Home

ações afirmativas, cotas e a inserção de acadêmicos

image

Contents

1. as identidades s o pontos de apego tempor rio que as pr ticas discursivas constroem para n s Ent o pode ser nas institui es de ensino superior e mediante a sua intera o com o outro que essas identidades se consolidam nesses locais de edifica o do saber A respeito da estrutura do texto o Cap tulo I apresenta reflex o sobre a es afirmativas IES e acad micos ind genas na Am rica Latina com um olhar hist rico relacionando as a seus contextos Apresento tamb m um gr fico atualizado das Institui es P blicas de Ensino Superior que desenvolvem a es afirmativas para estudantes de escolas p blicas de baixa renda afrodescendentes e ndios Nessa mesma perspectiva registro quadro geral das IESPs que trabalham com licenciaturas interculturais O Cap tulo II debate sobre os instrumentos jur dicos internacionais e nacionais os povos ind genas cultura identidade e a escola diferenciada Abordo dados quantitativos de localiza o da realidade ind gena no pa s e em Mato Grosso do Sul em rela o UEMS e seu compromisso para com a sociedade sul mato grossense que discuto a respeito das a es afirmativas e cotas aos ndios em seus cursos No que diz respeito ao Cap tulo III enfatizo amostras coletadas junto aos sujeitos cotejando as com aporte te rico de autores vinculados aos estudos culturais como Ferre 2001 Dayrell 1996 Gusm o 2003 Silva 2007 Brand 2008 Nascimento 200
2. Assim tendo em vista o tem rio proposto pela III Confer ncia Mundial Contra o Racismo h que se ter mente n o uma hierarquiza o das diversas modalidades de discrimina o e ou intoler ncia todas s o igualmente odiosas moralmente conden veis e devem ser punidas com igual rigor Fixado este pressuposto este relat rio agrega os grupos de v timas de discrimina o adotando como baliza a sujei o direta ao racismo discrimina o racial ou intoler ncia 183 racial religiosa Agrega igualmente grupos vitimados por discrimina o agravada isto grupos de indiv duos afetados por discrimina o racial associada discrimina o de sexo g nero porte de defici ncia e orienta o sexual Medidas legislativas antidiscrimina o Expressando in dito reconhecimento da relev ncia social da problem tica da discrimina o e em aten o press o das entidades populares a Constitui o de 1988 n o apenas consagrou um amplo leque de direitos como tamb m impulsionou um processo nacional marcado pela edi o de normas program ticas e normas de conduta destinadas ao enfrentamento do racismo e ou promo o da igualdade e da toler ncia nas esferas estadual e municipal Com efeito decorrente da pr pria compet ncia legislativa atribu da aos estados e munic pios e expressando uma incessante e criativa busca de instrumentos eficazes no enfrentamento da discrimina o as normas de direito municipal e
3. cidade Supletivo ou EJA aldeia cidade Outros 3 EIXO ESTRUTURA FAMILIAR a Renda mensal familiar At R 600 00 De R 600 00 a R 1 000 00 De R 1 000 00 a R 2 200 00 Outra b Voc contribui para a renda familiar de alguma forma Sim Como N o c Neste per odo em que est estudando voc reside na aldeia sozinho na aldeia com a fam lia na cidade com parentes na cidade sozinho na cidade com amigos Outros Onde 4 EIXO AS COTAS a O sistema de cotas importante para o ind gena ingressar no ensino superior N o Sim Por qu c Voc discutiu sobre as a es afirmativas as pol ticas de cotas em alguma disciplina do seu curso Qual foi a sua opini o d Qual a sua posi o diante da discuss o sobre a reserva de cotas para o acesso dos ind genas UEMS 121 5 EIXO IDENTIDADE CULTURA ENTREVISTA a Como voc se v na sua gradua o b Como voc se sente como ndio na universidade c O que est aprendendo na UEMS possibilita intera o com o conhecimento adquirido pela sua etnia d Como s o as suas participa es nas aulas da gradua o semin rios confer ncias e outros durante sua estada na universidade fazem de voc uma outra pessoa e Os seus professores na rela
4. o com os povos ind genas adotar o as medidas apropriadas inclu das medidas legislativas para alcan ar os fins da presente Declara o Artigo 39 Os povos ind genas t m direito assist ncia financeira e t cnica dos Estados e por interm dio da coopera o internacional para a realiza o dos direitos enunciados na presente Declara o Artigo 40 Os povos ind genas t m direito a procedimentos equitativos e justos para a solu o de controv rsias com os Estados ou outras partes e a pronta decis o sobre estas controv rsias assim como a uma repara o efetiva de toda les o de seus direitos individuais e coletivos Nestas decis es se levar o devidamente em considera o os costumes as tradi es as normas e os sistemas jur dicos dos povos ind genas interessados e as normas internacionais de direitos humanos Artigo 41 Os rg os e organismos especializados do sistema das Na es Unidas e outras organiza es intergovernamentais contribuir o plena realiza o das disposi es da presente Declara o mediante a mobiliza o entre outras coisas da coopera o financeira e da assist ncia t cnica Estabelecer se o os meios de assegurar a participa o dos povos ind genas em rela o com os assuntos que lhes digam respeito 151 Artigo 42 As Na es Unidas seus rg os inclu do o Foro Permanente para as Quest es Ind genas e os organismos especializados particularmente em n vel local as
5. o de Schmidt o ideal seria a participa o dos ind genas em todos os cursos disponibilizados pelas institui es de ensino Dessa forma estaremos intensificando as pol ticas afirmativas especificamente no que concerne s demandas desse grupo Outro empecilho seria com a contrata o dos funcion rios pois todos deveriam ser ndios Afirmam que para a universidade ser ind gena dever ter professores e reitores ndios Certamente ainda n o h quadro suficiente para isso por n o existirem profissionais formados para preencher tais vagas J se discute nas organiza es ind genas a educa o superior ind gena adequada s especificidades de cada etnia uma vez que almejam uma universidade capaz de elaborar meios de acesso e perman ncia de seus alunos ndios A maioria dos ind genas que responderam aos question rios v as cotas como uma a o importante para eles pois por meio delas podem ingressar no ensino superior Afirmaram eles Enquanto o nosso sistema educacional n o melhorar precisamos deste sistema para nos ajudar Question rio n 03 Antes das cotas a presen a dos ndios nas universidades eram poucas Question rio n 04 Porque aumenta a oportunidade de ingressar na faculdade Question rio n 05 Enquanto n o houver outra pol tica para o ingresso de ind genas nas universidades p blicas creio que isso importante Question rio n 07 Porque a nica ajuda que o governo nos d e uma nova
6. o de pol ticas destinadas a corrigir as distor es respons veis pela desiguala o de direitos entre homens e mulheres Lei 8 112 90 que prescreve em art 50 2 cotas de at 20 para os portadores de defici ncias no servi o p blico civil da uni o Lei 8 213 91 que fixou em seu art 93 cotas para os portadores de defici ncia no setor privado Lei 8 666 93 que preceitua em art 24 inc XX a inexigibilidade de licita o para contrata o de associa es filantr picas de portadores de defici ncia e Lei 9 504 97 que preconiza em seu artigo 10 2 cotas para mulheres nas candidaturas partid rias A respeito das referidas cotas para mulheres assim se manifestou o Tribunal Superior Eleitoral Vinte por cento no m nimo das vagas de cada partido ou coliga o dever o ser preenchidas por candidaturas de mulheres Tal texto do par grafo 3 do art 11 da Lei 9 100 95 n o incompat vel com o inciso I do art 5 da Constitui o TSE Recurso Especial no 13759 Rel Nilson Vital Naves 10 12 96 Resta evidenciado como se v o fato de que a Constitui o de 88 e seus desdobramentos infraconstitucionais passaram a prescrever uma nova modalidade de discrimina o a discrimina o justa o que resultou num alargamento substantivo do conte do sem ntico do princ pio da igualdade bem como na amplia o objetiva das obriga es estatais em face do tema Vale dizer que o sistema constitucio
7. UEMS 130 131 ANEXO E Declara o de princ pio sobre a toler ncia aprovada pela Confer ncia Geral da UNESCO em sua 28 reuni o Paris 16 de novembro de 1995 Os Estados Membros da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura reunidos em Paris em virtude da 28 reuni o da Confer ncia Geral de 25 de outubro a 16 de novembro de 1995 Pre mbulo Tendo presente que a Carta da Na es Unidas declara N s os povos das Na es Unidas decididos a preservar as gera es vindouras do flagelo da guerra a reafirmar a f nos direitos fundamentais do homem na dignidade e no valor da pessoa humana e com tais finalidades a praticar a toler ncia e a conviver em paz como bons vizinhos Lembrando que no Pre mbulo da Constitui o da UNESCO aprovada em 16 de novembro de 1945 se afirma que a paz deve basear se na solidariedade intelectual e moral da humanidade Lembrando tamb m que a Declara o Universal dos Direitos do Homem proclama que Toda pessoa tem direito liberdade de pensamento de consci ncia e de religi o art 18 de opini o e de express o art 19 e que a educa o deve favorecer a compreens o a toler ncia e a amizade entre todas as na es e todos os grupos tnicos ou religiosos art 26 Tendo em conta os seguintes instrumentos internacionais pertinentes notadamente e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Pol ticos e o Pacto
8. ado o pelo Governo Federal de medidas program ticas para o desenvolvimento sustent vel dos Povos Ind genas com acesso aos novos conhecimentos de prote o e crescimento econ mico e social inclusive o manejo dos recursos naturais e minerais promo o pelo Governo Federal de censos populacionais ind genas inclu dos os portadores de defici ncia f sica para o desenvolvimento de pol ticas p blicas compat veis cria o e implanta o pelo Minist rio da Defesa de um c digo de conduta para a normatiza o e disciplinamento da presen a militar em terras ind genas em especial com rela o s mulheres ind genas ratifica o e implementa o dos tratados internacionais que garantam direitos ind genas como a Conven o 169 da OIT a Declara o Universal dos Direitos Ind genas da ONU e Declara o da OEA promo o da participa o ind gena por meio de suas organiza es nos processos de discuss o e implementa o de pol ticas p blicas para os ndios em todos os n veis de a es governamentais cria o de um F rum Permanente sobre Direitos Origin rios Afro Ind genas o estabelecimento de pol ticas educacionais que possibilitem a perman ncia de estudantes ind genas nas universidades Notas explicativas 1 O Comit Nacional estabelecido por Decreto Presidencial de 08 09 2000 presidido pelo Secret rio de Estado dos Direitos Humanos Embaixador Gilberto Saboia e tem a seg
9. diversos e de n s os normais os capacitados os iguais produzindo dois tipos de identidade a identidade dos assim considerados normais e a identidade dos outros os anormais Hall apud BAUMAN 2005 observa que a diversidade cultural o destino do mundo moderno sendo o absolutismo tnico uma caracter stica que j n o tem tanto valor na 3 32 X Pe E S p s modernidade No entanto o maior perigo s o as novas e velhas formas de identidade 32 A met fora que separa e distancia a modernidade s lida da modernidade l quida criada pelo soci logo polon s Zigmunt Bauman talvez seja das mais ilustrativas e inteligentes maneiras de designar o que seja o p s moderno uma realidade amb gua e multiforme Para Bauman 2001 na modernidade s lida que vivemos at meados dos anos 80 havia certo comprometimento com o conjunto dos dizeres e saberes da vida social isto a possibilidade de fazer planos desenhar projetos de vida de fam lia e de sociedade estava no campo da pr pria modernidade A antiga solidez de nossas rela es humanas e sociais foi cedendo espa o sua pr pria liquefa o permitindo que a forma antes considerada duradoura das coisas essenciais de nossa experi ncia coletiva se adaptasse s novas e incessantes exig ncias de uma realidade de profunda acelera o de conting ncias de superabund ncia de informa es de desperd cio de viveres e conviveres l giido p s moderno n
10. ndios A adapta o seria mais f cil e compreensiva Em seu artigo publicado no Correios Brasiliense Rodrigo Couto afirma que o secret rio da Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade do Minist rio da Educa o SECAD MEC Arm nio Schmidt rebate as cr ticas de Gersem Baniwa dizendo que o governo federal tem se esfor ado na busca de um ambiente ideal n o s para os ind genas mas para outras minorias Recebemos muitas reivindica es de acesso e manuten o inclusive essa proposta de cria o de universidades espec ficas Na avalia o do MEC ainda n o o momento de setorizar o ensino superior Temos que investir em diversidade Criar um estabelecimento somente para ndios hoje seria talvez um processo inverso do que estamos fazendo mesmo respeitando as demandas desse grupo 3 COUTO Rodrigo Estudo aponta que 20 dos universit rios ndios n o conseguem concluir a faculdade no pa s Dispon vel em lt http www correiobraziliense com br app noticia182 2009 09 13 brasil i 141775 ESTUDO APONTA QUE 20 DOS UNIVERSITARIOS INDIOS N AO CONSEGUEM CONCLUIR A FACULDADE NO PAIS shtml gt Acesso em 23 dez 2009 3l Observat rio de Direitos Ind genas Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas ODIN CINEP Trata se de levantamento de car ter in dito realizado pelo CINEP 2009 92 Para Arm nio Schmidt criar universidades para ind genas seria como formar guetos Com base na afirma
11. o dos diretos e as liberdades dos povos ind genas e no desenvolvimento de atividades pertinentes do sistema das Na es Unidas nesta esfera Reconhecendo e reafirmando que as pessoas ind genas t m direito sem discrimina o a todos os diretos humanos reconhecidos no direito internacional e que os povos ind genas possuem direitos coletivos que s o indispens veis para sua exist ncia bem estar e desenvolvimento integral como povos Reconhecendo tamb m que a situa o dos povos ind genas varia segundo as regi es e aos pa ses e que se deve ter em conta a significa o das particularidades nacionais e regionais e das diversas tradi es hist ricas e culturais Proclama solenemente a Declara o das Na es Unidas sobre os direitos dos povos ind genas cujo texto representa a seguir como ideal comum que deve perseguir com um esp rito de solidariedade e respeito m tuo Artigo 1 Os ind genas t m direito como povos ou como pessoas ao desfrute pleno de todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais reconhecidas pela Carta das Na es Unidas a Declara o Universal de Direitos Humanos e a normativa internacional dos direitos humanos Artigo 2 Os povos e as pessoas ind genas s o livres e iguais a todos os demais povos e pessoas e tem direito a n o serem objeto de nenhuma discrimina o no exerc cio de seus direitos que esteja fundada em particular em sua origem ou identidade ind gena Artigo 3 Os
12. 2000 p 82 a demarca o de fronteiras entre um n s acad micos ndios e um eles n o ndios resultado e ao mesmo tempo afirma e reafirma rela es de poder em opera o A demanda dos ind genas n o se restringe ao acesso e perman ncia mas desafia as IES para um di logo intercultural um di logo de saberes BRAND NASCIMENTO 2008 p 128 Hall 2003 aponta para o fato de que o sistema colonial fez muitas mudan as na vida das pessoas e marcou para sempre as sociedades dominadas Foram muitas as experi ncias de domina o em cada territ rio que o colonizador aportava A diversidade era pretexto para a imposi o de valores de costumes culturais A diferen a se constitui nesses casos em amea a e deixa de ser uma possibilidade de crescimento A coloniza o reconfigurou o terreno de tal maneira que desde ent o a pr pria ideia de um mundo composto por identidades isoladas por outras culturas e economias separadas e auto suficientes tem tido que ceder a uma variedade de paradigmas destinados a captar essas formas distintas e afins de relacionamento interconex o e descontinuidade Ent o perguntei ser que os professores nas suas rela es com o acad mico ind gena valorizam sua cultura identidade e estabelecem di logos entre o conhecimento dele e o acad mico No princ pio a gente veio buscar isso Entender a legisla o e o direito do ndio S que na realidade dentro d
13. Acesso em 20 jan 2010 33 convida um ind gena para gerir tais iniciativas b Institui o de Educa o Superior aut noma sistema privado e origin rio do pr prio movimento ind gena Estas s o chamadas de Universidade Aut noma Ind gena Multicultural e Multil ngiie c Sistema internacional associativo Universidade Ind gena Multicultural e Multil ngiie cujas ideias tiveram in cio com as C tedras Ind genas Itinerantes redes de universidades da Am rica Latina que promovem cursos dist ncia Nestas universidades h estrutura e at projetos em comum a exemplo disso as Institui es de ensino articuladas e dirigidas pelas comunidades Ensino por meio da pesquisa sem disciplinas ou mat rias Elabora o coerente dos projetos pol ticos pedag gicos Elabora o de textos espec ficos em livros Cds e outros materiais de forma coletiva e individual Utiliza o das novas tecnologias como novas formas de express o A avalia o dos alunos se faz em conjunto com o todo ou seja envolve a pr pria institui o de ensino os professores e a comunidade As organiza es ind genas locais e comunit rias s o as gestoras destas unidades Segundo as informa es do Instituto Socioambiental no Equador as propostas realizadas pela Universidade Amatay Wasi Conai que significa casa da sabedoria resultam de um intenso trabalho iniciado na d cada de 90 com um instituto de pesquisa cient fica ligado a uma univer
14. assegurar que os povos ind genas possam entender e fazer entender nas atua es pol ticas jur dicas e administrativas proporcionando para isto quando seja necess rio servi os de interpreta o e outros meios adequados Artigo 14 1 Os povos ind genas t m direito de estabelecer e controlar seus sistemas e institui es docentes que os eduquem em seus pr prios idiomas em conson ncia com seus m todos culturais de ensino e aprendizagem 2 As pessoas ind genas em particular as crian as ind genas t m direito a todos os n veis e formas de educa o do Estado sem discrimina o 3 Os Estados adotar o medidas eficazes junto com os povos ind genas para que as pessoas ind genas em particular as crian as inclu dos todos que vivem fora de suas comunidades tenham acesso quando for poss vel educa o em sua pr pria cultura e em seu pr prio idioma Artigol5 1 Os povos ind genas t m direito que a dignidade e diversidade de suas culturas tradi es hist rias e aspira es fiquem devidamente refletidas na educa o p blica e nos meios de informa o p blica 2 Os Estados adotar o medidas eficazes em consulta e coopera o com os povos ind genas interessados para combater os preju zos e eliminar a discrimina o e promover a toler ncia a compreens o e as boas rela es entre os povos ind genas e todos os demais setores da sociedade Artigo 16 1 Os povos ind genas t m direito a estabelec
15. com os quais possuem estreitos v nculos hist ricos e culturais Nos ltimos anos os Kinikinau reivindicam o reconhecimento de sua singularidade tnica e a reconquista de parte de seu territ rio tradicional 2 3 4 Kadiw u Esta etnia apresenta uma popula o de 1 629 indiv duos segundo dados da FUNASA 2006 Falam a l ngua Guaikuru S o conhecidos como ndios cavaleiros pela destreza na montaria Guardam em sua mitologia na arte e em seus rituais o modo de ser de uma sociedade hierarquizada entre senhores e cativos Guerreiros lutaram pelo Brasil na Guerra do Paraguai raz o pela qual como contam tiveram suas terras reconhecidas Conforme Silva apud VIEIRA 2008 a ltima demarca o de terras realizada em 1981 definiu a rea da Reserva Ind gena em 538 535 7804 ha e cercou se de muita tens o contra os invasores A atual reserva ind gena Kadiw u est situada entre a Serra da Bodoquena a leste e os rios Niutaca norte noroeste Nabilique oeste Paraguai sudoeste e Aquidab sul Entretanto poss vel afirmar que a popula o ind gena Kadiw u a nica no estado que manteve a posse de uma significativa extens o de terras o que lhes permite hoje melhores condi es de vida 13 2 3 5 Os Ofai Tamb m conhecidos por Ofai Xavante encontrados em Mato Grosso do Sul A FUNASA 2005 estima uma popula o de 61 ndios que falam a l ngua Ofay O povo ind gena Ofai apresenta tra os
16. cula realizada nas diversas universidades brasileiras Para ela trata se de um percentual pouco significativo de 0 1 Mesmo assim tem provocado desafios e ainda Questionamentos e inquieta es de car ter epistemol gico metodol gico pol tico e tico por colocar em pauta rela es como a colonialidade do saber a subalterna o do conhecimento e a produ o de um outro conhecimento o pensamento liminar que busca caminhar para uma outra l gica um pensar de uma outra l gica um pensar de uma outra maneira NASCIMENTO 2006 p 176 Penso que estar inserido profissionalmente no ensino superior p blico em determinado momento hist rico motivou me buscar na p s gradua o uma forma de compreender a ambi ncia do acad mico ind gena numa universidade p blica Para tanto realizei algumas frentes de buscas al m claro da fundamenta o te rica apresentada pelos professores e da montagem da base emp rica As a es afirmativas consistem em pol ticas p blicas e tamb m privadas voltadas concretiza o do princ pio constitucional da igualdade material e neutraliza o dos efeitos da discrimina o racial de g nero de idade de origem nacional e de complei o f sica Imposta ou sugerida pelo Estado por seus entes vinculados ou at mesmo por entidades puramente privadas elas visam a combater n o somente as manifesta es flagrantes de discrimina o de fundo cultural es
17. em a humanidade Fonte de interc mbios de inova o e de criatividade a diversidade cultural para o g nero humano t o necess ria como a diversidade biol gica para a natureza Nesse sentido constitui o patrim nio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gera es presentes e futuras Artigo 2 Da diversidade cultural ao pluralismo cultural Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas torna se indispens vel garantir uma intera o harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais a um s tempo plurais variadas e din micas assim como sua vontade de conviver As pol ticas que favore am a inclus o e a participa o de todos os cidad os garantem a coes o social a vitalidade da sociedade civil e a paz Definido desta maneira o pluralismo cultural constitui a resposta pol tica realidade da diversidade cultural Insepar vel de um contexto democr tico o pluralismo cultural prop cio aos interc mbios culturais e ao desenvolvimento das capacidades criadoras que alimentam a vida p blica Artigo 3 A diversidade cultural fator de desenvolvimento A diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha que se oferecem a todos uma das fontes do desenvolvimento entendido n o somente em termos de crescimento econ mico mas tamb m como meio de acesso a uma exist ncia intelectual afetiva moral e espiritual satisfat ria DIVERSIDADE CULTURAL E DIREITOS HUMAN
18. es Unidas Contra o Racismo Discrimina o Racial Xenofobia e intoler ncia Correlata Durban 31 de agosto a 07 de setembro de 2001 Apresenta o J em seu discurso de posse o Senhor Presidente da Rep blica Fernando Henrique Cardoso inaugurou uma nova etapa no tratamento dispensado pelo Estado brasileiro problem tica da discrimina o racial pela primeira vez na hist ria a autoridade m xima do pa s assumiu a exist ncia e relev ncia do problema racial e reconheceu a interlocu o pol tica do Movimento Negro brasileiro o que implicou na redefini o dos conte dos dos relat rios referentes aos tratados internacionais antidiscrimina o dos quais o Brasil signat rio j desde os anos sessenta Nesse sentido o processo preparat rio da participa o brasileira na III Confer ncia Mundial Contra o Racismo a Discrimina o Racial a Xenofobia e Intoler ncia Correlata que se realizar na cidade sul africana de Durban entre 31 de agosto e 07 de setembro de 2001 deflagrou um acalorado debate p blico em mbito nacional envolvendo tanto rg os governamentais quanto n o governamentais interessados em radiografar e elaborar propostas de supera o dos problemas pautados pela referida confer ncia Com vistas prepara o da participa o brasileira em Durban o Presidente da Rep blica estabeleceu um Comit Nacional composto paritariamente por representantes de rg os do Governo e da sociedade civil orga
19. gena afirmou na entrevista que poss vel valorizar o saber do ndio na academia e comentou 101 Tivemos uma palestra na rea da Astronomia falaram que os ind genas sabiam muito sobre as previs es e os dados do tempo antes mesmo de Galileu Entrevista n 09 Os ind genas acad micos pretendem reconstruir a sua cultura embora alguns segmentos da sociedade consideram na sem valor Desta forma para que eles permane am no mundo atuando com suas profiss es conscientes dos problemas sociais e sendo democr ticos utilizam dos conhecimentos as destrezas as tradi es atitudes e valores culturais que valorizam acima de qualquer outra coisa Nas entrevistas realizadas os alunos e alunas ndios afirmaram que poucos professores valorizam o conhecimento ind gena estabelecendo rela o com o conhecimento da academia E disseram ainda que alguns t m curiosidade e costumam perguntar dados relativos s suas culturas Outros apresentam apostila sem aprofundamento te rico Algo que preciso ter em conta que uma pol tica educacional que queira recuperar essas culturas negadas n o pode ficar reduzida a uma s rie de li es e unidades did ticas isoladas destinadas a seu estudo N o podemos cair no equ voco de dedicar um dia do ano luta contra o preconceito Um curr culo anti marginaliza o aquele em que todos os dias do ano letivo em todas as tarefas acad micas e em todos os recursos did ticos est
20. ncia necess ria entre os indiv duos e tamb m no mbito da fam lia e da comunidade A promo o da toler ncia e o aprendizado da abertura do esp rito da ouvida m tua e da solidariedade devem se realizar nas escolas e nas universidades por meio da educa o n o formal nos lares e nos locais de trabalho Os meios de comunica o devem desempenhar um papel construtivo favorecendo o di logo e debate livres e abertos propagando os valores da toler ncia e ressaltando os riscos da indiferen a expans o das ideologias e dos grupos intolerantes 134 3 3 Como afirma a Declara o da UNESCO sobre a Ra a e os Preconceitos Raciais medidas devem ser tomadas para assegurar a igualdade na dignidade e nos direitos dos indiv duos e dos grupos humanos em toda lugar onde isso seja necess rio Para tanto deve ser dada aten o especial aos grupos vulner veis social ou economicamente desfavorecidos a fim de lhes assegurar a prote o das leis e regulamentos em vigor sobretudo em mat ria de moradia de emprego e de sa de de respeitar a autenticidade de sua cultura e de seus valores e de facilitar em especial pela educa o sua promo o e sua integra o social e profissional 3 4 A fim de coordenar a resposta da comunidade internacional a esse desafio universal conv m realizar estudos cient ficos apropriados e criar redes incluindo a an lise pelos m todos das ci ncias sociais das causas profundas desses fen menos e das
21. o ajustar se aos interesses das comunidades ind genas Art 29 Col nia agr cola a rea destinada explora o agropecu ria administrada pelo rg o de assist ncia ao ndio onde convivam tribos acumuladas e membros da comunidade nacional Art 30 Territ rio federal ind gena a unidade administrativa subordinada Uni o institu da em regi o na qual pelo menos um ter o da popula o seja formado por ndios Art 31 As disposi es deste Cap tulo ser o aplicadas no que couber s reas em que a posse decorra da aplica o do artigo 198 da Constitui o Federal CAP TULO IV Das Terras de Dom nio Ind gena Art 32 S o de propriedade plena do ndio ou da comunidade ind gena conforme o caso as terras havidas por qualquer das formas de aquisi o do dom nio nos termos da legisla o civil Art 33 O ndio integrado ou n o que ocupe como pr prio por dez anos consecutivos trechos de terras inferior a cinq enta hectares adquirir lhe propriedade plena Par grafo nico O disposto neste artigo n o se aplica s terras do dom nio da Uni o ocupadas por grupos tribais s reas reservadas de que trata esta Lei nem s terras de propriedade coletiva de grupo tribal CAP TULO V Da Defesa das Terras Ind genas 164 Art 34 O rg o federal de assist ncia ao ndio poder solicitar a colabora o das For as Armadas e Auxiliares da Pol cia Federal para assegurar a prote o
22. o com voc Valoriza sua cultura sua identidade ind gena e estabelecem liga es com o conhecimento do ndio e o conhecimento acad mico Desconsidera sua cultura e identidade estabelecem igualmente a mesma rela o de conhecimento acad mico Outro f Analisando a sua experi ncia e a dos colegas acad micos ndios em que sentido a universidade mais interfere na vida de voc s AP NDICE B Roteiro de Entrevista Identidade Cultura a Sendo ndio como voc se sente na universidade b O que est aprendendo na UEMS possibilita intera o com o conhecimento adquirido pela sua etnia c Como s o as suas participa es nas aulas da gradua o semin rios confer ncias e outros Durante sua estada na universidade estes conhecimentos fazem de voc uma outra pessoa d Os seus professores na rela o com voc Valoriza sua cultura sua identidade ind gena e estabelecem liga es com o conhecimento do ndio e o conhecimento acad mico e Analisando a sua experi ncia e a dos colegas acad micos ndios em que sentido a universidade mais interfere na vida de voc s ANEXOS 124 ANEXO A Carta de apresenta o UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO UCDB Programa de P s Gradua o Mestrado em Educa o Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educa o Ind gena Mestrando Fernando Lu s Oliveira Ath
23. o do 2 O termo parente n o significa que todos os ndios sejam iguais e nem semelhantes Significa apenas que compartilham de alguns interesses comuns como os direitos coletivos a hist ria de coloniza o e a luta pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global LUCIANO p 30 31 2006 2 Para Luciano 2006 existe uma diferen a entre movimento e organiza o ind gena embora esta ltima fa a parte dele Organiza o ind gena a maneira pelo qual uma popula o de ndios organiza suas atividades seus objetivos e sua vida em comunidade Assim toda comunidade possui uma organiza o ou organiza es 59 espa o territorial dessa popula o O pa s demonstrou portanto que poss vel assegurar o direito tnico sem ferir a soberania nacional e garantiu a presen a desse princ pio no documento Ap s anos de coloniza o permeados de massacres escravid o repress o religiosa e cultural os ind genas reivindicam aten o governamental e exigem maior intera o com a popula o dominante impondo mais respeito e menos repress o pois desejam retomar suas culturas e formas coletivas de vida Neste sentido CRUZ et al 2007 ressalta a import ncia de valorizar o processo hist rico da territorialidade e suas implica es para os ind genas pois sem o uso da terra n o h possibilidade destas popula es seguirem com seu modo de vida A quest o territorial diz respeito portanto as s
24. o para a toler ncia para os direitos humanos e para a n o viol ncia Por conseguinte torna se necess rio dar aten o especial melhoria da forma o dos docentes dos programas de ensino do conte do dos manuais e cursos e de outros tipos de material pedag gico inclusive as novas tecnologias educacionais a fim de formar cidad os solid rios e respons veis abertos a outras culturas capazes de apreciar o valor da liberdade respeitadores da dignidade dos seres humanos e de suas diferen as e capazes de prevenir os conflitos ou de resolv los por meios n o violentos Artigo 5 Compromisso de agir Comprometemo nos a fomentar a toler ncia e a n o viol ncia por meio de programas e de institui es no campo da educa o da ci ncia da cultura e da comunica o 135 Artigo 6 Dia Internacional da Toler ncia g A fim de mobilizar a opini o p blica de ressaltar os perigos da intoler ncia e de reafirmar nosso compromisso e nossa determina o de agir em favor do fomento da toler ncia e da educa o para a toler ncia n s proclamamos solenemente o dia 16 de novembro de cada ano como o Dia Internacional da Toler ncia Aplica o da Declara o de Princ pios sobre a Toler ncia A Confer ncia Geral Considerando que em virtude da miss o que lhe atribui seu Ato constitutivo nos campos da educa o ci ncia ci ncias exatas e naturais como tamb m sociais cultura e comunica o a UNESCO tem o dev
25. o portadores de identidade de valores e sentido n o devem ser considerados como mercadorias ou bens de consumo como os demais Artigo 9 As pol ticas culturais catalisadoras da criatividade As pol ticas culturais enquanto assegurem a livre circula o das ideias e das obras devem criar condi es prop cias para a produ o e a difus o de bens e servi os culturais diversificados por meio de ind strias culturais que disponham de meios para desenvolver se nos planos local e mundial Cada Estado deve respeitando suas obriga es internacionais definir sua pol tica cultural e aplic la utilizando se dos meios de a o que julgue mais adequados seja na forma de apoios concretos ou de marcos reguladores apropriados DIVERSIDADE CULTURAL E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL Artigo 10 Refor ar as capacidades de cria o e de difus o em escala mundial Ante os desequil brios atualmente produzidos no fluxo e no interc mbio de bens culturais em escala 139 mundial necess rio refor ar a coopera o e a solidariedade internacionais destinadas a permitir que todos os pa ses em particular os pa ses em desenvolvimento e os pa ses em transi o estabele am ind strias culturais vi veis e competitivas nos planos nacional e internacional Artigo 11 Estabelecer parcerias entre o setor p blico o setor privado e a sociedade civil As for as do mercado por si s s n o podem garantir a preserva o e promo o da dive
26. racismo con referencia especial a los grupos vulnerables celebrado del 25 al 27 de octubre de 2000 en la Comisi n Econ mica para Am rica Latina y el Caribe CEPAL en Santiago Chile La reuni n dio lugar a la producci n de un documento presentado ante el Comit Preparatorio de la Conferencia Mundial contra El Racismo la Discriminaci n Racial la Xenofobia y las Formas Conexas de Intolerancia A CONF 189 PC 2 5 27 de abril de 2001 MATO 2009 p 40 Estes instrumentos legais de mbito internacional e regionais aliadas a com novas mentalidades tendem a respeitar e valorizar a diversidade cultural promovendo rela es interculturais De acordo com os dados emitidos por Genevi ve Meloche existe hoje uma respeit vel rede que congrega as mais diversas iniciativas que t m em comum a educa o ind gena nas Am ricas Trata se da Rede Interamericana de Forma o de Formadores em Educa o Ind gena RIF FOEN um cons rcio constitu do por universidades institui es p blicas e organiza es ind genas provenientes de sete pa ses e de cinco regi es da Organiza o Universit ria Interamericana OUD O quadro 1 e mapa 1 a seguir ilustram a composi o de na es vinculadas rede de ensino intercultural na Am rica Latina Respons vel pelo Programa das Redes Interamericanas de Forma o de Formadores em Educa o Ind gena RIF FOEJ Dispon vel em lt http www oui iohe org portugues colam gt Acess
27. s condi es t cnicas nomeadas Art 54 Os ndios t m direito aos meios de prote o sa de facultados comunh o nacional Par grafo nico Na inf ncia na maternidade na doen a e na velhice deve ser assegurada ao silv cola especial assist ncia dos poderes p blicos em estabelecimentos a esse destinados Art 55 O regime geral da previd ncia social ser extensivo aos ndios atendidas as condi es sociais econ micas e culturais das comunidades beneficiadas T TULO VI Das Normas Penais CAP TULO I Dos Princ pios Art 56 No caso de condena o de ndio por infra o penal a pena dever ser atenuada e na sua aplica o o juiz atender tamb m ao grau de integra o silv cola Par grafo nico As penas de reclus o e de deten o ser o cumpridas se poss vel em regime especial de semiliberdade no local de funcionamento do rg o federal de assist ncia aos ndios mais pr ximo da habita o do condenado Art 57 Ser tolerada aplica o pelos grupos tribais de acordo com as institui es pr prias de san es penais ou disciplinares contra os seus membros desde que n o revistam car ter cruel ou infamante proibida em qualquer caso a pena de morte CAP TULO II Dos Crimes Contra os ndios Art 58 Constituem crimes contra os ndios e a cultura ind gena I escarnecer de cerim nia rito uso costumes ou tradi o culturais ind genas vilipendi los ou perturbar de q
28. s vagas gerais CORDEIRO 2008 p 66 A proposta do Governo do estado assumiu maior dimens o quando sancionadas as leis de n 2 589 de 26 12 2002 e a lei n 2 605 de 06 01 2003 A primeira regulamentava reserva de vagas para ndios sem estabelecer percentual a outra disp e 20 das vagas para negros Para atender esta legisla o espec fica a institui o aprova o sistema de cotas por meio da Resolu o COUNI UEMS n 241 de 17 de julho de 2003 Art 1 As vagas ofertadas para o ingresso aos cursos de gradua o da Funda o Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul pelo processo de sele o ser o aprovadas e normatizadas pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o distribu das por curso obedecendo a seguinte propor o a setenta por cento aos aprovados que concorreram de forma geral b vinte por cento aos aprovados que concorreram s vagas ofertadas no regime de cotas para negros c dez por cento aos aprovados que concorreram s vagas ofertadas no regime de cotas para ndios A partir do Vestibular de dezembro de 2003 passou valer a reserva de 20 do total de vagas para estudantes negros de escolas p blicas e de 10 para ind genas definido pelo Conselho Universit rio Totalizando uma oferta de cento e sessenta e quatro 164 vagas para ndios j no primeiro ano de exist ncia da mesma O total de vagas oferecidas era de mil seis centos e quarenta 1640 computando se todos os cursos da UEMS O Quadro
29. se for necess rio elaborar uma nova legisla o a fim de garantir igualdade de tratamento e de oportunidades aos diferentes grupos e indiv duos da sociedade 2 3 Para a harmonia internacional torna se essencial que os indiv duos as comunidades e as na es aceitem e respeitem o car ter multicultural da fam lia humana Sem toler ncia n o pode haver paz e sem paz n o pode haver nem desenvolvimento nem democracia 2 4 A intoler ncia pode ter a forma da marginaliza o dos grupos vulner veis e de sua exclus o de toda participa o na vida social e pol tica e tamb m a da viol ncia e da discrimina o contra os mesmos Como afirma a Declara o sobre a Ra a e os Preconceitos Raciais Todos os indiv duos e todos os grupos t m o direito de ser diferentes art 1 2 Artigo 3 Dimens es sociais 3 1 No mundo moderno a toler ncia mais necess ria do que nunca Vivemos uma poca marcada pela mundializa o da economia e pela acelera o da mobilidade da comunica o da integra o e da interdepend ncia das migra es e dos deslocamentos de popula es da urbaniza o e da transforma o das formas de organiza o social Visto que inexiste uma nica parte do mundo que n o seja caracterizada pela diversidade a intensifica o da intoler ncia e dos confrontos constitui amea a potencial para cada regi o N o se trata de amea a limitada a esse ou aquele pa s mas de amea a universal 3 2 A toler
30. system news amp action read amp id 833 amp eid 310 http www missaosalesiana org br missoes php tipo institucional amp subcategoriald 14 http www rededesaberes neppi org apresentacao php http www correiobraziliense com br app noticial 82 2009 09 13 brasil i 141775 ESTUDO APONTA QUE 20 DOS UNIVERSITARIOS INDIOS NAO CONSEGUEM CONCLU IR A FACULDADE NO PAIS shtml AP NDICES 119 AP NDICE A Question rio utilizado para coleta de dados 1 EIXO IDENTIFICA O Curso S rie Unidade Per odo Sexo Idade Estado Civil a Qual sua etnia Guarani Terena Guarani Kaiw Kadiw u Kaiow Tupi Guarani Guat Ofai Outra RES A P pp PE b Reside na Aldeia Cidade c Concluindo seus estudos na universidade deseja voltar para a sua aldeia Jsim Jn o Justifique d Tem alguma religi o Sim Qual N o 2 EIXO ESCOLARIDADE a Que tipo de escola cursou o Ensino Fundamental Somente em escola particular confessional aldeia cidade Somente em escola p blica estadual municipal aldeia cidade A maior parte em escola particular aldeia cidade A maior parte em escola p blica aldeia cidade b Que tipo de escola cursou o Ensino M dio 2 Grau Ensino M dio aldeia cidade Magist rio aldeia cidade 120 Curso T cnico aldeia
31. tendo em vista a efetiva participa o desses ndios nos cursos regulares das universidades Na tentativa de estruturar mais amplamente as a es de governo para a educa o escolar ind gena o imperativo da forma o de professores ind genas gerou a composi o de um grupo de trabalho na Secretaria de Educa o Superior SESU com ampla participa o de organiza es ind genas de ONGs da FUNAI e de universidades Mas foi apenas com a entrada de Tarso Genro na gest o da pasta da Educa o que de fato houve um encaminhamento mais org nico e preciso quanto quest o Por um lado o convite a Nelson Maculan para a SESU propiciou uma maior sensibilidade s quest es ind genas com a contrata o como consultora via UNESCO de Renata G rard Bondim que estruturou um programa de a es para a educa o superior de ind genas apresentado no semin rio de 2004 e contido na presente publica o enfocando em especial mas n o s a meta governamental de 49 formar professores ind genas O lan amento do primeiro edital de apoio a iniciativas de forma o de ind genas no n vel superior o Programa de Forma o Superior e Licenciaturas Ind genas PROLIND fortemente marcado pela necessidade de formar e titular professores ind genas no terceiro grau mas com uma abertura para pensar na forma o de profissionais ind genas em outros cursos LIMA HOFFMANN 2004 p 13 14 Lima e Hoffmann 2004 p 16 o
32. tradi es costumes das comunidades ind genas e seus efeitos nas rela es de fam lia na ordem de sucess o no regime de propriedade nos atos ou neg cios realizados entre ndios salvo se optarem pela aplica o do direito comum Par grafo nico Aplicam se as normas de direito comum s rela es entre ndios n o integrados e pessoas estranhas comunidade ind gena executados os que forem menos favor veis a eles e ressalvado o disposto nesta Lei CAP TULO II Da Assist ncia ou Tutela Art 7 Os ndios e as comunidades ind genas ainda n o integrados comunh o nacional ficam sujeitos ao regime tutelar estabelecido nesta Lei 1 Ao regime tutelar estabelecido nesta Lei aplicam se no que couber os princ pios e as normas da tutela do direito comum independendo todavia o exerc cio da tutela da especializa o de bens im veis em hipoteca legal bem como da presta o de cau o real ou fidejuss ria 2 Incumbe a tutela Uni o que a exercer atrav s do competente rg o federal de assist ncia aos silv colas 8 S o nulos os atos praticados entre ndios n o integrados e qualquer pessoa estranha comunidade ind gena quando n o tenha havido assist ncia do rg o tutelar competente Par grafo nico N o se aplica a regra deste artigo no caso em que o ndio revele consci ncia e conhecimento do ato praticado desde que n o lhe seja prejudicial e da extens o dos seus efetivos Art 9 Qualqu
33. 1890 1930 do corte desenfreado de florestas para explora o de madeira 1920 1980 e mais recentemente as terras produtivas vem senso utilizadas por pastos para pecu ria e por monoculturas de cana de a car e ou soja Estas mudan as internas presentes em grande parte das aldeias Kaiow e Guarani correspondem ocupa o do espa o territorial ind gena pela coloniza o do n o ind gena No per odo da ocupa o os ndios foram expulsos maltratados assassinados e mortos por epidemias A viol ncia desse processo pode ser vista quando se analisa os per odos mais MSMT Miss o Salesiana de Mato Grosso Povo Guarani Kaiow Dispon vel em lt http www missao salesiana org br missoes php tipo institucional amp subcategoriald 14 gt Acesso em 5 out 2009 12 recentes da hist ria do povo Kaiow e Guarani 1940 1970 Neles percebe se que grande parte das aldeias Kaiow e Guarani no estado de Mato Grosso do Sul foi invadida por fazendeiros expulsando delas seus verdadeiros ocupantes BRAND 1997 2 3 3 Kinikinau Tamb m conhecidos por Kinikinao ou Guan Encontrados em Mato Grosso do Sul Segundo os dados da FUNASA 2005 possuem uma popula o de 250 indiv duos Sua l ngua a Aruak Houve tempo que ningu m mais falava na sua exist ncia Obrigados a renunciarem a sua identidade os Kinikinau foram convencidos pelo rg o indigenista oficial durante muito tempo a se autodeclararem ndios Terena
34. 2003 p 26 Percebe se que os apelos a princ pios morais de n o discrimina o e a argumentos jur dicos combinados com o movimento social est o aos poucos conseguindo implementar mudan as nas leis e nas atitudes da popula o estadunidense Como vimos a ideia de igualdade para a popula o exclu da teve sua emerg ncia como princ pio incontorn vel nos documentos constitucionais da popula o estadunidense Entretanto partir da d cada de 80 algumas pessoas de origem branca inconformadas com as pol ticas afirmativas come aram a se sentirem prejudicadas e est o buscando apoio legal por considerarem prejudicadas pelas atuais pol ticas que favorecem um grupo em detrimento de outro Em 1990 um novo aspecto a ser discutido esteve presente nos debates a cerca das a es afirmativas e no seio da sociedade estadunidense foram discuss es em torno dos 10 A liberdade n o suficiente N o apagamos as cicatrizes de s culos dizendo agora voc livre para ir aonde quiser e fazer o que desejar e escolher os l deres que lhe agradarem N o pegamos uma pessoa que por anos ficou presa por correntes e a libertamos a trazemos para o in cio da linha de partida de uma corrida e da dizemos voc est livre para competir com todos os outros e acreditamos que com isso fomos completamente justos N o suficiente apenas abrir as portas da oportunidade Todos nossos cidad os devem ter a habilidade necess r
