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As Determinações do Capital sobre a Formação

1. 42 ORIGEM DA NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O EM GERAL o orrea a UR o E o ia eT 42 OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E SUA CONTRIBUI O PARA A CONFORMA O IDEOLOGICA DA EDUCA O A NOVA ORDEM 48 ORIGEM DA NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O MEDICA asi ti aaa EE E A E 2 a E a 54 A CONSTRU O DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUA O EM MEDICINA 68 REFLEX ES GERAIS SOBRE AS MUDAN AS EM ANDAMENTO NO ENSINO M DICO NO BRASIL 79 A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN UFPR 88 ANTECEDENTES DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR eeeeeeeeeereeeeeeerenereneeeneeeeeereeereea 89 A REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR 93 8 2 1 8 2 2 8 2 3 8 2 4 8 2 4 1 8 2 4 2 8 2 5 8 2 6 8 2 7 9 2 9 2 1 9 2 2 9 2 3 9 2 4 9 2 5 9 2 5 1 9 2 5 2 9 2 6 9 2 7 10 10 1 10 2 M todo ad 2 0 5 9 610 6 6 ONES AN O E O 94 Integra o e Interdisciplinaridade ia 96 O Ambulat rio Geral como Espa o das Novas Atividades Pr ticas 98 ola LEIE o o PARRA aa A ARS O DR UR RR A 99 Mudan as nas Disciplinas do Ciclo B sico 100 Mudan as nas Disciplinas do Ciclo Profissionalizante 106 Compreens o do Processo Sa de Doen a s 113 Forma o de um Profissional Cr tico ii 115 Pesquisa cient fica e Produ
2. Nosso primeiro dever te rico ideol gico e pol tico digo bem pol tico hoje de expulsar do dom nio da filosofia marxista toda a quinquilharia Humanista que nela se despeja abertamente Ela uma ofensa ao pensamento de Marx e uma inj ria a todos os militantes revolucion rios Pois o humanismo na filosofia marxista n o nem mesmo uma grande forma de filosofia burguesa instalada em Marx um dos subprodutos mais baixos da mais vulgar ideologia religiosa moderna Seu efeito sen o seu objetivo conhecido de longa data desarmar o proletariado ALTHUSSER 1999 P 44 Esse combate radical ado o da id ia do Humanismo Te rico portanto fundamental para n o nos iludirmos na prega o in cua de uma moral incompat vel com a ordem social em que vivemos Exemplo emblem tico desta quest o o lament vel epis dio ocorrido com estudantes de medicina da UEL que no ltimo dia de suas atividades curriculares adentraram ao hospital no qual utilizaram os pacientes para seu aprendizado e os destrataram dizendo se aliviados por n o mais ter de suport los dali em diante N o pensamos que o curso da UEL um dos mais adequados do Brasil aquilo que preconizam as diretrizes tenha falhado clamorosamente na aplica o de suas estrat gias de humaniza o coerentes com o conceito adotado Entendemos sim que o conceito de humaniza o advindo do Humanismo Te rico que descrevemos que inadequado pois idea
3. 6EST538 Est gio Supervisionado em Pneumologia e Cirurgia Tor cica e Atividades em Radiologia CIR MED M todos diagn sticos em Pneumologia e Cirurgia de T rax Pneumonias Doen as obstrutivas respirat rias cr nicas Enfisema e Tuberculose pulmonar Micoses pulmonares Diagn stico diferencial dos derrames pleurais Bi psia de pleura Drenagem de t rax bronquioectasia Abscesso pulmonar Carcinoma br nquico Tumores benignos e malignos do mediastino Embolia pulmonar Traumatismos tor cicos Fisioterapia respirat ria Pneumopatias intersticiais 6EST539 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro Cir rgico CIR Atua o em Pronto Socorro Cir rgico em rea de emerg ncia e enfermaria de pr e p s operat rio Instrumenta o em Emerg ncias cir rgicas em Pronto Socorro e em cirurgias de emerg ncias Dissec o de veias sob supervis o Acompanhamento de pacientes internados e ou em observa o hist ria cl nica exames complementares evolu o di ria controle e conduta terap utica 137 6EST540 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro M dico MED e Patologias de emerg ncia e urg ncia S ndrome convulsiva Hipertens o intra craniana coma neurol gico Meningite Cefal ia Dist rbios neuro vegetativos Intoxica es e envenenamentos por animais pe onhentos Gastroenterites agudas Abdome agudo Pancreatite aguda Hepatopatias cr nicas descompensadas Hemorragia digestiva alta colecisti
4. es s nteses da atividade humana produzidas historicamente DUARTE 2004 O indiv duo se forma apropriando se dos resultados da hist ria social e objetivando se no interior dessa hist ria ou seja sua forma o se realiza por meio da rela o entre objetiva o e apropria o Essa rela o se efetiva sempre no interior de rela es concretas com outros indiv duos que atuam como mediadores entre ele e o mundo humano o mundo da atividade humana objetivada DUARTE 2004 p 124 Os requisitos para a apropria o e objetiva o humanas s o constru dos socialmente como exposto e essa objetiva o sempre uma objetiva o atualizada pelas possibilidades dadas pelo grau de desenvolvimento das for as produtivas e rela es de produ o ou pelo modo de produ o Na hist ria da humanidade em cada uma de suas fases encontra se um resultado material uma reuni o de for as de produ o uma rela o historicamente criada com a natureza e entre os indiv duos que cada gera o transmite gera o seguinte uma massa de for as produtivas de capitais e de condi es que embora sendo em parte modificada pela nova gera o prescreve a esta suas pr prias condi es de exist ncia e lhe imprime um determinado desenvolvimento um car ter particular Demonstra assim que as circunst ncias fazem os homens assim como eles fazem as circunst ncias MARX e ENGELS 2004 p 66 Se em sociedade que o homem
5. o social existente em particular como se fosse todo o conjunto da produ o do g nero humano em geral acaba por naturalizar a forma o social determinada legitimando a como express o m xima poss vel do desenvolvimento humano conformando os indiv duos ao subtrair a id ia da possibilidade de supera o da mesma As media es s o produzidas historicamente ou seja no movimento do pr prio real sendo portanto provis rias super veis Enquanto relativas ao pensamento permitem a n o petrifica o do mesmo porque o pensar referido ao real se integra no movimento do pr prio real O pensar n o referido ao real pretende se a hist rico e neutro Mas essa pseudoneutralidade n o existe porque a media o n o existe em si pr pria sen o em sua rela o com a teoria e a pr tica Por isso o pensar que se pretende a hist rico no fundo faz o jogo da ideologia dominante ao universalizar uma media o que sempre contradit ria super vel e relativa Nessa ordem de coisas pode se afirmar que a ideologia dominante na sociedade de classes naturaliza o hist rico pela convers o em permanente do que n o sen o passageiro CURY 1992 p 43 20 Segundo Oliveira 2005 se os significados fossem os mesmos as rela es indiv duo sociedade e indiv duo genericidade seriam a mesma coisa pois n o teriam caracter sticas espec ficas que as diferenciassem Por m uma determinada forma o social n o enca
6. o m dica Epidemiologia de acidentes e envenenamentos Envenenamentos por animais pe onhentos toxicologia 6MOD407 Habilidades Cl nicas e Atitudes IV MED CIR GIN PED e Treinamento para o estudante ser capaz de executar com profici ncia a anamnese e o exame f sico de uma consulta de cl nica geral incluindo o atendimento nas especialidades m dicas em patologias mais prevalentes e ou com risco de vida correla o cl nica com casos cl nicos mais complexos discutir com o paciente a sua situa o cl nica saber informar diagn stico saber informar planos de tratamento e progn stico obter o consentimento informado aprender a comunicar m s not cias conduzir o manejo de pacientes e fam lias em situa es dif ceis reabilita o de sequelados dementes incapacitados pacientes agressivos sedutores terminais familiares em luto executar algumas t cnicas de coleta de material biol gico para exames laboratoriais que requeiram m todos especiais executar drenagens retiradas de corpos estranhos e procedimentos cir rgicos de baixa complexidade traqueostomia drenagem de pneumot rax 131 cuidados com ostomias em geral conduzir um parto eut cico cuidados no puerp rio n o complicado realiza o de t cnicas de reanima o cardiopulmonar b sica e avan ada pedi trica PALS realizar as t cnicas do suporte avan ado de vida no trauma ATLS diagnosticar Artrites e artroses fraturas e luxa es
7. 170 110 Fisiologia M dica Il 75 Fisiologia Humana II 90 Farmacologia M dica 75 Farmacologia B sica 90 15 no papel Farmacologia M dica Il 75 Sem equival ncia 60 no real Microbiologia m dica A 90 Microbiologia M dica 90 0 Parasitologia M dica 75 Parasitologia M dica 90 15 Imunologia 45 Imunologia M dica 80 35 Patologia Geral Sa de e Doen a 90 Introdu o Patologia M dica 70 0 Patologia cl nica A 60 Patologia Cl nica B 80 0 Anatomia Patol gica A 240 Anatomia Patol gica B 180 60 Proped utica M dica A 165 Proped utica M dica e II 90 90 30 Proped utica M dica B 165 Proped utica M dica IIl 180 TOTAL 135 FONTE UFPR 1997 Gen tica M dica 40 101 Disto resultou a obrigatoriedade de revis o do conte do o que significou segundo os professores entrevistados a retirada de assuntos muito espec ficos como fica claro na fala de um dos professores do ciclo b sico Na minha disciplina o que mudou foi o detalhe a gente n o aprofunda at biologia celular molecular das c lulas que est o em um determinado rg o e tamb m nem temos tempo de poder abordar certos aparelhos e sistemas de igual import ncia por exemplo os rg os dos sentidos n o s o t o explorados Temos que dar nfase ao aparelho urin rio digest rio o end crino respirat rio e acabou o tempo Apesar da redu o na carga geral das disciplinas b sicas algumas mantiveram sua carga hor ria e outras tive
8. NAVARRO 1979a p 148 151 que se intensifica no campo dos servi os m dicos quando o trabalhador reage aliena o internalizando suas frustra es gerando assim sofrimentos psicossom ticos que o levam a esse consumo A Medicina Capitalista foi se definindo como tal articulada s transforma es mais gerais da sociedade na transi o do modo de produ o feudal para o Capitalismo Na constitui o da sociedade Capitalista industrial a ci ncia positiva foi paulatinamente substituindo as interpreta es dogm ticas e metaf sicas por uma racionalidade constru da a partir da materialidade da vida A justificativa teol gica para as diferen as sociais entre servos vassalos nobreza e clero t o caras manuten o da ordem feudal torna se desnecess ria no modo de produ o 30 nascente A partir de ent o a realidade pode ser explicada por meio de uma nova racionalidade O modo de produ o Capitalista n o s permite como necessita para sua reprodu o e desenvolvimento desta nova racionalidade preciso desenvolver os meios de produ o melhorando sua produtividade para garantir a sobreviv ncia das forma es sociais neste novo patamar A produ o agora baseia se cada vez mais em novas ferramentas processos e m quinas para cujo desenvolvimento o conhecimento das ci ncias naturais da f sica da qu mica torna se imperativo Na Medicina desenvolveram se com intensidade os conhecimentos de anatomia fisiologi
9. composta por todos os estados membros come ou a ser dominada pelos pa ses pobres e n o mais controlada pelos pa ses industrializados Diante disso as na es mais ricas e as agencias multilaterais come aram a manipular o financiamento conforme seus interesses contrariando muitas vezes as decis es da Assembl ia A Organiza o Mundial da Sa de come ou a perder for a e prest gio e a partir de ent o fins dos anos 80 e in cio da d cada de 90 o Banco Mundial come ou a deter a hegemonia das decis es globais em torno da sa de A interven o do Banco Mundial na sa de durante a d cada de 90 esteve marcada pela forte imposi o do recuo das pol ticas sociais com a presen a direta do Estado ao lado de medidas rigorosas de ajuste econ mico O aumento da pobreza e do abandono de milh es de pessoas pr pria sorte por parte do Estado gerou uma situa o de sofrimento crescente de dif cil dissimula o Diante disso o Banco viu se obrigado a modificar seu discurso buscando dar uma face mais humana a suas interven es 62 Passou ent o a afirmar que o desenvolvimento um processo global centrado nas pessoas das sociedades nas quais opera Diante disto os programas de Sa de Nutri o e Popula o SNP tornam se centrais no trabalho e miss o do Banco que aumentou significativamente seus investimentos neste sentido tornando se atualmente o maior provedor externo de fundos de sa de no mundo Sua interven
10. necess rio para sua sobreviv ncia e desenvolvimento Entendendo que o modo de produ o constitu do pela unidade das for as produtivas e das rela es de produ o podemos concluir que a sobreviv ncia e desenvolvimento de uma forma o social depende da reprodu o de suas for as produtivas meios de produ o e for a de trabalho e da reprodu o de suas rela es de produ o ALTHUSSER 1999a Nas forma es sociais Capitalistas a reprodu o dos meios de produ o resulta do esfor o para manter dispon veis as mat rias primas as edifica es nas quais a produ o ou parte dela ocorrer manter ou repor as m quinas e ferramentas necess rias para operar sobre os objetos da produ o garantir o fornecimento de energia para mover as m quinas etc Isso tudo se viabiliza nas rela es intercapitalistas nas quais os meios necess rios para determinado setor da produ o obt m se como mercadoria produzida por outro setor ou pelo pr prio Estado Por sua vez a reprodu o da for a de trabalho implica em manter uma quantidade de trabalhadores em condi es de trabalhar suficiente para ocupar os postos de trabalho e para compor uma reserva com vistas reposi o daqueles que se incapacitarem morrerem ou aposentarem A for a de trabalho entendida como o conjunto das diferentes formas de disp ndio de energia dos indiv duos tecnicamente aptos a utilizarem os meios de produ o existentes ALTHUSSER
11. o da natureza incorporando a pr tica social e consequentemente sua objetiva o por constituir uma realidade objetiva com caracter sticas humanas A reprodu o da vida humana ent o depende da manuten o daquelas condi es produzidas ou seja depende da manuten o da objetiva o e apropria o realizadas manuten o da apropria o dos objetos humanos produzidos ao longo da hist ria pela humanidade Esses objetos humanos s o todos aqueles que permitem ao homem uma rela o com a natureza no sentido de subordin la cada vez mais a seus des gnios Compreendem portanto n o s os objetos materiais como tamb m os 207 conhecimentos de como obter da natureza a satisfa o de suas necessidades S o objetos socioculturais que carregam consigo a heran a da produ o das gera es anteriores exigindo das novas gera es a apropria o tamb m dos produtos da atividade social objetivadora atrav s dessa apropria o que s o reproduzidas no indiv duo as aptid es e fun es humanas historicamente desenvolvidas e instituidoras do g nero humano DUARTE 2004 A produ o s cio hist rica do homem diferencia o dessa forma dos outros seres vivos nos quais a rela o entre a esp cie e cada ser pertencente a ela determinada pela heran a gen tica No homem a rela o entre os indiv duos e o g nero humano constitu do historicamente em sociedade mediatizada pela apropria o das objetiva
12. o dos projetos pedag gicos dos Cursos de Gradua o em Medicina das Institui es do Sistema de Ensino Superior Art 3 O Curso de Gradua o em Medicina tem como perfil do formando egresso profissional o m dico com forma o generalista humanista cr tica e reflexiva capacitado a atuar pautado em princ pios ticos no processo de sa de doen a em seus diferentes n veis de aten o com a es de promo o preven o recupera o e reabilita o sa de na perspectiva da integralidade da assist ncia com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania como promotor da sa de integral do ser humano Art 4 A forma o do m dico tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exerc cio das seguintes compet ncias e habilidades gerais I Aten o sa de os profissionais de sa de dentro de seu mbito profissional devem estar aptos a desenvolver a es de preven o promo o prote o e reabilita o da sa de tanto em n vel individual quanto coletivo Cada profissional deve assegurar que sua pr tica seja realizada de forma integrada e cont nua com as demais inst ncias do sistema de sa de sendo capaz de pensar criticamente de analisar os problemas da sociedade e de procurar solu es para os mesmos Os profissionais devem realizar seus servi os dentro dos mais altos padr es de qualidade e dos princ pios da tica bio tica tendo em conta que a respons
13. rea Estas atividades devem ser eminentemente pr ticas e sua carga hor ria te rica n o poder ser superior a 20 vinte por cento do total por est gio 8 2 O Colegiado do Curso de Gradua o em Medicina poder autorizar no m ximo 25 vinte e cinco por cento da carga hor ria total estabelecida para este est gio a realiza o de treinamento supervisionado fora da unidade federativa preferencialmente nos servi os do Sistema Unico de Sa de bem como em Institui o conveniada que mantenha programas de Resid ncia credenciados pela Comiss o Nacional de Resid ncia M dica e ou outros programas de qualidade equivalente em n vel internacional Art 8 O projeto pedag gico do Curso de Gradua o em Medicina dever contemplar atividades complementares e as Institui es de Ensino Superior dever o criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos adquiridos pelo estudante mediante estudos e pr ticas independentes presenciais e ou a dist ncia a saber monitorias e est gios programas de inicia o cient fica programas de extens o estudos complementares e cursos realizados em outras reas afins 76 Art 9 O Curso de Gradua o em Medicina deve ter um projeto pedag gico constru do coletivamente centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e mediador do processo ensino aprendizagem Este projeto pedag gico dever buscar a forma o integral e adequada do estudante
14. 237 ESCLARECIMENTOS FORNECIDOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS AO SUJEITO DA PESQUISA CONSIGNANDO 1 Acesso a qualquer tempo s informa es sobre procedimentos relacionados pesquisa inclusive para dirimir eventuais d vidas o pesquisador realizar uma entrevista com os sujeitos desta pesquisa em local pr determinado Mediante autoriza o do entrevistado o conte do da entrevista ser utilizado na elabora o da tese de doutorado como tamb m poder ser publicado na forma de livro e ou artigos ficando no entanto vedada sua utiliza o para outros fins A grava o realizada na entrevista estar disposi o dos entrevistados a qualquer tempo ficando sob a guarda do pesquisador respons vel 2 Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo caso voc queira desistir de participar da pesquisa poder faz lo em qualquer tempo e no momento em que desejar Para quaisquer esclarecimentos durante o decorrer da pesquisa voc poder utilizar o telefone ou e mail do pesquisador mencionado abaixo 3 Salvaguarda da confidencialidade sigilo e privacidade O sigilo sobre suas afirma es ser garantido uma vez que os resultados da pesquisa ser o divulgados de modo a jamais identificar as afirma es de cada participante Nenhum de seus dados pessoais endere o telefone e mail aparecer na pesquisa ou publica o como preconizam os documentos internacionais a Resol
15. Assim como o aprendiz de artes o o cirurgi o auxiliar participa de um trabalho inteiro como uma totalidade voltada a um fim S o especialistas em forma o Como o cirurgi o n o consegue fixar determinada estrutura para seccion la ou sutur la ao mesmo tempo a uni o de seu trabalho com o de outro cirurgi o cria a uma nova capacidade para a realiza o de um trabalho sobre o qual ambos possuem boa dose de dom nio Nesse processo o cirurgi o auxiliar vai se apropriando cada vez mais das t cnicas e adquirindo maior destreza para realiz las A divis o do trabalho do cirurgi o se d tamb m com o anestesista com a diferen a de que este n o mais auxilia aquele em suas a es mas realiza a es complementares que ganham certa especificidade e autonomia em rela o s a es do cirurgi o A introdu o da anestesia nas cirurgias desencadeia o surgimento de uma nova especialidade uma esp cie de trabalho que tem como fim evitar a dor do paciente suscitando a forma o de um novo especialista Esse tipo de divis o do trabalho difere no entanto daquela na qual se insere o instrumentador cir rgico Sua ocupa o consiste na simples entrega de materiais solicitados pelo cirurgi o A diferen a em rela o ao cirurgi o auxiliar reside no fato do instrumentador realizar um trabalho totalmente subordinado ao controle do cirurgi o O trabalho do instrumentador facilita a a o do cirurgi o livrando o de realizar um
16. a morte que a cura Desde tempos anteriores institui o da cl nica como modo de estrutura o da pr tica FOUCAULT 2006 os m dicos constitu am uma parcela de trabalhadores que ao mesmo tempo detinham o saber e a posse dos meios de produ o que no geral resumiam se aos seus instrumentos pessoais de trabalho Progressivamente no entanto como em todos os setores da produ o Capitalista o Capital foi se 31 apropriando dos conhecimentos materializando os nos meios de produ o cada vez mais complexos e mais caros e retirando a posse destes meios de produ o do trabalhador m dico Desta forma o trabalho m dico deixou de ter as caracter sticas de um trabalho aut nomo Para o Capital o trabalho m dico aut nomo apesar de contribuir para realizar a mais valia de setores como a ind stria de medicamentos improdutivo no sentido de n o permitir diretamente de si a extra o de mais valia Com a crescente incorpora o de tecnologias cujo custo n o pode ser arcado pelo m dico individualmente associada diversifica o das especialidades o trabalho m dico cada vez mais se objetiva e assume a forma de trabalho coletivo ou como o denomina Marx trabalho social MARX 1996 regido pelo Capital e subordinado ao imperativo da extra o da mais valia tornando se assim produtivo no sentido capitalista do termo Apesar da multiplicidade das formas de inser o do m dico no mercado de trabalho gerando gra
17. acordo com seu modo de produ o e rela es de produ o da decorrentes e as possibilidades de realiza o da vida das pessoas que a comp em Marx nos ensina que O indiv duo o ser social A manifesta o da sua vida mesmo quando n o surge diretamente na forma de uma manifesta o de vida comunit ria realizada em coopera o com os outros homens constitui pois uma express o e uma confirma o da vida social MARX 1985 p 146 147 Marx coloca a produ o e reprodu o da vida humana como o problema central da organiza o da sociedade e demonstra sua dupla determina o biol gica e social A ontologia do homem sua produ o enquanto ser social ocorre na ininterrupta transforma o social de sua base biol gica LUK CS 1979 Atrav s de sua a o sobre a natureza o homem produz seus meios de sobreviv ncia com os quais constitui uma nova realidade que exerce sobre ele uma inusitada influ ncia O homem portanto atrav s do trabalho modifica a natureza e modifica sua pr pria natureza desenvolvendo as pot ncias nela ocultas LUK CS 1979 p 17 O homem assim produz a si mesmo atrav s pr xis social diferenciando se dos outros animais a partir do salto ontol gico marcado pela intencionalidade de seus atos produzindo objetos que permitir o a sua exist ncia numa nova dimens o s cio hist rica ao afastar os limites impostos pela natureza Nesse movimento realiza uma apropria
18. dica brasileira pode beneficiar se pela ado o de medidas que levem forma o de um m dico mais adequado a nossas necessidades por outro lado se estas medidas n o forem estabelecidas com base em rigorosa reflex o apoiando uma constru o coletiva que conte com a compet ncia dos pensadores brasileiros que mais do que bem intencionados estejam capacitados para faz lo poderemos obter resultados opostos aos desejados necess rio para isto al m de profundo conhecimento das quest es de sa de e educa o a utiliza o de um instrumental te rico que permita a an lise dos fatos para al m do mbito das rela es intersubjetivas para al m das apar ncias necess rio mais do que tudo isso que se explicite s necessidades de quem estamos querendo que os novos m dicos se prestem a atender Na forma o do m dico estudar o que prevalente resolver os problemas de sa de da popula o racionalizar a utiliza o da tecnologia reduzindo os custos e melhorando as indica es proped uticas e terap uticas sem d vida muito positivo O risco que corremos em primeiro lugar aquele inerente a todas as forma es sociais capitalistas voltadas n o para a produ o de valores de uso mas para a produ o de valor de troca Sob a l gica do Capital o que move o mundo a reprodu o das for as produtivas na dire o da extra o cada vez maior da mais valia Quando as vidas de milh es de trabalhadores pass
19. divis o parcelada do trabalho subdivide o homem e enquanto a subdivis o da sociedade pode fortalecer o indiv duo e a esp cie a subdivis o do indiv duo quando efetuada com menosprezo das capacidades e necessidades humanas um crime contra a pessoa e contra a humanidade BRAVERMAN 1987 p 72 preciso deixar claro portanto que o especialista que surgiu j nas sociedades pr capitalistas aquele trabalhador que realiza um of cio que constitui uma esp cie de trabalho diferente de outras esp cies Ou seja um of cio uma especialidade que uma esp cie de trabalho e n o um fragmento de uma esp cie de trabalho Uma esp cie de trabalho que constitui uma totalidade em rela o sua finalidade ao fim a que se destina o trabalho Um fragmento de trabalho uma fra o de uma esp cie de trabalho fruto da divis o pormenorizada tem um fim tamb m fragmentado que n o tem significado sen o como parte da totalidade O 156 especialista pr capitalista respons vel pela totalidade pelo trabalho dirigido a um fim O capitalismo com a divis o pormenorizada do trabalho produz o trabalhador parcial respons vel apenas por um fragmento desse trabalho destruindo assim o of cio como um processo sob o controle do trabalhador Em nossa sociedade no entanto na depend ncia da parcela que cada trabalhador parcial realiza sua ocupa o se aproxima mais ou menos daquela totalidade do trabalho a qual nos referimos
20. fica cultural t cnica e esportiva subordinados administrativamente Reitoria e vinculados academicamente aos Centros de Estudos para fins de integra o de suas atividades com a comunidade interna e externa S o eles Museu Hist rico de Londrina Padre Carlos Weiss Escrit rio de Aplica o de Assuntos Jur dicos Hospital Universit rio Laborat rio de Produ o de Medicamentos Cl nica Odontol gica Universit ria Casa de Cultura Escrit rio de Aplica o de Assuntos S cio Econ micos Col gio de Estadual Prof Jos Aloisio Arag o Hospital 118 Veterin rio e Fazenda Escola Al m destes possui seis 6 rg os de Apoio Assessoria de Tecnologia de Informa o Biblioteca Central Laborat rio de Tecnologia Educacional Servi o de Bem Estar a Comunidade Editora e Sistema de Arquivos da UEL com a finalidade de atender comunidade da UEL e sociedade constituindo campo de est gio para estudantes de gradua o e de p s gradua o Atualmente oferece 3050 vagas no vestibular distribu das nos 43 cursos de gradua o que conforme os crit rios determinados pelo Minist rio da Educa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira MEC INEP est o assim distribu dos 11 Cursos na rea de Ci ncias Biol gicas e da Sa de 8 na rea de Ci ncias Exatas e Tecnol gica e 24 na rea de Humanidades No ano de 2008 foram matriculados 14 056 estudantes nos cursos de gradua o Em n
21. fiz O diagn stico proponho a terap utica agora se o paciente n o consegue comprar o medicamento o problema dele Se ele n o consegue ter uma rea de trabalho adequada a quest o emocional dele n o um problema n o nosso Talvez o paciente com AVC n o estivesse no hospital se tivesse sido cuidado na hora n o soubesse tivesse sido cuidado da hipertens o que aqui importante ou quais os fatores que fizeram que ele n o tivesse o atendimento adequado aqui pra chegar l 152 10 DISCUSS O O estabelecimento das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina assim como para os demais cursos da rea da sa de tem sido encarado como importante passo contributivo para o fortalecimento do Sistema nico de Sa de uma vez que resultaria na produ o de profissionais com uma forma o adequada s necessidades do trabalho moldado por este sistema H portanto um forte pensamento de que a ades o a tais id ias representaria uma posi o progressista com a ades o ao projeto democr tico e solid rio de constru o e solidifica o de um sistema de sa de p blico e universal Em tempos neoliberais nos quais ao lado da dr stica redu o de renda aumento da precariza o das rela es de trabalho e do desemprego o Estado se desvencilha das pol ticas sociais num movimento de firme retrocesso e abandono da responsabilidade pela reprodu o da for a de trabalho aderir a propostas q
22. gica acima exposta Os problemas em torno dos quais ocorrem as atividades dos tutoriais s o voltados para as quest es mais comuns retirados da epidemiologia regional sofrendo das mesmas limita es que apontamos acima Alguns professores no entanto entendem que se a disciplina proporcionar aos alunos a apreens o da base cient fica do como funcionam as coisas os alunos ter o a base necess ria para compreender doen as que nunca tenham estudado mas que envolvem tais mecanismos de funcionamento Por outro lado essa id ia de adapta o s necessidades locais quando voltada para a an lise da determina o do processo sa de doen a ressalta a fragilidade das an lises que n o se sustentam em fundamentos cient ficos A id ia do trabalho na comunidade visando a transforma o social e a promo o da sa de conduzida sob a orienta o de professores especializados em outras reas geralmente ligadas s ci ncias biol gicas ganha contornos muito rudimentares quando fundada apenas no senso comum e na boa vontade Os fundamentos cient ficos necess rios para a compreens o do processo sa de doen a e sua conex o com a produ o hist rica do humano em determinada sociedade s o obtidos atrav s das categorias do Materialismo Hist rico Dial tico referentes ao modo de produ o e s rela es de produ o que nele se estabelecem N o encontramos men o deste referencial te rico metodol gico em nenhuma
23. mercado sobre este pano de fundo e dentro dos limites de possibilidades determinados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa o no Brasil Lei n 9 394 73 que a produ o das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina aconteceu CONSELHO NACIONAL DE EDUCA O C MARA DE EDUCA O SUPERIOR RESOLU O CNE CES N 4 DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001 Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina O Presidente da C mara de Educa o Superior do Conselho Nacional de Educa o tendo em vista o disposto no Art 9 do 2 al nea c da Lei n 9 131 de 25 de novembro de 1995 e com fundamento no Parecer CNE CES 1 133 de 7 de agosto de 2001 pe a indispens vel do conjunto das presentes Diretrizes Curriculares Nacionais homologado pelo Senhor Ministro da Educa o em 1 de outubro de 2001 RESOLVE Art 1 A presente Resolu o institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina a serem observadas na organiza o curricular das Institui es do Sistema de Educa o Superior do Pa s Art 2 As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Gradua o em Medicina definem os princ pios fundamentos condi es e procedimentos da forma o de m dicos estabelecidas pela C mara de Educa o Superior do Conselho Nacional de Educa o para aplica o em mbito nacional na organiza o desenvolvimento e avalia
24. microbiol gicos etc valorizam se conte dos como os de epidemiologia cl nica medicina baseada em evid ncias an lise cr tica de artigos entendidos como fundamentais para a pr tica m dica na atualidade A aquisi o de habilidades frequentemente mais valorizada que a simples aquisi o do conhecimento te rico como fica evidente no depoimento abaixo A id ia colocar os alunos na dan a logo no primeiro ano para eles se sentirem m dicos Mas o que queremos mesmo nesse est gio que aprendam cuidados b sicos de enfermagem A gente t preparando o indiv duo pra diagnosticar pra ver observar diagnosticar e tratar O que a gente tem s que diagnosticar E com isso a gente estabeleceu alguns par metros importantes o que qu eles tinham que obrigatoriamente ver e o que era coisas mais raras mais dif ceis de analisar Sob essa l gica houve uma redu o importante do tempo destinado s atividades te ricas com aumento daquelas destinadas pr ticas para aquisi o de habilidades mais operacionais 144 O n mero de temas abordados sofreu grande redu o mas sua integra o e a elimina o de repeti es acabaram permitindo maior aprofundamento em alguns casos com o acr scimo de alguns aspectos anteriormente n o contemplados Alguns assuntos no entanto foram retirados por serem considerados muito espec ficos e desnecess rios para a forma o geral do m dico Algumas m s forma es da pared
25. o no entanto continuou e em muitos casos acentuou a nfase nas necessidades b sicas na aten o b sica seletiva na defini o de uma cesta b sica de assist ncia no controle da natalidade no ciclo da pobreza na necessidade de educa o e empoderamento das mulheres como solu o para a maioria das defici ncias do cuidado sa de das popula es pobres Insistiu na promo o do seguro privado na privatiza o de setores p blicos e em medidas como a institui o do co pagamento por parte do usu rio obtendo resultados muito desfavor veis Segundo da UNICEF os programas de ajuste estrutural que seguiram invariavelmente essa receita podem ter contribu do para a morte de 500 000 crian as ao ano RUGER 2006 Obtidas as mudan as inicialmente induzidas o Banco Mundial passa a partir do final da d cada de 90 a afastar se dos servi os b sicos de sa de para optar por outras formas de pol ticas mais amplas que est o dirigidas ao sistema de sa de em seu conjunto RUGER 2006 p 126 No sentido de recobrar a credibilidade maculada pelos maus resultados o Banco reaproxima se da Organiza o Mundial da Sa de tendo recentemente firmado acordos para que aquela organiza o forne a assist ncia t cnica para nas quest es de sa de Ainda neste sentido o Banco Mundial tem retirado de seu discurso o apoio expl cito ao co pagamento privatiza o s medidas gerais de ajuste econ mico centrando suas an
26. o Superior Minist rio da Educa o Organiza o Pan Americana da Sa de OPAS Dispon vel em lt http www sa de gov Br promed gt 227 BRASIL Minist rio da Sa de Secretaria de Aten o Sa de N cleo T cnico da Pol tica de Humaniza o HumanizaSUS documento base para gestores e trabalhadores do SUS Minist rio da Sa de Secretaria de Aten o Sa de N cleo T cnico da Pol tica de Humaniza o 3 ed Bras lia 2006 BRASIL Minist rio da Sa de Secretaria de Educa o Superior Programa de Incentivo a Mudan as Curriculares nos Cursos de Medicina Bras lia 2002b BRAVERMAN H Trabalho e capital monopolista a degrada o do trabalho no s culo XX Rio de Janeiro Ed Guanabara 1987 BREILH J Epidemiologia cr tica ci ncia emancipadora e interculturalidade Rio de Janeiro Fiocruz 2006 BREILH J Nuevos Conceptos y T cnicas de Investigaci n gu a pedag gica para un taller de metodolog a epidemiologia del trabajo Quito Ed CEAS 1994 BREILH J Reforma democracia profunda no retroceso neoliberal In REFORMA en Salud lo privado o lo solidario Quito Ed CEAS 1997 BREILH J Una Perspectiva Emancipadora de la Investigaci n y Acci n Basada en la Determinaci n Social de la Salud In TALLER latinoamericano de determinantes de la salud 30 de septiembre Dispon vel em lt http Anww scribd com docc8738274 Taller no Deter MinAntes Sociales Salud gt Acesso em 20
27. o de sa de e rastreamento de doen as farmacologia e uso racional de exames complementares no idoso Doen as neuropsiqui tricas dem ncias depress o del rium Doen as cardiovasculares doen as coronarianas arritmias insufici ncia card aca valvulopatias acidente vascular cerebral insufici ncia 138 arterial perif rica cr nica Doen as Osteomusculares osteartrose artrite reumat ide osteoporose Doen as nutricionais e metab licas desnutri o obesidade dist rbios da tire ide 9 2 3 M todo pedag gico Como a aprendizagem est centrada nos alunos a estrutura curricular reserva bastante tempo para o estudo por conta pr pria Por isso os alunos s t m atividades programadas pela escola em metade das cinco manh s e cinco tardes da semana letiva A forma predominante de aquisi o de conhecimentos o estudo individual dos alunos orientado por discuss es de problemas realizadas no grupo tutorial al m dos est gios em laborat rios e servi os para o desenvolvimento de habilidades Os professores das disciplinas participam do trabalho nos m dulos como tutores e na condi o de consultores mas n o dando aulas como tradicionalmente As confer ncias s o oferecidas apenas para possibilitar ao aluno uma vis o geral sobre um tema que apresente muitas dificuldades conceituais Os professores entrevistados ressaltam sempre a import ncia do aprendizado quanto a busca das informa es entendendo
28. o do Conhecimento de Acordo com as Necessidades do SUS coesa ini ES area EUR ana 115 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA UEL 117 ANTECEDENTES DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDBISINA DA VEL E E E e E E S 118 A REFORMA CURRICULAR DE 1997DO CURSO DE MEDICINA DA UE a a 119 Organiza o CC UmiCula rc ana na a and a aa nnn 121 EMENIAS srta saia isenta fada CEL aa CR RL E A 124 M todo a cio 10 019 6 0 RR RR DR 138 ANQIA O cuco to conti tos porre COR RLC aaa aco iL Cos ELG aa EO Bando 141 COMQUIO ua a a UR O A a EEE A ESA 142 Conte do das Disciplinas do Ciclo B sico 144 Conte do das Disciplinas do Ciclo Profissionalizante 147 Integra o e Interdisciplinaridade aos 147 Compreens o do Processo Sa de Doen a 150 DISCUSS O ssa e a a 152 SOBRE A FORMA O GENERALISTA eeeeeereerereeeees 154 SOBRE A FORMA O HUMANISTA eres 163 10 3 10 3 1 10 3 2 10 3 3 10 3 4 10 3 5 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 11 SOBRE A CONCEP O PEDAG GICA E A FORMA O ADEQUADA ADAPTADA S NECESSIDADES SOCIAIS DA CONTEMPORANEID ADE cine iii ennen 170 A Filia o s Pedagogias Psicol gicas 172 Construtivismo uma op o pedag gica reacion ria 178 Ades o ao Construtivismo pela Sedu o Alienada
29. rie participam dos M dulos de Atualiza o que ocorrem uma vez ao ano com dura o de duas a quatro semanas Os estudantes podem escolher entre as op es oferecidas pela UEL ou outras a sua escolha desde que aprovadas pelo Colegiado do Curso 121 Os estudantes realizam ainda atividades em comunidades e bibliotecas participam de palestras e t m a sua disposi o sess es de consultoria As consultorias s o di logos agendados com os professores de determinada rea buscando esclarecimento de d vidas advindas das palestras leituras ou atividades tutoriais Dessa forma cada s rie da primeira quarta composta por seis M dulos Tem ticos Interdisciplinares um M dulo de Habilidades um M dulo de Pr ticas Interdisciplinares de Intera o Ensino Servi os e Comunidade e um M dulo de Atualiza o totalizando ao longo do curso trinta e cinco m dulos Nas quinta e sexta s ries ocorre o internato dividido entre as reas de Cirurgia Cl nica M dica Pediatria e Ginecologia Obstetr cia A carga hor ria destinada a cada tipo de atividade de ensino aprendizagem segue a seguinte divis o 605 horas para atividades te ricas 1 514 para atividades pr ticas 3 492 horas para o est gio obrigat rio 992 horas para a tutoria 1 517 horas para os estudos orientados 126 horas destinadas a atividades de avalia o num total de 8 246 horas para o curso Devido ao fato da estrutura o curricular ser bastante peculiar
30. socioecon micas s dificuldades de acesso aos servi os e aos bens de sa de desvaloriza o dos trabalhadores de sa de expressiva precariza o das rela es de trabalho ao baixo investimento na forma o etc Concordamos com os problemas apontados e acrescentar amos pelo menos outro que talvez seja o principal que o baix ssimo investimento no setor em nosso pa s favorecendo os interesses do setor privado Diante dessa situa o se prop e ent o como estrat gia fundamental para o enfrentamento dos problemas a humaniza o entendida como a valoriza o dos diferentes sujeitos implicados no processo de produ o de sa de usu rios trabalhadores e gestores Os valores que norteiam essa pol tica s o a autonomia e o protagonismo dos sujeitos a co responsabilidade entre eles o estabelecimento de v nculos solid rios a constru o de redes de coopera o e a participa o coletiva no processo de gest o BRASIL 2006 p 8 9 A an lise pormenorizada dessa pol tica foge do escopo do presente trabalho interessa nos apenas demonstrar como a humaniza o utilizada como um manto ideol gico que substitui a luta pol tica entre os diversos interesses de setores como o dos trabalhadores usu rios do sistema empres rios dos planos de 169 sa de ind stria m dico farmac utica Estado etc pela id ia de uma fraternidade contagiante que nos levaria a todos a Construir trocas solid rias e co
31. vel de p s gradua o oferece 180 cursos sendo 10 doutorados 28 mestrados 95 especializa es e 47 resid ncias com 3 364 estudantes matriculados assim distribu dos 337 no doutorado 947 no mestrado 1 778 nas especializa es e 302 nas resid ncias 31 m dicas 166 estudantes 4 em medicina veterin ria com 33 estudantes 4 em fisioterapia com 14 estudantes 5 em enfermagem com 36 estudantes 2 em odontologia com 10 estudantes e 1 multiprofissional em Sa de da Fam lia com 43 estudantes mar o 2008 O corpo docente da UEL formado por 1 629 professores dos quais 810 s o doutores 604 mestres 149 especialistas e 66 graduados O corpo t cnico administrativo da Institui o de 3 616 servidores sendo 1 855 lotados no Campus Universit rio e demais rg os e 1 761 no Hospital Universit rio e Ambulat rio do Hospital de Cl nicas mar o 2008 9 1 ANTECEDENTES DA REFORMA CURRICULAR DE 1997 DO CURSO DE MEDICINA DA UEL O curso de Medicina foi criado atrav s do Decreto Estadual n 5216 de 21 12 65 e teve in cio em 1967 na Faculdade de Medicina do Norte do Paran Em 1970 passou a integrar juntamente com o curso de Odontologia o Centro de Ci ncias da Sa de da Universidade Estadual de Londrina criada naquele ano Teve seu reconhecimento em 1971 atrav s do Decreto Federal n 68 545 de 26 04 71 119 A partir de 1970 o curso de Medicina passou a contar com um hospital escola o Hospital Universit rio d
32. 12 2008 BROWN T M CUETO M FEE E La Organizaci n Mundial de la Salud y la transici n de la Salud Internacional a la Salud Global In CUETO M ZAMORA V ed Historia Salud y Globalizaci n Lima IEP UPCH 2006 BRUNO L Poder e Administra o no Capitalismo Contempor neo In OLIVEIRA D A Gest o Democr tica da Educa o desafios contempor neos Rio de Janeiro Vozes 1997 CAMPANA A Salud y Reforma reflexiones para la defensa de lo humano In REFORMA en Salud lo privado o lo solidario Quito Ed CEAS 1997 CAMPOS G W S Considera es sobre a arte e a ci ncia da mudan a revolu o e reforma das pessoas O caso da sa de In CECILIO L C O org Inventando a mudan a na sa de S o Paulo Hucitec 1994 CAMPOS G W S Diretrizes para o Ensino M dico na Rede B sica de Sa de ABEM 2005 Mimeo CARVALHO G C M Financiamento P blico Federal do Sistema nico de Sa de 1988 2001 2002 Tese Doutorado Faculdade de Sa de P blica Universidade de S o Paulo CARVALHO S R Sa de Coletiva e Promo o da Sa de sujeito e mudan as S o Paulo Editora HUCITEC 2005 228 CASTIGLIONI A Hist ria da medicina S o Paulo Companhia Editora Nacional 1947 CATANI A M OLIVEIRA J F DOURADO L F Pol tica Educacional Mudan as no Mundo do Trabalho e Reforma Curricular nos Cursos de Gradua o no Brasil Educa o amp Sociedade S o Paulo v 22 n
33. 158 para o crescente desenvolvimento da produtividade do trabalho e o aumento do engenho destreza e discernimento ao qual est ligado SMITH 1979 p7 Willian Petty Babbage e outros economistas tamb m j haviam apresentado as vantagens da divis o do trabalho para o Capital BRAVERMAN 1987 A quest o central a ser compreendida com base nestes autores e principalmente nos conceitos marxianos que a especializa o fruto da divis o social do trabalho que gera diferentes of cios diferente daquela que fruto da divis o pormenorizada do trabalho que gera trabalhadores parciais Que o trabalhador coletivo que fruto dessa divis o pormenorizada composto por diversos trabalhadores parciais alguns dos quais com baix ssima capacita o E isso n o desqualifica o trabalho coletivo resultante uma vez que h parcelas de trabalho que n o exigem mesmo nenhuma ou quase nenhuma qualifica o Como os processos de trabalho no capitalismo est o organizados na busca permanente da extra o m xima da mais valia interessa ao capital simplific los possibilitando sua realiza o por uma for a de trabalho menos qualificada e portanto mais barata A for a de trabalho desqualificada uma for a de trabalho n o capacitada para um trabalho espec fico mas que est dispon vel para qualquer trabalho em geral que n o exija qualifica o Nesse sentido somos contr rios forma o de um m dico geral se es
34. 180 O Pragmatismo Utilit rio do Ensino por Compet ncias 182 O Ensino por Compet ncias e a Adapta o aos Interesses do Mercado 187 SOBRE OS CONTE DOS ESSENCIAIS PARA A FORMA O DO MEDICOS usei ii RR TE A 193 SOBRE A FORMA O DE UM PROFISSIONAL ADEQUADO S NECESSIDADES DA COMUNIDADE 195 SOBRE A FORMA O DE UM PROFISSIONAL CR TICO AGENTE DA TRANSFORMA O SOCIAL 200 SOBRE A TRANSFORMA O SOCIAL ATRAV S DA PROMO O DE ESTILOS DE VIDA SAUD VEIS 203 SINTETIZANDO A DISCUSS O eeeeeerees 213 CONSIDERA ES FINAIS 215 REFER NCIAS e eee 225 APENDICES sn a abra caras 236 RESUMO O autor realiza uma an lise sobre as reformas curriculares efetuadas na d cada de 90 em cursos de medicina de duas escolas do Paran A an lise baseada no ide rio da reforma sintetizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina que preconiza a forma o de um m dico generalista humanista cr tico e reflexivo adequado s necessidades do Sistema Unico de Sa de e solu o dos problemas mais comuns da comunidade Analisa se a coer ncia interna das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina e a adequa o das reformas institu das ao seu ide rio Os dados foram obtidos a partir de entrevistas com dirigentes docentes e discentes que vivenciaram as reformas e de uma pesquisa documental incluindo relat rios de es
35. 1999a For a de trabalho dispon vel para o Capital ou seja em condi es de trabalhar requer al m do funcionamento do corpo adequado para mover os meios de produ o a compet ncia para desempenhar cada fun o exigida pelos diversos postos de trabalho existentes no processo produtivo em cada momento hist rico Essa compet ncia essa qualifica o para o desempenho de cada fun o de acordo com a inser o no processo produtivo dever ser conferida pela educa o que no sistema capitalista para as fun es ligadas cria o dos meios de produ o inova es tecnol gicas etc ocorrer predominantemente na escola 26 Para as fun es de car ter predominantemente manual o aprendizado ocorrer na pr tica pela imita o dos outros trabalhadores H ainda t cnicas muito sofisticadas cujo aprendizado requer treinamento sob supervis o qualificada o que em geral ocorre tamb m no mbito da escola PONCE 2000 Finalmente para a reprodu o de determinado modo de produ o resta a necessidade da reprodu o das rela es de produ o as rela es que se estabelecem em torno da produ o entre seus agentes ou entre estes e outros elementos que em sociedades de classes n o s o agentes da produ o mas nela interv m ALTHUSSER 1999a Nas forma es sociais Capitalistas a reprodu o das rela es de produ o ocorre na inst ncia da superestrutura em seus n veis jur dico pol tico e
36. 75 ago 2001 CHAU M S Escritos sobre a universidade S o Paulo Editora UNESP 2001 CHAU M S Uma ideologia perversa Folha de S Paulo Caderno Mais 14 mar 1999 CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARAN Brasil l der mundial no ranking de escolas m dicas Informativo do Conselho Regional de Medicina do Paran Curitiba v 11 n 71 p 10 jan mar 2006 CURY C R J Educa o e contradi o elementos metodol gicos para uma teoria cr tica do fen meno educativo 5 ed S o Paulo Cortez 1992 DOLL JR W E Curr culo uma perspectiva p s moderna Porto Alegre Artes M dicas 1997 DONNANGELO M C PEREIRA L Sa de e sociedade S o Paulo Duas Cidades 1979 DRAIBE S M O Welfare State no Brasil caracter sticas e perspectivas Ci ncias sociais hoje S o Paulo VERTICE AMPOCS 1989 DUARTE N Vigotski e o aprender a aprender cr tica s apropria es neoliberais e p s modernas da teoria vigotskiana 3 ed Campinas SP Autores Associados 2004 ESCOLAS m dicas do brasil Dispon vel em lt http www escolasmedicas com br novas php gt Acesso em 25 mar 2008 FEUERWERKER L C M A forma o de m dicos especialistas e a resid ncia m dica no Brasil Sa de em Debate v 25 n 57 p 39 54 jan abr 2001 FEUERWERKER L C M Al m do Discurso de Mudan a na Educa o M dica processos e resultados S o Paulo HUCITEC Londrina Rede Unida Rio de Janeiro As
37. LUKACS 1978 p 103 preciso destacar o papel fundamental da an lise do particular nesta rela o dial tica Nenhum fen meno ocorre se expressa e se d a conhecer atrav s 19 da a o humana em sua singularidade ou generalidade isoladamente atrav s da media o do particular que o fen meno assume as especificidades pelas quais a singularidade se constitui em dada realidade de modo determinado LUC KS 1978 O particular constitui no pensamento a media o entre o espec fico singular e o geral universal que n o podem ser compreendidos de modo isolado e por si mesmos A considera o do particular essencial para superar falsas dicotomias com as quais nos vemos envolvidos frequentemente nas diversas reas do conhecimento entre as manifesta es imediatamente percept veis do fen meno e os processos que os explicam e determinam Um bom exemplo s o as falsas dicotomias do tipo indiv duo sociedade para cuja solu o a an lise da rela o dial tica singular particular universal fundamental na compreens o da complexidade da universalidade que se concretiza na singularidade atrav s das media es sociais a particularidade OLIVEIRA 2005 Todo o processo entre o indiv duo singular e o g nero humano o universal se concretiza nas condi es determinadas e especificadas pela forma o social o particular na qual o indiv duo se encontra inserido Tomar esta forma
38. M dulos de Habilidades Cl nicas e Atitudes s o tamb m avaliadas o que constitui importante diferencial em rela o aos cursos tradicionais por permitir verificar de forma sistematizada a aquisi o das mesmas Muitos dos professores entrevistados manifestam se insatisfeitos com a avalia o do tutorial Embora n o avalie diretamente o dom nio dos conhecimentos mas o comportamento a adequa o ao processo vale 40 da nota necess ria para aprova o o que faz com que mesmo diante de um mau resultado na prova cognitiva o aluno possa ser aprovado Embora existam instrumentos e normas buscando padronizar este tipo de avalia o sua aplica o pr tica ainda envolve muita subjetividade por parte do professor gerando importante diversidade nos resultados dos grupos conforme o tutor respons vel Segundo alguns tutores como os alunos tamb m avaliam o tutor caso este seja muito rigoroso na avalia o dos estudantes ter tamb m uma avalia o ruim por parte deles Disso resulta um pacto silencioso entre tutores e tutorados que acabam recebendo conceitos altos na avalia o independente de seu desempenho 9 2 5 Conte do x A ades o entre os entrevistados id ia do aprender a aprender em detrimento da apreens o do conte do controversa Praticamente todos acham importante desenvolver nos estudantes a capacidade de aprender de buscar por si s as informa es mas alguns consideram que o dom nio dos conte do
39. Tung contida em O Livro Vermelho a hist ria do cont nuo desenvolvimento do reino da necessidade para o reino da liberdade o Capital n o nos permite realizar este potencial historicamente dado A fragilza o j relatada dos Estados de Bem Estar agravou as consequ ncias do desemprego da precariza o dos processos e das rela es de trabalho em especial pela aus ncia de pol ticas macroecon micas geradoras de novos espa os de reprodu o do trabalhador O Estado reafirmou se como instrumento eficiente do Capital na coopta o das organiza es dos trabalhadores ao lado das empresas e na imposi o da ideologia do sindicalismo participativo Sindicatos ali s cuja atua o diante da fragilidade no embate com o Capital passa a ser marcada pela acentua o do corporativismo O desaparecimento de milhares de postos de trabalho na ind stria foi seguido do aumento muito inferior de postos de trabalho no setor de servi os Este movimento por m longe de significar a gl ria do empreendedorismo foi marcado pela profissionaliza o progressiva dos servi os muitos dos quais atrav s de rela es de trabalho flexibilizadas ou precarizadas No Brasil de uma taxa de desemprego de 2 8 em 1980 passamos a uma taxa de 15 em 2000 enquanto a taxa de precariza o elevou se de aproximadamente 33 para mais de 40 no mesmo per odo POCHMANN 2006 46 Os pa ses do terceiro mundo experimentaram uma nova fase de i
40. a Comiss o Interina da 57 Organiza o Mundial da Sa de que se reuniu entre 1946 e 1948 para estabelecer a nova organiza o da sa de internacional cuja constitui o acabou incorporando as antigas ag ncias A sobreviv ncia da Oficina Pan Americana de Sa de criada anteriormente foi permitida mantendo certa autonomia como parte de um esquema de regionaliza o e descentraliza o das a es da Organiza o Mundial da Sa de Em 1948 a primeira Assembl ia Mundial da Sa de reuniu se em Genebra e criou formalmente a Organiza o Mundial da Sa de com sede em Genebra Os EUA principal contribuinte do financiamento da Organiza o Mundial da Sa de mantinha no entanto uma postura contradit ria apoiava o sistema das Na es Unidas com seus objetivos mundiais amplos mas ao mesmo tempo primava por sua soberania e mantinha o direito de intervir unilateralmente em nome da seguran a nacional Sobre os EUA e seus aliados ali s sempre pairou a desconfian a ou reinou a certeza de que utilizavam os organismos internacionais como a Organiza o Mundial da Sa de para viabilizar seus intentos imperialistas Em meio Guerra Fria a URSS e outros pa ses comunistas retiraram se da Organiza o Mundial da Sa de entre 1949 e 1956 acusando a institui o de n o estar cumprindo seu trabalho e de constituir se em instrumento da pol tica exterior imperialista norte americana Como resultado os EUA e seus aliados ficaram co
41. a necessidade humana como um valor relativo que se identifica na depend ncia de op es individuais e das possibilidades de cada pessoa e sua fam lia para satisfaz las atrav s do consumo realizado segundo as leis do mercado Na corrente solid ria por sua vez a necessidade vista como processo determinante da vida cuja realiza o constitui por isso mesmo um direito inalien vel ao qual se deve aceder atrav s de uma distribui o equitativa e segura por parte de todos os membros de uma sociedade a qual deve constituir se solidariamente em prol do m ximo bem comum Ou seja a vis o liberal realiza uma substitui o do direito universal por necessidades discricion rias preparando desta forma o terreno para sua mercantiliza o Se o atendimento sa de e os programas de preven o j n o s o direitos inalien veis mas necessidades discricion rias o Estado tem a possibilidade de decidir quais necessidades deve incluir num pacote m nimo para os pobres e quais deve deixar a cargo do mercado e do livre arb trio dos clientes De acordo ainda com esse autor o conflito de id ias sobre a quest o da necessidade tem se polarizado na atualidade entre uma teoria objetiva e uma teoria subjetiva A teoria objetiva aquela segundo a qual todos os seres humanos t m as mesmas necessidades historicamente produzidas A teoria subjetiva por sua vez marcada pelo relativismo sustenta que as necessidades s o um
42. alienado do conhecimento que lhe proporcionaria a possibilidade de an lise cr tica da realidade e sua compreens o profunda essencial para a transforma o A partir destas constata es entendemos que os cursos aqui estudados devem rever seu direcionamento no sentido de identificar os fundamentos cient ficos essenciais sobre os quais se assenta o exerc cio da medicina e garantir a transmiss o dos mesmos para formar profissionais que com maior autonomia intelectual possam decidir os melhores rumos para a pr tica m dica a servi o da vida humana na plenitude de suas possibilidades dadas pelo grau de avan o da produ o da humanidade Trata se de um posicionamento pol tico Numa sociedade de classes a educa o em geral e a educa o m dica em particular poder adequar se mais aos interesses de uma ou de outra classe nunca aos interesses de ambas uma vez que frequentemente s o opostos Posicionamo nos ao lado dos interesses da classe trabalhadora poss vel formar m dicos eficientes para o mercado atual sem o dom nio dos fundamentos cient ficos Defendemos a forma o de m dicos n o para o mercado mas para o avan o da humanidade no sentido de que cada um d conforme sua capacidade e possibilidade a cada um conforme sua necessidade Necessidade esta marcada pelas possibilidades criadas pela humanidade na transforma o da natureza e de si mesma 225 REFER NCIAS ALMEIDA M J LOPES A G Manual geral
43. ao n vel da apar ncia dos fen menos golpe de morte na possibilidade de compreens o da realidade e seu movimento N o advogamos com isso uma pedagogia da memoriza o acr tica de teorias descoladas da riqueza dos movimentos mais diretamente percept veis da realidade Marx em seus manuscritos econ mico filos ficos demonstra que as coisas em si existentes na natureza s se tornam objeto do conhecimento humano quando o ser humano relaciona se com elas dando lhes significado MARX 1978 portanto atrav s da a o pr tica sobre a natureza que o conhecimento gerado A a o e a reflex o caminham juntas na pr tica humana A concep o e a execu o do concebido caracterizam o trabalho humano As propostas pedag gicas que contribuam para desfazer a falsa dissocia o teoria pr tica ser o desta forma muito bem vindas O cuidado a ser tomado com as propostas da moda do aprender fazendo com invers o da sequ ncia teoria pr tica substitu da por a o reflex o a o de se evitar o espontane smo importante lembrar que o fato de se partir da experi ncia cotidiana n o deve implicar em manter os alunos neste n vel de an lise Pelo contr rio s o in cio de um processo que procurar lev los busca das informa es necess rias para a compreens o do fen meno em sua ess ncia N o h como olvidar que em todos os setores da produ o o conhecimento humano ao se objetivar nos processos e nas m q
44. aqueles que det m a posse dos meios de produ o A possibilidade e o modo de aceder aos objetos produzidos n o s o iguais para os diversos grupos impondo diversas formas de desgaste e reposi o da energia necess ria para a manuten o da vida determinando assim diversas condi es de sa de para cada grupo conforme sua inser o na produ o e no consumo O funcionamento de cada corpo biol gico portanto est na depend ncia do grau de desenvolvimento das for as produtivas das rela es de produ o e da forma de inser o de cada indiv duo na produ o e no consumo em cada forma o social em cada momento hist rico Naturalmente que diferentes indiv duos submetidos a condi es de exist ncia muito semelhantes podem apresentar comportamentos e rea es muito diversas mas essa diversidade para cada grupo a que pertencem os indiv duos se d dentro dos limites muito bem determinados que os diferenciam de outros pertencentes outra classe ou a outra forma o social com outro grau de desenvolvimento de suas for as produtivas ou outro modo de produ o por isso que afirmamos que a sa de determinada social e historicamente porque a vida humana o em toda sua dimens o preciso deixar muito claro que a id ia da determina o social n o constitui um determinismo como se apregoa na atualidade pelos filiados ao pensamento p s moderno e que o pensamento marxiano tomado com rigor e corre o n
45. atendimento de situa es de emerg ncia e urg ncias pedi tricas 6EST520 Treinamento em Pronto Socorro Tocoginecol gico GIN e Treinamento em plant es noturnos no atendimento de situa es de emerg ncias e urg ncias tocoginecol gicas 6EST522 Est gio Supervisionado em Deontologia e Bio tica MED e Conceitos fundamentais em Bio tica T picos de interesse m dico em Deontologia e Bio tica pesquisa em seres humanos reprodu o humana transplantes terminalidade morte aborto eutan sia suic dio assistido C digo de tica M dica Rela o m dico paciente Erro m dico Comiss o de tica em pesquisa e bio tica Bio tica global 6EST544 Est gio Supervisionado em Psiquiatria B MED e Anamnese Exame do Estado Mental Rela o M dico Paciente Transtorno de Humor e Neur ticos relacionados ao estresse e somatoforme Esquizofre nia Transtornos Mentais e de Comportamento decorrentes do uso de subs t ncias psicoativas Transtornos Mentais Org nicos Terapias Biol gicas e Psicol gicas 6 S rie 6EST523 Est gio Supervisionado em Cardiologia e Cirurgia Card aca e Atividades em Radiologia MED CIR e Insufici ncias card aca e coronariana Valvulopatias Doen a reum tica Endocardiopatias Miocardiopatias Urg ncias em Cardiologia Arritmias card acas Pericardiopatias Eletrocardiografia Radiologia clinica Teste ergom trico Ecocardiografia Eletrocardiografia din mica Hemodin
46. b sicos reduzindo significativamente a demanda pelos produtos importados cuja comercializa o poderia manter as taxas de ingresso necess rias para sustentar o Estado de Bem Estar dos pa ses exportadores Por outro lado no mbito geral do Capital a queda tendencial da taxa de lucro MARX 1965 foi aos poucos inviabilizando a manuten o das taxas compensadoras de lucratividade da ind stria As taxas de lucro at ent o obtidas n o seriam mais poss veis e o Capital necessitaria criar novos espa os de acumula o O desenvolvimento dos meios de produ o com a grande eleva o da produtividade alavancada pela automa o e a informatiza o reduziu drasticamente a necessidade de trabalho vivo J n o mais necess rio garantir a reprodu o da vida dos trabalhadores nos patamares anteriores e a privatiza o daqueles setores ocupados pelo Estado de Bem Estar significa a reabertura de espa os de realiza o de lucro fundamentais para o Capital 44 Deixar de garantir a reprodu o da vida produtiva de todos os trabalhadores al m de necess rio para recuperar os espa os de realiza o do Capital passou a ser poss vel diante da menor demanda por trabalho vivo e diante da extin o do bloco Socialista A manuten o da hegemonia do Capitalismo tornou se mais f cil uma vez que o modo de produ o sob o qual opera quase que a totalidade da humanidade Ressurgem ent o as id ias gestadas por Hayek em 1944 A cr
