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Tese de Doutorado - ARGO - Sistema de Administração de Bibliotecas

1. M E como que assim ent o pelo que eu entendo assim essa inicia o destes alunos foi livre espont nea P Sim espont nea M T e como que o envolvimento destes alunos que aderiram ao projeto P Eles ahm gostam muito de participar n Tem duas quest es Primeiro que eles gostam muito de vir para a escola Por que isso geral n por que a escola um meio onde eles conseguem se comunicar eles n o v o conseguir em casa eles n o v o conseguir ahm na rua com outros amigos ouvintes s aqui Ent o eles fazem de tudo para vir aqui Ent o se tem uma oportunidade de vim no turno contr rio eles v o vim n isso foi um dos pontos Mas claro que o interesse ahm pelo projeto tamb m acredito que exista Eles s o bastante ahm eles sempre est o prontos para fazer para ajudar gostam de trabalhar na horta n E teve alguns alunos que n o tiveram interesse nenhum de participar Ent o esse grupo s o 12 alunos atualmente n que est o participando M Se tu compares essa participa o deles nos projetos que tu prop es nesse turno contr rio P Aham M Como tu tamb m tens eles em sala regular tu percebe alguma diferen a Eles se sentem mais a vontade no projeto ou n o h muita diferen a em rela o ao comportamento deles em sala de aula 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 20
2. 2 2 ALTERIDADE E INTERCULTURALIDADE N o h como negar que a escola constitui um espa o para o qual convergem as tens es expostas pela sociedade A pluralidade sentida de modo amplificado sendo na escola onde as diferen as apresentam maior sensibilidade Assim as necessidades impostas pela sociedade acionam a fun o da escola como produtora de conhecimento e mediadora dos conflitos Portanto o aprofundamento da no o de alteridade surge para os educadores como necess rio e inevit vel principalmente para o conv vio com a diferen a Com o surgimento em 1997 dos Par metros Curriculares Nacionais PCN s que elegeu a pluralidade cultural como um de seus temas transversais a multiculturalidade ou a compreens o da diversidade ganhou relev ncia na rea educacional A no o de alteridade recebeu vieses distintos inclusive quanto sua etimologia Zanella 2005 p 100 comenta que alteridade vem sendo debatida no campo da filosofia e psicologia Segundo o autor o significado de alteridade para a filosofia e psicologia remetendo a primeira rela o de oposi o entre o sujeito pensante o eu e o objeto pensado o n o eu e a Segunda s rela es com outrem 38 Souza 2005 p 91 refere Nesse sentido o discurso do respeito pelas diferen as culturais vem carregado de conota es sobre o eu e o outro pode se at falar em diversidade mas n o sobre o eu e o outro em rela o
3. 17 de novembro de 2009 esses esses esse ccceeeeeneeeeaaaaaaaananananaa 151 Anexo C Transcri o da Entrevista de Ana Paula Jung em 08 de dezembro 062000 ui bro ei ci estaca nie niu es andas 158 Anexo D Termo de Autoriza o para a utiliza o de Voz Nome Som e Imagem eee reeeeeeeeererereeererenss 172 Anexo E Termos de Consentimento Livre e Esclarecido 174 15 1 DI LOGO FECUNDO OS PONTOS DE PARTIDA DO ESTUDO Os pontos de partida visando realiza o do estudo sobre a Educa o Ambiental nos Contextos da Interculturalidade e da Cultura Surda enquanto tema que aborda novas perspectivas para a cultura surda como diversidade cultural inclui a realiza o de um di logo que e em um primeiro momento busca apresentar a situa o do problema central do trabalho a seguir a faz em exposi o da hist ria de vida do autor e sua implica o com a realiza o da pesquisa e por fim apresenta a defini o do problema de pesquisa e o delineamento dos objetivos da mesma 1 1 SITUANDO A PROBLEM TICA CENTRAL DO TRABALHO O olhar para o surdo muito mais do que um sentido uma possibilidade de ser outra coisa e de ocupar outra posi o na rede social LOPES VEIGA NETO 2006 p 90 Nas ltimas d cadas o Brasil vivenciou um tempo de profundas mudan as pol ticas sociais econ micas culturais e educacionais Nesse panorama foi inevit vel a exist nc
4. Aos meus familiares o meu muito obrigado pela compreens o dos in meros dias que por vezes estivemos mais afastados ou pelas ricas contribui es nos di logos pertinentes a esta tese minha OMA Elisabeth Pommer av Vielen Dank f r den Dialog Beratung und gro e Momente der Interaktion und Erfahrungen Ich danke Gott der in seiner Gnade dir 101 Jahre Leben geschenkt hat so dass jeder von uns dein Zusammenleben noch genie en kann Muito obrigado pelos di logos conselhos e grandiosos momentos de conviv ncia e experi ncia Agrade o a Deus que te deu a gra a em ter alcan ado 101 anos de vida permitindo que todos n s pud ssemos ainda desfrutar da tua companhia Aos meus tios Hilmar e Martha Ingeborg Kannenberg bem como aos filhos Alexandre Gustavo e Felipe e suas fam lias o meu muito obrigado pelo apoio incentivos e ajuda na realiza o desta Tese minha m e Gudrun H bner minha sogra Vera Maria Rieck e minha cunhada Ana Paula Rieck pelos incans veis momentos que ficaram com minhas filhas para que eu pudesse me concentrar ler e elaborar o presente trabalho Aos meus irm os Andreas Martin e Petra Martina H bner e suas fam lias na Alemanha Obrigado pelo apoio incondicional pelo computador pelos aconselhamentos amor e carinho demonstrados Aos meus cunhados No e Silvia Salerno e seus familiares meu muito obrigado pelo apoio e pelos in meros di logos amizade e sincera so
5. es das entrevistas fossem envolvidas de corpo e alma na causa e luta pela educa o dos surdos Com certeza o recorte da m sica Sampa de Caetano Veloso permite uma 85 an lise reflexiva para iniciar a tecer os links necess rios para encontrar nos relatos dessas professoras algumas respostas poss veis Quando eu te encarei frente a frente n o vi o meu rosto chamei de mau gosto o que vi de mau gosto mau gosto que Narciso acha feio o que n o espelho e a mente apavora o que ainda n o mesmo velho nada do que n o era antes quando n o somos mutantes VELOSO 2010 Talvez o que as professoras tenham em comum seja o fato de terem encarado a situa o Ao contr rio da maioria das pessoas que talvez tivessem enxergado com os seus olhos esse meu rosto mau gosto da educa o de surdos ou como Narciso optariam por admirar somente o que talvez pud ssemos chamar de belo ou normal dentro do campo da educa o Por outro lado resolveram derrubar as barreiras da pedagogia tradicional e modificar as suas pr prias pr xis pedag gicas aflorando assim um perfil de educador peregrino necess rio para superar os desafios e ao mesmo tempo desenvolver um olhar um brilho interior apaixonante pelo trabalho com e pelos surdos Tais atributos podem ser observados nos seguintes registros realizados com a professora Paula Eu desde o primeiro momento gostei muito da Escola d
6. iImage S 2014 Es as s e Data das imagens 4 9 2009 56M19750 51 06 32 12 Otelever4Sjmnto de vis o Figura 1 Imagem de sat lite com a localiza o da E E Especial Keli Meise Machado Fonte Adaptado do Google Earth 2011 Os alunos disp em de uma kombi que os desloca de suas casas at a escola e vice versa A escola cercada e inserida em um espa o muito arborizado Possui uma pequena horta p tio externo e acesso a trilhas que percorrem o seu entrono O pr dio da escola conta com dois pisos No andar t rreo localiza se uma rea interna ampla com cozinha e refeit rio dep sito sala de dan a e m sica sala dos professores secretaria e tr s salas de aula Dentre elas a sala da educa o infantil Trata se de um ambiente amplo com estantes e brinquedos uma televis o a cores uma rea para brincar com bonecas e ou outros objetos uma arara com roupas de fantasia uma cozinha infantil mesas redondas quadro negro e uma parede com muitas janelas Assim h excelente ventila o e luminosidade No segundo piso h uma biblioteca com acervo amplo de livros did ticos e de literatura As demais salas s o relativamente pequenas comportando cerca de 5 a 8 alunos todas bem 65 arejadas com janelas do tipo basculante e quadro negro A professora Paula B H her tem uma sala pr pria na qual trabalha matem tica e ci ncias A escola conta com a colabora o de 17 profissionais sendo que duas funcion rias a
7. Claro que tem alguns alunos que escutam um pouco ent o querendo ou n o a gente oralisa com esses alunos e eles tamb m At por que em casa n o h aqui a realidade desta escola que em casa eles n o tem a l ngua de sinais na fam lia Ent o como essa l ngua de sinais demora para eles se apropriarem na verdade n o a l ngua materna dos nossos surdos a l ngua de sinais n o por que eles n o aprendem em casa s quando eles chegam aqui na escola com 6 7 8 anos muito se perde da linguagem da comunica o E isso reflete ent o na escola na limita o da aprendizagem Ent o o que eu acredito na LIBRAS na l ngua de sinais que eles tem plenas condi es de aprender nessa l ngua mas que precisaria ser aprendida j desde que nasce l com dois anos j iniciar os sinais ou inv s da fala Mas isso infelizmente n o acontece M N o acontece por que n o h escolas que fazem este tipo de trabalho desde o in cio Ou P fam lia Eu acho que um problema mais social assim familiar Muitas pessoas n o conhecem como um surdo vai se comunicar no dia a dia em locais n o tem n um tradutor int rprete ent o os pais tamb m n o ficam sabendo s vezes os pais demoram muito tempo para descobrir que o aluno o filho surdo que ele precisa de uma outra l ngua que n o que ele n o vai aprender a falar ele n o vai escutar de um dia para o outro isso nunca
8. Nesse sentido fiz um curso de LIBRAS n vel b sico para que minha comunica o com os alunos surdos pudesse ocorrer Na poca imaginei que como num passe de m gica a solu o estaria nesse curso Que engano O curso de LIBRAS n vel Il t o pouco apareceu como a solu o para uma barreira invis vel por m muito presente entre este educador e seus alunos surdos Mas ent o o que estava faltando Por que n o conseguia atender s expectativas dos alunos e s minhas pr prias com rela o aos processos de ensino e de aprendizagem nos quais est vamos envolvidos Acredito que parte da resposta a essa pergunta esteja no fato de que os projetos elaborados sempre foram pensados a partir da tica da realidade do ouvinte e n o dos educandos inclusos Por esta raz o tamb m passam a constituir um alicerce que permitiu a imers o nos campos e problem ticas motivos desta tese 1 2 4 O Interc mbio Cultural de Alunos Surdos que Nunca Ocorreu Durante o trabalho realizado na escola mencionada no in cio deste texto houve um projeto de Interc mbio Cultural dos alunos da 8 s rie do ensino fundamental com uma Escola de Aplica o localizada em Ros rio na Argentina Tal fato ocorreu devido inser o da L ngua Espanhola no curr culo escolar A perman ncia de uma semana na referida cidade e o conv vio dos alunos brasileiros com alunos argentinos da mesma idade e suas respectivas fam lias contribu ram p
9. da educa o bilingue para surdos Anexo C linhas 207 a 210 Portanto para se afastar de uma concep o de l ngua que se esgote no c digo lingu stico e nas a es prescritas a l ngua deve ser concebida como uma atividade constitutiva com a qual se pode tecer sentidos expressar sentimentos ideias a es e representar o mundo visualizada como uma atividade social atrav s da qual se pode interagir com outros seres sociais apresentando assim caracter sticas essencialmente dial gicas Para que isso ocorra necess rio que haja uma conex o entre os saberes Gadamer 2002 indica para tal um passo importante na busca pela compreens o O autor abre possibilidades promissoras para a educa o pois para ele compreender vai al m da entrega do conhecimento O acontecer da compreens o n o pode ser mapeado epistemologicamente mas se entende que a retomada da Bildung Forma o por ele enfatizada um dos caminhos de acesso para a recupera o da compreens o dos estudos culturais dentro dos espa os formais de educa o Veja se o que afirma Gadamer 2002 p 50 80 Forma o Bildung designa mais o resultado desse processo de devir do que o pr prio processo O resultado da forma o n o se produz na forma de uma finalidade t cnica mas nasce do processo interno de constitui o e de forma o e por isso permanece em constante evolu o e aperfei oamento A compreens o abre o cami
10. realizada os multiplicadores ambientais buscaram concretizar os fundamentos propostos e vividos pela professora Paula Por isso ela ocorreu de forma conjunta com os demais professores alunos coordena o dire o Procurando estabelecer rela es de constru o do conhecimento para que ocorra uma educa o ambiental cr tica e emancipat ria Por m esta vis o cr tica diferente da pr tica por uma educa o ambiental cr tica que somente poss vel ap s uma an lise uma reflex o mais criteriosa dos processos que normalmente acabam influenciando os professores que trabalham com educa o ambiental 112 4 3 1 Por Entre os N s da Educa o Ambiental Uma An lise Cr tica do Papel do Professor de Ci ncias A releitura e olhar cr tico dos conceitos e aspectos aqui abordados permitiram estabelecer se uma correla o entre a caminhada percorrida pela professora Paula e a do autor da presente tese Percebe se claramente uma semelhan a entre as pr ticas que a professora Paula trabalha com os seus alunos e que assemelham se aos projetos e atividades relatadas no cap tulo referente ao hist rico do autor mencionado no in cio desta tese Por esta raz o talvez os projetos de educa o ambiental apresentem em sua maioria tem ticas voltadas para a separa o do lixo polui o recursos h dricos preserva o e extin o de esp cies etc E talvez fosse poss vel afirmar que parece ser a pr
11. 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 13 74 15 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 153 universit ria na verdade Ent o logo que eu entrei eu fiz os tr s m dulos de de LIBRAS mas a maior aprendizagem da l ngua foi com eles Foi no dia a dia por que como um curso de l ngua estrangeira se n o pratica n o n o adianta n E tem muitos muitas palestras muitos f runs encontros semin rios de educa o de surdos de educa o biling e ahm e a escola sempre abre para os professores participarem Ent o desde 2005 que eu entrei aqui na escola a gente participa quem quer n de 3 a 4 eventos por ano Ent o a gente falta aqui na escola para participar e isso muito bom por que uma troca a gente conhece outros surdos professores surdos professores ouvintes outras escolas n E eu fiz ent o um curso ahm de capacita o para trabalhar com os sujeitos surdos n que ele d subs dios metodologias que te ensina a como a gente ensina surdo E basicamente isso n O curso ainda existe tem em v rias universidades tamb m foi muito importante a certifica o e o pr prio curso n para mim Ahm eu tamb m fiz algumas provas do MEC para uso e ensino da LIBRAS n como professora E esses encontros que a gente participa anualmente M Muito bem Agora com rela o ao
12. Est mal ser ndio ser surdo ser mulher ser negro menino da rua jovem etc E tamb m a pedagogia que adota como ponto de chegada uma outra mensagem para o outro est bem ser alguma coisa que nunca poder s ser est bem ser branco ouvinte homem adulto etc O atrito entre diversas pr ticas culturais historicamente resolveu se com base em perspectivas etnoc ntricas O etnocentrismo refere se a uma atitude que por via de regra imp e se baseando se em determinados valores tidos como generalizantes e v lidos Torna se necess rio ent o criar um novo paradigma para a compreens o dos valores ticos principalmente que possuam como corpo fundamental a alteridade Os valores de dignidade humana precisam ser resgatados para se construir a responsabilidade para com o outro sendo a educa o 39 intercultural um de seus caminhos decodificantes apoiando se no bin mio ensino sociedade PACHECO 2007 A inclus o da Interculturalidade nos contextos do estudo apresenta nossa reflex o dimens es in ditas e muitos desafios O mundo humano ficou menor nas suas rela es de alcance geogr fico mas extremamente complexo na sua articula o hist rica na sua dimens o social nessa perspectiva que se consolida a Interculturalidade Trata se de uma nova perspectiva de criar a partir das potencialidades filos ficas um ponto de converg ncia comum isto n o dominado nem colonizado culturalmente por nenhuma
13. Exato N o n o fecho inclusive deixo de desejar nas burocracias onde necess rio que eu me trancasse por meu envolvimento muito grande com os alunos na escola E for da escola o envolvimento tamb m muito grande com a comunidade surda em geral Participando na sociedade de surdos em Porto Alegre vindo para interpretar para os colegas que vem para trabalhar aqui na escola sendo chamada para trabalhar contratada para trabalhar para institui es para atender professores surdos Ent o assim realmente nos ltimos 3 anos como aquela hist ria eu n o me lembro agora qual o filme mas o cara ele ia e voltava e aquilo acumulava no c rebro dele acho que ele fez o Borboleta M Acho que A ele ia gastando acho que est acontecendo comigo o Efeito Borboleta ganhando sinais interagindo assim que uma coisa que parece que mata mas e a n o tem explica o M Que legal e a na verdade no meio destes 3 anos tu continuaste fazendo mais cursos 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 162 A Sim sempre sempre mais informa o Na forma o nesta capacita o para a rea da surdez de 400 horas ahm eu tive LIBRAS n ve
14. Pr ticas Alternativas Educacionais 4 1 INTERCULTURALIDADE E CULTURA SURDA DI LOGO DE CONTING NCIA Una educaci n democr tica e intercultural constituye la respuesta a las necesidades y problemas de esta sociedad ya que su fin prioritario es el fomento del respeto por la diversidad la convivencia entre los ciudadanos del estado y sobre todo la superaci n del etnocentrismo formando personas abiertas y cr ticas que puedan participar de esa riqueza que es y proporciona la diversidad cultural SANCHEZ 2011 p 2 Em filosofia conting ncia o status de proposi es que n o s o necessariamente verdadeiras nem necessariamente falsas Em outras plavras enfatiza que n o h nada de absoluto Por outro lado o di logo representa uma conversa o estabelecida entre duas ou mais pessoas uma troca de ideias para se chegar a um bom entendimento Para se compreender melhor a intr nseca rela o entre os conceitos de contig ncia e di logo encontramos em Hegel 2002 um alicerce vis vel para essa tem tica Longe de pretender aventurar se a analisar o pensamento hegeliano entende se no entanto que trazer sua contribui o significativo para este debate Hegel recusa se a aceitar um conceito de Absoluto que se apresente sem reflex o por meio de pura intui o Dessa forma o real apresenta se por meio de um sistema que tem como pressuposto a linguagem desde o seu come o at a sua completa finaliza o Essa premi
15. Quest es e propostas Rio de Janeiro Vozes 2002 Did tica e Interculturalismo uma aproxima o In LISITA Verbena Moreira S de S amp SOUSA Luciana Freire E C P Orgs Pol ticas educacionais pr ticas e alternativas de inclus o escolar Rio de Janeiro DP amp A 2008 Sociedade multicultural e educa o tens es e desafios In Candau V M Org Cultura s e educa o entre o cr tico e o p s cr tico Rio de Janeiro DP amp A 2005 CARNEIRO S M M Fundamentos epistemo metodol gicos da educa o ambiental Educar em revista Vol 27 Curitiba Jan Jun 2006 CARVALHO I C Educa o Ambiental a forma o do sujeito ecol gico S o Paulo Cortez 2004 Inven o ecol gica Porto Alegre UFRGS 2001 CUPELLI R L GALIAZZI M C Dos auto relatos s narrativas ficcionais as rejexist ncias de uma comunidade interpretativa de professores Educadores Ambientais INTERAC ES N 11 pp 153 173 2009 Dispon vel em lt http nonio eses pt interaccoes artigos K8 pdf gt Acesso em 12 jan 2010 134 DE S N L Os Estudos Surdos In DE S N L Cultura poder e educa o de surdos S o Paulo Paulinas 2006 Dispon vel em lt http Avww eusurdo ufba br arquivos estudos surdos feneis doc gt Acesso em 25 jan 2010 DIAS G F Educa o Ambiental Princ pios e Pr ticas 9 ed S o Paulo Gaia 2004 FREIRE P Carta de Paulo Freire aos professores ESTUDOS AVAN
16. a frente s implica es da inclus o para o desenvolvimento lingu stico educacional pol tico social e cultural das pessoas surdas Em suma pensar e construir a no o de alteridade e interculturalidade pressup e uma pluralidade de caminhos mas tamb m de desafios Assim o 42 reconhecimento do outro como constituinte parte integrante de si deve ultrapassar os muros da teoria para que a alteridade chegue aos espa os de educa o formal concretamente Por isso trona se imprescind vel a necessidade da forma o do professor no campo da interculturalidade e da cultura surda para que seja reconhecida nas situa es e nos acontecimentos cotidianos como um valor social e educacional dos mais relevantes 2 3 FORMA O DO PROFESSOR PARA A EDUCA O DE SURDOS Pelo que foi exposto at o presente momento percebe se que as mudan as sociais ocorridas nas ltimas d cadas t m corroborado para a forma o de um novo contexto pol tico social cultural e ambiental Nesse sentido a amplia o do n vel de conhecimento das rela es sociais interligadas com a realidade do cotidiano escolar tem se convertido em um foco de especial aten o no campo educativo Se por um lado h uma exig ncia na qualifica o acad mica por outro a escola se encontra cada vez mais em uma realidade adversa N voa 2009 p 95 cita que no campo da educa o muitas vezes os discursos reflexivos sobre a forma o de prof
17. comum nos projetos de pesquisa quantitativa e qualitativa Em projetos quantitativos as categorias s o pr selecionados a partir da coleta de dados por exemplo um question rio de tal forma que o tamanho ou eventos s o inst ncias de uma categoria de interesse al m do grau e da quantidade de satisfa o dos 61 mesmos Algumas t cnicas quantitativas por exemplo a an lise do fato podem ser agrupadas em fatores comuns Em contrapartida projetos qualitativos apresentam a nfase na constru o ou na gera o indutiva de categorias que fornecem uma categoria de identidade e classifica o dos dados coletados que foram analisados de acordo com o n cleo significativo na codifica o de arma es para separar as palavras e ou dados por grupos de categorias semelhantes Por um processo de an lise os dados s o contextualizados agrupados e integrados em categorias BOL VAR BOTI 2002 A maioria das an lises qualitativas consiste em um processo recursivo entre os dados e a emerg ncia de defini es categ ricas Um processo que produz classifica es organizando os dados de acordo com um determinado conjunto de dimens es comuns e seletivos Desse modo n o diferem nesse aspecto das chamadas an lises quantitativas s que agora as categorias n o s o predeterminadas mas emergem dos dados O mesmo ent o conforme o modo paradigm tico de se pensar que inclui como vimos a chamada an lise qualitativa ordenar
18. da com esse grupo de colegas Sentia me como um peixe fora da gua Ap s esse per odo de seis meses mudamos para o interior do munic pio de Vera Cruz mais precisamente para Ferraz uma col nia de origem alem e na qual o meu passaria a exercer o seu trabalho como pastor da Igreja Evang lica de Confiss o Luterana no Brasil IECLB Nesta localidade frequentei a 32 e a 4 s ries Na poca nesta escola municipal havia apenas duas professoras sendo que a 1 e 2 s ries ocupavam a mesma sala e o mesmo ocorria com a 3 e a 4 s ries Como a grande maioria dos alunos eram filhos dos colonos as duas professoras muitas vezes tamb m usavam do dialeto alem o para poder se comunicar com os mesmos Isto obviamente dificultava a alfabetiza o no portugu s apesar de 22 representar certa tranquilidade para o meu aprendizado e comunica o Por m sempre era visto como o filho do pastor e assim muitas crian as n o brincavam comigo pois achavam que isso talvez fosse trazer algum problema familiar religioso Desta forma n o tinha muitos amigos Procurando melhorar a alfabetiza o na l ngua portuguesa e minimizar os efeitos de ser o filho do pastor passo a frequentar a 5 s rie em uma escola particular em Santa Cruz do Sul O deslocamento de nossa casa at a escola cerca de 1 hora de nibus de turno integral passa a constituir um novo obst culo As poucas horas de sono levantava as 5h30 da manh
19. e retornava as 18h30 a quantidade de atividades escolares e as horas de viagem de nibus da ida e vinda da escola fazem com que a aprendizagem seja regular e al m disso mais uma vez me sentia exclu do enquanto aluno N o tinha amigos Lembro que durante os intervalos ficava sozinho Apenas no almo o havia certo al vio pois o meu irm o mais velho que tamb m estudava nesta escola me encontrava e assim almo va mos juntos Com estas dificuldades passo a frequentar no ano seguinte no turno da manh a 6 7 e 8 s ries em uma escola municipal de Vera Cruz Durante estes tr s anos finalmente come o a me sentir pertencendo a um grupo a fazer parte de uma turma Passo a integrar a banda da escola tocando bumbo e a equipe de v lei Al m disso desenvolvo interesse nas disciplinas de ci ncias t cnicas agr colas dom sticas e industriais Assim a 6 s rie representou neste momento o in cio da forma o de hist ria de um grupo de alunos que passariam a conviver os pr ximos anos juntos formando uma identidade de grupo Foi um per odo de tr s anos muito bons Ao final da 8 s rie e por meus pais quererem me ofertar uma melhor qualidade de ensino retornei a Novo Hamburgo para cursar o 2 Grau A escola escolhida foi a Funda o Evang lica de Novo Hamburgo Mais uma vez tive muitas dificuldades de adapta o N o tinha nenhuma identidade com o munic pio e comunidade local afinal ficara afastado d
20. educa o onde o professor n o est preparado para crian as surdas n o sabe a l ngua de sinais onde o ambiente lingu stico n o da l ngua de sinais mas sim da l ngua oral que n o a l ngua do surdo onde vai ter quem que vai saber a l ngua de sinais o int rprete quem vai ser o referencial de educa o Quem que vai ser o modelo n que o papel que o professor faz Anexo C linhas 137 a 147 E o relato de Ana Paula continuou Dentro da sala de aula Ent o esses questionamentos e muitos outros v m espec ficos da quest o da surdez e a gente tem levantado A gente porque eu me coloco dentro de um grupo muito maior de pesquisadores que hoje da rea da surdez um grupo muito forte que o GIPES que o Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educa o de Surdos que tem doutores de diferentes institui es do Rio Grande do Sul linhas 151 a 154 Concluindo seu pensamento Ana Paula refere um grupo do RS que surgiu exatamente por uma demanda o movimento surdo muito forte no RS Os surdos vem de outros estados estudarem aqui ent o existe O Rio Grande do Sul est na contra m o do resto porque como o movimento surdo no resto do Brasil deu uma apaziguada deu uma baixada muitos destes l deres migraram para o RS n isso em 10 anos at o ano que estamos agora ahm houve um abaixamento deste movimento a n vel de Brasil N porque quem se interessa quem tentar que
21. entendimento de qual ideia de indiv duo prevalece para pensar a efetividade das pr xis pedag gicas cr tico reflexivas Desta forma n o seria poss vel tamb m pensar em projetos de mudan a social que n o considerem o indiv duo por sua pr pria impossibilidade epistemol gica disso Assim a rela o entre este indiv duo e a sociedade n o pode ser separada da rela o com a natureza e em seu dinamismo hist rico Contudo n o poder amos pensar na constru o de um conceito de indiv duo como ser natural mas sim social pois a intera o do indiv duo e da sociedade resumem em grande parte a din mica do todo complexo ADORNO HORKHEIMER 1974 p 53 Por exemplo em uma sociedade surda o indiv duo n o pode ser pensado fora da rela o com a cultura surda no qual est inserido Dessa forma ele pode ser pensado como livre e independente dentro do que isso significa para aquela sociedade Para a Educa o Ambiental Cr tica a proposi o desses autores de que quanto menos s o os indiv duos tanto maior o individualismo Ibidem p 53 fundamental para constru o de pr xis pedag gicas pertinentes Para Educa o Ambiental Cr tica n o poss vel tratar de mudan as comportamentais de um indiv duo entendido como isolado Mesmo quando a percep o de rela o com o 122 social entendida persiste a complexidade Essa complexidade se d no embate entre um indiv duo socialmente institu do
22. es e est mulos pr prios desta linguagem de signos s mbolos e imagens que permitem a transposi o do foco da did tica do saber ensinar para o saber aprender em que valorizado o sujeito pesquisador que capaz de disponibilizar o saber produzido de modo a desenvolver a habilidade da qual o ser humano insubstitu vel ser criativo ter ideias A valoriza o do ser humano est no desenvolvimento desta habilidade de gerar ideias pois isso o coloca no centro de qualquer linguagem energizando se pela imagem valorizando se pelo pensar e pelo agir Esse agir renova se a cada dia constituindo se em uma constante busca por novos saberes promovendo e respeitando os saberes dos outros provocando inquieta es exigindo posturas cr ticas indaga es e solu es para os desafios que se apresentam sem cessar Isso exige do sujeito um posicionamento tico e est tico ao emitir julgamentos compara es e valora es rompendo barreiras e sendo criativo Exige tamb m no caso do docente ser um desafiador um educador din mico em sua pr xis pedag gica de ir al m Ir al m talvez essa seja uma palavra chave na educa o com e para surdos lr al m nesse sentido requer uma constante leitura da realidade que instigada pela curiosidade de encontrar solu es para os problemas emergentes das inquieta es com os processos de educa o dos surdos impulsiona educadores como os entrevistados a novas descobert
23. es socioambientais atuais exige uma reflex o centrada na inter rela o entre saberes e pr ticas coletivas que criam identidades e valores comuns e a es solid rias em uma perspectiva que privilegia 49 o di logo entre saberes assim iniciando a constru o de referenciais ambientais subsidiando o desenvolvimento de uma pr tica social centrada tamb m na interculturalidade Assim a educa o ambiental necessariamente interdisciplinar e exige uma abordagem multidimensional para tangenciar a perspectiva da educa o tradicional que vem se refletindo nas pr ticas de educa o ambiental a qual est para Vi gas e Guimar es 2004 centrada no indiv duo e na transforma o de seu comportamento individualista e comportamentalista e n o tem sido capaz de causar transforma es significativas na realidade socioambiental Essa perspectiva foca a realiza o da a o educativa no resultado compreendendo ser o indiv duo transformado e espera que a consequ ncia pela l gica descrita seja a transforma o da sociedade Essa uma perspectiva simplista e reduzida de perceber uma realidade que complexa que n o contempla a perspectiva da educa o se realizar no movimento de mudan a do indiv duo inserido em um processo coletivo de transforma o da realidade socioambiental Para uma perspectiva mais cr tica que contempla uma realidade mais complexa pois a percebe como um conjunto em inter rela es o resultado d
24. ncia concreta dos aspectos sociohist ricos desses problemas Nesse sentido a educa o instrumentaliza o sujeito para a pr tica social inclusive em sua dimens o ambiental instrumentaliza o que poder ser t o democr tica quanto for democr tica a sociedade que a constr i e que constru da pelas rela es sociais O princ pio educativo n o a ideologia da harmonia nem o fetiche do conhecimento cient fico mas as efetivas necessidades hist rico concretas da sociedade definidas por instrumentos democr ticos de participa o social No entanto numa an lise mais aprofundada pode se identificar neste quadro te rico alguns sinais de crise de referenciais epistemol gicos A crise da modernidade tanto no aspecto ambiental quanto no sociocultural vem colocando a necessidade de supera o da l gica racional Esta crise n o nova apenas toma apar ncia de novidade quando se alastra por todos os setores da vida social das ci ncias s pr ticas sociais passando pela educa o e pelo ensino O processo de contradi o aparece desvendado e a busca de alternativas est na ordem do dia A modernidade trouxe nos a degrada o ambiental e o aprofundamento das desigualdades sociais desenham uma das maiores crises da modernidade e tamb m a urgente necessidade de sua supera o Ao contr rio do que ideologicamente pretendem o conhecimento cient fico pretensamente neutro e as teorias sociais conciliat rias a
25. necess rio que o c digo seja usado de forma semelhante preestabelecida convencionada para que a comunica o se efetue Precisamos lembrar que a Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural alerta Toda pessoa deve assim poder expressar se criar e difundir suas obras na l ngua que deseje e em particular na sua l ngua materna toda pessoa tem direito a uma educa o e a uma forma o de qualidade que respeite plenamente sua identidade cultural Anexo D art 5 p 134 Os efeitos dessa vis o de l ngua e linguagem que se constituem normalmente nas fam lias dos surdos trazem consequ ncias desastrosas para as pr ticas pedag gicas desses alunos pois n o relevam os interlocutores e a situa o de uso como determinantes das unidades e das regras que constituem a LIBRAS ou seja afastam o sujeito surdo do processo de produ o do que social e hist rico em LIBRAS Portanto a interculturalidade e a cultura surda representam um esfor o para promover uma sinergia entre as diversas formas de cultura e educa o Entende se por cultura como o lugar onde identidades s o preservadas e promovidas para o 77 interesse p blico Ao contr rio quando interesses privados monopolizam identidades por seus pr prios objetivos cultura desintegrada BERNARD 2003 p 62 Essa converg ncia coopera o entre as culturas proporciona interc mbios possibilitando reciprocidades e enrequecimentos Na r
26. o ambiental se estabelece na argumenta o defendida por Loureiro um autor expoente desse campo Tratamos da educa o ambiental defendida neste projeto dos multiplicadores ambientais a partir de uma matriz que v a educa o como elemento de transforma o social inspirada no di logo no exerc cio da cidadania no fortalecimento dos sujeitos na supera o das formas de domina o aqui fazendo se men o ao oralismo e na compreens o do mundo em sua complexidade e da vida em sua totalidade Loureiro 2004 menciona os entraves que a superficialidade no debate te rico acerca do entendimento do modo de organiza o hegem nico coloca constru o da diferencia o necess ria a Educa o Ambiental Cr tica O autor chama aten o ainda para o fato de que v rios conceitos utilizados no campo viraram lugar comum LOUREIRO 2004 p 21 23 Isso adv m da n o compreens o do contexto social em que se formam os conceitos e das ideologias que os constituem enfim da n o neutralidade que comp em inevitavelmente todas as formula es Para Gadotti 2000 um projeto instituinte Isto significa que ao mesmo tempo em que n o nega a historicidade daquela escola os seus m todos atores e modo de vida tamb m os confronta Dessa maneira institu do e instituinte se confrontam O projeto sempre um processo inconcluso O projeto n o responsabilidade s de um professor Ele tamb m marcado pela diversidade
27. o sabe nem escrever n o sabe ler Ent o a gente vive neste dilema muito forte e eu acredito muito seriamente que seja em fun o desta defasagem ling stica que ele apresenta ao chegar na escola E ai a gente pensou em casos como eu te disse na melhor das hip teses entrando no ensino fundamental e aqueles casos que ficam repetindo repetindo repetindo primeiro e segundo ano e v m depois para c A defazagem muito maior ahm M E no caso assim encerrando o ensino fundamental n o existe uma escola estadual hoje especial que atenda ao ensino m dio A Existe sim N s temos aqui na regi o a escola S o Matheus que uma escola particular luterana em Sapiranga que tem assim como na escola que eu trabalhava em Torres que uma escola regular e tem classes para alunos surdos E um tipo de atendimento Em Esteio existe a escola Padre R us que uma escola como a nossa ahm do Estado para surdos que tem ensino m dio A n vel de Novo Hamburgo n o tem nada O que est acontecendo Desde que em fim se formou a primeira turma de oitava s rie isso era uma coisa que me causava grande inquieta o porque e a M O que fazer com esse 496 497 498 499 500 501 502 503 504 505 506 507 508 509 510 511 512 513 514 515 516 517 518 519 520 521 522 523 524 525 526 527 528 529 530 531 532 533 534 535 536 537 538 539 540 541 542 543 544
28. para aprender de tudo e com todos Conhecimento para saber quais caminhos conv m Firmeza porque o mar tamb m tem momentos de tempestade Flexibilidade porque as mar s e as correntes mudam s o inst veis Persist ncia porque o caminho longo Ao iniciar a minha carreira profissional em mar o de 1995 na escola particular de Educa o B sica em Novo Hamburgo nunca imaginei ter que lecionar para um aluno surdo Por m no ano de 1999 deparei me com esta realidade De 1999 a 2007 como professor na Educa o B sica tive a responsabilidade em participar da forma o de alunos classificados como especiais ou portadores de necessidades especiais entre eles os surdos Como atender esses alunos para que os mesmos 29 se sentissem verdadeiramente pertencentes a um processo de ensino e de aprendizagem que promovia era o grande desafio do meu cotidiano Como no poema acima muitas vezes encontrava me deriva ou em situa es que muitas vezes levavam me a questionar se era realmente isso que queria fazer Durante a minha forma o acad mica anterior aos debates e inser es dos discursos ambientais e culturais n o havia trabalhado com essas quest es Apesar dos in meros projetos e das constantes reformula es do Regimento Escolar Projeto Pol tico Pedag gico da Escola dentre outras atividades propostas os alunos surdos n o se sentiam vontade e parecia que nada lhes agradava
29. pria humanidade produzida pelos homens atrav s da hist ria SEMERARO 2005 Isto quer dizer que a dimens o hist rica do processo educativo diz respeito transmiss o no sentido de apropria o das experi ncias socioculturais da humanidade ou seja valoriza o da transmiss o apropria o dos conhecimentos valores e atitudes produzidos pelo conjunto dos indiv duos ou seja no contexto da interculturalidade Os conhecimentos no que diz respeito dimens o ambiental da educa o s o os conhecimentos dos processos socioculturais da humanidade conhecimentos das escolhas sociais assim como os valores e atitudes dizem respeito tica das rela es homem natureza e das rela es entre os sujeitos Assim numa perspectiva hist rica de educa o ambiental os conte dos educativos articulam natureza hist ria e conhecimento al m de valores e atitudes como respeito responsabilidade compromisso e solidariedade Desta forma a educa o ambiental uma dimens o da educa o atividade intencional da pr tica social que imprime ao desenvolvimento individual um car ter social em sua rela o com a natureza e com os outros seres humanos com o objetivo de potencializar essa atividade humana tornando a mais plena de pr tica social e de tica ambiental Essa atividade exige sistematiza o por meio de metodologia que organize os processos de transmiss o apropria o cr tica de conhecimentos atitudes e valores po
30. ticas sociais n o sendo portanto resultados naturais de uma particular pr tica epistemol gica exige que se lance um olhar mais detido e cr tico sobre elas Evidencia se ent o a partir de Larrosa 1998 que operamos com jogos de verdade que s o marcados por rela es de poder Nesse sentido as linguagens assumem um papel extremamente importante Como salienta Hall 20083 p 39 os atores sociais usam os sistemas conceituais de sua cultura o sistema lingu stico ou outros sistemas representacionais para construir os significados para tornar o mundo significativo e para falar com os outros sobre esse mundo de forma 127 significativa O autor tamb m ressalta que as rela es entre significantes e significados s o estabelecidas por meio de c digos e que os significados s o sempre relacionais N o h uma rela o de simples reflex o imita o ou de correspond ncia um a um entre linguagens e o mundo real Enfim como afirma ainda Hall 2001 p 37 o mundo n o refletido no espelho da linguagem nem com precis o nem de maneira alguma A linguagem n o funciona como um espelho Nessa perspectiva o que est colocado em destaque o car ter construtivo das linguagens que n o podem ser entendidas nem como contendo espelhando a realidade nem apenas como um meio para a express o a significa o ou a comunica o LARROSA 1998 p 54 Tal observa o tamb m remete a quest es perti
31. 16 eu assumi ahm a coordena o desse grupo que era um grupo semi profissional que se apresentava aqui tinha minha parte financeira garantida minha particular por isso por essa atividade Ahm ent o assim estava eu trabalhava na rea da dan a o que tinha mais perto para fazer em rela o a forma o e acabei entrando para a Educa o F sica A eu fiz at a metade da da faculdade de Educa o F sica e dentro desse meio tempo de de acad mica eu tive o meu primeiro filho que hoje agora est fazendo 13 anos o Jo o e me seguida a Ana Carolina que tem 10 anos Ent o nesse interst cio nesse meio tempo eu acabei me mudando saindo de Novo Hamburgo indo para Torres n para morar com meu marido na poca e acabei trancando a faculdade ali Um ano depois que estava em Torres eu prestei concurso para o Estado ahm e acabei entrando para o magist rio J mais madura n j com uma outra vis o e tal mas ainda n o era bem o que eu queria n A id ia mesmo foi entrar em fun o de ter uma estabilidade financeira morando 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 13 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 160 no litoral isso era importante durante o ano em fim Ahm foi entrei para o Estado comecei a trabalhar com turmas de 2 s rie fiquei 3 anos como regente em ensino r
32. 2 s rie na Alemanha n o falava portugu s Como os av s maternos e demais familiares de minha m e residiam em Novo Hamburgo retornamos para aquele munic pio onde fui matriculado em uma aula especial de conversa o na escola Pindorama fundada em 1832 e que est diretamente ligada chegada dos imigrantes alem es e na forma o das comunidades evang licas de Hamburgo Velho e Novo Hamburgo Apesar do contato espor dico que t nhamos na Alemanha com visitas de parentes vindos do Brasil estes sempre se comunicavam em alem o Assim a nova realidade da l ngua e cultura brasileira inicialmente apresentou se como um grande desafio e obst culo O sentimento de alegria em poder brincar com meus primos se misturava ao sentimento de revolta e dificuldades de aprendizagem do portugu s Lembro que a pron ncia da palavra liquidificador demorou muito para ocorrer uma vez que em alem o era muito mais simples mixer Esta aula de conversa o durou cerca de 6 meses e foi muito dif cil Afinal a L ngua Portuguesa apresenta uma estrutura gramatical t o complexa quanto a L ngua Alem Muitas vezes n o me sentia pertencendo ao grupo dos meus colegas de sala de aula Estes no in cio viam em mim um conjunto novo de informa es e curiosidades acerca da vida e experi ncias advindas do tempo de perman ncia na Alemanha Mas logo este sentimento passou N o havia uma rela o de amizade de identidade constru
33. 2003 p 62 cita que o di logo de cultura assim definido aparece para ser nada menos que uma condi o de cultura por si mesma algo que alimenta do lado de dentro e difunde para o lado de fora a grande ideia e singularidade da cultura Portanto estamos ligados pela teia das m ltiplas formas de linguagens poss veis que reconhecem a interliga o do humano bem como a indissociabilidade entre o social e o pedag gico Isso nos permite uma cr tica manifesta o da cultura oralista no sentido de verificar as racionalidades que egressam e dominam esta realidade social Pensar a quest o da interculturalidade e da cultura surda um obst culo um desafio que a Educa o necessita vencer Tal afirma o poss vel na medida em que surgem educadores e educandos que se aventuram em desafiar e retirar as viseiras da cultura oralista que limitam o seu campo de vis o e de atua o Constata se na fala da professora Paula B H her que o local da sala de aula nesta escola especial foi determinante para o seu aperfei oamento em LIBRAS e nos estudos da cultura surda Mas ent o neste um m s j deu para perceber que s na l ngua de sinais n o adianta n o conte do eles n o n o t m uma assimila o perfeita precisariam de outros materiais metodologias novas assim diferenciadas que eu n o conhecia Ent o a partir da que eu comecei a buscar estes um aperfei oamento nesta rea n
34. 219 Carneiro 2006 afirma que tais a es s o fundamentais pois trazem grandes implica es metodol gicas para a educa o ambiental j que ela transcende a a o fragmentadora dos saberes facilitando assim uma compreens o de ambiente como conjunto de inter rela es Esse reconhecimento do mundo a partir dos princ pios fundamentais da vida princ pios de responsabilidade socioambiental e da cultura nessa perspectiva apreender o ambiente como potencial ecol gico da natureza em simbiose com as din micas culturais que mobilizam a constru o social da hist ria representa um foco no qual os problemas socioambientais tornam se mais intelig veis Cada turma visitada recebeu a aten o conforme a sua respectiva faixa et ria Ao realizar a visita o na turma de Educa o Infantil nota se a ansiedade troca de informa es e descontra o do grupo Eles se comunicam brincam afinal s o adolescentes como todos os demais jovens que se encontram na mesma faixa et ria A sala de aula da educa o infantil como j descrito no in cio deste trabalho ampla arejada e conta com v rios recursos did tico l dicos Os alunos est o 3 Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo da atua o dos multiplicadores ambientais em uma turma da Educa o Infantil 108 dispersos cada qual brincando com objetos diferentes ou assistindo a desenho na televis o A professora da tur
35. 3 1 CONSIDERA ES TE RICAS SOBRE O PROCESSO METODOLOGICO ADOTADO avg a id T AT 56 3 2 CARACTERIZA O DO CONTEXTO DA INSTITUI O E DOS PARTICIPANTES DO PROCESSO INVESTIGATIVO ii 63 3 3 SOBRE A PRODU O DE DADOS asian pres DR user LE da ra 65 3 4 SOBRE OS PROCEDIMENTOS DE AN LISE DOS DADOS PRODUZIDOS 68 4 A INTERCULTURALIDADE A CULTURA SURDA E A EDUCA O AMBIENTAL UNIDADES INTEGRADAS DE SIGNIFICADO 71 4 1 INTERCULTURALIDADE E CULTURA SURDA DIALOGO DE CONTINGENCIA cenu Seia veii ee danada 71 4 2 EDUCADORES PEREGRINOS atras add AS 81 4 3 EDUCA O AMBIENTAL E OS SURDOS PR TICAS E ALTERNATIVAS FEDAGOQICAS a SE RAR a a 95 4 3 1 Por Entre os N s da Educa o Ambiental Uma An lise Cr tica do Papel do Professor de Ci ncias sssuunesennnnnennnnnnennnnnnnnnnnnnnnnnnnnn nnmnnn nnmnnn 112 4 3 1 1 A Rela o Homem Natureza arenas 113 A 3120 Princ pio EQUCANVO qn asas GRASS AN ANAU RR RUE RAN 116 4 3 1 3 Finalizando a Reflex o 2x paai asi dida RARA RIR ADA IADE AURA ennenen nnen nennen ennnen 118 EDUCA O X HUMANIZA O DESCOBRINDO SENTIDOS 123 REFERENCIAS a a 132 ANEXOS isins essani aaen anaana ara sarada oia caes pila 141 Anexo A Transcri o da Entrevista de Paula Boos H her em 14 de setembro de 2000 iara serie ari edson as Ren nan id 142 Anexo B Transcri o da Entrevista de Paula Boos H her em
36. 438 439 440 441 442 443 444 445 167 A De Novo Hamburgo e mais 9 munic pios s o da regi o Temos Montenegro S o Leopoldo Est ncia Velha Port o S o Jos do Hort ncio Picada Caf ahm ta faltando algu m Novo Hamburgo mesmo tem mais ahm mais acho que duas ou tr s cidades Ivoti e ahm Lindolfo Collor S o as cidades que a gente tem no momento alunos frequentando a escola M Hahum e estes alunos na sua grande maioria ou n o sei na sua totalidade s o filhos de pais ouvintes ou filhos de pais surdos A Sim a maioria dos surdos em geral vem de fam lias ouvintes n e por algum problema normalmente relacionado com alguma doen a algum v rus alguma coisa que a m e adquiriu ou durante a gesta o ou com o beb ap s febre meningite tamb m bastante comum acaba ocasionando a surdez Alunos que nascem surdos por quest es gen ticas assim que n o tenha rela o com uma doen a que tenha pego algo assim n s n o at acho que n s n o temos registro aqui na escola Este ano o primeiro ano dos 21 anos da escola que n s temos um aluno surdo filho de pai e m e surdos Que um menino da pr escola que o pai foi alfabetizado pela professora que hoje atende este aluno M Que legal A Que inclusive ganhou uma premia o agora dia 20 de outubro Foi uma das 100 escolhidas de 900 pessoas para ser professora em ri