35. 2004 Publicado em 2007 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br livros arquivos Desafios pdf gt Acesso em 29 out 2009 LIMA Antonio Carlos de Souza HOFFMANN Maria Barroso PERES Sidnei Clemente Notas sobre os Antecedentes Hist ricos das Ideias de Etnodesenvolvimento e de Acesso de Ind genas ao Ensino Superior no Brasil Dispon vel em lt http www trilhasde conhecimentos etcb br artigos artigo edu 00 htm gt Acesso em 29 out 2009 LOPES V nia Penha Universidade cotista de alunos a bachar is In FERES J NIOR Jo o ZONINSEIN Jonas Orgs A o afirmativa no ensino superior brasileiro Belo Horizonte Editora UFMG Rio de Janeiro IUPERJ 2008 LUCIANO Gersen dos Santos O ndio brasileiro o que voc precisa saber sobre os povos ind genas no Brasil de hoje Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade LACED Museu Nacional 2006 MAIA Marcus Org Manual de lingii stica subs dios para a forma o de professores ind genas na rea de linguagem Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade LACED Museu Nacional 2006 MATO GROSSO DO SUL Lei n 1 461 de 20 de dezembro de 1993 Cria o da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul MATO GROSSO DO SUL Lei n 2 589 de 26 de dezembro de 2002 Disp e sobre reserva de vagas na UEMS para ind genas Campo Gran
36. 6 a seguir ilustra um pouco mais Quadro 6 Processo seletivo de 2003 a 2006 Ano Cotas Vagas Inscri o Indeferimentos Concorr ncia Aprovados Matr cula Dezembro Vagas Gerais 1 148 8 648 o 8 977 7 287 1 337 de 2003 d genas 164 186 RE 186 116 67 Dezembro Vagas Gerais 1 218 9 482 o 9 988 7 602 1 372 de 2004 Ind genas 174 259 aaa 259 119 60 Dezembro Vagas Gerais 1 533 7 963 mio 8 543 5 938 1 879 de 2005 Ind genas 219 BE RR 331 97 97 Dezembro Vagas Gerais 1 211 6 558 7 018 5 087 1 457 de 2006 Ind genas 173 330 11 328 119 62 Fonte Cordeiro 2008 28 Os dados referentes nos vestibulares de 2003 a 2006 foram coletados no N cleo de Processo seletivo NUPS PROE UEMS CORDEIRO 2008 p 71 80 O Quadro 06 seis nos apresenta importantes informa es A universidade oferece no primeiro ano das cotas nas suas unidades universit rias um mil seiscentos e quarenta 1 640 vagas Deste total cento e sessenta e quatro 164 vagas foram destinadas aos candidatos ndios Tiveram um total de nove mil quatrocentos e noventa e nove 9 499 pessoas inscritas Nas vagas para os ind genas inscreveram cento e oitenta e seis 186 Cento e dezesseis 116 pessoas foram aprovadas e sessenta e sete 67 alunos tiveram a oportunidade de matricularem se em seus cursos escolhidos em fevereiro de 2004 No ano de 2003 a 200
37. Alagoas tenham cursado o Ensino M dio AE dis dedicado mulher negra em escolas p blicas UEMS E 20 alunos negros Lei estadual n 2 605 de 06 01 2003 UNIFESP S o Paulo 10 alunos negros Para egressos de escolas p blicas UEMG Minas Gerais a O Para egressos de escolas p blicas e UNIMONTES ORG comprovar car ncia financeira p blicas 23 reservado para negros UEG Goi s alunos de escolas p blicase 00000000000 deficientes Que estudaram em escolas p blicas UNEMAT Mato Grosso 25 negros ou pardos ou em particulares com bolsas ao Desse percentual 25 para UFJF Minas Gerais 50 alunos da escola p blica MEROS UFPA Par 50 alunos da escola p blica DEPE nal Sbc para negros Porcentagem cursos da rea da UEA Amazonas sa de para alunos do interior do estado UFABC S o Paulo putas par alimi osde peol Reserva para negros e ind genas p blica ESCS Piso 40 alunos de escolas p blicas Federal UFPE Pernambuco 20 alunos de escolas p blicas Rio Grande do 50 alunos de baixa renda VERGA Sul 10 deficientes o Fonte Cajueiro 2008 Como vimos o n mero de institui es que possuem a es afirmativas em territ rio nacional consider vel A seguir relacionamos aquelas que t m de alguma forma reserva de vagas para ind genas 52 Quadro 3 Institui es de ensino superior federais e es
38. Civil Art 12 Os nascimentos e bitos e os casamentos civis dos ndios n o integrados ser o registrados de acordo com a legisla o comum atendidas as peculiaridades de sua condi o quanto qualifica o do nome prenome e filia o Par grafo nico O registro civil ser feito a pedido do interessado ou da autoridade administrativa competente Art 13 Haver livros pr prios no rg o competente de assist ncia para o registro administrativo de nascimentos e bitos dos ndios da cessa o de sua incapacidade e dos casamentos contra dos segundo os costumes tribais Par grafo nico O registro administrativo constituir quanto couber documento h bil para proceder ao registro civil do alto correspondente admitido na falta deste como meio subsidi rio de prova CAP TULO IV Das condi es de trabalho Art 14 N o haver discrimina o entre trabalhadores ind genas e os demais trabalhadores aplicando se lhes todos os direitos e garantias das leis trabalhistas e de previd ncia social Par grafo nico permitida a adapta o de condi es de trabalho aos usos e costumes da comunidade a que pertencer o ndio Art 15 Ser nulo o contrato de trabalho ou de loca o de servi os realizados com os ndios de que trata o art 4 I Art 16 Os contratados de trabalho ou de loca o de servi os realizados com ind genas em processo de integra o ou habitantes de parques ou col nias agr colas
39. LESC Santa Catarida Ed pelos contida geral 008 CUn 2007 melhor classificados no vestibular Sistema Cidad o Presente para candidatos ind genas ser o UFSM Rio Grande do criadas at cinco novas vagas Vestibular Resolu o 011 2007 de Sul distribu das nos cursos de Geral 03 08 2007 gradua o em que houver procura Oferta de 10 vagas suplementares quelas ofertadas UFRGS Rio Grande do no concurso vestibular 2008 a Vestibular Decis o do CEPE Sul serem disputadas pelos espec fico n 039 2007 estudantes ind genas do territ rio nacional Portadores de defici ncia e a UNIMONTES Minas Gerais ind gena 5 de reserva em cada a m a curso Portadores de defici ncia e UEMG Minas Gerais ind gena 5 e em cada E e 2 Fonte Dados retirados do texto Os povos ind genas em institui es de ensino superior p blicas federais e estaduais do Brasil levantamento provis rio de a es afirmativas e de licenciaturas interculturais publicado por Rodrigo Cajueiro Dispon vel em lt www trilhasdeconhecimentos etc br educacao superior indigena arquivos tabelas gt Acesso em 3 ago 2009 53 Institui o Estado Descri o Sele o Amparo legal 01 vaga suplementar em cada a UFSCar S o Paulo curso de gradua o para pe ubilar Resolugan LEI E aos oE BAT AASA P geral de 05 11 2007 candidatos ind genas Para candidatos que optarem pelo sistema de cotas e que
40. a es que possam ampliar as oportunidades de negros e pardos no ensino superior brasileiro entendendo essa amplia o como uma efetiva o do desenvolvimento econ mico social pol tico cultural e tico da sociedade brasileira Moehlecke 2000 mapeou propostas de a es afirmativas voltadas para a popula o negra no Brasil e as considerou incipientes o debate pois j suscitava pol micas levando a quest es sobre o que s o essas a es onde existiam o que propunham entre outras Para ela a principal refer ncia seria a experi ncia norte americana hoje com mais de 40 anos e identificando naquele pa s as a es afirmativas com o sistema de cotas como foi o caso de alguns projetos de lei que visavam melhoria do acesso da popula o negra ao ensino superior Salientou ainda que pol ticas desse tipo est o sendo amplamente discutidas o que torna necess rio um debate mais detalhado e definindo seus limites Por meio da an lise do processo de den ncia reconhecimento e principalmente das formas de combate ao racismo observa se que as particularidades da realidade social pol tica econ mica e racial brasileira s o apreendidas na formula o de a es afirmativas que v o assumindo significados espec ficos No tocante ao ensino superior ind gena na Am rica Latina t m se as seguintes x ZAS 5 E a publica es Equipo Thakhi escreveu sobre Un camino hacia la educaci n superior para Dispon vel
41. adequadas adotando medidas penais cab veis e estabelecendo institui es nacionais para combater fen menos dessa natureza Art 26 A Confer ncia Mundial sobre Direitos Humanos insta os Estados e a comunidade internacional a promoverem e protegerem os direitos das pessoas pertencentes a minorias nacionais tnicas religiosas ou ling sticas em conformidade com a Declara o sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias tnicas Religiosas e Ling sticas Art 27 As medidas a serem tomadas devem incluir a facilita o de sua plena participa o em todos os aspectos da vida pol tica econ mica social religiosa e cultural da sociedade e no progresso econ mico e desenvolvimento de seu pa s No ano de 2001 v rias iniciativas foram tomadas por diversos movimentos sociais contra o racismo xenofobia e outros Todavia antes destas iniciativas Assembleia Geral da Organiza o das Na es Unidas ONU em 9 de dezembro de 1998 ligada decis o de 25 organizar uma confer ncia a Confer ncia Mundial contra o Racismo Discrimina o Racial Xenofobia e todas as formas de Intoler ncia j havia pensado na problematiza o destas quest es Na sua resolu o A RES 53 132 a Assembleia Geral indicou que estas observ ncias deveriam dirigir aten o mundial para os objetivos da Confer ncia Mundial e dar novo estatuto ao comprometimento pol tico como a elimina o do racismo discrimina o racial xenofobia e
42. as disposi es necess rias a fim de conferir ao Fundo Ind gena imunidades isen es e privil gios necess rios para o cumprimento de seus objetivos e a realiza o de suas fun es 157 Artigo 12 Modifica es 12 1 Modifica o do Acordo O presente Acordo s poder ser modificado por aprova o un nime da Assembleia Geral sujeita quando necess ria ratifica o dos Estados Membros Artigo 13 Disposi es Gerais 13 1 Sede do Fundo O Fundo Ind gena ter sua sede na cidade de La Paz Bol via 13 2 Deposit rios Cada Estado Membro designar seu Banco Central como deposit rio para que o Fundo Ind gena possa manter suas disponibilidades na moeda desse Estado Membro e outros ativos da institui o Se o Estado Membro n o tiver Banco Central dever designar de acordo com o Fundo Ind gena outra institui o para esse fim Artigo 14 Disposi es Finais 14 1 Assinatura e Aceita o O presente Acordo ser depositado na Secretaria Geral da Organiza o das Na es Unidas onde permanecer aberto para a assinatura dos representantes dos Governos dos Estados da regi o e de outros Estados que desejem ser Membros do Fundo Ind gena 14 2 Entrada em Vigor O presente Acordo entrar em vigor quando o instrumento de ratifica o tenha sido depositado conforme o par grafo 14 1 deste Artigo pelo menos por tr s Estados da regi o 14 3 Den ncia Todo Membro que tenha ratificado este Acordo poder
43. assist ncia ao ndio Art 46 O corte de madeira nas florestas ind genas consideradas no regime de preserva o permanente de acordo com a letra g e 2 do artigo 3 do C digo Florestal est condicionado exist ncia de programas ou projetos para o aproveitamento das terras respectivos na explora o agropecu rio na industria ou no reflorestamento T TULO V Da Educa o Cultura e Sa de Art 47 E assegurado o respeito ao patrim nio cultural das comunidades ind genas seus valores art sticos e meios de explora o Art 48 Estende se popula o ind gena com s necess rias adapta es o sistema de ensino em vigor no Pa s Art 49 A alfabetiza o dos ndios far se na l ngua do grupo a que perten am e em portugu s salvaguardado o uso da primeira Art 50 A educa o do ndio ser orientada para a integra o na comunh o nacional mediante processo de gradativa compreens o dos problemas gerais e valores da sociedade nacional bem como do aproveitamento das suas aptid es individuais Art 51 A assist ncia aos menores para fins educacionais ser prestada quando poss vel sem afast los do conv vio familiar ou tribal 166 Art 52 Ser proporcionada ao ndio a forma o profissional adequada de acordo com seu grau de cultura o Art 53 O artesanato e as ind strias rurais ser o estimulados no sentido de elevar o padr o de vida do ndio com a conveniente adapta o
44. circunscri o na qual estivessem instalados Note se que o termo toler ncia embora com eles n o se confunda guarda manifesta similaridade com os preceitos constitucionais do pluralismo pol tico art lo V e do pluralismo de ideias art 206 VI De outra parte a despeito de sua ineg vel inadequa o para qualificar a intera o humana n o se pode esquecer que o sistema jur dico brasileiro a ele se refere especificamente para indicar absten o de hostilidades em rela o diversidade Desse teor a norma do art 30 da Lei 9 394 96 a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o O ensino ser ministrado com base nos seguintes princ pios IV respeito liberdade e apre o toler ncia Em conclus o registre se que a intoler ncia tomada como hostilidade diante da diferen a n o est adstrita ao territ rio da consci ncia sujeitando seu agente portanto san o estatal Discrimina o Diferentemente do preconceito a discrimina o a a o que discrimina consiste em ato ou conduta comissiva ou omissiva que viole direitos com base em crit rio arbitr rio independentemente da motiva o que lhe deu causa o credo no racismo o porte de preconceito um interesse qualquer ou simples temor de repres lia a exemplo do selecionador de pessoal que n o contrata um negro para determinada vaga por pressupor e ou temer que a institui o qual pertence n o seria simp tica a uma tal escolha Conv m su
45. compensat rias em favor de grupos socialmente vulner veis Some se ademais o Programa de A es Afirmativas na Administra o P blica Federal e a ado o de cotas s Universidades Observa se que no Brasil a legisla o oferece consider vel suporte constitucional s a es afirmativas haja vista ter em suas premissas legais importante instrumento de combate discrimina o racial contudo pouco se tem feito em termos legislativos para a supera o do racismo e inclus o das minorias tnicas no pa s Desta forma os movimentos sociais entendem a necessidade de continuar recorrendo a elas a favor de seus direitos constitucionais Assim A desinforma o fez com que o debate sobre as a es afirmativas tenha se iniciado no Brasil de maneira equivocada Confunde se a a o afirmativa com sistema de cotas Em realidade as cotas constituem apenas um dos modos de implementa o de pol ticas de a o afirmativa A jurisprud ncia americana tem s rias restri es s chamadas cotas cegas isto aquelas institu das aleatoriamente sem o prop sito de corrigir uma injusti a precisa que a pr pria raz o de exist ncia das pol ticas de a o afirmativa No Brasil infelizmente os poucos projetos de lei de a o afirmativa j apresentados ao Congresso Nacional incorrem nesse erro GOMES 2001 p 40 Como vimos as a es afirmativas brasileiras s o produto da redemocratiza o que o pa s vem so
46. das terras ocupadas pelos ndios e pelas comunidades ind genas Art 35 Cabe ao rg o federal de assist ncia ao ndio a defesa jur dica ou extrajudicial dos direitos dos silv colas e das comunidades ind genas Art 36 Sem preju zos do disposto no artigo anterior compete Uni o adotar as medidas administrativas ou propor por interm dio do Minist rio P blico Federal as medidas judiciais adequadas prote o da posse dos silv colas sobre as terras que habitam Par grafo nico Quando as medidas judiciais previstas neste artigo forem propostas pelo rg o federal de assist ncia ou contra ele a Uni o ser litisconsorte ativa ou passiva Art 37 Os grupos tribais ou comunidades ind genas s o partes leg timas para a defesa dos seus direitos em ju zo cabendo lhes no caso a assist ncia do Minist rio P blico Federal ou do rg o de prote o ao ndio Art 38 As terras ind genas s o inusucap veis e sobre elas n o poder recair desapropria o salvo o previsto no artigo 20 T TULO IV Dos Bens e Renda do Patrim nio Ind gena Art 39 Constituem bens do Patrim nio Ind gena I as terras pertencentes ao dom nio dos grupos tribais ou comunidades ind genas II O usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades existentes nas terras ocupadas por grupos tribais ou comunidades ind genas e nas reas a eles reservadas II os bens m veis ou im veis adquiridos a qualquer titu
47. de Campo Grande sobre as popula es ind genas do Mato Grosso do Sul Campo Grande UCDB Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Cat lica Dom Bosco 2008 VILLASANTE Marco Los estudiantes ind genas en la Universidad Peruana La experiencia de la Universidad del Cusco 2007 Dispon vel em lt http www trilhasde conhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 WEISSKOPF Thomas E A experi ncia da ndia com a a o afirmativa na sele o para o ensino superior IN ZONINSEIH Jonas JUNIOR Jo o Feres Orgs A o afirmativa no ensino superior Belo Horizonte Editora UFMG 2008 WOODWARD Kathryn Identidade e diferen a uma introdu o te rica e conceitual In SILVA Tomas Tadeu da Org Identidade e diferen a a perspectiva dos estudos culturais Petr polis Vozes 2000 p 5 25 Sites consultados http www funasa gov br http www releituras com mquintana bio asp https www socioambiental org nsa detalhe id 2936 http www oui iohe org portugues general oui o que e a oui html www trilhasdeconhecimentos etc br educacao superior indigena arquivos tabelas 117 http pib socioambiental org pt c no brasil atual quantos sao diferentes estimativas http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo edu 13 htm http www cip org br porques pergunta jsp id 241 http wapedia mobi pt Estado de bem estar social http www cimi org br
48. de conhecimento e financiamento do mundo que oferece apoio aos governos dos pa ses membros em seus esfor os para investir em escolas e centros de sa de fornecimento de gua e energia combate a doen as e prote o do meio ambiente O Banco Mundial n o um banco no sentido comum mas uma organiza o internacional constitu da por 185 pa ses desenvolvidos e em desenvolvimento GENTILI 1995 31 1 2 Ensino superior ind gena na Am rica Latina O encontro dos povos ind genas da Am rica Latina foi realizado no M xico em 2007 promovido pelo Programa Universit rio Nacional e Multicultural PUMC da Universidade Aut noma do M xico UNAM em parceria com o PROEIB Andes Programa de Formaci n em Educaci n Intercultural Bilingue para los Pa ses Andinos e alguns pa ses da Am rica Latina e Caribe Neste encontro foram realizados importantes debates sobre a situa o da educa o superior para os ndios latino americanos tendo como foco principal a multiculturalidade existente nestes pa ses e a necessidade de problematizar a complexa diversidade existente nestes pa ses Nos dias de hoje existem propostas de ensino superior ind gena ditas interculturais principalmente nos pa ses que t m em seus contingentes humanos grande parcela de ind genas como no caso da Guatemala M xico Bol via Peru dentre outros Neste sentido os povos latino americanos intelectuais e l deres ind genas reivindicam nova forma o rec
49. de estrat gias de subjuga o singular ou coletiva que d o in cio a novos signos de identidade e postos inovadores de colabora o e contesta o no ato de definir a pr pria ideia de sociedade BHABHA 2005 p 20 e apontem para a ressignifica o dos preconceitos e estere tipos pois os espa os n o pertencem nem a um e nem ao outro mas representam formas de intera o e encontro consigo e com o outro Os povos ind genas brasileiros e a identidade espec fica de cada um deles em grande parte se encontram exclu dos em termos de acesso instru o formal notadamente em rela o ao ensino superior Esta posi o poder ser alterada com a aplica o de pol ticas espec ficas O objetivo das pol ticas p blicas destinadas a estes povos precisa vir de encontro com suas necessidades pois al m do ideal da concretiza o da igualdade de oportunidades e sobretudo transforma es de ordem cultural capazes de subtrair do pensamento coletivo o poder de domina o que tem sobre o diferente uma ra a em rela o a outra o ocidental sobre o n o ocidental Com as novas necessidades de evidenciar aos ind genas o direito de permanecerem como s o e de tra arem projetos de vida de terem autonomia e liberdade para decidirem sua hist rica faz aparecer por meio de suas lideran as pol ticas emergentes reivindica es jur dicas de mbito nacional e internacional Nesta abrang ncia Grupioni 2001a afirma que
50. de preservar expressar e desenvolver livremente sua personalidade cultural em todos os seus aspectos livres de qualquer tentativa de assimila o 2 Os Estados n o adotar o apoiar o ou favorecer o pol tica alguma de assimila o artificial ou for ada de destrui o de uma cultura ou que implique possibilidade alguma de exterm nio de um povo ind gena Artigo VI Garantias especiais contra a discrimina o 1 Os povos ind genas t m direito a garantias especiais contra a discrimina o que se possam requerer para o pleno gozo dos direitos humanos reconhecidos internacional e nacionalmente bem como s medidas necess rias para permitir s mulheres homens e crian as ind genas exercerem sem discrimina o direitos civis pol ticos econ micos sociais culturais e espirituais Os Estados reconhecem que a viol ncia exercida sobre as pessoas por raz es de g nero ou idade impede e anula o exerc cio desses direitos 2 Os povos ind genas t m direito a participar plenamente da defini o dessas garantias 171 TERCEIRO CAP TULO DESENVOLVIMENTO CULTURAL Artigo VII Direito integridade cultural 1 Os povos ind genas t m direito a sua integridade cultural e a seu patrim nio hist rico e arqueol gico que s o importantes tanto para sua sobreviv ncia como para a identidade de seus membros 2 Os povos ind genas t m direito restitui o de propriedades integrantes desse patrim nio de que t
51. deixou de desempenhar diretamente em especial nas reas da sa de educa o e auto sustenta o LUCIANO 2006 p 78 Nesse rol de reivindica es encontra se a quest o da educa o ind gena e embutida nela o tema da inser o no ensino superior seja p blico ou privado Por certo com a aprova o de a es afirmativas cotas e vagas adicionais em in meras institui es esse contingente tender a ser mais amplo uma vez que juntamente com tais op es ainda h os 84 cursos de licenciatura intercultural bil ngiie ou n o de forma o de professores ndios como mencionamos nos cap tulos anteriores sendo pioneiras nestas quest es a UNEMAT e Universidade Federal de Tocantins Nesse sentido a UEMS tamb m foi pioneira quando criou o Normal Superior Ind gena uma experi ncia de m dia dura o e que hoje se encontra extinta na universidade por m teve consider vel contribui o na forma o de professores ndios Para muitos universit rios ind genas a escolariza o representa vivenciar novos meios de intera o escolar mas tamb m pode ser que n o atenda s suas necessidades o que os faz em alguns casos serem discriminados e oprimidos por meio de processos de classifica o policiamento dentre outros GIROUX 1995 O ensino enquanto sistema institucional construiu sua pr pria hist ria e deixa sua marca em uma soberana tradi o e em uma cultura de fazer as coisas que sempre dif cil d
52. denunci lo mediante notifica o dirigida ao Secret rio Geral da Organiza o das Na es Unidas A den ncia somente ter efeito um ano depois da data de seu registro 14 4 In cio das Opera es a O Secret rio Geral da Organiza o das Na es Unidas convocar a primeira reuni o da Assembleia Geral do Fundo Ind gena t o logo este Acordo entre em vigor conforme o par grafo 14 2 b Em sua primeira reuni o a Assembleia Geral adotar as medidas necess rias para a designa o do Conselho Diretivo conforme disp e a al nea 3 3 a do Artigo 3 e para a determina o da data em que o Fundo Ind gena iniciar suas opera es Artigo 15 Disposi es Transit rias 15 1 Comit Interino Desde que o presente Acordo seja firmado por cinco Estados da regi o e sem que isso gere obriga es para os Estados que n o o tenham ratificado ser estabelecido um Comit Interino com fun es e composi o similares s descritas relativamente ao Conselho Diretivo no par grafo 3 3 do Artigo 3 deste Acordo 15 2 Sob a dire o do Comit Interino ser formado um Secretariado T cnico com as caracter sticas indicadas no par grafo 4 1 do Artigo 4 do presente Acordo 15 3 As atividades do Comit Interino e do Secretariado T cnico ser o financiadas mediante contribui es volunt rias dos Estados que tenham assinado este Acordo bem como mediante contribui es de outros Estados e entidades por meio de coopera o t
53. dos seguintes objetivos 1 Aprofundar o debate internacional sobre os problemas relativos diversidade cultural especialmente os que se referem a seus v nculos com o desenvolvimento e a sua influ ncia na formula o de pol ticas em escala tanto nacional como internacional Aprofundar em particular a reflex o sobre a conveni ncia de elaborar um instrumento jur dico internacional sobre a diversidade cultural 2 Avan ar na defini o dos princ pios normas e pr ticas nos planos nacional e internacional assim como dos meios de sensibiliza o e das formas de coopera o mais prop cios salvaguarda e promo o da diversidade cultural 3 Favorecer o interc mbio de conhecimentos e de pr ticas recomend veis em mat ria de pluralismo cultural com vistas a facilitar em sociedades diversificadas a inclus o e a participa o de pessoas e grupos advindos de horizontes culturais variados 140 4 Avan ar na compreens o e no esclarecimento do conte do dos direitos culturais considerados como parte integrante dos direitos humanos 5 Salvaguardar o patrim nio ling stico da humanidade e apoiar a express o a cria o e a difus o no maior n mero poss vel de l nguas 6 Fomentar a diversidade ling stica respeitando a l ngua materna em todos os n veis da educa o onde quer que seja poss vel e estimular a aprendizagem do plurilingiismo desde a mais jovem idade 7 Promover por meio da educa
54. e Fun es 1 1 Objetivo O Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Ind genas da Am rica Latina e do Caribe doravante Fundo Ind gena tem por objetivo estabelecer um mecanismo destinado a apoiar os processos de autodesenvolvimento de povos comunidades e organiza es ind genas da Am rica Latina e do Caribe doravante Povos Ind genas A express o Povos Ind genas compreender os povos ind genas descendentes de popula es que habitavam o pa s ou a regi o geogr fica qual pertence o pa s na poca da conquista ou da coloniza o ou do estabelecimento das atuais fronteiras e que qualquer que seja sua situa o jur dica conservam todas as suas institui es sociais econ micas culturais e pol ticas pr prias ou parte delas Al m disso a consci ncia de sua identidade ind gena ser considerada um crit rio fundamental para determinar os grupos aos quais se aplicam as disposi es do presente Acordo Constitutivo A utiliza o do termo Povos neste Acordo n o dever ser interpretada no sentido de qualquer implica o no que se refere aos direitos que lhe possam ser conferidos no Direito Internacional 1 2 Fun es Para alcan ar o objetivo enunciado no par grafo 1 1 deste Artigo o Fundo Ind gena ter as seguintes fun es b sicas a proporcionar uma inst ncia de di logo para obter a formula o coordenada de pol ticas de desenvolvimento opera es assist ncia t cnica programas e projet
55. gena aos conceitos l gicos n o julgar o mito raz o como se fosse superior 32 Como vimos a autora valoriza que tudo isso faz com que busquemos promover as tradi es ind genas como conte dos e formas de conhecimento que tem algo a revelar e que nos desafia a sair da fixa o na palavra escrita e aprimorar o saber dizer e ouvir que estimulam o sonho a fantasia e a vis o Herrera apud URQUIZA 2009 afirma que preciso ver os sistemas de ensino no Chile e suas formas de relacionar se com os povos ind genas Destaca ainda neste pa s tr s experi ncias em seu sistema de ensino Sistema Nacional P blico com a Universidade Multicultural Universidade Intercultural e a Universidade Intercultural Sistema Nacional Privado a Universidade Ind gena e a Universidade Aut noma Ind gena Intercultura Sistema Intercultural Associativo com as Universidades Ind genas Interculturais Segundo ele estas universidades t m como objetivo integrar os conhecimentos dos povos ind genas Outrossim propor s rios questionamentos ao conhecimento moderno com vista a estruturar e difundir o conhecimento ind gena Est o sendo desenvolvidas na Am rica Latina experi ncias pertinentes a forma o superior dos ind genas a fim de reconhecer a diversidade e fortalecer as identidades tnicas Tais iniciativas surgiram a partir das lutas dos movimentos sociais ind genas que se iniciaram com as chamadas universidades aut nomas cuj
56. identificar as cren as cunho religioso Embora n o seja o foco principal da presente pesquisa tal interface me fez pensar Ent o percebi que a religi o encontra se presente e h uma predomin ncia do cristianismo enquanto ades o religiosa seja ela cat lica ou protestante A maioria deles cinco pertence evang lica dois 02 s o cat licos e um 01 n o declarou sua cren a A a o protestante e cat lica por meio do trabalho mission rio junto aos ind genas da regi o de Dourados hist rica e sabemos que a presen a de pastores e cl rigos no local de quase um s culo Causou me certa emo o ao ver uma ind gena universit ria da UEMS ao ser entrevistada falar da atua o dos rezadores e das curas que realizam em sua comunidade Emociona se ao afirmar que est aprendendo muito na universidade mas sente falta de sua fam lia na aldeia e principalmente dos rezadores H tr s anos n o vou minha aldeia Nas f rias da universidade n o tenho condi es financeiras de ir l se eu for faz falta eu preciso comprar as apostilas alimenta o pagar aluguel Sinto muita saudade deles chora Desculpe me Entrevista n 8 Para ela o trabalho rduo de enfermeira e dias de estudo na UEMS fez com que repetisse a s rie que estava cursando Salientou que precisava trabalhar noite para se sustentar na universidade pois estava cursando uma gradua o integral Sentia muito sono e n o consegui
57. medidas eficazes para enfrent las e tamb m a pesquisa e a observa o a fim de apoiar as decis es dos Estados Membros em mat ria de formula o pol tica geral e a o normativa 4 Artigo 4 Educa o 4 1 A educa o o meio mais eficaz de prevenir a intoler ncia A primeira etapa da educa o para a toler ncia consiste em ensinar aos indiv duos quais s o seus direitos e suas liberdades a fim de assegurar seu respeito e de incentivar a vontade de proteger os direitos e liberdades dos outros 4 2 A educa o para a toler ncia deve ser considerada como imperativo priorit rio por isso necess rio promover m todos sistem ticos e racionais de ensino da toler ncia centrados nas fontes culturais sociais econ micas pol ticas e religiosas da intoler ncia que expressam as causas profundas da viol ncia e da exclus o As pol ticas e programas de educa o devem contribuir para o desenvolvimento da compreens o da solidariedade e da toler ncia entre os indiv duos entre os grupos tnicos sociais culturais religiosos ling sticos e as na es 4 3 A educa o para a toler ncia deve visar a contrariar as influ ncias que levam ao medo e exclus o do outro e deve ajudar os jovens a desenvolver sua capacidade de exercer um ju zo aut nomo de realizar uma reflex o cr tica e de raciocinar em termos ticos 4 4 Comprometemo nos a apoiar e a executar programas de pesquisa em ci ncias sociais e de educa
58. nos estimulam a chamar de modernos BAUMAN 2005 p 25 26 65 Assim os ind genas transformam seus tradicionais meios de intera o para se sentirem pertencentes ao mundo que por sua vez os modifica constantemente provocando mudan as nas suas identidades Neste sentido O que denominamos de nossas identidades poderia provavelmente ser melhor conceituado como as sedimenta es atrav s do tempo daquelas diferentes identifica es ou posi es que adotamos e procuramos viver como se viessem de dentro mas que sem d vida s o ocasionadas por um conjunto especial de circunst ncias sentimento hist ria e experi ncias nica e particularmente nossas como sujeitos individuais Nossas identidades s o em resumo formadas culturalmente HALL 1997 p 26 Reconhecer e valorizar a identidade tnica espec fica de cada uma das sociedades ind genas em particular compreender suas l nguas e suas formas tradicionais de organiza o social de ocupa o da terra e uso dos recursos naturais principalmente sua produ o de conhecimento significa respeitar os direitos coletivos especiais de cada uma delas procurando a conviv ncia pac fica por meio de um interc mbio cultural com as diferentes etnias No entanto isso n o suficiente acima de tudo preciso efetivar um processo educativo fundamentado em rela es interculturais que abra espa os para entre lugares que fornecem o terreno para a elabora o
59. o presentes as culturas silenciadas SILVA 1995 p 172 A palestra com o enfoque astron mico citada pelo aluno me pareceu uma atividade isolada nas quais esporadicamente se desejou valorizar o saber do ndio Por m ao que parecem os curr culos vigentes planejados e que est o sendo desenvolvidos na maioria das universidades falham parcialmente quando preciso ao menos admitir e abordar a diversidade cultural como tamb m conte dos que s o relevantes conhecer SILVA 1995 Cordeiro 2008 destaca os alunos ndios que iniciaram sua gradua o na UEMS logo no in cio das cotas enfrentaram muitos problemas como a falta de moradia alimenta o transporte e um ambiente in spito dentro da UEMS A institui o por meio das Pr Reitorias viabilizou algumas bolsas de perman ncia junto ao governo estadual que na poca eram distribu das apenas para alunos carentes de institui es privadas Os ind genas que estavam fregiientando as aulas naquele ano ganharam o direito de uma bolsa por m os obst culos impostos pela burocracia impediam a libera o do dinheiro Com as freq entes interven es da UEMS as bolsas foram liberadas por m sempre com dois tr s ou quatro meses de espera deixando muitas pessoas tristes e levando v rios a desistirem Nos anos seguintes a situa o continuou mas com um agravante o governo cortou as bolsas dos ind genas que tinham mais de duas depend ncias DPs ou menos de 9
60. oportunidade para o ndio entrar no mundo do trabalho Question rio n 08 As experi ncia adquirida pelos ind genas acad micos confirma que sua estada na universidade por meio das cotas alimenta seus sonhos para propiciar melhores condi es de vida e autonomia dos povos ind genas No entanto isso significou inseri los em uma institui o que n o s lhes estranha mas que em alguns momentos desconsidera suas especificidades e seus saberes Neste sentido bvio que a UEMS precisa repensar algumas quest es relativas presen a destes alunos em suas unidades universit rias pois do contr rio as cotas almejada por alguns professores podem ser vista como colonialidade do poder MIGNOLO 2003 Vivemos em um mundo repleto de d vida e contradi es que pedem uma vis o mais cr tica do conhecimento E para as IES tais questionamentos podem provocar mudan as na maneira pensar e integrar novas perspectivas do conhecimento 93 3 4 Os sujeitos e fragmentos de sua trajet ria acad mica O ind gena acad mico procura espa o em diversos setores do trabalho pelo que em sua diferen a conhecimento acumulado interesse motiva o e outros De onde vem e onde est a situa o social em que vivem etc Para eles n o est sendo f cil resolver os problemas vinculados segrega o educacional e procurar conscientizar o meio universit rio quanto ao respeito sua diferen a Nos ltimos anos o ingresso d
61. p blico quanto no mbito privado 172 2 Os Estados tomar o as medidas necess rias para impedir tentativas de convers o for ada de povos ind genas ou de imposi o de cren as contra sua vontade 3 Em colabora o com os povos ind genas interessados os Estados dever o adotar medidas efetivas para assegurar que seus lugares sagrados inclu dos os locais de sepultura sejam preservados respeitados e protegidos As sepulturas sagradas e rel quias de que se tenham apossado institui es estatais dever o ser devolvidas 4 Os Estados garantir o o respeito do conjunto da sociedade integridade dos s mbolos pr ticas cerim nias sagradas express es e protocolos espirituais ind genas Artigo XI Rela es e v nculos familiares 1 A fam lia a unidade natural b sica da sociedade e deve ser respeitada e protegida pelo Estado Em conseq ncia o Estado reconhecer e respeitar as diversas formas ind genas de fam lia casamento nome de fam lia e filia o 2 Para pronunciar se acerca dos melhores interesses do menor em mat rias relacionadas com a ado o de filhos de membros de povos ind genas e em rela o a mat rias relativas a rompimento de v nculo e outras circunst ncias semelhantes os tribunais e outras institui es pertinentes considerar o os pontos de vista desses povos inclusive as posi es do indiv duo da fam lia e da comunidade Artigo XII Sa de e bem estar 1 Os povos ind genas
62. para o ensino superior que a a o afirmativa indiana adquire maiores visibilidades e disputas tamb m encontrada em algumas institui es de ensino m dio para elites da ndia Para Weisskopf 2008 ao discorrer sobre as pol ticas afirmativas nas universidades indianas afirma que ela praticada com mais sistematiza o nas institui es de maiores prest gios e mais seletivas J as universidades e faculdades que n o tem o mesmo destaque na hierarquia educacional conseguem admitir todos os candidatos Atualmente v rias institui es de ensino superior indianas oferecem formas de aux lios como bolsas de estudo aux lio de moradia alimenta o empr stimo para compra de livros e outros Aux lios que prov m inteiramente de origem governamental J nos Estados Unidos da Am rica EUA as a es afirmativas tiveram maiores visibilidade por meio da promulga o das Leis dos Direitos Civis de 1964 atribu da pelo governo dos Estados Unidos da Am rica As discuss es foram fortemente marcadas pelo 28 8 s Welfare State as medidas visavam o estabelecimento de mecanismos que de alguma forma poderia solucionar a marginaliza o social e econ mica do negro na sociedade norte americana Estas medidas foram estendidas s mulheres e depois s minorias tnicas estrangeiros e aos deficientes f sicos importante lembrar que antes desta data J tivesse aparecido na legisla o trabalhista de 1935 The Nation
63. para povos ind genas residentes nas reas brasileiras haja vista ser ajustada s MAIA Marcus Org Manual de ling stica subs dios para a forma o de professores ind genas na rea de linguagem Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade LACED Museu Nacional 2006 62 popula es expressivas Contudo para convencermos de que a popula o ind gena est crescendo dever amos examinar as etnias ind genas caso a caso MELATTI 2007 p 49 No que diz respeito a essa quest o o Estatuto do ndio Lei 6001 de 1973 no cap tulo III artigo 12 menciona que os nascimentos mortes e casamentos civis de ndios n o integrados devem ser realizados pela FUNAI Essa seria uma fonte valiosa para conhecer as popula es ind genas entretanto na maior parte dos casos os postos que prestam servi o ao ndio n o est o equipados com infra estrutura necess ria para essa fun o comprometendo esta fonte de dados Apesar dos obst culos encontrados este rg o federal realiza minuciosos levantamentos populacionais mas sem muitas mudan as para poder analisar os diferentes componentes demogr ficos Da mesma forma o Conselho Indigenista Mission rio CIMD desde a sua funda o em 1972 vem efetuando levantamentos populacionais dos povos ind genas que est o relacionados com miss es religiosas e atividades indigenistas Tal rg o alerta para a expre
64. perman ncia dos alunos ind genas em suas unidades Muitos projetos e programas est o 103 sendo discutidos na tentativa de sanar as dificuldades sobretudo financeiro pois a maioria n o tem como pagar o aluguel e a comida Embora tais mecanismos compensat rios n o sejam bem delineados Cordeiro 2008 p 158 afirma que na UEMS j existe O interesse demonstrado por alguns funcion rios professores e gestores em conhecer e aprender sobre os ind genas e suas culturas Forma de tratamento mais humana despendida aos negros e ind genas nos setores da UEMS Preocupa o de alguns gestores e setores espec ficos em atender os cotistas em suas dificuldades principalmente as de perman ncia Realiza o de eventos espec ficos embora t midos na quest o tnico racial mas com aus ncia dos docentes Inser o de t picos referentes a quest o tnico racial no curr culo de alguns cursos Participa o dos cotistas negros e ind genas em eventos com publica o de trabalhos Com base no exposto imprescind vel o envolvimento da comunidade para que possam ocorrer mudan as no ambiente universit rio mas por meio da comunica o transparente e flex vel constru do em um contexto que permita a liberdade de express o dos sujeitos envolvidos que isso pode frutificar Assim a universidade deve Abrir suas portas e derrubar suas paredes n o apenas para que possa entrar o que se passa al m de seus muros mas tamb m para m
65. pessoas e os Av Canoeiro Note se entretanto que a popula o ind gena vem aumentando de forma cont nua a uma taxa de crescimento de 3 5 ao ano contra uma m dia de crescimento da popula o brasileira 1996 2000 de 1 6 Acredita se que um dos fatores para esse aumento tenha sido a queda dos ndices de mortalidade em raz o da melhora na presta o de servi os de sa de aos povos ind genas Ao longo do processo de coloniza o os ndios brasileiros sofreram variadas formas de opress o a exemplo de sua caracteriza o como selvagens pregui osos e desprovidos de 188 alma Hoje em determinadas regi es ainda s o tratados pejorativamente como bugres e caboclos Do ponto de vista do sistema jur dico brasileiro homens e mulheres ind genas independentemente da idade s o considerados relativamente incapazes A despeito dos avan os registrados no Pa s no que diz respeito demarca o de reservas por exemplo os ind genas sofreram grandes perdas principalmente na regi o amaz nica vis vis da institui o de grandes latif ndios da constru o de rodovias ferrovias e hidrel tricas e da coloniza o sem planejamento adequado que dificultaram ou impossibilitaram a continuidade da ocupa o de terras ancestrais pelos povos ind genas As organiza es e lideran as ind genas compreendem que as pol ticas oficiais de prote o da popula o ind gena formalmente instauradas a partir de 1910 n o foram
66. possibilitar aos Estados que n o sejam Membros bem como s organiza es locais nacionais e internacionais p blicas e privadas que contribuam com o patrim nio do Fundo Ind gena e que participem de suas atividades ou ambos Artigo 6 Opera es e Atividades 6 1 Organiza o das Opera es O Fundo Ind gena organizar suas opera es mediante uma classifica o por reas de programas e de projetos para facilitar a concentra o de esfor os administrativos e financeiros e a programa o por meio de gest es peri dicas de recursos que permitam o cumprimento dos objetivos concretos do Fundo Ind gena 6 2 Benefici rios Os programas e os projetos apoiados pelo Fundo Ind gena beneficiar o direta e exclusivamente os Povos Ind genas dos Estados da Am rica Latina e do Caribe que sejam Membros do Fundo Ind gena ou tenham assinado um acordo especial com o Fundo para permitir a participa o dos Povos Ind genas de seu pa s nas atividades do mesmo de acordo com o Artigo 5 6 3 Crit rios de Qualifica o e Prioridade A Assembleia Geral adotar crit rios espec ficos que permitam de maneira interdependente e considerando a diversidade dos benefici rios determinar a qualifica o dos solicitantes e benefici rios das opera es do Fundo Ind gena e estabelecer a prioridade dos programas e projetos 6 4 Condi es de Financiamento a Considerando as caracter sticas diversas e particulares dos eventuais benefici r
67. pr prios significados de ser ind gena Outra relevante quest o diz respeito s fam lias miscigenadas ou ndios que se ocultam no disfarce de caboclo mas desejam demonstrar o que s o e reencontram no presente contextos pol ticos e hist ricos favor veis afirma o de suas identidades A identidade marca o encontro de nosso passado com as rela es sociais culturais e econ micas nas quais vivemos agora a identidade a intersec o de nossas 60 vidas cotidianas com as rela es econ micas e pol ticas de subordina o e domina o RUTHERFORD 1990 p 19 20 apud WOODWARD 2000 p 19 Estes acontecimentos est o surgindo com mais evid ncia nos ltimos tempos em virtude das mudan as ocorridas na modernidade os novos horizontes que parecem inspirar a imagina o e a a o humana s o os da liberdade diversidade e toler ncia S o novos valores que informam a mentalidade p s moderna BAUMAN 1999 p 289 Para o ndio fazer parte deste processo n o significa renunciar sua etnia cultura e tradi es mas uma intera o constante e consciente com outras formas de ver o mundo e que o leva a valoriza o de seus costumes Mesmo com as organiza es e movimentos ind genas na d cada de 70 estes povos at a d cada de 80 eram considerados uma categoria social transit ria fadada integra o na sociedade chamada nacional e ao desaparecimento enquanto grupos sociais distintos Mas
68. que responderam as perguntas dois 02 s o da etnia Guarani cinco 05 Terena e um 01 Kinikinau Tr s 03 destes acad micos estudam no per odo noturno dois dois no vespertino e tr s 03 n o responderam a esse item Suas idades variam entre dezenove 19 e O Programa Rede de Saberes Perman ncia de Ind genas no Ensino Superior iniciou suas atividades no ano de 2005 Para os anos de 2008 2010 foi poss vel abranger sua atua o em rela o ao projeto anterior Com esta nova etapa continua recebendo recursos financeiros da Funda o Ford E juntamente com a Universidade Cat lica Dom Bosco UCDB e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS conta com a participa o das Universidades Federais de Mato Grosso do Sul UFMS Campus de Aquidauana e da Grande Dourados UFGD Outras Institui es de Ensino Superior do estado de Mato Grosso do Sul ter o a mesma oportunidade de ter seus acad micos ind genas inseridos em todas as atividades realizadas por meio do Rede de Saberes O objetivo do Programa dar continuidade s a es de apoio aos alunos ind genas durante sua estada nas universidades de todo o estado O Programa amplia o apoio ao fortalecimento da articula o entre os acad micos ndios das diversas IES e dessas com suas comunidades lideran as e organiza es Tendo em vista a inser o profissional desses alunos no contexto regional Atualmente tr s Universidades v m se destacando no atend
