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a resiliência em resposta à pobreza

1. Re Total I M meses mae RC ncnc pee hee area E Nota LM itens x 2 Sub Quociente LM x 100 O Quociente Geral ou Q G obtem se a partir LC do c lculo da m dia dos seis sub quocientes Ge SE E i eee J reat mms RELAT RIO Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto P 42 94 FPCE UP S L Casuo e I Gomes Mar o de 1996 7 o g f ig _B VLL Tem um companheiro de brincadeiras preferido ESCALA B PESSOA SOCLAI B HI L Diz vo nome pr prio se lhe perguntarem Como que te chamas Registe v que u crian a disser Ela Jever responder com o seu nome pr prio correctamente n o com algum diminuuvo a menos que esse sea O nico nome usado em casa B III 6 Dizo nome de familia Est certo e ouuo nome teu Ou Tens mas nomes n o tens Como Questione mais se crian a der outro nome S passa O item se souber o apelido B lI 2 Usa em conjunto colher e garfo ak Enquanto os brinquedos est o na mesa C l l 1 e a crian a est a manused los poss vel observ la a fingir que est a comer com a pequena colher de plasuco ou com o garfo ou a faca Deveria encorajar este jogo enquanto observa Tu l em casa comes com a colher Se a resposta for N o pergunte Ent o como fazes Passa o item s se a crian a souber usar ambos simultancamente um em cada m o Deixe a cnan a mostrar com os bnnquedos B V 3 Usa razoavelmente garfo
2. Passa o item se a crian a identificar um ou dois amigos preferidos com quem brinca frequentemente e que talvez viva perto de si sem ser membro da familia B VII 2 Tem um amigo preferido na escola Se a crian a identificar mais do que um amigo preferido provavelmente ainda n o atingiu este est dio de desenvolvimento social n o passa este item Aceita se todavia que de tempos a tempos este amigo preferido seja diferente B IV 5 Ajuda a p r a mesa Ajudas a tua mie a p r a mesa etc Se a crian a responder muito sucintamente O que que ru p es na mesa E depois de uma pausa Levas as coisas da cozinha ou A tua m e deixa te levar as coisas da cozinha Ou Sabes p r a mesa O que que tu p es na mesa Se a crian a der indica es claras de que sabe pelo menos tr s coisas que se p e na mesa c ajuda a p las l isso suficiente para passar Para clarificar o nivel que a cnan a atingiu fa a a demonstrar com Os brinquedos B VIII 6 Sabe p r uma mesa por completo com alguma supervis o Averigue isto com os pequenos bnnquedos completando a observa o atrav s de perguntas crian a m e ou ao professor ee Ss Es Soto e Sitoom st asa A ade 2 Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto Pl 42 94 FPCE UP S L Casuo e Gomes Mar o de 1996 88 SS A 0 B VIIL7 Sabe por a mesa por completo sem ajuda ou supervis o Em todas as x asides u
3. OVINE GITA STING ETTA suai bo IVA wai NUOZIIOPF Oda oyuasag PP SUApimjua AnInDjpuadia OSNA Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PL 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 gt CAO S ING suai CTA GATO Suan CAGIVA Suan om1 op oyuasag vurtmunH cando ep oyuasag ZNID Up oyuasag Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto P42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 OmVEL FILA GSE HAG sua TINA CPA sua PIA CG ZAI suai TIA GS AIG sun LINA CEA a SU oSuesoT epusf ojngugii doprvosy opeipengd op oyuasaqd Adapt prov das Escalas Gnffiths Projecto PI 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 kd EA o ale CIA CT SETA 9 ATA su LUA CUSTA SATA Sud euewny candy ep oquasad eseo ep oyuasaq Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PL 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 x m m m m m m ee um um ma a Escrita da Crian a Itens D VI 4 D VLS D VIL6 D VIIL 1 D VIIT 6 D VILS De ea E ek Cup nO SEDA paes Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto Pl 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 ANEXO Ill ESCALA DE AUTO PERCEPGAO DE COMPETENCIA E ACEITAGAO SOCIAL Placas para raparigas Harter amp Pike 1983 Item 1 Sabe fazer puzzles 2 Tem amigos 3 Anda de balou o 4 M e bem disposta 5 Educadora elogia 6 Convidado dormir 7 Trepa 8 M e leva passear 9 Conhece cores
4. Porque n o existem diferen as entre os dois grupos mais uma vez n o nos poss vel compreender se esta uma vari vel relevante na caracteriza o dos factores de risco e de protec o quer para as crian as resilientes quer para as vulner veis Contudo este resultado sugere a hip tese deste poder ser um factor de protec o para as crian as resilientes assim como para as crian as vulner veis 2 1 7 Recursos a Servi os de Sa de Esta vari vel refere se por um lado ao Recurso Regular em Servi os de Sa de Espec ficos decorrentes de uma necessidade espec fica da crian a por exemplo na rea da linguagem excluindo se portanto o acompanhamento de 168 rotina efectuado nos centros de sa de e por outro lado aos internamentos hospitalares devido a doen a ou acidente Os resultados obtidos mostram que em nenhuma das quatro crian as resilientes houve recurso regular a servi os de sa de espec ficos enquanto as crian as vulner veis recorreram maioritariamente a estes servi os de sa de Assim este poder ser um factor a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o e os resultados obtidos sugerem nos a tend ncia para que a aus ncia de recurso regular em servi os de sa de espec ficos possa actuar como factor de protec o No que se refere aos internamentos hospitalares da leitura do Quadro 2 verifica se que a maior parte das crian as resilientes n o sofreram hospitaliza
5. es apenas uma das quatro crian as esteve internada Para as crian as vulner veis os dados revelam o oposto a maior parte destas crian as esteve hospitalizada sete em nove crian as das quais cinco crian as contam com dois ou mais internamentos e duas com menos de dois internamentos Assim sendo este parece ser um factor a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o para as crian as resilientes e para as vulner veis nomeadamente a aus ncia de internamentos hospitalares e a presen a de dois ou mais internamentos hospitalares A an lise conjunta destes dois factores recurso regular a servi os de sa de espec ficos e internamentos hospitalares parece sugerir que as crian as resilientes desta amostra podem ser crian as mais saud veis do que as crian as vulner veis a maioria das crian as vulner veis recorreram regularmente a servi os de sa de o que n o aconteceu para nenhuma das quatro crian as resilientes a maioria das crian as vulner veis esteve internada pelo menos duas vezes enquanto que nas crian as resilientes se verifica que a maior parte dela nunca foi internada 169 2 2 Caracteristicas do Contexto Familiar Apresenta se no Quadro 4 o resumo dos resultados obtidos para os dois grupos de crian as resilientes e vulner veis relativamente s vari veis contempladas na categoria caracter sticas do contexto familiar as quais se inserem na an lise dos
6. 145 comunidade conclu mos que pod amos avan ar com as reformula es j efectuadas Globalmente n o houve grandes altera es relativamente escala original e as altera es que se fizeram consistiram essencialmente na altera o dos contextos onde decorre a ac o nas pessoas envolvidas ou ainda na linguagem utilizada na descri o das historias 2 3 2 Escala de Avalia o do Temperamento Buss amp Plomin 1984 A Escala de Avalia o do Temperamento Buss amp Plomin 1984 foi preenchida pela educadora de inf ncia que trabalha diariamente com as crian as da nossa amostra A sua administra o decorreu no m s de Novembro de 1998 Embora as crian as tivessem entrado para o Atelier de Actividades L dico Educativas no in cio de Setembro esta escala s foi preenchida pela educadora em Novembro porque era necess rio que esta conhecesse razoavelmente as crian as e em particular os seus temperamentos relativamente s sub escalas j mencionadas emocionalidade actividade sociabilidade e timidez 23 3 Escala de Avalia o da Auto Percep o da Compet ncia e Aceita o Social Harter amp Pike 1983 Este instrumento foi aplicado s treze crian as que foram sujeitos deste estudo durante o m s de Outubro de 1998 A aplica o foi por n s efectuada e tal como sucedeu com a escala de avalia o do desenvolvimento ocorreu noutra sala que lhes familiar gabinete das t cnicas do projecto que n o a s
7. QUADRO 1 Identifica o das Crian as Resilientes e das Vulner veis em Fun o do Estatuto de Risco e do N vel de Desenvolvimento SUJEITOS E f T q as pales 4 5 Elise eae 10 11 12 13 ESTATUTO DE RISCO g 9 5 9 9 41 10 8 i 9 9 5 9 eet a QUOCIENTE DE DESENVOLVIMENTO 97 91 94 146 85 103 106 95 94 100 74 95 84 GERAL E 2 Segundo Momento Caracteriza o dos Factores de Risco e de Protec o Este segundo momento relativo caracteriza o dos factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade implicou a an lise de um consider vel n mero de vari veis que foram categorizadas em conformidade com o que vem descrito na literatura em tr s grupos caracter sticas da crian a caracter sticas do contexto familiar e caracter sticas do contexto social mais alargado Por quest es de organiza o da informa o e para simplificar a leitura dos dados apresentamos para cada uma das categorias um quadro resumo dos resultados obtidos Nestes quadros foram usadas as iniciais CR para as crian as resilientes e CV para as crian as vulner veis 2 4 Caracter sticas Da Crian a Apresenta se no Quadro 2 o resumo dos resultados para os dois grupos de crian as resilientes e vulner veis relativamente s vari veis contempladas na categoria caracter sticas da crian a as quais se inserem na an lise do
8. Toward an Epidemiology of Developmental Educational and Social Problems of Childhood In Simeonsson Rune J 1994 Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Simeonsson R J 1991b Primary secondary and tertiary prevention in early intervention Journal of early intervention 15 2 124 134 206 ma HE SE FF ER mH He HE EE EE FE EE M Simeonsson R J 1994 Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Simeonsson R J 1994 Promoting Children s Health Education and Well Being In Simeonsson Rune J 1994 Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Simeonsson R J and Thomas D 1994 Promoting childrens Well Being Priorities and Principles In Simeonsson R J Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Spencer M B Cole S P Dupree D Glymph A amp Pierre P 1993 Self efficacy among urban African American early adolescents Exploring issues of risk vulnerability and resilience Development and Psychopathology 5 719 739 Sroufe L A amp Fleeson J 1988 The coherence of family relationships In Hinde R A amp J Stevenson Hinde J Eds Relationships with Families Mutual Influences 2
9. Um destes mais pesado do que o outro Qual o mais pesado Pegue nos pesos atr s das costas toque os de m o Tome a colocar os pesos nas m os da crian a repetindo a pergunta Para passar crian a deve responder correctamente das duas vezes F VIII 4 Conhece pesado e leve Aponte para o mais pesado diga Este pesado este 2 A crian a deve responder leve F V 3 Distingue manh de tarde Agora de manh ou de tarde colocando primeiro a resposta correcta ou seja se for de manh diga como acima se for de tarde diga Agora de tarde ou de manh A seguir fa a a mesma pergunta pela ordem inversa Anote a resposta das duas vezes F V 5 Identifica o mais r pido Qual o mais r pido um rapaz uma rapariga grande a correr ou um rapaz uma rapariga pequenino a correr Continue com Qual o mais r pido um p ssaro a voar ou um avi o e com Qual o mais r pido um carro ou uma bicicleta A crian a tem de responder correctamente s ir s perguntas F VL1 Sabe quantos dedos h em cada m o Pegue na m o direita da crian a e segurando a levemente fechada para a impedir de contar pergunte Quantos dedos tens nesta m o Depois pegando na m o esquerda fa a o mesmo Se as respostas estiverem correctas pegue em ambas as m os juntando as pergunte Quantos h ao todo Passa o item se der uma resposta correcta F VI 5 Sabe quanto
10. coxinho empurrando um pequeno cubo Este um teste muito dif cil e s deve ser feito aos 6 anos ou mais Demonstre se necess rio o jogar macaca ou patela Ponha o cubo colondo ca 2 5 cm no ch o liso n o em cima de uma carpete cnan a deve colocar o seu p junto do cubo dar um pequeno ql CERE pag a pa am a a a e e OE Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PI42 94 FPCE UP S L Casuo e I Gomes Mar o de 1996 e fi a um am salto que o empurre para n o muito longe Deve ent o seguir o cubo a p coxinho c cmpurr4 lo outra vez ete O cubo deve ser empurrado com o p c n o receber pontap s o outro pe tem de estar sempre no ar S o permitidas duas lentauvas hasta cr sucesso em uma Nenhuma crian a com fraqueza muscular ou espasticidade mesmo ligeira consegue fazer cate ttem A VII 3 Salto de macaca II Dois saltos ao p coxinho empurrando um pequeno cubo Sempre com um p no ar Duas tentativas basta conseguir uma Passa o item se der dois saltos bem sucedidas empurrando o cubo e mantendo sempre o outro p no ar A VIL6 Salto de macaca II Tr s saltos ao p coxinho empurrando um pequeno cubo A VIIL4 Salto de macaca IV Quatro saltos ao p coxinho empurrando um pequeno cubo Dao RNP UR a ia Rm eo O nee Ee I O SM E UE SED Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto P1 42 94 FPCE UP S L Castro c 1 Gomes Margo de 1996 CHEG P21 GINA vura tary
11. Dos factores de protec o individuais constam a auto percep o da compet ncia e auto estima mais elevadas baixo Jocus de controlo externo ou desconhecido Estes autores ainda observaram na an lise efectuada que existiam factores de protec o que eram restritos para o grupo crian as de alto risco e outros que eram comuns aos dois grupos Seifer et al comentam este dado dizendo que importa distinguir factores que promovem a compet ncia na popula o em geral mas cujo efeito em crian as de alto risco reduzido daqueles factores que t m maior impacto nas crian as de alto risco O estudo de Radke Yarrow e Brown 1993 realizado uma sub amostra de um estudo longitudinal sobre crian as filhas de pais com doen as afectivas e de pais saud veis permite tamb m observar algumas caracter sticas pessoais que sugerem efeitos protectores para as crian as resilientes A sub amostra compreende 18 crian as resilientes 26 crian as com problemas e 19 que constituem o grupo de controlo Estes autores puderam verificar por exemplo que enquanto 56 das crian as resilientes eram considerados os filhos preferidos isto s acontecia em 8 das crian as com problemas o que parece indicar que este factor com as consequ ncias afectivas e sociais envolvidas possa estar relacionado com a resili ncia Para al m disso Radke Yarrow e 72 Brown ainda observaram as auto percep es das crian as avaliadas atrav s da escala de Harter 1
12. Ethnicity Schema and Coherence Appraisal Processes for Families in Crisis In McCubbin H I Thompson A E Thompson E A Fromer J E 1994 Stress 202 Coping and Health in Families Sense of Coherence and Resiliency 41 67 California Sage Publications McCubbin H I Thompson A E Thompson E A Fromer J E 1994 Stress Coping and Health in Families Sense of Coherence and Resiliency California Sage Publications McDermott Jr J F 1998 Risk and Protection Factors in Child and Adolescent Psychiatric Disorders In Noshpitz J D Ed Handbook of Child and Adolescent Psychiatry 243 251 Vol 7 New York John Wiley amp Sons Inc McLoyd V C Ceballo R amp Mangelsdorf S C 1997 The Effects of Poverty on Children s Socioemotional Development In Noshpitz J D Ed Handbook of Child and adolescent Psychiatry 191 206 Vol 4 New York John Wiley amp Sons Inc Meisels S J and Wasik B A 1990 Who should be served Identifying children in need of early intervention In Meisels S J Shonkoff J S Ed Handbook of Early Childhood Intervention Cambridge University Press Moen P 1995 Reflections and new directions In Moen P Elder G H Jr amp Luscher K Examining lives in context Perspectives on the ecology of human development 523 526 American Psychological Association Washington DC Moen P Elder G H Jr amp Luscher K 1995 Examining Lives in Context Perspect
13. Teoria Investiga o e Pr tica 1 109 130 Cruz O 1999 O Auto Controlo em Crian as de Cinco Anos Rela o com as Ideias Te ricas e com as Respostas s Situa es Disciplinares das M es Tese de Doutoramento Dubow E F Tisak J Causey D Hryshko A amp Reid G 1991 A Two Year Longitudinal Study of Stressful Life Events Social Support and Social Problem Solving Skills Contributions to Children s Behavioral and Academic Adjustment Child Development 62 583 599 Earls F Beardslee W amp Garrison W 1987 Correlates and Predictons of Competence in Young Children In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child 70 83 New York Guilford Press Egeland B Carlson E and Sroufe L A 1993 Resilience as process Development and psychopathology Vol 5 4 517 528 United States of America Cambridge University Press Egeland B amp Kreutzer T 1991 A longitudinal study of the effects of maternal stress and protective factors on the development of high risk children In A Greene E M Cummings amp K Karraker Eds Life span developmental psychology Perspectives on Stress and Coping 61 84 Hillsdale NJ Erlbaum Eisenberg N Guthrie K Fabes R A Reiser M Murphy B C Holgren R Maszk P amp Losoya S 1997 The Relations of Regulation and Emotionality to Resiliency and Competent Social Functioning in Elementary School Children Child
14. Us trata a adapta o de 277 homens adultos que em criangas passaram por situa es de pobreza e maus tratos Estes adultos foram em crian as colocados em fam lias e institui es de acolhimento devido aos contextos de risco em que viviam neglig ncia doen a mental do principal respons vel pela crian a incapacidade parental em lidar com situa es abandono ou deser o por um dos pais doen a f sica morte de uma das figuras parentais A passagem por v rias fam lias ou institui es de acolhimento marcou tamb m a vida destas crian as que quando jovens adultos sa ram desses cen rios Festinger localizou ent o estes 277 indiv duos e comparou os com um grupo de indiv duos que se tinham desenvolvido nas suas fam lias de origem relativamente aos seus n veis de relacionamento realiza es e emprego Festinger p de constatar que os indiv duos que tinham passado pelas fam lias e institui es de acolhimento apresentavam n veis de realiza o escolar mais baixa do que o grupo criado nas suas familias mas p de tamb m verificar que os resultados eram semelhantes entre estes dois grupos no que se refere aos n veis de emprego sendo no entanto mais baixos para os indiv duos negros do estatuto face sa de e das auto avalia es das suas esperan as sentimentos e sentido de felicidade relativamente ao futuro Esta autora ainda p de verificar no grupo estudado a aus ncia de repeti es geracionais de acolhim
15. a diz deve ser registado com base neste registo que se podem cotar outros itens muito importante registar tudo o que a crian a diz sobre esta imagem use o verso da folha se necess rio Sublinhe substantivos palavras descritivas pronomes frases descritivas C V 6 Nomeia 12 objectos na grande imagem Ex Para passar a crian a deve nomear doze ou mais objectos da grande imagem C V s Descri o da grande imagem colorida 1 ou mais frases descritivas bem formadas A crian a deve descrever a imagem usando frases correctas em vez de s enumerar o que l v Se tiver feito um registo completo da resposta da crian a sublinhe as frases que s o genuinamente descritivas Basta uma frase correcta para passar C VII 2 Descri o da grande imagem colorida 3 frases 2 Para passar s o precisas pelo menos ir s frases correctas C VIIL1 Descri o da grande imagem colorida 4 frases x A crian a deve produzir quatro frases descritivas correctas C III 5 Usa 2 ou mais palavras descritivas adjectivos ou adv rbios 7 Observe o discurso espont neo da crian a mais particularmente a sua descri o da grande imagem em que as palavras descritivas adjectivos e adv rbios devem ser sublinhadas OO ce C VL3 Usa 6 ou mais palavras descritivas adjectivos ou adv rbios R Sublinhe quaisquer pronomes pessoais eu tu ele etc que tenham sido usados pela crian a na descri o da imag
16. as resilientes e de crian as vulner veis e um segundo momento constitu do pela recolha de informa es que permitiu caracterizar os factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade Este ltimo cap tulo consiste na an lise e discuss o dos resultados obtidos naqueles dois momentos e encontra se organizado em duas partes A Apresenta o e An lise dos Resultados B Discuss o dos Resultados e Conclus es Finais Assim na primeira parte s o apresentados e analisados os resultados obtidos relativamente s vari veis contempladas neste estudo para as treze crian as que constituem a nossa amostra Est parte est dividida em dois momentos 1 Identifica o das Crian as Resilientes e das Vulner veis 2 Caracteriza o dos Factores de Risco e de Protec o Na segunda parte s o discutidos os resultados alcan ados a partir dos fundamentos te ricos apresentados no primeiro cap tulo desta disserta o Por fim s o tecidas as conclus es finais relativamente ao estudo realizado Queremos ainda referir que na sequ ncia do que foi descrito sobre a an lise dos resultados num Estudo de Caso tamb m aqui os tratamentos estat sticos aplicados envolveram essencialmente m dias desvios padr es e contagem de frequ ncias relativamente s vari veis analisadas Esta organiza o dos dados foi efectuada atrav s do programa SPSS Antes de avan armos e tendo em conta o que foi
17. as resilientes verifica se em tr s das quatro m es e ou respons veis nas crian as vulner veis verifica se em oito das nove m es e ou respons veis Pelas mesmas raz es apontadas nos indicadores anteriores parece nos que o apoio emocional expresso pelas m es poder sugerir ou caracter sticas protectoras para este factor para os dois grupos de crian as ou que este 183 factor que n o influenciar a resili ncia e a vulnerabilidade das crian as analisadas e Frequ ncia de institui es recreativas desportivas ou religiosas A an lise dos resultados obtidos para a frequ ncia de institui es revela que nenhuma das fam lias das crian as resilientes frequenta institui es recreativas desportivas ou religiosas Quanto s fam lias das crian as vulner veis encontramos que a maior parte destas fam lias sete em nove fam lias tamb m n o frequentam este tipo de institui es e que a presen a desta vari vel s acontece em duas fam lias Estes resultados sugerem que esta n o ser uma vari vel muito relevante na caracteriza o dos factores de risco e de protec o Para concluir a an lise dos resultados e antes de passarmos sua discuss o achamos conveniente fazer um resumo dos resultados obtidos para as vari veis analisadas Saliente se que estes resultados se enquadram num estudo de caso e que est o circunscritos popula o estudada Constituem deste modo pistas e hip te
18. atributos pessoais da crian a neste caso a apar ncia f sica mais ou menos atractiva e o sexo pode influenciar comportamentos parentais em situa es de stress Os seus resultados indicaram que em momentos especialmente dif ceis as raparigas menos atraentes fisicamente estavam mais sujeitas a comportamentos de rejei o por parte do pai Assim as dificuldades econ micas afectavam negativamente o comportamento das raparigas pela media o dos comportamentos de rejei o do pai A luz da perspectiva de Baldwin e Baldwin 1990 sobre os riscos proximais e distais estes resultados podem indicar que as dificuldades econ micas constituem neste caso um risco distal pois n o atingem directamente as raparigas enquanto os comportamentos de rejei o do pai um risco proximal Estes resultados s foram observados nas raparigas apoiando resultados de outros estudos Werner amp Smith 1982 que indicam o in cio da adolesc ncia como um per odo de maior vulnerabilidade para as raparigas do que para os rapazes Acrescente se tamb m que os comportamentos parentais das m es n o se alteraram significativamente com priva o econ mica vivida pelas fam lias O que sugere que os mesmos acontecimentos neste caso com origem em contextos sociais mais alargados t m diferentes efeitos no comportamento dos elementos familiares Estas diferen as observadas entre rapazes e raparigas que experienciaram a priva o econ mica em adolescen
19. es de labirintos Anthony 1987 O conceito de resili ncia surge ent o a partir das investiga es sobre o risco como o caso da investiga o de Hinkle sobre o risco de doen as coron rias e onde o campo da psicopatologia provavelmente a sua maior fonte sendo aqui de salientar os estudos sobre a esquizofrenia Um dos estudos que representa uma refer ncia sobre as origens das investiga es da resili ncia nesta area diz respeito ao estudo desenvolvido por Bleuler 1974 1979 e que citado por Garmezy 1981 Este trabalho destaca se por um lado pelo seu enfoque na compet ncia e por outro lado porque o material foi recolhido paulatinamente ao longo de vinte anos atrav s da observa o naturalista que permite um conhecimento mais pr ximo dos sujeitos e da realidade comparativamente aos estudos efectuados em laborat rio Bleuler na qualidade de psiquiatra seguiu durante vinte anos 208 pacientes esquizofr nicos e p de constatar que o n mero de crian as afectadas pela esquizofrenia dos pais era uma minoria de 184 crian as s 10 tinham sido na altura do diagn stico identificadas como esquizofr nicas e quando a investiga o terminara 5 destas 10 crian as tinham recuperado Para al m disso quanto ao n vel ocupacional conseguido Bleuler pode verificar que na altura da conclus o da investiga o dos 143 indiv duos que tinham mais de 20 anos 120 tinham excedido as expectativas quanto a
20. janela telhado inclinado chamin degraus ou escadas ma anetas da porta cortinas etc d para passar este item Se a crian a parar antes de ter completado o suficiente para passar este n vel pode se perguntar sem referis nenhum elemento em concreto J acabaste a casa ou Queres fazer mais um pouco Ent o a crian a poder acrescentar uma ou duas caracter stica que lhe permitem passar este item Se fizer um desenho superior tamb m passa o Est dio m D VIII 7 e 8 Desenha uma casa Est dio III Modelo superior Cote como dois itens D VI2 Copia um tri ngulo Est dio I pe Crit rio Forma reconhec vel e desenho razo vel D VII 4 Desenha um tri ngulo Est dio II Forma adequada bom desenho lados firmes a direito cantos bem desenhados Deve ser parecido com o modelo D VII 3 Copia um losango Est dio I se Mostre o modelo e indique crian a onde o deve desenhar A forma deve ser reconhec vel como losango com quatro lados D VIII 4 e 5 Desenha um losango Est dio II 5 Modelo superior muito parecido com o modelo D VI 4 Faz pelo menos tr s letras ou algarismos sem ajuda Pergunte crian a se sabe escrever O seu nome Pode conseguir desenhar apenas algumas letras encoraje a a escrever algumas letras ou algarismos sem mostrar como D VI 5 Escreve o seu nome pr prio a N o se cotam positivamente as letras escritas ao contr rio D VII 6 Escreve
21. m quatro crian as Assim estes resultados v o no sentido de sugerirem a tend ncia de que ter amigos funcionar como factor de protec o para as crian as resilientes e para as vulner veis Este resultado parece apoiar a ideia de que os factores sociais poder o desempenham um papel importante na protec o ao risco tamb m para crian as vulner veis Recorde se que quando analis mos a vari vel temperamento verific mos que a nica dimens o da escala de temperamento na qual todas as crian as vulner veis tiveram valores interm dios foi precisamente na dimens o sociabilidade J a levant mos a hip tese das rela es interpessoais nestas crian as terem atributos de protec o ao risco b Frequ ncia de outras casas para al m da sua Dos dados analisados para este factor pudemos apurar que nas crian as resilientes duas delas frequentam outras casas para al m da sua e que duas delas n o os resultados dividem se portanto entre estas duas situa es nas crian as vulner veis duas delas frequentam outras casas para al m da sua e sete n o predominam as crian as que n o frequentam outros lares para al m do seu Estes resultados s por si n o nos permitem compreender se este ser um factor relevante a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o 181 2 3 2 Suporte Social da Familia Como indicadores do suporte social da familia consideramos a apoio financeiro
22. m das situa es referidas consideramos ainda ser poss vel equacionar que do contacto com as adversidades possam coexistir a protec o e a vulnerabilidade N o sabemos se em simult neo ou se uma causa directa da outra Cremos todavia que muitos dos indiv duos resilientes podem manter vulnerabilidades sem que isso interfira significativamente nas respostas adaptativas pelo menos naquelas mais frequentemente avaliadas Para estes essa pode ser a resposta mais saud vel e natural como que o vapor que se solta de uma panela de press o ou o escape que lhes permite sobreviver e 48 manter respostas adaptativas ao longo da vida repare se que estamos a falar em casos nos quais se verifica a manuten o da resili ncia e n o nos casos de indiv duos que acabam por sucumbir aos efeitos mais devastadores do risco e adversidade tais como a delinqu ncia psicopatologia ou isolamento social Alguns estudos t m fornecido evid ncias que apontam neste sentido Assim quando Parker Cowen Work amp Wyman 1990 citado por Luthar 1991 compararam crian as resistentes ao stress com outras crian as afectadas pelo stress puderam constatar atrav s das aprecia es feitas pelas pr prias crian as que as vantagens da sua resili ncia em dom nios como a compet ncia social e comportamental n o se alargava aos n veis de depress o e ansiedade Da mesma forma mas agora com uma faixa et ria superior Luthar 1990 confir
23. mos a cabo consiste num Estudo de Caso fizemos j em algumas situa es refer ncia a esta metodologia Embora muitas das ideias e 101 procedimentos base tenham ja sido explorados aprofunda la mais detalhadamente achamos conveniente 102 3 E O ESTUDO DE CASO Ap s termos situado esta metodologia no campo das investiga es com base na classifica o de Graziano amp Raulin 1987 consider mos necess rio descrev la mais pormenorizadamente de modo a facilitar a compreens o do estudo emp rico realizado bem como das raz es que estiveram na origem da nossa escolha Aqui pode se encontrar uma defini o do que um estudo de caso quais as caracter sticas que quanto a n s se salientam e por ltimo os tipos de estudo de caso existentes tal como s o sugeridos por Stake 1994 3 1 Defini o Um estudo de caso pode assumir contornos mais simples ou mais complexos pode desenrolar se num curto espa o de tempo ou prolongar se por v rios anos mas destaca se por ser uma unidade dentro de um sistema mais amplo Goode amp Hatt 1968 citado por Ludke amp Andr 1986 Um estudo de caso pode ser levado a cabo sob diferentes pontos de vista e assim sendo podem ser estudos qualitativos quantitativos ou a combina o dos dois A este prop sito Stake 1994 refere que o m dico por exemplo estuda a crian a porque a crian a est doente os sintomas da doen a s o de ordem qualitativa e qu
24. ncia Mas o papel social que a escola assume nas sociedades modernas reveste a escola de um interesse especial no que se refere a meios em desvantagem A escola pode constituir um dos poucos instrumentos de promo o social e um veiculo para muitas crian as escaparem s consequ ncias da pobreza Presume se que a escola seja logo a seguir fam lia o contexto mais influente principalmente para crian as pequenas O estudo de Rutter Maugham Mortimore e Ouston 1979 citado por Garmezy 1991 mostra como este contexto pode ser importante na vida das crian as e adolescentes de meios desfavorecidos Este estudo realizado num bairro urbano de Londres come ou como parte de um estudo epidemiol gico em grande escala de crian as entre os 10 e os 11 anos de idade Nesta idade foram avaliadas v rias dimens es das crian as e que contempiaram intelig ncia n o 80 verbal compreens o da leitura e avalia es dos professores relativamente aos seus comportamentos Ainda foram recolhidos dados como a ocupa o dos pais e outros do dom nio familiar Entre os 14 e os 16 anos as mesmas crian as agora adolescentes foram novamente avaliadas Desta vez incidiu se a avalia o sobre os seus comportamentos compar ncia na escola secund ria e talentos acad micos Para al m destes dados foram verificados os registos da pol cia no sentido de descobrir envolvimentos em actos de delinqu ncia Um anos ap s a conclus o da escola R
25. ncias dos riscos e das adversidades Werner amp Smith 1982 1992 Elder 1979 Rutter amp Madge 1976 citado por Elder amp Caspi 1985 No que se refere vari vel descri o da crian a feita pela m e tamb m encontr mos diferen as entre as crian as resilientes comparativamente s vulner veis Partimos do pressuposto que a an lise desta vari vel forneceria informa es acerca de caracter sticas temperamentais das crian as da nossa amostra Assim os resultados alcan ados sugerem que s crian as resilientes est o associadas caracter sticas temperamentais positivas j que positivas 188 foram as descri es das m es para todas elas o que n o se verificou para as criancas vulneraveis Para estas ltimas as descri es das m es dividiram se pelas tr s categorias apresentadas positivas simultaneamente positivas e negativas e negativas Mas no decorrer da an lise efectuada foi ainda poss vel enquadrar esta vari vel como um prov vel factor revelador do tipo de interac es estabelecidas entre a crian a e a m e E como todas as crian as resilientes foram descritas positivamente pelas m es coloc mos a hip tese de positivas serem tamb m as suas interac es Nas investiga es realizadas foi poss vel encontrar suporte te rico para os resultados alcan ados As crian as resilientes s o frequentemente descritas como crian as que possuem caracter sticas temperamentais que tendem a i
26. nova nfase a verdade que as investiga es produzidas sobre a resili ncia nos variados campos cient ficos se t m debru ado especialmente na inf ncia e adolesc ncia com estudos transversais e retrospectivos Para Werner e Smith 1992 a import ncia do alargamento idade adulta das investiga es e em particular a passagem dos 20 para os 30 anos fundamental pois algumas das principais transi es que s o tamb m elementos estruturantes da vida adulta concentram se neste per odo entrada no mundo do trabalho casamento e maternidade ou paternidade 61 O per odo de transi o que se verifica por volta dos 30 anos de idade o pico biol gico da idade adulta um per odo de grande energia mas tamb m aquele que gera mais stress no ciclo de vida do adulto Werner amp Smith 1992 p 3 Para al m disso e como Werner e Smith 1992 documentaram a exist ncia de adolescentes considerados resilientes que apesar de terem tido registos criminais na adolesc ncia quando alcan aram a idade adulta demonstraram ter uma vida perfeitamente inserida e dentro da normalidade vem fundamentar a ideia da necessidade de investir em estudos longitudinais prospectivos O facto daqueles adolescentes terem registos criminais naquele per odo poderia fazer prever percursos de vida dentro da marginalidade ou delinqu ncia o que como foi demonstrado n o sucedeu Os estudos retrospectivos em adultos s o importantes
27. o est dio de desenvolvimento em que uma experi ncia de vida particular ocorre Anthony 1982 Da Life Event Checklist original fazem parte 30 eventos 119 Este instrumento cobre diversas situa es desde as condi es econ micas ambiente familiar perda ou afastamento de membros familiares psicopatologia dos pais etc Gostariamos de salientar que tanto na abordagem ecologica como na abordagem do ciclo de vida enfatizada a interdepend ncia das vidas ou seja eventos cr ticos ocorridos na vida de uma gera o tocam as vidas de outra gera o Moen amp Erickson 1995 p 175 Consideramos portanto que a recolha atrav s de uma Life Event Checklist de eventos de vida que pressup em elevados n veis de stress e que dizem respeito a todo o grupo familiar est tamb m enquadrada dentro desta perspectiva da interdepend ncia das vidas Enquadrada na abordagem ex post facto t o comum aos Estudos de Caso esta escala permite obter uma an lise discriminada de v rios eventos que pela sua natureza ser o uma fonte de stress para a crian a e sobre os quais ela n o tem controlo Na opini o de alguns autores por exemplo Masten et al 1988 citado por Luthar 1991 p 602 o uso em exclusivo de eventos geradores de stress sobre os quais os sujeitos n o t m controle por exemplo aus ncia prolongada da m e tem a vantagem de evitar confus es com poss veis resultados desses mesmos sujeitos
28. o autoridade racionalismo empiricismo e ci ncia Estes m todos diferem quanto natureza do processamento da informa o e quanto aceita o de que a informa o da emanada verdadeira Assim a ordem apresentada representa tamb m um continuum relativamente a estas dimens es do n vel mais baixo para o mais elevado de exig ncia assim poss vel compreender a diferen a entre por exemplo o conhecimento com origem autorit ria em que a respeitabilidade da fonte das informa es implica a aceita o dos conhecimentos como o caso das escrituras b blicas e com origem cient fica em que tanto o processamento dado s informa es como a aceita o dessas informa es como verdadeiras ou seja como conhecimento oferecem outras exig ncias Apesar do conhecimento cient fico estar sujeito a graus elevados de exig ncia quanto aos pontos apresentados natureza do processamento da informa o e aceita o das informa es como verdadeiras poss vel distinguirem se dentro do m todo cient fico diferentes n veis de constrangimento tanto na forma como a informa o processada ao longo das v rias fases da investiga o cient fica como tamb m nos controlos impostos relativamente validade e consequente aceita o dos conhecimentos Por n veis de constrangimento entende se o grau de limites ou controlos que o investigador estabelece para qualquer uma das fases do processo da investiga o
29. o sexo das crian as descri o da crian a feita pela m e auto percep o de compet ncia e aceita o social posi o na fratria recurso a servi os de sa de escolaridade da m e idade do pai idade da mae n mero de crian as na familia e comportamentos disciplinares Deste conjunto de vari veis o primeiro aspecto a salientar refere se aus ncia de factores associados ao contexto social mais alargado Nenhuma das vari veis do suporte social da crian a ou da m e est o representadas neste conjunto Todas as vari veis que distinguem o grupo das crian as resilientes do das crian as vulner veis fazem parte ou das caracter sticas da crian a ou das caracter sticas do contexto familiar Este resultado sugere que caracter sticas do contexto social mais alargado ter o pouca influ ncia na defini o dos factores de risco e de protec o Este dado vai ao encontro do que referido por Werner e Smith 1982 1992 Segundo estas autoras em beb s e crian as s o os factores constitucionais e familiares que assumem maior peso no desenvolvimento Os resultados obtidos relativamente vari vel sexo mostram que as crian as resilientes s o predominantemente raparigas enquanto que as crian as vulner veis s o predominantemente rapazes Tamb m na literatura se encontram dados que permitem explicar este resultado H evid ncias de que na inf ncia os rapazes s o mais vulner veis do que as raparigas s consequ
30. o de padr es N 4 40 seg E VIII 1 Constru o de padr es N 4 30 seg E VIII 7 Constru o de padr es N 4 20 seg a E VI 3 Escadas de dez cubos de mem ria Pegue em dez cubos amarelos e diga Agora repara O que eu vou fazer V s estou a fazer umas escadas Chame a aten o da crian a subindo as escadas com os dedos ou com uma pequena boneca Acbas que consegues fazer uma escada como esta Desmonte a escada e deixe a crian a tentar S uma tentativa re emo me Rn ee i Be a RE Adapt prov das Escalas Gnffiths Projecto PUd2 94 FPCE UP S L Castro e 1 Gomes Mar o de 1996 EB e e e ma F Ill l Repete d gito Eu vou dizer alguns n meros Quero que os digas quando cu uver acabado Ora vuve Diz 8 Se a cnan a n o responder diga 2 e depois diga 7 Os n meros devem ser ditos cerca de um por segundo Para passar o tem basta um resultado correcto nas ues tentauvas neste nos ouuos mveis 8 eee en 7 F1ll 3 Repete 2 d gitos Esso 5 3 1 6 94 F IHIS Repete 3 d gitos ca da 9 82 75 eG Tok FIV 5 Repete 4 d gitos na 5 8 1 6 3 7 2 9 9 5 2 F VI 4 Repete 5 d gitos pen 6 1 3 8 5 9 7 2 1 9 2 7 8 6 F 111 2 Conhece escudos ou dinheiro Pegue numa moeda pergunte O que isto Diz me como que se chama Se a crian a responder escudos ou dinheiro O suficiente para passar
31. o f sico e por fim aquelas em que o adulto mete medo crian a 4 Instru o Directa Nesta categoria tal como na categoria repreens o verbal o adulto n o fomece explica es crian a sobre o seu comportamento Contudo as directrizes dadas podem assumir duas formas ou s o expressas verbalmente num tom neutro calmo ou envolvem o 140 contacto f sico com o qual se obriga a crian a a agir de determinada forma pretendida pelo adulto Constituem no entanto comportamentos muito pragm ticos e com Os quais o adulto pretende resolver rapidamente a situa o indesej vel indu o Aqui est o contempladas duas categorias e que se apresentam por ordem crescente relativamente influ ncia dos comportamentos maternos na capacidade de interioriza o das normas e regras de conduta 5 Explica o As respostas dever o ser cotadas nesta categoria quando a m e face a comportamentos que considera incorrectos por parte da crian a explica porque os acha incorrectos e para isso usa uma ou mais raz es Contudo conv m estar com aten o para n o confundir raz es com pseudo raz es Por vezes nos discursos as m es utilizam express es como dava lhe a entender porque ou explicava lhe que o que poder ser interpretado como raz es mas que no fundo s o pseudo raz es pois O conte do da mensagem transmitida no discurso da m e n o corresponde a uma explica o mas sim a u
32. particularmente aquele espa o educativo e o seu pessoal o que facilitou a integra o naquele contexto para efectuar a recolha dos dados e conhecemos as fam lias destas crian as e as fam lias conhecem nos e para al m disso existe um bom relacionamento entre ambas as partes o que permitiu mais facilmente explicar aos respons veis pelas crian as o que se pretendia com este estudo Acrescentamos que todas as m es ou respons veis pelas crian as no caso de estas n o viverem com os pais nos autorizaram a recolher os dados necess rios quer com as crian as quer com elas pr prias para levar a cabo este estudo e e por fim conhec amos as crian as o que nos permitiria estabelecer o contacto e a comunica o mais facilmente em situa o de avalia o Este estudo decorreu com 13 crian as de ambos os sexos e cujas idades variavam entre os 3 e os 6 anos de idade Destas crian as duas t m 3 anos quatro t m 4 anos seis t m 5 anos e uma tem 6 anos O n mero de rapazes e raparigas de sete e seis respectivamente o que corresponde a uma percentagem quase equitativa desta distribui o Refira se ainda que neste 4 Na altura em que se iniciou a recolha dos dados este Atelier era frequentado por 13 crian as As duas crian as que entraram posteriormente n o fizeram parte da amostra deste estudo 114 grupo dez crian as s o brancas duas s o de descend ncia africana e uma cigana 115 RECOL
33. veis est muitas vezes presente nas metodologias de baixo constrangimento as ideias ou problemas iniciais ajudam tamb m o investigador a refrear as tenta es e a focar se mais comedidamente no que se prop s 93 Poder amos descrever os problemas iniciais na investiga o e mais particularmente nas de baixos n veis de constrangimento como O perisc pio num submarino No que diz respeito s hip teses colocadas h que mencionar que estas podem ser testadas em qualquer estudo e que quando se testam as hip teses est se tamb m a reunir informa es acerca das quest es originais O cuidado a ter em espec fico nas metodologias de baixo constrangimento o de n o cair no risco de construir e argumentar sobre rela es de causalidade que s s o poss veis com confian a ao n vel experimental Uma das propriedades atribu das s investiga es de baixo constrangimento diz respeito liberdade que o investigador possui para poder alterar as hip teses ou quest es estabelecidas no decorrer da investiga o sem que isso desvirtue ou afecte negativamente a pr pria investiga o No exemplo dos comportamentos ecol gicos em crian as podemos supor que uma das hip teses deste estudo seria que as crian as manifestam este tipo de comportarnentos quando no meio envolvente estes comportamentos se verificam em adultos significativos para a crian a Imagine se agora que no per odo em que as crian as esperam pel
34. 179 Quadro 5 Resumo dos Resultados das Crian as Resilientes e das Vulneraveis Relativamente s Vari veis inclu das na Categoria Caracter sticas do Contexto Social Mais Alargado CARACTER STICAS DO CR CV CONTEXTO SOCIAL MAIS ALARGADO SUPORTE SOCIAL DA Amigos Amigos CRIAN A Sim 4 Sim 5 N o 0 N o 4 Frequ ncia de outras casas Frequ ncia de outras casas Sim 2 Sim 2 N o 2 N o 7 SUPORTE SOCIAL DA Apoio Financeiro formal Apoio Financeiro formal FAM LIA Sim 4 Sim 7 N o 0 N o 2 Apoio Financeiro Informal Apoio Financeiro Informal Sim 4 Sim 7 N o 0 N o 2 Rendimento M nimo Rendimento M nimo Sim 3 Sim 6 N o 1 N o 3 Apoio Emocional da M e Apoio Emocional da M e Sim 3 Sim 8 N o 1 N o 1 Fregu ncia de Institui es Frequ rcia de Institui es Sim 0 Sim 2 N o 4 N o 7 2 3 1 Suporte Social da Crian a Dentro do suporte social da crian a inclu mos dois indicadores a saber a amigos b frequ ncia de outras casas para al m da sua As informa es aqui analisadas foram relatadas pelas m es e ou respons veis pelas crian as da nossa amostra atrav s de entrevistas a Amigos Os dados para o primeiro indicador mostram por um lado que todas as quatro crian as resilientes t m amigos e por outro lado que existe um n mero 180 superior de crian as vulner veis que t m amigos cinco crian as relativamente as que n o t
35. 6 anos de idade sendo a m dia de idades da amostra de 4 4 anos Quando procedemos an lise desta vari vel para os dois grupos de crian as verific mos que as idades das crian as resilientes variam entre os 4 e os 5 anos e das vulner veis entre os 3 e os 6 anos A m dia das idades para cada um dos grupos de 4 5 anos para as crian as resilientes e de 4 4 anos para as crian as vulner veis Como n o h diferen as entre estes dois grupos no que se refere m dia das suas idades esta vari vel pelo menos considerada isoladamente n o parece caracterizar a resili ncia ou vulnerabilidade em fun o dos factores e risco e de protec o nestes sujeitos 2 1 2 Sexo Se na an lise da vari vel idade n o foram encontradas diferen as not rias entre as crian as resilientes e as vulner veis o mesmo n o se poder dizer para a vari vel sexo Como se pode constatar no quadro resumo nas crian as resilientes predomina o sexo feminino relativamente ao masculino tr s raparigas para um rapaz enquanto que nas crian as vulner veis esta situa o se inverte seis rapazes para tr s raparigas Estes dados parecem sugerir que a resili ncia e a vulnerabilidade est o associadas a diferen as relativamente ao g nero das crian as estudadas O facto de haver mais raparigas resilientes e mais rapazes vulner veis sugere 158 que o sexo da crian a dever ser um factor a considerar na an lise dos fact
36. Anthony 1987 da Antiga Gr cia e os individuos resilientes a figura que melhor os retrata n o a luz desta perspectiva H rcules mas sim Aquiles com o seu vulner vel calcanhar Se pretendermos usar um exemplo mais recente j que tamb m recente o estudo do fen meno da resili ncia ent o podemos dizer com justi a que os indiv duos resilentes s o efectivamente SUPER HOMENS E SUPER MULHERES n o esquecendo que nas suas vidas existe a kriptonite Werner 1993 refere a exist ncia de indiv duos resilientes que em adultos continuam a manter padr es de compet ncia em v rios dom nios mas que ao n vel das rela es interpessoais apresentam uma certa tend ncia para o distanciamento e que nos seus pr prios relatos descrevem problemas de sa de relacionados com o stress tais como dores de cabe a e enxaquecas Este resultado sugere que facetas da adapta o externa podem de igual forma estar envolvidas nos custos da resili ncia Sugere nos ainda que as vulnerabilidades nos indiv duos resilientes possam persistir mesmo ap s as condi es de risco terem desaparecido Este talvez o pre o a pagar pela compet ncia e adapta o Ainda se pode perfilar uma ltima perspectiva na qual e segundo Cohler 1987 os indiv duos continuam a manifestar a resili ncia por motivos que se prendem com o acaso sorte de n o terem encontrado aquela adversidade espec fica que causaria em ltima inst ncia graves
37. Assim usou se a nomenclatura simplificada de crian as resilientes ou crian as vulner veis em vez de crian as cujos resultados consideramos apontar no sentido da resili ncia ou da vulnerabilidade Posto isto a resili ncia e a vulnerabilidade foram ent o neste estudo definidas a partir da conjuga o de duas vari veis estatuto de risco e n vel de desenvolvimento Para a primeira vari vel pressup s se que um somat rio igual ou superior a quatro factores assinalados na Escala de Avalia o do Estatuto de Risco elaborada no mbito deste estudo a partir da Life Event Checklist de Werner amp Smith 1992 representa um estatuto de alto risco enquanto que um somat rio abaixo dos quatro factores significa um estatuto de baixo risco O n vel de desenvolvimento segunda vari vel analisada foi expresso atrav s do quociente geral de desenvolvimento avaliado pelo Escala de Desenvolvimento de R Griffiths 1986 Nesta escala a m dia do quociente geral de desenvolvimento de 100 pontos com um desvio padr o de 15 154 pontos Definimos portanto que quocientes gerais de desenvolvimento iguais ou superiores a 100 pontos apontam no sentido da resili ncia e que quocientes gerais de desenvolvimento inferiores a 100 pontos apontam no sentido da vulnerabilidade Sendo maior esta tend ncia consoante os valores se afastam do valor 100 um quociente geral de desenvolvimento de 112 valores por exemplo mais indicativo
38. Development 68 2 295 311 Elder G H 1995 The dynamics of individual development In Examining lives in context American Psychological Association Washington Elder Jr G H The importance of process In Examining lives in context 393 396 American Psychological Association Washington Elder Jr G H T Van Nguyen T V amp Caspi A 1985 Linking Familiy Hardships to Children s Lives Child Development 56 361 375 199 Elder Jr G H 1974 Children of the Great Depression Chicago University of Chicago Press Farber E A amp Egeland B Invulnerability among Abused and Neglected Children 1987 In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 253 288 New York Guilford Press Felsman J K amp G E Vaillant 1987 Resilient Children as Adults A 40 year study In E J Anthony and B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 289 314 New York Guildford Press Fisher L Kokes R F Cole R E Perkins P M amp Wynne L C 1987 Competent Children at Risk A Study of Well Functioning Offspring of Disturbed Parents In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 211 228 New York Guilford Garbarino James 1990 The human ecology of early risk In Meisels Samuel Shonkoff Jack Handbook of Early Childhood Intervention 1990 Cambridge Universitty Press Garmezy N Masten A amp Tellegen A 1984 The study of stress
