minhas metas de vendas se o nibus atrasar se ele n o me quiser mais se o dinheiro n o for suficiente se o propriet rio n o aceitar negociar se se Estranhamente estar sobrecarregado tornou se s mbolo de status e a aus ncia de preocupa o uma situa o perigosa que sugere falta de realismo neglig ncia ou irresponsabilidade Por alguma raz o e por vezes infelizmente acertada acreditamos que restaurante bom aquele que tem fila de espera m dico competente aquele que tem hor rio dispon vel para consultas apenas no pr ximo m s profissional excelente aquele superatarefado 14 Al m das responsabilidades ocupa es solicita es e suposi es mul tiplicam se sobre n s as possibilidades Vivemos sob a sugest o de que n o podemos deixar de assistir quele filme de ler aquele livro de visitar aquela cidade de almo ar naquele restaurante ou de conhecer aquela pessoa Estamos na era da informa o e a cada semana ou mesmo a cada dia um novo livro em nossa rea de atividade publicado um
207. entido quando entre n s e ele Deus estiver presente a sequ ncia de dias e noites far sentido apenas quando Deus tomar parte no dia e na noite O mundo somente faz sentido quando mediado por Deus quando entre n s e o mundo Deus estiver no permeio O encontro com Deus deve ocorrer n o ao lado dentro ou acima do mundo mas justamente com o mundo no mundo e atrav s do mundo Deus somente real e significativo para o ser humano se emergir das profundezas de sua pr pria experi ncia no mundo com os outros 11 O grande problema da maioria dos religiosos que desejam o relacionamento direto com Deus sem incluir as realidades criadas por Deus como ambiente da experi ncia vivencial Querem se aproximar de Deus sem os sabi s os filhos o trabalho o dinheiro e tudo o mais como se pudessem abrir uma gaveta colocar Deus l dentro e deixar toda a realidade do lado de fora Est o no avesso dos materialistas querem se relacionar com os sabi s os filhos o trabalho o dinheiro e tudo o mais deixando Deus de lado Ambos est o em situa o dificil Para os primeiros Deus n o faz sentido Para os outros o mundo que n o faz Essa a grande descoberta e o grande susto do patriarca Jac ap s sua experi ncia espiritual O Senhor est neste lugar e eu n o o sabia 12 A partir disso dever amos necessariamente perguntar onde mais Deus esteve sem que eu o soubesse onde mais Deus est sem que eu o saiba e principalme
208. ento volunt rio de Deus sua aus ncia aparente e sua presen a secreta aqui embaixo essas religi es s o a verdadeira religi o a tradu o em diferentes l nguas da grande Revela o As religi es que representam a divindade como comandando em toda parte onde tenha o poder de faz lo s o falsas Mesmo que monote stas s o id latras Em outras palavras um Deus que n o se esvazia um Diabo Deus n o age como tirano e n o for a seu poder para cima de suas criaturas sob pena de esmag las tirando lhes todo o espa o de liberdade de que precisam para existir Deus n o invade N o usurpa N o manipula Deus falou por esses dias nas telas de Hollywood por meio de Jim Carrey e Morgan Freeman O Todo Poderoso a hist ria de um homem que reclama de Deus o tempo todo acreditando que seus infort nios s o provocados quer pela atividade quer pela omiss o do Todo Poderoso No pice de sua ang stia Bruce decide jogar na cara de Deus todos os improp rios que muitos de n s gostar amos de falar mas n o temos coragem A surpresa que Deus aceita o desafio da forma mais surpreendente deixa Bruce ser Deus por uma semana Ao delegar todos os seus poderes Deus estabelece duas regras n o diga a ningu m que voc Deus e n o interfira no livre arb trio Depois de muita confus o chega se ao cora o do filme Bruce pergunta para Deus Como posso fazer com que as pessoas me amem sem interferir em seu livre arb lrio ao
209. equeno Universo aconchegante e familiar a um gigante em expans o misterioso e indiferente condi o humana 13 fascinante tamb m que do outro lado dos meus olhos enquanto olho para o c u 230 para contar estrelas existe outro universo chamado c rebro um pequeno globo de 1 36 kg composto de um quarto de tecido gelatinoso que tamb m permanece em grande medida um mist rio O c rebro formado por 100 bilh es de neur nios ou c lulas nervosas que enviam e recebem mensagens atrav s de pulsos el tricos Cada c lula nervosa capaz de comunicar se ao mesmo tempo com 1 000 a 6 000 outras c lulas nervosas fazendo cerca de 100 trilh es de conex es a cada dado instante Essa comunica o entre as c lulas nervosas poss vel por causa dos me diadores qu micos chamados neurotransmissores que ocupam o espa o entre os neur nios chamado sinapse Cada pensamento que temos cada sensa o e emo o que sentimos derivam se dessas conex es de trilh es e trilh es de encontros entre neur nios J foram identificados mais de 50 neurotransmissores dentre eles a adrenalina a noradrenalina e a famosa mol cula da felicidade a serotonina Para complicar ainda mais cada sinapse espa o entre neur nios pode comunicar se em v rias intensidades assim como a voz pode funcionar em diferentes volumes Isso faz com que o n mero total de configura es distintas poss veis entre os 100 bilh es de neur nios do
210. er uma cozinha maior e que no dia que isso acontecer ela p ra de vender cosm ticos e fica o tempo todo cozi nhando o que os vizinhos e os parentes v o adorar Ela uma boa vendedora de produtos de beleza assim como boa vendedora de docinhos e salgadinhos Mas o que ela prefere mesmo cozinhar Carreira o desenvolvimento de uma atividade compat vel com nosso talento num contexto cujos objetivos est o alinhados com os nossos pr prios objetivos Carreira o que faz a professora que ap s o expediente passa horas na biblioteca ou o m dico que ao chegar em casa espera todo mundo dormir para mergulhar na Internet em busca de informa es que possam ajudar no diagn stico daquele paciente cujo caso foi discutido pela manh no hospital Caso voc pergunte para aquela senhora dos docinhos e salgadinhos se ela quer parar de vender cosm ticos a resposta ser sim Isso quer dizer que vender cosm ticos para ela um emprego Mas se voc perguntar para aquele m dico se ele quer deixar suas atividades no hospital ele vai dizer que n o Isso significa que ele tem uma carreira Ocupa o a atividade independente do talento Emprego a atividade que envolve o talento mas que feita em troca de remunera o Carreira o talento exercido independentemente de remunera o Mas e a voca o Voca o o que voc independentemente do que faz Imagine uma mulher de pouco mais de quarenta anos que sai logo cedo para
211. erdade que voc s n o podem comer de nenhuma rvore e nega o da palavra do Criador Certamente voc s n o morrer o Finalmente o resultado do ato praticado em Ad o e Eva foi mesmo a morte A morte da ra a humana pode ser compreendida em cinco dimens es Em primeiro lugar a morte espiritual evidenciada na quebra do v nculo de rela o entre Criador e criatura uma vez desligada da fonte e do ambiente da exist ncia e da vida a criatura perde seu direito e sua condi o de continuar a existir o que em parte explica a morte f sica pois al m das dores de parto e do determinismo do desejo na mulher o ser humano foi expulso do para so para que n o comesse da rvore da vida e vivesse para sempre H tamb m a morte existencial com a ex peri ncia do medo da vergonha e da fuga O ser humano passa a experimentar uma ruptura interna que mais tarde ser resumida nas palavras do ap stolo Paulo Pois o que fa o n o o bem que desejo mas o mal que n o quero fazer esse eu 199 continuo fazendo Miser vel homem que eu sou Quem me libertar do corpo sujeito a esta morte Depois vem a morte na dimens o social pois aqueles que eram uma s carne experimentam a acusa o m tua a hostilidade e o abandono que vai explodir no primeiro assassinato em que Caim incapaz de controlar seu impulso para o mal mata o irm o Abel 10 A ltima dimens o da morte a morte c smica simbolizada na
212. ersal Vivendo com prop sitos apresenta uma resposta crist para o sentido da vida oferece os fundamentos do cristianismo para o desenvolvimento de uma vida com significado Nesse sentido Vivendo com prop sitos apresenta um caminho para a felicidade 46 Abre mais um par ntese Caso voc esteja incomodado com essa conversa de felicidade pra l e felicidade pra c saiba que o cristianismo n o questiona a legitimidade do anseio de felicidade questiona sim os caminhos atrav s dos quais o ser humano pretende chegar l Fecha par ntese A tarefa que temos pela frente discernir como a tradi o de espiritualidade judaico crist responde pergunta a respeito do sentido e significado da vida Creio que qualquer que seja a resposta devemos partir dos fundamentos elementares desta quest o a saber teologia an tropologia e teleologia O Novo Dicion rio Aur lio pode nos ajudar Teologia do gr theologia ci ncia dos deuses o estudo das quest es referentes ao conhecimento da divindade de seus atributos e rela es com o mundo e com os homens e verdade religiosa Antropologia de antrop o logia o estudo ou reflex o acerca do ser humano do que lhe espec fico designa o comum a diferentes ci ncias ou disciplinas cujas finalidades s o descrever o ser humano e analis lo Teleologia do gr tele o logia o estudo da finalidade doutrina que considera o mundo como um sistema de rela
213. ervir ser til construir o nico ambiente onde posso vir a ser crescer no meu encontro com o Eterno transcender Notas CAP TULO 1 FELICIDADE 1 Cook Gareth Genes podem determinar a felicidade The Boston Globe 12 out 2000 2 Id ibid 3 1 Cor ntios 2 14 16 4 Romanos 7 7 24 NVD 5 Ef sios 2 1 3 6 Frankl Viktor Um sentido para a vida Aparecida SP Santu rio 2003 pp 31 2 CAP TULO 2 ALTERNATIVAS 1 Citado por Francisco R diger em Literatura de auto ajuda e individualismo Porto Alegre Ed da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1996 p 22 2 Id ibid pp 23 4 3 Bland Glenn Sucesso S o Paulo Editora Vida 2000 pp 9 10 4 Gehringer Max O que auto ajuda Voc S A out S o Paulo Ed Abril 2000 5 Carnegie Dale Como fazer amigos e influenciar pessoas Rio de Janeiro Nacional 1939 primeira edi o em ingl s em 1936 6 Peale Norman Vincent O poder do pensamento positivo S o Paulo Cultrix 1980 primeira edi o em ingl s em 1952 7 Boff Leonardo Tempo de Transcend ncia Rio de Janeiro Sextante 2000 8 R diger Francisco op cit 1996 pp 90 5 CAP TULO 3 SIGNIFICADO 1 Covey Stephen autor de best sellers como Sete h bitos das pessoas muito eficazes e Primeiro o mais importante publicados pela Campus 2 Bofe Leonardo Tempo de Transcend ncia Rio de Janeiro Sextante 2000 3 Frankl Viktor Em busca de sentido S o Leopo
214. es forem consolidados Por essa raz o a felicidade muito mais um jeito de ir do que um lugar aonde se chega O que interessa portanto n o se voc vai agendar um jantar por semana com seu c njuge exerc cios f sicos quatro vezes por semana e visi tas regulares aos seus clientes mais estrat gicos O que importante n o se voc vai separar duas horas por semana para aperfei oar seu ingl s ou se vai levar sua m e para almo ar domingo sim domingo n o A quest o sua atitude interior quando estiver fazendo cada uma dessas coisas O que seu filho seu c njuge seus pais clientes e amigos querem mesmo saber se eles ocupam lugar no seu cora o ou se s o apenas compromissos em sua agenda O problema n o separar tempo para exerc cios f sicos matinais ou para aulas de ingl s semanais mas sim de onde voc tira for as para se levantar da cama ou para atravessar a cidade num fim de tarde chuvoso para perguntar How do you do Mr Miller e dizer para o cara que estar ao seu lado que lhe book is on the table DESIGN DIVINO A grande charada n o o que voc faz mas sim corno voc faz o que faz E a 61 resposta est no fato de que voc foi desenhado por Deus para fazer as coisas de um jeito especial Falar que o ser humano foi desenhado por Deus uma forma de repetir a pedra angular da antropologia crist Deus criou o homem sua imagem e semelhan a O ser humano uma criatura semelhante ao s
215. esmo T tudo t o quieto E o outro 151 Vamos esperar mais uns dois ou tr s minutinhos para ter certeza A partir da essa mo ada bonita se re ne num grande galp o repleto de potinhos de todos os tamanhos e formas e das mais variadas e coloridas subst ncias qu micas e come a o preparo de cada diferente po ozinha de que seu organismo necessita para ser restaurado E isso leva horas Mas uma festa O papo corre solto e eles trabalham com alegria e satisfa o Se tiverem tempo suficiente nenhuma c lula de seu organismo ficar sem a devida repara o das perdas que ocorreram durante o dia Depois disso cada respons vel pega seu carrinho de m o ajeita os diversos e diferentes potinhos coloridos pelas subst ncias confeccionadas e sai via corrente sangu nea at o seu destino seja o c rebro seja o intestino seja o ded o do p Todos igualmente t m a responsabilidade de promover a faxina adequada e de entregar as devidas subst ncias em seus respectivos endere os Ficam muito tristes quando voc acorda antes de eles terminarem o trabalho porque s vezes passaram horas na formula o da qu mica necess ria para restaurar seus rins por exemplo e acabaram n o tendo tempo suficiente para a entrega Para eles muito dif cil saber que trabalharam tanto toa 33 As disciplinas espirituais que chamo de devocionais incluem por exemplo a leitura e o estudo A transforma o pessoal fruto
216. essar essa linha um jovem estava desempregado e sofrendo de lcera atormentado por in meras d vidas mas hoje o campe o de vendas de sua empresa Outro jovem estava infeliz e perdia terreno em seu emprego mas depois que atravessou a linha tornou se um dos homens de neg cio de maior destaque em sua cidade Certo homem havia falido em cada empreendimento tentado at que pisou do outro lado da linha e adotou os princ pios abordados neste livro e alcan ou sucesso nos neg cios e nas finan as Apresentarei aqui o segredo que se acha no centro desses ensinos Se voc deixar que este livro sirva como luz para gui lo a uma vida de felicidade e de sucesso pelo caminho que ele aponta ent o meus esfor os n o foram em v o Os milagres que j vi certamente v o acontecer para aqueles que seguirem os ensinos deste livro Voc acabou de ler tr s par grafos extra dos de livros dignos representantes do maior fen meno editorial deste final de s culo a literatura de auto ajuda O primeiro par grafo uma cita o de Robert O Reilly em seu livro O poder do pensamento din mico o segundo a introdu o do livro Passaporte para o sucesso 2 e o terceiro e mais longo aquele de dar um passo para o outro lado da linha pasme extra do do livro Sucesso O publicado por uma editora crist evang lica Vivendo num estado de esp rito quase que permanentemente perturbado com a sensa o de que a vida est escapando entre os de
217. esses e de necessidades e tornou se altru sta solid ria capaz de partilhar e de empreender na comunh o Em termos simples o ser humano est em constante luta entre essas dimens es de sua constitui o Em linguagem b blica diz se que o esp rito luta contra a carne e todo aquele que deseja experimentar a vida plena deve negar seu pr prio ego Esse conflito ilustrado em extremo na experi ncia de Paulo o ap stolo quando grita desesperado Miser vel homem que eu sou N o entendo o que fa o Pois n o fa o o que desejo mas o que odeio Porque tenho o desejo de fazer o que bom mas n o consigo realiz lo 40 que ele est dizendo que existe dentro dele um inimigo ntimo um ego que o impede de expressar sua verdadeira identidade Por essa raz o a B blia diz que o homem pecador isto vive sob o dom nio da carne e do ego fazendo a vontade de seus desejos e pensamentos aut nomos em rela o ao Criador matriz e fonte de vida gt N o tenho d vida de que boa parte sen o a totalidade da infelicidade humana explica se por essa tend ncia de viver de maneira ego sta Num mundo t o diverso ningu m consegue ser feliz se tudo o que valoriza seu conforto e bem estar pessoal Por mais distintas que sejam todas as tradi es de espiritualidade t m um ponto comum concordam que as pessoas mais estabilizadas na vida e por que n o dizer felizes s o aquelas que cultivam o esp rito abnegado
218. esus o denomina Reino de Deus o Reino do seu Pai Somente quando compreendermos as palavras de Jesus como um chamado urgente para darmos prioridade vida do Esp rito de Deus que conseguiremos ver melhor o que est em jogo Um cora o voltado para o Reino do Pai tamb m um cora o voltado para a vida espiritual Voltar os nossos cora es para o Reino significa portanto fazer da vida do Esp rito dentro e entre n s o centro de tudo o que pensamos dizemos ou fazemos 12 134 Crescer significa viver nos limites do corpo cada vez mais a maior densidade alcan vel das possibilidades e potencialidades emocionais mentais e volitivas a partir da transcend ncia a conex o e intera o com o Esp rito divino MODELO Por essa raz o o cristianismo afirma que Jesus de Nazar o prot tipo do Novo Homem sendo ele mesmo o Homem Novo em que c us e Terra p da terra e f lego da vida coexistiram em harmonia plena e perfeita 11 Maturidade SA DE Durante um dos semin rios Vivendo com Prop sitos tentei apresentar palavras que descrevessem o m ximo poss vel a sa de para o corpo a mente as emo es e a vontade O grupo era participativo e n o me deixou avan ar na argumenta o questionando desde o in cio minhas propostas Ao final fiz meia volta e retomei o caminho original do qual jamais deveria ter me desviado Era uma noite de segunda feira e est vamos num grupo de pouco mais de trinta pess
219. eterna Precisamos tomar alguma provid ncia A insufici ncia de Deus e a consequente solid o do homem geram a necessidade da cria o da mulher Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do c u o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria e o nome que o homem desse a cada ser vivo esse seria o seu nome Assim o homem deu nomes a todos os rebanhos dom sticos s aves do c u e a todos os animais selvagens To davia n o se encontrou para o homem algu m que o auxiliasse e lhe correspondesse Ent o o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e enquanto este dormia tirou lhe uma das costelas fechando o lugar com carne Com a costela que havia tirado do homem o Senhor Deus fez uma mulher e a levou at ele Disse ent o o homem Esta sim osso dos meus ossos e carne da minha carne Ela ser chamada mulher porque do homem foi tirada Por essa raz o o homem deixar pai e m e e se unir sua mulher e eles se tornar o uma s carne O homem e sua mulher viviam nus e n o sentiam vergonha 26 A partir dessa narrativa observamos que Ad o enxergava Eva como extens o de si 75 mesmo at porque estavam vocacionados a se tornarem uma s carne De fato Deus mais um homem igual a um homem sozinho E isso n o bom n o suficiente n o bastante Demorou para que eu entendesse a afirma o de Deus Tudo ficou claro quando consegui enxergar Deus co
220. etivos estabele o alguns padr es de medida metas isto maneiras de saber se estou chegando aonde quero chegar Dando asas a imagina o podemos trilhar os caminhos de La Fontaine e imaginar que o Vento perguntou ao Fogo a raz o pela qual estava derretendo a ponta do cord o e ele respondeu que estava preocupado em n o deixar o cord o desfiar mas no fundo no fundo gostava mesmo era de queimar Derreter a ponta do cord o era a meta Evitar que o cord o desfiasse era o objetivo Queimar era o prop sito pois o fogo foi feito para queimar Na moringa sobre a pia da cozinha estava a Agua ouvindo a conversa entre o Vento e o Fogo Naquele instante pensou Tamb m tenho uma meta ser bebida at o final da tarde e um objetivo matar a sede de algu m porque para isso existo esse o meu prop sito sou gua fui feita para molhar ILUS O FRUSTRA O E FELICIDADE Conhe o pessoas que t m meta mas n o t m objetivo nem prop sito Tratam as metas como um fim em si mesmo Conseguem alcan ar suas metas mas n o sabem explicar a raz o por que tanto se sacrificaram Cruzam a linha de chegada com uma sensa o de vazio e n o se conformam que o sucesso em atingir a meta n o tenha repercutido em qual quer mudan a em sua vida ou num m nimo de realiza o Fossas pessoas geralmente vivem de acumula o Acumulam bens mas nunca 82 desfrutam de suas posses Acumulam romances mas nunca se satisfazem afetivam
221. eu Criador Ent o disse Deus Fa amos o homem nossa imagem conforme a nossa semelhan a Domine ele sobre os peixes do mar sobre as aves do c u sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao ch o Criou Deus o homem sua imagem imagem de Deus o criou homem e mulher os criou G nesis 1 26 27 NVI Quando digo que voc foi desenhado por Deus para fazer as coisas de um jeito especial quero dizer que h um jeito certo de viver e esse jeito de acordo com a imago Dei Isso quer dizer que ou voc funciona conforme seu design ou vai se machucar Ou voc funciona conforme seu design ou n o vai conseguir apropriar se do sentido e significado de cada momento e consequentemente da pr pria vida Em outras palavras se voc quiser usar chave de fenda para bater prego duas coisas v o acontecer o prego n o vai penetrar e a chave de fenda sair danificada Por isso a vida com prop sito uma experi ncia passo a passo um momento de cada vez que experimentamos a partir de nossa identidade mais profunda E nossa identidade mais profunda a imago Dei Conclu mos o cap tulo anterior Caminho para a felicidade dizendo que o sentido da vida depende de nossa capacidade de dar significado a cada momento o que por sua vez depende absolutamente da nossa experi ncia de Deus como fundamento pessoal de toda a realidade e de que Jesus de Nazar a mais exata express
222. eus tamb m uma d diva ao pr ximo e um sinal do Reino de Deus O bispo sul africano Desmond Tutu disse que por meio do trabalho que nos tornamos cooperadores de Deus Talvez por isso Jesus nos advertiu que o julgamento final seria nos termos da solidariedade e de promo o da justi a tive sede e voc me deu de beber fome e voc me deu de comer estive preso e voc me visitou nu e voc me vestiu desabrigado e voc me deu terra para plantar sem horizontes e voc deu cr dito oprimido e voc foi meu advogado era analfabeto e voc me alfabetizou fiquei doente e voc me operou estava na fila e voc me atendeu com dignidade com dor de dente e voc me fez dormir desempregado e voc me deu oportunidade triste e voc me fez 203 rir chorando sozinho e voc chorou comigo REVOLU O Estamos aqui para mostrar ao inundo que outro inundo poss vel gritou um homem no palco do F rum Social Mundial realizado em Porto Alegre Brasil em 2002 e foi aplaudido por mais de dez mil pessoas Que pretens o maravilhosa a daquele homem Que pretens o mara vilhosa daquela multid o Eles s o n s Somos mesmo viciados em utopia Acreditamos que o caos pode entrar em ordem que o deserto pode florescer e que este mundo este lado de c do c u digno de ser trabalhado Somos vocacionados para plantar jardins Os jovens crist os portugueses escolheram plantar cravos Usaram as aberturas das armas dos
223. eus o homem sua imagem imagem de Deus o criou homem e mulher os criou Deus os aben oou e lhes disse Sejam f rteis e multipliquem se Encham e subjuguem a terra Dominem sobre os peixes do mar sobre as aves do c u e sobre todos os animais que se movem pela terra 2 A l gica dessa narrativa simples um ser criado imagem e semelhan a de um Deus que cria c u e terra necessariamente possuiria tamb m capacidades e dota es de criatividade O potencial criativo de Deus um fator inerente a toda pessoa humana e justamente em resposta a esse potencial que toda a ra a humana movida pelo mpeto de encher a terra e de subjug la Deus constituiu o ser humano seu parceiro na cria o Todo ser humano tem dentro de si a voca o de cooperar com Deus para colocar ordem no caos Por essa raz o assim como o Rabi Schimeon descobriu cada um de n s deve descobrir que o mundo do lado de c do c u digno de ser trabalhado DA ORDEM PARA O CAOS Mas h algo fora do lugar nessa hist ria O ato criador de Deus n o foi suficiente para colocar ordem no caos Uma vez que Deus criou isto deu ordem significado e prop sito ao Universo por que se diz que o ser humano deve cooperar com Deus para colocar ordem no caos Em sintese de onde vem o caos Em primeiro lugar precisamos distinguir duas dimens es de caos Existe o caos do Universo enquanto realidade f sica um caos inerente ao funcionamento da mat ria Ape
224. falar com Deus mas sim estar com Deus de modo a receber o que ele deseja nos dar Jesus disse que em seu nome poder amos pedir ao Pai o que precis ssemos e ele nos atenderia 18 Evidentemente h um sentido profundo no significado de orar em nome de Jesus mas isso n o invalida o fato de que orar acessar recursos que transcendem as potencialidades e ca pacidades humanas ORE COMO SE DEUS ESTIVESSE L A B blia fala de um homem Corn lio que jamais ouvira falar de Jesus mas que era piedoso e temente a Deus e que fazia muitas esmolas ao povo e de cont nuo orava a Deus 19 At que Deus vai ao encontro daquele homem Corn lio tem uma vis o espiritual quando um anjo lhe diz que sua ora o havia sido ouvida e que as esmolas que dera foram lembradas na presen a de Deus Quando as afli es forem demasiadamente intensas as palavras fugirem os sentimentos parecerem confusos os pensamentos se multiplicarem sem parar o corpo estiver exaurido entre no seu quarto feche sua porta e fique diante do Abba que v em secreto Jamais despreze as oportunidades de um momento de joelhos em sil ncio Jamais descreia das recompensas que podem se derramar sobre voc enquanto est num momento de conex o com o Divino ALGO MAIS Viver com o prop sito de transcender implica viver a partir do relacionamento pessoal e profundo com Deus Implica acreditar que os recursos e potencialidades dispon veis quer sejam para o hom
225. fazer duas coisas viver no presente dando sentido e explorando a plenitude de significado de cada momento e respondendo a cada momento luz de nossa natureza mais essencial a saber a imago Dei O sentido da vida n o se esclarece no final dos dias na v spera do ltimo suspiro quando num lampejo m gico exclamaremos 4h sim agora entendi Viver com sentido e significado n o depende tamb m das circunst ncias e da realidade externas ao ser da a afirma o de que mais importante do que quaisquer circunst ncias a maneira como reagimos a elas Isso explica por que a felicidade muito mais um como se vai do que um lugar aonde se chega ou em que se est Em s ntese administrar o estado de esp rito momento ap s momento para viver plenamente aqui e agora ao mesmo tempo o nus e o privil gio do direito e d diva da vida Quando eu emagrecer ou depois que nosso filho nascer assim que eu terminar o mestrado quando as crian as estiverem um pouquinho maiores ou t o logo a gente termine de pagar o apartamento correspondem a um tempo que n o existe realidade hipot tica futuro eventual pass vel inclusive de jamais se realizar Enquanto voc est acima do peso aquela pessoa mais magra que voc deseja ser n o existe Durante o tempo em que voc est pressionado entre prazos de entrega de monografias e premido por relat rios atrasados aquela pessoa dispon vel e serena capaz de dar aten o ao c njuge n
226. ferir na hist ria dos homens com feitos milagrosos amorosos na carona do pante smo spinoziano do s culo xvii e do te smo dos fil sofos iluministas do s culo xvm 9que surge o ate smo dos s culos Xxix XX xxi Por essas raz es nunca demais afirmar a iman ncia e a transcend ncia de Deus Mas a transcend ncia e a iman ncia n o s o suficientes para elucidar a experi ncia de Deus pois via de regra s o tratadas como categorias dissociadas s vezes opostas e n o raramente antag nicas Esse o dilema de Czeslaw Milosz Ele est entre a iman ncia e a transcend ncia Ou o sabi somente um sabi iman ncia ou saberemos o que de fato um sabi quando enxergarmos o avesso do mundo transcend ncia Mas h uma terceira via Deus n o apenas transcendente e imanente E tamb m transparente ensina Leonardo Boff Transpar ncia significa a presen a da transcend ncia dentro da iman ncia Em outras palavras significa a presen a de Deus dentro do mundo e do mundo dentro de Deus Conforme se expressou Paulo ap stolo em Ef sios 4 6 H um s Deus e Pai de todos que est acima de tudo transcend ncia por tudo transpar ncia e em tudo iman ncia 10 Nesse tri ngulo transcend ncia iman ncia transpar ncia o mundo n o negado pois Aquele que transcendente est nele dando lhe sentido e tamb m n o absolutizado como realidade ltima pois Aquele que imanente est n
227. festa es e express es da imagem de Deus no homem giram ao redor dos mesmos paradigmas e confundem se com pressupostos filos ficos Uma das grandes discuss es a respeito envolve as posi es de Santo Agostinho e Tom s de Aquino que falam de ess ncia de Deus e de apar ncia de Deus cone Muitos cr ticos aprofundam o debate para o conflito entre as vis es plat nica e aristot lica Na verdade a matriz filos fica sempre dedutiva e muito embora imprescind vel jamais pode tomar o lugar da matriz b blica que n o dedu tiva revelacional Isto num simplismo arriscado a filosofia a tentativa humana de decodificar o universo e seus fen menos enquanto a revela o a iniciativa divina em revelar a si mesmo e seu universo criado Na verdade a nica raz o por que a filosofia discute a imagem de Deus no homem porque a B blia diz que assim foi feito Fa amos o homem nossa imagem conforme a nossa semelhan a G nesis 1 26 27 ARA NVI Opto portanto por buscar no pr prio 64 texto b blico o fundamento para a interpreta o dessa imagem de Deus O relato do G nesis insubstitu vel e inigual vel Fazer teologia entretanto tamb m trilhar caminhos de racioc nios dedutivos Afinal como bem diz John Stott crer tamb m pensar Olhando para o texto b blico deduzimos que as express es imagem e semelhan a implicam paralelos entre Deus e o homem Nosso conceito de Deus vai gerar o conceit
228. frut la quando a circunst ncia n o favor vel devemos transformar a circunst ncia e quando a circunst ncia n o pode ser transformada devemos transformar a n s mesmos Por tr s de minhas ora es repetitivas sempre me pergunto se n o estou sendo exigido a mudar a crescer a amadurecer a aprender a viver fora da zona de conforto a ampliar a zona de conforto de modo que o universo de realidades que me roubam a paz seja cada vez menor Finalmente presto aten o nas pessoas e nos feedbacks que me d o a meu respeito particularmente aqueles que me machucam profundamente Aprendi a ouvir e a levar a s rio o que as pessoas dizem a meu respeito Toda vez que me sinto 157 agredido questionado criticado rejeitado reprovado e meus sentimentos ficam feridos dou boas vindas a um momento de crescimento e de transforma o Toda vez que um elogio ou aprecia o me tira os p s do ch o ou quando sinto o ego inflar recebo a situa o como oportunidade de reparos no cora o Houve um tempo quando as palavras duras contra mim me faziam dedicar tempo analisando o agressor tentando desmerecer sua opini o diminu lo para me convencer de que o certo era eu Mas descobri que as palavras duras que me abatem revelam mais a meu respeito do que a respeito de quem as pronunciou Na verdade descobri que muitas palavras que nos machucam sequer foram pronunciadas com essa inten o mas por alguma raz o fizeram um caminho dentro de
229. funda da imagem de Deus em n s Lembro me sempre de que n o estou vivendo com o prop sito de n o sofrer mas sim com o prop sito de transcender O que me importa n o qu o confort vel ser minha vida mas sim quanto serei capaz de viver de acordo com a imagem de Deus em mim e qu o profundamente poderei chegar na rela o esp rito Esp rito A famosa express o b blica que afirma que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus carece de boa interpreta o A maioria das pessoas acredita que essa uma express o paralela ao ditado popular quando Deus fecha uma porta ele abre uma janela ou algo como se n o deu certo dessa vez porque algo melhor est por vir ou voc n o est conseguindo ver agora mas isso que aconteceu com voc foi para o seu bem Independentemente do fato de acreditarmos ou n o nisso e eu tenho uma tend ncia a acreditar n o isso o que o 121 texto b blico est ensinando Basta uma leitura do texto completo para chegarmos a outras conclus es O que o ap stolo Paulo est dizendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e foram chamados segundo o seu prop sito Nesse caso a primazia n o est no conforto daquele que ama a Deus mas sim em que o prop sito de Deus para aqueles que o amam seja cumprido E qual o prop sito Basta ler o texto aqueles que de antem o conheceu tamb m os predestinou para serem conformes imagem de