69. racial na defini o de sua popula o alvo A pesquisadora admitiu que o Programa 17 cumpriu papel relevante para a entrada e o desenvolvimento da tem tica da diversidade tnica e racial na agenda pol tica das institui es envolvidas o MEC e o BID Esse programa foi executado entre 2002 e 2007 e passou por uma s rie de reformula es internas que refletem as mudan as na conjuntura pol tica em rela o tem tica Algumas quest es de fundo te rico s o tamb m abordadas sobretudo em rela o ao Estado tendo em vista que se trata de uma pol tica de governo que versa de alguma forma sobre temas caros constitui o de uma ideia de na o brasileira a sua forma o tnica e racial Arbache 2006 abordou experi ncia de estudo realizada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ nos anos de 2003 2004 e 2005 buscando analis lo criticamente do ponto de vista da tica de Enrique Dussel Essa an lise retratou a hist ria do ensino superior no Rio de Janeiro e a trajet ria do negro no Estado Para discutir acerca da pol tica de cotas raciais na UERJ apoiou se teoricamente na tica da Liberta o de Dussel 2002 considerando a cr tica e capaz de denunciar sistemas hegem nicos produtores de exclus es e domina es pois est ancorada na factibilidade da liberta o dessas v timas do sistema econ mico pol tico e cultural no contexto latino americano Com isso esperou contribuir com o aprimoramento de
70. realizadas no mbito do sistema das Na es Unidas e em coopera o com outras organiza es para fomentar e ensinar a toler ncia c a comunicar a Declara o de Princ pios ao Secret rio Geral da Organiza o das Na es Unidas solicitando lhe que a apresente como conv m Assembleia Geral das Na es Unidas em sua q inquag sima primeira sess o de acordo com a Resolu o 49 313 da Assembleia Geral 136 ANEXO F Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural UNESCO A Confer ncia Geral Reafirmando seu compromisso com a plena realiza o dos direitos humanos e das liberdades fundamentais proclamadas na Declara o Universal dos Direitos Humanos e em outros instrumentos universalmente reconhecidos como os dois Pactos Internacionais de 1966 relativos respectivamente aos direitos civis e pol ticos e aos direitos econ micos sociais e culturais Recordando que o Pre mbulo da Constitui o da UNESCO afirma que a ampla difus o da cultura e da educa o da humanidade para a justi a a liberdade e a paz s o indispens veis para a dignidade do homem e constituem um dever sagrado que todas as na es devem cumprir com um esp rito de responsabilidade e de ajuda m tua Recordando tamb m seu Artigo primeiro que designa UNESCO entre outros objetivos o de recomendar os acordos internacionais que se fa am necess rios para facilitar a livre circula o das ideias por meio da palavra e da ima
71. ser definido como um fen meno intergrupal dirigido a pessoas grupos de pessoas ou institui es sociais implicando uma predisposi o negativa Tomado como um conceito cient fico preconceito dirige se invariavelmente contra algu m Funcionando como uma esp cie torpe de silogismo o preconceito tende a desconsiderar a individualidade atribuindo a priori aos membros de determinado grupo caracter sticas estigmatizantes com as quais o grupo e n o o indiv duo caracterizado Assim os componentes b sicos do preconceito pressup em um sistema no qual o fen tipo a etiqueta racial por exemplo possui relev ncia na distribui o dos lugares sociais da mesma forma que um tal sistema social pressup e agentes que operem as desigualdades do sistema Vale notar que embora seja condi o suficiente o preconceito n o condi o necess ria da discrimina o uma vez que nem sempre a discrimina o guarda com o preconceito uma rela o necess ria de causa e efeito Assinale se por fim que o direito via de regra n o pune a mera cogita o de sorte que a despeito de o Pre mbulo da Constitui o Federal consignar o rep dio ao preconceito e da norma do art 3 IV proibi lo formalmente o que configuram evidentes impropriedades sem nticas o preconceito uma vez circunscrito consci ncia individual fen meno insuscet vel de san o penal ou mesmo c vel ao menos no Estado Democr tico de Direito Intole
72. sociedade nacional II Comunidade Ind gena ou Grupo Tribal um conjunto de fam lias ou comunidades ndias quer vivendo em estado de completo isolamento em rela o aos outros setores da comunh o nacional quer em contatos intermitentes ou permanentes sem contudo estarem neles integrados 159 Art 4 Os ndios s o considerados I Isolados Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem poucos e vagos informes atrav s de contatos eventuais com elementos da comunh o nacional II Em vias de integra o Quando em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos conservem menor ou maior parte das condi es de sua vida nativa mas aceitam algumas pr ticas e modos de exist ncia comuns aos demais setores da comunh o nacional da qual v o vez mais para o pr prio sustento II Integrados Quando incorporados comunh o nacional e reconhecidos no pleno exerc cio dos direitos civis ainda que conservem usos costumes e tradi es caracter sticos da sua cultura T TULO HH Dos Direitos Civis e Pol ticos CAP TULO I Dos Princ pios Art 5 Aplicam se aos ndios ou silv colas as normas dos artigos 145 e 146 da Constitui o Federal relativas nacionalidade e cidadania Par grafo nico O exerc cio dos direitos civis e pol ticos pelo ndio depende da verifica o das condi es especiais estabelecidas nesta Lei e na legisla o pertinente Art 6 Ser o respeitados os usos
73. tema foi trabalhado por romancistas e poetas brasileiros Jos de Alencar por 63 exemplo faz a ndia Iracema atirar flechas quando entre os ind genas apenas os homens usam arco e flechas Gon alves Dias por sua vez atribui aos timbiras que s o ndios da fam lia ling stica j tradi o dos antigos tupinamb s do tronco ling stico tupi Os funcion rios que trabalham nos postos ind genas t m trazido muita preocupa o aparentemente compartilham com a popula o nacional as mesmas ideias preconceituosas Bhabha 2005 explica este fato como discurso racista na qual a popula o ind gena colonizada interpretada como causa e ao mesmo tempo efeito prendendo se em c rculos viciosos de interpreta es O homem branco justifica a necessidade da sua presen a moralista e normativa seu dever civilizat rio e procura justificar sua atitude contra os ndios e a invas o de seus territ rios Esse comportamento do colonizador traz uma determina o de objetificar 3 cez confinar prender endurecer Express es como Eu os conhe o assim que eles s o e mostram essa objetifica o m xima atingida com sucesso H de um lado uma cultura na qual podem ser reconhecidas qualidades de dinamismo crescimento e profundidade Contra isso temos em culturas coloniais caracter sticas curiosidades coisas nunca uma estrutura FANON apud BHABHA 2005 p 128 Desta forma negado ao sujei
74. tenha retirado do Fundo Ind gena continuar sendo respons vel pelas quantias devidas ao Fundo Ind gena e pelas obriga es assumidas com o mesmo antes do t rmino de suas condi es de Membro Artigo 9 T rmino das Opera es 9 1 T rmino das Opera es O Fundo Ind gena poder terminar suas opera es por decis o da Assembleia Geral que nomear liquidantes e determinar o pagamento de d vidas e a distribui o dos ativos de maneira proporcional entre seus Membros Artigo 10 Situa o Jur dica 10 1 Situa o Jur dica a O Fundo Ind gena ter personalidade jur dica e plena capacidade para D celebrar contratos ID adquirir e alienar bens m veis e im veis HI aceitar e conceder empr stimos e doa es dar garantias comprar e vender valores investir fundos n o comprometidos em suas opera es e realizar transa es financeiras necess rias para o cumprimento de seu objetivo e suas fun es IV iniciar procedimentos judiciais ou administrativos e comparecer em ju zo V realizar todas as demais a es necess rias para a execu o de suas fun es e o cumprimento dos objetivos deste Acordo b O Fundo dever exercer essa capacidade de conformidade com os requisitos legais do Estado Membro em cujo territ rio realize suas opera es e atividades Artigo 11 Imunidades Isen es e Privil gios 11 1 Concess o de Imunidades Os Estados Membros adotar o de acordo com seu regime jur dico
75. todas as formas de intoler ncia A II Confer ncia aconteceu nos dias 31 de agosto a 7 de setembro de 2001 em Durban na frica do Sul Ap s discuss es sobre a tem tica do encontro no dia 8 de setembro foram adotados uma declara o e um programa de a o Nesse relat rio no que tange s propostas em benef cio aos negros e aos ind genas temos uma manifesta o de profunda preocupa o com os indicadores nas reas da educa o do emprego da sa de moradia da mortalidade infantil e da esperan a de vida de muitos povos revelando situa o de desvantagem principalmente quando entre fatores que para isso contribuem a exclus o est presente o preconceito Reconheceram que em muitos pa ses a desigualdade hist rica que afeta estes sujeitos em termos de acesso educa o aos cuidados de sa de e habita o constitui uma causa profunda das desigualdades s cio econ micas de que s o v timas Perceberam que condi es pol ticas econ micas culturais e sociais cujos princ pios s o contr rios equidade podem originar e estimular o racismo a discrimina o racial a xenofobia e a intoler ncia importante lembrar que a Confer ncia de Durban a terceira confer ncia mundial sobre o racismo As duas outras precedentes foram realizadas na cidade de Genebra Su a a primeira em 1978 e a outra em 1983 Dedicaram seus di logos ao apartheid e ao sionismo Hoje estas quest es s o discutidas e procura se a s
76. 0 de presen a em sala 102 de aula Comprova essa situa o o depoimento do aluno calouro de 2009 sendo que a situa o dele n o diferente dos demais Eu pagava 200 00 no pensionato mais 5 00 por alimenta o que era almo o e janta Um dia comecei a pensar assim N o posso gastar tudo isso minha fam lia n o tem esse dinheiro Ent o eu s almo ava e gastava 0 79 centavos era a minha janta comia um miojo entendi que o miojo era divido em duas partes para com lo em dois dias Assim eu comecei a pagar 200 00 s para dormir mesmo o almo o eu pagava almo ava bem para eu poder ir para a faculdade a na janta n o eu s como o miojo mesmo De manh cedo s o caf n o cobrado Estou passando por dificuldades at chegar minha bolsa mas n o quero desistir A gente fica muito preocupado vence o aluguel a onde vou conseguir o dinheiro Voc acaba n o entendendo a mat ria os livros que l e as provas Deu problema no meu cart o e tive que resolver na minha agencia estamos em junho e nada de bolsa O primeiro calouro recebeu a bolsa em junho J se passaram muito tempo tem ind gena que n o agiienta as dificuldades e vai embora Entrevista n 02 Afirmam que o desafio enfrentado na UEMS o financeiro pois a grande maioria pobre e por isso precisa realizar trabalhos de baixa ou nenhuma remunera o pecuni ria Como suas atividades se restringem agri
77. 169 da Organiza o Internacional do Trabalho OIT que garante ser a consci ncia da identidade do ndio o crit rio mais importante para definir quem s o Nas ltimas d cadas o movimento ind gena tem se organizado para reivindicar seus direitos al m de mobilizar a denomina o gen rica de ndio atribu da pelos colonizadores no in cio do Brasil Col nia como identidade que une articula visibiliza e 58 fortalece todos os povos origin rios do atual territ rio brasileiro principalmente para demarcar a fronteira tnica e identit ria A partir disso o sentido de ndio talvez tenha sido modificado para outro quem sabe mais positivo de identidade tnica das popula es nativas do continente De pejorativo transformou se em marca de identidade capaz de unir e transformar povos historicamente distintos e rivais em aliados na luta por direitos e interesses comuns assim que todos os ind genas at nos dias atuais se tratam como parentes LUCIANO 2006 Espalhados pelo territ rio brasileiro os ind genas t m uma longa hist ria que come ou a se diferenciar da civiliza o ocidental ainda na chamada pr hist ria A constru o hist rica destes povos aproximou se da nossa h cerca de 500 anos com a chegada dos portugueses Atualmente apesar de todas as interfer ncias da sociedade dominante uma parte consider vel dos ndios n o domina a leitura tampouco a escrita formal Na poca do descobrimento os que aqu
78. 6 dentre outros que poder o de certa forma fomentar o di logo na an lise da pesquisa n o refutando autores como Hall 2003 Bhabha 2005 Silva 2007 e Bauman 2005 para os fundamentos nos conceitos de cultura e de identidade propiciando meios para validar as vozes dos sujeitos na sua identidade diferen a 21 A pesquisa n o teve a pretens o de abarcar toda a realidade dos ind genas cotistas no mbito da UEMS mas contribuir para uma reflex o sobre o processo de implementa o dessas a es e iniciativas de inser o de grupos tnicos no ensino superior CAP TULO I A ES AFIRMATIVAS COTAS E IND GENAS NO ENSINO SUPERIOR REALIDADE BRASILEIRA As a es afirmativas como tamb m as cotas existentes na realidade brasileira e mais especificamente no ensino superior constituem uma tem tica recente no pa s haja vista que sua ocorr ncia de aproximadamente uma d cada Em termos gerais pode se afirmar que s o medidas voltadas ao combate da exclus o desigualdade e de injusti a vivenciada por grupos sociais raciais de g nero tnicos Pesquisas e trabalhos acad micos sobre o tema s o recent ssimos e aos poucos come am a dar sua contribui o ao debate e an lise da realidade em quest o interessante observar que tais escritos em sua maioria t m enfocado enquanto sujeitos os afrodescendentes S o poucas as pesquisas ou estudos envolvendo ind genas enquanto acad micos do ensino superi
79. 62 23 O ind genas em MS eserine eiee S preo E oE e a aSa EASO OES S OEN o iaeio Eroare eSis 69 AE ONA KT S EE E E ESA RT UN RE RPRRE E S 70 2 3 2 OS G rani erise sera i aE S RE Ea LEA dd EET SONS 71 23 3 OS KIMIKA RA RR REI UR NOR RD RI AR RR EO 12 23A OS Kadi Wete e eene eaa Ea Ee a E E RE ARAT IE E RA AEE IE 12 ORR O I EA EA AEE 73 Pu BO OS GUA saa ae a S RR E aA RR PEER 73 2 4 A UEMS e as cotas para ind genas eeseeeeseseseereesersresressetsesressrtsrseresteseseresressesereseesee 14 CAP TULO HI ACAD MICOS IND GENAS CURSOS E PERCURSOS DE SUA TRAJETOR A nunaa a a UA O 83 3 1 0 campo da pesquisa minii eee eri a A AEE E EE E A E ANEA 84 3 2 Conhecimento estudos e retorno aldeia erre ererereea aaa 86 3 3 Renda familiar Cotas ss sims raise stato Sis aduas Ce colias Dedos dias a a imo colua Selos al nal sa 89 3 4 Os sujeitos e fragmentos de sua trajet ria acad mica cereeenaa 93 CONSIDERA ES FINAIS assis socos EE GLCR Goi Duduas SSD a Usa can inda Ga E n da CSI ES ada 106 REFER NCIAS Se o aa a 109 AP NDICES aussi ano nna a a a A a Aat ninii 118 ANEXOS a R A a RR E A N ERR 123 INTRODU O O interesse pelo estudo acerca das a es afirmativas cotas e em particular a respeito da presen a de acad micos ind genas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS nasceu de observa es que realizei durante os tr s anos em que exerci a doc ncia no curso de Pedagogia dessa mesma uni
80. 7 a UEMS ofereceu sete mil e trezentas 7 300 vagas distribu das entre vagas gerais 5 110 vagas cota para ind genas 730 vagas 497 foram preenchidas cota para negros 1 460 vagas 1 314 foram ocupadas As vagas n o preenchidas pelos cotistas foram destinadas aos candidatos das vagas gerais Decorridos os anos iniciais h agora maiores fundamentos legais que d o sustenta o s cotas sendo a Lei Federal n 11 331 de 25 de julho de 2006 que acrescentou par grafo ao art 44 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 LDB no tocante ao processo seletivo nos cursos superiores de gradua o b Resolu o CEPE UEMS n 867 de 19 de novembro de 2008 que aprova o Regimento Interno dos Cursos de gradua o da UEMS A t tulo de ilustra o compomos com os dados fornecidos pela UEMS um quadro amostral para que se tenha uma ideia da distribui o dos ndios pelos cursos e unidades universit rias Quadro 7 Acad micos veteranos matriculados em 2008 Unidade Curso Etnia Masculino Feminino Total Anabi Hist ria Guarani Kaiow 02 02 04 Terena 01 01 Terena 15 06 21 Aoud Agronomia Kadiw u 01 01 Guarani Kaiow 01 01 Zootecnia Terena 04 04 Campo Grande Normal Superior Terena 09 17 26 riencia di Terena 06 06 Computa o Terena 04 03 07 Ci ncias Biol gicas Guarani Kaiow 01 04 05 Kinikinawa 01 01 Dourados E Terena fo des le Direito Kadiw
81. Art 43 A renda ind gena a resultante da aplica o de bens e utilidades integrantes do patrim nio Ind gena sob a responsabilidade do rg o de assist ncia ao ndio 1 A renda ind gena ser preferencialmente reaplicada em atividades rent veis ou utilizada em programas de assist ncia ao ndio 2 A reaplica o prevista no par grafo anterior reverter principalmente em beneficio da comunidade que produziu os primeiros resultados econ micos Art 44 As riquezas do solo nas reas ind genas somente pelos silv colas podem ser exploradas cabendo lhes com exclusividade o exerc cio da garimpagem faisca o e cata das reas referidas Art 45 A explora o das riquezas do subsolo nas reas pertencentes aos ndios ou dom nio da Uni o mas na posse de comunidade ind genas far se nos termos da legisla o vigente observando o disposto nesta Lei 1 O Minist rio do interior atrav s do rg o competente de assist ncia aos ndios representar os interesses da Uni o como propriet rio do solo mas a participa o no resultado da explora o as indeniza es e a renda devida pela ocupa o do terreno reverter o em ben ficos das ndios e constituir o fontes de renda ind gena 2 Na salvaguarda dos interesses do patrim nio Ind gena e do bem estar dos silv colas a autoriza o de pesquisa ou lavra a terceiros nas posses tribais estar condicionada a pr vio entendimento com o rg o de
82. C e tem certifica o assegurada pela UFRR importante ressaltar que a primeira turma do curso iniciou suas atividades em julho de 2003 os alunos dessa turma se encontram em conclus o de curso Entretanto outras vagas est o sendo oferecidas pela universidade 42 1 4 As a es afirmativas as cotas e reserva de vagas no cen rio brasileiro No Brasil as primeiras iniciativas no sentido de se criar algum tipo de reserva ou compensa o para segmentos espec ficos da sociedade tenha sido a Lei n 5 465de 1968 apelidada como a lei do boi A Lei 8 112 90 que prescreve em art 5 2 cota de at 20 aos portadores de defici ncias f sicas no servi o p blico civil da uni o Por sua vez a Lei 8 213 91 fixou em seu art 93 cotas para os portadores de defici ncia no setor privado A Lei n 9 100 96 proposta feita pela deputada federal Marta Suplicy determina um porcentual de 20 das candidaturas reservadas s mulheres nas elei es brasileiras O governo do Distrito Federal no ano de 1996 exigiu a representa o das diversas etnias em todas as propagandas institucional do governo desta forma as propagandas deveriam retratar a proporcionalidade de 54 de brancos 40 de pardos 5 de negros e 0 11 de ndios Na mesma linha a prefeitura de Vit ria ES previu em processo licitat rio para propaganda institucional da administra o p blica a cota de 40 de negros segundo a exig ncia da lei municipal Leis desta
83. Educaci n Superior para los Pueblos Ind genas Caso Guatemala 2003 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 FANTINI Marli guas turvas identidades quebradas hibridismo heterogeneidade mesti agem amp outras misturas In ABDALA JUNIOR Benjamin Org Margens da cultura mesti agem hibridismo amp outras misturas S o Paulo Boitempo 2004 FERES J NIOR Jo o ZONINSEIN Jonas Orgs A o afirmativa no ensino superior brasileiro Belo Horizonte Editora UFMG Rio de Janeiro IUPERJ 2008 FERN NDEZ Emilio PIZARRO El as STOREY Roberto CERDA Silvia Un camino hacia La educaci n superior para estudiantes aymaras em la Universidade de Tarapac Chile Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 FERRE N ria P res de Lara Identidade diferen a e diversidade manter viva a pergunta In LARROSA Jorge SKLIAR Carlos Orgs Habitantes de babel pol ticas e po ticas da diferen a Belo Horizonte Aut ntica 2001 112 FLEURY Reinaldo Matias Desafios educa o intercultural no Brasil In FLEURI Reinaldo Matias Org Intercultura estudos emergentes Itju Ed UNJUI 2001 FLORES L cio A es afirmativas e direitos culturais diferenciados as demandas ind genas pelo ensino superior In LIMA Antonio Carlos de Souza BARROSO HOFF
84. FERNANDO LU S OLIVEIRA ATHAYDE A ES AFIRMATIVAS COTAS E A INSER O DE ACAD MICOS IND GENAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UEMS NA UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO CAMPO GRANDE MS FEVEREIRO 2010 FERNANDO LU S OLIVEIRA ATHAYDE A ES AFIRMATIVAS COTAS E A INSER O DE ACAD MICOS IND GENAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UEMS Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o Mestrado em Educa o da Universidade Cat lica Dom Bosco como parte dos requisitos para obten o do grau de Mestre em Educa o Area de concentra o Educa o Orientador Prof Dr Antonio Jac Brand UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO UCDB CAMPO GRANDE MS FEVEREIRO 2010 A ES AFIRMATIVAS COTAS E A INSER O DE ACAD MICOS IND GENAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UEMS FERNANDO LU S OLIVEIRA ATHAYDE REA DE CONCENTRA O EDUCA O BANCA EXAMINADORA Prof Dr Antonio Jac Brand Orientador UCDB Prof Dr Maria Jos de Jesus Alves Cordeiro UEMS Prof Dr Adir Casaro do Nascimento UCDB Campo Grande MS UNIVERSIDADE CAT LICA DOM BOSCO UCDB Aos meus filhos Jo o Fernando e Jo o Emannuel pelas presen as felizes em minha vida aplaudem meus triunfos e acalentam minhas quedas AGRADECIMENTOS Agrade o a Deus por s
85. Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais e a Conven o Internacional sobre a Elimina o de todas as Formas de Discrimina o Racial e a Conven o sobre a Preven o e a San o do Crime de Genoc dio e a Conven o sobre os Direitos da Crian a e a Conven o de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados seu Protocolo de 1967 e seus instrumentos regionais e a Conven o sobre a Elimina o de todas as Formas de Discrimina o contra a Mulher e a Conven o contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cru is desumanos ou degradantes e a Declara o sobre a Elimina o de todas as Formas de Intoler ncia e de Discrimina o fundadas na religi o ou na convic o e a Declara o sobre os Direitos da Pessoas pertencentes a minorias nacionais ou tnicas religiosas e ling sticas e a Declara o sobre as Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional e a Declara o e o Programa de A o de Viena aprovados pela Confer ncia Mundial dos Direitos do Homem e a Declara o de Copenhague e o Programa de A o aprovados pela C pula Mundial para o Desenvolvimento Social e a Declara o da UNESCO sobre a Ra a e os Preconceitos Raciais e a Conven o e a Recomenda o da UNESCO sobre a Luta contra a Discrimina o no Campo do Ensino 132 Tendo presentes os objetivos do Terceiro Dec nio da luta contra o racismo e a discrimina o racial do Dec nio Mundial para a educa o no mb
86. MANN Maria Orgs Desafios para uma educa o superior para os povos ind genas no Brasil pol ticas p blicas de a o afirmativa e direitos culturais diferenciados Mesa Redonda Semin rio agosto 2004 Publicado em 2007 Dispon vel em lt www trilhasde conhecimentos etc br livros arquivos Desafios pdf gt Acesso em 29 out 2009 FLORES Lucio Forma o ind gena na Amaz nia Brasileira 2008 Dispon vel em lt http www 1esalc unesco org ve dmdocuments biblioteca publicaciones2008 diversidad 3Br asil pdf gt Acesso em 29 out 2009 FUNAI Funda o Nacional do ndio Os ndios Dispon vel em lt http www funai gov br indios fr conteudo htm gt Acesso em 9 jun 2009 GALDINO Daniela PEREIRA Larissa Acesso universidade condi es de produ o de um discurso falacioso In BERNARDINO Joaze GALDINO Daniela Levando a ra a a s rio a es afirmativas e universidade Rio de janeiro Cole o Pol ticas da Cor 2004 GARC A Fernando S La Educaci n Superior Ind gena en Ecuador 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 GENTILI Pablo Pedagogia da exclus o cr tica ao neoliberalismo em educa o Petr polis Vozes 1995 GIROUX Henry Praticando estudos culturais nas faculdades de educa o In SILVA Tomaz Tadeu da Alien genas na sala de aula uma introdu o aos estudos culturais em educa o Pe
87. MMARY The present research is tied to the research platform Cultural Diversity and Aboriginal Education Master course in Education Dom Bosco Catholic University UCDB and is focused on the aboriginal academics quotaholders of the State University of Mato Grosso do Sul UEMS This study is related to the emphasis of these individual insertion in public college education The theoretical aproaches I used were the contributions of Hall 2005 Silva 2000 Bauman 2005 Bhabha 2005 Lamb 2008 Brand 1997 2001 2008 and others to think and reflect on these students identity and difference The empirical basis of this work is based on dialogue and listening observations of the aboriginal quotaholders in different areas and courses of UEMS interviews and questionnaires The subject of affirmative actions and quotas at the universities are in discussion frequently in our society However insofar such politics are going to be debated widely it becomes necessary to detail and to specify their limits and possibilities Therefore it was certainly important to offer voice to the directly involved citizens in this process in this case the aboriginal academics and their perceptions on their trajectories at College Educational Institutions Results indicate the relevance of access to universities of aboriginal academics but they also demonstrate ethnic discrimination and inappropriatenesses to the permanency conditions offered to them such as co
88. NEMAT Programa de Educa o Superior Ind gena Intercultural PUC SP Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo PUC GO Pontif cia Universidade Cat lica de Goi s PUMC Programa Universit rio Nacional e Multicultural RIF FOEI Rede Interamericana de Forma o de Formadores em Educa o Ind gena SPI Servi o de Prote o ao ndio TCC Trabalho de Conclus o de Curso TI Terra Ind gena UCDB Universidade Cat lica Dom Bosco UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro UFAM Universidade Federal do Amazonas UFGD Universidade Federal da Grande Dourados UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPR Universidade Federal do Paran UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRR Universidade Federal de Roraima UFT Universidade Federal do Tocantins UNAM Universidade Aut noma do M xico UNESCO Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNICAMP Universidade Estadual de Campinas URACCAN Universidad de las Regiones de las Costa Caribe Nicaragiiense LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Na es vinculadas educa o ind gena nas Am ricas vinculadas Rede Interamericana de Forma o de Formadores em Educa o Ind gena 36 QUADRO 2 Institui es de Ensino Superior federais e estaduais afrodescendentes e lassiticacao Socialist SS a ea e E 51 QUADRO 3 Institui es de Ensi
89. O outro diferente funciona como o deposit rio de todos os males como portador das falhas sociais Este tipo de pensamento sup e que a pobreza do pobre a viol ncia 15 do violento o problema de aprendizagem do aluno a defici ncia do deficiente e a exclus o do exclu do DUSCHATZKY SKLIAR 2001 p 124 Ainda no per odo da capacita o fomentou se o debate em torno da realidade das a es afirmativas e cotas dentre outros temas como a diversidade cultural e a necessidade de consolidar a posi o oficial da UEMS a cerca dos cotistas negros e ind genas Por mais estranho que pare a na ambi ncia dos debates o que se percebia era um pouco de murm rio e o sil ncio da maioria branca Por interm dio dessas reuni es fiz uma reflex o sobre a presen a dos acad micos ind genas na UEMS Observei que a discrimina o a car ncia de forma o intercultural a desigualdade social o racismo bem como o constrangimento dos envolvidos na discuss o eram gritantes embora quase sempre dissimulados Mediante esses acontecimentos e observa es formulei a pergunta que procuraria perseguir na pesquisa como seria a presen a do acad mico ind gena na UEMS Nascimento 2006 destaca que os ind genas chegam ao ensino superior por v rias portas sejam pelas cotas vagas adicionais ou projetos espec ficos A autora aponta informa es da Funda o Nacional do ndio FUNAI e registra cerca de 2 5 mil ndios com matr
90. OS Artigo 4 Os direitos humanos garantias da diversidade cultural A defesa da diversidade cultural um imperativo tico insepar vel do respeito dignidade humana Ela implica o compromisso de respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais em particular os direitos das pessoas que pertencem a minorias e os dos povos aut ctones Ningu m pode invocar a diversidade cultural para violar os direitos humanos garantidos pelo direito internacional nem para limitar seu alcance Artigo 5 Os direitos culturais marco prop cio da diversidade cultural Os direitos culturais s o parte integrante dos direitos humanos que s o universais indissoci veis e interdependentes O desenvolvimento de uma diversidade criativa exige a 138 plena realiza o dos direitos culturais tal como os define o Artigo 27 da Declara o Universal de Direitos Humanos e os artigos 13 e 15 do Pacto Internacional de Direitos Econ micos Sociais e Culturais Toda pessoa deve assim poder expressar se criar e difundir suas obras na l ngua que deseje e em particular na sua l ngua materna toda pessoa tem direito a uma educa o e uma forma o de qualidade que respeite plenamente sua identidade cultural toda pessoa deve poder participar na vida cultural que escolha e exercer suas pr prias pr ticas culturais dentro dos limites que imp e o respeito aos direitos humanos e s liberdades fundamentais Artigo 6 Rumo a uma diversidade cultural acc
91. S para o per odo de 2002 a 2007 aprovado pela Resolu o COUNI UEMS n 216 de 18 9 02 alterada pela Resolu o COUNI UEMS N 232 de 4 4 03 estabeleceu as seguintes metas 76 Item IV subitem 1 compromisso 1 Interioriza o das a es da Universidade com vistas democratiza o do acesso ao conhecimento Para implementa o de pol ticas nesse sentido estudos ser o realizados para implanta o de polos de produ o e difus o de conhecimentos amplia o da oferta de cursos e servi os Item V subitem 1 Interioriza o das a es da Universidade com vistas democratiza o do acesso ao conhecimento prev como meta o aumento de 50 at o ano de 2007 do n mero de vagas oferecidas nos cursos de gradua o da UEMS Item V subitem 2 Ensino de Gradua o prev como meta o aumento de 50 at o ano de 2007 do total de alunos matriculados na UEMS tendo como estrat gia a amplia o de oferta dos cursos ent o existente e a possibilidade de implanta o de novos cursos CORDEIRO p 53 Em 2003 a UEMS ofereceu dezoito 18 cursos com trinta e seis 36 ofertas No ano de 2004 disponibilizou dezenove 19 cursos com trinta e nove 39 ofertas J nos anos de 2005 e 2006 amplia sua demanda para vinte e um 21 cursos e quarenta e seis 46 ofertas em 2005 quarenta e um 41 em 2006 A sede universit ria encontra se em Dourados mas com quatorze 14 unidades universit rias distribu das pel
92. a as ao Movimento Negro que desde a elabora o da Constituinte de 1988 vinha reivindicando repara es por todo um passado de segrega o sofrida pela popula o negra brasileira e exigindo do Estado o reconhecimento Neste contexto a Constitui o de 88 expressa em suas p ginas a preocupa o com a constru o de uma sociedade mais justa e solid ria na tentativa de reduzir as desigualdades sociais Hoje a Lei Magna representa importante marco para os direitos humanos Dentre suas especificidades tem como responsabilidade radical o moderno conceito de cidadania seus aspectos legais preceituam o amparo aos cidad os e aos seus direitos sociais tais como Artigo 3 inciso III erradicar a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais inciso IV promover o bem de todos sem o preconceito de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o inciso VI promover o bem de todos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o O artigo 5 inciso VIII ningu m ser privado de direitos por motivo de cren a religiosa ou de convic o filos fica ou pol tica salvo se as invocar para eximir se de obriga o legal a todos imposta e recusar se a cumprir presta o alternativa fixada em lei Artigo 7 inciso XXXI proibi o de qualquer discrimina o no tocante a sal rio e crit rios de admiss o do trabalhador portador de defici ncia inci
93. a chefe da Diretoria de Registro Acad mico DRA Roseli Roberto dos Santos funcion ria da Ger ncia Universit ria de Dourados Prof Valdirene Fonseca de Souza Teixeira Gerente todos integrantes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS pelo acolhimento e solicitude que demonstraram minha pessoa e pesquisa imprescind veis na obten o de dados e informa es favorecendo tamb m a aplica o dos question rios e entrevistas aos acad micos ind genas Patr cia Pogliesi Paz secret ria do Rede de Saberes UEMS por apresentar me aos acad micos ndios possibilitando os primeiros di logos Obrigado Mas quando surges s t o outro e m ltiplo e imprevisto que nunca te pareces com o teu retrato E eu tenho de fechar meus olhos para ver te M rio Quintana ATHAYDE Fernando Lu s Oliveira A es afirmativas cotas e a inser o de acad micos ind genas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS Campo Grande 2010 194p Disserta o Mestrado Universidade Cat lica Dom Bosco RESUMO A presente pesquisa est vinculada linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educa o Ind gena curso de Mestrado em Educa o da Universidade Cat lica Dom Bosco UCDB e focada nos acad micos ind genas cotistas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS Trata se de estudo com nfase na inser o desses indiv duos no ensino superior p blico Como aporte te rico utiliz
94. a conhecimento e cultura contribuir para o amadurecimento dos setores e reas que comp em a universidade hoje 109 REFER NCIAS ALMEIDA Nina Paiva Diversidade na universidade o BID e as pol ticas educacionais de inclus o tnico racial no Brasil Rio de Janeiro UFRJ 2008 Disserta o Mestrado em Antropologia Social Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ 2008 ARBACHE Ana Paula Ribeiro Bastos A pol tica de cotas raciais na universidade p blica brasileira um desafio tico S o Paulo PUC SP 2006 Tese Doutorado em Educa o Curr culo Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo PUC SP 2006 BARRENO Leonzo Instituto internacional para a Educa o Superior na Am rica Latina e Caribe IESALC Programa Observat rio de Educa o Superior na Am rica Latina e Caribe Dispon vel em lt http wwwtrilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america Jat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 BAUMAN Zygmunt Identidade entrevista a Benedetto Vecchi Zygmunt Rio de Janeiro Jorge Zahar 2005 BAUMAN Zygmunt Modernidade e ambival ncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999 BAUMAN Zygmunt Modernidade l quida Rio de Janeiro Zahar 2001 BHABHA Homi K O local da cultura Belo Horizonte UFMG 2005 BORGO Luisa P rez de Educaci n Superior Ind gena en Venezuela Una Aproximaci n 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america
95. a s n o conseguem terminar seus estudos A entidade aponta como fatores determinantes de evas o ind gena nas universidades o preconceito a l ngua a aus ncia de conte do b sico das etapas iniciais da atividade escolar al m do baixo valor das bolsas Na tentativa de conter esta evas o as etnias reivindicam a cria o de universidades ind genas bem como a inser o de disciplinas com tem ticas espec ficas para eles COUTO 2009 Ainda no presente informativo destaca quarenta e tr s 43 institui es de educa o superior no pa s que apresentam alguma a o afirmativa para o acesso de estudantes ind genas Por exemplo no Norte tr s universidades Nordeste sete 07 Sudeste dezessete 17 Sul doze 12 e no Centro Oeste quatro universidades Sem d vida o acesso dos ndios s universidades n o veio acompanhado de pol ticas para assegurar a perman ncia deles na educa o superior conforme Gersem Baniwa apud Luciano 2006 p 151 diretor presidente do CINEP Falta apoio do governo e uma maior prepara o dos estabelecimentos de ensino principalmente no in cio quando os ind genas sentem mais dificuldades de adapta o e inser o no ambiente acad mico Existem medidas em constru o mas por enquanto nada de concreto afirma ele que doutorando pela Universidade de Bras lia UnB E ainda sugere Uma das solu es para reduzir a grande evas o a cria o de universidades pr prias para
96. a acompanhar a turma nos trabalhos e pesquisas Mas disse que no ano de 2009 seria tudo diferente pois trabalhou nas f rias e ganhou um bom dinheiro que a manteria durante todo o ano letivo E al m do mais est morando com o namorado o que facilitou a sua vida por m por n o estar casada com ele isso n o garante que ele seja respons vel por 89 ela Ainda segundo a acad mica a qualquer momento ele pode terminar o namoro e nesse caso ela n o sabe o que vai acontecer com seus estudos e principalmente com sua vida eu sou ndia e tenho um grande sonho terminar os estudos e voltar a aldeia para ajudar meu povo pois s o pobres e vivem com muito pouco Perguntei Quando terminar o curso e voltar para a aldeia eles oferecer o emprego remunerado Ela afirmou eles prometeram que me dariam emprego e que teriam condi o de pagar pelo meu servi o Eu n o penso em sal rio claro que isso bom mas quero ajudar meu povo e isso para mim j suficiente Para a jovem guarani a sua identidade e alteridade revelaram que o outro n o inexistente e estrangeiro distante de n s e daquilo que constitui nosso mundo GUSM O 2003 p 89 Ao afirmar que n o pensa em sal rio mas deseja ajudar seu povo e isso j suficiente revelou me que para ela o outro existe e est no nosso mundo como n s estamos nele p 89 N s os ocidentais estamos distantes de compreender este encontro que desafia e ao mesmo
97. a as popula es ind genas que s participavam das universidades como objeto de pesquisa Alguns ndios conseguiam com m ritos pr prios o acesso ao ensino superior Nesta mesma d cada os ndios Makuxi de Rond nia os kaingang do Rio Grande do Sul Santa Catarina e Paran e os Terena Mato Grosso do Sul j haviam conquistado o ensino superior A FUNAI custeou suas despesas mensalidades das gradua es alojamento e alimenta o Sabemos que a maioria dos alunos ndios que chegaram ao ensino superior at este momento o fez na rede privada No final dos anos 80 na p s constituinte houve um avan o importante para o surgimento de uma nova classe de profissionais denominados professores ndios O professor ind gena criatura e criador das pr ticas instauradoras dessa nova pol tica n o foi acompanhada de a o do Estado voltadas para efetivamente formar ind genas no tocante forma o superior de professores ind genas nada de concreto foi feito na esfera do MEC pelo governo Fernando Henrique Cardoso Os cursos pioneiros de licenciatura intercultural ind gena e o termo intercultural como vem sendo usado no Brasil mereceria uma tese em si surgidos na Universidade Estadual de Mato Grosso UNEMAT ver http www unemat br indigena coordenados pelo Professor Elias Janu rio e o N cleo Insikiran de Forma o Superior Ind gena da Universidade Federal de Roraima UFRR http www insikiran ufrr br conceb
98. a com as cambiantes condi es hist ricas as faculdades de educa o t m mantido uma profunda suspeita em rela o teoria e ao di logo intelectuais GIROUX 1995 p 85 86 Amparada na Constitui o Estadual de 89 surge a UEMS nos termos do art 48 do Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias No entanto efetivou se apenas no ano de 1993 por meio da Lei n 1 461 de 20 12 93 Desse modo o Poder Executivo aprova a Funda o Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul conforme Decreto n 7 585 de 22 12 93 Neste sentido no ano de 1994 foi ofertado o primeiro processo seletivo para as gradua es da UEMS contemplando quinhentas 500 vagas para os cursos de licenciaturas e trezentos e trinta 330 para os de bacharelados assim distribu das onze 11 ofertas de licenciatura sete 07 de bacharelados num total de dezoito 18 ofertas de doze 12 cursos organizados em quinze 15 unidades universit rias A UEMS tem procurado implantar no mbito de sua autonomia administra o gest o financeira e patrimonial nos termos do que preceitua o art 207 da Constitui o Federal e a Lei Estadual n 2 583 de 23 12 02 pol ticas de amplia o do n mero de ofertas de cursos e vagas em seu processo seletivo anual segundo normas legais pertinentes ao credenciamento da institui o e reconhecimento de seus cursos No que se refere valoriza o de tais pol ticas o Plano de Desenvolvimento Institucional da UEM
99. a partir desta mesma d cada tem percebido mudan as no n mero de ndios pois a popula o ind gena tem crescido constantemente indicando uma retomada demogr fica Nesse sentido Melatti 2007 afirma que um dos fatores que contribuiu para esse aumento a recente reivindica o da identidade ind gena por parte de grupos que a haviam abandonado ou a escamoteavam por serem pressionados ou perseguidos por aqueles por desejavam ou perseguiam suas terras A perspectiva de reav las com o apoio de uma maior receptividade e suas reivindica es por parte das autoridades proporcionada por uma reformula o das ideias que estas mantinham sobre tais grupos tem feito com que reapare am como etnias ind genas n o na situa o em que se encontravam antes do inicio da coloniza o mas rearticuladas e animadas por um novo modo de ser MELATTI 2007 p 49 Em se tratando de senso da popula o ind gena importa nos mencionar as primeiras informa es compiladas por Darcy Ribeiro em 1957 com base nos documentos do SP1 Melatti 2007 afirma que neste per odo n o era f cil apurar se um dado correspondia a uma sociedade ind gena ou a outro subgrupo Desta forma o pesquisador preferiu usar para todos a express o grupo tribal Quanto falta de informa es destes grupos estimou para cada um deles uma popula o m nima e outra m xima Alguns dados demogr ficos sobre as popula es ind gena brasileiras foram adquirid
100. a universidade a gente n o v isso dif cil voc debater uma quest o ind gena dentro da sala de aula Os professores n o t m muito conhecimento na rea E fica dif cil para eles debaterem conosco Entrevista n 06 100 Despontam tamb m as quest es relacionadas ao curr culo como podemos verificar no depoimento abaixo Os professores buscam passar aquilo que eles sabem Em rela o s quest es ind genas n o conseguem abranger muito e necessitamos de muito mais Eles t m um conte do limitado em rela o ao conhecimento do ndio e seus direitos legais Algumas vezes falam algumas coisas muito b sicas Por vivermos em uma regi o onde vivem ind genas deveria ter uma mat ria espec fica igual para todos como tem uma mat ria espec fica para o tr fico de drogas por ser fronteira Acredito que poderia ficar melhor se todos tivessem esse entendimento Entrevista n 07 N o tiveram nenhuma preocupa o com os conte dos do meu curso Nunca tivemos nada que tratasse especificamente da sa de ind gena Entrevista n 10 Silva 1995 ao refletir sobre a cultura nas institui es de ensino afirma que ao analisar cuidadosamente os conte dos ministrados explicitamente para os alunos e aquilo que enfatizado nos curr culos destaca fortemente a presen a das culturas hegem nicas As outras culturas que n o representam nenhuma estrutura de poder social normalmente s o silenciadas quando
101. ada quest o racial Muitos movimentos sociais afirmam que a prote o legal contra a discrimina o racial n o satisfaz as necessidades dos grupos marginalizados e nem eficiente Estes movimentos come am a buscar outras estrat gias de defesa e apoio efetivo s iniciativas que tentam inseri los na sociedade por meio das pol ticas p blicas de a o afirmativa e dos mais diferentes meios que procuram reduzir de alguma forma as desigualdades raciais existentes importante mencionar fun o importante das Organiza es N o governamentais ONGs pois desempenharam fun o importante na tentativa de inserir as minorias podemos citar os cursinhos pr vestibulares que d o prefer ncia para alunos pobres e negros as primeiras iniciativas de a o afirmativa ligada educa o no Brasil a partir de 1992 A Funda o Ford criada nos Estados Unidos no ano de 1939 iniciou seus programas no Brasil em 1962 Contudo apenas em 2002 o Programa Internacional de Bolsas de P s Gradua o da Funda o Ford passou a levar em considera o os objetivos das a es afirmativas na sele o de seus bolsistas Esse tipo de mudan a na avalia o e nos crit rios de sele o para bolsas oferecida pela Funda o Ford fez com que mais de 90 dos 42 bolsistas escolhidos aqui no Brasil fossem negros pardos e ndios No Brasil em 1999 se iniciam as medidas mais concretas no sentido das a es afirmativas O projeto governamental propos
102. al Labor Relations Act que previa que um empregador que fosse encontrado discriminando sindicalista ou oper rios sindicalizados teria de implementar a es com a finalidade de colocar as v timas nas posi es onde elas estariam se n o tivessem sido discriminadas GUIMAR ES 1996 ANDREWS 1997 apud SILVA SILV RIO 2003 p 91 Ou seja o empregador que discriminasse um sindicalista ou um oper rio teria que parar de faz lo e por meio de a o afirmativa reverter de alguma forma a atitude praticada Mas se a justi a se referisse a uma promo o n o efetivada por causa da discrimina o o oper rio deveria ser promovido por uma a o afirmativa que de alguma forma o elevaria ao cargo promo o pretendida As a es afirmativas nos Estados Unidos surgem quando relativo consenso se estabelece em torno da necessidade de uma postura ativa no combate discrimina o racial e melhoria efetiva das chances oferecidas queles que tiveram seus diretos legalmente negados durante s culos Na d cada de 60 do s culo passado com a posse do Presidente John F Kennedy 1961 1963 no contexto de lutas pelos direitos civis no pa s pro be s institui es governamentais americanas cometerem atos de discrimina o contra aqueles que se candidatassem a empregos tendo como par metro a cor a religi o ou a nacionalidade Desta forma inicia mudan a de postura diante das a es afirmativas termo empregado pela primeira vez pelo pr
