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giaxa_tep_me_botfm - Repositório Institucional UNESP

1. QUE REFERE QUE N O FOI INTERNADA POR N O TER FEITO ESCANDALO E N O TER DINHEIRO PARA PAGAR A CES REA E RESPONSABILIZA A INSTITUI O POR ALGUMA COMPLICA O QUE Ap ndice 244 POSSA OCORRER QUE CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E EVITAR OUTRA DISPENSA QUE RELATA INSATISFA O COM A DISPENSA E COM A DEMORA DO SISTEMA DE RETORNO PARA A RESIDENCIA QUE RELATA A SUA ANSIEDADE E DAS PESSOAS DO SEU CONV VIO QUE QUESTIONAM O TEMPO TODO SOBRE O NASCIMENTO E A HOSPITALIZA A O E SE PREOCUPA EM TER QUE DAR EXPLICA ES AS VIZINHAS QUE A VIRAM SAINDO DE AMBULANCIA PARA A MATERNIDADE E QUE ISSOA DEIXA MAIS ANSIOSA Ap ndice 245 ENTREVISTA 9 R F C G1 compareceu a Maternidade pela 1 vez ap s ter ido 03 vezes na outra maternidade e v rias vezes na UBS Veio acompanhada pelo marido referindo perda de l quido h 01 m s e aus ncia de MF h 01 dia IG 37 e 4 7 pelo US Dor supra p bica intermitente com aumento gradativo da mesma Admitida as 08 52 acionada VTR samu as 08 20 DU ausente toque colo 0 5 cm de dilata o sem esvaecimento posteriorizado Amnioscopia impos vel visualizar devido a aus ncia de abertura do orif cio interno realizada CTG Urina medicada com SF Buscopan Pasalix Dx Pr dromo de trabalho de parto crise de ansiedade assim 6 eu estava desde ontem com dor n e hoje eu fui n
2. Alfred Sch tz sofreu influ ncias de Edmund Husserl e Max Weber Husserl que pretendia uma fenomenologia sem pressuposi es tinha como ponto de partida as experi ncias do humano consciente que vive e age no mundo consci ncia essa dirigida para os objetos reais ou imagin rios Para ele a fenomenologia busca explicitar o mundo da vida e as estruturas da rela o entre a consci ncia e o seu objeto E para se chegar ao sentido da atribui o do sujeito preciso a suspens o dos ju zos chegando ao eu puro transcendental O entendimento da consci ncia comum aquilo que une as consci ncias individuais na unidade fenomenol gica da vida social foi mencionado mas n o desenvolvido por Husserl A fenomenologia social de Alfred Schutz visa compreender o mundo com os outros em seu significado intersubjetivo Prop e um m todo de capta o da realidade social a partir do qual poss vel compreend la reconhecendo que o significado de uma a o envolve a subjetividade do agente e que para se compreender outra pessoa fundamental uma observa o genu na que ocorre quando se interpreta o significado que quis dizer quem fala ou como aquilo que quis fazer quem agiu A fenomenologia Social de Schutz 55 Sch tz ao seguir as id ias de Max Weber buscou pelos fundamentos de uma sociologia compreensiva Para ele a sociologia deveria se preocupar com os significados subjetivos da a o humana A objetivida
3. Com sua bagagem de conhecimento e a posi o que ocupam na sociedade os indiv duos t m interesses que lhe s o pr prios e que os motivam e os direcionam Para Schutz os motivos para instiga a realiza o da a o portanto est o dirigidos para o futuro Os motivos porque est o evidentes nos acontecimentos j conclu dos Eles est o nos fatos S o imut veis por m n o esquecidos Eles podem influenciar as a es no presente Motivos para se referem finalidade de uma a o ao resultado que se espera alcan ar De acordo com a autora enquanto uma a o est em curso o ator tem em vista o motivo para o qual tem caracter subjetivo sendo poss vel apreend lo atrav s do contato direto com o sujeito que vivencia o fen meno No decorrer da experi ncia de realizar uma a o de acordo com o seu plano preconcebido o ator vivencia diretamente os seus motivos a fim de Eles s o portanto essencialmente subjetivos Ao contr rio enquanto age ele n o est consciente de seus motivos porque S os pode entender em retrospectiva num ato de reflex o que pode ocorrer mas n o necessariamente depois de terminado o ato Por outro lado mesmo um observador pode ser capaz de reconstituir os motivos porque de um ato com base no ato consumado TIPO VIVIDO Para a fenomenologia Social o que importa investigar n o o comportamento de cada indiv duo em particular mas o que pode con
4. agora vai nascer ai ja vai e ela fica assim me for ando a vir a minha sogra falou que a lua vira amanh quem sabe falam que um dia depois que a lua vira n ent o vai ser na p scoa DIZ ACREDITAR QUE O INICIO DO TRABALHO DE PARTO SE DAR NO DIA SEGUINTE COM A MUDAN A DA LUA COMO AFIRMA A SOGRA Ap ndice 205 ENTREVISTA 4 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMA TERCIGESTA NUL PARA COM 19 ANOS CASADA H 2 ANOS NAMORA O PAI DA CRIAN A H 2 ANOS TEVE 2 ABORTO UM COM 05 SEMANAS E OUTRO DE 12 O PRIMEIRO POR ANEMIA PROFUNDA E O SEGUNDO PORQUE TIVE A PLACENTA DESCOLADA J FAZ UM ANO A PRIMEIRA GRAVIDEZ IA FAZER 15 ANOS CASADA O MARIDO O MESMO DO 2 ABORTO GESTA O N O FOI PLANEJADA MARIDO FICOU EM COMA ELA DEIXOU DE TOMAR ACO DURANTE O TRATAMENTO E ENGRAVIDOU EM SEGUIDA MORA COM A SOGRA E COMPARECEU COM A AMIGA P ROLA PARTICIPA DO CURSO DE PREPARA O PARA O PARTO DA UBS DESDE O IN CIO DA GESTA O 2 VEZ QUE COMPARECE A MATERNIDADE TRANSPORTADA PELA USB AP S 38 MIN DA SOLICITA O A ADMISS O COM 4 CONTRA ES INEFETIVAS IG 37 SEM 3 7 QUE IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO AP S SENTIR DOR DE INTENSIDADE PROGRESSIVA E QUE NAO MELHOROU APOS VARIAS TENTATIVAS DE SUPORTA LA E QUE PIOROU AP S TER CAMINHADO ATE A CASA DA AMIGA FICANDO MAIS FORTE DENTRO DA VIATURA DO SAMU Q
5. AFIRMA QUE POR SER HOJE A DPP ACHOU QUE FICARIA INTERNADA E _ FARIA UMA CESAREA SE NAO HOUVESSE DILATA AO O m dico do posto mesmo falou sua barriga j ta baixa n o vai chegar nem no dia 11 que ia nascer antes RELATA INFLU NCIA DO M DICO DA UBS NA ANSIEDADE PELA DATA DO NASCIMENTO Mas eu tenho f em Nossa Senhora que at o fim dessa semana eu ganho ela amanh se Deus quiser eu to aqui com a minha filha REFERE APELO RELIGIOSO PARA NOSSA SENHORA PARA AUXILIAR NO TRABALHO DE PARTO Mas se der aquela dor de novo aquela forte que eu tive eu volto pra ca e ai deles se n o me internarem eu fa o um esc ndalo porque se a gente tivesse dinheiro eles j tinham me internado e tinham feito ces rea em mim mas n o a gente tem que ir embora com dor nesse frio a ponto de pegar uma pneumonia e eles nem pra internar quero s ver se acontecer alguma coisa com minha filha quem vai se responsabilizar REFERE QUE N O FOI INTERNADA POR NAO TER FEITO Mas se der aquela dor de novo aquela forte que eu tive eu volto pra ca e depois vamos ver se aumenta essa dor acho que vai aumentar ESCANDALO E N O TER DINHEIRO PARA PAGAR A CES REA E RESPONSABILIZA A INSTITUI O POR ALGUMA COMPLICA O QUE POSSA OCORRER 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E EVITAR OUTRA Ap ndice 242
6. Categorias Concretas do vivido 98 Eu tava lavando roupa A eu parei com as roupa e falei assim vou toma banho e deita um pouquinho pra ver se passa Eu j tava tomando buscopan que o Dr XXX mandou porque essas dor essas dor eu sinto desde os sete meses mais era mais fraca Mas num adiantou n o E1 tava com dor a eu deitei tava dando falta de ar a eu deitei e passou ai quando foi na segunda feira ai a dor aumentou e ai eu fiquei deitada e passou da eu falei ah eu n o vou se eu for l eu vou voltar a passou a ontem a dor piorou de ontem pra hoje piorou mais a eu vim aqui ES ent o eu cheguei em casa ent o eu tomei um banho e deitei e a eu fiquei deitada mas a dor s foi piorando piorando eu tava ficando inquieta rolando de dor ai ent o eu num ag entei ai eu vim pra c de novo E7 a eu falei assim vou tomar um buscopan vou ficar tomando bucopan at quando Ai eu tomei n ai eu fiquei em casa mas continuava com aquela dor ai no outro dia de manh eu fui no posto E9 ja a terceira vez que eu venho o m dico falou que tinha que ficar mais forte que a dor tava muito fraca ai quando foi de madrugada apertou mais ai eu esperei de manh mas agora de manh cedo eu n o tava ag entando a eu falei assim n o vou ficar com essa dor n o a eu vim uma dor que come a devagarzinho bem fraquinha nas costas e ai vem pra
7. pelo menos tem algu m pra te socorrer na hora que for nascer ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui E9 Se eu for embora pra mim vai ser uma decep o enorme E9 8 REFERE DESEJO DE SER INTERNADA E DECEPGAO DEVIDO A ALTA POIS SABE QUE AO CHEGAR EM CASA VOLTARA A SENTIR DOR E COMO FICA SOZINHA SE SENTE SEGURA NO HOSPITAL POR HAVER PROFISSIONAIS PARA ATENDE LA QUANDO FOR NASCER Esse menino 6 ele muito agitado faz tempo que ele ta agitado agora n o ta muito quieto ta quieto n o to sentindo ele mexendo entendeu Que nem ele 9 RELATA DESEJO DE AVALIAR A VITALIDADE FETAL POIS PERCEBE MUDAN AS NO PADRAO DE ATIVIDADE DO FETO E AFIRMA QUE NAO SAIRA DA Ap ndice 251 mexia antigamente Isso me deixa com medo o medo que eu mais tenho a pior coisa do mundo voc voc ta esperando uma coisa e acabar acontecendo outra Por isso que eu e meu esposo resolvemos ta vindo E9 TO preocupada com a data eu quero saber direitinho que dia vai nascer quero saber a contagem certa porque no ultrassom da uma coisa pelas minhas contas j tinha que ter nascido E9 MATERNIDADE SEM A CERTEZA DE QUE ESTA TUDO BEM COM O FETO voc n o sabe se estourou a bolsa ou n o eu falei assim ah doutor eu n o sei se eu tenho liquido como que eu vou saber tem mulher que n o sente dor tem mulher que n o estoura a bolsa E9 10 RELATA D VIDA EM IDE
8. maternidade que aumentam os medos e ansiedades inerentes principalmente ao in cio do trabalho de parto desencadeando muitas vezes dist cias funcionais Al m disso pode justificar um circuito indevido da cliente em diferentes servi os assistenciais principalmente porque n o se conta com refer ncia e contra referencia e as diferentes procuras do Revis o da Literatura 43 servi o podem gerar ou fortalecer o descaso das informa es fornecidas as pacientes Para a ocorr ncia de um parto eut cico fundamental a interna o da gestante na hora exata No entanto como esta hora exata na pr tica dif cil de ser determinada observa se que no final da gravidez h gestantes que procuram a maternidade para esclarecer d vidas quanto a identifica o do trabalho de parto Por sua vez a interna o durante a fase latente sem uma indica o clara precoce e deve ser evitada pois prolonga tempo de perman ncia da mulher em ambiente hospitalar deixando a mais tempo afastada dos familiares A ansiedade frente a imprevisibilidade do parto existe tanto na gestante como nos profissionais pois nem sempre estes tem condi es de saber com certeza o que vai acontecer Esta ansiedade pode muitas vezes levar os profissionais a recorrerem ao excesso de tecnicismo a indu o do parto as muitas ces reas indicadas desnecessariamente o que tamb m aumenta os gastos da institui o prestadora de cuidados
9. o e apre o Atenciosamente O e oe Prof Dr Valdeir F ides de Qu iroz Presidente do Comit de tca em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos Av Monte Carmelo 800 Mar lia S P CEP 17 519 030 Fone 014 3402 1827 E mail dirpos famema br ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Anexos 259 Cara Senhora Eu Thais Erika Per n Giaxa enfermeira portadora do CIC 28762277898 RG 34 294 819 2 trabalho no SAMU Servi o de atendimento m vel de urg ncia estabelecido na Av Brigadeiro Eduardo Gomes n 544 na cidade de Mar lia sendo meu telefone de contato 14 34339551 vou desenvolver uma pesquisa para a disserta o de mestrado pela UNESP de Botucatu cujo t tulo FALSO TRABALHO DE PARTO COMPREENDENDO OS MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE A MATERNIDADE A LUZ DO REFERENCIAL DA FENOMENOLOGIA SOCIAL que pretende compreender os motivos da procura pela maternidade pelas gestantes que ainda n o est o em trabalho de parto Gostaria de convid la a colaborar de forma volunt ria com esta pesquisa Para este fim foi criada apenas 01 pergunta espec fica sobre o assunto a ser estudado que servir de in cio para uma conversa que ser gravada e destru da ap s o termino da pesquisa Para responder esta quest o a senhor levar em torno de 15 a 30 minutos e a senhora livre para parar de responder a qualquer momento que desejar Sua participa o n o trar qualquer benef cio direto a senhora
10. parecia que ela que ia ganha nen andava pra la e pra ca que nem uma barata tonta eu tava com medo tamb m mas ela ela parecia que ia ter o nen pra mim RELATA O DESESPERO E A PRESSA DA IRMA QUE A ACOMPANHOU A MATERNIDADE QUE A MESMA AFIRMAVA A TODA HORA QUE O BEBE IA NASCER E AFIRMA QUE A MESMA ESTAVA MAIS ANSIOSA QUE ELA SENDO NECESS RIO A PROPRIA GESTANTE ACALMA LA 9 vamos liga pro samu ai ela pegou o telefone e ai falou com o medico que eu tava com dor 9 RELATA QUE FOI A IRM QUE LIGOU SOLICITANDO O SAMU E DIZENDO QUE ELA ESTAVA COM DOR 10 entao melhor eu fica vindo n mesmo indo embora n assim mas pelo menos falaram que ta tudo bem com ele ai eu fico mais tranquila 10 CONSIDERA SER UMA VANTAGEM D A PROCURA PRECOCE PELA MATERNIDADE O FATO DE TER SIDO AVALIADA PELA EQUIPE MEDICA E A AFIRMA O DO BEM ESTAR FETAL O QUE A TRANQUILIZOU Ap ndice 183 ENTREVISTA 1 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMA PRIMIGESTA 20 ANOS ACOMPANHADA PELA IRMA 39 SEMANAS E 1 7 08 CONSULTAS DE PR NATAL INICIOU COM 10 SEMANAS CONDUZIDA PELA VIATURA DE TRANSPORTE SIMPLES 50 MINUTOS AP S A SOLICITA O RESIDE NA ZONA NORTE DE MARILIA MORA COM O AM SIO E COMPARECE MATERNIDADE PELA 12 VEZ QUE IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO AO SENTIR DORES INTERMITENTES EM BAIXO VENTRE DES
11. 19 Carvalho MMMJ Dor um estudo multidisciplinar S o Paulo Summus 1999 Refer ncias 166 20 Davim RMB Torres GV Dantas JC Representa o de parturientes acerca da dor de parto Rev Eletr nica Enferm Internet 2008 10 1 100 9 Dispon vel em http www fen ufg br revista v10 n1 v10n1a09 htm 21 Menezes DCS Leite IC Andrade JM Avalia o da peregrina o anteparto numa amostra de pu rperas no Munic pio do Rio de Janeiro Brasil 1999 2001 Cad Sa de P blica 2006 22 3 553 9 22 Griboski RA Guilhem D Mulheres e profissionais de sa de o imagin rio cultural na humaniza o ao parto e nascimento Texto Contexto Enferm 2006 15 1 107 14 23 Organizagao Mundial da Saude Assist ncia ao parto normal um guia pr tico Genebra 1996 24 Minist rio da Sa de Portaria n 569 de 01 de junho de 2000 Institui o do Programa de Humaniza o do Pr natal e Nascimento no mbito do Sistema Unico de Sa de Di rio Oficial da Uni o 2000a Jun 8 Sec p 112 4 25 Neme B Obstetricia b sica 22 ed S o Paulo Sarvier 2000 26 Parada CMGL Avalia o da assist ncia pr natal e puerperal desenvolvidas em regi o do interior do Estado de S o Paulo em 2005 Rev Bras Sa de Matern Infant 2008 8 1 113 24 27 Costa AM Guilhem D Walte M Atendimento a gestantes no SUS Rev Sa de P blica 2005 39 5 768 74 28 125 Davim RMB Menezes RMP Assist ncia ao parto normal no domic lio Rev Latino am
12. 4784 65 66 Ao prestar assist ncia de enfermagem as gestantes no momento da admiss o percebe se muitas vezes que as mulheres principalmente as nul paras apresentam ansiedade em rela o ao fato de n o saberem exatamente o momento de se dirigirem a maternidade N o existe um momento ideal para internar a gestante em trabalho de parto Embora o desej vel seja a interna o j na fase ativa algumas gestantes poder o se beneficiar de uma interna o mais precoce ainda na fase latente as que t m dificuldade de acesso ao local do parto e aquelas que t m um potencial um pouco maior de apresentar complica es no trabalho de parto como as parturientes com idade gestacional superior a 41 semanas ces rea anterior amniorrexe prematura e ou patologias cl nicas de grau leve 87 88 A qualidade da assist ncia ao trabalho de parto e o sucesso do seu resultado inicia se no momento da interna o hospitalar Idealmente mulheres com gesta es n o complicadas e que n o est o na fase ativa do trabalho de parto contra es uterinas regulares de um a cada 3 a 5 minutos n o deveriam ser admitidas na rea de pr parto pois correm o Revis o da Literatura 44 risco de serem submetidas a interven es desnecess rias Por outro lado gestantes com riscos previamente detectados devem ser monitoradas mais frequentemente 8878947 Quanto a dilata o cervical h diverg ncia entre autores onde foi encontrado a recomenda
13. 61 biogr fica determinada Assim subjetivamente duas pessoas jamais poderiam vivenciar a mesma situa o da mesma forma A realidade do sentido comum nos dada em formas culturais e hist ricas universais mas o modo em que estas formas se expressam em uma vida individual depende da totalidade de experi ncia que uma pessoa constr i no curso de sua concreta exist ncia Vivendo nesse mundo o indiv duo ocupa na sociedade onde vive um lugar e um tempo e toda a aquisi o e sedimenta o de experi ncias no decorrer de sua vida o faz ser diferente dos demais embora sejam semelhantes O aqui onde eu estou e o ali onde meu semelhante est se constituem necessariamente em lugares diferentes e jamais poderemos ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo A situa o biogr fica de cada um influenciar nos motivos na dire o enfim no modo como cada pessoa ocupa o espa o da a o social Estes significados s o produzidos biograficamente em um mundo vivido coletivamente e que tem um car ter pr tico Cada ser humano s pode ser compreendido a partir de sua biografia ou seja sua situa o no tempo e no espa o que determinada atrav s dos valores e cren as com os quais comunga e compartilha A situa o biogr fica determinada a sedimenta o de todas as experi ncias anteriores desse homem organizadas de acordo com as posses habituais de seu estoque de conhecimento a m o que c
14. ai eu nem sei RELATA QUE O MARIDO E DESESPERADO E TEME TER QUE IR A MATERNIDADE A NOITE POIS NAO TERA COM QUEM DEIXAR O FILHO E O MARIDO NAO A DEIXARA IR SOZINHA Eu ja tinha vindo no sabado porque eu tava perdendo um liquido assim por baixo eu nao tava com dor nao mas minha calcinha tava ficando toda molhada molhada mesmo ai eu pensei acho que isso a bolsa que ta estourando ai eu vim e eles falaram que era s aquele corrimento aquela como chama aquela secre o da vagina sabe af ontem eu vim porque tava com dor tomei soro e fui embora RELATA QUE J HAVIA PROCURADO A MATERNIDADE UMA VEZ COM QUEIXA DE PERDA DE L QUIDO E QUE NO DIA ANTERIOR TAMB M FOI COM QUEIXA DE DOR Jeu queria mesmo era ficar aqui me sinto mais segura aqui sabe pelo menos eu n o fico com aquela tens o ai ser que vai ser hoje ser que amanh RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA E SE DIZ MAIS SEGURA POR ESTAR COM UMA EQUIPE PREPARADA PARA O ATENDIMENTO queria j ficar e acabar com isso logo por aquele soro que eles falam que faz nascer o nen sei La mas eu n o queria ir embora n o RELATA QUE GOSTARIA QUE FOSSE ADMINISTRADO MEDICAMENTO PARA INDU O DO PARTO PARA ACABAR LOGO COM ESSA ESPERA to com medo de ir embora eu fico sozinha em casa meu marido trabalha na fazenda e demora muito 4 RELATA O MEDO DE VOLTAR PRA CASA POIS FICA SOZINHA E TEM MEDO DE FIC
15. atrav s de uma demanda espont nea Esse menino 6 ele muito agitado faz tempo que ele ta agitado agora n o ta muito quieto ta quieto nao to sentindo ele mexendo entendeu Que nem ele mexia antigamente Isso me deixa com medo o medo que eu mais tenho a pior coisa do mundo voc voc ta esperando uma coisa e acabar acontecendo outra Por isso que eu e meu esposo resolvemos ta vindo E9 As falas das gestantes mostram a necessidade que sentem de avaliar as condi es de sa de do seu filho justificando assim a procura pela maternidade e atribuindo a essa avalia o a tranquilidade de saber sobre o bem estar fetal Para esse fim contam com o apoio dos profissionais e Categorias Concretas do vivido 111 servi os envolvidos na assist ncia a gestante e esperam neles a possibilidade de ter seu problema solucionado Diante da dificuldade de acesso a estes profissionais e da diverg ncia entre as condutas informa es sentem se desamparadas comprometendo a afetividade que deve existir na rela o entre profissional gestante tema de outra categoria que ser discutida adiante Essa necessidade de ter a gesta o avaliada por um profissional em busca de tranquilidade revela a vulnerabilidade que as ltimas semanas gestacionais representam vida da gestante e a do seu filho Toda a aten o dispensada durante o per odo pr natal onde na maioria das vezes a mulher era conhecida pelo nome tinha sua his
16. ela ganhou aqui e se eu fico esperando e n o tenho dor e o nen nasce tipo em casa na rua ent o eu penso assim eu n o vou esperar acontecer alguma coisa com meu filho pra mim vir RELATA A POSSIBILIDADE DE NAO SENTIR DOR O QUE IMPEDIRIA A IDENTIFICA O DO TRABALHO DE PARTO E A COLOCARIA EM RISCO DE UM PARTO EXTRA HOSPITAR JUSTIFICANDO QUE NAO VAI A noite eu j senti bastante dor no p da barriga mas era fraquinha e eu pensei assim se eu for com pouca contra o eles s v o me dar rem dio e me mandar embora ent o vou esperar a dor ficar forte ESPERAR PELO RISCO DE COMPLICA ES FETAIS 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E RELATA QUE PODE SER DISPENSADA NOVAMENTE SE FOR PRECOCEMENTE tipo assim eu quero ir pra maternidade pra ganhar entendeu eu n o quero ficar diiiiii ganhar igual eu falei tem gente pior do que eu com dor e eu vou ficar 4 RETRATA O DESEJO DE N O TER QUE FICAR INTERNADA POR UM PER ODO PROLONGADO SEM O DESFECHO DA GESTA O Ap ndice 201 tomando lugar n eu quero vir pra ganhar ja sabe porque a gente ouve cada historia n o povo me conta cada historia e ai a gente coloca tudo na cabe a Ah que o nen morre na hora do parto a mulher nao sei de quem morreu na hora do parto o nen e ela morreu eu fico pensando a
17. m Amasiada m Solteira m Casada Figura 2 Distribui o das gestantes conforme o estado civil Mar lia 2009 m IDADE GESTACIONAL EM SEMANAS 40a 40 6 7 39a 39e 6 7 38a 38e 6 7 37a 37e6 7 Figura 3 Distribui o das gestantes conforme a idade gestacional Mar lia 2009 An lise do fen meno 76 PROCEDIMENTOS Medica o Cte Amnioscopia Figura 4 Procedimentos realizados pelas gestantes durante atendimento obst trico na Maternidade e Gota de Leite de Mar lia 2009 Quadro 01 Perfil das gestantes em falso trabalho de parto relacionado s vari veis estado civil idade gestacional acompanhante na consulta paridade n mero de consultas de pr natal participa o em grupos de orienta o e n mero de vezes em que procurou pela Maternidade Mar lia 2009 Consultas Participa o Entrevista Est Civil Id Gestac Idade Acompanhante Paridade PN em Grupos Comparecimento 1 Amasiada 39e1 7 20 IRMA G1POAO 7 Nao 1 vez 2 Amasiada 39 e 5 7 15 NAO G2P0A1 6 Nao 1 vez 3 Solteira 40e4 7 18 MAE G1P0A0 8 N o 3 vez 4 Casada 37e57 19 AMIGA G3P0A2 8 Sim 2 vez 5 Amasiada 39e6 7 14 SOGRA G1P0A0 7 N o 3 vez 6 Solteira 38 sem 20 PASTORA G2P1A0 9 Nao 1 vez 7 Casada 38e3 7 23 ESPOSO G2P1A0 7 Nao 3 vez 8 Solteira 40 sem 22 MAE G1P0A0 8 Nao 1 vez 9 Casada 37e4 7 22 ESPOSO G1POAO 10 Nao 12 vez An lise do fen meno 77 Quadro 2 Perfil do transporte e atendimento das gestantes na Mate
18. o m dica e mudan a nos valores e comportamentos sociais Assim acrescenta se ao processo natural do parto a possibilidade de riscos para o bin mio m e filho Desta maneira os partos domiciliares foram se tornando progressivamente mais raros concentrando se atualmente nas reas rurais da regi o norte e nordeste do Brasil 44 Al m das varia es de regionalidade e culturais as caracter sticas pessoais influenciam a atitude das mulheres na hora de dar a luz e os diversos tipos de parto sao vivenciados de maneiras distintas por cada uma delas Trabalho de parto uma fun o da mulher pela qual os produtos conceptuais feto l quido amni tico placenta e membrana s o descolados e expelidos do tero atrav s da vagina para o exterior considerado normal quando a crian a apresenta se pelo v rtice da cabe a quando n o h complica es e quando se completa com os esfor os naturais da m e dentro de um per odo de 24 horas O estudo do parto compreende tr s fases principais que s o a dilata o a expuls o e o secundamento O per odo de dilata o tamb m chamado de 1 per odo come a com as primeiras contra es dolorosas que modificam o colo e terminam quando este encontra se totalmente dilatado Para ocorrer a dilata o o colo deve ter antes amadurecido Alguns par metros caracterizam o amadurecimento do colo uterino amolecimento que aumenta no per odo de pr parto orienta o quando
19. ter seguran a acerca do apoio que receber deste profissional e a expectativa de contar com um acompanhante 2 Revis o da Literatura 29 3 2 ASSISTENCIA PR NATAL PREPARA O PARA O PARTO A Organiza o Mundial de Sa de OMS definiu que a prote o maternidade tem por objetivo salvaguardar a sa de das mulheres durante a gravidez e o aleitamento de lhes ensinar os cuidados a serem dispensados s crian as permitir parto normal e dar luz filho sadio 4 Define ainda sa de como sensa o de bem estar f sico mental e social e n o apenas a aus ncia de mol stia Neste contexto considerando a gravidez como estado especial em que a mulher reage org nica ps quica e socialmente a sa de materna pode ser definida portanto como a sensa o de bem estar f sico ps quico e social dentro das condi es especiais da gr vida Segundo o Minist rio da Sa de o principal objetivo da assist ncia pr natal acolher a mulher desde o in cio da gravidez Isso significa ir al m dos procedimentos cl nicos transcendendo os limites f sicos incorporando a informa o e a educa o na rotina do atendimento com vistas a promo o da sa de A aten o pr natal de qualidade pode contribuir com a diminui o dos coeficientes de mortalidade materna e infantil os quais est o entre os principais indicadores de condi es de vida e sa de de uma popula o Visando contribuir para a melhoria
20. vai nascer entao ela falou assim ela vai embora vai descansar se come ar a dor de novo pede pra ela voltar ai eu voltei E9 O parto um evento anunciado e esperado pela gestante e seus familiares que s o re constru dos dinamicamente na cultura As mulheres elaboram suas expectativas em rela o ao momento do parto a partir de experi ncias anteriores de materiais educativos e da televis o atrav s deinforma o e conversas com outras mulheres e de seu background cultural Para Schutz viver no mundo da vida cotidiana em geral significa viver em envolvimento interativo com muitas pessoas em complexas redes de relacionamento sociais O envolvimento simult neo num ambiente de comunica o comum constitui pelo menos temporariamente um relacionamento do n s ou alternadamente a express o usada por ele como situa o face a face Se nessa situa o uma pessoa Categorias Concretas do vivido 139 correspondida por outra se ambas se voltam intencionalmente uma para a outra resulta ai um relacionamento de nos Recebemos a maior parte de nossos conhecimentos em formas aceitas pelo grupo atrav s de nossos pais professores e das pessoas mais velhas em geral Recebemos uma certa visao do mundo e uma s rie de tipifica es e modos de tipificar geralmente admitidos no seio do grupo social onde nascemos e crescemos s o os costumes e h bitos maneiras t picas de se comportar para alcan
21. 260 Acredito ter sido suficientemente informada a respeito das informa es que li ou que foram lidas para mim descrevendo o estudo FALSO TRABALHO DE PARTO COMPREENDENDO OS MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE MATERNIDADE ATRAVES DA FENOMENOLOGIA SOCIAL Eu tirei todas as minhas d vidas sobre o estudo e minha forma de participa o com a enfermeira respons vel pelo mesmo Ficaram claros para mim quais s o os prop sitos do estudo os procedimentos a serem realizados as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes Ficou claro tamb m que minha participa o n o me trar riscos nem despesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas d vidas em qualquer tempo Concordo voluntariamente em participar deste estudo sabendo que poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o mesmo sem penalidade preju zo ou perda de qualquer benef cio que eu possa ter adquirido anteriormente ao estudo Data Assinatura do entrevistado Nome Endere o RG Fone Data Assinatura do a pesquisador a Thais Erika Peron Giaxa COREN SP 99759 Fone 3433 9551 e mail thaiserika hotmail com
22. Eu vou esperar n a dor aumentar porque eles s v o me internar quando eu tiver morrendo n ent o eu vou ficar esperando e quando eu n o aguentar mais eu venho Mas agora eu s venho quando eu n o tiver ag entando mesmo porque eu n o volto mais pra casa sem a minha filha DISPENSA Agora eu vou ter que ir embora n esperar a ambul ncia acho que vai demorar fica aqui at amanh cedo n e depois vamos ver se aumenta essa dor acho que vai aumentar acho que n o passa de amanh n o RELATA INSATISFA O COM A DISPENSA E COM A DEMORA DO SISTEMA DE RETORNO PARA A RESIDENCIA eu quero muito que minha filha nasce logo ta todo mundo ansioso toda hora algu m pergunta n o nasceu ainda E essa menina quando vai nascer E ai voc tem que ficar explicando que ainda n o nasceu eu sai de casa com a ambul ncia minhas vizinhas falaram ah bom parto boa hora e essas coisa assim agora eu volto pra La de novo e amanh tem que ficar dando explica es tal muito chato cada vez eu vou ficando mais ansiosa RELATA A SUA ANSIEDADE E DAS PESSOAS DO SEU CONV VIO QUE QUESTIONAM O TEMPO TODO SOBRE O NASCIMENTO E A HOSPITALIZA O E SE PREOCUPA EM TER QUE DAR EXPLICA ES AS VIZINHAS QUE A VIRAM SAINDO DE AMBULANCIA PARA A MATERNIDADE E QUE ISSOA DEIXA MAIS ANSIOSA Ap ndice 243 ENTREVISTA 8 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em fal
23. Se eu for embora pra mim vai ser uma decep o enorme porque eu n o quero sair daqui at quando eu ver meu nen n o saio de jeito nenhum quero ver o rostinho a perninha o bracinho dele que ta tudo certinho porque se acontecer alguma coisa esse nen passar do tempo Eu n o sentir mais nada e acontecer ou desse nen n o nascer ou de nascer com algum problema eu vou processar o hospital porque eles sabem da minha situa o e n o fazem nada ent o eles sabem que minha gravidez de risco porque no come o eu cai cai e quase perdi o nen porque deu descolamento assim do colo do tero ai eu fiquei internada e quase perdi ai eu tava tomando inibina ate esses dias Nossa eu passei quase a gravidez inteira no hospital ou em casa com dor de repouso deitada To preocupada com a data eu quero saber direitinho que dia vai nascer quero saber a contagem certa porque no ultrassom da uma coisa pelas minhas contas j tinha que ter nascido agora tem que esperar dar os sinais n Esses Ap ndice 248 problemas de urina eu j tenho desde o come o n o precisa ficar fazendo exame de urina j tomei um monte de rem dio pra isso Agora eu vou ter que chamar a ambul ncia de novo pra ir embora ai chegando em casa eu sei que vou ter que voltar ai ate chamar ambul ncia de novo eles ir me buscar demorou hoje e a ambul ncia vem chacoalhando jogando a gente assim e a porta da ambul ncia n o tava fechando direito fiquei com m
24. falaram isso E9 16 REFERE QUE O ESPOSO FOI ENCORAJADO PELOS COLEGAS A IR A MATERNIDADE AVALIAR A SITUA O DA ESPOSA POIS FOI INFORMADO DE QUE SE A PROCURA PELA MATERNIDADE FOR POSTERGADA PODE ACARRETAR GRAVES CONSEQUENCIAS AO FETO COMO A S NDROME DA ASPIRA O DE MEC NIO Nossa na ultima vez que levaram eu no da mulher hospital o doutor me atendeu s que ele me atendeu de uma forma bruta ele falou na ignor ncia comigo e eu tive que falar na ignor ncia com ele tamb m eu comecei tamb m falar num tom alto nisso ele apertava minha barriga apertava mesmo e eu falei Dr to com dor n ainda o senhor aperta ele falou assim n o ta na hora vai embora e n o pra tomar mais 18 RELATA QUE FOI TRATADA DE FORMA BRUSCA PELO MEDICO DO HOSPITAL E QUE SENTIU QUE O MESMO ESTAVA DORMINDO E SE INCOMODOU COM SUA PRESEN A QUE ZOMBOU DELA E QUE NAO ESTAVA DISPOSTO A TRABALHAR Ap ndice 254 nada n o me passou nem um rem dio pra dor acho que ele tava era dormindo e ficou com raiva de me atender ele tava assim com a cara amassada de sono parecia que tava querendo folgar n o queria trabalhar E9 ai ele falou assim eu n o posso te fazer nada e me deixou na sala e foi atender outras pacientes ele nem terminou de me atender eu fiquei suuuper brava e vim embora com dor e cada vez mais forte E9 E hoje eu fui l de novo posto de sa de e falei 6 dout
25. fazer o que RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA POR SE SENTIR MAIS SEGURA E ASSOCIA AO FATO DE TER EQUIPE PREPARADA PARA O ATENDIMENTO Ai medo de ter o filho no meio do caminho tipo acontecer alguma coisa com meu filho n o sei n o d pra explicar o medo de m e ai medo de perder o filho de acontecer alguma coisa no meio do caminho Eu s tenho medo de n o dar tempo Ah eu tenho medo porque do outro foi r pido de mais tem que ligar e pedir a ambul ncia l ai eles demoram pra vir duro entendeu a quando ela cunhada chegou no m dico ela j tava de 10 dedos RELATA QUE TEM MEDO DA OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR POIS MORA LONGE E A AMBULANCIA DEMORA E ASSOCIA O A COMPLICA ES COM O FETO E COM A M E e a n o deu tempo de nada ela cunhada ganhou dentro da ambul ncia nem de dar aquele pique que da la embaixo pra ajudar n o nen sair n o deu e ela rasgou tudo por baixo rasgou e teve que tomar um monte de ponto n aquilo ficava assim inchado n ASSOCIA O MEDO DO PARTO EXTRA HOSPITALAR COM A HISTORIA DA CUNHADA QUE ACABOU DANDO A LUZ NA AMBUL NCIA ACARRETANDO LACERA O PERINEAL E EDEMAS a eu penso n e se n o tem ningu m na ambul ncia ent o quem ia fazer o parto que nem tava s eu e a pastora e o ambulanceiro n ATRIBUI QUE O PARTO EXTRA HOSPITALAR TEM RISCOS PELA AUSENCIA DE PESSOAS CA
26. natal e nascimento preconiza que as mulheres visitem e conhe am o local do parto ao longo de sua gesta o como uma forma de obter a tranquilidade atrav s da garantia do atendimento e conhecimento do servi o Deixe a vida acontecer naturalmente o tema proposto pelo Minist rio da Sa de para as mulheres que ser o m es por meio do parto normal no mais novo programa de incentivo ao parto natural Lan ado em junho de 2008 o Programa Nacional de Incentivo ao Parto Normal e de Redu o das Ces reas Desnecess rias visa proporcionar benef cios s gestantes e aos beb s a partir de novos padr es de procedimentos para os servi os obst tricos e neonatais enfocando a necessidade do preparo da mulher para o parto durante o per odo gestacional A prepara o para o parto possui diversas compreens es da sua conceitualiza o cient fica Todavia existem defini es concretas e aceitas pelo mundo cient fico que nos apresenta a prepara o do parto como um programa de sess es educacionais para mulheres gr vidas e seus companheiros que encorajam a prepara o ativa no processo de parto A informa o acerca do trabalho de parto atribu da diminui o do medo e tens o e maior relaxamento o que aumenta a probabilidade de gerir bem o parto Portanto da mesma forma que a informa o oferecida a gestante para aumentar a autonomia de reconhecimento da fase ativa do trabalho de parto ben fica co
27. o mas a do p da barriga d i rapidinho E porque ela avo fala a dor uma c lica s que uma c lica forte e eu como j tinha c lica e ficava de cama ent o eu falei assim acho que aquilo E3 Essa experi ncia influenciada por viv ncias e informa es recebidas durante a gravidez onde os familiares podem desempenhar um papel importante como elementos transmissores das informa es de acolhimento e tranquilidade da gestante diante dos sentimentos gerados pela proximidade desta viv ncia Ao mesmo tempo o teor das informa es sobre a dor de parto recebidas pelas gestantes e a forma que elas s o transmitidas podem gerar na mulher diversos sentimentos tais como a d vida a descren a incredulidade a curiosidade o medo e a resigna o Estes sentimentos relacionados dor de parto identificados pelas gestantes e citados acima alteram se constantemente um substituindo o outro de forma din mica sempre na depend ncia das informa es obtidas e ou vivenciadas pelas mulheres no evolver da gravidez H a altern ncia de sentimentos no entanto com maior frequ ncia a dor de parto caracterizada como sendo extremamente negativa por conseguinte o medo predomina entre todos os sentimentos O homem da atitude natural ser situado biograficamente no mundo da vida neste mundo a partir do qual e no qual ele deve agir Ele est l com seus semelhantes Aprofundando um pouco mais verificamos que o C
28. o de que seja maior ou igual a 694825 pelo menos 2 cm enquanto para outros deve ser 68 67 tr s cent metros menor ou igual a cinco cent metros A avalia o m dica quando focalizada somente em aspectos fisiol gicos da parturi o n o considera os aspectos subjetivos relacionados a dor a hist ria de peregrina o e os sentimentos vividos ao mandar embora uma gestante Nesse sentido as mulheres s o tratadas de modo reducionista pois somente seu corpo avaliado Seus aspectos emocionais como a necessidade psicofisiol gica de al vio dor de seguran a em rela o parturi o e de ser atendida sua expectativa de interna o n o s o consideradas Fatores s cio demogr ficos culturais maternos idade escolaridade renda e estado civil t m marcada influ ncia no acesso aos servi os de atendimento a gravidez e ao nascimento mesmo nos pa ses desenvolvidos que apresentam melhores indicadores globais de sa de materno infantil mostrando que as possibilidades de utiliza o dos recursos dispon veis s o determinadas pela inser o social Trajet ria metodol gica 45 4 1 TIPO DE ESTUDO Esse estudo estruturado a partir de uma abordagem qualitativa de delineamento na linha da fenomenologia social uma vez que o interesse de pesquisa encontra se no processo e na forma como o fen meno se manifesta A pesquisa qualitativa aquela que incorpora a questao do significado e da intencionalidade c
29. o social e como tal a intersubjetividade a categoria fundamental da exist ncia humana A atitude natural n o presume a suspens o da cren a na realidade material e social mas antes o oposto a suspens o da d vida de que algo uma coisa diferente daquela que aparenta ser Isto a epoch da atitude natural Wagner descreve que a atitude natural ajuda o homem a atuar no mundo vida com uma postura que reconhece os fatos objetivos as condi es para as a es de acordo com os objetivos volta Na atitude natural n o atuo somente dentro de uma hierarquia biograficamente determinada de planos pelo contr rio vejo tamb m as consequencias t picas de meus atos que s o apreendidas como t picos e me insiro em uma estrutura de incompatibilidade que vivida como bvia temporal e pr pria dos antepassados semelhantes e sucessores Os mesmos autores afirmam ainda que o mundo da vida cotidiana um mbito de realidade iminente em que a atitude natural a atitude fundamental do homem maduro SITUA O BIOGR FICA Schutz estudou os principais fatores determinantes da conduta de qualquer indiv duo no mundo da vida Para o autor qualquer momento da vida pr tica de um homem n o se esgota numa situa o espec fica contendo limita es condi es e oportunidades com rela o a seus objetivos O indiv duo se encontra em qualquer momento numa situa o A fenomenologia Social de Schutz
30. porque voc n o me chamou a noite e tal porque ele me deixa mais nervosa igual da primeira vez eu puxei o arm rio ai eu comecei a ter contra o e ai ele falou ta vendo porque porque vc pegou o arm rio que n o sei o que se acontecer alguma coisa com o nen a culpa minha ent o eu n o falo nada pra ele porque ele fica mais desesperado do que eu E4 Quando eu to com dor ela cunhada j fala ai vai no m dico agora vai nascer ai j vai e ela fica assim me for ando a vir ent o eu nem falo mais nada pra ela e nem pro meu marido E4 Eu n o quero ficar perguntando pra ningu m porque eu fico com medo a minha cunhada fala que do a que era a pior dor que tinha que ela tinha vontade de bater em todo mundo ent o eu n o sei cada um fala uma coisa Categorias Concretas do vivido 144 e eu fico assim com medo preocupada ent o eu n o pergunto mais nada pra n o ficar pondo nada na cabe a pra n o ficar pensando ai ser que vai ser assim ser que n o e tal melhor eu mesma vir se achar que tem que vir E5 olha tem tanta gente que fala tanta coisa que se voc ficar ouvindo voc fica louca vai a acabar pirando entao eu falei nao hoje eu vou pro hospital e vou ver realmente o que ta acontecendo com o meu filho e fica todo mundo falando assim na minha cabe a E9 Conviver em fam lia sociedade requer gerar situa es face a face da gestante com os p
31. que ele n o venha com sa de E 1 eu tomei a decis o pelo fato do que ta acontecendo v rias crian as passando do tempo de nascer t o morrendo p voc espera nove meses ta tudo bonitinho l n o acontece nada voc vai esperar at quando Quando que nem o cora o o ltimo rg o que para de bater entendeu ent o eu fiquei preocupada P pensei um monte de crian a ta morrendo a porque Porque passa da hora e eu n o quero que aconte a isso com meu filho to esperando nove meses e pouquinho j e n o nasce To preocupada com a data eu quero saber direitinho que dia vai nascer quero saber a contagem certa porque no ultrassom da uma coisa pelas minhas contas j tinha que ter nascido Um amigo dele do marido que a mulher dele ta la em Goi nia aconteceu isso j tinha passado da hora o que aconteceu fizeram o ultrassom e viram que o bebe tava com o cord o umbilical a o nen tinha cagado ai na hora eles decidiram fazer a ces rea E9 j falou que ta tudo bem com ele mas a gente fica com medo n Minha irm perdeu um nen de 9 meses passou do tempo ela foi no hospital eles falaram que n o era a hora a ela voltou pra casa a bolsa dela rompeu e quando ela chegou no hospital ela foi ver o nen tava morto E4 eu tenho medo que passa da hora j to com 40 semanas sei la que acontece alguma coisa com ela tipo ela engolir o l quido n que algu
32. s o simultaneamente as pessoas com as quais as gestantes procuram buscar apoio Este mesmo estudo revela que os familiares das gestantes preenchem o vazio deixado pelos profissionais de sa de em rela o dor de parto na assist ncia pr natal Estudo que objetivou investigar o conhecimento da nul para sobre trabalho de parto identificou que a fonte do conhecimento a respeito do parto foi adquirido atrav s de fontes leigas geralmente dentro do contexto familiar Apenas 3 mulheres citaram o profissional de sa de a maioria foi a m e citada por 40 mulheres Em rela o ao seu m todo de idealiza o Schutz constr i tr s tipos ideais de pessoas cada qual correspondendo a um tipo determinado de conhecimento Esses tipos s o o homem no cotidiano da vida o perito ou Categorias Concretas do vivido 93 especialista e o cidadao Esses tr s tipos coexistem na mesma pessoa sao dimens es da mesma pessoa Nas falas das gestantes poss vel perceber a influencia da informa o recebida por profissionais de sa de em rela o aos sinais do trabalho de parto e como a forma de interpretar essas informa es foram decisivas para a conduta tomada j a terceira vez que eu venho o m dico falou que tinha que ficar mais forte que a dor tava muito fraca E5 Acho que a hora certa quando a dor ficar muito forte muito muito forte tipo de1 em 1 minuto acho que na hora que dar a dor bem forte
33. A NECESSIDADE DE PROCURAR O SERVI O E QUE PREFERE NAO PEDIR MAIS A OPINIAO DE OUTRAS PESSOAS PARA NAO FICAR MAIS CONFUSA QUE ADMITE A DIFICULDADE DE IDENTIFICAR O MOMENTO DO TRABALHO DE PARTO E MEDO DE NAO IDENTIFICAR E NAO DAR TEMPO E CITA A HISTORIA CONTADA PELA SOGRA QUE POR NAO SABER IDENTIFICAR O TRABALHO DE PARTO QUASE PARIU EM CASA QUE DESCREVE A EXPECTATIVA E PRESS O DA FAM LIA PARA PROCURAR A MATERNIDADE E SER INTERNADA E AFIRMA QUE ESSA SITUA O A DEIXA AGONIADA E AUMENTA A DOR QUE REALIZA A COMPARA O DA DOR DO TRABALHO DE PARTO COM AS COLICAS MENSTRUAIS QUE SENTIA E AFIRMA QUE A DOR DO TRABALHO DE PARTO SERA MAIS INTENSA E FREQUENTE Ap ndice 218 ENTREVISTA 6 M da S G 20 anos solteira se separou durante a gravidez ha 2 meses refere que passou muito nervoso devido ao fim do relacionamento mas a gesta o n o apresentou intercorrencias Acompanhada da pastora da sua Igreja G2P1 ultimo parto h 2 anos de um outro relacionamento PV com episio mora em Guaimb Referindo dor supra p bica dor na nuca e frontal 38 semanas DPP 23 04 09 Solicitou VTR as 22 12 chegou as 23 10 na Gota fez cardiotocografia amnioscopia LCCG DU 3c 10 10 10 30 Ao toque colo posteriorizado 50 de esvaecimento 1 cm de Lee O SF com Buscopan e observa o Esteve na maternidade pela primeira vez Come ou ontem a foi que ontem umas 6 da manh eu comecei sentir n contra o n ma
34. A rela o na qual eu apreendo diretamente o outro Schutz cnama de rela o face a face a outra pessoa est dentro do alcance de minha experi ncia direta quando compartilha comigo o mesmo espa o e o mesmo tempo Quando eu percebo este indiv duo sua experi ncia flui lado a lado com a minha Por meio dos discursos compreendi que as gestantes sentem se amparadas ao lado dos profissionais na sua rela o face a face e com as outras gestantes que se encontram dividindo aquele ambiente desconhecido por m menos atemorizante do que o desamparo de seus lares Sentir se s e desamparada por aqueles que mant m rela o social e por aqueles que desconhece totalmente mas que fazem parte dos cuidados e assist ncias no momento do parto provoca na mulher o temor Esse medo est intimamente relacionado a sensibilidade dolorosa do parto ou seja a aus ncia de pessoas que transmitam mulher confian a predisp e ao aumento da dor durante o trabalho de parto por isso os elementos medo e dor se encontram lado a lado De uma forma geral buscam por seguran a e essa procura ap ia se na presen a de uma pessoa que transmita confian a seja algu m do seu circulo de amizade ou parentesco ou de um profissional que tamb m lhe transmita confian a como tamb m de um ambiente acolhedor que lhe permitam suporte social e afetivo Eis as falas que retratam essa reflex o pelo menos eu n o fico com aquela tens o ai ser que
35. DE UMA CESAREA Eu achava que eu ia chegar aqui que eles iam me dar soro que ia dar dor em mim e eu ia dilatar e ia nascer eu cheguei aqui duas horas e eu achei que ate na madrugada eu j ia ganhar Ai ela ligou m e acho que era meia noite e pouco ela ligou pra saber se eu tinha ganhado a eles falaram que eu ia ficar a noite aqui pra ver se eu ia sentir dor ou alguma coisa mais ta tudo igual DESCREVE A EXPECTATIVA QUE TINHA AO SER ADMITIDA NA MATERNIDADE DE QUE SERIA INFUNDIDO SORO E QUE EM ALGUMAS HORAS DARIA A LUZ A MESMA EXPECTATIVA DA FAM LIA QUE LIGOU AP S ALGUMAS HORAS PARA SABER SE HAVIA NASCIDO Ap ndice 189 ENTREVISTA 2 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMASECUNDIGESTA NUL PARA ABORTO ESPONT NEO AOS 13 ANOS AGORA COM 15 ANOS DESACOMPANHADA AP S TER SIDO INTERNADA NA OBSERVA O POR 13 HS NO PER ODO NOTURNO 39 SEMANAS E 1 7 06 CONSULTAS DE PR NATAL INICIOU COM 13 SEMANAS CONDUZIDA PELA VIATURA DE SUPORTE B SICO 42 MINUTOS AP S A SOLICITA O RESIDE NA ZONA NORTE DE MARILIA MORA COM O MARIDO QUE 18 ANOS MAIS VELHO E TEM UM FILHO DE 13 ANOS QUE MORA COM ELES EM ALGUNS PER ODOS E DEPOIS RETORNA A CASA DA M E AO SER ADMITIDA POSSUIA 02 CONTRA ES EFETIVAS E 01 CM DE DILATA O CERVICAL DURANTE A TRIAGEM OBSTETRICA ESTAVA ACOMPANHADA PELA M E QUE ESTRANH
36. E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 A BUSCA PELO TERMINO DA GESTAGAO E OCORRENCIA DO PARTO E1 E2 E5 E7 Figura 05 Diagrama dos fen menos desvelados na compreens o dos motivos da procura precoce das gestantes pelo atendimento hospitalar Marilia SP 2009 Andlise do fen meno 82 6 3 Diagrama MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE MATERNIDADE A cren a em A busca pela A Influencia de A depend ncia A busca pelo que est em tranq ilidade outros na dos sistemas de t rmino da trabalho de devido ao medo procura pela apoio como gesta o e parto devido aos e inseguran a assist ncia influ ncia na ocorr ncia do sinais sintomas sentidos obst trica decis o parto percebidos I Pela perman ncia ou progressao da dor mesmo ap s as estrat gias de enfrentamento Por ter identificado a dor como sinal sintoma de trabalho de parto verdadeiro Por ter identificado a dor e perdas vaginais como sinal sintoma de trabalho de parto verdadeiro Pela chegada da dpp medo do p s datismo associado a complica es fetais Pelo medo que sua decis o pela espera possa ser respons vel pelas complica es Pelo medo da ocorr ncia do parto extra hospitalar Pelo medo de sentir dor em casa Por n o saber identificar o trabalho de parto verdadeiro Pela diverg ncia de condutas e comportamento dos profissionais Por se sentir mais tranquila com a avalia o de bem estar fe Por apresentar
37. E5 JAi eu vou pra casa e come a a doer Da ultima vez que eu tava andando na rua eu senti uma dor n o forte que n o conseguia nem me mexer tive que sentar no ch o e meu marido ficar comigo ate a dor passar paralisou um lado n o mexia eu n o estava conseguindo nem respirar direito fiquei dura assim 6 parada nunca tive uma dor daquela ent o eu tenho medo que d de novo agora eu to la na minha casa 6 fico desde cedo ate tarde meu marido chega s a noite fica o dia inteiro no servi o eu fico o dia inteiro sozinha e trancada com medo de se acontecer alguma coisa ai quem vai pular o muro quem vai abrir a porta pra mim N o tem ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui E9 A a o de querer institucionalizar se origina se na consci ncia das gestantes volunt ria projetam suas atitudes com o prop sito de diminuir a ansiedade permitir lhes estar brevemente com o filho sentir se confiantes e integrantes no papel de ser m e Categorias Concretas do vivido 117 Na busca da resolu o dos seus problemas depositaram na Maternidade a esperan a de serem acolhidas amparadas bem como a resolu o do parto que de certa forma estava sendo projetada por elas Estar ao lado de pessoas que entendem a fisiologia do parto e que possuem condi es de auxili las a atravessar esse per odo de incertezas foi uma das raz es apontadas por essas mulheres que explicam os motivos de buscar apoio institucional
38. MESMA POR SER DESESPERADA A INDUZ A PROCURAR A ATEN O OBSTETRICA DIANTE DE QUALQUER DOR QUE TEM PREFERENCIA PELO PARTO NORMAL MAS QUE TEME N O AGUENTAR A DOR E COME AR A CHORAR E QUE A PRESEN A DA AMIGA A DEIXARA MAIS TRANQUILA Ap ndice 207 ENTREVISTA 5 P F P M 14 anos G1 amasiada ha 2 anos e meio mora com ele refere ter desejado e planejado a gravidez est sem falar com a mae desde o anuncio da gravidez admitida com dor em baixo ventre ha mais ou menos 18 hs Dum 04 07 2008 IG 39 sem 4 7 Toque Colo posterior grosso imp rvio DU 2c 10 20 60 7 consultas de pr natal acionou o SAMU 9 25 e foi admitida as 10 11 SF Buscopan E a terceira vez que comparece Maternidade Ent o n j a terceira vez que eu venho eu vim ontem e vim s bado h 4 dias mas ai o m dico falou que a dor ainda tava muito fraca que tinha que aumentar ai eu vim ontem eles examinaram fizeram o toque e falaram pra eu ir embora que a dor tinha que ficar mais forte a a dor aumentou de novo e a agora cedo eu n o tava ag entando Ontem eu comecei a sentir dor as 2 horas da tarde a eu peguei e vim pra ca com ele marido e a eles me mandaram embora e a eu fui pra casa ainda com aquela mesma dor ai quando foi de madrugada apertou mais ai eu esperei de manh e como o m dico falou que tinha que ficar mais forte que a dor tava muito fraca mas agora de manh cedo eu n o tava aguentando
39. O POR ESSE MOTIVO Ap ndice 250 Je eu n o estou ag entando mais ficar indo pra um monte de hospital ficar pra cima e pra baixo e n o saber o que esta acontecendo na gota a primeira vez mas nos outros hospitais j foi mais de 10 vezes j nossa E9 n o resolveu nada nenhuma vez nem a outra e a agora eu vim aqui a quarta vez j E duro ficar vindo e voltando E9 eles n o querem fazer nada s me deixam aqui esperando s deus sabe se vai nascer ou se n o vai entendeu e acontecer ou desse nen n o nascer ou de nascer com algum problema eu vou processar o hospital porque eles sabem da minha situa o e n o fazem nada E9 4 RELATA INSATISFA O COM AS VARIAS VEZES QUE PROCUROU O HOSPITAL E UBS SEM QUE O SEU PROBLEMA FOSSE RESOLVIDO N o vejo a hora de ver meu nen de todo mundo nasce s o meu que n o nasce das minhas colegas que t o gr vidas la do posto todos j nasceram s o meu que n o at a mo a que trabalha la no mercado falou o loco a sua mulher que engravidou primeiro do que eu eu ganho agora em julho e da sua mulher ainda n o nasceu o louco isso me deixa angustiada ta todo mundo na expectativa a fam lia inteira n o v a hora E9 7 REALIZA COMPARA O COM AS COLEGAS GRAVIDAS QUE J TIVERAM SEUS FILHOS E RELATA ANGUSTIA QUANDO AS PESSOAS QUESTIONAM A DEMORA DO NASCIMENTO pelo menos tem um seguro n
40. RELATA QUE PODE HAVER A RUPTURA ESPONTANEA DA BOLSA DAS AGUAS E ESSAS SITUA ES A DEIXA COM MEDO DE FICAR SOZINHA Eu n o queria voltar pra casa eu queria ganhar 4 RETRATA O DESEJO DE FICAR INTERNADA DE NAO TER QUE VOLTAR PARA CASA SEM O DESFECHO DA GESTA O eu to com medo de chegar em casa e come ar a sentir dor de novo e ai ter que voltar ai eu n o quero vir e voltar se eu voltar eu quero voltar pra ganhar RELATA O MEDO E A INSATISFA O DAS INDAS E VINDAS A MATERNIDADE SEM O DESFECHO DA GESTA O minha m e ta na minha casa agora no final da gravidez ela ta ficando l eu tenho medo de ficar sozinha vai que me da dor forte vai que estoura minha bolsa ai melhor minha m e ficar comigo porque meu marido n o sabe nada 5 RELATA A MUDAN A NA ROTINA DA MAE QUE ESTA FICANDO EM SUA CASA DEVIDO AO SEU MEDO DE FICAR SOZINHA E QUE SUA PREFERENCIA PELA MAE SE DEVE AO FATO DE CONSIDERAR QUE O MARIDO NAO SABE NADA A RESPEITO DO TRABALHO DE PARTO ela vai comigo quando chegar a hora nessa hora a gente quer a m e n ela j teve parto j sabe RELATA QUE DESEJA A PRESEN A DA MAE NA HORA EM QUE ESTIVER REALMENTE EM TRABALHO DE PARTO POIS Ap ndice 188 COMO ELA JA TEVE FILHOS POSSUI MAIS CONHECIMENTO Minha m e fala que a barriga tem que baixar mais mas se sentir dor eu vou esperar ficar forte bem forte De qua
41. USAR ESSA ESTRAT GIA OU AT MESMO CHAMAR A POL CIA PARA QUE SEJA INTERNADA QUE TEME O PARTO EXTRA HOSPITALAR POR N O POSSUIR TELEFONE E O ORELHAO SER DISTANTE DE SUA CASA QUE IDENTIFICA O SAMU COMO PREPARADO PARA A ASSISTENCIA AO PARTO MAS AFIRMA QUE GOSTARIA QUE SEU FILHO NASCESSE NA MATERNIDADE QUE CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E RELATA QUE PODE SER DISPENSADA NOVAMENTE SE FOR PRECOCEMENTE QUE IMAGINA QUE O PARTO SER RAPIDO DEVIDO A HIST RIA CONTADA PELA SOGRA Ap ndice 217 QUE RELATA O MEDO DO MARIDO E A INFLUENCIA DA M DIA CAUSANDO PESADELOS SOBRE O PARTO DA ESPOSA QUE IDENTIFICA A SOGRA COMO SISTEMA DE APOIO POR ELA J TER TIDO PARTO NORMAL E RELATA MUDAN AS EM SUA ROTINA PARA ACOMPANHA LA QUE RELATA ANSIEDADE PELO NASCIMENTO E DEVIDO AOS DESCONFORTOS DO FINAL DA GESTA O QUE RELATA QUE IMAGINA COMO DEVE SER A DOR POIS FOI INFORMADA DO AUMENTO DA FREQUENCIA E INTENSIDADE QUE REFERE DIVERG NCIAS DE INFORMA O ENTRE O PR NATALISTA E EQUIPE DA MATERNIDADE AFIRMANDO QUE A DOR QUE SENTE COMO A DOR QUE O M DICO DO POSTO FALOU QUE ELA DEVERIA SENTIR PARA IR A MATERNIDADE QUE PREFERE N O QUER PERGUNTAR SOBRE O TRABALHO DE PARTO AS PESSOAS DO SEU CONVIVIO POIS AS DIVERG NCIAS DE OPINI O E CARACTER STICAS DAS HISTORIAS CONTADAS GERAM MEDO E PREOCUPA O QUE CONSIDERA QUE DEVE JULGAR
42. a eu deitei tava dando falta de ar a eu deitei e passou ai quando foi na segunda feira ai a dor aumentou e ai eu fiquei deitada e passou da eu falei ah eu n o vou se eu for l eu vou voltar a passou a ontem a dor piorou de ontem pra hoje piorou mais a eu vim aqui Ai uma dor que parece que ele ta querendo sair logo hoje eu nem levantei direito da cama uma dor no p da barriga que vai indo pras costas depois para a das costas n o para n o mas a do p da barriga d i rapidinho Ai eu falei pra minha m e que tava com dor desde ontem ai ela ia no meu quarto e falava assim ta piorando ta um pouquinho ai ela ia ia pra ver se tava doendo mais tal e a eu fiquei deitada A ela ia e voltava ia perguntar se tava doendo ou n o at a hora que eu falei m e eu n o to mais ag entando era umas dez e pouco e a minha m e falou n o adianta a gente sair correndo o nen n o vai nascer agora ai ela pegou e chamou o samu a ela chamou o samu e n s viemos Do jeito que minha v falou vai ser tudo bem que ela falou que seria tudo bem ela sonhou comigo tendo um parto que foi tudo bem ela falou que ia ser bem e depois disso eu comecei a sentir dor e a minha av falou batata ela sonha e acontece e depois que ela me falou do sonho eu comecei a sentir dor E porque ela fala a dor uma c lica s que uma c lica forte e eu como j tinha c lica e ficava de cama ent o eu falei assim ach