47. baixa densidade tecnol gica e custos m nimos Tais exig ncias uma vez adotadas influenciam de forma extremamente danosa setores fundamentais como a educa o e a sa de Em contraposi o integralidade da aten o e universalidade do acesso conquistadas em lei entre outros direitos pelo povo brasileiro com a institui o do SUS apresenta se a id ia da cesta b sica de servi os visando universalizar o 80 acesso apenas aten o prim ria nos limites dos recursos dispon veis para cada agrupamento social A reflex o sobre as pr ticas de sa de e a forma o m dica necess ria para o desenvolvimento e o bom desempenho de tais pr ticas tem se mantido na ordem do dia principalmente nas ltimas d cadas devido aos novos desafios com que se deparam tanto os servi os de sa de e o trabalho m dico que neles desempenham papel central quanto a educa o m dica Neste sentido podem ser citados desde o emblem tico estudo sobre a Educa o M dica de Juan C sar Garcia realizado em 1972 e inserido em sua obra Pensamento Social em Sa de na Am rica Latina 1989 at as contribui es mais atuais de autores brasileiros como Schraiber 1989 Campos 1994 Mendes 1996 Feuerwerker 1998 2001 2002 Marcondes e Gon alves 1998 Batista e Silva 1998 Almeida 1999 Lampert 2002 Merhy 2002 entre outros As tens es constantemente atualizadas pelo confronto apresentado de pr ticas m dicas cada ve
48. bibliogr fico e pedag gico utilizados assim como registros de atividades pedag gicas buscamos identificar as modifica es induzidas pelas reformas 23 curriculares e suas repercuss es sobre a transmiss o dos fundamentos cient ficos aos futuros m dicos Para a elabora o da entrevista buscou se introduzir questionamentos que permitissem inquirir sobre as poss veis altera es de conte do conforme os direcionamentos da mudan a cuja constru o teve in cio na d cada de 90 e que permanecem com pequenas reformula es nas diretrizes curriculares e nos programas nacionais de reorienta o da forma o m dica voltados para a forma o geral do m dico que contemple a an lise dos determinantes do processo sa de e doen a a produ o de conhecimentos segundo as necessidades do SUS an lise cr tica do processo assistencial integra o do conhecimento b sico com o profissionalizante atrav s de auma aprendizagem ativa em novos cen rios de aprendizagem contemplando a integra o docente assistencial A sele o da amostra foi orientada de modo a garantir a entrevista de professores de todas as disciplinas b sicas e de 20 das profissionalizantes Dentre as consideradas do ciclo profissionalizante selecionamos aquelas que no nosso entender t m maior import ncia para a forma o de um m dico generalista conforme o perfil preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina A
49. correntes que se possuem a epistemologia gen tica de Piaget como origem comum diferenciam se pelas influ ncias de diversos outros autores Mesmo assim algumas caracter sticas que lhe confeririam um n cleo de razo vel unidade podem ser apontadas tais como o entendimento de que a aprendizagem um processo de elabora o individual do sujeito que constr i a realidade a partir de suas representa es internas a aprendizagem deve dar se em cen rios realistas nos quais os conte dos s o extra dos do pr prio cotidiano do sujeito o conhecimento fruto da intera o adaptativa que cada pessoa realiza com o meio o ensino escolar deve levar o aluno a aprender a aprender com base em sua realidade reduzindo se os conte dos pr determinados a id ia de que o professor n o ensina apenas anima a constru o do conhecimento pelo sujeito a partir de seus conhecimentos pr vios ARCE 2005 p 50 10 3 2 Construtivismo uma op o pedag gica reacion ria Segundo Arce 2005 a partir do reconhecimento destas caracter sticas fica evidente no entanto a irmandade ideol gica do construtivismo com o p s modernismo e o neoliberalismo o que torna bastante question vel a id ia de que essa concep o do processo educativo seria progressista Quando se afirma que o construtivismo n o aceita que exista conhecimento objetivo universal e que a atribui o de sentidos e significados para a realidade fruto de const
50. curr culo no sentido de formar um m dico adequado s necessidades de cada regi o ou da comunidade tem acarretado nas escolas estudadas a omiss o de conte dos n o muito comuns em determinadas regi es formando um m dico regional Como j dissemos a escolha dos conte dos nem sempre ocorre com base nos fundamentos cient ficos o que conferiria ao m dico a apropria o das bases te ricas gerais que lhe permitiriam compreender novas manifesta es particulares com as quais ainda n o tivesse contato a escolha se d a partir das diversas manifesta es fenom nicas daqueles fundamentos como uma lista de doen as mais comuns em cada regi o deixando de fora conte dos necess rios caso mude o perfil de morbidade local ou o m dico passe a trabalhar em outra regi o Na UFPR o conte do das disciplinas profissionalizante sofreu grande redu o com a retirada das patologias menos frequentes Alguns entrevistados demonstraram se insatisfeitos pela perman ncia ainda da abordagem de doen as como a Mal ria pela disciplina de parasitologia uma vez que no Paran essa doen a n o ocorreria Coincidentemente o docente de parasitologia da UEL refere que o estudo da Mal ria retirado inicialmente fora retomado devido ao atendimento nos servi os de sa de de Londrina de pacientes portadores dessa doen a provenientes de outras localidades 199 A UEL assim como a UFPR direcionou o recorte do conte do pela l
51. da mais valia das ind strias farmac uticas aliment cias equipamentos leitos e m veis de hospital etc ao vincular a cura com o ato de consumo com a compra de um produto POLACK 1971 longevidade a beleza a for a sexual se correlacionam com a s fisiologia do corpo num sincretismo desconcertante Leveduras e vitaminas alimentos eleitos aparatos f sicos diversos e pastas dentifr cias com ingredientes excepcionais nestes produtos est o resumidas as qualidades necess rias para eliminar nossa torpeza terrestre POLACK 1971 p 127 Sempre bom lembrar no entanto que n o a forma como se estrutura a Medicina que de maneira aut noma determina esta verdadeira adi o ao consumo de medicamentos equipamentos e servi os ligados ao cuidado da sa de Mais do que causa a forma como a Medicina se efetiva consequ ncia ou como afirma Navarro 1979a sintoma das necessidades b sicas das institui es sociais e econ micas pr prias das sociedades industrializadas capitalistas Nessas forma es sociais a necessidade de consumir n o somente os produtos da Medicina reflete o 29 fato de que homens e mulheres dependem de algo que possa ser comprado uma vez que n o exercem nenhum controle sobre o produto de seu trabalho e s o dirigidos e manipulados no consumo dos produtos desse trabalho Esta depend ncia do consumo fetichismo da mercadoria MARX 1996 fundamental para a sobreviv ncia do Capitalismo q
52. de formar os profissionais necess rios para realizar a pr tica m dica existente Nas forma es sociais Capitalistas cabe educa o formar os trabalhadores necess rios para ocupar os diversos postos de trabalho capacitando os tecnicamente para tal Cabe ainda transmitir uma vis o de mundo um conjunto de valores uma ideologia coerentes com o modo de produ o vigente Para garantir a forma o de trabalhadores para todos os postos de trabalho caber educa o tamb m produzir um mecanismo de distribui o destes trabalhadores nos diversos espa os da produ o preciso disponibilizar m dicos engenheiros advogados professores etc assim como vigias pedreiros lixeiros entre outros Esta distribui o de modo geral realiza se atrav s de mecanismos de avalia o que permitem a classifica o e sele o daqueles que ir o ocupar cada espa o na produ o conforme o m rito A esta l gica t m se denominado meritocracia L gica segundo a qual como todos t m acesso mesma educa o triunfar o aqueles que mais se esfor arem e que tiverem sido agraciados pela natureza ou aben oados pela gra a divina com os dons necess rios para vencer na vida Esquece se nessa vis o de que mesmo que as escolas fossem realmente todas iguais a educa o n o se d unicamente no interior das mesmas V rias das aptid es a serem desenvolvidas na escola ou necess rias para um bom aproveitamento escolar s o em grande
53. de informa es sob responsabilidade exclusiva do estudante As poucas oportunidades de transmiss o do conhecimento restantes restringem se praticamente s confer ncias que procuram auxiliar a sistematiza o das an lises realizadas nos tutorias dirimir d vidas ou aprofundar alguma quest o que o conferencista julgue necess ria Alguns dos professores entrevistados aderiram completamente id ia de que o conte do secund rio e que o importante aprender a aprender Outros docentes mesmo alguns que se posicionam favor veis nova pedagogia n o abrem m o da transmiss o dos conte dos que lhes parecem essenciais criando situa es muitas vezes extracurriculares para que isso possa acontecer A assun o da condu o de grupos tutoriais por professores de qualquer rea diferente de sua especialidade tem sido identificada como uma importante restri o do m todo por aqueles que defendem a centralidade do dom nio dos conte dos no processo de aprendizagem Por outro lado professores de uma determinada disciplina que conduziram um grupo tutorial nos primeiros semestres e retomam o contato com os alunos em semestres posteriores consideram bastante satisfat ria a rela o que os estudantes estabelecem dos conte dos iniciais com as pr ticas ambulatoriais por exemplo Dentre os professores entrevistados aqueles que acompanham o internato ou que retomam o contato com os estudantes na p s gradua o mostram se insatis
54. de aula Est faltando um pouco disso Diversas iniciativas j est o sendo empregadas no sentido de suprir essa defici ncia como aumento do n mero de confer ncias a oferta de cursos de f rias e disciplinas eletivas Fa o v rias palestras inclusive superando minha carga hor ria para tentar resgatar coisas que est o faltando como biometabolismo que a coordena o acha que n o cabe Fiz um curso de f rias que foi timo As eletivas s o bem procuradas Oferecemos uma disciplina eletiva de 60h que tem boa procura O desempenho da fun o de tutor requer do professor al m do conhecimento da din mica do grupo tutorial o conhecimento do m dulo tem tico que tutora mas n o como um especialista que domina profundamente os conte dos abordados O tutor conhece os objetivos do m dulo tem tico atrav s de manuais previamente elaborados pela comiss o de curr culo e a partir destes busca apoiar o grupo de estudantes em suas reflex es Busca se assim contemplar os princ pios da educa o de adultos que parte do conhecimento anterior sobre o assunto com a incorpora o das informa es que os estudantes percebem como necess rias 140 Em cada m dulo os alunos s o colocados diante de v rios problemas para os quais buscar o solu es Ap s a leitura e compreens o dos mesmos formulam hip teses de solu o estabelecem objetivos de aprendizagem buscam as informa es necess rias para cumprir tais objeti
55. de foram fortemente influenciadas por um contexto pol tico marcado pelo enfraquecimento da hegemonia norte americana na Guerra Fria pelo aparecimento das na es africanas pela difus o de movimentos nacionalistas e socialistas e pela emerg ncia de novas teorias de desenvolvimento que punham nfase na independ ncia econ mica dos pa ses perif ricos em rela o aos industrializados e no crescimento em longo prazo mais que na interven o tecnol gica em curto prazo BROWN CUETO e FEE 2006 Nesta conjuntura a Organiza o Mundial da Sa de passou a apregoar nos anos 70 que o provimento de uma infra estrutura sanit ria desenvolvida ao lado de pessoal que atendesse as enfermidades mais comuns e o surgimento de servi os b sicos de sa de a n vel nacional eram pr requisitos para o xito dos programas de controle de doen as como a mal ria entre outras especialmente na frica Com base em experi ncias de Organiza es N o Governamentais de mission rios m dicos e no trabalho dos m dicos descal os da China foi se constituindo um corpo de conhecimento e um novo modelo de organiza o dos servi os de sa de que passou a ser denominado de Aten o Prim ria de Sa de APS A Aten o Prim ria de Sa de caracterizada por centrar a aten o nas necessidades essenciais de sa de inclu a treinamento de trabalhadores comunit rios de sa de e a resolu o dos problemas econ micos e ambientais b sicos que causavam os p
56. de metodologias pedag gicas ativas e centradas nos estudantes visando prepar los para a auto educa o permanente num mundo de constante renova o da ci ncia BRASIL 2002 p 19 O referido edital indica tamb m como imagem objetivo a interven o no processo formativo para que os programas de gradua o possam deslocar o eixo da forma o centrado na assist ncia individual prestada em unidades hospitalares para um outro processo em que a forma o esteja sintonizada com o SUS em especial com a aten o b sica e que leve em conta as dimens es sociais econ micas e culturais da popula o instrumentalizando os profissionais para enfrentar os problemas do bin mio sa de doen a da popula o na esfera familiar e comunit ria e n o apenas na inst ncia hospitalar Tal movimento deve estar sustentado na integra o curricular em modelos pedag gicos mais interativos na ado o de metodologias de ensino aprendizagem 87 centradas no aluno como sujeito da aprendizagem e no professor como facilitador do processo de constru o de conhecimento As novas intera es devem estar sustentadas tamb m em rela es de parceria entre as universidades os servi os e grupos comunit rios como forma de garantir o planejamento do processo ensino aprendizagem focalizado em problemas sanit rios prevalentes 88 8 A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN UFPR z A Universidade Federal do Paran uma institui
57. detrimento da l gica que desviou o eixo pedag gico dos conte dos para o m todo de aprendizagem do intelecto para o sentimento do professor para o aluno do diretivismo para o n o diretivismo ou seja de uma pedagogia de inspira o filos fica centrada na ci ncia da l gica para uma pedagogia de inspira o experimental baseada principalmente nas contribui es da biologia e da psicologia Em suma trata se de uma teoria pedag gica que considera que o importante n o aprender mas aprender a aprender SAVIANI 1984 p 13 A organiza o escolar apropriada concep o escolanovista prop e ent o agrupar os alunos por reas de interesse decorrentes de suas atividades e n o por disciplinas Uma educa o centrada nos alunos protagonistas da busca pelos conhecimentos onde o professor assume um papel de mero animador pedag gico O cerne da a o educativa localiza se na rela o professor aluno na rela o interpessoal intersubjetiva Na Nova Escola como a aprendizagem decorr ncia espont nea de um ambiente estimulante e da rela o entre os alunos e entre eles e o professor preciso trabalhar em pequenos grupos num ambiente estimulante dotado de materiais did ticos ricos biblioteca e outros meios de acesso s informa es Ao professor cabe auxili los a buscar estes conhecimentos ou seja auxili los a aprender a aprender Em que pese a Pedagogia Nova ter se tornado dominante enquanto concep o
58. do imprevis vel e arriscado mundo atual a comiss o prop e um novo conceito de educa o educa o ao longo de toda a vida recomendando como j ocorrera na Confer ncia de Jomtien que se explore o potencial educativo dos meios de comunica o da profiss o da cultura e do lazer redefinindo os cen rios destinados aprendizagem Esse conceito de educa o 51 seria alcan ado a partir de quatro tipos de aprendizagem aprender a aprender aprender a fazer aprender a ser e aprender a viver junto O documento ressalta entre outras a necessidade de desenvolver a capacidade de adapta o ao mundo do trabalho marcado pela possibilidade incerteza da conquista de um posto de trabalho e a necessidade de adapta o a poss veis empregos Aparecem aqui tamb m as id ias segundo as quais a educa o deve ocorrer em parceria com empregadores na altern ncia entre per odos de forma o e de trabalho no sentido de forjar pessoas com potencial para ocupar poss veis postos de trabalho O ensino superior visto como motor do desenvolvimento econ mico deposit rio e criador de conhecimento mediante a pesquisa l cus da alta especializa o adaptada economia e sociedade P lo da educa o ao longo da vida ao ensino superior s o dirigidas as pol ticas de educa o permanente na modalidade dist ncia Prop e se tamb m a institui o de novas modalidades de educa o superior com estudos mais flex veis e me
59. do jugo do Estado No caso dos seguros e planos de sa de a opera o que realiza o Capital inclui desde semear o descr dito no servi o p blico at disseminar a id ia de que a preserva o da sa de e a manuten o da vida dependem do consumo dos produtos e servi os de sa de cujo custo n o poder ser arcado diretamente pelo consumidor que ent o se convence da necessidade de adquirir o seguro No que diz respeito reprodu o da for a de trabalho a participa o da Medicina ocupa posi o central A for a de trabalho em geral tem como substrato o corpo do trabalhador e para que este corpo possa realizar se como tal sua anatomia e fisiologia dever o estar preservadas Independente do fato de que no Capitalismo para os diferentes grupos sociais a anatomia e a fisiologia dos corpos dever estar adequada a seu uso conforme a inser o na produ o cabe fundamentalmente Medicina preserv las O produto da Medicina portanto um fator de reprodu o da for a de trabalho valor de uso para o Capital N o podemos por m esquecer que ao contribuir para manter os corpos em condi es de serem explorados como for a de trabalho a Medicina contribui para manter nos indiv duos A mais valia constitui todo o valor produzido pelo trabalho que supera o valor necess rio para a reprodu o da for a de trabalho ou seja que supera o valor necess rio para a preserva o da capacidade de trabalho do trabalha
60. dos mais significativos e n o a possibilidade que esses conte dos teriam de aprofundar a compreens o da realidade Perceber essa quest o permite compreender ent o porque se privilegia o m todo em detrimento do conte do Porque a prioridade do como ensinar em detrimento do que ensinar 191 assim como a valoriza o de destrezas e habilidades cognitivas em detrimento dos pr prios conte dos curriculares MIRANDA 2005 Na Medicina a id ia da necessidade da ado o desse tipo de pedagogia embora intensamente presente na atualidade tomou vulto desde h muito Arouca 1975 comenta que para obten o da atitude preventiva preconizada na confer ncia de Colorado Spring no in cio da d cada de 1950 entendia se como necess ria uma mudan a pedag gica no sentido de vencer a resist ncia dos alunos as a es ou atitudes propostas Dentro do discurso preventivista propunha se a aprendizagem ativa com m xima redu o das aulas magistrais substitu das por semin rios discuss es de grupos din micas etc AROUCA 1975 p 180 Quanto a essa quest o da mudan a pedag gica os resultados das entrevistas demonstram que na UFPR n o ocorreu uma mudan a significativa no que poder amos chamar de atitude pedag gica dos professores Como a maioria deles inclusive nunca passou por uma reflex o profunda sobre o assunto as influ ncias desse ide rio foram muito diversas e em geral bastante limitadas As mudan as ocorreram mais
61. dos n o s o identific veis espontaneamente pelo sujeito que aprende na busca da solu o dos problemas com os quais se defronta O recorte do conte do n o pode ser obtido a partir do que se mostra necess rio para a solu o imediata de um problema H de 184 ser voltado para o dom nio do arcabou o acumulado pela humanidade que permitem o avan o em sua rela o com a natureza e com os outros homens na permanente produ o da vida em sociedade Muito diferente dessa participa o no movimento de avan o da produ o do g nero humano a id ia do desenvolvimento de compet ncias para a solu o de problemas em busca da efici ncia necess ria para a sobreviv ncia no competitivo mercado de trabalho Compreender a educa o como mero processo de treinamento para a mobiliza o de conhecimentos com o fito de resolver quest es apresentadas pela pr tica cotidiana constitui perversa restri o das finalidades de um processo que desinteressado pode disponibilizar a imensa gama de conhecimentos socialmente produzidos potencializando as possibilidades de humaniza o de cada indiv duo como part cipe de uma pr xis emancipat ria Na l gica das compet ncias o conhecimento se expressa no alcance de comportamentos esperados num saber fazer que delimita tamb m um poder fazer configurando segundo Silva 2008 uma forma o administrada o retorno aos princ pios da Pedagogia Tecnicista que como j dissemos rad
62. e fisiopatologia dos processos patol gicos em geral Muitas das doen as comuns n o 111 s o sequer abordadas dengue febre amarela mal ria assim como procedimentos mais simples e comuns necess rios para a forma o de um m dico geral Falta o aprendizado de quest es de cirurgia ambulatorial ex drenar abscesso Este espa o o HT mas s o s 10 dias divididos com enfermaria centro cir rgico Acaba dando 3 dias quando muito O internato mesmo ap s a reforma tido assim como em muitas escolas como lugar de excel ncia para o aprendizado No entanto tamb m nele a reforma gerou mudan as importantes com redu o acentuada da carga hor ria Segundo os entrevistados o impacto dessa redu o embora em algumas situa es tenha sido negativo em muitas outras n o teve grande significado uma vez que a carga hor ria formal n o era cumprida efetivamente TABELA 3 DEMONSTRANDO AS MUDAN AS NO INTERNATO ADVINDAS DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR INTERNATO CURRICULAR OBRIGAT RIO Cl nica Cir rgica 1350 Cl nica Cir rgica 880 470 Cl nica M dica 1350 Cl nica M dica 880 470 Pediatria 1350 Pediatria IV 880 470 Tocoginecologia 1350 Tocoginecologia IV 880 470 INTERNATO CURRICULAR OBRIGAT RIO ELETIVO OPTATIVO Especialidades Cir rgicas 440 Cl nica Cir rgica 675 RR Diagn sticos 440 ou ou 235 Cl nica M dica Il 675 Aten o Prim ria Sa de 440 o
63. e Cirurgia III 180 258 75 Nefrologia A 60 Urologia A 60 Farmacologia M dica 18 75 438 75 Hematologia e Oncologia A 60 Dermatologia A 60 ioa Cl nica M dica e Cirurgia II inclui ia Infecciosas e Parasit rias cirurgia pl stica 140 Farmacologia M dica 18 75 228 75 seria compensado nas PAG 133 75s 88 75 107 Neurologia A 60 Neurocirurgia A 45 Oftalmologia 45 Reumatologia A 60 Traumatologia e Ortopedia A 90 Farmacologia M dica 11 18 75 318 75 Ginecologia A 90 Obstetr cia A 90 Tocoginecologia Il e III 60 60 60 60 Reprodu o Humana A 60 240 Neonatologia 15 Cirurgia Pedi trica A 45 Pediatra Social A 15 Cl nica Pedi trica 45 Pediatria e Cl nica Cir rgica Il 60 55 Cirurgia Pedi trica 45 Cl nica M dica e Cirurgia IV 140 178 75 Pediatria e Cl nica Cir rgica 60 0 T cnica Operat ria e Bases de Cirurgia A 90 ou T cnica cir rgica e cirurgia experimental 90 T cnica cir rgica e cirurgia 0 experimental 90 Sa de mental 45 Psiquiatria III 60 15 Psiquiatria 60 Psiquiatria IV 60 Psiquiatria Il 60 Psiquiatria V 60 Medicina Legal A 90 Deontologia M dica 30 Medicina Legal e tica 60 60 Sa de Sociedade e Meio Ambiente Sa de Comunit ria 90 60 30 Sa de Comunit ria II 90 Sa de e Trabalho 60 30 Sa de Comunit ria III 90 Epidemiologia 60 30 FONTE UFPR 1997 Segundo al
64. e pr tica m dica em nossa sociedade Principalmente no que diz respeito inadequa o da forma o Para Schraiber 1989 a contradi o entre o papel efetivo e o papel apresentado da escola re traduzida ideologicamente como inadequa o Apresenta se a educa o escolar como processo de ajuste s necessidades do conjunto da sociedade ocultando se as contradi es originadas nas rela es de classe educa o m dica no Capitalismo cabe produzir profissionais que mantenham a pr tica m dica Capitalista no que diz respeito realiza o do lucro da ind stria m dico farmac utica reprodu o da for a de trabalho necess ria para a produ o Capitalista e manuten o da hegemonia da ideologia Capitalista para a aceita o das rela es de explora o A Educa o e a Medicina pr ticas hegem nicas nas sociedades Capitalistas est o portanto a servi o da classe dominante O que as coloca em cheque sua aparente inadequa o no sentido de satisfazer as necessidades do conjunto da popula o A crise da Medicina ocidental parte integrante da crise mais ampla do Capitalismo contempor neo demarcada segundo Navarro 1979b pela crise de legitima o e acumula o do Capital com a consequente crise das sociedades ocidentais e seus sistemas de sa de A crise da Medicina em particular tem se explicitado por seu intenso crescimento acompanhado da inefic cia para resolver os principais problemas
65. ensino assim privilegia os processos de obten o dos conhecimentos Centrado no aluno parte de seu interesse em desenvolver procedimentos que o conduzam posse dos conhecimentos capazes de responder as suas d vidas e indaga es Arrisca se assim a perder a cientificidade ao desprezar como ponto de partida os conhecimentos j produzidos pela ci ncia A aprendizagem ativa n o pode significar a produ o do conhecimento pois isto tarefa da ci ncia que requer amplo dom nio dos conhecimentos j produzidos e rduo trabalho de investiga o O que se pode produzir ativamente no processo de ensino aprendizagem a apropria o dos conhecimentos que a ci ncia j produziu fazendo com que o estudante perceba o caminho percorrido para a constru o das teorias cient ficas compreendendo as como s nteses provis rias e percebendo as conex es de cada conceito com a totalidade que se busca apreender A ado o de pedagogias problematizadoras pode contribuir significativamente para a forma o de um aluno capacitado para detectar os problemas reais e para buscar em coopera o solu es originais O ensino em pequenos grupos de alunos preconizado por este tipo de pedagogia permite o acompanhamento sistem tico do progresso do aluno por parte do professor Este num processo constante de avalia o percebendo as necessidades de aproxima o do aluno ao objeto de aprendizagem poder criar sucessivas aproxima es ao m
66. escandaliza com a venda do trabalho isto com a subordina o da atividade de trabalho ao seu valor de troca Uma sociedade que n o se escandaliza com o fato de a produ o de alimentos ser determinada pela lucratividade Uma sociedade que n o se escandaliza com o fato de que a educa o e a sa de transformem se em mercadorias Como afirmou Marx mesmo quem defenda um discurso moralizante ao agir no mbito econ mico n o pode deixar de levar em conta a l gica do capitalismo cuja moral a da acumula o da rentabilidade e do lucro Em ltima inst ncia a l gica econ mica do capitalismo n o harmoniz vel com princ pios ticos como solidariedade fraternidade e justi a Mas o capitalismo precisa que coexistam os dois tipos de discurso o econ mico pragm tico e o discurso moral pois o segundo necess rio particularmente para evitar o total 170 esfacelamento do tecido social que resultaria da radicaliza o do pr prio princ pio liberal segundo o qual o progresso social resulta da busca incessante de satisfa o das necessidades e dos interesses pessoais DUARTE 2004 p 143 10 3 SOBRE A CONCEP O PEDAG GICA E A FORMA O ADEQUADA ADAPTADA AS NECESSIDADES SOCIAIS DA CONTEMPORANEIDADE Para cumprir aquele papel progressista ao qual anteriormente nos referimos apregoa se que a educa o m dica assim como a educa o em geral teria que se adaptar s necessidades decorrentes de muda
67. especialidades As investiga es t m investido na rea de produ o e avalia o de protocolos cl nicos inova es da gest o an lise de custo benef cio 3 An lise cr tica do processo assistencial a b C 2 Cmo voc v a rela o entre o projeto pedag gico e o desenvolvimento da capacidade cr tica do aluno O curso tem promovido o desenvolvimento da capacidade cr tica do aluno Na sua opini o o processo de ensino aprendizagem pode contribuir para a an lise cr tica da totalidade da experi ncia assistencial servi os b sicos especializados etc e sistema de sa de com seu modelo assistencial Isto tem ocorrido nesta escola Existem atividades sistematizadas que buscam desenvolver no estudante a capacidade de pesquisa e sele o de informa es em livros peri dicos e bases de dados 4 Integra o ciclo b sico ciclo profissional a b C Como voc v a quest o da integra o do ciclo b sico com o ciclo profissional Isto j ocorre nesta escola Como i Curr culo integrado descrever ii Curr culo modular descrever ii Atividades integradoras descrever v Inter trans multi pluri disciplinaridade descrever 5 Mudan a metodol gica a b C o FSO Foram implantadas mudan as pedag gicas no curso Quais inova es pedag gicas existem no curso O ensino centrado no professor fundamentalmente em aulas expositivas para grande n
68. esta imensa parcela da popula o mundial Para Offe 1994 n o h perspectiva de utiliza o e manuten o desta for a de trabalho N o h perspectiva de reconstru o do pleno emprego e portanto dos fundos p blicos serem utilizados para a reprodu o da for a de trabalho Como s o pessoas desnecess rias tanto para a produ o de mercadorias como para o seu consumo uma vez que seus ingressos n o lhes permitem consumir os produtos que interessam ao grande Capital comercializar sua sobreviv ncia n o interessa sociedade globalizada A revolu o tecnol gica e a globaliza o competitiva resultam no desaparecimento estrutural de empregos Neste sentido a forma o de grande parcela de profissionais parece perder completamente o sentido CATANI OLIVEIRA e DOURADO 2001 Mas se a massa de desvalidos n o necess ria para o mercado sua insurrei o contra o regime pelas intoler veis condi es de sobreviv ncia poderia abalar a ordem preciso ent o mant los minimamente satisfeitos Diante do desamparo manter a sensa o de amparo manter a id ia de al vio das condi es de miserabilidade que seriam advindas de sua pr pria incapacidade de inser o no circuito principal de produ o e consumo Nestas condi es cabe sa de executar a es simplificadas ao m ximo porque de menor custo mesmo que ineficazes para recuperar as condi es de funcionamento destes corpos como for a de trabalho
69. etc que ser o executados pelos trabalhadores de menor qualifica o cuja a o aproxima se mais e mais da mera execu o Tamb m os servi os de sa de operam como afirma Braverman referindo se produ o em geral como a m o vigiada corrigida e controlada por um c rebro distante BRAVERMAN 1987 p 113 Al m desse importante papel que desempenha na reprodu o da for a de trabalho e na produ o e realiza o de mais valia em seu mbito a Medicina org nica ideologia dominante contribui tamb m fortemente para a reprodu o desta mesma ideologia Uma vez que as rela es de produ o Capitalistas configuram se como rela es de explora o entre a classe dos detentores dos meios de produ o e a classe trabalhadora marcadas pela contradi o do car ter social da produ o e o car ter privado da apropria o do fruto do trabalho estas mesmas rela es carregam em si a potencialidade do desenvolvimento de antagonismos que amea am a ordem Os antagonismos resultantes da divis o de classes e da explora o de uma classe pela outra tamb m ocorrem na superestrutura onde disputam a hegemonia tanto os pontos de vista da classe 33 dominante quanto o das classes subalternas A classe dominante busca desenvolver ent o mecanismos que permitam ocultar as caracter sticas contradit rias do pr prio modo de produ o no sentido de evitar os conflitos CURY 1992 Nestas forma es sociais a ativida
70. fruto das diferen as de classe impostas pelas priva es originadas nas rela es de explora o que se estabelecem entre os homens no capitalismo mas como saud veis diferen as econ micas geradas e geradoras da competitividade alimento vital da economia neste modo de produ o Esta compreens o faz soar como perversa ironia a id ia de que o construtivismo estaria a servi o da mudan a social Ao propor a adapta o s novas necessidades sociais na verdade se prop e adaptar nos s atualizadas necessidades de explora o do capital O que h de novo aqui apenas a forma da velha explora o da for a de trabalho Adaptar nos aos des gnios do capital n o significa avan o nenhum no sentido da emancipa o humana Muito pelo contr rio O construtivismo portanto seria ao contr rio do que postulam seus defensores uma concep o educacional com efeitos conservadores configurando um retrocesso pol tico em rela o s an lises cr ticas do fen meno educacional ROSSLER 2005 p13 Mas se os efeitos da ado o de um referencial escolanovista construtivista seriam esses diante da evid ncia da filia o a seus princ pios nas reformas 180 propostas para a educa o caberia perguntar nos porque que possui uma capacidade t o forte de se disseminar e de obter ades o 10 3 3 Ades o ao construtivismo pela sedu o alienada N o h como desconhecer a relev ncia de muitas das figuras que participam
71. ideol gico O n vel jur dico materializa se pelo direito atrav s do estabelecimento formal da propriedade privada e da correlata obriga o do contrato social a ser respeitada pelos diversos sujeitos na perspectiva da san o caso a obriga o n o seja respeitada configurando assim um importante mecanismo de repress o e controle O n vel pol tico realiza se atrav s do Estado em torno do qual d se a luta de classes cujo objetivo a conserva o ou tomada do poder de Estado Deter o poder de Estado significa colocar o Aparelho de Estado a servi o dos interesses da classe detentora deste poder O que para Marx compreende o Aparelho de Estado o governo a administra o as for as armadas a pol cia os tribunais as pris es Althusser 1999a denomina de Aparelho Repressor de Estado para diferenciar dos Aparelhos Ideol gicos de Estado que cumpriram a mesma fun o do Aparelho Repressor sem utilizar a viol ncia f sica Para Althusser os principais exemplos de Aparelhos Ideol gicos de Estado seriam os Aparelhos Escolar Familiar Religioso Pol tico Sindical da Informa o da Edi o Difus o e Cultural Obviamente todos os setores ou processos sociais org nicos determinada forma o social dever o contribuir para sua reprodu o re produzindo em cada esfera al m de produtos ou servi os a pr pria ordem o pr prio modo de produ o Neste sentido nas forma es sociais Capitalistas cabe
72. influ ncia daquele ide rio Vivemos atualmente um momento de defesa visceral da centralidade absoluta do sistema de sa de na aten o b sica com o que concordamos desde que isto n o signifique o impedimento do acesso 67 aos procedimentos mais complexos sempre que necess rios Negar popula o que custeia o sistema atrav s dos impostos o acesso a estes procedimentos t o nefasto quanto submeter o sistema ao consumo irracional dos mesmos atendendo voracidade do Capital Fleury 2009 partilha desta preocupa o e observa que concentrar se na aten o prim ria n o equ voco t cnico op o pol tica oposta a sistemas universais e integrais FLEURY 2009 Pochmann 2006 tamb m se posiciona nesse sentido afirmando que A possibilidade de uma aten o sa de integral e de qualidade para todos fica muito amea ada em nosso pa s diante do movimento do Estado no sentido da privatiza o de amplos setores redu o do or amento que seria destinado universaliza o dos direitos sociais e focaliza o das a es sociais em geral mesmo diante do aumento da arrecada o POCHMANN 2006 Segundo Pochmann 2006 entre 2001 e 2004 as restri es fiscais concentraram se justamente no or amento social Neste per odo o or amento social total da federa o por habitante experimentou uma redu o da ordem de 8 31 e o or amento da sa de em particular sofreu um decr scimo de 6 71 por ha
73. influenciei tal meu entusiasmo aliados e advers rios da causa Ali estava um conjunto de preceitos que finalmente demonstrava uma aprendizagem centrada no aluno considerando seus esquemas de assimila o predominantes e seus interesses Ali estava uma orienta o pedag gica que subordinava a apropria o da teoria sua utilidade pr tica permitiria a produ o do conhecimento na busca pelas solu es originais e criativas para os problemas de sa de da nossa na o O ide rio das mudan as na forma o m dica sintetizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina est fundado nessas mesmas bases e por algum tempo entendi que minha tarefa seria contribuir para que a mudan a nesse sentido ocorresse com a maior seguran a poss vel Hoje 12 ap s conhecer um pouco mais sobre a educa o e sobre seu papel na sociedade concluo que estava errado H contribui es ineg veis trazidas pelas reflex es de Bordenave Freire Piaget entre outros mas h equ vocos advindos da ades o a suas id ias e de outros construtivistas que influenciam negativamente a educa o brasileira e as reformas atuais da forma o m dica no intuito de contribuir para essa compreens o que o presente trabalho foi elaborado Com base no Materialismo Hist rico Dial tico iniciamos nossa pesquisa buscando compreender a g nese do movimento de mudan a ou seja que motiva es se forjaram no interior da socieda
74. instrumentos humanos de produ o ferramentas m quinas etc que em conjunto constituem o que Marx denomina de meios de produ o Esses meios s o movidos pela for a de trabalho ou seja pelo conjunto de indiv duos aptos para utilizar suas energias na realiza o das diversas formas de atividades necess rias para a produ o O modo de utilizar os meios de produ o recursos naturais e os instrumentos de produ o assim como o seu desenvolvimento e o desenvolvimento da for a de trabalho depende do grau de apropria o da natureza e sua objetiva o em cada momento hist rico o que confere determinadas possibilidades e limita es para a exist ncia em cada forma o social Mas o modo de utilizar os recursos naturais e os instrumentos de produ o para transform los atrav s do trabalho depende ainda das rela es que se estabelecem entre os homens em torno da produ o 209 Numa sociedade sem classes na qual todos trabalham s o rela es entre os agentes da produ o Numa sociedade de classes s o rela es entre os agentes da produ o e outros que n o o s o mas interferem na produ o por deterem a posse dos meios de produ o ALTHUSSER 1999b Numa sociedade de classes portanto al m do grau de desenvolvimento das for as produtivas o modo como se inserem ou interferem na produ o determina diferentes condi es de exist ncia para aqueles que constituem a for a de trabalho e para
75. j que sua utiliza o para este fim n o ser necess ria Esta simplifica o visando a redu o de custos mesmo que resultando em piora da qualidade segundo Rizzotto 2005 j estaria ocorrendo de alguma forma em nosso Sistema nico de Sa de SUS Vivemos atualmente no Brasil em meio a uma intensa disputa entre aqueles segmentos que defendem um sistema de sa de com as caracter sticas definidas em 56 nossa constitui o e aqueles que defendem os interesses rapaces dos segmentos nacionais ou internacionais da subordina o da vida e da sa de l gica do lucro Grande parte do movimento que hoje observamos deve se influ ncia dos organismos internacionais Da Organiza o Mundial da Sa de ao Banco Mundial as influ ncias s o diversas e em especial nos tempos atuais bastante nefastas Vale a pena recuperar brevemente a hist ria da interven o destes dois organismos para melhor compreens o da atual conjuntura A Organiza o Mundial da Sa de OMS uma ag ncia multilateral especializada do sistema da Organiza o das Na es Unidas ONU Segundo Brown Cueto e Fee 2006 antes de sua cria o outras institui es e ag ncias internacionais j se envolviam com as quest es da sa de internacional Em 1902 j se pensou em uma institui o permanente para a sa de internacional com a organiza o da Oficina Sanit ria das Rep blicas Americanas que d cadas mais tarde converteu se na Oficina Pan America
76. leis para modificar a natureza adequando a a suas necessidades e desejos na aproxima o do homem ao concreto que a produ o do conhecimento desencadeada O concreto inicialmente percebido concreto sensorial segundo Germer 2001 uma abstra o uma representa o mental de aspectos da realidade N o h ainda a compreens o dos elementos que constituem e definem aquela realidade nem das interconex es entre estes elementos portanto uma representa o ca tica da realidade j que fruto de uma vis o superficial da mesma Uma representa o mental de elementos da realidade emp rica tal como esta se reflete de modo direto no pensamento A partir desta aproxima o inicial seguida por outras sucessivas aproxima es o sujeito cognoscente identificar os aspectos mais relevantes que comp em esta realidade num movimento de an lise uma vez que extrai e isola do todo as partes sobre as quais pensa Estas partes ser o ent o elaboradas pelo pensamento a partir do concreto sensorial na forma de conceitos Neste movimento do pensamento buscar se identificar as vincula es l gicas entre os v rios elementos mediadores de um determinado fen meno a fim de representar no pensamento a dial tica entre singularidade e universalidade 17 Na compreens o dos conceitos das inter rela es entre eles e as leis que regem o movimento dessas inter rela es o processo do conhecimento passa a ser pr
77. lises e recomenda es em quest es atinentes boa administra o dos servi os de sa de buscando uma boa rela o custo benef cio preciso entender ent o que embora o Banco Mundial tenha apresentado uma retra o em suas interven es claramente nocivas sa de em geral e ao setor sa de em particular sua influ ncia continua ocorrendo seja porque o servi o j est feito seja porque pretende dar a suas id ias uma apar ncia mais humana Persistem no entanto em seu discurso as explica es simplistas como a l gica mecanicista do c rculo vicioso da pobreza alta natalidade sa de deficiente 63 como causas de baixo crescimento econ mico assim como a supervaloriza o do controle da natalidade dos pobres como medida de redu o da pobreza WORLD DEVELOPMENT REPORT 2000 2001 Em decorr ncia disso assim como descrito anteriormente para a Educa o tamb m na Sa de come a a ganhar relevo a id ia de se contemplar as necessidades b sicas para a sobreviv ncia dos indiv duos Conv m n o nos esquecermos por m que h distintas formas de conceituar e identificar necessidade bem como de planejar formas de satisfa o nas diversas forma es sociais em cada momento hist rico de acordo com o referencial adotado Segundo Breilh 2006 atualmente a l gica utilizada para a defini o de necessidade em sa de disputada entre as correntes liberal e solid ria A corrente liberal compreende
78. mas n o conseguem tirar daquilo o que importante o que obrigatoriamente ele tem que saber o que fundamental Coma o estudo centrado no aluno muitos dos entrevistados colocaram a preocupa o quanto dificuldade de s ntese e de identifica o daqueles conte dos fundamentais para a forma o do estudante Embora o estudo esteja direcionado pelo tutorial atrav s da identifica o dos objetivos de aprendizagem frequentemente os estudantes recolhem um volume de informa es que incluem conhecimentos menos importantes que apesar de guardarem rela o com o assunto em estudo mais atendem curiosidade do estudante do que contribuem para a compreens o adequada do mesmo Assim mesmo diante de um bom volume de informa es pesquisadas alguns conte dos essenciais acabam n o sendo contemplados 9 2 4 Avalia o S o v rias as modalidades avaliativas utilizadas atualmente no curso de Medicina da UEL Nas atividades do tutorial o tutor avalia o aluno os colegas avaliam se entre si cada aluno realiza uma auto avalia o e finalmente os alunos 142 avaliam o tutor A avalia o dos alunos busca revelar principalmente a aplica o dos mesmos ao processo bem como a conviv ncia com os colegas e professores O aspecto cognitivo verificado ainda atrav s de provas propostas pela Comiss o de Avalia o segundo as estrat gias de avalia o propostas pela Comiss o de Curr culo As habilidades exercitadas nos
79. mbito da teoriza o curricular Philippe Perrenoud constituiu se em disseminador da proposta de uma abordagem centrada no desenvolvimento de compet ncias SILVA 2008 Para Perrenoud compet ncia a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos saberes capacidades informa es etc para solucionar com pertin ncia e efic cia uma s rie de situa es PERRENOUD 2000 PERRENOUD 2002 Tomemos uma cita o do referido autor de um exemplo de compet ncias afetas rea da sa de Saber curar uma crian a doente mobiliza as capacidades de observar sinais fisiol gicos medir a temperatura administrar um medicamento e os seguintes saberes identificar patologias e sintomas primeiros socorros terapias os riscos os rem dios os servi os m dicos e farmac uticos PERRENOUD 2000 Segundo esta l gica ao preparar o futuro trabalhador para mobilizar seus recursos cognitivos para solucionar situa es e n o com a preocupa o central da apropria o de conte dos poder amos imaginar a seguinte situa o problema Diante de um paciente com hist ria de falta de apetite emagrecimento sudorese noturna febre vespertina de baixa intensidade tosse h mais de tr s meses com elimina o de catarro por vezes sanguinolento o estudante vai procurar as informa es necess rias para realizar o diagn stico Depois de uma busca na literatura comparando os sinais e sintomas apresentados levanta a possibilid
80. mica Indica es de tratamento cir rgico em coronariopatias valvulopatias bradiarritmias patologia da aorta e cardiopatias cong nitas 134 6EST524 Est gio Supervisionado em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Atividades em Radiologia CIR e Cirurgias eletivas e de urg ncia do aparelho digestivo Suporte nutricional Resposta metab lica ao trauma Proped utica armada em cirurgia do aparelho digestivo paracenteses sondagens bi psias endoscopias altas e baixas Fisiopatologia diagn stico e tratamento das doen as cir rgicas eletivas e de urg ncia do aparelho digestivo Doen as do aparelho digestivo e oncologia Cirurgia laparosc pica indica es metodologia complica es Doen as proctol gicas hemorr idas fissuras fistulas abscessos h rnias abdominais Doen as da tire ide paratire ide Doen as cir rgicas cervicais 6EST525 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica Angiologia CIR e Angiologia e cirurgia vascular anatomia e fisiologia vascular Exame vascular M todos diagn sticos invasivos e n o invasivos Varizes Trombose venosa Hipertens o venosa cr nica Linfedema Insufici ncia arterial cr nica Obstru o aguda Trauma vascular Aneurismas arteriais Doen as arteriais inflamat rias 6EST526 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica Cirurgia Pl stica CIR e Cirurgia pl stica em enfermaria ambulat rio centro cir rgico e sala de pequena cirurgia C
81. modo geral e as rela es sociais como ela se d o Sejam as rela es sociais de produ o as rela es comunit rias etc apenas pra mostrar o social Olha existe tanta pobreza e a pobreza gera doen a Voltando o que eu acho formula o te rica dos anos 50 60 do ciclo da pobreza e da doen a que ainda est na cabe a de muitos sanitaristas Um dos professores entrevistados cita como exemplo disso a an lise de casos de doen as frequentes na busca de suas causas ligadas condi o de moradia e h bitos de vida Como por exemplo o m dico atende uma crian a com caso de pneumonia Para o aluno este o caso de estudo e ele vai onde reside esta crian a para entender o porqu que esta tem pneumonia As tentativas de contemplar o coletivo superando o enfoque biol gico individual limitam se a iniciativas nas quais os professores mostram aos alunos que 115 eles podem fazer outros trabalhos al m da consulta Eles podem participar de grupos de discuss es de propostas de educa o em sa de Para outros professores ainda o social contemplado na associa o dos olhares da proped utica psiquiatria e psicologia Ent o tem professores destas diversas reas que vai abordar sobre relacionamento m dico paciente e a import ncia do bio psico social 8 2 6 Forma o de um profissional cr tico No que diz respeito forma o de um profissional cr tico as respostas s o muito var
82. n o para uma Unidade B sica 9 2 6 Integra o e interdisciplinaridade A reforma trouxe para o curr culo uma grande contribui o no sentido da integra o entre os professores 148 A integra o b sico cl nico melhorou muito Os professores do b sico foram muito valorizados Os problemas s o discutidos de forma integrada Os docentes do cl nico est o junto com os do b sico planejando junto apoiando uns aos outros A integra o entre os assuntos do antigo ciclo b sico com os do antigo ciclo cl nico ocorre na solu o dos problemas quando o aluno levado a recorrer aos conhecimentos de v rias disciplinas para atingir os objetivos de aprendizado tra ados nos tutoriais Os conte dos das disciplinas b sicas s o contemplados dessa forma integrados ao paciente ao contexto biopsicossocial ao diagn stico e tratamento da doen a Apesar de satisfeitos com a integra o com os professores das disciplinas do ciclo cl nico os professores das disciplinas b sicas entendem que a correla o dos assuntos das diversas disciplinas para o estudante insuficiente A quest o da integra o n o est bem resolvida A correla o b sico cl nico insuficiente o tutorial n o d conta O tutor teria que saber quest es do b sico e da cl nica Professores dos m dulos mais avan ados tamb m percebem algumas defici ncias de conte dos b sicos que atribuem ao modo de organizar a aprendizagem nos tutori
83. neo Rio de Janeiro Fiocruz 2006 POLACK J C La medicina del capital Madrid Editorial Fundamentos 1971 PONCE A Educa o e luta de classes 17 ed S o Paulo Cortez 2000 PULEDDA S Interpretaciones del Humanismo M xico Ed Plaza y Valdez 1996 RELAT RIO de pesquisa A Reestrutura o do Curr culo do Curso de Medicina Curitiba UFPR 1991 Mimeo RIGOTTO R M Sa de dos trabalhadores e meio ambiente em tempos de globaliza o e reestrutura o produtiva 2004 Mimeo RIZZOTTO M L F As propostas do Banco Mundial para as reformas de sa de no Brasil nos anos 90 Sa de em Debate Rio de Janeiro v 29 n 70 p 140 147 maio ago 2005 RIZZOTTO M L F O Banco Mundial e as Pol ticas de Sa de no Brasil nos Anos 90 um projeto de desmonte do SUS 2000 Tese Doutorado Faculdade de Ci ncias M dicas da Universidade Estadual de Campinas 233 ROEMBERG F Uma introdu o ao estudo das organiza es multilaterais no campo educacional In KRAWCZKY N CAMPOS M M HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 ROMERO M Medicaliza o da sa de e exclus o social S o Paulo 1889 1930 Bauru SP EDUSC 2002 ROSAR M F F As pol ticas de gest o educacional sob a tica da racionalidade capitalista a reprodu o de uma similaridade forjada entre ind stria e escola In FERRETTI C J SILVA
84. no sentido da tentativa de integra o das disciplinas da teoria com a pr tica do ciclo b sico com o profissionalizante Al m disso somente a redu o de carga hor ria te rica das disciplinas profissionalizantes e aumento das atividades pr ticas N o houve portanto uma mudan a importante em dire o ao aprender a aprender O professor na esmagadora maioria das vezes continua desempenhando um papel de transmiss o dos conte dos que lhe parecem essenciais Apesar do relativo constrangimento de alguns dos professores entrevistados quando indagados sobre essa quest o acreditamos que diante da possibilidade da fragilza o do dom nio dos fundamentos cient ficos advindos da ado o do aprender a aprender esse fracasso muito positivo A perda de conhecimentos no entanto ocorreu nessa escola pela grande redu o do especo de diversas disciplinas sem a devida compensa o pelas outras atividades inseridas como as disciplinas integradas e as PAG Na UEL por outro lado a mudan a pedag gica foi muito intensa A pr pria estrutura o curricular j apresentada sofreu profundas modifica es com o desaparecimento das disciplinas e a integra o em torno dos m dulos tem ticos interdisciplinares de habilidades Pr ticas de Intera o Ensino Servi o e 192 Comunidade PINS e internato As aulas te ricas foram quase que totalmente extintas e substitu das pelos tutoriais e outras atividades de estudo e busca
85. o p blica de ensino superior que iniciou suas atividades em 1912 e hoje desenvolve diversas atividades atrav s dos cursos de gradua o especializa o mestrado e doutorado al m de a es de extens o e pesquisa Al m dos campi em Curitiba a UFPR disp e de outras instala es em Palotina e no litoral do estado do Paran No que diz respeito ao ensino disponibiliza v rias op es de cursos de Ensino Superior de Resid ncia M dica de especializa o de Mestrado de doutorado cursos t cnicos profissionalizantes regulares cursos de n vel m dio regulares al m de cursos t cnicos especiais via conv nio e cursos t cnicos dist ncia atrav s de sua Escola T cnica O Curso de Medicina da UFPR teve in cio em 1914 dois anos ap s a abertura da Universidade Atualmente oferece 176 vagas com in cio no 1 e 2 semestres nos turnos da manh e da tarde com dura o de seis anos O curr culo do curso estruturado de forma tradicional com alguns tra os inovadores introduzidos na reforma ocorrida entre 1993 a 1996 Obedece a uma divis o que agrupa nos primeiros tr s semestres as disciplinas b sicas como anatomia fisiologia histologia bioqu mica parasitologia embriologia bioestat stica entre outras Na seq ncia numa fase intermedi ria com o ciclo profissionalizante os estudantes iniciam o contato com pacientes em torno dos assuntos de cardiologia pneumologia ortopedia oftalmologia pediatria ginecol
86. of the Public Health Assistance Sistema Unico de Sa de and commited to finding solution to the most common problems in the community The internal consistency of the National Guidelines for Graduate Medical School Curriculum was analysed as well as the coherence between changes carried out and guidelines Data were collected from interviews with directors professors and students who have experienced the reform and from study reports curricula class plans summaries Changes carried out were partially concurrent with the recommendations of the National Guidelines for Graduate Medical School Curriculum although they were adopted with different levels of efficiency in each school a misunderstanding in the recommended pedagogical orientation was adopted intensively by one of the schools the theoretical basis was dispised in both schools the scientific based issues in one of them and the professionalizing issues in the other From these evidences the author states that the medical schools should review their conducts to grant the effective transmission of scientific knowledge on which the medical practice lays aiming at forming medical professionals that with greater intelectual autonomy could decide the best medical practice to amply serve the human life Key words medical education capitalism curriculum medicine 11 1 INTRODU O Meu interesse pela educa o vem de pequeno na escola diante da minha dificuldade ao esquecer o q
87. para a Medicina cabe tamb m a fun o de reprodu o e controle contribuindo para a manuten o do modo de produ o vigente A educa o m dica portanto ir produzir os m dicos necess rios para a reprodu o da pr tica existente ou utilizando as palavras de Schraiber 1989 p 66 a educa o m dica enquanto processo educativo significa a reprodu o na qualifica o do trabalhador da qualifica o do trabalho no processo de produ o Parece nos importante esclarecer desde j esta quest o pois como trataremos da forma o do m dico o que implica necessariamente uma an lise da rela o da educa o com a pr tica m dica interessa nos explicitar que o poder da educa o sobre a pr tica muito mais de reprodu o ao produzir os profissionais adequados quela pr tica do que de determina o da pr tica Muito maior o poder de determina o da pr tica sobre a educa o pois aquela cobra desta a forma o dos profissionais necess rios para a sua realiza o Se uma escola formar m dicos para uma pr tica completamente diferente da atual muito provavelmente encontrar imensas dificuldades para inseri los no mercado de trabalho sem que realizem uma adapta o quelas fun es para as quais h espa o de realiza o ou seja sem que se tornem muito parecidos com os m dicos que realizam a pr tica atual Por outro lado a escola pode eventualmente induzir uma transforma o na
88. partes moles artrites microcristalinas fibromialgia lombalgias e cervicalgias osteoporose doen as reum ticas da inf ncia e da adolesc ncia Saber reconhecer patologias e encaminhar ao especialista artrite reumat ide e outras colagenoses vasculites artrite s ptica Ter no es b sicas de interpreta o laboratorial e radiol gica Saber realizar artrocentese infiltra o articular Farmacologia aplicada reumatologia Saber indicar procedimentos ortop dicos fisioterapia e terapia ocupacional 6EST532 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II Unidade de Terapia Intensiva MED No es do cuidado ao paciente criticamente enfermo atrav s do est gio na UTI I Fundamentos de Humaniza o tica e Bio tica monitoriza o neurol gica hemodin mica respirat ria equil brio cido b sico e hidroeletrol tico 6EST533 Est gio Supervisionado em Endocrinologia MED Ambulat rio de Endocrinologia diagn stico tratamento e preven o das endocrinopatias mais frequentes Enfermaria de endocrinologia assist ncia nas interna es e interconsultas Urg ncias e Emerg ncias em Endocrinologia conduta e encaminhamento 6EST534 Est gio Supervisionado em Gastroenterologia e Atividades em Radiologia MED Princ pios te rico pr ticos em Gastroenterologia Proped utica armada utilizada paracentese bi psia hep tica e bi psia peritoneal esofagogastroduodenoscopia colonoscopia laparoscopia c
89. pr tica m dica desde que consiga a reordena o do saber acumulado a constru o de um novo saber GARCIA 1989 p 187 Segundo Garcia a afirma o de que a educa o n o consegue absolutamente induzir mudan as na pr tica m dica deveria ser recha ada por seu car ter mecanicista uma vez que entre outros fatores a produ o e a transmiss o do conhecimento cient fico podem contribuir substancialmente para a mudan a da pr tica m dica dentro de certos limites Idem O erro que devemos evitar t o prim rio quanto este mecanicismo desconsiderar os citados limites Embora existam espa os de contradi o que nos permitem pensar em possibilidades de mudan a considerar uma transforma o da educa o m dica como o rem dio mais eficaz para a reestrutura o da pr tica supervalorizar seu 39 potencial A escola capitalista somente deixar de produzir m dicos adequados pr tica que interessa ao Capital quando deixar de ser capitalista o que s poder ocorrer com a revolu o social condi o da revolu o escolar SNYDERS 1978 p 34 o desenvolvimento de uma nova forma de realizar o trabalho m dico que exigir a produ o de trabalhadores adequados a ela e n o o contr rio Como bem demonstrou Marx e Engels 2005 a infra estrutura produtiva que em ltima inst ncia determina a superestrutura que uma vez constitu da atuar sobre a infra estrutura na determina o de
90. prec ria na produ o prevalecem as tend ncias terceiriza o predat ria com intensa precariza o das condi es de trabalho intensifica o do ritmo dura o das jornadas e redu o dos per odos de repouso Ao lado disso ocorre a redu o dos benef cios sociais advindos diretamente da Empresa ou atrav s do Estado como a piora dos planos de assist ncia sa de Este grupo apresenta um perfil de adoecimento marcado pela superposi o das doen as infecto contagiosas parasit rias e carenciais s cr nico degenerativas e s advindas da viol ncia Para aqueles que n o conseguem se inserir no mundo do trabalho ou nele se inserem de forma muito perif rica como catadores de lixo por exemplo resta uma situa o de extremo abandono Ao lado da deteriora o das condi es de sobrevida a limita o e inefici ncia das pol ticas sociais Os indicadores de sa de 47 deste contingente s o nitidamente inferiores aos dos outros grupos sociais e marcados por sofrimento ps quico ainda mais intenso A inser o dos trabalhadores nos diversos postos de trabalho requer tamb m diversas capacita es As mudan as ocorridas no mundo da produ o t m acentuado as diferen as entre as demandas de conhecimento necess rias para a realiza o dos diversos trabalhos gerando uma verdadeira polariza o de qualifica es e compet ncias BRAVERMAN 1987 KUENZER 1981 As novas necessidades educativas t m se estra
91. presente pesquisa pelo levantamento e an lise de documentos do Minist rio da Educa o do Minist rio da Sa de do Sistema nico de Sa de e das ag ncias internacionais que t m norteado as mudan as na forma o m dica al m de relat rios de confer ncias internacionais sobre educa o buscando verificar os nexos entre as id ias expressas em tais documentos e o contexto do capitalismo internacional Esses documentos foram encontrados na Internet ou em artigos e livros publicados sobre a quest o da educa o m dica Num segundo momento analisamos os aspectos particulares dos cursos de Medicina de duas escolas do Paran verificando como nelas se expressam as determina es mais gerais e ao mesmo tempo como essas escolas as retro alimentam e contribuem para sua reprodu o 3 2 2 Pesquisa nas escolas de medicina do Paran em particular Para essa an lise escolhemos os cursos de Medicina da Universidade Federal do Paran UFPR e a da Universidade Estadual de Londrina UEL cujas experi ncias de reforma curricular bastante influenciadas pelas institui es nacionais e internacionais com interesse na rea consideramos constituir uma prof cua fonte para o desenvolvimento de nosso estudo Atrav s da observa o direta realiza o de entrevistas aos coordenadores dos cursos na poca das reformas professores e estudantes de medicina envolvidos no processo estudo de fontes secund rias documentos oficiais material
92. que o meticuloso cirurgi o realiza atualmente uma vez que possu am pouco suporte cient fico A es certamente mais movidas pela ousadia que pela precis o resultante de um movimento calculado com base em conhecimentos detalhados da anatomia e da patologia em quest o O aprendiz de m dico acompanhava por muito tempo seu mestre auxiliando o nas tarefas mais simples e pouco a pouco ia realizando as atividades mais complexas de acordo com a aquisi o dos conhecimentos e habilidades necess rios Depois de um tempo mais ou menos longo encontrava se apto a realizar com autonomia as sangrias aplicar ventosas ou prescrever os longos banhos de 12 horas por dia durante v rios meses quando a cura do mal assim o exigisse Mesmo nos tempos n o t o remotos o sucesso diagn stico dependia quase que exclusivamente de uma anamnese minuciosa e um exame f sico exaustivo em busca de sinais que muitas vezes constituiriam somente pistas incertas de altera es que se supunha existir Com o avan o da ci ncia o melhor conhecimento da anatomia e fisiologia e da patologia a introdu o de novos instrumentos aparelhos e medicamentos muitos daqueles conhecimentos e habilidades anteriores tornaram se desnecess rios Agora os conhecimentos e habilidades de que necessita o m dico s o outros A altera o que somente podia imaginar no paciente em vida agora observa atrav s dos diversos recursos de imagem ou de avalia o de fun o que dever sabe