37. 545 169 A Minha responsabilidade terminou ao final da oitava s rie mas essa frase para mim n o colou E isso foi foi mexendo foi mexendo foi mexendo e ahn de alguma maneira eu comecei a buscar parcerias e ver possibilidades O que d para fazer a n vel de Novo Hamburgo Amplia o da escola para o ensino m dio E poss vel mas demanda um incentivo financeiro bomb stico por que Area coberta para pr tica desportiva E biblioteca com grande n mero muito maior do que n s temos de volumes E laborat rio de biologia f sica qu mica S o espa os que a escola n o tem n Ahn Tem que haver uma inje o de recursos bastante forte bastante grande Ok N o temos isso para agora ent o podemos pensar isso com calma para mais frente Ent o O que que a gente tem para agora Ai comecei a ver l em Torres na escola em que eu trabalhava A escola de Os rio que tamb m tem esse mesmo perfil regular atendendo alunos surdos em classes espec ficas que tamb m fez um movimento de inser o de alunos surdos no ensino m dio Ai comecei a buscar Como que voc s fizeram Como que foi Como eu foi Ent o agora para 2010 estamos articulando com o 25 de Julho a abertura de uma turma de surdos dentro do ensino regular deles Ent o vai ter uma classe de surdos para atender alunos que j se formaram e que n o est o estudando e esses que est o se formando agora Ent o atendem se esses alunos numa classe
38. ADOS 15 42 2001 Dispon vel em lt ttp www smec salvador ba gov br site documentos espaco virtual espaco praxispedagogicas ARTIGOS 20E 20TEXTOS a 20carta 20de 20paulo 20freire 20aos 20professores pdf gt Acesso em 05 jan 2010 Pedagogia do Oprimido 12 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 A o cultural para a liberdade Rio de Janeiro Paz e Terra 1977 GADAMER H G Verdade e m todo Rio de Janeiro Vozes 2002 GADOTTI M Perspectivas Atuais da Educa o Porto Alegre Artmed 2000 GEERTZ C A interpreta o das culturas Rio de Janeiro LTC 1989 GONZ LEZ REY F L La categoria sentido y su significaci n en la construcci n del pensamiento psicol gico 2001 In SPAZZIANI M L GON ALVES M F C Constru o do conhecimento Encontros e Caminhos Forma o de educadores Ambientais e coletivo educador Bras lia p 105 114 2005 GUATTARI F As Tr s Ecologias Trad Maria Cristina F Bittencourt Campinas SP Papirus 1990 Dispon vel em lt http Awww scribd com doc 7347013 Guattari As Tres Ecologias gt Acesso em 12 abr 2010 GUIMAR ES M Educa o Ambiental Cr tica In LAYRARGUES P P org Identidades da educa o ambiental brasileira Bras lia MMA PP 24 34 2004 Dimens o Ambiental na Educa o Campinas Papirus 2005 HALL S A identidade cultural na p s modernidade Rio de Janeiro DP amp A 2001 The work of Representation In HALL S Org Representati
39. Ambiental A configura o desta pesquisa opta como referenciais te ricos pela vertente sociohist rica e pela Interculturalidade tendo como perspectiva de investiga o a pesquisa de corte qualitativo que utiliza dados de tipo biogr fico e narrativo E utilizada como recurso metodol gico de produ o de dados a observa o em sala de aula na realiza o de um projeto de multiplicadores ambientais na rea de Educa o Ambiental realizada na escola supracitada o registro atrav s de filmagem de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos e sua professora ouvinte a grava o de udio de entrevistas semi estruturadas de car ter narrativo e biogr fico realizada junto professora que atua na escola especial e coordena o grupo de multiplicadores ambientais e a diretora da referida escola A an lise dos dados coletados em pesquisa de campo organizada em tr s Unidades Integradas de Significado conforme proposto por Bol var Boti 2002 As informa es obtidas s o transcritas e analisadas buscando um enfoque hermen utico que permite conjuntamente dar significado e compreender as dimens es cognitivas afetivas e de a o em rela o tem tica de estudo A tese utiliza hipertextos a fim de introduzir v deos nos cap tulos onde s o analisadas sequ ncias vinculadas aos aspectos da L ngua Brasileira de Sinais LIBRAS ou ao cotidiano dos alunos surdos e sua professora Os resultados obtidos revelam que a repre
40. Anexo A linhas 41 a 45 Nessa linha de racioc nio uma quest o que se trona relevante para o ensino de l nguas no caso do aluno surdo a Libras e o Portugu s o modo como o professor concebe a linguagem e a l ngua pois a maneira como se vislumbra a 76 natureza fundamental da l ngua modifica em muito o como se alicer a o trabalho com a l ngua em termos de ensino A diretora Ana Paula Jung corrobora tais percep es quando relata Dentro do contexto de educa o onde o professor n o est preparado para crian as surdas n o sabe a l ngua de sinais onde o ambiente lingu stico n o da l ngua de sinais mas sim da l ngua oral que n o a l ngua do surdo onde vai ter quem que vai saber a l ngua de sinais o int rprete quem vai ser o referencial de educa o Quem que vai ser o modelo n que o papel que o professor faz Anexo C linhas 165 a 170 Segundo os te ricos e os legisladores a linguagem concebida como um instrumento de comunica o ou ainda como meio objetivo para a comunica o Nessa concep o a l ngua vislumbrada como um c digo ou seja como um aglomerado de signos que se juntam segundo regras e que capaz de transmitir uma mensagem informa es de um emissor a um receptor Esse c digo deve pois ser dominado pelos surdos para que a comunica o possa ser efetivada Como o uso do c digo a l ngua um ato social congregando pelo menos dois sujeitos
41. DA INSTITUI O E DOS PARTICIPANTES DO PROCESSO INVESTIGATIVO No que se refere ao contexto em que a pesquisa realizada cabe adiantar que no Rio Grande do Sul na regi o metropolitana de Porto Alegre somente os munic pios de Porto Alegre Canoas Esteio e Novo Hamburgo e no interior as cidades de Caxias do Sul e Santa Maria contam com alguma escola municipal ou estadual que oferece educa o especial para surdos SURDOSINFO 2010 Dessa forma a escolha do munic pio de Novo Hamburgo como campo de investiga o no que diz respeito educa o dos surdos deve se ao fato de possuir uma escola estadual especial para surdos Escola Estadual Especial Keli Meise Machado que atende alunos com surdez total ou parcial Atuam nessa escola professores ouvintes e professores surdos Como uma das propostas de trabalho os alunos desenvolvem projetos sendo um deles de cunho ambiental Multiplicadores Ambientais sob a coordena o da professora da rea de ci ncias Paula Boos H her A institui o que palco das investiga es realizadas est localizada na Rua Jos Treinz Filho 134 em Novo Hamburgo e a nica em cerca de 70 munic pios que integram a 2 Coordenadoria Regional de Ensino CRE 02 S o Leopoldo RS que mant m ensino especializado para surdos 64 A escola conta com um pr dio com salas de aula secretaria e dire o sala dos professores refeit rio e ampla rea verde em seu entorno figura 1
42. Environmental Education in the context of Deaf Culture through the analysis of case study conducted at a state school for the deaf located in the metropolitan area of Porto Alegre RS To do so reflects on the process of education of deaf students in the context of the special school in the town of Novo Hamburgo through an analysis of the life story of two teachers and the actions performed by deaf students environmental team linked to interculturality Deaf Culture and Environmental Education The configuration of this research chooses as theoretical social historical the slope and Interculturalism with the research perspective of a qualitative research that uses data type and biographical narrative It is used as a methodological resource production data observation in the classroom in the realization of a project environmental team in the area of Environmental Education held at the school mentioned above the record by shooting a few activities for deaf students and their teacher listener the audio recording of semi structured interviews biographical narrative and character held by the teacher who works in the special school group and coordinates the environmental team and the director of that school The analysis of data collected in field research is organized into three integrated units of meaning as proposed by Bol var Boti 2002 The information obtained is transcribed and analyzed looking for a hermeneutical approach that allows
43. Fui informado a pelo a pesquisador MARCUS H BNER dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada eselareci minhas d vidas e recebi uma c pia deste termo de consentimento livre e esclarecido Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isso leve a qualquer penalidade Autorizo M N o autorizo a publica o de eventuais fotografias que o a pesquisador a necessitar obter de mim de ininha fam lia do meu recinto ou local para o uso especifico em sua disserta o ou tese Local e data R e 03 OD IZOM r Nome A MAAN Assinatura do sujeito ou respons vel Assinatura do a pesquisador a 177 Ana Paula Jung e Edo SERVI O P BLICO FEDERAL ps MINIST RIO DA EDUCA O UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O AMBIENTAL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Voc est sendo convidado a para participar como volunt rio a em uma pesquisa Ap s ser esclarecido a sobre as informa es a seguir no caso de aceitar fazer parte do estudo assine ao final deste documento que ser em duas vias Uma delas sua e a outra do pesquisador respons vel INFORMA ES SOBRE A PESQUISA T tulo do Projeto A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Pesquisador Respons vel Marcus H bner Telefone para contato do pesquisador a 51 352
44. Hacia una educaci n intercultural Dispon vel em lt http Avww aulaintercultural org IMG paf Pilar Arnaiz S nchez pdf gt Acesso em 15 fev 2011 SANTOS C S Ensino de Ci ncias Abordagem hist rico cr tica Campinas Armaz m do Ip autores associados 2005 SAUV L Uma cartografia das correntes de educa o ambiental In SATO M amp CARVALHO C Educa o Ambiental pesquisa e desafios Porto Alegre Artmed 2005 p 17 44 SEMERARO G Filosofia da pr xis e neo pragmatismo Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro v 29 p 28 39 2005 SIDEKUM A Multiculturalismo desafios para a educa o na Am rica Latina Dispon vel em lt http www uca edu sv facultad chn c1 170 sidekum pdf gt Acesso em mar 2010 SILVA T T Identidade e Diferen a a perspectiva dos Estudos Culturais Petr polis Rio de Janeiro Vozes 2000 SILVEIRA R M H A entrevista na pesquisa em educa o uma arena de significados In COSTA M V Org Caminhos Investigativos Il outros modos de pensar e fazer pesquisa em educa o Rio de Janeiro DP amp A 2002 SKLIAR C Educa o x exclus o abordagens s cio antropog nicas em educa o especial 5 ed Porto Alegre Media o 2006 surdez um olhar sobre as diferen as 3 ed Porto Alegre Media o 2005 La educaci n de los sordos uma reconstrucci n hist tica cognitiva y pedag gica Mendoza Ediunc 1997 QUADROS R M de Inver
45. a gente ta aqui em 2009 em 3 anos praticamente que eu eu tive a experi ncia da forma o na rea da surdez e parece que eu nasci para fazendo isso n Ent o uma coisa assim muito incr vel e que agora olhando para tr s eu vejo que aquela op o do magist rio l s para facilitar as coisas no fundo tinha sim um perfil de educador mas que ainda n o tinha se encontrado E no momento que eu entrei em contato com a educa o de surdos tive a grata oportunidade de come ar com uma turma a minha primeira turma foi uma turma de 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 161 EJA multiseriada Desde surdos de 40 e poucos anos que n o sabiam um sinal at surdos jovens com 20 e poucos ahm extremamente fluentes e que moravam em Porto Alegre envolvidos nas causas em fim nas lutas e nas quest es da comunidade surda Ent o foi assim um per odo de grande aprendizado ahm eu sempre fui muito curiosa na l ngua de sinais assim eu quero saber eu vou atr s eu busco ahm e me encontrei realmente me achei Ent o naquele ano de 2006 da metade do ano no segundo semestre eu trabalhei com surdos ahm nesta turma de EJA multiseriada com 7 alunos ahm e no final de 2006 eu vim a me separar do meu marido e de
46. alunos Foram momentos m gicos especiais nos quais a intera o n o diferenciava a cultura surda da ouvinte Isso favorecia n o apenas a aprendizagem daqueles sujeitos que estavam inclusos na cultura ouvinte mas tamb m tinha encontrado um caminho de chegar a todos entre eles aos alunos surdos Um caminho alicer ado na ecologia do verde que at ent o e anterior ao processo de realiza o do doutorado considerava como Educa o Ambiental Desta forma percebo neste relato semelhan as com as atividades e processos de forma o da professora ouvinte que atua como professora de ci ncias na escola especial de surdos Neste sentido identifica se nos trabalhos realizados e analisados neste estudo a educa o ambiental como uma express o ou um sin nimo de uma cidadania emancipadora subjetiva que entretanto em face do processo de forma o dos profissionais da rea da biologia passa a ser interpretada e ou considerada como uma express o um reflexo dos aportes te ricos relacionados com a vertente da chamada ecologia do verde Por essa raz o a necessidade de reflex o e discuss o para amplia o da compreens o do que seja Educa o Ambiental faz com que passemos a olhar para algumas a es realizadas e seus respectivos processos culturais que possibilitam ampliar e aprofundar o conceito de Educa o Ambiental equiparando a ecologia do verde ao 28 processo intr nseco n
47. as futuras a es eu penso assim que n o d para perder tem que agarrar com unhas e dentes M Por que tu dizes que n o est bem clara esta quest o A N o ta contemplada n o tem n o est explicito como que vai se dar a quest o ling stica do surdo Por que ahm eu fato n o tem o surdo chega na escola sem l ngua Ent o onde vai ser o ambiente ling stico para ele interagir e adquirir essa l ngua materna Na escola regular Onde ningu m fala a l ngua de sinais Onde ele vai ter de repente um colega surdo e olha l Onde vai ter o int rprete que vai fazer a a media o entre professor e aluno E a a gente fica pensando em educa o infantil e educa o das s ries iniciais quem que vai ser a refer ncia da educa o desta crian a vai ser o int rprete ou vai ser o professor Para quem vai ficar essa por que o papel do int rprete est bem claro e definido ele simplesmente transmite de uma l ngua para a outra Esta a fun o do tradutor int rprete Seja da l ngua de sinais para a l ngua oral ou vice versa Dentro do contexto de educa o onde o professor n o est preparado para crian as surdas n o sabe a l ngua de sinais onde o ambiente ling stico n o da l ngua de sinais mas sim da l ngua oral que n o a l ngua do surdo onde vai ter quem que vai saber a l ngua de sinais o int rprete quem vai ser o referencial de educa o Q
48. ci ncia a tecnologia e o capitalismo n o s o formas naturais ahist ricas de desenvolvimento social mas formas concretas hist ricas e por isso com possibilidades de supera o pelas a es humanas Os educadores ambientais t m o papel de mediar a intera o dos sujeitos com seu meio natural e social para exercer esse papel conhecimentos vivos e concretos tornam se instrumentos educativos A educa o sistematizada tem papel sociocultural relevante e indissoci vel s pr ticas sociais Esta sistematiza o por m n o obedece l gica formal e ou racional mas sistematiza o de 117 conhecimentos valores e atitudes de conte dos culturais ambientais sociais e pol ticos que contribuam para a constru o n o s de uma rela o mais equilibrada entre o homem e a natureza mas tamb m de uma rela o equilibrada entre os homens Assim os conhecimentos t cnico cient ficos sobre os processos ambientais s t m sentido como conte dos educativos da educa o ambiental se ligados de forma indissoci vel aos significados humanos e sociais desses processos Os valores e atitudes s t m sentido se essa ess ncia tiver a dimens o hist rica isto se for pensada no movimento hist rico intencional do permanente vir a ser dos sujeitos articulando os interesses coletivos e individuais Nesse sentido o processo de humaniza o do indiv duo preocupa o central da educa o um processo de apropria o da pr
49. como int rprete de l ngua de sinais em situa es bastante complexas assim Trabalhei na UFRGS no ano passado no Mestrado como int rprete Ent o assim assuntos bem te ricos profundos e cada vez mais percebendo mais a confian a destes surdos adultos no meu trabalho Ent o eu tenho as duas duas experi ncias neste momento na rea da surdez que est o vindo est o acontecendo Uma dentro da escola enquanto gestora e me sinto assim bem tranquila para dizer extremamente participativa com os alunos Ahm tanto interpretando nos momentos de troca onde necess rio o int rprete quanto participando das a es da escola n N o me sinto uma diretora administrativa ali Anexo C linhas 87 a 98 E Ana Paula continuou Inclusive deixo de desejar nas burocracias onde necess rio que eu me trancasse por meu envolvimento muito grande com os alunos na escola E fora da escola o envolvimento tamb m muito grande com a comunidade surda em geral Participando na sociedade de surdos em Porto Alegre vindo para interpretar para os colegas que vem para trabalhar aqui na escola sendo chamada para trabalhar contratada para trabalhar para institui es para atender professores surdos linhas 102 a 106 Percebe se nas duas falas acima a preocupa o do educador estar inserido na cultura surda de corpo e alma at porque trata se de uma educadora ouvinte trabalhando com surdos Nesse sentido o relato de Ana
50. criticality constant is characteristic intrinsic to the process of reflection of Environmental Education Keywords Intercultural Studies Deaf Culture Narratives Environmental Education SUM RIO 1 DI LOGO FECUNDO OS PONTOS DE PARTIDA DO ESTUDO 15 1 1 SITUANDO A PROBLEM TICA CENTRAL DO TRABALHO pecai eeii 15 1 2 HIST RIA DE VIDA DO AUTOR E SUA IMPLICA O NESTA PESQUISA 19 1 2 1 A Hist ria de Vida do Autor saca sascisiasas apo deasdo np ani cin sa Alianca gagacas ndo nnmnnn nna 20 1 2 2 A Forma o do Autor e sua Rela o com a Ecologia do Verde 24 1 2 3 O Of cio de Educador e o Contato com o Surdo ss 28 1 2 4 O Interc mbio Cultural de Alunos Surdos que Nunca Ocorreu 29 1 3 DEFINI O DO PROBLEMA E DOS OBJETIVOS DA PESQUISA 31 1 3 1 Objetivo Geral da Pesquisa qi sasinisnaaaimsasasdciasosiiiasaiiida saido doi saia aihasa nadas nada 32 1 3 2 Objetivos Especificos asas anirenaanicen tania ida Gana ias 33 2 A CULTURA SURDA NO CONTEXTO DA INTERCULTURALIDADE 34 2 1 A INTERCULTURALIDADE E A CULTURA SURDA ni 34 2 2 ALTERIDADE E INTERCULTURALIDADE isa cess misanicase tetas atari dera 37 2 3 FORMA O DO PROFESSOR PARA A EDUCA O DE SURDOS 42 2 4 A EDUCA O AMBIENTAL COMO NOVO PARADIGMA AMBIENTALISTA 46 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS A A A Ecscidae aa 56
51. de surdos num primeiro momento amplia se a carga hor ria de profissionais daqui para l Para n o chegar completamente cru e largar para professores que n o tem nenhuma experi ncia com a surdez Concomitante a isso n s temos uma aluna surda que inscrita vai fazer s bado agora a prova para o magist rio no 25 de Julho Ent o uma quest o bem pontual Vai precisar de um int rprete Porque n o uma turma espec fica de magist rio E uma surda dentro de uma turma Adequa es OK Ent o assim estamos num momento de caminhada Segunda feira passada eu estive com a dire o da escola setor administrativo para ver quest es de recursos adapta es financeiras e setor pedag gico E a colocamos v rias quest es eles questionaram muito tamb m estavam com muitas d vidas mas est o com os cora es extremamente abertos enlouquecidos para come ar com isso Ent o foi o espa o a gente procurou por esse espa o em um ano porque no primeiro ano realmente n o deu No segundo ano que eu estou na escola que foi o ano passado a gente come ou a busca e s agora a gente est conseguindo encontrar um espa o porque eu n o tenho como impor isso vai precisar haver uma aceita o do lado de l Ent o neste primeiro momento a possibilidade que a gente est vislumbrando para 2010 Mas eu acredito fortemente e ai tamb m pautado nestas quest es que est o sendo discutidas a n vel de confer ncias de educa o ahm n
52. decorrer desta investiga o Para compreender melhor o universo da cultura surda e situa es problema decorrentes da mesma houve consultas em v deos dispon veis na rede mundial de informa es internet tais como entrevistas document rios sobre a acessibilidade dentre outros que pudessem ilustrar a problem tica de acessibilidade dos surdos 66 Esta pesquisa foi realizada por meio de um estudo de caso de inspira o etnogr fica durante um per odo de seis meses numa escola de ensino fundamental da rede p blica do estado do Rio Grande do Sul que funciona no hor rio diurno e contava com a presen a de uma professora de ci ncias para cada uma das turmas e que coordena o projeto Multiplicadores Ambientais perfazendo um total de 12 alunos as participantes do mesmo Foram utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa a observa o participante desenvolvida nas salas de aula mas tamb m em outros espa os tais como o barco Martim Pescador Al m de entrevistas semi estruturadas individuais realizadas com duas professoras As entrevistas com as professoras foram gravadas em software de udio e transcritas posteriormente As atividades com os alunos as surdos as registradas em v deo foram realizadas com permiss o dos termos de autoriza o para a utiliza o de voz nome som e imagem e de livre consentimento assinado pela ent o diretora da escola especial anexos D e E Considerando com base em Arro
53. dos multiplicadores ambientais Tais processos evidenciam a apropria o de saberes e o modo de a o de cada um dos alunos envolvidos com o projeto O trabalho realizado est impregnado de intencionalidade pois visa forma o humana por meio de conte dos contextualizados e habilidades de pensamento e a o que implicaram em escolhas valores e compromissos ticos Isso significa que a professora introduziu objetivos de natureza conceitual procedimental e valorativa em rela o tem tica proposta pelo projeto Demonstra a transforma o do saber em conte do formativo selecionado e organizado conforme crit rios l gicos e psicol gicos em fun o das caracter sticas dos alunos desta turma especial ao aluno ouvinte Percebe se a utiliza o de m todos e procedimentos de ensino espec ficos como o bilinguismo inseridos em uma estrutura organizacional desta escola especial na qual h a participa o de decis es e a es coletivas Por m tamb m preciso levar em conta que os conte dos do projeto s o resultados de um processo de constru o destes conhecimentos Por isso a riqueza do projeto revela que os multiplicadores compreenderem que estes conhecimentos s o resultantes de um processo de investiga o humana Assim a professora Paula demonstra trabalhar o conhecimento no processo formativo de seus alunos o que significa atuar como mediadora entre os significados do saberes e os contextos nos quai
54. e de autocr tica valorizando a intera o e a comunica o rec procas entre diferentes sujeitos e grupos sociais A interculturalidade orienta processos que t m por base o reconhecimento do direito diferen a e a luta contra todas as formas de discrimina o e desigualdade social N o ignora as rela es de poder presentes nas rela es sociais e interpessoais Al m dessas caracter sticas Candau 2005 p 33 35 nos aponta os seguintes desafios da educa o intercultural e Desenvolver estrat gias para reconhecer o car ter discriminador e desigual da sociedade brasileira e Questionar o car ter monocultural e etnoc ntrico das pol ticas educativas e Articular a igualdade e diferen a por meio do reconhecimento e da valoriza o da diversidade cultural e do direito de acesso educa o para todos as e Resgatar processos de constru o das identidades culturais entendendo cultura e identidade nos seus aspectos din micos plurais e hist ricos e Promover processos de empoderamento de grupos sociais minorit rios favorecendo sua organiza o e participa o ativa na sociedade civil Nesse sentido ao propor uma nova maneira de pensar e dialogar com as rela es sociais e de aprendizagem em oposi o s tradicionais formas homogeneizantes e defender o respeito entre os diferentes grupos identit rios SOUSA FLEURI apud FLEURI 2003 a educa o intercultural apresenta se como uma possibilidade de mudan
55. em 12 fev 2010 KLEIN M Tecnologias de Governamento na forma o profissional dos surdos Tese Doutorado Universidade Federal do rio Grande do Sul Faculdade de educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Porto Alegre 2008 Dispon vel em http www lume ufrgs br handle 10183 3696 Acesso em 24 mar 2010 Os discursos sobre surdez trabalho e educa o e forma o do surdo trabalhador In SKLIAR C Org A Surdez um olhar sobre as diferen as 3 ed Porto Alegre Media o 2005 LARROSA J Pedagogia profana Dan as piruetas e mascaradas Porto Alegre Contrabando 1998 LAYRARGUES P P Re Conhecendo a educa o ambiental brasileira In LAYRARGUES P P o a Identidades da educa o ambiental brasileira Bras lia MMA 2004 p 7 10 LISPECTOR C Eu sei muito pouco In PENSADOR INFO Dispon vel em http pensador uol com br frase Nzg30T Ax Acesso em 05 jan 2010 LOPES M C VEIGA NETO A Marcadores culturais surdos quando eles se constituem no espa o escolar Perspectiva Florian polis v 24 n especial p 81 100 jul dez 2006 LORINZETTI M L A inclus o do aluno surdo no ensino regular a voz das professoras REVISTA ESPA O n 18 19 DEZEMBRO 2002 JULHO 20083 3 Atualidades em educa o Dispon vel em lt http www ines gov br paginas revista espaco 18 espaco18 htm gt Acesso em 24 abr 2010 LOUREIRO I Herbert Marcuse anticapitalismo e emancipa
56. emancipat ria demanda uma capacita o permanente do quadro de professores como por exemplo por meio da aquisi o de referenciais te ricos e experienciais como o ocorrido com a professora Paula Sem essas provid ncias quase imposs vel praticar uma educa o ambiental de qualidade ficando ela t o somente no campo da intencionalidade Da mesma forma a estrutura da escola e a a o dos integrantes do espa o escolar contribuem significativamente na constru o das condi es imprescind veis desejada forma o do educando ecol gico que possui n o apenas uma compreens o pol tica e t cnica da crise socioambiental mas tamb m um comportamento mais atuante e participativo como cidad o CARVALHO 2004 O registro da visita o de todos os alunos ao Rio dos Sinos atrav s do projeto Martim Pescador em S o Leopoldo RS confirma o envolvimento da escola com o projeto ambiental O apoio dos demais professores e da dire o para providenciar o transporte a loca o do barco e o rompimento com a din mica do cotidiano representam apenas algumas dessas implica es A visita o in loco permitiu a compreens o da import ncia da preserva o dos recursos h dricos e o impacto da polui o sobre eles A interlocu o dos mediadores do projeto Martim Pescador sua preocupa o com a LIBRAS e a responsabilidade socioambiental puderam ser claramente observados nos registros filmados Esses registros mostram a preocupa o de
57. ensino e da aprendizagem caracterizado pela combina o e planejamento de atividades que foram al m das fronteiras disciplinares Tal metodologia possibilitava a constru o e ou confec o de material concreto essencial no aux lio das atividades que desenvolvia Essa modalidade de trabalho levava a estabelecer rela es entre o cotidiano e o conhecimento cient fico Ao concluir a forma o superior retorno em 1992 para Novo Hamburgo RS Entretanto como ocorre com muitos estudantes rec m formados n o consigo 26 emprego Passo a lecionar aulas particulares em F sica Qu mica e Biologia Por m tais atividades espor dicas n o constituem sustento suficiente e assim passo a trabalhar em uma emissora de radio difus o realizando atividades administrativas e de secretariado por apresentar facilidade e rapidez no campo da inform tica que come ara a se projetar Mas o desejo por atuar no ensino ou em uma atividade relacionada ao campo da Biologia ou da Ecologia me leva a enviar o curr culo a outras empresas Em maio de 1993 uma empresa de S o Paulo que mant m uma atividade de ecoturismo no Pantanal Sul Matogrossense realiza contato e assim em julho daquele ano come o a trabalhar no interior de Miranda MS mais precisamente em uma pousada com 53 mil hectares denominada de Caiman nome cient fico do jacar do pantanal Caiman yacare Atuando como caimaner denomina o dos guias de turismo bil ngues nesta p
58. entende se que os termos do uso de voz nome som e imagem em anexo suprem os requisitos legais para utiliza o das mesmas neste estudo A fase da an lise revelou que os sentimentos e express es que circulam no campo da cultura surda atrav s dos quais se d o as rela es s o formas simb licas constru es complexas que apresentam uma estrutura articulada atrav s das falas imagens gravadas das a es e pr ticas realizadas A an lise da narrativa apontada por Jovchelovitch e Bauer 2002 como uma forma de compreender a perspectiva do informante sobre os fatos e rela es que o rodeiam A narrativa compreende portanto duas dimens es a cronol gica que coloca em sequ ncia as viv ncias narradas e a n o cronol gica cujo fim 60 arranjar em um sentido coerente ou enredo os fatos ou experi ncias narradas O sentido n o est ao final da narrativa mas se constitui durante a hist ria em sua totalidade que fluir no tempo conforme a cad ncia dos acontecimentos Pessoas comunidades e grupos sociais contam hist rias com palavras e tamb m com express es n o verbais podendo se supor que suas narrativas exponham sua vis o de mundo e sua experi ncia o que corrobora com a tem tica proposta pela presente tese Uma imagem pode falar mais do que mil palavras diz o ditado A an lise semi tica pode revelar importante nuances das percep es e hist rias de vidas dos indiv duos surdos por exemplo Confo
59. estruturada cuja perspectiva est tica da rela o homemy natureza implica o dom nio absoluto daquele que tem o poder sobre os conhecimentos o ser humano Esta concep o de rela o homem natureza racional e dominadora tem consequ ncias para a forma o dos educadores ambientais A educa o de pr tica social constru da e construtora da humanidade fica reduzida fun o de por um lado transmitir os conhecimentos t cnico cient ficos que definem as rela es 115 homem natureza e homem homem e por outro de desenvolver formas eficientes de garantir essa transmiss o GUIMAR ES 2004 A representa o da educa o como racional indica a educa o em particular em sua dimens o ambiental como a prepara o no sentido de adapta o intelectual dos indiv duos para viverem em sociedade de forma a garantir que os recursos naturais n o se esgotem Constatada a crise da utiliza o dos recursos naturais pelo desenvolvimento dos conhecimentos ambientais conquistado pelas ci ncias da natureza a l gica que emerge do pr prio desenvolvimento a utiliza o racional desses recursos Ent o a educa o ambiental tem como fun o adaptar os indiv duos sociedade e esses s condi es limitadas do ambiente natural Essa adapta o se faz a partir da prepara o intelectual transmiss o aquisi o de conhecimentos cient ficos acerca do ambiente Aos educadores ambientais cabe segundo esta concep o a f
60. fragmentos principalmente aqueles que se relacionam com a pr tica de educa o bil ngue dos alunos surdos de intera es relevantes sobretudo quando se pretendeu compreender uma din mica interativa complexa como foi a que caracterizou as rela es da linguagem gesto visual no interior do trabalho pedag gico e que n o se tornaram evidentes primeira vista A transcri o dos epis dios permite pois perceber ocorr ncias importantes para o desenvolvimento do estudo A an lise do corpus dos dados emp ricos implicou inicialmente em um estudo pr vio de como deveria ser realizada A partir de repetidas leituras do 70 material di rio de campo atividades feitas pelos alunos em classe leituras e v deos procura se nas linhas e entrelinhas os aspectos mais significativas dos momentos focalizados com a finalidade de compreender alguns determinantes do fen meno investigado Nesse sentido para a configura o desta pesquisa se d a op o por uma an lise luz dos princ pios que norteiam as Unidades Integradas de Significado Estas por sua vez foram escolhidas ap s a leitura an lise e reflex o das narrativas realizadas N o somente a partir dos dados verbais que puderam ser transcritos mas tamb m por utilizar filmagens Tal procedimento permitiu a visualiza o e destaque dos pontos de maior relev ncia e pertinentes a presente tem tica Desta forma a Interculturalidade e Cultura Surda Di logo de Co
61. in meras oportunidades e por terem permitido a realiza o das entrevistas flexibiliza o nos hor rios e semin rios de qualifica o e aperfei oamento A atua o na Vice Dire o e como Professor de Ci ncias em Dois Irm os bem como a Coordena o do Curso de Gradua o em Ci ncias Biol gicas Bacharelado e a atua o na disciplina de Did tica de Ci ncias do Curso Normal CEP da IENH al m dos respectivos conselhos de classe constitu ram ambientes ricos nos quais pude buscar inspira o e orienta o Meu muito obrigado Aos Professores da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado em especial s professoras Ana Paula Jung Coordenadora Pedag gica e Paula Boos H her Ci ncias pelo acolhimento amizade e di logo O meu muito obrigado pela compreens o dos objetivos deste estudo e competente participa o nas entrevistas e observa es realizadas Aos surdos que participaram com muita disposi o e que continuam me ajudando com seus saberes e experi ncias a construir no dia a dia um entendimento acerca da cultura surda Aos Diretores do Instituto Educacional do Rio Grande do Sul IERGS Saul e Silvana Hoegen al m dos colegas professores funcion rios e do IERGS e do Centro Universit rio Leonardo da Vinci UNIASSELVI pela amizade coleguismo incentivo e profissionalismo Tenho certeza de que esta tese contribuiu e muito para o exerc cio do meu cargo de Coordenador dos Cursos de P s Gradua o
62. lembrar que trata se de uma escola especial para surdos e portanto a comunica o ocorre em LIBRAS e que os alunos ficam focados nos materiais elaborados neste caso nos cartazes e lixeiras A primeira apresenta o diz respeito separa o do lixo Tanto a professora Paula quanto a aluna e toda a turma ficam concentrados e atentos explana o realizada A seguir uma dupla A Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo da atua o e comportamento dos multiplicadores ambientais na atividade proposta 101 apresenta as lixeiras para coleta seletiva existentes na escola Apesar de se tratar da turma que trabalhou a tem tica a dupla faz quest o em perguntar aos demais em qual lixeira deve ser depositado determinado res duo parabenizando a todos pelas escolhas corretas A atitude da dupla demonstra a seriedade com a qual o grupo realiza o ensaio A pr xima aluna alerta para o tempo de decomposi o de alguns materiais encontrados no lixo Em seguida abordada a tem tica referente ao vidro O aluno que apresenta este assunto inicialmente aparenta nervosismo e inseguran a Por m rapidamente se concentra e realiza a sua apresenta o recebendo aux lio e orienta es sutis de Paula A seguir observa se a apresenta o da professora Paula que aborda o assunto referente ao pl stico Sua explana o em LIBRAS demonstra a cumplicidade e envolvimento da educadora com o seu
63. logo e intera o com o aluno surdo e a sua hist ria cultural surda concretizando o processo na constru o da aprendizagem do e para o mesmo Nessa perspectiva diferentes grupos culturais produzem diferentes modos e instrumentos psicol gicos que caracterizam o pensamento do indiv duo de acordo com o grupo social onde est inserido em que o biol gico portanto torna se s cio hist rico Os estilos de a o o planejamento e a emergente resolu o de problemas v o se alternando ao longo de uma atividade Dessa forma o ambiente de aprendizagem passa a oferecer as possibilidades para que o sujeito em quest o 87 utilize se desta flexibilidade ao perceber diferentes alternativas para avan ar em rela o s suas estruturas cognitivas ao propor solu es para cada problema Pode se perceber esse movimento no discurso narrativo das educadoras entrevistadas na medida em que ele revela um car ter mediador na evolu o do fazer pedag gico A educa o com e para surdos envolve um pensar din mico no qual o tempo a velocidade e o movimento passam a ser os novos aliados no processo de aprendizagem permitindo a educadores e educandos desenvolveram de forma interativa o pensamento de forma l gica e cr tica a criatividade atrav s do despertar da curiosidade a capacidade de observa o o relacionamento com grupos de trabalho na elabora o de projetos o senso de responsabilidade e co participa o S o as novas percep
64. mergulhador 1984 estar realizando um tratamento para essa doen a meu pneumologista com certo receio autorizou a realiza o do curso Retornando a uma nova consulta o m dico liberou me para mergulhar vontade Apontou que nunca imaginou que o ar seco do cilindro pudesse fazer tanto bem Nunca mais parei Sempre menciono que n o sei qual foi a sensa o que Neil Armstrong sentiu em 1969 ao fixar a bandeira na lua mas imagino que deva ter sido uma sensa o semelhante a que tive ao mergulhar pela primeira vez no mar de Santa Catarina Cousteau e sua paix o pelo mergulho sua preocupa o com a preserva o de todas as formas de vida que habitam os diferentes ecossistemas aqu ticos significaram uma refer ncia para compreender aquelas sensa es e sentimentos de minha experi ncia como mergulhador Ao finalizar o ensino m dio em Novo Hamburgo em 1985 demonstro interesse pelo curso de Oceanologia em Rio Grande Por m como na poca a 25 profiss o de ocean logo n o era reconhecida no Brasil realizo o vestibular para Medicina Veterin ria em Santa Maria RS e para Ci ncias em Rio Grande Ap s ter sido aprovado em ambos necessito realizar a escolha por um deles fato que me leva a realizar o curso em Rio Grande por ainda considerar a possibilidade do curso pretendido ou da realiza o do curso de Ci ncias com habilita o em Biologia e quem sabe com nfase na Biologia Marinha Ao iniciar o Curso de Ci ncias Licenci
65. muito muito afeto Para maior percep o desse sentido devo contar que esta n o foi uma caminhada breve mas uma travessia que parecia sem fim principalmente pelas intercorr ncias pessoais de toda ordem que me atropelaram Esses percal os longe de obscurecerem o trajeto aumentaram lhe o brilho e ao inv s de me deterem impulsionaram me com mais for a Se o desafio era enorme as motiva es eram grandiosas somadas s espont neas generosidades que fizeram poss vel a transforma o de instant neos momentos de ang stia e sofrimento em uma estrada larga margeada de flores frutos e frondosas rvores Uma estrada toda verde repleta de novos olhares e percep es cujo nome perseveran a e cuja base a busca de saberes representada por um feixe de poss veis na dire o de aten o mais integral Interculturalidade Cultura Surda e Educa o Ambiental Talvez esta tese seja o resultado mais vis vel desse processo de constru o desconstru o e reestrutura o do pensamento principalmente para quem veio de uma forma o na rea das ci ncias exatas e peregrinou por rea das Ci ncias Humanas em meio a uma conjura o de afetos e amizades Dessa forma dando continuidade aos agradecimentos dedico algumas palavras queles que dela fazem parte direta ou indiretamente Aos Professores do Programa de P s Gradua o em Educa o Ambiental da FURG agrade o profundamente pelo inc
66. n Que tu estavas relatando aqui no final que o fato quando o professor tem dom nio do assunto ter dom nio da LIBRAS fundamental al m claro do v nculo afetivo P Sim n o com certeza o professor precisa dominar a l ngua dos sinais n Claro que a flu ncia de um surdo vai ser muito maior que do professor que n o que oralisa n que fala a maior parte do tempo nas suas outras atividades Mas a quest o da l ngua quando eu falo assim que um limitante n o que a LIBRAS n o seja abrangente o suficiente pro surdo ela Ele tem as suas ahm necessidades atendidas com a l ngua de sinais A quest o que eu vejo que alguns alunos n o tem totalmente apropriada essa l ngua M Uma falha na alfabetiza o P Na alfabetiza o e na aquisi o dessa l ngua tamb m n por que ele adquiriu com geralmente com os colegas de aqui da escola n o foi na fam lia e n o foi com outro surdo adulto que tem uma l ngua um vocabul rio muito maior E o outro problema que eu vejo a l ngua portuguesa A dificuldade deles ahm de aprenderem de aceitarem essa l ngua portuguesa que aqui na escola cobrada e ensinada em todas as disciplinas Eles l em eles precisam escrever Eles n o escrevem em l ngua de sinais Que existe n como tu n o se em escolas esta quest o ela est sendo difundida ou n o mas existe sinais escritos mas n s n
67. ngua Brasileira de Sinais Libras a forma de comunica o e express o em que o sistema ling stico de natureza visual motora com estrutura gramatical pr pria constituem um sistema ling stico de transmiss o de id ias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil grifo nosso Desta forma por entender que a express o facial e visual s o essenciais e intr nsecos desta l ngua n o foi utilizado nenhum recurso de resguardo de imagem dos jovens e adultos envolvidos no presente estudo Tamb m entendemos que o presente estudo n o fere os artigos 15 17 e 18 da Lei n 8 069 90 Estatuto da Crian a e do Adolescente que tratam expressamente do direito ao respeito e dignidade da crian a e do adolescente em face de sua peculiar condi o de pessoa humana em processo de desenvolvimento O artigo 17 supra referido define que o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade f sica ps quica e moral da crian a e do adolescente abrangendo a preserva o da imagem da identidade da autonomia dos valores id ias e cren as dos espa os e objetos pessoais e o artigo 18 disp e que dever de todos velar pela dignidade da crian a ou adolescente pondo os a salvo de qualquer tratamento desumano violento aterrorizante vexat rio ou constrangedor Portanto por considerar que nenhum dos participantes envolvidos nesta tese foi alvo de censura ou exposto a situa es de constrangimento
68. no individualismo ou de um indiv duo imerso na processual busca pela constru o da individualidade plena neste sentido que a escola especial apresenta vantagens para o indiv duo surdo e sua inser o e contato com a cultura surda Por m tamb m percebeu se que no projeto desenvolvido por Paula a falta de conhecimento e fundamenta o da Educa o Ambiental Cr tica faz com que este care a de a es debates reflex es do ser e estar surdo enquanto multiplicador ambiental Desta forma contribuir para a reflex o a cerca da Educa o Ambiental no contexto da Interculturalidade e da Cultura Surda foi o objetivo central desta Tese Esse intuito revela a ades o a duas adjetiva es entendidas como necess rias educa o a da interculturalidade e da cultura surda Tais adjetiva es refor am e aproximam estes campos tendo a Educa o Ambiental Critica como uma ponte de liga o entre os contextos apresentados Portanto a percep o da import ncia da valoriza o e reconhecimento da cultura surda e da interculturalidade nos discursos cr ticos da educa o ambiental servem para estimular sua problematiza o reflex o e cr tica Uma vez que exercitar a criticidade constante caracter stica intr nseca ao processo de reflex o da Educa o Ambiental Cr tica Nesse contexto que se alicer a a tese apresentada Ou seja que a Educa o Ambiental Cr tica ecoa no sentido de reprodu o daquilo que essencial
69. o Trans Form A o Mar lia v 28 n 2 2005 Dispon vel em HTTP Awww scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 31732005000200001 amp 1ng pt amp nrm iso Acesso em 24 abr 2010 LOUREIRO C F Trajet rias e Fundamentos da Educa o Ambiental S o Paulo Cortez 2004 LUDKE M amp ANDR M E D Pesquisa em Educa o Abordagens Qualitativas S o Paulo EPU 1986 MAMEBE M ZIMMERMANN E Letramento cient fico e cts na forma o de professores para o ensino de f sica XVI Simp sio Nacional de Ensino de F sica Rio de Janeiro 2005 Dispon vel em lt http Avww sbf1 sbfisica org br eventos snef xvi cd resumos T0264 1 pdf gt Acesso em 02 mar 2010 MARTIN Z B A GARC A M G La formaci n de competencias docentes para incorporar estrategias adaptativas en el aula Revista Complutense de Educaci n Vol 19 N m 2 2008 253 274 Dispon vel em lt http revistas ucm es edu 11302496 articulos RCED0808220253A PDF gt Acesso em 05 abr 2010 MARTINS H H T S Metodologia Qualitativa de Pesquisa Educa o e Pesquisa maio ago afio vol 30 n mero 002 Universidade de S o Paulo S o Paulo 2004 pp 287 298 Dispon vel em lt http redalyc uaemex mx redalyc pdf 298 29830207 pdf gt Acesso em 28 jan 2010 MENEZES M M de A Educa o No Desejo A Linguagem E A tica Em Emmanuel L vinas FEEVALE GT 17 Filosofia da Educa o Dispon vel em lt http www anped org br reuni
70. o trabalhamos como isso n s trabalhamos com a l ngua portuguesa escrita e uma grande dificuldade para eles M Aqui no caso eles v o aprender tempo verbal artigos pronomes 344 345 346 347 348 349 350 351 352 353 354 150 P Sim e palavras que n o tem sinal e eles v o ter de saber o que significa n N o sei se tu me entendeu o que eu quis explicar M Sim sim perfeitamente Ahm bom eu acho que da minha parte era isso Te agrade o mais uma vez por essa disponibilidade P N o a disposi o risos M risos Que bom obrigado P De nada 151 Anexo B Transcri o da Entrevista de Paula Boos H her em 17 de novembro de 2009 a No o o o SE OS el BE ERRERBUO O UOL UU UU LOINSDINIINNOINNININ INAO am NNE ONHO NO NAN EULOLINHON CO NAU BOLONHA ODON OO NAN RBUOIN e 152 Transcri o Entrevista Prof Paula rea de ci ncias e coordenadora do Projeto de Multiplicadores Ambientais Escola Estadual de Ensino Especial para Surdos Keli Meise Machado Realizada em 17 de novembro de 2009 M Bom n s hoje o dia 17 de novembro e revendo o teu material que voc ahm me forneceu na nossa primeira conversa surgiram algumas outras quest es que a gente gostaria de retomar de novo O primeiro ponto que n s achamos muito interessante da tua primeira conversa foi a tua pr pria hist ria de vida Essa quest
71. o do aluno surdo Dentre os diferentes pontos Lorenzetti 2008 p 6 destaca que um ponto a ser destacado como as professoras concebem o aluno surdo diante do grupo de alunos ouvintes Nos depoimentos os v rios sentimentos despertados pelas professoras diante da presen a do aluno surdo em suas salas nos retratam a vis o concebida dos ouvintes em rela o surdez Esse discurso nos aponta que a defasagem na aprendizagem recai unicamente na defici ncia do aluno e na pr tica esse discurso pode se reverter em a es que na realidade marginalizam o aluno e antecipam o fracasso escolar O autor supracitado tamb m conclui que h a necessidade de aperfei oamento profissional e que a linguagem constituiu se como o maior obst culo de comunica o desse profissional com o aluno surdo No mesmo artigo Lorenzetti 2008 p 7 8 conclui Tiramos como premissa b sica o fato de que n o existe um perfil ideal para ser professor de aluno surdo Conforme podemos perceber os 45 professores envolvidos na pesquisa e que atuam com alunos surdos t m sua forma o no magist rio frequentando a maioria o curso adicional Pedagogia sendo que nenhum possui forma o espec fica na rea da surdez Dessa forma compreendemos que todo e qualquer profissional da educa o deve estar apto a atender s necessidades de todos os alunos compreendendo a heterogeneidade do grupo e isso somente ir ocorrer se houver um trabalho d
72. o necess ria e contingente Percebe se que h uma sinergia com rela o ao of cio de educador Sinergia que as educadoras n o conseguem estabelecer com os seus alunos quando n o est o familiarizadas com o dom no da l ngua de sinais necess ria para o estabelecimento do di logo Quando nos referimos ao di logo de conting ncia observamos que sob a hermen utica filos fica a cultura a interculturalidade poderiam ser comparadas com uma janela Assim h muito a ser dito sobre o que vislumbramos por essa janela ou como metaforicamente falando olhamos por essa janela Segundo Candau 2005 a interculturalidade preocupa se com a produ o de saberes para a compreens o do mundo cotidiano e com a an lise das rela es de poder que o constituem e o atravessam Dessa forma precisamos exercitar o nosso olhar para desconfiar de tudo aquilo que nos parece muito bvio Gadamer 2002 p 125 ensina que isto hermen utica o saber do quanto fica sempre de n o dito quando se diz algo Esse pensamento gadameriano al m de alertar a respeito da abertura infal vel da linguagem alerta para o manique smo adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princ pios opostos do Bem e do Mal de uma interpreta o que restinge essa linguagem a um pensamento bin rio um pensamento que percorre toda a hist ria na busca pela certeza e pela seguran a met dica Tal postura no campo educacional pode ser recon