39. Estes factores ter o na perspectiva das autoras funcionado como factores de protec o face s condi es de risco envolventes Assim logo em beb s demonstravam atributos temperamentais que induziam comportamentos positivos como aten o e afecto por parte dos seus familiares bem como de outras pessoas Esta caracter stica vem novamente fundamentar a perspectiva transaccional sobre o desenvolvimento Com a idade de um ano eram descritos pelas pessoas que deles cuidavam como beb s muito activos sendo as raparigas vistas como carinhosas e af veis e os rapazes como bem desenvolvidos e f ceis de lidar Para ambos os sexos tamb m se registavam poucos problemas relativamente aos h bitos de comer e dormir estes h bitos podem ser fonte de ansiedades nos pais quando a persistem problemas Pela idade dos dois anos s o a aten o e autonomia a orienta o social positiva e a tend ncia para procurar novas experi ncias que os caracteriza Por altura dos dez anos que coincide com a frequ ncia da escola prim ria estas crian as foram descritas pelos professores como crian as que mantinham bom relacionamento com os colegas Para al m disso apresentavam melhores capacidades de racioc nio e leitura comparativamente aos colegas em risco que manifestaram problemas de adapta o particularmente para as raparigas 65 mm sa ma Embora as crian as resilientes n o fossem especialmente dotadas u
40. Extrapolando para as situa es apresentadas as adversidades intensas agudas e de curta dura o poderiam corresponder ao choque que potencialmente provoca fractura enquanto que a segunda possibilidade caberia nas adversidades intensas e cr nicas que se acumulam com o tempo como se de uma for a el stica se tratasse Para al m das dimens es abordadas h ainda adversidades que em termos do ciclo de vida s o comuns a muitos indiv duos tais como a mudan a de escola de resid ncia ou a morte dos pais Estas s o as adversidades normativas Os eventos que n o acontecem normalmente no percurso desenvolvimental nem a sua ocorr ncia minimamente esperada como um rapto por exemplo s o as adversidades n o normativas 10 Traduzimos stressor como factor de stress e distress como ansiedade 30 CRIAN AS _ RESILIENTES RESISTENTES AO STRESS OU VULNER VEIS CONCEITOS RELATIVOS OU ABSOLUTOS IN A exist ncia de crian as capazes de ultrapassar competentemente as dificuldades e os obst culos com que se deparam levou Anthony 1974 a design las de crian as invulneraveis Contudo este conceito tem sido alvo de contesta o Ciccheti e Garmezy 1993 alertam para risco do conceito de resili ncia como invulnerabilidade poder originar a perpetua o de duas perspectivas extremas e opostas no desenvolvimento e na psicopatologia De um lado a teoria da mente tecida em vidro na qual se defende q
41. actividade sociabilidade e timidez Para cada uma das dimens es os resultados foram divididos entre valores extremos que tanto podem ser baixos como elevados e valores interm dios Consider mos que os vaiores extremos para as v rias dimens es indicam temperamentos que colocam comparativamente s pontua es interm dias outros desafios em termos das rela es interpessoais e educativas Na an lise dos resultados a distin o nos valores extremos entre valores baixos e elevados afigurou se irrelevante Da que os valores extremos baixos e os valores extremos elevados est o reunidos numa nica categoria de an lise valores extremos A an lise do Quadro 2 mostra para as crian as resilientes que nas dimens es actividade sociabilidade e timidez todas as quatro crian as tiveram valores interm dios na dimens o emocionalidade tr s crian as tiveram valores interm dios e uma teve valores extremos A an lise do mesmo quadro revela para as crian as vulner veis que na dimens o sociabilidade todas as nove crian as tiveram valores interm dios nas dimens es actividade e timidez a maior parte das crian as regista valores interm dios sete crian as na dimens o actividade e oito na dimens o timidez num universo de nove crian as 160 na dimens o emocionalidade o n mero de crian as que obteve valores extremos cinco crian as em nove superior ao n mero de crian as
42. amp Wannon M 1992 Interviews with Children Who Experienced Major Life Stress Family and Child Attributes that Predict Resilient Outcomes Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry 31 904 910 Yarrow M R amp Brown E Resilience and vulnerability in children of multiple risk families In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology New York Cambridge University Press 209 ANEXOS ANEXO ENTREVISTA CONDUZIDA COM AS MAES E OU RESPONSAVEIS PELAS CRIANGAS PARTE QUESTIONARIO DE CARACTERIZA O DA CRIAN A E DOS SEUS CONTEXTOS DE VIDA I IDENTIFICA O DA CRIAN A Nome da crian a cccccececeesseeeseseenseesenseereneeane ana nseeeeeeeeeeennsen eae essere Data de nascimento beck fo Naturalidade ie II CARACTERIZA O DA CRIAN A Como correu gravidez do a 2 Como foi a seguir ao nascimento Correu tudo bem Houve complica es ou Com que idade o a come ou a ser amamentado a com o biberao Que leite lhe foi dado Como era o a em beb O A teve algum acidente Queda corte ingest o de produtos etc que tivessem que o a levar ao hospital Esteve alguma vez hospitalizada sim U nao L Se sim Quando e porqu cece cece ete ettres retete Costuma vacinar a crianga sm n ol Como tem sido o comportamento do a ao
43. amp Wheeler L 1990 The epidemiology of maladaptive behavior in first grade children Baltimore MD Johns Hopkins University School of Public Health Wolin S J amp Wolin S 1993 The resilient self How survivors of troubled families rise above adversity New York Villard Books Work W C Cowen E L Parker G R amp Wyman P A 1990 Stress resilient children in na urban setting Journal of Primary Prevention 11 3 17 Worland J Weeks D G amp Janes C L 1887 Predicting Mental Health in Children at Risk In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child 185 210 New York Guilford Press Wright F S amp Masten S A 1997 Vulnerability and Resilience in Young Children In Greenspan S Wieder S Osofsky J Handbook of Child and Adolescence Psychiatry 202 224 New York John Wiley amp Sons 208 Wyman P A Cowen E L Work W C amp Parker G R 1991 Developmental and family milieu correlates of resilience in urban children who have experienced major life stress American Journal of Community Psychology 19 405 426 Wyman P A Cowen E L Work W C Kerley J H 1993 The role of children s future expectations in self system functioning and adjustment to life stress A prospective study of urban at risk children Development and Psychopathology 5 649 661 Wyman P A Cowen E L Work W C Raoof A Gribble P A Parker G R
44. amp Smith 1992 e Escala de Avalia o de Desenvolvimento Griffiths 1986 Das 13 crian as 4 foram identificadas como resilientes e 9 como vulner veis Um segundo momento deste estudo consistiu na an lise dos factores de risco e de factores de protec o entre os dois grupos de crian as previamente identificados Estes factores est o divididos em tr s dom nios Caracter sticas da Crian a Caracter sticas do Contexto Familiar e Caracter sticas do Contexto Social Mais Alargado Na recolha de dados foram utilizados os seguintes instrumentos Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida Escala de Temperamento Buss amp Piomin 1984 Descri o da Crian a Feita pela M e Cruz 1996 Escala de Auto Percep o de Compet ncia e Aceita o Social Harter amp Pike 1983 e Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares Cruz 1996 A an lise dos resultados sugere a exist ncia de factores que s o diferentes para os dois grupos e de outros que s o comuns aos dois grupos ABSTRACT With the present dissertation we pretend to study de phenomena of resiliency as well as the related risk and protective factors By resilience we mean the successful adaptation despiste risk and adversity Masten 1994 Contexts characterised by poverty where adverse conditions to development are lived every day had been study by psychologists but only recently theses studies has focus in the success
45. anos 166 Relativamente posi o da crian a na fratria a an lise dos dados revela que as crian as resilientes est o distribu das pelas tr s posi es aqui contempladas duas crian as s o os irm os mais novos ltimos uma a mais velha primeiro dos irm os e a outra ocupa posi o entre outros irm os Contudo vemos que h mais crian as que s o os ltimos irm os e portanto os filhos mais novos Assiste se relativamente s crian as vulner veis a um cen rio diferente a maior parte delas situa se na posi o entre outros irm os seis crian as num universo de nove o que significa que quando nasceram j tinham irm os e houve para al m disso mais nascimentos de irm os ap s os seus Entretanto tamb m se regista que uma crian a que a primeira dos irm os a mais velha e duas outras foram as ltimas a nascer s o as mais novas da fratria Na outra dimens o analisada intervalo de tempo que separa o seu nascimento do dos irm os mais novos observa se o seguinte para as crian as resilientes duas n o t m irm os mais novos e as outras duas t m irm os mais novos sendo o intervalo de tempo que separa o seu nascimento do dos irm os mais novos superior a dois anos para as crian as vulner veis a maior parte t m irm os mais novos com um intervalo de tempo que separa o seu nascimento do dos irm os mais novos superior a 2 anos cinco em nove crian as As r
46. as quest es Como todas as m es e ou respons veis pelas crian as autorizaram a grava o das entrevistas estas foram gravadas e posteriormente transcritas Porque se fizeram pequenos ajustamentos vers o original da escala de avalia o das respostas a situa es disciplinares Cruz 1996 tamb m vamos referir como procedemos Foi importante que as m es e ou respons veis pelas crian as se conseguissem retractar nas dez situa es descritas nas vignettes de modo a que as respostas dadas fossem o mais pr ximo poss vel das reac es efectivas face a tais comportamentos inadequados das crian as Para esse efeito fizeram se algumas adapta es na escala original no sentido de enquadrar estas hist rias nos contextos de vida destas fam lias Para realizar as adapta es as hist rias originais procedeu se em primeiro lugar a identifica o das hist rias pass veis de altera es qual se seguiram as adapta es consideradas necess rias Este trabalho foi realizado em conjunto com a educadora que trabalha com as crian as e que conhece de uma forma mais pr xima o dia a dia daquelas fam lias Entretanto as adapta es foram ainda sujeitas avalia o de pessoas daquele meio com as quais tinhamos uma rela o pr xima e s quais foi perguntado para cada uma das hist rias j adaptadas se achavam que aquelas situa es eram frequentes ou se poderiam acontecer Desta avalia o das hist rias por membros daquela
47. atrav s de servi os formais b apoio financeiro informal c exist ncia de rendimento m nimo familiar d fontes de apoio emocional da m e e frequ ncia de institui es recreativas desportivas ou religiosas As informa es aqui tratadas foram disponibilizadas atrav s de entrevistas conduzidas junto das m es e ou respons veis pelas crian as da nossa amostra Este dado particularmente relevante para a an lise das fontes de apoio emocional da m e j que os dados recolhidos no mbito deste indicador foram expressos pelas pr prias e corresponder o s suas percep es desse apoio Nos dois primeiros indicadores apoio financeiro formal e informal como h repeti o nos resultados agrup mo los a e b apoio financeiro formal e informal para as fam lias das crian as resilientes vemos que todas t m apoio financeiro obtido quer atrav s de servi os formais quer informalmente para as fam lias das crian as vulner veis constata se que a maior parte delas t m apoio financeiro formal bem como informal sete em nove fam lias Estes resultados sugerem nos duas situa es distintas uma em que O suporte financeiro formal e informal poder assumir caracter sticas de protec o para os dois grupos analisados pois este factor est presente na globalidade ou na maior parte das crian as resilientes e vulner veis da nossa amostra respectivamente a outra em que o suporte financeiro formal e
48. bot es B IV l Consegue apertar bot es A crian a tem de abotoar os dois bot es sem ajuda BIV 2 Consegue cal ar meias e sapatos sem ajuda Sapatos de rua e n o chinelos Sabes p r os sapatos sozinho Se a crian a hesitar pergunte Quem que te p e as meias Quem que te p e os sapatos etc Pode ser necess rio pedir crian a que tire os seus sapatos e meias para ver o que acontece Coloque os sapatos e as meias do lado correcto Por vezes o calcanhar da meia fica sobre o peito do p etc Para passar a crian a deve ser capaz de p r as meias e os sapatos correctamente sem trocar O esquerdo com o direito embora n o seja necess rio que aperte os sapatos B V s Consegue apertar as fivelas dos seus sapatos 2 A crian a deveria ser capaz de apertar sem ajuda as fivelas dos seus sapatos B VII 3 Sapatos A crian a consegue apertar os atacadores oe Demonstre Para passar o item a crian a pode fazer um verdadeiro la o ou apenas uma la ada o importante que n o se desfa a B IV 3 Sabe a sua idade S os anos Quantos anos tens Est s a ficar um grande rapaz rapariga quantos anos tens agora S o n mero de anos e g Tenho tr s B IV 4 Brinca bem com as outras crian as Gosta de brincar com as outras crian as por longos per odos de tempo Gostas de brincar com Os outros meninos Eles s o bons para u Ou Eles batem te etc
49. citado por Kessler et al 1992 descobriram que mulheres que possuem confidentes tinham um menor risco de depress o do que mulheres sem confidentes 79 Contudo o estudo de Kessler Kendler Heath Neale e Eaves 1992 sugere novas pistas relativamente aos efeitos do suporte social Foram analisadas as qualidades moderadoras do suporte social face aos efeitos do stress em temperamentos depressivos Este estudo foi realizado com 821 mulheres g meas cuja m dia de idades de 29 anos e envolveu a avalia o de 8 dimens es de suporte social percep o de suporte relativamente ao c njuge percep o de suporte relativamente a familiares percep o de suporte relativamente a amigos confidente frequ ncia de interac o com familiares frequ ncia de interac o com amigos frequ ncia de compar ncias em igrejas frequ ncia de compar ncias em clubes Os resultados sugerem que a percep o do suporte pode ser mais importante do que a frequ ncia das interac es Por outro lado Heller e Swindle 1983 citado por Kessler et al 1992 sugerem que a rela o entre suporte e adapta o em situa es de stress pode ser devida a diferen as de compet ncia social mais do que aos efeitos de protec o desse suporte Um equipamento social cujas qualidades protectoras t m sido exploradas a escola Os professores e amigos podem constituir figuras decisivas no que se refere ao apoio em momentos de stress particularmente na adolesc
50. como um adulto Escala de Avalia o de desenvolvimento de Ruth Griffiths V rias s o as quest es que se podiam colocar perante esta descri o no entanto a nossa preocupa o no momento se a avalia o deste comportamento n o ser desajustada popula o estudada Cremos que sim A maior parte das crian as da nossa amostra que t m entre tr s e seis anos de idade pertencem a estratos sociais baixos e vivem em contextos de vis vel pobreza Ser leg timo esperar daquelas crian as como comportamento adequado saber estar mesa quando a hip tese de n o haver comida para por na mesa n o s uma mera possibilidade como uma realidade em muitos casos Acrescente se que a Escala de Auto Percep o de Compet ncia e Aceita o Social utilizada Harter e Pike 1983 suscitou nos quest es de natureza semelhante Assim em primeiro lugar esta escala apresentada crian a em forma de imagens que ilustram as situa es que se pretendem ver respondidas ver anexos A leitura que fazemos sobre uma grande parte 193 dessas imagens que s o imagens que representam essencialmente situa es vividas por crian as de classe m dia e por isso distanciadas dos contextos sociais da maior parte das crian as do Bairro de S Jo o de Deus Na nossa opini o as situa es mais incomuns para estas crian as s o aquelas que ocorrem no contexto familiar a s o mais vis veis as diferen as entre as clas
51. convic es na medida em que aquelas crian as em alguns casos mais notoriamente que noutros n o pareciam estar t o afectadas quanto pressup nhamos partida pelos diversos factores de risco que sab amos fazer parte das suas vidas neste momento que fazemos a descoberta de um conceito at ent o desconhecido para n s RESILI NCIA As primeiras leituras efectuadas despertaram nos interesse e motiva o sobretudo sobre o conceito de resili ncia entendido como o desenvolvimento positivo apesar das adversidades do meio Como j foi anteriormente 2 4 n Dado que o momento em que frequent mos o Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Educa o da Crian a Interven o Precoce coincidiu com a elabora o deste Projecto pareceu nos que a liga o entre estas duas situa es seria vantajosa nos dois sentidos e assim surgiu esta Ac o 110 exposto apesar de a defini o de resili ncia poder apresentar varia es ainda que dentro do mesmo quadro conceptual esta foi a defini o que mais nos interessou gt Ent o porque que face ao risco umas crian as s o vulner veis e outras lhe parecem resistir Porque que umas parecem sucumbir s adversidades enquanto que outras conseguem manter desempenhos e percursos positivos do ponto de vista desenvolvimental O que est por detr s da resili ncia Quais os factores envolvidos na resili ncia Que caracter sticas apresentam as crian a
52. das Escalas Griffiths Projecto PI 42 94 FPCE UP S L Castro e 1 Gomes Mar o de 1996 A ESC GO WN DIl l Copia um tra o horizontal Chame a aten o da cnan a para o tra o honzontal enconye a fazer um a o igual Pode demonstrar se cnan a n o compreender D D 111 2 Enfia 6 contas Tenha j prontas as doze contas enfiadas na ordem 3 verdes 3 vermelhas 3 amarelas 3 azuis tamb m um cordel com uma conta enfiada e atada Mostre crian a e chame a sua aten o para O arranjo das bolinhas contas indicando que a primeira bolinha verde j est atada no cordel que lhe entega Deixe O padr o na mesa para a cnan a seguir Se ela n o prestar aten o ao padr o diga Olha como as bolinhas est o aqui uma ou duas vezes N o d mais indica es Se a crian a n o fizer nada n o demonstre mas pegue numa conta e entregue cnan a Passa o item se enfiar 6 ou mais contas mesmo ignorando o padr o D IV 2 Enfia 12 ou mais contas fe Passa se a crian a cont nuar a cafiar contas at que tenha enfiado doze ou mais Cote mesmo se a crian a ignorar O padr o D VI l Enfia as 12 contas de acordo com o padr o sem erros nee O padr o deve estar completamente correcto D III 3 Constr i uma torre de 8 ou mais cubos a eo Se a crian a tiver construido uma torre com sete cubos encoraje a a continuar ou se a torre cair deixe a tentar outra vez D IIl
53. dentro da caixa e p e a tampa 20 seg Ten E VIII 4 Coloca os 9 cubos dentro da caixa e p e a tampa 15 seg Ee E III 3 Prancha de quatro quadrados 60 seg e Ponha a prancha com o quadrado mais pequeno do lado esquerdo da crian a Tire primeiro o maior e empilhe os quadrados em pir mide conforme o tamanho com o mais pequeno em cima Diga Quero ver se consegues p r todos estes quadrados outra vez no sito Vou ver se consegues fazer isto muito r pido depressa Fa a duas vezes pone a tentativa mais r pida E II1 5 Prancha de quatro quadrados 40 seg E IV 4 Prancha de quatro quadrados 15 seg Te E VIL3 Prancha de quatro quadrados 7 seg E III 4 Prancha de seis buracos 60 seg Je Coloque a prancha em frente crian a com O encaixe oval afastado dela Tire e empilhe as pe as em duas pilhas de tr s incluindo o encaixe oval Diga Quero ver se consegues p r todas estas pe as outra vez no sitio Vamos ver se s r pido se consegues muito depressa A crian a tem de colocar correctamente e sem ajuda todas as pe as Fa a duas vezes cronometrando Anote os dois tempos cote a tentativa mais r pida E lIL6 Prancha de seis buracos 40 seg E V l Prancha de seis buracos 20 seg E VIIL2 Prancha de seis buracos 10 seg E 1V 6 Prancha de onze buracos 60 seg Coloque a prancha com a estrela em cima afastada da crian a Retire os encaixes e arranje os em
54. diga Este grande este 2 Anote o que crian a disser pequeno ou pequenino Qualquer oposto a grande cotado positivamente F LV 1 Compara a altura de 2 torres 3 vs 5 cubos Pegue nos cubos amarelos e construa rapidamente duas torres uma de 5 cubos e outra de 3 Diga Aqui est o duas torres Uma mais alta do que outra Qual a torre mais alta Se a crian a responder correctamente mude a posi o das torres e pergunte outra vez Qual a mais alta Para passar a crian a tem de responder correctamente das duas vezes F VL 6 Conhece alto e baixo Aponte a torre e pergunte Esta alta e esta F IV 2 Compara o comprimento de duas linhas Mostre o desenho das duas linhas dizendo Uma destas linhas mais comprida do que a outra Qual a mais comprida Se a crian a responder correctamente n o fa a coment rios vire O desenho ao contr rio de modo a inverter a posi o relativa das linhas pergunte outra vez Qual a mais comprida Para passar a crian a deve responder correctamente das duas vezes O examinador pode desenhar as duas linhas no caso de parecer que a crian a n o compreende Algumas crian as de tr s anos n o conhecem a palavra linha F VIL 6 Conhece comprido e curto Aponte primeiro para a linha mais comprida e depois para a mais curta diga Esta linha comprida e esta linha Aceita se como resposta
55. duas pilhas de cinco cada com o c rculo em cima Pontue a mais r pida das duas tentativas da crian a nos n veis apropriados S duas tentativas E VL 1 Prancha de onze buracos 40 seg ce E VIL4 Prancha de onze buracos 30 seg E IV 2 Constr i uma ponte com as tr s caixas Pegue nas caixas tire todas as pe as Usando s as caixas sem tampas coloque duas de cima para baixo uma ao lado da outra com um espa o entre elas Pendure a terceira caixa tamb m de cima para baixo entre as outras duas segurando a pela reentr ncia Diga V s esta caixa tem uma pequena reentr ncia parte para dentro degrau volta assim d para fazer uma ponte de comboios bem s lida boa Ent o pegue nos seis cubos fa a um comboio e mande o lentamente por baixo da ponte em direc o crian a Pe a crian a que olhe com aten o para a ponte Achas que m consegues fazer uma igual a esta tamb m com o comboio e envi lo outra vez para a minha esta o Desmonte a ponte e vire cada caixa para cima ou de lado misture os cubos Se a ponte se segurar mas n o tiver sido feita utilizando a reentr ncia modelo incorrecto mas est vel a crian a passa apenas este item Se estiver constru da correctamente e n o cair quando o comboio passa por baixo a crian a passa os itens E IV 5 e E V 2 S uma tentativa E IV 5 Comboio por baixo da ponte E V 2 Constr i uma ponte Modelo superior E V 4 Constr i
56. duos que tiveram e os que n o tiveram problemas de adapta o entre os 30 e 32 anos de idade Assim para as mulheres de alto risco por exemplo quando as an lises efectuadas inclu am factores de protec o que tinham actuado nos primeiros meses de vida a percentagem de mulheres correctamente identificadas foi de 88 2 para as que n o tiveram problemas de adapta o na idade adulta 30 32 anos e de 90 5 para as que apresentaram problemas a este n vel A adi o de factores de protec o associados a inf ncia e adolesc ncia aumentavam para os 100 de mulheres correctamente identificadas sem problemas de adapta o aos 30 anos de idade e para os 94 de mulheres que manifestavam problemas nessa mesma idade Embora estes elementos seiam relevantes para o estudo dos factores envolvidos na resili ncia e possam constituir vari veis a considerar na previs o de resultados desenvolvimentais futuros e at mesmo na interven o em popula es com estatutos de alto risco consideramos dif cil prever como um indiv duo ir responder s adversidades e aos desafios que se colocam ao longo da sua vida at idade adulta A dificuldade em prever a resili ncia prende se com v rios factores alguns dos quais destacamos aqui Assim por um lado consideramos que as incertezas que persistem sobre a rela o entre o risco e os seus efeitos contribui para essa dificuldade Por outro lado estudos realizados t m demonstrado que o
57. e faz algum barulho O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o O a cesssssersstsseteeteseseeeeee est a brincar com outras crian as V o a a empurrar bater noutra crian a que lhe tinha tirado um brinquedo com que OVA Cisnsicasesaiiiboapest deio estava a brincar O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o O a ec ines EATE n o deixa brincar os irm os amigos com os seus brinquedos havendo confus o O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o 8 0 VE Renan EES PREP _ est a brincar com os irm os amigos a fazer um jogo Perdeu ficou muito zangado e fez birra O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o 9 Passou junto ao caf com O a eeeeeeeeeme ele ela pediu lhe um gelado chupa chiclete etc Disse que sim mas depois de comer O a fez ent o uma birra O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o 10 OA EAN SAET est a brincar com outros mi dos mas n o acha bem a brincadeira que vem a seguir Zanga se e fica a um canto O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o ANEXO Il ESCALA DE AVALIA O DE DESENVOLVIMENTO Griffiths 1986 SINOPSE DOS RESULTADOS NOME DA CRIAN A oot a e DATA HORA E LOCAL fe EXAMINADOR Resultados em Meses Perfil 180 170 160 120 110 100
58. em primeiro lugar surge a categoria afirma o do poder com 64 respostas num total de 90 o que representa 71 das respostas em segundo lugar a categoria evitamento do confronto directo com a crian a 24 das respostas incluiam se nesta categoria ou seja 21 em 90 respostas e por ltimo a categoria indu o com 5 respostas e que corresponde a 5 das respostas Os resultados alcan ados na categoria afirma o do poder merecem ainda a nossa aten o Aqui predomina claramente o castigo f sico 37 respostas e com uma acentuada diferen a relativamente aos outros comportamentos que tamb m fazem parte desta categoria v se por exemplo que relativamente ao segundo comportamento disciplinar mais referido instru o directa com 11 respostas o castigo f sico aparece num n mero que lhe superior em mais do que tr s vezes N o se verificam diferen as consider veis quanto aos outros comportamentos inclu dos nesta categoria a repreens o verbal apontada em 9 respostas e o castigo n o f sico em 7 Vejamos agora o que nos mostra a an lise comparativa dos resultados para as crian as resilientes e para as vulner veis Constata se que a distribui o das frequ ncias das respostas pelas v rias categorias assume a mesma ordem decrescente para as crian as resilientes bem como para as vulner veis afirma o do poder evitamento do confronto directo com a crian a e indu o Por m nas crian as vulner veis
59. es das crian as da nossa amostra realizou se atrav s da adapta o provis ria da Escala de Auto Percep o de Compet ncia e Aceita o Social para Crian as em Imagens Harter amp Pike 1983 vers o para a pr prim ria efectuada por M A Barbosa na Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Esta escala composta por 4 sub escalas independentes Compet ncia Cognitivo Acad mica Compet ncia Fisico Motora Aceita o pelos Pares e Aceita o Maternal As sub escalas Compet ncia Cognitivo Acad mica Compet ncia F sico Motora podem ser agrupadas numa nica dimens o definida como compet ncia geral pessoal e as sub escalas Aceita o pelos Pares e Aceita o Maternal podem ser agrupadas na dimens o aceita o social Esta distin o pode oferecer vantagens ao n vel da interpreta o dos resultados das sub escalas Ressalve se no entanto que embora numa an lise em grupo as sub escalas se parecem coricentrar quando se analisa uma crian a individualmente este agrupamento das quatro sub escalas em dois factores compet ncia geral e aceita o social nem sempre se verifica De cada uma das quatro sub escalas fazem parte oito itens sendo portanto esta escala constitu da por 32 itens no total A escala apresentada s crian as sob a forma pict rica existindo um conjunto de gravuras para os rapazes e um outro para as raparigas As situa es repr
60. importantes para a crian a em termos de suporte familiar Assim no que se refere vari vel sa da de casa de irm os significativos assiste se ao seguinte para os dois grupos de crian as 176 em duas criancas resilientes houve a saida de irm os significativos e nas outras duas n o em tr s crian as vulner veis confirma se a sa da de irm os significativos e em seis n o houve sa da de irm os significativos Estes resultados n o nos permitem compreender se este um factor a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o Contudo o facto de em metade das crian as resilientes j terem sa do de casa irm os significativos enquanto que o mesmo s se verificou num ter o das crian as vulner veis tr s em nove crian as leva nos a questionar se a aus ncia desta vari vel nas crian as vulner veis poder actuar como factor de protec o veja se que em seis das nove n o ocorreu a sa da de irm os significativos 2 2 11 Comportamentos Disciplinares A vari vel comportamentos disciplinares foi avaliada atrav s da Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares Cruz 1996 numa vers o por n s adaptada As respostas obtidas foram analisadas a partir das categorias formuladas por Cruz 1996 e que s o as seguintes Afirma o do Poder Castigo f sico Castigo n o f sico Repreens o verbal e Instru o directa Indu o Explica o e Recep o Evitamento do C
61. inadapta o essa rela o era mais significativa para as crian as que n o recebiam dinheiro do servi o social comparativamente s que recebiam No estudo de Sandler 1980 s o aprofundadas algumas fonte de suporte social como sejam exist ncia vs aus ncia de irm os mais velhos em fam lias pobres frequente caber aos irm os mais velhos a tarefa de cuidar dos mais novos o que constitui para estes ltimos um presen a dos dois pais vs presen a de um dos pais embora as perspectivas nem sempre sejam concordantes sobre os efeitos negativos r educada numa fam lia monoparental este a fonte de suporte social de uma crian a se investigador refere que em tempos de stress a presen a dos dois pais pode ter vantagens em termos do apoio quer crian a quer ao outro c njuge congru ncia vs incongru ncia tnica definidas com base no grupo tnico dominante na sua rea de resid ncia dados do censo no grupo a que a crian a pertence quando 25 ou mais da popula o pertence mesma etnia classifica se como congru ncia o isolamento social e o risco acrescido de manifesta es de ansiedade s o apontados como desvantagens da incongru ncia face congru ncia A sua hip tese que os efeitos do stress em crian as pobres s o moderados pela presen a de cada um destes recursos de suporte social Os resultados a que chega v m corroborar a hip tese de que os irm os
62. intelectual Os efeitos das condi es adversas que se podem viver no contexto familiar dependem tamb m da ac o e caracter sticas da pr pria crian a bem como do suporte extrafamiliar conseguido Assim mesmo em contextos familiares caracterizados por rela es confltuosas e com condi es adversas caracter sticas da crian a tais como bom n vel de intelig ncia e boa disposi o podem ajudar a crian a a desenvolver a resili ncia Estas caracter sticas na crian a podem induzir comportamentos positivos por parte de outras pessoas 73 exteriores ao contexto familiar como outros adultos pares e professores Werner amp Smith 1992 Outros estudos mostraram que o suporte social fornecido pela fam lia pode ser influenciado por factores associados crian a Nos resultados do estudo de Van Aken e Riksen Walraven 1992 a compet ncia e o sexo da crian a podia explicar varia es do suporte social fornecido pelos pais O estudo dos efeitos do stress maternal tem sido um dos objectivos do Mother Child Interaction Research Project Integrado neste Projecto a investiga o de Pianta Egeland e Sroufe 1990 fornece elementos sobre a compreens o dos efeitos do stress maternal e do stress psicossocial familiar no desenvolvimento da crian a nos primeiros anos escolares e OS factores relacionados com a compet ncia numa sub amostra de alto risco A sub amostra aqui considerada composta por 133 mulheres expostas a eleva
63. lhe para se sentar sentando se tamb m demonstre o que lhe vai pedir trace um p sobre O outro convide a crian a a fazer o mesmo Consegues fazer isto VE se consegues cruzar um p sobre o outro O exerc cio deve tamb m ser feito com o outro p para passar este item ambos t m de ser feitos satisfatonamente Depois pe a crian a para tra ar a perna com um joelho sobre o outro o joelho direito sobre o esquerdo depois o esquerdo sobre o direito Se a crian a n o perceber demonstre Devem se cotar as quatro posi es e registar se qualquer resposta pouco usual Se a crian a manifestar alguma superioridade lateral cruzar p s ou pernas melhor do lado direito ou do esquerdo anote qual o lado preferido A JU 5 Em bicos de p s equilibra se e anda 6 ou nalis passos Demonstre o que andar em bicos de p s A crian a deve ter um bom equil brio e manter a posi o de bicos de p s por cerca de pelo menos 5 segundos Se vacilar ou tentar apoiar se n o passa este item Se a crian a tiver conseguido equilibrar se logo a seguir pe a lhe para caminhar em direc o a si Crit rio para passar 6 ou mais passos mantendo se em bicos de p s com bom equil brio A IIL 6 Sobe escadas com um p em cada degrau _ As crian as pequenas p em primeiro os dois p s num degrau Depois aprendem a p r um p em cada degrau maneira adulta mas s quando sobem as escadas Pode segurar se ao c
64. m es e ou respons veis pela crian a que constitu da por quatro partes distintas Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos seus Contextos de Vida Escala de Avalia o do Estatuto de Risco Descri o da Crian a Feita pela Mae Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares As entrevistas realizadas com as m es e ou respons veis pelas crian as decorreram durante os meses de Setembro e Outubro de 1998 Foram conduzidas individualmente com cada m e e ou respons vel pela crian a e 7 Refira se que 4 das 13 crian as objecto deste estudo vivem com fam lias n o biol gicas e que nestes casos se prosseguiu a entrevista com a pessoa que est encarregue pelos cuidados di rio prestados crian a com a qual vivem em tr s crian as foram as tias e noutro a vizinha Com as 9 crian as que vivem em fam lias biol gicas foram as m es que nos forneceram os dados necess rios 123 tinham a dura o m dia de duas horas cada uma Antes de iniciarmos cada entrevista explicamos s m es e ou respons veis pelas crian as que as informa es por elas fornecidas se destinavam a ser analisadas no mbito deste estudo que se garantia o anonimato das pessoas envolvidas e que n o era obrigat rio a responder a todas as quest es Tamb m pergunt mos se n o se importavam que fosse usado um gravador para registar a entrevista Contudo salient mos que se houvesse informa es que n o quisessem qu
65. m es fizeram acerca da crian a reflectiam um tom de afecto positivo j que nas refer ncias feitas crian a eram exclusivamente utilizados adjectivos com uma conota o positiva Cruz encontrou nesta categoria alus es crian a como sossegado meigo bem disposto soci vel lindo etc b Simultaneamente Positivo e Negativo Quando os entrevistados usam simultaneamente no seu discurso adjectivos com uma conota o positiva e negativa s o classificados nesta categoria c Negativo Quando existe nas respostas das m es unicamente refer ncia a caracter sticas negativas da crian a como por exemplo teimoso inquieto agressivo etc ent o classifica se nesta categoria d Neutro Cruz 1996 no estudo que temos vindo a citar pode ainda encontrar respostas que pela aus ncia de um car cter avaliativo o que se verifica nas tr s categorias anteriores classificou como neutras Os discursos com este perfil assumem um cariz descritivo e sem julgamentos relativamente crian a S o essencialmente mencionadas prefer ncias como por exemplo como gosta de brincar com quem gosta de brincar como se comporta no jardim de inf ncia Dadas as caracter sticas deste tipo de respostas e como n o se enquadravam nas categorias anteriores foi ent o criada esta nova categoria 136 224 Escala de Avalia o da Auto Percep o de Compet ncia e Aceita o Social A avalia o das auto percep
66. muito anal ticos 3 3 Tipos de Estudos de Caso Os diferentes objectivos pelos quais os investigadores utilizam o estudo de caso traduzem se segundo Stake 1994 em tr s tipos de estudos de caso a intr nseco b instrumental c colectivo a O Estudo de Caso Intrinseco Subjacente a este tipo de estudo de caso est o interesse primordial em compreender um caso pela sua especificidade e singularidade O que conduz o investigador a levar a cabo um estudo de caso intr nseco n o o estudo de determinado fen meno ou conceito nem o facto daquele caso poder ilustrar outros casos S o as caracter sticas intr nsecas do pr prio caso que despertam a aten o do investigador Se um investigador se debru a sobre a cura para a sida e tem conhecimento de um indiv duo que pelo menos aparentemente se curou da enfermidade ent o ser de todo o interesse estudar esse sujeito em particular Estes estudos de caso habitualmente n o s o escolhidos pelo investigador b O Estudo de Caso Instrumental Quando um estudo de caso incide numa unidade com o intuito de compreender determinado fen meno ou teoria ent o est se perante um estudo de caso instrumental Como o termo instrumental sugere 0 caso serve aqui como ve culo para o estudo de algo A unidade estudada constitui um 105 instrumento um suporte de informa o para O investigador e como tal assume um papel secund rio face ao que ele permite conhecer Porq
67. nos leva a colocar a hip tese de a aus ncia de problemas de alimenta o e sono nas crian as analisadas quando beb s ser um factor de protec o para as crian as resilientes bem como para as crian as vulner veis 2 1 4 Auto percep o da compet ncia e aceita o social A vari vel auto percep o da compet ncia e aceita o social foi avaliada atrav s da adapta o provis ria da Escala de Auto Percep o de Compet ncia 164 e Aceita o Social para Crian as em Imagens de Harter e Pike 1983 Nesta escala podem distinguir se quatro sub escalas independentes Compet ncia Cognitivo Acad mica Compet ncia Fisico Motora Aceita o pelos Pares e Aceita o Maternal As sub escalas Compet ncia Cognitivo Acad mica e Compet ncia F sico Motora podem ser agrupadas numa nica dimens o de compet ncia geral pessoal e as sub escalas Aceita o pelos Pares e Aceita o Maternal podem ser agrupadas na dimens o aceita o social Pontua es entre 8 e 16 s o valores que traduzem auto percep es pouco favor veis e auto percep es cujos valores se encontram entre 17 e 32 s o positivas Porque dentro destes valores positivos se registaram diferen as entre os dois grupos de crian as fraccion mo los em valores m dios de 17 a 24 e elevados de 25 a 32 A an lise do Quadro 2 permite constatar que todas as crian as resilientes manifestam nas duas sub escalas de auto percep o da compet ncia ge
68. outros sobre determinado evento podem influenciar as percep es que um indiv duo tem acerca desse evento Assim um beb pode recuperar de complica es severas de prematuridade mas se ele estiver gravemente doente durante um per odo de tempo prolongado a m e poder n o conseguir ver a crian a como uma crian a saud vel Minde et al 1983 citado por Rae Grant 1998 o que poder consequentemente afectar a forma como a pr pria crian a v e reage doen a 55 Como se pode verificar e os factores aqui expostos n o esgotam as varias possibilidades de explicar a dificuldade em prever a resili ncia os factores a considerar na previs o de respostas adaptativas dos indiv duos s o m ltiplos e complexos Talvez por isso O desafio seja grande e as investiga es tendam a integrar cada vez mais formas de compreender essa complexidade inerente resili ncia 56 AS INVESTIGA ES SOBRE A RESILIENCIA Como foi anteriormente referido O recente interesse sobre a tem tica da resili ncia tem se reflectido no incremento das investiga es em numerosas reas cient ficas Entre os estudos relacionados com a compreens o dos fen menos da resili ncia e vulnerabilidade podem identificar se tr s diferentes fases Em primeiro lugar encontram se OS trabalhos realizados que centrando se especificamente num nico factor de risco salientam os resultados desenvolvimentais negativos que consideram associados a
69. pela colabora o
70. pelo menos 1 metro e 20 cm Dois ensaios Marque no ch o um nsco de cerca de 5 cm de lado e 1 20m de comprimento um bocado de giz com 5 cent metros usado de lado por exemplo A cnan a deve colocar os p s bem em cima do nsco de modo a que o sapato o cubra parcialmente e caminhar com um equilibrio razo vel em cima desse nsco N o deve p r o p de lado ou afastar se do nsco durante uma dist ncia de cerca de um metro no m nimo ALV S Avan a saltitando apoiando se alternadamente ora num p ora noutro 3 ou mais saltos Ea Demonstre O exerc cio que consiste em saltitar de um p para o outro avan ando para frente A maioria das crian as d estes passos saltitantes numa curta dist ncia Bastam tr s passos para passar este item E 7 A VI 4 Avan a saltitando apoiando se alternadamente ora num pe ora noutro 4 ou mais saltos ee Demonstre se a crian a n o compreender A VIL 2 Avan a saltitando apoiando se alternadamente ora num p ora noutro 12 ou mais saltos een A VIIL7 Avan a saltitando apoiando se alternadamente ora num p ora noutro 20 saltos A V 1 A correr d um pontap a uma bola es A bola deve ter o tamanho de uma bola de t nis A crian a est a cerca de 3 metros do experimentador que p e uma bola no ch o e fica junto a ela ao lado para o caso de a crian a cair Diga crian a para correr para bola e dar lhe um pontap sem parar de correr Dois ens
71. presenga de criangas resilientes e de crian as vulner veis na amostra seleccionada Os dados recolhidos neste primeiro momento foram dados que nos possibilitaram saber se esta condi o se verificava ou n o Simultaneamente estes dados forneceram elementos 116 para identificar quais as crian as resilientes por um lado e as vulner veis por outro Segundo momento consistiu na recolha de dados que conduziram a caracteriza o dos factores de risco e de protec o nas crian as resilientes e nas vulner veis Da an lise das quest es iniciais ver Formula o de Problemas e Hip teses destaca se o interesse em compreender quais os factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade Por este motivo a recolha de dados efectuada neste segundo momento diz respeito aos factores de risco e de protec o para as crian as resilientes e vulner veis e cujos dados necess rios para a sua identifica o foram j previamente reunidos no primeiro momento da recolha de dados 117 1 Primeiro Momento Identifica o das Crian as Resilientes e das Vulner veis 1 1 Vari veis A identifica o de crian as resilientes e de crian as vulner veis na amostra seleccionada fez se a partir de duas vari veis estatuto de risco e n vel de desenvolvimento A primeira vari vel estatuto de risco surge da necessidade de avaliar o estatuto de risco das treze crian as que com
72. problemas Concluindo como a resili ncia n o um atributo fixo permanente e alheio a condi es extra individuais pouco prov vel na nossa opini o que as crian as resilientes possam andar entre gotas de chuva E ainda que o curso do desenvolvimento possa ser comparado a um rio Emde 1981 ver Cohler 1987 que quando encontra um canal bloqueado prossegue na mesma direc o num patamar paralelo acrescentamos que quando o caudal grande o rio transborda causando em grande escala graves inunda es ou numa escala mais reduzida alagando a suas margens 50 PREVER A RESILIENCIA ou a Descoberta da Pedra Filosofal A pedra filosofal constitui a enigmatica substancia tao procurada pelos alquimistas da Idade M dia Segundo estes a pedra filosofal tinha o poder de transformar um vulgar metal no metal nobre que o ouro Muitas experi ncias foram feitas no sentido de descobrir a t o desejada e misteriosa subst ncia A resili ncia constitui o enigm tico fen meno t o estudado pelos desenvolvimentalistas contempor neos e n o s e que segundo os quais permite que traject rias desenvolvimentais que tudo fariam prever serem desastrosas afinal se manifestem com xito Muitos estudos t m sido feitos no sentido de descobrir quais os factores envolvidos na resili ncia dedicando se analise e previs o dos factores que interv m neste fen meno Mas ser alguma vez poss vel descobrir a
73. reprodu o Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino Lisboa Editorial Uefa Braet C amp Verhofstadt Den ve L 1998 Developmental Psychopathology In Demetriou A Doise W amp Lieshout C F M Eds Life Span Developmental Psychology 447 499 New York John Wiley amp Sons Bronfenbrenner U 1995 Developmental ecology through space and time A future perspective In Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 619 648 American Psychological Association Washington DC Bronfenbrenner U 1995 The Bioecological Model From a Life Course Perspective Reflections of a Participant Observer In Moen P Elder G H Jr amp Luscher K Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 599 647 Washington American Psychological Association Brooks Gunn J B 1995 Children in Families in Communities Risk and Intervention in The Bronfenbrenner Tradition In Moen P Elder G H Jr amp Luscher K Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 467 519 Washington American Psychological Association Brooks J D 1998 Salutogenesis Successful Aging and the Advancement of Theory on Family Caregiving In McCubbin H I Thompson E A Thompson A l Fromer J E Eds Stress Coping and Health in Families Sense of Coherence and Resiliency 227 248 California Sage Publications Carro M G Grant K E Gotl
74. ria desenvolvimental Bowlby Bowlby 1980 citado por Egeland et al 1993 p 523 O estudo de Sandler e Block 1980 aborda o suporte social familiar como um factor moderador na rela o entre stress e inadapta o Os dados desta investiga o tiveram origem no estudo realizado um ano antes por Sandler e Block sobre o mesmo tema Em quatro jardins de inf ncia localizados em bairros urbanos foi pedido s professoras que identificassem na sua sala crian as com problemas de adapta o s cio emocionais Em dois dos jardins de inf ncia havia crian as que cabiam naquela classifica o e as crian as dos outros dois jardins de inf ncia constitu ram o grupo de controlo A amostra final composta por 11 crian as pertencentes na sua maioria a grupos economicamente pobres 61 das crian as recebiam dinheiro da seguran a social e minorit rios 51 eram negros e 46 mexicanos WD A Nossa tradu o para maladjustement Nossa tradu o para inner city AS refer ncias que encontr mos para este termo sugerem no entanto bairros urbanos aos quais est o associados problemas econ micos e sociais 76 Sandler e Block 1979 citado por Sandler 1980 tinham conclu do que as crian as assinaladas como inadaptadas e geradores de stress do que o grupo de controlo Para al m d ionava como moderador da rela o entre stress e stavam expostas a maiores eventos isso tamb m referem que a fonte de rendimento func
75. rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida organizada no mbito deste estudo Escala de Avalia o do Temperamento Buss amp Plomin 1984 Descri o da Crian a feita pela M e Cruz 1986 Escala de Avalia o da Auto Percep o da Compet ncia e Aceita o Social Harter amp Pike 1983 Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares Cruz 1996 2 2 1 Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida A perspectiva ecol gica sobre o desenvolvimento humano salienta a import ncia dos contextos desde os mais pr ximos como seja a fam lia aos mais alargados como sejam os equipamentos sociais dispon veis no desenvolvimento assim como enfatiza a vis o sobre o desenvolvimento como a combina o entre caracter sticas da pessoa caracter sticas do seu meio envolvente 131 Foi integrado nesta perspectiva que se nos afigurou indispens vel recolher informa es sobre a crian a e os seus contextos de vida quer os mais pr ximos quer os mais alargados Esta recolha foi levada a cabo junto de adultos da m e e ou respons vel pela crian a que s o em princ pio significativos para a crian a e que s o consequentemente informantes privilegiados no que concerne obten o de dados sobre a crian a a sua fam lia e os contextos sociais em que estes se movem Contudo conv m sublinhar que os dados recolhidos correspondem s opini es e l
76. s o modifica es na resposta a situa es de risco no caso da vulnerabilidade verifica se uma intensifica o e aquando da protec o h um melhoramento Para Werner 1990 os factores de risco e de stress aumentam a vulnerabilidade enquanto que os factores de protec o aumentam a resili ncia Phyllis Moen e Mary Erickson 1995 apresentam dois grupos de factores de protec o que promovem a resili ncia face adversidade recursos sociais e recursos pessoais por exemplo a auto estima sentido da compet ncia envolvendo avalia es acerca do modo como lidamos com situa es amb guas e geradoras de stress Os recursos pessoais e sociais t m sido denominados por recursos psicossociais ou recursos adaptativos A import ncia destes recursos tem sido documentada na modera o dos efeitos psicossociais negativos relativamente a acontecimentos geradores de stress e press es constantes Deste modo indiv duos com altos n veis de recursos sociais e pessoais s o tipicamente mais efectivos quando se deparam com factores de stress e press o do que aqueles em que se verifica a falta de tais recursos Assim sendo os indiv duos resilentes s o caracterizados por altos n veis de recursos psicossociais Tamb m Garmezy concluiu dos seus trabalhos com crian as resistentes ao stress que existem tr s grandes grupos de vari veis que operam como factores de protec o a caracter sticas da personalidade tais como autono
77. sendo a boneca de vidro a mais suscept vel No entanto e segundo Anthony poss vel apetrechar a boneca de vidro com uma capa protectora por forma a reduzir a sua vulnerabilidade Se bem que a interac o entre factores de risco e de protec o dependam da pr pria interac o entre os factores constitucionais e ambientais da crian a nem sempre a exposi o a factores de risco resultam em efeitos devastadores para a crian a Garmezy Masten e Tellegen 1984 descrevem atrav s de tr s modelos gen ricos como o impacto do stress e atributos pessoais interagem na qualidade de adapta o O primeiro modelo designa se por modelo compensat rio considerado o modelo mais simples no qual os factores de stress tendem a reduzir os n veis de compet ncia e por sua vez os atributos pessoais ajudam a melhorar esses mesmos n veis Vistos desse modo os factores compensat rios contrariam a ac o dos factores de stress na qualidade da adapta o Este parece ser o modelo no qual a analogia das tr s bonecas melhor se enquadra 44 No segundo modelo modelo desafiante prev se que os niveis de stress desde que n o sejam excessivos podem funcionar como um desafio para O indiv duo e consequentemente potenciar a adapta o O terceiro modelo o modelo factor protector ou imunidade versus vulnerabilidade Garmezy et al 1984 sugerem que os atributos pessoais tanto podem amortecer como ampliar os efeitos do im