93. quico dos indiv duos o produto de um processo antes de mais nada particular o processo de apropria o que falta no animal tal como ali s o processo inverso de objetiva o das suas faculdades nos produtos objetivos de sua atividade Conv m sublinhar que este processo se distingue do processo de adapta o individual ao meio natural pois a extens o sem reservas do conceito de equil brio e adapta o ao meio ao desenvolvimento ontogen tico do homem quase universalmente admitido Se se aplica este conceito ao homem sem an lise conveniente apenas estamos a esconder o verdadeiro quadro do desenvolvimento humano LEONTIEV 1978 p 168 citado por DUARTE 2004 A humaniza o de que tratam as diretrizes nos parecem nem se aproximam do conceito aqui apresentado uma vez que o discurso fortemente marcado pela necessidade de uma educa o que adapte o homem realidade ou as necessidades atuais da sociedade O ensino por compet ncias o aprender a aprender o aprender a fazer o aprender a ser e conviver t m a inten o expl cita de adaptar o trabalhador ao mundo do trabalho nas condi es atuais buscando garantir sua reprodu o ou seja sua preserva o Uma mudan a efetiva significaria a revolu o que transformaria a sociedade em outra na qual a produ o de valores de uso e n o de valores de troca e a apropria o coletiva desses valores de uso estariam acima de tudo Uma sociedade que buscasse pr
94. rica Latina e do Caribe Brasil Relat rio N 36601 BR Governan a no Sistema Unico de Sa de SUS do Brasil Melhorando a Qualidade do Gasto P blico e Gest o de Recursos Documento do Banco Mundial 2007 Dispon vel em http www ppge ufrgs br ats disciplinas 1 1 bancomundial 2007 pdf consultado em 10 04 2007 BATISTA N A SILVA S H S O professor de medicina conhecimento experi ncia e forma o S o Paulo Loyola 1998 BENDASSOLLI P F O vocabul rio da habilidade e da compet ncia algumas considera es neopragm ticas Cadernos de Psicologia Social do Trabalho v 3 4 p 65 76 2000 2001 BOLLMANN M G N LDB do processo de constru o democr tica aprova o anti democr tica Universidade e Sociedade Bras lia v 7 n 12 fev 1997 BRASIL Conselho Nacional de Educa o C mara de Educa o Superior Resolu o CNE CES 4 2001 Di rio Oficial da Uni o Bras lia se o 1 p 38 9 de nov 2001 BRASIL Lei Org ncia da Sa de 8080 Di rio Oficial da Uni o Bras lia 1990 BRASIL Minist rio da Sa de Pacto pela vida Portaria n 699 GM de 30 de mar o de 2006 Dispon vel em http dtr2001 saude gov br sas PORTARIAS Port2006 GM GM 699 htm consultado em 20 11 2007 BRASIL Minist rio da Sa de Programa de Incentivo a Mudan as Curriculares nos Cursos de Medicina Edital de Convoca o 08 2002a Secretaria de Pol ticas de Sa de Minist rio da Sa de Secretaria de Educa
95. sem qualquer v nculo formal com a Universidade e muitas vezes sem a libera o por parte do pr prio servi o dificilmente consegue realizar uma pr tica educativa consistente que traga efetiva contribui o para a forma o dos estudantes Assim como na UEL embora por caminhos diversos percebe se o risco de tornar superficial a forma o o que analisaremos com maior profundidade posteriormente quando discutirmos a quest o das mudan as no m todo de ensino aprendizagem 10 2 SOBRE A FORMA O HUMANISTA O movimento de reforma que hora vivemos tem destacado tamb m a necessidade de se investir no car ter humanista da forma o do m dico Entendemos que necess rio definir de que humanismo se trata pois os documentos em nossa opini o tratam esse conceito de forma superficial como se houvesse um consenso universal que dispensasse sua defini o transitando entre diversas vis es ou at mesmo tomando o com o sentido de humanitarismo 164 Se entendermos que o homem se humaniza medida que modifica a natureza criando os meios de sobreviv ncia adaptando a a seus des gnios uma pr tica m dica humanista deveria estar a servi o da apropria o do objeto da produ o do g nero humano pela totalidade dos indiv duos Uma cita o de Leontiev feita por Duarte 2004 p 105 vale a pena ser reproduzida aqui por seu car ter bastante esclarecedor quanto a essa quest o Assim o desenvolvimento espiritual ps
96. te rica tomada como ideal em face da pedagogia tradicional dona de todos os v cios na pr tica n o conseguiu resolver a quest o da marginalidade Diante disso radicalizou se a preocupa o com os m todos pedag gicos presentes no escolanovismo buscando uma educa o voltada para a efici ncia instrumental Surgiu assim a Pedagogia Tecnicista 176 Esta pedagogia funda se na cren a de que o processo educativo dever objetivar se a tal ponto de livrar se das falhas humanas seja de alunos seja de professores com vistas m xima efici ncia T cnicas como as das opera es programadas dever o garantir que professores e alunos cumpram os passos de um processo educativo concebido por especialistas voltados para a obten o de um aluno eficiente e produtivo Prevalece agora a id ia do aprender a fazer A educa o estar cumprindo seu papel na medida em que formar indiv duos eficientes capazes de darem sua parcela de contribui o para o aumento da produtividade da sociedade SAVIANI 1984 Saviani 1984 defende a id ia de que a Pedagogia Nova ao contr rio de seu aparente car ter revolucion rio em verdade uma pedagogia reacion ria constituindo um retrocesso em rela o pedagogia tradicional A pedagogia tradicional funda se numa concep o filos fica essencialista a Pedagogia Nova numa concep o filos fica que privilegia a exist ncia sobre a ess ncia Na poca moderna na contraposi o d
97. tica as transforma es vislumbradas s o somente as melhoras poss veis dentro de uma sociedade inerentemente n o equitativa na qual se tenham aparado as arestas mais agressivas e letais Nesse enfoque a defesa da sa de vincula se fortemente a mudan as nas pol ticas macroecon micas sociais e p blicas que possibilitem melhor educa o trabalho e renda que trar o melhoras nas condi es materiais e portanto na sa de BREILH 2008 Entendemos que preciso superar a forma de organiza o atual da sociedade o que significa superar o modo de produ o capitalista uma vez que as reformas empreendidas dentro de seus limites em lugar de modificar as determina es estruturais fundamentais do adoecimento e dos preju zos ao pleno desenvolvimento da vida corrigem algum detalhe defeituoso da ordem estabelecida no sentido de preserv la Assim como afirma M sz ros 2005 em rela o s reformas educativas com esse mesmo cunho entendemos que tamb m na quest o da promo o da sa de limitar uma mudan a radical s margens corretivas interesseiras do capital significa abandonar de uma s vez conscientemente ou n o o objetivo de uma transforma o social qualitativa 206 Mais do que superar a vis o estreita da determina o subjetiva da realidade preciso compreender a quest o da determina o social da sa de como a rela o dial tica que se estabelece entre uma determinada forma o social estruturada de
98. trabalho que exige menor qualifica o Quando o cirurgi o divide o trabalho com o cirurgi o auxiliar ou com um aprendiz cada um faz uma parcela conforme sua capacidade muitas vezes alternando se nas a es inclusive de entrega de materiais um para o outro A introdu o do instrumentador nesse processo n o tem o intuito de capacit lo para desempenhar o trabalho de cirurgi o mas de faz lo funcionar como fragmento mais barato do trabalhador coletivo 157 conjunto de trabalhadores parciais que realizam um mesmo trabalho em coopera o Com a divis o pormenorizada do trabalho o trabalhador coletivo possui todas as propriedades produtivas no mesmo grau de virtuosidade e ao mesmo tempo as despende da maneira mais econ mica empregando todos os seus rg os individualizadas em trabalhadores ou grupos de trabalhadores determinados exclusivamente para suas fun es espec ficas A unilateralidade e mesmo imperfei o do trabalhador parcial tornam se sua perfei o como membro do trabalhador coletivo O h bito de exercer uma fun o unilateral transforma o em seu rg o natural e de atua o segura enquanto a conex o do mecanismo global o obriga a operar com regularidade de um componente de m quina MARX 1996 p 465 Reportando se forma de organizar o trabalho dividido pormenorizadamente na manufatura MARX 1996 afirma que A manufatura cria portanto em todo of cio de que se apossa uma classe dos c
99. um m todo que guarda correspond ncia com o m todo indutivo de Bacon Francis Bacon autor da obra Novum Organum ou Verdadeiras Indica es Acerca da Interpreta o da Natureza 1973 prop e o m todo base do desenvolvimento da ci ncia moderna que apresenta sinteticamente um momento inicial de observa o seguido da generaliza o e culminando com a confirma o Isto corresponde aos passos formais de Herbat do m todo expositivo tradicional Prepara o Apresenta o Compara o e assimila o correspondentes observa o do m todo indutivo de Bacon Generaliza o correspondente abstra o e aplica o correspondendo ao momento de confirma o do m todo de Bacon O m todo tradicional no entanto articulava o ensino com a transmiss o do produto da ci ncia e o movimento da Escola Nova tenta articular o ensino com o processo de produ o do conhecimento cient fico A Escola Nova considerou o ensino como um processo de pesquisa por isso ela argumenta que os assuntos de que trata o ensino s o problemas isto s o assuntos desconhecidos n o apenas pelo aluno como tamb m pelo professor SAVIANI 1984 Se aceitarmos como a escola tradicional que o papel da educa o transmitir os conhecimentos socialmente produzidos pela ci ncia j sintetizados nas teorias que potencializam a compreens o do real o professor desempenha papel central Se por outro lado aceitarmos tratar se de um proc
100. verbal na rela o m dico paciente diferenciar as rea es do paciente frente doen a reconhecer atitudes adequadas e inadequadas frente ao paciente saber avaliar as pr prias emo es frente a diferentes situa es reconhecer a import ncia do toque contato f sico desenvolver a capacidade de observar e ouvir formular perguntas abertas de comunica o simples dominar a t cnica de lavagem de m os t cnicas de aplica o de inje es IM e SC realiza o de curativos simples realiza o das t cnicas do suporte b sico de vida BLS realizar procedimentos de apoio 126 diagn stico de acordo com normas de biosseguran a utiliza o b sica de prote o individual EPIs descarte de materiais qu micos e biol gicos conhecer os s mbolos associados aos riscos utiliza o correta de equipamentos de radioprote o condutas proibidas durante atividades m dicas em ambiente hospitalar e laboratorial dosagens de glicemia hemoglobina e urin lise por fita identificar as estruturas anat micas normais nos exames de imagem radiologia convencional ultrassonografia tomografia e resson ncia nuclear magn tica reconhecer o tra ado eletrocardiogr fico normal 6PIN100 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade DSC MED LAC SOC e rea de abrang ncia e de influ ncia da UBS territorializa o com identifica o de reas de risco organiza o comunit ria 2 S rie 6MOD201
101. vez que n o mudan a enquanto rela o social concreta o que se preconiza AROUCA 1975 p 189 Nesta perspectiva abstrata quando se prop e formar agentes de mudan a parte se da id ia de que poss vel realiz la atrav s de a es de sujeitos independentes que livremente optam por fazer a hist ria caminhar segundo seus interesses Trata se de uma id ia no m nimo ing nua que contribui apenas para obstar o movimento concreto no sentido de mudan a social efetiva Entendendo que os indiv duos est o submetidos as determina es das formas hist ricas das rela es sociais de produ o e reprodu o eles s agem sob estas determina es de tal forma que afirm los pura e simplesmente como agentes de mudan a representa de um lado neutralizar conhecimento das determina es e de outro na aus ncia destes conhecimentos a impossibilidade da pr pria mudan a AROUCA 1975 p 190 A fragilidade da id ia preventivista ficava clara ao perceber se que se filiava teoria da multicausalidade da realidade que se constr i na rela o de diversos fatores que n o guardam hierarquia entre si na qual poss vel pensar a sa de como um setor igual a qualquer outro capaz de realizar a mudan a da sociedade qual pertence Trata se na verdade de uma teoria n o cr tica da sa de pois exatamente como demonstrou Saviani 1984 em rela o educa o trata se a sa de como aut noma desconsiderando as determi
102. vez que o trabalhador est alienado de sua posse e a realiza o do desfrute depende da compra do mesmo como mercadoria A participa o no processo de humaniza o n o somente como produtor mas tamb m no usufruto dos produtos depende da compra dos mesmos como mercadorias Como a produ o humana constitui a produ o do novo em rela o ao anteriormente dado pela natureza a aquisi o do novo que simboliza a participa o no processo civilizat rio 181 Segundo Rossler 2005 esta orienta o para o futuro aliena se e transforma se em moda ou seja na necessidade de n o ficarmos atrasados em rela o quilo que existe de novo na nossa sociedade Donde a moda e os modismos s o sempre e necessariamente fen menos de aliena o Para o citado autor o modismo gerado pela sedu o do construtivismo adv m da pr pria id ia de que este ide rio seria algo novo em educa o um modelo te rico que al m de apresentar se como cr tico seria prescritivo no sentido de que traria respostas concretas para o dia a dia escolar inspirando uma pr tica educacional progressista e transformadora Finalmente mais sedutor ainda torna se esse modelo quando se apresenta como uma teoria investida do prest gio cient fico de Piaget pass vel de articula o com as teorias cr ticas da educa o A import ncia da compreens o do processo de ades o ao construtivismo constituir se como sedu o repousa no fato de que assi
103. 130 6MOD402 MEDICIRILAC 6MOD403 Desordens Nutricionais e Metab licas MED BIQ B 8 16 28 49 104 Dist rbios Sensoriais Motores e da Consci ncia B 12 24 36 55 130 6MOD404 MEDICIR 6MOD405 Dispn ia Dor Tor cica e Edemas MED CIR LAC B 12 24 44 73 156 6MOD406 Emerg ncias MED CIR B 13 24 44 72 156 6MOD407 Habilidades Cl nicas e Atitudes IV MED CIR GIN PED 22 104 132 6MOD408 Atualiza o IV COL B 30 30 60 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade IV 6PIN400 CIRIMED PEDIGIN 16 116 32 Total 136 382 232 382 24 1156 123 5 S rie CARGA HOR RIA C DIGO ES Te rica Pr tica Total 6EST511 Est gio Supervisionado em Anestesiologia A CIR B 76 90 6EST512 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica A MED B 36 214 250 6EST513 Est gio Supervisionado em Dermatologia MED B 7 38 45 6EST514 Est gio Supervisionado em Ginecologia e Obstetr cia A GIN B 66 374 440 6EST515 Est gio Supervisionado em Mol stias Infecciosas A MED B 36 204 240 6EST516 Est gio Supervisionado em Pediatria A PED B 80 460 540 6EST517 mr Supervisionado em Pronto Socorro Pedi trico e Sala de Hidrata o A B 40 224 264 6EST518 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro Tocoginecol gico A GIN B 35 133 168 6EST519 Treinamento e
104. 5 transporte ou de comunica o por exemplo preciso que outros se ocupem da produ o de alimentos roupas cuidados m dicos etc Desta forma a humanidade realiza uma divis o de tarefas of cios ou especialidades da produ o qual Marx denomina de divis o social do trabalho Nas forma es sociais capitalistas a divis o do trabalho modifica se em intensidade e qualidade em rela o a essa distribui o de tarefas of cios ou especialidades que caracterizam a produ o social humana em geral Se a divis o do trabalho em especialidades produtivas ocorreu em todas as forma es sociais conhecidas nenhuma sociedade antes do capitalismo subdividiu sistematicamente o trabalho de cada especialidade produtiva em opera es limitadas BRAVERMAN 1987 p 70 A divis o pormenorizada do trabalho ocorrida no capitalismo consiste na fragmenta o dos processos inerentes produ o em numerosas opera es executadas por diferentes trabalhadores Como esclarece Braverman 1987 difere bastante da divis o social do trabalho e gera resultados s vezes opostos aos desta A divis o social do trabalho divide a sociedade entre ocupa es cada qual apropriada a certo ramo de produ o a divis o pormenorizada do trabalho destr i ocupa es consideradas neste sentido e torna o trabalhador inapto a acompanhar qualquer processo completo de produ o Enquanto a divis o social do trabalho subdivide a sociedade a
105. A Investiga o Sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Na es In RICARDO D Princ pios de economia pol tica e tributa o 2 ed S o Paulo Abril Cultural 1979 SNYDERS G Escuela clase y lucha de clases Madrid Comunicaci n 1978 STELLA R C R CAMPOS J J B Hist rico da Constru o das Diretrizes Curriculares Nacionais na Gradua o em Medicina no Brasil Cadernos da ABEM Rio de Janeiro v 2 jun 2006 TAVARES M C FIORI J L Des ajuste global e moderniza o conservadora Rio de Janeiro Paz e Terra 1996 TIRAMONTI G Ap s os anos 90 Novos eixos de discuss o na pol tica educacional da Am rica Latina In KRAWCZKY N CAMPOS M M HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 TOMAZZI L WARDE M J HADDAD S orgs O Banco Mundial e as pol ticas educacionais S o Paulo Cortez A o Educativa PUC SP 1996 TORRIGLIA P L Argentina pol ticas de ajuste e paradoxos na educa o In MORAES M C M org Iluminismo s avessas produ o do conhecimento e pol ticas de forma o docente Rio de Janeiro DP amp A 2003 TUNG M T O Livro Vermelho cita es do comandante Mao Ts Tung S o Paulo Martin Claret 2006 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN Relat rio de pesquisa A Reestrutura o do Curr culo do Curso de Medicina Curitiba UFPR 1991 Mimeo 235 UNIVER
106. Banco Mundial produziram crescente falta de recursos para os gastos em sa de Impulsionou desta forma a privatiza o dos servi os com a redu o da presen a dos governos em programas sociais A d cada de 80 assistiu a crescente influ ncia do Banco Mundial na sa de ao lado da queda de prest gio da Organiza o Mundial da Sa de Diante de posicionamentos contr rios aos interesses dos pa ses mais ricos em especial dos EUA como por exemplo na quest o dos medicamentos gen ricos a Organiza o Mundial da Sa de foi perdendo suas fontes de financiamento angariando inimigos importantes como a UNICEF e cada vez mais se acirrou a disputa entre os modelos da Aten o Prim ria de Sa de Integral e a Aten o Prim ria de Sa de Seletiva As a es da Aten o Prim ria de Sa de promovidas pela Organiza o Mundial da Sa de que se por um lado representavam uma resist ncia contra a absor o irracional da tecnologia m dica mas por outro possu am um car ter de extens o racionalizadora da assist ncia em busca de aliviar tens es sociais tomava agora um rumo ainda mais nefasto restringia se a a es focais sobre problemas pontuais cuja rela o custo benef cio fosse muito favor vel A identifica o das necessidades essenciais passara gradualmente a ser dirigida fortemente pelo olhar da economia de mercado As prioridades e os rumos pol ticos eram naquela poca decididos pela Assembl ia Mundial da Sa de que
107. DO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN PROGRAMA DE DOUTORADO EM EDUCA O TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Voc est sendo convidado a para participar de uma pesquisa sobre a forma o m dica no Paran Para tal estamos atrav s deste documento fornecendo informa es sobre os objetivos da pesquisa e o car ter livre e volunt rio de sua participa o Quaisquer d vidas que surjam durante a leitura deste documento ser esclarecida pelo pesquisador Ap s esclarecimento sobre sua participa o na pesquisa no caso de aceite assine ao final do documento DADOS DE IDENTIFICA O DO SUJEITO DA PESQUISA Nome do entrevistado Institui o DADOS SOBRE A PESQUISA CIENT FICA T tulo As determina es do capital sobre a forma o do trabalhador em sa de um estudo sobre as reformula es curriculares em dois cursos de medicina no Paran Pesquisador Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque Cargo Fun o Doutorando pesquisador respons vel Setor da UFPR Educa o Avalia o do risco da pesquisa probabilidade de que o indiv duo sofra algum dano como consequ ncia imediata ou tardia do estudo SEM RISCO Dura o da pesquisa 18 meses REGISTRO DAS EXPLICA ES DO PESQUISADOR AO ENTREVISTADO SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO Justificativa e objetivos da pesquisa a pesquisa tem como objeto a an lise das mudan as curriculares em implanta o em duas escolas m dicas do estado do Paran diante do mov
108. Doen as Resultantes da Agress o ao Meio Ambiente MED PED LAC DSC PAT MIB e Agravos sa de decorrentes de altera es nas condi es ambientais do campo e da cidade doen as transmiss veis de veicula o h drica 6MOD202 Nascimento Crescimento e Desenvolvimento PED CIF GIN e Processo de nascimento e crescimento f sico e mental 6MOD203 Percep o Consci ncia e Emo o MED CIF MOR HIT e Aspectos anat micos histol gicos fisiol gicos e farmacol gicos do Sistema Nervoso Central Perif rico e dos rg os dos sentidos 6MOD204 Prolifera o Celular BIO LAC PAT MOR MED CIR e Mecanismos de prolifera o celular normal e anormal Processos hiperpl sicos pr neopl sicos e neopl sicos benignos e malignos etiopatogenia e correla o com a pr tica cl nica e pesquisa 6MOD205 Locomo o e Preens o CIR MED MOR e Sistema locomotor postura e movimento Metabolismo energ tico fisiologia do exerc cio anatomia funcional e rela o entre carga e desempenho Doen as do aparelho locomotor Trauma 127 6MOD206 Processo de Envelhecimento MED CIF SOC PAT e O processo de envelhecimento suas manifesta es em diferentes n veis da c lula ao indiv duo na sociedade 6MOD207 Habilidades Cl nicas e Atitudes II MED LAC CIR PED e Treinamento para o estudante ser capaz de demonstrar conhecimentos em realizar uma anamnese completa queixa e dura o HMA interrogat rio sobr
109. GUILHERME SOUZA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE AS DETERMINA ES DO CAPITAL SOBRE A FORMA O DO TRABALHADOR EM SAUDE UM ESTUDO SOBRE REFORMULA ES CURRICULARES EM DOIS CURSOS DE MEDICINA DO PARANA CURITIBA 2009 GUILHERME SOUZA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE AS DETERMINA ES DO CAPITAL SOBRE A FORMA O DO TRABALHADOR EM SAUDE UM ESTUDO SOBRE REFORMULA ES CURRICULARES EM DOIS CURSOS DE MEDICINA DO PARANA Tese de Doutorado apresentada ao Curso de P s Gradua o em Educa o Setor de Educa o da Universidade Federal do Paran para obten o do grau do doutor em educa o Orientadora Prof Dr L gia Regina Klein CURITIBA 2009 Albuquerque Guilherme Souza Cavalcanti de As determina es do capital sobre a forma o do trabalhador na sa de um estudo sobre reformula es curriculares em dois cursos de medicina do Paran Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque Curitiba 2009 240p Tese Doutorado em Educa o Setor de Educa o Universidade Federal do Paran 1 Educa o M dica 2 Capitalismo 3 Curr culo 4 Medicina T tulo CDD 610 7 CDU 378 1 PROFESSORES COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA Prof Dr L gia Regina Klein Programa de P s Gradua o em Educa o do Setor de Educa o da UFPR Prof Dr June Maria Passos Rezende Minist rio do Trabalho e do Emprego Prof Dr Ac cia Zeneida Kuenzer Programa de P s Gradua o em Educa o do Setor de Educa
110. IROMA MORAES e EVANGELISTA 2000 Na rea da educa o o BM tem adotado os prop sitos enunciados na Confer ncia de Educa o para Todos da qual foi um dos patrocinadores O ide rio sobre o qual se assentam suas pol ticas tem no entanto como finalidade prec pua atender aos interesses do mercado Em rela o ao ensino superior prop e por exemplo a partilha de custos com os estudantes e suas fam lias No caso da educa o profissional indica o estreitamento dos la os do ensino com o setor produtivo O BM reafirma a id ia de que a evolu o da tecnologia e as reformas econ micas est o provocando mudan as no mundo do trabalho A velocidade com que se adquirem novos conhecimentos enquanto outros caem na obsolesc ncia 53 tenderia a tornar as mudan as de emprego algo mais frequente na vida das pessoas circunst ncias que determinariam uma das prioridades fundamentais para a educa o formar trabalhadores adapt veis capazes de adquirir novos conhecimentos sem dificuldades atendendo demanda da economia Uma vez estabelecido o projeto internacional para a educa o restava viabilizar o consenso no interior da na o brasileira o que seria obtido pela ades o dos diversos segmentos da sociedade em especial o dos empres rios e o dos trabalhadores In meros f runs para a discuss o da educa o aconteceram por todo o pa s disseminando o ide rio definido pelas ag ncias multilaterais Os principais documentos
111. JR J R OLIVEIRA M R N S Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 ROSAR M F F O Bin mio Descentraliza o Globaliza o como Parte da Estrat gia do Neoliberalismo In OLIVEIRA D A Gest o Democr tica da Educa o desafios contempor neos Rio de Janeiro Vozes 1997 ROSEN G Uma hist ria da sa de p blica S o Paulo Hucitec Editora da Universidade Estadual Paulista 1994 ROSSLER J H Construtivismo e Aliena o as origens do poder de atra o do ide rio construtivista In DUARTE N org Sobre o construtivismo contribui es a uma an lise cr tica 2 ed Campinas SP Autores Associados 2005 RUGER J P El rol cambiante del Banco Mundial en salud global In CUETO M ZAMORA V ed Historia salud y globalizaci n Lima IEP UPCH 2006 SAVIANI D Escola e Democracia teorias da educa o curvatura da vara onze teses sobre a educa o e pol tica S o Paulo Cortez Autores Associados 1984 SCHRAIBER L B Educa o m dica e capitalismo um estudo das rela es educa o e pr tica m dica na ordem social Capitalista S o Paulo HUCITEC Rio de Janeiro ABRASCO 1989 SCHRAIBER L B O m dico e seu trabalho limites da liberdade S o Paulo HUCITEC 19983 SHIROMA E O EVANGELISTA O Um fantasma ronda o professor a m stica das compet ncias In MORAES M C M org Iluminismo s avessas produ o do conhecimento e p
112. Medicina em sua participa o org nica ao metabolismo geral deste modo de produ o participar diretamente da produ o de Capital da reprodu o dos meios de produ o e das rela es de produ o Pode se dizer que no Capitalismo a fun o prec pua da 27 Medicina seja reproduzir for a de trabalho e secundariamente contribuir para a reprodu o da ordem O modo pelo qual atrav s da Medicina se opera a reprodu o da for a de trabalho organicamente ao Capital cumpre ainda a fun o de realizar a mais valia da ind stria m dico farmac utica da produ o direta de mais valia atrav s da explora o da for a de trabalho m dica nos servi os de sa de e de criar o espa o de mercado para os seguros e planos de sa de Quanto ltima afirma o queremos fazer um breve esclarecimento Nos momentos iniciais de estrutura o de uma forma o social capitalista o Capital repassa ao Estado a responsabilidade por reproduzir a infra estrutura necess ria para a produ o Desde o provimento de energia a instala o das redes vi rias dos meios de comunica o etc at a reprodu o da for a de trabalho Os recursos para esta tarefa que assume o Estado s o origin rios todos da mais valia extra da do trabalhador e s o transferidos via impostos pagos parte pelo empregador parte pelo trabalhador Uma vez estabilizada esta reprodu o passa a tornar se interessante para o capital que ent o busca retir la
113. SIDADE FEDERAL DO PARAN Setor de Ci ncias da Sa de Coordena o do Curso de Medicina Manual do Curr culo Novo Curitiba 1997 Mimeo VALLA V V STOTZ E N org Participa o popular educa o e sa de teoria e pr tica Rio de Janeiro Relume Dumar 1993 VIEIRA S L Pol ticas Internacionais e Educa o Coopera o ou Interven o In DOURADO L F PARO V H org Pol ticas P blicas e Educa o B sica S o Paulo Xam 2001 VIOLA E Reflex es sobre as dimens es da globaliza o as novas for as sociopol ticas transnacionais e a redefini o do horizonte da democracia In GERSCHMAN S VIANNA M L W org A miragem da p s modernidade democracia e pol ticas sociais no contexto da globaliza o Rio de Janeiro Fiocruz 1997 WANDERLEY L E Espa o p blico e educa o In KRAWCZKY N CAMPOS M M HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 WORLD Development Report 2000 2001 Attacking Poverty New York Oxford University Press 2004 Comprehensive Development Framework Dispon vel em lt http web world bank org WEBSITE EXTERNAL PROJECTS STRATEGIES CDF 0 pagePK 60447 the SitePK 140576 00 html gt ZIBORDI M Caso de Pol cia futuros m dicos racistas Revista Caros amigos v 12 n 141 dez 2008 236 AP NDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECI
114. Su MEC A Rede Unida investiu no processo de formula o de propostas de diretrizes sendo a primeira institui o a apresentar propostas concretas de diretrizes para v rios cursos da rea da sa de Ap s rduo trabalho de articula o da ABEM junto Secretaria de Pol ticas do MS da OPAS da Rede Unida da Comiss o de Especialitas do Ensino M dico e da Diretoria de Pol ticas de Ensino Superior da SESu do MEC em 2000 diretores e coordenadores de 63 escolas elaboraram uma proposta de consenso Em 2001 a pedido da Rede Unida e da ABEM e com a presen a de representantes do MS e MEC OPAS e outras associa es profissionais da rea da sa de o Conselho Nacional de Educa o promoveu uma audi ncia p blica para apresenta o e discuss o das propostas de diretrizes As diretrizes foram finalmente aprovadas com ligeiras modifica es por meio da resolu o n 718 2001 do CNE STELLA e CAMPOS 2006 O Percurso para a constru o das diretrizes curriculares n o se deu em guas calmas mas na turbul ncia da disputa entre interesses de classes antag nicas e do confronto entre os interesses pol ticos de diversos setores da classe dominante Valorosos defensores de um sistema de sa de fundado no direito universal de uma aten o integral e de qualidade para o qual a forma o de m dicos cal ados em conhecimentos cient ficos s lidos fundamental confrontam se permanentemente com aqueles que defendem os interesses desumanos do
115. a Poderia exemplificar o recorte do conte do de uma disciplina b sica voltado para a pr tica assistencial Sob esta l gica de escolher o conte do a partir da pr tica que fundamenta que parte do conte do passa a ser desnecess ria Que parte do conte do passa a ser necess ria Em que momento do curso existem pr ticas assistenciais ou n o visando desenvolver destrezas habilidades quais habilidades As pr ticas aumentaram Quais Os conte dos te ricos foram reduzidos Quais Como O curso privilegia o conhecimento especializado ou a forma o de um m dico geral Ouve mudan a no contato dos alunos com a tecnologia e os conhecimentos das especialidades 7 Diversifica o de cen rios do processo de ensino a b C Onde s o desenvolvidas as atividades pr ticas i No ciclo b sico ii No ciclo cl nico iii No internato Qual o tempo de perman ncia em cada cen rio i Hospital ii Ambulat rios cl nicas especialidades iii Unidades de Sa de iv Escolas v Laborat rios vi Outros Que atividades s o desenvolvidas em cada um destes cen rios
116. a es de extrema raridade ilustra bem aquela realidade Isso consistia em mais um forte argumento para a redu o da carga hor ria principalmente das disciplinas cir rgicas que possu am uma equival ncia com as cl nicas por se entender que extrapolavam as necessidades de forma o de um m dico generalista Com a redu o de carga hor ria o curso ocuparia com as disciplinas 25 horas semanais possibilitando aos departamentos desenvolver com os alunos de Medicina outras atividades tais como disciplinas optativas atividades de extens o pesquisa e atendimento popula o UFPR 1991 Assim o graduando em Medicina constituiria o seu curr culo individualizado formado pelo curr culo m nimo 91 mais as mat rias e atividades complementares desenvolvidas durante o curso UFPR 1997 As discuss es da poca tamb m destacavam as quest es de m todo de ensino e aprendizagem A necessidade da introdu o de pedagogias que permitissem maior iniciativa do aluno que o instigasse a identificar por si s os conhecimentos necess rios para a solu o dos problemas com os quais se defrontasse no atendimento aos pacientes Entre as principais dificuldades para concluir o curso destacava se o fato das disciplinas serem muito te ricas com carga hor ria semanal excessiva n o permitindo a fixa o do conhecimento por parte do aluno Os egressos imputavam as principais dificuldades que encontravam no exerc cio pro
117. a o explicitando a preocupa o de formar indiv duos marcados pela competitividade para o que seria necess rio que se apropriassem dos c digos da modernidade e o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas tomar decis es e seguir aprendendo Numa iniciativa da UNESCO especialistas de todo o mundo foram convocados para compor a Comiss o Internacional sobre Educa o para o s culo XXI coordenada por Jacques Delors de cujo trabalho resultou o que ficou conhecido como Relat rio Delors Este relat rio constituiu se em um documento fundamental para se compreender a revis o da pol tica educacional de v rios pa ses na atualidade Inclui entre as tens es a serem resolvidas nos tempos atuais atrav s da educa o adaptar o indiv duo s demandas de conhecimento cient fico e tecnol gico especialmente as tecnologias de informa o o ingresso de todos os pa ses no campo da ci ncia e tecnologia a adapta o das v rias culturas e moderniza o das mentalidades sociedade da informa o e viver democraticamente ou seja viver em comunidade A educa o apresentada como um trunfo para a paz liberdade e justi a social capaz de favorecer um desenvolvimento humano mais harmonioso e de fazer recuar a pobreza a exclus o social as incompreens es as opress es as guerras Para tal cabe educa o garantir as condi es e o consenso em torno do projeto hegem nico Para capacitar os habitantes
118. a melhoria da qualidade de vida a tomada de decis es informadas e a possibilidade de continuar aprendendo No entanto a parte que nos caberia na divis o internacional do trabalho e consequentemente na divis o da possibilidade de acesso aos bens produzidos pela civiliza o come ava a se explicitar Defendia se que diante da diversidade dos grupos humanos suas necessidades b sicas tamb m seriam diversas inclusive necessidades b sicas de aprendizagem o que significava obter meios apropriados para satisfaz las que deveriam variar segundo o pa s a cultura setores e grupos sociais ra a idade g nero cultura religi o pertencimento territorial entre outros A Carta de Jomtien aliava se id ia de que a educa o deveria ocorrer cada vez mais no mbito da fam lia da comunidade e dos meios de comunica o deixando de ser atribui o apenas da escola at por tratar se de um processo que se prolonga por toda a vida A preocupa o de contribuir para a libera o para o Capital de espa os de mercado ocupados pelo Estado fica clara com as propostas de mobiliza o de recursos p blicos privados e volunt rios para a educa o atenuando a responsabiliza o do Estado Outra concep o importante disseminada a partir da Confer ncia Mundial de Educa o para Todos de Jomtien a da inten o de fortalecer a solidariedade internacional promovendo rela es econ micas justas e equitativas para corrigir a
119. a o ide rio escolanovista construtivista que advoga a perda da centralidade do conte do no processo educativo O mais importante n o mais fazer com que os estudantes se apropriem dos saberes produzidos pela civiliza o uma vez que eles estariam mudando numa velocidade 54 inalcan vel O importante aprender a aprender Ou seja mais do que conte dos o importante seria a apropria o dos m todos de pesquisa ou de busca dos conhecimentos nas diversas fontes dispon veis na atualidade escola internet televis o revistas Mais importante do que o dom nio da produ o te rica seria aprender a conviver a partir do respeito s diferen as dentro de princ pios humanistas Na estrat gia de implanta o deste ide rio o governo brasileiro visando confundir e inibir movimentos organizados de resist ncia envolveu entidades de trabalhadores e intelectuais de renome no setor da educa o Diversos intelectuais acabaram por desempenhar este papel entre os quais alguns que mais tarde viriam assessorar o Banco Mundial e integrar o CNE Pronunciamentos p blicos e textos destes autores constru ram importante referendo contribuindo para a dissemina o e aceita o daquelas propostas nos meios educacionais seduzindo outros intelectuais e educadores que sairiam em defesa do projeto SHIROMA MORAES e EVANGELISTA 2000 6 3 ORIGEM DA NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O M DICA A argumenta o mais frequente em tor
120. a patologia em sinergia com os avan os da qu mica e da f sica e com os equipamentos que aos poucos eram disponibilizados como por exemplo o microsc pio permitindo avan ar no conhecimento das coisas da natureza A Medicina beneficiava se destes avan os sempre que os incorporava pois ainda conviviam diversas pr ticas fundadas na magia na metaf sica no dogmatismo e no idealismo Lentamente que a atua o m dica foi se fundamentando de forma consistente nas descobertas cient ficas e deixando seu car ter de charlatanismo CASTIGLIONI 1947 ROSEN 1994 Alguns m dicos foram obtendo grande fama e notoriedade recebendo por seus servi os excelente remunera o Os charlat es mais ignorantes e os cl nicos mais ilustres conviviam na oferta de seus pr stimos e no desfrute do prest gio junto a seus disc pulos e pacientes CASTIGLIONI 1947 Como a forma o te rica carregava uma heran a da filosofia idealista frequentemente a pr tica fundada em observa es emp ricas mesmo que combinadas com explica es metaf sicas obtinha resultados mais favor veis medida que a teoria foi se produzindo sobre a base material da vida e fornecendo s nteses generalizantes que passaram a explicar os fen menos a pr tica dos m dicos com base te rica passou a ser reconhecida como mais adequada diante dos riscos que uma pr tica sem qualquer base racional ia demonstrando pelos tratamentos preconizados que muitas vezes obtinham antes
121. a UEL que tem como miss o al m do atendimento m dico contribuir com o processo de forma o dos profissionais de sa de Desde seu in cio o curso foi marcado por uma positiva inquietude buscando sempre atualizar se e acompanhar os avan os cient ficos e pedag gicos Embora tenha sofrido ao longo de sua exist ncia praticamente uma reforma curricular a cada seis anos foi na d cada de 90 que ocorreram as mudan as de maior import ncia para sua configura o atual tida como exemplo n o s de adequa o s recomenda es nacionais para a educa o m dica como de pioneirismo na sua formula o Sob a influ ncia do movimento nacional e internacional de mudan a da educa o m dica ao qual esteve integrado desde o in cio dos anos 70 o curso de Medicina instituiu em meados da d cada de 90 em conjunto com os demais cursos do Centro de Ci ncias da Sa de um conjunto de princ pios que passou a partir de ent o a orientar seus futuros modelos acad micos quais sejam articula o academia servi os comunidade interdisciplinarida de a o multiprofissional ensino e pesquisa orientados pelos problemas priorit rios de sa de da popula o forma o orientada para a integralidade da aten o sa de articula o ensino pesquisa assist ncia integra o das disciplinas b sicas e cl nicas inser o precoce do estudante em a es comunit rias e nos servi os de sa de metodologias ativas de ensino aprendi
122. a burguesia ao dom nio da nobreza e do clero a filosofia da ess ncia faz uma defesa intransigente da igualdade essencial dos homens Sobre essa igualdade que se vai assentar a id ia da liberdade t o necess ria para o estabelecimento do novo regime A burguesia propunha ent o escolariza o para todos como forma de consolidar a ordem democr tica burguesa Uma vez estabelecida a nova ordem no entanto as contradi es entre os interesses dos burgueses e prolet rios logo se evidenciam e o avan o das mudan as passa a amea ar os interesses da burguesia que agora precisa legitimar a desigualdade Consolida se a filosofia da exist ncia sobre a qual se funda a pedagogia da exist ncia com o pressuposto de que os homens n o s o essencialmente iguais Os homens s o essencialmente diferentes e suas diferen as quanto capacidade ao ritmo de aprendizagem aos interesses cognitivos devem ser respeitadas Com esta justificativa a pedagogia da exist ncia vai contrapor se ao movimento de liberta o da humanidade em seu conjunto legitimando as desigualdades a domina o a sujei o e os privil gios SAVIANI 1984 A pedagogia da ess ncia contraposta pela pedagogia da exist ncia com o argumento de que a primeira constituiria uma educa o fundada num m todo 177 medieval pr cient fico dogm tico Esta argumenta o descabida pois na verdade o ensino tradicional se constitui ap s a revolu o industrial com
123. a constru o sociocultural conformada portanto s caracter sticas particulares de cada 64 agrupamento social com seus costumes desejos e possibilidades pr prios BREILH 2006 O processo de defini o das necessidades nos grupos humanos n o nem exclusivamente objetivo nem exclusivamente subjetivo Toda necessidade objetiva se expressa no sujeito a partir elementos subjetivos mas a necessidade subjetiva s pode ser constru da a partir de uma necessidade concreta e possibilidades socialmente constru das Se a sa de for entendida como a condi o que permita a realiza o do humano ou o desenvolvimento m ximo do potencial de cada um de acordo com as possibilidades sociais dadas pelo desenvolvimento dos meios de produ o as necessidades ser o entendidas como um patamar universal a partir do qual cada um poder se desenvolver Por outro lado numa forma o social marcada por rela es de explora o que n o permite o acesso igualit rio ao produto da civiliza o necessidade de sa de pode ser entendida apenas como a aten o restrita a determinadas situa es que impe am a livre explora o da for a de trabalho de alguns ou mera satisfa o da sensa o de n o abandono O conhecimento cient fico da necessidade humana n o tem como ponto de partida um elemento objetivo abstrato nem um esquema subjetivo abstrato mas a atividade pr tica social de seres concretos historicamente dados pelo modo de pr
124. a produ o do conhecimento constitui a busca da identifica o das leis que regem o movimento do real e suas interconex es elaborando as teorias a educa o constitui a transmiss o do conhecimento produzido Esses conhecimentos no entanto sintetizados em teorias que fundamentam a compreens o do real n o podem ser apresentados descolados da totalidade ocultando se seus nexos suas interconex es Se os fundamentos a serem transmitidos n o podem ser identificados apenas por sua serventia para a solu o de determinada situa o problema devem no momento da transmiss o ser apresentados em fun o de uma totalidade como parte de uma totalidade que seu conhecimento far sentido demonstrando as conex es com situa es particulares espec ficas Caso contr rio constituir um fragmento de conhecimento que dever ser memorizado para que em algum outro momento o estudante perceba quem sabe aquela conex o Os fundamentos as abstra es permitir o a compreens o do fen meno em sua concreticidade como s ntese de suas m ltiplas determina es O fundamento constitui uma caracter stica universal comum a uma totalidade fenom nica portanto presente numa totalidade de manifesta es particulares e singulares A apropria o dos fundamentos pode ocorrer a partir de um problema desde que a busca esteja bem orientada pelo professor de modo a garantir que os alunos realizem efetivamente essa apropria o percebe
125. abilidade da aten o sa de n o se encerra com o ato t cnico mas sim com a resolu o do problema de sa de tanto em n vel individual como coletivo II Tomada de decis es o trabalho dos profissionais de sa de deve estar fundamentado na capacidade de tomar decis es visando o uso apropriado efic cia e custo efetividade da for a de trabalho de medicamentos de equipamentos de procedimentos e de pr ticas Para este fim os mesmos devem possuir compet ncias e habilidades para avaliar sistematizar e decidir as condutas mais adequadas baseadas em evid ncias cient ficas III Comunica o os profissionais de sa de devem ser acess veis e devem manter a confidencialidade das informa es a eles confiadas na intera o com outros profissionais de sa de e o p blico em geral A comunica o envolve comunica o verbal n o verbal e habilidades de escrita e leitura o dom nio de pelo menos uma l ngua estrangeira e de tecnologias de comunica o e informa o CONSELHO NACIONAL DE EDUCA O C mara de Educa o Superior Resolu o CNE CES 4 2001 Di rio Oficial da Uni o Bras lia 9 de novembro de 2001 Se o 1 p 38 IV V Art 5 74 Lideran a no trabalho em equipe multiprofissional os profissionais de sa de dever o estar aptos a assumir posi es de lideran a sempre tendo em vista o bem estar da comunidade A lideran a envolve compromisso responsabilidade empatia habilidade para t
126. acientes saber orientar educar fam lia e comunidade manusear instrumental cir rgico b sico conhecendo suas caracter sticas e indica es de uso executar algumas t cnicas de coleta de material biol gico para exames laboratoriais que requeiram m todos especiais realiza o das t cnicas do suporte avan ado de vida ACLS conhecer t cnicas e manusear instrumentos utilizados em procedimentos de baixa complexidade de urg ncia assist ncia ventilat ria uso de monitores desfibrilador realiza o do ECG realizar imobiliza es tamponamentos suturas drenagens e sondagens conhecer a rotina de realiza o dos exames de laborat rio de maior utilidade na pr tica m dica geral saber diferenciar exames de urg ncia e rotina como s o obtidos os resultados e tempo de realiza o dos exames conhecer os principais interferentes nos exames mais comuns diagnosticar lceras gastroduodenais colecistopatias liti sicas pneumoperit nio obstru o intestinal pneumonias e sinusites 6MOD308 Atualiza o III COL Atualiza o de conhecimentos te rico pr ticos em temas de interesse da rea m dica 6PIN300 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade III MED DSC PED GIN Aten o ambulatorial na rede b sica de sa de Papel do m dico nas equipes de sa de da fam lia Habilidades cl nicas b sicas Conduta cl nica em patologias de maior preval ncia loco regional Cuidados de sa de para pacien
127. ade diagn stica de tuberculose pulmonar Ainda no intuito de resolver o problema com o qual se defronta buscar formas de comprovar a hip tese diagn stica Com base na literatura ou em situa es que observou em est gios ou at mesmo em conversas com m dicos ou outros estudantes mais experientes decide que solicitaria inicialmente um exame de escarro buscando identificar o Bacilo de Kock agente etiol gico da tuberculose Uma vez confirmado o diagn stico resta agora tratar o paciente Busca novamente informa es encontrando na Internet o ltimo consenso sobre o tratamento da tuberculose que prontamente recomenda para o paciente em 183 quest o N o parece restar qualquer d vida quanto efici ncia do m todo proposto para a forma o de um profissional tamb m eficiente na solu o dos problemas com os quais venha a defrontar se no atendimento de seus pacientes E ficou claro pelo exemplo apresentado que conte dos que s o impostos aos estudantes atualmente para que memorizem s o totalmente desnecess rios para criar a compet ncia ilustrada acima Em rela o situa o apresentada o conhecimento sobre o Bacilo de Kock bact ria aer bica cuja parede celular apresenta caracter sticas que lhe conferem a cido lcool resist ncia mostra se totalmente in til e portanto desnecess rio Mas ser este mesmo o profissional que queremos formar Este t cnico apto a consumir as informa es geradas por outr
128. ade de adaptar os trabalhadores s remodela es estabelecidas no mundo do trabalho marcadas pela inseguran a flexibilidade e desqualifica o do trabalhador que dever por conta pr pria manter se adestrado para desempenhar qualquer tipo de trabalho que possa surgir como oportunidade de emprego Buscaremos agora rever os principais aspectos das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina no sentido de verificar em que medida as reformas implantadas nas universidades estudadas respondem a suas indica es N o nos debru aremos a comentar cada aspecto das diretrizes somente aqueles que nos parecem fundamentais para a compreens o de nosso objeto de estudo Naturalmente as diretrizes cont m pela ambiguidade que as caracterizam aspectos com os quais concordamos e aspectos com os quais nos posicionamos diametralmente contr rios Em nossa an lise exclu mos a discuss o da totalidade dos conceitos enunciados nas diretrizes pela impossibilidade de faz lo nos limites 154 do presente estudo Os aspectos cuja an lise n o realizamos s o no nosso entender os que menos contribuem para desvelar os fatos que nos propusemos estudar 10 1 SOBRE A FORMA O GENERALISTA As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina enfatizam a necessidade de um m dico com forma o geral em contraposi o tend ncia atual de um ensino precocemente voltado para as especialidades m dicas P
129. ade f sica regular alimenta o saud vel e combate ao tabagismo BRASIL 2006 A concep o de promo o da sa de vem sendo constru da a partir da contribui o do relat rio Lalonde apresentado no Canad em 1974 marcado por uma perspectiva moralista normatizadora medicalizadora que considera o estilo de vida como um agregado de decis es individuais que afetam a sa de Concep o segundo a qual os maus h bitos dos indiv duos criam riscos auto impostos Desconsiderando as rela es sociais e de poder da sociedade que imp em determinadas condi es de vida e restringem as possibilidades de escolha dos indiv duos esta concep o acaba por realizar a culpabiliza o das v timas Nos anos 80 um novo documento conhecido como Carta de Otawa marca o surgimento da Nova Promo o da Sa de que se por um lado reconhece a sa de como bem comum e direito dos homens prop e que sua promo o seja obtida pelo desenvolvimento de habilidades pessoais e comunit rias ao lado da implanta o de Pol ticas Saud veis com o compartilhamento de responsabilidades entre profissionais de sa de prestadores de servi os e comunidade Carvalho 2005 Elidindo as contradi es sociais que impedem este verdadeiro pacto social proposto em nome do bem comum o que resta dessa proposta a persist ncia da centralidade nos indiv duos de cujas habilidades depender o as mudan as sociais Mudan as essas que mais f
130. adiologia A MED B 24 131 155 Est gio Supervisionado em Neurologia e Neurocirurgia e Atividades em j s 6EST536 Radiologia A MED CIR E RS Si 99 GEST537 Est gio Supervisionado em Ortopedia e Traumatologia e Atividades em B 24 139 163 Radiologia A CIR Est gio Supervisionado em Pneumologia e Cirurgia Tor cica e Atividades em j P 6EST538 Radiologia A CIR MED BT A o a 6EST539 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro Cir rgico A CIR B 40 226 266 6EST540 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro M dico A MED B 40 226 266 6EST541 Est gio Supervisionado em Urologia e Atividades em Radiologia A CIR B 24 124 148 6EST542 Treinamento em Pronto Socorro Cir rgico A CIR B 180 180 6EST543 Treinamento em Pronto Socorro M dico A MED B 120 120 6EST545 Est gio Supervisionado em Correla o An tomo Cl nica LAC B 68 68 6EST549 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II Geriatria MED B 24 138 162 Total 344 2269 2613 124 OBSERVA ES e O estudante dever cumprir 960 horas correspondentes aos Treinamentos em Pronto Socorro a Pedi trico Pronto Socorro Tocoginecol gico Pronto Socorro M dico e Pronto Socorro Cir rgico em car ter obrigat rio que substituir o as Atividades Acad micas Complementares Monitoria Acad mica Projetos de Ensino Projetos de Pesquisa Projetos de Extens o Disciplinas Especiais Disciplinas Eletivas Est gio Volunt rio e Eventos e O estudante por op o poder cum
131. agn stico e ao tratamento Os parasitos intestinais s o vistos superficialmente S o estudados apenas os mais comuns na regi o deixando de lado por exemplo o estudo da Trichiur ase e da Toxoplasmose A Filariose foi retirada porque n o end mica na regi o e a Mal ria que havia sido retirada foi recolocada porque ocorreram casos de pacientes que vieram de fora de Londrina j com a doen a Mesmo nos casos dos parasitos que ainda s o abordados seu estudo mais voltado para a pr tica cl nica sendo pouco valorizado o conhecimento de aspectos como a sua morfologia Na embriologia houve uma redu o importante nos conte dos o que tem impedido a abordagem de assuntos considerados fundamentais pelos docentes Falta a organog nese Ele fala de mal forma o cong nita e um m dico precisa saber mal forma o cong nita eu vejo assim cada absurdo de laudo m dico por falta de conhecimento que assombroso Ent o isso faz falta pra 146 quem Faz falta para os acometidos A gente v muita crian a sem diagn stico sem encaminhamento e tomando a medica o errada Apesar de reconhecerem que os estudantes desenvolvem a capacidade de busca de informa es os professores das disciplinas b sicas em geral demonstram certa apreens o diante do fato do curso nos moldes atuais n o garantir o dom nio das bases fundamentais de cada rea O curso n o garante o dom nio da base da disciplina No contato com os
132. ais Agora no tutorial a gente tamb m orienta como buscar essas informa es Agora eles tamb m eles tem uma autonomia eles tamb m buscam essas informa es Agora veja bem vamos supor que voc tenha que estudar um determinado assunto Ele tem as diretrizes do que ele tem que buscar nesse assunto Essas diretrizes eles muitas vezes podem distorcer essas diretrizes certo como buscar essas informa es e onde buscar essas informa es muitas vezes eles procuram em locais em sites que n o s o legais Ent o acho que isso problema O caso em si talvez n o tenha assim n o direciona exatamente pra voc saber o que que Voc precisa saber exatamente o que esse metabolismo e o que que essa estrutura N o No final do tutorial nos come amos a conversar sobre infec es at no ponto que um aluno me comentou que ele n o sabia a defini o o que que era por exemplo ele achava que a tuberculose era causada por um v rus Isso no terceiro 149 ano Eu fiquei inicialmente assustado com isso s que foi uma coisa extremamente pontual s que at que ponto isso relevante ou n o isso eu n o sei te dizer Um exemplo que ocorreu com aluno do quarto ano coagula o na perda de sangue Ent o voc v que eles sabem alguns controles da coagula o sangu nea sabem profundamente a de repente voc faz uma pergunta b sica oh fator de coagula o s o prote nas De repente eles t m d
133. ais e sintomas capacidade reflexiva e compreens o tica psicol gica e human stica da rela o m dico paciente V diagn stico progn stico e conduta terap utica nas doen as que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo biol gico considerando se os crit rios da preval ncia letalidade potencial de preven o e import ncia pedag gica e VI promo o da sa de e compreens o dos processos fisiol gicos dos seres humanos gesta o nascimento crescimento e desenvolvimento envelhecimento e do processo de morte atividades f sicas desportivas e as relacionadas ao meio social e ambiental Art 7 A forma o do m dico incluir como etapa integrante da gradua o est gio curricular obrigat rio de treinamento em servi o em regime de internato em servi os pr prios ou conveniados e sob supervis o direta dos docentes da pr pria Escola Faculdade A carga hor ria m nima do est gio curricular dever atingir 35 trinta e cinco por cento da carga hor ria total do Curso de Gradua o em Medicina proposto com base no Parecer Resolu o espec fico da C mara de Educa o Superior do Conselho Nacional de Educa o 8 1 O est gio curricular obrigat rio de treinamento em servi o incluir necessariamente aspectos essenciais nas reas de Cl nica M dica Cirurgia Ginecologia Obstetr cia Pediatria e Sa de Coletiva devendo incluir atividades no primeiro segundo e terceiro n veis de aten o em cada
134. alidade busca conciliar posi es ideol gicas opostas Nesse aspecto observa se nas Diretrizes por exemplo uma semelhan a com o Relat rio Delors que segundo Duarte busca um equil brio e concilia o entre p los opostos constituindo um recurso discursivo para manter se no meio do caminho entre posi es antag nicas Apresenta os conflitos que marcam a sociedade atual mas pela posi o ideol gica assumida n o alcan a apontar o capitalismo contempor neo como gerador desses conflitos DUARTE 2004 O consenso em torno dos caminhos a serem trilhados de que falam v rios dos defensores das propostas de mudan a nos moldes indicados pelas diretrizes segundo Gentili 1996 se d entre os que comungam do ide rio neoliberal e de uma vis o p s moderna da realidade atual Poder amos dizer que existe um consenso estrat gico entre pol ticos tecnocratas e intelectuais conservadores sobre como e com que receitas enfrentarem a crise educacional Obviamente tal consenso decorre da formula o de um diagn stico comum a partir do qual poss vel explicar e descrever os motivos que originam a crise e ao mesmo tempo de uma identifica o tamb m comum sobre os supostos respons veis por essa crise A experi ncia internacional parece indicar a exist ncia de um Consenso de Washington tamb m no plano das pol ticas de reforma educacional GENTILLI 1996 p 24 Trata se como j dissemos de uma vis o adequada necessid
135. aliza o dos conhecimentos da rea m dica com temas a serem definidos 6PIN200 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade II DSC MED e Aten o prim ria sa de organiza o funcionamento e rela es entre as Unidades B sicas de Sa de e n veis secund rios e terci rios de aten o Introdu o metodologia cient fica Epidemiologia e estat stica aplicada sa de A es e interven es em equipes multiprofissionais de sa de 128 3 S rie 6MOD301 Dor MED CIR CIF MOR e Anamnese Dor como mecanismo de defesa e sintoma de doen a Fatores que influenciam a dor Aspectos biopsicossociais Fisiologia da dor Dor aguda e cr nica referida e irradiada Tratamento da dor 6MOD302 Dor Abdominal Diarr ia V mitos e Icter cia MED CIR MIB LAC PAT e Dor abdominal aguda e cr nica caracteriza o fisiopatologia e classifica o Icter cias fisiopatologia e classifica o Diarr ia caracteriza o fisiopatologia e classifica o Epidemiologia diagn stico diferencial e principais patologias envolvidas 6MOD303 Fadiga Perda de Peso e Anemias MED PED e Fisiologia do sistema hematopoi tico Fisiopatologia diagn stico diferencial e condutas terap uticas em doen as que cursam com sinas e sintomas de fadiga perda de peso e ou anemia Fatores biopsicossociais que influenciam a fadiga perda de peso e anemias 6MOD304 Problemas Mentais e de Comportamento MED
136. almente artificial o direito a sociologia etc Ao contr rio a economia marxiana parte sempre da totalidade do ser social e volta sempre a desembocar nessa totalidade Como j esclarecemos o tratamento central e sob certos aspectos frequentemente imanente dos fen menos econ micos encontra seu fundamento no fato de que aqui deve ser buscada e encontrada a for a motriz decisiva em ltima an lise do desenvolvimento social em seu conjunto LUKACS 1979 p 22 Luk cs esclarece ainda que quando Marx afirma que n o a consci ncia dos homens que determina o seu ser mas ao contr rio o seu ser social que determina sua consci ncia n o v o mundo das formas de consci ncia e seus conte dos como um produto direto da estrutura econ mica mas da totalidade do ser social A determina o da consci ncia pelo ser social portanto entendida em seu sentido mais geral S o marxismo vulgar que transformou essa determina o numa declarada e direta rela o causal entre economia ou mesmo entre alguns momentos dessa e ideologia LUKACS 1979 p 41 Compreendida a quest o da determina o social da vida humana o que logicamente inclui a sa de humana ficam claras as limita es das propostas de 211 ide rio da promo o da sa de sejam aquelas filiadas corrente canadense sejam aquelas produzidas originalmente em nosso pa s que sob a influ ncia do pensamento p s moderno p
137. am a ser desnecess rias para a realiza o dessa finalidade todos os meios relacionados com sua reprodu o acabam sendo prejudicados Os Estados capitalistas principalmente 217 aqueles de orienta o neoliberal t m se voltado a racionalizar os gastos da extens o dos servi os como pol tica de al vio pobreza O setor do Capital representado pelas seguradoras e pelos planos de sa de tamb m tem interesse em reduzir os custos com a assist ncia m dica contra os interesses do setor da ind stria m dico farmac utica Iniciativas guiadas por estes interesses buscam segundo Merhy 2002 atingir o n cleo tecnol gico do trabalho vivo descentrando dos especialistas e dos equipamentos o trabalho em sa de Intervindo no trabalho vivo em ato estas propostas apontam para o desmonte de uma tica assistencial m dico centrada substituindo a por uma outra Capital centrada onde a decis o cl nica substitu da por uma decis o de cunho administrativo Em segundo lugar incidem sobre n s os riscos inerentes a nossa condi o de pa s de terceiro mundo O Banco Mundial nos recomenda para a sa de aquela cesta b sica que j citamos Para a educa o uma cesta b sica que inclui a despreocupa o dos governos em produzir conhecimento de ponta Segundo o Banco Mundial os pa ses em desenvolvimento devem investir seus recursos para resolver seus problemas mais imediatos e comuns N o h segundo aquele banco porque
138. an as pedag gicas no sentido de aprender atrav s da solu o de problemas aprender fazendo e aprender transformando as condi es reais dos servi os o ensino orientado comunidade em cen rios extra hospitalares Diversos aspectos das mudan as na forma o e na pr tica m dica com as linhas gerais acima apontadas v m sendo recomendados h mais de cinquenta anos e neste per odo embora tenham sofrido um processo de cont nuo aperfei oamento te rico na pr tica a mudan a foi quase inexistente configurando segundo Feuerwerker 1998 a mudan a que n o houve A autora levanta como uma das causas desta n o mudan a a falta de um sistema de sa de bem estruturado que fornecesse a base material necess ria para a mudan a Mas se estas propostas tiveram anteriormente um car ter prescritivo e idealista hoje a realidade mudou J h uma base material mais condizente com a mudan a proposta H um sistema de sa de onde uma nova pr tica est sendo implementada e h interesse dos organismos internacionais que est o incentivando esta remodela o p ex OMS OPS do Unicef da Unesco do Programa de Desenvolvimento das Na es Unidas do Banco Mundial da Funda o Kellogg da Funda o Robert Wood Johnson etc No final de 2002 no Brasil numa iniciativa dos minist rios da Sa de e da Educa o em conjunto com a Organiza o Pan Americana de Sa de a Organiza o Mundial da Sa de as Institui es de Ensi
