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universidade federal do ceará faculdade de farmácia, odontologia e

1. E gra as a Deus eu sou muito corajosa tenho muita for a Ent o tudo o que eu quero e tudo o que eu quis eu fui atr s e consegui Mas tudo o que eu quis gra as a Deus veio tudo na hora certa Flor Mais uma vez as palavras da paciente enfatizaram o desejo de ver a chegada da maternidade mas no momento em que essa mulher considerou o certo o planejado Mesmo que n o tenha deixado esse sentimento transparecer no primeiro encontro com a pesquisadora 76 ao confirmar os dados da pesquisa documental quando respondeu n o ter planejado essa gesta o Para Heidegger 1993a a linguagem a articula o da compreens o anterior s palavras pois a fala o fundamento da linguagem sem ser a pr pria linguagem a express o do ser a e atrav s dela o homem desvela e vela o seu ser em movimentos aut nticos e inaut nticos Para o fenomen logo todo discurso tem algo sobre o que discorre que constitui o falar dos desejos das perguntas dos pronunciamentos e atrav s dele se comunica Quando o homem fala fala alguma coisa para algu m O outro com quem ele fala torna se elemento constituinte da comunica o ou seja torna se co elaborador pois apresenta a possibilidade de apreender e interpretar algo que se manifesta Assim tentei buscar os significados atribu dos pela gestante situa o vivenciada retirando dos seus discursos fragmentos que revelavam os verdadeiros significados sobre o fen meno Outro s
2. F tima Figura 8 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia F tima 82 F tima comentou durante o momento da complementa o dos dados da pesquisa documental que estava sem utilizar m todos contraceptivos h pelo menos quatro anos e n o foi diagnosticado DG em gesta es anteriores Descreveu sua hist ria de press o arterial alterada por m sem confirma o diagn stica Nessa gesta o foi internada com hist ria de DG associado hipertens o acompanhada atrav s do controle da curva press rica mas sem prescri o de anti hipertensivos Nesses casos seria necess rio um acompanhamento rigoroso pr concepcional engloba um conjunto de medidas de natureza m dica social e ps quica que visam permitir ao casal ou em alguns casos mulher isoladamente a determina o do momento ideal para a gesta o ocorrer e tem como objetivos identificar e modificar os fatores de risco biom dicos comportamentais e sociais que podem interferir na sa de da mulher e na evolu o da gravidez procurando realizar medidas preventivas e ou corretivas e acompanhamento pr natal de inicio precoce atendendo s diretrizes do Minist rio da Sa de CARVALHO FRANCISCO BRIZOT 2008 Para esses autores durante a consulta no aconselhamento pr concepcional ou mesmo no pr natal a hist ria obst trica e ginecol gica se faz importante para identificar fatores que podem levar infertilidade o
3. Foi muito gratificante eu estava precisando porque eu j chorei muito agrade o pela oportunidade Eu sou muito comunicativa n mas tem pessoas que n o t m essa facilidade de falar e com esse trabalho voc vai conseguir tirar a timidez e puxar alguma coisa de dentro dela Isso a com certeza vagarosamente vai fazendo o trabalho e ela vai soltando quando voc menos esperar est falando da vida particular n dos amigos de como ela At mesmo como pessoa voc vai aprendendo a conviver e a conhecer as outras pessoas Se voc tem um problema aquele seu problema se torna m nimo na frente do problema da outra Ent o tudo isso serve como exemplo para a gente Flor O ser gestante que sofreu com o diagn stico de diabetes gestacional e da interna o em uma unidade de assist ncia gestante de alto risco revelou de acordo com a interpreta o das experi ncias que vivenciou no mundo em que estava inserido seus significados e mostrou se estar frente diante de infind veis possibilidades para poder ser Essa busca de atribuir significados realidade vivenciada mostra a condi o humana de estar dispon vel para ir al m e isso d ao homem o seu car ter de Devir de transcend ncia Dessa maneira compreendi as gestantes que participaram deste estudo Mesmo sofrendo com as adversidades de uma doen a inusitada no percurso de uma gravidez de risco n o deixaram de sentir o prazer de
4. Fortaleza 1 Pesquisadora Sarah Maria Fraxe Pessoa Colaboradora do estudo 176 AP NDICE F FORMUL RIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS DOS PRONTU RIOS 1 Dados Sociodemogr ficos N do prontu rio Idade Estado Civil Tempo de relacionamento Proced ncia Capital Interior Outro estado Grau de instru o Profiss o 2 Hist rico Obst trico N mero de Gesta es paridade Ces reas N Filhos Abortos N filhos vivos Natimortos Hist ria de morte neonatal Descri o de problemas em gesta es anteriores DMG em gesta es anteriores 3 Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional Gravidez planejada Gravidez desejada Uso de m todo anticoncepcional Realiza o do Pr natal Alguma outra informa o importante 177 AP NDICE G QUEST O NORTEADORA PARA O MOMENTO DA ENTREVISTA O que significa para voc ser estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivenciando o cotidiano da interna o hospitalar em uma unidade de alto risco Outras quest es Como foi sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Como foi sua rea o not cia da interna o Como tem sido sua viv ncia junto a sua fam lia Como tem sido sua viv ncia junto aos profissionais outras pacientes Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada Quais os sentimentos decorrentes dessa nova situa o Que apoio ou s
5. 1 Momento Criativo e Expressivo Dia 01 06 07 Manha Participou com receptividade por m permaneceu calada durante a elabora o do trabalho Finalizou bem r pido a sua produ o com a elabora o de uma colagem com alguns tra os contornando a figura de uma mulher sentada bem arrumada bem vestida sorrindo Rosa diz que assim Chegou enfermaria e mostrou o trabalho para as outras pacientes 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 02 06 07 In cio manh 210 Rapidamente realizou o trabalho como no momento anterior apenas desenhou e pintou mesmo com a pesquisadora organizando e preparando as tintas guache e pinc is na mesa j pronta para utilizar a paciente n o se interessou por elas Utilizou giz de cera l pis de cor cola colorida purpurinada e desenhou Realizou um trabalho r pido simples mas demonstrando um profundo significado para ela pois retratava o que Rosa gostava de fazer Desenhou uma mesa com duas cadeiras e dois pratos cada um em uma extremidade da mesa com comida no prato e ela ao lado Retratou segundo ela a permiss o da comida o que hoje n o pode fazer 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 06 06 07 In cio manh 10 00 10 30h Paciente receptiva aceitou bem a realizar o ultimo momento criativo expressivo demonstrando bom humor Pensou um pouco antes de realizar o trabalho e logo em seguida iniciou e concluir rapidamente como os outros trabalhos Desenhou uma boneca de ma
6. Aqui a vit ria minha filha que est em casa aqui o meu marido e aqui o que vai chegar n J tem nome Pensei neles que a esperan a porque sen o n Para me acalmar porque estou aqui hoje n N o queria estar mas estou n Por causa do meu beb por causa deles tr s n Estou me cuidando para voltar logo E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina Eu s queria agradecer porque depois desses trabalhos eu tenho me sentido muito melhor Eu chorava muito a noite agora n o choro mais cada dia mais eu vou evoluindo mais foi eu adorei com certeza esses trabalhos est o me dando mais for a para reagir que pena s o s tr s dias Eu adorei Eu estava quase ficando deprimida a voc chegou com esse trabalho e agora eu estou bem DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA NENA 31 05 07 Manh Aceitou de forma receptiva a sua participa o na pesquisa Em alguns momentos fez gestos como se estivesse inquieta nervosa ou incomodada com o assunto principalmente quando falava da filha de 6 7 anos que estava em casa MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 5 NENA 1 Momento Criativo e Expressivo Iniciou o trabalho e logo foi interrompida pelo m dico residente para sua avalia o mas logo retornou Lembrou do anivers rio da filha que ir completar 7 anos no dia 5 de junho Realizou um trabalho com v rias figuras prontas m e com o beb representando o que vai nascer m e ensinando a filha simulando ela
7. Me pegou de surpresa Na outra gesta o n o fiquei internada e dessa eu fiquei assim porque fiquei internada Lia Eu estou achando uma experi ncia nova porque das minhas outras vezes quando eu descobri j foi no finalzinho e fiquei internada s por tr s dias e agora est sendo um pouco mais dif cil chorando porque eu n o sei quanto tempo eu vou ter que ficar e a primeira vez que eu fico longe da minha filha Sandra 145 Mais uma vez a experi ncia da dist ncia dos filhos pequenos que ficaram em casa foi o fator determinante que acarretou intenso sofrimento para as mulheres que participaram do estudo Mesmo com a expectativa da chegada de mais um filho a m e n o suporta a separa o dos que ficaram em casa provocando preocupa o e tristeza e levando essas gr vidas ao choro sempre que falam ou lembram da separa o Nena e Claudia tamb m citaram o medo quando receberam o diagn stico de diabetes pelo falat rio produzido pelas pessoas pr ximas a respeito dos riscos e consequ ncias da doen a A primeira comunica o sobre a necessidade de interna o para Nena tamb m causou rejei o s amenizada com a orienta o do profissional m dico no pr natal da impossibilidade da assist ncia no posto de sa de para gestantes e beb s de alto risco O pessoal fazia muito medo dizia que a pessoa podia ficar cega porque est com diabete as pessoas ficam falando coisas senti muit
8. es DOLOVICH et al 2004 O conceito do DMG ou DG os fatores etiol gicos e de risco para o aparecimento da patologia o percurso do tratamento e acompanhamento da gestante diagnosticada com DG na 19 gravidez e os riscos para ela e o beb s o conhecimentos pr vios sobre o assunto que considero importante na compreens o do desvelar da tem tica estudada 1 1 1 O Diabetes Mellitus Gestacional A classifica o do Diabetes Mellitus DM recomendada atualmente incorpora o conceito de est gios cl nicos desde a normalidade passando para a toler ncia glicose diminu da e ou glicemia de jejum alterada at o diabetes melito propriamente dito Essa nova classifica o baseia se na etiologia do DM n o utilizando os termos diabetes melito insulinodependente e n o insulinodependente da doen a CLARK WENSTROM 2005 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES SBD 2006 A absoluta defici ncia da insulina caracteriza o diabetes tipo 1 resultante da destrui o das c lulas beta pancre ticas e com tend ncia cetoacidose Est o aqui inclu dos casos decorrentes de doen a auto imune e aqueles cuja causa da destrui o das c lulas beta n o conhecida SBD 2006 A idade n o mais amplamente utilizada na classifica o porque a destrui o das c lulas beta pode ocorrer em qualquer per odo da vida comumente o in cio da doen a ocorre antes dos 30 anos por m afeta indiv duos acima dessa idade em um percentual de 5 a
9. es educativas no interior das unidades de interna o A partir dos discursos das gestantes apreendeu se que tais estrat gias tornam o per odo de hospitaliza o mais tranquilo e acolhedor o que ajudar essas mulheres a se perceberem como Seres Humanos de m ltiplas possibilidades Palavras chave Diabetes Gestacional Diagn stico Gravidez de Alto Risco Hospitaliza o Pesquisa Qualitativa ABSTRACT Gestational Diabetes Mellitus is one of the most frequent metabolic syndromes and often requires hospitalization The professional exercise dedicated to the care of pregnant women with DMG showed social and psycological problems caused by diagnosis and obligation of hospitalization leading to the following assumption the diagnosis of DG unexpected and prolonged hospitalization bring feelings of fear of not reaching the end of pregnancy and have a healthy baby These moments are also permeated of concerns regarding to the absence of the children who stayed at home The experiences shared with these women encouraged the development of this research which is proposed to understand the meaning of the diagnosis and hospitalization in the perspective of a group of pregnant women with GDM The phenomenological study was conducted in the obstetrical clinic of Maternidade Escola Assis Chateaubriand Federal University of Cear in Fortaleza Cear Twelve women hospitalized for the first time during pregnancy participated in the research Informati
10. es sobre os procedimentos relacionados pesquisa liberdade para retirar o seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo sem que isso traga preju zo sua perman ncia na institui o ser o garantidos ainda o anonimato voc poder escolher um outro nome que goste para ser chamada codinome ou apelido por ele durante o decorrer do trabalho ter garantido o sigilo das informa es ningu m saber al m de voc e a pesquisadora o que foi dito na entrevista e nos momentos de cria o e express o art stica e a privacidade estaremos apenas as duas participando das viv ncias Espero contar com sua participa o pois ela importante para minha compreens o sobre esse momento vivido por voc s mulheres gr vidas internadas em uma unidade de alto risco com diagn stico de diabetes gestacional contribuindo assim para o nosso cuidado de enfermagem 173 Agrade o antecipadamente sua colabora o e coloco me disposi o para quaisquer esclarecimentos que achar necess rio Para tal forne o meus telefones para contato 33668578 33668526 e caso deseje maiores esclarecimentos poder entrar em contato com o Comit de tica em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand pelo telefone 33668558 174 AP NDICE D TERMO DE CONSENTIMENTO P S ESCLARECIDO Eu declaro que ap s convenientemente esclarecida pela pesquisadora e ter entendido o que me foi explicado consinto em pa
11. o da minha vida e espero passar para ele o que eu aprendi com a minha m e n Que ser corajosa lutadora vencedora e acima de tudo companheira n humana claro que com seus defeitos mas quem n o tem n Aqui quando crian a a felicidade o amor pela fam lia pai e m e irm o n o coloquei mas est representado pelo pai e m e falando das figuras que colou Aqui muitos amigos companheiros n sorrindo feliz Aqui sempre dando a m o a quem precisa n lutadora Aqui vitoriosa por todo o meu destino n tudo o que eu tentei e consegui j com a minha maturidade casamento perfeito que era o casamento que eu queria e agora a maternidade que o final e o inicio de tudo n Onde termina e come a a vida Como foi para voc realizar esse trabalho Ah foi bom foi gostoso gratificante a gente saber se reconhecer como pessoa como ser humano Claro que nos temos defeitos A gente s enxerga as qualidades a gente tenta mostrar o que a gente tem de bom E o que tem de n o ruim mas digamos assim mas o que n o temos de t o bom a gente tenta levar que mais um aprendizado da vida E caindo que se levanta n e assim vamos para frente 2 Momento criativo e expressivo 229 Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido c
12. Ah para mim foi um pouco dif cil porque assim n mexe muito com o sentimento Aqui mostrando o trabalho da 1 pr tica de arte terapia falar de mim foi f cil mas quando passou para esse outro lado mostrando o trabalho da 2 pr tica de arte terapia a gente imagina o filho n Longe como que ele est a come a a aparecer aquele sentimento assim de como est emo o ao falar e logo iniciou a chorar Interrompemos a entrevista por alguns instantes at a paciente se sentir em condi es para continuar A eu coloquei n o nome de saudade ainda revelando muita emo o ao falar do trabalho que realizou Coloquei 236 longe de tudo depois eu coloquei igual n A gente saindo todo mundo feliz todo mundo junto todo mundo bem 3 Momento criativo e expressivo Material CD de m sicas para gr vidas folha branca massa de modelar 1 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Bom eu me fiz s n mostrando o trabalho de modelagem que realizou Que no momento assim n mesmo que eu esteja cercada de pessoas n de m dicos de pacientes mas eu tenho momentos que eu me sinto s n porque a gente nunca assim nunca se sente realizada quando a gente est longe de quem a gente ama Eu me coloquei n no quarto no trabalho elaborou uma cama com massa de modelar e a enferma
13. Esse outro trabalho aqui que eu fiz foi pensando nos meus sobrinhos que eles gostam muito de pintar Sinto falta deles porque de tarde a gente chegava e ficava pintando do jeito dele A ele diz m e me ensina aqui porque ele me chama de m e meu sobrinho de dois anos a eu me lembrei dele e comecei a pintar aqui do jeito que eles pintavam l Eu pintei aqui me lembrando deles Claudia Naquele momento tentei me certificar se atrav s daquele trabalho a gestante tinha consci ncia de que estava tamb m retratando a sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional tema dessa pr tica de arte terapia A participante entretanto reafirmou a import ncia da presen a dos sobrinhos na sua vida e pressupomos que eles preenchem o vazio que ficou ap s os tr s abortos sofridos anteriormente Com emo o a paciente falou sobre esses sentimentos Antes muito desde os dois anos que ele faz parte da minha vida Ele como os dois que coloquei o nome no primeiro cartaz s o meus sobrinhos que eu gosto muito mas esse que pensei aqui quando fiz esse trabalho gosto demais porque eles s o pequenos eu sinto falta s vezes ele fica dizendo m e senta aqui para a gente pintar A devido a diabetes fiquei preocupada nunca mais tive cabe a para pensar nisso Claudia No terceiro momento criativo e expressivo mais uma vez a maternidade foi ressaltada pela colaboradora atrav s da sua representa o gr vida ao lado do sobrinho qu
14. S arde no seu n No outro arde porque voc est s vendo de fora voc n o est convivendo e eu estou convivendo agora algo particular n Que ningu m como a enfermeira falou eu tenho que olhar para a frente n e olhar para mim mesmo n o olhar as preocupa es as dificuldades para eu poder melhorar r pido DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA L CIA DATA 07 08 07 HORA 18h 19h 237 Paciente receptiva e atenciosa para participar da pesquisa Logo que iniciei a entrevista percebi a grande emo o da paciente Interrompemos a entrevista por alguns instantes devido sua express o de choro e muita emo o ao falar sobre o assunto Perguntou ap s a entrevista sobre os riscos da gravidez Conversamos bastante sobre o que a gravidez com Diabetes Mellitus Gestacional causas consegii ncias cuidados interna o Agendamos o primeiro momento criativo expressivo para o dia seguinte MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS L CIA 1 Momento Criativo e expressivo Data 08 08 07 Hora 7h20min 8h20min Paciente bastante receptiva logo se encaminhando para a sala de apoio psico pedag gico para participar da pesquisa Expliquei o objetivo do primeiro momento criativo expressivo e logo L cia come ou a desenvolver seu trabalho Mostrou figuras que recortou e colou que lembravam sua vida e brincou com alguns aspectos Realizou um trabalho com diversas fotos significativas para ela Mostrou se bastante concentrada
15. comprimidos Pr natal sim In cio 1 m s no interior 3 m s US feto grande para idade gestacional e glicemia alterada 130mg dl e 2 164mg dl 4 m s Descoberta do diagn stico veio encaminhada para capital p interna o Obs hist ria familiar de diabetes av materna Entrevista 2 ESTRELA 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Assim no primeiro momento que eu soube n quando eu comecei o tratamento quando come aram a falar de alto risco para mim e para o beb eu j fiquei muito aflita E no momento que eu estava no consult rio da m dica que ela me encaminhou eu assim fiquei mesmo sem p no ch o n Eu quis me apavorar ela pediu para eu me tranqjiilizar e quando eu ca assim isso foi tudo muito r pido eu tive que me internar j foi uma afli o muito grande Porque foi aquela coisa muito r pida n E assim s de eu lembrar que eu estou com uma crian a uma crian a que eu desejei muito n E eu saber que ela estava correndo risco e eu tamb m ent o voc fica meio assim meio atordoada n Imaginando que a coisa vai dar certo procurando ter confian a ter f n 187 Mas mais do que tudo o meu objetivo era vir para c Se eu tinha uma chance de me tratar saber n que eu ia me recuperar minha sa de e a dela ent o eu tive aquela iniciativa mesmo sa
16. dentre outros alimentos n o permitidos As evid ncias cient ficas se fortalecem a cada dia quando o assunto a import ncia dos efeitos da alimenta o nas respostas glic micas e insul nicas Dietas com baixo ndice glic mico IG t m demonstrado melhorar o controle da glicose em indiv duos diab ticos e n o diab ticos diminuindo os riscos de doen as cardiovasculares e obesidade A dieta com baixo IG pode ser obtida com o consumo de cereais integrais gr os inteiros leguminosas 118 vegetais e frutas Fleck e Calegaro 2005 ainda lembram que uma dieta equilibrada composta tamb m por prote nas e gorduras saud veis e n o apenas por carboidratos S o portanto alguns objetivos da terapia nutricional para pessoas com diabetes segundo recomenda o da American Diabetes Associaton ADA manuten o dos n veis de glicose plasm tica o mais pr ximo poss vel do normal atrav s da ingest o de alimentos balanceados com atividade f sica regular e utiliza o de hipoglicemiantes orais e ou insulina quando necess rios e para gestantes o aumento das necessidades metab licas durante a gravidez e lacta o FLECK CALEGARO 2005 Para as autoras s o diversas as vantagens do enfoque nutricional especializado com interven o diet tica no paciente com diabetes mellitus entre elas melhora da fun o imune redu o das taxas de inflama o e infec o melhora da hidrata o regula o metab lica da glic
17. estivesse dando um passo assim para as coisas acontecerem mesmo assim n ent o assim aquele momento que voc est pensando o lado positivo e negativo do tratamento mas voc est fazendo alguma coisa n o s esperando esperando ver eu estava dizendo que eu n o gosto nem de olhar para aquela maquinazinha se refere ao aparelho de aferi o de glicemia capilar eu prefiro que ela me d o resultado a que eu fico ansiosa mas maravilhoso esses trabalhos aquela coisa que faz voc refletir faz voc tanto pensar do lado porque hoje ningu m pode querer s sonhar ver s o lado bom das coisas n o voc tem que ver os dois lados n at mesmo para ter o amadurecimento de tentar reagir naquele lado negativo das coisas e assim de qualquer jeito fortalece a gente vendo os resultado dos trabalhos vendo o que a gente capaz de saber que se eu sou capaz de executar alguma coisa ent o as pessoas que me tratam com grande interesse tamb m de ver resultados igualmente a mim n a de repente acho n o s eu que estou na expectativa de ver os resultados n o eles os profissionais tamb m est o ansiosos est o querendo ver os resultados e est o insistindo para ver que as coisas aconte am isso que quando eles chegam a gente fica animada sorrisos Eles conversando eu sei que aquela mesma coisa assim mas eu sei que eles ficam animados at mesmo porque eles ficam dizendo n olha se esse resultado n
18. j no final aparece isso A eu fiquei muito triste A continuar n fisionomia de choro 2 Como foi sua rea o comunica o do diagn stico de DMG E a interna o A isso foi triste esbo o de sorriso foi horr vel Porque n o s em estar longe de casa horr vel Se dependesse de mim eu n o estaria aqui n o mas se para a minha sa de e dela falando do beb eu acho melhor ficar muita emo o 3 Como vai ser o contato com a fam lia durante o per odo de interna o Vai ser dif cil porque meu esposo trabalha direto Minha m e mora longe E para visita n o v o poder vir permanente a vai ficar meio dif cil com emo o na fala e express o de choro tenho como falar pelo telefone Posso ficar falando por telefone Mas assim o tempo que d ele vem me ver falando do marido deixar as coisas que tem que trazer calcinha essas coisas a ele vem 4 Como tem sido sua viv ncia junto com os profissionais e outras pacientes Com os profissionais daqui eu n o tenho o que dizer n o S no come o quando eu cheguei que eu n o gostei muito de uma enfermeira n o Me tratou muito mal Eu perguntei sobre a roupa e ela veio com ignor ncia Foi l na emerg ncia quando eu cheguei E sobre as pacientes eu me dou com todo mundo Eu sou alegre mesmo eu chego falo eu n o tenho esse negocio de estar me fechando de estar at calada converso mesmo e eu acho que mel
19. o para controle dos n veis glic micos ficou feliz pela oportunidade do acompanhamento cl nico e esses cuidados trouxeram confian a nos resultados da terap utica para a sa de e bem estar do beb Ao serem questionadas sobre o sentido da gravidez de risco e da interna o as pacientes refor aram os significados dos cuidados recebidos das chances com o tratamento do controle da doen a e da recupera o levando as a ter esperan a de estar gestando uma crian a saud vel mas depois que eu soube que poderia ser tudo recuperado eu me conformei parti para a batalha s vezes sinto tamb m alegria por saber que com a minha batalha e com o esfor o dos m dicos tamb m eu vou ter a vit ria no caso Erica E assim eu estar aqui recebendo todo esse tratamento est me dando for a eu estou muito otimista sei que a nen est bem voc fica confortada porque voc sabe que tem uma chance de recupera o Eu vou ter minha filha sadia saud vel Estrela A MEAC como referido anteriormente um hospital p blico da UFC portanto uma institui o de assist ncia e ensino refer ncia em termos de sa de da mulher e do rec m nascido para a capital e o interior do estado Em virtude disso tem tradi o no atendimento e admiss o de pacientes que chegam para interna o rotineiramente de duas maneiras Essas clientes ou s o enviadas pelo servi o de Medicina Materno fetal ambulat rio qu
20. que mesmo no ventre materno j est representado com a mesma forma dos demais membros da fam lia Designa se assim a visualiza o de um grande desejo 66 Na primeira pr tica de arte terapia a paciente j havia deixado claro o significado da maternidade para ela quando retratou no seu trabalho com o tema quem sou eu a representa o da filha de seis anos e do beb que estava a caminho retratado nas duas ltimas fotos na parte posterior do cartaz direita do leitor na interpreta o do trabalho explicitou os sentimentos que se revelam na foto e na fala a seguir Figura 3 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia Nena g P p gosto muito de ficar com a minha filha tenho muito cuidado com ela ser m e para mim foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida Aqui sou eu aqui representa ela filha de 6 anos aqui o beb que vai nascer A fam lia grande da figura a minha tamb m Nena Ao observar mais um trabalho realizado pela gestante neste momento utilizando os recursos de recorte de revistas e colagem em cartolina pude perceber a manifesta o da import ncia da fam lia para esta mulher atrav s da presen a de v rias figuras representativas em diversos momentos da sua vida na primeira figura a fam lia com v rios componentes como a paciente referiu se na fala anterior ela e o companheiro representando o amor do casal em outra fotografia ela com a filha de seis anos e segurando ao colo
21. Beatriz declarou que apesar da experi ncia anterior de casos de diabetes na fam lia como o do pai e de parentes pr ximos a not cia do diagn stico de diabetes na gesta o lhe deixou abalada e a paciente demonstrou esses significados tanto ao responder aos questionamentos durante a entrevista como no trabalho de recorte e colagem nos momentos criativos e expressivos Bom no come o eu fiquei muito abalada porque eu n o esperava Se bem que na minha fam lia tem muito diabetes Meu pai n a fam lia dele Jporque desde o come o gra as a Deus tudo normal a quando j no final aparece isso A eu fiquei muito triste A continuar n expressando em seu rosto fisionomia de choro Beatriz Beatriz ao falar sobre o significado da gravidez de alto risco demonstrou toda a emo o da surpresa do momento e ressaltou que desde o in cio da gesta o se sentia bem e os exames revelavam resultados normais o que de acordo com a literatura caracter stico da doen a pois a patologia se manifesta com maior incid ncia ap s a 24 semana gestacional em uma gravidez considerada de baixo risco Mas como a paciente declarou no final da gesta o o problema apareceu e se intensificou ao receber a not cia da necessidade da interna o A isso foi triste esbo ou um sorriso foi horr vel Porque s em estar longe de casa horr vel Se dependesse de mim n o estaria aqui n o mas
22. Hist ria de morte neonatal 12 dias Descri o de problemas em gesta es anteriores partos prematuros com 01 perda neonatal DMG em gesta es anteriores 00 I Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 23sem 1d Gravidez planejada sim 239 Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional n o Realiza o do pr natal sim Obs 5 consultas 3 em posto de sa de e 02 consultas na MEAC Alguma outra informa o importante incompet ncia istmo cervical 18 08 07 Saiu de alta para acompanhamento ambulatorial Retornar para parto ENTREVISTA J SSICA 1 O que significa para voc est gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivenciando o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Bom estar gr vida para mim uma realiza o Agora estar gr vida com diabetes foi uma surpresa para mim agora a vinda para a interna o quando eu cheguei hoje foi outra surpresa tamb m n o estava esperando isso e agora fazer tudo para dar certo 2 Como foi sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Foi uma para mim foi uma decep o Eu tive uma decep o Eu jurava que para mim tinha acabado Eu imaginava que meu pai teve diabetes e ele faleceu devido a isso Ent o eu achei que eu tinha recebido o meu ultimato sorriso Eu chorei muito n pensando no meu filho n o em mim pensando na crian a 2 No beb que vai nascer E no que poderia acontecer
23. Linguagem e arte In Porque arte educa o Campinas S o Paulo Papirus 1983 p 37 49 DUARTE R Pesquisa qualitativa reflex es sobre o trabalho de campo Cad Pesq n 115 p 139 154 mar 2002 DU GAS B W Papel da enfermeira na assist ncia sa de In Enfermagem pr tica 3 ed Rio de Janeiro Interamericana 1978 Unidade 1 p 1 81 DUNN S M TURTLE J R The Myth of the diabetic personality Diabetes Care v 4 n 6 p 640 646 nov dez 1981 DUTRA E A narrativa como t cnica de pesquisa fenomenol gica Est Psicol v 7 n 2 p 371 378 2002 EVANS M K O BRIEN B Gestational diabetes the meaning of an at risk pregnancy Qual Health Res v 15 n 1 p 66 81 Jan 2005 FEIG D S CHEN E NAYLOR D Self perceived health status of women three to five years after the diagnosis of gestational diabetes a survey of cases and matched controls Am J Obstet Gynecol Toronto v 178 n 2 p 386 393 Feb 1998 FERREIRA A B de H Novo Aur lio S culo XXI o dicion rio da l ngua portuguesa 3 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 FIELD P A MORSE J M Nursing research the application of qualitative approaches Rockville MD An aspen publication 1985 FLECK J CALEGARO M I C Import ncia do ndice glic mico para pacientes com diabetes mellitus Rev Bras Nutr Cl n S o Paulo v 20 n 2 p 95 100 abr jun 2005 160 FONSECA A H L da Gestalt terap
24. a de muita vida Para a gr vida o cora o demonstra a felicidade A natureza por sua beleza tamb m define o momento de grande gra a que est vivendo e os dois juntos a natureza e o cora o significam felicidade e beleza como representa o dos sentimentos e dos desejos para esse momento As declara es abaixo desvelam estes significados E o segundo como voc est vendo tamb m tem cora es tem uma rvore tem duas flores Tamb m quero dizer que para mim que um momento muito importante que significa muito Porque o cora o uma coisa que a gente j sabe que demonstra felicidade e a natureza tamb m uma coisa bela Ent o juntando os cora es e a natureza a gente v que d para formar um quadro bem bonito e que demonstra felicidade e ao mesmo tempo muita beleza que o que eu estou pedindo no momento no meu cora o felicidade rica Percebi mais uma vez a dificuldade da colaboradora no in cio da pr tica com a massa de modelar Neste momento surgiu mais um agravante o efeito da ingest o de um antial rgico que deixou a sonolenta Apesar deste fato a gestante reagiu e logo conseguiu realizar dois trabalhos finalizando a pr tica com disposi o e bom humor rica se expressou com maior facilidade durante as pr ticas de arte terapia sendo mais objetiva na entrevista e desta forma retratando a import ncia da arte terapia para ela 80 Bom eu achei muito gostoso porque voc trab
25. a presen a solid ria de outros familiares e amigos compartilhando a doen a e vivendo o mundo hospitalar tornando se presentes estabelecendo o verdadeiro encontro com o outro Assim neste estudo desvela se o significado do sentimento prazeroso de estar gr vida e ser m e para as gestantes participantes da pesquisa mesmo vivenciando uma gravidez de risco e a interna o De fato a gesta o um processo din mico exigindo adapta es bio psicossociais corroborando as id ias de Bandeira 2002 quando aponta que este um per odo considerado de transi o com muitas mudan as f sicas e emocionais tais como aceitar a nova vida que traz dentro de si e adaptar se a ela passagem da condi o de mulher sem filhos para a de m e ou de m e de mais um filho e reajustamento das rela es com o parceiro e tamb m com o resto da sociedade em que vive A situa o de ter um filho acarreta profundas altera es intra e interpessoais com a possibilidade de revis o amplia o e modifica o de aspectos da identidade de cada membro da fam lia gr vida S o v rios os fatores que atuam em uma mulher que est programando ter um filho ou j est gr vida Compreender esse fen meno uma das alternativas para ajudar no decorrer das mudan as que a gesta o ocasiona A continuidade da an lise do tema ter diabetes significa vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude desvelou novo signific
26. as intercorrentes na gravidez conta atualmente com 44 leitos destinados s gestantes de risco entre elas as portadoras de diabetes Ainda pertencem cl nica obst trica a unidade de alojamento conjunto puerp rio posto de enfermagem sala de apoio ao servi o de nutri o sala para exames ginecol gicos obst tricos secretaria e um centro de medicina materno fetal setor reservado para a realiza o de exames de ultrassonografia cardiotocografia e outras interven es obst tricas 40 para avalia o e acompanhamento da m e e do feto A cl nica conta com uma sala de apoio psicopedag gico com mesas cadeiras arm rios televis o e ambientado com pinturas na parede e quadros informativos Este o local onde a constru o de informa es foi realizada O setor fica localizado no primeiro andar da institui o compartilhando o ambiente com a unidade neonatal facilitando desta forma o acompanhamento das pu rperas aos seus rec m nascidos internados para assist ncia neonatal de baixo m dio e alto risco A unidade possui dois telefones p blicos localizados nos corredores facilitando a comunica o das pacientes com seu mundo vida anterior interna o banheiros instalados nos dois extremos da cl nica e sala para armazenamento de materiais do servi o de zeladoria Abrangendo todos os leitos e servi os a cl nica considerada o maior setor de interna o da institui o com uma m dia de 87 leitos para a
27. da porque ele denomina a fenomenologia como uma ontologia hermen utica existencial No compreender reside existencialmente a forma de ser do ser a como poder ser O ser af n o algo ante os olhos que possua como adjetiva o o poder algo mas primariamente ser poss vel O ser a em cada caso aquilo que ele pode ser e tal como ele a sua possibilidade HEIDEGGER 1971 p 160 161 Em sua obra Ser e Tempo aponta como quest o filos fica fundamental o problema do ser seu sentido e sua verdade ARMOND 2003 Ao buscar a compreens o do ser Heidegger busca o sentido da exist ncia humana na facticidade a partir do ser a ou Dasein ou seja o modo de ser no mundo MURAMATISU 2001 Para compreender o ser preciso entender que o homem se constr i na historicidade de sua vida e no relacionamento com outros homens O sujeito social hist rico esse ente que cada um de n s somos e que entre outras possui em seu ser a possibilidade de questionar designado com o termo pre sen a que segundo Heidegger 2000 na pre sen a ou Dasein ou ser a que o homem constr i seu modo de ser a sua exist ncia e a sua hist ria 38 O estudo na abordagem fenomenol gica possibilita uma maior aproxima o das experi ncias vividas pelas pessoas que s o alvo da investiga o no seu cotidiano apreendendo os significados por elas atribu dos na situa o vivenciada Nesta perspectiva
28. durante toda a realiza o do trabalho Cada foto colada recebeu uma explica o ao lado como amo muito cuidar do meu lar gosto muito do pretinho b sico Gosto muito de bolsa e principalmente de um bom sapato alto gosto de roupas leves gosto muito de acess rios principalmente na cozinha adoro cosm ticos menos desse xampu mostrando uma marca de xampu da figura que colou adoro cozinhar principalmente novidades Adoro frutas lembra me o cabelo de meu filho lembra o dia do meu casamento simples mas bonito parecem as m os do meu filho bem sujinhas admiro muito esse homem Marcelo Grivella um homem de f L cia 2 Momento Criativo e expressivo Data 09 08 07 Hora 8h20min 8h45min Ap s a explica o do objetivo desse segundo momento a paciente iniciou logo o trabalho Aproximadamente s 8h30 min Come ou a chorar enquanto pintava Chorou muito Interrompemos o trabalho de pintura a paciente aceitou um pouco de gua n o quis conversar nessa hora e pediu para continuar a pintar Concluiu seu trabalho quinze minutos ap s ainda emocionada O trabalho continha pinturas retratando sua casa sobre o c u e o sol estando ela o marido e o filho ao lado Um caminho uma seta preta como se separasse o desenho e de um lado o marido e o filho do outro lado da seta Ela sozinha mais alguns sinais como um V de vit ria um cora o um sinal X indicando verso e um sinal de igual retratando o fina
29. enfrentadas por essas mulheres em rela o ades o interna o e ao tratamento apresentaram se como fatores que tamb m desencadearam sentimentos como ansiedade e medo SALOMON 2004 SALOMON SOARES 2004 Em seu estudo Salomon 2004 utilizou a etnografia na perspectiva da antropologia interpretativa preconizada por Geertz 1989 para compreender como as gestantes portadoras de diabetes gestacional acompanhadas pelo Programa de Assist ncia Sistematizada gestante diab tica vivenciam o estar diab tica e suas implica es no mbito pessoal familiar e social O estudo apontou a necessidade de reavalia o dos programas de educa o para a sa de nos n veis prim rios dos servi os p blicos no sentido de informar e sensibilizar a popula o quanto s medidas de promo o preven o e controle da sa de e conseqgiientemente do diabetes gestacional Enfatizou tamb m o incremento de estrat gias 30 educativas nos n veis secund rios de aten o sa de para a conscientiza o das gestantes portadoras de diabetes gestacional e seus familiares sobre o controle dos fatores de risco SALOMON 2004 A pesquisadora destaca a possibilidade de desencadeamento do diabetes mellitus no p s parto e da recorr ncia do diabetes gestacional assim como as estrat gias de enfrentamento do diagn stico que desencadeiam sentimentos como temor ansiedade e depress o apontando uma condi o de instabilidade psicol gica e emoc
30. gicas psicol gicas sociais econ micas culturais e altera es de pap is implicando a aceita o ou n o da gravidez ZAMPIERI 2002 ASSIS 2004 Em virtude de todos esses fatores pode se inferir que a enfermeira tem papel importante no cuidado gestante e sua fam lia no processo educativo em rela o ao ciclo gr vido puerperal e sobre os aspectos relacionados patologia riscos e condutas Dessa forma refor o a infer ncia anterior de que essa possibilidade de acompanhamento das gestantes com DG pode reduzir os problemas decorrentes da hospitaliza o conduta rotineiramente adotada para tratamento dessa clientela em especial Portanto foi a conviv ncia com essas gestantes e os problemas vivenciados por elas principalmente com os aspectos relacionados percep o de sua condi o revelando as rea es advindas do diagn stico em sua vida e da conduta terap utica que permeava a interna o como primeira a o que me impulsionaram a estudar o cotidiano de gestantes com gravidez de alto risco hospitalizadas em uma unidade de interna o pela primeira vez na gesta o com o diagn stico de DMG Essa caminhada desvelou tamb m meu interesse em ouvir o outro e em estar verdadeiramente presente com essa clientela buscando uma forma mais existencial de assist ncia a fim de compreender nesse momento espec fico as gestantes que desenvolveram DG no percurso da gravidez que as levou ao internamento em unidades de alto
31. m n uma diabetes 7 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o O apoio da minha filha do meu filho que eu estou esperando do meu marido que me d muito e minha fam lia que me d muito para eu poder enfrentar Sem eles eu n o sou ningu m Eu conto com o apoio da minha fam lia Principalmente da minha filha n se n o fosse eu n o sei se eu agiientaria Ela tem me dado muito apoio mesmo MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 3 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesoura cola branca bal o durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu Aqui o momento mais feliz da minha vida n que a minha gravidez sabendo que homem falando do trabalho que realizou se referindo ao recorte e colagem de uma revista com a imagem de uma mulher gr vida E por ser m e que eu amo demais os meus filhos fez uma colagem de uma mulher cuidando de roupinhas de crian as E esses aqui dois nomes escritos com cola purpurinada colorida porque s o as duas pessoas que mais significa na minha vida relatou que s o sobrinhos de 6 e 4 E a minha casa desenhou uma ca
32. momento pedindo calma e com um sorriso explicitou o que tinha feito com recorte e colagem de figuras de revistas Calma a sorrisos tem um momento que eu descobri que eu estava com diabetes que choror se referindo a muito choro aquelas coisas todas e quando eu cheguei em casa que ele me abra ou e disse que eu n o ficasse abalada com isso porque tudo ia ser passageiro e ele estava ali para me dar apoio De tudo que dependesse do que acontecesse ele estava para me dar apoio Beatriz A paciente integrou seu trabalho da segunda e terceira pr ticas de arte terapia demonstrando em um mesmo cartaz sua viv ncia antes e ap s o diagn stico de diabetes gestacional Preferiu tamb m utilizar os recursos de recorte de revista e colagem n o trabalhando com massa de modelar e pintando muito pouco com tinta guache Figura 31 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 e 3 pr ticas arte terapia Beatriz 139 Figura 32 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 e 3 pr ticas arte terapia Beatriz A representa o do evento para a gestante foi revelada por meio de figuras que expressaram emo o e clareza de significados Em um s espa o Beatriz se representou gr vida com o companheiro desenhou e pintou sua casa demonstrando sua vida antes do diagn stico e interna o Em seguida recortou e colou a figura de uma mulher com fisionomia d
33. o der certo depois das 48 horas a gente vai tentar outra dosagem quer dizer e sabe que eles est o interessados est o dando continuidade Sim foi maravilhoso executar esse trabalho aqui 2 Tem mais alguma coisa a dizer N o S agradecer por esses momentos que eu acho que s o de grande valia para a gente assim espairece mais a gente fica conversando fica desabafando voc fica escutando a gente assim que muito bom e eu e ela se referindo a paciente internada no leito ao lado do seu com o mesmo diagn stico DMG sempre assim a gente fica conversando mas quando chega mais outra pessoa tamb m que vai escutar tenha paci ncia de SOITISOS eu fico at imaginando eu sou muito tagarela e voc ter a paci ncia de ficar escutando assim com 195 aquele carinho e dando uma resposta para o que a gente diz isso a gratificante eu acredito assim se para voc o trabalho vai ser bom para mim tamb m foi timo ter tido essa oportunidade Quando voc participa de uma entrevista dessa quando voc tem a oportunidade de ser indagada sobre alguma coisa e voc primeiramente vai ter oportunidade de trabalhar isso manualmente atrav s de alguma arte n voc vai refletindo vai relaxando s vezes voc n o tem nem uma id ia inicial do que voc realmente vai expressar mas quando voc come a a relaxar a trabalhar manualmente com aquilo voc vai despertando sentimentos vai despertando toda a express o que depoi
34. o e os sentimentos decorrentes dessa nova situa o Portanto foi durante os momentos criativos e expressivos que captei com maiores 84 detalhes os significados ainda n o revelados Esses momentos tamb m foram permeados de sorrisos alguns retratando de fato a alegria da ocasi o outros talvez esbo ados na tentativa de esconder mais uma vez nervosismo medo ou choro As pr ticas de arte terapia foram mais uma vez descritas como uma oportunidade de esquecer os problemas e sentir bem estar como revela a fala a seguir Eu me senti bem n Porque ultimamente eu estava muito triste n Mas a fazendo esses trabalhos mesmo assim sem quase no es das coisas sorrisos mas bom para tirar o pensamento n Para mim foi timo Eu me senti melhor F tima Esses s o exemplos de discursos que refor am a import ncia da escolha da arte terapia como instrumento essencial na constru o de informa es e interven o positiva para essas gr vidas t o vidas de momentos l dicos e ao mesmo tempo reflexivos bem como de carinho e companhia Ocasi es oportunas em que se sentiam vontade para falar e perguntar sobre suas afli es Senti nesses momentos que n o estava apenas colhendo informa es mas ajudando aquelas mulheres a transpor a gravidez com mais for a e coragem Ara jo 2006 declarou em seu estudo que a comunica o emp tica e compassiva o humor a companhia o estar junto o ouvir a esperan a a e
35. s a explica o sobre o trabalho a paciente come ou a elabor lo Receptiva Realizou exames durante a pr tica No cartaz uma mulher de personalidade comunicativa colou figura de uma jornalista apresentadora de TV s vezes chata e envergonhada Colocou seu signo g meos Muito compulsiva nas compras colando cart es de cr ditos no trabalho Quando escreveu que era chata colou figura de um dinossauro N o gosta de esporte e tem um sonho de uma casa na serra Colou uma cachoeira e desenhou paisagem com serra casa sol plantas e escreveu um sonho o cartaz foi complementado com desenhos de flores 243 2 Momento Criativo e expressivo Logo ap s a explica o da pr tica iniciou o trabalho com as tintas De imediato com grande facilidade no manuseio dos pinc is Sempre se certificando do que era solicitado iniciava o trabalho Disse que se empolgou com a m sica se inspirou e logo concluiu o trabalho 3 Momento Criativo e expressivo Logo ap s a explica o da pr tica come ou rapidamente a elaborar o trabalho Ficou muito concentrada durante todo o tempo da execu o N o conversou Falou que foi o momento mais dif cil Representou seu cora o atr s das grades seu rosto triste e a pombinha da esperan a Entrevistada 11 BEATRIZ Dados s cio demogr ficos Idade 19 anos Estado civil casada Tempo de relacionamento 1 ano e meio de namoro e 4 anos de casada Natural de Fortaleza Grau
36. saindo demonstrando nervosismo ao gesticular e apertar as m os come a de novo sorriso J ssica O mundo da doen a e da hospitaliza o desconhecido e gera sentimentos de desorienta o e medo como foi inicialmente desvelado pela paciente e em alguns momentos pela complexidade da situa o o sil ncio impera Dessa maneira as gestantes que contribu ram com este estudo me permitiram compreender os significados do impacto do diagn stico de diabetes gestacional e da interna o para elas atrav s dos seus discursos sil ncios gestos da entona o da voz das retic ncias e da maneira de ser Para Heidegger 2000 o estar com poss vel quando a pessoa se abre em possibilidades e torna se evidente em seu ser no seu mundo e em seu ser com os outros Esses significados tamb m foram expressos com emo o por J ssica atrav s do trabalho de modelagem realizado no terceiro momento criativo e expressivo ao demonstrar sua vida ap s o diagn stico de DG 135 Figura 29 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia J ssica Quando eu descobri que eu estava com diabetes o meu cora o ficou assim bem apertado E eu me senti presa n se referindo modelagem de um cora o atr s das grades sem saber o que fazer para onde correr E o rostinho o meu rosto triste n preocupada J ssica J ssica ao interpretar o seu trabalho de modelagem re
37. trabalhei especificamente cuidando de mulheres com doen a hipertensiva espec fica da gesta o DHEG realidade que me proporcionou momentos de reflex o sobre a diversidade de problemas relevantes vivenciados no cotidiano desta clientela visto que gesta o e a todas as modifica es f sicas e emocionais somava se uma patologia decorrente da gravidez que muitas vezes n o era planejada Essa experi ncia profissional levou a um estudo aprofundado da pr tica da enfermagem com mulheres que apresentaram a DHEG na gravidez tema desenvolvido na 16 minha disserta o de Mestrado resultando na elabora o de uma proposta de assist ncia para a pr tica da enfermagem human stica a pacientes com diagn stico de DHEG PESSOA 1997 Continuando ap s o mestrado a exercer a atividade assistencial na cl nica obst trica da MEAC UFC percebi problem tica semelhante entre as pacientes portadoras de diabetes mellitus gestacional DMG ou diabetes gestacional DG Entre os problemas enfrentados constatei a elevada preval ncia da doen a as rea es que a not cia do diagn stico ocasionava na vida das gestantes e o prolongado per odo de interna o das mulheres que at a gesta o gozavam de boa sa de e esperavam uma gravidez sem intercorr ncias Por m em algum momento do per odo gestacional as mulheres gr vidas foram surpreendidas por uma patologia que al m de desconhecida e muitas vezes assustadora exige per odos
38. 1998 HATMAKER KEMP 1998 PATERSON et al 1999 GROOT et al 2001 ASSIS 2004 e nas gestantes diagnosticadas com diabetes gestacional DUNN TURTLE 1981 SPIRITO et al 1989 LAWSON RAJARAM 1994 YORK et al 1996 DANIELLS et al 2003 SANTOS 2003 alguns retratando esses t picos de uma forma mais abrangente ou enfocando os aspectos psicossociais ou mesmo em uma abordagem psicol gica mais espec fica Santos 2003 alude que para compreender os fatores psicol gicos no diabetes importante entender a rea o e o ajustamento psicossocial do indiv duo com a doen a O impacto do diagn stico de uma doen a cr nica pode levar a uma desorganiza o inicial expondo a vulnerabilidade do ser humano A rela o entre o diabetes e os aspectos psicol gicos como por exemplo a ansiedade e a depress o tem relev ncia tanto na origem da doen a quanto no seu curso A ansiedade constitui uma resposta comum s sobrecargas rotineiras e aos conflitos emocionais Por m h evid ncias para afirmar que a hospitaliza o pode produzir respostas emocionais negativas como a ansiedade e a depress o Estudos que ser o trazidos a seguir relatam a associa o de complica es do diabetes e sintomas como ansiedade tristeza ang stia depress o e diferen as significativas em n veis de ansiedade entre mulheres com gesta o de alto risco em detrimento das gestantes com gravidez normal ou de baixo risco dentre outros problemas psicossociais
39. 495 designa o que guarda em sigilo a identidade das colaboradoras garantindo o anonimato das participantes da investiga o E a partir desta orienta o as colaboradoras escolheram seus codinomes rica Estrela Claudia Rosa Lia Nena F tima Fl r L cia J ssica Beatriz e Sandra Neste estudo n o questionei o sentido ou significado dos codinomes escolhidos O acesso realidade uma quest o de posicionamento e utiliza o de formas de express o humanas Achados cient ficos fatos teorias s o todos formas de express o humanas Outras express es incluem humor poesia arte fotografia cartas di rios conversas gestos entre outros Todas s o fontes de dados em estudos de investiga es qualitativas fenomenol gicas OILER 1982 Desta forma confirmando a escolha feita para este estudo dos caminhos propostos para a constru o de informa es atrav s da utiliza o da arte tendo em vista que esta se apresenta como possibilitadora da interpreta o existencial dos sujeitos colaboradores foram utilizados os recursos de pr ticas art sticas tais como da m sica apropriada para gr vidas e beb s de recorte de revistas e colagem do desenho e da pintura a express o verbal e escrita e da utiliza o da massa de modelar atividades programadas para compor os momentos criativo expressivos Agendou se ap s cada entrevista o in cio das pr ticas de arte terapia com cada gestante individualmente A aten
40. A paciente recebeu alta para passar uns dias em casa uma vez que seus exames estabilizaram mas a eleva o da press o arterial obrigou o retorno precoce da gestante para a maternidade e ela ao relatar o epis dio descreveu as 117 dificuldades sentidas com rela o ao controle da alimenta o durante seu retorno para casa representadas a partir do trabalho de modelagem Figura 21 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Rosa aqui eu n representada com massa de modelagem azul e preta Um sorvete e um bolo as duas coisas que eu mais gostava e eu n o vou poder mais comer pelo menos por enquanto n O sorvete de coco com chocolate Eu fui para casa e fiquei tentada a comer sorvete me chamaram Eu disse n o n o posso mais n o de jeito nenhum Mas fiquei com uma vontade t o grande e bolo tamb m Rosa O significado da alimenta o rica em carboidratos e doces foi demonstrado nas duas figuras apresentadas quando a colaboradora Rosa se representou desejando os Antes da gesta o de risco esses alimentos eram permitidos e essa ilustra o tenta mostrar a for a de vontade e supera o ao v los e n o degust los como era feito anteriormente principalmente com rela o queles sempre muito desejados no caso o bolo e o sorvete de chocolate com coco elaborado com massa de modelar nas cores branca e preta os preferidos da gestante
41. Diretora Geral da Maternidade Escola Assis Chateaubriand Senhora Diretora Vimos atrav s deste solicitar a permiss o de V S para referir o nome da Maternidade Escola Assis chateaubriand MEAC UFC na minha Tese de Doutorado em Enfermagem que tem como t tulo O significado do Diagn stico de Diabetes Mellitus Gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas hospitalizadas sob a orienta o da Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno A op o pela realiza o da pesquisa nessa institui o justifica se por ser o local onde desempenho minhas atividades laborais h 21 anos na fun o de enfermeira obst trica na Unidade de Interna o de Gestantes de Alto Risco e atualmente como Coordenadora do Servi o de Educa o Continuada em Enfermagem SECEn A presente pesquisa ser submetida aprecia o do Comit de tica em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand Universidade Federal do Cear CEP MEAC UFC e me comprometo a conduz la sob os princ pios ticos em observ ncia Resolu o de N 196 96 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sa de Minist rio da Sa de que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos respeitando os aspectos tico legais onde foram incorporados os tr s princ pios bio ticos a benefic ncia o respeito dignidade humana autonomia e a justi a e a eq idade minha inten o a partir deste estudo retornar Maternidade Escola Assis Chat
42. Durante o momento da entrevista ao serem questionados os sentimentos decorrentes daquela nova situa o a gestante relatou com emo o a import ncia da maternidade para ela mesmo vivenciando uma gravidez de risco eu fiquei triste falando da ocorr ncia do DG na gravidez mas passo por cima de tudo porque a minha satisfa o porque a minha filha est bem A eu para mim tudo Tendo parto normal sadio e ela vindo com sa de tudo o que eu quero Beatriz A sa de do concepto e o nascimento de um beb saud vel foram preocupa es e desejos das gestantes participantes deste estudo e por esses motivos referiram suportar todos os contratempos No segundo momento criativo e expressivo a gestante colou uma figura representando a gravidez atual com a fotografia de um casal com uma mulher gr vida mostrando a ocasi o em que engravidou ao lado do marido A explica o sobre o trabalho pode ser vista na seqii ncia a seguir Eu fiz uma demonstra o da minha casa quando eu sa gr vida mais o meu esposo Beatriz 89 Figura 12 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia Beatriz A gestante iniciou a entrevista bastante sol cita aceitando de imediato participar da pesquisa Conversou ap s os momentos de constru o de informa es informando se sobre a gravidez de risco mostrando se bastante emocionada durante os encontros mas sempre receptiva e c
43. Eu fico triste n porque eu nunca tive isso a eu tenho medo que aconte a alguma coisa com a minha filha o que eu mais desejo eu reagi com choro eu fiquei triste comecei a chorar a foi tanto que a minha press o subiu n porque eu estava nervosa muito emocionada ao falar F tima 134 Segundo Armond 2003 a ansiedade gerada pela doen a e a hospitaliza o ocasionam sentimentos de inseguran a desassossego da mente e sofrimento intenso No caso das colaboradoras do estudo havia mais um agravante os filhos que gestavam A doen a poderia n o s prejudic las mas p r em risco a sa de ou vida dos beb s ou at a sobreviv ncia materno fetal Al m disso vir para uma consulta pr natal de rotina como fazia todos os meses e receber a not cia da interna o foi um choque para J ssica que n o teve oportunidade de retornar para casa e compartilhar com a fam lia o momento de surpresa pelo diagn stico e hospitaliza o eu vim para fazer uma consulta pr natal foi um choque Eu vim sozinha n o avisei a fam lia foi uma surpresa J ssica Naquele momento J ssica se expressou sorrindo mas demonstrava na verdade emo o e nervosismo enfim revelou o desgaste sofrido com o impacto do diagn stico e da interna o hospitalar N o conseguiu responder de imediato a primeira pergunta da entrevista e solicitou reiniciar os questionamentos sorriso n o t
44. as de atitude e vis o de mundo sendo considerado uma experi ncia que no futuro servir como li o de vida 150 5 CONSIDERA ES EMANADAS DOS SIGNIFICADOS Ter diabetes gestacional significou vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude como o prazer de gestar e ser m e sentir se feliz com a oportunidade do tratamento e at cura da doen a ap s o parto e ser com o outro durante a hospitaliza o al m das experi ncias de sofrimento como o medo da morte desespero tristeza ang stia inseguran a e depress o decorrentes do impacto do diagn stico e da interna o hospitalar Esses significados que surgiram das diversas formas de linguagem sil ncios discursos express es fision micas e art sticas revelaram a riqueza e a natureza da complexidade do Ser gestante ao descobrir o diagn stico de diabetes gestacional no percurso de uma gravidez considerada at aquele momento normal al m da urg ncia da interna o hospitalar As doze integrantes do estudo me fizeram apreender que a maternidade para elas significava intensa felicidade bem estar e a concretiza o de um sonho ao conseguir conceber no ventre um filho mesmo vivenciando um per odo de doen a e hospitaliza o em situa es individuais Algumas gestando pela primeira vez outras experienciando a segunda ou terceira gravidez mas com perdas fetais ou neonatais anteriores mulheres com um ou sem nenhum filho vivo outras c
45. botei minha cabe a no lugar e comecei a refletir que n o o que eu estava pensando a eu achei melhor levar o dia sorrindo e pensando que vai ser tudo normal Primeiramente a minha sa de e segundo da minha filha e assim por diante e passar o barco para frente 2 Como foi realizar esse trabalho para voc Para chegar aqui eu refleti muito n sorrisos para chegar at isso aqui porque a gente n o fala uma coisa s da cabe a s de dizer eu fa o e fazer Tem que pensar n Do jeito que eu vou falar e o que que eu vou dizer de tudo o que botei aqui A no caso eu j respondi o que foi que eu eu botei no papel e eu acho que s isso sorrisos a para mim est sendo timo Tudo o que eu estou fazendo est sendo timo Eu me destraio bom para mim eu esque o mais do meu problema e est timo DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA Beatriz Paciente sol cita aceitando de imediato participar da pesquisa Conversou ap s a entrevista Bastante emocionada no decorrer da mesma esbo ando vontade de chorar mas n o quis interromper a entrevista MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS 1 Momento Criativo e expressivo Expliquei o objetivo da pesquisa Foi logo buscar revistas j que disse n o saber desenhar Hoje bem comunicativa falando da visita do esposo da vontade do esposo com rela o ao seu retorno para casa da casa nova que est o construindo para a chegada do beb das not cias boas os
46. cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Aqui eu fiz ainda bem assim representando a minha casa o sol o cora o e com as iniciais assim o nome da minha filha do Ricardo que o meu marido e eu em casa e com a minha fam lia 2 Como foi realizar esse trabalho para voc Esse aqui eu tamb m gostei muito de fazer sabe Me identifiquei muito com os desenhos 3 Momento criativo e expressivo Material CD de m sicas para gr vidas folha branca massa de modelar 1 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Ah eu fiz aqui uma cama e eu gr vida e a minha filha A filha que ficou em casa Agora estou 2 esperando um menino E isso esses outros desenhos foi para ficar mais colorido N o representa nada mais especial 251 2 Como foi fazer esse trabalho Eu adorei porque foi uma coisa diferente diferente dos outros eu acho que eu gostei mais desse s isso DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA SANDRA Iniciamos com a colabora o da paciente Receptiva Bastante comovida ao falar Chorou logo no in cio da entrevista Paramos e quando a paci
47. coisa que a gente j sabe que demonstra felicidade e a natureza tamb m uma coisa muito bela Ent o juntando os cora es e a natureza a gente v que d para formar um quadro bem bonito e que demonstra felicidade e ao mesmo tempo muita beleza que o que eu estou pedindo no momento no meu cora o felicidade e eu sei que por estar feliz eu tamb m me sinto uma pessoa super legal 2 E como foi trabalhar hoje aqui na oficina Bom eu achei muito gostoso porque voc trabalha com a mente com o cora o voc consegue expor seus sentimentos no trabalho que est fazendo ent o muito importante DI RIO DE CAMPO Entrevista 1 RICA 1 Momento Criativo e Expressivo 02 04 07 A colaboradora falou o tempo todo durante o trabalho chateada com a profissional que a est acompanhando e com a sua fam lia que n o est presente deixando entender que se desejassem poderiam estar mais pr ximos Referindo desejar ir para casa mesmo com as dificuldades Sente se insegura e ansiosa Apresentou dificuldade na elabora o do trabalho Achou dif cil encontrar algo que a identificasse 18h 45min N o finalizou o mesmo Sentindo dificuldade de express o atrav s do material 19h 30min Solicitou para concluir na manh seguinte 03 04 07 9h A colaboradora solicitou para concluir o que tinha realizado no dia anterior Hoje ela se sente melhor 9h 30min Concluiu o trabalho e sentamos para conversar sobre como foi realiz
48. com ele devido a doen a 3 Como foi sua rea o not cia da interna o sorriso demonstrando nervosismo N o t saindo come a de novo sorrisos Quando eu cheguei aqui pela manh eu vim para fazer uma consulta pr natal n E quando me disseram provavelmente voc vai ficar internada foi um choque Eu vim sozinha n o vim com ningu m n o avisei a fam lia e como eu disse na primeira pergunta foi uma surpresa A eu j fiquei direto e avisei a fam lia 4 Como vai ser o contato com a fam lia durante o per odo de interna o Com certeza eles v o ficar me acompanhando at porque eu tenho uma irm que j trabalhou aqui ent o tem acesso maior e os meus filhos tamb m meu companheiro 5 Como tem sido sua viv ncia junto com os profissionais e outras pacientes 240 At agora est sendo muito bom pelo tratamento n E a certeza que a cada momento eu estou tendo de ter um tratamento bem acompanhado pelos profissionais E a certeza do meu nen nascer bem isso que eu estou pensando sorriso e evidenciando nervosismo eu espero J conversei com todas as pacientes Uma j contou um pouquinho do seu caso para outra A gente j est sabendo como a vida de cada uma sorriso bom pelo menos a gente compartilha os problemas Na hora que uma tem uma alegria uma felicidade conta para outra alivia 6 Que sentido tem para voc ter uma gravidez de alto risco e estar internad