78. seu anivers rio B VIII 8 Sabe a data de nascimento completa Responde correctamente a perguntas sobre o dia m s e ano de nascimento age fo fes qua en ea fo quite End a Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto Pl 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 T ai amp C lil j Nomeia os 12 objectos da caixa Pegue na pequena cuxa dos brinquedos e nos outros seis objectos adicionais S o 18 ao todo os 12 usados no segundo ano mas outros 6 Deixe cnanga manipular os bnnquedos converse enquanto cla bninca com eles Anote os brinquedos que crian a nomeia c depois pergunte lhe O que isto etc N o nomeie os objectos Registe O n mero de objectos correctamente nomeados N o idenulique os objectos a enanga iem de os nomear 1 Ch vena 7 Cadeira 1 Faca 2 Colher 8 Bola 2 Garfo 3 Gato 9 Cavalo 3 Pires 4 Beb 10 Moeda 4 Rel gio 5 C o 11 Cubo 5 Chave 6 Carro 12 Bot o 6 L pis CIV 2 Nomeia os 17 ou 18 objectos da caixa A crian a deve conhecer nomear n o s os doze objectos referidos anteriormente mas tamb m os cinco ou seis objectos adicionais Pergunte mostrando cada objecto O que isto Como que se chama CJIL3 Define pelo uso 2 ou mais oJ Para que que queremos uma ch vena O que que faz uma faca Para que que serve uma cadeira Anote o n mero de respostas correctas mesmo se a
79. tanto a 178 categoria afirma o do poder como a categoria evitamento do confronto directo com a crian a t m maior express o do que nas crian as resilientes Entretanto verifica se que a indu o mais frequente nas respostas dadas para o grupo das crian as resilientes Merece ainda o nosso destaque o facto de nas crian as vulner veis existir uma concentra o claramente vis vel do castigo f sico nas respostas dadas na categoria afirma o do poder sendo que os resultados para as crian as resilientes n o s o t o salientes a este n vel e est o mais dispersos pelos v rios comportamento disciplinares que constituem esta categoria Assim os resultados apontam no sentido de sugerir que os comportamentos disciplinares que envolvem menos o castigo f sico com a carga afectiva negativa que lhe est associada mais os comportamentos indutivos e evitamento do confronto directo com a crian a possam funcionar como um factor de protec o pois estes comportamentos disciplinares foram mais referidos para as crian as resilientes do que para as crian as vulner veis 4 2 3 Caracter sticas do Contexto Social mais Alargado Apresenta se no Quadro 5 o resumo dos resultados para os dois grupos de crian as resilientes e vulner veis relativamente s vari veis contempladas na categoria caracter sticas do contexto social mais alargado as quais se inserem na an lise dos factores de risco e de protec o
80. um port o segundo o modelo usando as 3 caixas e suas tampas Os cubos n o s o necess rios neste item Para construir o port o ou arco coloque as tr s caixas viradas ao contr rio em fila espa adas de cerca de dois cent metros ponha as duas tampas sobre os dois espa os a terceira tampa em cima Diga Olha isto parece um port o grande ou um arco Pode acrescentar 2 parecido com o Arco do Triunfo em Paris Repara bem Os carros podem ir por aqui e por aqui e isto aqui em cima como uma janela Achas que consegues fazer um port o igual Desmonte o port o e coloque as pe as ao acaso sobre a mesa na orienta o normal crian a passa se O modelo for correcto E IV 3 Monta as caixas de cubos pela cor o total das 12 pe as Coloque as caixas vazias em fila em frente da crian a vermelho amarelo e azul com as tampas em frente das caixas erradas amarelo azul e vermelho Espalhe os cubos e diga Podes agora arrumar os cubos os vermelhos na caixa vermelha os azuis na caixa azul os amarelos na caixa amarela e tapar com a tampa certa A crian a passa se sem mais ajuda colocar as doze pe as correctamente pela cor E V 3 Constru o de padr es N 2 60 seg Vou ver se consegues fazer umas figuras Ponha o caderno com o Teste de Padr es em cima da mesa abra no primeiro padr o um pouco afastado da crian a e abnndo a caixa dos noves cubos 3 vermelhos 3 azuis 3 a
81. uma omolette Com o objectivo de compreender porque que face ao risco e s adversidades umas crian as s o vulner veis e outras resilientes que nos propusemos fazer o estudo aqui apresentado Interessou nos essencialmente explorar quais s o os factores de protec o envolvidos na resili ncia Deste modo realiz mos um estudo de caso com 13 crian as do Bairro de S Jo o de Deus com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos Num primeiro momento foram identificadas as crian as resilientes e as vulner veis Ap s esta identifica o procedeu se an lise de vari veis relacionadas com caracter sticas da crian a do seu meio familiar e do contexto social mais alargado Os estudos realizados no mbito da resili ncia tem demonstrado que a resili ncia n o um atributo fixo e inalter vel A resili ncia resulta da combina o de factores individuais familiares e comunit rios Nesse sentido os estudos realizados t m acompanhado as tend ncias actuais em Psicologia do Desenvolvimento e em psicologia da Educa o j que a resili ncia tem sido abordada dentro de pticas mais abrangentes que incluam n o s a crian a mas sobretudo as crian as embebidas nos seus contextos de socializa o Bairr o 1992 p 51 13 CAPITULO ENQUADRAMENTO TEORICO Com a presente disserta o pretende se abordar O fen meno da resili ncia Assim este primeiro cap tulo constitui o corpo te ric
82. uma realidade Esta a nossa tradu o a basic normative behavioral processes 23 importante aquelas crian as que apesar do risco iminente conseguem desenvolver se normalmente Quais s o essas crian as Porque que umas crian as s o afectadas e outras n o Que mecanismos est o envolvidos nestas diferen as desenvolvimentais O que origina que crian as face ao risco a situa es adversas ao desenvolvimento tenham conseguido desenvolver se de uma forma saud vel O que as protegera Estas s o algumas das respostas procuradas pelos estudiosos da resili ncia Respostas que se procuram para enriquecer uma realidade profunda e complexa Respostas que urge conhecer tamb m para intervir Crian as em risco de desenvolverem problemas comportamentais adaptativos e psiqui tricos representam na actualidade uma larga propor o de jovens Identificar factores que possam proteger estas crian as contra os efeitos negativos do risco tem uma grande import ncia pr tica Luthar amp Zigler 1991 O recente interesse sobre a tem tica da resili ncia tem segundo Michael Rutter 1990 origem em tr s campos da investiga o Em primeiro lugar e ao encontro ao que temos vindo a referir os estudos quantitativos em popula es de aito risco apresentavam varia es significativas nos resultados o que despertou o interesse dos investigadores para as crian as que pareciam n o sofrer as mesmas consequ ncias negat
83. 10 Amigos para jogar ll Aperta sapatos 12 M e faz comidas 13 Sabe contar 14 Amigos p brincar 15 Consegue saltar 16 M e l hist rias 17 Conhece 1 letra Escala de Auto Percep o de Compet ncia e Aceita o Social para Crian as em imagens Folha de Resposta Compet ncia Aceita o Compet ncia Aceita o Cogni acad pelos pares F sica motor Maternal 1 10 l1 12 13 14 16 18 Chamado p brincar 18 ass 19 Corre 20 M e brinca 21 Conhece letras 22 Convidado lanchar 23 Salta a p coxinho 24 M e conversa 25 Trabalhos J I 26 Amigos emprestam 27 Joga bola 28 M e deixa lanchar 29 Sabe escrever nome 29 19 Ww N 30 Outros sentam junto na 31 E forte 32 M e deixa dormir TOTAL 6 itens TOTAL 8 itens 31 NOTA FINAL 24 itens NOTA FINAL 32 itens 14 ANEXO IV ESCALA DE TEMPERAMENTO Buss amp Plomin 1984 Jardim de Infancia Nome da crian a Sexo F M A lista a seguir apresentada refere uma s rie de caracteristicas de comportamento que variam de crian a para crian a Gostaria que para cada uma das afirma es indicasse em que grau que ela se aplica a esta crian a Assinale a sua resposta com um c rculo voita do n mero que lhe corresponde numa escala de 1 a 5 em que 1 se refere a um aspecto pouco caracter stico da crian a e 5 significa algo muito caracter stico da crian a Pouco Muito caracter stico caracte
84. 207 ee Wang M C and Gordon E W 1994 Educational Resilience in Inner City America Challenges and Prospectes Lawrence Erlbaum Associates Publishers Hillsdale New Jersey Weist M D 1997 Protective Factors in Childhood and Adolescence In Noshpitz D J Ed Handbook of Child and Adolescence Psychiatry Vol 3 27 34 New York John Wiley amp Sons Inc Werner E E 1987 Vulnerability and Resiliency in Children at Risk for Delinquency A Longitudinal Study from Birth to adulthood In Burchard J D amp Burchard S N Eds Prevention of Delinquency Behavior 16 43 Beverly Hills Sage Publications Werner E E amp Smith R S 1982 Vulnerable but invencible A study of resilient children New York McGraw Hill Werner E E 1990 Protective factores and individual resilience In S J Meisels amp J P Shankoff Eds Handbook of Early Childhood Intervention pp 97 116 England Cambridge University Press Werner E E amp Smith R S 1992 Overcoming the Odds Higt Risk Children from Birth to Adulthood ithaca Cornell University Press Werner E E 1993 Risk resilience and recovery perspectives from the kauai Longitudinal study In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology New York Cambridge University Press Werthamer Larsson L Kellam S K dolan L Brown C H
85. 4 Manuseia uma tesoura tenta cortar Pegue num quadrado de 10 cm dizendo V s vou cortar o papel ao meio D a tesoura crian a para que ela corte o seu papel ao meio S passa o item se colocar o papel de forma apropriada e o tentar cortar mesmo n o O conseguindo ou n o cortando a direito ou dobrar o papel D IV 3 Consegue cortar um quadrado em duas partes as A crian a tem de cortar o quadrado de papel bastante bem ao meio Se o corte for muito torto ou afastado do centro n o passa O item D V 6 Consegue cortar uma tirinha de papel com uma tesoura aa Pegue no seu quadrado de papel corte uma tirinha com cuidado A crian a tem de cortar uma tira com uma largura inferior a 1 cm mais ou menos a direito Se a tesoura escorregar do papel n o passa este item embora n o se espere um corte bem a direito D III 5 Copia um c rculo modelo primitivo Est dio I IMPORTANTE Se o desenvolvimento da crian a o permitir pe a logo o desenho da casa Eu quero que me desenhes a casa mais bonita que puderes aqui indicando metade da p gina onde a casa deve ficar e aqui desenha me por favor as pessoas que l vivem Esta abordagem pode produzir desenhos interessantes partir dos quais v rios itens como a casa e a figura humana podem ser cotados Enfatize o cuidado posto no desenho Este exerc cio deveria ocupar alguns minutos talvez no princ pio ou no fim da avalia o Se se tratar de uma cr
86. 7 47 Oxford Clarendon Press Sroufe L A Egeland B amp Kreutzer T 1990 The Fate of Early Experience Following Developmental Change Longitudinal Approaches to Individual Adaptation in Childhood Child Development 61 1363 1373 Sroufe L A Carlson E amp Shulman S 1993 The development of individuals in relationships From infancy through adolescence in D C Funder R Parke C Tomlinson Keesey amp K Widaman Eds Studying lives through time Approaches to personality and development pp 315 342 Washington DC American Psychological Association Stake R E 1994 Case Studies In Denzin N K amp Lincoln Y S Eds Handbook of Qualitative Research London Sage Publications Standinger U M Marsiske M amp Bastes P B 1993 Resilience and levels of reserve capacity in later adulthood perspectives from life span theory Development and Psychopathology 9 541 566 Stouthamer M Loeber R Farrington D P Zhang Q Kammen W amp Maguin E 1993 The double edge of protective and risk factors for delinquency Interrelations and developmental patterns Development and Psychopathology 5 683 701 van Aken A G M amp Riksen Walraven M 1992 Parental Support and The Competence in Children International Journal of Behavioral Development 15 1 101 123 Wachs T D amp Gruen G 1982 Early experienced and human development New York Plenum Press
87. 9 Instru o directa 11 Escala total 90 respostas indu o 5 5 Explica o 5 Alternativa 9 Nada 12 170 2 2 1 Estatuto S cio Econ mico O estatuto s cio econ mico dos agregados familiares dos sujeitos da nossa amostra foi avaliado pelas suas profiss es atrav s da adapta o para Portugal Bairr o et al 1979 da Escala de Warner Esta escala re ne cinco categorias de profiss es inscritas numa ordem decrescente em termos de import ncia social que lhe atribu da O que pudemos verificar com os agregados familiares dos sujeitos da nossa amostra foi sem surpresa que se situavam nas duas ltimas categorias categoria IV e V que correspondem respectivamente a oper rios e trabalhadores qualificados especializados ou semi especializados e a trabalhadores n o especializados Para simplificar design mos estas categorias no Quadro 4 como especializados por um lado e n o especializados por outro A distribui o destas categorias nos dois grupos de crian as analisadas a seguinte especializados tr s s o n o especializados e um especializado para as crian as vulner veis a maior parte dos agregados s o especializados cinco agregados e quatro s o n o especializados Deste modo verifica se que o estatuto s cio econ mico das fam lias das crian as vulner veis superior ao estatuto s cio econ mico das fam lias crian as das resilientes
88. 979 Os resultados revelaram pontua es mais elevadas para crian as resilientes comparativamente s que apresentavam problemas Contudo para os tr s grupos de crian as resilientes com problemas e controlo as auto percep es foram na generalidade positivas Estes autores referem que embora as pontua es da crian as com problemas fossem significativamente mais baixas que as dos outros dois grupos estes resultados sugerem a relut ncia na maior parte das crian as em se apresentarem a elas pr prias em termos negativos Factores Associados ao Contexto Familiar Cae ee ON eS OS Ee O contexto familiar em que a crianga vive influencia consideravelmente o seu desenvolvimento Ambientes e condi es familiares degradados t m sido apontados como potenciadores de resultados negativos na crian a Mas esta rela o n o determinista e linear Veja se por exemplo o que a literatura tem mostrado sobre crian as cujos pais apresentam psicopatologias Estas crian as est o frequentemente sujeitas a ambientes conflituosos baixa qualidade nos cuidados que lhes s o prestados separa es frequentes devido a internamento dos progenitores afectados Mas por outro lado os estudos t m sido consistentes quanto aos factores que moderam os riscos inerentes a estes grupos bom relacionamento com um dos pais presen a de outros adultos que ofere am crian as os cuidados necess rios e bom relacionamento com eles e bom funcionamento
89. Embora n o nos tenha surpreendido o facto dos agregados familiares das crian as da nossa amostra se situarem nas categorias mais baixas desta escala surpreenderam nos por m estes resultados A literatura tem documentado como as profiss es n o especializadas e que habitualmente se caracterizam por trabalhos mal pagos e inst veis associadas n o raras vezes a situa es de desemprego constituem um factor de risco para os seus elementos 171 i para as crian as resilientes a maior parte dos agregados sao nao Posto isto as hip teses que encontramos para traduzir os resultados apresentados no Quadro 4 s o as seguintes ou pertencer a uma fam lia com um estatuto s cio econ mico n o especializado constitui um factor de risco para as crian as resilientes com O qual elas t o bem se t m deparado e um factor de protec o para as crian as vulner veis ou esta n o ser uma vari vel que caracterize o risco e a protec o nas crian as da nossa amostra 2 2 2 Pertencer ou n o a Minoria tnica Podemos apurar dos dados obtidos que as quatro crian as resilientes n o pertencem a minorias tnicas e que a maior parte das crian as vulner veis tamb m n o num universo de nove crian as apenas tr s s o ciganas ou de descend ncia africana o que nos leva a sugerir que ou este n o ser um factor relevante a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o ou ent o que a n o perten a a uma mi
90. FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CI NCIAS DA EDUCA O UNIVERSIDADE DO PORTO A RESILI NCIA EM RESPOSTA POBREZA UM ESTUDO EXPLORATORIO SOBRE OS FACTORES DE RISCO E DE PROTEC O ENVOLVIDOS NA RESILI NCIA M rcia Cristina da Silva Andrade 1999 FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIENCIAS DA EDUCAGAO UNIVERSIDADE DO PORTO A RESILIENCIA EM RESPOSTA A POBREZA UM ESTUDO EXPLORATORIO SOBRE OS FACTORES DE RISCO E DE PROTEC O ENVOLVIDOS NA RESILI NCIA Disserta o de Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Educa o da Crian a M rcia Cristina da Silva Andrade 1999 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer em primeiro lugar as pessoas que contribuiram directamente para este estudo referindo me especificamente as 13 crian as que constitu ram a nossa amostra A todos eles aqui deixo os meus sinceros e especiais agradecimentos e O reconhecimento de que provavelmente muito pouco poderei fazer para retribuir o que fizeram por mim Gostaria tamb m de agradecer s m es e ou respons veis pelas crian as e educadora de inf ncia Isabel Lima pela colabora o t o incondicional e pr xima que tiveram neste estudo O meu agradecimento ainda para as entidades institui es e pessoas nelas envolvidas que tamb m me apoiaram neste estudo Refiro me particularmente Direc o Geral de Ac o Social e ao seu Programa Ser Crian a no mbito do qual decorre o Projecto naScER e creScER e onde este estudo cons
91. Graziano amp Raulin 1989 Refira se que uma investiga o cient fica se comp e por v rias fases a saber a formula o de 85 ideias ou problemas para a investiga o a defini o do problema ou hip tese a investigar o estabelecimento de procedimentos a utilizar a recolha dos dados a an lise dos dados a sua interpreta o e ainda a comunica o da investiga o Segundo Graziano e Raulin 1989 existem na Ci ncia v rios m todos que nos permitem conhecer O real e que podem ser caracterizados quanto ao seu n vel de constrangimento Assim e do n vel mais baixo para o n vel mais elevado de constrangimento temos ent o a Observa o Naturalista O Estudo de Caso a Investiga o Correlacional a Investiga o Diferencial e a Investiga o Experimental Sendo que na Observa o Naturalista e no Estudo de Caso o investigador preocupa se com identifica o de conting ncias ou seja com a rela o de probabilidade entre vari veis na Investiga o Correlacional o investigador preocupa se com a direc o e liga o das rela es entre duas ou mais vari veis na Investiga o Diferencial por sua vez o investigador procura determinar diferen as entre grupos estudados por fim na Investiga o Experimental s o as quest es de causalidade entre vari veis que movem o investigador Deste modo os controlos aplicados numa investiga o do tipo naturalista em que o investigador observa Os sujeitos co
92. HA DE DADOS A analise do conjunto quest es inicialmente formuladas ver Formula o de Problemas permitiu nos perceber que embora o nosso principal objectivo fosse o estudo do fen meno da resili ncia estavam tamb m presentes quest es relacionadas com a vulnerabilidade Digamos que o que nos interessava realmente foi o estudo da resili ncia em contraposi o vulnerabilidade Compreender como e porqu de umas crian as serem resilientes e outras vulner veis Explorar quais os factores envolvidos nesta diferen a enfatizando contudo a resili ncia O teor das quest es inicialmente colocadas levaram nos ent o nesta fase de recolha de dados a proceder n o s colheita de informa es sobre crian as resilientes como tamb m sobre crian as vulner veis A continuidade deste estudo pelo menos nos moldes em que estava configurado pressuponha que tanto crian as resilientes como crian as vulner veis estivessem representadas nesta amostra A partir do que expusemos vejamos ent o como foi efectuada a recolha de dados para as treze crian as que comp em a nossa amostra Conv m desde j referir que nesta recolha se podem identificar dois momentos que passamos a descrever Primeiro momento consistiu na recolha de dados que conduziu a identifica o das crian as resilientes e das vulner veis Como j fizemos alus o para levarmos a cabo este estudo tivernos antes de mais de confirmar a
93. Machado M Pinto R M 1979 Contribui o ao Estudo da Etiologia da Debilidade Mental Cadernos do COOMP 4 23 92 Baldwin A L Baldwin C amp Cole R E 1990 Stress resistant families and stress resistant children In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and protective factors in the development of psychopathology pp 257 280 New York Cambridge University Press Baldwin A Baldwin C Kasser T Zax M Sameroff A amp Seifer R 1993 Contextual risk and resiliency during late adolescence Development and Psychopathology 5 741 761 Barocas R Sameroff A J Andrews T A Croft R T Seifer R amp Ostrow E 1991 Social and Interpersonal Determinants of Development Risk Developmental Psychology 27 3 479 488 Barros R 1998 Os Riscos no Desenvolvimento Incurs es pela Psicologia Infantil Tese de Mestrado Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Bartelt D W 1994 On Resilience Questions of Validity In M C Wang amp E Gardon Eds Educational Resilience in Inner City America Challenges and Prospects 97 108 Hillsdale NJ Erlbaum 197 Block J H amp Block J 1980 The Role of Ego Control and Ego Resiliency in the Organization of Behavior In Collins W A Ed Minnesota Symposia on Child Psychology Vol 13 39 101 New York Erlbaum Bourdieu P Passeron J C A
94. NARES Cruz 1996 Hist rias Vamos agora ver alguma situa es que podem acontecer no dia a dia As perguntas s o sempre as mesmas e o que interessa saber o que faria se isso acontecesse Se houver alguma situa o que acha que nunca aconteceu tente imaginar que acontecia e o que faria se acontecesse Ent o assim 1 Imagine que vai com O 2 cceneneeeemmeseeeesees mercearia Ao fim de algum tempo de espera na caixa O A ceemnmeneeamerermenoe fica irrequieto a j n o p ra quieto a n o obedece ao que lhe diz e incomoda as pessoas que est o sua volta O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o 2 Est na hora de jantar O seu o a EEE est a brincar na rua ou na casa J o a chamou v rias vezes para vir para a mesa e ele a n o veio O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o Esta cheia de pressa para sair com O a qessserssresccsseececsernnensens j est arranjado a para sair consigo Mesmo na hora de sair aparece lhe todo a sujo a O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o Apesar de j lhe ter dito AOA M para n o andar em cima do muro porque perigoso 0 8 emmmentenmenmencerneeeeaes est l mais uma vez O que fez ou faria tente imaginar se necess rio nesta situa o Uma vizinha sua foi a sua casa e enquanto est o a conversar o a interrompe a conversa v rias vezes
95. Se a crian a tiver conseguido razoavelmente a primeira dobra pe a lhe que dobre o quadrado outra vez Dobra o como se fosse uma cana e exemplifique A segunda dobra tem de estar cuidadosamente vincada e o papel bem dobrado em quatro D IV 5 Copia um escadote reconhec vel Est dio I Mostre o desenho do escadote e indique onde a crian a deve desenhar O desenho deve ser claramente reconhec vel como um escadote e conter no m nimo v s degraus D VII 2 Desenha um escadote Est dio II a pede giros Um bom desenho Devem ser desenhados pelo menos tr s degraus sem ultrapassarem os lados do escadote Os lados devem ser a direito e paralelos D IV 6 Desenha a figura humana reconhec vel Est dio I SEA Se LA tesoura que faz pane do material apropriada para crian as pequenas pontas redondas DS O RD E Adapt prov das Escalas Gnffiths Projecto PU 42 94 FPCE UP S L Castro e 1 Gomes Mar o de 1996 ea ee eee a aD Sabes desenhar uma pessoa Ora desenha Deixe a cnanga fazer O seu desenho Tem de haver pelo menos um circulo para a cabe a ou corpo tamb m pelo menos mais dors outros elementos olhos pernas bra os cabelos nanz boca pes corpo m os dedos cte D VI3 Desenhaa figura humana Est dio Il Devem estar presentes pelo menos seis elementos adicionais D VIII 3 Desenha a figura humana Est dio II Espera se uma figura supenor com alguma onginalidade e
96. ZA O DO CONTEXTO SOCIAL MAIS ALARGADO REDES DE SUPORTE FAMILIAR Institui es frequentadas pelo a Recorrem ao Projecto de Luta Contra a Pobreza sim n ol T m o rendimento m nimo simL n o Quando t m problemas financeiros como fazem Frequentam a igreja ou outra institui o sim L n o Se sim Quais ccccccceeccccccceeseeececeesesneeaeereeseanaeseeeessenacentennaaeeeteeeeeegs PARTE II ESCALA DE AVALIACAO DO ESTATUTO DE RISCO Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 Aus ncia prolongada da m e Aus ncia prolongada do pai Doen a grave da m e Doen a grave do pai M e alco lica doente mental Pai alco lico doente mental Morte do pai Morte da m e Div rcio dos pais Novo casamento dos pais Disc rdia familiar cr nica Irm o ou irm com defici ncia Morte de irm o ou irm Problemas no infant rio Mudan a no infant rio Perda do emprego do pai Perda do emprego da m e Problemas no emprego com patr o pai Idade da crian a Problemas no emprego com patr o m e Problemas financeiros Doen a Ferimento na crian a Problemas com drogas lcool de algum familiar Problemas com a justi a Mudan a de resid ncia PARTE III DESCRI O DA CRIAN A FEITA PELA M E Cruz 1996 Diga me como o a Como que v ola e PARTE IV ESCALA DE AVALIACAO DAS RESPOSTAS A SITUA ES DISCIPLI
97. a Mas esta uma perspectiva recente A inevitabilidade dos riscos em situa es de pobreza prevaleceu durante muito tempo sem que se desse grande aten o aos factores que medeiam a rela o entre a pobreza e O desenvolvimento da crian a Para al m da inevitabilidade dos riscos associados pobreza tamb m se aceitava que a pobreza gerava cont nuos ciclos de desvantagem Os riscos reproduziam se socialmente e passavam de gera es em gera es O Modelo Transgeracional de Fracasso de Birch e Gussow um exemplo ilustrativo Neste modelo sa de nutri o e insucesso escolar est o interrelacionados na produ o de ciclos de fracasso em contextos de pobreza Mas o aparecimento de estudos que tamb m revelam descontinuidades nestes ciclos veio alterar uma vis o determinista sobre os efeitos dos riscos associados pobreza Rutter e Madge 1976 citado por Garmezy 1991 puderam constatar ao longo de duas gera es a exist ncia de continuidades moderadas relativamente intelig ncia ao grau de escolaridade ao estatuto ocupacional e aos problemas familiares como crime e desordens psiqui tricas Mas tamb m surgiram evid ncias de descontinuidades em algumas fam lias Estes autores referem que metade das crian as que vivem em condi es de 39 pobreza nao repetem os mesmos padr es nas suas vidas quando alcan am a idade adulta O livro de Festinger 1983 citado por Garmezy 1991 No One Ever Asked
98. a i e a rea de funcionamento que ser afectada por uma condi o de risco incerta 2 os riscos podem ter a sua origem em v rias fontes simultaneamente afectando a adapta o individual e 36 3 contexto e os sistemas familiares afectam a adapta o individual a qual pode agravar ou minorar o impacto dos factores de risco nas crian a Relativamente rela o risco resultados ainda conv m referir que normalmente se verifica a exposi o a mais do que um factor de risco O que dificulta ainda mais a previs o dos resultados face ao risco A ocorr ncia dos factores de risco normalmente n o isolada o que implica que na rela o risco resultados ocorra a ac o de m ltiplos factores de risco Para al m disso ainda se sabe do efeito cumulativo dos factores de risco onde an lises sobre o tipo de risco indicaram que OS factores de risco espec ficos eram menos importantes do que O n mero total de factores presentes Seifer et al 1992 Parece haver uma medida de acordo entre autores de que 4 ou mais factores de risco estar o certamente correlacionados com o aparecimento de desordens Rae Grant 1998 p 42 Embora a combina o de m ltiplos factores aumente a probabilidade de resultados desenvolvimentais negativos n o permite explicar quais os processos envolvidos nessa rela o Assim o estudo mais completo do fen meno da resili ncia requer como j fizemos alus o um conhecime
99. a tigre e gato bot o e moeda rvore e rosa Basta uma resposta correcta para passar este item 1 Em que que se parecem a cenoura batata E E de a See 2 Em que que se parecem o tigre e o guo on I 3 Em que que se parecem um escudo e um bot o a L O o aaa 4 Em que que se parecem a rvore e a rosa 1 WD C VIII 2 Semelhan as 2 ae eta Para passar necess rio que a crian a d duas respostas correctas C VIII 5 Semelhan as 3 x Para passar necess rio que a crian a d rr s respostas correctas C VII 5 Diferen as 2 Sabes o que uma mosca sabes o que uma abelha n o sabes N o s o iguais pois n o Em que que s o diferentes Fa a o mesmo para fio e corda sal e a car gelo vidro Duas respostas correctas s o suficientes para passar este item 1 Em que que s o diferentes a mosca a abelha oo mama ammasso OO 2 Em que que s o diferentes o gelo e o vidro aa gas ee a SS a 3 Em que que s o diferentes um fio e um cordel NN oe 4 Em que que s o Giecenies osdeoa ca a ee mo E SSS C VIII 4 Diferen as 3 Para passar necess rio que a crian a d m s respostas correctas C VIII 7 e 8 Diferen as 4 c Para passar necess rio que a crian a d quatro respostas correctas Cote como 2 itens ee Adapt prov
100. a Crian a feita pela M e Cruz 1996 colocando a seguinte pergunta Diga me como o a Como v ola Assumimos que estas descri es revelam as suas percep es sobre as caracter sticas temperamentais das crian as pois de um modo geral quando as m es se referem crian a expressam se atrav s de adjectivos que correspondem a caracter sticas do temperamento da crian a meigo mau n o p ra quieto Para o tratamento das respostas obtidas Cruz 1996 formulou categorias com base no tom afectivo dos discursos dos entrevistados m es de 126 crian as com 5 anos de idade quando descreviam as crian as As impulsividade que entretanto foi retirado pelos pr prios autores Buss e Plomin O original constitu do por duas perguntas de resposta aberta uma em que se pede aos entrevistados que descrevam a crian a e outra em que solicitado que refira os problemas educativos com que se ter o eventualmente deparado A descri o por n s utilizada incluiu somente a primeira pergunta mas com a mesma caracter stica de resposta aberta o que potencialmente permite aos entrevistados uma liberdade significativa para expressarem as suas opini es 135 mesmas foram usadas por n s para analisar as respostas recolhidas com as m es e ou respons veis pelas crian as que participaram neste estudo us q e em a Positivo Nesta categoria as descri es que as
101. a a aplica o de metodologias de baixo constrangimento Vejamos os seguintes exemplos Suponhamos que pretendemos saber se crian as pequenas entre 3 e os 6 anos manifestam comportamentos ecol gicos ligados protec o do ambiente e que manifesta es s o essas Neste caso a melhor op o ser o uso de metodologias de baixo constrangimento Assim poder se ia fazer um estudo de caso em que se iria observar um grupo de crian as num infant rio por exemplo de forma a perceber da exist ncia ou aus ncia desses comportamentos e na ocorr ncia destas manifesta es proceder se ia sua descri o e caracteriza o Se e ainda tomando o mesmo exemplo o que quisermos saber se os document rios televisivos sobre a mat ria implicam a manifesta o destes comportamentos Ent o o mais adequado a utiliza o de uma metodologia de elevado constrangimento na qual se procura saber se A document rios televisivos causa B comportamentos ligados protec o do ambiente Para isso ter amos que para al m de outros cuidados e preceitos metodol gicos manipular a vari vel independente document rios televisivos e ver O seu efeito na vari vel dependente comportamentos ecol gicos Isto implicaria a presen a de dois grupos de crian as num grupo manipula se a vari vel independente ou seja as crian as seriam submetidas aos referidos document rios televisivos e no outro grupo a vari vel independent
102. a com a incipiente fase dos estudos sobre os indiv duos que apesar de estarem sujeitos a condi es de elevado risco prosseguem o seu percurso desenvolvimental sem complica es apresentando contrariamente ao que se poderia em muitos casos esperar resultados positivos Anthony 1987 considera que esta a a nova regi o cient fica a explorar 25 DEFINI O DO CONCEITO DE RESILI NCIA Ao folhear o dicion rio para descobrirmos o significado do conceito de resili ncia a apresentado pudemos perceber a sua rela o com as Ci ncias Exactas e mais particularmente com a mec nica A pode ler se resili ncia s f mec o contr rio de fragilidade capacidade de resist ncia de um material ao choque a qual medida pela energia necess ria para produzir a fractura de um provete do material com dimens es determinadas energia potencial acumulada por unidade de volume de uma subst ncia el stica quando deformada elasticamente Do lat Resilientia par Pres Pl neut De resilire voltar para tr s recusar vivamente A transposi o deste termo para as Ci ncias Sociais e Humanas implicou evidentemente altera es ao conte do aqui expresso Todavia note se que a partir de algumas palavras chave poss vel compreender alguns conceitos que lhe est o de algum modo associados como a fragilidade capacidade de resist ncia fractura choque el stica Mais tarde aprofundaremos estes significa
103. a distribu do o espa o da casa onde vivem as crian as pelo n mero de pessoas que a residem Consider mos que casas pequenas com base no n mero de quartos com muitas pessoas a habit las poder ser propiciador de conflitos em momentos de stress Assim definimos que a densidade familiar com base no crit rio de apresentado por Rae Grant et al 1998 para identificar fam lias de baixo estatuto s cio econ mico normal quando existe um quarto para cada elemento da fam lia excepto na caso dos casais onde dois elementos ocupam um s quarto elevada quando o n mero de quartos inferior ao n mero de elementos familiares excepto na caso dos casais onde dois elementos ocupam um s quarto Escolaridade do pai Escolaridade da m e Idade do pai Idade da m e Refira se que para estas quatro ltimas vari veis escolaridade do pai escolaridade da m e idade do pai idade da m e nas situa es em que a crian a n o vive com a sua fam lia biol gica os dados foram recolhidos relativamente aos respons veis pela crian a 2 1 2 9 N mero de crian as na fam lia Corresponde ao n mero de elementos na fam lia com idades iguais ou superiores a 14 anos 129 2 1 2 10 Sa da de casa de irm os significativos Refere se a irm os com os quais a crian a tem uma rela o pr xima com quem interagem frequentemente e de quem gostam especialmente Como em algumas fam lias havia irm os que j n o residia
104. acordo com o que alguns autores tem referido avalia es feitas num nico per odo de tempo s o insuficientes para designar crian as resilientes Farber amp Egeland 1987 ou vulner veis acrescentamos n s A literatura tem demonstrado a exist ncia de flutua es nos comportamentos resilientes indiv duos que num dado per odo de desenvolvimento manifestam comportamentos resilientes podem num outro momento apresentar padr es de comportamento menos adaptativos Assim sendo a determina o mais rigorosa e completa dos indiv duos resilientes passa pela avalia o dos mesmos ao longo de v rios per odos do desenvolvimento Consideramos que o mesmo pode ser dito relativamente aos indiv duos vulner veis Pelo exposto sublinhe se que designa o e identifica o de crian as resilientes e vulner veis neste estudo n o constitui uma classifica o absoluta e definitiva Assumimos ser poss vel haver altera es no estatuto de crian a resiliente ou vulner vel aqui proposto se outros estudos forem realizados no futuro A resili ncia e a vulnerabilidade resultam da interac o entre os factores constitucionais e ambientais ao longo do tempo e n o podemos prever como esses factores se ir o combinar ao longo da traject ria desenvolvimental das crian as que constituem a nossa amostra Saliente se portanto que o uso da nomenclatura crian as resilientes e crian as vulner veis se prende essencialmente com que
105. acrescido Mas houve tamb m resultados que n o foram confirmados nem refutados foram surpresas na medida em que quando partimos para este estudo nem sequer coloc vamos a possibilidade de surgirem Desses resultados que para n s foram novos no panorama da resili ncia e da vulnerabilidade destacamos o facto de ter surgido com este estudo a hip tese da exist ncia de factores de protec o para as crian as vulner veis Teoricamente esta hip tese parece nos poss vel porque na 195 aus ncia de factores de protec o entao s o definhamento desenvolvimental lhes restaria pens mos que n o isso que acontece Embora estas crian as vulner veis sejam descritas na literatura como crian as com resultados desenvolvimentais inferiores aos das crian as resilientes e possam eventualmente apresentar no presente e ou no futuro alguns problemas de adapta o consideramos poss vel que existam factores de protec o na vida destas crian as Consideramos que a investiga o acerca desta quest o levantada pode fornecer elementos importantes na compreens o mais completa dos fen menos da resili ncia e da vulnerabilidade Para al m disso tamb m nos parece uma quest o pertinente do ponto de vista da interven o nomeadamente na preven o prim ria Simeonsson 1994 prev a promo o da resili ncia na qual se incluem os factores de protec o como uma das actividades priorit rias na preven o prim ria Ass
106. adas pela manifesta o de comportamentos inadequados por parte da crian a s m es e ou respons veis pelas crian as foi lhes pedido que explicassem como reagiram se deparadas com tais comportamentos As dez hist rias que comp em esta escala incluem situa es que t m lugar tanto dentro como fora de casa com adultos assim como com pares e decorrem em contextos uns formais e outros informais portanto uma escala com uma significativa abrang ncia em termos de contextos sociais vividos pela crian a Embora s tenhamos utilizado com as m es e ou respons veis pelas crian as da nossa amostra a pergunta o que que fez ou faria nesta situa o conveniente referir que a escala original era ainda composta por mais tr s perguntas uma no seguimento da primeira pergunta que procurava saber o porqu daquele comportamento relativamente crian a outra sobre os sentimentos da m e quando deparada com o comportamento inadequado da crian a e por fim uma pergunta acerca das raz es que ter o originado tal comportamento na crian a 13 2 Ea sa Refira se que os oito ltimos itens foram acrescentados por Barbosa escala original esta constitu da por 24 itens no total 138 Para efectuar a an lise das respostas Cruz 1996 apresenta por um lado v rias categorias para codifica o das respostas recolhidas e por outro sugere um conjunto de normas gerais para a triagem das respostas Rel
107. aios Se a crian a correr at bola parar e depois der O pontap n o passa Anote lateralidade que p a crian a usou para dar O pontap A V 3 Chega com as m os at ponta dos p s mantendo os joelhos esticados Com a crian a de p avise a para manter os joelhos esticados Olha agora chega com as m os at aos sapatos sem dobrar os joelhos Faz de conta que vamos varrer Os sapatos com as m os Pode permitir se uma segunda tentativa se a crian a dobrar os joelhos Com os joelhos dobrados n o passa este item tem de tocar as pontas dos p s com ambas as m os mantendo os joelhos direitos A V 4 Salta por cima de uma corda com os p s juntos ca de 15 cm de altura Use a corda que faz parte do teste se necess rio atando uma extremidade perna de uma mesa cadeira ou outra segure corda esticada a cerca de 15 cm do ch o Diga crian a para estar perto da corda com os p s juntos e saltar por cima Os seus p s deveriam manter se juntos quando ela inicia o salto e quando o termina N o se trata de a correr saltar a corda nem de dar um passo r pido por cima da corda Permita duas tentativas basta passar uma A VIL1 Salta por cima de uma corda a 25 cm de altura Aten o idade S se a crian a tiver feito bastante bem o anterior Ajuste a corda para ficar bem esticada a 25 cm do ch o Pe a ent o para saltar A VII S Salta corda 3 ou mais voltas a Tanto rapaze
108. al Psychology 56 224 226 Kaplan M M 1992 Mother s Images of Motherhood London Routledge Kazdin A E 1992 Research Design in Clinical Psychology 2 ed Boston Allyn and Bacon Kessler R Kendler K Heath A Neale M amp Eaves L 1992 Social Support Depressed Mood and Adjustement to Stress A Genetic Epidemiologic Investigation Journal of Personality and Social Psychology 62 257 272 Kilpatrick K L amp Williams L M 1998 Potencial Mediators of Post Traumatic Stress Disorder in Child Witness to Domestic Violence Child Abuse amp Neglect 22 4 319 330 201 Ludke M amp Andr M 1986 Pesquisa em Educa o Abordagens Qualitativas S o Paulo EPU Luthar S S Doernberger C H amp Zigler E 1993 Resilience is not a unidimensional construct Insights from a prospective study of inner city adolescents Development and Psychopathology 5 703 717 Luthar S S 1991 Vulnerability and resilience A study of high risk adolescents Child Development 62 600 616 Magnusson D 1995 Individual Development A Holistic Integrated Model In Moen P Elder G H Jr amp Luscher K Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 19 60 Washington American Psychological Association Masten A S 1994 Resilience in individual development Successful adaptation Despite Risk and Adversity In M C Wang amp E Gardon Eds Educational Resili
109. ala do Atelier Com este procedimento pretendeu se controlar algumas vari veis externas tais como a reactividade originada pela poss vel observa o dos seus colegas da educadora ou da auxiliar de ac o educativa a interrup o por parte dos colegas o barulho que poderia eventualmente dificultar a capacidade de aten o por parte da crian a a ser avaliada e at mesmo como forma de evitar a resposta antecipada por algum colega Tamb m por forma a tornar a situa o de avalia o o menos constrangedora 146 poss vel para as crian as esta situa o foi lhes previamente apresentada como sendo um jogo sobre eles Sobre este instrumento ainda conveniente referir que se procederam a alguns ajustamentos no sentido de adequar o mais poss vel os itens que O comp em popula o estudada Assim o Manual de Instru es de Adelina Barbosa que acompanha sua adapta o escala de Harter e Pike 1983 sugere que se inicie a avalia o apresentando crian a o primeiro item da escala que um item de exemplo da seguinte forma O que eu tenho aqui uma esp cie de jogo com figurinhas que se chama QUAL O A MENINO A MAIS PARECIDO A COMIGO Eu vou te contar como s o estes meninos as e o que que eles elas fazem Por exemplo Este menino a aqui o examinador aponta a imagem do lado esquerdo normalmente est contente feliz e este a examinador aponta a imagem do lado direito normalmente est triste Ago
110. and competence in children A building block for developmental psychopathology child development 55 97 111 Garmezy N 1981 Children under stress Perspectives on Antecedents and Correlates of Vulnerability and Resistance to Psychopathology In Rabin A L Aronoff J Barclay A M amp Zucker R A Eds Further Explorations in Personality 196 269 New York Wiley Garmezi N Masten A S amp Tellegen A 1984 The Study of Stress and Competence in Children A Building Block for Developmental Psycopathology Child Development 55 97 111 Garmezy N 1985 Stress resistant children The search for protective factors In J E Stevenson Ed Recent research in developmental psychopathology pp 213 233 Oxford Pergamon Press Garmezy N 1990 A Closing note Reflections on the future In J Rolf A Masten D Chichetti K Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and protective factors in the development of psychopathology pp 527 534 New York Cambridge University Press Garmezi N 1991 Resiliency and Vulnerability to Adverse Developmental Outcomes Associated With Poverty American Behavioral Scientist 34 416 430 Garmezy N 1993 Children in Poverty Resilience Despite Risk Psychiatry 56 127 136 200 Gest S D Neemann J Hubbard J J Masten A S and Tellegen A 1993 Parenting quality adversity and conduct problems in adolescence Testing process oriente
111. ando que quando existem interac es predominantemente positivas as descri es tender o a ser positivas e quando as interac es s o mais pobres as descri es tender o a menos positivas ou mesmo ser negativas Sob este ponto de vista os resultados obtidos tamb m sugerem para as crian as resilientes mais claramente que para as crian as vulner veis a exist ncia de interac es positivas na d ade m e crian a Para al m disso ainda previs vel que as percep es positivas das m es se reflictam nas interac es com a crian a transmitindo lhes imagens positivas de si refor ando consequentemente as caracter sticas temperamentais positivas da crian a E assumindo a perspectiva da crian a como um elemento activo na interac o m e crian a tamb m pode acontecer que tendo a crian a caracter sticas temperamentais que s o percepcionadas positivamente pela m e essas caracter sticas possam tamb m influenciar positivamente as interac es m e crian a Em s ntese os resultados obtidos atrav s das descri es percep es das m es e ou respons veis relativamente s crian as da nossa amostra sugerem que estas descri es percep es podem fornecer elementos a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade sejam esses elementos do dom nio das caracter sticas temperamentais das crian as ou do dom nio das interac es
112. ano de vida a quest o desenvolvimental mais saliente colocada crian a a forma o de uma rela o de vincula o no segundo ano de vida O funcionamento aut nomo que mais se destaca no per odo pr escolar apontam se como quest es salientes a expans o da capacidade para organizar e coordenar recursos ambientais O interesse em problemas atractivos com origem no ambiente circundante a auto regula o emocional e por fim O relacionamento com pares 69 nos primeiros anos escolares real a se o relacionamento com pares em grupos e a forma o de amizades s lidas Contudo n o se deve considerar que quando uma crian a resolve competentemente as quest es desenvolvimentais salientes de determinado per odo isso signifique compet ncia em per odos futuros Segundo esta abordagem as experi ncias actuais s o integradas em estruturas anteriores O que designado por integra o hier rquica e se uma crian a competente num est dio de desenvolvimento pensa se que assim possa estar mais preparada e adaptada para responder competentemente aos desafios que lhe s o colocados no est dio seguinte N o se concebe portanto uma rela o linear e determinista para a compet ncia embora se considere que a forma como s o resolvidas tarefas desenvolvimentais colocadas precocemente possa influenciar a rela o de risco ou de protec o de determinados factores Estudos longitudinais sobre crian a
113. antitativa mas predominam os registos de cariz quantitativo o assistente social ao estudar a crian a negligenciada considera os sinais qualitativos e quantitativos predominando os registos qualitativos Para todos os efeitos o mais importante n o a forma como o caso investigado mas o pr prio caso em si e o que este permite em termos de conhecimento 103 3 2 Caracteristicas Uma das caracter sticas presentes num estudo de caso sem d vida a sua singularidade Embora possam existir outros casos semelhantes um caso sempre particular e nico A explora o dessa singularidade de facto um aspecto a salientar neste tipo de metodologia Stake 1994 exp e v rios dom nios que no estudo de caso s o interceptados pela singularidade a natureza do caso os antecedentes hist ricos do caso o cen rio f sico onde tem lugar os contextos que envolvem o caso como por exemplo o contexto pol tico e econ mico e as fontes de informa o que possibilitam a realiza o do estudo Outro ponto a real ar no estudo de caso s o as suas fronteiras Para que se reconhe a a unidade dentro de um sistema mais amplo necess rio definir bem os seus limites Refere Stake 1994 que quanto mais o caso estudado for espec fico singular e confinado maior a sua utilidade epistemol gica No entanto a tarefa de delimita o das fronteiras do objecto de estudo nem sempre facil j que se subentende a exis
114. at others are common for the two groups RESUME Cette these a comme objectif l tude du f nom ne de la resilience et des facteurs associ s Par resilience ont comprend l adaptation positive des individus vivent dans des conditions de vie difficile Masten 1994 Le contexte caract ristique de la pauvret ou tout les jours sont v cues des conditions adverse au d velopment a t bien etudi par la science psychologique mas c est peine r cemment que les conduites adaptatives face au risques et l adversit ont et mises en evidence La recherche a caract re exploiratoire ici pr sent e a t men e dans un environment caracteris par la pauvret Il s agit d une tude sur la resilence dans un groupe de 13 enfants d ge comprise entre 3 et 6 ans habitant le Bairro S Jo o de Deus Porto L objectif de cette tude etait de connaitre pourquoi face au risque et l adversit quelques enfants sont vuln rables et d autres leur r sistent Quels sont les facteurs associ s a la resilience Quelles sont les diference et les ressemblances entre les enfants resilients et les vulnerables Dans un premier instant ont a identifi chez les enfants de l chantillon ceux qu on pourrait qualifier comme resilients et ceux qu on qualifierait comme vulnerables Les instruments utilis s ont t Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 et chelle d valuation du Develop
115. ativamente s normas gerais elas s o apresentadas no sentido de simplificar a tarefa de seleccionar uma categoria j que s uma categoria ser cotada quando como acontece muito frequentemente existem v rias categoria na mesma resposta Deste modo quando s o referidos mais do que um comportamento por parte do adulto numa ordem temporal deve se cotar aquele que apontado em primeiro lugar Ressalve se no entanto que quando as hist rias pressup em que o comportamento inadequado da crian a se repete ou agrava ver hist rias 1 2 4 e 5 ent o neste caso deve se cotar a resposta que coincide com o auge do comportamento inadequado da crian a e n o as respostas acerca do que se come aria por fazer Tamb m n o se dever cotar o que referido como aquilo que o adulto faria antes ou depois da situa o que apresentada na hist ria As respostas recolhidas podem ainda indicar objectivos sobre o comportamento mas aqui n o se dever esquecer que o que interessa e se codifica s o os pr prios comportamentos as pr ticas disciplinares e n o a raz o ou raz es para explicar essas pr ticas Cruz 1996 contempla na sua escala uma pergunta para essas raz es mas como n o utilizamos todas as perguntas desta escala ser somente nos comportamentos que nos centraremos No que se refere s categorias refira se as estas categorias foram constitu das a partir das pr prias respostas recolhidas no seu e