139. ando atrav s da pr tica na qual se encontram mergulhados em suas comunidades guiados por uma sabedoria ali constru da n o 196 pelo conhecimento cient fico produzido alhures Corremos o risco da educa o m dica enveredar se pelo mesmo caminho Assim como prescrevia a Medicina Preventiva hoje se prop e a delimita o do objeto de a o da aten o b sica sobre a qual deve estar fundada toda a estrutura o da aten o m dica no SUS nas responsabilidades individuais e da fam lia sobre a sa de o que simultaneamente delimita aquelas condi es determinantes das doen as que devem ser estudadas e o espa o das atribui es m dicas AROUCA 1975 p 100 Sob essa tica ao m dico caber intervir sobre o sujeito e sua fam lia buscando a mudan a da realidade pelo desenvolvimento de h bitos saud veis dentro das possibilidades e limita es dadas nos limites de cada comunidade Propor a mudan a de h bitos respeitando as circunst ncias de cada localidade antes de tudo contribuir para a manuten o dessas condi es ou seja exatamente o inverso do que se institui no discurso e apenas nele N o h como negar a import ncia da ado o de h bitos que comprovadamente contribuam para manter ou recuperar a sa de Tom los como t bua de salva o no entanto centrando na ado o dos mesmos por parte do indiv duo a solu o para os problemas resulta antes na culpabiliza o da v tima e na ocu
140. ara fazermos nossas observa es sobre a forma o geral ou especializada entendemos que necess rio compreender o sentido da especializa o Para tal recorreremos a alguns conceitos marxianos al m de contribui es de outros autores como Braverman Smith entre outros O trabalho humano adquire especificidades e diferencia se em especialidades por motivos muito distintos O homem se produz como ser humano diferentemente dos outros animais ao produzir seus meios de produ o objetos humanos necess rios para sua sobreviv ncia O primeiro pressuposto de toda a exist ncia humana e de toda a hist ria que os homens devem estar em condi es de viver para poder fazer hist ria Mas para viver preciso antes de tudo comer beber ter habita o vestir se e algumas coisas mais O primeiro ato hist rico portanto a produ o dos meios que permitam a satisfa o das necessidades a produ o da pr pria vida material e de fato este um ato hist rico uma condi o fundamental de toda a hist ria que ainda hoje como h milhares de anos deve ser cumprido todos os dias e todas as horas simplesmente para manter os seres humanos vivos MARX e ENGELS 2004 p 53 A produ o humana dos meios de sobreviv ncia fruto do trabalho social constitu do pelo conjunto de diferentes trabalhos que se articulam numa rela o de interdepend ncia Para que alguns possam cuidar da produ o de moradias de 15
141. ara os pobres restava entregar se s m os dos curandeiros e barbeiros ou morrer sem qualquer ajuda GARCIA 1989 6 4 A CONSTRU O DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUA O EM MEDICINA Com grande influ ncia dos pressupostos emanados dos eventos patrocinados pelos organismos internacionais anteriormente citados quando refletimos sobre sua contribui o para a conforma o ideol gica da educa o 69 nova ordem foram constru das as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina Atrav s da Resolu o CNE CES n 4 de 7 de novembro de 2001 o presidente da C mara de Educa o Superior do Conselho Nacional de Educa o instituiu estas diretrizes que foram homologadas pelo Ministro da Educa o em 1 de outubro de 2001 A defini o de diretrizes nacionais para a educa o inicia se no Brasil com o Estado Novo A institui o das primeiras universidades ganhou grande impulso no per odo de 1930 1945 no movimento de moderniza o deflagrado por Get lio Vargas No segundo ano desse per odo 1931 cria se o Minist rio da Educa o e na Constitui o de 1934 imputa se Uni o a responsabilidade pelo estabelecimento de diretrizes da educa o nacional Esta proposta permanece estagnada por v rios anos devido s for as pol ticas contr rias a sua evolu o Seguindo a tend ncia centralizadora para o fortalecimento do Governo Federal a legisla o referente s U
142. artroses piog nicas AVCI AVCH cardiomegalias pneumot rax e derrame pleural diagn stico das altera es eletrocardiogr ficas da isquemia mioc rdica e de algumas arritmias 6MOD408 Atualiza o IV COL e Atualiza o dos conhecimentos da rea m dica com temas a serem definidos 6PIN400 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade IV CIR MED PED GIN e Desenvolvimento de habilidades em semiologia racioc nio cl nico e condutas terap uticas 5 S rie 6EST511 Est gio Supervisionado em Anestesiologia CIR e Pr anestesia Cl nica de anestesia geral Princ pios gerais dos bloqueios anest sicos Princ pios gerais de assist ncia ventilat ria Cuidados com pacientes inconscientes Reanima o cardiorrespirat ria 6EST512 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica MED e Diagn stico sindr mico funcional e etiologia das afec es prevalentes dos aparelhos respirat rio digestivo cardiovascular e altera es secund rias do Sistema Nervoso Central Principais dist rbios metab licos e do equil brio cido b sico Princ pios de Farmacologia aplicados Cl nica M dica Afec es gerontol gicas e terap utica medicamentosa no idoso Intoxica es e envenenamentos Rea es al rgicas Cuidados intensivos e semi intensivos Interpreta o de exames complementares laboratoriais e de imagem 6EST513 Est gio Supervisionado em Dermatologia MED e Semiologia c
143. as diretrizes curriculares Nesta escola as pesquisas n o s o propostas no sentido de atender necessidades emanadas dos servi os do SUS Segundo depoimento de professores entrevistados as pesquisas s o multic ntricas patrocinadas fundamentalmente pela ind stria farmac utica pra testar determinados f rmacos pra doen as que s o prevalentes Mesmo quando t m investido no desenvolvimento de protocolos e an lise de custo benef cio as pesquisas partem do interesse da ind stria farmac utica que o setor que as financia e s o marcadas pelo interesse de legitima o do consumo da tecnologia produzida em outros centros A pesquisa na rea m dica de gradua o incipiente A maioria de pesquisas acaba sendo sobre incorpora o de tecnologias para reconhecimento e ado o de determinadas t cnicas Mas para incorpora o de t cnicas O desenvolvimento de reas ainda muito pequeno Nas disciplinas ligadas s ci ncias b sicas as pesquisas t m segundo os depoimentos um car ter menos aplicado e mais aut nomo em rela o por exemplo aos interesses da ind stria farmac utica e da pr pria aten o b sica do SUS 117 9 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA UEL A Universidade Estadual de Londrina foi criada pelo Decreto n 18 110 de 28 de janeiro de 1970 com a jun o de cinco Faculdades Direito Filosofia Ci ncias e Letras Odontologia Medicina e Ci ncias Econ micas e Cont beis que oferecia
144. as disciplinas do ciclo profissionalizante A grande modifica o de conte do ocorreu mesmo no ciclo profissionalizante com a redu o importante de carga hor ria de disciplinas das diversas especialidades cl nicas e cir rgicas Essa redu o obrigou necessariamente um recorte do conte do A divis o dos conte dos deveria ser proporcional frequ ncia com que o m dico generalista se deparasse com cada assunto em sua pr tica assistencial favorecendo disciplinas como a cardiologia e retirando espa o de disciplinas como a cirurgia tor cica o que acabou n o acontecendo A divis o ocorrida no entanto deixou espa o insuficiente para disciplinas essenciais na forma o do generalista Para aqueles estudantes que tivessem interesse em aprofundar os conhecimentos em cada rea foram criadas disciplinas optativas geralmente com n mero de vagas menor que o n mero total de alunos na suposi o de que nem todos teriam interesse em curs las TABELA 2 DEMONSTRANDO AS MUDAN AS NO CICLO PROFISSIONALIZANTE ADVINDAS DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR ANTES DEPOIS DIFEREN A Pneumologia 60 Cardiologia e Angiologia A 90 Cirurgia Tor cica e Cardiovascular 60 Cl nica M dica e Cirurgia 140 Otorrinolaringologia 45 Farmacologia M dica Il 18 75 273 75 Gastroenterologia A 90 Cirurgia do Aparelho Digestivo A 60 Endocrionologia e Metabologia A 60 Cirurgia Geral e Anestesiologia A 90 Cl nica M dica
145. aso defender a liberdade de mercado e a propriedade privada dos meios de produ o acima de tudo bem como a legitimidade da explora o dos trabalhadores por parte daquela parcela da sociedade que de alguma forma apropriou se dos meios de produ o Fundamental tamb m inculcar a id ia da meritocracia segundo a qual como j dissemos cada um pode ascender socialmente desde que se esforce o suficiente e seja suficientemente capaz para tal Mas n o esta a imagem que se tem da escola A imagem disseminada pela ideologia dominante de que a escola a institui o que deveria transmitir s gera es atuais o que a civiliza o produziu de conhecimento at ent o como fruto da luta da humanidade contra a natureza no sentido de torn la mais adequada satisfa o de suas necessidades preparando t cnica e moralmente o cidad o para bem desempenhar suas fun es sociais Para atingir tais objetivos a escola reveste se da neutralidade que permitiria oferecer a todos as mesmas oportunidades de mobilidade social Caso esta mobilidade n o ocorra deposita se a culpa sobre o indiv duo por sua falta de esfor o ou de dons ou sobre a pr pria escola que dever ser reformada de modo a alcan ar que os indiv duos obtenham a ascens o social prometida mas n o realizada Sob esta tica a escola e n o a sociedade que precisa ser modificada 38 Em s ntese Educa o Capitalista assim como procuramos demonstrar
146. ava que o fato das disciplinas serem muito te ricas com carga hor ria semanal excessiva n o permitia a fixa o do conhecimento por parte do aluno 102 Embora no ciclo b sico de modo geral os conte dos tenham sido pouco reduzidos parece que a amea a de perda n o se desvaneceu H hoje uma id ia muito forte de que os conte dos do b sico deveriam sofrer um recorte mais utilitarista o que fica evidente em diversos depoimentos de professores do ciclo profissionalizante e da coordena o do curso eu por exemplo se fosse aluno n o iria na aula se tivesse um conte do aprofundado em Biof sica e n o tivesse nenhuma liga o com a pr tica eu n o me interessaria pela aula ele l n o pensa o que vai ser da assist ncia ele n o est recortando nada l ele est dando tudo aquilo que ele acha que precisa Tem mal ria no PR N o tem E como dizer para a parasito que n o precisa entrar nessa profundidade Por exemplo tem uma professora da parasito que de Minas Gerais e as doen as parasitarias que se tem em Minas Gerais n o temos aqui mas ela considera que importante o aluno saber tudo mesmo n o sendo prevalente na nossa regi o no 2 per odo do curso h uma disciplina de biof sica que v a irradia o raio gama raio beta etc que n o precisa para um m dico dada como disciplina obrigat ria para todos os alunos na base duvido que 10 do que eles aprendem na bioqu mica ter fun o
147. bach segundo a qual haveria uma ess ncia humana gen rica que se manifestaria atrav s dos objetos produzidos pelo homem Esses produtos do mundo humano estariam inseridos em diversas esferas econ mica pol tica religiosa moral filos fica art stica etc Nas palavras do autor A Ess ncia humana dotada de atributos gen ricos que se realizam objetivando se em objetos que s o o espelho onde o homem n o lida nunca sen o com sua ess ncia e apenas com a sua ess ncia mesmo quando pensa estar lidando com Deus ALTHUSSER 1999 p 25 Para Althusser nesse processo de idealiza o o homem tomado como um ser excepcional que tem por atributos o Universal a Raz o a Consci ncia racional moral e religiosa e o Amor ALTHUSSER 2002 p 56 Se essa a ess ncia humana a hist ria dos homens seria restrita rela o especular da Ess ncia humana e seus objetos por excel ncia a religi o mas tamb m as ci ncias a arte a filosofia a pol tica o Estado etc ALTHUSSER 1999 p 25 Nessa perspectiva a humaniza o constitui a aproxima o do homem aquela sua ess ncia idealizada em outras palavras constitui na redu o ou elimina o da diferen a entre os indiv duos e o g nero humano permitindo realizar o que ainda n o foi realizado dos atributos da Ess ncia humana ALTHUSSER 1999 166 Segundo Althusser ao tomar como reflexo da Ess ncia humana os objetos humanos en
148. bitante Dessa forma n o apenas o contexto macroecon mico manifestou se predominantemente anti social como tamb m os recursos p blicos per capita direcionados rea social apresentaram um movimento de regress o em termos reais POCHMANN 2006 p 124 Diante disso no mbito forma o m dica poder ocorrer o que ocorre no mundo do trabalho em geral a polariza o de compet ncias A qualifica o dos processos de trabalho pela introdu o de tecnologia se por um lado exige um trabalho mais qualificado de um n mero cada vez mais restrito de trabalhadores por outro lado possibilita a dispensa ou a desqualifica o da grande maioria dos trabalhadores uma vez que o conhecimento estar objetivado no trabalho morto Isto significa que ser poss vel realizar o trabalho com menor depend ncia do conhecimento do trabalhador O que j pode estar ocorrendo como citamos anteriormente em casos de utiliza o de protocolos de atendimento elaborados por profissionais de boa qualifica o mas colocados em pr tica por profissionais menos qualificados Os profissionais de maior qualifica o cuja reprodu o mais onerosa destinam se ao atendimento das parcelas da popula o que ainda mant m a 68 capacidade de compra de seus servi os seja diretamente ou o que mais frequente intermediado pelos planos de sa de O acesso a estas pr ticas dever ainda al m de contemplar os interesses da ind stria m dico far
149. camente impulsionada pelas subjetividades atomizadas descoladas de qualquer totalidade Realidade portanto que pode ser modificada pela a o de m dicos enfermeiros professores ou qualquer sujeito que se proponha a constituir se como agente de mudan a A id ia da forma o do m dico como agente de mudan a est presente em documentos de ambas as escolas aqui estudadas assim como na fala de alguns dos docentes entrevistados e a efetiva o dessa id ia est ligada a o do estudante individualmente ou em equipe buscando intervir no estilo de vida da comunidade 10 7 SOBRE A TRANSFORMA O SOCIAL ATRAV S DA PROMO O DE ESTILOS DE VIDA SAUDAVEIS As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina anunciam a inten o de formar um m dico com compet ncia e habilidades para promover estilos de vida saud veis conciliando as necessidades tanto dos seus 204 clientes pacientes quanto as de sua comunidade atuando como agente de transforma o social Evidencia se uma concep o de promo o da sa de centrada na atitude dos indiv duos coerente ali s com aquela adotada pelo Minist rio da Sa de explicitada no documento denominado Pacto pela Vida que prop e elaborar e implantar a Pol tica Nacional de Promo o da Sa de com nfase na ado o de h bitos saud veis por parte da popula o brasileira de forma a internalizar a responsabilidade individual da pr tica da ativid
150. comuns mais simples do mbito do m dico generalista e que o enfoque esteja centrado no coletivo nos fatores sociais e portanto onde se observem as quest es da sa de doen a sob a tr plice perspectiva bio psico social As PAG sempre funcionaram com muita dificuldade nas Unidades de Sa de pois estas n o estavam preparadas para receber as atividades acad micas fosse pela falta de espa o f sico ou de profissionais dispon veis e capacitados para realizar a supervis o dos alunos Os professores da Universidade n o queriam supervisionar esse atendimento nas Unidades de Sa de e os m dicos pr prios dos servi os tamb m n o queriam atuar como orientadores porque assumiriam uma sobrecarga muito grande de trabalho sem melhoria de sal rio Nos semestres subsequentes 8 e 9 as atividades das PAG deveriam ocorrer em ambulat rios gerais localizados no hospital n o podendo aproveitar o servi o j existente de Pronto Atendimento que estava ocupado pelos alunos do 6 ano Novos ambulat rios tiveram que ser estruturados de modo a permitir aos alunos o acompanhamento de pacientes que chegavam sem refer ncia para uma especialidade o que permitiria uma pr tica de medicina geral com o estabelecimento de diagn stico inicial dos problemas e encaminhamentos necess rios A introdu o dessas atividades foi bastante dif cil O corpo de professores composto por especialistas teve que assumir o ensino de quest es b s
151. condi es de atuar com resolutividade e efici ncia em problemas prevalentes de sa de devendo ter garantida a continuidade deste processo educacional atrav s de iniciativas pessoais e institucionais educa o continuada institucionalizada UFPR 1997 Definiu se que o m dico a ser formado deveria ter como principais caracter sticas 94 Capacidade de solucionar as necessidades da nossa comunidade do mercado e da realidade da sa de Capacidade de resolver os problemas dentro de uma concep o bio psico social de sa de integradamente com outros profissionais de aten o sa de Capacidade de atuar em ambulat rios centros de sa de comunit rio e rurais e hospitais Capacidade de assegurar ao graduando a capacidade de resolu o dos problemas mais frequentes do processo sa de doen a Forma o generalista na gradua o assegurando condi es para a realiza o de especializa o na p s gradua o de uma forma mais eficiente UFPR 1997 8 2 1 M todo pedag gico Mudan as no m todo de ensino propriamente dito n o ocorreram de modo significativo Ficaram na depend ncia da iniciativa de alguns professores que tiveram maior contato e ades o s proposi es problematizadoras emanadas do movimento j mencionado Estas propostas filiam se quele grupo de metodologias n o diretivas que estimulam o aprender a aprender o aprender fazendo atrav s da solu o de problemas mais do que a pura
152. consumidores de tecnologia n o permitir obter os m dicos com autonomia intelectual conforme se preconiza Se o m dico hoje formado um especialista pormenorizado que observa apenas um fragmento do ser humano adoecido atrav s de interven es pontuais epis dicas descuidando da preven o e da promo o da sa de porque est subordinado aos aspectos da l gica do capital que expusemos acima A est a raiz do problema Se quisermos modificar radicalmente esse profissional sobre essa raiz que teremos que intervir A especializa o como procuramos demonstrar como fruto da divis o social contribui para a humaniza o Como fruto da divis o pormenorizada subdivide o homem subtraindo lhe possibilidades de apropria o da produ o humana 162 O aprofundamento da subjuga o da natureza pelo trabalho humano produz a necessidade de novos objetos e meios de trabalho impulsionando o surgimento de novas especialidades que exigir o por sua vez uma nova qualifica o O mal a ser combatido portanto n o a especializa o em geral mas a apropria o privada do conhecimento produzido e a produ o de especialistas pormenorizados Em nossa pesquisa pudemos perceber de ambas as escolas estudadas uma preocupa o em formar um m dico geral O modo de buscar a forma o do mesmo entretanto ocorre de forma diversa em cada uma delas A UEL n o precisou modificar significativamente seu curr culo
153. da elabora o das propostas de mudan a na educa o em geral e na educa o m dica em particular e de sua boa inten o no sentido de contribuir para a forma o de um m dico que melhor desempenhe suas fun es no cuidado sa de Dentre esses encontramos pessoas que lutam pela concretiza o do sonho de um sistema de sa de universal solid rio e de alt ssima qualidade fruto de uma forma mais justa de organiza o da vida em sociedade Teriam ao aderir ao construtivismo abandonado o sonho capitulando diante da id ia do fim das utopias ou se deixaram dominar por uma inoc ncia pueril que lhes impediria a escolha cr tica de seus referenciais te ricos Para Rossler 2005 h um processo de sedu o e portanto de aliena o na difus o do ide rio construtivista entre os educadores brasileiros ide rio este que acabou se transformando num dos grandes modismos de nossa educa o Analisemos brevemente os mecanismos deste processo que segundo o citado autor envolve nossos educadores e pesquisadores No capitalismo ao lado da grande intensifica o da transforma o da natureza no sentido da satisfa o das necessidades humanas socialmente produzidas ocorre a aliena o tanto dos meios de produ o quanto da posse dos produtos do trabalho O desejo leg timo de participar da humaniza o pelo desfrute do produto do trabalho humano em geral se contrap e posse privada dos produtos O desfrute n o imediato uma
154. dan as curriculares visando deslocar o eixo central do ensino m dico da id ia exclusiva da 83 doen a incorporando a no o de integralidade do processo sa de doen a e da promo o da sa de com nfase na aten o b sica Visa tamb m propiciar a amplia o dos cen rios e da dura o da pr tica educacional na rede de servi os b sicos de sa de al m de favorecer a ado o de metodologias pedag gicas ativas e centradas nos estudantes com o intuito de prepar los para a auto educa o permanente Embora desde os anos 90 observe se uma intensifica o dos estudos e debates sobre a educa o m dica em nosso pa s o sentido das mudan as ora propostas pelo governo brasileiro tem origem bem mais remota e faz parte de uma realidade que n o se restringe ao Brasil uma vez que ocorre em variados graus nos demais pa ses da Am rica Latina e de outros continentes A influ ncia sobre a educa o m dica na Am rica Latina de in cio marcadamente europ ia passa a ser exercida com grande predomin ncia pelos estados Unidos da Am rica ap s a Segunda Guerra Mundial O n mero consider vel de m dicos residentes que se especializou nos EUA na poca proporcionou uma verdadeira invas o das id ias de Flexner na Am rica Latina No decorrer dos anos por m aquela influ ncia se institucionalizou com a cria o de associa es e organismos nacionais e internacionais Pela grande import ncia que assumem na Am r
155. das escolas estudadas A UEL explicita sua filia o a teorias sist micas que assentam num modelo ecol gico a explica o da sa de e da doen a Em ambas as escolas o social tratado como um dos fatores causais da doen a ao lado do biol gico e do psicol gico Uma vis o equivocada que n o permite compreender que o homem n o uma justaposi o de caracter sticas biol gicas psicol gicas e sociais mas uma unidade socialmente constitu da de caracter sticas biol gicas e psicol gicas KLEIN 2007 Como n o houve a incorpora o de fundamentos que permitissem analisar cientificamente os nexos de determina o entre o mbito individual o particular e o geral as transforma es quando implementadas redundaram ou num discurso vazio e infundado sobre o coletivo observado apenas na sua dimens o emp rica ou persistiram nos limites do individual 200 Voltaremos adiante a essa quest o quando discutiremos com maior profundidade a produ o social do homem da sa de e da doen a 10 6 SOBRE A FORMA O DE UM PROFISSIONAL CR TICO AGENTE DA TRANSFORMA O SOCIAL Cabe analisarmos tamb m a inten o de formar um profissional cr tico Entendendo por cr tica o exerc cio de uma reflex o ampla e profunda capaz de oferecer elementos para fundamentar uma tomada de posi o consciente KLEIN 1999 buscar a forma o de um profissional cr tico sem apoio nos conhecimentos cient ficos que permit
156. de capitalista de modo a levar importantes setores da mesma a empreender tal caminhada de mudan a na forma o m dica Nesse percurso buscamos desvelar como tais movimentos gerais repercutiram e ao mesmo tempo se retroalimentaram na esfera particular de dois cursos de medicina que emprenderam tal processo de mudan a Buscamos apresentar as transforma es realizadas na estrutura o dos cursos nos conte dos abordados e na orienta o pedag gica Utilizamos para isso documentos relat rios grades curriculares ementas e principalmente o depoimento de dirigentes docentes e discentes que estiveram envolvidos diretamente nas reformas das escolas estudadas Na sequ ncia avaliamos o grau de aproxima o de cada escola aos preceitos da reforma sintetizados nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina e a coer ncia das pr prias recomenda es das Diretrizes diante do perfil do m dico pretendido Conclu mos o trabalho buscando demonstrar que numa sociedade de classes a educa o em geral e a educa o m dica em particular poder adequar se mais aos interesses de uma ou de outra classe nunca aos interesses de ambas uma vez que frequentemente s o opostos 13 2 OBJETIVOS Verificar a adequa o das mudan as implementadas nos cursos de medicina da Universidade Federal do Paran e da Universidade Estadual de Londrina ao ide rio da reforma da forma o m dica sintetizado nas Diretri
157. de da escola acompanhar as r pidas transforma es sociais e as vertiginosas transforma es do conhecimento a crise da efici ncia e da efic cia da forma o m dica al m da aus ncia de um perfil profissional baseado nas 78 compet ncias habilidades e atitudes adequadas s atuais necessidades sociais da sa de O objetivo das diretrizes segundo Maranh o seria levar os alunos dos cursos de gradua o em sa de a aprender a aprender que engloba aprender a ser aprender a fazer aprender a viver juntos e aprender a conhecer Garantindo a Capacita o de profissionais com autonomia e discernimento para assegurar a integralidade da aten o e a qualidade e humaniza o do atendimento prestado aos indiv duos fam lias e comunidades MARANH O s d As diretrizes est o direcionadas forma o de um m dico voltado para uma pr tica marcada pela integralidade entendida como o conjunto articulado e cont nuo das a es e servi os preventivos e curativos individuais e coletivos exigidos para cada caso em todos os n veis de complexidade do sistema de sa de constituindo se em agente de transforma o social marcadamente pela promo o de estilos de vida saud veis BRASIL 1990 O m dico a ser formado sob as novas diretrizes curriculares n o dever priorizar somente o cognitivo mas incorporar qualidades t cnicas e human sticas que lhe tornem capaz de trabalhar em conjunto com outros profissionais ou seja apre
158. de econ mica dever compreender ent o o disp ndio de tempo de trabalho tanto para a produ o de bens e servi os cujo efeito consiste na pr pria atividade quanto para a es de controle cuja finalidade evitar que contradi es seja no plano econ mico social ou mesmo natural venham a perturbar a produ o ou o consumo dos bens materiais e imateriais dentro da ordem constitu da Tais contradi es podem provir do contato com o meio natural como se originam muitas das enfermidades ou do relacionamento dos homens entre si que originam choques sociais transgress es dos c digos de conduta enfermidades mentais Os Servi os de Controle atuam sobre essas contradi es preventivamente alterando o meio natural hostil ao homem ajustando o indiv duo s normas do grupo ou corretivamente curando punindo reprimindo SINGER CAMPOS e OLIVEIRA 1981 p 12 13 Ao atender aos anseios mais imediatos de al vio dos sofrimentos do corpo e da mente e constituir se como importante mecanismo de prolongamento da vida a Medicina caracteriza se como importante fator de aceita o da ordem e arrefecimento dos movimentos potencialmente revolucion rios constituindo forte instrumento de integra o das for as perturbadoras NAVARRO 1979a Segundo Ivan lllich 1975 neste movimento de incorpora o das classes subalternas ocorre uma verdadeira incorpora o pela Medicina das diversas reas da vida social Embora
159. de sa de Para o citado autor as principais caracter sticas desta crise crescimento e inefic cia s o devidas s necessidades criadas pelo processo de acumula o do Capital somadas s demandas expressadas pela popula o trabalhadora Estas necessidades por serem geradas pelo Capital e pelo Trabalho est o intrinsecamente em conflito As necessidades do Capital e a invas o pelo Capital de todas as esferas de nossas vidas criam cada vez mais problemas de sa de que requerem um aumento dos servi os sociais em geral e de sa de em particular Desta forma se imp e Medicina a tarefa de realizar o imposs vel de resolver os problemas que est o fora 82 de seu controle Os problemas s o criados pelo processo de acumula o do Capital e se incumbe a Medicina de resolv los no mbito restrito da a o m dica Esta para Navarro 1979b a causa real da inefic cia m dica No momento atual al m desta aparente inadequa o contribuem para colocar em cheque tanto a Medicina quanto a educa o m dica os interesses de outros setores do Capital s companhias de seguro sa de interessa que se mantenha a imagem da necessidade do consumo de produtos m dicos para obter a sa de ao lado do real interesse de que o consumo destes produtos n o se realize Do mesmo modo aos Estados que se responsabilizam pelo acesso aos servi os de sa de interessa a realiza o de uma pr tica de n o consumo viabilizando este s
160. decidimos reproduzi la abaixo na ntegra 9 2 1 Organiza o curricular 1 S rie CARGA HOR RIA REDES NOME Te rica Pr tica Tut E Or Av Total 6MOD101 Introdu o ao Estudo da Medicina COL B 10 80 40 54 6 190 3 Concep o e Forma o do Ser Humano y j 6M0D102 BIO CIF MOR HIT GIN B e 4 E i 6MOD103 Metabolismo BIO BIQ MOR CIF HIT MED B 12 36 44 58 6 156 6MOD104 Fun es Biol gicas CIF IMED MOR HIT BIQ B 22 34 52 68 6 182 Mecanismos de Agress o e Defesa 6MOD105 MIB MED PATILACICIF 2 SAGN SRT aA OA RD 6MOD106 Abrang ncia das A es de Sa de DSC SOC PED B 8 16 32 45 3 104 6MOD107 Habilidades Cl nicas e Atitudes LAC MED CIR PED 22 104 6 132 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade GRADO DSC MED LAC SOC a A e Total 120 420 264 361 39 1204 2 S rie 122 5 CARGA HOR RIA Loog NOME PEM Te rica Pr tica Tut E Or Av Total Doen as Resultantes da Agress o ao Meio Ambiente P 6MOD201 MEDIPED LAC DSC PAT MIB SR cel RE E O Nascimento Crescimento e Desenvolvimento 6MOD202 PEDICIFIGIN B 12 24 44 70 6 56 6MOD203 Percep o Consci ncia e Em
161. del VIH SIDA Patentes farmac uticas para qu y para qui n Quito Universidad Andina Sim n Bol var Abya Yala Corporaci n Editora Nacional 2006 GARC A J C Pensamento social em sa de na Am rica Latina S o Paulo Cortez 1989 GENTILI P Neoliberalismo e Educa o manual do usu rio In SILVA T T GENTILLI P orgs Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE 1996 GENTILLI P Tr s Teses sobre a Rela o Trabalho e Educa o em Tempos Neoliberais In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELICE J L orgs Capitalismo Trabalho e Educa o 3 ed Campinas SP Autores Associados 2005 GERMER C M Contribui o ao entendimento do m todo da economia pol tica segundo Marx Curitiba 2001 mimeo HARVEY D Condi o P s Moderna 16 ed S o Paulo Loyola 2007 IANNI O O Cidad o do Mundo In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELICE J L orgs Capitalismo Trabalho e Educa o 3 ed Campinas SP Autores Associados 2005 ILLICH A expropria o da sa de n mesis da medicina 4 ed S o Paulo Nova Fronteira 1975 KLEIN L R Esp rito cr tico contradi o e manique smo Revista Promover Curitiba v 1 n 3 p 19 1999 230 KLEIN L R Alfabetiza o quem tem medo de ensinar 4 ed S o Paulo Cortez Campo Grande Editora da Universidade de Mato Grosso do Sul 2002 KLEIN L R Fundamentos para uma Proposta Pedag g
162. des o ideologia dominante pois incutem a id ia de que a popula o constitui uma massa homog nea de indiv duos que possuem as mesmas necessidades ou ao menos necessidades n o conflitantes Como certamente n o est o se referindo aten o das necessidades do g nero humano numa sociedade igualit ria omitem a luta de 213 classes fruto dos interesses opostos entre aqueles que possuem os meios de produ o e vivem da explora o do trabalho e aqueles que n o os possuem Ao propor no artigo 6 que os conte dos essenciais devem estar relacionados com todo o processo sa de doen a do cidad o da fam lia e da comunidade integrado realidade epidemiol gica e profissional proporcionando a integralidade das a es do cuidar em medicina incorrem no reducionismo sobre o qual j nos posicionamos de tomar o particular como geral impedindo a an lise cr tica deste ltimo visando sua supera o 10 8 SINTETIZANDO A DISCUSS O Em s ntese diante do perfil do m dico indicado pelas diretrizes curriculares percebe se que no que diz respeito forma o generalista a UEL pouco mudou No seu ciclo profissionalizante j adotava esse direcionamento no seu internato continua fragmentado em especialidades Os entrevistados da UEL reconhecem que a escola ainda forma um m dico mais apto a atuar em hospital que na aten o b sica A UFPR nesse movimento prejudicou muito o aprendizado pois reduziu as situa es de a
163. dicos estrangeiros no mercado nacional e a obrigatoriedade do diploma para o exerc cio profissional A limita o de vagas e a necessidade do hospital eram justificadas atrav s do discurso da qualidade do ensino e do benef cio para a ci ncia PEREIRA NETO 2001 Na rea da forma o m dica a abertura indiscriminada nos dias atuais de escolas de medicina contra a qual t m se posicionado firmemente as institui es que representam os profissionais m dicos as escolas os docentes e alunos s o prova inequ voca deste favorecimento expl cito aos interesses do mercado Formar mais m dicos ser sempre bom desde que a qualidade da forma o seja assegurada e que esteja atrelada a pol ticas de distribui o dos mesmos nas especialidades e localidades onde h ainda car ncia dos mesmos N o o que tem acontecido Grande n mero de m dicos formados a cada ano continua concentrado nos centros mais importantes do pa s movidos pela maior possibilidade de renda e acesso a bens e servi os 71 O Brasil que contava at o ano de 1995 com 80 escolas conta atualmente com 175 At 1995 a m dia m xima de abertura de escolas por ano havia sido de duas Desde ent o tem variado de 5 a 13 novas escolas por ano A rela o entre escolas p blicas e privadas tem sofrido tamb m franca invers o Desde o ano 2000 por exemplo tivemos a abertura de 75 novas escolas de medicina e destas 58 s o privadas e apenas 17 p blicas Comparando co
164. do estudante Londrina Universidade Estadual de Londrina 2005 ALMEIDA M J org Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos Universit rios da Area da Sa de 2 ed Londrina Rede UNIDA 2005 ALMEIDA M J A educa o m dica e as atuais propostas de mudan a alguns antecedentes hist ricos Revista Brasileira de Educa o M dica v 25 n 2 p 42 52 2001 ALMEIDA M J Educa o m dica e sa de possibilidades de mudan a Londrina Editora UEL Rio de Janeiro ABEM 1999 ALTHUSSER L A Querela do Humanismo II in dito Cr tica Marxista S o Paulo n 14 p 48 72 abr 2002 ALTHUSSER L A querela do Humanismo In CR TICA Marxista S o Paulo n 9 p 8 51 1999 ALTHUSSER L Sobre a reprodu o Petr polis Vozes 1999 AM NCIO J B Pneumoconiose silicose In ROCHA L E RIGOTTO R M BUSCHINELLI J T P org Isto Trabalho de Gente vida doen a e trabalho no Brasil S o Paulo Vozes 1993 AMMANN S B Ideologia do desenvolvimento de comunidade no Brasil S o Paulo Cortez 1985 p 22 ANDERSON P O balan o do neoliberalismo In GENTILI P SADER E org P s neoliberalismo as pol ticas sociais e o estado democr tico Petr polis Vozes 1999 p 93 123 ANTUNES R Adeus ao Trabalho ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho 4 ed S o Paulo Cortez Campinas SP Editora da Universidade Estadual de Campinas 1997 ANTUNES R Rees
165. dor e apropriado pelo empregador Marx 1996 28 as condi es necess rias mesmo que n o suficientes para buscar a realiza o de seus pr prios desejos No entanto a forma de participar da reprodu o dos corpos como mercadoria for a de trabalho como toda atividade produtiva no Capitalismo deve tamb m ser funcional ao processo geral de produ o de Capital O pr prio processo de produ o e manuten o da for a de trabalho dever sempre que poss vel servir finalidade de produ o de mais valor atrav s da extra o e realiza o de mais valia Isto significa que a for a de trabalho m dica deve constituir mercadoria dispon vel para o Capital com o menor custo poss vel e que ao mover os meios de produ o dever consumir as mercadorias de setores como a ind stria m dico farmac utica induzir ades o aos planos e seguros de sa de etc Com o monop lio da defini o do que sa de o que doen a e de indicar o procedimento mais adequado para cada situa o a Medicina capitalista acaba por gerar verdadeira adi o do paciente consumidor aos produtos e procedimentos prescritos NAVARRO 1979a POLACK 1971 As a es de sa de adquirindo a forma que exigem as leis do mercado direcionam os indiv duos no consumo dos procedimentos diagn sticos e terap uticos dos medicamentos dos suplementos alimentares dos servi os das cl nicas de repouso contribuindo decisivamente para a realiza o
166. du o do tempo dispon vel como se evidencia no relato do a gente enfatiza o que mais pertinente mesmo Ent o muito pouco se fala da farmacologia detalhes mas sim da sensa o cl nica que o paciente vai ter como ele vai atender aquele caso entrar nos detalhes de saber quais s o os mecanismos ficou contra do numa aula no caso a neuroendocrinologia uma aula apenas que voc n o entra em detalhes como num curso de seis meses ou um ano a Pediatria dividida em especialidades a neurologia a 110 endocrinologia a hematologia N s tentamos criar e colocar profissionais a n vel de puericultura que aonde ensina as m es a atender as crian as para prevenir doen as com a vacina o alimenta o quem d oito aulas por semestre tem que racionalizar porque sen o n o vai conseguir falar de nada Tiramos muitas coisas que prez vamos no passado com exemplo a forma o importante e come amos a falar de entorse de joelho fratura de falange as coisas que mais t m O que mais prevalente mas frustrante Voc se sente o pior dos professores v rios professores entrarem na aula e falarem 15 minutos sobre um assunto Porque sen o dava a chance pra ele e ele falava 2h sobre o assunto e o assunto n o merecia 2h Em 15 minutos voc vai l e faz um conceito disso como se faz o diagnostico quais s o os exames que voc pede e qual o tratamento que voc d Em muitos casos no entanto mesmo qu
167. durante sua vida profissional essa reforma anterior que retirou a carga do profissionalizante manteve o b sico com uma estrutura muito grande temos um b sico de primeir ssima qualidade para quem quer realizar resid ncia nos EUA Os professores do ciclo b sico por sua vez concordam que na maior parte das vezes seus conte dos n o se articulam com a assist ncia mas consideram que s o fundamentais imprescind veis e algumas vezes ainda insuficientes Mesmo com um conte do menor do que era mas mesmo assim um conte do extenso fundamental do qual n o se pode poupar e n o h tempo de se aprofundar na parte pedag gica do aluno 103 Relatam que houve uma mudan a no sentido de enfatizar o que mais prevalente de podar os rodap s os casos raros os pormenores com redu o da teoria buscando preservar os espa os de pr tica Houve uma sele o na profundidade No ciclo b sico n o tem como n o dar o sistema respirat rio por exemplo Aquilo que j era dado antigamente Agora a parte te rica foi enxugada nesses detalhes Houve um corte do conte do de cada assunto em detrimento da parte pr tica A parte pr tica continuou intoc vel mas o conte do te rico foi enxugado Embora considerem que os assuntos importantes continuam sendo os mesmos afirmam que n o conseguem ver todo o programa nem na histologia e nem na embriologia devido redu o da carga hor ria antigamente tinha mai
168. duzida permanentemente neste movimento de transforma o da natureza de apropria o da natureza em si e de significa o de uma natureza para si As coisas em si tornam se objeto do conhecimento humano quando o homem opera sobre elas modificando as dando lhes um significado que at ent o n o possu am Assim o real produzido historicamente pelo pr prio homem num movimento incessante de apropria o da natureza mas em condi es sempre renovadas Cada gera o parte daquele grau de apropria o da natureza que a gera o anterior proporcionou dando continuidade s conquistas do g nero humano sempre em novas condi es proporcionadas pelo grau de desenvolvimento das for as produtivas Este o movimento de produ o do real ao qual deve corresponder um movimento de produ o do conhecimento 15 O conhecimento das coisas em si ou seja sua transforma o em produtos humanos e objetos do conhecimento realiza se no mesmo movimento de interven o do homem sobre a natureza modificando a atrav s de sua a o intencional o trabalho para a satisfa o de suas necessidades Neste movimento n o s conhece as coisas mas cria significados percebe e estabelece novos nexos entre os objetos da realidade pois como afirmam Marx e Engels em sua obra intitulada A Ideologia Alem os homens ao desenvolverem sua produ o material e rela es materiais transformam a partir da sua realidade tamb m o seu pen
169. e por m falar delas no vazio sem levar em conta os processos hist ricos determinantes da reprodu o social processos estes ligados produ o e ao consumo bem como s rela es sociais que se estabelecem entre as classes que definem a divis o social da produ o constitui uma abstra o que empobrece ao extremo a an lise da quest o O direito sobreviv ncia e sua possibilidade de realiza o socialmente determinado conforme o modo de produ o o grau de desenvolvimento das for as produtivas e a inser o dos diferentes grupos no processo de produ o em cada 66 momento hist rico Num momento hist rico como o que vivemos marcado pelo imenso desenvolvimento das for as produtivas diante do qual mantendo se as rela es de explora o grande parte da for a de trabalho torna se dispens vel constituindo como j referimos uma grande massa humana de sobrantes a possibilidade de realiza o da sobreviv ncia deste grupo est seriamente amea ada como pre o para que ao mesmo tempo possa ocorrer a melhoria substantiva das condi es de vida para a outra parcela da sociedade A produ o econ mica dos bens e a distribui o dos que s o repartidos pelo Estado n o s o simples instrumentos a servi o da satisfa o de necessidades preexistentes mas est o ligadas aos interesses das classes dominantes que criam esses elementos de satisfa o de acordo com sua conveni ncia A sobreviv ncia dos sobran
170. e Principais transtornos mentais e de comportamento epidemiologia classifica o etipatogenia quadro cl nico diagn stico diferencial evolu o tratamento e preven o Princ pios de neuroanatomia neurotransmissores e neuroimagem Depend ncia de psicoativos diagn stico condutas terap uticas e reabilita o psicossocial 6MOD305 Perda de Sangue MED CIR e Fisiologia da coagula o Dist rbios da Hemostasia Principais causas de sangramentos Mecanismos compensat rios locais e sist micos da perda de sangue Condutas terap uticas frente perda de sangue manejo bloqueio do sangramento estabilidade hemodin mica Condutas terap uticas transfusionais e n o tranfusionais 6MOD306 Febre Inflama o e Infec o MED MIB PAT e Mecanismos de termorregula o e suas altera es patol gicas Rea es inflamat rias infecciosas e n o infecciosas Manifesta es cl nicas das doen as febris V nculos entre febre inflama o e infec o 129 6MOD307 Habilidades Cl nicas e Atitudes III MED CIR LAC PED Treinamento para o estudante ser capaz de executar com profici ncia a anamnese e o exame f sico para a consulta m dica de cl nica geral da crian a do adolescente da mulher do adulto e do idoso nas doen as de maior preval ncia praticar a correla o cl nica de casos mais simples desenvolver uma atitude facilitadora da comunica o frente aos diversos padr es de comportamento dos p
171. e abdominal detalhes da cirurgia infantil h rnias patologias orificiais por exemplo diminuiu bem Tem uma palestra s que ele tenta dar uma vis o pra pelo menos as pessoas saberem o que qu Seguindo a l gica da sele o do conhecimento a partir da pr tica que o m dico com forma o geral dever realizar permaneceram nesse caso apenas informa es relativas ao diagn stico das h rnias retirando se inclusive as informa es referentes sua g nese 9 2 5 1 Conte do das disciplinas do ciclo b sico No que diz respeito s disciplinas b sicas houve redu o importante do conte do mantendo se apenas aquele entendido como aplic vel pr tica m dica atual ou seja til para a forma o do m dico com o perfil idealizado Disciplinas como embriologia farmacologia parasitologia microbiologia tiveram seus conte dos bastante reduzidos e distribu dos ao longo do curso deixando de abordar diversos assuntos que anteriormente compunham seu conte do Tem muitos conte dos que n s enxugamos porque devido a menos carga hor ria de espa o e tal Tanto que quando voc vai dar uma palestra sobre certas coisas eles ficam vidos pelos conhecimentos porque foi tirado Nos momentos reservados para a abordagem daqueles assuntos como a palestra o tempo insuficiente a divis o do tema com a cl nica n o permite a abordagem de todos os aspectos necess rios Al m disso a principal fi
172. e compreendida por aquele que as executa Conhecer o desde as bases patol gicas que permitem a compreens o da enfermidade na singularidade do corpo seus mecanismos de a o os princ pios farmacol gicos envolvidos na escolha dos medicamentos necess rios para combat las assim como os processos protetores que dever o ser refor ados para 223 a preserva o da sa de no mbito do indiv duo das condi es de reprodu o dos diversos grupos sociais e no mbito da ordem social em geral Estudar o a produ o dos conhecimentos m dicos conhecer o os caminhos e a trajet ria hist rica de seu desenvolvimento contextualizando as inova es existentes Ou seja compreendendo porque foram desenvolvidas e introduzidas bem como sua utilidade real atual e potencial Conhecer o finalmente as formas de organiza o do setor sa de os diferentes modelos assistenciais suas virtudes e defici ncias assim como os interesses dos diversos grupos sociais em torno de cada modo de estruturar estes sistemas Este tipo de ensino n o propiciar simplesmente aos estudantes uma capacita o t cnica espec fica que talvez seja til para as necessidades atuais do mercado mas uma vasta instru o polit cnica e o dom nio de categorias gerais conceitos fundamentais que lhes permitir o iniciar sua pr tica profissional como trabalhadores conscientes capacitados que porventura necessitar o uma curta aprendizagem especial para o desenv
173. e de fundamento cient fico s lido at para a forma o de oper rios da ind stria t xtil cujas fun es a princ pio podem parecer que exigiram apenas o dom nio de habilidades motoras Com base nas reflex es dessa autora buscamos estabelecer um paralelo para a forma o m dica no intento de contribuir para explicitar as diferen as entre uma educa o profissionalizante a nosso ver empobrecedora e uma educa o polit cnica substrato para o pleno desenvolvimento humano Na Medicina h muitas especialidades ou diferentes trabalhos afazeres tarefas anestesia cirurgia cl nica cardiologia nefrologia Para ser um bom cl nico h que saber investigar os males que o paciente refere atrav s da anamnese e buscar sinais no exame cl nico estabelecer as hip teses diagn sticas mais prov veis indicar os procedimentos diagn sticos mais adequados para cada caso e a terap utica com base no conhecimento da fisiopatologia da doen a e da farmacologia dos medicamentos quando for o caso Quando a Medicina ainda n o dispunha dos conhecimentos e recursos diagn sticos e terap uticos com os quais conta atualmente o m dico tinha que desenvolver outras habilidades de observa o e at de intui o dos processos m rbidos que imaginava ocorrerem no interior pouco conhecido do corpo humano 221 Mesmo as interven es de cunho mais mec nico que realizava o cirurgi o barbeiro exigiam habilidades diferentes daquelas
174. e exige com as mudan as nos processos de trabalho Na Antiguidade a forma o do m dico ocorria no contato direto com seu mestre durante o atendimento aos doentes Com a amplia o e estrutura o do conhecimento m dico e com a incorpora o de diversos recursos tecnol gicos a divis o do conhecimento em diversos campos complementares de saberes 40 especializados a centraliza o das a es de assist ncia no hospital a forma o m dica modificou se substancialmente A forma o do m dico hoje no Brasil assim como nas forma es sociais ocidentais Capitalistas em geral caracteriza se basicamente pela transmiss o de uma pr tica especializada voltada para o atendimento individual intensivo epis dico NAVARRO 1979a predominantemente no ambiente hospitalar marcada pela intensa utiliza o de tecnologia Seguindo os preceitos de Flexner 1910 o curso de Medicina estrutura se na maioria das vezes com um ciclo b sico cient fico com dura o aproximada de dois anos no qual pretende se fornecer a fundamenta o cient fica da pr tica m dica Nos dois a tr s anos subsequentes apresenta se aos estudantes os conte dos ditos profissionalizantes constitu dos em geral pelas disciplinas das principais especialidades m dicas A sele o destas especialidades que dever o compor o rol das disciplinas do curso ocorre com base naquelas de maior utiliza o na pr tica m dica maior prest gio social ou inter
175. e justificam todas as formas de treinamento e avalia o n o mais voltadas para o dom nio do conhecimento mas das habilidades desenvolvidas e avaliadas numa esp cie de instru o programada Como j dissemos bvio que al m do dom nio dos fundamentos cient ficos o m dico precisa saber agir saber colocar o conhecimento sistematizado em fun o do desenvolvimento de seu trabalho E nesse sentido a exist ncia de um protocolo de a o pode ser muito positiva O protocolo constitui um roteiro de a o para determinadas situa es baseado nos procedimentos reconhecidamente tidos como os mais adequados conforme as evid ncias cient ficas produzidas Tem por base idealmente os estudos de evid ncia que constituem o que se conhece por medicina baseada em evid ncias A medicina baseada em evid ncias caracteriza se segundo Fran a 2003 pelo emprego do que se depreende melhor dos resultados cient ficos dispon veis procedentes da pesquisa e investiga o e n o do que possam dispor as teorias fisiopatol gicas e a autoridade ou experi ncia individual Uma medicina baseada na an lise estat stica de efeitos Em suma uma medicina de resultados FRAN A 2008 p 24 Fica clara a op o portanto pela valoriza o do emp rico em detrimento das poss veis explica es fisiopatol gicas Uma vez que os resultados nem sempre podem ser explicados pela compreens o at hoje obtida dos mecanismos de adoecimento e cura op
176. e marcada pela utilidade a escolha dos conte dos ainda ocorre com base na demanda do hospital que est centrada numa pr tica especializada de atendimento de alta complexidade Os alunos que est o nos ltimos anos perdem tempo assistindo cirurgia de transplante hep tico enquanto n o sabem dar pontos em pele por exemplo Aqui no HC h uma colis o entre o interesse da forma o e alta especialidade ou a alta complexidade Se voc andar agora pela enfermaria tem 18 leitos voc vai ver sistematicamente cinco pr teses de quadril pr ou p s operat rio quatro de joelho tr s colunas que foram instrumentadas com placa e parafuso Fratura voc n o v mais porque mandado para o HT e quatro ou cinco cirurgia de ombros ou m o de alta complexidade pr tese quem que ensina asma hoje nesse hospital Ningu m mais Agora a asma a urtic ria quase n o tem mais no hospital porque o hospital do SUS e o SUS manda pra c os casos terminais e n s s fazemos coisas complicadas No final tudo aqui alta complexidade Segundo os depoimentos dos alunos nos grupos focais mesmo quando se opera o recorte de assuntos relativos s doen as mais comuns sua abordagem sob a tica do especialista Para eles no entanto salvo raras exce es nas diversas disciplinas continua havendo grande nfase no diagn stico e tratamento das doen as raras e muito pouco investimento na compreens o da fisiologia
177. e nos atendimentos prim rio e secund rio comunicar se adequadamente com os colegas de trabalho os pacientes e seus familiares informar e educar seus pacientes familiares e comunidade em rela o promo o da sa de preven o tratamento e reabilita o das doen as usando t cnicas apropriadas de comunica o realizar com profici ncia a anamnese e a conseq ente constru o da hist ria cl nica bem como dominar a arte e a t cnica do exame f sico dominar os conhecimentos cient ficos b sicos da natureza biopsicosocio ambiental subjacentes pr tica m dica e ter racioc nio cr tico na interpreta o dos dados na identifica o da natureza dos problemas da pr tica m dica e na sua resolu o diagnosticar e tratar corretamente as principais doen as do ser humano em todas as fases do ciclo biol gico tendo como crit rios a preval ncia e o potencial m rbido das doen as bem como a efic cia da a o m dica VIII reconhecer suas limita es e encaminhar adequadamente pacientes portadores de problemas IX XI XII XIII XIV XV XVI que fujam ao alcance da sua forma o geral otimizar o uso dos recursos proped uticos valorizando o m todo cl nico em todos seus aspectos exercer a medicina utilizando procedimentos diagn sticos e terap uticos com base em evid ncias cient ficas utilizar adequadamente recursos semiol gicos e terap uticos validados cientificamente c
178. e os diversos aparelhos antecedentes pessoais e familiares perguntas abertas queixa e dura o perguntas fechadas interrogat rio sobre os diversos aparelhos antecedentes obter dados antropom tricos da crian a e da gestante demonstrar profici ncia na realiza o do exame f sico em adultos crian as e RN normais conhecer instrumentos e t cnicas para exames f sicos especializados ginecol gicos obst trico retal otorrinolaringol gico e oftalmol gico executar entrevistas com indiv duos nas diferentes fases do ciclo vital gestante m e filho adolescente adulto e idoso compreender o paciente no seu contexto social cultural e familiar comportar se adequadamente em sala cir rgica assistindo um ato cir rgico Conhecer t cnicas de antissepsia conhecer t cnicas de monitoriza o saber paramentar se realizar pun o venosa manusear equipamentos b sicos em laborat rio centr fuga microsc pio ptico microcentr fuga e banho maria realizar exames de microhemat crito tipagem sang nea teste de gravidez l quido amni tico an lise macrosc pica teste de Clemens c lulas alaranjadas exames a fresco de secre o vaginal secre o uretral masculina e esperma diagnosticar artrose osteoporose DPOC calcifica es em placas ateromatosas atrofia cerebral mediante exames de imagem diagn stico eletrocardiogr fico das sobrecargas e dos bloqueios 6MOD208 Atualiza o II COL e Atu
179. e para ambos os grupos de disciplinas utilizou se um crit rio marcado pelo pragmatismo nas disciplinas b sicas isso resultou na sele o daqueles assuntos de maior aplicabilidade imediata no trabalho do m dico Nas disciplinas profissionalizantes significou al m da escolha dos assuntos mais diretamente ligados operacionaliza o do diagn stico e tratamento a sele o na maioria das vezes das doen as e situa es mais comuns na pr tica de ambulat rio geral 100 8 2 4 1 Mudan as nas disciplinas do ciclo b sico Para as disciplinas do chamado ciclo b sico ou seja aquelas que comp em a base cient fica da forma o m dica houve uma redu o geral de carga hor ria de 135 horas TABELA 1 DEMONSTRANDO AS MUDAN AS NO CICLO B SICO ADVINDAS DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR Estudo dos Problemas Brasileiros EXTINTA Educa o F sica EXTINTA Citologia 105 Biologia celular 90 15 Gen tica M dica 60 Gen tica e evolu o 40 20 Bioestat stica 60 Bioestat stica 60 0 Histologia e embriologia geral 105 Histologia e embriologia 90 15 Anatomia M dica Ae AM B 120 120 Anatomia M dica 170 70 Anatomia M dica Ille A M IV 120 120 Anatomia M dica II 170 70 Histologia e Embriologia M dica 105 Histologia e Embriologia II 90 15 Biof sica 75 Biof sica 90 15 Bioqu mica celular 90 Bioqu mica 120 30 Bioqu mica animal 60 Bioqu mica Il 60 Fisiologia M dica 75 Fisiologia humana
180. edicina Integral e da Medicina Comunit ria marcaram as discuss es que se seguiram nas pr ximas d cadas em toda a Am rica Latina assim como em outros continentes Nos anos 70 o 2 Plano Decenal de Sa de das Am ricas ressaltava que a pr tica e a educa o m dica deveriam tratar a sa de como fun o biol gica e social serem multidisciplinares e estabelecerem rela es dos organismos de sa de p blica e institui es privadas com as universidades por meio da regionaliza o docente assistencial da Medicina de comunidade e da participa o precoce do estudante nos servi os Segundo Almeida 2001 j nesta poca se recomendava que o ponto de partida para o processo formativo do m dico fosse a aten o sa de deveria haver a supera o das dicotomias teoria pr tica b sico cl nico e preventivo curativo precisaria existir a integra o multidisciplinar e a inser o do processo de ensino em toda a rede de servi os em todos os n veis n o apenas no hospital especializado Surgiram assim as propostas de integra o docente assistencial IDA As rela es entre institui es educativas e de servi os foram reiteradamente discutidas nas d cadas de 70 e 80 refletindo nas pr ticas educativas em experi ncias que variavam desde a utiliza o dos servi os como espa os de pr tica at tentativas de reorganiza o do processo educativo ao redor de um novo modelo de organiza o dos servi os As reformas
181. edominantemente um processo de s ntese integradora Ocorre ent o uma constru o do real a partir das bases te ricas apreendidas Uma constru o do real como totalidade articulada segundo as leis que regem seu movimento Assim o movimento do conhecimento retorna ao concreto n o mais ca tico mas concreto pensado a representa o l gica do real Compreendidos e elaborados no pensamento os fundamentos te ricos o homem supera sua subordina o em rela o natureza Adquire as condi es necess rias para subordinar a natureza e suas leis a seus des gnios Adquire portanto condi es de transformar a natureza ou reconstru la Desta forma segundo Kosick 1976 o homem constr i o mundo da concreticidade sobre o qual poder atuar ao destruir a pseudoconcreticidade esfera inating vel por sua a o concreta Analisemos com maior profundidade esta quest o As manifesta es fenom nicas representa es prim rias decorrentes de suas proje es na consci ncia dos homens desenvolvem se superf cie da ess ncia do pr prio fen meno A produ o do conhecimento requer como dissemos a apreens o do conte do do fen meno e de suas media es hist ricas concretas que s podem ser percebidas quando operadas mentalmente com apoio nas abstra es do pensamento No materialismo hist rico dial tico a compreens o dos fen menos em sua processualidade e totalidade encontra respaldo apenas na dial tica entre si
182. em 1997 um projeto pedag gico de curr culo integrado para o curso de Medicina implantado no ano seguinte O novo curso com um formato bastante inovador tem como eixos norteadores o ciclo vital a ecologia humana e a forma o geral do m dico Est estruturado em m dulos tem ticos interdisciplinares em cujas atividades buscam se a integra o dos conte dos das ci ncias b sicas e cl nicas requeridos a partir das necessidades de aprendizagem dos estudantes A centralidade da aprendizagem no estudante se efetiva atrav s do m todo PBL Problem Based Learning ou Aprendizagem Baseada em Problemas que busca singularizar a aprendizagem de cada estudante responsabilizando o pelo aprendizado Formam se grupos tutoriais compostos por oito estudantes e um tutor que em cada M dulo Tem tico dever o discutir e resolver os problemas formulados por grupos de docentes das diversas disciplinas envolvidas com o tema As sess es tutoriais ocorrem em dois encontros semanais com dura o de duas horas Visando o desenvolvimento de habilidades cl nicas e atitudes necess rias para a forma o geral do m dico os estudantes participam dos M dulos de Habilidades Cl nicas e Atitudes desenvolvidos uma vez por semana durante todo o ano letivo nos laborat rios de habilidades nas enfermarias do hospital e em outros servi os de sa de do Munic pio Permitindo a personaliza o do curr culo todos os estudantes com exce o dos da primeira s
183. em compreender a realidade para al m de sua apar ncia apenas treinando o a buscar solu es pragm ticas para o imediato parece nos inadequado Conv m lembrar que o ide rio escolanovista construtivista filia se quelas pedagogias que Saviani 1984 classifica justamente como n o cr ticas uma vez que para ele o crit rio de criticidade seria a percep o dos condicionamentos objetivos da realidade As pedagogias cr ticas s o aquelas que buscam a compreens o da educa o diante de suas determina es sociais diante da estrutura s cio econ mica que condiciona a forma de manifesta o do fen meno educativo As n o cr ticas entendem a educa o como uma for a homogeneizadora que tem por fun o refor ar os la os sociais promover a coes o e garantir a integra o de todos os indiv duos no corpo social partindo portanto de um pressuposto ing nuo da concep o da educa o com alto grau de autonomia em rela o totalidade social SAVIANI 1984 p 9 Nessa mesma linha Rossler 2005 posiciona se firmemente contr rio ado o das concep es pedag gicas construtivistas por entend las inadequadas diante da necessidade de eleger a raz o a cr tica radical a reflex o consciente a an lise coerente a paix o pela verdade e pela transforma o da realidade como as nicas formas poss veis de se conhecer o mundo e de se alcan ar um conhecimento objetivo que nos permita superar os proces
184. emanados destes f runs explicam a busca da adequa o dos objetivos educacionais s novas exig ncias do mercado internacional e interno e em especial a consolida o do processo de forma o do cidad o produtivo Na d cada de 90 o sistema educacional brasileiro sofreu profunda reformula o constru da atrav s de diversas medidas introduzidas pelo governo Os documentos s vezes realizam um culto s novas tecnologias por outras incorporam quest es concretas como a desestrutura o do mercado de trabalho a expans o das ocupa es precarizadas e a rela o entre o n vel educacional e inser o no mercado de trabalho H duas vertentes de an lise em rela o a isso Uma considera a educa o b sica como fundamental para a inser o no mercado que estaria exigindo novas compet ncias A outra questiona esta rela o de causalidade considerando que a qualifica o importante mas n o garante a inser o profissional Adota se assim aquele conjunto de conceitos consent neos com a l gica da adapta o reestrutura o produtiva entre os quais o conceito de compet ncias para designar atributos de ordem subjetiva e de dif cil mensura o como maior capacidade de abstra o e agilidade de racioc nio capacidade de comunica o e de tomar decis es sobre assuntos diversos criatividade capacidade de adapta o e trabalho em grupo SHIROMA MORAES E EVANGELISTA 2000 Renasce sob esta perspectiv