230. giosa espiritual da atividade profissional est bem retratada no Gladiador de Ridley Scott Maximus o personagem de Russell Crowe ao convocar seus soldados para a batalha associa duas figuras imprescind veis ao trabalho que cont m significado o c u e a eternidade Ele diz para sua tropa perfilada algo mais ou menos assim Caso algum dos senhores se perceba cavalgando em uma serena campina no mais belo p r do sol n o se assuste voc morreu e est no El seos Em seguida afirma categoricamente O que fazemos aqui ecoa na eternidade evidentemente refor ando a convic o de que aquele que morre fazendo o que deve ser feito n o morre em v o NARIZ Estou de volta aquele alambrado do campo de futebol L est o os mesmos atletas que eu invejava Agora t m outros nomes Mas vestem os mesmos uniformes e seguem na mesma trilha dos antigos Eu n o os invejo mais N o seria capaz de viver nessa ciranda de rotinas a que deve se submeter um atleta ou profissional dos esportes de alto rendimento Dietas exerc cios treinamentos compromissos sociais contato com a imprensa ass dios desgastes f sicos e emocionais les es incertezas cobran as constantes de todos os lados Deus me livre Eu que n o queria bater um p nalti numa final de Copa do Mundo Engana se aquele que acredita que quem faz o que gosta para ganhar a vida s faz o que gosta Todo mundo que faz o que gosta tem de fazer um monte de coisa que n o g
231. gulo pr tico negando que a exist ncia divina tenha qualquer influ ncia na conduta humana Cf nesta acep teismo panteismo e acosmismo de smo De de i ismo S m Filos 1 Sistema ou atitude dos que rejeitando toda esp cie de revela o divina e portanto a autoridade de qualquer Igreja aceitam todavia a exist ncia de um Deus destitu do de atributos morais e intelectuais e que poder ou n o haver influ do na cria o do Universo Cf teismo te smo De te o ismo S m Filos 1 Doutrina que admite a exist ncia de um deus pessoal causa do mundo Cf ate smo deismo e panteismo agnosticismo Do ingl agnosticism S m Filos 1 Segundo Thomas Henry Huxley 1825 1895 naturalista ingl s posi o metodol gica que s admite os conhecimentos adquiridos pela raz o e evita qualquer conclus o n o demonstrada 2 Atitude que considera in teis as discuss es sobre quest es metaf sicas j que estas tratam de realidades incognosc veis 3 P ext Doutrina ou atitude que admite uma ordem de realidade que incognosc vel Cf dogmatismo 1 O DEUS JUDAICO CRIST O Enquanto me preparava para ser examinado pelo conc lio de pastores que na minha tradi o Batista me credenciaria para o exerc cio da atividade pastoral fui aconselhado por um dos meus professores no semin rio Meu filho mostre suas credenciais na primeira pergunta Geralmente os examinadores iniciam solicit
232. ha contribui o para o bem da ra a humana 88 Parte II Transcender 7 Convers o ESPIRITUALIDADE A palavra espiritualidade pode suscitar muitas imagens um mosteiro com homens recolhidos e afastados da realidade autoflagelando se em penit ncias pessoas sentadas em roda na posi o de l tus buscando fazer uma ponte entre seu eu mais profundo e as energias do Universo o audit rio repleto de evang licos diante de um pastor que faz promessas para a solu o imediata de quaisquer problemas em troca de ofertas financeiras a romaria de fi is que cruzam uma pequena vila luz de velas seguindo um santo de devo o ao som de cantilenas tristes ou at mesmo a mesa daquele seu colega de trabalho cheia de cristais gnomos fitas e amuletos que visam atrair bons fluidos e afastar maus olhados Todas essas na verdade s o express es de espiritualidade cada uma delas empacotada segundo o crit rio de uma tradi o religiosa Cada civiliza o tem seu jeito de sistematizar a experi ncia espiritual estruturando as coisas em termos de dogmas de rituais e de padr es morais Isso o que chamamos de religi o Mas nosso assunto n o religi o espiritualidade O espiritual uma realidade pessoal n o f sica que n o se pode perceber com os cinco sentidos o espiritual n o tem propriedades f sicas como forma tamanho peso cor sabor odor e textura l O esp rito poder pessoal incorp reo 2 e
233. hega aos tais 25 mil d lares H pessoas mais felizes entre os grupos mais ricos do que entre os mais pobres mas essa diferen a deixa de existir nos grupos com renda anual acima de US 25 mil Isto quando dois sujeitos ganham mais de 25 mil por ano cada um o que ganha 100 mil ser t o feliz quanto o que ganha um milh o Os especialistas chegaram conclus o de que o dinheiro s torna mais felizes pessoas t o pobres que n o conseguem ver atendidas suas necessidades b sicas Eduardo Giannetti que estuda h alguns anos o lema sob a luz da filosofia defende que n o h rela o simples entre indicadores objetivos e subjetivos de bem estar O que se imaginava que na medida em que os indicadores objetivos melhorassem os subjetivos acompanhariam mas as pesquisas n o mostram essa rela o Isso significa que quando as pessoas superam a linha da pobreza e t m suas necessidades atendidas sua experi ncia da felicidade depender cada vez mais de seus recursos interiores do que de seus bens materiais Em outras palavras se ser infeliz passar frio quando voc est agasalhado n o faz muita diferen a se tem 20 ou 100 casacos no arm rio A s ntese que o chav o o dinheiro n o traz felicidade pode ser substitu do por outro chav o o dinheiro traz conforto mas n o traz felicidade N o faltar o indicadores sociais e estudiosos de todos os ramos das humanas para corroborar o veredicto Isso significa que o di
234. her is s o de outro naipe Acho interessantes e motivadoras algumas das palavras de Dale Carnegie Norman Vincent Peale Joseph Murphy Leo Buscaglia Napoleon Hill Zig Ziglar Deepak Chopra Lair Ribeiro Jos Silva Lauro Trevisan e Roberto Shinyashiki at porque em sua maioria s o timos compiladores da sabedoria universal Ou como Stephen Coveyl admitiu boa parte da literatura de auto ajuda bom senso organizado Por m prefiro adentrar a selva da aventura de viver pelas trilhas que conduzem s ra zes da experi ncia humana Somente pessoas que permaneceram na superf cie da reflex o ou que jamais pararam para pensar admitem que sucesso e felicidade s o resultado de dinheiro sexo e poder e que essas coisas se conseguem pela correta disposi o mental e eficiente manuseio de t cnicas de influ ncia pessoal ali s n o sei por que dediquei tanto tempo criticando essa tal de auto ajuda OUTROS HER IS H caminhos de sucesso e de felicidade que todos os mortais comuns como n s chegando ao final da vida se orgulhariam de ter trilhado Seria razo vel que compar ssemos as aspira es sociais contempor neas com o legado de homens como Albert Schweitzer Mohandas Gandhi Martin Luther King Jr e Nelson Mandela Bom seria se consegu ssemos acompanhar e discernir a profundidade das reflex es existenciais de George Hegel Martin Heidegger Albert Camus Friedrich Nietzsche Emmanuel Kant Soren Kierkegaard e Jean
235. hers 1981 Frankl Viktor E Um sentido para a vida Aparecida SP Santu rio 2003 Em busca de sentido S o Leopoldo Sinodal Petr polis Vozes 1999 presen a ignorada de Deus S o Leopoldo Sinodal Petr polis Vozes 1992 Psicoterapia para todos Petr polis Vozes 1991 Psicoterapia e sentido da vida S o Paulo Quadrante 1989 Fromm Erich O esp rito de liberdade Rio de Janeiro Edi es Guanabara 1988 Fukuyama Francis O fim da hist ria e o ltimo homem Rio de Janeiro Rocco 1992 Gaarder Jostein O mundo de Sofia S o Paulo Cia Das Letras 1999 Gentili Ant nio As raz es do corpo S o Paulo Paulinas 2001 Giannetti Eduardo Felicidade S o Paulo Cia das Letras 2002 Auto engano S o Paulo Cia Das Letras 1999 244 Gillham Bill Lifetime Guarantee Eugene Oregon Harvest House Publishers 1993 Giussani Luigi O senso de Deus e o homem moderno Rio de Janeiro Nova Fronteira 1997 Goleman Daniel 4 arte da medita o Rio de Janeiro Sextante 1999 A mente meditativa S o Paulo tica 1997a Equil brio mente corpo S o Paulo Campus 1997b Intelig ncia emocional Rio de Janeiro Objetiva 1996 Goodall Jane Uma janela para a vida 30 anos com os chimpanz s da Tanz nia Rio de Janeiro Zahar 1991 Guinness Os O chamado S o Paulo Cultrix 2001 Hellern Victor O livro das religi es S o Paulo Cia das Letras 2000 Heschel Abraham Joshua O
236. ho uma lista de pessoas que est o sempre em minhas ora es nomes que nunca saem de l e outros que ficam ali por algum tempo Nessas ora es de intercess o abro a agenda o mapa m ndi ou o jornal do dia na minha mente e pe o que Deus traga seu Reino e fa a a sua vonlade na vida de pessoas em lugares e circunst ncias que n o me afetam diretamente Agostinho disse que a ora o verdadeira nada mais do que o amor Novamente o amor a conting ncia de liberdade do reino do eu imprescind vel para quem deseja ser intercessor Essas ora es de intercess o trazem sempre resultados imediatos Um deles que essa abstra o n o poucas vezes faz com que na volta eu experimente meu pequeno mundo de maneira muito mais satisfat ria uma vez comparado s necessidades t o mais conflitivas que foram objeto de minhas s plicas a Deus Mas tamb m essas abstra es me libertam de uma tend ncia egoc ntrica disciplinando meu cora o a tornar se cada vez mais inclusivo e solid rio As ora es de intercess o tamb m produzem outro fruto Muitas vezes enquanto oro percebo que eu mesmo posso ser instrumento de Deus para tocar em outras pessoas ou alterar situa es Nesse caso uma compuls o para obedecer voz divina cresce dentro da gente e n o h como nem porque escapar 124 Mas em minha experi ncia pessoal as ora es de intercess o s o as mais dif ceis Vejo o intercessor como uma esp cie de redentor
237. http livrosgospel net http livrosevangelicos org Livros gospel gr tis livros de ultilidades gerais e produtos diversos Vivendo com Prop sitos I A resposta crist para o sentido da vida Ed Ren Kivitz Pref cio No seu livro Chega de Regras o psic logo crist o Earry Crabb denuncia uma das maldi es da nossa poca os livros de auto ajuda que reduzem a vicia humana a uma complexa s rie de causas e efeitos Esses livros fazem promessas perigosas c induzem a pessoa a adotar uma serie de atitudes e comportamentos que se seguidos risca supostamente resultar o em harmonia progresso e sucesso nos relacionamentos e nos alvos profissionais A mensagem desses livros clara c baseia se naquilo que Crabb chama de lei da linearidade uma lei que declara que existe um A que leva ao B que voc quer Assim os autores fazem promessas deste tipo Se quiser um bom casamento procure conhecer o modelo b blico para o casamento e procure segui lo ao m ximo Se quiser que Deus aben oe o seu minist rio siga princ pios piedosos da lideran a S o bons conselhos mas refor am a no o de que o resultado de nossas vidas depende exclusivamente de n s No final das contas por m geram neuroses e frustra es No lugar dos receitu rios psicol gicos oferecidos pela maioria dos autores de livros de auto ajuda Crabb sugere que as pessoas enfoquem um novo caminho a lei da liberdade Os que vivem esse novo caminh
238. ia desde Ad o e Eva sereis como Deus passando pela boca dos poetas que diziam n o h Deus Deus n o 2 inspirando os fil sofos que pretendiam o homem como medida de todas as coisas Prot goras confrontando Jesus de Nazar no Deserto fazendo a cabe a dos est icos que defenderam a oikeiosis ter consci ncia de si mesmo amar a si mesmo estar ligado a si mesmo oferecendo a base do iluminismo e da idade da raz o penso logo existo segundo Descartes at nossos dias sustentando a sociedade contempor nea terapeutizada que n o busca outra coisa sen o o conforto e o bem estar individual evitar a dor e buscar o prazer segundo Sigmund Freud AMOR O tipo de exist ncia ao qual estamos destinados em que a dimens o material se degenera e a dimens o imaterial amadurece coloca nos diante do paradoxo da vida medida que o tempo futuro vai ficando cada vez menos o tempo presente vai ficando cada vez mais A propor o que as for as para empreender e conquistar v o ficando pelo caminho mais focados vamos nos tornando em ser e desfrutar Cada vez menos importa o que temos ou acumulamos e cada vez mais importa o tipo de gente que nos tornamos E que tipo de gente devemos nos tornar Qual a maior das virtudes humanas A resposta da tradi o judaico crist simples e inequ voca o amor pois Deus amor A partir dessa experi ncia com o amor de Deus ou Deus Amor est baseada toda a espiritualidade judai
239. ia de Deus e somente imerso nesse Deus o ser humano pode ser o que destinado a ser Pense por exemplo que no ambiente onde voc est e tem ondas de UHF VHF AM FM ondas curtas ondas m dias mas voc n o capaz de captar nenhuma delas A menos que esteja com algum r dio ou aparelho de televis o ligado voc ainda n o e capaz de ouvir qualquer m sica nem perceber qualquer imagem passando em ondas sobre a sua cabe a Isso quer dizer que voc n o est aparelhado ou desenvolvido para captar tais frequ ncias de energia Em linguagem metaf rica o esp rito humano o instrumento perdoe me n o ter achado palavra melhor por meio do qual podemos captar Deus N o se esque a de que Deus n o est l em alguma outra dimens o em algum outro mundo em algum ponto fora do Universo Deus est aqui Ele imanente N o podemos mais viver com a ideia de que Deus aquele velhinho que fica sentado num trono celestial e de vez em quando visita o mundo dos homens para fazer uma coisa ou outra Ali s suspeito que a maioria das pessoas pensa isso mesmo Acredita que Deus est em algum lugar e que se pedir com f sem ter cometido pecado nenhum nos ltimos dois minutos Deus vai se levantar do trono e lhe dar uma m ozinha 67 Falar de Deus como realidade espiritual e afirmar a espiritualidade humana afirmar a perfeita possibilidade de rela o intera o contato apropria o experi ncia entre Deus e o
240. ica da realidade e desculpa para a transfer ncia de responsabilidades n o pode ser considerada caminho para a felicidade mas apenas rota de fuga e de aliena o que resulta em escravid o CAUSAS NOBRES Ao lado dos alienados existem aqueles que optam pelo que chamo de compensa es nobres e que se dedicam a causas de filantropia e de solidariedade de milit ncia pol tica e de engajamento social N o tenho d vidas quanto s possibilidades da exist ncia respons vel do impulso para fazer o bem e dos dividendos existenciais de uma vida til Cresce no mundo a consci ncia da necessidade da mobiliza o da sociedade civil em dire o busca de solu es para os conflitos sociais Poucas coisas revelam a maturidade de uma civiliza o como sua capacidade de promover o esp rito solid rio Poucas coisas revelam a maturidade pessoal como o desprendimento e a abnega o Mas n o podemos confundir as pessoas com os pap is que desempenham no mundo por meio dos quais se tornam relevantes na sociedade e contribuem para o bem da humanidade H muita gente til e infeliz Pessoas admir veis exceto para si mesmas as quais noite colocam a cabe a no travesseiro e t m coragem de admitir que os benef cios que promovem na sociedade n o alcan am o c njuge ferido na mesma cama nem o filho massacrado no quarto ao lado e muito menos aplaca a fome de um significado eterno A essa altura voc pode pensar que pintei um quadro escur
241. ida particular e interesses pessoais de um lado e o Reino de Deus e os interesses de Deus do outro Eu pensava mais ou menos assim Se fosse uma viagem 118 humanit ria para Angola j teria pedido o visto a Deus mas n o tenho cara de pedir a Deus que me d vistos para visitar o Mickey Mouse Talvez premido pelas circunst ncias e pela necessidade ou pelo desejo comecei a tentar um jeito de justificar meu pedido de um visto a Deus Encontrei duas respostas A primeira desmascarou meu dualismo Jesus ensinou que devemos buscar o Reino de Deus e sua justi a e todas as outras coisas nos seriam dadas por Deus 3 e nesse caso n o h outra coisa a buscar ou a priorizar que n o seja o Reino de Deus Comecei a questionar por que raz es eu inclu a uma viagem humanit ria nos horizontes do Reino de Deus e por que deixava de fora uma viagem de f rias com a fam lia N o encontrei resposta satisfat ria e compreendi finalmente que n o existe qualquer dimens o de nossa exist ncia que possa ser tratada fora dos limites influ ncia e compatibilidade com os interesses do Reino de Deus A pergunta portanto n o o que essa viagem para a Disney tem a ver com o Reino de Deus mas sim como posso incluir essa viagem para a Disney na agenda do Reino de Deus Abre par ntese Eu sei que alguns dos meus leitores achar o isso imposs vel Fecha par ntese Mas houve outra descoberta no caminho Aprendi o termo ora o simples com
242. idade ltima em que o eu particular funde se com o Eu sem car ter e sem nome Apenas no cristianismo Deus Persona Pessoa que fala que sente e que tem vontade Pessoa que se manifestou em carne em Jesus de Nazar e que nos convida a todos a integrar essa realidade ltima Mas com a ressalva que faz toda a diferen a na sua natureza e no seu significado mais profundos o nosso universo uma comunidade de amor ilimitado e absolutamente capaz 22 O MIST RIO CRISTO Para apontar um caminho crist o para a felicidade fa o minhas portanto as palavras de Leonardo Boff Aquele que experimentou Deus penetrou o reino da m stica A m stica n o assenta sobre o extraordin rio mas a transfigura o do ordin rio O m stico aquele que se faz sens vel ao outro lado da realidade aquele que capta o mist rio de mist rio vem a m stica que se revela e vela em cada ser e em cada evento da hist ria pessoal e coletiva E o capta porque aprendeu a ser sens vel ao invis vel aos olhos mas sens vel ao cora o atento Por isso o verdadeiro m stico n o tem segredos a contar ou confid ncias a fazer Ele v Deus em todas as coisas enquanto est sempre em busca de um Deus sempre maior do que Aquele que ele j 58 encontrou Porque Deus perpassa toda a realidade pode por isso ser percebido e experimentado nas mais diferentes situa es da vida e em cada detalhe da vida pessoal e do Universo 23 O sentido da vi
243. idade 5 Howard Mumma ao descrever suas conversas com Albert Cainus afirma que Ad o um espelho da ra a humana e com isso quer sugerir que olhando no espelho de Ad o vemos que o homem uma mistura de bem e mal ou como dizia Pascal o homem a gl ria e a esc ria do Universo 6Concordo plenamente que Ad o representativo da ra a humana e que lendo sua hist ria entendemos como esse conflito entre o bem e o mal veio a se estabelecer dentro de cada ser humano Mas n o posso admitir que Deus tenha criado a ra a humana assim como pretende Mumma nem que o ato de comer do fruto do conhecimento do bem e do mal tenha tido como resultado a maravilha da consci ncia que distingue o humano do animal como pretende Kushner O ato de Ad o comer da rvore do conhecimento do bem e do mal conforme narrado no cap tulo 3 do G nesis deve ser lido luz de quatro vari veis origem ess ncia processo e resultado Fica claro que a Serpente que se op e ao Criador a origem do ato Fica claro tamb m que em ess ncia o ato transgress o expl cita de uma ordem expl cita do Criador E o Senhor Deus ordenou ao homem Coma livremente de qualquer rvore do jardim mas n o coma da rvore do conhecimento do bem e do mal porque no dia em que dela comer certamente voc morrer O processo que resultou no ato inclui o questionamento ao car ter do Criador Ele est mentindo distor o das palavras do Criador v
244. idas pelo passado que dizem Sempre foi assim por que agora vai ser diferente Outros s o dirigidos pelos sonhos de terceiros como por exemplo dos pais dos filhos ou mesmo daqueles por quem nutrem louca paix o N o s o poucos os que vivem em raz o do trabalho e dele derivam sua identidade perdendo seu cart o de apresenta o profissional perdem a si mesmos Um dos maiores desafios que devemos encarar de frente a descoberta ou op o a respeito das for as que determinam nossos caminhos e destinos Em outras palavras devemos decidir em raz o de que estamos vivendo Voc pode viver em um de tr s n veis O primeiro n vel podemos chamar de sobreviv ncia isto a pessoa n o vive apenas existe e cada dia vencido uma grande batalha ganha Para tais pessoas a express o p o de cada dia literal N o se referem aos recursos da vida como diversos mas como escassos O segundo n vel podemos chamar de sucesso De acordo com a cultura e o meio social em que vivemos buscamos conforto prest gio realiza o profissional e relacionamentos satisfat rios Nessa perspectiva voc sabe que um sucesso quando pode escolher onde passar as f rias e se este o seu caso a maioria das pessoas do mundo gostaria de ter seus problemas Voc uma pessoa 36 bem sucedida Recente estat stica divulgada na Internet mostrou que se fosse poss vel reduzir a popula o do mundo inteiro a uma vila de 100
245. iente Ainda n o est bom Deus poderia responder furioso fazendo com que Ad o compreen desse que ele mesmo Deus era seu par 74 Que absurdo voc t o est pido que n o consegue enxergar que o par do boi a vaca do cavalo a gua do cachorro a cadela e que Eu o Senhor Todo Poderoso Criador dos c us e da Terra sou o seu par Voc n o consegue enxergar que n s formamos o par perfeito Voc n o consegue perceber que o nico a ser criado a minha imagem e semelhan a voc e que eu fiz voc desse Jeito porque desejava me relacionar em termos especial ssimos com uma pessoa al m de mim mesmo Ora Ad o tenha a santa paci ncia Absurdo mesmo esse di logo entre Criador e criatura Por m mais absurda a afirma o de Deus a respeito da solid o do ser humano Acre dito que por tr s dessa declara o est a mais bela de todas as confiss es de Deus e a mais elevada express o de sua ess ncia o amor que se traduz em abnega o altru smo doa o e autodoa o Por tr s dessa declara o feita por Deus N o bom que o homem esteja s consigo enxergar o di logo da comunh o da Trindade N s n o somos suficientes para a felicidade humana N s n o bas tamos para que o homem seja plenamente realizado no Universo que criamos Nossa insist ncia em reivindicar a exclusividade da dedica o e afei o do homem vai acabar condenando o a uma infelicidade cr nica e
246. ientes do Deus que est presente a fim de nos colocarmos sob sua a o 4 Os exerc cios espirituais n o s o portanto m gicos nem portadores de poderes em si mesmos S o apenas meios de nos colocarmos na condi o em que a intera o consciente com Deus poss vel S o instrumentos de cultivo do relacionamento com Deus O poder est em Deus e nos nos apropriamos do poder de Deus por meio de um relacionamento de intimidade com ele Os exerc cios espirituais nos ajudam a abandonar a depend ncia total do meramente humano ou natural e passar a depender tamb m da realidade ltima que Deus e seu Reino POR QUE SKESIS A palavra ascese derivada do verbo grego askein que significa praticar exercitar esfor ar se trabalhar e lutar Considerando que Deus est interessado em desenvolver um relacionamento pessoal com cada um de seus filhos por que os exerc cios espirituais implicam tanto esfor o tanta disciplina tanta perseveran a e determina o A raz o pela qual praticamos exerc cios espirituais que a intimidade com Deus n o uma experi ncia extracorp rea de modo que precisemos cultivar o controle f sico mental e emocional mediante h bitos nada 146 f ceis de desenvolver A B blia diz que o pecado habita em n s ou mais precisamente em nosso corpo Isso significa que nosso corpo possui alguns softwares instalados que nos impelem a agir de maneira autom tica quase sem pen
247. ig nito nico gerado versus criado do Pai 0 Deus nos predestinou a ser conformes a imagem de seu Filho a fim de que ele seja o primog nito dentre muitos irm os 1 1 Ele antes de todas as coisas e nele tudo subsiste o princ pio e o primog nito dentre os mortos Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude 32Jesus de Nazar o Cristo e portanto o padr o do que humano Aquele que realmente deseja saber o que a imagem de Deus no ser humano mais do que perder se em elucubra es teol gicas e filos ficas deve olhar para Jesus A dimens o pessoal da imago Dei o conjunto de dota es e de capacidades inerentes ao ser humano e que o distingue do que n o humano E ningu m duvida de que Jesus de Nazar a quem mesmo os que n o consideram Deus chamam de o mais iluminado de todos os esp ritos que pisou no planeta foi digno representante de todas as capacidades que Deus pudesse ter compartilhado com o ser humano A dimens o relacional da imago Dei est expl cita em Jesus de Nazar pois ningu m discute sua capacidade de amar incondicionalmente bem resumida na apresenta o que Pedro ap stolo faz dele em Atos 10 38 como aquele que andou fazem do o bem A dimens o criativa da imago Dei tamb m expressa por Jesus evidenciada pelo seu dom nio sobre o restante do Universo criado Jesus deu provas suficientes 79 de que o mundo lhe obedecia ele acalmou tempesta
248. igo morto e rodeado de pessoas desesperadas nada mais coerente do que sentir o esp rito perturbado no m nimo por solidariedade e empatia Jesus v via um momento de cada vez Aquele era um momento de morte desespero e desesperan a Jesus chorou com elas chorou por elas e por ele mesmo quem sabe Nada mais natural do que o pranto no momento do luto a ang stia na situa o de fome o medo no meio da guerra enfim a cara contorcida no momento em que a vida mostra se amarga Isso significa que nem todas as pessoas que vivem com um estado de esp rito perturbado s o respons veis pelas causas que geraram a 15 perturba o Os profetas da auto ajuda dizem que a causa do sofrimento n o o mundo e sim nossa atitude diante dele Mas nem sempre o estado de esp rito perturbado come a do lado de dentro do cora o N o raras vezes resulta de circunst ncias adversas vari veis fora do controle de mortais como n s O mundo n o obedece justi a retributiva coisas boas para pessoas boas coisas ruins para pessoas ruins At porque ningu m totalmente mal E ningu m totalmente bom Assim tamb m o mundo e a vida A hist ria que tem como protagonistas pessoas em quem o bem e o mal se misturam e se confundem n o poderia ser t o exata Por essa raz o de vez em quando acontecem coisas ruins para pessoas boas coisas boas para pessoas ruins e ningu m se surpreende mais quando acontecem coisas ruins para todo mundo
249. illard Dallas 4 conspira o divina S o Paulo Mundo Crist o 2001 p 100 Id ibid p 102 Jo o 4 23 24 Lewis C S Cristianismo puro e simples S o Paulo ABU Editora 1989 p 91 Id ibid G nesis 3 5 Kushner Harold How Good do We Have to Be Canad Little Brown 1996 p 16 33 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 G nesis 2 16 17 Romanos 8 1 16 Lewis C S Op cit 1989 p 90 G latas 2 20 Colossenses 1 27 1 Cor ntios 6 19 Romanos 5 12 21 2 Tim teo 1 10 NVI Ef sios 2 1 3 Romanos 7 7 8 17 Ef sios 2 1 3 Lucas 15 11 32 Marcos 1 14 15 NV Mateus 16 24 26 NVI 236 21 2 Cor ntios 5 14 15 NVT 22 Atos 2 22 36 23 su pe Veja Daniel 2 19 47 a descri o do sonho de Nabucodonosor que simboliza a cess o de reinos ao longo da hist ria babil nio persa e romano quando surgiria uma dra n o enviada por m os humanas que esmagaria todos os outros reinos e que se estabeleceria para a eternidade A tradi o crist n o tem d vidas de que essa uma alus o ao Reino de Deus o Reino supra imp rios hist ricos inaugurado nos dias de Jesus de Nazar 24 G nesis 3 15 25 Mumma Howard Albert Camus e o te logo S o Paulo Carrenho Editorial 2002 pp 40 3 26 Mateus 28 19 27 Atos 2 38 NVD Romanos 5 1 2 8 1 2 1 Cor ntios 6 19 Jo o 3 1 8 Ver nota para Jo o 3 1 8
250. imensiona Administrar bem significa tr s coisas Primeiro ser capaz de usar as riquezas materiais em favor das riquezas imateriais A sabedoria est na arte de transformar valores ef meros em valores perenes bens perec veis em bens n o perec veis coisas tang veis em realidades intang veis Por exemplo transformar dinheiro em educa o conhecimento terrenos em sa de carros em contentamento ouro e j ias em socorro solid rio Somente assim o que temos muito ou pouco manter nosso cora o cheio e satisfeito sem a sensa o da falta pois nos tornamos capazes de dar significado existencial aos tesouros Al m de saber usar as riquezas administrar bem significa multiplicar as riquezas isto fazer todas as contas crescerem sem precisar sacar de uma para depositar na outra Com isso evitamos criar anti riquezas como por exemplo faz aquele que saca da conta car ter para depositar na conta corrente ou da conta sa de para depositar na conta carreira ou da conta amizade para depositar na conta status O Rabino Nilton Bonder adverte que o justo tem obriga o de criar o m ximo de abund ncia que n o gera escassez 10 Um jeito de criar riqueza sem gerar escassez pagar pelas coisas apenas o pre o da etiqueta Um terreno que vale 30 mil reais n o pode ser comprado por 30 mil 211 reais mais um ambiente familiar tenso e muitas noites mal dormidas Um carro que vale 17 mil reais n o pode ser comprado por
251. ionado aos processos mec nicos ou de funcionamento da ordem natural O que Deus delegou ao homem foi a responsabilidade dos cinco relacionamentos essenciais o homem com Deus o homem consigo mesmo o homem com os outros homens o homem com os ou outros seres espirituais criados e o homem com o mundo natural A mesma narrativa do G nesis que descreve a maneira como Deus conduziu o processo do caos para a ordem descreve tamb m a maneira como o ser humano conduziu o processo da ordem para o caos O s bio rei Salom o no seu perturbador Eclesiastes chega seguinte conclus o Deus fez tudo direito mas n s complicamos tudo 3 Essa a melhor s ntese da hist ria de Ad o Eva e a Serpente H quem diga que comer do fruto proibido foi um ato de emancipa o Ver cap tulo 7 Convers o Harorold Kushner por exemplo diz que o acesso rvore do conhecimento do bem e do mal n o determinou a queda do homem mas sim o surgimento da humanidade l Isso pretende significar que antes de conhecer o bem e o mal o ser humano era como um animal sem consci ncia guiado pelos seus instintos sem possibilidade de escolhas morais condicionado apenas e t o somente pela sua bagagem gen tica Kushner n o fala em pecado original mas em nascimento da consci ncia em que a narrativa do G nesis seria uma 198 descri o m tica de como os primeiros seres humanos deixaram o mundo animal e entraram no complexo mundo da human
252. ir 21 pois desde os tempos antigos ningu m ouviu nenhum ouvi do percebeu e olho nenhum viu outro Deus al m de ti que trabalha para aqueles que nele esperam 22 Essa vis o do Deus laborioso inspirou Jesus em sua resposta queles que questionavam suas atividades no s bado o dia do descanso confor me a lei judaica de Mois s Meu Pai trabalha at agora e eu trabalho tamb m 23 Muito mais do que uma defesa do ativismo a resposta de Jesus revela uma dimens o da imago Dei a a o criativa o mpeto criador o desejo de interferir no mundo de mudar a realidade de transformar o Universo Mais surpreendente ainda a sugest o feita por Jesus de que essa dimens o de trabalho n o conflita com o mandamento do descanso Guardar o s bado santificando o separando o para Deus um dos Dez Mandamentos da Lei de Mois s Alguns int rpretes da Lei foram literalistas e chegaram ao extremo de considerar um ato m nimo como tirar a casca de uma espiga de milho uma quebra do mandamento Uma das maneiras de interpretar esse rigor para a guarda do quanto mandamento o bel ssimo conceito rab nico de descanso Descansar e n o interferir na realidade Se sua casa est pegando fogo no s bado n o tente salvar nada pois voc estaria trabalhando Descanse Diga ao Deus Eterno que voc n o vai mudar o curso das circunst ncias e que portanto sua sorte est completamente rendida s m os dele Deus Descansar recusar