116. b m ser um meio prop cio manifesta o de vulnerabilidades Se uma crian a leva consigo uma hist ria de fracassos ao nivel das rela es interpessoais e que se repetem na escola se a sua auto estima e autonomia n o se desenvolveram convenientemente para dar resposta aos desafios do contexto escolar este pode eventualmente funcionar como um contexto amea ador em vez de protector ao desenvolvimento 82 Cap tulo Il ENQUADRAMENTO METODOL GICO No capitulo anterior expusemos o corpo te rico que fundamentou e organizou este trabalho sobre a resili ncia O cap tulo que agora se apresenta corresponde ao enquadramento te rico da metodologia que serviu de base ao estudo emp rico efectuado e compreende tr s grupos tem ticos 1 Compreender Fen menos Atrav s da Ci ncia a Escolha da Metodologia 2 As investiga es de Baixo Constrangimento 3 E o Estudo de Caso Ao longo deste cap tulo s o revistas quest es que tivemos que considerar na op o metodol gica feita A sua estrutura constitui uma sequ ncia que reflecte o progressivo refinamento conceptual e metodol gico que teve lugar at chegarmos ao Estudo de Caso Assim O grupo tem tico que design mos por Compreender Fen menos Atrav s da Ci ncia a Escolha da Metodologia constitui uma primeira abordagem sobre alternativas dispon veis e factores relevantes a considerar na escolha de uma metodologia Tendo a nossa escolha recaido numa metodologia qu
117. bridge University Press Palacios J 1995 Introdu o Psicologia Evolutiva Historia Conceitos Basicos e Metodologia In Coll C Palacios J amp Marchesi A Desenvolvimento Psicol gico e Educa o Psicologia Evolutiva Vol 1 Porto Alegre Artes M dicas Patterson J M Garwick A W 1994 Theoretical Linkages Family Meanings and Sense of Coherence In McCubbin H I Thompson A E Thompson E A Fromer J E Stress Coping and Health in Families Sense of Coherence and Resiliency 71 89 California Sage Publications Patterson G R amp Capaldi D M 1990 A mediational model for boys depressed mood In Rolf J E Masten A S Cicchetti D Nuechterlein K amp Weintraub S Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psycopathology 141 163 New York Cambridge University Press Peck Jr E C 1987 The Traits of True Invulnerability and Posttraumatic Stress in Psychoanalyzed Men of Action In Anthony E J amp Cohler B J Eds The Invulnerable Child pp 313 360 New York Guilford Press Pereira 1998 Interac es Educadora Crian a e Temperamento Um Estudo Explorat rio sobre os Efeitos do N vel ce Actividade nos Comportamentos Interactivos Educadora Crian a Tese de Mestrado Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Pianta R C Egeland B amp Sroufe A 1990 Maternal stress and children s development prediction
118. ca e por outro as refer ncias emp ricas 58 As duas ltimas d cadas foram especialmente proficuas no numero das investiga es sobre a resili ncia e nos resultados obtidos Mas ser o as refer ncias emp ricas suficientemente fortes de modo a que a defini o te rica de resili ncia seja efectivamente clara e inequ voca Ser o as refer ncias emp ricas t o s lidas e consistentes que permitam a este conceito n o cair em descr dito ou ser vulgarizado com o risco de se lhe atribuirem significados diferentes daqueles originalmente concebidos As quest es relacionadas com a validade do conceito de resili ncia pressup e que este seja submetido quest o que j em 1978 Walizer e Wienir citados por Bartelt 1994 p 99 colocaram ser que os indicadores parecem avaliar o que foi definido como significado do conceito e ser que a defini o operacional reflecte o que pretendido pela defini o conceptual Nas investiga es sobre o fen meno da resili ncia n o a resili ncia como resultado que directamente observada s o usados indicadores que se consideram reveladores da resili ncia A resili ncia nunca directamente observ vel sempre imput val Bartelt 1994 p 101 Mas a amplitude de dom nios e situa es em que a adapta o bem sucedida o funcionamento positivo ou a compet ncia podem ser observados oferece aos investigadores v rias formas de abordagem do conceito d
119. ce na mesma no que se refere aos modelos anteriores as mudan as s o como j referimos universais e est o inscritas nos c digos gen ticos que determinam uma orienta o evolutiva comum As suas teorias de modifica o comportamental de Skinner e Watson ilustram o que acab mos de afirmar relativamente ao posicionamento mecanicista No que diz respeito aos modelos de desenvolvimento que argumentam a favor da interac o entre os factores intr nsecos e extr nsecos poss vel ainda fazer a distin o entre os interaccionistas e interaccionistas rec procos Basicamente a diferen a que se pode apontar entre estes modelos refere se ao papel activo que o indiv duo e particularmente a crian a adquire na interac o com o meio podendo tamb m ela pr pria influenci lo e altera lo este o posicionamento assumido pelos modelos interaccionistas rec procos Do ponto de vista dos modelos interacionistas quer a no o de continuidade quer a de descontinuidade no desenvolvimento s pode ser analisada tendo em conta a rela o existente entre caracter sticas da crian a e seu ambiente envolvente e n o podem ser tomadas separadamente atribuindo se a um ou a outro essa responsabilidade N o faz sentido justificar a continuidade 2 J Locke e D Hume ter o vivido entre 1632 1704 e 171 1 1776 respectivamente A Locke deve se a c lebre met fora da t bua rasa a mente humana no momento do nascimento seria compa
120. cnicas utilizado quando se fazia mais do que uma avalia o em simult neo 124 observa o dos seus colegas da educadora ou da auxiliar de ac o educativa a interrup o por parte dos colegas O barulho que poderia eventualmente dificultar a capacidade de aten o por parte da crian a a ser avaliada e at mesmo como forma de evitar a resposta antecipada por algum colega Para al m disso o facto da aplica o da escala ser realizada a cada crian a individualmente evita situa es aprendizagem antecipada da resolu o das tarefas apresentadas na escala por observa o dos colegas 125 mae HE E Ee Fe HEHE ee HE ES M 2 Sequndo Momento Caracteriza o dos Factores de Risco e de Protec o recolha de dados que permitiu a identifica o das crian as resilientes e das vulner veis seguiu se a recolha de informa es sobre os factores de risco e de protec o presentes na vida destas crian as 2 1 Vari veis Para a resili ncia e para a vulnerabilidade contribuem factores constitucionais e ambientais da crian a As vari veis de risco e de protec o inserem se nestes dois conjuntos de factores e podem mais facilmente expor ou pelo contr rio defender a crian a do risco e da adversidade Deste modo os factores de risco e de protec o contemplados neste estudo est o divididos em tr s categorias que v o de encontro ao que referido na literatura relativamente sua origem Caracte
121. correcta apenas o ant nimo e n o por exemplo pequeno 2Use as seguintes moedas 2550 5500 10500 20500 50500 100500 e 200500 a a ee Se Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto P1 42 94 FPCE UP S L Casuo e 1 Gomes Mar o de 1996 14 FIV 3 Contagem preliminar at 4 ou mais o Frequentemente as crian as desta idade aprendem sequ ncia dos primeiros algansmos podem repeti los na ordem conec at 5 ou 6 sendo no entanto incapazes de contar objectos correctamente Esta contagem preliminar suficiente para passar O item F IV 4 Sabe contar 4 cubos o Ponha quatro cubos amarelos em fila em frente da crian a e afastados entre si de cerca de cm Pergunte Quantos cubos h aqu Sabes contar A crian a devena tocar em cada cubo com o dedo indicador a contagem deve corresponder a0 movimento Se necessino quando uver acabado diga Quantos que s o Se a crianca souber passa o item Se n o souber fa a uma segunda tentauva Algumas crian as dizem a sequ ncia num rica mas associam na incorrectamente aos objectos F V 2 Sabe contar 10 cubos E F V 6 Sabe contar 15 cubos F IV 6 Compara 2 pesos ey Material 2 pesos circulares Pe a crian a para estender as duas m os com as palmas viradas para cima depois ponha suave c simultaneamente os dois pesos um em cada m o colocando os exactamente na regi o em que os dedos encontram a palma da m o Diga
122. crian as resilientes conclu ram o 4 ano de escolaridade cinco em nove m es das crian as vulner veis t m um n vel de escolaridade inferior ao 4 ano o que representa a maioria tr s terminaram o 4 ano de escolaridade e uma das m es supera mesmo o n vel mais elevado de escolaridade conseguida para as m es das crian as resilientes que o 4 ano de escolaridade pois a sua escolaridade situa se entre o 4 e 0 6 ano Os resultados obtidos indicam que a escolaridade de m e dever ser uma vari vel a considerar a an lise dos factores de risco e de protec o e sugerem que graus mais elevados de escolaridade das m es poder o ter um efeito protector nas crian as analisadas 2 2 6 Idade do Pai Da an lise dos resultados obtidos para esta vari vel constata se que a m dia das idades dos pais nas crian as resilientes de 33 2 anos a m dia das idades dos pais nas crian as vulner veis de 41 1 anos Assim verifica se que os pais das crian as resilientes s o mais novos do que os pais das crian as vulner veis sendo essa diferen a de idades dos pais entre os dois grupos quando expressa nas suas m dias pr xima dos oito anos 174 f E X A leitura que fazemos destes resultados que a idade do pai poder ter efeitos de risco e de protec o e como tal dever ser contemplado na an lise de factores de risco e de protec o Os resultados aqui apresentados sugerem que ter pai
123. d o crian a e diga Agora experimenta tu Duas tentativas Basta uma tentativa certa para passar B VII l Consegue fazer uma la ada Depois da crian a ter feito o n meta um l pis dentro do n e aperte o Usando o l pis para manter o n no lugar diga depois de demonstrar Agora faz me um la o muito bonito Se der um la o simples passa o item B VII 6 Consegue dar um la o Duas voltas Passa o item se der um la o B VI 3 e 4 Faz sozinha pequenos recados a lojas pr ximas ou a casa de um vizinho Nas grandes cidades depende muito de onde vive a crian a e se h ou n o ruas com muito movimento para atravessar Se houver indica es de que a crian a vai sozinha fazer recados passa os dois itens Pontua como dois itens B VI 5 Sabe escovar e pentear o cabelo razoavelmente bem Isto deveria ser bem feito com pouca ou nenhuma ajuda B VII 3 e 4 Trata dos seus cabelos Tanto rapazes como raparigas devem mostrar que nesta altura se responsabilizam pelo aspecto e higiene dos seus cabelos em todas as ocasi es Pontua como dois itens B VII 4 e 5 Sabe comportar se mesa A crian a deve ser capaz de manter se limpa mesa usando o talher convenientemente de modo a que os pais a possam levar a um restaurante e a crian a consiga lidar bem com a situa o comportando se quase como um adulto Pontua como dois itens B VIII 5 Sabe qual o dia e o m s do
124. d Protective Factors in the Development of Psychopathology New York Cambridge University Press Rolf J E Masten A S Cicchetti D Nuechterlein K amp Weintraub S Eds 1990 Risk and Protective Factors in the Development of Psycopathology New York Cambridge University Press Rutter M 1985 Resilience in the face of adversity Protective factors and resistance to psychiatric disorder British Journal of Psychiatry 147 598 611 Rutter M 1990 Psychosocial Resilience and Protective Mechanisms In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development for Psycopathology pp 181 214 New York Cambridge University Press Rutter M Champion L Quinton D Maughan B and Pickles A 1995 Understanding Individual Differences in Environmental Risk Exposure In Moen 205 P Elder G H Jr amp Luscher K Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 61 93 Washington American Psychological Association Sameroff A J amp Chandler M J 1975 Reproductive Risk and the Continuum of Caretaking Casualty In Horowitz F D Hetherington E M Scarr Salapatek S amp Siegal G Eds Review of Child Development Research Vol 4 187 244 Chicago University of Chicago Press Sameroff A J 1993 Models of Development and Developmental Risk In Zeanah Jr C H Ed Handbook of Infan
125. d models of resilience Development and Psychopathology 5 663 682 Goldsmith H H Buss A H Plomin R Rothbart M K Chess T Thomas A Hinde R A amp McCall R B 1987 Roundtable What Is Temperament Four Approaches Child Development 58 505 529 Gordon E W and Song L D 1994 Variations in the Experience of Resilience In Wang M C and Gordon E W 1994 Educational Resilience in Inner City America Challenges and Prospects 27 44 Lawrence Erlbaum Associates Publishers Hillsdale New Jersey Graziano A M amp Raulin M L 1989 Research Methods A Process of Inquiry New Yorks Harper amp Row Publishers Harter S 1982 The Perceived Competence Scale for Children Child Development 53 87 97 Hetherington E M 1989 Coping with Family Transitions Winners Losers and Survivors Child development 60 1 14 Kagan J Gibbons L J O Johnson M Reznick J S amp Snidman N A 1990 A Temperamental disposition to the state of uncertainty In Rolf J E Masten A S Cicchetti D Nuechterlein K amp Weintraub S Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psycopathology 164 179 New York Cambridge University Press Kandel E Mednick S A Kirkegaard Sorensen L Hutchings B Knop J Rosenberg R amp Schulsinger F 1988 IQ as a Protective Factor for Subjects at a High Risk for Antisocial Behavior Journal of Consulting and Clinic
126. da resili ncia do que um quociente geral de desenvolvimento de 103 valores E um quociente geral de desenvolvimento de 89 valores mais indicativo da vulnerabilidade do que se os valores foram de 95 Os resultados obtidos ver Quadro 1 revelam que todas as crian as da nossa amostra t m estatuto de alto risco ou seja que nas treze crian as se verifica um somat rio igual ou superior a quatro factores de risco Assim sendo todas as crian as da nossa amostra preenchem a primeira condi o que nos permite identific las como resilientes ou vulner veis j que todas t m estatuto de alto risco A an lise dos resultados da escala de desenvolvimento ver Quadro 1 revela a exist ncia de quatro crian as com valores iguais ou superiores a 100 sugerindo como foi explicado a resili ncia e nove crian as com valores abaixo de 100 sugerindo como fci explicado a vulnerabilidade Assim ao longo desta an lise as quatro crian as com valores iguais ou superiores a 100 foram designadas de resilientes e as nove crian as com valores inferiores a 100 foram designadas de vulner veis Os resultados obtidos permitem ainda constatar que as crian as resilientes re nem um maior n mero de factores de risco Apresentam se no Quadro 1 os resultados obtidos para treze crian as da nossa amostra relativamente s vari veis estatuto de risco e n vel de desenvolvimento expresso pelo quociente de desenvolvimento geral 155
127. de div rcio entre os pais Existem portanto v rias dimens es nas quais as adversidades podem variar severidade intensidade dura o e se um evento normativo ou n o normativo Masten 1994 Nossa tradu o para os conceitos de psychological distress decompensation e anxiety 29 A dimens o severidade refere se ao maior ou menor impacto que as adversidade podem ter um na crian a O grau de severidade que as adversidades produzem pode ser diferente as experi ncia traum ticas como por exemplo o abuso sexual em crian as ter uma maior severidade quando comparada com a mudan a de resid ncia A intensidade com que uma adversidade atinge uma crian a assim como a sua dura o podem tamb m variar Assim algumas adversidades s o intensas agudas e de curta dura o por exemplo assalto outras s o cr nicas por exemplo pobreza doen a cr nica ou defici ncia conflito familiar cr nico Existem ainda adversidades intensas que apesar de terem uma curta dura o acabam por ter efeitos de stress cr nico e permanente por exemplo acidente de trabalho do qual a pessoa fica lesada fisicamente Estas dimens es fazem nos pensar na defini o de resili ncia que encontr mos no dicion rio Ali podem se distinguir dois sentidos a capacidade de resist ncia de um material a um choque que potencialmente provoca fractura e a energia acumulada numa subst ncia el stica quando deformada elasticamente
128. de risco Sem essa compreens o existe o perigo de que a resili ncia signifique nada mais do que a pessoa n o tenha realmente experienciado um factor de risco crucial Rutter 1990 p 184 Assim este conhecimento de extrema relev ncia na operacionaliza o da resili ncia e no prosseguimento de estudos mais completos Para melhor esclarecer este ponto passamos a dar outro exemplo s o v rios os estudos que comprovam que a depress o nos pais constitui um factor de risco Mas esta uma situa o de risco porque lhe est normalmente associado o empobrecimento dos cuidados com a crian a Portanto se um substituto assegurar estas fun es e n o houver uma degrada o significativa no ambiente a outros n veis apesar da presen a do factor de risco a crian a pode n o estar directamente sob o efeito desse risco Especificidade Multiplicidade e Efeitos Cumulativos do Risco Relativamente especificidade do risco conveniente antes de mais salientar dois aspectos Existe alguma especificidade no que concerne natureza do pr prio risco particularmente quando esse risco se insere nas desordens psiqui tricas individuais Assim por exemplo no dom nio da depress o parental a literatura tem vindo a documentar o acrescido risco para a crian a de ela pr pria desenvolver depress o 35 Contudo quando se trata da rela o entre O risco e os resultados dif cil encontrar especificidades Seifer Same
129. deram estabelecer uma rela o segura e pr xima Estes adultos nem sempre coincidiam com as figuras paternas em muitas situa es eram os av s ou irm os mais novos os substitutos dos pais e que representaram para a crian a importantes refer ncias de identifica o Dados da avalia o de pediatras e psic logos 15 Pela avalia o feita atrav s do California Psychological Inventory 16 Nossa tradu o para achievment oriented attitude 66 Tamb m se verificou um maior sentido de responsabilidade e de autonomia nas raparigas que estavam incumbidas de tomar conta dos irm os mais novos porque as m es tinham que trabalhar fora de casa e em especial quando o pai tamb m estava ausente Do mesmo estudo ainda se pode verificar a exist ncia de outro factor de protec o nas crian as resilientes mas este em particular para os rapazes Foi poss vel confirmar que a maioria dos rapazes resilientes eram os primeiros filhos n o tiveram portanto que dividir o espa o f sico e emocional com outras crian as at pelo menos aos dois anos de idade como foi referido atr s Outra caracter stica consistiu no apoio fornecido por familiares vizinhos pares ou pessoas mais velhas que eles em momentos mais conturbados da vida Refira se ali s que muitas das vezes a fonte de suporte emocional s o pessoas exteriores ao seu c rculo familiar como por exemplo um professor um padre ou um grupo religioso Acrescent
130. do Conceito de Resili ncia ennnen e vennnennnnnununun un 26 Componentes da Adapta o erennere 28 Os Conceitos de Risco e de Adversidade iiseeteseeseeeresescereeeecenmenenso 29 Crian as Resilientes Resistentes ao Stress ou Invulner veis Conceitos Relativos ou Absolutos ciiiiseeeseseeeceeeeneeeaeeseeaaeeeeseneeenatenas 31 Resili ncia RISCO oo ceccescceceeeceeseteeeeseeeeeaecesesetsnsasenseennecsansaeeneusaeeneeneeanengene ens 33 Fases da Investiga o Acerca do Risco cceeeeeeteeeeeseree tester nner testiat ces 34 Especificidade Multiplicidade e Efeitos Cumulativos do Risco 35 Risco Proximal e Distal cccccccceecceeeseeeeeeeeeeenseeteeeeseeeeenaneseaeeeraeseraneneesngees 37 Transgeracionalidade dos Riscos na Pobreza siseeecerereeeeeceeeoeo 39 Resili ncia Vulnerabilidade Factores de Protec o e Factores de Risco 41 Interac o entre Factores de Risco e de Protec o 00 seccssecsreceeeesterseeneeeneeesees 44 O Pre o da Resili ncia cece essence eeserererererereererererereneneneneneneasenesenemeneao 47 Prever a Resili ncia cs iteecceseeeeecerrenennrerenecanarerananearaneerenerenenacenao 51 Dificuldades na Previs o da Resili ncia eeccseeeceneesesessereeneeneneeneeeoo 53 As Investiga es sobre a ReSiliGncia eee teeters rete es tees nnne 57 G
131. doen a originados por diferentes susceptibilidades poderiam manter se por per odos iguais ou superiores a 20 anos existindo indiv duos vulner veis que mantinham as mais altas probabilidades de doen a e indiv duos resilientes que conseguiam comparativamente aos primeiros manter se saud veis Esta diferen a na forma de reagir dos sujeitos em an lise conduziu Hinkle ao estudo mais aturado deste fen meno descobrindo que um pequeno grupo de indiv duos pareciam estar psicoimunizados pois por mais priva es e mudan as pelas quais passassem como por exemplo a morte do c njuge ou separa o de um familiar n o se encontravam vest gios como seria esperado de doen a A esta reac o estavam associados por um lado a aus ncia de anteriores susceptibilidades e por outro lado a exist ncia de caracter sticas pessoais que isolavam impermeabilizavam os indiv duos aos acontecimentos exteriores Dois anos mais tarde Hinkle classificava estes indiv duos com uma desordem narcisista Tamb m curioso o facto da resili ncia poder ser detectada em animais especificamente em ratos de laborat rio Assim quando sujeitos a experi ncias que envolvem a sobreviv ncia em ambientes extremos pequenas percentagens destes ratos para al m de sobreviverem e se desenvolverem 21 nesses ambientes adversos ainda demonstravam uma capacidade exploratoria acrescida e um maior poder de resolu o quando confrontados com situa
132. dos Ora como foi explicado no cap tulo anterior as investiga es sobre a resili ncia t m surgido em variados dom nios cient ficos psicologia psiquiatria sociologia educa o pediatria Consoante os dom nios em estudo as defini es de resili ncia ainda que dentro do mesmo quadro conceptual podem apresentar algumas varia es No dom nio da psicopatologia por exemplo a resili ncia pode ser definida como a aus ncia de psicopatologia em grupos de alto risco tal como filhos de pais com doen as mentais severas em situa es em que indiv duos se confrontam com circunst ncias amea adoras como por exemplo guerras a resili ncia pode significar a recupera o a experi ncias de natureza traum tica T Dicion rio da Lingua Portuguesa da Porto Editora 7 edi o 26 mm Mas embora haja diversidade nas defini es de resili ncia avan adas dentro destes dom nios em todas elas existem denominadores comuns como sejam por um lado a adversidade o risco O stress e por outro lado a compet ncia a adapta o bem sucedida e o funcionamento positivo Assim sendo a resili ncia pode ser entendida como a capacidade para a adapta o bem sucedida funcionamento positivo ou compet ncia despistando estatutos de alto risco stress cr nico ou ap s prolongados traumas severos Egeland Carlson amp Sroufe 1993 p 517 27 m m o o cam COMPONENTES DA ADAPTA O As investiga
133. dos n veis de stress e pelos seus filhos que na altura frequentavam o 2 ano de escolaridade Devido ao baixo n vel s cio econ mico previam se alguns riscos nos cuidados que podiam prestar s crian as As hip teses colocadas neste estudo prendiam se por um lado com a quest o de saber se existiam rela es significativas entre experi ncias espec ficas geradoras de stress maternal e se essas experi ncias espec ficas tinham a propriedade de fazer prever resultados escolares nos seus filhos por outro lado se existiam factores diferenciadores intervenientes na compet ncia da crian as A identifica o de factores de protec o levou Pianta et al a comparar crian as competentes e menos competentes cujas m es estavam igualmente expostas a elevados n veis de stress Os dados foram analisados em fun o dos resultados acad micos nos dom nios acad mico cognitivo e socio emocional comportamental Os resultados desta investiga o indicaram a exist ncia de rela es significativas entre factores de stress espec ficos em fam lias com baixos rendimentos como por exemplo entre a viol ncia familiar e a depend ncia 74 quimica Tamb m foi possivel identificar que o stress interpessoal experimentado pela m e aparece como um factor de previs o nos resultados escolares da crian a No que se refere s quest es sobre a compet ncia na crian a foram identificados factores diferenciadores da compet ncia
134. e fossem gravadas se desligaria O gravador Todas as m es e ou respons veis pelas crian as deram autoriza o para utilizar O gravador e desta foram as entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas 1 3 2 Escala de Avalia o do Desenvolvimento A administra o da Escala de Avalia o do Desenvolvimento de R Griffiths 1986 decorreu entre Novembro e Dezembro de 1998 Esta tarefa foi levada a cabo por cinco psic logas das quais se tinha refer ncias da sua experi ncia na avalia o de crian as feita atrav s desta escala Por forma a tornar a situa o de avalia o o menos constrangedora poss vel para as crian as esta situa o foi lhes previamente apresentada pela educadora que assumimos como uma pessoa pr xima familiar e da confian a da crian as como sendo uns jogos divertidos que iam poder fazer O clima que antecedia a avalia o pareceu nos descontra do pois quando as psic logas entravam na sala das crian as ouvia se quase que em un ssono hoje sou eu n o sou Eu Eu hoje deixe me ser eu As crian as foram avaliadas individualmente noutros do mesmo edif cio mas que tamb m lhes eram familiares de modo a controlar algumas vari veis externas como sendo a reactividade originada pela poss vel 8 Uma sala foi a sala das gr vidas como conhecida e que a sala onde se faz a prepara o psicoprofil ctica para o parto A segunda sala foi o gabinete das t
135. e sabe se esta era uma ocorr ncia frequente nem as suas causas No entanto este foi relatado e descrito pela primeira vez por esta investigadora e As informa es recolhidas podem ter utilidade na nega o de pressupostos Assim por exemplo se se dissesse que os chimpanz s nunca assumiam atitudes agressivas contra outros chimpanz s o estudo de Goodall viria para al m de relatar uma situa o que at a nunca tinha sido observada tamb m negar aquela proposi o Embora se possam negar proposi es com estas metodologias a formula o de novas proposi es est fora de quest o pois os dados referem se em espec fico aquele grupo de sujeitos Retomando novamente o estudo efectuado por Goodall com chimpanz s n o pode ser afirmado que todos os chimpanz s t m 91 comportamentos agressivos com os seus semelhantes porque a observa o de Goodall sobre esta ocorr ncia circunscreve se aquele grupo em espec fico Para al m disso n o poss vel demonstrar a n o ser com mais estudos se esta situa o de facto representativa deste comportamento nos chimpanz s ou se foi a observa o de um facto fortuito Em qualquer investiga o cient fica existe a preocupa o de descobrir e perceber rela es entre vari veis e as metodologias de baixo constrangimento n o s o uma excep o Os procedimentos utilizados permitem a observa o acerca da rela o entre vari veis O tipo de rela o a que se c
136. e segundo Graziano e Raulin 1989 est inserida nas investiga es de baixo constrangimento o segundo grupo tem tico trata os pontos considerados fundamentais na nossa prepara o te rica sobre as investiga es de baixo constrangimento Desde as situa es em que se aplicam at as suas limita es aqui s o enfatizadas as quest es de procedimento essenciais a ter em conta no desenrolar de uma metodologia com estas caracter sticas Embora na parte anterior se fa am refer ncias ao Estudo de Caso esta ltima que vem completar o quadro te rico tratando em espec fico do Estudo de Caso Real am se a sua defini o caracter sticas e os tipos de estudo de caso existentes na opini o de Stake 1994 Cremos que este cap tulo relativo ao enquadramento metodol gico permite uma melhor compreens o do estudo emp rico realizado 84 4 COMPREENDER FENOMENOS ATRAVES DA CIENCIA A ESCOLHA DA METODOLOGIA No que concerne ao conhecimento do mundo que nos rodeia podemos considerar que existem v rias fontes de conhecimento Essas fontes fornecem instrumentos para a leitura do real e podem em alguns casos servir at de orienta es e condutas para a vida como por exemplo a religi o A Ci ncia uma dessas fontes embora n o constitua o nico ve culo para aceder ao conhecimento Em 1970 G C Helmstadter citado por Graziano amp Raulin 1989 definia seis m todos de aquisi o de conhecimento tenacidade intui
137. e Stake 1994 um estudo de caso essencialmente instrumental Assim neste cap tulo propomo nos descrever passo a passo tal como aconselhado para as investiga es de baixo constrangimento por forma a reduzir a fraca replicabilidade que lhes inerente o decurso deste estudo emp rico desde o seu in cio Constam portanto deste cap tulo tr s partes Formula o de Problemas Amostra Recolha de Dados Na primeira parte s o apresentadas e contextuadas as quest es iniciais que estiveram na origem deste estudo e que constitu ram o fio condutor ao longo de toda a investiga o S o tamb m mencionados os objectivos que estiveram na base deste estudo A caracteriza o dos sujeitos da amostra em estudo bem como as raz es subjacentes sua escolha aparecem descritas na parte Amostra A ltima parte aparece organizada em dois momentos que se podem distinguir na colheita dos dados Esse dois momentos s o identifica o das crian as resilientes e das vulner veis e caracteriza o dos factores de risco e de protec o Assim na parte com a designa o de Recolha de Dados aparece a descri o das vari veis dos instrumentos e dos procedimentos usados naqueles dois momentos 108 Ee EE HE EE FE FORMULACAO DE PROBLEMAS 1 Enquadramento e Origem do Estudo A origem deste estudo est intimamente relacionada com as observa es experi ncias e pr ticas surgidas no decurso do projecto em
138. e e um beb O carv o preto e a neve a np e SS O le o feroz e a ovelha DO a a C VIII 6 Ant nimos 3 c dB i a a a es Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PU42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 C YV 3 Materiais 2 ou mais Mesa janela casa Pergunte GR E DS oA 6 ee a eS A janela feita de QUE eso oe m e E a casa feita de ng Ds RE E dana a a C VL 4 Conhece 10 ou mais letras mai sculas nan Pegue na caixa das leuas espalhe as na mesa e deixe crian a dizer o nome daquelas que conhece A crian a deve dizer o nome da letra e n o a maneira como a letra se l Pode dizer Diz me como se chama esta letra eu n o quero que me digas como cla se l quero saber qual o seu nome Registe o n mero de letras cujo nome a crian a conhece quais s o Se a crian a uver feito com sucesso o item D VIII 1 aceita se que ela passe este item se responder indicando a maneira como a letra se l cm vez de dizer o nome da letra Ae oe S tres M Q U Y B Ls Wo gos N RO VY Z c Go Kk LCOS Wo D H geata saia B o aaan T X oee C VII 3 Conhece 20 ou mais letras mai sculas AEG C VII 6 Conhece as letras mai sculas do alfabeto portugu s C VII 4 Semelhan as 1 Sabes o que uma cenoura e uma batata n o sabes Diz me em que que s o parecidos Fa a o mesmo par
139. e faca as Manuseia faca e garfo razoavelmente bem um em cada m o mas usa a faca mais para empurrar a comida para o garfo do que para cortar A crian a deve demonstrar com o talher de pl stico do teste B VIL2 Usa garfo e faca bastante bem consegue cortar a carne Quem corta a tua came B II 3 Arruma os brinquedos quando encorajada a faz lo Pode obter se uma ideia acerca disto auav s da observa o ou deixando a crian a arrumar todos os pequenos brinquedos na caixa CIT 1 Costumas arrumar os brinquedos l em casa quando a tua m e te pede etc Confirme perguntando m e B III 4 Sabe qual o seu sexo Se a crian a for rapaz pergunte Tu s menino ou menina Se a crian a for uma menina pergunte Tu s menina ou menino Anote se a crian a responde com sil ncio ou erradamente B III 5 Consegue desapertar bot es Es tu que tratas de Vestes te sozinho Consegues apertar os bot es e desaboto los Ent o d lhe o teste de abotoar e pe a lhe que desabotoe dois bot es indique os dois bot es que est o mais perto da crian a Diga O outro bot o n o interessa E agora consegues aboto los outra vez N o se deve permitir que a crian a puxe os bot es ou o tecido Pode se demonstrar com um bot o s uma vez como se p e a m o entre as duas pe as de tecido que o bot o deve ser metido no buraco ou puxado com cuidado para fora S passa o item se desabotoar os dois
140. e factores a distinguir por um lado os factores de protec o e por outro os factores de promo o do desenvolvimento Os factores de protec o s o aqueles cujos efeitos se revelam na presen a de factores de risco modificando melhorando ou alterando respostas que induziriam partida resultados menos adaptativos Os factores de promo o consistem em factores que tendem a promover o normal e bem sucedido desenvolvimento mas cujos efeitos se manifestam na aus ncia de factores de risco significativos Cremos que nas crian as resilientes os factores de protec o ter o origem em pr vios factores de promo o de desenvolvimento os quais na interac o com os factores de risco se revelam factores de protec o N o nos parece poss vel uma gera o espont nea de factores de protec o que despertam no momento do ataque dos factores de risco Parece nos que os factores de protec o constitucionais e ambientais ter o que existir previamente sob a forma de factores de promo o do desenvolvimento ainda que de uma forma latente e pouco vis vel 41 Para Wright e Masten 1997 a vulnerabilidade refere se a uma caracteristica de um sistema que pode ser um individuo ou uma fam lia que o torna mais suscept vel face a determinadas amea as ao desenvolvimento Segundo Rutter 1990 vulnerabilidade e factores de protec o constituem respectivamente o polo negativo e positivo do mesmo conceito Ambos
141. e n o 1 Estudos h nos quais a formula o de hip teses pode n o existir 2 No Estudo de Caso a observa o em contextos naturais uma das v rias possibilidades que o investigador disp e na recolha de informa es 87 manipulada A avalia o dos comportamentos dos dois grupos de sujeitos permitiria deste modo testar a hip tese inicialmente colocada Os procedimentos levados a cabo exigem um elevado n vel de rigor e controle de forma tamb m a que as interfer ncias de vari veis externas sejam m nimas ou estejam perfeitamente identificadas e quantificadas As vari veis externas s o factores externos investiga o e que podem exercer influ ncia tanto no comportamento do sujeito como no do observador reduzindo a validade do estudo Para minimizar estes efeitos O investigador recorre a m todos sistem ticos aos quais se denomina por controlo na investiga o Contudo h ainda no seio da comunidade cient fica diverg ncias quanto validade dos resultados conforme t m origem nas investiga es de baixo ou elevado constrangimento Assim h quem coloque em causa O interesse das metodologias de baixo constrangimento argumentando sobretudo a sua falta de rigor cient fico e consequentemente a relativa validade das informa es preferindo ou defendendo portanto as metodologias de n veis de constrangimento elevado H por outro lado quem defenda o uso das metodologias de baixo con
142. e resili ncia Se esta diversidade nas abordagens pode reflectir o largo alcance do fen meno da resili ncia pode tamb m suscitar desvantagens no que se refere clareza te rica do conceito Neste quadro compreende se o qu o crucial a forma como a resili ncia tem sido operacionalizada e se as vari veis que t m sido utilizadas na operacionaliza o da resili ncia avaliam de facto o seu significado te rico Sabe se que os factores que definem as amostras de risco e as defini es de adapta o e compet ncia variam extensamente atrav s dos estudos Egeland Carlson amp Sroufe 1993 p 517 o que pode originar uma certa ambiguidade relativamente a este conceito e aos resultados que lhe s o associados j que a interpreta o desses resultados depende dos crit rios indicadores pelos quais s o analisados 59 Vejamos dois exemplos O primeiro exemplo refere se a Richard Rhodes citado por McCord 1994 p 110 Rhodes n o ter tido uma vida muito f cil j que em beb a sua m e morreu e a av era t o cruel que o neto lhe foi retirado por ordem do tribunal Contudo Rhodes ganhou um pr mio Pulitzer por ter escrito sobre a constru o da bomba at mica Com base nestes dados e usando como crit rio o sucesso alcan ado parece razo vel identific lo como uma pessoa resiliente Mas se tivermos em conta que a sua autobiografia revela anos de sofrimento de tratamentos psicoterap uticos e de alco
143. e se que em muitos casos a f assumiu um papel fundamental face a situa es dif ceis nomeadamente o encontrar um sentido para a vida na qual eles pr prios tinham poder sobre os seus des gnios Estas crian as tamb m tinham um amigo pr ximo pelo menos mas o que mais frequentemente acontecia era haver v rios amigos e este factor observava se em especial nas raparigas Resumindo foi poss vel detectar precocemente algumas vantagens associadas ao grupo de crian as resilientes e que inclu am na inf ncia relativamente s pessoas que cuidavam delas bom relacionamento maior aten o e menores separa es quanto aos contextos familiares havia menor conflito estavam expostas a menos eventos geradores de stress na vida e dispunham de melhor sa de f sica Outros Estudos Apresentam se agora mais dados reunidos sobre os factores de risco e de protec o 67 De acordo com o que tem sido veiculado na literatura dividimos esta exposi o em tr s categorias factores associados crian a factores associados ao contexto familiar e factores associados ao contexto social mais alargado Sublinhe se contudo que esta divis o n o significa que estes factores estejam u que actuem isoladamente uns dos outros Na exposi o que s relacionados factores de diferentes categorias separados O fazemos aparecem muitas veze Contudo esta forma de apresenta o chama a aten o para a multiplicidade dos facto
144. econhecendo a inseparabilidade e multiplicidade desses factores portanto no primeiro destes grupos que podemos encontrar por um lado os modelos organicistas e por outro os modelos mecaniscistas sobre O desenvolvimento Os modelos organicistas preconizam um maior peso assumido pelas caracter sticas inatas em contraposi o ao adquirido em contacto com o meio Embora n o neguem a influ ncia das experi ncias no desenvolvimento consideram os processos internos com uma orienta o definida para determinadas metas mais importantes neste enquadramento que emerge o 16 estabelecimento de varios estadios universais pelos quais todos os individuos passam independentemente dos contextos culturais envolventes pois partilham a mesma natureza humana Como refer ncias destes modelos podemos citar as teorias cognitivas de Piaget e as teorias de Chomsky sobre a linguagem Por sua vez os modelos mecanicistas com as suas raizes filosdficas do empirismo de J Locke e D Hume 2 advogam o maior peso das aprendizagens nos processos de desenvolvimento As caracter sticas intr nsecas ao indiv duo t m pouco relevo comparativamente ao peso do meio das experi ncias e aprendizagens nele ocorridas Nestes modelos os est dios de desenvolvimento s o definidos pelos contextos do momento Enquanto que nestes modelos a mudan a psicol gica ocorre devido aos acontecimentos exteriores pois caso contr rio o indiv duo permane
145. ee eens 126 2 2 Instrumentos csse leis iterereeceserererenaesseneneacacanacereeeeeananaaaees 131 2 3 Procedimento i is iceenaeaeeereeeenenerenecereeaceneneeeenereno 144 Capitulo IV An lise e Discuss o dos Resultados ee 151 Apresenta o e An lise dos Resultados seit iter ese sree te retin nctttes 154 4 Primeiro Momento Identifica o Das Crian as Resilientes e das Vulner veis 0ccccccccccceecseeeeeeeeeeneeeecceeeeeteeeeeenteeseeeeetnaeertnnreeteniees 154 2 Segundo Momento Caracteriza o dos Factores de Risco e de Protec o 156 Discuss o dos Resultados e Conclus es Finais eee eter etter tte 187 O Alcance Efectivo das Escalas stertertrertrnn rers reeentren ttnn 192 Conclus es gia ari atari VAN ZE Seta alan d nd areia MR papo a pah Enade vida apa chines 195 Bibliografia one tas alpes odes gas ha AFA DEE lead qa A MEDO RA oie ea eae 197 210 FOS tira acts bs igen TA SR Eb AEG LEON a OR OTE INVESTIGA O EMO ES E RAZ O Sei que n o sou dali Mas perten o ali Sei que me engano dizendo a mim pr pria que estou ali Porque estou aqui Sei que embora n o sendo dali Perten o ali Isto o que sentimos quando numa atitude mais reflexiva pensamos nas vidas e nos ambientes que nos envolvem diariamente no local de trabalho e no prop sito desta investiga o Penso naquilo que sinto e na genuinidade ou falsidade dos
146. eituras das m es e ou respons veis pelas crian as ao que lhes perguntado Se esta recolha tivesse ocorrido com outra pessoa por exemplo a educadora alguns dados poderiam ser diferentes daqueles que obtivemos atrav s das m es e ou respons veis pelas crian as Refira se que este question rio foi elaborado com base nos elementos que habitualmente constam das fichas de anamnese Na sua elabora o recorremos particularmente a uma ficha de recolha de dados do Servi o de Consulta Psicol gica do Centro de Psicologia de Desenvolvimento Educa o da Crian a da Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Desta forma o question rio elaborado re ne 4 partes distintas l Identifica o da Crian a Il Caracteriza o da Crian a Ill Caracteriza o da Fam lia IV Caracteriza o do Contexto Social mais Alargado Redes de Suporte Familiar A primeira parte deste question rio Identifica o da Crian a fornece as informa es sobre as vari veis idade sexo e pertencer ou n o a uma minoria tnica No que se refere Caracteriza o da Crian a da foram recolhidos os dados relativos s vari veis temperamento sobre os h bitos de alimenta o e sono da crian a enquanto beb complica es natais e recursos a servi os de sa de 132 A parte intitulada Caracteriza o da Familia permitiu recolher dados sobre as seguintes vari veis fratria estat
147. eja se como foram interpretados os resultados de Spitz e Wolf 1946 citado por Radke Yarrow amp Sherman 1990 sobre as respostas dos beb s institucionaliza o e aus ncia da m e Raramente se fala das crian as que n o sucumbiram aos efeitos da institucionaliza o e da priva o maternal mesmo sendo o seu n mero t o significativo s o 79 crian as das 123 crian as analisadas Esta orienta o em termos das investiga es realizadas no mbito da psicologia constitui segundo Garmezy 1981 um desvio no pr prio objecto de estudo da psicologia A psicologia a disciplina que estuda o comportamento e n o dever preocupar se com a anormalidade como faz a psiquiatria mas com os processos comportamentais normativos b sicos Parece deste modo que os estudos sobre a resili ncia contribuem tamb m para que a pr pria psicologia se reencontre como disciplina Garmezy 1981 adianta uma interessante explica o para este afastamento das origens da disciplina Segundo este autor os psic logos cl nicos t m sido v timas da lei do martelo de Abraham Kaplan segundo a qual quando se d um martelo a uma crian a tudo o que ela encontrar vai precisar de ser martelado Neste caso o martelo a psicopatologia e tem levado os psic logos cl nicos a verem desordem em todo o lado E embora as investiga es sobre os efeitos mais devastadores do risco sejam fundamentais no conhecimento cient fico deixam de lado
148. em acrescente a estes outros que a crian a tenha utilizado ao longo da avalia o O PO O SS O a MMM C VI 5 Usa 6 ou mais pronomes pessoais correctamente C II 6 Constr i frases de 6 ou mais s labas A fala deve ser fluente Deve se registar exemplos de frases usadas pela crian a ao longo da avalia o crian a j deve ter deixado de balbuciar embora n o se espere ainda uma pron ncia perfeita E E Saeki ED a O O OE So e a ae Sa Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto P1 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 onhe a e eS SS a ee ee pi E a date C VI 1 Constroi frases de 10 ou mats silabas Deve estabelecer uma conversa com a cnanga encorajando a a falar sobre os seus jogos brinquedos amigos etc e anotar O compnmento das frases usadas Isto tamb m pode ser anotado relauvamente descri o da grande imagem colorida A fala deve ser bastante fluente c a crian a deve conseguir produzir frases deste comprimento ou at maiores As frases devem ser gramaucalmente correctas n o apenas sequ ncias de palavras isoladas ou pequenas frases caracter sticas das crian as mais novas C IV 4 Compreens o 2 ou mais itens 1 O que que deves fazer se esuveres cansado NN aooo og ee a SE EE 2 O que que deves fazer se Uveres fno __ e e e aaaaaassaaaasaasasasssasusuasssssssssssst t Le n a E a aa a 3 O que que d
149. em formadas e o meu pr prio mundo para as criar e garanto vos pegar numa qualquer sorte e trein la para se tornar qualquer tipo de especialista que eu possa seleccionar m dico advogado chefe de vendas e sim at pedinte e ladr o independentemente dos seus talentos interesses tend ncias capacidades voca es e ra a dos seus antepassados Nesta perspectiva o fen meno da resili ncia afigura se como uma promissora fonte de informa o no que concerne ao pr prio processo desenvolvimental e aos seus mist rios Poder o os estudos sobre a resili ncia contribuir para a compreens o dos des gnios humanos Ser poss vel atrav s dos estudos sobre a resili ncia prever traject rias de vida e orient las no sentido do xito Ou ser que tal como a pedra filosofal que n o passou de um sonho a previs o da resili ncia e das traject rias desenvolvimentais permanecer uma utopia 52 DIFICULDADES NA PREVISAO DA RESILIENCIA As investiga es realizadas no mbito da resili ncia tem vindo a fornecer cada vez mais elementos que contribuem para uma maior compreens o dos factores que interv m no fen meno da resili ncia Werner e Smith 1992 por exemplo puderam verificar atrav s de an lises estat sticas que medida que acrescentavam factores de risco ou de protec o que operavam nos sucessivos est dios de desenvolvimento conseguiam de forma progressiva identificar correctamente os indiv
150. emos que as escalas acabam por reflectir padr es mais ou menos aceites do que esperado em termos do desenvolvimento tanto pessoal como social Refira se que foi com base neste argumento que a sua aplica o nos pareceu correcta Mas a surge uma velha quest o j tantas vezes colocada Graziano amp Raulin 1989 192 principalmente em contextos escolares e que muito tem preocupado os investigadores nomeadamente os das Ci ncias da Educa o ser o esses padr es adequados tanto a crian as de classe m dia como a crian as de meios s cio econ micos baixos Ou ser o esses padr es elaborados tendo em vista determinados grupos sociais classes m dia ou elevada sendo que quem sai fora desses padr es acaba inevitavelmente penalizado Se os itens fossem outros mais adequados realidade social e consequentemente efectiva compet ncia desenvolvimental daquelas crian as os resultados seriam ou n o os mesmos Fica a quest o em aberto Dentro dos padr es referidos salient mos os padr es de comportamento social que nos parecem mais reveladores deste desfasamento e citamos o exemplo de um item que aparece na escala supracitada como saber comportar se mesa acompanhado pelas seguintes instru es a crian a deve ser capaz de manter se limpa mesa usando o talher convenientemente de modo a que os pais a possam levar a um restaurante e a crian a consiga lidar bem com a situa o comportando se quase
151. ence in Inner City America Challenges and Prospects 3 25 Hillsdale NJ Erlbaum Masten A S amp Garmezy N 1985 Risk vulnerability and protective factors in developmental Psychopathology In B B Lahey amp A E Kazdin Eds Advances In Clinical Child Psychology Vol 8 pp 1 51 New York Plenum Press Masten A S Best K M amp Garmezy N 1990 Resilience and development Contributions from the study of children who overcome adversity Development and Psycopathology 2 425 444 Masten A S Morison P Pellegrini D amp Tellegen A 1990 Competence under stress risk and protective factors In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Neuchterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology pp 236 256 New York Cambridge University Press Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology pp 97 119 Cambridge Cambridge University Press McCord J 1994 Resilience as a Dispositional Quality Some Metodological Points In M C Wang amp E Gardon Eds Educational Resilience in Inner City America Challenges and Prospects 109 118 Hillsdale NJ Erlbaum Meisels S J Shonkoff J S Ed 1990 Handbook of Early Childhood Intervention Cambridge University Press McCubbin H I Thompson A E Thompson Elver K M amp McCubbin M A 1994
152. ento e de depend ncia de apoios do estado Este estudo veio apoiar a exist ncia de descontinuidades na pobreza e serviu tamb m para deixar em aberto algumas interroga es Porqu que h esta singular nfase na vulnerabilidade Haver t o pouca confian a nas capacidades nos mais novos em lutar com a realidade que n o perfeita Haver t o pouca f na for a e resili ncia das crian as Festinger 1983 citada por Garmezy 1991 p 421 40 RESILIENCIA VULNERABILIDADE FACTORES DE PROTECCAO E FACTORES DE RISCO Na parte sobre o risco afirmamos que quando se fala de resili ncia logo se fala de risco sendo a mesma l gica aplic vel aos factores de protec o Ou seja os factores de protec o s o inerentes resili ncia e na interac o entre os factores de risco e de protec o que os mecanismos envolvidos na resili ncia fazem sentido Por factores de protec o entendem se aqueles factores que modificam melhoram ou alteram a resposta da pessoa a algum risco ambiental que predisp e a resultados de inadequados Rutter 1985 citado por Era Grant 1993 p 36 Contudo estes factores na aus ncia de risco n o melhoraram necessariamente o desenvolvimento normal Estes factores referem se a caracter sticas individuais e ambientais que parecem facilitar melhores resultados em situa es de risco e adversidade Wright amp Masten 1997 Neste contexto e na nossa opini o existem dois tipos d
153. entre crian as competentes e outras menos competentes tais como a intelig ncia boas rela es interpessoais com adultos caracter sticas pessoais das m es e suporte ambiental Verificou se que tanto os rapazes como as raparigas que demonstravam compet ncia na escola tinham antecedentes de compet ncia aos 42 meses de idade o que vem apoiar o papel activo da crian a no processo de coping Os resultados ainda sugerem que a compet ncia nos rapazes parece estar especialmente associada a caracter sticas do ambiente familiar e da interac o m e crian a enquanto que nas raparigas s o as caracter sticas pessoais da m e que assumem um peso maior nesta rela o Tamb m a rela o entre a crian a e a o prestador de cuidados foi um factor importante na distin o entre os dois grupos analisados Um outro estudo Sroufe Egeland amp Kreutzer 1990 igualmente realizado no ambito do Mother Child Interaction Research Project veio corroborar a relev ncia da vari vel rela o crian a e prestador de cuidados na protec o das crian as face a situa es de stress um estudo comparativo entre dois grupos numa amostra de 190 crian as que frequentam os primeiros anos escolares Esta popula o deriva da amostra inicial de 267 fam lias que vive em contextos de pobreza e s quais estavam associados riscos iminentes nos cuidados prestados crian a Nestes dois grupos havia hist rias comuns de fraca adapta o no per od
