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Lia Emilia Cremonese

1. 151 TABELA 4 Termos com polissemia transversal 151 ANEXO ANEXO 1 Cita es na l ngua original das obras utilizadas CONSIDERA ES INICIAIS Os estudos relacionados linguagem constituem um dos mais vastos e ricos espa os de gera o de conhecimento Os seus in meros elementos s o estudados desde os tempos mais remotos da cultura escrita Isso pode evidentemente ser feito de muitas maneiras de acordo com o objetivo que se tenha com o objeto que se busca investigar A Ling fstica da Enuncia o dentro desse contexto um campo jovem Foram muitas as reflex es que o constitu ram e hoje ele se apresenta com delimita es bem espec ficas embora no Brasil ainda esteja marcando seu espa o O que queremos neste trabalho investigar esse campo Desde os elementos que o compuseram como isso se deu a situa o em que ele se encontra no pa s bem como as causas disso essa a primeira etapa deste trabalho que d sustenta o a um segundo momento Em seguida ent o tomamos o campo tal como o vemos e buscamos uma an lise sempre por um olhar enunciativo de como ele est caracterizado dentro do dicion rio que se produz de seus termos A presente disserta o tem portanto dois objetivos O primeiro consiste em analisar em que termos podemos afirmar a exist ncia do campo de estudos Ling stica da Enuncia o delimitando suas
2. Coseriu d um grande destaque ao fato de Humboldt diferenciar o estudo das l nguas de estudos de objetos das ci ncias naturais porque as ci ncias naturais n o se ocupam nem do individual nem do espiritual e uma l ngua uma individualidade espiritual HUMBOLDT apud COSERIU 1980 p 175 H de se notar a semelhan a das reflex es de Br al ao pensamento humboldtiano que igualmente se volta contra essa no o de l ngua como organismo Talvez n o seja mera coincid ncia o fato de as teorias e os autores que v o sendo reunidos aqui atentarem para a quest o do homem na l ngua 23 Br al exp e as duas explica es dadas para comparar a l ngua a um organismo denominando as teorias naturalista e m stica A justificativa da primeira estaria ligada ao fato de as l nguas terem uma dura o Para a segunda haveria uma l ngua inicial obra de uma divindade da qual todos os idiomas descenderiam Essas duas linhas diz Br al acabam por amalgamar se gerando estudos ling fsticos focados na busca de uma l ngua de origem pura em ess ncia e que esses estudiosos t m ainda diante dos olhos a id ia de uma l ngua perfeita de um arqu tipo vindo n o se sabe de onde do qual possu mos somente exemplares adulterados p 197 O autor rejeita facilmente as duas hip teses dizendo que Seria hora de renunciar s id ias que n o resistem a um exame s rio A linguagem tem sua morada e sua sede em nossa intelig
3. Saussure caracteriza ent o a l ngua como um sistema de signos unidades que apenas adquirem sentido ou significa o em contraposi o umas s outras trata se da teoria do valor ling fstico que assim definido Quando se diz que os valores correspondem a conceitos subentende se que s o puramente diferenciais definidos n o positivamente por seu conte do 44 mas negativamente por suas rela es com os outros termos do sistema Sua caracter stica mais exata ser o que os outros n o s o p 136 Logo por defini o na l ngua s existem diferen as p 139 A l ngua portanto um sistema estruturado de signos cuja significa o s obtida contrapondo cada signo a todos os demais Trata se da grande inova o saussuriana Como afirma Flores 1999 Considerar Saussure como o fundador da ling fstica moderna significa reconhecer lhe o m rito de propor a descri o cient fica da linguagem em termos de rela es entre unidades Em outras palavras pensar a ling fstica nesses termos refletir sobre m todo e objeto FLORES 1999 p 28 Mas apenas considerar a constitui o da Ling fstica como ci ncia n o basta aos objetivos que temos neste trabalho E necess rio um passo a mais Quando determina o que a Ling stica e qual o seu objeto Saussure tamb m delimita a sua exterioridade Isto quando se diz o que deve ser analisado sob uma certa perspectiva automaticam
4. p 72 o que essencialmente distinto de um conclus o na l gica inferencial em que a conclus o depende das condi es de verdade do que dito resultando portanto n o da argumenta o interna l ngua mas de constata es baseadas no mundo concreto Da mesma forma o locutor tem na TAL um car ter diferenciado daquele que aparece na ret rica mesmo que os gregos se preocupassem com a quest o da persuas o Ducrot questionando a univocidade do sujeito falante diferencia tr s inst ncias o sujeito emp rico autor efetivo do enunciado que n o da al ada do ling ista o locutor personagem fict cia respons vel pelo enunciado e o enunciador origem dos diferentes pontos de vista que o locutor expressa no enunciado ou como chama Ducrot pontos de perspectiva abstratos p 68 Podemos citar ainda o texto Polifonia origem e evolu o do conceito em Oswald Ducrot de Barbisan e Teixeira em que as autoras afirmam que das no es de modus e dictum tal qual trabalhadas por Bally que Ducrot parte para conceber sua teoria da polifonia p 163 porque Bally segundo Ducrot abre a possibilidade de que o pensamento comunicado n o seja o do sujeito falante p 163 indo ao encontro da cren a de Ducrot segundo a qual h polifonia nos enunciados isto mais do que uma voz se manifesta em um enunciado h a possibilidade de um desdobramento enunciativo dentro do pr prio enunciado maneira de uma e
5. um conjunto formado pela uni o do sistema de s mbolos ling fsticos e pelo sistema de unidades expressivas O primeiro conjunto constitu do por associa es e oposi es de elementos na consci ncia dos sujeitos Como os s mbolos raramente correspondem s unidades de pensamento os sujeitos criam o sistema expressivo de fatos de express o isto um grupo de unidades relacionadas afetividade e subjetividade que atualizado constantemente a partir do uso Para Bally assim como se acredita nas teorias da Enuncia o at hoje a manifesta o da subjetividade est sempre em primeiro plano na linguagem acima das formas l gicas a intelig ncia parece se sobressair porque preciso para o falante fazer se entender nunca as formas l gicas da linguagem est o em primeiro plano o que domina a afetividade e a expressividade Mas como necess rio fazer se entender a intelig ncia a que serve a esse fim BALLY 1967 p 31 Segundo Bally No contato com a vida real as id ias aparentemente objetivas se impregnam de afetividade A fala individual tenta sem cessar traduzir a subjetividade do pensamento e logo acontece que o uso comum consagra esses giros expressivos Eis aqui por que o sistema de uma l ngua uma tela de Pen lope que se tece e destece sem cessar porque a intelig ncia e a sensibilidade trabalham nela simultaneamente mas n o da mesma maneira p 24 importante destacar que d
6. Ling stica da Enuncia o Esses estudos est o reunidos no texto no item 2 1 5 Outros No segundo texto do mesmo volume Oliveira traz Oswald Ducrot como um representante da Sem ntica Por fim no texto de Rajagopalan h uma cr tica identifica o de Ducrot como integrante da Pragm tica No v 16 n 1 2000 da D E L T A h uma nota feita por Odair Bermelho sobre o livro Introdu o Teoria do Enunciado Concreto do C rculo Bakhtin Volochinov Medvedev publicado por Geraldo Tadeu de Souza No v 19 n 1 2003 h uma nota de Adail Sobral sobre o livro organizado por Beth Brait Estudos enunciativos no Brasil hist rias e perspectivas No v 20 n 2 2004 h o texto Uma leitura enunciativa da l ngua brasileira de sinais o g nero contos de fadas de Ana Claudia Balieiro Lodi em cujo resumo a autora afirma que o artigo refere se a um estudo inicial dos processos discursivos da l ngua brasileira de sinais LIBRAS luz da teoria enunciativa de Bakhtin A revista Alfa publica o alternadamente anual e semestral da UNESP Universidade Estadual Paulista n o muito diferente Em seu primeiro n mero de mar o de 1962 h o artigo Estil stica de Ataliba T de Castilho que embora n o seja da rea da Enuncia o h cita o de Charles Bally na an lise das acep es do termo estil stica ao longo do tempo Depois disso no seu volume de n meros 18 19 1972 1973 a
7. N o podemos deixar de fazer a evidente liga o dos objetivos de relacionar a Ling stica da Enuncia o a outras reas com a pr pria constitui o desta disserta o que busca fazer uma interface Ling fstica da Enuncia o Terminologia uma vez que tem por objeto final de an lise o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o em fase de finaliza o N o tivemos acesso ao n mero 32 78 pesquisadores tentam agregar a seus olhares te ricos a vis o de quem de forma dispersa no pa s como Jos Luiz Fiorin e Beth Brait tamb m trata de Enuncia o ou ainda de quem trata da Enuncia o na Fran a onde a rea em quest o se encontra solidificada Considerando os exemplares da revista Letras como um todo afora o n mero j citado h outros dois volumes que trazem artigos ligados rea da Enuncia o o n mero 26 jan jun 2003 e o n mero 27 jul dez 2003 No n mero 26 h Designa o e espa o de enuncia o um encontro pol tico no cotidiano de Eduardo Guimar es O n mero 27 por sua vez traz Enuncia o e pol tica de l nguas no Brasil tamb m de Eduardo Guimar es Uma ltima observa o que h um n mero da revista 25 jul dez 2002 que traz os resumos da produ o discente do PPG de Letras da institui o no per odo de 1991 a 2003 Dentre todas as disserta es h apenas uma da rea da Ling fstica da Enuncia o trata se de Um jogo de m scaras a
8. Na Terminologia a quest o homon mia versus polissemia um assunto do qual de certa maneira se desvia O que normalmente se faz colocar a quest o sob o ponto de vista da oposi o entre os crit rios semasiol gico e onomasiol gico Pelo crit rio semasiol gico parte se da an lise das formas ling fsticas para se chegar s no es ou conceitos que correspondem a elas Esse o m todo de que se vale a Lexicografia na maior parte dos casos J a Terminologia faz uso do crit rio onomasiol gico ou seja parte da an lise das no es para depois encontrar as formas ling sticas que correspondem a elas Uma conseq ncia das diferentes metodologias que na Lexicografia o crit rio para que uma unidade da linguagem conste em um dicion rio dito de l ngua geral a sua freq ncia de uso em por exemplo jornais revistas livros de fic o ou n o J na Terminologia como se parte de um corpus de textos de determinada rea o crit rio que a no o expresse de fato um conceito que seja significativo para esse campo espec fico Outro resultado dessa diferen a e o que particularmente nos interessa neste momento a rela o entre a homon mia e a polissemia Para analis la precisamos trazer as defini es desses fen menos Bechara 2001 p 402 entende por polissemia o fato de haver uma s forma significante com mais de um significado unit rio pertencentes a campos sem nt
9. o autor Quando se trata de obras terminogr ficas muito ambiciosas sem d vida o n mero de membros pode ser elevado em tal caso imp e se a cria o de subgrupos por reas de especializa o mais pontuais organizados de maneira similar do grupo principal mas sobretudo com um dom nio adequado da metodologia e com total unidade de concep es para o trabalho CASTILLO 1997 p 23 No caso do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o fez se necess ria uma equipe maior j que a diversidade de autores e a heterogeneidade das teorias faz com que os pesquisadores da rea trabalhem com diferentes teorias da Enuncia o Assim como j citado foram selecionados pelos coordenadores gerais coordenadores para a elabora o dos verbetes de cada autor de acordo com o interesse e com a especialidade de cada um desses pesquisadores envolvidos A equipe executora incluindo os quatro coordenadores constitu da por 31 integrantes distribu dos entre os quinze autores Para que todos os integrantes tivessem acesso s mesma ferramentas e instru es tendo tamb m igual n vel de exig ncia as reuni es contaram com uma s rie de instrumentos como entre outros a ficha terminol gica comentada o padr o do verbete e o modelo de ficha com dados de cada autor O Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o se destina ao universo acad mico dos E 4 E de TO N e estudos da linguagem Consta em material de apoio
10. portanto sentido um sentido mais restrito devido refer ncia cada vez nica e irrepet vel A quest o com rela o ao que a tradi o chama de homon mia est no n vel do discurso do uso da l ngua Tratam se de diferentes sentidos atribu dos a um mesmo signo em decorr ncia de diferentes inst ncias de discurso Afirma Benveniste Como a l ngua admite essa polissemia Como o sentido se organiza A apropria o da linguagem pelo homem a apropria o da linguagem pelo conjunto de dados que se considera que ela traduz a apropria o da l ngua por todas as conquistas intelectuais que o manejo da l ngua permite algo de fundamental o processo din mico da l ngua que permite inventar novos conceitos e por conseguinte refazer a l ngua sobre ela mesma de algum modo Refletimos a no o de sentido como com uma no o coerente operando unicamente no interior da l ngua Coloco que de fato h dois dom nios ou duas modalidades de sentido que distingo respectivamente como semi tico e sem ntico O n vel semi tico isto ser reconhecido como tendo ou n o um sentido Isto se define por sim n o A sem ntica o sentido resultante do encadeamento da apropria o pela circunst ncia e da adapta o dos diferentes signos entre eles Em franc s ril n o significa nada n o significante enquanto r le Eis o n vel semi tico um ponto de vista muito dif
11. Aventuras do sentido psican lise e ling fstica Porto Alegre EDIPUCRS 2002 SILVA Daniel Costa da Estudo terminol gico da tradu o de Problemas de ling stica geral de Emile Benveniste Trabalho apresentado no IV CIATI Congresso Inter Americano de Tradu o e Interpreta o S o Paulo maio 2007 SILVA Silvana Enuncia o e sintaxe uma abordagem das preposi es do portugu s Disserta o Mestrado em Estudos da Linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Letras Programa de P s Gradua o em Letras Orienta o Prof Dr Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre 2005 Resenha do livro Introdu o ling fstica da enuncia o de Flores e Teixeira Revista Virtual de Estudos da Linguagem ReVEL Ano 4 n 6 mar 2006 Dispon vel em lt www revelhp cjb net gt Acesso ago 2006 SUR LES SENTIERS de la linguistique Dispon vel em lt http www linguistes com gt Acesso jun 2006 168 TEIXEIRA Marlene 1 Col quio Leituras de mile Benveniste sess o de abertura Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 7 8 dez 2004 Benveniste um talvez terceiro gesto Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 107 120 dez 2004 An lise do discurso e psican lise elementos para uma abordagem do sentido no discurso 2 ed Porto Aleg
12. Dessa forma o falante atrav s das formas comparativas busca uma forma de argumenta o de dirigir o interlocutor a um certo g nero de conclus o p 16 17 Conclui Ducrot que Vogt defende que as rela es do locutor ao destinat rio que constituem o pr prio sentido dos enunciados e lhes d o ao mesmo tempo uma organiza o comparativa constituem um s intervalo o intervalo sem ntico p 19 Seguindo os autores que j abordaram a Enuncia o chegamos professora Eleni Jacques Martins que em 1990 publicou Enuncia o e di logo obra na qual busca uma no o enunciativa de di logo ou como a pr pria autora descreveu tinha o objetivo de investigar o di logo sua natureza e possibilidades de ocorr ncia MARTINS 1990 p 183 A autora ap s uma intensa revis o bibliogr fica que inclui entre outros Bakhtin P cheux Grice Austin Ducrot elege a teoria benvenistiana especificamente a no o de ele que interpreta como sendo o pr prio enunciado donde parte para propor um esquema da estrutura da enuncia o contendo os elementos para representarem se as rela es internas ao processo a partir das quais se poderia avaliar a ocorr ncia do di logo como uma rela o ling stica em algum sentido intersubjetiva p 185 Martins ao final afirma que o problema que se coloca o da relativiza o da subjetividade e do di logo seu condicionamento qualidade das rela es
13. Embora o autor trate no trecho acima de um texto de Greimas podemos estender o seu dom nio para o campo da Ling fstica da Enuncia o e afirmar que poss vel interpretar a obra benvenistiana como o discurso fundador de uma tal ling fstica Dessa maneira podemos dizer que todas as teorias enunciativas posteriores a Benveniste t m de uma forma ou de outra alguma rela o com a teoria benvenistiana Um bom exemplo disso Oswald Ducrot De fato tal informa o consta em Hist ria do estruturalismo de Dosse em um item intitulado Os filhos de Benveniste em que afirma Benveniste teve algumas dificuldades para fazer ingressar o sujeito no interior do horizonte te rico dos lingiistas Nem por isso teve menos disc pulos que lhe deram continuidade e foram num contexto mais favor vel introdutores mais bem sucedidos da filosofia anal tica especialmente o caso de O Ducrot DOSSE 1994 p 68 Te rico atuante da rea da Enuncia o Oswald Ducrot publica sua primeira obra Dire et ne pas dire em 1972 Desde ent o o autor segue constantemente estudando e repensando sua teoria e os modelos de an lise que lhe s o pr prios dentro do que denomina Sem ntica pragm tica Pragm tica lingii stica Sem ntica argumentativa ou simplesmente Teoria da Argumenta o na L ngua TAL Barbisan ressalta que h uma hip tese condutora da teoria de Ducrot que se mant m a de que a argumenta o est na l ngua Di
14. Sintaxe Morfologia Fon tica Estruturalismo Fonaudiologia vi An L gt Terminologia EN Aquisi o da e linguagem Teoria A Teoria B Teoria N id DA Perpassamento ea influ ncia Constitui o gt Deriva o N veis de linguagem pass veis de an lise gt D Possibilidades de interfaces FIGURA 6 rvore de dom nio A Observando inicialmente a rvore A Figura 6 podemos verificar que tent vamos mostrar 1 O dom nio epistemol gico Notamos a incompletude da representa o para esse objetivo uma vez que s aparecem como constituintes da rea a ling stica sincr nica e o Estruturalismo que se encontra ainda representado 134 2 O fato de a Ling fstica da Enuncia o ser uma Sem ntica pois n o h enuncia o sem sentido Notamos a inadequa o da representa o que n o d conta da complexidade da quest o da Sem ntica 3 Os diferentes n veis de linguagem como pass veis de an lise atrav s das teorias do campo e a Ling stica da Enuncia o abrindo m ltiplas possibilidades de interfaces com reas muito diversas Atentamos ao excesso de informa o que esses dados representam 4 As m ltiplas teorias de que composto o campo Observamos a inadequa o da representa o j que as teorias saem do campo n o convergem para ele Dom nio epistemol gico Lingu stica da Enuncia o Lingu stica sincr
15. o processos simult neos fomos assim instigados a investigar juntamente caracteriza o epistemol gica da rea outra s maneira s de representa o arb rea do campo para o usu rio do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Nessa investiga o algumas d vidas e pondera es surgiram E sobre esses aspectos que trataremos neste momento O maior obst culo que se apresenta decorre do pr prio fato da representa o mesma do campo Isto a dificuldade est na pr pria concep o da Ling fstica da Enuncia o como um campo de estudos que representa a jun o de diferentes pontos de vista Trata se do agrupamento sob um mesmo r tulo de teorias muito distintas entre si formando um todo heterog neo que se busca explicitar no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o mas de dif cil representa o 122 Assim dentro da perspectiva da rvore de dom nio buscamos entender o que ela sup e qual a proposta de vis o de campo que a rvore apresenta O que tencionamos enfim entender a proposta do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o e o sentido em que se defende a exist ncia de tal campo Uma primeira quest o que colocamos acerca da representa o propriamente dita em rela o ao ponto de partida da rvore de dom nio apresentada no in cio dos trabalhos Figura 5 p 121 Por que se parte do sintagma estudos da linguagem ao inv s de do termo Ling stica Esse as
16. o que constitui o objeto mesmo do campo afirmam Flores e Teixeira que A ling stica da enuncia o elege para si um objeto multifacetado que obedece a restri es te rico metodol gicas impostas pelas teorias da enuncia o Esse objeto est na depend ncia da meta a cumprir da tica adotada sobre o fen meno etc No entanto apesar dessa aparente dispers o h algo de unificador a cren a na l ngua como ordem pr pria que precisa ser atualizada pelo sujeito a cada inst ncia de discurso O estudo da enuncia o n o est limitado a certos signos da l ngua mas compreende a l ngua em sua totalidade E nesse ponto seguimos de perto as id ias de Benveniste se o aparelho formal da enuncia o constitutivo da l ngua ent o ela mesma comporta refer ncia ao seu pr prio uso Logo todo em qualquer fen meno ling stico carrega em si a potencialidade de um estudo em termos de enuncia o j que sua exist ncia depende do sujeito que o enuncia O objeto da ling stica da enuncia o todo o mecanismo ling stico cuja realiza o integra o seu pr prio sentido e que se auto referencia no uso A enuncia o pois o que constitui esse processo FLORES TEIXEIRA 2005 p 106 Desse modo a partir da constata o da inser o do sujeito na l ngua e da quebra da dicotomia depreendemos uma m xima da Enuncia o a busca pelo sentido O sujeito se apropria do aparelho formal para dar sentido s
17. o como a fala vista como a manifesta o de um parecer do pensamento do falante A Gram tica por sua vez trata da problem tica do sujeito atrav s dos estudos em d ixis e em modaliza o J a l gica traz as primeiras reflex es mais aprofundadas em termos 31 de argumenta o na linguagem Os rabes em contrapartida s o os que tomam grande parte dos aspectos relevantes para as teorias enunciativas ao estudar a linguagem levando em conta a problematiza o do sujeito enunciador de seu interlocutor e da situa o de enuncia o notando que havia marcas de todos esses elementos na estrutura formal do enunciado Vimos ainda que Humboldt embora tenha suas pesquisas ligadas filologia trata de componentes de vital import ncia para a Enuncia o Para o autor a subjetividade a ess ncia da linguagem que vista n o como meio de transmiss o de experi ncias mas como a pr pria fonte de constitui o das experi ncias sob o ponto de vista do sujeito A linguagem segundo Humboldt dual o homem s fala para um outro dirige se sempre a um tu Al m disso como a linguagem s se concretiza a partir dessa rela o dual as palavras apenas ganham sentido nesse uso pelos falantes a linguagem ent o s compreendida partindo se da fala seu elemento mais importante Indo ao encontro das id ias humboldtianas Br al tamb m afirma que a linguagem n o pode ser desligada do homem A partir da linguage
18. portanto assim como faz a teoria benvenistiana filia se ao pensamento estruturalista saussuriano ampliando o Essa amplia o se d com a introdu o da figura do locutor que recria o mundo pela linguagem na intera o com o seu interlocutor e no princ pio sobre o qual a teoria se assenta o de que a fun o primeira da linguagem a de argumentar p 61 Diz Ducrot 1977 p 13 que o ato ling stico fundamental ser o de impor ao interlocutor tal ou tal tipo de resposta impedindo simultaneamente tal ou tal outro O enunciado se definir ent o pelas possibilidades de resposta que abre e por aquelas que fecha Barbisan explica que Ducrot foca seu estudo no que ele denomina encadeamento argumentativo que a dire o que o locutor quer imprimir ao sentido no discurso Assim poder amos concordar com Fuchs quando ela afirma que Ducrot de certa forma seguiria a l gica no sentido de que seu estudo gira em torno da argumenta o e do conjunto das possibilidades ou impossibilidades de continua o quer dizer de encadeamento que seu emprego determina BARBISAN 2004a p 62 Entretanto importante destacar que na TAL o sentido n o preexiste ao enunciado ao contr rio ele se constitui no enunciado no uso que o locutor faz da linguagem p 71 portanto a conclus o n o decorre s do fato mas tamb m da forma ling fstica porque a argumenta o est marcada na pr pria palavra na l ngua
19. quanto maior a qualidade das obras de refer ncia maior a possibilidade de sucesso no que concerne ao reconhecimento da disciplina do campo de estudos Desse modo a forma de apresenta o dos elementos e qualquer tipo de escolha relacionado obra terminogr fica em quest o faz diferen a Dependendo da forma como os dados s o selecionados e ou dispostos no corpo do dicion rio os aspectos que evidenciam a constitui o do campo em quest o pode n o se dar Diante disso queremos analisar a forma de organiza o que est sendo utilizada na elabora o do dicion rio em termos de adequa o vis o epistemol gica do campo da Ling fstica da Enuncia o que constru mos nos cap tulos precedentes Essa organiza o o nosso foco de aprecia o nas an lises que se seguem 119 5 2 A rvore de dom nio 5 2 1 O papel da rvore de dom nio Vimos no cap tulo 4 que a rvore de dom nio um dos itens que guia a produ o a concep o e a concretiza o da macroestrutura do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Krieger e Finatto 2004 explicam que Uma rvore de dom nio um diagrama hier rquico composto por termos chave de uma especialidade semelhante a um organograma Em geral vemos nas normas ISO sobre trabalho terminogr fico a recomenda o de sua utiliza o para que se tenha uma aproxima o inicial a uma rea de conhecimento assim algo que deve ser feito antes de pr
20. sem ntica pragm tica p 116 e que este postulado duplo da independ ncia m tua dos tr s n veis e da hierarquia entre eles recusado pelos defensores de uma abordagem enunciativa da linguagem dita natural em oposi o s linguagens formais por exemplo por Culioli e Ducrot p 1 16 Acreditamos ser necess rio um par ntese para uma breve exposi o da teoria de Oswald Ducrot embora trazendo apenas caracteres mais gerais medida em que ela t o marcadamente citada no texto de Cath rine Fuchs Dessa forma esperamos explicitar o que h de heran a das linhas apresentadas pela autora em Ducrot No texto Por uma abordagem argumentativa da linguagem Barbisan 2004a afirma Oswald Ducrot o criador da Teoria da Argumenta o na L ngua recusa se a considerar para a descri o sem ntica de uma l ngua a realidade o mundo de que fala a linguagem Em artigo de 1999 ele afirma sua posi o estruturalista segundo a qual a realidade s pode ser acess vel por meio de representa es que o falante d dessa realidade Quando se fala representa se pela linguagem o objeto da fala A linguagem vista como uma forma de apreender as coisas do mundo de que se fala N o se considera na perspectiva estruturalista o exterior ling stico ao contr rio pensa se a atividade de linguagem em si mesma criando sentido a partir de si mesma p 60 61 A Teoria da Argumenta o na L ngua TAL
21. stica da Enuncia o n o a mesma Pragm tica chamada ling stica por 62 Ducrot mas aquela relacionada l gica O que queremos separar n o a Pragm tica Ling fstica de Ducrot da Ling fstica da Enuncia o da qual certamente faz parte mas a Ling stica da Enuncia o das Pragm ticas L gicas Ali s mesmo Fuchs faz essa distin o ao afirmar que A corrente pragm tica ling stica distingue se das correntes pragm ticas das l gicas formais pelo fato de estas subordinarem a sem ntica pragm tica Ela manifesta claramente uma tend ncia a privilegiar os modos de dizer sobre o dito a dimens o do impl cito do subentendido do derivado do pressuposto do alusivo do sugerido sobre a do expl cito do assertado do dito do posto o estudo das imagens da enuncia o sobre as do conte do do enunciado p 1 19 O pr prio Ducrot juntamente com Todorov no Dicion rio enciclop dico das ci ncias da linguagem afirma que a pragm tica descreve o uso que podem fazer das f rmulas frases interlocutores que visem agir uns sobre os outros Ora a sem ntica e a sintaxe que estudam o pr prio n cleo da l ngua devem ser elaboradas ao abrigo de qualquer considera o pragm tica DUCROT TODOROV 2001 p 302 Essa no o se diferencia completamente em rela o Enuncia o que desta forma definida Quando se fala em Ling stica de ENUNCIA O toma se esse termo num sentido mai
22. 1965 p 35 Um enunciado ou frase termo equivalente na obra ent o constitu do ling isticamente e tem em si um lado l gico e um psicol gico A enuncia o o ato que um sujeito realiza ao comunicar os seus pensamentos Pensar reagir a uma representa o constatando a apreciando a ou desejando a p 35 e a representa o consiste em uma no o da realidade que cada sujeito tem em si mesmo Bally 66 adverte que preciso cuidar para n o confundir pensamento pessoal e pensamento comunicado p 37 pois essa distin o explica a natureza do signo ling fstico O signo 8 Doravante LGLF A edi o usada neste trabalho datada de 1965 34 2 porta em si mesmo sua significa o seu significado e somente essa que conta para a comunica o Ela pode estar em contradi o com o pensamento daquele que emprega o signo e n o recobre ent o a no o de realidade p 37 38 Assim um sujeito tem uma no o de realidade criando uma representa o do mundo dos outros e de si mesmo Para exprimir seus pensamentos pessoais ele faz com que conceitos virtuais do sistema ling fstico equivalentes aos signos saussurianos sejam atualizados tornando se conceitos reais isto ligados sua representa o da realidade Ou seja O sujeito toma os conceitos da l ngua que s o criados na mente de todos os sujeitos de uma comunidade ling fstica e faz com que se identifiquem com
23. Escola austr aca contudo desenvolvem se mais fortemente a partir da d cada de 1970 e s o esses os que s o efetivamente estabelecem as bases da disciplina 2 H portanto uma primeira fase que hoje considerada como o per odo cl ssico a rea desenvolvida por engenheiros e t cnicos Como afirma Finatto 2004 a TGT ou Escola de Viena 96 n o se aproximou muito dos estudos ling fsticos porque tal como entendiam seus impulsionadores lidava predominantemente com termos normatizados e n o com palavras ocupava se de conceitos e conhecimentos de modo que interessavam pouco os significados de palavras comuns FINATTO 2004 p 342 Assim as primeiras escolas da Terminologia a Escola Russa D S Lotte a Escola de Praga R Kocourek e a Escola de Viena E Wiister desenvolveram se valorizando a dimens o cognitiva dos termos e o delineamento de diretrizes para a sistematiza o dos m todos de trabalho terminol gico visando com isso a padroniza o dos termos t cnicos e por vezes o aparelhamento das l nguas para responderem s exig ncias de uma comunica o profissional eficiente KRIEGER FINATTO 2004 p 28 A maior repercuss o da TGT na d cada de 1980 quando as primeiras mudan as j come am a se delinear com a aproxima o de ling istas Nesse momento a Terminologia come a uma passagem de uma dimens o normativa em que se busca um ideal de termo a uma di
24. KOCH Ingedore O desenvolvimento da ling fstica textual no Brasil D E L T A Revista de Documenta o de Estudos em Ling fstica Te rica e Aplicada S o Paulo v 15 n especial 1999 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0102 44501999000300007 amp Ing en amp nrm iso gt Acesso ago 2006 Ling stica textual retrospecto e perspectivas In BRAIT Beth Org Estudos enunciativos no Brasil hist rias e perspectivas Campinas Pontes S o Paulo FAPESP 2001 p 71 86 KRIEGER Maria da Gra a FINATTO Maria Jos Bocorny Introdu o terminologia teoria e pr tica S o Paulo Contexto 2004 LAHUD Michel A prop sito da no o de d ixis S o Paulo tica 1979 Cole o Ensaios L NONCIATION cours sur l nonciation en linguistique fran aise Dispon vel em lt http bbouillon free fr univ ling Fichiers enonc enonc1 htm gt Acesso jul 2006 LICHTENBERG S nia Uso de indefinidos do portugu s uma abordagem enunciativa Disserta o Mestrado em Estudos da Linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Letras Programa de P s Gradua o em Letras Orienta o Prof Dr Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre 2001 Sintaxe da enuncia o no o mediadora para reconhecimento de uma ling fstica da enuncia o Tese Doutorado em Estudos da Linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Letras Programa de P
25. antes de tudo significar Emile Benveniste 3 A LINGU STICA DA ENUNCIA O NO BRASIL No percurso seguido at agora neste trabalho fizemos o mapeamento dos elementos que vieram a constituir a Ling stica da Enuncia o a diversidade de abordagens relacionadas ao campo e finalmente vimos no cap tulo precedente as caracter sticas os princ pios e as fronteiras do campo Ling fstica da Enuncia o A quest o agora verificar como ele est caracterizado na literatura dos estudos da linguagem no Brasil bem como as raz es dessa configura o Dessa maneira estar o dadas as condi es para que fa amos uma an lise do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o e para que visualizemos com mais clareza exatamente em que lugar se coloca um dicion rio de tal rea 3 1 As publica es Nesta se o ser o abordados os dois tipos de publica o de estudos acad micos os peri dicos 3 1 1 que se referem aqui a revistas publicadas em papel ou em sites na internet e as publica es editoriais 3 1 2 que dizem respeito a livros Em 3 1 1 tamb m s o trazidas as maiores associa es do pa s em termos de estudos da linguagem pois elas se manifestam na maior parte das vezes embora n o exclusivamente como constatamos nesse mesmo subitem na forma de publica o de peri dicos 3 1 1 As entidades e os peri dicos H in meros peri dicos que publicam artigos de estudos da linguagem no Brasil be
26. at 1976 1977 e por volume a partir de 1980 volume 24 l Sobre Carlos Vogt ver mais adiante ainda neste cap tulo 73 e modalidade de volta ao futuro de Telmo Corr a Arrais traz Benveniste em sua bibliografia em uma edi o em espanhol H mais seis ocorr ncias de textos O primeiro do volume 46 de 2002 o artigo Di logo e dialogismo no processo de aquisi o da linguagem de Fabiana Cristina Komesu O segundo do volume 48 1 de 2004 Ling stica tradu o e literatura observando a transforma o pela arte de Adriana Zavaglia que usa a teoria de Culioli No ano de 1995 no volume 49 1 est o Heterogeneidade em narrativas escolares sentidos que se constroem nas diferen as e nos desvios de Maria Madalena Borges Gutierre Letramento heterogeneidade e alteridade an lise de narrativas orais produzidas por uma mulher n o alfabetizada de Leda Verdiani Tfouni e de Anderson de Carvalho Pereira ambos com an lises baseadas em Jacqueline Authier Revuz e Usos e efeitos de estrat gias argumentativas em avalia es do ensino superior de M rcia Regina Curado Pereira Mariano que faz uso de Oswald Ducrot H por fim no volume 49 2 tamb m de 1995 Adolescentes e o primeiro emprego da produ o de experi ncia estrutura o subjetiva de autoria de Marlene Teixeira e de Deise Marques Chamorro no volume 49 1 de 2005 com uso da teoria de Au
27. cette impression premi re c est encore un effet naturel lorsqu une expression nous fait voir une chose avec des proportions ou une 174 intensit frappante m me caract re quand le fait de langage veille en nous une impression de beaut de joliesse de gr ce etc BALLY 1951 p 167 27 p 27 Dans l effet par vocation l expression signifie sensiblement la m me chose que tel autre mot que nous emploierons les deux termes ne diff rent entre eux par aucune modification sensible de l id e le sentiment particulier qui se d gage malgr tout du fait de langage provient alors d une r flexion inconsciente qu on pourrait traduire ainsi C est une autre personne que moi qui emploierait cette expression ou bien Je l emploierait dans telle circonstance et non dans telle autre Voil l essence de l effet par vocation p 167 28 p 27 el hombre que habla espont neamente y act a por medio del lenguaje aun em las circunstancias m s triviales hace de la lengua un uso personal y la recrea constantemente BALLY 1967 p 40 29 p 27 Para que la expresividad se manifieste hace falta la complicidad del pensamiento emotivo el signo expresivo debe responder a una realidad ps quica y satisfacer una exigencia de la sensibilidad s lo con esta condici n despliega sus efectos en s no es m s que una mera posibilidad p 150 30 p 27 28 La partie proprement stylistique de
28. es ISO tende a tornar o trabalho de reconhecimento de uma terminologia mais organizado Todavia preciso sempre cotejar suas diretrizes com as especificidades da comunica o e da 18 Os integrantes desse comit s o pesquisadores que seguem a linha da Escola de Viena ou seja s o fundamentalmente seguidores dos princ pios wiisterianos 110 linguagem envolvidas e com os objetivos que se tenha Obedecer a normas por si s n o garante o sucesso de um dicion rio p 134 Para aqueles aspectos e especificidades que n o s o abarcados pelas normas h a necessidade de um vasto conhecimento da rea em quest o e do objetivo que se tem Nesse sentido uma das formas mais eficazes na busca da qualidade de uma obra terminogr fica construir concomitantemente sua execu o uma massa cr tica que reflita sobre os fazeres x 79 sobre as op es e sobre o produto em si 4 3 3 Sobre a rela o do usu rio com a estrutura do dicion rio O usu rio n o um elemento abordado de maneira direta em Terminologia e terminografia Ou seja n o h t picos dedicados exclusivamente aos consulentes nos manuais de terminografia e raramente encontramos men o a usu rios em estudos terminol gicos Apesar disso todo e qualquer produto terminogr fico e consequentemente a teoria o pensar terminol gico s o direcionados para um usu rio pois n o h atividade nessa rea se n o houver um consulente no final
29. estudando essas ci ncias auxiliares preciso mesmo evitar que elas passem para o primeiro plano porque o papel para n s secund rio n s n o fazemos psicologia da linguagem da mesma forma que n o pretendemos fazer sociologia Toda nossa aten o se coloca sobre a face expressiva e n o sobre a face interior dos fatos de linguagem a linguagem aqui objetivo n o meio p 28 Estil stica cabe ent o estudar o que do pensamento do sujeito est expresso no uso que ele faz da linguagem e como o uso da linguagem age sobre a sua subjetividade sempre a partir das marcas ling fsticas desse uso Para o autor somente a partir da determina o do conte do l gico que a express o subjetiva pode ser posta em evid ncia 1 1 2 Portas abertas para a Lingii stica da Enuncia o O que podemos constatar a partir do que precede s o os elementos que s o estudados desde o in cio propriamente dito do que se chama Ling fstica da Enuncia o em uma esp cie de incubadora te rica A partir dos mais variados tipos de estudo diversos autores em distintos per odos foram moldando as tem ticas que hoje podem ser consideradas como pertencentes a um mesmo quadro te rico Desde as primeiras reflex es dos gregos at a Estil stica de Bally muitos foram os aspectos tomados que podem ser relacionados aos estudos enunciativos Abordamos os estudos dos gregos que trazem com a ret rica n o s a situa o de enuncia
30. fstica te rica e aplicada S o Paulo Educ 1985 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci serial lng pt pid 0102 4450 nrm_isso gt Consultas ago 2006 ago 2007 DESBORDES Fran oise Les id es sur le langage avant la constitution des disciplines sp cifiques In AUROUX Sylvain Org Histoire des id es linguistiques la naissance des m talangages en orient et en occident Tome 1 Li ge Bruxelles Pierre Mardaga 1992 p 149 161 DOSSE Fran ois Hist ria do Estruturalismo o campo do signo 1945 1966 V l Tradu o Alvaro Cabral S o Paulo Ensaio Campinas Editora da UNICAMP 1993 Hist ria do Estruturalismo o canto do cisne de 1967 aos nossos dias V 2 Tradu o Alvaro Cabral S o Paulo Ensaio Campinas Editora da UNICAMP 1994 Barthes Lacan Foucault o autor a estrutura In hist ria prova do tempo da hist ria em migalhas ao resgate do sentido Tradu o Ivone Castilho Benedetti S o Paulo UNESP 2001 DUBOIS Jean Org 1973 Dicion rio de lingii stica Coordena o da tradu o Izidoro Blikstein Tradu o Frederico Pessoa de Barros et al S o Paulo Cultrix s d DUBUC Robert Manuel pratique de terminologie 2 ed s 1 Linguatech 1985 DUCROT Oswald Pref cio In VOGT Carlos O intervalo sem ntico contribui o para uma teoria sem ntica argumentativa S o Paulo tica 1977 DUCROT Oswald TODOROV Tzvetan 1972 Dicion
31. j que considera a linguagem como um c digo n o se pode negar que Jakobson pioneiro na sistematiza o de um modelo que inclui a atividade da fala FLORES TEIXEIRA 2005 p 24 H contudo um assunto abordado por Jakobson que tem car ter indiscutivelmente ligado enuncia o Trata se do estudo dos shifters elementos do c digo que remetem mensagem O que distingue um shifter de um n o shifter constatam Flores o D o A ps 23 e Teixeira a refer ncia ou n o enuncia o p 26 Dentro dos estudos enunciativos h um te rico cuja filia o rea ningu m discute Considerado o pai da Enuncia o mile Benveniste sem d vida o mais significativo expoente dentre todas as teorias que comp em esse vasto campo Mesmo n o sendo cronologicamente pioneiro em termos de um pensamento por um vi s enunciativo Benveniste talvez seja o primeiro ling ista a partir do quadro saussuriano a desenvolver um modelo de an lise da l ngua especificamente voltado enuncia o p 29 2 Destacam Flores e Teixeira 2005 p 21 que o autor tem mais de seiscentas publica es entre livros e artigos e que Jakobson se interessava por muitos temas o folclore a poesia a fonologia a cr tica liter ria a aquisi o de linguagem as l nguas do mundo a patologia da linguagem entre outros Vale destacar que o termo shifter consta do Dicion rio de Ling stica da Enu
32. j que o pr prio autor chama 90 por vezes seus trabalhos de Pragm tica Contudo mesmo nesse caso o qualificativo lingii stica do sintagma deveria evitar qualquer confus o n o deixando d vidas quanto s suas filia es sem falar das men es em sua obra s influ ncias de seu estudo Entre os anos de 1978 e 1982 foram lan ados os quatro volumes de Fundamentos metodol gicos da lingii stica organizados por Marcelo Dascal que inicia o pref cio do primeiro volume da seguinte forma Minha inten o foi apresentar um volume de m xima utilidade n o s para os estudantes da ling fstica em n vel superior como tamb m para todos aqueles que se interessem pela metodologia e epistemologia da ling fstica considerada por muitos como paradigma para as demais ci ncias humanas DASCAL 1978 p 9 A obra tem o m rito de dar acesso ao p blico do pa s a autores como Leonard Bloomfield Noam Chomsky George Lakoff Michael Alexander Halliday Nikolai Trubetzkoy Edward Sapir entre outros abordando grandes temas como fonologia sintaxe sem ntica concep es e perspectivas dos estudos ling fsticos O quarto volume dividido em duas partes traz em sua parte dedicada Pragm tica o c lebre texto A natureza dos pronomes de Emile Benveniste A inclus o da Pragm tica em uma obra de Ling fstica problematizada por Dascal O autor afirma Enquanto que ningu m levantaria obje es inclus o das part
33. o da dicotomia saussuriana n o privil gio de Benveniste Como era de se esperar trata se de uma marca dos te ricos da Enuncia o em geral Resume a autora O pleno desenvolvimento do estudo do discurso em Benveniste de 1970 com O aparelho formal da enuncia o Sendo o ato de utiliza o do aparelho formal da l ngua a enuncia o se torna a coloca o em funcionamento desse aparelho Ao se apropriar do aparelho formal o falante d sentido pela sua utiliza o no discurso aos ndices que pela enuncia o se tornam pr prios dele S no discurso pelo ato de enuncia o se significam o eu O tu e as marcas que especificam o locutor que como centro de refer ncia instaura o sentido no discurso Com esses conceitos entende se que Benveniste articula n o l ngua e fala mas forma e sentido ou melhor pela enuncia o associa aparelho formal e sentido Ducrot modifica e amplia os conceitos de l ngua e de fala a partir de outro ponto de vista o da integra o na frase na no o de enuncia o vista sob a forma de argumenta o e consequentemente da necessidade de desfazer a oposi o entre os conceitos articulando os Como teoria sem ntica o sentido n o preexiste ao discurso j que s nele se constitui Com isso fica a frase praticamente esvaziada de semantismo restando nela apenas instru es que orientam a busca do sentido no enunciado Entende se que as instru es conduzem
34. p 22 Assim se por um lado absolutamente leg tima a teoria enunciativa que busca dizer algo sobre aquele que 49 enuncia por outro n o se pode dizer que seja inerente ao estudo enunciativo a abordagem do sujeito FLORES TEIXEIRA 2005 p 108 Este o momento prop cio para retomarmos a quest o do sujeito cuja abordagem foi delineada em 2 1 A cren a de nosso estudo que o fato de as teorias da Enuncia o trazerem a quest o do sujeito n o as desliga da teoria de Saussure e portanto do Estruturalismo Podemos dizer que as teorias enunciativas busquem a lingii stica da fala deixada de lado pelo mestre genebrino embora n o constitu da exatamente da forma como ele a delineara Se Saussure tratou o sujeito como uma exterioridade como j foi apontado porque essa n o era uma reflex o te rica que fosse oportuna naquele momento Afirma Flores que A ling fstica uma disciplina modelo que surge com autonomia cujo xito dependia da inser o da ci ncia na ordem dos saberes Ora a ling fstica s obteve sucesso devido ao lugar que ocupou entre as ci ncias humanas lugar este dado pela compreens o simult nea de que havia uma natureza singular de um determinado objeto a l ngua e uma exig ncia metodol gica imposta por ele FLORES 1999 p 128 No entanto podemos afirmar que se a defini o de l ngua implica a elimina o de tudo o que seja estranho ao sistema ou seja tudo o que
35. preciso que especifiquemos de que maneira estamos ent o caracterizando o necess rio entender suas especificidades e mostrar o que significa a palavra lingii stica no sintagma Lingii stica da Enuncia o p 109 e portanto a que no o de ci ncia estamos remetendo j que ser cient fico uma quest o de ponto de vista p 99 o que cient fico para um gerativista certamente n o o para um estruturalista nem mesmo para um funcionalista Um dado ling stico certamente receber tratamento diferenciado conforme a linha te rica a partir da 31 Entraremos mais a fundo nessa quest o no quinto cap tulo desta disserta o 2 Abordaremos mais aprofundadamente o Dicion rio de Ling stica da Enuncia o nos cap tulos 4 e 5 do presente trabalho 47 qual seja abordado p 98 Mais especificamente portanto o que discutimos a delimita o das fronteiras da Ling fstica da Enuncia o isto colocamos em foco a quest o do m todo e do objeto Ao afirmar que o objeto da Ling fstica da Enuncia o a enuncia o podemos gerar uma certa perplexidade em virtude de tal obviedade Entretanto a diversidade de no es que envolvem o termo permite que o evidenciemos A mais conhecida das defini es de enuncia o sem d vida a de Benveniste O ato de colocar em funcionamento a l ngua por um ato individual de utiliza o BENVENISTE 1989 p 82 claro que ela n o
36. ricos que a partir da leitura do CLG brilhantemente desenvolveram pensares e teorias que promoveram uma larga escala de estudos e conhecimentos sobre as l nguas e continuam fazendo o Sua abordagem foi e de uma import ncia t o grande que acabou servindo de paradigma para todas as ci ncias humanas justamente por dar car ter cient fico a esse ramo A Ling stica da Enuncia o contudo n o deriva propriamente do Estruturalismo Os estruturalistas realizaram uma leitura da obra de Ferdinand de Saussure que n o exatamente aquela que feita pelos pensadores enunciativos N o se trata propriamente de uma discord ncia mas de uma mudan a de perspectiva Os estruturalistas buscavam e buscam estudar da l ngua basicamente aspectos ligados forma Afirma Benveniste que Ainda poder amos destacar neste ponto o reducionismo do termo Estruturalismo medida que h duas linhas estruturalistas a europ ia francesa derivada das no es saussurianas e a norte americana ligada aos estudos de Leonard Bloomfield tamb m denominada Distribucionismo Tais Estruturalismos seguem paradigmas diferenciados e at mesmo discordantes Afirmam Ducrot e Todorov 1972 p 41 que a linha norte americana apresenta n o poucas analogias ao lado de diferen as flagrantes com o Saussurianismo e sobretudo com a interpreta o formalista glossem tica deste ltimo Para uma vis o breve do Estr
37. rio ss 102 4 2 3 Itens da microestrutura do dicion rio urnes 103 4 3 Especifica es necess rias sobre a estrutura do dicion rio 104 4 3 1 Sobre a macroestrutura do dicion rio A A a 104 4 3 2 Sobre a microestrutura do dicion rio A did 105 4 3 3 Sobre a rela o do usu rio com a estrutura do dicion rio o on 110 4 4 Dos itens do dicion rio selecionados para an lise 112 5 ELEMENTOS DO DICION RIO DE LING STICA DA ENUNCIA O 114 5 1 O papel de um dicion rio de Ling stica da Enuncia o 116 5 2 A rvore de dom nio scr a nn DD ES Te 119 5 2 1 O papel da rvore de dom nio A Ra a 119 5 2 2 Por uma representa o da Ling stica da Enuncia o osses 120 5 2 2 1 A busca de uma rvore de dom nio para o dicion rio 133 5 3 A apresenta o dos autores cuina iii a data aida 138 5 4 A apresenta o dos verbetes poliss micos ooooooonnccnnncnnococoncconcconconnncconccnnncnnnno 144 5 4 1 Homon mia e polissemia em Terminologia e Lexicografia teares 145 5 4 2 A homon mia a polissemia e a Ling stica da Enuncia o oooncconnccnnnncinnnnnnnnnnns 148 5 4 3 A polissemia no Dicion rio de Ling stica da Enuncia o cooooonnccnnnoncninnnnninnnnnnnn 150 5 5 Considera es acerca das an lises ooooooononicncnnocnnonoconooncoonconocn nono nono nonncnnnconcnnnnnno 1