253. ir escrever consolar Enfim talento aquilo que voc acha f cil e todo mundo acha dif cil Buckingham e Coffmann dizem que voc tem um filtro um modo caracter stico de reagir ao mundo que o cerca Todos n s temos Seu filho lhe diz que est mulos notar e quais ignorar quais deles amar e quais odiar Ele cria suas motiva es inatas Voc competitivo altru sta ou guiado pelo ego Ele define seu modo de pensar Voc disciplinado ou adota o laissez faire raciocina de maneira pr tica ou estrat gica Ele forja suas atitudes prevalecentes voc otimista ou c nico calmo ou ansioso emp tico ou frio Ele cria em voc todos os seus padr es distintos de pensamento sentimento e comportamento Com efeito seu filtro a fonte de seus talentos Ao contr rio daquela m xima desenvolva seus pontos fracos o conceito de talento nos coloca diante de uma importante descoberta todo papel desempenhado com excel ncia exige determinados padr es recorrentes de pensamento sentimento ou comportamento Isso significa que grandes enfermeiras t m talento O mesmo ocorre com grandes caminhoneiros e grandes professores grandes zeladores e grandes comiss rias de bordo Em resumo a palavra de ordem esque a seus pontos fracos e desenvolva seus pontos fortes INTELIG NCIAS Todo mundo bom em alguma coisa O conceito de talento acaba de vez com a burrice pois todo mundo tem um tipo de intelig ncia Daniel Goleman
254. is C S As cartas do coisa ruim S o Paulo Edi es Loyela 1982 p 6 2 Id ibid p 6 3 Id ibid 4 Sousa Ricardo Barbosa Janelas para a vida Curitiba Encontro Publica es 1999 p 61 5 Boff Leonardo A trindade e a sociedade Petr polis Vozes 1986 pp 21 37 38 6 Frankl Viktor Um sentido para a vida Aprarecida SP Santu rio 2003 p 29 7 Recomendo a leitura de Pequeno tratado das grandes virtudes de Andr Comte Sponville 1995 especialmente o cap tulo 18 Amor 8 Barclay William Charles As obras da carne e o fruto do Esp rito verbete gape S o Paulo Vida Nova 1992 9 Jo o 13 35 ARA 10 Mateus 9 36 14 14 15 32 18 27 20 34 27 43 11 Simone Weil citada em Pequeno tratado das grandes virtudes de Andr Comte Sponville 1995 p 303 CAP TULO 14 ALIAN AS 1 Citado em Mentoria espiritual por James Houston Rio de Janeiro Sepal 2003 p 13 2 Lucas 10 1 17 3 Mateus 10 2 4 Mateus 17 1 26 37 Jo o 20 2 6 Lewis C S Os quatro amores S o Paulo Mundo Crist o 1983 p 57 7 Prov rbios 18 24 ARA 8 Prov rbios 27 17 NVD 9 Prov rbios 27 5 NVI 240 10 Nouwen HenriJ M Cartas a Marc sobre Jesus S o Paulo Edi es Loyola 1999 p 32 e P o para o caminho S o Paulo Edi es Loyola 1999 p 29 11 O que coachingf Revista Voc S A set 2000 p 12 Id ibid mar 2000 13 Houston James Mentoria espiritual Rio de J
255. it rio crist o e os outros monote smos unit rios como o juda smo e o islamismo Nestes encontramos a solid o do Uno de um Deus que n o tem nenhum outro igual com o qual possa se relacionar O cristianismo a nica religi o monoteista que cr num nico e indivis vel Deus que se manifesta como uma Trindade de Pessoas O Deus crist o e b blico n o existe solitariamente ele sempre a comunh o das tr s pessoas divinas 25 Essa percep o chegou me ao cora o h alguns anos atr s quando me deparei com G nesis 2 18 em que Deus declara solenemente N o bom que o homem esteja s farei para ele algu m que o auxilie e lhe corresponda NVT A primeira vez em que prestei de fato aten o nessa declara o b blica formulei uma equa o que primeira vista soou esquisita Deus mais um homem igual a um homem sozinho Fiquei imaginando uma eventual cena caso Ad o se aproximasse de Deus reclamando de sua solid o Ok Deus passei o dia dando nome aos animais e percebi que todos eles passaram em pares macho e f mea e cada um sa a de minha presen a em busca de um cantinho aconchegante onde se aninhavam de mansinho Fiquei com uma tremenda inveja quando me dei conta de que para mim n o existia par e ent o me senti muito sozinho Vim reclamar e muito respeitosamente apresentar minhas cr ticas ao Universo que o Senhor criou Est incompleto falta alguma coisa Tudo o que o Senhor fez n o sufic
256. itanos Se conheceras o dom de Deus e quem o que te pede d me de beber tu lhe pedirias e ele te daria gua vida responde Jesus enigmaticamente A mulher fica confusa e Jesus lhe explica que n o est falando da agua do po o 104 mas do Esp rito Santo uma fonte de gua viva que jorra do interior Jesus referia se conex o espiritual e a mulher pensava na realidade imediata pois diz D me dessa gua para que eu n o precise mais vir busc la Fica n tido que essa mulher ainda n o desceu nem subiu s dimens es do esp rito Jesus est diante de uma mulher com apetites interiores que imagina poder satisfaz los por meio de romances Esta presa aos limites de suas emo es feridas e de seus instintos carentes de afei o genu na N o consegue abstrair se do universo biops quico Jesus falava da gua da vida e ela falava da gua de po o Jesus lalava de sede espiritual enquanto ela corria atr s de satisfa o emocional Mais uma vez Jesus facilita conex o espiritual e joga algu m que vivia na superf cie do homem exterior para as regi es abissais do homem interior que pode adorar a Deus em esp rito Tantas outras hist rias poderiam ser contadas a respeito de Jesus Jo o evangelista diz que fez Jesus diante dos disc pulos muitos outros sinais tantos que se todos eles fossem relatados creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos o qu
257. izem que o ser humano tem sentimentos da alma e sentimentos do esp rito pensamentos da alma e pensamentos do esp rito vontades da alma e vontades do esp rito Fazem do ser humano um monstro de no m nimo duas cabe as J imaginei tamb m que o ser humano longe de Deus teria apenas corpo e alma e que a partir do novo nascimento receberia o esp rito isto o Esp rito Mas o ap stolo Paulo disse que o Esp rito conversa com o nosso esp rito nesse caso n o pude deixar de considerar que um o esp rito humano e outro o Esp rito de Deus Pensei ent o que o esp rito humano poderia estar morto e que viesse a receber vida vitalidade a partir do novo nascimento Mas ainda que estivesse morto seria um esp rito e depois que ganhasse vida passaria a competir com a alma ou o qu Cheguei a avaliar a possibilidade de alma e esp rito serem termos sin nimos o que seria uma boa sa da Mas ent o o ap stolo Paulo disse que devemos dedicar a Deus tanto o corpo quanto a alma e tamb m o esp rito Acho isso grego demais Muito parecido com Plat o e Arist teles mas est na B blia e tenho de encontrar uma gaveta para colocar essa coisa Acredito que esse arranjo de Paulo uma coisa mais did tica do que descritiva A B blia tamb m diz que devemos amar a Deus de toda a alma de todo o cora o de todo o entendimento de toda a for a 4 e nem por isso est dizendo que o ser humano constitu do de alma conh
258. la o para jogar um pouco de oxig nio na conviv ncia Tamb m comum as pessoas reclamarem que precisam ficar sozinhas que necessitam de espa o de folga para fazer o que gostam sem ter de dar aten o a quem est do lado Todo mundo tem raz o A sa de emocional e ps quica depende dessa din mica entre espa o individual e coletivo Todo relacionamento carece de intimidade e de privacidade bem como de interc mbio de ideias e de afeto Teoria e pr tica s o outros dois p los da s ntese dos exerc cios espirituais T o importante quanto conhecer a Deus experiencialmente 23 saber coisas a respeito de Deus Jesus disse que as pessoas percorrem trilhas erradas porque negligenciam a verdade revelada a respeito de Deus nas Escrituras Sagradas 24 Precisamos saber para crer e precisamos crer para entender 25 A dicotomia entre conhecimento e experi ncia sabota a peregrina o espiritual O xito da experi ncia com Deus est tamb m na ponte entre o xtase repentino com frutos imediatos e o processo paulatino com frutos que se consolidam aos poucos Em se tratando de viver um grande amor com Deus n o precisamos escolher entre chover o ano inteiro chuva fina ou cair l de cima um elevador como disse o poeta Podemos viver as duas coisas a rotina persistente e o susto arrebatador Somos transformados em gl ria cada vez maior no dia a dia de nossa caminhada com Deus 26tanto quanto em momentos especiais que nos conduz
259. la Ela que tem um dom uma certa magia uma for a que nos alerta uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta Ela que a dose mais forte e lenta de uma gente que ri quando deve chorar e n o vive apenas aguenta Ela que tem for a ra a gana manha gra a e sonho e mistura a dor e a alegria Ela que traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter f na vida Minha m e que hoje se parece muito com a outra Maria pois o Filho de Deus tamb m fez morada em seu cora o Depois de minha m e minha hist ria passou por um orfanato evang lico e foi regada por dezenas de hist rias b blicas que minha av me contava Hist rias que fincaram ra zes por causa das centenas de vezes em que contemplei aquela mulher solit ria tamb m vi va em sua juventude ajoelhada em ora o Ao lado corriam alguns homens especiais que me amaram com todas as for as de sua alma e fizeram o poss vel e o imposs vel para suprir a minha car ncia de pai Aos onze anos tive meu nome inclu do no rol de membros de uma comunidade crist evang lica quando minha peregrina o espiritual foi molhada nas guas batismais de uma Igreja Batista fincada na entrada do solo rido da favela mais violenta da cidade do Rio de Janeiro Acari em maio de 1975 Desde ent o quando oficializei minha entrada nos horizontes do corpo m stico de Cristo passei a ser acompanhado por uma nuvem do c u anjos amigos mentores
260. ldo Sinodal Petr polis Vozes 1999 p 101 4 Citado por Harold Kushner 5 Kushner Harold Quando tudo n o o bastante S o Paulo Nobel 1987 233 6 Scott R B Y Proverbs Ecclesiastes Garden City Anchor Bible 1965 p 202 7 Harrelson Walter Interpreting the Old Testament Chicago Holt Rinehard and Winston 1964 p 443 8 Eclesiastes3 11 NVD 9 G nesis 3 6 ARA 10 Idem 11 Mateus 4 8 NTLH 12 1 Jo o 2 16 NVD 13 Covey Stephen Primeiro o mais importante Rio de Janeiro Campus 1994 CAP TULO 4 CAMINHO PARA A FELICIDADE 1 Tim teo 6 16 NVD Boff Leonardo Experimentar Deus Campinas Verus 2002 p 23 Huxley Aldous 4 filosofia perene S o Paulo Cultrix 1995 p 16 Erickson Millard Introdu o Teologia Sistem tica S o Paulo Vida Nova 1998 p 101 5 Panente smo uma express o criada pelo fil sofo alem o Karl C F Krause 1781 1832 que se explica etmologicamente pela fus o de duas palavras gregas pari tudo e Theos Deus O panteismo identifica tudo com Deus e na verdade chama de Deus a soma de toda a realidade Tudo Deus e Deus Tudo O panente smo por sua vez compreende Deus al m da realidade embora admita que Deus harmonize toda a realidade em si mesmo Tanto o pante smo quanto o panente smo apro ximam se de Plotino e dos neoplat nicos que entendiam a realidade como emana o de Deus O Uno Giordano Bruno Teilhard de Chardin e Ba
261. litivas a partir da transcend ncia a conex o e intera o com o Esp rito divino Crescer experimentar gradativamente as qualidades do Deus que habita em n s Crescer render se paulatinamente ao controle do Esp rito Santo de Deus para que a rela o entre o nosso esp rito e o Esp rito de Deus n o seja mais de rebeldia e de oposi o ele puxando para um lado e eu puxando para outro mas sim de harmonia e de reconcilia o Isso explica por que o ap stolo Paulo orientou nos a andar em Esp rito isto literalmente a orbitar ao redor do Esp rito de Deus para que nossos instintos e natureza mais primitivos sejam controlados e n o encontrem lugar de express o As express es desses instintos mais primitivos s o chamadas 142 de obras da carne l5porque s o resultado daquilo que o ser humano consegue produzir quando est separado do Esp rito divino S o obras da carne em oposi o ao fruto do Esp rito A carne nesse sentido o que Charles Barclay definiu como aquilo que o homem fez de si mesmo em contraste com o homem conforme Deus o fez A carne o homem de conformidade com aquilo que permitiu que viesse a ser em contraste com o homem conforme Deus pretendeu que ele fosse A carne representa os efeitos do pecado rebeldia contra Deus do homem sobre si mesmo e do pecado dos seus pais e de todos os homens que existiram antes dele A carne a natureza humana enquanto est separada de Jesus Cristo
262. lizado a nosso redor Enquanto o mundo todo n o transformado em um grande e nico jardim n s constru mos alguns jardins no mundo Essa voca o de cooperar com Deus para colocar ordem no caos voca o de todo ser humano que sintetizo no prop sito de construir Construir exercer poder 201 para dominar a terra Construir insurgir se contra a Serpente e contra todos os agentes da morte para promover a vida Construir plantar jardins em meio ao caos EVANGELHO Evangelho que dizer boas novas boas not cias O portador das boas not cias Jesus de Nazar As boas not cias s o que o Reino de Deus chegou E as not cias ficam melhores ainda quando entendemos que Jardim do den para so c u e Reino de Deus s o express es sin nimas C u e para so s o express es que descrevem uma condi o existencial resultante de uma qualidade de relacionamento entre o ser humano e o Deus Criador O c u o ambiente em que a vontade de Deus feita em perfei o isto o ambiente em que o Universo funciona absolutamente dentro dos padr es definidos pela natureza ess ncia car ter do Deus Criador E exatamente isso que o Reino de Deus O evangelho de Jesus a afirma o de que o Reino de Deus est dispon vel desde j para todos aqueles que abandonarem o reino do eu e abrirem m o de sua pretens o de ser para si mesmos o padr o de bem e de mal Essa a experi ncia que o Novo Testamento
263. lmente livre senhor e protagonista do pr prio amanh emancipado de qualquer depend ncia O mundo da raz o adulta onde o pensamento assumiu a 226 primazia sobre o esp rito profetizou liberte galit fraternit destronando pais patr es tiranos trouxe a liberdade de toda autoridade exterior consci ncia individual afirmou a conviv ncia respeitosa da igualdade de valor direitos poder e celebrou uma grande e feliz comunh o universal Mas paradoxalmente a tr ade liberdade igualdade e fraternidade ide rio da Revolu o Francesa n o cumpriu suas promessas em vez de oferecer um mundo segundo a medida do homem em que este pudesse viver e morar procurando o bem comum trouxe nos entre outras coisas o crit rio da produtividade como par metro de valor a massifica o e a manipula o das pessoas uma angustiante incomunicabilidade um futuro amea ador a atrofia dos sentimentos e a polui o ecol gica Por essa raz o existe a necessidade de oferecer ao mundo moderno um suplemento de alma que permita ao homem evitar ser esmagado por suas pr prias produ es e encontrar a si mesmo de modo aut ntico 3 O progresso do processo civilizat rio n o respondeu s grandes quest es do cora o humano Por progresso no processo civilizat rio entenda se o avan o do saber cient fico o dom nio crescente da natureza pela tecnologia o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material a emancipa
264. m capaz desse amor perfeito Amar e a capacidade de pedir e de outorgar perd o Outra poss vel tradu o para N o matar s ao lado de n o negar s aos outros o direito de existir em tua vida pode ser n o negar s o perd o pois todos n s cedo ou tarde somos agredidos em dimens es t o profundas que o agressor contrai para conosco uma d vida impag vel Quando algu m distra do no estacionamento do shopping amassa a lateral de seu carro n o caso de pedir perd o nem de perdoar O mais l gico o ressarcimento da despesa para o conserto de seu carro Mas quando algu m embriagado atropela uma crian a num acidente fatal n o h como ressarcir tal preju zo Vida n o tem pre o E vida de filho custa mais caro ainda Perdoar dar ao outro a oportunidade de continuar existindo em nossas vidas Per doar colocar o outro diante da chance de avaliar sua maneira de viver e de refazer seus caminhos existenciais Perdoar contribuir para que o outro cres a amadure a corrija a si mesmo O momento do perd o como um par ntese em que as bases de um relacionamento s o rediscutidas e os acordos que tornam poss vel a conviv ncia s o renegociados Algu m perguntaria se necess rio perdoar sempre Ali s o ap stolo Pedro perguntou isso a Jesus Quantas vezes devemos perdoar e recebeu como resposta setenta vezes sete que indica o n mero perfeito de perd o Mas nesse mesmo contexto Jesus contou uma pa
265. m neg cio ou produto Quem ainda acredita na m xima estude pra valer tire boas notas consiga um diploma e voc ter um bom emprego est ultrapassado O padr o do emprego para toda a vida serve apenas aos detentores do poder social e econ mico interessados em manter seus empregados O novo paradigma n o considera mais a tr ade ocupa o emprego carreira mas sim a for a da voca o baseada em talentos As raz es s o simples O paradigma ocupa o emprego carreira trata de atividades t cnicas enquanto a voca o trata de express o pessoal O paradigma ocupa o emprego carreira cabe dentro de um expediente e se encaixa na atividade profissional enquanto a voca o vivida 24 horas e abrange a vida inteira O paradigma ocupa o emprego carreira diz respeito ao que voc faz enquanto a voca o diz respeito ao que voc Essas peculiaridades dos paradigmas ocupa o emprego carreira vo ca o esclarecem a quest o do sentido e significado da atividade profissional e suas implica es para a realiza o pessoal O prop sito de construir derivado da imago Dei e isso quer dizer que podemos contribuir para um mundo melhor porque existe um pouco de Deus em cada um de n s Arist teles disse que onde as necessidades do mundo e suas habilidades se cruzam a est a sua voca o Usando o mesmo racioc nio acredito que onde voc mais parecido com Deus a est sua voca o Em outras palavras sua voca
266. m toda e qualquer situa o e deixou claro que a grande sabedoria do contentamento n o est na capacidade de acumular mas sim na capacidade de adaptar se s circunst ncias S bio aquele que vive bem tanto na fartura quanto na necessidade bem alimentado ou com fome tendo muito ou passando necessidade pois n o vive baseado nas coisas e circunst ncias mas sim a partir de um relacionamento posso todas as coisas naquele que me fortalece disse Paulo referindo se sua intimidade com Deus 4Na verdade essa a grande diferen a entre o cristianismo e as filosofias gregas como o cinismo e o estoicismo Estas focalizam os recursos pr prios do ser humano enquanto a f crist focaliza a experi ncia de transcend ncia em termos de conex o com o sagrado e o divino como fontes de satisfa o plenitude e contentamento A plena realiza o humana n o resulta da viagem interior mas da busca do Reino de Deus e sua justi a em que todas as coisas existem s o poss veis e acess veis como nos ensinou Jesus de Nazar A inser o no Reino de Deus redimensiona a rela o com o dinheiro e as riquezas e abre as porias para a plena liberdade que transcende necessidades e circunst ncias Somente quando vivemos no Reino de Deus estamos livres da ansiedade de ter possuir e acumular Em outras palavras quando entramos no Reino de Deus entramos tamb m no shabat o descanso ativo no qual o que temos pode n o ser tudo mas sempre ser
267. m os quais atravessamos a vida A melhor express o para esse estado de felicidade 60 contentamento e com isso n o quero dizer que voc deve estar sempre alegre sorrindo de bom humor Contentamento vem do latim contentu que quer dizer conte do e nesse caso contente aquele que consegue experimentar e concretizar o conte do de cada momento aquele que est satisfeito sabe adaptar se em qualquer circunst ncia Contentamento uma satisfa o de dentro para fora Os caminhos existem para jornadas e n o para destinos dizem os chineses Ser feliz portanto n o consiste em conquistar objetos que tragam em si a satisfa o Isto ser feliz muito mais do que viver de desejo em desejo Ser feliz reagir a cada circunst ncia da maneira adequada chorar quando a situa o for triste rir quando a not cia for boa rolar no ch o quando as crian as estiverem por cima apertar o n da gravata antes de entrar em cena para assinar o contrato enfim concretizar o conte do de cada momento e emprestar significado para cada situa o Somente assim conseguiremos ir adiante deixando para tr s situa es consolidadas vividas em sua plena possibilidade Somente assim chegaremos ao fi nal da vida com o quebra cabe a montado Algo como entender o filme na cena final uma vez que entendemos o sentido de cada cena que o comp s O filme da vida ter um significado apenas quando os significados de suas part
268. mb m sejam eles em n s para que o mundo creia que tu me enviaste Eu lhes tenho transmitido a gl ria que me tens dado para que sejam um como n s o somos Jo o 17 20 22 ARA A plena realiza o humana n o pode prescindir desse tri ngulo formado pelo eu o divino e o pr ximo numa integra o de absoluta abnega o de cada um em favor dos outros Assim como Deus uma unidade plural tamb m o ser humano ser mais humano propor o de sua capacidade desenvolvida de tornar se uno com o pr ximo Em outras palavras voc precisa de gente para ser gente Na verdade quanto mais entregue a outras gentes mais gente voc ser A vida n o far sentido ou melhor dizendo voc n o experimentar a plenitude da exist ncia que se pode chamar humana a menos que se entregue em altru smo e abnega o construindo v nculos profundos de amor de afeto e de amizade A exist ncia depende da capacidade de transcender ao pr prio eu Por isso compreendo o fato antropol gico primordial que o ser humano deva sempre estar endere ado deva sempre apontar para qualquer coisa ou qualquer um diverso dele pr prio ou seja para um sentido a realizar ou para outro ser humano a encontrar para uma causa qual consagrar se ou para uma pessoa a quem amar Somente na medida em que consegue viver esta autotranscend ncia da exist ncia humana algu m autenticamente homem e autenticamente si pr prio Assim o homem se realiza n o se preocup
269. mentaridade O que se v entretanto uma avalanche de engajamentos motivados pela culpa e pelo desespero que t m muita iniciativa e pouca acabativa Os quartos e salas da classe m dia est o repletos de aparelhos de gin stica empoeirados comprados no zero onze quatorze zero meia e pares de t nis novos abandonados depois da terceira caminhada matinal LET IT BE N o s o poucos os que se entregam ao que chamo de prazeres il citos e abusivos utilizando os como mecanismos de compensa o para a sensa o de vazio e de culpa existenciais Essa a turma que o Lob o descreveu em seu verso 28 vida boa vida breve j que eu n o posso te levar quero que voc me leve Gente cheirando p enchendo a cara e se perdendo em noitadas de cama em cama tamb m integra o elenco dos falidos administradores de estados de esp rito perturbado Existe ainda a turma do comprimido e da fartura aqueles que se empanturram de quinquilharias dispon veis nos shoppings da vida nas mesas lautas dos restaurantes e nas geladeiras abertas na madrugada al m dos prozacs e de outros coquet is Esse vamos deixar como est que para ver como fica estende se tamb m para os relacionamentos que acabam se deteriorando em rela es de depend ncia e de manipula o em que os pares doentes e perpetuados disputam um joguinho idiota Eu culpo voc e voc diz que a culpa minha Voc diz que eu n o presto mas tamb m
270. mo Pai Filho e Esp rito Santo distinguindo as pessoas e crendo que me relaciono com um Deus em tr s pessoas distintas por m iguais A est o segredo Deus uma comunh o entre iguais O ser criado sua imagem e semelhan a deveria necessariamente ser completo apenas e t o somente numa rela o entre iguais Isso explica por que Deus disse que o homem estava s O homem possu a algu m acima dele Deus e tambem abaixo dele o restante da cria o mas n o possu a ningu m ao lado dele como seu igual e nessa dimens o estava sozinho Ariovaldo Ramos afirma que essa a mais caracter stica express o da imagem de Deus no ser humano Considerando que todo o Universo est impregnado de Deus podemos afirmar que a imagem de Deus est em todo o Universo Por outro lado considerando que a B blia afirma que Deus criou o homem sua imagem e semelhan a podemos depreender que existe uma dimens o da imagem de Deus que apenas o homem consegue expressar e essa dimens o a unidade na diversidade a capacidade de pessoas distintas tornarem se uma s O argumento de Ariovaldo faz sentido At agora falamos que Deus Esp rito e que portanto o ser humano tamb m um ser espiritual Dissemos que Deus um ser pessoal Esp rito com atributos intelectuais afetivos e volitivos e que portanto o ser humano tamb m uma pessoa Dissemos que Deus criativo e ativo e que exerce dom nio sobre a sua cria
271. mo objeto de venera o 39 O afastamento das rotinas cotidianas uma forma de construir catedrais no tempo Mudar de ambiente ajuda a mudar o estado de humor a renovar sensa es a resgatar emo es a desintoxicar a alma Longe do barulho das atividades estressantes das solicita es urgentes do e mail do celular e do insistente telefone podemos aquietar o cora o e aos poucos dar lugar para a Voz O espa o f sico afeta radicalmente a din mica de nosso mundo interior Os Padres do Deserto compreenderam que deveriam afastar se da sociedade de sua poca como um n ufrago que nada para longe do navio que afunda evitando ser tragado com ele 153 Quem deseja o encontro com Deus e consigo mesmo deve aprender a distanciar se das luzes da cidade Os retiros fazem parte desse conjunto de exerc cios espirituais devocionais Adquiri o h bito de escrever ora es relatos breves dos fatos do dia a dia impress es e percep es do cora o De quando em vez releio as notas passadas e me alegro ao perceber ora es respondidas problemas que imaginava insol veis resolvidos textos inspirativos que me sustentaram e constru ram al m de ser recordado do amor de Deus que me acompanha na jornada A maturidade n o pode prescindir da hist ria e da mem ria Somos o que somos pelo que vivemos Um di rio pode ser um valioso instrumento de registro da peregrina o espiritual Muitos mestres espirituais deixaram sua trajet
272. mou pela miseric rdia de Deus O veredicto de Jesus foi que o primeiro falou de si para si mesmo mas o segundo falou com Deus e recebeu sua recompensa 44 A B blia Hebraica conta uma hist ria semelhante Ao chegar o tempo em que Jac decidiu encontrar se com Deus ficou sozinho no Vale de Jaboque No pice de seu conflito espiritual ouviu Deus perguntar qual o seu nome que na cultura judaica o mesmo que perguntar quem voc ou como voc se define Por essa raz o que Deus se recusa a declarar seu nome para Mois s e responde apenas dizendo Eu Sou 45 O sentido bvio Deus n o se define para o homem o homem quem se define para Deus ou melhor definido quando se encontra com Deus SEGREDOS Mas o que tudo isso tem a ver com os exerc cios espirituais Simples os exerc cios espirituais s o o principal recurso para desenvolvermos a habilidade sem a qual jamais experimentaremos a conex o com o divino que resulta em transforma o 156 desenvolvimento e crescimento pessoal saber a capacidade de prestar aten o S o as disciplinas espirituais que nos ensinam a prestar aten o em n s mesmos nos sinais e mensagens que Deus nos envia por meio de pessoas e das circunst ncias Depois que descobri essas coisas escolhi tr s sinais que me indicam um tempo especial de transforma o e de crescimento pessoal O primeiro sinal a desestabiliza o de meu cora o Presto muita aten o
273. mportar com coisas simples uma x cara por exemplo que pode se quebrar depois um miser vel cachorro um mero cavalo um peda o de terra mais adiante e facilmente chegar a n o se importar com o seu pr prio corpo e com o que acontece consigo mesmo ent o finalmente poder perder os seus filhos e esposa e n o se importar Epicteto acreditava que o amor uma escravid o e nesse sentido a filosofia o treinamento para a indiferen a O amor uma escravid o Exatamente durante os dias de Epicteto os crist os come aram a espelhar a mensagem que ensina a amar William Barclay comenta que enquanto a filosofia pag dizia Ensina te a n o te importar Cristo diz Ensina te a te importar apaixonada e intensamente com os outros A filosofia pag dizia N o deves em circunst ncia alguma ficar pessoal e emocionalmente envolvido na situa o humana Cristo diz Deves entrar na situa o humana de tal maneira que vejas penses e sintas com os olhos a mente e o cora o da outra pessoa do teu pr ximo com quem te identificas Enquanto os gregos acreditavam que a maturidade est na indiferen a na capacidade de n o ser abalado de n o ser afetado de n o ser demovido de sua estabilidade o cristianismo vem dizendo que a maturidade da exist ncia humana est justamente na capacidade de importar se de deixar se abalar de deixar se demover de ter o cora o revolto dentro de si as entranhas remexidas a ponto de
274. n o a d vida o medo E n o tenho medo nem de viver nem de morrer Apenas n o quero morrer cedo e de prefer ncia como Woody Allen quando eu morrer n o quero estar l Na verdade meu desejo de n o deixar este mundo t o cedo meu grande libi para a f N o preciso entender tudo saber tudo compreender tudo dominar tudo para gostar de viver e crer que viver vale a pena s vezes sou tomado de assalto por esta horrenda sensa o de que a vida n o faz sentido mas isso passa logo Aprendi com G K Chesterton que a exist ncia do mal e do lado sombrio da vida s nos agride por causa da exist ncia do bem e do lado luminoso da aventura humana Quem pretende negar Deus por causa do Mal deve dar uma boa explica o para o Bem A afirma o de que a vida simplesmente uma piada tamb m faz eco no meu cora o O que mais me espanta a imensid o O f sico Marcelo Gleiser me ensinou que at meados da d cada de 1920 os astr nomos n o sabiam se a Via L ctea era a nica gal xia no Universo ou se existiam outras como ela Hoje sabemos que existem no Universo n o algumas mas centenas de bilh es de outras gal xias cada uma delas com um n mero enorme de estrelas que pode variar de milh es a centenas de bilh es Mais fascinante ainda ou talvez at chocante foi a descoberta feita em 1929 pelo astr nomo americano Edwin Hubble de que o Universo est em expans o Em menos de setenta anos passamos de um p
275. n o ama n o o conhece pois Deus amor Aquele que vive no amor vive unido com Deus e Deus vive unido com ele 8 FRUTO DO ESPIRITO A proposta da espiritualidade crist implica o fato de que Deus uniu seu Esp rito ao nosso esp rito e agora somos participantes da natureza divina As virtudes crist s s o chamadas de fruto do Esp rito justamente porque s o produzidas somente pelo Esp rito de Deus Isso une o prop sito de crescer ao prop sito de transcender 140 Esse o retrato judaico crist o da pessoa adulta que cresceu plena maturidade amor alegria paz paci ncia amabilidade bondade fidelidade mansid o e dom nio pr prio 10 Existe uma boa discuss o a respeito desse fruto do Esp rito Seria apenas um fruto a saber o amor que se decompor nas demais virtudes Poderia algu m ter uma das virtudes mais acentuada do que as outras Quem experimenta o fruto viv ncia todas as suas dimens es ou pode experimentar uma virtude de cada vez acumulando uma outra medida de seu amadurecimento Todas s o quest es relevantes a respeito das quais os estudiosos se dividem Mais uma vez portanto opto pela obviedade afirmando aquilo em que existe razo vel consenso O fruto do Esp rito um conjunto de virtudes que experimentamos na propor o da qualidade profundidade e intensidade do nosso relacionamento com o Esp rito de Deus N o s o necessariamente virtudes que possu mos mas muito mai
276. na B blia Shedd Jo o 3 6 NVD Idem CAP TULO 8 CONEX O Mateus 26 41 NVI ARA Lucas 17 21 ARA 1 Cor ntios 15 50 NVD Lucas 19 1 19 Jo o 7 37 39 ARA Jo o 20 30 ARA Jo o 21 25 ARA Mateus 4 1 14 13 14 23 Marcos 1 35 Lucas 11 1 G nesis 28 16 17 ARA 1 Reis 19 9 ARA Lucas 24 13 35 Bonder Nilton Portais secretos Rio de Janeiro Rocco 1996 p 92 Lewis C S Romamos 11 36 NVD Jo o 10 31 NVI ARA Lucas 18 11 ARA Peterson Eugene O pastor contemplativo S o Paulo Sepal Textus 2002 cap tulo Jo o 14 12 14 15 7 16 23 24 Atos 10 1 2 237 20 Goodall Jane Uma janela para a vida 30 anos com os chimpanz s da Tanz nia Rio de Janeiro Zahar 1991 pp 16 7 21 G nesis 28 16 22 Chouraqui Andr No princ pio Rio de Janeiro Imago 1995 p 294 CAP TULO 9 CONVERSA O 1 Para apronfudar no tema recomendo Richard Foster Ora o o ref gio da alma Campinas Crist Unida 1996 Mateus 6 22 23 Mateus 6 33 Filipenses 4 6 7 ARA Tiago 4 3 Salmos 42 5 NVI 7 Salmos 139 23 24 NVI S Jo o 6 27 9 Filipenses 4 10 13 10 G latas 5 16 11 Salmos 139 1 4 ARA 12 G latas 6 2 13 Romanos 15 30 14 Colossenses 4 12 15 Lucas 22 31 32 16 Salmos 145 18 NVI ver tamb m Salmos 86 5 17 Jo o 6 25 27 18 Lucas 17 11 19 19 Atos 10 4 31 Juliana de Norwich cita