154. eptora neutra Por fim podem ainda surgir situa es em que a m e n o faz nada porque considera que faz parte das compet ncias da crian a ser ela quem decide a resolver o problema ou que deve aprender sozinha a resolv lo H portanto um contexto de promo o da autonomia da crian a 142 Evitamento do Confronto Directo com a Crianga No evitamento do confronto directo com a crian a est o presentes duas categorias numa existe ac o por parte da m e alternativa na outra a m e tem uma atitude passiva nada 7 Alternativa As respostas devem ser cotadas nesta categoria quando a m e apresenta situa es crian a que a impedem de se comportar inadequadamente isto o comportamento alternativo antit tico ao comportamento desadequado Cruz 1996 O comportamento da m e assume uma natureza activa mas depende da situa o em causa e da pr pria crian a um comportamento que tende a evitar o conflito mas que n o desagrad vel para a crian a Cruz 1996 apresenta alguns exemplos de alternativas mudar de ambiente contar uma hist ria comprar ou dar coisas novas conversar oferecer brinquedos ou chiclete etc 8 Nada Nesta categoria cabem portanto as situa es em que h plena aus ncia de interven o em situa o de conflito A m e assume um papel passivo e geralmente considera que n o vale a pena intervir Em duas das hist rias apresentadas s m es his
155. erir que nem mesmo Anthony concebe a invulnerabilidade como uma entidade absoluta A escolha desta designa o prende se com o facto deste autor acreditar que a invencibilidade psicol gica melhor descrita pelo conceito da invulnerabilidade do que pelo da resili ncia nao esquecer que Anthony considera a verdadeira invulnerabilidade inata Assim Anthony e Cohler 1987 p xi afirmam a este respeito que na utiliza o que fazem do termo vulnerabilidade concordam com a opini o de Murphy e Moriarty 1976 quando referem que n o h crian as completamente invulner veis estamos preocupados com o grau e locus da vulnerabilidade em rela o intensidade e qualidade do stress Quando a rea mais vulner vel da crian a confrontada com stress severo prov vel que ocorra algum grau de ruptura som tico ou reac o desintegrativa psicol gica mesmo pensando que a crian a n o se tornar um delinquente ou doente mental Neste sentido h testemunhos sobre indiv duos que mantiveram padr es positivos de adapta o ao longo da inf ncia e adolesc ncia mas que n o os conseguiram manter em fases posteriores da vida Radke Yarrow amp Sherman 1990 Sublinhe se tamb m que Michael Rutter 1990 considera a vulnerabilidade e os factores de protec o como dois p los do mesmo conceito e que face a situa es de risco pode emergir como resposta a vulnerabilidade ou a protec o Para al
156. es de stress e nao em tipos espec ficos de risco como por exemplo a psicopatologia ou O desemprego dos pais das crian as analisadas 1 2 2 Escala de Avalia o do Desenvolvimento Para avaliar o n vel de desenvolvimento das crian as da nossa amostra utiliz mos a Escala de Desenvolvimento de R Griffiths 1986 vers o 2 8 anos de idade numa adapta o provis ria realizada por Castro amp Gomes 1996 na Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto A Escala de Desenvolvimento de R Griffiths 1986 permite obter informa es sobre o Quociente Global e os Sub Quocientes Parciais de Desenvolvimento das crian as A vers o utilizada constitu da por 216 itens e por cada ano de idade que a crian a tenha s o ihe apresentados 36 itens sob a forma de tarefas que tem que resolver Estes itens est o distribu dos por seis sub escalas a saber A locomotora B pessoal social C audi o e fala D coordena o culo manual E performance F racioc nio pr tico Existindo um total de 36 itens para cada sub escala a cota o efectuada em meses fazendo corresponder a cada item dois meses de idade No final obt m se uma Idade Mental em meses tanto para cada sub escala como para o geral que permite calcular respectivamente os Sub Quocientes que correspondem s seis sub escalas descritas e o Quociente Geral de Desenvolvimento Foi atrav s do Quociente Geral de Desenvolvime
157. es sobre a resili ncia t m se focado na adapta o positiva dos indiv duos face ao risco e adversidade com que se deparam Masten 1994 Vejamos ent o como tem sido definida a adapta o Historicamente a adapta o psicol gica tem sido descrita relativamente a dois componentes principais funcionamento mental e comportamento externo Em termos de funcionamento mental a adapta o positiva tem sido representada como bem estar psicol gico equil brio interno e ego forte Os problemas que surgem neste funcionamento s o normalmente descritos como ang stia descompensa o e ansiedade Relativamente componente externa da adapta o o seu lado positivo consiste na compet ncia e ajustamento social enquanto que a fraca adapta o se tem referido ao comportamento antisocial e inadapta o social ou seja ao que se tem designado por sintomas de externaliza o Masten 1994 No que se refere s investiga es existentes sobre a resili ncia vemos que se t m debru ado tanto sobre os aspectos internos como externos da adapta o E enquanto que alguns estudos se focam num ou noutro componente Block amp Block 1980 outros h em que os dois componentes s o considerados em simult neo como o exemplo do trabalho de Werner e Smith 1982 Vulnerable but invencible 8 Nossa tradu o para o conceito de ego strenght 28 S CONCEITOS DE RISCO E ADVERSIDADE OS CONCEITOS DE RISCO E ADVERSIDALE A
158. esentadas pictoricamente s o iguais para ambos os sexos As situa es que se apresentam s crian as itens s o compostas sempre por duas gravuras numa gravura aparece a crian a mais competente ou mais ja A escala original The Pictorial Scale of Perceived Competence and Social Acceptance for Young Children Preschool Kindergarten form de Harter e Pike 1983 foi traduzida e adaptada ao contexto portugu s nesta vers o provis ria para a investiga o conduzida por Maria Adelina Barbosa da Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto no mbito da sua tese de Doutoramento 137 aceite socialmente e na outra o inverso Deste modo para cada item conjunto de duas gravuras existe uma cota o que varia de 1 a 4 ou seja da escolha menos competente ou que revela menor aceita o social 1 e 2 para a mais competente ou que revela maior aceita o social 3 e 4 O resultado final obt m se somando as pontua es dos v rios itens que constituem as sub escalas 2 2 5 Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares Para avaliar os comportamentos disciplinares das m es e ou respons veis pelas crian as foi usada uma vers o por n s adaptada da Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares Cruz 1996 Esta escala constitu da por 10 hist rias vignettes nas quais constam situa es mais ou menos frequentes no quotidiano familiar caracteriz
159. esse factor de risco Estamos perante o modelo main effect Estudos realizados sobre os efeitos da prematuridade ou divorcio dos pais s o exemplos representativos deste est dio Na fase seguinte real am se OS efeitos resultantes da interac o de m ltiplos factores de risco e stress tais como complica es peri natais e pobreza Por ltimo surgem as investiga es que d o particular relevo ao estudo da resili ncia em vez da vulnerabilidade Procurando compreender a variabilidade nas respostas individuais face s condi es desfavor veis ao desenvolvimento estas investiga es distinguem se pela nfase dada adapta o positiva e aos factores e mecanismos que protegendo os indiv duos das adversidades revelam ou influenciam essa variabilidade GRUPOS DE FEN MENOS DA RESILI NCIA Embora se verifique uma grande diversidade nas fontes de informa o sobre a resili ncia as investiga es existentes podem ser classificadas em tr s grandes grupos segundo os fen menos da resili ncia que t m sido explorados adapta o positiva face a estatutos de alto risco manuten o dos n veis de 57 compet ncia sob condi es de stress e recupera o ap s experi ncias traum ticas na vida Masten Best amp Garmezy 1990 Wright amp Masten 1997 As investiga es levadas a cabo no primeiro grupo dedicam se ao estudo de individuos que pertencendo a grupos de alto risco apresentam resultados desenvolvimen
160. estantes crian as ou n o t m irm os mais novos duas crian as ou t m mas o intervalo de tempo foi inferior a dois anos ap s o seu nascimento duas crian as Estes resultados mostram que enquanto que as crian as vulner veis s o predominantemente os filhos do meio as crian as resilientes s o predominantemente os filhos mais novos ou Os mais velhos O que nos leva a sugerir que a posi o que a crian a ocupa na fratria dever ser um factor a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade 167 Os resultados obtidos relativamente ao intervalo de tempo que separa O nascimento da crian a do dos irm os mais novos n o nos permitem compreender se este um factor a contemplar ou n o na an lise dos factores de risco e de protec o Contudo o facto de nenhuma das crian as resilientes ter tido irm os mais novos num intervalo igual ou inferior a dois anos leva nos a questionar se este ser um factor de protec o para estas crian as 2 1 6 Complica es Natais A vari vel complica es natais refere se a qualquer tipo de complica es surgidas no per odo peri natal O quadro 2 permite ent o observar que Duas crian as resilientes n o tiveram complica es natais uma delas teve e que uma outra n o conseguimos apurar dados sobre esta vari vel N S Sete crian as vulner veis n o tiveram complica es natais e duas tiveram
161. estatuto de factor de risco ou de protec o de determinado factor pode alterar se mediante condi es espec ficas 53 Wright e Masten 1997 referem que a mesma qualidade num individuo pode ser protectora numa situa o e problem tica noutra Um exemplo s o os resultados de Farrington e seus colegas no estudo longitudinal Cambridge Study Delinquent Development no que se refere timidez nos indiv duos analisados esta caracter stica parece ter agido como factor de protec o nos indiv duos bem sucedidos contra a delinqu ncia e crime em rapazes n o agressivos mas como um factor de agravamento para rapazes agressivos Em nossa opini o a dificuldade em prever respostas resilientes face ao risco e s adversidades ainda se deve s condi es que envolvem essas adversidades e risco Cohler 1987 argumenta que esta previs o requer a considera o das caracter sticas associadas a mudan as espec ficas que ocorrem ao longo do ciclo de vida assim como ao momento em que essas mudan as ocorrem relativamente ao ciclo de vida da pessoa Refira se que as mudan as na vida s o entendidas como eventos que colocam problemas nicos e que exigem esfor os acrescidos de adapta o Dohrenwends 1974 citada por Cohler 1987 Para Cohler 1987 existem tr s grandes tipos de mudan as na vida aquelas que s o transi es normativas no ciclo de vida por exemplo entrada na escola aquelas que s o inesperadas e geralmente constituem ac
162. este item Se a crian a j tiver nomeado escudos ou dinheiro no item C UI 1 passe frente F 11 2 e cote F V 1 Conhece 2 moedas ao i Prepare sete moedas numa caixa Espalhe as em frente da crian a e diga Isto dinheiro Sabes o nome das moedas Se a crian a hesitar aponte para a moeda de 50 escudos e diga Qual esta Como se chama Se a crian a n o responder diga S o 50 escudos n o Diz me como se chamam as outras Qual esta etc Anote que moedas foram identificadas correctamente e fa a a cota o apropriada aqui nos n veis subsequentes 2850 10S00 50800 eae 200800 5500 20800 100500 F V 4 Conhece 3 moedas ne F VI 2 Conhece 4 moedas i F VL3 Conhece 5 moedas a F VIII 2 Conhece 6 moedas a F VIIL 6 Conhece as 7 moedas F III s Compara o tamanho de dois encaixes 7 Material i i i is ci tamb m pode usar dois cubos azuis Chame a aten o da crian a batendo com os encaixes um no outro depois ponha os na mesa frente dela e diga Um destes maior do que o outro Qual O maior Se a crian a tocar no maior n o fa a coment rios mas mude a posi o das pe as uma em rela o outra diga outra vez Um destes maior do que o outro Qual o maior Para passar este item a crian a tem de responder correctamente das duas vezes F IIL6 Conhece grande e pequeno Toque nos encaixes primeiro no grande e depois no pequeno
163. esultados a que se chega necess rio saber precisamente de que forma a amostra alvo do estudo representativa da popula o para a qual essas generaliza es se aplicam Para finalizar esta parte sobre a amostragem gostar amos de deixar um pequeno apontamento sobre a amostragem de situa es e de comportamentos que tamb m poss vel ser feita 4 Uma das cr ticas apontadas ao trabalhos de Freud consiste nas sobregeneraliza es efectuadas a partir de uma amostra n o seleccionada de indiv duos sem que tenha havido antecipadamente a confirma o de que aqueles resultados se aplicam popula o em geral O facto de estes sujeitos terem procurado apoio cl nico origina a pergunta se os sujeitos fossem outros que n o tivessem procurado essa ajuda forneceriam as mesmas informa es ou se as informa es recolhidas dir o respeito a este grupo espec fico 97 2 2 4 Avalia o e Interpreta o das Informa es Recolhidas Numa investiga o fase da recolha de dados segue se a fase da an lise e interpreta o desses mesmos dados As an lises estat sticas s o normalmente utilizadas nesta fase Nas investiga es de baixo constrangimento os tratamentos estat sticos empregues s o na maior parte das vezes m dias desvios padr es e contagens de frequ ncias Pode no entanto haver necessidade de efectuar algumas compara es entre grupos de sujeitos ou entre os mesmos sujeitos analisando as suas res
164. esultados sugerem que uma maior supervis o e autoridade pode ser usada como forma de proteger as crian as das amea as desse meio Factores Associados ao Contexto Social Mais Alargado Como j vimos atrav s do estudo de Kauai parece ineg vel que em situa es de risco fontes de suporte exteriores ao c rculo familiar mais pr ximo podem desempenhar um papel fundamental na protec o da crian a ao risco Essas fontes podem ser vizinhos amigos professores padres Mas o suporte social tem sido uma vari vel considerada n o s na protec o mais directa da crian a mas tamb m indirectamente atrav s da fam lia Assim no estudo de Seifer et al 1992 foi poss vel verificar que a melhorias na compet ncia cognitiva em crian as de alto risco estava associado uma maior percep o das m es relativamente ao suporte social que dispunham Kauffman Grunebaum Cohler e Gamer 1979 citado por Weist 1997 ao estudarem crian as em que pelo menos um dos pais apresentava problemas psiqui tricos puderam constatar que a compet ncia nessas crian as estava associada com o facto das m es possu rem suporte social adequado e das crian as terem contacto regular com adultos que n o pertenciam ao grupo familiar Deste modo o suporte social tem sido assim relatado como um factor mediador face a situa es de stress A exist ncia de fontes de apoio em momentos de stress pode amortecer os seus efeitos Brown e Harris 1978
165. eves fazer se estiver a chover quando saires de casa o o ooo o maaamo Loo e o e a 4 Se tiveres de ir a algum lado e perderes o autocarro o que que fazes n n mm i 5 O que fazes quando te sentes sozinho mMM I 6 O que melhor fazer se fores a caminho da escola reparares que est ficar tarde o maamaa L e ee ee eS SSS ae 7 O que que fazias se te perdesses o ooo m umum aammamaamamaamMmaaasssasssssssasssusustususstssssssststt stttstltl l l I C VI2 Compreens o 4 itens E e a A crian a tem de responder correctamente a quarro perguntas f C VIIL3 Compreens o 6 itens Eis dede Sa A crian a tem de responder correctamente a seis perguntas C IV 6 Conhece 6 cores Pegue nas dez pequenas placas coloridas e come ando pela vermelha pergunte Que cor esta Como que se chama esta cor etc Anote as respostas correctas e as incorrectas Passa se tiver acertado no m nimo seis 1 Vermelho 6 Castanho 2 Branco 7 Verde o a 3 Azul 8 Amarelo o 4 Cor de laranja 9 Cinzeno __ 5 Lilds Roxo 10 Preto C VI 6 Conhece 10 cores 2 A crian a deve saber o nome das dez cores para passar C Y 2 Ant nimos 2 E Ora repara Um rapaz grande e um beb As primeiras duas perguntas deste tipo s o bastante f ceis e pertencem a este n vel terceira propositadamente muito mais dif cil e pertence ao oitavo ano Um rapaz grand
166. exposto sobre o Estudo de Caso queremos sublinhar que todas as interpreta es feitas neste cap tulo se referem exclusivamente aos sujeitos em an lise Refira se que no Estudo de Caso o investigador se depara com a impossibilidade de fazer infer ncias causais entre vari veis ou estabelecer generaliza es para a popula o em geral O investigador pode no entanto ao interpretar os resultados formular hip teses que especulem sobre a rela o entre as vari veis analisadas Este 152 foi o procedimento que conduziu esta ltima parte do estudo emp rico realizado 153 APRESENTAGAO E ANALISE DOS RESULTADOS 4 Primeiro Momento Identifica o das Crian as Resilientes e das Vulner veis Neste primeiro momento relativo identifica o das crian as resilientes e das vulner veis procedeu se an lise de duas vari veis estatuto de risco e n vel de desenvolvimento Queremos salientar novamente que esta identifica o n o absoluta e definitiva Este estudo de caso foi concretizado atrav s de dados recolhidos num nico per odo de tempo o que impossibilita segundo alguns autores classifica es taxativas de indiv duos resilientes e pretende ser um estudo explorat rio Por estes motivos consider mos que os resultados obtidos para estas duas primeiras vari veis analisadas que permitiram a identifica o das crian as apenas apontam tend ncias no sentido da resili ncia ou da vulnerabilidade
167. factores de risco e de protec o Quadro 4 Resumo dos Resultados das Crian as Resilientes e das Vulner veis Relativamente s Vari veis Inclu das na Categoria Caracter sticas da Crian a CARACTER STICAS DO CR cv CONTEXTO FAMILIAR n 4 n 9 ESTATUTO S CIO Especializados 1 Especializados 5 ECON MICO N o especializados 3 N o especializados 4 Pertence O Pertence 3 MINORIA ETNICA N o pertence 4 N o pertence 6 Biol gica 3 Biol gica 6 OUTRA N o biol gica 1 N o biol gica 3 4 ano 1 4 ano 8 4 6 ano 1 4 6 ano O ESCOLARIDADE DA M E N o sabe ler e escrever O N o sabe ler e escrever 2 lt 4 ano 0 lt 4 ano 3 4 ano 4 4 ano 3 4 6 ano O 4 6 ano 1 IDADE DO PAI M dia 33 2 M dia 41 1 IDADE DA MAE M dia 32 2 M dia 38 5 DENSIDADE FAMILIAR Normal 0 Normal 1 Elevada 4 Elevada 8 N DE CRIANGAS NA FAMILIA M dia 2 5 M dia 3 8 Sim 3 SAIDA DE CASA DE IRM OS Sim 2 SIGNIFICATIVOS N o 2 N o 6 COMPORTAMENTOS Escala total 40 respostas DISCIPLINARES Castigo f sico 9 Castigo n o f sico 1 Repreens o verbal 7 instru o directa 7 indu o 3 7 5 Explica o 3 Evitamento do Confronto 13 32 5 Evitamento do Confronto 21 24 Alternativa 6 Nada 7 Afirma o do poder 24 60 Afirma o do poder 64 71 Castigo f sico 37 Castigo n o f sico 7 Repreens o verbal
168. ful adaptation against risk and adversity The study that we describe here is exploratory and was made in a poverty context Its a study case about resiliency in 13 children of the Bairro S Jodo de Deus Oporto We would like to understand why in face to risk and adversity some children became vulnerable and others seems to resist Which factors are evolved in resiliency What differences and similarities exist between resilient and vulnerable children related to those factors In a first moment we identified the resilient and vulnerable children in the selected sample The instruments used was Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 and Development Scale Griffiths 1986 From the 13 children 4 was identified as resilient and 9 as vulnerable in a second moment we analysed de risk and protective factors between the two groups of children previously identified Those factors are divided in three domains Child Characteristics Familial Context Characteristics and Broader Social Context Characteristics The instruments used was Characterisation of Child and her Life Contexts Questionnaire Temperamental Scale Buss amp Plomin 1984 Description of the Child made by her Mother Cruz 1996 Auto Perception of Competency and Social Acceptance Scale Harter amp Pike 1983 and Response to Disciplinary Situations Scale Cruz 1996 The result analysis suggests that there are factors that are difference for the two groups and th
169. g pessoa devena maneira mais dificil de desenhar como sentada mesa etc estar vesuda ou desenhada de lado ou de alguma D V 3 Copia um quadrado reconhec vel Est dio I Mostre o quadrado pe a crian a que tente desenhar um parecido no s tio apropriado O cnit rio condescendente o quadrado tem de ter 4 lados uma forma mais ou menos correcta embora n o se espere um desenho perfeito D VIL1 Desenha um quadrado Est dio II l Es Forma adequada ou supenor bem desenhada com os cantos cuidadosamente acabados D V 4 Copia uma janela Est dio I z a combina o entre o quadrado a cruz Ambos devem aparecer o desenho deve ser reconhec vel como janela mas o cnit rio condescendente D VIIL2 Desenha uma janela Est dio II Um desenho superior muito parecido com o modelo D V S Desenha uma casa Est dio I sm Podes desenhar me uma casa uma bonita casa aqui Encorage a crian a a fazer o desenho o mais completo poss vel embora sem lhe dizer o que fazer Se a crian a parar antes de completar o suficiente para passar O item diga J acabaste a casa ou queres fazer mais suficiente um quadrado grosseiro com pelo menos mais duas outras caracter sticas porta janela chamin etc D VI 6 Desenha uma casa Est dio II Qualquer casa bem desenhada com pelo menos uma forma b sica rectangular ou quadrada com 5 ou 6 elementos adicionais como porta
170. guns dos estudos que recorrem a este tipo de instrumento casos h em que t m a designa o de Life Events Questionnaire em vez de Life Event Checklist como em Garmezy Maten amp Tellegen 1984 optam por confinar a sua an lise ao per odo de um ou dois anos imediatamente antes do preenchimento da Life Event Checklist No nosso caso este per odo abrange toda a vida da crian a desde o seu nascimento incidindo portanto em eventos recentes bem como em acontecimentos mais distantes no tempo Porque as crian as s o muito pequenas optou se por esta abordagem como na investiga o citada de Werner e Smith com o intuito de tentar captar O maior n mero de elementos que podem afectar o normal funcionamento familiar e que s o suscept veis de provocarem stress na crian a A contagem do n mero de eventos registados permitiu avaliar O estatuto de risco da seguinte maneira crian as de baixo risco aquelas cujo total de factores assinalados foi inferior a quatro crian as de alto risco aquelas cujo total de factores assinalados foi igual ou superior a quatro Porque parece haver uma medida de acordo entre autores de que 4 ou mais factores de risco estar o certamente correlacionados com O aparecimento de desordens Rae Grant 1998 p 42 foi este o valor que us mos na defini o do estatuto de risco Desta forma us mos um crit rio de risco m ltiplo j que 121 nos concentramos na quantidade de eventos gerador
171. hecer no momento e com confian a a influ ncia de outros factores poss veis Como j mencion mos anteriormente nestas investiga es o investigador n o pode fazer com seguran a infer ncias causais porque n o est o reunidas condi es de controlo necess rio que lhe permitam excluir a possibilidade de outros factores serem respons veis pela eventual rela o de causalidade No entanto esta circunst ncia n o impede o investigador de colocar hip teses que especulam sobre este tipo de rela es e que poder o ser testadas em investiga es futuras com outros meios de observa o Uma das maiores amea as s investiga es de baixo constrangimento consiste na nega o por parte do investigador de que tamb m ele pode 99 influenciar o comportamento dos sujeitos Qual o investigador que n o tem expectativas de que a informa o recolhida seja coincidente com aquilo que ele hipotetizou E qual o investigador que n o deseja ver as suas quest es confirmadas Assim mesmo que de uma forma n o consciente O investigador pode influenciar os sujeitos em estudo Este efeito foi designado por Rosenthal 1976 citado por Graziano amp Raulin 1989 p 129 como reactividade do experimentador ou vi s do experimentador E Assim o investigador pode no decorrer de uma entrevista por exemplo anuir com a cabe a ou fazer simples interjei es que apontam no sentido da resposta por si esperada Pode ser mais sorriden
172. hega que diferente se se trata de uma investiga o experimental procura rela es de causalidade ou de um estudo de caso No estudo de caso n o se podem inferir rela es de causalidade mas existem condi es que possibilitam a identifica o de rela es de conting ncia que o mesmo que dizer rela es de probabilidade Se retomarmos o exemplo anteriormente apresentado sobre os comportamentos ecol gicos em crian as pequenas podemos afirmar se isto for observado que quando as crian as observam document rios televisivos apresentam manifesta es de comportamentos ecol gicos parecendo sugerir que quando ocorre A document rios televisivos altamente prov vel a ocorr ncia de B comportamentos ecol gicos Ou seja quando um factor est presente h grande probabilidade do outro ocorrer Assim das informa es obtidas atrav s deste tipo de metodologia poss vel identificar e descrever rela es entre vari veis As conting ncias proporcionadas podem ainda servir de base na concep o de hip teses a serem trabalhadas em investiga es de n vel mais elevado de constrangimento 92 2 2 Usando Metodologias de Baixo Constrangimento 2 2 1 Formula o de Problemas e Hip teses Vimos j a import ncia destas fases na selec o de metodologias de elevado ou baixo constrangimento Vimos tamb m que o estabelecimento das hip teses em estudo derivam do refinamento dos problemas inic
173. ialmente colocados e que estes v o no decorrer da investiga o servindo de apoio na organiza o e orienta o da investiga o pois s o aquelas as quest es que gostariamos de ver respondidas Mas nem sempre nas investiga es de baixo constrangimento nos deparamos com hip teses Em vez disso existe um conjunto de quest es de problemas que n o s o necessariamente hip teses que o investigador pretende explorar Face amea a de dispers o com que frequentemente o investigador se depara os problemas que o investigador formulou nos est dios iniciais quando continuamente tidos em conta s o importantes pontos de refer ncia pois ajudam o investigador a focar se nos objectivos do estudo e fornecem feed backs relativamente ao andamento da investiga o ser que a forma como a investiga o est a ser levada a cabo vai dar ou pelo menos tenta dar resposta s perguntas das quais partiu este estudo Dos problemas formulados podemos ainda acrescentar a sua utilidade no que se refere s infer ncias que se podem tirar dos dados recolhidos Aquando da descri o dos v rios tipos de m todos que a ci ncia disp e para conhecer o real fizemos alus o aos diferentes enfoques que cada um prop e relativamente rela o entre vari veis As infer ncias consistem assim na interpreta o que podemos fazer da rela o existente entre vari veis Como a tenta o de estabelecer rela es de causalidade entre vari
174. ian a pequena ou imatura ent o Mostre o desenho do c rculo Olha o que vamos fazer agora uma bola Indique onde a crian a deve desenhar Pode dizer Quando acabares p ra de forma a evitar que a crian a d aso ao seu desejo de continuar a fazer rabiscos circulares D II 19 N o se espera mais do que um c rculo grosseiro que n o precisa de estar bem fechado D V 2 Desenha um c rculo Est dio II a O c rculo deve ser bem formado e bem fechado D III 6 Copia uma cruz reconhec vel Est dio I Verifique se a crian a consegue tra ar linhas perpendiculares e horizontais deixando a desenh las Mostre o desenho da cruz indique onde a crian a deve desenh la Se a crian a conseguir deliberadamente fazer uma linha sobre a outra mesmo que o desenho n o seja uma cruz perfeita passa D V 1 Desenha bem uma cruz Est dio II A cruz tem de estar bem desenhada e a tra o firme A linha vertical deve ser mais ou menos perpendicular linha horizontal D IV l Dobra a meio um quadrado de 10 cm Mostre dois quadrados de papel cerca de 10 cm de lado e pegando num deles dobre o a meio lenta cuidadosamente vincando a dobra e ao mesmo tempo explicando V s parece um livrinho Consegues fazer assim Ponha o papel dobrado em p como um livro aberto A crian a pega no segundo papel e tenta Se o livro se segurar e a dobra for firme passa D IV 4 Dobraduas vezes um quadrado de 10 cm
175. ib I H amp Compas B E Postpartum depression and child development an investigation of mothers and fathers as sources of risk and resilience Development and Psychopathology 5 567 579 United States Cambridge U Press Cicchetti D amp Wagner S 1990 Alternative assessment strategies for the evaluation of infants and toddlers An organizational perspective In Meisels S J Shonkoff J S Ed Handbook of Early Childhood Intervention 247 277 Cambridge Cambridge University Press Cicchetti D amp Garmezy N 1993 Prospects and promises in the study of resilience Development and Psychopathology 5 497 502 Cicchetti D Rogosch F A Lynch M amp Holt K D 1993 Resilience in maltreated children Processes leading to adaptive outcome Development and Psychopathology 5 629 647 198 Cohler B J 1987 Adversity Resilience and the Study of Lives In E J Anthony and B J Colhler Eds The Invulnerable Child pp 363 424 New York Guildford Compas B E 1987 Coping With Stress During Childhood and Adolescence Psychological Bulletin 101 3 393 403 Conrad M amp Hammen C 1993 Protective and resource factors in high and low risk children A comparison of children with unipolar bipolar medically and normal mothers Development and Psychopathology 5 593 607 Cruz O 1996 O Auto Controlo nas Crian as de 5 Anos Implica es Educativas das Viv ncias Familiares Psicologia
176. identes adversos no destino por exemplo uma doen a prolongada aquelas que se podem encontrar no desempenho de pap is sociais por exemplo m e filha esposa Mas nem todas as mudan as na vida ser o fonte de ansiedade e adversidade Nos eventos com maior probabilidade de afectar adversamente a sa de f sica e mental incluem se aqueles sobre os quais as pessoas sentem que t m pouco controlo E j que a pobreza que nos desperta particular interesse refira se que Kohn 1973 citado por Seifer amp Sameroff 1987 considera que as situa es geradoras de stress para indiv duos de classes socio econ micas baixas s o menos alter veis pela ac o dos indiv duos do que aquelas com que se deparam indiv duos de classes socio econ micas elevadas Nesta perspectiva sobre a previs o dos factores determinantes na resili ncia sugerida por Cohler 1987 h que considerar o tipo de mudan a de vida o contexto social no qual a mudan a ocorre e os atributos da pessoa que passa pelo evento Mas Cohler salienta a necessidade de complementar esta abordagem de previs o com uma abordagem narrativa que 54 se refere maneira como as pessoas experienciam e interpretam esses eventos de mudan a de vida Este quanto a n s talvez o factor com maior peso na imprevisibilidade das respostas resilientes Como que s o percepcionados 0s eventos adversos pelas pessoas que OS vivem Sera que os factores que sao considerados pelos inves
177. ientes distais de alto risco t m o controle de vari veis proximais proporcionando crian a um ambiente em que n o est directamente exposta ao risco A fam lia parece assim funcionar como um escudo para a crian a Quando uma crian a est em risco devido a um factor distal como a pobreza e protegida por boas pr ticas parentais ser mais correcto descrever a fam lia como resiliente em vez da crian a Baldwin et al 1990 Por crian as resistentes ao stress entendem se aquelas crian as que embora sujeitas a um ambiente de risco proximal demonstram resistir aos perigos e amea as de um ambiente de risco directo Destaque se que com esta cadeia de vari veis ressalta a import ncia do conhecimento dos processos familiares e do ambiente pr ximo que envolve a crian a 38 Consideramos que esta concep o constitui um avan o consider vel no que se refere ao rigor na determina o das vari veis de risco e seus efeitos assim como na pr pria identifica o das crian as resilientes Para quem investiga nesta rea nomeadamente no dom nio dos mecanismos de risco e protec o ao risco pode ser um suporte til e indispens vel Transgeracionalidade dos Riscos na Pobreza Segundo Baldwin et al 1990 a pobreza constitui um factor de risco distal A forma como a pobreza atinge a crian a depende das vari veis de risco proximais associadas s condi es de desvantagem e n o directamente da pobrez
178. im se for poss vel confirmar em investiga es futuras a exist ncia de factores de protec o para as crian as vulner veis e mais se conhecer sobre o seu funcionamento tamb m se nos afigura como uma actividade priorit ria na preven o prim ria a sua promo o 3 r ry ee P Sia Nas investiga es sobre a resili ncia verifica se frequentemente que a an lise dos factores de protec o feita para as crian as resilientes e n o para as crian as vulner veis 196 BIBLIOGRAFIA Antonovsky A 1998 The Sense of Coherence An Historical and Future Perspective In McCubbin H I Thompson E A Thompson A l Fromer J E Eds Stress Coping and Health in Families Sense of Coherence and Resiliency 3 20 California Sage Publications Anthony E J 1987 Children at High Risk for Psychosis Growing Up Sucessfully In E J Anthony and B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 147 184 New York Guildford Anthony E J 1987 Risk Vulnerability and Resilience An Overview In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 3 48 New York Guildford Press Anthony E J amp Cohler B J 1987 The Invulnerable Child New York Guilford Press Bairr o J 1992 Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia da Educa o O caso da Educa o e gt Cuidados Pr Escolares Inova o 1 49 58 Bairr o J Feijoo M J Ferreira M Felgueiras M I
179. informal n o parece ser um factor que caracterize a resili ncia e a vulnerabilidade pois n o existem diferen as not rias entre os dois grupos de crian as analisadas 182 c Rendimento Minimo Nacional No que se refere ao rendimento minimo nacional verifica se que a maior parte das familias das crian as resilientes tres em quatro e das familias das crian as vulner veis seis em nove recebem o rendimento m nimo nacional A leitura que fazemos destes resultados equivalente leitura feita para o apoio financeiro formal e informal O facto de a maior parte das fam lias das crian as resilientes e vulner veis receberem 0 rendimento m nimo nacional tanto poder indicar caracter sticas protectoras para este factor para os dois grupos de crian as como sugerir que este factor n o influencia a resili ncia e a vulnerabilidade das crian as analisadas ao n vel dos factores de risco e de protec o d Apoio Emocional da M e e ou Respons vel pela Crian a Saliente se que os dados aqui analisados foram expressos pelas pr prias m es e ou respons veis pelas crian as pelo que corresponder o s suas percep es sobre o apoio emocional que disp em ou n o Relativamente a este indicador poss vel observar se no Quadro 5 que nos dois grupos de crian as resilientes e vulner veis predomina a situa o em que as m es e ou respons veis pelas crian as disp em de apoio emocional nas crian
180. iva simultaneamente positiva e negativa negativa e neutra Conv m referir desde j que n o se tendo registado respostas neutras esta categoria est ausente na apresenta o dos resultados Da leitura do Quadro 2 constata se que as quatro crian as resilientes foram descritas positivamente pelas suas m es e ou respons veis o que nos sugere caracter sticas temperamentais positivas para estas crian as No que diz respeito s crian as vulner veis v se no mesmo quadro que est o divididas pelas tr s categorias das quais a menos significativa a negativa com uma crian a Relativamente s outras oito crian as constata se que quatro s o descritas como possuindo caracter sticas temperamentais positivas e quatro como possuindo caracter sticas temperamentais que s o simultaneamente positivas e negativas 162 Consideramos que estes resultados apontam no sentido de existirem nas crian as resilientes mais claramente do que nas crian as vulner veis caracter sticas temperamentais positivas lidas atrav s das descri es das suas m es e ou respons veis Parece nos ainda pertinente observar que an lise das descri es feitas pelas m es e ou respons veis partindo do princ pio que s o reveladoras das suas percep es pode ser relevante ao n vel das interac es m e crian a Essas descri es percep es podem tamb m reflectir a forma como se processam as interac es m e crian a consider
181. ivas no desenvolvimento Seguem se os trabalhos realizados na rea do temperamento que permitiram chegar a conclus es importantes acerca da influ ncia das qualidades da crian a nas suas respostas quando confrontada com situa es de stress Nesta sistematiza o Rutter apresenta em terceiro lugar os estudos que enfatizam o papel activo do indiv duo face a situa es de stress demonstrando que tanto os factores internos como os externos devem ser considerados no contexto das interac es indiv duo ambiente O crescente interesse estar ainda associado ao papel cada vez mais importante da perspectiva desenvolvimental nos trabalhos desenvolvidos na qual 24 se considera que o conhecimento acerca do desenvolvimento normal importante na compreens o dos desvios normalidade e que o conhecimento acerca dos desvios melhora a compreens o sobre o desenvolvimento normal Pensa se ser nesta interface e numa perspectiva interdisciplinar que algumas das quest es metodol gicas ou conceptuais poder o ser encontradas Portanto actualmente proliferam os estudos sobre a resili ncia em variados dom nios cient ficos psicologia psiquiatria sociologia educa o pediatria mas e como j vimos esta uma rea recente onde muito ainda existe para explorar Assim a elevada quantidade de trabalhos sobre as crian as de alto risco que desenvolveram problemas ou padr es anormais no desenvolvimento contrast
182. ives on the Ecology of Human Development Washington American Psychological Association Moen P Erickson M A 1995 Linked lives A transgenerational Approach to Resilience In Moen P Elder G H Jr amp Luscher K Examining Lives in Context Perspectives on the Ecology of Human Development 169 210 Washington American Psychological Association Moriarty A E John a Boy Who Acquired Resilience 1987 In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child 106 144 New York Guilford Press Murphy L B 1987 Further Reflections on Resilience 1987 In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 84 105 New York Guilford Press Musick J S Scott F M Spencer K K Goldman J amp Cohler B J Colher 1987 Maternal Factors Related to Vulnerability and Resilience in Young Children at Risk In E J Anthony amp B J Colher Eds The Invulnerable Child pp 229 252 New York Guilford Press N brega M 1998 Subs dios para O Estudo da No o de Crian as em Risco Tese de Mestrado Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto O Dougherty M amp Wright F S Children born at medical risk factors affecting vulnerability and resilience 1190 In Rolf J E Masten A S Cicchetti D 203 Nuechterlein K amp Weintraub S Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psycopathology 120 140 New York Cam
183. lhar Sim claro Se tiver um guarda chuva Sim mas num dia muito chuvoso mesmo com O guarda chuva ela molha se n o r E Ent o ser poss vel a uma crian a andar chuva sem se molhar Hum hum se essa crian a conseguir andar entre as gotas da chuva Considerando que este um cen rio s poss vel em fantasia resta nos a imagem da crian a que se molha porque anda chuva Ent o ser poss vel uma crian a estar sujeita a condi es adversas e perniciosas para o seu desenvolvimento e n o sofrer ou n o evidenciar os efeitos dessas condi es Acreditamos que n o pelo menos em situa es em que as adversidades s o prolongadas e intensas Cremos que ainda que protegidas estas crian as acabar o por manifestar de alguma forma as consequ ncias da ac o dos factores de risco Em algum dom nio da sua vida esses efeitos podem emergir Estas crian as n o s o quanto a n s invulner veis e em algum momento do seu ciclo de vida podem no contacto com vari veis de risco ou sucumbir aos seus efeitos e apresentar problemas ou apresentar uma resposta que n o seja a compet ncia e a adapta o mas sim a vulnerabilidade 13 Radke Yarrow amp Sherman 1990 47 Embora o termo invulner vel seja imediatamente associado a Anthony pelo seu trabalho apresentado em 1974 e intitulado o sindrome da crian a psicologicamente invulner vel h que ref
184. lience In Noshpitz Ed Handbook of Child and adolescent Psychiatry 32 46 Vol 5 New York John Wiley amp Sons Inc Rae Grant N Thomas H Offord D R amp Boyle M H 1989 Risk Protective Factors and the Prevalence of Behavioral and Emotional Disorders in Children and Adolescents Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry 28 262 268 Reid D W 1977 Locus of Control as na Important Concept for na Interactionist Approach to Behavior In Magnusson D amp Endler N S Personality At The Crossroads Current Issues in Interactional Psychology New Jersey Lawrence Erlbaum Associates Rende R Plomin R 1993 Families at risk for psychopathology who becomes affected and why In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology New York Cambridge University Press Richters J E amp Martinez P E 1993 Violent communities family choices and childrens chances na algorithm for immoving the odds In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology New York Cambridge University Press Richters J amp Weintraub S 1990 Beyond diathesis toward na understanding of high risk environments In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk an
185. longos dos anos Como o dia a dia do a diga me como ele a passa o dia desde que acorda at que se deita Das pessoas que moram na casa com quem brinca mais o a O A costuma ir para casa de algum vizinho ou familiar sim nao L Se sim Quem 0 ceccceccceeceeeeeeeeeeeeeeneeceeeteeeseneeseesaeeernectatecseeenneenaeeniegey HH CARACTERIZA O DA FAM LIA Quantas pessoas vivem com o a Lae Te Idades das pessoas que vivem com o a Data de nascimento do pai Tite eee Data de nascimento da m e eee re Estado civil dos pais eee Profiss o do pal eee ereere terrere reenen tearena nen n Loca de trabalho s seseeenesesierererrerrrrtrstrttreetrrensentesrresresetsrteteeresreretnetntenttt Profiss o da M e o on ereereceerecereceeaanereeenenerencenaneraenesacereneenaaronneanaso Local de trabalho s siste ecerreccerereacererenecenaracaaanaaaenenananceneanaaranas Escolaridade do pai Escolaridade da m e Saiu algum irm o de casa siml n oll Se sim H quanto tempo eee Era pr ximo da crian a siml n o Tipo de casa em que a crian a reside actualmente Quantas viviam com a crian a quando ela nasceu sng Walla Tie aa do ease reamed se bala Lag ld quo da GER alnpaid oi ppa NEED cd es do dis aaka selon Oe sina ad nie o ea Mk aaan RARR IV CARACTERI
186. m e crian a 163 c Habitos em beb Um aspecto que tem sido considerado na an lise do temperamento das crian as s o os seus h bitos em beb nomeadamente a alimenta o e O sono As crian as com temperamento f cil s o descritas como crian as que em beb s n o tiveram problemas na alimenta o e cujos ritmos de sono s o compat veis com os dos pais Werner amp Smith 1992 Por esta raz o no Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida inclu mos uma pergunta sobre se a crian a quando beb comia e dormia bem A an lise das respostas das m es e ou respons veis pelas crian as fez se a partir de duas categorias sem problemas quando respondiam que a crian a comia e dormia bem em beb com problemas quando nas respostas havia refer ncia a dificuldades na alimenta o ou sono da crian a quando beb Os dados no Quadro 2 mostram que a maior parte das crian as resilientes tr s das quatro crian as e vulner veis oito das nove crian as n o tiveram em beb s problemas em rela o aos seus h bitos de alimenta o e sono Estes resultados n o nos permitem compreender se os h bitos em beb constituem uma vari vel a considerar na an lise dos factores de protec o ou de risco j que n o existem diferen as not rias entre os dois grupos Contudo a inexist ncia de diferen as not rias entre as crian as resilientes e vulner veis nestes resultados tamb m
187. m ambos os grupos analisados crian as resilientes e crian as vulner veis a densidade familiar elevada Todas as quatro crian as resilientes vivem em fam lias de elevada densidade s uma em nove das crian as vulner veis vive numa fam lia cuja densidade normal A semelhan a nos resultados obtidos para os dois grupos de crian as n o nos permite compreender se esta ser uma vari vel relevante ao n vel da an lise dos factores de risco e de protec o 2 2 9 N mero de Crian as na Fam lia A an lise dos dados sobre o n mero de crian as que fazem parte dos agregados familiares estudados revelam diferen as entre as fam lias das crian as resilientes e das vulner veis a m dia de crian as nas fam lias das crian as resilientes de 2 5 e inferior das vulner veis que de 3 8 Estes resultados apontam no sentido de esta ser uma vari vel a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o e sugerem que um menor n mero de crian as na fam lia pode constituir um factor de protec o e um maior n mero de crian as um factor de risco 2 2 10 Sa da de Casa de Irm os Significativos Refira se que se consideraram como irm os significativos aqueles com os quais a crian a tem uma rela o pr xima com quem interagem frequentemente e de quem gostam especialmente Como em algumas fam lias havia irm os que j n o residiam com a crian a quisemos saber se esses irm os eram
188. m aspecto muito caracter stico da crian a Acrescente se que na an lise factorial realizada por Pereira 1998 os itens 1 7 14 16 e 17 apareceram saturados negativamente o que implicou que a sua cota o fosse invertida Deste modo se a crian a obtivesse por exemplo no item 7 uma pontua o de 2 com a invers o de valores passaria a ter uma pontua o de 4 A cota o s se manteria igual no caso da crian a obter uma pontua o de 3 em qualquer um destes itens 10 x oe E Esta escala contemplava na sua vers o original um outro factor temperamental denominado de 134 Os resultados para cada uma das dimens es s o obtidos atrav s da soma dos valores dos itens que lhes correspondem Desta soma poss vel a divis o entre os valores extremos que tanto podem ser baixos como elevados e os valores interm dios Porque as pontua es 1 e 5 revelam extremos das dimens es tratadas consider mos que as pontua es situadas em extremos apontam para temperamentos que colocam comparativamente s pontua es interm dias 2 3 e 4 outros desafios em termos das rela es interpessoais e educativas 2 2 3 Descri o da Crian a feita pela M e Subjacente a este instrumento esteve O objectivo de recolher mais informa es sobre o temperamento das crian as agora atrav s de outros informantes que s o pessoas do seu meio familiar as m es e ou seus respons veis Para esse efeito us mos a Descri o d
189. m com a crian a quisemos saber se esses irm os eram importantes para a crian a em termos de suporte familiar No caso das crian as viverem com fam lias que n o s o as fam lias biol gicas consider mos como irm os os filhos das pessoas suas respons veis no momento 2 1 2 11 Comportamentos disciplinares 2 4 3 Caracter sticas do Contexto Social mais Alargado 2 1 3 1 Suporte Social da Crian a Nesta vari vel foram inclu dos dois indicadores amigos refere se a crian as fora do contexto do Atelier frequ ncia de outras casas para al m da sua 2 1 3 2 Suporte Social da Familia Dentro desta vari vel podem encontrar se os seguintes indicadores Apoio financeiro formal referimo nos especificamente a apoios alimentos medicamentos fornecidos pelo Projecto de Luta Contra a Pobreza instalado no Bairro Apoio financeiro informal referimo nos ao apoio eventualmente fornecido por familiares vizinhos amigos ou outros em momentos de dificuldades econ micas 130 Rendimento Minimo Garantido se recebem ou n o o rendimento m nimo garantido Apoio Emocional da M e se tem algu m com quem possa conversar desabafar quando surgem problemas Frequ ncia de Institui es se frequentam institui es de car cter recreativo desportivo ou religioso 2 2 Instrumentos A avalia o dos factores de risco e de protec o envolveu cinco instrumentos Question
190. m o menor grau poss vel de interfer ncia no seu meio natural s o substancialmente menores e mais flex veis do que os necess rios numa investiga o experimental em que O investigador manipula vari veis procura de rela es de causalidade entre elas Acrescente se ainda que cada um destes m todos subentende por sua vez e correspondentemente diferentes n veis de constrangimento para cada uma das fases expostas Coloca se ent o a quest o de sabermos que metodologia usar de baixo ou de elevado constrangimento para o estudo de um determinado fen meno Como j enunci mos nas primeiras fases de qualquer investiga o cient fica O investigador procura definir o objecto de estudo colocando inicialmente v rias quest es que gostaria de aprofundar e ap s o refinamento destas quest es 86 iniciais chega na maior parte dos casos a uM problema ou hip tese que pretende analisar Assim decidir o tipo de metodologia a aplicar depende da complexidade das quest es colocadas inicialmente Se s o complexas e precisas ent o as consequentes fases da investiga o ir o exigir um maior controlo e precis o o que s se consegue fazer empregando metodologias de elevado constrangimento Se por outro lado forem de menor complexidade os procedimentos poder o ent o ser mais flex veis e com menores exig ncias ao n vel do controlo imposto na recolha an lise e interpreta o dos dados sendo mais adequad
191. ma das caracter sticas que se lhes atribui o de facto de fazerem um bom uso das capacidades que possu am Ainda se destaca neste per odo o grande n mero de interesses que mantinham bem como a tend ncia para se envolverem em actividades de tempos livres que n o correspondiam de uma forma estrita aos estere tipos sexuais Aos 18 anos de idade foi poss vel identificar nestes indiv duos resilientes um auto conceito positivo e locus de controlo interno Tamb m revelavam atitudes mais respons veis e orientadas para a realiza o do que os indiv duos que apresentaram problemas Vejamos agora os factores moderadores do risco no que respeita ao meio familiar e social mais alargado Assim as crian as resilientes desenvolveram se em fam lias onde o n mero de crian as era igual ou inferior a quatro e nas quais o tempo que separava OS seus nascimentos do dos irm os mais novos era de dois ou mais anos Este ltimo factor faz sentido se pensarmos que nos estamos a reportar a fam lias que vivem em pobreza cr nica nas quais um segundo filho para al m de tirar muita da aten o dada ao primog nito pode tamb m tirar uma importante fonte de alimenta o o aleitamento materno com consequ ncias muitas vezes negativas para a primeira crian a ao n vel alimentar Para al m disso foi comum em todas as crian as resilientes a presen a de pelo menos um adulto respons vel pelos seus cuidados e com quem pu