43. a avalia o correspondente est o enraizados no seu passado na hist ria singular de sua vida Em terceiro lugar Schutz ocupou se dos meios atrav s dos quais um indiv duo se orienta nas situa es da vida da experi ncia que armazenou e do estoque de conhecimento que tem a m o Ele n o pode interpretar suas experi ncias e observa es definir a situa o em que se encontra fazer planos nem para os pr ximos minutos sem consultar seu pr prio estoque de conhecimentos O mundo no qual a gestante age aquele que inclui as coisas f sicas seu corpo seus sentimentos e oferece resist ncias que exigem esfor os para super las nesse mundo projetam se tarefas e criam se possibilidades tanto quanto obst culos para se alcan ar os seus prop sitos Esse o mundo da realidade iminente aquele no qual tem origem a ansiedade fundamental do humano Nele temos um interesse pr tico a fun o seletiva de nosso interesse organiza esse mundo quanto a espa o e tempo Reconhecer o trabalho de parto ap s momentos de d vida e reflex o foi resultado da perman ncia ou progress o da dor mesmo ap s as estrat gias de enfrentamento que as gestantes buscaram em sua bagagem de conhecimentos adquiridos mas que n o foram suficientes para al vio da percep o dolorosa Entre essas tentativas o repouso recursos de hidroterapia e at mesmo medica es foram realizados para se alcan ar esse prop sito como se segue
44. a minha irm ontem a minha irm hoje n o teria a filha dela E eu ontem fiquei pensando nisso ontem e a eu falei ah eu vou Acho que a hora certa quando a dor ficar muito forte muito muito forte tipo det em 1 minuto acho que na hora que dar a dor bem forte ou quando romper a bolsa como o m dico disse porque eu acho que o melhor sinal quando rompe a bolsa porque a voc sabe n voc sabe que se voce viu Ap ndice 220 a bolsa rompendo voce sabe que ja ta na hora de ganhar n que ningu m vai te mandar embora n a certeza que vc vai voltar com seu filho n porque voc fica na expectativa n voce e todo mundo que ta l n te esperando n Ai todo mundo que viu a ambul ncia chegando vai falar U Miquele u n o foi ganhar Hoje vc n o tava com dor E acha que eu vim passear aqui em Mar lia E o irm ozinho o kelvin ele sabe que eu vim ganhar o irm ozinho e agora eu chego sem ele n eu falei pra ele quando eu tava saindo de casa eu falei pra ele assim 6 filho a mam e vai buscar seu irm ozinho pra ele ficar pra ele ficar bonzinho E agora o que eu vou falar pra ele a mam e mentiu n o vai mais trazer o irm ozinho ele vai choro ele vai ficar perguntando ele tem dois aninhos mas ele bem precoce ele bem inteligente ele Ent o eu fico assim pensando nele choro Ele quer muito esse irm ozinho Agora esperar n fazer o que n o vou come ar a chorar n N o vou c
45. a dor fosse o motivo que conduziu a sua a o social A tens o de consci ncia pr pria a cada esfera varia em fun o do interesse que damos vida ou da aten o a vida Assim por exemplo na esfera da vida pr tica o estar plenamente desperto e atento para as exig ncias concretas e pr ticas delimitando o setor do mundo que pragmaticamente conveniente para n s Schutz designa pelo termo relevance a import ncia relativa que os objetos ou os contextos t m para o sujeito o interesse maior ou menor que o sujeito d a esses contextos de objetos Em outras palavras este termo designa uma rela o entre os objetos que se apresentam ao meu eu assim como o pr prio eu em vista dos designios deste eu Por meio dos discursos apreendi que a forma como o trabalho de parto vivido fruto da hist ria emocional da parturiente do modo como a gesta o foi vivida dos seus relacionamentos interpessoais da aten o dispensada no pr natal al m dos aspectos culturais da sociedade em que ela est inserida Cada mulher vivencia esse processo de forma diferente intera o dos fatores emocionais fisiol gicos e sociais o que garante o car ter individual do momento da identifica o do trabalho de parto Categorias Concretas do vivido 100 Assim como na literatura pesquisada a dor e todas as suas variadas descri es se apresentou como um dos primeiros acontecimentos que fizeram a mulher resgatar seus conhec
46. acontecer quando duas ou mais pessoas compartilham a mesma comunidade de espa o e tempo nela que pode se dar a maior parte de meu interc mbio social junto aos meus contempor neos onde pode haver a compreens o genu na entre os sujeitos Para tanto h de haver uma dire o do eu para o tu e vice versa carecendo de interesse envolvimento trocas Tem que haver o n s ter consci ncia da presen a do outro Contr rio a isso transformo o outro em an nimo Nesse sentido Schutz denominou de nossos semelhantes as pessoas com que temos tivemos ou teremos interc mbio face a face que fazem parte de nossa experi ncia direta presente passada ou potencial Contempor neas s o as pessoas que coexistem conosco no tempo mas que n o temos qualquer relacionamento direto Compartilhar o mesmo espa o e tempo com uma pessoa mostra me como ela realmente nada mais isso implica em uma genu na simultaneidade de nossas correntes de consci ncia em uma rela o de n s pois em uma rela o de n s digo que meu semelhante est presente corporalmente posso captar sua vida consciente em maior n mero de sinais CONDUTA MOTIVACIONAL Os interesses das pessoas v m ao encontro da relev ncia motivacional predominantes num determinado momento e situa o Essa relev ncia motivacional imposta quando a pessoa tem de atentar para certos elementos da situa o de modo a compreend los ou surge es
47. ainda o consumo do tempo do pessoal hospitalar muitas vezes refletindo na qualidade da assist ncia prestada tanto as parturientes j internadas bem como as gestantes que est o buscando atendimento Assim a procura precoce da maternidade pelas gestantes aumenta a demanda de atendimento e provoca sobrecarga para o pessoal que as atende Este fator em geral leva a uma assist ncia despersonalizada e desumanizada porque na maioria das institui es comum o mesmo Categorias Concretas do vivido 149 profissional ficar responsavel pela assist ncia a parturiente no centro obst trico e pelo atendimento a gestante na sala de admiss o Para determinar quais as preocupa es mais relevantes das mulheres durante a gravidez 200 mulheres suecas foram questionadas atrav s de um instrumento criado pelos autores dando conta que as suas maiores preocupa es se relacionavam com a gravidez centrando se na sa de do beb no parto e na possibilidade de um aborto s depois se seguiam os problemas financeiros Uma preocupa o adicional n o prevista pelos autores dizia respeito aos servi os de sa de isto quest es como a sobrelota o do hospital ou o fato da equipe m dica ter muito trabalho Poucas mulheres se preocupavam com a sua rela o com o parceiro ou se este iria estar presente no momento do parto Entre as mulheres que dependem do SUS ser admitida em trabalho de parto em uma maternidade equivale a resolver o
48. avaliadas pelos profissionais A a o humana segundo Schutz planejada a partir de um projeto que se prop e realizar Esta a o pode ser explicada se levarmos em conta os motivos por causa de e os motivos em vista de Os primeiros se prendem ao passado sedimentado ou seja situa o em que o agente j possui sua bagagem de conhecimentos dispon veis gostos inclina es prefer ncias preconceitos e que ir o determinar o projeto os segundos se referem ao estado de coisas a ser estabelecido ao fim a atingir ao projeto a realizar e a vontade de faz lo ao flat que desencadeia a a o Enquanto a a o est em curso o ator s tem em vista o motivo em vista de Estes motivos s o eminentemente subjetivos ao passo que a categoria dos motivos por causa de s o acess veis ao observador por reconstru o a partir da a o j realizada A dor em regi o de baixo ventre durante a minha experi ncia de trabalho na triagem obst trica da Maternidade foi consideravelmente a maior causa de busca pela assist ncia em n vel terci rio de aten o Em uma pesquisa cujo objetivo foi conhecer as expectativas e percep es das mulheres em rela o ao atendimento hospitalar parturi o os motivos que mobilizam as mulheres a buscarem a Emerg ncia Obst trica e que foram caracterizados como sinais sintomas do per odo premonit rio da parturi o s o nessa ordem as contra es e as perdas vaginais bolsa rota
49. barriga e ela come a a ficar dura assim 6 e a vai aumentando aumentando a dor ave E5 As sensa es f sicas e as transforma es em curso est o carregadas muitas vezes principalmente para as primi parturientes de ansiedade e medo do porvir Mesmo a separa o da m e e o beb tarefa psicol gica est marcada pela sensa o de medo do desconhecido pois o momento de conhecer aquele beb e saber como a vida vai ser depois da 112 sua chegada Essas tens es emocionais expressam se fisicamente Categorias Concretas do vivido 99 quando propiciam contra es da musculatura em geral e sobretudo da regi o p lvica desfavorecendo o relaxamento necess rio para que o processo de abertura da pelve e do tero sejam suavemente progressivos e melhor tolerados pela mulher Os espasmos que adv m das tens es musculares tendem a tornar esse processo de expans o doloroso 6 O medo da dor do parto foi observado em muitos estudos como um dos prov veis componentes da ansiedade referida apresentando alta correla o com as dores reportadas por muitas mulheres durante o primeiro est gio do trabalho de parto Assim concordo com o referido autor pois a maioria das entrevistadas eram nuliparas no exame obst trico n o apresentavam contra es efetivas fazendo nos crer que a tens o emocional por que passaram nesse momento pode realmente t las feito sentir as dores intensas que foram referidas fazendo com que
50. chamado oportunizado pelo mercado de trabalho adentrei no mundo da assist ncia ao parto quando fui contratada pela Associa o Feminina de Mar lia Maternidade e Gota de Leite ao mesmo tempo em que cursava a Especializa o em Enfermagem Obst trica na Universidade do Sagrado Cora o em Bauru A experi ncia em trabalhar em uma maternidade de baixo risco al m da oportunidade de aprendizado das pr ticas obst tricas mostrou me uma realidade triste pois muitas mulheres encerram as consultas do pr natal sem terem sido preparadas para vivenciar o parto como uma experi ncia gratificante portanto desconhecem sua participa o ativa na hora de dar a luz O excesso de trabalho aliado ao quadro restrito de profissionais no plant o n o permitiam que as lacunas do pr natal fossem contempladas e o momento tamb m n o era prop cio para que as mulheres apreendessem que o processo fisiol gico poderia ser permeado por d vidas ang stias e incertezas Da uma assist ncia fragmentada com resultado pouco satisfat rio e vivencias que a partir daquele momento fariam parte da bagagem cultural da mulher sobre o processo de parturi o uma hist ria interiorizada perpetuada de gera o a gera o que ser repassada principalmente pela comunica o oral Essa realidade vivenciada pelas mulheres refletem a submiss o a que ficam expostas na parturi o Neste processo as mulheres ficam condicionadas e desconhecem o funcioname
51. da equipe proporcionar a elas maior tranquilidade diante da emin ncia do parto e maior seguran a diante dos procedimentos por considerarem a equipe como preparada em uma rela o de n s com um objetivo comum que o nascimento do filho saud vel Com isso questionam a volta para a casa e procuram motivos que justifiquem as SUAS necessidades de interna o As mulheres desejam ser internadas e acolhidas a partir dos primeiros sinais e sintomas de parturi o pois acreditam que a se encerra o per odo gestacional e inicia se o momento t o esperado e ao mesmo tempo temido Isso faz com que procurem o hospital buscando a seguran a projetada pelo profissional de sa de pois consideram o processo de parturi o como uma patologia que necessita de interven o m dica que para elas reflete a necessidade imediata de interna o Neste mundo de senso comum os atores gestantes fam lia profissionais do servi o m vel de emerg ncia e profissionais da institui o ocupam o cen rio como uma realidade de vida cotidiana n o como um mundo privado mas sim compartilhado com outros homens desde o come o um mundo intersubjetivo Neste cen rio os atores vivenciam o evento de atuarem situarem e interpretarem suas a es munidas de suas perspectivas bagagem de conhecimento e sua situa o biogr fica na atitude natural Diante da atitude natural as mulheres enfrentaram esta situa o lan ando m o da bagagem de conh
52. deslocar as vezes em hor rios noturnos tornam se para elas motivos para se dirigirem na busca da aten o ao parto Os servi os de sa de no Brasil concentram se nas capitais nas reas urbanas e nas zonas centrais em detrimento das zonas rurais das reas mais pobres e perif ricas determinando junto com outros fatores socioecon micos e culturais uma extrema desigualdade na distribui o e oferta dos servi os de sa de tendo como consequ ncia uma maior dificuldade no acesso aos mesmos O acesso dificultado aos servi os de sa de gera falhas na assist ncia m dica como demonstrado por diversos estudos sendo um dos mais cl ssicos o Black Report que mostrou a desigualdade na assist ncia m dica na Inglaterra al m da desigualdade no adoecer e morrer Um estudo feito com 6652 pu rperas atendidas no SUS por ocasi o do parto observou que 1 3 das pacientes busca assist ncia em mais de um hospital n o sendo raro pacientes peregrinarem por tr s ou mais unidades sendo que destas apenas 1 5 transferida de ambul ncia Vale apontar tamb m que al m de contribuir para a falta de confian a na equipe m dica e vis o negativa do parto pela m e a dificuldade em reconhecer o trabalho de parto pode acarretar em gastos desnecess rios para a institui o hospitalar resultantes da avalia o repetida do estado do trabalho de parto das mulheres em suas m ltiplas visitas Somado ao gasto de material da institui o h
53. desses coeficientes surge o programa PHPN Programa de Humaniza o do Pr natal e Nascimento que estabeleceu como princ pios que toda gestante tem direito ao acesso ao atendimento digno e de qualidade no decorrer da gesta o parto puerp rio acompanhamento pr natal adequado acesso maternidade no momento do parto assim como ao neonato de forma humanizada e segura Segundo este programa considera se que a mulher recebeu assist ncia pr natal completa se iniciou precocemente a aten o pr natal antes da 16 semana realizou pelo menos 06 consultas todos os exames preconizados foram realizados bem como a imuniza o e a consulta puerperal at o 42 dia Revis o da Literatura 30 A atua o pr natal tem como objetivos principais assegurar a evolu o normal da gravidez o bem estar materno fetal preparar a mulher em gesta o o companheiro e a fam lia para o parto o puerp rio e a lacta o e instrumentaliz los em rela o aos cuidados neste per odo bem como identificar o mais r pido poss vel as situa es de risco Procura se estimular comportamentos saud veis e evitar os de risco proporcionar o compartilhamento de conhecimentos e experi ncias sobre o processo vivido e espa os para expressar sentimentos e medos 9 28 A frequ ncia ideal das consultas pr natais de dez para nul paras sem complica es e de sete para mult paras sem risco gestacional sendo que a primeira cons
54. e indicado transporte por meios pr prios ou ambul ncia de simples remo o Score entre 5 e 7 indica USB e Score gt 7 UTI M VEL USA Quanto a frequ ncia das vezes em que compareceram Maternidade em falso trabalho de parto nos chama a aten o o fato de que somente a metade das entrevistadas compareceram pela primeira vez e 33 das entrevistadas estarem comparecendo pela terceira vez Ao serem dispensadas da maternidade todas tiveram garantida uma cardiotocografia e mais da metade delas foram medicadas com Buscopan A grande maioria estava sem nenhuma atividade muscular uterina no momento da triagem obst trica ou seja a din mica uterina negativa e ao toque o colo uterino estava imp rvio An lise do fen meno 79 6 2 An lises Idiogr fica e Nomot tica Foi feita a an lise idiogr fica buscando o que emergiu individualmente em cada depoimento procurando os motivos para e porque de cada uma delas Uma vez que encontrou se o comum em cada depoimento buscou se a subjetividade no coletivo quais as interrela es haviam entre as mulheres participantes do estudo e ent o foi elaborada a an lise nomot tica As etapas descritas anteriormente foram realizadas em cada um dos discursos possibilitando ao final chegar a an lise idiogr fica ou seja a an lise da ideologia que permeia as descri es individuais ing nuas do sujeito Para maior esclarecimento ao leitor disponibilizo em anexo o caminho percorrido para
55. e a toda minha fam lia mineira pelo apoio recebido e compreens o nas aus ncias As mulheres deste estudo que tanto colaboraram com seus depoimentos sem elas o trabalho n o seria poss vel toda equipe da Maternidade e Gota de Leite especialmente a Presidente D Virginea que me proporcionou grande crescimento profissional e contato com o mundo do partejar minha amiga e coordenadora de Enfermagem S lvia pelo respeito carinho e apoio fundamentais nessa trajet ria s recepcionistas da Gota pelo apoio na coleta de dados A prof Lais coordenadora do curso de enfermagem da Unimar que sempre esteve dispon vel para ajudar e me ouvir quando necessitei pelo apoio que possibilitou a constru o desse conhecimento Ao colega e agora mestre Lu s pela seguran a e respeito com que nos conduziu at Botucatu durante esses dois anos e s colegas de viagem Luciana e Ester pelas longas discuss es sobre as pol ticas de Sa de de Mar lia e outras conversas descontra das que fizeram com que essa caminhada se tornasse mais alegre e mais leve amiga Kelly que compartilhou comigo o in cio dessa caminhada pela conviv ncia e crescimento conjunto Aos colegas e docentes do Programa de Mestrado profissional de 2008 que participaram de alguma forma dessa constru o principalmente a Rosangela que com sua espontaneidade nos encheu de alegria e a Carla que compartilhou comigo a apreens o do m todo Aos meus coleg
56. e relacionamento social Nessa tica ao refletirem sobre seus motivos porque as mulheres participantes do estudo revelam uma riqueza de valores e cren as pessoais que foram transmitidos pelos seus predecessores constituindo desse modo sua bagagem de conhecimentos adquiridos em suas experi ncias vividas A presen a da dor ou o temor de sent la juntam se a uma grande variedade de sentimentos sensa es pensamentos emo es que s o a um s tempo mobilizados e mobilizadores do ato de procurar pelo servi o numa tentativa n o contemplada de institucionalizar se e garantir a seguran a que a rela o face a face com os profissionais proporciona O v nculo com esse profissional traz tranquilidade confian a e seguran a O reconhecimento dos sentimentos expectativas inseguran as e angustias vivenciadas pelas gestantes certamente pode ser minimizado por meio da intera o profissional cliente pois essa proporciona liberdade a mulher e permite um canal de express o importante Por diversas vezes nos depoimentos a figura do profissional representou o cuidado especializado aquele que gerou conforto e tranquilidade e pode atrav s da rela o face a face compartilhar essa viv ncia numa a o transformadora A rede de relacionamento social no mundo intersubjetivo influenciou essa mulher na sua decis o Para elas o nascimento de um filho percebido como um evento a ser compartilhado com a fam lia e vivido de modo n o sol
57. e sintomas do trabalho de parto um tipo de dificuldade vivenciada pelas gestantes que n o tem acesso a esse conhecimento durante o pr natal Esse um fator gerador de ang stia al m de provocar muitas idas e vindas maternidade Assim as mulheres referem que procuram o hospital por n o saberem o que v o sentir e nem como identificar a hora precisa de se encaminharem maternidade 1 21 33 31 58 identificaram o desconhecimento do inicio do Varios estudos trabalho de parto como fator gerador de estress e inseguran a o que vem de encontro com os achados desta pesquisa Pesquisa realizada em 2004 sobre a peregrina o anteparto no municipio do Rio de Janeiro revela que 28 4 das mulheres que foram acompanhadas por estabelecimentos municipais e federais e 23 2 em estabelecimentos privados conveniados com o SUS militares estaduais e filantr picos n o tinham sido informadas pelo profissional que as atendeu no pr natal quanto aos sinais do parto Ao avaliar o conhecimento e expectativa de nul paras sobre o trabalho de parto um estudo de 2004 revela que as mulheres denotam dificuldade e Categorias Concretas do vivido 102 inseguranga quando solicitadas para precisar o momento em que se inicia o trabalho de parto no qual devem procurar a maternidade Quando questionadas sobre o que gostariam de saber a respeito do parto confessaram ter curiosidade sobre uma grande variedade de assuntos entre eles quero sab
58. em trabalho de parto j que se encerrava o dia em que estava marcado o nascimento de seu filho Conforme podemos observar essa situa o se perpetua resultante da falta de conhecimento dessa mulher sobre o trabalho de parto Neste contexto a experi ncia da parturi o gera sentimentos ambivalentes uma vez que se por um lado proporciona o momento t o esperado de ver o beb e saber que ele est bem por outro lado representado por medo e relacionado ao risco para m e e para o beb A morte fetal tardia a despeito de todo o avan o tecnol gico existente atualmente na rea m dica n o uma entidade rara Ocorre em porcentagem que varia de 0 6 a 1 2 das gestantes na segunda metade da gesta o A asfixia apontada como a principal causa de natimortalidade principalmente em crian as no final da gesta o A OMS estima que a asfixia ao nascer seja a causa direta de 21 das mortes neonatais e respons vel por 8 das mortes infantis no mundo Alguns trabalhos nacionais destacam as mortes por asfixia no contexto das taxas elevadas de mortalidade perinatal e neonatal por causas consideradas evit veis Categorias Concretas do vivido 108 concentram se em crian as com peso adequado ao nascer e apresentam grande potencial de redu o pelo adequado acompanhamento do trabalho de parto Em v rios depoimentos surgiu ainda que de forma impl cita o temor da S ndrome de aspira o meconial A incid ncia da elimi
59. eu to la na minha casa 6 fico desde cedo ate tarde meu marido chega s a noite fica o dia inteiro no servi o eu fico o dia inteiro sozinha e trancada com medo de se 13 RELATA MEDO DE DOR DE FORTE INTENSIDADE COMO A QUE J APRESENTOU POIS FICA O DIA TODO SOZINHA E Ap ndice 253 acontecer alguma coisa ai quem vai pular o muro quem vai abrir a porta pra mim N o tem ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui E9 TRANCADA EM CASA E TEME NAO TER ALGUEM PARA AJUDA LA Meu marido ta doido at perdendo o servi o porque ele ta vindo comigo n o tem ningu m pra ficar vindo comigo todo mundo da minha fam lia trabalha todo mundo da fam lia dele trabalha s tem ele E9 N o vejo a hora logo quero que ele nasce logo quero voltar a trabalhar logo porque uma pessoa s trabalhando n o da muito custo E9 Meu marido ta doido at perdendo o servi o ele ta doido ele referindo a fala do marido to com medo que aconte a alguma coisa com meu filho eu prefiro perder o servi o do que acontecer alguma coisa com ele E9 14 RELATA A ANSIEDADE DO MARIDO PELO NASCIMENTO E A MUDANGA DE SUA ROTINA DE TRABALHO PARA ACOMPANHA LA AS CONSULTAS POIS COMO RELATA E MELHOR PERDER O EMPREGO DO QUE O FILHO E o pessoal falou pra ele marido vai atr s e v o que ta acontecendo com sua mulher porque perigoso pra ela e pro bebe os pr prios amigos dele do servi o
60. face com os profissionais que atuam na institui o estabelecendo uma rela o social que intersubjetiva de motivos A mulher percebe o profissional como este tamb m a percebe e ao compartilharem a experi ncia mostram se como de fato s o estabelecendo se desta forma uma rela o completa de significados Neste sentido as experi ncias das mulheres e dos profissionais est o ao alcance um do outro Sujeitos que est o ao alcance da experi ncia um do outro est o na situa o face a face com reciprocidade de inten es O profissional citado pela paciente o que lhe confere uma identidade um v nculo excluindo uma rela o an nima Revela uma situa o na qual h algu m dispon vel para estar com eles numa rela o social e portanto intersubjetiva O m dico do posto mesmo falou sua barriga j ta baixa n o vai chegar nem no dia 11 que ia nascer antes E8 Categorias Concretas do vivido 136 al fui no hospital e ai chegou l o m dico nem me examinou nada nem relou a m o em mim a me mandou pra c E6 Eu fui no posto com a minha mde a eu falei com a enfermeira chefe ela chamou o m dico porque n o tinha mais consulta e ele foi La pegou olhou minha barriga escutou o bebe e falou que eu tinha que vir pro hospital E2 A fala acima revela claramente a instala o de uma rela o de significados onde a pessoa profissional existe para a gestante e importa
61. falei fica ai ent o minha sogra j sabe como que n homem n o entende das coisas ela j teve parto normal ela sabe ela fala pra eu ficar aqui que n o quer que eu fique sozinha eu n o tenho telefone o orelh o fica umas duas quadras de casa at eu chegar l andando o nen j nasceu j pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus eu prefiro ficar aqui A preocupa o grande mais mais a dor o m dico falou assim que quando der a dor bem forte bem forte forte vai nascer Ai parece que ta demorando tanto uma agonia essa agonia ta aumentando n o passa parece que j ta na hora o m dico do posto falou pra eu ter calma que era assim mesmo ele explicou que era uma dor que vinha das costas e essa Ap ndice 208 dor que eu to sentindo mas eu penso se essa dor eu tenho que ir e a chega aqui n o fica internada ai eu vou embora A eu fico agoniada minha sogra fica agoniada o Junior fica agoniado e a dor parece que fica pior ainda Acho que eu vou ter que ficar gritando chegar aqui fazendo esc ndalo a eles me internam Aquela mo a que chegou junto comigo tava tranquila ainda enquanto a m e dela ia fazendo a ficha dando os dados dela ai quando ela chamaram o nome dela ela come ou a chorar ficar com dor ai eles internam ela ta a 6 ta internada ent o ser que eu vou ter que fazer esc ndalo pra eles me internar Eu to cansada j faz 15 dias meus p
62. falei n o eu quero ficar Ai ele falou fica ai ate de manh cedo isso j era umas meia noite e meia se voc n o ficar n o entrar em trabalho de parto amanh eu te mando embora REFERE QUE O M DICO AFIRMOU QUE ELA PODIA IR EMBORA MAS PREFERIU TOMAR A DECIS O DE FICAR EM OBSERVA O PARA VER SE ENTRAVA EM TRABALHO a eu tenho que esperar n romper a bolsa dar mais dor n Acho que a hora certa quando a dor ficar muito forte muito muito forte tipo del em 1 minuto acho que na hora que dar a dor bem forte ou quando romper a bolsa como o m dico disse ai ele falou assim caso a bolsa rompe ou tenho algum sangramento ai voc volta 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE E FREQUENCIA DAS CONTRA ES UTERINAS OU OCORRER RUPTURA DA BOLSA OU SANGRAMENTO PARA VOLTAR A MATERNIDADE o cora ozinho do bebe ta batendo forte n ta timo ta normal batendo certinho bonitinho eles falaram que ele ta bem agora vou ter que espera n RELATA TRANQUILIDADE PARA ESPERAR APOS TER A VITALIDADE FETAL AVALIADA porque eu acho que o melhor sinal quando rompe a bolsa porque a voc sabe n voc sabe que se voce viu a bolsa rompendo voce sabe que j ta na hora de ganhar n que ningu m vai te mandar embora n a certeza que vc vai voltar com seu filho n RELATA QUE A RUPTURA DA BOLSA O MELHOR SINAL PARA TER CERTEZA DE QUE FI
63. frente viv ncia da dor de parto pela mulher Rev T c Cient Enferm 2003 1 1 31 6 120 Lopes RCS Donelli TS Lima amp Cesar CM Piccinini A O antes e o depois expectativas e experi ncias de m es sobre o parto Psicol Reflex Crit 2005 18 2 247 54 121 Kubli F Muerte fetal intrauterina en la segunda mitad del embarazo In Kaser O Ginecologia y obstetricia Barcelona Salvat 1974 p 115 122 Madi JM Morais EN Locatelli E Madi SRC Rombaldi RI S ndrome de aspira o do mec nio an lise de resultados obst tricos e perinatais Rev Br s Ginecol Obstet 2003 25 2 123 8 123 Lansky S Fran a E Leal MC Mortalidade perinatal e evitabilidade revisao da literatura Rev Saude Publica 2002 36 6 759 72 124 Hotimsky SN Rattner D Venancio SI Bogus CM Miranda MM O parto como eu vejo ou como eu desejo Expectativas de gestantes usu rias do SUS acerca do parto e da assist ncia obst trica Cad Sa de P blica 2002 18 1303 11 125 Lansky S Fran a E Cesar CC Monteiro Neto LC Leal MC Mortes perinatais e avalia o da assist ncia ao parto em maternidades do Sistema Unico de Sa de em Belo Horizonte Minas Gerais Brasil 1999 Cad Sa de P blica 2006 22 1 117 30 Refer ncias 176 126 Evora YDM Trevizan MA Favero NE Nakao JRS Estudo analitico das atividades da enfermeira em um ambulat rio de assist ncia pr natal Rev Paul Hosp 1987 35 10 12 179 84 127 Souza MHN Souza IEO Tocantin
64. inteiro sozinha e trancada com medo de se acontecer alguma coisa ai quem vai pular o muro quem vai abrir a porta pra mim N o tem ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui E9 Percebo nas falas acima que a inseguran a ainda predomina e o car ter emergencial incapacitante da dor do parto utilizado como forma de garantir o apoio e prote o a que buscam Embora natural o fen meno do parto configura se em uma esp cie de emerg ncia na medida em que o momento de ocorr ncia n o pode ser perfeitamente previsto e cujo processo uma vez deflagrado n o pode ser muito postergado com tend ncia a um aclive da sensa o dolorosa Por possu rem esse conhecimento ainda que de forma primitiva influenciadas pela m dia que retrata o parto como uma emerg ncia ruidosa enfatizando os gemidos o sofrimento e a pressa em se adquirir assist ncia poss vel captar nas falas Categorias Concretas do vivido 119 das gestantes o medo que sentem da ocorr ncia do parto extra hospitalar ou de um parto sem assist ncia A experi ncia da parturi o acompanhada por um certo grau de estress e desconforto principalmente durante o trabalho de parto Como ele o mais longo de todo o processo de parturi o a parturiente fica sujeita a um estress fisiol gico que em condi es normais pode ser bem tolerado pelo organismo Essa inseguran a representada nas falas onde se explicita o temor ao parto extra hospitalar bem com
65. interna o esperada mostram se inseguras e abandonadas al m de insatisfeitas e desconfiadas da capacidade t cnica dos profissionais o que as leva a expressarem seu sofrimento de modo escandaloso como gemer muito durante as contra es para serem consideradas e acolhidas o que muitas vezes suficiente para conseguirem a interna o Para Schutz na atitude natural n o atuo somente dentro de uma hierarquia biograficamente determinada de planos pelo contr rio vejo tamb m as consequ ncias t picas de meus atos que s o apreendidas como t picos e me insiro em uma estrutura de incompatibilidade que vivida como bvia temporal e pr pria dos antepassados semelhantes e sucessores Muitas vezes a atitude prescritiva e impositiva dos profissionais e portanto n o educativa n o consegue convencer as mulheres de que os sinais sintomas e preocupa es que apresentam n o s o suficientes para justificar a interna o expondo as a sentimentos e sensa es dolorosas exacerbadas levando p nico a si e seu marido al m de gerar gastos extras Diante da atitude de simular o trabalho de parto a fala expressa Categorias Concretas do vivido 127 e a chega aqui n o fica internada a eu vou embora A eu fico agoniada minha sogra fica agoniada o Junior fica agoniado e a dor parece que fica pior ainda Acho que eu vou ter que ficar gritando chegar aqui fazendo esc ndalo a eles me internam Aquela
66. l quido ai eu volto mas s se a contra o aumentar bastante A eu vou chamar a P rola risos Porque ela t o calma ela n o me assusta agora meu marido ele me faz at chorar ele fica voc t com dor O nen n o ta nascendo n o ele fica assim t o desesperado e eu tamb m fico t o desesperada assim que eu at choro ai eu falo pra ele vai e chama a P rola Tipo assim eles falam assim pra mim vai a hora que tiver pra nascer tal mas ai eu falo assim e se eu n o tiver muita dor tem gente que tem parto sem dor tem mulher que n o tem minha m e fala que n o sentiu dor no parto do meu irm o ela ganhou aqui e se eu fico esperando e n o tenho dor e o nen nasce tipo em casa na rua ent o eu penso assim eu n o vou esperar acontecer alguma coisa com meu filho pra mim vir No curso elas falaram assim que tem que vir quando tiver com contra o uma atr s da outra tipo de tr s em tr s minutos tipo eles falaram da hora do parto dos sinais n o meu medo porque eu n o gosto do hospital e a Perola tando comigo eu fico mais tranquila na hora do parto ela nao vai poder fazer muita coisa eu e Deus mas depois pra cuidar do bebe saber que hora tem que amamentar Se n o fosse a Perola minha sogra n o ajuda em nada minhas irm s tamb m n o v o l se n o fosse ela eu ia acreditar em tudo que me falavam mas com a P rola diferente eu pergunto tudo pra ela Ap ndice 198 ela me conta tudo
67. mas poder proporcionar um melhor conhecimento a respeito do assunto em estudo que poder beneficiar outras gestantes Informo que o Sra tem a garantia de acesso em qualquer etapa do estudo sobre qualquer esclarecimento de eventuais d vidas Tamb m garantida a liberdade da retirada de seu consentimento a qualquer momento e o senhora pode deixar de participar do estudo sem qualquer preju zo no atendimento atual e futuro em nossa institui o Garanto que as informa es obtidas ser o analisadas em conjunto com outras pacientes n o sendo divulgado a identifica o de nenhum dos participantes A senhora tem o direito de conhecer os resultados parciais e finais da pesquisa e caso seja solicitado darei todas as informa es que a senhora quiser saber N o existir o despesas ou compensa es pessoais para nenhum participante em qualquer fase do estudo e tamb m n o h compensa o financeira relacionada sua participa o Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados dever o ser apresentados por meio de artigos cient ficos em revistas especializadas e ou em encontros cient ficos e congressos sem nunca tornar poss vel sua identifica o Anexo est o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso n o tenha ficado qualquer d vida que ser realizado em duas vias para que a senhora possa ficar com uma delas Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Anexos
68. mo a que chegou junto comigo tava tranquila ainda enquanto a m e dela ia fazendo a ficha dando os dados dela ai quando chamaram o nome dela ela come ou a chorar ficar com dor ai eles internam ela ta a ta internada ent o ser que eu vou ter que fazer esc ndalo pra eles me internar E5 Wagner descreve que a atitude natural ajuda o homem a atuar no mundo vida com uma postura que reconhece os fatos objetivos as condi es para as a es de acordo com os objetos volta Al m de todo o desgaste f sico e mental a que a gestante exposta a peregrina o ocasiona problemas financeiros importante que isso seja considerado visto que a maioria das usu rias deste hospital escola s o atendidas pelo Sistema nico de Sa de e possuem reduzida condi o financeira A dist ncia entre o domic lio das gestantes e o hospital provoca inseguran a por exigir tempo para deslocamento Al m disso h locais da cidade em que o transporte escasso principalmente noite Isso faz com que muitas mulheres n o retornem a sua casa e permane am deambulando nas imedia es ou dentro do hospital com desconforto pela falta de acolhimento institucional Je eu n o estou ag entando mais ficar indo pra um monte de hospital ficar pra cima e pra baixo e n o saber o que esta acontecendo na gota a primeira vez mas nos outros hospitais j foi mais de 10 vezes j nossa E9 Categorias Concretas do
69. na cabe a pra n o ficar pensando ai ser que vai ser assim ser que n o e tal REFERE QUE DEVE JULGAR A NECESSIDADE DE PROCURAR O SERVI O E QUE PREFERE NAO PEDIR MAIS A OPINI O DE OUTRAS PESSOAS PARA NAO FICAR MAIS CONFUSA ele explicou que era uma dor que vinha das costas e essa dor que eu to sentindo mas eu penso se essa dor eu tenho que ir e a chega aqui n o fica internada a eu vou embora Ela sograjn o sabia direito RELATA A DIFICULDADE DE IDENTIFICAR O MOMENTO DO TRABALHO DE PARTO E MEDO DE NAO IDENTIFICAR E NAO DAR TEMPO E CITA A HIST RIA CONTADA PELA SOGRA QUE POR NAO SABER IDENTIFICAR O Ap ndice 215 como era a dor e ai ela ficou esperando e quase que nasceu em casa ela nao conhecia nao sabia como era e ai ela ficou esperando piorar piorar e ai quando foi quase que nao da tempo TRABALHO DE PARTO QUASE PARIU EM CASA Ai meu marido falou assim entao vai mas v se nao volta de novo hein A eu fico agoniada minha sogra fica agoniada o Junior fica agoniado e a dor parece que fica pior ainda DESCREVE A EXPECTATIVA E PRESS O DA FAM LIA PARA PROCURAR A MATERNIDADE E SER INTERNADA E AFIRMA QUE ESSA SITUA O A DEIXA AGONIADA E AUMENTA A DOR Quando eu tinha c lica assim c lica de menstrua o eu ficava quietinha me torcendo n o conseguia nem falar com ningu m imagina essa dor mais forte Se aquel
70. novo e todo dia assim RELATA QUE O MARIDO TEM FICADO COM O CARRO EMPRESTADO DO CUNHADO PORQUE QUER LEVALA A MATERNIDADE SE O TRABALHO DE PARTO SE INICIAR DURANTE A NOITE E REFERE MUDAN A NA ROTINA DIARIA DO MARIDO QUE BUSCA A NOITE E DEVOLVE O CARRO PELA MANHA TODOS OS DIAS DEVIDO A EMINENCIA DE TRABALHO DE PARTO ele fala assim voc quer que eu vou l chamar a P rola Qualquer coisa ele chama ela e a Perola j esta acompanhando tudo n a gravidez ent o ele fica chamando ela e ai quando ele saiu eu liguei pra ela se a contra o aumentar bastante A eu vou chamar a P rola REFERE QUE O MARIDO QUERIA CHAMAR A AMIGA PARA SABER SE DEVIA PROCURAR A MATERNIDADE E IDENTIFICA A COMO SISTEMA DE APOIO E FONTE DE SEGURAN A Ap ndice 203 risos Porque ela tao calma ela n o me assusta o meu medo porque eu nao gosto do hospital e a Perola tando comigo eu fico mais tranquila Se n o fosse a Perola minha sogra n o ajuda em nada minhas irm s tamb m n o v o l se n o fosse ela eu ia acreditar em tudo que me falavam mas com a P rola diferente eu pergunto tudo pra ela ela me conta tudo assim Porque ela amiga t o calma ela n o me assusta e eu tamb m fico t o desesperada assim que eu at choro ai eu falo pra ele vai e chama a P rola Eu vou embora vou esperar a dor fi
71. o queria ir embora n o e daqui a pouco ter que voltar o m dico falou que pode ser que eu volte ainda hoje ent o porque j n o me deixa aqui pra ganhar logo Depois eu vou pra casa e ai vai ser aquela correria pra chamar a ambul ncia de novo e eu to aqui vou pra casa com a mesma dor n o me deram nenhum rem dio e eu vou ter que voltar assim pra casa RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA POIS O M DICO AFIRMOU QUE ELA PODER VOLTAR AINDA HOJE E SE TIVER vai que eles demoram vai que QUE VOLTAR SER UMA CORRERIA DE NOVO 4 RELATA O MEDO DA Ap ndice 241 n o da tempo e o nen nasce antes n Antes assim nasce no caminho na casa deus me livre acho que eu morro nem pensar numa coisa dessas OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR E ASSOCIAO A COMPLICA ES COM O FETO E COM A M E Eu tenho medo n eu tenho medo que passa da hora j to com 40 semanas sei La que acontece alguma coisa com ela tipo ela engolir o l quido n que algumas crian as engolem quando estoura a bolsa n tipo aquelas crian as que passam da hora n RELATA O MEDO DA OCORRENCIA DE P S DATISMO POR J ESTAR COM 40 SEMANAS E ASSOCIA O A COMPLICA ES COM O FETO Tava marcado pra ela nascer hoje n eu achei que ia ficar n o sei fazer uma ces rea se eu n o tiver dilata o agora eu tenho que ir pra casa e ficar esperando o qu Se j era pra ela nascer hoje
72. o das coisas futuras que vir o O estoque de conhecimentos constitu do de e por atividades anteriores as nossas viv ncias A experi ncia em curso pode ser identificada com uma anterior que se repete ou com uma experi ncia anterior igual mas modificada ou ent o a experi ncia em curso aparece como estranha Categorias Concretas do vivido 131 O vivenciar da experi ncia do falso trabalho de parto as faz refletir e perceber a necessidade de uma mudan a a ser tomada para as condutas futuras eu s vou vir quando eu n o tiver nem como andar quero chegar aqui e ganhar tipo com muita contra o e se eu n o tiver dilata o ai eles v o ter que fazer uma cesarea E2 Jeu quero ir pra maternidade pra ganhar entendeu eu n o quero ficar 0 m dico falou assim que quando der a dor bem forte bem forte forte vai nascer entao eu vou embora vou ter que esperar n como eles falam essa dor aumentar E5 JMas agora eu vou esperar assim ficar bem forte n s venho quando eu n o tiver mais aguentando mesmo porque voc fica aqui entao eu quero ficar em casa o Maximo que eu ag entar jn o eu n o quero mais eu quero vir e ganhar Se eu conseguir eu vou ficar bastante em casa ai depois eu venho E7 se eu voltar eu quero voltar pra ganhar ai eu vou esperar a dor ficar forte muita dor muita dor mas se sentir dor eu vou esperar ficar forte bem forte E2 Ag
73. o desse estudo PA AGRADECIMENTOS A DEUS que me guiou deu for as para trilhar essa trajet ria me ajudou a perseverar nos momentos mais dif ceis iluminou meus caminhos mostrando alternativas e possibilidades que me deram maior tranquilidade e confian a para finalizar esse estudo Ele toda honra e gl ria Aos meus pais Giaxa e C lia presen a marcante em minha vida que sempre torceram por mim se angustiaram com minhas viagens me aconselharam me ensinaram o valor do estudo me apoiaram nos momentos de des nimo e se alegraram com meus progressos e conquistas Ao meu grande amor Caio por estar sempre ao meu lado e compartilhar minhas ang stias e alegrias durante esse processo Obrigada pela escuta pelo apoio e sobretudo pelo imenso carinho e amor que me oferecido Aos meus sobrinhos Michel Erick Felipe Henrique e Maria Fernanda que souberam compreender os momentos de impaci ncia e minha aus ncia em determinadas ocasi es Mesmo sem saber com suas alegrias e seus sorrisos me impulsionaram a essa conquista amenizando os momentos dif ceis s minhas irm s Michelle Glaucia e tamb m Claudia que sempre torceram pelo meu sucesso e acompanharam passo a passo o meu trilhar Aos meus av s Of lia L dia e D cio por revestirem minha exist ncia com amor carinho e dedica o e ao meu av At lio que encerrou a sua batalha justamente quando eu come ava a minha Aos meus sogros Marta e Roberto
74. o dilatou a eu to aqui at agora eles falaram que eu vou embora e sem dor aquela dor passou Eu dilatei um dedo s e to com esse dedo desde ontem desde ontem Eles falaram que era como que chama o tamp o Eu fui no posto com a minha m e a eu falei com a enfermeira chefe ela chamou o m dico porque n o tinha mais consulta e ele foi La pegou olhou minha barriga escutou o bebe e falou que eu tinha que vir pro hospital Ai eu fui pra minha casa arrumei minha bolsa ai minha m e chamou o samu e falou que eu tava com saindo l quido A eu vim Na hora que eu vi eu n o pensei nada eu chamei minha m e falei m e que isso ai ela falou assim ai Natalia voc ta dilatando e ela j sabe ai eu peguei e eu vim eu fiquei com medo ainda mais quando eu cheguei que tinha uma mulher ganhando nen gritando ai na hora eu falei eu vou embora eu vou embora vou embora m e vamos embora acho que ela tava ganhando aqui n estava bem perto e ela gritando gritando e eu queria sumir deste lugar Ai eu comecei a chorar eu chorava daqui e minha m e chorava de La Todo mundo fala da dor do parto que d i que a dor da morte que voc morre e nasce de novo todo mundo minha m e mesmo fala que uma dor que ela tem ate d de mim mas ela fala assim que depois vale a pena que depois que nasce acaba tudo a dor mas eu ainda tenho medo Por isso que eu quero fazer ces rea Eu n o tento nem imaginar como que sab
75. o e ocorr ncia do parto Na rela o social intersubjetiva de mulheres inseridas em um espa o comum de experi ncia a viv ncia do final da gesta o representa uma transforma o no seu fazer cotidiano seu comportamento e relacionamento social Ao refletirem seus motivos porque revelam uma riqueza de valores e cren as pessoais que constituem sua bagagem de conhecimentos adquiridos em suas experi ncias vividas A presen a da dor ou o temor de sent la mobilizam a a o de institucionalizar se garantindo a seguran a que a rela o face a face com os profissionais proporciona A rede de relacionamento social influenciou sua decis o bem como o inc modo causado pelas mudan as na rotina dos familiares para o suporte ao parto Evidenciam conflitos internos na decis o entre arcar com as consequ ncias da espera ou submeter se s idas e vindas tendo como pr mio a avalia o do bem estar do filho Objetivam o t rmino da gesta o representado pelo fim do per odo de medo dor incerteza depend ncia e imprevisibilidade A educa o para a parturi o e a assist ncia pr natal integral mostrou se fundamental nesse processo A sociologia fenomenol gica de Schutz evidenciou ser um recurso para compreender as a es e projetos das mulheres respondendo as indaga es do estudo PALAVRAS CHAVE trabalho de parto enfermagem obst trica Assist ncia obst trica Pesquisa qualitativa Fenomenologia social GIAXA TEP False lab
76. of the end of the gestation it represents a transformation in his to do daily his behaviour and social relationship While reflecting his motives because they reveal a wealth of values and personal beliefs that constitute his luggage of knowledges acquired in his experiences experienced in life The presence of the pain or the senti woolen fear mobilize the action of institucionalizar se when there is guaranteeing the security guard what the relation face to face with the professionals provides The net of social relationship influenced his decision as well as the nuisance caused by the changes in the routine of the relatives for the support to the childbirth They show internal conflicts up in the decision between dealing with the consequences of the wait or be subjecting to the comings and goings taking the evaluation of the good as a prize to be of the son They aim at the end of the gestation represented by the end of the period of fear pain uncertainty dependence and imprevisibilidade The education for the parturi o and the prenatal integral presence appeared basic in this process The sociology fenomenol gica of Schutz showed up to be a resource to understand the actions and projects of the women answering the investigations of the study KEY WORDS labor obstetric nursing Obstetric presence Qualitative inquiry Social Fenomenologia Lista de Ilustra es Quadras e Siglas Figura 1 Figura 2 Figura 3 Fi
77. ou cuidados estigmas resultantes dessas situa es gerando por sua vez medo e incertezas not rio que o momento do parto um processo vivenciado pela mulher de maneira particular pessoal o que demanda assim um atendimento personalizado da equipe de sa de Historicamente desde os primeiros tempos a gesta o nascimento e parto dos seres humanos sempre foram situa es de grande mobiliza o pessoal e social envoltos por tabus ritos e preconceitos apresentando grande significado e fasc nio j que se relacionavam continuidade da vida e perpetua o da esp cie Nos escritos de Tschrak e Susruta da medicina Hindu j se recomendava uma aten o especial a gestantes A pr tica milenar de prestar assist ncia mulher no per odo gestacional e ao rec m nascido foi exercida at o final do s culo passado basicamente por mulheres salvo em algumas comunidades ind genas em que os maridos ajudava Essas mulheres eram geralmente ancias que ao longo da vida foram adquirindo conhecimento e pr tica passando suas experi ncias para as mais jovens dando origem s parteiras que as atendiam em domic lio Revis o da Literatura 26 Com o surgimento da obstetricia como area acad mica ap s a metade do s culo XIX a assist ncia emp rica perde seu espa o ap s uma intensa disputa entre classe m dica e parteiras Nessa nova ordem a mulher passa ent o de sujeito da a o a objeto de estudo da n
78. perman ncia ou progress o da dor mesmo ap s as estrat gias de enfrentamento Por ter identificado a dor como sinal sintoma de trabalho de parto verdadeiro Por ter identificado a dor e perdas vaginais como An lise do fen meno 73 sinal sintoma de trabalho de parto verdadeiro Pela chegada da dpp data prov vel do parto medo do p s datismo associado a complica es fetais Pelo medo que sua decis o pela espera possa ser respons vel pelas complica es Pelo medo da ocorr ncia do parto extra hospitalar Pelo medo de sentir dor em casa Por n o saber identificar o trabalho de parto verdadeiro Pela divergencia de condutas e comportamento dos profissionais Por se sentir mais tranquila com a avalia o de bem estar fetal Por apresentar sinais sintomas diferentes do que j sentiu e ou foi informada Por se sentir mais segura tranquila com a assist ncia de profissionais da institui o Influenciada pelos profissionais pela busca da assist ncia obst trica Influenciada pela opini o de pessoas do seu conv vio familiares pela busca da assist ncia obst trica Influenciada pela cultura m dia misticismo Influenciada pela expectativa da fam lia pessoas do seu conv vio Pela depend ncia da estrutura p blica de comunica o e transporte Pela depend ncia dos sistemas de apoio mudan a na rotina dos sistemas de apoio na imin ncia de parto Pela fragilidade do sistema de apoio Devido aos desconfortos f sicos Pelo desejo da in
79. pro meu marido n porque ele fica desesperado e ai eu nem falo Da outra vez eu vim porque ele ficou falando vamos pra Gota j foi ligando pro meu cunhado pra emprestar o carro e eu falei nem ta na hora n o e ele nem quis saber ent o eu fiquei quieta de manha ponhei caf pra ele e ele falou assim que que voc tem eu falei nada n o to com um pouquinho de dor e ele j come ou assim porque voc n o me chamou a noite e tal o carro do meu cunhado ta ficando com ele a noite porque ele num quer ficar ligando n o ele que quer levar eu s chamo o samu quando ele n o ta E e de manh ele vai La e leva o carro pra ele a noite pega de novo e todo dia assim E porque ele me deixa mais nervosa igual da primeira vez eu puxei o arm rio ai eu comecei a ter contra o e ai ele falou ta vendo porque porque vc Ap ndice 197 pegou o armario que nao sei o que se acontecer alguma coisa com o nen a culpa minha entao eu nao falo nada pra ele porque ele fica mais desesperado do que eu ele fala assim voc quer que eu vou la chamar a P rola Qualquer coisa ele chama ela porque a m e dele tamb m desesperada n ela cheia de problemas e a Perola j esta acompanhando tudo n a gravidez ent o ele fica chamando ela Ai eu peguei e falei assim nem vou falar pra ele e ai quando ele saiu eu liguei pra ela Ai eu n o to t o ansiosa sabe acho que ele marido ta mais ansioso do que eu e ele que ta me deixan
80. que eu to sentindo esse aqui eu to sentindo dor dor dor e ele ta demorando pra nascer n REFERIU QUE OS SINAIS APRESENTADOS DIFEREM DO PARTO ANTERIOR QUANDO APRESENTOU CONTRA ES FORTES COMO A QUE ESTA SENTINDO SOMENTE NA HORA DO PERIODO EXPULSIVO o outro foi bem diferente n ele nasceu de 8 meses e a bolsa rompeu eu tava em casa ai eu fui no banheiro e na hora que eu fui fazer xixi escutei um barulho tipo assim de alguma coisa estourando sabe ai antes de eu fazer xixi ai hora que eu levantei a bolsa rompeu come ou a escorrer assim pela perna e n o era xixi eu sabia que RELATA A PROCURA PELA MATERNIDADE NO PARTO ANTERIOR DEVIDO A AMNIORREXE PREMATURA E DIZ NAO TER TIDO DIFICULDADE EM IDENTIFICAR A PERDA DE LIQUIDO E RELATA QUE O PARTO OCORREU RAPIDO AP S 2 HORAS E UMAS 2 FOR AS Ap ndice 224 n o era a eu vim me internaram era 3 e meia ai quando eu comecei a sentir dor mesmo uma dor mesmo forte era umas quatro e meia da manh ai quando foi umas cinco e meia era a hora que o nen ia nascer ai eu fui pra sala de parto e ele veio ao mundo rapidinho fiz duas for as tamb m ele era pequenininho tinha 2 kilos foi r pidinho s quando foi perto de ganhar mesmo que eu fui sentir dor ai eu cheguei aqui e a eles me examinaram e o m dico falou assim voc pode at ir embora mas eu achei melhor ficar n Ai eu
81. s ver se acontecer alguma coisa com minha filha quem vai se responsabilizar Agora eu vou ter que ir embora n esperar a ambul ncia acho que vai demorar fica aqui at amanh cedo n e depois vamos ver se aumenta essa dor acho que vai aumentar acho que n o passa de amanh n o eu quero muito que minha filha nasce logo ta todo mundo ansioso toda hora Ap ndice 239 algu m pergunta n o nasceu ainda E essa menina quando vai nascer E ai voc tem que ficar explicando que ainda n o nasceu eu sai de casa com a ambul ncia minhas vizinhas falaram ah bom parto boa hora e essas coisa assim agora eu volto pra La de novo e amanh tem que ficar dando explica es tal muito chato cada vez eu vou ficando mais ansiosa Eu vou esperar n a dor aumentar porque eles s v o me internar quando eu tiver morrendo n ent o eu vou ficar esperando e quando eu n o aguentar mais eu venho Mas agora eu s venho quando eu n o tiver aguentando mesmo porque eu n o volto mais pra casa sem a minha filha Mas eu tenho f em Nossa Senhora que at o fim dessa semana eu ganho ela amanh se Deus quiser eu to aqui com a minha filha Ap ndice 240 ENTREVISTA N 8 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDU AO Eu vim porque eu to com dor assim aqui nas costas que desce para o p da barriga 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DA DOR QUE INICIA NAS CO
82. s t o inchados minhas costas d i to agoniada cada dia fica pior Eu queria ficar aqui j porque se acontecer alguma coisa pelo menos se ficar aqui e acontecer alguma coisa tem gente pra ajudar n tem as enfermeiras tudo e l que eu fico sozinha o que eu vou fazer meu marido trabalha a sogra trabalha hoje ela teve que faltar do servi o pra vir aqui Mas eles n o querem n ent o eu vou embora vou ter que esperar n como eles falam essa dor aumentar Mas quando chegar dia 11 eu n o quero nem saber eu fico nem se eu precisar chamar a pol cia eles v o ter que fazer uma ces rea em mim Eu s quero saber quem vai ficar comigo se eu n o for ficar aqui da um risco pra mim e pro bebe o que eu vou fazer sozinha eu mudei ali faz pouco tempo n o conhe o os vizinhos nem sei como chamam o que eu vou fazer E melhor eu ficar aqui A minha sogra disse que quando ela teve o dela estourou a bolsa e saiu tipo uma gua que escorreu um l quido assim da perna dela e a nasceu o nen a bolsa estourou dentro de casa ela veio a deu tr s dor e ele nasceu Ela teve 3 partos antes mas foi tudo ces rea Ela n o sabia direito como era a dor e a ela ficou esperando e quase que nasceu em casa ela n o conhecia n o sabia como era e a ela ficou esperando piorar piorar e a quando foi quase que n o d tempo Agora que tem o SAmu melhor mas eu n o quero quero ficar aqui aqui tem gente que entende eu quero fica
83. sensa es e sentimentos conscientes e inconscientes Entre os medos conscientes est o medo da dor do parto que tem como principal fonte ideol gica a maldi o b blica quando Deus impingiu a Eva o castigo de parir com dor Essa uma representa o que permeia a constru o social do parto O relato das participantes corroboram esses apontamentos quando por exemplo afirmam que as experi ncias que a cercam a de que o parto uma experi ncia dif cil e dolorosa Todo mundo fala da dor do parto que d i que a dor da morte que voc morre e nasce de novo todo mundo minha m e mesmo fala que uma dor que ela tem at d de mim mas ela fala assim que depois vale a pena que depois que nasce acaba tudo a dor mas eu ainda tenho medo JEu n o tento nem imaginar como que sabe Por isso que eu quero fazer ces rea E2 Eu acho que na hora eu vou chorar porque eu to t o chorona meu marido fala mais assim comigo e eu j come o a chorar Eu acho que eu vou Categorias Concretas do vivido 159 chorar Eu quero mais normal do que ces rea e eu n o quero gritar mas eu acho que n o vou aguentar e vou chorar E4 A fala abaixo mostra a esperan a e a confian a em Deus destacando assim sua cren a religiosa servindo muitas vezes de apoio na sua situa o Jeu quero muito que ele nasce logo n f mas tenho que esperar a vontade de Deus n ele sabe qual o tempo qu
84. social e de postura moral e ideol gica Considerou ainda as experi ncias que o indiv duo armazenou e o estoque de conhecimentos que t m a m o sem os quais a pessoa n o pode interpretar suas experi ncias e observa es definir a situa o em que se encontra e estabelecer projetos de a o Schutz teve o cuidado de explicar que as experi ncias imediatas de outros surgem num ambiente de comunica o comum um ambiente situacional que duas ou mais pessoas compartilham podendo comunicar se uma com a outra Embora vivenciado de pontos de vista subjetivos diferentes esse ambiente interativo est carregado de objetos e eventos que s o percebidos por ambas Em consequ ncia o relacionamento de intera o e comunica o entre elas permite compreens o e consentimentos m tuo o que acontece na situa o comum vivenciado simultaneamente e em comum claro que a situa o el ptica tem dois enfoques subjetivos Cada uma das pessoas nela envolvida a vivencia de acordo com sua pr pria experi ncia da situa o da qual a outra uma parte Mas cada uma n o s vivencia a si pr prio na situa o mas vivencia tamb m o vivenciar da situa o pela outra pessoa Essa a experi ncia do N s na tese geral do alter ego O alter ego aquela corrente de consci ncia cujas atividades posso captar no seu presente atrav s das minhas pr prias atividades simult neas CATEGORIA 5 A BUSCA PELO T RMINO
