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A poética do site specific: - Repositório da Universidade de Lisboa

1. om Draped Reclining Figure 1952 1953 bronze Working Model for Locking Piece 1962 edi o 3 comprimento 157 5cm Henry Moore bronze edi o 9 Altura 106 5cm Henry Moore Foundation Foundation z3 4 Working Model for Sheep Piece 1971 bronze Oval with Points 1968 1970 bronze edi o 6 edi o 9 comprimento 142cm Henry Moore altura 320cm Henry Moore Foundation Foundation A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 133 ILYA KABAKOV np lts que giit T jakhan k 4 j i Rienda Room Eput Racens pais e ou 8 PANTEG ajaan sins queuso pantinga a 7 D mai nia 46 e Steek ajek 4 Fount Pemos tapyte s lim Patiog oF E prnmenas me antu Lij White Laine 7 idite pasmo al Life and Creativity of Charles Rosenthal August 7 Sat to November 3 Wed 1999 ne ds The Man Who Flew Into His Picture 1981 88 The Man Who Flew Into Space From His Apartment 1968 1996 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121134 4 4 1 4 2 Cen rio para a pera de Saint Francois d Assise 2002 estudos e maquetas A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121135 JOSEPH CORNELL mE M RA Untitled The Hotel Eden 1945 15 1 8 x 15 3 4 x
2. Propostas para pe as em mosaico carv o e marcador sobre papel dimens es vari veis planifica o das pe as vistas de cima 11 13 Maquetas com o ensaio da implementa o das pe as escala 1 50 com refer ncia escala humana 14 17 Sele o da proposta estruturada com a matriz de organiza o para planifica o das tesselas ordem e cor 18 59 Azulejos cedidos pela F brica de Cer mica de Bicesse Cascais azulejos aplicados e selecionados para a constru o da pe a em mosaico 60 Desenho da pe a escala 1 5 marcador sobre papel 90 x 90 x 200cm 61 e 62 Suporte em madeira para constru o da pela escala 1 5 mdf segmentado em 5 partes desenhado com marcador 90 x 90 x 200cm 63 e 64 Pormenor da constru o do mosaico 1 fase corte das tesselas fotografia no ateli 65 67 Pormenor da constru o do mosaico 1 fase corte das tesselas fotografia com luz natural 68 71 Work in progress colagem da pe a no ateli imagem 66 mostra a pe a finalizada escala 1 50 em propor o no o referencia humana 72 Pe a finalizada refer ncia com a nossa escala humana aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor 90 x 90 x 200cm 73 e 74 Registo fotogr fico do local de implementa o Forte de Cidadela Cascais vista da entrada Car cter independente e aut nomo A po
3. A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121201 CORNELL Joseph Consultado em 29 07 2001 http en wikipedia org wiki Joseph Cornell CORNELL Joseph Consultado em 29 07 2001 htto www npr org CORNELL Joseph Hollis taggart galleries Consultado em 29 07 2001 http w ww hollistaggart com CORNELL Joseph Consultado em 29 07 2001 http www aaa se edu collections joseph cornell CORTEZ Teresa Biografia consultada em 02 09 2012 dispon vel em http www atelierteresacortez com COSTA Maria Helo sa Fenel n e outros Arte Amazonas uma contribui o art stica para a Conferencia das Na es Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento Rio 92 Goethe Institut Bras lia 1992 DEUTSCHE Rosalyn Evictions art and spatial Politics Cambridge Mass London MIT Press 1996 DEUTSCHE Rosalyn Espa o p blico do urbano ao pol tico consultado em http books google pt books id 1g7BA AOQXCcC amp pg PA265 amp dq 22Deuts che Rosalyn 22 amp e1 uOYTfT7yCLIzsyQSnta3HAw amp chl pt PT amp cd 2Hv onepage amp q 22Deutsche 2C 20Rosalyn 22 amp 1f false em 25 01 2012 DEUTSCH Rosalind A arte de ser testemunha na esfera p blica dos tempos de guerra REVISTA CONCINNITAS VIRTUAL Ano 2011 Vol 2 N 17 Dezembro 2010 consultado em http www concinnitas uer br resumos15 deutsche pdf em 25 01 2012 DEUTSCHE R
4. Carlos VIDAL Do esquecimento nega o sete notas dispersas sobre a obra de Richard Long Arte amp Leil es 5 23 Lisboa Dezembro Janeiro 1994 pag 28 tradu o pr pria My work is real not illusory or conceptual It is about real stones real time real actions I use the world as I find it IDEM 1994 p g 32 IDEM p g 31 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 17 que o leva a encontrar esta no o de lugar e n o lugar e a partir da sua particular perspetiva que tem vindo a desenvolver sobre a ideia de que o espa o lugar territ rio que exerce poder sobre n s enquanto sujeito criativo ativo ou observador participante e n o n s enquanto eu sobre ele Richard Long op e se ao Earthwork afirmando passear se pelos Himalaias tocar ligeiramente a terra e o compromisso f sico pessoal torna se muito maior que aquele de um artista que projeta uma imensa terraplanagem empregando bulldozers para a levar a cabo Admiro muito mais o espirito do ndio americano que o do seu contempor neo artista de paisagem Toda a recolha que Richard Long faz ao longo do seu trabalho visa o prop sito de que todas essas formas fotografia mapeamento texto desenho enquanto registo imediato s o fontes de alimenta o para a imagina o que por sua vez o motor que produz e concretiza mentalmente o lugar de conforto onde nos
5. contempla a arte de interven o participa o e do neoconcreto no Brasil o n o objeto tratado mais frente nesta pesquisa enquanto em Paris desenvolveu um per odo acad mico e de explora o sensorial com alunos desta disciplina 120 Grupo Frente movimento art stico na vertente brasileira que surge em 1954 Partilhando as mesmas premissas do construtivo das artes pl sticas convida ao rompimento de estruturas e metodologias acad micas tradicionais e procurando questionar a arte enquanto resolu o pl stica conceito e pensamento 121 Neoconcretismo movimento art stico que surge no Brasil 1959 em rea o tend ncia ortodoxa Estes artistas procuravam uma noa leitura e abordagem pl stica e conceptual a partir da ideia de que arte n o um mero objeto capaz de sentir expressar subjetivo e poder ira al m da sua geometriza o Assumem por isso e tamb m o espectador como um elemento importante e fator determinantes nas novas propostas que a toca e manipula as obras tornando se parte delas 22 H lio Oiticica 1937 1980 Artista brasileiro que se evidenciou pela pintura escultura e performance Considerado um dos mais revolucion rios da sua poca este artista desenvolve um percurso experimental colaborou com o Grupo Frente e ajudou tamb m a fundar o Grupo Neoconcreto 1959 Os anos 60 s o marcados pelo abandono dos trabalhos bidimensionais quando passa a trabalhar em torno de pe as tri
6. http www inhotim org br index php arte obra view 129 26 07 2012 2 sem t tulo 2008 Inhotim Centro de Arte Contempor nea http www adrianavarejao net pictures 01 09 2012 3 e 3 1 Azulej0es Cacho amp Arabesco Dormindo 2005 110 x 110cm http www christies com lotfinder paintings adriana A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121216 varej ao azulej0oes cacho arabesco dormindo 5335345 details aspx pos 49 amp intOb ectlD 5335345 amp sid intOb ectID 5335345 01 09 2012 3 3 e 3 4 Celacanto Provoca Maremoto 2004 galeria http www inhotim org br arte artista view 91 01 09 2012 4 e 4 1 Celacanto Provoca Maremoto 2004 galeria http www inhotim org br arte artista view 91 01 09 2012 4 2 e 4 3 Celacanto Provoca Maremoto 2004 galeria http www inhotim org br arte artista view 91 01 09 2012 CILDO MEIRELES 1 Eureka Blindhotland 1970 1975 http www emptykingdom com main featured cildo meireles 2 Miss o Miss es Como Construir Catedrais 1987 http www emptykingdom com main featured cildo meireles 3 Desvio para o Vermelho 1967 1984 trabalhos instalados no Museu do Inhotim Belo Horizonte http www emptykingdom com main featured cildo meireles DENNIS OPPENHEIM 1 e 1 1 Device to Root Out Evil 1997 20 Hx 10 W x 12 D Galvanized steel perfo
7. o do lugar e reflexo do mesmo onde se insere Tamb m a partir do ensaio de Henrique de Melo a arte cer mica pode ser vista como uma express o menor no sentido em que concebida e pensada para ser incorporada a t tulo exclusivamente ornamental na arquitetura Surge a vontade de mostrar que esta tecnologia do mosaico pode ser vista como uma forma de valoriza o do espa o e apropria o do lugar n o s na arquitetura mas tamb m como um meio expressivo e forte potencial pl stico Ele pode reverter a favor de um pensamento criativo e atrav s dele se pode proporcionar espa os encenados para usufruto est tico do espectador As ideias chave que est o subjacentes a estes ensaios s o apresentadas como quest es s quais se pretende responder com a presente pesquisa Estou dentro do mosaico Estou dentro de um lugar que lugar este Onde estou Posso tocar e sentir a superf cie Conforme Henrique de Melo nos conta esta t cnica preserva um valor art stico pr prio que lhe permite evidenciar se autonomamente como obra de arte deixando mesmo para segundo plano o eventual interesse arquitet nico do edif cio onde est integrado A cer mica e o mosaico partem da mesma mat ria prima eles abrangem a enorme diversidade de azulejaria que a partir da ocupa o mu ulmana at aos nossos dias foram colocados em superf cies murais distribu das por todo o territ rio portugu s muitos deles a partir do s culo XVI
8. Assume um evidente compromisso com o espa o e o lugar por vezes e com a preocupa o pelo espa o que deve ser envolvente apesar de inalcan vel que deve ser sentido e apreciado Delfim Sardo conclui que n o h uma narrativa de personagens mas sim uma narrativa do espa o Esta ideia de uma constru o constante bem como uma articula o de lugares habitados ou Inabitados refor ada por Jo o Pinharanda quando refere no cat logo da Bienal de S o Paulo em 1987 que A pintura de Pedro Calapez afirma se como uma pr tica de questionamento e esfor o construtivo As suas obras podem mesmo ser tidas como poss veis e cred veis constru es arquitet nicas como uma met fora do espa o edificado que pode ser habitado apesar de ensaiado e fict cio pela via da instala o Este artista come a primeiramente por questionar quais os modos e os meios cab veis e capazes de fazer comunicar a sua ideia e continuar no mbito da pintura enquanto forma de express o Este pensamento resulta nuns primeiros trabalhos ainda na d cada de 70 de car cter experimental e no mbito da fotografia e v deo onde os ecr s ser o o ponto de interesse enquanto referente de luz e cor indefinidas Assim o artista come a a problematizar sobre as v rias possibilidades de representa o enveredando pelo caminho do desenho aliado expans o para o campo do tridimensional ainda numa fase embrion ria Os seus primeiros trabalhos trata
9. Deixar pegadas na natureza s o uma outra forma de contempla o As formas adotadas acabam por ser cronogramas s o formas circulares no sentido de tratar uma esp cie de caminhos universais S o facilmente compostas integradas e compreendidas por todos linguagem acess vel e universal s mbolos que remetem a um l xico alargado e abrangido pela maioria revelando o seu Interesse pelo poder emocional atrav s da simplicidade na cria o de imagens que registam e relatam uma experiencia pessoal neste caso a do artista aquando em contacto com o lugar natural Richard Long trata o autorretrato nos mais variados sentidos pela representa o e descri o do lugar onde ele pr prio est inserido e numa segunda inst ncia o relato e registo de st mesmo definido a partir desse mesmo lugar Sobre a fotografia esta modalidade vista como um ve culo para tornar acess vel a sua arte Richard Long diz nos que um artista que relaciona v rios meios de express o sendo a fotografia um deles e talvez o mais importante e eficaz na sua mensagem visual para levar a sua escultura ao p blico As interven es ao ar livre por serem claramente ef meras solicitam um registo atrav s da imagem visual com ou sem escritos que explicam e acompanham o processo criativo e de concretiza o f sica das suas pe as que as perpetua Elas n o s o a escultura verdadeira nem t o pouco o seu substituto s o mem rias daquilo que determinou
10. o de um lugar um espa o que acolhe e permite refletir O autor revela nos que somos n s que causamos um efeito no lugar inventando o e preenchendo o e n o o contr rio que o lugar existe pela nossa exist ncia e Interven o direta no mesmo Fazemos aqui alus o ao cap tulo onde Gaston Bachelard nos mostra uma vis o muito particular sobre Os cantos os ninhos e as conchas que nos remetem para a transposi o da fun o de habitar ideia de uma casa para o ser vivo No espa o reunimos as impress es da intimidade defini o de um lugar um espa o que acolhe e permite refletir que apesar de poder ser falsa e imagin ria tem uma raiz estritamente humana Bachelard toma como ponto de partida para a sua reflex o a ideia de que todo canto de uma casa todo ngulo de um quarto todo espa o reduzido onde gostamos de encolher nos de recolher nos em n s mesmos para a Imagina o uma solid o ou seja O germe de um quarto o germe de uma casa O canto propriamente dito estimula uma leitura e permite a interpreta o j quase intuitiva pela negatividade dessa ideia um lugar que nos diminui reprime que nos leva a um ponto inteiramente f sico Estamos encolhidos e escondidos e desta passagem quase de casulo poder resultar um desabrochar e uma expans o n o s f sica como psicol gica para a assoalhada nessa mesma divis o Bachelard assume o como uma nega o do universo algo esmagadoramente im
11. o na paisagem e que jamais ser repetida porque 113 Anthony Caro 1923 nasceu em New Maiden Surrey e estudou escultura na Regent Street Polytechnic e no Royal College of Art Londres No arranque da d cada de 60 viaja pelo M xico e Estados Unidos viagem que influencia bastante o seu processo criativo e todo o trabalho pl stico pelo contato com as novas vanguardas americanas A sua escultura passa a ser abstratizante e o sua proje o acontece com a exposi o na Whitechapel Art Gallery Londres em 1963 foi premiado j em 1969 na Bienal de S o Paula e a sua primeira grande retrospetiva acontece em 1975 no Museum of Modern Arte Nova Iorque Mp Henry Moore 1898 1985 nasce em Castleford Yorkshire e estou no Leeds Coolege of Art Este artista destaca se pela sua primeira exposi o individual na Warren gallery Londres em 1928 e a sua primeira participa o na bienal de Veneza em 1930 A sua primeira grande retrospetiva teve lugar no Temple Newsom Leeds em 1941 e 1948 foi premiado com o Pr mio Internacional de Escultura na XXIV Bienal de Veneza 117 Consultar Parte HI Cap tulo 8 algumas imagens de obras dos artistas referidos Henry Moore e Anthony Caro A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 146 o lugar habitat metamorfoseia se e redefine a leitura e forma o da interven o art stica mas que orienta no sentido da n o posse Neste po
12. In Infop dia Em linha Porto Porto Editora 2003 2011 Consultado em 2011 05 26 Dispon vel em http www infopedia pt minimalismo 3 Peri dicos Arte amp Leil es ensaio de Carlos Vidal Do esquecimento nega o do mundo sete notas dispersas sobre a obra d Richard Long 5 n 23 dezembro janeiro 1994 Oceanos Azulejos Portugal e Brasil n 36 37 Lisboa Outubro 1998 Mar o 1999 Prelo ensaio de Carlos Vidal Edward W Said o exilio contra a diferen a Imprensa nacional casa da moeda revista quadrimestral n 7 3 edi o Janeiro a abril 2008 Folha de S o Paulo Artigo da Revista on line Folha com de M rio Giola Cildo Meireles ganha mostra de arte na Tate Modern em Londres Consultado em 20 08 2011 em http www folha uol com br 4 Fontes de imagens PARTE III Cap tulo 7 4 1 Imagens referentes ao Cap tulo 3 HAMISH FULTON 1 Halifax http ruralc blogspot pt 2011 01 what is land art html 2 Alps Harizon 1989 Montes de Toledo 1990 Pintura de parede 218 x 1770cm http arteprogressiva blogspot pt 2008 12 hamish fulton html 3 http arteprogressiva blogspot pt 2008 12 hamish fulton html 4 http arteprogressiva blogspot pt 2008 12 hamish fulton html A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121209 RICHARD LONG 1 Walking and Marking 1967 http www egodesign ca fr article php
13. Procura se observar detalhadamente todo o desenho da renda movimentos e padr es e seguidamente centrar se num desenho que re na as linhas principais Deste modo ser tamb m intencional a contamina o do real com o observador alcan ar o despertar da vontade de se movimentar em favor do mesmo num avan o e recuo constantes onde quando se afasta capta todo o mosaico enquanto trama visual e quando se aproxima passa a fazer parte dessa superf cie 24 Rizoma surge enquanto sistema descritivo ou epistemol gico criado por Gilles Deleuze e F lix Guattari por volta dos anos 70 Este conceito nasce da reflex o sobre uma estrutura como a raiz de uma planta capaz de se ramificar aleatoriamente A sua organiza o pelos v rios elementos n o segue uma l gica hier rquica ou sequencial funciona com uma base ou raiz que por sua vez dar origem a m ltiplos ramos Qualquer elemento pode afetar ou incidir em qualquer outro Podemos assumir o rizoma como um sistema conceptual aberto que contamina as v rias ideias com v rias origens ra zes sem rela o pr via A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121114 Para esta pesquisa aprofundou se tamb m a rela o existente entre os suportes os materiais de constru o e os m diuns que acabam por ajudar a definir a express o e leitura pl stica H assim uma reflex o que conduz a uma escolha adequada por parte do
14. as popula es subjugadas do Brasil colonial e contempor neo e as correspondentes formas culturais populares em que a express o corporal tem um papel destacado dan a musica e carnaval A presen a da carne torna se assim a express o da espessura de uma experiencia hist rica que n o pode continuar a ser ignorada em nome de abusivas simplifica es etnoc ntricas Finalmente a carne ainda a inscreverem se aqui as especificidades femininas ou feministas da obra da autora a express o da irredutibilidade de uma mem ria e de uma experiencia pessoais biogr ficas atrav s das quais se manifesta a autonomia de uma 181 afirma o autoral c Pedro Calapez pintura parietal espacial das duas s tr s dimens es Pedro Calapez um artista pl stico portugu s contempor neo que se destaca nos anos 80 pela sua proposta pl stica dentro da vertente do site specific com pinturas expansivas e de car ter Instalativo e tamb m na atitude chamada de regresso P Consultar imagens Parte IIl Capitulo 7 180 Alexandre MELO Aventuras no mundo da arte op cit p g 304 181 IDEM p g 305 306 182 Pedro Calapez 1953 artista portugu s que se destaca na primeira metade da d cada de 80 com o regresso pintura Interessa se sobretudo por um rigor metodol gico onde o desenho a estrutura fundamental A arquitetura ser uma das suas refer ncias principais enquanto caminho de fachas pontos de fuga e
15. calapez com Works Public Works Public works html 4 Ornamento Escondido 2002 acr lico sobre pain is de alum nio Mosteiro dos Jer nimos Lisboa http www calapez com Works Public Works Public works html 5 Expo 98 1998 Entrada sul via p blica pedra de cal ada portuguesa Lisboa http www calapez com Works Public Works Public works html 6 Piso Zero 2004 acr lico sobre alum nio 30x350x700cm 7 Muro contra muro 1994 alkyd sobre MDF 240x1000x 180cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121220
16. constitui a dire o da revista Artforum a partir da segunda metade dos anos 60 contribuindo frequentemente com textos e ensaios sobre as d cadas que se atravessavam e as novas tend ncias que rompiam Aliada a esta atividade tem vindo a colaborar como professor universit rio e um dos seus primeiros ensaio a ser editado e referenciado foi Olho no Olho vinte anos de cr tica de arte 1984 Carlos VIDAL Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica Fenda edi es Lisboa 1996 ensaio sobre Engenharia transdisciplinar p g 242 13 Hans Haacke 1936 nasce na Alemanha vive e trabalha nos Estados Unidos Al m de artista pl stico tamb m Haacke contribui para a documenta o e registo da arte contempor nea com algumas compila es de entrevistas conversas ensaios ou documenta o coletada por si ou por amigos Duas dessas publica es foram Framing and A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012156 movia por conceitos comuns a vontade de reestruturar a condi o humana com o meio ambiente e a dimens o da metaf sica na arte O artista come a num registo monocrom tico geom trico cin tico e gestual apesar dos materiais utilizados n o serem os chamados tradicionais e acad micos no dom nio da pintura S o mat rias primas consideradas industriais como a gua o fogo a luz e efeitos cin ticos Os seus primeiros trabalhos aludem ao gesto movim
17. constru es complexas estabelecendo agora uma met fora f sica visual e sensorial com a realidade at aqui conhecida Aqui encontramos a escultura como forma de transforma o e re constru o de objetos oriundos do quotidiano corpos mec nicos sem fun o aparente animados por luz e som primam pela import ncia mental que o objeto a coisa poder ter ou proporcionar E nesta rela o de uma pe a de car cter instalativo em grade escala com mecanismos pr prios e que desafia a pr pria arquitetura nos anos 90 at atualidade ano 2000 conquista outra val ncia do seu trabalho pela fus o permanente entre a escultura e arquitetura n o havendo um limite definido exatamente pela inten o de questionar a nossa escala perante essa arquitetura que poder ser como um lugar esmagador Fala nos ent o de uma dupla met fora a partir das suas constru es a procura da supera o do problema da identidade da arte como uma coisa que reflete e se autodefine E a constru o de um universo imagin rio simb lico mental por vezes infantil e hist rico que nos toca a temas da viv ncia humana e urbana Assume o principal objetivo de elevar a figura humana a uma escala arquitet nica esmagadora e quase antinatura A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 190 PARTE II A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia M
18. o porqu a proje o em grande escala diretamente nas fachadas O raio X arquitetura ter um significado fundamental pelo apropriar se dos edif cios p blicos bem como da maioria dos monumentos hist ricos Interpretando os como cen rios destas proje es A arquitetura o pano de fundo que suporta esta simula o visual tempor ria Krzysztof Wodiczko desenvolve todo o seu processo criativo em torno do desenho de objetos ut picos no sentido de se aproximar de um inventor de coisas que nos ultrapassam futuristas irreais e que nos convidam ao seu pr prio consumo ativista politico e filos fico A sua atividade desde o final dos anos 60 at aos anos 70 acaba por se revelar o reflexo de uma forma o h brida entre a vertente industrial e uma certa natureza est tico art stica que acabam por se fundir nas propostas de desenho e esquematiza o sempre em torno da escultura e da arquitetura que culminam nas proje es nas fachadas dos edif cios Entre pr ticas paralelas o artista participa em a es coletivas ligadas arquitetura escultura produ o de monumentos pol ticos e ou ef meros o que desperta esta inten o de raio X Nos anos 80 assistimos ent o a estas proje es site specific acerca dos pr prios monumentos escolhidos ou pelas situa es j vivenciadas e passadas nesses ditos lugares pr ximas de verdadeiras radiografias do poder Esta forma de comunicar servindo se destes Instrume
19. pria dispon vel em http en wikipedia org consultado em 15 06 2012 Land Art origem inglesa ou Earthwork origem americana uma express o art stica que prima pela valoriza o e integra o da pr pria obra na natureza deixando apenas sinais ou marcas ecol gicas Esta vanguarda surge na d cada de 60 nos Estados Unidos da Am rica alguns dos seus principais seguidores e fundadores s o Dennis Openheim Robert Smithson Richard Long e Walter De Maria devidamente contextualizados na presente pesquisa Os resultados pl sticos n o pretendem ser catalogados e associados pretendem apenas ensaiar e testar resultados tridimensionais que misturam materiais reciclados detritos produtos industriais objetos ou parte deles que s o descontextualizados Estas pe as s o tamb m instaladas conforme o lugar para o qual foram pensadas usam o espa o exterior natureza campo deserto espa o urbano ou mar e onde clara a inten o de ultrapassar as limita es do espa o tradicional das galerias Estas pe as manifestam tamb m preocupa es de natureza politica social cultural est tica e esta tend ncia poder ent o ser dividia em dois polos um mais delicado que subentende a natureza como o lugar de experimenta o e grande liberdade de a o ou ent o a express o poder ser feita de uma forma mais radical e espetacular pela escala exagerada e gigantesca que poder atingir e por ultrapassar a escala humana de uma forma absoluta
20. prio parque quando nos fala dessa apropria o do lugar prevendo uma nova leitura atrav s de um remapear no mbito da instala o Esta primeira refer ncia surge como exemplo desta inten o partilhada neste projeto pela mesma inten o de querer proporcionar outro lugar a partir do contributo do visitante que reorganiza mental e visualmente o seu espa o lugar que ocupa quando est no parque Ainda sobre a valoriza o do lugar a autora diz nos que Habitar um lugar torn lo nosso acrescentar lhe algo de n s vesti lo nossa medida a ideia de que o lugar pode ser nosso pelo percurso alternativo que lhe atribu mos Explica tamb m que Espa os interm dios s o lugares de passagem mas s o tamb m espa os de atrac o S o zonas entre o ficar e o partir corredores de liga es com dura o comprimento e intensidade largura vari veis sempre num intervalo com espa o e tempo Por outro lado o n o lugar agrupa todos os locais que n o s o apreci veis e que n o t m aquilo que se chama hist ria identidade e rela o onde n o h experi ncia est tica Mas este n o lugar pode ter tamb m uma componente est tica no sentido em que ter algo impessoal que obriga a criar condi es de uma certa habitabilidade sob uma condi o est tica Estes n o lugares s o n o relacionais pelo facto de n o promoverem rela es entre quem os habita Prop e se nesta tese uma no o de
21. tica ccccciicce eee ss iii cce 87 h Dennis Oppenheim lugares vision rios e novas utopias 89 PARTE II ENSAIOS PR TICOS OPROIE TO PESSOAL apena r TCE ESA ERRO Do PETER Ono Ria 92 6 1 Mosaico e azulejaria escolha de uma tecnologia ccccccccesscici screen 98 6 2 Implementa o da pe a de mosaico a import ncia da fotografia como registo e CENSO OC Os pe aires site rar O tea AU Bode fi De RC a DR UC RR O 104 PARTE II ILUSTRA ES E ENSAIOS DE LOCALIZA O DA COMPONENTE PR TICA 7 IMAGENS DE ARTISTAS ANALISADOS 7 LiAristas analisados no Capitulo 3 apesar geada lida desu o ea dida ad 122 7 2 Artistas analisados no cap tulo 4 ccccceee eee crer r eee eererereeems 125 7 3 Artistas analisados no cap tulo 5 eneccee eee eee rr rr eereer err rrn 149 8 ENSAIOS DE LOCALIZA O DO TRABALHO PR TICO 8 1 Estudos para pe as de mosaico de interven o s sessssesesesesseseseressesese 169 8 2 Simula o do projeto em espa os p blicos s ssssnsesesesessesesesessesesereseo 185 BIBLIOGRAFIA isa E ET EO E T asa Rss dad 200 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 vii NDICE DE IMAGENS Componente pr tica trabalho pr tico desenvolvido entre 2011 e 2012 1 6 Esbo os para propostas de interven o carv o e marcador sobre papel dimens es vari veis 7 10
22. tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 viii 75 e 77 Implementa o da pe a inacabada ensaios com escala humana aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 90 x 90 x 200cm escala real 450 x 450 x 1000cm 76 e 78 Implementa o finalizada da pe a Forte de Cidadela Cascais vista lateral Car cter independente e aut nomo maqueta 90 x 90 x 200cm escala real 450 x 450 x 1000cm 79 Ensaios para implementa o da pe a estudos de luminosidade e ajuste de escala referencia escala humana Pra a da Igreja de S o Domingos de Rana Carcavelos vista lateral Car cter decorativo de pra a 80 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 90 x 90 x 200cm escala real 450 x 450 x 1000cm 81 Ensaios para implementa o da pe a estudos de luminosidade e ajuste de escala referencia escala humana Pra a do Munic pio da Camara Municipal de Cascais Car cter decorativo de pra a 82 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 200 x 90cm escala real 1000 x 450cm 83 Registo fotogr fico do local de implementa o Pra a dos Pescadores Cascais Car cter c nico e teatral 34 Ensaios para implementa o
23. tio Os visitantes eram convidados a entrar na galeria mas de uma forma solene e quase constrangedora A deviam mergulhar no sil ncio instalado sendo aqui mesmo esse espa o ins pido que come aria a ganhar rela o e passaria a ser habitado Esta ideia de quebrar com esta incapacidade da n o rela o e a impossibilidade de n o habitar determinado espa o atinge o auge e cumpre com o objetivo pela inacredit vel venda de duas obras imaterializadas a vontade de querer possuir fisicamente uma coisa que n o se toca e n o se quantifica exatamente por ser et rea mas real Com tudo isto Yves Klein quer nos mostrar que esta manifesta o art stica valeu pelo facto de termos em pr tica uma ideia ins lita e que no fundo provocou a rela o e a rea o entre o observador e a instala o bem como a proximidade entre os v rios espectadores Visou a clara Interven o mas n o chegou a ser a coisa mat rica e palp vel atingiu o lugar no senso comum e na sensa o O artista j numa proposta vision ria apresenta a inven o do imaterial Com esta atitude e suportado pela arte contemplativa que n o vai ao encontro da Hannah WEITEMEIER Klein Taschen P blico 2004 p g 31 8 Marco hist rico que se situa numa das principais pra as de Fran a nos Champs Elys es O centro desta pra a inaugurado com este obelisco de granito bastante imponente de origem eg pcia e que em cada um dos se
24. 175 Consultar imagens Parte II Capitulo 7 176 IDEM IDEM 8 Alexandre MELO Aventuras no mundo da arte capitulo parte IV Lugares Adriana Varej o A carne das hist rias Edi o Ass rio e Alvim Fevereiro 2003 Lisboa p g 304 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 72 O trabalho de Adriana Varej o marca pela pintura at pica o lugar da carne atrav s da identidade da mat ria prima tradicional rompendo com a bidimensionalidade Ela ultrapassa literalmente os limites da tela espalhando se pelas paredes e pelo ch o conferindo uma outra leitura ao espa o que pretende ocupar um novo lugar 179 Alexandre Melo designa as como irreconhec vel dentro do lugar da galeria pinturas esculturas assume as mesmo como espa os onde o corpo deve estar contido e protegido do mesmo modo que os azulejos protegem uma parede e esta por sua vez circunscreve a estrutura de um edif cio Trata se de manter o corpo sob controlo di H uma forte presen a e refer ncia ao colonialismo portugu s no Brasil levantando tamb m sugestivas quest es de identidade rebatidas nos azulejos enquanto ocupa o de um lugar que n o seu Aqui a carne e o azulejo que ainda hoje reveste algumas paredes de igrejas colonizadas mantidas como patrim nio hist rico portugu s e brasileiro surgem como met fora visual e pl stica a carne de uma comunidade social especifica
25. 1971 1977 um projeto de uma envergadura ambiciosa constru do na plan cie semides rtica do Novo M xico com 400 estacas de 7 metros de altura inseridas e organizadas numa matriz geom trica rigorosa ver imagem em anexo 3 Robert Morris 1931 artista americano que contribuiu para as v rias tend ncias artistas que irrompem na d cada de 60 artista concetual e escritos considerado um te rico bastante ativo no Minimalismo O seu trabalho ronda propostas de performance land art e instala o Algumas propostas partiram de outras pe as de artistas que se evidenciaram na hist ria da arte nomeadamente Marcel Duchamp e Jackson Pollock como influ ncias diretas num novo pensamento a partir de esculturas minimais Em meados dos anos 60 surge uma compila o influente de alguns ensaios Notas sobre a escultura pela ArtForum 1966 114 Consultar Parte IM Capitulo 8 imagens de algumas obras dos artistas referidos A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 44 grandes paisagens ocidentais enquanto Robert Smithson diz nos que a capacidade que temos de olhar pode ser tao consistente e v lida como qualquer outro mecanismo de comunica o e leitura Contudo o artista assume que a sociedade por n o reconhecer este olhar como uma mais valia intelectual continua a penaliz la por valorizar apenas o objeto a coisa e que se adquire se quantifica e se possui
26. 4 3 4 cm a Da Untitled Paul and Virginia 1946 48 12 1 2 x 9 15 16 x 4 3 8 cm pi uM E e sa Da 3 Untitled Soap Bubble Set 1936 15 3 4 x 14 1 4 x 5 7 16 cm 4 Defense d Afficher Object 1939 8 15 16 x 13 15 16 x 2 1 8 cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121136 KRZYSZTOF WODICZKO sl Soldiers and Sailors Memorial Arch 1984 1985 a Proje o P blica Hiroshima 1999 Jap o A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121137 prt dt ia e pe ini s ra uia Diis E pras do j k j n mm m iem F g p a e AE ar p as DR 22 ed reis NET e E a F T 4 Fa no va ay A m j pa T ei EM CER A f A A i w A dai a E a aaie A e aren N i SER TE 3e31 Proje o Tijuana 2000 4 Proje o P blica Soldiers and Sailors Civil War Memorial 1986 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121138 L GIA CLARK 1 2 Bichos n d dimens es vari veis Bichos 1960 alum nio dobradi as dimens es instalados na Signals Gallery vari veis Ee qe 4 Bichos 1960 alum nio O dentro e o fora 1963 a o inoxid vel dimens es vari veis dobradi as dimens es vari veis A po tica do site specific De Bachela
27. Am rica e atualmente reside e trabalha em Nova Iorque N o s pelas artes visuais como tamb m pela escrita este artista acabou por contribuir de uma forma significativa enquanto cr tico de arte com ensaios para revistas e alguns livros de cole o enquanto colaborador de escritores Na segunda metade dos anos 60 esta iniciativa teve um maior impato com algumas obras Two Way Mirror Power Selected Writings by Dan Graham on His Art Half Square Half Crazy e Sympathy for the Devil Art and Rock and Roll since 1967 escritos entre 1965 1 969 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012150 condi es necess rias a serem o lugar onde a imagem em movimento ir habitar este s tio As suas interven es cruzam elementos arquitet nicos com estruturas em vidro a o e espelho simulando assim outros planos e outros espa os vis veis Apesar de Intranspon veis o espectador reconhece os na sua perfei o podendo mesmo potenciar alguma d vida e incerteza A cria o destes espa os invulgares pretendia desorientar o espectador e questionar o conceito de espacialidade at ent o conhecido O objetivo era trabalhar esta ideia de que o espa o n o transcende essa condi o se n o for habitado e para isso precisa de se relacionar com o corpo sujeito emotivo e o objeto mas no momento em que se atinge esse patamar conclui se que essa estrutura arquitet nica re ne
28. Bilateral 1959 leo sobre madeira http www itaucultural org br aplicexternas enciclopedia IC Enc Obras dsp da dos obra cfm cd obra 9647 amp st nome Oiticica 20H C3 A9ho amp cd idiom a 28555 amp cd verbete 2020 28 08 2012 6 Relevo espacial 1959 leo sobre madeira 120x157x22 5cm Daros Latinamerica Colletion Zurich http old likeyou com art artindex face to face 2 htm 28 08 2012 7 Bilaterais e Relevos Espaciais 1959 http artecontemporaneacinema wordpress com aula 1 lygia clark e helio olticica 28 08 2012 JOS MA S DE CARVALHO 1 T shirt Macau 1997 impress es em t shirts de algod o tam XL 2 Outdoors de rua mupis Lisboa 1997 176x120cm 3 Aeroporto Lisboa 1997 impress es em caixas de luz 176x120cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121219 4 Autocarro Macau 1997 impress o offset 50 5x38cm PEDRO CALAPEZ 1 Mist rios do ros rio de F tima 2007 portas e chapas de bronze capela da sant ssima trindade F tima http www calapez com Works Public Works Public works html 2 Quatro Esta es 2006 acr lico sobre pain is de alum nio hospital s o Francisco de Xavier Lisboa http www calapez com Works Public Works Public works html 3 Neve de espinhos 2005 acr lico sobre pain is de alum nio Altar de Nossa Sr das Neves biblioteca municipal de lhavo http www
29. Calado Jos Meco entre outros 20 Identidade o conjunto de carateres pr prios e exclusivos com os quais se podem diferenciar pessoas animais plantas e objetos inanimados uns dos outros quer diante do conjunto das diversidades quer ante seus semelhantes A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121100 tem o seu pela necessidade da exist ncia da identidade ou pela inevitabilidade e irreversibilidade que se consolida e pelo contato com outras culturas Ser algo que se constr i transversal ao tempo e que se identifica A identidade poder ser algo que nos permite reunir e construir a n vel emocional e afetivo reconhecemo la com o passar do tempo que acaba por fortalecer as suas marcas e que nela sejam transportadas outras culturas A apropria o e adapta o do conceito de identidade baliza tamb m a vontade de estabelecer a mesma rela o entre c e l o lado do observador e o outro lado da e na obra Por este motivo e pela arquitetura como palco de a o mais evidente enquanto testemunho e lugar a intervir os edif cios marcam as v rias pocas reunindo assim uma identidade a partir da mem ria A pe a pretende remeter especula o de um lugar fict cio e imaginado mas pass vel de ser integrado pisado Uma vez tratar se de uma proposta onde o observador poder participar dela o mosaico al m da sua quest o de identidade e co
30. Nesta passagem acima citada destacada pela import ncia da leveza j referida por Leonardo Da Vinci a forma como a leveza se eleva ao peso enquanto met fora visual para a rela o peso leveza e a forma como os bin mios se podem complementar ou aproximar 2 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade op cit p g 273 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 96 Alem das tesselas cer micas encontramos a integra o do espelho este n o como objeto mas como um prolongamento do lugar imaginado e que procura tamb m cruzar esta ideia de verticalidade argumentada por Bachelard Tamb m sobre esta no o de ilus o e prolongamento espacial Michel Foucault volta a dar nos o seu contributo no momento em que nos fala sobre o espa o e a constru o da sua identidade O autor fala nos sobre o espelho como reflexo e expans o do lugar no momento em que lidamos com uma heterotopia O espelho realmente existe e tem um tipo de efeito de retorno sobre o lugar que ocupa a partir dele na verdade encontro me ausente do lugar onde estou em que eu me vejo l A partir desse olhar que de certa forma exercido sobre mim das profundezas do espa o virtual que est no outro lado do espelho Acrescenta ainda que A heterotopia tem o poder de justapor num nico lugar realmente diferente espa os e locais que s o compat veis uns com os ou
31. acabando muitas vezes por utilizar rebu ados l mpadas rel gios pilhas papel ou outra tipologia que permita uma associa o quase Instant nea ao registo do tempo Estes materiais servem tamb m o conceito de t rmino algo que mais tarde ou mais cedo ir acabar funcionam como uma met fora para o conceito de morte e ou vida no sentido em que a instala o terminar ap s rela o direta com quem a observa ou pela capacidade de renova o e acrescento infinito at nunca se acabar e proporcionar sempre esta experiencia e intera o com o p blico Podemos concluir que as suas pe as marcam pela capacidade de muta o s o trabalhos que traduzem a vida e a morte a partir da perspetiva muito pessoal do pr prio artista doen a e morte do companheiro Tamb m se pode encontrar o termo de identidade ou a procura da mesma nestas instala es e o convite sua viv ncia pelo car cter privado social e ou p blico Gonz lez Torres pretende chegar a todo o tipo de p blico Eu n o quero fazer arte apenas para as pessoas que sabem ler Fredric Jameson sentadas numa cadeira Mackintosh Eu quero fazer arte para as pessoas que assistem ao Golden Girls s rie televisiva dos anos 80 de quatro mulheres de meia ideia solteiras e ou vi vas e que se sentam numa grande poltrona marrom Eles tamb m fazem parte do meu p blico espero Da mesma maneira que aquela mulher e o guarda fazem parte do meu Sides Td p blico 211 Cita o d
32. article 1d 276 2 Earthquake Circle 1991 https sites google com site landandart artists escultor richard long 1 3 White Water Line 1989 https sites google com site landandart artists escultor richard long 1 4 A Line in Himalayas Himalais 1975 https sites google com site landandart artists escultor richard long 1 5 Five Paths 2004 https sites google com site landandart artists escultor richard long 1 6 Berlin Circle 1996 Berlin s Museum for contemporary http worldvisitguide com oeuvre photo ME0000115065 html 4 2 Imagens referentes ao Cap tulo 4 ANTHONY CARO 1 Black Cover flat 1974 instalado no Tel Avivi Museum of Art http en wikipedia org wiki Anthony Caro 2 Model for Pool House 1988 Plywood painted grey 312 5 x 434 5 x 294 5cm http www anthonycaro org Gallery Pic asp WorkID 1859 3 Early One Morning 1962 pintura sobre metal e alum nio 289 60x619 8x335 3 cm http residperottolpferronnerievarzy blogspot pt 2010 03 document de reference 3 anthony caro html 4 Millbank Steps 2004 instalado em Salisbury http www royalacademy org uk events friends preview days roche court wiltshire 864 EV html A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121210 BARRY FLANNAGAN 1 4 casb 2 67 1967 Tate http www allartnews com major exhibition that concentrates on early works by barry flanaga
33. artista no que toca materialidade uma vez serem os suportes fruto da necessidade de comunicar O campo de a o da mat ria acaba por ser instalado num suporte este limite geralmente visto como um quadro no campo bidimensional por sua vez o quadro que poder ser confundido com a pintura apenas um suporte com um determinado formato e com determinados limites O quadro enquadra os v rios pontos de vista sendo um limite entre a parede e a pintura Assim a forma pode funcionar como prote o e delimita o por haver a necessidade de limitar os espa os escolhidos pode acontecer tamb m a integra o da pintura num objeto transformado fugindo sua forma tradicional da grade da tela ou da esquadria do desenho e ainda pode ter um caracter instalativo onde o espa o f sico funciona como o pr prio suporte de interven o Esta a proposta do presente projeto pr tico a inten o do desenho no mbito da pintura que procura ultrapassar os seus limites e atingir outro n vel de rela o com o observador Por este motivo a pintura tamb m poder revelar uma capacidade de se prolongar para fora destes limites indo ao encontro desta ideia de instala o tal como Ilya Kabakov antes nos elucidava Quando esta expans o se verifica o espa o acaba por estar sempre patente seja ele em qualquer registo A composi o dos m dulos ocorre numa superf cie suporte que faz sempre alus o a esse espa o quest o que se apresenta