185. emplo de determina o me fizeram avan ar sempre Aos car ssimos Jo o Campos M rcio Almeida Evelin Muragushi e todos os professores alunos e funcion rios da UEL com os quais fiz contato que com sua aten o desmedida fizeram me sentir sempre entre velhos amigos Aos professores alunos e funcion rios da UFPR Eloisa Maria Souza e Ana Isaura Nogiri que fizeram milagres para encontrar documentos antigos na UFPR A Faculdade Evang lica do Paran que me apoiou durante toda a caminhada Ana Paula Ang lica Ariane Kelli e Diogo que me ajudaram infinitamente em especial na transcri o das entrevistas De cada um segundo as suas capacidades a cada um segundo as suas necessidades Karl Marx 3 1 3 2 3 2 1 3 2 2 3 2 3 6 1 6 2 6 3 6 4 8 2 SUM RIO RESUMO aaa ES A a 9 ABSTRACT ipi 10 INTRODU O sc 11 OBJETIVOS nt ASE Al ala aC fi RM ba Ei 13 METODOLOGIA re eeererereerererereaneeaneeaas 14 O MATERIALISMO HIST RICO DIAL TICO i 14 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA DE CAMPO 22 Coleta de dados sobre as reformas da educa o m dica em geral 22 Pesquisa nas escolas de medicina do Paran em particular 22 ASP CIOS CUCOS sas cons ana rara per e aa ea aE A EEE PE ane asa 24 A MEDICINA CAPITALISTA 25 A EDUCA O CAPITALISTA 36 NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O EM GERAL E NA EDUCA O MEDICA EM PARTICULAR
186. ento que a religi o de Deus n o por toda a eternidade sen o a religi o do Homem que se desconhece ALTHUSSER 1999 p 26 Para alcan armos uma sociedade mais humana na concep o que colocamos de in cio que permita que os homens participem da atividade humana criadora de suas condi es de exist ncia e delas se apropriem necess rio explicitar o sentido do humanismo a que se referem as diretrizes O sentido que guarda coer ncia com o pensamento amplamente divulgado em torno das mudan as atuais na educa o em geral e na educa o m dica em particular que devem servir para a melhor adapta o dos trabalhadores ao mundo do trabalho da atualidade este do Humanismo Te rico Somente ao compreendermos que O Humanismo Te rico mostrou o que ele era uma impostura nem mesmo uma teoria nada vento Ou melhor um s rio 167 obst culo teoria o qual dever ser varrido Sobre o plano da ideologia um desejo desarmado mas perigoso O desejo da pequena burguesia que bem gostaria de uma mudan a mas por nada no mundo gostaria que essa mudan a se chame ou melhor seja a Revolu o O Humanismo Te rico ou tudo que a ele se assemelhe o disfarce te rico da ideologia moral pequeno burguesa rec m chegada Pequena burguesia no pior sentido da palavra contra revolucion ria ALTHUSSER 1999 p 33 Poderemos compreender as conseq ncias de sua ado o Para Althusser s nos resta varrer tal concep o
187. ercadoria Vive se o dom nio do industrialismo mundial da riqueza concentrada em m os do capital em geral como uma gigantesca cia ltda enfim da 171 subordina o de todo trabalho humano de todas as ra as credos e na es em todo o globo a um mesmo e nico senhor MELLO 1999 p 259 Para Mello com a globaliza o revigoram se as crises de car ter mundial as epidemias de super produ o e de sub consumo projeta se o desemprego estrutural a massifica o da mis ria da fome da viol ncia e da exclus o social MELLO 1999 p 259 260 um ter o da humanidade a despeito das conquistas hi tec de ltima gera o despenca rumo ao calabou o da mis ria absoluta e estrutural condenado a viver o flagelo m ximo da aniquila o moral sem a m nima perspectiva de revers o a curto prazo Em Nova York as pessoas marginalizadas vivendo em becos pontes e parques chegam hoje a 10 da popula o total da cidade MELLO 1999 p 261 O autor demonstra ainda que a tend ncia pauperiza o atinge tamb m os assalariados que mesmo nos EUA t m experimentado um decl nio constante em sua situa o financeira devida sobretudo eros o dos sal rios resultando num aumento brutal da presen a da mulher no mercado de trabalho e das horas extras no sentido de manuten o da renda Nos pa ses de inser o perif rica no mercado capitalista mundializado as taxas de explora o do t
188. ercurso de sua trajet ria observamos no entanto que de 1948 a 1998 esta organiza o passou de l der inquestion vel da sa de internacional a ter que buscar seu lugar no competitivo mundo da sa de global Para Brown Cueto e Fee o termo Sa de Internacional refere se ao controle de epidemias atrav s de fronteiras entre as na es ou seja internacionalmente Sa de Global implica em geral uma considera o das necessidades em mat ria de sa de das pessoas de todo o planeta acima do que concerne s na es em particular BROWN T M CUETO M FEE E La Organizaci n Mundial de la Salud y la transici n de la Salud Internacional a la Salud Global In CUETO M ZAMORA V ed Historia Salud y Globalizaci n Lima IEP UPCH 2006 59 Dentro da Organiza o Mundial da Sa de sempre houve tens es entre os enfoques centrados na determina o social e econ mica da sa de da popula o e aqueles que apontam a utiliza o de diferentes tecnologias para o controle ou erradica o de determinada doen a A nfase num ou noutro enfoque modifica de acordo com as correla es de for a que se estabelecem em torno dos interesses dos agentes internacionais do compromisso intelectual e ideol gico dos indiv duos chaves e do resultado disto tudo na defini o das pol ticas de sa de BROWN CUETO e FEE 2006 Durante as d cadas de 60 e 70 diversas mudan as ocorridas na Organiza o Mundial da Sa
189. es sociais Evidencia se assim a fragilidade no conhecimento da realidade ao se desconsiderar a categoria particular como mediadora do singular e universal Isto por m essencial para a manuten o dos interesses da classe dominante na sua pretens o de vend los como universais Como afirma Oliveira 2005 para conhecer a realidade de modo a poder modific la no sentido da humaniza o preciso compreender o processo ontol gico da produ o humana e como esse processo tem se efetivado historicamente dentro das rela es sociais de produ o Em nossa sociedade trata se das rela es sociais que servem ao processo de subordina o e dom nio no qual os p los indiv duo e sociedade aparecem como antag nicos 21 Ao se sublimar o papel mediador da sociedade tomando a como universal em oposi o ao indiv duo singular ocultando se ent o as rela es de classe como parte do processo de media o indiv duo g nero humano transfiguram se as rela es de classe em rela es pessoais Se oculta a determina o estrutural das rela es pessoais ao tomar como absoluta aut noma e independente sua dimens o subjetiva Cabe ressaltar por sua fundamental import ncia um aspecto central na conforma o dos indiv duos ordem estabelecida com a sublima o da particularidade Quanto a esta quest o Oliveira 2005 observa que Quando a rela o singular universal considerada epistemologicamente somen
190. esmo em diversos cen rios Cada nova aproxima o do aluno ao objeto n o significar um simples reencontro para melhor memoriza o mas um contato renovado pelo olhar mais armado com o saber j obtido num crescente de complexidade e profundidade na busca pelo fundamento cient fico que explica a manifesta o do fen meno observado Na dial tica particular universal o processo do conhecimento transforma leis que valiam como a mais absoluta universalidade em particulares formas de express o de uma universalidade superior cuja compreens o permitir novas an lises da realidade reveladoras de novas 219 particularidades que constituem ao mesmo tempo express es da nova universalidade LUK CS 1978 fundamental no entanto observarmos que aprender a aprender adquirir habilidades atitudes e conhecimentos para a solu o dos problemas mais frequentes nos servi os de sa de fundamental mas extremamente insuficiente Se n o garantimos a apreens o pelo aluno dos fundamentos cient ficos dos conceitos chave que fundamentam as pr ticas m dicas n o estaremos formando um trabalhador com autonomia para tomar decis es racionais para analisar criticamente as situa es e contribuir para a constru o de uma sociedade mais saud vel Um processo de aprendizagem que n o busque conferir ao aluno o dom nio dos fundamentos cient ficos realizar um contato apenas superficial com os conhecimentos uma vis o reduzida
191. esquisa como se expressasse a vis o geral dos professores sofre questionamentos de professores das especialidades que discordam dos mesmos com veem ncia A resposta aquela investiga o realizada no final dos anos 80 contou com a participa o muito mais intensa tanto dos professores quanto dos alunos que estavam mais envolvidos com o movimento de reformas e portanto mais afinados com o pensamento reformista 8 2 A REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR A partir dessas influ ncias externas e internas UFPR desencadeou se uma importante reforma no curso de Medicina no per odo de 1993 a 1996 Vale ressaltar que embora essa reforma tenha sido anterior publica o das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina guarda grande coer ncia com as mesmas uma vez que os princ pios que as norteiam emanam das mesmas fontes pertencentes ao movimento que se iniciou na d cada de sessenta conforme citamos anteriormente As mudan as implantadas visavam ent o superar defici ncias supostamente ligadas especializa o precoce fragmenta o do conhecimento as dissocia es teoria pr tica ensino servi o ciclo b sico ciclo profissionalizante a centralidade na doen a e n o no paciente e ao enfoque meramente biol gico individual que desconsidera a determina o social do processo sa de doen a Buscou se organizar um curr culo voltado forma o do m dico geral com
192. ess o particular da totalidade social o que de fato O sujeito seus sonhos desejos e projetos ganham uma autonomia fantasiosa em rela o totalidade que os determina Essas correntes da sa de coletiva brasileira p s marxista buscam investir num sujeito com maior autonomia co part cipe da produ o da sa de e de si pr prio enquanto cidad o Embora propalem a mudan a entendem na poss vel no interior do Estado e dos limites da cidadania ou seja fundada somente na rela o do indiv duo com o Estado e n o na rela o do indiv duo com o g nero humano Segundo Oliveira 2005 nesta tica o objetivo ltimo da rela o indiv duo sociedade fica restrito ao processo de adapta o do indiv duo sociedade que na concep o neoliberal de indiv duo e sociedade se tornou hoje a palavra de ordem Essa adapta o n o visa a universaliza o do homem mas a universaliza o do mercado 212 OLIVEIRA 2005 p 49 Para a promo o da sa de portanto devemos agir sobre a determina o dos processos ou sobre os determinantes n o sobre a atitude dos indiv duos abstratos descolados da totalidade social mas sobre as bases do modo de produ o as for as produtivas e as rela es de produ o e tamb m sobre os indiv duos e os grupos de indiv duos que se movem dentro das possibilidades dadas por essa totalidade N o o que se tem proposto no movimento das correntes atuais da sa de coletiva b
193. esse econ mico e muitas vezes com base nos interesses pessoais dos pr prios professores ou servi os aos quais o curso esteja ligado No tempo restante em geral at completar seis anos de estudos os estudantes passam a defrontar se sob a supervis o dos professores ou m dicos que atuam nos diversos servi os com as atividades pr ticas assistenciais Se durante as fases anteriores j estiveram em contato com atividades pr ticas estas eram marcadas por um car ter demonstrativo em ambientes artificiais de laborat rios Agora embora em situa o predominantemente de servi o escola o desempenho da assist ncia aos casos reais que marcar a experi ncia de aprendizagem final na qual dever utilizar os conhecimentos at ent o adquiridos e exercitar as habilidades necess rias para o bom desempenho da profiss o Ao final do curso dever dominar as principais t cnicas de diagn stico cl nico indica o de exames complementares para elucida o ou comprova o diagn stica bem como a indica o dos procedimentos terap uticos que realizar ou que dever desencadear pelo encaminhamento a especialistas De modo geral a forma o m dica nestes moldes tem sido marcada pela fragmenta o do conhecimento pela dissocia o teoria pr tica ensino servi o ciclo 41 b sico ciclo profissionalizante pela centralidade na doen a entendida apenas em sua dimens o biol gica individual desprovida de hi
194. esso de descoberta no qual tanto professores como alunos s o os descobridores naturalmente que a educa o n o poder estar centrada no professor Como j expressamos citando Saviani 1984 educa o n o pesquisa e ao incorrer nesse erro a Escola Nova empobrece o ensino e inviabiliza a pesquisa Uma pesquisa para pretender se cient fica deve partir do conhecimento acumulado sobre o fato a ser investigado para que se possa identificar o n o conhecido Mas o desconhecido a ser revelado pela pesquisa o desconhecido pela humanidade e n o por um indiv duo isoladamente preciso portanto ter acesso ao produto da produ o cient fica da humanidade preciso que o conhecimento j produzido seja transmitido para aquele que pretende faz lo avan ar 178 Nesse sentido o m todo da Escola Nova ao propor a produ o do conhecimento pelo mero enfretamento desarmado dos problemas cotidianos n o cient fico como n o o s o as propostas construtivistas em geral uma vez que o ide rio construtivista tem filia o pedag gica no movimento escolanovista ROSSLER 2005 No construtivismo a educa o est fundada na constru o individual do conhecimento Cada sujeito que a partir de sua perspectiva e experi ncia anterior ir construindo significados para a realidade impondo a id ia da impossibilidade de um conhecimento objetivo da realidade O construtivismo no entanto apresenta diferentes
195. eti o do mercado de trabalho O discurso hegem nico ao referir se a tal sociedade do conhecimento apresenta uma id ia de sociedade abstrata em constante transforma o que nos imp e a todos a atualiza o cont nua uma vez que os meios de produ o exigem a todo o momento novas compet ncias expressas pela capacidade sempre renovada de resolver as quest es para melhor execu o do trabalho no mundo competitivo Para tal o conhecimento entendido como compet ncia fundamental para a sobreviv ncia de cada um no mercado globalizado s empresas na busca desesperada por esmagar seus concorrentes para poder sobreviver interessa o ensino centrado na solu o de problemas que as atingem de modo particular resultando da sua inclina o a induzir processos formadores de for a de trabalho apta para solucionar os problemas do dia a dia nos contextos particulares Esse direcionamento claro tamb m na rea da sa de na qual se preconiza que os servi os p blicos e privados funcionem como empresas competindo pelos recursos e pela clientela na oferta da aten o BANCO MUNDIAL 1993 M DICI 1997 CARVALHO 2002 NOGUEIRA e PIRES 2004 BANCO MUNDIAL 2007 Fazer o m ximo com o m nimo de recursos torna se imperativo para a sobreviv ncia no mercado e depende da a o criativa dos trabalhadores para solucionar os problemas dentro dos limites de cada realidade particular focalizada Aos trabalhadores da sa de assim co
196. etor com parcos recursos o caso do Estado Brasileiro que tem direcionado suas pol ticas de sa de e educa o no sentido de incentivar as mudan as para a forma o de um profissional mais adequado a uma pr tica menos onerosa mais resolutiva e portanto mais racionalizadora No Brasil vivemos atualmente no setor sa de um momento marcado por grande esfor o para reorganizar e incentivar a aten o b sica como estrat gia central de substitui o do modelo tradicional de aten o sa de centrado na doen a no atendimento hospitalar permeado por intenso consumo de tecnologia Como j dissemos os m dicos formados para o modelo tradicional t m se mostrado pouco adequados para esta nova pr tica As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de gradua o em Medicina redirecionam os cursos de Medicina orientando os para a forma o de um m dico generalista com postura tica e humanista senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania voltado para a prote o promo o da sa de e preven o das doen as capacitado para atuar nos n veis prim rio e secund rio de aten o e resolver os problemas mais comuns al m do primeiro atendimento s situa es de emerg ncia BRASIL 2001 O Minist rio da Sa de anuncia ainda como uma de suas prioridades essenciais a aten o b sica mediante a qual pretende ordenar a forma o de recursos humanos para a sa de Neste sentido busca induzir mu
197. feitos com o dom nio dos conceitos fundamentais por parte dos alunos H na UEL certo preconceito assumido por parte dos professores do internato em rela o nova pedagogia diante do que temos que examinar com cuidado as insatisfa es acima citadas Podemos no entanto afirmar que o contato com os fundamentos cient ficos da pr tica m dica se d de maneira mais incerta com o advento dessa pedagogia o que para seus defensores n o constitui problema nenhum Alguns estudantes acabam por mergulhar em certos assuntos que mais lhes interessam e menos em outros que lhes pare am pouco atrativos o que frequentemente deixa lacunas importantes na forma o como as citadas por professores da rea da parasitologia farmacologia e microbiologia 193 Se na pedagogia tradicional nem todos se apropriam dos conte dos essenciais aqui nem todos sequer t m contato com esses conte dos Cabe aqui uma breve observa o sobre a quest o dos conte dos essenciais a serem contemplados para a forma o do m dico 10 4 SOBRE OS CONTE DOS ESSENCIAIS PARA A FORMA O DO M DICO Na racionalidade das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina os conte dos essenciais para a forma o do m dico s o aqueles necess rios para a solu o dos problemas de sa de mais comuns em cada comunidade com o que n o concordamos O essencial na forma o do m dico em nosso entender o dom nio daquelas leis que regem a ma
198. fissional ao fato de o ensino m dico n o ser adaptado realidade falta de atividades pr ticas durante o curso e com muito menor import ncia ao desconhecimento te rico das situa es encontradas Professores egressos e estudantes expressavam seu descontentamento por entender que o curso n o formava um m dico que respondesse s exig ncias da sociedade brasileira naquele momento Todos os entrevistados principalmente os professores apontavam para o fato de que o ensino era excessivamente te rico fragmentado e centrado em patologias terci rias Mais de 90 dos alunos e cerca de 40 dos professores e egressos consideravam a carga hor ria e o n mero de disciplinas excessivo Todos os grupos ouvidos insistam na necessidade de integrar os professores as disciplinas entre si o ciclo b sico com o profissional e o internato o que evitaria repeti es de conte dos e desenvolveria o racioc nio cl nico Sugeriam uma atua o precoce do aluno junto comunidade e apontavam a necessidade de intermedia o do m dico nos aspectos sociais que influem no bin mio sa de doen a A exposi o precoce do aluno em atendimento de sa de contribuiria segundo os professores para a conscientiza o da import ncia da profilaxia dentro da realidade social contatada Os professores que se aliavam ao pensamento da coordena o de ent o argumentavam tamb m que era necess rio aumentar as atividades pr ticas no cicl
199. forma da educa o m dica enfatizam a necessidade da flexibiliza o da educa o adaptando a ao processo individual de aprendizagem do estudante assim como s necessidades de sa de de cada regi o Em nossa realidade isso pode resultar numa aprendizagem ativa centrada no aluno que percebe suas necessidades para a solu o dos problemas com que se defronta no dia a dia e aprende a supri las mesmo em condi es prec rias como as de muitas unidades de sa de do SUS Neste cen rio as a es de sa de muitas vezes se afastam das ideais pelas limita es dos servi os ou por defici ncias t cnicas dos trabalhadores que as realizam Seja por um ou outro motivo aprender a resolver problemas nestas condi es pode significar adaptar se aos limites impostos por uma realidade distante das possibilidades dadas pelo atual est gio de desenvolvimento do conhecimento e da pr tica m dica Se verdade que o ensino m dico carece de aprendizagem em espa os extra hospitalares verdade tamb m que para que seja de boa qualidade s o necess rias boas condi es estruturais e de recursos humanos para que n o se tome a realidade dentro de suas limita es como o poss vel ou o ideal Arce 2005 referindo se ao ensino fundamental critica severamente a exalta o muito em voga ao trabalho de professores no Brasil louvados por sua abnega o por ensinar em condi es de extrema precariedade buscando conte dos do cotidiano form
200. funcion rios da superestrutura para o exerc cio das fun es subalternas da hegemonia e do governo social ou seja da obten o do consentimento espont neo das grandes massas dire o ditada pelas classes dirigentes e da coer o estatal que assegura legalmente o controle dos grupos que n o est o de acordo com a dire o dada AMMANN 1985 p 22 No entanto os intelectuais tanto podem desempenhar fun es de agentes da hegemonia representando os interesses da burguesia como podem estabelecer um v nculo org nico com a classe subalterna passando a contribuir para a mudan a social em dire o a uma nova hegemonia Quando as recomenda es que encontramos nas diretrizes apontam para a forma o de um profissional capaz de contribuir para a mudan a da realidade pelo desenvolvimento de estilos de vida saud veis nos limites de cada comunidade fica claro de que intelectual se est falando 202 A que tipo de mudan a se reportam as diretrizes curriculares Que mudan a est sendo proposta nas rela es sociais de produ o que se pretende mexer varrendo de vez a explora o daqueles que vendem sua for a de trabalho por aqueles que det m a posse dos meios de produ o permitindo que ascendamos todos ao mundo da liberdade Ou como nos tempos de Arouca estamos diante de uma proposta abstrata que segundo suas palavras tem sua exist ncia somente na materialidade do pr prio discurso uma
201. gados a inalar grandes quantidades de s lica que os levar les o pulmonar irrevers vel sob estas condi es dadas pelo grau de desenvolvimento dos meios de produ o mas constrangidos pelos interesses do Capital que se gera para este grupo de trabalhadores a necessidade de cuidados respirat rios paliativos ou eventualmente a necessidade de um transplante pulmonar que diante da possibilidade criada pelo desenvolvimento dos meios de produ o da Medicina ao ser poss vel torna se objeto do desejo dos trabalhadores com silicose Realmente este tipo de necessidade devido inala o de s lica nestas condi es a classe dominante muito provavelmente jamais ter Somente nessas condi es de desigualdade de direitos e possibilidades dadas pelas rela es de explora o podemos entender que as necessidades sejam diferentes conforme o desejo limites e possibilidades de cada grupo social Do mesmo modo a educa o entendida como o acesso ao produto cultural da civiliza o surgiria como necessidade igual para todos Entendida no entanto restrita a seu papel de reprodu o da for a de trabalho como o adestramento dos diferentes grupos conforme sua inser o na produ o apresenta se como necessidade bastante diversa de acordo com o lugar ocupado pelos referidos grupos no mundo da produ o A sobreviv ncia e o acesso aos meios necess rios para garanti la s o necessidades essenciais em qualquer sociedad
202. gastar os recursos em desenvolver tecnologia pois esta pode ser adquirida dos pa ses desenvolvidos BANCO MUNDIAL 1993 Este tipo de orienta o tem gerado uma intensa campanha a favor da exclus o de conte dos entendidos como desnecess rios para fundamentar as pr ticas mais comuns o que pode significar uma verdadeira retirada das bases cient ficas da Medicina A forma o de pr ticos sem o pleno dom nio das ci ncias b sicas ou dos princ pios cient ficos que fundamentam as pr ticas m dicas criaria a massa de profissionais necess ria para as pol ticas de al vio pobreza e para o consumo da tecnologia produzida nos pa ses centrais Mesmo a elite formada pelos m dicos que persistiriam tendo acesso ao conhecimento tecnologicamente avan ado necess rio para o atendimento parcela da popula o cuja reprodu o ainda interessa tornar se ia mera consumidora do conhecimento produzido em outras na es As quest es da atualidade ligadas s patentes de medicamentos propriedade intelectual e industrial ilustram com clareza os bices advindos de tal depend ncia FIER 2007 MARQUES 2005 218 Cabe finalmente lembrar em rela o produ o do conhecimento que como nos diz Saviani 1984 ensino n o pesquisa Com aquela preocupa o constante de produzir os conhecimentos necess rios para a solu o dos problemas encontrados na pr tica m dica cotidiana esta confus o frequentemente apresentada O
203. guns professores entrevistados n o houve perda de qualidade nos conte dos abordados mas a escolha dos assuntos mais frequentes com os quais se depara o m dico generalista em atendimento popula o em geral Na cl nica m dica por exemplo identificou se 80 situa es cl nicas que nenhum aluno deveria deixar de conhecer Os conte dos considerados como de dom nio necess rio apenas para o especialista deixaram de ser abordados ou seja abordam se apenas as situa es mais comuns tentando n o tornar o ensino superficial Isso foi alcan ado de forma diversa em cada disciplina O professor de cardiologia revela que n o houve mudan a no contato dos alunos com a tecnologia 108 e os conhecimentos das especialidades e que o enfoque ainda o hospitalar de atendimento s situa es mais graves Mas como o tempo dispon vel reduzido em rela o ao anterior reforma muitos assuntos s o tratados de forma superficial A gente nivela hoje informa o que a gente passa eu digo mais pra baixo informa es bem mais baixas do que seria a nossa vontade procurando atender a essa forma o geral Isso atende a expectativa da popula o Esse m dico que vai ser formado com esse n vel de informa o vai conseguir dar conta de atender a popula o adequadamente Visando sanar as insufici ncias desse conte do obrigat rio m nimo a cardiologia passou a oferecer para todos os alunos uma disciplina optativa Para os
204. hamados de trabalhadores n o qualificados os quais eram rigorosamente exclu dos pelo artesanato Se ela desenvolve a especialidade inteiramente unilateralizada custa da capacidade total de trabalho at a virtuosidade ela j come a tamb m a fazer da falta de todo desenvolvimento uma especialidade Ao lado da gradua o hier rquica surge a simples separa o dos trabalhadores em qualificados e n o qualificados Para os ltimos os custos de aprendizagem desaparecem por inteiro para os primeiros esses custos se reduzem em compara o com o artes o devido fun o simplificada Em ambos os casos cai o valor da for a de trabalho Ocorrem exce es na medida em que a decomposi o do processo de trabalho gerava novas fun es compreensivas que no artesanato ou n o existiam ou n o na mesma extens o A desvaloriza o relativa da for a de trabalho que decorre da elimina o ou da redu o dos custos de aprendizagem implica diretamente uma valoriza o maior do capital pois tudo que reduz o tempo de trabalho necess rio para reproduzir a for a de trabalho amplia os dom nios do mais trabalho Marx 1996 p 465 466 Adam Smith em sua obra intitulada Investiga o sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Na es embora reconhecesse que as diferentes capacidades dos diversos homens fosse resultado da divis o do trabalho e da educa o SMITH 1979 apresentava com entusiasmo a utilidade daquela divis o
205. iadas denotando uma compreens o muito particular por parte de cada entrevistado acerca do assunto Um exemplo esclarecedor a cita o de um dos professores entrevistados que acha que a flexibiliza o do curr culo com a cria o das disciplinas optativas promove a cr tica do estudante ao exigir por parte deste a escolha entre as diversas disciplinas ofertadas Outro professor entende que apesar de se estimular a cr tica o estudante n o critica pois pretende continuar os estudos com seus professores passar na resid ncia Mesmo que alguns reconhe am que a cr tica est ligada tomada de decis o manifestam ao final uma concep o de cr tica ligada rebeldia coragem de reclamar a posicionamentos que desafiem a orienta o dos professores e dirigentes da escola Apenas alguns professores das disiciplinas b sicas entendem a capacidade cr tica na depend ncia da aquisi o de conhecimentos cient ficos que permitam escolhas fundamentadas 8 2 7 Pesquisa cient fica e produ o do conhecimento de acordo com as necessidades do SUS Quanto produ o de conhecimento por interm dio da pesquisa cient fica a escola n o promoveu modifica o significativa Embora n o fosse um tema expresso nos documentos da reforma a proposi o de pesquisas voltadas para responder a 116 necessidades identificadas nos servi os do SUS principalmente de aten o b sica est entre as recomenda es atuais emanadas pel
206. ica S o Paulo Nova Cultural 1996 v 1 t 1 MARX K ENGELS F A Ideologia Alem S o Paulo Martin Claret 2004 MARX K ENGELS F Manifesto do partido comunista S o Paulo Martin Claret 2005 M DICI A C Perfil da sa de no Brasil Bras lia DF IPEA 1997 MELLO A F Marx e a Globaliza o S o Paulo Boitempo Editorial 1999 MENDES E V Uma agenda para a sa de S o Paulo HUCITEC 1996 MERHY E E Sa de a cartografia do trabalho vivo S o Paulo HUCITEC 2002 M SZ ROS A educa o para al m do Capital S o Paulo Boitempo 2005 MIRANDA M G Pedagogias Psicol gicas e Reforma Educacional In Duarte N org Sobre o construtivismo contribui es a uma an lise cr tica 2 ed Campinas SP Autores Associados 2005 MORAES R C C As incompar veis virtudes do mercado Pol ticas sociais e padr es de atua o do Estado nos marcos do neoliberalismo In KRAWCZKY N CAMPOS M M e HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 NAVARRO V La medicina bajo el capitalismo Barcelona Editora Cr tica 1979a NAVARRO V Capitalismo imperialismo salud medicina Madrid Tecnicas Gr ficas 1979b NOGUEIRA V M R PIRES D E P Direito Sa de um convite reflex o Cad Sa de P blica v 20 n 3 maio jun 2004 OFFE C Capitalismo desorganizado 2 ed S o Paulo Brasilien
207. ica Latina podemos citar como exemplo destas institui es internacionais a Federa o de Associa es de Escolas de Medicina FEPAFEM e a Associa o Latino Americana de Faculdades e Escolas de Medicina ALAFEM que contribu ram diretamente para a forma o de um movimento de educa o m dica na Am rica Latina composto por pelo menos duas correntes e que segundo Almeida 2001 caracteriza se por ser pol mico e conflituoso Segundo este mesmo autor os processos de cria o e de desenvolvimento das a es da FEPAFEM foram alvo de pol micas e de suspei o sobre sua condi o de entidade manipuladora e manipulada por certos setores da sociedade e do governo norte americano em alian a com alguns l deres latino americanos da educa o m dica em defesa dos interesses e pol ticas neocolonialistas Em contrapartida sempre houve refer ncias veladas ALAFEM como instrumento da pol tica externa cubana ALMEIDA 2001 p 45 Estas diverg ncias se reproduziram ao n vel das escolas e refletem as contradi es existentes nas pr ticas m dicas e na educa o m dica fundadas em 84 diferentes concep es de sociedade pol ticas sociais de sa de e de educa o m dica As cr ticas e propostas de reformula o do ensino m dico de base Flexneriana surgem nos Estados Unidos j na d cada de 40 A integra o dos ciclos b sico e profissionalizante a incorpora o dos princ pios da Medicina Preventiva da M
208. ica Para o Munic pio de Campo Largo Mimeo 2007 KLEIN L R Proposta Pol tico Pedag gica para o Ensino Fundamental Mato Grosso do Sul Secretaria de Estado de Educa o de Mato Grosso do Sul 2000 KOSICK K Dial tica do concreto 2 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1976 KRAWCZYK N A Constru o social das pol ticas educacionais no Brasil e na Am rica Latina In KRAWCZKY N CAMPOS M M HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 KRUPSKAJA N K Diferencia entre la instrucci n profesional y la polit cnica In ACERCA de la Educaci n Comunista art culos y discursos Mosc Ediciones en Lenguas Extranjeras s d KUENZER A Z A reforma do ensino t cnico no Brasil e suas consequ ncias In FERRETTI C J SILVA JR J R OLIVEIRA M R N S Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 KUENZER A Z As rela es entre conhecimento t cito e conhecimento cient fico a partir da base microeletr nica primeiras aproxima es Educar em Revista Curitiba n 1 jan 1981 LAMPERT J B Tend ncias de mudan as na forma o m dica no Brasil tipologia das escolas S o Paulo HUCITEC Associa o Brasileira de Educa o M dica 2002 LAURELL A C Nuevas tendencias y alternativas en el sector salud M xico Universidad Aut noma Metropolitana Unidad Xochimilco Fu
209. icaliza a preocupa o com os m todos pedag gicos na busca da efici ncia instrumental Nessa concep o educa o cabe combater a baixa produtividade cumprindo seu papel na medida em que formar indiv duos eficientes capazes de contribuir para o aumento da produtividade Assim a educa o ao ter a incumb ncia de treinar as pessoas para desempenhar os diversos pap is no sistema social produtivo funciona como um subsistema cujo funcionamento eficiente essencial para o equil brio do sistema social do qual faz parte SAVIANI 1984 Enquanto a pedagogia tradicional visa a transmiss o do conhecimento onde o fundamental aprender os conte dos a Pedagogia Nova busca o aprender a aprender e a Pedagogia Tecnicista o aprender a fazer Nessa perspectiva mais importante do que dominar os fundamentos cient ficos demonstrar a capacidade de solucionar os problemas com os quais nos defrontamos para o que a habilidade de buscar informa es sobre os procedimentos mais indicados o mais importante Na medicina saber buscar e utilizar os consensos e protocolos mais atuais legitimados pelas conven es do meio m dico passa a ser o fundamental Para tal mais do que saber explicar a fisiopatologia das enfermidades ou as determina es 185 do processo sa de doen a nos mbitos individual particular e geral o que se pretende desenvolver a habilidade no uso de tais refer ncias sobre o modo mais apropriado de agir E assim s
210. icas gerais para as quais n o estava preparado 99 eu como cirurgi o de joelho fui para o PAG e n o sabia examinar cora o os ortopedistas todos que foram para o PAG eles claudicavam nas coisas que n o fazem todo dia como examinar um fundo de olho como ver uma garganta como examinar um ouvido e quando chegava na articula o dava um show poucos professores do departamento de Cirurgia podiam ia ao PAG de cabe a erguida e dizer eu sei examinar um paciente porque um era especialista s no p outro s no cotovelo e viviam isso o dia inteiro e teriam ent o que fazer um curso de exame geral e de semiologia pra poder dar aula no PAG Como os professores deslocados para a atividade de supervis o eram esses especialistas de diversas especialidades escolhiam pacientes cuja queixa mais se aproximasse de sua rea de atua o Disso resultou um ambulat rio composto de diversas especialidades cuja somat ria deveria representar o conhecimento geral a ser adquirido pelo m dico n o especialista 8 2 4 Conte do Quanto ao conte do observou se que no geral as atividades de ensino aprendizagem n o foram necessariamente estruturadas a partir das necessidades de sa de da popula o mas frequentemente conforme a import ncia dada ao tema pelos professores A redu o de carga hor ria implicou num recorte do conte do com diferentes repercuss es sobre as disciplinas b sicas e profissionalizantes S
211. icina que dever o ser acompanhadas e permanentemente avaliadas a fim de permitir os ajustes que se fizerem necess rios ao seu aperfei oamento 8 1 As avalia es dos alunos dever o basear se nas compet ncias habilidades e conte dos curriculares desenvolvidos tendo como refer ncia as Diretrizes Curriculares 8 2 O Curso de Gradua o em Medicina dever utilizar metodologias e crit rios para acompanhamento e avalia o do processo ensino aprendizagem e do pr prio curso em conson ncia com o sistema de avalia o e a din mica curricular definidos pela IES qual pertence Art 14 Esta Resolu o entra em vigor na data de sua publica o revogadas as disposi es em contr rio Arthur Roquete de Macedo Presidente da C mara de Educa o Superior 77 Estas diretrizes em linhas gerais flexibilizam tempos e conte dos ao assegurar s institui es de ensino superior ampla liberdade para a defini o da carga hor ria e das experi ncias de aprendizagem a serem oferecidas definem o perfil do egresso habilidades e atitudes preconizam uma pedagogia ativa centrada no aluno tensionam a forma o de modo a adequ la s necessidades locais de sa de visando um profissional com uma forma o geral atrav s da aprendizagem em novos cen rios BRASIL 2001 Fica evidente que est o perfeitamente afinadas orquestra o do ide rio promovido pelos organismos multilaterais para a educa o verdade no entant
212. ificuldade em dizer o que que uma prote na Entendeu Ent o parece que s o conhecimentos que se aprofundam em determinadas coisas e em outras nem tanto E uma coisa b sica talvez eles n o saibam A parte de conhecimento de algum mecanismo eles vem com uma boa prepara o S que eventualmente eles v m com o conhecimento um pouco segmentado eles n o conseguem assim interligar algumas coisas Mas assim alguns pontos por exemplo assim a estrutura de uma prote na ou de uma hemoglobina eventualmente eles n o sabem Por outro lado alguns mecanismos eles sabem sim profundamente Ent o se v que tem conhecimentos em determinados pontos que eles v m bastante preparados e outros nem tanto N o seria assim eu acho que oscila muito tem coisa que tem bastante profundidade e outras ficam muito superficial A integra o dos assuntos de uma mesma rea segundo a opini o dos entrevistados sofreu grande melhora em rela o ao tempo da organiza o por disciplinas com boa articula o entre as atividades sequenciais Anteriormente cada aula n o guardava necessariamente uma rela o de coer ncia com as demais o que atualmente ocorre Dentro da pr pria disciplina Eu n o sabia o que o professor tava falando ent o se ele deu aula de elicobacter ontem e eu dou aula de lcera hoje eu n o me interessava ningu m sabia nada Eu fazia o programa da disciplina de gastro segunda feira aula de h rnia de hiat
213. ilhar uma lideran a 5 Saber construir e estimular organiza es e sistemas de a o coletiva de tipo democr tico 6 Saber gerar e superar conflitos 7 Saber jogar com as regras utiliz las e elabor las 8 Saber construir ordens negociadas para al m das diferen as culturais Fica evidente que a concep o de autonomia de Perrenoud diametralmente oposta quela que defendemos Trata se de uma autonomia para mover se nos limites estreitos dos interesses do capital na atual reestrutura o da produ o capitalista Para Bendassolli 2001 isso evidente Segundo ele o ide rio da habilidade e da compet ncia institui a aceita o inquestion vel da perda das narrativas de classe das narrativas coletivas articuladas em torno das pol ticas do Estado de Bem Estar Social e a corros o da sociedade do trabalho com o fim do pleno emprego BENDASSOLLI 2001 Esse autor sustenta que a aceita o das habilidades compet ncia e desempenho se assenta nas cren as da a o individual da primazia da necessidade do desenvolvimento da personalidade dos sujeitos na id ia de performance e da learning society A aceita o dessas id ias e de seu car ter de necessidade torna se poss vel no quadro de uma sociedade dita p s industrial na qual a flexibilidade exigida pelo mercado norteia o mundo do trabalho com direcionamento neoliberal 10 3 5 O Ensino por compet ncias e a adapta o aos interesses do mercado no co
214. imento de mudan a induzido pelo Minist rio da Sa de norteado pelas diretrizes curriculares Parte se da tese de que estas mudan as se n o forem implementadas com s lida fundamenta o cient fica podem obter resultado diametralmente oposto ao pretendido no que diz respeito forma o de um m dico com capacidade para identificar os principais problemas de sa de da popula o e seus determinantes e com autonomia intelectual para propor as solu es mais adequadas A pesquisa tem como objetivos verificar adequa o das mudan as implementadas na reforma realizada nos dois cursos ao ide rio sintetizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina e verificar a adequa o do ide rio das diretrizes curriculares para a forma o do m dico com o perfil nelas preconizado Procedimentos de pesquisa para facilitar o registro dos dados de pesquisa a entrevista ser gravada pelo pesquisador e se necess rio ser o feitas anota es sobre o relato Desconfortos esperados relacionados com a privacidade e confidencialidade apontados abaixo nas salvaguardas da confidencialidade sigilo e privacidade Benef cios que poder o ser obtidos acesso facilitado posteriormente a uma c pia da tese assim como a suas publica es na forma de livro e ou artigos Custos ou benef cios financeiros para o sujeito da pesquisa os entrevistados n o ter o nenhum nus e nenhum ganho financeiro ao participar da pesquisa VI
215. imposi es ideol gicas como entendiam que a disciplina realizava Solicitavam a mudan a da Farmacologia e da Imunologia do ciclo b sico para mais tarde junto s disciplinas cl nicas Quanto s disciplinas de Biof sica e Bioestat stica solicitavam maior inser o no contexto da medicina por entend las muito descoladas da pr tica m dica Da cirurgia reclamavam a frequente aus ncia e inadequa o de professores Solicitavam ainda que o per odo de provas fosse mais bem distribu do de modo a evitar que acumulassem todas numa mesma poca Do internato reclamavam maior participa o ativa e responsabiliza o dos alunos sobre os pacientes pois a presen a dos residentes havia subtra do importante espa o de atua o e aprendizagem Os egressos por sua vez concordavam com a necessidade de treinamento junto comunidade em ambulat rio n o s no Hospital de Cl nicas preconizando atividades pr ticas mais frequentes e melhor orientadas em ambulat rios fora do HC e em pronto atendimento Para eles apesar do n mero excessivo de disciplinas o curso n o contemplava necessidades de aprendizagem como as referentes ao 93 pronto socorro Recomendavam maior valoriza o das a es generalistas multiprofissionais e coletivas em rela o s individuais especializadas al m de uma forma o que garantisse uma vis o clara sobre as quest es sociais e pol ticas Deve se ressaltar que esse resultado que aparece na p
216. io internacional aprimoram a defesa da propriedade intelectual dificultando o acesso s tecnologias de ponta afasta nos cada vez mais da possibilidade da produ o aut noma de uma pr tica que atenda as necessidades de humaniza o do conjunto de nossa popula o Constitui forte estrat gia de imposi o de pr ticas voltadas para atender interesses alheios e de exacerba o de nossa depend ncia e subservi ncia como o caso por exemplo dos medicamentos para a S ndrome de Imuno Defici ncia Adquirida SIDA MARQUES 2005 GALLARDO 2006 HARVEY 2007 Retomando a quest o das compet ncias se as diretrizes recomendam a forma o de um profissional com autonomia intelectual como que seus formuladores buscam fundamentos em Perrenoud e seus seguidores que defendem a redu o dos conte dos com a retirada daqueles saberes cuja mobilidade n o se mostre necess ria para a a o eficiente Para que possamos compreender a vis o de autonomia de Perrenoud vejamos o que o autor aponta como compet ncias de um autor aut nomo em diversos campos sociais 1 Saber identificar avaliar e fazer valer seus recursos seus direitos seus limites e suas necessidades 2 Saber individualmente ou em grupo criar e comandar projetos desenvolver estrat gias 3 Saber analisar situa es rela es campos de for a de maneira sist mica 187 4 Saber cooperar agir em sinergia participar de um coletivo compart
217. ios da Funda o Rockefeller e apoio do Banco Mundial que contou com a participa o de institui es como Funda o Ford Ag ncia Estadunidense para o Desenvolvimento Internacional USAID Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF entre outras de menor express o Ressaltava se nessa confer ncia a necessidade de interven es pragm ticas focais de baixo custo e f ceis de avaliar A id ia da sa de integral para todos reduziu se drasticamente para a es pontuais dirigidas ao monitoramento do crescimento re hidrata o oral ao aleitamento materno e s imuniza es Nascia assim a Aten o Prim ria de Sa de Seletiva Seguindo esse caminho na d cada de 80 a crescente influ ncia do Banco Mundial come ava a ser sentida na sa de Este Banco que foi criado em 1944 na Confer ncia de Bretton Woods e abriu suas portas em 1946 para fomentar a reconstru o da Europa e mais tarde expandiu suas a es no sentido de fornecer empr stimos subven es e assist ncia t cnica para os pa ses em desenvolvimento come ava a investir em pol ticas de controle da natalidade sa de e educa o Aliando a id ia da sa de ao crescimento econ mico come ou a realizar empr stimos diretos para os servi os de sa de exigindo um uso mais efetivo dos recursos assim como uma revis o nos pap is dos setores p blico e privado no financiamento e assist ncia As medidas de ajuste econ mico impostas 61 pela
218. irurgia reparadora queimaduras sequelas de queimaduras enxertos retalhos deformidades cong nitas e tumores de pele 6EST527 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica Oftalmologia CIR e Anatomia do globo ocular e fisiologia Semiologia ocular M todos diagn sticos em Oftalmologia Manuseio de aparelhos em Oftalmologia Urg ncias em Oftalmologia 6EST528 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica Otorrinolaringologia CIR e Semiologia e diagn stico dos processos patol gicos que comprometem a otorrinolaringologia e regi o c rvico facial Tratamento preventivo cl nico cir rgico e reabilita o dos principais processos patol gicos m forma es corpo estranho traumatismo processos inflamat rios tumorais degenerativos metab licos vasculares end crinos iatrog nicos ps quicos e psicossom ticos em Otorrinolaringologia 135 6EST529 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II Hematologia MED Fundamentos de eritropoiese hemostasia e reposi o hemoter pica No es do cuidado ao paciente oncol gico atrav s de atendimento ambulatorial e intra hospitalar diagn stico tratamento e complica es Proped utica cl nica e laboratorial necess ria para o diagn stico das doen as hematol gicas 6EST530 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II Reumatologia MED Semiologia em Reumatologia Conhecer as doen as mais frequentes osteoartrite reumatismo de
219. ise do Capitalismo passa a ser explicada pelos neoliberais pelo excesso de gastos do Estado pelo poder excessivo dos trabalhadores e pelos elevados sal rios que inviabilizariam o crescimento da economia Preconiza se assim um Estado menos interventor que reduza substancialmente os gastos sociais ao m nimo necess rio para viabilizar a aceita o social da nova situa o Um Estado forte apenas para romper o poder dos trabalhadores e no controle do dinheiro indicando as medidas de estabilidade monet ria como meta suprema dos governos Para tal a receita neoliberal passou a preconizar abertamente a conten o dos gastos com bem estar a restaura o da taxa natural de desemprego ex rcito de reserva e a redu o dos impostos sobre os rendimentos mais altos no sentido de direcionar os recursos para novos investimentos e ao mesmo tempo criar uma nova e saud vel desigualdade que revigoraria a chama da competi o t o necess ria para o desenvolvimento ANDERSON 1999 O mundo Capitalista assistiu a partir de ent o ao enfraquecimento do Estado ao desmonte da Sociedade Salarial com a desestabiliza o dos trabalhos est veis a instala o da precariedade de emprego e a consolida o do desemprego estrutural Ou seja ao lado da precariza o das condi es de reprodu o verificou se o encolhimento do Estado criando uma situa o de extrema incerteza quanto sobreviv ncia para um n mero crescente de pess
220. ista 2000 Os arautos da reforma e a consolida o do consenso anos de 1990 buscaremos sintetizar a seguir as principais contribui es internacionais para as reformas vigentes na Educa o em nosso pa s Segundo os autores evento fundamental na dissemina o deste ide rio foi sem d vida a Confer ncia Mundial de Educa o para Todos realizada em 1990 em Jomtien Tail ndia Este evento foi financiado pela UNESCO Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNICEF Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento e Banco Mundial A partir desta confer ncia o governo Brasileiro juntamente com mais oito pa ses com maior taxa de analfabetismo do mundo comprometeu se a impulsionar pol ticas educativas articuladas a partir do F rum Consultivo Internacional para a Educa o para Todos Education for All EFA coordenado pela UNESCO que ao longo da d cada de 1990 realizou reuni es regionais e globais de natureza avaliativa Come ava a ganhar relevo a id ia de que a educa o deveria contemplar as necessidades b sicas de aprendizagem dos indiv duos Capacidades valores e atitudes indispens veis para o sujeito satisfazer suas necessidades b sicas para a 49 sobreviv ncia para o desenvolvimento pleno de suas capacidades para conquistar uma vida e um trabalho dignos uma participa o plena no desenvolvimento
221. iza o precoce o que prejudicava aquele intento Entendia tamb m que a forma o de ent o n o conferia terminalidade mas formava um pr especilaista Como medida estrat gica para a implanta o das mudan as que julgava necess rias buscou a assessoria da Pr Reitoria de Ensino e Pesquisa e iniciou um movimento no sentido de reunir argumentos favor veis de professores alunos e egressos que comungavam daquela id ia A reestrutura o curricular introduzida entre 1993 e 1996 resultou portanto dessa a o iniciada em 1989 num esfor o conjunto do Setor de Ci ncias da Sa de da Coordena o do Curso de Medicina e da Pr Reitoria de Ensino e Pesquisa atual Pr Reitoria de Gradua o Representantes dessas inst ncias da Universidade liderados pelo coordenador do curso de Medicina constitu ram um Grupo Gestor de Pesquisa que realizou uma investiga o junto a alunos professores m dicos residentes e egressos sem resid ncia buscando obter suas opini es sobre o processo de forma o do m dico na UFPR e sua adequa o realidade social brasileira Sob a influ ncia do movimento nacional e internacional que buscava impulsionar as mudan as na forma o m dica em especial a Confer ncia Mundial de Educa o M dica de Edimburgo em 1988 assim como a Comiss o 90 Interinstitucional de Avalia o das Escolas M dicas CINAEM institu da em 1991 definiram se eixos de transforma o curricular e o novo
222. l ncia do mercado precarizado ao lado de um grupo seleto cada vez mais restrito de trabalhadores de alta qualifica o No Brasil segundo dados apresentados por Mauro lasi em col quio realizado no final de 2008 na Universidade Federal do Paran dos 93 milh es de trabalhadores com que conta o pa s 60 milh es s o trabalhadores informais Podemos falar ent o na defesa da satisfa o das necessidades de adapta o ao mercado globalizado ou das necessidades de romper com a l gica de subordina o da vida ao Capital o que faz toda a diferen a Buscaremos examinar a seguir em torno de quais interesses as atuais propostas de reforma gravitam 10 3 1 A Filia o s pedagogias psicol gicas O ide rio da reforma sintetizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina apresenta uma orienta o pedag gica fundada no construtivismo com o argumento de que seria a op o mais adequada para uma proposta de mudan a no sentido da produ o das id ias necess rias para o avan o social a outra ordem mais equitativa e saud vel em contraposi o s pedagogias tradicionais A forte filia o pedag gica do ide rio da reforma ao construtivismo piagetiano e ao escolanovismo evidente Tanto no texto de Efrem Maranh o ex presidente da C mara de Educa o Superior do CNE e relator dos projetos de diretrizes para os cursos da rea da sa de intitulado A constru o coletiva das diretrizes cu
223. las mesmas por parte de professores e estudantes Teve como rea o por parte dos professores especialistas a proposi o de disciplinas optativas nas quais mantiveram sua perspectiva de especializa o Tais disciplinas mais valorizadas tamb m pelos estudantes mant m a influ ncia da especializa o para aqueles que as frequentam Somente a cardiologia no entanto consegue ofertar um n mero de 163 vagas suficiente para todos os estudantes Nas outras especialidades cerca de 75 dos alunos ficam impossibilitados de receber tal ensinamento Portanto se 25 deles mant m a perspectiva da especialidade 75 n o conseguem sequer assegurar um contato significativo com os temas de cada rea mesmo que com essa perspectiva Nas PAG local no qual deveria ocorrer um atendimento geral tamb m os professores acabam selecionando pacientes com problemas com os quais sentem maior afinidade e est o mais preparados para o ensino acabando por constituir em lugar do desejado ambulat rio geral um verdadeiro mosaico de especialidades No internato assim como na UEL setor menos afetado pela reforma a inser o dos estudantes tamb m fragmentada entre os diversos servi os de especialidades O internato na Sa de Coletiva al m de optativo ou n o inclui atividades cl nicas por n o contar com professores para tal supervis o ou inclui esse tipo de atividade com supervis o realizada por profissional dos servi os Esse profissional
224. liza uma ess ncia humana a ser alcan ada com a supera o m gica da tica do capital Esse tipo de atitude ali s eivada de preconceito e desrespeito pelos semelhantes n o incomum entre os estudantes de medicina Um outro exemplo emblem tico dado pela Associa o Atl tica Acad mica Pereira Barreto da Universidade Federal de S o Paulo a Escola Paulista de Medicina uma das mais 168 conceituadas do pa s em cujo jornal encontram se frequentes manifesta es de racismo ou preconceito contra pessoas obesas contra mulheres etc ZIBORDI 2008 Em nossas entrevistas n o investigamos diretamente essa quest o que quando mencionada espontaneamente pelos entrevistados trazia essa conota o do Humanismo Te rico ligado ao respeito ao indiv duo ou a busca da fraternidade da bondade inerente ess ncia humana Nos documentos publica es e eventos da rea da educa o m dica e do pr prio SUS no entanto a quest o da humaniza o aparece com frequ ncia O Minist rio da Sa de tem norteado essa quest o atrav s da implementa o da Pol tica Nacional de Humaniza o da Aten o e Gest o no Sistema nico de Sa de HumanizaSUS Os documentos produzidos sobre essa pol tica de humaniza o iniciam reconhecendo que ao lado dos avan os alcan ados na constru o do SUS encontramos diversos e graves problemas cujo enfrentamento urgente S o problemas ligados s profundas desigualdades
225. lmente incorporados pois t m como refer ncia menos o trabalhador contributivo antes o conjunto dos cidad os As interven es do Estado representam a garantia do exerc cio de um direito e n o a express o de uma a o benevolente DRAIBE 1989 O direito social referido s necessidades vitais social e culturalmente consideradas previa a satisfa o das quest es relativas alimenta o aten o sa de educa o e habita o Esta interven o do Estado era necess ria como j demonstramos mas tamb m poss vel dentro dos limites dos interesses do Capital num padr o de acumula o taylorista fordista marcado entre outras coisas pela intensa absor o de for a de trabalho produ o em massa e consumo em massa mesmo que subsidiado pelo Estado Mas a poca de sonho do Capitalismo n o seria eterna No p s guerra imediato as necessidades de acumula o do Capital realizavam se tanto atrav s da reconstru o da estrutura social moradias f bricas e tudo o que havia sido destru do pela guerra quanto no suprimento de produtos industrializados como eletrodom sticos autom veis etc Ap s a relativa satura o do mercado interno as exporta es para os pa ses n o industrializados garantiriam ainda as possibilidades de lucro compensador Mais tarde por m diante da industrializa o dos pa ses do Capitalismo perif rico ocorreu uma substitui o das importa es de diversos produtos industriais
226. lta o dos processos determinantes da sa de e da doen a Nunca demais lembrar que as atitudes individuais s o tomadas dentro das limita es e possibilidades dadas pelo modo como se organiza cada forma o social ou seja pela forma como os homens de determinada sociedade relacionam se entre si e com a natureza E nas sociedades de classes tamb m pela inser o que cada grupo obt m no mundo da produ o e do consumo dentro desses limites bem definidos que os indiv duos podem mover se independente ou apesar de seu desejo e de seu esfor o Ao restringir se a an lise das necessidades e a consequente proposi o de respostas a partir das condi es locais de vida tende se a tomar as pessoas apenas em sua rela o com o meio que lhes imediato Este tipo de abordagem al m de padecer das limita es da vis o liberal de necessidades conforme apresentamos no item 6 3 constitui um reducionismo grotesco pois prop e a an lise de fatos locais sem estabelecer os nexos de determina o com as inst ncias de maior 197 generalidade Acaba por introduzir a compreens o equivocada de comunidade como sin nimo de sociedade Toma se o particular pelo geral Para Klein 2002 Essa compreens o tem derivado da id ia de que a apreens o do sujeito tanto mais concreta e portanto hist rica quanto mais intenso o esfor o de descrever minuciosamente as especificidades do seu ambiente imediato o lugar onde vive com q
227. m de in cio um total de 13 cursos de gradua o Hist ria Geografia Letras Anglo Portuguesas e Letras Franco Portuguesas Pedagogia Ci ncias 1 Grau Direito Odontologia Medicina Farm cia e Bioqu mica Ci ncias Biom dicas Ci ncias Econ micas e Administra o J na mesma d cada iniciou se a p s gradua o sendo implantado em 1972 o Curso de Especializa o em Odontopediatria seguido no ano de 1973 pela implanta o de 6 reas de Resid ncia M dica e pelos Mestrados em Ci ncias de Alimentos 1975 e em Direito 1978 No in cio a UEL constitu a se como uma Funda o Estadual sendo financiada com recursos provenientes das mensalidades pagas pelos estudantes e do Governo do Estado Em 1987 foi implantado o ensino gratuito no n vel de gradua o sendo transformada em Autarquia pela Lei Estadual 9 663 de 16 07 91 Atualmente possui autonomia did tica cient fica administrativa e de gest o financeira e patrimonial mas dependente financeiramente do Governo Estadual de onde se origina a maior parte dos recursos que asseguram sua opera o e manuten o Nos dias de hoje nove Centros de Estudos e cinquenta e sete Departamentos constituem as Unidades de ensino pesquisa e extens o da UEL sendo respons veis pela organiza o dos cursos de gradua o e de p s gradua o e dos projetos de ensino de pesquisa e de extens o Conta ainda com dez rg os Suplementares com finalidade social cient
228. m Pronto Socorro Pedi trico A PED B 120 120 6EST520 Treinamento em Pronto Socorro Tocoginecol gico A GIN B 120 120 6EST522 Est gio Supervisionado em Deontologia e Bio tica MED B 34 34 6EST544 Est gio Supervisionado em Psiquiatria B MED B 20 60 80 2023 2391 6 S rie k CARGA HOR RIA C DIGO NOME SEM r Te rica Pr tica Total Est gio Supervisionado em Cardiologia e Cirurgia Card aca e Atividades em P P 0E9923 Radiologia A MED CIR p at 38 62 GEST524 Est gio Supervisionado em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Atividades em B 24 124 148 Radiologia A CIR 6EST525 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica A Angiologia CIR B 24 138 162 6EST526 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica A Cirurgia Pl stica CIR B 24 138 162 6EST527 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica A Oftalmologia CIR B 24 138 162 6EST528 Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica A Otorrinolaringologia CIR B 24 138 162 6EST529 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II A Hematologia MED B 24 138 162 6EST530 Est gio Supervisionado em Cl nica M dica II A Reumatologia MED B 24 138 162 6EST532 ei Supervisionado em Cl nica M dica II A Unidade de Terapia Intensiva B 24 138 162 6EST533 Est gio Supervisionado em Endocrinologia A MED B 24 124 148 GEST534 en Supervisionado em Gastroenterologia e Atividades em Radiologia A B 24 138 162 6EST535 Est gio Supervisionado em Nefrologia e Atividades em R
229. m o caminho livre para exercerem sua influ ncia de forma quase que absoluta Neste per odo as a es da Organiza o Mundial da Sa de estiveram ent o voltadas para os problemas de sa de e a pobreza extrema dos pa ses subdesenvolvidos para evitar que fossem tentados a aderir s propostas comunistas Para isso investiu se no controle das principais enfermidades epid micas do mundo Os EUA e seus aliados na busca da ades o a seus projetos de desenvolvimento alinhados aos interesses capitalistas apregoavam por exemplo que a erradica o global da mal ria promoveria o crescimento econ mico e criaria mercados no exterior para a tecnologia e os bens manufaturados estadunidenses Isto ajudaria a obter um apoio para os governos locais e os que apoiassem os Estados Unidos e faria com que se ganhassem cora es e mentes na batalha contra o comunismo BROWN CUETO e FEE 2006 p 80 81 Este modelo de apoio para o desenvolvimento ajustava se claramente aos esfor os dos EUA da Guerra Fria de promover a moderniza o com uma reforma 58 social limitada alinhada ao desejo da manuten o ou abertura de novos espa os de acumula o capitalista Com o passar do tempo explicitou se a insufici ncia das medidas propostas para a solu o de problemas de origem t o complexa como por exemplo a quest o da erradica o da mal ria reconhecendo se assim a impossibilidade de erradica o absoluta desta doen a em muitas partes do
230. m outros pa ses percebe se que enquanto o Brasil com uma popula o de 185 milh es de habitantes conta hoje com 175 escolas de Medicina 1 escola para pouco mais de um milh o de habitantes os EUA com uma popula o de 278 milh es de habitantes conta hoje com 126 escolas de Medicina 1 escola para mais de 2 2 milh es de habitantes a ndia com uma popula o de um bilh o e setenta e nove milh es de habitantes conta hoje com 272 escolas de Medicina 1 escola para quase 4 milh es de habitantes e a China com uma popula o de um bilh o e trezentos milh es de habitantes conta hoje com 150 escolas de Medicina 1 escola para 8 66 milh es de habitantes CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARAN 2006 ESCOLAS M DICAS DO BRASIL 2008 A rea da educa o de profissionais de sa de portanto tamb m sofreu a avassaladora influ ncia do movimento que experimentou a Educa o em geral em nosso pa s descrito anteriormente Nos anos 90 as entidades ligadas forma o e presta o de servi os de sa de produziram in meras contribui es no sentido de rever a forma o dos profissionais da rea No que diz respeito em especial educa o m dica a Associa o Brasileira de Educa o M dica ABEM e a Rede Unida de Desenvolvimento de Profissionais de Sa de Rede Unida ganham destaque por sua atua o consistente e persistente A ABEM coordenou no final da d cada de 80 o Estudo da Educa o M dica nas Am ricas ap