73. o que voc falou que caiu de p ra quedas na Escola Ahm ent o a gente queria que der repente tu nos contasse um pouco mais como que foi essa essa tua caminhada para poder te adaptar a trabalhar com os alunos surdos uma vez que tu n o tinhas tido at ent o nenhum contato com nenhum tipo de inclus o O que tu poderias me contar P verdade ent o n o que aconteceu Eu tinha me inscrito na 2 Coordenadoria de Educa o com contrato de emer emergencial de ci ncias e biologia E logo fui chamada pra cumprir uma carga hor ria que teria de ser em duas escolas Uma escola de ouvintes que eu n o estou atuando mais n e na Escola Especial Keli Meise Machado E logo de in cio eu aceitei j sabendo n que seriam alunos especiais mas que eu teria algum apoio dentro da sala de aula com com um int rprete Ent o eu vim aqui para a Escola e realmente durante um m s eu tive este aux lio de de uma int rprete S que foi s um m s n depois disso j n o estava previsto n risos que seria pouco tempo E neste momento que eu pude escolher se eu queria continuar aqui ou n o n Ent o eu penso assim que ahm que n o s o todos os professores que gostam de trabalhar com a especificidade ou com aquele aluno especial N o sendo surdo qualquer aluno especial Eu creio que n o s o todos n Muitos j passaram por aqui pela Escola professores contratados e n o gostaram n o se
74. pelo doutorando Marcus Hi bner ao Programa de P s Gradua o em Educa o Ambiental PPGEA da Universidade Federal do Rio Grande como requisito obten o do t tulo de Doutor em Educa o Ambiental realizado no per odo de agosto a dezembro de 2009 para fins de divulga o e publica o do mesmo destinadas ao p blico em geral e ou apenas para uso interno do PPGEA FURG A presente autoriza o concedida a t tulo gratuito abrangendo o uso de VOZ NOME SOM E IMAGEM em todo territ rio nacional e no exterior em todas as suas modalidades e em destaque das seguintes formas publica o gr fica tese artigos livros entre outros m dia eletr nica sites v deo CD DVD entre outros O presente documento encontra se amparado nas autoriza es individuais de uso de imagem nome voz e som que se encontram nos registros documentais internos da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado devidamente assinados pelos respons veis legais dos alunos da mesma Deste modo por esta ser a express o da vontade dos envolvidos no estudo em quest o declaro que autorizo livre e espontaneamente como representante legal desta Institui o o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado a t tulo de direitos conexos ao uso de VOZ NOME SOM E IMAGEM ou a qualquer outro bem como assino a presente autoriza o em 02 duas vias de igual teor e forma Novo Hamburgo 17 de novembro de 2011 Func 2537524 01
75. presenciais neste Instituto Obrigado por fazer parte deste grupo desta fam lia Aos colegas professores do Curso de P s Gradua o em LIBRAS e Educa o de Surdos do IERGS UNIASSELVI pela amizade coleguismo incentivo e profissionalismo Em especial s professoras Amanda Ribeiro e Ana Paula Jung por sua contribui o como int rprete na presente tese Ao colega professor e amigo do Curso de P s Gradua o do IERGS UNIASSELVI professor Domingos Kimiecik pela amizade incentivo e profissionalismo Em especial por sua contribui o na leitura e an lise cr tico construtiva para a presente tese Aos acad micos dos cursos de P s Gradua o e Gradua o do IERGS UNIASSELVI pelo apoio di logos e reflex es enriquecedoras E uma honra aprender e conviver com voc s Meu muito obrigado Eliana M ller de Mello por seu tempo e olhar criterioso na revis o gramatical da presente tese Aos meus amigos e educadores Adriane Pieper Giacomet Eliana M ller de Mello Jo o Hermenegildo Pereira Luis Eurico Luis Fernando Hoffmann Paulo Renato Thiele Reinaldo Afonso Rockenbach Hendges e Simone Hack da Silva Koch e s suas respectivas fam lias por sua amizade coleguismo e apoio nos mais diversos momentos de alegria e turbul ncia que presenciamos juntos Sem a ajuda e sinceridade nos la os afetivos que nos aproximam as dificuldades enfrentadas provavelmente teriam uma extens o maior Muito obrigado a todos voc s
76. reconhecimento da realidade implica admitir para si os seus entraves ou seja O professor o verdadeiro educador segundo o autor supracitado deve trabalhar com a realidade que tem em sala de aula De nada adianta lamuriar se procurando escapismos Esse o seu ponto de partida e o desafio posto ao educador saber em que dire o vai se empenhar a servi o de que causa vai se colocar Evidentemente essa perspectiva remete ao in cio de um processo de resist ncia mudan a exigindo op o consciente e firme para enfrentar o desfio posto N o se trata como menciona Vasconcellos 2001 de jogos l gicos de possibilidades mas sim de compromissos hist ricos concretos tanto pessoais como pedag gicos Trata se de uma postura de interven o de enfrentamento da realidade de luta para realizar a mudan a Nesse aspecto compreender a cultura dos educandos principalmente em se tratando da educa o com surdos tornou se a grande preocupa o e desafio do fazer pedag gico do professor Portanto o educador que pretende realizar o seu fazer pedag gico na rea da Educa o de Surdos deve levar em considera o as viv ncias e experi ncias do cotidiano Precisa saber que o seu trabalho como educador n o pode ser ilus o ou seja n o pode continuar achando que as tradicionais f rmulas pedag gicas e as tradicionais organiza es escolares dar o conta de libertarem os educandos utilizando se da mesma linguagem dos
77. rela o homem natureza qual seria a categoria que permitiria 113 compreender nessa linha a dimens o pedag gica da educa o ambiental na representa o do professor a A representa o da educa o mostrou se pr pria para sintetizar os elementos necess rios para compreender a intencionalidade da interven o humana no ambiente em sua dimens o pedag gica Assim a an lise dos dados centrou se nessas duas categorias rela o homem natureza e educa o ainda que algumas outras tenham auxiliado nas interpreta es 4 3 1 1 A Rela o Homem Natureza As formula es que se identificam como tend ncias naturais representam a rela o homem natureza pela ideia de que a posi o do homem no ambiente definida pela pr pria natureza e de que a educa o em particular a ambiental tem como fun o re integrar o homem natureza e por consequ ncia adapt lo a viver sobreviver e compreender os princ pios inerentes a uma ordem voltada para o socioambiental Uma das concep es desta rela o presente principalmente entre os professores dos cursos de Biologia resulta de uma compreens o que naturaliza as rela es dos indiv duos com o ambiente em que vivem sendo a rela o homem natureza definida pela pr pria natureza Desta forma a crise ambiental surge como uma tem tica circunstancial e a ideia de que a humanidade encerrou as possibilidades de conviv ncia humana e ambiental s o seus mais express
78. retorno a Novo Hamburgo em 1995 e ter sido aprovado em um processo de sele o para lecionar em uma escola particular de educa o b sica passo a incorporar aquelas viv ncias da paix o pelo mergulho das atividades 27 multidisciplinares realizadas no SAMECI e das atividades pantaneiras nas pr ticas educativas nas disciplinas de Ci ncias e Biologia que agora realizava Ao realizar esse relato e reflex o percebo que nesses momentos creio que as dist ncias culturais existentes ficavam em segundo plano pois n o havia diferen a entre os olhares emo es e sentimentos que afloravam nos alunos Todos interagiam plenamente nas atividades propostas Desta forma a leitura da obra de Leonardo da Vinci Jacques Cousteau e Charles Darwin significaram espa os de resson ncia frente quelas experi ncias pessoais para o desenvolvimento de uma postura transdisciplinar na experi ncia de outro mbito que possibilitaram o fasc nio pela diversidade do vivo e na inicia o da curiosidade pela quest o ambiental Assim durante os 14 anos trabalhados na Educa o B sica sempre estive envolvido em projetos e ou programas de cunho ambiental Com nfase na prote o conserva o observa o de espa os naturais e realiza o de oficinas lixo reciclagem ervas medicinais gua e polui o al m das atividades pr ticas laboratoriais realizadas nas aulas de ci ncias e biologia Muitas vezes compartilhei tais experi ncias com os
79. s buscando material experi ncias comecei a fazer cursos de Educa o Ambiental porque me interessou Anexo B linhas 122 a 129 O educador tem a fun o de mediador na constru o de referenciais ambientais e deve saber us los como instrumentos para o desenvolvimento de uma pr tica social centrada no conceito da natureza Como foi exposto nas discuss es anteriores a busca pela forma o e aperfei oamento n o s nas quest es lingu sticas necess rias Paula mas tamb m nas quest es referentes educa o ambiental foram fundamentais para o desenvolvimento e cria o do Projeto de Multiplicadores Ambientais criado na Escola Estadual Especial Keli Meise Machado A busca por referenciais bibliogr ficos como Genebaldo Freire Dias e a orienta o de professores da pr pria Universidade como o professor Dr Paulo Saul Anexo C linhas 145 a 163 contribu ram para que ela desenvolvesse a sua pr tica e linguagem necess ria para atendimento aos seus alunos surdos Estreitamente vinculada dimens o dada interculturalidade est a ideia de linguagem que esta assume Nesse sentido Silveira 2002 p 120 cita que a linguagem um espelho variavelmente transl cido de uma verdade anterior ou simplesmente um ve culo de comunica o entre os sujeitos e passa a atribuir lhe o papel de constituidora das verdades op cit Nesse sentido como foi abordado nas Unidades Integradoras de Significado anteri
80. seguir no caso de aceitar fazer parte do estudo assine ao final deste documento que ser em duas vias Uma delas sua e a outra do pesquisador respons vel INFORMA ES SOBRE A PESQUISA T tulo do Projeto A EDUCA O AMBIENTAL NO CONT EXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Pesquisador Respons vel Marcus tas Telefone para contato do pesquisador a 51 3527 1237 ou 8121 1103 JUSTIFICATIVA OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS O motivo que nos leva a estudar o problema quest o da pesquisa tem como eixo central de discuss o o olhar ao cen rio que comp e o contexto es olar no campo da surdez e se prop e analisar a pr tica da Educa o Ambiental e sua vincula o com os Estudos Culturais em especial a Cultura Surda Ante esta problein tica esta pesquisa contextualizada no Munic pio de Novo Hamburgo RS tem a pretens o de realizar uma imers o n vida de professores e alunos de uma escola especial para surdos A investiga o se prop e analisar luz de atuais concep es de Educa o Ambiental e dos Estudos Culturais e da Cultura Surda a forma como a educa o ambiental dos alunos surdos se produzmesses contextos ducativos Discutir o processo de educa o do aluno surdo no contexto da escola especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise vinculada a atuais concep es dos Estudos Culturais Cultura Surda e de Educa o Ambiental A configura o desta pesquisa opta como refe
81. ser crucial para a atua o com alunos surdos mas h a necessidade de que esse profissional apresente expressiva comunica o corporal em um sentido muito amplo A es express es e agilidade na movimenta o das m os al m do dom nio em LIBRAS e uma apaixonante rela o com o trabalho com e para surdos precisam enfim estar em perfeita sintonia e harmonia para que o profissional e os alunos efetivamente possam estar envolvidos neste processo educativo Essa supera o necess ria pois al m deste perfil do educador a quest o da educa o intercultural no que diz respeito aos surdos tamb m demanda um enorme esfor o no processo de sua alfabetiza o Percebe se uma preocupa o das educadoras em rela o aquisi o de LIBRAS pelas crian as surdas e pela aus ncia de servi os municipais e ou estaduais de apoio para tal para que atrav s destas pudessem ser alfabetizados contribuindo assim com o processo de comunica o e inser o destes jovens na rede regular de ensino Na fala da diretora Ana Paula essa quest o refor ada Eles chegam na escola tardiamente porque n o h um atendimento que aconte a desde a sua enfim desde o nascimento praticamente um acompanhamento n ahm que possa subsidiar esta l ngua de sinais Ahm a gente v hoje na m dia e at no sistema de sa de uma grande vincula o das quest es cl nicas da quest o da defici ncia da falta ent o o sur
82. somente com a uni o da vida do pensamento do sentimento e da a o poss vel prover se de alguns instrumentos conceituais e metodol gicos que possam permitir aventurar hip teses de trabalho capazes de suscitar ao menos a reflex o e o debate Um novo paradigma ambientalista que venha substituir o existente dever revisar n o s a natureza das concep es humanas em rela o com o meio mas tamb m a ci ncia que foi influ da e influiu sobre elas Isso sup e consequentemente mudan as conceituais e metodol gicas Recorrendo aos aportes filos ficos e cient ficos de modo a promover as mudan as de concep es as t cnicas e os valores com que a humanidade atua no planeta poss vel esbo ar um novo modelo para o pensamento e a a o Novo 1996 explicita o novo paradigma ambientalista um novo modelo tico enfoque bioc ntrico e um novo modelo cient fico enfoque da complexidade Em consequ ncia a partir da fus o de ambos os enfoques faz se poss vel construir um novo modelo educativo coerente que o que se assume como Educa o Ambiental A educa o ambiental entendida no contexto do novo paradigma ambientalista deixa de ser um processo de simples mudan as ticas conceituais ou metodol gicas e permite uma reflex o cr tica capaz de repensar o processo educativo Para nortear o debate proposto preciso antes de mais nada ressaltar que a educa o ambiental um campo permeado por co
83. surdos professores ouvintes outras escolas n E eu fiz ent o um curso ahm de capacita o para trabalhar com os sujeitos surdos n que ele d subs dios metodologias que te ensina a como a gente ensina surdo E basicamente isso n O curso ainda existe tem em v rias universidades tamb m foi muito importante a certifica o e o pr prio curso n para mim Ahm eu tamb m fiz algumas provas do MEC para uso e ensino da LIBRAS n como professora E esses encontros que a gente participa anualmente Anexo B linhas 36 a 49 89 No relato da diretora Ana Paula Jung poss vel verificar essa supera o principalmente quando da sua escolha pela atua o na rea da surdez conforme j foi relatado mas tamb m como diretora da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado pois foi assim que ela relatou aspectos da sua trajet ria e a sua atua o administrativa Vim direto para c Porque a diretora que assumiu na ocasi o ahm conhecia minha m e de outra situa o de coral e a eu falei para minha m e olha eu estou indo embora vamos ver se na escola tem lugar para mim e a minha m e foi l e conversou Esta pessoa n o sabia nada da rea da surdez ent o na verdade eu entrei como um apoio para ela e o caminho foi indo foi se abrindo cada vez mais cada vez mais possibilidades cada vez mais oportunidades na rea ahm me sinto assim muito vontade para trabalhar com surdos Tenho atuado
84. tica mais difundida e principalmente praticada pelos educadores advindos da rea das ci ncias exatas Ap s a realiza o do Doutorado as leituras realizadas no decorrer desta tese e da an lise da entrevista semi estruturada permitiram nos olhar para a educa o ambiental aqui discutida e visualizar na mesma duas categorias sobre as quais passamos a tecer uma reflex o mais criteriosa Em um primeiro momento as ideias sobre conscientiza o participa o reflex o conhecimento da realidade ambiental identifica o da dimens o sociopol tica da tem tica ambiental etc foram se apresentando como importantes para as an lises sobre a forma o dos educadores ambientais Os princ pios metodol gicos de car ter pedag gico como interdisciplinaridade socializa o do conhecimento forma o reflexiva etc tamb m fizeram parte dessa busca de categorias de an lise Assim a interven o humana no ambiente apresentou se como a rela o homem natureza como possibilidade de problematiza o da educa o ambiental isto apresentou se como uma categoria simples vindo ao encontro do que passamos a chamar de Ecologia pelo Verde No entanto se essa categoria parecia indicar caminhos para pensar a educa o ambiental principalmente em sua dimens o epistemol gica era preciso buscar outra categoria mais pr pria para pens la em sua dimens o pedag gica Voltando interven o humana no ambiente na
85. together give meaning and understand the dimensions of cognitive affective and action in relation to the subject of study The thesis uses hypertext to introduce video in the chapters where they are analyzed sequences linked to aspects of Brazilian Sign Language LIBRAS or the daily lives of deaf students and their teacher The results show that the representation of environmental education has proved itself to synthesize the information needed to understand the intentionality of human intervention in the environment its pedagogical dimension Therefore environmental educators have a role in mediating the interaction of the subjects with their natural and social environment to play this role knowledge alive and concrete become educational tools Thus systematic environmental education plays an important social cultural and social practices inseparable Thus we deal with the environmental education defended in this thesis from an array that sees education as an element of social change inspired by the dialogue on citizenship the strengthening of the individuals in overcoming the forms of domination here making up mention of oralism and understanding the world in its complexity and life in its entirety Therefore the perception of the importance of appreciation and recognition of deaf culture and interculturality in critical discourses of environmental education serve to stimulate their questioning reflection and criticism Since exercising the
86. trabalho com os alunos n ahm vamos pensar no projeto que tu est s coordenado agora que este projeto dos Multiplicadores em Educa o Ambiental Esse tu conheces a est ria de vida de cada um dos alunos com os quais tu trabalhas Voc s t m acesso a estas informa es P Tem tem acesso eles t m uma v rias entrevistas quando eles entram aqui na escola com a oreintadora educacional e aberto aos professores para olharem essas fichas se tem alguma d vida os pais v m aqui para a escola mas eu n o conhe o a vida o antes da escola de todos somente de alguns que s o os mais antigos aqui na escola M E digamos assim ahm h alguma identifica o tua com algu m especial assim algum aluno que nestes 4 anos te chamou a aten o ou te fez repensar algumas coisas da tua pr tica pedag gica h essa esses momentos P Sim tem tem alguns alunos assim que me cativam bastante principalmente pelo interesse nas aulas n ahm tamb m pela quest o afetiva tem alguns 3 ou 4 alunos que eu me identifico muito n e eles tamb m comigo Ahm s o s o muito afetivos expressivos qualquer coisa que tu projeta na hora eles topam eles querem fazer querem te ajudar Eles me perguntam o que eu fiz a onde que eu vou sabem da minha vida n eles v o vasculhando e daqui um pouco sabem tudo da gente isso uma identifica o d
87. 0 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 155 eu fa o com os alunos surdos que veio a o interesse de fazer a minha monografia do trabalho de conclus o sobre isso Ent o desde eu fiz um est gio em Educa o Ambiental na faculdade o ano passado e comecei j a fazer o projeto do trabalho de conclus o e claro para isso eu tive que ler bastante eu tive que buscar material e me achei nesta rea e pretendo continuar nela n Ent o foi M Qual foi tu sabes citar alguns autores tu lembra de alguns assim que te marcaram mais P Que eu uso com mais frequ ncia principalmente por causa do trabalho ahm s o os livros do Genebaldo Freire Dias que s o os b sicos assim que eu uso mais ou que eu acredito est mais dentro da minha linha Eu usei bastante no meu trabalho alguns autores ahm que usam assim concep o de percep o ambiental ou de valoriza o do meio ambiente como Touan por exemplo Li dois livros n que s o os b sicos dele Fiz algumas oficinas at meio interativas com a como uma professora do de S o Paulo que ela tamb m trabalha nesta linha de percep o ambiental s de trilhas ahm da revistolan agora o nome da professora eu n o estou me lembrando uma revista d
88. 10 p 3 Essa valoriza o da diferen a demonstra que a diversidade inerente forma o de uma sociedade que nega a pr tica de exclus es e de segrega es que d hierarquia aceita o valoriza o conviv ncia com e para o outro Por m para que isso ocorra importante compreender a hist ria de vida os aspectos culturais deste outro Nesse contexto a Educa o e o ato de Ensinar passam a ser compreendidos como processos comprometidos com o Outro processos que desafiam mudan a de atitudes diante desse Outro esse que n o mais um 17 indiv duo qualquer e sim algu m que essencial para a constru o desta outra sociedade Para Paro 2008 o homem posiciona se diante do real isto eu gosto ou isto eu n o gosto Dessa forma elabora valores tra a objetivos criando a sua humanidade no contexto hist rico atrav s da sua personalidade e da constru o do seu trabalho Assim a liberdade de optar a liberdade de escolha transforma o em sujeito que tem vontade e est comprometido em abrigar a sua for a para realizar seus objetivos Nesse sentido conforme Paro op cit a educa o uma rela o entre pessoas sobretudo uma rela o entre gera es e entre culturas uma troca N o h ningu m que saiba tudo assim como n o h ningu m que n o saiba nada O educador precisa crescer como sujeito ningu m educa se n o educado e a educa o uma empreita
89. 174 Anexo E Termos de Consentimento Livre e Esclarecido 175 Ana Paula Jung Coordenadora Pedag gica respondendo pelo uso das imagens dos professores e alunos da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado ue oo w SERVI O P BLICO FEDERAL Mi INIST RIO DA EDUCA O NIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG PURG pres RAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O AMBIENTAL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ae qeu Voc est sendo convidado a para participar como volunt rio a em uma pesquisa Ap s ser esclarecido a sobre as informa es a seguir no caso de aceitar fazer parte do estudo assine ao final deste documento que ser em duas vias Uma delas sua e a outra do pesquisador respons vel INFORMA ES SOBRE A PESQUISA T tulo do Projeto A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Pesquisador Respons vel Marcus Hiibner Telefone para contato do pesquisador a 51 3527 1237 ou 8121 1 103 JUSTIFICATIVA OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS O motivo que nos leva a estudar o problema quest o da pesquisa tem como eixo central de discuss o o olhar ao cen rio que comp e o contexto escolar no campo da surdez e se prop e analisar a pr tica da Educa o Ambiental e sua vincula o com os Estudos Culturais em especial a Cultura Surda Ante esta problem tica esta pesquisa contextualizada no Munic pio de Novo Hamburgo RS tem a pretens o de realizar
90. 7 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 147 P Em quest es assim de conte do Se eles M Envolvimento P Sim sim tem M Digamos de demonstrar mais sei l interesse P Sim tem duas turmas que uma 6 s rie e uma 5 s rie quase todos os alunos da turma fazem projeto Ent o realmente essas duas turmas t m um desenvolvimento assim melhor um envolvimento melhor Que eu comento alguma coisa ah j sei a gente j fez isso a gente j viu isso ent o eu acredito que sim que exista comparando as turmas que tem um ou dois alunos que participam do projeto tem turma que ningu m participa n eu acredito que tem um envolvimento maior M E isso de alguma maneira ent o pelo que tu t trazendo tamb m acaba se refletindo na aula regular P Sim sim com certeza M Eles conseguem fazer rela es P Aham Sim M Ta certo E quanto a Escola Keli Meise tu sente apoio incentivo para o desenvolvimento destas atividades P Sim Desde do in cio que eu re fiz o projeto n a Escola se colocou a disposi o de at da do espa o n e alguma ajuda que precisasse Que eu preciso do apoio da Escola at por que esses alunos eles vem para a escola de m
91. 7 1237 ou 8121 1 103 JUSTIFICATIVA OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS O motivo que nos leva a estudar o problema quest o da pesquisa tem como eixo central de discuss o o olhar ao cen rio que comp e o contexto escolar no campo da surdez e se prop e analisar a pr tica da Educa o Ambiental e sua vincula o com os Estudos Culturais em especial a Cultura Surda Ante esta problem tica esta pesquisa contextualizada no Munic pio de Novo Hamburgo RS tem a pretens o de realizar uma imers o na vida de professores e alunos de uma escola especial para surdos A investiga o se prop e analisar luz de atuais concep es de Educa o Ambiental e dos Estudos Culturais e da Cultura Surda a forma como a educa o ambiental dos alunos surdos se produzhesses contextos educativos Discutir o processo de educa o do aluno surdo no contexto da escola especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise vinculada a atuais concep es dos Estudos Culturais Cultura Surda e de Educa o Ambiental A configura o desta pesquisa opta como referenciais te ricos pela vertente s cio hist rica e os estudos culturais e como perspectiva de investiga o a pesquisa biogr fica narrativa Nestes aportes se procuram os elementos norteadores para circunscrever a tem tica deste estudo Foram utilizados como recursos metodol gicos de coleta de dados observa es em salas de aula na realiza o de um projeto de multiplicadores ambienta
92. 986 A abordagem etnogr fica com base na teoria antropol gica tamb m possibilita a leitura e a interpreta o dos tra os culturais e dos significados das rela es sociais especialmente em situa es sem registros escritos e onde o outro visto na sua diferen a e positividade Tal caracter stica um valioso instrumento te rico e metodol gico para o estudo da comunidade surda por ser a L ngua Brasileira de Sinais at o momento uma l ngua grafa e pela pr pria imagem social da pessoa surda geralmente caracterizada por sua car ncia e priva o O roteiro para entrevista foi elaborado seguindo recomenda es de Vitaliano 2002 bem como das orienta es recebidas no processo de orienta o levando se em conta tr s finalidades 1 prover informa es sobre as necessidades na forma o sentidas pelos professores que tiveram experi ncia em atuar com alunos surdos visto que tais informa es poderiam oferecer subs dios para elabora o e reflex o acerca do perfil de educador necess rio para trabalhar na rea da surdez 2 levantar suas concep es sobre a cultura surda 3 verificar aspectos da educa o ambiental principalmente com rela o linguagem gesto visual Para compor a amostra de participantes realizamos contato com a professora Paula Boos H her da Escola Especial Keli Meise Machado Por atuar com alunos surdos e desenvolver projetos de cunho ambiental foi a primeira educadora a ser
93. A 2010 A Cultura Surda contextualizada na Interculturalidade n o obstante possa parecer estranho possibilita o entendimento din mico e m vel da cultura e portanto a valora o do surdo enquanto sujeito ativo no processo de constru o hist rica e compartilhamento de seus significados Desta forma os espa os escolares se constituem em ambientes nos quais a pluralidade cultural sentida e ampliada 2 1 A INTERCULTURALIDADE E A CULTURA SURDA Muitas express es utilizadas nos dias de hoje como por exemplo educa o para todos cidadania direito diversidade pluralidade cultural respeito as As diferen as dentre outras soam muitas vezes como clich s quando apropriadas por diferentes discursos e interesses pol tico ideol gicos em um cotidiano no qual cada vez mais o discurso nem sempre reflete a realidade da pr tica Portanto para compreender os diversos sentidos e significados atribu dos a esses conceitos faz se necess rio situ los no contexto das tens es e das mudan as provocadas pela crise de paradigmas da modernidade nas sociedades contempor neas Historicamente a emerg ncia do conceito e das pol ticas de educa o inclusiva ocorre a partir da realiza o da Confer ncia Mundial sobre Educa o para Todos de mar o de 1990 em Jomtien na Tail ndia num momento em que lideran as mundiais buscavam promover a universaliza o da educa o em meio expans o dos novos movim
94. Ambiental localizado em Lomba Grande Sabes me dizer mais sobre este local Onde que Que tipo de trabalho feito 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 157 P esse Centro de Educa o Ambiental ele fica num em Lomba Grande ele do munic pio Ent o ele fica nessa rea rural bem grande L eles tem uma M O nome Centro de P Centro de Educa o Ambiental de Lomba Grande L eles tem ent o uma horta bem grande onde eles cultivam n os alunos participam da horta eles tem aqueles canteiros de ch s do rel gio humano n que tem ali os hor rios no hor rio o ch certo para aquele hor rio o problema n que vai solucionar digamos assim Eles tem estufas de plantas l tamb m hoje atualmente junto ao horto onde eles tem aquelas rvores ahm quando ocorre algum alguma poda irregular e a pessoa tem que pagar alguma multa ela vai l e compra as mudas n de rvores l mesmo no Centro tem um um lugar bastante grande onde eles tem desde da da semente at j as rvores um pouquinho maiores e as mudas E eles tem uma trilha que guiada tamb m Geralmente assim em dias da semana eles atendem os pr prios alunos da rede municipal Toda a rede participa do desse desse Cent
95. CONHECIMENTO COMPREENS O PERCEP O dos v rios fatores do MA COMPLEXIDADE INTERA O EVOLU O ADAPTA O H BITOS gt A POSTURAS Re VIS O Ed COMPORTAMENTOS HOL STICA FA s que sejam capazes de promover 7 V lt MANUTEN O E que busquem MELHORIA DA para promover para mudar ENVOLVIMENTO EM A ES QUALIDADE DE VIDA Figura 2 Interrela o entre objetivos da Educa o Ambiental Realidades Conhecimento Compreens o Percep o H bitos Posturas Comportamentos Envolvimento em a es e a Manuten o e Melhoria da Qualidade de Vida Fonte DIAS 2004 p 112 N o por acaso Paula escolheu o autor supracitado como um de seus referenciais Percebe se uma sinergia entre a figura acima e o Projeto dos Multiplicadores Ambientais proposto pela professora Ela transportou para a sua 110 realidade e para o projeto a materializa o da proposta de Dias 2004 Trouxe para o cotidiano dos alunos surdos realidades sociais cuja transforma o necessita de novos comportamentos a es vis es hol sticas da educa o ambiental Esse conhecimento sistematizado e a realidade dos multiplicadores ambientais leva os assim a um processo de sensibiliza o comprometimento e consci ncia ambiental bem como de aprendizagem sobre o tema tratado Dessa forma Paula permite o desenvolvimento de compet ncias como a an lise a decis o o planejamento e a pesquisa necess rio
96. Enfim e eu n o tinha encontrado isso Tanto que a gente t aqui em 2009 em 3 anos praticamente que eu eu tive a experi ncia da forma o na rea da surdez e parece que eu nasci fazendo isso n Ent o uma coisa assim muito incr vel e que agora olhando para tr s eu vejo que aquela op o do magist rio l s para facilitar as coisas no fundo tinha sim um perfil de educador mas que ainda n o tinha se encontrado Anexo C linhas 79 a 86 Conforme Moscovici 1998 imp em se a necessidade de representar algu m ou alguma coisa sempre que isso se torna estranho ou distante de n s Ali s as professoras participantes desta pesquisa evidenciaram a necessidade de tornar esse estranhamento do novo da cultura surda em algo familiar O autor supracitado tamb m menciona que tudo que n o nos familiar ou ainda quando h qualquer coisa cuja explica o n o bvia precisamos de um sentido suplementar e uma explica o para aquilo que nos afeta para aquilo que nos causa estranheza ou nos perturba Para Hegel 2002 a linguagem o instrumento que serve de media o para superar os diversos est gios que v o em dire o ao Absoluto que neste contexto representa a pelna raz o Portanto o di logo representa o instrumento para o 73 verdadeiro fil sofo que pode possuir a vis o de conjunto do todo das diversas possibilidades do real O retorno ao conceito de di logo consiste na aceita o de uma raz
97. MAR ES M Crian as e educa o ambiental na escola associa o necess ria para um mundo melhor Revista Brasileira de Educa o Ambiental Bras lia 2004 n zero Dispon vel em lt http www ufmt br remtea revbea pub revbea n zero pdf gt Acesso em 25 abr 2010 VITALIANO C R Concep o de professores universit rios da rea de Educa o e do ensino regular sobre o processo de integra o de alunos especiais e a forma o de professores 2002 308 f Tese Doutorado em Educa o Faculdade de Filosofia e Ci ncias Universidade Estadual Paulista Mar lia 2002 WOODWARD K Identidade e diferen a uma introdu o te rica conceitual In SILVA T T Org Identidade e diferen a a perspectiva do estudos culturais Petr polis Vozes 2000 p 7 72 WORTMANN M L C O uso do termo representa o na Educa o em Ci ncia e nos Estudos Culturais Pro posi es vol 12 n 1 34 p 151 161 mar o 2001 An lises culturais um modo de lidar com as hist rias que interessam educa o In COSTA M V org Caminhos Investigativos Il outros modos de pensar e fazer pesquisa em educa o Rio de Janeiro DP amp A 2002 ZANELLA A V Sujeito e alteridade reflex es a partir da psicologia hist rico cultural Psicologia amp Sociedade 17 2 99 104 mai ago 2005 Dispon vel em lt http www scielo br pdf psoc v17n2 27049 pdf gt Acesso em 25 abr 2010 ANEXOS 141 142 Anexo A Tran
98. No estudo realizado percebeu se claramente esta cumplicidade entre a professora Paula os demais professores e a equipe diretiva Por m percebeu se tamb m que apesar dos jovens estarem envolvidos em atividades intensas e reflexivas estas ainda permanecem alicer adas nas vertentes tradicionais N o por culpa de Paula mas pelo processo de forma o que recebera Nesse sentido cabe a Educa o Ambiental Cr tica contribuir atrav s de metodologias para redefinir a organiza o do projeto atrav s da pr tica da democracia participativa dial tica Tal iniciativa corresponde ao aprendizado social necess rio para transforma es sociais que extrapolam meramente o mbito 120 educacional Nesse processo todos os indiv duos participariam de forma igualit ria de processos decis rios dentro do ambiente escolar Mesmo que com atua es diferenciadas e diferentes todas detentoras de poder pol tico de forma igualit ria Tal processo se caracteriza portanto como um aprendizado social para a constru o conhecimento aprofundamento e exerc cio cont nuo democr tico e participativo dial tico dentro do ser estar multiplicador ambiental O grande gargalo nesses processos justamente seu aspecto dial tico em que a parte pode alterar o todo formando um todo diferenciado O objetivo de um processo de aprendizagem assim constitu do o de promover a viv ncia e efetiva o de pr xis coletivas diferenciadas pautadas por preceito
99. Paula oferece uma riqu ssima oportunidade para reflex o quando em sua narrativa ela relatou que os professores ouvintes que h neste momento s o a maioria na escola est o trabalhando numa l ngua que n o sua O professor se apropria desta l ngua para usar ela como forma de comunica o e intera o com esses sujeitos n Ent o a tu esbarra em quest es de limita o de aprendizado do pr prio profissional ahm de quest es ahm a l ngua de sinais uma l ngua que precisa muito da tua express o corporal facial da 90 tua do teu de ser despojado e aceitar esse desafio que n s que utilizamos a l ngua oral n o temos Especialmente a nossa regi o de coloniza o alem uma regi o muito fria muito dura ahm tu tem essa cultura marcada ent o no sentido assim comunicativo do uso corporal n que fundamental na comunica o com os surdos Ent o todas essas quest es que tu vais comparando elas com interesse com a dedica o com a busca dos profissionais elas se ganham um tem um apagamento muito grande nas limita es porque a busca e o interesse tamb m s o enormes Ahm e acabam se contrapondo e se sobressaindo sobre as inicia es do profissional que trabalha com surdos na nossa realidade da escola Keli Meise Machado Anexo C linhas 278 a 289 Nota se claramente que n o s a quest o da instrumentaliza o do profissional na aquisi o da LIBRAS que parece
100. S Nuestra furte experiencia de desconocimento y reducci n en Am rica hace que seamos particularmente sensibles en percibir y sefialar esta heterogeneidad esencial cuyo resguarde respectar a la riqueza de lo humano en sus diferentes posibles caminos PICOTTI 2011 No que tange aos procedimentos metodol gicos se faz necess rio expor as bases do processo metodol gico a ser adotado na investiga o bem como do contexto da institui o dos participantes do processo investigativo Tamb m cabe apresentar a turma escolhida para a coleta de dados e a forma de an lise dos mesmos 3 1 CONSIDERA ES TE RICAS SOBRE O PROCESSO METODOL GICO ADOTADO Borges e Dalberio 2007 p 1 enfatizam em sua introdu o Pode se afirmar que o desenvolvimento das pesquisas cient ficas na rea da educa o ainda um processo embrion rio e em constru o Muito se tem a caminhar Contudo a relev ncia da pesquisa em educa o indiscut vel uma vez que a educa o tem avan ado muito na conquista da democratiza o do ensino Entretanto para conquistar a educa o de qualidade para todos exige se ainda muito aperfei oamento Por isso professores alunos pais e a sociedade em geral devem apoiar as pesquisas em educa o e torn las realmente eficazes na busca da constru o de uma escola mais inclusiva Percebe se que o desafio proposto pela presente tem tica sem d vida atual e pertinente s discuss es no
101. a o eles n o v o n o lembram tem de resgatar muito para conseguir que eles percebam que aquilo que passei na aula era tudo que eles viram Agora se eu fa o ao contr rio t l na trilha e vejo alguma coisa interessante mostro explico para eles e depois isso vem uma semana um m s ou at um ano depois numa foto eles v o lembrar Isso j aconteceu v rias vezes de coisas que eles perceberam nestes ambientes naturais que a gente participa at eu s vezes n o percebo e eles sim conseguem gravar ou o nome ou o sinal e depois na aula um outro dia uma outra semana num outro m s eu resgato aquilo sem querer e eles lembram ah lembra da trilha que tinha e esse sinal esse era assim ent o isso me chama muita aten o O que eles v em tocam sentem eles lembram O 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 156 que passa no quadro que eu mostro numa figura n o n o fica tanto n pela quest o da creio eu da audi o n por que n o tem essa mem ria auditiva de guardar o nome S a palavra decorada a palavra ou aquele sinal E essas trilhas come aram na UNISINOS quando eu conheci o grupo de Educa o Ambiental que eles fazem trilhas com todas as escolas regulares ahm qualquer s
102. a o eu tento ahm fazer muita rela o com alguma outra coisa que eles j conhecem mas seria uma escola normal com as turmas normais os per odos as mesmas coisas eles fazem exerc cios eles escrevem no caderno l ngua portuguesa eu cobro a l ngua portuguesa provas exerc cios individuais em grupo isso tudo normal n esse funcionamento Anexo A linhas 63 a 73 Tamb m na segunda entrevista realizada com a professora Paula essa quest o surgiu quando em seu relato mencionou primeiramente os cursos de da l ngua de LIBRAS n T m v rios locais que s o oferecidos esses cursos Qualquer pessoa pode fazer n o precisa ter a faculdade ou n eu acho que s o ensino m dio necess rio e uma extens o universit ria na verdade Ent o logo que eu entrei eu fiz os tr s m dulos de de LIBRAS mas a maior aprendizagem da l ngua foi com eles Foi no dia a dia porque como um curso de l ngua estrangeira se n o pratica n o n o adianta n E tem muitos muitas palestras muitos f runs encontros semin rios de educa o de surdos de educa o bil ngue ahm e a escola sempre abre para os professores participarem Ent o desde 2005 que eu entrei aqui na escola a gente participa quem quer n de 3 a 4 eventos por ano Ent o a gente falta aqui na escola para participar e isso muito bom porque uma troca a gente conhece outros surdos professores
103. a compreens o de alguns sentidos conferidos cultura e ao ambiente na educa o ambiental e com um olhar para a interculturalidade Vimos que os significados s o produzidos pelas representa es culturais que se manifestam atrav s da cultura e da linguagem e que circulam atrav s de variados processos e pr ticas na constitui o de identidades nas rela es pessoais e tamb m na regula o das condutas sociais O uso do conceito representa o na interculturalidade difere consideravelmente do que encontramos com frequ ncia nos trabalhos vinculados educa o ambiental Na educa o ambiental empregam se em geral os seguintes termos representa o concep o percep o ou representa o social Eles lidam com a descoberta e a interpreta o de entendimentos dos sujeitos sobre o mundo real buscando aproxim los de modelos ou padr es definidos na cultura WORTMANN 2001 p 156 Por exemplo diversas pesquisas em educa o ambiental visam a conhecer as representa es dos sujeitos ou de grupos sociais professores as alunos as moradores as de comunidades entre outros sobre o ambiente ou sobre outras tem ticas relacionadas Em geral a partir dos resultados destes estudos s o dimensionadas a es com o intuito de modificar as representa es pois geralmente estabelece se que h uma correspond ncia direta entre representa es e a es destes sujeitos que sejam consideradas noc
104. a a o educativa dar se na promo o de um movimento que potencialize a transforma o simult nea dos indiv duos e da realidade socioambiental e n o uma a o educativa focada apenas na mudan a do comportamento do indiv duo esperando que automaticamente a sociedade vir a se transformar VI GAS GUIMAR ES 2004 Como processo complexo a educa o ambiental admite m ltiplas perspectivas de investiga o e de a o que suscitam apesar da compreens o de seu aspecto din mico e vari vel certas escolhas epistemol gicas Sob essa tica a educa o ambiental constitui se em um processo educativo de forma o e transforma o pessoal social e antropol gica Esse processo pressup e reflex o revis o de concep es e produ o de sentidos acerca de quest es socioambientais e portanto culturais A reflex o acerca da interculturalidade possibilitou a visualiza o dos mesmos inspirados em diferentes teorias que romperam as l gicas cristalizadas e sugiram com novas possibilidades mesclando concep es revelando novos olhares Acreditamos que a articula o entre a educa o ambiental e a interculturalidade seja bastante fecunda por trazer alguns deslocamentos 50 possibilitando que algumas premissas tidas como certezas sejam problematizadas Mas afinal o que tem a ver essas discuss es sobre interculturalidade com educa o ambiental Para tentar visualizar essas interconex es vale
105. a atrav s da sua l ngua da arte dos movimentos etc expondo os seus 18 valores suas rela es seus costumes enfim dando sentido ao seu grupo de perten a Skliar 2005 p 28 defende que poss vel aceitar o conceito de cultura surda por meio de uma leitura multicultural em sua pr pria historicidade em seus pr prios processos e produ es pois a Cultura Surda n o uma imagem velada de uma hipot tica Cultura Ouvinte n o seu rev s nem uma cultura patol gica Segundo Perlin 2003 as pessoas n o surdas t m muita dificuldade em admitir que os surdos possuam processos culturais espec ficos Por isso muitos continuam a tratar os surdos apenas como grupos de deficientes ou incapacitados A cultura dos surdos n o pode ser encarada como uma subcultura pois ela vem fundamentada por meio de seus comportamentos valores e atitudes diferentes dos saberes dos ouvintes Ela surge portanto em fun o do grupo A problem tica da surdez provoca grande impacto e altera es na din mica e nas fun es educacionais mobilizando a expectativa que a escola regular tem sobre o sujeito ineg vel o importante papel da escola e da fam lia no desenvolvimento da crian a e isso especialmente importante para aquela que apresenta algum tipo de perda auditiva Por m a surdez tem sido analisada como um obst culo na comunica o que isola a crian a de sua fam lia e da comunidade ouvinte entendida como
106. a de mentalidade e de postura diante de sua compreens o de mundo de um renovar e renovar se sempre a caminho de uma concep o multidimensional e globalizante em que a pessoa mais que indiv duo torna se sujeito planet rio A educa o ambiental implica em mudan as na forma de organizar o ensino e os m todos que imperam na educa o formal pois se trata de uma cr tica ao sistema educativo em seu conjunto que evidencia que ele n o serve para a vida nem para a vida real dos sujeitos nem para a conserva o da vida no sentido mais amplo Dessa forma percebe se claramente que a educa o ambiental exige um modelo educativo novo cujos pressupostos te ricos ampliam se a todas as disciplinas do mbito cient fico pela necessidade de responder as exig ncias da problem tica do meio ambiente originada pela atividade humana A implanta o da interculturalidade no m nimo torna se um requisito imprescind vel para a conceitualiza o da educa o ambiental e de sua miss o que implica em um giro revolucion rio para a pr pria concep o global do ensino Em um sentido mais profundo compreender a educa o ambiental significa pelo menos supor mudan a de valores e a sua aplica o pr tica social Isso conduz a mudan as de comportamento dos indiv duos e da comunidade A professora Paula e seus multiplicadores ambientais demonstraram que essa mudan a esse novo olhar da educa o ambiental enquanto fator de con
107. a educa o formal ao mesmo tempo em que em uma opera o inversa pode se considerar estas pr ticas pedag gicas como ponto de partida para uma an lise mais profunda e necess ria s atuais concep es de Educa o Ambiental 1 2 3 O Of cio de Educador e o Contato com o Surdo As rela es e reflex es oriundas dos mestres mencionados permitiram compreender o desafio posto a um educador que se depara repentinamente com situa es pedag gicas que at ent o estavam margem do chamado espa o escolar Talvez parte desse sentimento esteja expresso nas s bias palavras de Deron Sabbi 2010 O barqueiro que n o sabe para onde ir deixa se levar por correntes desconhecidas para depois cnam las de sorte azar ou acaso Quando n o segurarmos o leme do nosso barco algum vento o levar e ficaremos ao sabor das ondas Apenas imagina o e energia n o s o suficientes E necess rio ter se consci ncia do que se quer e clareza de prop sitos para se ter em mente o sentido da viagem E preciso olhar o todo de uma forma ampla E verificar qual das reas da vida merece mais cuidado em cada momento E preciso ser espec fico para dar se uma dire o ao leme Ter se uma estrat gia saber se qual a a o passo a passo E ter ser consci ncia dos valores recursos e das habilidades pr prias pois isso traz confian a E necess rio ter se consci ncia da miss o para manter se sempre no caminho Humildade
108. a esta quest o Hoje ele tem um profissional surdo l trabalhando n interagindo com tr s diferentes setores Ahn ent o assim um espa o que come a a abrir portas para futuramente receber alunos surdos no seu espa o Inclusive este funcion rio que est trabalhando atuando dentro da Institui o l na unidade Funda o Evang lica ahm ele tem questionado tem interesse inclusive para mudar migrar forma o superior dele para as forma es que est o acontecendo na pr pria Institui o ent o a Institui o est acordando para a necessidade de como receber esses sujeitos Ent o uma entre outras n A FEEVALE que uma institui o de ensino superior de Novo Hamburgo est a mais tempo atuando nesta rea tem int rpretes mas tem uma quest o bastante grave em rela o a este atendimento ahm que houve um bum assim tinham v rios surdos estudando ali e eles foram pedindo transfer ncia transfer ncia transfer ncia porque o perfil o perfil do profissional int rprete naquele espa o n o tem levado em considera o a especificidade de cada curso N o querer dizer que vai ter que ter um int rprete para cada forma o mas tentar encontrar um profissional p ex no caso do professor do professor Rog rio que trabalhou conosco aqui e que agora funcion rio da Funda o Ele estava estudando na FEEVALE ahm trancou o curso por qu O int rprete dele um int rprete com forma o na rea do e