49. compreensivo optou se dentro da abordagem qualitativa pelo m todo fenomenol gico 3 2 O m todo fenomenol gico A despeito das diferen as de concep es dos v rios autores quando dos desdobramentos te ricos da fenomenologia bem como de suas pr ticas metodol gicas no 36 mbito da pesquisa pode se definir o m todo fenomenol gico como um processo de aprendizado e de constru o do significado da experi ncia humana por meio de di logo intensivo com pessoas que est o vivendo a experi ncia onde a meta do pesquisador ter uma compreens o do significado da experi ncia medida que esta vivida pelo participante MARCUS LIEHR 2001 Corroborando assim Jesus Peixoto e Cunha 1998 ao considerar as situa es cotidianas do profissional enfermeiro no contexto da sa de pois esse profissional tem aproximado mais as pesquisas sobre a assist ncia de enfermagem voltando se compreens o interpreta o dos fen menos investigados Isso n o significa que a compreens o do sujeito seja abrangente e definitiva O m todo fenomenol gico afirma que toda a compreens o necessariamente limitada irrompendo na necessidade de um novo olhar investigat rio isto uma observa o cada vez mais depurada do fen meno AUGRAS 1998 Dessa forma se fala em compreens o de uma situa o dentro de um evento historicamente definido como na presente investiga o mulheres com um diagn stico espec fico internadas em um local
50. cuidado cria o de um ambiente saud vel em todos os n veis f sico ou n o cuidado consciente administrando cuidados humanos essenciais com poss vel alinhamento da mente corpo esp rito A teoria prop e um profundo relacionamento transpessoal e transcendental WATSON 2005 PESSOA PAGLIUCA DAMASCENO 2006 Concretizando essas a es baseadas nos significados revelados nesse estudo surgem outras possibilidades de cuidado a essa clientela a utiliza o da arte terapia no cotidiano hospitalar podendo incluir nesse trabalho os profissionais da cl nica propiciar momentos de encontros desses profissionais com essa clientela para favorecer a rela o e o conseqiiente esclarecimento de d vidas quanto ao tratamento e s condutas terap uticas facilita o da comunica o com familiares e principalmente a presen a dos filhos pequenos nesse per odo da interna o sensibilizar os profissionais do pr natal sobre a melhor maneira de dar a not cia do diagn stico e da hospitaliza o o acolhimento dessa paciente desde a admiss o na emerg ncia at o leito de interna o apresentando essa paciente aos profissionais do servi o e informando sobre as rotinas desse novo ambiente facilitando a comunica o das rec m admitidas com as outras gr vidas j internadas Compreendo que o importante nesse trabalho durante o processo de cuidado da gestante com diabetes gestacional internada o bom senso a boa vontade a atitude de estar
51. de Campinas S o Paulo Este estudo piloto de car ter qualitativo descritivo mostrou o aparecimento de depress o em 35 das gestantes diab ticas e de ansiedade em 30 A concomit ncia de ansiedade e depress o foi observada em quatro das 20 pacientes participantes do estudo SANTOS 2003 Nesta mesma linha Daniells et al 2003 publicaram estudo prospectivo longitudinal desenvolvido no Servi o de Diabetes de Wollongong Austr lia com uma amostra de 50 mulheres com DMG com o objetivo de examinar o n vel de ansiedade nas mulheres que se encontravam na mesma idade gestacional diagnosticadas com DMG Os resultados mostraram um n vel elevado de ansiedade nas mulheres com DMG na primeira avalia o logo ap s o diagn stico Por m n o apresentaram diferen as significativas nessas gestantes comparadas com o grupo controle ao serem investigadas na 36 semana gestacional e no p s parto resultado que chama a aten o para as consegii ncias do diagn stico na vida dessas gr vidas e o prov vel trabalho educativo e assistencial dos profissionais de sa de do servi o investigado beneficiando e modificando os ndices dos escores de ansiedade ap s semanas posteriores ao diagn stico Um estudo realizado no Servi o Especial de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Cl nicas da Universidade Federal de Minas Gerais no per odo de abril a agosto de 2003 revelou que a classifica o da gesta o como de alto risco e as dificuldades
52. de hospitaliza o com restri es de visitas repouso exames di rios como o de glicemia capilar cujo resultado se alterado ser acompanhado de administra o de insulina A glicemia capilar um exame que envolve medo uma vez que realizado atrav s de uma perfura o nas extremidades dos dedos das m os para extra o de sangue e deve ser realizado 5 cinco vezes ao dia A interna o acarreta distanciamento dos familiares perda da privacidade ociosidade solid o e afastamento do trabalho al m do monitoramento constante significando jejuns di rios dietas com acompanhamento de profissional da nutri o supervis o e acompanhamento cont nuo da equipe multiprofissional Todo esse controle leva a gestante a sentir medo do progn stico materno fetal Esses aspectos foram ressaltados por Moretto 2001 em seu estudo quando referiu que a hospitaliza o e as condutas terap uticas rotineiras no tratamento da gestante com DG podem gerar crise e estresse para pacientes e familiares decorrentes de diversos fatores como o afastamento da mulher de seu domic lio dos familiares das atividades profissionais e dom sticas as adapta es da gestante ao novo ambiente s condutas hospitalares e aos h bitos culturais as altera es emocionais como solid o ansiedade t dio depress o e medo a sobrecarga de fun es para familiares e esposo que passa a assumir o cuidado da casa e dos filhos e a consequente eleva o dos custos
53. direto chorando chorando chorando agora n o eu vi que tem pessoas que precisam mais de mim do que eu mesmo deles ent o meu sofrimento n o mais um sofrimento uma vit ria E a minha vit ria eu tenho que passar para as outras pessoas para poder ir em frente tudo que si d de bom recebe em dobro Parab ns DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA FL R 03 08 07 NOITE 18 00 19 00H 231 MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 7 FL R 1 Momento Criativo e Expressivo 04 08 07 MANH 17h45min s 18h45min Expliquei o objetivo do primeiro momento criativo expressivo e logo Fl r iniciou seu trabalho Interrompeu por cerca de 20 minutos para jantar e realizar o exame de glicemia capilar Conversou bastante durante o jantar sobre sua hist ria de vida Bastante comunicativa conversando sobre aspectos ntimos de sua vida familiar 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 05 08 07 In cio 18h50min 19h05min Ap s explica o do objetivo desse segundo momento a paciente iniciou a pintura sem apresentar dificuldade sem hesitar no que estava executando Conversou algumas vezes ao telefone durante a elabora o do trabalho e encerrou r pido e com facilidade sua produ o 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 06 08 07 In cio 19 h 10min 19h 20min Iniciou o 3 momento criativo e expressivo comunicando sua dificuldade em elaborar o trabalho utilizando a massa de modelar Por m logo fez Durante o trabal
54. e O Brien 2005 no contexto da presente investiga o que realizaram uma pesquisa hermen utica fenomenol gica sobre o significado da experi ncia vivida em uma gravidez de alto risco o DMG na vis o de mulheres em atendimento ambulatorial em uma cl nica para diab ticos situada em um grande hospital urbano de ensino no Canad Os resultados evidenciaram a presen a do medo choque e ansiedade causados pelo profundo impacto do diagn stico do DMG na vida das mulheres O auto cuidado a mudan a de atitude levando viv ncia de um novo estilo de vida pelas integrantes da pesquisa foram ressaltados como uma postura de auto ajuda permitindo que elas chegassem bem ao termo da gesta o com o intuito de preservar a vida do beb Essas atitudes foram referidas pelas colaboradoras do estudo como a es para a sa de com a 31 finalidade de compensar o sentimento de culpa que elas sentiam por ter adquirido o DG e estarem expondo a sa de do seu beb EVANS O BRIEN 2005 Os resultados encontrados nas investiga es citadas ressaltam a import ncia de valorizar o papel ativo da gestante no controle da sua doen a para garantir o objetivo primordial do tratamento do DMG alcan ar e manter n veis normais ou pr ximos do normal da glicose sangu nea Inclui se no auto cuidado da gestante desenvolver comportamentos e responsabilidades em rela o a tomar medica o como a insulina se necess rio fazer dieta ajustando as quan
55. e a filha de 6 anos que ficou em casa m e cuidando dos filhos um prato de macarr o com uma figura de tomates cortados uma foto de Jesus Cristo representando sua ida igreja uma foto com uma fam lia pai m e e 3 filhos duas fotos de uma mulher com o marido uma conversando e a outra namorando retratando um beijo Referiu ter gostado muito do momento que vivenciou 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 02 06 07 In cio 08h15min 220 N o utilizou a tinta guache apesar da pesquisadora ter deixado as tintas prontas para uso Pintou e desenhou Retratou sua casa com flores e rvore ao lado O sol sorrindo nuvens e p ssaros Disse que sua vida era trabalho como auxiliar de costura e suas atividades em casa Hoje com o trabalho sentiu saudades de casa Disse que hoje n o queria falar muito deixasse para amanha 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 03 06 07 In cio 08 15h No inicio falou que estava indisposta achava que n o ia participar A pesquisadora falou que ela poderia ir depois Ela pensou em ir tomar um banho mas desistiu e resolveu ir logo fazer o trabalho do ltimo momento criativo expressivo Se mostrou bem em todo o processo n o se queixando mais depois que iniciou o trabalho com a massa de modelar Demorou um pouco para concluir elaborando mais o seu trabalho com detalhes construir sua fam lia representando o marido e o filho que vai nascer e a filha Vit ria No final da sua fala sobr
56. e enfrentadas dando in cio ao processo terap utico Esse subsistema inclui o indiv duo a fam lia a rede social e os membros da comunidade pr xima Santana 2000 p 113 ao estudar os significados e subjetividades no corpo do ser diab tico ressaltou que a postura familiar considerada muito importante para o bom resultado do tratamento pois a fam lia tem import ncia vital para que o diab tico aceite melhor sua doen a Se houver colabora o da fam lia a uma vis o positiva a respeito da doen a Certamente esse indiv duo desenvolver um enfrentamento mais trangiilo de sua doen a Ser uma pessoa mais segura em viver seus momentos de incertezas medos e alegrias do seu cotidiano Esses significados trazem mais uma vez os pressupostos de Heidegger quando afirma que para compreender o homem preciso compreender que ser no mundo ser com os outros O relacionar se com o outro de maneira envolvente e significante implica em ter preocupa o para com o outro considera o ter paci ncia com o outro e significa cuidar O ser com constitui o ontol gica da pre sen a e significa cuidado Portanto o estar com o outro possibilita condi es para que eu possa compreender e ver como o outro v sente pensa e se expressa na rela o HEIDEGGER 2000 Nena foi uma das participantes que durante a entrevista n o conseguiu se expressar com nfase afirmando em alguns momentos que n o sabia o que responder Demonstr
57. e significados atribu dos a essa nova viv ncia altera es de ritmo de vida e de pap is colocando se disposi o da mulher e da fam lia atores principais da gesta o e do parto atendendo a suas reivindica es e d vidas orientando os e buscando compreend los e ajud los no enfrentamento dessa nova situa o 24 Assim corroboro os dados da literatura quando os pesquisadores declaram que as gestantes hospitalizadas com diagn stico de DG necessitam de assist ncia especializada na sua maioria de cuidados mais complexos encontrados nos n veis de assist ncia secund rio e terci rio BRASIL 2000 como por exemplo na Maternidade Escola Assis Chateaubriand MEAC local de interna o das gr vidas participantes desse estudo Assim quando prestamos cuidado gestante com complica es importante compreend la em sua totalidade e n o apenas supervisionar os riscos A viv ncia de uma gravidez com DG caracteriza se por um processo extremamente complexo e diversificado individual e social que se estende esfera familiar social e do casal no qual v rios fatores interagem entre eles a hist ria pessoal os antecedentes gineco obst tricos a aceita o da gravidez as condi es socioecon micas culturais e emocionais al m das condi es de acesso aos servi os de sa de e a qualidade do cuidado prestado dessa maneira um evento que pode gerar situa es de crises que envolvem transforma es fisiol
58. eficaz para prevenir repercuss es perinatais A conduta cl nica tem como objetivo a euglicemia materna mantendo m dia glic mica materna lt 100mg dl para que o resultado da gesta o seja um rec m nascido vivo de termo com peso adequado para a idade gestacional e livre de malforma o As pesquisadoras reiteram a import ncia da presen a de uma equipe multidisciplinar envolvida no cuidado dessas gestantes incluindo diabet logo obstetra enfermeira nutricionista fisioterapeuta e neonatologista Por m a gestante deve ser a protagonista principal Na MEAC UFC as gestantes portadoras de diabetes s o admitidas com diagn stico pr vio a partir da avalia o no pr natal ou de acordo com alguma altera o nos exames realizados nesse per odo sendo encaminhadas para a confirma o ou esclarecimento do diagn stico Com a interna o a paciente realiza o primeiro exame teste de toler ncia glicose TTGO 50g que se alterado deve ser repetido em seguida com 100g de glicose Dando continuidade investiga o a clientela inicia o perfil glic mico que consta do exame da glicemia capilar realizado em um esquema padronizado segundo protocolo no servi o exame realizado cinco vezes ao dia nos seguintes horas 11 14 17 21 06 O hor rio e a dieta das pacientes portadoras de diabetes segundo a rotina hospitalar em foco s o diferenciados A dieta fracionada com ingest o de alimentos a cada 3 horas ad
59. eu estar vivendo aquele momento muito dif cil querer ainda mostrar que a situa o poderia ser ainda muito pior E eu fico dizendo n o n o t o assim n o A eles ficam dizendo assim E porque voc muito forte Eu digo n o mas essa for a acho que Deus que me d pequena pausa para a realiza o do teste de glicemia capilar e aplica o de insulina pela enfermeira Em seguida a paciente continuou Nesse momento de afli o na vida da gente n o s no momento de doen a mas no momento de uma not cia dif cil um problema na fam lia Deus que te conforta mais Deus que te fortalece Gra as a Deus eu sou muito confiante em Deus Deus sempre me trouxe muitas gra as muitas maravilhas Eu acho que mais do que tudo mesmo a gente viver um momento desses a f que consegue realmente nos fortalecer nos d essa coragem Eu n o sou muito de baixar a cabe a diante dos problemas n o Eu gosto mesmo de vivenciar aquilo 190 ali e na confian a de que vai ter resultado N o voc entrar em um jogo tendo o pensamento da derrota Eu n o eu gosto de entrar no jogo mas com o pensamento da vit ria E vou me esfor ando para isso 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o primeiramente Deus eu acho que a nossa for a interior que n s adquirimos para poder superar os nossos problemas vem de Deus principalmente e a fam lia tamb m Porque eu sei que eu n
60. eu estou com fome a aparece a dor de cabe a a quando eu como passa Eu realmente ainda n o estava acreditando que eu estava com diabete Eu dizia n o eu n o sou n o diab tica o povo est me enganando Mas agora eu vou ter que ter mais cuidado n Quando eu voltar para casa eu n o vou comer tudo n Devem passar uma dieta para mim n a eu estou comendo sem sal sem nada E em casa se eu for eu n o vou fazer isso que eu n o vou mentir sorrisos o neg cio agora controlar E como foi para voc participar desse momento hoje Foi muito bom eu poder demonstrar em uma figura o que eu estava sentindo Quando voc mandou eu desenhar eu pensei logo assim eu vou desenhar as coisas que eu comia e agora eu n o vou poder mais comer Por enquanto n E vou poder comer tudo um pouquinho N o tudo n o a car essas coisas nem a gente n o tendo diabetes n o bom comer a car Por enquanto a diabetes na gesta o n o E se passar a ser depois a uma mudan a de comportamento para um futuro melhor OBS A paciente Rosa saiu de alta no dia 02 06 07 logo ap s nosso segundo momento criativo e expressivo para acompanhamento ambulatorial mas retornar com uma semana comprometendo se a finalizar o ltimo momento criativo e expressivo 3 Momento criativo e expressivo Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Transcri o da fala da colaboradora ap s concl
61. ficar afastado dos familiares do lar do trabalho e do seu mundo vida anterior ao diagn stico e interna o E por fim nas novas rela es estabelecidas no ambiente hospitalar transformando esse per odo em momentos de trocas autoconhecimento ajuda m tua e compartilhamento dos problemas e alegrias A viv ncia de uma gravidez de risco despertou nessas gr vidas atitudes de busca de supera o do problema por meio de mudan as nos h bitos de vida atrav s da inclus o de novos comportamentos saud veis para elas e seus familiares prevenindo a diabetes tipo 2 ou outras doen as cr nicas Por m revelaram tamb m experi ncias de sofrimento como o medo da morte extensivo tamb m ao beb ang stia depress o inseguran a desespero tristeza com um diagn stico inesperado e a necessidade de interna o que em muitos casos foi a primeira experi ncia especialmente quando esse epis dio vinha acompanhado do afastamento dos filhos pequenos Essa dist ncia provocou muitos momentos de choro s abrandados pelo suporte dos familiares atrav s da comunica o at mesmo por telefone com essa rede de apoio com a grande f em Deus e os resultados do tratamento As pr ticas de arte terapia para essa clientela foram consideradas um evento importante para reflex o relaxamento express o potencializada e ajuda para o tratamento e perman ncia no hospital Ter diabetes gestacional portanto trouxe experi ncias que provocaram mudan
62. financeiros dom sticos Vale ressaltar ainda que se por um lado a DHEG restringe a alimenta o em rela o ao conte do s dico o diabetes limita o h bito alimentar em rela o aos doces e massas dieta bastante apreciada entre as gr vidas Portanto os problemas f sicos sociais e psicol gicos acarretados pelo diagn stico do DG e a obrigatoriedade da interna o hospitalar para acompanhamento da sa de materna e fetal me estimularam a investigar essa patologia que dentre as encontradas no ciclo grav dico puerperal classificada como uma das mais graves A gravidade do diabetes n o 17 reside apenas na restri o de sa de mas tamb m na mudan a do estilo de vida e nas incertezas quanto ao progn stico materno fetal O diabetes gestacional um s rio problema de sa de p blica uma das s ndromes metab licas mais frequentes Salomon 2004 ressaltou em seu estudo pesquisas revelando que o diabetes mellitus a complica o cl nica mais comum na gravidez estimando se que o DG represente aproximadamente 90 de todas as gesta es complicadas por diabetes mellitus ficando os 10 restantes com as outras formas de diabetes particularmente o diabetes tipo 1 e tipo 2 com diagn stico pr vio gravidez Esses n meros justificam o interesse dos diversos estudos sobre o diabetes mellitus gestacional na tentativa de ampliar os conhecimentos sobre testes diagn sticos NAYLOR et al 1997 controle glic mico GARNER
63. foi tr s vezes ao posto para consulta e s conseguir ser atendida na terceira vez Nas duas idas n o foi atendida devido falta da profissional m dica que realiza o pr natal descoberta do diagn stico no 5 m s veio encaminhada para o servi o materno fetal da MEAC UFC Realizou apenas duas consultas e foi encaminhada para interna o na cl nica obst trica da MEAC UFC com exames alterados glicemia e press o arterial elevadas Admiss o 17 04 07 Entrevista 3 Claudia 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Eu acho ruim n porque voc corre risco voc tem que ficar aqui hospitalizada Certo que um hospital bom mas nada como a casa da gente e as pessoas ficam fazendo muito medo que a gente vai perder o beb por causa do diabetes a gente se preocupa demais O pessoal que fica internado mesmo ficam dizendo que j conheceram gente que morreu de diabetes que ficou gr vida a voc fica com medo Tem horas que voc ca em desespero mesmo chora e tudo n isso a gente sabe que isso acontece n e eu acho que estou sendo bem assistida aqui por enquanto vou levando devagar 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Ah eu chorei muito quando ele falou que eu estava com diabetes gestacional e que eu tinha que ficar hospitalizada Eu sa daqui chorei muito chegu
64. influencia n o sei se realmente assim no verdadeiro n mas assim o tudo mesmo depois da descoberta isso a n Mas assim ao saber que tinha o tratamento a gente fica contente come a o tratamento a gente fica contente mas fica querendo ver os resultados chegarem mais r pido n e quando n o chega a gente fica assim Quando elas chegam e conversam est falando dos profissionais da cl nica a voc sabe da situa o foi bem esclarecido voc entende que porque assim lento mas voc fica criando expectativas n o mas amanh vai estar melhor mas amanh vai estar melhor A quando vem o dia seguinte e voc v assim que o que tinha dado mais baixo est dando mais alto est se referindo aos resultados do teste de glicemia capilar um breve sorriso a voc volta para aquele est gio de abatimento mas no fundo no fundo eu estou na expectativa de que eu n o vou querer eu fico dizendo n o vou ficar imaginando qual o dia que eu vou n o vou mas a gente acaba que sorriso imaginando querendo fazer as contas fazendo planos mas se Deus quiser vai dar tudo certo Se Deus quiser o cora ozinho vai ficar s batendo assim com muita alegria 2 E como foi trabalhar hoje aqui na oficina Eu achei gostoso relaxante tamb m mesmo assim eu imaginando sentimentos na hora que voc estava fazendo o trabalho manual mas voc est agindo acaba que voc estivesse se ajudando como se voc
65. informa es p de iluminar os resultados obtidos nessa investiga o auxiliando me na compreens o do fen meno Triangula o definida como um procedimento utilizado para demonstrar verificar confirmar ou at provar um fato acontecimento Prop e se a verifica o controle da integridade das infer ncias descritas em um trabalho de campo na investiga o Envolve a utiliza o de m ltiplos dados da pesquisa m ltiplos investigadores m ltiplas perspectivas te ricas e ou m ltiplos m todos O ponto central do procedimento examinar a conclus o dos pressupostos dos questionamentos a partir de v rias perspectivas em detrimento de um s ponto de vista SCCHWANDT 2007 57 Vale ressaltar que durante o trabalho p de se observar o destaque em alguns momentos entre as falas das colaboradoras as express es da pesquisadora intercaladas em trechos com uso de par ntese 3 7 Aspectos ticos e legais da pesquisa Conforme Resolu o n 196 96 do Conselho Nacional de Sa de todo procedimento de qualquer natureza envolvendo seres humanos cuja aceita o n o esteja ainda consagrada na literatura cient fica ser considerado como pesquisa e portanto dever obedecer s diretrizes da presente Resolu o BRASIL 1996 Obedecendo ao rigor cient fico a constru o de informa es iniciou ap s a aprova o do projeto pelo Comit de tica em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand Universidade Federa
66. interpreta es do m todo fenomenol gico utilizando se das experi ncias das outras 46 pessoas para compreender o profundo significado dessas experi ncias no contexto de todas as experi ncias humanas VAN MANEN 1990 BAKER WUEST STERN 1992 Do ponto de vista fenomenol gico n o se trata do registro simb lico de uma intera o que se estabeleceu mas representa um aspecto integrante de um encontro falado A quest o da pesquisa na constru o de informa es nos estudos fenomenol gicos deve assegurar a liberdade de no es preconcebidas expectativas e molduras A entrevista deve ser ampla aberta e com o prop sito de evitar influenciar os entrevistados a responder qualquer coisa sem sentido BAKER WUEST STERN 1992 O sujeito colaborador nem sempre est disposto a despir se Relatar temores fantasias e aspira es ntimas requer um despojamento dif cil de ser conseguido em um primeiro encontro Por esse motivo neste processo investigat rio foi proposta uma sucess o de encontros para que pesquisador e colaborador conseguissem um bom n vel de relacionamento o m tico rapport que permitisse a emerg ncia e produ o das informa es consideradas relevantes Contudo importante ressaltar que o sil ncio a retic ncia s o t o expressivos quanto as palavras e parte se do pressuposto de que em uma entrevista o entrevistado traz a sua problem tica para resolv la e portanto tem o maior interesse em contar t
67. ligando toda a hora 206 5 Como tem sido a sua viv ncia rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes Muito bem tratada n o esperava tudo isso Muito educados falam com a gente faz os exames da gente direitinhos porque tem lugares hospitais por a que n o fazem n o Aqui tratam muito bem as pessoas Aqui o contrario do conjunto cear que as pessoas tratam a gente muito mal no hospital principalmente no conjunto cear A gente vai perguntar ningu m sabe o que ningu m faz nada ah n o sei n o Ningu m informa nada N o porque eu queira babar aqui n o porque eu tamb m me trato l No cardiologista n o l timo Mas as outras coisas precisaram de l v o com a maior ignor ncia mas aqui n o tudo a emerg ncia eu fui uma vez na emerg ncia fui muito bem tratada aqui Eu estava com a press o alta tanto que eu n o fui nem a de l eu prefiro vir a daqui j venho logo para c Porque l nem me atenderem eles querem quando eu estou com alguma coisa Com as outras pacientes das cl nicas eu n o tenho nada contra elas s o todas legais Uma boa rela o elas ajudam quando eu estou s a menina me ajuda a descer da cama hoje uma me ajudou a tomar banho porque eu s uso sapato n Elas me ajudam muito 6 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada Eu nem sei dizer sorrisos uma coisa assim t o inesperada n As vezes e
68. mais Por enquanto n o Por enquanto n o posso mais um breve sorriso E como foi para voc participar desse momento hoje Foi bom foi timo me distraiu mais ainda E a sua companhia muito boa n Sorrisos Voc EN uma pessoa muito legal que a gente conversa pergunta e voc responde tem uma resposta para gente N o como as pessoas que a gente fala n o t m n resposta para d Eu adorei 3 Momento criativo expressivo Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Aqui porque falando do seu trabalho onde construiu uma mulher gr vida mesmo que venham visitar a gente a gente se sente s aqui um hospital n Mas pensando no meu filho me alivia mais Essa sou 202 eu Aqui meu sobrinho porque ontem eu falei com ele e ele chorou falei por telefone porque ele pequeno M e quando que voc vem Ele me chama de m e aqui representa ele falando do boneco que fez de massa de uma crian a Aqui representa que eu estou sentindo vontade de ver o sol as plantas passear um pouco Aqui um lugar especial me referindo a um desenho uma pracinha que tem perto l de casa que eu levo eles para passear de tarde os sobrinhos A minha filha muito dif ci
69. meu preparo para realizar e trabalhar com esses materiais e questionei a opini o dessas pacientes j que estamos constantemente sofrendo interfer ncias das mesmas querendo participar ficar na sala saber do que se trata perguntando porque elas n o podem ficar para participar A paciente se mostrou muito trangiiila confiante gostando de participar e realizar o trabalho Referiu que estava no banho quando uma paciente chegou falando dos riscos de sua gravidez como faziam anteriormente deixando a apreensiva e com muito medo Nesse momento a colaboradora referiu que n o tinha mais medo e saiu sem dar ouvidos ao que a outra paciente falava Demonstrou autoconfian a e seguran a o que me deixou feliz pela sua mudan a de comportamento e atitude diante das adversidades 204 Foi oferecida a massa de modelar A paciente se mostrou bem vontade no manuseio do material Logo ap s a explica o iniciou o trabalho Sempre estamos recebendo pacientes internadas na clinica que entram na sala e perguntam o que estamos fazendo o que significa isso quer permanecer na sala fica um pouco olhando e depois sa Al m da massa de modelar foram tamb m oferecidos l pis de cor giz de cera colas purpurinadas e coloridas suporte para o trabalho papel 40kg pois dessa forma a paciente poder ficar com o trabalho No final do ltimo momento nos despedimos a paciente lamentando que fosse o ltimo dia que esperava tamb m em brev
70. modelar Ao ser questionada sobre o significado da gravidez da ocorr ncia de diabetes gestacional e a viv ncia da interna o Estrela deixou transparecer mesmo com poucas palavras a import ncia e o grande desejo de engravidar S de eu lembrar que eu estou com uma crian a uma crian a que eu desejei muito n Estrela Estrela foi uma das tr s participantes do estudo que desejaram a gravidez e planejaram o evento suspendendo o m todo contraceptivo Gr vida aos 34 anos na terceira gesta o e com dois filhos vivos sem diagn stico anterior de diabetes gestacional apesar de ter revelado durante a confirma o dos dados colhidos na pesquisa documental hist ria de rec m nascidos com 3 900 kg e 4 250 kg e hipertens o arterial na segunda gesta o Al m desses achados fez alus o ocorr ncia de diabetes em sua hist ria familiar ao confessar que a av materna era 62 portadora da doen a Mesmo com esse passado obst trico e o hist rico familiar planejou a terceira gesta o Vale ressaltar que Estrela era a nica colaboradora que concluiu o n vel m dio exercendo a profiss o de professora no interior do estado onde reside com a fam lia Assim era uma das participantes com maior n vel escolar e em virtude de sua forma o pedag gica demonstrou facilidade de express o em todos os momentos de constru o das informa es Dentre os trabalhos elaborados nas pr ticas de arte terapia registro a seguir
71. mostraram se surpresas com os resultados positivos encontrados Por m com a continua o da descri o do fen meno estas profissionais demonstraram satisfa o em compreender que aqueles significados realmente condiziam com a realidade vivenciada no seu cotidiano profissional e esclareceram que a indaga o anterior estava relacionada diferen a de atitude observada entre as gestantes diagnosticadas com diabetes gestacional e as que j s o portadoras de diabetes mellitus e engravidam No caso dessas gestantes j diagnosticadas com diabetes mellitus que engravidam a rea o observada por essas profissionais de rejei o com manifesta o de grande revolta n o aceita o da terap utica n o se importando com os resultados do tratamento solicitando alta mesmo sem condi es de sa de Portanto naquele momento as profissionais tra aram 56 um perfil dos dois tipos de pacientes e inferiram que as gestantes com diabetes na gravidez talvez devido possibilidade de tratamento e cura tenham uma atitude positiva de aceita o e supera o do problema contribuindo sobremaneira durante todo o percurso da interna o A valida o desses significados com a profissional arte terapeuta psic loga e fil sofa se deu atrav s da leitura e discuss o dos achados com a aplica o da arte terapia no estudo bem como a orienta o no embasamento te rico filos fico que norteou a an lise Em seguida busquei respaldo em Gome
72. na concep o desse h bito adoro cozinhar principalmente novidades tipos de comidas diferentes at mesmo ingredientes que n o existem eu procuro fazer eu dou o maior valor cozinhar Mas aqui se referindo s figuras do trabalho que realizou eu botei que gosto muito de tudo n Agora eu n o posso comer tudo colou ao lado um prato com frutas L cia gosto mai a Pavelpal mente Um ba Ja apat EN E Es a Figura 25 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia L cia L cia relatou seu prazer pela cozinha por m confessou que apesar de gostar de uma grande variedade de alimentos n o era mais permitido desfrutar de tudo que gostava partindo em busca de h bitos saud veis como a introdu o de frutas no seu card pio di rio O h bito de se exercitar como fazer caminhada ou outras atividades saud veis come a tamb m a entrar no imagin rio de uma das gestantes participantes do estudo como tentativa de preven o n o s do diabetes mas de outras doen as no futuro ilustrado por Beatriz durante as pr ticas de arte terapia atrav s do recorte e colagem de uma mulher praticando yoga 124 Figura 26 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico DG 2 e 3 pr ticas arte terapia Beatriz Beatriz expressou em um s trabalho sua vida antes e ap s o diagn stico de diabetes gestacional descrevendo cada fase que vivenciou de acordo com as fotos coladas no cartaz admitindo
73. na constru o da sa de emocional desse grupo apoiando protegendo e transmitindo seguran a Portanto o enfrentamento da gravidez de risco contou com o suporte desse grupo de apoio mesmo atrav s dos contatos por telefone quando essas fam lias residiam no interior do estado ou estavam impossibilitadas de comparecer aos hor rios pr estabelecidos de visitas Essa presen a mesmo na aus ncia f sica minimizou os sintomas desagrad veis apresentados durante o percurso da gravidez de risco e influenciou de maneira positiva as atitudes cotidianas dessas gr vidas durante a interna o contribuindo e participando ativamente do tratamento A presen a de profissionais competentes e preocupados com a sa de f sica e emocional dessas clientes tamb m contribuiu como pr requisito para o bem estar o sentimento de trangiiilidade e seguran a das gestantes confortando e justificando a perman ncia no ambiente hospitalar A consci ncia da efetividade da terap utica atrav s dos 152 resultados dos exames refor ou esses significados e renovou a esperan a do nascimento de um concepto saud vel desejo de todas as integrantes do estudo As perdas anteriores intensificaram os sentimentos de ansiedade e medo com a ocorr ncia de outra gravidez de risco e propiciaram com as chances do tratamento a esperan a de um parto sem problemas e com o retorno feliz para casa e esses significados foram por algumas vezes retratados nos trabalhos art sti
74. o s experi ncias vividas requer que o pesquisador aproxime sua quest o de pesquisa a uma maior aproxima o com a vida para levar o sujeito que est vivenciando a circunst ncia ao lugar onde de fato est envolvido no seu mundo Mediante esse aspecto o processo de constru o de informa es deve preservar a espontaneidade dos sujeitos que vivenciam a experi ncia OILER 1982 As pessoas que vivem a experi ncia s o fontes de dados o que as pessoas falam ou escrevem sobre suas experi ncias tem muita import ncia como suas a es gestos as express es na arte no humor e em outras formas de comunica o A pesquisa fenomenol gica est dirigida para significados ou seja para express es claras sobre as percep es que o sujeito tem daquilo que est sendo pesquisado as quais s o expressas pelo pr prio sujeito que as percebe Ao se concentrar nos significados o pesquisador n o est preocupado com fatos mas com o que os 44 eventos significam para os sujeitos da pesquisa MARTINS BICUDO 1989 p 93 Optei por trabalhar em particular com cada gestante ap s observar a din mica de admiss o e alta da clientela e verificar a dificuldade que teria de reunir um grupo de gestantes no mesmo per odo para realizar todas as t cnicas escolhidas na constru o de informa es O instrumental o artif cio utilizado para colher as informa es sobre o fen meno que se pretende compreender MOREIRA 2004 Dessa f
75. o antes do diagn stico de DG foi submetida interna o para interven o cir rgica que corrigiu a incompet ncia istmo cervical problema obst trico que se n o acompanhado devidamente leva ao parto prematuro ou mesmo ao abortamento A incompet ncia cervical uma condi o que se caracteriza por perda fetal recorrente no segundo trimestre da gravidez em consegii ncia de insufici ncia do sistema de oclus o do colo uterino BITTAR PEREIRA LIAO 2008a Este discurso foi decorrente da pergunta relacionada ao significado da gravidez do diagn stico de DG e da conduta diante da interna o hospitalar Percebe se portanto a import ncia e o planejamento da gravidez confirmado durante a an lise dos dados na pesquisa documental mesmo com hist ria anterior de partos prematuros e bito neonatal Fato semelhante ocorreu com a paciente Nena que durante a ltima pr tica de arte terapia trabalhando com massa de modelar demonstrou a import ncia da gravidez como um evento significativo para a chegada de mais um membro na fam lia tentando portanto superar a ocorr ncia do DG o que compreendemos ao olhar a foto do trabalho realizado e ao ouvir a fala da gestante interpretando a sua escultura 65 Figura 2 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 3 Pr tica de arte terapia Nena Aqui a minha filha que est em casa aqui o meu marido e aqui o que vai chegar n J tem nome Pensei neles q
76. o estou s Eu sei que se eu estou sofrendo a minha fam lia tamb m est sofrendo comigo est me dando apoio est sempre querendo demonstrar que eu sou sempre querida que eu n o estou s mesmo distante mas que eles est o perto de mim todos eles dizem que est o rezando muito por mim eles fazem ora o junto por mim Eu estou fazendo a minha parte e eles est o fazendo a parte deles Mas mais do que tudo Deus e a minha fam lia que est perto de mim me dando essa for a 9 Voc gostaria de dizer mais alguma coisa Eu acho que isso que eu estou vivendo vai ser uma grande li o na minha vida Porque voc passar por um momento dif cil momento assim porque quando voc sabe de uma not cia dessas uma not cia que te apavora mas assim mas que voc est vendo que voc est conseguindo superar Gra as a Deus que eu estou tendo oportunidade desse tratamento Eu achava assim a minha vontade de me tratar eu tinha demais Quando eu fui encaminhada no primeiro momento para ir para casa quando eu vim atr s de uma vaga no hospital e n o teve o final de semana l em casa eu imaginava assim que a vontade de vir para c de estar l internada eu tinha e essa for a eu tinha de vir de estar aqui O meu medo maior era de n o ter a oportunidade de um tratamento para mim Porque se n o fosse uma coisa assim gratuita eu n o sei se eu teria condi es de pagar Ent o assim mas do que tudo eu saber que eu tive o
77. o grupo de mulheres gr vidas de alto risco no momento em que Nietzsche diz ter sido sua sa de o que impediu seu esp rito de paralizar se em uma nica perspectiva de acomodar se em um estreito e nico ponto de vista O fil sofo avaliou que foi um sinal de grande sa de o ter podido experimentar diversos modos de querer sentir e pensar e a viv ncia da enfermidade possibilitou um modo mais aprofundado de questionar Assim v a doen a como a oportunidade de divisar problemas com os quais at ent o nunca havia se deparado O fil sofo ao analisar suas viv ncias percebeu que seus epis dios de enfermidade serviram de estimulante luta dos impulsos e lhe possibilitaram adotar diferentes perspectivas a sua vida MOREIRA 2006 p 51 Mas ressalta que necess rio ser sadio o bastante para que a doen a possa ser um estimulante da vida e essa vis o se obt m tamb m atrav s das escolhas como alimenta o recrea o e companhias O fil sofo relata que 148 tamb m se entregou doen a mas conseguiu despertar e descobriu atrav s das suas experi ncias que s o v rios os caminhos abertos pela doen a s o diversas as dire es apontadas pelo sofrimento MOREIRA 2006 p 59 No final do processo de constru o das informa es a paciente Flor agradeceu pela oportunidade de participar das pr ticas de arte terapia que para ela foram de grande contribui o para seu bem estar e apoio para superar a situa o
78. o realizadas sempre com m sica suave Ao finalizar cada pr tica ser facultada a palavra a cada participante solicitando al m da livre express o de sentimentos uma breve avalia o do momento vivido Ao final de cada pr tica durante a express o verbal ser solicitada a permiss o para grava o e o registro fotogr fico do trabalho expressivo e criativo realizado sem identifica o da paciente Cada pr tica vivencial ter a dura o de uma hora ficando a paciente livre para encerrar antes ou se prolongar mais um pouco caso sinta necessidade AP NDICE I TRANSCREVENDO AS ENTREVISTAS MOMENTOS EXPRESSIVOS Entrevistada 1 rica Diagn stico DMG HAC DIH 18 Dados S cio demogr ficos Idade 31 anos Estado civil Casada Tempo de relacionamento 3 anos e 4 meses Natural de Acara Ce Grau de Instru o 2 grau completo Profiss o Do lar Il Hist rico Obst trico N mero de gesta es 01 HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 37 sem 1d US 35s 6d Gravidez planejada N o Gravidez desejada Sim Uso de m todo anticoncepcional N o 180 CRIATIVOS E Obs tinha micropolicistos no ov rio foi informada da impossibilidade de engravidar pelo m dico Pr natal sim In cio 3 m s no interior Descoberta do diagn stico no 5 m s veio encaminhada a capital para interna o Entrevista 1 RICA 1 O que significa para voc estar gr v
79. penso que alguns claro que todo dia eles n o v o poder vir me visitar n Trabalham os hor rios s o diferentes mas eu creio que vem Alguns vem me visitar sim e para mim est tudo bem Eu ficando bem e o 249 nen tudo pelo uma pra gente pra mim ter normal n ficar bem a gente tem que sacrificar um pouco E tem como falar por telefone 5 Como tem sido sua viv ncia junto com os profissionais e outras pacientes Foi tudo bem eles atendem a gente muito bem s o muito atenciosos e com as pessoas que est o na sala comigo eu me dei super bem Estou me dando bem at agora Isso tem sido bom eles tratam a gente muito bem 6 Que significados tem ter uma gravidez de alto risco e estar internada E porque uma gravidez que eu j estou assim no 8 m s j passei para os nove meses e n o tem assim mais como voltar atr s ter paci ncia e esperar Mas um pouco dif cil E porque voltar atr s N o porque se eu soubesse que eu ia ter DG sabe eu teria tido mais cuidado me prevenindo para n o ficar mas uma coisa que aconteceu 7 Quais os sentimentos decorrentes dessa nova situa o Sim eu penso que eu fico pensando em ter logo o nen Para saber o que vai acontecer sabe se vai ser tudo bem se t tudo bem com ele Ave Maria eu fico rezando para esse menino chegar logo para passar N o porque eu me preocupo com ele E um sentimento de preocupa o me
80. portadoras de diabetes gestacional estudadas A autora relacionou o desencadeamento desses dist rbios ao conhecimento do diagn stico e de suas complica es Para Moretto 2001 p 69 na presen a de diabetes na gesta o o medo se acentua principalmente quando as gestantes conhecem as consegii ncias da doen a na gesta o o progn stico a m dio e longo prazos na vida bem como as consegii ncias que podem acarretar sa de do beb O discurso de uma participante desse estudo mostrou a semelhan a desses significados para aquelas que vivenciam o mesmo problema do diagn stico de uma doen a grave na gesta o sabendo dos casos de diabetes de pessoas que ficaram cegas de casos mais graves deve t com medo DNE A autora tamb m revelou o medo provocado pelo diagn stico nessas mulheres e o impacto nas suas vidas no momento do diagn stico As falas das participantes do estudo de Moretto 2001 sinalizaram esses significados tamb m semelhantes aos das gestantes que contribu ram nesse estudo no come o fiquei apavorada com medo por causa do diabete tenho medo de faltar tenho medo de morrer DLO horr vel pois nunca imaginei que tivesse isso DSA Evans e O Brien 2005 tamb m revelaram que inicialmente o diagn stico deixa as gestantes em estado de choque amedrontadas e ansiosas Para Moreira Nogueira e Rocha 2007 adoecer pode ser uma situa o desestabi
81. que pudesse me colocar um limite n o tinha nada que me fizesse parar para pensar em mim n J ssica A paciente relatou sorrindo que a pintura elaborada retratava o que ela estava sentindo antes do diagn stico de diabetes gestacional bem alegre E ao tentar demonstrar seus 126 sentimentos atrav s do trabalho complementou que aquele bem estar estava ali representado atrav s do colorido da sua produ o de arte Por m o diagn stico do DG e a interna o transformaram suas atitudes e express es ao responder durante a entrevista sobre o sentido da gravidez de risco e da hospitaliza o O sentido que tem que eu tenho que me cuidar mais s o que eu estou pensando que eu falhei em algum momento na minha sa de e o sentido que me apresentou agora essa diabetes foi esse daqui para frente fazer o melhor para mim e o beb Mesmo depois que ele nascer eu vou ter que me cuidar bastante J ssica A paciente reafirmou as mudan as de comportamento que estava vivenciando ap s a descoberta do DG ao responder sobre os sentimentos decorrentes dessa nova situa o partindo para o enfrentamento e busca da supera o do problema evitando assim novos agravos sa de no futuro A princ pio veio o sentimento de culpa Eu me senti culpada por estar passando por isso E no decorrer da situa o eu estou aprendendo a me conscientizar da minha vida o que foi que eu fiz com a minha sa de e o porqu eu estou a
82. rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes Com as outras pacientes est bem n a gente j se conheceu est tudo trangiiilo gra as a Deus Os profissionais est bem tamb m eles me explicam muita coisa me orienta n no pr natal todo m s era um diferente mas est bem Aqui eu s tive contato com uma enfermeira n depois que eu cheguei 6 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada 222 N o sei nem explicar porque eu fico assim nervosa de acontecer alguma coisa assim pior comigo e com o nen porque depois que eu estava gr vida ave maria a coisa que eu mais quero Eu j tive dois n e n o consegui criar Essa aqui se Deus quiser vai me dar vit ria E a Maria Rita vit ria de eu ter e conseguir n 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o s tristeza mesmo sil ncio 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Assim eu eu quero muito o apoio da minha fam lia que tamb m eles me ajudam muito assim me d o for a n para que tudo d certo para que eu consiga ter minha filha n com sa de e criar se Deus quiser Com certeza com a fam lia que eu conto MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 7 F TIMA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesour
83. resultados da glicemia sem altera es de ontem para hoje e prov vel alta se tudo continuar bem para aguardar a chegada do beb em casa Conversou bastante durante a oficina sobre sua vida Bem receptiva e comunicativa Durante a pr tica de arte terapia fez teste da glicemia capilar e foi chamada para CTG mas o m dico concordou em aguardar 2 Momento Criativo e Expressivo Iniciou seu trabalho logo ap s a explica o do objetivo da pr tica N o quis utilizar a tinta guache e preferiu o l pis de desenho Interrompemos o trabalho para CTG Aguardei o retorno Reiniciamos a pr tica 247 quando a paciente finalizou seu exame Fui receber seu lanche da tarde para que ela n o ficasse sem aquela refei o Orientei a para dar continuidade ao trabalho Fez o lanche e realizou o trabalho Utilizou pouca tinta guache Preferiu a revista para recorte e colagem e l pis de cor para desenhar e pintar Desenhou sua casa uma rvore o casal junto quando receberam a not cia uma mulher chorando no colo do marido e refletindo N o utilizou a massa de modelar Complementou seu trabalho anterior com figuras das revistas e desenhos E falou dos dois momentos juntos Entrevistada 12 SANDRA Dados s cio demogr ficos Idade 33 anos Estado civil Casada Tempo de relacionamento 6 anos casada Natural de Fortaleza Grau de Instru o 5 s rie Profiss o Prendas dom sticas II Hist rico Obst trico N mero de gest
84. risco 25 Acredito que estes sentimentos e a percep o da vida que estava minha volta propiciaram meu interesse pela fenomenologia como possibilidade de conhecer melhor a problem tica vivenciada por esse ser com diagn stico inesperado de DG e com a not cia da urg ncia da interna o hospitalar compreendendo mais o seu mundo da forma como ela me permitisse aproximando me cada vez mais de sua vis o e captando melhor seus anseios atitudes sentimentos e significados Outro motivo que refor ou a escolha do assunto estudado foi a conscientiza o da import ncia da tem tica para nossa pr tica profissional que tem o cuidado como objetivo primordial atrav s da compreens o do cotidiano dessa clientela em especial vivenciando a interna o com o diagn stico de DG que a enfermeira ter a oportunidade de refletir sobre o contexto hist rico social e emocional da gestante desvelando caminhos que transcendem o cuidado al m dos limites t cnicos e cient ficos e alargando horizontes com o intuito de alcan ar esse ser N o se pode deixar de refor ar tamb m a justificativa da escolha do tema devido conseq ente necessidade de maior investiga o sobre os aspectos relacionados percep o dessas gestantes de sua condi o revelando as consegii ncias do diagn stico em sua vida e da conduta terap utica permeada de interna es repouso medica es mudan as na alimenta o e supervis o rigor
85. s n a gente nunca se sente realizada quando est longe de quem a gente ama Eu me coloquei n no quarto se referindo enfermaria do hospital que est internada o meu espa o n e coloquei assim uma estradinha e o meu filho e o meu esposo l em casa L cia O momento vivenciado foi considerado dif cil para a gestante por mexer muito com os seus sentimentos e trazer lembran as do filho que ficou em casa Estas lembran as levaram a paciente a chorar e a grava o foi interrompida por instantes extremamente dif cil para uma m e se separar de um filho mesmo que seja para preparar a chegada de um outro As ltimas fotos refor am a profundidade desses sentimentos do significado da maternidade para a gestante e da dif cil miss o para essa mulher dividida entre a separa o de um filho e a espera do pr ximo j t o desejado mesmo que n o planejado Esses discursos fizeram me refletir sobre o significado do estar com o outro pois as fam lias dessas gestantes mesmo na aus ncia f sica estavam presentes vivendo dist ncia o que a paciente vivenciava no ambiente hospitalar a fam lia ent o pre sen a porque segundo Heidegger 2000 p 170 a aus ncia tamb m modo de co presen a A fam lia nesse evento fundamental na constru o da sa de emocional de seus membros apoiando protegendo e transmitindo seguran a O homem para o fil sofo essencialmente exist ncia e a partir do diagn sti
86. seguir Estar gr vida uma d diva de Deus n e para mim muito importante porque foi planejado trinta e oito anos a primeira gesta o o primeiro e tudo n Flor Esta fala foi resultado da entrevista quando a gestante foi questionada sobre o significado da gravidez a condi o de portadora de DG e a viv ncia do cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco O discurso da paciente estava nesse momento embargado de emo o e express o semelhante foi revelada durante sua resposta sobre o sentido desta gravidez de alto risco e da interna o A valora o da maternidade veio em primeiro lugar na resposta da paciente como pode ser constatado a seguir Estar gr vida para mim tudo de bom n tudo que eu sempre quis mas sempre sabendo tendo a hora certa no momento certo Flor Nessa sua express o Flor demonstrou mais uma vez o desejo da gravidez e deixou percept vel uma atitude de quem espera ou aguarda algo ou de alguma forma um planejamento deste momento para que ocorresse na hora certa e segundo suas palavras seria com a chegada da maturidade com o casamento com a pessoa certa e ap s a aquisi o da casa pr pria mostrando portanto todo um preparo para a chegada de um novo membro na fam lia mesmo sem a consci ncia de que todos esses desejos e atitudes isto a espera da ocasi o ideal seja tamb m uma forma de planejamento da gravidez Esses aspectos podem ser reafirmados at
87. ser acometido por uma doen a inesperada no transcurso de uma gravidez pode despertar nas gestantes uma vontade de supera o do problema vislumbrando o parto e o nascimento do beb saud vel com retorno tranqiilo para casa sentimentos respons veis por gerar atitudes de luta para a supera o do problema e mudan as no estilo de vida como se observa nas falas das colaboradoras e nas respostas sobre o sentido da gravidez de risco e a rea o interna o que o tratamento que eu estou recebendo assim tamb m futuramente vai me servir como um guia para minha vida minha sa de porque eu sei que esse problema que eu estou vivendo agora futuramente eu posso evitar outros problemas mais s rios para mim Estrela Em casa eu vou tomar cuidado n N o vou fazer o que eu estava fazendo tomando sorvete comendo tudo o que via Agora n o vou mais fazer isso porque eu sei o que a gente passa o risco que corre tanto para mim como para o meu filho Rosa Esses significados para a colaboradora Rosa foram tamb m retratados nas pr ticas de arte terapia enfatizando o cuidado com a alimenta o como principal motivo de mudan as para uma vida mais saud vel atrav s da mostra de trabalhos de desenho e modelagem como apresentamos a seguir 116 Figura 20 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia Rosa Ao revelar como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional
88. singular e em um per odo de tempo determinado Por essa raz o a escolha da fenomenologia definida como estudo do fen meno Originou se de uma tradi o filos fica destinada a descrever as realidades psicol gicas descobrindo o essencial significado da experi ncia vivida MUNHALL OILER 1986 BAKER WUEST STERN 1992 O significado da palavra fen meno vem da express o grega fainomenon que deriva se do verbo fainestai significando mostrar se a si mesmo Assim fen meno significa aquilo que se mostra que se manifesta MARTINS BICUDO 1989 p 21 Fainestai uma forma reduzida que provem de faino que significa trazer luz do dia Faino prov m da raiz FA entendida como FOS que quer dizer luz aquilo que brilhante Em outros termos significa aquilo onde algo pode tornar se manifesto vis vel em si mesmo A express o fen meno tem o significado daquilo que se mostra em si mesmo o manifesto Fainomena ou fenomena s o o que se situa luz do dia ou que pode ser trazido luz Os gregos identificavam os fainomena simplesmente como ta onta que quer dizer entidades Uma entidade por m pode mostrar se a si mesma de v rias formas dependendo em cada caso do acesso que se tem a ela MARTINS BICUDO 1989 p 22 Como escola de pensamento contempor neo a fenomenologia possui como precursor Franz Brentano sendo no entanto o fil sofo Edmund Husserl 1859 1938 quem formulou as 37 principais linhas desta abordag
89. tinha aquela grande alegria assim foi uma coisa que desde o in cio foi s alegria Assim antes do diabetes era aquele clima mesmo de festa de alegria de luz de brilho eu tentei identificar assim nesse cartaz E ao come ar esse trabalho eu senti isso mesmo que eu estava vivendo s aquele momento de alegria imaginando que tudo estava maravilhoso estava bem e foi muito bom muito bom assim voc refletir sobre isso saber que o que eu estava pensando mas se for uma coisa apareceu o problema mas o problema est sento resolvido de qualquer jeito ainda tenho muito motivo para estar alegre ainda 9 Quer falar desse outro trabalho Aqui estou lembrando de casa Eu moro na zona rural eu a minha casa Ave Maria fam lia para mim uma coisa maravilhosa Gra as a Deus a minha fam lia tem uma boa comunh o A me lembrei do meu esposo que s o que ele lida com o gado acho sorrisos que a felicidade dele o trabalho dele e lidar assim eu tenho a minha casa como um conforto uma coisa maravilhosa muito simples mas um lugar que me deixa muito feliz n o tem lugar melhor do mundo do que quando estou em casa com a minha fam lia reunida Eu gosto muito at assim as meninas gostam muito daquela coisa Porque as vezes a gente come muito em frente a televis o Mas assim de vez em quando a minha filha mais velha diz assim m e vamos comer todo mundo na mesa A ela vai ajeitar a mesa comigo e tudo e de
90. um beb representando o filho que vai nascer Fica nesse momento declarado o suporte apoio porto seguro o sentimento de encontro e elo com a fam lia para esta mulher A fam lia e as pessoas pr ximas s o influ ncias expressivas para um viver mais saud vel concluiu Francioni e Silva 2007 ao estudar sobre o processo de viver saud vel de 67 pessoas com diabetes mellitus atrav s de um grupo de conviv ncia pois a fam lia atua como um pilar forte para continuar na luta de enfrentamento de uma doen a que traz limites mas contando com o apoio e o estar junto sempre poss vel viver de forma mais saud vel e ter melhor qualidade de vida Ap stolo et al 2007 estudando a rela o entre as vari veis caracterizar a incerteza na doen a e a motiva o para o tratamento em diab ticos tipo 2 conclu ram que os pacientes revelam menos incerteza em rela o expectativa de apoio s cio familiar Assim estes resultados mostram o apoio familiar sentido pelos pacientes com quem lhes permitido expressar as emo es influenciando positivamente as suas expectativas acerca da doen a tratamento e progn stico Mattosinho e Silva 2007 utilizaram o modelo de cuidado sa de de Kleinman que inclui o subsistema familiar em seu estudo sobre o itiner rio terap utico do adolescente com diabetes mellitus tipo 1 e seus familiares Segundo defini o desse conceito este o local onde as doen as s o primeiramente identificadas
91. um proveniente do segundo momento criativo expressivo que refor a o significado da maternidade para esta mulher executado a partir do tema expressando e recordando a rotina vivida antes do diagn stico da gravidez de alto risco e da interna o Figura 1 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Estrela Estrela representou atrav s da beleza e do colorido da natureza a alegria do momento da gravidez e a comemora o da chegada de um novo integrante ao seu lar antes da not cia do diabetes gestacional Ao interpretar o trabalho apresentou a fam lia composta pelo esposo as duas filhas ela e o beb atrav s de uma flor conforme discurso abaixo Ent o assim como a minha gravidez foi muito desejada eu imaginei a minha gravidez muito saud vel s naquela alegria de saber que ia ter a nen est o nesse desenho estou representando a alegria Esse pezinho de flor est representando a minha fam lia que meu esposo eu as minhas duas filhas e o brotinho aqui que est surgindo certo era toda expectativa era s alegria antes do diabetes era aquele clima mesmo de festa de alegria de luz de brilho Eu tentei identificar assim nesse cartaz Estrela 63 2 Na gravidez desejada e planejada a felicidade o sentimento predominante considerado como aquele que representa o significado de ser m e DOURADO PELLOSO 2007 Sentimento tamb m presente para gesta
92. verdadeiramente aberto para esse encontro profissional cliente e a disponibilidade de ouvir essas gestantes com tantas experi ncias e hist rias de vida para compartilhar Apreendi muito nessa conviv ncia e me sinto mais encorajada e segura para continuar nesse caminho do cuidado com carinho amor zelo Percebo que estive no caminho certo quando me encontrava verdadeiramente presente na rela o de cuidado com essas mulheres e familiares durante meu cotidiano profissional Apreendi que as situa es que n o conseguimos mudar ou reverter e que precisamos vivenciar tornam se mais tranquilas e seguras quando encontramos um outro ser que esteja aberto e presente para compartilhar esse cotidiano 155 As emo es s o um dom incr vel que possu mos para nos informar sobre o que estamos pensando Bob Doyle Figuras 35 Momentos criativos e expressivos SONHAR Sonhar acreditar Sonhar fazer tudo para realizar Sonhar se esfor ar pensar falar e de novo sonhar Um dia voc vai acordar e o seu sonho vai estar l Sarah Maria Fraxe Pessoa 13 05 08 ao acordar 156 REFER NCIAS ABERG A E J NSSON E K ESKILSSON I LANDIN OLSSON M FRID A H Predictive factors of developing diabetes mellitus in women with gestational diabetes Acta Obstet Gynecol Scand v 81 n 1 p 11 16 set 2002 ANDRADE L Q de Terapias expressivas S o Paulo Vetor 2000 180 p AP STOLO J L A V
93. vez em quando a gente faz isso Ent o assim quando a gente vai sentar na mesa a agora depois da gravidez a gente ficava imaginando que tinha as quatro cadeiras que dava exatamente para os quatro que tinha e com a nen a elas ficam dizendo a as meninas gostam muito de ficar contando tem quatro aqui a a menor fica contando tem quatro a a maior diz tem quatro n o a fica a tem cinco tem a nen E quando a nen nascer ela mesmo a menorzinha de tr s anos fica naquela percep o ela vai ficar onde n o tem mais cadeira n o sorrisos eu disse n o mas aumentando a fam lia a gente aumenta o espa o tamb m E assim muito bom o meu lar gra as a Deus e eu estou na expectativa mesmo de voltar para ele bem recuperada e ser muito feliz 193 3 E como foi para voc participar desse momento hoje Ah esse trabalho assim ele vamos dizer ele absorve muito a gente ent o a gente fica muito assim fica com a cabe a tranquila a mente trangi ila Eu acho que isso a de grande ajuda porque quando a gente est l na enfermaria de vez em quando eu converso com uma amiga mas voc tem muito tempo para estar pensando coisas que n o boa principalmente da fam lia e se deprimir e aqui voc est relaxando voc est sentindo assim coisas boas voc est lembrando de casa voc est lembrando do que voc est vivendo mas assim de uma maneira bem criativa que vai assim
94. vinha pedindo bem antes de saber de nada n Pedia sempre a Deus que me desse um bom parto que minhas filhas nascessem com sa de e agora que eu vou me apegar mais a ele n que nesse momento s quem pode me ajudar ele Deus n Porque mesmo que eu tenha m e marido sogra filho mas ningu m vai poder me dar apoio que Deus pode dar n Eu me apego na f que eu tenho em Deus MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevista 9 L CIA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Bem aqui eu botei o que eu gosto de vestir n mostrando o trabalho que ela fez Eu gosto muito de pretinho b sico eu tamb m gosto de vestir roupas leves n Panos tecidos bem leves n A bem aqui se referindo s figuras do trabalho que fez eu adoro cosm ticos a eu botei uma observa o menos esse xampu que eu j usei e n o gostei mostrando um xampu que ela n o gosta Amo muito cuidar do meu lar porque eu gosto muito de limpeza coisas de limpeza para limpar que tenha cheiro a bem aqui se referindo s figuras do trabalho que fez eu tamb m bot
95. visita a tarde noite Est o sempre presentes O apoio da minha filha do meu filho que eu estou esperando do meu marido que me d muito e minha filha que me d muito para eu poder enfrentar Sem eles eu n o sou ningu m Eu conto com o apoio da minha fam lia Principalmente da minha filha n Se n o fosse eu n o sei se eu agi entaria Ela tem me dado muito apoio mesmo Claudia Ah timo minha fam lia direto ligando direto vindo s visitas Isso a eu n o posso reclamar porque a minha fam lia muito unida n tio pai m e marido por ele ele estava aqui comigo direto at dormir ele queria dormir sorrisos Mas infelizmente n o pode n Flor Assim eu quero muito o apoio da minha fam lia que tamb m eles me ajudam muito Assim me d o for a n para que tudo d certo para que eu consiga ter minha filha n com sa de e criar se Deus quiser Com certeza com a fam lia que eu conto F tima Quando o companheiro e a fam lia moram no interior do estado como nos casos de rica Estrela e Lia o contato por telefone muito importante pois evita a sensa o de solid o esquecimento e abandono Se essa comunica o ocorre diariamente as mulheres se sentem acolhidas e entendem a impossibilidade da presen a f sica dos familiares ou amigos As palavras da colaboradora Estrela revelam esses significados em dois momentos da entrevista quando questionada sobre sua viv nci
96. www eerp usp br riae gt Acesso em 1 fev 2007 MAYS N POPE C Qualitative research in health care London BMJ Publishing group 1996 MERCADO MART NEZ F J BOSI M L M Org Introdu o notas para um debate In Pesquisa qualitativa de servi os de sa de Petr polis Rio de Janeiro Vozes 2004 p 23 71 MINAYO M C de S O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sa de 3 ed S o Paulo Hucitec Rio de Janeiro ABRASCO 1994 MINAYO M C de S ASSIS S G SOUZA E R Org Avalia o por triangula o de m todos abordagem de programas sociais 1 Reimpress o Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 MINAYO M C de S et al M todos t cnicas e rela es em triangula o In MINAYO M C de S ASSIS S G SOUZA E R Org Avalia o por triangula o de m todos abordagem de programas sociais 1 Reimpress o Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 cap 2 p 71 103 MOORE T R Diabetes in pregnancy In CREASY R K RESNIK R Maternal fetal medicine 4th ed Philadelphia W B Saunders 1999 cap 55 p 964 995 MOREIRA A B Corpo sa de e medicina a partir da filosofia de Nietzsche 95 f 2006 163 Disserta o Mestrado Departamento de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas Universidade de S o Paulo S o Paulo 2006 MOREIRA A R de L Algumas considera es sobre a consci ncia na perspectiva fenomenol gica de Merleau Ponty Est Psicol
97. 00 cap 4 p 73 95 NAYLOR C D SERMER M CHEN E FARINE D Selective screening for gestational diabetes mellitus N Eng J Med v 337 n 22 p 1591 1596 Nov 1997 NIETZSCHE F W Obras incompletas 4 ed S o Paulo Nova Cultural 1987 Os Pensadores 164 OILER C The phenomenological approach in nursing research Nurs Res v 31 n 3 p 178 181 maio jun 1982 OLIVEIRA M I V de BARBOSA M R de J PESSOA S M F Preval ncia e perfil de gestantes com diabetes em 1999 aspectos para educa o em sa de In SOUZA M A BRAGA V A B FRAGA M de N de Sa de sa de mental e suas interfaces Fortaleza P s gradua o DENF UFC FFOE FCPC 2002 parte 1 cap 3 p 39 46 O SULLIVAN J B Establishing criteria for gestational diabetes Diabetes Care v 3 n 3 p 437 439 May June 1980 OVIEDO A D A pessoa com diabetes do enfoque terap utico ao existencial 2007 164 f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto S o Paulo 2007 PAIVA G J de Religi o enfrentamento e cura perspectivas psicol gicas Est Psicol Campinas v 24 n 1 p 99 104 jan mar 2007 PATERSON B L THORNE S DEWIS M Adapting to and managing diabetes Image J Nurs Sch v 30 n 1 p 57 62 1998 PATERSON B THORNE S CRAWFORD J TARKO M Living with diabetes as a transformational experience Qual Health Res v 9 n 6 p 786 80