231. m sendo a ades o ocorre sem um posicionamento cr tico constru do a partir de uma an lise l gica profunda Pelo contr rio a ades o obtida pela via da sedu o sup e apenas uma rela o passional imediata carente de reflex o portanto alienada A presen a de processos de sedu o na vida dos indiv duos um sinal do grau de aliena o desses mesmos indiv duos e sendo assim a sedu o nas atividades que comp em a pr tica educativa dos educadores e por sua vez uma manifesta o da aliena o desses mesmos educadores assim como da aliena o de sua pr tica de seu pensamento e em ltima inst ncia de sua forma o ROSSLER 2005 p16 De acordo com o pensamento exposto nossos educadores estariam aderindo ao ide rio construtivista sob um processo de aliena o vulner veis manipula o ideol gica e domina o Se esta afirma o muito grave torna se ainda mais quando observamos que a ado o desta pedagogia justificada exatamente pela necessidade de formar sujeitos cr ticos reflexivos com autonomia intelectual uma vez que a presen a da sedu o na difus o e na incorpora o do ide rio construtivista contradiz o objetivo central por ele proclamado a busca da autonomia intelectual e moral dos sujeitos Pois na sedu o o indiv duo deixa de ser o sujeito de sua raz o e de sua vontade Rossler 2005 p 18 182 10 3 4 O Pragmatismo utilit rio do ensino por compet ncias No
232. mac utica restaurar as regularidades an tomo funcionais dos corpos de modo a mant los como for a de trabalho Como para o atendimento daquelas parcelas da popula o sobrante as possibilidades de retorno financeiro s o muito mais restritas a for a de trabalho aqui utilizada dever ter um custo de reprodu o inferior Todas as formas de redu o dos custos da forma o desta m o de obra ser o portanto bem vindas mesmo que resultem na forma o de profissionais de menor capacita o Estes al m de terem um custo de reprodu o inferior poder o recorrer menos frequentemente utiliza o dos procedimentos de maior complexidade uma vez que realizam pr ticas simplificadas e de menor custo Se estas pr ticas ser o menos eficazes na restaura o da normalidade anat mica e fisiol gica dos corpos para poderem funcionar como for a de trabalho n o importa pois sua utiliza o para este fim como j dissemos ser desnecess ria Entre as recomenda es do Banco Mundial para a sa de est a id ia de que o cuidado m dico curativo voltado s popula es pobres seja limitado e baseado em protocolos e procedimentos simples que possam ser administrados por trabalhadores de sa de com um adestramento breve RIZZOTTO 2000 p 127 como um retorno Idade M dia quando a assist ncia m dica qualificada dentro das limita es da poca destinava se aos poderosos aos artes os e aos burgueses enquanto p
233. mano No es sobre rg os sistemas e aparelhos Sistema tegumentar e anatomia de superf cie Anatomia funcional do aparelho locomotor Conceito e arquitetura geral das v sceras Anatomia dos sistemas construtivos Considera o sobre unidades funcionais Neuroanatomia Ap s a reforma a disciplina caracteriza se por introduzir diretamente o estudo descritivo de cada regi o anat mica iniciando pelo membro inferior conforme abaixo 1 Ossos 2 Tela subcut nea 3 Nervos 4 M sculos Complementada pela descri o de regi es anat micas com caracter sticas espec ficas em cada segmento do corpo humano Na disciplina de Gen tica as modifica es incluem a retirada daqueles assuntos considerados de dom nio do especialista Chama a aten o a supress o das atividades pr ticas que se imaginava seriam supridas pelas atividades das PAG mas que na realidade n o o foram QUADRO 1 GEN TICA M DICA anterior reforma Programa te rico 105 GEN TICA E EVOLU O MEDICINA posterior reforma Introdu o Import ncia da Gen tica M dica Revis o de alguns conceitos b sicos cidos nucl icos Estrutura e replica o Citogen tica normal e patol gica Cari tipo normal cromatina sexual Evid ncias de que o ADN o material gen tico Transcri o e tradu o gen tica Aberra es cromoss micas e cari tipo anormal C digo gen tico Aberra es cr
234. meio da abstra o ser tomado como ponto de partida tal caminho n o levaria jamais compreens o da totalidade LUK CS 1979 p 46 A an lise do fen meno em estudo pode ser empreendida quando conseguirmos descobrir sua mais simples manifesta o o emp rico para que ao analis la elaborando abstra es possamos compreender plenamente o fen meno observado enquanto s ntese de m ltiplas determina es concreto pensado Identificada tal categoria elaborar se abstra es livrando se das particularidades e singularidades at obter no pensamento uma caracter stica que se revele comum a um grande n mero a uma totalidade de fen menos Ent o ela cessa de poder ser pensada apenas em uma forma particular como afirma Luk cs 1978 passando a ser universal No movimento do pensamento buscando captar o movimento do real a universalidade exprime no entanto sempre uma aproxima o o mais alto grau de generaliza o obtido em cada etapa da produ o do conhecimento Segundo Luk cs 1978 o processo do conhecimento transforma ininterruptamente leis que at aquele momento valiam como as mais altas universalidades em particulares modos de apresenta o de uma universalidade superior cuja concretiza o conduz muito frequentemente ao mesmo tempo descoberta de novas formas da particularidade como mais pr ximas determina es limita es e especifica es da nova universalidade tornada mais concreta
235. mero de estudantes As atividades s o realizadas com que n mero de alunos Este n mero mudou pelas reformas curriculares ou j era assim As atividades de ensino aprendizagem s o estruturadas a partir das necessidades de sa de da popula o Como Como estas necessidades s o identificadas Como ocorre a avalia o formativa Somativa Etc todas as formas Busca se avaliar conhecimentos atitudes e habilidades Como Busca se que o estudante aprenda fazendo Como Busca se o aprender a aprender Como Porqu 240 6 Integra o docente assistencial a b pe Como voc v a quest o da articula o da parte te rica com a pr tica assistencial Nesta escola j existe alguma forma de articula o da parte te rica com a pr tica assistencial Como ocorre Houve nos ltimos tempos uma retomada na discuss o sobre os crit rios de sele o dos conte dos Qual a posi o desta escola em rela o a isto Como s o selecionados os conte dos Houve alguma mudan a a partir das diretrizes curriculares Os conte dos s o escolhidos a partir das habilidades necess rias para a pr tica assistencial Como se d esta escolha Que pr tica assistencial orienta esta escolha a pr tica da assist ncia b sica ou especializada Se forem as duas houve mudan a no entre b sica e especializada Os conte dos te ricos s o identificados a partir das necessidades que a pr tica assistencial apresent
236. mero menor de disciplinas a serem cursadas simultaneamente acabam por encurtar a dura o das mesmas Operou se tamb m uma grande redu o da carga hor ria das disciplinas profissionalizantes e sua inser o em disciplinas integradas de cl nica e cirurgia l Il WI e IV do 6 ao 9 per odos Assim cardiologia pneumologia nefrologia endocrinologia etc desapareceram do curr culo como disciplinas obrigat rias e mantiveram uma reduzida carga hor ria para apresentar seus assuntos numa disciplina integrada de cl nica e cirurgia No ciclo profissionalizante mais do que no b sico a desejada integra o interdisciplinar n o ocorreu Ao contr rio em algumas situa es o efeito foi exatamente inverso Disciplinas cl nicas e cir rgicas ao comporem um mesmo m dulo acabaram por fracionar ainda mais os conte dos Uma vez que essas disciplinas foram picadas em m dulos o m dulo do aparelho digestivo o m dulo do aparelho urin rio o m dulo do sistema end crino foi natural j picar o sistema end crino na tica do cirurgi o o aparelho urin rio na tica do cl nico e na tica do cirurgi o Quanto integra o entre o ciclo b sico e o profissionalizante a efetiva o tem sido ainda mais dif cil Ele passa por uma determinada disciplina biologia celular por exemplo acende a luz ele passa apaga a luz ele vai pra outra N o h uma continuidade Aquilo que foi dito l n o repetido n o
237. mo aos das demais esferas caberia produzir individualmente suas compet ncias movidos na luta pela sobreviv ncia pelo desejo de ascens o numa sociedade na qual imperam as leis da natureza do mercado onde s os melhores sobrevivem Ao nos referirmos sociedade contempor nea cabe lembrar que se trata de uma sociedade dividida em classes na qual uma classe minorit ria detentora dos meios de produ o e depende para sua sobreviv ncia da explora o da grande maioria que comp e a outra classe necess rio lembrar tamb m que o modo de produ o predominante nesta sociedade ao mesmo tempo em que alcan ou desenvolver os meios de produ o a um ponto tal que permitiria a todos satisfazer suas necessidades de alimenta o moradia educa o sa de seguran a com 190 poucas horas de trabalho semanal POCHMANN 2007 n o permite que o desfrute dessa possibilidade se realize para todos Portanto formar um profissional adequado as necessidades contempor neas significaria form lo adaptado s necessidades desse mecanismo de explora o para a produ o de coisas que satisfa am as necessidades de lucro antes das necessidades de produ o do humano em cada um dos indiv duos Se o m dico que queremos formar aquele capaz de resolver problemas apresentando solu es criativas nas diversas condi es de cada comunidade ou seja adequado a cada realidade n o tem coer ncia propalar que seu trabalho estar v
238. mprometidas com a dupla tarefa de produ o de sa de e produ o de sujeitos Contagiar por atitudes e a es humanizadoras a rede do SUS incluindo gestores trabalhadores da sa de e usu rios BRASIL 2006 p 14 15 Esse tipo de proposi o se d diante da descoberta de que os trabalhadores estariam pouco preparados para lidar com a subjetividade com valoriza o dos diferentes sujeitos com o estabelecimento de v nculos solid rios com o aumento do grau de co responsabilidade na produ o de sa de e de sujeitos Parece nos desnecess rio prosseguir nas cita es diante da evid ncia do conceito de humaniza o que ali se inscreve Um conceito que funda pr ticas no m nimo ing nuas de prega o de uma postura humanit ria e tica deixando intocados os pilares de uma sociedade que subordina o humano necessidade do lucro Sobre essa quest o Duarte 2004 nos faz alguns instigantes questionamentos que nos parecem oportunos apresentar A naturaliza o das rela es capitalistas de produ o e a naturaliza o do mercado mundializado por meio do procedimento de considerar a produ o como sendo organizada com o objetivo de atender s necessidades individuais levam tamb m concep o de que a tica um problema de moralidade individual e que cabe ao indiv duo procurar agir moralmente estabelecendo limites l gica do lucro Mas como pode falar em tica e virtude uma sociedade que n o se
239. mundo para popula es que viviam em condi es t o prec rias Como n o se pretendia intervir diretamente sobre estas condi es que era a proposta socialista substituiu se a id ia da erradica o pela do controle O mundo capitalista deveria reconhecer que manter as pessoas vivas na companhia permanente da doen a era poss vel de se realizar A Organiza o Mundial da Sa de como estrat gia para sobreviver Guerra Fria nunca havia reconhecido a sa da dos pa ses do bloco socialista e em 1956 a URSS e seus principais aliados retornam efetivamente e marcando sua presen a ao afirmar com energia que a var ola por n o contar em sua transmiss o com um vetor como no caso da mal ria e por contar com uma vacina poderia ser efetivamente erradicada URSS e Cuba destinam 25 e 2 milh es de doses da vacina respectivamente e se inicia uma grande batalha mundial para a erradica o da doen a Os EUA relutaram em aderir decididamente ao movimento mas em 1965 assumiram o compromisso com um programa internacional para erradicar a var ola e somente em 1980 ap s luta intensa no Brasil e frica se alcan ou o objetivo de erradica o A a o da Organiza o Mundial da Sa de desde ent o sempre esteve orquestrada pelo interesse geral de expans o do modelo capitalista mesmo que em frequente tens o com os diversos interesses particulares das na es filiadas e de pessoas integrantes cujos anseios individuais divergissem No p
240. n as pr prias da contemporaneidade MARANH O s d o que implicaria na fun o de capacita o para a solu o dos problemas que nos afligem Quando nos reportamos numa sociedade de classes como a nossa adapta o s necessidades decorrentes de mudan as pr prias da contemporaneidade preciso estabelecer em nome de quais interesses de classe estamos falando Frequentemente as necessidades do Capital e da classe trabalhadora n o s o as mesmas Para caracterizar a contemporaneidade citaremos algumas reflex es de Mello 1999 sintetizadas no ltimo cap tulo de seu livro Marx e a globaliza o intitulado S culo XXI dilemas e contradi es do capitalismo global por entendermos que expressam muito bem nossa condi o atual Segundo o referido autor a contemporaneidade marcada pela conforma o globalizada das bases produtivas do capital da centraliza o transnacional da propriedade dos meios de produ o do alargamento e aprofundamento ainda maior do mercado mundial da supranacionalidade institucional dos organismos de administra o e gest o das pol ticas garantidoras da acumula o da refuncionaliza o em fun o das estrat gias oligop licas de lucro do sistema mundial de na es agora organizadas em blocos regionais da globaliza o das estruturas processos e movimentos sociais formatados e ou movidos pelos dilemas e contradi es da civiliza o planet ria da m
241. n o concordemos com toda a reflex o de Illich que chega a abominar a Medicina uma vez que esta seria mais causadora direta de adoecimento do que restauradora da sa de concordamos que Medicina atribui se a responsabilidade de resolver diversas contradi es que se expressam nas inst ncias individual e particular que passam a ser vistas como problemas de sa de como doen as que dever o ser tratadas em cada indiv duo A Medicina este setor do Capital assume numa pretensa autonomia em rela o totalidade social a responsabilidade pela solu o dos problemas gerados pelas contradi es inerentes ao modo de produ o eximindo aquela totalidade de qualquer amea a ou questionamento Ao localizar no indiv duo n o s a doen a como suas causas estabelece explica es biol gicas e comportamentais para o adoecimento ocultando a determina o social de ambos naturalizando a g nese dos problemas 34 de sa de e culpabilizando a pr pria v tima A esta verdadeira invas o das diversas dimens es sociais pela Medicina Illich 1975 denomina Medicaliza o processo ideol gico que torna senso comum a id ia da onipot ncia da Medicina para conferir o estado de pleno bem estar bio psico social mesmo no interior de uma forma o social que pelas contradi es que lhe s o inerentes impossibilita tal condi o Ao tomar para si a responsabilidade sobre a solu o das contradi es de diversas esferas da vida social a Medici
242. na es sociais do setor entendendo o como um instrumento de equaliza o social de supera o da marginalidade numa sociedade harmoniosa tendendo integra o de seus membros A partir da id ia da medicina como setor aut nomo n o sobre determinado neutro poss vel aceitar que o m dico ser um agente de mudan a Em favor dos interesses da popula o grupo tamb m homog neo com interesses comuns atuar o m dico como 203 sujeito agente da hist ria que pode polarizar situa es definir problemas coordenar solu es atrav s da integra o institucional vagar por cima das classes sociais e levar finalmente s mudan as AROUCA 1975 p 190 191 Parece que a sedu o tamb m tem nos levado a acolher id ias para al m do campo da pedagogia pois este olhar sincr tico volta na atualidade a ser proposto como a via explicativa da realidade A conforma o das id ias preventivistas na Am rica Latina tem algo em comum com as id ias que predominam nas reformas da educa o m dica na atualidade Tanto aquelas como as atuais filiam se em alguma medida ao ide rio p s moderno que se consolidou entre os anos de 1968 e 1972 como um movimento marcado pela oposi o a todas as formas de metanarrativa metalinguagem ou metateoria mediante as quais todas as coisas possam ser conectadas HARVEY 2007 CHAU 2001 DOLL JR 1997 No pensamento p s moderno a realidade se explica e se constr i caoti
243. na como j dissemos detentora do monop lio da defini o da sa de e doen a e dos procedimentos necess rios para manter a vida preservar ou restaurar a sa de passa a estabelecer normas de vida saud vel naturalmente adequadas manuten o da sa de da ordem social vigente J na redefini o da Medicina como pr tica social que se evidencia no s culo XVIII atrav s de sua extens o institucionalizada para o mbito de toda a sociedade n o o cuidado m dico que se generaliza mas a normatividade da Medicina atrav s da defini o de novos princ pios referentes ao significado da sa de e da interfer ncia m dica na organiza o das popula es e de suas condi es de vida DONNANGELO e PEREIRA 1979 CASTIGLIONI 1947 Normas de conduta de higiene pessoal e ambiental alimentar do mbito do trabalho ou do lazer ROMERO 2002 ROSEN 1994 servir o ent o para disciplinar as diferentes classes sociais contribuindo para adequar seu comportamento s exig ncias da manuten o das rela es sociais e para o consumo das mercadorias explicitando a dimens o pedag gica da pr tica m dica como express o parcial do processo de reprodu o das rela es de classe DONNANGELO e PEREIRA 1979 p 43 O saber m dico encarado como privil gio de uma elite de s bios capazes de ensinar as regras de vida adequadas ao progresso da sociedade medida profil tica eficiente para eliminar as tend ncias subversivas q
244. na de Sa de e a partir de 1959 na Organiza o Pan Americana da Sa de Tamb m a Funda o Rockefeller com sua divis o internacional de sa de teve grande import ncia no in cio do s culo XX pela influ ncia nas a es e direcionamentos de sa de em diversos pa ses implementando v rias campanhas contra ancilostomose febre amarela e mal ria al m de oferecer bolsas de estudo para estrangeiros para medicina sa de p blica e enfermagem nos EUA Outras duas importantes ag ncias internacionais da sa de que se estruturaram em torno do ide rio da sa de internacional foram a Office International d Higi ne Publique e a Organiza o de Sa de da Liga das Na es A Office International d Higi ne Publique iniciada em 1907 em Paris concentrava suas atividades na administra o de acordos sanit rios internacionais e no interc mbio r pido de informa o epidemiol gica e a Organiza o de Sa de da Liga das Na es que come ou seus trabalhos em 1920 com sede em Genebra na Su a investiu na publica o de v rios informes t cnicos e de vigil ncia epidemiol gica sobre as epidemias que amea avam as principais cidades e portos do mundo Dentre as medidas tomadas para viabilizar a nova ordem mundial no p s Segunda Guerra em 1945 numa confer ncia realizada em S o Francisco aprovou se a cria o das Na es Unidas e a realiza o de uma reuni o que criasse uma nova ag ncia especializada em sa de Formou se ent o
245. nalidade das palestras discutir aspectos que os alunos j estudaram no tutorial e n o repassar informa es com as quais ainda n o tiveram contato 145 Nos tutoriais a abordagem tornou se superficial e dependente da iniciativa dos estudantes ou da interven o do tutor que nem sempre domina o assunto A aus ncia de uma disciplina com uma programa o que garanta uma sequ ncia l gica de assuntos tem feito com que alguns professores retomem as aulas buscando garantir a apropria o de informa es consideradas indispens veis para a forma o do m dico A t tulo de exemplo citaremos alguns temas cujo aprendizado os professores consideram insuficiente nesta escola Farmacocin tica e Famacodin mica da drogas formas de apresenta o da Penicilina Cristalina Benzatina etc e suas particularidades os diversos microorganismos estafilococo micobacterium tuberculosis sua classifica o em gram e gram suas caracter sticas morfol gicas suas toxinas sua patogenicidade virul ncia mecanismos de agress o e resist ncia a rela o entre o tipo de microorganismo e a cl nica Nas palavras de um professor entrevistado n o s o dadas as bases para extrapolar para todas as bact rias Na parasitologia n o s o abordados os ectoparasitos o que faz com que os estudantes se deparem com problemas comuns como escabiose somente no atendimento aos pacientes no internato quando a abordagem mais direcionada ao di
246. ndaci n Friedrich Ebert Representaci n en M xico 1994 LLOMOVATTE S A reforma educacional na Argentina o v nculo educa o trabalho In FERRETTI C J SILVA JR J R OLIVEIRA M R N S Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 LUK CS G Introdu o a uma Est tica Marxista sobre a categoria da particularidade Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1978 LUK CS G Ontologia do Ser Social os princ pios ontol gicos fundamentais de Marx S o Paulo Livraria Editora Ci ncias Humanas 1979 MARANH O E A A constru o coletiva das diretrizes curriculares nacionais dos cursos de gradua o da sa de uma contribui o para o Sistema Unico de Sa de mimeo s d MARCONDES E GON ALVES E org Educa o m dica S o Paulo Sarvier 1998 231 MARQUES M B Sa de p blica tica e mercado no entreato de dois s culos S o Paulo Brasiliense 2005 MARTINS L M As apar ncias enganam diverg ncias entre o materialismo hist rico dial tico e as abordagens qualitativas em pesquisa In 29 REUNIAO Anual da ANPED 2006 Educa o Cultura e Conhecimento desafios e compromissos 2006 v 1 MARX C El capital cr tica de la econom a pol tica La Habana Ediciones Venceremos 1965 v 3 MARX K Manuscritos econ micos filos ficos e outros textos escolhidos 2 ed S o Paulo Abril Cultural 1978 MARX K O Capital cr tica da economia pol t
247. nde diversidade de situa es laborais a Capitaliza o da Medicina tem significado em geral o direcionamento da pr tica para o assalariamento ou para outras formas mais sutis de extra o de mais valia que se configuram em todas as situa es nas quais o trabalho m dico proporciona lucro direto para o Capitalista que n o o realiza mas o vende A Capitaliza o do cuidado m dico exigindo que o cuidar produza sempre mais valor passa a influenciar diretamente nos conte dos das pr ticas diagn sticas e terap uticas Desse modo na Medicina cada vez mais se caracterizando como pr tica Capitalista a a o de manuten o da vida e reprodu o da for a de trabalho torna se tamb m cada vez mais subordinada necessidade do lucro A busca incessante de aumento da produtividade necessidade vital dos processos produtivos Capitalistas de melhorar a mais valia relativa t m se realizado atrav s da divis o pormenorizada do trabalho com simplifica o de suas parcelas e introdu o de tecnologia Ao substituir o trabalhador pela m quina para a realiza o de determinadas fun es o Capital pode reduzir o emprego de trabalho vivo ou substituir um trabalhador qualificado por outro de menor qualifica o e consequentemente de menor remunera o Embora na Medicina a produ o do trabalho ainda tenha grande depend ncia da capacidade do trabalhador m dico a intensa fragmenta o e especializa o ao lado da tamb m intensa int
248. nder a viver junto Al m disso dever estar apto para o mercado de trabalho ser conhecedor dos problemas locais de sa de estando preparado para acompanhar o avan o t cnico cient fico e a utiliza o destes avan os dentro de uma racionalidade de custos benef cios favor vel Grande nfase dada ao desenvolvimento da habilidade de adaptar se s mudan as como forma de melhor contribuir para a solu o dos problemas da comunidade Para viabilizar estas transforma es curriculares apresenta se como consenso a necessidade de uma profunda mudan a pedag gica Partindo da contesta o ao ensino tradicional fundado na transmiss o acr tica de conte dos a serem memorizados por alunos passivos prop em se processos centrados no aluno que dever aprender por si pr prio nos quais o professor apenas um facilitador Mais do que isto o aluno dever aprender fazendo invertendo a sequ ncia cl ssica teoria pr tica Sem a pretens o de esgotar a reflex o sobre as diretrizes curriculares buscamos apenas destacar aspectos que nos parecem fundamentais para a an lise que desenvolveremos a seguir 79 7 REFLEX ES GERAIS SOBRE AS MUDAN AS EM ANDAMENTO NO ENSINO MEDICO NO BRASIL O ensino m dico no Brasil assim como em diversos pa ses de todo o mundo passa nas ltimas d cadas por intenso processo de reflex o e reorganiza o Em nosso pa s diversas escolas m dicas t m implantado de forma mais ou menos i
249. ndo cada fundamento como comum a um grande n mero de fen menos e compreendendo os nexos entre os fen menos analisados S o esses fundamentos portanto transmitidos de forma a propiciar a percep o de suas interconex es constituindo uma totalidade que permitem a integra o do conhecimento KLEIN 2000 Na forma o m dica por exemplo se a circula o sangu nea for entendida como a via necess ria para o transporte de nutrientes para as c lulas assim como para a remo o dos catab litos os conhecimentos de anatomia fisiologia bioqu mica cardiologia nefrologia pneumologia hematologia citologia histologia etc far o muito mais sentido que se apresentados de forma completamente isolada N o estamos defendendo a id ia de que essas disciplinas trabalhem de forma interdisciplinar todas ensinando ao mesmo tempo as quest es relacionadas circula o Estamos propondo que ao apresentar seus conte dos cada disciplina 195 estabele a os nexos com determinada totalidade como no exemplo da circula o Ou seja permita que o aluno entenda a anatomia a fisiologia a histologia a bioqu mica da c lula card aca por exemplo em fun o do papel que desempenha na circula o 10 5 SOBRE A FORMA O DE UM PROFISSIONAL ADEQUADO S NECESSIDADES DA COMUNIDADE DE CADA REGIAO As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina e diversas publica es que respaldam o atual movimento de re
250. ndustrializa o Uma industrializa o prec ria marcada pela introdu o de tecnologias sem precau o e privatiza o do controle ambiental com consequente subordina o do mesmo aos interesses econ micos Do trabalhador que restou empregado passou se a exigir maior dedica o de energia ao trabalho Diante do grande desemprego tanto as rela es sociais em geral quanto as de trabalho em particular tornaram se mais competitivas com intenso crescimento da viol ncia Ainda no que diz respeito s rela es de trabalho cabe ressaltar a polariza o observada em diversos aspectos entre os trabalhadores com diferentes inser es na produ o Segundo Rigotto 2004 para uma pequena parcela de trabalhadores que atuam nas empresas de ponta surgem propostas de parceria com maior participa o nas decis es e melhora das condi es b sicas de trabalho No entanto exige se um novo perfil de trabalhador com mais iniciativa e criatividade Embora os fatores do trabalho mais evidentemente nocivos sa de sejam controlados ou removidos s o substitu dos por outros de mais dif cil identifica o O sofrimento mental tende a exacerbar se por um lado pela invas o do espa o tempo privado pelo trabalho e por outro porque apesar da alta qualifica o participa o e explora o a que submetido mesmo para este trabalhador mant m se um forte sentimento de descartabilidade No grupo de trabalhadores de inser o mais
251. ngularidade particularidade e universalidade Em sua express o singular o fen meno revela o que em sua imediaticidade em sua express o universal revela suas complexidades suas conex es internas as leis de seu movimento e evolu o enfim a sua totalidade hist rico social MARTINS 2006 Segundo Luk cs 1978 os nexos existentes entre singular particular universal albergam o fundamento que sustenta uma aut ntica e verdadeira aproxima o e compreens o da realidade fundamental portanto para a produ o do conhecimento cient fico analisar o fato imediato luz da totalidade social Isto implica em realizar a an lise dial tica da rela o entre o singular e o universal rela o esta mediada pelo particular Somente assim a nfase no particular n o se 18 converte em sua naturaliza o pelo abandono da constru o de um saber na perspectiva da totalidade No entanto como n o se obt m o conhecimento cient fico da realidade a partir da realidade social como ela se nos apresenta de imediato h que se percorrer o caminho que vai da delimita o das rela es mais simples e determinantes at a totalidade social nas suas m ltiplas rela es para depois retornar s determina es mais simples novamente O ponto de partida portanto deve ser uma categoria objetivamente central no plano ontol gico pois embora considerado isoladamente qualquer fen meno possa uma vez transformado em elemento por
252. nifesta o dos fen menos Aquelas leis que foram compreendidas pela humanidade e elaboradas em teorias que explicam as manifesta es dos fen menos que precisam ser transmitidas s novas gera es atrav s da educa o para que estas possam utiliz las para a modifica o da natureza e da sociedade de acordo com suas necessidades e desejos a isso que nos reportamos quando falamos de conte dos essenciais aos conceitos fundamentais para a compreens o de um determinado fen meno preciso que os futuros m dicos ultrapassem a percep o do concreto sensorial da apar ncia dos fen menos da mera representa o mental da realidade emp rica compreendendo os elementos que a constituem e suas interconex es Como j dissemos em rela o produ o do conhecimento neste movimento do pensamento que permitir identificar as vincula es l gicas entre os v rios elementos mediadores de um determinado fen meno a fim de representar no pensamento a dial tica entre singularidade do fen meno analisado e universalidade da teoria que o explica Ocorre ent o uma constru o do real a partir das bases te ricas apreendidas Uma constru o do real como totalidade articulada segundo as leis que regem seu movimento Assim o movimento do conhecimento retorna ao concreto n o mais ca tico mas concreto pensado a representa o l gica do real permitindo nos compreender o porqu das coisas 194 Se a pesquisa
253. nio dos conte dos mas das atitudes e habilidades necess rias para o bom desempenho profissional segundo o testemunho dos professores isso n o tem sido poss vel Nas disciplinas devido ao pouco n mero de professor n o h como ter um acompanhamento de perto Isso imposs vel realmente Na nossa disciplina se avalia a apresenta o do grupo A maneira que ele conseguiu passar a mensagem para a turma do objetivo que se pretendia Na nossa disciplina a avalia o por grupo Quanto quest o de aprender fazendo somente no internato existem oportunidades sistematizadas para que ocorra caracter stica essa n o advinda da reforma No geral n o houve grande aumento das atividades pr ticas muitas vezes houve redu o sendo frequente o descumprimento do hor rio formalmente estipulado das atividades das PAG Muito das cargas hor rias das disciplinas cl nicas passou para os PAG por m em v rios das 4h s funcionava 30 min a 1h principalmente nos do hospital Muitas vezes os alunos atendiam e deixavam os pacientes aguardando para liberar quando o professor chegasse bem mais tarde grupo focal com alunos Em algumas situa es de aulas pr ticas este tipo de aprendizagem ocorre tamb m mas apenas no que se refere a t cnicas laboratoriais frequentemente divorciadas da pr tica m dica assistencial Como exemplo disso os professores entrevistados citaram a realiza o pelos pr prios alunos de cultura de micro
254. niversidades estabelecia normas r gidas sobre a organiza o e funcionamento dos cursos e somente com o fim da Era Vargas na Constitui o de 1946 ressurge a discuss o sobre o direcionamento da educa o inaugurada na Carta de 1934 instaurando o movimento rumo elabora o da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Por mais dezesseis anos travou se ferrenha batalha em torno da quest o entre os liberais que defendiam a educa o como responsabilidade da fam lia a ser alcan ada na liberdade do mercado e aqueles que entendiam como dever do Estado garanti la para todos Venceram as id ias liberais que se consolidaram com predomin ncia na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional votada em 1961 e com o golpe militar instaurado poucos anos mais tarde em 1964 expandiu se significativamente o ensino superior s expensas da iniciativa privada Um dos aspectos que muito nos interessa destacar desta legisla o o estabelecimento do curr culo m nimo Tratava se de um n cleo m nimo indispens vel de mat rias fixado pelo Conselho Nacional de Educa o para todo o territ rio nacional para uma adequada forma o profissional Com a globaliza o a expans o desenfreada dos interesses imperialistas e a imposi o de medidas facilitadoras da internacionaliza o da economia numa associa o subordinada do capital nacional com o internacional edita se a Lei de 70 Diretrizes e Bases da Educa o no Bra
255. no Superior IES foram convidadas a participar do Programa de Incentivo a Mudan as Curriculares nos Cursos de Medicina PROMED BRASIL 2002a 86 Tratou se de um convite apresenta o de projetos de mudan a que se adequados s diretrizes propostas implicaria no repasse de um milh o e duzentos mil reais a estas institui es formadoras no per odo de tr s anos S ntese das propostas de mudan a acumuladas a partir da metade do s culo passado at os dias atuais esta iniciativa do governo brasileiro visa tornar real a reforma tantas vezes anunciada pretendida mas n o ocorrida A proposta tem como objetivo geral segundo o edital de convoca o reorientar os produtos da escola m dica profissionais formados conhecimentos gerados e servi os prestados com nfase nas mudan as no modelo de aten o sa de em especial aquelas voltadas para o fortalecimento da aten o b sica Como objetivos espec ficos o documento enuncia o seguinte e Estabelecer de forma sistem tica e auto sustent vel protocolos de coopera o entre os gestores do SUS e as escolas m dicas e Deslocar o eixo central de ensino m dico da id ia exclusiva da enfermidade incorporando no o integralizadora do processo sa de doen a e da promo o da sa de com nfase na aten o b sica e Propiciar a amplia o dos cen rios e da dura o da pr tica educacional na rede de servi os b sicos de sa de e Favorecer a ado o
256. no das necessidades de mudan a da educa o m dica gira em torno da sua inadequa o para a produ o de uma pr tica que responda s necessidades atuais do cuidado m dico originadas pela transi o epidemiol gica e pelo avan o significativo dos meios de produ o ligados aten o m dica Uma reflex o mais profunda no entanto necess ria se n o para refutar completamente tais argumentos para complement los Num contexto no qual o desenvolvimento da produ o em geral obteve grande incremento de produtividade ao lado da substitui o do trabalho vivo pelo trabalho morto e a reprodu o da vida de significativa parcela da humanidade passou a ser desnecess ria para o Capital as consequ ncias para o setor da sa de devem ser avaliadas com muito cuidado Trabalho vivo corresponde quele realizado com a presen a do trabalhador em ato enquanto trabalho morto aquele realizado pela m quina objetiva o de um trabalho vivo pret rito MARX 1996 55 Como os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodu o est o intimamente associados M SZ ROS 2005 caberia questionarmo nos acerca das poss veis repercuss es sobre as pol ticas de educa o e de sa de nas sociedades Capitalistas decorrentes do surgimento desta massa de ex trabalhadores sobrantes Seguindo a l gica Capitalista de subordina o da vida aos interesses do Capital como seriam as pol ticas voltadas para
257. no sentido da forma o de um m dico geral pois j possu a esse direcionamento Mesmo antes do advento das diretrizes o curso da UEL em seu ciclo cl nico j se caracterizava por organizar nas grandes reas b sicas Cl nica M dica Cl nica Cir rgica Pediatria e Ginecologia Obstetr cia a aprendizagem dos alunos No internato por m setor menos afetado pela reforma a inser o dos estudantes bastante fragmentada caracterizada pela passagem por diversos servi os de especialidades A grande mudan a ocorrida nessa escola no entanto refere se ades o ao ide rio do aprender a aprender denotando uma tend ncia forma o do m dico geral flex vel com o risco do empobrecimento do conhecimento que lhe d sustenta o As implica es desse direcionamento ser o discutidas adiante A UFPR por sua vez marcada fortemente por uma forma o com direcionamento especializado buscou atacar frontalmente essa quest o deflagrando a guerra contra as especialidades da qual segundo o depoimento dos entrevistados saiu perdedora A carga hor ria das disciplinas de especialidades foi drasticamente reduzida passando a compor as chamadas disciplinas integradas nas quais apenas os conte dos mais gerais de cada especialidade teis na forma o geral do m dico seriam contemplados O resultado de tal mudan a foi em geral uma pauperiza o dos conte dos das disciplinas algumas vezes acompanhada de um descaso pe
258. nos formais de especializa o e atualiza o Novamente enfatizase a cren a na coopera o internacional particularmente se entendida como do Norte ao Sul Outro evento internacional de destaque a V Reuni o do Comit Regional Intergovernamental do Projeto Principal de Educa o para a Am rica Latina e Caribe cujas diretrizes foram aprovadas em 1993 no Chile PROMEDLAC V conferia papel central educa o nas novas estrat gias de desenvolvimento sustent vel tanto para o crescimento econ mico cujo eixo seria a aquisi o de conhecimentos no processo produtivo quanto para a justi a e equidade social A aquisi o de conhecimentos a forma o de habilidades t cnicas fundamentais e a internaliza o de valores eram compreendidas como os esteios da supera o da pobreza Propunha transforma es na educa o para Am rica Latina e Caribe no sentido da inser o competitiva na economia internacional Outro importante organismo multilateral que tem exercido grande influ ncia na educa o na atualidade o Banco Mundial BM Trata se de um organismo multilateral de financiamento criado no p s guerra entre outras institui es multilaterais voltadas para a estabiliza o do bloco Capitalista com a finalidade de 52 impulsionar a reconstru o dos pa ses assolados pela guerra e alavancar o desenvolvimento dos pa ses perif ricos Tem desempenhado papel fundamental na atualidade na conforma o das na es a
259. ntendem que para a forma o de um profissional adequado para tal necessita se de um ensino centrado no estudante uma vez que o conte do a ser apreendido al m de estar em constante mudan a depende dos requerimentos de cada sujeito percebidos por ele mesmo no enfrentamento das situa es problemas diante das quais dever ser colocado nos servi os de sa de Defende se a id ia do aprender a aprender aprender a fazer e aprender a conviver em harmonia no mundo contempor neo muito mais do que o aprender os conte dos em si o respeito individualidade do processo de aprendizagem de cada aluno centrado na busca de solu es para os problemas mais comuns das comunidades onde estar atuando em contraposi o s imposi es de conte dos pr formatados transmitidos por professores segundo seu arb trio Nessa linha de pensamento o objetivo da escola n o deveria ser a transmiss o de conte dos mas o preparo para a vida na sociedade moderna o que seria obtido com o desenvolvimento daquelas habilidades e compet ncias em cada indiv duo Nesse sentido a ades o s pedagogias que se filiam ao construtivismo e ao escolanovismo ou s pedagogias psicol gicas para utilizar a denomina o tomada por Varela 1991 tida como consenso O referido autor segundo Miranda 2005 re ne sob a denomina o de pedagogias psicol gicas aquelas com um 174 conjunto de influ ncias advindo das teorias psicol gicas presentes na
260. ntensa inova es pretensamente voltadas a adequar o perfil do profissional ali formado s necessidades atuais da sociedade brasileira Numa conjuntura de precariza o da vida em que se encontram os pa ses devedores subordinados aos organismos econ micos internacionais torna se imperativo analisar a implementa o de tais mudan as preciso avaliar com muito cuidado se as altera es propostas qualificam a forma o m dica ou a precarizam e se em consequ ncia a aten o sa de se aprimora ou se pauperiza Segundo diversos autores LAURELL 1994 ALMEIDA 1999 BREILH 1994 1997 2006 RIZZOTTO 2000 2005 CAMPANA 1997 VIOLA 1997 TAVARES e FIORI 1996 SHIROMA MORAES e EVANGELISTA 2000 CHAU 2001 FONSECA 1997 OLIVEIRA 1997 BRUNO 1997 ROSAR 1997 SIM N e MERODO 1997 ANDERSON 1999 ANTUNES 2001 VIEIRA 2001 TOMAZZI WARDE e HADDAD 1996 KRAWCZYK 2000 MORAES 2000 WANDERLEY 2000 ROSEMBERG 2000 ARELARO 2000 TIRAMONTI 2000 SHIROMA 2008 SHIROMA e EVANGELISTA 2003 TORRIGLIA 2003 SHIROMA MORAES e EVANGELISTA 20083 SILVA 1999 ROSAR 1999 PARO 1999 KUENZER 1999 LLOMOVATTE 1999 IANNI 2005 ANTUNES 2005 GENTILLI 2005 FRIGOTTO 2005 entre outros as exig ncias neoliberais veiculadas pelos organismos multilaterais entre os quais se destaca o Banco Mundial criam a forte tend ncia de focalizar o gasto p blico apenas na aten o a grupos populacionais marginalizados com recursos de
261. ntes n o confi veis e buscam mais os livros Um dos professores das disciplinas b sicas no entanto lamenta que no PBL o aluno estuda no livro e n o aproveita a experi ncia do professor Isto n o se supera no tutorial por que depende do tutor A Internet tamb m n o d conta Perde o contato com viv ncia do professor O livro n o tem tudo a realidade diferente O conte do do livro defasado ou n o adequado realidade local ou atual o D D 141 H perda para os alunos no contato com os professores que n o s o da rea do assunto em discuss o No in cio havia uma consultoria das disciplinas com grande procura por parte dos alunos pois constitu a importante espa o de contato dos estudantes com o professor Esta atividade no entanto deixou de existir devido a uma decis o da coordena o do curso pois deixou de contar hora aula para o professor Segundo os professores a consultoria possibilitava a realiza o da s ntese das discuss es do tutorial quest o atualmente deficiente tamb m na vis o da coordena o do curso e dos alunos A gente consegue abrir o problema levantar as hip teses fazer os estudantes pensarem levantar as informa es recebidas buscar as informa es acho que a gente ainda n o conseguiu fazer de maneira adequada n o se consegue fazer as s nteses em todas as situa es Os estudantes v o atr s eles fazem os resumos eles procuram refer ncias pra fazer os resumos
262. ntexto neoliberal que a id ia da compet ncia joga papel fundamental com o fito de qualificar as pessoas no sentido de intensificar sua produtividade pelo desempenho de v rias fun es simult neas que demandam diversas compet ncias responsabilizar o pr prio indiv duo pela gest o de sua vida profissional arcando com os custos e com a preocupa o de adaptar se 188 constantemente s demandas do mercado corroer a id ia das a es coletivas de interesse p blico assim como do Estado provedor BENDASSOLLI 2001 Com o fim da perspectiva do pleno emprego imp e se a necessidade individual da manuten o da empregabilidade ou seja da manuten o do maior n vel poss vel de habilidades disposi o das necessidades sempre renovadas do mercado competitivo D se assim a produ o e imposi o de uma imagem acerca do perfil que devemos ter como trabalhadores caso queiramos ser aceitos no mundo atual Diante do enfraquecimento da a o do Estado h uma violenta press o no sentido de levar o indiv duo a agir por sua conta assumindo a iniciativa e a responsabilidade sobre a pr pria reprodu o Caso dependa do Estado ou de qualquer outra institui o explicita sua incapacidade para viver nessa sociedade A possibilidade de sucesso no sentido de prover a pr pria sobreviv ncia em nossa sociedade assim apresentada como visceralmente dependente da personalidade dos indiv duos do desenvolvimento da per
263. o o MED CIF MOR HIT B 12 34 44 60 6 156 6MOD204 Prolifera o Celular BIO LAC PAT MOR MED CIR B 14 28 52 82 6 182 6MOD205 Locomo o e Preens o CIR MED MOR B 8 24 28 38 6 104 6MOD206 Processo de Envelhecimento MED CIF SOC PAT B 14 28 52 85 3 182 6MOD207 Habilidades Cl nicas e Atitudes II MED LAC CIR PED 22 108 6 136 6MOD208 Atualiza o II COL B 30 30 60 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade II P 6PIN200 DSC MED 44 88 32 Total 164 380 248 384 36 1212 3 S rie C DIGO NOME SEM H GMOD301 Dor MED CIR CIF IMOR B 14 28 56 78 6 182 Dor Abdominal Diarr ia V mitos e Ictericia 6MOD302 MEDICIRIMIBILACIPAT E ASE de DSR E RS 6MOD303 Fadiga Perda de Peso e Anemias MED PED B 10 20 36 61 3 130 6MOD304 Problemas Mentais e de Comportamento MED B 8 16 28 49 3 104 6MOD305 Perda de Sangue MED CIR B 10 20 36 61 3 130 6MOD306 Febre Inflama o e Infec o MED MIB PAT B 11 20 36 60 3 130 6MOD307 Habilidades Cl nicas e Atitudes III MED CIR LAC PED 22 104 6 132 6MOD308 Atualiza o III COL B 30 30 60 Pr ticas de Intera o Ensino Servi os e Comunidade III a SRINSOJ MED DSC PED GIN 66 E pe Total 185 332 248 390 27 1182 4 S rie GODIS NOME SEM Te rica Pr tica Tut E Or Av Total 6MOD401 Sa de da Mulher Sexualidade Humana e Planejamento B 13 24 44 72 3 156 Familiar GIN Manifesta es Externas das Doen as e latrogenias B 10 20 36 61 3
264. o que no enunciado destas diretrizes n o encontramos somente pontos negativos que expressam a absoluta subordina o aos ditames do interesse do mercado internacional H id ias cuja ado o pode significar avan o para o ensino m dico na depend ncia do direcionamento que lhes sejam conferidas assim como h alguns pontos francamente positivos Muitos dos elogios expressos pelos sujeitos e institui es envolvidos com o ensino m dico dirigem se entretanto a aspectos que nos causam apreens o A constru o destas diretrizes ocorreu segundo o roteiro que mencionamos anteriormente para a dissemina o e aceita o das id ias dos organismos multilaterais com a participa o das Comiss es de Especialistas de Ensino e anu ncia de representantes de setores como Minist rio da Sa de Conselho Nacional de Sa de da Secretaria de Educa o Superior do Minist rio da Educa o e do F rum de Pr Reitores de Gradua o das Universidades Brasileiras bem como dos presidentes dos Conselhos Profissionais de Associa es de Ensino e das Comiss es de Especialistas de Ensino da SESu MEC MARANH O s d LAMPERT 2002 Algumas quest es que vinham sendo discutidas historicamente por segmentos como o dos docentes foram incorporadas e ressignificadas pelo discurso reformista A cr tica s grades curriculares r gidas que impediriam inova es a pouca articula o teoria pr tica foram postas ao lado de id ias como a incapacida
265. o s o garantidas quase que exclusivamente nas atividades de pesquisa feitas no 2 ano Houve com a reforma uma preocupa o com o incremento da reflex o sobre o processo sa de doen a e atualmente discute se muito mais a rela o biopsicossocial Os entrevistados no entanto ainda consideram que a abordagem da rela o individual coletivo biol gico social insuficiente sendo muito pouco abordada em alguns m dulos mesmo nas atividades ambulatoriais realizadas nas Unidades de Sa de Essa no entanto uma caracter stica que o curso j possu a mesmo antes da reforma e que sofreu pouca altera o ap s a mesma A quest o social analisada em rela o s condi es do meio em que se inserem os pacientes suas condi es de moradias h bitos costumes crendices conhecimentos populares capacidade de aquisi o de medicamentos no sentido de verificar as possibilidades de ades o s recomenda es da equipe de sa de e buscar poss veis solu es locais para os problemas observados como bem demonstram os depoimentos abaixo 151 Se o m dico ou essa equipe multiprofissional n o tiver um entendimento adequado de tudo que cerca o paciente a tentativa terap utica dele falha Entender que o que est acontecendo com ele resultado da condi o que ele t vivendo Que n o tem jeito de dissociar o indiv duo da quest o social da quest o biopsicoemocional O modelo que a gente tinha anteriormente era assim
266. o ter a de lcera quarta feira aula de n o tinha nenhuma integra o entre as mat rias dentro da gastro e hoje tem Outro aspecto destacado como fruto da melhor integra o foi o fato de que alguns assuntos deixaram de ser pulverizados entre diversas disciplinas o que causava repeti es ou informa es conflitantes como bem ilustra o depoimento abaixo 150 Eles estudavam icter cia Estudava icter cia na pediatria estudava na icter cia nas mol stias infecciosas estudava icter cia na gastro tudo isso de uma maneira muito estanque Ent o na cabe a dos meninos tinha tr s tipos de icter cia E era a mesma coisa E agora eles estudam nesse m dulo come a a icter cia que mais da hepatite aguda depois eles v o pra causas obstrutivas depois eles voltam depois que eles entendem todo esse processo eles voltam pra icter cia do rec m nascido Estudava diarr ia na crian a era uma diarr ia do adulto era outra Hoje a gente come a por diarr ia aguda e vai pra diarr ia cr nica pegando todas essas fases da vida da pessoa 9 2 7 Compreens o do processo sa de doen a A compreens o do processo sa de doen a das rela es do biol gico com o social do individual com o coletivo est fundada principalmente no conceito ecol gico de sa de que a compreende como resultado do equil brio entre agente hospedeiro e meio ambiente As quest es ligadas rela o biol gico social individual coletiv
267. o b sico No ciclo profissionalizante embora a rela o teoria pr tica estivesse 92 melhor a resid ncia acabara por ocupar os espa os de pr tica anteriormente dispon veis para os graduandos Recomendavam outros cen rios de aprendizagem al m do Hospital de Cl nicas como os postos de sa de e pronto socorro Apontavam para a necessidade de formar um m dico que visse o paciente em sua integralidade n o apenas como doen a Concordavam que o n mero excessivo de disciplinas estaria ligado s especialidades m dicas que deveriam ser ensinadas apenas na p s gradua o Advogavam que a redu o da carga hor ria permitiria ao aluno frequentar bibliotecas laborat rios e maior viv ncia com os professores Os alunos por sua vez destacavam a necessidade de sequ ncia entre as mat rias que deveriam ser integradas e com continuidade entre si Solicitavam mais atividades pr ticas mais atendimento com orienta o o mais precoce poss vel Reclamavam tamb m da carga hor ria semanal excessiva com janelas e do desequil brio teoria pr tica Destacavam a necessidade de investir na compreens o do bin mio sa de doen a da vis o do paciente como bio psico social e da forma o generalista Destacaram algumas disciplinas reconhecendo a import ncia da Sa de Comunit ria para preparar o m dico para fazer medicina preventiva atuar politicamente nos aspectos sociais mas com a ressalva de que isso deveria ser feito sem as
268. o da UFPR Prof Dr Izabel Cristina Meister Coelho Faculdade Evang lica do Paran Prof Dr Milton de Arruda Martins Universidade de S o Paulo Dedico este trabalho aos 950 milh es de famintos que existem hoje em todo o mundo aos 4 750 milh es de pobres que existem hoje em todo o mundo ao 1 bilh o de desempregados que existem hoje em todo o mundo aos mais de 50 da popula o mundial ativa que est hoje subempregada ou trabalha de forma precarizada aos 45 da popula o mundial que n o t m acesso direto gua pot vel aos 3 bilh es de pessoas que carecem de acesso a servi os sanit rios m nimos s 113 milh es de crian as que n o t m acesso educa o aos 875 milh es de adultos analfabetos s 12 milh es de crian as que morrem todos os anos por causa de enfermidades cur veis a todos os grandes pensadores marxistas que t m procurado denunciar esta situa o e demonstrar que a constru o de uma sociedade voltada radicalmente para a produ o do humano em todos e cada um de n s habitantes deste planeta poss vel e minha esposa Yumie e minha filha B rbara que suportaram silentes meu ex lio auto imposto encontrando o que fazer em todos os fins de semanas f rias feriados e todas as horas que poderiam ter sido de lazer ou simplesmente de compartilhar a aten o Agradecimentos minha orientadora Dr L gia Regina Klein cuja compet ncia paci ncia sabedoria e ex
269. o humano na p s gradua o Com base no que expusemos anteriormente podemos concluir que na maioria dos casos tanto o m dico geral quanto o especialista podem ser formados durante a gradua o em condi es de desempenhar eficientemente uma parcela resultante da divis o pormenorizada do trabalho m dico J argumentamos exaustivamente no entanto quanto desqualifica o desse trabalhador assim formado Entendemos que durante a gradua o preciso 160 formar um m dico geral como j dissemos com amplo dom nio do conhecimento da medicina que poder posteriormente adquirir conhecimentos t cnicas e destrezas mais espec ficas para desempenhar atividades tamb m mais espec ficas pr prias do m dico especialista preciso muito cuidado portanto na leitura das recomenda es da forma o de um m dico para atender os problemas mais comuns frequentes uma forma o que evitaria a extens o desnecess ria da forma o m dica que poderia ocorrer em menor tempo com menor custo Argumenta se que os conhecimentos produzidos atualmente s o tantos que n o seria poss vel transmiti los durante a gradua o diante do que o importante seria aprender a aprender e durante a gradua o ocupar se apenas das informa es mais diretamente ligadas realiza o das a es mais comuns Entendemos de forma diversa que o ideal seria que todos se especializassem no sentido de mais se apropriar dos fundamentos cient fic
270. o induz jamais a enfoques reducionistas sobre o tema do sujeito individual e coletivo como afirma Carvalho 2005 A participa o ou influ ncia de cada sujeito singular tem que ser considerada na determina o da realidade mas este sujeito produzido dentro dos 210 limites e possibilidades dados pela totalidade social Apontar o pensamento marxiano como reducionista determinista fruto de uma leitura equivocada Esse equ voco como afirma Luk cs em sua obra inacabada intitulada Ontologia do ser social 1979 em rela o aos que acusam a ontologia marxiana de economicista surge apenas entre aqueles que perderam toda no o do m todo filos fico de Marx um fato que contribuiu bastante para desorientar e comprometer o marxismo no plano filos fico LUK CS 1979 p 15 E mais adiante na mesma obra o autor contribui para nos fazer avan ar na compreens o dessa quest o quando elucida que As obras econ micas de Marx maduro s o decerto centradas coerentemente sobre a cientificidade da economia mas nada t m em comum com a concep o burguesa segundo a qual a economia uma mera ci ncia particular na qual os chamados fen menos econ micos puros s o isolados das inter rela es complexivas do ser social como totalidade e posteriormente analisados nesse isolamento artificial com o objetivo eventual de relacionar abstratamente o setor assim formado com outros setores isolados de modo igu
271. o sa de doen a se no passado j foi tratada perifericamente atualmente elidida Os sujeitos agora flutuam sobre forma es sociais abstratas fruto da soma dos desejos e movimentos individuais Procurar nos cursos estudados a reflex o sobre as leis gerais que determinam os limites e possibilidades desses movimentos individuais em cada situa o particular constitui um verdadeiro ensaio sobre a cegueira No que diz respeito ao desenvolvimento do senso de responsabilidade compromisso com a cidadania e com a promo o integral do ser humano n o encontramos mudan as significativas o que nos parece razo vel Comprometer se com a cidadania significa buscar a adequa o s regras de conviv ncia dessa sociedade que est fundada na explora o de uma classe pela outra e na prioridade absoluta dos interesses do Capital sobre todos os aspectos da vida N o nos parece poss vel portanto conciliar a busca da cidadania com a promo o integral do ser humano 215 11 CONSIDERA ES FINAIS O movimento de mudan a ora examinado traz como contribui o a exposi o de diversas chagas de nossos sistemas de sa de e de educa o As dificuldades de acesso e as desigualdades na qualidade experimentadas tanto na educa o quanto na sa de ocorrem na depend ncia da inser o na produ o com o consequente reflexo sobre a possibilidade de consumo O Brasil n o tem conseguido manter intacto seu fabuloso sistema de sa de uni
272. oas Al m do grande contingente do ex rcito de reserva observou se o aumento assombroso da parcela da popula o mundial exclu da dos circuitos principais de produ o e consumo configurando uma situa o de sobrantes FRIGOTTO 1999 desnecess rios para o Capital tanto como for a de trabalho quanto como consumidores Segundo Chau 1999 pela primeira vez na hist ria universal a economia declara que a maioria dos seres humanos desnecess ria e descart vel pois na economia contempor nea o 45 trabalho n o cria riqueza os empregos n o d o lucro os desempregados s o dejetos in teis e inaproveit veis Em termos globais assistimos crise dos Estados Nacionais que perderam poder para grandes corpora es transnacionais e financeiriza o da economia RIGOTTO 2004 Segundo Rigotto no mundo do trabalho ocorreram profundas mudan as marcadas principalmente pela mundializa o da produ o desterritorializa o do Capital e especializa o flex vel A produtividade alcan ada pelo avan o tecnol gico da ind stria Capitalista permite produzir o necess rio para a humanidade com muito menos trabalho vivo Mas ao inv s de aproximar nos do mundo da liberdade e da plena satisfa o intensifica se a explora o da for a de trabalho e a exclus o de grandes contingentes populacionais da possibilidade de uma sobreviv ncia civilizada Se a hist ria da humanidade como na cita o de Mao Ts
273. odu o vigente e pelo grau de desenvolvimento das for as produtivas Numa sociedade de classes a constru o da necessidade humana ocorre no plano individual das necessidades fisiol gicas e psicol gicas determinadas e delimitadas pelas condi es particulares de exist ncia pelos modos de vida de cada grupo social As possibilidades das classes subalternas est o dadas pelo avan o dos meios de produ o e constrangidas pelas limita es impostas pelas necessidades das classes dominantes Numa sociedade Capitalista as rela es de produ o impedem que as classes exploradas desfrutem em sua plenitude do desenvolvimento ou seja da possibilidade da passagem de um grau ontologicamente inferior a um grau ontologicamente superior LUK CS 1978 p 53 Podemos exemplificar a quest o com o caso da necessidade dos trabalhadores que ficam expostos poeira de s lica na perfura o de t neis para abertura de estradas ou na minera o A silicose doen a pulmonar causada pela 65 inala o de poeira de s lica foi descrita j em 1700 por Ramazzini AM NCIO 1993 Assim como j se conhece sua patologia j se disp e de meios para a perfura o de rochas que n o exponham de forma intensa os trabalhadores inala o da poeira de s lica Por uma quest o de economia nos meios de produ o persistem processos primitivos que acabam impondo uma condi o extremamente perniciosa para os trabalhadores que se v m obri
274. ogia neurologia entre outros Nos 10 e 11 per odos ocorrem os est gios obrigat rios em quatro grandes reas da Medicina cirurgia cl nica m dica pediatria e tocoginecologia No 12 per odo o estudante elege quatro reas entre aquelas de sua prefer ncia para as atividades dos est gios optativos A maioria das atividades ligadas mais diretamente assist ncia ocorre no Hospital de Cl nicas que um hospital escola de refer ncia para a execu o de procedimentos de alta complexidade onde os estudantes t m contato com as enfermidades mais graves que frequentemente exigem interven es mais complexas Desenvolvem se ainda atividades de ensino no Hospital Vitor do Amaral maternidade de baixa complexidade no qual os estudantes t m contato com 89 procedimentos de baixa complexidade como partos normais e no Hospital do Trabalhador pronto socorro Al m disso h tamb m atividades de assist ncia ambulatorial geral em Unidades de Sa de do Sistema nico de Sa de SUS nas quais os estudantes t m contato com as enfermidades mais comuns cujo manuseio requer menor densidade tecnol gica 8 1 ANTECEDENTES DA REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE MEDICINA DA UFPR No final da d cada de 80 a coordena o do curso de Medicina convicta de que deveria formar um m dico generalista buscava formas de reduzir a carga hor ria das especialidades pois entendia que como estava configurado o curso induzia uma especial
275. oiado pela Funda o Kellogg Este trabalho desenvolveu se em duas fases a primeira constituiu na prepara o para participa o qualificada da representa o das escolas m dicas das Am ricas na Confer ncia Mundial de Educa o M dica realizada em Edimburgo em 1988 A segunda fase foi marcada pela an lise situacional e elabora o de um plano de a o a curto e m dio prazos visando a reformula o da educa o m dica Para a an lise situacional e elabora o do plano de a o a ABEM buscou aliar se com conselhos de classe entidades de representa o de trabalhadores m dicos 72 docentes e estudantes de medicina compondo a Comiss o Interinstitucional de Avalia o das Escolas M dicas CINAEM STELLA e CAMPOS 2006 Durante a vig ncia do projeto da CINAEM 1991 2002 consegui se identificar e pactuar com lideran as do movimento m dico os chamados eixos da transforma o curricular al m de avan ar na discuss o dos meios mais adequados para o alcance das mudan as pretendidas Docentes alunos profissionais m dicos e gestores do SUS foram levados a participar de f runs nacionais semin rios e oficinas de trabalho voltados a difundir a id ia da necessidade de mudan a do modelo de forma o CINAEM STELLA e CAMPOS 2006 Em dezembro de 1997 o MEC convocou as IES a apresentar propostas para as novas Diretrizes Curriculares dos cursos superiores a serem elaboradas pelas Comiss es de Especialistas da SE
276. ol ticas de forma o docente Rio de Janeiro DP amp A 2003 SHIROMA E O O Eufemismo da profissionaliza o In MORAES M C M org Iluminismo s avessas produ o do conhecimento e pol ticas de forma o docente Rio de Janeiro DP amp A 2008 SHIROMA E O MORAES M C M EVANGELISTA O Ensino superior em tempos de ades o pragm tica In MORAES M C M org Iluminismo s avessas produ o do conhecimento e pol ticas de forma o docente Rio de Janeiro DP amp A 2008 234 SHIROMA E O MORAES M C M EVANGELISTA O Os arautos da reforma e a consolida o do consenso anos de 1990 In POLITICA Educacional Rio de Janeiro DP amp A 2000 SILVA M R Curr culo e compet ncias a forma o administrada S o Paulo Cortez 2008 SILVA T T Educa o trabalho e curr culo na era do p s trabalho e da p s pol tica In FERRETTI C J SILVA JR J R OLIVEIRA M R N S Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 SIM N J MERODO A Apuntes Sobre el Proceso de Des centralizaci n Educacional en la Argentina Del Estado Prestador de Servicios al Estado Regulador In OLIVEIRA D A Gest o Democr tica da Educa o desafios contempor neos Rio de Janeiro Vozes 1997 SINGER P CAMPOS O OLIVEIRA E M Prevenir e curar o controle social atrav s dos servi os de sa de Rio de Janeiro Editora Forense Universit ria 1981 SMITH