85. subcategorias revelam que as gestantes pesquisadas vivenciam um momento de ang stias incertezas acerca do parto que se aproxima e buscam em suas falas justificar a procura pelo servi o de aten o obst trica antes do inicio do trabalho de parto Essa justificativa se revela tamb m quando expressam que o sentimento de d vida provoca nessas mulheres a sensa o de medo principalmente relacionado a complica es fetais Esse sentimento intensifica se na medida em que se aproxima a data prov vel do parto que para elas significa o limite dessa angustiante espera tipo acontecer alguma coisa com meu filho n o sei n o d pra explicar o medo de m e ai medo de perder o filho E6 Categorias Concretas do vivido 105 Eu nao ligo em ir pra casa que tipo assim tenho medo de acontecer alguma coisa com o nen n sabe porque a gente ouve cada historia n o povo me conta cada historia e ai a gente coloca tudo na cabe a Ah que o nen morre na hora do parto a mulher n o sei de quem morreu na hora do parto o nen e ela morreu sabe e ai ele j olha pra mim assim eu fico pensando ai meu deus j passei por cada uma mas eu num fico nem pensando E4 A express o do medo nas falas nos remete as id ias de Schutz quando a associa o do risco fetal feita por elas embasadas em vivencias de situa es em que o trabalho de parto n o ocorreu como o desejado por motivos cuja associa o remet
86. tamb m quando se d o in cio da separa o do beb um processo psicol gico importante para a mulher Importante grau de estresse ou desconforto vivenciado principalmente durante a evolu o do trabalho de parto Como ele o mais longo de todo o processo de parturi o a parturiente fica sujeita a um estresse fisiol gico que em condi es normais pode ser bem tolerado pelo organismo Ao se reportarem viv ncia da gravidez as mulheres acentuam a preval ncia do medo e ansiedade associados antecipa o do parto Embora a ansiedade seja um fator comum ao processo grav dico normoativo um elevado n mero de mulheres atinge valores que podem ser considerados de risco com claras implica es adversas na sa de e bem estar da m e e beb mesmo ap s o per odo gestacional Somado a isso o medo da dor do parto se apresenta como fator determinante para o aumento desses sentimentos pois sabemos que a dor uma experi ncia vivenciada em um determinado contexto sofrendo influencias psicol gicas biol gicas s cio econ micas e culturais pois pode ser influenciada pela sociedade em que a mulher est inserida 2 Estudos t m demonstrado que dentre as principais expectativas das mulheres em rela o ao trabalho de parto e parto est o a possibilidade de participa o ativa nesses momentos o autocontrole durante as contra es e o controle da situa o al m de conhecer o profissional que vai atend la
87. tamp o mucoso sangramento vaginal Al m disso incluem se certezas ou d vidas Categorias Concretas do vivido 87 quanto data prov vel do parto e o p s datismo bem como a necessidade de avalia o do bem estar fetal A principal queixa das gestantes que procura o servi o m dico sugerindo trabalho de parto a de dores abdominais do tipo c lica decorrentes da contra o uterina a segunda raz o a sa da de l quido pelos genitais externos fato que tamb m deve ser considerado como um sinal de prov vel trabalho de parto embora possa ser confundido com perdas de urina ou mesmo secre es vaginais e por ltimo a perda do tamp o mucoso que a elimina o de uma secre o mucosa misturada com filetes de sangue resultante do in cio da dilata o cervical e que por si s n o caracteriza trabalho de parto Schutz conceitua indica es como objetos fatos ou eventos n o estabelecidos como signos mas cuja presen a tida por algu m como indicadora de outros objetos fatos ou eventos que n o seriam notados de outra forma O evento indicado pode ser considerado simult neo ao aparecimento da indica o como fogo e fuma a podem preceder a indica o como pegadas na neve ou suced la como a chuva sucede ao halo em redor da lua Nos discursos das mulheres sujeitos da pesquisa a dor associada ou n o a outros sinais foi uma indica o relevante para a tomada de decis o baseada em viv ncias
88. vivido 128 Nao resolveu nada nenhuma vez nem a outra e a agora eu vim aqui a quarta vez j duro ficar vindo e voltando E9 As diverg ncias de opini o que geram conflitos podem se expressar nas obras de Schutz onde afirma que o homem da atitude natural no mundo intersubjetivo as coisas em geral n o podem ser conhecidas por ele e pelos seus semelhantes O mesmo objeto aparece de modo um tanto diferente para cada um dos nossos semelhantes Descobre se assim a perspectiva no mundo social E isso se d porque cada um tem uma situa o que lhe pr pria que n o a do outro nem a de nenhum outro O mundo me aparece sob uma perspectiva determinada e eu o organizo em um sistema de coordenadas do qual eu sou o centro e o mesmo ocorre com meu semelhante Neste contexto a experi ncia da parturi o gera sentimentos ambivalentes uma vez que se por um lado proporciona o momento t o esperado de ver o beb e saber que ele est bem por outro lado representado por medo e relacionado ao risco para m e e para o beb Ao realizar essa reflex o dispensadas da maternidade as mulheres ao mesmo tempo em que se v em desprovidas do amparo e seguran a institucionais buscam motivos para acreditarem que o melhor naquele momento realmente era retornar e aguardar em sua resid ncia enfocando o aspecto negativo da hospitaliza o precoce Retornando as falas das gestantes temos Eu fiquei vendo a do
89. A COMPLICA ES COM O FETO E COM A MAE QUE ASSOCIA O MEDO DO PARTO EXTRA HOSPITALAR COM A HISTORIA DA CUNHADA QUE ACABOU DANDO A LUZ NA AMBULANCIA ACARRETANDO LACERA O PERINEAL E EDEMAS Ap ndice 228 QUE ATRIBUI QUE O PARTO EXTRA HOSPITALAR TEM RISCOS PELA AUSENCIA DE PESSOAS CAPACITADAS QUE REFERE MEDO DA OCORRENCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR POR NAO TER SIDO AVALIADA PELO MEDICO NO HOSPITAL QUE CONSULTOU ANTES DE SER ENCAMINHADA A MATERNIDADE QUE AFIRMA DESEJO DE FICAR INTERNADA POIS MORA LONGE E ECREDITA QUE AO CHEGAR JA TERA QUE VOLTAR OU A POSSIBILIDADE DE NASCER ANTES DA CHEGADA QUE RELATA O MEDO DA DEMORA DO PARTO E ASSOCIA O A COMPLICAGOES COM O FETO QUE ATRIBUI A HORA CERTA A VONTADE DIVINA QUE REFERIU QUE OS SINAIS APRESENTADOS DIFEREM DO PARTO ANTERIOR QUANDO APRESENTOU CONTRA ES FORTES COMO A QUE ESTA SENTINDO SOMENTE NA HORA DO PERIODO EXPULSIVO QUE RELATA A PROCURA PELA MATERNIDADE NO PARTO ANTERIOR DEVIDO A AMNIORREXE PREMATURA E DIZ N O TER TIDO DIFICULDADE EM IDENTIFICAR A PERDA DE L QUIDO E RELATA QUE O PARTO OCORREU R PIDO AP S 2 HORAS E UMAS 2 FOR AS QUE REFERE QUE O M DICO AFIRMOU QUE ELA PODIA IR EMBORA MAS PREFERIU TOMAR A DECISAO DE FICAR EM OBSERVA O PARA VER SE ENTRAVA EM TRABALHO QUE CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE E FREQUENCIA DAS CONTRAGOES UTERINAS OU OCORRER RUPTURA DA BOLSA OU SANGRAMENTO PARA VOLTAR A MATERNID
90. ADE QUE RELATA TRANQUILIDADE PARA ESPERAR AP S TER A VITALIDADE FETAL AVALIADA QUE RELATA QUE A RUPTURA DA BOLSA E O MELHOR SINAL PARA TER CERTEZA DE QUE FICARA INTERNADA E O PARTO OCORRERA QUE REFERE QUE IRA AGUARADAR E QUE NAO DESEJA FAZER ESCANDALO PARA CONSEGUIR SER INTERNADA QUE REFERE ESTRANHAR A DIMIMUI O DA FREQUENCIA DAS Ap ndice 229 CONTRA ES AO INV S DE AUMENTAR E CARACTERIZAR O TRABALHO DE PARTO QUE RELATA A SUA ANSIEDADE E EXPECTATIVA DA FAMILIA QUANTO A HORA DO NASCIMENTO E A HOSPITALIZACAO QUE RELATA AS INFORMA ES RECEBIDAS QUANTO AOS SINTOMAS DO TRABALHO DE PARTO E E CITA A IRMA QUE TEVE DOR DE BARRIGA ENFATIZANDO QUE ESSAS DIVERG NCIAS DE SINTOMAS INFORMADOS A DEIXAM COM DUVIDAS QUE AFIRMA QUE A FAMILIA E VIZINHOS A QUESTIONAR O SOBRE SEU RETORNO POIS A VIRAM SAINDO DE AMBULANCIA PARA A MATERNIDADE QUE PREOCUPA SE COM O OUTRO FILHO QUE GEROU EXPECTATIVA PELA CHEGADA DO IRM O E CHORA AO SENTIR QUE O FILHO PENSARA QUE A MAE MENTIU PRA ELE ENTREVISTA 7 Ap ndice 230 M C C M 23 anos G2P1A0 ces rea anterior ha 3 anos por feto p lvico casada 38 sem 3 7 admitida com cefal ia intensa dor abdominal e sincope Gesta o planejada e desejada compareceu acompanhada pelo esposo solicitou o SAMU as 12 24 e compareceu a maternidade as 12 42 DU 2 10 25 25 Colo grosso posteriorizado imp rvio de Lee 2 feto nico cef lico Comparec
91. AFIRMA O DA M E DE QUE ELA ESTAVA TENDO DILATA O CERVICAL E A MESMA ACREDITOU POIS CONSIDERA QUE A M E J SABE SOBRE O TRABALHO DE PARTO E ISSO A FEZ PROCURAR O POSTO DE SAUDE Eu fui no posto com a minha AFIRMA QUE NA UBS FOI Ap ndice 187 mae ai eu falei com a enfermeira chefe ela chamou o m dico porque nao tinha mais consulta e ele foi La pegou olhou minha barriga escutou o bebe e falou que eu tinha que vir pro hospital ACOLHIDA PELA ENFERMEIRA QUE SOLICITOU A PRESEN A DO M DICO QUE AVALIOU A BARRIGA OUVIU OS BCF E A ENCAMINHOU PARA A MATERNIDADE que nem n o pode passar das 42 semanas n sen o to com 39 semanas segunda feira vai dar 40 semanas e ai vamos ver a tem que fazer ces rea sen o d problema pro nene 2 REFERE TER RECEBIDO A INFORMA O DE QUE SE A PROCURA PELA MATERNIDADE FOR POSTERGADA PODE ACARRETAR GRAVES CONSEQUENCIAS AO FETO JEu n o tento nem imaginar como que sabe ai eu vou esperar a dor ficar forte muita dor muita dor ai n o sei tipo assim eu tenho medo de ficar sozinha vai que me da dor forte vai que estoura minha bolsa eu to com medo de chegar em casa e come ar a sentir dor de novo ai eu fico com medo n tamb m de ficar em casa sozinha 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E
92. AR PERDIDA Ap ndice 234 pra ele chegar tenho medo que essa dor forte que eles falam tenho medo que da essa dor e eu to sozinha eu fico perdida nunca tive dor de parto n POR NUNCA TER TIDO DOR DE PARTO mas dor de parto eu n o conhe o s conhe o da televis o aquela gritaria toda aquela correria tenho medo de n o conseguir ter parto normal RELATA MEDO DEVIDO A INFLUENCIA NEGATIVA DAMIDIA QUANDO DIZ QUE VE NA TELEVISAO TODA A GRITARIA E CORRERIA E TEM MEDO DE NAO CONSEGUIR TER PARTO NORMAL n o sei como vai ser n o quero nem pensar eu j pedi a nossa senhora do bom parto pra ela iluminar deixei uma vela acesa l no quintal vamos ver n agora tem que esperar n REFERE APELO RELIGIOSO AO ACENDER VELA PARA NOSSA SRA DO BOM PARTO PARA AUXILIAR NO TRABALHO DE PARTO porque da outra vez eu n o tive n eu n o tive dor o Pedro Henrique tava sentado eu tive que fazer ces rea assim sem ter dor eu tive dor depois da ces rea no corte mas dor de parto eu n o conhe o mas eu tenho medo n tenho medo sabe de n o saber quando a hora RELATA MEDO DE N O SABER IDENTIFICAR O TRABALHO DE PARTO E COMPARA OS SINAIS APRESENTADOS COM OS DO PARTO ANTERIOR E RELATA QUE DA OUTRA VEZ N O SENTIU DOR DEVIDO A INDICA O DE CESAREA PELO PARTO PELVICO Agora eu n o sei agora eu tenho que ir embora n de novo e espera
93. AR PELA MATERNIDADE eu falei pra minha amiga levei ela pro banheiro e ela falou assim eu nao sei o que isso ai a outra falou assim acho que vai nascer que tava encaixando que j tava saindo a cabe a que o nen tava encaixando n que fala que ele tava querendo nascer e tal e ai eu n o acreditei que ia nascer n o RELATA TER MOSTRADO A AMIGA SOBRE A SECRE O VAGINAL QUE ESTAVA PERDENDO E QUE ESTAS TAMBEM ACHARAM QUE IA NASCER NAQUELE MOMENTO MAS QUE ELA SABIA QUE NAO SERIA TAO IMEDIATO a minha m e ficou todo mundo preocupado ai vai no m dico vai pro m dico ai fui no hospital ai eu falei pra minha m e ela falou assim que era o sinal que eu tinha que vir pra Mar lia DIZ QUE CONTOU A M E E AS PESSOAS QUE ESTAVAM NO CULTO E ESSAS PESSOAS A INFLUENCIARAM A PROCURAR A MATERNIDADE APRESSADAMENTE Ap ndice 222 ela falava ai vamos logo ficou todo mundo assim desesperado ai eu vim n tipo assim como eu n o gosto de atrapalhar as pessoas fazer elas perder o tempo delas a eu falei assim eu n o vou s por causa dessa dor RELATA QUE N O QUIS PROCURAR A MATERNIDADE PELA DOR POIS SABIA QUE N O FICARIA INTERNADA E NAO DESEJAVA INCOMODAR AS PESSOAS QUE A ATENDERIAM eu prefiro ficar aqui que eu to mais segura aqui n porque aqui tem profissionais que entendem n Agora esperar n
94. ATA N O TER ALARMADO O MARIDO SOBRE SUA DOR POIS CONSIDERA O DESESPERADO E AFIRMA QUE ELE A DEIXA MAIS NERVOSA E A FAZ CHORAR BEM COMO A SOGRA E A CUNHADA QUE TAMB M S O MAIS DESESPERADAS QUE ELAS Ap ndice 202 vai e chama a P rola porque a m e dele tamb m desesperada n ela cheia de problemas Minha cunhada mais desesperada que eu ent o eu nem falo mais nada pra ela e nem pro meu marido ela cunhada tamb m vai ganhar s em julho e acho que ela j veio aqui umas 10 vezes ela acha que vai nascer a qualquer momento ela sente uma dorzinha e ai j vai chamando o SAMU o povo l n o ag enta mais ela RELATA QUE A CUNHADA POR SER DESESPERADA J PROCUROU A MATERNIDADE DIVERSAS VEZES E QUE ISSO J EST INCOMODANDO OS PROFISSIONAIS QUE A ATENDEM Da outra vez eu vim porque ele ficou falando vamos pra Gota ja foi ligando pro meu cunhado pra emprestar o carro REFERE J TER PROCURADO O SERVI O ANTERORMENTE POR INSISTENCIA DO MARIDO e eu falei nem vai nascer agora n o e ele nem quis saber RELATA QUE TENTOU DIZER AO MARIDO QUE O PARTO NAO OCORRERIA IMEDIATAMENTE MAS NAO OBTEVE SUCESSO o carro do meu cunhado ta ficando com ele a noite porque ele num quer ficar ligando n o ele que quer levar eu s chamo o samu quando ele n o ta E e de manh ele vai la e leva o carro pra ele a noite pega de
95. C NIO E CITA O OCORRIDO COM A PRIMA CUJA FILHA FICOU V RIOS DIAS HOSPITALIZADA NA UTI DEVIDO A ESSE TIPO DE COMPLICA O E QUE ESSA INFORMA O LHE TRAZ MEDO 3 que pra eu esperar as dores fica forte agora eu vou espera a dor apertar mesmo tipo assim a hora que ficar assim forte ai eu venho n porque ai eles n o v o me mandar pra casa pode ser que estoure a bolsa ou n o 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E RELATA QUE PODE HAVER OU N O A RUPTURA ESPONT NEA DA BOLSA DAS AGUAS E QUE SE PROCURAR ANTES DISSO PODE SER DISPENSADA NOVAMENTE 4 eu vim mais falaram que pra eu voltar eu n o queria n o volta pra casa assim queria ganh e pronto acabar logo com isso eu queria j ficar pra ganha ele ir embora j amanha n porque eu n o gosto de hospital mas eu to com dor desde ontem uma dorzinha chata aqui 6 que vai e volta 4 RETRATA O DESEJO DE FICAR INTERNADA DE NAO TER QUE VOLTAR PARA CASA SEM O DESFECHO DA GESTA O E JUSTIFICA QUE PENSA QUE DEVERIA SER INTERNADA DEVIDO AS DORES QUE SENTE 5 ai eu falei pra minha vizinha e ela falo vai pra gota Maternidade e eu vim a eu chamei minha irm que tava la na casa da minha tia fazendo unha e falei vamos la pra gota que meu nen vai nascer E ela falou assim como assim vai nascer perai que eu to indo ai 5 RELATA T
96. CARA INTERNADA E O PARTO OCORRER Ap ndice 225 Agora esperar n fazer o que Nao vou nao vou comegar a chorar n N o vou come ar a gritar pra ver se eu fico e ganho n REFERE QUE IR AGUARADAR E QUE NAO DESEJA FAZER ESCANDALO PARA CONSEGUIR SER INTERNADA ai ele colocou o soro ai eu tomei o soro e a dor parece que parou ai eu dormi A hora que eu acordei eu tava de novo com a dor de dez em dez minutos n engragado que em vez de tipo diminuir a dor diminuir o tempo pra ela vim tipo assim tava de dez em dez ela ir pra 5 em 5 3 em 3 n o ai daqui a pouco come ou a dar de 15 minutos a agora nem deu mais REFERE ESTRANHAR A DIMIMUI AO DA FREQUENCIA DAS CONTRA OES AO INVES DE AUMENTAR E CARACTERIZAR O TRABALHO DE PARTO eu quero muito que ele nasce logo n mas ai eu tenho medo de eu ficar sentindo dor e ele demorar pra nascer porque voc fica na expectativa n voce e todo mundo que ta l n te esperando n RELATA A SUA ANSIEDADE E Eu tenho d vida sim porque esse neg cio de parto t o assim n pra voc ver a minha irm ela teve filho agora n uma crian a de 7 meses n ele nasceu de 7 meses e engra ado que ela eu imagino que uma dor de barriga seja totalmente diferente da dor do parto n mas o que ela falava que tava com dor de barriga n e ficava l o tempo todo no banheiro e ela fazia necessidade mesmo
97. DA GESTA O E OCORR NCIA DO PARTO Nessa categoria a mulher idealiza como ser o parto e muitas vezes se sente decepcionada quando o que idealiza ocorre de maneira diferente Diante do inesperado h mulheres que tamb m se sentem fracassadas como se tivessem falhado ou feito tudo errado Estes sentimentos s o mais intensos quando forma um ideal r gido em rela o ao parto considerando o Categorias Concretas do vivido 155 como evento imprevisivel e com possibilidade de que o resultado final seja diferente do pr concebido Schutz ao discorrer sobre o mundo dos contempor neos afirma que quem vive na atitude natural se modifica com o tempo pois ela vive novas experi ncias que v m enriquec la conhece outras situa es que exercer o uma influ ncia sobre ela Desde que se queira apreender a minha a o em processo esta se cristaliza e me escapa de tal sorte que eu n o a posso jamais apreender em ato mas t o somente enquanto j realizada ou feita O fazer cede lugar ao ter feito da atitude reflexiva Outro conceito empregado por Schutz o de projeto e o de desempenho social O projeto a antecipa o de uma conduta futura antevista por via da fantasia ou seja o agente se v imaginando a a o futura que realizar Entre este presente antecipado e o ato preenchido existe o caminho que leva ao preenchimento existe um elo de natureza temporal entre os dois A atitude n o re
98. DE A MANH E AO LAVAR ROUPA PERCEBEU O AUMENTO DAS DORES BEM COMO O ENDURECIMENTO DO ABDOME TENTOU PARAR DE LAVAR A ROUPA TOMOU UM BANHO E DEITOU SE SEM SUCESSO QUE PEDIU A OPINI O DA VIZINHA E AP S A SUA AFIRMA O RESOLVEU COMPARECER A MATERNIDADE QUE SOLICITOU APOIO DO ESPOSO PARA ACOMPANH LA MAS COMO ELE ESTAVA TRABALHANDO DEPENDE DO TRANSPORTE COLETIVO E S CHEGARIA EM SUA RESIDENCIA CINCO HORAS DEPOIS O MESMO A ORIENTOU A SOLICITAR O SAMU PARA LEV LA SUA OUTRA ALTERNATIVA FOI BUSCAR O APOIO IRM PARA ACOMPANH LA AFIRMANDO QUE O BEBE IRIA NASCER O QUE CAUSOU DESESPERO A MESMA E PRESSA EM PROCURAR O SERVI O SENDO NECESS RIO A PROPRIA GESTANTE ACALM LA QUE ADMITE TER TIDO D VIDAS SOBRE O TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO MAS QUE RESOLVER COMPARECER ASSIM MESMO POIS ESSA D VIDA A FEZ SENTIR MEDO DA CONSEQUENCIA DE ESPERAR PRINCIPALMENTE PELAS NFORMA ES COLHIDAS RELACIONADAS AO P S DATISMO S NDROME DA ASPIRA O MECONIAL E CITA UM CASO NA FAMILIA ONDE A ESPERA CAUSOU ASPIRA O MECONIAL E INTERNA O NA UTI QUE REFERE MAIS MEDO DE COMPLICA ES COM O FETO DO QUE O MEDO DA DOR E QUE N O SE IMPORTA EM TER PROCURADO PELA MATERNIDADE FORA DO TRABALHO DE PARTO POIS A AVALIA O DA VITALIDADE FETAL A TRANQUILIZOU QUE AFIRMA QUE GOSTARIA QUE O PARTO ACONTECESSE DEVIDO AOS DESCONFORTOS FISICOS DO FINAL DA GESTA O E PELA ANSIEDADE DIANTE DO DESCONHECIDO SUA PRIMEIRA HOSPITALIZA O E M
99. DS considera es epistemol gicas e metodol gicas Interthesis 2005 2 2 2 7 99 Bombassaro LC Ci ncia e mudan a conceitual Notas sobre epistemologia e hist ria na ci ncia Porto Alegre EDIPUCRS 1995 100 Capalbo C A subjetividade em Alfred Schutz Veritas 2000 45 2 289 98 101 Merighi MAB Trajet ria profissional de enfermeiras obstetras egressas da escola de enfermagem da Universidade de S o Paulo Rev Latino am Enferm 2002 10 5 644 53 102 Schultz A Fenomenologia del mundo social Buenos Aires Paidos 1973 103 Spiri WC Leite MMJ Convivendo com o portador de fissura labio palatal o vivencial da enfermeira Rev Esc Enf USP 1999 33 1 81 94 104 Merighi MAB Gongalves R Rodrigues IG Vivenciando o per odo puerperal uma abordagem compreensiva da fenomenologia social Rev Bras Enferm 2006 59 6 775 9 Refer ncias 174 105 Merighi MAB Carvalho GM Suletroni VP O processo de parto e nascimento vis o das mulheres que possuem conv nio de sa de na perspectiva da fenomenologia social Acta Paul Enferm 2007 20 4 434 40 106 Saito E Gualda DMR A participa o da fam lia na perspectiva da viv ncia da dor de parto Fam Sa de Desenv 2002 4 2 119 24 107 Ferreira J O corpo s gnico In Alves PC Minayo MCS organizadores Sa de e doen a um olhar antropol gico Rio de Janeiro FIOCRUZ 1994 cap 8 p 101 12 108 Freitas GF Oguiso T Merighi MAB Motiva es do agir de enferme
100. E RELATA DESEJO DE INTERNA O PARA N O TER QUE FICAR SE EXPLICANDO A ALTA SEM A RESOLUGAO DO PARTO QUE RELATA QUE FOI TRATADA DE FORMA BRUSCA PELO M DICO DO HOSPITAL E QUE SENTIU QUE O MESMO ESTAVA DORMINDO E SE INCOMODOU COM SUA PRESEN A QUE ZOMBOU DELA E QUE NAO ESTAVA DISPOSTO A TRABALHAR Ap ndice 257 QUE RELATA QUE PROCUROU A MATERNIDADE POR TER SIDO MALTRATADA PELO MEDICO DA OUTRA INSTITUIGAO QUE DESCREVE MEDIDAS PARA ALIVIO DA DOR COMO INGESTAO DE BUSCOPAN E REPOUSO QUE CONSIDERA QUE NECESS RIO APRESENTAR OS SINAIS DE PARTO PARA VOLTAR A MATERNIDADE QUE RELATA OS DESCONFORTOS CAUSADOS PELA REMO O COM A AMBULANCIA E A DEMORA NO ATENDIMENTO Anexos 258 ANEXO 1 PARECER DO COMITE DE TICA FACULDADE DE MEDICINA DE MAR LIA Comit de tica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos CEP FAMEMA Famema Mar lia 16 de Dezembro de 2008 Hmo Sr Thais Erika Peron Giaxa Marilia SP O Comit de Etica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Marilia recebeu o protocolo de estudo n 597 08 intitulado Falso Trabalho de Parto compreendendo os motivos da procura precoce maternidade atrav s da fenomenologia social foi considerado APROVADO em Reuni o Ordin ria 15 12 2008 aceito de acordo com a Resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de pode ser iniciado Sendo s para o momento reiteramos protestos de considera
101. EDO DOS PROCEDIMENTOS COMO MEDICA O INJET VEL E EPISIOTOMIA QUE AFIRMA QUE PARA PROCURAR A MATERNIDADE NOVAMENTE SERA NECESSARIO AUMENTAR A INTENSIDADE DA DOR PARA QUE NAO SEJA DISPENSADA NOVAMENTE Ap ndice 184 ENTREVISTA 2 N da S A G2 PoA1 aborto espont neo aos 13 anos 3 ou 4 meses agora com 15 anos mora com o amasio que tem 28 e tem um filho de 13 que as vezes mora com eles IG 39 semanas e 1 7 foi admitida dia 25 05 as 18 23 Solicitou o SAMU as 17 35 A entrevista aconteceu dia 26 05 as 9 00 Foi admitida com DU 2c 10 407 Ao toque Colo posteriorizado grosso 1cm de dilata o 30 de esvaecimento de Lee 3 Amnioscopia LCCG Cardiotoco feto ativo Dx prodromo de TP Fez 6 consultas de pr natal e n o participou de grupos de gestante Olha eu acordei cedo e fui tomar banho n porque todo dia eu acordo e vou tomar banho ai eu fui tomar banho e ai saiu sabe esse gel sabe ai eu peguei e mostrei pra minha m e e a ela falou assim ai vai La no posto a eu fui La no posto e o m dico falou que era pra eu vir pra c que eu ia ter meu beb mais ai eu falei u eu n o to sentindo dor to sentindo nada a dentro do Samu come ou dar dor dentro do samu A eu cheguei aqui eles deram um rem dio pra passar a dor n o passou a dor uma dor assim aqui nas costas a depois ai me internou a tirou o rem dio qdo acabou a eu fiquei aqui pra ver se dilatava mais e n
102. ER CONSULTADO A VIZINHA E A IRMA PARA SABER SE DEVERIA OU NAO IR A MATERNIDADE E QUE ESSA CONSULTA A FEZ TOMAR A DECISAO PELA PROCURA 6 Eu tava lavando roupa era umas duas horas tr s sei l depois do almo o e sinti aquela dorzinha assim n eu j acordei meio esquisita n mas parecia que tava abrindo nas costa assim 6 e a barriga ficava dura aqui ai eu n o perdi liquido por baixo n o mas pensei acho que ta na hora 6 RELATA A RELA O ENTRE SENTIR DORES EM REGIAO LOMBO SACRAL E CONTRA ES ABDOMINAIS COM O IN CIO DO TRABALHO DE PARTO E O MOMENTO DE PROCURAR A MATERNIDADE INDEPENDENTE DA RUPTURA DA BOLSA DAS AGUAS 7 era umas duas horas tr s sei l E ele marido falou assim chama o SAMU que eu s vou poder sair depois das seis horas e ele depende de nibus n sabe como que ia chegar em casa quase oito 7 CONSIDERA QUE O MARIDO DEMORARIA MUITO TEMPO PRA CHEGAR E N O SERIA POSSIVEL ESSA ESPERA Ap ndice 182 8 Liguei pro meu marido que tava la na firma e ele falou assim chama o SAMU 8 RELATA QUE LIGOU PARA O MARIDO ANTES DE TOMAR A DECIS O SOBRE A PROCURA PELA MATERNIDADE MAS COMO ELE DEMORARIA VARIAS HORAS PARA CHEGAR ORIENTOU A A CHAMAR O SERVI O DE ATENDIMENTO MOVEL DE URGENCIA ai ela irm chegou assim que nem louca gritando vai nascer ela tava mais desesperada que eu foi juntando as coisas e eu falei perai num assim n o
103. ESPERA QUE RELATA O MEDO DE VOLTAR PRA CASA POIS FICA SOZINHA E TEM MEDO DE FICAR PERDIDA POR NUNCA TER TIDO DOR DE PARTO QUE RELATA MEDO DEVIDO A INFLUENCIA NEGATIVA DA M DIA QUANDO DIZ QUE VE NA TELEVISAO TODA A GRITARIA E CORRERIA E TEM MEDO DE NAO CONSEGUIR TER PARTO NORMAL QUE REFERE APELO RELIGIOSO AO ACENDER VELA PARA NOSSA SRA DO BOM PARTO PARA AUXILIAR NO TRABALHO DE PARTO QUE RELATA MEDO DE N O SABER IDENTIFICAR O TRABALHO DE PARTO E COMPARA OS SINAIS APRESENTADOS COM OS DO PARTO ANTERIOR E RELATA QUE DA OUTRA VEZ NAO SENTIU DOR DEVIDO A INDICA O DE CESAREA PELO PARTO PELVICO QUE CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR MUITO A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE QUE REFERE AS DESVANTAGENS DA INTERNA O PRECOCE COMO AS INTERVEN ES DOS EXAMES DE TOQUE GRITOS ETC E QUE SE ESFOR ARA PARA NAO VOLTAR MUITO CEDO QUE REFERE QUE A IRMA IR FICAR EM SUA CASA PARA ACOMPANHA LA QUANDO RETORNAR E QUE ASSIM ELA SE SENTE SEGURA POIS A IRMA J TRABALHOU COMO ENFERMEIRA E RETRATA A MUDAN A EM SUA ROTINA DEVIDO AO TRABALHO DE PARTO QUE RELATA A ANSIEDADE DO MARIDO QUANTO A HORA DO NASCIMENTO E A HOSPITALIZA O E QUE O MESMO ESTA ADIANDO UMA VIAGEM QUE NECESSITA FAZER PARA PODER ACOMPANHA LA QUE RELATA PREOCUPA O QUANTO A REA O DA EQUIPE DIANTE DAS V RIAS PROCURAS A MATERNIDADE AFIRMANDO QUE NINGUEM MAIS IR ACREDITAR NELA QUANDO REALMENTE NECESSI
104. Enferm 2001 9 6 62 8 29 Rezende J Montenegro CA Obstetr cia fundamental 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 30 Zieguel EE Cranley MS Assist ncia materno fetal coleta e avalia o de dados na gravidez sadia In Enfermagem obst trica 8 ed Rio de Janeiro Interamericana 1985 p 163 79 Refer ncias 167 31 Bonadio IC Tsunechiro MA Stefanelli MC Nero MCCD A comunica o terap utica no cuidado pr natal Rev Paul Enferm 1997 16 1 3 5 11 32 Davim RMB Torres GV Lima AM Silva GC Orienta es no pr natal quanto ao trabalho de parto benef cios s parturientes Nursing 2003 57 6 18 23 33 Carvalho ILE Conhecimentos e expectativas de gestantes nuliparas sobre sinais e sintomas de trabalho de parto e parto Rev Nursing 2004 69 7 34 40 34 Minist rio da Saude Parto aborto e puerp rio assist ncia humanizada a mulher Brasilia Febrasgo 2001 p 27 63 35 Parada CMGL Tonete VLP O cuidado em sa de no ciclo gravidico puerperal sob a perspectiva de usu rias de servi os p blicos Interface Comunic Sa de Educ 2008 12 24 35 46 36 Goulart LMHF Somarriba MG Xavier CC A perspectiva das maes sobre o bito infantil uma investiga o al m dos n meros Cad Sa de P blica 2005 21 3 715 23 37 Minist rio da Sa de Sistema de Auditoria em Sa de Maternidades se adequam para incentivar parto normal Internet 2008 acesso em 02 Jan 2009 Dispon vel em http sna
105. Eu quero que ele nasce logo eu quero que at na p scoa ele j tenha nascido a minha sogra falou que a lua vira amanh quem sabe falam que um dia depois que a lua vira n ent o vai ser na pascoa E4 Dessa forma em conjunto com as quest es culturais que d o significado gravidez e ao parto o contexto social influencia diretamente essa experi ncia Um exemplo disso a condi o econ mica da fam lia que pode constituir uma fonte de preocupa o principalmente se parte ou toda a renda familiar depende da gr vida Trabalhar fora tomar decis es quanto Categorias Concretas do vivido 158 ao or amento e ter de lidar com limita es financeiras pode trazer preocupa o e frustra es durante a gravidez dificultando uma viv ncia mais prazerosa desse momento 2 O desejo de ter parto normal foi relatado por todas as participantes entrevistadas sendo que esse desejo vem acompanhado de expectativas e sensa es Elas esperam um parto normal r pido e com menos dor poss vel por m ao mesmo tempo a sensa o mais presente que permeia a gravidez e o parto o medo A mulher em trabalho de parto sai da sua casa seu lugar de refer ncia e vai para um ambiente estranho onde vai tratar com pessoas desconhecidas e sofrer interven es f sicas que se assemelham aos cuidados que se t m com os doentes de modo que a sua condi o associada a um estado de doenca A express o do medo um signo comum para
106. INA DA SOGRA QUANDO DEIXOU DE TRABALHAR PARA ACOMPANHA LA Acho que eu vou ter que ficar gritando chegar aqui fazendo esc ndalo a eles me internam Aquela mo a que chegou junto comigo tava tranq ila ainda enquanto a m e dela ia fazendo a ficha dando os dados dela ai quando ela chamaram o nome dela ela come ou a chorar ficar com dor REFERE QUE AS MULHERES QUE CHEGAM A MATERNIDADE FAZENDO ESCANDALO S O INTERNADAS MESMO SEM ESTAREM EM TRABALHO DE PARTO E QUE TERA QUE USAR ESSA ESTRAT GIA OU AT MESMO CHAMAR A POL CIA PARA QUE SEJA INTERNADA Ap ndice 213 ai eles internam ela ta ai 6 ta internada entao sera que eu vou ter que fazer escandalo pra eles me internar Mas quando chegar dia 11 eu nao quero nem saber eu fico nem se eu precisar chamar a policia eles vao ter que fazer uma cesarea em mim IDENTIFICA A DPP COMO A DATA EM QUE E NECESSARIA A INTERNAGAO PARTO E AFIRMA QUE IRA CHAMAR A POLICIA SE NAO FICAR INTERNADA NESSA DATA e l que eu fico sozinha o que eu vou fazer meu marido trabalha a sogra trabalha Eu s quero saber quem vai ficar comigo se eu n o for ficar aqui da um risco pra mim e pro bebe o que eu vou fazer sozinha eu mudei ali faz pouco tempo n o conhe o os vizinhos nem sei como chamam o que eu vou fazer acho melhor ficar do que ficar em casa sozinha eu n o vou saber o que fazer l Se a do
107. Mas eu sei que vai doer bem Se eu tiver dor eu vou ter que vir Mas eu n o quero ficar aqui morando na gota melhor ficar na minha casa aqui eles ficam aqui fazendo toque vem um e mete o ded o vem outro e vai muito chato incomoda bastante Eu s vou vir quando eu n o tiver nem como andar quero chegar aqui e ganhar tipo com muita contra o e se eu n o tiver dilata o ai eles v o ter que fazer uma ces rea ai eu fico com medo n tamb m de ficar em casa sozinha minha m e ta na minha casa agora no final da gravidez ela ta ficando l eu tenho medo de ficar sozinha vai que me da dor forte vai que estoura minha bolsa Ai a mo a do samu falou que ela fez dois partos no samu um aqui na entrada e o outro na casa ai melhor minha m e ficar comigo porque meu marido n o sabe nada ela vai comigo quando chegar a hora nessa hora a gente quer a m e n ela j teve parto j sabe Ap ndice 186 ENTREVISTA N 2 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDU O ai dentro do Samu come ou dar dor dentro do samu 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DAS DORES SOMENTE AP S ESTAR DENTRO DA VIATURA DO SAMU eu fui tomar banho e ai saiu sabe esse gel sabe ai eu peguei e mostrei pra minha m e e a ela falou assim ai vai La no posto Na hora que eu vi eu n o pensei nada eu chamei minha m e falei m e que isso 2 IMAGI
108. NDUZIDO DANDO A LUZ AINDA NA MADRUGADA O MESMO OCORREU COM A MAE QUE APOS ALGUMAS HORAS JA LIGOU PARA SABER SE HAVIA NASCIDO QUE TEM MEDO DE FICAR S POR ISSO NECESSITA DE MUDAN AS NA ROTINA DA FAMILIA NO FINAL DA GESTA O Ap ndice 191 ENTREVISTA 3 J C G dos S 18 anos primigesta acompanhada pela mae solteira mora com os pais e dois irm os mais novos Namora o pai da crian a ha 2 anos IG 40 semanas e 4 7 DU 1c 10 25 Referindo dor de forte intensidade em regi o supra p bica com irradia o para dorsal Nega perdas VV Ao toque colo grosso posteriorizado p rvio para 1cm Amnioscopia LCCG Cardiotocografia Feto ativo e reativo Solicitou o Samu as 12 57 e chegou a maternidade as 13 40 do dia 09 04 Eu vim porque to com dor assim no p da barriga mas falaram que eu n o vou ficar que ainda n o aquela dor sabe aquela que precisa pra nascer ent o eu to aqui esperando a ambul ncia pra voltar pra casa Ent o eu to com dor desde a semana passada eu vim semana passada aqui fizeram o exame de toque fizeram cardiotoco e mandaram eu embora A quando foi de domingo pra Ca a a dor aumentou tava bem fraquinha a semana passada ai de domingo pra c a dor aumentou ai quando foi ontem n o conseguia dormir com dor no p da barriga a quando foi hoje ter a feira minha m e trouxe eu no m dico tava muito forte a dor Domingo eu fui na minha v ai depois eu voltei tava com dor
109. NOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO AP S A PERDA DO TAMPAO MUCOSO MAS COMO TINHA D VIDAS CONSULTOU A MAE QUE A RECOMENDOU IR AO POSTO DE SAUDE a eu fui La no posto e o m dico falou que era pra eu vir pra c que eu ia ter meu beb mais ai eu falei u eu n o to sentindo dor to sentindo nada REFERE QUE AO SER AVALIADA PELO MEDICO FOI ENCAMINHADA PARA A MATERNIDADE PARA GANHAR O BEBE E A MESMA ESTRANHOU O FATO DE NAO ESTAR SENTINDO DOR ASSOCIANDO A AO TRABALHO DE PARTO Ai a mo a do samu falou que ela fez dois partos no samu um aqui na entrada e o outro na casa ai melhor minha m e ficar comigo porque meu marido n o sabe nada a 3 SENTIU MEDO DAS CONSEQUENCIAS DE ESPERAR APOS O RELATO DE PARTOS EXTRA HOSPITALARES PELA EQUIPE DO SAMU E AFIRMA QUE PREFERE QUE SUA MAE FIQUE JUNTO DEVIDO A INEXPERIENCIA DO MARIDO Ai eu cheguei aqui eles deram um rem dio pra passar a dor nao passou a dor uma dor assim aqui 0 nas costas ai depois a me internou ai tirou o rem dio qdo acabou ai eu fiquei aqui pra ver se dilatava mais e nao dilatou ai eu to aqui at agora eles falaram que eu vou embora e sem dor aquela dor passou 4 RELATA QUE FOI INTERNADA PARA ACOMPANHAR A PROGRESSAO DO TRABALHO DE PARTO E QUE APOS TER SIDO MEDICADA AS DORES CESSARAM E ELA VAI EMBORA ai ela mae falou assim ai Natalia voc ta dilatando e ela ja sabe ai eu peguei e eu vim REFERE A
110. NSTRUAL E INTENSIDADE PROGRESSIVA REFERE EM ALGUNS MOMENTOS DOR PARALISANTE UNILATERAL QUE A IMPEDIU DE SE MOVIMENTAR E PROVOCOU DIFICULDADE RESPIRAT RIA JEsses problemas de urina eu j tenho desde o come o n o precisa ficar fazendo exame de urina j tomei um monte de rem dio pra isso E9 eu estava desde ontem com dor n to com corrimento faz mais de um m s Ent o essa dor ela vem aqui primeiro ela come ou aqui em baixo n tipo c lica de menstrua o e agora ta vindo a dor aqui nas costas Neste lado aqui eu nem tava conseguindo mexer agora que eu to conseguindo mexer de novo e eu to indo direto no banheiro fazer xixi direto e essa dor n o para ela ta cada vez mais forte o corrimento saiu primeiro come ou tipo um catarro e depois come ou saindo gua s gua gua direto ta saindo toda hora tem que ficar indo no banheiro E9 2 REFERE ALTERA ES NO PADR O MICCIONAL E PERDA DE SECRE O VAGINAL QUE INICIOU MUCOIDE E TORNOU SE HIALINA Eu comecei a sentir dor no comecinho de maio no comeco nao no meio e ai eu fui pro hospital e a Dra XXX ela olhou falou assim se prepara que o nen vai nascer Jent o ela falou assim ela vai embora vai descansar se come ar a dor de novo pede pra ela voltar ai eu voltei E9 3 RELATA QUE J SENTE DOR E TEM PERDA DE SECRE O VAGINAL H UM M S E QUE DESDE ESSA DATA J PROCURA O SERVI
111. NTIFICAR A RUPTURA DA BOLSA Porque em uma data da uma coisa na outra data d outra e que eu me lembre veio pra mim na data certa s que depois n o veio mais e nesta data agora que ta aqui batendo j era pra o nen ter nascido Um amigo dele do marido que a mulher dele ta la em Goi nia aconteceu isso j tinha passado da hora o que aconteceu fizeram o ultrassom e viram que o bebe tava com o cord o umbilical a o nen tinha cagado ai na hora eles decidiram fazer a cesarea E9 S que at agora nao tem nenhuma explica o n o vou ficar internada mas se meu bebe ta bem por dentro ou n o eu n o sei s sabe que o cora o ta batendo e fica ai esperando exame de urina E o que eu falei eu n o vou sair daqui ate quando n o ver meu nen Me preocupo com o nen Eu fico em segundo lugar mas primeiramente meu filho quero ver o rostinho a perninha o bracinho dele que ta tudo certinho porque se acontecer alguma coisa esse nen passar do 11 REFERE TER TOMADO A INICIATIVA DE PROCURAR O SERVIGO DEVIDO AO MEDO DE COMPLICAGOES COM O FETO PELO POS DATISMO E CITA CASOS EM QUE COMPLICA ES OBSTETRICAS OCORRERAM POR FALTA DE INTERVEN O Ap ndice 252 tempo Eu nao sentir mais nada e acontecer ou desse nen nao nascer ou de nascer com algum problema vou ver realmente o que ta acontecendo com o meu filho eu s vou sair de la quando t
112. OI INFORMADA DO AUMENTO DA FREQUENCIA E INTENSIDADE ele explicou que era uma dor que vinha das costas e essa dor que eu to sentindo mas eu penso se essa dor eu tenho que ir e a chega aqui n o fica internada a eu vou embora REFERE DIVERG NCIAS DE INFORMA O ENTRE O PR NATALISTA E EQUIPE DA MATERNIDADE AFIRMANDO QUE A DOR QUE SENTE COMO A DOR QUE O M DICO DO POSTO FALOU QUE ELA DEVERIA SENTIR PARA IR A MATERNIDADE A minha sogra disse que quando ela teve o dela estourou a bolsa e sai tipo uma gua que escorreu um l quido assim da perna dela e a nasceu o nen a bolsa estourou dentro de casa ela veio a deu tr s dor e ele nasceu RELATA AS INFORMA ES RECEBIDAS DA SOGRA QUANTO A CURTA DURA O DO SEU TRABALHO DE PARTO QUE DEPOIS DA RUPTURA DA BOLSA E MAIS 3 DORES O BEBE NASCEU Eu n o quero ficar perguntando pra ningu m porque eu fico com medo a minha cunhada fala que do a que era a pior dor que tinha que ela tinha vontade de bater em todo mundo ent o eu n o sei cada um fala uma coisa e eu fico assim com medo preocupada AFIRMA QUE PREFERE N O QUER PERGUNTAR SOBRE O TRABALHO DE PARTO AS PESSOAS DO SEU CONVIVIO POIS AS DIVERG NCIAS DE OPINI O E CARACTER STICAS DAS HISTORIAS CONTADAS GERAM MEDO E PREOCUPA O melhor eu mesma vir se achar que tem que vir ent o eu n o pergunto mais nada pra n o ficar pondo nada
113. OIS SABE QUE AO CHEGAR EM CASA VOLTARA A SENTIR DOR E COMO FICA SOZINHA SE SENTE SEGURA NO HOSPITAL POR HAVER PROFISSIONAIS PARA ATENDE LA QUANDO FOR NASCER QUE RELATA DESEJO DE AVALIAR A VITALIDADE FETAL POIS PERCEBE MUDAN AS NO PADRAO DE ATIVIDADE DO FETO E AFIRMA QUE N O SAIR DA MATERNIDADE SEM A CERTEZA DE QUE EST TUDO BEM COM O FETO QUE RELATA D VIDA EM IDENTIFICAR A RUPTURA DA BOLSA QUE REFERE TER TOMADO A INICIATIVA DE PROCURAR O SERVI O DEVIDO AO MEDO DE COMPLICA ES COM O FETO PELO P S DATISMO E CITA CASOS EM QUE COMPLICA ES OBST TRICAS OCORRERAM POR FALTA DE INTERVEN O QUE RELATA QUE N O ESCUTA MAIS AS INFORMA ES POIS ISSO A DEIXA CONFUSA E QUE PREFERIU PROCURAR A MATERNIDADE PARA SABER REALMENTE O QUE ESTA ACONTECENDO COM O FILHO QUE RELATA MEDO DE DOR DE FORTE INTENSIDADE COMO A QUE JA APRESENTOU POIS FICA O DIA TODO SOZINHA E TRANCADA EM CASA E TEME NAO TER ALGUEM PARA AJUDA LA QUE RELATA A ANSIEDADE DO MARIDO PELO NASCIMENTO E A MUDAN A DE SUA ROTINA DE TRABALHO PARA ACOMPANHA LA AS CONSULTAS POIS COMO RELATA E MELHOR PERDER O EMPREGO DO QUE O FILHO QUE RELATA A SUA ANSIEDADE E DA FAM LIA PELO NASCIMENTO QUE REFERE QUE O ESPOSO FOI ENCORAJADO PELOS COLEGAS A IR A MATERNIDADE AVALIAR A SITUA O DA ESPOSA POIS FOI INFORMADO DE QUE SE A PROCURA PELA MATERNIDADE FOR POSTERGADA PODE ACARRETAR GRAVES CONSEQUENCIAS AO FETO COMO A S NDROME DA ASPIRA O DE MEC NIO QU
114. OS SINAIS SINTOMAS PERCEBIDOS E3 E7 E9 E5 E1 PELA PERMANENCIA OU PROGRESS O DA DOR MESMO AP S AS ESTRAT GIAS DE ENFRENTAMENTO E1 E3 E4 E7 E8 POR TER IDENTIFICADO A DOR COMO SINAL SINTOMA DE TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO E6 E7 E9 POR TER IDENTIFICADO A DOR E PERDAS VAGINAIS COMO SINAL SINTOMA DE TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO A BUSCA PELA TRANQUILIDADE DEVIDO AO MEDO E INSEGURAN A SENTIDOS E6 E9 E4 E6 E8 E9 E1 E4 PELA CHEGADA DA DPP MEDO DO P S DATISMO ASSOCIADO A COMPLICA ES FETAIS E4 E1 PELO MEDO QUE SUA DECIS O PELA ESPERA POSSA SER RESPONS VEL PELAS COMPLICA ES E3 E4 E5 E6 E8 PELO MEDO DA OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR E2 E5 E8 E9 PELO MEDO DE SENTIR DOR EM CASA E2 E5 E7 E9 POR FICAR SOZINHA EM CASA E TEMER A DOR SEM ASSISTENCIA E4 E1 E5 E6 E7 E9 POR N O SABER IDENTIFICAR O TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO PELA DIVERGENCIA DE CONDUTAS E COMPORTAMENTO DOS PROFISSIONAIS E2 E5 E9 E1 E4 E6 E9 POR SE SENTIR MAIS TRANQUILA COM A AVALIA O DE BEM ESTAR FETAL POR APRESENTAR SINAIS SINTOMAS DIFERENTES DO QUE J SENTIU E OU FOI E6 E7 E8 INFORMADA E5 E6 E8 E9 PELA INSUFICIENCIA DOS OUTROS SERVI OS EM RESOLVER SEU PROBLEMA E6 E5 E7 E9 POR SE SENTIR MAIS SEGURA TRANQUILA COM A ASSISTENCIA DE PROFISSIONAIS DA INSTITUI O A INFLUENCIA DE OUTROS NA PROCURA PELA ASSIST NCIA OBST TRICA E8 E6 E2 INFLUENCIADA PELOS PROFISSIONAIS PELA BU
115. OU A PRESEN A DE SECRE O VAGINAL E BUSCOU APOIO NA M E PARA IDENTIFICA LA E A M E A ACOMPANHOU ATE A UBS ONDE FOI EXAMINADA PELO M DICO E ENCAMINHADA A MATERNIDADE O QUE A DEIXOU CONFUSA POIS ASSOCIAVA O TRABALHO DE PARTO A PRESEN A DE DOR QUE AFIRMA TER SENTIDO SOMENTE QUANDO ESTAVA NA VIATURA DO SAMU QUE BUSCA APOIO NA M E PARA ADQUIRIR INFORMA ES SOBRE OS SINAIS DE TRABALHO DE PARTO E DOR PARA SE DIRIGIR A UBS E SOLICITAR A VIATURA E QUE SENTIU MEDO DE FICAR S AO SER SEPARADA DELA NA ADMISS O E AMBAS CHORARAM POR ESSE MOTIVO QUE AP S RECEBER AS MEDICA ES N O PERCEBEU A A MELHORA DA DOR MAS QUE N O HOUVE PROGRESS O DA DILATA O POR ISSO N O IRIA FICAR INTERNADA QUE SENTIU MEDO DA INTERNA O PROLONGADA AP S COMPARAR O TEMPO DE TRABALHO DE PARTO DAS OUTRAS GESTANTES E RELACION LO A MAIOR EXPOSI O A PROCEDIMENTOS INVASIVOS COMO O TOQUE VAGINAL QUE SENTIU MEDO COME OU A CHORAR E DESEJOU IR EMBORA AO CHEGAR A MATERNIDADE E OUVIR GRITOS DAS PARTURIENTES E OS PROCEDIMENTOS REALIZADOS COMO A AMNIOTOMIA QUE SENTE SE ANSIOSA E ADMITE TER MEDO DA DOR DO PARTO POIS SABE DA INTENSIDADE DA DOR PELOS RELATOS DAS PESSOAS COM QUEM SE RELACIONA E QUE DEVIDO A ISSO DESEJA FAZER Ap ndice 190 UMA CES REA ESPERANDO QUE UMA DAS INDICA ES SEJA O P S DATISMO QUE TINHA EXPECTATIVA MESMO N O TENDO IDENTIFICADO OS SINAIS COMO DE TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO DE UM PARTO I
116. OU QUANTO A PRESSA PARA IR A MATERNIDADE CHAMANDO O SAMU QUANDO A GESTANTE REFERIU NAO ESTAR MAIS SUPORTANDO A QUE INCOMODA SE COM A EXPECTATIVA DAS PESSOAS COM QUEM CONVIVE PELO NASCIMENTO POR J TER CHEGADO A DPP POR J TEREM SE PASSADO V RIAS MUDAN AS DA LUA E PELA IMINENCIA DE PARTO ENTREVISTA 4 Ap ndice 196 E F 19 anos G3p0a2 Casada h 2 anos marido com 26 anos eu tive 2 aborto um com 05 semanas e outro de 12 o primeiro por anemia profunda e o segundo porque tive a placenta descolada Ja faz um ano a primeira gravidez ia fazer 15 anos Casada o marido o mesmo do 2 aborto Gesta o n o foi planejada marido ficou em coma ela deixou de tomar ACO durante o tratamento e engravidou em seguida Mora com a sogra e compareceu com a amiga P rola Participa do Curso de prepara o para o parto da UBS desde o in cio da gesta o 2 vez que comparece a maternidade Acionou samu as 12 05 com queixa de dor em regi o supra p bica de forte intensidade e perda do tamp o mucoso Colo com 1 cm esvaecimento de 30 de Lee 2 DU 4 10 10 15 Buscopan SF Cardiotoco feto ativo DPP 04 05 2009 37 sem 3 7 que eu estava com dor de madrugada uma dorzinha chata assim aqui embaixo ai eu tinha curso hoje a eu fui l cnamar ela amiga porque ela sempre vem comigo e eu estava sozinha em casa meu marido estava trabalhando e eu moro no fundo da minha sogra o meu marido trabalha at
117. PACITADAS Hoje ningu m fez exame em mim e se meu filho tivesse REFERE MEDO DA OCORRENCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR Ap ndice 223 nascendo n quem que ia saber n o caso se estava ou nao estava na hora de ganhar se fosse a minha irma ontem a minha irma hoje nao teria a filha dela ai fui no hospital e ai chegou l o m dico nem me examinou nada nem relou a m o em mim a me mandou pra c porque o posto de sa de faz parte de Mar lia POR N O TER SIDO AVALIADA PELO M DICO NO HOSPITAL QUE CONSULTOU ANTES DE SER ENCAMINHADA A MATERNIDADE mas eu achei melhor ficar n porque vai que eu chego l e como longe vai que eu chego l e tenho que voltar pra tr s n ou vai que eu to voltando e ganho no meio do caminho n AFIRMA DESEJO DE FICAR INTERNADA POIS MORA LONGE E ECREDITA QUE AO CHEGAR JA TERA QUE VOLTAR OU A POSSIBILIDADE DE NASCER ANTES DA CHEGADA eu tenho medo de eu ficar sentindo dor e ele demorar pra nascer RELATA O MEDO DA DEMORA DO PARTO E ASSOCIA O A COMPLICA ES COM O FETO tenho que esperar a vontade de Deus n ele sabe qual o tempo que ele preparou para mim e pro meu bebe ATRIBUI A HORA CERTA A VONTADE DIVINA Dessa vez ta diferente n o tinha esse catarro e no outro eu tinha contra o bem longe e apertou rapidinho S quando eu fui ganhar ele mesmo que eu senti essa dor parecida com essa
118. PIRA O CACHORRINHO cachorrinho do jeito que a gente v PORQUE VIU NAS NOVELAS nas novelas nos filmes sabe eu FILMES E ACHOU QUE achei que assim passava mais a dor MELHORARIA A DOR mas o menino me falou que foi isso que me deu dor de cabe a e tamb m o desmaio mas eu acho eu acho que foi a dor mesmo que eu senti mas a eu liguei pro meu marido n ele tava vindo pro almo o e eu falei pra ele que eu tava assim e ai RELATA TER LIGADO PARA O MARIDO QUE A ORIENTOU CHAMAR A AMBULANCIA E IR Ap ndice 233 ele falou chama a ambulancia que eu vou direto La pra gota PARA A MATERNIDADE QUE ELE JA ESTARIA INDO PRA LA sabe ele trabalha longe n la na fazenda do estado ai ele pegou o carro do patr o dele e ai ele veio pra c chegou antes de mim aqui e ai ele vinha no meio do caminho me ligando pra saber se o nen j tinha nascido REFERE A ANSIEDADE DO MARIDO FRENTE A SUA LOCOMO O A MATERNIDADE E QUE ESTE EMPRESTOU O CARRO DO PATR O PARA ACOMPANHA LA LIGANDO VARIAS VEZES PARA SABER SE J TINHA NASCIDO mas a noite que eu tenho medo porque meu marido desesperado tenho medo que aconte a durante a noite e ele tem que ficar com meu filho e ai eu venho sozinha nao eu nao sei o que vou fazer eu nao posso tirar meu nen da cama assim de madrugada ai ele vai ficar doido porque vai querer vim comigo mas nao tem quem fica com o nen
119. SCA DA ASSISTENCIA OBSTETRICA E1 E2 E3 E4 E6 E7 E8 E9 INFLUENCIADA PELA OPINI O DE PESSOAS DO SEU CONVIVIO FAMILIARES PELA BUSCA DA ASSISTENCIA OBSTETRICA E3 E5 INFLUENCIA PELA CULTURA MIDIA MISTICISMO E3 E5 E9 E8 E6 INFLUENCIADA PELA EXPECTATIVA DA FAMILIA PESSOAS DO SEU CONV VIO A DEPEND NCIA DOS SISTEMAS DE APOIO COMO INFLU NCIA NA DECIS O E6 E8 E5 E4 E8 E9 PELA DEPEND NCIA DA ESTRUTURA PUBLICA DE COMUNICA O E TRANSPORTE E2 E4 E5 E7 E9 PELA DEPENDENCIA DOS SISTEMAS DE APOIO MUDAN A NA ROTINA DOS SISTEMAS DE APOIO NA IMINENCIA DE PARTO E2 E1 E4 E5 E7 E9 PELA FRAGILIDADE DO SISTEMA DE APOIO A BUSCA PELO T RMINO DA GESTA O E OCORR NCIA DO PARTO E1 E5 DESEJA O FINAL DA GESTA O DEVIDO AOS DESCONFORTOS F SICOS E2 E7 PELO DESEJO DA INDU O DO PARTO E TRABALHO DE PARTO R PIDO An lise do fen meno 81 Quadro 04 Categorias concretas do tipo vivido MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE PELA MATERNIDADE EM FALSO TRABALHO DE PARTO TEMAS DEPOIMENTOS A CREN A EM QUE EST EM TRABALHO DE PARTO DEVIDO AOS SINAIS SINTOMAS PERCEBIDOS E1 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 A INFLUENCIA DE OUTROS NA PROCURA PELA ASSISTENCIA OBSTETRICA E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 A DEPEND NCIA DOS SISTEMAS DE APOIO COMO INFLUENCIA NA DECISAO E1 E2 E4 E5 E6 E7 E8 E9 A BUSCA PELA TRANQUILIDADE DEVIDO AO MEDO E INSEGURAN A SENTIDOS
120. STAS E VAI PARA O BAIXO VENTRE J come ou hoje a tarde mas tava fraquinha ai eu falei acho que eu nem vou pra faculdade hoje A na hora do jantar eu nem quis comer ai deu a dor forte de novo ai eu tinha certeza que tinha que vir pra c tomei um banho rapidinho e pedi pra minha mae chamar a ambul ncia Ai ela chamou demorou um pouquinho e eles vieram INFORMA QUE PENSOU EM N O IR PARAA FACULDADE PORQUE J PREVIA O TRABALHO DE PARTO E QUE TEVE CERTEZA DA NECESSIDADE DO DESLOCAMENTO QUANDO A DOR FICOU MAIS FORTE ai eu falei m e acho que ta me dando contra o acho que dor de parto a minha m e falou assim vamos La no posto pra ver RELATA TER COMUNICADO A MAE SOBRE O INICIO DAS CONTRA ES E QUE A MESMA SUGERIU IR A UBS A eu fui l mas n o tinha mais guia pro obstetra ai a mulher La que d as guias falou assim se voc tiver com dor vai La na gota REFERE QUE FOI PRIMEIRO A UBS E QUE NAO HAVIA VAGA PARA O M DICO E FOI ORIENTADA A IR PARA A MATERNIDADE A n s voltamos pra casa e eu falei pra minha m e acho que eu vou esperar mais um pouco acho que ainda n o precisa ir vamos pra casa pra ver como que fica RELATA QUE POR N O TER SIDO ATENDIDA NA UBS RESOLVEU IR PARA CASA E ESPERAR A MELHORA DA DOR Agora eles me consultaram e falou pra eu ir embora que eu n o to em trabalho de parto ainda que essas dor s o normal e tal mas eu n
121. TAR Ap ndice 238 ENTREVISTA 8 M L A P 22 anos G1 40 semanas compareceu pela primeira vez a maternidade acompanhada pela m e E solteira namora o pai da crian a e mora com os seus pais acionou o SAMU as 00 24 e foi admitida as 2 00 Ao toque Colo grosso posteriorizado imp rvio aus ncia de perdas VV DU 1c 10 25 Conduta Cardiotocografia e orienta es Eu vim porque eu to com dor assim aqui nas costas que desce para o p da barriga J come ou hoje a tarde mas tava fraquinha ai eu falei acho que eu nem vou pra faculdade hoje eu fa o faculdade a noite n ai minha m e viu que eu n o levantava da cama e foi La me chamar ai eu falei m e acho que ta me dando contra o acho que dor de parto a minha m e falou assim vamos La no posto pra ver A eu fui l mas n o tinha mais guia pro obstetra ai a mulher La que d as guias falou assim se voc tiver com dor vai La na gota A n s voltamos pra casa e eu falei pra minha m e acho que eu vou esperar mais um pouco acho que ainda n o precisa ir vamos pra casa pra ver como que fica A na hora do jantar eu nem quis comer ai deu a dor forte de novo ai eu tinha certeza que tinha que vir pra c tomei um banho rapidinho e pedi pra minha m e chamar a ambul ncia Ai ela chamou demorou um pouquinho e eles vieram Agora eles me consultaram e falou pra eu ir embora que eu n o to em trabalho de parto ainda que essas dor s o normal e t
122. Thais Erika Peron Giaxa FALSO TRABALHO DE PARTO COMPREENDENDO OS MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE A MATERNIDADE ATRAVES DA FENOMENOLOGIA SOCIAL BOTUCATU 2009 THAIS ERIKA PERON GIAXA FALSO TRABALHO DE PARTO COMPREENDENDO OS MOTIVOS DA PROCURA PRECOCE A MATERNIDADE ATRAVES DA FENOMENOLOGIA SOCIAL Disserta o apresentada a Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Campus de Botucatu para a obten o do t tulo de Mestre em Enfermagem rea de concentra o Pr tica de Enfermagem Orientadora Prof Dra Maria de Lourdes S M Ferreira Co orientadora Prof Dra Regina C lia Popim BOTUCATU 2009 FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA SECAO TECNICA DE AQUISI O E TRATAMENTO DA INFORMA O DIVIS O T CNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTA O CAMPUS DE BOTUCATU UNESP BIBLIOTEC RIA RESPONS VEL Selma Maria de Jesus Giaxa Thais rika Peron Falso trabalho de parto compreendendo os motivos da procura precoce maternidade atrav s da fenomenologia social Thais Erika Per n Giaxa Botucatu s n 2009 Disserta o mestrado Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu 2009 Orientadora Maria de Lourdes S M Ferreira Co orientadora Regina C lia Popim Assunto CAPES 40402002 1 Parto Obstetr cia 2 Trabalho de parto 3 Enfermagem obst trica CDD 610 73678 Palavras chave Assist ncia obst trica Enfermagem obst trica Fenomenologia social Pesqu
123. UE BUSCA NA AMIGA O APOIO QUE N O TEM NA FAMILIA POIS FICA SOZINHA EM CASA E JULGA O ESPOSO E A SOGRA E A CUNHADA COMO DESESPERADOS O QUE ACABA INTERFERINDO NO SEU ESTADO EMOCIONAL DIFERENTE DA AMIGA QUE POR JA SER MAE TIRA SUAS DUVIDAS E A ACALMA QUE J HAVIA SENTIDO DOR E DESCONFORTO DURANTE A NOITE MAS QUE SABIA QUE AINDA NAO ERA O VERDADEIRO TRABALHO DE PARTO E QUE SE FOSSE A MATERNIDADE SERIA MEDICADA E RETORNARIA QUE TEME PELAS ALTERA ES FETAIS POR PERCEBER REDU O NO MF E POR J TER OUVIDO HIST RIAS DE MORTE MATERNA E FETAL DURANTE O TP PELAS SUAS HIST RIAS DE ABORTO BEM COMO ASSOCIA A PERDA DE UM SOBRINHO NO ULTIMO M S GESTACIONAL POR P S DATISMO AP S SUA IRM TER SIDO DISPENSADA DO HOSPITAL QUE TEME SER RESPONSABILIZADA PELO ESPOSO POR QUALQUER COMPLICA O QUE SE TRANQUILIZOU AO SABER DO BEM ESTAR FETAL Ap ndice 206 QUE DESCREVE AS MUDAN AS NA ROTINA DO ESPOSO PELA PROXIMIDADE DO PARTO E PELA DIFICULDADE NO DESLOCAMENTO A MATERNIDADE QUE SE SENTE ANSIOSA PELO NASCIMENTO E QUE ACREDITA QUE O PARTO SERA NA VIRADA DA LUA CONFORME INFORMA ES DA SOGRA QUE N O DESEJA RETORNAR A MATERNIDADE SEM QUE ESTEJA EM VERDADEIRO TRABALHO DE PARTO PARA NAO OCUPAR O LUGAR DE QUEM REALMENTE NECESSITA DA INTERNA O QUE RECEBEU INFORMA ES SOBRE O TRABALHO DE PARTO NO CURSO PREPARAT RIO QUE FREQUENTOU MAS QUE TEME QUE PREFERE N O OUVIR OPINI O DA CUNHADA POIS A
124. UPORTE AVAN ADO DEVIDO A QUEIXA DE SINCOPE E DOR ABDOMINAL QUE IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DA DOR DE CARATER PROGRESSIVO QUE INICIA NAS COSTAS E ENDURECE A BARRIGA ASSOCIADO A VONTADE DE VOMITAR E A FALTA DE AR QUE RELATA TER PROCURADO A MATERNIDADE POR ESTAR INQUIETA ROLANDO DE DOR COM FALTA DE AR TREMORES E CEFALEIA ACHANDO QUE FOSSE MORRER QUE REFERE ESTRAT GIAS PARA AMENIZAR A DOR COMO O BANHO REPOUSO E RESPIRA O ACELERADA QUE AFIRMA QUE ADOTOU A RESPIRA O CACHORRINHO PORQUE VIU NAS NOVELAS FILMES E ACHOU QUE MELHORARIA A DOR QUE RELATA TER LIGADO PARA O MARIDO QUE A ORIENTOU CHAMAR A AMBULANCIA E IR PARA A MATERNIDADE QUE ELE JA ESTARIA INDO PRA LA QUE REFERE A ANSIEDADE DO MARIDO FRENTE A SUA LOCOMO O A MATERNIDADE E QUE ESTE EMPRESTOU O CARRO DO PATRAO PARA ACOMPANHA LA LIGANDO VARIAS VEZES PARA SABER SE JA TINHA NASCIDO QUE RELATA QUE O MARIDO DESESPERADO E TEME TER QUE IR A MATERNIDADE A NOITE POIS NAO TERA COM QUEM DEIXAR O FILHO E O MARIDO NAO A DEIXARA IR SOZINHA QUE RELATA QUE J HAVIA PROCURADO A MATERNIDADE UMA VEZ COM QUEIXA DE PERDA DE LIQUIDO E QUE NO DIA ANTERIOR TAMBEM FOI COM QUEIXA DE DOR QUE RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA E SE DIZ MAIS SEGURA POR ESTAR COM UMA EQUIPE PREPARADA PARA O ATENDIMENTO QUE RELATA QUE GOSTARIA QUE FOSSE ADMINISTRADO Ap ndice 237 MEDICAMENTO PARA INDU O DO PARTO PARA ACABAR LOGO COM ESSA
125. XA DE PERDA DE L QUIDO SE MANTEVE MUITO ANSIOSA QUESTIONANDO V RIAS VEZES A CONDUTA DOS PROFISSIONAIS QUE A ASSISTIRAM QUE DESCREVE A DOR QUE SENTIU COMO UMA DOR QUE INICIOU EM BAIXO VENTRE E QUE APOS COME OU A IRRADIAR PARA DORSO COMPARA A DOR INICIAL COM A COLICA MENSTRUAL E INTENSIDADE PROGRESSIVA REFERE EM ALGUNS MOMENTOS DOR PARALISANTE UNILATERAL QUE A IMPEDIU DE SE MOVIMENTAR E PROVOCOU DIFICULDADE RESPIRATORIA QUE REFERE ALTERA ES NO PADR O MICCIONAL E PERDA DE SECRE O VAGINAL QUE INICIOU MUCOIDE E TORNOU SE HIALINA QUE RELATA QUE J SENTE DOR E TEM PERDA DE SECRE O VAGINAL H UM M S E QUE DESDE ESSA DATA J PROCURA O SERVI O POR ESSE MOTIVO QUE RELATA INSATISFA O COM AS VARIAS VEZES QUE PROCUROU O HOSPITAL E UBS SEM QUE O SEU PROBLEMA FOSSE RESOLVIDO QUE RELATA A VISITA QUE FEZ A MATERNIDADE ONDE A M DICA PEDIU PARA QUE ELA SE PREPARASSE AFIRMANDO QUE O BEBE IA NASCER MAS QUE DEVERIA FICAR EM CASA PORQUE AS CONTRA ES AINDA NAO ERAM EFICIENTES E QUE SE A DOR VOLTASSE ELA DEVERIA RETORNAR O QUE AUMENTOU SUA EXPECTATIVA QUE RELATA A ANGUSTIA PELA DIFICULDADE EM ESTIMAR A IG E REFERE MEDO POR JA TER PASSADO A DPP E AINDA NAO TER NASCIDO QUE REALIZA COMPARA O COM AS COLEGAS GRAVIDAS QUE J TIVERAM SEUS FILHOS E RELATA ANGUSTIA QUANDO AS PESSOAS QUESTIONAM A DEMORA DO NASCIMENTO Ap ndice 256 QUE REFERE DESEJO DE SER INTERNADA E DECEP O DEVIDO A ALTA P
126. a a eu fui no banheiro n a saiu um catarro n assim transparente E6 Categorias Concretas do vivido 96 Eu ja tinha vindo no s bado porque eu tava perdendo um liquido assim por baixo eu n o tava com dor n o Jai eu pensei acho que isso a bolsa que ta estourando ai eu vim e eles falaram que era s aquele corrimento aquela como chama aquela secre o da vagina E7 Nos relatos apresentados poss vel observar a descri o da perda da Rolha de Schoeder conhecido tamb m como tamp o mucoso uma secre o muc ide que durante toda a gesta o protege o canal cervical e que pode ser percebida como perda vaginal at duas semanas anteriores ao parto pois resultado do in cio das altera es no colo uterino Foram relatadas tamb m altera es na frequ ncia urin ria decorrentes da insinua o fetal na pelve nas semanas que antecedem o parto eu estava desde ontem com dor n to com corrimento faz mais de um m s Ent o essa dor ela vem aqui primeiro ela come ou aqui em baixo n tipo c lica de menstrua o e agora ta vindo a dor aqui nas costas Neste lado aqui eu nem tava conseguindo mexer agora que eu to conseguindo mexer de novo e eu to indo direto no banheiro fazer xixi direto e essa dor n o para ela ta cada vez mais forte o corrimento saiu primeiro come ou tipo um catarro e depois come ou saindo gua s gua gua direto ta saindo toda hora tem que