98. 10 CLARK WENSTROM 2005 O diabetes melito do tipo 2 resulta em geral de graus vari veis de resist ncia e defici ncia insulina Embora a maioria dos casos ocorra a partir dos 40 anos tamb m acontece em adolescentes obesos Abrange 85 a 90 do total de casos Recentes estudos t m enfatizado a crescente incid ncia de diabetes tipo 2 entre crian as e jovens associado ao aumento da obesidade nos Estados Unidos CLARK WENSTROM 2005 SBD 2006 O tema diabetes tem estado na m dia como uma amea a sa de mundial sendo considerado no momento uma epidemia Segundo a Organiza o Mundial da Sa de OMS os dados da Federa o Internacional do Diabetes IDF s o alarmantes no mundo um novo caso surge a cada cinco segundos propor o preocupante com cerca de 250 milh es de portadores Desse total em torno de 95 t m o diabetes mellitus 2 DM 2 relacionado obesidade e ao sedentarismo No Brasil em 2006 a popula o portadora de diabetes era estimada em 10 milh es GUIMAR ES 2007 A categoria relacionada a outros tipos de DM abrange v rias formas da patologia decorrentes de defeitos gen ticos associados com outras doen as ou com o uso de f rmacos diabetog nicos como defeitos gen ticos funcionais da c lula beta defeitos gen ticos na a o 20 da insulina doen as do p ncreas ex crino endocrinopatias induzidas por f rmacos e agentes qu micos infec es formas incomuns de diabetes imunomediado o
99. 2 Nov 1999 PEREIRA C R R PICCININI C A O impacto da gesta o do segundo filho na din mica familiar Est Psicol Campinas v 24 n 3 p 385 395 July Sept 2007 PERES D S et al Dificuldades dos pacientes diab ticos para o controle da doen a sentimentos e comportamentos Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 15 n 6 nov dez 2007 Dispon vel em lt http www eerp usp br riae gt Acesso em 1 fev 2007 PERSILY C A Relationships Between the perceived impact of gestational diabetes mellitus and treatment adherence J Obstet Gynecol Neonatal Nurs v 25 n 7 p 601 607 Sept 1996 PESSOA S M F Doen a hipertensiva espec fica da gesta o proposta para pr tica de enfermagem PPE 1997 113 f Disserta o Mestrado em Enfermagem Universidade Federal do Cear Fortaleza 1997 165 PESSOA S M F PAGLIUCA L M F DAMASCENO M M C Teoria do cuidado humano an lise cr tica e possibilidades de aplica o a mulheres com diabetes gestacional Rev Enferm UERJ Rio de Janeiro v 14 n 3 p 463 469 jul set 2006 PHILIPPINI Para entender arte terapia cartografias da coragem 3 ed Rio de Janeiro Wak 2004 90 p POLIT D F BECK C T HUNGLER B P Fundamentos de pesquisa em enfermagem m todos avalia es e utiliza o 5 ed S o Paulo Artmed 2004 487 p RIVERO D E ERDMANN A L O poder do cuidado humano amoroso na enfermagem Rev Latinoam Enfe
100. 7 afirma o da vontade que permite a transforma o e a reden o do acaso o resgate do passado e a cria o do futuro a trans form a o do passado FONSECA 2005 p 14 Segundo Fonseca 2005 para Nietzsche todo o ser todos os seres pessoas viv ncias e situa es comp em se de for as e vontades For as ativas e reativas que segundo Deleuze significam vontade de pot ncia que pode assumir nas suas formas ativas vontade afirmativa de pot ncia for a criativa que conquista que e labora inventa constr i futuriza se devir Na sua forma criadora a vontade afirmada a passagem para o futuro trans form a o do passado o querer que liberta a possibilidade de engendramento de novos valores de novos sentidos e de novos efeitos do passado a possibilidade de engendramento do futuro a possibilidade de cria o tendo a mat ria prima a pot ncia do devir o acaso e os consagrados valores sentidos e efeitos do passado FONSECA 2005 Os significados at o momento desvelados pelas colaboradoras do estudo trazem tona o conceito de Amor fati de Nietzsche 1987 quando fala da afirma o da vida e do mundo tal como ele uma filosofia experimental tal como eu a vivo antecipa experimentalmente at mesmo as possibilidades do nilismo radical sem querer dizer com isso que ela se detenha em uma nega o no n o em uma vontade de n o Ela quer em vez disso atravessar at ao inverso a
101. ARES A C A Arte terapia com crian as hospitalizadas 2003 258 f Disserta o Mestrado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2003 VAN MANEN M Researching lived experience human science for an action sensitive pedagogy Canada Althouse 1990 202 p VASCONCELOS R P ALENCAR JUNIOR Carlos A FEITOSA F E de L Diabetes Mellitus X Gesta o manual de condutas Fortaleza 2004 1 CD ROM WATSON J Nursing the philosophy and science of caring 2nd ed Bouder Colorado Associated University Press 1985 WATSON J Theory of human caring Dispon vel em lt http www 2 uchsc edu son caring gt Acesso em 7 June 2005 YORK R BROWN L P PERSILY C A JACOBSEN B S Affect in diabetic women during pregnancy and postpartum Nurs Res v 45 n 1 p 54 56 Jan Feb 1996 168 ZACON TA A MOTTA L D C PORTO L H P LIMA G P S FREITAS C B MOTTA L A C R Diabetes mellitus gestacional rastreamento e tratamento Rev Sa de do Dist Fed v 9 n 1 p 23 28 jan mar 1998 ZAMPIERI M de F M Manejos na assist ncia gesta o de alto risco Nursing S o Paulo v 5 n 48 p 18 23 maio 2002 Z NIGA GONZ LEZ S A Diabetes y embarazo Ginecol Obstet M xico v 66 n 6 p 221 226 jun 1998 169 AP NDICE A SOLICITA O DE PERMISS O PARA DIVULGA O DO NOME DA INSTITUI O Fortaleza de de Prof Dra Zenilda Vieira Bruno
102. ESUS M C P de PEIXOTO M R B CUNHA M H F O paradigma hermen utico como fundamenta o das pesquisas etnogr ficas e fenomenol gicas Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 6 n 2 p 29 35 abr 1998 LAWSON E J RAJARAM S A transformed pregnancy the psychosocial consequences of gestacional diabetes Sociol Health Illn v 16 n 4 p 536 562 Sept 1994 LEOPARDI M T Metodologia da pesquisa na sa de Santa Maria Pallotti 2001 344 p MAFFELOLI M No fundo das apar ncias 2 ed Petr polis Vozes 1999 350 p MAFFESOLI M A conquista do presente por uma sociologia da vida cotidiana 2 ed Natal Argos 2001 MALDONADO M T P Psicologia da gravidez parto e puerp rio 7 ed Petr polis Vozes 1985 162 Maternidade e paternidade situa es especiais e de crise na fam lia Petr polis Vozes 1989 MARCUS M T LIEHR P R Abordagens de pesquisa qualitativa In LOBIONDO WOOD G HABER J Pesquisa em enfermagem m todos avalia o cr tica e utiliza o 4 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2001 cap 9 p 122 137 MARTINS J BICUDO M A V A pesquisa qualitativa em psicologia fundamentos e recursos b sicos S o Paulo Ed Morais 1989 MATTOSINHO M M S SILVA D M G V da Itiner rio terap utico do adolescente com diabetes mellitus tipo 1 e seus familiares Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 15 n 6 nov dez 2007 Dispon vel em lt http
103. Esperava vir e fazer a cirurgia e voltar para casa com 48 horas E hospital para mim n o bom n o gosto de hospital mas gra as a Deus est sendo uma experi ncia boa para que da pr xima n o aconte a o mesmo n 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Ah timo minha fam lia direto ligando direto vindo as visitas isso a eu n o posso reclamar porque a minha fam lia muito unida n A gente muito unida tio pai m e marido por ele ele estava aqui comigo direto at dormir ele queria dormir sorriso Mas infelizmente n o pode n mas o companheirismo das colegas n da sala e agora eu arranjei uma filhona n se referindo a uma paciente que chegou na mesma enfermaria com apenas 13 anos uma filhinha de 13 anos e estou l tomando de conta ent o para mim muito bom E muito gratificante 5 Como tem sido a sua viv ncia rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes Muito gratificante cada vez aprendendo mais Cada uma com um problema n uma j com diabetes desde os 16 anos a outra gr vida de 13 anos a outra j gr vida de nunca nem tinha escutado falar que a gravidez ela dizem que na realidade n o um feto n Como se fosse A Mola Hidatiforme N oplasia Trofobl stica gestacional A Mola Hidatiforme Que eu nunca nem escutei falar n e que a gente est l uma chora a outr
104. Esses sentimentos deixaram a paciente bastante emotiva durante o processo de constru o de informa es com momentos de pausa durante a entrevista devido express o de sofrimento e choro Os significados advindos desses momentos tamb m foram trabalhados durante as pr ticas de arte terapia com poucas palavras e express es na elabora o das suas produ es com desenho pintura e massa de modelar Essa mulher representou o momento da gravidez na ltima pr tica Com a massa de modelar esculpiu uma mulher gr vida deitada em um leito hospitalar ao lado da filha de 10 anos que ficou em casa 92 Figura 13 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Sandra Nesta pr tica a paciente conseguiu representar sua filha e a gravidez atual em um s espa o na escultura demonstrando a concretude do momento Esses significados foram revelados na fala da paciente ao interpretar seu trabalho Ah eu fiz aqui uma cama e eu gr vida e a minha filha eu agora estou esperando um menino E isso Esses outros desenhos foi para ficar mais colorido N o representa nada mais especial Sandra A representa o da maternidade estava de fato presente naquele instante e este foi considerado pela colaboradora como um momento diferente dos outros referindo se s duas pr ticas de arte terapia anteriores declarando ter gostado mais da ltima Eu adorei Porque foi uma coisa diferente diferent
105. G 3 pr tica de arte terapia J ssica Figura 30 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia J ssica Figura 31 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 e 3 pr ticas de arte terapia Beatriz Figura 32 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 e 3 pr ticas de arte terapia Beatriz Figura 33 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia rica Figura 34 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia Flor Figuras 35 Momentos criativos e expressivos 112 116 117 119 120 122 123 124 125 130 135 136 138 139 143 147 155 ADA CEP CTG DG DHEG DM DM 2 DMG EUA HAC IDF IG MEAC NESAR OMS RN SBD SECEn TTGO UFC UNESP US LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Associa o Americana de Diabetes Comit de tica em Pesquisa Cardiotocografia Diabetes Gestacional Doen a Hipertensiva Espec fica da Gesta o Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus Tipo 2 Diabetes Mellitus Gestacional Estados Unidos da Am rica Hipertens o Arterial Cr nica Federa o Internacional do Diabetes ndice Glic mico Maternidade Escola Assis Chateaubriand N cleo de Sa de Reprodutiva Organiza o Mundial de Sa de Rec m nascido Sociedade Brasileira sobre Diabetes Servi o de Educa o Continuada em Enfermagem Teste de toler ncia glicose Univers
106. Gravidez desejada N o agora Uso de m todo anticoncepcional usou at 4 meses antes de engravidar Pr natal sim In cio 4 m s iniciou no posto de Caponga Cascavel CE Fez duas consultas l Veio encaminhada para o ambulat rio de alto risco por vontade pr pria e por orienta o da enfermeira do posto Realizou 03 consultas no Ambulat rio de alto risco da MEAC UFC e foi encaminhada para interna o Descoberta do diagn stico no 8 m s Entrevista 5 LIA 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Significa que eu vou me tratar n Sorrisos n o sei n o 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Eu j suspeitava n Porque eu j tive na primeira gravidez mas quando ele falou eu fiquei assim quando o doutor Renato a doutora Ana Paula disse que eu tinha que subir para a emerg ncia o jeito se conformar porque se cuidar J passei por isso na gesta o passada s que na minha outra gesta o eu n o fiquei internada assim que eu entrei entrei na ter a na quarta me operaram S na recupera o Porque na outra gesta o eu tomava insulina essas coisas e nessa eu estava sem tratamento 3 Como foi a sua rea o comunica o da interna o hospitalar Ah Ave Maria foi um choque emo o na fala Eu n o estava esperando vim para uma consulta ma
107. II T tulo CDD 618 3 SARAH MARIA FRAXE PESSOA O SIGNIFICADO DO DIAGN STICO DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NA PERSPECTIVA DE UM GRUPO DE GR VIDAS HOSPITALIZADAS Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Enfermagem da Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Cear como requisito regulamentar ao processo de obten o do t tulo de Doutora no Curso de Doutorado em Enfermagem Data da aprova o 27 06 2008 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno Orientadora Universidade Federal do Cear UFC Prof Dr Maria L cia Magalh es Bosi Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Prof Dr L cia de F tima da Silva Universidade Estadual do Cear UECE Prof Dr Maria de Nazar de Oliveira Fraga Universidade Federal do Cear UFC Prof Dr Rosil a Alves de Sousa Universidade Federal do Cear UFC Faculdade Integrada do Cear FIC Faculdades Nordeste FANOR Prof Dr Violante Augusta Batista Braga Universidade Federal do Cear UFC Prof Dr Karla Maria Carneiro Rolim Universidade Federal do Cear UFC Universidade de Fortaleza UNIFOR mem ria dos familiares e amigos inesquec veis que estiveram presentes mesmo na aus ncia Aos meus Pais sempre t o presentes em toda minha exist ncia Ao Paulo meu companheiro e amigo As pacientes motivo de minhas inquieta es e sati
108. IVEIROS C S C NUNES H I R DOMINGUES H R F Incerteza na doen a e motiva o para o tratamento em diab ticos tipo 2 Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 15 n 4 p 59 67 jul ago 2007 Dispon vel em lt http www eerp usp br riae gt Acesso em 1 fev 2007 AQUINO V V ZAGO M M F O significado das cren as religiosas para um grupo de pacientes oncol gicos em reabilita o Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 15 n 1 jan fev 2007 Dispon vel em lt http www eerp usp br rlae gt Acesso em 1 fev 2007 ARA JO M M T de Quando uma palavra de carinho conforma mais que um medicamento necessidades e expectativas de pacientes sob cuidados paliativos 2006 141 f Disserta o Mestrado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo S o Paulo 2006 ARMOND L C Convivendo com a hospitaliza o do filho adolescente 2003 187 f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2003 ASSIS I de L R Gravidez de alto risco a percep o das gestantes 2004 90 f Disserta o Mestrado Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2004 ASSIS S G de et al Defini o de objetivos e constru es de indicadores visando triangula o In MINAYO M C de S ASSIS S G SOUZA E R Org Avalia o por triangula o de m todos abordagem de programas sociais 1 Reimpress o Rio de Jane
109. JESUS PEIXOTO CUNHA 1998 Assim segundo Coltro 2000 p 38 os fen menos que n o prestam a uma f cil quantifica o s o os mais apropriados para serem analisados pelos m todos e procedimentos da pesquisa qualitativa e devem ser selecionados ajustados e desenvolvidos a partir de uma compatibilidade com a natureza do fen meno e cita como uma das op es metodol gicas dispon veis discuss o dos pressupostos tidos como naturais bvios na a o humana o enfoque fenomenol gico hermen utico existencial Independente da natureza da pesquisa qualitativa adotada tais abordagens t m em comum a busca da compreens o e da interpreta o do homem como ser nico e singular A arte da interpreta o hermen utica tem sido utilizada como base filos fica para diferentes estudos qualitativos Estes estudos remetem a processos interpretativos do investigador a import ncia do contexto na compreens o dos significados bem como a compreens o da linguagem oral e escrita do outro JESUS PEIXOTO CUNHA 1998 p 30 Heidegger 2000 explicita que a compreens o se expressa na linguagem e nela se constitui o horizonte hist rico da compreens o Justifica se a escolha da abordagem qualitativa ent o por esta levar descoberta do significado do fen meno proposto neste estudo compreender o significado do diagn stico de diabetes gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas internadas E por se tratar de um estudo
110. N STICO DA GRAVIDEZ DE ALTO RISCO E DA INTERNA O Atrav s da pergunta Demonstre como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional ser o oferecidos os materiais j trabalhados na viv ncia anterior e ser colocada disposi o das colaboradoras a tinta guache como nova op o para demonstra o dos significados Ap s tempo dispon vel para a realiza o do trabalho a gestante ser convidada a contar sua hist ria para a pesquisadora atrav s do trabalho art stico realizado Um novo encontro ser ent o agendado 179 3 COMPARTILHANDO O MOMENTO VIVIDO NA INTERNA O EM UMA UNIDADE DE ALTO RISCO COM O DIAGN STICO DE DIABETES GESTACIONAL Com o questionamento demonstre atrav s do material oferecido ou mesmo atrav s de outra forma de express o que desejar como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de diabetes gestacional Ser oferecida massa de modelar como instrumento para o trabalho nessa pr tica vivencial Para finalizar o momento vivencial a gestante ser convidada a falar sobre o material elaborado Em seguida ser agendado um pr ximo encontro para valida o dos dados encerrando as pr ticas de express o criativa Os tr s momentos criativos e expressivos iniciar o com um breve bate papo um momento de boas vindas e de encontro do pesquisador com a gestante a fim de proporcionar um momento agrad vel de intera o e acolhimento As pr ticas ser
111. R e da Diretoria Geral da institui o 58 4 OS SIGNIFICADOS DESVELADOS Os significados desvelados neste estudo representam uma quest o de compreens o portanto fenomenol gica Algo permanecia obscuro ou seja qual o significado do diagn stico do diabetes gestacional e da interna o hospitalar para gr vidas hospitalizadas em uma unidade de atendimento a gestantes de alto risco de uma maternidade p blica Assim questionei o Ser gestante acometido por diabetes gestacional no percurso de uma gravidez considerada de baixo risco at o momento da descoberta do diagn stico Fui ao encontro do ser gestante tentando compreend lo como Heidegger afirma em sua ontologia o ser no mundo o Ser a ou Dasein ou seja entende o ser maneira de ente como explicita a seguir elaborar a quest o do ser significa tornar transparente um ente o que questiona em seu ser Ente tudo de que falamos tudo que entendemos com que nos comportamos dessa ou daquela maneira ente tamb m o que e como n s mesmo somos Ser est naquilo que e como na realidade no ser simplesmente dado HEIDEGGER 2000 p 33 Interroguei o ente gestante com diabetes gestacional perguntando sobre os seus sentimentos pensamentos percep es e comportamentos ao vivenciar a gravidez de risco e a interna o Ao buscar a compreens o do ser Heidegger busca os modos de ser no mundo Mundo que pode ser pensado e entendido e que fenom
112. SBD 2005 Na cl nica obst trica da MEAC UFC a conduta prescrita na interna o composta por Jejuns di rios para controle da glicemia em jejum al m do exame de glicemia capilar 5 cinco vezes ao dia insulinoterapia se necess rio dieta fracionada e regulada pelo servi o de nutri o espec fica para cada caso repouso exames de Cardiotocografia CTG e Ultrassonografia US para controle e avalia o da vitalidade fetal dentre outros exames laboratoriais verifica o dos sinais vitais prescri o de anti t rmicos analg sicos e anti hemol ticos se necess rio 23 Essas condutas s o acompanhadas pelo m dico respons vel e assistidas pela equipe de enfermagem nutri o terapia ocupacional servi o social e psicologia at a resolu o do parto Este acompanhamento pode durar semanas ou at meses at o abrandamento ou estabiliza o dos n veis glic micos provocando desgastes emocionais na clientela Trabalhando na cl nica obst trica da MEAC UFC tive oportunidade de conhecer mulheres que desenvolveram uma gravidez complicada causada pelo DG Convivi com gr vidas que experimentavam muitas vezes sentimentos como tristeza culpa e at revolta em rela o s conseqii ncias de uma gravidez de alto risco para a sa de de seus beb s Nesse servi o tive a oportunidade de acompanhar mais de perto as dificuldades e os temores experimentados pelas gestantes acometidas de DG Este fato contribuiu para que
113. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR FACULDADE DE FARM CIA ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE P S GRADUA O EM ENFERMAGEM SARAH MARIA FRAXE PESSOA O SIGNIFICADO DO DIAGN STICO DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NA PERSPECTIVA DE UM GRUPO DE GR VIDAS HOSPITALIZADAS FORTALEZA 2008 SARAH MARIA FRAXE PESSOA O SIGNIFICADO DO DIAGN STICO DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NA PERSPECTIVA DE UM GRUPO DE GR VIDAS HOSPITALIZADAS Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Enfermagem da Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Cear como requisito regulamentar ao processo de obten o do t tulo de Doutora no Curso de Doutorado em Enfermagem rea Tem tica estudos voltados para as a es integradas na preven o e controle do Diabetes Mellitus Orientadora Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno FORTALEZA 2008 P568c Pessoa Sarah Maria Fraxe Pessoa O significado do diagn stico do diabetes mellitus gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas hospitalizadas Sarah Maria Fraxe Pessoa 2008 254 f il Orientadora Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno Tese Doutorado Universidade Federal do Cear Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem Fortaleza 2008 1 Diabetes Gestacional 2 Diagn stico 3 Gravidez de Alto Risco 4 Hospitaliza o 5 Pesquisa Qualitativa I Damasceno Marta Maria Coelho orient
114. a Sentido que tem que eu tenho que me cuidar mais s o que eu estou pensando que eu tenho que me cuidar mais que eu falhei em algum momento na minha sa de e o sentido que me apresentou agora essa diabetes foi esse Daqui para frente fazer o melhor para mim e o beb Mesmo depois que ele nascer eu vou ter que me cuidar bastante 7 Quais os sentimentos decorrentes dessa nova situa o principio veio o sentimento de culpa Eu me senti culpada por estar passando por isso E no decorrer da situa o eu estou aprendendo a me conscientizar da minha vida o que foi que eu fiz com a minha sa de e o porqu que eu estou assim o sentimento esse 8 Que apoio ou suporte voc vai buscar para enfrentar essa nova situa o S da fam lia e de Deus Essas s o as bases para a gente ter um apoio e conseguir ir para frente MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 10 J SSICA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Eu representei aqui a minha personalidade n Eu sou bastante comunicativa mas s vezes tamb m envergonhada A
115. a es 03 Paridade 02 Cesariana 01 N mero de filhos 01 Aborto 00 N filhos vivos 01 Natimortos 01 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores natimorto e DHEG DMG em gesta o anterior 10 anos do ltimo parto 8 m s de gesta o natimorto 11 a e 9 meses Ces rea 10 anos por macrossomia II Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 32sem 4 7d Gravidez planejada n o Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional Sim Parou devido a um tratamento renal Pr natal sim In cio at o 8 m s devido a greve foi acompanhada no posto de sa de Outras informa es Lit ase Renal 10 meses da ltima crise 248 Entrevista 12 SANDRA 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Eu estou achando uma experi ncia nova porque das minhas outras vezes quando eu descobri j foi no finalzinho e fiquei internada s tr s dias e logo depois fui para casa e agora est sendo um pouco mais dif cil choro Interrompemos a entrevista Mas eu sei que para o meu bem pro bem do nen Ent o ainda muito emocionada tem que ser assim n s ter paci ncia e esperar Est sendo dif cil porque eu n o sei por quanto tempo eu vou ter que ficar e a primeira vez que eu fico longe da minha filha e das outras vezes eu fiquei s 3 4
116. a Flor A fala da gestante revelou com grande nfase a import ncia da gravidez na sua vida Flor encontrava se no quarto ano de uma uni o consensual aos 38 anos prim para fato importante visto que a vontade de vivenciar a maternidade torna este evento de singular import ncia acrescentando se ainda que Flor j se encontrava na faixa et ria considerada de risco gestacional acima de 35 anos A idade materna avan ada a partir de 35 anos considerada como um dos fatores de risco n o modific veis est associada ao aumento dos riscos gestacionais tanto pelo acr scimo de problemas no feto como pela presen a de doen as maternas pr vias Carvalho Francisco e Brizot 2008 referem que h maior chance de aparecimento de doen as de base como diabetes hipertens o e c ncer que v o interferir na gesta o Para esses autores a idade materna ideal para a gesta o dos 20 aos 29 anos Francisco Fonseca e Sapienza 2008 relataram alguns resultados do estudo de Cleary Goldman et al 2005 sobre o impacto da idade materna nos resultados obst tricos Registraram inicialmente a incid ncia crescente da idade materna avan ada na atualidade Acrescentaram que a ela associa se uma s rie de morbidades gestacionais e perinatais e que estas est o envolvidas intrinsecamente com a sobrecarga emocional que de certa forma permite discriminar as pacientes dessa categoria em um grupo muito peculiar de modo a delinear cuidados especi
117. a cola branca durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu Meu nome F tima codinome ent o aqui minha casa o meu jardim aqui a minha fam lia meu esposo n Colei isso tamb m figura de uma fam lia pai m e e dois filhos como minha fam lia Esse representa meu filho que eu perdi aqui a filha que vai nascer bebezinha n Aqui a chuva molhando o meu jardim Na minha casa n o tem espa o para fazer jardim mas eu gosto de colocar mas tem um cantinho l na frente da minha casa que eu fa o de jardim mas muito pequenininho Esse trabalho me representa minha fam lia meu esposo meus filhos minha filha que j vai nascer se Deus quiser Como foi para voc realizar esse trabalho Foi muito bom gostei E muito bom mesmo n porque a gente esquece um pouco os problemas n a preocupa o foi timo Se todo dia tivesse era bom um breve sorriso para esquecer um pouco os problemas as preocupa es 223 2 Momento criativo e expressivo Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido como
118. a de p blica no Brasil As longas filas o prolongado tempo entre marcar uma consulta e ser atendido a dificuldade de acesso a medicamentos contribuem para uma produ o da doen a como algo que gera in meros outros sofrimentos al m daqueles espec ficos que a doen a determina Parece evidente que os servi os p blicos est o esgotados pela desorganiza o gest o ineficaz e falha na assist ncia prim ria ficando ainda a preven o para poucos Al m da necessidade de descentraliza o dessa assist ncia com a oferta de bons servi os em localidades distantes dos grandes centros urbanos captando assim uma demanda maior da popula o e desafogando os servi os terci rios de assist ncia com presta o de cuidados mais complexos A interna o para as gestantes que participaram do estudo significou a oportunidade de receberem um cuidado diferenciado revelando novas chances de cura Esses significados foram mencionados e reiterados nos discursos que seguem Estar com problema e estar internada mais uma vit ria que eu sei que eu estou conseguindo Ah dif cil voc estar com diabetes gestacional mas mais dif cil voc n o ter cura e eu tenho bem melhor estar no hospital do que estar em casa porque no hospital voc est bem assistida s o profissionais n E em casa voc n o tem essa assist ncia e voc n o sabe at que ponto est a sua doen a flor se eu estou muito bem aq
119. a quando eu vejo qualquer atitude de agressividade de viol ncia Ent o mais do que tudo a gente tem que semear a paz mesmo E eu me considero alegre uma pessoa animada Sei que tem uns momentos tristes mas procuro sempre levantar meu nimo Gosto de at se Voc n o conseguir sorrir ache gra a No sentido assim s vezes o sorriso n o est vindo l de dentro mas voc tem que demonstrar que voc vai reagir aquilo ali A voc vai dar um esbo o de um sorriso que n o esta vindo de dentro mas que voc vai lutar para que aquele sorriso te contagie n E ent o eu vivo a minha vida intensamente Porque eu amo a vida e sou feliz 2 Como foi para voc realizar esse trabalho Assim no momento que foi feito a pergunta a indaga o a voc eu tentei come ar a refletir como eu ia tentar expressar que eu sou E comecei a folhear aquelas revistas e tudo n vi algo que me identificou mas depois assim eu vi que tinha mais que registrar atrav s de pequenas palavras registrando e tentando ver quem eu sou E uma coisa que faz a gente refletir mesmo Parar para refletir realmente quem a gente Eu gosto muito de escrever di rio Ent o assim e j me fiz essa pergunta eu j fiz um relato quem eu sou Eu acho que foi bem isso ainda eu era solteira n o era m e Claro eu me expressei de uma maneira bem mais diferente depois no final do resultado do trabalho que eu consegui fiquei satisfeita e deu para refl
120. a ap s conclus o do trabalho Bom para mim voc uma pessoa super legal pessoa maravilhosa voc uma enfermeira muito dedicada uma pessoa que realmente se dedica ao que voc gosta isto muito importante Eu sou uma pessoa amante da vida da beleza da natureza do c u azul das estrelas que vivem a brilhar e etc sou muito batalhadora pelo que eu gosto e pela pr pria vida 2 E como foi para voc realizar esse trabalho no primeiro momento e agora que voc solicitou para concluir Bom no primeiro momento n o teve muito significado mas agora j um pouco diferente e significa mais alguma coisa importante na minha vida E muito bom porque a gente expressa um pouco da gente e muito importante 2 Momento criativo e expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Bom o seguinte aqui eu fiz uma flor tem p ssaros tem estrelas tem a lua tem as cores do arco ris e tem a lua Ent o eu vejo assim as cores representam vida e as flores uma coisa que muito gostoso porque elas exalam perfume e o arco ris muito importante porque voc v as nuve
121. a diz calma n o chora Uma dando apoio para a outra Ent o muito gratificante voc est do lado de pessoas que v o te ajudar n Uma ajudando a outra de uma forma um aperto de m o ou um passar de m o na cabe a uma palavra n o chora vai resolver n E a a gente est levando gra as a Deus Meninas novas bem mais novas do que eu eu praticamente a mais velha de todas n Ent o para mim est sendo bom porque mais uma experi ncia de vida Com os profissionais bom eu fui muito bem recebida Desde a hora que eu cheguei at agora gra as a Deus eu n o tive nenhum problema E tive entre aspas n uma enfermeira n o muito simp tica mas a gente para retornar e voltar para o in cio se ela antip tica seja simp tica Se ela lhe d um empurr o d um abra o Ent o o 221 que eu ensinei muito as meninas l no meu setor a fala que ela dizia assim ah Porque s tem gente grossa Se s o grossas seja meiga Saiba pedir saiba falar E hoje gra as a Deus as enfermeiras chegam l sorrindo brincando falando com todo mundo se algu m pede alguma coisa elas fazem com a maior boa vontade do mundo ent o n o tem problema n o 6 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada Estar gr vida para mim tudo de bom n tudo que eu sempre quis mas sempre sabendo tendo hora certa no momento certo E est com o problema e est internada mais um
122. a do ente gestante com diabetes gestacional foi desmembrada em significa es que me permitiram compreender o fen meno investigado utilizando como suporte o m todo fenomenol gico de an lise de Colaizzi 1978 Corroborando Dutra 2002 p 373 ao inferir que na dire o da experi ncia que a pesquisa fenomenol gica e existencial se encaminha por enfatizar a dimens o existencial do viver humano e os significados vivenciados no seu estar no mundo E que tal forma de considerar a experi ncia coloca a linguagem num lugar privilegiado dentro da fenomenologia pois ressalta que atrav s da palavra que pode se abordar ou encontrar a experi ncia a exist ncia o ser a o ser com isto a linguagem ao trazer o sentimento tona revela tamb m a situa o ou contexto situacional pois todos est o relacionados entre si O discurso do sujeito da investiga o transmitido para o pesquisador sobre sua experi ncia n o informa mas conta sobre ela dando a oportunidade para que o outro a 60 escute e a transforme de acordo com a sua interpreta o levando a experi ncia a uma maior amplitude DUTRA 2002 p 374 E dessa forma a experi ncia vivida e transmitida pelo sujeito colaborador segundo a pesquisadora nos sensibiliza alcan a nos nos significados que atribu mos experi ncia assimilando a de acordo com a nossa E ressalta que a escolha de um m todo de inspira o fenomenol gica parece o mais adequado
123. a e contato com a fam lia no per odo da interna o e ao responder sobre o apoio ou suporte utilizado para enfrentar essa nova situa o O diagn stico de DG e a interna o hospitalar Assim eu estou tendo a oportunidade de ter contato por telefone todo dia Ent o quando eu sa de l a inten o era ter comunica o Ent o todo o dia no hor rio sagrado eu ligo para ela para dar informa o E ela passa adiante aos outros E depois eu tive a oportunidade de ficar com o meu celular o que melhorou mais ainda Porque o meu esposo mora no interior ent o eu posso falar com ele com minhas filhas a d aquela proximidade maior E outra coisa tamb m posso falar at com os amigos Uma preocupa o maior como um todo era achar que eu vinha para c e ia ficar muito triste que era mais distante que n o ia ter muito contato que n o ia ter visita que eu ia me deprimir que poderia at prejudicar meu tratamento Mas eles est o at um pouquinho 104 aliviado eu estou mostrando mesmo a realidade que eu estou bem aqui porque eu sei que eu n o estou s mais do que tudo Deus e a minha fam lia que est perto e me dando essa for a Estrela Como se percebe as palavras da colaboradora demonstram a import ncia da comunica o e o acompanhamento das gestantes por todos que comp em seu grupo de apoio Meu exerc cio profissional nessa unidade de assist ncia a ge
124. a fam lia e por n o ter esse costume de viver t o longe da fam lia por muito tempo 12 Que sentimentos surgem decorrentes dessa nova situa o Estar gr vida uma gravidez de alto risco e estar internada De estar gr vida um sentimento muito bom De estar internada n o nada bom porque voc sabe que se voc esta internada porque seu estado de sa de n o est muito timo Ent o por esse lado n o muito bom Mas em termos de ser m e um sentimento maravilhoso 13 E por estar com uma gravidez de alto risco Que sentimentos isso lhe trouxe s vezes tristeza mas s vezes tamb m alegria por saber que com a minha batalha e com o esfor o dos m dicos tamb m eu vou ter a vit ria no caso 14 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa situa o Jesus Cristo Porque se n o for Deus com a gente ningu m tem como vencer nada Ent o meu primeiro apoio tem sido ele Segundo a minha fam lia que batalhou bastante e aqui estou MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 1 rica 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 183 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaborador
125. a na constru o de informa es tr s momentos vivenciais nomeados criativos e expressivos subdivididos em conhecendo e interagindo com a gestante recordando e expressando a rotina vivida antes do diagn stico da gravidez de alto risco e da interna o compartilhando o momento vivido na interna o em uma unidade de alto risco com diagn stico de diabetes gestacional AP NDICE H Foi solicitada permiss o para gravar as express es verbais das colaboradoras do estudo durante os momentos vivenciais de express o criativa com o objetivo de captar toda a riqueza e singularidade expressa na fala das mulheres durante o processo de constru o e desvelar art stico expressivo que o trabalho com arte terapia proporciona e para fotografar os trabalhos produzidos nas pr ticas A arte terapia foi escolhida como um recurso a ser utilizado na constru o de informa es por fortalecer Duarte J nior 1983 ao definir a arte como express o em toda a sua pot ncia Nossa linguagem um c digo simb lico Esta premissa quer dizer que as palavras s mbolos s o convencionados para transmitir um determinado significado Portanto a linguagem nomeia classifica os sentimentos em categorias gerais alegria tristeza raiva ternura compaix o mas n o os descreve Desse modo chegamos porta de entrada para o mundo da arte Se os s mbolos ling sticos s o incapazes de nos apresentar integralmente os sentimentos a arte surge como uma tenta
126. a unidade hospitalar O trabalho da gestante expressou atrav s do colorido das massas de modelar e com frases a esperan a e supera o do momento compartilhado com outras pessoas que experimentavam situa o semelhante Assim corroborando Maffesoli 2001 p 19 o recolhimento em si mesmo a passividade da massa permitem re aprender e se identificar para melhor afrontar coletivamente a polimorfa imposi o exterior Um cotidiano que gera socialidade constitu da de min sculas atitudes di rias trajetos discuss es atitudes pelas quais um grupo de indiv duos se reconhece como tal N o podendo deixar de enfatizar alguns pressupostos de Maffesoli 1999 na sua obra no fundo das apar ncias quando ressalta que o eu s uma fr gil constru o que n o tem subst ncia pr pria mas se produz atrav s das situa es e das experi ncias que talvez ilustrem as m ltiplas mudan as que constituem um mesmo indiv duo visto que no decorrer de uma mesma exist ncia cada um muda diversas vezes L cia ao responder sobre sua viv ncia junto aos profissionais e s outras pacientes durante a hospitaliza o confidenciou a respeito do seu estado emocional quando chegou ao hospital e como o grupo de pacientes e a equipe profissional atuaram para ajud la a superar os momentos mais dif ceis quando eu cheguei eu chorei muito A todo mundo ficou ali a equipe m dica que est atendendo s o pessoas muito competente
127. a vit ria que eu sei que eu estou conseguindo E eu tenho muita for a de vontade eu sou muito tudo que voc faz com amor voc recebe em dobro n Dar sem esperar receber nada em troca ent o muito bom para mim dif cil Ah dif cil voc est com diabetes gestacional mas mais dif cil voc n o ter cura e eu tenho Ent o para mim est sendo muito bom mais uma experi ncia mais um amadurecimento n na minha vida 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o Bom para mim foi muito dif cil na hora s choro n choro choro porque ningu m espera voc est em casa quietinha trabalhando numa boa quando de repente diz assim vai se danar Voc s pensa o pior A eu vou e n o volto n mas n o bem por a n o bem melhor est no hospital do que est em casa porque no hospital voc est sendo bem assistida s o profissionais n e em casa voc n o tem essa assist ncia e voc n o sabe ate que ponto est a sua doen a E aqui n o quando eu cheguei eu estou calma cheguei nervosa chorando o que o normal n Mas depois disso n o calma qualquer problema qualquer alergia como eu tive uma alergia sem saber por que n E derrepente em meia hora eu estou boa estou assistida gra as a Deus eu estou bem eu estou muito bem muito bem mesmo 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Recorrendo nele em primeiro
128. abetes gestacional Dispon vel em lt http www diabetes org br gt Acesso em 18 ago 2006 SOCIEDADE BRASILEIRA DIABETES SBD Atualiza o brasileira sobre diabetes diabetes gestacional Rio de Janeiro DIAGRAPHIC 2005 140 p Dispon vel em lt http www diabetes org br gt Acesso em 11 set 2006 SOUZA T T de SANTINI L WADA S A VASCO C F KIMURA M Qualidade de vida da pessoa diab tica Rev Esc Enf USP v 31 n 1 p 150 164 abr 1997 167 SPIRITO A WILLIAMS C RUGGIERO L BOND A MCGARVEY S T COUSTAN D Psychological impact of the diagnosis of gestational diabetes Obstet Gynecol v 73 n 4 p 562 566 Apr 1989 STAINTON M C HARVEY S MCNEIL D EMMANUEL E JOHNSON C M The transforming power of research on practice involving practitioners in analysis Int J Nurs Pract v 4 p 220 224 1998 TEDESCO J J de A A vis o hol stica da cura Femina S o Paulo v 25 n 9 p 857 861 out 1997 TERRA M G SILVA L C da CAMPONOGARA S SANTOS E K A dos SOUZA A I J de ERDMANN A L Na trilha da fenomenologia um caminho para a pesquisa em enfermagem Texto Contexto Enferm Florian polis v 15 n 4 p 672 678 out dez 2006 TURATO E R Tratado da metodologia da pesquisa cl nico qualitativa constru o te rico epistemol gica discuss o comparada e aplica o nas reas da sa de e humanas Rio de Janeiro Vozes 2003 685 p VALLAD
129. acarretados pelo diagn stico da patologia e suas consegii ncias A gravidez normal vista como um desafio adaptativo e desta forma um conflito Quando a essa nova condi o adiciona se uma doen a como o DG que pode estar associado falta de conhecimento da evolu o da gesta o apresenta se ent o uma situa o de conflito agravado As in meras interna es para ajuste do tratamento os exames cl nicos para o controle da doen a desencadeiam sintomas como depress o ansiedade e estresse SANTOS 2003 Na presen a de diabetes na gesta o o medo se acentua principalmente quando as gestantes conhecem as consequ ncias da doen a na gravidez o progn stico e os riscos que podem acarretar sa de do beb Nessas ocasi es o medo geralmente vem associado ansiedade Segundo Santos 2003 a paciente com DG enfrenta uma enfermidade nova que pode continuar ap s o parto consequente de uma gravidez complicada desencadeando um choque produzido pelo diagn stico O evento leva a gestante a utilizar mecanismos de defesa negando 27 esta realidade e at a recusa do tratamento dificultando muitas vezes o controle metab lico A viv ncia do cotidiano de cuidado na cl nica obst trica da MEAC UFC com gestantes diagnosticadas com DG mostrou rea es semelhantes nessa clientela chamando aten o para a investiga o desses eventos Sj gren Robeus e Hansson 1994 realizaram um estudo de caso controle retrospectivo so
130. acional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG Era tima n Aqui se referindo ao trabalho que realizou um desenho do mar com um barquinho uma barraca com tr s pessoas outra barraca acima o sol c u nuvens coqueiro porque eu gostava muito de ir para praia a ficava nas barracas para almo ar geralmente dia de domingo a gente fazia isso e agora n o vou poder mais fazer n Por enquanto Por enquanto n o posso fazer mais Eu gosto muito de ficar passear na praia nunca mais eu fiz isso tamb m um breve sorriso um ar de melancolia e tristeza Voc mora perto da praia n o mas gosto de ir Ver o por do sol Essa parte aqui uma barraca de um amigo da gente que a gente vai passar o dia com os meninos e a gente pode armar a rede ficar bem a vontade E sobre esse outro trabalho que voc fez Esse outro trabalho aqui que eu fiz foi pensando nos meus sobrinhos que eles gostam muito de pintar Sinto falta deles porque de tarde a gente chegava e ficava pintando do jeito dele A ele diz m e me ensina aqui porque ele me chama de m e meu sobrinho de 2 anos a eu me lembrei dele e comecei a pintar aqui do Jeito que eles pintavam l eu pintei aqui me lembrando deles Voc pintou porque esses momentos tamb m de certa forma fazem parte de sua vida antes do diagnostico de diabetes gestacional 201 Antes muito desde os 2 anos que ele faz parte da minha vida Ele com
131. ado 4 1 2 O sentimento de felicidade devido s chances do tratamento controle e at cura da doen a Este estudo aponta tamb m para o significado positivo do diabetes gestacional como um ponto de partida para uma vida nova a partir da configura o n o s da chance de tratamento mas da possibilidade do controle da doen a durante a gesta o e da cura ap s o parto Em virtude dessas novas possibilidades surge o sentimento de seguran a com os cuidados recebidos durante a interna o despertando nessa clientela o aspecto prazeroso do 106 cuidado mesmo com o acompanhamento vigilante da equipe de profissionais significando para essas gestantes sentir se de fato cuidadas e em seguran a com o beb E para alcan ar esses objetivos as pacientes seguem o tratamento conforme recomenda o profissional mostrando atitude de supera o em busca de uma vida mais saud vel e assim prevenir no futuro doen as como o diabetes tipo 2 rica ao responder sobre sua rea o no momento em que foi comunicada sobre o diagn stico de DG afirmou que ap s o primeiro impacto da not cia e orienta es sobre as condutas terap uticas sentiu se confortada e partiu em busca dos cuidados necess rios sem medir esfor os explicando que se sentia aliviada ao saber das chances de sair dessa hist ria com um final feliz atrav s do tratamento Estrela comentou que ap s o impacto do diagn stico e da conscientiza o da import ncia da interna
132. ado a quinta gesta o N o desejava engravidar devido apreens o por ter hipertens o arterial e hist ria de tr s abortos em gesta es anteriores com apenas um filho vivo Por m informou tamb m que havia seis anos n o utilizava o m todo contraceptivo hormonal Realizou pr natal em todas as gesta es e na atual iniciou acompanhamento no quarto m s gestacional em um posto de sa de No quinto m s foi transferida para o ambulat rio de medicina materno fetal da MEAC que realiza atendimento pr natal especializado onde compareceu para duas consultas sendo encaminhada para interna o nas enfermarias de alto risco nesse mesmo hospital Nesse caso em particular um aspecto deve chamar a aten o dos profissionais de sa de por que o pr natal dessa gestante foi iniciado s no 4 m s de gravidez per odo em que a gesta o j se encontrava em torno da 16 semana ou seja j no 2 trimestre entre 14 e 27 semanas Tal fato pode ser justificado por alguns motivos entre eles falta de informa o n vel de escolaridade falha do sistema de sa de que n o conseguiu captar essa mulher a tempo de encaminh la direto ao pr natal de alto risco ou ainda pode representar uma nega o a essa nova gesta o mediante seu passado obst trico Estas quest es n o ser o nesse momento investigadas mas deixam fortes motivos para reflex o e novas investiga es Em uma pesquisa realizada em um hospital de refer ncia pa
133. ado e dependente da vontade alheia porque enquanto o pesquisador trabalha com as declara es no protocolo os significados declarados e formulados nunca poder o romper toda a conex o com os protocolos originais As exposi es sistem ticas as formula es devem desvelar e iluminar v rios significados escondidos em v rios contextos e horizontes da investiga o fenomenol gica os quais est o anunciados no protocolo original Como explicita o autor na seguinte senten a O contexto e o significado s o dados com os protocolos mas n o est o dentro deles Ent o o pesquisador deve ir atrav s do que est nos dados originais e ao mesmo tempo ficar com eles COLAIZZI 1978 p 59 Portanto o pesquisador n o deve formular significados que n o tenham conex o com os dados originais Neste estudo 23 vinte e tr s significados formulados tiveram origem nas afirma es significativas gravidez com diabetes gestacional vivenciada no cotidiano hospitalar foi considerada uma boa experi ncia se relacionada com a oportunidade de novas amizades no hospital com profissionais e outras pacientes A gravidez com diabetes gestacional e a interna o n o foram consideradas boas experi ncias devido dist ncia que provoca dos familiares A gravidez com diabetes gestacional e a interna o n o foram consideradas boas experi ncias devido conscientiza o de que se corre risco de morte m e e beb not cia do di
134. agn stico de diabetes gestacional gerou desespero estado de choque e muito choro no primeiro momento O cotidiano hospitalar imp s mudan as na alimenta o consideradas extremamente dif ceis de aceitar e incorporar Ap s conscientiza o sobre o tratamento e a possibilidade de recupera o as gestantes expressaram sentimentos de conforma o e atitude de luta para superar a situa o e conseguir ganhar o beb em paz e ficar bem 53 s gestantes revelaram mudan a de atitude ap s conhecer o problema e as possibilidades de tratamento e cura como mudan as nos h bitos alimentares e atividades f sicas para ela e sua fam lia rea o comunica o da necessidade da interna o foi negativa pois provocou al m da dist ncia dos familiares a conviv ncia com pessoas desconhecidas rea o comunica o da necessidade da interna o foi negativa devido a incerteza com rela o aos resultados do tratamento rea o comunica o da necessidade da interna o foi negativa pois o desconhecimento sobre o tratamento e a medica o insulina geraram medo A falta de informa o e os falat rios sobre a medica o apontavam para a possibilidade da insulinoterapia causar at o bito do Rn conviv ncia com a fam lia durante a interna o se deu atrav s de telefonemas e visitas s vezes dificultadas devido dist ncia do local da interna o capital da resid ncia da paciente in
135. ais destinados a elas Os autores acima chamaram a aten o para o fato de que essa condi o relaciona se significativamente com maiores ndices de abortamentos diabetes gestacional e enfatizaram que as pacientes entre 35 e 39 anos ainda exibem risco aumentado para macrossomia Refletindo sobre Flor ressalta se que esta era bastante comunicativa com facilidade de express o e era a segunda participante com melhor n vel escolar Concluiu o ensino m dio e exercia ap s curso t cnico a profiss o de contadora Revelou tamb m durante uma conversa complementando os dados colhidos na pesquisa documental nunca ter utilizado um m todo contraceptivo mesmo que em seguida tenha relatado o uso de m todos comportamentais ou de barreira como a tabela ou Ogino 74 Knauss e a camisinha masculina preservativo ou condom Realizou pr natal em cl nica particular com a utiliza o de conv nio de sa de relatando s um caso de sangramento transvaginal no in cio da gesta o Reitero portanto a import ncia revelada por Flor do momento da chegada maternidade registrando este sentimento nos dois momentos da constru o de informa es na entrevista e nas pr ticas de arte terapia mesmo n o tendo confirmado ap s pesquisa documental o n o planejamento da gesta o e na entrevista ter revelado o desejo de ser m e e o planejamento silencioso para tal no decorrer dos seus 38 anos de vida conforme as express es demonstradas a
136. al diabetes a pilot study Am J Obstet Gynecol v 177 n 1 p 190 194 July 1997 GOMES R et al Organiza o processamento an lise e interpreta o de dados o desafio da triangula o In MINAYO M C de S ASSIS S G SOUZA E R Org Avalia o por triangula o de m todos abordagem de programas sociais 1 Reimpress o Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 cap 6 p 185 221 GROOT M de ANDERSON R FREEDLAND K E CLOUSE R E LUSTMAN P J Association of depression and diabetes complications a meta analysis Psychosom Med v 63 n 4 p 619 630 July Aug 2001 GUIMAR ES F Diabetes uma amea a sa de mundial Jornal O Povo Fortaleza 22 dez 2007 Ci ncia amp Sa de p 1 6 161 HARTRICK G A The meaning of diabetes significance for holistic nursing practice J Holist Nurs v 16 n 1 p 76 87 Mar 1998 HATMAKER D D KEMP V H Perception of threat and subjective well being in low risk and high risk pregnant women J Perinat Neonatal Nurs v 12 n 2 p 1 10 Sept 1998 HEIDEGGER M Ser e tempo Tradu o Jos Gaos 2 ed M xico Fondo de Cultura Econ mica 1971 HEIDEGGER M Ser e tempo 3 ed Petr polis Vozes 1993a 7 ed Petr polis Vozes 325p 1998a Parte II 3 ed Petr polis Vozes 1993b Parte II Tradu o M rcia de S Cavalcante 7 ed Petr polis Vozes 263p 1998b 9 ed Petr polis Vozes 2000 v 1 J
137. alha com a mente com o cora o voc consegue expor seus sentimentos no trabalho que est fazendo ent o muito importante Erica O discurso de rica ao ilustrar a mente e o cora o como meio utilizado para expressar seus sentimentos veio ao encontro de um trabalho de Tedesco 1997 quando estudou a vis o hol stica da cura descrevendo que o Homem em uma vis o mais ampliada constitu do n o s por corpo f sico ps quico e social mas tamb m do corpo mental energ tico e espiritual O corpo f sico segundo o autor o mais denso o ve culo de canaliza o da atividade dos outros corpos portanto a express o terrena da exist ncia humana o corpo com o qual nos apresentamos e com o qual como terapeutas estamos familiarizados O corpo energ tico o canal de circula o da energia que vitaliza o corpo f sico isto n o palp vel e nem mensur vel por m indispens vel uma vez que sem esta energia vital o Homem perde sua capacidade de agir e atuar Para o autor a medicina acad mica ao admitir e validar especialidades como a Homeopatia e a Acupuntura como m todos terap uticos explicitamente reconhece os e os aceita Nesse momento reafirmo a import ncia da inclus o da arte terapia como m todo de constru o de informa es utilizado na pesquisa e o seu benef cio para a clientela nesse contexto particular Falando sobre a arte terapia vale ressaltar que esta pr tica antiga Desde o s c
138. altou o medo da atual gravidez devido a todos os problemas anteriores mas ao mesmo tempo evidenciou que seu esposo gostou da not cia visto que sempre desejou muitos filhos e at o momento s tinham uma filha atualmente j casada Em virtude dos agravos sa de a gestante n o aceitou bem a not cia da gravidez principalmente quando foi diagnosticado o DMG Por m o desejo de gestar e o amor maternal transformaram esse sentimento trazendo a aceita o e o prazer a essa nova gesta o e ao filho que estava chegando 95 quando ele falou que eu estava com diabetes gestacional nesse momento eu me arrependi mais ainda de estar gr vida porque a minha vida n A eu me arrependi muito Agora n o me arrependo mais n o Passou ruim n mas como eu j amo meu filho agora tudo a gente esquece Claudia Para a colaboradora a gravidez preciosa devido hist ria de perdas anteriores e problemas de sa de em todas as gesta es como a hipertens o arterial Por esse motivo a gestante confessou ter sentido arrependimento ao constatar a gravidez principalmente quando foi diagnosticada com DG Parecia se repetir mais uma gesta o com prov vel perda fetal al m dos riscos com a sa de e a vida Por m esse sentimento mudou com a evolu o da gesta o o tratamento e o controle dos n veis da glicose sangu nea As possibilidades vislumbradas permitiram que Claudia sentisse o desabrochar do d
139. am uma express o o mais pr xima poss vel de cada uma das experi ncias dos sujeitos colaboradores Portanto a arte aqui se apresenta como recurso de interven o na constru o de informa es o que n o retira do seu car ter original sua dimens o terap utica embora n o seja esse o seu objetivo isto aqui n o houve uma intencionalidade de uma pr tica terap utica embora n o se possa definir a priori o que seja ou n o terap utico j que a subjetividade no seu movimento intensivo e extensivo de produ o de sentidos est para al m e aqu m dos enquadramentos conceituais n o podendo ser delimitada como objeto de uma determinada pr tica te rico cient fica Ap s a finaliza o das tr s atividades vivenciais com cada gestante foi agendado o momento de valida o dos significados produzidos durante a entrevista e nas pr ticas de arte terapia 4 Di rio de campo constando do registro das observa es e relatos ocorridos em todos os momentos da constru o de informa es e as reflex es do pesquisador 3 6 An lise dos significados Nesta pesquisa tive como foco de interesse a compreens o dos significados para as gr vidas portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional do diagn stico desta patologia e a conseq ente necessidade da hospitaliza o por per odos indefinidos de tempo at a resolu o do parto Adotei a forma de an lise qualitativa considerando como Leopardi 2001 que esta permite divid
140. amenizar o cotidiano bombardeio de imagens da m dia que na maioria das vezes pouca ou nenhuma utilidade tem para o fortalecimento das singularidades do ser humano Em arte terapia esse trajeto marcado por s mbolos particulares que assinalam informam e definem sobre os est gios da jornada de individua o de cada ser Este caminho singular compreende as transi es e transforma es do ser em dire o a tornar se um in div duo aquele que n o se divide face s press es externas e assim procura viver plenamente integrando possibilidades e talentos s feridas e faltas ps quicas PHILIPPINI 2004 p 15 Para a arte terapeuta 70 O processo Arte Terap utico permite que simbolicamente e de forma perene atrav s das atividades expressivas diversas sejam retratadas com precis o as sutis transforma es que marcam o desenrolar da exist ncia documentando seus cont nuos movimentos do vir a ser que configuram se e materializam conflitos e afetos Ou seja o conjunto de atos que genericamente pode se nomear por fazer terap utico expressa a singularidade e identidade criativa de cada um A descoberta gradual de eventos ps quicos cujo significado antes era obscuro amplia possibilidades de estrutura o da personalidade ativa potencialidades e contribui para a constru o de modos mais harm nicos de comunica o intera o e Estar no mundo PHILIPPINI 2004 p 15 Para a arte terapeuta em arte terapia atrav s
141. ao lado com frases como uma pessoa amante da vida da natureza amar Cristo acima de todas as coisas e afirmou ser muito batalhadora Posso compreender que a ilustra o representando a pesquisadora realizando uma atividade n o permitida a ela naquele momento deixou percept vel a dif cil situa o que a gestante vivenciava com rela o s proibi es alimentares mesmo silenciando sobre o assunto Busquei manter um di logo com as gestantes colaboradoras do estudo com a intencionalidade de compreender as facetas afloradas nos seus discursos tentando desvelar o 121 fen meno nas suas formas de expressar valorizando seus sil ncios seus gestos e a entona o das falas embasada nas afirma es de Heidegger quando afirma que Somente onde se d a possibilidade existencial de discurso e escuta que algu m pode ouvir Discurso e escuta se fundam na compreens o A compreens o n o se origina de muitos discursos nem de muito ouvir por a Somente quem j compreendeu poder escutar HEIDEGGER 2000 p 223 Portanto compreendendo o pensamento de Heidegger aquele que sabe ouvir tem acesso ao sil ncio aut ntico rico de significa es pois o valor do discurso encontra se muito mais presente no sil ncio atencioso do que nas palavras Para Cl udia as mudan as no cotidiano alimentar ficaram bem presentes na sua fala durante a entrevista e nos momentos criativos e expressivos A rotina di ria de liberdade aliment
142. ar o trabalho e se apresentar atrav s do que produziu 185 No cartaz a colaboradora colou duas fotos de mulheres A primeira representando a pesquisadora e logo abaixo escrito Essa Sarah uma enfermeira super maravilhosa pessoa delicada e de bela apar ncia Sendo ela um encanto de pessoa A segunda figura representava a colaboradora com palavras escritas Essa sou eu seu nome Sou amante da vida e da beleza da natureza do c u azul e das estrelas que vivem a brilhar Eu Quando finalizou no dia de hoje o trabalho iniciado na noite anterior ela preencheu o cartaz de novas cores colas com purpurina e acrescentou Amo Cristo acima de todas as coisas Viver bom melhor viver intensamente Sou feliz assim mesmo 2 Momento Criativo e Expressivo 03 04 07 In cio 10h A colaboradora ficou um pouco indecisa para iniciar o trabalho Sentiu dificuldade em misturar e preparar as cores nos recipientes para iniciar Escolheu o tamanho pequeno do papel 40kg 12h Concluiu o trabalho aparentando estar feliz e trangjila 3 Momento Criativo expressivo 04 04 07 In cio 12 15 h ap s o almo o Percebo e a colaboradora refere dificuldade em iniciar o trabalho 13h 30min concluiu o segundo trabalho O primeiro chamou de trof u e o explicou O segundo construiu em uma folha cora es e flores N o consegue expressar muitas palavras mas demonstra o significado do momento Iniciou sonolenta
143. ar recheada com sorvetes pizzas e cachorro quente foi interrompida com o advento do diagn stico de uma doen a que privilegia a dieta como proped utica para o seu controle e at mesmo a cura A interna o tamb m refor ou esse novo h bito alimentar Dia de domingo ia para pizzaria agora n o pode mais Sorveteria agora n o pode mais De rotina o que eu fazia todo dia era sagrado era comprar sorvete para tomar que agora n o posso mais um breve sorriso a gente sempre ia de noite comer cachorro quente ficar l vontade e agora n o pode mais Claudia No primeiro momento criativo e expressivo Cl udia ressaltou a figura de um prato de macarr o e de uma ta a de doces justificando que aqueles elementos estavam representando os alimentos que n o poderia mais ingerir atribuindo lhes a mesma import ncia que a outros objetos ali apresentados como o enxoval do beb sua casa a gravidez Estes significados foram revelados a seguir no trabalho da gestante 122 Figura 24 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia Claudia E aqui s o coisas que eu n o posso mais comer se referindo figura que colou de um prato de macarr o e uma ta a cheia de doces Claudia Nos discursos da gestante fica claro que o diagn stico de diabetes gestacional estabelece um marco de mudan as significativas no modo de vida at mesmo transformando positivamente antigos h bitos considerados agrad
144. as Human Beings with multiple possibilities Keywords Diabetes Gestational Diagnosis Pregnancy High Risk Hospitalization Qualitative Research LISTA DE FIGURAS Figura 1 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 2 pr tica de arte terapia Estrela Figura 2 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de diabetes gestacional 3 pr tica de arte terapia Nena Figura 3 Quem sou eu 1 pr tica de arteterapia Nena Figura 4 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 2 pr tica de arte terapia Estrela Figura 5 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 2 pr tica de arte terapia Flor Figura 6 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 2 pr tica de arte terapia rica Figura 7 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 3 pr tica de arte terapia rica Figura 8 Experi ncia vivida antes do diagn stico de diabetes gestacional 2 pr tica de arte terapia F tima Figura 9 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia F tima Figura 10 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia L cia Figura 11 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia L cia Figura 12 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Beatriz Figura 13 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 2 pr t
145. as com diagn stico de diabetes pr gestacional Esses achados segundo os pesquisadores provavelmente ocorreram devido ao resultado do diagn stico de uma nova patologia durante a gravidez e do complexo regime de medica o e procedimentos impostos gestante O escore de depress o encontrado foi elevado durante o per odo imediato p s parto com decr scimo logo ap s Este estudo foi realizado na Divis o de Sa de da Mulher e do Rec m nascido da Escola de Enfermagem na Universidade da Pensilv nia Filad lfia Persily 1996 realizou um estudo longitudinal e prospectivo sobre a percep o da mulher sobre a interrela o do impacto do diagn stico e tratamento do DMG e a ades o s condutas prescritas A pesquisa se iniciou no momento do diagn stico at a resolu o do parto e foi realizada em um Centro Perinatal terci rio de uma universidade da Filad lfia Os resultados revelaram que as mulheres com DMG que sentem um grande impacto em suas vidas advindo de um diagn stico de uma gravidez de alto risco t m a probabilidade de 28 apresentar menor ades o ao tratamento e esse fator pode influenciar negativamente no controle da glicemia elevando potencialmente os riscos sa de Em uma investiga o realizada em um hospital de refer ncia para atendimento de gestantes de alto risco na cidade de Porto Alegre Brasil os achados revelaram que de 105 gestantes portadoras de diabetes mellitus 84 80 eram portadoras de dia
146. au de dificuldade nesse momento n o foi f cil levar as gestantes a recordar todo o processo de constru o de informa es isto relembrar os momentos vivenciados com tantos sentimentos j despertos e revelados E pelo que consegui apreender atrav s das rea es das pacientes as dificuldades foram rec procas Para Assis et al 2005 por se tratar de uma abordagem qualitativa de compreens o da experi ncia a partir do senso comum e do julgamento dos sujeitos colaboradores um consenso atualmente entre os estudiosos sobre a confiabilidade e a validade dos dados qualitativos o que se pode realizar por meio da intersubjetividade pelo julgamento de pares e pelo reconhecimento dos participantes sobre o sentido e a veracidade da an lise dos significados Portanto neste estudo os significados revelados foram validados por enfermeiras que vivenciam essa pr tica de cuidado com gestantes de risco pela avalia o de uma profissional com forma o em arte terapia filosofia e psicologia e pelas 12 doze colaboradoras como j enfatizamos A valida o por pares se deu individualmente com uma das enfermeiras no turno da manh e em conjunto com duas enfermeiras no turno da tarde As profissionais do servi o tamb m confirmaram os significados revelados atrav s da leitura e discuss o dos significados formulados e da revela o dos dois grupos de temas Entretanto logo no in cio da exposi o desses significados duas enfermeiras