38. ter de delimita o de suas caracter sticas Dessa forma acreditamos estar completando as no es epistemol gicas de caracteriza o do campo que ser o necess rias para a an lise do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o 2 1 O corte saussuriano Repetidas vezes ouvimos Ferdinand de Saussure deplorar a insufici ncia dos princ pios e dos m todos que caracterizavam a Lingii stica em cujo ambiente seu g nio se desenvolveu e ao longo de toda a sua vida pesquisou ele obstinadamente as leis diretrizes que lhe poderiam orientar o pensamento atrav s desse caos Charles Bally e Albert Sechehaye N Em mais um fragmento retirado do pref cio primeira edi o do Curso de Lingii stica Geral podemos perceber a partir da afirma o dos editores um pouco do que 2 Utilizamos a palavra campo em campo de estudos e em campo da Ling stica da Enuncia o como o faz Jacqueline Authier Revuz em Ces mots qui ne vont pas de soi boucles r flexives et non coincidence du dire 1995 A autora utiliza balisages dans le champ du m talinguistique balizagens no campo do metaling fstico p 3 e balisages dans le champ nonciatif balizagens no campo enunciativo Authier Revuz tem tamb m um texto em que usa a palavra campo no t tulo Psychanalyse et champ linguistique de l nonciation parcours dans la m ta nonciation publicado por ocasi o do Colloque international de Cerisy La
39. 97 Com esses deslocamentos de perspectiva salientamos atualiza es te ricas que levam a crer na constitui o de um novo campo H o objeto a enuncia o h hip teses fundantes acerca dele a quest o do sujeito e da quebra de paradigma em rela o dicotomia saussuriana iniciamos portanto a delimita o de um campo que tem por m xima a busca pelo sentido Resta nos ent o buscar considera es que digam respeito ao m todo Quando dizemos que a quest o do sujeito e a da problematiza o da dicotomia l ngua fala e em conseq ncia a do objeto em si a busca pela enuncia o s o abordadas de diferentes maneiras estamos apontando para uma caracter stica constitutiva da Ling fstica da Enuncia o que se refere ao m todo de an lise Em enuncia o emprega se um m todo de acordo com cada perspectiva mas toda an lise nica e irrepet vel Em Flores e Teixeira h uma tima reflex o acerca dessa quest o Trata se da abordagem de um objeto no qual se inclui o sujeito portanto algo do campo da irrepetibilidade A enuncia o sempre nica e irrepet vel porque a cada vez que a l ngua enunciada tem se condi es de possibilidade de l ngua BENVENISTE 1989 p 83 a realiza o plena da l ngua se d apenas com a passagem do semi tico para o sem ntico e com a integra o desses dois n veis no discurso Trata se da j mencionada dissolu o da dicotomia l n
40. Cadorin Dutra Neiva Maria Tebaldi Gomes Nerci D vila Paulo R S Borges Silvana Silva S nia Lichtenberg Tha s Weigert Carmem Luci da Costa Silva e Vera L cia Pires A ltima publica o que analisamos Letras revista do Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal de Santa Maria UFSM Sempre tem tica tem seus assuntos conforme descrito no site da publica o definidos em fun o dos ramos que comp em as reas de concentra o do programa Vale trazer inicialmente um de seus volumes tona Trata se do n mero 33 de 2006 que teve como tema mile Benveniste interfaces enuncia o e discursos organizada por Karina Giacomelli e Vera L cia Pires daquela universidade O peri dico contou com artigos na ordem do sum rio de Claudine Normand Leci Barbisan Beth Brait Luiz Francisco Dias Jos Luiz Fiorin Valdir do Nascimento Flores Karina Giacomelli Vera L cia Pires e Kelly Cristine G Werner e por ltimo de Neiva Maria Tebaldi Gomes H de ser notado que muitos dos autores apresentados na publica o da UFSM s o n o por coincid ncia alguns que j haviam participado do Col quio realizado em 2004 na PUCRS Essa repeti o de nomes revela n o s a exist ncia de grupos interessados nos estudos ling fstico enunciativos particularmente na UFRGS na PUCRS na UNISINOS e na UFSM como que essas mesmas pessoas se dedicam a mostr los Ademais esses
41. Cap tulo 5 ELEMENTOS DO DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O Esses homens Todos puxavam o mundo para si para o concertar consertado Mas cada um s v e entende as coisas dum seu modo Guimar es Rosa Grande sert o veredas 5 ELEMENTOS DO DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O No cap tulo anterior realizamos uma descri o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Haveria dentro dos elementos descritos in meros pontos que diriam respeito rela o entre a Ling fstica da Enuncia o e a maneira como ela retratada nesse dicion rio logo pass veis de an lise aqui Dentre essas possibilidades nosso interesse diz respeito ao que interfere diretamente na recep o que a obra terminogr fica pode vir a ter no seu p blico alvo especificamente em rela o aos itens que introduzimos em 4 4 Assim reservamos o item 5 1 para uma discuss o sobre a disciplinariza o do campo da Ling fstica da Enuncia o Depois dessa contextualiza o fazemos o trabalho de an lise propriamente dito Dentre as possibilidades de quest es que nos interessariam discutir neste trabalho sobre o dicion rio selecionamos tr s questionamentos da obra O primeiro diz respeito rvore de dom nio de que trataremos em 5 2 o segundo se refere forma de apresenta o dos autores que comp em o dicion rio o que analisaremos em 5 3 em 5 4 examinaremos a forma de apresenta o dos verbetes cuja forma a mesma mas o
42. Cec lia P rez de Souza e Silva Orlando Vian Jr Roxane Helena Rodrigues Rojo e S rio Possenti Se a colet nea tem o m rito de reunir 82 estudiosos em torno do tema e depois reunir os artigos decorrentes do semin rio em um livro levando o ao p blico acad mico n o podemos dizer que n o h falha ao inserir no conjunto textos que consideram a perspectiva discursiva Brand o e textual Koch Por fim lembramos o conjunto de obras ligadas diretamente ao grupo de trabalho a que esta disserta o se liga do qual destacamos dois textos O primeiro livro a ser lembrado a publica o da tese de doutoramento de Valdir do Nascimento Flores Ling stica e psican lise princ pios de uma sem ntica da enuncia o de 1999 j citado neste trabalho De forma bastante sucinta podemos dizer que o texto trata da quest o do estatuto do sujeito presente nas teorias enunciativas O autor atrav s de um percurso pela ling stica e pela psican lise como mesmo aponta o t tulo evidencia a possibilidade do maior exclu do da Ling fstica saussuriana o sujeito voltar ao interior da ling fstica mas abarcado por um outro tipo de an lise a enunciativa O segundo destaque para Introdu o Lingii stica da Enuncia o tamb m de Valdir do Nascimento Flores mas dessa vez acompanhado de Marlene Teixeira Lan ado em 2005 o livro realiza um percurso que sob muitos aspectos igualmente seguimos neste trabalho Os autor
43. Enuncia o benvenistiana interferiu na maneira como essa rea foi recebida no Brasil Mais uma vez dizemos que n o nossa tarefa julgar tal leitura Compete nos registrar que ela ajudou a gerar um apagamento das teorias da Enuncia o no Brasil Apontando a introdu o da Ling stica Textual no Brasil afirma Koch que no final da d cada de 70 que come am a surgir no Brasil os primeiros trabalhos dedicados ao estudo ling stico do texto Somente na d cada de 80 contudo come am a multiplicar se os estudos em Ling stica Textual Ap s a publica o na Revista Letras de Hoje da Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul de um artigo pioneiro de Ign cio Ant nio Neis Por uma gram tica textual 1981 inspirado em textos de autores 87 franceses v m luz os dois primeiros livros na rea em 1983 Lingii stica textual introdu o F vero e Koch e Lingii stica de texto o que e como se faz Marcuschi KOCH 1999 Podemos retomar as tr s fases da LT desta vez tomando Bentes 2005 A autora afirma que a Ling fstica Textual est entre os estudos da linguagem que buscam ir al m da frase opondo se ao Estruturalismo e procurando reintroduzir em seu escopo te rico o sujeito e a situa o de comunica o p 245 A autora refere tr s momentos da disciplina segundo ela n o necessariamente cronol gicos O primeiro seria a an lise transfr stica no qual um text
44. Salle 1998 Linguistique et psychanalyse sob a direg o de Michel Arriv e Claudine Normand 2 Em um livro chamado A enuncia o Jean Cervoni j faz um primeiro esbo o no sentido de reunir os estudos enunciativos perguntando se o que uniria perspectivas t o diversas O autor conclui que um dos tragos dos estudos ligados Ling fstica da Enuncia o o autor faz uso do sintagma partir da reflex o da Ling stica tal qual Saussure a delineou caminho adotado aqui N o pretendemos aqui fazer uma leitura extensa da obra saussuriana Tomamos apenas os pontos relevantes ao desenvolvimento do racioc nio a que nos propomos nos momentos em que s o necess rios 43 caracterizava os estudos saussurianos e qual era afinal sua disposi o ao ministrar os cursos que posteriormente deram origem ao CLG Afirma Teixeira Uma pesquisa emp rica n o se torna ci ncia como diz Ducrot a n o ser quando se decide a construir seu objeto Em nome do rigor essa constru o n o acolhe a multiplicidade de aspectos que constituem os fen menos observ veis em um campo de investiga o Via de regra o que o 2 pesquisador faz elaborar os conceitos com a ajuda dos quais poder interrogar os dados da experi ncia 2 E sob essa perspectiva que no CLG Saussure trata de definir que aspectos do complexo fen meno da linguagem a ling fstica deve privilegiar para conquistar status no terreno cient fico Seu prop sito be
45. UFRGS Porto Alegre v 16 n 32 33 p 161 180 2002 BARROS Diana Luz Pessoa de Estudos do texto e do discurso no Brasil D E L T A Revista de Documenta o de Estudos em Ling stica Te rica e Aplicada S o Paulo v 15 1999 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0102 44501999000300008 amp lIng en amp nrm iso amp tlng pt gt Acesso ago 2006 BARROS L dia Almeida Curso b sico de terminologia S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2004 BEAUGRANDE Robert Alain DRESSLER Wolfgang Ulrich introducci n a la Lingii stica del texto Barcelona Ariel 1997 BECHARA Evanildo Moderna gram tica brasileira 37 ed Revisada e ampliada Rio de Janeiro Lucerna 2001 BENTES Anna Christina Ling fstica textual In MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Orgs Introdu o lingii stica dom nios e fronteiras v 1 5 ed S o Paulo Cortez 2005 p 245 288 BENVENISTE mile Problemas de ling stica geral I 4 ed Campinas Pontes Editora da UNICAMP 1995 Problemas de lingii stica geral II Campinas Pontes Editora da UNICAMP 1989 BOHAS Georges GUILLAUME Jean Patrick KOULOUGHLI Djamel L analyse grammaticale dans la tradition arabe classique In AUROUX Sylvain Org Histoire des id es linguistiques la naissance des m talangages en orient et en occident Tome 1 Li ge Bruxelles Pierre Mardaga 1992 p 260 282 BOUQUET Simon Intro
46. a compila o que realizamos neste cap tulo n o pretendeu ser exaustiva Tal pesquisa consiste apenas em um olhar voltado a determinados prop sitos quais sejam os de iniciar uma vis o epistemol gica do campo Ling stica da Enuncia o e de encaminhar para a reflex o acerca do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Tomamos portanto os dados que acreditamos necess rios para chegar a esse fim 1 2 A heterogeneidade das teorias enunciativas A aus ncia de uma Lingii stica da fala mais sens vel Prometida aos ouvintes do terceiro curso esse estudo teria tido sem d vida lugar de honra nos seguintes sabe se muito bem por que tal promessa n o p de ser cumprida Charles Bally e Albert Sechehaye A afirmativa acima consta do pref cio primeira edi o do Curso de Lingii stica Geral gt de Ferdinand de Saussure Trata se de um pequeno trecho da apresenta o feita por Charles Bally e Albert Sechehaye no qual os editores lamentam a impossibilidade de prosseguimento dos estudos do mestre e a consequente aus ncia de uma abordagem saussuriana para uma ling stica da fala N o tarda muito contudo o surgimento de muitas teorias de diferentes autores e com modelos diversos que trazem a problematiza o do elemento deixado em segundo plano pelo mestre genebrino quando da funda o da ci ncia ling fstica Como vimos mesmo antes do corte saussuriano j se tra avam os primeiros esbo os dos te
47. a sua representa o de mundo pois Para se tornar um termo da frase um conceito deve ser atualizado Atualizar um conceito identific lo a uma representa o real do sujeito falante De fato um conceito em si uma cria o da mente ele virtual ele exprime a id ia de um g nero coisa processo ou qualidade Ora a realidade ignora os g neros ela somente oferece entidades individuais p 77 Ou seja o sujeito ao enunciar faz um uso individual e nico do sistema ling stico Retomando o que foi dito mais acima a frase ou enunciado a realiza o da fala composta ling stica l gica e psicologicamente Se a sua por o ling stica a materializa o da enuncia o onde est o as por es l gica e psicol gica A forma l gica da frase a que distingue claramente a representa o recebida pelo sentido a mem ria ou imagina o p 36 ou seja a no o direta e objetiva que o sujeito tem em contato com os signos da l ngua antes que opere subjetivamente sobre elas Bally chama essa parte da frase de dictum J a por o psicol gica justamente aquela referente opera o ps quica que o sujeito opera sobre ela p 36 isto o ato de atualiza o em si que o autor denomina modus ou modalidade Tal opera o pode marcar entendimento julgamento de valor ou julgamento de vontade atrav s do modus que a representa o formal da frase o dictum atualizad
48. argumentos com um princ pio argumentativo intermedi rio que possibilita a passagem para segmentos conclus es Fonte da defini o Cf ANS95 EDU06 Nota explicativa O enunciado 3 est definido com base na Teoria dos Topoi em que o sentido do enunciado depende de um princ pio argumentativo utilizado para p r em rela o argumento e conclus o Como exemplo podemos citar o enunciado o tempo est quente mas estou cansada produzido em um contexto de recusa a um convite de ida praia Nesse caso o primeiro segmento o tempo est quente produz a conclus o impl cita vamos praia n o assumida pelo locutor que ao apresentar o segundo segmento estou cansada encaminha e assume a conclus o contr ria n o vamos praia Esse trajeto de sentido entre os segmentos argumentos e seus respectivos segmentos conclus es ocorre devido ao princ pio argumentativo de que o tempo quente favorece a ida praia posto na rela o entre os dois segmentos Fonte da nota Cf ANS95 EDU06 Termos relacionados argumento segmento Teoria dos Topoi enunciado 4 s m Ducrot Ocorre tamb m em Benveniste Greimas R canati Defini o unidade argumentativa de sentido formada pela interdepend ncia entre dois segmentos constituindo o encadeamento argumentativo Fonte da defini o Cf DUC97b EDUO6 Nota explicativa O enunciado 4 est definido com base na Teoria dos Blocos Sem nticos Nesse quadro t
49. as teorias enunciativas sob algum ponto de vista para que possamos reconhec las como pertencentes a um campo nico Seria poss vel por exemplo fazer uma divis o entre os autores que aqui consideramos enunciativos apontando suas especificidades Dessa forma haveria te ricos enunciativos stricto sensu como Authier Revuz e Ducrot que trabalham exclusivamente com o paradigma enunciativo outros que o abordam ou abordaram no entre outros estudos como Jakobson Bally e o pr prio Benveniste que dentre os muitos assuntos sobre os quais trataram criaram tamb m teorias enunciativas e ainda te ricos que tiveram apenas algumas reflex es ligadas enuncia o como Bakhtin Essa vis o poss vel mas n o invalida o esfor o empreendido neste trabalho medida que o olhar aqui inverso Trata se de vislumbrar o campo n o como ponto de partida mas como ponto de chegada isto n o partimos da Ling fstica da Enuncia o para chegar aos seus autores mas dos autores que t m uma reflex o que os liga ao campo da 46 Ling stica da Enuncia o constituindo o o que uma perspectiva diversa mas igualmente v lida N o vemos portanto a Ling fstica da Enuncia o como uma rea cujo objeto tem um tratamento homog neo Embora inegavelmente haja um objeto no campo proposto a enuncia o ele abordado de in meras formas o que podemos verificar na reuni o em um 7 see Ro Ey nic
50. chamar cada uma dessas reflex es de teoria H diferen as fundamentais como por exemplo a presen a de autores que t m teorias pr prias enquanto outros utilizam outras teorias em suas an lises Essas an lise tamb m n o s o similares afinal elas s o decorrentes da maneira como se v o objeto enuncia o Marcamos enfim que temos consci ncia dessas diferen as e elas ser o consideradas ao longo de toda a disserta o e nas nossas an lises No pr ximo momento abordaremos a constitui o da Ling fstica da Enuncia o e em seguida faremos uma breve an lise sobre a incurs o dos estudos enunciativos no Brasil Esses dois cap tulos junto a essa parte inicial deste trabalho ajudar o a entender o lugar de um dicion rio de Enuncia o no contexto brasileiro dos estudos da linguagem 2 Tal obra terminogr fica abordada nos cap tulos 4 e 5 deste trabalho Cap tulo 2 A DELIMITA O DA LINGU STICA DA ENUNCIA O ds vezes til pedir evid ncia que se justifique Emile Benveniste 2 A DELIMITA O DA LINGU STICA DA ENUNCIA O O presente cap tulo tem por objetivo ver os termos pelos quais podemos pensar a exist ncia do campo de estudos Lingii stica da Enuncia o delimitando suas diretrizes fundamentais Assim primeiramente abordaremos o corte efetuado na constitui o da Ling fstica como ci ncia Em seguida retomamos as teorias enunciativas agora com um car
51. da enuncia o pertencem l ngua mas n o se encerram nela pertencem fala medida que s nela e por ela t m exist ncia e questionam a exist ncia de ambas j que emanam das duas FLORES 2001 p 56 Na Ling stica da Enuncia o portanto h subvers o dessa dicotomia saussuriana pois n o h como fazer uma delimita o clara das fronteiras entre l ngua e fala Podemos tomar por exemplo a no o de aparelho formal da enuncia o de Benveniste que consiste na mais forte refer ncia nesse sentido Segundo v rios estudiosos o artigo O aparelho formal da enuncia o uma quebra de paradigma dentro da pr pria teoria benvenistiana exatamente o texto no qual h a dissolu o da dicotomia 35 Simon Bouquet 2004 faz um estudo dos manuscritos saussurianos que d origem ao livro Introdu o leitura de Saussure Nessa obra o autor aponta para o fato de que o pr prio Saussure ao longo dos tr s anos do curso que ministrou na Universidade de Genebra teria ido na mesma dire o de pensamento ou seja na dissolu o da dicotomia l ngua fala Nesta disserta o entretanto n o discutimos esse posicionamento Aceitamos que as concep es postas no CLG s o as que efetivamente serviram de funda o ci ncia ling stica 51 Barbisan 2004 faz uma interessante compara o entre as no es de l ngua e fala em Benveniste e em Ducrot a partir da qual se evidencia que a problematiza
52. de iniciativas s m Defini o componente da ling istica s cio operativa que re ne os elementos que interferem na realidade do exerc cio discursivo tendo em vista as iniciativas do homem em situa o de di logo com seu semelhante Fonte da defini o Cf HAG90 212 Nota explicativa apesar de todos os constrangimentos impostos percebe se a iniciativa do enunciador em dois momentos a na constru o do sistema da lingua que pode se dar por enunciador coletivo agente inconsciente das mudan as em longos per odos por grupo de enunciadores formando sociedades caracterizadas g nese dos crioulos nascimentos de l nguas especiais e ou por enunciadores individuais por ocasi o de a es conscientes cria o neol gica atividade po tica etc b na participa o que tem na cria o das situa es de varia o ling istica e de uso da palavra como instrumento de poder Fonte da nota Cf HAG90 212 Leitura recomendada HAG90 Termos relacionados constrangimentos enunciador ling istica s cio o perativa dom nios de psicossocial enunciador psicossocial Defini o o homem em situa o dialogal com seu semelhante Fonte da defini o Cf HAG90 210 Nota explicativa Designa o geral para o princ pio de que o sujeito deve estar no cerne das atrav s de ndices biolectais pertencentes a uma zona preocupa es da ling stica como enunciador e n o sistematicamente codificada por exemplo
53. determinado momento em que a l ngua mobilizada por um locutor Fonte da nota EBE06 Termos relacionados atualiza o enuncia o palavra Ducrot 21 manifesta o particular de uma frase Fonte da defini o Cf DUC87b EDU06 Nota explicativa 4 no o de enunciado apresenta altera es nas diferentes fases do estudo sem ntico da l ngua de Ducrot O enunciado 1 definido com base na Teoria da Polifonia vinculado no o de frase Nesse quadro te rico o enunciado tratado como uma entidade emp rica produto da enuncia o Desse produto abstrai se uma entidade abstrata a frase que no escopo da Teoria difere da acep o da tradi o gramatical Fonte da nota Cf DUC87b EDU06 Termos relacionados enuncia o frase sentido 2 2 unidade argumentativa de sentido composta de um segmento argumento e um segmento conclus o Fonte da defini o Cf DUC88a EDU06 Nota explicativa O enunciado 2 est definido conforme a fase inicial da Teoria da Argumenta o na L ngua Nesse quadro te rico o enunciado constitui uma unidade argumentativa formada por dois segmentos No enunciado O tempo est quente vamos praia o primeiro segmento o argumento e o segundo a conclus o Fonte da nota Cf DUC88a EDUO6 Termos relacionados argumento conclus o Teoria da Argumenta o na Lingua 2 3 unidade argumentativa de sentido constitu da por segmentos argumentos com u
54. do modelo desenvolvido por Hag ge O primeiro apresenta se para o enunciador como um campo de servid o definidor da gram tica como o que obrigat rio Por exemplo independe da vontade do enunciador decidir que o verbo e o nome n o concordam numa l ngua em que esta concord ncia seja regra O segundo diz respeito a regras de constru o dos enunciados Por exemplo rela es entre enunciados ligados ao ambiente familiar por rela es de convers o Os fatores biol gicos s o relativos s vari veis ligadas ao biol gico sexo e idade tal como a lingua o interpreta Expressam se Japon s v rias part culas modalizando o enunciado segundo o grau de certeza de d vida de interroga o variam em fun o do sexo do enunciador ou do auditor O imagin rio ling istico diz respeito a vari veis que decorrem da aptid o humana para construir rela es entre indiv duos entre grupos assim como entre estes e o ambiente indices s cio lectais como as formas de familiaridade que refletem a rela o simb lica do enunciador com a lingua ndices simbolectais como a ado o de pron ncia considerada mais conveniente para determinado papel social que decorrem dos estatutos e op es pol ticas indices poliolectais como fen menos de hipercorre o Fonte da nota Cf HAG90 212 214 237 252 Leitura recomendada HAG90 Termos relacionados di logo 3 dominios de iniciativas ling istica s cio operativa dom nios
55. do processo Notamos assim que o consulente tratado como um pressuposto Ele determinado no in cio do processo de elabora o do material terminogr fico e a partir de sua imagem s o organizados os elementos que comp em o dicion rio A fun o do termin logo portanto ser uma figura de interm dio que serve de ponte entre o especialista de um determinado campo do conhecimento e esse usu rio pressuposto dos produtos relacionados a esse campo Mesmo quando o usu rio parece estar distante o p blico alvo deve estar necessariamente impl cito em todas as etapas de execu o de uma obra terminogr fica Ou seja tudo em um dicion rio ou gloss rio em termos de estrutura deve ser pensado e considerado tendo como refer ncia tr s aspectos a terminologia em quest o o p blico alvo e as rela es entre esse campo do conhecimento e esse consulente que os estudiosos dessa rea querem atingir 22 Particularmente com rela o ao Dicion rio de Ling stica da Enuncia o podemos dizer que esse trabalho est sendo feito das duas maneiras an lise do produto e do processo Um exemplo de como o produto est sendo analisado o artigo Estudo terminol gico da tradu o de Problemas de lingii stica geral de mile Benveniste de Daniel Costa da Silva bolsista de apoio t cnico NS CNPq que trabalha no projeto do dicion rio Esse artigo SILVA 2007 que discute quest es terminol gicas que envolvem verbete
56. do uso da linguagem na qual ele deixa marcas Essas marcas se referem exatamente ao contexto situa o e interlocu o e podem ser depreendidas atrav s da compara o dos fatos expressos por esse falante com outros fatos de linguagem A afetividade para Bally a manifesta o natural e espont nea das formas subjetivas do pensamento de todos os sujeitos Ela est ligada a todas as sensa es vitais aos desejos s vontades aos ju zos de valor A linguagem afetiva ou expressiva traduz esses movimentos interiores Um fato de express o consiste em um uso espont neo portanto relacionado afetividade da linguagem Corresponde a uma unidade de pensamento uma unidade completa e aut noma de sentido podendo compreender desde um afixo at frases 662 Para Bally preciso delimitar os contornos dos fatos de express o at que eles correspondam a unidades psicol gicas p 14 sendo que Delimitar um fato de express o tra ar na aglomera o dos fatos de linguagem da qual ele faz parte seus limites pr prios aqueles que permitem assimil lo unidade de pensamento da qual ele a express o identific lo proceder a essa assimila o definindo o fato de express o e substituindo o por um termo de identifica o simples e l gico que corresponda a uma representa o ou a um conceito da mente p 16 28 Afirma Bally que s se pode identificar um fato de express o por um termo que
57. dom nios e fronteiras v 2 4 ed S o Paulo Cortez 2004 p 47 68 PIRES Vera L cia Sujeito e sentido em Bakhtin e Benveniste os pontos de contato Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 231 237 dez 2004 PUBLICA ES do Programa de P s gradua o da Universidade Federal de Santa Maria Dispon vel em lt http www ufsm br ppgletras publicacoes revista letras htm gt Acesso abr 2007 PUECH Christian Benveniste et la repr sentation de la discipline linguistique In NORMAND Claudine ARRIVE Michel Orgs Emile Benveniste vint ans apr s Linx Nanterre num ro sp cial 1997 REVEL Revista Virtual de Estudos da Linguagem Dispon vel em lt http paginas terra com br educacao revel index htm gt Acesso ago 2006 Dispon vel em lt http www revel inf br gt Acesso set 2007 REVISTA DA ABRALIN Rio de Janeiro ABRALIN 2002 REVISTA DA ANPOLL S o Paulo ANPOLL 1995 SANTOS Elis ngela Rosa dos Sintaxe e significa o um estudo enunciativo das ora es relativas no portugu s 2002 Disserta o SAUSSURE Ferdinand de 1916 Curso de lingii stica geral 9 ed Organiza o Charles Bally e Albert Sechehaye Colabora o Albert Riedlinger Tradu o Ant nio Chelini Jos Paulo Paes e Izidoro Blikstein S o Paulo Cultrix s d SCH FFER Margareth FLORES Valdir do Nascimento BARBISAN Leci Borges Orgs
58. dos fatos da linguagem organizada associados afetividade subjetividade Baseando se no uso efetivo da l ngua est dividida em duas partes a externa e a interna A primeira faz um comparativo entre duas l nguas distintas destacando por contraste os procedimentos ling sticos os signos atrav s dos quais a l ngua expressa as id ias e a subjetividade A Estil stica Interna considerada pelo autor a mais importante Estil stica sendo assim chamada Seu objetivo analisar a estrutura de uma s l ngua e especialmente as rela es entre a fala e o pensamento dos sujeitos falantes e ouvintes 13 Doravante LV A publica o do texto Le langage et la vie de 1913 O livro de mesmo nome que se origina desse texto lan ado em 1925 FLORES TEIXEIRA 2005 p 114 A edi o de Le langage et la vie utilizada neste trabalho uma tradu o para o espanhol de 1967 14 Mesmo tendo reeditado suas obras reformulando as ap s o seu contato com o trabalho de Saussure Bally manteve praticamente o mesmo texto e o conjunto de suas id ias n o sofreu altera es As refer ncias a Saussure em seu texto dizem mais respeito s coincid ncias encontradas entre as suas id ias e as do mestre genebrino e a uma grande admira o do que propriamente a influ ncias Sobre as influ ncias de Bally ver MEDINA Jos Charles Bally de Bergson Saussure Langages Paris n 77 p 95 104 mar 1985 26 A linguagem segundo o autor
59. ela pr pria definida como opera es de representa o de referencia o e de regula o de um outro lado eu digo que essa atividade n s s podemos apreender a fim de estudar o seu 40 funcionamento atrav s de configura es espec ficas das organiza es em uma l ngua dada A atividade de linguagem remete a uma atividade de produ o e reconhecimento de formas ora essas formas n o podem ser estudadas independentemente dos textos e os textos n o podem ser independentes das l nguas CULIOLI 1990 p 14 N o objetivamos fazer aqui uma listagem exaustiva dos autores que constituem a Ling stica da Enuncia o Caso tiv ssemos em mente tal objetivo dever amos falar tamb m de te ricos como Fran ois Flahault Catherine Fuchs Catherine Kerbrat Orecchioni Claude Hag ge entre outros O que pretendemos foi dar um breve panorama do campo que serve de base a outro ponto da discuss o qual seja ajudar a dar conta da quest o da constitui o do campo Ling fstica da Enuncia o foco no cap tulo 3 Queremos ainda destacar o fato de que essa variedade de estudiosos e de m todos uma marca da Ling fstica da Enuncia o O pr prio corpus do Dicion rio de Ling stica da Enuncia o constitu do de textos que representam teorias que tratam da enuncia o e tal escolha n o pac fica Muitos poderiam questionar a presen a de v rios autores que l se encontram presentes e at mesmo o fato de
60. em como pura subjetividade A no o de psicossocial FIGURA 11 Apresenta o por autores l Pensamos ser prudente lembrar que as escolhas de apresenta o dos verbetes s o sempre aleat rias em princ pio pois n o h uma regra que estipule essa ou aquela forma S o portanto t cnicas decorrentes da media o entre a adequa o ao usu rio e a terminologia que se busca explicitar isto h diferentes possibilidades a escolha mediada pela imagem do p blico alvo e pela id ia de fidelidade ao campo 2 Ressaltamos que tratamos de um produto em fase de realiza o e portanto quaisquer alternativas e escolhas est o sujeitas a altera es 141 Na segunda op o os verbetes s o postos em ordem alfab tica com o nome do autor a que se refere o termo ao seu lado como na Figura 12 A actante da enuncia o sS m Greimas Outras denomina es actante da comunica o Defini o parceiro do ato enunciativo o eu e o tu Fonte da defini o Cf GRE79a 3 Nota explicativa Os actantes da enuncia o aparecem em tr s niveis distintos 1 o autor e o leitor impl citos que s o pressupostos pela pr pria exist ncia do enunciado chamados enunciador e enunciat rio 2 aquele que narra e aquele para quem se narra que est o projetados no interior do enunciado denominados narrador e narrat rio 3 as personagens que dialogam entre si no interior do texto nomeados de interlocutor e interl
61. estudo a rela o de cada autor com o campo a pr pria constitui o do campo em si e mesmo as limita es da equipe do dicion rio 5 4 A apresenta o dos verbetes poliss micos Como j dissemos uma das caracter sticas mais marcantes da Ling stica da Enuncia o a heterogeneidade das teorias nas formas de abordagem do objeto Sendo assim a elabora o de um dicion rio que re na essas diferen as s enriquece a pesquisa no campo medida que se trata de um referencial complexo Ao mesmo tempo entretanto essa heterogeneidade gera dificuldades como por exemplo resolver a quest o da apresenta o dos verbetes que t m a mesma forma e sentidos diversos estejam presentes na obra de diferentes autores ou de um mesmo autor Com rela o ao tema desta se o h tr s quest es a serem abordadas A primeira e a segunda a serem apresentadas s o secund rias em rela o an lise consistindo na identifica o da nomenclatura a ser utilizada em nosso trabalho tanto na Terminologia em 5 4 1 quanto na Ling fstica da Enuncia o em 5 4 2 os verbetes que apresentam a mesma forma mas distintos sentidos s o casos de polissemia ou de homon mia O terceiro ponto 145 que se coloca a an lise propriamente dita em 5 4 3 como devem aparecer os termos de distintos sentidos e formas id nticas no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o 5 4 1 Homon mia e polissemia em Terminologia e Lexicografia
62. execu o do dicion rio O consulente usu rio pretendido o aluno em in cio de forma o acad mica gradua o e F E 243177 mestrado e professores em geral A estrutura da obra portanto visa a atingir esse p blico 4 3 2 Sobre a microestrutura do dicion rio A microestrutura do dicion rio segundo Castillo 1997 o conjunto de elementos e a disposi o interna que apresenta cada um dos artigos que comp em a obra 76 Pelo fato de participarmos do projeto como j dissemos tivemos acesso ao material elaborado como forma de organizar os processos de execu o dos verbetes e de dar uma vis o de todo do dicion rio para as equipes de trabalho Quando nos referimos ao material de apoio portanto a esse conjunto de instru es que os grupos que executam o dicion rio receberam que estamos remetendo 77 O usu rio abordado com maior aten o em 4 3 3 106 lexicogr fica p 29 isto trata se da organiza o interna do verbete O autor destaca que o verbete de um dicion rio terminol gico tem no m nimo quatro elementos o lema o termo a definir a informa o gramatical a defini o e as notas de alcance dados que ajudem no trabalho de tradutores por exemplo No Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o ela feita a partir de elementos determinados pela coordena o como sendo os essenciais em termos de clareza para o consulente Segundo Flores 2006 adotou s
63. formas cada enuncia o ele o faz 36 Afirma Benveniste que enquanto realiza o individual a enuncia o pode se definir em rela o l ngua como um processo de apropria o BENVENISTE 1989 p 84 Apropriar se da l ngua enunciar fazer uso do aparelho formal da enuncia o isto do mecanismo de emprego da linguagem A enuncia o diz Benveniste este colocar em funcionamento a l ngua por um ato individual de utiliza o p 82 Um sujeito se apropria da l ngua faz uso da linguagem realizando alguns processos simult neos Segundo Benveniste h dois sistemas na linguagem o semi tico das formas cuja unidade o signo e o sem ntico do uso do discurso cuja unidade a palavra O sujeito toma os signos do sistema semi tico e os significa dando lhes um sentido tornando os palavras da frase estando portanto no n vel sem ntico de acordo com a inst ncia desse discurso Ao mesmo tempo em que constitui a pr pria inst ncia do discurso o sujeito constitui a si mesmo como eu o ato individual de apropria o da l ngua introduz aquele que fala em sua fala p 84 constitui tamb m um tu elemento sem o qual n o h linguagem pois a subjetividade a no o mesma de sujeito apenas pode ser alcan ada por contraste pela intersubjetividade apenas em rela o a um outro que o homem consegue se constituir como sujeito Vale destacar que A subjetivida
64. ling fstico porque mesmo que efetivamente haja oposi o marcada ling stica saussuriana as id ias do C rculo sobre a linguagem trazem elementos que de algum modo contribuem para o estabelecimento de um pensamento sobre a enuncia o antecipando o estabelecimento de uma Ling stica da Enuncia o que al m de contemplar a quest o da intersubjetividade no mbito dos estudos da linguagem cont m a indica o de um modelo de an lise na qual forma e sentido articulam se no processo de constitui o de sentidos do discurso FLORES TEIXEIRA 2005 p 45 Compartilhando a cren a que temos neste trabalho Paveau e Sarfati definem Bally e Bakhtin no cap tulo As ling sticas enunciativas de As grandes teorias da lingii stica como As origens esquecidas Os autores j na introdu o da obra ao anunciar tal cap tulo afirmam que ele inteiramente consagrado s teoriza es que provindas de Bally e Bakhtin tentam pensar os mecanismos da discursiviza o abrindo a reflex o ling stica problem tica da enuncia o integrando segundo nfases 2 Ap s a incurs o a apresenta o de Bakhtin ser retomada mais tarde por Tzvetan Todorov A ocasi o para isso foi um projeto de estudo para restituir obra de Bakhtin uma coer ncia que a dispers o de seus escritos publicados em tradu es d spares n o permitira at ent o atingir DOSSE 1994 p 361 2 Como apontam Fl
65. no da polissemia poderia facilitar a leitura da obra terminogr fica sempre considerando o usu rio pretendido e o ponto de vista enunciativo No que concerne rvore de dom nio pensamos que apesar de tal ferramenta n o conseguir dar conta das especificidades de um campo em especial da complexidade da Ling stica da Enuncia o o seu processo de elabora o v lido como forma de pensar o campo e de guiar a equipe de elabora o do desenho da obra terminogr fica e de seus verbetes Pensamos ademais que apenas possamos falar de uma Lingii stica da Enuncia o no sentido de nomenclatura sob o ponto de vista de reconhecimento especialmente no que concerne a produtos de refer ncia como manuais ou o pr prio Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o De outra forma o sintagma acreditamos pode ser usado somente para denominar diferentes teorias da Enuncia o isoladamente Por fim queremos apontar para o fato de que ainda h muitos aspectos pendentes no que diz respeito epistemologia das teorias da Enuncia o como as quest es da Sem ntica e da Ling fstica em si Tamb m pensamos que est ainda por ser feita uma interface te rica mais profunda entre a Enuncia o e a Terminologia que seria de grande valia para ambas as reas REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AGUD Ana Pr logo In HUMBOLDT Wilhelm von Sobre la diversidad de la estructura del lenguaje humano y su influencia sobre el desarr
66. notre tude comprend les caract res affectifs des faits d expression les moyens mis en oeuvre par la langue pour les produire les relations r ciproques existant entre ces faits enfin l ensemble du syst me expressif dont ils sont les l ments BALLY 1951 p 16 31 p 28 son objet est l expression parl e et non le fait pens p 13 32 p 28 Cette recherche peut tre second e par des connaissances l mentaires de psychologie de m me que le cot social du langage est plus facile saisir si l on poss de quelques notions sur les tendancesqui r gissent les soci t s Mais en tudient ces sciences auxiliaires il faut bien se garder de les faire passer au premier plain car le r le est pour nous secondaire nous ne faisons pas de psychologie du langage pas plus que nous ne pr tendons faire de la sociologie Toute notre attention se porte sur la face expressive et non sur la face int rieure des faits de langage le langage est ici but non moyen p 28 33 p 31 toute nonciation de la pens par la langue est conditionn e logiquement psychologiquement et linguistiquement Ces trois aspects ne se recouvrent qu en partie 175 leur r le respectif est tr s variable et tr s diversement conscient dans les r alisations de la parole BALLY 1965 p 35 34 p 31 r agir une repr sentation en la constatant en l appr ciant ou en la d siderant p 35 35 p 31 il faut pre
67. o sobre a l ngua n o sobre a Sem ntica porque a Sem ntica n o um n vel mas a pr pria teoria A Sem ntica na Enuncia o a teoria ela perpassa a l ngua toda A Ling stica da Enuncia o e isso comum a todas as teorias que a constituem n o v a linguagem estratificada Podemos estudar qualquer n vel da linguagem a partir da Enuncia o pois sempre h sentido Ao estudar por exemplo algo genericamente denominado Morfologia Sintaxe Fonologia em quaisquer desses estudos sempre haver sentido Entretanto n o h como estudar Sem ntica ela n o um n vel mas atravessa a l ngua toda esse o ponto de vista do qual a Enuncia o v a linguagem Essa n o uma afirma o isolada Ela est intrinsecamente ligada teoria saussuriana da qual j destacamos deriva a Enuncia o Diz Simon Bouquet que a teoria da linguagem que se anuncia em Saussure uma teoria do esp rito Mais precisamente ela aparece como uma hip tese metaf sica ligada sua epistemologia program tica rompendo com o paradigma comparatista assim como com a metaf sica cl ssica da representa o para renov las simultaneamente no que pode ser efetivamente considerado como uma nova gram tica geral geral enquanto universal em seu princ pio certo mas tamb m enquanto transversal aos diversos mecanismos da l ngua e por isso pr pria a ser articulada sem res duo a uma teor
68. o v a si mesmo n o v aos demais e nem visto por eles de forma objetiva h sempre um filtro que o seu olhar a imagem que faz de tudo o que o cerca O que os sujeitos podem perceber uns dos outros s o apenas as manifesta es exteriores de seus seres reais realizadas a partir do uso da linguagem Diz Bally O que o sujeito surpreende em si mesmo a cada sondagem a sucess o ininterrupta de seus estados de consci ncia representa es id ias emo es a vida de seu esp rito em sua mobilidade as manifesta es diversas de seu temperamento Esta introspec o inteiramente espont nea raras vezes permite ao sujeito objetivar se o sujeito n o v a si mesmo como o veria outro E ao contr rio o que os outros percebem de n s s o as manifesta es exteriores de nosso ser ou melhor n o v em mais do que os resultados e os s mbolos em forma de atos de movimentos volunt rios ou involunt rios de palavras etc Esta simbologia pode ser interpretada bem ou mal mas mesmo quando a interpreta o for justa se corresponde bem nossa vida interior n o permite ver mais do que uma transposi o de nossa intimidade como julgar uma a o por suas conseq ncias e n o pela inten o de que nasceu p 89 Ou seja mesmo quando a interpreta o das manifesta es bastante fiel ela n o corresponde ao interior exato dos sujeitos mas a uma representa o que o que manifesto exteriormente atrav s
69. quadrimestralmente desde dezembro de 2003 apresenta ligado Ling stica da Enuncia o o artigo Enuncia o e sintoma da linguagem um estudo sobre as rela es metaf ricas e meton micas de Valdir do Nascimento Flores Luiza Milano Surreaux e Tanara Zingano Kuhn no volume 4 n mero 1 jan abr 2006 H tamb m no volume 4 n mero 2 maio ago 2006 os artigos O poder no circuito da Enuncia o de Nayr Tesser e Enuncia o escrita e alfabetiza o sobre a alteridade na linguagem de Silvana Maria Bell Zasso O caso da revista Organon revista do Instituto de Letras da UFRGS peculiar Primeiro porque ela foi originalmente lan ada em mar o de 1956 como uma revista da Faculdade de Filosofia j que na poca havia apenas Departamento de Letras dentro dessa faculdade e continha artigos de filosofia literatura e portugu s A partir de 1969 n 14 passa a ser da Faculdade de Letras mas fica at 1986 quando finalmente tem seu n 15 sem ser publicada e seu n 16 de 1989 Apenas em 1991 a revista retomada com regularidade A segunda peculiaridade que como a revista sempre tem tica s o poucos os n meros em que efetivamente poss vel haver artigos sobre Enuncia o embora haja uma parte dedicada a temas livres A Enuncia o ir aparecer diretamente no volume de n mero 23 de 1995 cujo tema foi O texto em perspectiva sendo a publica o dividida em quatro perspe
70. que liga determinadas unidades expressivas a meios ling sticos e sociais espec ficos Os meios ling fsticos unem determinados sujeitos a outros por quaisquer circunst ncias da vida em sociedade como por exemplo diferentes classes sociais ou profiss es tendendo a criar formas particulares de linguagem sempre subordinadas l ngua comum e ao mesmo tempo influenciando a A cria o dessas variedades decorrente das circunst ncias particulares das necessidades e das exig ncias inerentes a essas formas de vida e de pensamento Os meios de express o afirma Bally est o relacionados entre si eles n o formam um conjunto por seu n mero mas um sistema por seu agrupamento e sua penetra o rec proca Os s mbolos ling sticos ao serem empregados pelo falante comportam efeitos em virtude de uma rea o geral e simult nea aos fatos de linguagem que se limitam e se definem uns pelos outros As rea es resultantes do choque entre os usos da l ngua em meios distintos diz Bally provocam nos falantes e ouvintes sentimentos particulares Esses 29 sentimentos s o os efeitos por evoca o Os efeitos por evoca o decorrem ent o do valor simb lico que as unidades expressivas adquirem nos diferentes meios sociais isto s o aqueles provocados no sujeito quando os fatos expressos evocam os meios da vida e da atividade social em que seu emprego mais freq ente No efeito por evoca o a express o signif
71. rabe podemos reconhecer alguns dos pontos mais relevantes para as teorias da Enuncia o Os autores ainda acrescentam que os especialistas de ilm al ma ani elaboraram um modelo formal de an lise em quatro articula es funcionais fundamentais 1 todo enunciado simples constitu do de uma rela o predicativa isnad ligando um predicador musnad ilay hi e um predicado musnad 2 em todo enunciado o que n o predicador ou predicado uma press o gayd que se exerce seja sobre o predicador seja sobre o predicado seja sobre a rela o predicativa e que traz uma restri o determinativa ao termo sobre o qual ele incide 3 A opera o de introdu o de um gayd tagyd recursiva o que significa que um qayd pode se exercer sobre outro qayd 4 todo enunciado complexo se analisa em uma predica o simples nica sobre a qual incide uma ou mais opera es de tagyd tendo elas pr prias uma estrutura predicativa Se encontramos ra zes do pensamento enunciativo em mat rias aparentemente t o improv veis como na orat ria na gram tica na l gica e at mesmo na tradi o rabe n o de se espantar que autores anteriores aos princ pios da constitui o da Ling fstica da Enuncia o tenham em suas teorias aspectos que seriam posteriormente re tomados pelo campo Um desses casos sem d vida Wilhelm von Humboldt Nascido em 1767 na cidade de Postdam na Pr ssia na atual Alemanha Humboldt d
72. remete ao segundo e ao terceiro aspectos a demarca o das fronteiras do campo e a refunda o conceitual Essa configura o foi igualmente apresentada uma vez que uma nova vis o acerca das no es como a l ngua a linguagem o sujeito por exemplo acabam por delimitar o exterior ao campo Est o assim as suas fronteiras delimitadas com a defini o do objeto do ponto de vista e dos modelos de an lise que surgem a partir desses dois elementos Pensamos portanto que esses aspectos tenham sido desenvolvidos ao longo desta disserta o A quest o sobre a qual buscamos refletir ent o de que forma o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o uma obra terminogr fica elaborada de modo a atender s necessidades de disciplinariza o do campo Isso envolve obrigatoriamente uma reflex o em torno do usu rio posto que uma rea de estudos somente reconhecida se o p blico a quem se destinam os estudos e obras feitos nesse campo s o vistos como pertencentes a ele Um dicion rio tem um forte papel no reconhecimento de uma rea porque se trata de um instrumento de divulga o n o apenas da terminologia como dos autores e de uma vis o do pr prio campo em si como um todo Tal esp cie de obra assim como artigos e todo tipo de obra de refer ncia contribui na constitui o de um saber mostrando o lugar epistemol gico do campo Quanto maior a adequa o das ferramentas de fixa o de um campo isto
73. rio enciclop dico das ci ncias da linguagem 3 ed 2 reimpress o Tradu o Alice Kyoko Miyashiro et al Revis o Geraldo Gerson de Souza Pl nio Martins Filho S o Paulo Perspectiva 2001 ESTUDOS Enunciativos da Linguagem EEL Dispon vel em lt http www6 ufrgs br iletras estudos_enunciativos index htm gt Acesso abr 2007 ENCYCLOP DIE Philosophique Universelle Dispon vel em lt http www ai univ paris8 fr CSAR Hdr GB Vol2 Trav 09Enonci pdf gt Acesso jul 2006 ENDRUWEIT Magali Lopes A escrita enunciativa e os rastros da singularidade Tese Doutorado em Estudos da Linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Letras Programa de P s Gradua o em Letras Orienta o Prof Dr Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre 2006 FERREIRA Maria Cristina Leandro An lise do discurso no Brasil notas sua hist ria Dispon vel em lt http www discurso ufrgs br gt Acesso jul 2006 163 FINATTO Maria Jos Bocorny Defini o terminol gica fundamentos te rico metodol gicos para sua descri o e explica o Tese Doutorado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Letras Programa de P s Gradua o em Letras Orienta o Profa Dra Maria da Gra a Krieger Porto Alegre 2001 Termos textos e textos com termos novos enfoques dos estudos terminol gicos de perspectiva ling stica In ISQUERDO Aparecida Negri KRIEGER Maria da Gra a Orgs As ci nc