34. comunica o investiga o acresce concretiza o de um trabalho pr tico e pl stico de interven o p blica com igual import ncia reflex o te rica de um modo complementar e conclusivo A constru o desta pe a prop e dois planos de a o apela ao princ pio do objeto pintura instalado num lugar p blico e prop e um di logo imediato e multidisciplinar com o espectador Este corpo objeto que nasce da mistura da pintura mosaico e escultura questiona a problem tica do espa o a forma como o complementa e o que acrescenta sua frui o espacial coletiva individual e ou social Recolhendo algumas sugest es de propostas de leituras enquanto observador espectador e observador passeante a vertente t cnica recupera o mosaico pela sua identidade inerente que se relaciona a este est mulo visual e sensorial sendo ele visto como uma tecnologia com hist ria e que ressurge como valoriza o n o s t cnica como forte potencial pl stico intera o com o observador PALAVRAS CHAVE lugar org nico rizoma site specific instala o A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 Ii ABSTRACT This Dissertation Master Thesis in Painting proposes the reflection and research theory and practice in the context of contemporary art about the idea of intervention in the public place With the subject The Poetics of Space Bachelard
35. consigo os registos desse lugar Desta forma Richard Long quer mostrar nos que a obra interage com a topografia mostrando a inexist ncia de lugares id nticos 52 Ana Rosa de OLIVEIRA Sil ncio na paisagem a obra de Richard Long op cit Consultado em 14 07 2011 dispon vel em http www vitruvius com br revistas read arquitextos 02 022 802 53 Consultar Parte HI Cap tulo 8 algumas imagens de registo das viagens aos Himalaias e Cita o de Richard Long lida em Ana Rosa de OLIVEIRA Sil ncio na paisagem a obra de Richard Long op cit A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012121 Como se percebe o artista re ne um alfabeto de formas e signos muito particulares que o ajudam a definir e a equilibrar os seus registos dentro e fora desse lugar Identificamos as suas linhas e c rculos como a sua experi ncia alguns lugares sugerem um c rculo e outros uma linha algo muito misterioso Acho que o c rculo e a linha t m cada qual um ambiente diferente Os c rculos s o fechados no interior de um lugar como um centro e as linhas t m mais a ver com dire o como olhar para fora para o exterior Por estas palavras talvez possamos concluir que para Richard Long a arte como contempla o como introspe o destinada a revelar o mist rio do mundo E simultaneamente como constru o de uma outra realidade Em s ntese o autor conclui que
36. de Richard Long como ponto de partida na linha que marcou o caminho infinito e a sua invisibilidade rica Richard Long tamb m manifesta uma vontade de convidar o observador a ser ativo e participante Diz nos isso que fa o no meu projeto art stico e o modo como o observador o recebe o de o ver e de o compreender com a sua Imagina o Ce Procura uma rela o direta entre os sentidos esculturas na galeria que s o reais f sicas e volumosas palp veis e a imagina o mapas textos e fotografias que contextualizam uma imagem memorizada e que memoriza te de um trecho de um lugar que pode ser acrescentado e extrapolado a partir da imagina o H uma rela o entre o conceito conceptual e o material f sico sensorial enquanto a obra escultura tridimensional est no habitat natural ou na galeria na primeira Inst ncia vista como a Informa o em primeira m o enquanto na segundo o seu registo memorando j visto como a informa o em segunda m o Apesar desta consci ncia e presen a constante de um conceito primordial Richard Long n o se considera um artista conceptual porque todas as minhas caminhadas acontecem de facto s o um caminhar verdadeiro em tempo real e assim os trabalhos de texto s o os resultados de experiencias reais de pedras reais n o apenas de ideias em si Richard Long um paisagista que optou por um novo caminho tanto mostra um pensamento 57 Richard Long em conversa
37. de conflu ncia das linhas da superf cie do quadro defini o pr pria a partir do conceito lato na l ngua portuguesa 224 Gaston BACHELARD 4 Terra e os devaneios da vontade op cit p g 4 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 94 Bachelard quando termina a reflex o sobre A imagina o material e a imagina o falada diz nos ainda tal precisamente um tema de totalidade Requer a converg ncia das impress es mais diversas das impress es que v m dos sentidos com essa condi o que a imagem assume valores de sinceridade e seduz o ser em sua totalidade Ainda sobre A psicologia da gravidade Bachelard evoca pela ltima vez a leveza que para si nasce do peso e reciprocamente pagando imediatamente o favor da sua cria o ambos aumentam em for a na propor o que aumentam a vida e t m tanto mais vida quanto mais movimento t m Eles tamb m se destroem mutuamente no mesmo instante na comum vendeta de sua morte Pois assim feita a prova a leveza s criada se estiver em conjun o com o peso e o 226 peso s se produz se se prolongar na leveza Com esta passagem cita Leonardo Da Vinci e marca a sua reflex o acerca do nosso peso mat rico e intelectual pela no o de leveza e pelas m ltiplas impress es que permitem a varia o entre o chamado segundo Bachelard peso ps quico que acaba por rebater no verda
38. de tempo pict rico Ainda nesta vertente a paleta crom tica centra se e recupera a cor predominante do azul e branco na sua maioria Poder tamb m remeter quest o uma vez mais da identidade enquanto povo mar timo e de rela o com o mar com a terra colonialismo lugares de 256 veraneio por vezes invertidas Aqui onde a terra acaba e o mar come a ou O T 257 aqui o mar acaba e a terra principia 23 Consultar Parte HI Cap tulo 8 Imagens tesselas pormenor da pe a em mosaico 26 Axioma camoniano lido em Fernando Alberto Torres MOREIRA Identidade Cultural Portuguesa Espa o de autonomia e diversidade Universidade de Tr s os Montes e Alto Douro dispon vel em http www goog le pt url sa t amp rct j amp q 1dentidade amp source web amp cd 3 amp ved OCEgQFAC amp url http 3 A 2F 2F alfarrabio di uminho pt 2Fvercial 2Fzips 2Fmoreira rtf amp ei zPGWT4LeLqg 00 XfzeSGDg amp usg AFQICNGtjo TubmMPU 7N5g7yNFIOJTDXSTO 27 Jos Saramago em O Ano da Morte de Ricardo Reis lido em Fernando Alberto Torres MOREIRA Identidade Cultural Portuguesa Espa o de autonomia e diversidade op cit A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121116 E uma vez tratar se constantemente de uma superf cie brilhante e vidrada a luz ser sentida a partir deste reflexo ou opacidade do azulejo ora real ou ilus rio pela aplica o de espelho amplia
39. do irreal e inconsciente Tamb m partilhavam a ideia de que a arte deveria ser algo livre das exig ncias da l gica e da raz o indo al m da consci ncia coletiva e quotidiana 7l Fluxus foi um movimento que surge j na d cada de 60 70 com uma proposta que bebia de algumas influ ncias tamb m DADAS pela resolu o pl stica destes novos artistas se aproximar ao processo criativo dos dada stas Propunham um misto entre v rias artes artes visuais musica e literatura insurgindo se contra o objeto art stico tradicional pretendendo produzir uma anti arte A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012128 que responde a certas coordenadas para a dita interven o e consequentemente para a sua leitura e visualiza o Como exemplo dessa pr tica referenciamos o artista americano Joseph Cornell que despoleta a pr tica de assemblage influenciado pelo surrealismo pela resolu o pl stica apesar de se distanciar dos temas e objetivos surrealistas e pelo Construtivismo A sua obra caracteriza se como um trabalho entre a pintura a escultura enquanto objeto e o princ pio da instala o Assume a simula o de espa os de mem rias habitados que respondem a v rias premissas e que visam simular um ambiente Trabalha as ideias opostas entre o interior e o exterior o que j denota uma Inten o de expans o e de considera o pelo conceito de lugar o estar de
40. dos anos 70 esta ferramenta atinge o seu auge tanto fotograficamente como televisivamente pela invas o de imagens levando sua banaliza o e a partir da qual Jos Ma s de Carvalho problematiza O que procuramos numa fotografia Muitas vezes prefer vel pensar na fotografia como suspens o do olhar porque a imagem que nos prende aquela que induz um momento anterior de um momento depois daquele aqui e 253 agora DO Jos Ma s de CARVALHO Imagens da fotografia texto publicado parcialmente no catalogo Pr mio Purificacion Garcia 2006 consultado em http www curtas pt 21 Que em 1872 mostra pela primeira vez a capacidade da fotografia enquanto mecanismo de capta o de imagens em sequencia que sugerem o movimento de um cavalo a galope Aqui o autor inicia o interesse coletivo pela representa o e decomposi o do movimento em fragmentos sem se perder essa no o de continuidade Muybridge 1830 1904 foi um fot grafo ingl s que se destacou pela vasta pesquisa na fotografia representativa do movimento pelo cruzamento de v rias camaras em simult neo dando igualmente um grande contributo para o surgimento do cinema imagem em movimento 752 Jos Ma s de CARVALHO Imagens da fotografia texto publicado parcialmente no catalogo Pr mio Purificacion Garcia 2006 consultado em http www curtas pt 353 IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Alelu
41. em edif cios situados j fora do espa o continental os j mais contempor neos trabalhos em cer mica revelada ou modelada e de forma mais contida mas sem rejei o de princ pio tamb m alguns pain is executados unicamente com utiliza o de cer mica industrial 7 Quer se recuperar uma tradi o e promover outras leituras a partir do azulejo trabalhado maneira de trencadis que inicialmente como vimos surge subjacente arquitetura e que serve de pele ao edif cio Agora pode ele tamb m ser o lugar d spar da pr pria arquitetura Este projeto pode ser considerado p blico porque se destina a todo o transeunte que passa e co habita naquele lugar e por exigir mais do que um plano de proje o e por ee Henrique de MELO consultado em Tresa Cortez cer mica que conta hist rias Editora d arte cole o Campo da comunica o Lisboa 2008 p g 66 ADEM p g 66 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121117 Isso expandir se pela arquitetura como um rizoma e n o numa atitude contida e subserviente ao edif cio Henrique de Melo comenta que pelo selo da originalidade e da criatividade art stica que para mim se reconhece a linha de fronteira entre a cer mica mural a ser considerada nalguns casos como Arte em Publico e noutros Arte Publica e aqueloutra que me parece exclu da de quaisquer daquelas duas calcifica
42. enraizada no e do objeto reequacionando algumas premissas da chamada Arte 143 Hans Povera face a uma argumenta o favor vel historiza o do objeto Haacke procura sempre e da forma mais eficaz a evoca o da historia desse corpo ou lugar atrav s da potencializa o do instante e do imediato a ser relembrado e que de alguma forma se revelou marcante e por vezes traumatizante na mem ria do sujeito que o vivenciou A hist ria do objeto constru da tal como o contributo para a sua identidade a partir dessa leitura da hist ria enquanto constru o e pelo contexto de cada obra a raz o e o material de investiga o sobre uma dada ocorr ncia precisada tal Investiga o de forma met dica como parte do trabalho estiolando a distin o entre percurso preparat rio e resultante final e da obra a apresentar publicamente Os anos 80 revelam se uma d cada de alguma inova o pl stica na rea da escultura e consequentemente na ideia de criar construir e proporcionar a descoberta do site specific Contudo marca tamb m o regresso pintura e desta forma pode n o ser t o referenci vel a ideia de que o artista est concentrado na rotura com a tela a abandonar a linguagem tradicional e expandir se para um s tio espec fico porque nesta altura h muitos que pretendem a ela regressar e regressam Destaca se ainda o artista Krzysztof Wodiczko na d cada de 80 com os primeiros projetos de proje
43. es Refiro me neste ltimos casos nomeadamente a c pias imita es utiliza o da cer mica como simples suporte para aplica o de serigrafias e quejandos trabalhos esses muito mais aparentados com manifesta es de kitsch novo riquismo de 260 gosto duvidoso ou esporadicamente Arte de Massas O autor toca num ponto interessante na forma como se encara e se olha determinado trabalho valorizado ou desvalorizado pelo meio aplicado H a sugest o de extensibilidade do conceito de p blico no sentido em que fica assegurada a sua livre visibilidade decorrente da circunst ncia de estar colocada em espa os acess veis a todos nomeadamente reas exteriores ou interiores de edif cios muros paredes aquedutos pontes e outros lugares e n o em fun o da figura jur dica estado aut rquica privada etc da entidade detentora da sua propriedade f sica ou do local onde se encontra A arte cer mica mural mosaico pode reclamar a sua condi o enquanto fator social e de requalifica o urbana e humana no espa o p blico Neste sentido h a sugest o de um compromisso sociocultural e pela mesma via consideramos este contributo como uma refer ncia qualificativa Neste imediato h a capacidade de alguma import ncia interdisciplinar entre a manifesta o art stica o fator social o enquadramento urbano e consequentemente os fatores hist ricos religiosos pol ticos e geogr ficos A argila acaba por ser um m
44. est mulo curioso agarrar o espectador Ou proporciona a leitura de um lugar assumido como isso mesmo lugar de afetos ou lugar geogr fico havendo uma participa o real deste desenho que sai da fic o e se propaga pela parede do quarto onde o observador se encontra e se assume num espa o f sico e real Na perspetiva de Bergson relacionada com A Po tica do Espa o de Bachelard a curva algo com gra a e convidativa enquanto a reta r gida e fria Chega mesmo a atribuir lhes temperatura ora o calor curva ou o frio g lido reta Sente se a presen a a partir do emp rico e de uma primeira empatia ou antipatia pela forma como espelha 1 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 153 154 2 Edward Said 1935 2003 te rico importante na cultura palestiniana cr tico liter rio e ativista na causa palestina Em 1978 publica a sua obra mais conhecida Orientalismo que trata uma an lise profunda sobre a vis o oriental onde o autor denuncia um deturpar da vis o deste Oriente designado como o outro pelo Ocidente servente ao colonialismo Outras obras de refer ncia no seu percurso traduzidas para portugu s s o Cultura e Pol tica Boitempo 2003 Reflex o sobre o Ex lio e Outros Ensaios Companhia das Letras 2003 e Elabora es Musicais Imago 1991 13 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 153 154 Henri Bergson 1859 1941 foi um fil sofo e diplomata franc s que se
45. experiencia e partilha coletiva ou 12 Pietro Valle 1962 arquiteto italiano com percurso acad mico entre It lia e os Estados Unidos da Am rica O seu percurso destaca se pelas v rias colabora es em ateli s de arquitetura internacionais Boris Podreca em Viena e Frank O Gehry em Los Angeles e como professor universit rios em faculdades de arquitetura BOyALLE Pietro Entrevista com Dan Graham Consultado em http www architecttura 1t em 15 08 2011 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012152 no indiv duo sujeito isolado e pensante que pensa para dentro de si mesmo experiencia individualizante Curiosamente podemos ainda destacar que no autor o trabalho de interven o que pode ser agrupado no site specific n o parte do ambiente natural como outros artistas de refer ncia da land art por exemplo com Richard Long Come a pelo v deo e pelas performances encara a imagem como um motor que gera movimentos encadeados noutros no gesto no movimento e na expans o e express o desse corpo num determinado espa o criando um campo de interfer ncias assim tricas esta experiencia teve como objetivo questionar o lugar comum segundo o qual duas pessoas quando se encontram criam um lugar onde projetam a sua consci ncia sobre o outro Pretende se questionar o lugar comum a duas partes quando habitado a partir da consci ncia que cada u
46. fotogr fica do work in progress com os ensaios de localiza o do trabalho pr tico in loco A Parte I diz respeito a tr s reflex es chave sobre o Lugar a partir da compara o de tr s pensamentos e suas obras Gaston Bachelard Richard Long e Edward Said sobre o Site Specific numa reflex o sobre a sua origem e a rela o direta com os conceitos de arte p blica instala o e o minimalismo elencando alguns dos artistas que se destacaram nesta tend ncia a partir dos anos 60 at aos anos 90 e sobre as Influ ncias de Artistas Contempor neos a partir dos anos 90 referindo outro leque de artistas que contribuem para a pesquisa no que toca a fatores sensoriais Identit rios e que cruzam tamb m o n o lugar J a Parte II reserva se explica o da proposta pr tica em modo de projeto que ilustra em texto e que fala sobre todo o processo criativo a elei o do tema principal e a forma como esta pesquisa pretende comunicar essa ideia Por fim e com a Parte III esse momento reserva a recolha de algumas obras que ilustram os v rios pensamentos pl sticos dos artistas tratados na pesquisa bem como o registo fotogr fico do work in progress da concretiza o final do projeto pr tico pe a em mosaico escala 1 5 que pretende testar as val ncias das mat rias e ensaiar algumas propostas de instala o em lugares do nosso quotidiano A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Alelui
47. http www sfmoma org explore collection artwork 1207 91 14 08 2012 4 News 1969 1970 remontada em 2012 no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia Madrid http www flashartonhine com interno php pagina news det amp id 1408 amp det ok amp title Hans Haacke Castles in the arr 14 08 2012 HENRY MOORE l Draped Reclining Figure 1952 1953 bronze edi o 3 comprimento 157 5cm Henry Moore Foundation 2 Working Model for Locking Piece 1962 bronze edi o 9 altura 106 5cm Henry Moore Foundation 3 Working Model for Sheep Piece 1971 bronze edi o 9 comprimento 142cm Henry Moore Foundation 4 Oval with Points 1968 1970 bronze edi o 6 altura 320cm Henry Moore Foundation ILYA KABAKOV 1 Life and Creativity of Charles Rosenthal August 7 Sat to November 3 Wed 1999 http www arttowermito or Jp art kabakov html 14 08 2012 2 The Man Who Flew Into His Picture 1981 88 Image from www moma org http stephanievegh ca blog 2009 07 30 hey who turned out all the lights 14 08 2012 3 The Man Who Flew Into Space From His Apartment 1968 1996 http www all art org art 20th century nonconformist art html 14 08 2012 4 4 1 e 4 2 Cen rio para a pera Saint Francois d Assise 2002 estudos e maquetas http www all art org art 20th century nonconformist artl html 14 08 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrad
48. igualmente retratada na presente A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 198 pesquisa atrav s do trabalho de Adriana Varej o efeito do colonialismo e a apropria o do azulejo recria o de um novo lugar Hoje no seculo XXI a proposta ser a de resgatar este di logo com o pr prio espa o e a e cs Aea procura da valoriza o e altera o releitura desse lugar numa ilus o tica e 236 expans o entre paredes e ch o Hoje a sua pr tica poder n o ser t o recorrente ou presente poder mesmo ter ca do em desuso Desta forma e como ponto de interesse para a presente pesquisa procura se problematizar e questionar se este desuso poder de alguma forma comprometer ou potenciar a perda de identidade da tradi o portuguesa Tomando igualmente como mote de reflex o outras propostas de pensar e repensar 237 neste tema encontramos Victor Lopes que nos mostra que o azulejo faz parte da tradi o cultural e visual portuguesa Ele foi e continua a ser uma forma de comunica o e um meio de express o onde este povo se notabilizou com o azulejo como media pr prio Quem transponha os dom nios da fronteira portuguesa fica imediatamente em contacto com essa decora o particular e maravilhosa que s o os azulejos Desde a esta o dos caminhos de ferro mais modesta at ao pal cio mais sumptuoso em pequenos templos
49. interesse desenvolvido ao longo desta investiga o te rico pr tica cruza se o mosaico com o desenho onde a tecnologia ganha corpo onde o trabalho funciona a duas dimens es visuais sensoriais e expositivas atravessando mat rias corp reas palp veis org nicas e sedutoras como o azulejo o cimento e o espelho A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201213 PARTEI A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 4 DESCRI O DETALHADA a import ncia est tica e pl stica do lugar 3 LUGAR ESPA O 3 1 Defini o de lugar territ rio espa o antropol gico Lugar a partir da defini o lata na l ngua portuguesa liga se a aspetos que se refletem na inten o art stica quando o sujeito criador procura uma interven o f sica real e pl stica a partir do lugar transformado em conceito sem a neutralidade aplicada ao s tio O lugar ser ent o o espa o apropriado pelo pr prio sujeito tamb m como corpo e mat ria Assim o espa o engloba o lugar pela ideia de s tio e imensidade de lugar A partir de uma defini o filos fica no sentido mais conceptual e mental deste conceito de espa o define se a inten o de encontrar uma causa para a distin o de um espa o real e objetivo e um espa o mental e imaginado Neste ponto a ideia que se define a parti
50. lan a a discuss o entre as diferen as e as semelhan as entre O espa o na pintura e o espa o da pintura o espa o na pintura procura um espa o para a pintura o espa o tela onde se realiza a pintura j o espa o da pintura corresponde ao formato que se tem independentemente da realidade havendo nela um distanciamento do espa o real a representa o feita de acordo com a l gica pessoal do artista proporciona se uma rela o f sica e espacial Ele procura a produ o de espa o na pintura pela desmultiplica o do espa o com estrat gias pr prias um espa o para Instalar e ser instalado Por este motivo procura se acomodar o espa o da pintura ao espa o na pintura criando um espa o para que o novo espa o exterior possa existir Assim a sugest o do movimento ser o fator que orienta o gesto e a leitura a que o objeto se presta Pretende se encontrar sustento na deriva o de espa os e planos de A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121115 linhas curvas tamb m na tentativa de represent lo pela sua continuidade gestual do tra ado na superf cie determinada pela organiza o espacial das tesselas N o s um movimento pela gest o ou sugest o de mudan a de planos mas tamb m pelo azulejo vidrado que provoca brilhos momentos mais ou menos intensos e que podem ser tocados vivenciar a pe a O ritmo e
51. o consci ncia sens vel sensibilidade e a rela o que estabelece com Estes s o alguns novos conceitos e termos que Kwon nos apresenta no sentido de que h uma vontade emergente e atual para transpor a no o de site specific para o presente reeleito e reinterpretado Partindo das premissas anteriores enraizadas aos anos 60 e 70 e acrescentar lhe outras ideias a partir dos anos 90 at ao presente Se nos anos 60 h uma vontade e pesquisa predominante a n vel te rico pol tico social e hist rico a partir dos anos 90 h uma inten o mais sensorial pr tica f sica e positivista A problematiza o deste site specific ocorre gra as ao contexto espec fico debate espec fico audi ncia espec fica comunidade espec fica e ao projeto com base na maqueta bem como em esbo os v rios Estes s o os novos termos e atualmente apresentados e seguidos quando tratamos do site specific uma manifesta o in situ particular importante identificar e definir os v rios meios e caminhos no sentido de procurar e encontrar um lugar espec fico especificidade no sentido em que este e n o aquele porque 1 Miwon Kwon contempla a forma o acad mica em arquitetura e experiencia pl stica a n vel de fotografia O seu percurso culmina no doutoramento em Hist ria da Arquitetura e Teoria da Universidade de Princeton no final dos anos 90 1998 Colabora como curadora de v rias exposi es no Whitney Museum o
52. o de El Anatsui consultada em www artdesigncafe com tradu o pr pria de I am drawn more to materials that have been subjected to considerable human use mortars trays graters tins and of late liquor bottle tops I believe that what I explore now is not only material but also process and logistics elements that anybody dealing with huge quantities of material and difficult means has to grapple with as Cita o de El Anatsui consultada em www artdesigncafe com A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012181 identidades e outros lugares Uma vez mais o convite ao toque explora o sensorial e ao reconhecimento de est mulos pessoais e emotivos s o valorizados como ideia chave ao conhecimento e interioriza o das propostas do artista e F lix Gonzalez Torres afetividade pela mem ria e utopia de proximidade F lix Gonzalez Torres destacou se com trabalhos que visavam propostas de Instala o e esculturas de intera o com o p blico apelando a uma execu o pr tica simples e minimal baseado num conceito profundo pessoal cultural e de certa forma identit rio no sentido em que tamb m ele enquanto artista procurou a sua identidade e o seu lugar de a o Evidencia se na d cada de 80 onde nos conta que o primeiro est mulo e o conceito que o motivou s suas primeiras manifesta es foi a ideia de uma arte p blica Algo que o sur
53. o retrato de uma condi o humana exclu da da plena liberdade Porque a arquitetura como pris o e essa a g nese da arquitetura segundo o escritor a metaforiza o dessa primeira pris o entre todas que o pr prio corpo humano Sintetizando a arte p blica deve opor se a toda e qualquer forma de governamentaliza o da est tica para ocultar a fantasmagoria do pol tico dado que a est tica pela sua for a aur tica melhor sinaliza o que se entende por modelo social A arte p blica pode habitar o terreno oposto est ao seu alcance desmistificar analisar e revelar os modos A B l a 91 de produ o de tais imagens e informa es subservientes Esta refer ncia pretende assim fechar o primeiro momento da pesquisa sobre como definir e esclarecer esta ideia daquilo que poder ser arte p blica pela via de interven o p blica e por chamar o p blico observador a intervir e a usufruir do trabalho exposto A arte para ser p blica tem que provocar uma rea o rela o sentimento ela h de ser interventiva e reativa provocat ria numa atitude pensamento ou rea o mais emp rica Recolhendo uma outra opini o com o intuito de abordar v rios pontos de vista na pesquisa alargada sobre esta ideia de que um trabalho pl stico pode ser p blico ou 9 Georges Bataille 19897 1962 foi um escritor franceses que se destacou no dom nio da literatura e tamb m nos dom nios da antropologia da filosofia s
54. o s o estanques Podemos concluir tal como Ernesto Neto nos refere que estes corpos sugerem uma explora o sensorial e uma representa o da paisagem interna do e no organismo como se o observador estivesse dentro e fora de um corpo em simult neo b Adriana Varej o organicidade pl stica e formal v sceras e interior de uma pintura Artista pl stica de origem brasileira que se destaca na d cada de 80 com trabalhos que exploram a tem tica do per odo colonial brasileiro a partir da ideia de lugares de viv ncia O seu trabalho passa pela tradi o e cultura popular revisitando alguns universos pr ximos do portugu s nomeadamente pela simula o e recria o de alguns objetos alusivos a essa cultura Os azulejos portugueses s o uma met fora da coloniza o partindo da ideia de que estes azulejos cer micos tomam conta das paredes das cidades colonizadas sendo elementos alvo de representa o nas pe as da artista entre a pintura objeto a escultura ou uma pintura com car cter instalativo Adriana Varej o faz uma forte alus o crueza e agressividade que mostra atrav s da mat ria rasgada nos trabalhos como carne ou as rela es d spares entre a sensualidade versus dor ou a viol ncia versus exuber ncia val ncias o artista acaba por ser uma das cabe as da arte n o figurativa apelando fortemente ao abstracionismo geom trico A sua obra reunida em v rios espa os museol gicos nomeadament
55. papel esbo os 4 1 9 x 12 em www robertsnithson com http evaklabin blogspot pt 2010 10 01 archive html http www robertsmithson com drawings amarillo 300 htm 11 08 2012 TERESA CORTEZ e 1 1 Novo hospital privado da Boa Nova pe a no ateli da artista 2008 675x270cm 2 Hospital S o Francisco de Xavier pormenor 1973 300x200cm painel 1 superior A gua 350x240cm painel 2 A Terra A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121215 3 Mercado do Lumiar 2003 8x 360x380cm Imagens retiradas de AAVV Teresa Cortez cer mica que conta hist rias Editora d arte cole o Campo da comunica o Lisboa 2008 WALTER DE MARIA l 1 5 Continents Sculpture 1989 Marble quartz magnesite glass steel 5 x 5 x 5 m http www sammlung daimler com sammlung werke_demaria_e htm 26 07 2012 2 Time Timeless No Time 2004 http 12foot3 com p 848 26 07 2012 3 The Oval n d http andreavelloso blogspot pt 2010 05 tadao ando naoshima html 26 07 2012 YVES KLEIN 1 Ilumina o p stuma do Obelisco da Place de la Concorde 1983 Paris 2 e 2 1 Exposi o O Vazio na Galeria Iris Clert 1958 Paris Retiradas de WEITEMEIER Hannah Klein Taschen P blico 2004 4 3 Imagens referentes ao Cap tulo 5 ADRIANA VAREJ O 1 1 1 Linda do Ros rio 2004 leo sobre alum nio e poliuretano 195 X 800 X 25 cm
56. para o caso particular e de Interesse o fenomenol gico tomando como exemplo quando Richard Serra salpicou chumbo fundido da uni o entre o ch o e a parede do espa o expositivo Splashing 1968 desafiando a no o vigente de objeto art stico aquele que podia ser enquadrado nalguma categoria escultura pintura etc que era aut nomo em rela o ao seu contexto hist rico e que podia ser negociado e transportado como uma 54 mercadoria 155 Numa segunda perspetiva agora por compara o Rosalyn Deutsche chama lhe de est tica urbana ou espacialidades culturais um discurso que combina ideias sobre arte arquitetura e urbanismo Diz nos que podemos encontrar duas val ncias por um lado ideias sobre arte arquitetura e desenho urbano e por outro a cidade como espa o l ie 156 social e espa o p blico 157 Rosalynd Deutsche refere Hannah Arendt no mbito da esfera p blica pela constru o de exist ncia de um espa o de apari o Pretende problematizar quest es em torno de arte p blica a partir da compara o de v rias abordagens nomeadamente atrav s do trabalho de Krysztof Wodiczko tamb m tratado nesta pesquisa A autora reflete sobre a capacidade e a oportunidade de debate sobre o tema porque a ordem social incerta est aberta contesta o e ent o o que reconhecido no espa o p blico a legitimidade do debate sobre o que leg timo e o que ileg t
57. pela aus ncia da terceira dimens o aus ncia da refer ncia f sica real o registo gr fico Em 1967 Richard Long come a as suas primeiras caminhadas de uma forma consciente e como pr tica art stica Assume que o seu trabalho passa por um ponto de vista muito espec fico diz nos que os locais das duas partes da escultura o lugar da galeria ateli e o seu lugar na natureza amplamente separadas trazem a ideia de que todos os tr s lugares o lugar natural onde recolhe o registo do mesmo o lugar que evoca quando confronta o observador espectador com essa recolha e o lugar da galeria que exp e e mostra esse registo t m de ser diretos para o trabalho Hoje o seu trabalho continua a marcar esta continuidade do di logo entre os espa os naturais que lhe permitem desenvolver um trabalho livre e ef mero em qualquer lugar Desta forma pretende tamb m trazer para a vertente da arte p blica de interven o este tipo de manifesta o que contacta com o espectador pela mat ria prima por excel ncia as pedras a lama e a gua Identificamos alguns elementos que apelam ao lado mais sensorial e intuitivo da sensa o e da frui o entre o corpo e a mat ria f sica Esta rela o pode ser estabelecida fisicamente em contato direto com estes elementos que saem do contexto natural sem alterar o seu habitat natural Eles entram no espa o da galeria quer pelo registo fotogr fico quer pela recria o de alguns pormenores da pai
58. po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121158 ERNESTO NETO Jell Pormenor de instala o Museu de Arte Moderna Alo sio Magalh es Recife Brazil 2003 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121159 ia Instala o na 49 Bienal de Veneza ai D Humanoids 2001 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121160 D Oe Circleproteitemple 2010 5 The Island Bird 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121161 F LIX GONZ LEZ TORRES ale Untitled Placebo 1991 Eio a Untitled 1993 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 162 H LIO OITICICA 1 Grande n cleo 1960 166 Du Eden 1969 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 163 Ba 4 Monocrom ticos ou Inven es 1958 1959 Monocrom ticos ou Inven es 1958 1959 Metaesquema dois Brancos 1958 Metaesquema n 4066 1958 F E Bilateral 1959 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 164 sba Relevo espacia
59. por iner ncia assume se ent o como o fator de grande influ ncia na composi o do mosaico pela trama que se expande nessa matriz A ideia de repeti o leva necessidade de avaliar o conceito de contraste de uno e m ltiplo Como consequ ncia desta ideia a obra de arte corre o risco de perder a no o de originalidade inova o criatividade e inspira o Poder se por isso relacionar esta multiplicidade s quest es que reorganizam e reavaliam o conceito de arte p blica A duplica o acontece no sentido de ser a condi o m nima da repeti o e a constru o de um ritmo formal do espa amento as tesselas repetem se sem nunca se anularem J o tempo ser ent o o fator que surge pela capacidade sugestiva de uma infinidade do rizoma que abandona a renda decorativa e testa os seus limites que parece nunca acabar E pela rela o com o tempo de origem da mat ria prima azulejo portugu s enquanto refer ncia visual e intelectual pela identidade pode se dizer que a sua infinitude dada como ilimitada n o h um fim exato O Tempo na pintura talvez se torne mais vivo e atual quando os dispositivos pict ricos vivem dos contrastes de cor movimentos ritmos e luz Ele tamb m pode viver da introdu o de s mbolos que remetam o observador para um momento poca espec fico do quotidiano A pintura trata assim o seu tempo pela representa o tem tica do tempo que sustenta esses fen menos e n o da segrega o
60. que questionam o seu destino e que agora alcan am a possibilidade do lugar nesse mesmo c u Esta d cada por isso marcada por um estatuto erudito assim designado por Jo o Pinharanda diferente do percurso no in cio dos anos 80 O regresso pintura dentro do pr prio regresso f sico e concetual a esta forma de express o no seu percurso tamb m marcado pelas narrativas visuais que somos DI IDEM p g 13 22 Cita o de Calapez e Jo o PINHARANDA Pedro Calapez Cole o Caminhos da Arte Portuguesa no Seculo XX Editora Caminho Lisboa n d p g 13 e Cita o de Jo o Pinharanda em IDEM p g 14 e Cita o de Jo o Pinharanda em IDEM p g 18 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 77 convidados a estabelecer por exemplo com Cidades Cont nuas marcada pela reflex o sobre a ideia do que e do que poder ser uma natureza morta e uma natureza urbana como se fosse o outro lado da arquitetura paisagem pr ximo da ideia de Rosalind Krauss em que existem realidades paralelas que convivem entre a n o arquitetura enquanto paisagem e a n o paisagem enquanto arquitetura A d cada de 90 marcada tamb m pela rela o luz cor onde o trabalho de Pedro Calapez se assume cada vez mais consciente de uma planifica o de montagem implicada e indissoci vel da instala o no lugar agora organizados por planos de cores que
61. recovery not only technical as strong plastic potential interaction with the viewer KEYWORDS place organic rhizome site specific installation A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 Iiv AGRADECIMENTOS A presente tese de disserta o de mestrado contou com a colabora o de v rias pessoas a quem gostaria de fazer um agradecimento especial Ao meu orientador Professor Doutor Carlos Vidal por toda a disponibilidade conhecimento e condu o de toda a pesquisa investiga o e trabalho em conjunto Ao Professor e artista pl stico Manuel Botelho pelo acompanhamento e orienta o de 2006 at 2008 ainda no mbito da licenciatura e pela disponibilidade e influ ncia que me ajudou a definir o percurso art stico e acad mico Ao Professor Fernando Quintas pelo forte interesse e entusiasmo pela pr tica do mosaico e pela importante influ ncia que teve na forma como me orientou nesta tecnologia entre 2006 e 2008 e que se verifica na atual pesquisa e interesse pl stico Casa das Hist rias Paula Rego nomeadamente Dr Helena de Freitas Diretora do museu que me autorizou prontamente todo o registo fotogr fico das salas de exposi o e Dr Catarina Alfaro Conservadora que possibilitou a informa o sobre a pesquisa realizada para a exposi o Innervisions Ao artista pl stico Pedro Calapez pela disponibilidade e conversa sobre o s
62. religiosos bem como nas grandes igrejas episcopais e antigos conventos revestindo fachadas inteiras de pr dios muros e bancos de jardim o azulejo estende a luminosidade e policromia sedutora por 238 todos os cantos desta formosa terra de miltons O azulejo come a de uma forma t mida e sugestiva com a fun o de valorizar e destacar a arquitetura De acordo com a pesquisa conclui se que o azulejo tem vindo a ganhar 235 Estas aplica es funcionavam como representa es de elementos arquitet nicos na cria o de ilus es espaciais trompe l oeil literalmente engana o olho que pretendiam evocar uma desmultiplica o do pr prio espa o 236 Segundo ltimas pesquisas publicadas sobre a hist ria e investiga o do azulejo portugu s e a forma como esta mat ria continua a testemunhar a identidade portuguesa referem se Dora Alc ntara Brasil e Ana Margarida Protela Domingues Portugal 2 Victor Sousa Lopes 1949 formado em ensino industrial e desde os anos 80 que investiga sobre a origem e restaura o do azulejo a n vel internacional e nacional Colabora com ensaios para revistas sobre o assunto nomeadamente para o Jornal Independente Di rio Popular Revista Vilas e Cidades Revista Autores entre outros Publica tamb m estudos sobre azulejaria pela Imprensa Nacional Casa das Moeda 2001 e destacam se alguns ensaios como Testemunho nas Paredes Ensaios de Azulejaria ACD Editores 2001 e A Palavra d
63. reporta agora a uma situa o de nojo dejeto lixo e de desperd cio enquanto vest gio de uma sociedade de consumo Tamb m a fragmenta o da pe a nas v rias proje es e pormenores de tesselas espelha essa sugest o de rizoma praga e decomposi o da forma conceptual O lugar de sub rbio urbano marginalizado e em estado de putrefa o pelo caos que se faz sentir num lugar inabit vel retira toda a autonomia dessa proje o de lugar irreal mesmo quando a sua escala procura esmagar a ru na que a rodeia Nesta leitura invertida de anula o o mosaico assemelha se descrimina o deste lugar e do lixo causado pelo consumo social global irracional e incontrol vel uma t cnica que cai em desuso e deixa de ser procurada enquanto m dium de express o e comunica o Integra e anula se neste lugar de dejetos que se sobrep em e se consomem n o s compositivamente encarando a fotografia como o campo de vis o que recolhe e articula os v rios est mulos visuais como fisicamente Ser um lugar de n o intera o e que n o se mostra convidativo ao observador espectador ou passeante Quando a pe a perde a sua autonomia ficar apenas resumida ao seu registo ef mero da sua decomposi o a chegar ao fim tal como a decomposi o dos desperd cios que disp em o seu ambiente envolvente A obra ficar por isso instalada e encurralada num limite de lugar sujo onde ningu m passar por ela n o havendo qualquer rela o
64. se espalham pelas exposi es Estes pain is remontam a plataforma de a o espacial a sua organiza o acontece dentro de uma matriz de linhas irregulares procura de linhas que nos remetam paisagem por vezes dif ceis de serem alcan adas por ultrapassarem o nosso campo de vis o O pensamento espacial mostra que se percebe que cada op o do artista nasce de uma circunst ncia espec fica do local de montagem do local original de trabalho da hist ria que sustenta o pr prio trabalho Exemplo disso s o duas grandes instala es que marcam este pensamento Mem ria Involunt ria pelas s nteses crom ticas e Campo de Sombras que nos revela um percurso de luzes e sombras desenhadas nesses mesmo lugar A partir do ano 2000 o artista explora novas solu es pl sticas e reequaciona novos conceitos mant m a fragmenta o dos pain is enquanto matriz onde casa a arquitetura como paisagem com o interior de mem rias que n o se veem Surgem assim lugares de arquitetura palacianas que se cruzam com outras funcionais O artista revela nos parte do seu processo criativo quando estas pinturas se movem em paredes estanques para o centro da sala que por sua vez se definem como periferia ou limite de termo At que ponto este redesenhar o espa o pode ser subvertido e rearticulado com a sugest o de aus ncia da no o de paredes e gravidade Delfim Sardo diz nos ainda que se sente uma preocupa o com o
65. se ia antes mesmo de veicular os seus conte dos anal tico cr ticos eventualmente pol ticos contenha em simult neo a sua defini o de espa o p blico estruturando se tamb m enquanto espa o p blico Este lugar cria e re ne em si as condi es necess rias para proporcionar a rela o entre sujeito objeto para que esse espa o in cuo imparcial e inerte ganhe propor o e dimens o no sentido de estabelecer alguma rela o conceptual sentimental emocional e f sica A quest o central como charneira na obra de Jos Ma s de Carvalho mostra nos que uma Interven o no espa o p blico portanto tem de ser tamb m ela espa o p blico Vejamos mesmo que a interven o seja de natureza cr tica procurando contrair proposi es de natureza celebrativa o monumento de que falava Walter Benjamin quando nos dizia que todo o documento de cultura um documento de barb rie mesmo que se procure o anti monumento por oposi o arte comemorativa por variadas raz es a arte pretensamente cr tica culmina numa entidade de legitima o e confirma o do poder no espa o onde pretende intervir cumplicidade t pico adorniano E disso dever se ter autoconsci ncia O seu processo criativo atravessa dois conceitos chave um em que contempla dois problemas est ticos debru ando se e confrontando se com a inevitabilidade da absor o e homologa o no espa o p blico nele considera s
66. se que h um forte cruzar entre o que pintura instala o espa o e arquitetura h uma sugest o de um ato de vaguear a m o que lan a o tra o sobre o papel num determinado territ rio na busca de um lugar que confira prote o ref gio sensa o de vazio que precisa de ser preenchido assim como algum isolamento Pedro Calapez assenta toda uma metodologia de trabalho numa matriz rigorosa onde os territ rios se tocam Territ rio de antecipa es e desvios o trabalho do arquitecto Territ rio visando a sua fronteira no contorno dos interiores Territ rio das passagens sobre o 201 Cita o de Alexandre Melo consultada em http www calapez com 202 Cita o de Pedro Calapez consultada em site http www calapez com A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 79 movimento relativo entre o olhar e o que olhares Territ rio envolvido do simulacro da 3 203 casa das fachadas sobre a paisagem representa o enganosa d El Anatsui propriedade social e a vertente t ctil El Anatsui um artista de origem nigeriana e que se destaca j no in cio da d cada de 90 e do ano 2000 com trabalhos de car ter instalativo passando pela ideia de mosaico e tape aria a partir de materiais at picos nestas pr ticas art sticas Evidencia se por isso na arte africana com pe as visualmente fortes e que evocam notoriamente outros lugar