147. aubriand Universidade Federal do Cear localizada no munic pio de Fortaleza Participaram da investiga o 12 gestantes hospitalizadas pela primeira vez durante a gravidez As informa es obtidas no per odo de abril a outubro de 2007 foram extra das de prontu rios de entrevistas semi estruturadas de pr ticas de arte terapia e de anota es de di rio de campo Foram ainda organizadas luz do m todo de Colaizzi e analisadas com base nos estudiosos da fenomenologia existencial da arte terapia e do diabetes gestacional O estudo evidenciou que ter diabetes gestacional significa 1 vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude como o sentimento prazeroso de gestar e ser m e o sentimento de felicidade devido s chances de tratamento controle e at cura da doen a e a oportunidade de ser com o outro durante a hospitaliza o e 2 vivenciar experi ncias de sofrimento decorrentes do diagn stico e da interna o hospitalar como o medo da morte desespero tristeza ang stia inseguran a e depress o A compreens o do fen meno em quest o confirmou o pressuposto formulado e acrescentou outras facetas ao fen meno revelando a necessidade de um novo olhar para o cuidado s gestantes internadas com diabetes mellitus gestacional que priorize a utiliza o de recursos l dicos e expressivos a permiss o para que filhos menores possam visitar as m es durante a hospitaliza o e a implementa o de a
148. bendo que eu ia ficar distante da minha fam lia mas eu tive aquela vontade de vir para me tratar E gra as a Deus assim eu tive a dificuldade de ser recebida nos outros hospitais foi muito dif cil doloroso vim um dia e n o deu certo e quando eu vim no dia seguinte que mandaram foi assim eu vim s fiquei abalada quando eles me mandaram de volta para casa de novo fiquei imaginando que se eu ia voltar sozinha eu vim at aqui a Maternidade Escola ent o quando eles me receberam eu fiquei assim para mim ali j foi uma vit ria n E assim eu estar aqui recebendo todo esse tratamento est me dando for a eu estou muito otimista sei que a nen est bem que cada vez estou conseguindo superar est diminuindo a a glicose assim estou me sentindo mais feliz mais segura e se Deus quiser vai dar tudo certo at o final Eu sei que ainda est faltando praticamente dois meses eu fico imaginando que ainda tem muita coisa para rolar a mas sorrisos eu sou persistente se Deus quiser At mesmo assim o que esta acontecendo aqui Eu estou longe de casa da minha filha e do meu esposo mas assim eu estou feliz por estar aqui Por que eu sei que estou me tratando e estou conseguindo a minha recupera o Eu estou vendo que est tendo resultado E isso a est me deixando bastante feliz A afli o passou mais a angustia agora s querendo que d certo mesmo as coisas 2 Como foi a sua rea o comunica o d
149. betes gestacional ressaltando as afirma es anteriores da preocupante eleva o da incid ncia dessa patologia em nossas gr vidas Neste estudo as tem ticas discutidas no grupo de gestantes acometidas pela patologia foram medo impacto da not cia sobre o diagn stico dificuldades das gestantes diab ticas d vidas em rela o ao sistema atual de tratamento do diabetes na gesta o e o relacionamento de confian a com a equipe Aprofundando estes sentimentos ficou evidente que o medo das gestantes diab ticas estava associado s incertezas que esta gesta o de alto risco produz ao diagn stico ao uso da insulina por parte de algumas gestantes causando impacto em suas vidas MORETTO 2001 O mesmo estudo relata as dificuldades relacionadas por essas gr vidas em decorr ncia de um tratamento criterioso para evitar problemas para a m e e o beb A concilia o do tratamento com a vida familiar foi o primeiro enfatizado ficando a concilia o do tratamento com a atividade profissional em segundo lugar As pacientes declararam que em muitos momentos a fam lia obrigada a modificar sua rotina para garantir a participa o da mulher no programa de atendimento gestante diab tica As mulheres com filhos maiores demonstraram as mesmas dificuldades sempre relacionadas com sua aus ncia do lar seja por algumas horas ou pelos per odos prolongados de interna o hospitalar A dificuldade de conciliar as atividades profissionais com
150. bi o exame fazia um tempo a eu fui ao m dico ele mostrou n que estava muito alterado at no momento eu n o entendo n o estou entendendo o que porque eu j vi pessoas n mas eu nunca entendi mas pelo caso que a enfermeira falou era caso de urg ncia tinha que ser internada a eu estou a voz j embargada de emo o no in cio eu estava meio apavorada s chorando mas agora est passando 1 Voc se sente mais trangiiila 2 E porque a doutora disse que est baixando n se referindo aos valores do resultado da glicemia capilar 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de Diabetes Gestacional No momento assim eu fiquei sem acreditar porque eu achei que era imposs vel n breve sorriso porque a gente n o espera por esse tipo de coisa quer dizer uma doen a na gesta o Espera que a gente vai ter uma gravidez normal vai ter um parto melhor n n o vai ter complica o Porque at ent o eu n o estava 233 sentindo nada A de repente eu chego na consulta alegre e satisfeita o doutor pergunta como que est quando ele olha para os meus exames ele diz Olha tem que ir com urg ncia na Maternidade fazer uns outros exames porque voc est com a glicose muito alta A para mim isso dali foi um choque 3 Como foi a sua rea o comunica o da interna o hospitalar A eu pensei em mil e uma coisas pensei que sei l pensei um boca
151. bora o dos grupos de temas que segundo Colaizzi 1978 p 59 s o semelhantes ao terceiro passo do m todo por m exigindo nesse momento maior aten o e cuidado em seguir a emerg ncia dos temas comuns a todos os protocolos O segredo consiste em saltar do significado do que foi dado pelos sujeitos contidos nos protocolos para os grupos de temas agregados a partir dos significados formulados validando os com os protocolos originais Os 23 vinte e tr s significados formulados foram organizados e agregados em 2 dois grupos de temas Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan a de atitude Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que provocam sofrimento decorrente do diagn stico de uma gravidez com DMG e da interna o hospitalar Com esses temas prossegui na busca de uma descri o do fen meno t o inequ voca quanto poss vel validando os significados desvelados at esse ponto com as colaboradoras do estudo 55 A valida o foi realizada com cada gestante anda no ambiente hospitalar atrav s da leitura atentiva da descri o do fen meno e solicitando que a colaboradora confirmasse ou ajustasse alguma informa o caso desejasse As participantes corroboraram os significados revelados e em algumas ocasi es a emo o durante a escuta da sua pr pria experi ncia foi expressa atrav s de l grimas Senti no papel de pesquisadora um certo gr
152. bre a experi ncia de mulheres com diabetes gestacional durante o percurso da gravidez com rela o sua sa de e do beb Esse trabalho foi realizado em um Hospital do Condado de Stockholm Su a com resultados significativos em rela o influ ncia da experi ncia das mulheres com DMG sobre sua sa de tanto na dire o considerada negativa devido presen a do sentimento de medo declarado por essas mulheres quanto na dire o enfatizada como positiva na qual a mulher foi motivada a adotar um novo estilo de vida considerado saud vel para ela e o beb Lawson e Rajaram 1994 desenvolveram uma investiga o etnogr fica em pacientes de uma cl nica de alto risco em um centro m dico localizado na Universidade de Kentucky EUA sobre as consegii ncias psicossociais do diabetes gestacional Os dados revelaram um profundo efeito da patologia nas mulheres participantes da pesquisa resultando como nos achados das pesquisas anteriores em sentimentos de medo depress o e ansiedade No estudo quantitativo de York et al 1996 foi utilizado um check list para aferir ndices de ansiedade depress o e hostilidade com o objetivo de prover um escore para base de dados sobre esses sentimentos em uma amostra de seis mulheres com diagn stico de diabetes pr gestacional e 30 com DMG Os resultados mostraram que as mulheres com DMG apresentaram um ndice mais elevado no escore de ansiedade e hostilidade durante a gravidez do que aquel
153. bri agora o quanto eu estou preocupada e o quanto eu estou apreensiva n E descobri tamb m que a minha f n o mudou n Parei para pensar no ponto positivo disso tudo e o positivo que eu descobri foi esse que a minha f continua a minha esperan a n Eu quero agradecer por tudo J ssica De acordo com Valladares 2003 p 1 a arte terapia n o mero entretenimento mas representa uma forma de linguagem que permite a pessoa comunicar se com os outros um caminho de ajuda ao ser humano para explorar descobrir e entender suas id ias e sentimentos favorecer sua auto estima reduzir ansiedades e melhorar a sua qualidade de vida atrav s da promo o preven o e expans o da sa de A autora complementa que a terapia essencial vida das pessoas e pode contribuir para aquelas que apresentam patologias diversas e est o hospitalizadas Diante da surpresa do aparecimento do diabetes gestacional e a urg ncia da hospitaliza o as pacientes se depararam com uma situa o que exigiu uma postura de enfrentamento e novas atitudes Para Armond 2003 p 48 sendo a exist ncia constitutiva pelo sermos uns com os outros o homem se depara com situa es que o levam constante 137 organiza o do seu sendo no mundo Mediante a impossibilidade de continua o das atividades do cotidiano as pessoas optam por novos caminhos incorporando o momento da doen a e a hospitaliza o em suas vidas
154. cia no estado Maternidade Escola Assis Chateaubriand MEAC da Universidade Federal do Cear UFC importante mencionar de maneira sucinta o que me direcionou para essa op o uma vez que a experi ncia laboral mostrou tantos outros caminhos a serem percorridos Iniciei minha pr tica profissional no ano de 1985 trabalhando como enfermeira supervisora do servi o noturno da MEAC Ap s o primeiro m s de trabalho fui indicada para assumir o servi o da cl nica obst trica durante o per odo da manh o que representou grande desafio pois se tratava de uma das mais dif ceis unidades da institui o devido car ncia de recursos humanos e materiais centraliza o das atividades administrativas e assistenciais de enfermagem e ao maior n mero de leitos alta rotatividade de pacientes e grande diversidade de patologias do ciclo grav dico puerperal Nessa unidade atend amos gestantes com diferentes diagn sticos de patologias pr prias do per odo entre as quais eram de maior incid ncia as doen as hipertensivas espec ficas da gesta o DHEG hiper mese grav dica abortamentos neoplasia trofobl stica gestacional aminiorrexe prematura placenta pr via patologias do l quido amini tico incluindo uma grande demanda de clientes portadoras das doen as intercorrentes na gesta o citando as mais prevalentes diabetes gestacional cardiopatias anemias nefropatias e transtornos psiqui tricos Ao longo de cinco anos
155. cia pessoal ANDRADE 2000 p 33 Esta express o fruto das atividades conscientes e inconscientes de apreens o da realidade vivida no mundo do indiv duo e elabora o desse impacto no mundo interno do ser Portanto o ato de criar e o produto da cria o tornam se porta vozes da tentativa de resolu o do choque entre o que se apresenta ao indiv duo advindo da realidade objetiva e a maneira deste compreend la Justifica se desta forma a utiliza o dos momentos criativos e expressivos como recurso importante na constru o de informa es neste estudo Portanto nas arte terapias e nas terapias expressivas o cliente integra compreende e vivencia aspectos do mundo exterior e do interior concomitantemente Pode dar se conta do que de fato sente e durante este processo pode verdadeiramente fazer algo que assim o represente e a ele fa a sentido A express o art stica pode despertar a consci ncia O homem pode antever e concretizar sua compreens o da realidade e tamb m pode recri la possibilitando uma renova o da pr pria cultura Esta segundo Andrade 2000 a fun o social da arte entre muitos atributos e poderes Quando se utiliza pr ticas art sticas como a pintura e a modelagem entre outras atividades com fun es terap uticas solicita se a organiza o da vida ps quica suas percep es sentimentos e sensa es os conte dos internos dessa vida ps quica difundidos em imagens e s mbolos O criar e o
156. co da doen a e da confirma o da hospitaliza o a gestante percebe uma profunda altera o na sua vida modificando emocionalmente o seu ser si mesmo e o seu ser com os outros na fam lia e com sua rede de apoio Essa caracter stica ontol gica existencial primordial do ser humano de sentir se pr ximo ou afastado de algo ou algu m s o maneiras nticas de existir e 87 constitui se no espacializar se Posso sentir me pr ximo de algu m quando estou longe e perto quando estou afastado O que nos aproxima ou nos afasta a forma como nos relacionamos com o outro No mundo hospitalar essas gr vidas sentem saudade dos familiares e desejam voltar para casa para o seu mundo verdadeiramente o estar distante mas pr ximo dos entes queridos L cia foi uma das participantes que durante a constru o de informa es mostrou se bastante emocionada chorando em alguns momentos da entrevista e nas pr ticas de arte terapia necessitando nesses instantes interromper ou suspender a grava o das falas at o seu completo restabelecimento Mas apesar da dificuldade sentida devido grande emo o do momento foi sempre receptiva e atenciosa demonstrando interesse em participar do estudo Conversou bastante ap s a entrevista quando perguntou muito sobre o DG e mostrou se comunicativa e bem mais tranqiila e alegre na terceira pr tica de arte terapia A partir do momento em que a gestante seus familiares e a rede de apoio se inter
157. coberta do diagn stico na 35 semana de gravidez Entrevista 7 F TIMA 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Eu fico triste n porque eu nunca tive isso a eu tenho medo que aconte a alguma coisa com a minha filha o que eu mais desejo Eu fico muito triste por causa disso 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Ah eu fiquei em p nico em p nico mesmo porque a m e j tem n a com uma gravidez a gente corre muito risco n A eu fiquei triste tamb m rezo muito para que tudo d certo para minha filha n se Deus quiser que eu tenha ela com sa de 3 Como foi a sua rea o comunica o da interna o hospitalar sorrisos Eu reagi em choro que ave maria tudo o que eu mais quero ent o eu fiquei triste comecei a chorar a foi tanto que a press o subiu n A o medico falou que era porque eu estava nervosa fala com bastante emo o 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Eu acho que pode n receber visita da fam lia n principalmente porque a fam lia mora no interior n n o sei nem como vem visitar porque n o tem ningu m aqui sou s eu e meu marido S nos dois tem as minhas cunhadas mas n o sei nem se vem me visitar Por telefone tem como falar 5 Como tem sido a sua viv ncia
158. coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG Antes eu vivia assim em casa n Eu ia do trabalho para casa meu marido e a minha filha at eu descobrir e est aqui hoje n isso mesmo hoje eu n o estou para falar n o esbo ou um leve sorriso Aqui o sol retratando o desenho que fez do sol porque a gente aqui n o toma banho de sol e eu sa a para tomar banho de sol aqui a gente n o sa Aqui a minha casa tem flores tem um p de rvore eu gostava de ficar olhando da janela para as minhas flores fez um desenho de uma casa com flores na frente da casa e uma arvore ao lado da casa at eu descobrir at o dia que eu vim para c Hoje eu n o quero falar muito n o sorrisos mas n o estou chateada estou bem E como foi para voc participar desse momento hoje Saudade de casa por isso eu representei aqui Agora eu estou me sentindo bem estou bem Hoje eu n o quero falar mais nada vamos deixar para amanh sorrisos 219 3 Momento criativo e expressivo NENA Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho
159. cos das pacientes ao representarem seus nen s j formados e a figura o da fam lia saindo da maternidade e retornando para casa com os beb s ao colo Para conseguir atingir o final desejado essas mulheres aceitaram a terap utica que inclu a a hospitaliza o como primeiro passo e vislumbraram as chances de controle e at cura da doen a ap s o parto reagiram ao problema com atitudes de supera o buscando a partir de h bitos di rios uma vida mais saud vel atrav s da alimenta o e atividades corporais objetivando a preven o no futuro de doen as como o diabetes tipo 2 Esse novo olhar para h bitos de vida saud veis foi descrito como uma meta que abrangeria os filhos e a fam lia ap s o retorno para casa E essa mudan a foi encarada como uma nova experi ncia e li o de vida a partir do problema vivenciado As dificuldades encontradas por uma das colaboradoras do estudo ao procurar assist ncia em institui es para hospitaliza o modificaram sua postura frente ao problema demonstrando a partir daquele momento felicidade pela oportunidade de receber os cuidados necess rios quando conseguiram vaga para interna o E nesse caso a hospitaliza o n o foi sentida como um per odo t o dif cil com a conscientiza o sobre a efic cia dessa conduta e das impossibilidades de prover monetariamente esse tratamento em uma institui o particular Os motivos que propiciaram bem estar e tranquilidade para as gestantes du
160. da hospitaliza o a possibilidade de receber cuidados necess rios e eficazes Nesse momento a interna o deixou de ser um fardo pesado para se tornar um objetivo desejado visando a sa de materna e fetal Esses aspectos est o revelados na fala da gestante eu tive a dificuldade de ser recebida nos outros hospitais foi muito dif cil doloroso fiquei abalada quando eles me mandaram de volta quando eles me receberam eu fiquei assim para mim ali j foi uma vit ria n eu estou feliz por estar aqui Estrela Os aspectos aqui revelados trazem tona a discuss o de um problema s rio dos nossos servi os de sa de a peregrina o de mulheres gr vidas em busca de assist ncia e not ria a neglig ncia de cuidados considerados priorit rios pelos nossos gestores de sa de Sabe se que uma gr vida n o pode retornar para casa sem atendimento pr natal e este fato cuja ocorr ncia rotineira torna se muito mais s rio em uma gravidez de alto risco Esse apenas um caso citado por acaso dentre tantos outros que n o s o conhecidos ou notificados 110 Soma se a esse problema o abalo emocional que uma gr vida sofre por saber do risco que corre juntamente com seu concepto e n o tem condi es de pagar para receber assist ncia necess ria Sobre esse fato Moreira Nogueira e Rocha 2007 inferem que adoecer n o algo f cil ainda mais quando preciso utilizar se de um servi o de s
161. da para exterioriza o desses sentimentos das tens es e ang stias propiciando o auto conhecimento bem estar e supera o do problema Portanto os pressupostos elaborados a partir da experi ncia como enfermeira assistencial de uma cl nica obst trica que trabalha com gestantes com diagn stico de diabetes gestacional foram confirmados quando eu pontuava que essa gravidez de risco era permeada pelo medo da morte materna e fetal por sofrimento gerado pelo diagn stico e interna o hospitalar por preocupa o e afli es com rela o ao distanciamento dos filhos afastados pela interna o da m e pela insatisfa o que essa interna o gerava Por m a compreens o do fen meno a partir da escuta atentiva da clientela que vivenciou esse evento singular nesse per odo espec fico nesse ambiente particular revelou sentimentos e significados que me surpreenderam as doze integrantes do estudo mostraram a import ncia da maternidade para elas e esse desejo de ser m e foi sobrepondo os percal os do diagn stico e da interna o Compreendi que mesmo vivenciando uma gravidez de risco o importante para aquelas mulheres ali internadas era gestar e conseguirem ser m es e para isso enfrentaram o acaso o passado o presente e o futuro superando as dificuldades encontradas mudando de atitude frente a uma doen a que exige h bitos diferenciados de vida e ainda encontrando possibilidades de conviver com outras mulheres em situa es d
162. da pela necessidade da interna o os riscos que ela e o beb estavam correndo a dist ncia dos familiares e do seu mundo vida que a interna o provoca a incerteza do progn stico da patologia e da terap utica Com rela o terap utica em especial a insulina por falta de informa o e preconceitos sobre essa medica o a paciente teve d vidas sobre os benef cios ou preju zos que acarretaria para o beb com a sua utiliza o Salomon 2004 em seu estudo revelou atrav s dos discursos das gestantes os sentimentos que se originaram tanto com o impacto do diagn stico quanto no decorrer da gesta o Susto medo chatea o e aborrecimento se apresentaram ante um diagn stico inesperado e desconhecido isto a falta de informa o sobre a doen a e suas poss veis complica es principalmente em rela o ao beb al m da inseguran a do tratamento 142 adequado A seguir trago algumas falas dessas gestantes que mostram preocupa o sentida com o evento da gravidez de risco No in cio acho que foi um choque mesmo Por eu n o ter informa o Rosa Foi um susto n Porque muita gente falou que eu podia at perder o nen m n A eu fiquei apavorada Eu nunca tive diabetes nem problema de press o nem nada Agora a press o est alta o diabetes est alto tamb m Edite Santos 2003 demonstrou em seu estudo a presen a de ansiedade e ou depress o em metade das mulheres
163. das por duas outras participantes do estudo que programaram e desejaram muito a gravidez e mesmo com a surpresa diante do impacto do diagn stico do DG e da interna o sentiram se felizes e desejaram chegar ao final da gesta o como observa se a seguir Bem estar gr vida para mim uma realiza o agora estar gr vida com diabetes foi uma surpresa agora a interna o quando eu cheguei hoje foi outra surpresa tamb m n o estava esperando isso e agora fazer de tudo para dar certo J ssica 64 Ferreira 1999 p 1080 caracteriza a palavra impacto como Abalo moral causado por acontecimento chocante ou impressionante impress o muito forte muito profunda causada por motivos diversos Essa defini o e os discursos das colaboradoras do estudo levaram me percep o do significado para elas da maternidade e da concep o de que todo ser humano como Heidegger 2000 definiu possibilidade de ser um vir a ser que nas rela es com o outro vai constituindo seu movimento de ser podendo ou n o concretizar seus projetos nas rela es do ser com no mundo que o ser encontra possibilidades de fazer constituir realizar e ser feliz J ssica 36 anos cinco anos de relacionamento auxiliar de servi os gerais encontrava se na quarta gesta o na 23 semana gestacional com tr s partos normais por m com apenas dois filhos vivos e um bito neonatal decorrente de parto prematuro Nesta gesta
164. de estudo o pesquisador n o parte de um problema orientando sua pesquisa atrav s de uma interroga o acerca de um fen meno mas da forma como ele se apresenta na pr pria experi ncia MARTINS BICUDO 1989 A fenomenologia tem por meta ir as coisas mesmas tal como elas se manifestam prescindindo de pressupostos te ricos e de um m todo de investiga o que por si conduza verdade Trabalha sempre com o que faz sentido para o sujeito com o fen meno posto em suspens o como percebido e manifesto pela linguagem e trabalha com o que se apresenta como significativo e relevante no contexto no qual a percep o e a manifesta o ocorrem BICUDO 2000 Descreve os fen menos como tais s o experienciados pela consci ncia e onde o sujeito e o pesquisador se interrelacionam no processo de conhecimento Para Moreira 1997 o conhecimento do mundo mesmo em termos cient ficos se d a partir da pr pria experi ncia do sujeito deriva se do mundo vivido dos pensamentos percep es e viv ncias que o ser humano tem do meio em que vive A experi ncia vivida ao ser expressa e somente assim pode se construir parte da rede deixa a marca do sentido percebido pela pessoa e ao mesmo tempo a marca da hist ria e da cultura por meio de sistemas constitu dos de express o BICUDO 2000 p 98 Moreira 2004 refere que tradicionalmente na pesquisa fenomenol gica a busca do significado da experi ncia ser sempre o fim ltimo o q
165. de Instru o 3 ano do Ensino M dio Interrompeu devido gravidez Profiss o Do lar II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 01 Paridade 00 Cesariana 00 N mero de filhos 00 Aborto 00 N filhos vivos 00 Natimortos 00 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 34sem 4d Gravidez planejada n o Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional N o 244 Pr natal sim In cio 4 m s iniciou no Hospital da Pol cia Militar Realizou 5 consultas foi encaminhada para o servi o Materno fetal da MEAC UFC e veio encaminhada para interna o hospitalar Outras informa es Entrevista BEATRIZ 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Bom no come o eu fiquei muito abalada Porque eu n o esperava Se bem que na minha fam lia tem muito diabetes Meu pai n a fam lia dele A no come o eu achei estranho Ser que eu vou ter ou n o Porque ele o m dico fez 2 exames a ele disse vou fazer outro para ver se da gravidez ou de mim n se ela tinha diabetes pr gestacional a como eu fui para a ltima consulta e ele disse que era de mim a me deu aquele abalo que eu n o esperava n Porque desde o come o gra as a Deus tudo normal A quando
166. de do material para o transporte e a respectiva utiliza o Entrevistada 3 Claudia Diagn stico DMG HAC Perdas grav dicas recorrentes DIH 7 I Dados s cio demogr ficos Idade 34 anos Estado civil Casada Tempo de relacionamento 16 anos de casamento e 3 anos de namoro Natural de Interior Fortaleza Ce Grau de Instru o Finalizou 1 ano N o sabe ler sabe apenas assinar o nome Profiss o Do lar Trabalhou como balconista de uma lanchonete durante 15 anos I Hist rico Obst trico N mero de gesta es 05 Paridade 01 Ces rias N filhos 01 Abortos 03 N de filhos vivos 01 Natimortos Hist ria de morte neonatal Descri o de problemas em gesta es anteriores Hipertens o Arterial Perdas grav dicas recorrentes DMG em gesta es anteriores n o tem hist ria Obs realizou pr natal em todas as gesta es anteriores II Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 28 sem e 4d US 31s 1 d 198 Gravidez planejada N o Gravidez desejada no in cio n o O medo de problemas de sa de deixou a gestante apreensiva O companheiro gostou pois segundo a paciente ele sempre desejou filhos Depois foi bem vinda principalmente quando foi revelado o sexo masculino do beb O casal tem apenas uma filha de 21 anos Uso de m todo anticoncepcional usou comprimido mas n o faz uso h 6 anos Obs Pr natal sim In cio 4 m s no posto refere que
167. devido ingest o de um antial rgico e finalizou com outra express o e disposi o mostrando se bem disposta realizando dois trabalhos Obs Essa paciente recebeu alta ap s parto com o Rn dia 20 04 07 no final da tarde Encontrava se muito feliz com a sua recupera o e do Rn e com a alta da interna o Entrevistada 2 ESTRELA Diagn stico DMG DIH 6 I Dados sociodemogr ficos Idade 34 anos Estado civil Casada Tempo de relacionamento 4 anos de namoro e 10 anos de casamento 186 Natural de Interior Morada Nova Ce Zona Rural Grau de Instru o Superior completo Vai iniciar a p s gradua o Formada em Qu mica e Biologia pela UECE Profiss o Professora do Ensino Fundamental II 5 a 8 s rie disciplinas de Matem tica e Ci ncia IH Hist rico Obst trico N mero de gesta es 03 Paridade 02 Casarias N filhos 02 Abortos N de filhos vivos 02 Natimortos Hist ria de morte neonatal Descri o de problemas em gesta es anteriores 1 RN 3 900kg 2 RN 4 250kg Macrossomia fetal n o diagnosticada nas duas gesta es Press o arterial elevada na segunda gesta o DMG em gesta es anteriores probabilidade por m sem diagn stico HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 28 sem 7d US 29s 3 d Gravidez planejada Sim Gravidez desejada Sim Uso de m todo anticoncepcional Sim Obs Parou de usar para engravidar
168. diante poder ser possibilidade A temporalidade n o se temporaliza na sucess o das ekstases mas num porvir atualizante do vigor de ter sido HEIDEGGER 1993b p 149 Ao entrar em contato com o diagn stico de DG a gestante sente seu passado desmoronar se perder se Mas ao ser retomado o projeto existencial esse mesmo passado volta lhe experi ncia em vigor Passa a ser vivenciado como uma das melhores etapas da vida e recordado com nostalgia Torna se uma refer ncia de alegria momento em que o ser a se plenifica ao mesmo tempo em que com pesar se revela um rompimento de uma continuidade da vida anteriormente projetada entre passado presente e futuro No terceiro momento criativo expressivo ltimo do processo de constru o de informa es a colaboradora retratou com a modelagem elaborada a import ncia da maternidade mesmo vivenciando uma gravidez de alto risco no cotidiano de uma interna o hospitalar rica realizou dois trabalhos e no segundo o evento foi representado de forma colorida com a presen a de flores e cora es Esta representa o pode ser vista na pr xima foto 79 Figura 7 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Erica A gestante declarou que representou mais uma vez a import ncia da maternidade para ela atrav s das flores cora es e uma rvore no centro da moldura Todos os desenhos foram apresentados com cores fortes que inferiam a presen
169. dias e foi diferente porque eu fiquei com ela Eu vim me internar tive ela e depois fiquei os 4 dias Eu n o tinha assim nenhuma preocupa o n muita emo o na fala e agora eu j tenho que ela 1 E a incerteza de quanto tempo voc vai ficar internada Pois eu n o estou sabendo ainda se eu vou ficar 5 dias 6 dias sabe Mas tem que ser assim n Tem que ter paci ncia e esperar 2 Como foi sua rea o comunica o do diagn stico de DMG E interna o Eu fiquei um pouco nervosa assim porque n o normal e assim eu n o ia poder ter uma gravidez sem ficar se cuidando mais sem poder comer nada assim que fa a mal n E n o posso mais usar a car esse tipo de coisa comer doces essas coisas assim mas tudo bem n E para o meu bem e para o bem do beb ent o a gente tem que fazer um sacrif cio isso 3 E com a not cia da interna o como foi sua rea o Eu fiquei muito nervosa e assim mas n o foi nem tanto pelo internamento mas pela minha filha choro porque exatamente pelo mesmo motivo assim porque eu n o tinha a certeza quanto dias eu ia ficar internada Assim pela preocupa o com ela que eu ia estar aqui e ela em casa Mesmo ela estando com a av dela a gente fica preocupada sempre Ent o s foi por isso mesmo que eu fiquei mais nervosa e aperriada ainda chorando 4 Como vai ser o contato com a fam lia durante o per odo de interna o Eu
170. do aqui a filha que vai nascer bebezinho n Esse trabalho me representa minha fam lia meu esposo meus filhos minha filha que vai nasce se Deus quiser F tima Ao revelar quem sou eu quest o inicial desse primeiro encontro com a arte terapia a gestante exp s seu mundo familiar incluindo sua casa jardim o companheiro e mostrou uma fam lia com a presen a de uma m e um pai e dois filhos como seria a sua caso n o tivesse sofrido duas perdas neonatais Refor ou ainda essas presen as com a figura de uma crian a retratada como o filho que perdeu e um beb como a filha que est esperando nascer Para Philippini 2004 p 19 a trajet ria da individua o registrada atrav s de s mbolos diversos que ao longo dos ciclos vitais manifestam se em m ltiplas possibilidades expressivas Assim um s mbolo em dado momento a imagem guia que unir o inconsciente consci ncia e com essa media o atrav s do desenvolvimento do trabalho com possibilidades imag ticas procura atender singularidade de quem cria estimulando a criatividade e trazendo consci ncia informa es ainda veladas F tima que aceitou de forma receptiva a sua participa o na pesquisa respondeu sem dificuldades a entrevista mas se expressou com poucas palavras era muito direta nesse momento demonstrando bastante emo o sorrisos que pareciam esconder o choro principalmente quando falou sobre a interna
171. do mesmo que esse dom nio seja silencioso e permane a encoberto pelo dominado A segunda possibilidade de express o do cuidado o que se deseja ao prestar assist ncia a gestantes vivenciando a gravidez de risco Trata de favorecer o outro em suas potencialidades para vir a ser Saltar diante do outro possibilitando que ele assuma seus atos e caminhos ajud lo a cuidar do seu pr prio ser Essa forma diz respeito cura propriamente dita isto se refere ao aut ntico cuidar HEIDEGGER 2000 Backes Koerich e Erdmann 2007 ao estudar o cuidado humanizado atrav s da valoriza o do ser humano ressaltaram que o processo de cuidar precisa ocorrer numa rela o interativa numa efetiva troca de informa es saberes e interesses tendo por base o compromisso tico entre pacientes e cuidadores Sobre uma organiza o que presta assist ncia afirmaram que para serem consideradas humanizadas deveriam conhecer as necessidades dos seus clientes estando eles internados ou nos servi os externos como nos ambulat rios reconhecendo que o conhecimento das expectativas dos clientes conduz elabora o de estrat gias que propiciem constante adequa o e dinamismo s suas necessidades Para Rivero e Erdmann 2007 o cuidado humano amoroso entre a 0 enfermeira o e a pessoa sadia ou enferma foi concebido como a capacidade para mostrar preocupa o e interesse respeitar a dignidade assumir o cuidado com responsabilidade e compreend
172. do n ent o descobrir que est com Diabetes gestacional voz um pouco embargada de emo o tratar porque tem que cuidar primeiro do nen n Primeiro lugar ele depois eu ent o tudo que eu fizer vai ser muito bem vindo e muito bem feito n E gra as a Deus eu estou conseguindo controlar e lutar ir para frente e esperar que n o tenha n nem em mim nem nele n Que seja s gestacional 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG 226 Para mim n o foi f cil porque eu n o sabia que poderia acontecer n E tipo a coisa leigo no assunto n Ent o para mim quando eu soube o que foi a primeira coisa que eu fiz tirei todo o doce e comecei com ado ante e com uma semana minha glicose tinha baixado total j n o era mais diabetes gestacional quer dizer j n o estava mais com os n veis altos E como eu brinquei quando fiz o resultado que deu baixo demais a eu disse ah Agora eu estou boa A comecei no doce de novo a deu de novo Aumentou Eu reagi p ssimo n P ssimo Porque eu totalmente leiga e ao mesmo tempo n o n porque a pessoa leiga a pessoa que n o entende eu entendia do assunto mas eu achava que aquilo ali por ter baixado tanto eu n o poderia voltar de novo a aumentar Ent o foi choro Ent o o ltimo retorno que ela fez foi o que tem que internar 3 Como foi a sua rea o comunica o da interna o hospitalar P ssima n Porque eu n o esperava
173. do de bobagem que preocupa o n De ser algo pior n o foi nem tanto como a primeira gravidez a nesse momento eu senti um medo 3 Na primeira gravidez Eu tinha tomado um susto mas n o foi nem tanto como essa agora essa gravidez porque para mim um bicho de sete cabe as Porque assim n o sangramento era de se esperar a doutora j tinha me avisado que geralmente n quando a mulher vai ter um filho ou ela tem sangramento n ou ela tem o l quido A j sobre diabetes eu sempre vi coisas assim escutava assim nas novelas que passava falando nas reportagens a eu fiquei um pouco receosa n gr vida ent o a eu fiquei com medo 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o N o a minha sogra ela trabalha aqui um dia sim outro n o ela vem me ver ela j falou para mim que eu n o me preocupasse minha m e tamb m j falou que isso coisa mesmo que n o para acontecer quer dizer que problemas na gesta o n o deveriam acontecer mas breve sorriso j que aconteceu tem que ficar trangiila repousar e vai dar tudo certo Hoje eu j recebi visita da minha sogra e da minha m e Quando precisar tenho como entrar em contato por telefone O meu meninozinho a eu falei com o meu esposo para n o trazer ele porque ele vai ficar chorando n Ele pequeno 3 anos Ele fala por telefone 5 Como tem sido sua viv ncia junto aos profissionais out
174. do grupo de apoio da gestante familiares companheiro e amigos para que ela consiga se sentir bem e segura e contribuir no tratamento como referido anteriormente pelas colaboradoras No estudo observou se a import ncia da utiliza o de recursos art sticos como suporte para vivenciar a gravidez de alto risco com outra perspectiva e atitude Corroboro portanto Ciornai 2004 ao falar sobre a utiliza o de recursos art sticos em contextos terap uticos referindo que o processo do fazer art stico tem o potencial de cura quando o cliente acompanhado pelo arte terapeuta experiente construindo uma rela o que facilita a amplia o da consci ncia e do auto conhecimento possibilitando mudan as A satisfa o decorrente do sentimento de bem estar ocasionado pelo cuidado recebido levando chance de controle e cura do diabetes gestacional promovendo o sentimento de seguran a para a gestante e o beb suscitou a import ncia da aplica o no cuidado com mulheres que vivenciam a gravidez de risco dos princ pios cient ficos utilizados na satisfa o das necessidades humanas b sicas Para as enfermeiras Du Gas 1978 Daniel 1981 e Castro 1998 que estudaram o tema as necessidades b sicas s o os instintos inatos que levam o homem a retirar do meio exterior recursos pr prios indispens veis conserva o e restaura o psico biol gica psicossocial e psico espiritual de sua vida e eleva o do n vel desta V rios pe
175. do manuseio e experimenta o de materiais diversos nas m ltiplas modalidades expressivas em local acolhedor facilita se o despertar da sensorialidade e da percep o permitindo a viv ncia de momentos l dicos que podem levar comunica o mais ampla e flex vel e a sentimentos de plenitude e inteireza Os conte dos inconscientes que v o continuamente emergindo constroem a compreens o que progressivamente vai ampliando a identidade do indiv duo que se permite criar e a energia ps quica antes contida nestes conte dos inconscientes libertada favorecendo uma transforma o significativa das quest es trazidas no in cio do trabalho Bastam formas muito simples para que este processo transcorra de forma criativa n o requerendo habilidades especiais do seu criador Portanto o setting da arte terapia funciona como local de cria o de resgatar e expandir potencialidades esquecidas de desvelar sentimentos de compreender conte dos inconscientes A gravidez um evento biologicamente natural por m sentido como especial na vida da mulher que enfrenta situa es adversas ao progn stico de resolu o da gesta o As experi ncias compartilhadas na pr tica profissional mostraram que as mulheres engravidam mesmo com o risco gestacional o que corrobora as id ias de Dourado e Peloso 2007 ao referirem se ao desejo e programa o de uma gesta o de alto risco Segundo estes autores a vontade de ter um filho muitas veze
176. durante a segunda pr tica de arte terapia Rosa desenhou uma mesa com alimentos e uma figura de mulher declarando que era a sua representa o tentando resistir aos alimentos que significaram os excessos cometidos at o momento da descoberta da patologia como descreve eu desenhei eu e uma mesa com comida aqui em cima n Uma coisa que eu vou ter que abrir m o de muitas coisas por causa da diabete Eu n o devo comer a car n Sorvete essas coisas e comer pouquinho de 3 em 3 horas Eu comia tudo que eu queria Foi muito bom eu demonstrar em uma figura o que eu estava sentindo por enquanto a diabetes na gesta o n o E se passar a ser depois a uma mudan a de comportamento para um futuro melhor Rosa Percebe se o quanto dif cil essa mudan a de atitude estando esse significado presente nos trabalhos e na fala da gestante nas duas pr ticas de arte terapia ao retratar o momento anterior ao diagn stico e o que estava vivenciando durante a interna o A paciente estava bem orientada sobre a patologia as condutas recomendadas e a preven o de futuros agravos atrav s da mudan a dos h bitos alimentares Mesmo com essa consci ncia descreve com emo o os sentimentos em rela o a essa nova vida cheia de regras e atitudes diferenciadas O trabalho desenvolvido na terceira pr tica da arte terapia e a interpreta o sobre esse momento reafirmaram esses significados
177. e orientada a realizar a contagem dos movimentos fetais diariamente a partir de 32 semanas de gesta o em conjunto com exames realizados nos servi os especializados semanalmente como a cardiotocografia e a ultrassonografia em todas as pacientes em uso de insulina e naquelas consideradas de maior risco SBD 2005 As gestantes com bom controle metab lico e que n o apresentam antecedentes obst tricos de morte perinatal ou macrossomia ou complica es associadas como hipertens o podem aguardar a evolu o espont nea para o parto at o termo O DG n o indica o para cesariana e a via do parto uma decis o obst trica SBD 2005 No p s parto os cuidados com a dieta saud vel e o controle dos n veis glic micos devem ser mantidos A maior parte das mulheres n o requer nesse per odo o uso de insulina O aleitamento natural deve ser estimulado devendo se evitar a prescri o de dietas hipocal ricas nesse per odo Caso ocorra hiperglicemia durante o puerp rio o uso de insulina est indicado A toler ncia glicose dever ser reavaliada a partir de tr s CLARK WENSTROM 2005 a seis semanas ap s o parto SBD 2005 Nas revis es ginecol gicas anuais recomendada a manuten o do peso adequado revisando as orienta es sobre dieta e atividade f sica escolha do melhor m todo anticoncepcional avalia o de outros fatores de risco como complica es vasculares tabagismo hipertens o entre outros
178. e o que representava o seu trabalho agradeceu muito por ter participado do processo dizendo ter gostado muito e ter ajudado nesses momentos de interna o sentindo j estar terminando ter sido apenas tr s dias Afirmou que chorava muito todas as noites e depois que iniciou as oficinas n o chorava mais estava se sentindo bem Quase ficou deprimida e agora se sente bem Nos despedimos com um abra o Entrevistada 7 F TIMA Diagn stico DMG DHEG DIH 1 Dados s cio demogr ficos Idade 37 a Estado conjugal Casada Tempo de relacionamento 14anos casamento Proced ncia Interior Paracuru CE Mora em Fortaleza Grau de Instru o 5 s rie do1 grau Profiss o Domestica II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 03 Paridade 02 normais N mero de filhos 00 Aborto 00 N filhos vivos 00 Natimortos 02 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores Press o alta 1 gesta o parto 7 m s bito neonatal 2 gesta o parto 5 m s bito neonatal HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 35sem Gravidez planejada n o 221 Gravidez desejada sim Depois da confirma o Uso de m todo anticoncepcional 1 ano Ficou 4 anos sem utilizar m todo Pr natal sim In cio 3 m s iniciou no posto Veio encaminhada para o ambulat rio materno fetal da MEAC UFC realizou 5 consultas e foi encaminhada para interna o Des
179. e assumiu e cria como filho 98 Figura 16 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Essa sou eu Aqui meu sobrinho porque ontem eu falei com ele e ele chorou falei por telefone porque ele pequeno M e quando que voc vem Ele me chama de m e aqui representa ele Eu sinto muita falta dele Ele eu crio desde pequeno Eu acho que sinto mais falta dele do que todos l em casa Claudia Durante a entrevista a gestante foi sucinta de maneira que os discursos obtidos resultaram das pr ticas de arte terapia momentos em que esta revelou maior express o prov vel que essa gravidez preencha o desejo n o s de ter um filho do sexo masculino mas os filhos perdidos ap s tr s tentativas de engravidar ou mesmo a confirma o da fertilidade para essa mulher com um passado obst trico t o sofrido No caso de Cl udia senti a necessidade de dar maior nfase aos sentimentos tanto expressos com palavras durante a entrevista como os desvelados durante as pr ticas de arte terapia Estes momentos foram reveladores para a gr vida pois propiciaram o descortinar de sentimentos at ent o n o expressos levando percep o de fatos importantes vivenciados entre os quais o sobrinho criado e amado como filho reafirmando o que foi dito no par grafo anterior a satisfa o da necessidade da maternidade e a maneira de superar perdas anteriores Naquele instante a terapia foi
180. e atende as gestantes com gravidez de alto risco ou s o encaminhadas por outros servi os ou maternidades do estado que n o possuem unidades especializadas na assist ncia gestante de risco ou n o disp em de unidade neonatal com capacidade para receber rec m nascidos prematuros ou com algum agravo que necessite de suporte avan ado em equipamentos e profissionais especializados 107 A institui o tamb m recebe clientes mesmo sem encaminhamento pr vio de algum outro servi o e que necessitem de algum atendimento de urg ncia ou mesmo de avalia o de alguma intercorr ncia obst trica ou ginecol gica Por ser um hospital de grande porte consegue atender a demanda da popula o que procura seus servi os e desta forma evita o retorno de clientes sem possibilidade de atendimento por falta de leitos Com os recursos advindos da interna o a gestante com gravidez de risco pode ser acompanhada at a resolu o do parto no puerp rio e ter garantido seu retorno no p s parto S o grandes os benef cios dos cuidados recebidos por essa clientela que consegue assist ncia adequada A conduta adotada na MEAC est de acordo com Rudge e Calderon 2006 quando afirmam que no diabetes diagnosticado durante a gesta o importante que esses cuidados se iniciem com o rastreamento e a confirma o diagn stica em poca oportuna e o mais precocemente poss vel pois desta forma o controle da hiperglicemia materna poder ser efetivo e
181. e dos outros Eu acho que eu gostei mais desse S isso Sandra Compreendi essa sensa o de plenitude obtida pela paciente no final dos trabalhos como conseqii ncia do alcance dos seus objetivos isto ter conseguido expressar atrav s da sua produ o o sentimento prazeroso da maternidade representada atrav s da primeira filha e a realiza o da gravidez atual vendo se gr vida deitada no leito de uma enfermaria em uma unidade de alto risco isto vivenciando um ambiente hospitalar e mesmo assim sentindo se bem em gestar apesar de todas as adversidades 93 Concretizando essa etapa da an lise dos significados o sentimento prazeroso de estar gr vida e ser m e que comp em o primeiro tema ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude mais um aspecto importante foi encontrado na pesquisa documental a gravidez n o planejada e o desejo de n o engravidar no in cio da gesta o por tr s colaboradoras do estudo Cl udia Rosa e Lia ou por achar que n o estava no momento certo ou pelo medo de engravidar por ter problemas de sa de Claudia aos 34 anos e 16 de relacionamento conjugal encontrava se ao ser internada na 31 semana gestacional com diagn stico de diabetes mellitus gestacional associada hipertens o arterial cr nica e perdas grav dicas recorrentes Confirmando os dados da pesquisa documental declarou n o ter planej
182. e estar saindo de alta Saiu de alta no dia 03 05 07 tarde para acompanhamento no ambulat rio materno fetal Entrevistada 4 Rosa Diagn stico DMG HAC PE pr ecl mpsia DIH 1 I Dados s cio demogr ficos Idade 44 a Estado conjugal Casada informal uni o consensual Tempo de relacionamento 10 anos de namoro e casamento Proced ncia Interior Jaguaribe Ce obs mora em Fortaleza h mais de 40 anos Grau de Instru o 6 s rie do1 grau Profiss o Empacotadora atualmente aposentada por invalidez devida consegii ncias da paralisia infantil II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 01 II Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 35 1 sem US 35s 6d Gravidez planejada N o Gravidez desejada N o Uso de m todo anticoncepcional usou at 5 anos antes de engravidar Parou devido a PA elevada Pr natal sim In cio 2 m s encaminhada para o ambulat rio de alto risco descoberta do diagn stico no 8 m s Encaminhada para interna o Entrevista 4 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco 205 Fiquei surpresa e tamb m fiquei nervosa quando disseram diab tica n o sou n o N o querendo admitir A minha irm disse n o s porque voc est gr vida A eu fiquei muito nervosa mas aqui me trataram bem
183. e imaginei constituir uma fam lia grande Porque as vezes a gente tem que pensar tamb m nos cuidados do futuro depois de ter os filhos ent o voc tamb m n o pode se expandir demais ter uma fam lia muito grande porque as condi es se tornam mais dif ceis Mas eu adoro ser m e adoro quando eu estou gr vida e assim principalmente no per odo que voc agora nessa gravidez que eu estou com esse problema que eu nunca imaginei Imaginei que eu teria uma gravidez sadia Voc est vivendo esse momento assim est enfrentando um desafio na sua vida mas que de qualquer jeito voc fica confortada porque voc sabe que tem uma chance de recupera o voc saber que esse momento vai passar e vai passar com sucesso se Deus quiser que eu vou ter minha filha sadia saud vel e que o tratamento que eu estou recebendo assim tamb m futuramente vai me servir como um guia para minha vida minha sa de porque eu sei que esse problema que eu estou vivendo agora futuramente eu posso evitar outros problemas mais s rios para mim Outra coisa que eu imagino assim estava planejado que eu ia ter minha filha l no interior mas no fundo no fundo se eu tiver a oportunidade de t la aqui eu acho que para ela o atendimento vai ser melhor porque l n o tem pediatra s vezes quem faz seu parto mesmo s o as enfermeiras Ent o assim a minha preocupa o maior ainda que eu sei que quando eu tirar a bebe minha diabetes vai normalizar a min
184. e passos envolvidos nesse processo de an lise Por m importante ressaltar nesse momento os primeiros quatro passos do m todo para compreens o dos procedimentos utilizados na busca dos significados O primeiro passo seguido nessa investiga o foi a leitura exaustiva de todas as descri es dos sujeitos investigados convencionalmente chamado por Colaizzi 1978 p 59 de protocolos a fim de adquirir o sentido dos discursos tentando extrair significados de tudo o que foi dito No segundo passo retornei particularmente a cada um dos 12 doze protocolos e extra frases ou senten as que pertenciam diretamente ao fen meno investigado etapa conhecida e designada como extraindo declara es ou afirma es significativas V rios protocolos podem conter afirma es ou declara es iguais ou semelhantes assim repeti es podem ser eliminadas Al m disso afirma es que se referem a um ponto espec fico podem ser 52 transpostas para uma formula o abrangente ou geral sobre o fen meno COLAIZZI 1978 p 59 No terceiro passo tentei decifrar o significado de cada afirma o significativa definida por Colaizzi 1978 p 59 como formular significados Nesse passo o autor do m todo cita que o pesquisador fenomenol gico se engaja em um momento que n o pode ser delineado precisamente chamado de insight criativo pois salta do discurso dos sujeitos para os significados desvelados Esse considerado um salto prec rio arrisc
185. e refor am esses sentimentos nos trabalhos realizados Estrela declarou durante a entrevista que no instante que soube do diagn stico de diabetes gestacional e iniciou o tratamento se sentiu aflita apavorada perdida Assim no primeiro momento que eu soube n quando eu comecei o tratamento quando come aram a falar de alto risco para mim e para a beb eu fiquei muito aflita E no momento que eu estava no consult rio da m dica que ela me encaminhou eu assim fiquei mesmo sem p no ch o n Eu quis me apavorar s de eu lembrar que eu estou com uma crian a que ela estava correndo 144 risco e eu tamb m ent o voc fica meio assim meio atordoada n A rea o foi muito medo n Estrela Ao responder sobre os sentimentos decorrentes dessa nova situa o Estrela refor ou esses significados logo ap s a not cia do diagn stico e da interna o Primeiro a gente se apavora Sente aquele pavor sente aquela tristeza Voc fica pensando coisas ruins que n o bom Voc tem que procurar mudar os pensamentos negativos Saber que est vivendo um momento dif cil Porque dif cil voc saber que est com uma crian a aqui que voc est com alguma coisa que est descontrolada que pode causar algum mal a ela ou a si mesma Estrela Em Heidegger 1993a p 195 o que se teme possui o car ter de amea a portanto o temor se manifesta como uma amea a que se aproxi
186. e risco semelhante e praticar atos de solidariedade e cuidado Aprendi muito nessa conviv ncia e mudei o meu olhar em rela o a essa clientela em particular Mesmo sofrendo com as adversidades de uma doen a inesperada essas mulheres demonstraram as infind veis possibilidades da condi o humana de ir al m Esses significados me remeteram a reflex es sobre as possibilidades de ajud las na supera o desses momentos buscando tamb m respaldo na Teoria do Cuidado Humano de Jean Watson 1985 quando preconiza o cuidado como o atributo mais valioso que a enfermagem tem para oferecer humanidade Essa estudiosa defende que o cuidado pode ajudar a pessoa a ganhar autocontrole auto conhecimento e promover mudan as nos h bitos de sa de PESSOA PAGLIUCA DAMASCENO 2006 154 Dentre os fatores sugeridos pela te rica para o trabalho com o ser que espera por assist ncia trago propostas poss veis de serem trabalhadas na pr tica com essas gestantes cuidado consciente com amor bondade e serenidade presen a na rela o com autenticidade permitindo e mantendo pensamentos e opini o pr pria e do outro um ser cuidado para desenvolvimento e manuten o de uma aut ntica rela o de cuidado de ajuda confian a presen a verdadeira na rela o aceitando os seus pr prios sentimentos positivos e negativos e do outro ser que est sendo cuidado uso de pr ticas criativas e de todos os caminhos do conhecimento como parte do processo de
187. e sofrimento revelando o momento do diagn stico quando chorou ao saber da not cia do diagn stico de DG e logo abaixo colou uma figura representando o apoio que seu companheiro ofereceu ao compartilhar com ela o problema E complementando o trabalho vislumbrou atrav s da figura de uma mulher fazendo medita o e yoga o enfrentamento da patologia com atitudes saud veis significando uma nova postura diante da vida significados j desvelados em tem tica anterior Beatriz comentou que necessitou refletir muito para conseguir demonstrar todos os significados retratados no trabalho e as pr ticas de arte terapia propiciaram essa express o e favoreceram o autoconhecimento mais um momento bom na nossa vida Porque a eu fico mais me conhecendo a gente s se conhece a partir do que a gente vive n A cada cotidiano vai se conhecendo mais foi timo Para chegar aqui eu refleti muito n Beatriz Para Valladares 2003 a arte terapia pode ajudar o ambiente hospitalar a tornar se mais descontra do permitindo a exterioriza o de sentimentos de tens es e ang stias trabalhando para a reorganiza o do indiv duo 140 Para as gestantes L cia e Cl udia o diagn stico de diabetes gestacional foi uma surpresa dif cil de acreditar visto que para elas era imposs vel acontecer algo assim Foi um choque no in cio pois esperavam uma gravidez normal e estavam se sentindo bem Para mi
188. eaubriand MEAC os resultados da referida pesquisa como incentivo e contribui o equipe de enfermagem e s mulheres internadas nas unidades de alto risco em conseq ncia a um olhar diferenciado sobre o cuidado Atenciosamente Sarah Maria Fraxe Pessoa 170 AP NDICE B SOLICITA O DE APRECIA O E PERMISS O PARA DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA NA INSTITUI O Fortaleza de de Ilma Sra Dr Silvia Bomfim Hypp lito Coordenadora do N cleo de Sa de Reprodutiva N SAR Maternidade Escola Assis Chateaubriand MEAC UFC Senhora Coordenadora Eu Sarah Maria Fraxe Pessoa Enfermeira Coordenadora do Servi o de Educa o Continuada em Enfermagem SECEn da MEAC UFC doutoranda em Enfermagem venho atrav s deste submeter aprecia o de V S e solicitar permiss o para desenvolver nessa institui o o Projeto de Tese de Doutorado em Enfermagem intitulado O significado do Diagn stico de Diabetes Mellitus Gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas hospitalizadas Informo que o referido projeto estar sob a orienta o da Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno que comp e o quadro de docentes da p s gradua o do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Cear Atenciosamente Sarah Maria Fraxe Pessoa 171 Ilmo Sr Dr S rvio Augusto de Tabosa Quesado Coordenador do Comit de tica em Pesquisa Matern
189. ebidas durante a gesta o tanto no n vel individual quanto nas rela es e no sistema familiar Por esse motivo a fam lia enquanto se prepara para a chegada do beb precisa redefinir suas rela es interpessoais as atividades desempenhadas e os pap is e responsabilidades assumidos no grupo Portanto a m e nesse momento principalmente com o seu afastamento do domic lio devido interna o deve estar preparada e sensibilizada para trabalhar com o companheiro o apoio dos filhos que ficaram em casa harmonizando a chegada do novo membro fam lia Dando continuidade ao desvelar dos sentimentos das colaboradoras do estudo advindos da oportunidade e do desejo de gestar por m neste caso sem uma programa o obst trica pr via do evento n o poderia deixar de citar o exemplo de vida e a realiza o desse momento que a maternidade Flor que apesar de confessar n o ter planejado a gesta o afirma que naquele momento a gravidez era muito desejada Esse acontecimento est 13 registrado na fala da gestante ao interpretar o seu trabalho durante a primeira pr tica de arte terapia demonstrada a seguir e agora um filho vindo a a continua o da minha vida vitoriosa por todo o meu destino n tudo o que eu tentei e consegui j com a minha maturidade casamento perfeito que era o casamento que eu queria e agora a maternidade que o final e o in cio de tudo n Onde termina e come a a vid
190. ei oando e buscando essa felicidade Que essa felicidade plena de amar a vida e viver acho que ela vai ser mais realizada se for atrav s da comunh o com Deus Pois eu acredito que a minha vida foi ele que me deu ent o ele quer que eu viva da melhor maneira poss vel Mas para mim viver da melhor maneira poss vel eu procuro seguir a Deus seguir seu evangelho ser vamos dizer uma crist que passa isso aos meus semelhantes que o carinho o amor Que Deus o pr prio amor ent o a partir do momento que eu amo ent o eu estou mostrando a presen a de Deus na minha vida Adoro fazer amizade eu sou uma pessoa amiga eu me considero amiga sempre procuro ajudar procuro ouvir e as pessoas gra as a Deus tamb m me buscam muito assim e eu me considero eu tenho at uma amiga que hoje j est ao lado de Deus e ela sempre dizia que ela preferia ter amizade de qualidade do que em quantidade Que em quantidade ficava aquela coisa que n o era amigo verdadeiro E eu sempre busquei aquele amigo verdadeiro eu sempre busco e gra as a Deus eu tenho assim pessoas que eu posso confiar posso desabafar isso a muito gratificante Do mesmo jeito que eu procuro ter um amigo eu procuro ser amiga tamb m Cultivo a paz eu acho assim que a viol ncia um dos problemas muito s rios da humanidade acho que mais do que tudo tem que ter conversa tem que ter di logo nada para se agir no momento de discuss o de viol ncia Eu fico at meio aflita e nervos
191. ei em casa chorei mais ainda Foi horr vel Nesse momento eu me arrependi mais ainda de estar gr vida sil ncio breve Porque a minha vida n A eu me arrependi muito Agora eu n o me arrependo mais n o Passou 3 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o A minha fam lia est sempre vindo me visitar todo dia ligam Elas tamb m est o sofrendo porque elas tamb m n o gostam que eu fique internada Principalmente a minha m e e a minha filha mas elas todos os dias elas est o aqui na hora da visita a tarde a noite Est o sempre presente 4 Como tem sido a sua viv ncia rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes 199 Os profissionais da cl nica do dia s o timas Agora da noite s o muito ignorantes com a gente E com as pacientes s o todas timas elas s o muito legais prestativas 5 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada E ruim n mas como eu j amo meu filho agora tudo a gente esquece Eu acho assim se eu estou muito bem aqui n porque est o me tratando bem os m dicos e tudo eu acho que n o tanto risco assim Acho isso 6 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o Que sentimentos Ah muitos principalmente de me cuidar mais tamb m dar conselhos a minha fam lia para se cuidar mais tamb m que n o se cuida porque eu n o desejo isso para ningu
192. ei que eu gosto muito de bolsa principalmente com um sapatinho bem alto bom n aqui se referindo s figuras do seu trabalho eu tamb m botei que gosto muito de acess rios principalmente na cozinha coisas de enfeites coisas diferentes mais aqui em baixo eu botei adoro cozinhar principalmente novidades tipos de comidas diferentes at mesmo ingredientes que n o existem eu procuro fazer eu dou o maior valor cozinhar Mas aqui se referindo s figuras do seu trabalho eu botei que gosto muito de tudo n agora eu n o posso comer tudo A se referindo s figuras do trabalho eu botei a foto do alem o n um 235 participante de um programa popular do Brasil BBB Big Brother Brasil porque lembra muito dos cabelos do meu filho n A eu botei uma foto do meu casamento Aqui sobre o trabalho lembra o dia do meu casamento tamb m que era bem simples o vestido mas muito bonito A eu botei um menino todo sujo com as m os sujas sorrisos porque lembra muito o meu filho quando se suja A eu botei uma pessoa da pol tica que eu admiro muito Marcelo Grivela um homem de muita f um homem muito a maneira de ele ser n E os trabalhos que ele j fez que eu venho acompanhando 2 Como foi para voc realizar esse trabalho Ah para mim foi at um pouco de distra o Para voc falar de outra pessoa mais f cil mas voc falar de voc mesmo do que voc gosta a mais complicado n Mas n o f
193. ela demonstrou atrav s da modelagem de um cora o a instabilidade dos sentimentos decorrentes da situa o vivida e do tratamento que mesmo com resultados positivos demorado exigindo um per odo maior de hospitaliza o No mesmo dia a paciente experimenta m ltiplas sensa es alegria por receber resultados com n veis glic micos estabilizados e apreens o por n o ter condi es de receber alta e necessitar de novos exames e controle A paciente revelou com simplicidade e objetividade os significados do evento vivido ao dividir esse momento em duas etapas representadas por duas faces do cora o Uma com a presen a do sol e de uma flor lembrando luz e vida e a outra com a chuva que naquele instante significou para a paciente o recolhimento e a espera dos resultados do tratamento que trazem em alguns momentos d vidas tristeza e a ang stia A ang stia aqui expressa de forma diferenciada do significado da palavra para Heidegger mas da forma como a paciente vivenciou esses sentimentos n o deixando de vislumbrar novas possibilidades e esperan a achei importante trazer tamb m esse significado Heidegger 2000 ressalta que a experi ncia da ang stia n o pode ser confundida com medo ansiedade ou temor que temos da oportunidade de experiment la com fregii ncia na vida cotidiana A ang stia uma condi o origin ria do modo de ser do homem na ang stia que se abre para o homem toda sua possibilidade de c
194. eles momentos todas aquelas mulheres vivenciavam um cotidiano singular que segundo Maffesoli 2001 p 18 a vida que escapa s diversas inst ncias dos poderes econ mica pol tica e simb lica E nesse sentido que o cotidiano deve ser compreendido como laborat rio alqu mico das min sculas cria es que pontuam a vida como lugar da recria o de si e da manuten o da identidade que permite a resist ncia na viv ncia cotidiana da interna o provocada por uma gravidez de alto risco que as gestantes convivem sofrem e lutam para superar uma situa o de crise fazem novas rela es e com isso conseguem olhar e ajudar o outro reconhecendo nesse outro a condi o semelhante ou at mais complexa que a sua Foi atrav s da experi ncia de ser com o outro durante a hospitaliza o que a colaboradora F tima ao demonstrar sua mudan a de vida ap s o diagn stico de diabetes gestacional ilustrou o evento modelando bonecos que representavam ela e as companheiras de enfermaria Figura 28 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia F tima as minhas amigas de sala n Minhas colegas minha vida depois do diagn stico tem sido aqui no hospital F tima 131 Apesar dos problemas relacionados interna o a conviv ncia com as outras pacientes foi de imediato evidenciada pela colaboradora F tima representando a viv ncia da gravidez de risco em um
195. em e abriu caminho para outros pensadores contempor neos como Martin Heidegger K Jasper P Sartre M Merleau Ponty dentre outros tamb m chamada segundo Minayo et al 2005 sociologia da vida cotidiana por autores como Maffesoli Apresenta uma cr tica radical ao objetivismo da ci ncia ao propor a subjetividade como fundante de todos os atos humanos e prop e a descri o fenomenol gica como principal tarefa das investiga es sociais Para os autores a fenomenologia tem por fundamentos a intersubjetividade nas rela es a compreens o do sentido das a es dos sujeitos a racionalidade presente no senso comum dos atores e o cotidiano e o mundo da vida como fontes de significados intencionalidade e de racionalidade MINAYO et al 2005 p 83 Prop e como postura cient fica o investimento na compreens o do significado da experi ncia vivida e interpretada pelos pr prios sujeitos do estudo Heidegger 1889 1976 destacado disc pulo de Husserl seguiu em dire o fenomenologia interpretativa TERRA et al 2006 desconstruindo SILVA 2006 a filosofia tradicional constituindo um conceito metaf sico do ser apreendendo o maneira do ente O ser em Heidegger diferentemente do ser enquanto ess ncia algo uno imut vel tem o car ter de acontecimento de fluxo devir Apresenta se como desdobramento das possibilidades de compreens o interpretativamente hermeneuticamente como modo de ser no mundo