109. a experi ncia de uma maneira que ela produza uma rede de conceitos que re nem os elementos comuns por categorias com algum grau de abstra o O conhecimento descontextualiza se de modo que possa unificar a singularidade e a diversidade de cada experi ncia curioso que temos a tend ncia de categorizar a pesquisa qualitativa na forma como se coletam os dados notas de campo observa o participante entrevistas etc quando o que deveria ser feito qualitativamente melhor como destaca a teoria fundamentada a nossa maneira de analisar e representar isto uma maneira diferente de fazer emergir a teoria BOL VAR BOTI 2002 Portanto o racioc nio narrativo funciona atrav s de um conjunto de casos individuais em que um passa pelo outro e n o um caso de uma generaliza o A preocupa o n o para identificar cada caso em uma categoria geral O conhecimento vem por analogia na qual um indiv duo pode ou n o ser semelhante ao outro O que importa s o os mundos experimentados vividos pelos entrevistados os sentidos singulares que expressam e as l gicas particulares de argumenta o que evidenciam Inspirada e fundamentada pelos suportes metodol gicos da investiga o interpretativa e da pesquisa narrativa em ci ncias sociais e estruturada a partir de estabelecimento de rela es mais horizontais e colabora o entre pesquisadores e 62 professores a documenta o narrativa de pr ticas escola
110. adaptaram e sa ram n por livre e espont nea vontade escolheram outra escola Eu desde o primeiro momento gostei muito da Escola do ambiente dos alunos e nesse um m s eu decidi ficar e fui atr s de de subs dios assim de metodologias para eu conseguir trabalhar Por que realmente neste um m s eu vi que s ahm sem a LIBRAS e sem algum a mais fica dif cil de ensinar eles algo proveitoso n Ent o foi nesse per odo que eu me decidi e logo fui buscar os cursos de especializa o n na l ngua M E o que te motivou a ficar P Ah eu acho que foi um conjunto da Escola por que essa escola muito boa ahm colegas a dire o era outra na poca mas a atual tamb m sempre apoiando os alunos e eles em especial claro n Eles tem uma afetividade completamente diferente a gente se sente muito valorizada aqui dentro que s vezes em outra escola o professor n o se sente Aqui eu me sinto muito valorizada Ent o esse foi o principal motivo que me fez ficar E acreditar neles tamb m M Muito bem Ahm essa prepara o tua frente a necessidade n ela envolveu o que cursos O que tu fez para suprir essa necessidade P primeiramente os cursos de da l ngua de LIBRAS n Tem v rios locais que s o oferecidos esses cursos Qualquer pessoa pode fazer n o precisa ter a faculdade ou n eu acho que s o ensino m dio necess rio e uma extens o
111. ado um obst culo para que crian as surdas possam ser inseridas em processos culturais existentes nas comunidades surdas Klein 2003 que em sua tese tece importantes rela es com a tem tica da forma o profissional na educa o dos surdos cita que a constru o de cultura da cultura surda est na rela o entre os sujeitos que sentem prazer no que fazem e que realizam seus desejos seus sonhos tanto no mbito pessoal quanto no profissional A cultura oferece um modo de construir significados e s mbolos que influenciam e direcionam as a es com as quais podemos nos identificar e construir 37 nossas identidades Assim a cultura surda constitu da ao identificar e dar sentido aos significados e signific ncias do grupo Vale a afirma o de Hall 2003 p 83 Todos nos localizamos em vocabul rios culturais e sem eles n o conseguimos produzir enuncia es enquanto sujeitos culturais Dessa forma a cultura surda tem seus locais onde as identidades surdas se constituem A grande quest o saber se o modelo educacional proposto oferece esse local para a constitui o da identidade surda Em outras palavras a inclus o de alunos surdos no ensino regular pode garantir o respeito e a compreens o da cultura surda Ou ainda compreender que estar habilitado n o significa apenas estar familiarizado com a linguagem de LIBRAS mas reconhecer e compreender a complexidade da alteridade e da interculturalidade
112. ador e educando trocando informa es devem ser conduzidos de forma que as concep es dos estudantes possam servir de ancoragem para sua aprendizagem em uma rela o dial gica em que a exposi o e defesa das experi ncias do educando e do conhecimento do educador complementem se Como lidar com isso quando o educador n o letrado em LIBRAS e consequentemente o aluno surdo n o tem o letramento na comunica o oral Quanto a isto Mamede e Zimmermann 2005 referem que ambos os sujeitos educador e educando s o frutos de um processo social amplo no qual a linguagem se apresenta como um elemento mediador mas n o o nico Nessa perspectiva deve se levar em conta o que apontam Pansini e Nenev 2008 p 46 ao referir que a linguagem do aluno deve ser entendida como uma manifesta o de sua cultura e por isso deve ter um lugar reservado para o debate dentro dos espa os formativos Para tanto urgente que se ampliem os estudos e pesquisas sobre de que modo linguagem e multiculturalismo se inter relacionam com as quest es pedag gicas que ocorrem no interior dos sistemas educativos preciso ent o pensar mudan as em nossos sistemas de ensino e consequentemente na sociedade como um todo que nos preparem e preparem os alunos para a conviv ncia harmoniosa e respeitosa de uns com os outros Talvez esse seja um dos maiores desafios de um novo paradigma educacional ambiental e cultural que necessita ser alcan ado qu
113. ais M E tu sabes me dizer se ahm existe algum casal que surdo e que tem o seu filho surdo aqui ou todos s o na sua maioria ouvintes toca o sinal de troca de per odo com filhos surdos P A maioria s o os pais ouvintes com filho surdo e o filho teve a surdez por alguma doen a ou a m e teve rub ola na gravidez muitos tiveram meningite ou alguma outra doen a n ap s o nascimento ou no caso da rub ola Existe um aluno que ta na pr escola que os pais s o surdos e o pai estudou aqui na escola na na sua inf ncia Justamente com a mesma professora que est o filho agora n Bem legal esta situa o Ent o o nico aluno que temos onde o pai e a m e s o surdos M Ahm Bom eu tamb m analisei assim o teu material as tuas atividades que tu fazes de Educa o Ambiental com os teus alunos e a gente percebe que neste material tu tens as concep es muito presentes a concep o atual que a gente tem de conceito de trabalho em Educa o Ambiental Como foi essa tua caminhada nesta rea Que tipo de autor tu l procura Tua qualifica o nesta rea que est fazendo fez Como est sendo como tu chegou a construir essa digamos tua concep o de Educa o Ambiental poderias me falar disso P Ahm eu curso biologia estou no ltimo semestre de biologia da UNISINOS E eu entrei na faculdade em 2000 e j dava aula n Claro que naque
114. al N o sendo surdo qualquer aluno especial Eu creio que n o s o todos n Muitos j passaram por aqui pela Escola professores contratados e n o gostaram n o se adaptaram e sa ram n por livre e espont nea vontade escolheram outra escola Anexo C linhas 15 a 19 Percebe se na fala de Paula a teoriza o reflexiva de que o sistema educacional n o est preparado para de fato aceitar as diferen as e assim 84 promover a educa o focada na diversidade cultural respeitando a individualidade tanto do educador como do educando O mesmo sentimento foi percebido na contribui o feita pela diretora da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado professora Ana Paula Jung quando menciona n o s uma quest o de escolha n Bom assim a minha entrada ingresso para a rea da educa o um pouco engra ado porque foi meio que de susto meio que a contragosto n o teve assim uma op o como voca o mesmo de trabalhar como professora Anexo C linhas 11 a 13 E acrescentou E a foi e sa em licen a quando eu retornei essa minha colega disse pois tu viu vai sair o curso e tal que bom Eu que curso A fui atr s descobri que eu n o tinha como fazer n o tinha forma o n o tinha inscri o e tal a dire o da poca tamb m n o foi nem um pouco receptiva me disse que n o abriria essa exce o de l pedir e mas como sou uma pessoa que funciona atr
115. al do sentido do n o se mexe para o movente Em LIBRAS temos a possibilidade de visualisar a comunica o em sua totalidade de dinamismos e sob diferentes perspectivas Se a cultura ou melhor a interculturalidade expressa se por sua diversifica o parece que a conviv ncia entre a cultura oralista e a cultura surda podem ampliar de forma inteligente as suas respectivas prospec es em busca de novos caminhos poss ves de serem trilhados afinal a oferta de valores entre ambas enorme 1 Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo a representa o de poucas coisas ou muitas coisas em LIBRAS Idem anterior possibilita a visualiza o em v deo a representa o de montanha em LIBRAS 78 Ora tal qual a perda biol gica representa o desaparecimento de uma esp cie e de toda uma teia de rela es o desaparecimento dessa diversidade cultural significaria a perda da capacidade humana de dar respostas variadas ao novo uma perda enquanto possibilidades de caminhos abertos que se fecham Conforme Bernard 2003 p 79 a riqueza humana depende da preserva o da diversidade de suas identidades culturais e de cada indentidade cultural A solu o em outras palavras n o est no compromisso da inteligibilidade das culturas mas em sua compreens o Em outras palavras preciso converger para uma intelig ncia compartilhada na qual cada cultura cada pe
116. am a introdu o da alteridade no processo de ensino aprendizagem Entretanto essa no o chega aos alunos de forma superficial sem penetrar no cerne da quest o ou seja em seu car ter relativizante mediante a compreens o de grupos e castas plurais em temporalidades distintas Conforme Souza 2005 p 94 40 Os Par metros Curriculares Nacionais prop em uma concep o que busca explicitar a diversidade tnica e cultural que comp em a sociedade brasileira Como discurso n o se pode deixar de elogiar a constru o desse texto mas at a implanta o de medidas efetivamente concretas que possam realizar as transforma es necess rias h de se percorrer ainda um longo caminho A observa o feita por Souza coloca para os educadores a quest o de como concretizar a alteridade na pr tica cotidiana das escolas De fato nessa quest o reside um dos problemas fundamentais para a inser o da alteridade n o s no curr culo mas na vida de alunos e professores O desenvolvimento de novas atitudes na rea pedag gica fundamental para o aprofundamento da interculturalidade n o apenas como conceito mas principalmente como pr xis Nessa perspectiva o sujeito reconhece a pr pria ess ncia a partir de sua rela o com o outro enfim com a alteridade compreendendo principalmente os sentidos que as a es dos sujeitos podem gerar nos respectivos contextos SIDEKUM 2002 A educa o pensada com base na persp
117. anh que seria o turno contr rio super cedo e ficam por ai sozinhos n Ent o a escola ajuda neste sentido de gente ficar com eles de dar alguma ocupa o eles ficam aqui na hora do almo o ent o a escola fica aberta por causa deles ent o eu sinto um apoio E tamb m dos outros professores quando os alunos v o apresentar alguma coisa n Existe um acolhimento e uma reflex o disso depois n Ent o essa ltima a o do lixo ahm hoje v rias professoras vieram me contar o que elas fizeram depois que eles sa ram da sala de aula n No s bado teve aula foi em fun o do que aconteceu na sexta feira Ent o eu creio que os outros professores mesmo dos menores acolhem este projeto tamb m n neste sentido n M Talvez por essa raz o tu tenhas escolhido o termo multiplicadores P Isso com certeza Por que essa foi a id ia de n o ficar s neles dessa id ia se multiplicar pros para toda a turma n 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 148 M Ah na tua concep o id ia tu acha que ah quando a gente faz atividades de Educa o Ambiental essas atividades elas contribuem no futuro para a inser o deles no meio mesmo que seja um meio ou
118. ara o aprendizado lingu stico e cultural objetivo do interc mbio Por m nunca se 30 pensou ou planejou qualquer atividade ou projeto semelhante para alunos surdos Estes por serem considerados de inclus o foram esquecidos quanto aos seus aspectos hist rico culturais quanto sua identidade sua exist ncia de ser surdo As a es do int rprete em sala de aula e os cursos de LIBRAS realizados representavam arranh es superficiais na complexa e abstrata busca pela identidade pelo pertencimento Nunca fomos visitar um grupo de surdos ou conviver com outros surdos durante um per odo maior Nunca nos preocupamos com as suas hist rias de vida suas fam lias seus sonhos seu cotidiano Desconhec amos a cultura surda o ser surdo a identidade surda S agora ao realizar esta tese percebemos que a resposta pedag gica para atendimento aos alunos surdos esteve em nossa frente o tempo todo mas parecia que est vamos cegos ou com viseiras que s nos permitiam enxergar a quest o sob duas ticas a da cultura ouvinte e a da inclus o Nossa aposta atual est para al m dessa racionalidade explicativa para assumirmos uma racionalidade compreensiva din mica investigadora sempre incompleta Assumimos a premissa de que uma teoria educativa deve partir de categorias interpretativas dos professores e deve ser pr tica com finalidade de orientar e guiar suas pr ticas enriquecendo suas teorias n o mais com o sent
119. as s por motivos de doen a ou problemas familiares n Ahm faltar por faltar n o existe Ahm eles vem eles participam eles interagem eles querem ahm se sente felizes aqui e durante as f rias mensagem orkut celular toque no celular de aluno n querendo dizer ai estou com saudade Mandam mensagens em fim as fam lias ligam ai pois quando que come am as aulas por eles est o loucos para come ar E realmente come ou o ano eles est o todos aqui E muito interessante isso e demonstra tamb m mostra comprova o quanto o comprometimento do grupo que dos educadores que atuam neste espa o fazem a diferen a Por que se fosse um grupo de pessoas que estivessem aqui simplesmente preocupados com a sua quest o particular profissional ou de cumprir a carga hor ria em fim como a gente sabe que acontece muito na rea da educa o n de ter um emprego e n o uma escolha profissional ahm com certeza os alunos n o teriam tamb m esta postura frente ao espa o E em fim e acaba nos dando mais subs dios para acreditar que o caminho este M Quantos alunos existe atualmente A Hoje matriculados 81 alunos M E todos da regi o de Novo Hamburgo 396 397 398 399 400 401 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418 419 420 421 422 423 424 425 426 427 428 429 430 431 432 433 434 435 436 437
120. as hist rias comportam Com a centraliza o dos estudos e pr ticas de forma o na pessoa do professor busca se abordar a constitui o do trabalho docente levando se em conta os diferentes aspectos de sua hist ria pessoal profissional e organizacional percebendo se uma tomada de consci ncia que nos leva a reconhecer os saberes constru dos pelos professores no seu fazer pedag gico di rio o que n o acontecia anteriormente nos modelos de forma o de professores p 45 Essa abertura da fase da an lise formal em que o analista pode utilizar qualquer padr o formal o mais indicado para seu tipo de material texto imagem som etc propicia uma rica gama de possibilidades que torna o m todo da pesquisa interpretativa hermen utica bastante abrangente 63 Com a finalidade de analisar e problematizar esta pretendida pr tica prop e se a discutir o processo de educa o do aluno surdo no contexto da escola especial no munic pio de Novo Hamburgo RS atrav s de uma an lise vinculada a atuais concep es do campo da Interculturalidade Cultura Surda e de Educa o Ambiental portanto desse contexto e dessa pr tica escolar que se buscar tecer algumas reflex es sobre a educa o de alunos surdos que encontram na Escola Especial no ensino bilingue na interculturalidade e no projeto multiplicadores ambientais o apoio e a base necess ria para exercerem a sua cidadania 3 2 CARACTERIZA O DO CONTEXTO
121. as e a produzir novos conhecimentos Ao estarmos sendo e aprendendo estamos sujeitos a riscos de tal forma que devemos estar sempre preparados para fazer e refazer construir desconstruir e reconstruir refletir criticamente sem prescindir da emo o dos la os afetivos das 88 sensa es transmitidas e sentidas por todos que desejam aprender e que est o cientes de que somos seres eternamente inacabados no espa o tempo que nos define E isso vale independentemente de estarmos envolvidos ou n o com uma educa o transformadora Na transcri o da entrevista realizada com a professora Paula percebe se claramente esta busca pelo ir al m supracitado pois ela coloca que comparando com a escola ouvinte que eu trabalho numa escola ouvinte n apesar do conte do ser o mesmo na disciplina e na s ries a metodologia de trabalho completamente diferente Ent o eu preciso claro do planejamento pr vio n important ssimo isso em qualquer escola mas muitas vezes no decorrer da aula surge alguma coisa que eu preciso buscar de interesse deles e explicar e para isso eu preciso ter material aqui na sala Ent o desde que eu tenho esta sala de aula que s de ci ncias s minha facilitou bastante Porque eu tenho aqui muito material meu que eu consigo na hora mostrar para eles n E os conte dos s o normais assim iguais numa escola regular e s muda ent o a minha metodologia de aula minha explic
122. as pr ticas de educa o ambiental a qual est para Vi gas e Guimar es 2004 centrada no indiv duo e na transforma o de seu comportamento individualista e comportamentalista e n o tem sido capaz de causar transforma es significativas na realidade socioambiental Por m para uma perspectiva mais cr tica no campo da educa o ambiental e que contemple uma realidade mais complexa pois a percebe como um conjunto em interrela es o resultado da a o educativa se dar na promo o de um movimento que potencialize a transforma o simult nea dos indiv duos e da realidade socioambiental e n o uma a o educativa focada apenas na mudan a do comportamento do indiv duo esperando que automaticamente a sociedade vir a se transformar VI GAS GUIMAR ES 2004 96 Muitos argumentos foram apresentados identificando os pontos falhos da educa o ambiental e Loureiro 2005 p 70 aponta para outro a dimens o pol tica Sobre este aspecto ele afirma Em termos gen ricos e conceituais a educa o essencialmente pol tica pois pol tico o espa o de atua o humana em que nos formamos e moldamos as caracter sticas objetivas que nos cercam Demo 1988 Uma das graves falhas dos processos educativos denominados tem ticos que se reproduz na educa o ambiental a falta de clareza do significado da dimens o pol tica em educa o Esse fato se verifica ao observarmos que a atua o dos educa
123. as t m o intuito de coletar informa es sobre suas hist rias de vida as vis es de aluno surdo que delas derivam e em especial suas trajet rias pessoais par compreens o da Cultura Surda As informa es obtidas por meio das ntrevistas foram transcritas e analisadas com um enfoque de corte hermen utico que permita conjuntamente dar significado e compreender as dimens es cognitivas afetivas e de a o DECLARA O DO A PARTICIPANTE OU DO A RESPONS VEL PELO A PARTICIPANTE Eu P JL B RA Jo He HER abaixo assinado concordo em participar do estudo A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Fui informado a pelo a pesquisador MARCUS H BNER dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada esclareci minhas d vidas e recebi uma c pia deste termo de consentimento livre e esclarecido Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isso leve a qualquer penalidade Autorizo 6C N o autorizo a publica o de eventuais fotografias que o a pesquisador a necessitar obter de mim de minha fam lia do meu recinto ou loca para o uso espec fico em sua disserta o ou tese Local e data UH H03 144 Fala Logo dig Nome k Assinatura do sujeito ou respons vel R Assinatura do a pesquisador a cs Tegel EFA n meaBtura br
124. ato n o tem o surdo chega na escola sem l ngua Ent o onde vai ser o ambiente lingu stico para ele interagir e adquirir essa l ngua materna Na escola regular Onde ningu m fala a l ngua de sinais Onde ele vai ter de repente um colega surdo e olha l Onde vai ter o int rprete que vai fazer a a media o entre professor e aluno E a a gente fica pensando em educa o infantil e educa o das s ries iniciais quem que vai ser a refer ncia da educa o desta crian a vai ser o int rprete ou vai ser o professor Anexo C linhas 156 a 163 Evidencia se que a intera o social contribui para a elabora o das representa es sociais imagin rio e opini es engendradas neste travar das rela es Constru mos pois impress es e sentimentos sobre os outros que nos cercam a partir das viv ncias e dessas intera es com o grupo social Diante dessa atitude evidencia se claramente um movimento hermen utico promissor que surge como possibilidade para esclarecer esses limites Dizer algo nunca esgota o tema como nos lembra Gadamer 2002 ou seja o di logo n o termina somente se interrompe Quando dizemos algo e esperamos a interlocu o temos ainda um mundo de coisas a serem ditas Precisamos falar mas tamb m precisamos ouvir para que o di logo ocorra Nesse sentido Gadamer 2002 destaca ainda que a incapacidade para o di logo sempre em ltima an lise o diagn stico feito por algu m que ele
125. atura Curta e por necessidade em ter que trabalhar para sustentar a minha vida e perman ncia em Rio Grande passo a atuar como bolsista no Servi o de Apoio Melhoria do Ensino de Ci ncias SAMECI Todos de certa forma necessitam de uma mola propulsora um est mulo uma motiva o para revelar habilidades que at ent o apareciam de forma muito sutil ou com pouca express o No meu caso com certeza foi durante esta forma o acad mica na Funda o Universidade Federal do Rio Grande FURG no per odo de 1986 a 1991 que esta motiva o se fez presente N o tanto atrav s das disciplinas curriculares mas por ter trabalhado no SAMECI Realizando pesquisas e contribuindo no desenvolvimento de metodologias de ensino e atividades pr ticas de cunho transdisciplinar fui estimulado a despertar a criatividade e a frequentar laborat rios vinculados a diferentes saberes espec ficos que tinha o desafio de integrar A partir de ent o passa se a desenvolver a paix o por uma metodologia de ensino na qual a teoria e a pr tica a integra o de saberes nunca mais se separariam De certa forma a leitura da biografia de Leonardo da Vinci auxiliou neste processo Conhecer a genial biografia de Leonardo da Vinci refor ou a postura transdisciplinar possibilitando me correlacionar as diferentes reas do conhecimento principalmente da Biologia Hist ria F sica Qu mica e Geografia Assim iniciou se a estrutura o do processo de
126. av s da provoca o no momento que me diz um n o e eu to a fim de fazer bem complicado de me segurar Ent o eu fui pelas beirolas e fui indo Descobri o dia que come ava o curso e fui no fim um colega da escola desistiu e eu acabei entrando na vaga dele Ahm fiz a forma o um ano todas as sextas de noite e s bado o dia todo Tinha que ir para Os rio um grupo de 5 pessoas de toda a escola e ali que come ou o meu primeiro contato com a l ngua de sinais foi dentro desta forma o que aconteceu come ou em 2005 e terminou em 2006 Em janeiro de 2006 eu tive o primeiro contato com a l ngua de sinais com instrutor surdo me apaixonei Anexo C linhas 60 a 69 Nota se que mesmo quando a escola parece estar diante de um educador que apesar de na primeira inst ncia n o se achar capacitado para trabalhar com e em educa o grifo nosso mas que apresenta um perfil vontade e motiva o para trabalhar nesta rea esse professor n o recebeu o devido est mulo e apoio da escola para se qualificar Mesmo quando o apoio surge e a proposta para auxiliar na continua o da forma o profissional para alfabetiza o dos alunos surdos sai do papel para se tornar realidade percebe se que em primeira inst ncia muitas dificuldades e desencontros ainda persistem Ent o que sentimento que for a ou motiva o fizeram com que essas educadoras que apesar de terem hist rias de vida diferentes ver transcri
127. c pio de Novo Hamburgo RS tem a pretens o de realizar uma imers o n vida de professores e alunos de uma escola espe ial para surdos A investiga o se prop e analisar luz de atuais concep es de Educa o Ambiental e dos Estudos Culturais e da Cultura Surda a forma como a educa o ambiental dos alunos surdos se produzesses contextos educativos Discutir o processo de educa o do aluno surdo no context da escola especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise vinculada a atuais concep es dos Estudos Culturais Cultura Surda e de Educa o Ambiental A configura o desta pesquisa opta como referenciais te ricos pela vertente s cio hist rica e os estudos culturais e como perspectiva de investiga o a pesquisa biogr fica narrativa Nestes aportes se procuram os elementos norteadores para circunscrever a tem tica deste estudo Foram utilizados como recursos metodol gicos de coleta de dados observa es em salas de aula na realiza o de um projeto de multiplicadores ambientais de cunho de Educa o Ambiental realizada na escola supracitada registro atrav s de filmagem de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos e sua professora ouvinte grava o de udio de entrevistas semi estruturadas de car ter narrativo biogr fico realizada junto professora que atua na escola especial e coordena o grupo de multiplicadores ambientais e a Diretora da referida escola Todas estas entrevist
128. cativa Barcelona Paid s 2004 Dispon vel em lt http congreso codoli org area 4 Almenta Lopez pdf gt Acesso em 23 abr 2010 ARROJO R Oficina de Tradu o a teoria na pr tica S o Paulo tica 2002 ARROYO M XII Semin rio Municipal de Educa o Prefeitura Municipal de Dois Irm os 26 fev 2009 ALMEIDA Jo o Ferreira trad B blia Sagrada Bras lia Sociedade B blica do Brasil 1969 BERNARD F de Privatiza o ou Divis o de Diversidade e Identidades Culturais In SIDEKUM A org Alteridade e Multiculturalismo Iju Uniju 2003 BOCK A M B org Psicologia uma introdu o ao estudo da psicologia S o Paulo Saraiva 2001 BONILLA M H S Educa o e inclus o digital Dispon vel em lt http wiki dcc ufba br pub Inclusao Documentos bonillaeducacaoeinclusao digital rtf gt Acesso em 21 abr 2010 BOSCOLO C C COSTA M P R da DOMINGOS C M P PEREZ F C Avalia o dos benef cios proporcionados pelo aasi em crian as e jovens da faixa et ria de 7 a 14 anos Rev Bras Ed Esp Mar lia Mai Ago 2006 v 12 n 2 p 255 268 Dispon vel em lt http www scielo br pdf rbee v12n2 a08v12n2 pdf gt Acesso em 12 fev 2010 BOLIVAR BOT A A De Nobis Ipsis Silemus Epistemologia de la investigaci n biogr fico narrativa en educaci n Revista Electr nica de Investigaci n Educativa vol 4 n 1 2002 Dispon vel em lt http redie uabc mx vol4no1 contenido bo
129. como um espa o contestado que se d em rela es de saber poder assim tricos e tensos No campo da educa o h v rias pesquisas que utilizam como aporte te rico da interculturalidade principalmente por ela ter como caracter sticas a versatilidade te rica e o aspecto interdisciplinar fazendo se presente em diversas reas de pesquisas como Antropologia Hist ria Comunica o Educa o Sociologia e Literatura A interculturalidade proporciona discuss es que assumem valorizam e enfatizam a cultura dos povos produzida pelos mesmos Skliar e Quadros 2000 p 33 destacam Re construir e re conhecer o mundo atual e definir o lugar espa o tempo que ocupam os outros depende em grande medida da intensidade das imagens representa es do mundo que se selecionam produzem inventam dissimulam ou ignoram se atrav s dos nossos olhares dos nossos gestos e dos nossos discursos Assim os autores supracitados lembram nos que n o existe um nico mundo dispon vel e que reconhecer os demais e suas rela es significa refletir e conceber novas concep es sobre temas como cultura l ngua identidades e diferen as Por m Karnopp 2006 p 99 lembra que especificamente no panorama brasileiro poss vel constatar ainda que para muitas pessoas torna se irrelevante e para outras decididamente inc moda a refer ncia a uma cultura surda Segundo a autora a universaliza o de uma cultura universal tem represent
130. contextualiza o do local e do global na dimens o tecnicista acima da dimens o pol tica Por sua vez a educa o ambiental cr tica relacionar se ia com as a es educativas capazes de contribuir para a transforma o da crise socioambiental que ele aponta como grave N o vejo a Educa o Ambiental Cr tica como uma evolu o conceitual ou desenvolvimento metodol gico de algo que era anteriormente conservador A percebo como uma contraposi o que a partir de um 55 outro referencial te rico acredito subsidiar uma leitura de mundo mais complexa e instrumentalizada para uma interven o que contribua no processo de transforma o da realidade como decorrente de um movimentos dial tico dial gico em que a intera o de for as seus conflitos e consensos s o estruturantes dessa realidade debru amo nos sobre a rela o sobre o movimento de inter retro a o do todo e das partes num processo de totaliza o GUIMARAES 2004 p 27 A educa o ambiental cr tica estaria portanto impregnada da utopia de mudar radicalmente as rela es sociais e da humanidade para com a natureza REIGOTA 2006 p 11 Ao se basear na busca pela transforma o social ficaria expl cita a diferencia o perante uma educa o ambiental gen rica LAYRARGUES 2004 p 15 Assim a educa o ambiental cr tica permite entender a complexidade do mundo contempor neo e portanto intercultural 56 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICO
131. da pelo menos a dois A conduta reconhecer que o povo sujeito e tem saberes Esses saberes foram constru dos e reproduzidos de gera o em gera o nas diferentes comunidades ou organiza es sociais O desafio do educador mais do que conhecer esses saberes talvez esteja no fato de compreender as rela es entre os mesmos as redes sociais de trocas de saberes atrav s das quais est o fortemente amarrados os valores as identidades H um tecido social pedag gico educativo em que os seres humanos constroem desconstroem e novamente constroem suas identidades seus valores A compreens o do car ter coletivo e ritual do processo educativo leva nos a resgatar algo essencial que a cultura popular Educa o e cultura precisam ser recuperadas como v nculo estreito Estudo e produ o da vida fazem parte do mesmo processo de humaniza o assim como fazem parte do processo de humaniza o a luta por direitos iguais e o respeito diversidade nesse caso a diversidade entre a cultura ouvinte e a cultura surda ambas com igual validade e necessidade Souza 2001 pontua que cultura o que nos faz humanos com ela criamo nos em comunidade de l ngua valores moral produzimos a nossa adapta o ecol gica enfim ganhamos tamb m a nossa identifica o tnica A cultura surda constitui se da mesma forma que a cultura dos ouvintes Ela necess ria para estabelecer a conviv ncia entre os surdos Essa cultura se express
132. dade de alterar o existente Pensando cada momento podemos estabelecer uma ordem flex vel A educa o ambiental ao produzir significados que influenciam condutas e valores penetrando na vida das pessoas por exemplo pelos espa os escolares pode ser entendida como uma produ o intercultural As lutas por imposi o de significados tanto entre as diversas tend ncias da educa o ambiental quanto em rela o a outros discursos e pr ticas contribuem para a configura o deste territ rio pedag gico contestado 97 A educadora Paula percebeu a necessidade de envolver se com as pr ticas em educa o ambiental durante a sua forma o acad mica no curso de gradua o em Biologia Constata que nesta forma o houve a aus ncia de uma cadeira espec fica em educa o ambiental e percebe que h necessidade de desenvolver uma metodologia diferenciada para atender seus alunos surdos Em seu relato explicitou Ent o eu n o posso dizer que foi na Faculdade que que eu tive estas estas quest es foi realmente vindo da necessidade do trabalho aqui Porque eu dando aqui na escola com os alunos surdos preciso de uma maneira diferente de expor o conte do N o pode ser de uma maneira ahm n o sei se tradicional pode ser a palavra certa porque nem se usa mais n mas neste sentido n o pode ocorrer Ent o eu acho que sem querer eu comecei a fazer coisas ligadas Educa o Ambiental e com isso eu fui atr
133. de ser um tema que por se tratar de problemas vivenciados pela comunidade pode gerar muita criatividade educa o ambiental constituindo se num processo de ensino aprendizagem permanente e cont nuo n o necessitando necessariamente de ser formalizado em uma disciplina pois a sua intera o com outras disciplinas fornece uma vis o de consci ncia em rela o ao meio ambiente auxiliando sobremaneira na forma o da cidadania Pode se observar essa conduta pelo envolvimento da comunidade da Escola Estadual Especial Keli Meise nas propostas feitas por Paula e pelos multiplicadores ambientais O trabalho pedag gico realizado de forma transversal faz com que o aprendizado torne se din mico al m de procurar na transforma o dos conceitos a explicita o de valores e a inclus o de procedimentos vinculados rotina e realidade dos envolvidos de modo que se desenvolve uma gera o de cidad os mais participativos Vale salientar que importante em qualquer programa ou projeto de educa o ambiental seja no campo da formalidade ou da informalidade a aplica o de um enfoque interdisciplinar intercultural e hol stico Nessa perspectiva e aproveitando o conte do espec fico de cada disciplina ou tema abordado a fim de que se adquira uma perspectiva global e equilibrada tornando se imperativa a coopera o intera o entre todos os envolvidos respeitando evidentemente suas culturas e identidades Na interven o
134. de sinais As imagens falam atrav s das atitudes os sorrisos a alegria desses alunos da afetividade entre professora alunos multiplicadores e alunos visitados de uma escola onde os surdos est o juntos para viver sua cultura e de forma alguma por serem considerados menos que os alunos da cultura ouvinte E ainda a educa o ambiental o espa o que Paula tem encontrado para viabilizar isso A partir da aquisi o da LIBRAS Paula e as crian as passaram a construir sua subjetividade pois estabeleceram juntos recursos para sua inser o no e Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo do esfor o realizado pelos multiplicadores ambientais e a professora para compreens o e entendimento da import ncia do descarte correto na perspectiva da coleta seletiva 7 Idem anterior possibilita a visualiza o em v deo da utiliza o das LIBRAS e da oralidade por parte da professora de ci ncias 104 processo dial gico trocando ideias sentimentos compreendendo o que se passa em seu meio e adquirindo ent o novas concep es de mundo A an lise da filmagem permite considerar que a atividade profissional exercida pela professora Paula revela a sua natureza pedag gica isto apresenta se vinculada aos objetivos educativos alcan ados gra as ao seu esfor o e a sua forma o humana em LIBRAS e os respectivos processos metodol gicos e organizacionais com os quais atuou junto ao grupo
135. diferen a N o s no sentido de reconhecerem as pontes da interculturalidade mas e principalmente demonstrando a coragem necess ria para percorr las Cabe lembrar que as cr ticas endere adas ao modo tradicional de lidar com a educa o de surdos e com a educa o ambiental denunciam com frequ ncia o predom nio das descri es oralistas e das oficinas ambientais impostas pela sociedade e pela educa o formal A presente pesquisa demonstra que justamente dessas amarras que educadores t m buscado escapar quando atuam no campo da Interculturalidade Cultura Surda e Educa o Ambiental Assim identidades surdas e ambientais s o constitu das como outras em rela o a essa refer ncia oralista ou superficial de se tratar a educa o ambiental tomadas como padr o ou norma Nos espa os formais de educa o lida se usualmente com identidades presumidas ao mesmo tempo em que se marcam as outras identidades como desviantes Dessa forma os diferentes discursos algumas vezes articulam se e outras contrap em se nas lutas para a imposi o de significados lutas essas constantemente processadas nas a es e rela es sociais e ambientais Nesses processos d se a inven o social e ambiental das op es e das muitas regras que passam a gerir nossa vida e tamb m todas as proposi es pedag gicas existentes nos espa os de forma o formal Por m n o se pode desconsiderar
136. do que n o oralizado n o um bom surdo porque ele n o vai para igual norma padr o n ouvinte O surdo ah que hoje tem o implante auditivo coclear ele vai l e d esse est mulo pro surdo Isso a nova maravilha do mundo O surdo deixa de ser surdo quando implantado ent o o que acontece A m dia divulga anm que o surdo para ser bom tem que ser igual ao ouvinte E a gente percebe que n o precisa n que se for op o desta fam lia dessa pessoa deste sujeito ser surdo ele vai ter as mesmas condi es desde que seu direito lingu stico seja respeitado Igualdade de condi es n adaptada para cada sujeito Anexo D linhas 346 a 355 91 Tais contribui es corroboram com o fato de que o processo educativo de alunos surdos necessita de um olhar muito mais cuidadoso e por isso talvez o Rio Grande do Sul esteja mobilizado para enviar a sua proposta de educa o para alunos surdos fundamentada no Bilinguismo ao Minist rio da Educa o Conforme narra a diretora Ana Paula Jung O Cristian foi eleito delegado por Novo Hamburgo tinha um grupo com outras pessoas que foi a Porto Alegre no final de semana do dia 20 de novembro E l ele e mais um surdo de Porto Alegre o professor Cl udio Mor o que trabalha na UFGRS que tem outras atividades na rea da educa o ahm os dois foram eleitos delegados Ent o est o indo a Bras lia em 2010 como delegados do Rio Grande do Sul defender as prop
137. do se fala de educa o especial refere se a sujeitos educativos no sentido de deficientes ou ent o em uma educa o especial como sin nimo de menor incompleta e irrelevante tanto para o sujeito em quest o como para as institui es Se o crit rio para afirmar a singularidade educativa desses sujeitos o de uma caracteriza o excludente a partir da defici ncia que possuem ent o n o se est falando de educa o mas de uma interven o terap utica SKLIAR 2006 p 6 Entendendo a import ncia em reconhecer e valorar a cultura surda como constru o hist rica e compartilhando dos significados expostos nos estudos realizados buscamos aprofundar considera es acerca desse campo te rico ponto importante na fundamenta o desta pesquisa Alicer ada numa concep o de educa o como uma pr tica pol tica e dial gica FREIRE 1977 as reflex es aqui apresentadas sobre as rela es entre surdos e a educa o ambiental apoiam se nas contribui es te ricas da educa o intercultural CANDAU 2002 2003 2005 na ideia de identidade como uma constru o hist rica m ltipla e mut vel HALL 1997 e no conceito de cultura com 36 base em Geertz 1989 que a define como uma teia de significados na qual os indiv duos estabelecem e interpretam as rela es sociais e com a natureza Este campo te rico da interculturalidade compreende a cultura como din mica e m vel Em s ntese a cultura entendida
138. dores vem tornando as iniciativas educacionais ambientalistas limitados instrumentaliza o e sensibiliza o para a problem tica ecol gica mecanismo de promo o de um capitalismo que busca se afirmar como verde e universal em seu processo de reprodu o ignorando se assim seus limites e paradoxos na viabiliza o de uma sociedade sustent vel Segundo Spazziani e Gon alves 2005 um dos pilares para o desenvolvimento da educa o ambiental transformadora a identifica o das concep es sobre as quest es ambientais al m de orientar e inspirar o desenvolvimento de sujeitos para que se apropriem de atitude cr tica dial tica participativa e de conhecimentos sobre a realidade Para promover a es correspondentes na perspectiva de uma pedagogia hist rico cr tica Santos 2005 p 70 diz A primeira condi o para trabalhar com a pedagogia hist rico cr tica assumir que partindo da pr tica social e do problema nesta selecionado se deve usar o conhecimento cl ssico e estabelecido para tratar do referido problema Portanto o primeiro compromisso recorrer ao saber cient fico epist mico para lidar com a quest o inicial A s ntese final deve refletir esse compromisso uma vez que o processo de an lise tamb m o seguir Devemos lembrar que ensinar num contexto dial tico construir com o aluno o quadro de rela es e media es que levaram ao estabelecimento do real e tamb m mostrar a possibili
139. e a Educa o Ambiental n o neutra mas ideol gica um ato pol tico baseado em valores para a transforma o social segundo o princ pio n 4 do Tratado de Educa o Ambiental para Sociedades Sustent veis e Responsabilidade Social Eis o desafio da Educa o Ambiental transmutar se gradualmente em uma Educa o pol tica at desaparecer a necessidade de se adjetivar a Educa o de ambiental No Tratado de Educa o Ambiental para Sociedades Sustent veis e Responsabilidade Social HENRIQUES et al 2007 p 104 pode se destacar os seguintes princ pios dentre os 16 mencionados 6 A Educa o Ambiental deve estimular a solidariedade a igualdade e o respeito aos direitos humanos valendo se de estrat gias democr ticas e intera o entre as culturas 9 A Educa o Ambiental deve recuperar reconhecer respeitar refletir e utilizar a hist ria ind gena e culturas locais assim como promover a diversidade cultural lingu stica e ecol gica Isto implica uma revis o da hist ria dos povos nativos para modificar os enfoques etnoc ntricos al m de estimular a educa o bil ngue 13 A Educa o Ambiental deve promover a coopera o e o di logo entre indiv duos e institui es com a finalidade de criar novos modos de vida baseados em atender s necessidades b sicas de todos sem distin es tnicas f sicas de g nero idade religi o classe ou mentais Portanto a realidade das condi
140. e a valoriza o da diversidade 1 2 HIST RIA DE VIDA DO AUTOR E SUA IMPLICA O NESTA PESQUISA Da mesma forma que a situa o da tem tica central do estudo se apresenta como relevante entre os pontos de partida para a realiza o deste trabalho a 20 hist ria de vida do autor com seus desdobramentos bem como o delineamento de alguns perfis de educadores que servem como referenciais 1 2 1 A Hist ria de Vida do Autor Meu pai Peter Klaus Joachim H bner veio da Alemanha em 1959 depois de uma sensibiliza o em 1957 na cidade alem de Bad Boll na qual o Sr M ller realizou uma palestra sobre os Asilos Pella e Beth nia pertencentes ao S nodo Rio Grandense localizado em Taquari RS onde o seu filho atuou como Diretor As condi es eram muito prec rias e os asilos necessitavam de ajuda principalmente na rea da sa de enfermagem Ap s essa palestra meu pai formado em enfermagem sentiu se chamado e motivado a servir naquele estabelecimento Encaminhou o seu pedido ao Departamento de Rela es Exteriores da Igreja de Confiss o Evang lica Alem respons vel pelo envio de obreiros enfermeiros e di conos ao Brasil Em 1962 Peter K J H bner casou se com Gudrun Pommer filha de Wilhelm Pommer a qual conhecera na viagem de vinda ao Brasil De 1959 a 1969 meus pais atuaram intensa ativa e participativamente na melhoria das instala es existentes no Asilo Pella e Beth nia bem como no atendimento na
141. e Buscar efetivar esses preceitos tarefa nada f cil mas sim complexa relevante desafiadora e crucial Sem esse enfrentamento ela corre o risco de se transformar em mais um jarg o educacional Nesse sentido o trabalho realizado por Paula com os seus alunos se relaciona de forma decisiva com a preocupa o referente ao potencial de re elabora o de atividades por parte destes estudantes Por m ainda carece de metodologias e pr xis da Educa o Ambiental Cr tica A educa o ambiental em sua vertente cr tica demanda a explicita o e o di logo com as teorias sociais e educacionais tamb m cr ticas esse seu ponto de partida Sendo assim avaliar se as metodologias e pr xis se adequam a criticidade proposta uma das enormes tarefas do campo Nesse contexto ao problematizarmos que tipo de a es se faz necess rio Educa o Ambiental Cr tica emergem os entraves limites e avan os que essa reflex o traz demanda e organiza o escolar Mas se reconhecermos que o ideal de transforma o permeia v rios discursos e documentos de educa o ambiental ao menos duas outras quest es 119 surgem Primeiro toda educa o ambiental visa transformar e transformadora Segundo se toda educa o ambiental discursa pela transforma o todo entendimento do que transforma o igual Podemos afirmar que no projeto analisado e proposto por Paula que o conceito constru do acerca da criticidade na educa
142. e passando para a l ngua de sinais Anexo B linhas 37 a 41 Quanto a este relato cabem alguns questionamentos e algumas reflex es a professora contratada foi deslocada para esta escola especial porque n o havia professores capacitados ou por que os professores dispon veis n o quiseram lecionar nesta escola Apesar da Coordenadoria de Educa o disponibilizar a informa o acerca da escola especial e ter informado professora que se tratava de uma escola especial para alunos surdos enviou uma educadora sem dom nio em LIBRAS Essa atitude n o estaria revelando certo descaso do Estado perante o compromisso assumido na educa o destes jovens Na transcri o realizada anexo B a professora Paula revela em sua fala que parte das suposi es acima parece ter fundamento E logo de in cio eu aceitei j sabendo n que seriam alunos especiais mas que eu teria algum apoio dentro da sala de aula com com um int rprete S que foi s um m s n depois disso j n o estava previsto n risos que seria pouco tempo linhas 12 a15 Depois da situa o j concretizada a 2 Coordenadoria Regional de Educa o deixou que a professora escolhesse se ela queria continuar ou n o a lecionar nesta escola E neste momento que eu pude escolher se eu queria continuar aqui ou n o n Ent o eu penso assim que ahm que n o s o todos os professores que gostam de trabalhar com a especificidade ou com aquele aluno especi
143. e parceria envolvendo todos os profissionais da rea na luta pelo processo inclusivo grifo do autor Podemos perceber nas palavras do autor supracitado que a experi ncia verbal individual est impregnada de outras vozes o que implica na multiplicidade de sentidos das palavras produzidos nas situa es concretas e no contexto que ocorrem A l ngua n o aprendida de forma mec nica e passiva por isso a simples tradu o Portugu s LIBRAS n o suficiente para a compreens o e uso dos enunciados de uma l ngua Por outro lado o redimensionamento da no o de di logo com a inclus o das rela es entre os enunciados que fazem parte da corrente de comunica o verbal e a concep o de discurso como uma constru o social torna a participa o do a aluno a surdo a na sala de aula inclusiva ainda mais complexa e contradit ria Como partilhar os enunciados e as r plicas produzidas pelos interlocutores sem compartilhar um territ rio lingu stico comum Como salienta Souza 2000 p 92 no caso dos surdos faz se necess rio franquear lhe a palavra quer dizer antes de escreverem nosso idioma deveriam poder se narrarem em sinais e suas narrativas precisariam se acolhidas por uma escuta tamb m em sinais Nesse sentido a L ngua Brasileira de Sinais n o pode significar apenas um instrumento de convers o de sons em sinais como c digos de transcri o da mesma ordem do Braille SOUZA CARDOSO 2001 numa posi o suba
144. e percep o ambiental da universidade de Campinas eu acho e mais alguns que eu mas mais esse que eu acredito que est mais dentro da minha linha Claro os livros do meu orientador que eu trabalhei bastante que me ajudou bastante nesta parte que tem anos de pr tica na Educa o Ambiental que me ajudou bastante M Posso te perguntar s para ficar registrado quem P Ah o professor Paulo Saul risos que foi mui ele gostou muito do trabalho n me apoiou acreditou neste trabalho tamb m e acredito que os resultados v o estar vindo por a E ele tem essas id ias bem claras assim ent o isso proporcionou eu poder fazer o meu trabalho n M Bom muito bem eu percebo ent o que a tua linha ou tua identifica o bastante forte com a quest o do trabalho das trilhas ecol gicas n que o forte ponto que o professor Paulo trabalha Me conta um pouco mais sobre isso sobre o trabalho das trilhas Como tu te identifica com este trabalho que vantagens tem a utiliza o das trilhas para o trabalho como os alunos surdos P Ahm O que eu percebo na sala de aula antes de iniciar estas trilhas com os alunos que se eu explico alguma coisa na sala de aula por exemplo estou trabalhando com a 6 s rie alguma coisa de bot nica mostro no livro explico no quadro ou trago alguma foto para eles no computador e depois vou fazer a trilha n o tem uma rel