127. a sem posi o tava fadigada mas eu nem falei pro meu marido n porque ele fica desesperado e ai eu nem falo acho que ele marido ta mais ansioso do que eu e ele que ta me deixando nervosa meu marido ele me faz at chorar ele fica voc t com dor O nen n o ta nascendo n o ele fica assim t o desesperado e eu tamb m fico t o desesperada assim que eu at choro E4 porque a m e dele tamb m desesperada n ela cheia de problemas Minha cunhada mais desesperada que eu ela tamb m vai ganhar s em julho e acho que ela j veio aqui umas 10 vezes ela acha que vai nascer a qualquer momento ela sente uma dorzinha e ai j vai chamando o SAMU o povo l n o ag enta mais ela E4 O meu marido tamb m tem medo de acontecer alguma coisa ele fica preocupado aquela noite que passou o parto da Maia na novela ele teve at pesadelo acordou suando assim tava muito nervoso deus me livre n o Categorias Concretas do vivido 153 quero nem pensar Ele nem quis vir junto no SAmu a eu falei fica ai ent o homem n o entende das coisas E5 ai ele marido pegou o carro do patr o dele e ai ele veio pra c chegou antes de mim aqui e ai ele vinha no meio do caminho me ligando pra saber se o nen j tinha nascido E7 mas a noite que eu tenho medo porque meu marido desesperado E7 Meu marido ta doido at perdendo o servi o
128. a 20 horas e a admiss o precoce a maternidade e o uso de ocit citos podem ser um risco de aumento na incid ncia de ces rea decorrente do colo uterino desfavor vel Os sinais de alerta como perda de l quido sangramento uterino contra es eficientes a cada 5 minutos e diminui o dos movimentos fetais s o orienta es para que a parturiente retorne ao hospital no momento adequado O conhecimento dos sinais e sintomas de trabalho de parto torna se dif cil at o chegar o final da gesta o que percebido a intensidade da dor no trabalho de parto Uma parturiente pode n o saber o sexo a cor dos olhos ou dos cabelos de seu beb mas sabe quase com certeza que seu trabalho de parto produzir alguma dor A viv ncia que a mulher ter neste momento ser mais ou menos prazeirosa positiva ou traum tica dependendo de uma s rie de condi es desde aquelas intr nsecas mulher e gesta o sua idade ou maturidade sua experi ncia em partos anteriores a experi ncia das mulheres que lhe s o pr ximas se a gravidez atual foi planejada desejada a seguran a em rela o a si mesma no que concerne a seu papel de mulher e de m e dentre outros at aquelas diretamente relacionadas ao sistema de sa de como a assist ncia pr natal e assist ncia ao parto propriamente dito O desconhecimento por parte das gestantes sobre os sinais de verdadeiro trabalho de parto acarreta idas e vindas desnecess rias
129. a cada Trajet ria metodol gica 52 parte como estando presente ou ausente na experi ncia at que a descri o seja reduzida ao essencial para a exist ncia da consci ncia da experi ncia Nesta fase da pesquisa o fen meno come a a se apresentar e devemos desmembr lo em partes e ent o reestrutur lo ap s em uma leitura pessoal mais reveladora do caso particular da investiga o O objeto desse momento na trajet ria fenomenol gica determinar selecionar quais as partes da descri o s o consideradas essenciais e aquelas que n o o s o Pretende se encontrar exatamente que partes da experi ncia s o verdadeiramente partes da nossa consci ncia diferenciando as das que s o simplesmente supostas A compreens o A compreens o fenomenol gica terceira e ltima etapa da trajet ria uma tentativa de investigar as experi ncias uma forma de interpreta o Se d em conjunto com a interpreta o e corresponde ao momento em que se tenta obter o significado essencial na descri o e na redu o Situado o fen meno recolhidas as descri es iniciam se os momentos das an lises Ideogr ficas e Nomot ticas A fenomenologia Social de Schutz 53 5 A FENOMENOLOGIA SOCIAL DE ALFRED SCHUTZ Em Sociologia particularmente atrav s dos textos de Schutz Fenomenologia Social o estudo dos modos como as pessoas vivenciam diretamente o cotidiano e imbuem de significado as suas atividades Em opo
130. a e ai vai ser aquela correria pra chamar a ambul ncia de novo vai que eles demoram E8 Agora eu vou ter que ir embora n esperar a ambul ncia acho que vai demorar ficar aqui at amanh cedo n E8 Agora eu vou ter que chamar a ambul ncia de novo pra ir embora ai chegando em casa eu sei que vou ter que voltar ai ate chamar ambul ncia de novo eles ir me buscar demorou hoje e a ambul ncia vem chacoalhando jogando a gente assim e a porta da ambul ncia n o tava fechando direito fiquei com medo de cair pra fora fiquei agarrada no meu marido E9 As gestantes encontram suporte tamb m fora do mbito familiar em amigas vizinha patroa colegas de trabalho e outras gestantes alterando tamb m os seus padr es de vida econ micos e sociais no final do trabalho de parto A fam lia independentemente do arranjo ou estrutura propicia os aportes afetivos e materiais necess rios ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes na fam lia que encontra se o espa o privilegiado de socializa o de pr tica de toler ncia e divis o de responsabilidades de busca coletiva de estrat gias de sobreviv ncia e lugar Categorias Concretas do vivido 151 inicial para o exercicio da cidadania sob o parametro da igualdade do respeito e dos direitos humanos No estudo que focaliza a fam lia e ou seus membros na rede de apoio de gestantes o marido ou pai da crian a foi citado pelas gestantes c
131. a foi forte imagine a outra diz que da toda hora assim rapidinho uma atr s da outra REALIZA A COMPARA O DA DOR DO TRABALHO DE PARTO COM AS COLICAS MENSTRUAIS QUE SENTIA E AFIRMA QUE A DOR DO TRABALHO DE PARTO SERA MAIS INTENSA E FREQUENTE Ap ndice 216 ENTREVISTA 5 ANALISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que E UMA PRIMIGESTA 14 ANOS AMASIADA ACOMPANHADA PELA SOGRA GRAVIDEZ PLANEJADA E DESEJADA COM QUEBRA DE VINCULO COM SUA GENITORA APOS A GESTA O IG 39 SEM 4 7 01 CONTRA O EFETIVA COLO IMP RVIO 7 CONSULTA DE PN COM INICIO A 17 SEMANA TRANSPORTADA PELO USS APOS 65 MIN DA SOLICITA O TERCEIRO COMPARAECIMENTO A MATERNIADDE QUE IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO ATRAV S DAS DORES PROGRESSIVAS QUE PENSOU EM PROCURAR A UBS MAS O OBSTETRA ESTAVA DE FERIAS E RESOLVEU IR A MATERNIDADE QUE J COMPARECEU TRES VEZES AO SERVI O QUE SE INCOMODA COM AS E VINDAS A MATERNIDADE SEM QUE ESTIVESSE EM TP QUE SE SENTE MAIS TRANQUILA NA MATERNIDADE POIS CONSIDERA QUE POSSUI UMA EQUIPE PREPARADA E RECURSOS PARA O ATENDIMENTO AO RN QUE TEME FICAR S EM CASA PELA DOR E POR N O SABER COMO AGIR POR ISSO DESEJA SER INTERNADA DE QUALQUER JEITO NEM QUE TENHA QUE CHORAR IMPLORAR E QUE ACREDITA QUE AS MULHERES QUE CHEGAM A MATERNIDADE FAZENDO ESCANDALO S O INTERNADAS MESMO SEM ESTAREM EM TRABALHO DE PARTO E QUE TERA QUE
132. a mexendo desde a madrugada ele n o tava mexendo acho que por causa da contra o eu pensei ai ser que ele ta bem ser que n o ta E a foi bom vir e ver REFERE PREOCUPA O COM A VITALIDADE FETAL DEVIDO A AUSENCIA DE MOVIMENTOS FETAIS E AFIRMA QUE A Ap ndice 200 que ele ta bem agora eu sei que ele ta bem eles ja ouviu o cora o j fez exame j falou que ta tudo bem com ele mas a gente fica com medo n PROCURA PELA MATERNIDADE E A AVALIA O DA VITALIDADE FETAL FOI UM FATOR QUE CAUSOU TRANQUILIDADE JEu n o ligo em ir pra casa que tipo assim tenho medo de acontecer alguma coisa com o nen n assim se acontecer ele me mata vai fala que a culpa minha JAh que o nen morre na hora do parto a mulher n o sei de quem morreu na hora do parto o nen e ela morreu sabe e ai ele j olha pra mim assim eu fico pensando ai meu deus igual da primeira vez eu puxei o armario ai eu comecei a ter contra o e ai ele falou ta vendo porque porque vc pegou o arm rio que n o sei o que se acontecer alguma coisa com o nen a culpa minha REFERE TER MEDO DE ESPERAR EM CASA E TEME SER CULPADA PELO MARIDO POR ALGUMA COMPLICA O QUE POSSA OCORRER COM O FETO mas ai eu falo assim e se eu n o tiver muita dor tem gente que tem parto sem dor tem mulher que nao tem minha mae fala que nao sentiu dor no parto do meu irm o
133. a ocupa o espa o da a o interpreta suas possibilidades e se envolve em desafios Acredito ser necess rio a elucida o de alguns pressupostos filos ficos do referido autor para melhor compreens o da an lise dos dados deste estudo A fenomenologia Social de Schutz 56 O MUNDO VIDA Mundo vida entendido por Wagner 9 como sendo toda experi ncia cotidiana dire es e a es por meio das quais os indiv duos lidam com seus interesses manipulando objetos tratando com pessoas concebendo e realizando planos um mundo natural que imp e limite s nossas atitudes na qual atuamos e operamos como atores e cen rio de uma realidade que modificamos mediante nossos atos e que por outro lado transforma nossas a es O mundo da vida o horizonte de refer ncia paradigm tico por meio do qual os indiv duos e os grupos sociais interagem entre si definem a es previstas de sentido e realizam qualquer empreendimento cognitivo como as representa es As experi ncias originalmente fundadas dentro do mundo da vida constituem a base sobre a qual se erguem todas as demais realidades humanas como o sonho a arte os sistemas simb licos e o fazer cient fico por exemplo portanto o mundo das atividades pr ticas que possui desde um primeiro momento significa es humanas O mundo da vida cotidiana n o um mundo privado mas compartilhado com meus semelhante que s o seres humanos co
134. ades de significado interpretadas reduzidas fenomenologicamente Posteriormente colocou se em um quadro denominado de Quadro Nomot tico as id ias gerais desveladas e as converg ncias nos depoimentos a partir da reflex o para compreender os sentidos Na an lise nomot tica come am a aflorar os aspectos mais comuns de todos os discursos permitindo que o fen meno se mostre Neste momento o pesquisador pergunta a que e onde chegou pois nessa fase da pesquisa busca se chegar estrutura geral de todos os discursos Esse momento baseia se nas realiza es obtidas das an lises idiogr ficas da compreens o dos diversos casos individuais resultantes das converg ncias aspectos comuns das diverg ncias aspectos diferentes e das idiossincrasias individualidades contidas nos discursos isto quando somente um sujeito menciona determinado aspecto Dessa forma para chegar a estrutura geral do fen meno inicio o processo de converg ncias Assim as unidades de significado que dizem respeito ao mesmo aspecto do fen meno foram destacadas sofreram o processo de redu o fenomenol gica e forma agrupadas com a finalidade de organizar as articula es dos discursos e formar n cleos de pensamentos os quais foram sintetizados e tematizados conforme v rias perspectivas que emergiram do fen meno A medida em que as unidades convergentes do fen meno foram agrupadas emergiram as seguintes unidades tem ticas de an lise Pela
135. ai eu falei assim n o vou ficar com essa dor n o a eu vim E uma dor que come a devagarzinho bem fraquinha nas costas e ai vem pra barriga e ela come a a ficar dura assim e a vai aumentando aumentando a dor ave Ontem eu cheguei em casa as 8 hs tentei comer alguma coisa n o consegui por causa da dor ai eu n o comi a eu deitei na cama ai que come ou de madrugada a dor virava pra um lado n o melhorava virava pro outro e nada e agora de manh cedo a dor apertou eu at ia no posto mas o m dico ta de f rias s tem m dico a tarde ai eu falei vamos de novo pra gota Ai meu marido falou assim ent o vai mas v se n o volta de novo hein e eu n o quero ir embora n o ir e voltar ir e voltar n o da certo n o Aqui eu fico mais despreocupada se acontecer alguma coisa tem gente que j sabe o que fazer de repente se a bolsa estoura o nen quer nascer ai nasce no meio do caminho deus me livre eu n o quero correria perigoso pra ele Eu estando aqui aqui tem todos os recursos pra ele e tal Eu chamei o Samu porque se precisar eles tamb m fazem parto o mo o falou que j fez tr s mas eu queria mesmo que nascesse na aqui na maternidade O meu marido tamb m tem medo de acontecer alguma coisa ele fica preocupado aquela noite que passou o parto da Maia na novela ele teve at pesadelo acordou suando assim tava muito nervoso deus me livre n o quero nem pensar Ele nem quis vir junto no SAmu a eu
136. ais Enciclop dia Aberta de Ci ncias Sociais v 5 1988 p 68 80 78 Conselho Nacional de Sa de Resolu o n 196 de 10 de outubro de 1996 Disp e sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Bio tica 1996 4 2 Supl 15 25 79 Popim RC Boemer MR Cuidar em oncologia na perspectiva de Alfred Sch tz Rev Latino am Enferm 2005 13 5 677 85 80 Bello AA Introdu o fenomenologia Bauru Ed Edusc 2006 81 Bicudo MAV Sobre a fenomenologia In Bicudo MAV Esposito VHC orgs Pesquisa qualitativa em educa o Piracicaba Unesp 1994 82 Terra MG Silva LC Camponogara S Santos EKA Souza AlJ Erdmann AL Na trilha da fenomenologia um caminho para a pesquisa em enfermagem Texto Contexto Enferm 2006 15 4 672 8 83 Martins J Um enfoque fenomenol gico do curr culo educa o como poesias S o Paulo Cortez 1992 Refer ncias 172 84 Figueiredo VMC Tavares MCGCF Ven ncio S Olhar para o corpo que danga um sentido para a pessoa portadora de defici ncia visual Movimento 1999 11 1 65 73 85 Garnica AVM Algumas notas sobre a pesquisa qualitativa e fenomenologia Interface Comunic Saude Educ 1997 1 1 109 22 86 Bottomore T Outhwaite W Dicionario do pensamento social do s culo XX Rio de Janeiro Jorge Zahar 1996 87 Schutz A El problema de la realidad social Buenos Aires Amorrortu 1974 88 Schutz A Bases da fenomenologia In Wagner H organizador F
137. ais abrangente deve ir al m do biol gico Os aspectos subjetivos devem ser valorizados assim como o contexto s cio econ mico e cultural necessita ser sistematicamente conhecido para que se ofere a uma assist ncia de melhor qualidade O pr natal mostrou se como fundamental nesse momento de turbilhonamento emocional onde preciso olhar com mais carinho para essa mulher que no final da gesta o encontra se em uma lacuna desgarrada da aten o pr natal e dependente de um sistema que n o est preparado para acolh la A educa o para a parturi o deve resgatar o senso de valor e import ncia das mulheres ao viverem sua parturi o promovendo sua auto estima Essa perspectiva educativa e humanizadora inerente fun o preventiva e terap utica do acolhimento deve concretizar se durante as consultas obst tricas os cursos de prepara o para a parturi o o intraparto e p s parto Nesse sentido necess rio que tal concep o e suas pr ticas se integrem aos curr culos dos cursos que formam profissionais da rea da sa de s pr ticas do hospital e especialmente do Centro Obst trico Esperamos que as interpreta es das categorias e as considera es contidas neste estudo sirvam de oportunidade para que cada um de n s profissionais de enfermagem possamos refletir sobre nossa responsabilidade nessa situa o A possibilidade de apreender os motivos que caracterizaram a a o humana e o modo como essas mul
138. al mas eu n o queria ir embora n o e daqui a pouco ter que voltar o m dico falou que pode ser que eu volte ainda hoje ent o porque j n o me deixa aqui pra ganhar logo Depois eu vou pra casa e ai vai ser aquela correria pra cnamar a ambul ncia de novo vai que eles demoram vai que n o da tempo e o nen nasce antes n Antes assim nasce no caminho na casa deus me livre acho que eu morro nem pensar numa coisa dessas Eu tenho medo n eu tenho medo que passa da hora j to com 40 semanas sei La que acontece alguma coisa com ela tipo ela engolir o l quido n que algumas crian as engolem quando estoura a bolsa n tipo aquelas crian as que passam da hora n Tava marcado pra ela nascer hoje n eu achei que ia ficar n o sei fazer uma ces rea se eu n o tiver dilata o agora eu tenho que ir pra casa e ficar esperando o qu Se j era pra ela nascer hoje O m dico do posto mesmo falou sua barriga j ta baixa n o vai chegar nem no dia 11 que ia nascer antes e eu to aqui vou pra casa com a mesma dor n o me deram nenhum rem dio e eu vou ter que voltar assim pra casa Mas se der aquela dor de novo aquela forte que eu tive eu volto pra ca e ai deles se n o me internarem eu fa o um esc ndalo porque se a gente tivesse dinheiro eles j tinham me internado e tinham feito ces rea em mim mas n o a gente tem que ir embora com dor nesse frio a ponto de pegar uma pneumonia e eles nem pra internar quero
139. ana encontramos barreiras dificuldades e diante delas devemos agir para poder venc las ou nos conformarmos Neste sentido ao procurarem resolver seus conflitos tendo d vidas sobre a sintomatologia sentida tendo medo da autonomia da decis o as mulheres em falso trabalho de parto agiram procurando pela aten o obst trica de emerg ncia No atendimento na Maternidade as mulheres encontram se em uma rela o face a face com os profissionais que atuam na institui o e no transporte estabelecendo uma rela o social que intersubjetiva de motivos Essa reflex o s foi poss vel ap s a a o ter se concretizado e se revela nos relatos Categorias Concretas do vivido 110 entao melhor eu fica vindo n mesmo indo embora n assim mas pelo menos falaram que ta tudo bem com ele ai eu fico mais trang ila E1 Porque ele n o tava mexendo desde a madrugada ele n o tava mexendo acho que por causa da contra o eu pensei ai ser que ele ta bem ser que n o ta Jagora eu sei que ele ta bem eles j ouviu o cora o j fez exame j falou que ta tudo bem com ele E4 o cora ozinho do beb ta batendo forte n ta timo ta normal batendo certinho bonitinho eles falaram que ele ta bem agora vou ter que espera n E6 J em outras situa es a busca pela avalia o da vitalidade fetal foi o fator que motivou a a o atrav s da busca por uma consulta gerada
140. antes procuraram a maternidade em falso trabalho de parto possibilitou desenhar o tipo vivido dessas gestantes Assim o tipo vivido das gestantes em falso trabalho de parto constitui uma caracter stica comum desse mesmo grupo social e que est vivenciando a necessidade de a es perante a ocorr ncia do fen meno An lise do fen meno 71 6 A AN LISE DO FEN MENO Assim que conclui a coleta dos discursos prossegui percorrendo as etapas sugeridas por Martins e Bicudo para proceder a an lise individual de cada discurso para que em seguida pudesse prosseguir para a an lise da sua totalidade Primeiramente detive me leitura atentiva dos discursos quantas vezes quanto se fizeram necess rias tomando o cuidado de n o interpretar nem analisar mas com o prop sito de apreender o sentido do todo Ap s a apreens o do sentido do todo voltei ao conte do de cada texto e reli in meras vezes procurando discriminar as unidades de significado Assim caminhei em dire o intersubjetividade onde o meu mundo e o do sujeito se interpenetram buscando assim evid ncias da experi ncia vivida do sujeito Nesse momento as frases e par grafos considerados significativos para a compreens o do fen meno pesquisado foram destacados e enumerados um a um em algarismo ar bico pela ordem que surgiram no discurso obtendo dessa forma uma vis o global do assunto Tive o cuidado de mant los como foram expressos pelos sujeitos
141. ar certos fins t picos etc a isso que Schutz chama de car ter social do conhecimento O ser humano como um ser plenamente biol gico e cultural v a cultura como algo formado pelo complexo de normas mitos s mbolos e imagens que penetram na intimidade do indiv duo estruturando suas emo es e orientando suas a es fazendo parte do seu cotidiano 29 A cultura acumula em si o que conservado transmitido e aprendido possibilitando a aquisi o de normas e princ pios O homem s se realiza plenamente por interm dio da cultura pois ela constitu da pelo conjunto dos saberes fazeres regras normas proibi es estrat gias cren as id ias valores ritos e mitos transmitidos de gera o a gera o e se reproduzem em cada indiv duo e controlam a sociedade mantendo a complexidade psicol gica e social Afirma ainda que existe em cada cultura um capital espec fico de cren as id ias valores e mitos que unem uma comunidade singular a seus ancestrais atrav s de suas tradi es e de seus mortos uma realidade a presen a e a influ ncia dos mitos na vida dos homens e na historia de cada um e mesmo que se tente desconsiderar esta influ ncia verificamos sua for a nas rela es e intera es familiares pois o indiv duo nasce inserido em uma hist ria familiar de forma que cada vez que a hist ria de vida de um membro da fam lia contada nela est o embutidos modelos a serem seguidos ou rejeitado
142. as A fenomenologia Social de Schutz 63 BAGAGENS DE CONHECIMENTO DISPONIVEIS Schutz ocupou se dos meios atrav s dos quais um individuo se orienta nas situa es da vida da experi ncia que armazenou e do estoque de conhecimento que tem m o A sedimenta o das experi ncias do indiv duo adquiridas ao longo da vida denominada pela bagagem de conhecimentos dispon veis Trata se de uma estrutura sedimentada das experi ncias vivenciadas ou comunicadas por outras pessoas Da experi ncia armazenada e do estoque de conhecimentos que tem m o que o indiv duo orienta se nas situa es de vida O conhecimento do mundo uma constru o social O autor afirma que somente uma parte muito pequena de meu conhecimento do mundo se origina da minha experi ncia pessoal Esses conhecimentos prov m de suas experi ncias vivenciadas ou a ele transmitidas por seus familiares mestres e de modo geral pelos mais velhos com os quais se relacionou Funcionam como receitas que s o armazenadas desde a inf ncia e que s o utilizadas nas situa es de vida cotidiana conforme se fizerem necess ria O individuo n o pode interpretar suas experi ncias fazer planos nem para os pr ximos minutos sem consultar seu pr prio estoque de conhecimento Esse estoque de conhecimento funciona como um arquivo permanente que o indiv duo consulta constantemente para interpretar suas experi ncias e observa es de
143. as de trabalho do SAMU que ouviram meus desabafos e ansiedades e especialmente minha Coordenadora Gisele pela compreens o respeito e exemplo de vida e profissionalismo Aos colegas da Unimar em especial aos docentes da disciplina de Sa de da Mulher e crian a pelo est mulo a minha qualifica o profissional apoio e confian a e aos meus alunos pela compreens o e carinho A prof Creuza Capalbo por t o valiosa colabora o prontid o em dividir seu conhecimento no referencial filos fico referendando esse trabalho e trazendo maior credibilidade a ele e por aceitar fazer parte da banca de defesa Aos professores Jairo e Wilza que participaram da banca de qualifica o pela leitura atenta do material e pelas relevantes e cuidadosas contribui es que permitiram melhorar a qualidade desse trabalho obrigada pelas palavras de incentivo e carinho A secret ria da p s gradua o Aline pelas in meras orienta es sempre repletas de carinho e compreens o e s funcion rias da biblioteca Selma e Luciana pelo aux lio com as refer ncias todos que de forma direta ou indireta contribu ram para que essa etapa de minha vida se concretizasse e que porventura esqueci de citar o meu obrigada sem voc s essa conquista n o seria poss vel O passado mais ou menos fantastico ou mais ou menos organizado posteriormente age sobre o futuro com um poder compar vel ao do pr prio presente Paul Val ry Quando a
144. assim Minha cunhada mais desesperada que eu ela tamb m vai ganhar s em julho e acho que ela j veio aqui umas 10 vezes ela acha que vai nascer a qualquer momento ela sente uma dorzinha e ai j vai chamando o SAMU o povo l n o ag enta mais ela Quando eu to com dor ela j fala ai vai no m dico agora vai nascer ai j vai e ela fica assim me for ando a vir ent o eu nem falo mais nada pra ela e nem pro meu marido Eu acho que na hora eu vou chorar porque eu to t o chorona meu marido fala mais assim comigo e eu j come o a chorar Eu acho que eu vou chorar Eu quero mais normal do que ces rea e eu n o quero gritar mas eu acho que n o vou ag entar e vou chorar Eu quero que ele nasce logo eu quero que at na p scoa ele j tenha nascido a minha sogra falou que a lua vira amanh quem sabe falam que um dia depois que a lua vira n ent o vai ser na p scoa Ap ndice 199 ENTREVISTA N 4 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDUCAO E que eu estava com dor de madrugada uma dorzinha chata assim aqui embaixo Ai na hora que eu cheguei aqui tava dando uma dor super forte a foi por causa da contra o n que eu vim por causa da dor tipo assim a dor daqui de baixo n o passa mas a ai fica doendo as costas e depois vem endurece a barriga e passa a hora que a barriga endurece fica mais forte a dor ai aumentou a dor a a hora
145. ategorias Concretas do vivido 92 conhecimento do mundo do homem na atitude natural uma sedimenta o dos conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida das suas experi ncias vividas ou a ele comunicadas por seus familiares por seus mestres e de modo geral pelos mais velhos isso que Schutz denomina de bagagem de conhecimentos dispon veis Desta bagagem fazem parte as recomenda es de como se comportar socialmente para ser bem sucedido tudo que se sabe por heran a da tradi o por h bito adquirido o que aprendemos e esquecemos mas que pode ser reativado a nossa vis o do mundo etc este estoque de conhecimentos s o sempre pressupostos mas podem a qualquer momento ser tematizados ou passar ao n vel de considera o transcedental Pesquisa realizada em 2002 revela que no transcurso do per odo gestacional em geral a mulher tem contato com v rias fontes de informa es sobre a dor de parto e o conte do desta informa o Entre estas fontes est a literatura dirigida particularmente s gr vidas a m dia em especial a televis o e profissionais de sa de Entretanto as mulheres de suas rela es familiares e de amizade continuam desempenhar papel fundamental na gera o destes sentimentos As mesmas mulheres das rela es familiares primas irm s cunhadas m es ou de amizade que transmitem as informa es negativas em rela o dor de parto com base em suas pr prias viv ncias
146. ativas no modelo de assist ncia ao parto a cultura contempor nea continua impregnada pelo drama do nascimento e para as mulheres sem distin o de classe o parto constitui uma situa o de desconhecimento medo e sofrimento f sico e emocional al m de submiss o ao poder m dico e institucional Atrav s das gera es essa id ia foi sendo transmitida em nossa cultura de m es para filhas e de mulher para mulher Na pr hist ria o parto foi destacado como um fen meno de car ter instintivo e solit rio Mais tarde foram as mulheres que auxiliavam as parturientes caracterizando o ato como um acontecimento feminino O parto tornou se ao longo do tempo um processo que provocava admira o medo Revis o da Literatura 36 e durante muito tempo seu desencadeamento foi considerado de natureza divina A id ia do parto como um ato provindo da vontade divina dominou a pr tica obst trica por muitos s culos at ser substitu da pela concep o de um ato originado pelo pr prio feto Os partos eram atendidos por parteiras leigas com conhecimento pr prio e eram solid rias s mulheres na hora de dar luz a ponto de adquirir um papel importante e definitivo na sociedade A participa o do m dico s ocorreu a partir do s culo XVII quando come ou a ocorrer o parto cir rgico ao mesmo tempo em que deixou de ser domiciliar e passou a ser realizado nos hospitais como parte dos processos de urbaniza o expans o da aten
147. car bem forte n mas se continuar do jeito que ta doendo assim eu n o vou aguentar mais n o a tenho que voltar se a bolsa romper se tiver algum sinal assim diferente se sangrar sair l quido ai eu volto mas s se a contra o aumentar bastante IDENTIFICA A NECESSIDADE DE AUMENTO DAS CONTRA ES PARA A PROCURA PELA MATERNIDADE NOVAMENTE BEM COMO A POSSIBILIDADE DE OCORRER AMNIOREXE E PERDA DE SANGUE Eu acho que na hora eu vou chorar porque eu to t o chorona meu marido fala mais assim comigo e eu j come o a chorar Eu acho que eu vou chorar Eu quero mais normal do que ces rea e eu n o quero gritar mas eu acho que n o vou ag entar e vou chorar ANTECIPA A VIV NCIA DO PARTO E DIZ QUE ACEDITA QUE IRA CHORAR PORQUE NAO QUER GRITAR Tipo assim eles falam assim pra mim vai a hora que tiver pra nascer tal No curso elas falaram assim que tem que vir quando tiver com contra o uma atr s da outra tipo de tr s em tr s minutos tipo eles falaram da hora do parto dos sinais n RELATA AS INFORMA ES RECEBIDAS NO CURSO DE PREPARA O PARA O PARTO QUANTO AO MOMENTO DE PROCURAR PELA MATERNIDADE ele marido fica voc t com dor O nen n o ta nascendo n o Quando eu to com dor ela cunhada j fala ai vai no m dico DESCREVE A EXPECTATIVA E PRESSAO DO MARIDO E DA CUNHADA PARA PROCURAR A MATERNIDADE Ap ndice 204
148. cer alguma coisa no meio do caminho que nem tava s eu e Categorias Concretas do vivido 120 a pastora e o ambulanceiro acontece de eu ter meu bebe eu prefiro ficar aqui Eu s tenho medo de n o dar tempo porque do outro foi r pido demais E6 Je a n o deu tempo de nada ela ganhou dentro da ambul ncia nem de dar aquele pique que da la embaixo pra ajudar o nen sair n o deu e ela rasgou tudo por baixo e teve que tomar um monte de ponto n aquilo ficava assim inchado Ja eu penso n e se n o tem ningu m na ambul ncia ent o quem ia fazer o parto Que nem l a m dica que tava la de plant o veio junto n mas o nen ainda ficou 7 dias na UTI Eu s tenho medo de n o dar tempo porque do outro foi r pido demais E6 Vimos nas falas que o medo da ocorr ncia do parto extra hospitalar se ap ia em negar a dispensa pela maternidade como se l a vitalidade do filho estivesse garantida Elas associam o parto fora do ambiente hospitalar como prejudicial principalmente para o beb o que vai de encontro aos resultados da pesquisa desenvolvida com nuliparas que indica que muitas gestantes em falso trabalho de parto referem ter procurado o hospital por n o saberem o que v o sentir e nem como identificar a hora precisa de se encaminharem a maternidade Apontam tamb m como motivo da procura da maternidade a preocupa o com o tempo que gastariam para percorrer a dist ncia en
149. ciados de maneira amb gua Surgem assim para o indiv duo situa es duvidosas situa es que aparentemente cont m tend ncias mutuamente exclusivas cada uma delas igualmente plaus vel Consequentemente a pessoa que enfrenta tal situa o amb gua oscila entre possibilidades e contra possibilidades Sua indecis o permanece at que ela ache evid ncia adicional a favor de uma ou de outra alternativa ou at que seus interesses e motiva es a empurrem em uma dire o ao inv s de em outra As possibilidades em aberto ao contrario n o s o amb guas mas simplesmente indeterminadas Por exemplo posso supor que o verso de um objeto da mesma cor que sua parte da frente mas enquanto eu n o puder testar isso minha suposi o n o passa de uma antecipa o vazia Falta lhe corrobora o substantiva Nesse momento de avalia o da conduta tomada e de suas consequ ncias a mulher se v diante de um dilema onde ao mesmo tempo em que voltar para casa pode representar aumento da seguran a apoio e conforto esse ato significa confrontar com suas expectativas anteriores As suas expectativas realistas ou n o foram frustradas o parto idealizado voltar a ter sua busca iminente acarretando em um ciclo onde seguran a e sofrimento se confrontam O estoque de conhecimento que o homem tem a m o serve como c digo de interpreta o de suas experi ncias passadas e presentes como tamb m determina sua antecipa
150. como requerente de uma rela o mais afetiva e de co depend ncia Nessa rela o v o acontecendo trocas momentos de encontros transformando a rela o que pode ser do tipo eu e do tu em rela o tipo n s Quando pensamos em fam lia imediatamente nos reportamos a uma imagem de prote o cuidado educa o e preserva o de seus membros Como agente educador a fam lia pode combinar duas fun es especificas socializadora na medida em que transmite a heran a cultural linguagem mitos ritos usos costumes valores cren as e social quando proporciona a conquista de diferentes status como o tnico nacional religioso residencial de classe pol tico e educacional 4 A pessoa que vivencia situa o de transi o existencial necessita de v nculo de suporte e confian a que pode ser proveniente de pessoas que lhe sejam significativas e estejam dispon veis para oferecer lhe suporte pois isso lhe proporcionar maior seguran a no enfrentamento de dificuldades durante o processo gr vido puerperal As repetidas declara es das pacientes de terem sido influenciadas por algum familiar e ou profissional parecem indicar a viv ncia de um processo relacional onde a escuta foi n o s valorizada mas tamb m sentida como processo comunicacional que produziu consequ ncias no caso a fizeram procurar pela maternidade antes de estabelecido a fase inicial do trabalho de parto Categorias Concretas do
151. da metade das gestantes relataram terem sido orientadas sobre os sinais de trabalho de parto Desgarradas da aten o prim ria desconhecendo o trabalho de parto as gestantes v em na maternidade a possibilidade de suprir essa necessidade n o alcan ada no pr natal e nas falas mostram se protegidas dentro do ambiente hospitalar Acreditam que estar ao lado da equipe proporcionar a elas maior tranquilidade diante da emin ncia do parto e maior seguran a diante dos procedimentos por considerarem a equipe como preparada em uma rela o de n s com um objetivo comum que o nascimento do filho saud vel A a o de querer institucionalizar se origina se na consci ncia das gestantes volunt ria projetam suas atitudes com o prop sito de diminuir a ansiedade permitir lhes estar em contato face a face com quem julgam livr las desse sofrimento Essas experi ncias diretas do mundo social s o descritas por Schutz como a situa o de face a face a orienta o em dire o ao outro a rela o entre o eu e o tu ou seja do n s A situa o face a face s se produz quando h comunidade de espa o e de tempo A orienta o em dire o ao Categorias Concretas do vivido 114 outro se faz por um conjunto de motivos que sao a causa em vista da qual se desenrola a a o Nessas falas mostram que a rela o face a face estabelecida mant m as protegidas dentro do ambiente hospitalar Acreditam que estar ao lado
152. de das ci ncias sociais poss vel pela constru o e verifica o dos tipos ideais Assim o tipo ideal n o constitui uma m dia aritm tica dos fen menos sociais mas deve emergir do material hist rico concreto comportando em si significados intencionais da a o humana Afirma esse fil sofo que mediante este modo de constru o e verifica o dos tipos ideais pode se interpretar estrato por estrato o significado dos fen menos sociais particulares como significados a que tendem subjetivamente os atos humanos Desta maneira pode se desvelar a estrutura do mundo social como uma estrutura de significados intencionais e intelig veis Influenciado principalmente por Weber e Husserl pretendeu obter uma fundamenta o racional da vida cotidiana mediante um exame de suas m ltiplas significa es Schutz revela portanto que a import ncia do significado dada pela experi ncia passada que a pessoa possui sobre um fato Isto faz com que o significado das a es seja dado em conson ncia com as suas experi ncias anteriores Este autor ressalta ainda que apenas uma experi ncia passada pode ser considerada significativa Para Schutz o homem vive no mundo do senso comum relacionando se com outros homens semelhantes a si e seja em rela o face a face ou rela o indireta a base para a a o social a situa o biogr fica que cada um possui Ela influir nos motivos na dire o enfim no modo como a pesso
153. de por refer ncia s esferas afetivo emocional cognitiva hist ria de vida no plano fisiol gico isto esfera som tica no mbito sociocultural no que diz respeito ao pertencimento e identifica o com os valores e pr ticas de um Categorias Concretas do vivido 101 dado grupo social e no nivel socioinstitucional por refer ncia ao sistema de sa de e seus provedores aos quais as mulheres t m acesso O mesmo autor destaca a interfer ncia da ansiedade no aumento da dor durante o trabalho de parto considerando como normal a presen a de um certo n vel de ansiedade nas mulheres que se encontram nesta situa o e como nocivo n veis considerados excessivos uma vez que a ansiedade pode modificar inclusive os mecanismos fisiol gicos da dor do parto A maneira como a mulher experi ncia o parto e nascimento a forma como esta viv ncia percebida a informa o que ela recebe sobre a gesta o ao longo de sua vida poder o afetar diretamente a sua percep o e cren a a respeito dos eventos vividos acrescido de outros fatores Tendo como princ pio o pensamento de Schutz compreende se que as gestantes est o ligadas significa es t picas das rela es de seus predecessores face s quest es que permeiam a vivencia deste per odo do ciclo grav dico Assim os motivos para desta experi ncia tem fundamentos nos seus valores e cren as as quais s o adquiridas socialmente O n o reconhecimento dos sinais
154. do n o ver meu nen f JMe preocupo com o nen Eu fico em segundo lugar mas primeiramente meu filho quero ver o rostinho a perninha o bracinho dele que ta tudo certinho porque se acontecer alguma coisa esse nen passar do tempo Eu n o sentir mais nada e acontecer ou desse nen n o nascer ou de nascer com algum problema vou ver realmente o que ta acontecendo com o meu filho eu s vou sair de la quando tiver uma decis o certa uma posi o sen o eu n o saio Nem que for pra mim dormir aqui na porta do hospital mas que eu quero saber eu quero E9 Nossa na ultima vez que levaram eu no da mulher hospital o doutor me atendeu s que ele me atendeu de uma forma bruta ele falou na Categorias Concretas do vivido 123 ignorancia comigo e eu tive que falar na ignorancia com ele tamb m eu comecei tamb m falar num tom alto nisso ele apertava minha barriga apertava mesmo e eu falei Dr to com dor n ainda o senhor aperta ele falou assim n o ta na hora vai embora e n o pra tomar mais nada n o me passou nem um rem dio pra dor acho que ele tava era dormindo e ficou com raiva de me atender ele tava assim com a cara amassada de sono parecia que tava querendo folgar n o queria trabalha ai ele falou assim eu n o posso te fazer nada e me deixou na sala e foi atender outras pacientes ele nem terminou de me atender eu fiquei suuuper brava e vim embora com dor e cada v
155. do nervosa tipo assim eu quero ir pra igual eu falei tem gente pior do que eu com dor e eu vou ficar tomando lugar n eu quero vir pra ganhar j Eu achei que dessa vez eu ia ficar que a dor ia piorar Eu n o ligo em ir pra casa que tipo assim tenho medo de acontecer alguma coisa com o nen n assim se acontecer ele me mata vai fala que a culpa minha Porque ele n o tava mexendo desde a madrugada ele n o tava mexendo acho que por causa da contra o eu pensei ai ser que ele ta bem ser que n o ta sabe porque a gente ouve cada hist ria n o povo me conta cada historia e ai a gente coloca tudo na cabe a Ah que o nen morre na hora do parto a mulher n o sei de quem morreu na hora do parto o nen e ela morreu sabe e ai ele j olha pra mim assim eu fico pensando ai meu deus j passei por cada uma mas eu num fico nem pensando agora eu sei que ele ta bem eles j ouviu o cora o j fez exame j falou que ta tudo bem com ele mas a gente fica com medo n Minha irm perdeu um nen de 9 meses passou do tempo ela foi no hospital eles falaram que n o era a hora a ela voltou pra casa a bolsa dela rompeu e quando ela chegou no hospital ela foi ver o nen tava morto n Eu vou embora vou esperar a dor ficar bem forte n mas se continuar do jeito que ta doendo assim eu n o vou ag entar mais n o a tenho que voltar se a bolsa romper se tiver algum sinal assim diferente se sangrar sair
156. du o do parto e trabalho de parto r pido As tem ticas de an lise num segundo momento sofreram novamente o processo de converg ncia confluindo para as cinco grandes categorias abertas A cren a em que est em trabalho de parto devido aos sinais sintomas percebidos a influencia de outros na procura pela assist ncia obst trica a depend ncia dos sistemas de apoio como influ ncia na decisao a busca pela tranquilidade devido ao medo e inseguran a sentidos a busca pelo t rmino da gesta o e ocorr ncia do parto Essas categorias abertas indicam para a ess ncia do fen meno foi desvelada em algumas perspectivas constituindo se portanto numa verdade geral para o grupo de sujeitos dessa pesquisa An lise do fen meno 74 6 1 Caracteriza o das mulheres sujeitos da pesquisa A seguir passo a descrever o perfil dos sujeitos do estudo e uma s ntese da an lise idiogr fica Para melhor fluidez da leitura fiz a op o de manter os depoimentos transcritos na ntegra e suas respectivas unidades de significado e tematiza o anexos ANEXO 3 Necess rio se faz situar algumas caracter sticas das participantes do estudo Buscando uma melhor visualiza o para esta finalidade recorri ao recurso gr fico que se segue Faixa Et ria 14a 16anos i7a19 anos 20a 22 anos 23a 25 anos Figura 1 Distribui o das gestantes conforme faixa et ria Mar lia 2009 An lise do fen meno 75 ESTADO CIVIL
157. e Aquela ali teve normal e a daqui teve ces rea apontando os leitos vazios do pr parto As tr s chegaram depois de mim e j ganharam S aquela ali que chegou antes de ontem quatro horas da manh e foi ganhar ontem quase meia noite Eu fiquei vendo a dor daquela La e eles estourando a bolsa dela com aquele negocio assim um ferro enorme enfiado nela e eu meu deus eu quero ir embora deste lugar E na hora que eles me internou ela m e n o pode ficar aqui ai ela foi embora Eu achava que eu ia chegar aqui que eles iam Ap ndice 185 me dar soro que ia dar dor em mim e eu ia dilatar e ia nascer eu cheguei aqui duas horas e eu achei que ate na madrugada eu ja ia ganhar A ela ligou acho que era meia noite e pouco ela ligou pra saber se eu tinha ganhado a eles falaram que eu ia ficar a noite aqui pra ver se eu ia sentir dor ou alguma coisa mais ta tudo igual Eu n o queria voltar pra casa eu queria ganhar eu to com medo de chegar em casa e come ar a sentir dor de novo e ai ter que voltar ai eu n o quero vir e voltar se eu voltar eu quero voltar pra ganhar ai eu vou esperar a dor ficar forte muita dor muita dor ai n o sei tipo assim que nem n o pode passar das 42 semanas n sen o to com 39 semanas segunda feira vai dar 40 semanas e ai vamos ver Minha m e fala que a barriga tem que baixar mais mas se sentir dor eu vou esperar ficar forte bem forte De qualquer jeito ele tem que sair n o tem jeito
158. e ai eu peguei e mostrei pra minha m e Na hora que eu vi eu n o pensei nada eu chamei minha m e falei m e que isso ai ela falou assim ai Natalia voc ta dilatando e ela ja sabe a ela falou assim ai vai La no posto a eu fui La no posto a eu falei com a enfermeira chefe ela chamou o m dico porque n o tinha mais consulta e ele foi La pegou olhou minha barriga escutou o bebe e falou que eu tinha que vir pro hospital eo m dico falou que era pra eu vir pra c que eu ia ter meu beb Ai eu fui pra minha casa arrumei minha bolsa ai minha m e chamou o samu e falou que eu tava com saindo l quido A eu vim af dentro do Samu come ou dar dor dentro do samu Eles falaram que era como que chama o tamp o E2 A eu falei pra minha m e que tava com dor desde ontem ai ela ia no meu quarto e falava assim ta piorando a ela ia ia pra ver se tava doendo mais tal at a hora que eu falei m e eu n o to mais ag entando ai ela pegou e chamou o samu e n s viemos E3 da outra vez eu vim porque ele ficou falando vamos pra Gota j foi ligando pro meu cunhado pra emprestar o carro e eu falei nem ta na hora n o e ele nem quis saber quando eu estava na minha amiga falei pra ela que tava com dor e ela chamou o samu E4 a minha m e ficou todo mundo preocupado ai vai no m dico vai pro m dico ai fui no hospital ai fu
159. e B sica de Sa de Universidade de Mar lia Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia Sao Paulo Servi o de Assist ncia M dico Domiciliar de Urg ncia Organiza o Mundial de Sa de Programa de Humaniza o do Pr natal e Nascimento Rec m nascido Unidade de Suporte Avan ado Unidade de Suporte B sico Viatura de Transporte Simples Unidade de Terapia Intensiva Sistema nico de Sa de SUMARIO RESUMO See TF ABSTRACT 12 INTRODU O 18 ll OBJETIVOS 24 lll REVIS O DA LITERATURA 25 3 1 Gravidez e parto influencias culturais sociais 25 3 2 Assist ncia pr natal prepara o para o parto 29 3 3 Verdadeiro e falso trabalho de parto 35 IV TRAJET RIA METODOL GICA 45 Ali Tipo ME ES CUO E E tule E T 45 4 2 Caracteriza o da regi o do estudo 46 4 3 Delimitando a regi o de inqu rito 47 4 4 Procedimentos EtiCOS cccccccesssccccesssccecesseeeeeesseecessseeecesseeees 48 4 5 An lise dos fen menos e Referencial Te rico Metodol gico 49 V A FENOMENOLOGIA SOCIAL DE ALFRED SCHUTZ 53 VI A AN LISE DO FEN MENO 71 6 1 Caracteriza o das mulheres sujeitos da pesquisa 74 6 2 An lises Idiogr fica e Nomot tica 79 Vil AN LISE COMPREENSIVA 83 7 1 Constitui o das categorias c
160. e as pessoas expressam em suas a es socialmente vividas o significado dessa viv ncia Para captar o ponto de vista subjetivo faz se necess rio reportar se interpreta o que os sujeitos atribuem a o em termos de projetos meios dispon veis motivos significados Tendo como principio o pensamento de Alfred Schutz compreendemos que as gestantes est o ligadas as significa es t picas das rela es de seus predecessores face s quest es que permeiam a viv ncia e a assist ncia recebida nesse per odo da fase vital Assim a maneira delas vivenciarem a procura pela assist ncia obst trica e as raz es e os motivos para cada experi ncia tem fundamenta o nos seus valores e cren as os quais s o adquiridos socialmente Mesmo sendo conhecimentos passados de gera o em gera o de mulheres com algumas mudan as no decorrer do tempo esses conhecimentos contudo mant m a estrutura de gera es anteriores As gestantes ao solicitarem o transporte que as conduziram a maternidade recorrem aos seus acervos de conhecimentos dispon veis para terem embasamento e projetarem seus objetivos constituindo seus motivos para e porque Fazem isso na intera o social de tipo face a face An lise Compreensiva 84 Desse modo as mulheres que vivenciam o processo de parto e nascimento baseiam se em a es t picas para solucionar problemas tipificados do cotidiano de suas rela es sociais lan ando m o do estoque de co
161. e ele preparou para mim e pro meu bebe Agora esperar n fazer o que n o vou come ar a chorar n N o vou come ar a gritar pra ver se eu fico e ganho n E6 Agora eu n o sei agora eu tenho que ir embora n de novo e esperar vamos ver se essa dor fica forte n n o sei como vai ser n o quero nem pensar eu j pedi a nossa senhora do bom parto pra ela iluminar deixei uma vela acesa l no quintal vamos ver n agora tem que esperar E7 vamos ver se aumenta essa dor acho que vai aumentar acho que n o passa de amanh n o eu quero muito que minha filha nasce logo JMas eu tenho f em Nossa Senhora que at o fim dessa semana eu ganho ela amanh se Deus quiser eu to aqui com a minha filha E8 Percebemos nos depoimentos das mulheres que no ato de encontrar explica es para a procura precoce planejam a a o futura embasadas na busca pelo apoio religioso onde delegam a vontade divina o momento do retornar a procura pela assist ncia obst trica Considera es Finais 160 9 CONSIDERA ES FINAIS A fenomenologia social de Alfred Schutz permitiu que eu compreendesse as a es e os projetos das mulheres que vivenciaram a maternidade em um contexto particular respondendo as indaga es do estudo Vivenciar o final da gesta o significa sofrer uma transforma o n o somente no seu fazer cotidiano mas tamb m transformar seu pr prio meio interno seu comportamento
162. e estoure a bolsa ou n o mas eu to com dor desde ontem uma dorzinha chata aqui que vai e volta ai eu falei pra minha vizinha e ela falo vai pra gota e eu vim E eu vim mais falaram que pra eu voltar eu n o queria n o volta pra casa assim queria ganh e pronto acabar logo com isso t muito pesado to cansada num ag ento esse calor quero ganha logo Eu tava lavando roupa era umas duas horas tr s sei l depois do almo o e sinti aquela dorzinha assim n eu j acordei meio esquisita n mas parecia que tava abrindo nas costa assim 6 e a barriga ficava dura aqui ai eu n o perdi liquido por baixo nao mas pensei acho que ta na hora Ai eu parei com as roupa e falei assim vou toma banho e deita um pouquinho pra ver se passa Eu j tava tomando buscopan que o Dr feres mandou porque essas dor essas dor eu sinto desde os sete meses mais era mais fraca Mas num adiantou n o Liguei pro meu marido que tava la na firma e ele fal assim chama o samu que eu s vou poder sair depois das seis horas e ele depende de nibus n sabe como que ia chegar em casa quase oito horas a eu chamei minha irm que tava la na casa da minha tia fazendo unha e falei vamos la pra gota que meu nen vai nascer E ela falou assim como assim vai nascer perai que eu to indo ai desligou o telefone ai ela chegou assim que nem loca gritando vai nascer ela tava mais desesperada que eu foi juntando as coisas e eu falei pera
163. e experi ncias anteriores apontando tanto para o motivo que levou a mulher a agir de determinada maneira revelando o motivo porque ou a raz o da a o quanto para o objetivo que a mulher procura alcan ar motivo para ou seja a sua inten o que neste caso seria se livrar da dor Segundo Schutz a atividade humana n o pode ser compreendida sem que se compreenda a a o Esse fil sofo diz que a a o pode ser puramente interior como por exemplo a resolu o mental de um problema ou exteriorizada pelos movimentos corporais e que modificam algo no mundo o que Schutz denomina de conduta humana enfocada a partir de um projeto que o homem se prop e realizar As falas que se seguem fizeram com que surgissem as subcategorias cujos motivos da procura pela maternidade foram a identifica o da dor e ou Categorias Concretas do vivido 88 outros sintomas f sicos que a grande maioria descreve apontando as regi es do corpo ao mesmo tempo em que intensificam a linguagem n o verbal eu achei que tava em trabalho de parto n mas eles falaram que n o ta na hora que pra eu esperar as dores fica forte que pode ser que estoure a bolsa ou n o mas eu to com dor desde ontem uma dorzinha chata aqui que vai e volta JEu tava lavando roupa era umas duas horas tr s sei l depois do almo o e senti aquela dorzinha assim n eu j acordei meio esquisita n mas parecia que tava abrindo na
164. e hospital ficar pra cima e pra baixo e n o saber o que esta acontecendo na gota a primeira vez mas nos outros hospitais j foi mais de 10 vezes j nossa E9 n o resolveu nada nenhuma vez nem a outra e a agora eu vim aqui a quarta vez j duro ficar vindo e voltando E9 a eu fui La no posto e o m dico falou que era pra eu vir pra c que eu ia ter meu beb mais ai eu falei u eu n o to sentindo dor to sentindo nada E2 Categorias Concretas do vivido 126 No entanto algumas mulheres deste estudo ao sentirem a inefici ncia do servi o em resolver seu problema vivenciam n o s a peregrina o por v rios hospitais em busca de interna o como tamb m a peregrina o em busca de um mesmo hospital caracterizada pelas v rias recusas de um mesmo servi o interna o mendigando a aten o que nem sempre lhe garantida Essas mulheres n o s o dispensadas por falta de vaga mas por n o preencherem os crit rios m dicos para a interna o apesar das queixas de contra es uterinas n o apresentam as demais evid ncias que caracterizam a fase ativa do trabalho de parto que a justificam Elas passam a buscar outros hospitais para internar ou consultam v rias vezes o mesmo servi o at obterem a interna o esperada Ao serem mandadas embora algumas mulheres insistem em ser internadas pois no seu entender t m indica o para isso Ao n o conseguir a
165. e medo dor incerteza depend ncia imprevisibilidade Por isso buscam a maternidade para a interna o como uma possibilidade de acolhimento interpessoal t cnico e institucional atendendo assim sua necessidade de seguran a e aceita o quando valorizam a presen a qualificada dos profissionais Essa busca decorrente da insufici ncia das informa es recebidas sobre o processo de parturi o sejam elas durante a gesta o na viv ncia de parturi es pr vias ou da agrega o de informa es colhidas em toda sua viv ncia S o vitimadas por uma assist ncia fragmentada onde j n o mais se percebem ligadas ao pr natal ao mesmo tempo em que n o encontram na assist ncia hospitalar a resposta para seus problemas por n o se enquadrar nos crit rios institucionais muitas vezes indefinidos Considera es Finais 162 A relagao de depend ncia do sistema pr hospitalar de atendimento tornou se insignificante diante da multidimensionalidade da experi ncia que est o vivenciando Raras foram as vezes em que o Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia foi citado nas falas o que retrata que a experi ncia da procura pela maternidade precocemente est embasada em significa es que v o al m de simplesmente necessitar de uma viatura para o transporte Essa realidade ressalta a necessidade de se lan ar um olhar atentivo para essa gestante O papel do profissional de sa de que assiste a mulher no pr natal m
166. e na consci ncia m tua da outra pessoa e constitui uma participa o na vida uma da outra pessoa mesmo que s por um determinado per odo de tempo Este relacionamento de n s surge da capta o da exist ncia da outra pessoa em intera es face a face A exist ncia de cren as e valores das gestantes vivenciadas na fam lia e tamb m na forma o de vida influenciou a conviv ncia e a maneira de enxergar e atuar no mundo cotidiano nas procuras pela maternidade Categorias Concretas do vivido 135 Embora a decisao de assumir a procura pela maternidade represente um comportamento aut nomo as informantes ainda mant m certa depend ncia em rela o a fam lia e ou companheiro O nascimento de um filho sempre uma experi ncia da fam lia como um todo Mesmo durante o per odo de gesta o em que o contato da m e com o beb muito ntimo o homem pode participar ativamente assumindo um papel protetor em rela o mulher e vivenciando com ela as ansiedades e temores relacionados ao parto e puerp rio uma maneira do pai elaborar dentro de si a sua rela o com o beb e preparar se para a chegada do beb Sch tz partindo da compreens o das experi ncias individuais verificou ainda que viver no mundo da vida cotidiana significa viver em um envolvimento interativo com muitas pessoas em complexas redes de relacionamentos sociais No atendimento obst trico as mulheres encontram se em uma rela o face a
167. e neg cio de parto t o assim n pra voc ver a minha irm engra ado que ela eu imagino que uma dor de barriga seja totalmente diferente da dor do parto n mas o que ela falava que tava com dor de barriga e ficava l o tempo todo no banheiro e ela fazia necessidade mesmo e toda hora ela ficava ai to com dor de barriga a quando ela chegou no m dico ela j tava de 10 dedos E6 a minha cunhada fala que do a que era a pior dor que tinha que ela tinha vontade de bater em todo mundo ent o eu n o sei cada um fala uma coisa e eu fico assim com medo preocupada E5 eu fico perdida nunca tive dor de parto mas dor de parto eu n o conhe o s conhe o da televis o aquela gritaria toda aquela correria E7 Estudo transcultural do parto desenvolvido nas culturas norte 109 revelaram que a americana sueca holandesa e de Yucatan no M xico dor tem um papel de destaque para tornar o parto vis vel e caracteriz lo como um acontecimento natural ou m dico A pessoa com dor pode demonstr la verbal ou n o verbalmente Quando ela opta por faz lo torna a experi ncia e a percep o privada da dor em um acontecimento p blico e social a dor privada transforma se em dor p blica Categorias Concretas do vivido 95 Apesar dos avancos tecnol gicos da obstetricia e a despeito dos mais modernos recursos da assist ncia ao parto este continua sendo do ponto de vi
168. e pela descida do fundo do tero 2 a 4 cm decorrentes da adapta o do polo fetal ao estreito superior da bacia Pode haver um referido aumento miccional devido a insinua o fetal por consequ ncia da compress o vesical Ocorre aumento de dores lombares estiramento das articula es p lvicas aumento das secre es gl ndulares cervicais com elimina o de muco encurtamento do colo contra es uterinas com menores intervalos e maior intensidade que v o se tornando mais e mais frequentes at que se instala o trabalho de parto 4649 O tero gr vido apresenta contra es desde o in cio da gesta o por m somente a partir da 28 30 semanas estas contra es come am a ser percebidas pela gestante S o as contra es de Braxton Hicks e s o indolores medida que a gesta o evolui estas contra es tornam se mais Revis o da Literatura 38 frequentes e melhor coordenadas ajudando o amadurecimento do colo uterino per odo premunit rio As contra es de Braxton Hicks s o epis dios de contra es r tmicas fracas e lentas que se tornam progressivamente mais fortes no final da gravidez e ent o se alteram subitamente em horas ficando excepcionalmente mais fortes estirando a c rvix e assim dando in cio dilata o do colo do tero para mais tarde for ar o concepto atrav s do canal do parto iniciando assim o mecanismo de parturi o V rios autores 4 estabelecem que n o h limit