67. um espelho o que est acontecendo no momento no edif cio e isso pode ser l 83 visto facilmente nos afrescos de Pompeia Para Ilya Kabakov habitar um n o lugar ser o ato principal transforma o desse espa o num lugar tal como habitar o mundo para que se expanda at ao observador Enquanto a pintura poder ser o modelo de um mundo terrestre transformado a Instala o poder ser a concretiza o desse lugar f sico e tridimensional que ultrapassa os seus limites O outro lado do lugar mental concetualintelectual depende do ato de pensar e de representar para que se estabelece uma comunica o clara e eficaz entre a re cria o desse novo lugar habitado e o observador que o vai habitar Ainda com este artista e analisando apenas a sua reflex o pl stica sobre a forma de comunicar atrav s da instala o h que quebrar e interpretar os modelos formatados na representa o pict rica e bidimensional que nos dar ferramentas e estruturas capazes de evolu rem para a concretiza o espacial in loco Na hist ria da arte h um questionar e problematizar as val ncias da pintura que poder perder a sua veracidade enquanto plataforma de cria o do lugar habitado verdadeiramente pelo espectador 2 Ilya Kabakov 1933 artista pl stico russo que completa uma carreira no mbito das artes visuais performativas e site specific durante cerca de 40 anos com uma vasta produ o de variadas pinturas desenh
68. 2 KABAKOVY Ilya Consultado em 15 08 2011 http www ilya emilia kabakov com KABAKOVY Ilya Consultado em 15 08 2011 http en wikipedia org wiki llya Kabakov KABAKOVYV Ilya Ilya Kabakov vida e criatividade de Charles Rosenthal Exposi ao de 07 de agosto a 03 de novembro de 1999 Consultado em 15 08 2011 arttowermito or Jp art kabakov A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121203 KABAKOVY Ilya Consultado em 15 08 2011 http noyspi com KRAUSS Rosalind The Optical Unconscious Cambridge Mass London The MIT Press 1993 KRAUSS Rosalind The Originality of the Avant Garde and Other Modernist Myths Cambridge Massachusetts The MIT Press 1991 KRAUSS Rosalind A Voyage on the North Sea Art in the Age of the Post Medium Condition London Thames and Hudson cop 1999 KUNSCH Graziela A rampa antimendigo e a no o de site specific ou Andrea Matarazzo no Soho Consultado em 29 12 2010 em http www corpocidade dan ufba br arquivos resultado S T2 GrazielaKunsch pdf KWON Miwon One place after another Site Specific Art and locational identity Cambridge Mass London MIT Press cop 2002 KWON Miwon Um lugar ap s o outro Revista on line Outubro 1997 Consultado em http 4orgemennabarreto blogspot pt 2009 10 um lugar apos o outro miwon kwon html em 01 07 2012 LOPES Vitor Sousa Testemunho nas paredes ensai
69. 50cm 96 e 98 Ensaios para implementa o da pe a com referencia escala humana com diferentes n veis de aproxima o Salas de exposi o contexto galer stico museol gico Casa das Hist rias Paula Rego Cascais sala 1 Carater contemplativo 97 e 99 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 200 x 90cm escala real 1000 x 450cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 x 1 BREVE APRESENTA O A presente investiga o uma proposta de Disserta o de Mestrado em Pintura apresentando se como objeto de estudo o tema site specific na linguagem pl stica contempor nea Prev se estudar a origem desta pr tica art stica bem como referenciar alguns artistas contempor neos que desenvolvem o seu percurso neste registo analisando de que forma que o trabalho pessoal poder estabelecer pontos de contacto com os mesmos A par desta tend ncia art stica prop em se an lises sobre a defini o de lugar e a no o de territ rio Pretende se igualmente a realiza o de trabalhos e ensaios pr ticos onde se explora e se coloca em pr tica os conceitos e metodologias de trabalho considerados e investigados bem como um sustento enquanto percurso art stico A escolha deste tema surge no mbito do trabalho pl stico pessoal em continuidade pela evol
70. 8 2012 2 Splasing 1968 http theslideprojector com artl ranchocampus artlrlecturepresentations artlrlec ture7 html 28 08 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121214 ROBERT MORRIS 1 http sarabryant wordpress com 2011 10 1 1Anspiration robert morris 2 http sarabryant wordpress com 2011 10 1 1Anspiration robert morris 3 http sarabryant wordpress com 2011 10 1 1Anspiration robert morris 4 http sarabryant wordpress com 2011 10 1 1Anspiration robert morris ROBERT SMITHSON l Spiral Jetty 1970 Great Salt Lake www robertsmithson com e http ruralc blogspot pt 2011 01 what is land art html 2 e 2 1 Broken Circle 1971 Emmen Holland www robertsmithson com esbo o que enquandra duas propostas da land art Broken Circle e Still Hill http www robertsmithson com drawings spiral hill broken circle 800 htm 11 08 2012 http www crdp reunion net dossiers thematiques Imoislartiste smithson galeries portait php do sster 0 11 08 2012 2 2 Broken Circle 1971 http en wikipedia org wiki File Emmen Smuithson Broken Circle JPG 11 08 2012 3 e 3 1 Spiral Hill 1971 Emmen Holland www robertsnithson com http ethel baraona tumblr com post 20778193005 robert smithson spiral hill viewing broken 11 08 2012 http www all art org Architecture 24 13 htm 4 e 4 1 Amarillo Ramp 1973 Tecovas Lake Texa lapis sobre
71. H uma atra o visual de car cter sedutor onde se promove um chamamento sensorial e mat rico O observador passeante despertado por algo que reconhece n o pertencer ao lugar arquitet nico onde se encontra al m de um chamamento contemplativo tamb m ele participativo e de dimens o l dica Ser intencional provocar alguma estranheza ao atravessar a pe a enquanto passadeira onde o passeante poder se apenas dar conta algum tempo depois de que de facto encontra se a atravessar esse lugar amb guo confrontando se com uma experi ncia sensorial numa plataforma surreal e de jogo visual A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121107 b Car cter contemplativo Imagem B Implementa o da pe a de mosaico no contexto museol gico 4 5 x 4 5 x 10 m sala de exposi o da Casa das Hist rias Paula Rego Numa segunda inst ncia o car cter l dico perde se quando a pe a entra no espa o da galeria este lugar promove tamb m uma aura de cerim nia respeito venera o e contempla o relativo s pe as apresentadas Por este motivo o observador ser visto como um espectador expectante que pela primeira vez ter uma indica o junto da pe a para percorr la procurando quebrar essa formalidade enquanto estiver dentro desse novo lugar Neste contexto a evid ncia de esmagamento ser mais eficaz e not ria do que no espa o p blico exter
72. Jell Novo hospital privado da Boa Nova pe a no ateli da artista 2008 675x270cm Hospital S o Francisco de Xavier pormenor 1973 Mercado do Lumiar 2003 8x 360x380cm 300x200cm painel 1 superior A Agua 350x240cm painel 2 A Terra A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121146 WALTER DE MARIA 1 2 5 Continents Sculpture 1989 Time Timeless No Time 2004 a The Oval n d A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 147 YVES KLEIN 1 Ilumina o p stuma do Obelisco da Place de la Concorde 1983 Paris 2e2 1 Exposi o O Vazio na Galeria Iris Clert 1958 Paris A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 148 7 3 Artistas analisados no Cap tulo 5 ADRIANA VAREJ O lel l Linda do Ros rio 2004 D sem titulo 2008 3 e 3 1 pormenor Azulejdes Cacho amp Arabesco Dormindo 2005 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 149 4 e41 Celacanto Provoca Maremoto 2004 4 2 e 4 3 pormenor Celacanto Provoca Maremoto 2004 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121150 CI
73. LDO MEIRELES aa Eureka Blindhotland 1970 1975 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121151 Ds Miss o Miss es Como Construir Catedrais 1987 Ea Desvio para o Vermelho 1967 1984 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121152 DENNIS OPPENHEIM le 1 1 Device to Root Out Evil 1997 sia Sleeping Dogs 1997 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 153 a Martian Rock with Tunnel 2003 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 154 A PAS vi A BON fe a 4e41 Still Dancing 2009 esbo o e 2010 obra final A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121155 EL ANATSUI 1 The Blanton is the only southwest venue to present the first n d ais Fresh and Fading Memories 2007 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121156 aa Wastepaper Basket 2003 mta Crumbling Wall n d A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121157 e T xteis de refer ncia panos kente A
74. N GRAHAM Jell Pavilh o Triangular com recorte circular 2008 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121129 Mit i TE E RIA EA ny TM tt ni m e ia Two Joined Cubes 1997 Duas vias de vidro espelho alum nio e a o perfurado 90 x 90 x 57 5 cm 35 2 5 x 35 2 5 x 22 4 5 in 3e 3 1 S Curve Caf 2001 Duas vias de espelho resina de polyester metal e madeira A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 130 DANIEL BUREN TORIN i W O Md JRR 7 E e ais 2 Les Deux Plateaux cour d honneur du Palais Royal Les Anneaux Quai des Antilles Nante 2007 Paris 1985 1986 L Arc Rouge 2006 2007 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121131 HANS HAACKE 1 Te Condensations Cube 1965 2008 plexiglass e Nahaufnahmen der Flora und Fauna von 2001 2008 gua Hirshhorn Museum and Sculpture C Print je 35 x 27 5 cm Garden s 4 Blue Sail 1964 1965 instala o News 1969 1970 remontada em 2012 no Museu ventilador ventoinha chiffon oscilante Nacional Centro de Arte Rainha Sofia Madrid tecido pesos de pesca chumbos e linha A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121132 HENRY MOORE
75. UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS ARTES A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais CATARINA CASCA ALELUIA MESTRADO EM PINTURA 2012 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS ARTES A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais CATARINA CASCA ALELUIA MESTRADO EM PINTURA DISSERTA O ORIENTADA PELO PROFESSOR AUXILIAR CARLOS VIDAL ANO LETIVO 2012 LISBOA A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 In RESUMO Nesta Disserta o de Tese de Mestrado em Pintura prop e se a reflex o e investiga o te rico pr tica no mbito da arte contempor nea sobre a ideia de arte de interven o no lugar p blico Com o tema 4 Po tica do Espa o De Bachelard s Artes Visuais procura se uma abordagem geral e pessoal sobre o tema do site specific que ter como base a obra A Po tica do Espa o de Gaston Bachelard e que dialogar com propostas te rico pr ticas de artistas nacionais e Internacionais desde os anos 60 at atualidade bem como alguns ensaios reflexivos sobre o assunto O tema prop e uma recolha de acontecimentos a es coletivas e diversas resolu es pl sticas no mbito das artes visuais e de Interven o organizadas cronologicamente pela hist ria da arte mundial desde as suas primeiras manifesta es at aos dias de hoje tomando como forma esta continuidade de a o e meio de
76. a Mestrado em Pintura 201212 O estudo ir incidir na tem tica do site specific procurando esclarecer se o mesmo poder nascer da pintura expansiva quando esta acrescenta algo ao significado escondido de um determinado lugar Pretende se igualmente problematizar e levantar quest es como Mas afinal o que o lugar Para que serve Estes e outros assuntos cruzam o centro de interesses desta investiga o onde o lugar pode ser exterior ou Interior com uma componente natural arte ambiental ou n o O site specific permite uma interdisciplinaridade de v rias artes seja t cnica pr tica ou mesmo conceptual A inten o n o partir do espa o f sico que se imp e mas sim do ensaio de uma pe a em mosaico que permita a recria o e valoriza o de um lugar espec fico dentro de um outro lugar p blico Pretende ser uma pe a de car ter instalativo e que precisa de um espa o f sico para a suportar e lhe conferir essa no o de espa o tridimensional parede ch o teto tr s eixos orientadores esta e outras pe as outros ensaios que n o chegam sua concretiza o final mas que s o fundamentais para o evoluir do pensamento pl stico e auxiliar nas escolhas a determinar bem como nos ensaios a testar desmultiplicam se em forma de rizoma que se destinam a lugares de passagem atemporais e de dura o indefinida Este lugar surge como convite ao espectador a estabelecer uma nova rela o com esse espa o Como ponto de
77. a o urbano contido e escala humana Apesar das densidades da mat ria e das v rias caracter sticas que estas Interven es possam assumir escala mat ria prima opacidade transpar ncia volume peso Walter De Maria tamb m destaca com grande relev ncia no seu processo criativo a import ncia A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 54 da grande escala dimens es arquitet nicas e por vezes monumentais de propor es perfeitas e exatas A escala relaciona se diretamente com a escala humana e consequentemente com o sitio onde Instalada a obra ou para o qual foi pensada Na d cada de 90 Walter De Maria come a a pensar numa abordagem mais consciente e amadurecida sobre os tr s principais fatores chave j elencados a escala o peso e a densidade Surgem pe as em formas de esferas perfeitas e esmagadoras feitas em pedra ficando n s em estado de esplendor no interior da galeria ou do espa o para o qual a pe a foi desenhada e instalada O artista pretende claramente quebrar com a cerim nia que possa existir para o espectador lhe permitido tocar e sentir a pe a eu gosto que as pessoas fa am isso As obras dialogam com o espa o envolvente pela escala pela opacidade transpar ncia pedra vidro e pela sua massa volume que desafia a postura e a perspetiva do observador Existe a possibilidade de se relacionar diretamente com a ob
78. a Aleluia Mestrado em Pintura 2012 104 Pela necessidade de simular a coloca o final do mosaico no seu habit culo a fotografia revela se como tecnologia mais capaz de nos remeter a esta ilus o visual e espacial a partir do seu registo enquanto momento definido como aqui e agora Recuando no tempo no final do s culo XIX a fotografia j uma forma de express o comunica o e de registo que a Europa na sua generalidade utiliza como forma de marcar o pr prio tempo e de registar essa mem ria o seu desenvolvimento esteve associado a v rias vertentes de estudo e investiga o desde a ci ncia que encontra na fotografia um instrumento fundamental para constru o de conhecimento estudos sobre o movimento e a forma como este poder ser representado e tratado cientificamente a n vel da representa o do corpo humano como nas artes visuais e in cio do cinema pelas sequ ncias criadas e inauguradas por Eadweard Muybridge com o desenvolvimento de m ltiplas posi es em movimento Enquanto a ci ncia encarou a fotografia como um instrumento de dizer a verdade as artes visuais agarraram a fotografia como outra forma de propor a imagem at ent o j saturada no mbito das belas artes e pela procura de uma certa reciclagem no campo da vis o e da sua representa o a pintura deixar de ser mim tica e a fotografia passar a ser vista como o registo primordial desta verdade visual e temporal Assim a partir
79. a de fazer aparecer um ru do que consiga anular a sua intimida o Aqui a arquitetura ser tratada como o s mbolo de um sistema pol tico questionando o valor e a fun o destes espa os ao qual se destinada e por isso foi edificado e a fun o que ganha posterior mediante interesses pol tico sociais A proje o chega finalmente como o elemento chave que anula os outros dois aspetos e que mostra o lado oculto agora transparente aos olhos de todos Em suma a sua obra n o pretende experimentar curiosamente pretende apenas questionar atrav s do conte do e da interdisciplinaridade e promover asssm a capacidade de cr tica e de questionar no espectador ativo e participante Ela ser apenas um meio do qual nos servimos para perceber o seu pensamento E o principal contributo para esta pesquisa a reflex o sobre a forma como o artista utiliza a arquitectura enquanto suporte de impacto para as suas instala es a forma como supera a escala humana atrav s das proje es gigantescas bem como a sua for a visual e imag tica pensadas e bem conseguidas Em modo de conclus o deste cap tulo e para transitarmos para o pr ximo que tratar a d cada de 90 a de 80 ser uma d cada tratada superficialmente nesta pesquisa apesar de ser referida como contexto e poca de passagem na passagem para o pr ximo cap tulo Esta d cada ficou marcada como o regresso pintura pela redescoberta e revaloriza o da pintura propriame
80. a do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121190 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121191 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121192 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121193 Ee ei du ei a a A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121194 l E die A Ne ca Ss Da O so d ai i pinto a La lz F ti IF A A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121195 E EFE n 1 nd i Dig F m a DOCES ja a ido E a F E o f A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 196 eg ca a F do E ENE A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121197 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121198 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121199 BIBLIOGRAFIA 1 Ensaios e livros AAVV Anos 60 Culturges
81. ala em procurar o conhecimento pelo ato de pensar sendo esta substancia o ato de pensar e n o o de viver Po mes de la jalousie 1926 e Po mes de la vie et de la mort 1927 Dispon vel consultado em http de wikipedia org 8 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 206 Consultar imagens da Parte II Capitulo 8 fotografias de pormenores da pe a de interven o a partir de recanto de um espa o arquitet nico 3 Joe Bousquet 1897 1950 foi um poeta franc s que contribui para a constru o da po tica visual tornando se bastante pr ximo da vanguarda surrealista dispon vel em http en wikipedia org 31 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 206 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 14 A partir de Dol Bachelard diz nos que preciso imaginar muito para viver um espa o novo Logo se o espa o substancia vem daquilo que se pensa e n o do que se vive Pretende apenas que se pense e se imagine algum lugar mental de conforto e emp tico em rela o obra para e a partir deste ato de pensar se chegar ao viver da pe a exposta instalada A imagem constr i se a partir e com tudo aquilo que a alimenta uma vez mais a partir da nossa Imagina o e que por sua vez se traduz em todos aqueles elementos que s o facilmente reconhec veis a imensid o foi ampliada pela contempla o S
82. alista A sua obra foi tamb m influenciada pelo Expressionismo 10 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 146 147 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201219 numa gravura desperta facilmente o desejo de habit la estamos perante o desejo de habitar e possuir espa o que j se transformou no lugar desejado a partir do momento que desejado passa a constituir dimens o emocional simb lica e consciente Podemos estabelecer uma rela o com Edward Said que constr i a rela o entre a identidade do lugar e o eu enquanto sujeito ativo e de interven o H uma multiplica o do lugar onde nascem muitos pontos de vista proporciona se uma desmultiplica o e uma interdisciplinaridade de escolha do sujeito observador O lugar condiciona mas n o determina eu construo a identidade ela n o me imposta contudo ela poder ser de facto condicionada Bachelard evoca que sentimos que gostar amos de viver l entre os pr prios tra os do desenho bem impresso A quimera que nos impede de viver nos cantos nasce tamb m s vezes pela gra a de um simples desenho o desenho ou alguma manifesta o gr fica pl stica e ou visual estimula a vontade de habitar os seus recantos pela rela o entre o bidimensional e o tridimensional E quando esta obra deixa o bidimensional e passa para o real instala o site specific poder este
83. am a fechar se e que a define com a seguinte pergunta ret rica como dizer melhor que o canto a casa do ser E todos os habitantes dos cantos vir o dar vida imagem multiplicar todas as nuances de ser do habitante dos cantos Para os grandes sonhadores de cantos de ngulos de buracos nada vazio a dial tica do cheio e do vazio corresponde apenas a duas realidades geom tricas A fun o de habitar faz a liga o entre o cheio e o vazio Um ser vivo preenche um ref gio vazio E as imagens habitam Todos os cantos s o frequentados se n o habitados Mesmo nessa pris o a paz n o deixa de vir Nesses ngulos nesses cantos parece que o sonhador E op 10 conhece o repouso intermedi rio entre o ser e o n o ser Depois destas quest es lan adas sugerem se outras sequentes haver alguma rela o entre o ser e o lugar E o n o ser e o n o lugar O que nos aproxima e o que nos afasta O autor continua na disserta o da casa conforme diz amos que a casa representada IDEM p g 146 8 IDEM p g 146 Rainer Maria von Rilke 1875 1926 foi um dos mais importantes poetas de l ngua alem do s culo XX A sua obra original marcada essencialmente pelo tratamento da forma e pelas imagens inesperadas Atrav s delas procurou celebra a uni o transcendental do mundo e do homem numa esp cie de espa o c smico interior Assim a sua poesia fortemente relacionada com uma tend ncia existenci
84. ando ent o de transpor estes limites f sicos e ampli los enquanto corpo e obra para um espa o natural que lhe proporcionasse a a o viv ncia e experi ncia Smithson sai dos limites da arquitetura considerando agora o lugar de interven o uma plataforma ampla livre e natural Questiona a capacidade de observa o e a pr pria perce o exige por si s um trabalho de investiga o Por esta raz o o artista opta por lugares de dimens es transcendentais experi ncia e capacidade cognitiva individuais Pretende debater a observa o e a Interpreta o confrontar o observador com a escala alterada a volubilidade que adv m dela e a complexifica o das suas novas figura es 130 0 aa 2 Hans Haacke inicia o seu trabalho na d cada de 60 Durante os seus anos de forma o influenciado por um grupo internacional de artistas o Grupo Zero que se porque a pr tica art stica primava agora pela intensidade emocional do expressionismo alem o com uma est tica anti figurativa Conjugavam tra os geom tricos e aleat rios de uma pintura autom tica o empastamento pesado da tinta na superf cie da tela e por isso acabaram por rasgar com os limites da pintura a cavalete agora o ch o seria um suporte bem aceita e que obriga a uma rela o corpo a corpo direta e f sica o artista passa a estar literalmente na pintura Robert Pincus Witten 1935 historiador de arte moderna galerista e critico de arte americano
85. ando o a refletir sobre esta premissa o Vazio vendendo lhes espa os vazios A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012137 Yves Klein denuncia este pensamento quando integra na exposi o na Galeria Iris Clert Paris 1958 onde quis desafiar os limites f sicos e temporais Teve o cuidado de selecionar um lugar p blico e que dele e nele tamb m pudessem surgir in meros olhares opini es cr ticas e repulsas motivadores de diversas opini es e especula es Este projeto conquistou ent o um espa o desconhecido queria se chegar a um lugar e superar esse espa o atrav s da dissolu o do azul no vazio especial no outro lado do c u e atingir com isto uma outra dimens o que transcendesse o espectador e o pr prio espa o f sico in cuo e inexpressivo Da interven o fazia parte o Obelisco de Place de la Concorde um monumento hist rico que se proponha a uma ilumina o muito cenogr fica na cor azul t pica do seu trabalho de refer ncia parte desta ilumina o interven o Klein transformou ainda a galeria onde seria exibida essa mostra de arte interventiva no lugar mais in cuo e extremamente ins pido de tudo O espa o galer sticos apresenta se pintado de branco para enaltecer o dramatismo da ambi ncia nele criado e que pedia para ser um lugar habitado que se quebrasse com o vazio e se enchesse de rela es e inten es aquele s
86. arina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 42 n o arquitetura O estar algures pr ximo do natural e do urbano cultural e suspensa entre o pr dio e o n o pr dio entre a constru o edif cio e a constru o do telhado o telhado do edif cio o cultural e o natural entre as quais a produ o da arte escult rica parecia estar suspensa parece assentar Complexificando este limbo que vive entre os opostos Rosalind Krauss explica nos ent o que a procura de uma defini o para escultura instala o a partir dos finais dos anos 60 reside na rela o direta entre a paisagem que a n o arquitetura e a n o paisagem que a arquitetura A paisagem a n o arquitetura quando irrompe com o limite quadrado da caixa de visionamento da galeria museu Vem para o exterior dialoga com a natureza mas n o chega a ocupar o mesmo lugar que a pr pria arquitetura Logo esta paisagem n o pode ser arquitetura bem como a sua experi ncia n o ser urbana J a n o paisagem que arquitetura prima pelo di logo com o espa o real e que poder ser igualmente natural mas que regressa no o contida de um lugar arquitet nico a galeria Ent o essa no o de paisagem buc lica livre exterior e natural n o se relaciona com o lugar fechado Por este motivo Krauss justifica que a escultura instala o n o paisagem uma arquitetura podendo mesmo proporcionar uma experi ncia urbana Nesta equa o quase ma
87. arte da instala o e da escultura o seu trabalho acaba por ser o eleito para representar Pavilh o dos Estados Unidos da Am rica em 2007 na 52 Bienal de Veneza A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 82 estar dispon vel ao olhar cr tico de todos e o outro que pretende um trabalho corpo a corpo de intera o e proporcionar uma experi ncia coletiva ou individual O artista fala nos de constru es ideol gicas no sentido em que as m ltiplas leituras de uma pe a em v rios momentos permitem diferentes conclus es que se podem complementar ou anular outras contr rias uma vez que sem a participa o do p blico n o haver resultados verdadeiros e sentidos Esta participa o e interdisciplinaridade de v rias val ncias instala o arte de interven o escultura quer mostrar que o motor da a o est na 1deia conceito e n o na sua execu o f sica final A sua execu o ser uma consequ ncia pela necessidade de tornar vis vel e palp vel mostrar que a ideia enquanto ideia n o reconhecida mas quando resolvida e transformada na coisa objetual passa a ser verdadeira existe e pode ser acedida por qualquer um de n s Neste ponto enquadramos alguns trabalhos ef meros que Torres desenvolve Eles nascem de facto como expoente m ximo do toque da participa o e da constante ambiguidade constru o e destrui o Gonzalez Torres explica qu
88. articipativa do movimento neoconcreto Dedica se ao estudo sobre o espa o e materialidade do ritmo lan a a proposta de afastar a pintura do limite da moldura e confere lhe corpo espa o e massa Numa primeira fase projeta a pintura para fora dos limites do seu suporte alcan ando um espa o livre sem limites H deste modo a proposta de uma fus o entre a pintura e a superf cie espacial As suas obras reclamam espa o e fazem surgir as primeiras constru es do novo suporte enquanto objeto vers til e din mico Procura a tridimensionalidade auxiliada tamb m pela mat ria prima o metal madeira ou borracha a pr pria mat ria pl stica sofre muta es permitindo aproximar se cada vez mais do lugar enquanto espa o de a o e confronto com a constru o de um corpo a partir de outro permitindo que estas pe as fossem dobradas e alteradas conforme o manuseamento do espectador agora numa vertente ativa e participativa em certa parte determinante da forma resultante final da pe a O observador convidado a descobrir as in meras facetas e op es que a pe a promove que uma obra enquanto estrutura aberta poder oferecer atrav s da sua manipula o H lio Oiticica fala nos tal como Ligia Clark do conceito de um n o objeto derivado do neoconcreto a partir de Ferreira Gullar colaborando tamb m 11 Ligia Clark 1920 1988 nasce em Belo Horizonte Brasil O trajeto mais importante no seu percurso
89. as descri es fenomenol gicas t m ensinado que n o vivemos num espa o homog neo e vazio mas num espa o que est saturado com qualidades e que pode at ser invadido por uma aura espectral O Espa o da nossa perce o prim ria dos nossos sonhos e das nossas paix es tem dentro de s1 qualidades intr nsecas leve et reo transparente ou escuro irregular desordenado Novamente trata se de um espa o oscilante e deparamo nos com estes dois lugares quer Interiormente quer exteriormente Continua o autor que em qualquer caso estas an lises por m fundamentais ao pensamento contempor neo colocam em causa o espa o interior Mas sobre o espa o exterior que gostaria de falar agora O espa o em que vivemos pelo qual somos atra dos para fora de n s mesmos exatamente onde a eros o da nossa vida do nosso tempo da nossa hist ria que tem um lugar o espa o que nos desgasta e nos consome revela se 68 heterog neo Retomando o pensamento de Edward Said a sua cr tica define nos ainda uma rela o de elos de liga o anteriores constru o e escolha H uma reinscri o da filia o na afilia o e tamb m a sugest o de uma liga o sem concess es verdade pois o Intelectual encara a experi ncia do ex lio como forma de despossess o Fala nos no artista como exilidade por excel ncia das linhas dominantes de sua pr pria obra Os alicerces do pensamento de Said assentam na Identidade Ex lio e Secula
90. at meados dos anos 60 H lio Oiticica desenvolve um leque de trabalhos bidimensionais aguarelas e pinturas monocrom ticas um momento mais visual do que sensorial Nesta altura as suas pinturas caracterizavam se essencialmente por geom tricas e foram consideradas pelo artista bastante Importantes para se perceber de facto o conflito que existe entre o espa o pict rico e o espa o extra pict rico que at ent o n o era tratado de uma forma consciente O conjunto de pe as chamado de Inven es 1959 foi um dos trabalhos que inaugurou a sua segunda fase a n vel de metodologia de trabalho e pensamento pl stico A partir do final da d cada de 60 at aos anos 80 e at ao final do seu percurso o seu trabalho passa a ser desenvolvido tridimensionalmente apelando cada vez mais a uma 125 leitura sensorial com a pe a Bilaterais 1959 como reflexo dessa mudan a pelo trabalho de pintura monocrom tica sobre chapas suspensas por fio de nylon e que e ood 126 culminam nas pr ximas obras assumidas como esculturas Relevos Espaciais 1960 Os seus trabalhos passam a ser vivenciados por cada observador seja pela sua desloca o ou movimenta o que reaja com a pe a instalada e da resulte um est mulo sensorial A arquitetura ser tamb m um aspeto fulcral na rela o com a natureza e na concretiza o das instala es enquanto lugar de exposi o remiss vel a outro espa o valoriza o da express o e da subje
91. atarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121170 eli A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121171 Maquetas das v rias propostas A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121172 Escolha do projeto final 15 14 ais siae A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 173 Azulejos da F brica de Cer mica de Bicesse Conselho de Cascais A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 174 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121175 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 176 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 177 56 58 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 178 Pe a em mosaico escala 1 5 estrutura para revestimento 60 61 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 179 A po tica do site specifi
92. c De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 180 A E to 65 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121181 66 67 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 182 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 183 T2 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 184 8 2 Simula o do projeto em espa os p blicos Implementa o da pe a in loco T tina o tor e pa Pe a E LI E E A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121185 Ky gon ns ps m Aa a Dad RC a A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 186 78 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121187 19 80 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 188 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121189 a Da 84 A po tic
93. ca mais naturalmente a infinidade do espa o ntimo Lugar interior ntimo privado o s tio a partir de Bachelard onde o xtase apenas sentido nos campos da intimidade lugar interior A intimidade est ligada ao mundo sens vel pois ela a an lise dos sentidos proposta pr tica desta disserta o pretende apelar aos sentidos de forma a despertar o lado sens vel a partir de uma constru o imagin ria de um lugar ntimo lugar de recanto que parte de um ponto e que se expande Procura a partilha dos conceitos de ninho concha e canto tendo como mote visual e palp vel a pe a de mosaico que pode sugerir o come o desse lugar Quando Bachelard refere Baudelaire no sentido em que cada aumento de uma imagem aumenta a grandeza de outra imagem A imensid o desenvolve se vai ao encontro de uma sequ ncia um encadeamento de sugest es de imagens que se contaminam e que se expandem aumentando sempre a sua escala ou o seu universo Interior Em Bachelard encontramos a perspetiva de que a obra pode ser a sua representa o pela Imagem e que esta Imagem para existir e ser a coisa tem que ser alimentada pelo espa o ntimo do sujeito criador Porque este espa o tem que ter o seu conte do no eu de quem cria e por sua vez de quem v Aqui o trabalho pl stico surge numa emula o de grandeza com o espectador se assim podemos dizer os dois espa os o espa o ntimo e o espa o exterior v m con
94. cee 24 4 SITE SPECIFIC 4 1 Conceitos de site specific instala o minimalismo e arte p blica 28 4 2 Lugar corporalidade transforma o da natureza a Hist ria e antecedentes do White Cube an lise cr tica da sua pretens o de RUA NICA O cosa na aaa E Gabo eae aca 37 b origem nos anos 60 do s culo XX Daniel Buren e Rosalind Krauss at aos anos 80 L gia Clark H lio Oiticica Dan Graham Walter de Maria Robert Smithson Hans Haacke Krzysztof Wodiczko cccccccsicicc cer 39 5 INFLU NCIAS E INTERA ES COM ARTISTAS CONTEMPOR NEOS 5 1 Dos anos 90 atualidade Fatores sensoriais identit rios e o n o lugar 63 5 2 Mat ria sentido e utopias a Ernesto Neto sensorialidade material cccccccc cre 69 b Adriana Varej o organicidade pl stica e formal visceras interior de uma pintura qu ssaeas pe pupiarase ae sirene E Eras AGr tapa 71 c Pedro Calapez pintura parietal espacial das duas s tr s dimens es 73 d El Anatsui propriedade social e a vertente t ctil nnsnsennseses enere 80 e F lix Gonzalez Torres afetividade pela mem ria e utopia de proximidade sonsusesesseseseree ss 82 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 vi f Jos Ma s de Carvalho lidar com o n o lugar ccce essi iii 84 g Cildo Meireles sensorialidade e pol
95. com Miguel Von Hafe P rez em AAVV Richard Long em Braga Galeria M rio sequeira Braga 1999 FCGulbenkian biblioteca de arte 58 IDEM IDEM 6 Richard Long em conversa com Miguel Von Hafe P rez em AAVV Richard Long em Braga op cit A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012123 cl ssico como um pensamento contempor neo H sempre uma not ria intera o entre o sujeito homem e o lugar natureza do pr prio sua representa o no qual o artista assume um trabalho de cruzamento entre a sua ideia e o espa o f sico mundo sendo o lugar que determina o sujeito e desta rela o nasce a ideia produzida pela imagem e materializada pela escultura interven o a coisa objetual Concluindo esta reflex o sobre Richard Long cita se da que o pensamento para al m de considerar o homem como presen a amea adora ou por isso mesmo se v opor pr pria ideia de cria o art stica acendendo deste modo o que se pode denominar talvez empiricamente de moral da nega o da a o do homem Daqui se pode inferir estarmos em presen a de um escultor cujos reflexos morais se sobrep em arte conduzida enquanto concetualiza o est tica Concluindo em Long as no es de Bem e Verdade dominam as de Belo e Sublime c Edward Said lugar identidade e ex lio permanente Numa terceira e ltima perspetiva sobre esta ideia do que poder ser o
96. com densidades diferentes transpar ncia opacidade dureza textura Tangencia a teoria de Richard Long quando nos diz que o lugar faz a obra Qualquer lugar pode fazer a obra de arte gerador sem hierarquia de import ncia ou riqueza 3 A desmaterializa o tenta se fugir dimens o do objeto n o h a coisa Rela o com o ef mero a obra um conjunto de propriedades conceptuais sensoriais lingu sticas sentimentais e ntimas Fatores sociol gicos econ micos hist ricos culturais s o pe as fundamentais na forma como se v o articular as v rias propostas pl sticas dos artistas que se balizam entre as 10 Hannah WEITEMEIER Klein Taschen P blico 2004 p g 34 101 A procura deste novo lugar ser igualmente referenciado e contextualizado segundo trabalhos contempor neos e a forma como esta vontade se tem manifestado ao longo dos anos No cap tulo 5 Influencias contempor neas ser o elencados alguns artistas que se debru am sobres estas quest es do lugar e a sua manipula o nomeadamente com Ernesto Neto Adriana Varej o e ou Jos Ma s de Carvalho A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012139 d cadas de 60 e 80 Relacionando tamb m estas tr s ideias chave de Buren o estudo pretende aqui relacionar a perspetiva de Rosalind Krauss Na origem deste conceito de um s tio espec fico est a d cada de 60 onde a arqui
97. cos Editora OAL setembro 2011 VIDAL Carlos Espa o p blico meios privados as escalas da arte p blica Em J os Quaresma org O Chiado a Baixa e a Esfera P blica Lisboa Associa o dos Arqueol gicos Portugueses 2011 VIDAL Carlos Na morte de DENNIS OPPENHEIM Still Dancing meu caro em dias net 25 de janeiro de 2011 Consultado em 20 08 2011 em http Sdias net 2011 VIDAL Carlos Espa o p blico meios privados as escalas da arte publica Em Jos Quaresma org O Chiado a Baixa e a Esfera P blica Lisboa Associa o dos Arqueol gicos Portugueses 2011 WEITEMEIER Hannah Klein Taschen P blico 2004 WODICZKO Krzysztof Critical Vheicles writings projects interviews Krzysztof Wodiczko Cambridge Mass MIT Press cop 1999 2 Informa o e sites sobre movimentos espec ficos ESPA O FILOSOFIA In Infop dia Em linha Porto Porto Editora 2003 2011 Consultado em 2011 05 26 Dispon vel em http www infopedia pt espaco filosofia INSTALA O In Infop dia Em linha Porto Porto Editora 2003 2011 Consultado em 2011 05 26 Dispon vel em http www infopedia pt Sinstalacao LAND ART In Infop dia Em linha Porto Porto Editora 2003 2011 Consultado em 2011 05 26 Dispon vel em http www infopedia pt land art A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121208 MINIMALISMO
98. cr tico liter rio tradutor fil sofo e soci logo judeu alem o que procurou refletir ideias que cruzavam o idealismo alem o o materialismo dial tico e o misticismo judaico Evidencia se bastante no pensamento est tico contribuindo de uma forma generosa atrav s de alguns ensaios publicados como A obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade T cnica 1936 Teses Sobre o Conceito de Hist ria 1940 e a pe a por terminar Paris Capital do seculo XIX A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012153 Ideia e a renovar o pensamento at a estereotipado sobre a rela o que teria com o universo Revela uma perspetiva ambiciosa e com limites alargados questionando o papel do observador perante o espa o lugar numa no o universal e bastante ampliada A sua inten o a de colocar o espectador a questionar e a pensar sobre a terra e a sua rela o com a mesma por isso o seu objetivo nas Interven es locais naturais visa simular e recriar situa es onde a pr pria paisagem e a sua luz climat rica proporcionam essa viv ncia Walter De Maria mostra uma interdisciplinaridade entre v rias formas de express o numa fase inicial passando pela escultura e os happenings que evoluem no sentido de reencontrar o espa o como lugar de a o interligando a escultura com a a o que o observador desenvolve em torno das suas pe as Promove a Inten o de haver uma a o em to
99. cria o de novas paisagens inveros meis A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 73 pintura O seu trabalho representa um foco de interesse pelos desenvolvimentos relacionados com a produ o de imagens e a sua manipula o a n vel espacial Calapez alude no o de lugar os seus lugares da pintura mostram um aspeto perif rico da sua obra importantes para o caso em que se verifica um interc mbio entre a cria o de um lugar servindo se do meio da pintura com a apropria o e di logo com v rios espa os arquitet nicos atrav s de diversos motivos pict ricos O seu trabalho revela nos uma pintura que ganha corpo confere lhe massa peso e espacialidade para possibilitar a interven o e movimenta o em torno dela por parte de quem observa H uma multiplicidade e subvers o das t cnicas que serve esta no o de um lugar criado em di logo com a arquitetura que o suporta pelo desenho e pintura a leo acr lico aguarela pastel carv o e que por sua vez pode ser revertida em tijolo troncos de rvores madeiras diferentes a lona alum nio pap is de v rias texturas S Outro fator importante no seu trabalho a escala e as medidas que as pe as apresentam que consequentemente podem influenciar a sua leitura e aquilo que querem recriar lugar espa o que revelam a priori rigor e precis o Igualmente importantes s o as medidas d
100. da pe a 85 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 90 x 90 x 200cm escala real 450 x 450 x 1000cm 86 Registo fotogr fico do local de implementa o Edif cio devoluto e abandonado Car cter de ru na e perda de autonomia 87 e 88 Ensaios para implementa o da pe a ensaios com os dois planos de proje o 89 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial Juntas em cimento de cor maqueta 90 x 90cm escala real 450 x 450cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 ix 90 Ensaios para implementa o da pe a estudos de luminosidade e ajuste de escala referencia escala humana Pared o de Cascais pont o Carater l dico e participativo 91 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial Juntas em cimento de cor maqueta 90 x 90cm escala real 450 x 450cm 92 e 93 Ensaios para implementa o da pe a com referencia escala humana com diferentes n veis de aproxima o Pared o de Cascais passadeira de acesso esta o de comboios Carater l dico e participativo 94 e 95 Implementa o finalizada da pe a aplica o de azulejo cer mico e industrial juntas em cimento de cor maqueta 200 x 90cm escala real 1000 x 4