103. amos e agora Com quem vamos fazer o trabalho Eu falei somos tr s a gente se junta e n o precisamos ficar perguntando e pedindo ajuda J temos um grupo os desprezados vem para o nosso grupo Hoje somos cinco que nem eles Voc n o pode chegar e ir entrando no meio dos brancos n o aceitam Eu falei para o grupo A gente pode tirar nota e estamos conseguindo Entrevista n 8 Bom pelo menos eu percebo o preconceito s vezes eu me sinto meio fora O n o ind gena nos v por um outro ngulo Tenta n o deixar a gente de lado mas percebemos Como eu posso dizer Rejei o No final eu sempre penso que n o vale a pena ligar para isso Sendo que somos todos iguais Eu vejo que os ind genas sentem um pouco eu sinto Mas n o ligo e incentivo as minhas amigas fazer como eu N o se importar Sempre quando algu m chega e olha para voc com olhares de lado n o precisa dizer nada Por m a gente percebe o que isso quer dizer Entrevista n 04 Tem professor que chama muito a nossa aten o e quer que a gente fique olhando o tempo todo para eles N s n o escutamos com o olho s vezes eles n o falam nada mas falam Prestem aten o Hei Fulano t ouvindo Voc sabe Faz a pergunta direta para a gente Para o n o ind gena n o fazem isso Entrevista n 4 Estes universit rios n o foram os nicos a se manifestarem v timas de preconceito Muitos de uma fo
104. an ado o reconhecimento de seus direitos na esfera dos sistemas internacionais de prote o dos direitos humanos Entre tais conquistas destacam se por exemplo a Conven o 169 da Organiza o Internacional do Trabalho a Declara o Universal dos Direitos Ind genas da Organiza o da Na es Unidas e a Declara o sobre Direitos Ind genas da Organiza o dos Estados Americanos Trata se de instrumentos internacionais que o Governo brasileiro ainda n o ratificou ou subscreveu B Medidas Governamentais Demarca o de 420 terras ind genas em 87 000 000 de hectares representando 11 55 do territ rio brasileiro Entre janeiro de 1995 e abril de 2001 foram homologadas 140 terras ind genas Celebra o de parcerias com organiza es ind genas e de apoio aos ndios para os trabalhos de demarca o f sica das terras ind genas como as Terras Ind genas do Rio Negro realizada em conjunto pela Funda o Nacional do ndio a Federa o das Organiza es Ind genas do Rio Negro e o Instituto Socioambiental Presta o de servi os de sa de aos ndios por interm dio dos Distritos sanit rios Especiais Ind genas vinculados Funda o Nacional de Sa de FUNASA em 34 distritos ind genas Realiza o de nove conv nios com organiza es ind genas e de dezenove com organiza es de apoio aos ndios para o atendimento de sa de nas aldeias no valor de R 100 000 000 00 em 2000 Elabora o em conjunto com e
105. ana dos Direitos e Deveres do Homem na Conven o Americana sobre Direitos Humanos e em outros instrumentos internacionais sobre direitos humanos e nesta Declara o nada pode ser interpretado no sentido de limitar restringir ou negar de qualquer forma esses direitos ou no sentido de autorizar a o alguma que n o se coadune com os princ pios de Direito Internacional inclusive o dos direitos humanos 2 Os povos ind genas t m os direitos coletivos indispens veis ao pleno gozo dos direitos humanos individuais de seus membros Neste sentido os Estados reconhecem o direito dos povos ind genas inter alia a sua a o coletiva a suas pr prias culturas a professar e praticar suas cren as espirituais e a usar seus idiomas 3 Os Estados assegurar o a todos os povos ind genas o pleno gozo de seus direitos e com rela o a seus procedimentos constitucionais adotar o as medidas legislativas e de outra natureza que forem necess rias para efetivar os direitos reconhecidos nesta Declara o Artigo III Direito de pertencer aos povos ind genas Os indiv duos e comunidades ind genas t m o direito de pertencer aos povos ind genas de acordo com as respectivas tradi es e costumes Artigo IV Personalidade jur dica Os povos ind genas t m direito a ter sua plena personalidade jur dica reconhecida pelos Estados no contexto de seus sistemas jur dicos Artigo V Rep dio assimila o 1 Os povos ind genas ter o o direito
106. anos do pluralismo inclusive o pluralismo cultural da democracia e do Estado de Direito Implica a rejei o do dogmatismo e do absolutismo e fortalece as normas enunciadas nos instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos 133 1 4 Em conson ncia ao respeito dos direitos humanos praticar a toler ncia n o significa tolerar a injusti a social nem renunciar s pr prias convic es nem fazer concess es a respeito A pr tica da toler ncia significa que toda pessoa tem a livre escolha de suas convic es e aceita que o outro desfrute da mesma liberdade Significa aceitar o fato de que os seres humanos que se caracterizam naturalmente pela diversidade de seu aspecto f sico de sua situa o de seu modo de expressar se de seus comportamentos e de seus valores t m o direito de viver em paz e de ser tais como s o Significa tamb m que ningu m deve impor suas opini es a outrem Artigo 2 O papel do Estado 2 1 No mbito do Estado a toler ncia exige justi a e imparcialidade na legisla o na aplica o da lei e no exerc cio dos poderes judici rio e administrativo Exige tamb m que todos possam desfrutar de oportunidades econ micas e sociais sem nenhuma discrimina o A exclus o e a marginaliza o podem conduzir frustra o hostilidade e ao fanatismo 2 2 A fim de instaurar uma sociedade mais tolerante os Estados devem ratificar as conven es internacionais relativas aos direitos humanos e
107. ante os mecanismos de voto estabelecidos no item 3 3 b II adotar as disposi es necess rias para o cumprimento deste Acordo e das decis es da Assembleia Geral IV avaliar as necessidades t cnicas e administrativas do Fundo Ind gena e propor as medidas correspondentes Assembleia Geral V administrar os recursos do Fundo Ind gena e autorizar a contrata o de cr ditos VI submeter considera o da Assembleia Geral as propostas de programa e de or amento anuais e as presta es de contas peri dicas dos recursos do Fundo Ind gena VII considerar e aprovar programas e projetos qualificados para receber o apoio do Fundo Ind gena conforme seus objetivos e regulamentos VIID promover ou prestar assist ncia t cnica e apoio necess rio para a prepara o dos projetos e programas IX promover e estabelecer mecanismos de coordena o entre os Membros do Fundo Ind gena entidades cooperantes e benefici rios X propor Assembleia Geral a nomea o do Secret rio T cnico do Fundo Ind gena XI suspender temporariamente as opera es do Fundo Ind gena at que a Assembleia Geral tenha a oportunidade de examinar a situa o e tomar as medidas pertinentes XII exercer as demais atribui es que lhe confere este Acordo e as fun es que lhe sejam atribu das pela Assembleia Geral d Reuni es O Conselho Diretivo se reunir pelo menos tr s vezes ao ano em abril agosto e dezembro e extraordinariamente quando co
108. aprender com o conhecimento de outros valores diversas culturas No mbito legal importa mencionar como marco inicial a Declara o Universal dos Direitos Humanos constru da ap s o t rmino da Segunda Guerra Mundial em 1948 Em suas premissas contempla a prote o e promo o do direito de todos os seres humanos face das viola es e desconsidera es com a vida e a dignidade humana ocorrida no decorrer da guerra Expresso no seu Art 1 que todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos a Declara o de forma ineg vel uma esp cie de fonte ou lastro com as mais diversas origens donde derivam as demais disposi es legais que visam a tem tica dos direitos humanos A Confer ncia dos Direitos Humanos realizada em Viena ustria no ano de 1993 n o deixou d vidas sobre a necessidade dos pa ses signat rios promoverem pol ticas p blicas visando n o somente a elimina o de qualquer forma de discrimina o mas a valoriza o da equidade e promo o dos direitos humanos Os artigos 20 26 e 27 do cap tulo intitulado Igualdade Dignidade e Toler ncia s o incontest veis sobre o papel dos Estados Art 20 A Confer ncia Mundial sobre Direitos Humanos insta todos os Governos a tomarem medidas imediatas e desenvolverem pol ticas vigorosas no sentido de evitar e combater todas as formas de racismo xenofobia ou manifesta es an logas de intoler ncia onde seja necess rio promulgando leis
109. as do subsolo de relevante interesse para a seguran a e o desenvolvimento nacional 162 2 A interven o executar se nas condi es estipuladas no decreto e sempre p r meios suas rios dela podendo resultar segundo a gravidade do fato uma ou algumas das medidas seguintes a conten o de hostilidades evitando se o emprego de for a contra os ndios b deslocamento de grupos tribais de uma para outra rea c remo o de grupos tribais de uma outra rea 3 Somente caber a remo o de grupo tribal quando de todo imposs vel ou desaconselh vel a sua perman ncia na rea sob interven o destinando se camunidade ind gena removida rea equivalente anterior inclusive quanto s condi es ecol gicas 4 A comunidade ind gena removida ser integralmente ressarcida dos preju zos decorrentes da remo o 5 O ato de interven o ter a assist ncia direta do rg o federal que exercita tutela do ndio Art 21 As terras espont nea e definitivamente abandonadas por comunidade ind gena ou grupo tribal reverter o por proposta do rg o federal de assist ncia ao ndio e mediante ato declamat rio do Poder Executivo posse e ao dom nio pleno da Uni o CAP TULO II Das terras Ocupadas Art 22 cabe aos ndios ou silv colas a posse permanente das terras que habitam e o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes Par grafo
110. as medidas que sejam necess rias para alcan ar progressivamente a plena realiza o deste direito Artigo 25 Os povos ind genas t m direito a manter e fortalecer sua pr pria rela o espiritual com as terras territ rios guas mares costeiros e outros recursos que tradicionalmente tem possu do ou ocupado e utilizado de outra forma e a assumir as responsabilidades que a esse respeito os incumbem para com as gera es vindouras Artigo 26 1 Os povos ind genas t m direito as terras territ rios e recursos que tradicionalmente tem possu do ocupado ou de outra forma utilizado ou adquirido 2 Os povos ind genas t m direito de possuir utilizar desenvolver e controlar as terras territ rios e recursos que possuem em raz o da propriedade tradicional ou outra forma tradicional de ocupa o ou utiliza o assim como aqueles que haviam adquirido de outra forma 3 Os Estados assegurar o o reconhecimento e prote o jur dica dessas terras territ rios e recursos Este reconhecimento respeitar devidamente os costumes as tradi es e os sistemas de posse da terra dos povos ind genas de que se trate Artigo 27 Os Estados estabelecer o e aplicar o conjuntamente com os povos ind genas interessados um processo equitativo independente imparcial aberto e transparente no que se reconhe am devidamente as leis tradi es costumes e sistemas de posse da terra dos povos ind genas para reconhecer e adjudicar os direito
111. at o final do ano de 2003 30 das vagas No entanto n o foram estabelecidos crit rios que possibilitassem a identifica o dos candidatos aptos a ocuparem tais cargos do 43 governo Em dezembro deste mesmo ano foi o Minist rio da Justi a baixou uma portaria que criou cotas de 20 para negros 20 para mulheres e 5 para deficientes f sicos ou mentais a fim de preencher vagas sem v nculo empregat cios desempenhadas por funcion rios contratados por empresas terceirizadas Em 2002 anunciou o governo federal a cria o anual de 20 bolsas de estudo destinadas prepara o de estudantes negros para o futuro ingresso no Instituto Rio Branco subordinado ao Minist rio das Rela es Exteriores tendo como responsabilidade pela carreira diplom tica do servi o p blico brasileiro com o objetivo de promover maior igualdade de oportunidades no acesso carreira de diplomata e ampliar a diversidade tnica na diplomacia brasileira Neste mesmo ano 2002 no m s de maio na comemora o da Aboli o da Escravatura no Brasil o governo federal instituiu o Programa Nacional das A es Afirmativas coordenado pela Secretaria de Estudos dos Direitos Humanos do Minist rio da Justi a estabelecendo metas percentuais de participa o de afrodescendentes mulheres e pessoas portadoras de defici ncia f sica no preenchimento de cargos em comiss o A luta em favor das a es afirmativas brasileiras est diretamente lig
112. ator grave o que diz respeito condi o financeira da maioria deles Boa parte dos acad micos ind genas s consegue manter se na universidade custa de muito sacrif cio Entre eles comum n o fazer todas as refei es do dia procurando economizar um pouco para o transporte para fotoc pias aquisi o de livros apostilas e outros Nem todos trabalham o que por si s j seria um malef cio pois haveria preju zo para os estudos Os que cursam licenciaturas costumam acumular estudo e trabalho para manter se na universidade Claro que h a concess o de bolsas mas elas nem sempre s o suficientes para todos por isso que os acad micos ind genas disseram e denunciaram a morosidade que as envolve pois quando chegam s suas m os muitos meses se passaram desde o in cio do ano letivo e grandes dificuldades surgiram no caminho desses acad micos Certamente o aspecto 108 financeiro tem contribu do para a evas o abandono dos cursos e adiamento do sonho de estar na academia Apesar desses problemas enfrentados pelos ind genas na UEMS percebi que eles seguem na conquista de seus objetivos e n o se deixam abater pois sabem que todas as dificuldades n o desaparecem do dia para a noite Est o conseguindo avan ar e buscam caracterizar sua identidade que articula visibiliza e acentua o orgulho de serem ndios em qualquer lugar ou situa o Identidades constitu das historicamente e ao mesmo tempo constantemente mo
113. ayde Orientador Dr Ant nio Jac Brand CARTA DE APRESENTA O Caro a colaborador a Venho por meio desta solicitar sua colabora o para o que se segue Sou mestrando em Educa o Escolar da Universidade Cat lica Dom Bosco UCDB e Supervisor Educacional da Rede Municipal de Educa o de Campo Grande MS Procuro com meus estudos compreender um pouco melhor a quest o das cotas e a inser o de acad micos ind genas nos cursos de gradua o da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS Na pesquisa de campo com o intuito de compor a disserta o ser o coletados os seguintes procedimentos entrevistas question rios semi estruturados e coleta de dados quantitativos principalmente junto s Pr reitorias de Ensino e de Extens o da UEMS Tais dados e informa es receber o um tratamento cient fico e tico n o sendo divulgados aleatoriamente mas de acordo com as normas vigentes na Academia Em suma o que posso garantir que de minha parte h de fato uma inten o s ria de compreender um pouco melhor a realidade que envolve os alunos ind genas dos cursos da UEMS Certo de poder contar com sua colabora o agrade o Atenciosamente Prof Fernando Lu s Oliveira Athayde ANEXO B Requerimento Divis o de Inclus o e Diversidade UEMS 126 ANEXO C Requerimento Divis o de Registro Acad mico DRA UEMS 128 ANEXO D Of cio Ger ncia da Unidade de Dourados
114. blinhar que o sistema jur dico brasileiro disciplina a discrimina o seja em sua modalidade direta seja em sua modalidade indireta Discrimina o direta Art I item 1 da Conven o Internacional Sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o Racial Nesta Conven o a express o discrimina o racial significar qualquer distin o exclus o restri o ou prefer ncia baseadas em ra a cor descend ncia ou origem nacional ou tnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento gozo ou exerc cio num mesmo plano em igualdade de condi o de direitos humanos e liberdades fundamentais no dom nio pol tico econ mico social cultural ou em qualquer outro dom nio de vida p blica Art 1 da Conven o 111 Concernente Discrimina o em Mat ria de Emprego e Profiss o 1 Para os fins da presente conven o o termo discrimina o compreende Toda distin o exclus o ou prefer ncia fundada na ra a cor sexo religi o opini o pol tica ascend ncia nacional ou origem social que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em mat ria de emprego ou profiss o Artigo I da Conven o Relativa Luta Contra a Discrimina o no Campo do Ensino Para os fins da presente Conven o o termo discrimina o abarca qualquer distin o exclus o limita o ou prefer ncia que por motivo de ra a cor
115. brasileira e dos povos ind genas em particular da necessidade de repensar o papel da escola na vida passada presente e futura dos povos nativos LUCIANO 2006 p 150 Afirma existir ainda a luta que as lideran as ind genas est o travando a reivindica o de cursos espec ficos para eles A justificativa tem sua relev ncia pois seriam gradua es formuladas de acordo com os crit rios advindos das respostas da educa o escolar ind gena diferenciada pois segundo eles dariam continuidade a este modelo de educa o bem como a forma o de professores para esta mobilidade de ensino Desta forma n o ocorreria o descompasso de conhecimentos confirmado na fala dos ind genas acad micos Por outro lado para Dal B 2007 n o considerar a entrada destes alunos nos cursos regulares ou apenas nas gradua es espec ficas seria reduzir as oportunidades desses ind genas de ingressarem nas universidades tradicionais ou ainda restringindo os em cursos destinados a eles Recentemente no dia 14 de setembro de 2009 foi divulgada pelo Observat rio de Direitos Ind genas Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas ODIN CINEP um estudo acerca das dificuldades que os ind genas v m enfrentando nos diversos cursos de ensino superior Trata se de levantamento de car ter in dito realizado pelo CINEP revelando que 91 pelo menos 20 1 2 mil dos cerca de seis mil estudantes ind genas de cursos de gradua o de todo o p
116. bservaram que importante marcar que as organiza es ind genas pensaram pouco sobre as quest es do ensino superior pois estiveram e est o preocupadas em manter as terras de seus povos e assegurar bases de subsist ncia Junto a estas iniciativas de intelectuais ind genas mestres e doutores criaram o Centro Ind gena de Estudos e Pesquisa CINP cujas metas principais s o a pesquisa e a forma o de equipes t cnico intelectuais e sua atua o maior est voltada ao movimento social ind gena Assim intelectuais ndios est o convictos de que a oferta e o acesso universidade t m um enorme valor e que as cotas poder o benefici los sobretudo na situa o dos povos territorializados Mas para incluir estes alunos ndios na universidade h que se levar em considera o a estrutura da universidade suas reas de pesquisa conte dos curriculares dentre outros Baniwa 2005 faz uma reflex o sobre as cotas ind genas e afirma que a aplica o do acesso do ndio ao ensino superior por meio destas iniciativas teve sua origem na d cada de 90 quando propostas de a o afirmativas passaram a ser adotadas pelos governos e universidades p blicas e privadas A Universidade Federal do Amazonas UFAM deu abertura s chamadas pol ticas de interioriza o de ensino e pesquisa propiciando ao ind gena participar dos processos seletivos da universidade Especificamente no caso da UFAM trata se de abertura de polos universi
117. centes e estudantes nos per odos em que estes est o ministrando aulas nas escolas ind genas Etapas de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa A partir da II Etapa de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa os estudantes desenvolvem atividades de Est gio nas escolas de suas aldeias Tais estudos s o desenvolvidos em polos regionais localizados em cidades ou comunidade ind genas pr ximas resid ncia dos estudantes a fim de promover a aproxima o entre a universidade e as comunidades dos povos ind genas O p blico integrante destes cursos composto por docentes ndios atuantes nas escolas ind genas dos Ensinos Fundamental e M dio Na 1 Turma 2001 2006 foram oferecidas 200 vagas sendo 180 para o Estado de Mato Grosso e 20 para os demais Na 2 Turma 2005 2009 100 vagas aos estudantes de Mato Grosso A 3 Turma 2008 2012 constitu da por 40 professores ind genas de Mato Grosso As vagas ofertadas nestes cursos s o apenas aos ind genas A UNEMAT contrata seus docentes por meio de contratados semestrais para o desenvolvimento das atividades Os professores prov m da UNEMAT e outras universidades conveniadas Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Universidade de S o Paulo USP Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Universidade Federal de Mato Grosso UFMT Universidade Federal da Grande Dourados UFGD dentre outras conforme a rea de conhecimento E pa
118. cerne a conte dos e metodologias em vigor no mbito dessa institui o CAP TULO III ACAD MICOS IND GENAS CURSOS E PERCURSOS DE SUA TRAJET RIA No presente cap tulo detive me na inser o de ind genas no ensino superior e mais especificamente no que diz respeito presen a deles nos cursos de gradua o da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS Portanto busquei compreender a realidade desses acad micos por meio de suas falas e depoimentos e quem sabe detectar as interfaces do ambiente intramuros da universidade vivenciado por todos eles A configura o do cen rio atual no pa s evid ncia maior participa o nos assuntos que dizem respeito s etnias Dada visibilidade pol tica que as popula es ind genas v m conquistando novas reflex es est o sendo constru das e para tanto necess rio reconsiderar a vis o que a comunidade acad mica n o ind gena tem desses segmentos tnicos Penso que estas como es ganharam espa o pol tico na atual d cada e sensibilizaram de certa forma o meio acad mico que at pouco tempo aparentava se pouco sens vel causa ind gena conforme pode se perceber no texto abaixo A partir da d cada de 1990 no embalo da Nova Constitui o de 1988 ocorreu o fen meno da multiplica o de organiza es ind genas formais institucionalizadas e legalizadas por todo o Brasil Essas organiza es come aram a assumir cada vez mais as fun es que o Estado
119. cesso de integra o harmoniosa das Am ricas e na prote o das identidades culturais dedica o ao desenvolvimento de um melhor conhecimento das Am ricas e de uma maior compreens o intercultural privilegiando a mobilidade acad mica e o desenvolvimento de uma cultura de toler ncia e respeito pela diferen a oferecendo servi os atividades e programas nas quatro l nguas faladas nas Am ricas espanhol ingl s franc s e portugu s e principalmente estrat gias de ajuda m tua e coopera o entre seus membros em um contexto de diversidade cultural Dispon vel em lt http www oui iohe org portugues general oui o que e a oui html gt Acesso em 20 jan 2010 37 Assim torna imprescind vel dialogar e estabelecer programas de interc mbio com pa ses da Am rica Latina com maior experi ncia com a presen a de povos ind genas nos diferentes cursos das IES Talvez n o seja exagero admitir e at enfatizar que as universidades brasileiras t m mantido certo distanciamento das IES das Am ricas que j iniciaram uma trajet ria hist rica no sentido da inser o tnica em seus quadros No Brasil pouco se sabe acerca dos projetos e programas desenvolvidos pelos profissionais envolvidos para a educa o superior que contempla ind genas Sendo assim o interc mbio entre as IES da Am rica Latina representa um processo a ser edificado e de fundamental import ncia para o fortalecimento das pol ticas p blicas destinadas aos ind ge
120. cnica e outras formas de assist ncia que os Estados e outras entidades possam obter junto a organiza es internacionais Feito na cidade de Madri Espanha em apenas um original datado de 24 de julho de 1992 cujos textos em espanhol portugu s e ingl s s o igualmente aut nticos 158 ANEXO H Lei n 6 001 de 19 de dezembro de 1973 Disp e sobre Estatuto do ndio T TULO I Dos Princ pios e Defini es Art 1 Esta Lei regula a situa o jur dica dos ndios ou silv colas e das comunidades ind genas com o prop sito de preservar a sua cultura e integr los progressiva e harmonicamente comunh o nacional Par grafo nico Aos ndios e s comunidades ind genas se estende a prote o das leis do Pa s nos mesmos termos em que se aplicam os demais brasileiros resguardados os usos costumes e tradi es ind genas bem como as condi es peculiares reconhecidas nesta Lei Art 2 cumpre Uni o aos Estados e aos Munic pios bem como aos rg os das respectivas administra es indiretas nos limites de sua compar ncia para a prote o das comunidades ind genas e a preserva o dos seus direitos I estender aos ndios os benef cios da legisla o comum sempre que poss vel a sua aplica o II prestar assist ncia aos ndios e s comunidades ind genas ainda n o integradas comunh o nacional II respeitar ao proporcionar aos ndios meio para seu desenvolvimento as peculiaridades in
121. como uma das poucas popula es ind genas do territ rio brasileiro a apresentar ndice demogr fico favor vel Acrescenta se ainda o fato desse grupo representar relativa import ncia no mercado regional de trabalho onde seus componentes exercem as mais variadas atividades produtivas desde a extra o de casca do angico o que fazem com grande habilidade at o pastoreiro e principalmente a lavoura Essa densidade demogr fica a par da capacidade demonstrada em acomodar se a situa es s cio culturais mais variadas confere aos Ter na o papel de trabalhadores rurais por excel ncia o que lhes tem garantido um lugar na estrutura econ mica regional CARDOSO 1976 p 21 Atualmente a popula o dos ndios Terena atinge cerca de 30 mil pessoas distribu das em dez terras ind genas sendo uma extens o aproximada de 19 mil hectares Suas comunidades s o circuladas por terras de fazendeiros e est o espalhadas por seis 06 munic pios do Estado sendo eles Miranda Aquidauana Anast cio Sidrol ndia Dois Irm os do Buriti Nioaque e Rochedo 71 2 3 2 Guarani Os Guarani pertencem ao tronco ling stico Tupi e subdividem se em tr s grupos Mbya Kaiow e andeva Os dois ltimos vivem no Mato Grosso do Sul poss vel encontrar outros grupos Guaranis no Rio de Janeiro Paran Esp rito Santo S o Paulo Rio Grande do Sul e Santa Catarina comum encontrar em diversas bibliografias as express es Guaran
122. cultura de subsist ncia em pequenas glebas de terra ao se afastarem de seus territ rios n o t m mais condi es de trabalhar mas continuam respons veis pela pr pria manuten o e s vezes at de uma fam lia Desta forma o Programa Vale Universidade a nica fonte de renda para mant los na universidade e responder s suas necessidades familiares Todavia estas quest es e outros entraves acabam restringindo a discuss o do ingresso e perman ncia do ind gena na UEMS e n o respondem s quest es da diferen a e as poss veis dificuldades que estes ind genas enfrentam na universidade como a adapta o inclus o respeito diferen a dentre outros Por mais que pare a tranq ilo o ambiente universit rio enfrentam diversas situa es novas que causam estranhamento ao ind gena Tais experi ncias e outras tornam os alunos ind genas pessoas concretas express es de um g nero ra a lugar e pap is sociais de escala de valores de padr es de normalidade DAYRELL 1996 p 142 Esses ndios que chegam universidade s o resultado de um amplo processo formativo presente nas rela es de seu cotidiano entretanto adverso das nossas concep es de vida Segundo informa es do setor de Divis o de Inclus o e Diversidade vinculado Pr Reitoria de Extens o Cultura e Assuntos Comunit rios PROEC da UEMS a institui o vem promovendo a es na inten o de suprir necessidades b sicas que facilitem a
123. culturas como lugares arqueol gicos e hist ricos utens lios desenhos cerim nias tecnologias artes visuais e interpreta es e literaturas 2 Os Estados proporcionar o repara o por meio de mecanismos eficazes que possam incluir a restitui o estabelecidos conjuntamente com os povos ind genas respeito dos bens culturais intelectuais religiosos e espirituais de que tenham sido privados sem seu consentimento livre pr vio e informado na viola o de suas leis tradi es e costumes Artigo 12 1 Os povos ind genas t m direito a manifestar praticar desenvolver e ensinar suas tradi es costumes e cerim nias espirituais e religiosas a manter e proteger seus lugares religiosos e 146 culturais e a assentir a eles privadamente a utilizar e vigiar seus objetos de culto e a obter a repatria o de seus restos mortais 2 Os Estados procurar o facilitar acesso e ou a repatria o de objetos de culto e de restos humanos que possuam mediante mecanismos justos transparentes e eficazes estabelecidos conjuntamente com os povos ind genas interessados Artigo 13 1 Os povos ind genas t m direito a revitalizar utilizar fomentar e transmitir s gera es futuras suas hist rias idiomas tradi es orais filosofias sistemas de escrita e literaturas e a atribuir nomes para suas comunidades lugares e pessoas e mant los 2 Os Estados adotar o medidas eficazes para garantir a prote o desse direito e tamb m para
124. d strias culturais nos pa ses em desenvolvimento e nos pa ses em transi o e com este prop sito cooperar para desenvolvimento das infra estruturas e das capacidades necess rias apoiar a cria o de mercados locais vi veis e facilitar o acesso dos bens culturais desses pa ses ao mercado mundial e s redes de distribui o internacionais Elaborar pol ticas culturais que promovam os princ pios inscritos na presente Declara o inclusive mediante mecanismos de apoio execu o e ou de marcos reguladores apropriados respeitando as obriga es internacionais de cada Estado Envolver os diferentes setores da sociedade civil na defini o das pol ticas p blicas de salvaguarda e promo o da diversidade cultural Reconhecer e fomentar a contribui o que o setor privado pode aportar valoriza o da diversidade cultural e facilitar com esse prop sito a cria o de espa os de di logo entre o setor p blico e o privado Os Estados Membros recomendam ao Diretor Geral que ao executar os programas da UNESCO leve em considera o os objetivos enunciados no presente Plano de A o e que o comunique aos organismos do sistema das Na es Unidas e demais organiza es intergovernamentais e n o governamentais interessadas de modo a refor ar a sinergia das medidas que sejam adotadas em favor da diversidade cultural 142 ANEXO G Declara o das Na es Unidas Sobre os Direitos dos Povos Ind genas aprovada pela Ass
125. da como uma possibilidade por m com ressalvas uma vez que afirmaram alguns ndios presentes no evento de que havia n o ndios com documentos emitidos pela FUNAI Tamb m expressaram que poderiam adotar a autodeclara o numa das etnias e que pai e m e fossem ndios Outra preocupa o era morar na aldeia ou n o De certa forma entre o povo ind gena havia e ainda h desconfian a para com aqueles que moram na cidade pelo fato de n o retornarem aldeia ap s a escolariza o Apresentaram ainda outro questionamento desta vez em rela o aos mesti os afinal poderiam recorrer da decis o para se beneficiarem Outra alega o era que a prova deveria ser na l ngua de cada etnia Contudo uma conselheira perguntou se todos tinham dom nio de sua l ngua descobrindo que nem todos falavam a l ngua especifica de sua etnia Assim ela informou que nos dias de hoje a L ngua Portuguesa considerada materna tamb m para eles Destacou Cordeiro 2008 que Um docente membro da Comiss o de Estudos apaziguou o debate solicitando a todos que tomassem cuidado com os crit rios para que n o viessem a ser injustos Chamou a aten o o sentimento de perten a e a possibilidade de tornar tais crit rios mais amplos j que era a primeira experi ncia de cotas podendo ajust los com o passar do tempo Ap s essas considera es os representantes ind genas resolveram retirar o crit rio de morar na aldeia porque muitos ind gena
126. da escola p blica al m E UFBA Bahia de 2 das vagas para os que se sendo y Resdingar O NAETEN geral 01 04 de 2004 declararem descendentes de ndios e forem egressos de escola p blica 6 45 das vagas para candidatos de escola p blica que se declararem de qualquer etnia ou Vestibular Resolu o Consepe n VERB palua cor e acr scimo de at 02 vagas geral 01 04 para os que se declararem descendentes de ndio Reserva de 5 para estudantes Vestibular Resolu o n 10 de CEFET BA Bahia que se declarem ndios ou seus eral 01 06 2006 do Conselho descendentes 8 Diretor Resolu es 568 e 569 do e PR i CONSEPE de UFMA Masnh o E RE o por N 24 10 2007 e Resolu es p 8 n 48 2005 e 69 2006 do CONSAD UFMT Mato Grosso Reserva de vagas nos cursos de Vestibular Resolu o CONSEPE n 54 Institui o Estado Descri o Sele o Amparo legal agronomia 02 engenharia espec fico 083 de 12 09 2007 sanit ria e ambiental 03 engenharia florestal 03 e nutri o 02 UEG Gois indigenas e portadores de Vestibular Lei n 14832 de EPA ge geral 12 07 2004 defici ncia tras Conv nio firmado em Cria o de vagas suplementares 13 05 2004 entre En nos cursos de agronomia 02 y Distrito Ss Vestibular Funda o Nacional do UnB enfermagem e obstetr cia 02 pps Eae Federal espec fico Indio FUNAI e a engenharia floresta
127. das aos seus interesses substituindo o tratamento tutelar e assistencialista por uma atitude pautada no desenvolvimento da sustentabilidade destas popula es O estado de Mato Grosso do Sul a meu ver tem feito pouco muito pouco embora a Constitui o Estadual no Cap tulo XII reconhece os ind genas seus territ rios patrim nio cultural e ambiental no estado 2 3 Os ndios em MS Destaco aqui as etnias ind genas presentes no estado tendo em vista que grande parte estar representada no segmento de acad micos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Dessa forma preciso consider las em seu contingente N o se trata de algo aprofundado sobre a realidade que os cerca uma vez que complexa a posi o social da maioria dessas etnias denunciadas muitas vezes por pesquisadores estudiosos e tamb m pela m dia No que diz respeito a Mato Grosso do Sul Brand e Nascimento 2008 afirmam que o Estado tem uma popula o de aproximadamente sessenta mil 60 00 ndios distribu dos em sete 07 etnias os Terena Miranda Campo Grande Dourados Aquidauana e regi o os Guarani Nhandeva os Guarani Kaiow Dourados Amambai e regi o os Kinikinau regi o de Bonito os Kadiw u Porto Murtinho os Ofay Xavante Brasil ndia os Guat e os Kamba Corumb Recentemente migraram para a regi o de Nioaque os Atikum oriundos do Pernambuco Fizemos uma pesquisa junto ao CIMI na inten o de coletar dados info
128. de MS 2002 114 MATO GROSSO DO SUL Lei n 2 605 de 06 de janeiro de 2003 Disp e sobre reserva de 20 das vagas da UEMS para negros Campo Grande MS 2003 MATO Daniel Diversidad cultural e interculturalidad en educaci n superior Problemas retos oportunidades y experiencias en Am rica Latina In MATO Daniel Coord Diversidad Cultural e Interculturalidad en Educaci n Superior Experiencias en Am rica Latina M xico Colecci n Cuadernos Interculturales Calle 2009 MELATTI Julio C sar ndios do Brasil S o Paulo USP 2007 MINGNOLO W Hist rias Locais Projetos globais Colonialidade saberes subalternos e pensamento liminar Belo Horizonte Humanitas 2003 MOEHLECKE Sabrina Proposta de a es afirmativas no Brasil o acesso da popula o negra ao ensino superior S o Paulo USP 2000 Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Estadual de S o Paulo 2000 MOREIRA Antonio Fl vio Barbosa Curr culo diferen a cultural e di logo Educa o amp Sociedade CEDES ano XXIII n 79 Campinas UNICAMP agosto 2002 MUNDT Carlos A M Informe Nacional de Argentina 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 NASCIMENTO Adir Casaro Escola ind gena palco das diferen as Campo Grande MS UCDB 2004 NASCIMENTO Adir Casaro Popula es ind genas universidade e diferen a In MONTEIRO Filomena Mor
129. de norma do art 50 XLI a lei punir qualquer discrimina o atentat ria dos direitos e liberdades fundamentais de modo que n o sendo atentat ria dos direitos e liberdades fundamentais a discrimina o plenamente admitida no sistema jur dico brasileiro Merece registro o fato de que os tratados internacionais receberam especial cuidado por parte do constituinte de 88 Segundo norma do art 50 2 Os direitos e garantias expressos nesta Constitui o n o excluem outros decorrentes do regime e dos princ pios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a Rep blica Federativa do Brasil seja parte A es da sociedade civil Desde a promulga o da Constitui o Federal de 1988 a consci ncia sobre a responsabilidade da sociedade civil no avan o da defesa e prote o dos direitos humanos tem se consolidado e rendido a es concretas Assim entidades criadas especificamente com vistas defesa dos direitos de grupos discriminados bem como o concurso do setor privado no reconhecimento da diversidade como patrim nio valioso ao processo produtivo t m propiciado a recupera o da auto estima de grupos e indiv duos discriminados e combatido a invisibiliza o de setores sociais e a reprodu o de estere tipos negativos Dessa forma o ativismo pol tico as empresas e as ONG s ind genas de negros de homossexuais v m conjuntamente desenvolvendo esfor os no sentido implementar medidas concretas
130. de se afirmar que preciso levar em considera o n o apenas as diferen as tnicas e raciais mas tamb m os processos hist ricos de cada povo e na o A presente Constitui o de muitos pa ses da Am rica Latina como a Argentina Bol via Brasil Col mbia Costa Rica Equador El Salvador Guatemala Honduras Guiana M xico Nicar gua Panam Paraguai Peru e Venezuela reconhecem os direitos ind genas como sua l ngua identidade e cultura espec ficas Embora os direitos destes povos estejam amparados por leis Mato 2009 afirma que conven es e instrumentos internacionais viabilizam medidas de interven o para que as organiza es ind genas e outros meios sociais possam se posicionar a favor da inclus o tnica no ensino superior Mato 2009 nos informa ainda a import ncia do pioneirismo desempenhado pela Conven o n 169 da Organiza o Internacional do Trabalho OTT aprovada em 1989 e ratificada por Argentina Bol via Brasil Chile Col mbia Costa Rica Dominica Equador Guatemala Honduras M xico Paraguai Peru e Venezuela como outros instrumentos Ademais La Convenci n Internacional para la Eliminaci n de todas las Formas de Discriminaci n Racial 1965 la Convenci n Internacional sobre Derechos Econ micos Sociales y Culturales 1966 la Declaraci n de las Naciones Unidas 35 sobre los Derechos de las Personas Pertenecientes a Minor as tnicas Religiosas y Lingii sticas y la Decla
131. de supera o da problem tica da discrimina o Entre esses esfor os destacam se os seguintes Institui o de cursos de pr vestibulares especialmente voltados popula o afro descendente e carentes em diversas cidades do pa s Institui o no mbito das Centrais Sindicais de a es espec ficas ao tratamento das desigualdades raciais existentes nas rela es de trabalho e pol tica de emprego e qualifica o profissional Implanta o de servi os de assist ncia judici ria gratuita s v timas de discrimina o racial de discrimina o de g nero e por orienta o sexual desenvolvimento de atividades de car ter s cio educativo voltadas popula o jovem afro descendente nas mais diversas reas de interesse e necessidade da popula o afro descendente Implanta o de programas e projetos de absor o de m o de obra jovem afro descendente por empresas estrangeiras instaladas no pa s desenvolvimento de servi os de orienta o e atendimento sa de da mulher ind gena implanta o de escolas ind genas e servi os de assist ncia judici ria implanta o de servi os de orienta o e assist ncia judici ria v timas de discrimina o por orienta o sexual no mbito empresarial desde 1996 algumas empresas transnacionais notadamente filiais de companhias norte americanas v m ensaiando a ado o de pol ticas inclus o de negros homossexuais e portadores de defici
132. depender o de pr via aprova o do rg o de prote o ao ndio obedecendo quando necess rio a normas pr prias 1 ser estimulada a realiza o de contratos por equipe ou a domicilio sob a orienta o do rg o competente de modo a favorecer a continuidade da vida comunit ria 161 2 Em qualquer caso de presta o de servi os por ind genas n o integrados o rg o de prote o ao ndio exercer permanentes fiscaliza o das condi es de trabalho denunciados os abusos e providenciando as providencias a aplica o das san es cab veis 3 O rg o de assist ncia ao ind gena propiciar o acesso aos seus quadros de ndios integrados estimulando a sua especifica o indigenista T TULO HI Das Terras dos Indios CAP TULO I Das Disposi es Gerais Art 17 Reputam se terras ind genas I as terras ocupadas ou habitadas pelos silv colas a que se referem os artigos 4 IV e 198 da Constitui o II as reas reservadas de que trata o Cap tulo III deste T tulo II as terras de dom nio das comunidades ind genas ou de silv colas Art 18 As terras ind genas n o poder o ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou neg cio jur dico que restrinja o pleno exerc cio da posse direta pela comunidade ind gena ou pelos silv colas 1 Nessas reas vedada a qualquer pessoa estranha aos grupos tribais ou comunidades ind genas a pr tica da ca a pesca ou coleta de fruto
133. des do Programa Rede de Saberes perman ncia de ind genas no Ensino Superior O programa tem por meta geral desenvolver a es de apoio aos ind genas em sua trajet ria acad mica Na concretiza o dos objetivos das propostas o programa desenvolve as seguintes a es 1 capacita o de n o ndios docentes estudantes e pessoal administrativo 2 participa o e ou organiza o de eventos acad micos 3 apoio pesquisa 4 cursos e tutorias 5 implementa o do Centro de Documenta o 6 prepara o de alunos para ingresso em programas de p s gradua o stricto sensu e levantamento da situa o dos alunos ensino superior em MS E tamb m oferece estrutura f sica de apoio tais como centro de conviv ncia e laborat rio de inform tica Desde 2006 nestas duas universidades experi ncias foram desenvolvidas com ndios acad micos s quais t m ajudado a articular rela es inter tnicas baseadas no respeito diversidade cultural e no din mico processo de se tomar consci ncia sobre a necessidade de estabelecer maior equidade e justi a em uma sociedade multi tnica como a nossa No ano de 2007 na UEMS e UCDB estavam matriculados aproximadamente 250 acad micos as ind genas predominantemente da etnia Terena S mais recentemente com a implanta o de cursos de magist rio e da chegada do ensino m dio nas aldeias que os Guarani Kaiow e Kadiw u come am a dar mostras de que a demanda por ensino superior au
134. desses segmentos na universidade Do mesmo modo verifiquei no di logo com os sujeitos da pesquisa de campo que as a es e as iniciativas concretas voltadas comunidade universit ria debate reflex o e an lise de toda a problem tica envolvendo acad micos ind genas s o ex guas De fato o acesso encontra se amplamente garantido mas ap s seu ingresso como ficam tais acad micos O que se tem feito para que o percurso deles seja mais garantido Acredito que a pr pria UEMS deva reconhecer esta realidade admitindo a seriedade da situa o reconsiderando seus fundamentos e suas posturas de perman ncia dos ind genas na universidade Sem d vida que dentre os cotistas os ind genas s o os que t m obst culos e dificuldades mais agravados Para tanto basta lembrar ou pensar na Educa o B sica que tiveram Como se sabe a maioria fez os estudos nas aldeias e se a escola p blica de hoje tem seus problemas imagine as de onde eles s o egressos Percebi que o preconceito mais forte adv m da mentalidade que o ind gena naturalmente incapaz de interagir compreender e acompanhar o ensino aprendizagem no mbito acad mico Estes acad micos enquanto egressos da escola p blica uma medida de valia para os que apresentam dificuldades seria com certeza a oferta dos cursos de nivelamento esp cie de ajuda r pida e eficiente visando sanar dificuldades e que poderiam favorecer o seu percurso ainda no primeiro ano do curso Outro f
135. didas pr ticas de pol ticas de elimina o da discrimina o art II item 1 de medidas especiais e concretas art II item 2 medidas positivas art IV medidas imediatas e eficazes art VI e medidas administrativas art IX item 1 al m daquelas de natureza legislativa e judicial Nesta perspectiva considerando se a extens o da problem tica da discrimina o tnico racial na sociedade brasileira considerando se que a ado o de pol ticas universais que ignorem as desigualdades de bases entre negros e brancos terminam por congelar as desigualdades raciais e considerando por fim a plena constitucionalidade da ado o de medidas de discrimina o positiva que visem a promo o da igualdade propomos a ado o da agenda relacionada abaixo a qual dever servir como base para a interven o do Brasil na II Confer ncia Mundial Contra o Racismo mas tamb m como um compromisso de governo a ser efetivamente implementado POVOS IND GENAS A Diagn stico Segundo dados hist ricos chegada dos portugueses mais de cinco milh es de ind genas habitavam o Brasil Atualmente os ndios s o cerca de 350 mil pessoas 0 2 da popula o brasileira oriundas de 216 povos distintos e identificados falando mais de 180 l nguas Entre os mais populosos est o os povos ind genas Guarani e Tikuna com cerca de 30 mil pessoas Entre os menos populosos e amea ados de extin o como grupo encontram se os Xet com apenas seis
136. dificadas mas sempre capazes de realizar a viagem da volta alus o express o de Oliveira 1997 presente em seus estudos sobre os povos ind genas do Nordeste Brasileiro ao discorrer sobre o retorno s suas origens A voz ou o sil ncio dos sujeitos de minha pesquisa s ter sentido se as reformas da UEMS e as pol ticas sociais forem equacionadas servindo como base nos esfor os pessoais de tais acad micos matriculados nos cursos das diversas unidades do Estado preciso estabelecer uma pol tica articulada com a esfera p blica federal estadual e municipal com vistas n o s a cuidar do acesso ao ensino superior mas tamb m favorecer a perman ncia desses sujeitos no ambiente universit rio possibilitando lhes concluir seus estudos Sobremaneira cuidar e olhar a Educa o B sica ou a chamada educa o escolar ind gena uma vez que n o se pode perder de vista que poucos bem poucos s o os que conseguem conclu la e passar pelo processo seletivo vestibular Certamente pequena parcela deles s o os que chegam a esse portal de passagem Concluindo preciso compreender que a UEMS tem contribu do mesmo que parcialmente para atenuar a d vida sul mato grossense com suas etnias Por m n o se pode negar que ainda h muito o que fazer Certamente ser preciso aprimorar mecanismos intensificar debates e demolir preconceitos para que de fato e de direito ind genas sintam se em casa e possam com a sua presen