277. ncomenda de maneira diferente H pessoas que se incomodam com outras pessoas enquanto outras se incomodam com coisas Podemos encontrar gente que fica insuport vel quando n o dorme o suficiente e outros que se transformam quando est o com fome O fato que se h dez pessoas vivendo a mesma situa o provavelmente haver dez 16 rea es diferentes O grau de maturidade pessoal tamb m afeta radicalmente o estado de esp rito Os motivos considerados suficientes para experimentar alegria e dissabor variam de pessoa para pessoa e isso est relacionado com os valores e at mesmo com o car ter Uma crian a chora quando cai seu sorvete atitude que n o se espera de um adulto Por outro lado comum ouvir crian as perguntando Por que a mam e est chorando Demonstram assim sua incapacidade de discernir a dor para todos evidente H pessoas que n o conseguem dormir porque atrasaram o pagamento do aluguel enquanto outras n o perdem o sono mesmo devendo meses de cart o de cr dito O estado de esp rito perturbado pode ser explicado pela escala de valores de uma pessoa e pela maneira como se v respons vel diante do direito de viver Mas al m de todas essas limita es herdadas e ou desenvolvidas talvez o maior fator de distin o na maneira como as pessoas reagem vida a f A f percebe uma Presen a a presen a de Deus A f invoca uma Presen a a presen a de Deus A f sabe que por tr s do c
278. ng isto um exemplo t pico de falta de intelig ncia espacial e o que sumiu foi o carro dele Aquele seu cunhado que enxergou uma casa maravilhosa no terreno inclinado que voc sempre desdenhou perto do s tio do seu pai tamb m tem essa intelig ncia intelig ncia interpessoal a cara do seu av que sempre esteve rodeado de amigos e todos lalam dele com saudades sem estar mentindo a mesma intelig ncia do seu irm o que estudou muito menos que voc mas conhece todo mundo e todo mundo gosta dele tem um papo maravilhoso e sabe vender como ningu m puxou o av Freud explica a frase preferida dos que t m a intelig ncia intrapessoal e vivem no mundo da Lua uma Lua que mora dentro deles provavelmente como aquele seu amigo calad o que de vez em quando solta uma p rola que deixa todo mundo admirado Depois que o conceito de intelig ncias m ltiplas ficou popularizado come aram a aparecer intelig ncias de todos os lados intuitiva anal tica pr tica ecol gica m stica e assim vai numa lista sem fim como sem fim e a intelig ncia humana Tenho simpatia pela intelig ncia espiritual que me explicaram dizendo que pr pria das pessoas que conseguem discernir as verdades universais e esclarecer a respeito do sentido da vida e significado da exist ncia al m de transitar com leveza pelas pr ticas religiosas e de se dedicar a quest es e causas chamadas sagradas Imagino quando as crian as descobri
279. ngrega o enquanto na dimens o do tempo faz justamente o oposto do menos abrangente para o mais abrangente dia m s e ano Mas a interpreta o rab nica 2 diz que o texto segue a mesma l gica indo sempre do menor para o maior pois n o o deserto maior que a Tenda mas sim a Tenda maior que o deserto Assim como os anos cont m meses e os meses cont m dias n o o deserto que cont m a Tenda mas sim a Tenda que cont m o deserto Em outras palavras no lugar de Encontro com o Divino cabe todo o restante quer seja no tempo quer no espa o Tudo est l aqui no outro lugar que aqui mesmo em outro tempo que exatamente agora Isso o que significa transcender fazer conex o entrar na presen a de Deus 108 Quem deseja experimentar a profundidade da vida de Deus n o precisa deixar tudo de lado para olhar apenas para Deus Ao contr rio n o pode deixar nenhum aspecto da realidade circundante fora da intera o com Deus Deve olhar n o para Deus mas para todas as coisas a partir da imers o em Deus Para nos encontrarmos com Deus transcender no burburinho do dia no barulho do tr nsito com gritos das vozes velozes que nos solicitam de todos os lados n o precisamos abandonar o deserto e correr para a Tenda da Congrega o uma vez que na verdade ao entrarmos na Tenda da Congrega o o deserto ter entrado conosco pois a Tenda da Congrega o cont m o deserto A PORTAS FECHADAS
280. nha muitos mem bros e todos os membros mesmo sendo muitos formam um s corpo assim tamb m com respeito a Cristo Pois em um s corpo todos nos fomos batizados em um nico Esp rito quer judeus quer gregos quer escravos quer livres E a todos n s foi dado beber de um nico Esp ri to O corpo n o feito de um s membro mas de muitos Se o p disser Porque n o sou m o n o perten o ao corpo nem por isso deixa de fazer parte do corpo E se o ouvido disser Porque n o sou olho n o perten o ao corpo nem por isso deixa de fazer parte do corpo Se todo o corpo fosse olho onde estaria a audi o Se todo o corpo fosse ouvido onde estaria o olfato De fato Deus disp s cada um dos membros no corpo segundo a sua vontade Se todos fossem um s membro onde estaria o corpo Assim h muitos membros mas um s corpo O olho n o pode dizer m o N o preciso de voc Nem a cabe a pode dizer aos p s N o preciso de voc s Ao contr rio os membros do corpo que parecem mais fracos s o indispens veis e os membros que pensamos serem menos honrosos tratamos com especial honra E os membros que em n s s o indecorosos s o tratados com decoro especial enquanto os que em n s s o decorosos n o precisam ser tratados de maneira especial Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta a fim de que n o haja divis o no corpo mas sim que todos os membros tenham igual cuidado uns p
281. nheiro se colocado em seu devido lugar a saber necess rio para a sobreviv ncia e exist ncia com m nimo de dignidade e realiza o de desejos mas insuficiente para atribuir sentido e significado vida Abre par ntese Evidentemente a maioria dos mortais concorda com a express o popularizada pelo judeu bem humorado que disse Fui pobre e agora sou rico ser rico bem melhor Mas tamb m certo que o dinheiro est longe de ser a melhor paga do trabalho e o melhor tesouro que se pode acumular na vida Cresce o n mero de pessoas que preferem ganhar menos trabalhando num ambiente mais soci vel do que ganhar muito custa de sua qualidade de vida ou a despeito de suas habilidades e talentos Muita gente prefere ganhar menos dinheiro fazendo o que gosta num contexto de 205 relacionamentos pessoais satisfat rios do que ganhar mais dinheiro sacrificando a sa de f sica emocional e at mesmo espiritual Fecha par ntese REINO DE DEUS Uma das coisas que mais me impressionam em Deus que houve um dia em que Ele parou de criar e entrou em seu descanso o shabat A express o usada no G nesis viu Deus que tudo era muito bom deve ser traduzida por viu Deus que era suficiente Isso extraordin rio Um Deus com possibilidades ilimitadas em determinado momento d se por satisfeito e decide parar de criar Enquanto o mundo est cheio de gente para quem tudo n o o bastante conforme o t tulo do imper
282. ni o porque todos est o usando as mesmas palavras mas com sentidos diversos Tudo porque cada um leu um manual diferente e ningu m se preocupou em unificar a linguagem A coisa n o poderia mesmo ser diferente As defini es do Dicion rio Aur lio por exemplo ajudam mas n o esclarecem Precisamos montar o quebra cabe a dos conceitos e o melhor que temos a fazer redigir nosso pr prio aur lio cada um 80 escreve o seu dicion rio e depois no meio das conversas faz as adequa es necess rias do tipo ele est falando de objetivo mas pra mim isso meta tudo bem j entendi vamos em frente Fiz o meu aur lio particular e convido voc a me acompanhar no racioc nio Primeiro vamos ao Aur lio de verdade meta Do lat meta S f 1 Poste marco cordel ou qualquer outro sinal que indica ou demarca o ponto final das corridas de pedestres de cavalos de regatas etc O j guei levou o potro al m da meta 2 V gol 1 Baliza barreira limite as metas da pista Alvo mira objetivo E quando o leitor tem mais altas ambi es visa tambem seu ideal ponto de chegada ou sua meta negaceadora a filosofia da literatura ou a discuss o dos problemas gerais da literatura Fidelino de Figueiredo Um Homem na Sua Humanidade p 462 5 Termo limite fim a meta do aster ide a meta da vida Pl metas Cf meta e melas do v meter objetivo De objeto ivo Adj 1 Relativo ao objeto 2 Pr
283. niverso em geral assim como voc enxerga melhor um homem ouvindo sua conversa do que admirando a casa que ele construiu 16 Finalmente podemos falar da autoconsci ncia como um dos atributos humanos Dessa vez precisamos da ajuda de Viktor Frankl que disse que para ouvir a voz de sua consci ncia o ser humano deve admitir que essa consci ncia algo diferente do eu mais do que o eu extra humano alem da mera condi o humana isto transcendente Da mesma maneira como o umbigo humano considerado por si mesmo pareceria sem sentido porque s pode ser compreendido a partir da pr hist ria ou melhor da hist ria pr natal do homem como sendo um resto no homem que o transcende e o leva sua proced ncia do organismo materno no qual estava contido exatamente desta mesma forma a consci ncia s pode ser entendida em seu sentido pleno quando a concebermos luz de uma origem transcendente 17 Esses atributos consci ncia e autoconsci ncia implicam o fato de que o ser humano capaz de se chamar de eu e de colocar se em rela o a outros eus A DIMENS O CRIATIVA DA IMAGO DEI A maior unanimidade na interpreta o da imagem de Deus ao longo da hist ria da teologia a rela o que se faz entre ela e a voca o humana de dominar o Universo criado Os estudiosos est o de acordo que a expres s o imagem e semelhan a de Deus quer afirmar duas coisas a posi o privilegiada que cabe ao ser humano em rela
284. njo que os diabos num sentido espiritual podem comer um ao outro e a n s At na vida humana tem se visto a paix o de dominar quase de digerir o pr ximo de tornar toda sua vida intelectual e emocional apenas uma extens o da nossa faz lo odiar nossos dios ressentir nossas queixas e dar largas ao nosso pr prio egoismo atrav s dele tanto quanto atrav s de n s mesmos Na Terra esse desejo frequentemente chamado amor No inferno finjo que o reconhecem como fome L a fome mais voraz e uma satisfa o mais plena poss vel L eu sugiro que o esp rito mais forte n o havendo talvez corpo para impedir a a o pode real e 159 irrevogavelmente sorver o mais fraco e incorpor lo a si empanturrando permanentemente o pr prio ser da ultrajada individualidade do mais fraco por isso imagino que os diabos desejam as almas humanas e as almas uns dos outros Eis por que Sat deseja todos os seus seguidores todos os filhos de Eva e todas as hostes do c u Sonha com o dia em que ter todos dentro de si e tudo o que disser Eu s poder fazer atrav s dele E assim que creio em diabos nessa ciranda do que Lewis chama de canibalismo espiritual ENDIABRADOS Linda Blair Caso nunca tenha ouvido falar trata se da atriz que interpretou o papel de Regan MacNeil em O Exorcista o primeiro e nico filme de terror indicado para o Oscar na hist ria de Hollywood Aquelas cenas dantescas reproduzem se n
285. nte por que n o fui capaz de perceber Deus estando ele aqui As respostas seriam simples 54 Deus esteve e est em todo lugar e eu n o fui capaz de perceb lo simplesmente porque n o estava a procur lo aqui mas acol ou simplesmente porque jamais imaginei que ele pudesse estar aqui no sabi na palmeira e em mim Aquele que deseja experimentar Deus deve se aproximar dele levando consigo os sabi s as palmeiras e a terra E quem deseja experimentar a plenitude dos sabi s das palmeiras e da terra deve se aproximar deles a partir de sua experi ncia de Deus Assim reconciliamos Deus com sua cria o e a cria o com seu Deus Ao lado do poema de Czeslaw Milosz podemos colocar um trecho de outro poeta Gilberto Gil Se os campos cultivados neste mundo S o duros demais E os solos assolados pela guerra N o produzem a paz Amarra o teu arado a uma estrela E a tu ser s O lavrador louco dos astros O campon s solto nos c us E quanto mais longe da terra Tanto mais longe de Deus FUNDAMENTO PESSOAL Dallas Willard em seu imprescind vel livrou conspira o divina disse que vivemos num mundo imbu do de Deus imbui do partic pio de imbuir que se imbuiu mergulhado embebido penetrado impregnado onde cada elemento est dentro da al ada do conhecimento e do controle direto de Deus O que Deus deseja para n s que vivamos nele Ele coloca no meio de n s o caminho que leva at ele Isso mostra c
286. nte seres de protesta o de a es de protestos como definiu o Frei Leonardo Boff 2 Desbordamos todos os esquemas nada nos encaixa N o h sistema que possa enquadrar o ser humano E n o h sistema que n o tenha brechas por onde o ser humano n o possa entrar Estamos sempre nos projetando para fora ex ist nci T Possu mos essa dimens o de abertura de romper barreiras de superar interditos de ir para al m de todos os limites isso que chamamos de transcend ncia Essa a estrutura de base do ser humano conclui Trazemos na bagagem a mem ria do para so e a esperan a do c u Por essa raz o caminhanioslamintos inquietos insatisfeitos e precisamos encontrar respostas essenciais que justifiquem o correr dos dias durante setenta oitenta anos neste universo e neste globo chamado Terra As respostas que procuramos devem ser suficientes para nos fazer capazes de levantar da cama na segunda feira a fim de encarar a vida e de nos livrar da sensa o de que estamos apenas matando o tempo enquanto a morte n o vem Lembro me de que durante anos passei em frente ao cemit rio do Ara em S o Paulo onde algu m deixara pichada sua ang stia Olhe ao redor Estranho n Na certa aquele grafiteiro n o se referia quietude do lado de dentro do muro mas sim turbul ncia e agita o do lado de fora Queria respostas para as perguntas que todo mundo faz Afinal por que essa correria toda Por que raz
287. ntusiasmo de um menino de 17 anos Estariam no palco os homens que eu gostaria de me tornar ao crescer Com sua simplicidade vestindo uma cal a xadrez e uma bata branca lisa o Diretor Dr Werner Kaschel abriu a celebra o lendo um trecho dos Salmos tradu o na Linguagem de Hoje e em seguida apresentou o orador da noite Dr Olavo Feij cuja figura era t o bem humorada e cativante quanto a do 167 seu anfitri o Eram amigos de longos anos A apresenta o foi afetiva e com elogios discretos pr prios dos nobres Tomei nas m os l pis e papel e me preparei para anotar cada palavra daquela prele o Passaram se mais de vinte anos e descobri que n o precisava ler anotado nada Naquela noite fria de S o Paulo o Dr Olavo Feij nos ensinou apenas uma frase que desde ent o ficou indelevelmente incrustada em meu cora o como a mais exata defini o conceituai que conhe o para o verbo amar Amar dar o melhor do que tem e o melhor que em benef cio da pessoa amada Quem ama se importa Quem ama doa E nunca deu quem deu do seu sem dar de si Quem ama se importa Quem ama se doa Dar e dar se as express es do verbo amar Quem ama renuncia Renuncia a si mesmo pois do mesmo modo como Deus na cria o ren ncia a ser tudo devemos renunciar a ser alguma coisa 11 Alian as PREMISSAS Deus n o basta para a felicidade humana Pessoas precisam de Deus Pessoas precisam de pessoas S o dois lados da mesm
288. o o que a B blia chama de homem ser humano isto alma vivente Alma portanto o conjunto corpo e esp rito sendo que corpo e esp rito s o insepar veis Mais uma vez perdoe me a simplicidade mas n o me interessa se corpo alma e esp rito s o tr s partes distintas cada uma com seus atributos Em termos pr ticos o fato que o ser humano jamais conseguir a experi ncia de plenitude negligenciando qualquer uma das suas duas dimens es p da terra ou f lego de vida Por isso gosto da m xima corpo sem esp rito defunto e esp rito sem corpo fantasma N o sou defunto nem fantasma Sou alma vivente em que esp rito e corpo s o indissoci veis Nem o corpo a pris o do esp rito porque o ideal de Deus nunca foi que eu me libertasse de meu corpo Ele n o criou esp ritos vocacionados a desencarnar Tampouco criou corpos vocacionados a se absolutizar O que Deus criou foi a alma vivente isto a unidade insepar vel corpo esp rito Em outras palavras se h apenas esp rito n o h ser humano e se h apenas corpo tamb m n o h ser humano O ser humano s existe quando existe a unidade corpo esp rito Isso o que ensina a tradi o judaico crist O que chamamos alma o produto desse complexo corpo e esp rito Aqueles que dizem que a alma a sede dos pensamentos sentimentos e vontade esquecem que esses s o atributos do esp rito pois Deus Esp rito n o tem alma mas tem pensamentos
289. o A espiritualidade crist implica cuidar do esp rito e relacionar se com o Esp rito a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo 90 MATRICIAL Justi a seja feita Qualquer tradi o de espiritualidade decente vai tratar das rela es entre o ego e o eu o eu humano e o Eu divino e das rela es entre eles Talvez com linguagens diferentes ou at chegando a ler posturas bem pr ximas todos os mestres de espiritualidade inclusive n o crist os afirmam categoricamente a impossibilidade da realiza o plena do ser humano enquanto permanecer preso aos interesses egoc ntricos ou a estados eg icos em detrimento do eu verdadeiro mais profundo mais essencial que se plenifica na abnega o no altru smo absoluto e na entrega volunt ria de si mesmo em favor do bem comum e maior Podemos dizer que a experi ncia espiritual matricial diz respeito ao que fazer com o impulso egoc ntrico de que v tima algoz toda pessoa humana A partir do momento em que existe em n s um eu aut nomo existe sempre a possibilidade de preferirmos esse eu a tudo o mais de querermos ser o centro na verdade de querermos ser Deus disse C S Lewis Esse foi o pecado de Satan s A e esse foi o pecado que ele ensinou ra a humana Esse o real sentido da narrativa de G nesis chamada na teologia crist de queda significando que o ser humano caiu da presen a de Deus e caiu de sua condi o de perfei o O di logo
290. o 4 O que surpreende n o a declara o mas sim o momento em que foi proferida a saber antes mesmo de Jesus iniciar seu minist rio terreno Isso significa que o amor declarado n o estava baseado na performance nem na utilidade de Jesus para o Pai O amor de Deus assim celebra o que somos independentemente do que fazemos ou do que deixamos de fazer Mais ainda o amor de Deus celebra o que somos independentemente do que devemos ser justamente por ser capaz de celebrar sem cobrar o amor d espa o para vir a ser Em um de nossos anivers rios de casamento levamos nossos filhos para jantar e celebrar a data conosco A mesa sugeri um exerc cio do tipo o que celebro em voc e o que gostaria de ver mudado em voc Esta vamos caminhando para o final e o caf j estava servido com chocolate sortidos Enquanto cada um de n s falava meu filho Vitor pegou uma trufa e come ou a comer vagarosamente lambuzando todos os dedos A final depois de lamber os dedos pegou o guardanapo e limpou as m os Ao chegar sua vez de dizer o que gostaria de ver mudado em mim disse que gostaria que eu fosse menos exigente e menos estressado Pedi dei lhes e ele quela altura com a ajuda incisiva da irm Fernanda explicou que eu ficava muito irritado com coisas pequenas e que isso atrapalhava bastante o bom humor e a leveza da nossa conviv ncia familiar N o me dei por satisfeito e pedi um exemplo j quase me traindo Foi o pior que deveria
291. o Martins Fontes 2001 Dam sio Ant nio O mist rio da consci ncia S o Paulo Cia das Letras 2000 O erro de Descartes S o Paulo Cia das Letras 1998 Del Nero Henrique Sch tzer O s tio da mente S o Paulo Collegium Cognitio 1997 Dovalle L A 4 raz o da exist ncia humana S o Paulo Cultura Editores Associados 2002 Dyer Donald Pensamentos de fung sobre Deus S o Paulo Madras 2003 Eco Umberto Em que cr em os que n o cr em Rio de Janeiro Record 1999 Ehrenreich Barbara 0 medo da queda S o Paulo P gina Aberta 1994 Einstein Albert Como vejo o mundo Rio de Janeiro Nova Fronteira 1981 Erickson Millard J Introdu o Teologia Sistem tica S o Paulo Vida Nova 1998 Ferreira Aur lio Buarque de Holanda Dicion rio Aur lio eletr nico s culo xxi Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 Ferguson Will Ser feliz S o Paulo Cia das Letras 2003 Felirbach Ludwig 4 ess ncia do cristianismo S o Paulo Papirus 1997 Fiores Stefano de Goffi Tullo Dicion rio de espiritualidade S o Paulo Paulus 1993 Forte Bruno 4 ess ncia do cristianismo Rio de Janeiro Vozes 2003 Foster Richard J Ora o o ref gio da alma Campinas Editora Crist Unida 1996 Devotional classics Nova York HarperCollins 1993 Dinheiro sexo amp poder S o Paulo Mundo Crist o 1985 Celebra o da disciplina S o Paulo Vida 1983 Freedom of simplicity Nova York HarperCollins Publis
292. o a f rmula s nscrita tat tvam asi Tu s isto advoga que Deus oEu eterno imanente o Princ pio absoluto de toda a exist ncia O Bhagavad Gita texto sagrado do hindu smo panteista fala de Deus como Aquilo por que todo este mundo penetrado O Upanixade texto filos fico anexado ao Veda fundamento sagrado do bramanismo e do hindu smo conta a seguinte hist ria Svetaketu meu filho tu que est s t o ancho do teu saber e s t o dado a cr ticas solicitaste porventura ao teu mestre que te ensinasse o conhecimento merc do qual ouvimos o inaud vel percebemos o que n o pode ser percebido e conhecemos o que n o pode ser conhecido Que conhecimento esse senhor indagou Svetaketu Replicou o pai Assim como conhecendo um bloco de argila se conhece tudo o que feito de 50 argila residindo a diferen a apenas no nome mas sendo verdade que tudo argila assim meu filho esse conhecimento de modo que se o possuirmos conheceremos tudo Os meus vener veis mestres ignoram sem d vida esse conhecimento pois se o possu ssem ter mo iam comunicado Portanto senhor d mo Assim seja conveio o pai e ordenou Traze me um fruto da rvore nyagrodha Aqui est um senhor Quebra o Est quebrado senhor O que v s a Algumas sementes senhor excessivamente mi das Quebra uma delas Est quebrada senhor O que v
293. o esp rito sem corpo fantasma Em s ntese n o faz o menor sentido tratar o ser humano como constitu do de corpo alma e esp rito sen o para efeitos did ticos Mas o fato que tal efeito did tico gera mais confus o do que esclarecimento pois refor a a no o grega de que o ser humano possui partes divis veis e estanques nas quais o que acontece com uma n o afeta a outra o que um grande equ voco em rela o ao ensino da B blia Sagrada O ERRO DE DESCARTES A compreens o do ser humano como uma unidade indivis vel corpo alma mais coerente com as ltimas conclus es cient ficas a respeito das rela es mat ria n o mat ria no ser humano 8 Ant nio Dam sio discute as bases do cartesianismo na forma o da antropologia ocidental e suas influ ncias na neuroci ncia Ren Descartes 1596 1650 com sua famosa proposi o Penso logo existo quer dizer que eu soube que era uma subst ncia cuja ess ncia integral pensar que n o havia necessidade de um lugar para a exist ncia dessa subst ncia e que ela n o depende de algo material ent o esse eu quer dizer a alma por meio da qual sou o que sou distingue se completamente do corpo e ainda mais f cil de conhecer do que esse ltimo e ainda que n o houvesse corpo a alma n o deixaria de ser o que Dam sio denuncia que exatamente a est seu erro a separa o abissal entre o corpo e a mente entre a subst ncia corporal minuta mente
294. o Testamento apresenta Jesus Cristo como aquele em quem foram criadas todas as coisas pois sem ele nada do que foi feito se fez a imagem do Deus 57 invis vel o primeiro e nico gerado de toda a cria o aquele que enche todas as coisas tudo em todos aquele em quem habita toda a plenitude da divindade aquele que antes de todas as coisas e em quem tudo subsiste aquele em que habita corporalmente toda a plenitude da divindade a exata express o do Ser em quem est o sustentadas todas as coisas A bem da verdade Huxley observa que a doutrina segundo a qual Deus pode encarnar em forma humana encontra se na maioria das principais exposi es da filosofia perene a metaf sica que reconhece a realidade divina no hindu smo no budismo maaiana no cristianismo e no maometismo dos sufis pelo qual o Profeta foi igualado ao Logos eterno Mas a doutrina crist da encarna o da Divindade em forma humana difere da doutrina da ndia e do Extremo Oriente uma vez que afirma que s pode ter havido e s pode haver um Avatar no hindu smo deus reencarnado no cristianismo Deus encarnado De fato diz Huxley Krishna uma encarna o de Brama Gautama Buda do que os maaianistas chamam de Dharmakaya a Realidade sem nome e sem car ter em sua natureza final a Mente o fundamento espiritual de todo ser 21 Nesses casos por m nem Buda nem Krishna s o pessoas mas sim est gios espirituais de integra o com a real
295. o a compartilhar dos atributos pessoais de Deus mente e raz o emo es e sentimentos vontade e consci ncia autoconsci ncia e autodetermina o O prop sito de crescer implica desenvolver ao m ximo todas as potencialidades e capacidades da plena humanidade O est gio final do prop sito de crescer a conforma o pessoa de Cristo ser como Cristo Viver n o necess rio preciso conviver A dimens o relacional da imago Dei faz do ser humano o nico a compartilhar da unidade plural da identidade divina Deus Tr s O prop sito de conviver implica desenvolver plenamente v nculos de amor e de afeto O est gio final do prop sito de conviver a unidade da ra a humana em que cada ser humano compreende se e experimenta se como um entre pares eu sou ele e ele sou eu Viver n o necess rio preciso construir A dimens o criativa da imago Dei faz do ser humano o nico a compartilhar com Deus o dom nio sobre todo o Universo criado O prop sito de construir implica cooperar com Deus para colocar ordem no caos e para manter o caos em ordem O est gio final do prop sito de construir a restaura o da harmonia c smica em que todas as coisas nos c us na Terra e debaixo da terra ser o reconciliadas sob o governo de Deus a saber o Reino de Deus em que a vontade de Deus feita assim na Terra como no c u NO TRIBUNAL DA CONSCI NCIA H um jeito de viver que resulta em experi ncia de plenitude E es
296. o amor Mois s mandou amar como a si mesmo Jesus mandou amar como ele amou Os ap stolos compreenderam essa transi o e por essa raz o afirmaram que a nica possibilidade de viver como Jesus ordenou que viv ssemos era a partir de um relacionamento ntimo com o Cristo ressurreto de modo que o crist o esteja t o absolutamente identificado com Cristo que afirme j n o sou eu quem vive mas Cristo vive em mim 4 me vive o que poss vel porque o segredo que ele Deus escondeu de toda a humanidade durante os s culos passados inclusive de Mois s agora ele revelou ao seu povo E o segredo este Cristo est em voc s 5 Por esta raz o Paulo vai afirmar que o fruto do Esp rito amor 6 pois Deus derramou o seu amor no nosso cora o 7 Em outras palavras a experi ncia de amar t o essencial ao cristianismo porque somente poss vel na rela o entre o esp rito do homem e o Esp rito de Deus a transcend ncia Quando o ap stolo fala do fruto do Esp rito est afirmando que somente o Esp rito de Deus pode produzir em n s essa capacidade de amar Para amar e ser amor o ser humano precisa estar em comunh o com Deus Para vir a ser o que est destinado a ser amor h a necessidade de transcend ncia a rela o esp rito Esp rito Isso fica evidente quando o ap stolo Jo o declara que a evid ncia de conhecer a Deus o amor Quem ama filho de Deus e conhece a Deus Quem
297. o de homem A uni o das duas percep es coloca nos diante do desafio de discernir a aplica o pr tica do signifi cado express es manifesta es dimens es da imago Dei AS ENTRELINHAS DO G NESIS O que dito a respeito de Deus no relato do G nesis Uma leitura atenta nos levar a pelo menos quatro afirma es a respeito de Deus nas entreli nhas do relato b blico da cria o Primeiro dito que Deus antes de todas as coisas de modo que Deus n o mat ria ou na linguagem de Jesus Deus Esp rito 2 Quando no G nesis se diz que no princ pio criou Deus estamos diante do marco zero do universo e concordando que antes de existir algo existia algu m e esse Algu m distinto do algo Isso sem falar na proposta exeg tica que sustenta que o verbo criar usado na l ngua hebraica denota criar do nada criar sem que houvesse qualquer realidade anterior exceto o pr prio criador Em segundo lugar dito que Deus plural Fa amos o homem nossa imagem conforme a nossa semelhan a O Deus crist o Tr s Pessoas em um s Deus Tri Uno Deus Pai Deus Filho Deus Esp rito Santo Deus uma comunidade e amor ilimitado Note que n o estamos falando de tr s manifesta es da mesma pessoa como por exemplo o Jos que marido da Rosa pai do Jo o e filho do seu Pedro O Jos uma pessoa s em tr s rela es diferentes Mas Deus n o assim Conforme Atan sio bispo de Alexandria
298. o demais e que exagerei na dose para valorizar o caminho que tenho a propor Mas t ainda n o terminei pois acredito que esse cen rio pode ficar ainda pior A VACA EST INDO PARA O BREJO 31 Os efeitos desses fen menos sobre a cultura ocidental s o desastrosos Poucos descreveram melhor esta gera o do que Francisco Rudiger 8 quando disse que a gera o auto ajuda substituiu o engajamento na busca de justi a social pela busca de sucesso pessoal individualista e a preocupa o em formar pessoas de car ter pela preocupa o de formar pessoas de sucesso o compromisso com o cumprimento do dever pelo compromisso com a satisfa o da vontade a concep o crist de que o mal end geno pela cren a de que o mal apenas uma rea o mental inadequada s circunst ncias O mundo dos espertos e bom levar vantagem em tudo certo Errado O mundo de todo mundo e quem teve mais oportunidades do que os outros deve viver de maneira solid ria e distribuir riquezas para que a dignidade humana seja resgatada na din mica da coopera o que constr i uma sociedade em que ningu m fica em desvantagem Eu tenho um sonho disse Martin Luther King Jr A gera o self help continua tendo sonhos mas muito distintos daqueles conspirados na inesquec vel marcha sobre Washington que reuniu mais de um milh o de pessoas que protestavam em busca de justi a Aqueles pretendiam que chegasse o dia quando o sol
299. o desenvolvimento do pr prio ser em que aparece Finalidade interna Filos 1 A que tem por fim o pr prio ser cujas partes s o consideradas como meios Finalidade transcendente Filos 1 A que se realiza em um ser pela a o que sobre ele exerce outro ser visando ao fim 81 considerado Minhas defini es pessoais indicam que a meta est relacionada com pontos mensur veis de uma caminhada e dizem respeito a pontos de chegada ou a paradas para avalia o A meta o lugar definitivo ou intermedi rio aonde eu quero chegar A meta responde pergunta aonde O objetivo por sua vez est relacionado com o que se pretende caso a meta seja alcan ada O objetivo justifica a meta O objetivo responde pergunta para qu O prop sito est relacionado com a motiva o pela qual se busca um objetivo O prop sito aquilo de que estou imbu do ao me mover em alguma dire o O prop sito est relacionado com a finalidade e a finalidade algo intr nseco natureza do pr prio ser que age em dire o as suas metas objetivos O prop sito a programa o interior que me coloca em movimento em certa dire o O prop sito a raz o por que algo existe ou feito O prop sito responde pergunta porqu Em s ntese o prop sito algo que vem de dentro que faz parle da minha natureza e identidade e que naturalmente me leva a buscar algumas coisas em detrimento de outras Para alcan ar essas coisas que estou buscando obj