101. de reflexos que as pe as dos artistas proporcionam e Expressionismo abstrato movimento art stico com origem nos Estados Unidos da Am rica ind cio no per odo de cr tica e reestrutura o do p s guerra pr volta dos anos 50 Foi um movimento especificamente americano que atingiu outras cidades de refer ncia como Nova Iorque e Paris Esta tend ncia passou a ser chamada desta forma A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012155 trabalhos transformadores do objeto minimal capazes de comunicar e despertar o pensamento e a a o no espectador Por este motivo vincula se a uma tend ncia conceptual e minimal j na transi o para os anos 70 numa vertente j p s minimalista que se definiu segundo tr s fatores determinantes e orientados por Pincus Witten como 1 um advento dos modos pictoral escultural 2 emerg ncia do abstrato e de uma epistemologia informacional 3 suas contraposi es a body art e o teatro concetual Surgem as primeiras premissas da instala o que apelam participa o e interven o dialogando e alterando o espa o envolvente a pr pria arquitetura passa a ser tida em conta e come am se novas constru es ao n vel do vocabul rio formal que o faz debru ar sobre quest es relacionadas com a limita o e satura o criativa de certos espa os expositivos tradicionais nomeadamente a galeria ou o museu precis
102. deiro peso Imagin rio Quando nos deparamos com a imagem o peso visual e a composi o permitem uma leitura de ritmo e frui o sendo ele um dos fatores determinante leitura da pe a Esta no o de peso pela leveza ou pela densidade cria uma din mica visual pela oscila o entre aquilo que est mais preenchido da coisas e aquilo que est mais desanuviado A densidade do movimento das tesselas permite nos reconhecer v rios momentos de tens o ou dispers o procurando a procria o de v rios lugares dentro do mesmo corpo e do mesmo espa o a partir do primeiro ponto contaminado o canto da sua origem Um pouco em busca da frase bachelardiana que diz se pud ssemos entrar num estudo minucioso de nossas experiencias on ricas ter amos bem depressa algumas medidas de e E 228 extrema sensibilidade ponderal de nossas impress es essa concentra o ou 225 Gaston BACHELARD 4 Terra e os devaneios da vontade WMF EDITORA 3 edi o 2008 p g 12 226 Gaston BACHELARD cita Leonardo Da Vince em A Terra e os devaneios da vontade op cit p g 271 272 721 Leonardo Da Vinci 1452 1519 foi uma das refer ncias mais importantes da poca do Renascimento pelo seu contributo a n vel de desenvolvimento te rico e est tico como matem tico cientista inventor pintor escultor arquiteto poeta e musico entre outras capacidades aplicadas e bem articuladas com a sua dedica o inven o fosse pessoal como s
103. destacou por alguns dos seus escritos como Essais sur les donn es imm diates de la conscience 1889 Ensaios sobre os dados imediatos da consci ncia Mati re et m moire 1896 Mat ria e memoria L volution cr atrice 1907 A evolu o criadora Les Deux sources de la morale et de la religion 1932 As duas fontes da moral e da religi o e foi Pr mio Nobel da Literatura em 1927 Influenciou outras reas de estudo como o cinema na literatura neuropsicologia e bio tica sendo ainda hoje referenciado nestas vertentes Viveu entre Londres e Paris e o seu pensamento assentava em bases de cr tica ao determinismo e coisifica o do Homem defendia por isso a concilia o de dois conceitos chave a dura o enquanto tempo de uma a o momentos temporais e a intui o senso comum e a vivencia atrav s do emp rico e imediato Dispon vel em http www consciencia org bergesonbochenski shtml O Estes aspetos que ser o analisados na Parte II Capitulo 6 Projeto Pessoal como elementos reveladores do equil brio da composi o pict rica e visual da pe a de interven o A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012110 os bin mios simples de cheio vazio acolhimento repulsa Bergson prop e a leitura do ngulo como masculino e a curva como feminina a gra a da curva um conceito para habitar algo que se abre e se disponibiliza recetividade e acol
104. deste exerc cio f sico e mental Para transmitirem esta no o de estarmos dentro da instala o teremos que saber distinguir ent o como ser estar primeiramente fora dela onde a figura humana nos servir de contexto e no o de escala ela ser a nosso ponto de observa o Aqui encontra se a explica o para a proposta de recanto no sentido em que eu estou aqui de fora do recanto e quando esta pe a se expande consequentemente o meu corpo e o pensamento j se autointitulam como agora estou dentro daquilo que teve origem no meu exterior fazendo o meu pr prio corpo parte desse interior onde o recanto est contido em si mesmo que nalgum momento se abre para o exterior atingindo por sua vez o interior do observador Bachelard diz nos que provaremos que a imagina o aumenta os valores da realidade que nos ajuda a concluir que a imagina o acontece como um motor que vive e que estimula o lado n o revelado deste lugar que surge a partir de uma impress o Interior e sensorial e que se verifica numa express o exterior e f sica Acrescenta ainda que veremos no decorrer da nossa obra como a imagina o trabalha nesse sentido quando o ser encontrou o menor abrigo veremos a imagina o a construir paredes j o 5 40 com sombras impalp veis reconfortar se com ilus es de prote o 36 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 219 37 IDEM p g 221 38 Consultar Parte II Capi
105. dimens o sem nunca termos sa do da nossa plataforma de conhecimento e vivencia o lugar arquitet nico onde nos encontramos dentro da cidade num sociedade A escolha pessoal destes lugares arquitet nicos j existentes procura ainda ser direcionada para fachadas ou pra as que permitam este a ambarcamento mesmo quando entramos no espa o galer stico ou museol gico e esta frui o possa ser alterada pela situa o de cerim nia e respeito que o pr prio espa o envolvente proporciona sem perder a regra de passagem atravessamento e que implica estar dentro do mosaico Esta pesquisa pr tica tamb m pretende levantar outra quest o a pe a exp e se a esse uso por si pr pria Ou precisar de uma pr orienta o que induza o observador a essa a o A resposta ideal a de que valer por si mesma e pelo est mulo do impacto visual e sensorial procura se que o indiv duo sinta essa vontade de entrar nesse lugar encenado e simulado no seu espa o quotidiano Para refletir sobre estas quest es sem sabermos se de facto ser o esclarecidas as atra es prev em se m ltiplas e estar o diretamente relacionadas e dependentes do lugar arquitet nico onde ser o instaladas A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121106 a Car cter l dico participativo Imagem A Implementa o da pe a de mosaico num local de passagem 10 x 4 5 m Pared o de Cascais
106. dimensionais e que se manifestavam claramente num lugar de instala o atrav s de revelos espaciais capas estandartes tendas e outras a es ambientais Uma das a es que marcou o seu percurso foi o projeto den na Whitechapel Londres 1969 consultar imagens em Parte III Cap tulo 7 1233 Ferreira Gullar poeta cr tico de arte brasileiro contempor neo nos anos 30 e autor do Manifesto Neoconcreto de 1959 Ir juntamente com L gia Clark e H lio Oiticica criar o conceito de neoconcretismo que primava pela A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 48 com o Grupo Neoconcreto e o Grupo Frente a partir da d cada de 60 coincidente com a segunda fase do seu processo criativo Quando a pintura revela uma dimens o para al m da tela quadro bidimensional apesar de n o ser um objeto pode propor uma reflex o sua nova leitura sobre o espa o que este corpo ocupa conquistando a intera o A rela o arquitet nica tamb m marcada e muito relevante por se apoiar na escala humana Logo s o propostas para se relacionarem e ou coabitarem com o Homem enquanto observador participante ativo Ele far parte do trabalho instalado A obra deste artista deu claramente um contributo bastante importante para a nova forma de utilizar a pintura escultura espa o como m dium de comunica o Podemos sugerir duas fases no seu percurso onde dos anos 50
107. dos os objetos mesmo 22 Antoni Gaudi 1852 1926 foi um arquiteto catal o que se come a a problematizar a fun o da arquitetura e aforma como esta poder ser encarada como um meio de express o pl stica de valoriza o urbana comunica o e de interven o O seu trabalho surge fortemente conotado com o modernismo espanhol influenciado pela Arte Nova O percurso criativo de Gaud acontece num cen rio do final do seculo XIX uma altura conturbada e bastante propicia cria o de vanguardas Misturava v rias express es desde a cer mica mosaico e ferro pela inova o tenol gica nas suas constru es A orienta o para o org nico naturalista tamb m bastante evidente proporcionando por vezes situa es de explora o sensorial e recria o de outros ambientes fantasiados A sua forte contribui o envolve a rela o que se estabelece com o edif cio e a paisagem gar as tecnologia mosaico cer mico que reveste cuida preserva e decora A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121119 quando em aparente contradi o com o que parecia ser a sua l gica origin ria Ver como que funciona Ver se funciona Apercebermo nos rapidamente da larga medida em que a l gica do funcionamento do objeto vai depender das formas concretas da sua localiza o e contextualiza o social cultural na 263 te rica A arte cer mica mural mosaico pode
108. e a partir do seu trabalho e na sua opini o a arte s p blica quando o espectador participa dela nela e para ela O lugar privado sem a o n o lugar e por isso considera que espa os p blicos ou privados que existem em grandes quantidades s se elevam como lugares quando o espectador faz parte dele e se sente nessa condi o independentemente de estar localizado fisicamente num espa o considerado privado ou p blico Sobre esta quest o o artista diz nos que n o se tratava apenas da tentativa de problematizar a aura da obra ou a sua originalidade porque poderia ser reproduzida tr s vezes em tr s lugares diferentes e no final a nica coisa original sobre o trabalho o seu certificado de autenticidade Eu sempre disse que estes trabalhos eram esculturas p blicas o facto de elas estarem instaladas e expostas num espa o privado n o significa nada todos os espa os s o privados voc tem que pagar por tudo Quanto aos temas este atravessam conceitos como os da efemeridade morte amor e perda orientadas por fatores condicionantes pol ticos sociais e pessoais H uma influ ncia dos anos 60 apesar do seu percurso come ar a ganhar express o por volta 70 Consultar imagem em Parte I Capitulo 7 observador que interage com a obra 20 Cita o de F lix Gonz lez Torres consultado em http www queerculturalcenter org tradu o pr pria lt wasn t just about trying to problematize the aura o
109. e e que pode n o corresponder ao contexto natural de paisagem tradicional Contrariamente Pop Art uma tend ncia que surge nos anos 50 e 60 e que se prolonga at aos anos 70 revela se perme vel e apta sua perpetua o Esta mudan a deve se a dois artistas que se destacaram nessas d cadas Anthony Caro e Henry Moore Anthony Caro acabou por ser mais incisivo que Moore contudo ambos partilhavam das mesmas ideias defendiam e refletiam sobre a horizontalidade das figuras pe as escult ricas e sobre o sentido de equil brio e ritmo que a escultura pode adquirir Mais Caro do que Moore questionava a fidelidade dos materiais os m todos tradicionais que podiam ser reajustados e alterados os valores t cteis tornando os trabalhos mais presentes fisicamente corpo a corpo com o espectador as formas naturais a representa o do corpo humano e o conceito de pedestal A partir desse momento a escultura passou a ser colocada ao n vel da experi ncia do quotidiano De f cil convers o econ mica ela opunha se Land Art permitindo assim que se falasse de obras intang veis Estas pe as Intoc veis no sentido em que n o poderiam ser adquiridas fisicamente possibilitavam a forte comercializa o massiva gra as aos ve culos de divulga o das mesmas mas n o permitiam a sua posse enquanto objeto Podemos sugerir uma partilha de ideias no sentido em que rompem com a perce o ef mera e nica uma nica Interven
110. e liberdade e revolu es nomeadamente a francesas e a americana natureza humana e organiza es judaicas Re Rosalynd DEUTSCHE A arte de ser testemunha na esfera dos tempos de guerra Concinnitas Virtual Ano 11 2 17 dezembro 2010 dispon vel em http www concinnitas uer br resumos1 5 deutsche htm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012165 Deutsche pretende reunir todos os fatores necess rios para que a apari o aconte a no mbito p blico como que a obra aparece e faz com que o observador participe dessa apari o Procurando a resposta Lentamente nas no es de esfera p blica como o espa o de apari o para Arendt e Lefort est a quest o n o s de como aparecer mas como respondemos apari o dos outros quest o que da tica e pol tica do viver juntos num espa o heterog neo Ser p blico estar exposto alteridade Consequentemente artistas que querem aprofundar e estender a esfera p blica t m uma tarefa dupla criar trabalhos que um ajudam aqueles que foram tornados Invis veis a fazer a apari o e dois desenvolvam a capacidade do espectador para a vida p blica ao solicitar lhe que responda a essa apari o mais do que contra ela ii Neste di logo sobre as no es da autora esta fala nos ainda do fil sofo Emmanuel L vinas pela sua perspetiva sobre o discurso na e da esfera p blica o momento em q
111. e F lix Gonz lez Torres consultado em http www queerculturalcenter org tradu o pr pria I don t want to make art just for people who can read Fredric Jameson sitting upright on a Mackintosh chair I want to make art for people who watch the Golden Girls and sit in a big brown Lazy boy chair They re part of my public too I hope In the same way that that woman and the guard are part of my public A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 84 f Jos Ma as de Carvalho lidar com o n o lugar Jos Ma s de Carvalho revela que o seu enfoque a partir dos anos 80 debru a se sobre conceitos relacionados com a circula o de g neros e massas viagens e desloca es A representa o mental social e cultural do corpo sinais s mbolos e modos de vida s o fatores que se cruzam com aspetos econ micos e que por sua vez s o constantemente especulados e geram essa especula o em torno de si pr prios Nesta d cada podemos salientar o enfoque particular sobre temas relacionados com o suic dio a livre Iniciativa o orgasmo e a recompensa por vezes ideias confundidas de uma forma consciente e intencional O seu trabalho re ne imagens a partir da fotografia no sentido de mostrar uma mem ria n o s num registo como tamb m pela sua fisicalidade e significado A ideia de um passado atribu do a cada imagem pelo registo fotogr fico viver dessa n
112. e On simo Teot nio de Almeida em 1995 22 Exemplos de edif cios e interven es publicas nacionais consultar imagens em Parte III Capitulo 7 artistas portugueses que contribu ram para a pr tica da cer mica e azulejaria recuperando e valorizando alguns pormenores da paisagem urbana Nadir Afonso 1920 Eduardo Nery 1938 J lio Resende 1917 2011 J lio Pomar 1926 Maria Keil 1914 2012 Jo o Abel Manta 1888 1982 entre outros A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121101 Neste sentido esta resolu o pr tica e pl stica acaba por levantar quest es sobre a sua pr pria conserva o manuten o manuseamento e intera o com a pe a e a forma como esta poder seduzir o seu observador Por este conjunto de situa es e fatores f sicos e pr ticos prop e se uma rutura com o limite da galeria j conseguida noutras propostas pl sticas e art sticas ensaiadas nos anos 60 e ir al m da porta fechada que pode n o comunica com o exterior Quebra se tamb m a cerim nia entre o olhar o ver o Interpretar mas tamb m e principalmente pelo relacionamento f sico pelo tato O projeto pr tico acontece sempre no dom nio da maqueta em dois momentos e pelo registo fotogr fico e de esbo os complementares em duas fases distintas mas que procuram complementar em se 1 Maquetas a Ensaio escala 1 50 O modelo revela se a estrutura base e imp
113. e Water Line 1989 A Line in Himalayas Himalais 1975 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 123 1 Five Paths 2004 6 Berlin Circle 1996 Berlin s Museum for contemporary A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 124 7 2 Artistas analisados no Cap tulo 4 ANTHONY CARO sja Black Cover flat 1974 instalado no Tel Avivi Museum of Art Model for Pool House 1988 Plywood painted grey 312 5 x 434 5 x 294 5cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121125 o Early One Morning 1962 pintura sobre metal e alum nio 289 6x619 8x335 3 cm ais Millbank Steps 2004 instalado em Salisbury http www royalacademy org uk events friends preview days roche court wiltshire 864 EV html A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121126 BARRY FLANNAGAN ue 4 casb 2 67 1967 Tate o Hare and Bell 1988 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121127 em Six Foot Leaping Hare on Steel Pyramid 1990 188 x 238 8 x 50 8 cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121128 DA
114. e a comunica o neste caso espec fico nas artes visuais e pl sticas seria eficaz e bem sucedida pela redu o formal e da produ o de objetos em s rie que transmitiam ao observador uma perce o fenomenol gica nova do ambiente onde se insertam o no o de lugar que faz parte da leitura da pe a numa proposta simples apelo ao vazio mas n o completo e o confronto entre este corpo pl stico o corpo do espectador o lugar inserido e a ideia de instala o A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 40 agora fatores sociais pol ticos econ micos e hist ricos que passaram a ser ingredientes fundamentais nesta nova rela o A express o land art que no fundo acaba por tocar no conceito de site specific como uma manifesta o que prima pelo trabalho in loco pode ser lida como um lugar aproveitado reeleito ou criado de raiz e que se refere s cria es art sticas que utilizam como suporte tema ou meio de express o o espa o exterior Esta corrente da Land Art apresenta duas tend ncias uma numa perspetiva mais pessoal como mais delicada po tica e espiritual que entende e assimila o natural como o lugar de elei o e experimenta o e que manifesta uma grande liberdade de a o Ela foi protagonizada pelo holand s Marinus Bozem e pelos ingleses Barry Flannagan e Richard Long que realizaram trabalhos com folhas e pedras colocados na paisa
115. e absoluta eleita como natureza Se a natureza for o um conceito de natureza ela algo uma constru o mental que difere de indiv duo para indiv duo algo que em mim diferente daquilo que em Long Logo contrariando o autor o homem n o pode ser visto atrav s da natureza mas antes atrav s da cultura Por outro lado a natureza n o uma realidade objetiva mas sim subjetiva por isso e voltando a citar o artista poder ter um ponto de partida que simultaneamente um momento terminal como disse a arte ser aqui um sistema de representa o separado uma exist ncia em si por si e para si mesma O artista prop e uma arte ef mera que apela mem ria de um lugar a partir de objetos e mat rias retiradas do habitat natural sem alterar a origem dessa natureza que remetam a esse territ rio pela sugest o da sua mem ria ou pelo seu registo Aquilo que pensa e Richard Long 1945 nasce em Bristol e desenvolve um percurso acad mico com forma o em artes O artista representa a Gr Bretanha na XXXVII Bienal de Veneza em 1976 participa na Bienal de S o Paulo em 1994 e entre as v rias exposi es sendo a de maior destaque a de 1971 na Whitechapel Art Gallery Londres Outras importantes foram tamb m em 1973 no Stedelijk Museum Amesterd o em 1986 no Pal cio de Cristal Madrid em 1990 na Tate Gallery Londres e em 1991 na Haywars Gallery Londres dispon vel em http www infopedia pt
116. e do processo criativo no sentido de tamb m ele perceber quais as solu es pict ricas j ensaiadas por outros a atitude renascentista era de prova eu n o quero provar nada quero s ser absorvido por esse novo mundo que provoco o sentido que dou a essas coisas a ambiguidade n o me atrai a plenitude da representa o do mundo 2 O espa o ser por isso o lugar de equa o livre o lugar cl ssico distorcido para provocar e proporcionar um outro novo tanto ao observador como ao pr prio objeto Jo o Pinharanda conclui assim que a pintura deste artista arroga a uma organiza o de superf cies de ilus o e representa o do espa o f sico do real onde se protagonizam as met foras das a es divina e humana codificar as formas de apresenta o art stica do espa o de modo a torn lo simb lico Nele h uma evolu o de toda a carga simb lica e visual entre cores e linhas onde s o rebatidos os bin mios de cheio e vazio transpar ncia e opacidade brilhos e reas ba as No final dos anos 80 e no arranque da d cada de 90 o seu trabalho aproxima se de um n vel de satura o que permite a releitura de viver as suas pe as sensorialmente estimulando e potenciando a capacidade de especular em torno dela Calapez atingiu a capacidade de criar ambientes em vez de os recriar Este potencial conceito de c u tratado nos anos 90 mostra nos uma evidente rela o entre as arquiteturas paisagens
117. e estimular o observador quando em contacto com estas simula es de lugares preenchidos de mat rias visuais e t cteis que mostram um 219 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade WMF EDITORA 3 edi o 2008 p g 1 20 IDEM p g 3 21 IDEM p g 3 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012193 corpo estranho que adv m do rizoma que n o se controla e que pode tomar propor es gigantescas Quando o fil sofo nos fala da uma imagina o imaginante que procura e encontra alguma imagem imaginada esta proposta pr tica tamb m procura esta ideia de permitir dilatar o horizonte neste caso a ideia de recanto como um ponto de fuga e de ponto de partida e gerar outras imagens que a fa am crescer e expandir se aleat ria e organicamente V se um corpo org nico que se expande como uma praga e que gera outros recantos A partir da aglomera o de tesselas que se v o organizando este corpo poder contaminar outros re cantos e permitir outros lugares os lugares geram lugares Continuando com Bachelard As minhas imagens s o antes sublima es dos arqu tipos do que reprodu es da realidade E como a sublima o o dinamismo mais normal do psiquismo poderemos mostrar que as imagens saem do pr prio fundo humana do recanto e da no o dos tr s eixos orientadores x y e Z 723 revestem se as paredes e o ch o com um corpo que alude a u
118. e na arte contempor nea nas diferentes disciplinas art sticas a reinven o de objetos do quotidiano a sua Integra o enquanto objeto n o art stico heran a do Ready Made e da Pop Art ganhando uma fun o social A partir das v rias ruturas que sucedem a partir da d cada de 60 os anos 80 correspondem entrada numa poca p s moderna de liberta o da pluralidade dos processos de produ o de sentido em mat ria art stica uma poca de advento da transdisciplinaridade e do multiculturalismo que nos anos 90 e l l x SO viriam a alcan ar uma ainda mais cabal express o 150 Alexandre MELO em Anos 80 Culturgest Lisboa Maio 1998 p g 35 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 62 5 INFLU NCIAS E INTERA ES DE ARTISTAS CONTEMPOR NEOS 5 1 Dos anos 90 at ao contempor neo Fatores sensoriais Identit rios e os n o lugares 151 Segundo a autora Miwon Kwon existem tr s procedimentos para a defini o e compreens o do site specific o fenomenol gico o social institucional e o discursivo Miwon Kwon apresenta nos um pensamento que visa contemplar alguns fatores determinantes bem como potenciais caracter sticas que definam outra nova abordagem ao site specific a partir dos anos 90 mais centrada na rela o f sica e sensorial aliada a um conceito S o eles a determina o a orienta o refer ncia a consciencializa
119. e nichos de portas e janelas onde a proposta ganha uma vertente c nica e teatral Na origem desta cria o encontramos a vontade de causar uma intera o com o mosaico e para al m dela fruto da pesquisa dos v rios espa os p blicos de transi o entre ruas e passeios que permitem uma trama de diversas dire es reajust la a estes cen rios urbanos e citadinos convidando o observador novamente passeante e transeunte n o s a entrar nela como e principalmente e atravess la Esta proposta c nica questiona a pr pria volumetria da pe a quase como a simula o de um portal que nos dar acesso a outra dimens o atravessar a pe a ser a rea o chave a explorar nesta proposta onde o seu interior ou a sua entrada reside no momento em que o observador passeante e agora tamb m de uma forma t nue espectador expectante se encontra no limbo de transgredir a linha que separa os dois lados da pe a o lado de c e o lado de l o lado fora e o lado dentro e Car cter de ru na e perda de autonomia Imagem E Implementa o da pe a de mosaico num lugar devoluto e de abandono urbano 4 x 4 5 m terreno baldio junto da autoestrada A5 Alcabideche Cascais A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121111 Por outro lado a tem tica de ru na faz com que a obra contrariamente ao que se tem exposto perca a sua autonomia o ambiente escolhido
120. e no Stedelijk Museum de Amesterd o e no MoMa de Nova Iorque Consultado em http www infopedia pt em 13 05 2012 173 Ver em anexo imagens das obras do artista pessoas dentro das membranas 174 Adriana Varej o 1964 artista pl stica contempor nea de Ernesto Neto O seu percurso desenrola se em torno uma forte proje o internacional passando pela Bienal de S o Paulo e de Veneza Tate Modern em Londres e MoMa em Nova Iorque A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012171 Esta cria o de pinturas quase escult ricas e por vezes de car ter instalativo conquista os trabalhos mais recentes do s culo XXI N o s percebemos a vontade de tratar algumas situa es de viv ncias culturais sociais e pol ticas como provocar uma sensa o de choque no espectador e valorizar e revelar a arquitetura a partir desta mesma no o Esta reflex o e valoriza o acontece a partir de lugares fechados em si mesmos com a representa o do talho do botequim das saunas e das piscinas locais p blicos Alexandre Melo na pesquisa e investiga o sobre a express o contempor nea brasileira conclui que a artista mostra nos rapidamente que n o estamos perante um exerc cio de pintura abstrata geom trica ou monocrom tica mas perante uma superf cie pict rica que tamb m uma representa o de um espa o tridimensional revestido de azulejos de
121. e partilhar alguns interesses minimais quando o pouco pode ser tudo A arte p blica pretende subverter os seus principais paradigmas apelar aos nossos sentidos e estimular a imagina o Ela abarca uma grande diversidade de tend ncias art sticas desde a escultura pintura graffiti mosaico mural baixo relevo happening performance entre outras formas de express o Tudo o que esteja relacionado direta ou indiretamente com o espa o p blico e a sua viv ncia social No sentido em que o transeunte atravessa o espa o e este surge como o lugar que estimula frui o e passa do olhar ao ver e do ver ao interpretar H a sugest o e o convite ao abandono do pedestal pela valoriza o do car cter objetual da obra de arte permite se alargar uma nova rela o com o espa o envolvente assim como com o p blico A arte p blica privilegia o lugar do espectador tornando a sua perce o sensorial e participa o numa parte fundamental da obra A n vel tem tico h tamb m um not rio abandono dos temas cl ssicos e uma nova incurs o pelas po ticas pessoais individuais A multidisciplinaridade torna se numa pr tica cada vez mais comum na arte p blica contempor nea observa se uma simbiose e apropria o da linguagem de disciplinas como a arquitetura o design de equipamento publicidade sociologia ecologia entre outras De interesse para a presente pesquisa salienta se a rela o direta entre a arquitetura a pin
122. e que foi o tal lugar habitado e intervencionado Richard Long diz nos ainda que os trabalhos interiores e os de ar livre s o complementares Apesar do mote vital e principal de todo o processo criativo e o Cita o de Richard Long lida em Ana Rosa de OLIVEIRA Sil ncio na paisagem a obra de Richard Long op cit IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012122 pr tica viv ncia do mesmo o contato com o ar livre natureza que leva o interior a relacionar se e a complementar se como testemunho palp vel e vis vel A fotografia come a como um registo necess rio para comunicar que evolui para um papel preponderante e fundamental no seu trabalho Pela via da imagem ela resgata para o universo de arte da escultura uma pr tica de esculpir remota e que poderia ficar perdida e esquecida na paisagem Tem tamb m uma fun o muito pratica e de mostrarem que est esteve aqui Richard Long assume que h uma disparidade na forma como se pensa e como se faz a obra num ermo ou na paisagem e quando se a faz num museu numa galeria nominada de escultura ou ainda num jardim Lugar misto onde tanto tem ou pouco de natural e exterior lado de fora como contido em si mesmo n o se expande nem transmite essa no o de crescimento Simplesmente acolhe a obra tridimensional e que est ali naquele lugar f sico Assim este foi ser o princ pio
123. e uma total integra o de 214 Carlos VIDAL Imagens sem disciplina meios e arte nas ltimas d cadas op cit p g 133 149 gt IDEM p g 133 149 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 86 todos os fatores influentes sejam de car cter cultural pela sua institucionaliza o ou pela contracultura que promove a cr tica e a reconstru o do conceito J o outro conceito caminha no sentido de tratar a crise da ideologia e da imaterialidade pelo aparecimento das artes performativas e que logo que absorvida e divulgada tamb m determinam o pr prio espa o p blico g Cildo Meireles sensorialidade e pol tica Cildo Meireles destaca se na d cada de 60 na arte de instala o brasileira pela cria o de objetos e pe as in situ que partiam de um princ pio sensorial e de frui o do espectador H uma not ria inten o de evoluir do bidimensional para o tridimensional e assim confrontar se com este terceiro eixo que se manifesta f sica e arquitetonicamente sua gera o acaba por ser bastante influenciada pela arte conceptual neste sentido o seu registo acaba por seguir algumas premissas partilhadas pelas mesmas inten es e ideias pl sticas Aqui as suas obras come am um di logo not rio numa vertente mais po tica e social num contexto muito espec fico da cultura e politica brasileira de poca atravessando igualmente problem ticas g
124. edium que arca tradi o e v rias maneiras de se fazer sentir como Henrique de Melo nos diz esta mat ria prima surge nos ainda na pr hist ria chama lhe mesmo patrim nio gen tico cer mica e a forma como esta se recicla e se reinterpreta pode ser uma das t cnicas que nos d a possibilidade de estabelecer uma rela o entre v rias civiliza es mediterr neas at contemporaneidade O autor diz nos ainda que esta via de comunica o revela se numa boa plataforma inventiva e de instala o porque goza da ao Henrique de MELO consultado em Tresa Cortez cer mica que conta hist rias op cit p g 67 l IDEM p g 67 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121118 capacidade de se expandir no espa o e co habitar na e com a arquitetura como nenhum outro meio num casamento perfeito entre cer mica e a arquitetura No entanto h ainda que ressalvar que o meio t cnico serve uma inten o N o se mostra Importante por si s apenas uma via para fazer comunicar uma ideia e permitir chegar massa De facto muitas pesquisas mostram nos que o azulejo tem v rios portos onde foi atracando ao longo da evolu o e transforma o das v rias propostas pl sticas Desde a origem rabe at ao conceito mais industrializado no quotidiano esta ideia de uma Interven o cer mica mural e neste caso especificamente n o s mural mas que tamb m abra
125. em Pintura 2012141 termo de escultura tem vindo a revelar se talvez infinitamente male vel A pintura e a escultura t m vindo a dilatar a sua pr pria defini o onde o lugar pode mudar consoante a nossa experi ncia Por estas raz es na d cada de 60 a escultura envereda pelo minimal e baseia se numa experi ncia est tica muito alem do investimento pl stico na concretiza o f sica das pe as o investimento concetual n o implicando um Investimento f sico e pr tico ao mesmo n vel A escultura ganha autonomia e emancipa se em rela o arquitetura enquanto suporte e at mesmo do pr prio plinto da ideia de pedestal de algo intoc vel e que n o assenta no ch o desafio da gravidade no o de equil brio e de qualquer objeto fr gil Krauss diz nos que a escultura prima pelo princ pio de comunicar e de ser instalada num determinado lugar Ele insere se num lugar particular e comunica atrav s da sua linguagem visual a partir do espa o onde se encontra usando o de alguma forma tirar partido de para melhorar e expandir a sua Inten o e instala o O abandono gradual do pedestal verifica se nos anos 90 do seculo XIX que veremos no cap tulo mais adiante que tratar esta pr tica e as suas consequ ncias formais Instalativas conceptuais e de leitura das pr prias pe as A escultura do s culo XX abandona este plinto e os anos 60 chegam com uma ideia nova sobre esta pr tica de esculpir enquanto pe a 3D de car c
126. em si o lugar e este poder acondicionar o comportamento e a cria o humana Pela j referida influ ncia da imagem em movimento e a vontade de querer habitar o lugar pelo volume e pela gestualidade como eixos orientadores e que balizam os limites do corpo objeto dentro deste ambiente envidra ado a sua variedade de express o passa igualmente a considerar a arte performativa Graham at aos dias de hoje pretende trabalhar os seus espa os arquitet nicos enquanto pe as de instala o interven o e esculturas mas assume que as mesmas s vivem quando o sujeito observador participante habita estes lugares interagindo com eles Os seus atuais pavilh es de vidro e espelhos associam o uso do espa o arquitet nico e integram o espectador nas suas superf cies refletidas nos v rios planos simulados O vidro e a sua transpar ncia podem dar a no o do inating vel e de uma barreira f sica que questiona os sentidos sente se pelo toque mas n o se v e a sua ilumina o acaba por dramatizar e exagerar estes planos que se cruzam e que desnorteiam a sensa o de verticalidade e gravidade Assim conclui se que o artista recorrentemente coloca o espectador no centro da quest o que levanta com esta re cria o de espa os e lugares simulados ampliados ou diminu dos pelo jogo de reflexos e interce o visual dos v rios vidros O observador faz parte da obra e esta s fica completa quando o sujeito se prop e a habit la O seu t
127. en prohibited from it landscape and architecture terms that could function to define the sculptural as they had begun to do in modernism only in their negative or neuter condition 1 Michael Heizer 1944 artista californiano que se destaca no final dos anos 60 com obras a uma grande escala que come am a questionar o limite museol gico e ou galer stico pe as que n o poderiam caber num museu a n o ser pelo seu registo fotogr fico enquanto memoria desse lugar Nos anos 70 as suas esculturas por vezes revelam se negativos na pr pria natureza onde uma das suas pe as mais marcantes foi Double Negative 1969 1970 ver imagem em anexo que resultou na desloca o de 240000 toneladas de rocha do deserto de Nevada Na d cada de 90 outro foco de interesse deslocado e integrado neste ambiente natural o conceito de cidade 112 Walter de Maria 1935 artista norte americano que inicia o seu percurso na d cada ainda de 50 com trabalhos no mbito da escultura e do happening Nos anos 60 a sua obra come a a dar uma maior import ncia explora o das rela es entre a obra e o lugar que a recebe tornando se tamb m um dos artistas fundadores da Land Art O pensamento pl stico passa pela valoriza o do ato de realizar o caracter ef mero e a pr pria forma de degrada o da obra que por sua vez assumem se como elementos intencionais e fundamentais pr pria cria o Uma das maiores pe as criadas foi O Campos de For as
128. ens es vari veis A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121213 http darioartes2 blogspot pt 2011 04 lygia clark html 26 07 2012 3 Bichos 1960 alum nio dobradi as dimens es vari veis http darioartes2 blogspot pt 2011 04 lygia clark html 26 07 2012 4 O dentro e o fora 1963 a o Inoxid vel dimens es vari veis http darioartes2 blogspot pt 2011 04 lygia clark html 26 07 2012 MARINUS BOZEM 1 Het kunstwerk Polaris amp Octans van Boezem 1997 in Brainpark Rotterdam http nl wikipedia org wiki Marinus Boezem 16 07 2012 2 De Kathedraal n d http www denhelderactueel nl 22 10 2009 06 WE2 80 93 de kathedraal 16 07 2012 3 The Green Cathedral n d Flevoland The Netherlands http www vulgare net green cathedral marinus boezem flevoland netherlands 16 07 2012 MICHAEL HEIZER 1 45 90 180YCity 1980 1999 http www nytimes com 2005 02 06 magazine O06HEIZER html 1 1 2 Negative Sculptures n d http stapledesign com 2009 07 diabeacon 3 Levitated Mass 1969 estudo executada d cadas depois 2012 Los Angeles County Museum of Art LACMA http museumpublicity com 2012 06 25 l0s angeles county museum of art lacma opens michael heizer levitated mass levitated mass RICHARD SERRA 1 O artista em Splashing 1968 http sites duke edu artsvis54 01 12010 2010 11 05 process art 28 0
129. ensaios de abordagem espacial Regressa com o movimento Fluxus e com a arte conceptual j nos anos 60 70 o que marca tamb m um ponto de contacto com a escultura alem dos anos 80 Esta vontade procura desviar a aten o dos objetos propriamente ditos para outros complexos e rela es que acontecem dentro do pr prio espa o visual e f sico Aqui o espa o encarado como um contexto f sico e real mais do que um fundo para o trabalho surgir Nos anos 60 identificamos ent o uma ideia de ready made subjacente ao conceito de Instala o que parte da inten o de colocar determinado objeto num espa o f sico e DADA foi um movimento art stico que surge em 1915 em Zurique durante a Primeira Guerra Mundial Um grupo de escritores poetas e artistas pl sticos manifestam uma postura de oposi o a qualquer tipo de equil brio algum ceticismo e improvisa o tanto no mbito da literatura como nas artes pl sticas Esta improvisa o real ava o il gico e o absurdo em que pinturas e esculturas relacionavam plasticamente outros materiais que n o se destinavam a esta pr tica aproveitamento de lixo e outros objetos que perdiam a sua fun o pr tica ganhando assim uma fun o est tica 70 Surrealismo foi um movimento art stico e liter rio que acontece igualmente no per odo das grandes guerras nos anos 20 Paris e que acaba por reunir artistas ligados ao Dada smo Primavam pela combina o do representativo abstrato
130. enso n o quantific vel e que nos pode constranger pela sua magnitude imensid o e 5 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o Livraria Martins Fontes Editora Lda S o Paulo 1996 p g 145 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 145 146 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201218 incapacidade de determinar e controlar f sica e ou psicologicamente os seus limites onde come a Onde acaba O que se entende por e quais s o as condi es prop cias a um lugar O que preciso reunirmos para o identificarmos como tal Bachelard enumera em primeiro lugar o canto um rel gio que nos assegura um valor do ser a imobilidade Ele o local seguro o local pr ximo da minha imobilidade O canto uma esp cie de meia caixa metade paredes metade portas Ser uma ilustra o para a dial tica do interior e do exterior o canto d nos uma no o mais aproximada do exato e do real da massifica o de um determinado corpo nosso meu e da no o do bin mio contido contra do expandido O canto pode ser o in cio de uma propaga o de qualquer coisa a imobilidade irradia se Bachelard refere uma passagem de Mavie Sans Moi trad francesa de Armand Rodin LA em que Rilke escreve De s bito um quarto com sua l mpada surgiu diante de mim quase palp vel em mim Nele eu j era canto mas os postigos me perceberam e tornar
131. ento e forte express o que abrem caminho s suas futuras instala es onde o espa o ganha amplitude e pretende reorganizar os eixos orientadores do observador Entre os anos 60 e 70 Haacke produz instala es que traduzam sistemas e processos de constru o e organiza o espacial nomeadamente sistemas f sicos e biol gicos animais vivos plantas agua nos mais variados estados e a simula o de vento Neste ponto o artista aproxima se da tend ncia chamada Land Art por tratar elementos naturais e recriar o seu habitat apesar de ter sido apenas uma aproxima o e n o um dom nio no qual permanecesse Ap s a fase de experimenta o e identifica o com a forma de express o instala o de qual a mat ria prima que melhor tratava os temas de maior import ncia Hans Haacke conclui que o conceito principal ser tangente a fatores pol ticos e sociais a cr tica a esses sistemas e a via pelo site specific onde questiona o lugar in situ a partir do museu 140 h para fora dele Segundo Benjamin Buchloh as obras de Hans Haacke redefinem a participa o do p blico atacando criticamente o espetador minimalista constru do fenomenologicamente como sujeito pr lingu stico e assexuado al m de se apartarem da neutralidade lingu stica do conceptualismo a qual defendia um conceito de representa o como diferencia o no lugar de reconhecer o grau em que os objetos est ticos n o apenas est o condicionados Instituc
132. erais sobre a est tica Assim esta primeira d cada acaba por orientar e definir a sua estrutura de trabalho e prepara o In cio de um processo criativo alargado que na viragem para as d cadas seguintes o artista assume numa postura mais pol tica e de cr tica perante a ditadura militar Atrav s da conce o e constru o de objetos que apelam ao tato e quebra da barreira entre observador e obra Cildo pretende estudar e testar a falibilidade da perce o humana todos os seus processos de comunica o e proporcionar um n vel de relacionamento entre o seu trabalho e o espectador H em todo o percurso uma explora o da sensa o de uma mem ria e um reportar a mente reconstru o desse lugar lembrado a partir das suas Instala es Esta pr tica explorat ria por vezes pode mesmo passar por campos mais f sicos pela reconstru o de sensa es gustativas t rmicas orais sonoras visuais Por sua vez estas experi ncias s o assumidas como a chave principal para a frui o est tica no sentido em que 26 Cildo Meireles 1948 artista brasileiro que se destaca na arte de instala o e comunica o direta com o espectador para alem dos limites da galeria De destacar ser o Pr mio Vel zquez de las Artes Pl sticas 2008 atribu do pelo Minist rio da Cultura de Espanha A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 87 precisamos de vivenciar esse
133. es e outras culturas El Anatsui destaca se nos anos 90 com uma proposta simb lica e cultural a partir da sua viv ncia onde o barro a madeira e a reciclagem de mat ria prima desaproveitada ganha dimens o e presen a pela tecelagem de mantos gigantes numa sugest o de pele org nica Instalada na vertical Os seus trabalhos t m como base cren as tradicionais do Gana e algumas das suas Instala es assemelham se a panejamentos e tecidos t picos da sua cultura ex kente tecido produzido pelas etnias de ashanti e ew no Gana Material produzido em algod o com uma carga simb lica significativa de representa o real O fator cultural ganha destaque no seu percurso a sua identidade e refer ncias culturais mostram uma forte rela o com as suas ra zes e a defini o de um lugar neste caso identit rio que pretendem tamb m resgatar as suas origens apresentadas como que para al m dos seus limites geogr ficos El Anatsui recorre a alguns temas j explorados apela destrui o e reconstru o de materiais que surgem como met foras para tratar assuntos relacionados com a vida individual e coletiva apelando sua identidade e constru o do lugar de refer ncia experi ncia cultural social e pl stica e as mudan as sofridas enquanto 203 IDEM 204 El Anatsui 1944 escultor gan s vive e trabalha atualmente na Nig ria A sua obra acaba por contemplar algumas exposi es de grande destaque nomeadamente