277. olangiopancreatografia e retossigmoidoscopia Suporte nutricional enteral e parenteral 136 6EST535 Est gio Supervisionado em Nefrologia e Atividades em Radiologia MED Fun o renal normal metabolismo da gua e dos eletrolitos Metabolismo do Ht Regula o renal do equil brio cido b sico Glomerulopatias prim rias Rins e doen as sist micas Hipertens o arterial Infec o urin ria Insufici ncia renal aguda e cr nica Diur ticos Rins e drogas 6EST536 Est gio Supervisionado em Neurologia e Neurocirurgia e Atividades em Radiologia MED CIR Semiologia neurol gica anatomia e fisiologia Patologias neurol gicas mais frequentes quadro cl nico fisiopatologia diagn stico diferencial e conduta terap utica Patologias neurol gicas cl nica e cir rgica Neuropediatria Patologias neurol gicas de urg ncia Treinamento em pun o e exames liqu rico No es b sicas sobre eletroencefalografia t cnicas e interpreta o eletromiografia No es b sicas sobre exames neurorradiol gicos 6EST537 Est gio Supervisionado em Ortopedia e Traumatologia e Atividades em Radiologia CIR Semiologia do aparelho locomotor incluindo hist ria cl nica e exame f sico Hip tese diagn stica e exames complementares nas patologias espec ficas Les es traum ticas do aparelho locomotor Afec es n o traum ticas do aparelho locomotor Imobiliza es de urg ncias enfaixamento talas gessadas e tra es
278. oltado para a transforma o da realidade Transforma o quem sabe das rea es diante das contradi es que a realidade atual nos apresenta Adapta o portanto ordem contribuindo para sua preserva o e n o para sua transforma o Para Saviani 1984 ao advogar se uma educa o voltada para aprender a aprender aprender a fazer e aprender a conviver adaptado aos requisitos da sociedade atual abrem se as possibilidades para a ado o do que h de mais retr grado e conservador nas pedagogias psicol gicas por constituir uma retomada do predom nio da psicologia na educa o despolitizando a Miranda 2005 em conson ncia com esse pensamento afirma que a emerg ncia do construtivismo teria inclusive implica es ainda mais regressivas que as influ ncias anteriores uma vez que se apresentaria como um substituto de uma teoria social da educa o refor ando a tend ncia biologiza o e naturaliza o dos fatos sociais MIRANDA 2005 p 27 Nesta perspectiva a escolha dos conte dos deve estar adaptada ao est gio de desenvolvimento ou seja dos esquemas mentais de assimila o predominantes em cada estudante A partir desta identifica o bastaria elaborar uma sequ ncia de atividades que lhes permitisse evoluir mentalmente desenvolvendo progressivamente outros esquemas mentais mais complexos S o portanto esses crit rios ligados ao desenvolvimento psicol gico que norteiam a sele o dos conte
279. olvimento de atividades mais espec ficas Quando falamos atualmente de formar m dicos adequados s necessidades da sociedade estamos falando de qu De m dicos flex veis que se prestem a ocupar automaticamente os espa os existentes no mercado de trabalho da sociedade capitalista contempor nea adaptando se rapidamente aos protocolos forjados no interior dos interesses da ind stria farmac utica ou da racionaliza o da assist ncia pautada na an lise mercantil do custo benef cio Ou estamos falando de m dicos com uma s lida forma o baseada no dom nio dos conte dos dos fundamentos cient ficos que lhes permitem a autonomia intelectual necess ria para a an lise cr tica da pr pria pr tica m dica atual Em s ntese estamos falando de uma forma o profissionalizante ou polit cnica O movimento das duas escolas aqui estudado traz como contribui o fundamental o fato de abrir para a reflex o a quest o da forma o m dica em nossa sociedade expondo suas contradi es e com isto as contradi es da pr pria sociedade As reformas de uma e de outra escola apresentam diverg ncias no grau de aproxima o ao ide rio sintetizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina Ambas por m s o fortemente influenciadas pelo 224 pensamento p s moderno e pela ades o s pedagogias construtivistas que acabam por retirar bases te ricas fundamentais tendendo forma o de um m dico
280. omada de decis es comunica o e gerenciamento de forma efetiva e eficaz Administra o e gerenciamento os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas fazer o gerenciamento e administra o tanto da for a de trabalho quanto dos recursos f sicos e materiais e de informa o da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores gestores empregadores ou lideran as na equipe de sa de e Educa o permanente os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente tanto na sua forma o quanto na sua pr tica Desta forma os profissionais de sa de devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educa o e o treinamento est gios das futuras gera es de profissionais mas proporcionando condi es para que haja benef cio m tuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos servi os inclusive estimulando e desenvolvendo a mobilidade acad mico profissional a forma o e a coopera o por meio de redes nacionais e internacionais A forma o do m dico tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exerc cio das seguintes compet ncias e habilidades espec ficas Il II III IV VI VII promover estilos de vida saud veis conciliando as necessidades tanto dos seus clientes pacientes quanto s de sua comunidade atuando como agente de transforma o social atuar nos diferentes n veis de atendimento sa de com nfas
281. omo um todo conhe am em que dire o se desenvolvem as t cnicas e saibam trabalhar em qualquer rea quer dizer que possuam cultura geral do trabalho e conhe am em geral a mat ria Que dominem os fundamentos cient ficos sobre os quais as pr ticas atuais se assentam Quem adquiriu uma prepara o deste tipo se adapta facilmente s mudan as constantes da t cnica Poder ser um m dico qualificado A escola n o ensinar simplesmente qual o medicamento mais adequado para tal enfermidade Mas far compreender os processos de g nese da enfermidade desde os aspectos atinentes fisiopatologia do corpo em sua rela o com os agentes m rbidos imediatos at as quest es da determina o geral dos processos que acometem diferentemente os diversos grupos sociais de acordo com sua inser o no processo produtivo social A compreens o mesma do metabolismo social e sua contribui o na g nese dos processos protetores e destrutivos da sa de Os estudantes conhecer o os fatores que participam do processo de adoecimento ou de promo o da sa de adquirindo autonomia intelectual para uma an lise cr tica e tomada de decis o consciente A escolha das a es ser o baseadas no dom nio dos princ pios e leis que os fazem compreender o movimento do real n o na mera ado o acr tica seja de pr ticas emp ricas seja de rotinas baseadas em evid ncias mas igualmente pr estabelecidos e marcadas por uma intencionalidade nem sempr
282. omoss micas e intersexo Mecanismo e regula o g nica Heran a multifatorial e sua import ncia em Gen tica M dica Estudo dos dermatoglifos An lise da ultra estrutura do gene Defeitos enzim ticos Hemoglobinopatias Estudo geral das muta es g nicas A natureza molecular da unidade de muta o No es de imunogen tica Mecanismos gen ticos da resist ncia bacteriana Gen tica dos sistemas sangu neos eritrocit rios Cromossomos dos procariotos Malforma es cong nitas Cromossomos dos eucariontes Mitose e meiose S ndromes dism rficas e defici ncia mental As leis b sicas da hereditariedade humana Aplica es m dicas dos conhecimentos gen ticos Nosologia das doen as gen ticas Diagn stico pr natal Princ pios de manipula o g nica Preven o e tratamento das doen as gen ticas Metodologia do ADN recombinante e suas aplica es na medicina Aconselhamento gen tico Evolu o dos seres vivos Implica es m dicas da teoria da evolu o org nica Programa pr tico Genealogias Confec es e an lise An lise de caracteres simples Cromossomos e cromatina sexual Identifica o e an lise Dermatoglifos Coleta e an lise Grupos sangu neos T cnica de tipagem e frequ ncia populacional Ambulat rio de Gen tica M dica Discuss o de Casos Cl nicos 106 8 2 4 2 Mudan as n
283. ontempor neos hierarquizados para aten o integral sa de no primeiro segundo e terceiro n veis de aten o reconhecer a sa de como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assist ncia entendida como conjunto articulado e cont nuo de a es e servi os preventivos e curativos individuais e coletivos exigidos para cada caso em todos os n veis de complexidade do sistema atuar na prote o e na promo o da sa de e na preven o de doen as bem como no tratamento e reabilita o dos problemas de sa de e acompanhamento do processo de morte realizar procedimentos cl nicos e cir rgicos indispens veis para o atendimento ambulatorial e para o atendimento inicial das urg ncias e emerg ncias em todas as fases do ciclo biol gico conhecer os princ pios da metodologia cient fica possibilitando lhe a leitura cr tica de artigos t cnico cient ficos e a participa o na produ o de conhecimentos lidar criticamente com a din mica do mercado de trabalho e com as pol ticas de sa de 75 XVII atuar no sistema hierarquizado de sa de obedecendo aos princ pios t cnicos e ticos de refer ncia e contra refer ncia XVIII cuidar da pr pria sa de f sica e mental e buscar seu bem estar como cidad o e como m dico XIX considerar a rela o custo benef cio nas decis es m dicas levando em conta as reais necessidades da popula o XX ter vis o do papel social do m dico e disposi o pa
284. ontinua a dar se de forma integrada na solu o de problemas n o por aparelhos por sistemas ou por doen as como nos curr culos tradicionais Os problemas agora escolhidos aproximam cada vez mais o estudante das compet ncias necess rias para o desempenho da pr tica m dica Estuda se por exemplo casos de pacientes com dor fadiga febre inflama o infec o problemas mentais e de comportamento perda de sangue no sentido de compreender seus diferentes tipos caracteriza o classifica o fisiologia tratamento epidemiologia diagn stico diferencial principais patologias envolvidas etiopatogenia e aspectos biopsicossociais O enfoque dado na abordagem dos problemas o da forma o geral do m dico O curso da UEL mesmo antes da reforma em quest o j era marcado por um direcionamento s especialidades b sicas Cl nica M dica Cl nica Cir rgica Pediatria e Ginecologia Obstetr cia entendidas como necess rias para a forma o geral do m dico caracter stica que permanece no curr culo atual Apenas no internato que os estudantes t m contato com as diversas especialidades e sub especialidades Cabe no entanto destacar que apesar da preocupa o com a forma o geral do m dico os entrevistados reconhecem que predominantemente ainda n o alcan aram form lo para o atendimento ambulatorial geral em especial na aten o b sica Nosso aluno sai pronto para atender num servi o de pronto socorro
285. oporcionar a cada um a possibilidade do m ximo desenvolvimento de suas potencialidades disponibilizando para isso todo o necess rio para satisfazer suas necessidades Certamente n o a essa humaniza o que se referem as diretrizes O Humanismo a doutrina filos fica que coloca o desenvolvimento do homem como fim maior da vida em sociedade Esta doutrina apresenta diversas correntes secular religiosa renascentista marxista comtiana etc que se diferenciam dependendo do aspecto que enfatizam na busca do desenvolvimento humano 165 Para nossa an lise o aspecto fundamental nessa diferencia o a id ia de humano ou humanidade sobre a qual se fundam essas correntes A maioria delas entende que o papel do humanismo seria de contribuir para o desenvolvimento humano no sentido de aproximar a humanidade de sua ess ncia Ou como nos diz Salvatore Puledda a respeito disso em seu livro Interpretaciones del Humanismo fazendo com que o homem se aproxime cada vez mais de si PULEDDA 1996 Trata se de um Humanismo Te rico que como nos adverte Louis Althusser em dois textos denominados A querela do humanismo e A querela do humanismo II publicados no Brasil pela revista Cr tica Marxista constitui s rio entrave para a humaniza o com o significado de apropria o do produto da humanidade Althusser nos explica que o conceito de Humanismo Te rico parte de uma concep o idealista de homem de Feuer
286. optativas lacunas do conhecim que n o servem para introduzir especialidade mas sanar as ento entendido como necess rio para o generalista como essas disciplinas foram reduzidas a 140h cada um fez um n mero de optativa que queria por exemplo havia 15 vagas para dermato para um curso de 90 alunos e isso com um corpo docente de primeira em dermato Ent o o conte do grande das disciplinas ficou em optativas Ent o o aluno fazia 140h de tudo mistura onde um dia tinha retalho de pele e no outro estudo da coagula o quer dizer que interdisciplinaridade que teve E depois pegava essas optativas que 15 alunos disputavam a la o n s temos 15 que fazem radiologia como disciplina adicional quer dizer imagem hoje em medicina tudo eu tenho 15 alunos fazendo uma disciplina optativa de radiologia Uma consequ ncia importante portanto da redu o da carga hor ria te rica e pr tica do ciclo profissinalizante buscando desfazer seu car ter de especializa o foi a retirada de conte do causando uma insatisfa o que fica evidente na manifesta o tanto de professores quanto de alunos em frase como temos o intermedi rio fraco temos um profissionalizante sem teoria no ensino profissionalizante precisa ter conte do que foi transferido para os PAG e que os professores n o foram Em algumas disciplinas h uma clara op o pela simplifica o dos conte dos diante da professores a seguir re
287. or ela e apreender o que dela essencial Neste caminho l gico movimentar o pensamento significa refletir sobre a realidade partindo do emp rico a realidade dada o real aparente o objeto assim como ele se apresenta primeira vista e por meio de abstra es elabora es do pensamento reflex es teoria chegar ao concreto compreens o mais elaborada do que h de essencial no objeto objeto s ntese de m ltiplas determina es concreto 16 pensado Assim a diferen a entre o emp rico real aparente e o concreto real pensado s o as abstra es reflex es do pensamento que tornam mais completa a realidade observada PIRES 1997 p 87 A produ o do conhecimento humano se d atrav s da a o intencional do homem sobre a natureza buscando domin la para a satisfa o de suas necessidades a partir da apreens o dos conhecimentos anteriores que a sociedade construiu ao longo do tempo O processo do conhecimento ocorre quando o homem transforma a natureza em si em natureza para si conferindo significado s diversas coisas atrav s de sua pr tica Este processo se inicia a partir de uma leitura sincr tica da realidade que no entanto dever ser superada pela compreens o das leis que regem a manifesta o dos fen menos Uma vez compreendidas estas leis e elaboradas enquanto uma teoria que explica a manifesta o dos fen menos o homem adquire a possibilidade de utilizar este novo conhecimento
288. organismos a partir da pr pria saliva Quanto ao aprender a aprender alguns professores valorizam positivamente tal estrat gia reconhecendo a import ncia do direcionamento do estudo como fica claro nos depoimentos a seguir a gente tem priorizado a ensinar o aluno a pensar para que depois ele aprenda a estudar j que ele vai ter que estudar pelo resto da vida vai ter que se atualizar Isso que a gente 96 tem priorizado no nosso ensino mas n o de ministrar todo o conte do que imposs vel com a carga hor ria que ficamos ensinar a estudar uma coisa importante Eu particularmente gosto muito Eu demorei muito nos primeiros anos de faculdade para aprender a estudar Medicina o que era importante e o que n o era importante o que importante ler no livro texto o que que eu tenho que ler em um artigo quando tenho um paciente onde que eu vou estudar primeiro A mudan a curricular no entanto n o trouxe praticamente nenhuma iniciativa concreta a este respeito Isto s ocorre quando o aluno por sua pr pria conta busca aprender algo al m do que foi repassado em aula o que j ocorria antes da reforma 8 2 2 Integra o e interdisciplinaridade Antes dessa poca a comunica o entre os diversos professores era muito restrita Praticamente nenhum professor conhecia o conte do e a distribui o dos assuntos das outras disciplinas Com essa reforma os professores foram cada vez mais se encontrando em reuni es q
289. os doen a hemorr gica hipoglicemia convuls o Icter cias Infec es cong nitas Granuloma de coto umbilical Oftalmia neonatorum Pr e p s operat rio em cirurgia pedi trica de urg ncia e emerg ncia M s forma es cir rgicas externas Patologias cong nitas cir rgicas do pesco o Afec es cir rgicas das regi es umbilicais e inguino escrotal Anomalias cong nitas urol gicas Tumores abdominais Empiemas Queimaduras Vitaminas e desnutri o proteico cal rica Anemias carenciais e hemol ticas Doen as card acas e reum ticas Cardiopatias cong nitas Doen as hematol gicas e dist rbios de coagula o Septicemia Patologias pulmonares em Pediatria Infec o das vias a reas superiores Doen as dos aparelhos digestivo e urin rio Afec es dermatol gicas na inf ncia Parasitoses intestinais 6EST517 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro Pedi trico e Sala de Hidrata o PED e Emerg ncias e urg ncias de afec es pedi tricas dos aparelhos digestivo respirat rio e vias a reas cardiovascular genito urin rio osteo muscular e 133 hematol gico Intoxica es na inf ncia Causas de desidrata o Condutas de hidrata o 6EST518 Est gio Supervisionado em Pronto Socorro Tocoginecol gico GIN e Emerg ncias e Urg ncias das principais patologias ginecol gicas e obst tricas 6EST519 Treinamento em Pronto Socorro Pedi trico PED e Treinamento em plant es noturnos no
290. os que preconizam determinados procedimentos que ele adota por confiar nas fontes geradoras este o profissional cr tico e aut nomo que ao mesmo tempo as diretrizes recomendam formar A autonomia proposta esta limitada iniciativa de buscar informa es que ele entenda necess rias para a solu o da quest o mais imediata N o pode haver d vida quanto necessidade de formar um m dico que saiba o que fazer diante de um paciente enfermo que busca seu aux lio mas nos parece que um m dico no qual esta capacidade esteja fundada na autonomia intelectual deve dominar solidamente a base cient fica sobre a qual se sustentam suas decis es diagn sticas e terap uticas Se assim o for o conhecimento das caracter sticas moleculares da parede celular do bacilo de Kock torna se fundamental o conhecimento profundo das caracter sticas do bacilo e de sua intera o gerando respostas no organismo humano que permitir o a compreens o da fisiopatologia da tuberculose das manifesta es cl nicas das altera es observ veis nos exames complementares assim como dos caminhos mais indicados para o desenvolvimento de meios terap uticos Ou seja se autonomia intelectual significa uma tomada de decis o consciente diante das diversas situa es e possibilidades que se apresentam para tal a apropria o do conhecimento cient fico que a humanidade produziu at ent o sobre o assunto imprescind vel E vale lembrar estes conte
291. os des gnios do neoliberalismo Imp e suas pol ticas ao atrelar a libera o dos recursos necess rios para a sobreviv ncia das economias Capitalistas em desenvolvimento ao alinhamento a suas id ias Al m disto tem grande interesse na venda de seus projetos e em seu financiamento pelo retorno financeiro extremamente compensador proporcionado a seus principais componentes em especial aos EUA O interesse do Banco Mundial pela educa o al m dos aspectos supracitados deve se necessidade de conferir uma face humana s a es econ micas que invariavelmente t m causado mais sofrimento e priva o a grandes parcelas da popula o mundial Neste sentido tem induzido a es de cunho social envolvendo se em reas como a da sa de e da educa o Trata se portanto de uma estrat gia de conten o das tens es sociais geradas pela precariza o da vida fato explicitado pelo pr prio Banco ao caracterizar as pol ticas educacionais por ele fomentadas como de al vio da pobreza O diagn stico da exist ncia de um bilh o de pobres no mundo levou o BM a buscar na educa o a sustenta o para sua pol tica de conten o da pobreza um ajuste com caridade Segundo o Banco a educa o ajuda a reduzir a pobreza aumentando a produtividade do trabalho dos pobres reduzindo a fecundidade melhorando a sa de e dota as pessoas de atitudes de que necessitam para participar plenamente na economia e na sociedade SH
292. os do trabalho Mesmo que numa divis o pormenorizada do trabalho m dico seja poss vel desempenhar a medicina sem o pleno dom nio desses fundamentos poss vel formar um m dico geral ou um especialista em partes ou fun es do organismo com menos gasto se estes n o precisarem perder tempo estudando toda aquela fundamenta o cient fica geral mas apenas gastarem seu tempo aprendendo a aprender aprendendo a pesquisar e seguir os protocolos al m de adquirir as habilidades e destrezas pr prias da atividade espec fica que desempenhar o O trabalhador que um especialista em realizar uma parcela resultante da divis o pormenorizada do trabalho n o requer como j dissemos grande qualifica o evidente que aqueles trabalhadores respons veis pela realiza o de parcelas mais complexas do trabalho requerem maior tempo de trabalho para sua capacita o A tend ncia do progresso cient fico capitalista no entanto no sentido de simplificar o trabalho ao fixar nos meios de produ o o conhecimento produzido Ou seja ao transferir para a m quina ou para o protocolo o conhecimento o capital simplifica o trabalho retirando do trabalhador a necessidade do dom nio daquele conhecimento O trabalhador n o precisar compreender o funcionamento da m quina ou a raz o dos procedimentos preconizados no protocolo de atendimento 161 m dico Bastar que aprenda a utiliz los o que exigir pouco tempo de trabalho
293. os essa realidade H uma realidade objetiva que pode ser compreendida e modificada mesmo que os ide logos p s modernos queiram ocult la sob o manto da negocia o das subjetividades Mesmo que nos digam que toda a representa o da realidade produzida em cada sujeito isoladamente e que o conhecimento n o passa da troca dessas realidades subjetivas Cabe nos aproveitar a oportunidade para desnudar o engodo p s moderno que se presta conforma o a essa ordem Resta nos divulgar que as pedagogias construtivistas centradas na produ o 216 subjetiva do saber servem a esses prop sitos servem ao encarceramento no labirinto p s moderno mais do que ao respeito liberdade de cada sujeito A educa o que queremos aquela que servir para formar os sujeitos de uma sociedade mais humana e solid ria fruto portanto daquela sociedade e n o o agente transformador da sociedade No entanto como no ensina Snyders 1978 h tarefas pedag gicas que s o poss veis e necess rias na sociedade atual N s n o esperaremos para depois da revolu o para extrair da escola o m ximo do que pode dar SNYDERS 1978 p 390 nesse sentido que entendemos como fundamental perseguir a garantia da transmiss o pela escola do conhecimento produzido pelas gera es anteriores sintetizados nas teorias cient ficas instrumentos fundamentais para a compreens o e transforma o da realidade Se por um lado a educa o m
294. os reprodutores masculino e feminino Concep o fertiliza o desenvolvimento embrion rio e fetal teratogenia Aspectos psico sociais da gesta o 6MOD103 Metabolismo BIO BIQ MOR CIF HIT MED e Processos metab licos absor o transporte e excre o a n vel celular e de rg os 6MOD104 Fun es Biol gicas CIF MED MOR HIT BIQ e Conhecimentos sobre o organismo humano e suas rela es com o meio ambiente sobre os mecanismos envolvidos com a homeostase e com as v rias adapta es que o corpo humano sofre 6MOD105 Mecanismos de Agress o e Defesa MIB MED PAT LAC CIF e Rea o do organismo a agentes f sicos qu micos e biol gicos Cicatriza o Mecanismos de les o f sicos e biol gicos 6MOD106 Abrang ncia das A es de Sa de DSC SOC PED e Pol ticas de sa de Epidemiologia Modelo assistencial Sa de e Sociedade Papel do Estado Medicina Social e Coletiva Avalia o de novas tecnologias em sa de 6MOD107 Habilidades Cl nicas e Atitudes I LAC MED CIR PED e Treinamento para o estudante ser capaz de utilizar biblioteca acessar informa es via internet identificar sintopias verificar com profici ncia os sinais vitais demonstrar conhecimentos na capacidade de realizar o exame f sico inspe o e apalpa o percuss o e ausculta em adulto normal identificar as fases do exame f sico geral e segmentar reconhecer a import ncia da comunica o verbal e n o
295. para sua capacita o Por sua vez assim como demonstrado pro Marx em O Capital 1996 em rela o aos trabalhadores respons veis pela confec o da m quina os trabalhadores respons veis pela elabora o do protocolo necessitar o sempre maior investimento em sua forma o pois constituem for a de trabalho que requer grande tempo de trabalho para ser produzida tendo assim valor mais elevado Aqueles trabalhadores que realizam um trabalho complexo que requer um maior n mero de opera es manuais ou intelectuais ou um trabalho que inclui opera es que exigem grande habilidade constituem ao menos temporariamente como j dissemos for a de trabalho de maior custo que o trabalhador que executa o trabalho simples Como esse trabalho complexo viabiliza o consumo dos produtos da ind stria m dico farmac utica ou seja permite realizar a mais valia dessa ind stria ser mantido at que a ci ncia a servi o do capital consiga simplific lo a ponto de dispensar o trabalhador que o executa substituindo o pela m quina ou por um trabalhador de menor qualifica o Em s ntese o que queremos demonstrar que seja para formar o trabalhador geral sem qualifica o espec fica seja para formar o especialista pormenorizado mero consumidor de tecnologia a apropria o dos fundamentos cient ficos realmente desnecess ria e o tempo para sua forma o tende a reduzir se Parecer nos no entanto que formar meros
296. parte previamente ensaiadas e desenvolvidas no seio das classes dominantes o que n o ocorre com grande parte daqueles provenientes das classes mais desfavorecidas Portanto os dons que alguns apresentam e outros n o tamb m acompanham a inser o de classes pois as condi es de reprodu o das classes mais favorecidas que desenvolvem nos indiv duos as capacidades necess rias para um bom aproveitamento do ensino Estes dons n o s o geneticamente nem milagrosamente transferidos pela 37 natureza ou pela gra a divina N o partem todos de um mesmo patamar de desenvolvimento e n o disp em todos das mesmas condi es para realizar um aprendizado consistente que se completa fora da escola nos diversos mbitos da sociedade no contato com os produtos da civiliza o O esfor o necess rio portanto para equiparar aqueles que s o provenientes das classes mais desfavorecidas dificilmente resulta em ascens o social pois tudo conspira para sua manuten o em condi es menos favor veis No que diz respeito dissemina o da ideologia dominante cabe educa o como importante aparelho ideol gico a reprodu o desta ideologia ou seja a reprodu o da ideologia da classe dominante Inculcar a ideologia dominante implica no convencimento de que o modo de produ o vigente o mais adequado e na ado o de todos os valores e comportamentos que contribuam para preservar tal modo de produ o Em nosso c
297. perfil do m dico a ser formado Segundo o Relat rio da pesquisa citada esse profissional deveria estar capacitado para atuar no processo sa de doen a de forma mais abrangente com sensibilidade para intervir nos aspectos sociais deste processo e treinado para resolver os problemas de sa de de maior preval ncia UFPR 1991 Advogava se que a obten o de um egresso com esse perfil demandava mudan as curriculares tais como a integra o de disciplinas dos departamentos do ciclo b sico com o profissionalizante a integra o dos est gios entre si e com a rede prim ria de atendimento a inser o precoce do estudante junto comunidade a adequa o do conte do priorizando as patologias mais frequentes na busca de uma forma o generalista Apontava se tamb m para a necessidade de redu o da carga hor ria do curso das 8670 horas para 5850 horas carga hor ria m xima recomendada naquela poca pelo Conselho Federal de Educa o A redu o do n mero de disciplinas tamb m era recomendada como estrat gia para desfazer o car ter de super especializa o do formando Mesmo que a carga hor ria efetivamente cumprida fosse inferior aquela formalmente estabelecida havia uma grande quantidade de tempo dispon vel para as disciplinas das especialidades utilizadas para assuntos muito espec ficos de interesse maior para o professor pesquisador do que para os alunos em forma o A descri o detalhada de cirurgias para situ
298. por meio de uma articula o entre o ensino a pesquisa e a extens o assist ncia Art 10 As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedag gico devem orientar o Curr culo do Curso de Gradua o em Medicina para um perfil acad mico e profissional do egresso Este curr culo dever contribuir tamb m para a compreens o interpreta o preserva o refor o fomento e difus o das culturas nacionais e regionais internacionais e hist ricas em um contexto de pluralismo e diversidade cultural 1 As diretrizes curriculares do Curso de Gradua o em Medicina dever o contribuir para a inova o e a qualidade do projeto pedag gico do curso 8 2 O Curr culo do Curso de Gradua o em Medicina poder incluir aspectos complementares de perfil habilidades compet ncias e conte dos de forma a considerar a inser o institucional do curso a flexibilidade individual de estudos e os requerimentos demandas e expectativas de desenvolvimento do setor sa de na regi o Art 11 A organiza o do Curso de Gradua o em Medicina dever ser definida pelo respectivo colegiado do curso que indicar a modalidade seriada anual seriada semestral sistema de cr ditos ou modular Art 12 A estrutura do Curso de Gradua o em Medicina deve I Ter como eixo do desenvolvimento curricular as necessidades de sa de dos indiv duos e das popula es referidas pelo usu rio e identificadas pelo setor sa de II utilizar metodologias q
299. prendizagem de diversas disciplinas especializadas sem conseguir compensar com a forma o das disciplinas integradas e das Pr ticas de Ambulat rio Geral Essas pr ticas mantiveram em geral a tica especializada com preju zo da carga hor ria Ambos os cursos apesar de manifestar preocupa o com a humaniza o n o desenvolveram uma reflex o filos fica sobre o assunto e nem introduziram mudan as concretas no sentido de humanizar o futuro m dico seja l o que para as referidas escolas isso queira dizer Os dois cursos procuraram criar espa os de manifesta o dos estudantes no sentido do desenvolver a postura cr tica questionadora O movimento no entanto centrou se na busca de uma atitude menos passiva por parte dos estudantes n o na oferta dos fundamentos necess rios para um posicionamento consciente 214 Ambos os cursos persistem numa forma o quase limitada s a es de recupera o da sa de A promo o da sa de e a preven o das doen as s o esporadicamente vivenciadas e vistas com as lentes m opes da mudan a de atitudes em busca do equil brio bio psico social fundado no conceito ecol gico de sa de A determina o da sa de e da doen a quando ocasionalmente tratada voltou a ser explicada pelas vias da atitude do sujeito sob a gide do p s modernismo que desautoriza qualquer tentativa de compreens o de uma totalidade social taxando as de deterministas A determina o social do process
300. presentantes dessa pedagogia defrontaram se inicialmente A partir de experi ncias com crian as anormais pretendeu se generalizar procedimentos pedag gicos para o conjunto do sistema escolar gerando uma verdadeira bio psicologiza o da sociedade da educa o e da escola Em resposta as anormalidades biol gicas relacionadas a defici ncias neuro fisiol gicas e s anormalidades ps quicas detectadas atrav s de testes de intelig ncia de personalidade etc apresenta se uma pedagogia que prop e um tratamento diferenciado a partir da descoberta das diferen as individuais SAVIANI 1984 Nessa linha de pensamento como os homens s o diferentes n o se repetem s o nicos o insucesso de cada um n o pode ser explicado pelas diferen as entre eles sejam de cor ra a classe ou de dom nio do conhecimento na participa o do saber no desempenho cognitivo Os marginalizados seriam os 175 anormais desajustados e desadaptados de v rias formas Mas ser anormal simplesmente uma diferen a que deve ser respeitada e aceita O problema est na falta de adapta o ou desajuste fen menos associados ao sentimento de rejei o A educa o cumprir seu papel de equaliza o social na medida em que cumprir sua fun o de adaptar os indiv duos sociedade aprendendo a viver aceitando os diferentes Foi essa compreens o de educa o que segundo Saviani 1984 privilegiou a quest o psicol gica em
301. prir al m dos Treinamentos em Pronto Socorro Pedi trico a Pronto Socorro Tocoginecol gico Pronto Socorro M dico e Pronto Socorro Cir rgico outras Atividades Acad micas Complementares e Na Atividade Acad mica Especial Est gio Supervisionado em Cl nica M dica ofertada na 6 a s rie do curso o estudante far op o por uma das seguintes reas Geriatria Reumatologia Unidade de Terapia Intensiva ou Hematologia e Na Atividade Acad mica Especial Est gio Supervisionado em Cl nica Cir rgica ofertada na 6 a s rie do curso o estudante far op o por uma das seguintes reas Angiologia Otorrinolaringologia Oftalmologia ou Cirurgia Pl stica e Para ingressar no Internato M dico o estudante dever ter integralizado o curr culo at a 4 s rie b do curso inclusive depend ncias e Para ingressar na 6 s rie o estudante dever ter integralizado todos os est gios locados na 5 c s rie do curso e Todas as disciplinas que compreendem os m dulos da 4 s rie ser o consideradas essenciais a para efeito do cumprimento de depend ncia 9 2 2 Ementas 1 S rie 6MOD101 Introdu o ao Estudo da Medicina COL e Capacita o para o modelo pedag gico em vig ncia conhecimento dos recursos de aprendizado dispon veis na UEL conhecimento b sico introdut rio ao curso de medicina 125 6MOD102 Concep o e Forma o do Ser Humano BIO CIF MOR HIT GIN e Morfologia e fisiologia dos rg
302. produz sua exist ncia na depend ncia das condi es at ent o produzidas para compreender a vida humana em cada 208 momento hist rico em determinada sociedade preciso compreender como se organiza e funciona essa determinada sociedade Althusser 1999b denomina uma sociedade espec fica de forma o social Segundo ele uma forma o social designa toda sociedade concreta historicamente existente e que individualizada portanto distinta de suas contempor neas e de seu pr prio passado pelo modo de produ o que domina a ALTHUSSER L 1999b p 42 Modo de produ o a forma de organizar a produ o social dos bens materiais necess rios para a sobreviv ncia humana em cada sociedade concreta num determinado momento hist rico Uma forma de combater a natureza para arrancar dela bens de subsist ncia colheita ca a pesca extra o minerais etc ou fazer com que ela os produza cria o de gado agricultura n o uma disposi o de esp rito um estilo de comportamento ou um estado de alma Trata se de um conjunto de processos de trabalho cujo sistema constitui o processo de produ o do modo de produ o considerado ALTHUSSER 1999b p 45 Um modo de produ o constitu do pela unidade das for as produtivas e das rela es de produ o A produ o humana realizada com a manipula o dos recursos naturais transformados em objeto de trabalho humano com o aux lio dos
303. professores das outras disciplinas e para a maioria dos estudantes entrevistados conte dos de disciplinas consideradas muito importantes como pneumologia dermatologia nefrologia endocrinologia traumatologia ortopedia entre outras necess rios para a forma o do generalista n o s o suficientemente abordados no espa o dos m dulos N s acabamos ficando comprimidos dentro de um curr culo que t nhamos que dar toda a ortopedia e traumatologia em oito aulas Toda a end crino foi dada em apenas 2 semanas N o sa mos sequer sabendo bem o diabetes N o d tempo de ver a fisiologia fisiopatologia A Nefro n o parte do conhecimento que os alunos t m N o estabelece os nexos fisiologia fisiopatologia e assim n o se entende o porqu das coisas Na Cardio isto ocorre porque todos fazem a optativa Asma hepatite etc n o cabe na carga hor ria obrigat ria Fica para as optativas A parte pr tica ficou muit ssimo comprometida Duas ou tr s vezes em contato com pacientes de end crino por exemplo muito pouco A disciplina de nefrologia muito desorganizada sem conte do determinado A optativa boa tem quatro alunos por professor Quem n o fez esta optativa n o teve contato com pacientes e as bases da anatomia fisiologia Em consequ ncia disso h por um lado a forma o de ligas acad micas 109 como a de endocrinologia e por outro a disputa por vagas insuficientes nas disciplinas
304. propostas para a pr tica m dica est o a tomando concretude nos projetos como o da Sa de da Fam lia para o qual segundo Feuerwerker 2001 preciso formar os m dicos de fam lia pois o m dico formado hoje em geral um especialista que n o se encaixa no novo modelo de aten o proposto A fragmenta o dos conte dos o desprezo determina o social da sa de doen a a dificuldade para o enfretamento de problemas cuja solu o foge do mbito daqueles modelos muitas vezes importados para os quais o m dico foi preparado refor am a id ia de que realmente existe uma inadequa o na forma o 85 Na verdade h problemas na forma o Muitas das quest es apontadas s o reais O enfoque predominantemente ou exclusivamente biol gico especializado fragmentado desprovido de humanidade desconsiderando o ser humano em sua totalidade O ensino se d por pedagogias que tendem memoriza o mec nica de conceitos t cnicas e comportamentos o que somado ao processo incompleto de an lises n o seguidas das s nteses correspondentes reduz sobremaneira a capacidade do futuro m dico para contribuir com as transforma es necess rias principalmente ao n vel social Em resposta a estas inadequa es da educa o e s crises apresentadas em torno da pr tica m dica o governo brasileiro tem apresentado a necessidade da articula o servi o doc ncia e investiga o a pertin ncia das mud
305. que objeto de estudo e interven o do referido m dico A forma o geral no entanto dever ocorrer a partir da apropria o do m ximo dos conhecimentos cient ficos obtidos at ent o pelo trabalho m dico e que o fundamentam Isso n o significa de forma alguma o aprendizado das t cnicas de cada especialidade em que se divide socialmente o trabalho m dico mas da teoria que as fundamenta pois o m dico com forma o geral dever especializar se em t cnicas diferentes daquelas utilizadas pelos especialistas de cada segmento ou fun o preciso formar esse m dico geral que presta o cuidado fundamental b sico resolvendo 80 dos problemas CAMPOS 2005 e identificando melhor as situa es que requerem recursos diagn sticos ou terap uticos de maior densidade tecnol gica Na grande maioria das vezes nem o paciente nem o m dico especializado em um segmento ou numa fun o do organismo s o mais indicados que o m dico de forma o geral para decidir sobre os meios profil ticos diagn sticos ou terap uticos mais adequados Mas tamb m preciso formar os m dicos especializados pelas partes ou fun es espec ficas do corpo mais aptos para realizar as interven es que exigem conhecimentos e habilidades bem espec ficos As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina indicam a forma o do m dico geral durante a gradua o e do m dico especializado em partes ou fun es do organism
306. que as pedagogias ativas trazem essa quest o como contribui o central Os estudantes hoje v o atr s da informa o e se o professor n o leva na palestra conhecimentos atualizados eles s o A chamados aten o muito claramente S o indiv duos realmente formados realmente na busca ativa da informa o eles v o atr s Em geral quando apresentam alguma cr tica relaciona se perda de algum conte do Atualmente a resist ncia mudan a pedag gica pouco significativa entre a maioria dos professores concentrando se mais entre aqueles do internato Mesmo entre os adeptos da mudan a pedag gica no entanto percebe se por vezes alguma renit ncia quanto pela convic o em sua ado o como podemos 139 perceber no depoimento a seguir no qual o professor considera a mudan a a ades o a um modismo Eu acho que essa quest o pedag gica ela vai muito de encontro ao que a sociedade cobra no momento Infelizmente n s num pa s subdesenvolvido n s temos as nossas modas n Ent o tem o curso da moda tem o site da moda e a gente tem que acompanhar Nas entrevistas que realizamos os professores de diversas disciplinas b sicas quando indagados afirmam que tanto os alunos quanto eles percebem a necessidade de maiores espa os para a transmiss o de conhecimentos no formato das aulas tradicionais Est faltando aula para criar uma sequ ncia l gica e dar a base essencial Os alunos gostam muito
307. r interpretar A aprendizagem individual da arte e da intui o m dica foi perdendo espa o para a exatid o da ci ncia e a aprendizagem individual do mestre artes o foi cedendo espa o para a escola e o hospital escola Se a escola e o hospital escola s o bem equipados contam com profissionais competentes laborat rios equipamentos adequados os estudantes aprender o a utiliz los Por m os conhecimentos avan am modificam se as t cnicas s o introduzidos novos procedimentos que demandam novos conhecimentos e habilidades tornando obsoletos muitos daqueles conhecimentos para cuja aquisi o tanto se investiu Em pouco tempo provavelmente algumas das habilidades dos atuais cirurgi es tornar se o obsoletas pois muitas das cirurgias far se o sem incis es ou suturas Certamente as habilidades que demandam uma cirurgia laparosc pica muito diferem 222 daquelas necess rias para uma cirurgia realizada com ampla abertura da cavidade abdominal para interven o a c u aberto Em pa ses ou localidades pobres onde os avan os da ci ncia demoram a serem introduzidos ou a estar acess veis economicamente popula o o conhecimento antigo ainda pode ser til e o melhor m todo de ensino talvez ainda seja aquele do acompanhamento do mestre pelo aprendiz Nos locais onde o acesso ao produto da civiliza o ocorre de maneira adequada as necessidades s o outras Necessita se que os estudantes tenham id ia da Medicina c
308. ra atuar em atividades de pol tica e de planejamento em sa de XXI atuar em equipe multiprofissional e XXII manter se atualizado com a legisla o pertinente sa de Par grafo nico Com base nestas compet ncias a forma o do m dico dever contemplar o sistema de sa de vigente no pa s a aten o integral da sa de num sistema regionalizado e hierarquizado de refer ncia e contra refer ncia e o trabalho em equipe Art 6 Os conte dos essenciais para o Curso de Gradua o em Medicina devem estar relacionados com todo o processo sa de doen a do cidad o da fam lia e da comunidade integrado realidade epidemiol gica e profissional proporcionando a integralidade das a es do cuidar em medicina Devem contemplar I conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados da estrutura e fun o dos tecidos rg os sistemas e aparelhos aplicados aos problemas de sua pr tica e na forma como o m dico o utiliza IIl compreens o dos determinantes sociais culturais comportamentais psicol gicos ecol gicos ticos e legais nos n veis individual e coletivo do processo sa de doen a III abordagem do processo sa de doen a do indiv duo e da popula o em seus m ltiplos aspectos de determina o ocorr ncia e interven o IV compreens o e dom nio da proped utica m dica capacidade de realizar hist ria cl nica exame f sico conhecimento fisiopatol gico dos sin
309. rabalho atingem n veis dram ticos A Nike est produzindo seus famosos e caros sapatos t nis na Indon isa onde suas oper rias trabalham longas horas por um sal rio mensal de US 38 00 A Wal Mart K Mart e a Sears o mais importante cone americano das vendas a varejo t m produzido suas roupas em Bangladesh pelas culturalmente passivas mulheres isl micas que se submetem a um sal rio mensal inferior a US 30 00 em troca de 60 horas semanais de trabalho E como o padr o de explora o nesses pa ses subdesenvolvidos da m o de obra barata tamb m global f bricas norte americanas recentemente instaladas na fronteira norte americana chegam a explorar trabalhadores da regi o pagando n o mais que 7 do valor pago for a de trabalho empregada no mesmo tipo de atividade a poucos passo dali na Calif rnia MELLO 1999 p 261 262 A contemporaneidade portanto se expressa pela tend ncia de empregar um m nimo de trabalhadores cobrando lhes o m ximo de produtividade do desemprego industrial em massa do sub emprego da precariza o dos 172 trabalhadores sem v nculos trabalhistas da forma o de ilhas de desenvolvimento cercadas por todos os lados pelas guas sujas da mis ria produzida globalmente A educa o voltada para o trabalho ou para a empregabilidade significa a forma o de uma massa cada vez maior de trabalhadores flex veis vidos por manter se navegando por algum tempo sem submergir na turbu
310. ram aumento da mesma As redu es mais importantes ocorreram na Anatomia com redu o de 140 horas Farmacologia e Anatomia Patol gica com redu o de 60 horas Fisiologia com 110 horas Imunologia com 35 e Bioqu mica com 30 foram as disciplinas que mais tiveram acr scimo de carga hor ria A Fisiologia que passou de uma carga hor ria de 150 para 260 horas representando em 10 semanas 17 horas de aula semanais por aluno pode destinar maior carga hor ria por assunto bem como a abordagem mais detalhada de alguns aspectos que anteriormente eram tratados de forma mais superficial O professor de Imunologia que tamb m teve sua carga hor ria ampliada afirma que os estudantes agora poder o sair sabendo profundamente a mat ria Um conhecimento te rico refor ado N o posso abrir m o daquilo que mais complicado porque amanh l na frente algu m vai precisar Por outro lado como estas disciplinas foram compactadas em m dulos houve grande redu o da dura o das mesmas o que proporcionou um contanto muito intenso por m fugaz o que na palavra dos entrevistados ocasionou preju zo na acomoda o e matura o dos conte dos abordados e grande redu o no contato professor aluno Ou seja o resultado obtido foi exatamente o oposto aquele intentado conforme se enunciava no momento de planejamento dessas reformas quando se explicitava a inten o de proporcionar maior contato do estudante com o professor e se queix
311. rasileira e das mudan as na educa o m dica Compreendemos que esta mais uma prova inequ voca de que preciso fornecer uma base te rica s lida para que o m dico em forma o possa analisar criticamente a realidade entendendo sua determina o nos mbitos singular particular e geral e assim escolher com autonomia seus caminhos Em rela o a outros aspectos do enunciado das Diretrizes Curriculares do Curso de Gradua o em Medicina iremos tecer breves coment rios uma vez que fogem do fulcro da an lise aqui proposta No seu conjunto as diretrizes apontam contraditoriamente ao lado da id ia de mudan a social para a conforma o do m dico ordem capitalista atual como no artigo 4 par grafo V quando se preconiza que a forma o do m dico contemple se preparo para a administra o e gerenciamento dos servi os sob a l gica do capital V Administra o e gerenciamento os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas fazer o gerenciamento e administra o tanto da for a de trabalho quanto dos recursos f sicos e materiais e de informa o da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores gestores empregadores ou lideran as na equipe de sa de e BRASIL 2001 p 38 Ao preconizar que a educa o m dica deve levar o futuro m dico a considerar a rela o custo benef cio nas decis es m dicas levando em conta as reais necessidades da popula o as diretrizes tamb m conduzem a
312. requentemente significam adapta o ou auto ajuda diante das priva es impostas pela sociedade do que altera o radical dos processos que impedem o desenvolvimento pleno da vida Essa vis o de promo o da sa de filia se quelas correntes de pensamento que recusam a id ia de que os fen menos s o estruturalmente determinados dando maior import ncia aos indiv duos e grupos prim rios que conferem maior 205 estabilidade sua vida privada como a fam lia e a comunidade VALLA e STOTZ 1993 Para Breilh 2008 mesmo aqueles setores atualmente preocupados em considerar os determinantes sociais da sa de para a organiza o das pr ticas sanit rias ou para orientar as mudan as sociais necess rias para o alcance do direito humano sa de falham nesse intuito porque prestam muito pouca aten o ao que a sociedade atual centrando se no que produz em termos do modelo educa o ocupa o renda Baseiam se fundamentalmente na sociologia funcionalista de acordo com a qual da estratifica o s cio econ mica deriva a rela o entre escolaridade ocupa o e renda Assim para eles um dos pontos centrais que definiria a justi a ou injusti a social o fato de que a sociedade d por igual uma boa educa o que garanta melhores empregos e portanto maiores sal rios que por sua vez permitam contar com melhores condi es materiais e portanto melhor sa de BREILH 2008 Segundo o mesmo autor sob essa
313. residentes percebo defici ncias b sicas importantes Nos que vinham do curso tradicional n o havia tanta defici ncia Por m hoje os residentes chegam com maior capacidade de pesquisa Os alunos ficam com defici ncias importantes no ciclo b sico O risco de formar pr ticos grande Diante dessas dificuldades algumas disciplinas voltaram a dar aulas complementares visando superar as lacunas deixadas pelo novo m todo Se a maioria dos professores das disciplinas b sicas manifestou essa preocupa o o professor de Anatomia mostrou se satisfeito Com exce o da quest o de alguns conte dos que n o s o contemplados segundo ele a mudan a trouxe vantagens pois anteriormente o aluno memorizava a anatomia descritiva para responder s quest es de prova e agora estuda a anatomia topogr fica entendendo sua utilidade para a pr tica m dica Na anatomia apenas a parte de cabe a e pesco o n o contemplada Boca faringe gl ndulas salivares ficaram de fora do recorte que o curso fez no conte do de anatomia o m dulos montados n o trazem problemas relativos boca Come am no es fago Na fisiologia h tamb m alto grau de satisfa o com a mudan a pois segundo os entrevistados n o houve retirada de conte dos essenciais com a reforma 147 9 2 5 2 Conte do das disicplinas do ciclo profissionalizante Na terceira e na quarta s rie que constituiriam o ciclo profissionalizante o tratamento dos temas c
314. retensamente superam as limita es do determinismo do pensamento fundado nas id ias de Marx e recuperam a subjetividade Se as primeiras pecam por buscar adequar o indiv duo s normas sociais e a responsabiliz lo pelo pr prio cuidado as segundas buscam recuperar a autonomia do sujeito compreendido a partir de sua rela o com o meio que lhe imediato com as condi es locais de vida Klein 2002 referindo se tentativa da escola em considerar o aluno concreto apresenta uma an lise na qual denuncia o reducionismo empreendido por esse tipo de pensamento que ao tentar assim definir o sujeito acaba por entend lo como fruto de sua situa o imediata de vida sem a compreens o dos nexos de determina o com a totalidade social Segundo a autora um defini o de sujeito a partir das condi es de vida imediata ou seja as condi es locais de vida Nesse sentido situar historicamente se reduz a situar o indiv duo numa dada comunidade a favela a ro a Essa compreens o tem derivado da id ia de que a apreens o do sujeito tanto mais concreta e portanto hist rica quanto mais intenso o esfor o de descrever minuciosamente as especificidades do seu ambiente imediato o lugar onde vive com quem vive os usos e costumes da sua gente e assim por diante KLEIN 2002 p 41 42 Nessa perspectiva a comunidade tomada como par metro da realidade entendida como sin nimo de sociedade e n o como expr
315. riculares Nesse movimento analisamos tamb m alguns aspectos das pr prias diretrizes curriculares e sua coer ncia interna Os eixos que estabelecemos para realizar a an lise citada foram a forma o generalista o car ter humanista a adapta o da forma o as necessidades sociais a forma o de profissional adequado adaptado as necessidades de cada regi o a forma o de profissional cr tico agente de transforma o social a forma o de profissional capacitado para agir sobre os determinantes do processo sa de doen a a concep o pedag gica 3 2 3 Aspectos ticos O projeto de pesquisa incluindo o roteiro de entrevistas e o termo de consentimento livre e esclarecido foi submetido ao comit de tica e aprovado Todos os entrevistados foram informados sobre o teor da pesquisa e seus objetivos a liberdade para participar ou retirar se a qualquer momento sem qualquer nus ou benef cio al m da produ o do conhecimento Foram informados tamb m sobre a garantia da preserva o do sigilo quanto a sua identidade na divulga o dos resultados da pesquisa A entrevista foi sempre precedida da leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido 25 4 A MEDICINA CAPITALISTA Toda forma o social para sobreviver precisa garantir a reprodu o de suas condi es de produ o ou em outras palavras a reprodu o de seu modo de produ o a maneira como organiza a produ o de tudo o que
316. rincipais problemas de sa de O enfoque sovi tico era diferente centrado muito no m dico para a provis o dos servi os de sa de Decidiu se ent o por realizar a pr xima confer ncia mundial de sa de em solo sovi tico na localidade de Alma Ata buscando angariar a ades o daquela na o ao novo ide rio Uma reuni o anterior confer ncia visando aparar 60 as diferen as produziu a Declara o da Aten o Prim ria de Sa de que colocava como objetivo Sa de para todos no ano 2000 e recomendava o enfoque inter setorial multidimensional para a sa de e desenvolvimento econ mico Sublinhava tamb m a necessidade de usar tecnologia apropriada e a urg ncia da participa o ativa da comunidade na assist ncia sanit ria e na educa o sanit ria em todos os n veis E a Confer ncia de Alma Ata tornou se um marco fundamental da institui o dos princ pios da Aten o Prim ria de Sa de e da id ia do alcance da sa de para todos no ano 2000 Ag ncias internacionais multilaterais e institui es privadas pressionaram para que ao inv s de promover grandes mudan as nos sistemas de sa de fossem estabelecidos objetivos mais tang veis e menos ut picos como era o da sa de para todos no ano 2000 Isto levou introdu o do conceito de Aten o Prim ria Seletiva de Sa de Em 1979 realizou se uma pequena confer ncia com forte presen a dos EUA ocorrida em Bellagio It lia sob os ausp c
317. rna de forma un voca todo o desenvolvimento j existente do g nero humano e nem mesmo parte dele em determinada poca E embora a concretiza o das potencialidades alcan adas pelo g nero humano na vida do indiv duo s se efetive atrav s do processo concreto de sua socialidade a apropria o de uma socialdade concreta do indiv duo n o possibilita necessariamente a objetiva o plena desse homem enquanto ser gen rico isto pertencente ao g nero humano DUARTE citado por OLIVEIRA 2005 p 30 A hist ria tem mostrado que essa objetiva o plena do indiv duo s se d para aquele que por determinados motivos e circunst ncias consegue superar os limites determinados pela estrutura social em que vive concretizando em sua vida as possibilidades j existentes apresentadas pelo desenvolvimento do g nero humano as quais lhe est o sendo cerceadas ou mesmo negadas pela estrutura social na qual est inserido OLIVEIRA 2005 Nas forma es sociais capitalistas vivemos intensamente a contradi o entre as possibilidades dadas pelo espantoso grau de desenvolvimento das potencialidades do g nero humano ao lado da impossibilidade da objetiva o deste potencial em cada indiv duo Ao consider las como a generalidade a forma gen rica do desenvolvimento humano surge a oposi o indiv duo sociedade ocultando se os nexos entre os interesses de classe e a forma espec fica de organiza o destas forma
318. rodu o de 32 tecnologia tem promovido tamb m nesta rea importante simplifica o de alguns processos permitindo a substitui o do m dico por outro m dico ou n o Segundo Schraiber 1993 as atividades de presta o do cuidado m dico redistribu das nos trabalhos mais ou menos especializados ser o recobertas por processos de valoriza o desvaloriza o social nos quais se instalam diferencia es do car ter mais ou menos rotineiro do trabalho intensifica o maior ou menor de sua jornada e desigualdade das formas e valor de sua remunera o SCHRAIBER 1998 p 132 Todo esfor o ser feito portanto para reduzir o custo da for a de trabalho com a substitui o daqueles m dicos cujo trabalho apresenta um custo maior para o Capital por m quinas aparelhos ou por profissionais cujo trabalho por ser mais simples e exigir menor qualifica o tem menor custo para o Capital Naturalmente que nos procedimentos para os quais n o se produziu tecnologia para simplificar suficientemente o trabalho e que portanto exigem intensa qualifica o o m dico altamente especializado que estar envolvido e sendo muito bem remunerado at que o avan o tecnol gico torne o desnecess rio Este tipo de trabalhador constitui muitas vezes na Medicina tamb m aquela parcela que realiza a concep o o trabalho intelectual elaborando por exemplo protocolos de atendimento roteiros de investiga o das doen as
319. rriculares nacionais dos cursos de gradua o em sa de uma contribui o para o Sistema nico de Sa de assim como no texto de Almeida introdut rio segunda edi o das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos Universit rios da rea da Sa de e no pr prio texto das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina diversas evid ncias da ades o s 173 pedagogias ditas construtivistas ao ide rio da Escola Nova ao aprender a aprender id ia da aquisi o de compet ncias s o encontradas O pensamento norteador desse ide rio o redirecionamento da educa o no sentido de atender s necessidades decorrentes de mudan as pr prias da contemporaneidade O m dico a ser formado dever ter uma vis o generalista humanista cr tica e reflexiva capaz de realizar al m das tradicionais a es de recupera o e reabilita o a es de preven o de doen as e promo o da sa de Saber identificar os fatores sociais culturais comportamentais psicol gicos ecol gicos ticos e legais nos n veis individual e coletivo determinantes do processo sa de doen a constituindo se como um agente de mudan a social pelo desenvolvimento de estilos de vida saud veis em seus pacientes Com base na identifica o das reais necessidades de sa de da popula o dever ser capaz de indicar os procedimentos mais adequados considerando a rela o custo benef cio Os defensores dessa proposta e
320. rutos pessoais vemos o cerne da quest o p s moderna presente 179 pois esta tamb m nega a capacidade do ser humano de conhecer a realidade de forma objetiva e consequentemente tamb m transforma o conhecimento em uma constru o individual Com isso destru da toda possibilidade de conhecimento racional e de uma vis o que possibilite abarcar a totalidade da produ o humana o que resulta na impossibilidade de um processo de controle coletivo consciente dos rumos da sociedade como um todo Neste ponto p s modernos e construtivistas disponibilizam para o neoliberalismo uma ferramenta poderosa para explicar as diferentes condi es socioecon micas dos indiv duos que n o s o mais frutos da hist ria mas artimanhas do destino do cotidiano fragmentado do presente ARCE 2005 p 51 a partir desta compreens o que se introduz a id ia de que a educa o n o precisa ser a mesma para todos uma vez que cada um percebe o mundo a partir de sua perspectiva e estabelece para si diferentes necessidades educacionais Assim no construtivismo a educa o escolar deve ter como fonte principal do processo de ensino aprendizagem a constru o individual do conhecimento a negocia o de significados centrando no cotidiano os conte dos ARCE 2005 p 50 A vis o legitimadora da diferen a acaba por contribuir tamb m para a aceita o pac fica e passiva da situa o de desigualdade em que vivemos Entendida n o como
321. s disparidades econ micas entre as na es priorizando o apoio aos pa ses menos desenvolvidos e de menores ingressos e eliminando os conflitos e contendas a fim de garantir um clima de paz Diante deste ambiente de solidariedade universal os pa ses centrais repassariam solidariamente suas descobertas que pudessem beneficiar os pa ses que sem recursos para investir na pesquisa n o tivessem condi es de produzi las O que se observa ap s a Confer ncia de Jomtien que essas mesmas formula es passam a estar presente nos documentos gerados por uma s rie imensa de semin rios realizados no Brasil cumprindo importante fun o ideol gica ao disseminar a id ia de que estratos sociais diferentes necessitam ensinos diferentes uma vez que as necessidades de um e de outro n o s o as mesmas 50 Tr s anos ap s a confer ncia o Brasil com a publica o de seu Plano Decenal de Educa o para Todos indica aos organismos internacionais que o projeto por eles prescrito e acordado em Jomtien seria aqui implantado O que imediatamente se confirma com a edi o de medidas provis rias do governo brasileiro que passam a viabilizar a ado o do projeto educacional articulado aos des gnios firmados na confer ncia e aos interesses do Capital internacional A CEPAL Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e Caribe juntamente com a UNESCO produziu tamb m documentos apontando diretrizes para as pol ticas de educ