137. direitos por condu o de representantes elegidos por estes de conformidade com seus pr prios procedimentos assim como a manter e desenvolver suas pr prias institui es de ado o de decis es Artigo 19 Os Estados celebrar o consultas e cooperar o de boa f com os povos ind genas interessados por meio de suas institui es representativas antes de tomar e aplicar medidas legislativas e administrativas que os afetem para obter seu consentimento livre pr vio e informado Artigo 20 1 Os povos ind genas t m direito a manter e desenvolver seus sistemas ou institui es pol ticas econ micos e sociais a que lhes assegure o desfrute de seus pr prios meios de subsist ncia e desenvolvimento e a dedicar se livremente a todas as suas atividades econ micas tradicionais e de outro tipo 2 Os povos ind genas desprovidos de seus meios de subsist ncia e desenvolvimento t m direito a uma repara o justa e equitativa Artigo 21 1 Os povos ind genas t m direito sem discrimina o alguma ao melhoramento de suas condi es econ micas e sociais entre outras esferas na educa o ao emprego a capacita o e a adapta es profissionais a moradia ao saneamento a sa de e a seguridade social 2 Os Estados adotar o medidas eficazes e quando proceda medidas especiais para assegurar o melhoramento cont nuo de suas condi es econ micas e sociais Prestar se particular aten o aos direitos e necessidades especiais
138. do brasileiro e com as redes sociais nos contextos locais regionais nacional e internacional sem a media o de profissionais t cnicos n o ind genas LIMA HOFFMANN 2004 p 11 Hoje o interesse pela educa o ind gena por parte de pesquisadores governo deveria ser pensado no sentido de estruturar o ensino m dio e ensino superior Por m muitas barreiras precisam ser vencidas e adequar se mais s especificidades da situa o dos povos ind genas e criar mecanismos de acesso universidade com vista a instituir pol ticas voltadas para povos capazes de beneficiar v rios grupos cuja pretens o permanecer culturalmente diferenciados nestes princ pios que as a es programas p blicos junto com a coopera o internacional para a forma o de ind genas no ensino superior t m buscado uma pol tica mais direcionada para atend los Por outro lado h de se considerar a car ncia de apoio de alguns setores governamentais O Minist rio da Educa o instituiu o Programa Diversidade na Universidade por meio da Lei 10 558 de 13 de novembro de 2002 com recursos do BID em prol da educa o escolar ind gena Por tanto enfrentam complexos desafios muito mais complexos pois ainda h uma lacuna a ser preenchida quanto ao acesso destes povos no ensino m dio Al m destas quest es tamb m teriam de atender s exig ncias de forma o universit ria dos professores ind genas e demanda por outras gradua es espec ficas
139. do sovi tica e da Constitui o de Weimar de 1919 que insere em seu rol os direitos ao bem estar ao trabalho seguridade sa de educa o ao lazer vida cultural e 3 a terceira gera o de direitos surgida no ltimo quartel do s c XX que compreende o direito a um meio ambiente equilibrado direitos de solidariedade e de fraternidade Enquanto os direitos de liberdade nascem contra o superpoder do Estado e portanto com o objetivo de limitar o poder os direitos sociais exigem para sua realiza o pr tica ou seja para a passagem da declara o puramente verbal sua prote o efetiva precisamente o contr rio isto a amplia o dos poderes do Estado Pois n o outro o tratamento atualmente dispensado pelo sistema jur dico brasileiro ao direito de igualdade A nota caracter stica da promo o da igualdade que se projeta em todo o texto constitucional vigente distingue se portanto por um comportamento ativo do Estado em termos de traduzir a igualdade formal em igualdade de oportunidade e tratamento o que insistimos qualitativamente diferente da confort vel postura de n o discriminar Vale dizer o conte do positivo do direito de igualdade comete ao Estado o dever de esfor ar se para favorecer a cria o de condi es que permitam a todos beneficiar se da igualdade de oportunidade e eliminar qualquer fonte de discrimina o direta ou indireta A isto d se o nome de a o afirmati
140. dos idosos das mulheres dos jovens das crian as e das pessoas com defici ncia ind genas Artigo 22 1 Prestar se particular aten o aos direitos e necessidades especiais dos idosos das mulheres dos jovens das crian as e das pessoas com defici ncia ind genas na aplica o da presente Declara o 2 Os Estados adotar o medidas junto com os povos ind genas para assegurar que as mulheres e as crian as ind genas gozem de prote o e garantias plenas contra todas as formas de viol ncia e discrimina o Artigo 23 Os povos ind genas t m direito a determinar e a elaborar prioridades estrat gicas para o exerc cio de seu direito ao desenvolvimento Em particular os povos ind genas t m direito a participar ativamente na elabora o e determina o dos programas de sa de habita o e demais programas econ micos e sociais que os preocupem e no poss vel a administrar estes programas mediante suas pr prias institui es 148 Artigo 24 1 Os povos ind genas t m direito a suas pr prias medicinas tradicionais e a manter suas pr ticas de sa de inclu da a conserva o de suas plantas animais e minerais de interesse vital desse ponto de vista m dico As pessoas ind genas tamb m t m direito de acesso sem discrimina o alguma a todos os servi os sociais e de sa de 2 As pessoas ind genas t m direito a desfrutar por igual do n vel mais alto poss vel de sa de f sica e mental Os Estados tomar o
141. duais desestabilizando a ideia que temos de n s pr prios como sujeitos integrados Quando se perde o sentido de si mesmo como sujeito est vel constitui uma crise de identidade Sendo assim poss vel observar que cultura dos povos nativos possibilitou deslocamento mudan as e deu novo sentido s suas experi ncias sendo poss vel optar em ser uma coisa ou outra A identidade somente se torna uma quest o quando est em crise quando algo que se sup e como fixo coerente e est vel deslocado pela experi ncia da d vida e da estranheza MERCER 1990 p 43 apud HALL 2005 p 9 57 2 1 Os povos ind genas Nesta gama de subjetividades escrever sobre o ndio brasileiro n o portanto tarefa f cil O Brasil j completou mais de 500 anos e apesar do tempo de coloniza o n o conhecemos os ind genas e os ignoramos na sua sociodiversidade N o poss vel saber com precis o quantos povos existem tampouco quantas l nguas nativas s o faladas O conhecimento dessa diversidade ainda est restrito aos especializados c rculos acad micos O desprezo e a recusa etnoc ntrica t m influenciado muitas interpreta es negativas sobre estas quest es dificultando nosso entendimento e conhecimento real sobre estas popula es As comunidades os povos e as na es ind genas s o aqueles que contando com uma continuidade hist rica das sociedades anteriores invas o e coloniza o que foi desenvolvida em suas
142. e controle e uso de terras territ rios recursos guas e zonas costeiras s o uma condi o necess ria sua sobreviv ncia organiza o social desenvolvimento e bem estar individual e coletivo e que essas formas de controle e dom nio s o diversas e idiossincr ticas e n o coincidem necessariamente com os sistemas protegidos pelas legisla es comuns dos Estados que habitam 6 A seguran a e as reas ind genas Reafirmando que nas reas ind genas as for as armadas devem limitar sua atividade ao desempenho de suas fun es e n o devem ser causa de abusos ou viola es dos direitos dos povos ind genas 7 Instrumentos de direitos humanos e outros avan os do Direito Internacional Reconhecendo a proemin ncia e a aplicabilidade aos Estados e povos das Am ricas da Declara o Americana dos Direitos e Deveres do Homem da Conven o Americana sobre Direitos Humanos e dos demais instrumentos sobre direitos humanos do Direito interamericano e internacional e Recordando que os povos ind genas s o sujeitos do Direito Internacional e tendo presentes os progressos alcan ados pelos Estados e pelos povos ind genas especialmente no mbito das Na es Unidas e da Organiza o Internacional do Trabalho com os diversos instrumentos internacionais particularmente o Conv nio N1 169 da OTT e Afirmando o princ pio da universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos e da aplica o a todos os indiv duos dos direito
143. e contribuir por meio das formas que lhes s o pr prias e como sociedades distintas para o desenvolvimento nacional e para a coopera o internacional 2 Exceto em circunst ncias excepcionais que o justifiquem com base no interesse p blico os Estados adotar o as medidas necess rias para impedir que as decis es referentes a todo plano programa ou projeto que afete direitos ou condi es de vida de povos ind genas sejam tomadas sem o consentimento e a participa o livre e fundamentada desses povos para que se reconhe am suas prefer ncias a respeito e que n o se inclua disposi o alguma capaz de resultar em efeitos negativos para esses povos 3 Os povos ind genas t m direito a restitui o e indeniza o em termos n o menos favor veis que a praxe do Direito Internacional por qualquer preju zo que n o obstante as citadas garantias lhes possa ter sido causado pela execu o desses planos ou propostas e ado o de medidas para mitigar impactos ecol gicos econ micos sociais culturais ou espirituais adversos SEXTO CAP TULO DISPOSI ES GERAIS Artigo XXII Tratados acordos e entendimentos impl citos Os povos ind genas t m direito ao reconhecimento observ ncia e aplica o dos tratados conv nios ou outros acordos eventualmente conclu dos com os Estados ou seus sucessores e dos atos hist ricos em conson ncia com seu esp rito e inten o e a ter honrados e respeitados por parte dos Estados esse
144. e deseja manter adaptar ou enriquecer os valores que considera essenciais a sua identidade Compete ao Estado assegurar os recursos sociais pol ticos educacionais que promovam a compreens o a fraternidade e a amizade entre os sujeitos A Declara o de Princ pio sobre a Toler ncia aprovada em 1995 define em seu primeiro artigo a toler ncia como o respeito a aceita o e o apre o da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo e confere s pol ticas e programas de educa o a fun o de contribuir para o desenvolvimento destes princ pios Apesar dos mecanismos governamentais propostos em declara es o primeiro instrumento internacional destinado ao reconhecimento dos direitos m nimos s popula es ind genas foi adotado em 1957 pela OIT o Conv nio sobre a Prote o e Integra o das Popula es Abor gines e Outras Popula es Tribais e Semitribais nos pa ses independentes Reconhece e estabelece nos seus 37 artigos a prote o das institui es pessoas dos bens do trabalho dos povos ind genas bem como o direito alfabetiza o em suas l nguas maternas Prop e ainda aos Estados signat rios dos quais o Brasil faz parte ado o de medidas contra o preconceito que lesam a representa o e os direitos dos ndios GRUPIONI 2001b Esse Conv nio passou a receber fortes cr ticas a partir de 1970 pois passou a ter caracter stica integracionista e por assumir que caberia aos governos as decis es
145. e ind genas no ensino superior nas universidades p blicas ou privadas teve consider vel avan o Nesse novo contexto tais estudantes v m enfrentando dificuldades para permanecer e concluir com xito os estudos o que gera des nimo e desist ncia Sabemos que muitas organiza es ind genas d o apoio aos seus jovens para que cursem alguma gradua o nas universidades Muitos com esfor o pr prio estudam e trabalham nas cidades para garantir seu sustento e custear seus estudos A FUNAI tem oferecido apoio por meio de bolsas de estudos disponibilizadas por institui es de ensino superior particulares Tive que trabalhar a noite para poder estudar Fazia plant o no hospital durante a noite e vinha de manh UEMS para estudar N o agiientei muito tempo N o conseguia estudar direito Fui perdendo provas Acabei reprovando e perdi a bolsa Trabalhei nas f rias e consegui juntar um dinheiro Acho que d para ir at o final do ano Entrevista n 8 Apesar dessas oportunidades ofertadas pela pol tica de cotas observamos que o fen meno da evas o atinge de forma significativa o contingente de acad micos ind genas Os casos de abandono dos cursos superiores se tornam frequentes e de modo geral resultam na maioria das vezes de problemas financeiros Tamb m abordaram a burocracia das bolsas moradia alimenta o discrimina o tnica a vida na cidade de Dourados e outros indicativos co
146. e mudar mesmo que suas consegii ncias possam ser obviamente negativas IMBERN N 2000 p 83 N o por acaso que se afirma Em pocas passadas vivemos outros enfoques terap uticos da diversidade como os que separavam os alunos conforme suas caracter sticas em espa os e formas de organiza o educativas diferentes ou o paradoxo de estabelecer compensa es a alunos e alunas que o sistema educativo descompensou previamente e isso para x n o nos referirmos transmiss o reacion ria e seletiva de atitudes e conte dos pr prios de alguns regimes pol ticos IMBERNON 2000 p 83 As mudan as neste sentido podem ser observadas n o de um dia para o outro tampouco por decreto mas por movimentos que reivindicam documentos e a es governamentais que propiciem discuss es em torno da educa o homogeneizante e seus mecanismos segregadores 3 1 O campo da pesquisa No que diz respeito coleta de dados ocorreu na pr pria sede da UEMS Dourados em duas oportunidades durante o m s de julho de 2009 Para tanto foram realizadas entrevistas com os ind genas acad micos das etnias Terena e Guarani kaiow O roteiro das entrevistas foi dirigido a partir de cinco perguntas Ap ndice B em torno do eixo tem tico identidade cultura Uma das minhas preocupa es foi ter como crit rio entrevistar acad micos a partir do segundo ano de suas gradua es por compreender que estariam at certo
147. e religi es 2 Os povos ind genas t m direito a reunir se e a usar seus espa os sagrados e cerimoniais bem como o direito de manter pleno contato e realizar atividades comuns com seus membros que habitem o territ rio de Estados vizinhos Artigo XV Direito de autogoverno 1 Os povos ind genas t m direito a determinar livremente seu status pol tico e a promover livremente seu desenvolvimento econ mico social espiritual e cultural e por conseguinte t m direito autonomia ou autogoverno em rela o a v rios assuntos inter alia cultura religi o educa o informa o meios de comunica o sa de habita o emprego bem estar social atividades econ micas administra o de terras e recursos meio ambiente e ingresso de n o membros bem como a determinar os recursos e meios para financiar essas fun es aut nomas 2 Os povos ind genas t m o direito de participar sem discrimina o se assim o desejarem de todos os n veis do processo decis rio referente a assuntos capazes de afetar seus direitos suas vidas e seu destino Tal direito poder ser exercido diretamente ou por interm dio de representantes por eles eleitos conforme seus pr prios procedimentos Ter o igualmente o direito a manter e desenvolver suas pr prias institui es decis rias ind genas e igualdade de oportunidades de acesso a todas as institui es e foros nacionais Artigo XVI Direito ind gena 1 O direito ind gena dever ser reco
148. e sobre Estatuto do ndio 158 ANEXO I Projeto de Declara o Americana sobre os Direitos dos Povos Ind genas 168 ANEXO J Relat rio do Comit Nacional para Prepara o da Participa o Brasileira na HI Confer ncia Mundial das Na es Unidas Contra o Racismo Discrimina o Racial Xenofobia e Intoler ncia Correlata 178 ANEXO K Lei que institui cota para ndios na UEMS Lei n 2 589 de dezembro de BD O PARAN o IRRF NCARE OGRO ER ORAR RR O RED E 192 ANEXO L Lei que institui cota para negros na UEMS Lei n 2 605 de dezembro de SUM RIO INTRODU O 25021022 s86 0 5200 a Bd Ap a 14 CAP TULO I A ES AFIRMATIVAS COTAS E IND GENAS NO ENSINO SUPERIOR REALIDADE BRASILEIRA erra 22 1 1 A es afirmativas na perspectiva internacional um breve hist rico 27 1 2 Ensino superior ind gena na Am rica Latina errar 31 1 3 A educa o superior ind gena no Brasil e ieeeeeecereeecerercereeacana 37 1 4 As a es afirmativas as cotas e reserva de vagas no cen rio brasileiro 42 1 5 O ind gena e a educa o superior brasileira caminhos e percal os 47 CAP TULO II OS IND GENAS CULTURA E IDENTIDADE 56 2 VOS POVOS ANUISCNAS eain TEUS E SE UE Ad rare Ra Fred da 57 2 2 Estere tipo e identidade ansni aena a E REEE DOEANE
149. economista g Rabino Henry Sobel Presidente do Rabinato da Congrega o Israelita Paulista h Ivete Alves do Sacramento reitora da Universidade do Estado da Bahia 1 Ivanir dos Santos Presidente do Centro de Articula o de Popula es Marginalizadas CEAP j Roque de Barros Laraia Professor universit rio antrop logo 1 Sebasti o Alves Rodr guez Manchinery Coordena o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COIAB III Representante da Comiss o de Direitos Humanos da C mara dos Deputados Deputado Nelson Pellegrino IV Representante da Comiss o de Defesa do Consumidor Meio Ambiente e Minorias da C mara dos Deputados Deputada Ana Catarina V Representante do Minist rio P blico Federal Maria Eliane Menezes de Faria Os membros da sociedade civil H dio Silva Junior Professor universit rio e advogado e Maria Stella de Azevedo Santos ialorix solicitaram seu desligamento do Comit 2 refer ncia textual a leis discrimnat rias 3 Promulgada pelo Decreto no 62 150 de 19 de janeiro de 1968 4 Compreendida como reserva sistem tica de acesso 5 A Lei 9 504 97 derrogou a 9 100 95 primeiro diploma legal a prever cotas nas candidaturas partid rias 6 A garantia da vig ncia dos tratados internacionais tamb m foi textualmente prestigiada na Constitui o de modo que o controle jurisdicional da for a normativa dos direitos neles elencados est previsto em duas regras processuais constituciona
150. efinidas por resolu es internas pois no plano federal n o existe uma pol tica de regulamenta o dessas a es O levantamento realizado pelos pesquisadores destaca que n o existe uma rela o entre as iniciativas de a es diferenciadas quanto ao acesso no ensino superior e distribui o das popula es ind genas pelo territ rio nacional Afirmam os autores do levantamento que N o encontramos um maior n mero de a es afirmativas nas regi es em que a ind gena numericamente superior Isto parece seguir a realidade do que poder amos chamar um tanto livremente de l gica da distribui o regional do preconceito pela qual quanto maior a popula o ind gena maior a quantidade de terras a que t m direito mais intensos s o os preconceitos e mais lhe s o vedados os acessos a outros direitos CAJUEIRO 2008 p 6 Esta pesquisa traz informa es que nos causam estranheza pois as a es afirmativas deveriam estar mais presentes nos estados que possuem maior contingente de ind genas No que diz respeito regi o Centro Oeste o levantamento aponta que Na regi o Centro Oeste 36 7 da popula o ind gena 38 375 vive em rea urbana e 63 3 em rea rural das quais 95 62 557 vivem em reas rurais de munic pios Os ndices de distribui o da popula o ind gena entre a rea urbana e a rural s o similares aos da regi o Norte A regi o Centro Oeste ainda possui a peculiaridade de que sua popu
151. egurar minhas m os na caminhada entre o c u e a terra Aqueles que representam a Espiritualidade Superior amigos de outras jornadas que sempre est o comigo nesta exist ncia at chegar aonde estou Ao meu orientador Prof Dr Ant nio Jac Brand pela disponibilidade confian a sabedoria e apoio nos momentos de orienta o deste trabalho CAPES PROSUD pela concess o da Bolsa fator determinante para realizar o curso com f lego e mais aprimoramento Prof Dr Adir Casaro Nascimento pela presen a amiga experi ncia e conhecimento durante a minha forma o A Prof D Maria Jos de Jesus Alves Cordeiro que por meio de sua tese de doutoramento torna poss vel compreender um pouco mais o universo das cotas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS e por compor a Banca de Defesa Prof Maria Cecilia Amendola da Motta titular da Secretaria Municipal de Educa o SEMED Campo Grande e Prof Eliana Esp ndola Rodrigues diretora da Escola Municipal Padre Heitor Castoldi Campo Grande pelo apoio para que eu pudesse cursar o mestrado facilitando a caminhada nesse per odo Aos ind genas cotistas da UEMS que de modo corajoso e com sinceridade responderam s minhas indaga es no per odo de coleta de dados colocando de forma sincera suas vozes nesta pesquisa Ao Prof Dr Rog rio Ferreira da Silva da Divis o de Inclus o e Diversidade PROEC ao Sr C lio Luiz da Silv
152. eira Temuco Chiele NASCIMENTO Adir Casaro et al Povos ind genas e sustentabilidade saberes e pr ticas interculturais nas universidades Campo Grande UCDB 2009 CORDEIRO Maria Jos de Jesus Alves Negros e Ind genas Cotistas da Universidade de Mato Grosso do Sul S o Paulo PUC Tese Doutorado em Educa o Curr culo Universidade Cat lica de S o Paulo 2008 COUTO Rodrigues Ensino superior ind gena 13 de setembro de 2009 Dispon vel em lt http observatoriodedireitosindigenas odin blogspot com 2009 09 ensino superior indigena html gt Acesso em 5 out 2009 COUTO Rodrigo Estudo aponta que 20 dos universit rios ndios n o conseguem concluir a faculdade no pa s Dispon vel em lt http www correiobraziliense com br app noticial82 2009 09 13 brasil i 141775 ESTUDO APONTA QUE 20 DOS UNIVERSTT ARIOS INDIOS NAO CONSEGUEM CONCLUIR A FACULDADE NO PAIS shtml Acesso em 23 dez 2009 111 CRUZ Rafael Vicente et al Sociedade multiculturalismo em busca da interculturalidade na educa o In II semin rio dos povos ind genas e sustentabilidade saberes e pr ticas culturais na universidade 2007 Dispon vel em lt http www rededesaberes org encontro index html gt Acesso em 25 set 2009 DAL B Talita Lazarin Perspectivas antropol gicas sobre a inclus o de ndios no ensino superior IN II semin rio dos povos ind genas e sustentabilidade saberes e pr ticas culturais na universidade 2007 Dis
153. eira de Arruda MULLER Maria Lucia Rodrigues Org A educa o na interface da rela o estado sociedade Cuiab EdUFMT Colet nea VIII Encontro de Pesquisa da Regi o Centro Oeste v I 2006 OLIVEIRA Roberto Cardoso de Do ndio ao bugre o processo de assimila o dos terenas pref cio de Darcy Ribeiro Rio de Janeiro F Alves 1997 ONU Organiza o das Na es Unidas Declara o das Na es Unidas sobre os Direitos dos Povos Ind genas Na es Unidas 13 de setembro de 2007 ONU Organiza o das Na es Unidas Declara o Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada pela Resolu o 271 A II Assembleia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 ORIAS Maria de los Angeles Ugarte La Educaci n Superior para los pueblos ind genas de Am rica Latina caso Costa Rica Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 PANCHO Avelina A Diagn stico Sobre Educaci n Superior Ind gena en Col mbia Instituto internacional para a Educa o Superior na Am rica Latina e Caribe TESALC Programa Observat rio de Educa o Superior na Am rica Latina e Caribe 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 PAULINO Marcos Povos ind genas e as a es afirmativas o caso do Paran Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Fede
154. em http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo_edu_13 htm Acesso em 14 set 2009 18 estudiantes aymaras en la Universidad de Tarapacff Arica Chile Manuel Burga A prop sito de los Estudiantes Ind genas Amaz nicos en la UNMSM 1999 2005 Eduardo Ruiz Urpeque Mirando nos a en los otros Imelda Vega Centeno Interculturalidad y pluriculturalidad dos caras de una identidad en construcci n Claudia Robles y Fabi n Flores La unidad y la diversidad Movilizaci n pol tica y demandas educacionales en el pueblo Mapuche Sylvia Schmelkes Universidades innovadoras nueva demanda Marco Villasante 2007 Los estudantes ind genas em la Universidade Peruana La experiencia de la Universidade del Cusco Un camino hacia la educaci n superior para estudiantes aymaras em la Universidade de Tarapac Chile escrito por Emilio Fern ndez El as Pizarro Roberto Storey e Silvia Cerda Crista Weise Vargas 2004 Educaci n superior y poblaciones ind genas en Bol via Leonzo Barreno Instituto internacional para a Educa o Superior na Am rica Latina e Caribe IESALC Carlos Mundt 2004 Informe Nacional Avelina Pancho 2004 Diagn stico sobre Educaci n Superior Ind gena en Col mbia Maria de los Angeles Ugarte Orias 2003 La Educaci n Superior para los pueblos ind genas de Am rica Latina caso Costa Rica Fernando Garcia 2004 La Educaci n Sup
155. embleia Geral da ONU em 7 de setembro de 2007 A Assembleia Geral Tomando nota da recomenda o que figura na resolu o 1 2 do Conselho de Direitos Humanos de 29 de junho de 2006 na qual o Conselho aprovou o texto da Declara o das Na es Unidas sobre os direitos dos povos ind genas Recordando sua resolu o 61 178 de 20 de dezembro de 2006 na qual decidiu prorrogar o exame e a ado o de medidas sobre a Declara o a fim de dispor de mais tempo para seguir realizando consultas a respeito e decidiu tamb m concluir seu exame da Declara o antes que terminasse o sexag simo primeiro per odo de sess es Aprova a Declara o das Na es Unidas sobre os direitos dos povos ind genas que figuram no anexo da presente resolu o Anexo Declara o das Na es Unidas sobre os direitos dos povos ind genas A Assembleia Geral Guiada pelos prop sitos e princ pios da Carta das Na es Unidas e a boa f no cumprimento das obriga es contra das pelos Estados de conformidade com a Carta Afirmando que os povos ind genas s o iguais a todos os demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de todos os povos a serem diferentes a considerar se a si mesmos diferentes e a serem respeitados como tais Afirmando tamb m que todos os povos contribuem para a diversidade e riqueza das civiliza es e culturas que constituem o patrim nio comum da humanidade Afirmando ainda que todas as doutrinas pol ticas e pr t
156. enham sido despojados ou quando isto n o for poss vel a uma indeniza o em termos n o menos favor veis que a praxe do Direito Internacional 3 Os Estados reconhecem e respeitam as formas de vida dos ind genas seus costumes tradi es formas de organiza o social institui es pr ticas cren as valores vestu rio e idiomas Artigo VIII Concep es l gicas e linguagem 1 Os povos ind genas t m direito a seus idiomas filosofias e concep es l gicas como componentes da cultura nacional e universal e como tais os Estados dever o reconhec los respeit los e promov los consultando os povos interessados 2 Os Estados tomar o medidas para promover e assegurar a transmiss o de programas de r dio e televis o em idioma ind gena em regi es de alta presen a ind gena bem como para apoiar a cria o de emissoras de r dio e outros meios de comunica o ind genas 3 Os Estados adotar o medidas efetivas para que os membros dos povos ind genas possam entender e ser entendidos em rela o a normas e procedimentos administrativos jur dicos e pol ticos Nas reas de predom nio ling stico ind gena os Estados empreender o as atividades necess rias para estabelecer essas l nguas como idiomas oficiais e coloc las em situa o de igualdade com idiomas oficiais n o ind genas 4 Os povos ind genas t m direito a usar seus nomes ind genas e a t los reconhecidos pelos Estados Artigo IX Educa
157. enho de brancos e negros cotistas No que diz respeito aos ndios apontou o elevado ndice de evas o Enfatiza dessa forma que o maior desafio a perman ncia no ensino superior sejam eles cotistas ou n o Paulino 2008 analisou uma pol tica de a o afirmativa destinada ao acesso de ndios universidade implantada em 2001 pela Lei 13 134 no Estado do Paran destacando os tr mites para a aprova o dessa lei seus propositores e justificativas al m de verificar o processo seletivo adotado o vestibular dos povos ind genas do Paran Com base nas entrevistas realizadas com estudantes e professores al m de questionar as condi es de perman ncia oferecidas aos ndios ap s o ingresso salientando o trabalho da Comiss o Universidade para os ndios CUIA Por fim aponta perspectivas futuras para esses universit rios bem como a relev ncia de sua forma o para suas comunidades O objetivo central de sua disserta o evidenciar as tens es relativas ao acesso e perman ncia de ndios em uma universidade elitista e euroc ntrica a partir da tica do materialismo dial tico Almeida 2008 teve como objeto de estudo o Programa Diversidade na Universidade um projeto do Minist rio da Educa o MEC financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID com o objetivo promo o do acesso de negros e ind genas no ensino superior tendo em vista o apoio a cursos pr vestibulares com corte tnico e
158. er ndio poder requerer ao Ju zo competente a sua libera o do regime tutelar previsto nesta Lei investindo se na plenitude da capacidade civil desde que preencha os requisitos seguintes I idade m nima de 21 anos 160 II conhecimento da l ngua portuguesa IMI habilita o para o exerc cio de atividade til na comunh o nacional IV razo vel compreens o dos usos e costumes da comunh o nacional Par grafo nico O juiz decidir ap s instru o sum ria ouvidos o rg o de assist ncia ao ndio e o Minist rio P blico transcrita a senten a concessiva no registro civil Art 10 Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do interessado o rg o de assist ncia poder reconhecer ao ndio mediante declara o formal a condi o de integrado cessando toda restri o capacidade desde que homologado juridicamente o ato seja inscrito no registro civil Art 11 Mediante decreto do Presidente da Rep blica poder ser declarada a emancipa o da comunidade ind gena e de seus membros quando ao regime tutelar estabelecido em lei desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e comprovada em inqu rito realizado pelo rg o federal competente a sua plena integra o na comunh o nacional Par grafo nico Para os efeitos do disposto neste artigo exigir se o preenchimento pelos requerentes dos requisitos estabelecidos no artigo 9 CAP TULO III Do Registro
159. er de chamar a aten o dos Estados e dos povos sobre os problemas ligados a todos os aspectos da quest o essencial da toler ncia e da intoler ncia Considerando a Declara o de Princ pios da UNESCO sobre a Toler ncia proclamada em 16 de novembro de 1995 1 Insta os Estados Membros a a ressaltar a cada ano o dia 16 de novembro Dia Internacional da Toler ncia mediante a organiza o de manifesta es e de programas especiais destinados a pregar a mensagem da toler ncia entre os cidad os em coopera o com os estabelecimentos educacionais as organiza es intergovernamentais e n o governamentais e os meios de comunica o b a comunicar ao Diretor Geral todas as informa es que desejariam compartilhar sobretudo os conhecimentos extra dos da pesquisa ou do debate p blico sobre os problemas da toler ncia e do pluralismo cultural a fim de ajudar a compreender melhor os fen menos ligados intoler ncia e s ideologias que pregam a intoler ncia como o racismo o fascismo e o antisemitismo e tamb m as medidas mais eficazes para enfrentar tais problemas 2 Convida o Diretor Geral a a assegurar ampla difus o do texto da Declara o de Princ pios e para tal fim a publicar e fazer distribuir esse texto n o somente nas l nguas oficiais da Confer ncia Geral mas tamb m no maior n mero poss vel de outras l nguas b a instituir um mecanismo apropriado para a coordena o e avalia o das a es
160. er seus pr prios meios de informa o em seus pr prios idiomas e a participar de todos os demais meios de informa o n o ind genas sem discrimina o alguma 2 Os Estados adotar o medidas eficazes para assegurar que os meios de informa o p blicos reflitam devidamente a diversidade cultural ind gena Os Estados sem preju zo da obriga o de assegurar plenamente a liberdade de express o dever o encorajar aos meios de comunica o privados a refletir devidamente a diversidade cultural ind gena Artigo 17 1 As pessoas e os povos ind genas t m direito a desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no direito internacional do trabalho e nacional aplic vel 2 Os Estados em consulta e coopera o com os povos ind genas tomar o medidas espec ficas para proteger as crian as ind genas contra a explora o econ mica e contra todo trabalho que possa resultar perigoso ou interferir na educa o da crian a o que pode ser 147 prejudicial para a sa de ou ao desenvolvimento f sico mental espiritual moral ou social da crian a tendo em conta sua especial vulnerabilidade e a import ncia da educa o para o pleno exerc cio de seus direitos 3 As pessoas ind genas t m direito a n o serem submetidas a condi es discriminat rias de trabalho entre outras coisas de emprego ou de sal rio Artigo 18 Os povos ind genas t m direito a participar da ado o de decis es nas quest es que afetem a seus
161. erentes sua condi o IV assegurar aos ndios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e subsist ncia V garantir aos ndios a perman ncia volunt ria no seu habitat proporcionando lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso VI respeitar no processo de integra o de ndio comunh o nacional a coes o das comunidades ind genas os seus valores culturais tradi es usos e costumes VII executar sempre que poss vel mediante a colabora o dos ndios os programas e projetos tendentes a beneficiar as comunidades ind genas VII utilizar a coopera o de iniciativa e as qualidades pessoais do ndio tendo em vista a melhoria de suas condi es de vida e a sua integra o no processo de desenvolvimento IX garantir aos ndios e comunidades ind genas nos termos de Constitui o a posse permanente das terras que habitam reconhecendo lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes X garantir aos ndios o pleno exerc cio dos direitos civis e pol ticos que em fase da legisla o lhes couberem Par grafo nico Vetado Art 3 Para os efeitos de lei ficam estabelecidas as defini es a seguir discriminadas I ndio ou Silv cola todo indiv duo de origem e ascend ncia pr colombiana que se identifica e intensificado como pertencente a um grupo tnico cujas caracter sticas culturais o distinguem da
162. erior Ind gena en Ecuador Edda Fabi n 2004 Educaci n Superior para los Pueblos Ind genas Caso Guatemala Silvia Schmelkes Educaci n Superior Intercultural el Caso de M xico Myrna Cunningham Kain 2004 Educaci n Superior Ind gena en Nicar gua Andr s Chirinos Rivera e Martha Zegarra Levya 2004 Educaci n Ind gena en Peru Luisa P rez de Borgo 2004 Educaci n Superior Ind gena en Venezuela una aproximaci n Roberto Morales Urra 1997 Universidad y pueblos indigenas e o trabalho de nica Liafia com o t tulo La aproximaci n de un programa de postgrado en educaci n a los desaf os de la inclusi n real de las minorias tnicas No Brasil h o trabalho de Vinicius Rosenthal e Rodrigo Cajueiro 2008 com o t tulo O ensino superior de ind genas no Brasil abordando o tema Os povos ind genas nas institui es de ensino superior p blicas federais e estaduais do Brasil levantamento provis rio de a es afirmativas licenciaturas e interculturais CAJUEIRO 2008 O artigo Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo edu 13 htm gt Acesso em 14 set 2009 Levantamento realizado por Vinicius Rosenthal e Rodrigo Cajueiro Esse trabalho d continuidade quele iniciado por Priscila Xavier e revisto por Cloviomar Cararine sob a coordena o de Maria Barroso Hoffmann em 2005 o qual foi posteriormente atualizado por Marcos M
163. esmo um docente negro posicionou se de forma negativa pedindo registro em ata afirmando que acreditava na inclus o de pessoas com defici ncias CORDEIRO 2008 Relevante para aquele momento foi o f rum de discuss o sobre reserva de vagas para ind genas e negros intitulado UEMS vencendo preconceitos realizado no dia 13 de maio de 2003 A discuss o da tem tica foi estabelecida nas diversas Unidades Universit rias da UEMS e na sede em Dourados Representantes ind genas do movimento negro e da sociedade em geral estiveram presentes neste f rum Estiveram presentes na reuni o pessoas que contr rias e a favor das cotas Baseada nestas discuss es a comiss o fez um processo de sensibiliza o na institui o atrav s de semin rios palestras reuni es com coordenadores de cursos e gestores por aproximadamente seis meses Foram realizadas diversas audi ncias p blicas em v rios munic pios do estado Dourados Ponta Por e Aquidauana com a minha presen a e do deputado estadual Pedro Kemp autor da Lei de cotas para 78 negros O autor da lei de cotas para ind genas o deputado estadual e hoje vice governador Murilo Zauith n o compareceu a nenhuma audi ncia ou debate p blico durante todo processo de regulariza o e implementa o das cotas na UEMS CORDEIRO 2008 p 60 Os debates para promo o das cotas aos ndios apresentaram algumas discuss es importantes dentre elas a identifica o Admiti
164. ess vel a todos Enquanto se garanta a livre circula o das ideias mediante a palavra e a imagem deve se cuidar para que todas as culturas possam se expressar e se fazer conhecidas A liberdade de express o o pluralismo dos meios de comunica o o multilingiiismo a igualdade de acesso s express es art sticas ao conhecimento cient fico e tecnol gico inclusive em formato digital e a possibilidade para todas as culturas de estar presentes nos meios de express o e de difus o s o garantias da diversidade cultural DIVERSIDADE CULTURAL E CRIATIVIDADE Artigo 7 O patrim nio cultural fonte da criatividade Toda cria o tem suas origens nas tradi es culturais por m se desenvolve plenamente em contato com outras Essa a raz o pela qual o patrim nio em todas suas formas deve ser preservado valorizado e transmitido s gera es futuras como testemunho da experi ncia e das aspira es humanas a fim de nutrir a criatividade em toda sua diversidade e estabelecer um verdadeiro di logo entre as culturas Artigo 8 Os bens e servi os culturais mercadorias distintas das demais Frente s mudan as econ micas e tecnol gicas atuais que abrem vastas perspectivas para a cria o e a inova o deve se prestar uma particular aten o diversidade da oferta criativa ao justo reconhecimento dos direitos dos autores e artistas assim como ao car ter espec fico dos bens e servi os culturais que na medida em que s
165. essando nas universidades por meio dos v rios mecanismos j mencionados noutras partes do trabalho Landa apud NASCIMENTO 2006 enfatiza que o insucesso escolar do aluno ind gena visto com preconceito acreditando que s o incapazes Mas o fracasso escolar do aluno branco n o tem a mesma conota o pois acreditam que as suas dificuldades de aprendizagem v m de uma educa o b sica de m qualidade At mesmo alunos brancos oriundos de escolas p blicas enfrentam problemas de ensino aprendizagem Existem ainda os desafios de natureza social na medida em que sua leitura de sociedade e dos fen menos que a permeiam interpretada por vezes de forma equivocada o que n o garante o reconhecimento das diferen as Contudo os ind genas que se 96 matriculam nas IES enfrentam outros problemas maiores segundo afirmam os ind genas entrevistados Aqui dentro da universidade o aluno branco olha para voc E l dentro dele ele te inferioriza N o precisa ter atitudes Ele olha e a gente j percebe como se ele te falasse voc ndio n o inteligente isso que eles passam quando olham para n s Eu sei que n o posso dar muito valor para essas coisas J estou acostumada Eu sei que preciso me colocar no mesmo n vel deles Mesmo de forma psicol gica Por exemplo na sala de aula somos tr s ind genas um dia chegou a hora de fazer o trabalho em grupo Nos pergunt
166. estadual assumiram configura es verdadeiramente inovadoras em termos de conte do e finalidade a que se prop em Um dado interessante no plano das leis nacionais refere se introdu o no sistema jur dico brasileiro do princ pio da discrimina o positiva da dimens o positiva da igualdade a qual encontra sustenta o em tr s esp cies de regras consignadas na Constitui o brasileira A primeira de teor rigorosamente igualitarista de alta densidade sem ntica atribui ao Estado o dever de abolir a marginaliza o e as desigualdades destacando se entre outras art 30 III erradicar a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais art 23 X combater os fatores de marginaliza o art 170 VII redu o das desigualdades sociais J uma segunda esp cie de regras fixa textualmente presta es positivas destinadas promo o e integra o dos segmentos desfavorecidos merecendo realce art 30 IV promover o bem de todos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o art 23 X combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza o promovendo a integra o social dos setores desfavorecidos art 227 II cria o de programas de integra o social dos adolescentes portadores de defici ncia Por ltimo temos as normas que textualmente prescrevem discrimina o justa co
167. estimados em torno de 50 926 indiv duos falantes de aproximadamente treze l nguas diferentes assim divididas 1 do grupo ling stico Karib h cerca de 24 693 Makuxi 582 Taurepang 891 Ingarik 430 Y ekuana 87 Patamona 1 366 Wai Wai e 611 Waimiri Atroari i do grupo Aruak s o 6 844 Wapichana em m dia iii A al m desses existem cerca de 15 682 Yanomami falantes de l ngua de fam lia isolada e 16 000 ind genas na cidade de Boa Vista ISA 2007 apud CARVALHO CARVALHO 2008 As popula es ind genas roraimense t m se organizado e com o apoio de parceiros governamentais est o conquistando significativos espa os na educa o Os povos ind genas de Roraima foram se formando o que gerou uma demanda por ensino superior assumida pela Universidade Federal de Roraima UFRR sediada em Boa Vista capital do estado Fundada em 1990 a UFRR uma institui o p blica financiada pelo Minist rio da Educa o MEC Ap s um longo processo interinstitucional em 2001 por for a da atua o dos movimentos ind genas e de setores da UFRR foi criado o N cleo Insikiran de Forma o Superior Ind gena NI com o apoio da Organiza o dos Professores Ind genas de Roraima OPIR Associa o dos Povos Ind genas de Roraima APIRR Conselho Ind gena de Roraima CIR e Organiza o das Mulheres Ind genas de Roraima OMIR Participaram ainda institui es governamentais como a Funda o Nacional do ndio FUNAI o N cle
168. fam lias permanecem na Ilha nsua A partir da d cada de 50 os Guat foram considerados extintos pelo rg o indigenista oficial sendo exclu do de quaisquer pol ticas de assist ncia Em 1976 mission rios identificaram os Guat vivendo na periferia de Corumb Aos poucos o grupo come ou a se reorganizar e reivindicar seus direitos tnicos S o considerados os ltimos canoeiros de todos os povos ind genas que ocuparam as terras baixas do Pantanal 2 3 A UEMS e as cotas para ind genas Historicamente a educa o superior surgiu no Brasil para que fosse poss vel a forma o dos filhos da elite brasileira Neste sentido os cursos que poderiam subsidiar esta popula o seriam aqueles que dariam maior prest gio social Assim a Faculdade de Direito poderia ser uma possibilidade para trazer intelectuais juristas ocupantes de renomados cargos p blicos exig ncias de um contexto social em transi o Numa estrutura social como a existente no Brasil do in cio do s culo XIX a camada intermedi ria em que s o recrutados os intelectuais deveria depender da classe dominante cujos padr es aceita e consagra Nada a aproxima das classes dominadas que fornecem o trabalho O pr prio trabalho degrada socialmente e s pode ser entendido como trabalho f sico pertencendo ao escravo e ao servo SODR 1978 p 35 apud GALDINO PEREIRA 2004 p 161 Saber e poder est o muito bem articulados As d cadas passaram e durante tod
169. fi is a suas finalidades A despeito da cria o de mecanismos institucionais com mandato espec fico de promo o das comunidades ind genas e sua integra o sociedade brasileira a tradu o desses mandatos em uma pol tica indigenista efetiva sempre enfrentou grandes obst culos At 1988 os princ pios que regeram as a es de integra o da popula o ind gena sociedade brasileira estiveram fundadas em premissas que em sua ess ncia discriminavam e negavam valores intr nsecos identidade ind gena Ou seja estiveram fundamentalmente voltadas transforma o do ndio em n o ndio Tal pol tica deu causa a diversas formas de discrimina o e ao surgimento de express es como ndio aculturado ndio da zona sul ou ndio do asfalto Em s ntese a comunidade ind gena ainda carece de que lhe assegurem desenvolvimento social educacional e econ mico em conformidade com sua identidade e vis o de mundos tradicionais As conquistas obtidas a partir da Constitui o Federal de 1988 especialmente no que diz respeito ao reconhecimento do direito terra e identidade cultural perdem efic cia em decorr ncia de n o terem sido substantivamente implementadas No que diz respeito demarca o das terras ind genas a regulariza o das 530 reas identificadas ainda por completar se fator determinante para a consolida o dos direitos sociais econ micos e culturais dos ind gena
170. frendo nas ltimas d cadas e do qual a Constitui o de 1988 tem relevante fun o neste processo por meio das como es sociais da circula o de novas ideias no debate p blico e da resposta do Estado e demais institui es da sociedade civil a essas demandas que a sociedade brasileira se transformar A aus ncia das minorias tnicas nas lideran as prest gio e poder torna se inadi vel principalmente para o Brasil que sempre fez da harmonia racial um dos pontos fundamentais de sua identidade coletiva FERES JUNIOR ZONINSEIN 2008 H cerca de tr s anos 05 06 2006 o Jornal Correio Brasiliense divulgou o contexto das cotas no Brasil o que nos permite diagnosticar o quanto tais iniciativas t m se 47 firmado Segundo a mat ria n o s os afrodescendentes e ind genas seriam os beneficiados Hoje temos institui es que privilegiam os estudantes vindos da rede p blica de ensino jovens de baixa renda etc Algumas das mais conceituadas universidades como a Universidade Estadual de Campinas Unicamp e a de S o Paulo USP preferiram criar alternativas que beneficiem os alunos provenientes da educa o b sica cursada em escolas p blicas Esses candidatos ganham pontos adicionais desde que atinjam as notas m nimas exigidas para todos no processo seletivo vestibular 1 5 O ind gena e a educa o superior brasileira caminhos e percal os Os anos 80 foram marcantes para a educa o em especial par