74. se estabelecem entre os enunciados ver Guimar es 1987 Koch 1987 e Vogt 1980 No entanto importante ressaltar que os trabalhos de Guimar es e Vogt inserem se mais na perspectiva da Sem ntica Enunciativa do que em uma perspectiva textual propriamente dita Grifo nosso 88 Ora se o objeto te rico da LT o texto por que a remiss o no o de enunciado que obedece a outro paradigma Essa remiss o acontece sucessivas vezes nas an lises apresentadas conex o entre enunciados a que se estabelece o primeiro e o segundo enunciado p 248 rela es argumentativas adequadas entre os enunciados p 249 quando um conjunto de enunciados constitui um texto p 250 Seguem se AD e LT os estudos em teorias pragm ticas que se iniciam no pa s nos primeiros anos da d cada de 1980 Rajagopalan registra a dificuldade em precisar uma data de inser o dos estudos no Brasil S o v rios os fatores que dificultam qualquer tentativa de averiguar as pesquisas no campo da pragm tica no Brasil O primeiro e o mais importante deles nada tem a ver com as condi es sabidamente prec rias de pesquisa no pa s mas sim pr pria indefini o a respeito do que vem a ser a pragm tica ou seja trata se de algo que atinge todos os pesquisadores no mundo inteiro RAJAGOPALAN 1999 Portanto embora o in cio do campo possa ser delineado de uma maneira de certa forma precisa a Pragm tica acabo
75. sem nticas estabelecidas no interior da enuncia o que configuram rela es de poder da palavra p 187 80 O pr ximo pesquisador que trazemos Eduardo Guimar es com um grande n mero de livros que se insere no campo da Enuncia o Seus estudos podem ser identificados por Sem ntica hist rica da Enuncia o denomina o do pr prio autor O livro Texto e argumenta o um estudo de conjun es do portugu s um exemplo de seu trabalho Nele o autor ap s analisar conjun es da l ngua portuguesa constata a necessidade de refazer a classifica o das conjun es no que diz respeito a que classe cada conjun o pertence GUIMAR ES 1987 p 189 devido an lise por exemplo de conjun es como embora e j que normalmente classificadas como subordinativas devem ser classificadas como coordenativas Para Guimar es suas an lises permitem dizer que a configura o hist rica de uma regularidade ling stica se caracteriza por estar aberta ao efeito do epis dio da enuncia o p 189 190 ou em outras palavras o sistema da l ngua afetado pelo seu uso O autor funda seus estudos em teorias enunciativas mas articula as com outras reas Em seu livro Sem ntica do acontecimento um estudo enunciativo da designa o exp e na introdu o o que podemos considerar um resumo de suas filia es Este trabalho mant m assim um di logo com dom nios como a filosofia da lingua
76. tenha a propriedade de exprimir sob sua forma mais simples mais objetiva mais abstrata a id ia que nele est contida p 105 Segundo o autor contudo a delimita o e a identifica o de um fato de express o s o apenas meios essenciais para se chegar ao objetivo da Estil stica que identificar seu conte do afetivo O autor diz que h dois tipos de efeitos que podem ser sentidos pelo sujeito ao entrar em contato com um fato de express o os efeitos naturais e os efeitos por evoca o Os efeitos naturais s o impress es que decorrem diretamente no sujeito da significa o pelo sentido dos fatos de express o sem uma reflex o a respeito O falante tem a impress o de que as express es s o insepar veis da significa o Os efeitos naturais compreendem efeitos produzidos por caracteres subjetivos singulares e individuais Afirma Bally Lidamos com um efeito natural ou direto quando por exemplo ao ouvirmos pronunciar uma palavra experimentamos uma impress o agrad vel ou desagrad vel sem que a reflex o acrescente nada de essencial a essa impress o primeira ainda um efeito natural quando uma express o nos faz ver uma coisa com propor es ou uma intensidade marcante de mesma natureza quando o fato de linguagem suscita em n s uma impress o de beleza de encanto de gra a etc BALLY 1951 p 167 J os efeitos por evoca o s o impress es causadas no sujeito a partir de uma reflex o inconsciente
77. 0 embora o seu trabalho e de seu grupo tenha sido levado ao ocidente traduzido apenas na d cada de 1960 O que diferencia os russos e os austr acos a quest o o tratamento do termo Diz Barros que A Escola sovi tica se caracteriza por sua concep o ling fstica da Terminologia menos filos fica e l gica que a austr aca N o trilha um caminho puramente te rico sabendo conciliar teoria e pr tica Diversamente da linha austr aca considera os termos como elementos ling fsticos de uso nos discursos t cnicos e cient ficos e n o como unidades controladas friamente dicionarizadas e objetos de uma normaliza o Por m a preocupa o com a normaliza o existe BARROS 2004 p 51 Assim ainda que o surgimento da Terminologia esteja localizado em termos cronol gicos na antiga Uni o Sovi tica afirmam Krieger e Finatto que A primeira orienta o est relacionada ao desenvolvimento dos estudos sobre o l xico especializado cujo impulso deve se a Eugen Wiister o fundador da Teoria Geral da Terminologia TGT Seu nome al m do estabelecimento das bases da disciplina est fortemente vinculado ao objetivo de delinear diretrizes pragm ticas de normatizar as terminologias visando a facilitar seu uso un voco mundialmente KRIEGER FINATTO 2004 p 28 A tese de doutoramento do engenheiro e professor austr aco Eugen Wiister intitulada A normaliza o internacional da terminologia t cnica de 1931 Os estudos da
78. 39 e 1964 publicado em 1966 J Problemas de ling stica geral IT lan ado em 1974 com artigos de 1965 a 1972 26 Marca Dosse que o ano de 1966 tinha sido o ano guia do estruturalismo Apesar de haver outros pontos de vista j em evid ncia no per odo como o Gerativismo o estruturalismo triunfa portanto num momento em que as funda es do edif cio mostram as primeiras fissuras em que as vontades de extravasamento de supera o ou de radicaliza o do fen meno j est o bem definidas Dosse 1994 p 97 38 constru o do conhecimento o que significa que outros discursos v o apont lo como fundador c desautoriza uma tradu o anterior de sentidos o que quer dizer que se constitui em oposi o a uma dada tradi o de sentidos que se constr i numa dada rela o de conflito com o processo dominante de sentido a produzindo uma ruptura um deslocamento instalando uma tradu o outra instaurando uma nova ordem de sentidos estabelecendo um novo s tio de signific ncia desenvolvendo novos dom nios de pesquisa construindo limites outros tornando poss veis novos gestos de interpreta o dos fen menos d estabelece uma rela o particular com o que veio antes com uma dada filia o re significando o que foi feito antes e dessa forma instalando uma nova filia o constituindo se assim num momento de significa o importante diferenciado e produzindo sua mem ria FIORIN 1995 p 19 20
79. 56 CONSIDERA ES FINAIS eee 157 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS o n 159 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Modelo de ficha terminol gica FIGURA 2 Modelo de ficha terminol gica preenchida FIGURA 3 Modelo de verbete no dicion rio FIGURA 4 Listagem dos autores comunica o termos para o usu rio FIGURA 5 rvore de dom nio inicial ooonnnnnnnininin FIGURA 6 rvore de dom nio A seu FIGURA 7 rvore de dom nio B oooicninicncioniininnionoconicininnnss FIGURA 8 rvore de dom nio C eee FIGURA 9 rvore de dom nio D FIGURA 10 Proposta de uma rvore de dom nio FIGURA 11 Apresenta o por autores FIGURA 12 Apresenta o por termos i cana ccon ccoo nccnnos FIGURA 13 Polissemia longitudinal sem repeti o do termo FIGURA 14 Polissemia longitudinal com repeti o do termo FIGURA 15 Apresenta o por autores sem repeti o do termo 106 107 108 108 112 121 133 134 135 136 137 140 141 152 153 154 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Lista de Grupos de Trabalho da ANPOLL 69 70 TABELA 2 Autores e n mero de termos oooncococicinonococonoccnncnncnncnncnnconann cinco 139 TABELA 3 Termos com polissemia longitudinal
80. ADE DE UMA LINGU STICA DA ENUNCIA O 14 1 1 A g nese da Ling stica da Enuncia o e iereercerereeeea 15 1 1 1 Bally abrindo caminho para a Enuncia o es casaesrtesnseseenintegatos quer aiintesonorseahantenss 24 1 1 2 Portas abertas para a Ling stica da Enuncia o ooooonnccccnncccnnnnnnnannnnnnnnnnnnncnnn cnn 30 1 2 A heterogeneidade das teorias enunciativas 32 2 A DELIMITA O DA LINGU STICA DA ENUNCIA O 41 2 1 O corte saussuriano ici tias nine 42 2 2 Ling stica da Enuncia o a constitui o de um campo s sstii 45 2 3 A Ling stica da Enunciac o e o que n o ela sss ii 60 3 A LINGU STICA DA ENUNCIA O NO BRASIL se 67 SAS Publicacoes sado bla 68 3 1 1 As entidades e os peri dicos its 68 SL ZAS publica es editoridiS A AS A a iS 78 3 2 As causas da pouca visibilidade 83 4 O DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O 93 4 1 Bases te rico metodol gicas do dicion rio 95 4 1 1 Bases te ricas a Terminologia 0 a da guardar asas aa 95 4 1 2 Bases metodol gicas a terminografia ss 98 4 2 A descri o do dicion rio 2 80 tr rien nn nn aaa 101 SINO Corpus do IC ONATIO ssa ASS etre ed 101 4 2 2 Itens da macroestrutura do dicion
81. Greimas R canati Defini o manifesta o particular de uma frase Fonte da defini o Cf DUC87b EDUOS Nota explicativa 4 no o de enunciado apresenta altera es nas diferentes fases do estudo sem ntico da l ngua de Ducrot O enunciado 1 definido com base na Teoria da Polifonia vinculado no o de frase Nesse quadro te rico o enunciado tratado como uma entidade emp rica produto da enuncia o Desse produto abstrai se uma entidade abstrata a frase que no escopo da Teoria difere da acep o da tradi o gramatical Fonte da nota Cf DUC87b EDU06 Termos relacionados enuncia o 4 frase 3 sentido 2 enunciado 2 s m Ducrot Ocorre tamb m em Benveniste Greimas R canati Defini o unidade argumentativa de sentido composta de um segmento argumento e um segmento conclus o Fonte da defini o Cf DUC88a EDU06 Nota explicativa O enunciado 2 est definido conforme a fase inicial da Teoria da Argumenta o na Lingua Nesse quadro te rico o enunciado constitui uma unidade argumentativa formada por dois segmentos No enunciado O tempo est quente vamos praia o primeiro segmento o argumento e o segundo a conclus o Fonte da nota Cf DUC88a EDU06 Termos relacionados argumento conclus o Teoria da Argumenta o na L ngua Ocorre tamb m em Benveniste Greimas R canati Defini o unidade argumentativa de sentido constitu da por segmentos
82. LIA EM LIA CREMONESE BASES EPISTEMOL GICAS PARA A ELABORA O DE UM DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O PORTO ALEGRE 2007 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LETRAS REA ESTUDOS DA LINGUAGEM ESPECIALIDADE TEORIAS DO TEXTO E DO DISCURSO LINHA DE PESQUISA AN LISES TEXTUAIS E DISCURSIVAS BASES EPISTEMOL GICAS PARA A ELABORA O DE UM DICION RIO DE LINGUISTICA DA ENUNCIACAO LIA EM LIA CREMONESE ORIENTADOR PROF DR VALDIR DO NASCIMENTO FLORES CO ORIENTADORA PROF DR MARIA JOS BOCORNY FINATTO Dissertac o de mestrado em Teorias do texto e do discurso apresentada como requisito parcial para a obtenc o do t tulo de Mestre pelo Programa de P s Graduac o em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul PORTO ALEGRE 2007 Para Daniel Penz o amor da minha vida meu amor de prata e meu amor de ouro Obrigada por existir na minha vida por me amar e por se deixar amar por mim AGRADECIMENTOS A minha m e Rosangela Cremonese que um exemplo de vida para mim Obrigada por me ensinar que o conhecimento a coisa mais importante que algu m pode ter e que sem as pessoas que amamos n o somos nada Ao Valdir que foi mais do que um orientador deste trabalho Mais do que um grande professor o Valdir um mestre desses que quase j n o se encontram mais cujos amplos conhecimentos abrangem mais horizontes do que se pode vislumb
83. Lingii stica da Enuncia o 299 No artigo G nese do termo scientifique Benveniste declara A constitui o de uma terminologia pr pria marca em toda ci ncia o advento ou o desenvolvimento de uma conceitualiza o nova assinalando assim um momento decisivo de sua hist ria Poder se ia mesmo dizer que a hist ria particular de uma ci ncia se resume na de seus termos espec ficos Uma ci ncia s come a a existir ou consegue se impor na medida em que faz existir e que imp e seus conceitos atrav s de sua denomina o Ela n o tem outro meio de estabelecer sua legitimidade sen o por especificar seu objeto denominando o podendo este constituir uma ordem de fen menos um dom nio novo ou um modo novo de rela o entre certos dados O aparelhamento mental consiste em primeiro lugar de um invent rio de termos que arrolam configuram ou analisam a realidade Denominar isto criar um conceito ao mesmo tempo a primeira e a ltima opera o de uma ci ncia BENVENISTE 1989 p 252 Benveniste destaca a quest o da legitimidade da ci ncia pela fixa o de sua terminologia Se as teorias da Enuncia o j realizaram a primeira opera o isto t m seus conceitos criados ou no caso dos autores em atividade em constante renova o relevante a elabora o de um dicion rio que abarque todos esses te ricos que de uma forma ou de outra est o ligados ao campo trazendo a conhecimento esses termo
84. O que esperamos explicita o de crit rios e de teorias inclusive na remiss o s fontes para que por exemplo o estudante p blico alvo da obra introdut ria ling fstica citada n o confunda epistemologias 89 No primeiro volume vimos que a Pragm tica a ci ncia do uso lingii stico estuda as condi es que governam a utiliza o da linguagem a pr tica ling stica Um dos dom nios de fatos ling sticos que exigem a introdu o 2 de uma dimens o pragm tica nos estudos ling fsticos a enuncia o ou seja o ato de produzir enunciados que s o as realiza es ling fsticas concretas FIORIN 2003a p 161 Grifos nossos Tal cap tulo traz ainda um t pico denominado A enuncia o que se inicia com a afirma o de que O primeiro sentido de enuncia o como vimos o de ato produtor do enunciado Benveniste diz que a enuncia o a coloca o em funcionamento da l ngua por um ato individual de utiliza o ou seja O falante utiliza se da l ngua para produzir enunciados p 162 O autor segue caracterizando a Teoria da Enuncia o benvenistiana atrav s das categorias pessoa fazendo a diferencia o pessoa n o pessoa de tempo opondo o tempo ling stico ao tempo cronol gico de espa o o agora e por fim exp e a discursiviza o das categorias enunciativas com base em Algirdas Julien Greimas e Joseph Court s N o dif cil perceber que o autor coloca em
85. Pereira de Abreu cujo referencial te rico baseado em Oswald Ducrot no n mero13 jul 1995 e Determina es ling fsticas e enunciativas da reg ncia verbal do portugu s estudo de um caso de Silvana Silva no n mero 26 27 dez 2003 A Letras de Hoje editada pelo Curso de P s gradua o em Ling stica e Letras da Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul PUCRS publicada ininterruptamente desde 1967 O peri dico apresenta artigos da rea de Enuncia o eles aparecem em quatorze das 146 edi es j publicadas Dentre essas quatorze edi es os n meros 126 de dezembro de 2001 e 138 de dezembro de 2004 s o especiais nesse sentido pois o primeiro trata apenas de temas do Texto e do Discurso e o segundo refere se apenas a textos sobre enuncia o dentro da perspectiva benvenistiana Esse volume de n mero 138 organizado por Valdir do Nascimento Flores Leci Borges Barbisan e Marlene Teixeira merece um pouco mais de aten o medida em que ele bastante representativo do n cleo que se formou em torno dos estudos enunciativos no sul do pa s O peri dico todo dedicado aos artigos produzidos para o Col quio de leituras de mile Benveniste realizado na pr pria PUCRS Tal encontro teve como prop sitos a criar um f rum de debates em torno da teoria da enuncia o desenvolvida por Emile Benveniste e sua rela o com o campo da Ling fstica da Enuncia o b a
86. RDE 1955 p 33 Ou seja n o s a linguagem constitutiva do homem como h um tu a que o eu se refere sem essa rela o n o h constitui o de sentido na linguagem A linguagem dual organizada a partir da rela o com o outro e para essa rela o se dirige Aponta Valverde que a linguagem em Humboldt nunca s meramente representa o e significa o mas tamb m sentimento vontade e a o sobre os demais VALVERDE 1955 p 34 Um dos aspectos mais impressionantes da teoria humboldtiana no que diz respeito rela o com as teorias enunciativas est na quest o do car ter de renova o das palavras a cada novo uso Para o autor A palavra n o tem como uma subst ncia algo j produzido nem cont m um conceito conclu do e terminado mas meramente estimula a elabor lo com for a espont nea ainda que de modo determinado O entender consiste em tocar mutuamente o mesmo membro da cadeia de representa es sens veis e produ es conceituais interiores fazer brotar em cada um conceitos correspondentes mas n o id nticos A representa o produzida pela palavra leva a marca da representa o subjetiva HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 38 Assim como complementa Valverde as palavras n o t m sentido fora da linguagem que se produz a cada instante A palavra pois brota em cada ocasi o como algo novo como produto voltado a emanar do esp rito em seu movimento enfrentando se com a me
87. a nica Para Bally por exemplo a enuncia o consiste em um ato do falante de utilizar as unidades de express o comuns a todos os indiv duos de uma comunidade ling fstica para expressar suas id ias e sua subjetividade Para Bakhtin a enuncia o pois atividade intrinsecamente dial gica FLORES TEIXEIRA 2005 p 57 N o seria produtivo citar exaustivamente aqui cada uma das defini es de cada autor de uma teoria enunciativa relevante entretanto constatar que independentemente da defini o dada ao termo sempre h uma busca por delimitar esse objeto e em todos os casos sempre de enuncia o que se est a falar enuncia o e subjetividade enuncia o e argumenta o enuncia o e polifonia enuncia o e metalinguagem enuncia o e comunica o etc p 102 Conceituar enuncia o no entanto n o um fim em si mesmo O conceito de enuncia o absolutamente inovador em termos de Ling fstica pois como afirmam Flores e Teixeira Com ele consolida se o estudo que busca evidenciar as rela es da l ngua n o apenas como sistema combinat rio mas como linguagem assumida por um sujeito As marcas da enuncia o no enunciado t m a especificidade de remeter inst ncia em que tais enunciados s o produzidos fazendo irromper o sujeito da enuncia o p 12 Conforme destacam Flores e Teixeira a no o de enuncia o tal qual se caracteriza nos estudos enunciativos faz
88. a aunque sea en pensamiento solo con outro o consigo mismo como si fuera outro HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 33 p 19 El hombre tiende aun a instancia de su pensamiento aislado hacia un t que corresponda al yo el concepto solo le parece que logra determinaci n y certeza cuando viene reflejado desde una mente ajena HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 33 p 19 nunca es s lo meramente representaci n y significaci n sino tambi n sentimiento voluntad y acci n sobre los dem s VALVERDE 1955 p 34 p 19 La palabra no tiene como una sustancia algo ya producido ni contiene un concepto concluso y terminado sino que meramente excita a elaborarlo con fuerza espont nea si bien de modo determinado El entender consiste en tocar mutuamente el mismo miembro de la cadena de representaciones sensibles y producciones conceptuales interiores hacer brotar en cada cual conceptos correspondientes pero no id nticos La representaci n producida por la palabra lleva el cu o de la representaci n subjetiva HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 38 15 16 17 18 19 20 172 p 19 20 La palabra pues brota en cada ocasi n como algo nuevo como producto vuelto a emanar del esp ritu en su movimiento enfrent ndose a la mente despu s de nacer de ella y al mismo tiempo haciendo al mundo de la misma materia del esp ritu y con eso seleccionando escogiendo e interpretando de entre la realidad el n
89. a isto ganha sentido pelo falante Bally adverte que seria vantajoso estudar separadamente as tr s partes do enuncia o 12 Os conceitos s o a evolu o dentro da teoria de Bally do que ele denominava em sua primeira fase de estudos a Estil stica s mbolos 35 mas os fatores psicol gicos do pensamento s o t o bem engrenados na estrutura l gica que n o se pode abstra los totalmente na an lise l gica por sua vez a forma ling fstica n o pode ser inteiramente separada das outras duas N o ser surpreendente ent o encontrar na an lise l gica das formas de enuncia o considera es que dizem respeito s outras duas ordens p 35 O pr ximo te rico que deve ser lembrado Mikhail Bakhtin A primeira informa o sobre o autor no ocidente foi o artigo Le principe dialogique de Todorov de 1968 mas um texto efetivamente de Bakhtin somente foi publicado em franc s em 1970 pela Seuil Trata se de La po tique de Dostoievski que foi prefaciado por Julia Kristeva DOSSE 1994 p 73 Na d cada de 1980 ele teria seus escritos publicado de forma menos dispersa na Franca Pode soar estranha a presen a desse autor em um trabalho que se prop e a analisar a exist ncia da Ling fstica da Enuncia o Contudo concordando com Flores e Teixeira acreditamos que tal presen a n o s justific vel como necess ria mesmo que o trabalho de Bakhtin n o tenha car ter estritamente
90. a n o vice versa A verdadeira l ngua aquela que se manifesta no processo din mico da fala A l ngua vive e sobrevive na fala Esta o pressuposto de toda determina o cient fica posterior e uma n o pode ser separada da outra A partir da fala a l ngua se desenvolve num sistema objetivo de regras com relativa autonomia ZILLES 1976 p 8 9 Da mesma forma que Humboldt j traz quest es abordadas posteriormente pela Enuncia o mesmo sem t la como foco tamb m o faz Michel Br al Embora seus estudos sejam essencialmente diacr nicos nele se encontram algumas afirma es bastante pertinentes que podem ser relacionadas ao campo de estudos em quest o Em 1897 Br al publica Essai de s mantique Dessa obra h alguns pontos que precisam ser destacados O primeiro se encontra em um artigo intitulado A ling fstica uma ci ncia natural Nesse texto Br al se coloca contra um posicionamento comum em sua poca que diz respeito maneira de ver a linguagem O autor j inicia seu texto respondendo ao questionamento do t tulo dizendo pode se duvidar de que a ling stica deva ser considerada entre as ci ncias naturais j que a linguagem um ato do homem BR AL 1992 p 195 Tal afirmativa contraria as correntes de estudo definidas no pr prio artigo correntes essas que tomavam a l ngua como um organismo vivo possuidor de regras pr prias independentemente da a o humana sobre ela
91. a maneira seria o crit rio etimol gico que como afirma a autora somente serve a uma an lise diacr nica A segunda alternativa a consci ncia ling stica do falante apresenta segundo a autora o inconveniente de n o ser um crit rio cient fico uma vez que a consci ncia ling fstica do falante n o um dado objetivo p 229 Para Barros a an lise sem ntico conceitual seria o melhor crit rio Por ele ocorre polissemia quando uma mesma forma apresenta diferentes sentidos mas em todos eles h um tra o sem ntico comum na aus ncia de tal semelhan a trata se de homon mia Com rela o a esses crit rios na Lexicografia o fen meno normalmente tratado por um vi s diacr nico isto pelo hist rico epistemol gico Pela etimologia das unidades l xicas donde se parte verifica se se elas t m a mesma origem ou n o Se a origem for a mesma a varia o de sentido considerada polissemia e feita uma entrada com as acep es listadas Um exemplo seria o verbo ter que apenas no dicion rio Houaiss tem 54 acep es diferentes 1 entrar na posse de receber 2 estar na posse ser propriet rio ou estar no gozo de possuir usufruir 3 ser senhor de dispor do dom nio de 4 possuir para uso servi o ou para estar disposi o de etc Se a origem for diversa trata se de homon mia e s o postas diferentes entradas Como exemplo citamos o verbo acerar que tem duas entradas no mesmo dicion
92. a outra divis o em termos de teorias enunciativas Da mesma forma que a autora atesta diferentes origens para a Enuncia o tamb m separa as maiores influ ncias recebidas pelos autores Afinal se Fuchs defende que as tr s correntes est o nos prim rdios do pensamento enunciativo nada mais natural do que indicar onde est o as marcas dessa influ ncia nas teorias da Enuncia o Os herdeiros da ret rica por exemplo corresponderiam contemporaneamente s teorias de argumenta o como a de Oswald Ducrot que destaca Fuchs faz parte de uma corrente pragm tico lingi stica FUCHS 1985 p 113 As teorias da argumenta o s o consideradas herdeiras da ret rica na medida em que visam analisar os mecanismos da persuas o atrav s do discurso p 113 Portanto da mesma forma que Arist teles analisava os elementos discurso considerando a argumenta o e os elementos de persuas o a teoria de Ducrot a partir de an lises ling fsticas busca os princ pios argumentativos que fazem com que enunciados sejam interpretados de uma forma ou de outra em situa es de uso 56 J com rela o Gram tica ou enuncia o abordada a partir da l ngua estariam ligados te ricos como Jakobson com sua an lise dos shifters e o pr prio Benveniste tendo como exemplo a an lise dos ndices p 114 Acrescentamos ainda os estudos de Authier Revuz medida que sua teoria tamb m vai na dire o de uma prop
93. a pelo sujeito a seu enunciado p 414 e as modalidades s o os elementos utilizados para faz lo 18 que isso n o seja etc p 114 e na idade m dia a decomposi o da proposi o em modus e dictum tema ap s retomado em Port Royal Por fim a l gica tem seu percentual de influ ncia sobre os estudos enunciativos ainda que em menor escala atrav s por exemplo da necessidade percebida por algumas linhas atuais dessa rea de estudar alguns fen menos sem nticos pelo vi s do sentido e n o da refer ncia e de tomar por objetos as problem ticas das fun es da linguagem as da enuncia o ling fstica e as da argumenta o p 116 De fato no mesmo sentido do posicionamento de Fuchs a Encyclop die Philosophique Universelle afirma no verbete enuncia o que J em Plat o e Arist teles encontram se alus es liga o entre o que dito e aquele que o diz em uma situa o particular Os est icos esbo am uma problem tica da rela o entre o enunciado e seu produtor atrav s da oposi o proposi o modalidade A l gica de Port Royal faz a diferen a entre sujeito da enuncia o e sujeito do enunciado Ademais a Encyclop die traz uma outra refer ncia aos estudos enunciativos a tradi o rabe Segundo a publica o na poca medieval na tradi o rabe em Jurjani toda predica o sup e um predicador que assume a responsabilidade dessa e a opos
94. a sido lida pela AD de uma maneira muito particular segue se o problema fundamental Trata se justamente da quest o que d origem a este trabalho qual seja a pouca visibilidade em grande parte da comunidade acad mica do pa s tanto individual quanto institucionalmente da exist ncia de um campo de estudos aut nomo denominado Ling fstica da Enuncia o Afirma Flores No que tange especificamente aos trabalhos de Benveniste de um lado houve at meados dos anos 60 um ensurdecimento dos te ricos para a enuncia o devido larga aceita o dos trabalhos estruturalistas oriundos de Hjelmslev e desenvolvidos na linha greimasiana cujo princ pio de iman ncia exclufa a pertin ncia do sujeito e dos mecanismos de sua enuncia o para a ling fstica De outro lado a Lingii stica da Enuncia o foi por muito tempo emudecida pelo advento de teorias que a criticavam principalmente quanto no o de sujeito que acreditavam estar a ela subjacente Exemplo disso a posi o te rica presente na primeira e na segunda fases da An lise do Discurso de linha francesa de Michel P cheux FLORES 2004 p 219 Apesar desses fatores e mesmo que com uma identifica o fr gil no Brasil a Ling stica da Enuncia o seguiu e segue congregando mais estudos no es e teorias Como mostram Flores e Teixeira 2005 p 102 103 atrav s de v rios exemplos o sintagma Ling stica da Enuncia o absolutamente cor
95. a uma reflex o saussuriana da linguagem 50 definidos na estrutura ling stica p 130 Assim s se pode admitir um exterior quando o fen meno se d sobre uma base ling stica e por ela tem exist ncia logo n o h um centro a l ngua que possa ser estudado independentemente da exterioridade mas a l ngua ela mesma atravessada por elementos que n o se encerram no sistema e sim o constituem p 130 Se o sujeito importante para a Enuncia o portanto na exata medida em que est inserido na enuncia o N o h como pensar a l ngua no escopo da Enuncia o sem pensar em seu uso e n o h como pensar em uso sem pensar em sujeito ainda que no plano ling stico Est a posta a grande diferen a entre a ling stica da fala saussuriana e a Ling fstica da Enuncia o Trata se justamente do fato de que a Enuncia o coloca o sujeito no ling fstico Isso n o feito no entanto sem mudan a em rela o no o de fala tal qual proposta por Saussure Conforme Flores a dicotomia saussuriana l ngua fala o ponto de partida do autores da enuncia o Por m n o nem na nega o absoluta da dicotomia nem na sua afirma o absoluta que vejo o objeto da Ling fstica da Enuncia o Mas antes na falta de cren a na distin o dos dois campos que parece me est o que concerne especificamente Ling fstica da Enuncia o Os fen menos estudados nas teorias
96. ada de comum com o manejo correto da l ngua p 136 137 A Sem ntica portanto em uma vis o enunciativa n o una Ela dupla A Sem ntica da l ngua se ocupa da delimita o de unidades do sentido semi tico aquele em que os elementos ou t m sentido ou n o o t m pertencendo ou n o l ngua A Sem ntica do discurso da linguagem da enuncia o se ocupa da caracteriza o do sentido sem ntico com 128 a delimita o a descri o e a caracteriza o da refer ncia ling fstica a instaurada pelo sujeito E mma dal 8 na inst ncia do discurso Dessa maneira na an lise dos n veis que se ocupam dos merismas dos fonemas dos morfemas e dos signos efetua se a Ling stica da L ngua sendo o sentido relacionado a ela o semi tico J no n vel categorem tico da frase do discurso em que se apresenta o sentido sem ntico efetua se a Ling stica do discurso a Ling stica da Enuncia o Portanto a partir da vis o benvenistiana e parece nos esse dado pode ser estendido a todas as teorias enunciativas n o se pode aceitar a forma como posta a Sem ntica na rvore de dom nio inicial uma vez que sob a perspectiva enunciativa a Sem ntica n o um n vel de an lise mas a condi o mesma de exist ncia da l ngua e assim est presente em todos os n veis de an lise fazendo inclusive com que esses n veis sejam reconhecidos como tais Isto as teorias da Enuncia o s
97. ade humana da linguagem quest o problematizada j em Plat o e retomada mais recentemente por Noam Chomsky de uma maneira diferenciada contudo da humboldtiana Afirma Agud que o universal e o inato n o s o para Humboldt certas categorias ling fsticas mas fun es nucleares da linguagem e cada idioma pode satisfaz las de um modo ou de outro ou inclusive n o satisfazer algumas em absoluto e permanecer assim a meio caminho com rela o a seus pr prios objetivos p 18 De acordo com Humboldt a reflex o sobre a linguagem est na tens o entre a compreens o de que a diversidade conseq ncia da individualidade e a id ia original de Humboldt de que a linguagem comandada por conceitos mais profundos p 17 ou seja trata se de um sistema governado por regras no o que ser tomada e ampliada por Saussure Ao contr rio do que afirmar posteriormente o genebrino no entanto a linguagem para Humboldt organiza o mundo Isto o autor alega que as l nguas determinam o modo de ver o mundo dos povos que as falam Cremos necess rio entretanto apontar neste momento a similaridade entre esses estudiosos Como diz Coseriu 1980 p 155 Humboldt ao conceber a l ngua como estrutura de formas independentes e ao se colocar portanto no campo da an lise sincr nica est tamb m muito pr ximo do Estruturalismo contempor neo Valverde destaca que para Humboldt a linguagem a forma de opera
98. ai do ling fstico mas se o estende pondo se o sujeito na l ngua Sob esse ponto de vista n o adequado classificar a Ling fstica da Enuncia o como derivada epistemologicamente do Estruturalismo Mais apropriado seria ee Rs R A e o 8 diz la derivada do pensamento saussuriano de um Saussurianismo E Outro aspecto marcante que queremos destacar se refere deriva o que feita a partir de Estruturalismo Em uma mesma linha decorrendo diretamente da escola est o Morfologia Sintaxe Sem ntica Ling stica do texto Lexicologia e Fonologia Se observarmos atentamente h uma grande mistura de crit rios para que se apresentem tais deriva es Ao mesmo tempo em que se coloca por exemplo a Ling fstica do Texto acrescentam se n veis de an lise Morfologia Sintaxe e Fonologia Mais importante ainda a Sem ntica est ali posta Poder amos neste momento questionar o que afinal a Sem ntica N o entraremos contudo nessa discuss o Tal atitude exigiria uma vis o mais ampla do que a que queremos analisar e mesmo do que a que temos condi es de fazer neste momento Certamente realizar amos uma simplifica o grosseira posto que sob o termo Sem ntica est uma diversidade de acep es distintas e mesmo opositivas O que sim podemos e queremos investigar medida que reflete na representa o do campo refere se a out
99. anismos oficiais ou associa es profissionais tem mais poder de implanta o que o simples registro em dicion rios ou vocabul rios BARROS 2004 p 52 68 A Socioling stica segue um referencial te rico em geral ligado teorias pragm ticas l gicas 97 Dentre as perspectivas atuais tr s linhas particularmente se destacam na Terminologia A primeira do Canad motivada por necessidades sociais e econ micas Uma vez que o pa s bil ngiie tendo tanto o ingl s como o franc s como l nguas oficiais h leis que determinam que quaisquer produtos ou servi os devem atender s duas l nguas O principal mote nesse pa s foi uma quest o de trabalho os trabalhadores em geral usam o franc s e as instru es dos maquin rios precisavam atend los da mesma forma que aos falantes de ingl s para por exemplo evitar acidentes Dessa forma os estudos no Canad se relacionam em sua maioria varia o isto o foco est no fato de que os saberes dos mais diversos n veis e de diferentes l nguas devem ser igualmente respeitados e atendidos Na Catalunha regi o da Espanha por sua vez a Terminologia incentivada por motivos sociopol ticos Ap s o t rmino do per odo sob a ditadura de Francisco Franco durante a qual o castelhano era o nico idioma aceito as diferentes regi es passaram a um momento de valoriza o das l nguas locais especialmente no que diz respeito forma o escolar Ali o maior nom
100. ara que o dicion rio possa cumprir seu objetivo que tamb m deve ser claramente delimitado sob pena de n o alcan ar efetivamente o p blico a que se destina Em C mo hacer un diccionario cient fico t cnico Castillo 1997 p 27 define a macroestrutura de um dicion rio como o conjunto das partes principais que comp em a obra mas tamb m sua concep o geral Para o autor a macroestrutura comporta tr s partes fundamentais a parte introdut ria o corpo da obra e os anexos A parte introdut ria formada pelos dados que explicam as caracter sticas da obra o seu conte do e os seus objetivos para o leitor e sua presen a n o obrigat ria p 27 Em nosso caso particular a parte introdut ria est representada pelos elementos de A a I da listagem apresentada na se o 4 2 2 isto desde o sum rio at a folha de rosto que apresenta os autores citados no dicion rio O corpo do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o a lista de termos os verbetes em si Os anexos por sua vez tamb m opcionais em uma obra est o representados pelos ndices remissivos pela bibliografia citada e recomendada e pelas notas sobre a equipe de trabalho 105 A defini o da equipe um dos procedimentos mais importantes da execu o de uma obra terminogr fica Segundo Castillo 1997 a equipe n o deve ser muito grande para que todos possam participar das reuni es necess rias A exce o s o projetos maiores Afirma
101. articula o entre frase e enunciado BARBISAN 2004 p 77 78 ainda oportuno lembrar Michel Lahud que em 4 prop sito da no o de d ixis corrobora a quest o da n o aceita o da dicotomia l ngua fala fazendo uso do sintagma Ling fstica da Enuncia o proposto por Todorov para caracterizar os estudos que aderem a esse princ pio A ling stica da enuncia o visa n o somente um fen meno que n o pertence fala mas justamente um fen meno cuja exist ncia compromete a pr pria distin o l ngua fala em algumas de suas postula es Nem da ordem da l ngua nem da ordem da fala tais como concebe Saussure mas da pr pria linguagem enquanto atividade regrada portanto coletiva lingiiisticamente eis o que revelado sobre a natureza do objeto dessa ling stica quando se diz que ela n o estuda nem os componentes da mat ria linguagem que fazem parte do objeto de outras ci ncias n o propriamente ling sticas Fisiologia F sica Psicologia etc nem as varia es que sofre o sentido dos signos do sistema quando assumido pelo locutor num ato individual de produ o mas a enuncia o enquanto centro necess rio de refer ncia do pr prio sentido de certos signos da l ngua De Saussure denominada ling fstica da enuncia o houve pois um deslocamento daquilo mesmo a que remete a pr pria no o de enuncia o LAHUD 1979 p 98 52 Quanto a essa no o de enuncia
102. asil Campinas Pontes 2004 HOFFMANN Lothar Conceitos b sicos da ling fstica das linguagens especializadas Tradu o Ulla Pedde Muss e Maria Jos Bocorny Finatto Revis o da tradu o Cleci Regina Bevilacqua Cadernos de tradu o Instituto de Letras UFRGS Porto Alegre n 17 p 79 90 out dez 2004 165 HUMBOLDT Wilhelm von Sobre la diversidad de la estructura del lenguaje humano y su influencia sobre el desarrollo espiritual de la humanidad Traducci n y pr logo Ana Agud Barcelona Anthropos Madrid Ministerio de Educaci n y Ciencia 1990 T tulo original ber die Verschiedenheit des menschliechen Sprachbaues und ihren Einfluss auf die geistige Entwckelung des Menschengeschlechts ILARI Rodolfo O estruturalismo ling fstico alguns caminhos In MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Orgs Introdu o lingii stica fundamentos epistemol gicos v 3 2 ed S o Paulo Cortez 2005 INSTITUTO ANT NIO HOUAISS Dicion rio eletr nico Houaiss Planejamento e coordena o geral de Francisco Manoel de Mello Franco Rio de Janeiro Objetiva 2002 Vers o 1 0 5 KATO Mary A RAMOS J nia Trinta anos de sintaxe gerativa no Brasil D E L T A Revista de Documenta o de Estudos em Ling stica Te rica e Aplicada S o Paulo v 15 n especial 1999 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0102 44501999000300005 amp Ing pt amp nrm iso gt Acesso ago 2006
103. ba seja o mais pr xima poss vel daquela que tem o grupo de elabora o dos termos das teorias da Enuncia o Nessa dire o constatamos que a presen a rvore de dom nio n o necessariamente um elemento essencial no corpo do dicion rio pois a pr pria no o de uma rvore de dom nio falha Isso ocorre pelo fato de que os campos em especial a Ling stica da Enuncia o apresentam elementos cuja complexidade dif cil de ser mostrada de uma maneira linear Apesar disso trata se de uma ferramenta de grande valia como processo para pensar um campo e para servir de material de apoio na elabora o do desenho de produtos terminogr ficos e dos pr prios verbetes Sempre considerando o usu rio no que diz respeito aos te ricos da enuncia o constatamos que a apresenta o por autor poderia facilitar a visualiza o do campo como heterog neo e fazer com que esse usu rio pudesse entender cada teoria a partir de seu todo Al m disso percebemos que a apresenta o dos verbetes poliss micos est feita de maneira um tanto falha no dicion rio Se a sua distribui o por ordem alfab tica caracteriza o campo como unit rio tamb m elimina uma singularidade importante que lhe serve como marca que a heterogeneidade das teorias Portanto o mais adequado em nosso ponto de vista seria juntamente com a separa o por autores e que os verbetes com polissemia transversal estivessem postos em apenas uma entrada fa
104. bakhtiniano e a psican lise freudo lacaniana Authier Revuz estuda um tipo de configura o enunciativa da reflexividade metaenunciativa a modaliza o auton mica p 74 o que significa que sua pesquisa gira em torno da propriedade de reflexibilidade da linguagem ou seja a capacidade que ela tem de ser sua pr pria metalinguagem p 78 Afirmam ainda Flores e Teixeira p 84 que sua teoria enunciativa oferece uma descri o ling stica que permite surpreender no fio do discurso a constru o dos objetos discursivos dos acontecimentos e dos lugares enunciativos O ltimo te rico que queremos destacar neste momento inicial Antoine Culioli que junto com Authier Revuz e Ducrot forma o grupo de maior influ ncia nos estudos enunciativos da atualidade O autor parte de uma perspectiva diferenciada daquelas mais conhecidas e divulgadas Teorias da Enuncia o j que a enuncia o n o est no sujeito mas sim na pr pria linguagem Diz Dahlet 1997 p 76 que dessa maneira a significa o depende se o ds Delia da z de uma esp cie de mecanismo de compensac o que une a diversificag o do sentido em discurso const ncia de opera es de localiza o o que significa que ela s vale por e atrav s da hist ria de seu percurso operat rio Nas palavras do pr prio Culioli Eu insisto sobre os dois pontos de um lado eu digo que o objeto da ling stica a atividade de linguagem
105. bolos en forma de actos de movimientos voluntarios o involuntarios de palabras etc Esta simb lica puede interpretarse bien o mal pero aun cuando la interpretaci n sea Justa si corresponde bien a nuestra vida interior no permite ver m s q una transposici n de nuestra intimidad es como si se juzgar una acci n por sus consecuencias y no por la intenci n de que ha nacido p 89 23 p 25 il faut d limiter les contours des faits d expression jusqu ce qu ils correspondent des unit s psychologiques p 14 24 p 24 25 D limiter un fait d expression c est tracer dans l agglom ration des faits de langage dont 1l fait partie ses limites propres celles qui permettent de l assimiler l unit de pens e dont il est l expression l identifier c est proc der cette assimilation en d finissant le fait d expression et en lui substituant un terme d identification simple et logique qui corresponde une repr sentation ou un concept de l esprit p 16 25 p 26 on ne peut identifier un fait d expression que par un terme qui ait la propri t d exprimer sous sa forme la plus simple la plus objective la plus abstraite l id e qui y est contenue p 105 26 p 26 Nous avons affaire un effet naturel ou direct lorsque par exemple en entendant prononcer un mot nous prouvons une impression agr able ou desagr able sans que la r flexion fasse rien ajouter d essentiel
106. bra particular que nos serve para comunicar nossos pensamentos p 204 205 10 poss vel inclusive considerar essa uma influ ncia de Br al sobre Saussure com rela o s suas no es de l ngua ligada ao social j que Br al foi professor de Saussure Isso pode ser exemplificado pela seguinte cita o retirada do CLG Gra as aos neogram ticos n o se viu mais na l ngua um organismo que se desenvolve por si mas um produto do esp rito coletivo dos grupos ling sticos SAUSSURE 1916 p 12 24 Uma transposi o da realidade ou seja a linguagem n o reflete o mundo f sico mas traz uma esp cie de vis o que tem o homem do mundo em que se encontra O h bito faz com que se acredite que essa transposi o consiste na realidade mas ela n o passa da manifesta o do pensar o mundo Ou nas palavras de Humboldt para um contraponto ao autor franc s sem linguagem n o haveria ante a mente os objetos como tais J na percep o h uma certa subjetividade inclusive cabe considerar cada indiv duo como um ponto de vista na vis o do universo HUMBOLDT apud VALVERDE p 34 Tamb m como Humboldt Br al destaca o fato de as palavras precisarem de um contexto para ganharem sentido No cap tulo denominado Polissemia em que evidentemente aborda o fen meno Br al afirma que preciso atentar que as palavras s o colocadas cada vez num meio que lhes determina antecipadamente o valor e que
107. certa forma pode se dizer que a ling fstica tem tido seus trope os Neste trabalho partirei de dois deles que no final s o apenas um a O primeiro para o qual apontarei e do qual j tratei em passagem em outros textos o da ling fstica feita a partir do locutor o que se pode ver por exemplo em Benveniste 1974 e 1976 em que se trabalha o privil gio do falante ou seja a perspectiva pela qual se considera o eu e o outro d se pelo enfoque do eu N o s de Benveniste essa posi o Ela pode ser vista atrav s de toda a teoria da enuncia o b O segundo trope o o da considera o da linguagem prioritariamente em sua fun o representativa informacional 86 Tem se considerado a fun o representativa como a essencial a que define a linguagem Da se pensar a comunica o sob o enfoque da informa o Isto de um lado a partir da representa o pensa se o percurso ps quico da linguagem rela o pensamento linguagem sob o aspecto formal e de outro lado do ponto de vista funcional o percurso social da linguagem pensado sob o enfoque da comunica o enquanto informa o ORLANDI 1996 p 149 151 N o nos cabe determinar as reas a que se op e a An lise do Discurso de linha francesa no Brasil tampouco expor profundamente suas caracter sticas e concep es O que nos cabe dizer que se segundo Orlandi a AD se op e a uma vis o de linguagem como co
108. ciation en v rifiant dans quels termes il est possible d affirmer son existence Pour cela on cherche ses l ments ses fronti res sa situation au Br sil et comment ce panorama s est form Le deuxi me objectif est de faire une description des l ments du Dictionnaire de Linguistique de l nonciation et partir de l analyse de certains de ces points de v rifier comment le champ est caract ris dans ce dictionnaire On conclut que le syntagme Linguistique de l nonciation peut tre utilis pour nommer 1 un champ h t rog ne qui regroupe des th ories qui produisent toutes un tableau figuratif de l objet nonciation en situant le sujet dans le langage 2 chacune des th ories nonciatives de mani re isol e partir de la description et de l analyse on v rifie que les auteurs ainsi que les entr es polys miques pourraient tre pr sent s dans le dictionnaire d une fa on plus proche de ce cadre et que tandis que l arbre de domaine ne r ussit pas saisir les sp cificit s d un champ en particulier la Linguistique de l nonciation elle est valide en tant que mani re de r fl chir propos du champ et de guider l quipe qui labore le dessin de l oeuvre terminologique et les entr es Mots cl s Linguistique de 1 nonciation Epist mologie de l nonciation Dictionnaire de Linguistique de 1 nonciation SUM RIO CONSIDERA ES INICIAIS seen 12 1 A POSSIBILID
109. cilitando a visualiza o do termo em quest o Lembramos que essas considera es n o s o definitivas Outras formas de ver os mesmos objetos podem fazer com que a adequa o dos elementos seja vista diferentemente Buscamos somente contribuir brevemente para a caracteriza o do campo Ling fstica da Enuncia o e em conseq ncia tivemos um olhar muito particular dos eventos CONSIDERA ES FINAIS Neste trabalho t nhamos dois objetivos interligados O primeiro era analisar em que termos pod amos afirmar a exist ncia do campo de estudos Lingii stica da Enuncia o O segundo era a partir da verifica o da efetiva exist ncia ou n o dessa Ling stica avaliar alguns aspectos do processo de execu o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o e a sua pertin ncia e em rela o ao campo Realizamos nosso trajeto buscando inicialmente as ra zes do pensamento enunciativo desde as mais remotas como a influ ncia dos gregos de Port Royal e dos rabes passando por autores que tangenciaram o tema como Humboldt e Br al e pelas influ ncias mais diretas status de Saussure e de Bally Chegamos ent o s teorias da Enuncia o que se apresentam de uma maneira ou de outra constitu das e caracterizamos brevemente algumas delas Fizemos a delimita o do campo como t nhamos proposto constatando que a sua unidade se d resumidamente com base em tr s aspectos quais sejam todas a