169. e preciso entre o t rmino do per odo premunit rio e o in cio do trabalho de parto Em geral os sinais e sintomas se iniciam em duas semanas da data estimada do parto que geralmente n o dura mais que 12 a 14 horas em prim paras A principal dificuldade para entender o trabalho de parto normal reconhecer o seu come o A defini o tradicional por contra es uterinas que produzem apagamento e dilata o cervical 52 e seu diagn stico correto exige apenas a anamnese bem realizada e o exame f sico adequado O diagn stico de trabalho de parto nem sempre f cil e h quem o considere como s ndrome Para a maioria dos autores estabelece se o trabalho de parto quando existe contra es uterinas ritmadas a intervalos regulares que v o progressivamente aumentando com o passar do tempo em termos de frequ ncia e intensidade e que n o diminuem com o repouso da gestante e que provoquem altera es progressivas no colo uterino Em um conceito mais amplo considera se trabalho de parto quando os seguintes par metros estiverem presentes apagamento do colo dilata o cervical forma o das bolsas das guas emiss o de mucosidade e contra es uterina r tmicas e em conceito mais simples quando ocorrem duas contra es em 10 minutos e que dura entre 20 e 60 segundos Sob a a o das contra es a dilata o se completa e inicia se a expuls o 34 53 54 55 45 47 48 29 56 25 O parto est associado ao desen
170. e procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que E UMA SECUNDIGESTA 20 ANOS SEPARADA ACOMPANHADA PELA PASTORA MORADORA EM GUAIMBE DISTRITO DE MARILIA ESTEVE NA MATERNIDADE PELA PRIMEIRA VEZ E PASSOU A NOITE EM OBSERVAGAO SENDO DISPENSADA PELAS MANHA QUE IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAVES DA PERDA DO TAMPAO MUCOSO APESAR DE JA ESTAR SENTINDO CONTRA ES DESDE CEDO MAS QUE JULGAVA ESTAR MUITO DISTANTE UMA DA OUTRA QUE RELATA QUE O MOTIVO QUE A FEZ PROCURAR A MATERNIDADE FOI A PERDA DO TAMPAO MUCOSO QUE ERA ESTRANHO A ELA PELO FATO DE NAO TER OCORRIDO NA GESTA O ANTERIOR QUE AFIRMA QUE AL M DO TAMP O MUCOSO TAMB M SENTIU MEDO DE N O DAR TEMPO DE CHEGAR FAZENDO A PROCURAR PELA MATERNIDADE QUE RELATA TER MOSTRADO A AMIGA SOBRE A SECRE O VAGINAL QUE ESTAVA PERDENDO E QUE ESTAS TAMBEM ACHARAM QUE IA NASCER NAQUELE MOMENTO MAS QUE ELA SABIA QUE NAO SERIA TAO IMEDIATO QUE DIZ QUE CONTOU A M E E AS PESSOAS QUE ESTAVAM NO CULTO E ESSAS PESSOAS A INFLUENCIARAM A PROCURAR A MATERNIDADE APRESSADAMENTE QUE RELATA QUE N O QUIS PROCURAR A MATERNIDADE PELA DOR POIS SABIA QUE NAO FICARIA INTERNADA E NAO DESEJAVA INCOMODAR AS PESSOAS QUE A ATENDERIAM QUE RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA POR SE SENTIR MAIS SEGURA E ASSOCIA AO FATO DE TER EQUIPE PREPARADA PARA O ATENDIMENTO QUE TEM MEDO DA OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR POIS MORA LONGE E A AMBULANCIA DEMORA E ASSOCIA O
171. e toda hora ela ficava ai to com dor de barriga to com dor de barriga a quando ela chegou no m dico ela j tava de 10 dedos EXPECTATIVA DA FAMILIA QUANTO A HORA DO NASCIMENTO E A HOSPITALIZA O RELATA AS INFORMA ES RECEBIDAS QUANTO AOS SINTOMAS DO TRABALHO DE PARTO E E CITA A IRMA QUE TEVE DOR DE BARRIGA ENFATIZANDO QUE ESSAS DIVERG NCIAS DE SINTOMAS INFORMADOS A DEIXAM COM DUVIDAS Ai todo mundo que viu a ambul ncia chegando vai falar U Miquele u n o foi ganhar Hoje vc n o tava com dor E acha que eu vim passear aqui em Mar lia AFIRMA QUE A FAMILIA E VIZINHOS A QUESTIONARAO SOBRE SEU RETORNO POIS A VIRAM SAINDO DE AMBULANCIA PARA A MATERNIDADE E o irm ozinho o kelvin ele PREOCUPA SE COM O OUTRO Ap ndice 226 sabe que eu vim ganhar o irm ozinho e agora eu chego sem ele n eu falei pra ele quando eu tava saindo de casa eu falei pra ele assim 6 filho a mam e vai buscar seu irm ozinho pra ele ficar pra ele ficar bonzinho E agora o que eu vou falar pra ele a mam e mentiu n o vai mais trazer o irm ozinho ele vai choro ele vai ficar perguntando Ent o eu fico assim pensando nele choro Ele quer muito esse irm ozinho FILHO QUE GEROU EXPECTATIVA PELA CHEGADA DO IRMAO E CHORA AO SENTIR QUE O FILHO PENSARA QUE A MAE MENTIU PRA ELE Ap ndice 227 ENTREVISTA 6 ANALISE IDIOGRAFICA A gestante qu
172. ecimento adquirido no decorrer de suas vidas Na busca de solu es aos seus problemas depositaram na maternidade a esperan a de serem acolhidas Categorias Concretas do vivido 115 duro ficar vindo e voltando pelo menos tem um seguro n pelo menos tem algu m pra te socorrer na hora que for nascer ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui E9 medo de perder o filho de acontecer alguma coisa no meio do caminho que nem tava s eu e a pastora e o ambulanceiro acontece de eu ter meu bebe eu prefiro ficar aqui aqui que eu to mais segura aqui n porque aqui tem profissionais que entendem E6 Aqui eu fico mais despreocupada se acontecer alguma coisa tem gente que j sabe o que fazer JEu estando aqui tem todos os recursos pra ele e tal Eu chamei o Samu porque se precisar eles tamb m fazem parto o mo o falou que j fez tr s mas eu queria mesmo que nascesse na aqui na maternidade JEu queria ficar aqui j porque se acontecer alguma coisa pelo menos se ficar aqui e acontecer alguma coisa tem gente pra ajudar n tem as enfermeiras aqui tem gente que entende eu quero ficar E5 eu queria mesmo era ficar aqui me sinto mais segura aqui E7 Nesta rela o a mulher percebe o profissional que tamb m a percebe e ao compartilhar essa experi ncia mostram se como de fato o s o estabelecendo desta forma uma rela o concreta e de significado e estand
173. edo de cair pra fora fiquei agarrada no meu marido N o vejo a hora de ver meu nen de todo mundo nasce s o meu que n o nasce das minhas colegas que t o gr vidas la do posto todos j nasceram s o meu que n o at a mo a que trabalha la no mercado falou o loco a sua mulher que engravidou primeiro do que eu eu ganho agora em julho e da sua mulher ainda n o nasceu o louco isso me deixa angustiada ta todo mundo na expectativa a fam lia inteira n o v a hora E duro ficar vindo e voltando Eu falo eu queria tanto chegar la e j resolver n o ter que ficar explicando que n o a hora ainda e fica todo mundo falando assim na minha cabe a N o vejo a hora logo quero que ele nasce logo quero voltar a trabalhar logo porque uma pessoa s trabalhando n o da muito custo Ap ndice 249 ENTREVISTA N 9 Unidades de significados transformadas do discurso REDUCAO Ai eu vou pra casa e come a a doer Da ultima vez que eu tava andando na rua eu senti uma dor n o forte que n o conseguia nem me mexer tive que sentar no ch o e meu marido ficar comigo ate a dor passar paralisou um lado n o mexia eu n o estava conseguindo nem respirar direito fiquei dura assim parada nunca tive uma dor daquela ent o eu tenho medo que d de novo E9 1 DESCREVE A DOR QUE SENTIU COMO UMA DOR QUE INICIOU EM BAIXO VENTRE E QUE APOS COME OU A IRRADIAR PARA DORSO COMPARA A DOR INICIAL COM A COLICA ME
174. eiro Revinter 2000 p 196 226 49 Malavasi C Trabalho de parto Obstetr cia 2003 1 28 50 Guyton AC Hall JE Tratado de fisiologia m dica 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1997 51 Merck S Dohme B Problemas de sa de da mulher trabalho de parto e parto Internet 2006 acesso em 17Nov 2008 Dispon vel em http www manualmerck com br 52 Freitas F Martins Costa SH Lopes JG Rotinas em obstetr cia 4 ed S o Paulo Artmed 2001 cap 19 p 221 2 Refer ncias 169 53 Mariath B Jim nez MF Cericatto R Contratilidade uterina e mecanismo do parto In Freitas F Martins Costa SH Lopes JG Rotinas em obstetricia 3 ed Porto Alegre Artes M dicas 1997 54 Somacal LF Assist ncia ao parto In Fedrizzi EN Dellagiustina AR Vitorelo DA Gongalves LFA Manual de terap utica ginecologia e obstetr cia Florian polis Associa o Catarinense de Medicina 1999 55 Polden M Mantle J Fisioterapia em obstetr cia e ginecologia 2 ed Sao Paulo Santos 2000 56 Montenegro CAB Rezende Filho J A contratilidade uterina In Rezende J Obstetr cia 10 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 57 Costa SHM Vidal AMC Chaves MTP Assist ncia ao trabalho de parto normal In Freitas F Martins Costa SH Lopes JG Rotinas em obstetr cia 3 ed Porto Alegre Artes M dicas 1997 58 Davim RMB Torres GV Melo S Estrat gias n o farmacol gicas em alivio del dolor durante el trabajo de pa
175. ele ta doido ele referindo a fala do marido to com medo que aconte a alguma coisa com meu filho eu prefiro perder o servi o do que acontecer alguma coisa com ele E9 Assim como a mulher o homem vivencia ansiedade em rela o ao parto por ser algo desconhecido e imprevisivel Diversos autores afirmam que o homem revive as experi ncia do seu pr prio nascimento e teme o parto pela mulher pelo beb e por si mesmo O pai tem culpa por sentir se o respons vel pela dor da esposa durante o trabalho de parto Ele sente se impotente frente a esta dor e teme sobre a vida da mulher e do beb 47 148 146 115 O que se quer evidenciar que o homem est de algum modo tomado pela experi ncia da gravidez e a forma como ele vivenciou esse per odo influencia como ele vai lidar com a situa o durante o trabalho de parto Vale relembrar que o trabalho de parto demanda grande intensidade emocional para todos os que o acompanham Dessa forma o homem como genitor e parceiro da mulher vive esse momento com toda a carga emocional Schitz estudando os aspectos condicionantes da conduta dos indiv duos no mundo da vida entendeu ainda que em qualquer momento o homem se encontra numa situa o biogr fica determinada Esta se refere ao ambiente f sico e sociocultural definido pelo homem dentro do qual ele tem Categorias Concretas do vivido 154 a sua posi o em termos de espa o f sico de papel dentro do sistema
176. elos movimentos corporais modificando algo no mundo A conduta humana enfocada a partir de um projeto que o homem se prop e a realizar portanto projetada por ele de maneira autoconsciente e pode ser manifesta ou latente Toda a o manifesta ao mesmo tempo projetada e dotada de prop sito e a a o latente abrange todas as formas de decis o negativa nas quais o ator decide com um prop sito determinado abster se de terminar uma conduta manifesta Complementando o exposto temos que a o uma atividade voltada para um projeto para o futuro dirigida intencionalmente para algo Portanto o sentido da a o n o deve ser procurado fora do ator observado no mundo social mas deve se procurar o sentido que este ator atribui a sua a o no mundo social Schutz denomina um projeto que o homem se prop e a realizar de A o da conduta humana RELA O FACE A FACE Outro conceito desenvolvido por Schutz se relaciona a situa o face a face Esse autor menciona que no mundo da vida na situa o face a face que minha experi ncia direta alcan a o outro Essa rela o acontece quando eu apreendo diretamente o outro Outra pessoa est dentro do alcance da minha experi ncia direta quando A fenomenologia Social de Schutz 66 compartilha comigo o mesmo espa o e o mesmo tempo Quando eu percebo este indiv duo sua experi ncia flui lado a lado com a minha A rela o face a face s pode
177. em a fragilidade do momento vivenciado Esses motivos s o os conhecimentos as experi ncias adquiridas ao longo da vida atrav s dos relatos de complica es fetais associados ao p s datismo e ao atraso da procura pela maternidade que est o prontos para serem acessados sempre que necess rio e motivam os projetos a serem alcan ados O estoque de conhecimento que o homem tem m o serve como c digo de interpreta o de suas experi ncias passadas e presentes como tamb m determina sua antecipa o das coisas futuras que vir o A experi ncia em curso pode ser identificada com uma anterior que se repete ou com uma experi ncia anterior igual mas modificada ou ent o a experi ncia em curso aparece como estranha No presente estudo as falas das gestantes permitem observar essa reflex o Eu num tinha certeza mesmo se tava na hora mas ai eu fiquei com medo n vai que ta na hora e eu fico aqui esperando n e a passa da hora sei la a gente escuta tantas coisas n falam que o bebe passa da hora ai ele engole o liquido com a filha da minha prima aconteceu isso ela ficou esperando esperando e quando chegou a menina j tinha engolido aquele Categorias Concretas do vivido 106 liquido n o sei aquele cocozinho do nen no l quido quase que ela perdeu a menina ficou um temp o na UTI com aqueles tubinhos ai a gente fica com medo n acho que eu nem tenho tanto medo das dor eu tenho medo
178. eno subjetivo dif cil de ser mensurado e que varia enormemente entre as mulheres Para algumas insuport vel enquanto outras n o referem esse fen meno com tanta express o Esta resultante da contra o uterina e distens o das estruturas no canal de parto e variam de acordo com as fases do trabalho de parto 41 44 A palavra dor usada em portugu s para indicar as sensa es verificadas durante o parto quaisquer que sejam elas Em compensa o os hebreus t m um vocabul rio para designar dor Ka ev e outro bem diferente para indicar contra es que tsirim cuja equival ncia mais comum que se tem na l ngua portuguesa contra o e que os n veis em que os sinais inconscientes de alerta s o interpretados variam de uma cultura para outra e entre indiv duos Na primeira fase do trabalho de parto consiste em uma dor visceral derivada das contra es uterinas e dilata o cervical e no per odo expulsivo se torna uma dor som tica em virtude da press o exercida pela apresenta o nas estruturas da pelve Nas fases mais iniciais do trabalho de parto nem sempre poss vel fazer o diagn stico diferencial entre verdadeiro e falso trabalho de parto com uma avalia o isolada No falso trabalho de parto verifica se apenas o aparecimento de contra es irregulares e sem coordena o al m da aus ncia de modifica es importantes no colo uterino Nos casos duvidosos importante que a gestante permane a e
179. enomenologia e rela es sociais textos escolhidos de Alfred Schutz Rio de Janeiro Zahar 1979 89 Wagner H Fenomenologia e rela es sociais textos escolhidos de Alfred Sch tz Rio de Janeiro Zahar 1979 90 Correia JC Um esbo o da teoria da comunica o de Alfred Schutz Rev Fenomenol 2004 8 76 96 91 Schutz A Fenomenologia del mundo social Buenos Aires Paidos 1972 92 Popim RC O cuidador na a o de cuidar na enfermagem oncol gica uma perspectiva orientada sob o enfoque de Alfred Schutz tese Ribeir o Preto Escola de Enfermagem de Ribeir o Preto Universidade de S o Paulo 2001 93 Schutz A Luckman T Las estructuras del mundo de la vida Buenos Aires Amorrortu 1977 94 Alves PC A fenomenologia e as abordagens sist micas nos estudos s cio antropol gicos da doen a breve revis o cr tica Cad Sa de Publica 2006 22 8 1547 54 Refer ncias 173 95 Giddens A Algumas escolas da teoria social e filosofia In Novas regras do m todo sociol gico Lisboa Gradiva 1996 p 37 70 96 Capalbo C Metodologia das ci ncias sociais a fenomenologia de Alfred Schutz Rio de Janeiro Antares 1979 97 Conz CA A viv ncia da Enfermeira no cuidado ao RN e aos seus pais no cuidado em terapia intensiva neonatal uma abordagem da fenomenologia Social tese Ribeir o Preto Universidade de S o Paulo 2008 98 Oltramari LC Contribui es da fenomenologia de Alfred Schutz para as pesquisas sobre AI
180. enumerados de 01 a 09 sequencialmente 4 5 AN LISE DOS FEN MENOS E REFERENCIAL TE RICO METODOL GICO Como vertente metodol gica recorri fenomenologia para revelar o fen meno ou seja buscar a ess ncia a significa o da realidade vivenciada pelos sujeitos do estudo visando a sua compreens o Pela atua o da enfermagem obst trica que contempla um profundo envolvimento entre pessoas que compartilham o mesmo tempo e o mesmo espa o optei por uma an lise de natureza fenomenol gica do tipo socioexistencial como proposta por Alfred Sch tz considerando que nesta abordagem n o importa investigar o comportamento individual particular de cada ator o foco de interesse o que pode constituir se como uma caracter stica t pica de um grupo social que vive uma determinada situa o Para Sch tz a a o social entre os sujeitos carrega em si os significados subjetivos desses sujeitos e um estudo que versar sobre rela es sociais num cen rio de dor sofrimento esperan a e medo tem pertin ncia com as id ias desse autor Da a sua escolha para o presente estudo Dentre a modalidade da pesquisa qualitativa a fenomenologia possibilita a investiga o do cotidiano para a compreens o da realidade concreta trata se de um m todo intuitivo e descritivo com o objetivo de descrever a estrutura total da experi ncia vivida e como os indiv duos se percebem nessas experi ncias 2 A fenomenologia uma escola
181. epend ncia do profissional de sa de portanto o motivo porque as gestantes comparecerem a Maternidade antes que se estabele a o verdadeiro trabalho de parto Ou seja essa procura se deve ao fato de essas pacientes desconhecerem os mecanismos sinais e sintomas do trabalho de parto Ou ainda essa gestante solicita precocemente o servi o m vel porque desacredita nesse sistema e teme a demora no atendimento O levantamento bibliogr fico realizado para essa discuss o aponta insufici ncia de dados para a compreens o da procura precoce maternidade por meio do servi o de Atendimento M vel de Urg ncia Assim surgiu a proposta deste estudo visando disponibilizar elementos que possam contribuir para a diminui o da demanda desnecess ria aos servi os de emerg ncia obst trica e atendimento de maior n mero de pessoas pelo SAMU Ciente que o cuidado na enfermagem obst trica uma a o entre pessoas que compartilham o mesmo tempo e espa o optei pela an lise fenomenol gica do tipo s cio existencial como proposta por Alfred Sch tz na qual o ponto de partida o individual mas n o se at m a ele chegando se compreens o do significado da experi ncia em uma dimens o social Para Sch tz a a o social entre os sujeitos carrega em si os significados subjetivos desses sujeitos Entendo que um estudo que versar sobre rela es sociais em um cen rio de dor medo desconhecimento alegria e esperan a tem pertin ncia c
182. er como a dor quero saber quando esta na hora de ir para o hospital De um modo geral as mulheres tem no es corretas sobre os sinais e sintomas do trabalho de parto mas nao descrevem com precisao como esses sinais se correlacionam e determinam as diferentes formas do inicio do trabalho de parto Por meio dos discursos compreendi tamb m que as gestantes diante da identifica o da sintomatologia desconhecida sentem se despreparadas para identificar o trabalho de parto Durante o pr natal n o aprenderam a identificar o momento correto de buscar aux lio o que leva a d vida e ao medo da espera Essa dificuldade percebida nas falas que se seguem que evidenciam mesmo nas mulheres que j vivenciaram o parto uma estranheza que gera d vida Eu num tinha certeza mesmo se tava na hora mas ai eu fiquei com medo E1 eles falam assim pra mim vai a hora que tiver pra nascer tal mas ai eu falo assim e se eu n o tiver muita dor tem gente que tem parto sem dor tem mulher que n o tem minha m e fala que n o sentiu dor no parto do meu irm o e se eu fico esperando e n o tenho dor E4 tenho medo sabe de n o saber quando a hora eu fico perdida nunca tive dor de parto mas dor de parto eu n o conhe o s conhe o da televis o aquela gritaria toda aquela correria E7 Categorias Concretas do vivido 103 voc n o sabe se estourou a bolsa ou n o e
183. es portanto subjetivos Os motivos porque est o enraizados em experi ncias passadas enquanto os atores agem n o os t m no nivel da consci ncia Schultz define a o social como sendo uma conduta dirigida para a realiza o de um determinado fim e esta a o motivo para s pode ser interpretada pela subjetividade do autor pois somente a pr pria pessoa pode definir seu projeto de a o seu desempenho social Neste sentido a compreens o do social volta se para o comportamento social em rela o aos motivos para as inten es que orientam a a o e para as significa es para o ator da a o Por motivo entende se um estado de coisas o objetivo que se pretende alcan ar com a a o Assim motivo para a orienta o para a a o futura um contexto de significados que constru do ou se constr i sobre o contexto de experi ncias dispon veis no momento da proje o uma categoria essencialmente subjetiva e o motivo porque esta relacionado s experi ncias passadas com conhecimentos dispon veis Refere se a um A fenomenologia Social de Schutz 68 projeto em fun o das viv ncias passadas uma categoria objetiva e sempre uma explica o posterior ao acontecimento A meta do pesquisador social consiste em descobrir os motivos que est o impulsionando a a o humana e ainda assim cada unidade de a o humana s um corte que o observador extrai do contexto social total
184. escimento Desenvolv Hum 2006 16 1 85 96 137 Crockenberg SB Infant Irritability mother responsiveness and social support influences on the security of infant mother attachment Child Dev 1981 52 857 65 138 Brito RC Koller SH Desenvolvimento humano e redes de apoio social e afetivo In Carvalho AM organizador O mundo social da crian a natureza e cultura em a o S o Paulo Casa do Psic logo 1999 p 115 29 139 Pierce GR Sarason IG Sarason BR Joseph HJ Henderson CA Conceptualizing and assessing social support in the context of the family In Pierce GR Sarason BR Sarason IG editors Handbook of social support and the family New York Plenum Press 1996 p 3 23 140 Rapoport A Da gesta o ao primeiro ano de vida da do beb apoio social e ingresso na creche tese Porto Alegre Instituto de Psicologia Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2008 141 Matsukura TS Marturano EM Oishi J O question rio de suporte social SSQ estudos da adapta o para o portugu s Rev Latino am Enferm 2002 10 5 675 81 142 0hman SG Grunewald C Waldenstrom U Women s worries during pregnancy testing the Cambridge Worry Scale on 200 Swedish women Scand J Caring Sci 2003 17 2 148 52 143 Ferrari M Kaloustian SM Introdugao In Kaloustian SM organizador Familia brasileira a base de tudo Sao Paulo Cortez Brasilia UNICEF 1994 p 11 5 144 Tsunechiro MA Bonadio IC A fam lia na rede de apoio da
185. espeito ao desconhecimento sobre o parto sobre o papel dos profissionais e sobre os seus direitos a vulnerabilidade program tica que se concretiza na forma como o servi o de sa de est organizado como se estabelece o v nculo com a equipe de sa de e rotinas de parto e a vulnerabilidade social que refere se a dificuldade de acesso ao servi o falta de leitos hospitalares ao n vel elementar de escolaridade e em todo e qualquer processo de exclus o discrimina o ou enfraquecimento de grupos sociais A implementa o de grupos de apoio com a participa o de uma equipe multiprofissional como enfermeira o psic loga o assistente social s o fundamentais para garantir uma abordagem integral e ao mesmo tempo espec fica para atender s necessidades das mulheres e de seus parceiros e familiares durante a gravidez Assim o principal objetivo de um grupo de apoio como este seria o de ajudar a mulher a lidar com as viv ncias e cuidar de si durante sua gravidez bem como prepar la para o parto e a maternidade Objetivam em geral evitar a tr ade medo tens o dor pois se considera que o conhecimento destr i o temor e evita a tens o controlando a dor Os cursos de prepara o para o parto surgiram na Europa no princ pio do s culo XX quando Dick Read obstetra ingl s percebeu que no hospital as mulheres se sentiam tensas com medo s s e pariam com dificuldade se n o houvesse interven o sobre seu estado psic
186. essa an lise A an lise nomot tica feita com base na an lise das diverg ncias converg ncias e idiossincrasias expressas pelas unidades de significado estando vinculada ainda a interpreta es que o pesquisador faz para obter cada uma dessas diverg ncias ou converg ncias Trata de criar uma compreens o uma interpreta o do fen meno geral envolvendo uma compreens o dos diversos casos individuais como exemplos de algo mais geral visando a compreens o do fen meno Ao analisar o motivo da procura precoce pela maternidade procurei focar de forma atenta naquilo que se apresentava em comum buscando os motivos que impulsionaram a a o que nas entrevistas se convergiam e se confluiam apontando para o desejo das gestantes na a o de procurar pela maternidade Os sentimentos e as experi ncias dessas gestantes foram compreendidos por meio da an lise das cinco categorias que ser o apresentadas em gr ficos e depois sob forma descritiva sendo elas e A cren a em que est em trabalho de parto devido aos sinais sintomas percebidos e A busca pela tranquilidade devido ao medo e inseguran a sentidos e A Influ ncia de outros na procura pela assist ncia obst trica e A depend ncia dos sistemas de apoio como influ ncia na decis o e A busca pelo t rmino da gesta o e ocorr ncia do parto Andlise do fen meno 80 Quadro 03 Unidades tem ticas de an lise A CREN A EM QUE EST EM TRABALHO DE PARTO DEVIDO A
187. eu a maternidade pela terceira vez em 5 dias Fez cardiotocografia e SF com buscopam Ent o eu vim porque eu tava com muita dor tava sozinha em casa e ai eu comecei a ter dor uma dor forte assim que vem de tr s e d i tudo aqui endurece a barriga me dava at vontade de vomitar ent o eu pensei deve ser ent o o trabalho de parto porque da outra vez eu n o tive n eu n o tive dor mas a eu liguei pro meu marido n ele tava vindo pro almo o e eu falei pra ele que eu tava assim e ai ele falou chama a ambul ncia que eu vou direto La pra gota sabe ele trabalha longe n La na fazenda do estado ai ele pegou o carro do patr o dele e ai ele veio pra c chegou antes de mim aqui e ai ele vinha no meio do caminho me ligando pra saber se o nen j tinha nascido Desde cedo que eu to com falta de ar acho que por causa da dor n a eu fui levar meu filho no parque quase que eu n o consigo chegar travava assim aqui em baixo aparecia que minha vagina ia cair ai ent o eu cheguei em casa ent o eu tomei um banho e deitei tava com um monte de roupa pra passar eu passo roupa pra fora n a eu liguei pra minha irm pra ela vir passar pra mim eu tinha que entrega essa roupa hoje ai n ai minha irm desceu em casa e a eu fiquei deitada mas a dor s foi piorando piorando eu tava ficando inquieta rolando de dor ai ent o eu num ag entei ai eu vim pra Ca de novo Eu j tinha vindo no s bado porque eu ta
188. extraindo dessa forma as unidades de significados Ap s a obten o das unidades de significados procedeu se a redu o fenomenol gica na qual as unidades de significados foram reescritas na busca da clareza do discurso cujas express es cotidianas dos sujeitos foram transformadas na linguagem do pesquisador realizadas mediante reflex o e varia o imaginativa das express es ing nuas do sujeito obtendo as unidades de significados transformadas do discurso Passei a seguir para a an lise idiogr fica que o estudo individual de cada discurso e trata se do emprego de representa es das id ias por meio de s mbolos que permeiam as descri es ing nuas do sujeito A an lise idiogr fica refere se a an lise do aspecto individual de cada discurso Neste momento procurei descrever como compreendi cada discurso de forma a evidenciar a estrutura do fen meno Ser gestante e Andlise do fen meno 72 procurar pela assist ncia obst trica em falso trabalho de parto a partir da individualidade de cada sujeito A compreens o surgiu das reflex es que permitiram atribuir significados quilo que estava vendo e descobrindo Ap s a an lise individual de cada discurso iniciei o outro momento da trajet ria a an lise geral de todos os discursos que chamada an lise nomot tica onde buscamos a generalidade para apreender os aspectos mais comuns de todos os depoimentos Inicialmente foram agrupados os temas retirados das unid
189. ez mais forte E9 Jeles n o querem fazer nada s me deixam aqui esperando s deus sabe se vai nascer ou se n o vai entendeu e acontecer ou desse nen n o nascer ou de nascer com algum problema eu vou processar o hospital porque eles sabem da minha situa o e n o fazem nada E9 Mas quando chegar dia 11 eu n o quero nem saber eu fico nem se eu precisar chamar a pol cia eles v o ter que fazer uma ces rea em mim E5 quero s ver se acontecer alguma coisa com minha filha quem vai se responsabilizar E8 Retomando os pressupostos te ricos vimos que na rela o face a face os motivos s o mais diretamente acess veis do que em outras rela es sociais e segundo Schutz a linguagem desempenha um papel tipificante da maior import ncia atrav s dela que poss vel conhecer outras mentes Na Emerg ncia Obst trica as mulheres descrevem componentes do acolhimento muitas vezes desconhecidos e desvalorizados pelos profissionais mas fundamentais para a cria o de v nculo de confian a com as parturientes Esse v nculo tamb m constru do pela coer ncia e const ncia entre o que os profissionais dizem e o que fazem Categorias Concretas do vivido 124 As falas das gestantes sugerem que na rela o face a face do cuidado direto ha um coexistir no qual os sujeitos motivam se reciprocamente em suas atividades intencionais percebendo se um ao outro num relacionamen
190. falta de intera o efetiva e humanizada das gestantes com esses profissionais Essa pr tica assistencial tem provocado crescente ang stia nas mulheres para quem o parto simbolizado como um evento de riscos e de dor f sica contribuindo para a vis o negativista deste processo Atualmente al m do temor inerente ao parto a mulher sente medo de quem a atender uma vez que suas experi ncias pr prias ou de outras mulheres do seu conv vio est o repletas de atendimento impessoal e distante por parte dos profissionais 8 Estudo desenvolvido em 2006 identifica que a barreira para a humaniza o do nascimento a quebra repentina do v nculo com o profissional que realiza o pr natal Nessa pesquisa foram relatadas discord ncias entre os profissionais dos diversos n veis de complexidade de sa de no que concerne aos crit rios para interna o a maioria dispensada da maternidade sem uma contra referencia e os crit rios utilizados para a Revis o da Literatura 34 interna o sao distintos e divergem de acordo com o profissional a institui o e o hor rio Buscando alterar esse panorama a OMS publicou em 2006 um documento intitulado Humaniza o do parto normal no qual ressalta a import ncia dos profissionais que atuam no processo de parto transmitir apoio orienta o e confian a para que a mulher se fortale a e possa conduzir com mais autonomia a gesta o e o parto O programa de humaniza o do pr
191. ficar indo no banheiro E9 Schutz focalizou o mundo da vida de v rios ngulos Primeiro analisou a atitude natural que ajuda o homem a operar no mundo da vida uma postura que reconhece os fatos objetivos as condi es para as a es de acordo com os objetos volta a vontade e as inten es de outros com quem se tem de cooperar ou lidar as imposi es dos costumes e as proibi es da lei e assim por diante Essa postura essencialmente pragm tica acima de tudo utilit ria e supostamente realista Em segundo lugar Schutz estudou os principais fatores determinantes da conduta de Categorias Concretas do vivido 97 qualquer indiv duo no mundo da vida Qualquer momento da vida pr tica de um homem n o se esgota numa situa o espec fica contendo limita es condi es e oportunidades com rela o a seus objetivos tal situa o apenas um epis dio na corrente de sua vida Sua posi o dentro dela a de uma pessoa que atravessou toda uma longa cadeia de experi ncias de vida anteriores Tanto o conte do como a sequ ncia dessas experi ncias s o exclusivos dele O indiv duo se encontra em qualquer momento numa situa o biogr fica determinada Assim subjetivamente duas pessoas jamais poderiam vivenciar a mesma situa o da mesma forma Acima de tudo cada uma chegou a essa situa o atual tendo em mente seus pr prios prop sitos e objetivos e a avalia de acordo com isso e esses prop sitos e
192. filos fica cujo pai e mestre Edmund Husserl Origina se de duas palavras gregas fen meno que significa aquilo que se mostra n o somente aquilo que aparece ou parece e logia que deriva da palavra logos que para os gregos significa palavra pensamento Trajet ria metodol gica 50 Ao tomarmos logos como pensamento temos a fenomenologia como reflex o sobre um fen meno ou sobre aquilo que se mostra Voltando se para a experi ncia vivida um movimento cujo objetivo a investiga o direta e a descri o dos fen menos que s o experienciados conscientemente adota uma forma de reflex o que deve incluir a possibilidade de olhar as coisas como elas se manifestam descreve o fen meno sem explic lo sem analisa lo sem a preocupa o de estabelecer rela es causais Tem como objetivo alcan ar a intui o das ess ncias ou seja ao conte do intelig vel e ideal dos fen menos captado de forma imediata pr reflexiva t o livre quanto poss vel de pressupostos e preconceitos 82 Embora Husserl tenha utilizado a palavra m todo a fim de descrever os passos em dire o reflex o fenomenol gica ele n o o percebe da mesma forma que a ci ncia cartesiana e alguns autores advertem que seria mais apropriado na fenomenologia utilizar se da palavra trajet ria Embora existam in meras interpreta es metodol gicas um estudo de fenomenologia descritiva envolve com frequ ncia os quatro passo
193. finir a situa o em que se encontra e fazer planos Schutz mostrou que esse estoque estruturado de v rios modos Dependendo da situa o apresentada alguns de seus elementos s o muito relevantes outros mais marginais e outros ainda irrelevantes Certos itens desse estoque de conhecimento de um indiv duo podem ser preciosos e distintos outros vagos e obscuros Mas em geral o estoque de conhecimento de um indiv duo n o est absolutamente livre de incoer ncias e contradi es 9 A fenomenologia Social de Schutz 64 Schutz afirma que o conhecimento tem como elemento fundamental a situa o O conhecimento produzido esta sempre relacionado a uma determinada situa o vivenciada Dai todo o conhecimento sempre situacional Se por um lado o conhecimento se d dentro da experi ncia de vida dentro de um fluxo de viv ncias por outro lado tamb m a experi ncia vivida depende do conhecimento Neste sentido toda situa o respons vel pela produ o de conhecimento mas tamb m ela depende do acervo de conhecimento existente Mostra se que a circularidade da rela o entre conhecimento e mundo da vida Portanto toda a a o depende do acervo de conhecimento assim como todo o conhecimento depende da a o que o realiza Os acervos de conhecimento guardados em nossa bagagem de conhecimento traduzindo as viv ncias individuais de cada ser humano somente podem ser compreendidos pela
194. flexiva est voltada para os objetos de suas a es e de seus pensamentos A atitude reflexiva se volta para os pr prios atos e o pr prio pensamento Atos e pensamentos se tornam objetos de um novo ato o ato de reflex o Na atitude pr reflexiva o ego estava oculto pois toda a aten o se voltava para os objetos de atos e dos pensamentos Na atitude reflexiva o ego aparece claramente Assim Schutz chega conclus o de que a consci ncia de si s pode ser experimentada no modo pret rito Enquanto a a o esta sendo realizada a atitude reflexiva n o foi adotada e o agente s tem em mira os motivos em vista de Esses motivos s o eminentemente subjetivos J os motivos por causa de s o acess veis ao observador a partir da a o j realizada e que se presta observa o e a reconstru o Estes motivos s o eminentemente objetivos Planejamento a antecipa o de eventos futuros As tipifica es fazem parte de todas as antecipa es Com base em Husserl Schutz explicou que elas dependem de dois tipos de idealiza es a de que assim foi assim ser o que aconteceu no passado deve e vai ocorrer no futuro e a de que posso fazer isso de novo posso repetir minhas a es Atrav s dessas idealiza es os homens expressam sua confian a na Categorias Concretas do vivido 156 estrutura basica do mundo da vida ele permanece inalterado pode se confiar nele ao se pensar na conduta futura Isso ac
195. gente acha que tem todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas Luis Fernando Verissimo GIAXA TEP Falso trabalho de parto compreendendo os motivos da procura precoce a maternidade atrav s da fenomenologia social disserta o Botucatu Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 2009 187p RESUMO O estudo objetivou compreender os motivos da procura precoce do atendimento hospitalar pelas mulheres no final da gesta o conduzidas pelo Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia Utilizou se a abordagem fenomenol gica do tipo socioexistencial proposta por Alfred Sch tz considerando o desejo de revelar a caracter stica t pica de um grupo social que vive determinada situa o Os sujeitos foram nove gestantes conduzidas maternidade em falso trabalho de parto A entrevista foi norteada pelas quest es Quais os motivos que a levaram a procurar a maternidade Conte me a sua trajet ria at a chegada aqui e qual a sua expectativa quando chegar o momento do trabalho de parto Os discursos foram submetidos a an lise idiogr fica e nomot tica emergindo do fen meno as categorias A cren a em que est em trabalho de parto devido aos sinais sintomas percebidos A influencia de outros na procura pela assist ncia obst trica A depend ncia dos sistemas de apoio como influ ncia na decis o A busca pela tranquilidade devido ao medo e inseguran a sentidos A busca pelo t rmino da gesta
196. gestante Fam Sa de Desenv 1999 1 1 2 103 6 145 Bonovich L Recognizing the onset of labor J Obstet Gynecol Neonatal Nurs 1990 19 2 141 5 Refer ncias 178 146 Avila AA Socorro doutor Atr s da barriga tem gente Sao Paulo Atheneu 1998 147 Abreu ASGT O significado da espera do parto o vivido do pai na tica compreensiva da enfermagem disserta o Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro 1997 148 Leff RJ Gravidez a hist ria interior S o Paulo Artes M dicas 1997 149 Videla M Maternidade mito e realidade Buenos Aires Nueva Vision 1997 150 Soifer R Psicologia da gravidez parto e puerp rio 6 ed Porto Alegre Artes M dicas 1992 Ap ndice 179 APENDICE A ENTREVISTA NA NTEGRA e AN LISE DOS DISCURSOS ENTREVISTA 1 F M S 20 anos amasiada G1P0A0 IG 39 semanas e 1 7 realizou 08 consultas de pr natal na USF Julieta n o participou de nenhuma atividade de grupo Na carteira de pr natal constam 07 consultas realizadas pelo mesmo m dico e 01 pela enfermeira Compareceu a maternidade conduzida pela viatura de transporte simples acompanhada pela irm as 16 10 foi avaliada pelos internos da medicina docente realizado cardiotocografia e diagnosticada como falso trabalho de parto Bom eu achei que tava em trabalho de parto n mas eles falaram que n o ta na hora que pra eu esperar as dores fica forte que pode ser qu
197. gram a randomized controlled trial Birth 1998 25 1 5 10 69 Freitas F Martins Costa SH Lopes JG Rotinas em obstetr cia 5 ed Porto Alegre Artmed 2006 70 Melo ECP Knupp VMA Oliveira R Tonini T A peregrina o das gestantes no Munic pio do Rio de Janeiro perfil de bitos e nascimentos Rev Esc Enferm USP 2007 41 Esp 804 9 71 Minayo MCS O conceito de metodologia de pesquisa In Minayo MCS Org Deslandes SF Cruz neto O Gomes R Pesquisa social teoria m todo e criatividade Petr polis Vozes 1998 72 Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sa de S o Paulo Hucitec Rio de Janeiro Abrasco 1992 73 Merighi MAB Pra a NS Abordagens te rico metodol gicas qualitativas a viv ncia da mulher no per odo reprodutivo Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 Refer ncias 171 74 Boava DLT Macedo FMF Estudo sobre a ess ncia do empreendedorismo In Anais do 30 Encontro da Associa o Nacional dos Programas de P s Gradua o em Administra o 2006 Salvador Salvador 2006 75 Martins J Bicudo AV A pesquisa qualitativa em psicologia S o Paulo Moraes 1989 76 Capalbo C Metodologia das ci ncias sociais a fenomenologia de Alfred Schutz Londrina UEL 1998 717 Queiroz MIP Relatos orais do indiz vel ao diz vel In Von Simson OM org e intr Experimentos com hist rias de vida It lia Brasil Sao Paulo V rtice Editora Revista dos Tribun
198. guida espontaneamente e a c rvice uterina n o apresenta dilata o Tal situa o promove um alto grau de ansiedade e expectativa sobre a prem ncia do nascimento sendo um dos principais motivos que levam as gestantes a procurarem o hospital O profissional deve estar atento para tais acontecimentos a fim de se evitar uma admiss o precoce interven es desnecess rias e estresse familiar ocasionando uma experi ncia negativa de trabalho de parto parto e nascimento Quando tratar se de falso trabalho de parto recomenda se n o liberar a gestante mantendo a em observa o no hospital por algum tempo durante o qual al m de excluir a possibilidade de parto o obstetra se certificar das condi es da vitalidade fetal provas cl nicas e do estado geral materno Nestas situa es tamb m pode ser utilizado o teste da fibronectina fetal que por apresentar valor preditivo negativo elevado acima de 90 exclui os falsos trabalhos de parto evitando as interna es desnecess rias Nesse sentido faz se necess rio adequar a estrutura Revis o da Literatura 42 f sica das salas de admiss o dos gestantes para que a reavalia o nesses casos seja vi vel Na fase latente do trabalho de parto se a vitalidade fetal estiver preservada a conduta expectante e o ideal que as parturientes sejam acompanhadas em ambulat rio quando n o se tratar de gesta o de risco pois a dura o desse per odo superior
199. gura 4 Figura 5 LISTA DE ILUSTRA ES Distribui o das gestantes conforme faixa et ria Distribui o das gestantes conforme o estado civil Distribui o das gestantes conforme a idade gestacional Procedimentos realizados pelas gestantes durante atendimento obst trico na Maternidade e Gota de Leite de PON AN ni yaaa ah ahua qaa a apa aaa aqasha ata Diagrama dos fen menos desvelados na compreens o dos motivos da procura precoce das gestantes pelo atendimento hospitalar mesinin aaa Su aa e 74 75 75 76 82 Quadro 01 Quadro 02 Quadro 03 Quadro 04 LISTA DE QUADROS Perfil das gestantes em falso trabalho de parto relacionado s vari veis estado civil idade gestacional acompanhante na consulta paridade n mero de consultas de pr natal participa o em grupos de orienta o e n mero de vezes em que procurou pela Maternidade Perfil do transporte e atendimento das gestantes na Maternidade relacionado as vari veis tipo de viatura tempo de deslocamento resid ncia e servi o exame obst trico e procedimentos realizados erra Unidades tem ticas de an lise Categorias concretas do tipo vivido 76 77 UNESP UBS UNIMAR SAMU SP SAMDU OMS PHPN RN USA USB VTS UTI SUS LISTA DE SIGLAS Universidade Estadual Paulista Unidad
200. ha 2 kilos foi rapidinho s quando foi perto de ganhar mesmo que eu fui sentir dor Dessa vez ta diferente n o tinha esse catarro e no outro eu tinha contra o bem longe e apertou rapidinho S quando eu fui ganhar ele mesmo que eu senti essa dor parecida com essa que eu to sentindo Agora a dor j come ou ontem desde 6 horas da manh e tipo assim como eu n o gosto de atrapalhar as pessoas fazer elas perder o tempo delas a eu falei assim eu n o vou s por causa dessa dor mas ai n com o catarro eu falei pra minha amiga levei ela pro banheiro e ela falou assim eu n o sei o que isso a a outra falou assim acho que vai nascer que tava encaixando que j tava saindo a cabe a que o nen tava encaixando n que fala que ele tava querendo nascer e tal e ai eu n o acreditei que ia nascer n o ai eu falei pra minha m e ela falou assim que era o sinal que eu tinha que vir pra Mar lia ela falava ai vamos logo ficou todo mundo assim desesperado ai eu vim n Agora eu acho que eu vou embora mas ate sexta feira eu ganho esse aqui eu to sentindo dor dor dor e ele ta demorando pra nascer n a eu tenho que esperar n romper a bolsa dar mais dor n o cora ozinho do bebe ta batendo forte n ta timo ta normal batendo certinho bonitinho eles falaram que ele ta bem agora vou ter que espera n eu quero muito que ele nasce logo n mas ai eu tenho medo de eu ficar sentindo dor e ele demorar p
201. heres vivenciaram o processo de procura pela maternidade possibilitou me a oportunidade de um novo olhar as Considera es Finais 163 rela es sociais as experi ncias do outro e aos motivos que as levaram a estas a es Na rela o social intersubjetiva de mulheres inseridas temporariamente em um espa o comum de experi ncia foi relevante observar que em certos momentos eu tamb m fiz parte daquele cotidiano e compartilhamos o mesmo ambiente onde naquele momento fiz parte da sua rela o face a face Conscientizei me de que essas mulheres s o elementos de minha pr pria situa o biogr fica e vice versa Desta forma percebo com muito mais propriedade aquele ambiente como um espa o de compartilhamento com as mulheres e que fa o parte de suas experi ncias como elas das minhas A forma como eu as fa o experienciar a situa o poder determinar suas a es futuras A pesquisa contribuiu para que aumentasse meu interesse em continuar estudando e aprofundando me no referencial da fenomenologia social de Schutz para utiliza o em outros estudos pois o foco de maior interesse no cuidado com a sa de da mulher est voltado compreens o de suas experi ncias diante da sa de reprodutiva Refer ncias 164 REFERENCIAS 01 Baruf LM O cuidado cultural mulher durante a gesta o Uma contribui o para a humaniza o disserta o Porto Alegre Escola de Enfermagem Universidade Federal do Rio Grande d
202. i a pouco come ou a dar de 15 minutos a agora nem deu mais Ai medo de ter o filho no meio do caminho tipo acontecer alguma coisa com meu filho n o sei n o d pra explicar o medo de m e ai medo de perder o filho de acontecer alguma coisa no meio do caminho que nem tava s eu e a pastora e o ambulanceiro n Ai o ambulanceiro acontece de eu ter meu bebe eu prefiro ficar aqui que eu to mais segura aqui n porque aqui tem profissionais que entendem n Eu pensei que tinha que vir quando eu vi aquele catarro saindo ai eu pensei nossa acho que eu tenho que ir n nunca tinha visto aquilo no meu outro parto n o foi assim ai eu falei pra minha m e acho que meu filho ta nascendo n o outro foi bem diferente n ele nasceu de 8 meses e a bolsa rompeu eu tava em casa ai eu fui no banheiro e na hora que eu fui fazer xixi escutei um barulho tipo assim de alguma coisa estourando sabe ai antes de eu fazer xixi ai hora que eu levantei a bolsa rompeu come ou a escorrer assim pela perna e n o era xixi eu sabia que n o era a eu vim era uma hora da manh n e at fazer todos os exames os procedimentos tudo me internaram era 3 e meia ai Ap ndice 219 quando eu comecei a sentir dor mesmo uma dor mesmo forte era umas quatro e meia da manha ai quando foi umas cinco e meia era a hora que o nen ia nascer ai eu fui pra sala de parto e ele veio ao mundo rapidinho fiz duas for as tamb m ele era pequenininho tin
203. i meu deus j passei por cada uma mas eu num fico nem pensando RELATA TER OBTIDO INFORMA ES DE QUE POSTERGAR A PROCURA PELA MATERNIDADE PODE CAUSAR CONSEQUENCIAS A MAE E AO FETO E QUE PREFERE NEM PENSAR NESSA SITUA O Minha irm perdeu um nen de 9 meses passou do tempo ela foi no hospital eles falaram que n o era a hora a ela voltou pra casa a bolsa dela rompeu e quando ela chegou no hospital ela foi ver o nen tava morto n RELATA A MORTE DE UM SOBRINHO DEVIDO AO POS DATISMO E APOS A IRMA TER SIDO DISPENSADA NA MATERNIDADE Fiquei deitada mas n o dormi tava incomodada sem posi o tava fadigada mas eu nem falei pro meu marido n porque ele fica desesperado e ai eu nem falo ent o eu fiquei quieta de manha ponhei caf pra ele e ele falou assim que que voc tem eu falei nada n o to com um pouquinho de dor e ele j come ou assim porque voc n o me chamou a noite e tal E porque ele me deixa mais nervosa ent o eu n o falo nada pra ele porque ele fica mais desesperado do que eu Ai eu n o to t o ansiosa sabe acho que ele marido ta mais ansioso do que eu e ele que ta me deixando nervosa meu marido ele me faz at chorar ele fica voc t com dor O nen n o ta nascendo n o ele fica assim t o desesperado e eu tamb m fico t o desesperada assim que eu at choro ai eu falo pra ele REL
204. i no hospital e ai chegou l o m dico nem me examinou nada nem relou a m o em mim a me mandou pra c E6 eu falei pra minha amiga levei ela pro banheiro e ela falou assim eu n o sei o que isso a a outra falou assim acho que vai nascer que tava encaixando que j tava saindo a cabe a que ele tava querendo nascer e tal e ai eu n o acreditei que ia nascer n o ai eu falei pra minha m e ela falou assim que era o sinal que eu tinha que vir pra Mar lia ela falava ai vamos logo ficou todo mundo assim desesperado ai eu vim n E6 Categorias Concretas do vivido 138 a eu liguei pro meu marido n ele tava vindo pro almo o e eu falei pra ele que eu tava assim e ai ele falou chama a ambul ncia que eu vou direto La pra gota E7 Jal eu falei m e acho que ta me dando contra o acho que dor de parto a minha m e falou assim vamos la no posto pra ver E8 E o pessoal falou pra ele marido vai atr s e v o que ta acontecendo com sua mulher porque perigoso pra ela e pro bebe os pr prios amigos dele do servi o falaram isso E9 Je af eu cheguei em casa com aquela dor forte aquela dor ai minha m e falou assim Rosana do c u volta pro hospital pra voc tomar um rem dio E9 Eu comecei a sentir dor no comecinho de maio no come o n o no meio e ai eu fui pro hospital e a Dra XXX ela olhou falou assim se prepara que o nen
205. i num assim n o vamos liga pro samu ai ela pegou o telefone e ai falou com o medico que eu tava com dor ai a ambul ncia chegou parecia que ela que ia ganha nen andava pra la e pra ca que nem uma barata tonta eu tava com medo tamb m mas ela ela parecia que ia ter o nen pra mim Eu num tinha certeza mesmo se tava na hora mas ai eu fiquei com medo n vai que ta na hora e eu fico aqui esperando n e a passa da hora sei la a gente escuta tantas coisas n falam que o bebe passa da hora ai ele engole o liquido com a filha da minha prima aconteceu isso ela ficou esperando esperando e quando chegou a menina j tinha engolido aquele liquido n o sei aquele cocozinho do nen no l quido quase que ela perdeu a menina ficou um temp o na UTI com aqueles tubinhos ai a gente fica com medo n acho que eu nem tenho tanto medo das dor eu tenho medo que ele n o venha com sa de ent o melhor eu fica vindo n mesmo indo embora n assim mas pelo menos falaram que ta tudo bem com ele ai eu fico mais tranquila Ap ndice 180 Ah eu acho que num vai demora muito nao o medico falou que eu ja tenho um dedo de dilata o mas eu acho que essa semana ainda ele vem ele falou que eu ja completei nove meses n ent o agora s espera pra ver se estoura a bolsa e tal eu queria j ficar pra ganha ele ir embora j amanha n porque eu n o gosto de hospital tenho horror a fica internada nunca fiq
206. icar comigo ela vai comigo quando chegar a hora E2 Minha irm falou que vai ficar l comigo hoje porque se precisar ela volta comigo pra c mas eu n o quero incomodar ela tem a vida dela E7 Meu marido ta doido at perdendo o servi o porque ele ta vindo comigo n o tem ningu m pra ficar vindo comigo todo mundo da minha fam lia trabalha todo mundo da fam lia dele trabalha s tem ele E9 Os comportamentos do receptor de apoio que indicam que ele precisa de ajuda s o fundamentais para consegu la de modo que as capacidades de confiar e de se envolver em uma rela o s o determinantes para a busca de apoio Esta habilidade de eliciar apoio crucial mesmo nas rela es familiares pois muitos indiv duos que aparentemente precisam de apoio social n o t m habilidade de procur lo ou experienciam ansiedade ao faz lo Em estudo que objetivou a investiga o de rela es entre suporte social e n veis de estresse em mulheres m es ficou evidente a import ncia do apoio social como fator de prote o nas situa es estressoras quando o apoio esteve relacionado com a disponibilidade percebida de Categorias Concretas do vivido 148 relacionamentos interpessoais que respondiam as necessidades presentes nos eventos estressantes Em rela o a depend ncia da estrutura p blica de comunica o e transporte a depend ncia das gestantes para solicitar a ambul ncia se
207. icar na minha casa tenho medo de ficar muito tempo aqui la minha m e ta comigo ela vai toda hora ver se ta tudo bem comigo mas eu quero que nasce logo j era pra nascer esse menino ele tava marcado pra sexta feira e ate agora nada meus vizinhos falam assim filho de burro essa crian a n o nasce toda vez que muda essa lua minha v fica assim hoje Juliana e eu fico esperando esperando e nada j to agoniada DESCREVE A SUA PREOCUPA O COM A PROGRESS O DA DOR IDENTIFICANDO A COMO SISTEMA DE APOIO EXPLICITA A TENSAO AUMENTADA AO FICAR INTERNADA SEM ESTAR EM TRABALHO DE PARTO E DESACOMPANHADA PELA MAE DESCREVE SUA ANSIEDADE PELO NASCIMENTO E A EXPECTATIVA DA FAMILIA E VIZINHOS AP S TER PASSADO A DATA PROV VEL DO PARTO ASSOCIANDO A AO ANIMAL QUE POSSUI A GESTA O PROLONGADA E S MUDAN AS DA LUA Je a minha m e falou n o adianta a gente sair correndo o nen n o vai nascer agora RELATA QUE A M E A ACALMOU DIZENDO QUE O BEBE NAO IRIA NASCER NAQUELA HORA Do jeito que minha v falou vai ser tudo bem que ela falou que seria tudo bem ela sonhou comigo tendo um parto que foi tudo bem ela falou que ia ser bem REFERE QUE ACREDITA QUE TUDO IR FICAR BEM DEVIDO AO SONHO QUE A AV TEVE POIS ACREDITA QUE TUDO O QUE A AV SONHO REALMENTE ACONTECE Ap ndice 195 e depois disso eu comecei a sentir dor e a minha av fa
208. icipou de um grupo de prepara o para o parto e a maioria se encontrava na 39 semana gestacional Com rela o procura pela maternidade apenas uma delas compareceu desacompanhada e as demais estavam na sua maioria acompanhada pela m e ou esposo na mesma propor o Quanto ao transporte com que se deslocaram todas foram socorridas pelo SAMU sendo uma delas transportada pela USA Unidade de Suporte avan ado uma pelo USB Unidade de suporte B sico e as demais pela VTS viatura An lise do fen meno 78 de transporte simples O tempo resposta deslocamento que corresponde a contagem de minutos do momento da solicita o da viatura at a chegada a maternidade foi em m dia 53 3 minutos Devemos considerar a possibilidade de infer ncia nesse dado visto que a informa o do hor rio de chegada Maternidade corresponde ao momento de abertura da ficha de atendimento ambulatorial o que pode ser protelado na vig ncia de fila de espera ou falhas operacionais O fato de ter havido um atendimento pela USA que uma viatura equipada com estrutura de UTI nos mostra a diverg ncia entre a informa o passada pelo solicitante regula o m dica do SAMU que a respons vel por enviar a viatura necess ria de acordo com dados colhidos do solicitante e avalia o da brevidade do transporte atrav s de um escore utilizado em servi os de urg ncia o escore de Malinas Quando um Score lt 5 significa boa margem de tempo
209. im porque eu tava com muita dor tava sozinha em casa e ai eu comecei a ter dor uma dor forte assim 6 que vem de tras e doi tudo aqui endurece a barriga me dava at vontade de vomitar Entao eu pensei deve ser entao o trabalho de parto Desde cedo que eu to com falta de ar acho que por causa da dor n a eu fui levar meu filho no parque quase que eu n o consigo chegar travava assim aqui em baixo aparecia que minha vagina ia cair e a eu fiquei deitada mas a dor s foi piorando piorando 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DA DOR DE CARATER PROGRESSIVO QUE INICIA NAS COSTAS E ENDURECE A BARRIGA ASSOCIADO A VONTADE DE VOMITAR E A FALTA DE AR eu tava ficando inquieta rolando de dor ai ent o eu num ag entei ai eu vim pra Ca de novo Af hoje foi assim a dor forte e a falta de ar eu pensei que ia morrer Eu tamb m tava assim com tremedeira na perna assim n o conseguia controlar agora melhorou a dor ta mais fraca mas ainda ta doendo mas a dor de cabe a ta forte ainda RELATA TER PROCURADO A MATERNIDADE POR ESTAR INQUIETA ROLANDO DE DOR COM FALTA DE AR TREMORES E CEFALEIA ACHANDO QUE FOSSE MORRER ai ent o eu cheguei em casa REFERE ESTRAT GIAS PARA ent o eu tomei um banho e deitei AMENIZAR A DOR COMO O BANHO REPOUSO E RESPIRA O ACELERADA eu tava assim respirando AFIRMA QUE ADOTOU A rapidinho sabe assim tipo RES
210. im porque eu to com dor assim aqui nas costas que desce para o p da barriga J come ou hoje a tarde mas tava fraquinha A na hora do jantar eu nem quis comer ai deu a dor forte de novo ai eu tinha certeza que tinha que vir pra c tomei um banho rapidinho e pedi pra minha m e chamar a ambul ncia E8 eu vim mais falaram que pra eu voltar eu n o queria n o volta pra casa assim queria ganh e pronto acabar logo com isso t muito pesado to cansada num aguento esse calor quero ganha logo E1 O comportamento de dor isto sua comunica o pela pessoa que a vivencia quando o faz para outras pessoas influenciado por fatores sociais psicol gicos e culturais Portanto varia de acordo com a cultura e a poca pois a personalidade o ambiente a cultura a religi o o g nero Categorias Concretas do vivido 91 entre outros aspectos afetam diretamente a percep o de dor e a resposta correspondente a ela Na gesta o as mulheres recebem maior carga de informa es a respeito da dor do parto Elas ouvem os coment rios e associam a sua experi ncia vivida como na fala a seguir onde a experi ncia comparada ao conhecimento transmitido pela av Eu vim porque to com dor assim no p da barriga uma dor que parece que ele ta querendo sair logo hoje eu nem levantei direito da cama uma dor no p da barriga que vai indo pras costas depois para a das costas n o para n