134. es lugares de conhecimento n veis de entendimento e de v rios s tios onde podemos entrar estar e a permanecer Podemos ainda propor um pensamento rizom tico semelhan a de uma matrioska russa da caixa que gera a caixa mise en abyme que por sua vez gera tantas outras e que dentro delas encontramos diversas realidades Conforme Cornell conclui o par de oposi o sem ntica interior exterior gerado por um conjunto de configura es externas que constroem de forma direta ou indireta um espa o interno H ainda alguma no o de orienta o para o observador fazer um percurso organizado do exterior para o interior A no o de que gradualmente o espectador enquanto corpo exterior vai entrando no interior desse lugar caixa e que vai fazendo parte dele mentalmente Projeta se nos seus objetos reconhece lhes mem ria identidade e caracter sticas que o remetam para um fator cultural pessoal e privado ou social coletivo e pol tico onde a inser o na quotidianidade a espera a rutura de isotopias que uma fratura a oscila o do sujeito o estatuto particular do objeto a rela o sensorial entre ambos a unidade da experiencia a esperan a de uma total conjun o por advir A partir das caixas deste artista h uma inten o de participa o coletiva entre o sujeito observador e a pe a caixa Identificamos uma dial tica do sujeito enquanto reflexo participa e entra dentro do espa o p
135. es tem ticas nas paredes das galerias e exterior Come a por trabalhar com a arquitetura particular do local selecionado e desta forma evolui no sentido de extrapolar para grandes proje es que abarquem edif cios p blicos e que tratem perspetivas e reflex es de car cter pol tico As suas proje es come am por serem realizadas em slide e depois v deo apresentam imagens politicamente carregadas de mensagens sociais Estas surgem como uma apari o fort ssima na fachada da arquitetura e em monumentos mundiais 2 Arte Povera subentende se esta designa o como a express o encontrada no final dos anos 60 em It lia e que durou at ao final dos anos 70 para designar formas d express o pl sticas que trabalhavam a partir de materiais simples e naturais que evidenciavam pela sua banalidade e pobreza A inten o desta tend ncia foi a de ultrapassar as m ltiplas defini es at ent o criadas sobre a arte e a vida quotidiana agora entre a natureza e a cultura Consultado em http www infopedia pt em 24 05 2012 183 Carlos VIDAL Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica op cit p g 140 144 Cita o de Benjamin Buchloh lida em Carlos VIDAL Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica op cit p g 142 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012158 Estas primeiras manifesta es levantam a principal quest
136. espa o a partir da rela o espacial entre o corpo eixo gravitacional do observador de quem se integrar na pe a e se mostra dispon vel sua interpreta o N o h a exist ncia de objetos enquanto esculturas ou coisas mat ricas h o preenchimento incompleto de um lugar que sugere um movimento rizom tico no sentido em que esta praga se move aleatoriamente De acordo com as v rias perspetivas estudadas por um conjunto de fil sofos Plat o Arist teles Descartes e Kant encontra se uma interdisciplinaridade nas v rias opini es que ajudam a encontrar a defini o de lugar proposta nesta tese Madalena Braz TEIXEIRA e outros Dressing up nature projeto site specific Museu Nacional do Traje Parque do Monteiro Mor 18 Julho a 30 Setembro 2004 Arbustos Torres Vedras 2004 p g 11 IDEM p g 12 Lucia MARQUES Dressing up nature os vestidos de rosinha em op cit p g 13 Madalena Braz TEIXEIRA e outros Dressing up nature daqui para ali e voltar em op cit p g 14 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201216 Plat o explica que o espa o pode funcionar como um recet culo semelhan a de uma caixa que cont m em si mesma esta circunst ncia de poder estar cheio ou vazio de coisas J em Arist teles o lugar o s tio onde o corpo est contido neste sentido procuram se condi es necess rias
137. est o a verticalidade uma dimens o humana t o sens vel que por vezes permite dilatar uma imagem e dar lhe nos dois sentidos para cima e para baixo uma extens o consider vel A partir do momento em que a pe a se depara com a jun o do plano vertical parede com o plano horizontal ch o assume que tamb m ele se pode prolongar para l do horizonte cab vel no nosso olhar Por vezes este plano vertical funciona como uma barreira que obriga a um movimento for ado e adquire uma nova posi o a horizontalidade Quando a pe a horizontal relaciona se com o andamento do observador sobre ela enquanto vertical relaciona se com a postura vertical corpo a corpo e ultrapassa o limite que abarca os bra os Esta ideia surge tamb m a partir de Ribemont Dessaignes em Ecce Homo citado por Bachelard E a fuma a subiu para o c u E a cinza caiu sobre os p s do inferno pela alus o direta for a da gravidade e a forma como nos relacionamos fisicamente com os lugares e com o que se passa neles Bachelard fala nos da no o de verticalidade para nos mostrar a ideia de crescente a no o de vertical que faz algo crescer e ultrapassar se 729 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade WMF EDITORA 3 edi o 2008 p g 273 20 Ribemont Dessaignes 1884 1974 foi um escritor e artista franc s associado ao movimento dada sta que se destacou na rea da pintura poesia pe as manifestos e libretos de peras
138. estrado em Pintura 2012124 muitas vezes numa perspetiva de rela o entre a obra e o p blico o sujeito j n o sabe procurar a satisfa o imediata do seu corpo finalidade evocando para tal a garantia jur dica lingu stica que lhe cabe os in meros jogos de linguagem contempor neos e mesmo assim vai al m dessa mesma satisfa o Said apresenta nos tr s aspetos que ajudam a enquadrar e a orientar a forma de express o art stica sendo eles os fatores econ micos pol ticos e culturais Dentro destas vertentes podemos tamb m destacar alguns artistas que se debru am sobre estas quest es a partir das suas Interven es pl sticas e art sticas e que ser o referenciados ao longo do estudo presente S o eles por exemplo Hans Haacke Krzysztof Wodiczko Gonzalex Torres El Anatsui pelo contexto pol tico Walter De Maria Daniel Buren e Robert Smithson pelas experi ncias culturais que promovem a intera o com as suas propostas instalativas gt Said quando fala desta no o de identidade enquanto sujeito distingue a obra do lugar numa determinada pr tica social para ele existe uma cr tica secular e uma cr tica religiosa A cr tica secular sustenta a defini o da vertente intelectual o pensamento e a conce o processo criativo Para esta reflex o sugerimos tamb m o pensamento desenvolvido pelo fil sofo franc s Michel Foucault no sentido de enriquecer e de nos aproximarmos defini o daquilo
139. estrado em Pintura 2012191 6 PROJETO PESSOAL Este ensaio come a com referencia a Bachelard e no o de gravidade no o de devaneio e o poder da imagina o na leitura das pe as instaladas propostas em formato de projeto com uma pe a final concretizada escala real de 1 5 O projeto pr tico pessoal na sua vertente pl stica visa abordar alguns fatores Importantes no sentido de proporcionar a cria o e a frui o de um lugar imaginado Sendo o mesmo imaginado a partir de um corpo mat ria viral que para ser conhecido ter de ser sentido o mesmo apela explora o t ctil e evoca o sensorial do espectador observador As ideias chave passam pela no o de corpo e volume tato e vis o peso e massa do nosso corpo e da coisa que vem do recanto desse lugar e o motor fundamental da Imagina o apresentado a partir do pensamento de Gaston Bachelard em A terra e os devaneios da vontade A vertente pr tica dedica se recolha de v rios ensaios e sele o e cria o de uma pe a em mosaico que se destina a um lugar amplo e p blico e que pretende proporcionar um outro lugar encenado a quem o habitar observar Prop e se provocar alguma rea o sensa o que apele aos outros sentidos em m ltiplas leituras procura se facultar um lugar para quem interpreta Haver algum meio termo lugar que algu m possa ocupar entre quem cria e quem observa O que que passa de um para o outro assumindo um comp
140. eu pr prio corpo como ferramenta de trabalho e suporte principal para a representa o ou documento de a o Neste caso 217 Alexandre MELO Aventuras no mundo da arte capitulo parte IV Lugares Cildo Meireles uma jornada Edi o Ass rio e Alvim Fevereiro 2003 Lisboa p g 297 718 Dennis Oppnheim 1938 2011 artista norte americano que se evidencia no in cio da d cada de 70 e que a partir da d cada seguinte os seus trabalhos ganham um forte carater ir nico aproximando se tamb m de uma postura p s modernista do Neodadaismo e da Arte Pop Uma das obras a destacar dessa poca e Anual Rings 1968 e da em diante as suas esculturas que se assumem por norma figurativas est o pr ximas da ideia do ready made e pela manipula o da escala dos objetos tratados analogias formais e a altera o dos materiais Numa proposta j mais pr xima do seculo XXI Finger Churches 1994 e Device to Root to Evil 1996 mostram a ultima inten o pl stica na resolu o de pe as escult ricas arquitet nicas consultar anexos Consultado em http www infopedia pt em 13 05 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 89 surge a fotografia como registo e documenta o que reporta ao tempo e ao espa o que aquele corpo experimentou e que ir contextualizar o observador Nos anos 80 o artista abre um novo capitulo no seu percurso que reflete sobre mecanismos
141. eu trabalho em particular no contexto da montagem da exposi o Innervisions na Casa das Hist rias Paula Rego com a pe a Dark Skies C us Sombrios E pela oportunidade de presenciar a aplica o da sua metodologia de trabalho e concretiza o do seu processo criativo in loco na instala o da obra Ao Tiago Ferreira pelo apoio no registo fotogr fico dos espa os p blicos instala o da maqueta da pe a de mosaico in loco e pelos ensaios de implementa o da mesma Fabrica de Cer mica de Bicesse em especial ao Sr Carlos pela gentileza do acolhimento e pesquisa no campo e pela doa o de v rios azulejos detentores de hist ria e mem ria tradicional portuguesa E a todos os meus familiares pelo testemunho apoio e presen a nesta pesquisa ao longo dos dois ltimos anos A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 v NDICE 1 BREVE APRESENTA O c rs 1 DE INTRODUC O eee E E aa 2 PARTE I DESCRI O DETALHADA a import ncia est tica e pl stica do lugar 3 LUGAR ESPA O 3 1 Defini o de lugar territ rio espa o antropol gico cccccccccsssieci 5 3 2 ntimo aberto pessoal a Gaston Bachelard vivo o lugar invento o lugar reconstruo mem rias 8 b Richard Long o lugar provoca efeito sobre mim mais do que eu nele 17 c Edward Said lugar identidade e ex lio permanente ccccec
142. f American Art bem como ensa sta para jornais e revistas de arte A sua rea de pesquisa est orientada para temas centrados ou que se cruzam com a arte contempor nea arquitetura arte p blica e estudos urbanos A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 63 O site specific permite encontrar se igualmente e agora por fatores e motivos f sicos e sensoriais Kwon sugere esta defini o numa primeira inst ncia onde detetamos um conjunto de atributos f sicos numa localiza o determinada onde identificamos e Tamanho escala e Textura e Dimens o das paredes e Tetos e Divis es espaciais que possam corresponder ideia de quarto lugar fechado e Condi es lum nicas e Condi es climat ricas sazonais Assim a arquitetura serve como um ve culo para uma express o nas mais variadas Inst ncias Nas primeiras exposi es neovanguardistas a partir de 60 alguns dos artistas j referidos complexificam essa defini o n o s como uma forma de arte como uma rela o com o lugar f sico Defendem tamb m que ela uma constru o social econ mica e pol tica enquanto o processo de cria o constru o e pensamento inerente ao artista por sua vez perme vel aos fatores externos Kwon assume o lugar como um cartaz como um g nero art stico uma comunidade uma p gina de revista uma causa social ou pol tica Poder ser liberal ta
143. f the work or it s originality because it could be reproduced three times in three different places and in the end the only original thing about the work is the certificate of authenticity always said that these were public sculptures the fact that they were being shown in this so called private space doesn t mean anything all spaces are private you have to pay for everything A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012183 dos anos 80 pelo car cter instalativo que as suas esculturas apresentam bem como o convite a participar delas Uma a o real e que transforma a leitura da pe a onde o tempo e espa o s o preponderantes na forma como os trabalhos se metamorfoseiam ao longo das v rias leituras intera es e visualiza es H ainda assim uma aura po tica e uma consci ncia daquilo que ef mero do medo de perda Este artista primou pela m xima proximidade entre o seu trabalho e o espectador onde este sujeito poderia levar consigo parte integrante da sua instala o Aqui Torres toca em v rios pontos de interesse o fato do trabalho ser ef mero e a capacidade de levantar quest es contradit rias de continuidade e ou efemeridade uma vez que as suas pe as podiam ser acrescentadas ou s eram completamente conclu das quando o ultimo espectador levasse consigo o ultimo bocado do seu trabalho A mat ria prima utilizada varia consoante a ideia subjacente
144. fonte de inspira o como no seculo XIX passando a ser tratada de forma bastante peculiar por um certo n mero de artistas A paisagem agora tratada para al m dos limites da pintura respeitando a sua representa o natural muitos artistas decidiram trabalh la e explor la numa vertente pl stica e ou conceptualmente a partir das suas caracter sticas N o pelos fatores de car cter f sico formal ou visual mas sim a partir de tudo aquilo que se relaciona com ela Assim estas interven es passam a ser n o sobre ela mas em si mesma os artistas partem para a frui o do local natural e interv m nele Estas manifesta es passam a ser realizadas na paisagem e n o de uma forma hipot tica ou te rica sobre ela E x l 111 As primeiras manifesta es destacaram obras realizadas por Michael Heizer Robert 2 3 Smithson Walter de Maria e Robert Morris 114 que ficaram conhecidas como Earthworks ou Land Art Parte da conce o destes artistas estava impl cita nas declara es de Michael Heizer e Robert Smithson eles come am a marcar a sua perspetiva valorizando alguns aspetos ora formais ora ideol gicos Como exemplo disso para Michael Heizer a escultura precisava expressar o car cter e a escala das 110 KRAUSS Rosalind The Optical Unconscious Cambridge Mass London The MIT Press 1993 Tradu o pr pria But to think the complex is to admit into the realm of art two terms that had formerly be
145. fora de ar livre onde o lugar respira at ele A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121109 Al m de se cruzar com a vertente l dica participativa neste caso a pe a limitar se a revestir um pavimento ou uma fachada podendo ent o evoluir e culminar numa vertente c nica teatral tratada na pr xima al nea O seu impacto visual mais rapidamente ser sentido enquanto paisagem desse lugar proposta de uma ponto de vista fora do sitio arquitetura paisag stica e num ponto de vista distante dessa pra a ou desse circuito fazer se notar este corpo estranho que rompe e se entranha pela trama urbana agora sim para al m da ornamenta o que lhe poder conferir Assim esta ser a primeira proposta de contempla o e de leitura fora do novo lugar mosaico encarando o como um todo dentro da trama urbana d Car cter c nico e teatral Imagem D Implementa o da pe a de mosaico numa fachada contemplando a intera o com a porta 4 5 x 10x 4 5 m Pra a dos Pescadores Cascais Quando a pe a se aplica a um lugar novamente exterior mas agora a partir da fachada do edif cio n o havendo qualquer rela o com a fun o deste ou com a atividade que A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121110 se passa dentro dele nela s o reaproveitados e reorganizados recantos
146. galeria ou o lugar que pode espartilhar a sua visualiza o Yves Klein no final dos anos 50 procura mostrar o cruzamento da pintura com a Instala o interven o social e pol tica e que o espa o podia ser totalmente livre e dissociado do universo do nosso quotidiano e dos objetos que conhecemos Defendia tamb m que a ideia subjacente obra acabava por ser o mais importante e o que de facto interessava no processo criativo mais do que a sua pr pria concretiza o f sica N o seria relevante dar corpo a alguma coisa para atingir a coisalidade Para Klein a inten o era proporcionar a partilha de uma experi ncia fosse ela individual e ou coletiva Nesta abordagem e na continuidade construtiva do seu percurso cruzou o pensamento de Gaston Bachelard n o s pela perspetiva desenvolvida acerca do reino do ar e do azul mas tamb m pelo vazio e pelo lugar ou n o lugar que constru do a partir do sujeito de dentro para fora 6 Yves Klein 1928 1962 foi um artista franc s destaca se num primeiro registo atrav s de pinturas monocrom ticas apesar de n o se fixar num s cor Mesmo assim no final dos anos 50 estes tornaram se quase exclusivamente produzidos em um matiz azul intenso mais tarde conhecido por International Klein Blue Tamb m na obra imaterial acabou por chamar aten o pelo novo e estranho conceito sobre o lugar vazio Aqui surge esta primeira abordagem ao observador provocando e coloc
147. gem onde pretendiam colocar em paralelo diferentes formas naturais Numa outra orienta o agora centrada nos Estados Unidos exprime se de forma j mais radical e espetacular no sentido de aparato e grandioso pela escala e interven es ambiciosas que geram e contaminam um lugar que desafia a escala humana neste caso em particular a escala de quem cria e a escala de quem observa Um dos artistas que surge aqui como referencia e exemplo para contraponto s pr ximas reflex es Robert Smithson em 1970 no Great Salt Lake constru da com terra e pedra sobre a gua numa extens o superior a quatrocentos metros posteriormente destru da pela pr pria gua Segundo Rosalind Krauss e j sentido nos anos 60 aquando do surgimento desta nova express o de tirar partido pl stico visual conceptual e sensorial do espa o f sico o 105 Marinus Bozem 1934 um artista pl stico holand s que se destaca no mbito da arte concetual e arte povera a partir do final da d cada de 60 Nos anos 50 come a o seu percurso com trabalhos de desenho e pintura considerando a abordagem espacial instala o e site specific a partir dos anos 60 at d cada de 80 com esculturas objetos que implicavam uma nova gest o do espa o publico e a pr pria presen a do espetador di Barry Flannagan 1941 escultor ingl s com forma o acad mica na vertente das artes inicia o seu percurso no final dos anos 50 com o trabalho em pedra na d cada
148. himento f sico No lugar a curva pode desarmar e n o proporcionar os cantos Introspetivos fechados em si e para si n o havendo a no o de praga do rizoma de algo que se propaga e se adapta como pele s paredes teto ou ch o A curva retira nos a refer ncia espacial baralha nos e n o sentimos uma gravidade pela for a mas antes pela posi o do nosso corpo vertical que procura um ngulo reto J o recanto o ngulo ou uma linha do horizonte confere nos refer ncia e organiza o n o s espacial como mental A escala um fator importante e determinante na forma como se atinge o observador como se comunica a ideia de espa o lugar e se conquista a rela o corpo a corpo Sobre o conceito de Miniatura Bachelard diz nos que esta miniatura estende se at s dimens es de um universo O grande mais uma vez est contido no pequeno ideia de que o macro e o micro se tocam e estamos constantemente a requestionar a nossa dimens o e imensid o que pode ser esmagadora ou esmagada por outro Prop e se tamb m o recanto como um potencial criador e gerador do lugar ele pode partir do s tio pequeno e diminu do que ganha territ rio corpo e lugar ou inversamente aprofundado do exterior para o seu interior Convida se a entrar pelo canto e saber o que h dentro daquele v rtice que re ne os tr s eixos orientadores ch o parede teto ou simplesmente a partir da aresta que nos d a linha do horizonte quando o p
149. ia Mestrado em Pintura 20121105 Este registo permite uma visibilidade global da pe a e da proposta de impacto a que se predisp e Num leque de v rias op es o trabalho pr tico manifesta se multidisciplinar e multifacetado podendo assim contemplar algumas situa es de instala o e Interven o Em cada um dos ensaios este corpo mosaico ser lido a partir das diferentes experi ncias que s o proporcionadas ou induzidas e da forma como o observador espectador ou passeante ser convocado a participar dela Pretende se uma especula o em torno dos espa os urbanos espa os de dentro e espa os de fora o car cter multifacetado questiona o uso de todos ou apenas do indiv duo como sujeito singular e mpar Por este motivo apresentam se seis sugest es de leituras onde a frui o est tica ser diferente em todas elas O projeto pr tico uma vez mais enquanto maqueta que se projeta no mundo real considera algumas op es de coloca o os lugares que s o eleitos assemelham se pelas mesmas premissas apesar de resultarem em experi ncias distintas Todos eles dever o ser vistos como lugares de passagem onde o observador espectador ou passeante se v convidado a atravessar sobre ela a escala manifesta se como o fator determinante por ser a proje o de um corpo n o cab vel na nossa condi o f sica Um lugar que nos transcende e nos ultrapassar poder nos levar leitura de que fomos transportados para outra
150. ibuto pessoal ou social J a arte p blica revela uma inten o de a o conceito e de identidade coletiva Ou seja a Arte P blica s cumpre integralmente este objetivo quando independentemente dos seus m ritos e dem ritos formais constituir Teresa Cortez uma artista ceramista portuguesa com percurso pela Escola Ant nio Arroio e professora de Artes em v rias escolas sendo a ltima a Josefa d bidos Exp e regularmente desde o final da d cada de 70 e j foi premiada na rea da cer mica e azulejaria Consultar algumas imagens na Parte III Cap tulo 8 que ilustram trabalhos considerados arte publica pela valoriza o do espa o publico com a aplica o de cer mica apesar de n o serem pe as de interven o direta ou de participa o com o observador a Henrique de MELO Cer mica Mural Arte em P blico e Arte P blica em Portugal p g 71 em Teresa Cortez cer mica que conta hist rias Editora d arte cole o Campo da comunica o Lisboa 2008 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012135 tamb m um positivo fator aculturante da identidade coletiva mem ria de algo para as pessoas que nela se reconhecem n o necessariamente de forma culta e com ela estabelecerem afinidades c mplices de uma forma dir amos intuitiva sens vel emp tica Pela sensibilidade e o contributo para a tradi o e para a
151. identidade daquele grupo sociedade a arte p blica para ser p blica de facto precisa de perdurar no tempo e de marcar uma mem ria coletiva Henrique de Melo exp e e conclui que por ess ncia a Arte Publica que originalmente at pode ter um perfil vanguardista guardi de tradi o social ao perdurar longamente na mem ria coletiva dos povos como p lo aglutinado de sensibilidades com diferentes graus de forma o art stica e representa a l ads 95 mais democr tica universal e vitalista forma da Arte se manifestar di Henrique MELO Cer mica Mural Arte em P blico e Arte P blica em Portugal p g 73 em Teresa Cortez cer mica que conta hist rias Editora arte cole o Campo da comunica o Lisboa 2008 gt IDEM p g 75 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012136 4 2 Lugar corporalidade transforma o da natureza a Hist ria e antecedentes do White Cube An lise cr tica da sua pretens o de neutralidade Este ensaio prev abordar a hist ria e os antecedentes do White Cube no sentido da sua pretens o de neutralidade analisado e criticado por Yves Klein e a origem do site specific instala o p blica no in cio dos anos 60 do s culo XX Para se chegar Inten o de alargamento e expans o do trabalho pl stico na sua generalidade h que se encontrar a origem desta quebra entre a obra e o seu criador e a
152. iga o da arte contempor nea como Professora da Universidade Columbia de Nova Iorque e como curadora exposi es no Museu Solomon R Guggehnheim de Joan Mir em 1970 1973 Museu de Arte Corcoran exposi o de surrealismo e fotografia em 1982 1985 Guggenheim exposi o de Robert Morris em 1992 1994 As suas publica es surgem no final da d cada de 60 e in cio da d cada de 70 atrav s de artigos de revistas de arte nomeadamente para a Internacional de Arte e ArtForum A sua reflex o cruza tanto a teoria Greenbergiana como a teoria Freudiana uso da psicanalise na interpreta o e reflex o sobre o conceito de obra de arte Destacam se os ensaios Play No More 1984 Corpus Delicti 1984 e The Optical Unconscious 1993 Sem Forma Um Guia do Usu rio 1996 para o cat logo da exposi o L Informe Mode d emploi Paris no Centro Pompidou entre outros 103 Daniel Buren entrevistado por George Boudaille em Textos e entrevistas escolhidas 1967 2000 Edi o Centro de Arte H lio Oiticica Rio de Janeiro 2001 cap II a arte n o mais justific vel ou os pingos nos 1s tradu o Ana Maria Castro Santos Andr Sena L cia Maia 104 Minimalismo foi um movimento art stico que influenciou n o s as artes pl sticas como a m sica o design e a pr pria tecnologia no s culo XX pr ximo dos anos 60 Este grupo artistas preocupava se como uso de poucos elementos fundamentais como base de express o Esta tend ncia defendia qu
153. imo Remo desta forma talvez possamos aproximar esta postura de debate aberto e de confronto de Ideias com as perspetivas de Henrique de Melo e F lix Gonzalez Torres pela problematiza o e defini o da arte publica e da arte no espa o publico 153 Consultar imagem em ParteIII Capitulo 7 154 Graziela KUBSCH A rampa antimendigo e a no o de site specific ou Andrea Matarazzo no Soho Artigo on line sobre arte p blica consultar em Parte III Cap tulo 7 a imagem da obra de Richard Serra e Rosalyn Deutsch Nova York EUA professora adjunta do departamento de hist ria da arte e arqueologia da Universidade de Columbia Nova York Desenvolve pesquisa e ensaios no mbito da arte contempor nea e pol tica 5 DEUTSCHE Rosalyn Evictions art and spatial politics Cambridge MIT press 1966 p g 3 tradu o pr pria Ideas about art architecture and urban design on the one hand with theories of the city social space and public space on the other 157 Hannah Arendt 1906 1975 foi uma fil sofa alem que se destacou na filosofia politica alem de origem judaica no seculo XX autora de v rios ensaios que pretendem refletir sobre o nazismo e o socialismo algumas das suas obras de destaque s o As origens do totalitarismo 1951 A condi o humana 1958 que ensaia sobre a condi o humana e a capacidade no desempenho de v rias atividades Outras obras revelam ainda um debru ar sobre temas da identidad
154. inserimos juntamente com a obra que estamos a ver Podemos mesmo sugerir alguns elementos ic nicos que Long adota no seu registo formal como o c rculo a linha cruzada ou a espiral Aqui podemos encontrar a sugest o de um lugar que prev gerar algo A elas Richard Long atribui a for a emocial n o lhes confere tempo assumem se como atemporais e desta forma estimulam a imagina o que pretende encontrar proporcionar um lugar de afeto que relacione e consiga tecer um discurso em torno dos elementos apresentados Ele diz nos que nunca faz qualquer altera o significativa na natureza espa o lugar onde passa permanece e sente o faz precisamente o inverso quando marca a terra ou reorganiza as caracter sticas naturais e as devolve ao seu habitat natural E neste sentido a sua pintura nos anos 80 tamb m marca esta pr xima rela o com o natural 2 aquando integra o de lama na tela ou paredes diretamente com as m os E not ria a E pan TON P 47 rela o direta com a mat ria a ideia de que h um confronto corpo a corpo Este artista fala nos ainda que a pe a pl stica e f sica no seu caso a escultura como resultado final alimenta todos os sentidos referentes a um lugar exatamente por estar presente e a qualquer momento poder ser tocada mesmo que ilusoriamente O registo dessa pe a pela fotografia ou pelo texto j alimenta a imagina o e um patamar quase espiritual B 8 Carlos VIDAL Do esqueci
155. ional e discursivamente mas al m disso predeterminados pelas classes sociais e pelos interesses pol ticos Ainda nesta perspetiva o autor ajuda nos a perceber que toda a concretiza o f sica do trabalho de Being Framed n d e Free Exchange 1995 esta segunda com Pierre Bourdieu publica o de resultado do encontro entre os dois artistas nos anos 80 so Benjamim Buchloh 1941 um historiador de origem alem e que contribui para a pesquisa e investiga o sobre a arte moderna na hist ria da arte Professor e investigador universit rio contempla algumas obras publicadas sobre a problematiza o da arte De destaque no contexto da atual pesquisa s o de salientar os ensaios Neo Avantgarde and Culture Industry Essays on European and American Art from 1955 to 1975 2003 Flashback Revisiting The Art of the Eighties 2006 Hans Haacke For Real com Rosalyn Deutsche 2007 Art Since 1900 1900 to 1944 com Hal Foster Yve Alain Bois e Rosalind Krauss 2001 141 Carlos VIDAL Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica Fenda edi es Lisboa 1996 p g 138 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012157 Haacke passa pela valoriza o da mat ria prima Assim e valendo se da mesma o artista pretende igualmente proporcionar uma experiencia ao espectador Tanto Hans Haacke como Benjamin Buchloh pretendem ent o questionar a hist ria
156. ior descrito na al nea acima al nea a car cter l dico participativo Como o pr prio espa o se aproxima da sensa o de conten o a pe a assim que rompe com a brancura das paredes e com o ch o livre e que acaba tamb m ele por ser pisado de uma forma pausada e pouco explorado o observador espectador assume igualmente essa mesma tens o e por conseguinte a sensa o de algo que claustrof bico nessa A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121108 sala Igualmente pelo fato da pe a se encontrar no Interior a pr pria altitude das paredes rapidamente abarcada pela altura da pe a instalada enquanto o ch o se torna Ilusoriamente reduzido para dar espa o e lugar a uma passadeira de ladrilhos c Car cter decorativo de pra a Imagem C Implementa o da pe a de mosaico numa pra a publica 10 x 4 5 m Pra a do Munic pio de Cascais A instala o da pe a em pra as p blicas aparentemente n o acrescentar nada ao seu conceito apenas o de ser atravessada de uma forma quase gratuita mas que de alguma forma ainda causar algum impacto visual e sensorial Numa postura de decora o e de ornamentar exageradamente este lugar que j ele ser repleto de est mulos visuais o mosaico ser uma forma barroca de saturar esse lugar e de o tornar ainda mais cheio mesmo que ao ar livre e por isso ser quase infind vel o c u ser a met
157. iro 1999 RIBEIRO Sommer e outros 70 e 80 arte portuguesa s n Bras lia S o Paulo e Rio de Janeiro 1987 REIS Pedro Cabrita Pedro Cabrita Reis Porto Editora Porto 2003 2011 Consultado em 5 01 2011 em http www infopedia pt pedro cabrita reis RIZOMA E HIPERTEXTO EM NOVE NOVENA DE OSMAN LINS An lise da narrativa Um ponto no c rculo n 2 pdf Porto Alegre Centro Universit rio Ritter dos Reis janeiro 2009 Consultado em 23 10 2010 Dispon vel em www hipertextus net SABINO Isabel A Pintura Depois da Pintura Lisboa FBAUL 2000 SAID Edward W Representions of the intellectual Nova lorque Random House 1996 SAID Edward W Reflections on exile em Marianne Brouwer org em Heart of darkness Otterlo Kr ller M ller Museum 1994 SAID Edward W The world the text and the critic Harvard University Press Cambridge Massacbusetts 1983 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 1206 SILVA M rio Teixeira Tend ncias dos anos 80 Centro de arte de S Jo o da Madeira s 1 1988 SONTAG Susan Contra a interpreta o e outros ensaios Editora G tica Lisboa 2004 SONTAG Susan susan sontag foundation Consultado em 13 01 2011 em http www susansontag com SCHUMACHER Mary Louise Dennis Oppenheim artista conceptual morreu em Jornal Sentinel 23 de janeiro de 2011 Consul
158. is 1947 En d couvrant existence avec Husserl et Heidegger Parisl949 De Dieu qui vient Vid e Parisl982 thique comme philosophie premi re Paris 1998 l6l Contexto do trabalho Hiroshima de 1999 estado de ruina como um memorial Com esta recria o do lugar e revaloriza o do espa o enquanto identidade e hist ria daquele povo Este artista que mais frente ser alvo de um estudo caso trabalha a mem ria do lugar contaminado e contaminando a identidade do mesmo de quem o habitou e de quem conhece o seu trauma marca deixa em quem nele habita ou habitou Consultar imagens em Parte HI Cap tulo 7 Re Rosalynd DEUTSCHE A arte de ser testemunha na esfera dos tempos de guerra Concinnitas Virtual Ano 11 2 17 dezembro 2010 dispon vel em http www concinnitas uer br resumos1 5 deutsche htm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 66 levantam A arte p blica contempor nea tem manifestado diversas transforma es de car ter anti monumental que deram origem a um novo tipo de rela o entre a obra o espa o e o p blico Aqui encontramos esta interdisciplinaridade e a dificuldade que existe em catalogar as tend ncias acabando por optarmos por cruz las no sentido em que a pintura pode rasgar os limites bidimensionais passando pelo site spcific pela land art consequentemente com um car cter instalativo muito acentuado e que por vezes pod
159. isiva Richard Long conta nos que numa fase inicial procurava trabalhar a partir de elementos naturais como relva ou lama Mas concluiu que esta pesquisa passava de fato pela experi ncia sensorial e visual desses elementos mas inseridos no seu espa o origin rio e natural eu n o pretendia pintar a relva queria pis la E Na tend ncia Land Art as interven es de Richard Long s o m nimas e simplificadas por isso est o mais pr ximas de uma atividade f sica de caminhada do que f sica de destrui o reconstru o do espa o original O artista visa trabalhar tanto no seu per metro mais pr ximo e conhecido como tamb m atravessar paisagens remotas e desabitadas como os Himalaias Andes e Saara Esta marca pode ser feita de v rias formas uma delas ser pela caminhada e durante a mesma marca o trajeto num mapa Outras vezes depois de atravessar a paisagem em diferentes horas do dia e da noite regista a sua presen a com pedras madeira algas marinhas galhos de rvores ou arbustos As suas interven es s o simples e repetitivas atrav s de c rculos compactos ou conc ntricos ret ngulos linhas e espirais Para Richard Long estas formas s o como colocar o mundo em ordem Je Os pontos que constroem podem ser entendidos como sinais discretos dos seus lugares de descanso Definem focalidade pluralidade de dire es limites de recintos mas tamb m revelam a paisagem por serem elementos de si mesma e por trazerem
160. ista come a a procurar uma participa o ativa e reativa n o contemplativa ou pac fica quer fazer parte de uma opini o e chegar s massas atrav s da sua condi o f sica e dos lugares que estas habitam quotidianamente Cruzando igualmente a pesquisa com o pensamento pl stico de Krysztof Wodiczko sumamos que a obra liberta se do conceito fechado da galeria museu e exige um espa o amplo e sociocultural onde se possa mostrar e relacionar com o outro Ainda neste mbito surge igualmente uma ltima e recente proposta do artista e te rico Jos Ma s de Carvalho que mostra atrav s do seu trabalho e processo criativo uma nova sugest o para a re defini o alargada e em constante re constru o uma arte publica materializada no espa o publico uma proposta de dissemina o e uma absorv ncia ilimitada deste lugar comum 85 Cita o de Ilya Kabakov lida em St phane HUCHET Instala o e iconicidade ampliada segundo Ilya Kabakov Revista Poi sis 13 Agosto de 2009 p g 32 86 IDEM p g 37 87 Carlos VIDAL Espa o p blico meios privados as escalas da arte p blica Em Jos Quaresma org O Chiado a Baixa e a Esfera P blica Lisboa Associa o dos Arqueol gicos Portugueses 2011 e Krzysztof Wodiczkso 1943 Artista que nasceu na Vars via Pol nia e atualmente vive e trabalha em Nova Iorque Licenciado em Belas Artes com especializa o em Design Industrial o que lhe permite uma forte inte
161. juda a criar a ler e a alargar a no o de um lugar que n o existe mas que a partir da sua materializa o poder surgir e ser concretizada Apelamos tal como Bachelard a uma perce o e a uma mem ria deste conceito de lugar para nos inserirmos nesta sugest o de espa o recanto a partir da Interven o espacial e local A produ o mental de imagens permite a especula o e o ato de fantasiar a partir de algo externo e visual que nos estimula e proporciona uma rela o Interior e ajuda a gerar imagens sequenciadas a partir da materializa o da coisa Esta correla o entre a obra e a frui o dos sentidos procurada por quem observa este sujeito pode entrar na pe a e perceb la atrav s da vis o e do tato e das impress es recolhidas a partir da escala quando esta pretende ultrapassar a condi o f sica humana acima da nossa cabe a al m dos nosso bra os e para l dos nossos p s O observador tomado como um corpo inicialmente de refer ncia mas posteriormente auxiliar dentro da proposta pr tica onde se tenta enquadrar Olhar para o recanto e imaginar a partir dele faz nascer qualquer coisa que vem em sua dire o ultrapassando o Bachelard explica que o devaneio comum um dos seus aspetos mais simples Mas teremos muitos outros exemplos da sua atividade se aceitarmos seguir a imagina o imaginante em sua busca de imagens imaginadas J neste ponto que se procura clarificar esta vontade d
162. l 1959 se Bilaterais e Relevos Espaciais 1959 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 165 JOS MA S DE CARVALHO EAN T shirt Macau 1997 impress es em t shirts de Outdoors de rua mupis Lisboa 1997 176x120cm algod o tam XL pier ray dr AR ALLET T Fa sde Aeroporto Lisboa 1997 impress es em caixas de Autocarro Macau 1997 impress o offset luz 176x120cm 50 5x38cm A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 166 PEDRO CALAPEZ 1 Mist rios do ros rio de F tima 2007 Quatro Esta es 2006 A Neve de espinhos 2005 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 167 siia 5 Ornamento Escondido 2002 Expo 98 entrada sul 1998 6 ir Piso Zero 2004 Muro contra muro 1994 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 168 8 ENSAIOS DE LOCALIZA O DO TRABALHO PR TICO 8 1 Estudo para pe as de mosaico de interven o Esbo os para propostas de interven es y F Qy A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 169 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais C
163. l como um conceito te rico concetual J a partir da d cada de 90 esta express o pl stica e de processo criativo que at ent o estava orientada para um lugar espec fico come a a desviar a rota agora para uma perspetiva de descontinuidade ambiguidade e desterritorializa o Agora a obra e o seu lugar chegam mais al m desta no o de identidade fixa e sedent ria adquirindo uma estrat gia n mada itinerante din mica e proactiva cujos limites n o est o sequer pr ximos da ideia de fronteira como algo impositivo e constrangedor e sim numa perspetiva libertadora em que estes limites s o de dif cil visibilidade ou pelo menos de defini o reta e objetiva Na d cada de 90 o artista investiga o facto de que a obra pode n o pertencer ao lugar e o lugar pode j n o ser dessa obra a pe a pode ganhar novos contornos num territ rio que 152 Miwon KWON One place after another site specific art and locational identity MIT Press Londres 2002 p g 3 tradu o pr pria The site can now be as various as a billboard an artistic genre a magazine page a social cause or a political debate It can be literal like a theoretical concept tradu o pr pria A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 64 agora se mostra et reo e disperso Esta proposta vem de uma procura constante e pretende continuar a questionar a origem do site specific
164. lano vertical encontra o horizontal ou ainda sair do canto enquanto ponto de fuga que alastra um casulo que desenvolve uma praga dessa coisa Em Bachelard encontramos a no o de uma imagina o miniaturizante e o seu oposto pelo est mulo de uma imagina o m xima Fala o autor em miniaturizar o mundo ser nossa fun o miniaturizar o lugar ou maximiz lo Fala nos de um devaneio miniaturizante e aqui se prop e a reflex o de ambas as perspetivas sobre essa ideia de um devaneio Miniaturizante ser o ponto quando olhamos para a pe a pl stica e encaramo la como uma nfima parte de um infinito rizoma que tanto pode crescer para dentro como para fora Ou um devaneio maximalizante quando o corpo pode dar a 16 Gaston BACHELARD 4 Po tica do Espa o op cit p g 154 IDEM p g 165 8 Remetendo igualmente para as propostas em formato de maqueta de espa os criados que visam a Instala o de um trabalho pr tico 2 O termo devaneio surge como um ato de fantasiar e divagar com o pensamento A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012111 sugest o de um crescimento desmesurado e quase ca tico como uma teia descontrolada que vai adicionando tesselas atr s de tesselas Bachelard convida nos tamb m a refletir sobre esta oscila o de escala e a forma como ela nos toca s vezes por m as transa es entre o pequeno e o grande multiplicam se re
165. levantavam quaisquer quest es crom ticas na forma de aplicar a cor nesta representa o de observa o da natureza Contudo o seu Interesse foi sendo modificado pelas influ ncias da pocas de outros pintores nomeadamente os cubistas alterando assim os seus trabalhos de uma crescente semi naturalidade para uma forte abstra o Apos a primeira grande guerra mundial fundou a revista De Stijl que acabou por ser uma forte marca na influ ncia direta da pintura arquitetura e design e procurou ent o fundar uma nova vanguarda chamada de Nepoplasticismo que primava por um estilo radicalmente abstrato e bastante fundamento da teoria e na est tica exemplo disso a obra Composi o em Vermelho Amarelo e Azul de 1927 Consultado em http www infopedia pt em 13 05 2012 171 Paul Klee 1897 1940 artista su o que constitui um percurso acad mico pelas Belas Artes de Munique e desde cedo se deixou influenciar pela m sica atrav s de seu pai na sua pintura Contatou com o grupo de artistas alem es Blaue Reiter as suas pinturas caracterizam se maioritariamente por registos pr ximos do infantil a partir de formas abstratas proporcionando uma leitura po tica em torno do seu resultado pl stico e de uma arte subjetiva e espont nea Tamb m colaborou na Escola Bauhaus e a sua teoria foi sendo compilada atrav s de algumas obras Maneiras de Estudar a Natureza 1923 Esbo os de Pedagogia 1925 e Experiencias Exatas no Realismo da Arte 1928 Consu