196. emia com melhor controle glic mico isto tem claros benef cios para o paciente particularmente para aquele que requer suporte nutricional especializado Estrela tamb m revelou a sua resist ncia no in cio do tratamento para aderir definitivamente dieta rigorosa que a patologia imp e para obten o do controle glic mico adequado e demonstrou nos momentos criativos e expressivos todo o seu esfor o para superar e enfrentar a interna o e a terap utica Esses significados est o presentes nos discursos a seguir At a dieta no in cio que eu achei muito rigorosa sorrisos quando eu ia comer ah eu queria comer bastante mas gra as a Deus eu sou muito perseverante no que eu fa o Se eu sei que tem que ser daquele jeito Estrela Estrela atrav s do trabalho no primeiro momento criativo e expressivo demonstrou que o amor que tem pela vida e a maneira de encarar a exist ncia ajudam a superar os problemas e a olhar e encarar o mundo sua volta de outro modo Esses significados est o representados a seguir no trabalho realizado com o tema conhecendo e interagindo com a gestante em vez de utilizar os recursos de recorte e colagem oferecidos a paciente preferiu se expressar atrav s da linguagem escrita utilizando frases valorizadas com o uso da cola purpurinada colorida na perspectiva de demonstrar com maior nfase os significados ali presentes 119 Figura 22 Quem sou eu 1 pr tica arte
197. encontrando uma possibilidade de superar uma situa o dif cil Por m a viv ncia de uma gravidez de risco advinda de um diagn stico inesperado e a obrigatoriedade da hospitaliza o ocasionaram para esse grupo de doze gestantes sentimentos como sofrimento medo ang stia depress o e dor Do agrupamento desses significados surgiu o tema ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que provocam sofrimento decorrente do diagn stico de uma gravidez com DMG e da interna o hospitalar que ser analisado a partir desse momento contando com a participa o das gestantes atrav s dos seus discursos durante as entrevistas e nos momentos criativos e expressivos com suas interpreta es pessoais a 133 respeito das produ es art sticas e respectivo embasamento te rico para todas essas formas de linguagem 4 2 Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que provocam sofrimento decorrente do diagn stico de uma gravidez com DMG e da interna o hospitalar A experi ncia vivida de perda de um ente muito pr ximo o pai em decorr ncia do diabetes mellitus levou a paciente J ssica a pensar no fim de sua exist ncia Ao receber o diagn stico da doen a n o conseguiu mediante o impacto da not cia perceber que se tratava de patologias com diferentes especificidades e progn sticos deixando se abalar com a descoberta da doen a para mim foi uma decep o eu jurava que tin
198. endi melhor a express o da paciente rica atrav s do seu discurso isto o significado das pr ticas de arte terapia para ela a complexidade das quest es trabalhadas nesses momentos e como elas conseguem agir ou interferir com cada pessoa Desvelando ainda o significado da gravidez mesmo sem um planejamento do casal mas mesmo assim uma gesta o muito desejada a gestante F tima tamb m tem uma hist ria obst trica que importante de ser destacada nesse momento Encontrava se gr vida pela terceira vez aos 37 anos ap s um relacionamento de 14 anos e duas perdas neonatais na primeira gesta o pariu no 7 m s e sofreu com o bito neonatal e na 2 gravidez pariu no 5 m s tendo como resultado a ocorr ncia do bito neonatal Naquele instante percorria a 35 semana gestacional de uma gravidez n o planejada por m muito desejada ap s a confirma o dos testes realizados no servi o de pr natal O seu discurso durante a segunda pr tica de arte terapia expressou sua felicidade ap s a confirma o da gravidez descartando a possibilidade de alguma doen a A gestante mostrou esse sentimento atrav s do desenho e da pintura no qual iniciou o cartaz com essa frase Um dia eu estava triste porque eu n o menstruava eu fiquei com medo de ser outra coisa mas resolvi fazer o teste Ent o descobri que eu estava gr vida Foi a maior felicidade do mundo Eu estava feliz n ele tamb m ficou super feliz
199. enologicamente mostra o ser dos entes que se d no mundo Na ontologia de Heidegger mundo entendido em sentido ntico o c rculo de interesses preocupa es desejos ideais afetos conhecimentos e nesse mundo que o homem est imerso situado O mundo revela o Dasein numa situa o com as coisas e com os outros homens ou seja num ser com e isso inclui a caracter stica fundamental de como me relaciono atuo sinto penso e vivo com meus semelhantes Interrogar uma pessoa como interroguei as gestantes participantes deste estudo significa que queremos torn la transparente isto esse ente que cada um de n s somos e que entre outras possui em seu ser a possibilidade de questionar designado com o termo pre sen a ou Dasein ou ser a e na pre sen a que o homem constr i seu modo de ser a sua exist ncia a sua hist ria HEIDEGGER 2000 p 310 Assim para compreender o ser preciso entender que o homem se constr i na historicidade de sua vida e no relacionamento com outros homens 59 Nesse cap tulo apresento as manifesta es das gestantes participantes do estudo advindas dos questionamentos realizados expressas atrav s da linguagem falada escrita ou com a produ o de trabalhos de arte atrav s da linguagem que o Dasein ser a se expressa como sujeito que compreende que se acha situado no mundo e utiliza a como instrumento para articular e organizar os objetos intramundanos e a sua pr
200. enomenol gico existencial compreensivo De um ponto de vista fenomenol gico existencial interpreta o o desdobramento das possibilidades da compreens o como foi definido por Heidegger 1971 Compreens o entendida como a pr pria constitui o do vivido de ser no mundo na dimens o do poss vel do ser no mundo 3 3 Cen rio da investiga o A pesquisa foi desenvolvida na Maternidade Escola Assis Chateaubriand MEAC Trata se de um hospital p blico da Universidade Federal do Cear UFC situado em Fortaleza CE inserido no complexo universit rio do Campus do Porangabu u onde funciona a Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem e a Faculdade de Medicina Reconhecido como hospital de ensino refer ncia em termos de sa de da mulher tanto para a capital quanto para o interior do estado do Cear recebe alunos e professores dos diversos cursos de gradua o e p s gradua o promovendo a forma o de recursos humanos e buscando a excel ncia no atendimento mulher e rec m nascido A escolha pela institui o foi intencional devido ao fato de ser o local onde exer o atividades laborais h 21 vinte e um anos como enfermeira assistencial nas unidades de interna o de alto risco cl nica obst trica e no Servi o de Educa o Continuada em Enfermagem SECEn A unidade de interna o da MEAC respons vel pelo atendimento s mulheres gr vidas com patologias do ciclo grav dico puerperal e doen
201. ente se sentiu melhor retomamos a entrevista Sempre com muita emo o na sua fala MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS 1 Momento Criativo e Expressivo Desenhou a fam lia ela o marido e a filha em preto e branco e colou uma figura da Paix o de Cristo e escreveu Essa minha fam lia emo es embaixo da figura de Jesus Cristo N o falou muito Objetiva e de poucas palavras Durante a pr tica fez exame e foi administrado insulina 2 Momento Criativo e Expressivo Logo ap s a explica o iniciou o trabalho Pareceu vontade com o manuseio das tintas Permaneceu calada durante a execu o do trabalho Foi r pida Fez o desenho de uma casa plantas cora o com as iniciais dela da filha e do marido e o sole o c u 3 Momento Criativo e Expressivo Iniciou o trabalho logo ap s a explica o Desenhou uma cama ela gr vida e a filha E enfeitou com outras massinhas ANEXOS 252
202. equada ao peso da paciente com equil brio de carboidratos prote nas e gorduras 108 determinada pela equipe de nutri o da institui o VASCONCELOS ALENCAR J NIOR FEITOSA 2004 As gr vidas aguardam internadas at o controle glic mico a fim de n o prejudicar a evolu o da gesta o Dependendo da idade gestacional a cliente pode ter alta e permanecer em acompanhamento ambulatorial ou aguardar hospitalizada at a resolu o da gesta o cuja incid ncia parece ser mais elevada Esse fato se deve em alguns casos ao n o controle da glicemia obrigando a gestante a se manter internada fazendo o controle glic mico dieta e em grande maioria a introdu o do esquema da insulina Regular e NPH conforme prescri o Rudge e Calderon 2006 relatam no seu estudo que v rios guidelines s o apresentados na literatura padronizando e orientando ajustes na dieta sempre interligada s recomenda es da necessidade da realiza o de atividade f sica e da aplica o de insulina Segundo essas autoras a literatura tem recomendado a observa o da necessidade de aumento progressivo na dose de insulina na segunda metade da gesta o na medida das respostas avaliativas da fun o placent ria vislumbrando um melhor progn stico perinatal A ultra sonografia indicada para datar a gesta o detectar malforma es fetais e monitorar o crescimento e o bem estar fetal A resolu o da gesta o se deve ao estudo da matur
203. er a situa o de sa de do paciente Assim para as autoras os componentes da estrutura te rica do cuidado humano amoroso s o preocupa o e interesse abordado atrav s da comunica o permanente cara a cara com a pessoa cuidada com autenticidade compreens o atrav s da empatia como um sentimento que se expressa colocando se no lugar do paciente responsabilidade compromisso moral de responder pelas consegii ncias das interven es como cuidadores e o dever de cumprir as atividades e tarefas previstas no cargo e respeito dignidade mediante o exerc cio da autonomia profissional a liberdade do usu rio em tomar ou participar das 112 decis es que lhe afetam e respeitar seus direitos levam ao exerc cio do cuidado individualizado As autoras ressaltam tamb m a responsabilidade da pessoa sadia ou enferma que nessa rela o entre cuidador e paciente deve ter despertado verdadeiramente o interesse e preocupa o em recuperar ou melhorar sua sa de promovendo nesse ser um desejo de viver e de mudan as e falam na import ncia de um ambiente acolhedor confort vel e harmonicamente decorado arte m sica e natureza Esse estudo me remeteu ao discurso da colaboradora Estrela na terceira pr tica de arte terapia com o tema compartilhando o momento vivido na interna o em uma unidade de alto risco com o diagn stico de diabetes gestacional Nesse momento a gestante expressou com emo o os significados vivenciados a
204. er traumatizante o modo como a pessoa fica sabendo da doen a E em virtude dos significados desvelados no seu estudo reflete sobre a import ncia da prepara o do profissional que vai dar a not cia do diagn stico No estudo de Oviedo 2007 o momento do diagn stico foi considerado dif cil assustador gerando muita tristeza e at depress o e incredibilidade Lidar com essa abrang ncia de sentimentos foi muito dif cil para essas pessoas Transmitir o diagn stico de uma doen a como o diabetes mellitus gestacional que al m de grave inesperada para gestantes no percurso de uma gravidez normal deve ser uma situa o delicada para os profissionais da sa de Essa comunica o pode provocar fortes implica es psicol gicas f sicas e interpessoais podendo gerar conflitos mudan as de comportamento afetar os relacionamentos e em consegii ncia o progn stico e o auto cuidado Para Silva 2005 p 36 no momento da revela o do diagn stico a intera o afetiva aten o ao paciente escuta sens vel e disposi o em responder as perguntas parecem ser 141 fundamentais Desvelou que para modificar a experi ncia de comunica o do diagn stico e aumentar a satisfa o os pacientes do seu estudo sugeriram que os m dicos poderiam passar por um treinamento espec fico sobre como dar o diagn stico incluir outro profissional da sa de com maior disponibilidade de tempo para dar explica es al m de informa e
205. era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG F tima come ou a ler a frase que escreveu na abertura do seu cartaz Um dia eu estava triste porque eu n o menstruava eu fiquei com medo de ser outra coisa mas resolvi fazer o teste ent o descobri que eu estava gr vida foi a maior felicidade do mundo Eu me sentia at bem antes da not cia que tinha Diabete Pois aqui se referindo ao desenho e trabalho de recorte e colagem realizado foi depois que eu descobri n Eu j estava feliz n Antes de descobri que eu estava com Diabetes eu estava super feliz Aqui meu esposo sorrisos ao mostrar o desenho que realizou retratando o esposo ele tamb m ficou super feliz Aqui o cora o amor eu e voc Ent o isso significa que minha vida antes do diagn stico era uma vida feliz pois eu n o sabia n que eu estava assim n Com certeza nessa poca eu n o tinha porque eu fiz os exames e n o dava e agora sorrisos E como foi para voc participar desse momento hoje Senti bem n Gostei Apesar das minhas poucas palavras n 3 Momento criativo e expressivo F TIMA Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho E as minhas amigas de sala n retratando at
206. ero e tudo o que eu quis eu fui atr s e consegui O que eu n o consegui levantar a cabe a daqui para frente e tentar conseguir mas na frente Mas tudo o que eu quis gra as a Deus veio tudo na hora certa 3 Momento criativo e expressivo FL R Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Bom no primeiro e no segundo se voc s prestarem aten o tem tudo a ver com o terceiro Que o come o uma luta e uma vit ria E quando eu descobri que eu estava com Diabetes gestacional a primeira coisa que veio na minha cabe a meu filho n N o pensei em mim pensei nele Ent o tudo o que eu estou fazendo aqui por mim l gico e por ele tamb m porque se eu n o pensar em mim eu n o vou conseguir ter o meu filho nos meus bra os n Ent o depois que eu descobri minha cabe a ficou tipo um la o n N o seria nem um la o seria uma tran a de cores um emaranhado de cores n o sabia por que n o sabia por onde come ar n o sabia por onde terminar n o sabia me estruturar como mulher e como m e como esposa s pensava no pior n o 230 pensava no melhor e agora n o uma bola de cores uma bola de felicidades que eu tenho que pensar aprendi que com as dificuldades que a gente sobe que a gente tem for as para vencer n e g
207. escimento fetal excessivo poliidr mnio hipertens o ou pr ecl mpsia na gravidez atual antecedentes obst tricos de morte fetal ou neonatal de macrossomia ou de diabetes gestacional SBD 2005 Todas as mulheres gr vidas t m algum grau de resist ncia insul nica mas as gr vidas com DG apresentam uma resist ncia exagerada O DG costuma aparecer por volta da vig sima quarta semana de gravidez exatamente quando a placenta come a a produzir grandes quantidades de horm nios Por esse motivo o rastreamento do DG ocorre nesse per odo SBD 2006 Apesar de mais de 30 anos de pesquisas ainda n o existe um consenso com rela o s melhores ou mais favor veis condi es para o exame m dico diagn stico para o DG CLARK WENSTROM 2005 Recomenda se o rastreamento do DG para todas as gestantes independente da presen a ou n o de fatores de risco Por quest es de simplicidade baixo custo e validade sugere se como teste a glicemia de jejum Embora essa investiga o comece a partir da 20 21 semana da gravidez recomenda se solicitar uma glicemia de jejum na primeira consulta pr natal Quando a consulta inicial ocorre no per odo anterior a vig sima semana de gesta o a medida da glicemia de jejum visar a detec o dos casos de diabetes pr gestacional As gestantes com diagn stico confirmado dever o ser encaminhadas imediatamente ao especialista as gr vidas com teste de rastreamento negativo glicemia de jeju
208. esejo de gestar de ser m e e do amor materno provavelmente inibido pelo medo do passado obst trico sombrio A prazerosa sensa o de estar gr vida e o bem estar que ser m e proporciona foi no caso de Cl udia acrescentado felicidade de estar esperando uma crian a do sexo masculino grande desejo desse casal E o momento mais feliz da minha vida n que a minha gravidez sabendo que homem E por ser m e que eu amo demais os meus filhos Claudia Cl udia foi uma das participantes do estudo com menor n vel de escolaridade uma vez que declarou que n o sabia ler e s escrevia seu nome Falou pouco mas respondeu aos questionamentos e conseguiu expressar com clareza os sentimentos decorrentes da situa o que vivenciava O discurso anterior foi uma resposta pergunta sobre sua rea o comunica o do diagn stico de DG e o sentido para ela sobre o fato de essa gesta o ser de alto risco e se encontrar internada A import ncia da gravidez por todo o seu passado obst trico e a felicidade de ter uma crian a do sexo masculino provavelmente justificam suas palavras nos tr s momentos criativos e expressivos ao revelar o amor que sente pelos tr s sobrinhos em especial um deles criado por ela desde pequenino e a quem dedica amor de m e Esses significados foram evidenciados nas falas que seguem E esses aqui mostrando os dois nomes escritos com cola purpurinada colorida porque s o as duas pessoas
209. esmo assim expressou com facilidade o significado do momento vivenciado Bom aqui meu marido eu e meu filho que vai nascer sorrisos ao se referir moldura do filho que ainda vai nascer j todo formado Eu elaborei nossa fam lia porque isso o que vai acontecer pois eu estou internada aqui para ganhar beb Eu acho que vou ficar internada at ganhar nen Aqui como se meu marido viesse me visitar e o meu beb Lia A tem tica apresentada mostrou que independente da gravidez ter sido planejada desejada ou n o a fam lia das gestantes entrevistadas era sempre citada nos discursos e nos trabalhos de arte como algo comum isto como rede de apoio constante suporte seguro para enfrentar evento t o dif cil e novo nas suas vidas confirmando se como um novo significado nesse estudo 103 Dessa forma a gesta o com consegiiente suporte de um grupo de apoio marido familiares e amigos ajuda no enfrentamento do tratamento da gravidez de alto risco de uma forma mais tranquila minimizando os sintomas desagrad veis apresentados sendo considerados a partir desse compartilhar problemas pr prios do per odo gestacional conforme revelado nos discursos das colaboradoras do estudo A minha fam lia est sempre vindo me visitar todo dia ligam Elas tamb m est o sofrendo porque n o gostam que eu fique internada Principalmente a minha m e e a minha filha todos os dias elas est o aqui na hora da
210. ess o Paiva 2007 em seu estudo sobre o conceito de cura como cuidado e recupera o da doen a relacionando o em particular com o enfrentamento religioso afirmou que fregiientemente as urg ncias pessoais ou situacionais s o enfrentadas pelas pessoas ao menos em parte com o recurso religioso de ora es e promessas entre outros rituais conforme as v rias religi es Descrevendo ainda sobre os significados relacionados ao questionamento sobre que apoio ou suporte as gestantes participantes do estudo estavam buscando para enfrentar a essa nova situa o Sandra com clareza e objetividade reafirmou a import ncia da maternidade atrav s da seguinte declara o Sim eu me apoio na minha gravidez Assim vai chegar o nen sabe Mas assim eu n o estou muito assim como se diz triste n o estou n o deveria estar mas n o estou n o Eu estou mais na expectativa de ver ele mais r pido poss vel para ele nascer bem como ele vai estar sabe isso Sandra Nas palavras da gestante percebe se a ansiedade relacionada ao momento do nascimento de um beb saud vel Essa mulher que n o esperava mais engravidar devido a problemas de sa de e ao sofrimento advindo de um epis dio de uma perda anterior se sentiu cheia de esperan as com a not cia da gravidez e as possibilidades do tratamento atual e por esse motivo aguardava com grande expectativa a chegada t o desejada de um novo membro na fam lia
211. et al 1997 fatores epidemiol gicos ZACONETA et al 1998 agravos sa de Z NIGA GONZ LEZ 1998 auto cuidado PATERSON THORNE DEWIS 1998 conduta na assist ncia O SULLIVAN 1980 MULFORD JOVANOVIC PATERSON PATERSON 1993 DOLOVICH et al 2004 progn stico preven o dos seus agravos e preval ncia FEIG CHEN NAYLOR 1998 ABERG et al 2002 entre outras pesquisas que abordam a fisiopatologia da doen a Com o intuito de ressaltar a import ncia que a tem tica tem recebido dos pesquisadores alguns desses estudos est o explicitados a seguir Naylor et al 1997 desenvolveram um exame seletivo com testes diagn sticos para o diabetes gestacional em 3 131 mulheres gr vidas atendidas em um hospital de Toronto Canad acreditando na import ncia da detec o precoce da patologia examinando todas as gestantes entre 24 e 28 semanas de gesta o A nova estrat gia detectou 81 2 a 82 6 a mais de mulheres com diabetes gestacional comparado aos 78 3 casos diagnosticados atrav s dos m todos usuais Um estudo piloto realizado em dois hospitais de ensino da Universidade de Ottawa Canad com 300 mulheres portadoras de diabetes gestacional teve como objetivo o manejo terap utico rigoroso para obten o do controle glic mico em um servi o de atendimento terci rio de cuidados obst tricos visando o melhor progn stico materno fetal GARNER et al 1997 Feig Chen e Naylor 1998 realizaram pesquisa com mulheres a
212. etir mais um pouquinho sobre a minha vida Porque voc imaginar quem voc voc reflete sobre a sua vida Sobre o que voc j tem melhorado at hoje que a cada dia a gente pode melhorar um pouquinho se aperfei oar n Sei que eu tenho uns defeitos mas no fundo no fundo o trabalho foi muito gratificante faz a gente refletir sobre si mesma n 192 melhorar como pessoa e assim e dizer que o material que tinha dispon vel acha que ajudou mais assim a abrir para id ias para contribuir para voc ter um trabalho que eu fiquei satisfeita com o meu trabalho 2 Momento criativo e expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Ent o assim como a minha gravidez foi muito desejada ent o assim eu imaginei a minha gravidez muito saud vel s naquela alegria de saber que ia ter a nen ent o nesse desenho estou representando a alegria esse pezinho de flor esta representando a minha fam lia que meu esposo eu as minhas duas filhas e o brotinho aqui que est surgindo certo E Assim que era toda expectativa era s alegria as meninas mesmo mesmo antes de saber o sexo mas
213. eu pudesse ampliar o olhar sobre as quest es trazidas por estas gestantes Esse olhar me incentivou a buscar na literatura estudos que se preocuparam com esses aspectos subjetivos Portanto n o era apenas assistir a mulher em seu ciclo grav dico puerperal mas tentar compreender esse ser cuja gravidez foi complicada pelo diagn stico de diabetes gestacional e pela necessidade da interna o hospitalar 1 1 2 O discurso da literatura e a defini o do objeto do estudo Portanto a conviv ncia com gestantes de alto risco em especial com as mulheres com DG durante o per odo de hospitaliza o trouxe a oportunidade de observar que nos momentos de intera o compartilhamento entre profissionais e clientela constante a exterioriza o de d vidas inseguran as ansiedades e medos mobilizados principalmente pela not cia do diagn stico Esta realidade justifica a import ncia do preparo da enfermeira para cuidar da gestante e de sua fam lia compartilhando conhecimentos condutas rotinas hospitalares criando uma possibilidade de atendimento que possa reduzir os problemas decorrentes da interna o e do inesperado diagn stico na vida dessa gr vida Para Zampieri 2002 p 19 de vital import ncia o acolhimento na assist ncia de enfermagem para mulheres em situa o de gesta o de alto risco assim como aos seus familiares ouvindo os sem julgamentos nem preconceitos percebendo as reais necessidades
214. eu estou sempre tirando a glicose na veia medindo a glicemia estou sendo muito bem tratada mas que nervosa ainda estou ainda estou Porque diabetes eu ficava assim diabetes Achava uma coisa assim a foi quando minha irm chegou e eu comecei a chorar a ela perguntou porque voc est assim n o porque a mo a disse que eu tinha diabetes porque eu jamais imaginava que eu ia ficar assim com diabetes na gesta o 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Foi ontem n O medico l achou muito alta a mandou eu ir logo para a emerg ncia s Deus sabe como eu ia para l Fiquei nervosa nervosa A o m dico falou olha a sua glicose est muito alta pelos exames que eu fiz voc vai ter at que se internar a eu fiquei nervosinha comecei logo a chorar Com medo n Porque eu j conhe o muita gente que tem diabetes eu sei o sofrimento que Pessoas que se tratam com diabetes Na minha fam lia em si n o tem ningu m minha m e era hipertensa sofria do cora o mas n o tinha diabetes Meu pai morreu de c ncer na cabe a mas tamb m n o tinha diabetes n o 3 Ent o eu ia lhe perguntar como tinha sido sua rea o a noticia da interna o que voc j iniciou a falar Primeiro eu recebi a not cia do diagn stico e logo em seguida a da interna o a ele falou que podia at tirar a crian a se a press o e a glicose estivessem muito altas tinha lo
215. eu ia ficar cinco dias e hoje eu j estou no oitavo dia aqui mas quer dizer a minha rea o de saber que eu ia ficar internada eu fiquei foi feliz porque eu j tinha sido rejeitada duas vezes em outro hospital ent o quando ele disse assim eu cheguei aqui j disposta a ficar internada ent o quando surgiu a vaga eu fiquei super feliz Aqui eles disseram que n o teria vaga no ber rio se eu j estivesse em tempo de ganhar a nen ou se eu ganhasse nen antes do tempo n o teria vaga para a nen Mas eu disse que n o ia ter nen agora mas ela disse assim mas pode ter vou deixar voc em observa o durante 24 horas e gra as a Deus essas 24 188 horas continuaram e eu estou aqui fazendo o meu tratamento Ent o assim a minha rea o foi de felicidade porque era isso que eu queria mesmo vir para me internar e me tratar 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Assim eu estou tendo a oportunidade de ter contato por telefone todo dia A minha irm tem um telefone residencial Ent o quando eu sa de l a inten o era ter comunica o Ent o ela disse todo dia voc ligue para mim voc pode ligar at a cobrar Ent o todo dia no hor rio sagrado eu ligo para ela para dar informa o E ela passa a diante aos outros E depois eu tive a oportunidade de ficar com o meu celular o que melhorou mais ainda Porque o meu esposo mora no interior ent o eu posso fa
216. eu marido Hoje eu nem sei o que falar sobre hoje foi bom 3 Momento criativo e expressivo LIA Material Massa de modelar folha branca m sica para gr vidas Pergunta Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Bom aqui meu marido eu e meu filho que vai nascer sorrisos ao se referir sobre a elabora o do beb que ainda vai nascer j todo formado a o que mais a senhora quer saber Eu elaborei nossa fam lia porque isso o que vai acontecer pois eu estou internada aqui para ganhar beb eu acho que vou ficar internada at ganhar nen aqui como se meu marido viesse me visitar e o meu beb E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina Foi bom gostei gostei valeu a pena DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA LIA 31 05 06 MANH Aceitou participar da pesquisa com boa receptividade Quando come amos a falar sobre o tema da entrevista a cliente come ou a chorar bastante e permaneceu chorando durante quase toda a entrevista mas mesmo assim n o quis interromp la A pesquisadora parou uma vez deixando a paciente se recuperar um pouco depois ao 215 retornar quando a paciente come ou novamente a chorar n o quis interromper o processo A paciente se mostrou participativa durante toda a entrevista MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 5 LIA 1 Momento Criativo e Expressivo Fi
217. executar trabalhos de arte com recortes de revistas fazer colagem pinturas desenho trabalhos com massa de modelar entre outras atividades e demonstrar atrav s de todos esses recursos as suas experi ncias de vida antes do diagn stico do Diabetes Gestacional e a atual que voc vivencia na interna o Conversaremos tamb m em particular atrav s de entrevista sobre o que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivenciando o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco As atividades ser o realizadas em uma sala localizada na pr pria Cl nica obst trica chamada de sala de apoio psicopedag gico Agendaremos previamente um hor rio de acordo com sua disponibilidade e da pesquisadora e caso concorde utilizarei o gravador para registrar nossa conversa e c mera fotogr fica para registrar as atividades e todos os demais trabalhos realizados durante os momentos criativos e expressivos Ap s a finaliza o dos momentos expressivos e criativos e da entrevista pretendo transcrever passar a limpo os dados colhidos analis los e retornar esses dados para que voc possa ver e confirmar se de fato o que est no papel significa o que voc quis dizer Desta forma terei a certeza de que estarei mostrando na realidade os seus sentimentos expectativas viv ncias Estarei disposi o para dirimir d vidas ou fazer esclarecimentos e ter garantido o acesso em qualquer tempo s informa
218. facilitando a comunica o de s mbolos da energia ps quica como sentimentos emo es desejos afetos conflitos para o meio exterior e possibilitando revela es resgates reconstru o e transforma o Nesta pr tica Lia conversou durante todo o processo de elabora o do trabalho e foi r pida na sua conclus o utilizando recorte e colagem Por m sempre que falava da fam lia e lembrava do filho de 2 anos se emocionava No terceiro momento criativo e expressivo ao elaborar seu trabalho com massa de modelar representando sua vida ap s o diagn stico de DG Lia apresentou a fam lia esculpindo os corpos do marido o dela e o do beb que esperava com os nomes de cada um deles ao lado de cada moldura 102 Figura 18 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Lia No in cio do trabalho a gestante ficou indecisa sem saber ao certo o que iria fazer Repeti algumas vezes o que gostaria que ela demonstrasse com aquele material a massa de modelar e todos os outros materiais utilizados nas pr ticas anteriores Depois de breve reflex o Lia iniciou a elabora o da modelagem sem apresentar problemas no manuseio do material conversando e sorrindo durante toda a pr tica mostrando nesse ltimo encontro bom humor disposi o e rapidez na conclus o do trabalho Por m demonstrava dificuldade sempre que iniciava a fala apresentando um comportamento que sugeria nervosismo e timidez M
219. feriu que representou o seu cora o atr s das grades pois foi dessa forma que se sentiu quando recebeu a not cia do diagn stico de DG presa perdida sem saber o que fazer A express o do rosto indicava a sua tristeza e dor Atrav s do seu trabalho J ssica tentou demonstrar os significados j descritos ao responder durante a entrevista sobre sua rea o com rela o comunica o do diagn stico de DG e a not cia da interna o falando da dificuldade que sentiu em explicitar os sentimentos decorrentes da situa o vivenciada foi dif cil sorrisos porque n o d para expressar o que voc est passando o que voc est sentindo expressar como o meu cora o ficou na hora que eu soube Como estou me sentindo agora foi dif cil J ssica Em seguida a paciente relatou que sentiu maior facilidade de express o quando complementou o trabalho com massa de modelar esculpindo uma pombinha que significou para ela toda a sua f em Deus e a esperan a apesar da situa o vivenciada 136 Figura 30 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia J ssica o mais f cil foi a pombinha que veio assim veio no ar n veio mais f cil J ssica A gestante complementou sua fala declarando que os trabalhos realizados nas pr ticas de arte terapia ajudaram naquele momento t o dif cil Esse trabalho me ajudou at mesmo porque eu me desco
220. for a tem aquelas que est o muito ansiosas para ir para casa porque est o internadas a mais tempo que ficamos pedindo a Deus que d certo que quando chegar a nossa hora a gente tamb m vai querer ir E em rela o aos profissionais tamb m gra as a Deus a minha m dica e outras pessoas que v em para me acompanhar tem uma cortesia muito grande aten o a assistente social a nutricionista eu particularmente gosto muito do atendimento mesmo As enfermeiras gostam de brincar para apagar aquela coisa de momento ruim vem aquela furadinha vem aquelas picadas mas mesmo assim a gente sabe que o tratamento elas brincam com a gente e n s nos sentimos mais a vontade distra mais a n o d nem para perceber tanta dor porque h aquele entrosamento Eu pelo menos me sinto bem aqui sorrisos porque uma das coisas que eu imaginava assim que eu ia me isolar muito que eu ia me sentir muito s mas gra as a Deus tamb m eu sou f cil de me adaptar as situa es em que eu vivo e gosto tamb m de conviver muito converso demais sorrisos d calo nos ouvidos e assim esse entrosamento tanto com os m dicos como com os pacientes est sendo muito bom 6 Que sentido tem para voc ter uma gravidez de alto risco e estar internada 189 Ah significa um desafio na vida da gente porque geralmente quando voc A minha primeira gravidez eu n o senti nada noves meses que eu dizia assim Eu adoro estar gr vida sempr
221. gente j est sabendo como a vida de cada uma sorriso bom pelo menos a gente compartilha com os problemas Na hora que uma tem uma alegria uma felicidade conta para outra alivia J ssica A solidariedade se estabelece na rela o de um ser com o outro no per odo da hospitaliza o Esse grupo de gestantes juntas na unidade de interna o convivendo com patologias do ciclo grav dico puerperal se une e passa a compartilhar dos mesmos problemas ansiedades medos expectativas alegrias Esse envolvimento di rio realizando atividades cotidianas do ambiente hospitalar como realizar exames tomar medica es fazer as refei es em conjunto participar de atividades de lazer televis o ou momentos de trabalhos manuais com a terapeuta ocupacional compartilhar os momentos de visitas s vezes traz sentimentos de conforto bem estar medo ansiedade esperan a de acordo com a experi ncia 130 vivida por cada paciente Compreendi que este o verdadeiro significado de ser com outros durante a interna o como proposto por Heidegger 2000 O autor afirma que a experi ncia da exist ncia se d numa rela o interpessoal e intersubjetiva isto em coexist ncia As viv ncias descritas nesses discursos trazem tona uma perspectiva fenomenol gica que analisa o que e n o o que deveria ser o cotidiano em si mesmo como lugar a partir do qual se fundam os v nculos sociais MAFFESOLI 2001 p 18 Naqu
222. gestar e ser m e buscando todas as possibilidades do seu Ser mulher gr vida a fim de enfrentar o diagn stico amedrontador e os percal os de uma hospitaliza o Gostaria de justificar ao finalizar esse cap tulo a amplitude e o prolongamento na an lise dos significados ao me detalhar em cada caso das doze integrantes do estudo Apreendi que mesmo parecendo semelhantes as hist rias reveladas na verdade eram nicas singulares com peculiaridades importantes que n o poderiam ficar veladas pois na minha interpreta o fizeram a diferen a na compreens o final do fen meno Em virtude desse olhar singular descrevi cada caso em particular E embasada em Colaizzi 1978 acredito ser relevante realizar nesse momento a s ntese do fen meno estudado A gestante que experienciou a descoberta do diabetes gestacional no percurso de uma gravidez considerada normal at o momento do diagn stico 149 e foi encaminhada para interna o hospitalar em uma unidade de assist ncia a gestantes de alto risco vivenciou momentos de felicidade bem estar e mudan as de atitude em virtude do prazer de gestar e ser m e com ou sem o planejamento desse evento quando compreendeu as informa es recebidas pelos profissionais da cl nica obst trica e vislumbrou o tratamento o controle e a cura da doen a Em consegii ncia surgiu a esperan a do nascimento de um beb saud vel com retorno trangiilo para casa Mesmo que esse tratamento significasse
223. go que tirar A que eu fiquei nervosa mesmo mas agora eu estou mais calma j consegui controlar a press o e a glicose em casa eu vou tomar cuidado n N o vou fazer o que eu estava fazendo tomando sorvete comendo tudo o que eu via estava aproveitando comendo tudo agora quando eu retornar para casa eu vou procurar n o comer o que eu comia antes Eu acho que foi a comida que eu comia tudo era p o dois tr s quatro p es antes eu n o comia porque eu j tinha deixado de fumar alias eu fumava quando eu deixei de fumar quando eu estava gr vida a veio aquela vontade de comer Em vez de fumar eu fazia era comer Eu comia uma coisinha assim quando eu fumava e n o estava gr vida De noite tinha que ser sorvete pasteis tudo com massa eu ficava com azia entupida sa a s aquela coisa verde aquela gua de tanto comer tanta coisa Comia de dois a tr s sorvetes Agora eu n o vou mais fazer isso porque eu sei o que a gente passa O risco que corre tanto para mim como para o meu filho 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Ah est o todos doidos preocupados porque eu sou a ca ula porque eles tem medo do meu problema a paralisia e acham que tamb m eu n o tinha capacidade de ter um filho n A eles ficam todos apreensivos porque acham que eu posso perder o filho eles ficam todos doidinhos minha irm ia para rua a n o vai vem me ver toda hora fica
224. ha acabado meu pai teve diabetes e ele faleceu devido a isso Ent o eu achei que tinha recebido o meu ultimato sorriso Eu chorei muito pensando no meu filho n o em mim no que poderia acontecer com ele devido doen a J ssica A fala da gestante revela a complexidade do momento vivenciado A descoberta da doen a de forma inesperada traz sofrimento e temor devido s consegii ncias futuras para ela e o beb e a necessidade da interna o mostra a gravidade da situa o A doen a para J ssica revelou a possibilidade da morte ou seja a finitude Para Heidegger 2000 o homem um ser de possibilidades e a morte a possibilidade maior enquanto ser no mundo Ser no mundo estar aberto a todas as possibilidades inclusive a de morrer pois para o fil sofo esta a nica certeza que o ser no mundo tem Para muitos o diagn stico de diabetes pode chegar como uma senten a o que compreens vel por se tratar de uma doen a que tem se tornado uma epidemia afetando mais de 246 milh es de pessoas em todo o mundo SAMPAIO 2007 p 3 Assim conhecendo sobre a patologia devido experi ncia da doen a de sua m e F tima reagiu com medo tristeza e at p nico not cia do diabetes na gesta o principalmente pela incerteza dos danos que poderia causar ao beb eu fiquei em p nico em p nico mesmo porque a m e j tem n a com uma gravidez a gente corre muito risco n
225. ha preocupa o maior vai ser com ela Se vai ter algu m que vai analis la corretamente para saber se ela n o vai ter se ela n o vai precisar de nenhum tratamento espec fico Mas assim o que eu estou vivendo agora para mim um desafio que se Deus quiser eu vou superar 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o Primeiro a gente se apavora Sente aquele pavor sente um momento aquela tristeza Voc fica pensando coisas ruins que n o bom Voc tem que procurar mudar os pensamentos negativos Saber que voc est vivendo um momento dif cil Porque dif cil voc saber que est com uma crian a aqui que voc est com alguma coisa que est descontrolada que pode causar algum mau a ela ou a si mesma Ent o assim voc tentar pensar coisas positivas pensar que voc tem uma chance de recupera o que tudo vai dar certo que voc ser otimista o seu otimismo a sua vontade a sua persist ncia em querer seguir o tratamento direitinho At a dieta no in cio que eu achei muito rigorosa sorrisos quando eu ia comer ah eu queria comer bastante mas gra as a Deus eu sou muito perseverante no que eu fa o Se eu sei que tem que ser daquele jeito e eu sei que se Deus quiser n o vai ser uma coisa definitiva uma coisa tempor ria ent o assim isso me d for as Ent o assim tem um momento que voc se sente bastante fortalecida assim at as pessoas s vezes queriam achar que devido
226. ho falou algumas vezes com o esposo ao telefone celular Obs Dia 16 08 07 Paciente saiu de alta para acompanhamento ambulatorial com previs o para retornar para o parto Hoje 17 09 07 a paciente ainda n o retornou para o parto ENTREVISTADA 9 L CIA Diagn stico DMG Gesta o gemelar DIH 1 I Dados s cio demogr ficos Idade 22 anos Estado civil casada Tempo de relacionamento 1 ano de namoro e 5 anos casada Natural de Fortaleza Grau de Instru o 2 grau incompleto Profiss o prendas dom sticas Il Hist rico Obst trico N mero de gesta es 02 232 Paridades 01 cesariana N mero de filhos 01 Aborto 00 N filhos vivos 01 Natimortos 00 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores no 8 m s apresentou STV II Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 36sem 6d Gravidez planejada n o Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional n o Pr natal sim In cio 4 m s iniciou no posto de sa de Guarany Realizou 5 consultas foi encaminhada para o servi o materno fetal da MEAC UFC e veio encaminhada para interna o hospitalar Outras informa es STV em in cio de gesta o Entrevista 9 L CIA 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Para mim foi uma surpresa porque eu rece
227. hor para mim n o E eu s vivo assim conversando O meu jeito esse Eu acho que todo mundo se d comigo eu n o sei Por enquanto est timo 5 Quais os sentimentos decorrentes dessa nova situa o 245 No come o eu fiquei muito abalada Eu estou mas n o tanto agora eu fiquei triste mas eu passo por cima de tudo porque a minha satisfa o porque a minha filha est bem A eu para mim tudo Tendo parto normal sadio e ela vindo com sa de tudo o que eu quero MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada BEATRIZ 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Eu fiz um exemplo aqui de um casal como que se fosse eu e meu marido Gosto muito de praia e a natureza tamb m que fa o muito parte dela de festa n E gosto muito de estar em fam lia a botei uma foto que para identificar mais um pouco de mim Essa sou eu 2 Como foi para voc fazer esse trabalho Essa experi ncia E muito bom n s mais um como se diz mais um momento bom n na nossa vida Porque a eu fico mais me conhecendo ainda Po
228. ia fenomenol gico existencial Macei Pedang Programa de Publica o do Laborat rio Experimental de Psicologia e Psicoterapia Fenomenol gico Existencial 2005 FORD M HODNETT E Predictors of adaptation in women hospitalized during pregnancy Can J Nurs Res v 22 n 4 p 37 50 winter 1990 FRANCIONI F F SILVA D G V da O processo de viver saud vel de pessoas com diabetes mellitus atrav s de um grupo de conviv ncia Texto Contexto Enferm Florian polis v 16 n 1 p 105 111 jan mar 2007 FRANCISCO R P V FONSECA E S V B da SAPIENZA A D Ces rea idade materna avan ada In ZUGAIB M Obstetr cia Barueri S o Paulo Manole 2008 Se o 4 cap 23 p 408 426 FRAN A M F VIDAL A G T CARVALHO D S de ESTEVES R V COELHO S C Dietas hipoglic dicas hiperlip dicas ricas em cidos graxos monoinsaturados em pacientes diab ticos devem ser prescritas Rev Bras Nutr Cl n S o Paulo v 20 n 2 p 90 94 abr jun 2005 GARANHANL M L Habitando o mundo da educa o em um curr culo integrado de enfermagem um olhar luz de Heidegger 2004 232 f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2004 GARNER P OKUN N KEELY E WELLS G PERKINS S SYLVAIN J BELCHER J A randomized controlled trial of strict glycemic control and tertiary level obstetric care versus routine obstetric care in the management of gestation
229. iano no ambiente hospitalar dentre tantos outros sentimentos expressos pelas pacientes que vivenciaram esse evento O sofrimento ocasionado pela separa o dos filhos que permaneceram em casa distanciados em virtude da obrigatoriedade da interna o foi designado pelas integrantes do estudo como um dos motivos que provocaram maior preocupa o e tristeza levando essas gr vidas rotineiramente ao choro Este fato me fez refletir nas possibilidades de mudan as nas rotinas dessas unidades de interna o e na sensibiliza o dos gestores hospitalares em busca de sugest es que possam amenizar esse sofrimento como abrir um espa o no ambiente hospitalar para que essas m es possam estar com os seus filhos menores durante o percurso do tratamento sem risco para sa de desse bin mio Apreendi ouvindo atentivamente esses discursos o quanto foi dif cil para elas esse distanciamento dos filhos dos companheiros das suas resid ncias isto do cotidiano anterior mesmo que tenha sido para esperar a chegada de um novo membro da fam lia Esse cotidiano foi evidenciado nos diversos momentos criativos e expressivos e nas falas das gestantes ao relembrar com nostalgia a vida feliz e de liberdade anterior ao diagn stico de diabetes gestacional e da interna o e o desejo continuado de retornar ao conv vio do seu lar Essas gestantes revelaram a dif cil miss o de habitar o mundo da hospitaliza o e a fam lia nesse evento revelou se fundamental
230. ica de arte terapia Sandra Figura 14 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia Claudia Figura 15 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Claudia Figura 16 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia Claudia Figura 177 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia Lia Figura 18 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia Lia 62 65 66 71 75 11 79 81 83 85 86 89 92 96 97 98 100 102 Figura 19 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia Estrela Figura 20 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Rosa Figura 21 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia Rosa Figura 22 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia Estrela Figura 23 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia rica Figura 24 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia Claudia Figura 25 Quem sou eu 1 pr tica de arte terapia L cia Figura 26 Experi ncia vivida antes e ap s o diagn stico de DG 2 e 3 pr ticas de arte terapia Beatriz Figura 27 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia J ssica Figura 28 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica de arte terapia F tima Figura 29 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de D
231. ida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Bom o que significa para mim que no momento em alguns pontos uma experi ncia boa entendeu Mas em outros pontos n o uma experi ncia boa porque voc fica distante da fam lia voc sabe que est correndo risco de vida tanto voc como a crian a ent o nesse quadro aqui n o uma experi ncia muito boa por esse lado Mas por outro lado voc faz mais amizades no hospital tanto com os m dicos enfermeiras at mesmo com as pacientes 181 2 Eu queria entender tamb m como foi a sua rea o quando voc foi comunicada que tinha o diagn stico de diabetes gestacional Desespero Fiquei desesperada E a m dica disse que eu n o me desesperasse porque tinha solu o tinha jeito mas eu fiquei entrei em estado de choque chorei bastante mas depois que eu soube que poderia ser tudo recuperado eu me conformei parti para a batalha 3 O que a batalha para voc Bom a batalha para mim lutar para que tudo isso seja superado para que eu consiga ganhar meu nen em paz e corra tudo bem 4 Qual foi a sua rea o quando voc teve a not cia que tinha que ficar internada em uma unidade de alto risco aqui na maternidade Olha eu n o gostei nadinha n Porque pelo que eu j falei ficar distante da fam lia ficar com pessoas estranhas n E imaginando se tamb m teria resultado o
232. idade Escola Assis Chateaubriand MEAC UFC Senhor Coordenador Sarah Maria Fraxe Pessoa Enfermeira Coordenadora do Servi o de Educa o Continuada em Enfermagem SECEn da MEAC UFC doutoranda em Enfermagem vem atrav s deste submeter aprecia o de V S e solicitar permiss o para desenvolver nessa institui o o Projeto de Tese de Doutorado em Enfermagem intitulado O significado do Diagn stico de Diabetes Mellitus Gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas hospitalizadas Informo que o referido projeto estar sob a orienta o da Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno que comp e o quadro de docentes da p s gradua o do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farm cia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Cear Atenciosamente Sarah Maria Fraxe Pessoa 172 AP NDICE C TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO Meu nome Sarah Maria Fraxe Pessoa sou enfermeira e aluna do Curso de Doutorado em Enfermagem da Universidade Federal do Cear e no momento realizo pesquisa com a inten o de compreender o que significa para uma mulher gr vida como voc internada em uma maternidade com uma gesta o de alto risco como o caso do Diabetes Mellitus Gestacional por essa raz o que convido voc para fazer parte junto comigo deste estudo caso seja de sua vontade participando dos momentos de express o criativa per odo que vamos em conjunto ouvir m sica conversar e
233. idade Federal do Cear Universidade Estadual Paulista Ultrassonografia SUM RIO 1 INTRODU O uia cosa resort seriado ataca aesipta doca des rende ado tsesa sotoh isi etose 15 1 1 O surgimento das indaga es e justificativa do caminho percorrido 15 1 1 1 O diabetes mellitus gestacional assassasesesesssecnsasaatantisasnuioaneto sa ieeermana seta 19 1 1 2 O discurso da literatura e a defini o do objeto do estudo 23 2 OBJETIVO riesis issie ans ossessi enero a se 33 3 PERCURSO METODOL GICO sessssssssssssssssescscscccceterororsrsesssssssssssses 34 3 1 O m todo qualitativo sessesseesoesccsscesoesocsscesoesoosscessescooesecsseesoescessessossoess 34 3 2 O m todo fenomenol giCo seessesccssecssesocsscescescoescessescoesocsseesoesocsseesoesoe 35 3 3 Cen rio da investiga o sossescssoesesocsosscsecssesossossesocsossesoossssossossesossosse 39 3 4 As colaboradoras do estudo seessessoesoessessossoossessoesoossossoesoossoesoesoossoeso 40 3 5 Constru es das informa es sssssossessoesocesecssesoossessoesoossosssesooesosssse 42 3 6 An lises dos significadoS sessesseesoesocsseesoesocsscesoescoossccsceccossocsseesoesocssees 49 3 7 Aspectos ticos e legais da pesquisa sesssescessescoesocssescoesccsseescesocsseesoee 57 4 OS SIGNIFICADOS DESVELADOS sessessesessossesossossesoosoesessossesossose 58 4 1 Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que
234. idade e historicidade o ser no mundo tamb m espacialidade O espa o concreto visualizado segundo uma dire o que guia a constru o de um mundo cotidiano A dire o sempre uma op o entre muitas possibilidades HEIDEGGER 1993a Para Maffesoli 2001 p 22 espa o como tudo aquilo que remete a um sentimento de pertencimento refor ado de partilha emocional Em resumo o lugar promovendo v nculo que se funda organicamente na posse comum de valores enraizados l ngua costumes alimentos posturas corporais Todos esses aspectos cotidianos concretos unindo em um aparente paradoxo o material e o espiritual de um povo Desta forma funcionando como organiza es com regras de solidariedade com respostas construtivas ou n o Segundo Maffesoli 2001 p 23 tribos religiosas sexuais culturais esportivas musicais o n mero delas infinito mas sua estrutura id ntica aux lio m tuo partilha do sentimento ambi ncia de afeto Assim a an lise das experi ncias do cotidiano hospitalar de uma gravidez com diabetes gestacional que foram reveladas pelas gestantes colaboradoras do estudo apontou para um novo significado positivo do fen meno ser com o outro durante a hospitaliza o Esse ser que com todo o sentir decep es conflitos prazer e vis o de mundo interagiu numa situa o singular e permitiu com a abertura do seu mundo vida crescer em possibilidades atrav s do seu existir cotidiano
235. idade gestacional com acompanhamento di rio do exame de cardiotocografia A conduta do parto deve ser aguardada at a maturidade nas pacientes controladas e com boa vitalidade fetal As pacientes descompensadas com patologias intercorrentes ou altera es de crescimento e ou vitalidade fetal devem ter conduta individualizada A via de parto tem indica o obst trica VASCONCELOS ALENCAR J NIOR FEITOSA 2004 O trabalho de Peres et al 2007 ao estudar as dificuldades dos pacientes diab ticos no controle da doen a enfocou seus sentimentos e comportamentos Um dos primeiros aspectos discutidos foi a import ncia da educa o em sa de para pacientes com doen as cr nicas visando uma boa ades o ao tratamento considerado um dos maiores problemas encontrados pelos profissionais de sa de no processo de interven o educativa e terap utica nos diversos est gios da doen a e suas complica es No estudo em foco rica aceitou de imediato o tratamento assim que foi orientada sobre as condutas terap utica progn stico e possibilidades de resolu o do problema e mostrou mudan as no comportamento partindo em busca da recupera o da sua sa de e do beb O estudo de Peres et al 2007 ainda ressalta que a abordagem educativa deve englobar os aspectos subjetivos e emocionais que influenciam na ades o ao tratamento 2 levando em considera o a realidade e a viv ncia dos pacientes isto compreender as 109 experi
236. ignificado importante a ser discutido a ocorr ncia da gravidez sem o planejamento do casal por m a not cia e a confirma o da gesta o s o recebidas com alegria pelo grande desejo da maternidade Esse aspecto tamb m foi constatado neste estudo ao encontrar entre as doze participantes cinco rica F tima L cia Beatriz e Sandra que desejavam estar gr vidas mesmo sem um planejamento pr vio Esta constata o nasceu da interpreta o das viv ncias das cinco colaboradoras descrevendo esses significados durante as entrevistas e nas pr ticas de arte terapia A colaboradora rica ao responder as perguntas sobre o sentido da gravidez de alto risco e estar internada e descrever os sentimentos decorrentes dessa nova situa o revelou a import ncia e o significado da maternidade descrita a seguir Significa que ser m e muito importante estar gr vida um sentimento muito bom em termos de ser m e um sentimento maravilhoso Erica rica 31 anos encontrava se na primeira gesta o ap s tr s anos e quatro meses de relacionamento Internou se com o diagn stico de Diabetes Mellitus Gestacional DMG e Hipertens o Arterial Cr nica HAC na 35 semana e seis dias de gesta o segundo o resultado do ltimo exame de ultra som N o planejou a gravidez mas nunca fez uso de m todos contraceptivos pois foi informada que devido ao diagn stico de micropolicistos no ov rio n o poderia engravidar P
237. im cheio de luz cheio de vontade de brilho acreditando realmente que agora vai dar certo e assim mas porque o tratamento em si mesmo ele muito lento a gente est vendo isso a est entendendo pelas explica es que est o sendo dadas diariamente assim a gente entende mas acaba assim querendo que as coisas aconte am logo veja resultado logo assim eu fico pensando muito na minha fam lia estou pensando no meu trabalho tenho muita vontade de ir para casa a a gente fica momento de choro mais assim Deus vai dizer o tempo que a gente vai ficar aqui mas vai sair assim com resultado bem positivo n que tudo vai dar certo que eu acredito at mesmo depois que eu tiver um pouquinho mais n o foi controlada sua medica o essa assim sua medica o di ria essa aqui tudo voc vai ficar tratando em casa perto da fam lia a voc vai sentir mais forte ainda com muita emo o e choro A estabilidade maior essa da voc querer que as coisas aconte am logo para voc ir para perto das pessoas que voc gosta da sua fam lia das suas outras filhas que est o l ainda chora mas e eu acho assim que no fundo no fundo quando voc se deprime voc fica mais mais assim abatida eu acho que de qualquer jeito vai influenciando tamb m seu humor Assim no fundo no fundo eu n o 194 queria em nenhum momento ficar assim nesse momento mais abatida mais triste Eu tenho para mim que
238. imens es de singularidade humana que podem levar o pesquisador a ter uma melhor compreens o do sentido dado pelo participante a tal experi ncia O pesquisador o principal instrumento conduzindo entrevistas observando e reunindo dados A intera o nica do pesquisador no cen rio dos participantes contribui para o significado n o revelado responsabilidade do pesquisador reconhecer tend ncias pessoais e coloc las parte A tend ncia do pesquisador dar um colorido ao que se apreende pela convers o direta na observa o e na entrevista como um sombreamento interpreta o dos dados O pesquisador vai at onde os dados o conduzem MARCUS LIEHR 2001 Para Santos 1999 o tipo de informa o desejada que ir determinar a escolha do m todo de constru o de informa es mais adequado grava o dos comportamentos e conversas observa o das atividades do dia a dia e entrevistas para obter discursos e hist rias No presente estudo a constru o das informa es foi antecedida das seguintes etapas 1 Contato com a institui o apresenta o da proposta da pesquisa Dire o da MEAC UFC ao Comit de tica da institui o CEP MEAC e ao N cleo de Sa de Reprodutiva NESAR Foram tamb m solicitados consentimento e apoio com vistas a facilitar a realiza o do estudo nas suas depend ncias AP NDICE A e B O projeto foi entregue ao Comit de tica em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaub
239. ional dessa clientela e suas consegii ncias Enfatiza a necessidade de suporte familiar e profissional adequado SALOMON 2004 Este mais um estudo refor ando a relev ncia da tem tica e priorizando o olhar dos profissionais para os aspectos emocionais e afetivos das gestantes Silva Santos e Parada 2004 buscaram compreender o significado da gesta o para gr vidas diab ticas em um estudo qualitativo realizado no Hospital das Cl nicas da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP Universidade Estadual Paulista por ser uma institui o de refer ncia assist ncia pr natal e ao parto para gestantes diab ticas Os resultados mostraram sentimentos contradit rios de contentamento pela gravidez desejada ou planejada e desgosto e lamento devido ao diagn stico e s restri es que a doen a imp e A apreens o foi citada como um sentimento advindo das poss veis complica es tanto para elas quanto para seus beb s A ang stia foi referida devido aos sintomas que se apresentam na gravidez e a necessidade de in meras interna es durante a gesta o levando ao afastamento da mulher dos demais filhos SILVA SANTOS PARADA 2004 Este estudo enfatizou tamb m as consegii ncias da interna o na vida das gestantes e todas as mudan as e restri es que essa ocorr ncia acarretou para as gr vidas suas fam lias e suas rela es no cotidiano profissional Vale ressaltar entretanto a import ncia de estudos como o de Evans
240. ir o evento amplo e geral em partes para absorver suas peculiaridades caracter sticas e definir a for a relativa do evento Os dados agrupados podem ser trabalhados para evidenciar qualidades que por sua semelhan a se constituir o em categorias as quais podem ser reagrupadas em temas e sub temas 50 Optei ainda por seguir um m todo de an lise fenomenol gico uma vez que os pesquisadores desta vertente na fase da an lise de dados extraem declara es significativas classificam e d o sentido aos significados essenciais do fen meno POLIT BECK HUNGLER 2004 Elegi portanto o m todo de an lise de Colaizzi 1978 bastante utilizado por pesquisadores na enfermagem e trabalhei exaustivamente os discursos dos sujeitos da investiga o seguindo os sete passos envolvidos nesse processo de an lise Ler todos os dados para visualizar o todo Revisar cada dado e extrair as afirma es significativas Declarar o significado de cada afirma o significativa formular significados ee a PE ADD E Organizar os significados formulados em grupos de temas a Conferir os grupos com os dados originais para valid los b Observar discrep ncias entre os v rios grupos evitando a tenta o de ignorar dados ou temas que n o se ajustam 5 Integrar os resultados em uma descri o exaustiva do fen meno estudado 6 Formular uma descri o exaustiva do fen meno em estudo com uma afirma o de identifica o t o ine
241. iro Editora Fiocruz 2005 cap 3 p 105 132 AUGRAS M O ser da compreens o fenomenologia da situa o de psicodiagn stico 8 ed Petr polis VOZES 1998 157 BACKES D S KOERICH M S ERDMANN A L Humanizando o cuidado pela valoriza o do ser humano re significa o de valores e princ pios pelos profissionais da sa de Rev Latinoam Enfermagem S o Paulo v 15 n 1 jan fev 2007 Dispon vel em lt http www eerp usp br riae gt Acesso em 1 fev 2007 BAKER C WUEST J STERN P N Method slurring the grounded theory phenomenology example J Adv Nurs v 17 n 11 p 1355 1360 Nov 1992 BANDEIRA L Gravidez amp parto desafios e conquistas Bras lia Mundo Melhor 2002 BAPTISTA M E C Fenomenologia do existir do diab tico 1992 100 f Tese Doutorado em Enfermagem Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 1992 BEZERRA M G A CARVALHO F A M SOBREIRA T T Sentimentos das gestantes diab ticas RENE Fortaleza v 2 n 1 p 97 102 jan jul 2001 BICUDO M A V Fenomenologia confrontos e avan os S o Paulo Cortez 2000 BITTAR R E PEREIRA P P LIAO A W Intercorr ncias obst tricas abortamento In ZUGA B M Obstetr cia Barueri Manole 2008a Se o 5 cap 29 p 533 749 Gesta o m ltipla In Barueri Manole 2008b Se o 5 cap 38 p 680 696 BRADLEY C Contributions of psychology to diabetes manage
242. ito noite agora n o choro mais cada dia mais eu vou evoluindo mais Foi eu adorei Com certeza esses trabalhos est o me dando mais for a para reagir que pena s o s tr s dias Eu adorei Eu estava quase ficando deprimida a voc chegou com esse trabalho e agora eu estou bem Nena Os momentos criativo expressivos contribu ram para facilitar a express o dos significados ainda n o revelados durante a entrevista mesmo que a paciente ainda sentisse dificuldade em revelar sentimentos e viv ncias em algumas ocasi es como confirmado nas falas provenientes de duas ocasi es na segunda pr tica de arte terapia E isso mesmo hoje eu n o estou para falar n o esbo ou um breve sorriso Hoje eu n o quero falar muito n o sorrisos mas n o estou chateada estou bem vamos deixar para amanh sorrisos Nena 69 Com estas palavras esta m e revelou o quanto dif cil verbalizar os sentimentos e percebi que muitas vezes o sil ncio que nos comunica algo e reporto me novamente a Heidegger 2000 quando infere que o falar o ouvir e tamb m o sil ncio s o formas de linguagem e cabe a quem escuta compartilhar dessa experi ncia e compreender seu significado como explicitado a seguir Quem silencia no discurso da conviv ncia pode dar a entender com maior propriedade isto significa pode elaborar a compreens o por oposi o quele que n o perde a palavra Falar muito sobre alguma coisa n o as
243. l pois coloca a express o FIM saindo com o beb o marido e o filho para casa felizes e juntos L cia 3 Momento Criativo e expressivo Data 10 08 07 238 Hora 8h45min 9h40min Iniciou o trabalho utilizando a massa de modelar logo ap s a explica o sobre o objetivo do 3 momento criativo expressivo mostrando bastante habilidade em lidar com o material Realizou o trabalho e se mostrou bastante comunicativa nesse terceiro momento conversando sobre o filho que ficou em casa seu esposo apresentando se hoje mais alegre mais tranquila Interrompemos o trabalho s 9h para a paciente realizar um exame de ultrassonografia e cardiotocografia Ap s o retorno concluiu o trabalho que comentou de um lado ela em um quarto deitada s seu espa o na enfermaria na qual est internada e ao lado um local vazio Separando o trabalho uma estrada e na outra extremidade o marido e o filho na sua casa Mostrando a dist ncia que est da fam lia L cia Obs dia 14 08 07 a paciente pariu normal gemelar Dia 18 08 07 saiu de alta ENTREVISTADA J SSICA I Dados s cio demogr ficos Idade 36 anos Estado civil Solteira Tempo de relacionamento 5 anos Natural de Fortaleza Grau de instru o 1 grau completo Profiss o Auxiliar de servi os gerais I Hist rico Obst trico N mero de Gesta es 04 Paridade 03 Normais 03 N filhos 03 Abortos 00 N filhos vivos 02 Natimortos 00
244. l do Cear CEP UFC Foram obedecidos os aspectos ticos contidos na Resolu o N 196 96 do Conselho Nacional de Sa de Minist rio da Sa de Esta incorpora os referenciais b sicos da bio tica autonomia n o malefic ncia benefic ncia e justi a Para garantir a autonomia dos sujeitos da pesquisa foi esclarecido que sua ades o espont nea lhes dava o direito de se retirar do estudo a qualquer momento Os sujeitos autorizaram sua participa o na pesquisa pela anu ncia em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido emitido em duas vias AP NDICE C Foram assegurados o sigilo e o anonimato com a utiliza o de nomes fict cios codinomes escolhidos pelas mulheres participantes do estudo se assim desejassem A n o malefic ncia foi assegurada com o comprometimento pela pesquisadora de promover um ambiente agrad vel para os sujeitos A pesquisadora esteve disposta a esclarecer as perguntas caso houvesse alguma d vida sem contudo contribuir para qualquer indu o Foi solicitado o consentimento pr vio para uso do gravador e de imagens explicando o motivo da escolha desse recurso Antes da entrada em campo encaminhei uma via do projeto coordena o do N cleo de Estudos em Sa de Reprodutiva NESAR da MEAC UFC solicitando permiss o para realizar o estudo na institui o e referir o nome da Maternidade Escola Assis Chateaubriand na pesquisa AP NDICES A e B e aguardei parecer favor vel da Coordenadora do NESA