110. com que se pressuponha um sujeito que assume a linguagem Afirmam Maldidier Normand e Robin que 48 A elabora o do conceito de enuncia o sem d vida a tentativa mais importante para ultrapassar os limites da ling fstica da l ngua Ap s Bally que d uma primeira formula o do problema Jakobson e Benveniste foram justamente saudados como os pioneiros das pesquisas neste dom nio Quaisquer que sejam as diferen as que marcam as suas abordagens os trabalhos destes dois ling istas convergem no sentido de colocar em evid ncia uma classe de unidades da l ngua que se definem por suas propriedades funcionais do discurso embrayeurs ou shifters para Jakobson elementos indiciais para Benveniste estes elementos t m a particularidade de remeter para a inst ncia do discurso em que eles s o produzidos constituindo no enunciado pontos de emerg ncia do sujeito da enuncia o Esta descoberta comum funda a oposi o entre enunciado e enuncia o e abre uma perspectiva nova an lise do texto este n o manifesta apenas o funcionamento da l ngua como repert rio de signos e sistema de suas combina es mas remete para a linguagem assumida como exerc cio pelo indiv duo MALDIDIER NORMAND ROBIN 1994 p 72 Essa quest o a do sujeito pol mica na Ling fstica da Enuncia o Muitas cr ticas s o feitas nesse sentido buscando ver no sujeito da enuncia o uma evid ncia percept vel ps
111. continuidade tradi o da Gram tica Filos fica Port Royal ling stica comparada e considerado o fundador da filologia geral sempre procurando embasamento emp rico para suas reflex es filos ficas Ana Agug no pr logo obra Sobre la diversidad de la estructura del lenguaje humano compara a revolu o realizada por Humboldt nos estudos da linguagem ao desenvolvimento da filosofia provocado por Kant Assim como o fil sofo revoluciona sua rea reconhecendo a impossibilidade de que a subjetividade transcenda a si mesma Humboldt leva essa no o para a linguagem inaugurando um novo momento nesses estudos Diz Agud que se trata de uma fase na qual j n o ser poss vel contrapor a linguagem ao distinto dela o sujeito os conte dos sem que esta oposi o a velha oposi o entre consci ncia e objeto v acompanhada da consci ncia simult nea da impossibilidade de transcender a linguagem AGUD 1990 p 9 Apenas para citar um exemplo remetemos ao artigo Estrutura das rela es de pessoa no verbo BENVENISTE 1995 p 247 259 no qual Emile Benveniste parte das defini es empregadas pelos gram ticos rabes p 250 no estudo dos pronomes para realizar sua reflex o quanto a essa categoria 20 Atrav s de um modelo de l ngua ideal decorrente da observa o emp rica das l nguas reais em especial do basco seu estudo mais conhecido Humboldt se pergunta acerca da capacid
112. ctivas a da Ling stica Textual com quatro textos a da Enuncia o com cinco textos a da An lise do Discurso tamb m com cinco textos e a Semi tica com seis textos No n mero 28 2000 de tema Estudos da l ngua falada aparece um texto da professora Eleni Jacques Martins Da intera o ao discurso de l ngua falada A edi o de 2002 com dupla numera o n 32 33 toda dedicada ao tema Os estudos enunciativos a diversidade de um campo Em termos de tema livre h tr s ocorr ncias de textos ligados Enuncia o A primeira no n mero 24 1996 uma resenha feita por Ana Zandwais do livro Os limites do sentido um estudo hist rico e enunciativo da linguagem de Eduardo Guimar es No n mero 27 1999 h a resenha do livro Lingii stica e psican lise princ pios de uma sem ntica da 35 N o tivemos acesso aos volumes 1 29 35 38 40 e 42 76 ee x x 57 o Ja t enuncia o de Valdir do Nascimento Flores escrita por Marlene Teixeira Por fim com bibliografia baseada em Authier Revuz o artigo Gram tica o discurso indireto numa perspectiva discursiva de Mariluci Bianchi est no n mero 17 2003 A segunda publica o do Instituto de Letras da UFRGS s o os Cadernos do IL peri dico em circula o de 1989 a 2005 H no total de 31 n meros dois textos da Ling fstica da Enuncia o S o eles A nega o como uma evid ncia da polifonia de Sabrina
113. das ci ncias humanas como Psican lise Sociologia Filosofia que pensamos n o caberiam em uma caracteriza o t o elementar Essa contudo uma discuss o muito longa que n o faremos aqui Apenas desejamos apontar para o fato de ser necess ria uma reflex o mais profunda acerca desse assunto Voltando mais uma vez a abordar diretamente a quest o da rvore de dom nio podemos dizer que h portanto mistura de crit rios quando s o postos lado a lado em uma mesma linha uma teoria a Ling fstica Textual n veis de an lise Morfologia Sintaxe e Fonologia e a Sem ntica da qual nos ocupamos acima A Ling stica Textual como a Ling stica da Enunciag o e como tantas outras reas um ponto de vista a partir do qual quaisquer n veis da l ngua podem ser analisados A Sintaxe a Morfologia e a Fonologia n o s o aut nomas Elas s o n veis de an lise que precisam de um referencial te rico a partir do qual podem ser analisados A Sem ntica por sua vez n o um n vel de an lise mas inerente a todos os 2 n veis de an lise No que se refere Enuncia o ela necessariamente uma Sem ntica Vale destacar ali s que essa a raz o do uso neste trabalho do sintagma com iniciais min sculas enquanto Ling fstica Enuncia o entre outras reas s o grafadas com iniciais mai sculas 132 Pensamos que a complexidade dessa quest o n o pass vel de exposi o em um or
114. de de que tratamos aqui a capacidade do locutor de se propor como sujeito Define se n o pelo sentimento que cada um experimenta de ser ele mesmo mas como a unidade ps quica que transcende a totalidade das experi ncias vividas que re ne e que assegura a perman ncia da consci ncia Ora essa subjetividade quer a apresentemos em fenomenologia ou psicologia como quisermos n o mais que a emerg ncia no ser se uma propriedade fundamental da linguagem E ego que diz ego Encontramos a o fundamento da subjetividade que se determina pelo status ling fstico da pessoa BENVENISTE 1995 p 286 Ao enunciar o locutor constitui n o s a si mesmo como sujeito a representa o de si mesmo mas tamb m m tu a representa o para o sujeito enunciador de seu interlocutor um aqui a representa o para o sujeito enunciador do espa o um agora a representa o para o sujeito enunciador do tempo e o ele a representa o para o sujeito enunciador do pr prio mundo Ou seja o sujeito constitui a si mesmo e sua realidade a cada enuncia o Diz ainda Benveniste A linguagem reproduz a realidade Isso deve entender se da maneira mais literal a realidade produzida novamente por interm dio da linguagem Aquele que fala faz renascer pelo seu discurso o acontecimento e a sua experi ncia do acontecimento Aquele que o ouve apreende primeiro o discurso e atrav s desse di
115. de delimita es te ricas trinta anos de sem ntica no Brasil de Roberta Pires de Oliveira e em Os caminhos da pragm tica no Brasil de Kanavillil Rajagopalan No primeiro a autora diz que Sete linhas te ricas destacam se nos estudos do texto e do discurso no Pa s a An lise do Discurso AD francesa a Semi tica Narrativa e Discursiva tamb m iniciada na Fran a as v rias teorias do discurso inglesas os estudos funcionalistas do discurso a Ling fstica Textual sobretudo anglo sax nica a An lise da Conversa o e ou an lises da organiza o textual interativa do discurso e uma ltima dire o que re ne de modo mais ecl tico estudos que dialogam com a Teoria da Literatura a Semiologia a Pragm tica e a Sem ntica Bakhtin ou Benveniste H quatro volumes da revista distribu dos desta forma volume 1 n mero 1 de julho de 2002 volume 2 n mero 1 de julho de 2003 volume 3 n meros 1 e 2 de julho e dezembro de 2004 volume 4 n meros 1 e 2 de dezembro de 2005 A D E L T A apresenta tr s edi es por ano os n meros 1 e 2 referentes ao primeiro e segundo semestres respectivamente e um n mero especial A revista D E L T A foi publicada pela ABRALIN e pela PUCSP at o ano de 2001 quando a PUCSP assumiu a totalidade da publica o J2 Nesse trecho podemos observar a n o identifica o de uma rea que possa ser referida como Enuncia o teorias da Enuncia o ou
116. de in cio sobre certas categorias enunciativas acaba por estender se a todo o enunciado e a pr pria no o de categoria enunciativa p 117 Nessa linha pois tudo est subordinado enuncia o e todas as rela es no enunciado podem ser analisadas luz dos par metros enunciativos p 118 e pela no o de categoria enunciativa e o sujeito est inserido no pr prio sistema da l ngua que se tenta tornar operat ria Para a autora o desafio dessas teorias ampliar seu campo e continuar operat rias p 118 A segunda corrente a pragm tica abrigaria os estudos de Ducrot Nessa linha Contrariamente primeira corrente que partindo das marcas ling fsticas e das categorias formais chegava a categorias nocionais cada vez mais vastas a corrente pragm tica parece nos que parte de categorias nocionais e visa encontrar nelas as marcas ling fsticas p 119 Fuchs ent o ressalta que sem d vida essa vontade comum de dar conta da totalidade do campo ling fstico e tamb m evidentemente o recorte de um certo n mero de problemas e preocupa es acima das diverg ncias de abordagem que explica que tanto uma corrente como a outra pretende colocar se sob a gide a for a ilocut ria caracteriza a enuncia o de uma frase J quando se diz que o pensamento significado por uma frase uma rea o a uma representa o n o se diz que a rea o comanda a enuncia o Essa rela o diferen
117. demos citar o caso de Charles Bally de cuja obra selecionamos tr s livros sendo que dois s o edi es originais em franc s Trait de stylistique fran aise 1951 e Linguistique g n rale et linguistique fran aise 1965 e o terceiro uma tradu o para o espanhol El lenguaje y la vida 1967 102 13 Patrick Charaudeau 14 Oswald Ducrot 15 Roman Jakobson 4 2 2 Itens da macroestrutura do dicion rio itens A macroestrutura do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o abarca os seguintes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Sum rio Pref cio Apresenta o da obra Apresenta o da equipe rvore de dom nio Orienta es para o usu rio Guia do usu rio Abreviaturas siglas e sinais Folha de rosto da se o dos autores de refer ncia 10 Lista alfab tica de termos com indica o ao lado de cada termo o autor a que se refere 11 Indices remissivos por autor e por termos 12 Bibliografia citada e recomendada 13 Notas sobre a equipe t cnica e colaboradores 103 4 2 3 Itens da microestrutura do dicion rio O roteiro para o registro das informa es sobre os termos identificados integra uma ficha terminol gica Dessa ficha s o selecionados os campos que ser o apresentados nos respectivos verbetes O conjunto de informa es que est presente nesses verbetes a microestrutura do dicion rio A ficha terminol gica do Dicion rio de Lingii stica da En
118. di o desdobra seus efeitos em si n o mais do que uma mera possibilidade p 150 Ademais o seu resultado n o necessariamente aquele esperado pelo falante j que a l ngua se realiza em rela o a um outro A expressividade ent o aquilo que faz com que o sujeito construa os fatos de express o que no final das contas o material propriamente analisado pela Estil stica Diz Bally A parte propriamente estil stica de nosso estudo compreende os caracteres afetivos dos fatos de express o os meios aplicados na opera o pela l ngua 30 para produzi los as rela es rec procas existentes entre esses fatos enfim o conjunto do sistema expressivo do qual eles s o os elementos BALLY 1951 p 16 Para analisar a estrutura da l ngua e as rela es entre a fala e o pensamento Bally faz a compara o entre os meios de express o da l ngua em quest o e leva em considera o a situa o o contexto de uso e a interlocu o estabelecida Bally destaca que se trata de um estudo ling fstico medida que seu objeto a express o falada e n o o fato pensado p 13 isto busca a face expressa dos pensamentos e n o a face pensada dos fatos expressos Afirma o autor Esta pesquisa pode ser auxiliada por conhecimentos elementares de psicologia do mesmo modo que o lado social da linguagem mais f cil de se entender se se possui algumas no es sobre as tend ncias que regem as sociedades Mas
119. diretrizes fundamentais e os estudos ligados a ele O segundo a partir da verifica o da efetiva exist ncia ou n o dessa Ling stica avaliar criticamente a execu o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o analisando a sua pertin ncia e a sua adequa o em rela o a tal campo Para tanto buscamos primeiramente compreender como se d a g nese dos aspectos que viriam a constituir a Ling fstica da Enuncia o Em seguida fazemos uma breve explana o acerca das diferentes teorias da Enuncia o Ap s fazemos a delimita o do campo Ling stica da Enunciac o atrav s de seus elementos fundamentais e fundantes Concluindo o primeiro objetivo apontamos as formas pelas quais a Ling fstica da Enunciag o 13 inserida no universo acad mico brasileiro e as consegii ncias desse processo de incurs o Buscando o segundo objetivo fazemos a descri o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o expondo a sua configura o sua macro e microestruturas Como ltima etapa fazemos uma cr tica analisando alguns dos elementos do dicion rio que julgamos serem significativos na quest o de representatividade de um campo Cap tulo 1 A POSSIBILIDADE DE UMA LINGU STICA DA ENUNCIA O Ferdinand de Saussure Essa figura assume agora os seus tra os aut nticos aparece nos na sua verdadeira grandeza N o h um s lingiiista hoje que n o lhe deva algo N o h uma s teoria geral que n o me
120. du o leitura de Saussure 9 ed Tradu o Carlos A L Salum e Ana L cia Franco S o Paulo Cultrix 2004 161 BRAIT Beth Org Estudos enunciativos no Brasil hist rias e perspectivas Campinas Pontes S o Paulo FAPESP 2001 BR AL Michel Ensaio de sem ntica ci ncia das significa es S o Paulo EDUC Pontes 1992 CABR Maria Teresa Terminolog a representaci n y comunicaci n elementos para una teor a de base comunicativa y otros art culos S rie Monografies 3 Barcelona Universitat Pompeu Fabra Institut Universitari de Ling fstica Aplicada 1999 terminologia hoje concep es tend ncias e aplica es Tradu o Susana Kerschner Revis o da tradu o Luzia Ara jo Cadernos de tradu o UFRGS Porto Alegre n 17 out dez 2004 p 9 30 CALIDOSC PIO Revista de ling stica aplicada S o Leopoldo RS UNISINOS 2003 C MARA JR Joaquim Mattoso Hist ria da ling fstica Tradu o Maria do Amparo Barbosa de Azevedo Petr polis Vozes 1975 CASTILLO Rodolfo Alp zar C mo hacer un diccionario cient fico t cnico Buenos Aires Editorial Memphis 1997 CEGALLA Domingos Paschoal Nov ssima gram tica da l ngua portuguesa 43 ed S o Paulo Companhia Editora Nacional 2000 CERVONI Jean A enuncia o S o Paulo tica 1989 Tradu o L Garcia dos Santos Revis o da tradu o Valter Kehdi S rie Fundamentos CHISS Jean Louis PUECH Christian Lingu
121. du langage va de pair avec le refus d une conception de la signification comme une somme qu il est possible de d crire exhaustivement en termes d information d une fa on achev e enti rement non ambigu FUCHS e GOFFIC 1985 p 125 126 p 102 el conjunto de las partes principales que componen la obra pero es tambi n su concepci n general CASTILLO 1997 p 27 p 103 Cuando se trata de empresas terminogr ficas muy ambiciosas desde luego el n mero de miembros puede ser elevado en tal caso se impone la creaci n de subgrupos por reas de especializaci n m s pontuales organizados de manera similar a la del grupo principal pero sobre todo con un dominio adecuado de la metodolog a y con total unidad de concepciones para el trabajo CASTILLO 1997 p 23 p 103 es el conjunto de elementos y la disposici n interna que presenta cada uno de los art culos que componen la obra lexicogr fica CASTILLO 1997 p 29 p 105 palabra t rmino simple grupo de palabras t rmino compuesto s mbolo o f rmula que designa un concepto propio de un mbito dado PAVEL NOLET p 133 p 105 t rmino considerado en una ficha como designaci n del concepto estudiado ou en un producto terminol gico t rmino que encabeza una entrada terminol gica PAVEL NOLET p 121 p 105 un tipo de prueba textual que permite establecer la equivalencia textual entre varias lenguas al e
122. e rico o enunciado passa a ser considerado como 153 enunciado 3 s m Ducrot uma unidade argumentativa reunindo FIGURA 14 Polissemia longitudinal com repeti o do termo Entendemos que para a Terminologia pelo princ pio da univocidade uma ficha terminol gica deve tratar um nico conceito e todos os dados relacionados com um determinado conceito devem ser consignados na ficha PAVEL NOLET p 129 Assim o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o de fato segue os princ pios terminol gicos a que se prop e e a sua ficha terminol gica abre espa o para um termo de cada vez Lembramos que como dizem Krieger e Finatto A ficha terminol gica constitui um n cleo de informa es acerca de um termo ou express o sob estudo Com base nessa ficha s o extra das todas as informa es para a composi o de um verbete mas nem todas as informa es que nela constam precisam necessariamente ser repassadas para o usu rio no momento da formula o do verbete KRIEGER FINATTO 2004 p 136 A ficha terminol gica portanto n o o verbete apenas uma ferramenta em que est o dados que n o obrigatoriamente constar o do verbete que por sua vez uma vis o de um termo 154 Entretanto neste momento olhamos para o dicion rio pelo vi s da Ling fstica da Enuncia o e mais destacando o seu uso Nesse sentido questionamos o crit rio adotado para as polissemias Pensamos que os verbetes co
123. e acordo com Bally o falante s pode exprimir parcialmente seu pensamento sua face acess vel pela linguagem aos demais indiv duos A linguagem assim um meio sempre imperfeito para a transmiss o das id ias Embora isso seja uma ilus o medida que a l ngua est em constante evolu o os falantes t m o sentimento de que a l ngua um sistema em que cada elemento se relaciona com os demais e que esse sistema n o s sempre existiu como existir sempre Essa ilus o destaca o autor necess ria para a cren a de que a realidade um estado imut vel justamente essa a raz o pela qual Bally cr que os estudos ling fsticos devam ser sincr nicos Diz Bally Para mim a tarefa e miss o da estil stica consiste em buscar quais s o os tipos expressivos que em um per odo dado servem para traduzir os movimentos do pensamento e do sentimento do falante e em estudar os efeitos produzidos espontaneamente nos ouvintes pelo emprego desses tipos p 90 Esse falante o sujeito que aparece na obra de Bally n o um ser do mundo mas uma representa o que o indiv duo tem de si mesmo do mundo da sociedade das situa es e 2 dos demais indiv duos que o cercam o que uma configura o bastante pr xima 27 formula o feita pelos te ricos da enuncia o atualmente Sendo assim tamb m o uso da linguagem est condicionado vis o que o sujeito tem de si dos outros e do mundo O sujeito ent o n
124. e da sem d vida Teresa Cabr que tendo estudado no Canad a criadora da mais importante escola atual da Terminologia a Teoria Comunicativa da Terminologia TCT Cabr 1999 A TCT baseia seus estudos em uma rela o com o Gerativismo chomskiano Afirma Cabr Assumimos que a terminologia uma interdisciplina constitu da por elementos precedentes da base da ling fstica da ontologia e das especialidades ligada necessariamente documenta o da que se serve e que serve e usu ria e ao mesmo tempo contribuinte das novas tecnologias de informa o CABR 2004 p 14 A terceira via dentre as vis es de Terminologia que s o evocadas contemporaneamente est relacionada ao te rico Lothar Hoffmann que traz um referencial da Ling stica Textual franco germ nica Beaugrande e Dressler A TCT funda seus estudos na unidade b sica da Terminologia o termo e acredita que partindo desse elemento sempre considerado e analisado a partir de seu contexto textual que vai conseguir resolver as quest es pr ticas da disciplina J a ling stica da linguagem especializada forma como Hoffmann denomina seu estudo No Gerativismo de Chomsky o objetivo realizar a descri o sint tica das l nguas Afirmam Ducrot e Todorov 2001 que a gram tica gerativa de uma l ngua um conjunto de regras de instru es cuja aplica o mec nica produz os enunciados admiss veis g
125. e dirigidos a dois destinat rios distintos bons cidad os e desordeiros Termos relacionados destinat rio 1 interlocutor 1 locutor alocut rio 2 Ducrot Ocorre tamb m em Benveniste Defini o personagem alvo da enuncia o representado no sentido do enunciado pelo locutor personagem fonte Nota explicativa O alocut rio um ser do discurso distinto do ser emp rico ouvinte indicado no enunciado como aquele a quem se dirige a enuncia o Por isso o alocut rio intraling istico FIGURA 12 Apresenta o por termos A op o escolhida pelo grupo foi a exemplificada na Figura 12 por ordem alfab tica de termos O grupo usou dois argumentos para justificar a sua escolha O primeiro motivo foi acreditar que o campo da Ling stica da Enuncia o estaria sendo mostrado como uno segunda raz o foi haver muita discrep ncia entre o n mero de termos de cada autor 142 Com efeito a distribui o dos verbetes em ordem alfab tica deixa os autores dispersos e o foco se tornam os termos e o campo em si No momento em que se apresentasse o dicion rio por autores a diferen a entre o n mero de verbetes ficaria evidente Mas perguntamo nos evidenciar campo dessa forma poss vel apenas com essa disposi o E mais focar nos verbetes seria de fato uma vantagem Pensamos que o n mero discrepante de termos entre os autores n o tem apenas uma significa o Essa diferen a pode ser interpretada co
126. e h diferen as entre essas abordagens afinal se os objetos s o distintos os enfoques e consegiientemente as limita es tamb m s o diversos Destacamos que h duas raz es fundamentais para que falemos especificamente dessas tr s linhas as teorias da Enuncia o com frequ ncia comparecem nesses campos e ao mesmo tempo eles n o s o estranhos a essas teorias uma vez que tamb m se fazem presentes na Enuncia o Embora as teorias que se ligam vis o da Pragm tica tenham aparentemente muito em comum com as teorias enunciativas defendemos aqui que h duas grandes diferen as que as separam de maneira fundamental O primeiro ponto a quest o do sujeito cuja pertin ncia para as Pragm ticas essencial enquanto para as teorias da Enuncia o o sujeito uma representa o e dele apenas s o analisadas as marcas que deixa no enunciado no uso da l ngua Assim na Pragm tica estudam se os atos da fala dos indiv duos e o porqu desses sujeitos emp ricos seres do mundo terem dito algo e essa intencionalidade nessa vis o interfere no sentido Na Enuncia o por sua vez o que se estuda o processo o ato de enuncia o em si e o sentido do que foi dito atrav s do enunciado O segundo aspecto evidentemente ligado ao primeiro refere se ao fato de que a Pragm tica trata da linguagem como a o do indiv duo As teorias pragm ticas surgem no contexto anglo sax nico Tais estudos s o
127. e um modelo de ficha terminol gica a partir da qual os verbetes ser o gerados que atenda a especificidades de um dicion rio t cnico de ling stica Assim foi elaborada uma ficha terminol gica padr o Esse modelo ilustrado abaixo Figura 1 tamb m pode ser chamado de dossi do termo Termo termo em letras min sculas salvo termos com valor de nome pr prio Outras denomina es variante ortogr fica sin nimo express o equivalente considerando apenas o autor em foco Tipo de termo nome do autor em cuja perspectiva se insere a defini o do termo a ser definido Ocorre tamb m em em que outros autores tamb m se encontra termo Defini o defini o preferentemente a partir do g nero pr ximo e da diferen a espec fica Fonte da defini o dados bibliogr ficos da defini o Nota explicativa informa o complementar defini o Fonte da nota dados bibliogr ficos da nota Leituras recomendadas indica o de bibliografia para o leitor aprofundar seus conhecimentos em rela o ao termo Termos relacionados tr s termos ordenados alfabeticamente correspondentes a verbetes do dicion rio Equivalente FR equivalente em franc s express o encontrada em um texto traduzido ou texto original n o se trata de traduzir para o franc s o termo em portugu s Todo equivalente deve ser validado em fonte Fonte do equivalente FR basta citar uma nica fo
128. egunda a operat ria representada para o autor por Georges Guillaume e Antoine Culioli parte do princ pio de que a enuncia o n o da al ada do sujeito nem mesmo do discurso mas antes de tudo da linguagem p 76 Dahlet destaca que desse ponto de vista no pr prio in cio da constitui o da significa o que se situa a enuncia o sendo que a significa o decorre de uma esp cie de mecanismo de compensa o que une a diversifica o do sentido em discurso const ncia de opera es de localiza o Logo essa perspectiva busca justamente as opera es de constru o lingii stica que s o atualiz veis da mesma forma que o sujeito que faz uso delas Ambas as perspectivas contudo afirma o autor partilhariam um duplo pressuposto a interposi o da enuncia o no sujeito cognoscente e a autorefer ncia do sujeito atrav s da enuncia o e que da afirma o destes dois princ pios que determina seus avan os topol gicos ou seja que os leva a tentar representar o sujeito de enuncia o no espa o de seu discurso de tal maneira que o movimento do discurso gere novos sujeitos p 69 70 A divis o em dois tipos evidencia as diferen as mas ao mesmo tempo as similaridades j que se tratam de duas modalidades de um mesmo tipo de estudo Retomando o texto As problem ticas enunciativas esbo o de uma apresenta o hist rica e cr tica de Fuchs podemos trazer um
129. emas insol veis na tarefa de sua constitui o que fazem com que n o se consiga uma representa o fiel pelo menos no que concerne Ling fstica da Enuncia o 5 3 A apresenta o dos autores Vimos em 1 2 que h m ltiplas teorias que ao apresentar alguns aspectos em comum que destacamos em 2 2 comp em a Ling fstica da Enuncia o Como esses aspectos podem ser abordados das mais diversas maneiras a LE um campo que tem na heterogeneidade uma grande marca Comentamos que haveria a possibilidade de separar os autores que consideramos enunciativos entre aqueles que se dedicam ou se dedicaram exclusivamente Enuncia o os que a abordam ou abordaram dentre outros tipos de estudos que realizam ou realizaram e aqueles cujas reflex es ligadas Ling fstica da Enuncia o s o foram incidentais Dissemos que essa uma perspectiva pertinente mas inversa da que usamos aqui Pois bem Neste momento propomos fazer o movimento contr rio do que vimos realizando at agora Isto partiremos da Ling stica da Enuncia o para chegar aos seus autores e n o dos autores para chegar ao campo Da mesma forma que ir dos autores para chegar LE foi necess rio para uma vis o da unidade do campo a desconstru o agora necess ria para que analisemos a maneira como esses autores s o postos no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o 2 O corpus do dicion rio constitu do de textos que representa
130. emia simultaneamente opondo as Para ele a polissemia um fato sincr nico porque a mesma palavra apresenta em um mesmo momento distintos significados J a homon mia um fato de diacronia 148 porque sua explica o est no fato de que os diferentes significados para uma mesma forma seriam decorrentes de momentos hist ricos tamb m diferentes CASTILLO 1997 p 124 Quanto distribui o dos termos em rela o ao conceito dentro dos produtos terminogr ficos Castillo afirma Posto que um crit rio metodol gico importante em terminografia que em cada entrada somente deve definir se um termo se se aplica a explica o homon mica enunciada o registro dos supostos hom nimos implicaria elaborar tantas entradas quantos significados houvesse Esse sem d vida um procedimento poss vel N o obstante o mais adequado realidade ling stica que definitivamente o que pretende descrever o termin grafo registrar o termo em uma nica entrada e relacionar no seu interior o total de acep es que ele apresenta CASTILLO 1997 p 125 126 Grifos nossos Notemos a contradi o na afirma o de Castillo Inicialmente o autor afirma que os verbetes devem ser registrados pelo crit rio um conceito uma entrada Em seguida diz ele que o mais adequado seria registrar o termo somente em uma entrada e as diferentes acep es dentro dela Constatamos assim que h con
131. endente da refer ncia dada pelo sujeito na inst ncia do discurso na situa o de enuncia o Ela assim uma unidade completa que traz ao mesmo tempo sentido e refer ncia sentido porque enformada de significa o e refer ncia porque se refere a uma determinada situa o p 139 140 O n vel da frase o do discurso o do uso o da l ngua posta em atividade pelo sujeito Afirma Benveniste que Quando se diz que um determinado elemento da l ngua curto ou extenso tem um sentido entende se uma propriedade que esse elemento possui enquanto significante de constituir uma unidade distintiva opositiva delimitada por outras unidades e identific vel para os locutores nativos de quem essa l ngua a l ngua Esse sentido impl cito inerente ao sistema ling stico e s suas partes Ao mesmo tempo por m a linguagem refere se ao mundo dos objetos ao mesmo tempo globalmente nos seus enunciados completos sob forma de frases que se relacionam com situa es concretas e espec ficas e sob forma de unidades inferiores que se relacionam com objetos gerais ou particulares tomados na experi ncia ou forjados na conven o ling stica Cada enunciado e cada termo do enunciado tem assim um referendum cujo conhecimento est implicado pelo uso nativo da l ngua Ora dizer qual o referendum descrev lo caracteriz lo especificamente uma tarefa distinta frequentemente dif cil que n o tem n
132. ente exclu da toda e qualquer outra investiga o que esteja alheia a tal objeto Dentre as exterioridades estabelecidas pelo corte saussuriano a mais relevante aqui certamente o sujeito Ao definir a l ngua como objeto Saussure afirma que s relevante para o estudo ling stico aquilo que est estritamente ligado l ngua Tendo estabelecido que a presen a do individual est apenas na fala automaticamente se exclui a viabilidade de abordar o sujeito em qualquer opera o que se diga ling fstica Contudo como aponta Flores p 40 para que o signo seja al ado condi o de exist ncia necess rio o elemento exclu do o sujeito medida que os signos s t m identidade porque atravessados pela rede de valores e de oposi es o que s pode ser feito pela presen a do sujeito Sem essa exterioridade portanto n o tem sentido a teoria do valor que o que propriamente sustenta a estrutura o sistema de signos Dessa forma podemos afirmar que embora o mestre genebrino tenha determinado a exterioridade do sujeito no ato de funda o da ci ncia ling fstica isso n o significa que o sujeito esteja necessariamente exclu do do ling fstico Ou nas palavras de Flores o fato de uma determinada regi o do conhecimento poder se constituir sobre um recorte como forma de singularizar seu objeto cuja consegii ncia a delimita o de um campo de conhecimento n o argumento suficiente para 45 ne
133. ente ligadas descri o e ao ensino de l nguas e constitui o de um aparato te rico voltado a esse objetivo suas obras podem seguramente ser apontadas como precursoras no campo da Ling stica da Enuncia o Bally teve como guia a preocupa o acerca do ensino de l ngua estrangeira e em especial de l ngua materna O autor acreditava que o ensino de l nguas era realizado de uma maneira equivocada por enfocar apenas os aspectos metaling fsticos atrav s de obras liter rias Para Bally a l ngua liter ria era secund ria derivada da l ngua falada essa espont nea embora ocupasse um lugar de honra entre os tipos especiais derivados de linguagem Segundo o autor o estudo de l nguas feito a partir da l ngua liter ria era uma invers o j que a l ngua falada teria a est tica apenas como meio para chegar a um fim que seria a comunica o dos pensamentos e da afetividade enquanto que a literatura teria a est tica por fim O autor ent o cria uma nova disciplina a Estil stica Diferentemente da Estil stica ligada est tica liter ria a mat ria desenvolvida pelo autor su o estuda os fatos de express o da linguagem organizada do ponto de vista de seu conte do afetivo quer dizer a express o dos fatos da sensibilidade pela linguagem e a a o dos fatos de linguagem sobre a sensibilidade BALLY 1951 p 16 A Estil stica tal como Bally a entende um estudo sincr nico e descritivo
134. entre frases n o ligadas por conetivo v rios fatos de ordem pros dica e assim por diante p 72 Com a insatisfa o gerada por essas primeiras tentativas passou se ent o elabora o das gram ticas textuais abandonando se o m todo ascendente da frase para o texto a partir da unidade mais altamente hierarquizada o texto que se pretende chegar por meio da segmenta o s unidades menores para ent o classific las p 72 Por fim a fase mais recente da LT oriunda da reflex o te rica que levou os analistas a questionamentos acerca da capacidade de classifica o dos textos dentro das regras da gram tica O momento atual assim o que Koch denomina Teoria do Texto ou Ling fstica Textual propriamente dita que se prop e como tarefa investigar a constitui o o funcionamento a produ o e a compreens o dos textos p 74 Notamos com rela o LT que o seu objeto o texto em si diferentemente do processo de enuncia o que busca investigar a Ling fstica da Enuncia o LE Enquanto a LT tenta buscar um sentido nico ou ainda os sentidos poss veis de um determinado texto a LE vai se valer do meio material do enunciado para chegar enuncia o que o ato em si de produ o do sentido A diferen a fundamental consiste no fato de que para a Enuncia o o sentido nico e irrepet vel medida que depende do eu tu aqui agora Buscando como forma de exempl
135. enunciativas a indicial em que enquadra Benveniste e Bally e a operat ria de Culioli e Guillaume Segundo Dahlet a primeira concebe a enuncia o como produ o da l ngua por sujeitos p 70 enquanto a perspectiva operat ria v a enuncia o como sendo da al ada da linguagem n o do sujeito ou do discurso p 76 H ainda no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o por exemplo um te rico como Ducrot que busca defender uma tese a de que a argumenta o est na l ngua Para tanto o autor cria termos e conceitos de uma maneira muito diversa de outro exemplo Authier Revuz Essa autora faz uma leitura espec fica de cada uma das teorias que utiliza para analisar a l ngua Isto sua teoria produto de uma interpreta o particular de outras teorias Authier Revuz n o elabora uma teoria da mesma maneira que faz Ducrot o que n o melhor ou pior apenas diferente Poder amos at mesmo dizer que a forma de teoriza o de Jacqueline Authier Revuz sua maneira de fazer ci ncia seja muito pr xima quase uma s ntese da concep o da Ling stica da Enuncia o como campo Da mesma forma que a autora realiza uma multidisciplinaridade ficando sobre uma esp cie de fronteira mas n o deixa de ser uma te rica da Enuncia o a pr pria Ling stica da Enuncia o congrega diferen as funciona apenas como um r tulo para nomear um campo A LE somente pode ser chamada de disciplina nos termos utili
136. erente do de distinguir le r le o papel da ci ncia no mundo le r le o papel de tal ator Aqui o n vel sem ntico neste caso preciso compreender e distinguir nesse n vel que se manifestam os 80 sentidos do verbo faire fazer ou do verbo prendre tomar Estas s o as acep es sem nticas Trata se pois de duas dimens es totalmente diferentes E se n o se come a por reconhecer esta distin o creio que se fica na vaguidade BENVENISTE 1989 p 20 22 O que queremos dizer ao buscar em Benveniste uma reflex o sobre o assunto br ba 113 Ed rio a que acreditamos que a dita homon mia uma quest o de uso Trata se do mesmo signo n vel semi tico do sistema mas n o da mesma palavra n vel sem ntico do uso do discurso O que importa o ponto de vista sincr nico que o do falante para quem n o faz diferen a a origem da palavra mas o uso que dela se faz Dizemos portanto que n o h o que a tradi o denomina homon mia sob o ponto de vista enunciativo o que ocorre sempre polissemia 150 Benveniste define polissemia como resultado desta capacidade que a l ngua possui de subsumir em um termo constante uma grande variedade de tipos e em seguida admitir a varia o da refer ncia na estabilidade da significa o p 100 Assim o sentido sempre depende do uso que se faz a cada inst ncia de discurso Ainda de Benveniste O sentido de uma mesma palavra consisti
137. ermos atravessam perpendicularmente a teoria de apenas um autor O autor que escolhemos para representar esse tipo de polissemia Oswald Ducrot cujos termos poliss micos transversos mostramos na Tabela 4 TERMO OCORR NCIAS Alocut rio 2 defini es Argumenta o 2 defini es Discurso 2 defini es Enunciado 4 defini es Enunciador 3 defini es Modificador 2 defini es Operador 2 defini es Posto 2 defini es Pressuposto 2 defini es TABELA 4 Termos com polissemia transversal Assim como no caso da apresenta o dos autores duas alternativas foram dadas para que o grupo de coordenadores avaliasse e escolhesse Na apresenta o tal como ela 152 organizada hoje uma vez que os autores s o mostrados em conjunto h uma coincid ncia entre as apresenta es as duas trazem os verbetes em ordem alfab tica A primeira alternativa conforme exemplificamos na Figura 13 consiste em mostrar o lema e em seguida o autor a que o termo se refere seguido da explica o desse termo em suas diferentes acep es E enunciado m Benveniste 1 manifesta o da enuncia o produzido cada vez que se fala Fonte da defini o EBE06 Outras denomina es frase Nota explicativa Na medida em que a enuncia o processo o enunciado pode ser considerado o produto da enuncia o e inclui pessoa tempo e espa o O enunciado tem exist ncia em um
138. es Esses autores no entanto elaboram seus verbetes isoladamente o que pode causar discrep ncia entre as abordagens das diferentes teorias e isso deve ser mediado pelo termin logo o que significa que o n mero de verbetes inicialmente elaborado em cada equipe pode precisar ser modificado para mais ou para menos Podemos verificar na Tabela 2 o n mero de verbetes de cada autor inicialmente definido apresentado pelos coordenadores do grupo de cada autor de uma teoria diferente AUTOR TERMOS Antoine Culioli 14 Catherine Fuchs 3 Catherine Kerbrat Orecchioni 11 Charles Bally 19 Claude Hag ge 9 mile Benveniste 52 Fran ois Flahault 7 Fran ois R canati 17 Algirdas Julien Greimas 49 Jaqueline Authier Revuz 24 Michel Br al 4 Mikhail Bakhtin 50 Oswald Ducrot 72 Patrick Charaudeau 7 Roman Jakobson 23 TABELA 2 Autores e n mero de termos 140 x ro 91 Em rela o a esses autores assim foram dadas duas op es poss veis de a o 0 Ad a apresenta o dos autores no dicion rio segundo os crit rios relacionados s bases terminol gicas e terminogr ficas que sustentam a elabora o do produto Ambas foram mostradas em uma reuni o em que estavam os respons veis pela coordena o da elabora o dos verbetes de cada autor Na primeira os autores aparecem em ordem alfab tica seguidos dos verbetes de seus respectivos termos conforme exemp
139. es verificamos a aus ncia de qualquer termo ligado diretamente Ling fstica da Enuncia o com o pr prio termo ou com apenas Enuncia o ou teoria s da Enuncia o em um total de 391 pesquisadores A pr pria Revista da ANPOLL publica o anual apresenta dentre todas as suas edi es apenas dois textos que se referem Enuncia o O primeiro Enuncia o l ngua e mem ria de Eduardo Guimar es no n mero 2 de 1996 O segundo na edi o de n mero 13 de julho a dezembro de 2002 Analyse du dialogue et demande sociale comment Pintervention sur un domaine d activit mobilise des hypoth ses linguistiques de Daniel Faita do Institut Universitaire de Formation des Ma tres d Aix de Marselha na Fran a Esse artigo cujo referencial te rico bakhtiniano n o traz tradu o na revista 5 A publica o come ou a ser editada em 1995 e era anual at 1998 Em 1999 passou a ser semestral mas n o tivemos acesso aos n meros 6 e 7 referentes a esse ano Os ltimos n meros 12 e 13 s o do ano de 2002 46 O fato de haver textos em outras l nguas n o minimiza o valor de uma publica o mas certamente restringe o acesso a esses artigos 71 No que concerne ABRALIN Associa o Brasileira de Ling stica sua Revista da ABRALIN publicada entre 2002 e 20057 tem apenas o texto L indexicalit de la r f rence dans interaction sociale constructi
140. es e ascendentes da an lise e gra as natureza articulada da linguagem p 135 136 Forma e sentido ent o andam sempre juntos em todos os n veis de an lise ling stica Quando se chega frase entramos no n vel categorem tico Isso exige uma an lise mais detalhada para que se entenda como chegamos ao seu sentido e natureza desse sentido Uma frase n o pode como dissemos integrar uma unidade superior Isso se prende explica Benveniste antes de tudo ao car ter distintivo entre todos inerente frase de ser um predicado p 137 e o predicado uma propriedade fundamental da frase n o 127 uma unidade de frase p 138 Dessa maneira a frase n o uma classe formal que teria por unidades frasemas delimitados e opon veis entre eles p 138 Diz Benveniste que o n vel categorem tico comporta somente uma forma espec fica de enunciado ling stico a proposi o esta n o constitui uma unidade de classes distintivas por isso que a proposi o n o pode entrar como parte numa totalidade de ordem mais elevada Uma proposi o pode apenas preceder ou seguir outra proposi o numa rela o de seq ncia Um grupo de proposi es n o constitui uma unidade de uma ordem superior proposi o N o h n vel ling fstico al m do n vel categorem tico p 138 N o apenas inexiste a possibilidade de uma frase integrar um n vel superior Seu sentido sempre dep
141. es levam ao p blico acad mico pela primeira vez no Brasil uma vis o mais clara do campo Ling fstica da Enuncia o Como bem descreve Silva na resenha da obra Poder amos dizer que os estudos de enuncia o no Brasil s o estilha os de um espelho espalhados em muitas dire es ou seja embora seu estudo tenha uma ampla repercuss o nos mais variados campos do saber muitos deles t m os tomado de forma um tanto quanto fragmentada Contrapondo se a esse quadro Valdir Flores e Marlene Teixeira respectivamente na UFRGS e Unisinos t m desenvolvido desde o final dos anos de 1990 o trabalho de apresentar o objeto te rico enuncia o como um sistema de pensamento Mas a trajet ria dos autores mais ampla colegas do curso de doutoramento na PUC RS e orientandos da profunda conhecedora das mais variadas teorias do texto e do discurso a professora Leci Barbisan os autores desde ent o dialogam em um incessante trabalho de garantir que as teorias da enuncia o ganhem consist ncia de estudos Assim em uma s ntese de in meros projetos de pesquisa surge o livro Introdu o Ling fstica da Enuncia o A for a de um trabalho de s ntese pode ser observada na frase precisa na interpreta o segura pr pria de estudiosos que assumiram seu lugar de te ricos da enuncia o SILVA 2006 p 1 O texto portanto como um manual que enquadra se em um panorama de reconhecimento da Ling fstica da Enuncia o da mesma fo
142. es relativas fonologia sintaxe e sem ntica numa s rie dedicada aos fundamentos da ling stica embora certamente houvesse diverg ncias quanto ao conte do dessas partes tal unanimidade est longe de ser garantida no caso da pragm tica DASCAL 1982 p 7 A problematiza o refere se como vemos quest o da inclus o de um elemento externo Ling stica em uma obra dedicada ci ncia Ainda que a Pragm tica seja conceituada de forma muito ampla sem ntica que cabe a descri o dos significados enquanto que pragm tica cabe o estudo de como esses significados podem vir a ser explorados para veicular em contextos particulares diversas mensagens p 20 fica muito claro que todos os estudos ali relacionados remeteriam a componentes extraling fsticos Embora Dascal afirme em nota de rodap que Benveniste seja o nico lingiiista com carteira profissional p 20 n o h em qualquer momento men o ao fato de o autor 91 franc s considerar seu objeto inclu do na Ling stica o que pode levar a uma leitura equivocada do artigo Um dos grandes problemas na forma como as linhas de estudo da linguagem entraram no pa s a confus o entre as disciplinas e a conseq ente desorienta o epistemol gica Isto a partir dos fatos de a Enuncia o por um lado ter sido introduzida como pertencente aos campos ora da Pragm tica ora da Ling fstica Textual e ao mesmo tempo tenh
143. eto enuncia o funda um campo do saber uma discursividade por outro o m todo o ponto de vista com base no qual esse objeto ser examinado e isso depende das rela es epistemol gicas que cada teoria instaura com as demais teorias de seu campo com os outros campos da ling stica e mesmo com outras reas de conhecimento Evidentemente tal fato determina a pr pria configura o do objeto o que permite dizer que a enuncia o algo distinto para cada autor Eis o paradoxo desde o prisma que enfoque o campo do saber poss vel falar de Ling stica da Enuncia o desde o prisma da an lise ling stica sempre de teorias da enuncia o que se trata FLORES TEIXEIRA 2005 p 103 104 Vale destacar a posi o de Patrick Dahlet 1997 que em Dialogiza o enunciativa e paisagens do sujeito partindo da an lise da no o de dialogismo bakhtiniano defende a exist ncia de duas perspectivas dentro das teorias enunciativas a indicial e a operat ria A primeira perspectiva cujos representantes segundo Dahlet seriam Bally e Benveniste a concep o da enuncia o como produ o da l ngua por sujeitos O que visa ent o esse estudo o ato de inser o do sujeito falante na l ngua como ele se enuncia atrav s do levantamento e da an lise de marcas ling fsticas desta atividade pessoas tempo lugar e modalidades da interlocu o essencialmente DAHLET 1997 p 70 55 J a s
144. exist ncia de um dicion rio para a rea da Ling fstica da Enuncia o no Brasil n o apenas para consolidar um campo te rico mas para auxiliar na sua divulga o nos meios acad micos Krieger e Finatto 2004 corroboram esse ponto de vista quando afirmam que a exist ncia e a circula o de terminologias em distintos cen rios comunicativos s o testemunhas de que essas cumprem prioritariamente a dupla fun o de fixar o conhecimento t cnico cient fico e de promover sua transfer ncia de modo pontual p 19 A fixa o dos termos de um campo o que pode ser feito a partir de obras terminogr ficas como os dicion rios colabora portanto com a disciplinariza o desse 82 campo Chiss e Puech em La linguistique structurale du discours de fondation l mergence disciplinaire 2001 exp em que uma disciplina se funda em tr s aspectos 1 A filia o emp rica um primeiro modo de apresenta o de si da disciplina reivindica se a continuidade de uma tradi o nacional de uma Escola de pensamento de uma corrente ou de uma s rie de correntes liter rias e ou ling fsticas instaladas a longo prazo 2 A reparti o a demarca o disciplinar no tempo ou em sincronia fornece disciplina sua ancoragem em um setor do real e em uma fam lia de disciplinas simultaneamente as rela es com a filologia a psicologia a sociologia a l gica desenham ent o um campo diferencial em que se neg
145. ferentes entradas Como dissemos portanto evita se o problema ao registrar cada conceito em uma entrada diferente Ainda assim o tema recorrente nos manuais O Manual de terminolog a de Silvia Pavel e Diane Nolet por exemplo define hom nimo como uma palavra que tem a mesma forma que outra mas distinto significado Exemplo gato animal felino dom stico e gato utens lio para levantar grandes pesos a pouca altura p 125 As autoras entretanto n o problematizam a quest o em rela o aplica o em dicion rios terminol gicos A aplica o fica evidenciada quando Pavel e Nolet tratam do princ pio da univocidade A monossemia conceito termo implica o princ pio un voco segundo o qual o termin logo deve tratar um nico conceito cada vez seja em uma ficha terminol gica unil ngie ou multilfng e ou ainda em uma entrada de vocabul rio especializado Trata se exatamente do fen meno contr rio ao princ pio de polissemia que se aplica nos dicion rios gerais nos quais a entrada lexicogr fica composta por uma s rie de acep es cada uma das quais reflete um conceito diferente p 23 24 De forma muito similar age Castillo 1997 Embora o autor dedique t picos espec ficos para tratar da homon mia e da polissemia bem como do tratamento que elas devem ter essas indica es n o se diferenciam muito do que afirmam Pavel e Nolet em termos de resultados pr ticos O autor explica homon mia e poliss
146. fia da linguagem FIGURA 9 rvore de dom nio D Acreditamos que a investiga o e a busca por diferentes rvores foi de grande valia como forma de pensar o campo medida que elabor vamos novas representa es muitos elementos constitutivos e relevantes da rea se mostravam Ao final do processo contudo chegamos a um questionamento Seria poss vel apresentar uma rvore de dom nio efetivamente consistente e eficaz como representa o epistemol gica Em que medida uma rvore de dom nio seria verdadeiramente til Pensamos que um campo como a Ling stica da Enuncia o n o seja pass vel de uma representa o linear especialmente porque muitos de seus aspectos e caracter sticas n o podem ser facilmente planificados Ainda que a busca por diferentes representa es possa ser bastante til em termos de investiga o te rica e para que o grupo que elabora o dicion rio convirja para uma mesma dire o em termos epistemol gicos n o acreditamos que uma rvore de dom nio consiga dar conta da totalidade de um campo especialmente se estivermos pensando em uma representa o que chegar ao usu rio e que lhe deveria bastar para uma vis o epistemol gica Apesar disso diante da necessidade de uma rvore de dom nio para o usu rio do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o at mesmo porque a rvore consiste em um crit rio e uma exig ncia relativos s normas ISO de qualidade de uma obra terminogr fica elabo