322. s continua sendo fundamental enquanto outros defendem a id ia de que O conte do o de menos O importante aprender a aprender 143 Um dos entrevistados pessoa chave na difus o e implanta o das id ias de reformula o do curso justifica a pouca import ncia do dom nio dos conte dos por entender que o curso de Medicina um curso profissionalizante e como tal deve permitir que os estudantes se apropriem do m todo que lhes permitir a busca dos conhecimentos necess rios para o desempenho do trabalho em cada momento de sua vida Como esses conhecimentos s o muito mut veis devido s constantes mudan as nas tecnologias n o h porque apreend los se logo tornar se o inadequados A estrutura o do curr culo tem mesmo esta fundamenta o no trabalho esta marca utilit ria pois os m dulos re nem temas derivados do conjunto de habilidades e conhecimentos previstos como necess rios para a forma o do profissional adequado s necessidades da sociedade ou do sistema de sa de A forma o do m dico entendida como educa o para o trabalho baseada na id ia de fornecer um bom treinamento para a solu o de problemas uma vez que o trabalho do m dico se resume basicamente a resolver problemas para o que dever ter capacidade de buscar solu es habilidades manuais e habilidades de comunica o e conviv ncia com o paciente e com os colegas de trabalho Mais do que conhecer detalhes anat micos
323. s disciplinas selecionadas foram Cl nica M dica Cirurgia Geral Ginecologia Obstetr cia Pediatria Cardiologia Pneumologia Neurologia Nefrologia Psiquiatria Dermatologia Endocrinologia Reumatologia Oftalmologia e Otorrinolaringologia Para o curso que n o se organiza mais em disciplinas procuramos os professores envolvidos com os temas pertinentes a tais reas do conhecimento e inguirimos sobre as atividades realizadas em torno dos mesmos Dentre os estudantes da UFPR foram ouvidos cerca de 30 daqueles que vivenciaram o processo e cursavam o ltimo ano do curso no momento da pesquisa Na UEL o percentual de estudantes foi pouco superior a 10 As entrevistas semi estruturadas foram realizadas a partir de quest es norteadoras com liberdade para elabora o de outras indaga es interven es coment rios e di logos que permitissem melhor compreens o da quest o em estudo O roteiro de quest es norteadoras n o foi aplicado em sua totalidade sempre que a investiga o de algum assunto estivesse esgotada As entrevistas 24 foram gravadas e posteriormente transcritas para facilitar o acesso e manuseio dos dados Ap s a coleta dos dados estabelecemos alguns eixos de an lise que nortearam a reflex o sobre as mudan as ocorridas no processo de forma o dos estudantes de Medicina nas duas escolas no que diz respeito aten o s recomenda es da forma o m dica estabelecidas no ide rio das diretrizes cur
324. s e negativos das mudan as O Minist rio tem apontado alguns eixos e vetores norteadores das mudan as preconizadas Sabendo se que sua ado o complexa e envolve diversas quest es a serem consideradas seguem se perguntas referentes aos aspectos relacionados ao conte do do curso abordados naqueles eixos e vetores 1 Determinantes de sa de e doen a a Esta escola optou por investir na abordagem dos determinantes de sa de e doen a bem como na articula o individual coletivo biol gico social b Como e onde em que momento e espa o s o abordados os determinantes de sa de e doen a no curso c Que situa es de aprendizagem desta quest o s o colocadas para os alunos d Como se d a articula o individual coletivo na abordagem do conhecimento te rico e em sua aplica o assistencial e Como se d a articula o biol gico social na abordagem do conhecimento te rico e em sua aplica o assistencial 2 Produ o de conhecimentos segundo as necessidades do SUS a Como a escola tem trabalhado a quest o da pesquisa b Quais produ es de investiga o ocorrem na escola linhas de pesquisa 239 Em que momento e espa o estas investiga es ocorrem s rie disciplina extens o etc Quais os temas destas investiga es Ap s as mudan as curriculares ou ap s a reforma mudou o perfil das pesquisas Aumentou a produ o voltada aten o b sica Diminuiu a produ o voltada para as
325. s reformas educacionais que se verificam em diferentes lugares orientadas pela premissa de que preciso mudar a educa o para que esta possa se adequar s demandas do mundo contempor neo Essas pedagogias assim como as pedagogias tradicionais enquadram se entre aquelas fundadas em teorias que Saviani 1984 denomina de n o cr ticas segundo as quais a educa o vista como tendo grande autonomia em rela o sociedade sendo capaz de garantir a constru o de uma sociedade igualit ria E justamente diante do fracasso da escola tradicional na solu o dos problemas que a educa o sob essa tica deveria resolver que surgem as id ias da Escola Nova Nessa perspectiva se a escola tradicional n o vinha conseguindo realizar adequadamente sua fun o era pelo modo como estava organizada o que exigia uma mudan a uma renova o O escolanovismo constitui segundo Saviani 1984 a express o mais t pica do movimento de reforma ent o surgido A Pedagogia Nova critica a pedagogia tradicional e entende que a falha metodol gica da educa o tradicional repousa no fato de buscar resolver a ignor ncia quando o que deve ser perseguido a integra o pelo combate rejei o Caberia educa o fazer o indiv duo sentir se aceito pelo grupo e atrav s dele pela sociedade Estas id ias foram se consolidando na proposi o de m todos de ensino para anormais quest o com a qual alguns dos principais re
326. s tempo Nos rg os dos sentidos se d uma breve passada mas na embriologia n o tem tempo mesmo para dar esse assunto Os professores da farmacologia consideram que a reforma trouxe perdas pois a disciplina abriu m o de parte do conte do que era ministrado anteriormente em prol da integra o com o profissionalizante o que efetivamente n o ocorreu A disciplina acabou perdendo espa o e conte do restando apenas o que mais b sico Acho que isso foi um pouco negativo e a gente acabou perdendo inclusive espa o conte do Foi reduzido o conte do da farmacologia a gente se fixou no que inclusive um dos princ pios da reforma no que mais b sico e fundamental A an lise da modifica o realizada na disciplina de Anatomia que teve a maior redu o de carga hor ria das disciplinas b sicas nos permite verificar a retirada de conte dos proped uticos conte dos gerais e introdut rios que contextualizam o estudo e de certa forma apresentam a l gica da disciplina A ementa da disciplina anteriormente reforma continha os seguintes assuntos dl 2 Introdu o ao estudo da anatomia como disciplina informativa normativa e tico moral Conceitos divis es e m todos de estudo da anatomia Planos e termos de descri o em anatomia 10 11 12 18 104 Nomina anat mica hist ria e princ pios Plano geral de constru o dos vertebrados Princ pios de constru o do corpo hu
327. sar e os produtos de seu pensar MARX e ENGELS 2004 p 52 A l gica formal mostra se insuficiente para a compreens o da realidade como essencialmente contradit ria e em permanente movimento de transforma o uma vez que considera os elementos em si como elementos est ticos prestando se somente identifica o caracteriza o e classifica o dos mesmos em suas especificidades OLIVEIRA 2005 A l gica dial tica ao contr rio constitui uma possibilidade de compreens o da realidade como essencialmente contradit ria e em permanente transforma o Supera a l gica formal ao incorpor la como momento necess rio para a defini o dos elementos constituintes da realidade assumindo a unidade dos contr rios como m vel do processo de produ o da realidade Permite assim a apreens o do real em seu movimento constante O m todo materialista hist rico dial tico como instrumento l gico de interpreta o da realidade caracteriza se pelo movimento do pensamento atrav s da materialidade hist rica da vida dos homens em sociedade permitindo descobrir pelo movimento do pensamento as leis fundamentais que definem a forma organizativa do g nero humano atrav s da hist ria PIRES 1997 Pires 1997 apresenta uma excelente s ntese do m todo ao explicar que o princ pio da contradi o presente na dial tica jndica que para pensar a realidade poss vel aceitar a contradi o caminhar p
328. se 1994 232 OLIVEIRA B A dial tica do singular particular universal In ABRANTES A A SILOVA V R MARTINS S T F orgs M todo hist rico social na psicologia social Petr polis RJ Vozes 2005 OLIVEIRA D A Gest o Democr tica da Educa o desafios contempor neos Rio de Janeiro Vozes 1997 PARO V H Parem de preparar para o trabalho Reflex es acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gest o e o papel da escola b sica In FERRETTI C J SILVA JR J R OLIVEIRA M R N S Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 PEREIRA NETO A F Ser m dico no Brasil o presente no passado Rio de Janeiro Fiocruz 2001 PERRENOUD P A Pr tica Reflexiva no Of cio de Professor profissionaliza o e raz o pedag gica Porto Alegre Artmed Editora 2002 PERRENOUD P Construindo compet ncias entrevista com Philippe Perrenoud Universidade de Genebra Paola Gentile e Roberta Bencini Revista Nova Escola Rio de Janeiro v 15 n 126 p 19 31 abr 2000 PIRES M F C O materialismo hist rico dial tico e a educa o Interface Comunic Sa de Educ v 1 n 1 p 83 93 1997 POCHMANN M A crise do trabalho e do emprego Entrevista a lvaro Kassab Jornal da Unicamp 11 04 2007 POCHMANN M Economia brasileira hoje seus principais problemas In LIMA J C F NEVES L M W org Fundamentos da educa o escolar do Brasil contempor
329. se representar aquele que poderia assumir qualquer parcela do trabalho coletivo da assist ncia m dica que n o exigisse maior qualifica o Um trabalhador com pouqu ssima especificidade formado quase que para um trabalho abstrato n o para um trabalho espec fico mas para uma parcela qualquer muito simples do trabalho m dico Uma parcela sem especificidade apenas disp ndio de for a de trabalho Um trabalhador flex vel ou polivalente que segundo Antunes 1997 significa mais do que algu m com maior qualifica o um trabalhador com capacidade de operar com v rias m quinas combinando v rias tarefas simples ANTUNES 1997 p 26 Entendemos que dentro dos limites do curso de gradua o em medicina um m dico com forma o geral o mais adequado se por m dico geral concebermos o especialista em cuidar da sa de das pessoas sem limitar se a um segmento ou fun o espec fica do organismo humano mas principalmente sem limitar se a um fragmento desqualificado do processo de cuidado m dico 159 A forma o na gradua o de um m dico voltado apenas a um segmento espec fico ou fun o espec fica do organismo pode prejudicar o aprendizado dos demais segmentos ou fun es e sen o de todos dos principais processos envolvidos na manuten o da sa de e no combate doen a pode induzir a uma vis o fragmentada do paciente que acaba reduzido a mero portador de um desajuste no segmento ou na fun o do organismo
330. se sentiam prejudicados pela reforma de cunho generalista Cada aluno passou ent o a ter que cumprir pelo menos 240 horas de disciplinas optativas antes de iniciar os internatos obrigat rios sem o que n o poderia graduar se 113 QUADRO 3 DISCIPLINAS OPTATIVAS DISCIPLINAS OPTATIVAS Cardiologia e Angiologia Il 60 Cirurgia Cardiovascular Il 60 Cirurgia Vascular Perif rica Il 60 Pneumologia Il 60 Otorrinolaringologia II 60 Gastroenterologia Il 60 Cirurgia do Aparelho Digestivo II 60 Cirurgia Geral II 60 Endocrinologia e Metabologia Il 40 Nefrologia II 40 Urologia Il 60 Hematologia e Oncologia Il 60 Dermatologia Il 60 Cirurgia Pl stica e Reparadora Il 60 Infectologia Il 60 Atendimento Pr hospitalar 60 Neurologia Il 40 Neurocirurgia Il 60 Oftalmologia Il 60 Radiologia M dica 40 Reumatologia Il 40 Ortopedia e traumatologia Il 60 Cirurgia Pedi trica 60 Imunologia Cl nica e Alergologia 60 Estrat gias em Sa de 60 Doen as Sexualmente Transmiss veis 60 tica M dica 40 Gen tica M dica 40 FONTE UFPR 1997 8 2 5 Compreens o do processo sa de doen a Os entrevistados reconhecem que as mudan as n o alcan aram superar o enfoque exclusivo na doen a pela abordagem do processo sa de doen a e busca da compreens o de sua determina o O curso manteve o olhar restrito s altera es do corpo biol gico dos indiv duos O ei
331. sil Lei n 9 394 que entre outras modifica es decreta a extin o do curr culo m nimo em nome de maior flexibilidade curricular abrindo talvez uma possibilidade de avan o mas certamente uma possibilidade de retrocesso na forma o superior brasileira ao fomentar sua adequa o aos des gnios do mercado de trabalho marcado pela desqualifica o do trabalhador fruto da crescente materializa o do conhecimento nos meios de produ o Segundo Bollmann 1997 uma lei forjada pela a o golpista do senador Darcy Ribeiro que atropelou atrav s de manobras arquitetadas em conluio com o governo Fernando Henrique um processo democr tico sem precedentes na hist ria da tramita o de um projeto de Educa o no Brasil conduzido pelo F rum Nacional em Defesa da Educa o Essa regulamenta o do ensino livre um tema de conflito que atravessa a sociedade brasileira desde o in cio do s culo passado e tamb m pode ser visto na Educa o M dica por meio da observa o dos debates realizados no Congresso Nacional dos Pr ticos no Rio de Janeiro em 1922 os m dicos afirmavam que o mercado de trabalho estava em pletora e era preciso criar mecanismos para regular este mercado Propuseram outros crit rios adicionais para o credenciamento das institui es livres a exig ncia de hospital junto ao estabelecimento de ensino a limita o do n mero de vagas na faculdade de medicina a n o permiss o do ingresso de m
332. socia o Brasileira de Educa o M dica 2002 FEUERWERKER L C M Mudan as na educa o m dica e resid ncia m dica no Brasil S o Paulo Hucitec Rede Unida 1998 FIER F Acordos e tratados de livre com rcio implica es para a sa de e o desenvolvimento In NOGUEIRA F M G RIZZOTTO M L F org Pol ticas sociais e desenvolvimento Am rica Latina e Brasil S o Paulo Xam 2007 FLEURY S Partidos governo e os equ vocos sobre o SUS RADIS comunica o em sa de n 77 jan 2009 229 FLEXNER A Medical Education in the United States and Canada S I A Report to the Carnigie Foudation for the Advancement of Teaching 1910 FONSECA M O Banco Mundial e a Gest o da Educa o Brasileira In OLIVEIRA D A Gest o Democr tica da Educa o desafios contempor neos Rio de Janeiro Vozes 1997 FOUCAULT M O nascimento da cl nica 6 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2006 FRAN A G V Os riscos da medicina baseada em evid ncias Bio tica v 11 n 1 2008 FRIGOTTO G Estruturas e Sujeitos e os Fundamentos da Rela o Trabalho e Educa o In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELICE J L orgs Capitalismo Trabalho e Educa o 3 ed Campinas SP Autores Associados 2005 FRIGOTTO G Globaliza o e crise do emprego mistifica es e perspectivas da forma o t cnico profissional Boletim T cnico do Senac RJ v 25 n 2 maio ago 1999 GALLARDO L El negocio
333. sonalidade que depende a empregabilidade que deve reunir agora tamb m as habilidades individuais de comportamentos ou at de sentimentos adequados diante dos desafios que a vida apresenta Segundo Bendassolli 2001 nas cren as na a o individual e na personalidade que se sustenta o ide rio que permite a convers o dos c digos sociais de condutas baseados na pol tica do Estado de bem estar social para uma pol tica centrada no indiv duo de m xima valoriza o das a es pessoais no trabalho no lazer e em todos os outros campos da vida Agir por si mesmo significa constituir em si mesmo a pr pria empresa cujo desenvolvimento corresponde ao desenvolvimento da pr pria personalidade Mais importante do que aprender os conhecimentos afetos a determinada profiss o na esperan a do amparo da sociedade ou do Estado desenvolver a auto estima a cren a na pr pria capacidade empreendedora na capacidade de manter se empreg vel aprimorando permanentemente as compet ncias para vencer aqueles com os quais se compete pelos espa os no mercado de trabalho Essa cren a baseia se na id ia do permanente investimento individual pressupondo que as compet ncias dos indiv duos s o sempre adquir veis e remodel veis BENDASSOLLI 2001 189 Essa busca permanente de aprender atende s necessidades da sociedade do conhecimento Na verdade do conhecimento restrito necess rio otimiza o da produtividade na comp
334. sos de domina o e aliena o da sociedade capitalista contempor nea o que significa romper 201 com a situa o social e psicol gica de aliena o na qual se encontra a grande maioria dos indiv duos hoje na nossa sociedade ROSSLER 2005 p 21 Cabe nos perguntar portanto qual o real significado do discurso enunciado pelas diretrizes e produ es afins quando se reportam forma o de um profissional cr tico agente da transforma o social H 34 anos atr s em 1975 em sua tese de doutorado Antonio S rgio da Silva Arouca j questionava a id ia de mudan a presente nas propostas da medicina preventiva por entender que carecia de materialidade uma vez que n o postulava a mudan a como resultado de uma pr tica pol tica que transforma determinadas rela es sociais AROUCA 1975 p 188 Atualmente ressurge a id ia da atitude preventivista na qual poss vel conceber um sujeito isolado o m dico em sua pr tica cotidiana aventurando se como agente de mudan a Ressurge a id ia da amplia o das responsabilidades sociais do m dico na ilus o de que suas a es resultem na mudan a social que traga a melhoria das condi es de vida da comunidade Na verdade o m dico ao desempenhar suas fun es no mbito da medicina capitalista constitui se como intelectual org nico da hegemonia Como afirma Ammann 1985 reportando se a Gramsci os intelectuais s o os empregados do grupo dominante os
335. storicidade ou da compreens o de sua determina o social Com frequ ncia questiona se ainda se o curso voltado precocemente para o preparo dos estudantes para futuros estudos de especialidades consegue formar um m dico pronto para inserir se na assist ncia como generalista caso n o queira ou n o consiga prosseguir em sua forma o como especialista Isto n o ocorreria por n o se obter a terminalidade e por formar um profissional altamente voltado para o atendimento hospitalar especializado quando a demanda por atendimento extra hospitalar generalista estaria em torno de 80 LAMPERT 2002 42 6 NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O EM GERAL E NA EDUCA O MEDICA EM PARTICULAR 6 1 ORIGEM DA NECESSIDADE DE MUDAN A NA EDUCA O EM GERAL No p s Segunda Guerra encontramos o mundo cindido entre as forma es sociais Capitalistas e Socialistas lutando pela hegemonia de suas id ias configurando o que se convencionou denominar de guerra fria O lado Socialista prometia e de alguma forma concretizava a promessa da garantia de condi es b sicas para a sobreviv ncia de todos os cidad os Nas forma es sociais Capitalistas os trabalhadores ainda sob o peso das grandes perdas materiais e emocionais advindas da guerra e diante da inseguran a quanto manuten o da pr pria vida e de suas fam lias tensionavam a sociedade para mudan as Grandes movimentos sindicais amea avam a ordem Capitalista com propostas de revol
336. sua reprodu o Isto n o significa no entanto que ao mesmo tempo ao capacitar tecnicamente os trabalhadores de que necessita o Capital para mover os meios de produ o a escola n o permita aos estudantes melhor compreens o das contradi es sociais que os envolvem assim como melhor compreens o das origens destas contradi es semeando desse modo id ias contra hegem nicas que podem de alguma forma amea ar a ordem estabelecida A educa o escolar al m disso n o est tica A fun o da escola os conte dos e m todos educativos guardam rela o direta com a produ o hist rica da sociedade no seio da qual est o inseridos Ao lado da responsabiliza o da escola por sua contribui o no sentido de preservar a ordem social existem motivos reais para a insatisfa o ou para a busca de mudan as nos processos educativos de acordo com as necessidades que se apresentam em cada momento hist rico medida que se modificam os meios de produ o em todos os ramos com a introdu o de novas tecnologias novos conhecimentos e aptid es passam a ser necess rios para o desempenho das fun es produtivas Mesmo que em alguns casos a qualifica o do trabalho signifique a desqualifica o do trabalhador a necessidade de capacita o modifica Mesmo que os conhecimentos necess rios para o desempenho das novas fun es sejam mais superficiais frequentemente s o novos conhecimentos ou novas formas de aplic los o que s
337. ta se por adotar o resultado observ vel como norteador das condutas m dicas em detrimento da busca de explica es para tais fatos Nessa perspectiva com a qual discordamos o importante saber o que acontece n o importando tanto o porqu j que n o temos hoje a resposta pronta e jamais teremos resposta para tudo Os riscos mais evidentes de se adotar tal racionalidade constituem por um lado em desconsiderar o conceito de que n o existem doen as e sim doentes padronizando o atendimento baseado unicamente em dados estat sticos fugindo da avalia o da experi ncia pessoal e capacidade de conduta do m dico diante de cada caso Idem p 25 186 Por outro lado o perigo a consolida o da absoluta hegemonia de uma medicina direcionada pelos interesses do mercado subordinando total e inescrupulosamente o interesse pela vida e bem estar dos pacientes necessidade do lucro O risco de uma medicina prisioneira das empresas de sa de da ind stria farmac utica editora das revistas e promotora de eventos m dicos indutores de condutas Idem p 29 No tocante s fontes das evid ncias existem muitos interesses financeiros e profissionais conflitantes entre os que det m o poder de informa o onde n o falta o patroc nio das empresas fabricantes de rem dios e equipamentos m dicos FRAN A 20083 p 29 A ado o acr tica de protocolos de procedimentos assim produzidos numa realidade na qual as regras do com rc
338. talista Apenas para pequena parcela aquela que desempenha o papel de conceber os processos a servi o do Capital caber uma educa o que propicie o dom nio da ci ncia o dom nio da produ o cultural realizada at ent o pela sociedade Aos demais meros executores a educa o desprovida de fundamentos te ricos que permitam perscrutar a realidade no sentido de compreender seu movimento e modific la de acordo com seus interesses 48 6 2 OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E SUA CONTRIBUI O PARA A CONFORMA O IDEOLOGICA DA EDUCA O A NOVA ORDEM Nas forma es sociais capitalistas perif ricas come ou se a perceber que a despeito de terem aderido ao receitu rio neoliberal o progresso tecnol gico e suas benesses n o chegariam facilmente Percebia se que n o se tratava de uma quest o de tempo mas da posi o que cabia a estes pa ses na desigual divis o internacional do trabalho Os ide logos do Capital fizeram ent o ressuscitar a teoria do Capital Humano na literatura internacional Nesta concep o a educa o ressurge como um dos principais determinantes da competitividade entre os pa ses via necess ria para o alcance do desenvolvimento e do desfrute de seus produtos Vasta documenta o internacional dos organismos multilateriais passa a ser produzida nesta dire o exercendo importante papel na defini o das pol ticas p blicas para a educa o no Brasil Com base no texto de Shiroma Moraes e Evangel
339. te aguda Hepatite viral Doen as neopl sicas Insufici ncia card aca congestiva Angina de peito Infarto agudo do mioc rdio Arritmias card acas 6EST541 Est gio Supervisionado em Urologia e Atividades em Radiologia CIR e Atividade em pr e p s operat rio instrumentador 20 auxiliar 10 auxiliar ou cirurgi o dependendo da complexidade do ato e p s operat rio Avalia o evolu o prescri o e demais atribui es inerentes ao pr e p s operat rio Atendimento ambulatorial de casos novos elabora o de hip teses diagnosticas solicita o de exames complementares e discuss o de conduta terap utica e ou cir rgica Pronto Socorro atendimento aos pacientes portadores de patologias urol gicas de urg ncia 6EST542 Treinamento em Pronto Socorro Cir rgico CIR e Treinamento em plant es noturnos no atendimento de situa es de emerg ncias e urg ncias cir rgicas 6EST543 Treinamento em Pronto Socorro M dico MED e Treinamento em plant es noturnos no atendimento de situa es de emerg ncias e urg ncias m dicas 6EST545 Est gio Supervisionado em Correla o An tomo Cl nica LAC e Correla es entre aspectos morfol gicos e os achados cl nico laboratoriais A tica nas rela es da anatomia patol gica com as demais disciplinas 6EST549 Est gio Supervisionado em Clinica M dica II Geriatria MED e Processo de envelhecimento Senesc ncia finutude e morte Promo
340. te do ponto de vista da rela o entre o indiv duo e a sociedade a emancipa o do homem singular fica restrita somente ao que Marx chamou de mera emancipa o pol tica que est inerente concep o de cidad o a rela o do indiv duo com o Estado somente e n o a rela o do indiv duo com o g nero humano Nesta vis o o objetivo ltimo da rela o indiv duo sociedade fica restrita ao processo de adapta o do indiv duo sociedade que na concep o neoliberal de indiv duo e sociedade se tornou hoje a palavra de ordem Essa adapta o n o visa a universaliza o do homem mas a universaliza o do mercado OLIVEIRA 2005 p 49 Com o materialismo hist rico dial tico n o poss vel portanto elaborar constru es absolutamente subjetivas nas inst ncias particular ou individual sem relacion las num movimento de g nese dial tica com os processos econ micos pol ticos e ideol gicos concatenados numa l gica social mais ampla O pressuposto de que a realidade por contradi o est sempre em movimento de transforma o imp e o reconhecimento de que o produto desta pesquisa ser uma s ntese provis ria super vel diante de suas contradi es internas uma fotografia do estado de coisas em determinado momento 22 3 2 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA DE CAMPO 3 2 1 Coleta de dados sobre as reformas da educa o m dica em geral Com base na fundamenta o metodol gica apresentada iniciamos a
341. tes definitivamente n o conveniente para o Capital Para Breilh 2006 as abordagens liberais sobre a necessidade situam na como um problema individual ligado ao consumo e escolha pessoal e nos planos retr grados da reforma neoliberal isso adquire uma import ncia capital porque assim que os cidad os deixam de ser detentores de direitos e se transformam em clientes Segundo esse autor formulada desta maneira a necessidade substitui o direito e a distribui o insuficiente de servi os que ocasionada pela monopoliza o da riqueza mas n o reconhecida como tal passa a constituir um recurso de sobreviv ncia medido por t cnicas m ltiplas como a da linha da pobreza ou a da satisfa o de necessidades b sicas s quais os clientes do mercado podem ter acesso A express o clara deste ide rio no mbito da sa de se d na defini o pelo Banco Mundial da cesta b sica de assist ncia a que deveria ter direito aquela parcela da popula o que n o tivesse qualquer possibilidade de escolher livremente e consumir os servi os de sa de no mercado Em nosso pa s embora tenhamos felizmente um sistema de sa de universal que coloca como direito de todos a aten o integral sa de a grande dificuldade de acesso a procedimentos de m dia complexidade os mais atraentes para a iniciativa privada que ultrapassam os limites da aten o b sica pode tamb m ser sinal da
342. tes acamados no domic lio Atua o em equipe multiprofissional de sa de 4 S rie 6MOD401 Sa de da Mulher Sexualidade Humana e Planejamento Familiar GIN Problemas reprodutivos e irregularidades durante a gravidez e parto e problemas relacionados com a sexualidade humana contracep o 130 6MOD402 Manifesta es Externas das Doen as e latrogenias MED CIR LAC e Doen as dermatol gicas mais frequentes Manifesta es externas das doen as sist micas latrogenias mais prevalentes 6MOD403 Desordens Nutricionais e Metab licas MED BIQ e Dist rbios nutricionais prim rios e secund rios No es b sicas de suporte nutricional Doen as end crinas e metab licas mais frequentes 6MOD404 Dist rbios Sensoriais Motores e da Consci ncia MED CIR e Aspectos anat micos histol gicos fisiol gicos farmacol gicos semiol gicos e cl nicos dos dist rbios da sensibilidade motricidade e da consci ncia 6MOD405 Dispn ia Dor Tor cica e Edemas MED CIR LAC e Desordens respirat rias cardiovasculares renais e fatores contribuintes de seu desenvolvimento Fisiopatologia e exame f sico das caracter sticas b sicas dos quadros cl nicos Epidemiologia das principais patologias envolvidas Tratamento e reabilita o 6MOD406 Emerg ncias MED CIR e Situa es e patologias que constituem riscos agudos integridade f sica e ou mental dos indiv duos e que requerem imediata interven
343. tificado por um lado pela inser o em trabalhos que incluem o desenvolvimento de novas tecnologias ou o controle de alguns processos altamente sofisticados Por outro lado o que tem ocorrido na maioria das vezes a transfer ncia do saber do trabalhador para a m quina a objetiva o do saber no trabalho morto desqualificando o trabalho vivo O trabalhador inserido nos processos de trabalho com estas caracter sticas prescinde de uma capacita o t cnica mais consistente Para aqueles trabalhadores n o necess rios aos espa os principais de produ o a necessidade de qualifica o p fia Restringe se basicamente assimila o da ideologia dominante que viabilize a aceita o da ordem capitalista assimila o de determinadas regras de conviv ncia e estrat gias de sobreviv ncia numa condi o sub civilizada educa o capitalista permanece a incumb ncia de reprodu o e controle social mas neste novo patamar Para o Capital portanto n o mais necess rio e nem conveniente que para a maioria da popula o a educa o realize a apropria o dos conhecimentos produzidos at ent o pela civiliza o N o necess rio porque como j dissemos na maioria dos postos de trabalho o conhecimento foi transferido do trabalho vivo para o trabalho morto N o conveniente pois uma educa o que possibilitasse uma forma o humana mais integral forneceria elementos para uma an lise cr tica da ordem capi
344. transmiss o de conte dos Para tal recomenda se reduzir a carga hor ria de sala de aula o que permitiria a busca ativa dos conhecimentos pelos quais o estudante se interessasse o trabalho com pequenos grupos de alunos e um professor que mais do que ensinar deve ser um facilitador da aproxima o dos alunos ao conte do que lhes parecer necess rio para a solu o do problema eleito Neste processo a avalia o deve ocorrer no sentido de perceber o desenvolvimento pelo estudante destas capacidades para a solu o dos problemas a partir da busca aut noma dos saberes necess rios Quando indagados sobre as mudan as pedag gicas nossos entrevistados em geral mostram se insatisfeitos por considerarem que pouco avan aram no sentido da ado o de pedagogias com as caracter sticas acima enunciadas Nesta escola mesmo ap s a reforma persistiu o ensino marcado pela transmiss o de conhecimentos em sala de aula e o que se avalia salvo raras 95 exce es fundamentalmente a apropria o das informa es em provas de m ltipla escolha ou eventualmente dissertativa Uma exce o importante constitu da pela disciplina de proped utica m dica que busca realizar uma avalia o por compet ncias na qual o aluno repete tantas vezes quantas forem necess rias para atingir o desempenho estabelecido Se as avalia es deveriam sob a nova tica pedag gica contemplar uma an lise do progresso individual n o s do dom
345. tre os quais o Estado a religi o a moral entre outros Feuerbach ou os fil sofos do s culo XVIII pretendem deduzir a ess ncia do homem da apar ncia do indiv duo burgu s e pequeno burgu s de seu tempo ALTHUSSER 2002 p 63 dessa forma todos os que adotam a id ia de que a ess ncia humana est refletida pelos objetos humanos existentes acabam contribuindo para legitimar a ordem vigente ao numaniz la o que neste caso significa naturaliz la Naturalizada a ordem social ocultada sua historicidade restar clamar pela reaproxima o do homem sua ess ncia ou fazer como Feuerbach que segundo Althusser anunciava em acentos pat ticos e prof ticos os Tempos Novos da Liberdade e da Fraternidade Humanas ALTHUSSER 1999 p 26 Para Althusser existe uma rela o n o acidental entre o humanismo e o liberalismo ALTHUSSER 1999 O Humanismo Te rico desde seu nascimento desempenha papel ideol gico fundamental na legitima o e manuten o da ordem burguesa buscando refrear os movimentos da classe trabalhadora substituindo a id ia da mudan a radical da sociedade pela reforma da consci ncia a consci ncia humana a religiosidade a tica o amor que devem ser buscados e desenvolvidos no interior de cada um n o a mudan a social N o sobre as barricadas que se decide o destino da humanidade nem com mais raz o ainda o destino da classe oper ria mas na reforma da consci ncia no reconhecim
346. trito n o t m nele a sua origem KLEIN 2002 p 49 Dessa forma o foco na comunidade resulta num conhecimento absolutamente superficial ilus rio mesmo em rela o compreens o dos diversos aspectos da sociedade na qual vivemos Conhecer realmente uma comunidade implica em perceb la como express o particular da forma o social na qual se inscreve 198 Diversas iniciativas pelas de boa inten o ao buscar partir da realidade concreta t m se fundado numa compreens o fragmentada da realidade humana que pretende apreender o sujeito a partir de sua comunidade tomada isoladamente descolada do conjunto de rela es sociais sobre as quais se produz a exist ncia humana Essa perspectiva de an lise impede a apreens o da realidade da pr pria comunidade e dos sujeitos que a comp em uma vez que a vida humana s se concretiza no interior de uma totalidade social e portanto o conhecimento de seus diversos elementos deve contemplar esta pertin ncia A realidade fica assim fragmentada em tantas partes quantos forem os ambientes em que as pessoas vivem e se sup e que cada um desses fragmentos tem no seu pr prio interior os elementos que o determinam Mais uma vez aqui abstraem se as rela es mais amplas que fazem com que para al m das diferen as individuais locais regionais todos os homens se encontrem e se reconhe am como homens de uma mesma sociedade KLEIN 2002 p 53 O direcionamento do
347. trutura o Produtiva e Mudan as no Mundo do Trabalho numa Ordem Neoliberal In DOURADO L F PARO V H org Pol ticas P blicas e Educa o B sica S o Paulo Xam 2001 ANTUNES R Trabalho e superfluidade In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELICE J L orgs Capitalismo Trabalho e Educa o 3 ed Campinas SP Autores Associados 2005 ARCE A A Forma o de Professores sob a tica Construtivista primeiras aproxima es e alguns questionamentos In DUARTE N org Sobre o construtivismo contribui es a uma an lise cr tica 2 ed Campinas SP Autores Associados 2005 226 ARELARO L R G Resist ncia e submiss o a reforma educacional na d cada de 1990 In KRAWCZKY N CAMPOS M M HADDAD S orgs O Cen rio educacional latino americano no limiar do s culo XXI reformas em debate Campinas SP Autores Associados 2000 AROUCA A S S O dilema preventivista contribui o para a compreens o e cr tica da medicina preventiva 1975 261f Tese Doutorado Faculdade de Ci ncias M dicas da Universidade Estadual de Campinas BACON F Novum Organum ou Verdadeiras Indica es Acerca da Interpreta o da Natureza S o Paulo Editora Abril 1973 BANCO MUNDIAL World Development Report Oxford University Press 1998 BANCO MUNDIAL Unidade de Gerenciamento do Brasil Departamento de Desenvolvimento Humano Departamento de Redu o de Pobreza e Gest o Econ mica Regi o da Am
348. tudos grades curriculares planos de aula ementas Constata se uma ades o parcial das reformas realizadas ao preconizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina com graus de avan o diferentes de uma escola para outra uma inadequa o na orienta o pedag gica preconizada e adotada de forma intensa por uma das escolas a retirada de fundamenta o te rica na forma o dos m dicos de ambas as escolas sendo em uma delas predominantemente nos conte dos da base cient fica e na outra nos conte dos profissionalizantes A partir destas constata es defende se que os cursos devem rever seu direcionamento no sentido de garantir a transmiss o dos fundamentos cient ficos sobre os quais se assenta a pr tica m dica com o intuito de formar profissionais que com maior autonomia intelectual possam decidir os melhores rumos para a pr tica m dica a servi o da vida humana em sua plenitude Palavras chave educa o m dica capitalismo curr culo medicina ABSTRACT The author analyses the curriculum reform implemented back in the 1990s in graduate courses of two medical schools in Parana This analysis is based on the concept of the reform described in the National Guidelines for Graduate Medical School Curriculum Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina that recommends the formation of a generalist humanistic analytical and reflexive physician in line with the needs
349. u Emerg ncias M dicas 440 Medicina Geral Comunit ria 440 Medicina Comunit ria Il 675 ou ou Infectologia 440 235 Medicina comunit ria III 675 ou Hospital Geral 440 Pediatria II 675 ou Pediatria V 440 235 Pediatria III 675 112 Tocoginecologia Il 675 235 ou Materno Infantil 440 Tocoginecologia Ill 675 Anatomia Patol gica Il 675 Sem equival ncia Psiquiatria 675 Sem Equival ncia FONTE UFPR 1997 Assim como se pensou em rela o s disciplinas profissionalizantes tamb m se pensou que as atividades pr ticas anteriormente realizadas no internato cuja dura o foi reduzida seriam realizadas nas PAG o que como j expusemos n o ocorreu QUADRO 2 DISCIPLINAS DO CURR CULO NOVO SEM EQUIVAL NCIA NO CURR CULO ANTERIOR Pr tica em Ambulat rio Geral Pr tica em Ambulat rio Geral Il Pr tica em Ambulat rio Geral II Pr tica em Ambulat rio Geral IV Trauma Internato Curricular Optativo em Psiquiatria VI Internato Curricular Optativo em Aparelho Locomotor FONTE UFPR 1997 A importante redu o de carga hor ria que tiveram as disciplinas de cada especialidade gerou uma rea o dos especialistas denominada por alguns dos entrevistados como guerra com as especialidades Um dos resultados desse embate teria sido a cria o das disciplinas optativas que de alguma forma preservava um espa o de dom nio para aqueles que
350. u es inspiradas no Socialismo Estava instaurado um cen rio de aguda necessidade de interven o para a garantia da reprodu o da for a de trabalho intensamente necess ria para mover os meios de produ o da poca e para o controle dos movimentos populares que amea avam a ordem Capitalista Os Estados Capitalistas centrais introduziam ent o o Estado de Bem Estar Social Welfare State que alcan aria ao mesmo tempo apoiar solidamente a reprodu o da for a de trabalho e arrefecer os movimentos de trabalhadores de tend ncia revolucion ria O Capital convenceu aos trabalhadores que mesmo sob o Capitalismo seria poss vel garantir a satisfa o das necessidades humanas b sicas Na depend ncia do desenvolvimento dos meios de produ o e das correla es de for as entre as classes sociais o Welfare State configurou se de formas distintas entre as forma es sociais Capitalistas que o instauraram Alguns elementos comuns no entanto podem ser apontados O Estado organiza e implanta pol ticas sociais alterando o livre movimento e os resultados socialmente adversos do mercado Substitui a renda quando esta perdida tempor ria ou permanentemente e garante uma renda m nima tomando como refer ncia um patamar considerado satisfat rio para o atendimento das necessidades sociais vitais dos indiv duos e das fam lias A interven o estatal contempla tamb m aqueles que 43 est o fora do mercado ou a ele margina
351. u o 196 96 do Minist rio da Sa de e o C digo Penal Brasileiro INFORMA ES DE NOME ENDERE O E TELEFONE DO RESPONS VEL PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO Pesquisador respons vel Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque Endere o Rua P mphilo d Assump o 268 Rebou as Curitiba PR CEP 80 220 040 Telefone para contato 041 99558130 E mail proguilhermedicinaDhotmail com CONSENTIMENTO P S ESCLARECIDO Declaro que ap s convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto em participar do presente projeto de pesquisa Curitiba de 2007 Assinatura do sujeito da pesquisa Assinatura do pesquisador Guilherme S Cavalcanti de Albuquerque 238 AP NDICE B QUESTION RIO AS DETERMINA ES DO CAPITAL SOBRE A FORMA O DO TRABALHADOR EM SAUDE UM ESTUDO SOBRE AS REFORMULA ES CURRICULARES EM DOIS CURSOS DE MEDICINA NO PARANA IDENTIFICA O NOME FUN A O CARGO QUE EXERCE ATUALMENTE NA ESCOLA FUN O CARGO QUE EXERCIA NA POCA DA REFORMA FORMA O Breve relato da experi ncia profissional ROTEIRO DE ENTREVISTA Diante das novas diretrizes curriculares e das iniciativas do Minist rio da Sa de no sentido de mudan as nos cursos de Medicina houve algum processo de mudan a ou reforma no curso desta escola Qual sua opini o sobre os direcionamentos propostos pelo Minist rio O que mudou No seu entender quais os pontos positivo
352. ue apontam para o sentido inverso de fortalecimento de uma pol tica p blica fundamental como a da sa de carrega a imagem de progressista luta contra hegem nica no sentido da constru o de uma sociedade mais humanit ria Diante disso parece nos imperativo analisar alguns aspectos das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina e produ es afins buscando captar o grau de coer ncia entre os prop sitos apontados a orienta o pedag gica preconizada e a constru o de um sistema de sa de melhor assim como de uma sociedade mais saud vel N o podemos deixar de reconhecer que as propostas de mudan as guardam grande coer ncia com a base filos fica e o referencial te rico que as sustentam Ou seja para os fins pretendidos a filia o filos fica e a op o metodol gica foram muito adequadas A pol tica educacional brasileira das ltimas d cadas do s culo passado at a atualidade nas palavras de Duarte 2004 parte do projeto de adequa o do Brasil aos moldes ditados pelo capitalismo mundializado ou seja uma adapta o ao mercado mundial DUARTE 2004 p 45 As diretrizes curriculares no entanto s o marcadas pela ambiguidade o que intencionalmente ou n o conscientemente ou n o acaba por ofuscar seus compromissos ideol gicos com os interesses do mercado Seu texto em conson ncia com os documentos internacionais de orienta o das mudan as 153 educacionais da atu
353. ue continha o in cio do par grafo ao chegar na leitura ao seu final Pensava que as id ias deveriam ser transmitidas de uma forma mais simples numa linguagem mais simples Pensava que muitos conte dos eram desnecess rios e alguns realmente o eram pois n o via a utilidade de apreend los Faltava me na verdade exercitar mais a leitura Faltava me o dom nio dos fundamentos da leitura do estudo das ci ncias O interesse pela forma o m dica vem tamb m durante minha forma o agora no curso de medicina Muitas das dificuldades de aprendizagem persistiam e muito da inutilidade dos ensinamentos pareciam se confirmar naquele curso Mas um fato novo surgiu e refor ou minha insatisfa o com o ensino m dico A falta de humanidade da medicina que eu aprendia Indignava me perceber o preconceito e a subordina o da aten o vida e do al vio ao sofrimento aos interesses econ micos ou mesmo vaidade pessoal de alguns Conheci ent o as id ias da reforma sanit ria e me identifiquei em especial e permanentemente com a vis o da sa de como direito de todos e dever do Estado Havia uma medicina que priorizava a vida humana J no interior da Sa de P blica participei do curso Capacita o Pedag gica para Instrutor Supervisor rea da Sa de e tomei conhecimento das pedagogias com inspira o em Bordenave Paulo Freire e Piaget que se apresentavam como revolucion rias Por muito tempo tagarelei sobre o assunto e
354. ue depende da realiza o da mais valia que s ocorre com o consumo Desse modo o Capital precisa alimentar a insatisfa o e a depend ncia na esfera do consumo pela permanente cria o de necessidades artificiais ou n o pela exist ncia de uma popula o alienada de consumidores e pela reprodu o de uma ideologia consumista em virtude da qual o valor das pessoas determinado n o pelo seu trabalho mas pelo que consome A maioria dos trabalhadores n o possui o controle sobre o processo e o produto de seu trabalho O que se produz de que forma em que ritmo intensidade etc determinado pelos detentores dos meios de produ o Desta forma o trabalho para a imensa maioria dos trabalhadores n o constitui um meio fundamental de auto express o que possibilite e potencialize a criatividade principalmente um espa o de venda da energia vital em troca do sal rio que permitir a aquisi o dos bens e servi os necess rios para a sobreviv ncia fora da esfera da produ o que o trabalhador dever buscar as possibilidades de desenvolver suas potencialidades utilizando livremente sua criatividade Assim ao perceber que a possibilidade de realizar se no trabalho lhe negada o trabalhador se v compelido a buscar sua realiza o fora do trabalho e o faz no campo do consumo que o que o Capital lhe oferece A aliena o do produtor a respeito de seu trabalho sua insatisfa o conduz ao fetichismo do consumo
355. ue levariam a sociedade desordem doen a e ao mau funcionamento ROMERO 2002 Ao estabelecer os comportamentos ditos saud veis a Medicina logra tamb m legitimar a ideologia do auto cuidado o que refor a a tica do Capitalismo da liberdade de a o do livre arb trio Cada um deve ter liberdade para trabalhar ou n o esfor ar se para enriquecer ou simplesmente viver ociosamente na pobreza comer ou morrer de fome permanecer s o ou adotar atitudes pouco saud veis Subentende se que o auto cuidado os h bitos e atitudes individuais s o os fatores 35 mais importantes para a manuten o ou recupera o da sa de e que a mudan a deve ocorrer no indiv duo e n o nas estruturas sociais NAVARRO 1979a ROMERO 2002 ROSEN 1994 Desse modo a Medicina estar sendo socialmente til para a reprodu o do capitalismo ao alimentar a cren a em que as condi es geradas pelo metabolismo capitalista geral poder o ser resolvidas individualmente deixando intocado este mesmo metabolismo 36 5 A EDUCA O CAPITALISTA Para a reprodu o da Medicina Capitalista ou seja para a preserva o da pr tica m dica voltada para a reprodu o de for a de trabalho e para o controle da popula o operada de forma a realizar a mais valia dos setores como a ind stria m dico farmac utica planos de sa de etc preciso formar profissionais aptos a desempenhar estas fun es A educa o m dica tem portanto a finalidade
356. ue permitiram segundo seus depoimentos conhecer as outras disciplinas e seus respectivos professores Com o intuito de sanar a fragmenta o do conhecimento a divis o estanque das disciplinas foram institu das atividades interdisciplinares que constituiriam momentos nos quais professores de diversas disciplinas apresentariam aos alunos um mesmo assunto cada qual com a tica de sua rea de conhecimento Assim por exemplo professores de patologia anatomia cardiologia cirurgia tor cica e cardiovascular fisiologia nefrologia reunidos em uma mesma sala discutiram diversos aspectos pertinentes a uma enfermidade do cora o proporcionando aos estudantes a integra o dos saberes de cada rea Esse tipo de integra o acabou n o ocorrendo ao contr rio os professores acabaram por fragmentar a disciplina integrada fazendo acordos de quantas semanas cada um utilizaria para a sua mat ria para totalizar a carga hor ria no final Outra medida visando aproximar os assuntos mais afins foi a cria o de disciplinas integradas nas quais disciplinas como anatomia fisiologia histologia 97 seriam ministradas concomitantemente buscando ajustar inclusive os assuntos das aulas Por exemplo quando a anatomia estivesse apresentando a morfologia do f gado a histologia estaria tamb m demonstrando os aspectos microsc picos do tecido hep tico e a fisiologia apresentando o funcionamento do rg o Estes m dulos agregando um n
357. ue privilegiem a participa o ativa do aluno na constru o do conhecimento e a integra o entre os conte dos al m de estimular a intera o entre o ensino a pesquisa e a extens o assist ncia III incluir dimens es ticas e human sticas desenvolvendo no aluno atitudes e valores orientados para a cidadania IV promover a integra o e a interdisciplinaridade em coer ncia com o eixo de desenvolvimento curricular buscando integrar as dimens es biol gicas psicol gicas sociais e ambientais V inserir o aluno precocemente em atividades pr ticas relevantes para a sua futura vida profissional VI utilizar diferentes cen rios de ensino aprendizagem permitindo ao aluno conhecer e vivenciar situa es variadas de vida da organiza o da pr tica e do trabalho em equipe multiprofissional VII propiciar a intera o ativa do aluno com usu rios e profissionais de sa de desde o in cio de sua forma o proporcionando ao aluno lidar com problemas reais assumindo responsabilidades crescentes como agente prestador de cuidados e aten o compat veis com seu grau de autonomia que se consolida na gradua o com o internato e VIII vincular atrav s da integra o ensino servi o a forma o m dico acad mica s necessidades sociais da sa de com nfase no SUS Art 13 A implanta o e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem orientar e propiciar concep es curriculares ao Curso de Gradua o em Med
358. uem vive os usos e costumes da sua gente e assim por diante KLEIN 2002 p 42 Ao se excluir da an lise as rela es sociais que est o na origem das condi es de exist ncia e consequentemente de sa de das comunidades estudadas admite se uma causa interna ou seja uma ess ncia natural a cada fragmento social que se toma como realidade ou totalidade Klein 2002 recorrendo a Arist teles ilustra bem a insufici ncia dessa abordagem quando nos ensina que a ess ncia de tudo que diz respeito realidade humana se define por uma rela o humana Assim ao tomarmos os elementos mais simples de um objeto de estudo n o devemos tom los nunca isoladamente mas sempre em rela o aquele que os institui como tal Arist teles n o se refere jamais a um indiv duo a uma coisa mas a uma rela o KLEIN 2002 p 44 45 Conhecer as prec rias condi es de exist ncia de grande parcela da popula o fundamental como ponto de partida para a compreens o da realidade mas extremamente insuficiente para a compreens o de sua g nese hist rica O erro n o consiste na tentativa de compreender uma situa o particular mas em tentar explic la apenas nos limites desse mesmo universo particular Essa forma de an lise acaba por abstrair o conjunto das rela es efetivamente constituidoras dos pr prios elementos pesquisados e que embora possam manifestar se no interior desse campo mais res
359. uinas simplifica o trabalho e dispensa o trabalhador de sua apropria o Formar m dicos para as necessidades atuais do mercado apresenta na maioria das vezes essa possibilidade de form los com cada vez menos conhecimento Diante disso posicionamo nos absolutamente 220 contr rios forma o voltada para atender s necessidades da contemporaneidade capitalista Posicionamo nos contr rios forma o profissionalizante do m dico e favor veis sua forma o polit cnica O curso de Medicina caracteriza se por buscar a forma o um profissional detentor das habilidades pr prias de uma pr tica determinada com base no dom nio dos fundamentos cient ficos que a sustentam SCHRAIBER 1989 Diante das cr ticas forma o m dica contempor nea quanto ao fato de que a apropria o dos fundamentos cient ficos ocorre descolada da pr tica sendo de pouca serventia para orient la apresenta se como solu o a redu o dos conte dos te ricos e o aumento das atividades pr ticas Caberia perguntar nos se o curso de Medicina que queremos um curso profissionalizante e em sendo se a forma o do m dico deve prescindir do dom nio daqueles conte dos que n o se mostrarem teis para a solu o dos problemas com os quais se depara com mais frequ ncia em seu trabalho cotidiano Krupskaja s d num texto inspirador intitulado Diferencia entre la instrucci n profesional y la polit cnica demonstra a necessidad
360. usado como exemplo ele n o chamado a raciocinar em cima daqueles elementos A introdu o de casos cl nicos como motivadores da aprendizagem tem apresentado resultados satisfat rios para alguns professores do ciclo b sico que referem maior interesse dos alunos quando se estabelece um nexo entre o assunto tratado e alguma situa o cl nica frequente no atendimento popula o Os conte dos b sicos teriam que ser retomados nas profissionalizantes mas os professores consideram que j s o do dom nio dos estudantes Poucos retomam a fisiologia anatomia etc Continua a dissocia o b sico profissionalizante profissionalizante internato 98 8 2 3 O Ambulat rio geral como espa o das novas atividades pr ticas A reforma instituiu importante mudan a ao proporcionar o contato do estudante com os servi os de atendimento a partir do 6 per odo do curso o que ocorreu em disciplinas denominadas Pr tica de Ambulat rio Geral PAG Pretendia se que o contato dos estudantes com os pacientes no atendimento ambulatorial n o especializado junto aos preceptores recuperasse a unidade teoria pr tica e reduzisse a dist ncia ensino servi o adequando o primeiro s necessidades e realidade do segundo As atividades das PAG passaram a ocorrer nos per odos iniciais 6 e 7 do curso em unidades de sa de do SUS Ou seja em cen rios da Sa de P blica onde se pressup e que sejam atendidos os problemas mais
361. ut nea Principais infec es bacterianas cut neas Micoses superficiais e profundas dermatozoonoses e dermatoviroses C ncer cut neo Eczemas Eritemas Prurido e Prurigo Alopecia Dermatoses bolhosas Farmacodermias 132 6EST514 Est gio Supervisionado em Ginecologia e Obstetr cia GIN e Princ pios gerais em Ginecologia Geral e Especializada e Obstetr cia Geral e de Alto Risco Patologias benignas e malignas ginecol gicas Gesta o e desenvolvimento Trabalho de parto prematuro e a termo Parto normal e ces rea 6EST515 Est gio Supervisionado em Mol stias Infecciosas MED e Mol stias infecciosas causadas por v rus bact rias fungos protozo rios e helmintos Aids Caxumba C lera Coqueluche Criptocosose Dengue Difteria Endocardite infecciosa Esquistossomose mans nica Estafilococcias Estreptococcias Febre tif ide e paratif ide Hansen ase Hepatite por v rus Herpes z ster Leptospirose Mal ria Meningites purulentas meningites virais e meningoencefalite tuberculosa Doen as meningoc cicas Mononucleose infecciosa Paracoccidioidomicose Parasitoses intestinais Poliomielite Raiva Rub ola Sarampo Sepse Shiguelose S filis T tano Toxoplasmose Tuberculose Varicela z ster 6EST516 Est gio Supervisionado em Pediatria PED e Prematuridade Hipermaturidade Disfun o placent ria Toco traumatismos Anoxia neonatal RN normal reanima o dist rbios respirat ri
362. versal cuja constru o se iniciou na luta pelo respeito vida durante a nefasta ditadura imposta pelo capital atrav s do golpe militar de 1964 O Capital tem corro do com apetite voraz os recursos que deveriam ser destinados ao bem estar da popula o brasileira Se o SUS ainda um sistema universal marcado pela integralidade da assist ncia pela igualdade do direito pela possibilidade da participa o popular gra as resist ncia ferrenha daqueles que o defendem como necess rio para garantia do direito vida acima do interesse mercantil Com as recorrentes crises de superprodu o e subconsumo resultantes do movimento irrefre vel e autodestrutivo do Capital a manuten o da vida de uma quantidade cada vez maior de seres humanos torna se desnecess ria Para o Capital s o massas de rejeitos humanos trabalhadores fora de linha que como n o podem ser todos incinerados pelas armas de fogo ter o que ser mantidos anestesiados durante sua prec ria sobreviv ncia para n o amea ar a vida daqueles de ltima gera o sempre atualizada que continuar o desfrutando das benesses da produ o humana Manter os fora de linha controlados e os de ltima gera o sempre atualizados a fun o da sociedade capitalista atual Todos os seus setores incluindo a educa o e a sa de dever o servir em alguma medida a esse prop sito Refletir sobre a forma o m dica abre a possibilidade de enxergarm
363. vos e apresentam nas no retorno ao grupo O resultado das atividades dos tutoriais tem sido satisfat rio no que diz respeito ao interesse dos estudantes embora como no m todo tradicional alguns continuem estudando s para cumprir o m nimo dos objetivos participando ativamente do tutorial s por causa da nota H um n mero reduzido de alunos que apresentam dificuldades com o m todo participando muito pouco nos tutoriais De modo geral os estudantes mergulham no estudo dos assuntos levantados no tutorial aprofundando os aspectos que s o de seu interesse O dom nio dos assuntos depende muito do tutor de cada grupo Segundo os entrevistados professores que n o s o da rea da quest o central analisada nos problemas tendem a deixar defici ncias no aprendizado uma vez que n o dominam os conceitos chave que deveriam ser apropriados pelos estudantes Para a maioria dos entrevistados o grande avan o trazido pela nova configura o do curso que o estudante aprende a fazer pesquisa bibliogr fica Tomando se como problema uma doen a por exemplo os componentes do grupo tutorial verificam o que j sabem sobre a mesma estabelecem os aspectos que precisam conhecer melhor e v o busca dos mesmos na biblioteca na Internet e com consultores que s o os professores de Anatomia Microbiologia Patologia etc conforme a rea envolvida Os alunos percebem que a busca na Internet problem tica devido exist ncia de fo
364. xo da nossa reforma era pura e simplesmente um ensino 114 de uma medicina mais geral mais voltada para os problemas mais comuns na cl nica geral ambulatorial versus o ensino de uma medicina bem biol gica bem biologizada do ponto de vista das causas dos determinantes feita por especialistas mas a id ia desses generalistas por mais que tivesse um discurso do que fosse mais frequente problemas sociais na comunidade etc n o passou por eles criar uma discuss o de uma determina o incluindo o bio o psico e o social embora eles estivessem presentes no discurso da forma o biopsicossocial Propalava se que a rela o biol gico social seria observada e trabalhada nas atividades realizadas nas Unidades de Sa de do SUS No entanto nas Pr ticas de Ambulat rio Geral em Unidades de Sa de o que ocorreu foi a implanta o de um ambulat rio que embora atenda s enfermidades mais comuns n o ultrapassa o olhar da doen a localizada no corpo biol gico individual Permitiu que o estudante entendesse a causalidade ligada aos aspectos biol gicos e quando muito a influ ncia das atitudes individuais N o proporcionou a reflex o sobre os nexos de determina o do mbito individual e biol gico com o social mas buscou se incluir o social com o vi s da pobreza de mostrar ao aluno oh como tem pobre De fazer projeto de extens o como tem gente que sofre etc sem entender a forma o da sociedade de um
365. z mais dispendiosas pela crescente incorpora o de tecnologia s quais n o correspondem ganhos proporcionais em termos de sa de da popula o t m frequentemente colocado em cheque a adequa o da forma o m dica Al m disto como observa Feuerwerker 2001 devido transi o demogr fica e introdu o de novas tecnologias que recolocam a aten o do espa o prioritariamente hospitalar para o ambulatorial modifica se o perfil do profissional capaz de atender s necessidades do sistema de sa de Tanto o setor p blico quanto o privado buscando a racionaliza o dos gastos e a melhoria da qualidade da aten o clamam por um profissional com forma o geral capaz de trabalhar em equipe multiprofissional e de articular aspectos da aten o individual e da sa de coletiva Cabe no entanto apresentarmos dois questionamentos a respeito destas id ias Em primeiro lugar o custo crescente do cuidado m dico precisa ser analisado como fruto tamb m da medicaliza o da sociedade ou seja da redefini o de uma quantidade cada vez maior de contradi es no plano individual familiar ou social como problemas de sa de SINGER CAMPOS e OLIVEIRA 1981 Este processo segundo Singer decorre da expans o acelerada 81 n o s dos recursos absorvidos pelos servi os de sa de mas do pr prio mbito de a o destes servi os Em segundo lugar preciso desvelar as media es da rela o entre forma o
366. zagem ensino centrado no estudante e baseado em problemas como uma das metodologias inovadoras de aprendizagem pr tica tutorial na rela o professor estudante predominando em rela o s aulas expositivas educa o permanente como compromisso institucional e ecologia humana integra o biopsicossocial ALMEIDA e LOPES 2005 p 8 9 2 A REFORMA CURRICULAR DE 1997 DO CURSO DE MEDICINA DA UEL No in cio da d cada de 90 em sintonia com as a es da Comiss o Interinstitucional de Avalia o das Escolas M dicas CINAEM o curso de Medicina da UEL passou por intenso processo de avalia o impulsionando diversas a es de transforma o do ensino envolvendo disciplinas do ciclos b sico e cl nico novos projetos de ensino novas articula es entre ensino servi os e comunidade A 120 escola investiu no aprimoramento t cnico de seus quadros proporcionando a professores dirigentes e alunos visitas a outras institui es de ensino m dico no Brasil e no exterior Confer ncias consultorias e assessorias de t cnicos nacionais e estrangeiros contribu ram tamb m para o processo de capacita o docente com nfase nas metodologias de ensino aprendizagem preconizadas para a educa o m dica naquele momento Buscando adequar o curso de Medicina aos princ pios anteriormente citados bem como s formula es dos atores nacionais e internacionais envolvidos com as mudan as na educa o m dica aprovou se na UEL
367. zes Curriculares Nacionais do Curso de Gradua o em Medicina Verificar a adequa o do ide rio das diretrizes curriculares para a forma o do m dico com o perfil nelas proposto 14 3 METODOLOGIA 3 1 O MATERIALISMO HIST RICO DIAL TICO Compreendendo a educa o m dica como fen meno social subordinado s condi es hist ricas de produ o econ mica e portanto determinada pelo grau de desenvolvimento das for as produtivas e pelas rela es sociais de produ o o m todo de an lise proposto para a realiza o desta pesquisa o materialismo hist rico dial tico A ess ncia do materialismo hist rico dial tico encontra se no reconhecimento da luta dos contr rios como fonte do conte do intr nseco do processo de desenvolvimento e da renova o da natureza e da sociedade Situa a rela o din mica objeto sujeito como eixo do conhecimento inserindo a pr xis como condi o desta rela o O que caracteriza o humano o salto ontol gico que promove a ruptura com a subordina o natureza Ao mesmo tempo em que n o perde a sua condi o de ser biol gico natural o que difere o humano dos outros animais o que produz a partir da natureza mas superando seus limites subordinando a o que produz de n o natural de artificial no sentido de ser produzido pela arte pelo trabalho humano a segunda natureza historicamente forjada atrav s do trabalho intencional A condi o de humanidade portanto pro

As Determinações do Capital sobre a Formação

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