145. ece A m dia divulga ahm que o surdo para ser bom tem que ser igual ao ouvinte E a gente percebe que n o precisa n que se for op o desta fam lia dessa pessoa deste sujeito ser surdo ele vai ter as mesmas condi es desde que seu direito ling stico seja respeitado Igualdade de condi es n adaptada para cada sujeito M Claro 446 447 448 449 450 451 452 453 454 455 456 457 458 459 460 461 462 463 464 465 466 467 468 469 470 471 412 473 474 475 476 471 478 479 480 481 482 483 484 485 486 487 488 489 490 491 492 493 494 495 168 A Ent o assim a gente percebe que h uma defasagem no aprendizado do surdo porque eles chegam aqui na melhor das hip teses com cinco seis anos para a educa o infantil sem uma l ngua Eles t m gestos uma l ngua caseira uma l ngua de sinais criada em casa na necessidade e ele chega aqui a parti dali ele vai come ar a significar as coisas a sua volta o mundo a sua volta e as rela es que ele tem com o outro Ahm se vamos comparar isso com uma crian a ouvinte ela est recebendo est mulos desde a barriga da m e ent o ela vai chegar no per odo de aquisi o formal de conceitos dentro da escola com essa primeira parte pronta Ela vem falando Ela vem interagindo Ela utiliza esses termos que ela n o conhece ainda n o na forma escrita Ent o no momento que d o clic ela significa aquilo que ela fala O su
146. ectiva da alteridade passa a ser concebida como o processo constru do pela rela o particular e intensa entre diferentes sujeitos os quais possuem op es e projetos tamb m diferenciados Em meio ao processo interativo ocorre n o apenas a aprendizagem de conceitos e informa es mas sobretudo a compreens o dos contextos em que surgem os contatos os relacionamentos de sujeitos plurais para a apreens o dos elementos que adquirem significado Conceber a inclus o como um processo que busca responder aos anseios dos movimentos sociais contempor neos por direitos de igualdade e de diferen a permite uma aproxima o com uma perspectiva intercultural pois como nos anuncia Candau 2005 p 35 com base em Boaventura de Sousa Santos A perspectiva intercultural quer promover uma educa o para o reconhecimento do outro para o di logo entre os diferentes grupos sociais e culturais Uma educa o para a negocia o cultural Uma educa o capaz de favorecer a constru o de um projeto comum pelo qual as diferen as sejam dialeticamente integradas A perspectiva intercultural est orientada sociedade democr tica plural e humana que articule pol ticas de igualdade com pol ticas de identidade 41 Para tanto o conceito de educa o intercultural aqui assumido com base em Candau 2008 p 19 define se como Um enfoque que afeta a educa o em todas as suas dimens es favorecendo uma din mica de cr tica
147. efer ncia feita torna se claro que cada cultura fruto de um processo hist rico concreto no qual cada grupo humano a partir de sua experi ncia de relacionar se com o meio e com outros grupos constitui nessa hist ria o seu modo particular de simbolizar de perceber de sentir em ltima inst ncia de pensar Dessa forma cada grupo humano tem se forjado em um processo hist rico diferente que se costuma denominar de identidade Se cada cultura representa uma perspectiva uma identidade ent o quando se fala em diversidade cultural trata se de pensar a rela o entre culturas entre diversas identidades BERNARD 2008 Compreender a diversidade cultural sob esse aspecto permite nos compar la aos processos de diversidade biol gica Portanto ela a riqueza de diversas possibilidades de caminhos poss veis para enfrentar de modos diferentes desafios tamb m parcialmente diferentes Veja se por exemplo quando se menciona as palavras poucas coisas ou muitas coisas ou ainda montanha Essas palavras na l ngua oral ou escrita parecem nos muito elementares Mas quando a conhecemos na linguagem gesto visual elas n o aparecem mais de uma identifica o sob o seu simples aspecto ou forma gramatical de escrita Em LIBRAS visualisa se a intera o entre polos a rela o entre opostos para onde tensiona a realidade No exemplo de montanha podemos perceber os polos de alto e baixo do vertical e do horizont
148. egular Ahm sofri bastante por que que a escola espera do profissional um perfil tradicional e a minha forma o em dan a n o tem nada de tradicional Ent o ahm eu tive que brigar comigo mesma ahm assim ahm rever conceitos para poder estar naquele espa o naquele momento ahm quase que criar um personagem diferente da pessoa que eu sou enquanto educadora n em fim a foi e fiquei por 3 anos nesta atividade No 4 ano de atividade naquele espa o eu assumi a substitui o de turmas eu entrei em v rias s ries em v rias turmas foi uma experi ncia muito legal deu um novo g s assim e enfim A nesse meio tempo estava eu l gr vida do terceiro filho o Rubinho e acabei saindo em licen a gestante em fim Ahm e nesse meio tempo o Estado prop s uma forma o para a rea da surdez mas eu estava afastada Ent o eu n o pude me inscrever e tem toda uma quest o burocr tica M Sim sim A E uma das colegas que trabalhava nesta escola de ouvintes que eu atuei em Torres ela tinha classe de surdos para todas as s ries oferecidas de pr escola a 8 s rie no ensino fundamental tamb m tinham classes paralelas para surdos n M Legal A Bem legal bem interessante a proposta Ahm e essa uma das colegas que trabalhava j a mais tempo sempre me dizia Ana tu tem um perfil guria vai atr s olha tu tem jeito n o te deu contata e ta ta ta Eu ta legal le
149. eles n E os conte dos s o normais assim iguais numa escola regular e s muda ent o a minha metodologia de aula minha explica o eu tento ahm fazer muita rela o com alguma outra coisa que eles j conhecem mas seria uma escola normal com as turmas normais os per odos as mesmas coisas eles fazem exerc cios eles escrevem no caderno l ngua portuguesa eu cobro a l ngua portuguesa provas exerc cios individuais em grupo isso tudo normal n esse funcionamento N o sei se era isso que tu querias ah saber M N o tranquilo Ahm E eu tenho lido n por parte de alguns autores assim que o grande obst culo que a gente tem ent o quando a gente trabalha com alunos surdos a quest o da linguagem Concordas P Sim Com certeza M E na tua opini o e experi ncia o aluno surdo deve se aprimorar na l ngua oral escrita LIBRAS ou das tr s 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 145 P Essa quest o se relaciona bastante a forma que ele adquire a l ngua de sinais n Aqui na escola agente trabalha o biling ismo que ent o seria a l ngua portuguesa escrita e a l ngua de sinais para ele conseguir se comunicar ahm em vez da fala n
150. em Educa o Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande FURG Comiss o de avalia o formada pelos professores feia Rui puto Dr Maria In s Copello Danzi de Levy Orientadora FURG Dr gt Paula Regina Costa Ribeiro PPGEA FURG Dr Madalena Klein UFPEL N O fada UU Dr Gladis Teresinha Taschetto Perlin UFSC P Guta Cosu 1 emma A Dr Paula Corr a Henni FURG JA ONIAN RA aans E j f d Dr Maria ngela Matter Yunes FURG Em mem ria de Wilhelm August Pommer meu av materno Peter Klaus Joachim H bner meu pai Guido Eug nio Rieck meu sogro Ouvi Senhor a minha ora o escutai os meus clamores n o fiqueis insens vel s minhas l grimas Diante de v s n o sou mais que um viajor um peregrino como foram os meus pais Salmos 39 12 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus por ter permitido a realiza o desta etapa de minha vida pessoal e acad mica Mas eis que tamb m chegou o momento de expressar sinceros agradecimentos a muitos e tantos adorados familiares e amigos queridos que se revelaram ao longo desse tempo Bem sei que corro o risco de n o dar conta deste muit ssimo obrigado como merecido pois ser dif cil exprimir a beleza que foi este movimento de energias e impulsos que foram chegando Por tudo isso destaca se tamb m para al m da mera formalidade um sentido o da forma o de uma verdadeira rede de solidariedade e de
151. em alteridade porque esse eu e o outro em rela o pressup e a descentraliza o do olhar isto a sensibilidade de se colocar no lugar do outro de ver como o outro v aceitar um conhecimento que n o se pauta exatamente nos nossos modelos de conhecimento A no o de alteridade enfim supera o aceitar a exist ncia do outro apenas como necessidade e interesse econ mico construindo se assim uma identidade de aceita o do outro Portanto a alteridade presume uma conviv ncia democr tica e igualit ria entre diferentes grupos Sua abordagem configura se como um campo complexo e h brido em perspectivas e debates n o se encaixando em esquemas explicativos generalizantes mas pelo contr rio tornando se uma rea de estudos e debates criativa e de incessante intera o entre vis es distintas Dentre as propostas emergentes encontra se a no o de interculturalidade e nesta a busca pela constru o da diversidade Nesse contexto a intercultura prop e se a trabalhar e a superar a atitude de temor perante o outro visando provocar uma leitura positiva da pluralidade cultural social e tnica Por conseguinte preconiza se uma leitura baseada no respeito diferen a na paridade de direitos Por sua vez Skliar 2006 p 46 destaca A pedagogia do outro que deve ser anulado aquela que diz ao outro est mal ser o que s e que considera esta mensagem como o seu nico ponto de partida
152. ender as propostas de educa o do estado do RS especialmente no caso deles a proposta da educa o para surdos da educa o bilingue para surdos em escolas de surdos esta a proposta do Rio Grande do Sul M Ah que legal A Muito legal ent o assim a gente se sente muito feliz de poder ahm estar participando desse processo nossa s o coisas hist ricas n ahm n o ser idealista e tal eu acho que uma quest o de realmente acreditar que est fazendo ver que os resultados e e essa caminhada ela tem esses pontos bem marcantes bem caracter sticos e que est o nos mostrando que o caminho por a mesmo n M Que bom A Muito bom 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 212 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 164 M E ahm voltando um pouquinho agora na quest o da pr pria escola aqui da Keli Meise Machado n Quantos professores atuam aqui atualmente agora A N s temos 17 profissionais ahm sendo que s o duas funcion rias que atuam ahm uma de servi os gerais e outra na cozinha uma secret ria e o restante quadro de professores n M Aham e voc s atendem que n veis de educa o A Educa o infantil s ries iniciais e finais do fundame
153. entado da UFMG Faculdade de Educa o foi Secret rio de Educa o Adjunto do Governo Patrus em Belo Horizonte de 93 a 96 quando desenvolveu na rede municipal a proposta de Escola Plural presta assessoria a projetos de educa o aos governos populares acompanha de perto o Setor de Educa o do MST tem muitos livros publicados assumiu em 1999 a C tedra Paulo Freire na PUC SP 124 uma porteira Mas se estiv ssemos diante desta paisagem com certeza far amos a pergunta e agora qual caminho devo seguir E quem sabe estar amos como Alice no Pa s das Maravilhas e talvez como no desenho de Walt Disney a resposta seja id ntica a que o gato acaba proferindo Isso depende do lugar aonde quer ir Fazendo uma analogia com a figura acima e se considerarmos o caminho como sendo o da educa o parece nos bvio que mais seguro transitar por estradas pr ticas pedag gicas j postas Aqui ou ali encontramos pequenos obst culos mas por j terem sido enfrentados por outros educadores possibilitam nos o acesso aos mecanismos s metodologias usadas para super los Assim seguir o caminho posto encontrando nas rvores e em sua sombra repouso seguro parece nos mais confi vel E as rvores n o podem elas simbolizar outros educadores ou pessoas envolvidas no processo de educa o e que nos ofere am um porto seguro um local onde podemos recarregar nossas energias ou trocar informa
154. entivo discuss o an lise e fortalecimento nas mais diversas reas dos saberes que estiveram representadas neste Doutorado e que por sua vez ampliaram horizontes permitindo a descoberta de novos caminhos e reflex es Aos Colegas do Programa de Doutorado da FURG pelo coleguismo debate di logo e amizade conquistada que foram indispens veis e motivadores durante todo o curso Professora Mar a In s Copello sou imensamente grato pela orienta o desta tese assim como pela compreens o que muito me ajudaram a superar as situa es limite de prazo estimulando me a seguir em frente Todos os momentos mais brandos e mais severos e intensos tenham sido eles presenciais ou virtuais constitu ram se em fortaleza persist ncia e incentivo sem os quais este trabalho n o teria sido conclu do Meu muito obrigado por seu profissionalismo e pela sua amizade Aos Professores da Banca agrade o em primeiro lugar pelo aceite ao convite feito e pelas ricas sugest es a este trabalho pela disposi o para discutir o projeto bem como por seus questionamentos e contribui es na etapa da qualifica o Momentos estes que me deram in meros incentivos e novas perspectivas em aspectos diversos e de forma incondicional contribuindo para esta concretiza o Aos Diretores e Professores das Escolas Municipais de Dois Irm os e do Centro T cnico Profissional CEP e Faculdade da Institui o Evang lica de Novo Hamburgo IENH pelas
155. entos sociais de car ter identit rio e intercultural em que diversos grupos reivindicam o direito de serem diferentes de terem suas pr prias culturas e denunciam a discrimina o a que est o submetidos 35 Assim situada as pol ticas de inclus o inserem se num campo de lutas por redistribui o e por reconhecimento Inspirada na Declara o Mundial de Educa o para Todos e na Declara o de Salamanca de junho de 1994 na Espanha a Educa o Inclusiva defende o acesso de todos as escola mediante a cria o de mecanismos e pr ticas educativas que respeitem as necessidades dos as educandos as A Pol tica Nacional de Educa o Especial na Perspectiva da Educa o Inclusiva BRASIL 2008 p 5 refere que o movimento mundial pela educa o inclusiva uma a o pol tica cultural social e pedag gica desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos aprendendo e participando sem nenhum tipo de discrimina o grifo nosso Segundo Skliar 2006 a educa o especial passa por uma profunda crise de m ltiplas causas e cujas consequ ncias ainda n o podem ser totalmente interpretadas Ao iniciar sua reflex o discute o pr prio sentido da utiliza o da denomina o educa o especial j que questiona o que justifica a determina o de compreender uma forma especial de atender e produzir a educa o para um determinado grupo de sujeitos Nesse sentido o autor aponta que quan
156. entrevistada A riqueza de informa es obtidas por meio da narrativa e a curiosidade em aprofundar mais algumas dessas tem ticas levou nos a realizar uma segunda sess o de questionamentos com essa professora Tamb m a fim de compor um banco dados que pudesse permitir uma an lise e reflex o no campo da educa o ambiental foram registradas em v deo atividades elaboradas a partir da tem tica do lixo pelos alunos que comp em o grupo de Multiplicadores Ambientais coordenado pela professora Paula Tamb m houve o acompanhamento e filmagem da intera o de todos os alunos surdos da escola Keli Meise Machado em uma atividade de campo passeio pelo Rio dos Sinos orientado por monitores ecol gicos do projeto Martim Pescador de S o Leopoldo RS a qual 68 finalizou a atividade relacionada s quest es ambientais ligadas ao Rio dos Sinos polui o e import ncia da gua Nessas atividades e registros pode se observar a relev ncia da linguagem gesto visual A segunda narrativa e entrevista foi realizada com a coordenadora pedag gica e diretora da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado professora Ana Paula Jung que nos relatou a sua trajet ria de vida pessoal e profissional Nessa entrevista foi poss vel reunir informa es acerca da atual discuss o sobre o bilinguismo e import ncia do GIPES Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educa o de Surdos al m do quadro profissional que atua na Escola Estadual Espec
157. ep o de educa o ambiental e interculturalidade existentes nestes contextos escolares o A percep o da interculturalidade enquanto possibilidade de di logo entre culturas respeitando a identidade de educadores e educandos Tal pesquisa pode fornecer elementos substanciais para o fortalecimento da cidadania para a popula o como um todo e n o para um grupo restrito Isso porque sob essa perspectiva poss vel concretizar a oportunidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres convertendo se portanto em ator co respons vel na defesa da qualidade de vida 131 Dessa forma o principal eixo de atua o e discuss o de uma futura pesquisa poder revelar que a educa o ambiental no vi s da interculturalidade busca acima de tudo a solidariedade a igualdade e o respeito diferen a atrav s de formas democr ticas de atua o baseadas em pr ticas interativas e dial gicas sobretudo na cultura surda Talvez a principal conclus o advinda desta tese seja de fato a necessidade do tempo de outonar para depois primaverar no que diz respeito Interculturalidade Cultura Surda e Educa o Ambiental 132 REFER NCIAS ADORNO T W amp HORKHEIMER M Dial tica do Esclarecimento Rio de Janeiro Jorge Zahar 1974 ALMENTA L PEZ E MU OZ RUIZ J Estamos formados para trabajar en una escuela inclusiva V CONGRESO INTERNACIONAL EDUCACION Y SOCIEDAD La tercera revoluci n edu
158. equadas observa o que est sendo feita Boni e Quaresma 2005 p 75 destacam 58 As entrevistas semi estruturadas combinam perguntas abertas e fechadas onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto O pesquisador deve seguir um conjunto de quest es previamente definidas mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal O entrevistador deve ficar atento para dirigir no momento que achar oportuno a discuss o para o assunto que o interessa fazendo perguntas adicionais para elucidar quest es que n o ficaram claras ou ajudar a recompor o contexto da entrevista caso o informante tenha fugido ao tema ou tenha dificuldades com ele A narrativa constitui se como modo de produzir mediar e interpretar sentidos na constitui o dos sujeitos em uma comunidade CUPELLI GALIAZZI 2009 p 2 A interpreta o a hermen utica da vida cotidiana uma avalia o criteriosa de como os sujeitos entendem sua realidade cotidiana ou seja o momento em que se reconstr i as maneiras como as pessoas est o percebendo a realidade ao seu redor suas opini es cren as e compreens es Segundo Cupelli e Galiazzi 2009 p 95 as comunidades interpretativas s o comunidades pol ticas S o aquilo que chamei de neo comunidades territorialidades locais globais e temporalidades imediatas diferidas que englobam o conhecimento e a vida a intera o e o trabalho o consenso e o co
159. er como mudar n o nas condi es ideais mas nas condi es concretas existentes nas escolas O movimento b sico necess rio para que isso ocorra centra se no fato do professor voltar a acreditar na possibilidade de mudan a e superar os obst culos postos Afinal como nos lembra Vasconcellos 2001 p 77 o novo se gesta a partir do velho Por m mesmo que haja a efetiva ado o do bilinguismo associada a outras metodologias a quest o chave para que efetivamente se consiga atingir os objetivos de uma educa o com e para surdos est como se pode observar no relevante trabalho realizado por educadoras como Paula B H her e Ana Paula Jung Elas superaram obst culos buscaram qualifica o sem perderem a afetividade e o desejo na qualidade de ouvintes em mergulhar de corpo e alma nesse universo da cultura surda Nesse sentido Vasconcellos 2001 p 78 cita que o professor como qualquer agente social est perpassando por inconsist ncias incoer ncias A grande quest o que se coloca como vai trabalhar suas contradi es em que dire o vai procurar a supera o Percebe se que para Paula B H her e Ana Paula 94 Jung a supera o mencionada pelo autor citado aflorou de um desejo de uma vontade muito mais pessoal do que propriamente profissional Com base nessas premissas decorrentes da condi o lingu stica dos as surdos as e dos depoimentos das professoras ouvintes apresento os seguinte
160. es da figura 4 pertencessem ao grupo das rvores caducas como os pl tanos poder amos observar nelas que no per odo de outono face ao aproveitamento final da clorofila ocorre a mudan a de colora o em suas folhas que logo caem A rvore 128 parece estar morta Por m nesse per odo que ocorre o aprofundamento de suas ra zes e somente na primavera ela ressurgir com suas folhas de um verde v vido Talvez n s educadores dev ssemos olhar mais para n s mesmos para descartarmos algo do nosso fazer pedag gico Termos a percep o de n s mesmos e a coragem do luto Todavia temos dificuldade do luto pedag gico Parece que sempre queremos ressuscitar o que j est morto como por exemplo a pedagogia que n o reconhece a diversidade cultural a educa o ambiental Tal como o pl tano que fortalece as suas ra zes no outono dever amos ser capazes de fortalecer a nossa hist ria cultural e ambiental Em outras palavras talvez fosse necess rio que a educa o entrasse em um tempo de outonar para depois primaverar ressurgindo como uma pedagogia reavivada humanit ria protagonizadora de novos caminhos e sentidos Tamb m aqui cabe salientar que ambas as professoras caracterizadas neste estudo tiveram os seus momentos espa os de reflex o De parada necess ria para repensar suas a es desejos pessoais e profissionais para ent o surgir como educadores peregrinos fortalecidos e decididos a fazerem a
161. es para melhorar nossa pr pria pr tica Talvez o campo esquerda e a pr pria cerca possam representar o desconhecido ou quem sabe representar a educa o focada na interculturalidade na cultura surda e na educa o ambiental apresentados na presente tese Pelo que foi exposto no discurso do trabalho fica comprovado que temos a capacidade para ultrapassar a cerca e caminhar pelo campo chegando bifurca o por m tal ato requer coragem uma nova postura N o h muitas rvores para servir nos de apoio ou seja n o h muitas metodologias t cnicas ou f rmulas m gicas para usar e ou copiar Entretanto n o podemos esquecer de que o homem um ser s cio hist rico que vive em sociedade e adquire uma forma cultural podendo influenciar na mudan a do seu comportamento desde que seja motivado para atingir novas metas que possam contribuir para a constru o de outro modelo social A educa o no seu sentido mais amplo o processo concreto e hist rico da exist ncia humana estabelecendo rela es consigo com os outros e com o ambiente Nesse sentido a escola um lugar social privilegiado pela democracia porque nela se pode contribuir para o desenvolvimento da sociedade de forma justa 13 Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo trecho do desenho da Walt Disney 14 Idem anterior possibilita a visualiza o em v deo trecho no qual o gato fala com a Al
162. esentes e futura gera es art 225 No artigo 2 da Pol tica Nacional de Educa o Ambiental Lei Federal n 9 795 99 a educa o ambiental declarada direito de todos e componente essencial da educa o nacional devendo estar presente de forma articulada em todos os n veis e modalidades do processo educativo em car ter formal e n o formal Ao tratar da capacita o de recursos humanos a lei supracitada determina a incorpora o da dimens o ambiental na forma o especializa o e atualiza o dos educadores e de profissionais de todas as reas principalmente da rea do meio ambiente Como as leis que instituem a educa o ambiental como essencial nos diferentes n veis de ensino s o razoavelmente novas h a necessidade em ampliar as tem ticas para que n o sejam apenas valorizados os elementos naturais mas tamb m outros aspectos ambientais A Lei n 9 795 99 cita em seu cap tulo 1 no artigo 4 os oito princ pios b sicos da educa o ambiental dos quais destacamos o 1 e 8 princ pios por considerarmos que estes explicitam as concep es de Educa o Ambiental no campo da interculturalidade e da cultura surda o enfoque humanista hol stico democr tico e participativo VIII o reconhecimento e o respeito pluralidade e diversidade individual e cultural Percebemos que nesses princ pios est o inclu das outras representa es da educa o ambiental e pelas quais poss ve
163. essores parecem inseridos em uma esp cie de vulgaridade pois se repetem os mesmos conceitos ideias e propostas Diz o autor Pero es necesario hacer un esfuerzo para mantener la lucidez y sobre todo para construir propuestas educativas que nos hagan salir de este c rculo vicioso y nos ayuden a definir el futuro de la formaci n de profesores Nesse contexto a escola surge como portadora e possibilitadora da participa o e do reconhecimento da diferen a cultural Portanto uma escola na qual se busque trabalhar com a diversidade cultural Por m Almenta L pez e Mu uos Ruiz 2004 p 2 ressaltam Educadores de todos los mbitos coinciden al destacar la conveniencia de un modelo inclusivo para afrontar los nuevos retos de la escuela pero estamos formados para trabajar en una escuela inclusiva Estamos 43 preparados para atajar los cambios culturales pol ticos y pr cticos que requiere un modelo inclusivo A revis o bibliogr fica revelou que nas discuss es acerca dessa tem tica os educadores est o despreparados para lidar com a diversidade e o universo cultural de aprendizagem dos alunos Vasconcellos 2001 cita que a an lise de posturas dos professores frente aos problemas da pr tica educacional apresentam um amplo espectro de posicionamentos que perpassam desde a tentativa de nega o da realidade at o compromisso com a sua radical transforma o Segundo Vasconcellos 2001 p 66 a c
164. esta realidade local durante 7 anos Nesta poca 1982 a 1985 as turmas do ensino m dio eram constitu das por panelinhas A l ngua portuguesa j n o era mais um obst culo mas como era de fora tamb m fiquei fora destes grupos Reprovei naquele ano Por m de certa forma a reprova o me deu status no ano seguinte A nova turma na qual fui inserido tinha muitos alunos colegas reprovados resultando desta forma na constitui o de pertencimento e identidade de grupo Ingresso no curso t cnico em auxiliar t cnico em eletr nica e passo a ter aulas de piano O est gio t cnico e as 23 apresenta es art sticas permitem aprimorar as rela es inter pessoais Tais atividades foram fundamentais para a minha ida e adapta o em Rio Grande munic pio no qual passo a realizar a minha forma o no ensino superior Ao relatar este breve momento biogr fico percebo a ntima rela o que o mesmo apresenta com a presente tese e ap s os estudos e leituras realizadas para elabora o desta percebo a rela o que os mesmos t m com a interculturalidade e alteridade que fazem parte da discuss o e reflex o no presente trabalho Portanto a dificuldade de pertencimento e adapta o a uma nova realidade a um novo contexto educacional e social provavelmente apresenta muitas semelhan as aos processos e dificuldades que os surdos enfrentam quando as suas identidades hist ricas e culturais se co
165. estudos e pesquisas nesta rea ent o a gente procura buscar bastante Ent o assim uma coisa que que te me dado extremo orgulho em estar trabalhando dentro da escola Keli Meise Machado que em todos esses espa os onde se discute a escola ideal a import ncia da interdisciplinaridade a import ncia de contextualizar o ensino de vivenciar eu fico com vergonha s vezes de dizer de balan ar a minha m o e dizer que a minha escola faz isso por que tu sabe que a realidade para muitos est distante disso E eu encontro nessas falas de uma escola ideal eu vejo a escola onde eu trabalho Isso me d um enorme prazer e me d um g s assim para 346 347 348 349 350 351 352 353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 391 392 393 394 395 166 seguir lutando pelo que eu acredito por que eu to vendo que a gente realmente tem uma caminhada extremamente positiva E o grupo de professores assume junto N o existe escola sem um corpo docente parceiro Que acredite na causa Se a gente for levar isso para a educa o especial para a educa o de surdos eu acho que 100 em cima ahm desse valor vai multiplicar por que h uma dedica o diferenciada Ahm os professores ouvintes que h neste momento s o a maioria na escola est o trabalhando numa l ngua que n o
166. fenomenais Entretanto faz se necess ria a dupla ruptura ou seja romper com a pr pria ruptura reconciliando se com o senso comum na dire o de um senso comum emancipat rio essencial e primordial na discuss o acerca da tem tica dos estudos culturais e da cultura surda Dela faz parte a obten o de dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situa o objeto de estudo Nas pesquisas qualitativas frequente que o pesquisador procure entender os fen menos segundo a perspectiva dos participantes da situa o estudada e a partir da situe sua interpreta o dos fen menos estudados Martins 2004 p 292 comenta preciso esclarecer antes de mais nada que as chamadas metodologias qualitativas privilegiam de modo geral da an lise de microprocessos atrav s do estudo das a es sociais individuais e grupais Realizando um exame intensivo dos dados tanto em amplitude quanto em profundidade os m todos qualitativos tratam as unidades sociais investigadas como totalidades que desafiam o pesquisador Neste caso a preocupa o b sica do cientista social a estreita aproxima o dos dados de faz lo falar da forma mais completa poss vel abrindo se realidade social para melhor apreend la e compreend la Se h uma caracter stica que constitui a marca dos m todos qualitativos ela a flexibilidade principalmente quanto s t cnicas de coleta de dados incorporando aquelas mais ad
167. gal quem sabe vamos ver n o sabia nem dar oi em l ngua de sinais Os meus alunos brincavam com os alunos surdos a gente fazia a comunica o na m mica s nada nunca eles falavam e no dia seguinte eu j n o sabia mais E a foi e sa em licen a quando eu retornei essa minha colega disse pois tu viu vai sair o curso e tal que bom Eu que curso A fui atr s descobri que eu n o tinha como fazer n o tinha forma o n o tinha inscri o e tal a dire o da poca tamb m n o foi nem um pouco receptiva me disse que n o abriria essa exce o de l pedir e mas como sou uma pessoa que funciona atrav s da provoca o no momento que me diz um n o e eu to a fim de fazer bem complicado de me segurar Ent o eu fui pelas beirolas e fui indo descobri o dia que come ava o curso e fui no fim um colega da escola desistiu e eu acabei entrando na vaga dele Ahm fiz a forma o um ano todas as sexta de noite e s bado o dia todo tinha que ir para Os rio um grupo de 5 pessoas de toda a escola e ali que come ou o meu primeiro contato com a l ngua de sinais foi dentro desta forma o que aconteceu come ou em 2005 e terminou em 2006 Em janeiro de 2006 eu tive o primeiro contato com l ngua de sinais com instrutor surdo me apaixonei Parecia que eu j tinha essa essa capacidade ling stica dentro de mim mas ela estava adormecida em fim e eu n o tinha encontrado isso Tanto que
168. grupo de alunos mostrando que as dificuldades de comunica o foram totalmente superadas O pr ximo aluno comenta sobre o papel e a import ncia da reciclagem do mesmo Depois ocorre a apresenta o do metal e de suas caracter sticas A pr xima aluna explica como as pessoas podem separar o lixo em suas casas Durante a sua explana o outro colega explica o que n o pode ser reciclado Finalmente encerra se a tem tica comentando sobre o que pode ser feito com a pilha leo e l mpadas Quando a apresenta o encerrada a professora lembra aos alunos que na hora da apresenta o eles n o podem ficar conversando que precisam ficar atentos e lembra tamb m ao aluno que fez a apresenta o sobre o papel que ele ir mostrar o papel comum e o papel reciclado importante que se ressalte que o meio ambiente n o apenas a Natureza a fauna ou a flora conforme nos mostram de forma geral muitos projetos voltados educa o ambiental Esta vis o verde ou bioc ntrica precisa ser substitu da pela concep o socioambiental considerada segundo Carvalho 2004 p 37 o meio ambiente como um espa o relacional em que a presen a humana longe de ser percebida como extempor nea intrusa ou desagregadora c ncer do planeta aparece como um agente que pertence a teia de rela es da vida social natural e cultural e interage com ela A educadora Paula como se pode observar conseguiu perceber essa ideia quando e
169. hecida na atitude perigosa em considerar que por exemplo exista somente um m todo ou uma cultura oralista poss vel para se esgotar as tem ticas a serem discutidas nesse espa o de ensino formal Talvez tal postura deva se ao fato de que muitas fam lias aceitem tardiamente a surdez de seu filho O enraizamento da cultura oralista a aus ncia de informa es e de suporte para a familiariza o da l ngua de sinais e portanto de acessibilidade a cultura surda corroborem para este cen rio Ambas as entrevistadas em seus depoimentos confirmam o exposto acima A professora Paula B H her mencionou fam lia Eu acho que um problema mais social assim familiar Muitas pessoas n o conhecem como um surdo vai se comunicar no dia a dia em locais n o tem n um tradutor int rprete ent o os pais tamb m n o ficam sabendo s vezes os pais demoram muito tempo para descobrir que o aluno o filho surdo que ele precisa de uma outra l ngua que n o que ele n o vai aprender a falar ele n o vai escutar de um dia para o outro Isso 74 nunca vai acontecer n Ent o todas essas dificuldades ahm quest es assim sociais da fam lia interferem nessa para adquirir a l ngua de sinais Anexo A linhas 110 a 116 Na entrevista com a diretora Ana Paula Jung ela afirmou N o t contemplada n o tem n o est expl cito como que vai se dar a quest o lingu stica do surdo Porque ahm eu f
170. ia de in meros conflitos que no aspecto intergeracional acabam se tornando muito evidentes no campo da educa o Talvez se deva refletir e considerar que esta realidade dos conflitos e rela es existentes no campo da educa o seja em parte decorrente do fato de que os educadores que hoje est o atuando nos diferentes n veis educacionais vivenciaram e s o frutos de uma realidade de forma o acad mica tanto no mbito s cio filos fico quanto no campo da pr pria pr xis pedag gica em si muito diferente da que se apresenta como ideal para os dias de hoje Com certeza a desestrutura o social principalmente a familiar tem contribu do para que certos valores que em outros tempos eram considerados essenciais ou socialmente importantes para o conv vio nos espa os fossem eles escolares ou n o adquirissem novos pontos de vista preceitos e ou caracter sticas Al m disso no campo pedag gico e legislativo levando se em considera o os 16 fatos mundiais seja nas reas acima citadas seja no mbito ambiental apresentam se fatores que est o atuando inevitavelmente e de forma direta na pr xis pedag gica e portanto moldando e influenciando diretamente os educadores principalmente aqueles que atuam na Educa o B sica Para Freire 2001 p 264 estudar desocultar ganhar a compreens o mais exata do objeto perceber suas rela es com outros objetos Implica que o estudioso s
171. ial Keli Meise Machado Como j se referiu a coleta das informa es necess rias para atender aos objetivos da pesquisa ocorreu em sess o de entrevista semiestruturada para cada participante A op o por explorar descrever e analisar os argumentos te ricos da rea da surdez e o corpus coletado propicia a an lise a problematiza o e a caracteriza o da situa o problema proposta nesta pesquisa 3 4 SOBRE OS PROCEDIMENTOS DE AN LISE DOS DADOS PRODUZIDOS A ado o de uma perspectiva s cio hist rica como metodologia e forma de determina o do referencial te rico nesta pesquisa coloca nos diante de exig ncias de ordem metodol gica que proporcionaram uma an lise n o s do contexto mas tamb m do processo no qual os agentes pesquisados professoras entrevistadas e alunos filmados em suas a es enquanto multiplicadores ambientais est o inseridos Nesta etapa da pesquisa destacam se como de suma import ncia quatro pontos que pautam a escrita a partir dos dados obtidos quais sejam a A invisibilidade da vida cotidiana isso leva a uma indaga o b sica o que est acontecendo aqui Embora pare a primeira vista uma pergunta sem muito sentido ela permitiu trazer tona o cotidiano que em grande parte passa invis vel para atores como consequ ncia da 69 familiaridade Sempre que fiz tal pergunta no decorrer do trabalho pude destacar o car ter reflexivo da pesquisa Ao propor respostas
172. ias que o a pesquisador a necessitar obter de mim de minha fam lia do meu recinto ou local para o uso espec fico em sua disserta o ou tese n NH O4 03 4A Nome Caixa Postal 47a 1t mea tura br 178 Paula Boos H her O P BUCO FEDERAS A MINIST RIO DA EDUCA O Te pe UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE KURG PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O AMBIENTAL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO lt SER Voc est sendo convidado a para participar como volunt rio a em uma pesquisa Ap s ser esclarecido a sobre as informa es a seguir no caso de aceitar fazer parte do estudo assine ao final deste documento que ser em duas vias Uma delas sua e a outra do pesquisador respons vel INFORMA ES SOBRE A PESQUISA T tulo do Projeto A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA 3 Pesquisador Respons vel Marcus H bner Telefone para contato do pesquisador a 51 3527 1237 ou 8121 1103 JUSTIFICATIVA OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS O motivo que nos leva a estudar o problema quest o da pesquisa tem como eixo central de discuss o o olhar ao cen rio que comp e o contexto escolar no campo da surdez e se prop e analisar a pr tica da Educa o Ambiental e sua vincula o com os Estudos Culturais em especial a Cultura Surda Ante esta problem tica esta pesquisa contextualizada no Muni
173. ice do desenho da Walt Disney 125 possuindo um papel significativo na vida do indiv duo nela onde se aprende a se comunicar com o outro como formular conceitos desenvolver valores ticos morais tendo como objetivos b sicos a forma o de um ser social comprometido com a diversidade cultural e com a educa o ambiental O homem um ser s cio hist rico que vive em sociedade vai adquirindo elementos que influenciam na sua multi determina o tais como fator biol gico heredit rio s cio cultural e principalmente o ambiental que determinado pelo meio experi ncia Sendo assim o que faz do homem um ser humano s o os elementos dessa sua multi determina o Segundo Bock 2001 p 177 as propriedades que fazem do homem um ser particular que fazem deste animal um ser humano s o um suporte biol gico especifico o trabalho e os instrumentos a linguagem as rela es sociais e uma subjetividade caracterizada pela consci ncia e identidade pelos sentimentos e emo es e pelo inconsciente grifo do autor Para o homem tornar se homem necess rio socializar se estabelecendo rela es com outros seres a fim de buscar novos conhecimentos para assim obter uma vis o globalizada do mundo Na atualidade esse humano n o possui essa vis o globalizada de forma cr tica pois vive oprimido devido s disparidades que proporcionam elite um modelo educacional intelectual deixando margem outras express es cult
174. ido de supera o como posta nos autores referenciados Orellana 2001 salienta que atualmente n o devemos acumular novos saberes e sim construir saberes que sejam significativos que contribuam para mudar atitudes e comportamentos individuais e coletivos que permitam frear as tend ncias destrutivas e recriar novas rela es com o meio de vida Isso pode ser considerado tanto para a educa o escolar quanto para a forma o inicial e continuada de professores A mesma autora salienta que importante considerar a constru o do conhecimento como um processo de inter rela o entre as pessoas e os processos sociais nos quais estas atuam e por consequ ncia de abordar a educa o considerando seu la o indissoci vel com as realidades sociais culturais e hist ricas Assim considerar a intera o social torna se fundamental para um processo educativo que busca uma efetiva constru o do conhecimento E para professores que compartilham realidades pr ximas a constru o do conhecimento acerca da sua realidade bem como a descoberta de possibilidades na viv ncia de uma comunidade de aprendizagem fica facilitada 31 Por isso a retomada desta tem tica em uma an lise mais profunda n o aponta para respostas que ainda persistem Por m sentimos que nos permite uma maior compreens o e reflex o acerca dos in meros fatores desafios e rela es existentes no campo da educa o Compreendemos que a ang stia que se sentia ao leci
175. iferente E eu tenho isso com alguns alunos sim e que participam do projeto M E como a participa o da fam lia com a escola Ela presente mais ausente alguns pais P De forma geral muito ausente muito Por que existe uma rela o que eu noto que esta Escola a vida destes alunos isso n tido Se tu pedir para eles vir a meia noite aqui eles v o vim n Eles est o sempre querendo vir aqui na escola que o ambiente onde eles se sentem bem onde eles entendem onde tem outras pessoas que falam a l ngua deles E por ser esse ambiente t o importante eu acho que os pais deveriam valorizar muito mais essa escola e n o valorizam 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 154 Dificilmente vem n ahm a escola tem de estar chamando convocando para eles vir num s bado para participar de alguma atividade tem alunos que os pais n o vieram buscar nenhuma avalia o ainda desde o in cio do ano Ahm h assim alguma ajuda espont nea que a gente pede nenhuma vem Ent o claro tem alguns pais que participam bastante que vem aqui sempre tem as exce es Mas de maneira geral por ser um ambiente t o importante para os alunos eu acho que os pais deveriam valorizar bem m
176. is de cunho de Educa o Ambiental realizada na escola supr citada registro atrav s de filmagem de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos e sua professora ouvinte grava o de udio de entrevistas semi estruturadas de car ter narrativo biogr fico realizada junto professor que atua na escola especial e coordena o grupo de multiplicadores ambientais e a Diretora da referida escola Todas estas entrevistas t m o intuito de coletar informa es sobre suas hist rias de vida as vis es de aluno surdo que delas derivam e em especial suas trajet rias pessoais para compreens o da Cultura Surda As informa es obtidas por meio das entrevistas foram transcritas e analisadas com um enfoque de corte hermen utico que permita conjuntamente dar significado e compreender as dimens es cognitivas afetivas e de a o DECLARA T O DO A PARTICIPAN TE OU DO A RESPONS VEL PELO A PARTICIPANTE eu ovas ada Jug abaixo assinado concordo em participar do estudo A EDUCA O AMBIENTAN NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Fui informado a pelo a pesquisador MARCUS H BNER dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada esclareci minhas d vidas e recebi uma c pia deste termo de consentimento livre e esclarecido Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isso leve a qualquer penalidade Autorizo gt N o autorizo a publica o de eventuais fotograf
177. isciplina de LIBRAS na 5 s rie e tamb m est a forma o na UNILASSALE em hist ria e trabalha de 5 a 8 s rie com hist ria para os alunos surdos E o que para n s assim uma vit ria assim muito grande por que desde que houve a amplia o a escola atendia at a 5 s rie Ent o a 3 anos no ano que eu entrei na escola em 2007 formou se a primeira turma de 8 s rie ent o desde daquela poca at ahm o ano passado que iniciou este ano o professor Cristian n s tivemos um problema muito s rio com o profissional que trabalhava na rea da hist ria e da geografia ahm especialmente na quest o ling stica n Aquele profissional n o tinha conhecimento da l ngua de sinais trabalhava muito em cima de textos escritos e ahm os surdos tem uma forma de compreens o diferente a escrita deles diferente por que a base lingu stica deles outra A l ngua de sinais n o portugu s sinalizado ela tem uma estrutura sem ntica completamente diferente da l ngua portuguesa n ou de qualquer outra l ngua oral ahm ent o assim houve uma defasagem uma perda uma falha muito grande de aprendizagem destas duas disciplinas e hoje isso est extremamente contemplado por que o professor surdo n extremamente fluente na l ngua de sinais e com forma o fazendo forma o espec fica para a rea de hist ria Ent o ahm a gente se sente vitorioso e feliz por que conseguiu ahm que e
178. ivas prejudiciais a uma boa conviv ncia com o ambiente Na perspectiva da interculturalidade entretanto a representa o cultural entendida como sistema de produ o de significados capaz de atribuir significados e por conseguinte atrav s da representa o que a identidade e a diferen a adquirem sentido SILVA 2000 p 91 Woodward 2000 p 17 enfatiza que a representa o cultural como todas as pr ticas de significa o envolve rela es de poder incluindo o poder para definir quem inclu do e quem exclu do e resume a rela o entre identidade e sistemas de representa o de forma bastante clara A representa o inclui as pr ticas de significa o e os sistemas simb licos por meio dos quais os significados s o produzidos posicionando nos como sujeitos E por meio dos significados produzidos pelas representa es que 51 damos sentido nossa experi ncia e quilo que somos Podemos inclusive sugerir que esses sistemas simb licos tornam poss vel aquilo que somos e aquilo no que podemos nos tornar A representa o compreendida como um processo cultural estabelece identidades individuais e coletivas Frente ao exposto cabe refor ar a import ncia da realiza o de an lises que questionem categorias consideradas naturais examinando as representa es culturais com a inten o de ver que hist rias t m sido narradas nas produ es culturais n o para inventa
179. ivos conte dos A natureza natural nesta concep o ocupa a centralidade da vida social Por m desta forma esta rela o homem natureza tem consequ ncias para a forma o dos educadores ambientais A educa o de pr tica social constru da e construtora da humanidade e das rela es homem natureza e homem homem ficam reduzidas ao papel de adaptadoras dos sujeitos ao mundo pr determinado pelos processos naturais A representa o da educa o como natural indica a educa o com fun o de reintegra o do indiv duo natureza CARVALHO 2004 A forma o dos educadores ambientais nessas concep es esvazia a fun o dos educadores como mediadores na intera o dos indiv duos com o meio natural social e cultural e portanto sob o ponto de vista da interculturalidade Na 114 concep o natural a fun o dos educadores de supervalorizando as experi ncias sens veis sugerir a submiss o do sujeito ao dom nio natural da natureza As mudan as pessoais internas s o metas educativas e a adapta o do indiv duo ao ambiente natural e harm nico princ pio educativo Esse discurso aparentemente ing nuo tem consequ ncias para a articula o entre os conhecimentos cient ficos e a organiza o da sociedade Assim a concep o de natureza natural quando trazida como perspectiva de supera o da l gica antropoc ntrica da ci ncia moderna cristaliza ao inv s de superar o projeto pol tico social au
180. ixei Torres e toda aquela essa hist ria para tr s e vim j transferida como supervisora para a escola Keli Meise M Ah e j veio direto para c A Vim direto para c Por que a diretora que assumiu na ocasi o ahm conhecia minha m e de outra situa o de coral e a eu falei para minha m e olha eu estou indo embora vamos ver se na escola tem lugar para mim e a minha m e foi l e conversou Esta pessoa n o sabia nada da rea da surdez ent o na verdade eu entrei como um apoio para ela e o caminho foi indo foi se abrindo cada vez mais cada vez mais possibilidades cada vez mais oportunidades na rea ahm me sinto assim muito a vontade para trabalhar com surdos Tenho atuado como int rprete de l ngua de sinais em situa es bastante complexas assim Trabalhei na UFRGS no ano passado no Mestrado como int rprete Ent o assim assuntos bem te ricos profundos e cada vez mais percebendo mais a confian a destes surdos adultos no meu trabalho Ent o eu tenho as duas duas experi ncias neste momento na rea da surdez que est o vindo est o acontecendo Uma dentro da escola enquanto gestora e me sinto assim bem tranquila para dizer extremamente participativa com os alunos Ahm tanto interpretando nos momentos de troca onde necess rio o int rprete quanto participando das a es da escola n N o me sinto uma diretora administrativa ali M Trancada A