245. l porque ela tem um beb de seis meses Ela mora perto da minha casa s vezes ela vai passear mas ela muito n o gosta de passear n o Ela diz que o meu sobrinho muito danado Eu j gosto por mais danado que ele seja eu gosto muito muito dele Eu sinto muita falta dele Ele eu crio desde pequeno Eu acho que sinto mais falta dele do que todos l em casa E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina Foi bom gostei Pena que foi o ultimo dia n vou ficar com saudade vai fazer falta Quem sabe eu n o sa a daqui para amanha n a esperan a e a ultima que morre De certa forma o importante ficar boa e sair com o meu nen quer dizer mais em paz n sem pressa Logo que eu cheguei eu me desesperei para ir embora mas agora sei que para o meu bem e para o bem dele tenho que pensar nisso n Eu espero que eu n o tenha diabetes seja s gestacional eu sempre gosto sempre fiz nunca deu se referindo ao teste de glicemia que seja s gestacional DI RIO DE CAMPO MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 3 CLAUDIA 1 Momento Criativo e Expressivo Agendamos para o dia 25 04 2007 pela manh Quando cheguei na clinica obst trica e fui ao encontro da paciente aproximadamente s 10 horas ela se encontrava deitada no leito referindo cefal ia Solicitou portanto mudan a do hor rio para o final da tarde depois da visita de familiares por volta das 17 30h Minha primeira impress o com mais dois profi
246. lar com ele com minhas filhas a d aquela proximidade maior E outra coisa tamb m posso falar at com os amigos Assim d fam lia mesmo ningu m veio me visitar mas amigos gra as a Deus quase todo dia v m gente me visitar fica conversando pessoas que v m para orar comigo a gente sente saudade de casa mas uma preocupa o maior da minha irm das minhas irm s como um todo do meu pai era achar assim que eu vinha para c e ia ficar muito triste que era mais distante que n o ia ter muito contato que n o ia ter visita que eu ia me deprimir que poderia at prejudicar meu tratamento mas eles est o at um pouquinho aliviado que sempre quando elas ligam elas ficam naquela afli o como que est a voz dela Ela est bem mesmo Porque elas ficam achando assim quando eu ligo que eu posso estar sofrendo e por telefone assim tentar disfar ar Mas assim eu estou mostrando mesmo a realidade que eu estou bem aqui estou me sentindo bem e estou feliz porque estou me tratando 5 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Gra as a Deus na enfermaria que eu estou j consegui assim me familiarizar com as meninas embora j tenha duas que j tenham chegado e sa do mas assim a gente fica feliz porque isso que a gente quer se tratar e logo ir para casa Mas assim eu j tenho muita amizade a gente conversa bastante uma fica ajudando a outra dando uma
247. lientela surgiram questionamentos relacionados s rea es das gestantes ao diagn stico do diabetes gestacional e a obrigatoriedade da interna o hospitalar sobre a vida dessas mulheres Essas indaga es inquietudes e perplexidades diante do mundo vivido pela gestante internada com diabetes gestacional e mais profundamente da interrela o entre as minhas percep es e as viv ncias dessas mulheres resultaram na quest o norteadora do presente estudo Qual o significado para um grupo de gr vidas do diagn stico de diabetes gestacional e da viv ncia do cotidiano da interna o hospitalar em uma unidade de alto risco Diante do exposto com esse estudo busquei apreender o significado do diagn stico inesperado de diabetes gestacional na vida dessas gr vidas as rela es que estabelecem no 32 cotidiano da interna o em uma unidade de alto risco resgatando o sentido de luta e sobreviv ncia das mulheres que na gesta o desenvolveram uma patologia que transformou suas vidas e que traz d vidas incertezas de um futuro pr ximo da cura e da sa de do Rn Para tanto fiz uso de uma leitura fenomenol gica que me possibilitou estar diante desses afetos e sentimentos a partir da pr pria expressividade dessas mulheres Nas pesquisas qualitativas os pressupostos s o constru dos como um ponto de partida na busca dos significados Dessa forma finalizando esse cap tulo introdut rio elaborei os pressupostos conforme pontuados a seg
248. lizadora do equil brio ps quico e emocional Uma experi ncia de amea a e 143 desamparo A pessoa mostra se geralmente confusa e aturdida com o impacto da doen a e com as consegii ncias refletidas na sua vida pessoal familiar e social Constata se segundo os autores que o adoecer gera impactos na vida pr tica e promove mudan as nas rotinas levando a uma ruptura da realidade cotidiana da pessoa os planos s o adiados e as atividades s o interrompidas exigindo da pessoa um esfor o adaptativo para o qual mobiliza uma substancial parcela de suas energias Dando continuidade aos discursos das participantes dessa investiga o rica ao revelar sua experi ncia ap s o diagn stico de diabetes gestacional e a interna o refor ou esses significados durante seu trabalho de modelagem e demonstrou atitude de supera o do problema quando representou o momento com a elabora o de um trof u com o formato de cora o descrevendo assim o trabalho primeiro como eu chamei de trof u n significa que apesar do problema do diabetes gestacional e estar internada aqui mas eu quis demonstrar que apesar de tudo isso mas o meu cora o est bem e que com isso eu resolvi trabalhar e fazer o cora o em forma de trof u rica Figura 33 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Erica Portanto mesmo vivenciando o problema essas gr vidas conseguem vislumbrar a supera o do momento
249. lugar nele no nen Porque o nen para mim o primeiro ponto E o que me d suporte o meu esposo minha fam lia tamb m ent o eu estou muito bem assistida eu estou apoiada de todos os lados e isso ajuda a enfrentar essa situa o porque voc s voc n o consegue muito dif cil Voc fica s como tem uma menina com a gente ela do interior ent o a vida dela chorar Porque Porque o filho ela n o tem mais filho mas tinha perdeu vai ter que tirar um tero n Sem contato nenhum com a fam lia ent o a gente faz de tudo sem nada e todas as pessoas que chegam l as amigas de quarto quando v o embora deixam as coisas para ela Ent o isso muito bonito n e a gente d todo apoio a ela vai toma cart o liga fala com teus filhos s o quatro filhos que ela tem mais o esposo mas infelizmente ela n o pode estar indo e vindo e nem ele a situa o n Ent o para mim a minha situa o muito boa em rela o de outras que est o na minha sala isso ajuda tanto a mim como a elas de apoio de voc comprar um perfume um xampu olha est a voc d de cora o porque voc sabe que ela necessita E voc pode apesar da dificuldade ajudar algu m e gra as a Deus eu estou ajudando e quando eu sa daqui uma li o de vida para gente E mais uma li o de vida com certeza E era a rea que eu queria me formar da medicina da sa de para tomar conta de algu m 228 para mim a coisa melho
250. m foi uma surpresa at o momento eu n o entendo eu fiquei sem acreditar Porque eu achei que era imposs vel n breve sorriso porque a gente n o espera por esse tipo de coisa uma doen a na gesta o Porque at ent o eu n o estava sentindo nada A eu chego consulta alegre e satisfeita o doutor pergunta como que est quando ele olha os meus exames ele diz olha tem que ir com urg ncia na Maternidade fazer outros exames porque voc est com a glicose muito alta A para mim isso dali foi um choque eu pensei em mil e uma coisa que preocupa o n De ser algo pior eu senti um medo L cia Fiquei surpresa e tamb m fiquei nervosa quando disseram n o querendo admitir eu comecei a chorar porque eu jamais imaginava que ia ficar assim com diabetes na gesta o O m dico l achou muito alta se referindo aos n veis glic micos a mandou eu ir logo para a emerg ncia s Deus sabe como eu ia para l Rosa Percebe se nos discursos das gestantes a emo o pela surpresa do diagn stico e da interna o Um acontecimento inesperado que para elas n o seria admiss vel nas suas vidas Santana 2000 revelou que a constata o da doen a para os sujeitos que participaram do seu estudo trouxe junto o desespero de querer compreend la Concluiu portanto que o abalo emocional parece ter transformado a compreens o pois admite que possa s
251. m lt 85 mg dl devem repetir a glicemia de jejum ap s a 20 semana de gesta o para realiza o de nova pesquisa dos n veis glic micos pois nessa idade gestacional que o DMG tende a dar seus primeiros sinais SBD 2005 Existem v rios crit rios para se fazer o diagn stico do DG O procedimento preconizado pela OMS e pela Associa o Americana de Diabetes ADA o teste de toler ncia com sobrecarga oral de 75g de glicose em geral entre 24 e 28 semanas de gesta o A OMS preconiza o uso das glicemias de jejum e de duas horas ap s o almo o p s prandial empregando os mesmos pontos de corte utilizados fora da gravidez Para Clark e Wenstrom 2005 e a SBD 2005 o ponto de corte para o diagn stico do DG com a glicemia de jejum de 126mg dl para a glicemia de duas horas de 140mg dl Os especialistas acreditam que algumas mulheres com n veis glic micos mais elevados no in cio da gravidez provavelmente j estavam com diabetes antes do in cio dessa gesta o Por esse fator de risco e pela semelhan a que o DG apresenta com o diabetes tipo 2 todas as mulheres que tiveram diabetes s o orientadas a fazer a reavalia o das taxas de glicose ap s o parto SBD 2006 O tratamento do DG tem por objetivo diminuir a taxa de macrossomia evitar a hipoglicemia do beb ao nascer e diminuir a taxa de partos cesariana Para a m e al m do aumento do risco de cesariana o DG pode estar associado toxemia que em consegii
252. m nada Eu estava sempre brincava muito n At aqui representa mesmo a minha vida eu brincava com a vida n o me preocupava muito com a sa de e eu gostava assim de estar livre n o gosto de estar at eu coloquei aqui se referindo ao trabalho sem nenhuma barreira Sem nada Para representar que eu n o gostava de nada me segurando Nada que pudesse me colocar um limite E assim que eu estava me sentindo bem alegre bem colorido n o me preocupando com nada sorrisos Essa era a minha vida Bem alegre N o me preocupava com nada n o tinha nada que me fizesse parar para pensar em mim n 2 Como foi esse momento Foi timo adorei sorrisos Acho que eu regredi a inf ncia bem jardim da inf ncia mesmo Eu fazia muito isso muito bom Eu relaxei bastante 3 Momento criativo expressivo Material CD de m sicas para gr vidas folha branca massa de modelar 1 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 242 Quando eu descobri que eu estava com diabetes eu fiquei o meu cora o ficou assim mostrando o que fez com a massa de modelar um cora o preso atr s das grades Bem apertado E eu me senti presa n Com o cora o bem preso sem saber o que fazer para onde correr E o rostinho se referindo a elabora o de um rosto triste o meu rosto aqui triste n preocu
253. m o casal a decidir ter um filho Nesses tr s casos talvez esteja presente o desejo consciente de continuidade ou mesmo a vontade de dar mais um irm o ao filho mais velho uma vez que as tr s gestantes haviam experimentado anteriormente a maternidade pelo menos uma vez Mesmo que a ocorr ncia da chegada de mais um filho traga a necessidade de adapta o e reorganiza o familiar como exemplificado na fala da colaboradora Estrela durante a interpreta o de um dos seus trabalhos na segunda pr tica de arte terapia PE d Figura 4 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Estrela Aqui estou lembrando de casa Eu moro na zona rural eu a minha casa Ave Maria fam lia para mim uma coisa maravilhosa n o tem lugar melhor do mundo do que quando estou em casa com a minha fam lia reunida quando a gente vai sentar na mesa a agora depois da gravidez a gente ficava imaginando que tinha as quatro cadeiras que dava exatamente para os quatro que tinha e com a nen as meninas gostam muito de ficar contando a menor fica 712 contando tem quatro a a maior diz tem quatro n o tem cinco tem a nen a menorzinha de tr s anos fica naquela percep o ela vai ficar onde n o tem mais cadeira n o sorrisos eu disse n o mas aumentando a fam lia a gente aumenta o espa o tamb m eu estou na expectativa mesmo de voltar recupe
254. ma Para Damasceno 1996 p 68 Diante da doen a a pre sen a diab tica v a sua ex sist ncia amea ada Desvelar se temerosa um modo de ser de ex sistir da pre sen a diab tica A autora ainda revela que no seu cotidiano a pre sen a diab tica sente se amea ada pelos danos que podem ocorrer durante o atendimento hospitalar ou com o comprometimento de outros rg os Lia afirmou que j suspeitava do problema pois experienciou o diabetes mellitus gestacional e a hipertens o arterial cr nica na primeira gesta o O maior choque veio com a not cia da necessidade da interna o pois na primeira gravidez s ficou internada no momento do parto Sandra tamb m vivenciou momentos semelhantes pois passou pela interna o no final das ltimas gesta es classificando esta gravidez como uma experi ncia nova e mais dif cil principalmente por ter que se afastar do filho Eu j suspeitava n Porque eu tive na primeira gravidez o jeito se conformar se cuidar quando a doutora disse que eu tinha que subir para a emerg ncia Ave Maria foi um choque demonstrando emo o ao falar Eu n o estava esperando vim para uma consulta mas foi o jeito ficar minha irm foi embora nesse momento come ou a chorar olhar meu filho o diagn stico eu j sabia porque eu tive que ficar internada n S isso mesmo reiniciou a chorar longe do meu filho porque eu n o esperava n
255. ma forma de dar um apoio a uma pessoa que est precisando Eu sou muito comunicativa n e para mim muito f cil me comunicar expressar os meus sentimentos mas tem pessoas que n o tem essa facilidade de falar s o pessoas t midas n e com esse trabalho voc vai conseguir tirar a timidez e puxar alguma coisa de dentro dela Isso a com certeza devagarzinho vai fazendo o trabalho e ela vai soltando quando voc menos esperar est falando da vida particular n dos amigos de como ela e voc vai conseguir vai em frente que voc consegue At mesmo como pessoa voc vai aprendendo a conviver e a conhecer as outras pessoas Se voc tem um problema aquele seu problema se torna m nimo na frente do problema da outra Ent o tudo isso serve de exemplo para a gente Na minha sala no meu espa o tem uma que tem diabetes desde os 16 anos ela queria ir embora porque estava com saudades do irm o da m e mas tem outra que n o tem o apoio da visita dos parentes que moram longe e a m e dela sempre vem s n o veio uns dias e a outra est quase com 30 dias ent o eu pedi para ela se colocar no lugar da outra se voc conseguir sentir o problema da outra voc vai ver que o seu problema pequeno na frente do outro Ent o em vez de voc chorar d a m o para quem mais precisa que eu lhe garanto que o seu vai ser bem menor O seu trabalho bem isso o apoio que voc d as pessoas que precisam na hora certa Eu estava chorando
256. ment Br J Clin Psychol v 33 pt 1 p 11 21 Feb 1994 BRASIL Conselho Nacional de Sa de Resolu o n 196 96 Decreto N 93 933 de janeiro de 1987 Estabelece v rios crit rios sobre pesquisa envolvendo seres humanos Bio tica v 4 n 2 supl p 15 25 1996 BRASIL Minist rio da Sa de Assist ncia pr natal manual t cnico 3 ed Bras lia 2000 CARVALHO M H B de FRANCISCO R P V BRIZOT M de L Pr natal identifica o de risco In ZUGA B M Obstetr cia Barueri Manole 2008 Se o 3 cap 10 p 187 287 158 CASTRO V de O ser emocional vencendo barreiras e buscando qualidade de vida no trabalho e com a fam lia 2 ed Rio de Janeiro Ediouro 1998 CIORNAL S Org Percursos em arteterapia arte terapia gest ltica arte em psicoterapia supervis o em arte terapia S o Paulo Summus 2004 COLAIZZI P F Psycological research as the phenomenologist view it In VALLE R KING M Ed Existential phenomenological alternatives for psychology New York Oxford University press 1978 cap 3 p 48 71 COLTRO A A fenomenologia um enfoque metodol gico para al m da modernidade Cad Pesq Adm S o Paulo v 1 n 11 1 trim 2000 CLARK S L WENSTROM K D Diabetes In CUNNINGHAM F G HAUTH J C LEVENO K J GILSTRAP MI L BLOOM S L WENSTROM K D Williams obstetrics 22 ed New York McGraw Hill Professional 2005 cap 55 p 1169 1208 CRESWELL J W Q
257. mento de ser podendo ou n o concretizar seus projetos O fil sofo mostra que uma realidade t o fundamental como o querer o desejar se encontra enraizada no 120 cuidado e o cuidado que d significado importante vida e exist ncia O homem tem possibilidade de ser livre para exercer a possibilidade da sua exist ncia e nas rela es com seu mundo que o ser se encontra e redimensiona as possibilidades de fazer construir realizar e ser feliz O h bito alimentar tem refer ncia destacada na fala de seis colaboradoras do estudo mostrando a import ncia dos esfor os e atitudes de supera o dessas mulheres para conseguir cumprir o tratamento como recomendado em prol da sua sa de e consequentemente do beb O cotidiano das gr vidas nos momentos anteriores ao diagn stico era recheado de doces e massas como enfatizado nas falas e ilustrados atrav s de figuras nos momentos criativos e expressivos quando a pesquisadora solicitava a representa o da vida pelas gestantes antes do diagn stico e da interna o mem x ums Enfnenina Degas ninne aem Sea 7 Piiben dini ed boo aporia CSI Sendo elo um enconto de s CO lerts rum cor D a ESSa Sou EU Figura 23 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia rica g p p rica no momento da sua apresenta o na primeira pr tica de arte terapia colou uma figura de mulher degustando um peda o de bolo justificando ser a pesquisadora Ela se representou
258. minharam de maneira saud vel at esse momento Aos mestres do curso de forma o em arte terapia do Instituto AQUILAE Arte Sa de Educa o Raimundo Severo J nior e Genivaldo Mac rio de Castro pela compet ncia e coer ncia na condu o de nossa forma o Esses dois ltimos anos de conviv ncia me despertaram para um novo mundo e proporcionaram um profundo auto conhecimento e valoriza o das possibilidades infinitas do ser humano s pacientes da cl nica obst trica pela contribui o com satisfa o e humildade Mesmo n o desfrutando de melhores acomoda es situa o financeira e vivenciando uma doen a repentina e a respectiva interna o correndo riscos com seus beb s t o desejados e queridos colaboraram incondicionalmente na constru o das informa es desse estudo Aprendi muito nessa conviv ncia querida amiga Ritinha que tive a feliz e grata oportunidade de conhecer conviver e aprender a me despedir t o precocemente H exatamente um ano voc nos deixou fisicamente e na nossa ltima conversa mesmo lutando contra um devastador c ncer de mama inadmiss vel para mim mediante uma ci ncia t o avan ada voc n o falou sobre suas dores ou sofrimento voc s falou sobre o meu trabalho como se nada estivesse acontecendo com voc Sei o quanto voc gostaria de estar aqui presente pois torcia por nossas conquistas minha da Jaqueline da Solange da Daniele e da Adriana O grupo concreti
259. mpanhar t m uma cortesia muito grande aten o As enfermeiras gostam de brincar para apagar aquela coisa de momento ruim vem aquela furadinha a gente sabe que o tratamento elas brincam com a gente e n s nos sentimos mais a vontade distra mais a n o d nem para perceber tanta dor porque h aquele entrosamento Estrela uma boa rela o elas ajudam quando estou s a menina me ajuda a descer da cama Hoje uma me ajudou a tomar banho porque eu s uso sapato n Elas me ajudam muito Rosa Muito gratificante cada vez aprendendo mais Cada uma com um problema n A gente est l uma chora a outra diz calma n o chora Uma dando apoio para a outra Ent o muito gratificante voc estar do lado de pessoas que v o te ajudar n Uma ajudando a outra de uma forma um aperto de m o ou um passar de m o na cabe a uma palavra para mim est sendo bom porque mais uma experi ncia de vida Flor Escutar as experi ncias das gestantes sobre o estar com o outro durante a interna o remeteu me reflex o sobre essa nova rede de apoio que se inicia nesse momento e me fez corroborar com Armond 2003 p 73 quando referiu que o que vivido pelos outros nos 129 aproxima nos torna parceiros e por isso para compreendermos a experi ncia do outro necess rio estarmos com ele junto dele para descobrirmos o ser que se oculta Assim as novas rela es cotidiana
260. mpre ser com o outro O mundo no qual o homem existe n o est restrito ao espa o geogr fico mas constru o humana que o homem realiza para viver junto aos outros referindo se sempre a uma rede de rela es significativas Portanto o ser humano n o sozinho no seu pensar sentir e existir ele co habita um mundo que passa a ser para ele significante Assim preciso compreender que ser no mundo ser com os outros isto como me relaciono e vivo com os meus semelhantes Assim sendo compartilhar com outras pessoas o mesmo diagn stico foi percebido pelas gestantes colaboradoras do estudo como uma experi ncia positiva A rela o com os profissionais da cl nica de interna o tamb m foi descrita como uma inter rela o importante para bons resultados no tratamento e bem estar da paciente Na perspectiva fenomenol gica denomina se como o encontro de subjetividades o que leva intersubjetividade Esses significados est o presentes nas falas dessas gr vidas uma experi ncia boa entendeu voc faz mais amizades no hospital tanto com os m dicos enfermeiras at mesmo com as pacientes Erica Gra as a Deus na enfermaria que eu estou j consegui assim me familiarizar com as meninas eu j tenho muita amizade a gente conversa bastante uma fica ajudando a outra dando uma for a E em rela o aos profissionais tamb m gra as a Deus a minha m dica e outras pessoas que v m para me aco
261. nalizou r pido o trabalho conversou durante o processo de elabora o Demonstrou emo o sempre que se referia sobre fam lia principalmente quando falava do filho de 2 anos que ficou em casa Fez uma colagem de uma foto de mulher realizando Ultrassonografia US Vale ressaltar que minutos antes desse momento criativo expressivo a paciente estava realizando exame de CTG e US A segunda colagem foi de uma fam lia m e pai filho de mais ou menos 2 anos como o seu que deixou em casa e um outro no colo significando o beb que est esperando A outra figura que colou mostrava um jardim com flores cor de rosa o que para a paciente representava sua casa o jardim da sua casa Disse ser uma pessoa alegre e fala sempre com muita emo o da fam lia 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 02 06 07 In cio Manh N o utilizou a tinta guache mesmo a pesquisadora deixando as tintas preparadas para o uso Preferiu pintar e desenhar o sol o mar as nuvens a fam lia ela o filho e o marido na praia passeando jogando bola Desenhou peixes no mar Referiu que ia muito praia quando ainda n o estava com o diagn stico de diabetes gestacional 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 03 06 07 In cio manha No in cio do trabalho teve duvidas sem saber o que fazer repeti algumas vezes o que gostaria que ela demonstrasse com aquele material as massas de modelar e todos os outros materiais j utilizados nos outros mome
262. ncia ocasiona o parto prematuro CLARK WENSTROM 2005 SBD 2006 Em estudo realizado com 30 gestantes diab ticas internadas na Cl nica Obst trica da MEAC UFC no ano de 1999 os resultados mostraram que as toxemias ou DHEG o parto prematuro a infec o urin ria a perda grav dica o polidr mnio a macrossomia e a hipertens o arterial cr nica foram as complica es mais prevalentes nessas gr vidas que dentre todas as integrantes do estudo 22 73 3 foram diagnosticadas com DG OLIVEIRA BARBOSA PESSOA 2002 O DG inicialmente tratado com um planejamento alimentar orientado pelo profissional nutricionista SBD 2006 e a atividade f sica deve fazer parte da estrat gia de tratamento do DMG CLARK WENSTROM 2005 Pacientes sedent rias podem ser orientadas a iniciar um programa de caminhadas regulares ou outros exerc cios de baixo 22 impacto As mulheres que j praticavam exerc cios anteriormente podem manter atividades f sicas habituais evitando exerc cios de alto impacto ou que predisp em perda de equil brio SBD 2005 O controle glic mico avaliado com um teste da glicemia em jejum e duas avalia es da glicemia p s prandial por semana Caso a dieta e o controle glic mico n o surtam os efeitos esperados por duas semanas recomenda se iniciar tratamento com insulina No DG recomendado um acompanhamento mais estreito das taxas de glicose SBD 2005 2006 Para avalia o do bem estar fetal a gestant
263. ncias vividas conhecendo suas cren as sentimentos pensamentos atitudes comportamentos conhecendo o que de fato os pacientes apreendem de sua realidade e isto pode fornecer diretrizes para oferecer subs dios para ampliar a compreens o dos fatores associados ades o ao tratamento principalmente em doen as que exigem mudan as nos h bitos de vida como o diabetes mellitus Portanto para o tratamento eficaz necess rio na maioria dos casos a conduta da hospitaliza o visando o controle da doen a Por m nem sempre essas pacientes conseguem ter acesso a um servi o especializado com capacidade de atendimento e recursos humanos e materiais desej veis No caso da colaboradora Estrela esse significado foi intensificado pois a gestante sentiu dificuldade para conseguir interna o em uma unidade de alto risco Foram dois momentos de busca para admiss o em hospitais p blicos da cidade de Fortaleza e duas respostas negativas fazendo com que a gestante retornasse para o interior do estado onde mora para aguardar ou fazer nova tentativa de vagas no servi o p blico uma vez que afirmou n o ter condi es de pagar pelo tratamento Esse retorno para casa sem sucesso gerou grande expectativa e medo de n o conseguir assist ncia adequada ao seu problema e vir a sofrer consegii ncias danosas para ela e o beb Esse problema fez com que a gestante sentisse grande felicidade e al vio ao ser recebida na MEAC UFC vislumbrando a partir
264. ndas e suficientes sobre o tema da investiga o e n o se identificam mais t picos substanciais que possam enriquec los e ao contr rio os dados tendem a ficar repetitivos a indica o de que a pergunta b sica da investiga o foi saturada Para Marcus e Liehr 2001 p 123 Duarte 2002 e Turato 2003 a satura o de dados ocorre quando as informa es compartilhadas com o pesquisador se tornam repetitivas Ou seja as id ias transmitidas pelo participante foram compartilhadas antes por outros participantes e a inclus o de outros participantes n o resulta em id ias novas MARCUS LIEHR 2001 p 123 Em geral o n mero de pessoas quando se usa a abordagem qualitativa menor por m s o estudados intensivamente FIELD MORSE 1985 CRESWELL 1998 LEOPARDI 2001 POLIT BECK HUNGLER 2004 Dessa forma com o objetivo de iluminar a riqueza da experi ncia a delimita o do n mero de gestantes foi definida a partir do momento em que se percebeu que os discursos desvelaram o fen meno investigado portanto as indaga es encontraram se suficientemente apreendidas e pautadas com base no conjunto de informa es que evidenciaram a abrang ncia dos significados contidos nos discursos dessas gestantes 42 3 5 Constru o das informa es As atividades de pesquisa de cada abordagem em um estudo refletem as cren as a respeito da import ncia do contexto investigado as abordagens qualitativas exploram as d
265. ns tem a lua as estrelas ent o isso muito importante e para mim isso tudo significa muito significa vida felicidade tudo de bom 2 Como foi para voc fazer esse trabalho hoje Bom foi pensando na vida que antes eu tinha antes do diabetes ent o muito importante mas mesmo com ele hoje tem um pouco de diferen a mas tamb m n o influi tanto em trazer para mim tanta tristeza Eu me senti muito bem participando dessa oficina e fazendo esse trabalho voc esquece de tudo esquece os problemas e curte um pouco o momento que voc est vivendo 3 Momento criativo e expressivo Material Folha branca massa de modelar e m sica para gr vidas 1 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 184 e Produ o de dois trabalhos com a massa de modelar O primeiro trabalho a colaboradora chamou de trof u Bom para mim primeiro como eu chamei de trof u n Significa que apesar do problema do diabetes gestacional e est internada aqui mas eu quis demonstrar que apesar de tudo isso mas o meu cora o est bem e que com isso eu resolvi trabalhar e fazer o cora o em forma de trof u E o segundo como voc est vendo tamb m tem cora es tem uma rvore tem duas flores tamb m eu quero dizer que para mim que um momento muito importante que significa muito Porque o cora o uma
266. nte fico pensando em ficar para voltar para casa para cuidar dele 213 Voc quer me dizer mais alguma coisa conversar sobre o que est te deixando assim te fazendo chorar Porque ele nunca ficou longe de mim chorava bastante ele tem dois anos As perguntas hoje j acabaram fique a vontade para conversar ou dizer mais alguma coisa que queira s a saudade do meu filho Chorando ainda Encerramos a entrevista Conversamos ainda um bom tempo at a paciente parar de chorar e referir que estava bem N s despedimos na certeza do pr ximo encontro no outro dia MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 5 LIA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesoura cola branca bal o durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu Bom aqui eu Lia estava se referindo ao trabalho que realizou com fotos figuras 1 de uma mulher realizando ultrassonografia com o meu filho aqui eu e a minha fam lia se referindo a figura de uma fam lia com a m e pai filho de mais ou menos a idade de 2 anos e um beb de colo representando o que est esperando visualizando j ap s o nascimento e aqui nos
267. ntes que participaram do estudo de Silva Santos e Parada 2004 quando as mulheres por elas entrevistadas afirmaram que desejar e planejar a gravidez foram essenciais para que o evento fosse vivido de forma prazerosa O que pode ser constatado nas falas a seguir provenientes do estudo dessas pesquisadoras Eu queria ficar gr vida n o foi por acaso eu estava me sentindo muito sozinha A a gente planejou eu e meu marido e agora eu fiquei DSC3 gostoso estar gr vida Eu fiquei contente me senti bem porque eu queria S que eu estaria mais feliz ainda se n o tivesse diabete DSC1 Apesar da gravidez com DG o desejo de ser m e se sobrep s gesta o de risco Sobre este fato Dourado e Pelloso 2007 afirmaram que no seu estudo encontraram gestantes que assumiram o risco expressando o sentimento de medo superado pelo desejo de ter um filho como exemplificado na fala de uma das participantes do seu estudo Foi programada e est sendo desejada J usei o anticoncepcional e n o estava usando porque eu estava tentando engravidar faz um ano Tem hora que a gente fica com aquele medo mas est tudo bem gra as a Deus DSC Luz Entre as gestantes por mim entrevistadas esse aspecto tamb m foi enfatizado na fala da Estrela apareceu o problema mas o problema est sendo resolvido de qualquer jeito ainda tenho muito motivo para estar alegre ainda Estrela Falas semelhantes tamb m foram registra
268. nto da entrevista a gestante se sentiu indisposta pelas limita es f sicas impostas pela paralisia infantil associada gesta o mas n o quis deixar de participar e responder a todas as perguntas revelando os significados do fen meno vivenciado 100 Como frisamos Lia n o queria engravidar naquele momento e por esse motivo confirmou os dados da pesquisa documental de n o ter feito um planejamento da gesta o embora tivesse interrompido o m todo contraceptivo oral h quatro meses A gestante afirmou que na primeira gesta o h dois anos atr s apresentou diabetes mellitus gestacional e hipertens o arterial na gravidez sendo submetida a um parto abdominal Confirmada a gesta o atual iniciou o pr natal no 4 m s gestacional em uma unidade de sa de em Caponga Cascavel munic pio pr ximo a Fortaleza CE Na ocasi o foi orientada pela enfermeira da unidade a se dirigir para um atendimento especializado isto um pr natal de alto risco na capital Segundo Lia ela veio por vontade pr pria ap s a orienta o da profissional Realizou tr s consultas de pr natal no ambulat rio de alto risco da MEAC e em seguida foi encaminhada para interna o Aos 27 anos de idade e dez de relacionamento conjugal encontrava se entre a 31 e a 32 semana gestacional de acordo com o resultado do ltimo exame ultra sonogr fico Mostrou se bastante emocionada durante a entrevista e nas pr ticas de arte terapia
269. ntos Depois fez o trabalho sem problemas conversando sempre e sorrindo mostrando se muito bem humorada naquela manh Participativa Foi r pida para concluir o trabalho Observei que sempre que vai iniciar a falar sobre seus trabalhos faz um ajuste na voz parecendo um pouco nervosa sugerindo um pouco de timidez Nos despedimos com um abra o Entrevistada 6 NENA Diagn stico DMG DIH 1 216 Dados s cio demogr ficos Idade 25 a Estado conjugal Uni o consensual Tempo de relacionamento 08 anos de namoro e casamento 3 anos de casamento Proced ncia Interior Hiniuporanga Canid CE Mora em Fortaleza h 8 anos Grau de Instru o 3 s rie do2 grau Profiss o Auxiliar de costureira II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 02 Paridade 01 ces rea 00 N mero de filhos 01 menina de 6 anos Aborto 00 N filhos vivos 01 Natimortos 00 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 29sem e 6 dias US 35 sem Gravidez planejada sim Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional N o Usou at 3 meses antes de engravidar Pr natal sim In cio 4 m s iniciou no posto Fez 5 consultas l Veio encaminhada para a emerg ncia da MEAC UFC e foi encaminhada para interna o Descoberta do diagn stico no 7 m s Entrevista 6 NENA 1 O que significa para voc e
270. o 04 04 07 Iniciou o trabalho logo ap s a explica o mexendo com o material fornecido massa de modelar Elaborou um trabalho retratando um cora o dividido ao meio um retratando o dia com o sol e o outro retratando um dia com chuva 13 15h Finalizou o trabalho No momento em que falava sobre o trabalho chorou Finalizou sua fala com bastante emo o Conversou bastante durante a realiza o do trabalho nesse ultimo encontro Nos despedimos com um abra o Obs Saiu de alta para acompanhamento ambulatorial at o parto no dia 20 04 07 tarde DI RIO DE CAMPO MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 1 RICA e F2 ESTRELA Na primeira oficina no final interrompemos devido a chegada de um grupo de profissionais que iriam utilizar a sala de apoio psico pedag gico com as pacientes internadas na cl nica obst trica Durante a oficina fizemos breves pausas para administra o de insulina e exame de glicemia capilar e refei es das pacientes N o senti necessidade de oferecer alimentos durante os trabalhos A dieta fracionada estava presente antes durante ou ap s nosso trabalho Fui orientada pela nutri o sobre a oferta apenas de frutas caso desejasse N o realizei a finaliza o com relaxamento corporal devido o avan ar da hora na finaliza o das oficinas evitando deixar a colaboradora cansada Observei boa receptividade dos profissionais da cl nica obst trica ao trabalho A colabora o d
271. o durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu Eu botei essa senhora aqui toda arrumada porque eu gosto de andar muito arrumada na minha casa se voc chegou voc pensa que eu vou sair E pintada arrumada sorrisos tudo o que eu fa o dentro de casa toda arrumada e eu sou muito alegre todo mundo gosta de mim porque eu fa o o povo rir sabe Eu sou muito extrovertida e a eu achei que ela se referindo a fotografia de uma mulher sentada sorrindo e toda produzida na roupa cabelo acess rios se identificava comigo t o alegre sorridente e esta toda arrumadinha sorrisos do Jeito que eu gosto eu fa o tudo dentro de casa mas arrumada A eu achei que ela se identificou mais comigo Mesmo que eu esteja triste com algum problema aqui e acol eu tenho depress o n o vou negar mas eu procuro tirar da minha cabe a Depress o ou tristeza Eu tenho depress o aquela dor no peito com aquela vontade de chorar a choro choro a depois eu saio vou andar conversar a passa Eu tomo at anti depressivo Tomava agora n o Era com ajuda do m dico com receita Mas eu sempre fui alegre assim Agora quando eu estou triste eu procuro ficar s para n o estar com meus problemas com ningu m Procura algu m para c
272. o que d ele vem me ver falando do marido deixar as coisas que tem que trazer calcinha essas coisas a ele vem Beatriz Os significados desvelados a partir da viv ncia da hospitaliza o por mulheres que descobriram o DG nessa gravidez mostraram transforma es profundas nas suas vidas ao habitar o mundo hospitalar pois a interna o rompe a rotina preestabelecida da fam lia A intensidade do sofrimento vivido durante o cotidiano hospitalar pode ser minimizada se as fam lias das gestantes internadas puderem co participar do tratamento e do cuidar dos filhos que permaneceram em casa Santana 2000 em seu estudo sobre os significados e subjetividades do ser diab tico revelou que a postura familiar considerada muito importante para o bom resultado do tratamento pois a fam lia tem import ncia vital para que o diab tico aceite melhor a doen a 105 Z E sempre positiva a conviv ncia entre iguais As gestantes demonstraram que com a colabora o da fam lia se sentiam mais seguras e confiantes em viver seus momentos de incertezas medos e alegrias do cotidiano hospitalar Portanto a presen a do companheiro de familiares ou amigos isto o contato com pessoas cujo afeto significativo para aquelas mulheres essencial nesse per odo pois estar com a gestante doente significa de acordo com os pressupostos de Heidegger 1993a ficar com ela preocupar se zelar enfim penetrar e fazer parte do seu mundo
273. o ao lado fez uma bola de cores que representou a for a de vontade a supera o o cuidado com ela e o beb para receber um concepto saud vel nos seus bra os Esses significados est o expostos a seguir atrav s do trabalho e da interpreta o da paciente sobre a sua produ o art stica 147 oO ad Figura 34 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Flor E quando eu descobri que eu estava com diabetes gestacional a primeira coisa que veio na minha cabe a meu filho n Ent o tudo o que eu estou fazendo aqui por mim l gico e por ele tamb m porque se eu n o pensar em mim eu n o vou conseguir ter meu filho nos meus bra os n Ent o depois que eu descobri minha cabe a ficou tipo seria uma tran a de cores um emaranhado de cores n o sabia por que n o sabia por onde come ar n o sabia por onde terminar n o sabia me estruturar como mulher e como m e como esposa s pensava no pior n o pensava no melhor e agora n o uma bola de cores uma bola de felicidades que eu tenho que pensar Aprendi que com s dificuldades que a gente sobe que a gente tem for as para vencer n Flor Esses discursos me remetem aos pensamentos de Nietzsche trabalhados com plenitude e sabedoria por Moreira 2006 ao estudar corpo sa de e medicina a partir das id ias daquele fil sofo Atrav s desse estudo compreendi a viv ncia da doen a para
274. o como a matriz de rela es ser humano ser humano versus ambiente que surgem ao longo do cotidiano A partir dessa perspectiva a experi ncia da dor de uma pessoa distinta da de outra e pode ser conhecida pela descri o subjetiva individual desta MARCUS LIEHR 2001 Assim uma das principais caracter sticas do m todo qualitativo na vis o desses estudiosos fornecer uma vis o de dentro do grupo pesquisado Para Mercado Mart nez e Bosi 2004 p 35 o modelo qualitativo pode apresentar se como uma abordagem interessada no microssocial baseada em palavras hist rias e narrativas 35 cujo interesse a dimens o subjetiva utilizando estrat gias como a observa o detalhada documenta o entrevistas t cnicas privilegiadas para obter informa es sobre as experi ncias das pessoas buscando apreender como v em e como se sentem quando defrontadas com certas situa es Os estudos com orienta o qualitativa podem ter como objeto comportamentos a es opini es ter como interesse as experi ncias dos sujeitos como por exemplo de pessoas portadoras de enfermidades cr nicas Um crescente n mero de pesquisadores na enfermagem est utilizando m todos qualitativos para investigar fen menos de interesse para a categoria fato que se justifica essa aproxima o ao permitir a explora o da experi ncia humana como sofrimento culpa depend ncia desejos ansiedades OILER 1982 BAKER WUEST STERN 1992
275. o diagn stico de Diabetes Gestacional A rea o foi muito medo n Tive muito medo assim porque eu nunca nem tinha visto falar que tinha que existia a Diabetes gestacional e quando eles come aram a falar qual era o risco que essa Diabetes tinha para a crian a e at mesmo para mim a foi que eu fui ficando aflita E sempre aquela coisa eu imaginando o tratamento al m da dieta tinha um medicamento mais vou dizer pensando que teria mais de in cio e como eu n o fui cuidada logo porque me diziam assim quando come asse a tomar a insulina porque o neg cio j estava muito complicado e o primeiro medicamento quando acharam que o neg cio j estava s rio que passaram para mim foi a insulina Saber esse nome insulina eu achava que j fosse ficar uma coisa dependente que mesmo depois da gesta o quando eu tivesse a nen que isso ainda ia ser uma complica o na nossa vida mas eu fui pedindo informa o esclarecendo mais ent o quando voc come a a conhecer o problema a saber tanto as causas como as consegii ncias principalmente futura voc come a a criar mais confian a Voc conhece sabe que tem toda a chance de recupera o a voc se alivia mais o medo passa mais mas assim a tens o fica at o final 3 Como foi sua rea o quando voc soube que ia ficar internada Quando eu fui encaminhada pela obstetra ela j me avisou que eu ia ficar internada apesar de que ela tinha dito que
276. o do diagn stico de DG nesta gesta o al m do medo de complica es semelhantes s gesta es anteriores provavelmente impuseram uma for a maior ao diagn stico atual e interna o A paciente tamb m revela a busca da f para ajudar a superar o problema vivenciado Aquino e Zago 2007 em um estudo realizado sobre o significado das cren as religiosas para um grupo de pacientes oncol gicos em recupera o enfatizaram a import ncia da religi o como parte das redes de apoio que se articulam para o enfrentamento do c ncer com a expectativa da cura e com as formas de organizar a vida cotidiana na sobreviv ncia Corroboro as id ias de Aquino e Zago 2007 quando referem que em ocasi es de doen as graves as pessoas voltam se para Deus pela primeira vez ou mais fregiiente e intensamente do que antes pois para quem tem f Deus sempre ajuda Assim buscar apoio na religi o por meio de pr ticas rituais ou pela invoca o a Deus na situa o de caos da doen a uma estrat gia para aliviar o esp rito Torna se compreens vel a escuta fregiiente de express es se Deus quiser Deus vai me ajudar eu pe o e agrade o a Deus entre as pessoas 91 nessas condi es de sa de doen a Portanto not ria a influ ncia da religi o no lidar com doen a grave Para os autores os pacientes com cren as religiosas t m uma reabilita o com senso de esperan a e satisfa o com a vida al m de n veis menores de depr
277. o foi ou n o desejada uma vez que este dado favorece o reconhecimento da necessidade de maior aten o para a gravidez BRASIL 2000 No estudo realizado sobre gravidez na adolesc ncia Silva 1998 afirmou que a gravidez indesejada representa a fal ncia da estrutura social em prover de modo adequado alternativas para que esta fosse evitada H falha em oferecer mulher informa es sobre seu corpo sexualidade reprodu o e seu controle atrav s de m todos contraceptivos oportunos e eficientes servi os dispon veis para sua obten o Ao lado dessas quest es relacionadas s causas da gravidez indesejada para o autor n o poss vel ignorar que o problema envolve tamb m par metros e percep es em parte imponder veis por estarem associadas ao campo de sensa es e emo es pois o desejo de engravidar muitas vezes inconsciente dificultando sua avalia o objetiva Entretanto para o mesmo pesquisador torna se importante lembrar que a gesta o n o programada n o implica necessariamente em gravidez indesejada ou em crian as n o desejadas uma vez que muitas s o rapidamente aceitas ou se transformam ao longo do processo gestacional em claramente desejadas resultando em situa es felizes e equilibradas Essa infer ncia correspondeu aos achados da pesquisa atual como poderemos constatar nos casos das tr s colaboradoras do estudo Cl udia Rosa e Lia explicitados a seguir Cl udia durante a investiga o ress
278. o gravadas e transcritas para posterior an lise e transcreve se o conte do das grava es em sua totalidade o que para a autora consistir no que ela vai denominar de texto nativo Com esse intuito a pesquisadora revela que o ideal que o entrevistador seja tamb m a pessoa que transcreve o texto o que possibilita a riqueza n o s da fala verbal mas as v rias falas n o verbais como sil ncios tons de voz choros intervalos Portanto a entrevista n o deve ser entendida como um simples di logo entre o sujeito colaborador e o pesquisador E foi dessa forma que procedi em todo o percurso da constru o de informa es compreendendo a import ncia de estar s nesse processo de investiga o para n o perder todo o significado contido nas entrelinhas dos discursos Segundo Leopardi 2001 a entrevista a t cnica em que o investigador est presente junto ao informante e formula quest es relativas ao seu problema um recurso importante e pode ser constru da de diferentes maneiras sendo considerada um encontro social Tem a vantagem essencial de que s o os mesmos atores sociais que proporcionam os dados relativos a condutas opini es desejos e expectativas aspectos imposs veis de perceber de fora pois ningu m melhor do que a pr pria pessoa envolvida para falar sobre tudo aquilo que pensa e sente do que tem experimentado atrav s da entrevista semi estruturada ou n o estruturada que realizada a maior parte das
279. o medo quando eu soube a primeira vez a not cia da interna o Ave Maria eu n o queria vir n o eu queria ficar em casa mesmo esbo ou um breve sorriso A ele explicou profissional do pr natal l no posto perto da minha casa onde fazia pr natal n o podia ficar l porque n o tinha condi es de ficar comigo l sendo atendida n o tinha leitos para o nen A eu tive que vir Nena Eu acho ruim n porque voc corre risco voc tem que ficar hospitalizada J as pessoas ficam fazendo muito medo se referindo as outras gestantes internadas que a gente vai perder o beb por causa do diabetes a gente se preocupa demais ficam dizendo que j conheceram gente que morreu de diabetes que ficou gr vida a voc fica com medo Tem horas que voc cai em desespero mesmo chora e tudo n Claudia Al m do impacto de uma doen a que imp e mudan as no cotidiano das gestantes como a interna o essas mulheres ainda sofrem com o falat rio infundado de outras mulheres internadas sobre os riscos ou at a morte de pessoas com a mesma patologia deixando as gestantes em estado de pavor e desespero Para Heidegger 1993a p 227 entre os caracteres espec ficos da ex sist ncia est o o tagarelar ou falat rio isto o falar e o repetir sem fundamento que descansa na perda de uma rela o aut ntica como aquilo sobre o que se fala que constitui o modo de ser da compreens o e da inte
280. o os dois que coloquei o nome no primeiro cartaz s o meus sobrinhos que eu gosto muito mas esse que pensei aqui quando fiz esse trabalho gosto demais porque eles s o pequenos eu sinto falta s vezes ele fica dizendo m e senta aqui para a gente pintar A devido a diabetes fiquei preocupada nunca mais tive cabe a para pensar nisso Mas quando voltar para casa voc pode tornar a fazer n o J sabe que pode se sentir bem desenhando pintando Foi bom porque fez eu relaxar um pouco igual como eu era antes porque eu era alegre agora embora que a gente saiba o que se refere a doen a e o tratamento a gente fica triste longe deles porque antes a gente s vivia saindo passeando Dia de domingo ia para pizzaria agora n o pode mais Sorveteria agora n o pode mais Essa era sua vida mesmo gr vida mas antes do diagn stico Acho que umas duas semanas antes de vir para c a gente foi para pizzaria se divertiu muito foi em um domingo quando foi na ter a feira que eu vim para c e soube que eu tinha diabetes Soube que estava com diabetes e tinha que ficar internada tinha que ficar internada Gostaria de falar mais alguma coisa De rotina que eu fazia todo dia era sagrado era comprar sorvete para tomar que agora n o posso mais um breve sorriso e tem uma pracinha l perto de casa que a gente sempre ia de noite para comer cachorro quente ficar l a vontade e agora n o pode
281. o risco os sentimentos mostram se d bios umas vezes de tristeza outras vezes de alegria devido esperan a de que existe possibilidade de tratamento controle e at cura O apoio ou suporte para enfrentar essa nova situa o vem em primeiro lugar de Deus para a gestante a f imprescind vel para vencer as dificuldades Em segundo lugar o apoio ou suporte para enfrentar a situa o vem da fam lia que se esfor ou para dar oportunidade gestante de receber tratamento adequado Outra raz o apontada pelas gestantes para enfrentar a situa o foi a esperan a da nova vida que estava gerando no ventre e o grande desejo de ser m e s pr ticas de arte terapia para as gestantes foram consideradas como um acontecimento importante que vivenciaram ativamente Promoveram o auto conhecimento facilita o da express o de sentimentos relaxamento atrav s do esquecimento moment neo dos problemas recorda o do mundo vida anterior interna o e conscientiza o do momento atual e propiciaram desfrutar os acontecimentos do cotidiano As colaboradoras revelaram que as pr ticas levam ao trabalho com a mente e o cora o raz o e a emo o e por isso conseguem expor seus sentimentos atrav s da arte declarando ser esta muito importante para ajudar na recupera o No quarto passo cada protocolo foi trabalhado e organizado para agregar os significados formulados em grupos de temas Vale ressaltar as dificuldades na ela
282. o tratamento foi enfatizada devido necessidade de afastamentos constantes do local de trabalho levando as gestantes a demonstrarem preocupa o com o v nculo empregat cio e o consequente medo de perder o emprego Bezerra Carvalho e Sobreira 2001 buscaram identificar os sentimentos das gestantes diab ticas com rela o ao feto e a si mesma e o n vel de conhecimento da gestante sobre diabetes mellitus desenvolvendo uma pesquisa descritiva Estudo realizado em uma maternidade p blica de grande porte no munic pio de Fortaleza CE cujos resultados apontaram para um conhecimento superficial das gestantes internadas com DMG sobre a patologia identificaram a rea o de surpresa e sentimento de medo ao receberem o diagn stico Como justificativa para essas rea es as mulheres citaram o medo do progn stico materno e fetal as mudan as da rotina de vida com a presen a de restri es significativas decorrentes da interna o e o temor do aparecimento da doen a cr nica o 29 DM tipo 2 ap s o parto Raz es tamb m referidas pelas gestantes participantes dessa investiga o ao tomarem conhecimento da patologia e da necessidade da interna o Com gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional foram avaliados sentimentos como ansiedade e depress o utilizando uma escala hospitalar Esta foi aplicada durante a primeira interna o das mulheres no Centro de Aten o Integral Sa de da Mulher da Universidade Estadual
283. obre a patologia os riscos as condutas bem ansiosa sobre seu progn stico e o do beb MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 7 F TIMA 1 Momento Criativo e Expressivo 02 08 07 MANH 07h20min as 08h20min Paciente bem disposta chegou logo para participar Referiu que dormiu bem tomou caf Logo no in cio da oficina foi chamada pela residente para exames rotineiros e logo retornou Ap s 25 minutos do in cio do trabalho come ou a desenhar e pintar demonstrando em alguns momentos uma certa inseguran a no que estava fazendo Expressou de forma sucinta o seu trabalho Conversou pouco durante a realiza o do trabalho parecendo bastante concentrada 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 03 08 07 In cio 07 30h 9 00h Paciente demonstrou dificuldade para iniciar o trabalho Mostrou d vidas sobre o que fazer e sobre o que eu queria que ela fizesse Expliquei algumas vezes Utilizou pouco a tinta guache Preferiu o desenho e a express o escrita Pensou muito em como elaborar o trabalho Elaborou um trabalho que retratou muita expressividade N o fala muito Sorri quando n o consegue expressar seus sentimentos 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 04 08 07 In cio 07h30min 08h30min Receptiva colaborativa hoje demonstrando est bem melhor do que no dia anterior Conversou bastante durante a realiza o do trabalho e apesar da tem tica de hoje o trabalho ficou muito colorido e expressivo Nos despedimos c
284. oda a verdade AUGRAS 1998 Ao t rmino de cada entrevista foi agendado um novo encontro com cada gestante para dar in cio s pr ticas de arte terapia aqui entendida como recurso interventivo na constru o de informa es Para Dartigues 1973 p 56 compreender um encontro de duas intencionalidades a do sujeito que procura conhecer e a do sujeito que deve se tornar objeto de conhecimento essas intencionalidades n o se encontram espontaneamente A fala das colaboradoras nas entrevistas e nos momentos criativos e expressivos significou a manifesta o de sua realidade e como tal foi investigada Atrav s dela foram trazidas a lume as suas viv ncias sua hist ria seu corpo seu cotidiano suas rela es e o seu ser na situa o de gravidez de risco A fala enuncia o encontro Na situa o do encontro investigador fenomenol gico e sujeito participante o elemento de informa o para fins de compreens o do fen meno precisamente a fala desse colaborador em todas as suas manifesta es Esse relato obtido na entrevista ou atrav s de um conjunto de respostas conseguidas a partir de determinados est mulos como os momentos criativos e expressivos utilizados no estudo constituem o 47 2 aparato instrumental do investigador portanto o material b sico que fundamenta a compreens o do caso E a materializa o do encontro o testemunho da situa o 3 Atividades de arte terapia como estrat gi
285. oi tanto assim n porque talvez no momento que eu me encontro n eu estou me observando mais 2 Momento criativo e expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Ah antes era trangu ila normal Eu andava sa a n o tinha nada incomum n era uma fam lia normal Sa a passeava Aqui minha casa mostrando o seu trabalho Eu fiz o desenho da minha casa eu e o meu esposo meu filho passeando aqui do outro lado mostrando o seu trabalho eu fiz tipo uma pista n que representa para mim a dist ncia n a eu coloquei meu esposo meu filho n e a dist ncia que eu estou tendo deles n A coloquei um s mbolo de cora o um tra o de um V de perseveran a n de amor A botei um X representando verso contr rio Uma cruz que quer dizer um X representando saudade tamb m at mesmo o sentimento que a gente sente de dist ncia aqui por exemplo amor X saudade A depois eu botei igual n Eu saindo daqui n com o meu esposo meu filho voltando a vida normal trabalho com os dois beb s no colo 2 E como foi para voc participar desse momento hoje
286. om emo o e a paciente agradeceu a ajuda Obs pariu normal nesse mesmo dia 04 08 07 noite Foi transferida para a enfermaria 110 02 DHEG devido a press o estar alterada Recebeu o Rn no dia 05 08 07 Saiu de alta dia 06 08 07 225 Entrevistada 8 FL R Diagn stico DMG DIH 1 I Dados s cio demogr ficos Idade 38 a Estado conjugal Uni o Consensual Tempo de relacionamento 4anos casamento Proced ncia capital Grau de Instru o 2 grau completo Profiss o Com rcio com contabilidade financeira e administrativa II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 01 Paridade 00 normais N mero de filhos 00 Aborto 00 N filhos vivos 00 Natimortos 00 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores HI Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 37sem 3d Gravidez planejada n o Gravidez desejada sim Uso de m todo anticoncepcional Nunca S tabela e camisinha Pr natal sim In cio 3 m s iniciou em cl nica de conv nio Veio encaminhada para interna o hospitalar Outras informa es Stv em in cio de gesta o Entrevista 8 FL R 1 O que significa para voc estar gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Estar gr vida uma d diva de Deus n e para mim muito importante porque foi planejado trinta e oito anos a primeira gesta o o primeiro tu
287. om filhos menores ou at sobrinhos adotados como filhos e algumas que iniciaram a pesquisa rejeitando a gravidez devido ao medo de ter problemas de sa de que poderiam complicar a sua vida e a do beb O planejamento afirmado ou negado e o desejo consciente ou inconsciente da gravidez n o interferiram na plena felicidade das participantes do estudo devido possibilidade de gerar um filho E ao perceberem que aquela talvez fosse a oportunidade nica de vivenciar e concretizar esse grande desejo imbu ram se de coragem para enfrentar a situa o com o apoio dos familiares amigos da grande f em Deus e na vida que estavam gerando Por m enfrentar a nova situa o significava aceitar a hospitaliza o e todas as implica es que viriam a partir dela pois o percurso de uma gravidez de risco vem permeado de per odos muitas vezes prolongados de interna o Essa experi ncia significou para as integrantes do estudo a vigil ncia cont nua dos profissionais de sa de com a institui o de dietas repouso exames di rios e terap utica medicamentosa Mudan as que agregadas aos riscos gestacionais e ao impacto dos novos 151 acontecimentos geraram sentimentos como o medo do desconhecido doen a e tratamento da morte materna e fetal tristeza choro e saudades acarretadas pela dist ncia dos familiares e filhos que ficaram em casa gerando ansiedade e preocupa o a manifesta o de ang stia e inseguran a frente ao novo cotid
288. omo era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG Em primeiro lugar me casei n consegui meu apartamento minha casa um marido maravilhoso e foi logo o inicio da minha vida a dois a tr s diga se de passagem Ent o para mim foi tudo de bom tudo novo tudo bom claro com seus problemas que todo casal tem mas sempre tentando ver o lado bom e tentando conviver com os defeitos e eu acho que por isso que estamos juntos e batalhando por mais uma vit ria n Foi a casa o casamento o filho tudo em menos de um ano tudo junto sorriso ent o para mim foi muito bom e esta sendo muito gratificante gra as a Deus Falando do trabalho A felicidade o sol seria o que a clareza o sol sorrindo a liberdade o c u os p ssaros a liberdade a for a a vit ria que nos tivemos de conseguir a casa pr pria que hoje sonho de todo brasileiro E o outro desenho o marido o filho eu que englobando tudo tudo que uma mulher quer n Uma mulher que quer construir uma fam lia ela tem que ter tudo um pouco e eu tenho gra as a Deus N o tenho do que reclamar demorei mas achei consegui E como foi para voc participar desse momento hoje Ah foi gostoso porque eu gosto de fazer mas eu n o sei desenhar mas eu sou muito sonhadora eu gosto de sonhar mas tamb m gosto de realizar E gra as a Deus eu sou muito corajosa tenho muita for a Ent o tudo o que eu qu
289. omunicativa No segundo momento criativo e expressivo pouco utilizou tinta guache e na terceira pr tica de arte terapia n o quis fazer uso da massa de modelar Continuou o trabalho da segunda pr tica acrescentando no mesmo papel figuras recortadas e coladas mostrando dois momentos antes e depois do diagn stico do DG Cada modalidade expressiva recursos utilizados em arte terapia como desenho pintura modelagem materiais semelhantes aos oferecidos s integrantes do estudo tem propriedades terap uticas inerentes e espec ficas Durante o processo pode se adotar uma multiplicidade de modalidades ou uma s como a que foi escolhida por Beatriz recorte colagem que favorece a organiza o de estruturas pela jun o e articula o de formas prontas Essa modalidade poder ser intensificada medida que a paciente conseguir explorar mais facilmente suas possibilidades expressivas PHILIPPINI 2004 A paciente com simplicidade e objetividade nas escolhas das figuras para recorte e colagem representou o significado de cada momento para ela Sandra n o planejou essa gesta o apesar de esta ser uma gravidez desejada Aos 33 anos e com seis de relacionamento entre namoro e casamento encontrava se na 32 semana gestacional Informou que suspendeu o m todo contraceptivo devido a um tratamento de lit ase renal Estava na terceira gravidez por m com um filho vivo visto que apresentava 90 hist ria de natimorto h onze anos Relat
290. on obtained between April and October 2007 were extracted from medical records semi structured interviews practice of art therapy and daily notes from a field diary Such information was also organized on the method of Colaizzi and analyzed based on the scholars of existential phenomenology art therapy and gestational diabetes The study showed that to have gestational diabetes means 1 living experiences that bring happiness welfare and changes in attitude as the pleasant feeling of pregnancy and be a mother the sense of happiness due the chances of treatment control and even cure of the disease and the opportunity to be with each other during hospitalization and 2 living experiences of suffering emerged from the impact of diagnosis as the fear of death despair sadness anxiety distress insecurity and depression The comprehension of the phenomenon confirmed the assumption formulated and added other facets to the same phenomenon revealing the need for a new look to the care of pregnant women hospitalized with gestational diabetes mellitus which prioritize the use of entertainment and expressive resources the permission for the children to visit their mothers during hospitalization and implementation of educational activities within the units of hospitalization From the speeches of the women it was observed that such strategies make the period of hospitalization more quiet and receptive which would help these women to realize themselves
291. onhecimento Angustiar se assumir se como algu m que est sempre sendo aberto em movimento ou seja estar no mundo de certa maneira o ex sistir angustiado que se caracteriza por uma busca constante de si mesmo um projetar de suas possibilidades para o futuro um despertar para o ex sistir na verdade do ser A gestante nessa ltima pr tica de arte terapia ao interpretar seu trabalho demonstrou a emo o advinda com a reflex o dos significados envoltos na situa o vivenciada atrav s de suas atitudes ao falar em momentos quando interrompeu sua fala devido ao choro ou mesmo no instante em que ficou confusa ao expressar com palavras seus sentimentos Mesmo participativa cooperando com todo o processo do tratamento torna se dif cil para essa mulher entender e se manter com estabilidade de sentimentos durante toda a gravidez de risco e a interna o 114 Em seu estudo Oviedo 2007 fala sobre o enfrentamento de quem vivencia o diabetes mellitus revelando ter uma caracter stica peculiar ou seja em alguns momentos a pessoa sente se motivada por uma for a para mudar seu estilo de vida com a inten o de obter xito no controle da doen a e em outros momentos essa disponibilidade torna se fr gil impotente e n o dispon vel para conviver com as limita es inerentes ao controle da patologia A equipe de sa de deve estar preparada para prestar assist ncia hol stica a essas mulheres contando com o suporte
292. onversar s vezes s vezes n o A eu olhando assim para ela eu disse aqui parece comigo muito dif cil voc me ver triste Essa sou eu alegre arrumada Como foi para voc realizar esse trabalho Foi timo eu recordei quando eu estudava sorrisos Faz tanto tempo que eu parei eu sempre gostava de colar de pintar eu n o sou assim boa mas eu fazia do meu jeito Foi timo 2 Momento criativo e expressivo 208 ROSA Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG Ent o eu desenhei essa eu e uma mesa com comida aqui em cima n Uma coisa que eu vou ter que abrir m o de muitas coisas por causa agora da diabete A por isso eu desenhei essa mesa e as comidas aqui Eu n o devo comer a car n Sorvete essas coisas eu vou ter que abrir m o em muitas coisas e comer pouquinho de 3 em 3 horas mas comer pouquinho Isso significa coisas que voc fazia antes do diagn stico Era eu comia tudo que eu queria E agora quando eu sinto fome me d at dor de cabe a antes n o eu podia passar at o dia todo com fome Agora n o depois da diabete eu prestei aten o aqui no hospital que quando