171. fundar o debate sobre a quest o Haver tempo em que ser poss vel perceber com mais clareza o desenvolvimento desse debate sobre ado o de pol ticas voltadas para a educa o ind gena na esfera das institui es de ensino superior especialmente em seu acesso Contudo pouco se discute acerca do modelo de universidade e das necessidades e possibilidades de transforma o dessas institui es preparando as para receber uma nova clientela que deseja n o apenas desfrut las mas tamb m tem muito a acrescentar para a constru o de um novo projeto de universidade mais democr tica e direcionada aos interesses da sociedade como um todo No Cap tulo III discorreremos sobre os resultados da pesquisa focado nos acad micos ind genas cotistas da UEMS Trata se de estudo com nfase na inser o desses indiv duos no ensino superior p blico Como aporte te rico utilizaremos as contribui es de Hall 2005 Silva 2000 Bauman 2005 Giroux 1995 Dayrell 1996 Gusm o 2003 e tanto outros para refletir a identidade cultural destes sujeitos A base emp rica do nosso 82 trabalho encontra se alicer ada no contato e escuta dos cotistas ind genas em diferentes reas e cursos da UEMS por meio de entrevistas e question rios Resultados a relev ncia do acesso universidade por parte dos acad micos ind genas mas sinalizam a discrimina o tnica as dificuldades de se manterem na universidade e inadequa es no que con
172. gem Referindo se s disposi es relativas diversidade cultural e ao exerc cio dos direitos culturais que figuram nos instrumentos internacionais promulgados pela UNESCO Reafirmando que a cultura deve ser considerada como o conjunto dos tra os distintivos espirituais e materiais intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange al m das artes e das letras os modos de vida as maneiras de viver juntos os sistemas de valores as tradi es e as cren as Constatando que a cultura se encontra no centro dos debates contempor neos sobre a identidade a coes o social e o desenvolvimento de uma economia fundada no saber Afirmando que o respeito diversidade das culturas toler ncia ao di logo e coopera o em um clima de confian a e de entendimento m tuos est o entre as melhores garantias da paz e da seguran a internacionais Aspirando a uma maior solidariedade fundada no reconhecimento da diversidade cultural na consci ncia da unidade do g nero humano e no desenvolvimento dos interc mbios culturais Considerando que o processo de globaliza o facilitado pela r pida evolu o das novas tecnologias da informa o e da comunica o apesar de constituir um desafio para a I Entre os quais figuram em particular o acordo de Floren a de 1950 e seu Protocolo de Nairobi de 1976 a Conven o Universal sobre Direitos de Autor de 1952 a Declara o dos Princ pios de C
173. i para os indiv duos da etnia Guarani andeva e Kaiow para os indiv duos da etnia Guarani Kaiow a forma como os pr prios ind genas se autodenominam na atualidade De acordo com os estudos de Brand 1997 em Mato Grosso do Sul os N ndeva s o os nicos que se autodenominam Guarani Apesar do intenso contato com os colonizadores este povo mant m sua unidade ling stica e cultural constituindo o mais numeroso povo ind gena brasileiro Para sobreviver s mudan as sociais desenvolvem estrat gias pr prias de adapta o s novas realidades e ao relacionamento com as diferentes sociedades que as envolve Os Guarani Nandeva e os Guarani Kaiow t m uma popula o de 38 645 pessoas A popula o dos Guarani Kaiow e Guarani Nandeva ao serem adicionada popula o de outras etnias de MS fazem com que o Estado ocupe o segundo lugar em contingente ind gena Em termos territoriais os Guarani Nandeva e os Guarani Kaiow ocupavam um territ rio tradicional que segundo Brand 1997 p 22 Ao norte at os rios Apa e Dourados e ao Sul at a Serra de Maracaju e os afluentes do rio Jeju chegando a uma extens o este oeste de aproximadamente 100 km em ambos os lados a Serra de Amamba abrangendo uma extens o de fronteira com o Paraguai especialmente reas tendo como caracter stica matas e c rregos O extremo sul do Estado parte do territ rio dos Nandeva e dos Kaiow foi objeto da explora o da erva mate
174. i viviam eram grafos A hist ria convencional precisou de documentos escritos mas os primeiros habitantes das terras brasileiras n o possu am escrita alfab tica Desta forma em 1500 come aram a oficializar os primeiros registros hist ricos dessas popula es antes mesmo que algu m lhes compreendessem seus costumes suas culturas l nguas enfim sua diversidade O crescimento populacional de seu contingente hoje uma tend ncia geral O contato violento da coloniza o europeia destruiu significativamente parte dessas popula es que felizmente hoje passam a reivindicar publicamente e oficialmente a condi o de ind genas A atual estrat gia destas popula es est centrada nos la os de uni o procurando se munirem de meios de defesa consolidando um movimento ind gena cada vez mais organizado Como foi dito anteriormente a organiza o ou seja o movimento ind gena brasileiro est presente deste a d cada de 70 do s culo passado estabelecendo esfor o articulado com as diversas lideran as organiza es e povos ind genas na pretens o de compromiss los na luta comum pela educa o pela terra pela sa de e outros direitos que lhes foram negados O movimento e seus aliados conseguiram por meio de articula o persuadir a sociedade brasileira o Congresso Nacional e a Constitui o de 1988 quanto valoriza o de seus direito Assim conseguiu que fosse inclu do nesta Nova Lei o direito demarca
175. ia Podem ser inclu dos como bem expressa o termo mas em uma ordem acad mica que j est posta que j est constru da Ordem em parte alterada no embate com os povos ind genas mas s o altera es que n o questionam seus pilares fundamentais a saber o pr prio conhecimento acad mico formal Outros dois 02 ind genas n o querem o retorno s suas aldeias de origem e desejam permanecer na cidade pois t m outras vontades n o tenho a pretens o de atuar na rea da educa o mas em pesquisas Question rio n 05 n o tenho a inten o de ficar na aldeia pois pretendo continuar os estudos Question rio n 06 Penso que a obrigatoriedade de retornar para suas aldeias e ajud las logo ap s terminar seus cursos seja um discurso muito complexo pois existe o direito constitucional que garante a todo brasileiro inclusive ao ind gena a liberdade de ir e vir Para Luciano 2006 estas quest es s o diferentes para os ind genas que j residiam nas cidades quando ingressaram nas universidades pois consideram m rito pessoal n o devendo a nenhuma comunidade seu xito acad mico mais f cil trabalhar com indiv duos ndios dissociados de suas comunidades pois estes conseguem atender racionalidade individualizante do modelo tradicional europeu vigente IDEM p 149 O fato de pensarem na aquisi o do conhecimento do n o ndio por meio da carreira universit ria n o significa necessariamente
176. ia para atravessar as portas MOEHLECKE 2000 30 emigrantes asi ticos e sua crescente popula o nos diversos estados norte americanos cujos filhos destacam se entre os melhores alunos das renomadas escolas de segundo grau e com a mesma facilidade ingressam nas melhores universidades p blicas por meio das cotas Timothy Egan entitulado Little Asia On the Hill publicado no The New York Times Educacion Section 4A em 7 de janeiro de 2006 argumenta que uma meritocracia p s a o afirmativa que privilegie e comemore o sucesso acad mico da comunidade asi tica nos EUA somente o far custa dos estudantes latinos e afro americanos menos qualificados academicamente cuja presen a na melhores faculdades p blicas j vem declinando como o caso dos campi da Universidade da Calif rnia em Berkeley e Los Angeles Nas entrevistas que realizou com diretores de admiss o das faculdades de elites p blicas e privadas Egan constatou por exemplo que as admiss es de alunos asi ticos em 2006 aumentaram significamente 24 em Stanford 18 em Harvard 24 na Carnegie e 22 na Johns Hopkins TURNER 2008 p 62 63 A discrimina o positiva por sua natureza sempre ser motivo de amplos debates Os mais recentes estudos evidenciam o impacto tnico e racial injusto sobre as oportunidades de vida dos sujeitos envolvidos Na Am rica Latina as pesquisas realizadas pelo Banco Mundial sobre as pol ticas de a o afirmativa em
177. ial a afro brasileiros e ind genas integrando os um pouco mais na economia e socialmente aos demais setores da sociedade Mas por certo n o se pode esquecer que essas propostas devem vir acompanhadas de outras medidas de cunho social como a melhoria da educa o b sica no pa s Por sua vez tais a es surgem perante a inefic cia dos procedimentos cl ssicos de combate discrimina o dando in cio a um processo de altera o conceitual das a es afirmativas que passaram a ser associadas ideia mais ousada de realiza o da igualdade de oportunidades por meio da imposi o de reservas de acesso de representantes de minorias a determinados setores do mercado de trabalho e a institui es educacionais De certa forma fui surpreendido num primeiro momento com as interfaces que envolvem a presen a de ind genas cotistas na UEMS mesmo j suspeitando de que haveria 107 na ambi ncia universit ria evid ncias de preconceitos nem sempre velada por parte dos docentes alunos e outros Mas causou me espanto talvez por ingenuidade de minha parte que tais atitudes de nega o do outro e de sua presen a sejam mais fortes ainda em determinadas reas do conhecimento Segundo informa es obtidas por meio da fala dos pr prios sujeitos no curso de Direito e no de Ci ncias Agr rias considerados cursos nobres haveria mais preconceito ainda principalmente nas rela es que se procuram estabelecer com representante
178. icas Importante ressaltar que toda luta dos ndios evidencia que 38 A experi ncia do CAFI portanto de toda a Amaz nia e tem frente a COIAB A que por meio de amplo di logo com suas organiza es de base busca o aperfei oamento dessa experi ncia inovadora para os povos ind genas O CAFI tem como desafio promover um ensino de qualidade e amplamente utilizado nas organiza es e povos ind genas para onde os seus alunos retornam ap s a conclus o do curso A demanda pelo curso muito grande e n o tem sido poss vel atender a todos os povos que o procuram para enviar seus jovens para essa forma o ap s todas as fases do processo de sele o a que os candidatos s o submetidos o limite atual de 30 alunos por ano 15 por semestre FLORES 2008 p 172 H diversas experi ncias de forma o escolar realizadas pelas comunidades ind genas No entanto ainda s o muito recentes avalia es que possam refletir com precis o algum tipo de resultados positivos pois temos um per odo muito pequeno neste processo Contudo nesta fase inicial poss vel analisar alguns dados que se tornam refer ncia para as pr ximas etapas destes cursos oferecidos aos ndios Para Flores 2008 o n mero de experi ncias culturais recebidas no CAFI pode ilustrar ricamente alguns fatos tais como s o todos de diferentes povos l nguas e culturas al m de diferentes n veis de aproxima o com o mundo fora Digno de men o a e
179. icas baseadas na superioridade de determinados povos ou pessoas que a proponham alegando raz es de origem nacional ou diferen as raciais religiosas tnicas ou culturais s o racistas cientificamente falsas juridicamente inv lidas moralmente conden veis e socialmente injustas Reafirmando que no exerc cio de seus diretos os povos ind genas devem estar livres de toda forma de discrimina o Preocupada pelo fato de que os povos ind genas tenham sofrido injusti as hist ricas como resultado entre outras coisas da coloniza o e alhea o de suas terras territ rios e recursos o que lhes tem impedido de exercer em particular seu direito ao desenvolvimento em conformidade com suas pr prias necessidades e interesses Consciente da urgente necessidade de respeitar e promover os direitos intr nsecos dos povos ind genas que derivam de suas estruturas pol ticas econ micas e sociais e de suas culturas 143 de suas tradi es espirituais de sua hist ria e de sua concep o da vida especialmente o direito a suas terras territ rios e recursos Consciente tamb m da urgente necessidade de respeitar e promover os diretos dos povos ind genas afirmados em tratados acordos e outras conven es constru das com os Estados Celebrando que os povos ind genas est o se organizando para promover seu desenvolvimento pol tico econ mico social e cultural e para por fim a todas as formas de discrimina o e opress o donde
180. idades e media es Belo Horizonte UFMG 2003 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Pesquisa nacional por amostra de domic lio 2004 IMBERN N Francisco Amplitude e profundidade do olhar a educa o ontem hoje e amanh In IMBERNON Francisco Org A educa o no s culo XXI os desafios do futuro imediato 2 Ed Porto Alegre Artes M dicas Sul 2000 JANU RIO Elias SILVA Selleri Silva Desafios e perspectiva na educa o superior ind gena In JANU RIO Elias SILVA Selleri Silva TAISIR Mahmudo Karim Orgs Cadernos de Educa o Escolar Ind gena PROESI Barra do Bugres UNEMAT v 5 n 1 p 43 50 2007 KAIN Myrna Cunningham Educaci n Superior Ind gena en Nicar gua 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 LIANA M nica La aproximaci n de un Programa de postgrado en Educaci n a los desaf os de la inclusi n real de las minor as tnicas Dispon vel em lt http www trilhas deconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 LIMA Antonio Carlos de Souza BARROSO HOFFMANN Maria Orgs Desafios para uma educa o superior para os povos ind genas no Brasil pol ticas p blicas de a o afirmativa e direitos culturais diferenciados Funda o Ford Trilhas de Conhecimentos O ensino Superior de Ind genas no Brasil Mesa Redonda Semin rio agosto
181. idas o Pacto Internacional de Diretos Econ micos Sociais e Culturais e o Pacto Internacional de Diretos Civis e Pol ticosl assim como a Declara o ou o Programa de A o de Viena afirmam a import ncia fundamental do direito de todos os povos a livre determina o em virtude do qual estes determinam livremente sua condi o pol tica e buscam livremente seu desenvolvimento econ mico social e cultural Tendo presente que nada do conte do na presente Declara o poder ser utilizado para negar a nenhum povo seu direito a livre determina o exercido de conformidade com o direito internacional Convencida de que o reconhecimento dos direitos dos povos ind genas na presente Declara o fomentar rela es harmoniosas e de coopera o entre os Estados e os povos ind genas embasadas nos princ pios da justi a da democracia do respeito dos diretos humanos a n o discrimina o e boa f 144 Alentando aos Estados que a cumpram e apliquem eficazmente todas as suas obriga es para com os povos ind genas diante dos instrumentos internacionais em particular as relativas aos diretos humanos em consulta e coopera o com os povos interessados Sublinhando que corresponde s Na es Unidas desempenhar um papel importante e cont nuo de promo o e prote o dos diretos dos povos ind genas Considerando que a presente Declara o constitui um novo passo importante em dire o ao reconhecimento a promo o e a prote
182. ido pela professora Maria Auxiliadora de Souza Mello j falecida e hoje coordenado pelo professor F bio Carvalho estruturaram se por iniciativas aut nomas apoiadas sobretudo pela FUNAI por meio de um dos seus n cleos mais consistentes de servidores e implementadores de a es aqueles voltados exatamente para a educa o escolar ind gena No caso de Roraima a presen a das organiza es ind genas no conselho do N cleo Insikiran torna as co autoras do processo e faz dessa experi ncia um caso singular que pode apontar rumos muito inovadores nas rela es entre universidade e movimentos sociais Seja destinando recursos seja dando bolsas de estudo a alunos em universidades e faculdades particulares a FUNAI tem fomentado a forma o superior ind gena ainda que de modo pouco transparente e assistem tico LIMA HOFFMANN 2004 p 10 11 48 Os ind genas inseridos no ensino superior e articulando os conhecimentos cient ficos s o considerados aptos para discutir junto institui o os problemas de suas comunidades Ent o Ailton Krenak importante lideran a ind gena organizou um centro de forma o em Goi nia visando enfrentar os desafios forma o de ind genas em reas que iam desde a agronomia at advocacia pensando exatamente no cruzamento dos conhecimentos tradicionais ind genas e dos saberes universit rios e na necessidade de terem quadros ind genas que constru ssem novos relacionamentos com o Esta
183. imento dessa demanda ind gena 1 A UCDB por meio do N cleo de Estudos e Pesquisas das Popula es Ind genas NEPPI criado em 1995 tem como objetivo constituir um espa o de discuss o dos problemas e quest es ind genas e articular a pesquisa com a es de apoio s demandas destes povos com nfase na discuss o participa o e na implementa o de pol ticas p blicas de atendimento dessa popula o 2 A UEMS em 2001 criou o Curso Normal Superior para atender de forma espec fica os professores ind genas das etnias Terena e Kadw u E a partir do ano de 2003 os Guarani Kaiow Al m de possuir uma pol tica de cotas e de bolsas para os alunos ind genas 3 A UFGD em conjunto com a UCDB iniciou no ano de 2006 um curso de licenciatura para atender as necessidades espec ficas dos ndios Guarani Kaiow no que se refere forma o de professores Dispon vel em lt http www rededesaberes neppi org apresentacao php gt Acesso em 16 set 2009 86 trinta e cinco 35 anos quatro 04 acad micos n o revelaram suas idades Cinco 05 s o solteiros dois 02 est o casados e um 01 n o respondeu quest o Destes acad micos tr s 03 moram na aldeia com a fam lia dois 02 vivem sozinhos na cidade de Dourados um 01 reside na cidade com amigos um 01 na cidade com parentes e um 01 n o respondeu a pergunta 3 2 Conhecimento estudos e retorno aldeia No primeiro eixo que identifica o ind gena al
184. informado 3 Os Estados tamb m adotar o medidas eficazes para garantir segundo seja necess rio que se apliquem devidamente programas de controle manuten o e restabelecimento da sa de dos povos ind genas afetados por estas mat rias programas que ser o elaborados e executados por estes povos Artigo 30 1 N o se desenvolver o atividades militares nas terras ou territ rios dos povos ind genas a menos que se justifique com uma amea a importante para o interesse p blico pertinente ou que se tenha acordado livremente com os povos ind genas interessados ou que estes o tenham solicitado 2 Os Estados realizar o consultas eficazes com os povos ind genas interessados pelos procedimentos apropriados e em particular por meio de suas institui es representativas antes de utilizar suas terras ou territ rios para atividades militares Artigo 31 1 Os povos ind genas t m direito a manter controlar proteger e desenvolver seu patrim nio cultural seus conhecimentos tradicionais suas express es culturais tradicionais e as manifesta es de suas ci ncias tecnologias e culturas compreendidos os recursos humanos e gen ticos as sementes as medicinas o conhecimento das propriedades da fauna e flora as tradi es orais as literaturas os desenhos os esportes e jogos tradicionais e as artes visuais e interpretativas Tamb m t m direito a manter controlar proteger e desenvolver sua propriedade intelectual dita patrim n
185. io cultural seus conhecimentos tradicionais e suas express es culturais tradicionais 2 Conjuntamente com os povos ind genas os Estados adotar o medidas eficazes para reconhecer e proteger o exerc cio destes direitos Artigo 32 1 Os povos ind genas t m direito a determinar e elaborar as prioridades e estrat gias para o desenvolvimento ou a utiliza o de suas terras ou territ rios e outros recursos 2 Os Estados realizar o consultas e cooperar o de boa f com os povos ind genas interessados para a condu o de suas pr prias institui es representativas a fim de obter seu consentimento livre e informado antes de aprovar qualquer projeto que afete as suas terras ou territ rios e outros recursos particularmente em rela o com o desenvolvimento a utiliza o ou a exporta o de recursos minerais h dricos ou de outro tipo 3 Os Estados estabelecer o mecanismos eficazes para a repara o justa e equitativa por estas atividades e adotar medidas adequadas para mitigar suas conseqii ncias nocivas de ordem ambiental econ mica social cultural o espiritual Artigo 33 1 Os povos ind genas t m direito a determinar sua pr pria identidade conforme seus costumes e tradi es Isto n o diminui o direito das pessoas ind genas a obter a cidadania dos Estados em que vivem 2 Os povos ind genas t m direito a determinar as estruturas e a escolher a composi o de suas institui es em conformidade com seus pr prios
186. io do Comit Nacional para prepara o da participa o brasileira na III Confer ncia Mundial das Na es Unidas contra o Racismo Discrimina o Racial Xenofobia e Intoler ncia Correlata Durban 31 de Agosto a 7 de Setembro de 2001 BURGA Manuel A prop sito de los Estudiantes Ind genas Amaz nicos en la UNMSM 1999 2005 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america Jat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 CAJUEIRO Rodrigo Os povos ind genas em institui es de ensino superior p blicas federais e estaduais do Brasil levantamento provis rio de a es afirmativas e de licenciaturas interculturais 2008 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br superior indigena Levantamento 20de 20A E7 F5es 20Afirmativas pdf gt Acesso em 14 set 2009 CARDOSO Roberto de Oliveira Do ndio ao bugre O processo de assimila o dos Terena Rio de Janeiro F Alves 1976 CARVALHO Fab ola CARVALHO F bio Almeida de A experi ncia de forma o de professores ind genas do N cleo Insikiran da Universidade Federal de Roraima In MATO Daniel Coord Diversidad Cultural e Interculturalidad em Educaci n Superior Experiencias em Am rica Latina M xico Colecci n Cuadernos Interculturales Calle 2009 CHAMORRO Graciela La calidad intercultural desdoblamientos Reacci n a la conferencia pronunciada por la Dr Maria Elena Gonzal s de la Universidad de La Front
187. ionais de suas terras e a seus interesses em terras e recursos como os de subsist ncia 5 Se a propriedade dos minerais ou dos recursos do subsolo pertencer ao Estado ou se a este couberem direitos sobre recursos existentes na superf cie o Estado estabelecer ou manter procedimentos para a participa o dos povos interessados em determinar se os interesses desses povos seriam prejudicados e em que medida antes de executar ou autorizar qualquer programa de prospec o planejamento ou explora o dos recursos existentes em suas terras Os povos interessados dever o participar dos benef cios decorrentes dessas atividades e receber por qualquer dano que sofram em consequ ncia dessas atividades indeniza o em termos n o inferiores praxe do Direito Internacional 6 Exceto quando necess rio devido a circunst ncias excepcionais e para atender ao interesse p blico os Estados n o poder o transferir ou reassentar povos ind genas sem o seu consentimento livre genu no p blico e fundamentado e em todos os casos somente o far o com indeniza o pr via e a imediata substitui o por terras adequadas de igual ou melhor qualidade e igual status jur dico e garantindo o direito a retorno se deixarem de existir as causas que deram origem ao deslocamento 7 Os povos ind genas t m direito restitui o das terras territ rios e recursos de que tenham sido tradicionalmente propriet rios ocupantes ou usu rios e que tenham sid
188. ios dos programas e projetos a Assembleia Geral estabelecer par metros flex veis a serem utilizados pelo Conselho Diretivo para determinar as modalidades de financiamento e para estabelecer as condi es de execu o de cada programa e projeto em consulta com os interessados b De acordo com esses crit rios o Fundo Ind gena conceder recursos n o reembols veis cr ditos garantias e outras modalidades apropriadas de financiamento 156 Artigo 7 Avalia o e Acompanhamento 7 1 Avalia o do Fundo Ind gena A Assembleia Geral avaliar periodicamente o funcionamento do Fundo Ind gena em seu conjunto de acordo com os crit rios e meios que considere adequados 7 2 Avalia o dos Programas e Projetos A execu o dos programas e dos projetos ser avaliada pelo Conselho Diretivo considerando especialmente os pedidos apresentados pelos benefici rios dos mencionados programas e projetos Artigo 8 Retirada de Membros 8 1 Direito de Retirada Qualquer Estado Membro poder retirar se do Fundo Ind gena mediante comunica o escrita dirigida ao Presidente do Conselho Diretivo que notificar Secretaria Geral da Organiza o das Na es Unidas A retirada ter efeito definitivo um ano ap s a data em que se tenha recebido a notifica o 8 2 Liquida o de Contas a as Contribui es dos Estados Membros ao Fundo Ind gena n o ser o devolvidas em caso de retirada do Estado Membro b O Estado Membro que se
189. iosa no que diz respeito ra a Ao contr rio do que se esperava a militante encaminhou um parecer adverso s ideias vigentes sobre a ades o das cotas na UEMS Esta assegurou a urg ncia de oportunidades Diante da quest o outro conselheiro do curso de Direito afirma que a lei deve ser cumprida independente de qualquer parecer No dia 08 de julho de 2003 voltam a se reunir para discutirem quest es como a oferta de vagas no vestibular e crit rios de inscri o nas cotas Novamente representantes do Movimento Negro Conselho Estadual de Direito do Negro Lideran as Ind genas e Coordenadoria de Pol ticas Para a Promo o da Igualdade Racial CEPPIR MS estavam presentes nestas discuss es CORDEIRO 2008 Ainda sobre as cotas a autora mencionada afirma que no dia 04 de abril de 2003 foi necess rio realizar uma reuni o do Conselho Universit rio COUND Na pauta estava o Plano de Desenvolvimento Institucional PDI uma vez que havia em suas metas uma preocupa o especial com os novos compromissos para os anos de 2002 a 2007 importante ressaltar que em tais discuss es o primeiro item foi a interioriza o das a es afirmativas na universidade visando democratiza o do conhecimento Neste encontro foi poss vel discutir sobre as minorias e diferen as tendo em vista as cotas obrigando os conselheiros do COUNI a se posicionarem sobre o tema V rias pessoas que ali estavam foram contra as ideias de inclus o at m
190. ireitos humanos e s liberdades fundamentais e tamb m com o fato de seus povos e comunidades serem despojados de suas terras territ rios e recursos ficando assim privados de exercer em particular seu direito ao desenvolvimento segundo suas pr prias tradi es necessidades e interesses Reconhecendo que os povos ind genas sofrem grave empobrecimento em v rias regi es do Hemisf rio e que suas condi es de vida chegam a ser lament veis e Recordando que em dezembro de 1994 na Declara o de Princ pios da C pula das Am ricas os chefes de Estado e de Governo anunciaram que em considera o D cada Mundial dos Povos Ind genas concentrariam suas energias em melhorar o exerc cio dos direitos democr ticos e o acesso aos servi os sociais dos povos ind genas e de suas comunidades 3 Cultura ind gena e ecologia Reconhecendo o respeito dedicado ao meio ambiente pelas culturas dos povos ind genas das Am ricas bem como sua especial rela o com o ambiente com suas terras e recursos e com os territ rios onde habitam 169 4 Conviv ncia respeito e n o discrimina o Reafirmando a responsabilidade dos Estados e dos povos das Am ricas no sentido de acabar com o racismo e a discrimina o racial para estabelecer rela es marcadas por harmonia e respeito entre todos os povos 5 O territ rio e a sobreviv ncia ind gena Reconhecendo que para muitas culturas ind genas suas tradicionais formas coletivas d
191. is a saber a ao Supremo Tribunal Federal compete processar e julgar mediante Recurso Extraordin rio causas decididas em nica ou ltima inst ncia quando a decis o declarar a inconstitucionalidade dos tratados internacionais ou das leis federais CF art 102 II b e b ao Superior Tribunal de Justi a compete processar e julgar mediante Recurso Especial causas decididas em nica ou ltima inst ncia quando a decis o contrariar ou negar vig ncia aos tratados internacionais ou lei federal art 105 II a Note se ainda que o dispositivo do art 109 inciso MI da Lei Fundamental atribui Justi a Federal a compet ncia para processar e julgar as causas fundadas em tratado ou contrato da Uni o com Estado estrangeiro ou organismo internacional 13 Artigos 3 5 216 e 217 da Constitui o Federal respectivamente 192 ANEXO K Lei que institui cota para ndios na UEMS Lei n 2 589 de dezembro de 2002 ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL LEI N 2 589 DE 26 DE DEZEMBRO DE 2002 Disp e sobre a reserva de vagas aos vestibulandos ndios na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS Publicada no Di rio Oficial n 5 906 de 27 de dezembro de 2002 O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Fa o saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art 1 Fica a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS obrigada a cotizar vagas destinadas ao i
192. is reduzidas a pouco mais de 700 mil indiv duos no territ rio distribu dos em duzentos e quinze 215 povos o que representa 04 da popula o brasileira A FUNAI e a Funda o Nacional de Sa de FUNASA indicam n meros menos expressivos um pouco mais de 300 000 pessoas Sabendo entretanto que esta diverg ncia ocorre em virtude de diferentes m todos para obten o de tais dados e principalmente por trabalhar apenas com popula es ind genas reconhecidas e registradas por estas institui es J os dados do IBGE entre 1991 e 2000 informaram que os ndios brasileiros aumentaram 150 evidenciando o fen meno da auto identifica o no Censo mais recente Importa lembrar que tais dados s o obtidos por m todos de auto identifica o para chegar a esses n meros que nos parecem mais realistas Por m as estimativas da FUNASA nos revelam importantes informa es sobre as popula es ind genas Pesquisar as sociedades ind genas do ponto de vista populacional envolve in meros entraves poss vel observar a falta de dados espec ficos pois na maioria dos casos conseguem estimar a popula o de acordo com a rea geogr fica sem nenhuma caracteriza o espec fica como por exemplo sexo idade n mero de mortes filhos nascidos vivos e outros Para Melatti 2007 outro empecilho na confiabilidade destas informa es est no que diz respeito metodologia da an lise demogr fica dispon vel que n o me parece adequada
193. is que na omiss o ou erro do referido rg o tomar qualquer dos Poderes da Rep blica CAP TULO NI Das Areas Reservadas Art 26 A Uni o poder estabelecer em qualquer parte do territ rio nacional reas distintas posse e ocupa o pelos ndios onde possam viver e obter meios de subsist ncia com direito 163 ao usufruto e utiliza o das riquezas naturais ind genas podendo organizar se sob uma das seguintes modalidades a reserva ind gena b parque ind gena c col nia agr cola ind gena d territ rio federal ind gena Art 27 Reserva Ind gena uma rea destinada a servir de habitat a grupos ind genas com os meios suficientes sua subsist ncia Art 28 Parque Ind gena a rea contida em terra para posse dos ndios cujo grau de integra o permita assist ncia econ mica educacional e sanit ria dos rg os da Uni o em que se preservem as reservas de flora e fauna e as belezas naturais da regi o 1 Na administra o dos parques ser o respeitadas a liberdade usos costumes e tradi es dos ndios 2 As medidas de pol cia necess rias ordem interna e preserva o das riquezas existentes na rea do parque dever o ser tomadas por meios suas rios e de acordo com interesse dos ndios que nela habitam 3 O loteamento das terras do parque ind gena obedecer ao regime de propriedade usos e costumes tribais bem como as normas administrativas nacionais que dever
194. isturar se com a comunidade da qual faz parte Trata se simplesmente de romper o monop lio do saber a posi o hegem nica da fun o socializadora por parte dos professores e construir uma comunidade de aprendizagem no pr prio contexto IMBERN N 2000 p 85 Neste contexto cabe ressaltar que a UEMS considerou estes desafios pois como afirma Nascimento 2006 p 176 esses Questionamentos e inquieta es de car ter epistemol gico metodol gico pol tico e tico pode colocar em pauta rela es como a colonialidade do saber a subalterna o do conhecimento e a produ o de um outro conhecimento o pensamento liminar que busca caminhar para uma outra l gica um pensar de uma outra l gica um pensar de uma outra maneira Estas s o quest es que desafiam os educadores a procurarem posicionamentos e instrumentos metodol gicos que possibilitem o aprimoramento do seu olhar sobre o aluno como o outro de tal forma que conhecendo as dimens es culturais em que ele diferente possam resgatar a diferen a como tal e n o como defici ncia DAYRELL 1996 p 145 Tendo em vista reduzir tais diferen as em 2007 foi institu da na UEMS a Divis o de Inclus o e Diversidade DID ligada PROEC UEMS mediante a Resolu o COUNVUEMS n 331 de 07 de novembro de 2007 visando preven o da discrimina o de 104 g nero classe ra a etnia orienta o sexual e de pessoas com nece
195. ito dos direitos do homem e o Dec nio Internacional das popula es ind genas do mundo Tendo em considera o as recomenda es das confer ncias regionais organizadas no quadro do Ano das Na es Unidas para a Toler ncia conforme a Resolu o 27 C 5 14 da Confer ncia Geral da UNESCO e tamb m as conclus es e as recomenda es das outras confer ncias e reuni es organizadas pelos Estados membros no quadro do programa do Ano das Na es Unidas para a Toler ncia Alarmados pela intensifica o atual da intoler ncia da viol ncia do terrorismo da xenofobia do nacionalismo agressivo do racismo do anti semitismo da exclus o da marginaliza o e da discrimina o contra minorias nacionais tnicas religiosas e ling sticas dos refugiados dos trabalhadores migrantes dos imigrantes e dos grupos vulner veis da sociedade e tamb m pelo aumento dos atos de viol ncia e de intimida o cometidos contra pessoas que exercem sua liberdade de opini o e de express o todos comportamentos que amea am a consolida o da paz e da democracia no plano nacional e internacional e constituem obst culos para o desenvolvimento Ressaltando que incumbe aos Estados membros desenvolver e fomentar o respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais de todos sem distin o fundada sobre a ra a o sexo a l ngua a origem nacional a religi o ou incapacidade e tamb m combater a intoler ncia aprovam e proclamam solenemente a
196. itos especificamente para as popula es ind genas todavia podem ser utilizados por eles pois se destinam prote o de direitos universais coletivos e essenciais ajudando os a permanecerem com suas tradi es culturais e possibilitando educa o diferenciada e respeitosa das tradi es O conhecimento do teor desses documentos por parte dos povos ind genas e dos agentes do Estado respons veis por sua prote o ou pela implementa o de pol ticas que os atinjam condi o primeira para que eles ganhem efetividade na pr tica e na vida desses povos A Constitui o de 1988 vem inaugurar nova fase nas intera es com os ind genas e nas intermedia es culturais com o Estado e com a sociedade Assim assegura o direito sua diferen a cultural e reconhece suas organiza es sociais e tradi es Com isso a diversidade cultural e tnica que envolve os diversos povos revela a incr vel capacidade dos seres humanos de encontrar solu es para as diversas necessidades b sicas da vida Analisar os espa os de contradi o e as din micas de relacionamentos dos ndios com os diversos segmentos da sociedade nacional observando as tens es que surgem da subjuga o que encontram possibilitam abrir caminhos para se pensar em novas oficializa es a cidadania Entretanto o maior problema nestas quest es est na falta de criticidade do olhar principalmente da disposi o de conviver com indiv duos diferentes que manifesta
197. l 02 E E medicina 02 e nutri o 02 Funda o Univer an s de Bras lia FUB UEMS Mato Grosso Cotas de 10 das vagas para Vestibular Lei estadual n 2 589 de do Sul ind genas geral 26 12 2002 Fonte Cajueiro e Rosenthal 2008 Quadro 4 Licenciaturas interculturais institui es federais e estaduais Institui o Estado Vagas UFAM fatia 120 vagas distribu das nos polos de Cucu Taracu e Tunu UEA pe 250 vagas sendo 230 dessas para professores ticunas e 20 outras etnias UFAC Acre 50 vagas duas turmas de 25 alunos UFRR Roraima 172 alunos em 03 de 2007 UNIFAP Amap 30 vagas UFG Goi s 35 vagas UFT Tocantins 35 vagas UNEMAT Mato Grosso 50 vagas UFGD Mato Grosso do Sul 62 vagas UFMG Minas Gerais 150 vagas USP S o Paulo 40 vagas Fonte Cajueiro e Rosenthal 2008 Ao que parece despontam medidas e a es que possibilitam uma abertura para a inser o de grupos tnicos no ensino superior no pa s Indubitavelmente representa um avan o consider vel no tocante as pol ticas sociais implementadas pelas IES Em contrapartida requer certa reflex o o fato de algumas universidades que ao disponibilizarem vagas excedentes exigem para os candidatos uma trajet ria escolar exclusiva no sistema p blico de ensino 55 No pr ximo cap tulo apresentaremos algumas quest es que dizem respeito aos ndios do nosso estado sobretudo algumas reflex es referentes escola diferenciada aspectos j
198. la o total representa apenas 0 8 da popula o total da regi o sendo portanto num rica e proporcionalmente menos expressiva que a da Regi o Norte CAJUEIRO 2008 p 7 No cen rio brasileiro da educa o superior composto pelas institui es p blicas h algumas possibilidades de ingresso Ou seja reserva de vagas para negros ndios egressos da escola p blica dentre outros de certa forma medidas compensat rias para a exclus o social desses segmentos sociais e tnicos Mas h ainda outra modalidade nesse sentido e que tem despontado nos ltimos anos trata se das licenciaturas interculturais conforme enumeramos no quadro 04 Nos quadros 02 03 e 04 a seguir observamos algumas institui es de ensino superior e seus crit rios de admiss o por meio de a es afirmativas 51 Quadro 2 Institui es de ensino superior federais e estaduais afrodescendentes e classifica o social Institui o Estado Clientela Observa o UERJ Rio de Janeiro 20 negros Todos precisam comprovar car ncia 20 alunos de escolas p blicas financeira UNEB Bahia 40 negros e egressos de escolas p blicas UFBA Bahia 43 egressos da escola p blica a UEL Paran 40 alunos da escola p blica a a negros e pardos UFPR Paran 20 alunos da escola p blica 20 negros e pardos P aanmoet eTo e pardos dus Mas 60 desse percentual UFAL
199. lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 BRAND Antonio Jac O impacto da perda da terra sobre a tradi o Kaiow grarani os dif ceis caminhos da palavra 1997 Tese Doutorado em Hist ria Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1997 BRAND Antonio Jac Apresenta o In NASCIMENTO Adir Casaro et al Povos ind genas e sustentabilidade saberes e pr ticas interculturais nas universidades Campo Grande UCDB 2008 BRAND Antonio Jac Educa o escolar ind gena o desafio da interculturalidade e da equidade S rie Estudos Campo Grande MS n 12 p 35 43 jul dez 2001 BRAND Antonio Jac NASCIMENTO Adir Casaro Os povos ind genas nas institui es de educa o superior e os desafios da sustentabilidade e da autonomia In GALV O Afonso SANTOS Gilberto Lacerda dos Orgs Escola curr culo e cultura ensino aprendizagem 110 psicologia da educa o educa o trabalho e movimentos sociais Bras lia L ber Livro Editora ANPEd 2008 BRAND O Carlos da Fonseca As cotas na universidade p blica brasileira ser esse o caminho Campinas SP Autores associados 2005 BRASIL Constitui o Federal Bras lia Senado Federal 1988 BRASIL Lei n 6 001 de 19 de dezembro de 1973 Disp e sobre o estatuto do ndio Dispon vel em lt http www funai gov br quem legislacao estatuto indio html gt Acesso em 11 jan 2009 BRASIL Minist rio da Justi a Relat r
200. lo Art 40 S o titulares do patrim nio ind gena I popula o ind gena do Pa s no tocante a bens ou rendas pertencentes ou destinadas aos silv colas sem discrimina o de pessoas ou grupos tribais II o grupo tribal ou comunidades ind genas determinada quanto posse e usufruto das terras por ele exclusivamente ocupadas ou eles destinadas II a comunidade ind gena ou grupos tribal nomeados no t tulo aquisitivo da propriedade em rela o aos respectivos im veis Art 41 N o integram o Patrim nio Ind gena I as terras de exclusiva posse ou dom nio do ndio ou silv cola individualmente considerando e o usufruto das respectivas riquezas naturais e utilidades II a habita o os m veis e utens lios dom sticos os objetos de uso pessoal os instrumentos de trabalho e os produtos da lavoura ca a pesca e coleta ou do trabalho em geral dos silv colas Art 42 Cabe ao rg o de assist ncia a gest o do Patrim nio Ind gena propiciando se porem a participa o dos silv colas e dos grupos tribais na administra o dos pr prios bens sendo lhes totalmente confiado o encargo quando demonstrem capacidade efetiva para o seu exerc cio 165 Par grafo nico O arrolamento dos bens do Patrim nio Ind gena ser permanentemente atualizado procedendo se fiscaliza o rigorosa de gest o mediante controle interno e externo a fim de tornar efetiva a responsabilidade dos seus administradores
201. luri tnica O legado da presen a estimada de cinco milh es de ind genas que habitavam o pa s no per odo inicial do colonialismo o tr fico de cerca de quatro milh es de africanos nos 179 tr s s culos e meio em que perdurou o escravismo e a grande imigra o europeia e asi tica ao longo dos s culos XIX e XX fizeram do Brasil um mosaico de diversidades portador de uma rica geografia de identidades tnicas culturais religiosas ticas e est ticas ltimo pa s do mundo a abolir o trabalho escravo em 1888 o Brasil possuiu at o ano de 1976 registros da edi o de leis expressamente discriminat rias N o obstante o Pa s n o experimentou o fen meno da segrega o espacial fundada abertamente em crit rios tnicos e ou raciais pelo que a miscigena o e a intera o inter racial s o dados da realidade brasileira Manifesta es abertas de dio racial nas rela es cotidianas s o raras Note se por m que as fortuitas demonstra es expl citas de dio racial n o impedem a ocorr ncia de uma ampla gama de manifesta es discriminat rias percept veis a olho nu e denunciadas por estat sticas das mais diversas naturezas Cabe aqui uma breve digress o conceitual Racismo discrimina o racial e intoler ncia apresentam configura es particularmente distintas no contexto da sociedade brasileira Note se que n o se registram no Brasil manifesta es xenof bicas significativas Racismo A exemplo de
202. lves SILV RIO Valter Roberto Educa o e a es afirmativas entre injusti a simb lica e a injusti a econ mica Bras lia INEP 2003 SILVA Tomaz Tadeu da Documentos de identidade uma introdu o s teorias do curr culo Belo Horizonte Belo Horizonte Aut ntica 2007 SILVA Tomaz Tadeu da Identidade e diferen a perspectiva dos Estudo Culturais Rio de Janeiro Petr polis Vozes 2000 SILVA Tomaz Tadeu da Org Alien genas na sala de aula uma introdu o aos estudos culturais em educa o Petr polis Vozes1995 SILVA Tomaz Tadeu da Curr culo identidade social Territ rios contestados In SILVA Tomaz Tadeu da org Alien genas na sala de aula uma introdu o aos estudos culturais em educa o Petr polis Vozes 1995 THAKHI Equipo Un camino hacia la educaci n superior para estudiantes aymaras en la Universidad de Tarapac Arica Chile Dispon vel em lt http www trilhasde conhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 TURNER Michael J Inclus o social e as rela es de discrimina o positiva em favor dos afro descendentes na Am rica Latina Onde est o as promessas do millenium development goals das na es unidas In ZONINSEIN Jonas JUNIOR Jo o Feres org A o afirmativa no ensino superior brasileiro Belo Horizonte Editora UFMG Rio de Janeiro IUPERJ 2008 UNESCO Declara o de Princ pios sobre a Toler ncia Aprovada pela Confer
203. m uma linguagem que n o entendemos valorizam coisas que n s n o valorizamos acreditam em seres e em ideias nas quais n s n o cremos desta forma caracterizando sua diferen a Assim Pratica se toda sorte de discrimina o pelas quais se reduzem de modo eficaz ainda que muitas vezes inconscientemente as oportunidades dos membros desse grupo Mesmo os que conseguem escapar da base da pir mide social continuam a sofrer com uma imagem depreciativa qual alguns nem sempre t m for a para resistir D ADSKY 2006 p 9 apud CORDEIRO 2008 p 57 Uma s rie de instrumentos e conven es nacionais e internacionais estabeleceu princ pios relativos ao reconhecimento ao respeito e valoriza o dos modos de vida e da cosmologia de grupos minorit rios e estes precisam ser conhecidos e levados em considera o pelas atuais pol ticas p blicas que est o voltadas oferta de programas educativos em terras ind genas necess rio ent o estudar esses instrumentos conhec los compreend los e torn los efetivos como nortes capazes de subsidiar e proporcionar novas pr ticas tanto para 69 os povos ind genas no Brasil quanto para os t cnicos governamentais respons veis por sua prote o e assist ncia Nos ltimos anos observamos que o Governo Federal vem tentando atuar com proposta indigenista amparada pela Constitui o Federal de 1988 cujas normas conferem participa o ao povo ind gena em quest es relaciona