181. jo 2002 que toda tradu o n o apenas carrega os significados de uma l ngua para outra mas uma atividade produtora de significados considerando se que traduzir significa necessariamente aprender a ler um determinado texto de forma aceit vel para a comunidade cultural da qual participa o a leitor a ou seja nunca fiel ao texto original visto que cada tradu o por menor e mais simples que seja exige do tradutor a capacidade de confrontar reas espec ficas de duas l nguas e de duas culturas diferentes e esse confronto sempre nico j que suas vari veis imprevis veis ARROJO 2002 p 78 assumimos o risco de escrever a transcri o das entrevistas em L ngua Portuguesa sem qualquer corre o ou altera o A op o pelo estudo de caso de cunho etnogr fico deveu se ao fato dessa metodologia de pesquisa responder ao objetivo central desse trabalho de investigar as rela es e intera es entre surdos as e a educa o ambiental numa escola especial sob uma perspectiva intercultural Por meio de um estudo detalhado de um determinado universo com limites definidos e historicamente situados poss vel captar relatos de perspectivas dos participantes sobre uma situa o concreta vivida por eles as desvelar novas formas de entendimento da realidade e possibilitar que 67 outros as leitores as ampliem e aprofundem os aspectos comuns e recorrentes do objeto de estudo em diferentes contextos LUDKE ANDR 1
182. l ticos sociais e hist ricos Assim se a educa o mediadora na atividade humana articulando teoria e pr tica a educa o ambiental mediadora da apropria o pelos sujeitos das qualidades e capacidades necess rias a o transformadora respons vel diante do ambiente em que vivem Pode se dizer que a g nese do processo educativo ambiental o 118 movimento de fazer se plenamente humano pela apropria o transmiss o cr tica e transformadora da totalidade hist rica e concreta da vida dos homens no ambiente A educa o ambiental formada na rela o entre os conhecimentos e as rela es sociais constr i e constru da no e pelo novo paradigma da responsabilidade da a o humana na natureza e na sociedade A complexa rela o entre sociedade e educa o define o cen rio da forma o dos educadores A dimens o ambiental das rela es sociais exige dos profissionais dessa rea e particularmente do educador ambiental o exerc cio de uma fun o social de s ntese isto que seja formado na perspectiva de integrar os conhecimentos e a interculturalidade com a forma o socioambiental dos sujeitos ecol gicos 4 3 1 3 Finalizando a Reflex o Contribuir com a transforma o social e com a constru o de pr xis pedag gicas inovadoras s o pilares estruturantes da Educa o Ambiental Cr tica Construir metodologias adequadas as suas caracter sticas demonstra a complexidade de ser coerente com o que defend
183. l 1 e 2 num total de mais ou menos 60 horas por m dulo Ahm n o tenho bem certeza A eu vim buscar o n vel 3 quando eu j estava em Novo Hamburgo Da eu fiz na FEEVALE n vel 3 de LIBRAS Fora isso assim v rios eventos semin rios encontros ahm f runs e palestras relacionadas a surdez Sempre que tem se eu n o estou presente algu m da escola est e a gente prop em essa troca de informa es n e agora assim mais recentemente a gente ahm teve a confer ncia nacional a CONAE que aconteceu em etapas municipais ahm ficamos sabendo tamb m de surpresa que conseguimos inscrever os professores participamos O Cristian que o nosso professor de hist ria de l ngua de sinais e que surdo ahm foi eleito delegado por Novo Hamburgo Ent o h dois tr s finais de semana atr s fomos at Porto Alegre a gente n o sabia se tinha int rprete ent o eu fui junto com ele voluntariamente mas com certeza assim muito feliz por estar l por que era o momento de discuss o da rea da educa o e onde houve a defesa pelas quest es da educa o de surdos n At por que frente s novas pol ticas de educa o inclusiva n o est claro como esse atendimento ao surdo vai acontecer e ta tudo sendo muito imposto de cima para baixo N o est havendo um questionamento Ent o no momento que abre a possibilidade de discutir de ver na rea na rea da educa o um movimento pol tico que vai levar
184. l a rela o com as quest es sociais culturais e pol ticas do surdo e da surdez Guattari 1990 p 8 destaca As forma es pol ticas e as inst ncias executivas parecem totalmente incapazes de apreender essa problem tica no conjunto de suas implica es Apesar de estarem come ando a tomar uma consci ncia parcial dos perigos mais evidentes que amea am o meio ambiente natural de nossas sociedades elas geralmente se contentam em abordar o campo dos danos industriais e ainda assim unicamente numa perspectiva tecnocr tica ao passo que s uma articula o tico pol tica a que chamo ecosofia entre os tr s registros ecol gicos o do meio ambiente o das rela es sociais e o da subjetividade humana que poderia esclarecer convenientemente tais quest es 48 O autor supracitado comenta em outro trecho de sua obra que mais do que nunca a natureza n o pode ser separada da cultura e precisamos aprender a pensar transversalmente as intera es entre ecossistemas mecanosfera e Universos de refer ncia sociais e individuais p 25 Portanto a educa o ambiental precisa ser reconhecida como uma necessidade da sociedade contempor nea como uma rea cr tica para promover transforma es nos modos de compreens o e de rela o da humanidade com o seu entorno e portanto com a diversidade cultural o que naturalmente diz respeito tamb m cultura surda Henriques et al 2007 p 18 destacam qu
185. l da atividade desenvolvida no Rio dos Sinos o monitor mostra um cesto de palha Dentro deste ele explica que h um organismo muito importante e perigoso tamb m que pode e faz toda a diferen a entre a preserva o e a destrui o da natureza Ao perguntar a todos os participantes que tipo de organismo este recebe v rias opini es por m ningu m acerta A an lise do v deo revela esse contexto complexo no qual espera se pois que coletivamente se apontem caminhos para o enfrentamento dessas exig ncias de ressignifica o da identidade cultural e ambiental O ensino uma pr tica social complexa carregada de conflitos de valor e que exige posturas ticas e pol ticas Desta forma poss vel perceber a media o reflexiva e cr tica da professora Paula e do monitor questionando os modos de pensar sentir agir e de produzir e conhecimentos Ent o ele chama alguns alunos para perto do cesto pede que tenham cuidado e ao abrir o mesmo retira dele um espelho que reflete os rostos dos participantes mais pr ximos Tal atividade realizada pelos monitores do projeto Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo da sinergia entre os multiplicadores ambientais e a a o por parte dos monitores do Projeto Martim Pescador 1 Idem anterior possibilita a visualiza o em v deo das opini es frente ao desafio lan ado pelo monitor do Projeto Martim Pescador 107 Martim Pe
186. la poca de 12 a 4 s rie No momento em que eu ingressei na faculdade eu j pude dar aula de ci ncias de 52 a 8 Ent o sempre esteve presente essa Educa o Ambiental eu como professora Mas antes de estar aqui na escola meu trabalho era bem diferente na sala de aula do que hoje n na escola regular por exemplo N o vinculava tanto a Educa o Ambiental as pr ticas n o tinha muito isso presente E a faculdade n o tem uma cadeira espec fica de Educa o Ambiental n na na na UNISINOS Ent o eu n o posso dizer que foi na Faculdade que que eu tive essas estas quest es Foi realmente vindo da necessidade do trabalho aqui Por que eu dando aqui na escola com os alunos surdos preciso de uma maneira diferente de expor o conte do N o pode ser de uma maneira ahm n o sei se tradicional pode ser a palavra certa por que nem se usa mais n mas neste sentido n o pode ocorrer Ent o eu acho que sem querer eu comecei a fazer coisas ligadas a Educa o Ambiental e com isso eu fui atr s buscando material experi ncias comecei a fazer cursos de Educa o Ambiental por que me interessou M E onde tu fez esses cursos P Na UNISINOS E alguns encontros de Educa o Ambiental que a SEC a secretaria aqui de educa o proporciona na UFRGS tamb m fiz um curso ent o foi buscando por mim pr pria e ficou t o interessante essa pr tica de trilhas que 147 148 149 15
187. licitude de sempre Agrade o especialmente a voc s pela formata o desta tese bem como pelo muito que me ensinaram na rica contribui o sobre suas pr ticas e produ o dos seus saberes s minhas filhas Laura e Lu sa pelos momentos nos quais n o pude brincar ou dar a devida aten o que mereciam mas que me ajudaram a realizar mais esta conquista Meu muito obrigado Amo muito voc s H muito mais a quem agradecer A todos aqueles que embora n o nomeados brindaram me com seus inestim veis apoios em distintos momentos e por suas presen as afetivas em inesquec veis express es culturais o meu reconhecido e carinhoso muito obrigado Todos voc s s o co autores deste trabalho DEDICAT RIA Dedico esta tese minha amada esposa Neusa Cristina Rieck H bner para quem fa o esta men o honrosa toda especial Sem seu apoio incondicional e incentivo constantes este trabalho n o teria sido conclu do Prenda Minha Voc prenda ga cha com certeza Pois corre em tuas veias a ra a do povo pampeano e guerreiro Digo isso porque Somente uma guerreira teria insistido tanto Para que este esposo s vezes chucro tivesse continuado a sua jornada Assim andamos juntos sorvendo mais este horizonte Pela conquista deste passo importante Sempre tendo ao meu lado teu encanto Que me conquistou nos fandangos dos rinc es s minha flor beleza e esperan a Poesia e dan a das mais li
188. lidade social a mudan a social associada a estabilidade cultural e finalmente a mudan a cultural concomitante a mudan a social Haveria segundo o autor a necessidade de perceber a rela o dial tica entre mudan a cultural e mudan a social No bojo desse debate surge a ideia de uma adjetiva o necess ria educa o ambiental ou seja a da cr tica De maneira geral a literatura da Educa o Ambiental Cr tica estabelece a rela o necess ria entre mudan a social e mudan a ambiental Podemos afirmar que ao adjetivar de cr tica os autores se colocam na constru o de um campo distinto dentro do pr prio campo em constru o da educa o ambiental Para Guimar es 2004 existe uma educa o ambiental conservadora em contraponto educa o ambiental cr tica A conservadora estaria alicer ada em postulados que fragmentam a vis o da realidade Tal caracter stica produz segundo esse autor pr ticas pedag gicas centradas na transforma o do indiv duo e de seu comportamento Portanto baseia se em a es educativas individualistas e comportamentalistas Para ele essa educa o ambiental Conservadora reflete caracter sticas da sociedade moderna nos seguintes aspectos na cren a que a transmiss o de conhecimento gera mudan a de comportamento e da sociedade na sobreposi o do racionalismo emo o da teoria pr tica no conhecimento desvinculado da realidade na disciplinaridade no individualismo na des
189. livar ntml gt Acesso em 05 jun 2010 BONI V QUARESMA S J Aprendendo a entrevistar como fazer entrevistas em Ci ncias Sociais Revista Eletr nica dos P s Graduandos em Sociologia Pol tica da UFSC Vol 2 n 1 3 janeiro julho 2005 p 68 80 Dispon vel em lt http www emtese ufsc br 3 art5 pdf gt Acesso em 05 jan 2010 BORGES M C DALBERIO O Aspectos metodol gicos e filos ficos que orientam as pesquisas em educa o Revista Iberoamericana de Educaci n ISSN 1681 5653 n 43 5 25 de julio de 2007 Dispon vel em lt http Anww rieoei org deloslectores 1645Borges pdf gt Acesso em 12 jan 2010 BRASIL Minist rio da Educa o Pol tica Nacional de Educa o Especial na Perspectiva de Educa o Inclusiva MEC SEEP 2008 Lei N 10436 Dispon vel em lt http Avww planalto gov br ccivil 03 eis 2002 10436 htm gt Acesso em 12 jan 2012 ECA Dispon vel em lt http Avnww eca org br eca htmftexto gt Acesso em 12 jan 2012 Lei N 9 795 de 27 de Abril de 1999 Pol tica Nacional de Educa o Ambiental e d outras provid ncias Bras lia Di rio Oficial 28 abr 1999 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia Imprensa Oficial 1988 Lei N 6938 de 31 de agosto de 1981 Pol tica Nacional do Meio Ambiente seus Fins e Mecanismos de Formula o e Aplica o e d outras Provid ncias CANDAU V M Org Sociedade educa o e cultura s
190. lterna frente suposta superioridade da l ngua oral e escrita considerada muitas vezes insuficiente para o acesso aos conhecimentos sociais e culturais Resgatar a tem tica da forma o de professores ponto crucial para a reflex o da diversidade cultural em educa o not rio e fundamental que nesse processo haja o comprometimento efetivo dos docentes Mas tamb m fica evidente que para que ocorra a forma o desses professores a atual din mica social precisa determinar e possibilitar um desenvolvimento profissional diferenciado e pluriforme no qual se sintetizem e generalizem a abertura para compet ncias comunicativas e habilidades cognitivas e instrumentais A necessidade vigente de capacita o 46 profissional edifica se no arcabou o estruturante do ensino uma pr tica que precisa ser criada visto n o haver um modelo pronto A Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural UNESCO 2011 p 135 prescreve Toda cria o tem suas origens nas tradi es culturais por m se desenvolve plenamente em contato com outras Essa a raz o pela qual o patrim nio em todas suas formas deve ser preservado valorizado e transmitido s gera es futuras como testemunho da experi ncia e das aspira es humanas a fim de nutrir a criatividade em toda sua diversidade e estabelecer um verdadeiro di logo entre as culturas Art 7 Nesse contexto de importante momento hist rico em que a educa o neces
191. ltiplas BONILLA 2010 p 7 Martin z e Garc a 2008 p 254 referem Es un hecho que esta situaci n supone un reto al profesorado que en distintos foros reconoce su dificultad para atender eficazmente la diversidad de las aulas de forma que todos los estudiantes cualquiera que sea su 44 punto de partida consigan los objetivos planteados para cada etapa educativa Nesse encontro de discuss es emerge a interculturalidade exigindo uma forma o continuada repleta de atua o forma o pesquisa visando a uma fundamenta o te rica necess ria m bil em sua din mica de saberes e assentada em pr ticas concretas densas e embasada em um plano educacional compartilhado que provoque e revele novas compet ncias e re posicionamentos sociais ticos e pol ticos coerentes e fact veis No contexto da surdez Klein 2005 p 90 destaca Pensar a surdez sob o foco da epistemologia requer um descentramento do sujeito surdo passando a perguntar sobre as pr ticas discursivas e n o discursivas que constituem esse sujeito Essas pr ticas se d o nos espa os das escolas grifo nosso Para esta mesma perspectiva Lorenzetti 2003 discute em seu artigo a vis o dos professores que precisam lidar com os processos de ensino e aprendizagem de alunos surdos no ensino regular Ao final de seu artigo o autor destaca reflex es e discuss es em rela o s experi ncias das professoras do ensino regular no processo de inclus
192. m int rprete daqui tem de ir junto para fazer essa tradu o Ent o o nico ouvinte mesmo o monitor ou professor Eles n o v o com outros grupos n Sempre s deles M Muito bem Eu n o sei se tu queres se tens mais alguma coisa que tu gostarias de relatar da tua experi ncia da tua viv ncia assim ou se tu fosse dar algum conselho para um professor que fosse trabalhar com alunos surdos que conselho voc daria P a pessoa que quer pretende ou cai de p ra quedas como eu risos precisa se aprofundar n tanto na l ngua de sinais quanto na como esse aluno vai aprender n Por que eles aprendem de uma forma diferente n Se a gente pensar toda a nossa mem ria ela auditiva Eles n o tem At o pensamento deles diferente Ent o traduzir uma aula n o vai ser a mesma coisa que um professor que tem conhecimento da l ngua vai ser diferente Ent o precisa estudar e gostar muito deles Por que tem de ter tamb m uma sensibilidade de compreender que eles tem um tempo diferente eles precisam conversar antes de iniciar a aula eles precisam estar muito mais de olho na tua m o n o pode estar olhando para o lado se olha para o lado j perdeu informa o ent o o professor tem de ter uma certa sensibilidade com com esse aluno surdo M Ent o pelo que tu est relatando tu percebe ent o que essa dificuldade por exemplo da linguagem seria uma quest o importante
193. m vive a quest o do surdo dentro da comunidade enquanto surdo acaba vindo para os RS Ent o em Santa 93 Catarina tamb m est acontecendo um movimento bem semelhante Ent o o que acontece ahm no momento em que o governo prop e uma legisla o inclusiva que diz todos t m o direito de estudar no ensino p blico inclu dos em classes regulares n o est sendo respeitada esta quest o lingu stica do surdo linhas 158 a 166 Portanto a educa o bil ngue para o surdo necessita despontar no cen rio educacional uma abordagem que visa n o somente modificar a escolariza o para surdos que ainda parece estar norteada por muitas interroga es Mas tamb m deve ir ao encontro s pr ticas pedag gicas assumidas em abordagens educacionais que de certa forma ainda permeiam a educa o de surdos quer seja no oralismo quer seja nessa nova proposta Assim o bilinguismo deve ser encarado como uma ferramenta capaz de minorar as dificuldades escolares vivenciadas pelos alunos surdos sobretudo na aquisi o da l ngua portuguesa em sala de aula Vasconcellos 2001 p 74 75 destaca que o desafio que est colocado portanto poder fazer da escola um espa o de aut ntico encontro e constru o dos sujeitos na multiplicidade de identidades momentos do ciclo de vida culturas hist rias de vida etnias g neros classe social etc tanto no que diz respeito aos educandos quanto aos educadores O desafio sab
194. ma e os multiplicadores ambientais encarregam se em organizar os alunos para iniciarem a sua apresenta o Percebe se que os professores e os alunos multiplicadores s o parceiros autores preocupados com a transforma o social Quando a dupla apresenta as lixeiras para coleta seletiva existentes na escola suas cores e os respectivos materiais que l devem ser descartados percebe se que ao questionarem o grupo este parece n o entender o que os colegas est o perguntando Neste momento a dupla e a professora Paula se encarregam em utilizar materiais como folhas de papel pl stico Repetem a apresenta o e insistem na participa o dos colegas para que eles identifiquem cada uma das lixeiras Os multiplicadores respondem necessidade instaurada pela dificuldade de compreens o dos colegas da educa o infantil Tomam a iniciativa para resolverem o problema restauram a import ncia dos conhecimentos e a credibilidade regeneradora das culturas identidades perdidas com as desigualdades diferen as culturais Uma vez que pode se supor que talvez a dificuldade de compreens o dos colegas da educa o infantil seja reflexo das discuss es j realizadas principalmente no aspecto da tardia alfabetiza o em LIBRAS que estes alunos receberam Em outra turma Paula resolve atuar como int rprete de LIBRAS Tal foto ocorre pela presen a de um aluno que ainda apresenta a capacidade de audi o e est se familiarizando com a linguagem
195. mbito da educa o Os autores supracitados fundamentam a import ncia da escolha da metodologia adequada na pesquisa dizendo Nas pesquisas a qualidade dos resultados evidenciados em termos de conhecimento do real e da contribui o para o progresso depende fundamentalmente de uma metodologia adequada Por isso as t cnicas 57 n o s o suficientes nem se constituem em si mesmas como inst ncias aut nomas do conhecimento cient fico O m todo mais abrangente e complexo pois consiste em uma teoria da ci ncia em a o e exige crit rios de cientificidade concep es te ricas de objeto e de sujeito modos de estabelecer rela es cognitivas o que remete a teorias do conhecimento e a concep es filos ficas do real dando suporte s abordagens utilizadas nas constru es do conhecimento cient fico p 8 Falar sobre educa o sempre fascinante especialmente quando se buscam novas formas de racionalidade capazes de dar conta de ambientes sociais de grande complexidade como o s o aquelas constitu das pela interculturalidade Essa busca instiga pluralidade metodol gica como forma de enriquecer e complexificar o cerco epistemol gico ao objeto de estudo essencial na investiga o realizada Esse cerco epistemol gico sempre desafiador e coloca se como base das pr ticas de pesquisa interpretativa A ruptura epistemol gica da ci ncia moderna com o senso comum proporcionou avan os sociais e tecnol gicos
196. mente cr tico o conflito e pr xis com rela o aos surdos e o reconhecimento de sua cultura no contexto da interculturalidade como processo de transforma o social que visa transpor seus m todos e pr xis como forma de potencializar a a o pedag gica e social Desta forma a abordagem da hist ria de vida do autor e dos conceitos b sicos e teorias sociais pautadas na interculturalidade ressoaram nas Unidades Integradoras de Significado especialmente no que diz respeito aos Educadores Peregrinos e nos Multiplicadores Ambientais 128 EDUCA O X HUMANIZA O DESCOBRINDO SENTIDOS Todo projeto educativo tem de ser um projeto de humaniza o o que implica reconhecer a desumaniza o ainda que seja uma dolorosa constata o o que implica em juntar os cacos triturados ao longo da hist ria pol tica e educacional brasileira Buscar a viabiliza o da sua humaniza o no contexto real concreto do Brasil o grande desafio de um Projeto Educativo ARROYO 2009 Figura 4 O Caminho Fonte OLIVEIRA 2010 A figura serve como ponto de partida para realizar esta reflex o Percebe se nela um campo cortado por um caminho que se bifurca na parte superior direita esquerda esse campo apresenta apenas uma rvore isolada e direita grupos de rvores nas quais se podem observar sombras na parte inferior uma cerca com 12 Miguel Arroyo mineiro da Espanha est h 40 anos no Brasil professor apos
197. mesmo n o se p e no di logo isto que n o consegue chegar ao di logo com o outro Quando a cultura oralista vista como nico m todo poss vel no campo educacional e portanto imp e se sobre qualquer outra forma de cultura n o oralisata por exemplo percebemos o enorme abismo e a inexist ncia de di logo Tamb m nesse sentido Skliar 1997 p 125 afirma que a l ngua oral e a l ngua de sinais constituem dois canais diferentes mas igualmente eficientes para a transmiss o e a recep o da capacidade de linguagem Nessa linha de racioc nio abrem se clareiras No que se refere interculturalidade e cultura surda evidencia se que quando colocamos o di logo no centro de sua hermen utica afinal Gadamer 75 2002 convoca ao rompimento com o tecnicismo e fundamentalmente para assumirmos os aspectos relativos abertura e fus o de horizontes que ligam os seres humanos uns aos outros estabelecemos condi o e media o indispens veis ao processo de forma o e educa o dos envolvidos no processo pedag gico Remete nos portanto ao enfrentamento cr tico das estruturas monol gicas quando consideramos apenas uma forma de di logo como por exemplo o da oralidade Nos aspectos destacados pelas entrevistas percebeu se claramente que segundo elas h estigmas socias que necessitam de novos olhares novas releituras em busca da aceita o e da compreens o da diversidade cultural Bernard
198. mesmos livros did ticos e das mesmas estruturas da escola que a est o pois eles n o oportunizam a participa o a desaliena o e sim a submiss o de classe Assim compreender as rela es da cultura dos alunos surdos requer reflex es que precisam ser feitas com um olhar humilde cr tico e pedag gico Em contrapartida a exist ncia humana envolvente de homens de carne e osso e para realiz la precisa se criar e recriar o ato hist rico da socializa o para que ent o possam interagir Com certeza os relatos emocionantes dos educadores entrevistados que atuam na educa o com alunos surdos revelam nos essa humildade esse olhar cr tico e essa necessidade de o educador peregrino se encontrar como ser humano para agir e interagir nesse campo educativo Na primeira entrevista realizada com a professora Paula Boos H her que atua na Escola Estadual Especial Keli Meise Machado evidencia se claramente 83 esse movimento interno o esfor o para poder atender a essas demandas aos desafios que lhe foram propostos no momento da sua inser o nesta escola porque quando eu iniciei aqui na verdade eu sou contratada do Estado ent o eu n o escolhi estar nesta escola n me enviaram para c No primeiro descobri que era uma escola de surdos que eu cheguei at aqui n e eu tinha uma int rprete ent o no primeiro m s Ent o neste primeiro m s eu dava uma aula ah falando normalmente n e a int rpret
199. mo e interculturalidad Madrid Universidad Complutense de Madrid 2000 Tese Doutorado em Etica e Sociologia Facultad de Filosofia Universidad Complutense de Madrid 2000 PANSINI F NENEV M Educa o multicultural e forma o docente Curr culo sem Fronteiras v 8 n 1 pp 31 48 Jan Jun 2008 Dispon vel em lt http Awww curriculosemfronteiras org vol8iss1articles pansini neneve pdf gt Acesso em 12 abr 2010 PARO V H Educa o como exerc cio do poder cr tica ao senso comum em educa o S o Paulo Cortez 2008 PERLIN G T T O Ser e O Estar Sendo Surdos Alteridade Diferen a e Identidade Tese de Doutorado em Educa o UFRGS 2003 Dispon vel em lt http www feneismg org br doc Ser 20Surdos pdf gt Acesso em 18 fev 2010 PICOTTI D La Configuraci n Interl gica de la Inteligibilidad y Racionalidad In 20th WCP Dispon vel em lt http Awww bu edu wcp Papers Lati LatiPico htm gt Acesso em 24 jan 2011 POPKEWITZ T S Hist ria do curr culo regula o social e poder In SILVA T T Org O sujeito da Educa o Petr polis Vozes 1994 RENAUT A O indiv duo Reflex o acerca da filosofia do sujeito Rio de Janeiro Difel 2004 REIGOTA M O que Educa o Ambiental S o Paulo Brasiliense 2006 138 SABBI D O Barqueiro Dispon vel em lt http clicksocialrs blogspot com gt Acesso em 22 jan 2010 S NCHEZ Pilar Arniz La Integraci n de las Minor as tnicas
200. n o estou inserida ent o eu n o posso fazer isso Ent o ou eles me trazem o sinal que eles criaram ou que eles conhecem que existe mas na maioria eles n o sabem Na maioria das vezes ahm palavras assim mais da rea eles n o desconhecem este sinal Ent o o que a gente faz Se tem um professor surdo aqui na escola no caso n s temos dois pergunto se tem ou n o Geralmente tamb m n o tem n Ent o se combina com eles eu explico aquela o elemento mostro dou alguma caracter stica como que como que n o e eles pensam e d o um sinal n E eles gravam eu logo esque o na outra semana j n o sei mais o sinal mas eles lembram e aquilo fica n Esse sinal ele pode ser usado em outros lugares tamb m mas da h uma diverg ncia por que s vezes em outra escola j tem sinal para aquilo n isso bastante comum A gente vai em outras escolas em outras cidades e os sinais s o bem diferentes O que eu pretendo fazer para o ano que vem criar este dicion rio digital n anm mostrar para eles essas palavras no e gravar n ahm fotografar ou filmar eles fazendo o sinal e colocar em um CD e ter esse material digitalizado at para a gente n o esquecer Por que fica muito melhor a aula com os sinais do que s explicando e dando o nome bem complicado M Bom tamb m mencionaste na entrevista anterior que costumas fazer ou fazes vista ao Centro de Educa o
201. ndas tradi es Prenda de vestido comprido Trazendo uma flor em seu cabelo Que representa o sinuelo Pois s minha aquarela Que n o importa a esta o Conserva a cultura ga cha em nosso cora o s m e com energia do sol Esposa com misto de flor e guardi Dotes de prenda rainha prenda minha s minha ess ncia de vida Arte nativa Flor sempre viva Muito obrigado Te amo muito Uma educa o que possibilite ao homem a discuss o corajosa de uma problem tica De sua inser o nesta problem tica Que o coloca em di logo constante com o outro Que o predisp e a constantes revis es an lise cr tica de seus olhados A uma certa rebeldia no sentido mais humano da express o Que o identifique com m todos e processos cient ficos FREIRE 1983 p 90 RESUMO A educa o ambiental no contexto da interculturalidade e da cultura surda pretende contribuir para a pr xis de Educa o Ambiental no contexto da Cultura Surda atrav s da an lise de estudo de caso realizado em uma escola estadual especial para surdos localizada na regi o metropolitana de Porto Alegre RS Para tanto reflete se sobre o processo de educa o do aluno surdo no contexto da Escola Especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise da hist ria de vida de duas professoras e das a es realizados pelos alunos surdos multiplicadores ambientais vinculada a Interculturalidade Cultura Surda e de Educa o
202. nentes educa o ambiental Considera es como essas levam ent o a enfatizar que ao inv s de nos ocuparmos com a produ o de propostas educativas voltadas inten o de fazer leituras cognitivas cada vez mais verdadeiras do que t m sido configurados como a realidade na perspectiva da interculturalidade e da educa o ambiental somos convidados a olhar mais detidamente para as situa es sociais e ambientais como um todo e n o apenas nos espa os de educa o formal Assumir uma posi o neste contexto implica ent o antes de tudo entender que as situa es sociais e ambientais atuam na produ o desses sujeitos bem como de suas vis es de mundo Assumi la contudo exige nos prestar muita aten o a tais sujeitos a suas peculiaridades necessidades particularidades possibilidades habilidades interesses aspira es diferen as e sobretudo a buscar compreender que esses n o s o atributos conferidos aos sujeitos exclusivamente por determina es gen ticas Pelo exposto at o presente momento percebeu se que Paula e seus multiplicadores ambientais estabeleceram esta cumplicidade Encontraram nas adversidades iniciais a oportunidade em constru rem algo novo Respeitando a hist ria de vida de cada um a diversidade cultural de cada um fortaleceram se como grupo com o sentimento de pertencimento m tuo Ainda se faz necess ria uma ltima an lise reflexiva Se imaginarmos que as rvor
203. nflito a intersubjetividade e a domina o e cujo desabrochar emancipat rio consiste numa intermin vel trajet ria do colonialismo para a solidariedade pr pria do conhecimento emancipa o Ainda segundo os autores supracitados em uma pesquisa que apresenta uma abordagem narrativa essencial que haja a proximidade entre pesquisador e participantes Portanto ambos devem corroborar para a confian a m tua H um entrela amento das vidas pelo compartilhamento das hist rias narradas CUPELLI GALIAZZI 2009 Partindo desse pressuposto se a interpreta o a combina o com m todos explanat rios ou objetivantes os resultados podem ser ainda mais proveitosos uma vez que compreens o e explana o s o processos complementares Neste sentido opta se por usar os nomes verdadeiros da diretora e de uma professora de ci ncias da escola especial local da coleta de dados desta pesquisa As duas educadoras entrevistadas cujas individualidades pessoais e profissionais foram obtidas por meio das narrativas e filmagens autorizaram a utiliza o dos mesmos bem como das imagens dos alunos envolvidos no estudo atrav s do preenchimento do Termo de Autoriza o para a Utiliza o de Voz Nome Som e 59 Imagem anexo D e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido anexo E Esta escolha justifica se pelo exposto na Lei n 10 436 de 24 de abril de 2002 que em seu par grafo nico cita Entende se como L
204. nfrontam repentinamente com os contextos da cultura ouvinte O processo de socializa o e conviv ncia com o outro complexo e conflitante Por m compreender a hist ria de vida do outro representa a valoriza o e aceita o dos m ltiplos aspectos culturais e pessoais fundamentais na constitui o das identidades deste outro Quando estes processos apresentam aspectos semelhantes a comunica o e rela o se estabelecem com mais facilidade H uma sintonia um sentimento de pertencimento Sentimento este que envolve portanto aspectos hist rico sociais pertinentes a cada cultura espec fica mesmo que vivenciados de formas particulares Por isso mesmo h a necessidade de um olhar mais atento e espec fico para que estas particularidades n o sejam sufocadas ou oprimidas por outras pr ticas de exclus o e ou de segrega o Nesse sentido A Educa o Ambiental no Contexto da Interculturalidade e da Cultura Surda tem o prop sito de realizar uma reflex o acerca das rela es necess rias entre interculturalidade cultura surda e educa o ambiental Essa linha de argumenta o permitir a compreens o da import ncia da valora o da cultura surda e portanto do surdo enquanto sujeito ativo no processo de constru o hist rica e compartilhamento de seus significados contextualizados nesta tese a partir da an lise de a o envolvimento e comprometimento de um grupo de alunos surdos enquanto multiplicadore
205. nho para a articula o entre as culturas que s pode ocorrer com o di logo sendo constantemente atrav s de questionamentos e respostas posto em evid ncia Em Gadamer 2002 a pergunta indica sentido coer ncia caminho abertura e possibilidades move nos gera enfrentamento questiona tira nos da in rcia rompe com a massifica o A pergunta move o di logo e esse nos transforma Depois do di logo j n o seguimos sendo o que ramos Gadamer 2002 p 131 lembra que o verdadeiro carisma do di logo est presente na espontaniedade viva do perguntar e do responder do dizer e do deixar se dizer Eu sei muito pouco Mas tenho a meu favor tudo o que n o sei por ser um campo virgem est livre de preconceitos Tudo o que n o sei a minha parte maior e melhor a minha largueza E com ela que eu compreenderia tudo Tudo que n o sei que constitui a minha verdade CLARICE LISPECTOR apud PENSADOR INFO 2010 Diante das dificuldades encontradas no contexto estudado acredito ser necess rio pensar a educa o para e com surdos numa perspectiva intercultural que busque comprometer todas as dimens es educativas Neste sentido imprescind vel que a mesma possibilite a presen a e a participa o significativa da comunidade surda utilize uma abordagem educacional bil ngue bicultural e favore a o desenvolvimento das potencialidades e a constitui o das identidades dos as alunos as surdos as poderia ameni
206. nsaio Esta educa o ambiental esteve inserida na execu o do projeto e procurou visualizar e atingir o sujeito que faz parte e sofre influ ncia do todo e n o um sujeito de forma fragmentada isolado sem rela o com o meio em que vive Neste sentido Guimar es 2005 p 193 faz o seguinte coment rio Romper com a perspectiva de que de gr o em gr o a galinha enche o papo como sendo nica passa pela aceita o de que a interven o educacional se d tamb m no tudo junto ao mesmo tempo agora Essa uma abordagem relacional Moraes 2003 que fundamenta a es pedag gicas baseadas no estudo das rela es para a cria o de condi es que contribuam para a constru o de um conhecimento integrado do mundo 3 Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo do ensaio realizado com os alunos surdos e que antecede a entrada dos mesmos nas respectivas salas de aula dos demais colegas 100 Afirma Gonz lez Rey 2001 citado por Spazziani e Gon alves 2005 da forma que se conhece o ser humano tem se apostado que a constru o do conhecimento em qualquer rea tem tica tem rela o direta com a subjetividade de cada sujeito que fruto da qualidade dos processos interativos oportunizados no contexto social e do significado atribu do a eles Concordando neste aspecto com o autor supracitado Spazziani e Gon alves 2005 p 109 complementam a ideia argume
207. nsino religioso Atua dentro de quest es religiosas E ele est fazendo inform tica Licenciatura da computa o ent o como que ele vai fazer engenharia de software arquiteturas de computadores com termos extremamente espec ficos e te ricos com um profissional interprete que n o tem nem na sua l ngua oral l ngua portuguesa conhecimento t o profundo daquela rea t cnica Ent o alguns limitadores Oferece o profissional mas na t levando em considera o quest es bem peculiares por ser ensino superior n Ent o assim ainda falta bastante adapta o mesmo em espa os em que j h assim a quest o mais gritante que o interprete para a l ngua de sinais ainda a caminhada bastante longa Mas abre precedentes abre possibilidades M Claro uma caminhada A e esse sujeito surdo que terminou l o ensino m dio ele vai saber Bom ali eu posso l eu posso Posso tentar naquele outro Abre janelas abre portas para que ele busque Porque eu n o vou poder ficar buscando por ele Vou buscar oportunidades com certeza sempre que for poss vel Agora por ele entrar no corpo dele e fazer por ele n o Ele vai saber onde ele vai poder buscar M Muito bem Ahm Acho que era isso muito obrigado pelas informa es A Imagina M e seria interessante para concluir a minha atividade que eu pudesse conversar de repente com um ou dois alunos quem sabe aqueles que t
208. ntal At a 8 s rie no momento M Aha e todos os professores agora os educadores que diretamente trabalham com os alunos n t m forma o especial A Tem Ahm a grande maioria assim digamos que 90 dos profissionais j tem capacita o ou especializa o na rea da surdez al m dos cursos de l ngua de sinais M Aha A Um n mero bem pouco significativo n o tem acho que hoje eu tenho duas professoras que n o tem forma o na rea uma na matem tica e outra ahm na l ngua portuguesa sendo que uma tem v rios n veis de LIBRAS a de matem tica n e a de l ngua portuguesa faz um trabalho de monitoria na UNISINOS com professores da gradua o surdos Ent o na verdade ela tem aprendido muito na pr tica a quest o da l ngua de sinais tem um perfil assim de ter uma abertura para a quest o da l ngua de sinais e para a educa o de surdos e est assim super bem adaptada t evoluindo muito bem dentro da escola e das atividades que s o propostas Todos t m de alguma maneira alguma forma o que que possibilite a atua o na escola Ent o podemos dizer que diferentes n veis todos os profissionais s o bil ngues n M Que legal A Utilizam a l ngua oral a l ngua portuguesa e a l ngua de sinais na comunica o e em fim no ensino dos alunos surdos M E a grande maioria ouvinte Existem professores s
209. ntando Construir conhecimentos um processo s cio hist rico no qual os resultados do ponto de vista da aprendizagem s o determinados conjuntamente pelos esfor os de todos os envolvidos A contextualiza o cont nua e cumulativa de eventos e a cria o de um conhecimento comum atrav s do discurso s o portanto a pr pria ess ncia da educa o como processo psicol gico e cultural A an lise do v deo revela que a sala de aula da professora Paula mostra se repleta de materiais que a auxiliam no desenvolvimento das atividades bem como oferece aos seus alunos em processo de forma o um ambiente com subs dios formativos que buscam atender de modo criativo e cr tico esse processo de forma o identit ria para com a educa o ambiental A concentra o e envolvimento dos alunos surdos mostram que os objetivos propostos pela professora n o se encontram alicer ados somente na racionalidade t cnica que os considera meros executores de decis es alheias mas em perspectivas que reconhece e valoriza a sua capacidade de decis o Ao confrontar suas a es cotidianas com as produ es te ricas a professora Paula e os multiplicadores ambientais passam a rever as pr ticas e as teorias que as informam para produzirem novos conhecimentos para a teoria e a pr tica de ensinar em compartilhar e socializar os conhecimentos adquiridos transformados e contextualizados com os demais alunos da escola importante
210. nting ncia a primeira Unidade Integrada de Significado surgiu da import ncia do estabelecimento de di logo que preserva a diversidade e identidade cultural e surda evidenciada nas entrevistas Educadores Peregrinos a segunda Unidade Integrada de Significados procura abordar e refletir a cerca da caminhada realizada pelas educadoras tanto no aspecto pessoal como no profissional Finalmente Educa o Ambiental e os Surdos Pr ticas e Alternativas Pedag gicas surgiu a partir das filmagens realizadas com os alunos surdos envolvidos com o projeto multiplicadores ambientais e por essa raz o apresenta em sua formata o links de hipertexto permitindo um di logo e an lise entre as imagens obtidas A utiliza o de hipertexto permitiu a imers o e viv ncia da observa o participante Isso proporcionou um grau de intera o com a situa o investigada possibilitando idas e vindas aos dados e ao referencial te rico com o intuito de construir indicadores para compreender esclarecer e formular as respostas aos objetivos propostos 71 4 A INTERCULTURALIDADE A CULTURA SURDA E A EDUCA O AMBIENTAL UNIDADES INTEGRADAS DE SIGNIFICADO Na perspectiva da busca de uma aproxima o integradora das unidades conceituais centrais do tema de estudo seguem as an lises sobre a Interculturalidade e a Cultura Surda os Educadores Peregrinos O Perfil do Docente na Educa o de Surdos e por fim A Educa o Ambiental e os Surdos
211. ntrov rsias importantes e 53 destacar alguns aspectos relevantes de sua constitui o A primeira marca ou seja do adjetivo ambiental na educa o se alicer a na pr pria constru o da identidade do campo em quest o Rejeitar essa adjetiva o tentar retirar a especificidade das a es que explicitam o ambiental nas pr ticas educativas A ado o da adjetiva o de educa o ambiental coloca portanto a identidade desse campo Essa identidade se d em sua especificidade diante da educa o em geral e o legitima Neste sentido n o se pode falar de educa o ambiental como algo un ssono Trata se por ess ncia de um campo em constru o e diverso Na pluralidade da educa o ambiental h conflitos densos e importantes decorrentes das diversas vertentes sistematizadas que segundo Sauv 2005 podem se articular ao mesmo tempo podem coexistir pluralidade de proposi es entre elas Para a autora s o essas as correntes sistematizadas tradicionais naturalista conservacionista recursista resolutiva sist mica cient fica humanista moral tica e recentes hol stica biorregionalista cr tica feminista etnogr fica da ecoeduca o da sustentabilidade A sistematiza o de tais correntes deu se pautada pelas suas fun es 1 concep o dominante de meio ambiente 2 inten o central da educa o ambiental 3 4 enfoques privilegiados exemplos de estrat gias ou modelos que ilustram as cor
212. nua del profesorado para enfrentar esta nueva realidad la problematicidad del biling ismo y el multi ling ismo el an lisis de las minor as la educaci n comparada y la historia de laeducaci n las relaciones entre sociedad y cultura PALANCA 2000 p 132 Existem v rios entendimentos para o termo peregrino ou seja um conceito de m ltiplas faces Mas logicamente a palavra peregrina o nos remete ideia de viagem andan a por terras distantes ou tamb m um estrangeiro que possui uma bondade de beleza rara justamente esse aspecto que nos interessa analisar na interculturalidade e em especial na educa o com e para surdos Em um educador peregrino podemos visualizar a imagem de um m stico que com o seu carisma e determina o sustenta a ideia de que a irracionalidade da vida pode promover a transforma o social Ele n o teme o desconhecido mas empurrado a todo o momento por uma tempestade em dire o a novos desafios Postura disposi o atitude a forma de estar diante do mundo existem diversas maneiras de se pensar essa rela o do sujeito com a realidade Segundo Vasconcellos 2001 p 66 a consci ncia um dos mais refinados recursos da exist ncia propriamente humana por m tamb m local de erros ilus es falseamento da objetividade do real Nesse sentido a realidade 82 caracteriza se por uma leitura uma interpreta o uma constru o do sujeito O
213. nvolveu seus alunos nos debates das tem ticas permitindo que eles fizessem a sua re leitura e posteriormente interagissem com esse novo saber compartilhando o com os demais alunos da escola 102 Para que os alunos construam a vis o da globalidade e consigam entender o meio ambiente em seus aspectos biol gicos f sicos sociais econ micos e culturais necess rio que a pr tica did tico pedag gica da educa o ambiental seja orientada por uma racionalidade complexa e interdisciplinar Logo deveria ser conduzida como uma forma de pensar o meio ambiente como um campo de intera es entre a cultura e a sociedade Adotar semelhante postura n o uma tarefa f cil Exige entretanto uma estrutura o institucional da escola organiza o curricular supera o da vis o fragmentada do conhecimento pelos professores especialistas e uma reforma paradigm tica e n o program tica Conforme Paula desde o in cio que eu re fiz o projeto n a Escola se colocou disposi o de at da do espa o n e alguma ajuda que precisasse Que eu preciso do apoio da Escola at porque esses alunos eles v m para a escola de manh que seria o turno contr rio super cedo e ficam por a sozinhos n Ent o a escola ajuda neste sentido da gente ficar com eles de dar alguma ocupa o eles ficam aqui na hora do almo o ent o a escola fica aberta por causa deles Ent o eu sinto um apoio Anexo A linhas 214 a
214. o momento em que conseguirmos chegar a n vel nacional e pontuar Olha n o temos a verdade absoluta do Brasil mas do RS a gente vai saber dizer E isso que a gente quer Vai ter como ter subs dios para tentar realmente ampliar o atendimento aqui da escola M E at futuramente digamos at de ampliar portas para que a pr pria sociedade ofere a ambientes nos quais esses A Exatamente Um exemplo assim de um espa o que apesar de ter uma parceria com a escola h bastante tempo mas que agora est se abrindo para receber esse diferente de fato a Institui o Evang lica de Novo Hamburgo uma parceira tem atua o dentro da escola Keli Meise mas sempre aconteceu assim a atua o vinha de l para c Agora a gente desde o ano passado com uma forma o para os alunos de s tima e oitava s rie focado assim na quest o do mercado de 546 547 548 549 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559 560 561 562 563 564 565 566 567 568 569 570 571 572 573 574 575 576 577 578 579 580 581 582 583 584 585 586 587 588 589 590 591 592 593 594 595 170 trabalho houve um primeiro contato uma inser o dos alunos daqui naquele espa o que para ouvintes que at j teve alunos surdos inclu dos mas que eram surdos oralizados que n o eram usu rios da l ngua de sinais Ent o tem toda uma quest o diferenciada E a Institui o est se abrindo Est se adaptando par
215. o ambiente dos alunos e neste um m s eu decidi ficar e fui atr s de de subs dios assim de metodologias para eu conseguir trabalhar Porque realmente neste um m s eu vi que s ahm sem a LIBRAS e sem algum a mais fica dif cil de ensinar eles algo proveitoso n Ent o foi neste per odo que eu me decidi e logo fui buscar os cursos de especializa o n na l ngua Anexo C linhas 19 a 23 Tamb m na fala da diretora Ana Paula Jung percebe se claramente esse novo perfil de docente emergindo Parecia que eu j tinha essa essa capacidade lingu stica dentro de mim mas ela estava adormecida enfim e eu n o tinha encontrado isso Tanto que a gente t aqui em 2009 em 3 anos praticamente que eu eu tive a experi ncia da forma o na rea da surdez e parece que eu nasci para fazendo isso n Ent o uma coisa assim muito incr vel e que agora olhando para tr s eu vejo que aquela op o do magist rio l s para facilitar as coisas no fundo tinha sim um perfil de educador mas que ainda n o tinha se encontrado Anexo D linhas 69 a 74 86 Todos os educadores co respons veis pelo saber e do fazer necess rios na constru o do conhecimento dos alunos O que se pode perceber nesses relatos que a mola mestra que impulsiona toda a engrenagem do ser educador peregrino o amor a paix o pela educa o dos surdos Percebe se tamb m que as educadoras relatam a sua experi ncia educati
216. oes 31ra 1trabalho GT17 4892 Int pdf gt Acesso em 07 jan 2011 MORIN E Os sete saberes necess rios educa o do futuro S o Paulo Cortez Bras lia DF UNESCO 2005 MOSCOVICI S Presenting social representation a conversation Culture and Psychology Vol 4 3 p 371 410 1998 NOVO M La educaci n ambiental bases ticas conceptuales y metodol gicas EDITORIAL UNIVERSITAS S A Madrid 1996 137 N VOA A Para una formaci n de profesores construida dentro de la profesi n Revista de Educaci n 350 Septiembre diciembre 2009 pp 203 218 Dispon vel em lt http www revistaeducacion mec es re350 re350 09 pdf gt Acesso em 25 abr 2010 OLIVEIRA K O Caminho Dispon vel em lt http Awww karinaoliveira bolgs sapo pt arquivo caminho gt Acesso em 14 mar 2010 ORELLANA La comunidad de aprendizaje em educaci n ambiental Una estrategia pedag gica que abre nuevas perspectivas en el marco de los cambios educacionales actuales T picos en educaci n ambiental vol 3 num 7 p 43 51 2001 PACHECO J O Identidade cultural e alteridade problematiza es necess rias REVISTA SPARTACUS Revista Eletr nica dos Acad micos do Curso de Hist ria da Universidade de Santa Cruz do Sul n 01 2007 Dispon vel em lt http Awww unisc br spartacus edicoes 012007 pacheco joice oliveira pdf gt Acesso em 10 mar 2010 PALANCA D V Hacia una Racionalidad Intercultural Cultura multiculturalis