211. imentos adquiridos ao longo dos tempos bem como situa es j vividas para que fosse concretizado o ato da procura maternidade Percebemos nas falas que foram disponibilizados recursos internos e f sicos na tentativa de super la mas em todas as situa es associado ao estress medo e necessidade de apoio motivaram a busca comum a todas CATEGORIA 2 BUSCA PELA TRANQUILIDADE DEVIDO AO MEDO E INSEGURAN A SENTIDOS O parto um momento cr tico na vida da mulher marcando o in cio de uma s rie de mudan as No entanto enquanto as mudan as durante a gravidez s o lentas e graduais no parto elas s o intensas e bruscas Verifica se uma r pida e nova transforma o do esquema corporal altera es profundas do ritmo e da rotina familiar com a vinda do beb e d se a separa o de dois seres que anteriormente estavam unidos O imprevis vel o incontrol vel e o desconhecido s o caracter sticas que fazem do parto um momento cr tico no qual surgem muitas ansiedades Ao prestar assist ncia de enfermagem as gestantes no momento da admiss o percebe se muitas vezes que as mulheres principalmente as nul paras apresentam ansiedade em rela o ao fato de n o saberem exatamente o momento de se dirigirem a maternidade O fen meno da dor do parto e todo o conjunto de percep es sensa es temores sentimentos e emo es ao redor dele inscrevem se em muitas dimens es da vida de cada mulher na ordem da subjetivida
212. io corpo A mulher vai se adaptando ao estado de gravidez incorporando o beb como parte do seu corpo O parto um evento que integra a viv ncia reprodutiva da mulher e seu parceiro Os profissionais de sa de s o coadjuvantes dessa viv ncia desempenhando importante papel ao colocar o conhecimento a servi o do bem estar da mulher e do beb ajudando os no processo de parturi o e nascimento de forma saud vel prestando lhe cuidados por meio de a es humanizadas um acontecimento muito esperado pela mulher e familiares repleto de significados re constru dos dinamicamente na cultura que podem desencadear um momento gerador de sentimentos ambivalentes receio e medo alegria e surpresa expondo assim a mulher vulnerabilidade emocional S o situa es reais visualizadas no dia a dia e est o relacionadas aos fatores internos e externos que envolvem a parturiente As mulheres visualizam simbolicamente a dor do parto a partir de experi ncias pr vias ou de informa es compartilhadas com outras mulheres como tamb m com profissionais que as cuidam Revis o da Literatura 28 Fisiologicamente as ltimas horas da gravidez sao caracterizadas por dores decorrentes das contra es que ocasionam a dilata o do colo uterino e for am a sa da do beb pelo canal vaginal As transforma es corporais acontecem de forma r pida ao contr rio daquelas que ocorrem gradualmente durante os meses de gesta o
213. ional express es de conforto e cuidado informacional informa es e orienta es ou instrumental provis o de recursos servi os e solu o de problemas Esse apoio influenciado direta ou indiretamente pelas expectativas do indiv duo sobre como os outros v o reagir se ele precisar de assist ncia A partir disso baseado em suas experi ncias pr vias com membros da sua rede de apoio ele escolhe de quem procurar ajuda Retomando o referencial te rico fenomenol gico tem se que a gestante com sua bagagem de conhecimento e com seu tempo vivido em uma situa o biogr fica determinada estabelece nas ltimas semanas a articula o dessa rede de apoio e come a a realizar altera es na rotina da vida cotidiana para adequar se a essa necessidade Embora as rela es familiares carreguem consigo fortes prescri es sociais sobre prover apoio Categorias Concretas do vivido 147 um familiar pode decidir nao receber assist ncia de outro familiar por preocupar se com as obriga es que derivem dessa ajuda ou pelo desejo de 0 manter independ ncia de outros membros da fam lia poss vel captar nas falas das gestantes essa percep o 0 carro do meu cunhado ta ficando com ele a noite porque ele num quer ficar ligando n o ele que quer levar eu s chamo o samu quando ele n o ta E4 minha mae ta na minha casa agora no final da gravidez ela ta ficando l Jai melhor minha m e f
214. iros nas ocorr ncias ticas de enfermagem Acta Paul Enferm 2006 19 1 76 81 109 Jordan B Birth in four cultures a crosscultural invesgation of childbirth in Yucatan Holland Sweden and the United States Chicago Waveland Press 1993 3 1 45 90 110 Helman CG Cultura sa de e doenga 2 ed Porto Alegre Artes M dicas 1994 111 Maldonado MT Psicologia da gravidez parto e puerp rio 15 ed Sao Paulo Saraiva 2000 p 46 55 112 Maldonado MT Psicologia da gravidez Petr polis Vozes 1997 113 Calderano MA Notas sobre a fenomenologia social de Alfred Schutz considera es acerca de alguns pressupostos filos ficos Internet acesso em Dez 2008 Dispon vel em www ufpe br eso revista social html 114 Banda MMZ Compreens o t pico ideal da pr tica profissional do enfermeiro em hospitais p blicos tese Ribeir o Preto Universidade de S o Paulo 2004 Refer ncias 175 115 Soifer R Psicologia da gravidez parto e puerp rio Porto Alegre Artes M dicas 1980 116 Motta CCL Quem acolhe essa mulher Caracteriza o do apoio emocional parturiente disserta o Florian polis Universidade Federal de Santa Catarina 2008 117 Lowe NK The nature of labor pain Am J Obstet Gynecol 2002 186 Suppl 5 16 24 118 Rato PI Ansiedades perinatais em mulheres com gravidez de risco e em mulheres com gravidez normal Anal Psicol 1998 3 16 405 13 119 Saito E Gualda DMR O profissional de sa de
215. isa qualitativa Trabalho de parto Nome Thais Erika Peron Giaxa Titulo Falso trabalho de parto compreendendo os motivos da procura precoce a maternidade atrav s da fenomenologia social Aprovado em Prof Dr Julgamento Prof Dr Julgamento Prof Dr Julgamento Prof Dr Julgamento eens ers Disserta o apresentada a Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Campus de Botucatu para a obten o do t tulo de Mestre em Enfermagem Banca Examinadora Institui o Assinatura Institui o Assinatura Institui o Assinatura Institui o Assinatura Dedico este trabalho A DEUS minha gratid o maior Aos meus queridos PAIS que estiveram sempre comigo nesse projeto e me ensinaram desde antes da minha exist ncia o significado do amor incondicional Ao meu futuro esposo CAIO por sua cumplicidade companheirismo respeito e incentivo Agradecimentos especiais minha oxientadora Prof Mania de Lourdes querida Mali que exerceu sua fun o com desempenho exig ncia compel ncia e respeito Oua magnitude humana e espiritual a tempo e minhas possibilidades Minha kana gratid o e Prof Regina Popim minha Casnentadora que me proporcionou grandes avan os com o referencial tedrico filordfico Preciosas foram aswaa interven es diacussdea e orienta es Oua experi ncia e sabedoria em muita colaboraram para a concretiza
216. it rio Por isso mesmo apresentando sinais que as faziam acreditar que estavam em trabalho de parto o agir comunicativo com a fam lia as levou a Considera es Finais 161 considerar a opini o das pessoas que lhes s o significativas que adicionaram a sua bagagem de conhecimentos adquiridos infer ncias que motivaram sua a o Desta forma o ato intencional de procurar pela maternidade levou em considera o tamb m a depend ncia dos sistemas de apoio a necessidade de reestrutura o da rede de apoio social quando desejam a interna o por se sentirem incomodadas com as mudan as ocorridas em sua rotina na rotina de seus familiares visando o suporte ao parto Essas mulheres buscam na assist ncia obst trica a resolu o dos seus conflitos internos ao ter que decidir entre esperar em suas casas e arcar com as consequ ncias deste ato ou se submeter s idas e vindas tendo como pr mio a avalia o do bem estar de seu filho Ao serem avaliadas e dispensadas diversas vezes se expuseram aos procedimentos invasivos a incompreens o por parte dos profissionais e a insatisfa o do retorno as suas rela es sociais sem a concretiza o do seu ideal A viv ncia da parturi o e a busca pela assist ncia hospitalar s o vividos como momentos cr ticos em que elas sentem se amea adas em sua sobreviv ncia e na de seu filho Objetivam o t rmino da gesta o representado nos discursos das gestantes pelo fim do per odo d
217. itua o biogr fica Por m a tipologia n o uma m dia estat stica dos fen menos sociais ela sintetiza os tra os t picos de um fen meno social tornando poss vel sua inteligibilidade colocando em evid ncia o que h de original espec fico e t pico no fen meno De acordo com Schutz a compreens o do comportamento de outros pode ser analisada fenomenologicamente como um processo de tipifica o pelo qual o ator aplica esquemas interpretativos apreendidos para se aperceber o significado do que os outros fazem Em qualquer encontro face a face o ator traz para a rela o uma bagagem de conhecimentos em m os ou conhecimentos de senso comum nos termos dos quais tipifica o outro e capaz de calcular a prov vel rea o dele s suas a es e de com ele sustentar uma comunica o A fenomenologia Social de Schutz 70 Na tentativa de compreender os motivos da procura precoce pelo servi o procurei atrav s das quest es norteadoras Quais os motivos que a levaram a procurar a maternidade Conte me a sua trajet ria at a chegada aqui Qual a sua expectativa quando chegar o momento do trabalho de parto encontrar no cotidiano das gestantes no ltimo trimestre da gesta o os motivos que envolvem a ess ncia de suas a es sociais e dentro do mundo vida de cada uma em senso comum apropriando me do referencial da fenomenologia social O desvelamento dos motivos porque ou as raz es pelas quais as gest
218. iver uma decis o certa uma posi o sen o eu n o saio Nem que for pra mim dormir aqui na porta do hospital mas que eu quero saber eu quero E9 eu tomei a decisao pelo fato do que ta acontecendo varias crian as passando do tempo de nascer t o morrendo p voc espera nove meses ta tudo bonitinho l n o acontece nada voc vai esperar at quando Quando que nem o cora o o ltimo rg o que para de bater entendeu ent o eu fiquei preocupada tipo p na primeira gravidez da minha m e ela num tinha l quido dentro da bolsa foi parto seco de todos e meu irm o j tava passando da hora tiveram que puxar meu irm o por ferro e eu n o teve que fazer ces rea porque o cord o umbilical tava no meu pesco o e eu j tava roxa j P pensei um monte de crian a ta morrendo ai porque Porque passa da hora e eu n o quero que aconte a isso com meu filho to esperando nove meses e pouquinho j e n o nasce E9 olha tem tanta gente que fala tanta coisa que se voc ficar ouvindo voc fica louca vai a acabar pirando ent o eu falei n o hoje eu vou pro hospital e vou ver realmente o que ta acontecendo com o meu filho e fica todo mundo falando assim na minha cabe a E9 12 RELATA QUE N O ESCUTA MAIS AS INFORMA ES POIS ISSO A DEIXA CONFUSA E QUE PREFERIU PROCURAR A MATERNIDADE PARA SABER REALMENTE O QUE ESTA ACONTECENDO COM O FILHO agora
219. lheres devido ao car ter manipulador desse tipo de m dia Ao serem dispensadas da maternidade as gestantes tamb m exprimem a preocupa o em dar satisfa o as pessoas com quem convivem sobre o desfecho da gesta o Objetivam suprir as expectativas dos familiares que compartilham com ela a ansiedade da espera Voltar para casa e para a fam lia segundo as participantes pode representar maior seguran a e apoio mas significa confrontar as expectativas anteriores como se revela nas falas Categorias Concretas do vivido 141 Mas eu quero que nasce logo ja era pra nascer esse menino ele tava marcado pra sexta feira e ate agora nada meus vizinhos falam assim filho de burro essa crian a nao nasce E3 toda vez que muda essa lua minha vo fica assim hoje Juliana e eu fico esperando esperando E3 a meu marido falou assim entao vai mas v se nao volta de novo hein e eu n o quero ir embora n o ir e voltar ir e voltar n o da certo nao E5 parece que j ta na hora o m dico do posto falou pra eu ter calma que era assim mesmo ele explicou que era uma dor que vinha das costas e essa dor que eu to sentindo mas eu penso se essa dor eu tenho que ir e a chega aqui n o fica internada a eu vou embora A eu fico agoniada minha sogra fica agoniada o Junior fica agoniado e a dor parece que fica pior ainda E5 N o vejo a hora de ver meu nen de todo mundo nasce s o me
220. lou batata ela sonha e acontece e depois que ela me falou do sonho eu comecei a sentir dor FAZ ASSOCIA O DO INICIO DAS DORES COM O SONHO QUE A AV TEVE EM QUE ELA ESTAVA PARINDO E COM A MUDAN A DA LUA POIS ACREDITA QUE AO MUDAR A LUA IR DAR A LUZ AO SEU FILHO Depois de amanh muda a lua n o assim quando muda a lua a gente ganha ENTREVISTA 3 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMA PRIMIIGESTA COM 18 ANOS ACOMPANHADA PELA MAE SOLTEIRA NAMORA O PAI DA CRIAN A HA 2 ANOS MORA COM OS PAIS E DOIS IRMAOS MAIS NOVOS 40 SEMANAS DE IG NA TRIAGEM 01 CONTRA O INEFETIVA COLO UTERINO P RVIO PARA 01 CM TRANSPORTADA PELA USB 43 MINUTOS APOS A SOLICITA O RESIDE NA ZONA OESTE DE MARILIA FEZ 09 CONSULTAS DE PN INICIOU COM 12 SEMANAS QUE IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO AP S SENTIR DOR DE INTENSIDADE PROGRESSIVA E QUE N O MELHOROU AP S VARIAS TENTATIVAS DE SUPORT LA E QUE JULGAVA SER TRABALHO DE PARTO VERDADEIRO DEVIDO A INFORMA O DA AV QUE COMPAROU A COM A C LICA MENSTRUAL COM MAIOR INTENSIDADE QUE ADMITE TER COME ADO A SENTIR DOR AP S SONHO DA AV COM SEU PARTO POIS AFIRMA QUE OS SONHOS DA AV COSTUMAM SE CONCRETIZAR E RELACIONA O INICIO DO TP COM A MUDAN A DA LUA INFORMA O QUE TAMB M RECEBEU DA AV QUE BUSCA APOIO NA M E QUE SE MOSTROU PREOCUPADA COM A SUA DOR E A ACALM
221. lquer jeito ele tem que sair n o tem jeito Mas eu sei que vai doer bem Se eu tiver dor eu vou ter que vir JEu s vou vir quando eu n o tiver nem como andar quero chegar aqui e ganhar tipo com muita contra o 6 RELATA A RELA O ENTRE SENTIR DORES E A INSINUA O FETAL COM O IN CIO DO TRABALHO DE PARTO E O MOMENTO DE PROCURAR A MATERNIDADE INDEPENDENTE DA RUPTURA DA BOLSA DAS AGUAS As tr s chegaram depois de mim e j ganharam S aquela ali que chegou antes de ontem quatro horas da manh e foi ganhar ontem quase meia noite Eu fiquei vendo a dor daquela La e eles estourando a bolsa dela com aquele negocio assim um ferro enorme enfiado nela e eu meu deus eu quero ir embora deste lugar Mas eu n o quero ficar aqui morando na gota melhor ficar na minha casa aqui eles ficam aqui fazendo toque vem um e mete o ded o vem outro e vai muito chato incomoda bastante EXPLICITA A TENS O AUMENTADA AO FICAR INTERNADA SEM ESTAR EM TRABALHO DE PARTO AO VER OUTROS PARTOS ACONTECENDO AS PARTURIENTES COM DOR E OS PROCEDIMENTOS INVASIVOS COMO A AMNIOTOMIA TOQUE E DESCREVE O INC MODO QUE ESTES PROCEDIMENTOS PROVOCAM quero chegar aqui e ganhar tipo com muita contra o e se eu n o tiver dilata o ai eles v o ter que fazer uma ces rea ANTECIPA A EXPERI NCIA DO PARTO VISLUMBRANDO UM TRABALHO DE PARTO RAPIDO CHEGAR E GANHAR OU A INDICA O
222. m tua que preexiste nas rela es entre os diversos eus isto o mundo compartilhado por n s Para Schutz a intersubjetividade o modo pelo qual desde o in cio n s atores dentro de um cen rio social experimentamos o mundo em que vivemos como um mundo natural e cultural ao mesmo tempo como um mundo n o privado mas intersubjetivo ou seja comum a todos n s realmente dado o potencial acess vel a cada um Para demonstrar o que a intersubjetividade Alfred Schutz fazendo uma an lise de Dom Quixote de Cervantes revela como o protagonista principal seu fiel escudeiro Sancho al m de uma s rie de pessoas que os cercavam formou uma rede de significados e valores para os protagonistas que faziam parte da hist ria Neste texto o autor afirma que existem diversas ordens da realidade o que o psic logo Wiliam James denominou subuniversos cada uma com um significado espec fico Estes subuniversos s o como pequenos mundos reais ou imagin rios que cada um a sua maneira vivencia como realidade Nesta obra Schutz alega que o sistema dos Cavaleiros do qual Dom Quixote acredita participar tem uma l gica que deve ser compreendida n o como uma fantasia mas como um ethos particular ou seja um subuniverso dos cavaleiros Husserl revela que a intersubjetividade se constitui em um mundo compartilhado por todos n s Este mundo intersubjetivo constitu do pela experi ncia comum que faz com
223. m casa e ter que voltar de novo Eu j sei que demora mas eu quero ficar mesmo assim eu acho melhor ficar do que ficar em casa sozinha eu n o vou saber o que fazer l J pensou voc ficar com essa dor bem pertinho bem curto o tempo uma da outra Eu aqui fica mais f cil SABENDO DA DEMORA DO TRABALHO DE PARTO de repente se a bolsa estoura o nen quer nascer ai nasce no meio do caminho deus me livre eu n o quero correria perigoso pra ele ja pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus eu prefiro ficar aqui melhor ficar aqui antes do que meu nen nascer em casa eu n o tenho telefone o orelh o fica umas duas quadras de casa at eu chegar l andando o nen j nasceu j pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus 4 RELATA O MEDO DA OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR E ASSOCIA O A COMPLICA OES COM O FETO Eu chamei o Samu porque se precisar eles tamb m fazem parto o mo o falou que j fez tr s mas eu IDENTIFICA O SAMU COMO PREPARADO PARA A Ap ndice 212 queria mesmo que nascesse na aqui na maternidade ASSISTENCIA AO PARTO MAS AFIRMA QUE GOSTARIA QUE SEU Agora que tem o SAmu FILHO NASCESSE NA melhor mas eu n o quero quero MATERNIDADE ficar aqui aqui tem gente que entende eu quero ficar i mas ai o m dico falou que a do
224. m no per odo de mar o a julho de 2009 depois de v rias tentativas com o intuito de verificar a pertin ncia das quest es norteadoras e consequentemente o desvelamento do fen meno investigado Considerando se a natureza qualitativa do estudo n o houve estabelecimento pr vio do n mero de participantes e a coleta se encerrou a medida em que percebi a repeti o dos conte dos das falas atingindo assim os objetivos da pesquisa ap s a realiza o de nove entrevistas 4 4 PROCEDIMENTOS TICOS O projeto foi encaminhado ao Comit de tica e Pesquisa da Faculdade de Medicina de Mar lia para aprecia o juntamente com autoriza o para a realiza o da pesquisa emitida pela Presidente da referida Maternidade Foi aprovado em 15 de dezembro de 2008 atrav s do protocolo n 597 08 As entrevistas aconteceram em sala adequada na Institui o para garantir a privacidade das pacientes e para inici las primeiramente apresentei o objetivo do estudo e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Anexo 2 para que todas as entrevistadas pudessem assinar caso concordassem em conceder seus depoimentos As fitas de grava o das mesmas foram destru das ap s a transcri o onde mantive o sigilo e anonimato em conformidade com o previsto na Resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de sobre pesquisas com seres humanos A fim Trajet ria metodol gica 49 de preservar o anonimato das gestantes os depoimentos foram
225. m observa o cl nica por per odo m nimo de duas a tr s horas 45 30 A import ncia de se diferenciar o verdadeiro do falso trabalho de parto que se acredita que as dores do falso trabalho de parto podem causar Revis o da Literatura 41 esgotamento mental ou fisico e que quando o verdadeiro trabalho de parto chegar a mulher estar totalmente esgotada Estudo caso controle na Inglaterra observou a associa o entre o falso trabalho de parto e a morbidade e a mortalidade perinatal e em uma revis o sistem tica sobre os programas de orienta o ao parto o diagn stico falso mostrou se respons vel pelas m ltiplas visitas ao hospital frustra o e mal estar da m e confian a reduzida na equipe m dica e despesas desnecessarias O falso trabalho de parto se d por contra es irregulares ineficazes e que duram poucos segundo podendo estar associadas aos espasmos vesicais e intestinais ou contra es da parede abdominal denominadas por contra es de Braxton Hicks Elas s o comuns no ltimo trimestre podendo ocorrer durante toda a gesta o tornando se dolorosas e iguais ao do verdadeiro trabalho de parto essas contra es se d o geralmente noite e diminuem pelo amanhecer 9 30 Caracteriza se por atividade uterina aumentada permanecendo entretanto um padr o de contra es descoordenadas ao final do processo gestacional Algumas vezes essas contra es s o bem percept veis contudo cessam em se
226. m os quais experimento este mundo em perspectivas e aspectos diferentes Nossas rela es t m diferentes graus de intimidade e anonimato e as modifica es que determinam minhas rela es com os outros e minha experi ncia com eles s o essenciais para a constitui o dos diversos dom nios do mundo social Significa um mundo intersubjetivo que existia muito antes de nosso nascimento experimentado e interpretado por outros nossos predecessores como um mundo organizado De acordo com a teoria fenomenol gica cada indiv duo constr i o seu pr prio mundo Mas essa constru o feita com o aux lio de materiais e m todos que lhe s o oferecidos por outros o mundo da vida um mundo social que por sua vez pr estruturado para o indiv duo A fenomenologia Social de Schutz 57 O indiv duo em seu modo de orienta o dentro do mundo da vida incitado e guiado por instru es exorta es e interpreta es que lhe s o dadas por outros Se ele constr i a sua pr pria vis o do mundo sua volta o faz com o aux lio das mat rias primas que lhe s o oferecidas nessa continua exposi o aos homens seus semelhantes O mundo cotidiano compartilhado com o dom nio p blico dentro do qual n s nos comunicamos trabalhamos e vivemos nossas vidas Para Husserl todas as experi ncias diretas de seres humanos s o experi ncias em e de seu mundo da vida Elas o constituem s o dirigidas a ele s o tes
227. mador que contemplasse o verdadeiro significado da palavra obstetr cia derivada do verbo latino obstare estar ao lado de Os profissionais de sa de que optam por esta rea de atua o devem zelar pela sa de materna e a do seu concepto perseguindo uma assist ncia human stica nos per odos pr natal parto e puerp rio e naquele momento conseguia enxergar todo esse processo os pontos de maior fragilidade e as barreiras que dificultam essa assist ncia integral A gesta o considerada um processo normal da fisiologia feminina contudo um momento especial na vida da mulher Quando uma mulher engravida ela n o o faz s uma situa o compartilhada com toda a fam lia e com o grupo social ao qual pertence Neste espa o se identifica a cultura pois por meio dela que a gestante determina suas necessidades suas cren as seu modo de vida enfim seu novo cap tulo na hist ria de vida Atuando na aten o prim ria pude acompanhar esse contexto social que envolve o nascimento e a partir da tentar compreender algumas atitudes vivenciadas no pr parto e parto Posteriormente na doc ncia ministrei aula no curso de gradua o na disciplina de sa de da mulher bem como est gio supervisionado na Introdu o 21 maternidade onde pude aprofundar meus conhecimentos te ricos e estendi minhas a es al m da sala de aula desenvolvendo atividades de extens o no ambulat rio de sa de da mulher participa
228. mas crian as engolem quando estoura a bolsa n tipo aquelas crian as que passam da hora n Tava marcado pra ela nascer hoje n eu achei que ia ficar n o sei fazer uma ces rea se eu n o tiver dilata o agora eu tenho que ir pra casa e ficar esperando o qu se j era pra ela nascer hoje E8 Categorias Concretas do vivido 107 O modo de agir das gestantes constitui a atitude natural especifica delas o significado atribu do a o baseado na situa o biogr fica naquilo que aprenderam com seus predecessores e continuam a fazer O destaque dado a datas contas de dias prov veis e altera es ap s a data prov vel demonstra a necessidade de se apoiar em a es concretas em regras que as embasem para a tomada de decis o O Terceiro trimestre gestacional o per odo em que a mulher se prepara para a separa o que ocorre no momento do parto O n vel de ansiedade eleva se com a proximidade do parto e torna se especialmente agudo nos dias que antecedem a data prevista intensificando se ainda mais se esta data for ultrapassada Sentimentos negativos podem facilmente ser disfar ados em desconforto f sico e poss veis expectativas desagrad veis da experi ncia do parto 8 112 120 Durante o per odo em que atuei na triagem obst trica da Maternidade n o era raro encontrar gestantes que se dirigiam a institui o com a caderneta de pr natal em m os aos final do dia questionando o fato de n o estarem
229. meio dia a n o tinha ningu m l comigo a eu falei assim pra ela ai p rola n o sei se eu vou pro curso porque eu to com muita dor to achando que ta chegando a hora do parto a a hora que n s estava subindo ai aumentou a dor a a hora que eu cheguei La na casa da minha amiga tinha aumentado bastante ainda a mo a falou comigo Vichi voc ta com dor mesmo porque eu tavo com bastante dor bastante mesmo Ai na hora que eu cheguei aqui tava dando uma dor super forte a foi por causa da contra o n que eu vim por causa da dor tipo assim a dor daqui de baixo n o passa mas a ai fica doendo as costas e depois vem endurece a barriga e passa a hora que a barriga endurece fica mais forte a dor Eu pensei quando eu estava na minha amiga falei pra ela que tava com dor e ela chamou o samu a dor forte mesmo come ou no Samu deu duas forte La dentro quando eu to de p d i mais eu ainda to tendo contra o mas melhorou bastante agora eu consigo andar 6 j consigo mexer a perna Come ou tipo assim as contra es come ou forte quando eu comecei a andar tipo assim umas nove horas A noite eu j senti bastante dor no p da barriga mas era fraquinha e eu pensei assim se eu for com pouca contra o eles s v o me dar rem dio e me mandar embora ent o vou esperar a dor ficar forte eu s vim mesmo porque n o tava ag entando Fiquei deitada mas n o dormi tava incomodada sem posi o tava fadigada mas eu nem falei
230. mo fora indicado anteriormente tamb m podem haver efeitos negativos que incluem estresse psicol gico em mulheres que est o muito ansiosas com a dor e nascimentos n o desejados fora do hospital Revis o da Literatura 35 3 3 VERDADEIRO E FALSO TRABALHO DE PARTO O parto constitui o momento do ciclo grav dico puerperal em que ocorrem mudan as f sicas e emocionais intensas em um curto per odo de tempo Sempre cercado de mitos e cren as e para mistific lo mais ainda a B blia Sagrada menciona em Genesis Ill que as dores do parto s o como castigo que a mulher deve sofrer por ter cometido o pecado original expressando assim algo que a realidade ps quica tanto para a mulher crente como para a at ia que seu filho fruto do pecado e dar luz a faz merecedora do castigo Multiplicarei as dores de tua gravidez ser na dor que vai parir os teus filhos 9 algo cultural embora fisiologicamente seja justific vel O parto seria ent o a grande prova o pela qual devem passar as jovens para comprovar sua condi o de mulher Com isso o trabalho rduo os riscos e as dores do processo parturitivo s o acentuados As mulheres ao falarem das viv ncias de seus partos fazem forte refer ncia dor que sentiram uma situa o real vivenciada por elas As informantes contam hist rias de acontecimentos assustadores colhidos das experi ncias das vizinhas e colegas Embora tenham ocorrido mudan as signific
231. n que ningu m vai te mandar embora E6 Eu vou esperar n a dor aumentar porque eles s v o me internar quando eu tiver morrendo n ent o eu vou ficar esperando e quando eu n o aguentar mais eu venho Mas agora eu s venho quando eu n o tiver aguentando mesmo porque eu n o volto mais pra casa sem a minha filha E8 daqui a pouco ningu m mais vai acreditar quando eu falar que tenho que vir pra gota nem meu marido nem a ambul ncia ele at brinca comigo e fala que tem uma faixa assim la no samu se a xxxx da rua Maria cincinatina pedir a ambul ncia n o vai porque alarme falso E7 Categorias Concretas do vivido 133 As experi ncias vivenciadas na busca pela assist ncia obst trica possibilitaram que as gestantes se desenvolvessem em rela o a sua bagagem de conhecimento para buscar atingir uma maior segura Esses aspectos relacionados ao momento da interna o s o bem retratados por Soifer quando refere que a interna o tida como um premio e ser mandada de volta um castigo Conv m estar alerta a essa situa o porque pode se constituir em um indicador de risco principalmente se a mulher passar a reprimir o que sente e por conseguinte s retornar ao servi o de sa de em momentos de grande crise o que ficou muito claro nas falas citadas anteriormente onde revelam que postergar o ao m ximo a procura pelo servi o para que n o vivenciem novamente a experi ncia em que
232. na o de mec nio durante o trabalho de parto tem sido descrita na literatura variando de 0 5 a 30 Se por um lado o fen meno frequente o risco de complica es associadas relativamente baixo ainda que a sua ocorr ncia esteja relacionada a elevadas taxas de morbidade e mortalidade neonatal Basicamente uma forma de pneumonia de aspira o pass vel de ocorrer principalmente em gesta es de termo O ndice de mortalidade perinatal pode variar de 10 a 20 embora alguns autores refiram taxas de at 40 mesmo colocando se em pr tica o manejo agressivo do rec m nascidos RN imediatamente ap s o parto A presen a de mec nio no l quido amni tico considerada para alguns como evento decorrente de um quadro hip xico preexistente eventual ou n o e em consequ ncia pode ser interpretado como um marcador de comprometimento fetal Diante dessa apropria o do senso comum as mulheres temem serem responsabilizadas por protelarem a procura o que vai de encontro com os dizeres de Wagner onde descreve que a atitude natural ajuda o homem a atuar no mundo vida com uma postura que reconhece os fatos objetivos as condi es para as a es de acordo com os objetos volta Para Schutz na atitude natural n o atuo somente dentro de uma hierarquia biograficamente determinada de planos pelo contr rio vejo tamb m as consequ ncias t picas de meus atos que s o apreendidas como t picos e me insiro em uma est
233. ncia da admiss o precoce a realiza o de um maior n mero de toques vaginais aumentando a possibilidade de uma infec o al m do desconforto para a mulher pois durante seu acompanhamento no pr parto as mulheres foram submetidas ao dobro de exames vaginais para avaliar a dilata o cervical do que o esperado 2 Os sentimentos confusos expressados por ambival ncia s o muito comuns nesses tipos de gestantes pois ao mesmo tempo que desejam muito ter o filho e resolver todas as d vidas e sentimentos desfavor veis deste per odo entram em desespero ao perceberem que a interna o as coloca numa situa o de vulnerabilidade Schutz tamb m mostrou a preocupa o com a experi ncia da d vida do questionamento da escolha e da decis o em resumo da delibera o Sem chegar a duvidar da corre o ou propriedade de alguns elementos do seu conhecimento pr tico jamais uma pessoa envolver se ia com delibera o e escolha Embora n o possa aceitar os conceitos de Categorias Concretas do vivido 130 John R Dewey de habito e estimulos como ingredientes basicos da conduta humana a discussao da escolha de Schutz parte de id ias formuladas por Dewey Schutz substitui esses conceitos pelos de possibilidades problem ticas e possibilidades em aberto uma distin o calcada em Husserl O primeiro tipo de possibilidade uma categoria de experi ncia o fen meno que v m aten o do indiv duo podem ser viven
234. ncias ent o n o mais do que aquele c digo de interpreta o que as v como comportamento Assim tamb m no caso do comportamento somente o que j est feito terminado tem significado A experi ncia pr fenomenal da atividade portanto n o tem significado S a experi ncia percebida reflexivamente na forma de atividade A fenomenologia Social de Schutz 54 espont nea tem significado Para Schutz no tempo interior ou na dur e que nossas experi ncias atuais sao ligadas ao passado por meio de lembran as e reten es e ao futuro por meio de protens es e antecipa es O fen meno estudado busca o vivido das pessoas no seu cotidiano enquanto elementos que atuam interagem e se compreendem dentro do chamado mundo social Para seu desvelamento apropriamo nos do referencial da fenomenologia social que fundamenta se na concep o de Alfred Schutz Segundo este referencial n o importa investigar o comportamento individual particular de cada sujeito Tem como proposta a an lise das rela es sociais admitidas como rela es m tuas que envolvem pessoas Estrutura se nos significados da viv ncia intersubjetiva da rela o social e volta se ao atendimento das a es sociais que tem significado contextualizado configurado no sentido social e n o puramente individual o foco de interesse o que se pode constituir como uma caracter stica t pica de um grupo social que est vivendo uma determinada situa o
235. ncion rios sendo uma enfermeira obst trica por plant o de 12 horas e uma enfermeira coordenadora em dias teis 8 horas um m dico obstetra e supervisor de ensino a cada plant o de 12 horas que respons vel pela supervis o dos internos do 5 ano de medicina Realiza uma m dia de 200 a 220 atendimentos por m s a maioria partos Al m dos partos presta atendimento de urg ncia e emerg ncia na rea de obstetr cia em car ter ambulatorial e interna o Trajet ria metodol gica 47 4 3 DELIMITANDO A REGI O DE INQU RITO De acordo com o referencial te rico metodol gico a fenomenologia utilizada nesta pesquisa se faz necess rio delimitar a regi o de inqu rito que o alvo da averigua o do fen meno Trata se de uma regi o de perplexidade o local transparente das preocupa es do pesquisador n o um espa o denominado f sico mas sim um contexto conceitual em que as pessoas experienciam situa es vividas o local onde o fen meno acontece A regi o de inqu rito em que o fen meno ser inquirido s o depoimentos de gestantes independentes da idade cronol gica e paridade que foram transportadas pelo servi o de atendimento m vel de Urg ncia SAMU para o deslocamento maternidade com queixa de trabalho de parto e que ap s avaliadas receberam o diagn stico de Falso trabalho de Parto sendo exclu das aquelas que se locomoveram por meios pr prios ou que foram transferidas de outros munic pio
236. ndo junto aos discentes do Curso de prepara o para o parto da UNIMAR Universidade de Mar lia Associada as atividades docentes em curso de gradua o surgiu a oportunidade de atuar como colaboradora na Faculdade da Alta Paulista em Tup no curso de p s gradua o em Obstetr cia e por meio de um concurso p blico passei a integrar a equipe do SAMU Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia A assist ncia pr hospitalar no mbito do Sistema nico de Sa de foi implementada atrav s da portaria n 1864 GM 29 jan 2003 estabelecendo assim o Servi o de atendimento m vel de Urg ncia o SAMU que na cidade de Mar lia SP respons vel pelo transporte de grande numero das gestantes para a Maternidade Como enfermeira intervencionista acompanho v rios atendimentos obst tricos partos iminentes partos acidentais extra hospitalares emerg ncias obst tricas e falsos trabalhos de parto advindos de solicita es err neas sobre o trabalho de parto Essa realidade torna o servi o de atendimento m vel de urg ncia importante para garantir s parturientes o acesso maternidade no momento esperado e ao mesmo tempo temido As mulheres com quadros cl nicos agudos como as urg ncias obst tricas constituem um importante problema de sa de p blica visto que possui forte impacto na morbi mortalidade da popula o Por essa raz o o transporte de pessoas para o ambiente hospitalar constitui uma necessidade entre todos os p
237. nhecimento dele mas sim que sua mensagem motive a pessoa a quem ela dirigida a desenvolver uma conduta As gestantes no seu conviver com a fam lia e profissionais v o se mostrando requerentes de opini es que a auxilar o na conduta motivacional excluindo a da responsabilidade nica de assumir sua decis o Para Schutz o mundo da vida intersubjetivo desde o in cio e as nossas a es nele exercidas s o eminentemente sociais pois elas nos colocam em rela o uns com os outros O n vel mais fundamental desta rela o d se na situa o face a face A rela o face a face portanto um modo de aproxima o de intera o que possibilita a gestante verbalizar seus medos sentimentos ang stias frustra es ou sonhos dando lhe suporte para minimizar o desconforto dessas situa es Nessa perspectiva a mulher que vivencia a percep o do inicio do trabalho de parto em seu mundo da vida pertence a um contexto relacional Sua a o sempre estar voltada para algu m ela n o vive s vive relacionamentos com outras pessoas uma rela o face a face uma rela o eu tu uma rela o eu n s A intersubjetividade se revela na reciprocidade de motivos e perspectivas Assim a a o de um indiv duo provoca a rea o do outro em uma dada situa o em que um vivencia a situa o comum na perspectiva do outro e vice e versa Isto constitui um relacionamento de n s Este por sua vez expressa s
238. nhecimento para compreender e projetar suas atua es frente ao trabalho de parto e as expectativas relacionadas assist ncia Percebendo a intencionalidade das gestantes que vivenciaram a procura pela maternidade fora do trabalho de parto buscamos a compreens o do modo como se manifestam as experi ncias do seu agir face a procura pelo servi o sem nos limitarmos percep o do projeto individual buscando compreender a intencionalidade que revelou como projeto do grupo de gestantes em falso trabalho de parto Embora vivenciada pela gestante essa a o acontece num mundo com os outros e tem por isso um significado intersubjetivo contextualizado no mundo social Embora cada mulher apresentasse sua individualidade a experi ncia da dispensa por falso trabalho de parto foi vivenciada por todas Assim sendo o exerc cio de analisar o individual apontou viv ncias comuns que nos possibilitaram construir as experi ncias e os significados coletivos Na a o de procurar a maternidade muitas vezes a mulher tem algo em vista isto motivos para a a o enquanto projeto a ser realizado Apropriando nos das indica es de pesquisadores da fenomenologia social em um cuidadoso e paciente trabalho de agrupar e reagrupar as falas dos sujeitos por crit rios de similaridade obtivemos categorias concretas do vivido de tal modo que essas categorias traduzissem o ponto de vista das gestantes 76 104 89 79 105 98 90 73 97 As categorias permi
239. nho a pior coisa do mundo voc voc ta esperando uma coisa e acabar acontecendo outra Por isso que eu e meu esposo resolvemos ta vindo Porque se for esperar olha tem tanta gente que fala tanta coisa que se voc ficar ouvindo voc fica louca vai a acabar pirando ent o eu falei n o hoje eu vou pro hospital e vou ver realmente o que ta acontecendo com o meu filho eu s vou sair de la quando tiver uma decis o certa uma posi o sen o eu n o saio Nem que for pra mim dormir aqui na porta do hospital mas que eu quero saber eu quero pelo menos tem um seguro n pelo menos tem algu m pra te socorrer na hora que for nascer agora eu to la na minha casa 6 fico desde cedo ate tarde meu marido chega s a noite fica o dia inteiro no servi o eu fico o dia inteiro sozinha e trancada com medo de se acontecer alguma coisa ai quem vai pular o muro quem vai abrir a porta pra mim N o tem ent o eu prefiro mil vezes ficar aqui eu fico trancada porque por causa que na onde que eu moro a situa o prec ria n n o eu fico com a chave n mas nem que eu tiver que me arrastar n eu vou e e abro Da ultima vez que eu tava andando na rua eu senti uma dor n o forte que n o conseguia nem me mexer tive que sentar no ch o e meu marido ficar comigo ate a dor passar paralisou um lado n o mexia eu n o estava conseguindo nem respirar direito fiquei dura assim parada nunca tive uma dor daquela ent o eu tenho medo que da de novo
240. no come o n o no meio eu j comecei sentindo muita dor muita dor mesmo e ai eu fui pro hospital a e a Dra Eliana ela olhou falou assim Ah a m e se prepara que o nen vai nascer porque eu tava com um pouquinho de contra o mas por estar com pouquinha contra o n o tinha como estar fazendo nem normal nem ces rea ces rea at que dava mas s que eles deixam so pra ultimo caso Ap ndice 247 entao ela falou assim ela vai embora vai descansar se comecar a dor de novo pede pra ela voltar ai eu voltei ela me atendeu e ai foi a mesma coisa vai embora e ai eu fui e ai quando eu voltei foi aquele doutor que me atendeu bruto ai eu deixei quieto acabei vindo embora nao resolveu nada nenhuma vez nem a outra e ai agora eu vim aqui a quarta vez ja Poa m e sabe quando a crian a ta querendo nascer ou nao Esse menino ele muito agitado faz tempo que ele ta agitado agora nao ta muito quieto ta quieto de vez em quando mexe e aquela dor vem e quando ele fica muito agitado aquela dor vem mas vem mesmo Agora nao to conversando aqui com voc parece que nao tem nada aqui dentro Ai eu vou pra casa e come a a doer eu to com dor sim mas n o to sentindo ele mexendo entendeu Que nem ele mexia antigamente Se eu tivesse conversando com uma pessoa nossa ele mexia ele ficava alvoro ado nem com o pai dele a agora o pai dele chega conversa com ele e ele nem Isso me deixa com medo o medo que eu mais te
241. nol gica parte da compreens o do viver e n o de defini es ou conceitos e uma compreens o voltada para o perceber Nesta abordagem de pesquisa o pesquisador preocupa se com a natureza Trajet ria metodol gica 46 do que vai investigar nao existindo para ele uma compreens o pr via do fen meno N o h explica es nem teorias ou qualquer outra indica o que defina o fen meno Optei ainda pelo referencial da fenomenologia social porque este permite desvelar o sentido de ser no mundo de ser com o outro contextualizado na intersubjetividade configurando um grupo social Utilizei enquanto fio norteador para a compreens o dos significados o pensamento do soci logo e fenomenol go Alfred Schutz que elucida o fundamento fenomenol gico aos conceitos das ci ncias sociais descrevendo a conduta humana como uma ci ncia simples cuidadosa e particular 4 2 CARACTERIZA O DA REGI O DO ESTUDO Esta caracteriza o tem por objetivo demonstrar o contexto em que est o inseridos as mulheres gr vidas sujeitos desta pesquisa A pesquisa ser realizada na cidade de Mar lia SP nas depend ncias da Associa o Feminina de Mar lia Maternidade e Gota de Leite entidade filantr pica sem fins lucrativos situada no centro da cidade que atende as parturientes de baixo risco da cidade e da regi o e possui 77 anos de funda o A entidade conta com quatro salas de parto e 28 leitos S o ao todo 54 fu
242. ntando Ent o eu fico assim pensando nele choro Ele quer muito esse irm ozinho E6 No dizer das gestantes desvela se o sentimento de impot ncia frente a conduta tomada se dirigindo a maternidade Quando utilizam os termos ficar explicando dando explica es ficar perguntando justificam a cren a de que n o deveriam estar retornando a resid ncia antes do parto e faz das suas expectativas as expectativas da sua fam lia amigos A complexidade do relacionamento N s em situa o face a face deriva das condi es de orienta o para o TU Para que exista a situa o face a face uma pessoa compartilha com a outra um tempo e um espa o comuns o que requer presen a e consci ncia da pessoa na sua singularidade Pessoas assim ao alcance da experi ncia direta uma da outra est o naquilo que Schutz denominou situa o face a face Na rela o face a face eu apreendo o outro de maneira mais viva e quase mais direta do que aquela com que eu posso apreender a mim mesmo claro que a soma dos conhecimentos que eu tenho de mim mesmo maior do que a que eu posso ter do outro pois ningu m melhor do que eu mesmo conhece o meu pr prio passado No entanto estes conhecimentos a meu pr prio respeito eu s os tenho quando adoto a atitude reflexiva e obtenho portanto um conhecimento retrospectivo J na rela o face a face eu apreendo diretamente o outro Assim sendo Schutz conclui que a atitude
243. nte para ela com a qual ela construiu um v nculo A situa o biogr fica diz respeito sedimenta o de todas as experi ncias anteriores deste homem organizadas de acordo com as posses habituais de seu estoque de conhecimento m o Dessa forma a situa o biogr fica aponta para o fato de que duas pessoas jamais podem vivenciar a mesma situa o da mesma forma e faz com que o indiv duo aja em uma determinada dire o Portanto influencia na sua motiva o para fazer ou n o fazer algo ai eu falei pra minha vizinha e ela falo vai pra gota e eu vim Liguei pro meu marido que tava la na firma e ele falou assim chama o samu que eu s vou poder sair depois das seis horas a eu chamei minha irm que tava la na casa da minha tia fazendo unha e falei vamos la pra gota que meu nen vai nascer E ela falou assim como assim vai nascer perai que eu to indo ai desligou o telefone ai ela chegou assim que nem loca gritando vai nascer ela tava mais desesperada que eu foi juntando as coisas e eu falei perai num assim n o vamos liga pro samu ai ela pegou o telefone e ai falou com o medico que eu tava com dor ai a ambul ncia chegou parecia que ela que ia ganha nen andava pra la e pra ca que nem uma barata tonta eu tava com medo tamb m mas ela ela parecia que ia ter o nen pra mim E1 Categorias Concretas do vivido 137 eu acordei cedo e fui tomar banho Je ai saiu sabe esse gel sab
244. ntes nas semanas que antecedem a data prov vel do parto solicitam a ambul ncia para transport las maternidade quando ainda est o na fase latente ou fora de trabalho de parto o que faz com que algumas delas sejam transportadas v rias vezes para esse servi o at que venham dar a luz pois ao chegarem a maternidade recebem orienta es e retornam as suas resid ncias aumentando o nus do sistema diminuindo a disponibilidade das ambul ncias para outros casos com prioridade de atendimento e aumentando a ansiedade da gestante quanto ao parto Se por um lado a gestante possui uma depend ncia da opini o dos profissionais no momento do parto por outro as unidades b sicas de sa de e os programas de sa de da fam lia n o conseguem suprir a necessidade imediata daquela gestante devido a programa o de consultas e dificuldades de hor rios Muitas vezes essa demanda ocasiona a superlota o do servi o de assist ncia ao parto quando essas mulheres procuram a maternidade para algumas vezes esclarecer uma d vida investigar algum sintoma desconhecido A superlota o gera aglomerado de pessoas no local e sobrecarga aos profissionais que ali atuam Assim a assist ncia na Emerg ncia Obst trica descaracterizada pois acumula uma nova fun o n o inerente Introdu o 23 a sua natureza Isto ocasiona muitas vezes a demora no atendimento as parturientes em situa o de emerg ncia Seria essa submiss o e d
245. nto do corpo seus direitos e os limites vivenciados neste momento refor ando a depend ncia do profissional de sa de na ocasi o do parto atribuindo lhes a responsabilidade de tira a sua dor nessa fase Se essa atribui o n o for disponibilizada pelo profissional de sa de h uma repercuss o negativa em rela o ao mesmo Foi fundamental quando ap s dois anos passei a trabalhar na UBS Unidade B sica de Sa de S o Judas na qual desenvolvi atividades Introdu o 20 assistenciais de supervis o e de gerencia de enfermagem implementando a es grupais e assumindo o pr natal integralmente Deparei me com a consulta pr natal que caracterizava se por um momento rotineiro apenas para cumprir um protocolo t cnico de aferi es e medidas em um lapso de tempo que impossibilitava qualquer rela o e interlocu o entre os envolvidos constituindo se na maioria das vezes em um olhar r pido no abdome e ausculta dos batimentos cardio fetais Ao coordenar o grupo de prepara o para o parto me apropriei das dificuldades que s o inerentes aos processos grupais baixa ades o das gestantes as dificuldades estruturais e relacionadas ao processo de trabalho de enfermagem na rea de sa de p blica e pude compreender determinadas situa es que at ent o n o conhecia como problem tica A oportunidade de assistilas desde a primeira consulta at o momento do parto suscitou em mim a possibilidade de um agir transfor
246. o Sul 2004 02 Minist rio da Sa de Pol tica Nacional de Aten o s Urg ncias SAMU 192 Bras lia 2004 03 Campos EM Unidade integrada de sa de da Cidade da Esperan a e sua participa o no atendimento s urg ncias como porta de entrada do sistema In Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem 2002 Fortaleza Fortaleza Aben 2002 04 Armellini CJ Resgatando a palavra das mulheres o acolhimento na parturi o Rev Ga cha Enferm 2000 21 2 141 53 05 Domingues RSM Santos EM Leal MC Aspects of women s satisfaction with childbirth care in a maternity hospital in Rio de Janeiro Cad Sa de P blica 2004 20 Suppl 1 552 62 06 Couto GR Conceitualiza o pelas enfermeiras de prepara o para o parto Rev Latino am Enferm 2006 14 2 190 8 07 Nascimento MGP Santos OMB Souza ML Vivenciando o processo de nascimento Texto Contexto Enferm 1997 6 1 157 67 08 Schimer J Barbieri M Gabrielloni MC Fustinoni SM Incentivando o parto normal In Barros SM Marin HF Abr o ACF Enfermagem obst trica e ginecol gica guia para a pr tica assistencial S o Paulo Roca 2002 09 Zampieri MFM Cuidado humanizado no pr natal um olhar para al m das diverg ncias e converg ncias tese Florian polis Universidade Federal de Santa Catarina 2006 Refer ncias 165 10 Wolff LR Waldow VR Viol ncia consentida mulheres em trabalho de parto e parto Saude Soc 2008 17 3 138 51 11 Rezende J Obstet
247. o as suas experi ncias ao alcance um do outro deixando os em situa o face a face com reciprocidade de inten es Ser mandada para casa com contra es dolorosas gera sentimentos de p nico em algumas mulheres por n o saberem o que fazer e a quem recorrer para o al vio da dor Elas referem sensa o de abandono e inseguran a por n o serem acolhidas pelo hospital local que segundo elas deveria resolver seus problemas de sa de Categorias Concretas do vivido 116 Somado a isso o fato de a maioria delas permanecerem sozinhas em suas resid ncias as fazem acreditar que a institucionalizagao a melhor conduta independente das suas condi es cl nicas tenho medo que essa dor forte que eles falam tenho medo que da essa dor e eu to sozinha E7 ela sogra fala pra eu ficar aqui que n o quer que eu fique sozinha e l que eu fico sozinha o que eu vou fazer meu marido trabalha a sogra trabalha eu s quero saber quem vai ficar comigo se eu n o for ficar aqui da um risco pra mim e pro bebe o que eu vou fazer sozinha eu mudei ali faz pouco tempo n o conhe o os vizinhos nem sei como chamam o que eu vou fazer melhor eu ficar aqui Se a dor pior que essa se essa j forte imagina a outra deve doer muito mais e eu sozinha n o vou conseguir nem me mexer nem sair do lugar Eu j sei que demora mas Jem casa sozinha eu n o vou saber o que fazer l
248. o colo alinha se Revis o da Literatura 37 com o eixo longitudinal da vagina abaixamento pela dilata o do istmo uterino apagamento que a incorpora o do colo ao segmento Ao redor da 40 semana a atividade uterina torna se mais intensa e desencadeia se o trabalho de parto 464748 A expuls o tamb m chamada de segundo per odo do parto se inicia com a dilata o total do colo e termina com a sa da do concepto Neste per odo ocorre juntamente com as contra es uterinas a contra o do diafragma e da musculatura abdominal que comprimem o tero de cima para baixo e de diante para tr s Sob efeito das contra es agora mais fortes e mais frequentes o feto propelido atrav s do colo totalmente dilatado alcan a a vagina e passa a distender o diafragma vulvoperineal Ao comprimir as paredes vaginais o reto e a bexiga provoca o aparecimento de contra o da musculatura abdominal prensa abdominal via arco reflexo que s o os puxos Sob a o das metross stoles e dos puxos o per odo expulsivo mais eficiente e medida que a apresenta o desce a vulva se entreabre dilata se e permite a expuls o fetal Ap s o parto o utero se retrai e seu fundo alcan a a cicatriz umbilical Terminada a expuls o fetal inicia se o secundamento que caracteriza se pela expuls o da placenta 5 Antecedendo a estas tr s fases existe um per odo n o bem delimitado que o per odo premunit rio que caracteriza s
249. o frustrada remetendo as a aguardar o trabalho de parto em casa longe da assist ncia profissional e as Categorias Concretas do vivido 122 vezes tamb m social percebo que as mesmas criam mecanismos de defesa onde projetam as responsabilidades pela conduta institucional no m dico que as atendeu naquele curto espa o de tempo e questionam a diverg ncia entre as condutas recebidas pelos diversos profissionais a quem recorreu levantando a quest o da dissocia o pr natal e assist ncia ao parto As gestantes em pr dromo de trabalho de parto esperam ser internadas pois acreditam que seus motivos para buscar o hospital justificam sua interna o No entanto isso nem sempre ocorre por n o haver concord ncia entre seus motivos e os da equipe m dica decorrentes da avalia o obst trica A qualidade do acolhimento mulher que procura uma assist ncia institucional pode determinar o n vel de confian a que ela e sua fam lia sentem que podem ter em rela o aos seus prestadores de servi o A fala a seguir mostra como acredita em seus motivos e projeta a sua responsabilidade ao profissional bem como reflete a insufici ncia do servi o em resolver o seu problema S que at agora n o tem nenhuma explica o n o vou ficar internada mas se meu bebe ta bem por dentro ou n o eu n o sei s sabe que o cora o ta batendo e fica ai esperando exame de urina o que eu falei eu n o vou sair daqui ate quan
250. o idealizado deve ser r pido porque o medo da dor e de uma evolu o mais demorada que exija mais cuidados dos profissionais e mais desgaste para a mulher uma quest o importante para elas Categorias Concretas do vivido 157 Na procura precoce pela assist ncia hospitalar pelo parto as gestantes sujeitos da a o al m de se relacionar com os outros tamb m projetam seu comportamento futuro por meio de imagina o o que permite visualizar por antecipa o o ato projetado Pode se visualizar sua inten o futura na a o concreta As falas mostram esse momento Do jeito que minha v falou vai ser tudo bem que ela falou que seria tudo bem ela sonhou comigo tendo um parto que foi tudo bem ela falou que ia ser bem Ai eu n o sei o m dico falou que ta quase chegando a hora a eu to esperando Depois de amanh muda a lua n o assim quando muda a lua a gente ganha E3 queria j ficar e acabar com isso logo por aquele soro que eles falam que faz nascer o nen sei la mas eu n o queria ir embora n o E7 JEu quero que ele nasce logo eu quero que at na p scoa ele j tenha nascido a minha sogra falou que a lua vira amanh quem sabe falam que um dia depois que a lua vira n ent o vai ser na pascoa E4 N o vejo a hora logo quero que ele nasce logo quero voltar a trabalhar logo porque uma pessoa s trabalhando n o da muito custo E9 J
251. o importantes em especial durante o per odo noturno quando s o menores as ofertas de transporte p blico Cerca de 25 das gestantes que tiveram seus partos em maternidades municipais ou federais chegaram s mesmas em transporte coletivo ou a p Uma outra consequ ncia da dispensa da maternidade a desconfian a na qualidade do servi o prestado pela institui o al m do gasto de recursos financeiros por parte da gestante ou seus familiares decorrentes do n mero de vezes que procura o servi o Categorias Concretas do vivido 152 De acordo com a teoria fenomenol gica cada indiv duo constr i o seu pr prio mundo Mas o faz com aux lio de materiais e m todos que lhe s o oferecidos por outros o mundo da vida um mundo social que por sua vez preestruturado para o individuo Al m da depend ncia da oferta p blica de servi os essenciais a mulher nesse momento ainda precisa lidar com a fragilidade que o seu sistema de apoio oferece Acaba por acolher tranquilizar aquele que deveria ser seu porto seguro como se apresentam as falas seguintes porque meu marido n o sabe nada E2 ela Irma tava mais desesperada que eu foi juntando as coisas e eu falei perai num assim n o parecia que ela que ia ganha nen andava pra la e pra ca que nem uma barata tonta eu tava com medo tamb m mas ela ela parecia que ia ter o nen pra mim E1 mas n o dormi tava incomodad
252. o m dico diferente quero ver o que realmente ta acontecendo E9 Categorias Concretas do vivido 125 O fato da entrevistada solicitar o atendimento por um outro profissional nos deixa transparecer a falta de confian a e as incertezas causadas pelas condutas nao padronizadas e pouco explicadas As mulheres n o se percebem aceitas sentem a pr pria experi ncia desacreditada num momento que exige empatia por parte dos profissionais Esperam no m nimo obter uma consulta para serem avaliadas receber informa es e orienta es sobre o estado em que elas se encontram na situa o face a face que a vida consciente de meu semelhante aparece melhor pra mim pois nesta rela o que eu obtenho o maior n mero de ndices de sua consci ncia claro que na rela o aparece tudo que ele quer exprimir conscientemente e explicitamente assim como todas as a es realizadas em vista a este fim H no entanto gestos maneiras entona es da voz e outros ndices que ele n o coloca explicitamente mas que se mostram que eu percebo e que fazem parte das indica es que eu posso ter da sua consci ncia vou pra casa com a mesma dor n o me deram nenhum rem dio e eu vou ter que voltar assim pra casa E8 Esses problemas de urina eu j tenho desde o come o n o precisa ficar fazendo exame de urina j tomei um monte de rem dio pra isso Je eu n o estou ag entando mais ficar indo pra um monte d