166. lha das sensa es provocadas no corpo enquanto mecanismo de conhecimento O gesto cresce para e no espa o conquista e manifesta a sua expans o e assume uma figura o no reconhecimento deste corpo no seu lugar O artista pensa e resolve o lugar pl stico tendo como premissa a import ncia da leitura sensorial despertada pelo seu trabalho na expectativa de estabelece uma rela o f sica e pr xima de experiencia com o observador Uma vez mais Alexandre Melo conclui que trata se de inventar constru es f sicas vocacionadas para a sedu o envolvimento e frui o sensorial de um observador que assuma como participante Tamb m parece problem tico que um artista que reivindica a prioridade da experiencia sensorial seja no essencial um artista conceptual a menos que se d no o de arte conceptual uma defini o tao ampla que toda a arte tenha de passar a ser considerada conceptual Para Cildo Meireles o trabalho art stico a produ o de um ensejo para uma experiencia f sica que fique como mem ria de uma passagem vivida pelo A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 88 corpo e a imagina o Cildo Meireles gosta de contar uma hist ria de inf ncia em que tendo avistado ao longe um vagabundo que acendia uma fogueira para passar a noite aguardou ansiosamente a manh imaginando o que iria encontrar no local onde o caminhante pernoi
167. ltado em http www infopedia pt em 13 05 2012 172 Kazimir Malevich 1878 1935 artista oriundo da Ucr nia que constitui percurso acad mico entre a pintura escultura e arquitetura entre 1904 e 1910 que lhe permitiu uma grande interdisciplinaridade no seu percurso bem como um pensamento est tico e resolu o pl stica diversificada acabando por contatar com as vanguardas do impressionismo cubismo e fauvismo O seu trabalho cruza tamb m liga es com a poesia e a feitura de cen rios para operas nomeadamente a opera futurista Vitorio sobre o Sol libreto de Kruchenykh em 1913 Pelas m ltiplas A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012170 2 E aqui que entra o convite ao espectador a participar ativamente nestas pe as com algum car cter l dico e interativo e a partir desta intera o que estes organismos ganham realmente vida porque lhes s o atribu das sensa es emo es e viv ncias ne Outro fator que o artista procura trabalhar e explorar nestas pe as s o as capacidades de se tornarem tanto opacas como transparentes a ideia de algo transl cido e que nos possibilita visualizar o outro lado Esta situa o pretende ainda criar labirintos espaciais no qual o visitante pode entrar e experimentar ambientes altamente estimulantes n o s de st mesmos como das pr prias membranas que por vezes al m de transl cidas ou opacas tamb m cont m cheiro e n
168. lugar conhecemo lo atrav s do senso comum e da rela o f sica e prim ria que estabelecemos intuitivamente com esse lugar instala o Os materiais acabam por ter um papel tamb m bastante importante para que o observador se reveja neles e os identifique a partir do seu mundo conhecedor muitas vezes do uso do quotidiano Nos anos 80 apesar da massa art stica regressar pr tica da pintura Cildo Meireles n o regressa a t cnica Mant m o seu registo na arte do objeto instalado e na recria o de lugares Interventivos reafirma o seu compromisso para com o p blico acrescentando agora uma vertente tecnol gica e interativa nas suas pe as Desta forma podemos concluir por uma forte interdisciplinaridade que da mesma forma que o sujeito precisa de estar aberto a todas as faculdades sensoriais para conhecer o exterior reportando se ent o ao seu interior tamb m o trabalho deste artista marca uma gradual rela o entre v rias t cnicas que acabam por se complementar e por articular da melhor forma a sua principal inten o de Interior com o espectador e proporcionar lhe uma experi ncia a partir da sua obra Cildo Meireles integra nesta pesquisa como artista de refer ncia pela sequ ncia e encadeamento de ideias conceitos e a sua resolu o pr tica A primeira reflex o e conquista do lugar instala o nos anos 60 a forma como articula o lugar e o molda para proporcionar o est mulo anos 70 com a intera o publica e a reco
169. lugar e quem o determina surge a reflex o de Edward Said Este autor traz nos quest es ligadas ao conceito de identidade que se mostram diretamente relacionadas com a ideia de um lugar vivido constru do ou habitado pelo sujeito A identidade uma rela o de v rios factos 1dentit rios n o um conceito fechado mas sim promotor de uma rela o e interliga o entre v rios fatores que determinam definem e consequentemente identificam Edward Said define tamb m que quando se nasce e se habita um determinado lugar h uma consci ncia e referencia o a um lugar Diz nos ainda que esta refer ncia acaba por ser a principal e que funde este conceito de exist ncia e presen a Sendo o terceiro pensamento importante para a presente pesquisa este fala nos sobre a identidade de algo ou algu m que constitu da no seu exterior caminhando no sentido de encontrar o seu interior Em Said cada um pode pertencer a um territ rio mas n o a uma identidade origin ria a identidade acaba por ser inexistente sendo uma sugest o que nasce da correla o entre os fatores exteriores semelhantes e internos mas que n o o chegam a ser realmente Na procura desta identidade por vezes for ada obrigat ria e imposta Said mostra nos que 1 Carlos VIDAL Do esquecimento nega o sete notas dispersas sobre a obra de Richard Long op cit p g 33 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia M
170. lugares de experi ncias Neste sentido e gra as ao seu estudo dedicado e sua Investiga o incisiva Ernesto Neto explora as v rias capacidades e resist ncias dos corpos a tratar como por exemplo o peso do metal pela plasticidade proporcionada por pequenas esferas de chumbo e a aparente fragilidade do tecido Pode se dizer que este processo criativo e ensaios de resist ncia desafiam a durabilidade das pr prias pe as bem como a rea o que 169 determinado corpo ter sob a a o do outro O percurso te rico pr tico de Ernesto Neto segue as linhas que deram origem ao site specific influenciado pelas pr ticas art sticas dos anos 50 e 60 com Lygia Clark ou H lio Oiticica j tratados no presente estudo como tamb m algumas ideias do modernismo pela abstra o geom trica que por vezes pretendiam equiparar a arte a corpos org nicos vivos e que se desenvolviam numa esp cie de arquitetura tamb m ela org nica Podemos ainda relacionar alguma influ ncia do neoplasticismo e de Piet Mondrian o expressionismo de Paul Klee e referencias ao abstracionismo a a IR geom trico de Kazimir Malevich 19 Ver em anexo imagens das obras do artista bolas de chumbo 170 Piet Mondrain 1872 1944 foi um artista holand s que marca o surgimento de uma vanguarda chamada de No incio do seculo XX os seus trabalhos eram maioritariamente considerados pintura de paisagem com uma paleta crom tica tradicional e que n o
171. m Parte II Capitulo 8 26 Todas as pe as de loi a ch venas pires etc na proposta final escala 1 1 ser o ampliadas de acordo com este aumento Prev se tamb m para esta propor o uma escala exagerada face sua correspond ncia Com este aumento significativo procura se proporcionar um universo ampliado quase lupa onde o corpo do observador se integra e de alguma forma se enterra 21 Consultar imagens em Parte II Capitulo 8 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121103 6 2 Implementa o da pe a de mosaico a import ncia da fotografia como registo e ensaio in loco Enquanto a constru o da pe a acontece como registo final escala 1 5 a fotografia surge como o registo e o ensaio nos lugares f sicos e reais que resolver a Implementa o in loco da proposta A partir do registo dos lugares p blicos e urbanos pretende se mostrar uma outra proposta para essa cidade Os lugares exteriores primam pelo contato direto com a luz natural e o cidad o sendo este implicado nesta rea o surpreendido quando cruza a plataforma integrada J nos lugares de interior salas de exposi o a pe a n o concorre com restantes est mulos visuais exteriores ser a nica marca incisiva e que captar toda a aten o de certa forma quase esmagadora e visualmente ca tica que exageradamente preenche e se deixa preencher nesse lugar fechado As f
172. m Pintura 20121200 AMADO Miguel Ponto de Vista obras da funda o PLMJ Lisboa 2003 AMORIM Jos CARVALHO Jos Ma s VIDAL Carlos Hotline Funda o Oriente 1997 ANATSUI El Biografia de El Anatsui Consultado em 5 01 2011 em http en wikipedia org wiki El Anatsui ANATSUL El THE NEW ENGLAND JOURNAL OF AESTHETIC RESEARCH EL ANATSUL Inglaterra fevereiro 2007 Consultado em 02 12 2010 Dispon vel em http aesthetic gregcookland com 2007 02 el anatsui html BACHELARD Gaston 4 Po tica do Espa o Livraria Martins Fontes Editora Lda S o Paulo 1996 BACHELARD Gaston A Terra e os devaneios da vontade Livraria Martins Fontes Editora Lda 32 Edi o S o Paulo 2008 BUREN Daniel Textos e entrevistas escolhidas 1967 2000 Edi o Centro de Arte H lio Oiticica Tradu o Ana Maria Castro Santos Andr Sena L cia Maia Rio de J aneiro 2001 CALAPEZ Pedro Lugares da pintura Consultado em 29 12 2010 em http www calapez com CALAPEZ Pedro Guia dez artistas portuguesas Pedro Calapez Consultado em 5 01 2011 em http www otimize pt iindex php Arte Guia Dez Pintores Portugueses Page 2 html COPELAND Mathien ARMLEDER John LE BON Laurent AAVV orgs Voids A Retrospective Centre Pompidou 2009 CORILLON Patrick FABRE Jan KABAKOV Emilia e Ilya THEMLITZ Susanne Vidas Imagin rias Funda o Calouste Gulbenkian Lisboa Novembro 2004 a Janeiro 2005
173. m a instala o como forma de operar e resolver no espa o pela cria o de um palco onde ser o trabalhadas todas as outras val ncias da pintura luz sombra composi o linhas de for a desconstru o de volumes Calapez aproxima se assim de uma valoriza o imaterial de imagens que acontecem no ecr Desta forma e para que estas imagens passem para o suporte da pintura o artista resolve as atrav s do papel com a grafite aguadas sobre tela ou ainda suportes met licos ou de madeira Estas primeiras pe as ainda experimentais previam o trabalho da luz dessas imagens cin ticas da TV a partir da grada o do preto e branco de uma forma desfocada viragem dos anos 70 para a d cada seguinte faz se sentir ent o pelo abandono destes ensaios que se fascinavam pelas ondas de luminosidade libertadas pelos ecr s onde passa a explorar o desenho a grafite em grandes dimens es Os primeiros registos ensatavam representa es que come avam a sugerir lugares arquitet nicos e paisagens E Cita o de Pedro Calapez lida consultada em http www calapez com Rs Cita o de Jo o Pinharanda consultada em cita o site http www calapez com A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121775 ainda n o consciencializadas Uma vez mais est presente a problem tica da forma do volume e do espa o no plano bidimensional que a partir do final dos anos 80 conquista o luga
174. m tem de si nele e dele em sit mesmo sujeito em confronto com o lugar e vice versa Graham atinge o lugar por colocar em tens o rela o o observador com o objeto no plano de proje o espa o arquitet nico Aqui encontramos a refer ncia de Walter Benj amim e a no o de que os acontecimentos s o ef meros e desaparecem apesar de afetarem o presente quest o levantada pelo tempo e pelo espa o o aqui e agora nessa proje o e reflex o numa outra dimens o semelhante hipoteticamente atemporal O artista pretende alterar a posi o da coisa e do observador invertendo os permitindo lhes outras no es de espacialidade nesse lugar Walter de Maria come a o seu percurso por volta da d cada de 60 claramente influenciado por tend ncias dada stas afastando a manualidade da obra o que o levou a aplicar formas geom tricas simples e materiais fabricados industrialmente a o e alum nio nas suas primeiras propostas Estes trabalhos enquadram se na Instala o e o autor Interessa se pelas interven es de car ter ef mero e natural primeiramente manifestando se na paisagem Esta experiencia intensa segundo o artista tamb m ela f sica e ps quica mental pelo ato de pensar no conceito e manifestar uma vontade motiva o espectador a reciclar a tal Cita o de Dan Graham em contexto de entrevista por Pietro Valle consultada em www arch itettura it 132 Walter Benjamin 1892 1940 foi um ensa sta
175. ma pele ou a uma crosta modelada Esta surge como uma superf cie que pretende cobrir outra n o pela no o de ferida ou pelo processo de cicatriza o de um corpo ou alguma superf cie mas como uma coisa que reveste que come que cobre protege esconde e contamina a superf cie in cua e l mpida ou aquela que j l estava antes de ser invadida pela praga Assim esta Imag tica acaba por nascer sempre ou quase sempre da mesma fonte o humano e a sua imagina o pela imagem que o ser imaginante e o ser imaginado est o mais pr ximos revelando assim a interdisciplinaridade entre aquilo que imaginado e quem imagina o que o lugar exterior e por conseguinte o seu Interior O imaginado j est no lugar exterior que por sua vez lan a as premissas necess rias cria o do lugar interior sempre a partir de quem observa imagina Talvez se possa dizer que o imaginado est para o exterior assim como o ato de Imaginar estar para o Interior h um confronto visual exterior e uma assimila o dessa imagem no seu Interior 222 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade WMF EDITORA 3 edi o 2008 p g 3 2 Falamos da perspetiva como um aspeto importante determinante e a ter em considera o quando se fala em Espa o por ser a sua forma de sistematiza o do mesmo A perspetiva pode ser considerada como convergente ou divergente dependendo da exist ncia interna ou externa de um ponto
176. mente esmagadora Disponivel em http shared com consultado em 15 06 2012 l Daniel Buren 1938 um artista franc s que se destacou nos anos 60 com as primeiras propostas de arte que questionavam o lugar de instala o Numa tend ncia minimal abstrata problematizou a tentativa de redefinir a no o do radicalismo da pr pria pintura explorando assim formas bin rias cores e o seu pr prio car ter enquanto potencialidade pl stica depurada Algumas das pe as de destaque s o Les Deux Plateaux encomenda para o p tio do Palais Royal L Arc Rouge pr ximo do Museu Guggenheim em Bilbau e Les Anneaux na le de Nantes consultar imagens em anexo Parte III Cap tulo 8 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012120 pe as interven es serem ef meras n o um objetivo consciente mas sim um resultado consequente da a o A partir da d cada de 70 o artista produz esculturas e instala es permanentes para espa os interiores com o intuito de desenvolver e apresentar experi ncias anteriores Agora a partir do registo igualmente simples mas mental desenvolve um l xico particular que re ne composi es geom tricas simples linhas c rculos espirais e emprega materiais naturais Richard Long n o pretende ser enquadrado como um land artist contudo admite ser herdeiro da sua gera o sobre a qual as premissas modernas tiveram uma influ ncia dec
177. mento nega o sete notas dispersas sobre a obra de Richard Long op cit pag 33 46 Consultar Parte II Capitulo 8 imagens das interven es de Richard Long que ilustram estes aspetos formais e elementos ic nicos do seu trabalho Consultar Parte HI Cap tulo 8 imagens das interven es de Richard Long que ilustram a rela o do confronto entre dois corpos imagens com terra que rasgam e sujam as paredes da galeria e quebram com o momento solene imposto por este lugar de culto A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 18 O f sico real e palp vel ajuda a coordenar o nosso pr prio posicionamento num determinado lugar o que torna mais acess vel o di logo com e em torno daquilo que estamos a presenciar Esta sugest o talvez se preveja pelo estimular de alguns sentidos vis o tato olfato por vezes e de nos mostrar que h ali qualquer coisa objeto quantific vel palp vel f sico e massivo diante de n s que para ser conhecida precisa que o nosso corpo se relacione com essa mesma coisa J a Imagem enquanto registo faz nos imaginar como seria esse lugar onde essa coisa estava Inserida Aqui tomamos este lugar como nosso talvez porque e de acordo com o nosso senso comum vamos construir um lugar imaginado que nos seja confort vel e onde talvez nos possamos projetar na e com essa coisa que estamos a ver mas que n o sentimos exatamente
178. momento foram ainda consideradas outras propostas esbo os que n o 245 chegaram a ser testadas tecnicamente b Ensaio escala 1 5 Nesta segunda parte de investiga o pr tica agora dedicada ao teste e resist ncia de materiais eleita a pe a que consegue reunir em si a maior parte dos atributos que ajudam a encenar esse novo lugar e que procuram valorizar da melhor forma a arquitetura desse lugar j existente conceito de rizoma praga e pela rela o com pelo menos dois eixos de proje o a partir do recanto Apela ao impacto visual e sensorial pela escala toque recria o de um lugar org nico para al m do limite do corpo humano e que consiga cumprir os objetivos propostos Esta sele o faz tamb m com que haja uma consciencializa o e procura pela melhor resolu o de problemas conceptuais visuais pl sticos e t cnicos na sua instala o Nesta proposta visa se o teste e trabalho manual do corte de tesselas estudo das v rias dimens es poss veis enquanto r plica A inten o a de testar e visualizar uma pe a mais pr xima da que seria na realidade e entender de que forma que alguns objetos poder o ultrapassar a sua fun o e dimens o real para um outro n vel de fic o A escala 1 5 a propor o escolhida por se revelar aquela com um tamanho j generoso re r gt gt DAT sua concretiza o e execu o bem como aos testes dos respetivos materiais 25 Consultar imagens e
179. mporary neto html 4 Circleproteitemple 2010 http artobserved com 2010 07 go see london ernesto neto at the hay ward gallery through september 5th 2010 5 The Island Bird 2012 http www crochetconcupiscence com 2012 04 ernesto neto crochet nets reminiscent of horiuchis crocheted playground F LIX GONZ LEZ TORRES 1 Untitled Placebo 1991 40 000 rebu ados http representingplace wordpress com 2010 02 23 my food my map 2 Untitled 1993 http cadernosafetivos blogspot pt 2009 06 felix gonzales torres html A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121218 H LIO OITICICA 1 Grande n cleo 1960 166 leo e resina sobre madeira 670 x 975 cm Rio de Janeiro http celeirodetalentos blogspot pt 2012 03 helio oiticica pintor e escultor html 2 Eden 1969 Whitechapel Art Gallery London 1969 http www afterall org journal issue 28 tropicamp pre and post tropic lia at once some contextual notes onh lio oiticica s 1971 te 28 08 2012 3 Monocrom ticos ou Inven es 1958 1959 Metaesquema dois Brancos 1958 Guache sobre cart o http notamanuscrita files wordpress com 2012 02 figura 4 c3a9den 1969 Jpg 28 08 2012 4 Monocrom ticos ou Inven es 1958 1959 Metaesquema n 4066 1958 Guache sobre cart o http notamanuscrita files wordpress com 2012 02 figura 4 c3a9den 1969 jpg 28 08 2012 5
180. n o apenas material mas tamb m um processo e log stica trato elementos com os quais ningu m lida com grandes quantidades de materiais com os quais dif cil lidar Alternar com outras mat rias e fugir aos m dia mais usuais como o v deo proje o escultura pintura acaba por ser um dos principais objetivos de El Anatsui O artista mostra que tamb m pretende chegar ao p blico contaminar as massas e provar que apesar das diferen as sociais e culturais dos lugares serem por vezes distintos e que permitem um conceito de identidade diferente diz nos que as pessoas s vezes v em os meus trabalhos sem qualquer conhecimento pr vio do seu contexto ou at mesmo dos seus t tulos e criam os seus pr prios significados fora deles Algumas Interpreta es revelam o qu o pr ximos estamos enquanto seres humanas Poder haver a sugest o de que apesar das v rias condi es identit rias o princ pio emp rico e mais primitivo permite esta aproxima o reconhecimento e empatia com uma tipologia de trabalho que pretende aceder e tornar acess vel outro fator cultural Neste ponto o trabalho de El Anatsui revela se um forte contributo no sentido em que a Intui o e o senso comum s o valorizados pelas suas instala es de tape arias promovem uma experi ncia e uma liberdade ao pr prio observador de ter a capacidade de especular em torno de poder encontrar a partir do seu trabalho outras leituras outras 206 Cita
181. n rio que n o evoluiu para um segundo patamar de viv ncia onde n o se alcan ou a frui o da pe a obra t o pouco qualquer proximidade emotiva e ou espiritual Tal como Gaston Bachelard conclui dar seu espa o po tico a um objeto dar lhe mais espa o do que aquele que ele tem objetivamente ou melhor dizendo seguir a expans o do seu espa o ntimo quando o trabalho pr tico surge da inten o de proporcionar um lugar a partir da ideia de recanto canto este lugar s existe se lhe for atribu do um espa o po tico l rico e fantasiado em torno destas pe as bidimensionais Elas prop em se contaminar o espa o exterior ex recanto da sala que se propaga para o ch o paredes e teto Neste ponto Bachelard cita tamb m J e Bousquet quando nos fala sobre o espa o ntimo onde o espa o n o est em parte alguma O espa o est em si mesmo como o mel no favo no o de algo embrion rio e que nos pode de facto sugerir essa no o de crescimento e contamina o e que por vezes s o facto de ficar na equa o de hip tese sem nunca chegar a acontecer j se torna autossuficiente No sentido em que as premissas cria o desse lugar foram lan adas e que o mesmo nasce sim na mente de quem o procura Bachelard fala nos ainda de Philippe Dol e de um espa o que substancia num sentido que n o ser exaustivamente aprofundado mas surge neste momento como foco de Interesse pelo seu pensamento que nos f
182. n at tate britain 2 Hare and Bell 1988 http www nermanmuseum org collection collection 27 07 2012 3 Six Foot Leaping Hare on Steel Pyramid 1990 188 x 238 8 x 50 8 cm http barryflanagan com artworks view 13612 single DAN GRAHAM e 1 1 Pavilh o Triangular com recorte circular 2008 http www Jfa2008 org event php id 9 amp name Portavilion Dan Graham Pa vilion 1 http www Jfa2008 org event php id 9 amp name Portavilion Dan Graham Pa vilion 1 1 2 Two Joined Cubes 1997 Duas vias de vidro espelho alum nio e a o perfurado 90 x 90 x 57 5 cm 35 2 5 x 35 2 5 x 22 4 5 in 3 e 3 1 S Curve Caf 2001 Duas vias de espelho resina de polyester metal e madeira DANIEL BUREN l Les Deux Plateaux cour d honneur du Palais Royal Paris 1985 1986 2 Les Anneaux Quai des Antilles Nante 2007 3 L Arc Rouge 2006 2007 http en urbarama com project l arc rouge 02 09 2012 HANS HAACKE 1 Condensations Cube 1965 2008 plexiglass e gua Hirshhorn Museum and Sculpture Garden http en wikipedia org wiki Hans Haacke 14 08 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121211 2 Nahaujnahmen der Flora und Fauna von 2001 2008 C Print je 35 x 27 5 cm http www re title com artists HANS HAACKE asp 14 08 2012 3 Blue Sail 1964 1965 Installation chiffon oscillating fan fishing weights and thread
183. nceito subjacente permite igualmente a sua explora o enquanto resist ncia e Integridade f sica Esta mat ria prima conserva em si um revestimento duradouro uma aplica o robusta e alguma maleabilidade na sua manuten o N o ser por acaso a sua aplica o no revestimento exterior de edif cios que continua a ser uma das eleitas para este acabamento e resolu o pl stica Propomos assim uma melhor e maior valoriza o desta aplica o enquanto t cnica de comunica o e que se articule com o conceito de rizoma Contudo esta t cnica n o vive sem o azulejo embora por sua vez este viva sem o primeiro surge tamb m pelo fixar da pintura pela pr tica de cozedura do pigmento e a forma quase perpetuada que estas imagens poderiam ter Esta pesquisa projetual ensaia a recolha desta ideia como uma mais valia pela f cil manuten o e que permite o di logo entre o interior e o exterior enquanto conjunto significativo que nos ajuda a estabelecer c digos de leitura e articula o de conceitos e tem portanto diversas defini es conforme o enfoque que se lhe d podendo ainda haver uma identidade individual ou coletiva falsa ou verdadeira presumida ou ideal perdida ou resgatada consultado em http pt wikipedia org e em http www priberam com 2 Fernando Alberto Torres MOREIRA Identidade Cultural Portuguesa Espa o de autonomia e diversidade Universidade de Tr s os Montes e Alto Douro In pdf identidade site d
184. ncia e compromisso com a pr pria arquitetura ent o claramente assumida n 189 com a exposi o Pintura sobre Madeira Sobre a qual o artista assumiu que a Inten o seria a de criar uma sala de pintura Conseguir entrar num outro mundo como numa nova sala de cinema em que s houvesse ecr como quando se desce a montanha russa ser sugado pelo quadro e de uma forma gradual e coerente o objeto elevado a um grau de depura o que alcan a o lugar c nico definido pela sua pr pria presen a Esta depura o justificada quando Pedro Calapez nos diz que a minha ideia foi esvaziar tirar as coisas que l estavam a mais as figuras deixar o que 188 Ana L on artista pl stica contempor nea de Pedro Calapez 18 Consultar imagens Parte II Capitulo 7 pi Cita o Calapez em Jo o PIPqNHARANDA Pedro Calapez Cole o Caminhos da Arte Portuguesa no Seculo XX Editora Caminho Lisboa n d p g 13 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012176 me prendia as arquiteturas Tirar a cruz e deixar os degraus tirar o cad ver e deixar o leito O percurso de Calapez contempla ainda um vasto estudo sobre a pintura e a forma como esta se foi construindo ao longo dos s culos remetendo nos por vezes a refer ncias renascentistas e maneiristas que acabam por contaminar as suas pe as na d cada de 80 A hist ria da arte ser ent o a bas
185. nde escala no sentido de exuberar comunicar revestir e valorizar um espa o Geograficamente podemos encontrar e mapear esta pr tica pela Pen nsula Ib rica continente Africano S Tom e Pr ncipe Angola e Goa e Brasil onde encontramos algumas influ ncias contempor neas j mencionadas na presente pesquisa como estudos Caso A proposta do mosaico surge pela inten o de explorar esta refer ncia al m da sua pr tica artesanal outrora como testemunho nas paredes dos edif cios pra as comemorativas simples ornamenta o urbana ou faian a artesanal para o quotidiano Apropriando se do azulejo cer mico que cont m em si hist ria e refer ncias culturais coletivas e pessoais h uma descontextualiza o consciente e a sua aplica o noutro encadeamento continuar a existir refer ncia identidade do povo qual continua a pertencer Poder continuar a ser associado e valorizado enquanto tal por remeter o observador a um outro lugar articulado com a sua origem Numa primeira inst ncia na procura desta resposta Ao longo da vida a nossa A 240 s identidade vai se alargando deve alargar se para o universal Mas todo o universal 22 Percurso feito pelo contributo de ceramistas que se evidenciaram e trabalharam na rea da cer mica e azulejaria enquanto interven o urbana na valoriza o do espa o p blico Jos Queir s Verg lio Correia Matos Sequeira Reinaldo dos Santos Santos Sim es Rafael
186. ngente de outros planos pode ser n o s uma arte em p blico como tamb m uma manifesta o p blica Henrique de Melo refere tamb m a tradi o e a identidade coletiva que se referencia e se reconhece na arte mural como arte p blica e coletiva A partir da ideia de que a arte p blica uma forma de comunicar uma ideia a o intencionalmente interventiva e procura sequ ncias de v rias a es a partir da instala o Como outro exemplo podemos ainda referir outra proposta pl stica arquitet nica no reaproveitamento e apropria o desta t cnica enquanto valoriza o do espa o coletivo 1 O seu trabalho reflete a ou individual com a obra do artista Antoni Gaud valoriza o e apropria o de lugares intervencionados como mosaico enquanto manifesta o pl stica e art stica p blica Antoni Gaud encara a arquitetura como uma plataforma de cria o e n o apenas como uma forma de organiza o espacial e urbana os lugares devem acrescentar carga emocional e c nica a cada Interven o sua proposta mostra se arrojada e um grande desafio tomar a arquitetura como ponto de viragem cria o de corpos cer micos como esculturas habitadas A prop sito do objeto que considerado como tal n o sendo escultura mas tamb m ultrapassando os limites bidimensionais da pintura Se nos propomos o problema de an lise concreta de um objeto acabamos por ter de ensaiar a aplica o de todas as l gicas a to
187. no Museu Nacional de Arte Africana em Washington 2008 no Metropolitan Museum of Arte Nova Iorque 2008 2009 participa tamb m em bienais e encontros de artista na Bienal de Veneza 1999 e 2007 Bienal de Liverpool 2002 e Bienal de Gwangju 2004 205 Consultar imagens Parte III Capitulo 7 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 1 80 oriundo africano pelas mudan as do seu pa s fruto do colonialismo e da conquista da independ ncia pelo seu povo As suas pe as proporcionam um forte impacto visual em grande escala pela feitura de enormes tape arias em latas caricas r tulos tampas pacotes de cart o e enlatados entre outros objetos do quotidiano claramente desaproveitados Esta reciclagem apela igualmente reconstru o e a uma tipologia de vida uma pol tica de cultura de aproveitamento e transforma o das v rias mat rias O seu interesse em recolher este tipo de objetos e de lhes retirar o m ximo partido pl stico explica se com o facto de que este artista tendencialmente e assumido por si mesmo sente se atra do por materiais que j tenham sido trabalhos pelo Homem que j tenham sido submetidos a alguma interven o a o humana Explica nos que se sente atra do mais por materiais que t m sido submetidos a uso humano consider vel morteiros bandejas raladores latas tampas de garrafas de bebidas Eu acredito que o que eu exploro
188. nte o que determinou a procura de fus o destas duas dimens es numa mesma realidade significante Esta caracter stica que geralmente se designa por site specific indica um processo criativo que se fundamenta na rela o formal e ou conceptual entre determinados objetos e os lugares onde s o colocados ou pelo menos para os quais foram pensados amp A partir da defini o alargada do site specific h a forte no o de querer estabelecer uma rela o real f sica e org nica entre aquilo que pode ser a pintura objeto e o espa o enquanto arquitetura Assume se uma rela o de miscigena o de defini es que se tocam de alguma forma e mostram ent o esta no o de que h um diluir propositado pelas v rias propostas visuais formais e pl sticas que revelam essa interdisciplinaridade Nos anos 70 a instala o ganha um car cter mais complexo procurando re criar de raiz os ambientes e os espa os envolventes Em algumas situa es procura se atingir uma maior complexidade e alcance das interven es atrav s da associa o de v rios artistas como por exemplo na transforma o integral de edif cios Numa segunda reflex o agora sobre as tend ncias contempor neas que foram acontecendo desde os anos 90 elencamos alguns artistas enquanto breves estudos caso que contribuem te rica ou plasticamente para a proposta pr tica que pretende concluir por agora a presente pesquisa A escolha destes percursos acontece de uma f
189. nte dita pelo lado da express o puls o figura cor viol ncia representa o e extrapola o dos limites do corpo Esta pintura dar lugar s chamadas novas esculturas escultura objeto escultura instala o aproximando se do espetador conquistando gradualmente o seu espa o envolvente e questionando os limites da sua pr pria instala o in loco H um ressurgir e um reinventar de novos objetos do quotidiano que perdem a sua fun o e ganham outra h uma forte dinamiza o de problemas formais abstratos que est o inerentes pr tica de pr pria escultura ou uma procura pelo resultado pl stico que emerge num efeito espiritual quase imaterial Alguns artistas e de uma forma geral herdam valores e premissas da Pop Art americana pela capacidade de apropria o encena o e reapresenta o de objetos reciclados produtos comerciais ou Imagens ic nicas sin nimo do consumo das massas ou seguem A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012161 a refer ncia ao objeto quotidiano mas tomando como base de requalifica o ideias que assentam no minimalismo originando uma escultura marcada por fatores pessoais emocionais ou dram ticos Ap s este regresso surgem ent o propostas mais livres que valorizam a fotografia o filme e o v deo como suporte final de express o Os anos 80 marcam assim uma viragem para a consagra o da transdisciplinaridad
190. nto espec fico n o se pretende aprofundar toda esta no o de comercializa o da obra e a sua compra no mercado da arte tal surge apenas pela inten o de n o poder haver a materializa o da coisa objetual no sentido em que n o haver um objecto palp vel mas sim um outro corpo ou pelo menos a sua sugest o que precisa do observador para se fazer valer pela sua presen a e no o de espa o A ideia de que n o h a posse f sica e bruta desta coisa preciso viv la e guardar na mem ria essa experiencia e ret la enquanto frui o dessa obra A par do site specific tamb m nos anos 60 trabalharemos o minimalismo que se apresentou no final da d cada e se prolongou at d cada de 70 Ele apresenta a tend ncia para uma arte despojada objetiva e an nima Recorrendo a poucos elementos pl sticos e compositivos reduzidos s geometrias mais simples e b sicas procura a ess ncia expressiva das formas do espa o da cor e dos materiais enquanto elementos fundadores da obra de arte Uma das fontes deste movimento art stico foi o arquiteto Mies Van der Rohe que inventou a ideia de que o menos mais A tend ncia minimal surge na presente pesquisa n o pelo seu teor de que o menos mais mas pela valoriza o do espa o e pela mat ria que se mostra como forte potencial obra enquanto fundadora da mesma J em termos de mat rias tamb m estes artistas propuseram em linguagens pl sticas alte
191. ntos arquitetura e proje o encontram uma outra sugest o de leitura da obra de Wodiczko partilhando a ideia de que Wodiczko trabalha com os factos constituintes do espa o urbano a arquitetura e sua valora o sem ntica as rela es interpessoais mediadas por fatores de hierarquiza o classe social ra o etc Se o museu se caracteriza como um lugar impersonalizado onde as obras menores coabitam niveladamente com as obras maiores percebe se assim porque que a rua em Wodiczko n o pode ser um museu sem paredes nem mesmo o novo museu O artista procura chamar aten o sobre as v rias formas da arquitetura e o convite reflex o sobre a mem ria coletiva e hist rica gra as a este fator determinante do foro pol tico social e coletivo que o seu trabalho ganha uma enorme visibilidade permitindo lhe colaborar com comunidades em torno de locais carenciados e problem ticos Aqui o seu trabalho tem igualmente a fun o de tornar p blica e 18 VIDAL Carlos Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica Fenda edi es Lisboa 1996 p g 294 146 IDEM p g 294 141 IDEM p g 294 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012159 acess vel a opini o e vontade de determinado grupo social as preocupa es dos cidad os at ent o marginalizados e silenciados As suas proje es come am c
192. ntro da caixa e ser uma das coisas que a preenche ou o estar fora da caixa e n o participar da a o geradora ou a sugerida no interior O artista apela capacidade de proje o do observador em conseguir estar dentro e fora do lugar L A interioridade enunciada por objetos como a caixa e as gavetas Tais objetos pressup em o espa o interior pela sua utiliza o quotidiana de guardar movimento que naturalmente se d de fora externo para dentro interno A caixa no caso desta obra referente a Joseph Cornell tem a profundidade que mesmo pequena suficiente para criar um ambiente na parte central da composi o Neste ambiente central podemos dizer que h e uma caixa dentro da caixa O contributo principal deste artista para a constru o do conceito de lugar a capacidade de proporcionar v rias plataformas de a o cont nuas e que se relacionam considere se a ideia de estar dentro da caixa que por sua vez tamb m ela se encontra dentro de outra caixa A Inten o de nos reportar ao interior de um s tio trabalhar o 72 Joseph Cornell 1903 1972 foi um artista americano que se destacou pelas primeiras esculturas a partir do princ pio da assemblage recorte colagem constru o de caixas de artistas e recolha de objetos descontextualizados Deixou se influenciar pelo surrealismo e contribui tamb m na pesquisa e estudo da cinematografia experimental 2 Construtivismo foi um moviment
193. numerado tamb m por Alexandre Melo como objetos caixas mesas cadeiras bal es espelhos pontes arquitet nicas sepulcros castelos muralhas e escadas as paisagens naturais lagos montanhas pedras vegetal mato rios floresta casca de troncos da rvore malhas de ramos Identificamos estes elementos que cont m hist ria identidade origem vida pr pria carga simb lica e emocial que o artista toma como fonte de mat ria prima para lhes conferir uma nova proposta pl stica Por vezes remontam a influ ncias tradicionais pessoais e culturais quando algumas das suas instala es se propagam pelo ch o e revisitam a ideia de mosaico e tapete quando esta plataforma ganha significado por sua vez estranha tradi o pict rica Para Calapez a arquitetura um ponto de partida e n o um ponto de chegada o in cio do trabalho a simula o em desenho ou em pintura do edif cio e seja ele no seu Interior exterior ou integrado num ambiente urbano Para a presente pesquisa uma forte refer ncia pela arquitetura ser evidentemente o ponto de partida e n o implicar tal como o encerramento do trabalho pl stico O espa o como o in cio para a cria o de um lugar imaginado que para sobreviver poder ou n o precisar deste sustento para o artista a transpar ncia pressup e o relacionamento de superf cies que se sobrep em e podem ser vistas atrav s de s1 de tr s para a frente e de frente para tr s Conclui
194. o da Funda o Calouste Gulbenkian abril 2007 Consultado em 11 01 2011 Dispon vel em http www gulbenkian pt media files FTP files 2007 82 abril pdf ISSN 0873 5980 O DOHERTY Brian The gallery as a gesture em Reesa Greenberg Bruve Ferguson e Sandy Nairne orgs em Thinking about Exhibitions Nova Iorque Rontledge 2005 OPPENHEIM Dennis Consultado em 15 08 2011 em http www dennis oppenheim com OPPENHEIM Dennis Consultado em 20 08 2011 em http www dennisoppenheim org OLIVEIRA Ana Rosa de Sil ncio na paisagem a obra de Richard Long artigo on line em Vitruvius Arquitextos ISSN 1809 6298 mar o 2002 Consultado em 14 07 2011 dispon vel em http www vitruvius com br revistas read arquitextos 02 022 802 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121205 OPPENHEIM Dennis In Infop dia Em linha Porto Porto Editora 2003 2011 Consultado em 2011 08 20 Dispon vel em http www infopedia pt dennis oppenheim PINTO Ant nio Cerveira O lugar da arte Lisboa 1988 Quetzal Editores PINTO DE ALMEIDA Bernardo Pintura Portuguesa do S culo XX Lello Editores Porto 1996 PINHARANDA Jo o Pedro Calapez Cole o Caminhos da Arte Portuguesa no Seculo XX Editora Caminho Lisboa n d RAETZ Markus Materiais de constru o Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdig o Lisboa Jane
195. o de Wodiczko surge na pesquisa pela apropria o inesperada e eficaz do espa o enquanto lugar p blico plataforma de expans o conhecimento e manifesta o Podemos ainda enumerar tr s fases do projeto deste artista que revelam uma certa interdisciplinaridade consciente e assumida sendo elas a produ o de instrumentos ve culos e a realiza o do proje es Esta s rie de proposi es Interdisciplinares mostra nos o cruzar de m ltiplas tecnologias que se completam e se complementam e o ajudam a comunicar a sua ideia atrav s das val ncias da escultura da fotografia do design industrial e da pintura J pela teoria est o tamb m presentes a rela o estabelecida entre a pol tica e a filosofia que proporciona duas linhas de leitura Uma de filia o politica outra inevitavelmente correspondente a uma forte inova o E 149 est tica 148 VIDAL Carlos Democracia e livre iniciativa politica arte e est tica Fenda edi es Lisboa 1996 p g 296 IDEM p g 296 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 1 60 Esta desmuistifica o e desconstru o feita a partir do significado desse lugar a intervir nomeadamente a posi o das m os projetadas que induzem situa es de poder outros objetos de tortura e que exercem o poder psicol gico ou ainda encena es intimidat rias e a forma desestabilizador
196. o em Pintura 20121212 JOSEPH CORNELL 1 Untitled The Hotel Eden 1945 15 1 8 x 15 3 4 x 4 3 4 cm National Gallery of Canada Ottawa 2 Untitled Paul and Virginia 1946 48 Construction 12 1 2 x 9 15 16 x 4 3 8 cm Cole o Mr and Mrs E A Bergman Chicago 3 Untitled Soap Bubble Set 1936 15 3 4 x 14 1 4 x 5 7 16 cm Wadsworth Atheneum Hartford CT 4 Defense d Afficher Object 1939 8 15 16 x 13 15 16 x 2 1 8 cm Cole o Denise and Andrew Saul KRZYSZTOF WODICZKO l Soldiers and Sailors Memorial Arch 1984 1985 Grand Army Plaza Brooklyn New York http imagearts ryerson caiimagesandideas pages artistpicture cfm page 1 4 14 08 2012 2 Proje o P blica Hiroshima 1999 Jap o http assail wordpress com 2008 02 13 krzysztof wodiczko http hightechfolkart wordpress com 2010 12 03 krzysztof wodiczko 14 08 2012 3 e 3 1 Proje o Tijuana 2000 http assail wordpress com 2008 02 13 krzysztof wodiczko http hightechfolkart wordpress com 2010 12 03 krzysztof wodiczko 14 08 2012 4 Proje o P blica Soldiers and Sailors Civil War Memorial 1986 Boston Massachusetts http www virose pt blog atelier 1 multimedia m 201 10922 14 08 2012 LIGIA CLARK 1 Bichos n d dimens es vari veis instalados na Signals Gallery http elle abril com br blogs hot hits exposicao clay perry em mostra no santa cecilia 26 07 2012 2 Bichos 1960 alum nio dobradi as dim
197. o est tico pol tico que nasce na R ssia por volta de 1919 Surge como forte influ ncia na arquitetura e na arte ocidental procurando terminar com a ideia de que a arte um elemento especial da cria o humana separada do mundo quotidiano Pretendem mostrar que o artista capaz de comunicar e contribuir s necessidades f sicas e intelectuais da sociedade como um todo Ser o sujeito que se relacionar com outras vertentes que podem ser extens veis pintura e ou escultura numa vertente mais maquinal arquitet nica fotogr fica e Interventiva A arte torna se um instrumento de transforma o social contribui para a mem ria e identidade da consci ncia do seu povo 74 Paulo Eduardo Santos FARIA Mem rias do Tempo disserta o p s gradua o em arte Bras lia 2009 Consultado em http repositorio bce unb br bitstream 10482 7347 1 2009 PauloEduardoSantosdeFaria PrimeiraParte pdf em 24 06 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012129 conceito de espa o que consequentemente se expande e que quando dentro de algo habitamos esse s tio e dele constru mos o lugar dentro do espa o enunciado O trabalho de Cornell pode nos sugerir alguma outra formalidade e organiza o mental e quase matem tica pela forma como organiza os v rios compartimentos das suas caixas Esta sec o de v rios espa os permite nos conhecer uma vontade de proporcionar diferent