300. o estamos vivos O que que d sentido a isso tudo pois naquele momento o mundo lhe parecia muito estranho De fato a sabedoria popular diz que para o marujo que n o sabe para onde vai todo vento contra Friedrich Nietzsche foi mais feliz ao afirmar que somente quem sabe o porqu da vida capaz de suportar lhe o como 35 Isso explica por que Viktor Frankl 3 psicanalista precursor da logoterapia ou terapia do sentido disse que a principal preocupa o da pessoa humana n o consiste em obter prazer ou evitar a dor mas antes em ver sentido para sua vida Ap s anos e anos de aconselhamento psicol gico e processos terap uticos Carl Jung chegou mesma conclus o O problema de cerca de um ter o de meus pacientes n o diagnosticado clinicamente como neurose mas resulta da falta de sentido de suas vidas vazias Isto pode ser definido como a neurose geral de nossa poca Por essa raz o a persegui o da felicidade o objetivo errado Voc n o passa a ser uma pessoa feliz perseguindo a felicidade Voc se torna feliz vivendo uma vida com significado vaticinou Harold Kushner gt SOBREVIV NCIA SUCESSO E SIGNIFICADO Todas as pessoas s o dirigidas por alguma coisa isto todas as pessoas s o guiadas controladas direcionadas por alguma for a que determina o roteiro de sua vida Alguns s o dirigidos pela culpa outros pelo medo ou pelo ressentimento e desejo de vingan a H pessoas dirig
301. o imagin rio popular para identificar pessoas consideradas endiabradas Alguns podem alegar que o fen meno melhor explicado como automatismo que se manifesta por meio da a o mec nica ou involunt ria e uma caracter stica de algumas formas de esquizofrenia ou quem sabe como desordem obsessiva e compulsiva ou ainda como sindrome de Gilles de La Tourette uma desordem na personalidade na qual as v timas gritam descontroladamente soltam grunhidos debatem se e usam linguagem suja ou indecente Mas o fato que a maioria das pessoas que se depara com cenas minimamente semelhantes e infelizmente n o s o poucas vai dizer que o fulano est com o diabo no corpo O que acontece nos palcos dos programas evang licos de televis o o nas noites de sexta feira num sem n mero de terreiros de cultos afro consensualmente compreendido como ato de receber uma entidade mediante transe medi nico verbete incorporar no Aur lio o que significa que outro esp rito est se manifestando atrav s de um corpo que n o lhe pertence Isso j me impressionou bastante Desde minhas experi ncias na inf ncia observando os movimentos dos esp ritos que minhas tias chamavam de Pombagiras Exus e Cosme e Dami o Para falar a verdade j tive p nico dessas experi ncias e s deixei de evit las como o diabo foge da cruz quando me associei pr pria Cruz 160 Hoje esses fen menos j n o me impressionam tanto porque adq
302. o n o queria que Jesus lavasse seus p s Nunca lavar s os meus p s disse Julgando se n o merecedor de tal servi o ao que recebeu como resposta de Jesus a frase mais surpreendente que poder amos ouvir Se eu n o os lavar ent o voc n o ter parte comigo Nunca entendi esse trecho de Jo o 13 at que Ariovaldo 187 Ramos me explicou Jesus estava ensinando que as nicas pessoas com quem podemos nos relacionar s o aquelas a quem lavamos os p s N o acreditei e re cusei me a assimilar de imediato At aquele momento achava que as nicas pessoas com quem poder amos nos relacionar eram as que estivessem dispostas a lavar os nossos p s Mas Jesus inverteu o paradigma Em outras palavras voc s pode se relacionar com as pessoas a quem est disposto a servir A raz o parece fazer sentido pois se n o estamos dispostos humilha o e ao servi o n o conseguiremos suportar as pessoas em suas imperfei es e em momentos de crises profundas A hist ria tem demonstrado que isso verdadeiro Os relacionamentos sempre nos levam a momentos em que precisamos pegar no colo as pessoas a quem amamos O s bio Salom o disse que melhor serem dois pois Se um cair o amigo pode ajud lo a levantar se Paulo ap stolo diz que devemos levar os fardos pesados uns dos outros A recomenda o que mais se encaixa nesse contexto de servir pessoas em seus momentos de crise ou dificuldades a de suportar uns aos
303. o que h no mundo a cobi a da carne a cobi a dos olhos e a ostenta o dos bens n o prov m do Pai mas do mundo 1 Jo o 2 15 16 NVI Calma ainda n o acabou Agora veja como o G nesis se repete na hist ria humana desta vez n o mais com Ad o mas com Jesus de Nazar na c lebre tenta o no deserto da Judeia Ent o Jesus foi levado pelo Esp rito ao deserto para ser tentado pelo Diabo Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites teve fome O tentador aproximou se dele e disse Se s o Filho de Deus manda que estas pedras se transformem em p es Jesus respondeu Est escrito Nem s de p o viver o rm homem mas de toda palavra que procede da boca de Deus Ent o o Diabo o levou cidade santa colocou o na parte mais alta do templo e lhe disse Se s o Filho de Deus joga te daqui para baixo Pois est escrito Ele dar ordens a seus anjos a seu respeito e com as m os eles o segurar o para que voc n o tropece em alguma pedra Jesus lhe respondeu Tamb m est escrito rm N o ponha prova o Senhor o seu Deus Depois o Diabo o levou a um monte muito alto e mostrou lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor E lhe disse Tudo isto tedarei se te prostrares e me adorares Jesus lhe disse Retire se Satan s Pois est escrito Adore o Senhor o m seu Deus e s a ele preste culto Ent o o Diabo o deixou e anjos vieram e o serviram Mateus 4 1
304. o se aproximam como esl o N o se banham antes de chegar a Deus V o a Deus para se banharem nele N o se sentem pressionados a mudar apenas a vida interior ou a exterior mas desejam mudan a cm ambas as esferas Est o interessados em criar a oportunidade para a mudan a mesmo que isto signifique mergulhar sete vezes num rio lamacento ou marchar ao redor do muro de um inimigo durante sete dias e soprar trombetas Eles vivem o desejo mais sincero de seus cora es conhecer a Deus e satisfazer se nele N o vivem para uma vida melhor neste mundo Editora Mundo Crist o 2003 p 21 2 Trata se de uma perspectiva controvertida pois nega ao ser humano a justificativa para a corrida em dire o ao sucesso e felicidade Mas a posi o radical de Larry Crabb ressoa harmoniosamente com as palavras e as atitudes do pr prio Jesus Cristo Nem todos os livros de auto ajuda seguem o caminho largo do simplismo Os melhores do g nero s o aqueles que envolvem o leitor numa descoberta de Verdades que motivam a transforma o Entre as p rolas do g nero chega o novo livro de Ed Ren Kivitz Em Vivendo com Prop sitos Ed Ren Kivitz abre o seu cora o e revela a vulnerabilidade espiritual de quem vive sempre perto do precip cio e j n o tem mais paci ncia de esconder as suas d vidas de quem quer que seja Assim ele ajuda o leitor n o somente a encarar e articular as suas pr prias d vidas similares mas a descobrir naturalment
305. oaches tamb m poss vel relacionar se com mais de uma pessoa em cada dimens o Por exemplo voc pode reconhecer a autoridade de mais diurna pessoa sobre a sua vida isto voc pode ter mais de um mentor poss vel relacionar se com pessoas em mais de uma dimens o Nesse caso de vez em quando um amigo pode ser acatado como 180 mentor ou coach Isso significa que estamos falando de dimens es de relacionamentos n o necessariamente de pessoas Dificilmente voc ter um amigo que ser apenas amigo e nunca mentor ou um coach com quem n o possa cultivar amizade N o tenho d vidas Sua vida ser t o saud vel quanto saud veis forem as pessoas com quem voc se relaciona Sua vida ser t o saud vel quanto saud veis forem seus relacionamentos com as pessoas com quem voc se relaciona 15 Atitudes OS OUTROS O inferno s o os outros disse Jean Paul Sartre De fato de vez enquando somos assolados pela ideia de que nossa vida seria bem menos complicada se n o estivesse t o povoada e n o restam d vidas de que sempre mais f cil colocar a culpa nos outros Mas tamb m verdade que nossa peregrina o existencial feita em caravana Ningu m viaja sozinho N o podemos descartar as pessoas Precisamos encontrar mecanismos que possibilitem a longevidade de nossas conviv ncias Ao comentar esse texto meu amigo Ricardo Gondim disse que o inferno n o o outro o inferno a aus ncia do out
306. oas Cheguei confiante tentando mostrar que a sa de do corpo a mobilidade da mente a lucidez dos sentimentos a sensibilidade e da vontade a temperan a bvio Um corpo saud vel aquele que capaz de correr um quil metro em 5 minutos corre o quil metro em 5 minutos N o se espera que um homem aos 85 anos de idade suba uma escada com a mesma rapidez que um adolescente O que se espera e que ele se mobilize na propor o de suas possibilidades respeitando seus limites e concretizando suas possibilidades N o existe um padr o de sa de do corpo Cada fase da vida tem seu padr o Cada bi tipo cada constitui o f sica tem sua mobilidade e essa mobilidade que deve servir de medida para a verifica o da sa de Expliquei mas n o convenci Disse tamb m que a mente saud vel aquela capaz de enxergar a realidade como a realidade lucidez luz na mente claridade na mente que torna vis vel a realidade Quando uma pessoa distorce a realidade porque n o possui sa de mental 135 Quando uma pessoa n o consegue enxergar a realidade de modo a valorar cada aspecto de acordo com seu leg timo significado c porque est embolada na mente N o consegue entender n o consegue perceber n o consegue discernir V mas n o enxerga A sa de mental est ligada cogni o ao conhecimento da verdade e da realidade ou da verdade a respeito da realidade Sa de mental ver as coisas como as coisas s o
307. obra de Freud entretanto n o foi desenvolvida tendo o homem como protagonista Em sua autobiografia escreve Minha inicial familiaridade com a hist ria da B blia teve reconheci muito tarde um efeito duradouro sobre todo o meu interesse Durante toda a sua vida Freud tratou a exist ncia de Deus como a mais importante quest o a ser resolvida Seu ltimo livro foi Mois s e o monote smo que escreveu depois de completar 80 anos Parece que o homem que conseguiu encontrar as mais essenciais respostas para as per guntas que habitam o submundo do cora o humano chegou ao fim da vida com 45 uma pergunta mal respondida E Deus estava bem no centro da quest o Woody Allen disse que n o haver nenhuma solu o importante para os problemas da humanidade enquanto n o alcan armos alguma compreens o de quem somos qual o prop sito da cria o o que acontece depois da morte Enquanto essas quest es n o forem resolvidas estaremos em maus len is De fato a maioria das pessoas est mesmo em maus len is pois pouca gente j conseguiu respostas satisfat rias para as perguntas universais de onde vim para onde vou e o que devo fazer no intervalo Cari Jung parecia ter raz o ao diagnosticar que a neurose geral de nossa poca a falta de sentido das vidas vazias Em resposta a essa demanda do mercado os conselheiros espirituais e filos ficos atualmente chamados de personal coaches est o em alta Por essa raz
308. ocalizado nele ou em torno dele Voc n o consegue me encontrar nem encontrar os meus pensamentos sentimentos e caracter sticas de personalidade em parte nenhuma do meu corpo Se voc quiser me encontrar a ltima coisa que deve fazer abrir o meu corpo para 66 dar uma olhada Viajar pelo espa o e n o encontrar a Deus n o significa que Deus n o est l assim como viajar pelo meu corpo e n o me encontrar n o significa que eu n o estou aqui Podemos dizer que Deus se relaciona com o espa o do mesmo modo como nos relacionamos com o nosso corpo Ele o ocupa e transborda mas n o pode ser localizado nesse espa o Cada ponto do espa o est acess vel consci ncia e vontade divinas e a sua presen a manifesta pode ser concentrada em qualquer ponto que ele julgue adequado Na encarna o ele concentrou sua realidade de modo especial no corpo de Jesus gt Numa compara o admir vel Ole Hallesby ressalta que O ar de que o nosso corpo precisa nos envolve por todos os lados Do mesmo modo o ar de que nossa alma precisa tamb m envolve a to dos n s em todos os momentos e por todos os lados Deus est em torno de n s em Cristo cercando nos por todos os lados com a sua gra a multifacetada e plenamente suficiente S o que precisamos fazer abrir o nosso cora o 6 A afirma o de que o ser humano compartilha com o Deus do Esp rito esp rito implica dizer que somente o ser humano pode vibrar na frequ nc
309. om rem dio o que cura bem o bom veneno o que mata bem 2 E quanto ao ser humano como se aplica esse conceito de virtude Dessa vez Comte Sponville socorre se de Arist teles que disse que a virtude uma maneira de ser adquirida e duradoura o que somos porque assim nos tornamos pois a virtude de homem o que o faz humano Mas se a virtude da faca cortar do rem dio curar e do veneno matar qual pois a virtude do ser humano Creio conforme venho tentando demonstrar que a virtude do ser humano derivada de Deus pois fomos criados imagem e semelhan a de Deus Para que sejamos plenamente humanos devemos nos render nossa natureza Devemos concretizar as finalidades nela embutidas Estamos destinados a expressar o divino a refletir o divino a representar o divino a manifestar o divino em todo o Universo Viver em alinhamento com a imago Dei nossa nica op o de humanidade Viver cumprindo as finalidades segundo as quais fomos criados o nosso desafio ou seja realizar os prop sitos inerentes ao fato de sermos imagem e semelhan a de Deus Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa Navegar preciso viver n o preciso Quero paia mim o esp rito desta frase transformada a forma para a casar com o que sou Viver n o necess rio o que necess rio criar N o conto gozar a minha vida nem em goz la penso S quero torn la grande ainda que para isso tenha de ser o meu
310. omo Deus realmente bem no seu mago na verdade mostra como realmente a realidade Na sua natureza e no seu significado mais profundos o nosso universo uma comunidade de amor ilimitado e absolutamente capaz Eis a a distin o entre o cristianismo e as tradi es orientais como o budismo o hindu smo e o tao smo O cristianismo afirma que a ess ncia ltima do Universo mais do que for a energia e luz O cristianismo afirma que a ess ncia ltima do Universo uma pessoa Ou melhor a Pessoa O Eu o Verdadeiro o real a Pessoa O fundamento de todas as coisas Deus E Deus Pessoa 55 H hoje uma concord ncia ampla que no lado da f sica chega quase unanimidade de que a corrente do conhecimento se dirige para uma realidade n o mec nica O universo come a a se assemelhar mais a um grande pensamento do que a uma grande m quina A mente n o aparece mais apenas como uma intrusa acidental no reino material estamos come ando a suspeitar que seria melhor saud la como criadora e governadora do plano material 13 Essa compreens o de Sir James Jeans expressa em 1932 isto na primeira metade do s culo passado corrobora a inten o do G nesis ao narrar a cria o do Universo O texto b blico n o se prop e a explicar como mas sim em fazer afirma es a respeito da ess ncia do processo a saber o fato de que tudo quanto existe fruto de uma intelig ncia criativa e amorosa Escre
311. onteiras da nossa intimidade As fronteiras podem ser de tr s tipos r gidas porosas e el sticas 171 As fronteiras r gidas s o aquelas de quem diz roupa suja se lava em casa e leva risca essa convic o ningu m sabe o que acontece e n o tem como participar da intimidade dessas pessoas As fronteiras porosas s o aquelas de quem tem sua intimidade completamente devassada e sua vida s o como no ditado popular a casa da m e Joana onde todo mundo entra e sai a hora que quer do jeito que quer para fazer e falar o que quer As fronteiras el sticas s o aquelas dos moderados que compartilham sua intimidade e permitem acessos dentro de limites definidos de acordo com as pessoas e ambientes Jesus foi bem rigoroso em estabelecer suas fronteiras de relacionamentos Com a mesma facilidade que transitava no meio das multid es tinha seu universo mais restrito de seguidores com 70 homens apenas Al m destes andava sempre com seus 12 disc pulos ap stolos 3 e dentre eles preferia a companhia de Pedro Tiago e Jo o No c rculo mais ntimo estava Jo o o disc pulo a quem mais amava O que est expl cito nesses horizontes de rela es que Jesus n o se dava a todos igualmente AMIGOS gape o amor divino Eros o amor dos amantes Phileo o amor dos amigos gape o amor mais resistente Eros o amor mais intenso Phileo o amor mais singelo gape o amor eterno Eros o amor
312. ontros pequenas conversas acredito estar santificando Deus em meu cora o isto dando a ele a primazia e o lugar de honra trazendo sua presen a para o centro das aten es e fazendo a sintonia fina de sua face sempre voltada para mim mas desfocada porque minhas lentes est o sujas ou como disse Jesus meus olhos n o est o iluminados 2 Durante muitos anos selecionei os assuntos tratados em minhas ora es Naquela poca eu vivia uma pseudomaturidade espiritual O auge de minha crise aconteceu quando recebi um convite para fazer palestras em um congresso de lideran a crist na Fl rida Estados Unidos e imaginei que poderia aproveitar para levar meus filhos Disneyworld em Orlando Comecei a providenciar os passaportes e a encaminhar provid ncias para os vistos de viagem Meu prazo era muito curto Tinha apenas poucos dias para providenciar tudo Os caminhos eram dois ou pagar um despachante que garantia xito no processo ou arriscar fazendo tudo sozinho na Pol cia Federal e no Consulado Americano O dinheiro era pouco e eu n o queria gastar aqueles d lares com o despachante Mas por outro lado dada a exiguidade do tempo eu corria o risco de n o conseguir os vistos para levar a fam lia toda na viagem Evidentemente imaginei pedir a Deus que quebrasse meu galho o que talvez voc ache ser a coisa mais bvia para um crist o fazer orar Mas n o era t o bvio para mim Meu mundo estava cindido minha v
313. opoldo Sinodal 1980 Brown Colin Editor geral Dicion rio Internacional de Teologia do Antigo Testamento S o Paulo Vida Nova 1981a Dicion rio internacional de teologia do Novo Testamento S o Paulo Vida Nova 1981b Bruckner Pascal 4 euforia perp tua Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2002 Buckingham Marcus Coffman Curt Primeiro quebre todas as regras Rio de Janeiro Campus 1999 Burnham Terry e Phelan Jay Aculpa da gen tica Rio de Janeiro Sextante 2002 B ssola Cario Plotino a alma no tempo Vit ria ES FCAA 1990 Capra Fritjof O t o da f sica S o Paulo Cultrix 1983 Charon Jean E O Esp rito este desconhecido S o Paulo Melhoramentos 1990 Chouraqui Andr No princ pio Rio de Janeiro Imago 1995 Cobra Nuno 4 semente da vit ria S o Paulo Senac 2000 Comte Sponville Andr 4 felicidade desesperadamente Trad Eduardo Brand o S o Paulo Martins Fontes 2001 Pequeno tratado das grandes virtudes S o Paulo Martins Fontes 1995 243 Covey Stephen R Primeiro o mais importante Rio de Janeiro Campus 1994 Crabb Larry Chega de regras S o Paulo Mundo Crist o 2003 Cullmann Oscar Cristo e o tempo S o Paulo Custom 2003 Das origens do evangelho forma o da teologia crist S o Paulo Novo S culo 2000 Dalai Lama Um cora o aberto Nicholas Vreeland Org S o Paulo Martins Fontes 2002 0 sentido da vida Trad L cia Brito S o Paul
314. oral esteja necessitada de receber luz para seus processos de pensamento a maioria esmagadora vem em busca de uma de tr s coisas o milagre imponder vel a complac ncia e a absolvi o que lhes permitam transgredir sem carregar a consci ncia culpada para o resto da vida ou o segredo para acessar for as que lhes possibilitem agir de acordo com suas convic es e valores Minhas conversas pastorais sejam elas nos encontros formais de aconselhamento nas mesas de restaurantes nos encontros informais rotineiros quase sempre iniciam com quest es teol gicas e filos ficas As pessoas aproximam se com perguntas que aparentemente dizem respeito a coisas que n o entendem Quem ouve sem muita aten o imagina que a conversa entre duas mentes Mas o que aprendi nestes anos foi discernir o que est por tr s das palavras quais s o as dores as ang stias as frustra es os anseios mais profundos Agora me exercito em outro tipo de conversa Uma conversa entre dois cora es CONCLUS O George Bernard Shaw disse que a verdadeira alegria de viver consiste em utilizar a exist ncia para um prop sito que se reconhece como grandioso esgotar totalmente a exist ncia antes de ser lan ado aos vermes ser uma for a na natureza e n o um ego sta exaltado pequena massa de doen as e inj rias queixando se porque o mundo n o vai se sacrificar para faz lo feliz Qualquer pessoa que esteja em busca de transcend ncia e de significado p
315. ores e de prioridades Acerta altura um deles com muita simplicidade resumiu de maneira extraordin ria a proposta existencial crist Disse que que ria explicar isso para o filho pequeno e o fez da seguinte maneira Meu filho no mundo voc vai encontrar coisas que a gente pega e coisas que gente n o pega As mais importantes s o as que a gente n o pega Ele tem raz o N o podemos n o devemos e n o precisamos viver independentemente das coisas que a gente pega pois somos p da terra e estamos imersos na conting ncia do universo material Mas podemos e devemos escolher dar primazia s coisas que a gente n o pega pois somos f lego de vida e portanto vocacionados transcend ncia Creio que foi isso o que Jesus quis dizer ao ensinar que seus disc pulos n o deveriam andar ansiosos quanto ao que comer o que beber ou ao que vestir mas deveriam buscar em primeiro lugar o Reino de Deus Henri Nouwen explicou o sentido dessas palavras dizendo importante que compreendamos que Jesus n o quer que abandonemos nosso mundo multifacetado Ele deseja que vivamos nele mas firmemente enraizados no centro de todas as coisas Jesus n o fala em mudan a de atividades em mudan a de contatos nem sequer em mudan a de ritmos mas em mudan a de cora o O que conta onde colocamos o nosso cora o Jesus nos pede que coloquemos o cora o no centro onde todas as coisas se encaixam no lugar certo Que centro esse J
316. orque transit ria Ela possui uma qualidade um kair s isto se n o aproveitarmos a oportunidade de dinamizar o sentido intr nseco e como que mergulhado na situa o o sentido passar e ir embora para sempre Por essa raz o a felicidade muito mais um jeito de ir do que um lugar aonde se chega O ditado chin s ensina que os caminhos existem para jornadas e n o para destinos Exatamente por isso Jesus de Nazar recomendou a seus disc pulos que n o se inquietassem quanto ao dia de amanh nem se ocupassem com o que beber o que comer com que se vestir pois o Deus que cuida dos passarinhos e das flores cuida tamb m de seus filhos Quem n o capaz de presentificar a vida nunca ser feliz pois a felicidade estar sempre um pouquinho frente assim que EM S NTESE Esse conceito de felicidade como contentamento estar satisfeito e ou adaptado em qualquer circunst ncia al m de ser coerente com a informa o de que as pessoas possuem um ponto de estabiliza o da felicidade um ii vel de alegria ao qual se retorna n o importa se o indiv duo tenha ganhado na loteria ou perdido a capacidade de utilizar seus membros tamb m nos ensina que o grande desafio que enfrentamos consiste em viver de modo consciente atentos s potencialidades e amea as de cada momento da vida de modo a nos tornarmos senhores dos nossos 22 estados de esp rito Mas infelizmente devo concordar com Thoreau quando
317. os dez mandamentos que prefiro chamar de as dez coisas mais dif ceis que tentamos fazer na vida A maioria das pessoas associa essa restri o b blica a atos como assassinato aborto eutan sia suic dio crimes de guerra e pena de morte Poucos a associam com exclus o social e crimes ecol gicos por exemplo Matar popula es de fome por meio de embargos econ micos e pol ticos causar a extin o de uma esp cie animal nem passa pela cabe a da maioria dos que acreditam na Lei de Mois s Mas h outra dimens o desse grande desafio de Deus a cada um de n s que passa longe das interpreta es mais usuais N o matar s pode significar n o negar s aos outros o direito de existir em tua vida O dilema diante do qual nos encontramos como podemos manter vivas pessoas que gostar amos que jamais tivessem nascido ou que estivessem mortas Howard Hendricks famoso te logo e conferencista norte americano disse que ap s tantos anos de casamento jamais pensara em div rcio Em assassinato v rias vezes mas em div rcio nunca Evidentemente estava brincando Ser Mas fato que de vez em quando somos tomados por um desejo de banir de nossa conviv ncia ou de esquecer em definitivo a exist ncia de algumas pessoas Ali MacGraw e Ryan O Neal formam o par apaixonado de Love story o famoso filme de Arthur Miller que popularizou a express o fantasiosa amar n o ter de 191 pedir perd o Mas a verdade e que ningue
318. osi o de esp rito e de nossas inten es de conex o Na verdade assim como em todo e qualquer relacionamento entre pessoas somente a proximidade gera intimidade Assim tamb m a conex o com Deus carece de conversa o cont nua pois a ora o une a alma a Deus 20 Parte III Crescer 10 Modelo ANTROPOLOGIA Devo confessar uma falha grave Talvez imperdo vel dependendo do seu grau de exig ncia Fiz o que pude mas n o consegui chegar a uma conclus o N o sei lhe dizer se o ser humano composto de corpo alma e esp rito ou apenas de corpo e alma ou de corpo e esp rito N o consegui me posicionar em termos definitivos entre dicotomia e tricotomia como dizem os te logos Imagino que voc pode ser 127 um dos que ficar o frustrados mas por favor me perdoe J passei por v rias fases J acreditei em homem corpo alma esp rito O corpo a energia biol gica a alma a sede dos pensamentos sentimentos e vontade e o esp rito a energia vital divina Mas n o consegui conciliar isso com minha convic o a respeito de Deus que tem sentimentos pensamentos e vontade mas n o tem alma pois Esp rito Imaginei tratar o esp rito humano como energia divina mas Deus uma pessoa e n o uma energia O esp rito dotado de pessoa lidade e nesse caso o ser humano teria dentro de si duas pessoas uma na alma e outra no esp rito Alguns inclusive conseguem essa proeza antropol gica d
319. osta para poder continuar fazendo o que gosta S NTESE Quem deseja ser produtivo eficaz e realizado precisa descobrir seus talentos e desenvolv los para que sejam exercidos sempre que houver opor tunidade Felizes 224 aqueles que conseguem casar sua atividade profissional com seus talentos Felizes aqueles que conseguem exercer seus talentos independentemente de suas atividades profissionais Felizes aqueles que exercem seus talentos em casa no trabalho entre amigos ou com qualquer pessoa que possa ser beneficiada por eles Felizes aqueles que exercem seus talentos em troca de dinheiro independentemente de qualquer remunera o e at mesmo pondo dinheiro do bolso para poder fazer o que sabem fazer Esses s o os que encontraram sua voca o Construir cooperar com Deus para colocar ordem no caos Todo ser humano dotado de talentos de m ltiplas intelig ncias para essa coopera o com Deus Enquanto constru mos expressamos nosso potencial criativo nossos recursos interiores nossas habilidades conhecimentos e experi ncias colhemos fruto do nosso trabalho Os tesouros acompanham o trabalho E melhores tesouros t m aqueles que trabalham luz dos talentos Trabalho tesouro e talento Eis o tri ngulo que sustenta a voca o Eis a s ntese do prop sito de construir Parte VI Vivendo com Prop sitos 19 Conclus o DESILUS O Em nosso ltimo ano na escola secund ria eu e minha melhor amiga Lan Ying
320. osturas e comportamentos que ferem o que j conhe o do car ter prop sitos e inten es de Deus Esses comportamentos e posturas eu chamo de pecado e a respeito deles pe o que Deus derrame seu perd o de modo que me livre de tais padr es e da culpa que me trazem Essa uma das maneiras e a principal como oro para que Deus me livre do mal Novamente tenho certeza que somente na rela o esp rito Esp rito poderei viver acima dos meus instintos e apetites primais pois andando em Esp rito que conseguimos vencer os desejos da carne 10 O Salmo 139 tamb m apresenta um caminho de ora o autofocalizada no sil ncio da ora o que minhas vozes inconscientes v m para a luz da minha consci ncia e posso harmonizar meu mundo interior desconhecido com meu mundo conhecido no quarto fechado da ora o que meu mundo interior se releva e se realinha com o prop sito de Deus na rendi o do meu esp rito que experimento a plenitude do Esp rito de Deus Senhor tu me sondas e me conheces de longe penetras os meus pensamentos conheces todos os meus caminhos Ainda palavra me n o chegou l ngua e tu Senhor j a conheces toda 11 Na ora o autofocalizada consigo adquirir senso da presen a de Deus pois n o s o poucas as vezes quando Deus me parece n o apenas distante mas tamb m e principalmente ausente Mas esse Salmo 139 ainda me ensina que se subo aos c us se des o ao mais profundo abismo
321. ot o o dia inteiro Que maravilha Era um sonho Meu time do cora o era o Flamengo mas at o Vasco serviria Agora observo meu filho com o nariz enfiado na televis o morrendo de inveja do Kak do Robinho do Diego os craques do momento todos adolescentes mas j campe es ricos e famosos Que jogam bola todo dia Que maravilha Imagino o que se passa na cabecinha dele quando a m e pergunta a respeito da li o de matem tica ou eu mando desligar a televis o com aquela conversa de pai primeiro a obriga o depois a divers o Eis a a charada Transformar obriga o em divers o Ainda sonho com isso E espero ensinar meus filhos e o filho de um mont o de gente a ter o mesmo sonho Perdi a ilus o infantil de ser jogador de futebol Mas n o perdi o sonho Meu sonho fazer algo significativo ganhar dinheiro e ter prazer tudo ao mesmo tempo Viver com o prop sito de construir dando vaz o ao g nio criativo inoculado em n s pela imago Dei implica trabalho muito trabalho Mas a boa not cia que esse um caminho de auto realiza o e de felicidade desde que experienciado da maneira correta TALENTO No in cio da d cada de 1980 eu estudava no Escrit rio Brasileiro de Artes s margens do Est dio do Pacaembu e aos p s dos irm os Z lio e Ziraldo Aquele era um mundo encantado Logo na entrada havia um poster gigante assinado pelo Ziraldo o Batman sentado num vaso sanit rio rolo de papel higi nico nas m
322. ou proje o social n o parecem ter import ncia como fator determinante da felicidade Estudos realizados mostraram que as pessoas ficam felizes logo ap s um aumento de sal rio mas que n o h rela o entre sal rio e felicidade definitiva N o importa qu o animado seja o dia da formatura a educa o n o faz a vida mais 12 feliz Da mesma forma avan os na vida social n o t m efeitos profundos sobre a felicidade pois a felicidade n o est relacionada s circunst ncias imediatas da vida Oscar Wilde tinha certa raz o quando afirmou que neste mundo s h duas trag dias uma n o conseguir o que se quer a outra conseguir De fato nunca estamos satisfeitos pois t o logo conquistamos um desejo somos invadidos pela sensa o de n o era bem isso o que eu queria Outro equ voco muito comum a respeito da felicidade a expectativa de viver num estado de esp rito de alegria perene O sentir se bem n o permanente nem poderia ser pois o resultado seria uma complac ncia prazerosa A natureza utiliza a dor e o prazer como um bast o para nos guiar diz o psic logo David Lykken 2 H quem diga e com certa dose de raz o que a insatisfa o a m e do progresso pois a engenhosidade humana resultado da busca constante de mais conforto ede menos sofrimento Por essa raz o um povo feliz pode se tornar um povo inerte acomodado em um prazer que anestesia e que paralisa Um terceiro equ
323. p ritos que por tr s dessas coisas se escondem Infelizmente na tentativa de agarrar a vida pelo colarinho e de faz la vomitar prosperidade e conforto vale tudo ou quase tudo Essas experi ncias espirituais contempor neas podem ser chamadas de pseudotranscend ncia Apresso me a dizer que nada mais leg timo do que a busca de Deus transcender no sentido religioso do termo Mas o perigo est na pseudotranscend ncia que Leonardo Boff compara com a experi ncia das drogas Ele diz que o problema da droga n o a viagem a volta da viagem quando ent o n o se suporta mais o cotidiano De fato existe muita gente querendo transcender fazer contato com o sagrado para que seus mundos sejam mudados um novo emprego uma cura um conforto a mais Outros desejam al vio precisando de doses cada vez mais fortes de xtases e 30 acabam alienando se da realidade ficando anestesiados para a experi ncia de viver isolados no mundo da fantasia produzida pela experi ncia de arrebatamento Nesse sentido o crit rio para saber se uma experi ncia de transcend ncia boa a verifica o do efeito que traz sobre o indiv duo ela potencializa o ser humano ou o diminui Em que medida essa experi ncia capacita o ser humano e o qualifica a enfrentar o cotidiano A pseudotranscend ncia escraviza A transcend ncia qualifica para a vida Uma experi ncia espiritual que funciona como v lvula de escape manipula o m g