192. ma instru o directa ou repreens o verbal Outro aspecto a ter em aten o quando a m e diz que ralha crian a mas usa um conte do que de explica o e n o de repreens o Seguem se alguns exemplos de raz es que podem ser apontadas pelas m es incomodar as pessoas quando a m e utiliza esta raz o faz apelo ao ponto de vista do outro 141 antecipar consequ ncias desagrad veis para o comportamento da crian a apontar as repercuss es negativas para a crian as quando age daquela forma explicar crian as que existem alternativas para aquele comportamento 6 Recep o A m e assume uma atitude de recep o quando face a comportamentos indesej veis por parte da crian a tem um papel de receptor e aparentemente mais passivo Nesta categoria cabe crian a o papel activo de emissor Esta categoria subentende tr s comportamentos por parte da m e No primeiro a m e interroga directamente a crian a sobre as raz es que ter o eventualmente motivado o seu comportamento ou sobre O que pretende com aquele comportamento e fica receptiva a ouvir a crian a que ao fornecer as explica es assume um papel activo de emissor O segundo comportamento verifica se quando a m e fica atenta ao comportamento da crian a para se se justificar intervir Neste caso a m e n o solicita crian a nenhuma explica o sobre o seu comportamento e o seu papel O de observadora rec
193. mais velhos bem como a presen a dos dois pais moderam os efeitos do stress em crian as pobres Quanto congru ncia vs incongru ncia tnica OS resultados mostraram um efeito moderador marginal da primeira O que segundo Sandler 77 1980 pode ter duas justifica es ou O crit rio de defini o da congru ncia vs incongru ncia n o foi o mais adequado ou ent o nesta idade repare se que s o crian as que frequentam o jardim de inf ncia as fontes de suporte familiar talvez assumam maior relev ncia do que as pertencentes comunidade onde vivem Conclui se deste estudo que a exist ncia de alguns factores no ambiente social de crian as pobres servem como amortecedores dos efeitos negativos das experi ncias de vida geradoras de stress protegendo as crian as Hill 1971 Riessman 1976 citados por Sandler 1980 O estudo de Seifer et al 1992 mostra igualmente como a exist ncia de factores familiares pode proteger crian as expostas a elevados factores de risco Assim valores parentais que promovem a autonomia da crian a boas estrat gias parentais m es com menores tend ncias depressivas e menor grau de criticismo perante a crian a parecem estar envolvidos em processo protectores para estas crian as Destas vari veis salientamos as opini es das m es acerca da crian a j que neste estudo foi poss vel constatar que m es que expressaram coment rios mais positivos com menor insatisfa o cr ticas e
194. marelos misture os do lado direito da cnanga e diga Achas que consegues fazer aquela figura com estes cubos V s os 3 cubos vermelhos est o em cima depois est o os amarelos depois os azuis Demonstre cnan a se for preciso Quando a crian a estiver preparada diga Agora vais tu fazer O padr o n s eT E nd gap Es EA a in e ie Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PI 42 94 FPCE UP S L Castro e 1 Gomes Mar o de 1996 2 om os padr es n 2 a 5 sem dar qualquer ajuda Cronometre Um ensuo apenas para cada para demonstra o n o cotado Continue c padr o Muitas crian as pequenas conseguem fazer os n omita o n 4 e passe logo ao n 5 E V s Constru o de padr es N 2 40 seg Eds gt e 5 mas n o os n 3 4 devido influ ncia da diagonal Se a cnan a falhar o n 3 E VILS Constru o de padr es N 2 20 seg o E VIIL 5 Constru o de padr es N 2 15 seg AEA E VI 4 Constru o de padr es N 3 60 seg gt DES E VIL1 Constru o de padr es N 3 40 seg a E VII 6 Constru o de padr es N 3 30 seg E VIIL6 Constru o de padr es N 3 20 seg ne E V 6 Constru o de padr es N S 60 seg E VI 2 Constru o de padr es N 5 40 seg se E VIIL3 Constru o de padr es N S 20 seg oa E VIILS Constru o de padr es N S 15 seg e E VI 6 Constru o de padr es N 4 60 seg se E VIL2 Constru
195. mens es poder o surgir misturadas Na sequ ncia do que referem os autores desta escala 133 relativamente a dificuldade em avaliar a sociabilidade em criangas pequenas muitos sao ja os estudos que na sua avalia o consideram a dimens o timidez Os resultados da an lise efectuada por Pereira 1998 numa amostra de 126 crian as mostram que os itens da sub escala timidez se encontram misturados com os de sociabilidade o que vem corroborar a proposta mais recente de Buss e Plomin em considerar as quatro dimens es emocionalidade actividade sociabilidade timidez nesta escala Porque no nosso estudo nos base mos nos resultados de Pereira 1998 ser tamb m conveniente referir que na an lise factorial dos seus resultados houve correspond ncia com a escala original de Buss e Plomin 1984 em todos os itens das subescalas excep o da subescala emocionalidade e em espec fico no item 18 que na vers o original considerado como pertencendo dimens o sociabilidade Deste modo a distribui o dos diversos itens pelas quatro sub escalas tem a seguinte configura o _ Emocionalidade itens 2 6 11 15 18 e 19 Actividade itens 4 9 13 _ Sociabilidade itens 1 5 7 8 12 14 16 17 20 Timidez itens 3 10 A cota o das respostas para cada um dos itens apresentada numa escala que varia de 1 a 5 correspondendo a pontua o de 1 a um aspecto pouco caracter stico da crian a e 5 a u
196. ment Griffiths 1986 Des 13 enfants de F chantillon quatre ont t qualifies comme resilients et neuf comme vulnerables Des variables caract ristiques de l enfant du context familial et de l environment social ont t analys es du point de vue de son action comme facteurs de protection ou comme facteurs de risque Les instruments d valuation utilis s ont t Questionnaire de Caract risation de lEnfants et ses Contextes de Vie Echelle de Temperament Buss amp Plomin 1984 Descrition de l Enfant faite par la M re Cruz 1996 Echelle d Auto Perception de Competence et d Acceptation Sociale Harter amp Pike 1983 et Echelle d Evaluation des R ponses a des Situations Disciplinaires Cruz 1996 L analyses des donn s a identifi des variables permettant la distinction entre les deux groupes d enfants r silients et des variables et des variables qui ne la permettent pas INDICE Investiga o Emo es e Raz o oon ence cere ett ttt ES 11 AEC AG whence eases petal Ag aR er ere ee 12 Cap tulo Enquadramento Te rico essere 14 Perspectivas Te ricas sobre O DeSeNVOIVIMENO 0 2 cece ener 16 Modelos de Desenvolvimento ccceeeeeercere etree eee tees ree cee sneene geese ese s oes 16 Resili ncia Talvez um Novo Modelo de Interac o Reciproca nsss 19 A Origem dos Estudos sobre a Resili ncia cccccccccccccccceessesseeereeevereeeeseesereseees 21 Defini o
197. meroff amp Chandler 1975 Funcionando crian a e ambiente como elementos do mesmo sistema em que ambas as partes se influenciam m tua e reciprocamente o modelo transacional destaca se pela nfase dada s influ ncias da crian a no ambiente onde as experi ncias proporcionadas pelo ambiente s o tamb m resultado da ac o da pr pria crian a Sameroff 1993 Este o pressuposto avan ado por Anastasi em 1958 18 RESILI NCIA TALVEZ UM NOVO MODELO DE INTERAC O REC PROCA Para finalizar apresentamos sob a forma de esquema os modelos de interac o rec proca do desenvolvimento para explicar que da an lise desta representa o pudemos perceber que quando aplicada ao estudo da resili ncia este esquema comportaria mais elementos A ambiente C crian a O esquema adaptado ao quadro da resili ncia tem a seguinte configura o Ay gt A A b A PUP RE AP CG gt C h C A Ambiente C Crian a M Mediadores Esquema adaptado de Sameroff 1993 p 6 x Antes de passarmos explica o dos mediadores conv m referir que apresentamos setas a negro na dimens o do tempo com a inten o de real ar o factor tempo no sentido em que ele implica diferentes est dios de desenvolvimento e que em mat ria de resili ncia v rios autores argumentam que o pr prio est dio de desenvolvimento em que a crian a se encontra pode constituir um factor de protec o
198. meus sentimentos Penso na forma como me relaciono e nos motivos para esse relacionamento Penso afinal naquilo em que acredito O Capit o Jonathan Com a idade de dezoito anos Captura um dia um pelicano Numa ilha do Extremo Oriente O pelicano de Jonathan De manh p e um ovo branco E dele sai um pelicano Que se lhe assemelha espantosamente E este segundo pelicano P e por sua vez um ovo branco Donde sai inevitavelmente Um outro que faz outro tanto Isto poder durar muito tempo Se entretanto n o se fizer uma omolette Robert Desnos Chantefleurs Chantefables 1 Retirado do livro A Reprodu o de Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron 11 INTRODU O O Bairro de S Jo o de Deus meio onde se desenrolou este estudo sobre a resili ncia est situado na periferia da cidade do Porto e como tantos outros bairros sociais facilmente identificado pelo emaranhado de blocos um pouco gastos pelo tempo e pelo uso Se bem que neste bairro vis vel a sua degrada o a v rios n veis tamb m poss vel sentir lhe a vida intensa de afectos baseada numa trama de rela es muito espec fica Em Abril de 1997 teve in cio o Projecto que nos permitiu por um per odo de quase 3 anos conhecer viver e conviver naquele contexto Quando ali cheg mos acredit vamos de forma quase inabal vel nos ciclos de reprodu o social nos ciclos de desvantagem e pobreza e na co
199. mia auto estima e orienta o social positiva b coes o familiar calor e aus ncia de disc rdia c presen a de sistemas de suporte externos que encorajam e refor am os esfor os de adapta o da crian a 42 Outra autora que se debru ou sobre estas quest es foi Emmy Werner A partir do exaustivo estudo longitudinal levado a cabo na liha de Kauai com crian as que nasceram em 1955 e foram seguidas at aos 32 anos de idade Werner revela a exist ncia de v rios grupos de factores de protec o surgidos nos registos e entrevistas nas crian as de alto risco que tiveram uma adapta o bem sucedida da idade adulta S o eles a caracter sticas temperamentais do indiv duo que o ajudam a obter respostas positivas de v rias pessoas envolvidas na sua educa o b compet ncias e valores que conduzem a um uso eficiente de qualquer que seja a capacidades que possuem c Caracter sticas e estilos educativos dos pais que reflectem compet ncia e promovem a auto estima na crian a d Adultos que servem de suporte e que promovem a confian a e actuam como orientadores no futuro e Surgimento de oportunidades nas maiores transi es que ocorrem na vida e que tornam a traject ria de uma significativa propor o de crian as de alto risco no caminho na normalidade na idade adulta Conv m relativamente aos factores de protec o real ar dois aspectos Por um lado a compreens o dos mecanismos de protec
200. mos poder contribuir para uma maior compreens o sobre a resili ncia e a vulnerabilidade em crian as destes meios e potenciar expectativas e aspira es mais elevadas nos agentes educativos que diariamente lidam com crian as de meios s cio econ micos desfavorecidos Gostar amos tamb m de poder divulgar factores de protec o ao risco envolvidos no desenvolvimento no sentido da promo o da resili ncia nas crian as atrav s dos v rios agentes educativos Vemos ainda este estudo como uma possibilidade de recolha de pistas ainda que devam ser sujeitas a novas an lises para eventuais ac es de interven o no sentido da promo o de factores de protec o Este estudo tem finalmente tamb m como objectivo enriquecer o Projecto naScER e creScER e as Ac es que o comp em com mais conhecimentos acerca do meio em que se insere 113 ww E e M U E M U M U U U E ER E E E EM Emn tum AMOSTRA Os sujeitos desta investiga o foram 13 das 15 crian as que frequentaram o Atelier de Actividades L dico Educativas do Projecto naScER e creScER e que moram no Bairro de S Jo o de Deus Escolhemos esta popula o porque e em primeiro lugar existiam naquele Atelier crian as em risco repare se que o ponto de partida para o estudo da resili ncia a exist ncia de vari veis de risco na amostra definida e por outro lado trabalhamos naquela institui o que conhecemos de perto e conhecemos
201. mou que adolescentes resilientes apresentavam n veis de depress o e ansiedade significativamente mais elevados que os seus pares expostos a baixos ndices de stress Tamb m o estudo de Farber e Egeland 1987 com crian as expostas a situa es de abuso familiar mostrou que em muitas das crian as resilientes O dom nio emocional era afectado Estas investiga es chamam tamb m a aten o para a forma como se tem operacionalizado o funcionamento resiliente em crian as e adolescentes Ser o os crit rios utilizados os mais adequados ao estudo mais completo do fen meno da resili ncia Retomando a explica o apresentada sobre o conceito de adapta o vimos que teoricamente dele fazem parte uma componente mais externa por exemplo compet ncia social e uma componente mais interna por exemplo o bem estar psicol gico Sabemos tamb m que as investiga es sobre a resili ncia t m usado predominantemente crit rios de adapta o externa como a compet ncia escolar e social Ora pelo que temos vindo a expor na resili ncia podem tamb m estar envolvidos factores de adapta o interna que t m sido descurados em muitas investiga es Os estudos que tratam esta componente da adapta o nos indiv duos resilientes parecem indicar que ao sucesso na adapta o externa est o associados custos alguns dos quais ser o ao n vel da adapta o interna 49 Fazendo a analogia entre os mitos da invulnerabilidade
202. na postura da crian a ou na sua corrida ou qualquer defeito f sico que afecte os seus movimentos A VIL4 Mantem a corrida por uma boa dist ncia volta do recreio ou outro espa o relativamente grande Espera se que a crian a consiga manter um bom ritmo de comida com os movimentos bem coordenados A IV 2 Anda de triciclo ou outro brinquedo de pedais A crian a tem de andar no triciclo sem ajuda j sem precisar de um adulto para guiar m quina para a empurrar ou a ajudar a segurar se Se n o houver um triciclo dispon vel pode perguntar se crian a ou m e A VII3 Sabe andar de bicicleta duas rodas Anda de bicicleta por uma curta dist ncia testar s em ambiente com seguran a A VIII 8 Anda e sabe conduzir bem a bicicleta E E Conduz competentemente sem qualquer ajuda testar s em ambiente com seguran a Ss Ds iso lead Gods sta A SE E EEEE a Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PL 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 iy o e oe AVI3 Lan a uma bola ao ar no minimo meio metro e apanha a de volta 19 ALV3 Marcha ao ritmo da m sica ergunte cnan se ela sabe marchar mutere uma melodia conhecida ou bata palmas em nuno de marcha mostrando o que quer cnan a devena marchar durante algum tempo voita da sala ou volta da mesa mantendo o nuno apropnado ALV 4 Equilibra se bem a andar em cima de uma linha
203. na tentativa de identificar os potenciais factores envolvidos nas respostas resilientes dos indiv duos nos antecedentes ou origens dessas respostas mas s o incapazes de descrever o processo desenvolvimental ocorrido Contudo porque a selec o das amostras nestes estudos parte de determinada ocorr ncia que se verificou para todos os indiv duos por exemplo complica es perinatais alcoolismo dos pais doen as mentais dos pais uma das cr ticas apontadas aos estudos retrospectivos o facto de darem a ideia de um certo determinismo relativamente s condi es vividas A heterogeneidade dos procedimentos abrange tamb m a selec o dos sujeitos Assim verifica se por exemplo que alguns estudos partem de popula es cl nicas tais como filhos de pais com psicopatologias e outros s o efectuados em amostras de indiv duos que residem em meios considerados propensos ao risco como bairros degradados e pobres Como vimos nas palavras de Werner atr s referidas as investiga es sobre a resili ncia ainda se caracterizam como j abord mos pela variedade nas defini es dos factores de risco e de stress assim como nas medidas da qualidade da adapta o 62 N o obstante s o ainda raros os trabalhos longitudinais prospectivos que permitem avaliar para al m da segunda d cada de vida os efeitos a curto e a longo prazo quer dos factores de risco quer dos factores de protec o Assim como s o raros os estudo
204. nas quais se verificaram valores interm dios quatro crian as em nove Estes dados mostram que nas dimens es actividade sociabilidade e timidez a maior parte das crian as resilientes e vulner veis t m valores interm dios nestas dimens es Aponte se contudo que existem mais crian as vulner veis do que crian as resilientes a terem valores extremos No entanto no que diz respeito dimens o emocionalidade verifica se por um lado que esta constitui a nica dimens o em que se registam valores extremos para as crian as resilientes uma em quatro crian as e por outro que o n mero de crian as vulner veis que obtiveram valores extremos cinco crian as superior ao n mero de crian as obtiveram valores interm dios quatro crian as Estes resultados suscitam nos algumas quest es ser a emocionalidade uma dimens o do temperamento mais sens vel s adversidades e qual nem as crian as resilientes lhe parecem escapar Ser esta uma dimens o reveladora de alguma vulnerabilidade nas crian as Para al m disso ainda se salienta que a nica dimens o na qual as crian as vulner veis n o tiveram valores extremos foi na sociabilidade Este resultado combinado com a predomin ncia dos valores extremos na dimens o emocionalidade leva nos a perguntar se existem dimens es mais ou menos reveladoras da vulnerabilidade Ser o relacionamento com os outros uma dimens o t o importante no seu desenvolvimen
205. natureza as propriedades e o funcionamento desses factores Se assim for talvez se possa comparar a previs o da resili ncia para muitos desenvolvimentalistas descoberta da pedra filosofal para os alquimistas que a previs o de traject rias desenvolvimentais continua a ser um tema que apesar dos assinal veis avan os cient ficos permanece envolto em mist rio um jogo de probabilidades se em muitos casos as previs es se verificam acertadas com maiores ou menores flutua es noutros fracassam redondamente precisamente esta discord ncia entre as previs es desenhadas e entre o real e efectivo percurso desenvolvimental dos indiv duos que continua a manter e a encorajar a curiosidade perante tais surpresas e em ltima an lise sobre a previsibilidade ou imprevisibilidade do desenvolvimento Este tema tem merecido aten o ao longo de s culos A ainda actual e polarizada discuss o sobre o papel dos factores inatos e dos adquiridos no desenvolvimento constitui na sua ess ncia uma tentativa de resposta face a 51 diversidade e incerteza dos percursos de vida dos seres humanos no seu mundo envolvente Em tempos alguns te ricos anunciaram mesmo ter descoberto a t o ansiada f rmula que faz prever o funcionamento futuro dos indiv duos A c lebre frase do behaviorista J Watson 1930 citado por N brega 1998 p 20 sera um exemplo ilustrativo D em me uma d zia de crian as saud veis b
206. nduzir comportamentos positivos em adultos Werner amp Smith 1982 1992 Essas caracter sticas s o apontadas como um factor de protec o para as crian as resilientes face s adversidades Da mesma forma tamb m o bom relacionamento com o prestador de cuidados tem sido indicado como um factor fundamental da protec o destas crian as Pianta Egeland amp Sroufe 1990 Sroufe Egeland Kreutzer 1990 Werner amp S mith 1992 Vejamos agora quais os resultados que obtivemos para a auto percep o da compet ncia e aceita o social Como foi apresentado anteriormente observou se que embora as auto percep es das crian as vulner veis fossem na generalidade positivas as auto percep es das crian as resilientes nas v rias sub escalas foram mais elevadas Este dado levou nos a sugerir que esta vari vel pode funcionar como um factor de protec o para as crian as resilientes analisadas O estudo de Seifer et al 1992 apresenta evid ncias de que auto percep es da compet ncia mais elevadas em crian as de alto risco podem estar associadas a manifesta es da compet ncia Para al m disso pudemos encontrar v rias semelhan as entre os resultados que obtivemos neste estudo e os resultados do estudo de Radke 189 Yarrow e Brown 1993 Estes autores constataram que auto percep es das crian as resilientes eram superiores relativamente s das crian as com problemas Mas tamb m puderam verificar que na gene
207. no Manual de Instru es Assim em todos os itens que n o sofreram altera es as descri es foram lidas ipsis verbis e apontando para as respectivas imagens que acompanham as descri es Nas imagens em que existe uma crian a que a figura central e que se identifica pelo desenho de uma seta na sua direc o tivemos igualmente o cuidado de apontar correctamente essa figura Ap s as crian as terem seleccionado uma das duas imagens que comp em cada item apresent mos as duas alternativas que constam na escala partindo sempre da situa o extrema para a outra alternativa proposta por exemplo Tu est s sempre contente ou est s contente s vezes Da mesma forma como indicado no manual de instru es que temos vindo a fazer alus o quando era pedido s crian as que escolhessem uma das duas imagens apresentadas em cada item e as crian as apontavam para o 149 meio das duas imagens sem que apontassem uma em espec fico era lhes dito Claro s vezes tu sentes te das duas maneiras mas se tivesses que escolher um a qual destes as meninos as a mais parecido a contigo mais vezes Qual deles as que tu escolherias Ou ent o para as crian as mais pequenas e como j explic mos anteriormente coloc vamos a situa o da seguinte forma Claro s vezes tu sentes te das duas maneiras mas qual o a menino a que tu s mais vezes Ainda no manual de instru es desta escala aconselha se a s
208. noria tnica poder funcionar como factor de protec o para os dois grupos de crian as 2 2 3 Fam lia Biol gica ou Outra No que concerne a esta vari vel detecta se para os dois grupos de crian as estudados a predomin ncia das fam lias biol gicas face s n o biol gicas tr s crian as resilientes vivem em fam lias biol gicas e uma em fam lia n o biol gica seis crian as vulner veis integram fam lias biol gicas e tr s fam lias n o biol gicas Assim sendo a aus ncia de elementos diferenciadores entre os dois grupos n o nos permite compreender se esta vari vel representa um factor relevante na caracteriza o dos factores de risco e de protec o para as crian as analisadas Por outro lado da leitura destes resultados tamb m se nos afigura poss vel que viver na fam lia biol gica possa teoricamente ser um factor de protec o para os dois grupos de crian as 172 2 2 4 Escolaridade do Pai A an lise desta vari vel revela que os n veis de escolaridade atingida pelos pais das crian as vulner veis s o superiores aos conseguidos pelos pais das crian as resilientes sen o vejamos Oito pais em nove das crian as vulner veis t m o 4 ano de escolaridade e no caso das crian as resilientes s um pai alcan ou este n vel de escolaridade O pai de uma crian a vulner vel tem uma escolaridade inferior ao 4 ano o que acontece em dois casos para as crian as resilientes Embo
209. nte as crian as vulner veis apresentarem auto percep es da compet ncia geral e da aceita o social predominantemente positivas as crian as resilientes ultrapassam estes n veis atingindo para os dois dom nios n veis elevados Refira se ainda que nos surpreendeu o facto da dimens o aceita o maternal ser aquela onde ocorreram simultaneamente os valores negativos nas das crian as vulner veis e o valor m dio nas crian as resilientes Mais uma vez a quest o que colocamos se haver dimens es mais sens veis vulnerabilidade das crian as Resumindo embora as auto percep es das crian as vulner veis sejam predominantemente positivas verifica se que as crian as resilientes manifestam n veis de auto percep o da compet ncia geral e da aceita o social superiores aos das crian as vulner veis Por conseguinte estes resultados sugerem que a auto percep o de ccmpet ncia e aceita o social uma vari vel a considerar no mbito da an lise dos factores de risco e protec o Nesta an lise salientamos a auto percep o da aceita o maternal 2 1 5 Fratria Na vari vel fratria analis mos duas dimens es a posi o da crian a na fratria se O primeiro dos irm os se est entre outros irm os ou se o ltimo dos irm os e intervalo de tempo que separa o seu nascimento do dos irm os mais novos zero anos se n o h irm os mais novos menor ou igual a 2 anos e maior que 2
210. ntinuidade e transgeracionalidade dos efeitos desses ciclos Acredit vamos que era dif cil romper com as amarras da pobreza e marginalidade Tivemos no entanto a esperan a de que a partir de aprendizagens m tuas e rec procas baseadas em interac es pr ximas este trabalho pudesse ser interessante e desafiador tamb m do ponto de vista social Contudo a certa altura pudemos perceber que esta perspectiva partia de um pressuposto desajustado quela realidade Est vamos a considerar as pessoas daquele meio como um grupo homog neo em termos de percursos de vida O outro lado da moeda foi nos dado a observar afinal mesmo em meios socialmente desfavor veis e com bastantes adversidades ao desenvolvimento os destinos pessoais eram heterog neos ainda que limitados em termos de ascens o a categorias sociais mais elevadas e muitos deles poss veis de serem bem sucedidos Foi assim que o tema da resili ncia nos despertou aten o e curiosidade E deste modo acreditamos actualmente que mesmo face a circunst ncias adversas existem indiv duos capazes de segundo a descri o de Wemer e 12 Smith 1982 sobre individuos resilientes works well loves well and expects well Mais ciclos outros ciclos favoraveis ao desenvolvimento humano podem ser construidos e reproduzidos Os ciclos ancestrais podem ent o ser rompidos e a mudan a social introduzida deste modo consideramos ser poss vel fazer
211. nto aturado sobre os mecanismos de risco e de protec o e n o s dos seus indicadores Tamb m aqui consideramos fundamental a abordagem proposta por Baldwin Baldwin e Cole 1990 sobre o risco proximal e distal Risco Proximal e Distal Baldwin et al 1990 a prop sito do estudo sobre fam lias e crian as resistentes ao stress sugerem uma interessante concep o na diferencia o das vari veis de risco em estudos que utilizam a an lise de m ltiplos factores de risco 37 Para estes autores as variaveis de risco podem ser divididas entre variaveis distais e proximais tendo em conta o grau com que atingem a crian a Deste modo as vari veis que atingem directamente a crian a s o as vari veis proximais Quanto s vari veis distais embora n o atinjam directamente a crian a os seus efeitos s o mediados atrav s de vari veis de risco mais pr ximas crian a Neste quadro algumas vari veis s o mais distais que outras O baixo estatuto s cio econ mico uma vari vel distal que atinge a crian a atrav s de vari veis numa escala de factores cada vez mais proximais por exemplo dificuldades econ micas ansiedade materna irritabilidade restri o liberdade da crian a Ainda segundo os mesmos autores h que distinguir entre crian as resistentes ao stress e fam lias resistentes ao stress Por fam lias resistentes ao stress entendem se aquelas fam lias que apesar de viverem em amb
212. nto fornecido por este instrumento que se chegou ao N vel de Desenvolvimento das treze crian as da nossa amostra Como j referimos tom mos neste estudo como indicador da resili ncia e da vulnerabilidade o estatuto de alto risco conjugado com o n vel de desenvolvimento calculado a partir dos valores de Quociente Geral de Desenvolvimento 122 Sabendo que nesta escala esta previsto a m dia deste quociente ser de 100 pontos com um desvio padr o de 15 pontos partimos do pressuposto que um Quociente Geral de Desenvolvimento igual ou superior a 100 apontava no sentido da resili ncia sendo que os resultados abaixo desse valor sugerem a vulnerabilidade Consider mos tamb m que medida que os valores obtidos se afastam para n veis superiores ou inferiores a 100 mais apontam a tend ncia no sentido da resili ncia ou da vulnerabilidade respectivamente Neste enquadramento um quociente geral de desenvolvimento de 112 valores por exemplo mais indicativo da resili ncia do que um quociente geral de desenvolvimento de 103 valores E um quociente geral de desenvolvimento de 89 valores mais indicativo da vulnerabilidade do que se os valores foram de 95 1 3 Procedimento 1 3 1 Escala de Avalia o do Estatuto de Risco A Escala de Avalia o do Estatuto de Risco foi aplicada s m es e ou respons veis pelas treze crian as da nossa amostra Este instrumento foi inclu do na entrevista realizada junto das
213. o outro exemplo de que o uso de uma metodologia n o invalida a aplica o de outra e que a sua conjuga o poder ser vantajosa na validade dos resultados diz respeito situa o em que ap s uma investiga o de constrangimento elevado se procede a um estudo de caso com o objectivo de verificar se os resultados obtidos em laborat rio se verificam em contextos naturais 89 2 AS INVESTIGA ES DE BAIXO CONSTRANGIMENTO O estudo por n s efectuado consiste num Estudo de Caso Esta metodologia classificada por Graziano e Raulin e em conjunto com a Observa o Naturalista nas investiga es de baixo constrangimento Vejamos ent o o que estes autores referem sobre quando e como aplicar as metodologias de baixo constrangimento 2 1 Situa es em que se Aplicam e Informa es que Proporcionam As investiga es de baixos n veis de constrangimento est o mais indicadas para situa es como as descritas por Graziano e Raulin 1989 Quando se pretende observar o comportamento em ambientes naturais Quando se come a a investigar uma rea nova em que as informa es existentes ainda s o escassas Quando o investigador tem que planear uma investiga o de elevado n vel de constrangimento na qual n o est familiarizado com caracter sticas espec ficas dos sujeitos e ou contextos da investiga o Neste est dio inicial da investiga o poderia por exemplo avan ar com um estudo de ca
214. o pr escolar e em particular entre os tr s anos e meio e os quatro anos e meio Contudo enquanto que um dos grupos mostrou at aquele per odo antecedentes de um funcionamento positivo a que designaram de resilientes no outro verificou se haver problemas a este n vel 17 Nossa tradu o para caregiver 75 Assim interessava compreender se OS antecedentes de adapta o positiva e precoce influenciam ou n o a adapta o futura Ser de referir que as informa es recolhidas nesta investiga o tiveram em linha de conta as tarefas desenvolvimentais mais salientes para cada per odo examinado Assim por exemplo para OS primeiros meses de vida 12 e 18 foram analisados os resultados da avalia o da vincula o na crian a aos 24 meses avalia o de capacidade em meses atrav s da situa o estranha resolver problemas de dificuldade crescente Os resultados mostraram que grupo resiliente evidenciava um funcionamento positivo nos primeiros anos escolares o que parece indicar que a adapta o nos primeiros anos de vida ter contribu do para o sucesso adapta o futura Os antecedentes de rela es positivas com O prestador de cuidados a crian a sugerem influencias nestas diferen as No ponto de vista dos autores esta investiga o veio confirmar O modelo geral do desenvolvimento de Bowlby segundo o qual a adapta o o produto das circunst ncias actuais bem como da hist
215. o associados ao risco tem vindo a demonstrar a tend ncia dos factores de protec o se refor arem entre si Assim por exemplo um temperamento f cil pode induzir a aten o e carinho dos adultos para com a crian a Por outro que a crian a resiliente tipo aquela em que se verifica a exist ncia de m ltiplos factores de protec o Embora esta crian a tamb m esteja sujeita ac o conjunta de v rios factores de risco OS factores que a protegem s o em princ pio superiores queles que a colocam em desvantagem Radke yarrow amp Brown 1 993 43 INTERAC O ENTRE FACTORES DE RISCO E DE PROTEC O Em 1974 Anthony explica a interac o entre vulnerabilidade risco e resili ncia atrav s da analogia das tr s bonecas Esta consiste no seguinte de tr s bonecas uma feita de vidro outra de pl stico e uma outra de a o Cada uma dessas tr s bonecas exposta pancada de um martelo sendo a for a aplicada igual para todas Os efeitos produzidos pela pancada do martelo n o s o iguais para as tr s bonecas a de vidro estilha a se a de pl stico fica com uma cicatriz permanente e a de a o lan a um fino som met lico Esta interac o ocorre portanto entre os factores individuais material que constitui a boneca e ambientais pancada do martelo Os diferentes materiais pelos quais s o constitu das as bonecas reflectem se na maior ou menor vulnerabilidade ao risco provocado por for as externas
216. o de 1996 SS i6 ESC A LOCOMOT A ll l Salta um degrau com os p s juntos no Diz se cnanga para ficar de p no degrau com ambos os p s juntos e saltar alerrando tamb m com os dois p s juntos Deve dar um verdadeiro salto n o um passo r pido para baxo A LV 6 Salta dois degraus o Os p s devem estar colocados juntos devem aterrar tamb m juntos N o aconselh vel perminir s crian as muis novas saltar mais do que dois degraus Elas podem querer cxubir se mas preciso ter cudado para evitar acidentes Se uma crian a hesitar ou se recusar a saltar n o insista cote e siga para O pr ximo item sem comentinos i A VI 5 Salta tr s degraus En A VUI 2 Salta quatro degraus o A I2 Equilibra se num s p durante 6 segundos ou mais o Pe a crian a que deveria estar de p para levantar um p c segurar se no OUNO demonstre se for preciso A crian a devenia erguer um p e manter se em equil brio num s p durante cerca de seis segundos AJI3 Ajoelhada levanta se sem apoiar as m os Pe a crian a para se ajoelhar no ch o mantendo as costas direitas sem estar sentada em cima dos pr prios p s Agora levanta te um dois tr s A crian a deve levantar se sem se apoiar em nada A III 4 Cruza os p s e as pernas posi o sentada tanto o esquerdo como o direito Ponha a sua cadeira em frente da da crian a n o muito longe desta Pe a
217. o deste trabalho e foi elaborado com base numa revis o da literatura sobre o tema aqui apresentado Aqui encontram se as refer ncias te ricas OS conceitos e os estudos que serviram de fio condutor ao estudo emp rico realizado exposto nos cap tulos seguintes 15 PERSPECTIVAS TE RICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO As teorias actuais consideram que o desenvolvimento humano o resultado da interac o din mica entre o indiv duo e o meio Sameroff 1993 Mas nem sempre o desenvolvimento foi entendido desta forma e as mais recentes interpreta es s o fruto de um longo percurso volta deste tema Tamb m no presente se cr que o desenvolvimento se inicia com a fecunda o onde existe j um forte jogo de for as entre o ser em forma o e o ambiente e termina com a morte Esta vis o do desenvolvimento alargada a toda a vida humana no entanto uma conquista recente Refira se que h poucas d cadas atr s o desenvolvimento estava circunscrito inf ncia e adolesc ncia Conceitos que ali s e tal como s o hoje concebidos constituem inventos s cio culturais relativamente recentes Coll Palacios amp Marchesi 1995 p 10 MODELOS DE DESENVOLVIMENTO Nos modelos de desenvolvimento descritos na literatura encontramos aqueles que enfatizam um dos p los caracter sticas inatas ou factores ambientais e tamb m modelos para os quais o desenvolvimento depende da combina o e interac o de ambos r
218. o emprego exercido e que em 5 casos o n vel ocupacional atingido era mesmo superior ao dos pais Tamb m e relativamente ao casamento 84 dos sujeitos que tinham casado eram felizes e bem sucedidos no casamento Estes resultados levaram este autor a escrever o seguinte But despite their miserable childhoods and despite their presumably tainted genes most offspring of schizophrenics manage to lead normal productive lives Indeed after studying a number of families histories one is left with the impression that pain and suffering can have a steeling a hardening effects on some children rendering them capable of mastering life with all obstacles just to spite their inherent disadvantages Bleuler 1974 p 106 citado por Gammezy 1981 22 Para al m dos estudos sobre a psicopatologia e em particular sobre a esquizofrenia Cicchetti amp Garmezy 1993 ainda apontam como importantes refer ncias na origem dos estudos sobre a resili ncia os estudos que se debru am sobre padr es comportamentais positivos em situa es de exposi o a stress cr nico pobreza e sobre a exposi o a situa es traum ticas Mesmo assim foi um longo per odo aquele em que os trabalhos de investiga o se debru aram sobre os efeitos negativos das condi es adversas no desenvolvimento sendo dada pouca nfase ao desenvolvimento normal face adversidade e s diferen as individuais nas respostas A t tulo ilustrativo v
219. o nome completo E Se a crian a souber escrever o seu nome pr prio pe a lhe que escreva tamb m o nome de fam lia D VII 1 Escreve 10 letras ou mais Se a crian a n o tiver escrito 10 letras diferentes em VIL6 pe a lhe para escrever mais letras ditadas se necess rio No original ingl s o crit rio um m nimo de 10 Pode se ajustar este valor para 7 em portugu s D VUL6 Sabe escrever correctamente as letras do alfabeto portugu s todas ou menos 2 no m ximo D VII S Sabe escrever os algarismos de l a 9 Sabes escrever os n meros Pe a lhe para escrever 1 2 3 etc Saad O amos S ie Ao TO O a o E re Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto Pl 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 E Sy ESCALA E PERFORMANCE E IlI 1 Monta o brinquedo de enroscar A cnan a passa sc tendo aberto o onnquedo ae enroscar c visto o pequeno brinquedo l dentro consegue fech lo outra vez EJL2 Coloca os 9 cubos dentro da caixa e p e a tampa 60 seg Matenal Caixa qui s castanhos Destape a cuxa Ure os pequenos cubos Diga Quero ver se consegues por depressa estes cubos dentro da caixa depois p r a tampa Pronto Come a Registe cuidadosamente O tempo dispendido me a o com o cron metro A crian a n o se deve esquecer da tampa S uma tentauva F 1V 1 Coloca os 9 cubos dentro da caixa e p e a tampa 40 seg Pa E VI s Coloca os 9 cubos
220. observados ou avaliados se comportam de maneira diferente do que fariam se n o estivessem naquela situa o Este fen meno acarreta um certo enviesamento na investiga o e embora o investigador possa tomar algumas medidas no sentido de o minimizar esta ocorr ncia est frequentemente fora do seu controlo Refira se que a reactividade medi o n o uma particularidade das Ci ncias Sociais e Humanas Como ilustram Graziano e Raulin 1989 mesmo em Ci ncias Exactas como o caso da F sica quando o investigador pretende observar a traject ria de um electr o sabe que o simples facto de o estar observar e de para isso ter que usar um microsc pio electr nico altera a pr pria traject ria do electr o de maneira que o investigador efectivamente n o observa a traject ria original mas a traject ria que poss vel observar Nas Ci ncias Sociais e Humanas e em particular na Psicologia a reactividade surge frequentemente como o reflexo daquilo que o sujeito acredita que o comportamento adequado numa situa o espec fica Introduz se assim o conceito de desejabilidade social que corresponde tend ncia de muitos sujeitos em responder aquilo que pensam ser a maneira mais aceit vel socialmente Graziano amp Raulin 1989 p 75 Quanto as medidas reactivas e n o reactivas importa distinguir que nas primeiras h uma particular tend ncia para esse enviesamento e que as medidas n o reactivas dizem
221. of school outcomes and identification of protective factors In Rolf J E Masten A S Cicchetti D Nuechterlein K amp Weintraub S Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psycopathology 215 235 New York Cambridge University Press Pires A 1997 A Percep o que a M e tem do Temperamento do Beb Desenvolvimento da Percep o e a sua Rela o com o Comportamento da Crian a e com o Comportamento Irritabilidade e Auto Efic cia Maternas Tese Douturamento Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o da Universidade do Porto Plomin R amp Rutter M 1998 Child Development Molecular Genetics and What to Do with Genes Once They Are Found Child Development 1998 69 4 1223 1242 Quinton D Pickles A Maughan B amp Rutter M 1993 Partners peers and pathways Assortative pairing and continuities in conduct disorder Development and Psychopathology 5 763 783 Radke Yarrow M amp Brown E 1993 Resilience and vulnerability in children of multiple risk families In Development of resilience 581 582 204 Radke Yarrow M amp Sherman T 1990 Hard growing children who survive In J Rolf A S Masten D Cicchetti K H Nuechterlein amp S Weintraub Eds Risk and Protective Factors in the Development of Psychopathology 97 119 New York Cambridge University Press Rae Grant N 1998 Vulnerabilities Risk Factors Protective Factors and Resi
222. olhimento Estas raparigas foram comparadas com um grupo de 51 mulheres da popula o geral atrav s de entrevistas feitas quando tinham 21 e 27 anos de idade Tamb m foram realizadas observa es nas casas daquelas mulheres que na altura j eram m es Os resultados indicaram que o sucesso escolar pode ter ajudado estas mulheres a adquirirem auto confian a assim como a percep o de que t m poder 81 para controlar acontecimentos nas suas vidas Este estudo ainda forneceu evid ncias como um bom relacionamento conjugal constitui um factor de protec o Ali s verificou se que a presen a de um marido apoiante com o qual tinham um rela o harmoniosa e pr xima se reflectia na maior qualidade parental destas mulheres Os resultados deste estudo mostraram tamb m como factor Assim as mulheres que planeavam O Seu casamento o situa es protector o planear casamento n o era a resposta a algo negativo para escapar de familiares conturbadas ou gravidezes indesejadas e para al m disso conheciam os futuros maridos h mais de 6 meses tinham menores probabilidades de se casarem com homens desviantes Esta capacidade de planear estava tamb m associada a baixos graus de gravidezes na adolesc ncia e parece operar como uma maneira de evitar situa es de risco Rutter 1990 Tinham igualmente maiores probabilidades de terem experi ncias escolares positivas Refira se no entanto que a escola pode tam
223. olismo a classifica o anterior deixa de ter o mesmo sentido se outros crit rios forem aplicados O segundo exemplo envolve um dos indicadores mais vulgarmente utilizados nas investiga es sobre a resili ncia e que consiste no sucesso compet ncia dos indiv duos em termos acad micos A este prop sito conta Bartelt 1994 p 99 que v rios representantes de organiza es da comunidade Hisp nica me colocaram a seguinte quest o Se o rendimento familiar baixo nas comunidades Porto Riquenhas se no dia a dia as necessidades de recursos econ micos adicionais no governo da casa est o fortemente presentes e se existe uma forte ideologia pr familiar numa comunidade que amea ada pela pobreza cont nua porque n o podemos n s esperar que Os nossos adolescentes ir o tentar abandonar a escola e obter empregos a tempo inteiro t o cedo quanto poss vel Por outro lado pergunto a mim mesmo n o ser esta uma forma de resili ncia tal como a temos vindo a definir At que ponto devemos distinguir como resili ncia o sucesso acad mico do abandono escolar Face ao exposto parece nos necess rio ponderar o rumo das investiga es no sentido de poder conferir uma maior validade ao constructo da resili ncia Talvez aqui seja relevante o contributo de Rutter 1990 quando sugere a necessidade das investiga es se debru arem n o s nas vari veis de risco j que a resili ncia se preocupa com as varia es individuai
224. onfronto Directo com a Crian a Alternativa e Nada e Categorias Espec ficas de Algumas Hist rias Nos resultados obtidos n o se registaram comportamentos disciplinares de recep o pelo que n o constam no Quadro 4 Passamos ent o a descrever os resultados para os dois grupos de crian as e que constam no mesmo quadro _ Assim nas crian as resilientes a categoria mais usada em situa es que exigem a interven o disciplinar do adulto face a comportamentos inadequados da crian a a afirma o do poder Esta categoria explica 60 das respostas obtidas ou seja 24 respostas num total de 40 Segue se a categoria 177 evitamento do confronto directo da crian a que re ne 32 5 das respostas ou seja 13 das 40 respostas poss veis Depois surge a categoria indu o que representa 7 5 das respostas ou seja 3 respostas num total de 40 Ainda na categoria afirma o do poder observa se que predominam os castigos f sicos 9 respostas relativamente repreens o verbal 7 respostas instru o directa 7 respostas e ao castigo n o f sico 1 resposta mas que a diferen a entre os tr s primeiros comportamentos n o muito significativa O castigo n o f sico como se pode verificar o comportamento menos representativo nesta categoria 1 em 40 respostas Os resultados obtidos para as crian as vulner veis mostram que a ordem na frequ ncia das respostas a mesma da das crian as resilientes isto
225. or n o se dever esquecer que os resultados alcan ados em investiga es de baixo constrangimento se referem em particular aos grupos ou aos sujeitos estudados individualmente sem se arriscar a apresentar generaliza es Este ser o procedimento adequado para este tipo de investiga es A fraca replicabilidade diz respeito dificuldade em replicar estudos de baixo constrangimento Para isto contribui fortemente a flexibilidade pela qual se caracterizam estas investiga es Esta caracter stica considerada como uma das suas grandes vantagens acaba por induzir um efeito limitativo no que se refere a poss veis repeti es dos estudos Para contrapor esta situa o O investigador dever descrever e explicar pormenorizadamente todos os procedimentos utilizados Evidentemente que no caso da Observa o Naturalista a reprodu o de um estudo se recobre de maiores entraves dado que altamente improv vel a coincid ncia de leituras quando feitas por em duas pessoas diferentes ainda que esteja sendo analisado o mesmo fen meno atrav s da mesma metodologia A limita o fal cia do Ex Post Facto vem refor ar a necessidade de um procedimento l cido e cauteloso na interpreta o dos resultados alcan ados em investiga es de baixo constrangimento Ex Post Facto significa depois do facto e como f cil depreender os Estudos de Caso pela sua natureza consistem em abordagens deste tipo o que impede o investigador de con
226. ores de risco e de protec o Estes resultados levaram nos a cruzar os dados entre a vari vel sexo e a vari vel n vel de desenvolvimento no sentido de perceber melhor esta distribui o Apresentam se no Quadro 3 os resultados das treze crian as da nossa amostra relativamente s vari veis n vel de desenvolvimento e sexo QUADRO 3 Distribui o do Sexo em Fun o do N vel de Desenvolvimento N VEL DE DESENVOLVIMENTO 100 103 106 116 FIM F Verificamos ent o que as crian as que tiveram os mais baixos quocientes gerais o que significa segundo o pressuposto apresentado serem os que mais tendem para a vulnerabilidade s o rapazes 2 1 3 Temperamento A avalia o da vari vel temperamento envolveu a os dados da Escala de Temperamento Buss amp Plomin 1984 b as descri es das crian as feitas pelas suas m es e ou respons veis Cruz 1996 c os dados sobre os h bitos em beb recolhidos atrav s do Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida 159 a Escala de Temperamento Buss amp Plomin 1984 Uma das formas de avaliarmos o temperamento das crian as consistiu na aplica o da escala de Buss e Plomin 1984 educadora de inf ncia O nosso objectivo consistiu na caracteriza o do temperamento das crian as resilientes e das vulner veis relativamente s dimens es temperamentais avaliadas por esta escala emocionalidade
227. orrim o ou apoiar se com a m o na parede A V 2 Desce escadas um p em cada degrau 2 Isto acontece por volta do inicio do quinto ano de vida Pode segurar se ao corrim o ou apoiar se com a m o na parede A V 6 Sobe escadas a correr E melhor observar este item numa escadaria relativamente grande devendo o adulto seguir a crian a de perto Deve ser mesmo uma corrida em posi o direita e cont nua por cerca de 8 degraus N o permitido apoiar se no corrim o nem tocar os degraus A VIIL1 Desce escadas a correr A crian a nervosa n o deveria de modo algum ser incitada a faz lo se se recusar A IV 1 Corre bem dentro de casa ou num pequeno espa o ao ar livre necess ria uma observa o cuidadosa Verifique se a crian a mantem o passo de corrida com movimentos firmes bom equil brio e uma boa coloca o r tmica dos p s N o tanto a velocidade que interessa mas antes a maneira normal de correr energ tica com confian a Bom item de diagn stico quando se suspeita de fraqueza muscular de qualquer origem A VI 2 Corre rapidamente ao ar livre Tente observar isto quando a crian a estiver vontade no recreio com as outras crian as Se n o for poss vel teve a crian a l para fora no fim da avalia o para este e outros itens desta escala Interessa verificar se a crian a corre com um movimento r triico firme c confiante Este item d oportunidade de observar algo de estranho
228. os refer ncia s descri es feita pela m e se deva entender como a m e e ou respons veis pela crian a 127 Excluimos o acompanhamento que possa ter ocorrido em virtude de consultas de rotina nos Centros de Sa de Este acompanhamento refere se por exemplo a consultas regulares de terapia da fala psicologia etc Internamentos Hospitalares Aqui foram contempladas situa es de doen a ou acidente e que implicaram o internamento da crian a num servi o hospitalar 24 2 Caracter sticas do Contexto Familiar 2 1 2 1 2 1 2 2 2 1 2 3 2 1 2 4 Estatuto s cio econ mico O estatuto s cio econ mico dos agregados familiares das crian as da nossa amostra foi avaliado pelas suas profiss es atrav s da adapta o para Portugal Bairrdo Feij6o Ferreira Felgueiras Machado Pintor 1979 da Escala de Warner para a Avalia o do Estatuto S cio Econ mico Esta escala re ne cinco categorias de profiss es inscritas numa ordem decrescente em termos de import ncia social que lhe atribu da Pertencer ou n o a uma minoria tnica Fam lia biol gica ou outra Considerou se fam lia biol gica quando a crian a vive com um ou com ambos os progenitores se a crian a vive com substitutos dos progenitores familiares vizinhos considerou se outra fam lia Densidade familiar 128 uau ee eee 2 1 2 5 2 1 2 6 2 1 2 7 2 1 2 8 Com esta vari vel pretendeu se ver como estav
229. os filhos do que os pais das crian as vulner veis O sugere que o momento do ciclo de vida em que se encontram as fam lias dever ser um factor a considerar na defini o dos factores de risco e de protec o Sobre a vari vel educa o materna n o nos delongaremos V rios estudos tem apontado que n veis escolares superiores das m es de crian as resilientes as podem proteger de riscos e adversidades As manifesta es que essa vantagem representa para a crian a podem variar mas este factor afigura se nos como um factor de protec o que pode reduzir o impacto do risco isto dentro dos processos de protec o descritos por Rutter 1990 Vejamos por fim os resultados da vari vel comportamentos disciplinares Para esta vari vel observ mos que as crian as resilientes estavam menos sujeitas pelos relatos das m es a pr ticas disciplinares punitivas e mais sujeitas a pr ticas disciplinares indutivas e de evitamento do confronto com a crian a do que as crian as vulner veis Talvez estes comportamentos disciplinares por parte das m es tenham efeitos protectores para as crian as resilientes Contudo fica tamb m a quest o de saber se n o ter o contribu do para estes comportamentos as caracter sticas temperamentais positivas das crian as referidas pelas m es Cremos que a resposta se situar na interac o entre ambos os factores a crian a n o uma ilha 191 O Alcance Efectivo das Escalas o