198. o suporte e dimens es das pe as a sua rela o e escala geralmente submetidas a uma precis o e nem sempre a regras expl citas as suas pe as pict ricas revelam uma forte inclina o para o abstrato e para a l gica assim como a simetria e um racioc nio de sequ ncias e seria es num limbo entre a organiza o e a desorganiza o espacial Podemos relacionar o bin mio de espa o aberto espa o fechado sendo esta amplitude sugerida pelo artista como uma no o de um local que casa a repeti o com a simetria e assim possibilita a leitura de algo em aberto Reinterpretando o seu ponto de vista pode se concluir a forte possibilidade de cada um poder continuar a trama sequencial A partir de v rias fontes de inspira o que cruzam influ ncias vindas da pintura e os seus artistas dos s culos XVIII e XIX at ao Expressionismo Abstrato no que diz respeito ao campo da cor e a sua vibra o visual passando tamb m pela rela o com a pr pria arquitetura enquanto edif cio podemos sugerir v rias leituras para este trabalho com car cter escult rico e instalativo desde hist rias em quadradinhos jardins n P 185 projetos arquitet nicos ornamentos talha de interiores paisagens naturalistas ne Cita o de Pedro Calapez lida consultada em http www calapez com 184 IDEM 9 IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 74
199. obre a dial tica do exterior e do interior cita se que primeiramente preciso constatar que em antropologia metaf sica os dois termos exterior e Interior colocam problemas que n o s o sim tricos Tornar concreto o Interior e vasto o exterior s o parece tarefas iniciais os primeiros problemas de uma antropologia da imagina o O interior n o recebe e n o se desenvolve da mesma forma que o exterior ambos revelam uma recetividade d spar premissa da imagina o e daquilo que os alimenta Continua o autor sempre assim o interior e o exterior n o recebem do mesmo modo os qualitativos que s o a medida da nossa ades o s coisas N o se pode viver da e necess rio fazer se mesma maneira os qualitativos ligados ao Interior e ao exterior a distin o daquilo que est dentro e fora Quando o lugar se revela interior ntimo este exige premissas relacion veis ao lugar exterior mas n o pr ximas ou semelhantes O exterior alberga o Interior tocam se no sentido em que se complementam mas revelam se diferentes e distinguidos O exterior o solo o palco de a o e um lugar f sico que parte da arquitetura recanto de dois planos ch o parede teto parede duas paredes Enquanto o Interior surge pela vontade de quem habita o exterior e lhe confere densidade sensa o e pensamento O interior atua sob o indiv duo que observa inserido no lugar exterior onde se localiza geograficamente Assim estes o
200. ocial artisticamente Bachelard cita este pensador provavelmente pela riqueza de espirito e a capacidade futura de teorizar a capacidade de abstra o do Homem a partir da ideia de gravidade e a forma como este sujeito se consciencializa quando confrontado com a sua massa volume for a mental e f sica e versatilidade entre o que peso e o que leveza 728 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade op cit p g 272 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012195 dispers o de tesselas que sugerem dessa metamorfose podem ser geradoras de uma Imagina o motivadora desse praguejar Da metamorfose surgem as formas org nicas sinuosas que por vezes lembram elementos vegetalistas A ideia de um corpo que se contorce desmultiplica em pequenos fragmentos de azulejo e se apropria de uma superf cie Muito semelhan a de uma hera ou da raiz impregnada estas tesselas dominam uma superf cie e articulam se aleatoriamente at estancarem numa forma O conte do formal deve se n o a uma associa o direta e a uma Imagem espec fica mas ideia de qualquer coisa sinuosa e org nica um corpo Indefinido que se transforma e se movimenta sinuosamente e que cresce sem uma matriz pr definida J sobre a verticalidade horizontalidade destes corpos org nicos e a no o de que estamos perante algo que se relaciona f sica e visualmente com o observador em qu
201. ociologia e hist ria da arte A sua teoria n o pretende encontrar os fundamentos mais profundos da subjetividade mas sim liberta la desses limites impostos Podemos destaca uma das suas obras not rias Histoir de l Oeil 1928 livro polemico por levantar quest es relacionadas com a psican lise e onde come a a afirmar que a literatura ser um meio de comunica o que imp e uma certa lealdade e um moral rigosora n o sendo de todo inocente e a maior compila o dos seus escritos est reunida em Choix de lettres 1917 1962 1997 1 Carlos VIDAL Jos Ma s de Carvalho dissemina o e dece o na sociedade do espet culo em Imagens sem disciplina meios e arte nas ltimas d cadas Lisboa Vendaval 2002 p gs 133 149 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 34 simplesmente apresentado em p blico e que inten o e ou consequ ncias que essa escolha e atitude podem ter surge o autor Henrique de Melo Este trecho surge j debru ado sobre a vertente t cnica pr tica na aplica o da tecnologia do mosaico cer mica e a forma como este fator pode condicionar e ou valorizar um trabalho pl stico Esta parte da pesquisa segue no sentido de a partir da reflex o sobre o trabalho em cer mica nomeadamente o trabalho de Teresa Cortez o conceito de arte publica e arte em p blico A valoriza o ou desvaloriza o do meio que o artista esc
202. olhe para transformar e mostrar determinada ideia e uma vez que a arte cer mica que se destina ora ao interior ora ao exterior se pode considerar como arte p blica e de interven o al m de uma arte mural O autor explica que nas distintas formas poss veis de olhar para uma obra arte em fun o de diferentes perspetivas te ricas e desiguais fatores de avalia o que para mim se encontra a chave para distinguir Arte em P blico de Arte P blica Arte em p blico aquela pe a que colocada num lugar de passagem ou que se permite ver est dispon vel a todos os olhos e por isso est em p blico J a arte p blica prev chegar de facto massa consciente n o s por uma circunst ncia de casualidade e por motivos f sicos e geogr ficos mas que chegue ao indiv duo coletivo pela causa efeito desejado e esperado Desta forma Henrique de Melo lan a a quest o de que se assume que h uma diferen a entre aquilo que Arte em P blico vs Arte P blica no sentido em que uma ser o ponto de partida e a outra um hipot tico ponto de chegada Para a presente pesquisa surge esta passagem no sentido de tratar v rias linguagens pl sticas outras considera es e outras propostas de olhar para com outros olhos para as val ncias pl sticas do mosaico que resgata a cer mica reaproveitada Segundo o autor a arte em p blico baseia se na quest o geogr fica e f sica sem visar qualquer contr
203. om a representa o de corpos ou das suas partes m os ou rostos desses membros das comunidades Assim estas imagens s o combinadas com depoimentos e prop em uma nova abordagem do espa o p blico como arena de express o e plataforma livre de cria o utilizando a arquitetura uma vez mais como o palco de a o Podemos definir que Wodiczko desafia a monumentalidade do espa o a subvers o do lugar e o seu esmagamento o sil ncio gritante dos edif cios enquanto blocos de volumes que se destacam na paisagem urbana pelas proje es pesadas e esmagadores que desenvolve Examina publicamente os direitos humanos a democracia e a verdade sobre a viol ncia a aliena o e a desumanidade que fundamentam alguns aspetos sociais e s o o mote s suas rea es e interven es p blicas Estas imagens relacionam se diretamente com o tempo no sentido em que tamb m elas n o s o perp tuas t m uma curta dura o Podem durar uma noite ou duas partida n o mais do que isso recuperando assim e pontualmente as ruas e as cidades como plataformas de discuss o e debate que ficam em aberto a partir da mem ria de cada observador E para al m das gigantescas proje es que acabam por desafiar a pr pria escala humana o artista tamb m desenvolve projetos de ferramentas e dispositivos que Interv m diretamente no urbano que encerram em si o car cter de objeto de design de equipamento e escult rico bem como a comunica o port til O trabalh
204. omportamento do sujeito Conservavam momentos que ilustravam casas unifamiliares em torno dos sub rbios americanos Dan Graham desde a d cada de 60 que se concentra particularmente na rela o entre a sua obra e o espectador no sentido de trabalhar o espa o mud lo e atingi lo como lugar e estabelecer nele com ele e a partir dele uma rela o de proximidade e f sica com o sujeito que observa Na transi o para a d cada de 70 o trabalho de Dan Graham alarga se tamb m para o filme Aqui o cinema surge Interesse que cresce pelo gosto do v deo e da imagem que se move num espa o bidimensional tela como forma de explorar a din mica social a partir do p blico e a maneira como as v rias formas de express o pl stica e conceptual s o assimiladas e traduzem em rea o seja ela coletiva ou individual Estes filmes s o ent o incorporados nos seus trabalhos e este ponto de grande interesse na presente pesquisa pela forma como chegam ao p blico No passar das d cadas os anos 80 s o a plataforma definitiva para a rela o direta e mais consciente de que a arquitetura e a constru o de pe as monumentais e escult ricas s o a vontade do artista integrando e adaptando as instala es com filmes e v deos nestas estruturas A arquitetura o palco propositadamente pensado e constru do espa o que responde s exig ncias de Graham no sentido de que re nam em si as 127 Dan Graham 1942 nasceu nos Estados Unidos da
205. ontrados no caminho procura n o interferir com o natural n o desrespeita o habitat primordial mas procura uma marca pessoal e que seja considerada de interven o como registo da sua presen a Ainda na d cada de 60 este artista chega mesmo a contatar com Daniel Buren numa viagem em consequ ncia de uma exposi o sua na qual verifica que no final desses anos 1968 Inglaterra est fechada em si e para sim mesma Conclui que o facto de suas Hamish Fulton 1946 artista concetual e fot grafo que se evidencia pela realiza o de trabalhos que partilham a ideia de experi ncias vividas em passeios individuais captando e valorizando o registo e testemunho dos mesmos As lembran as destes passeios s o compiladas atrav s da fotografia e respetivas legendas com a fun o clara de evocarem n o s o lugar vivido visitado como tamb m poss veis emo es sentimentos e sensa es recordadas nesse contexto Fulton n o opta por deixar uma marca f sica e real no espa o de a o paisagem onde aconteceu o dito passeio opta simplesmente por regist lo o artista dedica se recolha de representa o de marcos de estrada que denunciam esta passagem humana Em 1981 Hamish Fulton escreveu que Eu n o fa o escultura na paisagem que envolve altera es permanentes e altera es da superf cie da terra A minha arte um protesto passivo contra sociedades urbanas que alienam as pessoas do mundo da natureza tradu o pr
206. orma gradual pela continuidade da Investiga o pl stica sobre o tema site specific instala o arte p blica e participativa recuperada neste caso pelo mosaico desde 2008 at presente data Consultar Parte HI Cap tulo 8 1 IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 68 5 2 Mat ria sentido e utopias a Ernesto Neto sensorialidade material Artista pl stico de origem brasileira inaugura o seu percurso art stico nas d cadas de 80 e 90 As suas esculturas destacam se pela variedade de mat rias primas ricas em est mulos sensoriais e visuais que despertam a curiosidade do espectador provocando nele alguma rea o imprevis vel por Intera o direta com as suas obras Estas pe as de car cter escult rico e instalativo s o constitu das por uma pan plia de mat ria vers til como a lycra o nylon o algod o e a poliamida e aliadas a estas membranas improvisadas que o pr prio artista alude a universos internos do corpo humano como uma esp cie de col nias explora igualmente as potencialidades pl sticas de missangas espuma ervas de cheiro chumbo e polipropileno entre outras especiarias esta mistura de materiais num confronto entre tens o for a resist ncia e equil brio que leva o espectador a usufruir f sica e sensorialmente destas pe as e lugares interiores que s o instalados num espa o f sico real A vontade do arti
207. os instala es e ensaios te ricos Destaca se igualmente pelo interesse politico e a forma como manifesta a sua arte publicamente 8 Cita o de Ilya Kabakov lida em St phane HUCHET Instala o e iconicidade ampliada segundo Ilya Kabakov Revista Poi sis 13 Agosto de 2009 p g 28 IDEM p g 31 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012132 Promove se ent o uma reflex o e constru o desta evolu o que enquanto mais valia poder resultar apenas na sua experimenta o uma evolu o f sica construtiva pl stica e concetual na cria o de objetos pensados para dialogar com um determinado n o lugar que num estado embrion rio poder ser reconhecido como o espa o arquitet nico que ser por sua vez trabalho e reinterpretado Kabakov assume este processo como a tridimensionaliza o desse espa o lugar Esta experimenta o e poss vel concretiza o passar pela simula o de um lugar inexistente preciso que a imagem suba em n s para que a realidade encontre se re situada A instala o aquele espa o que provoca a subida das imagens em n s a assun o ic nica Podemos tamb m acrescentar o facto de que a ideia de instala o se alastra para o campo da arte p blica na conquista de um lugar habit vel havendo igualmente uma releitura do espa o museol gico e ou galer stico A manifesta o do art
208. os Autores antologia de textos SPA 2007 entre outros 2 Victor Sousa LOPES Testemunho nas paredes ensaios de azulejaria Edi o A C D Editores Lisboa 2001 p g 17 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012199 alguma import ncia progressiva de uma forma global e que manifesta algum interesse num plano mais hist rico e cultural Em tempos s culos XV XVI o azulejo era visto como a mat ria prima sempre associada arquitetura que com o passar do tempo at aos dias de hoje tem vindo a ser ultrapassado n o merecedor de uma releitura e reinterpreta o pl stica ativas s culos XX XXI H tamb m um repensar na origem desta tecnologia a sua fun o inicial e reaproveit la a partir de um contexto contempor neo comparando e discutindo as v rias formas de se encontrar na forma de site specific e instala o O lugar fict cio que convida o espectador a entrar na pe a e a reconhecer um fator cultural e tradicional portugu s poder ser valorizado atrav s do azulejo trabalhado em mosaico Como V tor Lopes refere o azulejo surge como simples facilidade geogr fica e mat rica O retirar partido da cultura de cada regi o pelo clima principalmente no centro e sul do pa s as fortes caracter sticas mediterr neas e a forte abund ncia de argilas em solo que fizeram com que uma mat ria prima despoletasse o seu emprego numa gra
209. os de azulejaria Edi o A C D Editores Lisboa 2001 MARIA Walter de Consultado em 15 08 2011 em http www guardian co uk MACEDO Rita Da preserva o hist ria da arte contempor nea inten o art stica e processo criativo Boletim n 5 Consultado em 5 01 2011 em http www apha pt boletim boletim5 pdf 1 RitaMacedo pdf MA S DE CARVALHO Jos Biografia e percurso art stico dispon vel em http www vpfcreamart com josecarvalho swf consultado em 01 09 2012 MA AS DE CARVALHO Jos Hotline Funda o Oriente Macau 1997 MEIRELES Cildo Consultado em 20 08 2011 em http www ac usp br A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 1204 MEIRELES Cildo Consultado em 20 08 2011 em http www Itaucultural org br MEIRELES Cildo Consultado em 20 08 2011 em http www galerialuisastrina com br MOREIRA Fernando Alberto Torres Identidade Cultural Portuguesa Espa o de autonomia e diversidade Universidade de Tr s os Montes e Alto Douro In pdf identidade site de On simo Teot nio de Almeida em 1995 MELO Alexandre Aventuras no mundo dar ate Ass rio e Alvim Fevereiro 2003 NETO Ernesto Biografia de Ernesto Neto Consultado em 5 01 2011 em http pt wikipedia org wiki Ernesto Neto NEWSLETTER FUNDA O CALOUSTE GULBENKIAN N 87 pdf Lisboa Servi o de Comunica
210. osalyn Pol ticas culturais e neg cios urbanos a instrumentaliza o da cultura na consultado em http books google pt books id FwPgFNExSL4C amp pg PA 1 86 amp dq 22Deutsc he Rosalyn 22 amp e1 uOYfTT yCLIzsyQSnta3HAw amp hl pt A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121202 PT amp cd 1tv onepage amp q 22Deutsche 2C 20Rosalyn 22 amp 1f false em 25 01 2012 DEUTSCHE Rosalyn Public Art Theory Practice and Populism consultado em http books google pt books id qkxCIDe TCbQOC amp pg PT130 amp dq Deutsche Rosalyn amp lr amp ei t gfT5SH 7DY OyQTISY2gAw amp chl pt PT amp cd 12Hv onepage amp q 22Deutsche 2C 20Rosalyn em 25 01 2012 ECO Umberto Como se faz uma tese em ci ncias humanas Editorial presen a Lisboa 2003 FARIA Paulo Eduardo Santos Mem rias do Tempo disserta o p s gradua o em arte Bras lia Brasil 2009 GONZ LEZ TORRES F lix Entrevista com Felix Gonzalez Torres por Robert Sorr Janeiro 1995 Consultado em http www queerculturalcenter org em 15 08 2011 GRAHAM Dan Entrevista de Pietro Valle a Dan Graham Consultado em http www architecttura it em 15 08 2011 HAACKE Hans Consultado em 27 07 2011 em www frieze com issue review hans haacke JORGE Jo o Miguel Fernandes Territ rios singulares na Cole o Berardo Sintra Museu de Arte Moderna Cole o Berardo Sintra Outubro 200
211. otografias permitem um afastamento do lugar e um enquadramento visual pr ximo do da realidade quando a pe a fotografada in loco e quando surge quase como que uma vista a rea de um novo espa o alternativo Assim este resultado visual cruza tamb m uma proposta paisag stica da interven o local da pe a de mosaico explorando m ltiplas val ncias e experi ncias quando se interage com ela A fotografia marca uma evolu o visual enquanto lente e forma rigorosa como olhamos vemos as coisas mundanas Recuperando o pensamento te rico e pl stico de Jos Ma s de Carvalho a fotografia ser a evolu o da lente que testemunha e problematiza a identidade num n o lugar ela marca o seu tempo e regista o seu lugar Por este motivo a fotografia o segundo medium escolhido para a explora o e Investiga o pr tica que ter a mesma import ncia de registo e plasticidade como a constru o em maqueta da pe a no que toca ao registo espacial e visual da instala o 28 Os locais escolhidos contemplam motivos de proximidade geogr fica da rea de resid ncia e de pesquisa di ria lugares de passagem no dia a dia espa os p blicos do Conselho de Cascais 29 Salas de exposi o da Casa das Hist rias Paula Rego museu de arte contempor nea em Cascais no momento de encerramento do espa o museol gico param mudan a de exposi es Junho 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casc
212. ou rea o ali e agora A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121112 f Car cter independente e aut nomo Imagem F Implementa o da pe a de mosaico num forte muro 5 x 10x 5 m Forte de Cidadela Cascais Por fim e quando a pe a vive por si s talvez agora seja poss vel voltar a problematizar a quest o a pe a exp e se a esse uso por si pr pria Ou precisar de uma pr orienta o que induza o observador a essa a o tamb m encontramos momentos em que a o trabalho se sustenta de uma forma ativa e aut noma Quando a pe a n o concorre com a arquitetura j existente desse lugar onde est implementada ou quando a ru na n o faz parte da sua leitura nem a leitura c nica ou l dica que tamb m n o pretende orientar o observador para qualquer uma das suas sugest es a pe a poder ser ent o autossuficiente Em locais igualmente p blicos mas onde a escala parece pertencer a esse contexto a pe a n o solicita a presen a do sujeito para a sua plenitude A instala o poder ainda e de forma conclusiva n o depender de qualquer uma das fun es acima elencadas e desta forma ganhar uma autonomia forte e imponente onde A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121113 o observador espectador ou passeante poder ser livre de acrescentar ou n o algo a esse novo l
213. pela mat ria Para al m destas duas propostas conclu mos que de facto encontramos tantos outros artistas que se tocam nesta partilha de ideal em que a mat ria faz o sujeito ou por outro lado o sujeito quem d massa e volume mat ria enquanto lugar criado Para Michael Heizer o lugar paisagem que faz o sujeito enquanto Robert Morris acredita que o sujeito autor que constr i e determina o lugar lan ando um simples olhar primeiro contacto visual com o espa o f sico e natural H um ponto coincidente no sentido em que ambos se resolvem pela desmaterializa o da coisa imposta objetivamente pela sociedade acreditam na grandiosidade dessa coisa imposs vel de ser alcan vel Numa poca de conquistas espaciais formais e visuais revoltas sociais causadas por uma guerra impopular Vietname e antagonismos sociais surgiu como perspetiva uma arte n o conformista e sobretudo n o condescendente que n o se pretendia eterna nem mesmo para consumo galer stico Com esta manifesta o e vontade de propor outras val ncias chegou se a um momento de desencanto no qual os artistas fugiam da guerra fugiam de si mesmos e se refugiavam na paisagem Aqui a paisagem surge como um lugar de ref gio onde os artistas procuram algum recolhimento no sentido de poderem reunir as condi es pessoais e ntimas necess rias nova cria o Neste contexto pode se entender a paisagem como um meio metaf rico e n o contaminado pa
214. pela tradi o mu ulmana O termo azulejo pretende designar a mat ria prima de cer mica revestida e vidrada proporcionando uma superf cie brilhante e resistente Este suporte est associado arquitetura como uma val ncia Interdisciplinar para o revestimento de largas superf cies quer interiores quer exteriores Os temas oscilaram entre relatos visuais e narrativos da hist ria e constru o da identidade situa es de lendas mitologia e forte iconografia religiosa Atrav s do revestimento da arquitetura pretendia se ensinar o povo e fortalecer uma linguagem visual tradicional de determinada regi o import ncia do azulejo est relacionada com a quest o da identidade o que acaba por ser revelador de um report rio portugu s uma atra o cultural proporcionando um interc mbio e um forte sentido cenogr fico e monumental relevando fortes potencialidades pl sticas no que toca ao evocamento do observador enquanto ativo participativo e que possa relacionar se f sica e sensoritalmente com a pe a neste caso com a proposta do projeto pratico J no seculo XV o ladrilho mais pr ximo da proposta do mosaico surge igualmente pela exuber ncia de interiores mouriscos e desta forma d se a acultura o que contribui em certa parte para a constru o da identidade e de uma vasta interdisciplinaridade das v rias t cnicas aplica es e modos de tradi o Esta troca ainda hoje poder ser sentida na express o brasileira
215. percutem se Quando uma imagem familiar cresce at atingir as dimens es do c u somos subitamente tocados pela sensa o de que correlativamente os objetos familiares convertem se nas miniaturas de um mundo O macrocosmo e o microcosmo s o correlativos no o de um centro de gravita o ativo onde a imagem ou no presente caso a pe a de mosaico apresentada no projeto pessoal serve como uma base para a simula o de sali ncias e concavidades desenvolvendo momentos visuais e mat ricos cheios e vazios que revivem os bin mios entre pesado leve cheio vazio c ncavo convexo Estas pe as apesar de instaladas a partir do recanto e de precisarem desta circunst ncia para o seu desenvolvimento pretendem ser tamb m e de certa forma flex veis no sentido em que e a partir da imagina o de quem v estes corpos podem crescer ou diminuir Numa sugest o de rela o direta com a defini o de lugar o autor fala nos ainda sobre uma Imensid o ntima na alma relaxada que medita e sonha numa imensid o parece esperar as imagens da imensid o O esp rito v e rev objetos A alma encontra no objeto o ninho de uma imensid o 2 O objeto enquanto coisa f sica e palp vel promove e estimula uma especula o em torno de si mesmo bem como em torno do conceito espacial que integra ou que o expele Quando damos o sentido da coisa h a sugest o de um corpo real enquanto aquilo que n o sai do dom nio do et
216. postos tocam se o Interior e o exterior vividos pela imagina o n o podem mais ser tomados em sua simples reciprocidade por conseguinte percebemos que a dial tica do exterior e do interior se multiplicam e se diversifica em Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 210 33 IDEM p g 214 4 IDEM p g 219 3 IDEM p g 219 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012115 in meros matizes o fator Imagina o alarga as possibilidades de escolhas no sentido em que cabe a cada um revelar o seu lugar a partir de uma frui o exterior at chegar a uma sensa o pensamento interior s o ambos ntimos est o sempre prontos a Inverter se a trocar sua hostilidade Se h uma superf cie limite entre tal interior e tal exterior essa superf cie dolorosa dos dois lados Chegados a este momento deparamo nos com uma sugest o amb gua do autor toda a distin o entre aquilo que se revela interior e exterior apesar de diferentes Bachelard diz nos que s o ntimos Esta intimidade pode ser levada como o ponto de contacto estes dois fatores n o podem ser separados no sentido em que s o dependentes e complementares Para existir um teremos que considerar e identificar o outro Neste momento de pesquisa e remetendo para a vertente pr tica as maquetas que proponho como componente pr tica surgem como resolu o visual e formal
217. preendeu e que despoletou nele a vontade de encontrar a diferen a ou a sua concord ncia foi o facto de considerar que a arte p blica podia ou n o situar se em espa os abertos para ser considerada como tal mas que um trabalho de interven o e de instala o num lugar fechado longe da via p blica pudesse estar acess vel massa e assim chegar a esta no o de p blico alargado Para o artista h uma grande diferen a entre a arte p blica e a arte num espa o p blico diz nos que a distin o feita pelo facto de que a arte p blica de interven o Instala o e Intera o com o outro deve ser algo verdadeiramente p blico destinada ao p blico s pessoas s o trabalhos feitos a pensar neste lugar que ser habitado por espectadores s o feitos a pensar neles e de certa forma mas n o s para eles J a arte p blica de instala o na via publica na rua ou por comportar dimens es grandes demais e por isso precisam de ser apresentados alem dos limites arquitet nicos s o trabalhos que n o visam propriamente a preocupa o em interagir com o espectador mas sim qualificar um lugar espa o urbano Assim pela sugest o de leitura de Torres podemos encontrar duas ideias destintas a de que na arte p blica podemos ter a distin o de dois termos aquele que p blico por 708 F lix Gonz lez Torres 1957 1996 artista de origem americana que desenvolveu um percurso art stico curta mas incisivo na
218. que ser realmente considerado lugar a par da teoria de Edward Said Michel Foucault fala nos dos espa os como v rias heterotopias que se enla am originando o lugar o autor fala nos da possibilidade de um sistema hier rquico de lugares na Idade Media os lugares que eram sagrados e profanos protegidos e ao contrario abertos e indefesos lugares urbanos e zonas rurais para a vida real dos 20065 homens de qualquer forma Em teoria cosmol gica lugares supercelestiais Segundo 62 Carlos VIDAL Edward Sad o ex lio contra a diferen a em Prelo n 7 3 s rie Imprensa Nacional Casa da Moeda Lisboa Janeiro a Abril 2008 p g 40 6 Artistas devidamente contextualizados nos respetivos Cap tulos 4 e 5 Michel Foucault 1926 1984 foi um fil sofo franc s que se destacou pelas suas teorias sociais e ideias influenciadas pelos pensadores Immanuel Kant e Nietzsche Em 1954 publicou um dos seus livros de destaque Doen a mental e personalidade em 2007 considerado um dos eruditos mais citados na filosofia e est tica no mbito da historia dos sistemas do pensamento pelo ISI Web of Science Foucault evidenciou se tamb m pela vasta pesquisa na rea da psiquiatria e as suas teorias desenvolvidas em torno da rela o entre o poder e o conhecimento pelo questionar do conceito de identidade e centra se por isso nos diferentes processos de subjetiva o Est igualmente associado a uma tend ncia inicial p s estrut
219. r da mat ria e da coisa enquanto corpo e objeto poder n o surgir desta forma mais lata mas pela sua ideia de proje o enquanto um corpo que pode crescer ampliar se e ser tocado J o Espa o podemos consider lo um sin nimo de lugar que nasce do latim spatium espa o dist ncia intervalo marca a ideia de um intervalo que estabelece limites Nele podemos identificar os conceitos de v o claro ou ainda de lugar vazio inseridos num determinado tempo o espa o sup e um tempo f sico Assim o espa o toca no lugar pela ideia de s tio e extens o de lugar Para o in cio desta reflex o s o apresentados alguns pensamentos acerca de um projeto particular projeto coletivo de site specific que se prop s aos visitantes do parque do Monteiro Mor em 2004 que reuniu v rios artistas portugueses contempor neos Este projeto visava uma rejcria o de imagens a partir da din mica do pr prio parque entre a natureza e as Instala es esculturas e performances desenvolvidas nele e com ele Vejamos do exemplo citado algumas ideias Pensamos e absorvemos o que nos A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201215 rodeia tamb m por imagens partindo certamente de imagens mentais L cia Marques continua essa disson ncia entre a mem ria do lugar e a sua fun o atual reordenando parte desse espa o hort cola em fun o do mapa do pr
220. r da tridimens o f sica n o apenas evocada pelas linhas que se desenham nas superf cies das telas madeiras ou pap is H uma vontade de se apropriar de objetos que se inserem em lugares do exterior pela evoca o de formas que lembram caixas elementos naturais vegetais animais m veis m quinas de guerra ou ainda padr es que se tecem num lugar et reo Um dos seus principais objetivos foi alcan ar uma nova conce o de espa o refor ando os contornos e os eixos de representa o dos planos muitas vezes pelos contrastes de fundos objetos e sobreposi o de planos de cor Por este caminho o espa o come a a ultrapassar a representa o dos objetos e Calapez passa a assumir o ch o como palco e um fundo c nico como a parede da pr pria pintura A sua primeira instala o apesar de coletiva com Ana L on lan a algumas premissas de trabalho que ser o inevitavelmente valorizadas e rentabilizadas ao longo de todo o seu percurso Intitulada Azulvermelho caraterizava se por dois espa os expositivos forrados de tecido que convidavam o espetador a circular entre eles cal ado com um par de galochas tamb m elas pintadas A inten o seria a de proporcionar uma pele sint tica de um hipot tico animal que revestia esses dois compartimentos Esta instala o lan ou a cor como ponto fulcral e apelativa nesta apresenta o elemento visual forte que mais tarde Calapez iria recuperar nas pr ximas pinturas objeto consci
221. r para quem ou para o qu est no outro lado assim como para quem est dentro fora ou no meio A desorienta o pretende atingir um lugar id lico ca tico onde o que estamos a fazer dentro das obras nunca ser descoberto porque nunca teremos a certeza se estamos dentro ou fora daquela realidade a que estamos a assistir sempre a partir da nossa Imagem refletiva e tudo a que a envolve 129 Dan Graham assume que ao longo da sua carreira Numa entrevista com Pietro Valle n o deixou esquecida a Intersubjetividade o espelho e o delay da imagem o espa o e o tempo refletidos o pr prio tempo que pode ser medido subvertido pela capacidade de avan o ou recuo que o v deo permite O atraso do tempo na grava o est para o vidro na arquitetura h uma representa o simb lica e metaf rica de um tempo vidro espelho num espa o arquitetura A altern ncia entre a transpar ncia e a reflex o nos v rios pavilh es a alegoria da arquitetura os sistemas de controlo ou descontrole que provoca e convidam Intera o e por fim as formas ef meras que transmutam consoante os planos que divergem e ou convergem Com isto Dan Graham afirma que a partir disto eu estava interessado na rela o entre a perce o coletiva e a individual saber aquele que tem tempo para refletir onde o ligar pode ter v rias plataformas de a o e v rias leituras perante um grupo consci ncia coletiva influente numa massa coesa
222. ra pela compara o corpo a corpo cara a cara e por levantar a quest o de eu espectador ativo serei mais leve e mais pequeno do que esta pe a Pode haver uma sugest o de esmagamento e toda a explora o que adv m dessa sensa o Os seus trabalhos realizados em pedra polida permitem ainda a explora o daquilo que pode estar contido na obra A partir do reflexo do observador na superf cie lisa e luzidia este pode fazer surgir um outro lugar n o palp vel mas habitado pela imagem refletida e que por sua vez habita e se relaciona com o Interior de uma das suas esferas gt O resultado do seu trabalho mostra assim a tens o entre o org nico e o geom trico a reta e a curva de uma forma eficaz e incisiva Walter De Maria surge na presente pesquisa n o pela Land Art nem pela mat ria prima que explora nas suas Interven es mas pelos conceitos tratados de escala toque na superf cie dos trabalhos rela o pr xima com a escala do observador Robert Smithson ser igualmente um artista de refer ncia na d cada de 60 136 primeiro remotamente associado ao Expressionismo Abstrato destacando se com 133 Consultar Parte HI Cap tulo 8 imagens de obras que ilustram situa es de claustrofobia Walter De Maria quando se refere ao facto de permitir o toque na superf cie das suas pe as escult ricas Consultado em www guardian co uk 135 Consultar Parte Il Capitulo 8 imagens que ilustram alguns pormenores
223. rabalho marcado pelos trabalhos minimais e de interven o que est o focados para proporcionar uma experi ncia ao espectador Esta rela o ainda acentuada pelos jogos que faz entre o bin mio interior exterior em rela o ao comportamento quando os limites s o previstos ou quando s o alterados e acabam por surpreend lo 128 Consultar Parte IIl Capitulo 8 imagens de obras com interven o em espelho A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012151 Graham acaba por partilhar da ideia global de que o ponto forte reside na ideia e naquilo que sustenta o seu processo criativo A execu o das pe as a realiza o f sica e visual dessa ideia o momento em que a coisa ganha mat ria presen a e volume apesar da mesma j existir muito antes desta fisicalidade Assim os conceitos principais que norteiam todo o seu percurso s o a inten o de envolver o espectador na sua obra trabalhos de interven o que provocam a rea o e a no o de espa o enquanto arquitetura atrav s do vidro e do espelho que reage ao vazio trabalha o presente aqui e agora e a veracidade desse reflexo e a lucidez do espectador O convite pretende colocar nos num ponto de observa o ideal donde consigamos ver o objeto onde por sua vez estamos a olhar para n s mesmos seremos n s mesmos esse objeto e para o que est nossa volta em ambos os planos Estamos a olha
224. rated metal Venetian glass Collection The Denver Art Museum Denver Colorado http en wikipedia org wiki Dennis_Oppenheim 27 07 2012 2 Sleeping Dogs 1997 http asuartmuseum asu edu 2005 oppenheim 27 07 2012 3 Martian Rock with Tunnel 2003 15 H x 8 W x 25 L Steel acrylic expanded steel fiberglass aluminum Bienal de Val ncia ESepanha http www dennis oppenheim com works 226 27 07 2012 4 Still Dancing 2009 Toronto Canad Estudo lapis de cor oleo e pastel de oleo sobre papel 50 x 77 cm http www dennis oppenheim com works 2010 271 27 07 2012 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 1217 4 1 Still Dancing 2010 EL ANATSUI l The Blanton is the only southwest venue to present the first n d http sda texas blogspot pt 2011 08 el anatsui blanton html 2 Fresh and Fading Memories 2007 Instala o no Palazzo Fortuny metal reciclado 3 Wastepaper Basket 2003 http www channel4 com culture microsites B bigart big4 artists html 4 Crumbling Wall n d Fowler Museum UCLA 5 T xteis de refer ncia panos kente ERNESTO NETO Je 1 1 Pormenor de instala o Museu de Arte Moderna Alo sio Magalh es Recife Brasil 2003 2 Martin Margules Family Collection instala o na 49 Bienal de Veneza 3 Humanoids 2001 photo Manfred Wegener http www designboom com conte
225. rd s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121139 MARINUS BOZEM E o 2 Het kunstwerk Polaris amp Octans van Boezem 1997 De Kathedraal n d Bm The Green Cathedral n d A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121140 MICHAEL HEIZER elos 45 90 180YCity 1980 1999 as cla Negative Sculptures n d Levitated Mass 1969 estudo A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 141 RICHARD SERRA O artista em Splashing 1968 a DE Splashing 1968 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 142 ROBERT MORRIS A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 143 ROBERT SMITHSON Spiral Jetty 1970 Great Salt Lake ESTSP CAM ES Trem err a ua 2e2 1 Broken Circle 1971 estudos DD Broken Circle 1971 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 144 3e3 1 Spiral Hill 1971 ROBERT SMITHEOH JAMES CORAH GALLERY 4e4 1 Amarillo Ramp 1973 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121145 TERESA CORTEZ
226. rdisciplinaridade entre tecnologias e val ncias pl sticas Artista devidamente contextualizado na pesquisa no presente cap tulo 2 Jos Ma s de Carvalho 1960 artista portugu s que contempla forma o acad mica na rea da belas das artes e literatura moderna O seu percurso art stico desenvolve se em torno da fotografia fazendo parte de algumas cole es privadas e institucionais Em 2006 nomeado com o Pr mio BesPhoto e exp s entre Madrid Paris Marselha Macau Barcelona e Rio de Janeiro A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012133 Outro aspeto a considerar aquando refer ncia dos conceitos em aberto sobre Instala o arte p blica e qualquer manifesta o que visa ser interventiva e que requer uma participa o por parte do p blico o suporte ganha destaque e surge o porqu da arquitetura como um suporte primordial o que n o invalida a explora o de outros meios Gra as ao forte impacto do car cter social pol tico e econ mico e seguindo a proposta de Georges Bataille o conceito de arquitetura quando est presente manifesta um forte car cter social na preocupa o art stica Assim podemos equacionar a rela o proporcional de que a arquitetura poder estar para a sociedade assim como a fisionomia est para o Homem Batalille mostra nos que o grande problema da arquitetura o seu antropomorfismo unidimensional isto
227. reclamar a sua condi o enquanto fator social e de requalifica o urbana e humana no espa o p blico Quando requalifica o espa o transforma o num lugar habit vel que para tal requisita a presen a humana logo a sua participa o Neste sentido h a sugest o de um compromisso sociocultural e pela mesma via consideramos este contributo como uma refer ncia qualificativa Neste imediato h a capacidade de revelar a import ncia interdisciplinar entre a manifesta o art stica o fator social o enquadramento urbano e consequentemente os fatores hist ricos religiosos pol ticos e geogr ficos 263 Alexandre MELO Aventuras no mundo da arte Ass rio e Alvim fevereiro 2003 Lisboa p g 38 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121120 PARTE III Imagens em anexo A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121121 7 IMAGENS DE ARTISTAS ANALISADOS 7 1 Artistas analisados no Cap tulo 3 HAMISH FULTON 2 2 Halifax Alps Harizon 1989 Montes de Toledo 1990 Pintura de parede 218 x 1770cm TT ee 1r m va Fa dao a pt e ma Topa FORCELA DE PANER i A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121122 RICHARD LONGy fo sP Walking and Marking 1967 Earthquake Circle 1991 P ga Whit
228. reo vasto e imagin rio possui uma imensid o interior e talvez espiritual pode encerrar se num patamar de hip tese e nunca chegar ao seu estado coisal A concorr ncia entre o que materializado e o que desmaterializado poder influenciar a no o de lugar interior e exterior Ao encontro e presente na obra 4 po tica do espa o de Bachelard o autor cita por sua 23 z ac vez Baudelaire quando faz men o ao conceito de vasto teremos v rias provas disso di Compreende se por tesselas os v rios fragmentos de azulejo cer mico que comp em a pe a total em mosaico Cada tessela pode ser trabalha de in meras maneiras em formas geom tricas ou mais org nicas trabalhadas manualmente o que lhes confere tamb m uma leitura mais org nica e rizom tica 21 Gaston BACHELARD 4 Po tica do Espa o op cit p g 176 22 IDEM p g 196 2 Charles Pierre Baudelaire 1821 1867 foi um poeta e te rico franc s Destacou se na corrente do pensamento do simbolismo e a sua obra te rica influenciou diretamente as artes pl sticas do seculo XIX e pela inova o pela poesia moderna pela valoriza o dos sentidos Dispon vel em http pt wikipedia org A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012112 se seguirmos os devaneios que t m in cio na alma de Baudelaire sob o signo da palavra vasto Vasto uma das palavras mais baudelairianas a palavra que para o poeta mar
229. rescind vel e cab vel na vis o global e total da fisicalidade da ideia para permitir o entendimento da sua escala rela o com o corpo humano convite ao afastamento e aproxima o pe a ideia de macro e micro numa atitude ativa de um zoom constante apresentada a mesma maqueta em 3 circunst ncias tamb m elas complementares e O molde para estudo de relevos e poss veis reas din micas e O molde para estudo de cores defini o de reas numa paleta de azuis brancos e vermelhos que permitam uma articula o visual e alguns destaques em termos de composi o luz e cor e Molde completo escala 1 50 contemplando a propor o humana como Anai TN 244 refer ncia espacial e cab vel no nosso campo de vis o global igualmente criada uma cabine de instala o que re ne todas as condi es desej veis sua coloca o e por isso ser uma proposta de site specific Mesmo assim pretende se que este projeto seja considerado tanto para o interior como para o exterior valorizando o lugar e proporcionando outro habit culo dentro ou fora dele como j anteriormente referido 2 Consultar Parte HI Cap tulo 8 imagens de maquetas 2 Os pormenores em loi a escala trata 1 50 n o aparecem representados pela escala muito diminu da apenas estudo da cor e das tesselas A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121102 Ainda neste
230. riar lugares 1n habitados a partir de superf cies cer micas e org nicas que invadem um espa o e que convidam o observador a entrar nele ST oseph CORNELL Hollis taggart galleries Consultado em 29 07 2001 http www hollistaggart com Isabel SABINO A Pintura Depois da Pintura Lisboa FBAUL 2000 p g 183 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012131 Na procura desta defini o o artista pl stico Ilya Kabakov tamb m nos apresenta o seu contributo no sentido em que tamb m reflete sobre a quest o do vazio e a forma como a Instala o poder ser tida em conta como uma supera o da pintura Segundo o seu pensamento te rico pr tico Kabakov define a instala o como uma a o que resulta numa concretiza o f sica e que dever permanecer no tempo Por este motivo o artista assume a pintura como uma predecessora da instala o assim Servir a parede como unidade fundamental de qualquer afresco e importante ressaltar que n o uma esp cie de plano abstrato de superf cie ou esse tipo de especula o Mas uma parede perfeitamente definida do edif cio uma parede fora ou dentro dele Essa parede uma parte deste e enquanto tal participa de sua vida Como Repetindo imitando mimiking tudo aquilo que penetrado como uma realidade viva sobrevalorizada Entretanto a parede representa depicts literalmente como