324. pecado j n o faz o menor sentido para a maioria de nossos vizinhos e para falar a verdade nem para n s que sabemos que nem tudo o que legal moral e nem tudo o que moral legal Quem pretende convencer algu m de que pecado desobedecer s leis de Deus sai perdendo de tr s a zero Esse papo de normas leis e regras est descartado um a zero A ideia de um Deus autorit rio ali s de qualquer no o de autoridade tamb m j era dois a zero E mesmo que seja verdadeiro que pecado infringir leis divinas as pessoas perguntam E da que diferen a isso faz tr s a zero Isso nos coloca no contexto do relativismo tico Nem mesmo pr ticas como matar mentir e roubar podem ser consideradas un nimes na defini o de pecado Isto todo mundo concorda que pecado matar mas quase todo mundo tamb m concorda que matar o sujeito que estuprou aquela menininha linda do quinto andar n o pecado Todo mundo concorda que mentir pecado Mas quase todo mundo tamb m concorda que mentir para preservar o emprego n o pecado Todo mundo concorda que roubar pecado Mas quase todo mundo tamb m concorda que roubar do governo n o pecado Em outras palavras para que algo seja identificado como pecado preciso que seja inclu do na categoria do hediondo Somente o que extrapola o que agride at mesmo as consci ncias mais degeneradas pode ser considerado pecado E mesmo assim h controv rsias Afinal
325. perguntas imprescind vel para o desenvolvimento da vida com significado porque 63 essas respostas trar o consigo as implica es pr ticas da imagem de Deus para a vida humana O Dicion rio Internacional de Teologia do Antigo Testamento 1981a ao comentar o voc bulo adam sugere uma s rie de interpreta es poss veis para a imagem de Deus que podem ser assim resumidas alma ou esp rito que envolvem a invisibilidade e a imortalidade e tamb m a capacidade de relacionamento com Deus capacidades intelectuais e f sicas que englobam o intelecto e a vontade ou o livre arb trio e a raz o integridade intelectual e moral que abrangem o conhecimento e a justi a corpo fisico que se refere ao rg o apropriado da alma por meio do qual o homem exerce seu dom nio dom nio sobre a cria o isto o dominio do homem sobre o mundo n o humano Alguns te logos resumem que o ser humano herdou de Deus a espiritualidade da alma a liberdade da vontade e a imortalidade do corpo 4 imagem de Deus vista tamb m como tudo quanto distingue o humano do n o humano Essa distin o pode ser descrita a partir de tr s capacidades humanas relacional racional e volitiva O ser humano portanto e capaz de amar e de ser amado capaz de distinguir a si mesmo do restante da realidade e de tomar decis es baseadas em certo e errado bem e mal isto decis es morais Essas defini es e sugest es das mani
326. personalidade que a todos acomete em fun o do grupo do momento Quem nunca teve a experi ncia de encontrar um sujeito sabidamente mau car ter e ter de admitir que pessoalmente algu m legal Voc n o tem um amigo que l fora um le o e dentro de casa um gatinho E aquela sua amiga que em fam lia uma na vida profissional outra e na presen a do marido outra completamente diferente Voc tamb m n o assim uma mescla de muitos eus competindo pela primazia Saberia qual das identidades a verdadeira Ali s ser que existe um eu verdadeiro ou todos os eus s o verdadeiros cada um de acordo com seu horizonte de rela es N o seria uma qualidade essa capacidade de adequa o aos diferentes contextos de relacionamentos Ou seria uma disfun o de personalidade como em Zelig o homem camale o de Woody Allen Enfim quantos eus existem dentro de cada um de n s Qual deles tem a primazia Qual deles deliberado isto existe porque escolhemos que exista O fato que um o dia em que nascemos outro o dia em que escolhe mos o que queremos ser Como disse o senhor Geraldo Pedrosa de Ara jo Dias todo mundo tem de viver seu dia de Disparada isto n o podemos ficar para sempre como boi na boiada h de chegar o dia de nossa monta ria de n s tornarmos cavaleiros pois assim deseja o dono da boiada cujo vaqueiro morreu Para voc que n o conhece Geraldo Vandr recomendo uma visita TV E
327. pessoas mantendo a propor o do povo existente no mundo na virada para o terceiro mil nio tal vila seria composta com a seguinte configura o 57 asi ticos 21 europeus 14 norte americanos Norte Centro e Sul e 8 africanos 52 seriam mulheres e 48 seriam homens 70 n o brancos e 30 brancos 6 pessoas possuiriam 59 da riqueza do mundo 80 viveriam em casas inabit veis 50 sofreriam de desnutri o l teria computador e 1 apenas 1 teria forma o universit ria Nesses termos e falando francamente voc se considera uma pessoa vivendo no n vel da sobreviv ncia ou j pode se considerar um sucesso Leve em conta que se voc acordou hoje mais saud vel que doente tem mais sorte que aproximadamente um milh o de pessoas que n o ver o a pr xima semana Se nunca experimentou o perigo de uma batalha a solid o de uma pris o a agonia da tortura a dor da fome tem mais sorte do que 500 milh es de habitantes do mundo Se voc tem comida na geladeira roupa no arm rio um teto sobre a cabe a e um lugar aquecido para dormir considere se mais rico que 75 das pessoas do mundo Se tiver dinheiro no banco na carteira ou um trocado em algum lugar consi dere se entre os 8 das pessoas com melhor qualidade de vida no mundo Enfim considere se uma pessoa bem sucedida A quest o que voc n o consegue responder por que essa sensa o de est faltando alguma coisa O que isso ensina A velha ladainha de que o sucesso por
328. quando n o podemos aumentar a alegria e diminuir a tristeza uma uni o de almas que confere nobreza e sinceridade ao amor fazendo a vida brilhar intensamente Aben oados s o aquele que d o a vida pelos amigos 10 COACHES Na sua rede de relacionamentos voc precisa de coaches Mais um anglicismo inserido em nosso vocabul rio mas ainda assim a palavra ideal pai a descrever esta dimens o de relacionamento imprescind vel para quem deseja manter o foco em suas aspira es de viver com prop sitos A ideia original por tr s do conceito de coach bem explicada por Max Gehringer H 600 anos numa pequena cidade da Hungria chamada Kocs foi desenvolvida uma carruagem bem maior que as utilizadas na poca pequenas e apertadas para no m ximo quatro pessoas A novidade h ngara que acomodava confortavelmente oito passageiros recebeu o nome de Koczi szcr r ou vag o de Kocs Rapidamente copiada em toda a Europa a koczi fez tanto sucesso que logo virou sin nimo de carruagem de qualquer tamanho Franceses e espanh is adaptaram a pron ncia para coche de onde derivou o ingl s coach que deu origem a uma s rie de outras palavras desde a americana stagecoach as dilig ncias dos filmes de bangue bangue at a classe turista dos avi es a coach class Nas universidades inglesas do s culo xv frequentadas apenas pela fina flor da nobreza brit nica os alunos iam para as aulas de coach conduzidos por um cocheiro o
329. quem como diz o poeta Jesus mostrou dois caminhos poss veis ser escravo do dinheiro e ser s dito do Reino de Deus N o d para ser fazer as duas coisas E uma coisa certa o dinheiro um deus que reivindica lealdade absoluta chamado de Mamom um deus o que surpreende muita gente pois desfaz a no o de que o dinheiro neutro Est enganado aquele que pensa que o dinheiro n o bom nem mau e que mau o amor ao dinheiro Na verdade o dinheiro tem a capacidade de aprisionar o cora o pois onde estiver o seu tesouro a tamb m estar o teu cora o Por esta raz o Jesus recomendou que o dinheiro fosse colocado no c u pois somente l n o apenas ele estar seguro como tambem n s estaremos seguros em rela o a ele John Wesley fundador do Metodismo disse que t o logo o dinheiro chegava a seu bolso ele dava um jeito de livrar se dele para que o dinheiro n o encontrasse o caminho de seu cora o Acho que livrar se do dinheiro uma poss vel tradu o 208 para ajuntar tesouros no c u Acredito que existem quatro maneiras de nos livrarmos do dinheiro A primeira por meio da restitui o N o se iluda Se voc em nas m os dinheiro que jamais deveria ser chamado de seu dinheiro que foi ganho de maneira il cita ent o tem no bolso uma bomba de tempo que cedo ou tarde vai explodir deixando sua vida em cacos Essa foi a experi ncia de Zaqueu o homem que encontrou a felicidade qu
330. r bola que revolucionou tudo o que sempre me ensinaram a respeito do perd o a par bola do devedor implac vel na qual um homem que devia quase cento e setenta e quatro toneladas de ouro foi perdoado mas n o perdoou um que lhe devia apenas 30 gramas de ouro O fim da par bola mostra que o perd o da d vida maior foi cancelado sob a alega o de que aquele que recebeu miseric rdia deveria ter sido misericordioso Essa par bola ensina pelo menos tr s coisas imprescind veis experi ncia do perd o Primeiro que o credor est disposto a abrir m o da prerrogativa de receber o pagamento da d vida Isso diz muito a respeito do cora o do credor livre da necessidade de repara o at porque sabe que a repara o imposs vel Por essa raz o faz a melhor op o Entre ficar escravo do mix ressentimento m goa dio desejo de vingan a s vezes justi a escolhe a sublime experi ncia da outorga do perd o Algu m j disse que guardar ressentimentos equivale a ingerir veneno esperando que aquele que nos ofendeu morra Nesse sentido perdoar drenar o veneno de nosso cora o Perdoar romper os grilh es da pris o que nos mant m escravos de um passado inalter vel 192 Lembro me daquele homem sentado minha frente reclamando que a esposa havia quebrado seu viol o Fiquei chocado Perguntei quando isso tinha acontecido Ele me disse que fazia mais de dez anos Dez anos Ele havia ficado naquele quarto senta
331. r o ser humano a possibilidade de viver em rendi o a Deus de acordo com sua aptid o matricial a imago Dei Por essa raz o a convoca o do evangelho de Jesus ao ser 98 humano para o arrependimento que possibilita o perd o para os pecados e o acesso ao dom do Esp rito Santo Arrependam se e cada um de voc s seja batizado em nome de Jesus Cristo para perd o dos seus pecados e receber o o dom do Esp rito Santo 27 O evangelho nos mostra que livres do peso da culpa pelo pecado temos paz com Deus isto j n o vivemos mais em rebeli o contra sua autoridade e estamos isentos de condena o 28 Mas n o apenas isso Em paz com Deus somos novamente inclu dos no ambiente do Esp rito Santo recebemos de volta a possibilidade de entrar na rela o esp rito Esp rito e por isso se diz que o Esp rito Santo de Deus habita em n s 29e que n o estamos mais na carne mas no esp rito Esp rito isto n o mais limitados ao que pr prio do humano a vida Bios mas imersos em toda a pot ncia de Deus a vida Zoe Receber o dom do Esp rito Santo pode ser traduzido de diferentes maneiras voltar a interagir com Deus ser recebido de volta ao para so ser reconciliado com Deus imergir ou ser imerso na esfera de atua o influ ncia do Esp rito Santo ou como voc quiser se referir rela o entre Deus e o ser humano rompida na rebeli o e restaurada com o arrependimento da pessoa CONCLUS O A expe
332. r algo significativo para o bem comum antes deve construir uma rede de colaboradores cooperadores Ningu m possui todas as habilidades conhecimentos experi ncia e capacidades necess rias ao bom xito de projetos relevantes Por essa raz o nosso sucesso como empreendedores ser sempre limitado ou potencializado por aqueles com quem repartirmos os processos do empreendimento O fato que uma andorinha s n o faz ver o e isso vale tamb m para seus empreendimentos Durante meus anos de atividade pastoral sempre trabalhei em equipe No in cio a conversa era que eu precisava encontrar pessoas que me completassem mas logo cheguei conclus o de que eu n o era incompleto apenas limitado como ali s todo ser humano por mais qualificado que seja Uma equipe como um carro que tenta andar com apenas tr s rodas a quarta n o vem para computar as outras tr s mas para completar o carro Assim tamb m conosco Nossos pares de equipe n o nos completam mas completam o universo de compet ncias necess rias para o xito de um projeto Quanto mais focado em suas compet ncias essenciais maior a possibilidade de ser bem sucedido em seus 178 empreendimentos Mas para isso sempre precisar de um pool de compet ncias o que somente ser poss vel com um pool de pessoas Nesse caso quem deseja levar os louros sozinho vai levar poucos louros ou louro nenhum Lembro me de uma noite em que fui dormir pensando nas limi
333. r impulsionado por uma for a energia que extrapola suas condi es inerentes Isto quem est em rebeldia contra Deus vive apenas da for a biol gica enquanto aquele que est em harmonia e sujei o a Deus vive da rela o esp rito Esp rito for a da vida Zoe vida eterna Isso explica as afirma es de Paulo ap stolo quando define a vida espiritual como Cristo vive em mim ou como prefiro em outra tradu o Cristo me vive Cristo vive em voc s 12 o Esp rito Santo que habita em voc s 13 93 A express o Cristo em voc s n o simplesmente uma met fora mas um fato O Cristo ressureto habita por meio do seu Esp rilo naquele que cr A melhor compreens o do G nesis n o pode gravitar ao redor de a es morais nem de pecado original Paulo ap stolo interpreta o G nesis a partir do bin mio vida morte 14e por isso que se diz que Jesus veio trazer vida completa e n o apenas destruiu a morte mas trouxe luz a vida e a imortalidade 15 PECADO A defini o mais comum para pecado infringir normas divinas Millard Erickson em sua teologia sistem tica define pecado como qualquer falta de conformidade ativa ou passiva com a lei moral de Deus Isso pode ser uma quest o de ato de pensamento ou de disposi o A nfase recai sobre conformidade com a lei e isso pressup e uma autoridade legisladora Nesse caso estamos em s rias dificuldades pois essa defini o de
334. r na presen a de Deus Essa uma quest o muito antiga na tradi o judaico crist A mulher da cidade de Samaria que eslava beira do po o de gua viva conversou com Jesus a respeito de onde encontrar Deus Jesus esclarece dizendo que entrar na presen a de Deus n o uma quest o de onde mas de como Nossos antepassados adoraram neste monte mas voc s judeus dizem que Jerusal m o lugar onde se deve adorar Jesus declarou Creia em mim mulher est pr xima a hora em que voc s n o adorar o o Pai nem neste monte nem em Jerusal m Voc s samaritanos adoram o que n o conhecem n s adoramos o que conhecemos pois a salva o vem dos judeus No entanto est chegando a hora e de fato j chegou em que os verdadeiros adoradores adorar o o Pai em esp rito e em verdade S o estes os adoradores que o Pai procura Deus esp rito e necess rio que os seus adoradores o adorem em esp rito e em verdade Jo o 4 20 24 NVI O Deus que n o encontrado em todo e qualquer lugar n o encontrado em um lugar espec fico pois Deus encontra se n o em um lugar mas em um estado de 107 ser daquele que o busca independentemente do lugar geogr fico onde se encontre H momentos quando concentramos nossa aten o em Deus e conscientemente interagimos com ele Gosto de pensar nesses momentos como momentos divinos ocasi es quando a presen a de Deus ativa e percebida por n s Afinal De
335. r para a vida eterna e isso sugere que a essa fonte devemos recorrer sempre e novamente e de novo para que toda vez quando nosso esp rito se perturbar ou for perturbado encontremos descanso e provis o CONTENTAMENTO quase imposs vel encontrar uma defini o completa e definitiva para a felicidade mas fato que qualquer que seja sua defini o estar associada aos estados de esp rito com os quais atravessamos a vida Podemos inclusive alongar a discuss o a respeito da distin o entre ser feliz estar feliz e sentir se feliz e sobre como a felicidade diferente da alegria que por sua vez diferente da euforia Mas isso complicar demais a coisa O fato que se voc feliz ent o se sente feliz e se voc est feliz tamb m se sente feliz e esse sentimento de felicidade necessariamente um estado de esp rito que pode ser duradouro razoavelmente comum ou eventual Nesse caso prefiro simplificar um pouco mais e trocar a palavra felicidade por contentamento que defino como a capacidade de estar satisfeito de adaptar se em qualquer situa o Esse tipo de contentamento n o se explica pelas circunst ncias favor veis e ou confort veis mas sim pela capacidade de exercer dom nio sobre o estado de esp rito de tal maneira que os fatores externos que o abalam sejam em n mero cada vez menor Contentamento uma satisfa o de dentro para fora Vicente de Carvalho traduziu muito bem essa experi
336. ra sabedoria e maturidade O foco no relacionamento em detrimento do foco nas pessoas revela a consci ncia que desmascara a ilus o do parceiro perfeito Quem vive trocando relacionamentos n o apenas est se recusando a mudar mas provavelmente acredita que existe sempre algu m mais adequado e capaz de lhe satisfazer Evidentemente h o universo de afinidades que possibilita a conviv ncia Mas uma vez identificadas as afinidades a discuss o deve mudar para o tipo de conviv ncia que conseguem desenvolver em detrimento do tipo de pessoas que s o At porque uma das raz es para um relacionamento a mutualidade que possibilita a mudan a dos pares cada um ajudado pelo outro N o existe par perfeito Existe sim conviv ncia equilibrada Em outras palavras n o existe isso de dizer voc n o a pessoa certa para mim ou voc n o tem as qualidades que espero de um amigo principalmenle depois de dez anos de conviv ncia O correio seria dizer infelizmente n o conseguimos desenvolver uma parceria satisfat ria Mas depois dessa conclus o os pares deveriam sentar e dizer um ao outro que por n o amarem o relacionamento nem a si mesmos no relacionamento mas por amar um ao outro est o dispostos a fazer quaisquer sacrif cios necess rios para que n o percam um ao outro A discuss o passa a ser a din mica da conviv ncia N o est o em busca de um par melhor mas sim de um Jeito melhor de ser um par N o querem outro parcei
337. ralmente definida como a capacidade de conviver com pessoas dif ceis enquanto a paci ncia a capacidade de suportar tempos dif ceis e uma coisa est absolutamente ligada com a outra pois pessoas dif ceis tornam nossos tempos dif ceis e ningu m vence tempos dif ceis sem o suporte da conviv ncia por mais dif ceis que sejam as pessoas Fidelidade a qualidade de quem confi vel e nesse caso vale a m xima de S crates S fiel a ti mesmo e n o poder s ser falso com ningu m Isso implica uma rela o maior em que obviamente a lealdade a si mesmo e ao outro antes de tudo lealdade para com Deus A mansid o a energia canalizada o vigor direcionado a ousadia controlada como num animal selvagem amansado continua forte ousado e poderoso mas suas potencialidades j n o s o expressas com viol ncia e j n o causam destrui o o que evidentemente reflete no ambiente das rela es humanas Diga se de passagem n o h ningu m que possa colocar r deas em mim exceto Deus Finalmente a temperan a ou o dom nio pr prio que podemos entender como autocontrole tamb m uma virtude que afeta todas as nossas rela es pois define a maneira como dominamos nossas vontades e instintos em rela o a algo ou a algu m inclusive a n s mesmos CRESCER Crescer significa viver nos limites do corpo cada vez mais a maior densidade alcan vel das possibilidades e potencialidades emocionais mentais e vo
338. ram a aula porque foram estupradas na noite anterior Vivi boa parte de minha adolesc ncia envolto em maresia do mar e da maconha que emoldurava as maravilhosas tardes de bate bola na areia da praia do Jos Menino em Santos A geometria dos corredores sal es e arm rios do orfanato que me abrigou ainda me peculiar As cores mais vivas entretanto est o mesmo sobre os degraus da escada da frente onde eu me sentava como que fotografando cada sorriso de crian a chamada pelo nome com a chegada da m e ao final do dia Todas as crian as partiam e meus olhos ficavam fixos no ch o xadrez do hall at minha av me encaminhar carinhosamente para tr s das imensas portas que nos protegeriam abrigados somente os dois naquela imensid o Sobre pessoas desorganizadas existencialmente tenho boas lembran as E dolorosas experi ncias Os rodopios das mulheres ao vento das pombagiras encontram lugar na minha tela biogr fica As correrias de setembro em busca de doces distribu dos no dia de Cosme e Dami o outrora inocentes brincadeiras explicadas pelo apetite juvenil por glicose esculpida agora se revelam express es de devo o espiritual As velas despachos garrafas de bebidas fortes nas esquinas os in meros amuletos e colares coloridos que meus amigos exibiam e o barulho dos atabaques que marcavam o ritmo das noites de sexta feira encaixam se como correntes da escravid o que amarravam gente com vida completamente embara ada e mar
339. re o mundo material e espiritual numa mesma dimens o de exist ncia Em resumo podemos afirmar que o fim ltimo dos exerc cios espirituais nossa conforma o imagem de Jesus Cristo l8 O objetivo pr tico dos exerc cios espirituais nos tornar plenamente conscientes da presen a de Deus o que implica muito mais um relacionamento din mico com Deus do que atividades religiosas 19 148 A raz o por que praticamos exerc cios espirituais que a intimidade com Deus n o uma experi ncia extracorp rea de modo que precisamos cultivar o controle f sico mental e emocional mediante h bitos que desenvolvemos com esfor o e disciplina perseveran a e determina o 20 DIAL TICA Esse processo de desenvolvimento dos h bitos facilitadores da intera o consciente entre o Esp rito de Deus e o nosso esp rito acontece de maneira dial tica em que realidades aparentemente opostas se completam Por exemplo os exerc cios espirituais devem ser desenvolvidos tanto de forma espont nea quanto estruturada Assim como os relacionamentos humanos acontecem na din mica de momentos formais e informais tambem o relacionamento com Deus se processa por meio de momentos fortuitos e especialmente planejados para essa finalidade Mais ou menos da mesma maneira como quando estamos conversando no carro numa longa viagem Enquanto a conversa trata das curiosidades do dia a dia a m sica de fun do n o atrapalha mas t o logo a conversa s
340. recisar 44 ir al m da auto ajuda e encontrar ajuda do alto Jamais ficar satisfeita com sugest es para a administra o do tempo pois anseia por transforma o pessoal N o conseguir dar um passo na dire o de planejar e perseguir metas porque suas quest es n o tratam de prosperidade de fama e de poder mas sim de desenvolvimento espiritual Se voc se encaixa nesse perfil e se esse o seu momento na vida ent o pode jogar para o lado as frases de efeito e clich s emocionais pendurar os amuletos e parar com as mandingas Chegou sua vez de arrega ar as mangas para um projeto existencial e um processo cont nuo de viver a aventura de realizar o sentido de cada momento e de desenvolver ao m ximo as possibilidades semeadas por Deus em voc 4 Caminho para a Felicidade DILEMAS Escrevo estas linhas na quarta feira 25 de setembro de 2002 Amanh anivers rio da morte de Sigmund Freud Na manh de 26 de setembro de 1939 o corpo de Freud foi cremado em Golders Green regi o Noroeste de Londres Stefan Zweig um dos oradores da cerim nia f nebre disse que em qualquer lugar onde se busque avan ar na compreens o do labirinto do cora o humano a luz do entendimento intelectual de Sigmund Freud brilhar sobre o caminho N o tenho d vidas quanto veracidade das palavras de Zweig De fato n o poss vel falar a respeito da interioridade humana sem citar Freud Apesar de seu ate smo confesso a
341. refa exclusiva e de longo prazo zelando pela forma o integral de um pupilo A conclus o de Gehringer mais abrangente e define mentoring como um processo pelo qual se adquire conhecimento experi ncia e orienta o para a carreira e para a vida Nas tradi es de espiritualidade o mentor um orientador existencial James Houston diz que os mentores provavelmente surgiram com a pr pria ra a humana Xam s e feiticeiros profetas e fil sofos l deres e mestres est o presentes desde o in cio da hist ria Mois s e Josu Conf cio e Meneio S crates e Plat o Hilel e os fariseus todos transmitiram suas vis es de vida de mestre para aluno de mentor para disc pulo E assim os pensamentos de grandes homens foram sendo passados de gera o em gera o Mas a grande distin o dos mentores espirituais que sua efic cia como mestres reside tamb m no fato de que eles se colocam como 176 modelos pregando uma forma de vida que pode ser imitada tanto em pensamento quanto em a es 13conclui Houston Em minha experi ncia pessoal consigo distinguir meus amigos meus coaches e meus mentores estes ltimos em n mero bem reduzido Meus mentores s o diferentes dos meus amigos porque n o os trato como iguais mas com a rever ncia pr pria da admira o S o diferentes dos meus coaches porque n o est o preocupados com minhas metas mas com meu cora o meu car ter minha alma minha consci ncia enfim
342. reio que no ltimo dia de nossas vidas antes de atravessarmos o rio rumo eternidade passaremos pelo tribunal da consci ncia em que n s mesmos Julgaremos a vida que tivemos Seremos ao mesmo tempo r us e ju zes Naquele dia deveremos estabelecer o veredicto a respeito do sentido da vida e concluir se valeu ou n o a pena viver Naquele dia n o far a menor diferen a a casa onde moramos o carro que dirigimos as vezes que visitamos a Europa os diplomas que penduramos na parede o n mero de romances que tivemos ou as roupas que vestimos Acredito que estaremos diante de quatro perguntas cada uma delas ligada imagem de Deus e aos prop sitos pelos quais dever amos ter vivido S o elas Onde est Deus Que tipo de gente eu me tornei Onde est o as pessoas que eu amo e que me amam Qual foi minha contribui o para o bem da ra a humana 86 Vivendo com prop sitos um caminho para que voc comece a responder a essas perguntas desde j Tenho certeza de que sua vida far sentido e voc estar no caminho em que poss vel experimentar a plenitude da vida Quando essas respostas estiverem claras em sua mente e cora o e voc come ar a viver de acordo com elas a peregrina o existencial espiritual ser uma aventura fascinante e compensadora Mas Vivendo com prop sitos apenas um mapa um guia de viagem um roteiro Isso significa pelo menos duas coisas A primeira que o mapa jamais substitui a r
343. rem esse neg cio Entregar o seus boletins com notas vermelhas e dir o E que eu n o tenho essa intelig ncia a pai 218 Elas estar o certas E eu vou querer ver qual vai ser a intelig ncia que o pai vai ter de ter para dobrar o prod gio Peter Drucker disse que a maioria de n s excelente em uma ou duas coisas acima da m dia em mais uma ou duas e med ocre no resto isto possui um desempenho que qualquer pessoa com um m nimo de esfor o e esclarecimento alcan aria Em se tratando de intelig ncias m ltiplas ou talentos ningu m ou quase ningu m mono Cada um de n s possui um mix de intelig ncias um pool de talentos que uma vez combinados podem resultar em contribui o significativa para o bem comum Na linguagem do ap stolo Paulo o Esp rito de Deus manifesta se atrav s de todos ou como prefiro Deus d a cada um uma prova da presen a do Esp rito Santo PARADIGMAS Depois que aprendi essas coisas foi que enxerguei a diferen a entre ocupa o emprego carreira e voca o Claro voc pode ter suas pr prias defini es e encontrar outras tantas nos dicion rios e manuais Mas pe o que tenha paci ncia comigo e pelo menos por enquanto aceite minhas defini es para que a gente se entenda Ocupa o o que a gente faz apenas por dinheiro Ocupa o o que voc faz porque precisa levar comida pra casa Ocupa o qualquer ati vidade que voc desenvolve em troca de
344. res que brotam da cosmovis o e da experi ncia religiosa conforme filtrados na viv ncia de cada pessoa Algumas pessoas acreditam que vale a pena sacrificar o lazer em fam lia para conseguir pagar a presta o da casa pr pria enquanto outras preferem vender seu apartamento para enviar os filhos para estudar no exterior Como se diz no popular cada um cada um e nesse caso quando a gente faz uma lista de reas da vida e estabelece metas para cada uma delas o risco de fixar 43 metas definidas pela m dia e pelas press es sociais e culturais muito grande O resultado que h muita gente que subiu a escada do sucesso e descobriu que ela estava escorada na parede errada como denunciou Stephen Covey 13 A resposta que nos faz sair do labirinto da vida med ocre n o vem apenas da pergunta O que quero alcan ar na vida mas tamb m da pergunta Por que estou correndo atr s dessas coisas Em outras palavras n o vivemos movidos por metas objetivos e alvos mas sim por prop sitos A sobreviv ncia o m nimo com que nos contentamos o sucesso n o nos satisfaz pois queremos mesmo o sentido da vida Depois de todos esses anos caminhando ao lado de pessoas em seus momentos de crises mais profundas n o me lembro de encontrar alguma delas que estivesse em d vida quanto ao certo e errado ou que sinceramente n o soubesse o que fazer Muito embora boa parte das pessoas que me procuram em busca de aconselhamento past
345. resenta o pecado tamb m em outra dimens o Pecado um estado de rebeli o contra Deus uma recusa de submiss o uma pretens o de autonomia ser lei para si mesmo em rela o a Deus Nesse caso pecado um status diante de Deus Pecado ent o tamb m uma posi o que ocupamos em rela o a Deus o que define a maneira como nos relacionamos com ele A B blia diz que todos os que est o em rebeli o contra Deus s o filhos da desobedi ncia sobre quem se manifesta a ira de Deus Agora j n o estamos falando em fazer e deixar de fazer mas em uma atitude em rela o a Deus pecado no singular Finalmente pecado um estado de ser Aqueles que est o em rebeli o na posi o de filhos da desobedi ncia est o na carne alheios vida de Deus vivendo com seus pr prios recursos e impossibilitados de agradar a Deus pois o ser humano distante de Deus pode at ter o desejo de fazer o bem mas escravizado pelo mal pois est sob a a o dos esp ritos que operam sobre os filhos da desobedi ncia 17 J n o se trata de uma atitude em rela o a Deus nem mesmo de fazer ou deixar de fazer Agora pecado uma inclina o uma disposi o interior uma tend ncia para o mal Nesse caso o ser humano t o culpado por pecar quanto o tuberculoso culpado por tossir O problema j n o a tosse mas a tuberculose Precisamos traduzir isso para nossos vizinhos Jesus fez isso com uma hist ria a 95 p
346. ri ncia matricial crist chamada novo nascimento 30 Nas palavras de Jesus nascer da gua e do Esp rito Russell Shedd esclarece que Jesus est dizendo que o homem natural n o herdar a vida sobrenatural sem a convers o vinda pelo arrependimento e pelo Esp rito 31 Transcender nascer de novo Nascer pela segunda vez A ra a humana compartilha com Ad o o nascimento biol gico o que nasce da carne carne 32 e compartilha com Jesus de Nazar o nascimento espiritual o que nasce do Esp rito esp rito 33 Transcender relacionar se com o Esp rito Santo de Deus por meio da consagra o do ego a Jesus Cristo A consagra o do ego o que o evangelho chama de convers o A convers o a experi ncia de arrependimento metan ia pela rebeli o contra Deus O fruto da convers o a intera o do esp rito humano com o Esp rito de Deus No momento da convers o Deus une seu Esp rito ao esp rito humano Em termos de met fora o ser humano passa a captar o sinal da 99 energia divina e a ser alimentado por ela justamente porque j n o est longe do divino em rebeldia tuas relacionando se com ele em sujei o e rendi o amorosa Essa a dimens o mais elementar do que chamamos de transcender transcend ncia 100 8 Conex o DESAFIO Caso voc tenha esquecido estamos diante do desafio de dar significado e sentido vida Isso somente ser poss vel quando conseguirmos