230. os no c rebro estas complica es por si s e a longo prazo n o constituem fortes condi es de risco de psicopatologia Ainda no que concerne aos riscos reprodutivos a longo prazo o estatuto s cio econ mico parece ser um factor de previs o com bastante peso Segue se por ltimo a fase de refinamento Esta fase caracteriza se por uma identifica o mais correcta e fi vel das vari veis de risco que afectam o normal desenvolvimento devido aos avan os tecnol gicos alcan ados por exemplo a resson ncia magn tica permite ter imagens do c rebro e verificar se de facto existem reas danificadas e quais N o pretendendo menosprezar o valor de muitas das investiga es realizadas durante a primeira fase dos estudos sobre o risco poss vel constatar no entanto e a partir dos conhecimentos actuais uma defici ncia na determina o 34 nos indicadores de risco Evidentemente que associado aos n veis s cio econ micos mais baixos est o v rios riscos desenvolvimentais Contudo essa rela o n o directa e linear Nessa rela o existem mecanismos de risco que importa conhecer Michael Rutter defensor desta perspectiva mudan a na nfase do estudo das vari veis de risco para o estudo dos mecanismos de risco e de protec o num enquadramento que o da negocia o das situa es de risco refere mesmo que o estudo adequado da resili ncia requer uma compreens o pr via dos mecanismos
231. os pais e no qual diariamente assistem aos canais televisivos passa por acaso um document rio sobre a protec o do ambiente e que no dia seguinte um pouco inesperadamente come am a observar se nas crian as comportamentos que s o considerados ecol gicos Este acontecimento poderia reflectir se na mudan a da hip tese colocada e que passaria a ser as crian as quando confrontadas com document rios televisivos sobre a protec o do ambiente manifestam comportamentos ecol gicos Imp e se como condi o para testar esta hip tese a necessidade de levar a cabo observa es continuadas de situa es e comportamentos similares assegurando que n o se tratou de um facto isolado de modo a 3 Neste exemplo interessa ressalvar que aquele evento foi um acaso n o houve interfer ncia directa ou indirecta do investigador 94 confirmar ou refutar se os document rios televisivos despoletam comportamentos ecol gicos nas crian as 2 2 2 Recolha de Dados A principal fase numa investiga o a fase de observa o ou recolha de dados na medida em que o sucesso ou fracasso da investiga o depende da forma como esta fase foi planeada e executada Uma das caracter sticas mais salientes nas investiga es de baixo constrangimento relaciona se com a flexibilidade quer no seu planeamento quer na sua concretiza o Entenda se que flexibilidade n o significa falta de rigor ou de valor cient fico das suas descober
232. p em a nossa amostra j que os factores de vulnerabilidade e de protec o n o t m efeitos em popula es de baixo risco Rutter 1990 As crian as da nossa amostra residem todas no Bairro de S Jo o de Deus na Cidade do Porto Este um meio onde prolifera a pobreza e a pobreza fornece inevitavelmente uma plenitude de factores de stress Cicchetti amp Garmezy 1993 p 497 Embora soub ssemos com alguma seguran a que est vamos perante um grupo de crian as que quase na generalidade pertencem a fam lias onde a priva o econ mica e social evidente foi necess rio avaliar se est vamos efectivamente na presen a de crian as com estatuto de alto risco Assim a vari vel estatuto de risco constitui uma vari vel de triagem entre as crian as de alto e de baixo risco e no mbito deste estudo como se pode ver s interessava prosseguir com as crian as de alto risco A segunda vari vel n vel de desenvolvimento constitui a vari vel que consider mos como indicadora da resili ncia e da vulnerabilidade Partindo da defini o da resili ncia como o processo capacidade ou resultado de uma adapta o bem sucedida face a desafios ou circunst ncias Bom resultado face a estatuto de alto risco Masten Best amp Garmezy 1990 p 426 procedemos avalia o do n vel de desenvolvimento atrav s de 118 uma escala de avalia o do desenvolvimento estandardizada Foram
233. pacto de stress na previs o da adapta o Para a primeira situa o em que amortecem sugerida uma certa imunidade Prev se assim que a compet ncia em determinados indiv duos que possuem elevados n veis de certos atributos pessoais n o seja afectada ou at funcione mais eficazmente face a situa es de risco crescente por outro lado indiv duos cujas mesmas caracter sticas pessoais apresentam n veis baixos tendem a responder menos competentemente quando o n vel de stress aumenta Quando os atributos pessoais funcionam como factores de vulnerabilidade prev se que indiv duos com n veis elevados de determinados atributos sejam mais suscept veis a situa es de stress crescente comparativamente aos indiv duos com fraca presen a desses atributos Garmezy et al 1984 ainda esclarecem que estes modelos podem nem sempre funcionar naquela forma pura apresentada estes s o modelos que podem muitas vezes combinar se entre Si Por seu lado Rutter 1990 descreve quatro processos de protec o que conduzem do risco adapta o Este autor defende uma distin o clara entre factores de protec o e processos de protec o Considera que os factores de protec o podem funcionar positivamente numa situa o mas tamb m negativamente noutra Acrescente se que para este investigador muitos dos processos de vulnerabilidade ou protec o est o associados a pontos de viragem na vida n o sendo portan
234. por exemplo reprova o escolar como evento gerador de stress quando simultaneamente o sucesso escolar usado como indicador da compet ncia Uma das cr ticas que tem sido apontada a este tipo de instrumento que muito embora ele permita saber com alguma exactid o o tipo de eventos o seu n mero e quando ocorreram n o possibilita mesmo assim ter conhecimento do significado desses eventos para a pessoa O uso complementar de entrevistas pode ajudar a colmatar esta defici ncia Para al m disso a entrevista pode tamb m permitir obter conhecimentos mais aprofundados sobre os factores de stress e seus efeitos tanto os que est o referidos na Life Refira se que existe um evento problemas no infant rio sobre o qual teoricamente a crian a pode ter algum controlo todos os outros eventos constituem situa es sobre as quais a crian a n o tem controlo 120 Event Checklist como outros nao contemplados bem como sobre factores de protec o que possam mediar O impacto das experi ncias geradoras de stress Conv m ainda explicar no mbito desta escala que para al m da tradu o que fizemos da Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 tamb m seleccion mos os itens relativos faixa et ria estudada Enquanto a vers o original foi aplicada no estudo de Kauai a indiv duos entre os 30 e os 32 anos de idade a nossa amostra constitu da por crian as entre os 3 e os 6 anos de idade Al
235. postas em mais do que uma vari vel As an lises estat sticas n o ser o portanto tarefas muito complicadas quando comparadas com os tratamentos exigidos em investiga es de n veis de constrangimento mais elevado Assim porque nesta fase os procedimentos n o implicam grande controlo estat stico o investigador ter que se munir de cuidados e aten o especiais na interpreta o dos resultados O controlo da investiga o tem como objectivo eliminar explica es alternativas para os resultados de modo a tornar mais simples a tarefa de construir uma nica e s lida conclus o Graziano amp Raulin 1989 Ora perante o baixo controlo dos estudos de baixo constrangimento O investigador dever ter consci ncia de que a constru o de uma nica conclus o est fora do seu alcance j que n o poder introduzir controlo onde originalmente ele n o existe 2 3 Limita es das Investiga es de Baixo Constrangimento Graziano e Raulin 1989 apontam quatro grandes limita es para as investiga es de baixo constrangimento fraca representatividade fraca replicabilidade a fal cia do Ex Post Facto e limita es do observador A fraca representatividade est como anteriormente expusemos ligada a quest es da amostragem dos sujeitos o que em ltima an lise se reflecte na incapacidade do investigador generalizar resultados alcan ados para a 98 popula o em geral Perante esta limita o o investigad
236. pre que nos depar vamos com estes sinais em vez da pergunta proposta por Barbosa no manual de instru es qual destes as meninos as mais parecido com o a nome da crian a Passaremos agora a descrever os outros ajustamentos que fizemos nesta escala Nos itens 6 22 28 32 onde aparece referido amigos as complement mos as frases com primos tios vizinhos Assim por exemplo quando no item 6 se diz crian a Estela menino a normalmente n o convidado a para ir dormir a casa dos amigos as com o ajustamento ficava da seguinte forma Este a menino a normalmente n o convidado a para ir dormir a casa dos amigos as primos tios vizinhos Complement mos os intervenientes neste cen rio pois a situa o s com os amigos as parece nos rara naquele meio sendo contudo mais prov vel se introduzirmos familiares ou vizinhos No item 8 onde se l uma data de s tios substitu mos por muitos s tios Ach mos que as crian as que avaliamos n o est o muito familiarizadas com o termo uma data de e que poderiam interpretar de outra maneira esta descri o Na descri o do item 14 onde referido recreio apresent mos s crian as como parque Esta altera o deve se por um lado ao facto de as imagens do recreio que aparecem neste item n o se assemelharem minimamente ao espa o de recreio que as crian as avaliadas disp em no Atelier de Actividades L dico Educativas Na nossa opini o estas imagens
237. preocupa es tinham tamb m filhos cuja compet ncia s cio emocional melhorava entre os 4 e os 13 anos No que diz respeito aos comportamentos parentais e mais especificamente aos comportamentos disciplinares McLoyd 1997 refere que numerosos estudos confirmam que m es que vivem em contextos de pobreza quando comparadas com outras de meios socio econ micos favorecidos usam mais provavelmente t cnicas de afirma o do poder s o menos apoiantes para os filhos valorizam mais a obedi ncia menos frequente usarem explica es em situa es disciplinares e mais provavelmente usam puni o f sica para disciplinar e controlar a crian a Os dados revelam que a classes sociais mais baixas est o associados comportamentos disciplinares por parte dos pais em que predominam as ordens sem explica es n o consultam a crian a acerca das suas inten es ou desejos e compensam menos verbalmente a crian a quando um comportamento desej vel ocorre Assim diz ainda este autor que pobreza est o associadas reduzidas express es de afecto e menor responsividade s necessidades s cio emocionais expressadas pela crian a 78 Contudo acrescente se que Baldwin et al 1990 constataram que os pais de crian as competentes que vivem em ambientes urbanos perigosos quando comparadas com crian as que vivem em meios menos perigosos e de classe m dia eram mais restritivos e menos democr ticos nas suas pr ticas educativas Estes r
238. que trabalhamos no Bairro de S Jo o de Deus bairro este situado na parte oriental da cidade do Porto O Projecto naScER e creScER um dos muitos projectos desenvolvidos a n vel nacional no mbito do Programa Ser Crian a da Direc o Geral de Ac o Social e promovido pelo Centro Claretiano de Apoio Inf ncia Juventude e Fam lia institui o que tamb m promove o Projecto de Luta Contra a Pobreza no Bairro de S Jo o de Deus O Projecto naScER e creScER que teve in cio em Abril de 1997 pretende genericamente intervir o mais precocemente poss vel sobre factores de risco constitu do por quatro Ac es que se destinam predominantemente e de forma mais directa a mulheres gr vidas crian as dos 3 aos 6 anos de idade e mulheres respons veis pelos cuidados prestados a crian as Essas Ac es s o as seguintes Ac o n 1 Cria o e funcionamento de um Atelier de Actividades L dico Educativas para 15 crian as entre os 3 e os 6 anos de idade do Bairro de S Jo o de Deus Ac o n 2 Forma o Informa o no mbito do Desenvolvimento e Educa o Infantil para mulheres respons veis pelos cuidados prestados a crian as 1 Dizemos predominantemente porque em v rios momentos deste Projecto e sempre que poss vel as actividades desenvolvidas no mbito das Ac es alargavam se a um maior n mero de crian as mesmo de outras faixas et rias e s fam lias dos utentes Al
239. que s o mantidos apesar da exposi o ao stress Garmezy 1981 33 Fases da Investiga o acerca do Risco No artigo Resilience and development Contributions from the study of children who overcome adversity Masten Best e Garmezy 1990 apresentam tr s fases da investiga o sobre o risco Para isso recorrem literatura produzida acerca do risco perinatal pois consideram ser representativa das referidas fases Assim a primeira fase com base em dados retrospectivos diz respeito identifica o do factor de risco neste contexto que o conceito morbilidade reprodutiva de Pasamanick e Knobloch se torna conhecido Estes investigadores entre 1960 61 conclu ram que a paralisia cerebral epilepsia atraso mental dificuldades na leitura e desordens comportamentais estavam associadas ocorr ncia de complica es perinatais que por sua vez estavam associadas aos grupos mais baixos da escala social Foram precisos 15 anos para que informa es mais precisas e completas acerca destes efeitos fossem conseguidas marcando a segunda fase das investiga es estudos sobre os potenciais grupos de risco Assim Sameroff e Chandler em 1975 atrav s da revis o dos dados acerca do risco perinatal refira se que uma caracter stica desta fase s o os estudos prospectivos concluem que dif cil estabelecer uma rela o t o linear para os efeitos dos riscos perinatais Na aus ncia clara de danos org nic
240. que vem a seguir a ter a feira e O que vem antes de s bado Para passar a crian a tem de responder correctamente s duas perguntas i F VILS Sabe dizer as horas s as horas sem minutos 4 horas eee ee Apresente o mostru rio do rel gio e diga Sabes dizer as horas Vamos ver Com o rel gio fora da vista da crian a marque quatro horas depois mostre o crian a e pergunte Que horas s o neste rel gio Se a crian a tiver respondido correctamente ponha o rel gio nas 8 30 e repita a pergunta Finalmente ponha o nas 10 45 F VIIL7 Sabe dizer as horas Meias horas 8 30 SEA te ey F VIIL8 Sabe dizer as horas Quartos de hora 10 45 eee re emas DD E E El E EA AS a e aa Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PL 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 9 a amp 15 F VUI 3 Repete 3 d gitos em ordem inversa Vou dizer uns n meros e quero que tu os repilas digas para tr siao contr rio Vais come ar com o lumo que eu disser Por exemplo se cu disser 7 1 9 tu unhas de dizer 9 1 7 Percebeste Vamos come ar Presta aten o 1 8 6 Estes n meros devem ser ditos bastante devagar a cerca de por segundo cnanga passa O item mesmo que s responda correctamente a uma das s nes ordem inversa 1 8 6 7 2 3 9 3 Pe fen An a eee ee ct a ee sa Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PI 42 94 FPCE UP S L Casuo e I Gomes Mar
241. r sticas da Crian a Caracter sticas do Contexto familiar Caracter sticas do Contexto Social mais Alargado 2 1 1 Caracter sticas da Crian a 2 1 1 1 Idade 2 1 1 2 Sexo 2 1 1 3 Temperamento Esta vari vel inclui tr s indicadores avalia o atrav s de escala de temperamento 126 descri es da crian a feita pela m e no sentido de captar as suas caracter sticas temperamentais h bitos de alimenta o e sono da crian a enquanto beb 2 1 1 4 Auto Percep o da Compet ncia e Aceita o Social 2 1 1 5 Fratria Esta vari vel engloba dois aspectos posi o da crian a na fratria isto qual a posi o que a crian a ocupa na ordem dos nascimentos intervalo de tempo que separa o nascimento da crian a do nascimento dos irm os mais novos Refira se que no caso das crian as que n o vivem com a sua fam lia biol gica se consideraram como irm os os filhos das pessoas respons veis pelas crian as e que nestes casos substituem os seus pais 2 1 1 6 Complica es Natais Por complica es natais referimo nos s complica es surgidas no per odo peri natal 2 1 1 7 Recurso a Servi os de Sa de Esta vari vel re ne dois indicadores Acompanhamento Regular da Crian a em Servi os de Sa de Como j foi explicado algumas das crian as desta amostra est o ao cuidado de outras pessoas que n o os seus progenitores particularmente da m e pelo que quando fazem
242. r stico 1 A crian a tem tend ncia para ser t mida l 2 3 4 5 E iii LS 2 A crian a chora facilmente 1 2 3 4 5 tes 3 A crian a gosta de estar acompanhada l 2 3 4 5 ni a ni im ie a ea 4 A crian a est sempre em actividade n o p ra Lo 2 3 4 5 a O 5 A crian a prefere brincar com outros a brincar sozinha 1 2 3 4 5 6 A crian a emociona se facilmente l 2 3 4 5 7 A crian a lenta vagarosa a mexer se 1 2 3 4 5 CE eee re re 8 A crian a faz amigos com facilidade 1 2 3 4 5 eee 9 A crian a logo que acorda de manh est pronta para qualquer actividade 1 2 3 4 5 aaaea UUA Pouco Muito caracteristico caracteristico 10 A crian a acha mais interessantes as pessoas do que qualquer outra coisa 1 2 3 4 5 i mm 11 A crian a queixa se e chora muitas vezes 1 2 3 4 5 a eme em 1 2 3 4 5 12 A crian a muito soci vel 13 A crian a tem muita energia 1 ee 14 A crian a leva muito tempo a ficar vontade com desconhecidos l 2 3 4 5 ET 15 A crian a perturba se facilmente l 2 3 4 5 16 A crian a algo solit ria f l 2 3 4 5 I 17 A crianga gosta mais de jogos calmos do que de jogos activos 1 2 18 Quando sozinha a crianga sente se posta de lado 1 2 3 4 5 19 A crianca reage intensamente quando esta aborrecida 1 2 3 4 e emma 20 A crian a mostra se amig vel com pessoas estranhas muito dada l 2 3 4 5 a e O SE e er Obrigada
243. r vel a uma t bua rasa 3 Esta categoriza o sugerida por Sameroff 1993 17 como se ela fosse natural e inata o desenvolvimento n o pode ocorrer sem um ambiente Para al m do mais nas novas aquisi es da crian a tanto entram em jogo as suas caracter sticas intr nsecas como aquelas que adv m da experi ncia A origem dos modelos interaccionistas rec procos pode ser identificada com o trabalho de Bell que data de 1968 sobre os efeitos da crian a no seu ambiente e vice versa A partir daqui os contextos deixam de ser considerados in cuos s influ ncias da crian a e aceite que as suas caracter sticas tamb m os influenciam Esta reciprocidade pode ser ilustrada com o exemplo de uma m e que d luz um beb com um temperamento muito activo e que por seu lado a m e at ao momento uma pessoa habitualmente calma e passiva Este facto crian a muito activa tem repercuss es no relacionamento da diade m e filho a m e pode por exemplo estar sob uma grande ansiedade e esta ansiedade por sua vez se reflectir no relacionamento e consequentemente na pr pria crian a Integrado no grupo dos modelos interaccionistas rec procos salientamos o modelo transaccional de Sameroff e Chandler 1975 Neste modelo o desenvolvimento entendido como um produto da interac o din mica cont nua entre a crian a e a experi ncia proporcionada pela sua fam lia e contexto familiar ao longo do tempo Sa
244. ra n o altere a an lise feita entre os dois grupos refira se que o nico indiv duo que possui uma escolaridade superior ao 4 ano pai de uma crian a resiliente Na presen a destes resultados que mais uma vez nos causaram alguma surpresa ocorrem nos semelhan a do que aconteceu anteriormente as seguintes quest es ser este um factor de risco para as crian as resilientes que competentemente o t m enfrentado Ser este um factor de protec o para as crian as vulner veis reduzindo o impacto de riscos Ser a escolaridade do pai uma vari vel com pouco peso na explica o dos factores de risco e de protec o nas crian as da nossa amostra 2 2 5 Escolaridade da M e Partimos para a an lise desta vari vel com alguma expectativa devido aos resultados alcan ados na escolaridade do pai para os dois grupos de crian as ser que a situa o se repete com a escolaridade da m e que frequentemente mais interveniente na educa o dos filhos e onde o n vel de escolaridade mais directamente se poder reflectir como factor de risco ou de protec o 173 Assim para a variavel escolaridade da mae e para os dois grupos de crian as resilientes e vulner veis encontramos de facto dados que diferem dos anteriores aqui s o as m es das crian as resilientes que t m um grau de escolaridade superior aos das m es da crian as vulner veis Atente se nos seguinte dados todas as m es das quatro
245. ra o que eu quero que tu fa as que me digas qual destes as meninos as mais parecido a com o a Nome da Crian a Acontece que antes de passarmos a escala analis mos a adequa o dos seus itens a este grupo de crian as Este trabalho foi realizado com o apoio da educadora de inf ncia e do qual constatamos que alguns itens deveriam ser ajustados por forma a serem mais facilmente compreendidos pelas crian as Nesta fase de an lise da adequa o dos itens da escala quele grupo de crian as a educadora colocou a d vida se as crian as entenderiam claramente pelo menos as mais pequenas a pergunta Qual o menino a mais parecido contigo Na sua opini o pelo menos para as crian as mais pequenas talvez fosse mais claro e eficaz apresentar lhes a pergunta como Qual destes as meninos as s tu Esta d vida deixou nos apreensivos de maneira que quando inici mos a aplica o da escala come mos por dizer tal como vinha no manual de instru es mas observ mos que enquanto as crian as mais velhas 5 e 6 anos de idade compreendiam bem o que lhes era pedido porque 147 respondiam imediatamente as crian as de 3 anos e algumas de 4 anos de facto quando solicitavamos que nos dissessem qual das crian as era mais parecida com ela tinham express es que demonstravam que n o tinham entendido muito bem ou ent o faziam um sil ncio Estas observa es levaram nos a colocar a pergunta qual destes as meninos as s tu sem
246. ral valores elevados No que se refere auto percep o da aceita o social verifica se que tr s das quatro crian as resilientes tiveram valores elevados nas duas sub escalas aceita o pelos pares e aceita o maternal mas houve no entanto uma crian a que registou valores m dios na dimens o aceita o maternal No que se refere s crian as vulner veis poss vel observar que as suas auto percep es da compet ncia geral s o positivas e que est o representadas quer por valores m dios quer por valores elevados Nota se contudo um maior n mero crian as que obteve valores m dios relativamente aos valores elevados para as duas sub escalas aqui consideradas cinco crian as tiveram valores m dios e quatro tiveram valores elevados Quanto auto percep o da aceita o social embora se verifique que a maior parte crian as regista valores m dios nas sub escalas aceita o pelos pares seis em nove crian as e aceita o maternal cinco em nove crian as duas das crian as obtiveram valores negativos para a aceita o maternal Para a auto percep o da aceita o social v se portanto que h um menor n mero 1 N Era wee Saliente se que tanto os valores m dios como os elevados s o valores positivos 165 crian as com valores elevados comparativamente auto percep o da compet ncia geral Fazendo um paralelo entre os dois grupos de crian as os dados revelam que n o obsta
247. ralidade as auto percep es nas crian as com problemas eram positivas Na opini o destes autores este resultado sugere a relut ncia na maioria das crian as com problemas em se apresentarem a elas pr prias de uma forma negativa Ser que isto se aplica s crian as vulner veis da nossa amostra Sobre a vari vel posi o na fratria pudemos constatar que as crian as vulner veis se situam predominantemente na posi o irm os do meio enquanto que nas crian as resilientes esta posi o a menos frequente As crian as resilientes s o ou o primeiro ou O ltimo dos irm os Tendo em conta que em meios pobres os irm os mais velhos podem representar uma fonte de suporte com efeitos protectores para OS irm os mais novos Sandler 1980 ent o talvez este tenha sido um factor de protec o tamb m para as crian as da nossa amostra Ainda foi poss vel ver que a crian a resiliente que o irm o mais velho um rapaz sendo o intervalo de tempo que separa O seu nascimento do de irm os mais novos superior a 2 anos Como referem Werner e Smith 1992 a maioria dos rapazes resilientes na amostra de Kauai eram os primeiros filhos e que pelo menos at aos dois anos de idade n o tiveram que partilhar o espa o f sico e afectivo com irm os mais novos Ter este factor protegido a crian a da nossa amostra Os resultados obtidos no decurso do presente trabalho para a vari vel recurso a servi os de sa de sugerem q
248. rases uma de cada vez Anote quantas a crian a diz completamente correctas e que erros faz se fizer Algumas crian as s apanham a ltima palavra neste caso basta sublinhar essa palavra Se a crian a repetir bem as seis silabas de cada frase passa este item 1 Eu gosto de bolos o mn 2 O menino tem fno I ee Adapt prov das Escalas Griffiths Projecto PI 42 94 FPCE UP S L Castro e I Gomes Mar o de 1996 ee ee CIV 3 Usa 2 ou mais pronomes pessoais correctamente 0 3 Eu tenho um passaro are C V 4 Repete uma frase de 9 ou 10 silabas Para passar basta repeur correctamente apenas uma frase Diga fs capaz de repeur a seguir a mim Ouvel 4 Gostava muno de ter um gato JO a a E ea e 5 O meu c o muito meu amigo 6 Gosto de passear com o meu c o C VII 1 Repete uma frase de 16 s labas asa A frase deve ser repeuda sem erros nem omuss es 7 Gostava muito de visitar o jardim zool gico 8 Amanh vai haver uma grande festa na escola 9 Gosto muito de brincar e passear com os meus amigos C IV 1 Nomeia 6 ou mais objectos na grande imagem Sas oe gas ad Pegue na grande imagem colorida e pe a crian a para contar o que v Encoraje a mas n o aponte objectos nem a questione sobre pormenores Pode dizer O que v s O que que eles est o a fazer N o fa a perguntas do g nero O que isto Tudo o que a crian
249. rav s do Estudo de Caso cujo cen rio de recolha de dados n o consistiu nos contextos naturais dos sujeitos mas no seu pr prio consult rio As investiga es de Freud conduziram tamb m no dom nio da psicologia o Estudo de Caso a um estatuto predominante no estudo de fen menos subjectivos Acrescente se que nestes cen rios especiais h ainda e de algum modo a interven o do investigador O investigador pode n o ter um papel passivo nas observa es Veja se O exemplo de Piaget que usando o Estudo de Caso na investiga o do desenvolvimento cognitivo em crian as de diferentes idades apresentava tarefas ou fazia perguntas s crian as para observar as suas respostas e formas de resolu o de problemas 2 O Estudo de Caso tipicamente focalizado nos indiv duos Os exemplos das investiga es de Freud e Piaget confirmam esta afirma o 3 No Estudo de Caso interessa mais frequentemente o estudo de classes bem definidas de comportamentos do que O ambiente geral em que ocorre a observa o e o natural fluir do comportamento Tamb m os estudos de Freud e Piaget ilustram esta caracter stica dos Estudos de Caso Introduzimos nesta parte dedicada as investiga es de baixo constrangimento algumas no es e conceitos relevantes do ponto de vista te rico que quando assimilados constituem instrumentos fundamentais no decurso de uma investiga o de baixo constrangimento Porque a investiga o que lev
250. representavam melhor aquilo que as crian as conheciam como parque infantil fomos muitas vezes com elas para parques infantis no exterior do Bairro do que como o recreio que elas disp em 148 Ainda dentro dos ajustamentos efectuados sera bom referir que porque algumas das 13 crian as n o vivem como as suas m es mas com familiares tios ou vizinhos quando nas descri es dos itens aparecia referida a palavra m e alter mos consoante os casos por tia ou a pessoa que toma conta Not mos ainda por parte de algumas crian as dificuldade em entenderem os conceitos de quase nenhum a itens 2 10 14 26 30 quase nunca itens 4 5 6 8 12 16 18 20 22 24 28 32 quase sempre itens 4 5 12 18 24 28 32 e quase todas item 9 Quando no decorrer da aplica o da escala nos apercebiamos que a crian a n o compreendia bem o significado destes conceitos tomamos a liberdade de os reformular por pouquinhas os pouquinhas vezes muitas muitas vezes e muitas muitas respectivamente Para al m disso houve tamb m dificuldade por parte de algumas crian as em perceberem o significado de assim assim itens 1 3 7 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 Quando isso acontecia referiamos que assim assim era como mais ou menos Excepto nas situa es em que consider mos essencial fazer alguns ajustamentos forma como est o apresentados os itens esia escala foi administrada em conformidade como que vem referido
251. res que interv m na resili ncia e na vulnerabilidade e para a diversidade das suas fontes Ali s uma das tarefas que se coloca aos estudos sobre a resili ncia compreender como que estes factores se combinam e interagem de forma a produzir resili ncia ou vulnerabilidade Factores Associados Crian a Existem factores que mesmo antes da crian a nascer a podem proteger ou colocar em risco o seu desenvolvimento Assim por exemplo oO acompanhamento m dico a aus ncia de complica es e uma alimenta o equilibrada da m e podem promover O desenvolvimento mesmo antes da crian a nascer Por outro lado as condi es pr natais adversas como por exemplo a exposi o ao abuso do lcool e dro pode aumentar a probabilidade dessas crian as apresentarem atrasos no desenvolvimento ao n vel motor caminhar e da linguagem Werner amp Smith 1982 gas Como sabido pobreza est o associadas muitas desvantagens relacionadas com os factores pr e peri natais Mas relativamente aos factores biol gicos pr natais ou perinatais que podem colocar a crian a em risco t m surgido evid ncias no sentido de esses efeitos poderem ser minimizados quando existe um ambiente familiar apoiante e responsivo Maziade et al 1989 citado por Rae Grant 1998 O Dougherty e Wright 1990 num estudo em que examinaram uma amostra de crian as nascidas com problemas de cora o cong nitos puderam constatar que o estat
252. respeito quelas em que o facto de os sujeitos saberem que est o a ser observados n o altera as suas respostas ou comportamentos 96 2 2 3 Sujeitos da Amostra A importancia da amostragem selec o dos sujeitos esta directamente ligada s quest es da representatividade e consequentemente da generaliza o Quando se refere que uma amostra representativa est se a assumir que o que se observa naqueles sujeitos poss vel ser observado em quaisquer outros de popula es que possuam caracter sticas similares Ora quando existem diferen as entre a amostra em estudo e a popula o em geral est se a admitir que essa amostra n o representativa E se se verifica a n o representatividade da amostra ent o h que ter muitos cuidados na generaliza o abusiva dos resultados da investiga o que poder eventualmente suceder Os dados s o generaliz veis quando se considera que o que foi observado nos sujeitos que comp em a amostra pode ser igualmente observado em qualquer outro grupo de sujeitos com caracter sticas semelhantes da popula o em geral No Estudo de Caso assim como na Investiga o Naturalista n o invulgar o investigador n o seleccionar efectivamente a amostra de sujeitos Freud por exemplo n o seleccionou os casos que foram por ele estudados Os sujeitos consistiam essencialmente em casos da sua pr tica cl nica Posto isto quando se pretendem fazer generaliza es acerca dos r
253. resposta for por monossilabos por exemplo O que que faz uma faca Corta 1 Ch vena 6 Casa 2 Faca 7 L pis 3 Cadeira 8 Rel gio 4 Casaco 9 Chave 5 Carro C V l Define pelo uso 6 ou mais E A crian a deve responder correctamente para seis ou mais objectos CJHI2Z Vocabul rio de Imagens 12 2 A crian a tem de nomear os objectos nas imagens as vinte pequenas imagens que est o numeradas por ordem de dificuldade Os nomes balbuciados s podem ser aceites se forem bem conhecidos e suscept veis de ser usados em casa por exemplo au au para c o miau para gato etc Produ es imaturas como gafo para garfo s o aceites mas devem ser registadas Mostre as imagens uma de cada vez na ordem correcta de acordo com a sua numera o Passa se responder correctamente a 12 ou mais l Bola jt e See 11 Passannho 2 Sapato a ts 12 Chave a per 3 C o E ees 13 Guarda chuva DEE A ASS sds 4 Comboio 14 Martelo DSG panic 5 Rapaz Menino 15 Ch vena ee 6 Chap u l 16 Bule Z o 7 Rosa Flor 17 Bandeira psp es ee 8 Cavalo 18 Loja se Dt 9 Garfo 19 Carrinho de m o RE e 10 Cama 20 Mocho _ CIV S Vocabul rio de imagens 18 ou mais on A crian a deve nomear dezoito das vinte imagens para passar este item C lL 4 Repete uma frase de 6 s labas Jania Olba eu vou dizer uma coisa e depois quero que tu repitas Repara diz isto Diga as tr s pequenas f
254. resultados dessa avalia o que exploramos como indicadores da resili ncia e da vulnerabilidade definimos um valor que separava OS resultados e da consider mos que as crian as cujo n vel de desenvolvimento estava acima desse valor apontava no sentido da resili ncia e as crian as cujo n vel de desenvolvimento estava abaixo apontava no sentido da vulnerabilidade 1 2 Instrumentos A avalia o das vari veis definidas neste primeiro momento de recolha de dados foi realizada atrav s de dois instrumentos Escala de Avalia o do Estatuto de Risco a partir da Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 e Escala de Avalia o do Desenvolvimento de Ruth Griffits 1 2 1 Escala de Avalia o do Estatuto de Risco Para avaliar o estatuto de risco das crian as da nossa amostra utiliz mos a Escala de Avalia o do Estatuto de Risco que foi constru da a partir da Life Event Checklist Werner amp Smith 1992 Esta escala consiste numa listagem de 24 eventos geradores de stress e serviu para identificar e quantificar os eventos geradores de stress ocorridos na vida das crian as da nossa amostra Existe ainda uma parte destinada a assinalar a idade da crian a aquando da ocorr ncia dos eventos ver Anexo 1 Este dado permite contextualizar cronologicamente os acontecimentos o que se insere no quadro das recentes perspectivas te ricas acerca do desenvolvimento e que consideram nas suas an lises o factor tempo isto
255. roff Baldwin e Baldwin 1992 a este prop sito referem while there is some specifity in the nature of risk the majority of negative outcomes are not directiy related to individual risk factors Sameroff et al 1987a Watt et al 1984 For exemple children of schizophrenic mothers run a 140 fold increased risk for developing schizophrenia compared with the general population but they are also at risk for many other problems about 40 of these children will develop psychopathology that is not along the schizophrenic spectrum Mednick amp McNeil 1968 Consideramos que os motivos desta dificuldade passam tamb m pelo modelo transacional A luz deste modelo os efeitos que os factores de risco provocam na crian a dependem tamb m da ac o da pr pria crian a A explica o da rela o risco resultados portanto uma tarefa complexa e exigente na qual interv m v rios factores de an lise mas ao mesmo tempo constitui um desafio Prova disso s o as investiga es que impulsionaram O interesse sobre o tema da resili ncia Para al m do que j foi mencionado podemos ainda debru ar nos na pr pria perspectiva da psicopatologia do desenvolvimento que fornece mais elementos sobre a especificidade do risco e faz igualmente a ponte para a tem tica seguinte a multiplicidade do risco Atente se ent o nas seguintes premissas 1 os riscos intergeracionais n o s o necessariamente espec ficos na sua naturez
256. rupos de Fen menos da Resili ncia ese settee reese reeset tenet nnen nnen 57 Quest es Metodol gicas seese ee eee terre etna sense teeetnaetnee tere reeeeeenaetentey 58 Validade do Conceito de Resili ncia eect eee etter e etter etree estes 58 Heterogeneidade nos Procedimentos Metodol gicos ceeeeeeeees 61 Os Estudos sobre os Factores de Risco e de Protec o rererere 63 O Estudo de Kauai siiteeceeecenecaceneneraranererecenanacacenecanananaenacemo 64 Outros Estudos eteereerecasireereaneneenecenenanesaecenceneanenenerenanenas 67 CAP TULO Il Enquadramento Metodol6gico tte 83 1 Compreender Fen menos atrav s da Ci ncia a Escolha da Metodologia saniecamuasnicis enen n nnen nnn nn putas saio as depara ano nes aan dana 85 2 As Investiga es de Baixo Constrangiment ee seseneenessnnnnunt n 90 2 1 Situa es em que se Aplicam e Informa es que Proporcionam 90 2 2 Usando Metodologias de Baixo Constrangimento eeeeee 93 2 2 1 Formula o de Problemas e Hip teses eeeseeeeeeeo 93 2 2 2 Recolha de Dados nenen nnn ncn nnn enn nnnnn ennen nunn 95 2 2 3 Sujeitos da AMOSHTA ern 97 2 2 4 Avalia o e Interpreta o das Informa es Recolhidas 98 2 3 Limita es das Investiga es de Baixo Constrangimento 98 2 4 Diferen as entre o Estudo de Caso e a Investiga o Naturali
257. s 4 H bitos em beb Com problemas 1 Sem problemas 8 Auto Percep o da Compet ncia Geral Compet ncia Cognitivo Acad mica Valores negativos O Valores m dios 5 Valores elevados 4 Compet ncia F sico Motora Valores negativos O Valores m dios 5 Valores elevados 4 Auto Percep o da Aceita o Social Aceita o pelos Pares Valores negativos O Valores m dios 6 Valores elevados 3 Aceita o Maternal Valores negativos 2 Valores m dios 5 Valores elevados 2 FRATRIA Posi o 1 dos irm os 1 entre outros irm os 1 ltimo 2 Intervalo de Tempo Zero anos sem irm os mais novos 2 lt dois anos O gt dois anos 2 Posi o 1 dos irm os 1 entre outros irm os 6 ltimo 2 Intervalo de Tempo Zero anos sem irm os mais novos 2 lt dois anos 2 gt dois anos 5 COMPLICA ES Sim 1 NATAIS N o 2 N o sabe 1 Sim 2 N o 7 RECURSO A SERVI OS Recurso regular em servi os de sa de especif Recurso regular em servi os de sa de especif DE SA DE Sim O N o 4 Internamentos Hospitalares Zero 3 Um O Dois ou mais 1 Sim 5 N o 4 Internamentos Hospitalares Zero 2 Um 2 Dois ou mais 5 157 2 1 1 Idade Vejamos quais os resultados obtidos relativamente idade das crian as da nossa amostra Na caracteriza o dos sujeitos deste estudo foi referido que as suas idades variam entre os 3 e os
258. s como raparigas come am a saitar corda por volta do s timo ano de idade Esta actividade mais frequente para raparigas do que para rapazes mas estes conseguem faz la se encorajados Um rapaz que salte corda f lo geralmente muito bem A VIII 5 Salta corda rapidamente 12 ou mais voltas i A VIIL6 Salta bem corda 12 ou mais voltas incluindo salto duplo Uma s rie de saltos que deve incluir dois saltos por cada volta da corda A V 5 Sobe e para um autocarro e desce sem ajuda Pretende se saber se nesta idade a crian a j consegue subir e descer um ou dois degraus altos do autocarro n o se viaja sozinha Pergunte crian a e confirme sempre que poss vel junto dos pais ou professores A VI 1 Apanha a bola depois de a ter feito saltitar no ch o aa Es Tee ae Demonstre atirando a bola para o ch o e apanhando a de volta no ar Pe a crianca que fa a o mesmo Se ela apanhar a bola no ar depois de a ter feito salutar passa este item Duas tentativas basta conseguir uma vez Lance a bola para cima cerca de 1 2 metro e apanhe a de novo d a bola crian a Consegues aurar a bola para O ar apanh la de volta S o permitidas duas tentativas Algumas crian as lan am a bola muito pouco alto para ter a certeza de conseguir apanhar Incite as a lan a la um pouco mais alto pelo menos 40 50 cm para passar este item A VI 6 Salto de macaca I Um salto ao p
259. s dedos h nas duas m os _ N o permitido contar 5 5 10 F VII 1 Sabe contar at 30 Aceita se que a crian a conte em voz alta sem se refenr a quaisquer objectos F VIL2 Distingue direita e esquerda 8 partes do corpo M o direita ouvido esquerdo p direito olho direito m o esquerda ouvido direito p esquerdo olho esquerdo Fa a este item devagar Em frente crian a pergunte Qual a tua m o direita Levanta a m o direita Qual o teu ouvido esquerdo Mostra me O ouvido esquerdo Fa a da mesma maneira para as outras partes do corpo na ordem referida Deve evitar olhar para a parte do corpo que estiver a nomear deve tamb m evitar mostrar crian a se ela est a responder bem ou n o Para passar preciso que todos estejam correctos F VII3 Sabe contar para tr s a partir de 10 Sabes contar para tr s Ouve Come a com 10 e depois conta para tr s at chegares a 1 Consegues fazer isso Permita duas tentativas Para cotar necess rio que a contagem decrescente esteja inteiramente correcta F VIIIS Sabe contar para tr s a partir de 20 F VII 4 Sabe dizer os dias da semana Sabes os nomes dos dias da semana Ora diz Se a crian a hesitar ou aparentemente n o compreender diga Come a assim Domingo Se a crian a disser os dias na ordem correcta diga Est certo e cote positivamente F VIUL1 Dias da semana 2 perguntas O
260. s em alto risco e que se prolongaram at idades adultas mostraram que em cada est dio de desenvolvimento existem varia es no balan o entre eventos de vida geradores de stress que aumentam a vulnerabilidade da crian a e factores de protec o que refor am a sua resili ncia Este balan o n o s se pode alterar com os est dios do ciclo de vida mas tamb m com o sexo dos indiv duos e com o contexto cultural em que estes se desenvolvem Werner 1990 Os estudos de Werner e Smith 1982 1992 em conjunto com outros estudos longitudinais tem vindo a fornecer as seguintes evid ncias na inf ncia OS rapazes s o mais vulner veis do que as raparigas aos efeitos dos riscos e adversidades na adolesc ncia esta tend ncia inverte se e s o as raparigas que revelam maior vulnerabilidade na idade adulta a tend ncia volta a altera se a favor das mulheres Para al m disso no que se refere influ ncia dos diferentes factores em diferentes per odos do desenvolvimento estas autoras adiantam que em beb s e crian as s o mais importantes os factores constitucionais e familiares Pr ximo da 70 idade da adolesc ncia e na adolesc ncia s o os factores interpessoais e comunit rios que assumem maior relevo O estudo longitudinal de Elder e Caspi 1985 com 167 indiv duos do Oakland Growth Study nascidos entre 1920 1921 que passaram pela Grande Depress o nos Estados Unidos enquanto adolescentes sugere evid ncias de que
261. s factores de risco e de protec o 156 one Te OoOo Quadro 2 Resumo dos Resultados das Crian as Resilientes e das Vulneraveis Relativamente s Vari veis Incluidas na Categoria Caracter sticas da Crian a CARACTER STICAS CR CV DA CRIAN A n 4 n 9 IDADE M dia 4 5 anos M dia 4 4 SEXO Masculino 1 Masculino 6 Feminino 3 Feminino 3 TEMPERAMENTO Escala Escala Valores Extremos Emocionalidade 1 Actividade O Sociabilidade O Timidez O Valores Interm dios Emocionalidade 3 Actividade 4 Sociabilidade 4 Timidez 4 Descri es da m e Negativas O Positivas e negativas O Positivas 4 H bitos em beb Com problemas 1 Sem problemas 3 AUTO PERCEP O DA Auto Percep o da Compet ncia Geral COMPET NCIA E Compet ncia Cognitivo Acad mica ACEITA O SOCIAL Valores negativos O Valores m dios O Valores elevados 4 Compet ncia F sico Motora Valores negativos O Valores m dios O Valores elevados 4 Auto Percep o da Aceita o Social Aceita o pelos Pares Valores negativos O Valores m dios O Valores elevados 4 Aceita o Maternal Valores negativos O Valores m dios 1 Valores elevados 3 Valores Extremos Emocionalidade 5 Actividade 2 Sociabilidade O Timidez 1 Valores Interm dios Emocionalidade 4 Actividade 7 Sociabilidade 9 Timidez 8 Descri es da m e Negativas 1 Positivas e negativas 4 Positiva
262. s mais novos poder ser um factor envolvido na protec o enquanto que ter pais mais velhos poder ser um factor envolvido no risco 2 2 7 Idade da M e Podemos perceber da an lise desta vari vel haver uma coincid ncia em termos dos seus resultados com a vari vel anterior idade do pai as m es das crian as resilientes s o mais novas do que as m es das crian as vulner veis No entanto a diferen a de idades das m es n o t o grande quanto a encontrada nos pais de seis anos aproximadamente enquanto que para os pais de oito anos Esta parece vari vel parece tamb m deste modo estar associada aos resili ncia e vulnerabilidade na medida em que ter m es mais novas poder constituir um factor de protec o e por outro lado ter m es mais velhas poder revelar se como um factor de risco 2 2 8 Densidade Familiar Definimos a vari vel densidade familiar com o intuito de compreender como estava distribu do o espa o existente na casa onde vivem as crian as pelo n mero de pessoas que a residem Assim definimos que a densidade da casa normal quando existe um quarto para cada elemento da fam lia excepto na caso dos casais onde dois elementos ocupam um s quarto elevada quando o n mero de quartos inferior ao n mero de elementos familiares excepto na caso dos casais onde dois elementos ocupam um s quarto 175 Relativamente a esta vari vel podemos apurar que e
263. s nas respostas aos factores de risco mas principalmente nos mecanismos de risco e de protec o e no processo de negocia o de situa es de risco 60 Heterogeneidade nos Procedimentos Metodol gicos Como tem sido estudado o fen meno da resili ncia ao longo das v rias investiga es realizadas Que procedimentos metodol gicos t m definido o seu estudo Existe uniformidade relativamente a esses procedimentos ou ser o eles diversificados Emmy Werner 1990 sustenta que a literatura no mbito da resili ncia claramente heterog nea no que se refere ao design dos estudos selec o dos sujeitos defini o dos factores de risco e de stress s medidas da qualidade de adapta o e ao tempo em que decorrem as avalia es No que concerne ao design dos estudos realizados sobre a resili ncia encontram se os estudos de caso os estudos transversais os estudos retrospectivos e os estudos longitudinais prospectivos Os estudos de caso consistem frequentemente no estudo de um indiv duo Moriarty 1987 ou de grupos de indiv duos Radke Yarrow amp Sherman 1990 seguidos ao longo de v rios anos S o habitualmente indiv duos expostos a factores de risco de consider vel peso na adapta o mas aos quais surpreendentemente os indiv duos responderam positivamente Se bem que ultimamente a tend ncia parece sugerir que os estudos longitudinais prospectivos sobre a resili ncia em idades adultas ganham uma
264. s que exploram a interac o entre riscos m ltiplos e factores de protec o para os tr s n veis indiv duo fam lia e contexto social mais alargado Seifer amp Sameroff 1987 Werner amp Smith 1982 OS ESTUDOS SOBRE OS FACTORES DE RISCO E DE PROTEC O As investiga es produzidas no dom nio da resili ncia t m permitido identificar um consider vel n mero de factores associados ao risco vulnerabilidade e protec o Mas a identifica o desses factores n o permite compreender como que funcionam Tanto mais que como j tivemos a oportunidade de referir h varia es nos crit rios de risco e de protec o utilizados nas investiga es e nos seus resultados E se em determinadas circunst ncias um factor pode agir no sentido da protec o da crian a noutras poder constituir um factor de risco qualquer vari vel pode agir como um factor de risco numa situa o mas como factor de vulnerabilidade noutra Rutter 1990 p 185 A co ocorr ncia de efeitos de risco e de protec o para as mesmas vari veis igualmente poss vel A compreens o dos mecanismos e das circunst ncias que envolvem os factores de risco e de protec o neste quadro essencial no futuro das investiga es sobre a resili ncia Mas vejamos o que nos t m mostrado as investiga es relativamente aos factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade Come amos por destacar o estudo de Ka
265. s quest es relacionadas com O risco e adversidade ser o mais tarde aprofundadas Mesmo assim cremos ser necess rio nesta altura explicar o seu significado j que t o frequentemente eles s o utilizados na literatura sobre a resili ncia Segundo a defini o de Masten 1994 factor de risco a caracter stica de um grupo de pessoas que est associada uma elevada probabilidade de resultados indesej veis tal como no factor de risco de delinqu ncia ou abandono escolar Masten diz ainda que o risco um conceito estat stico que a ser adequadamente utilizado n o se deve referir a um indiv duo mas a grupos Dizer que uma crian a que pertence a grupo de risco uma crian a em risco uma afirma o abusiva e determinista o facto dessa crian a pertencer a um grupo de risco espec fico n o significa que essa crian a venha a apresentar problemas de adapta o isto ali s que os estudos sobre a resili ncia t m vindo consistentemente a demonstrar As adversidades encontram se no ambiente psicossocial em que vive a crian a e adversidades psicossociais s o factores de stress psicol gicos Masten 1994 Por factor de stress entende se o evento ou experi ncia que tipicamente produz ansiedade nas pessoas 10 Masten 1994 No entanto as adversidades n o t m todas a mesma natureza o mesmo impacto ou efeitos Uma experi ncia de mudan a de escola certamente diferente de uma experi ncia
266. s resilientes Quais os factores de risco a que est o sujeitas E quais os factores que eventualmente as protegeriam Que diferen as e que semelhan as existem relativamente a estes factores entre estas e as outras crian as Todas as quest es implicavam saber se naquele grupo de crian as existiam crian as resilientes Embora este fosse uma amostra reduzida seria poss vel ali mesmo encontrar crian as resilientes Queremos salientar que assumimos o estudo de caso aqui exposto como um estudo explorat rio sobre os factores de risco e de protec o envolvidos na resili ncia e na vulnerabilidade Os dados obtidos circunscrevem se ao grupo analisado e constituem pistas e sugest es no mbito da compreens o do fen meno da resili ncia e da vulnerabilidade tamb m necess rio real ar que os resultados deste estudo se referem a um nico per odo de avalia o dos indicadores da resili ncia e da vulnerabilidade bem como dos factores de risco e de protec o que consideramos na nossa an lise 3 Admitimos no entanto que muitas das crian as sujeitas a elevados factores de risco sucumbem face ao peso desses factores e acrescentamos que se nelas pr prias ou sua volta existirem factores que a protejam o rumo do seu desenvolvimento pode dar se dentro dos par metros considerados normais e conseguirem mesmo ter desempenhos acima do normal como poderemos constatar mais frente 111 Na nossa opini o e de
267. senvolvimento Os factores de risco inclu ram complica es perinatais instabilidade familiar psicopatologia parental e pobreza cr nica Destas duas em tr s crian as consideradas em risco acabaram por reflectir a sua vulnerabilidade apresentando consider veis problemas de comportamento e aprendizagem aos 10 anos ou ent o tiveram por altura dos 18 anos registos de actos delinquentes de problemas do foro psicol gico ou gravidezes fora do casamento Todavia um ter o 72 crian as do grupo de risco o que corresponde aproximadamente a 10 da amostra total had developed into a competente confident and caring adult by age 18 Werner e Smith 1982 convencionaram chamar lhes vulner veis mas invenc veis 64 Estes individuos tal como os seus pares que cresceram em condi es desvantajosas estiveram sujeitos aos efeitos cumulativos de quatro ou mais vari veis de risco antes dos dois anos de idade Estes factores constitu ram s lidos factores de previs o de resultados desenvolvimentais negativos para a maior parte destes sujeitos Contudo quando os indiv duos resilientes foram comparados com os de elevado risco que apresentavam s rios problemas de adapta o ao n vel da aprendizagem da sa de mental e da delinqu ncia foi poss vel identificar desde muito cedo v rias caracter sticas nos indiv duos nas fam lias e em contextos sociais mais alargados que contribu ram para a resili ncia