217. ofessora Eu frequentei ahm diferentes espa os educacionais p blicos privados e na 8 s rie eu fui para uma escola privada ahm depois de v rios anos na escola p blica bem naquela poca das greves horrendas n ent o foi complicado assim E eu tive um choque n 8 s rie 1 ano do ensino m dio muito puxado ahm sentido assim falhas n grandes na minha na minha escolariza o e aquilo me assustou e uma quase reprova o no 1 ano do ensino m dio E a o que foi que eu fiz Ah vou para o magist rio que mais f cil n Ok fiz a op o Chegando l e come ando a participar das pr ticas eu vi que a escolha n o era assim t o mais f cil poderia ser mais f cil na qu mica e na f sica mas na quest o de comprometimento em fim e de busca foi super pesado em fim eu fiz fui fazendo os pr est gios os est gios em fim e foi e terminei o magist rio com a promessa de nunca mais voltar para uma sala de aula risos Bom a ahm nessa poca eu j tinha desde muito pequena mesmo 2 anos de idade eu tenho ahm participava de atividades relacionadas com a dan a Desde muito cedo Ent o isso me acompanhou durante toda a minha poca de escolariza o ent o era uma atividade paralela bem forte que eu tinha e quando eu ingressei no ensino m dio eu j trabalhava com projetos de dan a Tanto no munic pio de Novo Hamburgo quanto de Est ncia Velha tudo muito cedo sempre Com 15 anos para
218. on Cultural Representations and Signifying Practies London Thousand Oaks New Delhi sage Open Univversity 1997 Da di spora identidades e media es culturais Org Liv Sovik Belo Horizonte UFMG 20083 HEGEL G W F Fenomenologia do esp rito 7 ed Petr polis Vozes 2002 HENRIQUES R TRAJBER R MELLO S LIPAI E M CHAMUSCA A Educa o Ambiental aprendizes de sustentabilidade Minist rio da Educa o Cadernos SECAD MEC 1 Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade Bras lia DF 2007 Dispon vel em lt http portal mec gov br dmdocuments publicacao2 pdf gt Acesso em 22 abr 2010 JIM NEZ P G Teoria tica de L vinas Cuadernos de Materiales Filosofia y Ci ncias Humanas p 1 6 Dispon vel em lt http www filosofia net materiales num num22 levinas htm gt Acesso em 17 mai 2010 JOVCHELOVITCH S BAUER M Entrevista narrativa In BAUER M W GASKELL G org Pesquisa qualitativa com texto imagem e som um manual pr tico Petr polis Vozes 2002 JULLIEN F O di logo entre as culturas do universal ao multiculturalismo Tradu o Andr Telles apresenta o e revis o t cnica Danillo Marcondes Rio de Janeiro Jorge Zahar 2009 KARNOPP L B Literatura Surda ETD Educa o Tem tica Digital Campinas v 7 n 2 p 98 109 jun 2006 Dispon vel em lt http Ayvww fae unicamp br etd viewarticle php id 84 amp layout abstract gt Acesso
219. onar nas turmas com alunos surdos repousava nos mesmos aspectos que vivenciei ao chegar ao Brasil A falta de um sentimento de pertencimento O aluno surdo continuava com a sua identidade mascarada pelo atendimento da maioria ouvinte no cumprimento de um curr culo e na exig ncia de elabora o de textos e ou trabalhos que precisavam seguir as regras da oralidade Um abismo cultural gigantesco ofuscado pela classifica o precoce de um grupo de indiv duos alicer ado pela aus ncia de um de seus sentidos sem se levar em considera o todos os demais aspectos que nos tornam indiv duos humanos seres de integra o e socializa o Hoje percebemos que em nenhum momento discutimos ou levamos em considera o a cultura surda e talvez por essa raz o tamb m tenha sofrido na realiza o de minha pr xis pedag gica enquanto educador de alunos surdos no ensino regular Por outro lado o contato com esses alunos a conviv ncia com cada conquista e aprendizagem m tua fizeram me crescer muito como profissional e analisar a a o pedag gica de forma mais cr tica e reflexiva Este trabalho de pesquisa seguramente mais um acontecimento marcante na minha hist ria de vida e decorrente das reflex es que se seguiram desde o in cio no Programa de Doutorado em Educa o Ambiental da FURG em 2007 1 3 DEFINI O DO PROBLEMA E DOS OBJETIVOS DA PESQUISA A problem tica central deste trabalho a Educa o Ambiental no contex
220. onsci ncia um dos mais refinados recursos da exist ncia propriamente humana por m tamb m local de erros ilus es falseamento da objetividade do real Nesse sentido o autor considera a realidade caracterizada por uma leitura uma interpreta o uma constru o do sujeito O reconhecimento da realidade implica admitir para si os seus entraves ou seja O professor o verdadeiro educador segundo o autor supracitado deve trabalhar com a realidade que tem em sala de aula De nada adianta lamuriar se procurando escapismos Esse o seu ponto de partida O desafio posto saber em que dire o o educador vai se empenhar a servi o de que causa vai se colocar Evidentemente essa perspectiva remete ao in cio de um processo de resist ncia de mudan a exigindo op o consciente e firme para enfrentar esse desfio N o se trata como menciona Vasconcellos 2001 de jogos l gicos de possibilidades mas sim em compromissos hist ricos concretos tanto pessoais como pedag gicos Trata se de postura de interven o de enfrentamento da realidade de luta para realizar a mudan a Por m o cen rio educativo brasileiro mostra que os educadores encontram se em meio a um emaranhado no qual a pr pria profiss o os envolve obstruindo assim a afirma o de uma identidade de assumir com autonomia e compet ncia o comando do seu trabalho de manter se aberto ao outro s alteridades distintivas e as possibilidades m
221. onte dos 99 estudados para que pudessem ser relacionados com as experi ncias que os demais colegas das outras turmas praticam e vivenciam em seu cotidiano Esta din mica de trabalho com os alunos se assentava na perspectiva de uma educa o criadora como prop s o educador Paulo Freire 1983 p 18 quando diz que Reduzimos o ato de conhecer o crescimento existente a uma mera transfer ncia deste conhecimento E o professor se torna exatamente o especialista em transferir conhecimento Ent o ele perde algumas das qualidades necess rias indispens veis requeridas na produ o do conhecimento assim como no conhecer o conhecimento existente Algumas destas qualidades s o por exemplo a a o a reflex o cr tica a curiosidade o questionamento exigente a inquieta o a incerteza todas estas virtudes indispens veis ao sujeito cognoscente A observa o realizada em sala de aula evidencia o envolvimento dos alunos na tem tica do lixo proposta e na qual cada um dos multiplicadores elaborou o seu material Inicialmente observa se o cuidado em repassar os detalhes pertinentes as apresenta es a serem realizadas aos demais colegas surdos da escola A professora Paula tem o cuidado em lembrar a ordem e os materiais a serem apresentados Questiona os alunos sobre os seus assuntos e estabelece os crit rios para as apresenta es A fim de verificar a din mica a ser utilizada convida o grupo para realizar um e
222. ores cabe enfatizar que a linguagem ou linguagens s o fundamentais centrais na compreens o da interculturalidade Isso remete ao compartilhamento de significados e em ltima inst ncia ao entendimento do contexto sociocultural e tamb m ambiental 98 A professora Paula B H her cabe observar comprometeu se com essa identidade de significados Al m de desenvolver sua atividade como professora de ci ncias na Escola Estadual Especial Keli Meise Machado formou o grupo de multiplicadores ambientais que conta com 12 alunos surdos cujas a es iniciaram se em 2010 Em seu relato afirma que o projeto de Educa o Ambiental ele se iniciou aqui na escola em abril com a prioridade da horta escolar que j havia esse espa o n Ent o esses um grupo de alunos de interesse que ficaram interessados em participar do projeto desde a 5 s rie at a 8 s rie Eles v m a cada 15 dias na escola no turno contr rio da aula e neste per odo de tempo a gente trabalha na horta n a limpeza dos canteiros ahm planta j colhemos algumas coisas e junto com isso eu desenvolvo algumas quest es que acredito que sejam importantes aqui dentro da escola Anexo A linhas 127 a 143 Como se pode observar a educadora encontrou neste projeto a possibilidade de obter e ampliar uma vis o mais global da sua realidade desenvolvendo uma pedagogia de educa o ambiental Educa o em que o conhecimento n o se apresen
223. ostas de educa o do estado do RS especialmente no caso deles a proposta da educa o para surdos da educa o bil ngue para surdos em escolas de surdos essa a proposta do Rio Grande do Sul Anexo C linhas 176 a 182 Tamb m a professora Paula narra que na escola estadual especial Keli Meise Machado trabalhado o bilinguismo como se pode verificar no trecho transcrito Aqui na escola a gente trabalha o bilinguismo que ent o seria a l ngua portuguesa escrita e a l ngua de sinais para ele conseguir se comunicar ahm em vez da fala n Anexo A linhas 83 a 85 Em fun o da import ncia que se pode verificar nas narrativas acima oportuno discorrer sobre o bilinguismo pois mais do que oportuna a explicita o que de fato constitui a chamada mistura entre a l ngua de sinais e a l ngua portuguesa A literatura pertinente ao bilinguismo aponta n o somente para sua import ncia mas tamb m para sua complexidade uma vez que n o h um consenso no que diz respeito sua conceitua o e classifica o Compreender o bilinguismo sob essa tica significa respeitar a estrutura lingu stica da LIBRAS e portanto da pr pria cultura surda Assim a institui o de ensino que verdadeiramente queira trabalhar com os estudos culturais e com a cultura surda em seus espa os de ensino e aprendizagem deve respeitar essa particularidade e permitir que assim como ouvintes os surdos necessitam convi
224. ousada al m do ingl s necessitavam o dom nio em mais uma l ngua estrangeira acompanhava os diferentes grupos de turistas principalmente aqueles vindos de pa ses de l ngua alem em cavalgadas caminhadas passeios em barcos a remo e a motor Al m da atividade de tradu o e explana o sobre as diferentes esp cies animais e vegetais e suas correla es neste magn fico e riqu ssimo ecossistema que o Pantanal era essencial o desenvolvimento da capacidade de observa o Nesta poca o principal livro de cabeceira era A Origem das Esp cies de Charles Darwin A leitura desta obra fascinante ajudava a compreender a fant stica capacidade de adapta o e diversidade das esp cies auxiliando assim nas explica es n o somente para atender as demandas dos pr prios turistas nas atividades diurnas e noturnas mas principalmente para satisfazer a minha pr pria curiosidade em compreender e registrar em foto e v deo as belezas pantaneiras Por m a realiza o plena ocorria quando bimestralmente visit vamos aldeias ind genas onde pass vamos a realizar atividades com as crian as A intera o de conhecimentos era incr vel A grande vulnerabilidade social daquelas crian as sumia quando mergulh vamos no ecossistema pantaneiro e sua intera o com a cultura ind gena Tal atividade foi crucial para que desenvolvesse uma especial sensibilidade socioambiental e a valoriza o do multicultural Ap s meu
225. p UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG INSTITUTO DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O AMBIENTAL MARCUS H BNER A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DA INTERCULTURALIDADE E DA CULTURA SURDA RIO GRANDE RS 2012 MARCUS H BNER A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DA INTERCULTURALIDADE E DA CULTURA SURDA Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o Ambiental PPGEA da Universidade Federal do Rio Grande como requisito parcial obten o do t tulo de Doutor em Educa o Ambiental Orientadora Prof Dr Mar a In s Copello RIO GRANDE RS 2012 H431e H bner Marcus A educa o ambiental no contexto da interculturalidade e da cultura surda Marcus H bner 2012 178 f il algumas color Tese Doutorado Universidade Federal do Rio Grande Doutorado em Educa o Ambiental Orientadora Prof Dr Mar a In s Copello Inclui CD contendo tese com links arquivos de v deo e apresenta o no formato PDF 1 Educa o ambiental 2 Educa o especial 3 Surdez Copello Mar a In s Il T tulo CDU 504 376 33 Cataloga o na fonte Bibliotec rio Cl riston Ribeiro Ramos CRB10 1889 MARCUS H BNER A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DA INTERCULTURALIDADE E DA CULTURA SURDA Tese aprovada como requisito parcial para a obten o do grau de Doutor em Educa o Ambiental no Programa de P s Gradua o
226. para o que est acontecendo aqui sentia me ajudado a tornar o familiar algo estranho e relevante Assim o que antes estava invis vel pela for a do cotidiano passou a ser problematizado b A necessidade de adquirir um conhecimento espec fico da pr tica concreta por meio da documenta o de certos detalhes n o basta uma resposta proveniente de apenas uma dire o o que significa que n o bastava somente responder o que est acontecendo mas sim em analisar um conjunto de fatores existentes na constru o dessa resposta H os professores os alunos envolvidos e o contexto escolar com seus objetivos e orienta es gerais O fazer de cada um dos envolvidos no processo foi marcado por reflexos dos demais envolvidos c A necessidade de levar em conta os significados locais embora exista uma aparente semelhan a em alguns aspectos das narrativas obtidas existem peculiaridades que distinguem umas das outras d A necessidade de ter conhecimento comparativo de diferentes meios sociais o fato de levar em conta as rela es entre o contexto dado e o seu ambiente social mais amplo permitiu me um aux lio ao procurar estabelecer o que est acontecendo no pr prio contexto Esse aux lio proveniente do contexto social mais amplo pode explicar os modelos transpostos para as intera es verificadas com os diferentes mecanismos de coleta adotados O recurso da filmagem em v deo tornou vi vel a percep o de detalhes e
227. plica em mudan as muito profundas que v o al m de dispor dos recursos necess rios a fim de facilitar essa importante mudan a de h bitos comunit rios Este um processo indissoci vel da aprendizagem Efetivamente para pertencer a um grupo social para se socializar para ser membro de uma comunidade imprescind vel apropriar se dos valores de sua cultura para poder compartilh los Passar do individual ao social requer integrar se fam lia num primeiro momento comunidade e suas institui es a seguir particularmente escola Assim o local timo aquele em que haja empenho por atender s necessidades singulares de cada um comprometimento em prepar lo para uma vida integrada comunidade como cidad o de sustentar a inter rela o entre direitos e obriga es Por isso o presente estudo demonstra que a integra o ou a exclus o n o determinada pelo tipo de escola mas sim pelos educadores comprometidos em afastar a segrega o para favorecer a integra o e portanto estejam preparados para atender a diversidade cultural A presente pesquisa revela que o estudo da educa o ambiental sob o ponto de vista da interculturalidade e da cultura surda mostra se como uma alternativa poss vel e vi vel para a pr tica da interculturalidade nos espa os escolares Sob esse ponto de vista acredita se que um estudo focado em escolas da rede regular de ensino possa contribuir substancialmente para e A conc
228. pr tica do tu in cio at porque tu tamb m te aprimorou mais na linguagem de LIBRAS teve que aprender P Sim sim tive que aprender M E usa muito recurso visual P Visual visual M E ah esses motivos por exemplo esse motivo que te levou a trabalhar com aluno surdo foi um deslocamento teu na verdade ou tu pediu para P N o foi n o foi M Ou foi ao acaso P n o foi por op o Nunca imaginava Jamais tinha pensado nesta possibilidade M Ah assim para que a gente poder entender um pouco mais assim como o dia de trabalho Se tu fosse relatar assim uma um dia normal de atividade teu com os teus alunos Como que Poderias me contar um pouco como come a o dia de atividades P Sim N o com comparando com a escola ouvinte que eu trabalho numa escola ouvinte n apesar do conte do ser o mesmo na disciplina e na s ries a metodologia de trabalho completamente diferente Ent o eu preciso claro do planejamento pr vio n important ssimo isso em qualquer escola mas muitas vezes no decorrer da aula surge alguma coisa que eu preciso buscar de interesse deles e explicar e para isso eu preciso ter material aqui na sala Ent o desde que eu tenho esta sala de aula que s de ci ncias s minha facilitou bastante Por que eu tenho aqui muito material meu que eu consigo na hora mostrar para
229. r M E ah h quanto tempo tu trabalhas aqui Quando que come ou teu trabalho aqui nesta escola P Faz quatro anos que eu estou aqui nesta escola M E mudou alguma coisa em rela o ao in cio das tuas atividades assim primeiros momentos que voc come ou nesta escola P Ah com certeza M Refletindo hoje sobre a tua pr tica P Sim sim sim Sim por que quando eu iniciei aqui na verdade eu sou contratada do Estado ent o eu n o escolhi estar nesta escola n me enviaram para c No primeiro descobri que era uma escola de surdos que eu cheguei at aqui n e eu tinha uma int rprete ent o no primeiro m s Ent o neste primeiro m s eu dava uma aula ah falando normalmente n e a int rprete passando para a l ngua de sinais Mas ent o neste um m s j deu para perceber que s na l ngua de sinais n o adianta n o conte do eles n o n o t m uma assimila o perfeita precisariam de outros materiais metodologias novas assim diferenciadas que eu n o conhecia Ent o a partir da que eu comecei a buscar esses um aperfei oamento nesta rea n 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 13 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 144 M E as principais diferen as que tu poderias contar hoje em rela o aquela
230. r o individualismo se se quiser que o dispositivo cultural intelectual e filos fico da modernidade pode simultaneamente caracterizar se em sua originalidade mais evidente e interrogar se a respeito de alguns enigmas mais tem veis RENAUT 2004 p 5 121 A ideia da singularidade funde se a tantas outras que analisam de forma dicot mica a rela o sociedade e indiv duo Neste sentido pensar a rela o sociedade e indiv duo para a educa o ambiental requer problematizar o significado destes em uma concep o cr tica para compreens o dessa din mica Nesse ponto ressaltamos a import ncia da problematiza o estabelecida por Adorno e Horkheimer 1974 da ideia de indiv duo socialmente mediado Esses autores salientam o entendimento da vida humana como conviv ncia Portanto anteriormente exist ncia como indiv duo o homem seu semelhante Tal entendimento vincula se com a ideia do eu relacional que antecede a autodetermina o do indiv duo Essa afirmativa se considerada para as pr xis pedag gicas de educa o ambiental pode ser altamente reveladora dos entraves e possibilidades para a busca de transforma o social j que essa deve considerar o indiv duo mediado socialmente A mudan a s poderia ser pensada e efetivada na complexidade do emaranhado da mudan a individual em rela o ao social e do social no individual Para uma Educa o Ambiental Cr tica fundamental a problematiza o quanto ao
231. rabalham na monitoria do projeto ecol gico da professora Paula porque interessante ver agora tamb m o lado deles Como que eles percebem a escola Keli Meise O trabalho dos profissionais aqui Em especial esta quest o n Da ecologia da Educa o Ambiental Ent o para fechamento da minha pesquisa 596 597 598 599 600 171 A N o com certeza Com certeza vai ser um prazer para os Alunos participarem Obrigada M Obrigado 172 Anexo D Termo de Autoriza o para a Utiliza o de Voz Nome Som e Imagem 178 Escola Estadual Especial Keli Meise Machado Portaria de Cria o n 32 612 de 04 09 87 D O 08 09 87 Port Aut Func No 20 484 de 19 10 88 D O 03 11 88 Portaria de Altera o de Designa o n 00263 D O 16 10 00 Rua Jos Trenz Filho 134 Bairro S o Jos Novo Hamburgo RS 93534 570 Fone Fax 3524 4402 TERMO DE AUTORIZA O PARA A UTILIZA O DE VOZ NOME SOM E IMAGEM A Escola Estadual Especial Keli Meise Machado localizada na Rua Jos Treinz Filho n 134 Novo Hamburgo RS inscrita na 2 Coordenadoria Regional de Ensino sob o n Idt 17436 neste ato representada pela professora e coordenadora pedag gica Sra Ana Paula Jung AUTORIZA o uso de VOZ NOME SOM E IMAGEM em todo e qualquer material de udio e v deo produzido pelo estudo A EDUCA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DA INTERCULTURALIDADE E DA CULTURA SURDA apresentado
232. rdo n o Surdo chega aqui e ele n o tem l ngua As fam lias tem pouco ou nenhum acesso a essas informa es de que poderiam buscar a l ngua de sinais para come ar a interagir com o seu filho Para uns grandes at hoje acontece de pais que chegam na porta da sala dos professores e diz Professora avisa ele que ele n o pode fazer tal e tal coisa porque eu n o consigo Entende H tamb m um n o comprometimento das fam lias em rela o a estes sujeitos Ahm E isso dificulta porque ele chega aqui n s temos agora uma turma de oitava s rie se formando eu vou te dar um exemplo bem pontual N s no conselho de classe ficamos n No pr conselho poxa e agora Eles n o est o completamente alfabetizados Eles v o ingressar no ensino m dio numa turma numa escola de ouvintes ou eles v o ter um int rprete mas e esse professor que vai receber Ele vai saber que passou da oitava ensino para o ensino m dio com grandes lacunas na quest o principalmente da leitura e da escrita da l ngua portuguesa que a grande dificuldade e ent o a gente discutiu a a gente discutiu para l A gente tamb m n o pode barrar porque ele tem condi es Ele mostra quando ele sinaliza que ele t entendendo tudo Mas na hora de formalizar isso n o vem Se vem vem com grandes falhas e daqui a pouco chegando naquele profissional despreparado que n o teve n o ta pronto para receber esse diferente P mas como passou O cara n
233. rea de enfermagem a todos os seus internos Foi durante esses dez anos de atua o que meu pai percebeu que essas pessoas n o necessitavam apenas da ajuda f sica mas tamb m careciam igualmente de apoio no campo espiritual Motivado por essa nova miss o decidiu retornar Alemanha com a sua fam lia a fim de estudar Teologia Este per odo compreendeu os anos de 1969 a 1975 Em 1971 ingressou na Escola Superior em Teologia localizada na cidade de M hlheim na regi o Ruhr Reno na Alemanha Em 06 de fevereiro de 1972 foi ordenado pastor da Igreja Evang lica Luterana Alem na Igreja Gustav Adolf Ged chtniskirche em Bingerbr ck regi o do Reno No mesmo ano cursou a Academia Crist de Bethel Bielefled e formou se no Clinical Pastoral Training Treino de Cl nica Pastoral Em 1974 participou do semin rio para Pedagogia e Din mica de Grupo promovido pela Igreja Evang lica da regi o do Reno Em agosto de 1975 a fam lia H bner deixou a Alemanha e retornou ao Rio Grande do Sul inicialmente para Novo 21 Hamburgo e posteriormente para o interior do munic pio de Vera Cruz regi o central do Estado Ali meu pai exerceu o of cio de obreiro e assistente social Assim o per odo dos sete anos vividos na Alemanha pois nasci em 1967 em Novo Hamburgo RS fez com que a minha alfabetiza o e forma o escolar se iniciasse naquele pa s Quando retornamos ao Brasil em 75 aos nove anos de idade e tendo finalizado a
234. realmente desconhe o M Ok ta bem foi s curiosidade Ent o t te agrade o mais uma vez por esta disponibilidade obrigado P Certo Anexo C Transcri o da Entrevista de Ana Paula Jung em 08 de dezembro de 2009 a No o o o SE OSS ul BE ERRREREO O UOL UU UU LOINSDININNOINNININ INAO am NU EBEONHO NO NANNTUEULOINHON CO NAU BOLONHA ODON OO NAU RUOIN e 159 Transcri o Entrevista Prof Ana Paula Jung Diretora da Escola Estadual de Ensino Especial para Surdos Keli Meise Machado Realizada na ter a feira 08 de dezembro de 2009 M Bem ahm hoje eu me encontro aqui ent o na Escola Especial Keli Meise Machado com a professora Ana Paula Jung a diretora da escola inicialmente gostaria de te agradecer por me receber A Imagina M E ahm inicialmente gostaria de saber de ti um pouquinho assim que tu me contasse um pouco da tua hist ria de vida assim qual foi a tua caminhada dentro da rea da educa o e como que voc conseguiu se apaixonar por esta quest o da educa o dos surdos por que eu imagino que isso tem de ser uma paix o se n o n o tem trabalho A n o s uma quest o de escolha n Bom assim a minha entrada ingresso para a rea da educa o um pouco engra ado por que foi meio que de susto meio que a contragosto n o teve assim uma op o como voca o mesmo de trabalhar como pr
235. reiro 2001 Dispon vel em lt http Anww scielo br pdf rbcsoc v1 6n45 4330 pdf gt Acesso em 22 fev 2010 SOUZA M E V Pluralismo cultural e multiculturalismo na forma o de professores espa os para discuss es tnicas de alteridade Revista HISTEDBR On line Campinas n 19 p 89 100 set 2005 Dispon vel em lt http www histedbr fae unicamp br artO6 19 pdf gt Acesso em 22 abr 2010 SU REZ D OCHOA L LILIANA D P MAN L ROIZMAN G GRANDAL S Y BOLANA M La documentaci n narrativa de esperiencias pedag gicas como estrat gias de La formaci n y capacitaci n de docentes Il Congreso Internacional de educaci n Santa F Argentina 2005 Dispon vel em lt http Avww lpp buenosaires net documentacionpedagogica ArtPon ArtPon Ponencia 20Final 20S anta 20Fe pdf gt Acesso em 01 mai 2010 SURDOSINFO Rela o de algumas escolas para surdos no Rio Grande do Sul Dispon vel em lt http www surdosinfo hpg ig com br escolasrs htm gt Acesso em 01 maio de 2010 UNESCO Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural Dispon vel em lt http unesdoc unesco org images 0012 001271 127160por pdf gt Acesso em 05 jan 2011 VASCONCELLLOS C S Para onde vai o professor Resgate do professor como sujeito de Transforma o 8 ed S o Paulo Libertad 2001 140 VELOSO C Sampa Dispon vel em lt http letras terra com br caetano veloso 41670 gt Acesso em 20 abr 2010 VI GAS A GUI
236. renciais te ricos pela vertente s cio hist rica e os estudos culturais e como perspectiva de investiga o a pesquisa biogr fica narrativa Nestes aportes se procuram os elementos norteadores para circunscrever a tem tica deste estudo Foram utilizados como recursos metodol gicos de coleta de dados observa es em salas de aula na realiza o de um projeto de multiplicadores ambientais de cunho de Educa o Ambiental realizada na escola supracitada registro atrav s de filmagem de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos e sua professora ouvinte grava o de udio de entrevistas semi estruturadas de car ter narrativo biogr fico realizada junto professor que atua na escola especial e coordena o grupo de imultiplicadores ambientais e a Diretora da referida escola Todas estas entrevistas t m o intuito d coletar informa es sobre suas hist rias de vida as vis es de aluno surdo que delas derivam em especial suas trajet rias pessoais para cornpreens o da Cultura Surda As informa es obtidas por meio das entrevistas foram transcritas e analisadas com um enfoque de corte hermen utico que permita eonjuntaniente dar significado e compreender as dimens es cognitivas afetivas e de a o DECLARA O DO A PARTICIPANTE OU DO A RESPONS VEL PELO PARTICIPANTE Amanda q abaixo assinado concordo em participar do estudo A CA O AMBIENTAL NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA
237. rentes Para essa autora a corrente de cr tica social muitas vezes associada corrente hol stica inspirada pelo campo da teoria cr tica inicialmente desenvolvida nas ci ncias sociais e posteriormente na educa o Ela ressalta que a corrente cr tica insiste na an lise de din micas sociais e das problem ticas sociais nas inten es posi es argumentos valores expl citos e impl citos na coer ncia entre palavras e a es pedag gicas Nas proposi es de educa o ambiental brasileira o sentido de cr tica incorpora a nega o do modo de produ o hegem nico Nesse aspecto n o h uma separa o entre produ o de ideias e condi es sociais e hist ricas em que s o produzidas Nesse contexto Carvalho 2004 afirma que fundamental embora insuficiente a defini o de educa o ambiental sem outra adjetiva o 54 Especialmente uma defini o insuficiente quando se procura explicitar sua busca pela transforma o social Layrargues 2004 p 11 tamb m aponta a insufici ncia e a necessidade de n o tratar a educa o ambiental no singular No quadro da ampla variedade de vertentes tanto do pensamento ambientalista como das pr prias correntes pedag gicas da educa o existem propostas educativas voltadas a quest o ambiental que se inserem num gradiente que enseja a mudan a ambiental conquistada por interm dio de tr s possibilidades a mudan a cultural associada a estabi
238. res uma modalidade de investiga o e a o pedag gica que descreve os mundos da escola as pr ticas educativas ali desenvolvidas os sujeitos que a habitam e que est o inseridos nesses processos al m dos entendimentos que s o elaborados e recriados pelos educadores para dar conta destas rela es pedag gicas SU REZ et al 2005 p 2 Con sus historias nos estar n mostrando parte del saber pedag gico pr ctico y muchas veces t cito o silenciado que construyeron y reconstruyen en la multiplicidad de experiencias y reflexiones que realizaron y realizan sobre su trabajo Souza 2008 p 38 39 diz que as contribui es te rico metodol gicas das narrativas podem ser compreendidas sob suas tr s perspectivas a saber como fen meno o ato de narrar se recolha e constru o de fontes para pesquisa e ainda reflex o sobre as dimens es da forma o no que concerne constru o identit ria de professores e formadores Em seu artigo Souza 2008 p 42 43 destaca que a revaloriza o das hist rias de vida situa se na virada hermen utica em que se compreendem os fen menos sociais como textos e a interpreta o como atribui o de sentidos e significados s experi ncias individuais e coletivas Em outro trecho de seu trabalho o autor supracitado argumenta Os estudos das hist rias de vida no campo educacional centram se na pessoa do professor com nfase nas subjetividades e identidades que
239. ri las ou para tra ar um mapa completo de tudo que tem sido dito mas para ressaltar o modo como elas se constroem discursivamente na cultura produzindo significados que atuam no estabelecimento de subjetividades e de configura es sociais WORTMANN 2002 p 80 Uma proposta de educa o ambiental para ser efetivamente emancipat ria e promotora de novas sensibilidades e vis es de mundo deve facultar concomitantemente o desenvolvimento de conhecimentos de atitudes e habilidades que favore am um relacionamento mais respeitoso do ser humano com a natureza Tamb m preciso que se leve em considera o que educa o ambiental n o uma atividade neutra Em verdade ela uma das quest es pol ticas que envolvem valores interesses e vis es de mundo bastante divergentes e que podem assumir correntes mais conservadoras ou emancipat rias Isso significa que a educa o ambiental t o diversificada quanto diversificada o campo da interculturalidade O meio ambiente um macrossistema complexo cujos elementos est o interligados e interrelacionados entre si MORIN 2005 Por essa raz o o princ pio do pensamento complexo muito tem a contribuir para a educa o ambiental porquanto ele rompe com o paradigma pedag gico tradicional que em vez de estudar o meio ambiente de maneira integradora prefere reduzi lo a explica es simplificadoras e desconexas Uma educa o ambiental que n o leva em conta o meio ambien
240. rie qualquer grupo de at de professores n um trabalho assim bem volunt rio do grupo E eu fa o trilhas com os alunos desde que eu estou aqui na escola desde o ano de 2005 e passei a levar os meus outros alunos ouvintes tamb m desde ent o por que para eles tamb m muito importante n n o s para os surdos claro que n o E eles gostam bastante j est o j conhecem de cor a UNISINOS risos todos os anos eles v o e cada vez a trilha diferente n O grupo se prepara para atender eles e eu procuro fazer trilhas tamb m fora n o s l aqui perto da escola tem esse amplo mato ai que tamb m d risos para ir tamb m outros lugares quando eu consigo eu levo eles eles gostam bastante e um aprendizado que eu n o tenho em sala de aula com certeza M Ai me surge uma curiosidade a gente sabe que em LIBRAS a gente usa muitos sinais A gente sabe que n o h um manual t cnico em LIBRAS para a nossa rea de ci ncias P Sim M Esses sinais que tu utilizas n durante as tuas aula com eles a respeito de informa es sobre alguma planta sobre algum animal tu combinas com eles em sala e eles j te fazem como que feito isso Como voc s trabalham esses sinais P eu n o eu ouvinte n o posso dar sinais s coisas que n o tem sinal por que eu n o sou da da comunidade surda n n o eu participo desta cultura surda mas eu
241. rina tamb m est acontecendo um movimento bem semelhante Ent o o que acontece ahm no momento em que o governo prop em uma legisla o inclusiva que diz todos tem o direito de estudar no ensino p blico inclu dos em classes regulares n o est sendo respeitada esta quest o ling stica do surdo Que o ponto principal de toda a discuss o em rela o a surdez M Haham P Por que se tu for falar em quest o de inclus o de pessoas com diferentes comprometimentos n s somos uma escola especial inclusiva Por que n s temos surdos com outras defici ncias surdos com problemas mentais surdos com com d ficit de aprendizagem surdos Down surdos pralala ent o tem essa diversidade dentro da surdez n Ahm ent o assim o que acontece desta confer ncia ent o por que importante este movimento por que o momento em poder falar de fazer com que o surdo tenha esta voz para se fazer entender para o restante da rea educacional que n o conhece as quest es da surdez E ent o o Cristian foi eleito delegado por Novo Hamburgo tinha um grupo com outras pessoas que foi a Porto Alegre no final de semana do dia 20 de novembro e l ele e mais um surdo de Porto Alegre o professor Cl udio Mour o que trabalha na UFGRS que tem outras atividades na rea da educa o ahm os dois foram eleitos delegados Ent o est o indo Bras lia em 2010 como delegados do Rio Grande do Sul def
242. rio da aula e neste per odo de tempo a gente trabalha na horta n a limpeza dos canteiros ahm planta j colhemos algumas coisas e junto com isso eu desenvolvo algumas quest es que acredito que sejam importantes aqui dentro da escola Ent o tem assim dois pontos que por enquanto a gente est trabalhando no grupo Primeiro a quest o do lixo que foi feita uma a o depois de uma explica o minha para o grupo eles produziram materiais e fizeram a apresenta o para toda a escola n Ent o esse j um projeto geral de toda a escola A segunda coisa que n s j realizamos foi sobre a quest o do Rio dos Sinos n J trabalhei com esse grupo sobre o Rio as quest es ahm ambientais que est o ligadas ao Rio da polui o o por qu de precisar da gua eles j visitaram o a empresa que faz o tratamento da gua aqui em Novo Hamburgo fizeram teatro toda a escola pode assistir Ent o um projeto destes alunos mas que engloba a escola inteira n M Ent o neste projeto por exemplo da gua do Rio eles tamb m tiveram a oportunidade de sair para ir a outros lugares P Sim at na semana passada a gente foi at o Rio toda e escola foi n para fazer a navega o mas n o deu por causa da chuva risos ent o a gente adiou isso E pretendo at o final do ano fazer algumas oficinas de papel reciclado com o grupo e depois o grupo faz com toda a escola tamb m
243. rme Bol var Bot a 2002 p 159 o conhecimento narrativo das ci ncias humanas contrasta com o conhecimento das ci ncias f sicas ou naturais apesar das primeiras n o produzirem conhecimento que conduzam previs o e ao controle da experi ncia humana Assim Bol var Boti 2002 argumenta que este conhecimento organiza os acontecimentos em Unidades Integradas de Significado grifo nosso nas quais os fatos s o dispostos em sequ ncia ao inv s de categorias Dessa forma a narrativa do conhecimento estar mais preocupada com as inten es humanas e com os seus significados mais dentro de uma coer ncia do que em uma l gica mais pela compreens o ao inv s de previs o e controle Continuando agora com a an lise apropriada BOL VAR BOTI 2002 o modo paradigm tico do conhecimento caracteriza se por classificar os indiv duos e as hist rias de acordo com um conceito ou categoria todos os indiv duos que compartilham atributos comuns para estabelecer a categoria a que pertence cada um dos casos individuais para incluir o particular no formal categoria ou conceito substituindo qualquer diferen a individual que deva ser classificada Assim o modo paradigm tico definido principalmente nos atributos que definem os itens espec ficos como inst ncias de uma categoria e n o o que diferencia a um ou outro membro desta categoria A partir dessa perspectiva importante observar que o paradigma do racioc nio
244. ro e nas sextas feiras eles abrem para escolas que n o s o do munic pio particulares ou estaduais Geralmente nas sextas feiras Tem oficinas de papel reciclado tamb m de de sabonete tinha o ano passado esse ano n o parece n o teve mais e bem interessante n eles s o bem preparados S o duas professoras que que atendem M Ok ahm nas reuni es a n vel de escolas que ocorrem aqui no munic pio tu percebes que a tua pr tica de Educa o Ambiental dos teu alunos seja de ouvintes seja de surdos est em uma concep o diferente das pr ticas de outros profissionais da rea das ci ncias Ou tu achas que n o tens elementos para compara o Como que tu percebes digamos assim a concep o de Educa o Ambiental em Novo Hamburgo P Na verdade eu n o tenho muito par metro para para avaliar Por que na escola eu ou a nica professora de ci ncias na particular que eu trabalho tamb m n as outras professoras eu n o tenho muito contato e eu n o participo assim ativamente em alguns encontros do munic pio n Mas eu acredito que aconte a a es dessa maneira por que existe este Centro de Educa o Ambiental que todas as escolas participam ent o creio que os professores de ci ncias tamb m v o Ahm at o pr prio Instituto ali Martim Pescador ele abrange Novo Hamburgo tamb m mas eu n o n o tenho como falar desta quest o por que eu
245. rsidade da supera o pelo etnocentrismo formando pessoas abertas e cr ticas que podem participar desta riqueza que proporcionada pela diversidade intercultural Sua filosofia subjacente a pedagogia cr tica alicer ada no conhecimento na reflex o e na a o pr tica como base para a mudan a social A atividade final registrada revela que na sociedade contempor nea as r pidas transforma es do ambiente impulsionadas por pr ticas equivocadas e desconhecimento de princ pios da educa o ambiental aumentam os desafios para torn la uma conquista democr tica efetiva Percebe se que o momento de reflex o final possibilita um espa o de transforma o destas pr ticas e culturas tradicionais O desafio o comprometimento da professora Paula e dos monitores do projeto Martim Pescador educar as crian as e os jovens proporcionando lhes um mM Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo do enfoque multicultural 108 desenvolvimento humano cultural e ambiental de modo que adquiram condi es para enfrentar as exig ncias deste mundo contempor neo Essa a educa o que pode provocar uma reflex o pautada na consci ncia da complexidade presente em toda a realidade ou seja fundamental que o educador compreenda a teia das rela es existentes entre todas as coisas de contexto para que possa pensar a educa o ambiental no contexto intercultural Trata se de uma mudan
246. s encaminhamentos resultantes das discuss es sobre a educa o de surdos as numa perspectiva bil ngue e intercultural cr tica com vistas constru o de uma sociedade solid ria 1 A necessidade de forma o de professores as surdos as que apresentam condi es mais favor veis tendo em vista a maior identifica o com as diferen as culturais s l gicas e s racionalidades pr prias dos as alunos as A necessidade de forma o de professores as bil ngues proficientes em L ngua Brasileira de Sinais e na L ngua Portuguesa e de int rpretes de LIBRAS A participa o efetiva de pessoas surdas na elabora o de pesquisas sobre a educa o de surdos as e na elabora o implementa o e avalia o de pol ticas e projetos educacionais que contribuam para a afirma o social desse grupo A realiza o de pesquisas sobre e A gram tica o ensino a aquisi o e a aprendizagem da L ngua Brasileira de Sinais e O papel do int rprete educacional para refletir sobre os limites e contradi es dessa estrat gia na inclus o escolar de surdos as e O ensino da L ngua Portuguesa como segunda l ngua e o papel da L ngua Brasileira de Sinais nesse processo e As quest es did ticas e pedag gicas implicadas no desenvolvimento de projetos de educa o bil ngue para surdos as numa perspectiva intercultural Incentivar a presen a e a participa o da comunidade surda em atividades promovida
247. s ambientais em uma escola especial para surdos Al m disso tamb m permitir compreender que a constru o do conhecimento possa ser considerada como um processo de inter rela o entre as pessoas e os processos sociais nos quais estas atuam e por consequ ncia de abordar a 24 educa o considerando seu la o indissoci vel com as realidades sociais culturais e hist ricas 1 2 2 A Forma o do Autor e sua Rela o com a Ecologia do Verde Desde a minha inf ncia despertei interesse pelas quest es ambientais e principalmente em rela o s caracter sticas e modo de vida dos animais Al m de in meros livros enciclop dias e revistas espec ficas sobre esses assuntos mantinha cole es vivas de insetos aranhas dentre outros bichinhos A pesca caminhadas e trilhas em matas que circundavam a nossa casa na Alemanha tamb m se repetiu em Ferraz interior do munic pio de Vera Cruz RS fazendo parte do meu cotidiano Lembro dos programas de TV aos domingos que mostravam aspectos da vida e comportamento dos animais Com certeza as viagens e filmagens realizadas por Jacques Cousteau tiveram grande influ ncia por meu desejo pela oceanologia e paix o pelo mergulho Os in meros programas mostrando as maravilhas submarinas e tamb m os rios amaz nicos serviram como um m que me puxaram literalmente para debaixo da gua Apesar de ser asm tico e na poca que pretendia concretizar o sonho de ser
248. s definidores de ser ouvinte e de ser surdo v m constantemente sendo questionados A possibilidade dessas mudan as d se na medida em que o surdo constitu do e significado socialmente dependente tanto das marcas culturais de cada sociedade como do momento hist rico e sua inser o ambiental Essa representa o vari vel e para refletir melhor sobre a mesma cabe considerar o que Woodward 2000 p 17 afirma A representa o inclui pr ticas de significa o e os sistemas simb licos por meio dos quais significados s o produzidos posicionando nos como sujeitos E por meio dos significados produzidos pelas representa es que damos sentido nossa experi ncia e quilo que somos Podemos inclusive sugerir que esses sistemas simb licos tornam poss vel aquilo que somos e aquilo no qual podemos nos tornar Como indica Popkewitz 1994 valendo se de posi es enunciadas por Michel Foucault regras discursivas atuam na ordena o no disciplinamento e na regula o dos saberes constituindo os e definindo os S o em a es como essas que se produzem as propostas te rico metodol gicas que definem os temas a serem estudados na escola s o nelas enfim que se definem todas as programa es escolares Indicar ent o o car ter constru do das pedagogias escolares ou como refere Popkewitz op cit ressaltar que as prescri es das quais a escola se vale decorrem de acertos e ajustes institu dos em pr
249. s democr ticos profundos Avaliar se tal objetivo alcan ado tamb m se insere dentro de um processo diferenciado no qual as pr ticas conservadoras n o correspondem Os preceitos que norteiam a Educa o Ambiental Cr tica vinculam se contribui o para a transforma o social e educacional Nesse contexto avaliar a efetividade da criticidade das metodologias e da pr pria proposta de projeto ambiental apresenta s rias dificuldades Mais ainda atrav s de processos de avalia o institucional tradicional se torna imposs vel avaliar Em processos avaliativos institucionais existem a hegemonia de preceitos do que seja diversidade ou igualdade Muitas vezes esses preceitos s o exteriores n o democr ticos e constru dos sem a considera o ao Projeto Pol tico Pedag gico de cada escola A avalia o institucional se afasta em grande parte das pol ticas p blicas da avalia o da rela o ensino e aprendizagem e desconsidera ou ignora os preceitos cr ticos de uma educa o ambiental Percebeu se que na escola objeto de estudo desta Tese essa suposta barreira da desigualdade da n o aceita o da diversidade n o existe Talvez esse diferencial deva se ao fato da leitura diferenciada de indiv duo que a escola especial realiza A no o de indiv duo faz parte de uma reflex o filos fica como menciona Renaut 2004 mediante a afirma o do indiv duo enquanto princ pio e enquanto valo
250. s depois acabam reconhecendo P Aham isso a M com mais facilidade as coisas que eles viram P At por que nessas trilhas existe uma aham interfer ncias ahm sonoras v rias at da pr pria conversa deles n Digamos de um grupo ouvinte Para eles n o tem essa interfer ncia ent o eles aproveitam mais Por que como eu trabalho nesta outra escola eu tamb m ofere o para eles este tipo de atividade e s vezes ahm pouca produ o que eu percebo se uma turma muito agitada se s o mais alunos tem muita interfer ncia muita conversa est o prestando aten o em outras coisas e eles n o Essa limita o deles faz risos com que fique em certas melhor n M Interessante tamb m Ahm nessas ahm nessas atividades digamos assim n que voc acaba desenvolvendo ent o em outros locais ahm eles acabam tendo contato com ouvintes com outros alunos ou grupo mais fechado deles assim P geralmente claro que eles tem intera o com monitor ou professor daquele local que fala n o teve nenhum local que n s fomos que tinha um int rprete ou um 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 149 surdo que pudesse atender eles n Sempre u
251. s foram produzidos Significa explicitar os nexos entre a atividade de pesquisa e seus resultados portanto a instrumentaliza o dos multiplicadores ambientais em seus pr prios processos de pesquisa e forma o no campo da educa o ambiental A a o dos alunos ensaiada anteriormente perpassa aos demais seguran a e conhecimento Para cada assunto apresentado o grupo dos multiplicadores refor a o sinal para a palavra apresentada e a cor da lixeira na qual deve ser depositada quando do seu respectivo descarte A socializa o dos saberes sobre o lixo a partir da releitura realizada pelo grupo constitui um dos aspectos de grande relev ncia neste projeto Em cada turma os pr prios multiplicadores ambientais 105 encarregavam se de verificar se realmente o que eles tinham exposto havia sido compreendido pelos demais Ficou claro que a separa o do lixo conforme a sua respectiva classifica o n o estava apenas vinculada a essa a o mas s quest es de limpeza de responsabilidade de todos com o ambiente escolar e tamb m das respectivas fam lias desses alunos necess rio levar em considera o que assumir esses princ pios te rico conceituais e metodol gicos no dia a dia do fazer pedag gico da educa o ambiental constitui um enorme desafio para aqueles que est o acostumados ao paradigma tradicional de ensino O desenvolvimento de uma educa o ambiental cr tico reflexiva transformadora e
252. s indiv duos torna se um objetivo essencial para promover a interculturalidade Entende se portanto que a educa o ambiental condi o necess ria para modificar as quest es socioambientais no mbito da interculturalidade e da cultura surda Nesse sentido ela se converte em uma ferramenta de media o necess ria entre culturas comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a constru o das transforma es desejadas O educador tem a fun o de atuar como mediador na constru o de referenciais ambientais e deve saber us los como instrumentos para o desenvolvimento de uma pr tica social centrada na valoriza o e respeito diversidade cultural Para muitos o fracasso educativo na escola regular se traduz na premissa de pensar que s o as pr prias limita es dos sujeitos educativos ditos especiais que originam esse fracasso A crian a ouvinte desde seu nascimento exposta l ngua oral dessa forma fornecida para ela a oportunidade de adquirir uma l ngua natural a qual ir permitir realizar trocas comunicativas vivenciar situa es do seu meio e assim possuir uma l ngua efetiva e constituir sua linguagem Para a crian a surda 130 deveria ser dada a mesma oportunidade de adquirir uma l ngua pr pria para constituir sua linguagem O temor de incluir junto a cada um de n s aos outros ditos diferentes exige um posicionamento pessoal que frequentemente im