147. ganograma t o simplificado como uma representa o arb rea O pen ltimo ponto que queremos destacar da rvore inicial o elemento Semi tica Narrativa Tal Semi tica referente teoria de Algirdas Julien Greimas N o podemos deixar de citar que alguns pontos dessa teoria n o s se enquadram na Lingii stica da Enuncia o como aparecem no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Assim a teoria de certa forma aparece duas vezes na rvore N o pensamos que seja necess rio explicitar a Semi tica Narrativa na rvore de dom nio da Ling stica da Enuncia o da mesma que muitas outras teorias que tamb m coexistem LE Esse n o um dado essencial Por fim destacamos o fato de a rvore mostrar a Ling fstica da Enuncia o como ponto de partida para as teorias que a comp em Discordamos dessa forma de apresenta o uma vez que como j dissemos o ponto de vista inverso S o as teorias da Enuncia o que ao convergirem para um mesmo ponto constituem a Ling stica da Enunciag o como campo que deveria ser ent o o ponto de chegada Dentro do contexto dessa busca que realizamos chegamos ent o a algumas conclus es que retomamos brevemente neste momento a t tulo de resumo 1 Discordamos do uso de estudos da linguagem ainda que apenas para um uso did tico e simplificado na rvore de dom nio para o usu rio do Dicion rio de Ling stica da Enuncia o O mais adequado
148. gar a exist ncia de uma exterioridade inclusive podendo ela mesma retornar ao interior desse recorte p 49 Portanto se h exteriores na Ling fstica tal qual foi constitu da por Saussure porque qualquer escolha te rica os cria Assim n o era o foco do autor tratar desses exteriores considerando os seus objetivos e o momento hist rico no qual estava inserido circundado por estudos comparativistas que faziam necess ria uma delimita o dando car ter cient fico a um estudo que n o o tinha Ainda em Flores vemos que A ling fstica constitui se como um dom nio circunscrito somente a partir da c lebre dicotomiza o l ngua fala e da concep o de signo sobre as quais se singulariza o objeto de investiga o Uma conseq ncia disso a exclus o do interior do objeto de uma s rie de problemas que mesmo relacionados com ele nada dizem do ponto de vista do qual fala Saussure O ponto de transbordamento da ling stica estrutural o sujeito Dele nada se diz porque ele n o um ponto de interroga o para a teoria p 49 Se Saussure nada dizia do sujeito se esse n o era seu questionamento logo surge quem ainda seguindo o mestre genebrino tenha a dizer sobre tal objeto 2 2 Lingii stica da Enuncia o a constitui o de um campo Para ser considerado como um campo de estudos como percebemos a partir do exemplo saussuriano necess rio que seja feita uma delimita o E preciso que algo deveras una
149. geira necessidade de um espa o para a indica o e qualifica o de neologismos ou estrangeirismos campos para registro de polissemia e varia o terminol gica 100 disponibilidade de ferramentas informatizadas para automa o e agiliza o de tarefas padr es de apresenta o de obras semelhantes ou conexas tem tica da qual se pretende produzir KRIEGER FINATTO 2004 p 128 As recomenda es acima s o as bases metodol gicas utilizadas no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o A partir delas foram planejados todos os elementos e rotinas relacionados execu o da obra Dessa maneira o primeiro passo dado para a concretiza o do dicion rio foi a defini o das partes das quais seria composto o dicion rio sua macro e microestrutura Em seguida foi feita a escolha dos autores que teriam sua obra no dicion rio Determinou se tamb m que as equipes deveriam fazer uma sele o pr via de verbetes e como os dados seriam coletados atrav s de uma ficha terminol gica em formato digital que deveria ser enviada por correio eletr nico a cada pessoa da equipe valendo se posteriormente de igual meio para encaminhar o material pronto Depois dessas etapas a equipe de execu o do dicion rio foi selecionada pelos coordenadores gerais Valdir do Nascimento Flores Leci Borges Barbisan Marlene Teixeira e Maria Jos Bocorny Finatto Foi decidido que deveria haver uma equipe executora d
150. gem notadamente a teoria dos atos de fala a pragm tica a sem ntica argumentativa Por outro lado mant m tamb m um di logo decisivo com a An lise do Discurso tal como praticada no Brasil e que se organiza e se desenvolve a partir dos trabalhos de P cheux GUIMAR ES 2002 p 8 Diz Guimar es a n s interessa considerar a l ngua como um conjunto de rela es sem contudo nos interessar a no o de sistema GUIMAR ES 1989 p 74 O autor v a l ngua como uma dispers o de regularidades ling fsticas constitu das s cio historicamente p 76 e afirma que a materialidade s cio hist rica do enuncia o e por gt El As la E 61 conseguinte da l ngua produzida numa forma o discursiva e pela enuncia o p 79 O professor Jos Luiz Fiorin o pr ximo estudioso que queremos abordar neste momento da disserta o Autor de uma vasta obra na rea de estudos da linguagem dedica se Semi tica greimasiana Para men o a Fiorin tomamos o texto As ast cias da enuncia o as categorias de pessoa espa o e tempo Partimos de elementos dessa obra para ter uma no o de sua linha de trabalho 6 Queremos ressaltar que acreditamos que para se propor a trabalhar com a Enuncia o como com qualquer rea de estudos necess rio aceitar seus preceitos fundamentais e fundantes entre eles as suas limita es Isso implica o fato de que qualquer teoria que se use para fazer an lise de q
151. grupo de palavras termo composto s mbolo ou f rmula que designa um conceito pr prio de um mbito dado PAVEL NOLET p 133 J o verbete tamb m denominado lema ou entrada o termo considerado em uma ficha como designa o do conceito estudado ou em um produto terminol gico termo que encabe a a entrada terminol gica p 121 Podemos dizer assim que o termo est relacionado ao campo de estudos que o assunto ou tema do dicion rio enquanto o verbete um elemento da obra terminogr fica a unidade dentro do dicion rio Vale tamb m destacar a defini o que em rela o ao termo a sua descri o conceitual e em uma ficha terminol gica consiste em um tipo de prova textual que permite estabelecer a equival ncia textual entre v rias l nguas ao enunciar os tra os sem nticos distintivos de um conceito p 120 A defini o pode ser constitu da apenas pelo conceito em si ou ser complementada com uma nota explicativa como no caso do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o A Figura 2 mostra um exemplo de preenchimento de uma ficha terminol gica do termo enuncia o de Charles Bally Termo enuncia o Outras denomina es amp Tipo de termo Charles Bally Ocorre tamb m em J Authier Revuz M Bakhtin E Benveniste A Culioli O Ducrot AJ Greimas C Hag ge R Jakobson C Kerbrat Orecchioni F R canati Defini o Ato do fala
152. gua fala 37 Como afirma Fiorin Tem raz o Kerbrat Orecchioni quando mostra a impossibilidade de descrever o ato da enuncia o em si mesmo A descri o do ato em si violaria o princ pio da iman ncia base da constitui o da Lingii stica como ci ncia aut noma FIORIN 1999 p 31 54 tempo agora espa o aqui e pessoa eu tu singulares Assim cada an lise da linguagem nica tamb m FLORES TEIXEIRA 2005 p 100 Flores ressalta Em Lingii stica da Enuncia o reafirma se a m xima saussuriana o ponto de vista cria o objeto ou seja o fato ling fstico que objeto de an lise n o anterior ao ponto de vista te rico adotado pelo cientista mas por ele determinado Em outras palavras o cientista ao delimitar o lugar te rico do qual fala determina a rela o que estabelece com os fatos ling fsticos FLORES 2001 p 58 Cada te rico assim pode propor um dispositivo diferente uma abordagem diversa do fen meno enunciativo e efetivamente o faz Flores e Teixeira ainda fazem uma importante coloca o a respeito da variabilidade dos m todos utilizados Ora se argumentamos em favor da exist ncia de um campo de estudos da linguagem a Ling stica da Enunciac o ao qual se integram diferentes teorias as teorias da enuncia o ent o parece ser evidente que o m todo de an lise n o pertence ao campo em si mas a cada teoria em particular Dessa forma se por um lado o obj
153. gulo el color la formalidad armonizada en respuesta con la pregunta del alma VALVERDE 1955 p 34 p 20 El lenguaje considerado en su verdadera esencia es algo ef mero siempre y en cada momento Incluso su retenci n en la escritura no pasa de ser una conservaci n incompleta momificada necesitada de que en la lectura vuelva a hacerse sensible su dicci n viva La lengua misma no es una obra ergon sino una actividad energeia Tomado en un sentido inmediato y estricto esto es la definici n de cada acto de hablar Pues en el caos disperso de las palabras y de reglas que acostumbramos a denominar una lengua tan s lo est dado el producto singular que arroja cada acto de hablar pues tambi n el requiere un nuevo trabajo que reconozca en l el modo del hablar vivo y arroje una imagen verdadera de la lengua viva HUMBOLDT 1990 p 64 65 p 22 sin lenguaje no habr a ante la mente los objetos como tales Ya en la percepci n hay una cierta subjetividad incluso cabe considerar a cada individuo como un punto de mira en la visi n del universo HUMBOLDT apud VALVERDE p 34 p 23 les faits d expression du langage organis e au point de vue de leur contenu affectif c est dire expression des faits de la sensibilit par la langage et l action des faits de langage sur la sensibilit BALLY 1951 p 16 p 24 nunca las formas l gicas del lenguaje est n en primer plano lo que domina es la afecti
154. i o sentido pr prio figurado somente analis vel em refer ncia situa o de enuncia o Com efeito Bohas Guillaume e Kouloughli em L analyse grammaticale dans la tradition arabe classique afirmam que os estudos ret ricos rabes ap s Al Sakkaki subdividem se em tr s disciplinas independentes Dentre essas disciplinas a que mais diz respeito Enuncia o a sem ntica gramatical ilm al ma ani definida como a ci ncia do conhecimento das modalidades que permitem express o rabe ser adequada s situa es de comunica o BOHAS GUILLAUME KOULOUGHLI 1992 p 267 Segundo os autores A defini o dada mais acima do ilm al ma ani carregava em germe a problematiza o das rela es entre enunciado e enuncia o De fato uma parte n o desprez vel da aten o dos especialistas dessa rea enfocou a an lise dos par metros objetivos e subjetivos cuja presen a era obrigat ria para tornar um enunciado adequado a uma situa o dada Essa considera o das rela es entre enunciado e enuncia o levou a problematizar os pap is respectivos do enunciador mutakallim de seu interlocutor muhatab e dos elementos da situa o de enuncia o hal al hitab e a reconhecer na estrutura formal do enunciado as marcas desses diferentes componentes do ato de comunica o p 268 269 E ainda mais tarde como veremos adiante tamb m por Charles Bally 19 Assim j na tradi o
155. ia o aparece como cen rio para que o eu represente seu papel E a concep o dial tica proposta por Benveniste 1976 em Da subjetividade na linguagem p 287 desaparece o que h um eu que subsume um fu pois este s se faz presente se se torna um eu O estatuto da enuncia o no m nimo obscuro e disso decorre uma s rie de dificuldades na interpreta o dos planos de Benveniste ORLANDI 1996 p 107 108 Neste momento faremos uma breve digress o relacionando a leitura que feita pela AD de linha francesa com a nossa leitura2 n o como forma de diminuir uma em detrimento da outra N o nos cabe avaliar a validade da leitura realizada pela autora ou pela AD Faremos essa rela o porque cremos que essa leitura interferiu na recep o das teorias da Enuncia o no Brasil Retomando ent o a cita o de Orlandi pensamos que h de fato contato entre os n veis semi tico e sem ntico propostos por Benveniste e ele se d a partir da no o de quebra da dicotomia saussuriana l ngua fala Se h a possibilidade de uma leitura de Benveniste em que o semi tico e o sem ntico n o se articulam ela parte certamente diretamente da dicotomia tal qual proposta por Saussure e n o da leitura que feita por Benveniste e pelos demais autores da Enuncia o tal qual expusemos em 2 2 A rela o entre o eu e o tu n o acreditamos de subsun o Eu constitui tu na e pela enuncia o assim como a si
156. ia da fala ou seja finalmente a uma l gica O princ pio dessa gram tica geral o da generalidade do espec fico em outras palavras um princ pio segundo o 86 4 D Lembramos que neste espa o dedicamo nos s concep es relacionadas de forma direta ao campo da Ling fstica da Enuncia o o que faz com que n o coloquemos em discuss o as demais acep es de Sem ntica como por exemplo a Sem ntica Formal a Sem ntica Lexical dentre tantas outras 129 qual o que pode ser concebido como sentido ou significa o ou conceito um objeto constru do pelo sistema da l ngua um objeto espec fico a uma l ngua espec fica A esse objeto sentido objeto transversal de uma gram tica unificada corresponde uma teoria precisa a teoria do valor BOUQUET 2004 p 252 253 Ou seja a teoria de Saussure segundo o autor supracitado uma teoria do sentido O sentido transversal l ngua toda O sentido n o uma unidade de um n vel de linguagem mas uma caracter stica uma propriedade inerente ao todo da l ngua O que podemos dizer em meio a essa caracteriza o da diferen a entre os sintagmas Sem ntica da Enuncia o Ling stica da Enuncia o e mesmo Teoria da Enuncia o Entendemos que toda e qualquer Ling fstica da Enuncia o seja obrigatoriamente uma Sem ntica j que n o h n vel ling fstico que n o seja perpassado pelo
157. ias do l xico lexicologia lexicografia terminologia V II Campo Grande MS UFMS 2004 p 341 357 Terminologia e ling fstica de corpus da perspectiva enunciativa aos novos enfoques do texto t cnico cient fico Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 138 p 217 230 dez 2004 2004a FIORIN Jos Luiz Sem ntica estrutural o discurso fundador In OLIVEIRA Ana Cl udia Mei Alves de LANDOWSKI Eric Eds Do intelig vel ao sens vel em torno da obra de Algirdas Julien Greimas S o Paulo EDUC 1995 p 17 42 As ast cias da enuncia o as categorias de pessoa espa o e tempo 2 ed S o Paulo Atica 1999 linguagem em uso In Org Introdu o ling stica I objetos te ricos 2 ed S o Paulo Contexto 2003 p 165 186 Pragm tica In Org Introdu o ling stica II princ pios de an lise 2 ed S o Paulo Contexto 2003a p 161 187 Enuncia o e semi tica Letras Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal de Santa Maria Centro de Artes e Letras n 33 p 69 97 jul dez 2006 FLORES Valdir do Nascimento Lingii stica e psican lise princ pios de uma sem ntica da enuncia o Porto Alegre Edipucrs 1999 Princ pios para a defini o do objeto da Ling fstica da Enuncia o Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edi
158. ica sensivelmente a mesma coisa que tal outra palavra que empregaremos os dois termos n o diferem entre si por nenhuma modifica o sens vel da id ia o sentimento particular que se extrai apesar de tudo do fato de linguagem prov m ent o de uma reflex o inconsciente que se poderia traduzir assim uma outra pessoa e n o eu que empregaria essa express o ou ainda Eu a empregaria em tal circunst ncia e n o em tal outra Eis a ess ncia do efeito por evoca o p 167 Bally destaca que essa evoca o s poss vel devido exist ncia de uma l ngua comum e de modos de express o particulares a diferentes meios de express o O autor ainda ressalta que o falante se vale da expressividade para alcan ar seu objetivo de exteriorizar seus pensamentos imprimindo suas marcas de singularidade Ela ocorre sempre em rela o a um outro falante real ou imagin rio individual ou coletivo Atrav s desse mecanismo portanto o homem que fala espontaneamente e atua por meio da linguagem mesmo nas circunst ncias mais triviais faz da l ngua um uso pessoal e a recria constantemente BALLY 1967 p 40 O procedimento que gera a expressividade n o nem autom tico nem infal vel Afirma Bally Para que a expressividade se manifeste preciso a cumplicidade do pensamento emotivo o signo expressivo deve responder a uma realidade ps quica e satisfazer uma exig ncia da sensibilidade somente com essa con
159. icol gica livre e transparente FLORES TEIXEIRA 2005 p 11 Ora se as teorias da Enuncia o estudam o ato de enunciar ou seja estudam o processo n o o produto o dizer n o o dito conclu mos que o enunciado que o produto sim importante mas apenas na medida em que usado para se chegar enuncia o O enunciado n o passa de um instrumento Constatamos ent o o fato essencial de que a Enuncia o n o estuda o sujeito mas as marcas do uso que ele faz do sistema da l ngua Defendem Flores e Teixeira Em nossa opini o o sujeito n o propriamente o objeto de estudo de uma teoria ling fstica mas sim a representa o que a enuncia o d dele Parece nos que a ling fstica n o tem instrumentos suficientes para abordar o sujeito exatamente porque esse conceito evoca aspectos exteriores ao ling stico Em suma o sujeito em si n o uma problem tica pr pria Lingii stica da Enuncia o e sua abordagem em ling stica exige que sejam convocados exteriores te ricos p 107 108 Mas o que dizer ent o de teorias como a de Jacqueline Authier Revuz que traz tona o sujeito em seus escritos Fica muito claro que a autora concorda completamente com esse posicionamento pois se o sujeito aparece em sua teoria a partir da psican lise freudo lacaniana ela marca essa presen a como um exterior uma abordagem n o ling stica que a ancore em sua descri o lingii stica AUTHIER REVUZ 2004
160. icos diferentes Ou em outras palavras a polissemia um conjunto de significados cada um unit rio relacionados com uma mesma forma Cada um desses significados complementa o autor preciso e determinado A homon mia por sua vez definida por Bechara como a propriedade de duas ou mais unidades de diferentes significados terem a mesma forma Diz o autor que H momentos em que a Lexicografia se vale do crit rio onomasiol gico como por exemplo nos dicion rios anal gicos ou de id ias afins em que as palavras s o categorizadas pela afinidade de id ias Ademais n o podemos deixar de destacar que divis es muito estanques n o s o muito adequadas s reas de Lexicografia e Terminologia 146 Todos apontam a dificuldade de nem sempre se poder distinguir a polissemia da homon mia T m sido propostos alguns crit rios para aclarar se se trata de uma mesma palavra com dois ou mais significados diferentes polissemia ou de duas palavras distintas com id nticos fonemas homon mia a crit rio hist rico etimol gico o que fazem em geral os nossos dicion rios b a consci ncia ling fstica do falante c crit rio das rela es associativas d crit rio dos campos l xicos BECHARA 2001 p 403 Barros 2004 p 229 230 em seu Curso b sico de Terminologia indo ao encontro das observa es de Bechara aponta tr s formas fundamentais de diferenciar a homon mia da polissemia A primeir
161. ifica o uma das teorias constitutivas da Ling fstica Textual podemos citar Beaugrande e Dressler 1997 que em Introducci n a la lingii stica del texto analisam a fundo os elementos fundamentais na sua concep o do texto Para os autores p 33 47 o texto um acontecimento comunicativo que segue sete crit rios de textualidade ou seja normas que fazem com que um texto possa concretizar o ato comunicativo a que se destinaria Essas normas s o 1 coes o conex o formal entre os componentes da seq ncia ling fstica 2 coer ncia possibilita a rela o entre os componentes do mundo textual 3 intencionalidade refere se atitude do produtor textual 4 aceitabilidade diz respeito recep o do texto 5 informatividade crit rio de avalia o do texto em termos de conte do se h informa es conhecidas ou novas em que medida e o qu o previs veis ou inesperadas elas s o 6 situacionalidade remete relev ncia do texto em determinada situa o e 7 intertextualidade diz respeito s rela es do texto com outros textos 43 5 Le ie E Essa no o de enuncia o de Benveniste 64 Todos esses itens s o considerados como relacionados entre si Quando um falha h grandes possibilidades de a comunica o ser mal sucedida Como aux lio nas an lises textuais ainda s o buscados fatores externos contextos sociais relacionados No texto segundo essa concep o interferem uma intencio
162. im na no o de ideologia tal qual considerada da linha A ideologia seria para a AD uma esp cie de filtro entre a linguagem e o mundo imprimindo dire es aos sentidos Ou seja um indiv duo est submetido a determinadas condi es que fazem com que ele tenha necessariamente uma vis o de mundo ligada a essas condi es Dizem P cheux e Fuchs que 66 uma forma o discursiva existe historicamente no interior de determinadas forma es discursivas constituindo se no interior de novas rela es ideol gicas que colocam em jogo novas forma es ideol gicas P CHEUX FUCHS 1975 p 167 168 Percebemos dessa forma que a AD est diretamente ligada s quest es sociais e ideol gicas tendo buscado muitos de seus elementos na leitura de Louis Althusser do materialismo hist rico de Karl Marx Ademais em mais uma caracter stica que evidencia o car ter transdisciplinar da AD buscam se na rea referenciais da psican lise na composi o de um sujeito descentrado que n o dono de seu dizer Diz Possenti que A AD p e em quest o sucessivamente tr s hip teses a de uma l ngua que teria sido un voca a de um sujeito como unidade controlada pela raz o e que fosse bem sucedido em dizer o que quisesse e finalmente a de conjuntura uniforme porque as sociedades s o sempre foram divididas em classes ou grupos etc POSSENTI 2005 p 359 Podemos dizer apesar de uma explana o muito rudimentar que fizem
163. impede que uma rvore seja revista ao longo do processo de elabora o de uma obra terminogr fica H autores inclusive que p em como crit rio de qualidade do processo a revis o desse elemento Segundo Dubuc 1997 medida que a pesquisa progredir pode se ser levado a modificar a rvore seja cortando os galhos que se revelam est reis seja acrescentando galhos que n o se tinha julgado pertinentes no momento de elabora o da rvore p 54 5 2 2 Por uma representa o da Lingii stica da Enuncia o Na elabora o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o a primeira rvore de dom nio apresentada ao grupo de trabalho no in cio das discuss es sobre o perfil da obra a que mostramos na Figura 5 na pr xima p gina 121 RVORE DE DOM NIO LINGU STICA DA ENUNCIA O CI NCIAS HUMANAS FILOSOFIA PSICAN LISE ESTUDOS DALINGUAGEM SOCIOLOGIA N L gica Anal tica N Lacaniana Freudiana N Aquisi o da linguagem Teorias Pragm ticas Ling istica diacr nica Ling stica sincr nica AD N Estruturalismo Funcionalismo Gerativismo N Morfologia Sintaxe Sem ntica Ling stica do texto Lexicologia Fonologia IN Semi tica narrativa Lingu stica da Enuncia o Sem ntica estrutural N Teoria A Teoria B Teoria N FIGURA 5 rvore de dom nio inicial Durante a realiza o do dicion rio e a escrita desta disserta
164. ing e Tempo e discurso de Janaina Weissheimer esse ltimo trazendo um comparativo da no o de tempo em diferentes teorias No n mero 3 v 2 n 3 ago 2004 cujo tema Estudos de L ngua Falada An lise da Conversa o consta o texto A subjetividade em salas de bate papo de Valqu ria Claudete Machado Borba que usa Benveniste como referencial te rico J no n mero dedicado aos estudos do texto e do discurso v 4 n 6 mar 2006 categoria em que se enquadram as teorias da Enuncia o h dois artigos ligados Enuncia o A alteridade no mon logo de Rosi Ana Gr gis e Seqii ncia descritiva e argumenta o de Cleide Lucia da Cunha nenhum deles faz men o direta a isso A nica exce o a Resenha do livro Introdu o lingii stica da enuncia o de Flores e Teixeira de Silvana Silva Tomando os Cadernos de Estudos Ling isticos CEL da UNICAMP verificamos algumas ocorr ncias de artigos relacionados Enuncia o no peri dico cujo in cio das publica es se d em 1981 O n 3 jan jun 1982 traz dois artigos um de Rosa Atti Figueira Aprendendo a estrutura dos enunciados que indicam mudan a de estado loca o sem a participa o do agente e outro de Vera L cia Aguiar O sujeito enunciador e o discurso por ele produzido no processo de aquisi o oral de uma l ngua estrangeira No n 7 jul dez 1984 aparece o texto O sujeito na teoria enu
165. interessada pelas regras constitutivas do sistema da l ngua comum a todos os utilizadores e n o aos mecanismos de produ o do discurso por um sujeito em situa o FUCHS 1985 p 113 trata da problem tica do sujeito quando versa sobre temas como por exemplo a d ixis e as modalidades A partir do estudo da d ixis a gram tica reconheceu a especificidade de alguns termos que s obt m valor determinado atrav s da atualiza o moment nea que lhes confere a produ o do enuncia o em que aparecem p 113 114 As modalidades por sua vez s o abordadas por diferentes gram ticos Um dos exemplos dados por Fuchs s o os estudos dos est icos e aristot licos que separam o funcionamento cognitivo a asserg o que permite transmitir uma informa o verdadeira ou falsa e o funcionamento apelativo todos os outros tipos em que h um locutor dirigindo se a um receptor que lhe pareceu em condi es de satisfazer seus desejos p 114 Outros exemplos citados pela autora s o a distin o feita por Varr o dos tr s tipos de a o a que as palavras pertencem pensar dizer e fazer o estabelecimento por Arist teles de regras de equival ncia por dupla nega o contradit ria n o somente entre proposi es assertivas mas tamb m entre proposi es modais ex E poss vel que isso seja equivale a N o necess rio Conforme Dubois 1973 p 413 416 a modaliza o define a marca dad
166. io argumentativo de que o tempo quente favorece a ida praia posto na rela o entre os dois segmentos Fonte da nota Cf ANS95 EDU06 Termos relacionados argumento segmento Teoria dos Topol As m Defini o unidade argumentativa de sentido formada pela interdepend ncia entre dois segmentos constituindo o encadeamento argumentativo Fonte da defini o Cf DUC97b EDUO6 Nota explicativa O enunciado 4 est definido com base na Teoria dos Blocos Sem nticos Nesse quadro te rico o enunciado passa a ser considerado como uma unidade argumentativa reunindo segmentos interdependentes e constituindo o encadeamento argumentativo Em enunciados como Paulo tem um bom sal rio ele deve ser feliz e Paulo tem muitos amigos ele deve ser feliz o sentido de felicidade n o o mesmo No primeiro enunciado o sentido de felicidade est ligado quest o monet ria no segundo o sentido de felicidade est ligado quest o afetiva Nesses exemplos ocorre uma interdepend ncia sem ntica entre dois segmentos formando uma unidade de sentido Fonte da nota Cf CARO2a DUC97b Termos relacionados encadeamento argumentativo segmento Teoria dos Blocos Sem nticos Figura 15 Apresenta o por autores sem repeti o do termo 155 Uma raz o pontual para essa apresenta o diferenciada est nos itens conceito e nota explicativa da ficha terminol gica que formam o corpo da defini o pr
167. ira o todo do dicion rio desde a sele o dos autores a sele o de termos passando enfim por toda a estrutura pensado a partir da rela o entre o campo e o consulente Como vimos a partir da descri o do dicion rio muitos itens se ligam de forma mais evidente a esse usu rio Assim s o elementos da macroestrutura as apresenta es da obra e da equipe a rvore de dom nio da qual trataremos no cap tulo 5 as Orienta es para o usu rio o Guia do usu rio a lista de Abreviaturas siglas e sinais os ndices remissivos para consulta por autor e por termos Na microestrutura ao apresentar ao consulente dentro do verbete que por exemplo h outras denomina es poss veis para o mesmo termo que o mesmo termo pode ocorrer tamb m em outros autores e termos relacionados o que se faz situar esse usu rio em rela o ao campo de estudos coberto pelo dicion rio J fontes equivalentes em outras l nguas e leituras recomendadas d o ao leitor autonomia para buscar novos dados que possam lhe interessar Como exemplo destacamos a apresenta o da obra em que poss vel colocar um esquema que mostra a listagem de verbetes de maneira muito similar a uma rvore de dom nio uma vez que a sele o dos termos mediada pela imagem que se tem do usu rio mas ao mesmo tempo deve espelhar um quadro conceitual Assim trazemos na Figura 4 quatro autores com alguns de seus termos para mos
168. ira finalizada inteiramente n o amb gua FUCHS GOFFIC 1985 p 125 126 Acreditamos ent o na exist ncia de um campo de estudos constitu do a Ling stica da Enuncia o a partir das caracter sticas comuns a todas as teorias da Enuncia o Isto todas elas trabalham com a representa o da enuncia o no enunciado em outras palavras com a forma como o sujeito se representa naquilo que enuncia As teorias produzem um quadro figurativo ou seja abordam diferentes temas de formas particulares Por fim todas as teorias fazem remiss o ao Estruturalismo Elas abdicam da dicotomia l ngua fala em benef cio de uma cren a comum na exist ncia de uma l ngua discurso Retomaremos esse aspecto no quinto cap tulo do presente trabalho 60 2 3 A Ling istica da Enuncia o e o que n o ela Pensamos que seja conveniente neste momento elaborar uma breve caracteriza o das diferen as entre a Ling fstica da Enuncia o e algumas das linhas de pesquisa da rea de estudos da linguagem que seguem em paralelo a ela a crit rio de evidenciar algumas diferen as fundamentais Queremos deixar claro que a inten o apenas fazer uma descri o bastante sucinta n o como forma de valorizar uma em detrimento da outra Trata se de fazer um par ntese uma pequena reflex o acerca das linhas as teorias Pragm ticas a Ling stica Textual e a An lise do Discurso de linha francesa Pensamos ser importante mostrar qu
169. istique structurale du discours de fondation l mergence disciplinaire Langages Paris n 120 p 106 126 dez 2001 COSERIU Eugenio Tradi o e novidade na ci ncia da linguagem Tradu o Carlos Alberto da Fonseca M rio Ferreira Rio de Janeiro Presen a S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 1980 Cole o Linguagem CRISTEA Teodora Glossaire des principaux termes utilis s en linguistique nonciative Dispon vel em lt http www biblioteca ase ro resurse resurse electronice revista articole php m 22 gt Acesso jul 2006 CULIOLI Antoine Pour une linguistique de l nonciation op rations et repr sentations Tome 1 Paris France 1990 Collection L homme dans la langue DAHLET Patrick Dialogiza o enunciativa e paisagens do sujeito In BRAIT Beth Org Bakhtin dialogismo e constru o do sentido Campinas UNICAMP 1997 DASCAL Marcelo Fundamentos metodol gicos da lingii stica concep es gerais da teoria ling stica V 1 S o Paulo Global 1978 S rie Linguagem Comunica o e Sociedade Fundamentos metodol gicos da ling stica pragm tica problemas cr ticas perspectivas da ling fstica V 4 Campinas 1982 162 D VILA Nerci A enuncia o em Benveniste e Ducrot Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 151 162 dez 2004 D E L T A Revista de documenta o de estudos em ling
170. ization of concepts and terms e 10241 International terminology stands preparation and layout Resumidamente as normas usadas postulam uma s rie de regras para coordenar os processos de execu o da obra terminogr fica S o princ pios como por exemplo Seja breve Escreva defini es concisas em uma senten a que inclua todas as caracter sticas essenciais de um conceito Escreva defini es que ser o claras intelig veis e teis para o leitor pretendido e Tenha suas defini es lidas por um usu rio para assegurar que elas s o adequadas e claras Vemos que a confiabilidade das defini es parte importante no dicion rio e portanto da rela o da equipe com os seus pr prios verbetes Para que ela fosse efetiva estipulou se um grupo de apoio constitu do de alunos de gradua o para realizar a primeira leitura dos verbetes enviados fazendo suas observa es por escrito no espa o Coment rio interno da ficha terminol gica o que uma forma de buscar uma maior clareza dos verbetes Ap s essa leitura a equipe coordenadora faz a segunda leitura seus apontamentos e a ficha reenviada ao integrante da equipe respons vel para sua reelabora o conforme a necessidade Apenas respeitar as normas ISO entretanto n o basta para tornar um dicion rio um objeto efetivo de refer ncia de um determinado campo Complementam Krieger e Finatto Sem d vida o apoio das recomenda
171. l Volochinov Marxismo e filosofia da linguagem 3 ed Pref cio Roman Jakobson Tradu o Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira S o Paulo Hucitec 1986 Problemas da po tica de Dostoi vski 3 ed Tradu o Paulo Bezerra Rio de Janeiro Forense Universit ria 2005 BALLY Charles Trait de stylistique fran aise v 1 3 ed Gen ve Librairie Georg amp Cie Paris Librairie C Klincksieck 1951 160 Linguistique g n rale et linguistique fran aise 2 ed Berne Suisse ditions Francke Berne 1965 El lenguaje y la vida 5 ed Traducci n de Amado Alonso Buenos Aires Argentina Editorial Losada 1967 Colecci n Filosofia y Teoria del Lenguaje BARBISAN Leci Borges L ngua e fala conceitos produtivos de teorias enunciativas Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 67 78 dez 2004 Por uma abordagem argumentativa da linguagem In GIERING Maria Eduarda TEIXEIRA Marlene Orgs Investigando a linguagem em uso estudos em ling fstica aplicada S o Leopoldo RS UNISINOS 2004a O conceito de enuncia o em Benveniste e Ducrot Letras Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal de Santa Maria Centro de Artes e Letras n 33 p 23 35 jul dez 2006 BARBISAN Leci Borges TEIXEIRA Marlene Polifonia origem e evolu o do conceito em Oswald Ducrot Organon Revista do Instituto de Letras da
172. l ngua como definida por Saussure no CLG De fato concordamos que a denomina o Ling stica denomina os estudos que se ocupam da Ling fstica da L ngua Entretanto acreditamos que Ling fstico pode sim nomear estudos que se originam de uma leitura diferenciada da obra saussuriana Diz Benveniste Os estudos ling fsticos tornam se hoje cada vez mais dif ceis porque os ling istas descobrem que a l ngua um complexo de propriedades espec ficas que devem ser descritas por m todos que preciso forjar S o t o particulares as condi es pr prias da linguagem que se pode estabelecer como um fato que h n o apenas uma por m v rias estruturas da l ngua cada uma das quais possibilitaria uma ling stica completa p 17 prov vel que todas essas diversas teorias venham a coexistir embora num ou noutro ponto do seu desenvolvimento devam necessariamente encontrar se at o momento que se imponha o status da ling fstica como ci ncia n o ci ncia dos fatos emp ricos mas ci ncia das rela es e das dedu es reencontrando a unidade do plano dentro da diversidade dos fen menos ling sticos p 18 7 Ver mais sobre isso no item 5 4 sobre os autores que comp em o Dicion rio de Ling stica da Enuncia o 88 N o demais lembrar que o que h de comum a esses estudos o fato de todas as teorias produzirem um quadro figurativo abordando de maneira particular o mesmo objeto a e
173. lecionados para an lise Diante dos objetivos que temos nesta disserta o al m da evidente impossibilidade de analisar todos os elementos do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o precisamos fazer um recorte para isso levamos em conta a rela o Terminologia Ling fstica da Enuncia o Conclu mos que nos s o particularmente relevantes tr s itens a rvore de dom nio a apresenta o dos autores e o tratamento de unidades cuja forma a mesma mas o sentido diferente A rvore de dom nio uma ferramenta usada pela Terminologia especialmente para que todos os executores de uma obra terminogr fica sigam os mesmos paradigmas conceituais al m de servir como guia para o usu rio ao final do trabalho Na apresenta o dos autores analisaremos a maneira como eles s o dispostos no corpo da obra O uso da mesma denomina o de termos seja em mais de um autor seja em um mesmo autor problematizada porque a forma como esses termos s o apresentados em um dicion rio tamb m interfere diretamente em sua recep o Essa escolha portanto deve se ao fato de que a partir desses itens poss vel ter uma no o de que vis o de contextualiza o epistemol gica de campo est sendo passada ao aparelho formal da enuncia o 113 usu rio pelo dicion rio Da mesma maneira podemos verificar se essa vis o est condizente com a constru o epistemol gica que realizamos ao longo dos tr s primeiro
174. lificamos na Figura 11 CLAUDE HAG GE di logo 3 sm Outras denomina es rela o de interlocu o Ocorre tamb m em Authicr Revuz Bakhtin Benveniste Defini o constru o ling istica solid ria de um sentido que caracteriza a atividade ling istica dos parceiros Fonte da defini o Cf HAG90 207 Nota explicativa Deve ser entendido em sentido amplo como interlocu o em geral portanto n o apenas como o par pergunta resposta N o se limita necessariamente a dois parceiros nem a intera es frente a frente Do ponto de vista das estrat gias utilizadas considera se que as interroga es injun es e nega es desempenham um papel importante na constru o do sentido Fonte da nota Cf HAG90 207 208 Leitura recomendada HAG90 Termos relacionados enunciador psicossocial dom nios de constrangimentos m Defini o componente da ling stica s cio operativa que re ne os elementos condicionadores das iniciativas ling isticas dos enunciadores em situa es de fala Fonte da defini o Cf HAG90 Nota explicativa Os dom nios de constrangimento s o considerados obrigat rios no uso ling istico e escapam ao controle do utilizador esses dominios dividem se em a sistema da lingua fonologia morfologia sintaxe l xico b circunst ncias dialogais c fatores biol gicos e d imagin rio ling stico O sistema da l ngua e as circunst ncias dialogais correspondem ao lado social
175. m por sinal afirma o autor n o se consegue apreender o real em sua totalidade mas apenas uma transposi o da realidade acess vel por meio do uso da l ngua Em mais um te rico ressaltada a cren a no fato de as palavras ganharem valor somente pelo seu uso Por fim Bally o mais significativo precursor da Enuncia o quem afirma que o estudo das l nguas deve ser sincr nico e descritivo e abordar o uso em detrimento da linguagem liter ria Em sua Estil stica as unidades da l ngua s o atualizadas no uso pelos falantes e o que mais importa a afetividade a sua maneira de formular a subjetividade inerente linguagem De mais a mais seu falante n o um sujeito emp rico mas uma representa o pois as pessoas conseguem ter apenas um ponto de vista do mundo que as rodeia Tamb m a linguagem n o completa Ela imperfeita porque por seu interm dio os sujeitos n o conseguem transmitir suas id ias e sentimentos de maneira plena at porque o objeto de Bally ling fstico somente a face mostrada expressa dos pensamentos pass vel de estudo pelo ling ista nunca o pensamento dos falantes Todos esses autores e teorias de m ltiplas formas acabaram por influenciar a Ling stica da Enuncia o Assim os autores enunciativos beberam de diferentes fontes para chegar s suas teorias compondo um campo rico pela diversidade de abordagens como vemos a seguir 32 importante destacar que
176. m as teorias da Enuncia o selecionados a partir de dois crit rios as obras s o delimitadas a partir de autores cujas teorias desenvolvem uma reflex o que tematiza de alguma maneira a enuncia o e al m disso te ricos com a preocupa o de formular um modelo de an lise FLORES 2006 139 Os dois crit rios portanto est o diretamente ligados a uma caracteriza o em primeiro lugar da Ling fstica da Enuncia o como um campo pois os autores inclu dos devem de alguma forma tematizar o objeto dessa rea Em segundo lugar a sele o revela uma preocupa o de mostrar de que maneira esse campo formado ou seja de teorias de diferentes autores que tratam o objeto de forma heterog nea com diferentes modelos de an lise Evidentemente se h diferen as e at diverg ncias nas formas de an lise h tamb m diversidade quanto ao grau de aprofundamento das teorias o que interfere diretamente na representatividade diferenciada das teorias que comp em a Ling fstica da Enuncia o e consequentemente o dicion rio O que dizemos que a sele o de termos mediada por diferentes fatores Em rela o Ling fstica da Enuncia o em si podemos citar o grau de liga o do autor com o campo a import ncia do autor no contexto geral da LE a complexidade da teoria No que concerne Terminologia lembramos que a obra tem de passar uma vis o da LE que seja coerente com aquela que t m os autores dos verbet
177. m claro fundar a ling fstica como ci ncia pela defini o de um objeto e de um m todo pr prios Essa preocupa o central decorre de sua insatisfa o com a linha essencialmente hist rica e comparativista com que vinham sendo conduzidos os estudos da linguagem na poca totalmente desatentos quanto descri o dos fatos ling sticos TEIXEIRA 2005 p 99 100 Quando Saussure ministrou entre 1907 e 1911 os tr s cursos que gerariam a obra inaugural da Ling fstica acabou constituindo uma nova forma de ver e de estudar a linguagem em rela o ao que se fazia naquele momento Desse modo o que vemos no CLG o resultado de um esfor o no sentido de constitui o de ci ncia Como afirma o autor bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista dir amos que o ponto de vista que cria o objeto SAUSSURE 1916 p 15 Para conseguir alcan ar seu objeto Saussure percorre um caminho bastante claro come ando por definir a linguagem como constitu da da l ngua somada fala Embora a l ngua e a fala estejam estreitamente ligadas p 27 uma vez que a fala individual acess ria um produto em constante evolu o o mestre opta pela l ngua essa social homog nea e portanto um objeto que se pode estudar separadamente p 15 23 Assim delimita como objeto da ci ncia ling stica a l ngua em detrimento da fala justificado sua escolha em termos de sua cren a em rela o s possibilidades de an lise
178. m como v rias associa es da rea Dentro desse imenso volume era necess ria uma sele o que representasse significativamente a busca pelos estudos enunciativos em peri dicos nacionais Dessa forma selecionamos duas das mais representativas associa es do pa s a ABRALIN e a ANPOLL e dentre as publica es escolhemos inicialmente 69 aquelas das pr prias associa es e em seguida aquelas mais pr ximas aos grupos que estudam a Ling stica da Enuncia o hoje editadas portanto pela UFRGS pela PUCRS pela UNISINOS e pela UFSM Al m dessas tomamos ainda publica es que acreditamos bastante divulgadas e ou ainda em virtude da import ncia das institui es que representam Dentro desse corpus procuramos encontrar preferencialmente artigos que se referissem Enuncia o diretamente no t tulo fosse pelo sintagma Ling stica da Enuncia o por teorias da Enuncia o fosse simplesmente por enuncia o ou ainda enunciativo a s mas tamb m artigos que se filiassem Ling stica da Enuncia o o que foi reconhecido a partir da verifica o da bibliografia dos artigos Quando buscamos textos artigos obras quaisquer refer ncias ligadas Ling stica da Enuncia o encontramos um quadro te rico intrincado um tanto confuso Isso pode ser verificado por exemplo se procuramos refer ncias diretas Enuncia o nas grandes associa es do pa s em termos de estudo
179. m jogo decorrente dela Diz Puech 1997 que o discurso de especialidade nunca ignora completamente a necessidade exot rica de se situar para se transmitir p 386 Isto situar epistemologicamente uma disciplina processo que realizado em certa medida tamb m pela rvore de dom nio uma atitude diretamente ligada sua fixa o 120 Sendo uma rvore de dom nio uma representa o de uma rea ela pode servir para que se tenha uma vis o epistemol gica de um campo Por isso mesmo importante que o grupo de elabora o tenha pelo menos uma vers o como refer ncia Assim as teorias e as concep es de um campo que se busca reconhecer podem ser expostos convergindo para uma mesma dire o essa converg ncia torna o dicion rio coerente em s ntese um recurso de refer ncia para que todos de um grupo se situem tanto no que concerne ao seu trabalho como ao trabalho dos demais integrantes do grande grupo sobretudo quando as pessoas que elaboram verbetes n o trabalham juntas Afirma Dubuc 1985 que a rvore de dom nio servir n o somente para estruturar o vocabul rio mas tamb m para avaliar a pertin ncia das unidades terminol gicas e para restringir os ru dos quer dizer as informa es parasitas n o ligadas ao tema da pesquisa e os sil ncios quer dizer a lacunas referentes informa o de que se teria necessidade mas que n o figuram nos temas da pesquisa p 53 Isso contudo n o
180. m polissemia longitudinal como conseq ncia de nosso posicionamento em rela o apresenta o dos autores deveriam ser apresentados n o um em segii ncia ao outro mas cada um com seu respectivo autor A polissemia transversal por sua vez tamb m seria beneficiada por um tratamento diverso do que ela tem no dicion rio Acreditamos que se o verbete aparecesse apenas uma vez junto ao seu autor de refer ncia seguido da explica o das diferentes acep es seus contextos e rela es entre eles conforme exemplificamos na Figura 15 o usu rio tiraria muito mais proveito de sua rela o com o produto OSWALD DUCROT enunciado Ocorre tamb m em Benveniste Greimas R canati 1 s m Defini o manifesta o particular de uma frase Fonte da defini o Cf DUC87b EDUO6 Nota explicativa A no o de enunciado apresenta altera es nas diferentes fases do estudo sem ntico da l ngua de Ducrot O enunciado 1 definido com base na Teoria da Polifonia vinculado no o de frase Nesse quadro te rico o enunciado tratado como uma entidade emp rica produto da enuncia o Desse produto abstrai se uma entidade abstrata a frase que no escopo da Teoria difere da acep o da tradi o gramatical Fonte da nota Cf DUC87b EDUOS Termos relacionados enuncia o 4 frase 3 sentido 2 2 s m Defini o unidade argumentativa de sentido composta de um segmento argumento e um segmento concl
181. m princ pio argumentativo intermedi rio que possibilita a passagem para segmentos conclus es Fonte da defini o Cf ANS95 EDU06 Nota explicativa O enunciado 3 est definido com base na Teoria dos Topoi em que o sentido do enunciado depende de um princ pio argumentativo utilizado para p r em rela o argumento e conclus o Como exemplo podemos citar o enunciado o tempo est quente mas estou cansada produzido em um contexto de recusa a um convite de ida praia Nesse caso o primeiro segmento o tempo est quente produz a conclus o impl cita vamos praia n o assumida pelo locutor que ao apresentar o segundo segmento estou cansada encaminha e assume a conclus o contr ria n o vamos praia Esse trajeto de sentido entre os segmentos argumentos e seus respectivos segmentos conclus es ocorre devido ao princ pio argumentativo de que o tempo quente favorece a ida praia posto na rela o entre os dois segmentos Fonte da nota Cf ANS95 EDU06 Termos relacionados argumento segmento Teoria dos Topoi 2 4 unidade argumentativa de sentido formada pela interdepend ncia entre dois FIGURA 13 Polissemia longitudinal sem repeti o do termo Na Figura 14 mostramos a segunda op o a escolhida pelo grupo que consiste em repetir o lema colocando uma numera o crescente ao lado do lema antes do nome do autor E enunciado 1 s m Ducrot Ocorre tamb m em Benveniste
182. ma mensagem que um destinat rio B recebe tal qual foi enviada Diz P cheux que em lugar de transmiss o de informa o deve se dar prefer ncia ao termo discurso que implica que n o se trata necessariamente de uma transmiss o de informa o entre A e B mas de modo mais geral de um efeito de sentidos entre os pontos A e B A e B designam lugares determinados na estrutura de uma forma o social lugares dos quais a sociologia pode descrever o feixe de tra os objetivos caracter sticos 2 Nossa hip tese a de que esses lugares s o representados nos processos discursivos em que s o colocados em jogo PECHEUX 1975 p 82 A linha faz uma cr tica Ling stica no que concerne exclus o do sujeito mas a toma como pressuposto Isto a materialidade sobre a qual se debru am os estudiosos ling stica mas os analistas do discurso consideram ainda as condi es de produ o dos discursos Essas condi es de produ o incluem a situa o de enuncia o o contexto sociohist rico e ainda os sujeitos que s o afetados por esses contextos 2 Diferentemente das teorias da Enuncia o portanto em que o contexto situacional na AD entram em jogo as chamadas forma es ideol gicas que correspondem representa o para os sujeitos das condi es sociohist ricas a que ele est inconscientemente ligado que originam forma es discursivas O sociohist rico se reflete ass