268. ses que para serem generalizadas ter o que ser testadas em investiga es futuras com outros meios de observa o Assim da an lise dos resultados aqui efectuada quanto a n s poss vel serem identificados quatro conjuntos de vari veis a um primeiro conjunto no qual as diferen as nos resultados obtidos entre o grupo de crian as resilientes e vulner veis da nossa amostra foram not rias sugerindo efeitos de protec o dessas vari veis para as crian as resilientes b um segundo conjunto no qual se evidenciam resultados pouco diferenciados entre o grupo de crian as resilientes e vulner veis e que nos levaram a colocar duas hip teses ou essas n o ser o vari veis 184 relevantes a considerar na an lise dos factores de risco e de protec o ou ser o eventualmente factores de protec o para ambos os grupos de crian as estudadas c O terceiro conjunto envolve um menor n mero de vari veis e surge da constata o de resultados superiores para as crian as vulner veis em rela o s crian as resilientes o que nos fez supor que esses resultados poder o ser por um lado indicativos de factores de protec o para as crian as vulner veis e por outro de factores de risco para as crian as resilientes d no ltimo conjunto constam tr s vari veis nas quais os resultados obtidos s o dispersos e n o nos permitem enquadr las nos tr s conjuntos anteriores Vejamos como est o dis
269. ses sociais Daremos um exemplo num dos itens perguntado crian as se a m e lhe costuma ler livros apresentando se lhe as imagens correspondentes situa o em que l e em que n o l Mas far sentido confrontar a crian a com este cen rio quando algumas das m es nem sequer sabem ler Consider mos que o facto das crian as terem representa es dos padr es que reflectem estes instrumentos bem como a percep o das diferen as entre esses padr es e a realidade em que vivem poder ter interferido em algumas respostas dadas pelas crian as por induzirem potencialmente a desejabilidade social Em jeito de conclus o fica a pergunta estaremos a utilizar a mesma medida ou medidas diferentes para avaliar estas crian as A quest o que se coloca no fim de contas de natureza metodol gica e refere se alcance efectivo da medida usada que Graziano e Raulin 1989 t o claramente explicam Embora o conceito de peso seja o mesmo tanto para O rato como para o elefante improv vel que a escala constru da para medir um possa tamb m medir o outro A pesada constru o requerida a uma escala para medir um elefante tornaria a escala absolutamente insens vel em rela o ao leve peso de um rato Graziano amp Raulin 1989 p 79 Fica ent o a quest o de saber se o que medimos n o ter sido o peso de um elefante e de um rato com a mesma balan a 194 Conclus es Do estudo de caso aqui efec
270. so Quando se pretende demonstrar por exemplo os resultados de uma nova investiga o ou ent o um novo procedimento na investiga o Quando se procura demonstrar resultados obtidos atrav s de investiga es de n veis mais elevados de constrangimento de modo a saber se as rela es entre vari veis se mant m em contextos naturais 90 e Quando se trata do estudo de um individuo grupo ou s rie de situa es em que as quest es s o espec ficas para essas pessoas contextos ou eventos e Quando se pretende descobrir conting ncias Pelo exposto podemos perceber que as investiga es de baixos n veis de constrangimento se usam em certos contextos espec ficos e que s assim t m validade cient fica A sua aplica o n o indiscriminada e obedece a determinadas condi es que acab mos de descrever As informa es a que se pode chegar atrav s destas metodologias est o igualmente identificadas e dentro de limites definidos como explicam Graziano e Raulin 1989 e As informa es obtidas atrav s de procedimentos de baixo constrangimento descrevem eventos os quais podem nunca ter sido observados anteriormente Por exemplo Goodall 1975 citada por Graziano amp Raulin 1989 atrav s da Observa o Naturalista sobre os comportamentos sociais feita com chimpanz s p de a dada altura observar que um grupo de chimpanz s envolvendo se numa luta descontrolada com outro grupo acabou por mat lo N o s
271. st es de simplifica o da leitura e tratamento dos dados At porque este um estudo explorat rio com avalia es efectuadas num nico per odo de tempo e consequentemente os resultados obtidos neste estudo apenas apontam tend ncias no sentido da resili ncia ou da vulnerabilidade 2 Objectivos do Estudo Como se pode observar o nosso foco de interesse consistiu essencialmente na caracteriza o da resili ncia nessas crian as caso se verificasse a exist ncia de crian as resilientes Neste mbito tivemos 112 interesse em compreender quais os factores e se possivel tambem os processos envolvidos na resili ncia Com este estudo tivemos tamb m a inten o de divulgar a exist ncia de crian as resilientes em meios como o Bairro de S Jo o de Deus mais uma vez se se confirmasse a presen a de crian as resilientes entre os sujeitos seleccionados Consideramos que um dos grandes entraves no trabalho educativo com crian as de meios s cio econ micos desfavorecidos consiste no baixo grau de expectativas e aspira es que muitos agentes educativos t m relativamente a estas crian as ainda que isto possa acontecer de um modo n o consciente Tal como nos aconteceu f cil aceitar a transgeracionalidade dos factores de risco os seus efeitos e os ciclos de reprodu o social se n o tivermos em conta outras perspectivas sobre estes meios sociais e sobre estas crian as Assim com este estudo espera
272. sta 100 3 E o Estudo de Caso css nte creeererecereroreceneaecarenancenonereneneeananao 103 3 4 Defini o asse sce ced a oc cts ies nce ia nar peer au ae ete meen tte cn 103 3 2 Caracter sticas ce esssieeerererenereerenenanenerenecenaneraneenereeeeeacaneennenaeto 104 3 3 Tipos de Estudos de Caso seereeeeereesereseeeneeeecensaseemeneess 105 Cap tulo Ill Descri o do Estudo EMP r CO 00 eee tee 107 Formula o de Problemas e eeemeteneeetensesenterenmentenseeeeneneemes 109 1 Enquadramento e Origem do estudo ennnen nnn nnn 109 2 Objectivos do Estudo ee eeren nren 112 AMOStra Pa 114 Recolha de Dados c sic iiteeeerereereeeneeeneeneeanemeneeeanereeeeanenenenaeenneneneeao 116 1 Primeiro Momento Identifica o Das Crian as Resilientes e das Vulner veis cccccceccceececeeeceseeeeeeeeeeeeetseeeceescneeestieesnescassneesner sens 118 4 1 Vari veis 00 ccccccccecsesecseeseseeesceesenaeetsratessceesessaneceensnenssaneousnaaeanens 118 1 2 Instrumentos cn seit cicieeereseeecereenacenenecaneneaneaeeacenaceerennans 119 1 3 Procedimento c cccccccceseeeeeeeeeeceseeeeeeneetteeetenaeseneeseneeenerereeneessne eons 123 2 Segundo Momento Caracteriza o dos Factores de Risco e de Protec o 126 24 Vari veis cccecccccccceesceeeeeeeeetesaeeeneneeeeeeseeeaeaeeeessenaeeeneesageseesse
273. strangimento com base no fundamento de que as metodologias de elevado constrangimento n o avaliam efectivamente o comportamento dos sujeitos pois os contextos de observa o e avalia o do comportamento s o criados para esse efeito pelo investigador o que as reveste de um car cter artificial e desfasado dos contextos reais de vida dos sujeitos Como j foi anteriormente referido a escolha da metodologia a usar numa investiga o depende em primeiro lugar da complexidade das suas quest es e assim sendo haver casos em que mais adequado escolher metodologias de baixo constrangimento e noutros casos s o as metodologias de elevado constrangimento que mais satisfatoriamente d o resposta as quest es colocadas Assim consideramos descabido defender um ou outro tipo de metodologia at porque situa es existem em que aconselh vel o uso de ambas numa rela o de complementaridade Assim vejamos os seguintes exemplos 88 quando a investiga o a fazer incide numa nova area em estudo na qual existem poucos dados O procedimento mais ajustado poder consistir inicialmente numa investiga o de baixo constrangimento donde se recolhem dados novos descritivos e conting ncias acerca de determinado fen meno e que posteriori podem ser usadas como ponto de partida para a elabora o de quest es a aprofundar de uma forma mais rigorosa e controlada atrav s de metodologias de n veis mais elevados de constrangiment
274. studo de codifica o das respostas Cruz 1996 define tr s grandes grupos de categorias onde as v rias categorias existentes se integram afirma o do poder indu o e evitamento do confronto directo com a crian a 139 Vejamos ent o como Cruz 1996 define cada grupo de categorias Afirma o do Poder Dentro desta grande categoria encontram se quatro categorias que est o apresentadas segundo uma ordem hipoteticamente decrescente de afirma o do poder Assim temos 1 castigo f sico 2 Castigo n o f sico 3 Repreens o verbal 4 Instru o directa 1 Castigo F sico As respostas das m es e ou respons veis pelas crian as s o codificadas nesta primeira categoria quando nelas s o referidas o uso da puni o f sica como a palmada a sapatada o pux o de orelhas 2 Castigo N o F sico O castigo n o f sico implica comportamentos do adulto nos quais ou criada uma situa o desagrad vel para a crian a ou ent o lhe retirado um privil gio 3 Repreens o Verbal Codificam se as respostas nesta categoria quando se verifica por parte do adulto a express o verbal de um comportamento muito directivo com ordens e proibi es sem que sejam referidas justifica es ou compensa es Nesta categoria destaca se o tom zangado o ralhar com que o adulto se expressa Ainda nesta categoria podem ser codificadas as respostas que constituam amea as de castigo f sico amea as de castigo n
275. suais B IV 6 Despe se sozinha sem la os ou n s dif ceis f N o se espera que os meninos desatem la os de gravatas ou fechos dif ceis que as meninas desapertem vesudos que fechem atr s B V 4 Veste se e despe se sozinha z Mais uma vez sem la os dificeis B V 6 Consegue vestir 0 casaco comprido sem ajuda i Sabes p r sozinha o teu casaco comprido E aboto lo todo Em geral no fim da entrevista pode observar se isto quando as cnan as puserem os casacos B VIIL 1 Veste se e despe se sozinha por completo Deve ser capaz de se vestir e despir incluindo todos os fechos excepto os de tr s B V l Lava as m os e a cara Questione a cnanga com cuidado sobre as suas lavagens para ter a certeza que este grau de compet ncia foi atingido se for competente a fazer isto em rodas as ocasi es sem precisar de ajuda B V 2 Sabe a morada 2 Onde que moras vives Se a cnanga der dois dos tr s elementos de um endere o 1 Rua avenida etc 2 N mero ou nome 3 Localidade passa este item B VI 6 Sabe a morada completa D o endere o completo 1 2 e 3 Deveria ser capaz de dar claramente esta informa o a um pol cia se se tivesse perdido B VI 2 D um n simples Pegue na corda do teste e d um n simples volta do l pis Fa a isto muito devagar de forma a que a crian a veja bem o que est a ser feito Pergunte Sabes dar um n assim e desfazendo o lentamente
276. t ncia de rela es entre o caso estudado e o sistema que o integra Nem sempre evidente onde come a e acaba a unidade de estudo e onde come a e acaba o sistema existem figuras contextos e acontecimentos que deambulam nas suas fronteiras Cabe assim ao investigador decidir e seleccionar o que constitui o caso e o que significativo para a unidade estudada com base nos objectivos previamente definidos Ao investigador interessa estudar a complexidade de determinado caso com fronteiras temporais per odo de tempo alargado ou um epis dio e sociais um indiv duo um pequeno grupo ou uma na o Mas mesmo tendo conseguido definir bem o que constitui o caso a estudar depara se com uma multiplicidade de subcasos Se se escolhe um escola para efectuar um estudo de caso nessa escola existem os grupos de alunos os grupos de professores e de outros funcion rios e tamb m as unidades individuais um aluno um 104 professor O estudo de caso pode envolver ocasi es e contextos espec ficos por exemplo as festas ou situa es mais amplas e comuns por exemplo as aulas ou os recreios O investigador ter que decidir face multiplicidade das informa es e pluralidade de dom nios o que interessa real ar da complexidade de um caso A selectividade dos dados portanto fundamental Outra caracter stica dos estudos de caso que pelo interesse em expor a sua singularidade e complexidade s o normalmente
277. t ria 7 e historia 9 se as respostas consistirem em obrigar a crian a a emprestar e dar o gelado ou lambarice pretendida respectivamente cotamo las nesta categoria Cruz 1996 sugere tamb m um conjunto de op es a fazer em situa es cujas respostas das m es podem ser codificadas em mais do que uma categoria simultaneamente Deve codificar se como castigo f sico se a m e responde que ralha e bate crian a A situa o de castigo f sico normalmente 143 acompanhada de repreens o verbal e quando utilizada frequentemente acaba por absorver a repreens o a instru o directa e mesmo as restantes categorias como a explica o Se a resposta da m e for de que s vezes bate deve se cotar igualmente como castigo f sico Por m a resposta da m e n o deve ser codificada como castigo f sico se a m e refere que este pode acontecer mas que raro Quando a m e responde que ralha e explica codifica se como explica o _ Em situa es que a m e utiliza por um lado a instru o directa ordenando crian a para fazer algo por exemplo e por outro lado a explica o explicando as suas instru es deve cotar se a resposta como explica o Se a resposta da m e consistir em ralhar crian a e ao mesmo tempo a castigar n o fisicamente deve ser codificada como castigo n o f sico Para os casos em que a m e apresenta crian a uma alternativa e em simult neo
278. t Mental Health New York The Guildford Press Sandler N 1980 Social Support Resources Stress and Maladjustment of Poor Children American Journal of Community Psychology 8 41 51 Scarr S 1992 Developmental Theories for the 1990s Development and Individual Differences Child Development 63 1 19 Schweinhart L J amp Weikart D P 1989 Early Childhood Experience and lts Effects In Bond L A Compas B E Eds Primary Prevention and Promotion in the Schools Newbury Park Sage Public Seifer R amp Sameroff AJ 1987 Multiple Determinants of Risk and invulnerability In E J Anthony amp B J Cohler Eds The Invulnerable Child pp 51 69 New York Guildford Press Seifer R Sameroff A Baldwin C P amp Baldwin A 1992 Child and Family Factors that Ameliorate Risk Between 4 and 13 Years of Age Journal of American Academy of Child and Adolescence Psychiatry 31 893 903 Simeonsson N W and Gray J N 1994 Healthy children Primary Prevention of Disease In Simeonsson Rune J 1994 Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Simeonsson R J and Covington M 1994 Policy and Practice Implications of a Primary Prevention Agenda In Simeonsson Rune J 1994 Risk Resilience and Prevention Promoting the Well Being of All Children Baltimore Paul H Brookes Publishing Co Simeonsson R J 1994
279. tais superiores ao que seria esperado Estes estudos debrugam se sobre o desenvolvimento positivo apesar das desvantagens e neles constam por exemplo os estudos relacionados com a pobreza S o frequentes as investiga es que estudando crian as de alto risco resilientes tentam identificar factores de previs o de bons resultados em grupos de alto risco No segundo grupo de fen menos estudados sobre a resili ncia encontramos aqueles que se interessam pela compet ncia sob experi ncias de stress como por exemplo div rcio dos pais mudan a de escola ou resid ncia desemprego da m e etc N o raras vezes estes estudos analisam os efeitos de um nico factor de stress Outras vezes o estudo de m ltiplos e recentes eventos geradores de stress que est o envolvidos nas investiga es No ltimo grupo de fen menos estudados sobre a resili ncia temos as investiga es que tratam a recupera o ap s experi ncias traum ticas como sejam situa es de guerra viola es raptos etc Em situa es nas quais est o envolvidos factores de stress em n veis extremos e cujas amea as podem por em causa a pr pria vida espera se que a qualidade de funcionamento dos indiv duos seja reduzida A evid ncia de que muitos indiv duos recuperam exemplarmente originou estudos neste mbito QUEST ES METODOL GICAS Validade do Conceito de Resili ncia O conceito de resili ncia subentende por um lado a defini o te ri
280. tas mas que a investiga o desenvolvida num plano menos formal Ali s esta por vezes a nica forma de conhecimento de uma realidade veja se o exemplo do estudo com chimpanz s devendo ser ressalvada a necessidade de ter em conta os cuidados e as condi es em que devem ser levadas a cabo Acrescente se ainda que embora os procedimentos de recolha de informa es possam ser de baixo constrangimento os m todos de observa o e registo das informa es podem ser muito sofisticados como por exemplo o uso de c mara de v deo para registar as ocorr ncias gravadores para registar informa es em entrevistas com os sujeitos etc Interessa sublinhar que os controlos ou constrangimentos que em investiga es de elevado n vel de constrangimento s o inerentes aos procedimentos e que acabam por ser algo externo quer ao observador quer aos sujeitos em investiga es de baixo constrangimento est o primeiramente no investigador Esta responsabilidade pelo controlo na investiga o exige da parte do investigador uma s lida prepara o te rica sobre metodologias de baixo constrangimento em geral e sobre os seus procedimentos em particular 95 Neste mbito gostariamos de salientar os conceitos de reactividade a medi o desejabilidade social medidas reactivas e n o reactivas O conceito de reactividade medi o diz respeito ao fen meno que acontece quando os sujeitos sabendo que est o a ser
281. te ou mais ap tico Pode e deve principalmente reconhecer estas suas influ ncias ainda que subtis com vista a minimizar os seus efeitos nas reac es dos sujeitos e por conseguinte no enviesamento dos resultados 2 4 Diferen as entre o Estudo de Caso e a Investiga o Naturalista Como referimos anteriormente fazem parte das investiga es de baixo constrangimento tanto o Estudo de Caso como a Observa o Naturalista Ainda que no Estudo de Caso tamb m se possa usar na recolha de informa es a Observa o Naturalista ser conveniente apresentar algumas diferen as que existem entre ambos O principal interesse da Observa o Naturalista reside na observa o do comportamento em contextos naturais com o menor grau poss vel de interfer ncias por parte do investigador sendo este ltimo o mais importante instrumento de recolha de informa es Assim a principal diferen a entre estes dois tipos de metodologias diz respeito aos maiores constrangimentos existentes no Estudo de Caso no que concerne aos procedimentos Com base nas descri es de Graziano e Raulin 1989 sintetizamos essas diferen as No original experimenter reactivity ou experimenter bias 100 4 O Estudo de Caso nao tipicamente levado a cabo em contextos naturais E muitas vezes em ambientes especiais que se d a observa o ou recolha de informa es Freud por exemplo desenvolveu as suas teorias sobre O inconsciente humano at
282. tes contrastam com os resultados observados para os 214 sujeitos do Berkeley Guidance Study os quais eram crian as quando ocorreu a Grande Depress o Nesta amostra de sujeitos nascidos entre 1928 29 estudados por Elder e colegas foram os rapazes que tiveram maiores probabilidades de serem afectados pela perturba o familiar e pelas pr ticas punitivas verificadas em fam lias sujeitas as dificuldades econ mica Elder 1979 J em 1976 Rutter e Madge citados por Elder amp Caspi 1985 71 referiram que os factores se stress familiar pareciam ser nos anos pr escolares mais patog nicos para os rapazes do que para as raparigas Estes resultados sugerem que os efeitos de acontecimentos geradores de stress nas familias e nos individuos dependem do momento do ciclo de vida familiar e individual em que ocorrem Mas nem em todos os estudos revelam diferen as entre rapazes e raparigas No estudo de Seifer Sameroff Baldwin e Baldwin 1992 sobre factores associados crian a e fam lia que amortecem o risco entre os 4 e os 13 anos n o surgiram essas diferen as Este estudo integrado no Rochester Longitudinal Study envolveu 50 crian as de alto risco e 102 em baixo risco Avalia es da compet ncia cognitiva e da compet ncia s cio emocional foram efectuadas aos 4 e aos 13 anos e encontraram se indicadores que estavam associados a mudan as positivas entre as duas idades para as crian as de alto risco naqueles dom nios
283. tigadores como adversos ter o a mesma leitura por parte dos indiv duos que vivem esses eventos E entre v rias pessoas ter o elas a mesma percep o face aos mesmos eventos Para algumas pessoas em pontos particulares no ciclo de vida o facto de tais infort nios como a pobreza ou a morte precoce de um dos pais na inf ncia usado como uma explica o para o fracasso na realiza o de objectivos pessoais para outras pessoas este infort nio torna se o mpeto para esfor os acrescidos com vista a alcan ar esses objectivos Cohler 1987 p 364 Assim a forma como as pessoas reagem aos eventos depende tamb m das interpreta es que fazem desses eventos Segundo Braet e Verhofstadt Den ve 1998 os mesmos eventos ser o experienciados diferentemente consoante O n vel de desenvolvimento e as interpreta es feitas pelos sujeitos desses eventos Essas interpreta es podem envolver a atribui o de diferentes significados pessoais aos acontecimentos o que por sua vez se reflecte nas respostas mais ou menos adaptativas a esses acontecimentos Para al m da percep o que os pr prios indiv duos t m relativamente aos eventos adversos tamb m consideramos relevante integrar a percep o que outros significativos para esse indiv duos por exemplo a m e para uma crian a t m sobre os acontecimentos adversos As percep es s o tamb m constru das socialmente e por esse motivo as opini es e percep es dos
284. titui uma das suas quatro Ac es e ao Centro Claretiano de Apoio Inf ncia Juventude e Fam lia como institui o promotora do Projecto naScER e creScER Fica aqui o meu agradecimento tamb m s psic logas Alexandra Freitas Ana Tavares Cec lia Aguiar Dora Santos e In s Felgueiras que efectuaram a avalia o do desenvolvimento das treze crian as atrav s da Escala de Desenvolvimento de R Griffiths Quero ainda agradecer a todos os que trabalham comigo pelo apoio e amizade demonstrados ao longo deste percurso O meu agradecimento para a Doutora Orlanda Cruz que para al m de ter orientado esta disserta o tamb m em momentos mais conturbados deste percurso me soube colocar perante O desafio Uma das coisas que aprendi com este estudo sobre a resili ncia foi que em momentos de grande stress de grande press o h indiv duos que podem n o resistir enquanto que h outros que tendem a ver esses momentos como desafios e que agem no sentido de os ultrapassar Esta forma de encarar e de lidar com tais acontecimentos na vida J o emn an oo css ma funciona como um factor de protec o face a esses eventos Obrigada por me ter mostrado que mais vale encarar os acontecimentos como desafios Quero expressar um agradecimento profundo minha amiga Adelina Andr s Por fim um agradecimento muito especial para a minha fam lia e amigos pelo apoio fornecido durante este tempo e em especial ao Rome
285. to nem experi ncias nem atributos est veis Os processos s o os seguintes a aqueles que reduzem o impacto do risco por exemplo a import ncia da supervis o dos pais nas actividades dos seus filhos 45 b aqueles que reduzem a probabilidade de reac es negativas em cadeia por exemplo bom humor c aqueles que promovem a auto estima por exemplo ser bem sucedido na realiza o de tarefas d aqueles que abrem oportunidades por exemplo mudan a geogr fica Queremos salientar que consideramos este ltimo ponto fundamental na resili ncia Pensamos mesmo que a resili ncia tamb m uma quest o de abertura de oportunidades em determinados momentos da vida na qual os atributos pessoais se poder o mais facilmente revelar Werner e Smith 1992 referem que os adultos resilientes por elas estudados foram pessoas que souberem aproveitar as oportunidades com que se depararam Essa pode ser uma j das caracter sticas das pessoas resilientes n o deixar escapar oportunidades na vida No entanto num dos seus estudos mais recentes Rutter 1996 citado por Braet amp Verhofstadt Den ve 1998 acrescenta a estes quatro processos um outro processamento cognitivo positivo de experi ncias negativas por exemplo capacidade para lidar de forma positiva com experi ncias negativas 46 O PRE O DA RESILIENCIA ou Andar Entre Gotas De Chuva Ser poss vel uma crian a andar chuva sem se mo
286. to que n o seja afectada pela vulnerabilidade Constituir a dimens o sociabilidade uma barreira um escudo a eventuais efeitos mais devastadores do risco e da adversidade Ser este um factor de protec o para as crian as vulner veis Resumindo estes resultados indicam por um lado poucas diferen as entre as crian as resilientes e vulner veis no que se refere s dimens es 161 actividade sociabilidade e timidez Mas por outro lado sugerem O interesse numa an lise mais aprofundada das dimens es emocionalidade para as crian as resilientes e para as vulner veis sociabilidade para as crian as vulner veis b Descri o da Crian a Feita pela M e Com esta descri o pretendemos obter mais informa es sobre as caracter sticas temperamentais das crian as que constitu ram a nossa amostra desta vez a partir das descri es percep es das suas m es e ou respons veis Refira se que foi considerado que estas descri es revelam as suas percep es sobre caracter sticas temperamentais das crian as pois de um modo geral quando as m es se referem crian a expressam se atrav s de adjectivos que correspondem a caracter sticas do temperamento da crian a meigo mau n o p ra quieto O tratamento das respostas das m es e ou respons veis pelas crian as sobre as suas caracter sticas temperamentais foi feito com base nas categorias estabelecidas por Cruz 1996 posit
287. tribu das as diversas vari veis nestes quatro conjuntos a No primeiro conjunto incluem se as vari veis Sexo das crian as descri o da crian a feita pela m e auto percep o de compet ncia e aceita o social posi o na fratria recurso a servi os de sa de escolaridade da m e idade do pai idade da m e n mero de crian as na fam lia comportamentos disciplinares b No segundo conjunto incluem se as vari veis Idade temperamento com base nos resultados obtidos conv m ressalvar o interesse em aprofundar qual o papel da dimens o emocionalidade na resili ncia e na vulnerabilidade bem como o da dimens o sociabilidade para as crian as vulner veis h bitos em beb complica es natais pertencer ou n o a minoria fam lia biol gica ou outra densidade familiar amigos suporte social da fam lia 185 c No terceiro conjunto incluem se as vari veis Estatuto s cio econ mico e escolaridade do pai d No ltimo conjunto incluem se as vari veis Intervalo de tempo que separa o nascimento da crian a de irm os mais novos sa da de casa de irm os significativos frequ ncia de outras casa para al m da sua 186 DISCUSSAO DOS RESULTADOS E CONCLUSOES FINAIS Ap s a an lise pr via dos resultados passamos sua discuss o recorrendo s quest es inicialmente colocadas no mbito deste estudo emp rico e que passamos a citar Porque que face ao risco umas crian as s o
288. tuado sobre a resili ncia salientamos alguns resultados obtidos que apontam pistas sobre a compreens o deste fen meno Assim pudemos perceber nas crian as resilientes e vulner veis analisadas que existem vari veis que s o diferentes para os dois grupos e outras que Ihes s o comuns Na discuss o dos resultados surgidos no decorrer deste estudo explorat rio centr mo nos no conjunto de vari veis que pelas diferen as encontradas entre as crian as resilientes e as vulner veis nos sugeriram efeitos de protec o para as crian as resilientes Ai foi poss vel identificar tanto factores do dom nio das caracter sticas das crian as como dos contextos familiares No entanto os factores que consider mos como pertencentes ao contexto social mais alargados estavam ausentes Este resultado parece nos indicar que caracter sticas do contexto social mais alargado ter o para as idades observadas pouca influ ncia na defini o dos factores de risco e de protec o Para al m disso e como foi referido no enquadramento te rico sobre a metodologia utilizada quando se parte para uma investiga o o investigador leva consigo expectativas relativamente s quest es e hip teses inicialmente colocadas Dessas expectativas algumas ser o confirmadas e outras refutadas O mesmo aconteceu connosco Tivemos presente contudo que essas expectativas n o podem ser exacerbadas pois nesse caso o risco de enviesamento dos resultados
289. turas houve em que as mesmas estavam abertas popula o residente em geral 109 l l l l Ac o n 3 Forma o Informa o para gr vidas e que inclui Prepara o Psicoprofil ctica para o Parto a partir do 6 m s de gravidez Ac o n 4 Investiga o sobre a tem tica da resili ncia em crian as de meios caracterizados pela pobreza Desde h algum tempo que o tema das crian as em risco se nos tinha vindo a afigurar como um desafio no sentido de uma maior compreens o sobre este assunto Contudo a nossa vis o sobre este tema era que crian as de meios socialmente desfavorecidos como o caso do Bairro de S Jo o de Deus estavam quase na generalidade sujeitas a elevados factores de risco ambiental e que os seus efeitos negativos ao n vel do desenvolvimento eram dificilmente contorn veis Apesar do conhecimento das Teorias da Educa o Compensat ria e apesar das cr ticas que lhes eram apontadas e com as quais est vamos de acordo e supostamente sensibilizados n o podemos deixar de admitir que os primeiros passos neste terreno foram dados no sentido de quebrar o ciclo desses efeitos negativos fornecendo experi ncias diferentes daquelas a que estas crian as estavam habituadas ou seja enquadradas na perspectiva da Educa o Compensat ria Contudo a observa o e a experi ncia di ria com as crian as que frequentavam o referido Atelier come aram por nos fazer questionar as nossas
290. u Pesar um Rato e um Elefante No estudo emp rico realizado a resili ncia e a vulnerabilidade foram operacionalizadas atrav s da vari vel n vel de desenvolvimento A avalia o do n vel de desenvolvimento das crian as da nossa amostra fez se atrav s de uma escala estandardizada Griffiths 1986 e os resultados obtidos nessa escala permitiiram identificar as crian as resilientes e as crian as vulner veis da nossa amostra Gostar amos no entanto de deixar um pequeno apontamento sobre algumas quest es que se nos colocam relativamente aos dados que foram fornecidos pelo instrumento de avalia o e que serviram para operacionalizar a resili ncia e a vulnerabilidade N o pretendemos de modo nenhum subestimar o valor que as escalas de avalia o t m no panorama da investiga o e o papel fulcral que assumem ao n vel do despiste e sinaliza o de casos assim como nas avalia es das interven es praticadas N o queremos tamb m desvalorizar instrumentos tendo alguns deles levado anos a serem constru dos que sabemos serem fidedignos e consistentes Mas persiste a d vida se o que se est a avaliar de facto o n vel de desenvolvimento ou ser antes um conjunto de tarefas s quais a crian a ter que dar resposta Tarefas essas que foram institu das por um grupo de pessoas como reveladoras de um bom ou mau desempenho e por conseguinte de um n vel superior ou inferior de desenvolvimento Sab
291. u e ao Guilherme pelas refer ncias que s o na minha vida e pelo suporte que t m representado neste desafio RESUMO Com a presente disserta o pretende se abordar O fen meno da resili ncia assim como os factores de risco e de protec o que lhe est o associados Por resili ncia entende se a adapta o positiva dos indiv duos apesar do risco e da adversidade Masten 1994 Contextos caracterizados pela pobreza onde s o vividas diariamente condi es adversas ao desenvolvimento t m sido largamente estudados pela Ci ncia Psicol gica mas s recentemente se t m enfatizado os comportamentos adaptativos face ao risco e adversidade O estudo de car cter explorat rio que aqui descrevemos foi levado a cabo num contexto caracterizado pela pobreza um estudo de caso sobre o fen meno da resili ncia num grupo de 13 crian as entre os 3 e os 6 anos de idade do Bairro de S Jo o de Deus Porto Interessou nos compreender porque que face ao risco e adversidade umas crian as s o vulner veis e outras lhes parecem resistir Quais os factores envolvidos na resili ncia Que diferen as e que semelhan as existem entre as crian as resilientes e as vulner veis relativamente a esses factores Num primeiro momento procedeu se identifica o das crian as resilientes e das crian as vulner veis na amostra seleccionada Na recolha de dados foram utilizados os seguintes instrumentos Life Event Checklist Wemer
292. uai j que este ser talvez um dos estudos mais relevantes no mbito da resili ncia e no qual a interac o entre riscos m ltiplos e factores de protec o para os tr s n veis referidos atr s indiv duo fam lia e contexto social mais alargado minuciosamente explorada 63 O Estudo de Kauai Este estudo constitui uma das principais refer ncias bibliogr ficas sobre a resili ncia um estudo longitudinal levado a cabo por Werner e Smith ao longo de mais de 30 anos na pequena ilha rural de Kauai situada no Oceano Pac fico na cadeia de ilhas Havaianas Aqui 698 indiv duos nascidos em 1955 foram seguidos desde o per odo pr natal at terceira d cada de vida Estas autoras interessaram se por conhecer o impacto de uma variedade de factores de risco biol gico e psicossociais eventos geradores de stress na vida dos sujeitos e factores de protec o no desenvolvimento dos indiv duos Werner amp Smith 1992 A recolha de dados sobre os indiv duos da amostra e suas fam lias ocorreu em v rios per odos a saber ao nascer No per odo p s parto e nas idades de 1 2 10 18 e 32 anos A maior parte dos indiv duos da amostra nasceram e cresceram em condi es favor veis ao normal desenvolvimento gravidez sem complica es sem n veis de stress extremo e com fam lias apoiantes No entanto uma em cada tr s crian as nasceram e cresceram em condi es adversas no que se refere ao de
293. ubstituir nos itens 5 e 25 as express es Educadora e Jardim de Inf ncia que aparecem em it lico por express es que a crian a usa normalmente Tamb m se poder usar quer o nome da educadora quer o do jardim de inf ncia Deste modo mud mos no item 5 educadora pelo seu nome assim que as crian as tratam a educadora e no item 25 jardim de inf ncia por escolinha assim que as crian as se referem ao espa o que frequentam O manual refere ainda que as imagens inclu das no item 31 relativo a percep o da for a podem n o ser muito claras para a crian a e por este motivo existe um descri o em it lico que no caso da crian a n o compreender lhe deve ser lido Depar mo nos realmente com algumas crian as que demonstraram alguma dificuldade em perceber o item 31 e de acordo com as indica es sugeridas no manual de instru es complement mos a nossa descri o lendo s crian as o texto em it lico Para finalizar refira se que as respostas das crian as foram sempre anotadas na Folha de Respostas e que sempre que a crian a fazia qualquer coment rio no mbito da avalia o eram registados 150 CAPITULO IV ANALISE E DISCUSSAO DOS RESULTADOS Com base nas quest es colocadas na Formula o de Problemas que consistiu na primeira fase desta investiga o perfilaram se dois momentos na Recolha de Dados um primeiro momento de recolha de dados que permitiu a identifica o de crian
294. ue atrav s da an lise dos indicadores acompanhamento regular em servi os de sa de espec ficos e internamentos hospitales as crian as resilientes ser o crian as mais saud veis do que as crian as vulner veis Werner e Smith 1992 referem que as crian as resilientes no estudo longitudinal de Kauai possu am boa sa de f sica o que parece apoiar a hip tese de que de que este pode ser um factor a considerar na protec o das crian as resilientes Outro factor de protec o apontado no mesmo estudo consiste no n mero de crian as que comp e o agregado familiar Observou se que nas fam lias s quais pertenciam as crian as resilientes o n mero de crian as era inferior a quatro Os resultados surgidos 190 no estudo de caso que lev mos a cabo indicaram que o numero de crian as nas fam lias das crian as resilientes inferior a quatro Tamb m constat mos que em m dia o n mero de crian as existentes nas fam lias s quais pertencem as crian as resilientes consideravelmente inferior ao das fam lias das crian as vulner veis Contudo se esta vari vel for analisada em simult neo com as vari veis idade do pai e idade da m e verifica se que em termos do ciclo de vida familiar as fam lias das crian as resilientes s o mais jovens Ou seja ambos os pais das crian as resilientes apresentam m dias de idade inferiores comparativamente aos pais das crian as vulner veis Para al m disso t m men
295. ue existe alguma imprecis o relativamente a designa o de investiga es sobre O risco Na nossa opini o estas investiga es deveriam ser denominadas de investiga es sobre os efeitos negativos do risco j que preciso distingui las das investiga es que mesmo sabendo que os factores de risco est o estaticamente correlacionados com os resultados negativos Masten Best amp Garmezy 1990 privilegiam como os estudos sobre a resili ncia as varia es individuais nas respostas a factores de risco Rutter 1990 Neste ltimo tipo de estudos O enfoque n o nos sujeitos que sucumbem aos efeitos negativos dos factores de risco mas nos sujeitos que mant m padr es adaptativos ou de compet ncia na resposta aos factores de risco Parece nos portanto que existe um corpo comum nos dois tipos de trabalhos desenvolvidos acerca do risco mas que se diferenciam essencialmente pelas consequ ncias estudadas Os factores de risco como se pode ver est o ent o presentes nas investiga es sobre a resili ncia mas relativamente aos quais os indiv duos responderam com comportamentos dentro dos padr es considerados normais Norman Garmezy que ao longo das ltimas d cadas tem estudado crian as resistentes ao stress escrevia a certa altura que a invulnerabilidade destas crian as implicava a exist ncia de dois elementos 1 a presen a de factores de stress intensos e prolongados 2 mestria e compet ncia
296. ue perante a fr gil constitui o da crian a ocorr ncias di rias mais ou menos comuns como pequenas cr ticas ou rejei o podem ter reflexos de grande impacto como sejam o trauma ou psicopatologia Do outro lado a perspectiva da crian a invulner vel acaba por invocar caracter sticas herculianas para a crian a na resist ncia ao stress Tamb m Rutter 1985 ver Werner amp Smith 1992 se op em a esta designa o alegando que o conceito de crian a invulner vel pode traduzir a ideia de resili ncia como um atributo fixo e individual quando n o o A luz da perspectiva transaccional a resili ncia o resultado da transac o din mica entre for as interiores e exteriores dependendo por conseguinte n o s da crian a como tamb m das condi es e caracter sticas dos contextos que a envolvem Assim uma crian a que em determinado momento apresenta resultados resilientes pode noutros momentos dar sinais de vulnerabilidade se por exemplo houver altera es importantes no seu meio ambiente o que inviabiliza um cen rio permanente e individual para a resili ncia Tamb m o conceito de crian a resistente ao stress tem dado azo a algumas cr ticas 11 Nossa tradu o para spun glass theory of mind 31 Cohler 1987 por exemplo refere que O termo resistente ao stress tal implica invulnerabilidade ou 1984 definem como usado por Garmezy e colaboradores resili ncia absol
297. ue se espera que forne a informa es teis sobre determinado assunto natural que grande parte destes estudos sejam seleccionados pelo investigador Refira se por m que muitas vezes n o existem fronteiras r gidas entre os estudos de caso intr nsecos e instrumentais e que os dois at se podem combinar o que impede uma distin o clara e precisa c Os Estudos de Caso Colectivos Situa es h em que v rios estudos de caso instrumentais s o levados a cabo ao mesmo tempo Quando isto se verifica est se na presen a de um estudo de caso colectivo S o deste modo v rios estudos de caso realizados em conjunto e nos quais se acentua o menor interesse relativamente aos anteriores na especificidade do caso 106 Capitulo Ill DESCRICAO DO ESTUDO EMP RICO 107 O presente capitulo refere se ao estudo empirico realizado sobre o fen meno da resili ncia atrav s da metodologia do estudo de caso Como j vimos segundo Graziano e Raulin 1989 o Estudo de Caso insere se nas investiga es de baixo constrangimento e refere se ao estudo de uma unidade dentro de um sistema mais amplo Goode amp Hatt 1968 citado por Ludke amp Andr 1986 Porque o principal objectivo deste estudo consiste na compreens o do fen meno da resili ncia podemos afirmar que o estudo de caso aqui apresentado e que envolve um grupo de treze crian as do Bairro de S Jo o de Deus constitui com base na classifica o d
298. uma instru o directa repreens o verbal ou explica o a codifica o dessa resposta deve ser como alternativa Por fim se a m e utiliza a instru o directa e ralha ou amea a com um castigo deve cotar se a sua resposta como repreens o verbal privilegiando deste modo o seu tom punitivo 2 3 Procedimento 2 3 1 Entrevistas conduzidas com as m es e ou respons veis pelas crian as Pelo facto dos instrumentos Question rio de Caracteriza o da Crian a e dos Seus Contextos de Vida organizado no mbito deste estudo Descri o 144 da Crian as feita pela M e Cruz 1996 e Escala de Avalia o das Respostas a Situa es Disciplinares terem sido aplicados s m es e ou respons veis pelas crian as num nico momento atrav s de entrevistas vamos expor os procedimentos utilizados relativamente s entrevistas realizadas Assim estas entrevistas decorreram durante os meses de Setembro e Outubro de 1998 Foram feitas a cada m e e ou respons vel pela crian a individualmente e tinham a dura o m dia de duas horas cada uma Tal como j referimos no procedimento utilizado para a escala de avalia o do estatuto de risco antes de iniciarmos cada entrevista explicamos s m es e ou respons veis pelas crian as que as informa es por elas fornecidas se destinavam a ser analisadas no mbito deste estudo que se garantia o anonimato das pessoas envolvidas e que n o era obrigat rio a responder a todas
299. uta Refira se que Garmezy Masten amp Tellegen este conceito como manifesta es de compet ncia na crian a despistando a exposi o a eventos geradores de stress Para Cohler 1987 a resili ncia sempre um conceito probabil stico Todas as pessoas s o potencialmente vulner veis ansiedade em diferentes momentos e por diferentes raz es elas podem reagir de uma maneira inflex vel e estereotipada quando confrontadas com eventos adversos que s o particularmente salientes e dolorosos devido s diferen as individuais nas experi ncias de vida Da mesma forma o conceito de invulnerabilidade resist ncia ao stress ou resili ncia algo relativo referindo se capacidade da pessoa em manter sentimentos de integra o pessoal e percep o da compet ncia quando confrontada por adversidades espec ficas Cohler 1987 p 389 12 x Eventos geradores de stress e a nossa tradu o para stressful events 32 RESILIENCIA E RISCO Vimos anteriormente que a partir das investiga es sobre o risco que emergem as investiga es sobre a resili ncia O conceito de resili ncia que cresceu directamente da investiga o sobre O risco refere se adapta o bem sucedida face a desvantagens ao bom desenvolvimento Factores de risco est o estatisticamente correlacionados com resultados fracos ou negativos Masten Best amp Garmezy 1990 p 426 Consideramos no entanto q
300. uto s cio econ mico fam lia biol gica ou outra densidade familiar escolaridade do pai escolaridade da m e idade do pai idade da m e n mero de crian as na fam lia sa da de casa de irm os 1 significativos e suporte social da crian a A ltima parte deste question rio reporta se em espec fico ao suporte social da fam lia relatado pela m e 2 2 2 Escala de Avalia o do Temperamento Uma das formas de avaliarmos o temperamento das crian as neste estudo consistiu na administra o da Escala de Temperamento Buss e Plomin 1984 educadora de inf ncia que trabalha diariamente com estas crian as Este instrumento constitu do por vinte itens permite a avalia o de tr s dimens es subescalas do temperamento emocionalidade actividade e sociabilidade Para cada uma destas dimens es est o previstas varia es e assim a emocionalidade pode variar entre a quase aus ncia de reac o at manifesta o de reac es intensas que envolvam comportamentos como o choro a birra etc a actividade pode variar da letargia at comportamentos energ ticos a sociabilidade que expressa a prefer ncia de estar com os outros mais do que estar sozinho varia entre reac es de isolamento at comportamentos que expressam predominantemente a tend ncia para estar com os outros Refira se no entanto que a sub escala sociabilidade pode ser desdobrada em sociabilidade e timidez pois estas di
301. uto s cio econ mico e stress familiar n o estavam 68 correlacionados Segundo estes autores este dado revela a importancia de avaliar o stress familiar para al m do estatuto s cio econ mico quando s o analisadas varia es na compet ncia Tamb m as hist rias de doen as cr nicas e internamentos hospitalares que envolvem mais do que um internamento e cujo tempo de perman ncia foi superior a uma semana em crian as pequenas s o apontadas por Rae Grant 1998 como factores de risco relativamente a desordens psiqui tricas A idade constitui um factor relevante a considerar no estudo da resili ncia e da vulnerabilidade na medida em que permite compreender O est dio de desenvolvimento e os contextos nos quais os acontecimentos ocorrem Assim n o mesma coisa estudar crian as em idade pr escolar e estudar adolescentes As tarefas desenvolvimentais exigidas a estas duas idades bem como os contextos em que se movem n o s o os mesmos Na abordagem organizacional do desenvolvimento a resili ncia referida como a capacidade de usar com sucesso recursos internos e externos de forma a resolver quest es desenvolvimentais salientes para cada est dio Waters amp Sroufe 1983 citados por Egelend et al 1993 Nesta perspectiva existem tarefas desenvolvimentais que assumem maior relevo em determinado per odo desenvolvimental e exigem a compet ncia da crian a para serem ultrapassadas Assim no primeiro
302. utter et al obtiveram informa es que permitiram avaliar os padr es de emprego destes jovens Os resultados a que chegaram permitiram observar diferen as not rias nos alunos que frequentavam as diferentes escolas de meios desfavorecidos no que se refere aos n veis de delinqu ncia dist rbios comportamentais compar ncias e m rito acad mico Ali s estas diferen as mantiveram se ap s controlos estat sticos relativamente a vari veis que podiam influenciar os resultados tais como as caracter sticas e tipos de escolas que os alunos frequentaram nos primeiros anos de escolaridade As rela es entre as caracter sticas da escola e o comportamento dos alunos foram incrementadas ao longo do tempo as diferen as entre os alunos foram mais vis veis quando sa am da escola do que quando nela entravam Estes autores salientam que as escolas que promovem elevadas auto estimas e o sucesso social e escolar tendem a reduzir a probabilidade de problemas emocionais e comportamentais nos alunos Desta forma as condi es e ambientes proporcionados pelo contexto escolar pode ser um factor de protec o marcante na vida de crian as e jovens de meios desfavorecidos Um outro estudo realizado pelo mesmo autor Rutter amp Quinton 1984 referido por Rutter 1990 sugere que as experi ncias escolares positivas podem mesmo reflectir se a longo prazo Este estudo desenrolou se com 94 raparigas inglesas criadas desde a inf ncia em institui es de ac
303. vulner veis e outras lhe parecem resistir Porque que umas parecem sucumbir s adversidades enquanto que outras conseguem manter desempenhos e percursos positivos do ponto de vista desenvolvimental O que est por detr s da resili ncia Quais os factores envolvidos na resili ncia Que caracter sticas apresentam as crian as resilientes Quais os factores de risco a que est o sujeitas E quais os factores que eventualmente as protegeriam Que diferen as e que semelhan as existem relativamente a estes factores entre estas e as outras crian as poss vel apurar da leitura destas quest es dois focos de interesse a considerar na discuss o dos resultados o primeiro diz respeito caracteriza o da resili ncia quais os factores envolvidos e o segundo refere se s semelhan as e diferen as encontradas para esses factores entre as crian as resilientes e as vulner veis luz destes dois enfoques a an lise dos quatro conjuntos de vari veis propostos na parte anterior mostra que essencialmente nos resultados do primeiro conjunto que se deve situar a discuss o dos resultados obtidos Neste conjunto constam as vari veis para as quais os resultados alcan ados s o consideravelmente diferentes para os dois grupos de crian as resilientes e 187 vulner veis e que por essa raz o nos sugerem efeitos de protec o para as crian as resilientes As vari veis que fazem parte deste conjunto s
304. vulnerabilidade Assim luz das teorias sobre a resili ncia podemos considerar que na interac o entre a crian a e o meio existem factores de risco que tanto t m origem na crian a como no seu meio repare se que estamos a falar de crian as de alto risco Contudo os seus efeitos na crian a n o s o lineares nem muitas vezes directos existem nesta interac o factores de protec o que medeiam a rela o factores de risco efeitos dos factores de risco Estes factores de protec o tanto podem estar presentes na crian a como no meio que a envolve 20 A ORIGEM DOS ESTUDOS SOBRE A RESILIENCIA A origem dos estudos sobre resili ncia pode ser apontada mesmo antes do aparecimento do seu conceito As investiga es acerca da esquizofrenia pobreza e resposta a situa es traum ticas por exemplo guerras s o campos assinalados como importantes fontes de conhecimento no constructo da resili ncia No dom nio da esquizofrenia por exemplo encontram se v rios exemplares de estudos que mais tarde com a emerg ncia do conceito foram identificados como exemplares sobre resili ncia Curiosamente esta origem parece atribuir se ao campo da fisiologia na d cada de setenta Segundo o psiquiatra infantil Anthony 1987 s o os estudos epidemiol gicos de Hinkle 1972 citado por Anthony 1987 sobre a susceptibilidade a doen as coron rias do cora o que marcam este acontecimento Hinkle p de constatar que padr es de

a resiliência em resposta à pobreza

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