293. or m desejava gestar e ser m e segundo informa o colhida ao confirmar os dados da pesquisa documental primeiro momento de contato com as 7 participantes do estudo ap s registro dos dados contidos no prontu rio da paciente durante o processo de constru o das informa es com o objetivo de confirmar ou complementar essas informa es do prontu rio A gestante deixou transparecer a realiza o do desejo da maternidade durante as pr ticas de arte terapia quando relacionou seus sentimentos e suas experi ncias atrav s de figuras desenhos pinturas e esculturas com massa de modelar expostas a seguir Figura 6 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Erica A foto retrata o trabalho resultante do segundo momento criativo expressivo realizado a partir da quest o norteadora demonstre como era sua vida antes do diagn stico de DMG rica representou o momento da gravidez atrav s da beleza e plenitude da natureza significando para ela vida felicidade algo gostoso e muito bom de sentir e vivenciar como registrado na fala proveniente dessa pr tica quando a paciente explicou o significado do trabalho realizado Bom o seguinte aqui eu fiz uma flor tem p ssaros tem estrelas tem a lua tem as cores do arco ris Ent o eu vejo assim as cores representam vida e as flores uma coisa que muito gostoso porque elas exalam perfume ent o isso muito impor
294. or concluir mais essa etapa da minha vida e ver voc ao meu lado Ao meu irm o Marcelo minha madrinha e tia Munira e a todos os familiares tios primos sobrinhos sogro sogra cunhados e agregados pelo acolhimento amor e torcida durante todo esse percurso Compreendendo minha aus ncia em muitos momentos e acreditando que eu seria capaz de concretizar mais um projeto de vida A todos os meus amigos os mais presentes ou mesmo aqueles distantes os que n o deixaram para tr s o carinho e a amizade verdadeira Tem sido muito importante e prazeroso conviver e estar com voc s ao longo desses anos Aos amigos L via e Stuart que n o mediram esfor os para obter em Nova York o referencial te rico de Colaizzi 1978 e envi lo condi o imprescind vel realiza o desse estudo amiga e Diretora de Enfermagem da Maternidade Escola Assis Chateaubriand UFC Rosil a Alves de Sousa pelo apoio e o trabalho conjunto durante todo o percurso da minha qualifica o profissional e at mesmo no per odo preparat rio sele o do doutorado refletindo e participando no conjunto de id ias que propuseram a elabora o do projeto da pesquisa Compreendo qu o dif cil foi a minha aus ncia para voc nesse per odo da sua gest o e agrade o a paci ncia e o respeito pelo momento que eu vivenciava minha amiga e monitora do Curso de Arte terapia Lorena Maria Rios de Figueiredo profissional competente e sempre presen
295. orma com base nas coloca es supracitadas foram utilizados os procedimentos e instrumentos abaixo descritos para constru o de informa es no per odo compreendido entre os meses de abril a outubro de 2007 1 Pesquisa documental I Dados sociodemogr ficos idade atividade laboral estado civil tempo de relacionamento conjugal escolaridade II Hist rico obst trico n mero de gesta es abortos n mero de filhos vivos natimortos ou historia de morte neonatal descri es de problemas em gesta es anteriores II Hist rico da gesta o atual idade gestacional gravidez planejada gravidez desejada uso de m todo anticoncepcional realiza o do pr natal AP NDICE F Esses dados foram obtidos nos prontu rios confirmados ou acrescentados se houvesse necessidade A pesquisa documental permeou todo o per odo de constru o de informa es identificando todas as admiss es de pacientes com diagn stico de diabetes internadas na unidade de alto risco a fim de selecionar as gestantes com diabetes gestacional diagnosticadas pela primeira vez nessa gesta o internadas para avalia o e acompanhamento 2 Entrevista aberta semi estruturada que permitiu um di logo intenso e rico captando em toda sua complexidade os significados dos sujeitos pesquisados tendo como foco principal as mudan as decorrentes da gravidez da descoberta do diabetes gestacional a interna o e a rea o das portadoras a esta nova si
296. orr ncia da gravidez n o planejada por m desejada tamb m foi discutida no trabalho de Dourado e Pelloso 2007 quando descreveram que o acontecimento da gesta o 88 n o planejada fregiiente entre mulheres de diferentes faixas et rias e escolaridade Nesses casos a aceita o pode ocorrer naturalmente ap s a confirma o da gravidez e no decorrer da gesta o caso essa gesta o seja de risco Aspecto novamente discutido no trabalho de Silva Santos e Parada 2004 quando afirmaram que o fen meno da gravidez n o planejada fregiiente por m o fato de a gesta o n o ser programada n o implica em filhos n o desejados Beatriz a mais jovem paciente participante da pesquisa aos 19 anos engravidou pela primeira vez ap s quatro anos de relacionamento e devido ao evento gestacional interrompeu seus estudos no momento que estava cursando o 3 ano do ensino m dio Silva 1998 em seu trabalho sobre gravidez na adolesc ncia referiu que em nosso meio a grande maioria das gestantes adolescentes tem baixa escolaridade com expressivo contingente fora do circuito escolar h muitos anos sugerindo um processo educativo atrasado ou interrompido como no caso em foco Naquele momento Beatriz completava trinta e quatro semanas e quatro dias de uma gesta o que segundo informa o colhida na pesquisa documental n o foi planejada mas a paciente desejava engravidar e portanto n o utilizava m todos contraceptivos
297. osa dos profissionais de sa de abordada nesse estudo S o temas que devem ser revisitados e exaustivamente estudados devido a sua magnitude e complexidade pois do aprofundamento dessa tem tica que surgir o melhores estrat gias de cuidado envolvendo a dimens o afetiva e emocional da clientela proporcionando um conhecimento e relacionamento enfermeiro e paciente e assim buscar sempre a melhoria da qualidade de vida e da assist ncia da enfermagem prestada s gr vidas internadas nessas unidades de alto risco Inicio essa caminhada falando do ponto de vista epidemiol gico que segundo Santos 2003 na atualidade j se aceita a id ia de que a etiologia do diabetes heterog nea e dentre os fatores associados ao seu aparecimento os ambientais t m adquirido relev ncia em oposi o explica o exclusivamente gen tica Outras interfer ncias na condu o da doen a s o os sintomas depressivos o estresse e a ansiedade afetam tanto a adapta o quanto o controle metab lico da doen a Portanto os fatores psicol gicos t m sido considerados importantes componentes na etiologia do diabetes com altera es no quadro cl nico controle glic mico e no ajuste do uso da insulina BRADLEY 1994 SJ GREN ROBEUS HANSSON 1994 SANTOS 2003 26 In meros pesquisadores t m estudado as altera es psicol gicas e emocionais ocorridas nas gr vidas com gesta es de alto risco FORD HODNETT 1990 BAPTISTA 1992 HARTRICK
298. ou estar 68 nervosa e n o se sentir muito bem por se encontrar internada mesmo quando esbo ava um sorriso em v rias ocasi es Na minha interpreta o os constantes sorrisos significavam na verdade nervosismo e vontade de chorar Este momento est representado na sua resposta pergunta da entrevista que indagava sobre o significado da gravidez de risco e da interna o revelada a seguir Eu nem sei nem o que responder esbo ando um breve sorriso eu estou me sentindo muito mal de estar aqui Nena Dessa forma os discursos exemplificados anteriormente foram provenientes das pr ticas de arte terapia e foram chamados pela paciente de momentos gostosos e de relaxamento como est dito em sua fala ap s o primeiro encontro de trabalho criativo expressivo ao ser questionado o significado daquela experi ncia para ela Ah Foi muito gostoso Adorei Me senti muito bem relaxada sorrisos com certeza relaxei Nena A colaboradora tamb m agradeceu na ltima pr tica a oportunidade de participar pois estava ficando deprimida Quando a pesquisadora realizou as pr ticas modificou seu estado de esp rito e facilitou sua express o atrav s dos trabalhos realizados o que representa a fala por ocasi o do final do terceiro momento criativo expressivo ao responder sobre o significado da arte terapia para ela Eu s queria agradecer porque depois desses trabalhos eu tenho me sentido muito melhor Eu chorava mu
299. ou ter apresentado DMG na primeira gesta o e na segunda gravidez h dez anos foi submetida a uma ces rea por hist ria de macrossomia O crescimento ou o desenvolvimento fetal excessivo um dos maiores problemas em gesta es complicadas por diabetes A macrossomia tipicamente definida pelo concepto com peso ao nascer acima do percentil 90 para idade gestacional ou um rec m nascido com peso maior que 4000g ao nascer A macrossomia ocorre em 15 45 das gesta es com diabetes MOORE 1999 Sandra foi sempre receptiva colaborando em todos os momentos da constru o de informa es Mostrou se bastante emocionada durante a entrevista chorando em alguns momentos e realizou trabalhos de elabora o r pida simples nas pr ticas de arte terapia sempre demonstrando muita emo o Por m a import ncia da maternidade para essa gestante foi relatada com nfase quando questionada sobre os sentimentos que surgem decorrentes da nova situa o eu fico pensando em ter logo o nen para saber o que vai acontecer sabe Se vai ser tudo bem se est tudo bem com ele Ave Maria Eu fico rezando para esse menino chegar logo Para passar E um sentimento de preocupa o mesmo s de preocupa o Sandra A perda de um filho mesmo distante h onze anos na primeira gravidez devido ao diagn stico de DMG associada macrossomia na segunda gesta o levando a paciente a se submeter ao parto cir rgico e a repeti
300. p s 3 a 5 anos do p s parto em tr s hospitais de ensino em Toronto Canad conduzida entre setembro de 1989 a mar o de 1992 Os pesquisadores conclu ram que o diagn stico de diabetes gestacional talvez provoque a longo prazo altera es sens veis na vis o da mulher com rela o ao seu estado de sa de e da crian a que nasceu durante a gravidez afetada pelo diabetes decorrendo em 18 mudan as de atitudes em rela o alimenta o e pr tica de exerc cios f sicos com o objetivo do controle e equil brio do peso conduzindo essa popula o a uma vida mais saud vel Outro impacto do diagn stico no grupo investigado ressaltado no estudo foi a influ ncia de uma gravidez de risco na decis o de n o ter mais filhos 16 13 a 18 FEIG CHEN NAYLOR 1998 Os mesmos autores acenam com uma vis o favor vel quanto aos resultados de um trabalho educativo junto a gestantes portadoras de DG Segundo estes a pessoa tem a tend ncia de adotar uma vis o otimista sobre os riscos sa de se ela percebe a doen a como control vel Dessa maneira tamb m poss vel que a orienta o e educa o em sa de possam levar n o apenas ao progresso no comportamento mas tamb m minimiza o de qualquer efeito de um r tulo ou medo sobre os agravos sa de nas mulheres que tiveram diabetes gestacional FEIG CHEN NAYLOR 1998 Aproximadamente entre 30 a 60 das mulheres com pr vio diagn stico de diabetes gestacional te
301. pada e essa pombinha que eu fiz que eu mesmo preocupada mesmo com o meu cora o assim mas eu ainda tenho f em Deus que eu vou passar por tudo isso E a f n o morreu a esperan a tamb m n o sorriso foi s um alerta n Mas agora que a f aumentou mais ainda a f em Deus 2 Como foi esse momento Foi dif cil sorrisos porque n o d para expressar o que voc est passando o que voc est sentindo o mais f cil foi a pombinha que veio assim veio no ar n veio mais f cil Mas expressar como o meu cora o ficou na hora que eu soube como eu estou me sentindo agora foi dif cil Esse trabalho me ajudou at porque eu me descobri agora O quanto eu estou preocupada e o quanto eu estou apreensiva n E descobri tamb m que a minha f n o mudou n Eu parei para pensar no ponto positivo disso tudo e o positivo que eu descobri foi esse que eu ainda que a minha f continua a minha esperan a n eu quero agradecer Sarah por tudo DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA J SSICA Entrevista com discursos comovidos Voz sempre revelando emo o Sorrisos constantes na tentativa de disfar la Mostrou em alguns momentos rosto ruborizado escondendo nervosismo Receptiva desde o primeiro momento ao convite da pesquisa Conversamos bastante ap s a entrevista Relatou abuso de autoridade no trabalho MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS 1 Momento Criativo e expressivo Iniciamos a primeira pr tica Logo ap
302. peri ncia vivida antes e depois do diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia L cia eu saindo daqui n com meu esposo meu filho voltando vida normal se referindo pintura em vermelho direita do trabalho ap s o sinal de igualdade L cia Essa pintura representava sua vida antes do diagn stico de DG Por m a gestante nesse momento demonstrou todo o percurso da gesta o e de certa maneira atrav s de s mbolos definiu cada etapa No primeiro desenho representou a gravidez ao lado da fam lia o marido e o filho de 3 anos Um segundo momento foi representado por uma seta que simbolizava um caminho ilustrando a dist ncia que separava a gestante do marido e do filho quando ficou internada Fez v rios desenhos e s mbolos como cora o V de vit ria o sinal de igualdade e no terceiro momento de desenho e pintura a paciente ressalta a maternidade ilustrando toda a fam lia agora acrescida dos dois beb s j retornando para casa Na ltima pr tica de arte terapia a maternidade foi reafirmada quando L cia se representou gr vida no leito do hospital e em outro extremo do trabalho emoldurou o marido e o filho de 3 anos que ficou em casa separados mais uma vez devido interna o Esse momento est revelado na pr xima foto e na fala da paciente ao descrever seu trabalho 86 Figura 11 Experi ncia vivida ap s o diagn stico de DG 3 pr tica arteterapia L cia Bom eu me fiz
303. portunidade de estar me tratando E voc saber que tem um problema que tem solu o que voc est tendo essa solu o na sua vida assim um ensinamento que eu vou levar a diante e que assim vai ser uma hist ria de sucesso que eu vou contar para a minha filha MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 2 Estrela 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 191 Assim eu sou admiradora da natureza Prefiro a vida no campo do que a cidade Assim a natureza como um todo tanto os animais Eu adoro ver o c u a noite tanto com lua ou estrelado Adoro ver como a natureza t o bela e as pessoas n o procuram preserv la Saber que o meio em que vive e que se elas destru rem vai nos prejudicar n s seres humanos E amo a vida de uma maneira intensa mesmo assim Eu acho que cada momento a gente deve viver a vida de uma maneira bem intensa mesmo absorvendo todos todos os momentos que a gente acha at que insignificante E at mesmo os que a gente passa por problemas passa mas que um aprendizado de vida que a gente pode a cada dia mais se aperf
304. pria interpreta o atribuindo lhes um sentido HEIDEGGER 1993a Ao falar gesticular e at mesmo nos momentos de sil ncio as gestantes colaboradoras do estudo mostraram a sua maneira de ex sistir Este articular din mico segundo Heidegger 1993a o verdadeiro discurso para este pensador discurso e linguagem guardam uma estreita liga o pois a linguagem est fundada no discurso Para Heidegger 1993a p 218 225 a escuta e o sil ncio pertencem linguagem discursiva como possibilidades intr nsecas Portanto para captar o discurso que fundamenta a linguagem preciso escutar o sil ncio isto deixar falar deixar que o discurso se articule pois escutar n o apenas ouvir ouvir buscando o discurso fundante para o fenomen logo significa o que pr origin rio levando o ser ao encontro dos significados do fen meno investigado Busca se dessa forma a totalidade significativa isto o conjunto do que articulado no discurso e como tal pode ser desmembrado em significa es Para Heidegger 1993a p 219 ontologicamente poss vel a pre sen a em seus movimentos de compreens o e interpreta o abrir significa es que fundam a possibilidade da palavra e da linguagem Assim pela investiga o fenomenol gica procurei compreender a experi ncia vivida pelas gestantes integrantes do estudo atrav s dos seus gestos modos de agir linguagem verbal e n o verbal Portanto a totalidade significativ
305. principalmente quando falava do filho de 2 anos que ficou em casa confidenciando ser esta a primeira experi ncia de afastamento A import ncia dessa segunda gravidez foi revelada nas tr s pr ticas de arte terapia por m com maior nfase na primeira e ltima pr ticas demonstradas a seguir No trabalho de recorte e colagem Lia se apresentou em duas fotos uma gr vida durante o exame de ultra som e outra com a fam lia incluindo naquele instante o beb j no colo o marido e o filho de dois anos Figura 17 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia Lia 101 Neste primeiro momento a gestante se apresentou atrav s da ilustra o da gravidez da fam lia e da casa e mesmo se mostrando insegura afirmou ser uma pessoa feliz Bom aqui sou eu na foto anterior a figura de uma mulher realizando exame de ultra som com o meu filho Aqui sou eu e a minha fam lia mostrando a foto com uma fam lia no centro do cartaz e aqui a nossa casa como se fosse o jardim na harmonia uma foto com flores Eu nem sei te dizer eu sou uma pessoa alegre Lia A gestante ilustrou no trabalho cenas do cotidiano familiar atrav s do recorte e colagem de figuras de flores interpretando essa imagem como sua casa o jardim isto sua fam lia em harmonia com a presen a do esposo filho e do beb que estava para nascer Para Valladares 2003 a arte terapia instrumentaliza a pessoa com materiais diversos e expressivos
306. qu voca quanto poss vel 7 Questionar os participantes sobre os achados at este ponto como um passo final de valida o Nesse procedimento as viv ncias das mulheres gr vidas portadoras de diabetes mellitus gestacional foram descortinadas atrav s dos seus discursos e no ouvir atento da pesquisadora no caminho da busca para compreender e formular o significado do fen meno investigado A partir da exuber ncia de materiais produzidos selecionei aqueles em que os significados revelados se evidenciavam com maior intensidade Essa sele o teve como base as falas das gestantes durante as entrevistas e nas pr ticas de arte terapia A partir da transcri o e leitura exaustiva desses achados verificou se a repeti o dos discursos relacionados aos significados desvelados do fen meno estudado Nesse momento descrevi com a m xima precis o o significado para cada uma das 12 doze gestantes participantes do estudo de ser uma gr vida diagnosticada com diabetes mellitus gestacional no percurso de uma gravidez considerada normal at aquele momento e que repentinamente se desvela a obrigatoriedade da interna o hospitalar al m dos aspectos 51 que afloraram na viv ncia da hospitaliza o e suas peculiaridades utilizando para substanci los conceitos na linha fenomenol gico existencial de Heidegger na sua obra Ser e Tempo As t cnicas empregadas na busca de informa es e o m todo de an lise foram aplicados com o in
307. quando se pretende investigar e conhecer a experi ncia do outro pois o ato do sujeito de contar a sua experi ncia significa uma forma de existir com o outro significa com partilhar o seu ser com o outro DUTRA 2002 p 377 Seguindo os passos do m todo de an lise de Colaizzi 1978 organizei os significados formulados em grupo de temas que me introduziram no desvelar do fen meno o significado de ser gestante com diabetes mellitus gestacional vivenciando a experi ncia do diagn stico e da interna o hospitalar em uma maternidade p blica Esses significados ser o descritos e interpretados pelas gestantes colaboradoras a partir de ent o Da an lise dos discursos das gestantes pesquisadas emergiram sentimentos decorrentes da viv ncia do fen meno em foco que segundo as participantes foram considerados prazerosos trazem satisfa o bem estar for a de supera o e mudan a de atitude e ao mesmo tempo sentimentos que provocam sofrimento medo ang stia depress o e dor Portanto foram designados como sentimentos diversificados e amb guos Do agrupamento destes significados emergiram os seguintes grupos de temas e Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude e Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que provocam sofrimento decorrente do diagn stico de uma gravidez com DMG e da interna o hospitalar Nesse momento inicio a desc
308. que depois do impacto do diagn stico do apoio do companheiro se tranquilizou e come ou a pensar positivo e agir para recuperar sua sa de e a do beb e depois eu botei minha cabe a no lugar e comecei a refletir que n o o que eu estava pensando a eu achei melhor levar o dia sorrindo e pensando que vai ser tudo normal Primeiramente a minha sa de e segundo da minha filha e assim por diante e passar o barco para frente Beatriz Sj gren Robeus e Hansson 1994 realizaram um estudo de caso em controle retrospectivo sobre a experi ncia de mulheres com DG durante o percurso da gravidez em rela o sua sa de e do beb Trabalho realizado em um hospital do condado de Stockholm Su a com resultados significativos relacionados influ ncia da experi ncia das mulheres com DMG sobre sua sa de na qual a mulher foi motivada a adotar um novo estilo de vida considerado saud vel para ela e o beb Evans e O Brien 2005 tamb m apontaram fatores positivos em estudo hermen utico fenomenol gico sobre o significado da experi ncia vivida em uma gravidez com DMG como a mudan a de atitude e do estilo de vida o auto cuidado vivenciados pelas integrantes do estudo como postura de auto ajuda na tentativa de preservar a sa de e vida do beb e da m e Feig Chen e Naylor 1998 em pesquisa desenvolvida com mulheres ap s 3 a 5 anos do p s parto realizada em 3 hospitais de ensino em Toronto no pe
309. que mais significa na minha vida justificando que s o sobrinhos de seis e quatro anos Claudia 96 Cl udia citou os dois nomes dos sobrinhos no primeiro trabalho da primeira pr tica de arte terapia quando tamb m expressou com emo o a import ncia da maternidade a mudan a dos sentimentos no in cio da gravidez e a transforma o desses significados principalmente quando recebeu a confirma o da gravidez de um menino todos estes sentimentos estavam contidos no trabalho de recorte colagem desenho e pintura demonstrados a seguir Figura 14 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia Cl udia O trabalho constru do nesse primeiro momento criativo e expressivo enfatizou a import ncia e o significado da maternidade para a colaboradora atrav s da representa o da prepara o do enxoval do beb demonstrado na primeira fotografia da maternidade de um filho homem quando colou a figura de uma m e com um beb do sexo masculino no colo e do estado grav dico ao colar a foto de uma mulher gr vida No segundo momento a gestante realizou dois trabalhos Entre estes vale ressaltar o segundo quando apresentou uma pintura semelhante aos desenhos feitos em casa com os sobrinhos declarando ter realizado a pintura pensando neles Nessa pr tica falou sobre o sobrinho menor de dois anos que lhe chama de m e 97 Figura 15 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia Cl udia
310. que n o tinha leitos para o nen l no posto perto da minha casa onde fazia pr natal n o podia ficar l porque n o tinha condi es de ficar comigo l sendo atendida A eu tive que vir 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o Eu s liguei para l para perguntar Eles ainda n o conseguiram vir na visita mas eu j sabia que hoje n o viriam V o conseguir vir porque hoje eles j tinham sa do j tinham me visto Com a minha menina eu vou ligar 5 Como tem sido a sua viv ncia rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes Ave Maria Foi timo Tudo de bom Com as pacientes tamb m s o todas bem legais 6 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada Ah Eu estou com muito medo esbo ou um breve sorriso porque quando eu cheguei estava 160 se referindo aos n veis glic micos a quando eu vim para c estava 180 a quando foi umas 5 horas 17 horas estava 209 acho que era porque eu estava nervosa a sobe Eu estou com muito medo esbo ando um breve sorriso 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o Eh o que eu falei assim que tem atendimento agora que antigamente n o tinha estou me sentindo bem com medo e ao mesmo tempo bem porque tem atendimento e estou me tratando 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Eu estou lendo sorri
311. que vai fortalecendo o tratamento que vai ajudar acho que vai ajudar 3 Momento criativo e expressivo Material CD de m sicas para gr vidas folha branca massa de modelar 1 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Assim no primeiro momento da not cia a gente fica muito angustiada temerosa e hoje que eu j iniciei o meu tratamento a tem aquela estabilidade dias eu estou muito otimista sorrisos e eu acredito que tudo vai dar certo isso a eu n o tenho medo que n o vai dar Quer dizer quando eu digo assim eu digo que eu acredito eu confio nisso s que a gente fica sempre esperando que o tratamento seja mais curto que aconte a logo os resultados e quando a gente n o v os resultados acontecendo assim de imediato a voc fica com aquela instabilidade nos sentimentos ora voc est triste aqui representando aqui um dia chuvoso se referindo ao trabalho que fez quer dizer que eu gosto da chuva mas assim um breve sorriso no sentido assim de voc sabe que na chuva voc tem que se recolher em algum lugar para passar aquela tempestade e tudo assim a o cora o fica mais apertado fica mais angustiado fica cheio de d vidas de tristeza at e em outros momentos porque as vezes at no mesmo dia voc fica com estabilidade de sentimentos e em outro momento voc est ass
312. r o diabetes tipo II em um curso de 16 anos A preval ncia poder aumentar dependendo da ra a KAUFMANN et al 1995 MESTMAN 1988 apud FEIG CHEN NAYLOR 1998 Esses dados tamb m justificam a intensifica o nos estudos e acompanhamento da clientela ap s alta Foi realizada investiga o semelhante com mulheres que desenvolveram diabetes gestacional anos ap s o parto confirmando a preocupa o dos pesquisadores com rela o aos fatores que podem predizer o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2 nessa clientela espec fica O estudo de Aberg et al 2002 mostrou que ap s 1 ano do p s parto em um grupo de 315 trezentos e quinze mulheres atendidas em um hospital na Su cia que desenvolveram diabetes gestacional 31 delas apresentaram diabetes mellitus A idade materna acima dos 40 anos no grupo de gestantes investigadas chamou a aten o dos pesquisadores No presente estudo apenas uma colaboradora estava nessa faixa et ria acima dos 40 anos e tr s participantes com a idade acima dos 35 anos considerada a faixa de idade que indica gravidez de risco A continuidade do cuidado do paciente portador de diabetes pelos profissionais especializados tamb m foi motivo de investiga o por uma equipe de pesquisadores no Canad na qual o foco era a opini o dos pacientes e profissionais sobre o que significava um bom acompanhamento ou n o da doen a e a import ncia sentida desse acompanhamento rigoroso na preven o das complica
313. r odo de setembro de 1989 125 a mar o de 1992 enfatizaram que prov vel que o diagn stico de Diabetes Gestacional provoque a longo prazo uma mudan a da atitude sobre o estado de sa de da mulher e do filho que nasceu durante a gravidez afetada pela doen a levando a modifica es em rela o alimenta o e pr tica de exerc cios f sicos objetivando o controle e equil brio do peso promovendo h bitos de vida mais saud veis na popula o estudada Fica expl cito nos discursos das gr vidas colaboradoras do estudo a compreens o das atitudes anteriores doen a e a necessidade de uma mudan a muitas vezes radical no estilo de vida principalmente no que se refere reeduca o dos h bitos alimentares e atividades corporais J ssica no segundo momento criativo e expressivo declarou sua atitude de liberdade sem limites perante a vida sem pensar nas conseqii ncias de seus atos at o advento do diagn stico Demonstrou esses significados no trabalho de desenho e pintura e atrav s da interpreta o de sua produ o de arte Figura 27 experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica arte terapia J ssica Aqui na pintura eu representei minha vida era bastante despreocupada at aqui representa mesmo a minha vida eu brincava com a vida n o me preocupava muito com a sa de e eu gostava assim de estar sempre livre sem nenhuma barreira Nada me segurando nada
314. r do mundo n e uma miss o mesmo voc vai aprendendo a ser mais humilde a ser mais humana voc aprende S quero agradecer a oportunidade e que seu trabalho continue pois ajuda muito n que voc trabalha a parte mental a parte que a paciente esta se sentindo mal n o ter como desabafar ela desabafa n o ter apoio da fam lia ela tem apoio de um estranho e ao mesmo tempo n o ent o voc sentar e conversar isso muito bom voc desabafar tudo que est preso Isso muito bom Parab ns pelo seu trabalho MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 8 FL R 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesoura cola branca durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu flor ela come a na inf ncia feliz e tudo do bom e do melhor para ela ser assim ela teria que ter pa s maravilhosos n A uni o mesmo com problemas com altos e baixos s o tudo n Pai e m e at a eternidade n o acaba nunca J madura j uma pessoa feliz tudo de bom nada para reclamar s para agradecer muito companheira vitoriosa j sou uma mulher vitoriosa um casamento maravilhoso e agora um filho vindo a que a continua
315. ra as a Deus eu estou superando E meu filho vai nascer com sa de n e por isso que eu fiz uma bola colorida que significa o in cio de tudo ent o se colocar os tr s sempre tem o inicio meio o fim e o come o n o tem o fim E isso a minha historia essa e que as outras pessoas tenham a for a e a coragem que eu estou tendo Hoje a gente fica s entre aspas n longe dos parentes do marido dos filhos mas uma luta que a gente est fazendo para continuar a educar a criar porque com a gente que eles v o conseguir vencer n o adianta colocar no mundo e ir embora e virar as costas n o voc tem que colocar no mundo e saber criar Continuar a vida E isso a foi muito bom E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina Foi muito gratificante porque eu nunca tinha feito sempre gostei sempre dei muita for a as pessoas sempre fui muito amiga sempre levantando astral e hoje Sarah voc levantou o meu muito obrigado eu estava precisando porque eu j chorei muito e agora s felicidade s sorrisos gra as a Deus Choro agora de felicidade de ter conseguido levantar e ter o apoio gra as a Deus da minha fam lia da fam lia do meu esposo do meu pr prio filho n e est aqui vamos l gra as a Deus isso tudo eu tenho n o tenho nada que reclamar s agradecer E agrade o Sarah pela oportunidade porque muito dif cil achar pessoas como voc que est o aqui mesmo fazendo um trabalho mas u
316. ra atendimento de gestantes de alto risco na cidade de Porto Alegre os achados revelaram que de 105 gestantes portadoras de diabetes mellitus cerca de 42 40 01 das pacientes s buscaram atendimento no segundo trimestre de gesta o Apenas 20 19 43 delas encaminharam se ao atendimento de pr natal no primeiro trimestre da gesta o Esses dados constituem um alerta para as autoridades de sa de uma vez que no diagn stico de diabetes tardio pouco ou quase nada pode ser feito para que sejam evitadas complica es decorrentes do diabete mellitus na 94 gesta o Nesse estudo das 105 gestantes investigadas 84 80 foram diagnosticadas com diabetes gestacional MORETTO 2001 Segundo orienta es do Manual T cnico do Minist rio da Sa de sobre assist ncia pr natal importante a capta o precoce da gestante para a primeira consulta pr natal est mulo para o acompanhamento subsequente e atendimento especial para pacientes com problemas como a hipertens o arterial anterior gesta o Essas gr vidas dever o ser consideradas de risco e encaminhadas ao pr natal de alto risco Al m desta conduta vale ressaltar a aten o que deve ser atribu da durante a primeira consulta aos antecedentes obst tricos como n mero de gesta es incluindo abortamentos n mero de filhos vivos intervalos entre as gesta es Outro fator importante a ser considerado durante a an lise da hist ria da gestante se a gesta
317. rada e ser muito feliz Estrela Estrela representou o cotidiano de sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional atrav s da imagem do seu ambiente familiar Como mora na zona rural e o esposo trabalha com cria o de gado sua pintura retratou esse cen rio que segundo interpreta o da paciente significa felicidade uni o e reuni o de todas as filhas e o marido demonstrando a expectativa sentida por todos em rela o chegada de mais um membro para a fam lia mesmo que isso representasse mudan as no cotidiano desse lar Observando de forma atenta os discursos da gestante compreendo o quanto dif cil o distanciamento da fam lia do ambiente do lar para estas mulheres que al m de sofrerem o impacto do diagn stico de uma doen a que pode se tornar cr nica foram ainda privadas do seu mundo anterior neste momento de suas vidas Ao adentrar no mundo da doen a e da hospitaliza o deixam para tr s o mundo circundante que lhes t o familiar e passam a vivenciar o mundo circundante hospitalar onde se faz necess ria uma outra apropria o e neste mundo o ser a Dasein tem possibilidades de viver consigo mesmo e com os outros HEIDEGGER 1993a O impacto da gesta o do segundo filho na din mica familiar foi estudado por Pereira e Piccinini 2007 concluindo que o per odo que antecede o nascimento do segundo filho constitui um momento repleto de adapta es e tens es familiares mudan as que podem ser j perc
318. rante o per odo da interna o considerados fatores positivos para a ajuda terap utica foram o cuidado e as express es de carinho e solicitude As experi ncias de ser com o outro durante a hospitaliza o mereceram destaque nos discursos dessas pacientes e significaram encontros de cuidado com o outro auto ajuda ajuda m tua e a oportunidade de olhar o outro que est vivenciando problema semelhante ou de maior complexidade A solidariedade surgiu na rela o desse ser com o outro no per odo da hospitaliza o Ao mesmo tempo a viv ncia da interna o advinda de uma gravidez com diabetes gestacional provocou experi ncias de sofrimentos ocasionados por fatores como a lembran a da perda de parentes devido doen a casos de diabetes na fam lia falat rios de companheiras de interna o sobre fatos de insucessos com gravidez de risco o desconhecimento da situa o imposta para ser vivida as consequ ncias dessa nova vida 153 como a separa o tempor ria dos filhos e dos companheiros e familiares por um per odo indefinido de tempo al m da inseguran a sobre os bons resultados apesar do tratamento e da interna o Essas situa es desencadearam sentimentos de inseguran a medo pavor tristeza ang stia depress o choro ansiedade mas foram intercaladas com a esperan a e a f de reverter a situa o e conseguir vit ria com o nascimento do beb saud vel A arte terapia foi descrita como mecanismo de aju
319. ras pacientes Bom as pacientes a gente conversa no tudo n Assim quando uma est assim quando eu cheguei eu chorei muito A todo mundo ficou ali tudo as pacientes ficaram ao lado apoiando a j assim a equipe m dica da mesma forma tem procedido a equipe m dica que est atendendo s o pessoas muito competentes s o pessoas que est o ali perguntando o que voc est sentindo n da hora que eu entrei at agora eu estou me sentindo muito acolhida 6 Que sentido tem para voc ter uma gravidez de alto risco e estar internada Para mim veio de surpresa n Porque como eu j tinha dito anteriormente eu n o estava esperando n Para mim estava tudo bem porque eu n o estava sentindo nada eu estava me organizando j estava ajeitando as coisas do beb tudo A de repente eu soube da not cia que eu tinha que vir esbo o de 234 sorriso acabei ficando querendo dizer que ficou internada n a as coisas que era para eu resolver ficaram na m o de outros 7 Quais os sentimentos decorrentes dessa nova situa o Sim n o sentimento assim a gente fica um pouco receosa n preocupada principalmente eu n com o beb em casa me esperando come ou a chorar interrompemos a entrevista at que a paciente se sentisse em condi es de retornar a entrevista 8 Que apoio ou suporte tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Ah eu busco muito for a em Deus n j
320. rav s da massa de modelar coloridas formas que para a paciente representavam suas companheiras de enfermaria minhas colegas Ent o as pessoas perguntam voc esta com Diabetes Ent o eu respondo estou n A eu acho que eu errei na minha leitura Eu respondo estou mas Deus vai me ajudar vai me proteger com certeza n Aqui sou eu mostrando a representa o que fez com a massa de modelar aqui s o uns cogumelos sorrisos eu n o sei mais o que foi isso aqui acho que fiz s para enfeitar n Aqui s o umas bolinhas para enfeitar para ficar mais colorido n Eu representei minhas colegas assim para o espa o n o ficar pequeno E minha vida depois do diagn stico tem sido aqui no hospital e as pessoas ficam perguntando voc est com Diabetes E como isso N o bom claro n Mas a gente supera Deus d for a se Deus quiser eu vou vencer essa batalha E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina 224 Eu me senti bem n Porque ultimamente eu estava muito triste n Mas a fazendo esses trabalhos mesmo assim sem quase no es das coisas sorriso mas bom para tirar o pensamento n Para mim foi timo Eu me senti melhor DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA F TIMA 01 08 07 NOITE 19h30min 21h00min Aceitou de forma receptiva a sua participa o na pesquisa Respondeu sem dificuldades a entrevista sem problemas com o gravador e em falar Conversou bastante depois da entrevista solicitando saber s
321. rav s da visualiza o do desenho e da pintura resultado da segunda pr tica de arte terapia e logo em seguida as palavras da paciente explicitando e se fazendo compreender sobre os significados para ela ali retratados 15 Figura 5 Experi ncia vivida antes do diagn stico de DG 2 pr tica de arte terapia Flor A paciente demonstrou toda a sua felicidade em rela o ao momento que estava vivenciando com a chegada da maternidade atrav s da express o figurativa do sorriso do sol e da presen a da fam lia no ambiente dom stico isto no lar na sua casa A natureza mais uma vez foi apresentada como s mbolo de felicidade alegria paz liberdade e amor As palavras da gestante revelam esses significados A felicidade O sol seria o que A clareza O sol sorrindo A liberdade O c u os p ssaros a liberdade a for a a vit ria que n s tivemos de conseguir a casa pr pria que hoje o sonho de todo brasileiro E o outro desenho o marido o filho eu que englobando tudo tudo que uma mulher quer n Uma mulher que quer construir uma fam lia ela tem que ter tudo um pouco e eu tenho gra as a Deus N o tenho do que reclamar Demorei mas achei consegui Flor Para a gestante o momento de felicidade e todas as conquistas obtidas foram adquiridos com muita coragem para buscar o que desejava e agradece a Deus ter vindo para ela na hora certa o que relata durante a segunda pr tica de arte terapia
322. relacionam no mundo hospitalar os sentimentos se transformam Heidegger 2000 afirma que nossa rela o no mundo sempre emocionada e evidencia esta situa o como estados de nimo Por meio dos estados de nimo temos consci ncia de como as coisas nos afetam e de como somos no mundo Portanto atrav s dos estados de nimo que o mundo os seres e as coisas fazem sentido para o ser Vale ressaltar nesse caso em especial a ocorr ncia da gravidez gemelar As gesta es gemelares est o associadas ao aumento de todas as complica es exceto o p s datismo e a macrossomia fetal e segundo resultados de pesquisas bibliogr ficas realizadas por Bittar Pereira e Liao 2008 uma das complica es gestacionais que ocorrem com maior freqii ncia nas gesta es gemelares a hipertens o arterial Quanto ao diabetes gestacional existe uma controv rsia isto os estudos s o contradit rios com alguns autores considerando a gesta o gemelar como de alto risco para essa complica o e relatam aumento de sua incid ncia enquanto outros n o sustentam esta hip tese No caso de L cia a felicidade da chegada de dois novos membros para a fam lia contrasta com a possibilidade de a gesta o gemelar ser considerada como de alto risco para o aparecimento do diabetes gestacional na sua vida fato que indiretamente levou ao afastamento do filho e do marido e o motivo de todos os sentimentos que provocaram sofrimento para essa mulher A oc
323. ri o do tema que representa o desvelar dos significados considerados viv ncia de experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude para essas mulheres 61 4 1 Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude Apesar do diagn stico de diabetes gestacional e da obrigatoriedade da hospitaliza o a viv ncia da gravidez de risco trouxe segundo as gestantes experi ncias que trazem felicidade bem estar e mudan as de atitudes para as gr vidas como o sentimento prazeroso de estar gr vida e ser m e o sentimento de felicidade devido s chances de tratamento controle e at a cura da doen a e a oportunidade de ser com o outro durante a hospitaliza o Esses significados ser o discutidos e embasados nos discursos dos sujeitos colaboradores e respaldados a partir da literatura pertinente 4 1 1 O sentimento prazeroso de estar gr vida e ser m e As gestantes afirmaram o sentido e a import ncia da maternidade mesmo com a ocorr ncia de uma gravidez de risco exaltando os sentimentos de felicidade e bem estar deixando as em estado de gra a com a possibilidade de gerar um filho seja esta gravidez planejada ou n o mas nos dois casos desejada Estes aspectos revelaram se nas falas registradas nas entrevistas e nas pr ticas de arte terapia ilustradas com as fotos dos respectivos trabalhos de recorte e colagem desenho e pintura e massa de
324. ria local de interna o o meu espa o n e coloquei assim uma estradinha e o meu filho e o meu esposo l em casa S que nessa no trabalho eu procurei colocar uma dist ncia menor n Porque a gente vai ouvindo vai convivendo com as pessoas e a gente v que n o s a gente que est com problemas vai ver que todo mundo tem um problema n Tem gente que foi para casa e o filho ficou outras pacientes n ainda est o se recuperando t m que fazer outra cirurgia outras pacientes est o com problemas com o peito mama com mais problemas do que eu Ent o eu estou procurando encarar que o meu problema perto de muitos pequeno 2 E como foi trabalhar hoje aqui na oficina N o o ltimo trabalho da 3 pr tica de arte terapia foi mais tranquilo achei mais facilidade de construir n Porque a gente j vai tipo assim pensando na melhora n Que est recuperando que est bem n de boas not cias O mais dif cil foi s esse primeiro trabalho da 2 pr tica de arte terapia Eu gostei de fazer porque uma terapia n Como a gente fala voc falar dos outros como eu j disse falar de outra pessoa como se veste como se comporta e dos problemas dos outros mais f cil voc conversar n Mas voc falar do seu pr prio problema do que voc est pensando seu sentimento j mais dif cil porque como diz n aquele ditado pimenta nos olhos dos outros n o arde n
325. riand Universidade Federal do Cear CEP MEAC UFC para aprecia o e parecer favor veis 2 Primeiro contato com os profissionais do servi o reuni o com os profissionais da cl nica obst trica para apresenta o sucinta do projeto com o objetivo de informar e solicitar apoio e colabora o na investiga o e caso fosse necess rio a participa o da equipe esclarecendo d vidas ou oferecendo suporte terap utico no surgimento de problemas porventura desvelados ou agravados no processo de constru o de informa es 3 Primeiro encontro com as gestantes internadas com diagn stico de DMG o primeiro contato com as gestantes teve o objetivo de convid las a participar da pesquisa ap s informa o de todo o processo e fases da investiga o Assim assegurou se a compreens o da totalidade da pesquisa pelas clientes que contribuiriam no estudo ressaltando a import ncia da colabora o de cada uma para a evolu o satisfat ria da investiga o e seus resultados 43 Em seguida foi apresentado o formul rio contendo o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e P s esclarecido para assinatura AP NDICE CeD Com o cumprimento dessa etapa foi agendada a entrevista com a primeira gestante admitida na unidade e que preenchia os pr requisitos da investiga o Nesse momento enfatizei sobre a import ncia da escolha de um codinome palavra adaptada do ingl s code name nome de c digo FERREIRA 1999 p
326. rmagem S o Paulo v 4 n 15 jul ago 2007 Dispon vel em lt http www eerp usp br riae gt Acesso em 1 fev 2007 RUDGE M V C CALDERON I de M P A responsabilidade do obstetra sobre o diagn stico e o tratamento do diabete melito gestacional Rev Bras Ginecol Obstet RBGO Ribeir o Preto v 28 n 10 p 571 574 out 2006 SALOMON I M M Convivendo com o diabetes gestacional implica es no cotidiano de mulheres assistidas em um hospital universit rio de Belo Horizonte Minas Gerais 2004 138 f Disserta o Mestrado em Enfermagem Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2004 SALOMON I M M SOARES S M Compreendendo o impacto do diagn stico de diabetes gestacional REME Revista Mineira de Enfermagem v 8 n 3 p 349 357 jul set 2004 SAMPAIO G Diabetes Di rio do Nordeste Fortaleza 18 nov 2007 Viva p 3 5 SANTANA M da G O corpo do ser diab tico significados e subjetividades Pelotas ed Universit ria UFPel Florian polis UFSC 2000 201 p S rie Teses em Enfermagem n 26 SANTOS L P dos Ansiedade e depress o associados ao diagn stico de diabetes mellitus gestacional 2003 81 f Disserta o Mestrado em Tocoginecologia Ci ncias Biom dicas Faculdade de Ci ncias M dicas Universidade Estadual de Campinas Campinas 2003 166 SANTOS S R M todos qualitativos e quantitativos na pesquisa biom dica J Pedia
327. rpreta o da pre sen a cotidiana Para Damasceno 1996 p 76 essa forma de linguagem se torna a receita da exatid o e da verdade pois o que se diz o que passa a estar em voga O tagarelar como possibilidade de tudo compreender sem uma apropria o pr via dos fatos proporciona a sensa o de que tudo se compreende quando na verdade nada foi entendido 146 Flor declarou a inseguran a que sentiu ao receber a comunica o do diagn stico de diabetes gestacional em especial por conta do seu desconhecimento sobre a patologia e refor ou esses significados no momento que foi orientada sobre a necessidade da interna o Descobrir que est com diabetes gestacional voz embargada de emo o para mim n o foi f cil porque eu n o sabia que poderia acontecer n eu reagi p ssimo n leigo no assunto n Ent o foi choro eu n o esperava Voc est em casa quietinha trabalhando numa boa quando de repente diz assim vai se danar Voc s pensa o pior A eu vou e n o volto n E hospital para mim n o bom N o gosto de hospital Flor A desinforma o sobre a patologia o progn stico materno fetal e a terap utica provocam sentimentos de inseguran a ansiedade e medo do desconhecido nas pacientes A hospitaliza o quebra toda a rotina de vida dessas mulheres com suas fam lias exigindo uma reorganiza o nas atividades para permitir que a gestante po
328. rque a gente por mais que diz que se conhece mas n o se conhece n o S a gente se conhece a partir do que a gente vive n A cada cotidiano vai se conhecendo mais A aqui foi timo 2 Momento criativo expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Calma a sorrisos Em um momento da oficina na 2 tentou j expressar tanto a experi ncia antes do diagn stico quando engravidou at o atual quando descobriu que estava com diabetes Ela explica Eu fiz uma demonstra o da minha casa mostra o desenho quando eu sa gr vida mais meu esposo foto de um casal juntos Tem um momento que eu descobri que eu estava com diabetes que choror Aquelas coisa toda foto de uma mulher chorando e quando eu cheguei em casa na segunda feira que eu descobri que eu cheguei em 246 casa que ele me abra ou e disse que eu n o ficasse abalada com isso porque tudo ia ser passageiro e mostrando foto de um casal onde a mulher estava abra ada no colo do marido ele estava ali para me dar apoio De tudo que dependesse do que acontecesse ele estava para me dar apoio E depois eu
329. rticipar da presente pesquisa Li o texto acima e compreendi a natureza os objetivos e os benef cios da pesquisa para a qual fui convidada a participar Entendi que sou livre para interromper a minha participa o sem justificar a minha decis o e sem que essa decis o prejudique meu atendimento nesta institui o Concordo voluntariamente em participar do estudo Em caso de menor de idade declaro que o mesmo foi devidamente esclarecido e aceita participar da pesquisa sendo o respons vel legal Fortaleza de de Assinatura do representante legal Assinatura do pesquisador 175 AP NDICE E VALIDA O DOS DISCURSOS DAS GESTANTES Solicito a colabora o das gestantes que v m contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa intitulada O significado do Diagn stico de Diabetes Mellitus Gestacional na perspectiva de um grupo de gr vidas hospitalizadas com o objetivo de dar continuidade ao processo de constru o do referido trabalho Faz se necess rio neste momento que os discursos captados na entrevista e nos momentos expressivos e criativos apresentados em anexo sejam validados Isto significa que voc deve ler o texto e caso haja d vidas sobre as informa es prestadas as fitas magn ticas poder o ser checadas Caso n o haja d vidas os seus discursos ser o validados para que se possa dar continuidade ao trabalho Agrade o a colabora o e comunico que o prazo de realiza o da pesquisa o primeiro semestre de 2008
330. s est o sempre ali perguntando o que voc est sentindo n Da hora que eu entrei at agora eu estou me sentindo muito acolhida L cia Maffesoli 1999 enfatiza que a exist ncia do eu se constr i na rela o na l gica comunicacional Ao fazer isso a pessoa pode sair do seu egocentrismo e desta forma constatando que o eu feito pelo outro podendo esse outro ser Deus a fam lia a tribo o grupo de amigos ou outros como no caso em particular as outras gr vidas internadas vivenciando uma gravidez de risco na mesma temporalidade e espacialidade como proposto por Heidegger 19934 e assim recorro novamente ao fil sofo Para Heidegger 19934 o homem um ex sistente porque est essencialmente ligado ao tempo e portanto a passado presente e futuro passado quando ao ser lan ado no mundo recebeu as coisas que n o fez n o escolheu n o decidiu presente quando faz uso das coisas que est o a no mundo E futuro porque est dirigido ao poder ser possibilidade 132 No caso da gestante esta n o escolheu ser portadora de DG e vivenciar a interna o hospitalar Sendo temporalidade o ser a tamb m historicidade Como abertura pura progride se autoconstr i com o avan ar do tempo e da hist ria Essa constru o ocorre nas rela es culturais sociais familiares pol ticas etc Sendo historicidade Heidegger 1993a aponta que o Dasein um ser relacional Al m de temporal
331. s o na emerg ncia quando se entrega os pertences para a fam lia Tenho condi es de falar com eles acho que amanh eles v o vir me visitar Hoje porque foi tudo em cima da hora n Tem telefone l s que eu n o estou lembrada do n mero n o come ou novamente a chorar e eu pergunto se ela ainda quer continuar Ela prontamente diz que sim esbo ando um leve sorriso 5 Como tem sido a sua viv ncia rela o junto aos profissionais da institui o e as outras pacientes foi bom todos legais eles desde l de baixo at aqui tudo legal gostei Ah com as outras pacientes eu j fiz amizade com elas as que entraram junto comigo para me distrair n As meninas l do meu quanto tamb m s o muito legais conversam muito comigo 6 Que sentido tem para voc uma gravidez de alto risco e estar internada dif cil dizer eu nem sei dizer a nica coisa que eu penso e quero ficar boa logo chorando 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o n o eu s penso em ficar boa mesmo e ficar boa de ir para casa sorrisos para vir s para ganhar nen E a eu acho que est controlada a minha diabetes depois que eu entrei est baixando que s 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Ah o meu filho esbo ou um breve sorriso Qual filho o que esta a esperando ou o que ficou em casa O que est em casa e come ou a chorar novame
332. s com as outras gestantes no momento da hospitaliza o revelaram outro significado positivo dessa experi ncia de vida a possibilidade e a oportunidade de conseguir olhar o outro que est vivenciando situa o semelhante ou at de maior complexidade Essa intera o tornou se prazerosa de ajuda m tua auto cuidado e de cuidado com o outro Ent o para mim minha situa o muito boa em rela o de outras que est o na minha sala Isso ajuda tanto a mim como a elas E voc pode apesar da dificuldade ajudar algu m e gra as a Deus eu estou ajudando e quando eu sa daqui uma li o de vida pra gente Flor Porque a gente vai ouvindo vai convivendo com as pessoas e a gente v que n o s a gente que est com problemas ent o eu estou procurando encarar que o meu problema perto de muitas pequeno L cia Nos discursos das colaboradoras do estudo fica clara a import ncia da experi ncia vivida no dia a dia da interna o hospitalar pois o estar com o outro possibilita condi es para que eu possa olhar e compreender como o outro v ou sente e esse novo olhar sobre essa rela o me fez entender o significado de compartilhar com descrito por Heidegger 2000 Esses significados afloram na fala da colaboradora J ssica ao responder sobre a viv ncia junto s pacientes no cotidiano hospitalar j conversei com todas as pacientes uma j contou um pouquinho do seu caso para a outra A
333. s et al 2005 Mercado Mart nez e Bosi 2004 para cruzar e triangular as falas das gestantes provenientes das entrevistas e dos momentos criativos e expressivos com os materiais produzidos nas pr ticas de arte terapia trabalhos de recorte e colagem desenho e pintura modelagem e express es escritas registros da pesquisa no prontu rio e anota es do di rio de campo bem como as minhas apreens es desses significados embasados na perspectiva fenomenol gica hermen utica Organizei e processei tais informa es privilegiando as falas dos sujeitos colaboradores provenientes da entrevista e das pr ticas de arte terapia e procurei triangular os discursos com as observa es de campo dados documentais que ampliaram o conhecimento de cada caso em particular as falas das gestantes sobre seus trabalhos de arte e suas respectivas opini es sobre os momentos vivenciados durante todo o percurso da constru o de informa es e com a minha compreens o sobre cada situa o e significados nessa linha interpretativa embasada em pressupostos de estudiosos da fenomenologia existencial da arte terapia e do diabetes gestacional Corroboro a afirmativa dos autores citados acima ao acreditar que em determinados momentos a triangula o pode melhor iluminar os resultados obtidos do que se fossem observados sob uma perspectiva apenas Acredito que a aplica o da triangula o nos significados emanados das t cnicas utilizadas na constru o de
334. s foi o jeito eu ficar minha irm foi embora Iniciou a chorar olhar meu filho L no interior fez sinal que sim mas n o conseguir falar chorando eu perguntei se queria interromper um pouco e paramos a entrevista por alguns minutos ap s alguns minutos perguntei se ela gostaria de continuar e com a sua afirma o perguntei o que mais a deixava naquele estado A noticia do diagn stico ou a da interna o hospitalar O diagn stico eu j sabia porque eu tive que ficar internada n S isso mesmo e reiniciou a chorar longe do meu filho porque eu n o esperava n me pegou de surpresa na outra gesta o n o fiquei internada e dessa eu fiquei assim porque eu fiquei internada 212 E voc veio de Cascavel Caponga hoje N o eu estava l no interior da minha av em Caucaia A eu vim hoje para c porque estava marcada a minha consulta E desde quando voc est l em Caucaia j desde o outro m s Mas seu filho est aqui ou em Caponga Cascavel Est l na minha irm amanh vai l para Caponga com o pai dele Mas ele estava l em Caucaia esse m s todo Agora que vai voltar para Caponga 2 estava E 4 Como tem sido a viv ncia o contato com a sua fam lia nesse per odo de interna o cheguei hoje ainda n o tive contato depois da interna o S a ultima vez que eu entreguei as minhas coisas a minha irm a pronto se referindo a sua admis
335. s por escrito e da revela o ser fornecida por um m dico especialista na rea Um estado de choque s amenizado com o controle dos n veis glic micos como enfatizado por L cia que n o apagou da mem ria o sofrimento do evento vivenciado a enfermeira falou era caso de urg ncia tinha que ser internada a eu estou a voz embargada de emo o no in cio eu estava meio apavorada s chorando mas agora est passando porque a doutora disse que est baixando n se referindo aos resultados da glicemia capilar L cia Erica tamb m demonstrou durante a entrevista o sofrimento que o diagn stico inesperado e a interna o ocasionaram Desespero Fiquei desesperada entrei em estado de choque chorei bastante Olha eu n o gostei nadinha n estar internada n o nada bom porque voc sabe que se voc est internada porque seu estado de sa de n o est timo n o uma experi ncia boa porque voc fica distante da fam lia voc sabe que est correndo risco de vida tanto voc como a crian a E imaginando se tamb m teria resultado ou n o e de in cio achei que poderia at afetar a crian a a ponto de chegar a falecer Mas gra as a Deus tem sido tudo ao contr rio rica rica relacionou diversos fatores respons veis por seu sofrimento ao vivenciar o diagn stico e a interna o ter consci ncia da gravidade da situa o intensifica
336. s supera o medo de enfrentar complica es no desenrolar da gesta o levando a gestante a vivenciar uma gravidez em um contexto social e cultural que influenciar seu acontecimento e evolu o Por esse motivo necess rio considerar fatores como a hist ria pessoal da gestante e seu passado obst trico o contexto da gravidez sua idade e v nculo com o parceiro para obter uma melhor compreens o das rea es dessas mulheres influ ncias e complexidades das viv ncias do ciclo gr vido puerperal 71 Ao longo dos s culos a fertilidade sempre foi considerada uma b n o um pr mio MALDONADO 1985 1989 Para a maioria das mulheres o desejo de ter filhos muito forte como se a vida se resumisse em casar e ter filhos BANDEIRA 2002 Maldonado 1989 Dourado e Pelloso 2007 referem que a decis o de ter um filho resultado de v rios motivos conscientes e inconscientes como concretizar o desejo de continuidade a express o do amor e da uni o preencher um vazio interno aprofundar uma rela o homem mulher vontade de dar um irm o ao filho mais velho busca da comprova o da fertilidade tentativa de salvar o casamento desejo de ver realizado no filho muito do que n o se conseguiu construir na pr pria vida isto o filho representa fen menos muito profundos na vida dos pais As hist rias de vida das tr s gestantes citadas provavelmente se enquadram dentre os motivos referidos anteriormente pelos autores e que leva
337. s vai te soltar mais mais voc vai dizer com maior facilidade Ent o o momento que voc est no trabalho manual o momento que voc est fazendo a reflex o sobre a pergunta ent o fica mais f cil n a resposta DI RIO DE CAMPO Entrevista 2 ESTRELA 1 Momento Criativo e Expressivo 02 04 07 Mostrou se receptiva e logo foi em busca do trabalho a fazer apresentando habilidade no desenvolver do trabalho Falou pouco apresentando se concentrada no que realizava 18 30h Finalizou o trabalho 19 00 Encerramos a oficina 03 04 07 9h Falou bastante sobre o trabalho realizado e como se sentiu na elabora o do mesmo e se apresentou O trabalho dizia Sou feliz Creio em Deus Admiro a natureza Cultivo a paz Amo a vida Semeio a alegria Vivo a vida intensamente Continha desenhos de uma flor um cora o e uma cruz 2 Momento Criativo e Expressivo 03 04 07 10h Logo ap s a explica o da tarefa a colaboradora iniciou o preparo das tintas e come ou a pintar Escolheu o papel de tamanho pequeno de 40kg 12h Concluiu o trabalho bem Realizou duas pinturas Mostrou se habilidosa no desenho e na pintura Ajudou na organiza o do material quando finalizou Sempre se mostrando dispon vel com bom humor e 196 confiante Ficou bastante concentrada durante a elabora o das pinturas Fisionomia trangiiila aparentando estar desfrutando bem do momento 3 Momento Criativo e Expressiv
338. s vezes eu me reprimo um pouco Mas a comunica o o meu forte As vezes sou chata pra 241 caramba sorrisos Desenhou um monstrinho representando sua caracter stica de chata muito chata mesmo Eu tamb m sou compradora compulsiva quando pego um cart o eu vou embora foto de 3 cart es de cr dito sorrisos E o meu sonho de consumo a serra Nem que n o seja para morar mas seja s para visitar olhar eu gosto desenhou um casa na serra com foto na cachoeira E n o gosto de esporte Eu sou muito feminina sorrisos eu n o gosto Mas a minha vida assim Eu sou pra frente envergonhada mas comunicativa n s vezes chata quem n o Mas isso 2 Como foi esse momento Ah Eu viajei aqui Eu voltei para minha inf ncia sorrisos muito bom a gente se desprender n das preocupa es dos problemas que t m t pensando 2 Momento criativo expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de cera l pis de cor papel 40 kg folha pequena e grande papel toalha pincel e tinta guache Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho 1 Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Aqui na pintura eu representei n o que eu goste de praia eu gosto mas assim que a minha vida era bastante despreocupada n o me preocupava co
339. sa casa como se fosse o jardim se referindo a foto com flores na harmonia Eu nem sei te dizer eu sou uma pessoa alegre n o conseguiu expressar mais nada Como foi para voc realizar esse trabalho Foi bom porque a gente se distra mais esquece mais os problemas a voz j embargada pela emo o gostei Esse trabalho me leva a pensar na minha fam lia sorrisos 2 Momento criativo e expressivo LIA Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande 214 Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gestacional Como era sua vida antes do diagn stico de DMG Bom eu aqui j gr vida n mas a gente ia para a praia eu ainda n o estava sabendo que estava com diabete ia para praia com o meu marido meu filho bom a gente curtia a praia sorriso brincava de futebol ele meu filho meu marido eu ficava olhando sorrindo a gente ia muito a praia E como foi para voc participar desse momento hoje foi bom reviver o que estava passando se tinha diabete n o sabia comia tudo doces sorrisos era isso mesmo a minha vida antes do diabetes da minha casa ia para praia para casa da minha sogra era isso a nossa rotina n Eu e meu filho ia para casa da minha m e passava o dia por l ia para praia com o m
340. sa de sobrado e ao lado um arvore E aqui s o as coisas que eu n o posso mais comer colou uma figura de 200 um prato de macarr o e uma ta a cheia de doces como brigadeiro enfeitou os dois pratos com colas coloridas purpurinadas deixando o prato mais apetitoso mais atraente talvez enfatizando o desejo de comer E aqui significa porque minha tia morreu com problemas de cora o Est com poucos dias desenhou um cora o cortado por uma fecha Aqui a felicidade se referindo a linhas pontilhadas desenhadas com cola purpurinada colorida Como foi para voc realizar esse trabalho Eu gostei porque me distraiu um pouco E tamb m por causa da sua companhia n ter com quem conversar e poder ajudar a gente dar um conselho Eu estava quase deprimida quando voc come ou a me d muito conselho conversando Eu gostei porque distra a gente porque uma coisa que a gente vai fazendo ali pensando s na sua imagina o que voc est sentindo se referindo ao ato de realizar o trabalho com massa de modelar pintura desenho s Eu falo pouco porque sou um pouco t mida 2 Momento criativo e expressivo Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas coloridas e purpurinadas pincel giz de cera papel 40 kg folha pequena e grande Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido como era sua vida antes do diagn stico de diabetes gest
341. samos um pouco sobre o seu dia a visita de familiares como se sentia como estava sua glicemia e previs o de alta Assim que expliquei o trabalho do dia ela iniciou rapidamente demonstrando habilidades facilidade no manuseio com a tinta guache e pinc is ficando bem vontade Ajudei s na organiza o do material O primeiro trabalho um desenho e pintura de um mar verde com um barquinho a vela preto e rosa uma barraca de praia com tr s pessoas uma casa amarela em uma extremidade da folha uma rosa um sol nuvens um coqueiro O segundo trabalho uma pintura sem defini o de desenho com linhas e formatos de quadrados coloridos Encerrou s 18h30minh Referiu ter gostado de participar do momento porque conversou e tirou d vidas 3 Momento Criativo e Expressivo Dia 27 04 07 In cio 10 15h Iniciamos o trabalho com a colaboradora se mostrando bem disposta tranquila conversamos um pouco sobre como ela estava se sentindo sobre o seu dia os exames a fam lia a conviv ncia com as outras pacientes paciente sentia c imbras mas mesmo assim estava disposta a participar do momento criativo Ao perguntar sobre os coment rios das outras pacientes sobre nossos momentos ela referiu que j ouviu algumas pacientes comentando que n o entendiam como ela suportava aquela besteira Sobre isso conversei bastante sobre o processo de forma o em arte terapia os profissionais que coordenam e ministram o curso