183. mas que viriam a integrar o campo Ling fstica da Enuncia o Contudo logo ap s a edi o do CLG que se encontra o que verdadeiramente podemos chamar de um in cio da constitui o da Lingii stica da Enuncia o O pioneirismo de Bally que j havia tratado dos temas relacionados enuncia o de maneira menos espec fica de fato se concretiza quando em 1932 j ocupando a c tedra de Ling stica Geral e Compara o das l nguas Europ ias da Universidade de Genebra que 5 Doravante CLG 16 N o pretendemos entrar no m rito das discuss es que envolvem o CLG Essa obra considerada um marco nos estudos da linguagem e dessa maneira que aqui a tomamos Quest es relativas por exemplo fidelidade ou n o do conte do do Curso n o parecem relevantes para este trabalho 17 Abordaremos o corte saussuriano na constitui o da Ling stica e as exclus es decorrentes desse ato no terceiro cap tulo deste trabalho 33 pertencera a Saussure publica Linguistique g n rale et linguistique fran aise texto esse que traz entre os par grafos 26 e 212 o cap tulo intitulado Th orie g n rale de l nonciation C mara Jr diz que a significa o de Bally dupla dentro da ling fstica sincr nica 1 criou a ling stica estil stica alargando a vis o intelectual stica de Saussure 2 fez uma an lise ling fstica mais apurada atrav s de um novo conceito de sintagma dando dessa maneira um precio
184. mens o descritiva FINATTO 2004 p 343 Ap s trabalhos de Alain Rey Hoffmann e Boulanger entre outros na d cada de 1990 passou se a compreender que o reconhecimento terminol gico deveria incluir al m de elementos subjacentes tamb m especificidades da dimens o do uso p 344 A Terminologia tende portanto Socioling stica e Ling stica Textual e inicia o reconhecimento de que n o produtivo desvincular termos e textos p 345 A Terminologia uma rea cujo desenvolvimento impulsionado especialmente por elementos ligados divulga o cient fica e pelo com rcio exterior A necessidade de tradu o e a globaliza o s o motes para o campo As trocas tecnol gicas entre pa ses promovem o seu desenvolvimento sendo a eletr nica e a inform tica os seus grandes impulsionadores ainda que n o os nicos s6 Grafamos assim Terminologia com inicial mai scula para designar a rea e terminologia com inicial min scula para indicar o conjunto de termos de um determinado campo A pr tica derivada da Terminologia a terminografia tamb m grafada com inicial min scula 67 Afirma Barros que Os trabalhos checoslovacos est o intimamente ligados defesa de dois c digos ling sticos e de duas culturas Do ponto de vista da normaliza o o grupo considera que a codifica o das normas ling fsticas garante maior estabilidade s l nguas e que a normaliza o por org
185. mesmo ao aqui ao ele ao agora O sujeito s se constitui com os demais elementos do contexto enunciativo ling stico inclusive o tu N o h subjetividade sem intersubjetividade sem contraste somente a partir da intersubjetividade 63 que o eu se reconhece como tal Diz ainda Orlandi que Em Benveniste o sujeito que se apropria da linguagem num movimento individual Nesse passo podemos dizer que pela considera o fundamental das condi es de produ o na AD n o o sujeito locutor que se apropria mas h uma forma social de apropria o da linguagem em que est refletida a ilus o do sujeito isto sua interpela o feita pela ideologia nesse jogo do lugar social e dos sentidos estabelecidos que est representada a determina o hist rico social do discurso ORLANDI 1996 p 110 62 o Din Lire Nessa leitura usamos o aporte te rico benvenistiano 63 y En A 5 E 7 Ver nota de rodap de n mero 36 na p gina 52 desta disserta o sobre apropria o da l ngua 85 Vemos nessa afirma o que h um aspecto a ser marcado na distribui o das informa es A no o de apropria o do sujeito pelo social da AD ou interpela o pela ideologia tem uma larga diferen a em rela o no o de apropria o da Enuncia o A ideologia para a AD o processo de atribui o de sentidos Diz Orlandi que n o no conte do que a ideologia afeta o sujeito na estrutura me
186. mo uma defici ncia dos autores do dicion rio medida que haveria um desconhecimento sobre alguns dos te ricos da enuncia o o que faria com que alguns autores tivessem uma grande quantidade de verbetes e outros poucos Outra possibilidade de se ver essa situa o pensar que como afirmamos n o h um tratamento homog neo do objeto da Ling fstica da Enuncia o ou seja a enuncia o abordada diferentemente nas teorias e ou estudos de cada um dos autores que constitui o campo Al m disso cada autor tem um tipo diferenciado de rela o com a Enuncia o isto como apontamos os autores t m reflex es mais ou menos complexas mais ou menos representativas dentro do campo Enfim importante pensar na obra terminogr fica em si H que se considerar que os organizadores precisam fazer um balanceamento do n mero de verbetes de modo que n o se tenha no caso espec fico do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o um dicion rio de um ou de outro autor mas do pr prio campo Ou seja o usu rio do dicion rio deve receber um produto final que apresente um certo equil brio o que tamb m facilitar a vis o de campo A id ia de recorte de uma sele o de elementos que seja mais representativa tanto para a rea quanto para dar uma no o do pr prio autor em quest o nesse sentido fundamental Colocar os autores com seus termos talvez evidenciasse uma fragilidade dos autores do dicion
187. munica o n o s teorias da Enuncia o que devem ser dirigidas as cr ticas pois o pr prio Benveniste afirma Se a linguagem como se diz instrumento de comunica o a que deve ela essa propriedade A compara o da linguagem com um instrumento deve encher nos de desconfian a como toda no o simplista a respeito da linguagem Falar de instrumento p r em oposi o o homem e a natureza A picareta a flecha a roda n o est o na natureza do homem que n o a fabricou N o atingimos nunca o homem separado da linguagem e n o o vemos nunca inventando a N o atingimos jamais o homem reduzido a si mesmo e procurando conceber a exist ncia do outro um homem falando que encontramos no mundo um homem falando com outro homem e a linguagem ensina a pr pria defini o do homem BENVENISTE 1995 p 284 285 Ou seja para Benveniste a fun o fundamental da linguagem n o a comunica o A partir da linguagem o homem se constitui como sujeito a partir dela e nela que o homem constr i sua representa o de si do outro do mundo Da mesma forma a linguagem exige e pressup e o outro BENVENISTE 1989 p 93 assim a representa o de si depende da imagem do outro no sujeito N o h eu sem tu sem intersubjetividade Realizamos essa digress o porque acreditamos como dissemos que a leitura feita pela AD de linha francesa fez das teorias da Enuncia o em especial da Teoria da
188. nalidade de um autor concreto e os objetivos de comunica o desse texto al m da expectativa e da rea o do destinat rio Ademais h uma realidade objetiva um conte do do qual se fala A enuncia o se caracteriza pela irrepetibilidade Interferem em toda e qualquer enuncia o um eu que se coloca na e pela enuncia o nela e atrav s de sua realiza o em rela o a um tu a um aqui e a um agora somente em rela o a esse contexto ling fstico que se podem inferir sentidos e caracter sticas Um eu n o s um autor mas um sujeito que se constitui como tal ao enunciar para um interlocutor em uma inst ncia particular A enuncia o n o orientada como o texto o pela vis o da Ling stica Textual por uma realidade objetiva nem os interlocutores se comunicam por rela es extraling fsticas Afirma Benveniste que o ato individual de apropria o da l ngua introduz aquele que fala em sua fala Este um dado constitutivo da enuncia o A presen a do locutor em sua enuncia o faz com que cada inst ncia de discurso constitua um centro de refer ncia interno BENVENISTE 1989 p 84 Assim todo conjunto referencial se constitui na e pela enuncia o jamais de maneira concreta e objetiva A LT de maneira mais geral busca ainda padr es de uso de determinadas unidades ou estruturas enquanto a LE postula que apenas os elementos do sistema s o repet veis mas nunca seu uso Podemos ai
189. ncena o teatral em que atuam diferentes personagens p 162 Ainda segundo Barbisan e Teixeira existem duas diferen as fundamentais entre a concep o de Bally por exemplo e a das teorias dos atos de fala essas ligadas diretamente l gica Teorias como a de Bally se ocupam da an lise do pensamento enquanto as dos atos de fala da atividade de comunica o A segunda quest o se refere ao fato de que 58 Na seq ncia do mesmo texto em uma segunda parte denominada Enuncia o e pragm tica em ling fstica contempor nea Fuchs separa em duas correntes aquelas que disputam atualmente no interior da ling fstica o campo enunciativo A primeira a enuncia o no sentido estrito do termo de inspira o neo estruturalista e europ ia em particular francesa e a segunda corrente chamada pragm tica mas que reivindica ela tamb m a etiqueta enunciativa de inspira o l gica e anglo sax nica p 116 117 O que a autora defende que apesar de as duas correntes parecerem ignorar se mutuamente elas n o s teriam muito em comum como poderiam fazer progredir mais os estudos enunciativos ao se aceitarem e coexistirem Como ent o caracteriza Fuchs as duas linhas A corrente enunciativa no sentido estrito qual a autora liga Bally Benveniste Guillaume e Culioli trata do processo cont nuo de amplia o pelo qual a an lise que incide
190. ncia o 2 Como vimos Bakhtin e Jakobson n o se filiavam diretamente a Saussure e Bally mesmo dando cr dito a Saussure em in meras oportunidades desenvolveu a maior parte de seus estudos de cunho enunciativo antes do CLG 37 De import ncia fundamental e vasta influ ncia nos estudos ling sticos 4 E p 25 z Benveniste realiza seus escritos em pleno apogeu do Estruturalismo Tal corrente era t o 2 26 E ns E forte na poca que Benveniste tinha por interlocutores mais fil sofos e psicanalistas como por exemplo Jacques Lacan do que ling istas O autor revolucionou a Ling fstica ao elaborar uma teoria que ainda que siga e acredite nas no es saussurianas subverte as e ultrapassa as ao articular sujeito e estrutura Benveniste ao enunciar sua pr pria teoria no interior do campo saussuriano o reatualiza atrav s de seu lugar singular de enuncia o renovando a significa o deste campo TROIS 2004 p 34 Afirma Benveniste que o sujeito ao fazer uso da l ngua deixa marcas ling sticas em termos de eu tu aqui e agora isto a no o de que a partir do enunciado chegamos inst ncia do ato de enuncia o Com isso depreendemos o fato de que se cada nova enuncia o depende da inst ncia em que proferida cada enuncia o nica irrepet vel O pice de suas reflex es certamente est na no o de aparelho formal da enuncia o que apaga as fronteiras entre a l ng
191. ncia o de um lado no interior da pr pria l gica atrav s das sem nticas intencionais por outro lado na sua periferia sob o impulso das filosofias da linguagem ordin ria p 115 Portanto se nos pr prios estudos l gicos contempor neos aqueles ligados s nos A BB q pus oco y termos de Fuchs sem nticas intencionais j divergem dos princ pios cl ssicos n o poderia ser diferente com os estudos enunciativos que s o essencialmente ling fsticos considerando refer ncias apenas enquanto ling fsticas A l gica ent o faria parte das bases das problem ticas chamadas de pragm tica ling stica que recobrem parcialmente as problem ticas das fun es da linguagem as da 38 Considerando tamb m esse tipo de abordagem fazemos no item 2 3 uma breve reflex o acerca dos estudos que se diferem da Ling stica da Enuncia o 57 enuncia o ling stica no sentido estrito do termo quer dizer an lise de categorias como a d ixis ou as modalidades e as da argumenta o p 116 Assim Fuchs embora acredite que por exemplo Ducrot que mais uma vez aparece tenha sua tem tica a argumenta o oriunda da l gica est consciente de que as teorias das linguagens formais defendem a independ ncia dos tr s planos da sintaxe rela es signo signo da sem ntica rela es signos objetos e da sintaxe rela es signos utilizadores e a hierarquia sintaxe
192. ncia n o seria poss vel conceb la em outro lugar Se ela nos precede sobrevive a n s que ela existe na intelig ncia de nossos concidad os como na nossa que ela existiu antes de n s em nossos pais e de nossa parte n s a transmitimos a nossos filhos Ela feita pelo consentimento de muitas intelig ncias de acordo com muitas vontades umas presentes e atuantes outras depois de muito tempo desfeitas e desaparecidas p 197 Percebemos assim a aceita o da l ngua n o como um ente mas intrinsecamente ligada ao homem e mais como constitu da a partir de um todo social pelo consentimento de 10 muitas intelig ncias Al m disso mais adiante na condu o conclus o do mesmo artigo de Br al o autor traz um outro aspecto absolutamente relevante com rela o sua no o de linguagem Desse modo a linguagem come a a nos aparecer efetivamente como ela Ela n o est longe disso um espelho em que se reflete a realidade uma transposi o da realidade atrav s dos signos particulares dos quais a maior parte n o corresponde a nada de real N s estamos de tal modo habituados a essa transposi o que as id ias e os sentimentos que atravessam a consci ncia tomam de imediato essa forma Se examinarmos um a um os elementos da mais simples frase n o de um livro de metaf sica ou de direito mas de uma conversa familiar nos surpreenderemos ao ver que quase tudo pertence a esta lge
193. nciativa de Antoine Culioli algumas refer ncias de Cath rine Fuchs No n mero seguinte n 8 jan jun 1985 Eduardo Guimar es publica N o s mas tamb m polifonia e argumenta o No mesmo ano no n 9 Do dialogismo forma dialogada de Francis Jacques e Operadores de argumenta o e di logo de Jo o Wanderley Geraldi Eduardo Guimar es e Rodolfo Ilari est o presentes No segundo semestre de 1990 no v 19 com tradu o de Celene Maria Cruz e de Jo o Wanderlei Geraldi h o texto Heterogeneidade s enunciativa s de Jacqueline Authier Revuz Em um n mero dedicado Pragm tica o volume 30 jan jun 1996 h o texto L ngua e enuncia o de Eduardo Guimar es No v 41 Gul dez 2001 Edwigwes Maria Morato publica o artigo IN Determina o e subjetividade na linguagem de af sicos a inclina o anti referencialista dos processos enunciativos usando Enuncia o mas tamb m An lise da Conversa o e Ling fstica Textual Por fim 299 Efeitos argumentativos de um Bilhete de amor de Cl udia Mendes Campos aparece no A partir da d cima edi o a numera o da revista passou de n mero para volume 75 v 47 1 2 ano de 2005 Dos 48 volumes da publica o portanto h Enuncia o em oito deles Publica o quadrimestral do programa de p s gradua o em Ling stica Aplicada da UNISINOS a revista Calidosc pio editada
194. ncione seu nome Emile Benveniste 1 A POSSIBILIDADE DE UMA LINGU STICA DA ENUNCIA O Neste cap tulo objetivamos explicitar quais s o as bases fundamentais na constitui o da Ling stica da Enuncia o e verificar que teorias est o ligadas a ela Assim em sua primeira parte 1 1 estudamos os elementos que acreditamos relacionados origem dos estudos enunciativos e em seguida 1 2 apresentamos brevemente algumas das teorias que pertencem a esse campo 1 1 A g nese da Lingii stica da Enuncia o os l 2 Toda teoria resultado de uma evolu o dentro de sua rea de conhecimento O de gt 20 z 2 2 objetivo deste momento da disserta o justamente investigar os contextos epistemol gicos que levaram a originar a Ling fstica da Enuncia o Dessa maneira seria poss vel come ar a reconhec la como um campo de investiga o efetivamente constitu do Quando se fala em qualquer rea dos estudos da linguagem bastante comum se iniciar com algum tipo de rela o com Saussure afinal o autor considerado o fundador da Ling fstica tendo institu do a como ci ncia Neste trabalho n o diferente Tomamos por ponto de partida uma divis o entre as teorias anteriores e as posteriores a Saussure considerando se o Curso de Ling stica Geral para fazer uma reflex o acerca da constitui o da Ling fstica da Enuncia o Nosso olhar contudo n o tem um car ter cronol gico ou hist ric
195. nda dizer que as duas linhas t m de certa forma perspectivas de inversas de investiga o Enquanto a LT parte de sentidos e fun es pressupostas dos elementos ling fsticos do texto para buscar o sentido de seu todo a LE faz o caminho oposto a partir do enunciado vai buscar qual o sentido das unidades naquela situa o de enuncia o Com um quadro investigativo bastante diverso entra em cena no final da d cada de 1960 na Fran a a partir das reflex es de Michel P cheux a An lise do Discurso AD de linha francesa Eni Orlandi que dez anos mais tarde traz a linha para o Brasil resume que para a AD 65 a a l ngua tem sua ordem pr pria mas s relativamente aut noma distinguindo se da Ling fstica ela reintroduz a no o de sujeito e de situa o na an lise da linguagem b a hist ria tem seu real afetado pelo simb lico os fatos reclamam sentidos c o sujeito de linguagem descentrado pois afetado pelo real da l ngua e tamb m pelo real da hist ria n o tendo o controle sobre o modo como elas o afetam Isso redunda em dizer que o sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia ORLANDI 2003 p 19 20 A AD portanto estuda as produ es verbais no interior de suas condi es de produ o PAVEAU SARFATI 2006 p 202 Michel P cheux faz uma cr tica no o de transmiss o de mensagens da teoria da informa o segundo a qual um destinador A transmite u
196. ndre garde de confondre pens e personnelle et pens e comuniqu e p 37 36 p 31 32 Le signe porte en lui m me sa signification son signifi et c est celle l seule qui compte pour la communication Elle peut tre em contradiction avec la pens e de celui 2 qui emploie le signe et ne recouvre donc pas la notion de r alit p 37 38 37 p 32 Pour devenir un terme de la phrase un concept doit tre actualis Actualiser un concept c est l identifier une repr sentation r ele du sujet parlant En effet un concept est en lui m me une cr ation de l esprit il est virtuel il exprime l id e d un genre chose proc s ou qualit Or la realit ignore les genres elle n offre que des entit s individuelles p 77 38 p 32 distingue nettement la repr sentation re ue par le sens la m moire ou la imagination p 36 39 p 32 op ration psychique que le sujet op re sur elle p 36 40 p 32 33 mais les facteurs psychologiques de la pens e sont si bien engren s dans la texture logique qu on ne peut en faire totalement abstraction dans l analyse logique son tour la forme linguistique ne peut tre enti rement s par e des deux autres On ne s tonnera donc pas trouver dans l analyse logique des formes de l nonciation des consid rations qui rel vent des deux autres ordres p 35 41 p 37 J insiste bien sur le deux points d un c t je dis q
197. nica Estruturalismo Sem ntica Fonologia Teoria A Morfologia TeoriaB LING STICA DA ENUNCIA O inguagem Terminologia Teoria n i Filosofia da Sintaxe linguagem CETTEELELELLEEL TES gt Influ ncia Constitui o Possibilidade de estudo FIGURA 7 rvore de dom nio B Na rvore B Figura 7 percebemos que apesar de nesse modelo as teorias que constituem o campo aparecerem convergindo para ele ocorrem tr s problemas 1 A rea aparece abarcada pela Sem ntica que se caracteriza como una 135 2 O dom nio epistemol gico continua falho problema que de certa forma insol vel porque as rela es constitutivas da Ling fstica da Enuncia o s o muito complexas para serem expressas atrav s de uma representa o arb rea que deve al m disso ser simples direta e objetiva devido ao p blico que o gux E ee PSS 90 Dicion rio de Ling stica da Enuncia o quer atingir 3 H confus o entre n veis de an lise da l ngua sintaxe morfologia etc e reas com as quais a Ling stica da Enuncia o pode interagir com suas interfaces Terminologia Aquisi o da Linguagem etc Ainda h vemos inadequa o quanto ao tipo de informa o que deve ser explicitada Nas Arvores A e B o dom nio epistemol gico era vis vel As representa es C e D por sua vez trazem apenas o campo Ling stica da Enuncia o e os autores que o constituem Na Ar
198. ns entre nonc et nonciation a conduit probl matiser les r les respectifs de l nonciateur mutakallim de son interlocuteur muhatab et des l ments de la situation d nonciation hal al hitab et reconna tre dans la structure formelle de l nonc les marques de ces diff rentes 10 11 12 13 14 171 composantes de l acte de communication BOHAS GUILLAUME KOULOUGHLI 1992 p 268 269 p 17 18 una fase en la que ya no ser posible contraponer el lenguaje a lo distinto de l el sujeto los contenidos sin que esta oposici n la vieja oposici n de conciencia y objeto vaya acompa ada de la conciencia simult nea de la imposibilidad de trascender el lenguaje AGUD 1990 p 9 p 18 lo universal e innato no son para Humboldt unas ciertas categor as ling sticas sino las funciones nucleares del lenguaje y cada idioma puede satisfacer stas de un modo u otro o incluso no satisfacer algunas en absoluto y quedar as a medio camino respecto a sus propios objetivos AGUD p 18 p 18 el predominio de la subjetividad es la esencia del lenguaje HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 31 p 18 19 Hay finalmente un motivo en la filosof a del lenguaje humboldtiana que abre la puerta a perspectivas verdaderamente a n no exploradas su afirmaci n de que el lenguaje s lo tiene existencia real en el hablar cada vez AGUD 1990 p 19 p 19 el hombre habl
199. nte dar prefer ncia ao texto em franc s original Equivalente EN equivalente em ingl s express o encontrada em um texto traduzido ou texto original n o se trata de traduzir para o ingl s o termo em portugu s Todo equivalente deve ser validado em fonte Fonte do equivalente EN basta citar uma nica fonte dar prefer ncia ao texto em ingl s original Respons vel pela coleta C digo de confiabilidade A dados da ficha completamente prontos para a gera o de verbete inclusive testado pelo p blico alvo B dados da ficha parcialmente prontos para a gera o de verbete faltando revis o final e ou teste com o p blico alvo C dados da ficha parcialmente prontos para a gera o de verbete j submetida a dois revisores D dados tal como fornecidos pela equipe respons vel sem qualquer tipo de revis o Revisado por data Consultor autor colaborador Coment rio interno Coment rios da revis o devem estar no campo coment rio interno identificados e datados Usar como separador FIGURA 1 Modelo de ficha terminol gica 107 O modelo acima apresenta como podemos constatar a partir de uma leitura atenta muitos elementos que n o ser o expostos efetivamente nos verbetes do dicion rio Isso ocorre porque h uma diferen a entre o que informa o sobre o termo e conte do final do verbete Um termo ou unidade terminol gica a palavra termo simples
200. nte depois de nascer dela e ao mesmo tempo fazendo o mundo da mesma mat ria do esp rito e com isso selecionando escolhendo e interpretando dentre a realidade o ngulo a cor a formalidade harmonizada em resposta com a pergunta da alma VALVERDE 1955 p 34 Como a linguagem conforme Humboldt ef mera ela n o pode ser produto 22 A linguagem considerada em sua verdadeira ess ncia algo ef mero sempre e em cada momento Inclusive sua reten o na escrita n o passa de uma conserva o incompleta mumificada necessitada de que na leitura volte a fazer se sens vel sua dic o viva A l ngua mesma n o uma obra ergon mas uma atividade energeia Tomado em um sentido imediato e estrito isto a defini o de cada ato de falar Pois no caos disperso das palavras e de regras que costumamos denominar uma l ngua t o somente est dado o produto singular que lan a cada ato de falar pois tamb m ele requer um novo trabalho que reconhe a nele o modo de falar vivo e lance uma imagem verdadeira da l ngua viva HUMBOLDT 1990 p 64 65 Portanto Humboldt reconhece uma unidade entre pensamento percep o e linguagem Caracteriza a l ngua como um processo espiritual como atividade en rgeia n o apenas como obra rgon Com isso Humboldt em termos saussurianos acentua a fala a totalidade da atividade ling fstica de toda uma comunidade A fala o ponto de partida para compreender a 2 l ngu
201. nte de utilizar os meios de express o comuns a todos os indiv duos de uma comunidade ling stica para expressar suas id ias e sua subjetividade Fonte da defini o BALLY Charles Linguistique g n rale et linguistique fran aise 2 ed Berne Suisse ditions Francke Berne 1965 Nota explicativa Na enuncia o um locutor se expressa por meio da linguagem expondo suas id ias e sua subjetividade Segundo Bally toda enuncia o do pensamento pela l ngua condicionada l gica psicol gica e ling isticamente em propor es vari veis A teoria geral da enuncia o foi apresentada em um segundo momento da reflex o de Charles Bally em seu ltimo livro Ling stica geral e ling stica francesa Ela a evolu o do estudo que o autor denominava inicialmente como estil stica Fonte da nota BALLY Charles Trait de stylistique fran aise v 1 3 ed Gen ve Librairie Georg amp Cie Paris Librairie C Klincksieck 1951 Linguistique g n rale et linguistique fran aise 2 ed Berne Suisse ditions Francke Berne 1965 108 Leituras recomendadas CHISS J L La stylistique de Charles Bally de la notion de sujet parlant la th orie de l nonciation Langages Paris n 77 p 85 94 mar 1985 DURRER Sylvie Introduction la linguistique de Charles Bally Delachaux et Niestl Paris 1998 collection Sciences des discours MEDINA Jos Charles Bally de Berg
202. nuncia o considerando a quebra da dicotomia l ngua fala inserindo assim o sujeito na linguagem 131 Dentro dessa gama de possibilidades aberta por Benveniste que se situa em uma vis o diferenciada de ci ncia pensamos que quando se usa ling fstico associado a enuncia o se delimita e marca uma outra Ling fstica um campo que designa estudos derivados da Ling fstica saussuriana por meio de sua expans o Mais especificamente o fato de os estudos enunciativos assumirem uma vis o de l ngua discurso utilizando esse ponto de vista particular para analisar os n veis ling fsticos e mesmo um ponto de vista particular dos n veis ling sticos autoriza o uso de Ling stico Nessa medida acreditamos como Benveniste que deve ser feita uma larga reflex o em torno do termo Ling fstica e preferimos seu uso ao do sintagma estudos da linguagem Esse ltimo poderia mais adequado para designar dentro de uma rvore de dom nio destinada ao usu rio o conjunto de estudos que se ocupa da linguagem de in meros e diferentes formas a partir de variados objetivos e consequentemente objetos Contudo essa seria uma representa o simplificada uma caracteriza o sum ria uma vez que estudos da linguagem uma denomina o insuficiente Dizemos isso por esse sintagma pretender congregar em si estudos muito diversos alguns dos quais relacionados por exemplo a outras reas das chama
203. nuncia o portanto apresentam um objeto comum qual seja a enuncia o Cada teoria vai fazer as suas hip teses tendo contudo como pano de fundo as mesmas proposi es comuns nas quais se funda o campo S o as caracter sticas comuns s teorias da Enuncia o que fazem assim a unidade da Ling stica da Enuncia o Dentro da realidade emp rica do campo cada teoria vai se desenvolver com hip teses pr prias e m todos distintos adequadas a essas hip teses buscando investigar o objeto comum Tal como apontam Fuchs e Goffic No total o dom nio disso que se chama enuncia o cobre um conjunto muito vasto e assaz heterog neo de fatos e de preocupa es Observar se de uma parte que o interesse dirigido enuncia o n o data de hoje ele encontrado desde a Antig idade nos trabalhos de ret rica e nas reflex es l gico gramaticais sobre a d ixis ou as modalidades e de outra parte que as correntes enunciativas contempor neas se subdividem em dois grandes grupos O ponto comum a todos os pontos de vista que eles levam todos a uma cr tica de uma concep o puramente instrumental da linguagem mesmo que sua fun o de comunica o seja reconhecida como central Essa cr tica a uma concep o mecanicista da linguagem vai junto com a recusa de uma concep o da significa o como uma soma que poss vel de descrever exaustivamente em termos de informa o de uma mane
204. nuncia o tem suas ra zes mais primitivas nas reflex es dos gregos Em Les id es sur le langage avant la constitution des disciplines sp cifiques Fran oise Desbordes afirma que se destaca dentro das primeiras concep es gregas da linguagem o fato de a no o de fala primeiramente considerada apenas como o ato f nico em si logo ser diferenciada da fala como express o de uma opini o de um pensamento DESBORDES 1992 p 154 Contudo os primeiros autores Homero Hes odo dizem que a fala sobretudo um meio de agir sobre o mundo e sobre os seres p 154 vis o ligada s cren as religiosas e m gicas Desbordes destaca que a passagem da concep o da fala como a o rela o com a po tica a uma an lise dessa fala se d com Arist teles e Plat o Com o primeiro teriam surgido as primeiras no es do que hoje se estuda como Fon tica a Plat o que Desbordes d um grande destaque Segundo a autora Plat o continua as an lises dos poetas dos m sicos e dos gramaticistas mas muda seu sentido A fala n o mais vista em sua rela o com a poesia a escrita ou a leitura mas sim na capacidade de representar corretamente ou n o o real p 161 Na mesma dire o do pensamento de Desbordes Catherine Fuchs em seu artigo As problem ticas enunciativas esbo o de uma apresenta o te rica e cr tica faz uma reflex o acerca da origem do pensamento enunciativo em que traz como prec
205. nunciar los rasgos sem nticos distintivos de un concepto p 120 49 50 51 52 53 54 177 p 107 Be brief Write concise definitions in one sentence which include all the essential characteristics of a concept Write definitions that will be clear intelligible and useful for the intended reader e Have your definitions read by a user to ensure that they are adequate and clear p 116 1 La filiation empirique est un premier mode de pr sentation de soi de la discipline on revendique la continuit d une tradition nationale d une cole de pens e d un courant ou d une s rie de courants litt raires et ou linguistiques install es dans le long terme 2 Le partage la d marcation disciplinaire dans le temps ou en synchronie fournit la discipline son ancrage la fois dans un secteur du r el et dans une famille de disciplines les relations la philologie la psychologie la sociologie la logique dessinent alors un champ diff rentiel o se n gocient la fois son autonomie et ses articulations 3 La refondation conceptuelle o la figure du devancier n est plus celle d un pr d cesseur empirique mais celle d un fondateur qui legitime une refondation par r appropriation r action C est dans l ordre de la l gitimation quest situ e alors la discipline au plus pr s de la d finition de l objet et la plupart du temps de l horizon de projection de la disci
206. o agenciamento s m Benveniste Defini o Processo de organiza o sint tica de palavras que por sua a o umas sobre as outras constituem o enunciado Nota explicativa Essa organiza o efetua se tanto a partir da liberdade na enuncia o do sentido quanto a partir da restri o das regras ling isticas de organiza o das palavras Assim as palavras ter e perder tendo sentidos incompat veis em enunciados diferentes podem na enuncia o Eu tenho perdido meus livros organizarem se sintaticamente na constitui o de um terceiro sentido No entanto as regras ling sticas da L ngua Portuguesa n o permitem a constru o Eu tenho perdendo meus livros Termos relacionados refer ncia sintagmatiza o l ngua discurso alocut rio 1 puro Ocorre tamb m em Benveniste Defini o aquele para quem as palavras do locutor s o ditas Nota explicativa O termo apresentado por Ducrot na leitura que faz dos atos ilocut rios em 1980 Nesse momento postula na no o gen rica de intelocutor a distin o entre os pares locutor alocut rio enunciador destinat rio Ex o enunciado a ordem ser mantida custe o que custar supostamente dita por um ministro de estado em decorr ncia de desordens realiza dois atos o de promessa e o de amea a O locutor inscrito no dizer do ministro dirige se ao alocut rio representado pelo povo em geral produzindo os atos de promessa e de amea a respectivament
207. o definido como uma seq ncia coerente de enunciados p 247 A segunda tend ncia surge com a euforia provocada pela gram tica gerativa postulou se a compet ncia textual do falante ou seja a constru o de gram ticas textuais p 247 O terceiro momento apontado por Bentes a elabora o de uma teoria do texto p 247 em que o texto passa a ser estudado dentro de seu contexto de produ o e a ser compreendido n o como um produto acabado mas como um processo resultado de opera es comunicativas e processos ling sticos em situa es sociocomunicativas p 247 Bentes citando Marcuschi afirma que a LT pode ser caracterizada como uma disciplina de car ter multidisciplinar din mica funcional e processual considerando a l ngua como n o aut noma nem sob seu aspecto formal MARCUSCHI apud BENTES 2005 p 253 Apesar de uma aparente clareza com que vai se constituindo a LT acaba sendo uma disciplina que ao longo de seus caminhos toma no es de outras reas como da Pragm tica ou da Enuncia o Essa n o uma atitude que passa ilesa em meio aos caminhos dos estudos da linguagem Como exemplo podemos citar um momento do texto em que a autora apesar de marcar o fato de que a LT e o que ela chama de sem ntica enunciativa serem campos distintos p 248 nota de rodap n 9 faz uma men o a trabalhos de Guimar es e Vogt Para um maior aprofundamento sobre os tipos de rela es que
208. o Como na pr pria Enuncia o buscamos um olhar pelo vi s do A palavra evolu o aqui utilizada com o sentido de transforma o de movimento Isso significa que n o buscamos emitir qualquer tipo de ju zo de valor em rela o s teorias Isto n o estamos dizendo que uma teoria melhor ou pior do que outra mas que cada teoria em si decorre de reflex es anteriores Nesta disserta o o termo epistemologia deve ser entendido no sentido de condi es de pertin ncia de uma ci ncia existente BOUQUET 2004 p 14 Doravante CLG Ao longo desta disserta o grafamos enuncia o com inicial min scula para referir o processo em si J quando utilizamos inicial mai scula referimo nos rea Da mesma forma apresentamos os demais campos citados tamb m grafados com iniciais mai sculas 16 sentido ou seja composto a partir das caracter sticas dos estudos que foram moldando o que se chama Ling fstica da Enuncia o De forma alguma podemos supor que um campo de estudos se d inexplicavelmente a partir da reflex o de algum te rico que de maneira isolada produz todo um racioc nio acerca de um tema espec fico No caso da Ling fstica da Enuncia o ela foi se desenvolvendo a partir dos diferentes pensamentos sobre a linguagem que se sucederam e aqui buscamos encontrar alguns desses aspectos que influenciaram a sua constitui o Como qualquer rea de estudos da linguagem a E
209. o autor Coloc los separadamente n o significa omitir esse trajeto te rico E ainda como devem aparecer os verbetes de mesma forma mas de diferentes autores em um dicion rio de termos Esses aspectos ser o abordados neste momento H ao que parece dois tipos de polissemia entre os verbetes do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Uma primeira forma ocorre com termos que aparecem em mais de um autor como mostra a Tabela 3 Denominamos esse tipo de polissemia longitudinal pois esses termos apresentam se ao longo da Lingii stica da Enuncia o como um todo 151 TERMO OCORR NCIAS Comunica o 3 autores Contexto 2 autores Delocutividade 2 autores Dialogismo 2 autores Di logo 3 autores Discurso 4 autores Discurso Citado 2 autores Enuncia o 10 autores Enunciado 5 autores Enunciador 3 autores Estilo 2 autores Frase 3 autores Interlocutor 2 autores L ngua 4 autores Linguagem 2 autores Opacidade 2 autores Plurivocidade 2 autores Polifonia 2 autores Sentido 2 autores Significa o 3 autores Signo 2 autores Sujeito 2 autores Sujeito falante 2 autores Tema 2 autores Texto 3 autores Transpar ncia 2 autores TABELA 3 Termos com polissemia longitudinal Da mesma forma h autores que apresentam mais de uma defini o para um mesmo termo A esse segundo tipo de polissemia chamaremos transversal j que esses t
210. o dicion rio de m ltiplos autores que de uma forma ou de outra tratam da enuncia o O que buscamos entender um campo de estudos rico por sua heterogeneidade e que tem por ess ncia a aceita o de determinados elementos comuns que fazem com que possamos reuni los sob um mesmo paradigma Ainda que esse campo seja constitu do de diversas teorias ele pode ent o ser denominado Ling stica da Enuncia o Podemos contudo fazer um questionamento sobre a validade do esfor o empreendido aqui Em outros termos para que delimitar um campo de maneira t o contundente se afinal de contas ele j est constitu do de fato medida que a ele est o congregados como defendemos in meros estudos institu dos Ou ainda como se perguntam Flores e Teixeira 2005 p 109 quais as vantagens de se nomear um campo que n o existe como unidade mas apenas como multiplicidade a quem ou a qu serve essa unidade se ela n o parece ser mais do que uma miragem uma vez que a ela subjaz o diverso Para responder a essas quest es recorremos ainda aos pr prios autores para quem essa no o de campo necess ria porque tal atitude n o s assegura um estatuto epistemol gico rea mas ressalta o fato de que a Enuncia o n o consiste em um n vel de an lise mas em um ponto de vista a partir do qual qualquer n vel da l ngua pode ser analisado 2 Entretanto para sustentar que h tal campo de estudos
211. o do pensamento humano sendo que o pensamento funciona como linguagem pela linguagem VALVERDE 1955 p 30 Assim o predom nio da subjetividade a ess ncia da linguagem HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 31 Portanto a linguagem serve segundo Humboldt o que vai ao encontro das cren as benvenistianas n o para comunicar mas para significar A maior revolu o da teoria de Humboldt tamb m o liga ao pensamento enunciativo O ling ista prussiano atenta para o ato de utiliza o da l ngua e para a caracteriza o desse uso Como aponta Agud H finalmente um fundamento na filosofia da linguagem humboldtiana que abre a porta a perspectivas verdadeiramente ainda n o exploradas sua afirma o de que a linguagem somente tem exist ncia real no falar cada vez AGUD 1990 p 19 21 Mais importante ainda do que reconhecer a linguagem como inerente ao homem manifestando se atrav s do uso Humboldt aborda o fato de que ela consiste em um objeto dual pois o homem fala mesmo que seja em pensamento somente com outro ou consigo mesmo como se fosse outro HUMBOLDT apud VALVERDE 1955 p 33 Esse outro constitutivo da linguagem n o poderia ser mais pr ximo Ling stica da Enuncia o O homem tende inclusive na inst ncia de seu pensamento isolado a um tu que corresponda ao eu o conceito somente parece alcan ar determina o e certeza quando vem refletido de uma mente alheia HUMBOLDT apud VALVE
212. o fato de ela ser um transpassamento por todo o campo fez com que opt ssemos por retir la da representa o Caberia contudo uma explica o acerca do assunto para o consulente do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o junto rvore de dom nio em forma de texto Restam no modelo as rela es com a Ling fstica e com o Saussurianismo Esse ltimo por sinal j provoca um novo impasse N o seria mais claro para o consulente o uso de Estruturalismo por ser um termo mais conhecido embora tenhamos explicado claramente as raz es pelas quais acreditamos na corre o do uso de Saussurianismo Como expressar em uma representa o como essa as complexas rela es que constituem o que se denomina aqui de Ling fstica da Enunciag o 138 Acreditamos que a rvore seja um recurso interessante para os estudiosos da Enuncia o como forma de constante busca de um maior entendimento da rea Entretanto revelia das normas ISO para a elabora o de dicion rios terminol gicos n o seria mais adequado abdicar de tal recurso como forma de exposi o para o consulente medida que diante de tantas impossibilidades a representa o pode levar a conclus es incompletas ou err neas sobre a representa o da rea 2 Como vemos uma rvore de dom nio uma forma sempre imperfeita e incompleta de caracteriza o de um campo Apesar de a busca por representa es ser til para o te rico h probl
213. o que dizemos daquele que fala n o menos verdade para aquele que escuta Ele est na mesma situa o seu pensamento segue acompanha ou precede o pensamento de seu interlocutor BR AL 1992 p 104 Ou seja apenas nas situa es de uso que os falantes identificam os sentidos das palavras Da mesma forma que Br al e Humboldt outro te rico tamb m reage maneira como eram realizados os estudos da linguagem at o in cio do s culo XIX o su o Charles Bally Destacamos no entanto que cronologicamente entre os dois primeiros e o terceiro h Ferdinand de Saussure de quem trataremos ainda que parcialmente no item 2 1 Ressaltamos tamb m que Bally tem um status diferenciado em rela o a Br al e Humboldt j que o su o toma a enuncia o como objeto mesmo enquanto os outros dois a abordam tangencialmente Dessa maneira marcamos Bally como o mais representativo precursor da rea 1 1 1 Bally abrindo caminho para a Enuncia o Bally um autor que em geral pelo menos no Brasil apenas reconhecido como um dos editores do CLG entretanto mesmo antes dos cursos do mestre genebrino j escrevia textos como Pr cis de stylistique 1905 Trait de stylistique fran aise 1909 e Obra a que n o tivemos acesso 12 Doravante TSF A edi o utilizada neste trabalho de 1951 25 13 14 z Le langage et la vie 1913 Ainda que as inten es do autor estivessem diretam
214. o t rmino implica el principio uninocional seg n el cual el termin logo debe tratar un nico concepto cada vez ya sea en una ficha terminol gica uniling e o multiling e o bien en una entrada de vocabulario especializado Se trata exactamente del fen meno contrario al principio de polisemia que se aplica en los dicionarios generales en los que la entrada lexicogr fica est compuesta por una serie de acepciones cada una de las cuales refleja un concepto diferente p 23 24 p 146 Posto que un criterio metodol gico importante en terminograf a es que en cada entrada s lo debe definirse un t rmino si se aplica la explicaci n homon mica enunciada el registro de los supuestos hom nimos implicar a elaborar tantas entradas como significados haya Este desde luego es un procedimiento posible No obstante lo m s adecuado a la realidad ling stica que es en definitiva lo que pretende describir el termin grafo es registrar el t rmino en una nica entrada y relacionar en el interior de ella el total de acepciones que presenta CASTILLO 1997 p 125 126 58 p 151 una ficha terminol gica debe tratar un nico concepto y todos los datos relacionados con un determinado concepto deben ser consignados en la ficha PAVEL NOLET p 129
215. o texto o autor se pergunta o que o homem faz com os d iticos de sua linguagem Do que a presen a desses termos diretamente respons vel LAHUD 1979 p 40 A partir desses questionamentos o autor se prop e a investigar o assunto tratando da no o de d ixis e n o do fen meno d itico tal como ele se manifesta em tal ou tal l ngua p 44 Para tanto Lahud busca diferentes autores que abordaram o tema constatando que as variadas no es de d ixis visam objetos t o diversos que l cito perguntar se se eles possuem verdadeiramente algo comum p 125 O autor aponta para o fato de que as denomina es usadas para designar os d iticos como shifters Jakobson s mbolos indicadores Charles Peirce indicadores de subjetividade Benveniste por exemplo refletem de alguma maneira o ponto de vista pelo qual se olha o fen meno Em termos de colet nea de trabalhos acerca da Enuncia o vale citar o livro Estudos enunciativos no Brasil hist rias e perspectivas organizado por Beth Brait Editado em 2001 foi a publica o dos textos apresentados no semin rio de igual nome realizado em 1998 na Universidade de S o Paulo Relata Brait 2001 p 5 que o semin rio contara com a presen a de pesquisadores de diferentes perspectivas da enuncia o Os autores dos artigos s o a pr pria organizadora Carlos Alberto Faraco Helena Nagamine Brand o Ingedore Koch Iene Machado Jos Luiz Fiorin Maria
216. ociam ao mesmo tempo sua autonomia e suas articula es 3 A refunda o conceitual em que a figura do antecessor n o mais aquela de um antecessor emp rico mas aquela de um fundador que legitima uma refunda o por reapropria o rea o na ordem da legitima o que se situa ent o a disciplina mais perto da defini o do objeto e na maior parte do tempo do horizonte de proje o da disciplina o que ela deveria poderia ser CHISS PUECH 2001 p 106 Ou seja a legitima o de uma disciplina est calcada em tr s aspectos a filia o emp rica a demarca o de suas fronteiras e a refunda o conceitual Segundo os autores p 107 o primeiro aspecto a maneira mais simples de apresenta o de uma disciplina e consiste na exposi o das circunst ncias de seu nascimento de seu crescimento e dos eventos que levam a seu desenvolvimento Acreditamos que isso j foi tratado aqui medida que 2 Giacomelli 2004 faz um questionamento nesse sentido No artigo a autora busca a disciplinariza o do campo da Ling fstica da Enuncia o com base na obra de Emile Benveniste 118 mostramos um olhar sobre a filia o das teorias da Enuncia o ao Estruturalismo ou como j destacamos ao Saussurianismo Com efeito Chiss e Puech destacam p 107 que fazer uma hist ria linear da ling stica implica a ado o de um ponto de vista O novo olhar acaba tamb m por delinear os limites da disciplina o que
217. ocut rio Fonte da nota Cf FIO04a Leitura recomendada FIO96 59 72 GRE79a 3 4 Termos relacionados enunciat rio interlocutor enunciador 4 actante do enunciado s m Greimas Outras denomina es actante da narra o Defini o aquele que realiza ou sofre uma a o independentemente de qualquer outra determina o sem ntica um ele Fonte da defini o Cf GRE79a 3 Nota explicativa O conceito de actante do enunciado substitui na Semi tica Francesa o de personagem porque de um lado ele engloba n o somente seres humanos mas tamb m animais objetos ou conceitos de outro anterior aos investimentos sem nticos que constroem as personagens uma posi o narrativa um ele Fonte da nota Cf GRE79a 3 4 Leitura recomendada BARO2b 28 43 BERO3 287 303 FIOOS 27 41 Termos relacionados actante da enuncia o enunciador 4 enunciat rio actorializa o Greimas Defini o processo de institui o dos atores do discurso Fonte da defini o Cf GRE79a 8 9 Nota explicativa A actorializa o um dos componentes da discursiviza o o processo pelo qual se instituem os atores do discurso seja os da enuncia o aquele que fala ou aquele para quem se fala seja os do enunciado aqueles de quem se fala Fonte da nota Cf FIO96 117 118 Leitura recomendada FIO96 59 126 GRE79a 8 9 Termos relacionados aspectualiza o ator da enuncia o discursiviza
218. ollo espiritual de la humanidad Traducci n y pr logo Ana Agud Barcelona Anthropos Madrid Ministerio de Educaci n y Ciencia 1990 T tulo original ber die Verschiedenheit des menschliechen Sprachbaues und ihren Einfluss auf die geistige Entwckelung des Menschengeschlechts ALFA Revista de ling stica Mar lia SP UNESP 1962 ALTMAN Cristina A pesquisa ling istica no Brasil 1968 1988 S o Paulo Humanitas FFLCH USP 1998 ANPOLL Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Letras e Ling fstica Dispon vel em lt http www anpoll org br gt Acesso ago 2006 ARNAULD Antoine Gram tica de Port royal gram tica geral e razoada S o Paulo Martins Fontes 1992 AUROUX Sylvain A filosofia da linguagem Colabora o Jacques Deschamps e Djamel Kouloughli Tradu o Jos Horta Nunes Campinas Editora da UNICAMP 1998 Cole o Repert rios AUROUX Sylvain Org Histoire des id es linguistiques la naissance des m talangages en orient et en occident Tome 1 Li ge Bruxelles Pierre Mardaga 1992 AUTHIER REVUZ Jacqueline Ces mots qui ne vont pas de soi boucles r flexives et non coincidences du dire Larousse 1995 Entre a transpar ncia e a opacidade um estudo enunciativo do sentido Apresenta o Marlene Teixeira Tradu o Marlene Teixeira Revis o t cnica da tradu o Leci Borges Barbisan e Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre EDIPUCRS 2004 BAKHTIN Mikhai
219. ologicamente o campo da Ling fstica da Enuncia o verificando em que termos poss vel afirmar sua exist ncia Para isso buscam se os seus elementos as suas fronteiras a sua situa o no Brasil e como esse panorama se formou O segundo objetivo fazer uma descri o dos elementos do Dicion rio de Ling fstica da Enuncia o e a partir da an lise de alguns desses itens verificar como o campo est caracterizado em tal dicion rio Conclui se que o sintagma Ling stica da Enuncia o pode ser usado para denominar 1 um campo heterog neo que re ne teorias que t m em comum produzir um quadro figurativo do objeto enuncia o inserindo o sujeito na linguagem 2 cada uma das teorias enunciativas isoladamente A partir da descri o e da an lise do plano do dicion rio constata se que os autores e os verbetes poliss micos poderiam ser apresentados no dicion rio de uma maneira mais pr xima rea e que embora a rvore de dom nio n o consiga dar conta das especificidades de um campo em especial da Ling fstica da Enuncia o ela v lida como forma de pensar o campo e de guiar a equipe que elabora o desenho da obra terminogr fica e os verbetes Palavras chave Ling fstica da Enuncia o Epistemologia da Enunciag o Dicion rio de Ling fstica da Enuncia o R SUM Ce travail a deux buts Le premier traite de l investigation pist mologique du champ de la Linguistique de l non