253. s para o pleno exerc cio da cidadania participativa Nesse sentido poss vel realizar se uma re leitura da figura 2 levando se em considera o os objetivos e princ pios do projeto de Multiplicadores Ambientais proposto e desenvolvido pela professora Paula PROJETO MULTIPLICADORES ESCOLA KELI MEISE MACHADO ALUNOS AMBIENTAIS E PROFESSORES d f FAMILIAS evem estar em sintonia IDENTIDADE AMBIENTAL IDENTIDADE CULTURAL CONHECIMENTO RE LEITURA ELABORA O E A O dos v rios fatores do M A para promover COMPLEXIDADE AMBIENTAL X CULTURA SURDA INTERA O COM OS DEMAIS ALUNOS g VIS O EG A HOLISTICA que sejam capazes de promover 7 V lt para mudar H BITOS POSTURAS COMPORTAMENTOS que busquem ENVOLVIMENTO COM AS TEMATICAS Figura 3 Interrela o entre os objetivos e princ pios do Projeto de Multiplicadores Ambientais na Escola Especial Keli Meise Machado Fonte Adaptado de DIAS 2004 p 112 Enfim Paula transformou a educa o ambiental em um processo de forma o dos multiplicadores ambientais em cidad os conscientes preparados para a tomada de decis es que atuam na realidade socioambiental em que est o inseridos comprometendo se com a vida com o bem estar de cada um e da sociedade principalmente a local e a regional 111 Por ser interdisciplinar e ocasionar a participa o ativa valoriza a a o pedag gica Al m
254. s pela escola Portanto o educador que quiser efetivamente realizar um trabalho diferenciado na educa o de crian as e ou jovens surdos necessita sobretudo despir se de conceitos e de pr conceitos Necessita mergulhar fundo em seu 95 ntimo enfrentar e n o temer os desafios que vir o al m de expressar se corporalmente fazendo ressurgir assim com uma leg tima postura pedag gica como educador peregrino disposto a trilhar as pontes da interculturalidade N o apenas para eliminar as margens culturais mencionadas no marco te rico desta Tese mas para aportar tamb m na pedagogia do meio ambiente na qual despertam as novas concep es os objetivos e os desafios da emergente Educa o Ambiental 4 3 EDUCA O AMBIENTAL E OS SURDOS PR TICAS E ALTERNATIVAS PEDAG GICAS Fazer educa o ambiental n o garante uma identidade pac fica de educador ambiental Ser educador ambiental algo sempre definido provisoriamente moldando se de acordo com a percep o e a hist ria de cada sujeito ou grupo envolvido com essa a o educativa E uma identidade que comporta um espectro de varia es na sua defini o e apresenta um gradiente de intensidade de identifica o CARVALHO 2001 p 136 z A Educa o Ambiental necessariamente interdisciplinar e exige uma abordagem multidimensional com enfoques em novas perspectivas frente educa o tradicional que vem se refletindo n
255. scador corrobora com a necessidade da forma o de um cidad o planet rio e portanto multicultural O que atrai o surdo a integrar se em uma comunidade surda s o as possibilidades comunicativas e a identifica o de si que lhe causam uma participa o confort vel de conv vio A an lise dos v deos realizados nos permite visualizar que o uso da l ngua de sinais remete a uma percep o diferenciada de tempo e espa o sobretudo da express o do corpo e do ambiente produzido por esse movimento O rosto se dilata o corpo requerido em posi es e posturas sentidos que nos tiram do eixo constru do por uma pr via educa o culturalmente ouvinte Talvez essa possa ser uma das raz es de dificuldade de aceite de n s ouvintes para com a cultura surda o sujeito surdo E talvez por outro lado essa tamb m possa ser uma das respostas pelas quais os alunos surdos da escola especial analisada conseguem viver a cultura surda Neste sentido o projeto proposto a todos os alunos surdos da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado envolvendo o projeto Martim Pescador passa a se converter em um espa o privilegiado no qual a reflex o e o di logo cr tico minimizam a toler ncia e maximizam a conviv ncia com e para todos os valores positivos da diversidade Assim a educa o intercultural constitui uma resposta s necessidades e problemas das sociedades multiculturais uma vez que seu fim priorit rio o fomento do respeito pela dive
256. scientiza o e compreens o da complexa intera o dos aspectos ecol gicos que se misturam com quest es socioculturais Essa concep o traz resultados altamente positivos resolu o dos problemas ambientais locais pois desloca o eixo de abordagem da poss vel tend ncia desmobilizadora da percep o dos problemas focados e estudados pelos multiplicadores ambientais para a realidade na qual poss vel exercitar a sua cidadania participando ativamente da organiza o e gest o do seu ambiente de 109 vida Essas a es ficaram evidentes pelo envolvimento e pelo pertencimento que aqueles alunos adquirem em rela o ao projeto de educa o ambiental Em uma abordagem dos objetivos de um programa ou projeto de implanta o de educa o ambiental importante ressaltar a necessidade de uma cont nua sintonia entre as diferentes realidades pol ticas econ micas sociais e culturais bem como ecol gicas da regi o ou localidade alvo do projeto ou programa A figura 2 a seguir reproduzida uma abordagem presente em Dias 2004 para explicar a inter rela o existente entre Objetivos da Educa o Ambiental Realidades Conhecimento Compreens o Percep o H bitos Posturas Comportamentos Envolvimento em A es e a Manuten o e Melhoria da Qualidade de Vida OBJETIVOS DA EA SOCIAL ECON MICA POL TICA CULTURAL ECOL GICA C amp T REALIDADE devem estar em sintonia
257. scri o da Entrevista de Paula Boos H her em 14 de setembro de 2009 OSNND AUN e AAAA RARAARUULUULULVULULULULUALLUAUNNNNNNNN NDNN am NU EONHODONCONANNUEULO INHON CO NAU BOLONHA ODON OO NAU RBUOINm 143 Transcri o Entrevista Prof Paula rea de ci ncias e coordenadora do Projeto de Multiplicadores Ambientais Escola Estadual de Ensino Especial para Surdos Keli Meise Machado Realizada em 14 de setembro de 2009 M Bom inicialmente eu quero te agradecer n pela disponibilidade de tempo e aceite para participar desta pesquisa O Objetivo desta pesquisa verificar o quanto que a Educa o Ambiental pode contribuir na inser o social do aluno surdo E a inten o agora de tentar da gente fazer um di logo sobre id ias e percep es n enquanto educadora que desenvolve projetos educacionais com alunos surdos Eu optei pela entrevista semi estruturada ent o tem uma ou outra pergunta que foi formulada em cima de alguns t picos que tenho lido mas elas s o bastante abertas fica bem tranqlila e por favor bem natural Podemos come ar P Pode M Ent o a primeira pergunta Tua carreira profissional iniciou na Escola Keli Meise Machado P Se a minha vida profissional n o M Foi em escola regular P Foi em escola regular primeiramente M E tinha alunos surdos nesta escola P N o nenhum tipo de inclus o na escola regula
258. senta o da educa o ambiental mostrou se pr pria para sintetizar os elementos necess rios para compreender a intencionalidade da interven o humana no ambiente em sua dimens o pedag gica Portanto os educadores ambientais t m o papel de mediar a intera o dos sujeitos com seu meio natural e social para exercer esse papel conhecimentos vivos e concretos tornam se instrumentos educativos Assim a educa o ambiental sistematizada tem papel sociocultural relevante e indissoci vel s pr ticas sociais Desta forma tratamos da educa o ambiental defendida nesta tese a partir de uma matriz que v a educa o como elemento de transforma o social inspirada no di logo no exerc cio da cidadania no fortalecimento dos sujeitos na supera o das formas de domina o aqui fazendo se men o ao oralismo e na compreens o do mundo em sua complexidade e da vida em sua totalidade Portanto a percep o da import ncia da valoriza o e reconhecimento da cultura surda e da interculturalidade nos discursos cr ticos da educa o ambiental servem para estimular sua problematiza o reflex o e cr tica Uma vez que exercitar a criticidade constante caracter stica intr nseca ao processo de reflex o da Educa o Ambiental Palavras chave Interculturalidade Cultura Surda Narrativas Educa o Ambiental ABSTRACT Environmental education in the context of intercultural and deaf culture to contribute to the practice of
259. sita das reflex es emergentes do campo da interculturalidade e em especial da educa o dos surdos h a emerg ncia de um professor que se comprometa com sua fun o social de viabilizar a transforma o do real Talvez possamos encontrar na Educa o Ambiental um espa o e um tempo para uma forma o plena calcada nos valores te rico pr ticos e mediada pelas vozes reflexivas e coletivas do mundo da vida 2 4 A EDUCA O AMBIENTAL COMO NOVO PARADIGMA AMBIENTALISTA A legisla o de apoio educa o ambiental a Lei Federal n 6 938 sancionada em 1981 e que trata da pol tica nacional do meio ambiente considerou que a educa o ambiental deveria estar presente em todos os n veis de ensino inclusive na educa o da comunidade objetivando capacit la para participar ativamente na defesa do meio ambiente BRASIL 1981 A Constitui o Federal do Brasil de 1988 foi a primeira a incluir um cap tulo sobre Meio Ambiente Caracterizou em seu cap tulo 6 a educa o como direito social de todos e dever do Estado e da fam lia que deve ser promovida com a colabora o da sociedade visando ao pleno desenvolvimento do indiv duo e ao seu preparo para o exerc cio da cidadania Ela determina que todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial 47 tima qualidade de vida impondo se ao poder p blico e coletividade o dever de defend lo e preserv lo para as pr
260. ssa est sustentada pelo princ pio de que toda a realidade pode ser apresentada por meio de uma exposi o que tem como instrumento a linguagem ou seja na produ o de di logos na medita o 72 Na segunda entrevista realizada com a Professora Paula B H her a qual j foi apresentada como participante da pesquisa e cujo conte do ser apresentado e analisando na sequ ncia faz coloca es que corroboram com a ideia supracitada Por que realmente neste um m s eu vi que ahm sem LIBRAS e sem algum a mais fica dif cil de ensinar eles algo proveitoso n Ent o foi nesse per odo que eu me decidi e logo fui buscar os cursos de especializa o NE na l ngua Anexo B linhas 24 a 27 A trajet ria de vida profissional da diretora Ana Paula Jung tamb m j qualificada como sujeito da pesquisa anteriormente da mesma forma n o foi muito diferente Seu depoimento riqu ssimo em detalhes revelou que a predisposi o pela dan a o uso do corpo como express o e externaliza o de sentimentos e o incentivo incans vel de uma das suas colegas de trabalho do magist rio foram important ssimos para que ela compreendesse que tinha o perfil adequado para trabalhar com surdos Seu relato tamb m corrobora nesse sentido Em janeiro de 2006 eu tive o primeiro contato com l ngua de sinais com instrutor surdo me apaixonei Parecia que eu j tinha essa essa capacidade lingu stica dentro de mim mas ela estava adormecida
261. ssam ocorrer diversos encontros e agenciamentos Nesse sentido os surdos lutam pela universaliza o do bilinguismo por possibilidades lingu sticas que ampliem os horizontes e respeitam a individualidade de cada sujeito neste processo Nessa assertiva Paula B H her afirma 19 Essa quest o se relaciona bastante forma que ele adquire a l ngua de sinais n Aqui na escola a gente trabalha o bilinguismo que ent o seria a l ngua portuguesa escrita e a l ngua de sinais para ele conseguir se comunicar Anexo A linhas 94 a 96 Da concep o de l ngua e linguagem vai depender toda a perspectiva do ensino de l nguas a ser adotado no mbito educacional Na Escola Especial a vis o de l ngua que permeia o ensino tanto da LIBRAS quanto da L ngua Portuguesa aquela que se ancora na concep o da l ngua como forma de desenvolvimento cognitivo Essa concep o de l ngua e linguagem refletida nas pr ticas pedag gicas oferecidas aos surdos em sala de aula quando seus professores de l ngua de sinais e de l ngua portuguesa ou de outras reas do conhecimento associam o ensino dessas l nguas ao aprendizado de um vocabul rio com contextualiza es e significa es A diretora Ana Paula Jung complementa isto quando diz Ent o est o indo a Bras lia em 2010 como delegados do Rio Grande do Sul defender as propostas de educa o do estado do RS especialmente no caso deles a proposta da educa o para surdos
262. sse profissional ahm tamb m aceitasse em vir n que engra ado s o pessoas que moram ele e a outra professora e outros professores da escola n o moram em Novo Hamburgo moram bastante distantes assim um mora em Canoas mora em Montenegro e e esse pessoal pela dedica o se disp e a vir n Ent o eu acho assim muito muito legal para a escola foi um ganho muito grande tanto pelo interesse e dedica o dos profissionais quanto pela qualidade do ensino Os professsores surdos nossa tudo de bom dentro da escola n M Sim ent o nesse sentido voc praticamente j respondeu uma parte da outra pergunta quer dizer que a dedica o n como tu sentes na qualidade de gestora a dedica o dos professores em rela o a essas quest es e a pr pria quest o dos alunos com rela o aos seus professores n n eu acho que se tu pudesse conversar um pouquinho sobre isso Ah como tu percebe esse profissional dentro da sala de aula e como tu percebe o aluno neste espa o educativo A muito interessante assim Marcus por que como a gente sempre est participando de eventos de semin rios de trocas de palestras e tal no mbito geral da educa o n ahm mas sempre buscando a especificidade na rea da surdez por que n o tem muito material e provavelmente tu que est s pesquisando a rea est s te deparando com isso n com uma quantidade muito pequena de
263. ssoa torne intelig veis em sua pr pria l ngua os valores da outra e por conseguinte reflita a partir delas logo tamb m trabalhe se com elas A desidentifica o e a reidentifica o s o possibilidades concertas quando aceitamos a ideia de que a cultura n o existe somente no singular mas se expressa no plural permite nos frente diversidade das l nguas um processo de transforma o Transforma o essa para a qual se transfere a suspeita dos objetos de meu pensamento para os impl citos que os provocaram JULLIEN 2009 Com esse esfor o pode se aspirar a interculturalidade como etapa posterior com vistas constru o de um sistema aberto que incorpore as v rias peculiaridades das culturas Nesse desafio de buscar uma interculturalidade deve se ter como aliado o di logo pois ele provoca e consegue ainda formular aut nticas e pertinentes perguntas tendo em vista a conex o com o mundo que n o pode ser negado pela vis o dicot mica Portanto o di logo apresenta se sempre como um instrumento de transforma o do real O esfor o para romper as barreiras entre as culturas se confronta inexoravelmente na resist ncia das pr ticas oralistas que banalzam e institucionalizam a educa o demonstrando a insufici ncia e a inadequa o das pr ticas pedag gicas que permanecem marcadas por essa oralidade A interculturalidade exige uma postura que seja sempre dial gica exige um espa o de abertura onde po
264. st rias de vida as vis es de aluno surdo que delas derivam e em especial suas trajet rias pessoais para compreens o da Cultura Surda As informa es obtidas por meio das entrevistas foram transcritas e analisadas com um enfoque de corte hermen utico que permita conjuntamente dar significado e compreender as dimens es cognitivas afetivas e Ao a o DECLARA O DO A PARTICIPANTE OU DO A RESPONS VEL PELO A PARTICIPANTE Eu oulo Juno ao as abaixo assinado concordo em participar do estudo A cones Sono NO CONTEXTO DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA CULTURA SURDA Fui informado a pelo a pesquisador MARCUS H BNER dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada esclareci minhas d vidas e recebi uma c pia deste termo de consentimento livre e esclarecido Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isso leve a qualquer penalidade Autorizo gt N o autorizo a publica o de eventuais fotografias que o a pesquisador a necessitar obter de mim de minha fam lia do meu recinto ou local para o uso espec fico em sua disserta o ou tese Local e data NH O4 OB AA 3 meagBfurg br 176 Amanda Ribeiro o o wo SRA PIRG A O EM EDUCA O AMBIENTAL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Voc est sendo convidado a para participar como volunt rio a em uma pesquisa p s ser esclarecido a sobre as informa es a
265. sua O professor se apropria desta l ngua para usar ela como forma de comunica o e intera o com esses sujeitos n Ent o a tu esbarra em quest es de limita o de aprendizado do pr prio profissional ahm de quest es ahm a l ngua de sinais uma l ngua que precisa muito da tua express o corporal facial da tua do teu de ser despojado e aceitar esse desafio que n s que utilizamos a l ngua oral n o temos Especialmente a nossa regi o de coloniza o alem uma regi o muito fria muito dura ahm tu tem essa cultura marcada ent o no sentido assim comunicativo do uso corporal n que fundamental na comunica o com os surdos Ent o todas essas quest es que tu vais comparando elas com interesse com a dedica o com a busca dos profissionais elas se ganham um tem um apagamento muito grande nas limita es por que a busca e o interesse tamb m s o enormes Ahm e acabam se contrapondo e sobressaindo sobre as inicia es do profissional que trabalha com surdos na nossa realidade Escola Keli Meise Machado M Sim sim Claro Talvez por isso que a professora Paula todas s vezes tenha conversado que os alunos gostam de vir para a escola A Adoram adoram ta chegando perto das M Se convocassem eles a noite eles v m A Vem E eles est o chegando perto agora das f rias uma ang stia n Eles n o faltam N s n o temos assim falt
266. ta do Rio Grande do Sul M Olha s que legal A E continua a mil assim uma das melhores profissionais assim em termos de tanto de dedica o quanto de produ o mesmo com os alunos n Ahm ent o bem interessante E o primeiro caso de crian a surda Ent o ele veio com uma l ngua de sinais ahm bem b sica bem bastante n o sei n o rica tanto quanto a gente imaginava para uma crian a com pais surdos Mas a gente percebe assim que na intera o com os demais da escola ele est evoluindo assim de uma maneira inacredit vel tanto no aprendizado formal quanto na quest o ling stica de comunica o com os outros n E a Marcus a gente percebe um dos grandes limitadores do aprendizado dos surdos Eles chegam na escola tardiamente por que n o h um atendimento que aconte a desde a sua em fim desde o nascimento praticamente um acompanhamento n ahm que possa subsidiar essa l ngua de sinais Ahm a gente v hoje na m dia e at no sistema de sa de uma grande vincula o das quest es cl nicas da quest o da defici ncia da falta ent o o surdo que n o oralizado n o um bom surdo por que ele n o vai para igual a norma padr o n ouvinte O surdo ah que hoje tem o implante auditivo coclear ele vai l e d esse estimulo pro surdo isso a nova maravilha do mundo O surdo deixa de ser surdo quando implantado ent o o que acont
267. ta fragmentado na disciplina que comp e a grade curricular Paula supera essa forma reducionista de abordar o conhecimento ambiental em sala de aula amplia a complexidade do real e possibilita que os alunos tenham uma compreens o mais global contextual e multidimensional do meio ambiente natural e sociocultural Nesse sentido seu relato corrobora com o exposto acima enfatizando Primeiro a quest o do lixo que foi feita uma a o Depois de uma explica o minha para o grupo eles produziram materiais e fizeram a apresenta o para toda a escola n Ent o esse j um projeto geral de toda a escola A segunda coisa que n s j realizamos foi sobre a quest o do Rio dos Sinos n J trabalhei com esse grupo sobre o Rio as quest es ahm ambientais que est o ligadas ao Rio da polui o o porqu de precisar da gua eles j visitaram a empresa que faz o tratamento da gua aqui em Novo Hamburgo fizeram teatro toda a escola pode assistir Ent o um projeto destes alunos mas que engloba a escola inteira n Anexo A linhas 144 a 151 Desta forma concomitantemente a turma de alunos continuou participando da proposta do projeto trabalhado com a professora Paula atrav s de textos de reflex o te rica e atividades pr ticas relacionadas com os conceitos que antecederam a discuss o permitindo uma re leitura e elabora o dos materiais cartazes para al m das informa es cient ficas pertinentes aos c
268. te em sua multidimensionalidade biol gica social e cultural est predestinada a ser um processo educativo perpetuador dos sistemas pol tico econ micos que produzem as desigualdades e a exclus o social fundamental que a pr tica pedag gica da educa o ambiental ensine aos alunos a transcenderem a vis o cartesiana do meio ambiente por meio do pensamento complexo propugnado por Edgar Morin 2005 De acordo com esse 52 autor o pensamento complexo se contrap e s opera es l gicas Elas caracterizam o pensamento disjuntor fragmenta o compartimenta o disciplinariza o e redu o que tem gerado a intelig ncia cega que destr i os conjuntos e as totalidades isola e separa os objetos de seu ambiente Apesar da diversidade de manifesta es de mudan as nas distintas esferas culturais tem se observado a exist ncia de elementos comuns que representam uma crise geral na cultura ocidental dominada at agora pelo paradigma mecanicista Essa crise consiste em uma mais profunda crise de percep o pelo que percebemos a realidade com uma vis o distorcida e incompleta e portanto damos solu es defeituosas Portanto necessitamos reverter o contexto descrito a partir da emerg ncia de um novo paradigma chamado paradigma sist mico A educa o frente necessidade de mudan a de paradigmas e em busca de um paradigma sist mico investe na busca do que poderia denominar se o paradigma ambientalista porque
269. tendo epistemologicamente o problema da inclus o os ouvintes no mundo dos surdos Estilos da Cl nica S o Paulo v V n 9 p 32 51 2000 SPAZZIANI M L GON ALVES M F C Constru o do conhecimento Encontros e Caminhos Forma o de educadores Ambientais e coletivo educador Bras lia p 105 114 2005 139 SOUZA M I P de FLEURI R M Entre limites e limiares de culturas educa o na perspectiva intercultural In FLEURI R M org Educa o Intercultural media es necess rias Rio de Janeiro DP amp AP p 53 84 2008 SOUZA R M Pr ticas alfabetizadoras e subjetividade In LACERDA C G ES M C R Orgs Surdez Processos educativos e subjetividade S o Paulo Lovise 2000 SOUZA R M de CARDOSO S H B Inclus o escolar e linguagem revisitando os PCNS In Proposi es Faculdade de Educa o Unicamp v 12 2 3 jul nov 2001 pp 32 46 SOUZA E C Auto biografia identidades e alteridade modos de narra o escritas de si e pr ticas de forma o na P s Gradua o Revista F rum Identidades Ano 2 Volume 4 p 37 50 jul dez de 2008 Dispon vel em lt http www posgrap ufs br periodicos revista forum identidades revistas ARQ FOR UM IND 4 DOSSIE FORUM Pg 37 50 pdf gt Acesso em 12 jan 2010 SOUZA J A sociologia dual de Roberto da Matta descobrindo nossos mist rios ou sistematizando nossos auto enganos Revista Brasileira de Ci ncias Sociais Vol 16 no 45 feve
270. to da Interculturalidade e da Cultura Surda Sabe se que ao longo dos tempos surgiram diferentes olhares para a educa o principalmente quando envolve a educa o de surdos Em parte h aquela tend ncia pedag gica que se ap ia em pr ticas educacionais focadas na escola especial embasada na ideia de que o surdo poderia ser ajudado atrav s de ambientes isolados da sociedade por m isso fortaleceu os 32 estigmas sociais e a rejei o Alternativa recente tem sido a integra o do surdo na escola regular por m prima pela condi o de que ele quem deve se adaptar a esse mundo ouvinte Assim essa integra o tamb m segregativa desrespeitosa individualidade e cultura deste sujeito Romper esse paradoxo significa compreender que esse processo de educa o do surdo deve se fundamentar na ideia de uma sociedade que reconhe a e valorize as diferen as Sob essa tica valoriza se a diversidade e nega se a pr tica de exclus es e de segrega es da hierarquia aceita o e conviv ncia com e para o Outro Ante essa problem tica esta pesquisa contextualizada no Munic pio de Novo Hamburgo RS tem a pretens o de realizar uma imers o na vida de duas professoras que atuam em uma escola especial para surdos A investiga o prop e se a analisar focada nas atuais concep es de Educa o Ambiental e da Interculturalidade em especial da Cultura Surda a forma como a educa o dos alunos surdos se prod
271. todo o 129 ambiente que nos cerca e que constantemente traz novos conceitos tecnologias e saberes de vida e de mundo Todas essas informa es comp em o universo cultural e ambiental Mesmo sem estarem voltadas diretamente escola atuam como pedagogias culturais que t m efeitos tanto sobre as identidades dos sujeitos que l est o quanto sobre as pr ticas que l se instauram quer sejam elas oralistas ou n o ou ainda focadas nas reais bases conceituais e metodol gicas da educa o ambiental Cabe enfim ressaltar que n o penso ter esgotado todas as reflex es que as considera es feitas podem desencadear Fica aqui no entanto o convite para que as discuss es sejam ampliadas retomadas ou at contestadas especialmente por aqueles educadores sempre interessados em refletir sobre educa o ambiental e a interculturalidade em especial sobre a cultura surda Ali s em meu humilde ponto de vista esse um dos mais importantes modos de aprimor las Evidentemente nestes tempos em que a informa o assume um papel cada vez mais relevante como o ciberespa o a multim dia ou a internet a educa o para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformarem as diversas formas de participa o na defesa da qualidade de vida Nesse sentido cabe destacar que a educa o ambiental assume cada vez mais uma fun o transformadora na qual a tomada de consci ncia e responsabilidade do
272. todos com o objetivo central e com o foco principal do projeto desenvolvido pela professora Paula fazer com que os alunos percebessem que o ser humano o nico capaz de realizar uma mudan a significativa no Hiperlink que na vers o PDF inserida no CD possibilita a visualiza o em v deo da atividade realizada no Rio dos Sinos 106 processo de conserva o da natureza Neste sentido pode se observar que os alunos inseridos no projeto multiplicadores ambientais apresentavam um envolvimento e participa o maior dos demais A an lise do v deo revela que no mbito do processo educativo ambiental observa se a ntima rela o entre a teoria e pr tica Essencialmente a educa o ambiental uma pr tica mas uma pr tica intencionada pela teoria Afinal a constru o do conhecimento tamb m se d pela pr tica Assim ensinar e aprender s ocorrem significativamente quando decorrem de uma postura investigativa Desta forma percebe se que o projeto dos multiplicadores ambientais e a tem tica do Rio dos Sinos proporcionaram uma modalidade de articula o direta entre a escola seus alunos seus professores e os monitores ouvintes do projeto Martim Pescador Serviu de espa o para o estudo an lise e problematiza o dos saberes Articula o esta de forma interdisciplinar e intercultural ampliando a compreens o e o conhecimento tanto da realidade surda como a da realidade dos ouvintes No registro fina
273. torit rio e controlador da modernidade constru do sobre a l gica racionalista Ao negar a l gica racional a l gica natural por seu car ter ahist rico cristaliza os pressupostos socioculturais de uma organiza o social injusta e desigual caracterizada pela explora o do homem pelo homem tornando esses pressupostos imut veis O discurso ambiental aparece ent o carregado de ideologia a ideologia da natureza natural como conte do educativo ideol gico da educa o ambiental Por outro lado a concep o racional expressa pela ideia de que a rela o homem natureza definida pela raz o RENAUT 2004 e a educa o tem como fun o preparar o indiv duo para a vida em sociedade Esta concep o implica na rea ambiental no uso racional dos recursos naturais Assim se a raz o a objetividade faz se presente para definir as rela es dos seres humanos entre si e entre eles e o ambiente em que vivem o ponto de partida da rela o homem natureza determinado pelos conhecimentos pelos objetivos e inquestion veis porqu s cient ficos produzidos por esses pr prios homens em cuja base social est a explora o Aqui j n o mais a natureza natural que ocupa a centralidade da vida social mas a ci ncia emp rica mec nica positiva racional e cartesiana Sob o argumento da neutralidade da ci ncia ela em sua dimens o social contribui para a organiza o dos indiv duos numa sociedade racionalmente
274. tradi o cultural quer seja ela oralista ou n o Dessa forma a interculturalidade inova pelo reconhecimento hist rico e tico da alteridade absoluta do outro critica toda a forma de atar o pensar a qualquer centro cultural portadora de uma nova perspic cia no conhecimento e no interpretar da realidade hist rica PALANCA 2000 Assim a interculturalidade poderia ser comprada a uma ponte que n o podemos saltar mas pela qual devemos passar se quisermos transitar entre as margens culturais resultantes das diferentes identidades culturais MENEZES 2008 Assim a identidade de cada indiv duo ou dos grupos sociais a partir das intera es que estabelecem formada e re significada continuamente nas representa es sociais portadas pelos sujeitos que se apresentam no cotidiano Para Souza 2005 p 90 as identidades culturais n o s o r gidas e nem imut veis porque s o sempre resultados transit rios de processos de identifica o e em constante processo de transforma o identidades s o pois identifica es em curso Ao assumir essas identidades cambiantes e plurais a escola passa a ter a fun o de mediar seus significados atrav s da compreens o da diferen a para alcan ar o aprofundamento da alteridade Entretanto isso se torna uma miss o complexa em meio s dificuldades que est o presentes no tratamento desse labirinto sociocultural vivido pela contemporaneidade Os PCN s postul
275. tuam em servi os gerais Dos 15 professores dois s o surdos e os demais ouvintes por m todos com capacita o em LIBRAS No ano de 2009 estavam matriculados 81 alunos residentes em Novo Hamburgo S o Leopoldo Est ncia Velha Montenegro S o Jos do Hort ncio Picada Caf Ivoti e Lindolfo Collor Todos estes alunos s o surdos ou com defici ncia auditiva havendo ainda alunos surdos com s ndrome de Down paralisia cerebral surdos com problemas mentais e surdos com d ficit de aprendizagem A coordenadora pedag gica e diretora Ana Paula Jung formada no curso de magist rio atua na escola desde fins de 2006 ano este no qual terminou a sua forma o em LIBRAS e capacita o em educa o de surdos Atualmente a professora Paula B H her concluiu o Curso Superior em Ci ncias pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS em 2010 e realizou ainda cursos de LIBRAS ap s ter iniciado suas atividades profissionais nesta escola Ela coordena o projeto dos Multiplicadores Ambientais 3 3 SOBRE A PRODU O DE DADOS O delineamento das quest es e o redimensionamento do problema de pesquisa foram sendo reestruturados a partir da interface entre a teoria e a coleta das informa es pertinentes ao corpo do presente estudo Algumas proposi es da perspectiva hist rico cultural tornaram se relevantes para determinar o modo de direcionar o olhar investigativo e ent o reconsiderar outras nuan as que se revelaram no
276. uem que vai ser o modelo n que o papel que o professor faz M Aham perfeito A Dentro da sala de aula Ent o esses questionamentos e muitos outros v m espec ficos da quest o da surdez e a gente tem levantado A gente por que eu me coloco dentro de um grupo muito maior de pesquisadores que hoje da rea da surdez um grupo muito forte que o GIPES que o Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educa o de Surdos que tem doutores de diferentes institui es do Rio Grande do Sul 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 163 M Isso um grupo do Rio Grande do Sul A um grupo do RS e que surgiu exatamente por uma demanda o movimento surdo muito forte no RS Os surdos v m de outros estados estudar aqui ent o existe O Rio Grande do Sul est na contra m o do resto por que como o movimento surdo no resto do Brasil deu uma apaziguada deu uma baixada muitos destes l deres migraram para o RS n isso em 10 anos at o ano que estamos agora ahm houve um abaixamento deste movimento a n vel de Brasil N por que quem se interessa quem tentar quem vive a quest o do surdo dentro da comunidade enquanto surdo acaba vindo para os RS Ent o em Santa Cata
277. ujeito do estudo se arrisque se aventure sem o que n o cria nem recria Muitas vezes os educadores correm o risco de reproduzir valores pedag gicos e ou culturais autorit rios mesmo trabalhando conte dos assuntos cr ticos do cotidiano Mudam se os conte dos mas isso irrelevante e n o tem valor caso se mantenha posturas atitudes pedag gicas que contrariam no fazer o que se declara no dizer Nesse contexto a problem tica da cultura surda que o foco central deste trabalho representa um enorme desafio para qualquer educador Principalmente porque na discuss o e reflex o pretendida a surdez n o ser analisada sob o ponto de vista da tem tica da inclus o educacional mas sim nos contextos da interculturalidade e da educa o ambiental processos mais complexos do que a simples inclus o de algu m em alguma coisa Romper esse paradoxo significa compreender que esse processo fundamenta se na ideia de uma sociedade que reconhe a e valorize a multiculturalidade e os novos conceitos pertinentes pedagogia do meio ambiente e portanto educa o ambiental Isso proposto em toda sua dimens o e consequ ncias quando analisamos a concep o de alteridade O autor diz Desde el momento en que el otro me mira yo soy responsable de l sin ni siquiera tener que tomar responsabilidades en relaci n con l su responsabilidad me incumbe Es una responsabilidad que va m s all de lo que yo hago JIM NEZ 20
278. um tipo de priva o sensorial cujos efeitos est o associados aos significados produzidos pela sociedade que estereotipa a pessoa surda atribuindo lhe tra os espec ficos tais como o pensamento concreto a elabora o conceitual rudimentar a baixa sociabilidade a rigidez no racioc nio a imaturidade emocional entre outros Tais estere tipos s o refor ados em uma sociedade majoritariamente ouvinte que apresenta dificuldade em conviver com as diferen as BOSCOLO et al 2006 Os processos de alfabetiza o e de letramento embora intimamente relacionados e mesmo indissoci veis guardam especificidades pois se referem a elementos distintos A alfabetiza o refere se s habilidades e conhecimentos que constituem a leitura e a escrita no plano individual ao passo que o termo letramento refere se s pr ticas efetivas de leitura e escrita no plano social Assim uma pessoa letrada n o somente aquela que capaz de decodificar a linguagem escrita mas aquela que efetivamente faz uso dessa tecnologia na vida social de uma maneira mais ampla MAMEDE ZIMMERMANN 2005 A alfabetiza o dos surdos no Brasil 19 d se atualmente atrav s do uso da L ngua Brasileira de Sinais LIBRAS Seu letramento expressa se na comunica o gesto visual Como pode ocorrer o letramento do surdo dentro de um contexto escolar centrado no letramento do ouvinte O exerc cio de afloramento dos conceitos pr vios e a negocia o entre educ
279. uma imers o na vida de professores e alunos de uma escola especial para surdos A investiga o se prop e analisar luz de atuais concep es de Educa o Ambiental e dos Estudos Culturais e da Cultura Surda a forma como a educa o ambiental dos alunos surdos se produznesses contextos educativos Discutir o processo de educa o do aluno surdo no contexto da escola especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise vinculada a atuais concep es dos Estudos Culturais Cultura Surda e de Educa o Ambiental A configura o desta pesquisa opta como referenciais te ricos pela vertente s cio hist rica e os estudos culturais e como perspectiva de investiga o a pesquisa biogr fica narrativa Nestes aportes se procuram os elementos norteadores para circunscrever a tem tica deste estudo Foram utilizados como recursos metodol gicos de coleta de dados observa es em salas de aula na realiza o de um projeto de multiplicadores ambientais de cunho de Educa o Ambiental realizada na escola supr citada registro atrav s de filmagem de algumas atividades desenvolvidas pelos alunos surdos e sua professora ouvinte grava o de udio de entrevistas Semi estruturadas de car ter narrativo biogr fico realizada junto professor que atua na escola especial e coordena o grupo de multiplicadores ambientais e a Diretora da referida escola Todas estas entrevistas t m o intuito de coletar informa es sobre suas hi
280. un o de transmiss o mec nica desses conhecimentos Os conte dos de ensino s o principalmente os conhecimentos acumulados pelas gera es e transmitidos como verdades mesmo que tempor rias Valores e atitudes quando conte dos de ensino recebem o mesmo tratamento transmiss o aquisi o de verdades Esses conte dos t m valor essencialmente intelectual transformando o ato educativo intrinsecamente din mico e construtivo em propostas pedag gicas intelectualistas e academicistas de car ter mec nico e disciplinat rio Parece que o saber confere e legitima ao educador ambiental em todos os n veis e modalidades de educa o e ensino atitudes autorit rias de domina o O antropocentrismo da rela o homem natureza aparece no processo educativo sob a forma de autoritarismo A assimila o por imposi o ades o princ pio educativo fundamental Essa pr tica educativa em geral centrada na transmiss o aquisi o dos conhecimentos sobre o ambiente especialmente sobre os problemas de esgotamento de recursos racional aponta alternativas romantizadas naturais de forte apelo emocional para a organiza o da vida individual no que diz respeito rela o dos indiv duos com o ambiente em que vivem 116 4 3 1 2 O Princ pio Educativo As abordagens natural e racional t m pontos em comum ambas conferem problem tica ambiental uma abordagem catastr fica apocal ptica como tamb m desconsideram a influ
281. urais que pelos debates realizados neste trabalho n o se encaixam no processo eleito como sendo o normal A mudan a desta realidade requer uma educa o libertadora A educa o s se libertar quando o indiv duo tornar se agente de seu pr prio destino pessoal e social para construir um mundo socializado Portanto a educa o s ser uma atividade humanizadora quando deixar de priorizar apenas uma ou outra categoria classificat ria que incapaz de exercer uma a o pol tica que sirva de base para a reforma da sociedade Para que seja constru da essa base e se delineie uma perspectiva de mudan a preciso surgir um processo de conscientiza o ligado pr xis ou seja a reflex o e a o n o deixando de promover o di logo cr tico a fala e a conviv ncia de todos e para todos Portanto a educa o um processo de humaniza o Dessa forma deve ser capaz de construir uma ordem democr tica socioambientalmente respons vel e multicultural 126 Nas duas ltimas d cadas em rela o ao Brasil observa se que a tem tica da diversidade tem cada vez mais ocupado espa os de discuss o na sociedade transformando se em conte do acad mico em assuntos de semin rios e encontros nacionais em temas aglutinadores do interesse de muitos estudiosos e pesquisadores bem como de professores Nesse sentido ineg vel a percep o no curso de uma mudan a social em que certos estere tipo
282. urdos A Sim Hoje assim no quadro oficial n que esse desses 17 funcion rios 17 servidores nos temos 2 profissionais surdos professores A professora Carine que trabalha com a l ngua de sinais de 6 a 8 s rie como disciplina s o 4 per odos semanais n At por que a gente considera a inexist ncia desta l ngua de casa n ent o eles tem uma inser o inicial dentro do curr culo e n de 1 a 4 s rie e na pr escola e depois de 5 a 8 eles tem ela como disciplina onde se formalizam conceitos onde se v as quest es mais aprofundadas da l ngua A Carine ent o uma das professoras que ahm atua est fazendo a forma o em de Letras LIBRAS na Universidade Federal de Santa Maria que p lo do curso da UFSC de Santa Catarina de Florian polis n ahm est fazendo a forma o a 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 165 primeira turma a n vel de Brasil n e tem outros p los tamb m acontecendo e se forma ano que vem E junto com isso faz na UNILASSALE e pedagogia com nfase em orienta o Ent o uma das profissionais O outro profissional o professor Cristian que tamb m est fazendo Letras LIBRAS em Santa Maria trabalha com a d
283. uz nesses contextos educativos No que se refere aos objetivos a serem alcan ados apresentam se 1 3 1 Objetivo Geral da Pesquisa Refletir sobre o processo de educa o do aluno surdo no contexto da Escola Especial no munic pio de Novo Hamburgo atrav s de uma an lise da hist ria de vida de duas professoras e das a es realizados pelos alunos surdos multiplicadores ambientais vinculada Interculturalidade Cultura Surda e de Educa o Ambiental 33 1 3 2 Objetivos Espec ficos o Analisar a trajet ria de vida e forma o de duas professoras que trabalham com a proposta da educa o de surdos em uma escola especial para surdos o Analisar a atividade dos alunos surdos enquanto multiplicadores ambientais e em face da linguagem gesto visual o Relacionar os dados que surgem das an lises com as discuss es realizadas no marco te rico sobre a Interculturalidade e Cultura Surda e aspectos da Educa o Ambiental que tecem nexos em rela o aquela concep o o Elaborar argumentos sobre a abordagem educacional que hoje se evidencia na educa o de surdos sobre poss veis debates e encaminhamentos para estudar posturas de acordo com a Interculturalidade e Cultura Surda e aspectos da Educa o Ambiental 34 2 A CULTURA SURDA NO CONTEXTO DA INETRCULTURALIDADE A hist ria comum dos Surdos uma hist ria que enfatiza a caridade o sacrif cio e a dedica o necess rios para vencer grandes adversidades DE S
284. va e tamb m um olhar reflexivo sobre a sua forma o inicial e continuada intencionando contribuir para a discuss o focada no desenvolvimento de atitudes e compet ncias problematizadoras das pr ticas educativas destes nossos tempos Obviamente as educadoras entrevistadas dialogam com o passado e o presente fazendo refer ncia aos aspectos interdisciplinares no intuito de subsidiar a an lise a partir de questionamentos constru dos no ambiente de trabalho que caracterizam o olhar pessoal e particular Com isso a presente constru o dos textos se estabelece na apresenta o de v rios temas que s o dimens es da percep o e a o do educador com varia es e converg ncia entre os fatores mencionados e abordados nesta tese O processo de reflex o sobre teoria e pr tica como constituidoras de saberes gera mudan as irrevers veis no papel do professor exigindo que ele encontre o equil brio diante do novo paradigma da Interculturalidade em especial do trabalho com alunos surdos S o v rias as linguagens para entender e ler este novo mundo A arte de educar insere se nesse contexto valorizando os sentidos e a criatividade como uma linguagem da aprendizagem significativa que resgata o aspecto subjetivo e a expressividade humana Coloca se em cena a supera o profissional das professoras constru da atrav s da observa o da sua pr tica Isso revela nos como vencer os limites pessoais e profissionais por meio do di
285. vai acontecer n Ent o todas essas dificuldades ahm quest es assim sociais da fam lia interferem nessa para adquirir a l ngua de sinais S quando ele chega na escola ele vai adquiri E eles podem chegar aqui na escola com 5 anos s N as escolas n o atendem mais creche maternal n o tem Deveria at ter um int rprete um professor que soubesse a LIBRAS numa creche que tivesse um aluno surdo Acredito que seria bem melhor mais f cil depois n M J algum princ pio de alfabetiza o P Isso Exatamente M Nesta quest o P Exatamente M Ahm bom pelo que a gente conversou P Aham M Naturalmente em outras oportunidades tu desenvolves projetos de Educa o Ambiental Quais s o os projetos que atualmente tens desenvolvido aqui na escola P Bom o projeto de Educa o Ambiental ele se iniciou aqui na escola em abril com a prioridade da horta escolar que j havia esse espa o n Ent o esses 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 146 um grupo de alunos de interesse que ficaram interessados em participar do projeto desde a 5 s rie at a 8 s rie Eles vem a cada 15 dias na escola no turno contr
286. ver em harmonia A LIBRAS e a L ngua Portuguesa necessitam portanto encontrar um 92 equil brio harm nico O objetivo maior de ambas a alfabetiza o por meio da comunica o seja ela oral ou gesto visual ou por ambas Nesse sentido o Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educa o de Surdos GIPES cuja sede fica em Porto Alegre RS tem contribu do como espa o para que todos os pesquisadores possam trazer os seus questionamentos Pode se verificar a import ncia desse grupo no relato da diretora Ana Paula Jung conforme x transcri o dos trechos da entrevista realizada Em rela o import ncia desse grupo para os v rios questionamentos que surgem Ana Paula explicitou Ent o onde vai ser o ambiente lingu stico para ele interagir e adquirir essa l ngua materna Na escola regular Onde ningu m fala a l ngua de sinais Onde ele vai ter de repente um colega surdo e olha l Onde vai ter o int rprete que vai fazer a a media o entre professor e aluno E a a gente fica pensando em educa o infantil e educa o das s ries iniciais quem que vai ser a refer ncia da educa o desta crian a Vai ser o int rprete ou vai ser o professor Para quem vai ficar essa porque o papel do int rprete est bem claro e definido ele simplesmente transmite de uma l ngua para a outra Essa a fun o do tradutor int rprete seja da l ngua de sinais para a l ngua oral ou vice versa Dentro do contexto de
287. vinte P Acho que sim Por que como nestas atividades eles est o muito mais participativos n seja aqui na escola seja alguma trilha alguma visita ahm o visual est bem mais agu ado do que numa sala de aula e isso fixa neles eles tem essa mem ria visual ahm Se tu fores ver autores que neurologistas que estudam esta parte essa cogni o da linguagem eles tem isso mais agu ado ent o fica muito mais do que uma coisa que copiaram do quadro com certeza Isso eu j tive provas assim de outros anos que eles fizeram trilhas e eles v em uma foto daquela planta eles sabem o nome e jamais uma coisa que eu vou por no quadro eles v o conseguir saber o nome e me dizer depois Ent o eu acredito que principalmente para eles essas atividades s o muito mais produtivas do que para os ouvintes M Esses lugares por exemplo de trilhas que tu escolhe P Aham M Normalmente tu fazes a onde P Eles fizeram a maioria dos alunos aqui j fizeram trilha comigo no parc o que agora o horto Em Lomba Grande tem um centro de Educa o Ambiental que eles tamb m j participaram E v rias vezes eles j foram para a UNISINOS para aquelas trilhas perceptivas n que o grupo de l tamb m se prepara para receber eles faz uma trilha um pouco diferente com materiais mais visuais para para receber esses alunos M E a nessas visitas que tu percebes que ele
288. zar os efeitos negativos da discrimina o social e cultural desse grupo Numa perspectiva intercultural espero que o aprofundamento e os desdobramentos te ricos e pr ticos apontados nessa discuss o contribuam para identificar os diferentes n veis de percep o e de compreens o entre os professores e os surdos bem como a inaugura o de um espa o de di logo e de novas formas de olhar os as surdos as e a surdez e por conseguinte a constru o de uma abordagem educacional verdadeiramente intercultural 81 Descortina se que o ponto de vista ou palavra de ordem a sustentar esteja na rela o em que devemos manter o sentido plural da cultura Combater a sua vis o singular e estimular a sua interculturalidade bem como o processo pedag gico necessita de maior reflex o acerca da sua teoriza o e pr tica No cerne dessa discuss o est o o educador e o educando surdo Ambos necessitam de apoio e de um olhar muito especial Para que a realidade ut pica possa de fato ser alcan ada necessita se mudar a sociedade e para isso precisamos de educadores corajosos verdadeiros educadores peregrinos cujos olhares e sentimentos possam visualizar a pr tica da educa o focada na interculturalidade 4 2 EDUCADORES PEREGRINOS La calidad de una educaci n seg n el modelo multicultural sus fundamentos antropol gicos y sociol gicos el papel de la comunicaci n las nuevas tecnolog as la necesidad de una formaci n conti

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