253. o posto la perto de casa e falei to com dor desde ontem to com corrimento faz mais de um m s e eu n o estou ag entando mais ficar indo pra um monte de hospital ficar pra cima e pra baixo e n o saber o que esta acontecendo Porque em uma data da uma coisa na outra data d outra e que eu me lembre veio pra mim na data certa s que depois n o veio mais e nesta data agora que ta aqui batendo j era pra o nen ter nascido s que como nao tem dilata o sei la parece que ta com um dedo se eu n o me engano n o tem como ta fazendo nascer n o da pra nascer normal nem ces rea eles n o querem fazer nada s me deixam aqui esperando s deus sabe se vai nascer ou se n o vai entendeu Ent o essa dor ela vem aqui primeiro ela come ou aqui em baixo n tipo c lica de menstrua o e agora ta vindo a dor aqui nas costas Neste lado aqui eu nem tava conseguindo mexer agora que eu to conseguindo mexer de novo e eu to indo direto no banheiro fazer xixi direto e essa dor n o para ela ta cada vez mais forte o corrimento saiu primeiro come ou tipo um catarro e depois come ou saindo gua s gua gua direto ta saindo toda hora tem que ficar indo no banheiro voc n o sabe se estourou a bolsa ou n o isso tipo aquela gua Ai hoje cedo eu tomei a decis o pelo fato do que ta acontecendo v rias crian as passando do tempo de nascer t o morrendo p voc espera nove meses ta tudo bonitinho l n o acon
254. o que aquilo Eu vou ter que voltar na quinta feira pra fazer cardiotoco e se precisar eu fico internada sen o eu volto pra casa de novo eu prefiro ficar na minha casa tenho medo de ficar muito tempo aqui La minha m e ta comigo ela vai toda hora ver se ta tudo bem comigo mas eu quero que nasce logo j era pra nascer esse menino ele tava marcado pra sexta feira e ate agora nada meus vizinhos falam assim filho de burro essa crian a n o nasce minhas primas ficam falando esse nen vai nascer aqui s bado elas falavam sai pra La que essa crian a vai nascer sua barriga ta estourando Ai eu n o Ap ndice 192 sei o m dico falou que ta quase chegando a hora a eu to esperando vamo ver se estoura a bolsa se da mais dor ai eu venho Depois de amanha muda a lua nao assim quando muda a lua a gente ganha toda vez que muda essa lua minha vo fica assim hoje Juliana e eu fico esperando esperando Ap ndice 193 ENTREVISTA N 3 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDUCAO Jeu to com dor desde a semana passada A quando foi de domingo pra Ca a a dor aumentou tava bem fraquinha a semana passada ai de domingo pra c a dor aumentou ai quando foi ontem n o conseguia dormir com dor no p da barriga Ai uma dor que parece que ele ta querendo sair logo hoje eu nem levantei direito da cama uma dor no p da barriga que
255. o suas consequ ncias Je se eu n o tiver muita dor tem gente que tem parto sem dor tem mulher que n o tem minha m e fala que n o sentiu dor no parto do meu irm o ela ganhou aqui e se eu fico esperando e n o tenho dor e o nen nasce tipo em casa na rua ent o eu penso assim eu n o vou esperar acontecer alguma coisa com meu filho pra mim vir E4 de repente se a bolsa estoura o nen quer nascer ai nasce no meio do caminho deus me livre eu n o quero correria perigoso pra ele eu n o tenho telefone o orelh o fica umas duas quadras de casa at eu chegar l andando o nen j nasceu j pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus eu prefiro ficar aqui a minha sogra disse que quando ela teve o dela estourou a bolsa e saiu tipo uma gua que escorreu um l quido assim da perna dela e a nasceu o nen a bolsa estourou dentro de casa ela veio a deu tr s dor e ele nasceu quase que n o d tempo melhor ficar aqui antes do que meu nen nascer em casa Agora que tem o SAmu melhor mas eu n o quero quero ficar aqui E5 mas eu achei melhor ficar n porque vai que eu chego l e como longe vai que eu chego l e tenho que voltar pra tr s n ou vai que eu to voltando e ganho no meio do caminho Ai medo de ter o filho no meio do caminho tipo acontecer alguma coisa com meu filho medo de perder o filho de aconte
256. o uma da outra Eu aqui fica mais facil Ap ndice 210 ENTREVISTA N 5 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDU O E uma dor que come a devagarzinho bem fraquinha nas costas e ai vem pra barriga e ela come a a ficar dura assim 6 e a vai aumentando aumentando a dor ave Essa forte deu uma dentro do samu que o mo o marcou e depois deu outra aqui 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAVES DAS DORES QUE SE INICIA NAS COSTAS E VAI PARA O ABDOME AUMENTANDO PROGRESSIVAMENTE a a dor aumentou de novo e a agora cedo eu n o tava aguentando ai quando foi de madrugada apertou mais ai eu esperei de manh e como o m dico falou que tinha que ficar mais forte que a dor tava muito fraca mas agora de manh cedo eu n o tava ag entando a eu falei assim n o vou ficar com essa dor n o a eu vim Ontem eu cheguei em casa as 8 hs tentei comer alguma coisa n o consegui por causa da dor ai eu n o comi a eu deitei na cama ai que come ou de madrugada a dor virava pra um lado n o melhorava virava pro outro e nada e agora de manh cedo a dor apertou eu at ia no posto mas o m dico ta de f rias s tem m dico a tarde ai eu falei vamos de novo pra gota O AUMENTO DA DOR O FATO DE N O ESTAR AGUENTANDO E N O QUERER SENTIR DOR FEZ COM QUE DECIDISSE PELA PROCURA A MATERNIDADE Ent o n j a terceira vez q
257. o vivido atrav s da consci ncia Captada pela escrita a descri o d indicativos de como o sujeito percebe o fen meno que se revela ao mesmo tempo em que as descri es agora transcritas v o sendo analisadas a trajet ria cujo itiner rio dado pela busca as coisas mesmas iniciado pelo movimento de epoch no qual o fen meno posto em suspens o quando o pesquisador se despe de referenciais te ricos ficando portanto os pressupostos vivenciais As unidades de significado por sua vez s o recortes julgados significativos pelo pesquisador dentre os v rios pontos aos quais a descri o pode lev lo Para que sejam recortadas o pesquisador l os depoimentos luz de sua interroga o por meio da qual pretende ver o fen meno que olhado de uma entre as v rias perspectivas poss veis Em seguida essas unidades s o transcritas para a linguagem do pesquisador em um discurso mais pr ximo da rea na qual a pesquisa se insere Articulando as compreens es que resultaram dessa sele o das unidades de significado o pesquisador trata de agrup las em categorias ditas abertas mediante redu es A redu o A redu o fenomenol gica o momento em que s o selecionadas as partes da descri o que s o consideradas essenciais e aquelas que n o o s o atrav s da varia o imaginativa o que feito por meio de a es como o intuir o imaginar o lembrar e o raciocinar O pesquisador imagin
258. odo expulsivo a intensidade alcan a 50 mmHg e a frequ ncia 5 10 minutos Nesta fase surge o fen meno dos puxos que t m intensidade m dia de 50 mmHg e somados contra o uterina resultam numa press o intra uterina de 100 mmHg Em partos normais a atividade uterina tem valores entre 100 e 250 mmHg Ap s o nascimento do concepto o tero continua a apresentar contra es ritmicas e de grande intensidade at que ocorra o descolamento e a expuls o da placenta A perda do tampao mucoso ou sinal e a forma o da bolsa das aguas sao indicadores menos precisos do trabalho de parto na medida em que existem grande varia es individuais entre o aparecimento desses sinais e o in cio real do trabalho de parto Embora nas gesta es a termo a rotura das membranas ocorra na maioria dos casos durante o trabalho de parto ela pode ocorrer em 12 a 20 dos casos at varios dias antes do seu in cio Revis o da Literatura 40 Afirmam Polden e Mantle que existem tr s sinais externos como precursores do trabalho de parto os puxos a elimina o do tamp o mucoso e o rompimento das membranas havendo varia es individuais Por m estes autores consideram como sinais seguros de que o parto come ou as contra es regulares dolorosas e cont nuas e uma progressiva dilata o da c rvix A dor no parto consiste em um evento fisiol gico que influencia negativamente a experi ncia do parto Consiste em um fen m
259. ol gico al m do estado f sico A partir dessa observa o come ou a preocupar se com a necessidade de vencer aqueles temores informando as mulheres gr vidas Revis o da Literatura 33 acerca do que ia acontecer ensinando as a colaborar de forma ativa no nascimento do filho diminuindo assim a dor O processo de aprendizagem no per odo gestacional pode se dar de duas formas formal e informal O processo informal de aprendizagem sem d vida o mais utilizado pela gr vida um processo emp rico que recorre basicamente ao senso comum ou seja atrav s de canais cient ficos e de expans o generalizada como as leituras de livros revistas as conversas com outras mulheres a tradi o oral e escrita sendo denominada educa o de n vel macro J o processo formal aquele que recorre a profissionais confi veis e acontece na comunidade de diversas formas atrav s de l deres da comunidade profissionais de sa de caracterizando o nivel micro O preparo da mulher para o parto deve ser iniciado precocemente ainda no pr natal Isso requer um esfor o vi vel no sentido de sensibilizar e motivar os profissionais de sa de da rede b sica para trabalharem com as gestantes preparando as ps quica e fisicamente As representa es sociais de pu rperas sobre o pr natal s o realizadas de forma negativa apontando sobretudo a falta de di logo com o m dico o que compromete o sucesso da aten o pela
260. om as id ias de Schultz Da a sua escolha para o presente estudo Objetivos 24 2 OBJETIVO GERAL Compreender os motivos da procura precoce do servi o de atendimento hospitalar pelas gestantes no final do per odo grav dico e em pr dromo do trabalho de parto conduzidas pelo SAMU OBJETIVOS ESPEC FICOS Resgatar a trajet ria das mulheres na procura pela maternidade Compreender a expectativa da gestante quanto ao momento do trabalho de parto Revis o da Literatura 25 3 1 GRAVIDEZ E PARTO INFLUENCIAS CULTURAIS SOCIAIS Gravidez e parto sao eventos marcantes na vida das mulheres e de suas familias Representam mais do que simples eventos biol gicos ja que s o integrantes da importante transi o do status de mulher para o de mae Embora a fisiologia do parto seja a mesma as diferentes sociedades n o se at m apenas aos cuidados deste aspecto mas como evento biossocial que envolve valores culturais sociais emocionais e afetivos O estado grav dico considerado um ritual um estado de cont nuo cumprimento de tradi es e costumes transmitidos de gera o em gera o As viv ncias negativas nestes eventos t o marcantes para a mulher podem desencadear rea es que v o desde o medo de ficar gr vida outra vez depress o p s parto nega o do servi o de sa de at rejei o ao filho e frigidez Al m disso as mulheres que tiveram essas viv ncias podem transmiti las por meio de relatos
261. ome ar a gritar pra ver se eu fico e ganho n Ap ndice 221 ENTREVISTA N 6 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDU AO umas 6 da manh eu comecei sentir n contra o n mas muito tempo uma da outra tipo uma hora uma hora e meia a eu fiquei at a noite com essa dorzinha tipo uma hora ia e vinha e voltava a eu fui no culto n ai chegou la a eu fui no banheiro n a saiu um catarro n assim transparente Agora a dor j come ou ontem desde 6 horas da manh 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DA PERDA DO TAMP O MUCOSO APESAR DE J ESTAR SENTINDO CONTRA ES DESDE CEDO MAS QUE JULGAVA ESTAR MUITO DISTANTE UMA DA OUTRA Eu pensei que tinha que vir quando eu vi aquele catarro saindo ai eu pensei nossa acho que eu tenho que ir n nunca tinha visto aquilo no meu outro parto n o foi assim ai eu falei pra minha m e acho que meu filho ta nascendo n a eu falei assim eu n o vou s por causa dessa dor mas ai n com o catarro RELATA QUE O MOTIVO QUE A FEZ PROCURAR A MATERNIDADE FOI A PERDA DO TAMPAO MUCOSO QUE ERA ESTRANHO A ELA PELO FATO DE NAO TER OCORRIDO NA GESTA O ANTERIOR E eu ontem fiquei pensando nisso parto extra hospitalar ontem e a eu falei ah eu vou AFIRMA QUE AL M DO TAMP O MUCOSO TAMB M SENTIU MEDO DE NAO DAR TEMPO DE CHEGAR FAZENDO A PROCUR
262. omo aquele que ouve queixas compartilha sentimentos d aten o 63 4 d conselhos e esclarece d vidas 36 7 e tamb m como provedor de apoio financeiro 60 0 Al m do marido ou do pai da crian a a m e irm s irm os tias e outros parentes consang neos t m representatividade enquanto rede de apoio Destacam se a m e e irm s para dar conselhos e esclarecer d vidas provavelmente em fun o de experi ncia vivida Assim os membros da fam lia foram reconhecidos pela maioria das gestantes como provedores desse suporte e ocupam grande espa o na rede de apoio da gestante evidenciando que em nossa sociedade a fam lia constitui n cleo b sico e prim rio na vida das pessoas Estudo americano sobre o reconhecimento do inicio trabalho de parto demonstrou que um programa espec fico de educa o pr natal foi efetivo na redu o do n mero de visitas a maternidade antes do in cio do trabalho de parto ativo mas a pesquisa n o deixa claro se essas mulheres foram dispensadas por estarem fora do trabalho de parto A interna o precoce acontece algumas vezes por quest es de ordem social como a press o familiar pelas dificuldades com transporte ou mesmo para assegurar uma vaga na maternidade Nessas circunst ncias em que os determinantes da admiss o hospitalar n o s o de ordem m dica a melhor alternativa evitar que a gestante seja colocada no pr parto 3 As dificuldades de locomo o dessa clientela s
263. omo inerentes aos atos s rela es e as estruturas sociais O estudo qualitativo nos possibilita um olhar abrangente e profundo sobre o tema e pretende apreender a totalidade coletada visando em ltima inst ncia atingir o conhecimento de um fen meno em sua singularidade atrav s de um universo de significados motivos aspira es cren as valores e atributos A abordagem qualitativa tem por objetivo compreender os sujeitos com base nos seus pontos de vista entendendo o processo mediante o qual as pessoas constroem significados Al m desses aspectos nos permite conhecer o ser humano sob outro prisma favorecendo a compreens o do todo e possibilitando o entendimento de dado contexto social De acordo com Minayo a pesquisa qualitativa capaz de ligar a quest o do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos as rela es e as estruturas sociais sendo estas ltimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transforma o como constru es humanas significativas Dentre a modalidade da pesquisa qualitativa a fenomenologia possibilita a investiga o do cotidiano para a compreens o da realidade concreta trata se de um m todo intuitivo e descritivo com o objetivo de descrever a estrutura total da experi ncia vivida e como os indiv duos se percebem nessas experi ncias 2 Preocupa se com a compreens o dos fen menos e por isso vem de encontro com os prop sitos deste estudo A pesquisa fenome
264. omo tais s o posses unicamente dele dadas a ele e a ele somente O sujeito se constitui em uma biografia nica mas dentro de um mundo que comum a todos os seres humanos O mundo existe independente do sujeito e continuar a existir depois dele pois pressup e uma exist ncia material constitu da por v rios elementos da hist ria da cultura Mesmo que cada um possua uma biografia diferente cada uma destas biografias ser constru da dentro de um mundo constitu do por todos mas vivenciados de forma diferente O sujeito est sempre amparado em sua biografia e em uma comunidade de pessoas que formam o Outro para ele Este Outro imprescind vel gra as a ele que a sociabilidade se efetiva atrav s dos atos comunicativos A fenomenologia Social de Schutz 62 A partir de uma perspectiva determinada cada um organiza o mundo em um sistema de coordenadas do qual este indiv duo o centro O mesmo ocorre com os demais indiv duos O mundo social se organiza atrav s de interc mbios entre os sistemas de coordenadas isto o que Schutz denomina de idealiza o de pontos de vista Esta idealiza o n o apenas da situa o f sica e espacial O conceito de situa o mais rico do que o de pontos de vista pois ele envolve o lugar que algu m ocupa na sociedade o papel que desempenha as suas posi es intelectuais pol ticas ticas e religiosas Uma determinada situa o apenas uma um e
265. oncretas do vivido 83 VIII CATEGORIAS CONCRETAS DO VIVIDO 86 8 1 Categoria 1 cren a em que est em trabalho de parto devido aos sinais sintomas percebidos 86 8 2 Categoria 2 busca pela tranquilidade devido ao medo e inseguran a sentidos a a Aad has ote 100 8 3 Categoria 3 a influencia de outros na procura pela assist ncia obst trica a sssss 133 8 4 Categoria 4 a depend ncia dos sistemas de apoio como influ n ia Na decIS80 u u un iaa A aaa askush 145 8 5 Categoria 5 a busca pelo t rmino da gesta o e ocorr ncia CO pal ro sans ed a dC a Suan aa ue CONSIDERA ES FINAIS REFER NCIAS AP NDICE ANEXOS 160 164 179 257 Introdu o 18 1 INTRODU O Minha trajet ria na rea da sa de se iniciou ainda no colegial quando ao realizar alguns testes de orienta o vocacional deparei me com uma rea desconhecida mas que me causava grande fasc nio e admira o No col gio onde estudava haviam atividades de orienta o vocacional onde eram convidados um profissional de cada rea para falar sobre como era seu dia de trabalho No dia dedicado s ci ncias biol gicas que me vi encantada pela profiss o do enfermeiro Nem me lembro quem era a profissional mas me lembro que a mesma falou com tanto encanto sobre o ser enfermei
266. ontece mesmo quando alguma experi ncia tem seu horizonte de indetermina o tornando imposs vel a certeza absoluta Indo al m de Husserl Schutz falou dessa faixa de incerteza a partir de dois aspectos Em primeiro lugar as antecipa es baseiam se necessariamente em expectativas t picas em contextos t picos A conduta real no entanto no m ximo se aproxima dessa tipicidade seus resultados s o desvios comparados com as antecipa es Em segundo lugar durante a execu o do projeto o pr prio sistema de relev ncia do ator passa por modifica es Consequentemente em retrospectiva ele v o resultado final de um ngulo diferente do que imaginou ao iniciar o projeto A previs o difere do retrospecto Nos relatos apresentados poss vel observar que as suas expectativas real sticas ou n o foram frustradas O parto idealizado est associado a algum tipo de busca iminente uma busca por meio de estrat gias para suprir necessidades pr prias queria ganh e pronto acabar logo com isso t muito pesado to cansada num ag ento esse calor quero ganha logo E1 Eu to cansada j faz 15 dias meus p s t o inchados minhas costas d i to agoniada cada dia fica pior E5 JEu achava que eu ia chegar aqui que eles iam me dar soro que ia dar dor em mim e eu ia dilatar e ia nascer eu cheguei aqui duas horas e eu achei que ate na madrugada eu j ia ganhar E2 O trabalho de part
267. or eu n o vou pro HM eu quero ir pra gota quero outro m dico diferente quero ver o que realmente ta acontecendo E9 ai eu falei assim n o vou n o com aquele doutor est pido nem olha na cara da gente fica tirando uma da nossa cara parecia que tava querendo folgar nao queria trabalhar E9 19 RELATA QUE PROCUROU A MATERNIDADE POR TER SIDO MALTRATADA PELO MEDICO DA OUTRA INSTITUI O a eu falei assim vou tomar um buscopan vou ficar tomando bucopan at quando Ai eu tomei n ai eu fiquei em casa mas continuava com aquela dor ai no outro dia de manh eu fui no posto E9 20 DESCREVE MEDIDAS PARA ALIVIO DA DOR COMO INGESTAO DE BUSCOPAN E REPOUSO Agora eu vou ter que chamar a ambul ncia de novo pra ir embora ai chegando em casa eu sei que vou ter que voltar ai ate chamar ambul ncia de novo eles ir me buscar demorou hoje e a ambul ncia vem chacoalhando jogando a gente assim e a porta da ambul ncia n o tava fechando direito fiquei com medo de cair pra fora fiquei agarrada no meu marido E9 22 RELATA OS DESCONFORTOS CAUSADOS PELA REMO O COM A AMBULANCIA E A DEMORA NO ATENDIMENTO Ap ndice 255 ENTREVISTA 9 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMA PRIMIGESTA CASADA QUE COMPARECEU V RIAS VEZES A OUTRA MATERNIDADE E A UBS COMPARECEU ACOMPANHADA PELO MARIDO COM QUEI
268. or understanding the causes of the precocious search to the motherhood through the social fenomenologia dissertation Botucatu Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 2009 187p ABSTRACT The study aimed to understand the causes of the precocious search of the nosocomial service for the women in the end of the gestation driven by the Movable Service of Urgency The approach made use fenomenol gica of the type socioexistencial proposed by Alfred Schutz considering the wish of revealing the typical characteristic of a social group that survives determined situation The subjects were nine pregnant women led to the motherhood in false labor The interview was orientated by the questions Which the motives that took it looking for the motherhood Tell to me his trajectory up to the brought near one here and which his expectation when the moment of the labor will arrive The speeches were subjected the analysis idiografica and nomot tica when the categories are surfacing of the phenomenon The belief in which he labors due to the perceived signs symptoms influences It of others the search for the obstetric presence The dependence of the systems of support as influence the decision The search for the tranquillity due to the fear and insecurity felt The search for the end of the gestation and incident of the childbirth In the social intersubjective relation of women inserted in a common space of experience the existence
269. ora eu vou espera a dor apertar mesmo tipo assim a hora que ficar assim forte ai eu venho n porque ai eles n o v o me mandar pra casa El se eu voltar eu quero voltar pra ganhar ai eu vou esperar a dor ficar forte muita dor muita dor mas se sentir dor eu vou esperar ficar forte bem forte E2 Categorias Concretas do vivido 132 mas falaram que eu n o vou ficar que ainda n o aquela dor sabe aquela que precisa pra nascer vamos ver se estoura a bolsa se d mais dor a eu venho E3 se eu for com pouca contra o eles s v o me dar rem dio e me mandar embora ent o vou esperar a dor ficar forte mas se continuar do jeito que ta doendo assim eu n o vou ag entar mais n o a tenho que voltar se a bolsa romper se tiver algum sinal assim diferente se sangrar sair l quido ai eu volto mas s se a contra o aumentar bastante JNo curso elas falaram assim que tem que vir quando tiver com contra o uma atr s da outra tipo de tr s em tr s minutos tipo eles falaram da hora do parto dos sinais n E4 a eu tenho que esperar n romper a bolsa dar mais dor n Acho que a hora certa quando a dor ficar muito forte muito muito forte tipo det em 1 minuto acho que na hora que dar a dor bem forte ou quando romper a bolsa como o m dico disse porque eu acho que o melhor sinal quando rompe a bolsa porque a voc sabe que j ta na hora de ganhar
270. ou quando romper a bolsa como o m dico disse porque eu acho que o melhor sinal quando rompe a bolsa porque a voc sabe que j ta na hora de ganhar n E6 o m dico do posto ele explicou que era uma dor que vinha das costas e essa dor que eu to sentindo mas eu penso se essa dor eu tenho que ir a minha sogra disse que quando ela teve o dela estourou a bolsa e saiu tipo uma gua que escorreu um l quido assim da perna dela e a nasceu o nen a bolsa estourou dentro de casa ela veio a deu tr s dor e ele nasceu quase que n o d tempo E5 As mulheres ressaltam ainda que o seu papel no processo de obten o de dados sobre a dor de parto geralmente passivo A apresenta o das informa es lhes imposta e o agente destas s o invariavelmente de outras mulheres com la os de parentesco ou amizade e que j tinham vivenciado a dor de parto salientando na maioria das vezes o aspecto negativo desta experi ncia Categorias Concretas do vivido 94 Todo mundo fala da dor do parto que d i que a dor da morte que voc morre e nasce de novo todo mundo minha mae mesmo fala que uma dor que ela tem at d de mim mas ela fala assim que depois vale a pena que depois que nasce acaba tudo a dor mas eu ainda tenho medo E2 tenho medo que essa dor forte que ELES falam tenho medo que da essa dor e eu to sozinha E7 Eu tenho d vida sim porque ess
271. ova ci ncia m dica O parto institucionalizado no s culo XX ap s a Segunda Guerra Mundial visando a redu o da mortalidade materna e infantil Assim considerando a premissa de que a medicina poderia dominar e ou neutralizar os riscos a sa de da mulher e do feto o parto passa a ser medicalizado E como consegiu ncia o ato de dar luz experi ncia profundamente subjetiva de viv ncia no ambiente domiciliar para a mulher e sua fam lia transformou a em experi ncia no mbito hospitalar um momento privilegiado para o treinamento de acad micos e residentes de medicina e obstetrizes A institucionaliza o do parto no estado de S o Paulo foi acelerada pela extin o do Servi o de Assist ncia M dico Domiciliar de Urg ncia SAMDU no final da d cada de 60 reduzindo drasticamente os partos domiciliares e atribuindo gestante a responsabilidade de procurar o servi o de assist ncia hospitalar Gravidez e parto come aram a ser vistos como uma experi ncia humana complexa transit ria especial singular e multidimensional que envolve a gestante parceiro fam lia e sociedade permeada por grandes transforma es f sicas emocionais culturais psicol gicas sociais pessoais e altera es de pap is sociais 8 Como um evento social mobiliza a aten o do meio de inser o da mulher afeta as rela es entre o grupo familiar com express o de particulares valores e significados particulares de cada gr
272. ovos Em tempos atuais a assist ncia pr hospitalar no Brasil tem sido um importante componente do Sistema de Sa de O atendimento de urg ncia tem funcionado como porta de entrada desse sistema acolhendo pacientes de real urg ncia aqueles com quadros percebidos como urg ncia urg ncias sociais assim como os desgarrados da aten o prim ria e especializada Em 2008 motivada pelas inquieta es que me acompanharam ao longo de minha trajet ria profissional e especificamente no atendimento mulher durante a gesta o vislumbrei o fen meno do falso trabalho de parto como de import ncia para uma investiga o cient fica Introdu o 22 Enquanto atuava na triagem obst trica da Maternidade e Gota de leite por diversas vezes me deparei com situa es que me fizeram refletir sobre como essas gestantes e acompanhantes reconhecem o trabalho de parto e procuram o servi o de assist ncia ao nascimento Gestantes e acompanhantes que chegavam a maternidade por meios pr prios ou pelo Servi o de transporte pr hospitalar referindo estar em trabalho de parto que eram avaliadas e dispensadas pois se tratava do referido e popularmente conhecido Alarme Falso A mesma reflex o me inquietou quando comecei a atuar no SAMU Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia pois as queixas para solicita o de viatura para transporte de parturientes n o constitu a uma situa o de verdadeiro trabalho de parto Muitas gesta
273. parto a contra o uterina conhecida popularmente como dor de parto um componente biol gico e fisiol gico do processo de parturi o Assim os profissionais de sa de que assistem a gestante nessa fase do ciclo gr vidico puerperal esperam desejam induzem monitoram e controlam essa dor E as parturientes vivem a Por ser um fen meno universal e presente no nosso cotidiano a presen a da sensa o dolorosa ainda a causa apontada com maior frequ ncia pelas pessoas como a motiva o da busca de assist ncia m dica por ser percebida como indicativo de um processo patol gico O autor enfatiza ainda que a rela o existente entre a experi ncia da dor e o reconhecimento entre um estado m rbido evidenciado pela pr pria raiz etimol gica comum do latim das palavras dor e doen a A dor percebida como um sintoma portanto um fen meno nico e exclusivo do paciente e confere em car ter invis vel doen a As descri es das gestantes em suas realidades vividas frente a procura pela maternidade fizeram emergir o sentido que suas a es tem para elas e as raz es que propulsionaram estas a es como sendo um conhecimento de origem social e socialmente aprovado aprovado socialmente porque est sendo aceito como valor e verdade em um determinado momento n o s por si pr prios mas tamb m por seus contempor neos ou semelhantes Por ser um fen meno dif cil de ser quantificado e pelo seu car te
274. perdida nunca tive dor Ap ndice 231 de parto n o Pedro Herrique tava sentado eu tive que fazer ces rea assim sem ter dor eu tive dor depois da ces rea no corte mas dor de parto eu n o conhe o s conhe o da televis o aquela gritaria toda aquela correria tenho medo de n o conseguir ter parto normal Mas eu queria ter parto normal eu sofri muito na minha ces rea muita dor no corte eu tinha que cuidar dele da casa tinha que trabalhar porque ele tava desempregado nossa sofri muito ent o eu acho acho que parto normal bom mas eu tenho medo n tenho medo sabe de n o saber quando a hora daqui a pouco ningu m mais vai acreditar quando eu falar que tenho que vir pra gota nem meu marido nem a ambul ncia ele at brinca comigo e fala que tem uma faixa assim La no samu se a mariana da rua Maria cincinatina pedir a ambul ncia n o vai porque alarme falso Ah ele fica me zoando mas n o ele que ta com essa dor n Agora eu n o sei agora eu tenho que ir embora n de novo e esperar vamos ver se essa dor fica forte n n o sei como vai ser n o quero nem pensar eu j pedi a nossa senhora do bom parto pra ela iluminar deixei uma vela acesa l no quintal vamos ver n agora tem que esperar n Mas agora eu vou esperar assim ficar bem forte n s venho quando eu n o tiver mais ag entando mesmo porque voc fica aqui eles ficam examinando toda hora fica escutando essas mulher grita
275. pesquisa enfatiza que se as gestantes recebessem durante a assist ncia pr natal orienta es espec ficas sobre os sinais e sintomas de trabalho de parto possivelmente os identificariam mais facilmente quando eles se manifestassem Das 58 gestantes que procuraram a maternidade por acreditarem estar em trabalho de parto apenas 28 estavam sendo que destas 14 delas procuraram pela primeira vez 11 pela segunda e 3 pela terceira vez Categorias Concretas do vivido 113 Um estudo caso controle que comparou um grupo de gestantes que receberam informa es e treinamento para identifica o da fase ativa do trabalho de parto e outro que n o vivenciou esse processo durante o ingresso a maternidade mostrou que das que frequentaram o curso 20 das participantes ingressou a sala de partos dentro de um per odo de tempo que variou entre os cinco minutos a uma hora do momento da admiss o e 18 regressou a casa porque o trabalho de parto n o estava estabelecido e as 62 restantes permaneceram entre uma e quatro horas na maternidade antes do ingresso a sala de partos tempo significativamente menor em todas as situa es do que o grupo que n o recebeu tais orienta es Isso mostra uma defici ncia na comunica o o que tamb m pode ser observado atrav s dos resultados de um estudo desenvolvido em 1987 7 que identificaram a prescri o m dica e o retorno da gestante como aspectos priorizados na consulta pr natal sendo que menos
276. pis dio na corrente de sua vida Sua posi o a de uma pessoa que possui em sua trajet ria de vida uma cadeia de experi ncia unicamente sua O indiv duo encontra se em qualquer momento em uma situa o biogr fica determinada o que denota subjetivamente que duas pessoas jamais poderiam vivenciar a mesma situa o da mesma forma al m de cada uma ter em mente seus pr prios prop sitos e objetivos e estes est o enraizados no seu passado na sua hist ria singular de vida As pessoas vivenciam o cotidiano de forma diferente dependendo do lugar que ocupam dentro de um determinado contexto Assim mesmo compartilhando intersubjetivamente um mesmo contexto o Outro faz com que as experi ncias subjetivas n o sejam iguais importante lembrar que a biografia torna o sujeito singular mas condicionado ao lugar e tempo em que se encontra Isto importante pois poss vel dizer o que uma pessoa passou atrav s de sua experi ncia direta quando o pesquisador compartilha da mesma experi ncia do sujeito que est sendo pesquisado A situa o biogr fica de um homem determinada pelo ambiente f sico e s cio cultural em que ele se encontra Dentro desse ambiente ele tem seu status sua posi o moral e ideol gica Ele tem uma hist ria que foi constru da com suas experi ncias anteriores Conhecendo a situa o biogr fica de um homem podemos a partir do seu passado compreender e justificar suas a es presentes e futur
277. pontaneamente de sua vida volitiva isto a pessoa se sente livre para definir a situa o de acordo com seus planos Para se compreender os atos das outras pessoas necess rio que antes se conhe a os motivos para e A fenomenologia Social de Schutz 67 os motivos porque desses atos S seriamos capazes de compreender os atos das outras pessoas se estiv ssemos na mesma situa o norteados pelos mesmos por que ou guiados pelos mesmos motivos a fim de importante prestar aten o que a an lise do fen meno ou do sujeito analisado s pode acontecer porque o pesquisador compartilha do mesmo mundo que o sujeito que ele pesquisa Por isto podemos encontrar respostas se procurarmos os motivos pelos quais realizaram tal a o As a es humanas s s o compreens veis se encontrarmos nelas motiva es A pesquisa deve buscar responder quais foram os motivos que levaram os sujeitos a fazerem tal a o Para Schutz esta uma busca compreensiva Ao investigar os impulsos subjetivos da a o humana Schultz encontra a teoria da motiva o e revela nos o duplo carater da motiva o fundamentada em motivos para motivos a fim de e motivos porque Os motivos para s o aqueles que levam os homens a executarem a es que se projetam no futuro No decorrer da experi ncia de desenvolver uma a o de acordo com seu plano preconcebido o ator vivencia diretamente os seus motivos a fim de sendo est
278. problema porque significa estar inclu da em algum sistema formal de assist ncia No dizer das gestantes desvela se o desejo de ser admitida e ter seu parto resolvido devido a depend ncia da disponibilidade do sistema p blico de transporte e comunica o mas eu achei melhor ficar n porque vai que eu chego l e como longe vai que eu chego l e tenho que voltar pra tr s n ou vai que eu to voltando e ganho no meio do caminho E6 que nem a gente ta aqui agora tem que ligar e pedir a ambul ncia l a eles demoram pra vir duro entendeu E6 chamar a ambul ncia de novo vai que eles demoram vai que n o d tempo e o nen nasce antes n Antes assim nasce no caminho na casa deus me livre acho que eu morro nem pensar numa coisa dessas E8 Categorias Concretas do vivido 150 eu n o tenho telefone o orelh o fica umas duas quadras de casa at eu chegar l andando o nen j nasceu j pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus eu prefiro ficar aqui E5 jat a ambul ncia chegar pra buscar n s esse rem dio j vai perder o efeito e vai come ar tudo de novo que que adianta eu chegar em casa e ter que voltar de novo E5 mas eu n o queria ir embora n o e daqui a pouco ter que voltar o m dico falou que pode ser que eu volte ainda hoje ent o porque j n o me deixa aqui pra ganhar logo Depois eu vou pra cas
279. que compreendamos o que as pessoas nos dizem A intersubjetividade para as Ci ncias Sociais torna se uma quest o de suma import ncia Esta intersubjetividade que necessita de um Eu e um Outro que faz com que as experi ncias subjetivas que s o biogr ficas sejam significativas Neste sentido Schutz salienta a import ncia de compreender as pessoas dentro de seu mundo social importante ressaltar que o sujeito quando apreende e se socializa o faz atrav s de suas experi ncias Mesmo dentro da mesma cultura ele se constitui um campo subjetivo particular que mesmo dentro de um mesmo A fenomenologia Social de Schutz 59 ambiente vivido por outros sujeitos lhe confere sentidos diferentes Esta situa o confere ao ser humano com um estoque de conhecimentos constitu do atrav s de sua vida di ria que faz com que ele d sentido ao mundo que o rodeia a isto Husserl denomina sedimenta o de significado Estes significados s o constru dos a partir da intersubjetividade Autores da fenomenologia social afirmam que para Schutz n s vivemos num mundo cotidiano onde as nossas express es indicam um mundo intersubjetivo que experimentado por mim e pelo meu semelhante Constitui se num mundo de n s onde nos comunicamos seja de forma direta com nossos contempor neos ou de forma indireta com nossos antecessores ou sucessores Essas rela es experienciadas v o dando ao indiv duo uma forma o nica s
280. que eu cheguei la na casa da minha amiga tinha aumentado bastante 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DAS DORES QUE RELATA SER EM BAIXO VENTRE DE CARATER PROGRESSIVO COM IRRADIA O PARA LOMBAR QUE SE TORNA CONSTANTE AUMENTANDO QUANDO O ABDOME CONTRAI a eu falei assim pra ela ai p rola n o sei se eu vou pro curso porque eu to com muita dor to achando que ta chegando a hora do parto Eu pensei quando eu estava na minha amiga falei pra ela que tava com dor de parto e ela chamou o samu a foi por causa da contra o n que eu vim por causa da dor Eu achei que dessa vez eu ia ficar que a dor ia piorar eu s vim mesmo porque n o tava ag entando 2 IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO QUANDO COME OU A SENTIR DOR E CHEGOU A DIZER PARA A AMIGA QUE NAO IRIA AO CURSO POIS PENSAVA ESTAR CHEGANDO A HORA DO PARTO DECIDINDO PELA PROCURA A MATERNIDADE Da outra vez eu vim porque ele ficou falando vamos pra Gota REFERE J TER COMPARECIDO OUTRA VEZ AO SERVI O POR INSISTENCIA DO MARIDO n o ele que quer levar eu s chamo o samu quando ele n o ta RELATA QUE S CHAMAR O SAMU SE O MARIDO N O ESTIVER EM CASA POIS ELE DESEJA LEV LA eu ainda to tendo contra o mas melhorou bastante agora eu consigo andar j consigo mexer a perna Ca 4 RELATA A MELHORA PROGRESSIVA DA DOR APOS TER SIDO AVALIADA Porque ele n o tav
281. r pior que essa se essa j forte imagina a outra deve doer muito mais e eu sozinha n o vou conseguir nem me mexer nem sair do lugar REFERE MEDO DE VOLTAR PARA CASA POIS FICA SOZINHA E N O CONHECE OS VIZINHOS E CONSIDERA ISSO UM RISCO PARA ELA E O BEBE POIS AFIRMA QUE N O SABER O QUE FAZER S E ENTRAR EM TRABALHO DE PARTO A preocupa o grande mais mais a dor o m dico falou assim que quando der a dor bem forte bem forte forte vai nascer Mas eles n o querem n ent o eu vou embora vou ter que esperar n como eles falam essa dor aumentar IDENTIFICA A NECESSIDADE DE AUMENTO DAS CONTRAGOES PARA A PROCURA PELA MATERNIDADE NOVAMENTE Ai parece que ta demorando tanto uma agonia essa agonia ta aumentando nao passa parece que ja ta na hora o m dico do posto falou pra eu ter calma que era assim mesmo Eu to cansada ja faz 15 dias meus p s t o inchados minhas costas d i to agoniada cada dia fica pior RELATA A ANSIEDADE QUANTO A HORA DO NASCIMENTO E A HOSPITALIZA O E QUE J SE ENCONTRA CANSADA COM DESCONFORTOS F SICOS QUE PIORAM A CADA DIA Ap ndice 214 imagina essa dor mais forte Se aquela foi forte imagine a outra diz que da toda hora assim rapidinho uma atras da outra Ja pensou voc ficar com essa dor bem pertinho bem curto o tempo uma da outra RELATA QUE IMAGINA COMO DEVE SER A DOR POIS F
282. r 3 CONSIDERA QUE E ainda tava muito fraca que tinha NECESSARIO AUMENTAR A que aumentar ai eu vim ontem eles examinaram fizeram o toque e falaram pra eu ir embora que a dor tinha que ficar mais forte INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E RELATA QUE PODE SER DISPENSADA NOVAMENTE SE FOR PRECOCEMENTE o orelh o fica umas duas quadras de casa at eu chegar l andando o nen j nasceu a bolsa estourou dentro de casa ela sogra veio a deu tr s dor e ele nasceu RELATA QUE AO INICIAR O TRABALHO DE PARTO NAO TERA TEMPO DE SE DESLOCAR DUAS QUADRAS E O BEBE JA TERA NASCIDO E AFIRMA QUE COM A SOGRA O NASCIMENTO ACONTECEU IMEDIATAMENTE APOS A RUPTURA DA BOLSA O meu marido tamb m tem medo de acontecer alguma coisa ele fica preocupado aquela noite que passou o parto da Maia na novela ele teve at pesadelo acordou suando assim tava muito nervoso deus me livre n o quero nem pensar Ele nem quis vir junto no SAmu a eu falei fica ai ent o RELATA O MEDO DO MARIDO E A INFLUENCIA DA MIDIA CAUSANDO PESADELOS SOBRE O PARTO DA ESPOSA minha sogra ja sabe como que n homem n o entende das coisas ela j teve parto normal ela sabe IDENTIFICA A SOGRA COMO SISTEMA DE APOIO POR ELA JA TER TIDO PARTO NORMAL a minha sogra trabalha hoje ela teve que faltar do servi o pra vir aqui IDENTIFICA A MUDAN A NA ROT
283. r Eu n o quero ficar perguntando pra ningu m porque eu fico com medo a minha cunhada fala que do a que era a pior dor que tinha que ela tinha vontade de bater em todo mundo ent o eu n o sei cada um fala uma coisa e eu fico assim com medo preocupada ent o eu n o pergunto mais nada pra n o ficar pondo nada na cabe a pra n o ficar pensando ai ser que vai ser assim ser que n o e tal E melhor eu mesma vir se achar que tem que vir melhor ficar aqui antes do que meu nen nascer em casa E eu vou ficar aqui nem que eu tiver que chorar implorar eu n o vou at a ambul ncia chegar pra buscar n s esse rem dio j vai perder o efeito e vai come ar tudo de novo que que adianta eu chegar em casa e ter que voltar de novo Eu j sei que demora mas eu quero ficar mesmo assim eu acho melhor ficar do que ficar em casa sozinha eu n o vou saber o que fazer l Se a dor pior que essa se essa j forte imagina a outra deve doer muito mais e eu sozinha n o vou conseguir nem me mexer nem sair do lugar Quando eu tinha c lica assim c lica de menstrua o eu ficava quietinha me torcendo n o conseguia nem falar com ningu m imagina essa dor mais forte Se aquela foi forte imagine a outra diz que da toda hora assim rapidinho uma atr s da outra Essa forte deu uma dentro do samu que o mo o marcou e Ap ndice 209 depois deu outra aqui Ja pensou voc ficar com essa dor bem pertinho bem curto o temp
284. r subjetivo a dor pode se apresentar de formas diversificadas em cada mulher podendo ser excruciante para uma mulher durante o trabalho de parto enquanto para outra pode ser facilmente toler vel ou at inexistir Embora uma pessoa consiga sobreviver com a dor a mesma interfere no seu bem estar nas rela es sociais e familiares no desempenho do seu trabalho influenciando negativamente na qualidade de vida Categorias Concretas do vivido 90 As gestantes expressam que a dor que sentiram al m de possu rem intensidade maior do que conseguem suportar envolvem um car ter limitante quando as impede de realizar tarefas cotidianas e de suprir suas necessidades humanas b sicas fazendo com que almejem tamb m o fim desse sentimento como se segue Ent o eu vim porque eu tava com muita dor tava sozinha em casa e ai eu comecei a ter dor uma dor forte assim 6 que vem de tr s e d i tudo aqui endurece a barriga me dava at vontade de vomitar ent o eu pensei deve ser ent o o trabalho de parto desde cedo que eu to com falta de ar acho que por causa da dor Ja eu fui levar meu filho no parque quase que eu n o consigo chegar travava assim aqui em baixo aparecia que minha vagina ia cair a ontem eu vim porque tava com dor tomei soro e fui embora foi assim a dor forte e a falta de ar eu pensei que ia morrer Eu tamb m tava assim com tremedeira na perna assim n o conseguia controlar E7 Eu v
285. r vamos ver se essa dor fica forte n Mas agora eu vou esperar assim ficar bem forte n s venho quando eu n o tiver mais ag entando mesmo Se eu conseguir eu vou ficar bastante em casa ai depois eu venho 3 CONSIDERA QUE NECESS RIO AUMENTAR MUITO A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE porque voc fica aqui eles ficam examinando toda hora fica escutando essas mulher gritarem assim aquela que ganhou agora fez um esc ndalo que La da esquina devem ter ouvido e isso me deixa nervosa acho que por isso que minha cabe a ainda ta doendo acho que foi aqueles gritos l sabe Ent o eu quero ficar em casa o Maximo que eu ag entar porque REFERE AS DESVANTAGENS DA INTERNA O PRECOCE COMO AS INTERVEN ES DOS EXAMES DE TOQUE GRITOS ETC E QUE SE ESFOR ARA PARA NAO VOLTAR MUITO CEDO Ap ndice 235 senao fica aqui faz exame vai um e faz o toque vai outro e enfia o dedo tamb m vai outro e fica te apertando nao eu nao quero mais eu quero vir e ganhar Se eu conseguir eu vou ficar bastante em casa ai depois eu venho Minha irm falou que vai ficar l comigo hoje porque se precisar ela volta comigo pra c mas eu n o quero incomodar ela tem a vida dela mas pra mim seria bom ela ficar comigo ela fez curso de enfermeira ela j trabalhou na santa casa e ela sabe assim ficar calma e me deixar mai
286. r ximos A dor vivenciada pela mulher torna se uma experi ncia compartilhada na imediatidade espacial e temporal com os familiares Em todas as entrevistas realizadas foi dado destaque a esse compartilhar que se inicia no momento da identifica o do trabalho de parto e que desencadeou o processo a que essas mulheres se submeteram A exist ncia de outros dada como certa na vida cotidiana uma vez que assumimos uma reciprocidade de perspectivas O conceito de simultaneidade descreve a id ia de que nossa experi ncia do outro ocorre no mesmo presente em que o outro est tendo a experi ncia de n s Portanto essas mulheres experimentam uma necessidade de contemplar essas perspectivas o que contribui para o aumento da ang stia inerente a esse per odo Categorias Concretas do vivido 145 CATEGORIA 4 A DEPENDENCIA DOS SISTEMAS DE APOIO COMO INFLU NCIA NA DECIS O Nos relatos das mulheres evidenciam se uma necessidade de apoio ajuda e troca de experi ncias Para Schutz o meu mundo social est em ntima rela o com os outros alter ego e se organiza em centros ou campos diversos de rela es tas como o mundo ambiente ou dos associates Umwelt o mundo dos meus contempor neos contemporaries ou Mitwelt o mundo dos que me antecederam predecessors ou Folgewelt Nestas rela es h graus diversos de anonimato e de intimidade A gestante no final da gesta o apresenta se para o sistema de apoio
287. r cardiotoco e se precisar eu fico internada sen o eu volto pra casa de novo RELATA QUE J ESTEVE NA MATERNIDADE ANTERIORMENTE E FOI SUBMETIDA A CTG E TV E FOI DISPENSADA E QUE SE FOR NECESS RIO RETORNAR PARA CASA NOVAMENTE tava com dor a eu deitei tava dando falta de ar a eu deitei e passou ai quando foi na segunda feira ai a dor aumentou e ai eu fiquei REFERE MECANISMOS PARA A MELHORA DA DOR E IDENTIFICA QUE AINDA NAO E A HORA DE PROCURAR PELO SERVI O Ap ndice 194 deitada e passou dai eu falei ah eu nao vou se eu for la eu vou voltar Ai eu nao sei o m dico falou que ta quase chegando a hora ai eu to esperando vamo ver se estoura a bolsa se da mais dor a eu venho 3 CONSIDERA QUE E NECESSARIO AUMENTAR_ A INTENSIDADE DAS CONTRA ES UTERINAS PARA VOLTAR A MATERNIDADE E RELATA QUE PODE HAVER A RUPTURA ESPONT NEA DA BOLSA DAS AGUAS A eu falei pra minha m e que tava com dor desde ontem ai ela ia no meu quarto e falava assim ta piorando ta um pouquinho a ela ia ia pra ver se tava doendo mais tal e a eu fiquei deitada A ela ia e voltava ia perguntar se tava doendo ou n o at a hora que eu falei m e eu n o to mais ag entando era umas dez e pouco ai ela pegou e chamou o samu a ela chamou o samu e n s viemos 5 RELATA TER CONSULTADO A MAE PARA SABER SE DEVIA PROCURAR A MATERNIDADE E eu prefiro f
288. r daquela La e eles estourando a bolsa dela com aquele negocio assim um ferro enorme enfiado nela e eu meu deus eu quero ir embora deste lugar eu n o quero ficar aqui morando na gota melhor ficar na minha casa aqui eles ficam aqui fazendo toque vem um e mete o ded o vem outro e vai muito chato incomoda bastante E2 Categorias Concretas do vivido 129 eu prefiro ficar na minha casa tenho medo de ficar muito tempo aqui la minha m e ta comigo ela vai toda hora ver se ta tudo bem comigo E3 joorque voc fica aqui eles ficam examinando toda hora fica escutando essas mulher gritarem assim aquela que ganhou agora fez um esc ndalo que La da esquina devem ter ouvido e isso me deixa nervosa acho que por isso que minha cabe a ainda ta doendo acho que foi aqueles gritos l sabe Ent o eu quero ficar em casa o Maximo que eu ag entar porque sen o fica aqui faz exame vaium efazo toque vai outro e enfia o dedo tamb m vai outro e fica te apertando E7 Al m do desconforto causado pelos repetidos exames obst tricos os risco da interna o precoce foi comprovado por um estudo canadense onde se encontrou que mais de 40 das ces reas realizadas por dist cia aconteceram antes do estabelecimento do verdadeiro trabalho de parto Nesse sentido como em outros trabalhos a propor o de parturientes admitidas precocemente foi significativamente maior a de cesarianas Outra consequ
289. ra nascer tenho que esperar a vontade de Deus n ele sabe qual o tempo que ele preparou para mim e pro meu bebe Eu s tenho medo de n o dar tempo Ah eu tenho medo porque do outro foi r pido de mais mas s isso tamb m que nem a gente ta aqui agora tem que ligar e pedir a ambul ncia l a eles demoram pra vir duro entendeu Eu tenho d vida sim porque esse neg cio de parto t o assim n pra voc ver a minha irm ela teve filho agora n uma crian a de 7 meses n ele nasceu de 7 meses e engra ado que ela eu imagino que uma dor de barriga seja totalmente diferente da dor do parto n mas o que ela falava que tava com dor de barriga n e ficava l o tempo todo no banheiro e ela fazia necessidade mesmo e toda hora ela ficava ai to com dor de barriga to com dor de barriga a quando ela chegou no m dico ela j tava de 10 dedos e a n o deu tempo de nada ela ganhou dentro da ambul ncia nem de dar aquele pique que da La embaixo pra ajudar n o nen sair n o deu e ela rasgou tudo por baixo rasgou e teve que tomar um monte de ponto n aquilo ficava assim inchado n a eu penso n e se n o tem ningu m na ambul ncia ent o quem ia fazer o parto Que nem l a m dica que tava La de plant o veio junto n mas o nen ainda ficou 7 dias na UTI Hoje ningu m fez exame em mim e se meu filho tivesse nascendo n quem que ia saber n o caso se estava ou n o estava na hora de ganhar se fosse
290. reflexiva e a rela o face a face n o podem coexistir De modo geral Schutz pensa que na rela o entre n s existe um meio ambiente que nos comum que permite o interc mbio de nossas Categorias Concretas do vivido 143 experi ncias conferindo ao mundo que est nossa disposi o um car ter intersubjetivo e social O presente vivo pertence a atitude natural pr reflexiva e nele que se encontram os objetos de nossos atos e os outros enquanto objetos de nossos atos e com os quais entramos em comunica o Ora a comunica o sup e a es exteriorizadas Assim algu m fala e eu ou o numa simultaneidade viva Enquanto ou o e entendo eu participo no presente imediato do fluxo de seu pensamento e apreendo a sua subjetividade Ao refletirem a conduta tomada as mulheres refletem a a o e se sentindo influenciadas esperam que com o conhecimento adquirido na vivencia dessa experi ncia possam assumir a autonomia do processo de condu o interna o sem que necessitem pedir a opini o dos demais E poss vel perceber em suas falas essa reflex o mas eu nem falei pro meu marido n porque ele fica desesperado e ai eu nem falo Da outra vez eu vim porque ele ficou falando vamos pra Gota Je eu falei nem ta na hora n o e ele nem quis saber ent o eu fiquei quieta de manha ele falou assim que que voc tem eu falei nada n o to com um pouquinho de dor e ele j come ou assim
291. rem assim aquela que ganhou agora fez um esc ndalo que La da esquina devem ter ouvido e isso me deixa nervosa acho que por isso que minha cabe a ainda ta doendo acho que foi aqueles gritos l sabe Ent o eu quero ficar em casa o Maximo que eu ag entar porque sen o fica aqui faz exame vai um e faz o toque vai outro e enfia o dedo tamb m vai outro e fica te apertando n o eu n o quero mais eu quero vir e ganhar Se eu conseguir eu vou ficar bastante em casa ai depois eu venho Minha irm falou que vai ficar l comigo hoje porque se precisar ela volta comigo pra c mas eu n o quero incomodar ela tem a vida dela mas pra mim seria bom ela ficar comigo ela fez curso de enfermeira ela j trabalhou na santa casa e ela sabe assim ficar calma e me deixar mais calma tamb m mas a noite que eu tenho medo porque meu marido desesperado e tenho medo que aconte a durante a noite e ele tem que ficar com meu filho e ai eu venho sozinha n o eu n o sei o que vou fazer eu n o posso tirar meu nen da cama assim de madrugada ai ele vai ficar doido porque vai querer vim comigo mas n o tem quem fica com o nen ai eu nem sei queria j ficar e acabar com isso logo por aquele soro que eles falam que faz nascer o nen sei La mas eu n o queria ir embora n o Ap ndice 232 ENTREVISTA N 7 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDUCAO Ent o eu v
292. ricia 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1998 cap 5 p 93 4 12 Pacheco AP Figueiredo B Costa RA Antecipa o da experi ncia de parto mudan as desenvolvimentais ao longo da gravidez Rev Port Psicossomat 2005 7 1 2 7 41 13 Moreira KAP Narrativas das mulheres sobre o parto compreensao das experi ncias e das necessidades de cuidado disserta o Fortaleza Universidade Estadual do Cear 2008 14 Minist rio da Sa de Coordena o de Sa de Materno Infantil Programa de Assist ncia Integral a Sa de da Mulher Assist ncia pr natal manual t cnico 3 ed Bras lia 2000 15 Wrobel LL Ribeiro STM A pr tica do parto humanizado no SUS estudo comparativo Acta Sci Health Sci 2006 28 1 17 22 16 Leal MC Gama SGN Campos MR Cavalini LT Garbayo LS Brasil CLP et al Fatores associados morbi mortalidade perinatal em uma amostra de maternidades p blicas e privadas do Munic pio do Rio de Janeiro 1999 2001 Cad Sa de P blica 2004 20 Suppl 1 520 33 17 Dias MAB Deslandes SF Expectativas sobre a assist ncia ao parto de mulheres usu rias de uma maternidade p blica do Rio de Janeiro Brasil os desafios de uma pol tica p blica de humaniza o da assist ncia Cad Sa de P blica 2006 22 12 2647 55 18 Almeida NAM Sousa JT Bachion MM Silveira NA The use of respiration and ralaxation techniques for pain and anxiety relief in the parturition process Rev Latino am Enferm 2005 13 1 52 8
293. rnidade relacionado as vari veis tipo de viatura tempo de deslocamento resid ncia servi o exame obst trico e procedimentos realizados Marilia 2009 Din mica Entrevista Viatura Tempo uterina Dilata o Medica o Cardiotocografia Amnioscopia 1 VTS 75 min ausente 0 Nao Sim N 2 VTS 50 min 2 10 1cm Buscopan Sim S 3 VTS 43 min ausente 1 cm N o Sim N 4 VTS 55 min ausente 1 cm Buscopan Sim N 5 VTS 45 min 1 107 0 Buscopan Sim N 6 VTS 66 min 1 10 1cm Buscopan Sim S 7 USA 18 min ausente 0 Buscopan Sim N 8 VTS 96 min ausente 0 Nao Sim N 9 USB 32 min ausente 0 Busc Pasalix Sim N 1 Tipo de viatura Viatura social tripulada por motorista socorrista Viatura de Suporte b sico composta por motorista socorrista e t cnico de enfermagem e Viatura de suporte Avan ado composta por M dico enfermeiro e motorista socorrista A idade da maior parte das entrevistadas apresentou se entre 20 e 22 anos sendo a maioria casada ou mantendo uni o est vel Relativamente a situa o conjugal preponderou a condi o de uni o est vel casadas e amasiadas Quanto ao n mero de filhos foi expressiva a propor o de primigestas correspondendo a metade das gestantes entrevistadas bem como a presen a de 25 de nuliparas mulheres que j estiveram gr vidas mas n o atingiram o termo resultando num aborto Todas realizaram o pr natal nas Unidades B sicas do Munic pio com mais de 6 consultas e somente uma delas part
294. ro que imediatamente me vi em seu lugar cuidando de m es e rec m nascidos era tudo o que eu sabia sobre a minha amada profiss o o cuidar era a base de tudo Para mim naquele momento j n o era mais uma adolescente sem rumo J sabia e anunciava a toda a fam lia e sociedade que seria uma enfermeira sem saber ainda muito bem o que isso significava O meu ingresso na Universidade se deu em 1998 aos 18 anos a primeira turma de um processo de intensas transforma es que ocorriam na Faculdade de Medicina de Mar lia o in cio da metodologia problematizadora Ap s ter vencido todas as dificuldades de adaptar me a um ensino totalmente diferente do que havia recebido at ent o e as aspas s o para enfatizar que naquele momento n o seria mais recebido pois as dificuldades eram realmente em ter que buscar o conhecimento em uma universidade que n o teria aulas te ricas nem provas Aproximei me convivi e trabalhei com docentes pertencentes rea da sa de da mulher atrav s de a es sociais atividades interdisciplinares e de extens o Atrav s da vice presid ncia da Liga de Assist ncia gestante e da promo o de v rios eventos acad micos cient ficos e sociais fui me aproximando tamb m dos profissionais que estavam envolvidos com a sa de materno infantil e cada vez mais tinha certeza do que queria para minha vida profissional Introdu o 19 Ap s concluir a gradua o em 2001 atendendo ao