204. m direito ao reconhecimento legal das distintas modalidades e formas de posse dom nio uso e gozo de seus territ rios e propriedades 2 Os povos ind genas t m direito ao reconhecimento de sua propriedade e dos direitos de dom nio sobre suas terras territ rios e recursos que ocupem historicamente bem como ao uso daqueles a que tenham tido igualmente acesso para realizar suas atividades tradicionais e obter seu sustento 3 i Ressalvado o disposto em 3 ii quando os direitos de propriedade e uso dos povos ind genas decorrerem de direitos preexistentes exist ncia dos Estados estes dever o reconhecer esses t tulos como permanentes exclusivos inalien veis imprescrit veis e n o embarg veis ii Tais t tulos somente ser o modific veis de comum acordo entre o Estado e o respectivo povo ind gena com pleno conhecimento e entendimento por parte deste ltimo sobre a natureza e atributos dessa propriedade iii Nenhum elemento de 3 1 deve ser interpretado no sentido de limitar o direito dos povos ind genas a atribuir a titularidade dentro da comunidade segundo seus costumes tradi es usos e pr ticas tradicionais nem afetar qualquer direito comunit rio coletivo sobre os mesmos 4 Os povos ind genas t m direito a uma estrutura legal efetiva de prote o a seus direitos aos recursos naturais de suas terras inclusive no tocante capacidade de usar administrar e conservar tais recursos e no que tange aos usos tradic
205. m ser encontrados nas ilhas e ao longo das margens do rio Paraguai desde as proximidades de C ceres at a regi o do Caracar passando pelas lagoas Ga ba e Uberaba e na dire o leste s margens do rio S o Louren o Na d cada de 40 teve in cio a expuls o dos Guat s de seus territ rios de origem O gado dos fazendeiros invadia suas planta es e os comerciantes de peles dificultavam a perman ncia dos Guat s na ilha nsua e arredores Assim parte da popula o migrou para outros pontos do Pantanal os demais dirigiram para as periferias de cidades como Corumb Lad rio Aquidauana Pocon C ceres e outras regi es 74 Ap s in meras tentativas de expuls o os ind genas foram obrigados a ceder parte da ilha ao Ex rcito Brasileiro que nos dias de hoje mant m seu dom nio No momento esse povo foi reduzido a um n mero muito pequeno e diversas fam lias se agregam como fornecedoras de m o de obra semi servil Em consequ ncia desses processos de explora o grande parte dos Guat deixou de falar a l ngua realizar cultos tradicionais e talvez j n o estimulem suas crian as a aprenderem a cultura tradicional de seu povo e sua l ngua Atualmente essa etnia se constitui de apenas 175 pessoas em uma rea de 10 900 hectares localizada na por o Norte do estado na Ilha nsua Sua Terra Ind gena TI nas proximidades do munic pio de Corumb composta pela Aldeia Ind gena Uberaba VIEIRA 2008 Poucas
206. marcantes da cultura ind gena e ainda vive da ca a e da coleta Grande parte do grupo possui Estatura baixa e ndole pac fica os Ofai viveram sempre em pequenos grupos que andavam sem destino pelos campos em constantes migra es Pelos freq entes contatos muitas vezes hostis que tratavam com os kaiow ao longo dos anos nas margens dos rios aprenderam o fabrico das canoas tomando tamb m o costume de perfurar o l bio inferior DUTRA 1996 p 77 78 apud VIEIRA 2008 p 47 At o in cio do s culo XX os Ofai habitavam a margem direita do rio Paran desde a foz do Sucuri at as nascentes do Vacaria e Ivinhema Sempre em pequenos grupos viviam em constantes deslocamentos ao longo dessa regi o O territ rio dos Ofai foi ocupado por fazendas de pecu ria e apenas na d cada de 1990 quando s restavam apenas algumas dezenas de sobreviventes conseguiram recuperar uma pequena por o de suas terras Ap s anos de impasse encontram se reunidos em uma Terra Ind gena TI com uma rea de aproximadamente 1 937 62 ha situada no munic pio de Brasil ndia chamada de Aldeia Ind gena Ofai VIEIRA 2008 2 2 6 Os Guat s Os Guat s est o localizados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul totalizam 344 ndios segundo os dados da FUNASA 2006 Falam a l ngua Guat sendo considerados Pantaneiros por excel ncia Ocupavam praticamente toda a regi o sudoeste do Mato Grosso Mato Grosso do Sul e Bol via Podia
207. mentar exponencialmente nos pr ximos anos Se at algum tempo atr s eram poucos hoje s o aproximadamente 700 acad micos ndios nas diversas institui es de ensino superior da capital e no interior do estado de Mato Grosso do Sul As a es afirmativas t m suscitado debates tanto no meio acad mico como fora dele Estudos de aspecto qualitativos e quantitativos e vozes de diversos lugares t m influenciado algumas universidades e n o deixam d vidas sobre a gravidade da exclus o do negro e do ndio do ensino superior A discrimina o racial e tnica continua a ser um dos maiores problemas relacionados aos direitos humanos no mundo atingindo minorias tnicas e em alguns casos popula es inteiras de um determinado povo Sem mencionar os indicadores econ micos que constituem um fator de privil gio para brancos e de exclus o e desvantagem para os n o brancos 24 Alguns indicadores das a es afirmativas apontam para a tem tica racial mas as cotas universit rias ainda n o s o especificamente destinadas aos ind genas salvo algumas universidades Estaremos discutindo esta quest o com mais acuidade nos cap tulos II e III O Brasil constitu do por diversos grupos tnicos e para que todos se beneficiem dessa diversidade preciso romper com modelos e formas de segrega o que discriminam ndios negros deficientes f sicos etc Impondo situa es de exclus o e privando os da possibilidade de conviv ncia e de
208. mo forma de compensar desigualdade de oportunidades ou em alguns casos de fomentar o desenvolvimento de setores considerados priorit rios devendo ser ressaltadas art 7o XX prote o do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos nos termos da lei art 37 VIII a lei reservar percentual dos cargos e empregos p blicos para as pessoas portadoras de defici ncia e definir os crit rios de sua admiss o art 145 1 Sempre que poss vel os impostos ter o car ter pessoal e ser o graduados segundo a capacidade econ mica do contribuinte art 170 IX tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra o no Pa s art 179 A Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios dispensar o s microempresas e s empresas de pequeno porte assim definidas em lei tratamento jur dico diferenciado visando a incentiv las pela simplifica o de suas obriga es administrativas 184 tribut rias previdenci rias e credit cias ou pela elimina o ou redu o destas por meio de 99 lei Direcionando se o foco para o plano das normas infraconstitucionais destacam se Decreto Lei 5 452 43 CLT que prev em seu art 354 cota de dois ter os de brasileiros para empregados de empresas individuais ou coletivas Decreto Lei 5 452 43 CLT que estabelece em seu art 373 A a ado
209. n o estereotipadas ou deformadas anulando suas possibilidades de rea o como a fala do acad mico ndio ao afirmar que N o tiveram nenhuma preocupa o com os conte dos do meu curso nunca tivemos nada que tratasse especificamente da sa de ind gena Nessa perspectiva necess rio discutir a possibilidade de abertura da academia a estes saberes e que eles possam integrar o conjunto de conhecimentos que a universidade quer construir no per odo de forma o de seus graduandos Al m disso trazer a cultura ind gena para a universidade possibilita aos demais estudantes docentes e funcion rios apropriarem se destes conhecimentos e estabelecer uma rela o entre eles O verdadeiro sentido das diferen as culturais e tnicas tem proporcionado nos ltimos tempos uma lacuna nas institui es de ensino superior pois precisamente em momentos como os atuais em que surgem problemas devido a que ra as e etnias diferentes tratam de compartilhar ou utilizar um mesmo territ rio SILVA 1995 p 167 mas por outro lado preciso que levem em considera o as dimens es do conhecimento tnico e suas rela es sociais com os saberes da universidade No passado os conhecimentos ind genas suas tecnologias de manejo ambiental sua medicina e agricultura foram consideradas sem valor atrasados e de n o civiliza o afirmam Brand e Nascimento 2008 Na atualidade poss vel perceber algumas mudan as O acad mico ind
210. nal brasileiro correlaciona igualdade e discrimina o em duas f rmulas distintas complementares e enla adas em concord ncia pr tica l veda a discrimina o naquelas circunst ncias em que sua ocorr ncia produziria desiguala o e de outro lado 2 recomenda a discrimina o como forma de compensar desigualdade de oportunidades ou seja quando tal procedimento se faz necess rio para a promo o da igualdade Este significado bin rio de evitar desiguala o versus promover a iguala o atribui ao princ pio da igualdade dois conte dos igualmente distintos e complementares 1 um conte do negativo que imp e uma obriga o negativa uma absten o um papel passivo uma obriga o de n o fazer n o discriminar e 2 um conte do positivo que imp e uma obriga o positiva uma presta o um papel ativo uma obriga o de fazer promover a igualdade Como corol rio esse mesmo sistema disciplina duas modalidades de discrimina o uma discrimina o negativa il cita por isso vedada intitulada por como discrimina o injusta outra positiva l cita pelo que prescrita designada pela Constitui o Sul africana como discrimina o justa Reside no pr prio texto constitucional a prop sito o crit rio distintivo da discrimina o aquele crit rio que demarca as duas esp cies de discrimina o disciplinadas pela Constitui o 185 Federal uma contr ria e a outra conforme o princ pio da igualda
211. nas e suas comunidades JANU RIO SILVA 2007 Sendo assim pensamos que a educa o superior ind gena tem formado indiv duos capazes de atuar na defesa conserva o desenvolvimento sustent vel e prote o de seus territ rios Da a preocupa o do governo em uma educa o superior com referenciais t cnicos que primem pelo respeito e dialogue com o conhecimento ind gena 1 3 A educa o superior ind gena no Brasil Apesar dos esfor os e iniciativas no sentido da inser o de ind genas no ensino superior brasileiro h por outro lado o reconhecimento de que esses mesmos acad micos t m enfrentado dificuldades para concluir essa etapa de forma o acad mica Assim apesar das iniciativas como a es afirmativas e cotas do mbito das institui es de ensino superior p blicas em levantamento in dito do Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas CINEP cujos dados revelam que pelo menos 20 1 2 mil dos cerca de seis 6 mil estudantes ind genas de cursos de gradua o de todo o pa s n o concluem seus estudos A entidade aponta ainda como principais causas da evas o ind gena na universidade o preconceito a l ngua a aus ncia de conte do b sico das etapas iniciais da atividade escolar al m do baixo valor das bolsas As organiza es ind genas da Amaz nia t m manifestado j h algum tempo a necessidade de os ind genas criarem uma institui o de ensino superior que atenda suas necessidades especif
212. natureza j existem em diversos Estados como Minas Gerais e Bahia Em junho deste mesmo ano o governo federal realizou com a organiza o do Minist rio da Justi a e o apoio das Rela es Exteriores um semin rio com o tema Multiculturalismo e Racismo o papel da a o afirmativa nos Estados democr ticos contempor neos Brand o 2005 afirma que eminentes intelectuais brasileiros e brasilianistas norte americanos participaram deste encontro objetivando a discuss o e a viabilidade da implanta o de pol ticas de a o afirmativa no Brasil No ano de 1997 Lynn Walker Huntley advogada norte americana organizou no Rio de Janeiro um encontro internacional sobre as rela es sociais e discutido a situa o das popula es negras nos Estados Unidos frica do Sul e Brasil pa ses que segundo a pesquisadora tinham em comum as popula es negras que passaram por regimes escravocratas e que vivem em condi es de extrema pobreza se comparada s outras popula es brancas Sobre os princ pios da a o afirmativa brasileira Brand o 2005 considera que foi somente em 2001 que o governo federal por meio da portaria n 202 inicia um percentual de contrata o de afrodescendente para os seus minist rios Atribuindo 20 dos cargos da estrutura institucional do Minist rio do Desenvolvimento Agr rio e do Instituto Nacional de Coloniza o e Reforma Agr ria INGRA a ser ocupada por negros e esse percentual deveria atingir
213. ncia Geral da UNESCO em sua 28 reuni o Paris 16 de novembro de 1995 116 UNESCO Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural 2002 URPEQUE Eduardo Ruiz Mirando nos a en los otros Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 URQUIZA Antonio Hil rio Aguilera Pueblos ind genas y sustentabilidad Saberes pr cticas interculturales en la universidad El estado de la cuesti n reflexiones a parir de la conferencia de Alejandro Herrera Aguayo IN Povos ind genas e sustentabilidade Saberes e pr ticas interculturais na universidade NASCIMENTO Adir Casaro Org et al Campo Grande UCDB 2009 URRA Roberto Morales Universidad y Pueblos Indigenas 1997 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 VARGAS Crista Weise Educaci n superior y poblaciones ind genas en Bol via 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo_america_lat_00 htm gt Acesso em 14 set 2009 VEGA CENTENO Imelda Interculturalidad y pluriculturalidad Dos caras de una identidad en construcci n Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 VIEIRA Carlos Magno Naglis O que interessa saber dos ndios Um estudo a partir das manifesta es de alunos de escolas
214. ncias nos seus quadros funcionais Institui o de espa os espec ficos f runs e redes para o debate sobre anemia falciforme desenvolvimento de projetos espec ficos de informa o sobre sa de reprodutiva DST AIDS gravidez entre adolescentes e pol tica populacional lan amento de revistas com distribui o de car ter regional e nacional especialmente voltada ao p blico afro descendente produ o de literatura infantil com conte do valorativo das tradi es africana e hist ria da popula o afro descendente utiliza o crescente das novas tecnologias de comunica o para a constru o de redes articula es e troca de informa es de interesse da popula o afro descendente 186 promo o do debate nacional sobre a institui o de Projeto de Lei que estabelece cotas m nimas de participa o de afro descendente em comerciais filmes programas de TV e pe as teatrais 25 comerciais filmes programas de TV e pe as teatrais e percentual n o inferior a 40 em pe as publicit rias veiculadas na TV e no cinema desenvolvimento de cursos de capacita o e forma o de defensores de direitos humanos elabora o e apresenta o do Relat rio Alternativo da Sociedade Civil sobre a Aplica o dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais no Brasil ao Comit dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais da ONU em Genebra cria o e manuten o das casas de culto de origem africana I
215. ncomodam tanto Guardadas as devidas propor es desta compara o talvez seja por isso que as universidades encontram se alienadas por discursos que empobrecem culpabilizam e aprisionam o outro estabelecendo entre ele e n s uma fronteira densa que n o nos possibilita compreend lo ou reconhec lo A presen a de acad micos ind genas ainda reduzida e n o permite uma aproxima o maior para olhar seu rosto ouvir sua voz e nos ver em seu olhar Para isso necess rio segundo Ferre 2001 p 198 fazer Pensar a nosso pr prio cora o sobre a perturba o que em n s produz sua poss vel presen a Isto refletindo sobre a ilus o de normalidade que nos impede conhecer nos refletindo sobre o fato de que se olharmos para fora onde o outro n o est porque est em mim nunca o conheceremos A experi ncia poss vel na Universidade no momento quase exclusivamente esta e a ela devemos nos referir caso contr rio nos ver amos limitados aos conceitos deixando nos como disse Maria Zambrano vazios de realidade A autora segue afirmando que na universidade se faz tudo ao contr rio pois nenhuma reflex o sobre um sujeito pr prio nenhum saber ou sabor acerca de nossa intimidade e um ac mulo de conte dos sobre o outro que o define FERRE 2001 p 199 capaz de identificar nos e encerrar nos em atividades tecnicistas que faz dos demais os diferentes os estranhos os
216. negar suas tradi es culturais e seus conhecimentos Tenho a convic o de que para os povos ind genas enquanto coletividades n o interessa apenas a capacita o de indiv duos mas a responsabilidade desses indiv duos na vida das comunidades Da a necessidade de articula o entre os interesses individuais com fun es sociais e as organiza es sociopol ticas dos povos Minha experi ncia indica que no caso dos povos ind genas os estudantes que sa ram das aldeias para estudar com aval de suas comunidades uma vez formados 88 voltaram ou continuaram trabalhando em sintonia e a servi o de suas comunidades de origem LUCIANO 2006 p 149 Os ind genas que est o nas aldeias finalizando seus estudos b sicos almejam o ingresso na universidade pois veem seus l deres que passaram por ela e pretendem viver a mesma experi ncia Flores 2007 da Coordena o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COIAB afirma que n o podemos deixar o ndio fechado existem muitas possibilidades de contato com o mundo pois a TV tem antena parab lica e a m dia est sempre influenciando as pessoas Seja pelo caminho da universidade ou por outros caminhos os povos ind genas ter o novas formas de afirma o tnica Se n o podemos perpetuar os mitos vamos preservar os ritos e isso ser significativo para os povos ind genas FLORES 2007 p 47 Tamb m interessante a item do question rio no qual procurei
217. nferioriza e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza Da a necessidade de uma igualdade que reconhe a as diferen as e de uma diferen a que n o produza alimente ou reproduza as desigualdades SANTOS 2003 p 56 20 Um territ rio itinerante a emergir de espa os de migra o e ex tradi o oferece a imagem de novas formas de rela es identit rias transit rias fluidas errantes que deixam interpenetrar pela pluralidade de diversos cruzamentos territoriais e culturais Stuart Hall prop e o conceito de tradu o enquanto instrumento para melhor compreens o de identidades m veis as que atravessam e intersectam as fronteiras naturais composta por povos que foram dispersados para sempre de sua terra natal 1999 p 88 Ainda que possam manter fortes v nculos com seus lugares de origem e suas tradi es as pessoas que se exilaram as perderam segundo Hall a ilus o de um retorno ao passado vendo se assim obrigados a negociar simbolicamente com as novas culturas a que se agregaram Ao preservar alguns tra os fundamentais de suas identidades como as tradi es e as linguagens as hist rias particulares pelos quais foram marcadas elas buscam proteger se da assimila o unificadora e homogeneizante da nova casa FANTINI 2004 p 174 175 Dessa maneira acad micos ind genas t m sua identidade constru da por meio da diferen a e segundo Hall 1999 p 112
218. ngresso de vestibulandos ndios Art 2 A UEMS dever divulgar a partir do pr ximo vestibular o n mero de vagas que ser o oferecidas em cada um de seus cursos Art 3 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica o revogadas as disposi es em contr rio Campo Grande 26 de dezembro de 2002 JOS ORC RIO MIRANDA DOS SANTOS Governador 193 ANEXO L Lei que institui cota para negro na UEMS Lei n 2 605 de dezembro de 2003 ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL LEI N 2 605 DE 6 DE JANEIRO DE 2003 Disp e sobre a reserva de vagas para negros nos cursos de gradua o da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e d outras provid ncias Publicada no Di rio Oficial n 5 911 de 7 de janeiro de 2003 O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Fa o saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art 1 A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul dever reservar uma cota m nima de 20 de suas vagas nos cursos de gradua o destinada ao ingresso de alunos negros Art 2 O Poder Executivo por meio da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul regulamentar a mat ria no prazo de noventa dias a contar da publica o desta Lei Art 3 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica o Art 4 Revogam se as disposi es em contr rio Campo Grande 6 de janeiro de 2003 JOS ORC RIO MIRANDA DOS SANTOS Governador
219. nhecido como parte da ordem jur dica e do contexto de desenvolvimento social e econ mico dos Estados 2 Os povos ind genas t m o direito de manter e fortalecer seus sistemas jur dicos e de aplic los aos assuntos internos de suas comunidades inclusive os sistemas relacionados com assuntos como a solu o de conflitos para prevenir o crime e manter a paz e a harmonia 3 Na jurisdi o de cada Estado os assuntos referentes a pessoas ind genas ou aos seus interesses ser o geridos de modo a proporcionar aos ind genas o direito de plena representa o com dignidade e igualdade perante a lei Isso incluir a observ ncia do direito e dos costumes ind genas e se necess rio o uso de sua l ngua Art XVII Incorpora o nacional dos sistemas legais e de organiza o ind genas l Os Estados promover o a inclus o em suas estruturas organizacionais de institui es e pr ticas tradicionais dos povos ind genas consultando os e obtendo seu consentimento 2 As institui es relevantes de cada Estado que sirvam aos povos ind genas ser o concebidas consultando os povos interessados e com sua participa o de modo a refor ar e promover a identidade a cultura as tradi es a organiza o e os valores desses povos 174 QUINTO CAP TULO DIREITOS SOCIAIS ECON MICOS E DE PROPRIEDADE Artigo XVIII Formas tradicionais de propriedade e sobreviv ncia cultural Direito a terras e territ rios 1 Os povos ind genas t
220. nia para a defesa dos seus pr prios direitos e territ rios bem como para o gerenciamento das terras ind genas da Amaz nia legal Para atender as demandas das comunidades ind genas foram adequadas inicialmente em dois cursos t cnicos Gest o de Projetos e Gest o Etnoambiental Cada curso tem dura o de 1200 horas de aulas inclu dos os est gios nas aldeias de origem dos ndios cursistas FLORES 2008 Coordena o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COIAB est sempre consultando as comunidades que orientam nas indica es de futuros alunos ind genas e estabelece a sele o interna 39 Presenciais dez 10 Etapas de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa Etapas Intermedi rias Est gio Curricular Supervisionado e Trabalho de Conclus o de Curso Nos primeiros tr s anos denominados de Etapa B sica estudam conte dos pertinentes s tr s licenciaturas para habilitar os estudantes ind genas a atuarem como professores em todas as disciplinas do Ensino Fundamental Nos dois ltimos anos os estudantes optam por uma das licenciaturas e estudam conte dos espec ficos da rea para atuarem nas disciplinas do Ensino M dio pertencentes a sua rea de forma o Janu rio e Silva 2007 afirmam que estes cursos s o ministrados em regime especial e s o desenvolvidos de forma intensa e presencial nos per odos de f rias e recessos escolares Etapas de Estudos Presenciais Existem atividades cooperadas entre do
221. nico As terras ocupadas pelos ndios nos termos deste artigo s o bens inalien veis da Uni o artigos 4 IV e 198 da Constitui o Federal Art 23 Considera se pose do ndio ou silv cola a ocupa o efetiva de terra que de acordo com os usos costumes e tradi es tribais det m e onde habita ou exerce atividade indispens vel sua subsist ncia ou economicamente til Art 24 O usufruto assegurado aos ndios ou silv colas compreende o direito posse uso e percep o das riquezas naturais e de todas as utilidades existentes nas terras ocupadas bem assim ao produto da explora o econ mica de tais riquezas naturais e utilidades 1 Incluem se no usufruto que se estende aos acess rios e seus acrescidos o uso dos mananciais e das guas dos trechos das vias fluviais compreendidos nas terras ocupadas 2 garantido ao ndio o exclusivo exerc cio da ca a e pesca nas reas por ele ocupadas devendo ser executadas por forma suas ria as medidas de pol cia que em rela o a ele eventualmente tiverem que ser aplicadas Art 25 O reconhecimento do direito dos ndios e grupos tribais posse permanente das terras por eles habitadas nos termos do artigo 198 da Constitui o Federal independer de sua demarca o e ser assegurado pelo rg o federal de assist ncia aos silv colas atendendo situa o atual e ao consenso hist rico sobre a antig idade da ocupa o sem preju zo das medidas cab ve
222. niversidade estadual a determinar cotas universit rias para negros e pardos Trilhando pelo mesmo caminho seguiu a Universidade Estadual da Bahia 2002 com ingresso em 2003 e a UEMS 2003 45 importante salientar que as iniciativas da UERJ e da UNEB n o menciona a popula o ind gena estando voltada somente para afro descententes negros e pardos na UERJ e apenas para negros na UNEB As estaduais do Paran foram as primeiras institui es de Ensino Superior p blico a oferecer vagas para ind genas em cursos regulares seguidas da UEMS PAULINO 2008 p 31 No que concerne a o afirmativa com corte tnico racial foi implantada no estado do Paran por meio da Lei n 13134 de 18 de abril de 2001 Esta Lei determina legalmente a cria o de tr s novas vagas em cursos regulares nas institui es de ensino superior estaduais a serem destinadas e ocupadas por ndios vagas adicionais A Universidade de Bras lia UnB foi primeira universidade federal a adotar o mesmo sistema de a o afirmativa proposta pelas estaduais designando vagas suplementares para ndios e cotas para negros Tendo a crit rios distintos para os dois segmentos A UnB aderiu s a es afirmativas sem nenhuma lei espec fica seu pr prio Conselho Universit rio teve autonomia para elaborar uma Resolu o neste sentido mas s a implantou em 2004 As pol ticas de cotas raciais no ensino superior talvez tenha se tornado poss vel gr
223. nizada Entidades do movimento negro ind gena de mulheres de homossexuais de defesa da liberdade religiosa mobilizaram se intensamente nesse di logo com o Governo H que se assinalar ademais a realiza o de tr s semin rios regionais patrocinados pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e o Instituto de Pesquisa em Rela es Internacionais do Minist rio das Rela es Exteriores e igualmente a realiza o de um programa de confer ncias tem ticas promovido pela Funda o Cultural Palmares Minist rio da Cultura O processo de prepara o culminou com a realiza o da I Confer ncia Nacional contra o Racismo e a Intoler ncia que teve lugar no Rio de Janeiro entre 6 e 8 de julho de 2001 em que estiveram presentes cerca de 1 700 delegados oriundos das mais diversas regi es do pa s O presente relat rio pretende de alguma maneira consubstanciar as conclus es dessas atividades do processo preparat rio brasileiro e est alicer ado de um lado sobre diagn sticos cuja credibilidade reconhecida pelos mais diferentes segmentos da sociedade brasileira De outro baseia se em propostas de pol ticas respaldadas nas delibera es do Comit Nacional cujo conte do reflete em boa medida formula es em que foi poss vel obter posi o de consenso entre o Governo e as organiza es n o governamentais brasileiras Introdu o A forma o social brasileira resultou num peculiar modelo de sociedade multirracial e p
224. no Superior federais e estaduais vagas suplementares cotas para ind genas sessnasastia seat cunsasaerizansaaraseTaad E EEEE A AE ETE ESES 52 QUADRO 4 Licenciaturas interculturais institui es federais e estaduais 54 QUADRO 5 Gradua es da UEMS 2009 s sea muntevaina seas angeeaia sacind aa aos strass radar anta den ant es 76 QUADRO 6 Processos seletivos de 2003 a 2006 s n nssssnseneseesessssosesessessssssesreeessssssesreeee 80 QUADRO 7 Acad micos ind genas veteranos matriculados em 2008 81 LISTA DE ANEXOS ANEXO A Carta de Apresenta o ass asda sos qo ug Ripa NGa Ria JA SATA aaa Dn 124 AENXO B Requerimento Divis o de Inclus o e Diversidade UEMS 125 ANEXO C Requerimento Divis o de Registro Acad mico DRA UEMS 127 ANEXO D Of cio Ger ncia da Unidade de Dourados UEMS sseeseeceeeeereeresreeerresee 129 ANEXO E Declara o de princ pio sobre a toler ncia aprovada pela Confer ncia Geral da UNESCO em sua 28 reuni o Paris 16 de novembro de 1995 131 ANEXO F Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural UNESCO 136 ANEXO G Declara o das Na es Unidas sobre os Direitos dos Povos Ind genas aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 7 de setembro de 2007 142 ANEXO H Lei n 6 001 de 19 de dezembro de 1973 Disp
225. nsiderados empecilhos para a perman ncia no ensino superior Para Landa apud NASCIMENTO 2006 estes aspectos negativos causam desconforto ao ind gena universit rio al m de outros como a rela o entre acad micos grosso modo h uma n tida diferen a entre os cursos considerados nobres Direito Agr rias que discriminam p 180 o ndio visto com romantismo e com sua identidade cultural congelada Com base nestas dificuldades preciso considerar o que Hall 2004 aponta como possibilidades mais interessantes que simultaneamente aumenta o interesse pelo diferente pelo regional alteridade global e local interagindo e estabelecendo rela es e trocas ainda 94 que irregulares mas que diluem as fronteiras culturais em todos os n veis e locais Adverso massifica o global surge o reviver da etnia como forma de manter valores pr prios Estes movimentos segundo o autor n o estavam previstos mesmo assim interferem a ponto de descentrar o Ocidente tornando o panorama mais interessante ao reavivar aspectos particulares Podemos considerar que a educa o superior para o ind gena pressup e n o a dissolu o da sua identidade mas a promo o da interculturalidade a express o das diferen as como valores da sociedade A escolariza o no ensino superior proporciona a eles melhores condi es para continuarem sua milit ncia pelas causas ind genas a posse da terra os cuidados com a sa de a prese
226. nsidere necess rio Artigo 4 Administra o 4 1 Estrutura T cnica e Administrativa 155 a A Assembleia Geral e o Conselho Diretivo determinar o e estabelecer o a estrutura de gest o t cnica e administrativa do Fundo Ind gena de acordo com os artigos 3 2 d VD e 3 3 c IV e X Essa estrutura doravante denominada Secretariado T cnico ser integrada por pessoal altamente qualificado em termos de forma o profissional e experi ncia cujo n mero n o exceder a 10 funcion rios seis profissionais e quatro administrativos As necessidades adicionais de pessoal para projetos poder o ser atendidas mediante a contrata o de pessoal tempor rio b Se o considerar necess rio a Assembleia Geral poder ampliar ou modificar a composi o do Secret rio T cnico c O Secret rio T cnico funcionar sob a dire o de um Secret rio T cnico designado de conformidade com as disposi es mencionadas na al nea a precedente 4 2 Contratos de Administra o A Assembleia Geral poder autorizar a assinatura de contratos de administra o com entidades que contem com os recursos e a experi ncia necess rios para efetuar a gest o t cnica financeira e administrativa dos recursos e das atividades do Fundo Ind gena Artigo 5 Entidades Cooperantes 5 1 Coopera o com Entidades que n o sejam Membros do Fundo Ind gena O Fundo Ind gena poder assinar contratos especiais aprovados pela Assembleia Geral para
227. nstitui o de espa os de fortalecimento e di logo das religi es de matriz africana destinados garantir as tradi es e os direitos sua exist ncia e manifesta o crescente visibilidade do papel desempenhado pelas lideran as religiosas dos cultos de matriz africana crescente valoriza o das meninas e adolescentes afro descendentes nos projetos desenvolvidos pelas organiza es do Movimento Negro crescente participa o das organiza es de mulheres negras em processos nacionais e internacionais de negocia o voltados ao fortalecimentos dos direitos sociais econ micos pol ticos e culturais da popula o feminina e afro descendente Conclus o A despeito da controv rsia que caracteriza a descri o hist rica do surgimento dos direitos poss vel agruparmos as v rias classifica es em tr s grandes blocos 1 a primeira gera o de direitos dos direitos individuais que derivou da Bill of Rights inglesa da Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o francesa e dos primeiros Amendments Constitui o dos Estados Unidos que tradicionalmente cataloga o direito vida seguran a o direito de liberdade de igualdade de propriedade de ir e vir de express o de reuni o e de associa o bem como os direitos pol ticos 2 a segunda gera o de direitos dos direitos econ micos e sociais derivada da Constitui o Mexicana de 1917 da Declara o dos Direitos do Povo Trabalhador e Explora
228. ntada pelo Decreto Estadual n 29 090 2001 estabeleceu a reserva de 50 das vagas nos cursos de gradua o da UERJ e da Universidade do estado Norte Fluminense Darcy Ribeiro UENF levando em considera o cursos e turnos para alunos oriundos de escolas de ensino fundamental e m dio mantidas pelo poder p blico e localizadas no estado do Rio de Janeiro para aplicar o vestibular no ano de 2003 Tamb m em 2001 foi promulgada a Lei Estadual n 3 708 na qual o governo do Estado do Rio de Janeiro institui a reserva de vagas cotas de at 40 das vagas nas universidades estaduais para a popula o autodeclarada negra e parda Estas leis foram sancionadas no governo de Antony Garotinho e Benedita da Silva Estas leis ser o posteriormente regulamentada pelo decreto n 30 766 de 04 de mar o de 2002 o qual disciplinou o Sistema de Cotas para Negros e Pardos no acesso Universidade Estadual do Rio de Janeiro e UENF ARBACHE 2006 p 56 O Estado do Rio de Janeiro por meio da Lei 3 708 2001 de 30 de agosto de 2001 e sua UERJ tornam se pioneiras no pa s a estabelecer pol ticas de cotas com corte tnico racial para negros e pardos A cria o e implanta o dessas a es afirmativas consolidaram se em 2002 Por m em 2003 o vestibular dessa universidade teve de se adaptar s exig ncias das leis estaduais e neste mesmo ano os alunos cotistas iniciavam sua vida acad mica nesta institui o A UERJ 2002 foi a primeira u
229. ntents and methodologies in effect in range of UEMS Key words Aboriginals Quotas Diversity Identity LISTA DE SIGLAS AGRAER Ag ncia de Desenvolvimento Agr rio e Extens o Rural APIRR Associa o dos Povos Ind genas de Roraima BID Banco Interamericano de Desenvolvimento CAFI Centro Amaz nico de Forma o Ind gena CAPES Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CE C mara de Ensino CEE MT Conselho Estadual de Educa o de Mato Grosso CEPE UEMS Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o CEPPIR MS Coordenadoria de Pol ticas Para a Promo o da Igualdade Racial CIMI Conselho Indigenista Mission rio CINEP Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas CIR Conselho Ind gena de Roraima CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico COAB Coordena o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COUNIVUEMS Conselho Universit rio CUIA Comiss o Universidade para os ndios DID UEMS Divis o de Inclus o e Diversidade DPs Depend ncias DRA UEMS Diretoria de Registro Acad mico EEOC Comiss o para a Igualdade de Oportunidade no Emprego EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria EUA Estados Unidos da Am rica FUNAI Funda o Nacional do ndio FUNASA Funda o Nacional de Sa de IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IES Institui es de Ensino Superior IESALC Intercultural e Diversidade C
230. nti Publicado no Di rio Oficial de 21 de dezembro de 1973 168 ANEXO I Projeto de Declara o Americana sobre os Direitos dos Povos Ind genas Aprovado pela Comiss o Interamericana de Direitos Humanos em 26 de fevereiro de 1997 em sua 13330 sess o durante o 951 Per odo Ordin rio de Sess es PRE MBULO 1 As institui es ind genas e o fortalecimento nacional Os Estados membros da Organiza o dos Estados Americanos doravante denominados Estados Recordando que os povos ind genas das Am ricas constituem um segmento organizado diferenciado e integrante da sua popula o e t m direito a fazer parte da identidade nacional dos pa ses com um papel especial no fortalecimento das institui es do Estado e na realiza o da unidade nacional baseada em princ pios democr ticos Recordando tamb m que algumas das concep es e institui es democr ticas consagradas nas Constitui es dos Estados americanos t m origem em institui es dos povos ind genas e que muitos de seus atuais sistemas participativos de decis o e de autoridade contribuem para o aperfei oamento das democracias nas Am ricas e Recordando ainda que necess rio desenvolver contextos jur dicos nacionais para consolidar a pluriculturalidade de nossas sociedades 2 Erradica o da pobreza e direito ao desenvolvimento Preocupados com as frequentes priva es que sofrem os ind genas dentro e fora de suas comunidades no que diz respeito aos d
231. o 1 Os povos ind genas ter o direito a a definir e aplicar seus pr prios programas institui es e instala es educacionais b preparar e aplicar seus pr prios planos programas curr culos e materiais did ticos e c formar capacitar e acreditar seus professores e administradores Os Estados devem tomar medidas para assegurar que estes sistemas garantam igualdade de oportunidades educacionais e docentes para a popula o em geral e complementaridade em rela o aos sistemas educacionais nacionais 2 Quando os povos ind genas assim o desejarem os programas educacionais ser o ministrados em l nguas ind genas e incorporar o conte do ind gena e lhes ser o proporcionados tamb m o treinamento e os meios necess rios ao completo dom nio da l ngua ou l nguas oficiais 3 Os Estados garantir o a estes sistemas educacionais igualdade em termos de qualidade efici ncia acessibilidade e todos os outros aspectos em rela o aos previstos para a popula o em geral 4 Os Estados incluir o em seus sistemas educacionais nacionais conte dos que reflitam a natureza pluricultural de suas sociedades 5 Os Estados proporcionar o a assist ncia financeira e de outra natureza necess ria aplica o pr tica das disposi es constantes deste artigo Artigo X Liberdade espiritual e religiosa 1 Os povos ind genas ter o direito liberdade de consci ncia de religi o e de pr tica espiritual e de exerc las tanto em
232. o confiscados ocupados usados ou danificados ou quando a restitui o n o for poss vel o direito a uma compensa o em termos n o menos favor veis que a praxe no Direito Internacional 8 Os Estados recorrer o a todas as medidas inclusive o poder de pol cia para prevenir impedir e punir conforme o caso toda intrus o nessas terras ou seu uso por terceiros sem direito a sua posse ou uso Os Estados atribuir o m xima prioridade demarca o e reconhecimento das propriedades e reas de uso ind gena 175 Artigo XIX Direitos trabalhistas 1 Os povos ind genas t m direito ao pleno gozo dos direitos e garantias reconhecidos na legisla o trabalhista internacional ou nacional e a medidas especiais para corrigir reparar e prevenir a discrimina o a que tenham sido historicamente submetidos 2 Na medida em que n o estiverem eficazmente protegidos pela legisla o aplic vel aos trabalhadores em geral os Estados adotar o as medidas especiais que se fa am necess rias para a proteger eficazmente trabalhadores e empregados membros das comunidades ind genas com vistas a contrata es e condi es de emprego justas e igualit rias b melhorar o servi o de fiscaliza o do trabalho e aplica o de normas nas regi es empresas ou atividades assalariadas de que participem trabalhadores ou empregados ind genas c garantir que os trabalhadores ind genas 1 gozem de igualdade de oportunidades e de tratamento em t
233. o de Educa o Ind gena da Secretaria Estadual de Educa o Cultura e Desportos NEI SECD al m da pr pria UFRR CARVALHO CARVALHO 2008 Com a implanta o do N cleo Insikiran como um espa o institucional destinado discuss o das quest es ind genas na UFRR e para a forma o desses povos ind genas em 41 n vel superior deu in cio a discuss o do Projeto Pol tico Pedag gico PPP do curso de Licenciatura Intercultural LI principal a o do N cleo Insikiran A LI um curso regular da UFRR diretamente ligado Pr Reitoria de Gradua o Com dura o de quatro anos e meio e carga hor ria total de 3 952 horas Trata se de um curso espec fico para a forma o de professores ind genas em n vel de gradua o pertencentes a sete povos macuxi wapichana taurepang ingarik ye kuana wai wai e sapar J no ano de 2008 o curso de LI totalizam duzentos e trinta e sete 237 alunos devidamente matriculados assim distribu dos Cerca de 45 s o do sexo feminino e 55 do sexo masculino 62 02 s o macuxi 28 1 s o wapichana 2 96 s o taurepang 1 68 s o ingarik 2 96 s o ve kuana e 1 68 s o wai wai Todas as l nguas desses povos v m sendo trabalhadas a partir de uma concep o s cio lingu stica e interacionista CARVALHO CARVALHO 2008 p 194 Os docentes formadores da universidade no momento onze s o efetivos e cinco s o substitutos perfazendo um total de dezesseis 16 professore
234. o uma tomada de consci ncia do valor positivo da diversidade cultural e aperfei oar com esse fim tanto a formula o dos programas escolares como a forma o dos docentes 8 Incorporar ao processo educativo tanto o quanto necess rio m todos pedag gicos tradicionais com o fim de preservar e otimizar os m todos culturalmente adequados para a comunica o e a transmiss o do saber 9 Fomentar a alfabetiza o digital e aumentar o dom nio das novas tecnologias da informa o e da comunica o que devem ser consideradas ao mesmo tempo disciplinas de ensino e instrumentos pedag gicos capazes de fortalecer a efic cia dos servi os educativos 10 Promover a diversidade ling stica no ciberespa o e fomentar o acesso gratuito e universal por meio das redes mundiais a todas as informa es pertencentes ao dom nio p blico 11 Lutar contra o hiato digital em estreita coopera o com os organismos competentes do sistema das Na es Unidas favorecendo o acesso dos pa ses em desenvolvimento s novas tecnologias ajudando os a dominar as tecnologias da informa o e facilitando a circula o eletr nica dos produtos culturais end genos e o acesso de tais pa ses aos recursos digitais de ordem educativa cultural e cient fica dispon veis em escala mundial 12 Estimular a produ o a salvaguarda e a difus o de conte dos diversificados nos meios de comunica o e nas redes mundiais de informa o e para
235. o as contribui es de Hall 2005 Silva 2000 Bauman 2005 Bhabha 2005 Cordeiro 2008 Brand 1997 2001 2008 e outros para pensar e refletir sobre a identidade e diferen a desses alunos A base emp rica deste trabalho est alicer ada no di logo e escuta dos cotistas ind genas em diferentes reas e cursos da UEMS por meio de entrevistas e question rios O tema das a es afirmativas e cotas nas universidades encontra se em discuss o com muita frequ ncia em nossa sociedade Entretanto medida que tais pol ticas v o sendo mais amplamente debatidas torna se necess rio detalhar e especificar seus limites e possibilidades Para isso foi certamente relevante dar voz aos sujeitos diretamente envolvidos nesse processo no caso os acad micos ind genas e suas percep es sobre as suas trajet rias nas Institui es de Ensino Superior Resultados indicam a relev ncia do acesso s universidades por parte dos acad micos ind genas mas sinalizam tamb m para a discrimina o tnica e inadequa es no que se refere s condi es de perman ncia oferecidas a eles como conte dos e metodologias em vigor no mbito da UEMS PALAVRAS CHAVE Ind genas Cotas Diversidade Identidade ATHAYDE Fernando Luis Oliveira Affirmative actions quotas and the insertion of aboriginal academics at the State University of Mato Grosso do Sul UEMS Campo Grande 2010 194p Thesis Master s degree Dom Bosco Catholic University SU
236. o direito dos povos ind genas instru o 66 formal e diferenciada est registrado em diversas conven es e declara es internacionais assegurando seus direitos na legisla o nacional com vista abertura de espa os aceita o do pluralismo e das diferen as A declara o da UNESCO sobre os Princ pios de Coopera o Cultural Internacional de 1966 reconhece a diversidade de todas as culturas como patrim nio comum da humanidade al m de garantir a cada cultura dignidade e valor a serem respeitados e preservados Segundo Grupioni 2001b o Pacto Internacional de Direitos Civis e Pol ticos e o Pacto Internacional de Direitos Econ micos Sociais e Culturais aprovados pela ONU em 1966 e em vig ncia desde 1976 asseguram s minorias tnicas religiosas ou ling sticas a liberdade de terem sua pr pria vida cultural e de utilizarem suas linguagens Reconhecem ainda o direito dos povos autodetermina o definida como o direito de estabelecer livremente sua condi o pol tica a promover seu desenvolvimento econ mico s cio cultural Al m de dispor livremente de suas riquezas e recursos naturais H tamb m a Conven o Internacional sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o Racial aprovada pela ONU em 1965 e em vigor desde 1969 Esta declara o define a discrimina o como toda distin o exclus o restri o ou prefer ncia baseada em motivos de ra a cor g nero origem nacional o
237. o e plena propriedade controle e prote o de seu patrim nio cultural art stico espiritual tecnol gico e cient fico bem como prote o legal de sua propriedade intelectual em forma de patentes marcas comerciais direitos autorais e outros procedimentos estabelecidos na legisla o nacional bem como a medidas especiais que assegurem o seu status jur dico e a capacidade institucional para desenvolver utilizar compartilhar comercializar e legar essa heran a a gera es futuras 2 Os povos ind genas t m direito a controlar e desenvolver suas ci ncias e tecnologias inclusive os recursos humanos e gen ticos em geral sementes medicina conhecimentos da fauna e da flora desenhos e procedimentos originais 3 Os Estados tomar o as medidas adequadas para garantir a participa o dos povos ind genas na determina o das condi es para o uso p blico e privado dos direitos enumerados nos par grafos 1 e 2 Artigo XXI Direito ao desenvolvimento 1 Os Estados reconhecem o direito dos povos ind genas a decidir democraticamente a respeito dos valores objetivos prioridades e estrat gias que presidir o e orientar o seu 176 desenvolvimento ainda que os mesmos sejam distintos dos adotados pelo Estado nacional ou por outros segmentos da sociedade Os povos ind genas ter o direito a obter sem discrimina o alguma os meios adequados para o seu pr prio desenvolvimento de acordo com suas prefer ncias e valores e d