347. ria como legado para as gera es futuras por meio da autobiografia que escreveram em seus di rios H tamb m os exerc cios espirituais que considero interpessoais Por exemplo o encontro sistem tico com um pequeno grupo de pessoas com interesses comuns igualmente desejosas de aprofundar sua experi ncia espiritual Geralmente nesses grupos desenvolvemos as amizades espirituais e constru mos alian as de mutualidade nas quais podemos abrir o cora o e receber feedback amoroso para nosso crescimento Al m dos grupos e dos amigos podemos buscar mentores por meio de quem receberemos dire o espiritual na din mica das amizades em sujei o a homens e mulheres mais experientes na vida que somos desafiados presta o de contas confiss o e ao servi o recursos que nos obrigam a deixar a zona de conforto que constru mos nas sombras convenientes de nossos h bitos destrutivos e egoc ntricos Os exerc cios espirituais de abstin ncia tamb m implicam grande esfor o e disciplina A castidade por exemplo que nos obriga a controlar uma das for as mais poderosas que determinam nosso car ter e destino a saber a sexualidade Castidade a capacidade de viver sem sexo s vezes contingencial como em ocasi es de enfermidade ou viagens do parceiro s vezes propositadamente como a recomendou o ap stolo Paulo por m tuo consentimento e durante certo tempo para se dedicarem ora o 40A castidade isto a abstin
348. ro especialmente do grande Outro Subscrevo Vinicius de Moraes escreveu que a maior solid o a do ser que n o ama A maior solid o a do ser que se ausenta que se defende que se fecha ou se recusa a participar da vida humana A maior solid o a do homem encerrado em si mesmo no absoluto de si mesmo e que n o d a quem pede o que ele pode dar de amor de amizade de socorro O maior solit rio o que tem medo de amar o que tem medo de ferir e de ferir se o ser casto da mulher do amigo do povo do mundo Esse queima como uma l mpada triste cujo reflexo entristece tamb m tudo em torno Ele a ang stia do mundo que 181 o reflete Ele o que se recusa s verdadeiras fontes da emo o as que s o o patrim nio de todos e encerrado em seu duro privil gio semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre 1 Mas bem verdade que n o s o muitos os que sabem conviver Meus poucos anos de pr tica pastoral foram suficientes para me ensinar a diferen a entre amar os relacionamentos e amar as pessoas com quem nos relacionamos Aqueles que amam os relacionamentos pulam de um para outro toda vez que surge uma tens o que demandaria esfor o para a solu o Raciocinam em termos de custo beneficio Calculam o pre o que precisam pagar para manter aquele relacionamento e geralmente optam por encerrar a conviv ncia e buscar outra pessoa com quem se relacionar comum entre casais entre s cios e at
349. ro Querem outra parceria com o mesmo parceiro Acredito que toda parceria satisfat ria se desenvolve a partir de tr s capacidades de cada uma das partes a capacidade de celebrar de servir e de perdoar CELEBRAR Singularidade Essa a palavra chave da identidade humana Ou como brincamos l em casa cada um cada um Cada pessoa um universo em si mesma Universo aberto verdade mas ainda assim um universo Cada um com sua hist ria suas peculiaridades seus sonhos suas idiossincrasias isto suas disposi es de temperamento maneira de ver de sentir de agir e de reagir Cada um com seu gosto pessoal suas disposi es naturais e suas sensibilidades espec ficas Essa a riqueza da humanidade Agostinho acreditava que Deus era capaz de amar um como se fosse todos e todos como se fossem um Que mist rio pois de fato uma pessoa tudo e todas juntas n o valem mais do que uma s Cada pessoa uma riqueza plena Cada ser humano uma novidade e todo ser humano um original 2 183 Tomando isso como verdadeiro a conviv ncia que n o sabe celebrar essa individualidade est fadada ao fracasso A exig ncia da mudan a de outro para que relacionamento seja mantido ou se torne satisfat rio a pr pria morte do relacionamento l gico Caso eu exija que voc mude para que eu continue me relacionando com voc na verdade n o quero me relacionar com voc mas com outro voc idealizado em minh
350. ro nascimento da carne e resulta em vida Bios O segundo o do Esp rito espirito que nos d acesso vida Zoe A maneira como nascemos do esp rito atrav s de um relacionamento com Jesus o primeiro dos humanos a ter em si mesmo a vida eterna Por essa raz o Jesus disse que ele veio para que tenhamos vida e vida completa integral e essa a vida Zoe A quest o ao redor do conhecimento do bem e do mal n o meramente uma discuss o a respeito de ter ou n o ter consci ncia de ser dotado ou n o de senso moral de ser ou n o ser obediente de comer ou n o comer um fruto Sou de opini o que acreditar que os crit rios de Deus para seu relacionamento com a ra a humana estejam baseados em obedi ncia e desobedi ncia um absurdo n o crist o O conflito entre Deus e a ra a humana n o uma quest o moral mas sim relacional n o uma quest o de obedi ncia ou de desobedi ncia mas de depend ncia e independ ncia O ato de desobedi ncia simbolizado em comer do fruto proibido um ato de rebeli o uma pretensa declara o de independ ncia e de autonomia absoluta da criatura para com o Criador Ser rebelde muito mais do que ser desobediente Vale a pena lembrar que pneuma palavra grega que identifica tanto o esp rito humano quanto o divino pode tamb m ser traduzida como sopro vento A met fora perfeita O ser humano que se harmoniza com Deus alinha seu esp rito ao Esp rito de Deus passa a vive
351. ro senso das Escrituras Sagradas com a tradi o da cristandade e com as cren as da maioria dos homens de quase todas as pocas e n o entra em conflito com nada do que qualquer das ci ncias demonstra ser verdadeiro 1 Mas o mais importante a respeito de crer ou n o crer na exist ncia do Diabo saber o que se entende por Diabo Ora se pelo Diabo significa se uma pot ncia oposta a Deus e como Deus existente por si mesma desde toda a eternidade a resposta certamente n o N o existe ser incriado exceto Deus Deus n o tem opostos Nenhum ser poderia atingir a perfeita maldade oposta a perfeita bondade divina visto que tiradas todas as esp cies de coisas boas intelig ncia vontade mem ria e a pr pria exist ncia nada restaria nele O certo seria perguntar se creio nos diabos Pois creio Ou antes creio nos anjos e creio que alguns deles abusando do dom do livre arb trio tornaram se inimigos de Deus A estes podemos chamar diabos Pela natureza n o diferem dos anjos bons mas sua natureza depravada Diabo o oposto de Anjo apenas como Homem bom oposto de Homem mau 2 Lewis tamb m desmascara o que chama de fantasia absurda a saber a ideia de que os diabos est o engajados na desinteressada persegui o de algo que se chama o Mal Na verdade os anjos maus como os maus homens s o totalmente pr ticos Seus motivos s o dois O primeiro o medo ao castigo O segundo uma esp cie de fome Fi
352. ruch Spinoza foram grandemente influenciados pelo neoplatonismo 6 Atosl7 28 N VD 7 Romanos 11 36 NVI 8 Boff Leonardo Espiritualidade Rio de Janeiro Sextante 2001 p 52 9 Leone Alexandre A imagem divina e o p da terra S o Paulo Humafiitas FFLCH USP 2002 pp 135 6 de too Dust 10 Boff Leonardo Op cit 2001 p 31 11 Boff Leonardo Op cit 2001 p 12 12 G nesis 28 16 ARA 13 Jeans J The Mysterious Universe citado por Dallas Willard em Ouvindo Deus S o Paulo Ultimato Textus p 92 14 Jo o 1 14 18 ARA 15 Jo o 3 31 32 8 23 16 Jo o 4 25 26 17 Jo o5S 18 18 Jo o 5 23 234 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 DO NU BU 10 11 12 13 Jo o 10 30 NVI Jo o 14 9 Huxley Aldous 4 filosofia perene S o Paulo Cultrix 1995 pp 64 5 Willard Dallas 4 conspira o divina S oPaulo Mundo Crist o 2001 p 22 Boff Leonardo Op cit 2002 pp 155 6 Romanos 11 36 NVI 1 Cor ntios 10 31 1 Cor ntios 15 28 Colossenses 3 11 Piper John Teologia da alegria S o Paulo Shedd Publica es 2001 p 37 G nesis 1 31 Mateus 16 13 28 ARA Jo o 10 30 ARA Jo o 17 21 NVD CAP TULO 5 IMAGO DEI Lewis C S Cristianismo puro e simples S o Paulo ABU Editora 1989 p 41 Jo o 4 23 24 G nesis 1 26 ARA NVI G nesis 1 26 27 Willard Dallas 4 conspira o divina S o Pa
353. ruto o sagrado comungo com o Mist rio conecto me com o que mais existe al m de mim Enfim apesar de mim e dos mist rios que fazem rid culo um ser t o pequeno quanto eu sigo meu caminho rindo s vezes de mim mesmo mas quase sempre com uma alegria que me foi graciosamente outorgada pelo Misterioso 231 N o bastasse o senso de rid culo diante da vida tamb m a vida se parece rid cula em alguns momentos para mim Na verdade para ser mais honesto mais imposs vel at mesmo Deus s vezes parece rid culo Mas n o se preocupe comigo Deve se preocupar com voc caso acredite que compreende plenamente Deus e o que Deus faz Das duas uma ou o seu Deus pequeno demais ou voc est se superestimando Quem sabe as duas coisas Somente quem j foi tomado pela sensa o de que Deus demorou omitiu se desistiu desapareceu capaz de solidarizar se com os que d o risada da vida Posso lhe garantir que se eu fosse Deus teria feito e deixado de fazer muita coisa neste mundo A sua sorte e a minha que n o sou Deus pois se eu o fosse o mundo seria insuport vel Sei que l no fundo voc tamb m pensa assim Pensa em dar uma m ozinha para Deus acreditando que se sairia melhor do que ele em muitas situa es Quando isso acontecer de novo procure um cantinho e sente para dar risada Ria de voc n o de Deus pois como disse Mark Twain ningu m tem mais sa de do que aquele que capaz de rir de si mesmo
354. s tempo insuficiente para a maioria absoluta das pessoas que conhe o e com quem convivo Nem as pessoas nem a vida s o organizadas dessa maneira Essa coisa de pegar l pis e papel para planejar a vida incluindo quanto tempo vou dedicar ao meu filho nesta manh quantas vezes vou jantar com minha esposa neste m s ou quanto dinheiro vou despender com o lazer da tamilia neste trimestre n o da muito resultado primeiro porque nem todo mundo capaz de viver dessa maneira mas tamb m e principalmente porque a vida est sempre pregando pe as na maioria dos que pretendem faz lo Como disse Woody Allen se voc quer fazer Deus rir conte a ele seus planos Outra raz o por que o pacote mix planejamento versus tempo insuficiente que ele visa apenas a ponta do iceberg chamado viver Cada pessoa um universo e quando mergulhamos no mundo interior em busca de recursos para colocar o plano em a o entramo nos num labirinto Quando conseguimos emergir via de regra trazemos mais perguntas do que respostas Em minha atividade pastoral estou cansado de ouvir pessoas confessando Eu n o consigo Eu gostaria muito mas me sinto incapaz Eu comecei a fazer gin stica tr s vezes este ano e atualmente estou parado Eu n o sei se ainda amo minha esposa e outras tantas quest es cujas respostas est o no submundo do cora o no qual o caderninho de plane jamento nem sonha poder penetrar H tamb m a quest o dos valo
355. s porque somos corpo e esp rito em unidade corremos atr s da 41 satisfa o de algo mais do que ef mero e menos do que eterno Quando olho para essas narrativas vejo o retrato de cada ser humano em suas lutas mais ntimas Na verdade em Ad o e Eva e em Jesus de Nazar vejo a pr pria ra a humana Mas vejo dois tipos de pessoas diferentes as que foram derrotadas frente aos desafios do viver sucumbiram aos apelos dos sentidos e permaneceram fincadas no ch o da sobreviv ncia ou quando muito do sucesso E as que foram al m de seus limites enxergaram o invis vel lan aram uma ncora na ess ncia ltima do Universo o Deus Criador que Jesus de Nazar nos ensinou chamar de Pai e transcenderam encontraram o caminho da liberdade do mundo material e descobriram que a vida n o se esgota no p o de cada dia por mais abun dante que seja nem na satisfa o das necessidades apetites instintos e desejos N o tenho d vidas de que a matriz para o sentido da vida vai al m muito al m das conquistas terrenas da prosperidade material da vaz o aos instintos e apetites f sicos da realiza o e experimenta o do prazer sensual Mas tamb m n o acredito que a vida possa fazer sentido ou ser colorida com significado sem que essas dimens es estejam satisfeitas Com um homem faminto voc n o pode falar de Deus exceto em termos de p o foi o que disse Gandhi Por essa raz o proponho que o sentido da vida est a
356. s a Absolutamente nada Disse o pai Meu filho nessa ess ncia sutil que n o percebes a nessa mesma ess ncia se encontra o ser da imensa rvore nyagrodha Nisto que a ess ncia sutil tudo o que existe tem o seu eu Isto o Verdadeiro isto o Eu e Tu Svetaketu s Isto Rogo lhe senhor fale me mais sobre isso Assim seja tornou o pai e disse Coloca este sal na gua e vem ter comigo amanh cedo Fez o filho o que lhe fora prescrito Na manh seguinte ordenou o pai 51 Traze me o sal que puseste na gua O filho procurou o sal mas n o o encontrou pois o sal naturalmente se dissolvera Disse o pai Prova um pouco da gua da superf cie do vaso Como est ela Salgada Prova um pouco da gua do meio Como est ela Salgada Prova um pouco da gua do fundo Como est ela Salgada Ordenou o pai Deita fora a gua e em seguida vem ter comigo outra vez Assim fez o filho mas o sal n o se perdera pois o sal existe para sempre Disse ent o o pai Da mesma forma aqui nesse corpo que teu meu filho n o percebes o Verdadeiro mas ele na verdade est a Nisto que a ess ncia sutil tudo o que existe tem o seu eu Isto o Verdadeiro isto o Eu e tu Svetaketu s Isto Talvez voc esteja se mexendo na poltrona e come ando a desconfiar que estou advogando o panteismo Mas de fato o panteismo n o fala da
357. s limita es finitas do presente estado de ser mortal morte E somente seguindo seus passos chegaremos l Somente em comunh o com Jesus Cristo nos tornaremos crist os pequenos Cristos destino de todo ser humano Somente na imita o de Jesus h identifica o com o Pai de Cristo e a participa o no Esp rito de Cristo Somente quem nega a si mesmo e toma a sua pr pria cruz ganha possibilidades de seguir a Jesus isto de atravessar a morte rumo ressurrei o O Conc lio Ecum nico de Calced nia 451 d C afirma que Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem Jesus portanto n o apenas nosso Deus mas tamb m nosso destino E nesse caso em ningu m mais as dimens es da teologia da antropologia e da teleologia se harmonizam t o perfeitamente Jesus nos revela Deus Jesus Cristo tamb m nos revela quem o Homem A teologia crist diz que em Cristo sabemos como Deus e como o Homem deve ser Sabemos como Deus porque Jesus Cristo Ztews encarnado E sabemos como o homem deve ser porque Jesus Cristo T eus encarnado Jesus Cristo nos revela o prop sito da vida huniana a perfeita comunh o com Deus a ponto de podermos afirmar Eu e o Pai somos um 30 pois assim pretendeu Jesus ao orar ao Pai que todos sejam um Pai como tu est s em mim e eu em ti Que eles tamb m estejam em n s 31 Imago Dei PINGOS NOS IS A felicidade est necessariamente associada aos estados de esp rito co
358. s sairiam do papel Acordei em paz Naquele caf da manh apertei novamente as m os de meu amigo Paulo Fabra Siqueira Hoje al m de n s dois temos a parceria do Paschoal Fabra Neto e de um sem n mero de pares que nos ajudam a apresentar a tradi o de espiritualidade judaico crist como caminho para a plena realiza o humana que a miss o da Galilea O cavaleiro solit rio vers o Marlboro um esp cime em extin o Morrer o de tanto fumar E fumar o sob a desculpa de aliviar o estresse de tentar carregar nas costas um peso que poderia ser compartilhado IGREJA A palavra igreja est associada com templo A palavra templo est associada com 179 religi o A palavra religi o est associada com dogmas regras morais e rituais E tudo isso junto leva voc a ter medo ou a descartar o valor da igreja Mas igreja significa literalmente ajuntamento mais precisamente um ajuntamento ao redor de Jesus Cristo Igreja o que acontece quando duas ou tr s pessoas est o reunidas em nome de Jesus e Jesus o Cristo ressurreto est no meio delas 14 O ajuntamento que recebe o nome de igreja porque estabelece a conex o entre o divino e o humano o mais poderoso encontro de pessoas que h no planeta Na tradi o de espiritualidade judaico crist a rela o com Deus pessoal a peregrina o espiritual comunit ria e nada absolutamente nada individual Igreja o encontro de pessoas q
359. s virtudes que expressamos numa esp cie de fluir de Deus atrav s de n s Da mesma maneira como podemos deixar minguar uma fogueira podemos tamb m extinguir a a o do Esp rito de Deus N o atrapalhem a a o do Esp rito Santo 11 Podemos tamb m entristecer o Esp rito Santo de Deus 12 o que denota uma rela o esp rito Esp rito pessoal e afetiva diferente do controle da mente ou da cria o de estados alterados de consci ncia isto a rela o esp rito Esp rito vai al m da harmonia interior Alguns estudiosos separam as virtudes crist s em tr s dimens es de relacionamentos da pessoa com Deus amor alegria e paz com o pr ximo paci ncia amabilidade e bondade e consigo mesma fidelidade mansid o e dom nio pr prio Prefiro ver essas virtudes entrela adas em todas as rela es Como j verificamos n o poss vel amar a Deus e n o amar o pr ximo porque ningu m pode amar a Deus a quem n o v se n o amar o seu irm o a quem v 13 A alegria um contentamento com o que se tem e o que se e n o existe satisfa o sem partilha pois toda boa d diva que recebemos de Deus h que ser desfrutada na perspectiva do p o nosso A paz em toda a tradi o judaico crist vista como fruto da justi a 14de modo que o shalom de Deus n o pode ser apenas individual e interiormente ningu m 141 vive em paz sozinho ou tem paz apenas para si mesmo A amabilidade ge
360. sa na boca do est mago ou o que n s costumamos chamar de n na garganta Jesus via uma prostituta sendo arrastada pela rua e lacrimejava Jesus via crian as e abaixava se para peg las no colo e contar hist rias Jesus passava por pessoas empoleiradas para que pudessem v lo e cruzava com ela o olhar Nessas horas seus olhos se enchiam d gua e ele dizia Hei voc vamos conversar em particular Pudesse eu definir em uma express o o que amar diria que amar e importar se O que amar Amar importar se N s achamos que amar passar por uma pessoa que sofre e sentar ao lado dela colocar o bra o em volta de seu ombro chorar com ela e suprir sua eventual necessidade Mas amar tamb m entrar no templo cheio de comerciantes da f e dar pontap s em todas as mesas como fez Jesus dizer Eu amo eu tenho entranhas que se remexem sou vulner vel Amar se importar a tal ponto de nos tornarmos escravos do zelo pelas realidades que amamos A maturidade n o a estabilidade que deixa de ser vulner vel Na verdade quanto mais vulner veis nos tornamos mais maduros e completos ficamos FRATERNIZADO Naquela noite fria de S o Paulo o culto foi transferido da Capela para o audit rio do Col gio Batista maior com capacidade de acolher mais pessoas que certamente chegariam para a confer ncia da Faculdade Teol gica Batista de S o Paulo Era meu primeiro ano no semin rio e levei para aquele audit rio todo o e
361. sa s o for as ou antifor as quase invenc veis O t dio a desmotiva o a falta de esperan a a resigna o est ica a descren a e a aus ncia de respostas e de nexos s o primos distantes do cinismo niilista que trata a vida com descaso e que deixa o mundo cinzento Lembro me muito bem daquele domingo quando fui interpelado por uma jovem que havia pouco passara a puberdade Pastor o que a vida sen o uma sucess o de fatos sem sentido Imaginei que sua quest o era noog nica n o resultava de repetidos desencantos at porque conhecia muito pouco da vida Ali estava uma pessoa que talvez precocemente se deparara com as perguntas matriciais da exist ncia humana Mas tamb m me lembro da pergunta que um diretor da multinacional em que eu fazia uma palestra endere ou me diante de mais de duzentos de seus gerentes e supervisores Pastor o senhor est dizendo que nunca fica estressado Naquele momento eu sabia que estava diante de um homem em busca de resposta para manter seu mundo interior em ordem em meio ao caos que tentava administrar no dia a dia Aquela n o foi uma pergunta existencial como da jovem mas sim circunstancial de gente grande que n o conseguiu amarrar todas as pontas dos pap is que desempenha na vida Vindos de lugares absolutamente diferentes ali estavam duas pessoas que passariam a conviver com a tenta o de pegar atalhos para dar colorido aos seus dias Minha tarefa era a mesm
362. sar como por exemplo quando dirigimos escovamos os dentes ou discamos o telefone para casa Esses h bitos arraigados em nossa carne tamb m dizem respeito s coisas erradas que o corpo sabe fazer A depend ncia qu mica por exemplo resulta de um clamor do corpo misturado ao clamor da alma ou melhor dizendo maneira como o corpo aprendeu a atender os apelos da alma Os h bitos corporais s o a forma primordial de exist ncia do mal humano na vida pr tica 8 e por essa raz o o objetivo dos exerc cios espirituais romper o poder do v cio de praticar a maldade que o corpo aprendeu enquanto viveu longe e alheio vida de Deus A grande agonia do crist o conviver com a luta entre o corpo e o esp rito pois enquanto o corpo n o for redimido 10 isto enquanto o que corrupt vel n o se revestir de imortalidade 11 haver uma luta constante para que se consiga fazer o bem desejado em detrimento do mal abominado N o entendo o que fa o Pois n o fa o o que desejo mas o que odeio E se fa o o que n o desejo admito que a Lei boa Neste caso n o sou mais eu quem o faz mas o pecado que habita em mim Sei que nada de bom habita em mim isto em minha carne Porque tenho o desejo de fazer o que bom mas n o consigo realiz lo Pois o que fa o n o o bem que desejo mas o mal que n o quero fazer esse eu continuo fazendo Ora se fa o o que n o quero j n o sou eu quem o faz mas o pecado qu
363. sar das discuss es das f sicas cl ssica e qu ntica parece que os estudiosos preferem afirmar uma s ntese a respeito da ordem e caos no Universo Em vez de 197 afirmar que o Universo tende para o caos ou que o Universo obedece a uma ordem prefer vel afirmar que h uma ordem por tr s do caos aparente e h um caos por tr s de toda ordem aparente Para melhor compreens o dessa quest o voc pode pesquisar a teoria do caos Werner Heisenberg e seu princ pio da incerteza e as leis da termodin mica Voc vai ficar de boca aberta ao perceber a intelig ncia da mec nica do cosmos Mas h outra dimens o do caos e essa a que mais nos interessa Existe um caos no sentido de desordem confus o comportamento imprevis vel no ambiente da exist ncia humana as rela es do homem com Deus com os demais seres humanos consigo mesmo e com a pr pria natureza Parece bem razo vel que quando Deus convidou o ser humano para cooperar com ele na manuten o da ordem no caos ele n o estava se referindo ao processo de gest o dos saltos qu nticos dos el trons das rbitas das estrelas das dist ncias entre os planetas ou das velocidades de rota o e transla o da Terra Voc capaz de imaginar Mois s pensando consigo mesmo algo do tipo Acho que vou afastar a Terra um pouquinho mais do Sol para ver se consigo dar uma refrigerada neste deserto Na verdade o dom nio do ser humano sobre o Universo criado n o est relac
364. se levantaria sobre homens que seriam julgados pela grandeza de seu car ter Estes pretendem julgar as pessoas pela grandeza de seu saldo banc rio e pelas curvas de seus corpos malhados J virou lenda o tempo em que os neg cios eram feitos na base do fio do bigode em que a honra valia mais que o lucro e fazer o que certo era mais compensador do que ter prazer Tenho direito a ser feliz torna se uma frase duvidosa quando as pessoas com isso querem dizer que desejam ser felizes custe o que custar e agora mesmo nem um minuto a mais e que o caminho para isso estender a m o e tomar posse dos objetos de seus desejos ali s na maioria das vezes question veis A maldade intr nseca ao ser humano foi deixada na lata do lixo da cultura religiosa Tudo agora uma quest o de pensar corretamente de mudar condicionamentos mentais de domesticar impulsos destrutivos de construir h bitos saud veis O sucesso um torr o de a car para milhares de humanos 32 bestializados pelo behaviorismo que mascara as tens es da alma e esconde a infelicidade ontol gica que toda gente carrega no peito at descansar em Deus Milton Nascimento parece um profeta quando canta que longe se vai sonhando demais mas onde se chega assim vou descobrir o que me faz sentir eu ca ador de mim Mas parece que o conforto pode anestesiar especialmente aqueles que t m medo de um mergulho para dentro de si mesmos e que preferem paliativos como
365. se a mudar o que o Deus Eterno determinou como su cess o natural dos fatos Nesse caso existe apenas uma possibilidade de n o considerar o trabalho de Jesus no s bado quebra do mandamento De fato ou a atividade de Jesus no s bado contraria a vontade de Deus ou muito ao contr rio justamente a express o da vontade de Deus Em s ntese o mandamento de guardar o s bado foi uma forma de mostrar ao ser humano que somente Deus capaz de gerir sua Cria o Nesse caso trabalho igual a descanso quando o ser humano n o tem a pretens o de tomar nas m os o controle do Universo mas de se oferecer como instrumento para que Deus mesmo administre o mundo e essa voca o de exercer dom nio sobre a cria o mediante a autoridade delegada por Deus sem d vida uma express o da imagem de Deus no ser humano 73 A DIMENS O RELACIONAL DA IMAGO DEI Sob o nome de Deus a f crist v o Pai o Filho e o Esp rito Santo em eterna correla o interpenetra o e amor de tal sorte que s o um s Deus uno A unidade significa a comunh o das Pessoas divinas Por isso no prin c pio n o est a solid o do Uno mas a comunh o das tr s divinas Pessoas Com essas palavras de Leonardo Boff 24chegamos ao ponto mais alto e talvez mais negligenciado da interpreta o da imago Dei Ao comentar a natureza do Deus b blico Ricardo Barbosa afirma que ele essencialmente relacional Esta a diferen a entre o monote smo trin
366. se jeito de viver 85 independe das conquistas e circunst ncias Esse jeito de viver que estou chamando de vivendo com prop sitos viver em alinhamento com nossa identidade mais profunda sabendo que nossa identidade mais profunda a imagem de Deus Uma das mais elevadas compreens es do cristianismo est registrada nas palavras de C S Lewis em seu Cristianismo puro e simples no qual mostra que toda tentativa de viver em desalinho com Deus frustrada na origem Lewis diz que A felicidade que Deus destinou s suas criaturas superiores a felicidade de estarem livre e voluntariamente unidas a ele e umas s outras num xtase de amor e alegria Deus nos criou do mesmo modo como um homem inventa um motor Ora um autom vel feito para andar com gasolina n o andar bem com nenhum outro combust vel e Deus projetou a m quina humana para andar base dele mesmo Ele o combust vel que o nosso esp rito foi projetado para queimar o alimento que fomos feitos para consumir n o h nenhum outro por isso que n o adianta pedir a Deus que nos deixe ser felizes nossa maneira sem termos de nos preocupar com religi o Deus n o pode nos dar uma felicidade e uma paz independentes dele simplesmente porque n o existem N o h suced neos para ele 4 As express es queimar o combust vel divino e consumir o alimento divino s o apenas outra maneira de dizer que devemos viver de acordo com a imago Dei C
367. sentido da vida Salom o percorreu as trilhas do prazer do trabalho da est tica e da beleza do poder e da lux ria para chegar conclus o de que tudo na vida era vaidade de vaidades no hebraico hebel hebelim que denota o que vis vel ou identific vel mas imaterial transit rio e in til Mas exata mente Salom o quem promove a destrui o ruidosa de dolos das respostas f ceis s quest es sobre o sentido da vida incluindo as respostas religiosas O segredo do sentido da vida est na experi ncia do cotidiano luz da eternidade pois a afirma o mais contundente do Eclesiastes que Deus p s no cora o do homem o anseio pela eternidade 8 ou em outras palavras a vida aqui com as coisas daqui e ningu m pode realizar o sentido da vida excluindo este mundo e esta dimens o da exist ncia mas n o aqui seu ponto final e n o s o as coisas daqui as ltimas Na verdade s o as pen ltimas Maslow tinha certa raz o Mas esqueceu que o cora o do homem tem um vazio do tamanho de Deus como disse Fyodor Dostoyevsky fato que precisamos sobreviver e ter sucesso mas mais verdadeiro ainda que ansiamos por significado e respostas que nos conduzam eternidade a eternidade que cabe dentro do nosso cora o Meu amigo de quarto no semin rio ensinou me isto quando discut amos Morte e vida Severina de Jo o Cabral de Mello Neto As pessoas n o t m medo de morrer elas na verdade t m me
368. ser celebrados quando vividos com inteireza amor e simplicidade sem 24 a necessidade de que se eternizem porque grandiosos mas grandiosos porque vividos como eternos Tamb m por isso n o me dou por vencido Sei que existe uma dimens o de vida acima da mediocridade acomodada Saio para uma maravilhosa aventura e convido voc a vestir se de coragem e me acompanhar na busca de respostas a algumas perguntas absolutamente relevantes para quem deseja uma vida plena como experimentar um modo de viver satisfat rio em meio ao turbilh o de responsabilidades solicita es ocupa es suposi es e possibilidades Ali s poss vel encaixar esse universo em sete dias de 24 horas Como nos livrar do estresse do enfado do ressentimento da vontade de sumir do senso de vazio e de inutilidade e da culpa Existe um jeito de ganhar o mundo sem perder a alma poss vel viver num estado de esp rito que chamamos felicidade Afinal existe mesmo essa tal felicidade E se existe como se define E se poss vel defini la como experiment la 2 Alternativas N O DESISTA Este um texto destinado a pessoas que t m a mente voltada para o sucesso Pessoas como voc que est o na expectativa de trazer para a Terra suas mais caras aspira es transformando as em realidades emocionantes Poder mandar seus filhos para a universidade que eles escolherem Mudar separa aquela casa espa osa e ajardinada de seus sonhos Levar a f
369. seu Filho a fim de que ele seja o primog nito entre muitos irm os Em outras palavras o que est em jogo n o a situa o confort vel ou desconfort vel da minha vida mas sim o tipo de gente que estou me tornando medida que vou vivendo esta situa o O nome do jogo transforma o transforma o imago Dei imago Cristo As possibilidades de tradu o desse texto b blico tamb m s o interessantes A frase sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam pode ser traduzida por sabemos que em todas as coisas Deus coopera com aqueles que o amam Prefiro a segunda hip tese pois muito embora acredite num Deus que interfere nas circunst ncias da vida minha rela o com Deus est muito mais baseada em suas interven es em mim mesmo Deus muito mais um solucionador de pessoas do que um solucionador de problemas Deus sempre preferir se relacio nar com aqueles que o amam em detrimento de manipular suas circunst ncias E n o tenho d vidas quanto ao fato de que n o raras vezes Deus nos deixa em situa es de desconforto justamente para nos aproximarmos dele e experimentarmos mais profundamente o seu amor Tudo isso faz muito sentido N o estamos correndo atr s de gra as que qualifiquem nossas circunst ncias Estamos em busca de significado Somente quando conseguirmos viver o sentido de cada momento conseguiremos emprestar sentido vida como um todo Para realizar o sentido de
370. seu c rebro dez elevado pot ncia de um trilh o ou 101000000000000 Quem me ensinou isso foi o Dr Herbert Benson 14 Esses n meros de gal xias de estrelas de neur nios e de conex es nervosas do c rebro quase me deixam envergonhado de ter escrito um livro a respeito da vida que vale a pena Parece mesmo uma piada pensar que um sujeito de conhecimento t o limitado com t o pouco tempo de vida ali s nem cito os n meros prov veis do tempo de exist ncia do Universo encrostado no ch o do Terceiro Mundo proponha se a filosofar a teologizar e ainda por cima publicar suas conclus es Mais piada ainda parece voc ter chegado at aqui nessa discuss o a respeito do mist rio do sentido da vida sublinhando riscando assentindo e retrucando ar gumentos N o somos pat ticos porque somos imago Dei T o imenso o Universo t o imensa a ra a humana t o imenso a pessoa humana cada uma inclusive voc e eu N o somos uma piada do mist rio porque somos um com o pr prio Mist rio Somos igualmente um mist rio A reflex o e a auto reflex o s o ao mesmo tempo a porta de entrada de um labirinto e um caminho de vida e a conex o com a eternidade O anseio de conhecer e a entrega busca incans vel constroem a trilha na qual a revela o pode chegar a qualquer momento N o penso porque creio em minha capacidade de descobrir e de desvendar Penso porque creio que enquanto penso recebo revela o E recebendo revela o desf