342. se para minha sa de e dela se referindo ao beb eu acho melhor ficar demonstrando muita emo o atrav s da express o do seu rosto Beatriz A dist ncia dos familiares do lar e do trabalho provoca rea o de n o aceita o inicial dessa possibilidade principalmente quando o afastamento envolve um filho pequeno apesar de que em alguns casos familiares pr ximos se responsabilizam e cuidam como irm av ou at o pai Mesmo com essa rede de apoio essa m e n o fica tranq ila com a separa o de um filho at mesmo para aguardar e se preparar para a chegada de um novo membro da fam lia t o esperado e desejado Esse problema foi tamb m vivenciado pelas gestantes que contribu ram no estudo de Moretto 2001 que revelou ser a principal dificuldade que essas mulheres encontraram para 138 conciliar o tratamento a exist ncia dos filhos pequenos como demonstra as falas dessas gestantes eu tenho um nen de tr s anos e ele tem que ficar com a menina de doze anos a fica ruim DLO eu tenho que deixar a minha filha com algu m esta tem sido a minha maior preocupa o que eu tenho tido at hoje DRG Dando continuidade aos discursos das colaboradoras desse estudo Beatriz ao tentar interpretar o trabalho realizado durante as pr ticas de arte terapia tamb m n o conseguiu falar de imediato sobre seus sentimentos a respeito do tema investigado pela emo o do
343. segura em nada uma compreens o maior Para poder silenciar a pre sen a deve ter algo a dizer Como modo de discurso o estar em sil ncio articula t o originariamente a compreensibilidade da pre sen a que dele prov m o verdadeiro poder ouvir e a conviv ncia transparente HEIDEGGER 2000 p 224 Percebi portanto ser o sil ncio uma possibilidade do discurso e que os significados do fen meno vivenciado pela gestante foram expressos n o s atrav s da linguagem falada mas em todas as a es que permearam o seu agir Assim mesmo com todas as dificuldades demonstradas e algumas relatadas a paciente conseguiu demonstrar atrav s dos trabalhos realizados nos momentos criativos e expressivos o significado da maternidade de mais um filho para ela e sua fam lia mesmo vivenciando problemas gestacionais Refletindo sobre as palavras da paciente a respeito dos benef cios sentidos por ela nos momentos criativo expressivos chamo a aten o para o modo como as pessoas reagem ao participar nesse contexto arte terap utico Arte neste momento entendida como Processo Expressivo da forma mais ampla que se puder conceb lo de acordo com a defini o de Philippini 2004 p 13 15 E dessa forma que esse processo arte terap utico oferece a possibilidade atrav s do processo expressivo e criador de colocar a pessoa em outro patamar como emissor e receptor de imagens contribuindo entre outros benef cios terap uticos para
344. sfa o em cuidar AGRADECIMENTOS Em especial agrade o a Prof Dr Marta Maria Coelho Damasceno pela orienta o deste estudo sem a qual n o chegaria aos caminhos aqui percorridos Obrigada pela paci ncia dedicada s diversas horas de leitura e corre es sempre t o pertinentes orientando a realiza o de mais um sonho Agrade o a prote o Divina na minha vida A cada dia reafirmo a certeza que sinto de estar constantemente acompanhada e protegida At hoje n o me deixou viver ou sentir o que n o poderia suportar e me conduziu nos momentos mais dif ceis mostrando caminhos e companheiros verdadeiramente presentes nessa jornada mesmo distantes fisicamente Aos meus pais vigilantes e incans veis que vivem comigo os acertos e os erros contribuindo para a realiza o de mais uma conquista Agrade o todo o investimento na minha forma o profissional e pessoal ajudando e acreditando nos meus projetos de vida e estudos mesmo quando esses pareciam invi veis Os conceitos morais ticos a educa o o respeito ao outro o meu jeito de ser toda a cultura adquirida foram aprendizados conquistados gra as ao empenho de voc s ajudando a me tornar o que hoje sou N o tenho palavras para agradecer Lhes serei eternamente grata Ao Paulo meu companheiro pelo amor e compreens o em abdicar muitas vezes nesses tr s anos da minha presen a me deixando mais tranq ila e com for as para continuar Fico feliz p
345. smo s de preocupa o 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o Sim eu me apoio na minha gravidez Assim de que vai chegar o nen sabe Mas assim eu n o estou muito assim como se diz triste n o t n o deveria estar mas n o t n o Eu estou mais na expectativa de ver ele o mais r pido poss vel Que ele venha bem como que ele esteja sabe E isso O apoio na sa de do nen MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 12 SANDRA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante 250 Material utilizado apontador borracha canetas coloridas cartolina CD com m sicas para gr vidas cola branca colas coloridas colas coloridas com purpurina durex giz de cera l pis de cor l pis preto purpurina revistas som e tesoura 1 Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Eu quis representar a minha fam lia Que o meu marido Ricardo e a minha filha Bruna e eu E esse aqui outro trabalho eu gosto muito assim eu vi essa pe a de Jesus e eu me identifiquei muito com ela assim por isso que eu coloquei s o emo es 2 Como foi para voc fazer esse trabalho Essa experi ncia Ah eu me senti muito bem foi isso 2 Momento criativo e expressivo Material Canetas coloridas colas coloridas colas coloridas com purpurina dep sitos para tintas giz de
346. sos eu gosto de ler a a leitura me ajuda a passar o tempo MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 6 NENA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante 218 Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesoura cola branca bal o durex revistas l pis preto apontador borracha cartolina som CD com m sicas para gr vidas Pergunta Demonstre atrav s do material oferecido Quem sou eu Transcri o da fala da colaboradora ap s conclus o do trabalho Quem sou eu Bem eu sou assim gosto tanto de estar com a minha fam lia sair a noite com o meu marido isso amizade n E o mais importante amizade amo muito ele a gente namora bastante a gente sa muito a gente n o deixa de se amar Gosto de fregiientar a igreja importante tamb m na vida da gente gosto muito de comer bem de sair para comer fora gosto muito de ficar com a minha filha tenho muito cuidado com ela ser m e para mim foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida aqui sou eu aqui representa ela filha de 6 7anos aqui o beb que vai nascer A fam lia grande da figura a minha tamb m Como foi para voc realizar esse trabalho Ah Foi muito gostoso Adorei Me senti muito bem relaxada sorrisos com certeza eu relaxei 2 Momento criativo e expressivo Material Tinta guache dep sitos para tintas papel toalha canetas coloridas l pis de cor colas
347. spiritualidade e a rede familiar s o necessidades e expectativas de pacientes sob cuidados paliativos ao vivenciar um c ncer sem condi es de cura isto s o formas de comunica o interpessoal eficazes enquanto instrumentos terap uticos Os momentos criativos e expressivos propiciavam essa comunica o trazendo benef cios mesmo em outras condi es de sa de doen a L cia tamb m n o planejou a gravidez mas complementou as informa es colhidas na pesquisa documental informando sobre a n o utiliza o de m todos contraceptivos mas desejava engravidar Aos 22 anos a segunda colaboradora mais jovem encontrava se na 36 semana e seis dias de uma gravidez gemelar ap s tr s anos depois de se submeter a uma ces rea quando foi m e pela primeira vez A maternidade do primeiro filho um menino foi representada por essa gestante nos trabalhos durante os momentos criativos e expressivos e nas suas falas repletas de emo o e choro quando se referia ao filho que ficou em casa A gesta o atual foi representada na segunda e ltima pr tica de arte terapia quando a paciente trabalhou com pintura e massa de modelar No trabalho de pintura L cia ilustrou a gravidez da forma como imaginava e desejava saindo da maternidade acompanhada do marido e do primeiro filho levando ao colo os dois beb s O momento est representado na pr xima fotografia e explicitado na fala da gestante ao descrever o trabalho 85 Figura 10 ex
348. squisadores observaram que para alcan ar n veis desejados de bem estar f sico e psicol gico necess rio obter a satisfa o de certas necessidades inerentes a todo ser humano Para as autoras Abraham Maslow observou que o homem possui in meras necessidades e cada uma delas determina um comportamento Dividiu as em cinco categorias b sicas das necessidades humanas e prop s um esquema de hierarquia entre elas Necessidades fisiol gicas essenciais sobreviv ncia Necessidades de seguran a e prote o preserva o da vida Necessidades de amor e de pertencer sociais Necessidades de estima auto estima reconhecimento Necessidades de auto atualiza o auto realiza o realiza o m xima do seu potencial e de suas habilidades 115 a necessidade que surge com maior for a em um dado momento que age como mola propulsora de a o e medida que os n veis b sicos das necessidades v o sendo atendidos outros n veis mais complexos v o se tornando essenciais e o indiv duo vai em busca de obter sua satisfa o Ao obter a satisfa o de suas necessidades b sicas o indiv duo come a a sentir uma imensa sensa o de bem estar e a partir desse momento tende para um cont nuo crescimento e desenvolvimento DU GAS 1978 DANIEL 1981 CASTRO 1998 O ser humano consegue transpor os momentos de adversidade e em muitos casos transforma essa experi ncia dif cil em objeto de luta e supera o de problemas Portanto
349. ssa representando ela mesma sem muitos detalhes um bolo com vela ao seu lado e um sorvete grande com duas cores preto e branco que na entrevista me falou que era de sabor coco com chocolate o que mais gostava Disse ter chorado muito ao retornar para a enfermaria mas agora j estava se sentindo melhor Gostou muito dos momentos das oficinas Ajudou a melhorar o seu bem estar Saiu de alta no dia 02 06 07 tarde para acompanhamento no ambulat rio materno fetal Com retorno agendado para duas semanas quando concluiremos o trabalho juntas Retornou dia 06 06 07 e realizamos o ltimo momento na mesma manh Retornou mais cedo devido a hipertens o Entrevistada 5 LIA Diagn stico DMG Hipertens o Arterial na gravidez DIH 1 Dados s cio demogr ficos Idade 27 a Estado conjugal Uni o consensual Tempo de relacionamento 10 anos de namoro e casamento 2 anos de namoro Proced ncia Interior Caponga Cascavel CE Grau de Instru o 6 s rie dol grau Profiss o Domestica II Hist rico Obst trico N mero de gesta es 02 Paridade 01 ces rea 01 N mero de filhos 01 menino de 2 anos Aborto 00 N filhos vivos 01 Natimortos 00 Hist ria de morte neonatal 00 Descri o de problemas em gesta es anteriores DMG Hipertens o Arterial na gesta o 211 II Hist rico da Gesta o Atual Idade gestacional 33sem e 2 dias US 31s 32 sem Gravidez planejada N o
350. ssa seguir o tratamento como recomendado fato que na maioria das vezes exige per odos prolongados de hospitaliza o Para Armond 2003 o hospital surge para os pacientes como um local in spito de conviv ncia com estranhos com espa o f sico limitado e compartilhado com outros levando essas pessoas internadas a conviverem num mundo at aquele momento estranho e desconhecido Garanhani 2004 p 119 descreveu em seu estudo que o termo interna o pode estar associado ao sentimento de pris o priva o retirada de pertences pessoais e at mesmo perda da identidade a que as pessoas comumente s o expostas quando vivenciam um per odo de interna o hospitalar A autora revela ainda que as pessoas nessa situa o s o tamb m privadas de suas roupas de suas fam lias do seu lar e por um determinado per odo de tempo ficam expostas e submetidas s rotinas e normas desse novo ambiente Compreende se assim os motivos que levam as gestantes de in cio a recusarem a proposta imposta pelo profissional de sa de No terceiro momento criativo e expressivo ao demonstrar atrav s do trabalho com massa de modelar sua vida ap s o diagn stico de diabetes gestacional e da interna o Flor expressou esse momento com a elabora o de uma tran a de cores o que para ela significou as incertezas as d vidas os medos o desconhecimento da situa o e o que poderia e deveria fazer por onde come ar a agir mediante o problema E log
351. ssim o sentimento esse J ssica Para Silva 2000 p 40 apresentar uma doen a cr nica como o diabetes afeta v rios aspectos da vida das pessoas e as mudan as que ocorrem em suas vidas muitas vezes provocam rupturas com o modo de viver anterior requerendo modifica es nos h bitos di rios nos pap is que desempenham nas atividades que desenvolvem enfim mudan as que requerem uma nova reestrutura o de seu dia a dia O discurso da colaboradora J ssica vai ao encontro do pensamento e da defini o de Fonseca 2005 sobre o acaso inspirado nas concep es de Nietzsche Para o autor Quem quer que leve a vida a s rio e jogue o seu jogo e brinque a sua brincadeira carece naturalmente de assumidamente confrontar se com o acaso com o dado com que n o foi por si pr prio constitu do mas que configura se como uma imposi o de sua realidade existencial Carece naturalmente de confrontar se com o foi com o acontecido FONSECA 2005 p 12 Para Fonseca 2005 o acaso um incontorn vel e fundamental elemento de nossa condi o portanto inevit vel e na verdade ele elemento da riqueza do real constituinte nobre de suas possibilidades Entretanto a aceita o o reconhecimento e a afirma o do acaso por parte de Nietzsche n o o levam possibilidade de uma submiss o a ele Ser 2 antes alimento da vontade e do futuro A vontade afirmada a senhora do acaso E a 12
352. ssionais da cl nica uma enfermeira e um m dico foi pensar que a mesma n o estava querendo participar dos momentos criativo expressivos Mas ao retornar tarde fiquei sabendo primeiro pela pr pria paciente que naquele momento ela estava com pico hipertensivo e j me esperava tarde sentada no corredor da cl nica N o quis jantar com a minha insist ncia experimentou um pouco da refei o oferecida Por m se mostrou disposta a participar comigo da oficina Preparei todo o material e iniciamos s 18 horas logo ap s a explica o do momento a paciente iniciou seu trabalho n o demonstrando dificuldade em realiz lo 203 Sofremos algumas interfer ncias externas de outras pacientes que solicitavam ficar na sala ver revistas ou assistir televis o O local foi fotografado com o material oferecido Encerramos s 19 horas Pude perceber a paciente com semblante mais tranq ilo relaxada e segura do que fez Referiu que iria guardar o trabalho de recorda o falando e olhando bem para os meus olhos como se quisesse agradecer por ter vivenciado aquele momento O cartaz continha uma mulher gr vida outra mulher cuidando de roupinhas de beb uma casa desenhada com uma rvore ao lado um prato de macarr o e uma ta a de doces enfeitada com cola colorida representando alimentos que n o pode comer no momento 2 Momento Criativo e Expressivo Dia 26 04 07 In cio 17h20minh Logo que cheguei conver
353. stantes com diabetes na gravidez observada ao longo da minha pr tica profissional apontou no estudo para a necessidade de compreens o do fen meno justificando a escolha de uma abordagem de inst ncia qualitativa dentre elas a modalidade fenomenol gica Assim poderia ouvir as experi ncias e viv ncias das gestantes e realizar uma an lise compreensiva do fen meno vivido Coloquei para isso os pressupostos do estudo em suspens o atendendo ao m todo fenomenol gico Dessa forma foi utilizado o paradigma qualitativo que segundo Creswell 1998 representa um leg timo modo de explora o de um problema da ci ncia social e humana um processo de investiga o baseado na compreens o de uma tradi o metodol gica encaminhando o leitor para a imers o em m ltiplas dimens es do problema apresentando o em toda a sua complexidade analisando palavras descrevendo detalhados pontos de vista vis es de informantes conduzindo o estudo no cen rio onde se deram tais experi ncias no caso o cen rio hospitalar e interpretando os fen menos em termos do significado que as pessoas trazem deles 3 1 O m todo qualitativo A pesquisa qualitativa combina a natureza cient fica e art stica da enfermagem para aumentar a compreens o da experi ncia de sa de humana O pesquisador que utiliza essa abordagem acredita que seres humanos nicos atribuem significado a suas experi ncias e elas derivam do contexto da vida entendendo esse context
354. stantes de risco propiciou o conhecimento e a conviv ncia com gr vidas vivenciando essas peculiaridades e seus enfrentamentos e o entendimento dos significados aqui discutidos Assim compreende se que as express es presentes nos discursos dessa clientela influenciam de maneira positiva as atitudes durante a interna o Elas revelam com emo o a import ncia da presen a dos filhos companheiros familiares e amigos e algumas relatam como no caso de Flor que o companheiro gostaria de estar acompanhando todo esse processo ao seu lado no hospital Outro fator de ajuda ressaltado a for a da f e a import ncia da presen a espiritual relatadas pelas mulheres quando se ap iam nas ora es durante os momentos de preocupa o inclusive com o apoio de familiares deixando a gestante confiante e com a certeza de que n o est s nesse percurso Al m da dist ncia a jornada de trabalho impossibilita a presen a di ria ou com maior frequ ncia do companheiro e de familiares Este quadro muitas vezes minimizado pela comunica o por telefone como no caso da colaboradora Beatriz ao relatar que o contato telef nico alivia a solid o e a aus ncia ocasionada pela interna o como revela Vai ser dif cil porque meu esposo trabalha direto minha m e mora longe e para visita n o v o poder vir permanente demonstrando emo o na fala e express o do rosto nesse momento Tenho como falar por telefone o temp
355. star gr vida e ser portadora de diabetes gestacional vivendo o cotidiano hospitalar em uma unidade de alto risco Eu n o sei nem o que responder esbo ando um breve sorriso eu estou me sentindo muito mal de estar aqui O que significa estar se sentindo mal para voc a saudade de casa n da minha menina est s minha menina tem sete anos Ela j est sabendo que eu estou aqui internada Eu me sinto mal porque ela fica s mas o pai dela porque ele sai e ela fica s E tem fam lia que pode ajudar tem eu moro mais a minha sogra Mas mesmo assim n o a mesma coisa que estar com a m e n 2 Como foi a sua rea o comunica o do diagn stico de DMG Eu fiquei porque o pessoal fazia muito medo dizia que a pessoa podia ficar cega porque est com diabete a ele me explicou que n o que n o tem nada a ver ficar cega devido ao diabetes se referindo ao profissional medico D mais medo ainda porque as pessoas ficam falando coisas Senti muito medo 217 3 Como foi a sua rea o comunica o da interna o hospitalar Foi eu j sabia que eu ia ficar internada at eu trouxe tudo j estava preparada j Ah Quando eu soube a primeira vez a noticia da interna o ave Maria eu n o queria vir n o eu queria ficar em casa mesmo esbo ou um breve sorriso A ele explicou falando do profissional do pr natal que l n o tinha condi es de ficar por causa
356. t a um dionis aco dizer sim ao mundo tal como sem desconto exce o e sele o quer o eterno curso circular as mesmas coisas a mesma l gica e il gica do encadeamento Supremo estado que um fil sofo pode alcan ar estar dionisiacamente diante da exist ncia minha f rmula para isso amor fati NIETZSCHE 1987 p 172 173 Mesmo vivenciando a gravidez de risco e a interna o com todos os problemas decorrentes dessa nova situa o as gestantes que participaram do estudo revelaram uma atitude de enfrentamento compreens o e luta para supera o do momento n o deixando de sentir felicidade e prazer pela oportunidade de gestar e ser m e tendo ou n o planejado a gravidez com o suporte ou n o de uma rede de apoio aceitando com dificuldade ou com perseveran a os novos h bitos de vida portanto ex sistindo no mundo tal como ele Ao dar continuidade an lise foram apontados dentre os significados considerados positivos pelas participantes do estudo o bem estar e o prazer advindos da oportunidade de conviv ncia e de intera o com outras pessoas durante a gravidez de risco Essas rela es propiciaram mudan as de atitude atrav s da viv ncia da hospitaliza o decorrente de um diagn stico inesperado de diabetes gestacional Surge portanto a oportunidade de ser com o outro durante a hospitaliza o 128 4 1 3 Ser com o outro durante a hospitaliza o Para Heidegger 2000 nossa exist ncia se
357. tante e para mim isso tudo significa muito significa vida felicidade tudo de bom rica Erica apesar de no in cio da pr tica ter se mostrado indecisa sobre como representaria o per odo da gravidez antes do diagn stico e de ter sentido dificuldades em misturar e preparar as cores para iniciar a pintura concluiu o trabalho aparentando estar feliz e tranq ila declarando ter se sentido muito bem em participar do momento visto ter dito que as 78 pr ticas haviam propiciado o esquecimento de tudo o que estava sua volta inclusive dos problemas e permitiu que a mesma pudesse curtir um pouco o que estava vivendo conforme est descrito a seguir Bom foi pensando na vida que antes eu tinha antes do diabetes ent o muito importante eu me senti muito bem participando dessa oficina e fazendo esse trabalho voc esquece de tudo esquece os problemas e curte um pouco o momento que voc est vivendo rica Nas pr ticas de arte terapia a gestante tem oportunidade de entrar em contato com passado presente e futuro que de acordo com o pensamento de Heidegger o Dasein um ex sistente porque est essencialmente ligado ao tempo e portanto s ekstases da temporalidade vigor de ter sido atualidade e porvir que correspondem ao passado presente e futuro O passado retornar situa o de lan ado no mundo para aceit la O presente estar ocupado com as coisas do mundo e o futuro projetar se para a
358. te como ser humano preocupada com o outro ser ao seu lado Sua forma o em Psicologia e Filosofia possibilitaram sua colabora o neste estudo me apresentando e tornando poss vel o embasamento te rico na linha fenomenol gico existencial Agrade o sua paci ncia e carinho durante toda a minha forma o como arte terapeuta e na constru o desse trabalho s enfermeiras da cl nica obst trica Edna Nogueira da Silva Maria Alette Pinto do Vale Francisca Adriele Vieira Neto Maria Marly Santos Arag o pela colabora o na constru o das informa es neste estudo facilitando dessa maneira o meu trabalho durante esse percurso A amiga Jaqueline Caracas Barbosa por estar sempre dispon vel para me ajudar nessa caminhada Mesmo vivenciando tamb m um curso de Doutorado voc n o deixou de Ser e Estar verdadeiramente presente em todo esse percurso As companheiras do Curso de Doutorado em Enfermagem pela parceria trabalho em equipe e apoio nessa jornada de crescimento profissional e pessoal Em especial as amigas Euclea e Claudia Secret ria da Diretoria de Enfermagem da MEAC UFC Dulce Maria Belchior Freitas sempre dispon vel na orienta o sobre todas as manobras poss veis utilizando os recursos e ferramentas da inform tica minha amiga enfermeira e terapeuta corporal Val ria de Castro pela sensibilidade carinho e prote o Hoje tenho convic o de que nossas sess es de shiatsuterapia me enca
359. tendimento a mulheres no ciclo grav dico puerperal Assim a regi o de investiga o foi a pr pria situa o onde o fen meno ocorreu o mundo vida o pr reflexivo das mulheres que viveram e sofreram as influ ncias da gesta o de risco O cotidiano profissional tem mostrado casos de mulheres que se hospitalizam nessa unidade com recente diagn stico de Diabetes gestacional que apresentam resist ncia ao tratamento e interna o Fica dif cil acreditar que uma gesta o que progredia bem sem altera es de repente se transforme em uma gesta o de risco As condutas obst tricas e ginecol gicas s o baseadas nas rotinas da cl nica citadas neste estudo no cap tulo de an lise dos significados 3 4 As colaboradoras do estudo A sele o do grupo de gestantes para participar do estudo foi intencional FIELD MORSE 1985 TURATO 2003 tendo como ponto de partida o per odo da constru o de informa es Em pesquisas qualitativas o investigador seleciona intencionalmente indiv duos ou locais que ofere am informa es necess rias A amostra intencional significa que os pesquisadores intencionalmente selecionam os participantes que t m experi ncia com o fen meno em estudo ou os conceitos chaves a serem explorados CRESWELL CLARK 2007 p 112 Esta determina o segue as id ias de Duarte 2002 ao salientar que a defini o de crit rios a fim de selecionar os sujeitos que v o compor o universo de inves
360. tento de captar a experi ncia vivenciada por essas gr vidas Por m experi ncia compreendida de acordo com Collaizzi 1978 p 52 como um modo de presen a no mundo existencialmente significante e verdadeiramente real para mim e para os outros e s desta maneira fact vel na compreens o do ser humano Para o pesquisador a experi ncia vivida o conte do essencial e indispens vel do fen meno psicol gico humano e o sucesso das quest es em todas as perguntas em uma investiga o fenomenol gica depende da profundidade da extens o explorada da experi ncia dos sujeitos Com essa finalidade foi necess rio aplicar um m todo espec fico utilizado para investigar a experi ncia humana que em poucas palavras Colaizzi 1978 define como um m todo que retrata a experi ncia humana como ela vivida isto que tenta manter contato com a experi ncia como ela se d Para o autor deste m todo de an lise este caminho apenas pode ser encontrado por um m todo psicol gico de descri o como o articulado pelo precursor fenomenol gico Martin Heidegger 1862 Portanto Colaizzi 1978 prop e uma an lise fenomenol gica em que ele elaborou um m todo classificado pelo fenomen logo como um modelo que dever ser utilizado com flexibilidade e liberdade pelos pesquisadores dependendo da aproxima o do fen meno investigado podendo ser modificado em seu percurso sempre que apropriado sugerindo um esbo o dos set
361. terapia Estrela amo a vida de uma maneira intensa at mesmo os momentos que a gente passa por problemas mas um aprendizado de vida que a gente vai se aperfei oando e buscando essa felicidade Estrela Para Estrela as pr ticas de arte terapia contribu ram para que ela pudesse reagir situa o de crise vivenciada no in cio do tratamento transformando a em atitude de luta e supera o do problema buscando a partir desse epis dio mudan as no estilo de vida E uma coisa que faz a gente refletir mesmo absorve muito a gente fica com a cabe a trangiiila a mente trangiiila voc est relaxando voc est sentindo assim coisas boas que vai fortalecendo o tratamento que vai ajudar na hora que voc est fazendo o trabalho manual mas voc est agindo acaba que voc estivesse se ajudando como se voc estivesse dando um passo assim para as coisas acontecerem mesmo Estrela Convivendo em unidades de assist ncia a clientes com gesta o de alto risco pude perceber que em algumas ocasi es a gr vida passa a incorporar a patologia em sua vida a familiarizar se com ela e tem possibilidade em alguns casos de se adaptar aos tratamentos impostos conseguindo conviver com ela Recorro novamente a Heidegger 2000 pois sob sua tica todo ser humano possibilidade de ser um vir a ser que se envolvendo nas rela es com o outro vai constituindo seu movi
362. terior e da jornada de trabalho do companheiro e de outros familiares conviv ncia com os profissionais foi considerada boa As gestantes sentiram se seguras com o tratamento cl nico e com as rela es cordiais e atenciosas da equipe de profissionais do hospital conviv ncia com as outras pacientes foi de amizade ajuda e oportunidade de conhecer o outro que vivenciava experi ncia semelhante ou at mais dif cil e mais complexa que a sua O diagn stico inusitado e a interna o hospitalar com todas as suas nuances foi considerado uma experi ncia que levou a uma outra li o de vida para as gr vidas participantes do estudo Estar internada importante porque beneficia a crian a Ser m e traz um sentimento de grande import ncia e de muito significado interna o traz experi ncias consideradas ruins por ser a primeira vez que a gestante fica distante dos familiares transformando se em um per odo considerado dif cil de vivenciar levando a paciente ao choro Os sentimentos que surgem decorrentes dessa nova situa o s o tamb m contradit rios ou amb guos o sentimento de estar gr vida considerado prazeroso muito bom declarado como um sentimento maravilhoso o de ser m e Estar internada n o nada bom pela consci ncia de que a sa de de quem necessita de hospitaliza o n o boa despertando sentimentos de medo da morte desespero ang stia e depress o 54 Com a gravidez de alt
363. tidades e a qualidade de alimentos realizar exerc cios f sicos e assim ajudar a normalizar o n vel glic mico fazer testes de glicose prevenindo hipoglicemia ou hiperglicemia dentre outras condutas Em contrapartida faz parte da tarefa da equipe de sa de ajudar a gestante diab tica a modificar seu estilo de vida e viver uma nova realidade Portanto corroboro a afirmativa de Souza et al 1997 ao referirem que como profissionais de sa de precisamos conhecer estas pacientes em sua totalidade deixando de olhar a gestante como um corpo org nico solicitando um novo olhar para o agente pessoal afetivo espiritual social e cultural sendo o objetivo ajud las sem restringir a assist ncia apenas aos procedimentos t cnicos ou doen a necess rio portanto que no contato com essas mulheres sejamos capazes de ampliar a vis o assistencial aprofundando os conhecimentos acerca da melhor conduta a ser seguida Essa id ia tamb m compartilhada por Zampieri 2002 ao referir que em raz o de toda essa complexidade a gravidez de alto risco n o pode ser avaliada apenas do ponto de vista biol gico e se limitar vis o de um s profissional Da a import ncia da complementaridade das a es de uma equipe interdisciplinar convergindo atividades para alcan ar de forma mais eficaz o atendimento integral da gestante e dos seus familiares minimizando os riscos e propiciando melhor progn stico Ao longo do meu trabalho com essa c
364. tiga o algo 41 primordial pois interfere diretamente na qualidade das informa es a partir das quais ser poss vel construir a an lise e chegar compreens o mais ampla do problema delineado O n mero de participantes definido em grande parte em fun o da finalidade da pesquisa da qualidade dos informantes e do tipo de estrat gia de amostragem usada POLIT BECK HUNGLER 2004 Os informantes s o escolhidos porque t m vivido as experi ncias que est o sendo investigadas MAYS POPE 1996 Nesse estudo a amostra foi constitu da de 12 doze mulheres que pela primeira vez nessa gesta o foram internadas na cl nica obst trica da MEAC UFC com diagn stico de diabetes gestacional e concordaram em participar da pesquisa ap s orienta o e leitura do termo de consentimento esclarecido capazes de responder entrevista e participar dos momentos criativos e expressivos AP NDICE C A partir da data do in cio da constru o de informa es as gestantes portadoras de diabetes internadas na Cl nica Obst trica e o n mero de colaboradoras do estudo foram determinados atrav s da satura o das informa es Para Santos 1999 Leopardi 2001 Polit Beck e Hungler 2004 a amostra escolhida com a inten o de clarear as quest es sobre o estudo e de aumentar a amplitude dos dados isto desvendar realidades m ltiplas Natera e Mora 2000 revelam que quando se considera que se tem informa es profu
365. tiva de faz lo DUARTE J NIOR 1983 De acordo com Susanne Langer a arte a cria o de formas perceptivas expressivas do sentimento humano LANGER apud DUARTE J NIOR 1983 p 43 A arte sempre a cria o de uma forma Toda arte se d atrav s de formas sejam elas est ticas desenho pintura escultura entre outras ou din micas dan a m sica cinema e demais express es As formas com que se apresenta a arte constituem maneiras de exprimir os sentimentos isto a arte n o procura transmitir significados conceituais mas dar express o ao sentir A arte em todas as suas manifesta es uma tentativa de nos colocar frente a formas que concretizem aspectos do sentir humano Uma tentativa de nos mostrar aquilo que permanece inacess vel s redes conceituais de nossa linguagem DUARTE J NIOR 1983 Para Andrade 2000 p 11 A arte uma forma de express o do ser humano e como tal uma forma de comunica o e de linguagem simb lica um produto da intui o e da observa o do inconsciente e do consciente da emo o e do conhecimento do talento e da 48 t cnica da criatividade Acolher e utilizar as modalidades de express es art sticas dentro de um processo psicoter pico vem enriquecer a possibilidade de um conhecimento profundo e consegiientemente uma maior compreens o da pessoa a ser auxiliada A arte um caminho novo nico ao exteriorizar a interpreta o s ntese da experi n
366. tr v 75 n 6 p 401 406 1999 SCHWANDT T A The sage dictionary of qualitative inquiry 3rd ed Los Angeles London New Delhi Singapore Sage publications 2007 SILVA D M G V Narrativas do viver com diabetes mellitus experi ncias pessoais e culturais 2000 197 f Tese Doutorado Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2000 SILVA J L P e Gravidez na adolesc ncia desejada X n o desejada Femina v 26 n 10 nov dez 1998 SILVA L C O sentido do cuidado na viv ncia da pessoa com c ncer uma compreens o fenomenol gica 2006 187 f Tese Doutorado Faculdade de Filosofia Ci ncias e Letras Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2006 SILVA L SANTOS R C PARADA C M G de L Compreendendo o significado da gesta o para gr vidas diab ticas Revista Latinoam Enfermagem Ribeir o Preto v 12 n 6 p 1 8 nov dez 2004 SILVA V C E da O impacto da revela o do diagn stico de c ncer na percep o do paciente 2005 218 f Disserta o Mestrado em Enfermagem Programa interinstitucional Universidade de S o Paulo Universidade Estadual de Londrina Universidade Norte do Paran Ribeir o Preto 2005 SJ GREN B ROBEUS N HANSSON U Gestational diabetes a case control study of women s experience of pregnancy health and the child J Psychosom Res v 38 n 8 p 815 822 June 1994 SOCIEDADE BRASILEIRA DIABETES SBD Tudo sobre diabetes di
367. trav s da elabora o de seu trabalho com massa de modelar ocasi o que reafirmou a import ncia dos cuidados recebidos no ambiente hospitalar apesar dos sentimentos decorrentes da situa o Esses significados est o descritos na fala da paciente ao interpretar seu trabalho Pi Figura 19 Experi ncia vivida ap s diagn stico de DG 3 pr tica arte terapia Estrela hoje que eu j iniciei o meu tratamento a tem aquela estabilidade dias eu estou muito otimista sorrisos e eu acredito que tudo vai dar certo s que a gente fica sempre esperando que o tratamento seja mais curto que aconte a logo os resultados e quando a gente n o v os resultados acontecendo assim de imediato a voc fica com aquela instabilidade nos sentimentos Ora voc est triste aqui representando um dia chuvoso eu gosto de chuva um breve sorriso no sentido assim voc sabe que na chuva voc tem que se recolher em algum lugar para passar aquela tempestade o cora o fica mais apertado fica mais angustiado fica cheio de d vidas de tristeza at no mesmo dia voc 113 fica com estabilidade de sentimentos e voc est assim cheio de luz cheio de vontade de brilho acreditando realmente que agora vai dar certo porque o tratamento muito lento a gente est vendo isso a est entendendo pelas explica es que est o sendo dadas diariamente Estrela Estr
368. trazem felicidade bem estar e mudan as de atitude nnneeeeeeseeeessees sees seesseeessressers 61 4 1 1 O sentimento prazeroso de estar gr vida e ser M e eeeeeeeeeeeeereseee 61 4 1 2 O sentimento de felicidade devido s chances de tratamento controle e at cura da doen as e e iria a Aulas asa aaa ad RUA anta asa NS 105 4 1 3 Ser com o outro durante a hospitaliza o ciiii 128 4 2 Ter diabetes gestacional significa vivenciar experi ncias que provocam sofrimento decorrente do diagn stico de uma gravidez com diabetes gestacional da intera o hospitalar cassa pa sasia Ralo dale DIR EEES 133 5 CONSIDERA ES EMANADAS DOS SIGNIFICADOS 150 REFERENCIAS Sosa Ga ea SU 156 APENDICES ss sra ART CR O a Da a 169 ANEXOS e suicide sagodioslaa dado add gran at ddr ada dd c idh ca Cd o acre dos ap anda Dia dades Cos sddi nad qasdanaa cas enad s 252 15 1 INTRODU O 1 1 O surgimento das indaga es e justificativa do caminho percorrido na pesquisa Compreender o significado do diagn stico do diabetes mellitus gestacional DMG e da interna o hospitalar em uma unidade de assist ncia a gestantes de alto risco para um grupo de gr vidas foi o objeto proposto neste estudo e motivo de inquieta o nessa caminhada que teve in cio h 22 anos A viv ncia profissional nesse per odo quase na sua totalidade foi dedicada ao trabalho como enfermeira de uma maternidade de refer n
369. tua o justificando a quest o de pesquisa deste estudo que d a entender a explora o de uma experi ncia humana AP NDICE G O momento foi prop cio para realiza o de outras quest es com o objetivo de esclarecer ou captar maior abrang ncia dos dados proporcionando maior consist ncia na interpreta o do fen meno AP NDICE G 45 A fala era livre sem tempo estabelecido para finaliza o e s interrompida caso surgisse alguma pergunta ou necessidade de algum outro esclarecimento pela colaboradora sobre a patologia o tratamento ou o parto Quando havia necessidade interrogava Voc poderia explicar melhor isso mesmo que voc quer dizer Gostaria de falar mais alguma coisa Para Moreira 2004 a utiliza o deste instrumento na pesquisa fenomenol gica tem caracter sticas espec ficas trata se de uma entrevista semi estruturada pautada em uma pergunta norteadora que pode estar subdividida em forma de duas ou tr s mas que visa essencialmente compreender o significado da experi ncia vivida a ser pesquisada A entrevista foi gravada ap s permiss o das mulheres participantes do estudo com o objetivo de captar toda a riqueza expressa na fala bem como facilitar a intera o pesquisadora cliente dando a oportunidade para observa o detalhada das express es e subjetividades n o captadas atrav s da linguagem verbal Ainda fazendo refer ncia ao trabalho de Moreira 2004 as entrevistas tradicionalmente s
370. u a complica es na gesta o Anomalias uterinas podem por exemplo estar associadas ao abortamento habitual e prematuridade isto antecedente de um ou mais partos prematuros o principal fator de risco para parto prematuro Esses fatores de risco deveriam ter sido estudados no caso dessa paciente visto que segundo Carvalho Francisco e Brizot 2008 com base nesses antecedentes os riscos relacionados a futuras gesta es devem ser discutidos com o casal sobretudo no que diz respeito a abortamento prematuridade restri o de crescimento fetal doen a hipertensiva espec fica da gesta o DHEG e mortalidade perinatal Assim parece evidente que essa gravidez representava todo um esfor o e a persist ncia de uma mulher isto de um casal na tentativa da realiza o de maternidade e paternidade Esses significados foram retratados no trabalho de recorte e colagem realizado durante a primeira pr tica de arte terapia quando foi solicitado que a gestante fizesse sua apresenta o pessoal Suas principais preocupa es foram tamb m registradas ao descrever o que as figuras e desenhos elaborados representavam 83 Figura 9 Quem sou eu 1 pr tica arte terapia F tima aqui minha casa o meu jardim aqui minha fam lia meu esposo n Colei isso tamb m figura de uma fam lia pai m e e dois filhos como a minha fam lia Esse representa meu filho que eu perdi figura de uma crian a brincan
371. u n o e de in cio achei que poderia at afetar a crian a a ponto de chegar a falecer Mas gra as a deus tem sido tudo ao contr rio 5 Porque voc pensou que a interna o poderia prejudicar o seu beb De in cio pensei que por falta de conhecimento que o uso da insulina poderia prejudicar Mas a a medica me explicou tudo direito disse que n o tinha nenhum problema muito pelo contr rio que era com a medica o que vinha nossa recupera o 6 Como tem sido a sua viv ncia com a sua fam lia enquanto voc esta aqui internada Pouca n Porque interior l e aqui fica distante ent o s alguns telefonemas pouca vezes 7 J recebeu visita deles J Um irm o meu que mora aqui 8 As pessoas de l n o podem vir E porque fica distante 9 Como est a sua viv ncia junto aos profissionais e as outras pacientes aqui no hospital durante a interna o 182 Bom tem estado tima S o todos legais profissionais e as pacientes t m sido muito legais 10 Que sentido tem para voc essa gravidez de alto risco e estar internada O que significa isso para voc Por um lado significa muito n Porque eu sei que pela crian a ent o significa que ser m e muito importante E por outro lado n o tem sido muito bom por estar distante e saber que tem sido muito dif cil 11 Quando voc fala dif cil voc me diz o que o que mais dif cil Bom Dif cil por estar muito longe d
372. u o DG na 35 semana gestacional Essa nova situa o trouxe profundas reflex es e desabrochou sentimentos e desejos inconscientes de gestar e ser m e descritos na seguinte fala Eu nem sei dizer sorrisos uma coisa assim t o inesperada n s vezes eu penso assim ser que eu vou morrer A eu digo n o isso foi coisa de Deus Deus me deu esse filho n Eu penso na minha m e se ela fosse viva Ela disse que jamais queria ver eu gr vida porque n o queria ver eu sofrer Ela achava que a gravidez para mim era um sofrimento Mas n o foi agora que est complicando um pouquinho mas antes nem enjoar eu enjoei Eu estou feliz eu n o queria mas agora eu estou feliz pelo meu filho s vezes eu fico pensando eu s n o tinha antes porque as pessoas diziam que eu n o poderia ter e olha a Rosa O discurso veio com a entrevista quando a colaboradora foi indagada sobre o sentido da gravidez de alto risco e da interna o e sobre os sentimentos provenientes da nova situa o Rosa foi uma das gestantes que s deixou expl cita a import ncia da maternidade e o desejo de gestar e ser m e durante a entrevista Apesar de enfocar seu discurso em outros aspectos do fen meno vivenciado durante as pr ticas de arte terapia a paciente n o deixou de expressar o significado da gravidez e a emo o de estar gr vida Rosa foi receptiva e demonstrou interesse em participar da pesquisa No mome
373. u penso assim ser que eu vou morrer A eu digo n o isso foi coisa de Deus Deus me deu esse filho n Tanto que eu nem sei como explicar 7 Quais os sentimentos decorrente dessa nova situa o Eu penso na minha m e se ela fosse viva o que ela ia passar com tudo isso n que eu estou passando Ela disse que jamais queria ver eu gr vida porque n o queria ver eu sofrer Ela achava que a gravidez para mim era um sofrimento Mas n o foi agora que est complicando um pouquinho mas antes nem enjoar eu enjoei Pensava que eu ia ficar sem andar n o fiquei n N o foi ela pensava uma coisa e era outra Eu estou feliz eu n o queria mas agora eu estou feliz pelo meu filho s vezes eu fico pensando eu s n o tinha antes porque as pessoas diziam que eu n o poderia ter e olha a Eu tive eu vou ter o meu filho ele vai ser lindo bonito vai estudar vai se medico vai ser uma pessoa boa eu tenho que pensar assim n 8 Que apoio ou suporte voc tem utilizado para enfrentar essa nova situa o S em Deus e a minha irm S Deus e a minha irm mais velha ela esta do meu lado para tudo Tem horas que eu digo ah meu Deus ser que eu vou conseguir Mas eu estou conseguindo 207 MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS Entrevistada 4 ROSA 1 Conhecendo e interagindo com a gestante Material utilizado giz de cera cola colorida e purpurinada canetas coloridas l pis de cor tesoura cola branca bal
374. ualitative inquiry and research design choosing among five traditions London SAGE Publications New Delhi Professional Publisher 1998 CRESWELL J W CLARK V L P Collecting data in mixed methods research In Designing and conducting mixed methods research S 1 Sage Publications 2007 cap 6 p 110 127 DAMASCENO M M C O Ex sistir do diab tico da fenomenologia para a enfermagem 163 f 1996 Tese Doutorado Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Anna Nery Rio de Janeiro 1996 DANIEL L F A enfermagem planejada 3 ed S o Paulo EPU 1981 DANIELLS S GRENYER B F S DAVIS W S COLEMAN K J BURGESS J A P MOSES R G Gestational diabetes mellitus is a diagnosis associated with an increase in maternal anxiety and stress in the short and intermediate term Diabetes Care v 26 n 2 p 385 389 Feb 2003 DARTIGUES A O que a fenomenologia Rio de Janeiro Livraria Eldorado Tijuca 1973 159 DOLOVICH L R NAIR K M CILISKA D K LEE H N BIRCH S GAFNI A HUNT D L The diabetes continuity of care scale the development and initial evaluation of a questionnaire that measures continuity of care from the patient perspective Health Soc Care Community v 12 n 6 p 475 487 Nov 2004 DOURADO V G PELLOSO S M Gravidez de alto risco o desejo e a programa o de uma gesta o Acta Paul Enferm v 20 n 1 p 69 74 2007 DUARTE JUNIOR J F
375. ue a esperan a porque sen o n Para me acalmar porque estou aqui hoje n N o queria estar mas estou n por causa do meu beb por causa deles tr s n Eu estou me cuidando para voltar logo Nena Heidegger 1998a ressalta que o cuidado uma constitui o ontol gica sempre subjacente a tudo que o ser humano empreende projeta e faz isto reconhece o cuidado como um modo de ser essencial aquilo a que pertence o ser humano enquanto vive O homem tem no cuidado a origem de seu ser a ess ncia do homem E atrav s do cuidado que o homem expressa o que sente pensa e acredita Nena aos 25 anos encontrava se na segunda gesta o com uma filha de seis anos de um relacionamento de oito anos contabilizados entre namoro e casamento Auxiliar de costura na 35 semana de gravidez pelo resultado do ltimo ultra som desejou e planejou essa gesta o suspendendo o m todo contraceptivo tr s meses antes de engravidar A representa o da maternidade e a import ncia da fam lia para esta gr vida est modelada no seu trabalho e no seu discurso ao enfatizar que a filha que deixou em casa na companhia do pai e o beb que est para chegar s o os respons veis por toda sua for a de vontade seguindo os cuidados prescritos durante o per odo de interna o e na esperan a de um retorno para casa em companhia do seu nen O desejo de concretude neste caso demonstrado no trabalho de modelagem atrav s da presen a do beb
376. ue ali s diz de seu car ter fenomenol gico apesar de suas diferen as Portanto o que ser diferente ser o modo de compreens o deste significado Assim os significados apreendidos pela investiga o devem ter como refer ncia a totalidade das experi ncias vividas pelas pessoas de forma a revelar o que permanece oculto O estar com o outro em uma dada situa o possibilita condi es para que eu possa compreender o outro HEIDEGGER 2000 Desse modo segundo Silva 2006 p 62 o pesquisador vai ao encontro do seu pesquisado e este vai ao encontro do pesquisador ambos com suas experi ncias que procuram traduzir um para o outro num encontro de subjetividades numa totalidade intersubjetiva E segundo a autora a transposi o dos significados do outro para o seu pr prio universo significativo realizada mediante a interpreta o 39 Na busca dessa interpreta o fenomenol gica ou seja interpreta o compreensiva que se prop s a fundamenta o dos significados nos conceitos de estudiosos da fenomenologia existencial Mais precisamente o conceito da fenomenologia como ontologia hermen utica existencial Compreendendo o termo interpreta o n o no seu sentido psicanal tico explicativo ou um sentido meramente explicativo como explicita Fonseca 2005 p 43 mas em uma outra rea de sentido que segundo o autor lhe bastante espec fica e pr pria que a do seu sentido especificamente f
377. ui n porque est o me tratando bem os m dicos e tudo eu acho que n o tanto risco assim Claudia estou me sentindo bem com medo e ao mesmo tempo bem porque tem atendimento e estou me tratando Nena aqui me trataram bem n o esperava tudo isso Muito educados falam com a gente faz os exames da gente direitinhos porque tem lugares hospitais por a que n o fazem n o A gente vai perguntar ningu m sabe o que ningu m faz nada ah n o sei n o Ningu m informa nada Aqui tratam muito bem as pessoas agora eu estou mais calma j consegui controlar a press o e a glicose Rosa Cada paciente ao se referir ao tratamento recebido al m dos benef cios do cuidado biol gico controle glic mico press rico ressaltou tamb m o cuidado extensivo esfera das 111 rela es humanas contribuindo na opini o da gestante para sua satisfa o e restabelecimento pois propiciou grande bem estar como percebemos nas falas mencionadas Nesse momento recorro a Heidegger 2000 no que esse fil sofo aponta como solicitude o relacionar se com os outros de maneira significante isto na condi o ontol gica de ser com o outro Heidegger descreve duas possibilidades de express o do cuidado de solicitude A primeira diz respeito a assumir e fazer pelo outro Saltar sobre o outro e domin lo manipul lo Nessa forma de cuidado o outro pode tornar se dependente e domina
378. uir a partir da experi ncia como enfermeira assistencial de uma cl nica obst trica especializada no cuidado de gestantes internadas com diagn stico de diabetes gestacional aliada literatura pertinente O diagn stico de DG inesperado e a interna o prolongada levam as gestantes ao desespero pavor depress o e rejei o ao tratamento e hospitaliza o e traz o sentimento de medo de n o conseguir lev la ao termo e ter um beb saud vel Esse per odo permeado de preocupa es e afli es com rela o ao afastamento dos filhos que ficaram em casa deixando as gestantes profundamente abaladas com restri es hospitaliza o e em consequ ncia devido o estado emocional das pacientes os resultados do tratamento eram prejudicados No entanto era preciso ouvir as pr prias gestantes que vivenciaram essa experi ncia para saber se minhas indaga es se confirmavam ou n o dando se dessa forma a compreens o do fen meno objeto de estudo do trabalho de investiga o 33 2 OBJETIVO Compreender o significado do diagn stico e da interna o hospitalar na perspectiva de um grupo de gr vidas com Diabetes Mellitus Gestacional 34 3 PERCURSO METODOL GICO A metodologia considerada o caminho e o instrumental pr prios de abordagem da realidade MINAYO 1994 Tem a fun o de classificar as etapas da pesquisa e as t cnicas utilizadas para o alcance dos objetivos A viv ncia do cotidiano hospitalar das ge
379. uisa FUNCAP Funda o Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico ajuda importante para a concretiza o de mais esse empreendimento As doutoras que integraram a banca examinadora concretizando o ritual de defesa desta tese contribuindo e conferindo a excel ncia deste estudo Se voc fizer uma pequena pesquisa ficar evidente que qualquer pessoa que j realizou alguma coisa n o sabia como ia fazer aquilo Ela apenas sabia que o faria Bob Proctor RESUMO O diabetes mellitus gestacional DMG uma das s ndromes metab licas mais frequentes e muitas vezes exige interna o O exerc cio profissional dedicado ao cuidado das gestantes com DMG mostrou problemas sociais e psicol gicos acarretados pelo diagn stico e a obrigatoriedade da interna o hospitalar dando origem ao seguinte pressuposto o diagn stico de DG inesperado e a interna o prolongada trazem sentimentos de medo de n o conseguir chegar ao termo da gravidez e ter um beb saud vel Esses momentos tamb m s o permeados de preocupa es com rela o ao afastamento dos filhos que ficaram em casa As experi ncias compartilhadas com essas mulheres incentivaram o desenvolvimento da presente investiga o que se prop s a compreender o significado do diagn stico e da interna o hospitalar na perspectiva de um grupo de gr vidas com DMG Estudo fenomenol gico realizado na cl nica obst trica da Maternidade Escola Assis Chate
380. ulo V a C h registros da arte sendo utilizada na Gr cia como recurso terap utico para promo o manuten o e recupera o da sa de J naquela poca a arte era considerada reveladora transformadora e colaboradora na constru o de seres mais criativos e saud veis PHILIPPINI 2004 Tedesco 1997 descreve que o corpo ps quico ou emocional o ve culo de manifesta o das emo es Assim atrav s dele expressam se amor alegria calma serenidade confian a dio tristeza ansiedade inseguran a medo ang stia inveja entre outros sentimentos desvelados ao longo da observa o neste trabalho com as colaboradoras enquanto tentavam descrever suas experi ncias sobre o fen meno vivenciado O corpo mental o canal de express o do pensamento seja racional ou abstrato portanto atrav s dele que segundo Tedesco 1997 o Homem compara analisa critica classifica e calcula mas tamb m cria planeja e sonha E finalmente o corpo espiritual canal de express o de id ias elevadas altru stas desapegadas assim manifesta se por ele valores universais como amor transcendental honestidade lealdade justi a responsabilidade doa o e em especial atividade criativa para o bem alheio Dessa forma o Homem torna se o 81 resultado da intera o dos corpos f sico energ tico emocional mental e espiritual e passa a ser visto como ser integral ou hol stico Embasada no estudo de Tedesco 1997 compre
381. um recurso potencializador de express es em busca dos significados n o obtidos ou n o revelados no in cio da entrevista No momento da entrevista n o pude captar o significado do sil ncio da paciente Posteriormente nos momentos criativos e expressivos e rememorando os encontros percebi que atrav s dos gestos e dos sil ncios a gestante revelou o quanto foi dif cil falar sobre as experi ncias que estava vivenciando E mais uma vez percebi que o sil ncio que muitas 99 vezes nos comunica algo recordando o que diz Heidegger 2000 quando fala que o homem o ser que fala mesmo quando cala guardando se no sil ncio dos significados Ainda discorrendo acerca do sentimento prazeroso da maternidade mesmo advindo de uma situa o inicial de n o planejamento e do n o desejo de engravidar uma situa o mpar nesse estudo o caso da participante Rosa que acometida por paralisia infantil recebeu durante toda a sua vida a informa o de que jamais poderia engravidar e ser m e A incorpora o desta id ia no cotidiano existencial da gestante foi constatada quando esta negou durante uma conversa quando os dados colhidos na pesquisa documental foram complementados e esclarecidos o planejamento da gravidez e o desejo de engravidar Aos 44 anos ap s um relacionamento conjugal de dez anos cinco dos quais sem uso de m todos contraceptivos por indica o m dica devido a uma hipertens o arterial Rosa engravidou e descobri
382. uporte tem utilizado para enfrentar essa nova situa o 178 AP NDICE H MOMENTOS EXPRESSIVOS E CRIATIVOS 1 CONHECENDO E INTERAGINDO COM A GESTANTE Introdu o de m sica suave enquanto a pesquisadora informa ou esclarece d vidas sobre o objetivo do encontro e sua import ncia Nesse momento dada nfase signific ncia da participa o da gestante tanto para compreens o do fen meno O que significa ser uma gestante com diabetes gestacional internada em uma unidade de alto risco como para futuras estrat gias de cuidado a mulheres internadas com o mesmo diagn stico que vivenciam acontecimentos semelhantes em suas vidas ajudando os profissionais de sa de a proporcionarem um cuidado direcionado individualizado que de fato atenda as demandas dessa clientela oferecido a gestante material como bal es cartolina cola cola purpurinada colorida giz de cera jornais l pis de cor papel celofane papel crepom revistas tesoura A pesquisadora solicita a gestante que expresse atrav s do material dispon vel ou mesmo atrav s de linguagem escrita se for o desejo da paciente seus sentimentos com rela o a pergunta Quem sou eu Ap s a conclus o do trabalho a pesquisadora solicitar a gestante que se apresente utilizando o material constru do durante a entrevista e as pr ticas de arte terapia Encerraremos a pr tica agendando um novo encontro 2 RECORDANDO E EXPRESSANDO A ROTINA VIVIDA ANTES DO DIAG
383. urante a realiza o da oficina levando medica o exames refei es ou aferi o dos sinais vitais no local do trabalho As equipes m dicas nutri o servi o social terapia ocupacional psicologia est o cientes da pesquisa e colaboraram na divis o da sala Ambiente trang ilo mas as outras pacientes ficavam solicitando participar achando que era a atividade do servi o e curiosas para utilizarem o material No segundo momento criativo expressivo a equipe de enfermagem pediu a colabora o para utilizar a sala para comemora o de anivers rio 197 No final das tr s oficinas as pacientes referiram o que bom dura pouco fiquei bastante emocionada com esses encontros principalmente na sua finaliza o e nos despedimos com um abra o Retornei varias vezes para visit las e para a valida o do material transcrito Os trabalhos realizados foram expostos na enfermaria por id ia das pacientes em conjunto com uma enfermeira da unidade Fotografei todo o processo m sica foi utilizada em todo o momento Um fato que aconteceu na segunda oficina No final do trabalho com a tinta guache a enfermeira veio realizar o teste de glicemia capilar e nesse momento os exames das pacientes deram normais o que chamou a aten o das pacientes e a nossa pois at o momento os exames estavam quase que rotineiramente alterados A troca da massa de modelar pela argila foi devido facilidade e a praticida
384. us o do trabalho 209 Demonstre como est sendo para voc vivenciar a gesta o ap s o diagn stico de DMG oh aqui eu n Um sorvete e um bolo se referindo ao trabalho de massa de modelar que fez retratando uma pessoa ela um sorvete e um bolo com vela em cima as duas coisas que eu mais gostava e eu n o vou poder mais comer pelo menos por enquanto n Por enquanto eu estou gr vida O sorvete de coco com chocolate retratou com massa preta e branca Eu fui para casa e fiquei tentada a comer sorvete porque toda a noite eu ficava sentada l na cal ada eu e tr s colegas minhas era dois copos de sorvete Mas agora gr vida eu comia tudo n o agora quando eu sa daqui antes A quando eu cheguei s bado a elas me chamaram vamos tomar sorvete Eu disse n o n o posso mais n o de jeito nenhum Mas fiquei com uma vontade t o grande e bolo tamb m 0 bolo tem at vela tem e essa sou eu S olhando para os dois com vontade parece um papagaio se referindo ao cabelo que desenhou para retratar a sua pessoa E como foi trabalhar hoje aqui nessa oficina Ah Foi bom essas oficinas foram muito boas Eu cheguei muito triste chorei muito mas agora eu j estou melhor DI RIO DE CAMPO ENTREVISTA ROSA Paciente receptiva aceitou participar mesmo se sentindo cansada um pouco dispn ica respondeu a todas as perguntas sem problemas MOMENTOS CRIATIVOS E EXPRESSIVOS E 4 ROSA
385. utras s ndromes gen ticas geralmente associadas ao diabetes SBD 2006 Na gravidez podem acontecer duas situa es envolvendo o diabetes a mulher portadora de diabetes que engravida e aquela que desenvolve o diabetes durante a gravidez DMG ou DG O DG definido como a intoler ncia aos carboidratos em v rios graus de intensidade com in cio ou primeiro diagn stico durante a gesta o podendo ou n o persistir ap s o parto Essa defini o se aplica independente de a insulina ser utilizada ou n o para o tratamento CLARK WENSTROM 2005 SBD 2005 No DG a glicemia materna se eleva em resposta aos horm nios liberados durante a gesta o e a m e n o consegue produzir insulina suficiente para dar conta dos altos n veis de glicose que circulam no sangue Embora o diabetes gestacional geralmente desapare a ap s a gravidez aproximadamente 60 das mulheres que a tiveram acabam desenvolvendo o diabetes tipo 2 SBD 2005 2006 A causa do DG como nos outros tipos 1 e 2 desconhecida Contudo os especialistas sup em que o DG pode ser uma etapa do diabetes tipo 2 pelas semelhan as existentes entre ambos CLARK WENSTROM 2005 Os fatores de risco s o semelhantes aos do diabetes tipo 2 e incluem idade superior a 25 anos obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual deposi o central excessiva de gordura corporal hist ria familiar de diabetes em parentes de 1 grau baixa estatura menor ou igual 1 51 cm cr
386. v 2 n 2 p 399 405 1997 MOREIRA V O m todo fenomenol gico de Merleau Ponty como ferramenta cr tica na pesquisa em psicologia Psicologia reflex o e cr tica v 17 n 3 p 447 456 2004 MOREIRA V NOGUEIRA F N N ROCHA M A S da Leitura fenomenol gica mundana do adoecer em pacientes do Servi o de Fisioterapia do N cleo de Aten o M dica Integrada Universidade de Fortaleza Est Psicol Campinas v 24 n 2 p 191 203 abr jul 2007 MORETTO V L Gestantes portadoras de diabete caracter sticas e viv ncias durante a gesta o 2001 120 f Disserta o Mestrado em Enfermagem Escola de Enfermagem Universidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2001 MULFORD M I JOVANOVIC PATERSON L PATERSON C M Alternative therapies for the management of gestational diabetes Clin Perinatol v 20 n 3 p 619 633 Sept 1993 MUNHALL P L OILER C J Nursing research a qualitative perspective Rio de Janeiro Prentice Hall do Brasil Ltda 1986 MURAMATSU H Convivendo com a s ndrome da tens o pr menstrual um enfoque da fenomenologia existencial 2001 154 f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo S o Paulo 2001 NATERA G MORA J La teoria fundamentada em el estudio de la fam lia y las adicciones In MERCADO MARTINEZ F X LOPEZ T M T Compiladores An lisis cualitativo en salud teoria m todo y pr ctica M xico Plaza y Valdes Editores 20
387. veis como a liberdade sem limites da alimenta o rica em doces e massas Com esse olhar diferenciado a gr vida incorpora novas atitudes ao seu comportamento e durante a entrevista ao responder sobre os sentimentos decorrentes da gravidez de risco e da interna o ressaltou esses cuidados Principalmente de me cuidar mais tamb m dar conselhos a minha fam lia para se cuidar mais tamb m que n o se cuida porque eu n o desejo isso para ningu m n uma diabetes Claudia O ser com diabetes gestacional vislumbra uma vida mais saud vel significando mudan a nos h bitos alimentares pessoais do filho que est para nascer e da fam lia que ficou em casa Esses discursos corroboram as id ias de Castro 1998 quando reafirma a necessidade de cada ser humano se conhecer melhor e reconhecer suas emo es vencendo suas barreiras internas e externas como um dos caminhos para uma vida melhor visto que somos seres em evolu o constante e fact veis de mudan as portanto evoluindo a cada fase das nossas vidas 123 Para Sampaio 2007 p 3 o diagn stico de diabetes significa para algumas pessoas o momento prop cio para redescobrir prazeres como o de comer bem e saud vel Fazer boas escolhas e querer se cuidar Esse aspecto foi retratado por L cia no primeiro momento criativo e expressivo quando demonstrou atrav s do trabalho de recorte e colagem a ilustra o de uma alimenta o saud vel mostrando uma mudan a
388. viver se interligam e se elaboram dentro de um contexto cultural Reconhece no trabalhar do paciente uma for a auto curativa a criatividade inerente necessidade de expressar se Comunicar se por formas alternativas torna se o ve culo poss vel onde a palavra fracassa ANDRADE 2000 Como toda abordagem fenomenol gico existencial como m todo arte terapeutas n o interpretam os trabalhos de seus clientes acreditam que as pessoas podem ser agentes da pr pria sa de e de seus processos de crescimento encontrando em seus trabalhos e cria es sentidos que sejam pessoalmente relevantes e significativos Os arte terapeutas funcionam como guias facilitadores e companheiros de busca sugerindo experimentos que possam ajudar e revelar realidades interiores e descobrir novos caminhos e dire es CIORNAL 2004 49 Para Janie Rhyne o valor terap utico da atividade art stica est tanto no processo de cria o quanto nas poss veis reflex es e elabora es posteriores sobre os trabalhos realizados CIORNAIL 2004 Esse o objetivo primordial na utiliza o da arte terapia como recurso metodol gico nesse estudo arte terapia como ativa o de experi ncias vivenciais Ativa es que atuam como terap uticas na medida em que a partir de tais viv ncias podem se abrir novas possibilidades de ser e de viver Admitindo as devidas diferen as especificidades e objetivos aqui utilizo a arte como ativadora de viv ncias que possibilit
389. zava de certa forma seus sonhos interrompidos Mas tamb m ainda acredito na sua presen a mesmo te faltando fisicamente minha querida vov Creuza que nos deixou fisicamente no ano passado 2007 mas confirmou sua partida com sua presen a de que s o nosso corpo morre Sinto que voc vai estar sempre vigilante e me protegendo de onde estiver Voc foi minha madrinha de formatura participou ativamente ao concretizar meu mestrado e se sente t o realizada quanto eu neste momento Obrigada por ter toda a sua vida dedicada a n s sua fam lia e queles que voc sabia que precisavam do seu carinho do seu amor Saudades do gostoso colinho de v Agrade o aos professores e funcion rios do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Cear pela contribui o na minha forma o profissional e aos bibliotec rios que t o atenciosamente nos recebem e auxiliam na busca de melhores refer ncias bibliogr ficas Em especial agrade o a Bibliotec ria Rosane Maria Costa pela corre o do trabalho de acordo com as normas da ABNT dire o da MEAC UFC por consentir a realiza o da investiga o e aos funcion rios da institui o devido colabora o na realiza o do estudo s pesquisadoras que formam o GRUPPS Grupo de Pesquisa sobre Pol ticas e Pr ticas de Sa de pelo acolhimento e incentivo nos primeiros passos para concretiza o desse sonho Agrade o o financiamento parcial desta pesq

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