295. rto pr teste de um instrumento Rev Latino am Enferm 2007 15 6 1150 6 59 Bittar RE Carvalho MHB Zugaib M Management of preterm labor Rev Bras Ginecol Obstet 2005 27 9 561 96 60 Tay SK Spurious labor a high risk fact for dysfunctional labor and fetal distress Int J Gynaecol Obstet 1991 36 209 13 61 Bittar RE Trabalho de parto prematuro In Zugaib M Bittar RE Protocolos assistenciais da Cl nica Obst trica S o Paulo Atheneu 1999 p 214 62 Bonadio IC Conhecimento da gestante nulipara sobre os sinais e sintomas de trabalho de parto Rev Paul Enferm 1993 12 1 35 42 Refer ncias 170 63 Schneck CA Riesgo MLG Interven es no parto de mulheres atendidas em um centro de parto normal intra hospitalar REME Rev Mineira Enf 2006 10 3 240 246 jul set 64 Maldonado MT Canella P A rela o m dico cliente em ginecologia e obstetr cia Rio de Janeiro Atheneu 1981 65 Hallal RC A mulher no ciclo gravidico puerperal In Fontes JAS Perinatologia Social S o Paulo Fundo Editorial Byk Procienx 1984 cap 5 p 47 8 66 Hodnett ED Home like versus conventional institutional settings for birth Cochrane review Cochrane Databases Syst Rev 2004 3 67 Schneck CA Riesgo MLG Interven es no parto de mulheres atendidas em um centro de parto normal intra hospitalar Rev Mineira Enferm 2006 10 3 240 6 68 Mcniven P Williams Jl Hodnett E Kaufman K Hannah ME An early labor assessment pro
296. rutura de incompatibilidade que vivida como bvia temporal e pr pria dos antepassados semelhantes e sucessores Assim concordo com o referido autor diante do que revelado nos dizeres a seguir Categorias Concretas do vivido 109 tenho medo de acontecer alguma coisa com o nen n e se eu fico esperando e n o tenho dor assim se acontecer ele me mata vai fala que a culpa minha E4 mas ai eu fiquei com medo n vai que ta na hora e eu fico aqui esperando n e a passa da hora E1 As falas acima corroboram com os dizeres desse mesmo fil sofo que afirma que os homens tem faculdades pr prias de conhecer pelo esp rito a distin o das id ias e das coisas para suas a es e preocupam se com elas Essas raz es est o enraizadas em suas experi ncias passadas na personalidade que um homem desenvolveu durante a sua vida denominado de motivos por que O desconhecimento do inicio do trabalho de parto aliado ao medo de complica es fetais e da responsabilidade que a decis o de postergar a procura pela assist ncia acarreta faz com que essas gestantes verbalizem a avalia o fetal como um motivo porque o ato de procurar a maternidade se concretizou Saber que o bebe est bem e se perceber livre dessa responsabilidade fez com que as gestantes buscassem o conforto e a explica o para o comparecimento a maternidade antes do trabalho de parto se efetivar No mundo da vida cotidi
297. s Para apreender a ess ncia do fen meno pesquisado neste estudo foi utilizado como recurso de obten o das descri es as informa es contidas na ficha de atendimento da triagem obst trica al m da entrevista semi estruturada com grava o de voz que consiste em uma t cnica de coleta de descri o de significados que sup e uma conversa o continuada entre informante e pesquisador e que deve ser dirigida por este de acordo com seus objetivos As entrevistas aconteceram na sala de reuni es da Maternidade para garantir a privacidade dos sujeitos logo ap s o momento da dispensa da gestante pelo m dico plantonista E em acordo com a chefia da institui o eu era informada pelas recepcionistas da Maternidade quando da ocorr ncia da dispensa de gestantes que haviam sido conduzidas pela viatura do SAMU e imediatamente me dirigia a institui o para a abordagem As quest es norteadoras permitiram que a gestante discorresse sobre a sua experi ncia vivida ou seja como foi para ela vivenciar a procura pela Trajet ria metodol gica 48 maternidade fora de trabalho de parto Para isso a abordagem era feita atrav s das seguintes quest es Quais os motivos que a levaram a procurar a maternidade Conte me a sua trajet ria at a chegada aqui Qual a sua expectativa quando chegar o momento do trabalho de parto Todos os discursos foram gravados com o consentimento das gestantes e em seguida transcritos Ocorrera
298. s os quais se v o enraizando em cada gera o atrav s dessa heran a cultural que cada membro da fam lia recebe uma s rie de miss es e proje es dos pais av s fam lia extensiva e da sociedade Essa heran a normalmente transmitida de forma inconsciente e imperceb vel Categorias Concretas do vivido 140 ela av sonhou comigo tendo um parto que foi tudo bem ela falou que ia ser bem e depois disso eu comecei a sentir dor e a minha av falou batata ela sonha e acontece e depois que ela me falou do sonho eu comecei a sentir dor E3 O meu marido tamb m tem medo de acontecer alguma coisa ele fica preocupado aquela noite que passou o parto da Maia na novela ele teve at pesadelo acordou suando assim tava muito nervoso deus me livre n o quero nem pensar E5 mas dor de parto eu n o conhe o s conhe o da televis o aquela gritaria toda aquela correria E7 Nessas falas fica clara a influ ncia da m dia televisiva na concep o sobre o trabalho de parto Dentre os meios de comunica o a televis o a que mais influencia na sociedade A busca pelo sensacional e pelo espetacular o apelo para a dramatiza o em suas cenas de parto p e a dor e a urg ncia em cena e exagera na sua import ncia na sua gravidade e no car ter dram tico e tr gico Na grande maioria das cenas a correria para se chegar a maternidade o que fica registrado na memoria das mu
299. s para o trabalho educativo organizando reflex es em grupos de gestantes Revis o da Literatura 31 sobre a gravidez e o parto atuando como elemento facilitador dessas discuss es Esse trabalho possibilita as gestantes apreenderem as orienta es necess rias encorajando as e beneficiando as para a experi ncia do parto e da maternidade As orienta es no pr natal s o essenciais uma vez que trabalhos mostram uma defici ncia nas informa es Nesse sentido um estudo ao solicitar uma auto avalia o do conhecimento sobre o parto demonstra que a minoria das gestantes acredita que sabe o suficiente sobre esse processo S o enfatizados o atendimento realizado pelo enfermeiro e m dico e destaca tamb m o psic logo e o nutricionista como integrantes do processo de aprendizagem O preparo da gestante para o parto abrange a incorpora o de um conjunto de cuidados medidas e atividades que t m como objetivo oferecer a mulher a possibilidade de vivenciar a experi ncia do trabalho de parto e parto como processos fisiol gicos fazendo com que se sinta protagonista desse processo Essa aten o n o se restringe somente consulta pr natal estende se tamb m ao grupo de gestantes ou casais gr vidos aos atendimentos em salas de espera e domiciliar e s visitas domiciliares Constitui se de uma s rie de a es e de estrat gias estabelecidas e constru das em co participa o com a clientela com o objetivo de promover a
300. s seguintes colocar entre par nteses por se entre par nteses refere se ao processo de identificar e suspender as cren as e opini es preconcebidas sobre o fen meno em estudo O pesquisador coloca o mundo e qualquer pressuposto entre par nteses em um esfor o para confrontar os fen menos em sua forma pura a intui o ocorre quando o pesquisador permanece aberto aos significados atribu dos ao fen meno por aqueles que o vivenciaram a fase de an lise sucede ao extrair declara es significativas classificar e dar sentido aos significados essenciais do fen meno a fase descritiva acontece quando o pesquisador passa a entender e definir o fendmeno Para a an lise dos depoimentos ser realizada a transcri o das falas e para se atingir essa essencialidade necess rio que se percorra tr s momentos conforme proposto por Merleau Ponty que s o a descri o a redu o e a compreens o ou interpreta o Trajet ria metodol gica 51 A descri o o recurso inicial e b sico na pesquisa fenomenol gica Busca a ess ncia do fen meno percorrendo sinuosamente em varios sentidos os momentos tentando pontuar aquilo que se apresenta sem perder a visao do todo Esse autor fundamentando se na vis o de Merleau Ponty enfoca que a descri o fenomenol gica comp e se por tr s elementos a percep o a consci ncia que se dirige para o mundo vida o sujeito que se v capaz de experimentar o corp
301. s FR Abordagem da fenomenologia sociol gica na investiga o da mulher que amamenta Rev Enferm UERJ 2009 17 1 52 6 128 Almeida NAM Oliveira VC Estresse no processo de parturi o Rev Eletr nica Enferm 2005 7 1 87 94 129 Duarte SJH Andrade SMO Significado do pr natal para mulheres gr vidas uma experi ncia no munic pio de Campo Grande Brasil Sa de Soc 2008 17 2 132 9 130 Armellini CJ Luz AMH Acolhimento a percep o das mulheres na trajet ria da parturi o Rev Ga cha Enferm 2003 24 3 305 15 131 Lauzon L Hodnett E Programas de valoraci n del trabajo de parto para demorar el ingreso a las salas de parto Cochrane Database Syst Rev 2007 4 CD000936 132 Oliveira MIC Dias MAB Cunha CB Leal MC Qualidade da assist ncia ao trabalho de parto pelo Sistema Unico de Sa de Rio de Janeiro RJ 1999 2001 Rev Sa de P blica 2008 42 5 895 902 133 Morin E Os sete saberes necess rios educa o do futuro S o Paulo Cortez Bras lia UNESCO 2000 134 Munhoz RJS Centa ML Lenardt MH A influ ncia dos mitos na fam lia uma reflex o com vistas a um cuidado congruente no programa sa de da fam lia Fam Sa de Desenv 2004 6 2 146 53 135 Rodrigues AV Siqueira AAF Sobre as dores e temores do parto dimens es de uma escuta Rev Br s Sa de Matern Infant 2008 8 2 179 86 Refer ncias 177 136 Rapoport A Piccinini CA Apoio social e experi ncia da maternidade Rev Bras Cr
302. s a es exteriorizadas constituindo a base da linguagem e rela o social ACAO A agao humana pode ser compreendida quando se esclarece de maneira adequada como um homem em sua atitude natural e senso comum consegue compreender a a o do outro O ato de compreens o n o pode ser realizado enquanto as pessoas est o envolvidas nele N o se consegue fazer uma an lise enquanto se age A an lise pode ser realizada quando este N s que quando se age de forma coletiva captado no passado Neste caso sim ele pode ser refletido A pessoa quando participa do relacionamento do N s n o consegue perceb lo de forma pura Ela simplesmente vive dentro do N s O ato para o N s vivenciado de uma forma nica como se o mesmo n o se repetisse acontecendo dentro de um mundo intersubjetivo por este fato que Schutz relata que todo ato que tenta dar significado a uma forma de express o do sujeito que se comporta deve ser A fenomenologia Social de Schutz 65 um ato compreensivo pois ato de compreensao aquele que da sentido a uma experi ncia subjetiva A a o social a conduta entre duas ou mais pessoas E uma a o projetada pelo ator de maneira consciente Tem em si um significado subjetivo que lhe d a dire o podendo se orientar para o passado presente ou futuro Wagner elucida que segundo a teoria de Schutz a a o humana pode ser puramente interior pensamento ou exteriorizada p
303. s calma tamb m REFERE QUE A IRM IR FICAR EM SUA CASA PARA ACOMPANHA LA QUANDO RETORNAR E QUE ASSIM ELA SE SENTE SEGURA POIS A IRM J TRABALHOU COMO ENFERMEIRA E RETRATA A MUDAN A EM SUA ROTINA DEVIDO AO TRABALHO DE PARTO meu marido ta precisando fazer uma entrega no paran e ele fica adiando com medo que o nene nasce ele n o vai poder fazer nada mesmo mas sabe como ele quer estar junto quer me acompanhar RELATA A ANSIEDADE DO MARIDO QUANTO A HORA DO NASCIMENTO E A HOSPITALIZA O E QUE O MESMO ESTA ADIANDO UMA VIAGEM QUE NECESSITA FAZER PARA PODER ACOMPANHA LA daqui a pouco ningu m mais vai acreditar quando eu falar que tenho que vir pra gota nem meu marido nem a ambul ncia ele at brinca comigo e fala que tem uma faixa assim La no samu se a mariana da rua Maria cincinatina pedir a ambul ncia n o vai porque alarme falso RELATA PREOCUPA O QUANTO A REA O DA EQUIPE DIANTE DAS V RIAS PROCURAS A MATERNIDADE AFIRMANDO QUE NINGUEM MAIS IR ACREDITAR NELA QUANDO REALMENTE NECESSITAR Ap ndice 236 ENTREVISTA 7 AN LISE IDIOGRAFICA A gestante que procurou a maternidade em falso trabalho de parto um ser que UMA SECUNDIGESTA COM CES REA ANTERIOR DEVIDO A APRESENTA O PELVICA FETAL COMPARECEU A MATERNIDADE TRES VEZES EM CINCO DIAS MUITO ANSIOSA E APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS DE TENS O EMOCIONAL CONDUZIDA PELA UNIDADE DE S
304. s costa assim 6 e a barriga ficava dura aqui ai eu n o perdi liquido por baixo n o mas pensei acho que ta na hora E1 ai quando foi de madrugada apertou mais ai eu esperei de manha mas agora de manh cedo eu n o tava agtientando a eu falei assim n o vou ficar com essa dor n o a eu vim uma dor que come a devagarzinho bem fraquinha nas costas e ai vem pra barriga e ela come a a ficar dura assim e a vai aumentando aumentando a dor ave E5 que eu estava com dor de madrugada uma dorzinha chata assim aqui embaixo a eu falei assim pra ela amiga to achando que ta chegando a hora do parto a a hora que n s estava subindo ai aumentou a dor a a hora que eu cheguei la na casa da minha amiga tinha aumentado bastante eu tavo com bastante dor bastante mesmo tava dando uma dor super forte a foi por causa da contra o n que eu vim por causa da dor tipo assim a dor daqui de baixo n o passa mas a ai fica doendo as costas e depois vem endurece a barriga e passa a hora que a barriga endurece fica mais forte a dor eu s vim mesmo porque n o tava aguentando E4 uma dor que parece que ele ta querendo sair logo hoje eu nem levantei direito da cama uma dor no p da barriga que vai indo pras costas Categorias Concretas do vivido 89 depois para a das costas nao para nao mas a do p da barriga doi rapidinho E3 Na situa o de nascimento e
305. s muito tempo uma da outra tipo uma hora uma hora e meia a eu fiquei at a noite com essa dorzinha tipo uma hora ia e vinha e voltava a eu fui no culto n ai chegou La a eu fui no banheiro n a saiu um catarro n assim transparente n a minha m e ficou todo mundo preocupado ai vai no m dico vai pro m dico ai fui no hospital e ai chegou la o m dico nem me examinou nada nem relou a m o em mim a me mandou pra c porque o posto de sa de faz parte de Mar lia ai eu cheguei aqui e a eles me examinaram e o m dico falou assim voc pode at ir embora mas eu achei melhor ficar n porque vai que eu chego l e como longe vai que eu chego l e tenho que voltar pra tr s n ou vai que eu to voltando e ganho no meio do caminho n a ele me examinou e ai eu to NE com 2 dedos dilatado a contra o tava frequente de dez em dez minutos tava dando ai ele falou assim caso a bolsa rompe ou tenho algum sangramento ai voc volta Ai eu falei n o eu quero ficar Ai ele falou fica ai ate de manh cedo isso j era umas meia noite e meia se voc n o ficar n o entrar em trabalho de parto amanh eu te mando embora ai ele colocou o soro ai eu tomei o soro e a dor parece que parou ai eu dormi A hora que eu acordei eu tava de novo com a dor de dez em dez minutos n engra ado que em vez de tipo diminuir a dor diminuir o tempo pra ela vim tipo assim tava de dez em dez ela ir pra 5 em 5 3 em 3 n o ai daqu
306. sa de materna e infantil atrav s do acompanhamento do processo de gestar e a prepara o para a maternidade e paternidade O PHPN salvaguarda atrav s de compet ncias e atribui es as secretarias municipais de sa de a hierarquiza o dos servi os e a refer ncia e a contra refer ncia deixando a cargo das secretarias estruturar e garantir o funcionamento da Central Municipal de Regula o Obst trica e Neonatal e do sistema m vel de atendimento pr e inter hospitalar quando indicado e estabelecer a refer ncia para assist ncia ambulatorial e x hospitalar gestante de alto risco em seu pr prio territ rio ou em outro munic pio mediante programa o regional O pr natal se d num momento em que a gestante est mobilizada para si para o beb e est vivenciando transforma es de toda ordem Revis o da Literatura 32 mudan as na sua forma de agir e no seu cotidiano podem se dar de uma forma mais f cil Por outro lado a mulher pode estar muito vulner vel e sens vel e ser influenciada pelos que a rodeiam enfraquecendo seu poder de decis o O conhecimento da nul para sobre trabalho de parto na maioria das vezes obtido por meio de fontes leigas geralmente dentro do contexto familiar A percep o das mulheres sobre seus corpos e o processo parturitivo contribui para coloc las em situa o de vulnerabilidade representada em suas tr s vertentes como vulnerabilidade individual que diz r
307. saude gov br 38 Lauzon L Hodnett E Educaci n prenatal para el autodiagn stico del in cio del trabajo de parto activo a t rmino Cochrane Database Syst Rev 2007 4 CD000935 39 Santo LCE Berni NIO Assist ncia de enfermagem em obstetricia In Freitas F Martins Costa SH Lopes JG Rotinas em obstetricia 3 ed Porto Alegre Artes M dicas 1997 40 Genesis In Biblia Sagrada Rio de Janeiro Imprensa Biblica Brasileira 1986 Refer ncias 168 41 Diniz SG Duarte AC Parto normal ou cesarea Rio de Janeiro Ed Unesp 2004 42 Bezerra MGA Cardoso MVLML Fatores culturais que interferem nas experi ncias das mulheres durante o trabalho de parto e parto Rev Latino am Enferm 2006 14 3 414 21 43 Kitzinger AS Experi ncia de dar a luz Sao Paulo Martins Fontes 1987 44 Almeida MF Alencar GP Novaes MHD Fran a lJ Siqueira AA Schoeps D et al Partos domiciliares acidentais na regi o sul do Munic pio de S o Paulo Rev Sa de P blica 2005 39 3 366 75 45 Oxorn H Curso cl nico do trabalho de parto normal In Trabalho de parto 5 ed S o Paulo Roca 1989 p 96 9 46 Carrara HHA Duarte G Semiologia obst trica Medicina Ribeir o Preto 1996 29 88 103 47 Correa MD Assist ncia ao parto In No es pr ticas de obstetr cia 12 ed Rio de Janeiro Medsi 1999 p 73 9 48 Federa o Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetr cia Tratado de Obstetr cia Febrasgo Rio de Jan
308. si o ao realismo cient fico todos os fenomendlogos t m dado prioridade descri o da experi ncia de vida humana cotidiana As pesquisas fenomenol gicas em geral n o tem a inten o de produzir afirma es factuais mas sim reflex es filos ficas n o emp ricas ou transcendentais sobre o conhecimento e percep o e sobre atividades humanas como a ci ncia e a cultura Capalbo relata que Schutz elucida o fundamento fenomenol gico aos conceitos das ci ncias sociais descrevendo a conduta humana como uma ci ncia simples cuidadosa e particular As ci ncias sociais referem se a objetos e processos psicol gicos e intelectuais no qual o m todo consiste em compreender o ser humano com rigidez dos princ pios de controle das infer ncias e da verifica o por parte de outros investigadores assim como os ideais te ricos de unidade simplicidade e universalidade portanto seus procedimentos cient ficos t m validade igual ao de outras ci ncias A fenomenologia sociol gica se interessa n o pelos atos singulares os comportamentos individuais fechados numa consci ncia de si mas se volta para a compreens o do que constitui um determinado grupo social o qual vive uma situa o t pica A experi ncia de um fen meno como comportamento sempre analis vel depois do ocorrido e n o no interior do momento em que ele ocorre A compreens o desta forma parte sempre do passado O significado das experi
309. sinais sintomas diferentes do que j sentiu e ou foi informada Pela insufici ncia dos outros servi os em resolver seu problema Por se sentir mais tranquila com a assist ncia de profissionais da institui o Influenciada pelos profissionais pela busca da assist ncia obst trica Influenciada pela opini o de pessoas do seu conv vio familiare s pela busca da assist ncia obst trica Influenciada pela cultura m dia misticismo Influenciada pela expectativa da familia pessoas do seu convivio Pela depend ncia da estrutura publica de comunica o e transporte Pela depend ncia mudan a na rotina dos sistemas de apoio na imin ncia de parto Pela fragilidade do sistema de apoio Devido aos desconfortos f sicos Pelo desejo da indu o do parto e trabalho de parto r pido An lise Compreensiva 83 7 AN LISE COMPREENSIVA 7 1 Constitui o das categorias concretas do vivido O intuito dessa pesquisa foi compreender os motivos da procura precoce maternidade e conhecer a realidade das gestantes que se encontravam no ltimo trimestre de gesta o e que vivenciaram a situa o de serem dispensadas do atendimento obst trico por estarem em falso trabalho de parto situando as na atitude natural portanto no seu mundo vida para compreender as diversas pr ticas interpretativas por meio das quais a realidade constru da na perspectiva pessoal e social Consideramos qu
310. so trabalho de parto um ser que UMA PRIMIGESTA SOLTEIRA ACOMPANHADA PELA MAE COMPARECE PELA PRIMEIRA VEZ A MATERNIDADE E VERBALIZA POR VARIAS VEZES O DESJO DE SER SUBMETIDA A UMA CESAREANA QUE IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAV S DA DOR QUE INICIA NAS COSTAS E VAI PARA O BAIXO VENTRE QUE INFORMA QUE PENSOU EM N O IR PARAA FACULDADE PORQUE J PREVIA O TRABALHO DE PARTO E QUE TEVE CERTEZA DA NECESSIDADE DO DESLOCAMENTO QUANDO A DOR FICOU MAIS FORTE QUE RELATA TER COMUNICADO A M E SOBRE O INICIO DAS CONTRA ES E QUE A MESMA SUGERIU IR A UBS QUE REFERE QUE FOI PRIMEIRO A UBS E QUE N O HAVIA VAGA PARA O MEDICO E FOI ORIENTADA A IR PARA A MATERNIDADE QUE RELATA QUE POR N O TER SIDO ATENDIDA NA UBS RESOLVEU IR PARA CASA E ESPERAR A MELHORA DA DOR QUE RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA POIS O M DICO AFIRMOU QUE ELA PODERA VOLTAR AINDA HOJE E SE TIVER QUE VOLTAR SERA UMA CORRERIA DE NOVO QUE RELATA O MEDO DA OCORR NCIA DO PARTO EXTRA HOSPITALAR E ASSOCIA O A _ COMPLICAGOES COM O FETO E COM A MAE QUE RELATA O MEDO DA OCORRENCIA DE P S DATISMO POR J ESTAR COM 40 SEMANAS E ASSOCIA O A COMPLICAC ES COM O FETO QUE AFIRMA QUE POR SER HOJE A DPP ACHOU QUE FICARIA INTERNADA E FARIA UMA CESAREA SE NAO HOUVESSE DILATA O QUE RELATA INFLU NCIA DO M DICO DA UBS NA ANSIEDADE PELA DATA DO NASCIMENTO QUE REFERE APELO RELIGIOSO PARA NOSSA SENHORA PARA AUXILIAR NO TRABALHO DE PARTO
311. st o Assim concordo com o referido autor que o pensar na situa o do falso trabalho de parto e todos os sentimentos nele envolvidos pode levar a mulher a tentar evitar novamente esse processo e postergar uma nova procura buscando satisfazer as suas necessidades n o atendidas anteriormente Se faz necess rio a identifica o de falhas no sistema de sa de e diferen as no acesso e qualidade da assist ncia e o reconhecimento de que elevadas taxas de mortalidade perinatal est o intimamente relacionadas com o desempenho dos servi os de sa de chamando responsabilidade os gestores da sa de no sentido de proverem acesso oportuno a servi os de qualidade para a sa de da mulher CATEGORIA 3 A INFLUENCIA DE OUTROS NA PROCURA PELA ASSIST NCIA OBST TRICA Reconhecer que foram influenciadas a procurar pela maternidade ou que a opini o de pessoas de seu conv vio foram fundamentais para a tomada da decis o culminaram na categoria sofrendo influencias de outros ao decidir procurar pela assist ncia obst trica As repetidas declara es das gestantes de terem sido influenciadas terem recebido evidencias para levar Categorias Concretas do vivido 134 a cabo o processo da procura pela maternidade parecem indicar a viv ncia de um processo relacional onde a escuta foi n o s valorizada mas tamb m sentida como processo comunicacional que produziu consequ ncias O agir comunicativo tem como meta n o apenas que algu m tome co
312. sta emocional um processo importante e at certo ponto assustador pelos inumeros significados que representa Por tradi o popular o parto 111 sempre foi aliado a id ia de dor sofrimento e ang stia O momento do parto como se fosse um salto no escuro um momento imprescind vel irrevers vel desconhecido do qual n o se tem controle Schutz ocupou se dos meios atrav s dos quais um indiv duo se orienta nas situa es da vida da experi ncia que armazenou e do estoque de conhecimento que tem em m os Ele n o pode interpretar suas experi ncias e observa es definir a situa o em que se encontra fazer planos sem consultar seu pr prio estoque de conhecimento a minha cunhada fala que do a que era a pior dor que tinha que ela tinha vontade de bater em todo mundo ent o eu n o sei cada um fala uma coisa e eu fico assim com medo preocupada E5 Os resultados obtidos possibilitaram perceber que a exist ncia de um estoque de conhecimentos m o previamente constitu do orienta as a es das gestantes na procura pela maternidade conforme se pode apreender dos discursos seguintes onde al m da dor outros sinais e sintomas s o referidos umas 6 da manh eu comecei sentir n contra o n mas muito tempo uma da outra tipo uma hora uma hora e meia a eu fiquei at a noite com essa dorzinha tipo uma hora que vinha e voltava a eu fui no culto n ai chegou l
313. stituir A fenomenologia Social de Schutz 69 se em uma caracteristica tipica daquele grupo social que esta vivendo aquela situa o do comportamento vivido Para Schutz o mundo cotidiano apresenta se nas tipifica es ou seja os atores sociais constroem suas representa es ou caracteriza es conforme suas relev ncias Alfred Sch tz desenvolveu seus estudos com a inquieta o proveniente de compreender o significado subjetivo da a o o que ir possibilitar construir o tipo vivido O tipo vivido a express o de uma estrutura vivida na dimens o social uma caracter stica de um grupo social um conceito expresso pela intelig ncia cuja natureza vivida essencial invariante n o corresponde a nenhuma pessoa em particular trata se de uma idealiza o emerge da descri o vivida do comportamento social das converg ncias dos motivos para e motivos por que Chega se ao tipo vivido a partir da an lise das rela es sociais De acordo com Alfred Sch tz os tipos vividos idealizados s o esquemas interpretativos do mundo social que fazem parte de nossa bagagem de conhecimento acerca do mundo t m valor de significa o e sempre nos valemos de elementos dele na rela o interpessoal A apreens o da realidade social feita atrav s da tipifica o dos fatos do mundo seja qual for o homem pesquisador ou homem do senso comum ele ir seguir seus motivos e interpretar a realidade segundo a sua s
314. t ria de vida conhecida e suas consultas agendadas e garantidas abre espa o para um momento em que a sua necessidade imediata de avalia o n o pode ser suprida em n vel prim rio de aten o ao mesmo tempo em que a maternidade n o garante a mesma aten o do pr natal no sentido de confortar essa mulher Ela se encontra em uma lacuna do sistema onde j n o mais encontra a solu o para seus problemas na assist ncia pr natal ao mesmo tempo em que n o se enquadra nos crit rios necess rios para ser assistida em n vel hospitalar Esse desamparo se revela nas falas das gestantes que tentaram buscar ainda o la o que se fez no pr natal eu at ia no posto mas o m dico ta de f rias s tem m dico a tarde ai eu falei vamos de novo pra gota E5 JA eu fui l mas n o tinha mais guia pro obstetra ai a mulher la que da as guias falou assim se voc tiver com dor vai La na gota E8 Eu fui no posto com a minha m e a eu falei com a enfermeira chefe ela chamou o m dico porque n o tinha mais consulta e ele foi La pegou olhou minha barriga escutou o bebe e falou que eu tinha que vir pro hospital E2 Categorias Concretas do vivido 112 Em uma revis o de literatura que investiga mortalidade perinatal e evitabilidade os autores destacam essa realidade quando afirmam que o per odo crucial entre o final da gravidez o trabalho de parto e o momento do nascimento nao receberam ainda a a
315. ta de suporte do pai da crian a ou da fam lia ou ate pela aus ncia do pr natal Somente em uma das falas o SAMU surge como estrat gia para a r pida interven o no momento t o esperado como temido e poss vel apreender que a equipe do Servi o de Atendimento M vel de Urg ncia n o oferece tanta seguran a as parturientes como na Maternidade pois sua assist ncia est imbu da id ia do atendimento emergencial al m de proporcionar um contato terap utico de tempo limitado N o serem acolhidas pelo hospital e serem dispensadas por n o terem seus motivos reconhecidos repercute profundamente nas necessidades psicofisiol gicas de seguran a de afilia o e de estima As mulheres n o se percebem aceitas sentem a pr pria experi ncia desacreditada num momento que exige empatia por parte dos profissionais Esperam no m nimo obter uma consulta para serem avaliadas receber informa es e orienta es sobre o estado em que elas e o beb se encontram Para os profissionais o atendimento na emerg ncia da maternidade n o se caracteriza como uma consulta de verdade mas numa triagem do que deve ou n o ser internado diante de uma hip tese diagn stica feita naquele momento O que n o considerado urg ncia verdadeira como TP abortamento em curso encaminhado para o atendimento ambulatorial local onde uma consulta de verdade teria tempo de se realizar Ao sentirem sua expectativa de interna
316. tadas nele O mundo da vida simplesmente toda a esfera das experi ncias cotidianas dire es e a es atrav s das quais os indiv duos lidam com seus interesses e neg cios manipulando objetos tratando com pessoas concebendo e realizando planos Schutz explicita que o mundo de sentido comum o mundo cotidiano o mundo da vida s o express es que indicam o mundo intersubjetivo experimentado pelos homens em m tua rela o estendendo se consigo mesmo e com os outros nele existem os semelhantes que podem comunicar se inteligentemente com os outros existindo princ pios vastos e gerais que s o v lidos para a vida cotidiana Um mundo que existia entes de n s o qual tem uma hist ria e que nos dada de maneira organizada INTERSUBJETIVIDADE Aspecto fundamental da analise fenomenoldgica diz respeito a id ia de intersubjetividade Para essa perspectiva o social n o a soma de subjetividades e tampouco uma realidade objetiva como estrutura simb lica ou integra o entre sistemas mas modos de coexist ncia entre indiv duos isso processos de intera o com os outros desenvolvidos na esfera da vida cotidiana O encontro com o outro n o portanto uma A fenomenologia Social de Schutz 58 realidade contingente da a o humana mas o pr prio campo do qual torna se poss vel os nossos esfor os para intervir na realidade A intersubjetividade refere se justamente a essa compreens o
317. tece nada voc vai esperar at quando Quando que nem o cora o o ltimo rg o que para de bater entendeu ent o eu fiquei preocupada tipo p na primeira gravidez da minha m e ela num tinha l quido dentro da bolsa foi parto seco todos e meu irm o j tava passando da hora s foram ver que ele realmente ia nascer por causa que ela come ou a gritar e ai fizeram Ultrassom e tiveram que puxar meu irm o por ferro ele j tava come ando a sair mais teve que puxar por ferro e eu n o teve que fazer ces rea porque o cord o umbilical tava no meu pesco o e eu j tava roxa j P pensei um monte de crian a ta morrendo a porque Porque passa da hora e eu n o quero que aconte a isso com meu filho to esperando nove meses e pouquinho j e n o nasce Meu marido ta doido at perdendo o servi o ele ta doido ele to com medo que aconte a alguma coisa com meu filho eu prefiro perder o servi o do que acontecer alguma coisa com ele p porque ele ta vindo comigo n o tem ningu m pra ficar vindo comigo todo mundo da minha fam lia trabalha todo mundo da fam lia dele trabalha s tem ele E o pessoal falou pra ele vai Ap ndice 246 atr s e v o que ta acontecendo com sua mulher porque perigoso pra ela e pro bebe os pr prios amigos dele do servi o falaram isso Um amigo dele que a mulher dele ta la em Goi nia aconteceu isso j tinha passado da hora o que aconteceu ela falou eu n o vou sair daq
318. ten o merecida do sistema de sa de Neste momento o risco de resultados adversos para a mulher e a crian a muito grande e os fatores de risco mais significativos para a morte fetal e neonatal tamb m afetam profundamente a mortalidade materna ainda muito elevada no pa s O medo inseguran a e ansiedade s o decorrentes da descontinuidade da assist ncia prestada no pr natal e a falta de v nculo com os profissionais que a assistiram durante o parto Estudo qualitativo que procurou explorar as expectativas de gestantes sobre o atendimento ao parto da sua gesta o atual mostram que as expectativas est o centradas em tr s elementos principais admiss o r pida na interna o garantia de vaga na maternidade e o atendimento por uma equipe atenciosa e competente que cuide de sua sa de e do seu beb As informa es discordantes sobre a qualidade da assist ncia na maternidade trazem para essas mulheres uma tens o a mais nesse momento j que a seu ver a qualidade do cuidado depender mais de sorte do que da rotina institucional Observa se que esse divisor da assist ncia pr natal e assist ncia ao parto gera o medo desconhecimento e preocupa o quanto a hora do nascimento por parte das gestantes e reflete a insufici ncia ou mesmo a falta de informa o relacionada ao trabalho de parto durante as consultas de pr natal Quanto ao conhecimento da gestante nul para sobre os sinais e sintomas de trabalho de parto
319. tiram descrever o tipo vivido isto o vivido do comportamento social que se mostrou como algo que tipifica de forma convergente nas inten es das pr prias mulheres como uma estrutura vivenciada nica que pode ser transmitida pela comunica o e pela linguagem significativa presente na rela o interpessoal O significado das a es das gestantes permitiram me compreender que suas motiva es s o internas provenientes de suas pr prias viv ncias e que os incentivos externos s o importantes para que tenham uma mudan a uma quebra no paradigma de suas id ias pr formadas Buscam An lise Compreensiva 85 no seu acervo de conhecimentos dispon veis adquiridos com seus antecessores suas cren as a heran a cultural e a hist ria pessoal motivos porque A reflex o retrospectiva destes conhecimentos m o impulsionar as gestantes a terem a es projetadas para o futuro aspira es desejos a serem conquistados motivos para Categorias Concretas do vivido 86 8 CATEGORIAS CONCRETAS DO VIVIDO CATEGORIA 1 CRENCA EM QUE ESTA EM TRABALHO DE PARTO DEVIDO AOS SINAIS SINTOMAS PERCEBIDOS As gestantes na procura pela assist ncia obst trica antes de institu do o verdadeiro trabalho de parto recorrem ao seu estoque de conhecimentos adquiridos durante toda a sua vida e buscam ind cios de que o trabalho de parto se aproxima e que devem solicitar a viatura do SAMU comparecendo maternidade a fim de serem
320. to de compreens o e consentimentos gerando um espa o comum de comunica o Para Schutz a compreens o pode se dar em diferentes n veis podendo chegar incompreens o o oposto da familiaridade Por outro lado na situa o face a face em algumas situa es as mulheres perceberam que os profissionais n o corresponderam as suas expectativas Criticaram a falta de aten o dos profissionais e a falta de comunica o Para Schutz uma comunica o eficaz poss vel quando as pessoas ou grupos sociais compartilham um sistema de significado similar portanto quanto maior for a diferen a de significado entre as pessoas menores ser o as possibilidades de sucesso na comunica o Na rela o social n s dois eu e o outro vivenciamos o processo de comunica o em curso em um presente vivido nesta rela o social e no presente vivido que as mulheres comunicam se entre elas e com os profissionais que atuam direta ou indiretamente com elas O m dico do posto mesmo falou sua barriga j ta baixa n o vai chegar nem no dia 11 que ia nascer antes e eu to aqui vou pra casa E8 Hoje ningu m fez exame em mim e se meu filho tivesse nascendo n quem que ia saber no caso se estava ou n o estava na hora de ganhar fiquei pensando nisso ontem e a eu falei ah eu vou E6 E hoje eu fui l de novo posto de sa de e falei doutor eu n o vou pro HM eu quero ir pra gota quero outr
321. tre sua resid ncia e o hospital e justificam esta ansiedade pelo medo que tem do parto ocorrer sem assist ncia adequada De encontro com essa afirma o um estudo sobre Partos domiciliares acidentais na regi o sul do Munic pio de S o Paulo mostrou associa o estatisticamente significante dos nascimentos domiciliares acidentais com a ocorr ncia de bitos perinatais Essa associa o mais forte com os bitos fetais mas n o se verificou associa o estatisticamente significante com a ocorr ncia dos bitos neonatais precoces A mortalidade fetal foi 4 vezes mais frequente nos nascimentos domiciliares As raz es para a ocorr ncia do parto domiciliar neste mesmo estudo foram dificuldade de conseguir transporte para chegar ao servi o de sa de Categorias Concretas do vivido 121 33 3 e o parto ter sido muito rapido e nao ter havido tempo para chegar aos servi os de sa de 28 6 Quatro mulheres 19 1 haviam procurado o servi o de sa de para a realiza o do parto e foram encaminhadas para casa Duas dessas quatro mulheres tinham estado hospitalizadas recentemente e o parto ocorreu logo ap s o retorno ao domic lio depois da alta hospitalar Algumas m es 14 3 disseram n o ter reconhecido a imin ncia do parto Isso pode ser em decorr ncia de aus ncia de informa es para avaliar a gravidade da situa o ou pode tamb m estar associado as rea es negativas da pr pria mulher frente a gravidez ou da fal
322. tre trabalhos de parto sucessivos da mesma mulher Por apresentarem sinais adversos ao que previam e pelo trabalho de parto ser repleto de inquieta es devido a sua irreversibilidade e imprevisibilidade da experi ncia a identifica o de situa es at ent o desconhecidas foram relatadas como motivadoras da a o de procurar pelo servi o Categorias Concretas do vivido 104 quando eu vi aquele catarro saindo ai eu pensei nossa acho que eu tenho que ir n nunca tinha visto aquilo no meu outro parto nao foi assim o outro foi bem diferente n ele nasceu de 8 meses e a bolsa rompeu comegou a escorrer assim pela perna e n o era xixi eu sabia que n o era a eu vim e ele veio ao mundo rapidinho fiz duas for as tamb m ele era pequenininho tinha 2 kilos foi r pidinho s quando foi perto de ganhar mesmo que eu fui sentir dor Dessa vez ta diferente n o tinha esse catarro e no outro eu tinha contra o bem longe e apertou rapidinho S quando eu fui ganhar ele mesmo que eu senti essa dor parecida com essa que eu to sentindo Agora a dor j come ou ontem desde 6 horas da manh E6 jporque da outra vez eu n o tive n eu n o tive dor eu fico perdida nunca tive dor de parto n o P H tava sentado eu tive que fazer ces rea assim sem ter dor eu tive dor depois da ces rea no corte mas dor de parto eu n o conhe o E7 Os discursos que deram origem a essas
323. u falei assim ah doutor eu n o sei se eu tenho liquido como que eu vou saber tem mulher que n o sente dor tem mulher que n o estoura a bolsa E9 Interpreto que segundo Schutz dois conceitos s o marcantes nas falas Um deles refere se ao conhecimento social que os membros do endogrupo nesse caso o grupo de gestantes compartilham e que considerado natural bom e adequado para o momento final da gesta o O outro conceito est relacionado conduta tradicional em que o endogrupo expressa enunciados que consideram como v lidos apesar de serem inconsistentes relevante nas falas das gestantes o conhecimento acerca de o que me faz compreender que o grau de clareza e precis o difere entre as mulheres essas diferen as individuais constituem se em um elemento comum A linguagem e o pensar habitual pr constitu dos socialmente carregam em si um horizonte aberto de conte dos inexplorados Podemos ent o interpretar que o conhecimento referente ao trabalho de parto revela se incompleto e fragment rio A incerteza quanto ao in cio do trabalho de parto intensificada na medida em que na busca do seu estoque de conhecimento adquirido as mulheres encontram situa es diferentes daquela que vivenciaram ou que armazenaram em sua bagagem de conhecimento atrav s da transmiss o cultural O curso do trabalho de parto depende de muitas vari veis cada uma diferindo n o s de mulher para mulher mas tamb m en
324. u falei assim vou tomar um buscopan vou ficar tomando bucopan at quando Ai eu tomei n ai eu fiquei em casa mas continuava com aquela dor ai no outro dia de manh eu fui no posto no m dico que me atende la no posto e ele falou assim porque voc n o entra com um processo contra ele do jeito que ele te atendeu porque eu falei assim ah doutor eu n o sei se eu tenho liquido e ele falou assim como n o sabe Vc n o m e e eu falei eu sou m e mas a primeira vez como que eu vou saber tem mulher que n o sente dor tem mulher que n o estoura a bolsa ai ele falou assim eu n o posso te fazer nada e me deixou na sala e foi atender outras pacientes ele nem terminou de me atender eu fiquei suuuper brava e vim embora com dor e cada vez mais forte E hoje eu fui l de novo e falei doutor eu n o vou pro HM eu quero ir pra gota quero outro m dico diferente quero ver o que realmente ta acontecendo S que ate agora n o tem nenhuma explica o n o vou ficar internada mas se meu bebe ta bem por dentro ou n o eu n o sei s sabe que o cora o ta batendo e fica ai esperando exame de urina E o que eu falei eu n o vou sair daqui ate quando n o ver meu nen Me preocupo com o nen Eu fico em segundo lugar mas primeiramente meu filho S deus sabe faz muito tempo que eu tenho o sonho de ser m e e gra as a Deus ele me privilegiou de ser entendeu ainda mais um menino Eu comecei a sentir dor no comecinho de maio
325. u que n o nasce das minhas colegas que t o gr vidas la do posto todos j nasceram s o meu que n o at a mo a que trabalha la no mercado falou o loco a sua mulher que engravidou primeiro do que eu eu ganho agora em julho e da sua mulher ainda n o nasceu o louco isso me deixa angustiada ta todo mundo na expectativa a fam lia inteira n o v a hora E9 eu quero muito que minha filha nasce logo ta todo mundo ansioso toda hora algu m pergunta n o nasceu ainda E essa menina quando vai nascer E ai voc tem que ficar explicando que ainda n o nasceu eu sai de casa com a ambul ncia minhas vizinhas falaram ah bom parto boa hora e essas coisa assim agora eu volto pra La de novo e amanh tem que ficar dando explica es tal muito chato cada vez eu vou ficando mais ansiosa E8 porque voc fica na expectativa n voc e todo mundo que ta l n te esperando n A todo mundo que viu a ambul ncia chegando vai falar U Categorias Concretas do vivido 142 M u n o foi ganhar Hoje vc n o tava com dor E acha que eu vim passear aqui em Mar lia E o irm ozinho ele sabe que eu vim ganhar o irm ozinho e agora eu chego sem ele n eu falei pra ele quando eu tava saindo de casa 6 filho a mam e vai buscar seu irm ozinho pra ele ficar bonzinho E agora o que eu vou falar pra ele a mam e mentiu n o vai mais trazer o irm ozinho ele vai choro ele vai ficar pergu
326. ua pessoa Atrav s da utiliza o deste conceito as a es dos sujeitos de pesquisa podem ser interpretadas atrav s de tr s tipos indiretos de abordagem A primeira delas colocar se no lugar do outro e com isto compreender o que passa na a o de um sujeito quando age a segunda revela que a partir de informa es sobre as a es costumeiramente desenvolvidas as pessoas podem saber como outra procederia naquela situa o a terceira a partir da a o em curso conseguir interpretar o que est acontecendo na a o desempenhada Na coompreens o de Schutz o sujeito social em sua a o social visando a mudan as requer a compreens o do fundamento da subjetividade pois o mundo social constitu do por meio da comunica o e da a o intersubjetiva dos sujeitos significativos envolvidos nesta intera o como um objeto em si com caracter sticas independentes dos indiv duos que as experimentam ATITUDE NATURAL Schutz ao focalizar o mundo da vida de v rios ngulos analisou a atitude natural como sendo a que ajuda o homem a operar no mundo da A fenomenologia Social de Schutz 60 vida Uma postura essencialmente pragm tica acima de tudo utilit ria e supostamente realista A atitude natural a maneira pela qual o indiv duo experiencia o mundo intersubjetivo seja o mundo do senso comum mundo da vida di ria ou mundo cotidiano O mundo do senso comum a cena e o cen rio da a
327. ue eu venho eu vim ontem e vim s bado h 4 dias Ontem eu comecei a sentir dor as 2 horas da tarde a eu peguei e vim pra ca com ele marido e a eles me mandaram embora e a eu fui pra casa ainda com aquela mesma dor REFERE J TER COMPARECIDO OUTRAS VEZES AO SERVI O e eu n o quero ir embora n o ir e voltar ir e voltar n o da certo n o REFERE O INCOMODO QUE SENTE COM AS IDAS E VINDAS Aqui eu fico mais despreocupada se acontecer alguma coisa tem gente que ja sabe o que fazer de repente se a bolsa estoura o nen quer nascer Eu estando aqui aqui tem todos RELATA DESEJO DE FICAR INTERNADA E O ASSOCIA A EQUIPE PREPARADA E AOS RECURSOS PARA O ATENDIMENTO E AFIRMA QUE FICA MAIS TRANQUILA MESMO Ap ndice 211 Os recursos pra ele e tal ela sogra fala pra eu ficar aqui que n o quer que eu fique sozinha ja pensou nascer na rua eu ficaria em p nico em casa n o pelo amor de Deus eu prefiro ficar aqui Eu queria ficar aqui j porque se acontecer alguma coisa pelo menos se ficar aqui e acontecer alguma coisa tem gente pra ajudar n tem as enfermeiras tudo e l que eu fico sozinha E melhor eu ficar aqui E eu vou ficar aqui nem que eu tiver que chorar implorar eu n o vou at a ambul ncia chegar pra buscar n s esse rem dio j vai perder o efeito e vai come ar tudo de novo que que adianta eu chegar e
328. uei num hospital tenho medo da inje o do cortinho que d o pra nascer Agora eu vou espera a dor apertar mesmo tipo assim a hora que ficar assim forte ai eu venho n porque ai eles n o v o me mandar pra casa Ap ndice 181 ENTREVISTA N 1 Unidades de significados transformadas do discurso UNIDADES DE SIGNIFICADO REDUCAO 1 Bom eu achei que tava em trabalho de parto n mas eles falaram que nao ta na hora e u num tinha certeza mesmo se tava na hora mas ai eu fiquei com medo n vai que ta na hora e eu fico aqui esperando n e a passa da hora 1 REFERE QUE IMAGINOU ESTAR EM TRABALHO DE PARTO MAS NAO TINHA CERTEZA SE ERA A HORA DE IR PARA A MATERNIDADE MAS QUE SENTIU MEDO DAS CONSEQUENCIAS DE ESPERAR E PASSAR DA HORA 2 sei la a gente escuta tantas coisas n falam que o bebe passa da hora ai ele engole o liquido com a filha da minha prima aconteceu isso ela ficou esperando esperando e quando chegou a menina j tinha engolido aquele liquido n o sei aquele cocozinho do nen no l quido quase que ela perdeu a menina ficou um temp o na UTI com aqueles tubinhos ai a gente fica com medo n acho que eu nem tenho tanto medo das dor eu tenho medo que ele n o venha com sa de 2 REFERE TER RECEBIDO A INFORMA O DE QUE SE A PROCURA PELA MATERNIDADE FOR POSTERGADA PODE ACARRETAR GRAVES CONSEQUENCIAS AO FETO COMO A S NDROME DA ASPIRA O DE ME
329. ui do hospital at quando voc s verem o que ta acontecendo com meu filho ai fizeram o ultrassom e viram que o bebe tava com o cord o umbilical a o nen tinha cagado ai na hora eles decidiram fazer a ces rea gra as a deus ela ta bem e o nen Eu moro com meu marido ele que vem me trazer direto junto com a ambul ncia na gota a primeira vez mas nos outros hospitais j foi mais de 10 vezes j nossa no da Mulher Nossa na ultima vez que levaram eu no da mulher o doutor me atendeu s que ele me atendeu de uma forma bruta ele falou que nem eu tava falando pra voc n ele falou na ignor ncia comigo e eu tive que falar na ignor ncia com ele tamb m eu comecei tamb m falar num tom alto nisso ele apertava minha barriga apertava mesmo e eu falei Dr to com dor n ainda o senhor aperta ele falou assim n o ta na hora vai embora e n o pra tomar mais nada esse nen pode nascer a qualquer momento mas seria bom ele nascer com 37 38 semanas n o me passou nem um rem dio pra dor acho que ele tava era dormindo e ficou com raiva de me atender ele tava assim com a cara amassada de sono e a eu cheguei em casa com aquela dor forte aquela dor a minha m e falou assim Rosana do c u volta pro hospital pra voc tomar um rem dio ai eu falei assim n o vou n o com aquele doutor est pido nem olha na cara da gente fica tirando uma da nossa cara parecia que tava querendo folgar n o queria trabalhar a e
330. ulta deve ser realizada antes da 12 semana gestacional As consultas devem idealmente ser mensais no primeiro e segundo trimestre quinzenais da 30 a 372 semana e semanais at o termo Durante a gravidez a gestante apresenta uma s rie de necessidades que a consulta de enfermagem precisa contemplar como a necessidade de educa o e orienta o em rela o as modifica es corporais prepara o para o trabalho de parto o pr prio parto e a assist ncia ao rec m nascido Os pr natalistas desempenham um papel fundamental como educadores proporcionando a gr vida informa es valiosas que a ajudar o nessa fase fisiol gica que guarda muitas peculiaridades Sendo o pr natal o melhor momento para obter informa es sobre a gravidez parto e cuidados com o RN a partir do momento que leva em considera o os sentimentos e emo es necessidades e valores culturais da mulher o profissional de sa de estabelece com ela uma rela o de confian a Algumas mulheres buscam na assist ncia pr natal obter conhecimento explica es esclarecimento e apoio sobre o que acontece na gravidez e no parto incluindo os sinais e sintomas do trabalho de parto Quando estabelecido um canal aberto para a comunica o a gestante consegue expor suas d vidas seus anseios e medos favorecendo uma melhor capta o das necessidades reais por parte dos pr natalistas Os profissionais que assistem as gestantes devem estar preparado
331. upo influenciado pelos h bitos da fam lia que normalmente s o transferidos de m e para filha e caracterizam o agir durante esse processo Recebem ainda influ ncias do meio em que vive aumentando assim sua bagagem de costumes e atitudes relacionados a gravidez Partindo dessa significa o a gravidez considerada um fen meno s cio cultural caracterizado por viv ncias espec ficas A mulher prepara se Revis o da Literatura 27 para assumir o papel de m e no caso da prim para e as mult paras para exercer a maternidade mais uma vez 2 O car ter individual da gravidez est na forma nica de como cada mulher a vivencia em cada nova gesta o que recebe influencia de v rios fatores entre eles a hist ria pessoal os antecedentes gineco obst tricos momento hist rico da gravidez aceita o da gesta o pela gestante e fam lia condi es s cio economicas culturais e espirituais forma o educacional e o fato de estar ou n o realizando o pr natal O per odo gestacional apesar de ser um processo fisiol gico que representa a capacidade reprodutora inerente mulher traz ao organismo feminino uma s rie de mudan as As aten es no in cio voltam se as transforma es corporais e oscila es emocionais e posteriormente ao momento do parto As transforma es geradas pela gravidez podem gerar medo d vidas ang stias fantasias ou simplesmente curiosidade em saber o que acontece com o pr pr
332. va perdendo um liquido assim por baixo eu n o tava com dor n o mas minha calcinha tava ficando toda molhada molhada mesmo ai eu pensei acho que isso a bolsa que ta estourando ai eu vim e eles falaram que era s aquele corrimento aquela como chama aquela secre o da vagina sabe a hoje a ontem eu vim porque tava com dor tomei soro e fui embora foi assim a dor forte e a falta de ar eu pensei que ia morrer eu tava assim respirando rapidinho sabe assim tipo cachorrinho do jeito que a gente v nas novelas nos filmes sabe eu achei que assim passava mais a dor mas o menino me falou que foi isso que me deu dor de cabe a e tamb m o desmaio mas eu acho eu acho que foi a dor mesmo que eu senti Eu tamb m tava assim com tremedeira na perna assim n o conseguia controlar agora melhorou a dor ta mais fraca mas ainda ta doendo mas a dor de cabe a ta forte ainda eu queria mesmo era ficar aqui me sinto mais segura aqui sabe pelo menos eu n o fico com aquela tens o ai ser que vai ser hoje ser que amanh meu marido ta precisando fazer uma entrega no paran e ele fica adiando com medo que o nene nasce ele n o vai poder fazer nada mesmo mas sabe como ele quer estar junto quer me acompanhar to com medo de ir embora eu fico sozinha em casa meu marido trabalha na fazenda e demora muito pra ele chegar tenho medo que essa dor forte que eles falam tenho medo que da essa dor e eu to sozinha eu fico
333. vai indo pras costas depois para a das costas n o para n o mas a do p da barriga d i rapidinho 1 IDENTIFICOU O TRABALHO DE PARTO ATRAVES DAS DORES E DESCREVE A DOR COMO PROGRESSIVA E QUE SE INICIA EM REGI O DE BAIXO VENTRE UMA DOR LIMITANTE QUE IRRADIA PARA AS COSTAS TORNANDO SE CONSTANTE NESTE LOCAL J porque ela m e fala a dor uma c lica s que uma c lica forte e eu como j tinha c lica e ficava de cama ent o eu falei assim acho que aquilo JEu vim porque to com dor assim no p da barriga a quando foi hoje ter a feira minha m e trouxe eu no m dico tava muito forte a dor af passou ai ontem a dor piorou de ontem pra hoje piorou mais ai eu vim aqui RELATA QUE A MAE ASSOCIOU A DOR DE TRABALHO DE PARTO A UMA COLICA MENSTRUAL INTENSA E COMO ELA JA CONHECIA A DOR DA COLICA POR ESTA SER MUITO MAIS FORTE IMAGINOU SE TRATAR DA DOR DO PARTO MOTIVO QUE A FEZ PROCURAR PELA MATERNIDADE mas falaram que eu nao vou ficar que ainda nao aquela dor sabe aquela que precisa pra nascer entao eu to aqui esperando a ambul ncia pra voltar pra casa 4 RELATA QUE FOI INFORMADA DE QUE AS DORES QUE SENTE N O S O SUFICIENTES PARA O TRABALHO DE PARTO SE EFETIVAR E QUE FORA DISPENSADA Jeu vim semana passada aqui fizeram o exame de toque fizeram cardiotoco e mandaram eu embora Eu vou ter que voltar na quinta feira pra faze
334. vai ser hoje ser que amanh tenho medo que essa dor forte que eles falam tenho medo que da essa dor e eu to sozinha E7 Categorias Concretas do vivido 118 ela sogra fala pra eu ficar aqui que n o quer que eu fique sozinhaf e l que eu fico sozinha o que eu vou fazer meu marido trabalha a sogra trabalha Jeu s quero saber quem vai ficar comigo se eu n o for ficar aqui da um risco pra mim e pro bebe o que eu vou fazer sozinha eu mudei ali faz pouco tempo n o conhe o os vizinhos nem sei como chamam o que eu vou fazer melhor eu ficar aqui Se a dor pior que essa se essa j forte imagina a outra deve doer muito mais e eu sozinha n o vou conseguir nem me mexer nem sair do lugar J pensou voc ficar com essa dor bem pertinho bem curto o tempo uma da outra Eu j sei que demora mas Jem casa sozinha eu n o vou saber o que fazer l E5 JAi eu vou pra casa e come a a doer Da ultima vez que eu tava andando na rua eu senti uma dor n o forte que n o conseguia nem me mexer tive que sentar no ch o e meu marido ficar comigo ate a dor passar paralisou um lado n o mexia eu n o estava conseguindo nem respirar direito fiquei dura assim 6 parada nunca tive uma dor daquela ent o eu tenho medo que d de novo agora eu to la na minha casa 6 fico desde cedo ate tarde meu marido chega s a noite fica o dia inteiro no servi o eu fico o dia
335. vivido 146 Apoio social uma provis o do ambiente social e um importante aspecto de troca entre a pessoa e o mundo social um construto multidimensional definido como o conforto a assist ncia e ou informa es que algu m recebe de contatos sociais formais ou informais estando relacionado com a percep o que a pessoa tem do seu mundo social com as estrat gias para estabelecer v nculos e os recursos que lhe s o oferecidos bem como a prote o frente s situa es de risco fundamental ao longo do desenvolvimento humano tendo destaque durante per odos de transi o e de mudan as quando naturalmente s o exigidas adapta es e o indiv duo passa por situa es estressantes A disponibilidade de sistemas e de pessoas significativas que proporcionam apoio e refor o as estrat gias de enfrentamento do indiv duo diante das situa es de vida definida como rede de apoio social 38 A rede de apoio social pode incluir a fam lia extensa os amigos colegas de trabalho rela es comunit rias e servi os de sa de de credo religioso ou pol tico incluindo tanto as rela es ntimas como aquelas ocasionais classificado de acordo com o tipo de ajuda que fornecida e dividido em apoio dispon vel pessoas ou institui es dispon veis percebido quem a gestante percebe que lhe d apoio ou recebido quem de fato d apoio Uma outra classifica o segundo estes autores quanto ao tipo de apoio emoc
336. volvimento de contra es dolorosas e r tmicas que levam a dilata o do colo uterino considera se o seu in cio com 2 cm de dilata o cervical 5884725 Quando ocorrer perda de l quido Revis o da Literatura 39 amni tico associada a contra es uterinas e dilata o cervical o diagn stico de trabalho de parto pode ser firmado Durante a gesta o a fibra miometrial apresenta comportamento variado At a 30 semana a atividade uterina muito pequena As contra es est o presentes mas s o de baixa intensidade e s o localizadas em reas muito restritas do tero Ocasionalmente surgem as contra es de Braxton Hicks cerca de uma por hora a partir da 30 semana que apresentam maior intensidade por m ainda indolores Nesta fase as contra es s o incoordenadas ou seja o tero se contrai de forma desordenada Nas ltimas quatro semanas da gravidez pr parto h um acr scimo acentuado das contra es de Braxton Hicks que apresentam melhor coordena o e intensidade al m de se difundirem por rea maior do tero Neste per odo o tono pode se aproximar de 8 mmHg No parto a contra o uterina se faz de forma mais intensa e coordenada provocando dolorimento e a dilata o do colo uterino Na fase inicial da dilata o as contra es t m intensidade de 30 mmHg e frequ ncia de 2 a 3 em 10 minutos No final da dilata o a intensidade alcan a 40 mmHg e a frequ ncia 4 10 minutos No per

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