220. on rio de Lingii stica da Enuncia o o ponto de chegada deste trabalho Buscamos at aqui evidenciar a constitui o e a caracteriza o do campo da Ling fstica da Enuncia o Pensamos que essa visualiza o ficar mais completa ao final da an lise do dicion rio afinal discutir esse objeto de uma certa forma seguir apresentando o campo em quest o Isto enfocar o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o significa verificar a sua adequa o conceitual e metodol gica caracteriza o epistemol gica que realizamos da Ling fstica da Enuncia o Assim em um primeiro momento deste cap tulo trazemos alguns dados sobre a teoria e sobre a metodologia que permeiam a elabora o desse objeto terminogr fico 4 1 Em seguida fazemos a descri o do dicion rio 4 2 Finalmente na terceira se o deste cap tulo 4 3 realizamos alguns esclarecimentos que julgamos necess rios sobre a estrutura mostrada 95 4 1 Bases te rico metodol gicas do dicion rio 4 1 1 Bases te ricas a Terminologia A terminologia como l xico dos saberes uma pr tica que procede de tempos muito long nquos desenvolvendo se desde o per odo cl ssico grego quando se iniciam no ocidente as pr ticas cient ficas A Terminologia como rea de estudos no entanto mais recente Barros 2004 p 49 50 destaca que o pioneirismo na rea da Terminologia nesses termos da Escola Russa com D S Lotte na d cada de 193
221. ons discursives du je et de 1 ici de Lorenza Mondada da Universit de Lyon 2 Ou seja h somente um texto da rea de Enuncia o e como j havia acontecido em um caso da Revista da ANPOLL n o de um pesquisador do Brasil e est escrito em franc s o que acaba como j dissemos restringindo o universo de leitores A revista D E L T A Documenta o de Estudos em Ling stica Te rica e Aplicada editada e publicada pela Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo PUCSP tem seu material dispon vel on line a partir da edi o de n mero 13 e os demais n meros apenas impressos A primeira refer ncia Enuncia o acontece no v 7 n 2 1991 em um artigo de Ingedore Koch Intertextualidade e polifonia um s fen meno no qual h um contraponto entre as no es de intertextualidade e de polifonia de Bakhtin No v 14 n 1 1998 h o texto Polifonia em enunciados negativos vozes que habitam o dizer n o de D cio Orlando Soares da Rocha al m de uma entrevista com Oswald Ducrot Sem ntica e argumenta o di logo com Oswald Ducrot conduzida por Heronides Maur lio de Melo Moura O v 15 n especial 1999 comemorativo dos 30 anos da ABRALIN e dedica se a analisar a situa o dos diversos tipos de estudos da linguagem no Brasil A Enuncia o tratada no texto Estudos do texto e do discurso no Brasil de Diana Luz Pessoa de Barros em Uma hist ria
222. opriamente come ar a composi o de um dicion rio p 134 A rvore de dom nio ent o uma representa o um recurso metodol gico fundamental da terminografia pois funciona como uma ferramenta para situar a equipe que elabora o desenho da obra e os verbetes Al m disso um elemento que pode auxiliar o usu rio do dicion rio medida que situa um dado campo de conhecimento suas denomina es e suas inter rela es ainda que as mais b sicas por ser sempre uma aproxima o inicial de um campo H assim duas grandes fun es desse elemento A primeira como sugere a cita o anterior auxiliar a equipe no processo de concep o geral do trabalho e na elabora o dos verbetes Como diz Castillo 1997 a rvore conceitual ou rvore de campo uma representa o esquem tica da realidade do mbito que se investiga donde se retiram as principais esferas ramos da rvore que conformam a rea em quest o p 21 A segunda fun o podemos depreender do fato de a rvore de dom nio poder ser um elemento publicado no dicion rio auxiliar o consulente a ter uma id ia da conforma o conceitual do campo de estudos do objeto terminogr fico dicion rio ou gloss rio de modo que se consiga identificar a pertin ncia de um dado termo para uma determinada divis o do campo em foco Relacionado quest o da disciplinariza o em si que foi tratada no item anterior h ainda um terceiro fator e
223. opriamente dita Ali segundo as orienta es para a equipe de elabora o dos verbetes n o se deve remeter a outros conceitos do dicion rio Isso s pode ser feito no campo termos relacionados Essa instru o derivada das diretrizes contidas nas normas ISO para assegurar qualidade a obras terminogr ficas para uma consulta completa suficiente e aut noma Seu objetivo fazer com que o consulente ao buscar um determinado termo tenha de ler somente o verbete correspondente evitando defini es circulares que de fato atrapalham o entendimento do leitor As remiss es a outros verbetes dessa forma acabam sendo uma ferramenta de uso opcional para o usu rio Quer dizer apenas se ele desejar buscar outros verbetes ou informa es Entretanto como aqui tratamos dos termos que apresentam polissemia transversal medida em que os termos s o colocados em diferentes entradas o consulente n o tem a informa o adequada se consultar apenas aquele verbete porque essa informa o incompleta O que fazemos aqui assim questionar o crit rio terminol gico utilizado no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o o princ pio da consulta completa suficiente e aut noma apenas no que diz respeito a esse tipo de verbete Entendemos que h por parte da coordena o t cnica do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o um cuidado com os verbetes para que eles sejam elaborados de forma a fazer com que o u
224. or uma ling stica da enuncia o 130 Quanto a Teoria da Enuncia o parece nos que se trata de mais uma forma de denominar as teorias cada uma delas consistindo em uma maneira particular de tratar o objeto enuncia o sempre com um m todo espec fico H ainda um uso peculiar do sintagma Ling stica da Enunciag o que tem sido feito ao longo deste trabalho como designa o de campo Nesse sentido essa denomina o somente v lida de um modo muito restrito Ela tem sido utilizada para designar o conjunto de autores que faz uma reflex o em torno da enuncia o inclusive reflex es com uma liga o n o un nime ao campo e que de alguma forma poderiam ser at questionadas por estarem sendo listados como autores da rea Seria uma forma de denominar de uma maneira abrangente um grupo de teorias que salvaguardadas as muitas diferen as apresenta algumas caracter sticas comuns dentro de um conjunto de obras de refer ncia que procuram divulgar essas teorias Dentre essas obras encontra se o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Podemos neste momento retomar uma quest o apresentada no in cio desta reflex o Por que se usa na representa o arb rea inicial o termo estudos da linguagem A que no o se remete quando se fala em Ling stica Como mencionamos o termo ling stico poderia ser aprioristicamente atribu do somente a estudos ligados
225. ores e Teixeira o C rculo de Bakhtin deve ser referido porque a proposi o de reflex es sobre a linguagem n o privil gio de Bakhtin Dentre os autores que o constituem centralizamos a aten o em Voloshinov e Bakhtin j que em obras assinadas por ambos ou somente por Bakhtin que se encontra propriamente uma teoria enunciativa da linguagem O C rculo compreende um grupo multidisciplinar que se reunia regularmente de 1919 a 1920 para debater id ias FLORES TEIXEIRA 2005 p 60 nota de fim n 1 36 diversas a quest o das regula es do discurso e do lugar que nele ocupa o sujeito falante PAVEAU SARFATI 2006 p 8 Segundo nfases diversas E dessa maneira que se caracteriza a Ling fstica da Enuncia o um campo de estudos cujas teorias apresentam aspectos em comum mas que tem por particularidade a heterogeneidade al m do fato de a maior parte de seus te ricos n o se ligar exclusivamente a um tipo de estudo O maior exemplo de diversidade dentro de um mesmo te rico ligado enuncia o talvez seja Roman Jakobson Apelidado de o homem orquestra por Fran ois Dosse devido s in meras reas de estudo a que se dedicou Jakobson pode ser inclu do entre os te ricos da enuncia o a partir da remiss o a dois de seus temas A teoria das fun es da linguagem o primeiro aquele pelo qual o autor mais conhecido no Brasil Embora tal estudo n o possa ser considerado enunciativo stricto sensu
226. origin rios da filosofia da linguagem e t m em Searle e Austin seus maiores expoentes Aponta Sylvain Auroux A especializa o universit ria d origem no dom nio anglo sax o a uma subdisciplina intitulada filosofia da linguagem que trata notadamente dos problemas de refer ncia e de verdade mas deixa Usamos a no o de representa o no sentido no sentido de que inconscientemente o sujeito no e pelo ato de enuncia o constitui uma imagem de si e do mundo representando se 61 freq entemente de lado a diversidade das l nguas naturais Esta corrente que tem sua origem em uma reflex o sobre os sistemas l gicos interfere diferentemente nas pesquisas sobre as l nguas naturais principalmente na descoberta da import ncia dos atos de linguagem pragm tica AUROUX 1998 p 432 O estudo da Pragm tica assim o estudo do uso e ali se entende que a l ngua serve para agir no mundo real J a Enuncia o entende que o sujeito se constitui a partir do uso da l ngua e as teorias desenvolvidas nessa linha analisam qualquer n vel da linguagem sempre em busca do sentido do enunciado A Enuncia o trata do ling fstico de representa es enquanto a Pragm tica aborda sujeitos emp ricos com suas rela es e intencionalidades Em Os limites do sentido afirma Guimar es que nos estudos pragm ticos o que est em destaque a inten o do locutor em dizer algo para algu m Re
227. os verbetes de cada autor e que cada equipe deveria ter um coordenador Com base no trabalho realizado pelos estudiosos de teorias da Enuncia o a partir de um maior conhecimento acerca dos autores foi escolhido um coordenador de equipe Cada coordenador p de ent o definir sua equipe de trabalho A partir dessa distribui o apenas o contato com os coordenadores de equipe feito pelos coordenadores gerais e o trabalho dos demais cai A 73 integrantes das equipes s o de responsabilidade de seu respectivo coordenador 71 A macroestrutura corresponde ao todo do dicion rio e a microestrutura composta de dois n veis o da ficha terminol gica que um dossi do termo e o do verbete planejado a partir de itens dessa ficha 22 O dicion rio tem apoio do CNPq e o projeto foi enviado para a ag ncia de fomento em nome de Valdir do Nascimento Flores e de Maria Jos Bocorny Finatto 7 Vale destacar o fato de que somos respons veis pela elabora o dos verbetes relativos teoria de Charles Bally Assim temos acesso a todo o processo que est envolvido na execu o do dicion rio e ao seu projeto donde s o retirados os dados que aqui analisaremos Al m disso comparecemos a algumas das reuni es da equipe de coordenadores gerais j que isso era necess rio para a realiza o desta an lise 101 4 2 A descri o do dicion rio 4 2 1 O corpus do dicion rio 74 TS ge Sp ue O corpus do dicion rio cons
228. os da AD que as muitas diferen as entre as teorias da Enuncia o e a An lise do Discurso se colocam essencialmente no fato de que a AD realiza suas an lises em busca do sentido a partir de fatores exteriores l ngua Enquanto os procedimentos da Enuncia o levam em conta o ling stico a AD constr i uma imagem de um sujeito social considerando o pol tico e o social como determinantes S o portanto vis es bastante distintas para analisar o objeto linguagem Procuramos mostrar a partir do breve panorama aqui tra ado que as diferentes linhas t m de fato objetos e objetivos distintos Isso n o diminui uma ou outra linha apenas evidencia o fato de que sempre que h um objeto distinto o tratamento deve ser igualmente diverso para que se possa dar conta dos objetivos propostos Est sempre presente como vemos a m xima saussuriana segundo a qual o objeto constitu do a partir do olhar a ele dirigido Na pr xima se o mostraremos um pouco de como a Enuncia o abordada no Brasil o que junto com o que j foi tratado at aqui nos ajuda a entender a relev ncia de um dicion rio de Ling fstica da Enuncia o Cap tulo 3 A LINGU STICA DA ENUNCIA O NO BRASIL bem antes de servir para comunicar a linguagem serve para viver Se n s colocamos que falta de linguagem n o haveria nem possibilidade de sociedade nem possibilidade de humanidade precisamente porque o pr prio da linguagem
229. p 14 Platon prolongue les analyses des po tes des musiciens et des grammatistes mais il en change de sens La parole n est plus envisag e dans son rapport la po sie P criture ou la lecture mais dans la capacit repr senter correctement ou non le r el p 161 p 16 D j chez Platon et Aristote on trouve des allusions au lien entre ce qui est dit et celui qui le dit dans une situation particuli re Les Sto ciens esquissent une probl matique du rapport entre nonc et son producteur travers de la opposition proposition modalit s La logique de Port Royal fait la diff rence entre sujet de l nonciation et sujet de l nonc Encyclop die Philosophique Universelle p 16 a l poque m di vale dans la tradition arabe chez Jurjani toute pr dication suppose un pr dicateur qui en assume la responsabilit et l opposition sens propre sens figur n est analysable qu en r f rence la situation d nonciation Encyclop die Philosophique Universelle p 16 17 La d finition donn e plus haut du im al ma ani portait en germe la probl matisation des rapports entre nonc et nonciation De fait une part non n gligeable de l attention des sp cialistes de ce domaine s est port e sur l analyse des param tres objectifs et subjectifs dont la pr sence tait requise pour rendre un nonc ad quat une situation donn Cette prise en compte des relatio
230. parece o artigo A significa o ling fstica e sua an lise de Jo o de Almeida que trata de Sem ntica Estrutural trazendo Bally e Algirdas Julien Greimas na bibliografia O texto Para uma an lise sem ntica argumentativa das conjun es porque pois e j que de Carlos Vogt est no volume de n meros 22 23 1976 1977 O pr ximo texto relacionado Enuncia o que aparece na revista o primeiro com men o direta isto contendo os termos enuncia o teoria s da enuncia o ou 2 ling fstica da enuncia o ou ainda enunciativo a s a tradu o feita por L M Rezende de As problem ticas enunciativas esbo o de uma apresenta o hist rica e cr tica de Catherine Fuchs No n mero 35 1991 h uma cita o curiosa Tempo e aspecto tempo 5 A revista foi lan ada em 1962 com periodicidade anual o que ocorreu at 2003 Alguns volumes tiveram dupla numera o 1964 n 5 6 1965 n 7 8 1968 n 13 14 h bi nios que foram reunidos em um s volume de dois n meros 1972 1973 n 18 19 1974 1975 n 20 21 1976 1977 n 22 23 e houve um per odo de suspens o da publica o anos de 1978 e 1979 O ano de 1984 teve um suplemento e os anos de 1997 1998 e 2000 tiveram um n mero especial cada um Entre 2003 e 2005 ltimos anos da revista foram publicados dois n meros por ano Vale destacar que a identifica o dos exemplares feita por n mero
231. pecto na realidade mais complexo do que aparenta ser Quando se escolhe estudos da linguagem omite se uma discuss o mais profunda a que no o se remete quando se fala em Ling stica Sendo ling stico um car ter genuinamente atribu do a priori apenas a elementos e estudos originalmente ligados l ngua tal qual definida por Saussure no CLG o sintagma estudos da linguagem parece mais adequado para designar um conjunto de estudos que tem in meros e diferentes objetivos Essas variadas linhas se relacionam s mais diversas concep es de linguagem e de l ngua donde partem para definir o pr prio objeto seguindo a m xima saussuriana de que o ponto de vista que cria o objeto SAUSSURE 1916 p 15 Nessa medida ser que se podem chamar Ling sticas estudos que divergem quanto ao sentido mesmo de l ngua Retornaremos quest o do termo Ling stica em breve Por ora deixamos marcada a quest o da diversidade de estudos que se desenvolve desde o estabelecimento com o CLG da ci ncia ling stica Outro ponto que queremos levantar em rela o divis o que feita ap s o sintagma ci ncias humanas A rvore de dom nio apresentada elaborada evidentemente por ling istas que s o os te ricos autorizados e capazes de localizar os seu objeto de estudo dentro da diversidade do conhecimento humano De certa forma eles t m a obriga o de faz lo medida
232. pertence ling stica externa p 128 certamente as exterioridades s o para Saussure relevantes Segue Flores dizendo que Saussure admite sua import ncia das exterioridades pois as rela es da l ngua com a etnologia com a hist ria pol tica e com as institui es s podem ser contempladas pela ling fstica externa Penso que poss vel insistir na articula o de ambas ling fstica externa e ling fstica interna Sen o como justificar que Saussure tenha dado um estatuto ling stico a disciplinas que s o exteriores ling stica p 128 129 Mas em que medida pode se aceitar que um exterior seja inserido e ao mesmo tempo seguir dizendo se ling fstico e filiado a uma reflex o estruturalista Como diz Flores n o tem sentido fazer intervir um elemento que n o perten a ao conjunto de rela es da l ngua Em outras palavras a interven o de aspectos exteriores s faz sentido se forem 33 Talvez o termo mais condizente com a id ia que se quer passar fosse Saussurianismo pois o Estruturalismo uma escola decorrente de uma leitura de Saussure e n o uma disciplina fundada por ele Mantemos aqui o termo Estruturalismo por uma tradi o de fazer atrav s do uso dessa forma rela o ao autor genebrino mas discutiremos essa no o no quinto cap tulo deste trabalho Novamente ressaltamos que mais adequado seria dizer seguir dizendo se ling stico e filiado
233. plina o espa o da Ling fstica da Enuncia o Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 55 66 dez 2004 GIACOMELLI Karina PIRES Vera L cia Org Letras Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal de Santa Maria Centro de Artes e Letras n 33 jul dez 2006 GLOSS RIO de termos do discurso Dispon vel em lt http www discurso ufrgs br gt Acesso abr 2005 GOMES Neiva Maria Tebaldi Em busca de um conceito de l ngua em teorias da enuncia o Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 137 150 dez 2004 GOOGLE portal de busca Dispon vel em lt http www google com br gt Acesso jun 2006 GUIMAR ES Eduardo Texto e argumenta o um estudo de conjun es do portugu s Campinas Pontes 1987 Enuncia o e hist ria In Org Hist ria e sentido na linguagem Campinas Pontes 1989 p 71 79 Cole o Linguagem cr tica Os limites do sentido um estudo hist rico e enunciativo da linguagem Campinas SP Pontes 1995 Cole o Linguagem cr tica Texto e enuncia o Organon Revista do Instituto de Letras da UFRGS Porto Alegre v 9 n 23 p 63 67 1995 1995a Sem ntica do acontecimento um estudo enunciativo da designa o Campinas Pontes 2002 Hist ria da sem ntica sujeito sentido e gram tica no Br
234. pline ce qu elle devrait pourrait tre CHISS e PUECH 2001 p 106 p 118 el rbol conceptual o rbol de campo es una representaci n esquem tica de la realidad del mbito que se investiga donde se recogen las principales esferas ramos del rbol que conforman el rea en cuesti n CASTILLO 1997 p 21 p 118 que le discours de sp cialit n ignore jamais compl tement la necessit exot rique de se situer pour se transmettre PUECH 1997 p 386 p 119 l arbre de domaine servira non seulement estructurer le vocabulaire mais aussi evaluer la pertinence des unit s terminologiques et restreindre les bruits c est dire les informations parasites non li es au th me de la recherche et les silences c est dire les lacunes touchant l information dont on aura besoin mais qui ne figure pas dans les termes de la recherche p 53 p 119 au fur et mesure que la recherche va progresser on peut tre amen remanier Parbre soit en coupant les branches qui se r v lent st rilles soit en ajoutant des branches qu on n avait pas jug es pertinentes au moment de l laboration de l arbre DUBUC 1997 p 54 55 56 57 178 p 145 palabra que tiene la misma forma que outra pero distinto significado Ejemplo gato animal felino dom stico y gato utensilio para levantar grandes pesos a poca altura PAVEL NOLET p 125 p 145 La monosemia concept
235. pucrs v 36 n 4 p 7 67 dez 2001 Para um estudo enunciativo da categoria aspecto nos verbos do portugu s do Brasil Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs n 116 p 91 126 jun 1999 Por que gosto de Benveniste Um ensaio sobre a singularidade do homem na l ngua Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 138 p 217 230 dez 2004 FLORES Valdir do Nascimento BARBISAN Leci Borges TEIXEIRA Marlene Apresenta o Letras de hoje Revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 138 p 7 8 dez 2004 FLORES Valdir do Nascimento TEIXEIRA Marlene Introdu o Lingii stica da Enuncia o S o Paulo Contexto 2005 164 FLORES Valdir do Nascimento Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Projeto de pesquisa apresentado ao CNPq Porto Alegre abr 2006 FRANCKEL Jean Jacques PAILLARD Denis Aspects de la th orie d Antoine Culioli Langages Paris n 129 mars 1998 FUCHS Catherine As problem ticas enunciativas esbo o de uma apresenta o hist rica e cr tica Tradu o Let cia M Rezende Alfa Revista de Ling fstica da UNESP S o Paulo n 29 p 111 129 1985 FUCHS Catherine GOFFIC Pierre le Initiation aux probl mes des linguistiques contemporaines Paris Hachettte 1985 GIACOMELLI Karina Benveniste e a no o de disci
236. que s o os especialistas no assunto Se j suficientemente complexo delimitar os estudos da linguagem ou as Ling sticas por esse grupo como se sentem os ling istas aptos e autorizados a localizar e a delimitar reas distintas como a Sociologia e a Psican lise 123 Pensamos que n o seja necess rio para a caracteriza o do campo Ling fstica da Enuncia o inserir reas que n o t m uma rela o direta com as Ling sticas ou com os estudos da linguagem uma vez que os te ricos desses campos n o t m em princ pio um conhecimento que seja suficiente para autorizar quaisquer divis es e contextos de campos paralelos Dando seq ncia aos caracteres a serem apontados da rvore de dom nio inicial destacamos agora o termo Estruturalismo que se segue a Ling fstica Sincr nica De fato a escola estruturalista est bem posicionada tendo sido inserida em ling fstica sincr nica afinal todos os estudos estruturalistas s o sincr nicos Entretanto questionamos fortemente o fato que se origina a partir da A representa o tal qual elaborada termina por colocar a Ling fstica da Enuncia o como uma rea derivada do Estruturalismo N o concordamos com esse posicionamento pelo menos n o t o categoricamente O Estruturalismo europeu uma escola bastante representativa a maior que j surgiu dentre os estudos voltados s quest es de l ngua Devemos muito aos te
237. r na sua capacidade de ser integrante de um sintagma particular e de preencher uma fun o 2 proposicional O que se chama de polissemia n o sen o a soma institucionalizada se pudermos falar assim destes valores contextuais sempre instant neos aptos a se enriquecer e a desaparecer em resumo sem perman ncia sem valor constante BENVENISTE 1989 p 232 Todos os sentidos que os sujeitos atribuem aos signos tornando os palavras s o assim pass veis de aceita o ou n o pela comunidade ling stica As diferentes no es que v o sendo acumuladas por uma mesma unidade de l ngua s o ent o poliss micas A partir dessa an lise chamaremos neste trabalho o fen meno trabalhado de polissemia Sabemos entretanto que essa denomina o n o essencial para as quest es terminogr ficas uma vez que ainda que os te ricos discutam o assunto o crit rio utilizado na pr tica pela Terminologia e consequentemente pela terminografia n o diz respeito diferen a entre homon mia e polissemia mas ao crit rio onomasiol gico o que faz com que necessariamente deva haver uma entrada para cada diferente conceito 5 4 3 polissemia no Dicion rio de Ling stica da Enuncia o No que concerne terminografia surgem os seguintes problemas se a cada conceito deve corresponder uma entrada como fica a quest o dos verbetes que foram sendo modificados ao longo de diferentes fases da teoria de um mesm
238. ramaticais dessa l ngua e s eles p 48 Ainda dizem os autores que para que a gram tica seja adequada s o necess rias duas caracter sticas que a gram tica gere efetivamente todos os enunciados da l ngua e s eles sem exce o e que se possa representar nessa gram tica o saber intuitivo que os sujeitos falantes possuem com respeito aos enunciados de sua l ngua p 49 98 equivalendo e sua obra a Terminologia trabalha buscando a caracteriza o n o apenas a parte lexical dos textos especializados mas tamb m a de aspectos textuais como as categorias gramaticais e as constru es sint ticas Essa ltima a vis o que permeia a elabora o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o 4 1 2 Bases metodol gicas a terminografia A Terminologia uma rea te rica diretamente ligada basicamente a um fazer a terminografia que consiste nas bases metodol gicas de elabora o de obras terminogr ficas Isso significa que um termin logo o te rico que vai elaborar reflex es que servir o para levantar as quest es que se envolvem na pr tica de elabora o de dicion rios e gloss rios de diferentes reas da ci ncia Esse empreendimento evidentemente nos interessa aqui Na elabora o de objetos terminogr ficos s o relevantes aspectos como por exemplo os crit rios para a elabora o e a defini o dos verbetes Dizem Krieger e Finatto 2004 que nesse conte
239. ramos um modelo de rvore Figura 10 Temos plena consci ncia no entanto de que tal representa o assim como a inicial e todas as que se seguiram inclusive as que n o retratamos aqui n o consegue abarcar a totalidade de dados que deveriam estar presentes Trata se de um modelo simplificado buscando ser mais did tico e que tem como objetivo situar o consulente 137 RVORE DE DOM NIO LINGU STICA DA ENUNCIA O LINGU STICA Campo campos SAUSSURIANISMO es E Ducrot Greimas R canati Bally a N de j PiCampon Campo aa Campo 24 Benveniste LINGU STICA DA s Authier Revuz Br al Orecchioni C Culioli Hag ge Flahaut Bakhtin 7 ampo 2 Campo n Campo 1 i Campo 2 Campo n FIGURA 10 Proposta de uma rvore de dom nio Podemos ver que o problema de confus o entre os campos a que se ligam os autores que havia na representa o D foi solucionado nesse modelo Ainda que n o mostremos as diversas reas espec ficas a que se ligam os autores constitutivos da Lingii stica da Enuncia o ilustramos que h tal fato e esses campos aparecem como destino pois as setas partem dos autores de forma id ntica s setas que chegam na LE partindo desses te ricos Nesse modelo abdicamos da representa o da Sem ntica pelo grande inconveniente da quest o Acreditamos que seria fundamental mostrar a rela o da Ling stica da Enuncia o com a Sem ntica mas
240. rar Quero te agradecer por seres essa pessoa especial e maravilhosa por me ensinares Lingii stica e Enuncia o como ningu m mais poderia ou saberia e por ter me ensinado a lidar com o que eu n o sei A Maria Jos de quem eu muito boba morria de medo pensando que ela fosse distante e inacess vel Obrigada por poder contar com teu conhecimento com teu afeto e com a tua inacredit vel paci ncia com algu m t o sem no o sobre Terminologia Ao pessoal muito querido da Enuncia o Carmem Luci Tanara Tha s Magali Silvana S nia Obrigada por seu apoio e por nossas discuss es te ricas As professoras Leci Barbisan Marlene Teixeira e Cleci Bevilacqua um agradecimento especial pela leitura de meu trabalho minha fam lia minha italianada que enche meus momentos de amor e alegria A Ana que me privilegia com sua amizade incondicional h 17 anos s amigas Michele Camila Milena Melissa Sheila Helena e ao amigo Fabiano Cada um a seu modo voc s me acompanham ajudam e compartilham meus momentos Seja qual for a frase que tiro deste caldeir o ela n o passa de um conjunto de seis pequenos peixes que se deixaram apanhar enquanto milh es de outros continuam a nadar e a saltar fazendo com que o caldeir o pare a um banho de prata incandescente muito embora se escapem por entre os meus dedos Virg nia Woolf As ondas RESUMO Este trabalho tem dois objetivos O primeiro investigar epistem
241. re EDIPUCRS 2005 TROIS Jo o Fernando de Moraes O retorno a Saussure de Benveniste a l ngua como um sistema de enuncia o Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs v 39 n 4 p 33 43 dez 2004 VALVERDE Jose Maria Guillermo de Humboldt y la filosofia del lenguaje Madrid Editorial Gredos 1955 VOGT Carlos O intervalo sem ntico contribui o para uma teoria sem ntica argumentativa S o Paulo tica 1977 WELKER Herbert Andr as Dicion rios uma pequena introdu o lexicografia Bras lia Thesaurus 2004 WIKIP DIA Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki P C3 A Igina principal gt Acesso jun 2006 ZILLES Urbano Humboldt e Saussure ou filosofia ling stica Letras de hoje revista do Programa de P s Gradua o em Letras da PUCRS Porto Alegre Edipucrs n 25 p 7 11 set 1976 ANEXO ANEXO 1 Cita es na l ngua original das obras utilizadas Os textos abaixo s o as cita es originais copiadas das obras de que fizemos uso neste trabalho Elas aparecem tal qual nesta disserta o precedidas do n mero da p gina em que se encontram escrito entre colchetes pi 2 p 14 expression d un avis d une pens e DESBORDES 1992 p 154 p 14 les premiers auteurs Hom re H siode disent surtout de la parole c est qu elle est un moyen d agir sur le monde et les tres p 154
242. rela o as duas reas Enuncia o e Pragm tica n o s pelos fragmentos explicitados mas tamb m pelo fato de que n o h qualquer artigo nos dois volumes de Introdu o lingii stica de Fiorin que se refira diretamente s teorias da Enuncia o ou Ling fstica da Enuncia o O mesmo acontece nos tr s volumes de Introdu o lingii stica de Mussalim e Bentes dos quais j comentamos a refer ncia enuncia o no cap tulo concernente Ling stica Textual e no qual no cap tulo dedicado Pragm tica consta a seguinte passagem Vale a pena observar que entre os autores e autoras que s o refer ncia para a Pragm tica tamb m est o os franceses Oswald Ducrot e Emile Benveniste e o americano H P Grice At o final da d cada de 1980 muitos trabalhos cuja orienta o te rica est fundamentada nesses autores incluem se na rea da Pragm tica Entretanto a evolu o de seus trabalhos conferiram lhes campos de estudos e m todos hoje separados dos pragm ticos A Sem ntica Argumentativa e a An lise da Conversa o s o duas correntes outrora participantes do movimento que integrou componentes pragm ticos aos estudos ling fsticos PINTO 2004 p 51 Grifos nossos Percebemos assim que se v Benveniste e Ducrot como autores ligados inicialmente Pragm tica e Benveniste hoje relacionado an lise da conversa o Entendemos de certa forma a confus o com rela o a Ducrot
243. riedade importante da linguagem a de comportar em si pr pria as condi es de sua reflexividade p 114 Tamb m a quest o do modus e do dictum trazidos por Bally decorre da influ ncia da Gram tica de Port Royal Destaca Fuchs que a tradi o gramatical n o separa radicalmente o sujeito da l ngua nem realmente a l ngua do discurso Faz apelo em particular e de modo intuitivo ao sujeito para analisar certas formas e constru es da l ngua p 115 Percebemos a ainda que de forma incipiente a quest o do sujeito na l ngua e o fato de a l ngua e o discurso n o estarem dissociados um do outro Constata se que um certo n mero de marginais do estruturalismo continuam a n o fazer o corte l ngua fala e a integrar na an lise ling stica o recurso ao sujeito e situa o de enuncia o Citemos particularmente Bally Damourette e Pichon Guillaume e Benveniste p 115 Do mesmo modo que a ret rica e a gram tica produziriam seus herdeiros a l gica tamb m o faria Fuchs no entanto n o traz esses dados sem problematiz los Tanto quanto a ret rica ou a Gram tica a l gica tamb m teria esses herdeiros no sentido de influ ncias e n o na forma de abordagem que evidentemente diversa A autora afirma que Se os postulados da l gica cl ssica s o nitidamente anti enunciativos constata se entretanto a emerg ncia atualmente de problem ticas que se aproximam da enu
244. rio devido imensas disparidades que fazem com que por exemplo uma autora como Fuchs tenha apenas tr s termos no dicion rio enquanto Ducrot apresente mais de 70 verbetes Entretanto n o apenas fragilidade que se exp e mas tamb m peculiaridades como o grau de aprofundamento das teorias e mesmo a sua import ncia dentro do campo caracterizando de mais uma maneira a Ling fstica da Enuncia o afinal a sele o dos termos por autor tamb m situa o usu rio de alguma maneira na rea 143 N o podemos deixar sem registro aqui o fato bastante ilustrativo de que nem todos os autores que est o presentes no dicion rio t m seu lugar ali unanimemente Te ricos como Bakhtin Greimas e Fuchs t m aspectos bastante controversos com rela o ao espa o destinado a eles Bakhtin por exemplo referido na teoria de Jacqueline Authier Revuz como um exterior Ling fstica Quanto a Greimas podemos lembrar o aspecto citado no item 5 2 2 no qual relatamos que sua Semi tica Narrativa n o completamente absorvida pela Ling stica da Enuncia o Fuchs por sua vez embora seja mais do que uma simples estudiosa seja uma te rica e tenha efetivamente criado uma terminologia dentro de sua leitura de Culioli n o tem exatamente uma teoria pr pria mas trabalha com o referencial do autor As especificidade das teorias s o tamanhas que Dahlet 1997 como j comentamos em 2 2 faz uma divis o entre as diferentes perspectivas
245. rio Houaiss acerar 1 revestir ou guarnecer de a o para dar maior lt 4 dureza e acerar 2 moldar em cera 94 Na e A A N o nos posicionamos neste trabalho quanto aos m todos da Lexicografia uma vez que nosso foco a Terminologia A Lexicografia apenas trazida para um contraponto Contudo podemos ressaltar que o ponto de vista da Ling stica da Enuncia o sempre sincr nico e que nossa vis o sobre homon mia e polissemia se encontra no pr ximo item 5 4 2 147 Afirma Barros que Como tratamento terminogr fico normalmente a polissemia agrupa todas as acep es em um nico verbete A homon mia por sua vez tratada de modo que cada conceito seja descrito em um verbete diferente Embora os crit rios de tratamento terminogr fico descritos sejam tradicionais em Lexicografia em Terminologia o crit rio metodol gico mais adotado o de abrir tantos verbetes quantos forem os conceitos designados pelo termo Essa tamb m uma possibilidade de tratamento da polissemia e da homon mia em obras terminogr ficas p 229 230 Na Terminologia portanto o quadro que se apresenta diferenciado Com o uso do crit rio semasiol gico n o preciso fazer necessariamente uma diferencia o entre homon mia e polissemia medida que se parte de no es para se chegar forma Se as no es s o diferentes n o importa que a forma das unidades seja id ntica elas sempre ter o di
246. riqueiro na Fran a onde os estudos enunciativos s o absolutamente institu dos mas no Brasil essa configura o n o se deu Se pesquisamos no maior portal de busca de que dispomos o Google basta digitar por exemplo em franc s os sintagmas linguistique de l nonciation ou linguistique nonciative inclusive usando as aspas restritivas para obtermos in meras refer ncias No primeiro caso temos 852 resultados mais de 69 mil se forem retiradas as aspas j no segundo 752 ocorr ncias mais de 44 mil sem as aspas J em portugu s a pesquisa n o t o frut fera ainda que seja significativa para Lingii stica da Enuncia o s o 253 casos sem 92 aspas mais de 77 mil para lingii stica enunciativa h 82 ocorr ncias 49 mil sem as aspas f A Ling stica da Enuncia o acabou no Brasil dentro de uma configura o que dificulta que sejam visualizadas de forma clara as suas fronteiras os seus exteriores e at mesmo os seus interiores te ricos N o toa portanto que esta disserta o se fez necess ria da mesma forma que absolutamente primordial que sejam mostrados todos os trabalhos realizados na rea Em especial de vital import ncia que se d destaque ao Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o que certamente ajudar a desfazer a confus o te rica que se instaurou em nosso meio acad mico Z E justamente a dar destaque a esse dicion rio a partir de sua forma de
247. rma que o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o 83 3 2 As causas da pouca visibilidade A quest o que colocamos neste ponto por que motivo a Ling stica da Enuncia o mesmo sendo um campo constitu do tem reduzida visualidade em nosso pa s Pensamos que esse fato decorra diretamente da forma como as teorias enunciativas foram introduzidas no Brasil No final da d cada de 1970 como j destacamos em 2 3 chegam ao pa s duas grandes correntes de estudo A An lise do Discurso de linha francesa AD e a Ling stica Textual LT A AD afirma Ferreira 1999 j tem uma hist ria consistente que vem sendo constru da h cerca de 30 anos e que j se estende por v rios quadrantes do territ rio O marco inicial dessa hist ria se d em Campinas em torno da figura de Eni Orlandi em fins da d cada de 70 Seguidora dos primeiros escritos de Michel P cheux especificamente os de 1969 e 1975 a AD funda suas bases na cr tica ao Estruturalismo por duas exclus es fundamentais a primeira do sujeito a segunda do contexto sociohist rico No que diz respeito ao contexto a AD considera as condi es de produ o exterioridade processo hist rico social como constitutivas do discurso ORLANDI 1996 p 111 e isso pouco diz de sua rela o com as teorias da Enuncia o exceto pela diferen a de abordagem Entretanto quando chega ao problema do sujeito a AD estende a cr tica aus ncia de
248. rminografia inclui planejar a obra terminogr fica desde a sua concep o at todo o processo de elabora o e publica o do dicion rio Baseando se em Castillo 1997 Krieger e Finatto 2004 fazem uma rela o dos principais pontos no planejamento do trabalho de reconhecimento terminol gico S o eles as condi es de composi o da equipe de trabalho que ser envolvida a estrutura que ter a obra macroestrutura microestrutura prever se haver partes introdut rias e anexos o ordenamento das diferentes tarefas de pesquisa registro e revis o e sua distribui o os modos de armazenagem da informa o coletada dos textos fonte em fichas especiais para esse fim incluindo se aqui a concep o e desenho de uma ficha terminol gica em formato digital ou em papel b estudo de modelos e tipos de fichas em fun o do tipo de trabalho pretendido c fixa o das caracter sticas das fichas em fun o do tipo de trabalho pretendido d m todos de acompanhamento do trabalho de coletas de informa es com fichas e defini o do sistema de remiss es que ser usado no gloss rio ou dicion rio Al m disso Castillo op cit recomenda que se pondere previamente sobre caracter sticas da defini o que ser apresentada nos verbetes modos de delimita o de termos prevendo se a predomin ncia de sintagmas nas terminologias modos de apresenta o das equival ncias em l ngua estran
249. ro ponto Quando falamos em n vel de an lise ling fstica de que estamos tratando Em Enuncia o pode a Sem ntica ser considerada um n vel de an lise 5 Termo ali s usado por Ducrot e Todorov 1972 p 41 Ver a nota de rodap de n 83 na p 123 deste trabalho 125 Para investigar tais quest es realizaremos um recorte Buscaremos algumas respostas atrav s de uma das perspectivas enunciativas a Teoria da Enuncia o de Emile Benveniste Em Os n veis da an lise ling fstica Benveniste define um n vel de an lise a partir da coincid ncia com o seu objeto por exemplo o fonema a unidade de an lise do n vel fonem tico Dessa forma o fonema define a Fonologia como um n vel de an lise da mesma maneira que o morfema e a frase o fazem com a Morfologia e a Sintaxe respectivamente O autor constata que o procedimento de an lise dos n veis consiste em duas opera es a de segmenta o e a de substitui o Com a segmenta o o que se faz dividir o texto em por es cada vez mais reduzidas at os elementos n o decompon veis BENVENISTE 1995 p 128 O outro procedimento realizar a substitui o desses elementos Progressivamente de um signo a outro destaca se a totalidade dos elementos e para cada um deles a totalidade das substitui es poss veis E esse em resumo o m todo de distribui o consiste em definir cada elemento pelo conjunto do meio em que se apresenta e por in
250. s a ltima opera o do campo cient fico na dire o de sua delimita o tamb m certamente um novo come o no sentido do estabelecimento de uma metalinguagem m nima que auxilie o aprimoramento te rico da rea no Brasil FLORES 2006 Al m disso como destaca Flores um dicion rio de termos da enuncia o obra de refer ncia que serve entre outras coisas de instrumento de apoio leitura das teorias do campo dever contribuir com a sistematiza o do conhecimento de base da rea 81 H muitas men es nesse sentido nas obras desses autores Apenas a t tulo de exemplifica o citamos duas ocorr ncias Diz Benveniste 1989 p 90 Muitos outros desdobramentos deveriam ser estudados no contexto da enuncia o Ter se ia que considerar as altera es lexicais que a enuncia o determina a fraseologia que a marca frequente talvez necess ria da oralidade J Bally 1951 p 100 afirma que a import ncia do estudo de elementos como as fraseologias est na busca de ver a l ngua da mesma forma que o sujeito falante isto sem refer ncia a epistemologias e adequando a s situa es em que esse sujeito se encontra no momento do uso 117 impedindo o estabelecimento de falsas homon mias e ou de equival ncias te ricas al m de ao oferecer subs dios para maior precis o terminol gica contribuir para o ensino da Ling fstica da Enuncia o portanto de grande valia a
251. s heterogeneidade s enunciativa s e o discurso pedag gico sobre os conte dos de ensino de Karina Giacomelli que teve como arg idores Valdir do Nascimento Flores e Marlene Teixeira Evidentemente o baixo volume de publica es constatado na an lise dos peri dicos n o significa que n o se publique sobre Ling fstica da Enuncia o no pa s especialmente porque a aus ncia em revistas n o implica a n o exist ncia de livros sobre as teorias da rea Tampouco supomos que qualquer publica o tenha a obriga o de apresentar artigos de qualquer rea que seja at mesmo porque esse fato n o depende apenas das revistas mas tamb m dos estudiosos O que interessante marcar o fato de que a identifica o de um campo em atividade desde a d cada de 1970 n o ser completamente evidente para as institui es e para as publica es e consequentemente para os indiv duos 3 1 2 As publica es editoriais N o h muitos livros publicados no Brasil na rea da Ling fstica da Enuncia o ainda que levemos em conta as teorias da Enuncia o em separado se s o considerados apenas textos de autoria de brasileiros Fizemos aqui uma sele o das obras que julgamos mais representativas nessa dire o O primeiro exemplo a ser citado Carlos Vogt com o brilhante O intervalo sem ntico de 1977 publica o de sua tese de doutoramento que foi defendida em 1974 na UNICAMP O texto prefaciado por Oswald Ducro
252. s Gradua o em Letras Orienta o Prof Dr Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre 2006 MALDIDIER Denise NORMAND Claudine ROBIN R gine Discurso e ideologia bases para uma pesquisa In ORLANDI Eni Puccinelli Org Gestos de leitura da hist ria no discurso Campinas SP Editora da UNICAMP 1994 MARTINS Eleni Jacques Enuncia o e di logo S o Paulo UNICAMP 1990 166 MEDINA Jos Charles Bally de Bergson Saussure Langages Paris n 77 p 95 104 mar 1985 MILNER Jean Claude Introducci n a una ciencia del lenguaje Traducci n Irene Agoff Buenos Aires Manantial 2000 Versi n abreviada de Introduction une science du langage de la edici n de 1989 MOREIRA Walter Lexicologia terminologia ontologia e representa o document ria estudos de interface por meio de an lise de peri dicos de ci ncia da informa o Biblios Revista Electr nica de Bibliotecolog a y Ciencias de la Informaci n ano 8 n 27 mar 2007 Lima Peru Dispon vel em lt http www bibliosperu com articulos 27 27_06 pdf gt Acesso maio 2007 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Orgs Introdu o ling istica dom nios e fronteiras v 2 4 ed S o Paulo Cortez 2004 Introdu o ling stica dom nios e fronteiras v 1 5 ed S o Paulo Cortez 2005 Introdu o lingii stica fundamentos epistemol gicos v 3 2 ed S o Paulo Cortez 2005 2005a NORMAND Claudine Le suje
253. s cap tulos Acreditamos enfim que esses tr s elementos nos ajudam a alcan ar os objetivos desta disserta o quais sejam verificar em que sentido podemos afirmar a exist ncia do campo Ling stica da Enunciac o apresentando uma vis o epistemol gica da rea e avaliar criticamente a execu o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o analisando a sua pertin ncia e a sua adequa o em rela o a tal campo verificando dessa forma se o dicion rio efetivamente cumpre uma fun o de refer ncia e divulga o do campo Analisaremos os elementos selecionados a partir de dois referenciais o da Terminologia e o da Ling stica da Enuncia o Para tanto assumimos uma atitude te rico conceitual descritiva o que significa que dentro de cada item escolhido haver uma parte te rico conceitual seguida de uma parte descritiva al m de sua posterior avalia o no contexto do dicion rio S o tr s momentos de an lise reunidas no mesmo item de cada elemento escolhido A rvore de dom nio diz respeito ao lado epistemol gico ent o para analis la necess rio que retomemos a teoria presente nos cap tulos iniciais deste trabalho Essa teoria estar especialmente presente nesse item de an lise Nos dois elementos seguintes a an lise diz respeito mais estreito Terminologia ainda que n o possamos em nenhum momento deixar de lado um olhar da Ling fstica da Enuncia o sobre os fen menos estudados
254. s da linguagem a ANPOLL e a ABRALIN Como podemos constatar pela listagem dispon vel na p gina da internet da associa o Tabela 1 a ANPOLL Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Letras e Ling fstica apresenta somente o grupo de trabalho GT Linguagem Enuncia o e Trabalho da rea da Enuncia o GT32 Tal grupo foi aprovado no XXI Encontro Nacional da ANPOLL realizado em julho de 2006 na PUCSP At ent o nenhum GT relacionava se rea Y Conforme consulta em agosto de 2007 70 GT20 Pr ticas identit rias na ling stica aplicada T27 Teoria do texto po tico Alamir Aquino Corr a T28 Tradu o Heloisa Gon alves Barbosa T30 Ling fstica e Cogni o Neusa Salim Miranda T31 Estudos Medievais Maria do Amparo Tavares Maleval T32 Linguagem Enuncia o e Trabalho Cec lia Souza e Silva TABELA 1 Lista de Grupos de Trabalho da ANPOLL T29 Transculturalidade Linguagem e educa o Am rica L cia Silva C sar Com o apoio da ANPOLL Marscuschi como organizador publicou em 1992 o livro Quem quem na pesquisa em letras e lingii stica no Brasil Na obra faz uma rela o de cursos de p s gradua o em Letras e Ling stica de pesquisadores em Letras e Ling stica de pesquisadores em Letras de pesquisadores em Ling stica de descritores da rea de Letras e de descritores da rea de Ling stica Ao analisar a lista de descritor
255. s do Dicion rio de Ling fstica da Enuncia o a partir de quest es de tradu o foi apresentado no IV CIATI Congresso Inter Americano de Tradu o e Interpreta o realizado em maio de 2007 em S o Paulo SP Quanto aos processos esta disserta o procura cobrir alguns de seus elementos Esperamos dessa maneira colaborar para o aprimoramento do dicion rio ao refletir sobre algumas das escolhas em rela o ao seu fazer 111 2 Al m disso a aten o ao usu rio da obra um fator importante para a qualifica o de um dicion rio em termos de produto destinado a um mercado j que em fun o de que a obra desenvolvida As orienta es portanto devem dar condi es para que esse usu rio compreenda os c digos a ordena o e a organiza o do corpo do verbete al m de ter uma vis o que fa a com que ele entenda o todo da obra e que inclusive se sinta estimulado a aprofundar conhecimentos e a fazer leituras relacionadas a uma dada terminologia Especificamente no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o os consulentes pretendidos como apontamos em 4 3 1 s o alunos de gradua o de Letras em final de curso alunos iniciantes de p s gradua o em n vel de mestrado e professores em geral O objetivo que se tinha quando se formou uma equipe de coordena o em que estava presente um respons vel t cnico da rea de Terminologia era exatamente alcan ar da melhor maneira poss vel o usu rio Dessa mane
256. s restrito n o se visa nem o fen meno f sico de emiss o ou de recep o da fala que depende da psicoling fstica ou de uma de suas subdivis es nem as modifica es introduzidas no sentido global do enunciado pela situa o mas os elementos pertencentes ao c digo da l ngua e cujo sentido no entanto depende de fatores que variam de uma enuncia o para outra por exemplo eu tu aqui agora etc Em outras palavras o que a Ling fstica ret m a marca do processo de enuncia o no enunciado p 289 Diferentemente do que ocorre com as teorias pragm ticas a Lingii stica Textual LT corrente de estudos que surge paralelamente nos Estados Unidos na Alemanha e na Fran a na d cada de 1960 congrega um conjunto de estudos inicialmente estritamente ling sticos Segundo Koch 2001 p 71 72 h uma distin o entre tr s momentos fundamentais da LT e eles refletiriam uma sucess o cronol gica Aponta a autora que o primeiro momento foi o da an lise transfr stica em que houve uma busca por 42 D D um o A 5 5 A As correntes pragm ticas das l gicas formais s o o que a autora designa como sem nticas intencionais em uma passagem da p gina 115 desse mesmo artigo que j citamos em 2 2 63 ultrapassar os limites da frase para dar conta de certos fen menos como referencia o elipse repeti o sele o dos artigos definido e indefinido concord ncia de tempos verbais rela o sem ntica