231. riza o que relacion veis com uma perspetiva sobre a constru o e identidade da obra de arte 6 IDEM tradu o pr pria IDEM tradu o pr pria 8 IDEM tradu o pr pria A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012126 fazem com que esta se construa ent o pela sugest o de uma identidade que se afasta do termo lato e que composta e articulada por partes como blocos aglomerados A identidade um bem que se constr i numa no o total num mundo global A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 27 4 SITE SPECIFIC 4 1 Conceitos de site specific instala o minimalismo e arte p blica A partir do conceito de instala o a obra que apresentada in situ acaba por tocar nas Inten es da chamada Arte P blica Este conceito nasce da necessidade de se encontrar e representar a autonomiza o do objeto por si s enquanto corpo aut nomo e independente mas tamb m a sua apropria o pelo e no espa o com a Inten o de o metamorfosear num determinado lugar A arte de interven o aparece num espa o p blico pela clara expans o da pr pria arte como um instrumento de cr tica e uma voz ativa no sentido de proporcionar outros olhares e alargar horizontes Surge no in cio do seculo XX anos 10 20 pela primeira vez com os dadas e surrealistas os primeiros
232. rnativas que partida n o se destinavam interven o pl stica A partir do a o pl stico ou l mpadas fluorescentes e pela produ o de formas geom tricas exploraram as rela es espaciais e a capacidade que a escultura tem em interagir com o espa o envolvente apostando na experi ncia corporal do pr prio espectador Vejamos agora alguns artistas que se destacaram a partir da d cada de 60 com os primeiros trabalhos de envolv ncia direta com o espectador e que apelaram participa o para que se compreenda a totalidade da obra Esta refer ncia surge na sequ ncia da pesquisa sobre este per odo entre a d cada de 60 e a de 90 do s culo XX e elegeram se aqueles que mais se aproximam das inten es pr ticas e pl sticas a desenvolver no projeto pr tico 118 Mies Van der Rohe 1886 1969 nasce em Aachen e revela se um dos arquitetos alem o mais importantes do s culo XX O seu desenho arquitet nico assentava essencialmente nos planos verticais e horizontais numa proposta mais longitudinal que a arquitetura poderia ter na poca apelando igualmente a outros materiais pouco usuais A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 47 Ligia Clark destaca se pelo forte contributo que deu no o de arte participativa Artista brasileira surge como uma das principais fundadoras do Grupo Frente nos anos 50 numa vertente designada por arte p
233. rno da sua pr pria obra misturando sujeito e criador O artista acaba por se destacar no rol de artistas que se debru am pela Land Art no final dos anos 60 pelos seus projetos que gradualmente ampliam a sua escala e tornam se ambiciosos pela conquista no espa o e pela vontade de interferir no mesmo Sente se claramente o ato de fazer construir existe uma a o sobre a obra o seu car ter assume se como ef mero e a pr pria degrada o da obra encarada como um fator determinante e fundamental na sua pr pria cria o art stica Procura tamb m uma vertente c nica e dram tica pela escolha de ambientes fortes por vezes catastr ficos ou claustrof bicos ora pelas dimens es do espa o escolhido ora pela presen a visual e mat rica que as suas pe as escult ricas podem permitir Esta dramatiza o ent o a forma e o meio de transformar esse espa o no lugar habitado e que proporciona uma rela o pr xima e direta com o espectador O principio do Earthwork ou Land Art no contexto brit nico tamb m resgatado para o Interior da galeria espa o fechado de acesso p blico no sentido de re criar ambientes e situa es de tens o e confronto entre a escultura pe a Instalada nesse sitio e O espectador H uma tend ncia para inverter os pap is dos lugares considerados o estar dentro e o estar fora permitem sempre outras leituras H uma invers o direta e quase proporcional da escala paisag stica para um esp
234. rojetado e do objeto enquanto caixa ora aberta pela inten o de participa o ora fechada por n o podermos entrar fisicamente nela rela o de escala ideia de posse fisicalidade da sua exist ncia podemos ainda compreender uma esp cie de fus o entre a superf cie e a profundidade sujeito objeto Paulo Eduardo Santos FARIA Mem rias do Tempo disserta o p s gradua o em arte Bras lia 2009 Consultado em http repositorio bce unb br bitstream 10482 7347 1 2009 PauloEduardoSantosdeFaria PrimeiraParte pdf em 24 06 2012 1 A JGREIMAS Da imperfei o lido em op cit Consultar imagens de algumas caixas na Parte III Capitulo 8 IDEM IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012130 A sua obra destaca se na d cada de 30 com as primeiras colagens e nos anos 50 60 surge a consci ncia da cria o de caixas acoplando essas colagens as composi es tridimensionais dentro de um limite escult rico revelam alguma interdisciplinaridade pela imagem em movimento memorizada pelos objetos reaproveitados Estas pe as mostram se simples procurando estabelecer uma rela o com o espectador atrav s da sua manipula o A sua inten o mostra o est dio quando o objeto e a imagem se encaixam apela presen a da volumetria criando pequenos lugares que convidam a entrarmos nesses pequenos universos Estas narrativa
235. romisso entre quem cria o lugar trabalho e quem interpreta O projeto pr tico desenvolve se pela concretiza o final de uma maqueta escala de um quinto da realidade 1 5 a escolha da modalidade de maqueta surge pela dificuldade em abarcar espacial e temporalmente uma pe a de interven o com dimens es ambiciosas 4 5 x 10 x 4 5 m e pela dificuldade da sua execu o final Este ensaio A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012192 f sico n o visa testar a resist ncia de materiais prop em sim a simula o desse lugar e dessa crosta articulada com o recanto e que permite o seu registo fotogr fico a partir da integra o virtual nos lugares escolhidos Todo o processo criativo desenvolve se em torno de v rias formas de registo entre desenhos esqui os escala pormenores ampliados m o levantada a partir da proje o esbo os a partir da observa o de v rios lugares p blicos abertos ou fechados e maquetas que pretendem mostrar e orientar a escala da pe a com a escala humana A partir dos devaneios de Gaston Bachelard e a imagina o material e a imagina o falada o autor conta nos que a imagina o criadora tem fun es totalmente diferentes daquelas da imagina o reprodutora Cabe a ela essa fun o do irreal que psiquicamente t o til como a fun o do real Imagina o acontece como o fator que a
236. s e que consequentemente culminar num pensamento cr tico constru do a partir desta frui o 212 Carlos VIDAL Imagens sem disciplina meios e arte nas ltimas d cadas Lisboa Vendaval 2002 p g 133 149 213 IDEM p g 133 149 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012185 sensorial e conceptual Muitas vezes estes objetos tecnol gicos levam o observador a desempenhar uma a o dentro da pr pria obra ex fazer tiro ao alvo a palavras Podemos dizer que h claramente uma mensagem e um apelo para mexer na obra e s assim ser pass vel de l la e entend la Todo o trabalho de Jos Ma s de Carvalho igualmente transversal ao conceito de arte p blica e aqui encontra se o foco de Interesse para a presente pesquisa Quando a obra exige o conceito de arte p blica os seus projetos acabam por se revelar ambiciosos gra as escala e local de interven o que muitas vezes interfere com a log stica de uma cidade e sua sociedade por este motivo estas propostas passam por uma primeira fase ensa stica atrav s de maquetas que projetem e esquematizem a inten o principal Projetos desta natureza e para que resultem na sua plena efic cia dever o ser acess veis massa e aceites como o pr prio espa o Isto n o pode haver uma ajustada e pertinente interven o no espa o p blico sobretudo o de grandes cidades sem que essa Interven o dir
237. s abertas convidam o espectador a interferir e a interpretar o seu significado os m ltiplos significados levam a uma intera o social e vontade de conquistar o espa o f sico Os pr prios objetos incorporados nestes micro lugares remetem a um tempo e a um determinado espa o associados a uma identidade de uma determina cultura Joseph Cornell problematiza que tudo pode ser usado mas claro que n o se sabe no momento Como que algu m sabe o que um certo objeto vai contar De uma forma geral nos anos 60 e 70 surge a forte necessidade de que o artista se prop e conce o e constru o de assemblages no sentido em que da tira partido pl stico sendo mesmo utilizados v rios materiais e objetos que se destinavam a preencher um determinado espa o Aqui surge esta Inten o de interioridade ora no espa o natural como exemplo e j referido o trabalho do artista Richard Long Land Art a arte que parte da frui o natural e paisag stica ora no espa o urbano ou ainda na galeria e ou museu Assim e a partir do ensaio A Pintura depois da Pintura A ideia da obra in situ ou site specific implica n o que o objeto est colocado num determinado local nem que o local que a obra mas que a sua rela o conjunto que significa a obra o Esta no o de lugar que promove determinado trabalho de car cter pl stico e iInterventivo revela se como a inten o principal da presente tese no sentido de c
238. s mecanismos n o a z 200 can nicos de constru o do espa o sugerindo talvez uma liberdade pessoal e Esta pe a tamb m de referir a import ncia da rela o liter ria nomeadamente com a narrativa de Italo Calvino e pela envolv ncia da cria o de cidades simuladas que e depois dos trabalhos em aguada estes lugares s o agora gravados em espessas plataformas de mat ria org nica alkyds que se v que se sente e que se revela no sulco vincado 1 Cita o de Jo o Pinharanda em Pedro Calapez op cit p g 25 197 Consultar imagem Parte III Cap tulo 7 Mem ria Involunt ria instala o Museu do Chiado em Lisboa 1996 A IDEM Campo de Sombras instala o Fundaci Pilar 1 Joan Mir em Palma de Maiores 1997 Re Cita o de Jo o Pinharanda em Pedro Calapez op cit p g 26 o Cita o de Delfim Sardo consultada em http www calapez com A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121778 criativa de n o ter que respeitar normas e regras enquanto disciplinas matem ticas e r gidas no que toca edifica o pass vel e real de um edif cio lugar e sim numa possibilidade de re inventar lugares de afetos e de mem rias que s o elevados a partir da interpreta o e do olhar de quem v e sente essa obra de arte Podemos assumi las como pe as que convidam o espectador a uma a o Deste l xico de ressalvar o alfabeto de Calapez e
239. sagem registada e agora encenada pelo desenho ou pela fotografia fazendo alus o a esse lugar a partir da reprodu o de imagens desse s tio 48 Cita o de Richard Long lida no cat logo de exposi o Richard Long S o Paulo Bienal 1994 The British Council Londres 1994 Tradu o pr pria the places of two parts of the sculpture widely spaced plus the idea bring that all three places had to be in live for the work to be FCGulbenkian biblioteca de arte A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012119 No final dos anos 60 Long lan a quest es que fazem repensar nas formas tradicionais de express o art stica nomeadamente ao n vel da escultura Assim procura libertar se dos limites impostos pelos espa os de exposi o das galerias ou dos museus elegendo o territ rio natural como suporte e material para as suas a es art sticas Numa continuidade de pesquisa e de trabalho pr tico Richard Long aproxima se de Hamish Fulton surgindo ambos como expoentes m ximos do movimento da Land Art em Inglaterra Esta preocupa o e especial aten o valoriza o do lugar natural parte na maioria as vezes de in meras viagens ou passeios por todo o mundo Richard Long assinalava as viagens como ponto de refer ncia e marca autoral deixando ao longo do percurso ou em determinados locais esculturas simples realizadas com pedras troncos ou algas enc
240. seguinte explora outras val ncias de uma nova apropria o da tela areia e outros materiais apresentados na sua primeira exposi o em Londres em 1966 Na d cada de 70 regressa ao trabalho em pedra e geralmente as suas pe as revelam se abstratas formas org nicas e de grande plasticidade Das suas obras a mais emblem tica acaba por se Six Foot Leaping Hare on Steel Pyramid 1990 consultar imagens em anexos e em 1982 representou a Inglaterra na bienal de Veneza 107 Robert Smithson 1938 1973 Pintor e escultor norte americano que at meados dos anos 60 o seu percurso re ne uma serie de pinturas associadas ao movimento Expressionismo Abstrato que despoletam a cria o e constru o de trabalhos que apelam j ao tridimensional como objetos de caracter minimal Nos anos 60 70 Smithson procura ir mais al m do limite das galerias a transpor esta a o para a natureza empregando assim materiais exclusivos desta paisagem Desta forma torna se um dos principais representantes da Land Art e no arranque da d cada Spiral Getty acaba por ser uma das interven es mais ic nicas pela constru o de uma espiral gigante sob o Great Lak do Estado do Utah ver imagem dispon vel na Parte III Cap tulo 8 Uma das maiores compila es de ensaios Robert Smithson The Collected Writings 1 primeira edi o em 1979 2 edi o em 1979 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado
241. ss vel de apropria o para manifesta o pl stica Ent o muitas destas obras de arte concentraram se num registo totalmente natural respeitando o seu habitat primordial recorrendo a interven es ou reflex es a partir dos desertos lagos rios campos e outros lugares n o habitados especificamente nos Estados Unidos Com esta atitude marca se a diferen a entre a escultura m vel e a outra escultura que n o permite esta desloca o site specific uma vez precisar do seu envolvente natural e original para a sua leitura e compreens o plena Aqui podemos sugerir que esta se distingue de outras formas m veis de escultura exatamente por ser indissoci vel do lugar onde se realiza e grande parte do seu sentido dada pelas caracter sticas pr prias da paisagem na qual se insere A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012145 Nisto surge o conceito de lugar e espacialidade enquanto viv ncia e experi ncia a partir da frui o do lugar natural e ou da obra com a obra Pela procura de espa os n o habitados e que podem estar mais dispon veis a interven es e por n o haver condicionantes exteriores sociais ou culturais Poder haver a sugest o mais id lica buc lica e po tica desta conce o de espa o numa procura de um ref gio na paisagem que aqui pode ganhar um outro sentido na inten o de criar um espa o lugar habitado f sica ou conceptualment
242. sta proporcionar uma experi ncia como se estiv ssemos dentro do nosso pr prio corpo e simular uma experi ncia que partida nunca seria real e poss vel de concretizar A forma como este artista projeta e esbo a estas pe as passa pela considera o do espa o arquitet nico que lhe disponibilizado apesar de n o ser uma condicionante no sentido em que as suas pe as s o desenhadas e projetadas em papel por procedimentos construtivos simples que envolvem a articula o consciente e poss vel dos v rios materiais bem como a preocupa o pelo ambiente circundante mas sem ser esse o seu ponto de partida 167 Ernesto Neto 1964 artista brasileiro o seu percurso passa Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e pela Escola de Artes Visuais Parque Lage e j representou o seu pa s na Bienal de Veneza de 2001 no Pavilh o Nacional do Brasil e no Grupo Internacional do Arsenale 168 Consultar imagens Parte IIl Capitulo 7 interior dos humanoides A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121 69 Estas col nias nascem do seu processo criativo alheadas numa primeira fase do s tio a que est o destinadas podendo assim n o estarem pensadas para um local espec fico e que determine a sua constru o execu o e leitura mas sendo sim membranas com vida pr pria e independentes que se desmultiplicam e que se adaptam a v rios s tios proporcionando assim diferentes
243. stantemente estimular um ao outro em seu crescimento Designar como fazem com raz o os psic logos o espa o vivido como um espa o de afeto n o desce entretanto raiz dos sonhos da espacialidade Esta cita o surge no sentido de procurar alguma defini o pr xima e sua distin o do que o lugar Interior o lugar exterior e ainda o n o lugar E consoante a perspetiva deste te rico cruzada com a po tica de Claire Goll haver uma interdisciplinaridade entre os lugares interior e exterior e que para identificar esta 24 Gaston BACHELARD 4 Po tica do Espa o op cit p g 196 2 IDEM p g 200 IDEM p g 205 71 Claire Goll 1890 1997 foi uma escritora e jornalista alem que se destacou na cinematografia e por uma vasta compila o de poemas contos e romances Algumas das compila es a destacar s o Po mes d amour 1925 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012113 circunst ncia pedido ao observador que sinta e experiencie o trabalho interventivo Quando lhe atribui um sentimento emo o ou sensa o e vive pelos canais mais primitivos da sensorialidade este o ponto em que podemos encontrar um lugar Interior pela intui o e emo o que se relaciona com o lugar exterior onde impera a sensa o e a experi ncia f sica local exemplo vis o e tato O n o lugar ser ent o aquele lugar n o atingido num estado embrio
244. sua integra o f sica objetual e identit rias Arist teles lan a a quest o o que que o espa o tem que ter para ser um lugar Tem que haver algo que promova e provoque uma rela o e uma inten o entre um corpo consciente e um objeto Entre eles ter de existir uma rela o f sica ou emocional que contextualize o espa o onde se encontram para que este ganhe dimens o conceptual e intelectual Por sua vez o corpo assume uma consci ncia f sica e reconhece se rodeado de objetos que cria um determinado lugar quando ocupado por esse mesmo corpo consciencioso J Descartes mostra que o espa o visto como uma extens o um alargamento desta condi o E por fim em Kant o espa o uma no o pr via que permite a experi ncia a partir deste conhecimento inerente ou forma como se perceciona o objeto ou o corpo nesta vertente mais te rica filos fica e po tica que avan amos para o pensamento de Gaston Bachelard A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012177 32 ntimo aberto pessoal a Gaston Bachelard vivo o lugar invento o lugar reconstruo mem rias Gaston Bachelard e a sua perspetiva sobre A po tica do espa o mostra nos a potencial capacidade de criarmos o nosso pr prio espa o Ele traz nos a perspetiva de um espa o f sico ou pict rico atrav s de um olhar po tico pelo espa o onde reunimos as impress es da intimidade defini
245. t Lisboa Maio 1998 AAVV Arte Latina Americana na Cole o Berardo Sintra Museu de arte Moderna Cole o Berardo exposi o de Dezembro 2007 a Abril 2008 http www cncdp pt oceanos AAVV Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdi o roteiro de cole o Funda o Calouste Gulbenkian Lisboa 2004 AAVV Escultura Brit nica Contempor nea de Henry Moore aos anos 90 Santiago de Compostela e Porto 1995 AAVV Mulheres Artistas nos S culos XX e XXT Taschen Janeiro 2005 AAVV Neovanguardas Museu de arte da Pampulha Roma Editora Belo Horizonte 2008 AAVV Pedro Calapez o ornamento escondido Instituto Portugu s do Patrim nio Arquitet nico Mosteiro dos Jer nimos Lisboa Maio 2002 AAVV Richard Long Bienal de S o Paulo 1994 cat logo de exposi o The British Council Londres 1994 AAVV Richard Long Bienal de S o Paulo 1994 Cat logo de Exposi o The British Council Londres 1994 AAVV Richard Long em Braga Galeria M rio Sequeira 1999 Braga 1999 AAVV Serralves 2009 A Cole o Funda o de Serralves Porto 2009 AAVV Teresa Cortez cer mica que conta hist rias Editora d arte cole o Campo da comunica o Lisboa 2008 AAVV The Berardo Collection Sintra Museum of Modern Art Portugal 1996 AAVV Voids A Retrospective Centre Pompidou 2009 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado e
246. tado em 20 08 2011 em http Sdiaswww jsonline com blogspot entertarnment 1 14447559 html TANNOCK Michael Portuguese 20th Century Artists a Biographical Dictionary Phillimore 1978 TAPIES Antoni PEGO PUIGB Armando El arte y sus lugares Siruela cop Madrid 1999 TASCHEN Art Now o novo cat logo de 81 artistas contempor neos internacionais Uta Grosenick Alemanha 2008 II Vol TEIXEIRA Madalena Braz e tal Dressing up nature projeto site specific Museu nacional do traje parque do Monteiro mor 18 julho a 30 setembro 2004 Arbustos editora e livreiros torres Vedras 2004 TUDELA Chus As declara es de Richard Long em entrevista com Chus Tudela em agosto de 1995 em Jornal da Paisagem on line publicadas no Peri dico de Arag n Huesca Espanha Consultado em 27 07 2011 Dispon vel em www guardian co uk VAREJ O Adriana Adriana Varej o cat logo de Marcos Ribeiro v deo tvimagin ria Consultado em 14 01 2011 em http neonstand blogspot com 2010 07 01 archive html VAREJ O Adriana Biografia de Adriana Varej o Consultado em 5 01 2011 em http pt wikipedia org wiki Adriana Varej oC3 A3o A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 20121207 VIDAL Carlos Imagens sem disciplina meios e arte nas ltimas d cadas Lisboa Vendavel 2002 VIDAL Carlos Mapas imateriais e corpos simb li
247. tara no meio das cinzas encontrou uma pequena casa feita com paus Talvez esta hist ria nos ajude a pensar o lugar e o papel do artista e do p blico da obra de arte e da sua exposi o no quadro do nomadismo generalizado da circula o art stica 217 atual h Dennis Oppenheim lugares vision rios e novas utopias 18 2 Rec ea um artista norte americano que micia O seu percurso ainda na Dennis Oppenheim d cada de 60 num contexto ainda de forma o no mbito do Earthwork As suas primeiras manifesta es surgem com interven es em ambiente natural e em territ rio rural Estes trabalhos assumem um primeiro car ter ef mero e j de grande escala O artista contempla v rias pr ticas dos anos 70 atualidade desde a fotografia body art escultura e performance Mas afirma se na arte de instala o e o princ pio da constru o no lugar num limbo entre a escultura e a arquitetura com a concretiza o de pe as que esmagam a escala humana Numa fase posterior e mais incisiva na d cada de 70 manifesta se com um corpo de trabalho baseado na interdisciplinaridade entre a escultura a performance e a fotografia O seu percurso acaba por balizar tr s momentos diferentes mas complementares no sentido em que nos anos 70 existe uma explora o dos limites do risco pessoal a sua transforma o e a pr pria comunica o subjacente a essa inten o Estes trabalhos enquadram se num registo da Body Art usando o s
248. tem tica neste enunciar de uma quase regra proporcional podemos dizer que a paisagem est para a n o arquitetura assim como a n o paisagem est para a arquitetura Esta situa o verifica se muito pela no o n o s de lugar e ou n o lugar mas tamb m pela rela o direta com a escala do sujeito e tudo o que o envolve o s tio que recebe a obra e as dimens es da pr pria obra Determinada a instala o interven o esta poder abarcar uma escala ambiciosa do foro arquitet nico e que poder igualmente conferir lhe uma leitura de paisagem Ou uma pe a que n o se aproxima da paisagem ou da Interven o arquitet nica poder ser lida como algo paisag stico e urbano Rosalind Krauss acrescenta ainda que para achar que o complexo admitir na realidade da arte dois termos que haviam sido proibidos a partir dele a paisagem e a arquitetura termos que poderiam funcionar para definir 10 KRAUSS Rosalind The Optical Unconscious Cambridge Mass London The MIT Press 1993 Tradu o pr pria Between the built and the roof built the cultural and the natural between which the production of sculptural art appeared to be suspened A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 43 a escultura como j tinham come ado no modernismo somente numa condi o negativa ou neutra Nos anos 60 nos Estados Unidos a paisagem enunciava se como a tradicional
249. ter instalativo e que se separa da arquitetura Neste ponto Rosalind Krauss adverte para a teoria que relaciona e afasta estas no es de arquitetura e a n o arquitetura com a paisagem e a n o paisagem lugar e n o lugar E relacionando estas invers es de defini o a par da obra de Richard Long da n o paisagem paisagem da n o arquitetura arquitetura Rosalind Krauss teremos ent o a paisagem ser natural e ser social e a pr pria arquitetura que constru o humana e concetualiza o do espa o humano f sico vivido e representacional como novas possibilidades de configura o da pr tica escult rica de onde se exclui a partir de agora o volume como denominador comum o volume porque categoria formalista separada do homem mat ria fechada e externa A escultura que deixa de ser t o recta e fechada renova se agora num campo mais alargado Ela prev um ideal de explorar o espa o f sico e real introduzindo assim no conceito de instala o Sobre este aspeto Krauss diz nos que h trechos de paisagem que n o s o paisagem enquanto certas arquiteturas tamb m n o s o arquiteturas em refer ncia designa o da pe a instalada algures Ela encontra se assim num lugar entre a n o paisagem e a 108 Carlos VIDAL Do esquecimento nega o sete notas dispersas sobre a obra de Richard Long op cit p g 29 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Cat
250. tetura come ou ent o a servir como base para interven es pl sticas e p blicas Surge no contexto das neovanguardas entre 1960 e 1970 come ando em for a a ser desenvolvido por exemplo em torno das obras de Daniel Buren N o quero for ar o espectador a nada Apenas apresento uma coisa que n o se ultrapassa a si mesma esta coisa a coisa Voc olha constata j n o se pode mais empregar o termo voc a contempla Minha tentativa n o a de questionar a forma da pintura Isto problema dos artistas Minha quest o o fundo do processo Simplesmente questionar a arte seria arriscar se 5 nAra inefic cia 1 Esta no o de espa o come ou a ganhar uma no o mais alargada e passou a incluir outras vertentes que caracterizam o lugar at a n o consideradas Nomeadamente o trabalho de Buren fez com que se renovasse este olhar sobre o fenomenol gico do minimalismo que partia de uma reflex o e reajuste do que era o conceito de galeria museu Esta releitura destes espa os foram alvo de exposi o de alguns aspetos que diziam respeito ao seu funcionamento que trouxeram em massa uma neutralidade inexistente e fict cia como o suporte chave da obra de arte Esta sugest o de an lise levantou igualmente outras quest es principalmente a maneira como a obra pe a se pode ou n o relacionar com o dito lugar Relevantes conhecem se 102 Rosalind Krauss 1941 cr tica de arte americana contribui para a invest
251. tividade em oposi o ao concretismo ortodoxo Querendo isto dizer que existia a vontade de criar um novo concretismo contemplando objeto ou manifesta es fora dos limites padr o onde na pintura poderia haver lugar para manifesta es tridimensionais que n o era esculturas mas que simultaneamente rompiam com os limites acad micos da moldura Algumas das suas obras publicadas podemos destacar a Teoria do n o objeto 1959 Cultura posta em quest o 1965 Etapas da arte contempor nea do cubismo arte neoconcreta 1985 e O Grupo Frente e a rea o neoconcreta 1998 124 Consultar imagens Parte IIl Capitulo 7 13 IDEM 12 IDEM A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012 49 Todos os seus trabalhos passam a ser acompanhados de textos pensamentos ensaios ou poemas que acrescentam leitura aos mesmos Dan Graham um artista conceptual que se destaca nos anos 60 pelas propostas de trabalhos de interven o e instala o a partir do filme da fotografia e v deo Nele se evidencia uma clara interdisciplinaridade entre as tecnologias elencadas com a arquitetura enquanto espa o a ser habitado e que assume v rias potencialidades pl sticas A fotografia surge como um primeiro registo e testemunho no sentido de denunciar e questionar a rela o entre a arquitetura p blica e privada e as diversas formas que cada espa o pode condicionar e afetar o c
252. to the Visual Arts looking up and a general approach on the subject of personal site specific which is based on the book The Poetics of Space by Gaston Bachelard with theoretical and practical proposals for national and international artists from the 60s to the present day as well as some reflective essays on the subject The theme offers a collection of events class actions and various resolutions under the plastic and visual arts intervention organized chronologically through the history of world art from its earliest manifestations to the present day taking this as a form of action and continuity medium The research adds to the realization of a practical intervention and plastic with equal emphasis on theoretical reflection in a complementary way and conclusive The construction of this piece proposes two action plans appeals to the principle of object painting installed in a public place and proposes an immediate and multidisciplinary dialogue with the viewer This body object that is born of the mixture of painting sculpture and mosaic discusses the issue of space the way that complements and adds to your enjoyment space collective individual and or social Gathering some suggested readings proposals as observer spectator and observer stroller the technical side recovers the mosaic by its inherent identity that relates to this visual stimulus and sensory being seen as a technology with history and rises as
253. tros assumindo se por isso uma heterotopia como a contamina o de varias realidades lugares A vontade de querer criar estes lugares imaginados surge da necessidade de produzir imagens que traduzam a ideia de objeto onde o emprego da vontade pode ser simplesmente imaginado o objeto levantado pode ser simplesmente imagin rio mas as imagens s o necess rias para que as virtualidades da nossa alma se distingam e se 234 zas Z pese desenyolvam ou pelo menos a sua materializa o de ideia em qualquer coisa visual e palp vel fia Michel FOUCAULT De outros espa os Utopias e heterotopias dispon vel em http ahameri com cv Courses CU Cinema 20Studio Foucault pdf p g 3 tradu o pr pria 233 IDEM p g 4 tradu o pr pria 734 Gaston BACHELARD A Terra e os devaneios da vontade WMF EDITORA 3 edi o 2008 p g 283 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012197 6 1 Mosaico e azulejaria escolha de uma tecnologia O azulejo remete tradi o portuguesa e enquanto kitsch surge tamb m pela pr tica de cer mica que proposta como um reaproveitamento e valoriza o n o s da tecnologia como da pr pria mat ria prima O azulejo surge em Portugal no s culo XVI e perdura at ao seculo XIX contudo a sua origem primordial acontece por volta do s culo XII em Espanha pela forte decora o geom trica e vegetalista
254. tulo 8 imagens de maquetas que permitem uma leitura distanciada e com as quais podemos ter uma vis o global e total da interven o completa 3 Gaston BACHELARD A casa do Por o ao s t o O sentido de cabana em op cit p g 23 40 Gaston BACHELARD A Po tica do Espa o op cit p g 25 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012116 O espa o proporcionado e apresentado mas s se transforma no lugar propriamente dito quando a imagina o o filtra o reconhece e suga as suas potencialidades pl sticas f sicas e conceptuais b Richard Long o lugar provoca efeito sobre mim mais do que eu nele Por contraposi o s ideias de Gaston Bachelard estudaremos de seguida o artista contempor neo Richard Long Ele mostra nos que n o somos n s que fazemos o lugar o lugar que nos faz e nos determina O meu trabalho real n o ilus rio ou concetual Trata se de pedras reais em tempo real a es reais Eu uso o mundo como eu o encontro Para Richard Long o valor reside no conceito que ser transformado em objeto sendo ele o resultado f sico de um processo criativo do seu pensamento Para o artista O homem est no centro da natureza procura ent o l lo atrav s deste meio natural assumindo esta constru o sempre dela para o nosso interior Neste aspeto e segundo reflex o de Carlos Vidal h um questionar sobre uma verdad
255. tura e a a o social e pessoal enquanto individuo destacado do contexto coletivo e da rea o divergente com o outro que uma obra poder apresentar Pensando a Instala o esta pode ser assumida com um termo que na sua origem faz refer ncia aos procedimentos e s t cnicas de exposi o de obras de artes em espa os pr prios como museus ou galerias A partir de meados do s culo XX passa se a designar uma forma de express o art stica que engloba os campos da escultura da pintura da fotografia do cinema e do v deo podendo incluir ainda algumas 163 Jos Pedro REGAT O Consultado em http artepublica blog com 2008 05 30 0 que e a arte publica em 22 03 2011 164 Consultar Parte HI Cap tulo 8 A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012167 manifesta es performativas Os trabalhos de instala o podem assumir escalas e formaliza es muito variadas marcando uma vez mais a interdisciplinaridade de v rios pensamentos pl sticos resolvidos em propostas formais e visuais d spares Por isso e sensivelmente desde o in cio do s culo XX se tem sentido uma gradual elimina o e dilui o dos tradicionais limites entre a pintura e a escultura e o reconhecimento da dimens o espacial e temporal dos trabalhos escult ricos A este aspeto associou se a consci ncia da especificidade da rela o entre os objetos art sticos e o espa o arquitet nico envolve
256. u o na pesquisa sobre a tecnologia do mosaico e a capacidade pl stica que este poder pontuar e contribuir para a frui o do lugar p blico Trata se de um tema de grande interesse pessoal nesta circunst ncia de amadurecimento do processo criativo e que eleito para a investiga o que se prop e Celebra se assim uma reflex o mais profunda e que permita um di logo entre a frui o est tica e desenvolvimento te rico com uma resolu o pr tica f sica e pl stica que teste essa interven o simulada A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 201211 2 INTRODU O Em modo de introdu o a presente pesquisa contempla uma matriz de trabalho e organiza o conceptual na forma como os conceitos se encadeiam gradualmente J justificado o forte interesse pessoal e criativo pelas problem ticas do espa o p blico e a forma como nos debru amos sobre ele a tese conta com tr s partes distintas que se pretendem complementares e contribuir de alguma forma para a reflex o deste tema Todo o desenvolvimento acontece em torno de tr s momentos centrais Parte I Descri o detalhada a import ncia est tica e pl stica do lugar Parte II Ensaios pr ticos que esclarecem a forma como a pesquisa acontece e como os conte dos te rico pr ticos s o articulados e Parte III com a compila o de imagens dos artistas analisados bem como toda a documenta o
257. uance de conservar uma mem ria atrav s da imagem Aqui encontramos o fundamento de procurar e de encontrar uma produ o de mem rias que compilem identidades tanto hist ricas como culturais sendo estes os fatores chave dos quais se serve como mote cria o deste esp lio A sua Inten o a de trabalhar a fotografia como meio e traduzi la numa estrat gia instalativa servindo se deste registo para proporcionar um lugar instalado num determinado espa o f sico A partir da d cada de 90 o seu processo de trabalho desvia se no sentido de reencontrar a fotografia agora como um meio de reflex o da mem ria coletiva hbridizada pela Eu pu se 212 correla o da mem ria pessoal com a mem ria fotogr fica a rela o que estabelece entre as tr s mem rias Na obra de Ma s de Carvalho podemos encontrar uma interdisciplinaridade entre v rios fatores condicionantes o artista n o se limita a propor uma prova de perman ncia pelo registo fotogr fico ou ent o a constru o de arquivos sucessivos no colecionar mem rias identificam se como sintagmas culturais A intera o com o p blico feita a partir da instala o n o s fotogr fica mas dinamizada tamb m com focos luminosos que proporcionam uma determinada ambi ncia um lugar simulado e que interfere com a leitura do espa o e da obra Muitas vezes estas propostas convidam o espectador a colocar algum dispositivo auscultadores ou culo
258. ue se suscita o encontro entre o lugar e o outro espectador observador Para existir uma rela o triangular ser preciso colocar em di logo o espa o a pe a que o ocupa e o espectador convidado a relacionar se com estes dois elementos Assim Rosalyn Deutsche levanta a quest o chave da sua reflex o sobre a espacialidade urbana e a forma como a express o rebate no p blico enquanto sujeito e individuo e enquanto lugar de circula o questionando como pode a arte ajudar na apari o do outro ao mesmo tempo em que torna vis vel os limites que a face coloca em sua representa o limites que em certo sentido s o a mensagem da face N o h obviamente resposta nica mas uma pode ser encontrada no trabalho do artista Krysztof Wodiczko Proje o Publica Hiroshima de 1999 Desta forma podemos tamb m relacionar a sugest o de arte p blica em que apresentando o contributo de Jos Pedro Regat o lan am se algumas quest es como L o que a arte p blica Qual a sua fun o e significado Que novos desafios se a Rosalynd DEUTSCHE A arte de ser testemunha na esfera dos tempos de guerra op cit 160 Emmanuel L vinas 1906 1995 filosofo franc s que se debru ou sobre a teoria do infinito e da tica O seu pensamento confrontado com as perspetivas ocidentais e aproxima se dos princ pios de Platao Bergson entre outros Algumas das suas obras que se destacaram foram De l existence l existant Par
259. ugar Este projeto que nasce duma proposta de instala o por sua vez dum corpo objeto mosaico procura igualmente contemplar alguns princ pios do dom nio da pintura exatamente por ser dela que parte S o elas o gesto o movimento a preocupa o por delinear um ritmo ou uma cadencia significativa o tempo e o espa o onde se articulam e por fim uma paleta crom tica luminosa tirando partido pl stico do vidrado do azulejo O rizoma foi e o referente que despoletou o Interesse concetual e pl stico pela praga que toma conta de n s enquanto rede e trama sem orienta o e com origem no infinito Do in cio se gera o macro pela amplitude e o que hoje nos torna pesados e esmagadores amanh poder nos fazer sentir diminu dos esmagados e engolidos As formas desenhadas v m da observa o de alguns elementos naturais tal como ra zes e nervuras de folhas ou vagens A renda tamb m ser um elemento visual e t ctil que vem ao encontro desta ideia enquanto padr o de tecido que poder ser visto como uma raiz ou um rizoma pelos v rios universos mais ou menos percet veis que criam ninhos e recantos micros e macros de nervuras Este conceito nasce de uma pesquisa continuada sobre o rizoma enquanto renda desde 2006 e que ressurge agora n o abandonando completamente o presente pensamento pl stico e algumas influ ncias pessoais intuitivas e que se ajustam a outras propostas pr ticas e acontecimentos do dia a dia
260. uma determinada cor Aqui a pintura ao tornar se duplica o da parede ou do ch o em que assenta faz se di logo f sico e direto com o espa o que a acolhe e portanto p e em jogo quest es arquitet nicas criando um efeito de instala o que tamb m uma forma de redesenhar a arquitetura do espa o em que se insere Isto particularmente evidente em instala es 176 como Azulej o em que se trata exatamente de criar a ilus o de uma nova parede e de um outro espa o dentro do espa o dado da exposi o O efeito da instala o de fato levado s ltimas consequ ncias nas exposi es intituladas Azulej o em S o Paulo e no Rio em que a autora reveste as paredes das galerias com telas assumidas como amplia es de fragmentos desorganizados de um painel de azulejos Os elementos representados s o varia es sobre motivos de azulejaria tradicional portuguesa cuja Import ncia em termos de arquitetura sobretudo religiosa foi fundamental na coloniza o portuguesa no Brasil Trata se de criar a ilus o de uma nova parede e de um outro espa o dentro do espa o da exposi o O mesmo sucede com o trabalho Parede em que uma nica mancha de pintura aplicada sobre 18 telas de dimens es vari veis sobrepostas provoca o ilus rio efeito de uma simples pintura bidimensional sobre um suporte plano e nico jogando assim de um 178 modo ainda mais complexo com a fun o da parede
261. uralista com as primeiras obras Hist ria da Loucura 1961 O Nascimento da Clinica 1963 As palavras e as Coisas 1966 e A Arqueologia do Saber 1969 A sua ltima obra foi Le gouvernement de soi et des autres le coirage de la v rit 1984 e a ltima compila o a Cole o Ditos e Escritos 2006 Dispon vel em http pt wikipedia org e em http www sieclo br pdf trans v30n1 v30nla02 e Cita o de Michel FOUCAULT lida em http en wikipedia org consultada tradu o pr pria A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012125 o autor a constru o da identidade do lugar nasce da rela o vizinha entre lugares que se contaminam e promovem essa constru o enquanto o espa o poder ser um padr o reconhecido pelo sujeito Talvez por isso possa existir um apelo dessacraliza o do espa o que poder originar uma atitude de possess o Sobre os v rios espa os Foucault refere se aos opostos que tomamos como pr concebidos os contrastes entre espa o p blico e privado familiar e espa o social espa o cultural e utilitarista o espa o do prazer e espa o de trabalho como todos os opostos que ainda n o s o comandados por uma encoberta sacralidade Neste momento o autor cruza o pensamento de Gaston Bachelard igualmente estudado nesta disserta o referindo o espa o como algo que se constr i e que se satura O trabalho imenso de Bachelard e
262. us cantos encontramos est tuas representativas de cidades francesas Consultar Parte I Capitulo 8 imagens que ilustram momentos de instala o performance A po tica do site specific De Bachelard s artes visuais Catarina Casca Aleluia Mestrado em Pintura 2012138 intencionalidade da pesquisa pratica do presente trabalho Klein afirma que para mim a pintura deixou atualmente de depender do mbito sensorial da vis o fun o da nica coisa que efetivamente n o nos pertence a nossa VIDA E aqui no momento em que a pintura pode extrapolar noutros sentidos reencontramos este limbo periclitante de n o haver uma defini o lata e fechada para a pintura que exige al m da vis o o tato o olfato ou a audi o Ela pode ser tamb m lugar e plataforma de a o ou motiva o ou pelo menos a procura de um espa o pass vel sua Integra o e consequente instala o Apesar da contempla o e de querer ir mais al m da imagem que estimula apenas a vis o Klein n o trata a ideia da vacuidade de um espa o vazio mas sim de uma liberdade virtualizada e invis vel no espa o energ tico b A origem nos anos 60 do s culo XX Daniel Buren e Rosalind Krauss at aos anos 80 Este ensaio visa tratar o ponto que relaciona tr s quest es fundamentais a partir do pensamento de Daniel Buren 1 o lugar que faz a obra o site specific vive da ideia de que o s tio n o neutro 2 A gram tica das formas

A poética do site specific: - Repositório da Universidade de Lisboa

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