371. sicas A abstin ncia do alimento nos ensina que N o s de p o viver o homem mas de toda palavra que procede da boca de Deus 20 e a desfrutar de uma comida que o mundo n o conhece a saber a vontade de Deus 30A abstin ncia do alimento nos treina a renunciar prazeres leg timos para nos tornarmos como pretendeu Thomas Kempis ao dizer que quem melhor sabe sofrer maior paz ter Esse vencedor de si mesmo e senhor do mundo amigo de Cristo e herdeiro do c u 31 Mais do que o jejum devemos cultivar uma dieta equilibrada como por exemplo o profeta Daniel que n o quis as iguarias do rei e escolheu gua e vegetais para sua alimenta o 32 Al m de cuidar do corpo mediante dieta e exerc cios devemos dar aten o especial ao descanso O sono sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de viver disse o poeta Beto Guedes O sono sem duvida o momento mais importante de restauro de toda a m quina humana Dormindo permitimos que o organismo entregue a chave administrativa o controle gerencial do corpo para o sistema aut nomo que far o que tem que ser feito restituindo as energias e repondo o que foi gasto em mais um dia de rduo trabalho bioqu mico Didaticamente funciona mais ou menos assim ao primeiro sinal de in cio do seu sono os menininhos que vivem dentro do seu organismo e que s o respons veis pela arruma o e limpeza j come am a cochichar Um diz Ei Ser que eleja dormiu m
372. soas ou em outras palavras a pessoa tem de gostar do que faz Um terceiro fator que o trabalho tem de ser moralmente aceit vel e socialmente respons vel o que significa dar uma contribui o sociedade e cooperar com os mais nobres ideais humanos Uma quarta caracter stica do trabalho com sentido que ele deve ser uma fonte de experi ncias de rela es satisfat rias e nesse sentido o trabalho aproxima pessoas e cria parcerias existenciais A quinta caracter stica diz respeito s garantias de seguran a e autonomia pois com o trabalho ganhamos a vida dinheiro para viver respeito admira o e acima de tudo a dignidade Finalmente a sexta caracter stica de um trabalho com sentido que ele nos mant m ocupados enche nossa agenda organiza nosso tempo dias meses anos estrutura e organiza a vida di ria e a hist ria pessoal Al m dessas seis caracter sticas creio que o sentido do trabalho est associado a dois outros fatores Primeiro com as possibilidades de autodesenvolvimento ou como bem disse Vin cius de Moraes o oper rio faz a coisa e a coisa faz o oper rio 223 Mas acredito que a caracter stica mais essencial do sentido no trabalho o senso de miss o A maioria das pessoas realizadas em sua atividade profissional acredita n o apenas que faz o que Deus lhes deu para fazer como tamb m no fato de que os frutos de tal atividade est o associados a valores intang veis A dimens o reli
373. soldados como buracos em que depositaram suas flores sementes de futuro Sa ram pelas ruas de Lisboa caminhando e cantando uma can o que ainda hoje alimenta minha utopia e rega meu exerc cio di rio de plantar jardins vinde v s os povos de todas as na es erguei vos e cantai com alegria Fazei soar nos ares a nova melodia que Jesus Cristo traz liberta o E tempo de romper a vil escravid o que em v s exercem homens ou ideias tempo de dizer que s Deus pode ser o nico Senhor da humanidade A verdade vos libertar sereis em Cristo verdadeiramente livres Vinde todos sim oh vinde j e celebrai com alegria a vossa liberta o E v s os oprimidos e v s os explorados e v s os que viveis em agonia e V S OS cegos COXOS V S cativos s s sabei que em breve vem um novo dia Um dia de justi a um dia de verdade um dia em que haver na terra paz e que ser vencida a morte pela vida e a escravid o enfim acabar 17 Tesouros QUANTO Vinte e cinco mil d lares por ano Essa foi a conclus o a que chegaram os pesquisadores que est o tentando valorar quanto custa a felicidade De pois de 204 muitas entrevistas conclu ram que existe de fato uma correla o entre felicidade e renda financeira isto quanto mais dinheiro mais felicidade O dado surpreendente que essa correla o diminui medida que a renda aumenta e chega a ser nula quando a renda anual do indiv duo c
374. sso quando somos capazes de realizar com dignidade o sentido embutido em cada momento e situa o Por isso o sentido da vida n o se equaciona na elucida o dos grandes mist rios melhor viver do que sacrificar os dias tentando decifrar a vida nem no xtase dos grandes eventos feitos ou experi ncias arrebatadoras O sentido da vida est na sabedoria do conselho do Ooelet o Eclesiastes coma com prazer a sua comida e beba o seu vinho de cora o alegre pois Deus j se agradou do que voc faz Esteja sempre vestido com roupas de festa e unja sempre a sua cabe a com leo Desfrute a vida com a mulher a quem voc ama 8 Harold Kushner ao comentar esse trecho diz que tentar encontrar a Grande Resposta para a Grande Pergunta a respeito do problema da vida como tentar comer a Grande Refei o para nunca mais ter de se preocupar com a fome Portanto concordo com aqueles que dizem que o sentido da vida viver e que a grande recompensa de quem vive n o est necessariamente em outra vida e em outro mundo Quando aprendemos a viver a pr pria vida a recompensa 10 Amar ajudar e prestar servi os aos demais Claro Egoismo e narcisismo s o primos irm os da infelicidade pois qualquer que pretenda encontrar sentido em si mesmo vai se decepcionar A id ia de que tudo quanto voc precisa para ser feliz est dentro de voc uma estupidez humanista que desconsidera o universo criado n o existe felicidade s
375. ta es s quais eu estava me submetendo aceitando s cios para minha empresa Galilea O que dependia exclusivamente de minhas decis es passaria a ser objeto de discuss o e a busca do consenso deveria tornar se a regra deliberativa Isso significaria a disposi o em ser voto vencido a op o por abrir m o de posicionamentos e de prefer ncias o que implicava o estreitamento de meus limites de liberdade Naquela noite tive um sonho Estava no audit rio ouvindo uma palestra O preletor dizia que h tr s tipos de l deres os vision rios os gestores e os burocratas Os vision rios enxergam o futuro s o criativos e vivem deflagrando processos relevantes para causar diferen as em seu tempo e em seu contexto mas dificilmente s o capazes de fazer acontecer sua vis o Os gestores s o capazes de fazer acontecer S o bons em planejamento em mobiliza o de pessoas em coordena o de processos e em administra o de rotinas J os burocratas s o centralizadores e se perdem em m ltiplas atividades de pouco proveito S o eficientes pois fazem as coisas da maneira certa mas n o s o eficazes pois n o fazem a coisa certa Conforme a m xima da administra o fazem muito movimento com pouco deslocamento L pelas tantas em meu sonho o preletor disse que aqueles que n o estivessem dispostos a compartilhar sua vis o e a assumir os custos de trabalhar em equipe se tornariam burocratas improdutivos com timas ideias que jamai
376. ta Gente maravilhosa Com fome de Deus de cora o inquieto car ter ntegro engajamento solid rio mas com uma ang stia no peito que me cansa d e que me p e de joelhos para orar por elas Penso nelas a cada nova linha da Escritura Sagrada que me ilumina o cora o a cada linha de um novo livro que traz inspira o a meu esp rito Desde que aprofundei essa experi ncia fora dos port es da religi o organizada ao redor de credos ritos e c digos morais fiz maravilhosas descobertas Dentre elas descobri que a fome da alma que encontro do lado de fora no meu rebanho marginal povoa as noites maldormidas do meu rebanho oficial Como nunca fazem sentido as palavras de S neca sou humano e nada do que humano me estranho Dentro e fora dos port es da religiosidade somos todos humanos Pulsamos no mesmo compasso de Santo Agostinho que orava ao Deus que nos criou para si mesmo e por isso inquieto bate nosso cora o at que nele descanse Escrevi este livro para resumir minhas respostas existenciais Para organizar minhas raz es de abra ar e de viver luz da tradi o de espiritualidade judaico crist Escrevi para afirmar minha f Escrevi para tornar ainda mais p blica minha paix o por Jesus de Nazar meu desejo por Deus o Pai e minha vulnerabilidade ao Esp rito Santo 4 Mas tamb m escrevi para voc Venci o medo e resolvi dar minha contribui o Assumi a pretens o de compartilhar com
377. tais sempre me entediou Crescer e multiplicar n o resume satisfatoriamente a raz o pela qual existo Considero blasfemo aquele que chama de vida apenas a sucess o de atividades inerentes sobreviv ncia comer beber dormir procriar trabalhar e ter prazer eventual Jamais passei um dia sem buscar discernir e estabelecer contato com as for as e personalidades que interagem e que se digladiam nos planos invis veis determinando a trama hist rica que a maioria ing nua pensa comandar No meu mundo cabem e s o imprescind veis para que esse mundo fa a sentido Deus o diabo anjos e dem nios E os humanos Todos os humanos Sou obcecado por acessar esses lugares outros essa dimens o espiritual para transitar entre o esp rito e o Esp rito de modo a poder cooperar com a causa em vez de navegar ao sabor dos efeitos Por conta disso minhas noites adultas sempre foram maldormidas passadas entre os cantos l gubres dos labirintos da reflex o e as iluminadas trilhas da ora o nas pistas deixadas pelos escritos sagrados Passo madrugadas em claro Fico deprimido durante dias ap s not cias catastr ficas Leio as Escrituras Sagradas com avidez para discernir a opini o de Deus sobre meu mundo de dentro e de fora Suplico socorro aos c us e busco luz para o entendimento na expectativa de ter o que dizer para as pessoas que amo Pe o a Deus que mostre sua cara para mim e atrav s de mim J n o me basta crer e esperar Anseio ver e
378. tar solit rio O solit rio deseja companhia mas n o encontra enquanto aquele que est em solitude pratica o isolamento volunt rio Lembro me da hist ria do homem que procurou um terapeuta e recebeu a tarefa de separar uma hora da sua semana para ficar em solitude Na consulta seguinte voltou entusiasmado contando da maravilhosa experi ncia de ler e ouvir m sica sem ningu m por perto ao que o terapeuta respondeu que ele deveria ter ficado sozinho e n o em contato com Fernando Pessoa ou Vivaldi Mas eu n o me aguento doutor disse o pobre desolado N o raras vezes a valoriza o da companhia de outras pessoas uma forma de disfar ar a fuga de si mesmo Henri Nouwen diz que o sil ncio uma forma de tornar a solitude uma realidade 42 e isso o que h de mais assustador nele A sensa o de que n o existe ningu m exceto Deus em quem podemos encontrar a base para continuar existindo e a constata o de que nossos recursos interiores s o insuficientes para sustentar essa rela o chamam nos constantemente para fora de n s mesmos Isso me faz lembrar do dia em que constatei que Deus e eu num quarto era muito pouca gente Minha vida come ou a mudar ali EU FALSO E EU VERDADEIRO Os mestres da espiritualidade devotam especial aten o aos processos de transforma o e de desenvolvimento pessoal Desde tempos remotos sabido que 155 o primeiro fruto dos exerc cios espirituais o autoconhecimento Bu
379. to muito menos apar ncia f sica ao poder espiritual ou dota o intelectual A mensagem mais elementar do evangelho deixa claro que a salva o que recebemos de Deus a vida eterna Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unig nito para que todo o que nele cr n o pere a mas tenha a vida eterna Aquele que tem o Filho tem a vida aquele que n o tem o Filho de Deus n o tem a vida 1 Henri Nouwen testemunhou Durante a maior parte dos meus anos falei de vida eterna como p s vida como vida depois da morte Mas medida que vou ficando mais velho menos interesse tenho pelo p s vida Preocupar me com o amanh com o pr ximo ano com a pr xima d cada e tamb m com a pr xima vida parece me uma falsa preocupa o Cismar como tudo ser para mim depois de morrer parece me em grande parte uma distra o Se a minha meta a vida eterna ent o essa vida deve ser ating vel j agora onde eu estou porque a vida eterna a vida em e com Deus e Deus est onde eu estou aqui e agora O grande mist rio da vida espiritual a vida em Deus que n o temos de esperar por ela como algo que acontecer depois Jesus disse Estai em mim como eu estou em v s este divino estar em que a vida eterna a presen a ativa de Deus no centro do meu viver o movi mento do Esp rito de Deus dentro de n s que nos d a vida eterna 2 A presen a ativa do Esp rito Santo em n s
380. trabalhar Fu digo trabalhem trabalhem trabalhem De 8 s 12 de 12 s 8 e mais se for preciso Trabalho n o mata Ocupa o tempo Evita o cio que a morada do dem nio e constr i prod gios O Brasil este pa s de malandros e espertos da vantagem em tudo tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol constru ram em menos de 50 anos a 2 maior megapot ncia do planeta Enquanto n s os espertos constru mos uma das maiores impot ncias do trabalho Trabalhe Muitos de seus colegas dir o que voc est perdendo sua vida porque voc vai trabalhar enquanto eles veraneiam Porque voc vai trabalhar enquanto eles v o ao mesmo bar da semana anterior conversar as mesmas conversas mas o tempo que mesmo o senhor da raz o vai bendizer o fruto do seu esfor o e s o trabalho o leva a conhecer pessoas e mundos que os 213 acomodados n o conhecer o E isso se chama sucesso 18 Talento TRABALHO Cl udio Arrau 1903 1991 famoso pianista chileno comemorou seus 70 anos com uma exaustiva tourn e pela Europa Durante uma entrevista um rep rter perguntou se um homem com 70 anos n o deveria trabalhar menos A resposta foi brilhante Meu filho quanto mais eu gosto do que fa o menos eu chamo de trabalho Contei essa hist ria para um amigo que amante de hist rias emendou outra acontecida com ele mesmo Com graves problemas no cora
381. traduzida por paizinho ou papai O que Jesus pretendia era estabelecer n o apenas uma dimens o pessoal em nosso relacionamento com Deus como tamb m enquadrar esse relacionamento numa moldura de extrema afetividade e depend ncia como deve ser todo relacionamento entre pai e filho Quem ora sem crer em Deus n o ora elabora Quem ora sem crer que Deus existe em termos pessoais e est disposi o para um relacionamento pr ximo amoroso e consciente na verdade fala de si para si mesmo 10 Ou fala de si para o Todo ou para Tudo que equivale a nada Orar penetrar no cora o de Deus a convite do pr prio Deus o Abba que a todos convoca para que se assumam e se percebam como filhos amados Esse o grande segredo da ora o Orar implica tamb m um momento espec fico de consci ncia Jesus disse que a ora o n o um ato mec nico n o se destina a gerar um estado alterado de consci ncia Jesus advertiu que ao orar n o devemos usar de v s repeti es isto n o devemos transformar a ora o num mantra aut nomo em rela o ao todo do nosso ser e viver Toda vez que nos recolhemos para fazer uma releitura do mundo e do nosso universo interior colocamo nos diante da oportunidade de refazer estruturas ps quicas e recebermos de Deus novos patamares existenciais A recomenda o de Jesus sobre n o ficar repetindo a mesma coisa pode ser interpretada de diferentes maneiras Gosto de pensar que est de
382. ualidade contempor nea reserva muitos lugares para cr dulos que acreditam no conforto produzido por uma f m gica fita do Bonfim e do despacho d zimos e correntes de f benzimentos e passes jejuns e vig lias novenas e prociss es para tudo que lado Sem d vida essa uma experi ncia es piritual movida pelos paradigmas da auto ajuda Primeiro porque est centrada no indiv duo e seu desconforto e tudo quanto espera lograr do contato com a divindade qualquer que seja ela a melhoraxla situa o em termos de solu o de problemas de progresso social e bem estar pessoal Mas tamb m essa espiritualidade p s moderna made in movimento de auto ajuda cheia de truques e de artif cios para a conquista dos obje tivos propostos Assim como existem livros ensinando a fazer amigos e influenciar pessoas existem outros tantos que ensinam a ora o que move a m o de Deus Da mesma maneira como os neurolinguistas ensinam a programa o mental os l deres espirituais ensinam a programa o dos deuses mostrando que imposs vel que os deuses n o se comovam em favor de uma pessoa que acende uma vela sobe uma escada de joelho participa da corrente da f oferece donativos na creche do bairro serve champanhe e cacha a nas esquinas escuras Sem d vida aparentemente uma espiritualidade de manipula o dos esp ritos mas certamente uma experi ncia de escravid o aos ritos aos m todos e principalmente aos es
383. uas rela es com tudo e com todos s o mediadas por sua disponibilidade a Deus Nada estar em suas m os como posse mas sim como d diva primeiro a Deus e depois a quem precisar De fato dando que se recebe pois uma vez que voc d a quem precisa por amor ao Reino de Deus voc recebe cem vezes mais isto abre m o do pouco que possui para ter acesso a tudo quanto Deus possui A segunda sabedoria desse conselho de Jesus vende tudo e d o dinheiro aos pobres para receber cem vezes mais agora e no futuro a vida eterna que se 209 imagina que a vida eterna uma experi ncia apenas futura Acredito que a vida eterna come a agora O para so come a aqui O c u tamb m um estado de esp rito um senso de plenitude O paradoxo que somente o tesouro que n o retido egoisticamente satisfaz o cora o humano Somente quem abre m o de possuir agraciado com a sensa o de possuir tudo Qualquer riqueza utilizada de modo egoc ntrico seria sempre riqueza que se esvai pelos dedos deixando a sensa o de nunca ter existido imprimindo no cora o a sensa o de empobrecimento Riqueza despendida egoisticamente riqueza consumida que vai deixando a sensa o de perda Riqueza partilhada riqueza multiplicada A terceira maneira de nos livrar do dinheiro e de ajuntar tesouros no c u negociando Negociar colocar dinheiro em circula o Colocar dinheiro em circula o significa duas coisas
384. ue nos s o acrescentados ao longo da trilha Ningu m peregrina sozinho Caminha inclusive ao lado de companheiros invis veis aos olhos humanos Quanto maior a capacidade de discernir e de escolher companhias maior a possibilidade de xito do peregrino Tamb m verdade que ningu m peregrina apenas pelas estradas do aqui e agora mas tamb m e principalmente pelas regi es do ali e al m Quanto mais o peregrino for capaz de discernir e de interferir no outro mundo maior a possibilidade de xito neste mundo A perspectiva da peregrina o solid ria a melhor leitura que consigo fazer da experi ncia espiritual judaico crist O crist o um peregrino O crist o um peregrino que caminha em comunh o O cristianismo a trilha da intimidade com Deus e com o pr ximo Cristianismo conex o A partir de Ad o o primeiro ser humano prot tipo de todos n s a experi ncia de peregrina o compartilhada com toda a humanidade Essa peregrina o n o o caminho da volta ao para so nem a elabora o ps quico emocional daqueles para quem a vida n o transcorreu por vias consideradas normais N o se trata de fuga para o c u nem da busca de equil brio interior intimista A peregrina o n o 10 apenas ps quica e emocional mas tamb m essencialmente espiritual N o necess ria para uns poucos traumatizados por experi ncias circunstanciais mas sim uma tarefa imprescind vel a todo ser humano rumo
385. ue t m em comum a f em Jesus Cristo Naturalmente pressup e se que tenham tamb m os mesmos crit rios de valores e as mesmas aspira es existenciais Isso faz da igreja o ambiente priorit rio em que poss vel encontrar amigos e mentores De todos os grupos de conviv ncia como por exemplo a fam lia a rede de rela es profissionais os parceiros de empreendimentos e os associados com interesses afins o grupo mais importante que preciso identificar em sua vida a igreja isto aqueles dois ou tr s ou mais que se re nem com voc ao redor do Cristo ressurreto Nada mais poderoso neste planeta do que a unidade entre homens e mulheres que partilham a mesma f no mesmo Deus Cristo Nenhum contexto de relacionamentos t o rico e frutifero quanto o ambiente das amizades e intimidades espirituais Tenho experimentado isso desde minha adolesc ncia e posso afirmar que ali encontrei pessoas que amaram e que amam de verdade dispostas a repartir comigo o melhor de tudo quanto possuem inclusive e principalmente a si mesmas Foi na comunh o da l que fiz minhas amizades mais s lidas e que encontrei parceiros para minha peregrina o espiritual Espero ser para eles o que s o para mim CONCLUS ES poss vel relacionar se com uma pessoa apenas em uma dimens o Isto voc pode relacionar se com algu m que vai ajud lo a emagrecei mas que n o ser convidado para sua festa de anivers rio Esse um dos seus c
386. uiri outra perspectiva do que seja estar com o diabo no corpo ou ser endiabrado N o me interessa tanto essa rela o de incorpora o de esp ritos em corpos alheios embora me solidarize com os que cuidam de pessoas assim afligidas porque percebi algo muito mais sutil e danoso nesta disputa espiritual Tratar os diabos como entidades que incorporam passou a ser secund rio em rela o s possibilidades de personalidades que v o se tornando diabos independentemente de qualquer experi ncia de incorpora o Estou mais preocupado com os diabos enquanto arqu tipos do que com eles enquanto entidades Quando a quest o a disputa entre esp ritos fortes e fracos para ver quem controla quem o Esp rito do Cristo insuper vel Nisso descanso e nessa dimens o n o temo qualquer esp rito O que temo mesmo meu esp rito Temo meu esp rito porque acredito que assim como qualquer outra criatura no Universo posso me demonizar cruz credo isto posso exercitar minha vontade contra o amor de Deus posso me tornar um canibal espiritual desejando viver apenas na dimens o do prazer eg ico tentando sorver tudo o que encontro minha frente para engolir e chamar de eu e meu HUMANIZADO Deus tr s Esse um mist rio dif cil de entender como um s Deus ao mesmo tempo tr s Chegamos Trindade Deus Pai Deus Filho e Deus Esp rito Santo Ricardo Barbosa apresenta Deus dizendo que ele essencialmente relacional
387. ulo Mundo Crist o 2001 pp 94s Id ibid p 99 1 Cor ntios 6 18 19 Ef sios 2 20 22 Filipenses 2 12 13 Colossenses 1 27 ARA 1 Pedro 2 5 ARA Jo o 14 2 3 NVI Dam sio Ant nio O erro de Descartes S o Paulo Companhia das Letras 1998 p 280 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Id ibid p 280 Lewis C S Op cit 1989 p 17 Id ibid Frankl Viktor 4 presen a ignorada de Deus Petr polis Sinodal 1992 p 41 Salmos 92 4 5 NVD Salmos 104 24 NVD Salmos 145 3 10 NVD Salmos 37 5 NVI Isa as 64 4 NVI Jo o 5 17 ARA Boff Leonardo A trindade e a sociedade Petr polis Vozes 1986 p 21 Citado por Ricardo Barbosa em 1986 235 25 26 27 29 30 31 32 34 i Id ibid p 61 G nesis 2 21 25 NVI Veja Ef sios 2 15 G latas 3 26 28 NVD Lewis C S Op cit 1989 p 125 Jo o 1 1 14 ARA Romanos 8 29 NVD Colossenses 1 17 19 NVD Lucas 19 10 NVD Mateus 20 28 NVI CAP TULO 6 PROP SITOS Schopenhauer citado por Comte Sponville Andr em 4 felicidade deses peradamente S o Paulo Martins Fontes 2001 p 35 PA Fo 3 4 AS AU Comte Sponville Andr Pequeno tratado das grandes virtudes S o Paulo Martins ntes 1995 p 8 2 Pedro 1 4 Lewis C S Cristianismo puro e simples S o Paulo ABU Editora 1989 p 27 CAP TULO 7 CONVERS O W
388. us presente diferente de Deus agindo E Deus agindo diferente de Deus agindo perceptivelmente Quando o poeta b blico nos convida a entrar na presen a de Deus com louvores e a es de gra a na verdade est nos convidando a focalizar nossa aten o em Deus entrar em um momento divino A melhor maneira de entrar na presen a de Deus a ora o Para transcender nesse sentido voc precisa aprender a orar UM JEITO DE ORAR Transcender ir al m do tempo e do espa o Quem vai al m do tempo escapa do desgaste Quem vai al m do espa o escapa dos limites Al m do tempo est a vitalidade e a fonte que a tudo alimenta Al m do espa o esta a matriz de toda a realidade e a plenitude de todas as coisas Al m do tempo o eterno agora a integra o de passado presente e futuro Al m do espa o o eterno lugar a integra o dos ambientes o encurtamento e a aniquili o das dist ncias Al m do tempo est a harmonia entre o j e o ainda n o Alem do espa o est a harmonia entre aqui e l O vers culo inicial do Livro de N meros diz que Deus falou a Mois s no deserto do Sinai na tenda da congrega o ARA ou Tenda do Encontro N VT no primeiro dia do segundo m s do segundo ano de sua sa da do Egito Aparentemente o texto caminha em dire es invertidas nas dimens es espa o e tempo Em se tratando do espa o o texto progride do gen rico para o espec fico do deserto para a tenda da co
389. vo este trecho tendo acabado de chegar de minha corrida matinal no Parque do Ibirapuera geralmente em companhia do Ricardo Gondim Enquanto comemos o ch o passo a passo s segundas feiras geralmente contamos um ao outro os serm es do domingo anterior Hoje falamos sobre o relato b blico da cria o Ricardo iniciou uma s rie expositiva do Livro do G nesis e conversamos bastante a respeito dos diversos sentidos poss veis dos sete dias Alguns te logos interpretam o texto literalmente defendendo dias de 24 horas Outros cr em que os dias podem ser de 24 horas mas n o necessariamente sucessivos havendo entre eles intervalos de milh es de anos H os que acreditam num abismo de tempo entre os vers culos 1 e 2 do primeiro cap tulo do G nesis e tamb m os que preferem traduzir dia por era per odo ciclo bloco de tempo n o mensur vel A interpreta o mais interessante a que prop e que os sete dias s o os dias da revela o de Deus a Mois s o que significa que Deus criou o Universo num per odo indefinido e revelou o processo em sete dias Independentemente da op o que fa amos concordo com o que meu amigo me ensinou nesta manh a saber que o relato b blico se presta a dizer tr s coisas A primeira que antes de existir qualquer coisa existia algu m Antes do Universo o Criador era A segunda que antes de existir qualquer coisa havia design de gmo Todas as coisas t m seu prop sito no Universo na
390. voc o que considero jeito certo de viver e de como podemos experimentar a felicidade aqui e agora enquanto vivemos na esperan a do ali e al m Dedico este livro a voc com as palavras de Nikos Kazantzakis Antes de morrer forcejo por fazer um sinal aos companheiros Estender lhes a m o e balbuciar uma palavra ntegra Dizer lhes o que imagino seja essa marcha para onde estamos indo E que preciso acertarmos todos juntos o passo e o cora o 5 VIVENDO COM PROP SITOS Introdu o Por uma s coisa anseio aprender o que se esconde atr s dos fen menos desvendar o mist rio que me d a vida e a morle saber se uma presen a invis vel e imota se esconde al m dojluxo vis vel e incessante do mundo Pergunto e torno a perguntar golpeando o caos quem nos planta nessa terra sem nos pedir licen a Quem nos arranca da terra sem nos pedir licen a Sou uma criatura fraca e ef mera feita de barro e sonhos Mas sinto em mim o turbilhonar de todas as for as do Universo Antes de ser despeda ado quero ter um instante para abrir os olhos e ver Minha vida n o tem outro objetivo Quero achar uma raz o de viver de suportar o terr vel espet culo di rio da doen a da fealdade da injusti a e da morte Vim de um lugar obscuro o tero vou para outro lugar obscuro a Sepultura Uma for a me atira para fora do abismo negro outra for a me impele irresistivel mente para dentro dele Nikos Kazantizakis
391. vou procurar voc onde estiver e voc vai ter de olhar bem dentro dos meus olhos N o sei se ele viu alguma coisa em meu cora o ou se projetou em mim algo do 177 seu pr prio cora o Mas uma coisa eu sei Aquela foi uma conversa com um mentor espiritual Ele n o estava preocupado com meu futuro profissional nem com o desenvolvimento de meus talentos e capacidades Sua preocupa o era com a dimens o da identidade profunda de um homem a parceria conjugal Olhando para tr s pois j se passaram mais de quinze anos desde que percorremos juntos aquela estrada n o tenho d vida de que o Douglas trouxe para a luz a coisa mais importante do meu cora o Toda vez que passo naquele trecho da estrada a saudade faz doer meu peito e quando minha esposa est comigo aperto mais forte sua m o sem precisar dizer por qu PARCEIROS Al m dos grupos de conviv ncia dos amigos coaches e mentores voc precisa de parceiros Parceiros s o aqueles com quem produzimos riquezas somamos compet ncias trocamos experi ncias e cooperamos na dire o de um interesse comum Os relacionamentos com os parceiros devem ser baseados na igualdade a hierarquia deve ser apenas funcional algu m tem de coordenar o processo na diversidade quando dois sempre concordam um deles n o necess rio na complementaridade as compet ncias e as capacidades devem ser distintas e na mutualidade uma m o lava a outra Quem deseja construi
392. xcelsior da d cada de 1960 e seus maravilhosos Festivais de MPB Para voc que sabe do que estou falando recomendo a mesma coisa Garanto que vai chorar Perdoe a digress o nost lgica O que quero dizer que na rede das rela es em que todo mundo quer que a gente seja alguma coisa e em que n s lutamos para vir a ser o que devemos ser uma das atitudes mais importantes a tomar mapear os relacionamentos quem s o as pessoas que exercem influ ncia direta sobre as 170 nossas vidas e como podemos tios relacionar com elas Creio que estamos imersos numa rede de pelo menos cinco tipos ou dimens es de relacionamentos GRUPOS Fazemos parte de pequenos grupos de pessoas com quem repartimos nosso espa o natural deliberada ou compulsoriamente Por exemplo n o escolhemos nossa rede familiar Voc n o decide quem ser seu pai sua m e ou seus primos e cunhados Mas dever aprender a conviver com eles o resto da vida O grupo familiar um grupo natural isto voc n o escolhe quando se d conta j est l dividindo o quarto com duas outras crian as que n o necessariamente escolheria como amiguinhas e nesse caso o melhor a fazer simplesmente aceitar e celebrar Por outro lado podemos escolher o c njuge e os amigos O meio termo est na rede de rela es profissionais que podemos escolher mas com que em geral somos convidados a conviver independentemente de empatia ou simpatia Evidentemente caso n
393. z Borges O PARADIGMA DA FELICIDADE Pesquisas recentes mostram que as pessoas possuem um ponto de estabiliza o da felicidade um n vel de alegria ao qual se retorna n o importa se o indiv duo tenha ganhado na loteria ou perdido a capacidade de utilizar seus membros As experi ncias que muitos acreditam conduzir felicidade n o passam de picos de prazer que logo se dissipam e devolvem a pessoa a seu status padr o de contentamento A neuroci ncia est descobrindo que quando as pessoas falam em felicidade na verdade est o descrevendo estados de esp rito momentos em que se sentem bem em compara o a outros em que experimentam algum tipo de desconforto Parece correto portanto afirmar que as pessoas derivam seu conceito de felicidade de duas matrizes fundamentais a intensidade e quantidade de experi ncias de pico de alegria e a m dia do estado de esp rito no intervalo entre os picos euf ricos Quando a vida de uma pessoa cheia de boas not cias e seu estado de esp rito mais comum satisfat rio ela diz que feliz Regra geral todos n s vivemos em ciclos de estados de esp rito e da din mica desses ciclos derivamos nosso n vel de felicidade TR S EQU VOCOS A RESPEITO DA FELICIDADE H gente que pensa que a felicidade tem f rmula que n o pode acontecer sem determinados pr requisitos cumpridos Mas a verdade que certas coisas que muita gente acha que tornam a vida melhor tais como dinheiro beleza

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