257. s sentidos diferentes Finalmente fazemos uma breve conclus o acerca das an lises em 5 5 Realizamos aqui an lises cujo enfoque s o elementos que fazem parte do escopo da Terminologia importante destacar entretanto que o fazemos sempre a partir da media o da Ling fstica da Enuncia o Sentimo nos autorizados a elaborar reflex es acerca do fazer terminogr fico e do corpo conceitual ligado a esse fazer sob esse ponto de vista especialmente porque tratamos desses temas em rela o a um caso espec fico ligado justamente elabora o de um produto que identifica a terminologia da Ling stica da Enuncia o para um determinado usu rio Al m disso se como afirma Benveniste 1989 p 86 90 o aparelho formal da enuncia o constitui a l ngua toda ele o faz em todos os seus 0 Falamos de disciplinariza o como a o de reconhecimento de um campo de estudos como disciplina aut noma PUECH 1997 116 usos inclusive no pensar a Terminologia Autores como Bally e o pr prio Benveniste destacam a relev ncia de estudar unidades lexicogr ficas fraseol gicas e usos especializados da linguagem assim temos raz es para crer que nossa an lise cabe perfeitamente em um estudo enunciativo Destacamos ademais que fazemos neste trabalho uma interface Ling stica da Enuncia o Terminologia o que torna definitivamente v lida a nossa reflex o sobre as quest es propostas 5 1 O papel de um dicion rio de
258. s teorias produzem um quadro figurativo abordando de maneira singular o objeto enuncia o consideram a quebra da dicotomia l ngua fala e inserem o sujeito na linguagem Em seguida abordamos a situa o das teorias da Enuncia o no Brasil mostrando como elas foram introduzidas no pa s al m de um panorama de suas rela es com outras reas com as associa es peri dicos e publica es editoriais Verificamos dessa maneira que as formas de incurs o e o contato com a Ling fstica Textual com as teorias pragm ticas e com a An lise do Discurso de linha francesa tal qual se deram produziram uma apagamento das teorias da Enuncia o no Brasil Dando prosseguimento ao trabalho descrevemos o plano do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o tentando mostrar as vantagens e as dificuldades que a execu o 158 de um objeto terminogr fico envolve A partir dessa descri o selecionamos tr s de seus elementos para uma an lise mais aprofundada relacionando os descri o epistemol gica feita nos tr s primeiros cap tulos Quanto aos aspectos diretamente ligados Terminologia e obra terminogr fica em si constatamos que algumas das escolhas na execu o do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o poderiam ter sido feitas de maneiras diversas o que faria com que o dicion rio ficasse mais pr ximo vis o que estabelecemos do campo Conclu mos que uma altera o no tratamento dos autores e
259. scurso o acontecimento reproduzido A linguagem reproduz o mundo mas submetendo o sua pr pria organiza o p 26 Ressaltamos que a separa o dos n veis semi tico e sem ntico apenas did tica serve apenas para que se entenda o processo de apropria o Afinal se para Benveniste antes da enuncia o a l ngua n o sen o 53 novamente e novamente e novamente Cada nova enuncia o gera uma nova inst ncia de discurso A irrepetibilidade inerente enuncia o O sentido cada vez nico Apenas os aspectos formais da l ngua s o repet veis constat veis no enunciado Por isso parte se deles para chegar a partir da depreens o da inst ncia do discurso enuncia o e por conseguinte ao sentido Logo as teorias da Enuncia o est o sempre em busca do sentido A conseq ncia direta desse fato que em Ling fstica da Enuncia o h determina o sem ntica dos fen menos ling fsticos Isto n o s as teorias da Enuncia o buscam o sentido como acreditam que o aspecto sem ntico que rege todos os n veis da linguagem Tal como afirma Lahud As exclus es constitutivas do objeto l ngua o referente a situa o o sujeito falante etc instauraram portanto a possibilidade de uma sem ntica propriamente ling fstica onde problemas de natureza bem diferente daquela dos problemas sem nticos at agora encontrados podem e puderam aparecer LAHUD 1979 p
260. sentido Entretanto nem toda Sem ntica uma Ling fstica pois como j apontamos h variadas Sem nticas com pontos de vista bastante diversos Quando se fala em enuncia o grafada com inicial min scula n o se est falando de um termo exclusivo ao campo da Enuncia o grafada com inicial mai scula Se h in meras maneiras de definir tal termo dentro dessa rea isso tamb m ocorre em outros campos dos chamados estudos da linguagem Entretanto Enuncia o remete necessariamente a uma Ling fstica posto que o n vel do discurso est contido na linguagem N o se sai do ling fstico no campo da Ling fstica da Enuncia o conforme exteriorizamos a partir da no o de representa o do sujeito actante da enuncia o e da conseq ente representa o de mundo e interlocu o oriundas desse sujeito Pensamos assim que tanto o sintagma Ling fstica da Enuncia o quanto Sem ntica da Enuncia o podem ser apropriadamente utilizados para designar cada uma das teorias da Enuncia o uma vez que se constituem todos de estudos ling sticos que pressup em o sentido como constitutivo da linguagem Essa afirma o avalizada pela utiliza o por Antoine Culioli do sintagma Ling stica da Enuncia o para denominar a sua teoria CULIOLI 1990 O autor chama os tr s volumes que comp em a compila o de seus estudos de Pour une linguistique de l nonciation ou seja P
261. seria Ling stica 2 Pensamos que o Estruturalismo n o seja a real influ ncia da Ling fstica da Enuncia o O mais adequado seria dizer que a LE derivada do Saussurianismo 3 A rvore inicial apresenta inadequa o com rela o mistura de crit rios o que faz com que n veis de an lise ling fstica estejam lado a lado com a Ling fstica da Enuncia o e com a Ling fstica Textual que s o pontos de vista Al m disso tamb m a Sem ntica aparece na mesma linha 2 4 A quest o da Sem ntica muito mais ampla e complexa do que mostra a rvore inicial e mesmo do que poss vel fazer em uma representa o arb rea 133 5 H elementos excessivos e desnecess rios a uma caracteriza o do campo Ling fstica da Enuncia o 5 2 2 1 A busca de uma rvore de dom nio para o dicion rio Durante o processo de busca de uma representa o mais adequada da Ling fstica da Enuncia o para o usu rio do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o surgiram evidentemente novas possibilidades de rvores Algumas dessas possibilidades mostramos aqui a car ter de ilustra o da busca por rvores de dom nio Selecionamos quatro vers es de diferentes momentos da pesquisa n o necessariamente apresentados em sucess o cronol gica para dar um panorama do que procur vamos encontrar RVORE DE DOM NIO LINGU STICA DA ENUNCIA O Ling stica sincr nica Sem ntica
262. sma pela qual o sujeito e o sentido funciona Como j tivemos ocasi o de dizer n o E TM em x que est a ideologia no mecanismo imagin rio de produzir x sendo x um objeto simb lico Isso tudo derivando do fato de que n o h sentido se a l ngua n o se inscreve na hist ria A ideologia n o oculta o ela produ o de evid ncias ORLANDI 2001 p 104 105 A ideologia portanto o que faz com que o sujeito tenha a ilus o de ser a origem de seu dizer a partir dela que o indiv duo interpelado em sujeito J nas teorias da Enuncia o a apropria o da l ngua se d pelo sujeito que na e pela enuncia o se constitui como tal o que faz com que se possa dizer que em uma vis o enunciativa o sujeito est inserido na linguagem N o h em Enuncia o um processo correspondente ao de interpela o em sujeito da AD medida que o sujeito se constitui isto o indiv duo cria uma representa o de si do outro e do mundo a partir da e na enuncia o N o h como fazer o paralelo apresentado em Orlandi porque os processos s o diferentes e parte se de pontos diversos Na AD parte se da ideologia do social j na Enuncia o da representa o do sujeito S o dois pontos de vista distintos que levam em considera o aspectos distintos S o em suma formas diferentes de ver um mesmo objeto a linguagem Vemos nesta cita o a que se op e Orlandi De
263. so instrumento para o desenvolvimento da ling fstica sincr nica que Saussure focalizara Podemos dizer com seguran a que atrav s dele novos caminhos foram abertos doutrina de Saussure e ci ncia da linguagem C MARA JR 1975 p 120 Em Introdu o Lingii stica da Enuncia o Flores e Teixeira destacam que Bally a quem denominam o primeiro p s saussuriano desenvolve a ling fstica da fala talvez a que faltou ser feita pelo mestre Saussure O autor parte de um princ pio a linguagem apta a expressar sentimentos e pensamentos e pr prio da estil stica estudar a express o dos sentimentos Isso significa que a estil stica deve se preocupar com a presen a da enuncia o no enunciado e n o apenas com o enunciado propriamente dito FLORES TEIXEIRA 2005 p 16 Dando prosseguimento aos estudos da Estil stica iniciados com suas j citadas obras anteriores edi o do CLG Bally com LGLF aprimora sua teoria trazendo de volta as discuss es que levantara com muito mais clareza tanto em termos de teoria como em rela o constitui o de um modelo de an lise Em seu estudo que ele passa a denominar Teoria Geral da Enuncia o Bally diz que toda enuncia o do pensamento pela l ngua condicionada l gica psicol gica e ling isticamente Esses tr s aspectos somente se recobrem em parte seu papel respectivo muito vari vel e muito diversamente consciente nas realiza es da fala BALLY
264. son Saussure Langages Paris n 77 p 95 104 mar 1985 Termos relacionados frase Bally Equivalente FR nonciation Fonte do equivalente FR BALLY Charles Trait de stylistique fran aise v 1 3 ed Gen ve Librairie Georg amp Cie Paris Librairie C Klincksieck 1951 Linguistique g n rale et linguistique fran aise 2 ed Berne Suisse ditions Francke Berne 1965 Equivalente EN amp Fonte do equivalente EN amp Respons vel pela coleta Lia Cremonese C digo de confiabilidade D Revisado por data leitura inicial Aline e Daniel 31 07 06 Valdir 15 02 2007 Consultor autor colaborador Lia Cremonese Coment rio interno Est adequado Valdir 15 02 2007 FIGURA 2 Modelo de ficha terminol gica preenchida Quando a ficha terminol gica transposta para o dicion rio como um verbete alguns dos elementos s o omitidos Na Figura 3 a forma de apresenta o da defini o do termo elaborada dado como exemplo na Figura 2 em sua configura o final como verbete no dicion rio enuncia o s s Baly Ocorre tamb m em Authier Revuz Bakhtin Benveniste Culioli Ducrot Greimas Hag ge Jakobson Kebrat Orecchioni R canati Defini o ato do falante de utilizar os meios de express o comuns a todos os indiv duos de uma comunidade ling stica para expressar suas id ias e sua subjetividade Fonte da defini o BAL65 Nota explicativa Na enuncia o
265. su rio se sinta instigado a buscar outros verbetes ap s a consulta que o motivou inicialmente e que isso seria possivelmente o mais indicado Tamb m temos consci ncia de que o Guia do usu rio trar a instru o de que o uso ideal da obra exige uma consulta apresenta o do autor onde evidentemente constar a informa o a respeito da eventual ocorr ncia de mais de uma fase no pensamento de um autor e se isso acarreta verbetes poliss micos No entanto pensamos o consulente tiraria um proveito muito maior da obra se esses termos com polissemia transversal fossem colocados como exemplificamos na Figura 15 em uma nica entrada mostrando a liga o entre as diferentes acep es para um mesmo autor de determinado termo Tais termos estariam acreditamos melhor relacionados entre si e dentro da teoria do autor e consequentemente o campo da Ling fstica da Enuncia o estaria melhor espelhado no dicion rio de seus termos 156 5 5 Considera es acerca das an lises Todas as modifica es sugeridas nas an lises realizadas ao longo do cap tulo 5 tiveram como ponto de partida um olhar pelo vi s da Ling stica da Enunciag o Focamos ent o o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o buscando a sua rela o com o consulente uma vez que esse usu rio que receber o objeto terminogr fico proposto como uma fonte de refer ncia do campo Assim relevante que a vis o epistemol gica que o p blico rece
266. sua constitui o e de suas caracter sticas que s o dedicados os dois ltimos cap tulos deste trabalho Conforme consulta em junho de 2006 Cap tulo 4 O DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O Mas nomes uma vez de uso geral logo se transformam em meros sons sua etimologia enterrada como tantas maravilhas da Terra sob a poeira do h bito Salman Rushdie Os versos sat nicos 4 O DICION RIO DE LINGU STICA DA ENUNCIA O Vimos no primeiro e no segundo cap tulos desta disserta o que a Ling fstica da Enuncia o pode ser vista como um campo de estudos constitu do com caracter sticas pr prias e procedimentos espec ficos Tamb m constatamos no terceiro cap tulo que no Brasil isso n o evidente Se a causa desse desconhecimento tal qual analisado est ligada forma particular de apropria o dessa ling fstica por diferentes disciplinas a causa do reconhecimento acad mico n o poder ser outra que a produ o mais intensa e a divulga o eficiente por parte daqueles que efetivamente trabalham com a Ling fstica da Enuncia o nessa dire o que vai a realiza o do Dicion rio de Ling stica da Enuncia o que poder ser tomado como uma refer ncia da organiza o conceitual do campo pelos seus consulentes Assim dedicamos este cap tulo caracteriza o e descri o do dicion rio e o cap tulo seguinte an lise de alguns elementos que desejamos destacar O Dici
267. t um estudo enunciativo filiado 79 sem ntica argumentativa ou seja aos estudos do pr prio Ducrot Vogt aborda o que ele denomina intervalo sem ntico que se trata do intervalo entre a l ngua e a fala entre a compet ncia e a performance entre o enunciado e a enuncia o em que esses os marcadores de subjetividade habitam pondo em xeque essas dicotomias do espa o em que a linguagem atividade e nele que o homem a possui e possu do VOGT 1977 p 32 A tese de Vogt que tudo na l ngua compara o ou pelo menos muita coisa muito mais do que se pensa habitualmente DUCROT 1977 p 14 Sua evid ncia acredita Vogt s o estruturas comparativas como por exemplo Maria mais bonita que Ana ou A mais f que B VOGT 1977 p 99 em que n o h como antes da apresenta o da pr pria compara o caracterizar os termos e que ela pr pria o instrumento para a descri o da caracter stica em quest o Portanto o que Vogt procura justamente mostrar que as formas ling sticas do enunciado realizam fundamentalmente a compara o meio N o aquela em que a rela o derivada dos termos mas aquela onde ela os constitui DUCROT 1977 p 15 A seguir descreve ainda Ducrot Vogt mostra que o intervalo a rela o de compara o n o se situa entre os objetos que ele separa est no fundo deles mesmos ele os torna aquilo que s o p 16
268. t dans la langue Langages Paris n 77 p 7 19 mar 1985 ORLANDI Eni Puccinelli A linguagem e seu funcionamento as formas do discurso 4 ed Campinas Pontes 1996 Interpreta o autoria leitura e efeitos do trabalho simb lico Petr polis RJ Vozes 1996 1996a Discurso e texto formula o e circula o dos sentidos Campinas SP Pontes 2001 An lise de discurso princ pios e procedimentos 5 ed Campinas Pontes 2003 PARRET Herman Enuncia o e pragm tica Campinas UNICAMP 1988 PAVEAU Marie Anne SARFATI Georges Elia As grandes teorias da lingii stica da gram tica comparada pragm tica Tradu o Ros rio Gregolin et al S o Carlos Claraluz 2006 PAVEL Silvia NOLET Diane Manual de terminologia Dispon vel em lt http www translationbureau gc ca pwgsc internet fr publications documents preespagn pdf gt Acesso mar 2007 P CHEUX Michel 1969 An lise autom tica do discurso AAD 69 In GADET Fran oise HAK Tony Org Por uma an lise autom tica do discurso 3 ed Campinas UNICAMP 1997 p 61 161 P CHEUX Michel FUCHS Catherine 1975 A prop sito da an lise autom tica do discurso atualiza es e perspectivas In GADET Fran oise HAK Tony Org Por uma an lise autom tica do discurso 3 ed Campinas UNICAMP 1997 p 163 252 167 PINTO Joana Plaza Pragm tica In MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Orgs Introdu o lingii stica
269. te entre a for a ilocucion ria e a rea o em rela o enuncia o tem consegii ncia quanto identidade do sujeito Assim o sujeito do ato ilocut rio o sujeito falante na concep o de Bally n o se percebe uma identidade entre o sujeito da rea o comunicada e o sujeito falante Ao contr rio a dissocia o entre esses dois sujeitos fundamental para Bally Ducrot se posiciona em rela o a esses fatos dizendo que o sentido concerne enuncia o como afirma a teoria dos atos de fala mas ele admite tamb m que o sentido pode mostrar outros sujeitos diferentes do sujeito falante p 163 164 Como afirma Barbisan 2006 p 32 a no o cl ssica de argumenta o negada por Ducrot j que nela o movimento argumentativo independe da l ngua Vale ent o ressaltar que as influ ncias de uma dada teoria n o s o necessariamente tomadas sem uma reflex o a respeito Embora haja uma influ ncia da l gica na obra de Ducrot ela limitada por outras concep es que o autor busca na constitui o de sua teoria 59 da enuncia o e reivindica para si eventualmente a exclusividade A corrente pragm tica tende a identificar pura e simplesmente pragm tica ling stica e enuncia o enquanto a primeira corrente insiste na diferen a entre esses dois termos e espera distinguir se da pragm tica situa o que n o contribui para esclarecer os desafios te ricos p 119 As teorias da E
270. term dio de uma rela o dupla rela o do elemento com os outros elementos simultaneamente presentes no enunciado rela o sintagm tica rela o do elemento com outros elementos mutuamente substitu veis rela o paradigm tica p 128 A partir dessas duas opera es distingue se uma caracter stica dos n veis de an lise ling fstica as unidades de cada n vel se constituem de unidades de um n vel inferior e t m a capacidade de integrar um n vel superior Entretanto h dois n veis especiais n veis limite chamados por Benveniste de merism tico e categorem tico O n vel merism tico tem por unidades os merismas que s o os tra os distintivos dos fonemas como por exemplo a dentalidade e a labialidade Essas unidades podem apenas integrar um n vel superior mas n o podem ser segmentadas e portanto n o s o constitu das de unidades menores j que s o elas mesmas as m nimas unidades poss veis de serem segmentadas Diz Benveniste que pelo fato de n o serem segment veis os tra os distintivos n o podem constituir classes sintagm ticas mas pelo fato de serem substitu veis constituem classes paradigm ticas p 129 126 O n vel categorem tico por seu turno o n vel da frase A frase o extremo oposto do merisma j que pode ser decomposta em unidades menores que s o seus constituintes mas n o pode ela mesma integrar um n vel superior A frase assim elemento constituti
271. thier Revuz Chama a aten o na revista Alfa o volume 48 2 tamb m de 2004 que tem como tema Enuncia o e figuratividade No entanto n o h textos estritamente da rea Afirma Renata Coelho na apresenta o do volume que a maior parte dos artigos situam se no quadro te rico da semi tica p 5 Tratam se efetivamente de artigos dedicados Semi tica Cabe ressaltar que a semi tica greimasiana est de fato ligada Enuncia o 0 que se evidencia pela presen a de Greimas no Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o mas a Semi tica n o a Enuncia o o que n o fica claro a partir da forma como foi elaborada a revista Ainda no que tange quest o dos peri dicos h a ReVEL Revista Virtual de Estudos da Linguagem publica o acess vel apenas atrav s da Internet que visa divulga o do conhecimento cient fico acerca dos estudos ling fsticos especialmente do Brasil ReVEL A ReVEL tem periodicidade semestral e a cada edi o aborda um tema diferente uma rea espec fica dos estudos ling fsticos Em atua o desde 2003 est em sua nona edi o No seu primeiro n mero v l n l ago 2003 que seria dedicado Ling stica BENVENISTE mile Problemas de ling sticas general 6 ed M xico Siglo Veintiuno Editores 1970 3 Sobre esse assunto ver Fiorin 2006 74 Textual aparece o texto Os d iticos e a enuncia o de Sandra Beatriz Koell
272. titu do pelas obras relacionadas Ling stica da Enuncia o dos seguintes autores 1 Antoine Culioli 2 Catherine Fuchs 3 Catherine Kerbrat Orecchioni 4 Charles Bally 5 Claude Hag ge 6 mile Benveniste 7 Fran ois Flahault 8 Fran ois R canati 9 Algirdas Julien Greimas 10 Jaqueline Authier Revuz 11 Michel Br al 12 Mikhail Bakhtin 74 A partir das reuni es de planejamento do Dicion rio de Ling stica da Enuncia o ficou determinado que a sele o das obras de cada autor abordado na obra ficaria a cargo das equipes Esse corpus organizado para a identifica o dos termos foi constitu do por textos e obras completas de cada um dos te ricos N o houve digitaliza o desse material bibliogr fico utilizado como fonte tampouco foi empreendido qualquer tratamento estat stico lexical Registramos a exce o para alguns textos de Benveniste tratados estatisticamente inclusive com um contraponto de textos originais em franc s com suas tradu es SILVA 2007 15 Lembramos que nem todos os autores que constam do dicion rio t m seus estudos ligados exclusivamente Ling fstica da Enuncia o Assim os coordenadores dos diferentes autores selecionaram obras que se ligassem ao campo Esses textos n o s o necessariamente em portugu s Em alguns casos s o utilizadas tradu es em outros originais e ainda h casos em que s o utilizados textos originais em paralelo a traduzidos Apenas como exemplo po
273. toma se por este modo de considerar o sujeito o psicologismo que Saussure evitou de forma decisiva Trata se de um sujeito consciente de suas inten es capaz de comunic las a algu m A linguagem aqui aparece como instrumento para o locutor comunicar a algu m as suas inten es ou se se quiser instrumento para algu m expressar para outrem as suas inten es GUIMAR ES 1995 p 31 Ainda mais adiante no mesmo texto Guimar es complementa Este campo que caracterizo como o da pragm tica e que desde j distingo dos estudos da enuncia o procura repor na significa o a quest o do sujeito E ele aparece na concep o intencionalista como um sujeito psicol gico A quest o do sujeito n o tratada neste caso como quest o ling fstica da mesma forma que a situa o n o uma categoria de natureza ling fstica p 33 34 S o diferentes vis es de linguagem que a entram em jogo uma vis o de linguagem como instrumento para a o e outra como constitutiva do pr prio sujeito Consegiientemente conv m diferenciar os estudos que s o pragm tico enunciativos daqueles puramente pragm ticos que analisam sujeito emp ricos Assim embora concordemos com Fuchs com rela o ao fato de os estudos de Ducrot pertencerem efetivamente Enuncia o discordamos quanto cr tica separa o entre Enuncia o e Pragm tica medida que a Pragm tica da qual falamos quando a separamos da Ling
274. tradi es nos manuais de Terminologia que consultamos Ainda que a rea se valha do crit rio onomasiol gico a discuss o polissemia versus homon mia est presente Como fazemos nesta disserta o uma interface entre duas reas queremos apontar para alguns aspectos com a rela o homon mia e polissemia no que diz respeito Ling stica da Enuncia o mesmo que tal quest o n o seja fundamental para a Terminologia e para a an lise que propomos em 5 4 3 5 4 2 A homon mia a polissemia e a Lingii stica da Enuncia o Em rela o Ling fstica da Enuncia o necess rio um par ntese para tratar de alguns aspectos te ricos sobre homon mia e polissemia Benveniste defende que h dois n veis distintos na linguagem o semi tico e o sem ntico ainda que eles sejam insepar veis na pr tica A separa o apenas pode ser feita para an lises ling fsticas O semi tico o n vel do sistema da l ngua o n vel dos signos Nele 149 s tem valor o que existe para o falante ou seja embora esse seja o n vel do sistema e n o o do uso o uso o crit rio de valida o de suas unidades o que por si j mostra o engendramento dos dois n veis O sem ntico por sua vez consiste no n vel do uso cujas 2 unidades s o as palavras Para que as unidades se tornem palavras necess rio que um sujeito se aproprie de um signo cujo valor geral e amplo atribuindo lhe refer ncia e
275. trar a t tulo de exemplifica o como os termos poderiam ser explicitados na apresenta o da obra 112 Authier Revuz akhtin Benveniste Bally 1 atualiza o apropria o auton mia conota o auton mica Denega o dialogismo 1 acento e valor l atualizag o discurso citado 2 alteridade 2 conceito real 3 atitude responsiva ativa 3 conceito virtual 4 atividade 4 dictum S ato 5 efeitos naturais 6 autor 6 efeitos por evoca o 7 bivocaliza o 7 enuncia o 8 carnavaliza o 8 estil stica 9 cronotopo 9 estil stica externa 10 construg o composicional 10 expressividade 2 3 4 agenciamento 5 aqui e agora efeito sujeito 6 correlac o de personalidade enunciag o 7 fio do discurso 8 glosa 9 0 heterogeneidade constitutiva 1 correla o de subjetividade co refer ncia compreens o 0 delocutividade 1 2 gt 4 5 6 7 8 9 1 FIGURA 4 Listagem dos autores comunica o termos para o usu rio Se analis ssemos item por item da estrutura do dicion rio ver amos em cada um deles uma raz o de exist ncia na dire o do consulente e de sua rela o com o campo que o dicion rio se prop e a mostrar Com esse olhar em busca de uma adequa o da obra para o consulente fazemos as an lises do cap tulo seguinte Entretanto n o h como abarcar todas as possibilidades de estudo necess ria uma sele o 4 4 Dos itens do dicion rio se
276. u por caracter sticas pr prias de similaridade com outras disciplinas em especial com a Ling fstica da Enuncia o perdendo em alguma medida a nitidez de suas fronteiras A declara o de Rajagopalan corrobora o que vamos caracterizar aqui com rela o abordagem da Pragm tica em determinados casos No primeiro dos dois volumes do livro Introdu o lingii stica organizado por Jos Luiz Fiorin no texto do pr prio autor intitulado A linguagem em uso Fiorin 2003a p 166 afirma que a Pragm tica disciplina iniciada por fil sofos da linguagem em especial Austin e Grice tem como caracter stica o fato de que a fala considerada como um ato do homem que comunica mais do que aquilo que se significa num enunciado pois quando se fala comunicam se tamb m conte dos impl citos Contudo na p gina seguinte o autor explicita uma classifica o de Moeschler segundo a qual haveria tr s dom nios que exigiriam uma dimens o pragm tica de estudos sendo o primeiro deles a enuncia o Nesse ponto n o h refer ncia direta aos estudos enunciativos podendo se considerar que o enunciado de que fala a Pragm tica n o o mesmo das teorias da Enuncia o No entanto o segundo volume da mesma obra traz o cap tulo Pragm tica tamb m de Fiorin Ali o autor j na introdu o afirma N o dizemos que diferentes linhas n o podem adotar termos que t m no es diversas em reas distintas
277. ua e a fala p 42 Afirma Fiorin que Embora desde a Antiguidade a tradi o gramatical reconhecesse que alguns elementos ling fsticos possuem uma situa o espec fica de comunica o e alguns ling istas como Bally tivessem a preocupa o de recorrer ao sujeito e situa o de enuncia o na an lise ling stica foi s depois das reflex es de Benveniste e Jakobson que o dom nio da enuncia o se ampliou e que se reconheceu a centralidade dessa categoria na constitui o do discurso Percebe se ent o que a enuncia o pode ser tratada como sistema isto que sob a diversidade infinita dos atos particulares de enuncia o opera sempre o esquema geral que permanece invariante A partir da um novo objeto constitui se para a Ling fstica o uso ling fstico FIORIN 1999 p 30 Em Sem ntica estrutural o discurso fundador Fiorin aponta elementos a partir dos quais poss vel afirmar que um determinado discurso fundador em uma ci ncia Vejamos pois quais os tra os do discurso fundador na ci ncia a funciona como refer ncia b sica para a elabora o te rica e para a compreens o de um dado dom nio da realidade fundando assim discursos ou antes uma discursividade b estabelece uma identidade te rica para um dado grupo de pesquisadores dando a eles o sentimento de perten a a um projeto de 2 Seu Problemas de ling stica geral I uma compila o de 28 artigos datados entre 19
278. ualquer objeto deve ter por especificidade assumir um ponto de vista como j foi devidamente abordado no cap tulo 2 81 No texto em que Fiorin faz uma ampla descri o das categorias citadas percebemos as filia es do autor Afirma ele que os actantes os tempos e os espa os ling sticos stricto sensu n o refletem as pessoas reais nem o tempo f sico nem o espa o geom trico mas s o criados na e pela enuncia o FIORIN 1999 p 301 Para Fiorin passa se do sistema ao discurso Com a enuncia o ou seja temporalizando espacializando e actorializando a linguagem p 14 A sua vis o de discurso se evidencia na seguinte passagem em que l Greimas e Court s O discurso n o uma grande frase nem um aglomerado de frases mas um todo de significa o Nesse sentido a frase deve ser entendida como um segmento de discurso o que n o exclui evidentemente que o discurso possa ter em certos casos a dimens o de uma frase Considerado como 2 totalidade o discurso constitu do pela enuncia o Ser ent o definido como um processo semi tico e por conseguinte englobar os fatos rela es unidades opera es etc situados no eixo sintagm tico da linguagem p 30 Outra obra relevante que queremos registrar A prop sito da no o de d ixis de Michel Lahud tradu o para o portugu s de seu trabalho de mestrado apresentado em 1973 na Universit de Provence Aix Fran a N
279. ue l objet de la linguistique est l activit de langage elle m me d finie comme op rations de repr sentation de r f renciation et de r gulation d un autre c t je dis que cette activit nous ne pouvons l appr hender afin d en tudier le fonctionnement qu travers des configurations sp cifiques des agencements dans une langue donn e L activit de langage renvoie une activit de production et de reconnaissance de formes or ces formes ne peuvent pas tre 42 43 44 45 46 47 48 176 tudi es ind pendamment des textes et les textes ne peuvent pas tre ind pendants des langues CULIOLI 1990 p 14 p 57 58 Au total le domaine de ce que l on s appelle nonciation couvre un ensemble tr s vaste et assez h t rog ne de faits et de pr occupations On remarquera d une part que l int r t port l nonciation ne date pas d aujord hui on le retrouve depuis l Antiquit dans le travaux de rh torique et dans r flexions logico grammaticales sur la deixis ou les modalit s et d autre part que les courants nonciatifs contemporains se subdivisent en deux grands groupes Le point commun tous les points de vue est qu ils aboutissent tous une critique d une conception purement instrumentale du langage m me si sa fonction de communication est reconnue comme centrale Cette critique d une conception m caniste
280. um locutor se expressa por meio da linguagem expondo suas id ias e sua subjetividade Segundo Bally toda enuncia o do pensamento pela l ngua condicionada l gica psicol gica e ling isticamente em propor es vari veis A teoria geral da enuncia o foi apresentada em um segundo momento da reflex o de Charles Bally em seu ltimo livro Ling stica geral e ling stica francesa Ela a evolu o do estudo que o autor denominava inicialmente como estil stica Fonte da nota BAL51 BAL6S Leitura recomendada CHI85 DUR98 MEDSS Termos relacionados frase FIGURA 3 Modelo de verbete no dicion rio 109 A elabora o dos dicion rios terminogr ficos como percebemos n o simples j que devem refletir um determinado campo em rela o a um grupo espec fico de usu rios Afirmam Krieger e Finatto 2004 que A Terminografia atividade eminentemente de aplica o que tem princ pios e m todos pr prios Al m de um fazer entretanto h todo um corpo de estudos te ricos subjacentes que buscam a concep o de instrumentos para ordena o e representa o de sistemas de informa o p 133 Al m dos estudos te ricos h o comit de n mero 37 da International Standardization Organization a ISO que elabora as normas que regulam os processos de execu o O Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o por exemplo procura seguir as normas ISO de n meros 860 Terminology work harmon
281. uma aten o ao sujeito que se faz no Estruturalismo no o de sujeito das teorias da Enuncia o em geral e em especial teoria de Emile Benveniste Isso decorre de uma forma peculiar de leitura da obra do autor que feita pela AD tal qual trazida para o Brasil Como resultado feita a ressalva obra de Benveniste mais especificamente a cr tica feita concep o de sujeito Fazendo uma interpreta o de Benveniste Orlandi afirma que Observando a distin o feita pelo autor entre o semi tico que deve ser reconhecido e o sem ntico que deve ser compreendido vemos que a enuncia o processo mediador do sem ntico se define como um processo de apropria o enquanto realiza o individual o locutor no exerc cio do discurso que se apropria das formas que a linguagem prop e e s quais ele se refere a sua pessoa definindo se a si mesmo como eu e ao parceiro como tu Nessa perspectiva o processo do eu sem ntico hist rico enquanto o tu permanece no n vel semi tico 84 Assim o interlocutor enquanto tal possibilidade estabelecida pelo semi tico e quando se faz sem ntico se faz locutor s nesse sentido que vemos um contato entre o semi tico e o sem ntico mas que n o se faz como passagem e dissim trico Nesse sentido o quadro figurativo da enuncia o as duas figuras em posi o de participantes que s o alternativamente protagonistas da enunc
282. uncia o composta pelos seguintes constituintes 1 Termo 2 Outras denomina es 3 Tipo de termo 4 Ocorre tamb m em 5 Defini o 6 Fonte da defini o 7 Nota explicativa 8 Fonte da nota 9 Leituras recomendadas 10 Termos relacionados 11 Equivalente FR em franc s 12 Fonte do equivalente FR 13 Equivalente EN em ingl s 14 Fonte do equivalente EN 15 Respons vel pela coleta 16 C digo de confiabilidade 17 Revisado por data 104 18 Consultor autor colaborador 19 Coment rio interno 4 3 Especifica es necess rias sobre a estrutura do dicion rio Listados os elementos do dicion rio necess rio que expliquemos de maneira sucinta alguns desses itens a fim de que compreendamos melhor a fun o de cada um deles Inicialmente falaremos da macroestrutura seguida da microestrutura do Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o Por ltimo faremos algumas considera es acerca do usu rio Queremos ressaltar que n o abordaremos aqui tr s constituintes da macroestrutura a lista alfab tica de termos a sele o de autores e a rvore de dom nio uma vez que ser o pontualmente explorados no pr ximo cap tulo 4 3 1 Sobre a macroestrutura do dicion rio A quest o da elabora o de uma obra como um dicion rio de uma determinada rea embora possa parecer primeira vista um processo simples demanda como vemos um grande esfor o e uma organiza o adequada e constante p
283. ursores do campo com uma influ ncia de import ncia decrescente a ret rica aristot lica a gram tica e a l gica A ret rica distinta da po tica consistia em Traduzimos todas as cita es que n o estavam em l ngua portuguesa As cita es originais se encontram no Anexo 1 17 um conjunto de receitas dirigindo se para um sujeito concebido como agente produtor criador de discurso e visando permitir lhe persuadir convencer seu audit rio As receitas da produ o de tais discursos s o por conseguinte diversificadas segundo os sujeitos e as situa es de produ o FUCHS 1985 p 111 112 Considerando que a ret rica atentava para fatores como a imagem que o orador pretendia dar de si mesmo o tipo de argumentos em fun o da situa o o encadeamento de seu discurso em rela o ao discurso do opositor podemos afirmar que de fato essa ret rica se sustenta enquanto princ pio na considera o daquilo que chamamos hoje a situa o de enuncia o p 112 Fuchs ainda ressalta que Arist teles dividia o discurso em tr s elementos aquele que fala o assunto sobre o qual se fala e aquele para quem se fala A gram tica viria a afirmar Saussure era uma rea que visava unicamente a formular regras para distinguir as formas corretas das incorretas SAUSSURE 1916 p 7 Para Fuchs contudo ela poderia ser considerada precursora dos estudos enunciativos porque apesar de estar
284. us o Fonte da defini o Cf DUC88a EDUOG Nota explicativa O enunciado 2 est definido conforme a fase inicial da Teoria da Argumenta o na L ngua Nesse quadro te rico o enunciado constitui uma unidade argumentativa formada por dois segmentos No enunciado O tempo est quente vamos praia o primeiro segmento o argumento e o segundo a conclus o Fonte da nota Cf DUC88a EDU06 Termos relacionados argumento conclus o Teoria da Argumenta o na L ngua 3 Ss mM Defini o unidade argumentativa de sentido constitu da por segmentos argumentos com um princ pio argumentativo intermedi rio que possibilita a passagem para segmentos conclus es Fonte da defini o Cf ANS95 EDUOG Nota explicativa O enunciado 3 est definido com base na Teoria dos Topoi em que o sentido do enunciado depende de um princ pio argumentativo utilizado para p r em rela o argumento e conclus o Como exemplo podemos citar o enunciado o tempo est quente mas estou cansada produzido em um contexto de recusa a um convite de ida praia Nesse caso o primeiro segmento o tempo est quente produz a conclus o impl cita vamos praia n o assumida pelo locutor que ao apresentar o segundo segmento estou cansada encaminha e assume a conclus o contr ria n o vamos praia Esse trajeto de sentido entre os segmentos argumentos e seus respectivos segmentos conclus es ocorre devido ao princ p
285. uturalismo norte americano ver Ducrot e Todorov 1972 p 41 45 4 Falamos aqui dos estudos derivados da obra de Louis Hjelmslev a quem se deve o termo estrutura Como diz Benveniste Chamou se a Saussure com raz o precursor do estruturalismo moderno Ele o seguramente exceto num ponto Saussure jamais empregou em qualquer sentido a palavra estrutura Aos seus olhos a no o essencial a de sistema BENVENISTE 1995 p 98 124 Para nos limitarmos ao emprego que geralmente se faz da palavra estrutura na lingi stica europ ia de l ngua francesa sublinharemos alguns tra os suscept veis de constituir uma defini o m nima O princ pio fundamental que a l ngua constitui um sistema do qual todas as partes s o unidas por uma rela o de solidariedade e depend ncia Esse sistema organiza unidades que s o os signos articulados que se diferenciam e se delimitam mutuamente BENVENISTE 1995 p 104 Para pesquisadores estruturalistas apenas o estudo da l ngua como ditado por Saussure no CLG pode ser efetivamente realizado e quando se parte para a fala perde se o car ter cient fico dos estudos Percebemos assim que a diferen a fundamental entre o Estruturalismo e a Enuncia o se encontra na quest o da quebra da dicotomia l ngua fala que abordamos em 2 2 Na leitura que fazem os te ricos da Enuncia o ao estudar o uso a partir da no o de representa o do sujeito e do mundo n o se s
286. valiar os desdobramentos da Ling fstica da Enuncia o quanto a aspectos te ricos e metodol gicos c propor interfaces da Ling fstica da Enuncia o com outras reas do estudo da linguagem d estudar as rela es entre a Ling fstica da Enuncia o e outras reas do conhecimento FLORES BARBISAN TEIXEIRA 2004 p 7 8 56 NGN N o tivemos acesso aos n meros 1 e 3 do segundo volume 57 Rar Sobre essa obra falaremos mais adiante em 3 1 2 58 i a A revista segue duas numera es A numera o referida aqui a de capa T11 Esses objetivos foram atendidos pelas comunica es que ficaram registradas na publica o Os temas dos artigos visitam a epistemologia e a metodologia da Ling stica da Enuncia o al m da Teoria da Enuncia o benvenistiana em si e de suas rela o com outras reas do conhecimento A rela o com a Terminologia por exemplo abordada em Terminologia e ling stica de corpus da perspectiva enunciativa aos novos enfoques do texto t cnico cient fico texto de Maria Jos Bocorny Finatto Os autores que t m artigos nesse n mero da Letras de Hoje s o na ordem de apari o do sum rio Valdir do Nascimento Flores Leci Borges Barbisan Marlene Teixeira Maria Eduarda Giering Elis ngela Rosa do Santos Jo o Fernando de Moraes Trois Juciane dos Santos Cavalheiro Karina Giacomelli Luiza Milano Surreaux Magali Lopes Endruweit a j citada Finatto Myrian
287. vidad y la expressividad Pero como es necessario hacerse comprender la inteligencia es la que sirve a este fin BALLY 1967 p 31 p 24 Al contacto con la vida real las ideas en apariencia objetivas se impregnan de afectividad El habla individual intenta sin cesar traducir la subjetividad del pensamiento y luego sucede que el uso comunal consagra esos giros expresivos He ah por qu el sistema de una lengua es una tela de Pen lope que se teje y desteje sin cesar porque la inteligencia y la sensibilidad trabajan en ella simult neamente pero no de la misma manera p 24 173 21 p 24 Para m la tarea y misi n de la estil stica consiste en buscar cuales son los tipos expresivos que en un per odo dado sirven para traducir los movimientos del pensamiento y del sentimiento del hablante y en estudiar los efectos producidos espont neamente en los oyentes por el empleo de esos tipos p 90 22 p 25 Lo que el sujeto sorprende en si mismo en cada sondeo es la sucesi n ininterrumpida de sus estados de conciencia representaciones ideas y emociones la vida de su esp ritu en su movilidad las manifestaciones diversas de su temperamento Esta introspecci n enteramente espont nea rara vez permite al sujeto objetivarse el sujeto no se ve a si mismo como lo ver a otro Y a la inversa lo que los otros perciben de uno son las manifestaciones exteriores de nuestro ser o m s bien no ven m s que los resultados y los s m
288. vo do maior n vel n o h outro acima do categorem tico 2 E necess rio entretanto explicitar o porqu de o categorem tico e de o merism tico serem de fato n veis limite O que impede um tra o distintivo de ser segmentado E o que faz com que uma frase n o possa integrar um n vel superior A resposta a ambas as perguntas a mesma trata se da quest o do sentido o sentido que define uma unidade n o importa em que n vel de an lise ela se encontre Esta a raz o de haver n veis limite s h diferentes n veis enquanto houver sentido Afirma Benveniste que o sentido de fato a condi o fundamental que todas as unidades de todos os n veis devem preencher para obter status ling stico p 130 N o h assim forma sem sentido nem sentido sem forma Forma e sentido devem definir se um pelo outro e devem articular se junto em toda a extens o da l ngua p 135 Precisemos mais esse caractere Sustenta Benveniste que A forma de uma unidade lingii stica define se como a sua capacidade de dissociar se em constituintes de n vel inferior O sentido de uma unidade ling fstica define se como a sua capacidade de integrar um n vel superior Forma e sentido aparecem assim como propriedades conjuntas dadas necess ria e simultaneamente insepar veis no funcionamento da l ngua As suas rela es m tuas revelam se na estrutura dos n veis ling fsticos percorridos pelas opera es descendent
289. vore C Figura 8 a primeira dessa s rie os autores que constituem a rea s o explicitados Autores que constituem a Ling stica da Enuncia o Ducrot Greimas R canati Bally Fuchs Orecchioni Jakobson Benveniste Authier Revuz LING STICA DA ENUNCIA O Br al Charaudeau Culioli Hag ge Flahaut Bakhtin FIGURA 8 rvore de dom nio C J na rvore D Figura 9 vemos elementos a mais os demais campos a que se ligam esses te ricos Vale destacar que a inten o era mostrar que os autores que formam a Ling stica da Enuncia o n o necessariamente trabalham apenas com ela A falha da representa o est no fato de que os campos ligados aos te ricos que s o exteriores LE parecem pela figura ser tamb m constitutivos dela Lembramos que o perfil de consulente que o Dicion rio de Ling stica da Enuncia o visa a atingir o aluno de final do curso de gradua o ao in cio do mestrado de Letras 136 Vincula es t ricas do autores que constituem a Ling stica da Enunciac o Ling stica diacr nica o Estudos em Comunica o Ducrot Greimas R canatil Bally Fuchs ss Jakobson Orecchioni_ Psican lise Lacan Ling stica diacr nica Benveniste Authier Revuz LING STICA DA ENUNCIA O Maingueneau Filosofia da linguagem Bakhtin Br al Charaudeau Culioli Hag ge Flahaut Bakhtin Estudos liter rios Filoso
290. xto o termin logo essencial pois para produzir uma obra de qualidade que seja realmente til ao usu rio preciso adotar metodologias de pesquisa e de trabalho que sejam coerentes preciso enfim refletir sobre a natureza do trabalho e buscar apoio e embasamento para as decis es que se tomem p 127 O termin logo portanto essencial como um elo entre o conhecedor de um campo e o p blico para o qual a obra servir como refer ncia nessa dire o que vai a participa o da professora Maria Jos Bocorny Finatto como coordenadora t cnica na elabora o do Dicion rio de Ling stica da Enuncia o Ou seja tal dicion rio pensado dentro das perspectivas que segue com um foco voltado s necessidades do usu rio e rela o de termos com seus textos fonte tanto no que diz respeito Ling fstica da Enuncia o objeto do dicion rio quanto no que concerne s bases te rico metodol gicas para sua concretiza o Isso que demanda necessariamente a figura de um termin logo para mediar a rela o dos ling istas da enuncia o que conhecedores das teorias elaboram os verbetes com o seu p blico alvo estudantes de gradua o e p s gradua o do curso de Letras 2 70 Outra atividade ligada Terminologia a tradu o mas trata se de uma correla o secund ria isto os estudos termin logos acabam por ajudar pensar os problemas que acarreta a tradu o 99 A te
291. z a autora O foco de an lise da teoria de Ducrot pois a argumenta o ou seja as marcas que o locutor produtor do enunciado coloca em seu discurso Essas marcas se apresentam tanto explicitamente do ponto de vista da rela o entre locutor e interlocutor portanto tanto entre sujeitos da enuncia o quanto entre o locutor e outros sujeitos os enunciadores que em diferentes n veis de implicita o dialogam com o locutor postulando a n o unicidade de sujeitos do enunciado Ent o as rela es no discurso como prop e essa 39 teoria se estabelecem n o apenas entre palavras ou frases mas igualmente entre discursos A enuncia o definida por Ducrot como o surgimento do enunciado tornando se este o objeto de suas an lises sem contudo se desvincular em nenhum momento de sua perspectiva enunciativa BARBISAN 2006 p 33 Conduzindo assim suas reflex es sempre buscando aprimorar sua teoria os estudos de Ducrot j apresentam quatro fases distintas S o elas a teoria cl ssica da argumenta o a teoria da argumenta o na l ngua a teoria dos topoi argumentativos e a nova teoria da argumenta o na l ngua FLORES TEIXEIRA 2005 p 64 Na d cada de 1980 chega ao quadro enunciativo outra presen a de peso Jacqueline Authier Revuz A autora que se declara neo estruturalista j que parte da no o saussuriana de l ngua leva para sua teoria o que ela chama de dois exteriores o dialogismo
292. zados at aqui isto no sentido de nomenclatura sob um certo ponto de vista O sintagma no sentido que utilizado no corpo desta disserta o tamb m est sobre uma fronteira somente tem fundamento para nomear o campo de uma forma muito espec fica em termos de reconhecimento Em outros contextos tal sintagma apenas pode ser 144 usado para denominar teorias isoladas como constatamos no item precedente que tratou da rvore de dom nio Enfim os diversos autores com suas teorias e estudos colaboram diferentemente para a exist ncia do campo Todos esses fatos entretanto n o descaracterizam o Dicion rio de Lingii stica da Enuncia o j que o que se faz nessa obra uma reuni o de elementos e teorias que fa am uma reflex o em torno da enuncia o sendo nesse sentido constitutivas do campo Portanto se o campo Ling stica da Enuncia o composto heterogeneamente a partir de teorias dispersas de abordagens diferenciadas a unidade da rea n o fica prejudicada com a forma de apresenta o por autores mas ao contr rio tem suas caracter sticas singulares ainda mais expostas Nesse sentido seria natural a apresenta o por ordem de autores Pensamos que a forma como os te ricos s o tratados no dicion rio homogene za de alguma maneira as teorias enunciativas colocando as todas em um mesmo patamar e eliminando a possibilidade de o consulente de fato analisar e julgar a pertin ncia de cada

Lia Emilia Cremonese

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