238. o em 20 dez 2009 36 Quadro 1 Na es vinculadas a educa o ind gena nas Am ricas vinculadas Rede Interamericana de Forma o de Formadores em Educa o Ind gena Pai M xico nto Ra E l Zi Coordena o Universidad Pedag gica Nacional Mexique Bol via Programa de Formaci n en Educaci n Intercultural Biling e Pa ses Andinos para los Pa ses Andinos PROEIB ANDES University of Regina Canad Consejo Regional de Ind genas del Cauca Col mbia Fundaci n Defensor a Kichwa de Cotopaxi Fudeki Pa ses Andinos Nicar gua Universidad Regiones Aut nomas de la Costa Caribe Am rica Central 8 Nicarag ense URACCAN Universidad Nacional Agraria La Molina Pa ses Andinos Fonte Site do OUI Secretar a de Educaci n P blica Educaci n Intercultural aos M xico qo ir o M xico Biling e OPPP o E OSS De Daz D PPPD Mapa 1 Pa ses membros Continente Americano Fonte Site do OUI 5 A Organiza o Universit ria Interamericana OUI fundada em 1979 atualmente a nica organiza o universit ria que congrega em todas as Am ricas constitu da por membros que forma uma rede nica de parceiros e est o presentes em 26 pa ses repartidos em nove regi es do continente americano tais como Canad Estados Unidos M xico Am rica Central Caribe Brasil Pa ses Andinos Col mbia e Cone Sul Entre seus princ pios priorizando efetivamente a promo o do ensino superior no pro
239. o entre a UNEMAT e a Funda o Nacional do ndio FUNAN As atividades pedag gicas intensivas ocorrer o no Campus da UNEMAT localizado na cidade de Barra do Bugres MT Reconhecimento pelo Governo Federal do termo Povos Ind genas como denomina o de refer ncia s popula es ind genas em foros internacionais C Propostas aprova o urgente pelo Congresso Nacional de um novo Estatuto do ndio e das Comunidades Ind genas como forma de superar a incapacidade civil a que est o submetidos os ndios brasileiros 190 finaliza o da demarca o das Terras Ind genas prote o territorial e extrus o de invasores com provid ncias urgentes para aquelas reas de iminente conflito como a dos Macuxi em Roraima e dos Guarani Kaiow no Mato Grosso do Sul reestrutura o da Funda o Nacional do ndio adaptando a aos novos modelos de gerenciamento p blico e de acordo com a realidade regional e s cio cultural dos povos ind genas Indica o e nomea o de representantes ind genas com base em crit rios de qualifica o t cnica para o Conselho Federal de Educa o Conselho de Cultura Conselho Nacional do Meio Ambiente Conselho Nacional de Sa de e Conselho Nacional de Alimenta o aprova o pelo Governo Federal e Congresso Nacional de medidas para a prote o da sabedoria ind gena dos Conhecimentos Tradicionais e do Patrim nio Gen tico incluindo a prote o biodiversidade
240. o interior do estado localizadas nas cidades de Amamba Aquidauana Cassil ndia Coxin Gl ria de Dourados Ivinhema Jardim Maracaju Mundo Novo Navira Nova Andradina Parana ba Ponta Por e recentemente em Campo Grande Quadro 5 Gradua es da UEMS 2009 Licenciatura Bacharelado Ci ncias Biol gicas Administra o em Com rcio Exterior Ci ncias Sociais Administra o Rural F sica Agronomia Geografia Ci ncias Cont beis Hist ria Ci ncias da Computa o Letras Portugu s Ingl s Ci ncias Econ micas Portugu s Espanhol Normal Superior Ci ncias Sociais Matem tica Direito Pedagogia Enfermagem Qu mica Sistema de Informa o Turismo com Enfase em Ambientes Naturais Zootecnia Engenharia Florestal Qu mica Industrial Fonte Site da UEMS 2009 A necessidade maior de se implantar as cotas em suas unidades foi a partir do projeto governamental sendo preciso que seus Conselhos Superiores opinassem de forma 117 positivamente perante os debates Infelizmente isso n o aconteceu Ap s v rias discuss es realizadas com diversos representantes ind genas do movimento negro e da comunidade de modo geral Assim a C mara de Ensino CE promoveu em 18 de mar o de 2003 a primeira reuni o j objetivando discuss es para ouvir as sugest es de seus conselheiros e de uma professora de origem negra militante e estud
241. o o processo de ascens o da burguesia brasileira infelizmente foi poss vel tra ar a linha demarcat ria que indicava a divis o social Os cursos superiores eram oferecidos e dedicados 75 elite representada pelo patriarcado rural e burguesia O trabalho f sico era pr prio e designado aos ignorantes e incapazes GALDINO PEREIRA 2004 Dessa maneira a universidade que o povo quer e precisa carece de alternativas que n o est o ligadas ao passado mas que seja capaz de propor rupturas apresentando novas possibilidades de saberes No contexto da tradi o quest es de ger ncia e administra o tornam se mais importantes que compreender e melhorar as escolas como esferas p blicas e democr ticas Consequentemente enfatizam se a regulamenta o a certifica o e a padroniza o do comportamento docente em detrimento da cria o de condi es para que professores e professoras exer am os sens veis pap is pol ticos e ticos que devem assumir como intelectuais p blicos as envolvidos as na tarefa de educar os as estudantes para uma cidadania respons vel e cr tica Al m disso a tradi o dominante favorece a conten o e a assimila o das diferen as culturais em vez de tratar os as estudantes como portadores as de mem rias sociais pr prias os na busca de aprendizagem e de auto determina o Enquanto outras disciplinas incorporaram discutiram e produziram novas linguagens te ricas para se conversar em di
242. o pioneirismo se deve ao M xico Em princ pio as universidades aut nomas pertenciam a sistemas privados alguns anos mais tarde estas institui es foram incorporadas estrutura do Estado O governo mexicano passou a incentivar outras universidades e atualmente existem institui es independentes de base e estrutura similares s universidades do n o ndio por m compostas por ind genas Na Am rica Latina iniciativas neste sentido est o sendo desenvolvidas nas universidades de muitos pa ses como No Equador foi criada a Universidade Amawtay Bol via h a Universidade Intercultural Kawsay Universidade P blica de El Alto Universidade Del Valle Del Sacta e a Universidade Tahuantinsuyo Ajlla e na Nicar gua a Universidade de las Regiones de las Costa Caribe Nicaraguense URACCAN URQUIZA 2009 p 14 Para Azevedo essas iniciativas realizadas na Am rica latina podem se classificar em tr s diferentes tipos a Institui es de Educa o Superior p blicas que promovem licenciaturas Ind genas cursos interculturais polos ind genas das universidades departamentos ou n cleos estruturados com l gica n o ind gena na qual geralmente se 1 Marta Azevedo pesquisadora do N cleo de Estudos de Popula o Ind gena da Unicamp afirma que a forma o superior ind gena deve aliar saberes tradicionais ind genas aos conhecimentos n o ind genas Dispon vel em lt https www socioambiental org nsa detalhe id 2936 gt
243. odas as condi es de emprego bem como na promo o e na ascens o e de outras condi es estipuladas no Direito Internacional ii gozem dos direitos de associa o de livre exerc cio de atividades sindicais para fins l citos e de assinar conv nios coletivos com empregadores ou organiza es de trabalhadores iii n o sejam submetidos a persegui o racial ass dio sexual ou de qualquer outro tipo iv n o estejam sujeitos a sistemas de contrata o coercitivos inclusive a servid o por d vida ou qualquer outra forma de servid o origine se esta na lei nos costumes ou em um entendimento individual ou coletivo que padecer o de nulidade absoluta v n o sejam submetidos a condi es de trabalho perigosas para a sa de ou para a seguran a pessoal vi recebam prote o especial quando prestarem servi os como trabalhadores sazonais eventuais ou migrantes e tamb m quando recrutados por contratantes de m o de obra de modo que recebam os benef cios previstos na lei e na praxe nacional que devem ser acordes com as normas internacionais de direitos humanos estabelecidas para essa categoria de trabalhadores e vii que seus empregadores tenham pleno conhecimento dos direitos dos trabalhadores ind genas segundo a legisla o nacional e as normas internacionais bem como dos recursos de que disp em para proteger tais direitos Artigo XX Direitos de propriedade intelectual 1 Os povos ind genas t m direito a reconheciment
244. olu o na maioria dos pa ses no mbito de suas pol ticas internas A Confer ncia de Durban em suas recomenda es prop s a ado o de a es afirmativas para garantir maior acesso de afro descendentes s universidades p blicas bem como a utiliza o em licita es p blicas de um crit rio de desempate que considere a presen a de afro descendentes homossexuais e mulheres no quadro funcional das empresas concorrentes Nos seus par grafos 107 e 108 endossa a import ncia de os Estados adotarem a es afirmativas enquanto medidas especiais e compensat rias voltadas a aliviar a carga de O sionismo um movimento pol tico entre os judeus tamb m apoiado por n o judeus que defende que o povo Judaico tem direito a constituir uma na o e viver na sua terra natal Formalmente fundado em 1897 o sionismo era formado por uma variedade de opini es sobre em que terra que a na o judaica deveria ser fundada A partir de 1917 ele focou se definitivamente no estabelecimento de um estado na Palestina localiza o do antigo Reino de Israel Dispon vel em lt http www cip org br porques pergunta jsp id 241 gt Acesso em 17 set 2009 26 um passado discriminat rio daqueles que foram v timas da discrimina o racial da xenofobia e de outras formas de intoler ncia correlatas Tais discuss es favoreceram as pol ticas de a o afirmativa no Brasil baseadas em aspectos raciais Recentemente estas a es
245. oopera o Cultural Internacional de 1966 a Conven o sobre as Medidas que Devem Adotar se para Proibir e Impedir a Importa o a Exporta o e a Transfer ncia de Propriedade Il cita de Bens Culturais de 1970 a Conven o para a Prote o do Patrim nio Mundial Cultural e Natural de 1972 a Declara o da UNESCO sobre a Ra a e os Preconceitos Raciais de 1978 a Recomenda o relativa condi o do Artista de 1980 e a Recomenda o sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular de 1989 Defini o conforme as conclus es da Confer ncia Mundial sobre as Pol ticas Culturais MONDIACULT M xico 1982 da Comiss o Mundial de Cultura e Desenvolvimento Nossa Diversidade Criadora 1995 e da Confer ncia Intergovernamental sobre Pol ticas Culturais para o Desenvolvimento Estocolmo 1998 2 137 diversidade cultural cria condi es de um di logo renovado entre as culturas e as civiliza es Consciente do mandato espec fico confiado UNESCO no seio do sistema das Na es Unidas de assegurar a preserva o e a promo o da fecunda diversidade das culturas Proclama os seguintes princ pios e adota a presente IDENTIDADE DIVERSIDADE E PLURALISMO Artigo 1 A diversidade cultural patrim nio comum da humanidade A cultura adquire formas diversas atrav s do tempo e do espa o Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que comp
246. or import ncia da a o afirmativa e da constru o da nacionalidade o ensino superior Pol ticas preferenciais de admiss o e perman ncia de grupos tnicos e raciais sub representadas nas elites pol ticas econ micas e sociais FERES JUNIOR ZONINSEIN 2008 p 23 preciso levar em considera o as cotas universit rias medida adotada dentro de um programa de a o afirmativa uma forma de reparar a desigualdade racial no Brasil exigindo mudan a do Estado brasileiro na supera o de um hist rico de exclus o Para Lopes 2008 as cotas universit rias s o medida tempor ria mas tamb m a forma mais justa de garantir o acesso e perman ncia das minorias nos espa os sociais e setores at agora reservado casta branca da sociedade Portanto compreendo que as cotas universit rias valorizam as diferen as e propiciam o acesso e a perman ncia de negros ndios pobres dentre outros nas IES Nesse sentido priorizo o que dizem os ind genas cotistas da UEMS acerca de seu ingresso perman ncia e trajet ria no meio acad mico Considero a complexidade da quest o e por certo abarca amplas investiga es Assim sendo relato apenas particularidades desse cen rio atribuindo relevante significado identidade cultural bem como o envolvimento desses sujeitos na ambi ncia da universidade Para tanto e pensando nesses pontos fundamentais Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferen a nos i
247. or p blico tal como se verifica na Universidade Federal do Paran UFPR na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS e na Universidade Federal do Tocantins UFT Mas tamb m h de se considerar a produ o acad mica que contempla a quest o ind gena vinculada educa o brasileira e ao ensino superior Nesse aspecto as contribui es de Brand 2008 Brand e Nascimento 2008 Nascimento 2004 2006 Cordeiro 2008 Moreira 2002 Fleury 2001 Cajueiro 2008 e outros contribuem para o nosso trabalho Em Mato Grosso do Sul a Universidade Cat lica Dom Bosco UCDB e a UEMS dentre outros UFGD e UNIGRAN s o duas Universidades que se destacam no atendimento da demanda dos ndios Essas iniciativas inserem se no Programa Rede de Saberes iniciado no final de 2005 objetivando favorecer a perman ncia de acad micos ind genas no ensino superior Pela a o inovadora do projeto relevante retomar seu processo de elabora o que foi lento e com muitas negocia es pois pela primeira vez se tentava uma parceria nesse 23 n vel entre duas institui es universit rias sendo uma p blica e outra de car ter particular Os desafios foram nicos e muitos inicialmente de ordem institucional para encontrar os papeis de cada equipe j na elabora o do projeto e na constitui o das respectivas equipes que estariam na gest o e coordena o das a es Efetivamente em fevereiro de 2006 iniciaram se as ativida
248. oreira Paulino em 2006 Na ltima atualiza o optou se por incluir no levantamento as Institui es de Ensino Superior P blico IESPs que desenvolveram a es afirmativas de acesso diferenciado de estudantes de escolas p blicas ou estudantes de baixa ao seu corpo discente por entender que dado o perfil socioecon mico da maior parte dos ind genas do Brasil estes se enquadram no perfil do candidato que pode concorrer s vagas estipuladas por essas a es CAJUEIRO 2008 p 1 19 de Antonio Carlos de Souza Lima Maria Barroso Hoffmann e Sidnei Clemente Peres ambos do Laborat rio de Pesquisa em Etnicidade Cultura e desenvolvimento LACED Museu Nacional UFRJ abordaram em seu texto o tema Notas sobre os Antecedentes Hist ricos das Ideias de Etnodesenvolvimento e de Acesso de Ind genas ao Ensino Superior no Brasil e a publica o das diversas interven es desenvolvidas pelos participantes do semin rio Desafios para uma educa o superior para povos ind genas no Brasil organizado por Antonio Carlos de Souza Lima e Maria Barroso Hoffmann Foi preciso considerar as contribui es dessas a es e a dimens o pol tica que as envolvem uma vez que s o medidas de combate exclus o social desigualdade e injusti as vivenciadas pelas minorias mormente os ind genas e cujo acesso ao ensino superior pode favorecer a suplanta o aos poucos dessas diferen as Uma das maiores arenas espec ficas de mai
249. orma mais precisa e pormenorizada os programas de inclus o de ndios nas Institui es de Ensino Superior convencionais inclusive as brasileiras de forte tradi o euroc ntrica Una de las formas en las cuales se ha expresado y reproducido la exclusi n de pueblos comunidades e individuos ind genas y afrodescendientes en los procesos de construcci n de los Estados y sociedades nacionales en Am rica Latina ha sido la invisibilizaci n de su existencia mediante la omisi n de producci n de estad sticas tanto acerca de su importancia demogr fica en general como respecto de variables econ micas y sociales significativas cruzadas con identificaciones tnicas y o raciales Al no producirse datos al respecto la ciudadan a en general y los disefiadores de pol ticas p blicas y los tomadores de decisiones pol ticas no pueden verlos Resulta plausible cuestionarse si la aus ncia de producci n de estad sticas no ha obedecido precisamente a la falta de disposici n a verlos y poder contar con indicadores y estimaciones cuantitativas de sus necesidades El tema es objeto de posiciones encontradas e incluso de debates que adquieren contornos particulares en los diversos pa ses y al interior de stos en regiones y mbitos sociales particulares MATO 2009 p 31 Pensando nestas quest es necess rio buscar respostas para conflitos de valores e interesses que atualmente ocorrem em tais sociedades latino americanas Po
250. os de interesse para os Povos Ind genas com a participa o dos Governos dos Estados da regi o Governos de outros Estados organismos fornecedores de recursos e os pr prios Povos Ind genas b canalizar recursos financeiros e t cnicos para os projetos e os programas priorit rios coordenados com os Povos Ind genas assegurando que contribuam para criar as condi es para o autodesenvolvimento desses Povos c proporcionar recursos de capacita o e assist ncia t cnica para apoiar o fortalecimento institucional a capacidade de gest o a forma o de recursos humanos de informa o e de pesquisa dos Povos Ind genas e de suas organiza es Artigo 2 Membros e Recursos 2 1 Membros Ser o Membros do Fundo Ind gena os Estados que depositarem na Secretaria Geral da Organiza o das Na es Unidas o instrumento de ratifica o de conformidade com seus requisitos constitucionais internos e com o par grafo 14 1 do Artigo 14 deste Acordo 2 2 Recursos Constituir o recursos do Fundo Ind gena as Contribui es dos Estados Membros aportes de outros Estados organismos multilaterais bilaterais e nacionais de car ter p blico ou privado e doadores institucionais bem como a renda l quida gerada pelas atividades e investimentos do Fundo Ind gena 153 2 3 Instrumentos de Contribui o Os Instrumentos de Contribui o ser o protocolos assinados por cada Estado Membro para estabelecer seus respectivos compromissos de fo
251. os humanos Essas limita es n o ser o discriminat rias e ser o somente as estritamente necess rias para garantir o reconhecimento e respeito devido aos direitos e s liberdades dos demais e para satisfazer as justas e mais urgentes necessidades de uma sociedade democr tica 3 As disposi es enunciadas na presente Declara o ser o interpretadas conforme os princ pios da justi a da democracia do respeito dos direitos humanos da igualdade da n o discrimina o da boa administra o p blica e da boa f Tradu o livre feita por Gabriel Bistafa ACORDO CONSTITUTIVO DO FUNDO PARA O DESENVOLVIMENTO DOS POVOS INDIGENAS DA AMERICA LATINA E DO CARIBE As Altas Partes Contratantes Convocadas na cidade de Madri Espanha por ocasi o da Segunda Reuni o de C pula dos Estados Ibero Americanos em 24 de julho de 1992 Recordando os termos da Declara o Universal dos Direitos Humanos do Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais e do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Pol ticos 152 Considerando as normas internacionais enunciadas no Conv nio da Organiza o Internacional do Trabalho sobre Povos Ind genas e Tribais adotado pela Confer ncia Internacional do Trabalho em 1989 Adotam na presen a de representantes de povos ind genas da regi o o seguinte Acordo Constitutivo do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Ind genas da Am rica Latina e do Caribe Artigo 1 Objetivos
252. os no decorrer de processos de sele o para posi es sociais desejadas como ocorreu com as castas na ndia e com os negros nos EUA 1 1 A es afirmativas na perspectiva internacional um breve hist rico Sabe se que a na o pioneira na implanta o e implementa o de pol ticas sociais denominadas de a es afirmativas foi a ndia na d cada de 40 do s culo passado sendo objeto de discuss es em diversos outros pa ses A ndia era at recentemente um pa s rigidamente estruturado em castas mas j promovia pol ticas compensat rias para as minorias raciais e para deficientes f sicos desde 1940 Estas pol ticas de reservas t m suas origens no come o do s culo XX quando foram implantadas em algumas prov ncias do sul do pa s como resposta a crescentes movimentos populares e contra a domina o de membros da mais alta casta os Brahmin Ap s a independ ncia da ndia em 1947 a nova constitui o nacional fincou os primeiros alicerces legais das pol ticas de a o afirmativa indianas Estando presentes desde a Constitui o de 1949 as cotas indianas funcionam at os dias de hoje e s o obrigat rias no servi o p blico na educa o e em todos os rg os estatais Desta forma as a es afirmativas indianas possuem uma hist ria muito longa e sua implanta o tem sido muito profunda e ampla atingindo um maior n mero de esferas sociais e uma maior propor o da popula o nos processos de sele o
253. os por meio do site Povos Ind genas no Brasil A antrop loga e dem grafa Marta Azevedo analisou os problemas e as perspectivas para o aprimoramento das fontes de dados demogr ficos sobre as popula es ind genas no Brasil Dispon vel em lt http pib socioambiental org pt c no brasil atual quantos sao diferentes estimativas gt Acesso em 21 set 2009 61 A soma de todas as m nimas foi de 68 1 mil indiv duos e a das m ximas de 99 7 mil A verdadeira popula o ind gena do Brasil deveria estar entre estes dois n meros Alertava ainda para a diminui o da popula o ind gena que se distribu a por 230 grupos tribais em 1900 e havia se reduzido a 143 em 1957 MELATTI 2007 p 47 48 Para o Instituto Socioambiental ISA segundo as ltimas informa es os duzentos e trinta e um 231 povos ind genas totalizam cerca de seiscentos 600 mil ndios Destes quatrocentos e cingiienta 450 mil vivem em terras ind genas e em n cleos urbanos pr ximos e os outros cento e cinquenta 150 mil nas cidades Estas popula es ind genas t m crescido nos ltimos 28 anos embora alguns povos tenham diminu do demograficamente e outros encontram se amea ados de extin o Na listagem elaborada pelo ISA sete deles t m popula es entre cinco 5 e quarenta 40 indiv duos No Brasil as informa es do ltimo censo realizado em 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE apontam para estimativas globa
254. osso tempo porque nele tudo flui tudo ganha forma qualquer forma ao mesmo tempo l quido porque tamb m esvai dissuade escorre mergulha nos ralos de um passado que h poucos instantes era presente h poucos dias eram nossos mais caros sonhos 98 que surgem adquirindo modos mais fechados de cultura e de comunidade recusando desta forma o engajamento nos empecilhos que emergem quando convivemos com a diferen a O maior desafio que nos coloca ent o pensar a identidade e diferen a destes alunos Hall 2003 alerta para a fascina o do p s modernismo pelas diferen as sexuais raciais culturais e sobretudo tnicas Contudo estas quest es est o contra a cegueira e hostilidade que a alta cultura europeia nos demonstra contrapondo se das minorias marginalizadas Lembro me que o primeiro encontro com um ndio acad mico se deu na sala do Rede de Saberes na UEMS uma vez que ali se encontravam v rios deles em atividades de estudo uso de inform tica e conviv ncia Naquele momento fomos surpreendidos pela presen a de um ind gena que n o usava roupas pesadas para se proteger do frio Por m mesmo assim n o manifestava insatisfa o em estar exposto quele vento gelado N o apresentava ser um universit rio comum Mesmo assim inconscientemente busquei na sua apar ncia f sica indicativos da diferen a lembrei me do texto de Bhabha nunca me v em S meus olhos ficar o para assombrar e transforma
255. p blicas Afirma Grupioni 200la p 95 Aos povos ind genas a Constitui o de 1988 assegurou o direito diferen a cultural reconhecendo suas organiza es sociais costumes l nguas cren as e tradi es Em seu Artigo 210 a nova Constitui o assegura aos povos ind genas o uso de suas l nguas maternas e processos pr prios de aprendizagem cabendo ao Estado a prote o das manifesta es das culturas ind genas artigo 215 Esses dispositivos abriram a possibilidade para que a escola ind gena se constitua num instrumento de valora o dos saberes e tradi es ind genas e n o seja mais um instrumento de imposi o dos valores culturais da sociedade envolvente A cultura ind gena devidamente valorizada deve ser a base para o conhecimento dos valores e das normas e outras culturas e assim a escola ind gena poder desempenhar um importante e necess rio papel no processo de autodetermina o desses povos Desdobramentos dessas inova es legais se fazem presentes na nova LDB nos documentos normativos editados pelo MEC e nas pautas de reivindica es de professores e organiza es ind genas S o poucos os alunos ind genas que concluem a educa o b sica em decorr ncia de uma gama de entraves e obst culos Os curr culos e as metodologias seguem sendo importados em muitos lugares quase sempre das escolas dos n o ind genas No entanto apesar das barreiras e dificuldades enfrentadas pelos ndios seguem ingr
256. passaram a compor a agenda pol tica oficial do governo a partir da III Confer ncia da ONU A comunidade internacional n o apenas reconheceu oficialmente a exist ncia de discrimina o contra negros brasileiros mas se comprometeu a instituir modalidades espec ficas de a o afirmativa no caso as cotas Para Gomes 1995 a implementa o das pol ticas de a o afirmativa Brasil definida como um simples ato de coragem do Estado para que as pessoas com poder decis rio nos meio p blicos e privados pudessem analisar os temas sens veis como o acesso educa o e ao mercado de trabalho Entretanto em decorr ncia da inefic cia do primeiro deu se prioridade na rela o da igualdade de oportunidades por meio de imposi o de cotas r gidas de acesso de representantes de minorias a determinar setores do mercado de trabalho e da educa o No momento estas a es podem estar agregadas em um conjunto de pol ticas p blicas e privadas de car ter compuls rio facultativo ou volunt rio objetivando o combate a qualquer manifesta o de discrimina o Podendo ser definidas como pol ticas p blicas e privadas voltadas concretiza o do princ pio constitucional da igualdade material e neutraliza o dos efeitos da discrimina o racial tnica de g nero de idade de origem nacional e de complei o f sica Para o autor a igualdade deixa de ser simplesmente um princ pio jur dico a ser respeitado por todos e pa
257. pon vel em lt http www rededesaberes org encontro index html gt Acesso em 25 set 2009 DAYRELL Juarez A escola como espa o s cio cultural In DAYRELL Juarez Org M ltiplos olhares sobre educa o e cultura Belo Horizonte Ed UFMG 1996 DECLARA O AMERICANA SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS IND GENAS PROJETO Aprovado pela comiss o Interamericana de Direitos Humanos em 26 de Fevereiro de 1997 em sua 13330 sess o durante o 951 Per odo Ordin rio de Sess o Dispon vel em lt http www dhnet org br direitos sip oea oeaindio htm gt Acesso em 20 jun 2009 DECLARA O DE DURBAN E PLANO DE A O In II Confer ncia Mundial de Combate ao Racismo Discrimina o Racial Xenofobia e Intoler ncia Correlata Ministro da Cunha Funda o Cultural dos Palmares 2001 DECLARA O UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolu o 217A II da Assembleia Geral das Na es Unidas ONU em 10 de dezembro de 1948 Nova York EUA Dispon vel em lt http www onu brasil org br documentos direitoshumanos php gt Acesso em 16 jul 2008 DUSCHATZKY S lvia SKLIAR Carlos O nome dos outros narrando a alteridade na cultura e na educa o In LARROSA Jorge SKLIAR Carlos Orgs Habitantes de babel pol ticas e po ticas da diferen a Belo Horizonte Aut ntica 2001 DUSSEL Enrique tica da liberta o na idade da globaliza o e da exclus o Petr polis Vozes 2002 FABI N Edda
258. ponto mais aptos a colaborar como o estudo pertinente inser o deles na universidade 85 uai 2 2 A Visitei o Rede de Saberes na UEMS coletando informa es acerca do acompanhamento e manuten o de tais alunos no mbito universit rio com o intento de vislumbrar a es projetos e programas a ser desenvolvidos com recursos internos e externos A Noutra frente foram entregues question rios semi estruturados ger ncia da Unidade de Dourados para serem entregues aos coordenadores de Ci ncias Biol gicas F sica Letras Matem tica Qu mica e Turismo Dos cerca de trinta 30 question rios entregues um total de treze 13 foram devolvidos sendo que apenas oito 08 responderam s quest es No relat rio que me foi enviado pela professora Valdirene Fonseca de Souza Teixeira gerente da Unidade de Dourados UEMS constou que responderam aos question rios os acad micos dos cursos de Ci ncias Biol gicas Letras Ingl s e de F sica O curso de Turismo n o teve nenhum aluno que se enquadrasse no perfil sendo considerados desistentes E os cursos de Qu mica Sistema de Informa o e Matem tica n o devolveram nenhum instrumento Estes question rios continham cinco eixos Identifica o escolaridade estrutura familiar cotas e identidade cultural Para analis los enumerei os de um 01 a oito 08 sendo poss vel verificar que cinco 05 alunos pertenciam ao sexo feminino e tr s ao masculino Dos alunos
259. povos ind genas t m direito a livre determina o Em virtude desse direito determinam livremente sua condi o pol tica e perseguem livremente seu desenvolvimento econ mico social e cultural Artigo 4 Os povos ind genas em exerc cio de seu direito de livre determina o t m direito autonomia ao autogoverno nas quest es relacionadas com seus assuntos internos e locais assim como a dispor dos meios para financiar suas fun es aut nomas Artigo 5 Os povos ind genas t m direito a conservar e refor ar suas pr prias institui es pol ticas jur dicas econ micas sociais e culturais mantendo por sua vez seu direito a participar plenamente se o desejarem na vida pol tica econ mica social e cultural do Estado 145 Artigo 6 Toda pessoa ind gena tem direito a uma nacionalidade Artigo 7 1 As pessoas ind genas t m direito vida integridade f sica e mental liberdade e seguran a da pessoa 2 0s povos ind genas t m direito de viver em liberdade paz e seguran a como povos distintos e n o ser o submetidos a nenhum ato de genoc dio nem a nenhum outro ato de viol ncia incluindo a mudan a de local for ada de crian as de um grupo a outro grupo Artigo 8 1 Os povos e as pessoas ind genas t m direito a n o sofrer a assimila o for ada ou a destrui o de sua cultura 2 Os Estados estabeleceram mecanismos eficazes para a preven o e o ressarcimento de a Todo ato que
260. presente Declara o de Princ pios sobre a Toler ncia Decididos a tomar todas as medidas positivas necess rias para promover a toler ncia nas nossas sociedades pois a toler ncia n o somente um princ pio relevante mas igualmente uma condi o necess ria para a paz e para o progresso econ mico e social de todos os povos Declaramos o seguinte Artigo 1 Significado da toler ncia 1 1 A toler ncia o respeito a aceita o e a apre o da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo de nossos modos de express o e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos fomentada pelo conhecimento a abertura de esp rito a comunica o e a liberdade de pensamento de consci ncia e de cren a A toler ncia a harmonia na diferen a N o s um dever de ordem tica igualmente uma necessidade pol tica e jur dica A toler ncia uma virtude que torna a paz poss vel e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma cultura de paz 1 2 A toler ncia n o concess o condescend ncia indulg ncia A toler ncia antes de tudo uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro Em nenhum caso a toler ncia poderia ser invocada para justificar les es a esses valores fundamentais A toler ncia deve ser praticada pelos indiv duos pelos grupos e pelo Estado 1 3 A toler ncia o sustent culo dos direitos hum
261. prio presidente j no seu primeiro ano de mandato na Ordem Executiva de n 10 925 e por meio da qual cria EEOC Mas a principal pe a legal para a dessegrega o racial do pa s e apoio s a es afirmativas vem com a aprova o da nova lei de Direitos Civis de 1964 pelo Congresso e assinado pelo Presidente Lyndon Jonhson 1963 1968 Em seu artigo VI pro be a discrimina o com base na ra a ou nacionalidade em programas assistidos financeiramente pelo governo federal e no artigo VII veda a discrimina o com base na ra a cor religi o oo Estado de Bem estar Social ou Estado provid ncia em ingl s Welfare State um tipo de organiza o pol tica e econ mica que coloca o Estado na o como agente da promo o protetor e defensor social e organizador economia Nesta orienta o o Estado o agente regulamentador de toda vida e sa de social pol tica e econ mica do pa s em parceria com sindicatos e empresas privadas em n veis diferentes de acordo com a na o em quest o Cabe ao Estado do bem estar social garantir servi os p blicos e prote o popula o Dispon vel em lt http wapedia mobi pt Estado de bem estar social gt Acesso em 1 jun 2009 Comiss o para a Igualdade de Oportunidade no Emprego O 29 sexo ou origem nacional pelos empregadores e cria uma comiss o de oportunidade igual de empregos bipartid ria no intuito de eliminar pr ticas de empregos ilegais Pois afi
262. procedimentos 150 Artigo 34 Os povos ind genas t m direito a promover desenvolver e manter suas estruturas institucionais e seus pr prios costumes espiritualidade tradi es procedimentos pr ticas quando existam costumes ou sistemas jur dicos de conformidade com as normas internacionais de direitos humanos Artigo 35 Os povos ind genas t m direito a determinar as responsabilidades dos indiv duos para com suas comunidades Artigo 36 1 Os povos ind genas em particular os que est o divididos por fronteiras internacionais t m direito a manter e desenvolver os contatos as rela es e a coopera o inclu das as atividades de car ter espiritual cultural pol tico econ mico e social com seus pr prios membros assim como com outros povos atrav s das fronteiras 2 Os Estados em consulta e coopera o com os povos ind genas adotar o medidas eficazes para facilitar o exerc cio e garantir a aplica o deste direito Artigo 37 1 Os povos ind genas t m direito a que os tratados acordos e outros pactos feitos com os Estados ou seus sucessores sejam reconhecidos observados e aplicados e que os Estados acatem e respeitem estes tratados acordos e outros acordos construtivos 2 Nada do assinalado na presente Declara o ser interpretado em sentido de que menosprezea ou suprima os direitos dos povos ind genas que figuram em tratados acordos e outros pactos Artigo 38 Os Estados em consulta e coopera
263. quer que ocorram Convencida de que o controle pelos povos ind genas dos acontecimentos que afetem a eles e as suas terras territ rios e recursos os permitir manter e refor ar suas institui es culturas e tradi es e promover seu desenvolvimento de acordo com suas aspira es e necessidades Considerando que o respeito aos conhecimentos das culturas e das pr ticas tradicionais ind genas contribuem ao desenvolvimento sustent vel e equitativo da ordem adequada do meio ambiente Destacando a contribui o da desmilitariza o das terras e territ rios dos povos ind genas para a paz o progresso e o desenvolvimento econ mico e social a compreens o e as rela es de amizade entre as na es e os povos do mundo Reconhecendo em particular o direito das fam lias e comunidades ind genas a seguir participando da responsabilidade pela crian a pela forma o pela educa o e para o bem estar de seus filhos em observ ncia dos direitos da crian a Considerando que direitos afirmados nos tratados acordos e outros acordos entre os Estados e os povos ind genas s o em algumas situa es assuntos de preocupa o interesse e responsabilidade internacional e possuem car ter internacional Considerando tamb m que os tratados acordos e demais acordos e as rela es que estes representam servem de base para o fortalecimento da associa o entre os povos ind genas e os Estados Reconhecendo que a Carta das Na es Un
264. r 4 Poeta brasileiro tradutor e jornalista Nasceu em Alegrete RS na noite de 30 de julho de 1906 e faleceu em Porto Alegre em 5 de maio de 1994 Dispon vel em lt http www releituras com mquintana bio asp gt Acesso em 19 ago 2009 99 de fechar meus olhos para ver te O jovem terena reportou se a Her clito para conseguir explicar que ele muda cada vez que vem UEMS e consegue estabelecer diferencia es n o sou o mesmo mudo todos os dias mas continuo ndio Desta forma produzem se diferentes posi es de sujeitos isto identidades Nossas sociedades p s coloniais n o se desintegram n o porque elas s o unificadas mas porque seus diferentes elementos e identidades podem sob certas circunst ncias ser conjuntamente articulados Mas essa articula o sempre parcial pois a estrutura da identidade permanece aberta a exemplo da afirma o do jovem ndio que apesar das mudan as ocorridas na sua forma de pensar e ver o mundo continua sendo ndio Assegurar a estas comunidades a possibilidade de receberem o retorno pela conquista do conhecimento e a valoriza o da pluralidade cultural das diferen as assim como preservar suas identidades tnico culturais precisa ser a agenda mais importante da universidade A afirma o da identidade ind gena dentro dos espa os acad micos deixa claro que est em disputa muito mais do que o direito ao acesso e perman ncia nesses espa os Para Silva
265. r ncia Como ant tese da intoler ncia deriva o conceito de toler ncia cujo sentido ling stico por si pr prio apresenta um conte do patentemente inadequado quando aplicado intera o humana Dicion rios brasileiros atribuem ao termo pelo menos dois significados de interesse mais imediato 1 tend ncia a admitir modos de pensar de agir e de sentir que diferem das de um indiv duo ou de grupos determinados pol ticos ou religiosos 2 Margem especificada como admiss vel para o erro em uma medida ou discrep ncia em rela o a um padr o Do mesmo modo o sentido legal usualmente atribu do ao voc bulo denota sua carga negativa indicando no mais das vezes conformismo infort nio condescend ncia com o mal complac ncia enfim resigna o em face m sorte Exemplo ilustrativo a norma trabalhista que trata das atividades insalubres e se refere a limites de toler ncia para os agentes nocivos sa de Em suma toler ncia encerra o sentido b sico de absten o de hostilidades para com algo censur vel por princ pio o que pressup e a exist ncia obviamente inadmiss vel de um paradigma universal seja religioso tnico sexual ou racial 181 No Brasil um caso ilustrativo de intoler ncia de natureza racial religiosa diz respeito Lei no 3 097 72 do estado da Bahia que vigeu at o ano de 1976 e que exigia que os templos de religi o de matriz africana fossem cadastrados na Delegacia de Pol cia da
266. r seus sonhos em caos Era a marca mais forte que o ind gena carregava de sua etnia os seus olhos neste espa o da sobreposi o entre o apagar da identidade e sua inscri o t nue que tomo posi o frente ao sujeito BHABHA 2005 p 92 Convidei o para uma entrevista justificando a finalidade da pesquisa O convite foi prontamente aceito Buscamos um espa o trang ilo e adequado e iniciamos o di logo Diversos assuntos surgiram at o come o da entrevista Pergunto A universidade faz de voc uma pessoa diferente A resposta n o veio de s bito Ficou olhando para suas m os vazias por alguns minutos e disse Eu li em um livro que um homem descia para tomar banho todo dia em um rio e toda vez que ele voltava l n o era a mesma pessoa At a gua era outra Ent o toda vez que eu venho universidade e adquiro os conhecimentos daqui e volto para a minha aldeia j n o sou o mesmo Mas continuo sendo ndio Est na minha cara no meu sangue e n o tem jeito de mudar isso Dentre tantas perguntas e respostas terminei a entrevista e mais uma vez o EE iai z 34 encontro com o argumento ind gena como na poesia Presen a de M rio Quintana quando surge s t o outro e m ltiplo e imprevisto que nunca te pareces com o teu retrato E eu tenho 3 Laborat rio de Inform tica do Rede de Saberes UEMS vinculado ao Programa Rede de Saberes Perman ncia de Ind genas no Ensino Superio
267. ra tudo mudou e vai continuar mudando Eu n o tive uma aprendizagem adequada para poder encarar um vestibular e concorrer com vagas gerais Estou encontrando dificuldades mas estou superando Entrevista n 2 assim que a educa o n o s das universidades mas em mbito geral tem sido o ve culo de proje o de padr es e modelos que impedem o verdadeiro conhecimento privilegiando um conhecimento dado e assimilado pela ordem institucional GUSM O 2003 p 92 que nem sempre percebido por aqueles que produzem os processos educativos Desta forma comum nos discursos docentes o argumento de que muitos alunos apresentam 95 dificuldade em aprender explicado pelo fato de serem desnutridas negras imaturas seus pais serem analfabetos alco latras paraibano nordestino favelados vesgo canhoto filho de prostituta ndios dentre outros Com certeza n o esta a educa o reivindicada pelos povos ind genas Uma vez acolhido pela Constitui o de 1988 o direito dos povos ind genas a uma educa o diferenciada foi aberto caminhos para a oficializa o de escolas ind genas e de pol ticas p blicas que respondessem aos seus direitos a uma educa o intercultural e voltada autodetermina o dos povos No plano jur dico o reconhecimento da diversidade cultural a valoriza o e o respeito s etnias encontra se presente por m n o suficientemente assumido pelos respons veis pelas pol ticas
268. ra cada componente curricular a ser trabalhado no curso h um professor docente al m de um ou dois auxiliares Este programa tem ampliado a participa o de docentes ind genas sobretudo com a participa o dos estudantes egressos da 1 Turma nas atividades docentes Na primeira turma atuaram cerca de 50 docentes n o ind genas e 10 ind genas Na segunda dever o atuar at o final 40 educadores n o ind genas e 10 ind genas O ingresso nos cursos se d mediante 40 sele es vestibulares espec ficas e diferenciadas Como os cursos ofertados refere se a forma o de professores ind genas os crit rios seletivos consideram aspectos relacionados educa o escolar ind gena como legisla o curr culo forma o de professores dentre outros Estes cursos s o reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educa o de Mato Grosso CEE MT por meio da Portaria n 321 04 CEE MT publicada no Di rio Oficial do Estado em 21 de setembro de 2004 Tiveram seu reconhecimento renovado por meio da Portaria n 311 05 CEE MT publicada no Di rio Oficial do Estado em 27 de dezembro de 2005 Outro exemplo o de Roraima fronteira com os estados do Amazonas Par Rep blica Bolivariana da Venezuela e a Rep blica Cooperativista da Guiana Cerca de 46 de seu territ rio s o compostos por terras ind genas em sua maioria devidamente demarcadas e homologadas pelo Estado brasileiro Neste estado vivem nove povos ind genas
269. ra na Reserva Ind gena Lalima munic pio de Miranda MS Produ o de Mudas para o desenvolvimento sustent vel da Aldeia Lagoinha A universidade promove incentivos em atividades de pesquisa fora da universidade por meio de parceria com outras institui es de pesquisa Tr s alunos ind genas participam do projeto de pesquisa desenvolvido na parceria UEMS EMBRAPA no qual desenvolvem atividades voltadas s comunidades ind genas Foi oportunizada ademais a participa o de alunos ind genas em eventos t cnico cient ficos com vistas ao conhecimento ideias problemas e metodologias e possam agregar sua forma o espec fica novas e diferentes perspectivas Vale ressaltar que o nico projeto espec fico para negros e ind genas na UEMS o PIBIC A es Afirmativas criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico CNPg e que concedeu Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul quatorze 14 bolsas de Inicia o Cient fica um projeto que est beneficiando esses acad micos com objetivo ampliar a forma o cient fica dos alunos da gradua o cuja inser o no meio acad mico tenha se dado por uma a o afirmativa no vestibular No ano de 105 2009 o n mero de bolsas de Inicia o Cient fica concedidas pelo CNPq UEMS aumentou 60 em rela o ao ano anterior No entanto pouco se discute acerca do modelo de universidade e das necessidades e possibilidades de transforma o de
270. raci n Universal sobre los Derechos de los Pueblos Ind genas ONU 2007 Adicionalmente debe tomarse en cuenta que est n vigentes otros dos instrumentos significativos que brindan marcos favorables para el reconocimiento y fortalecimiento de experiencias como las estudiadas por el proyecto la Declaratoria de Naciones Unidas de la Segunda D cada de los Pueblos Ind genas 2005 2015 y las Metas del Milenio MATO 2009 p 40 Por outro lado no mbito das atividades da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o Ci ncia e Cultura UNESCO podem ser mencionadas em especial a Declara o Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural 2001 a Conven o da UNESCO sobre a Prote o e Promo o da Diversidade das Express es Culturais 2005 E especificamente no dom nio do ensino superior deve se mencionar a Declara o Mundial Ensino Superior no S culo XXI emitida pela Confer ncia Mundial de Educa o Superior reunida em Paris em 1998 Estas iniciativas visam favorecer compreens o interpreta o preserva o promo o e divulga o de culturas num contexto de pluralismo e diversidade cultural En el plano regional como parte de las actividades preparatorias de la Conferencia Mundial contra el Racismo la Discriminaci n Racial la Xenofobia y las Formas Conexas de Intolerancia fue convocado el Seminario Regional de Expertos para Am rica Latina Medidas econ micas sociales y jur dicas para luchar contra el
271. ral do Rio de Janeiro Faculdade de Educa o 2008 115 RIVERA Andr s Chirinos LEYVA Martha Zegarra Educaci n Ind gena en Peru 2004 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 ROBLES Claudia FLORES Fabi n La unidad y la diversidad Movilizaci n pol tica y demandas educacionales en el pueblo Mapuche Dispon vel em lt http www trilhasde conhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 SANTOS Boaventura de Souza Reconhecer para libertar os caminhos do cosmopolitanismo multicultural Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 SANTOS Renato Emerson LOBATO F tima A es afirmativas pol ticas p blicas contra as desigualdades raciais Rio de Janeiro DP amp A 2003 SCHMELKES Sylvia Educaci n Superior Intercultural el Caso de M xico Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 ROSENTHAL Vinicius CAJUEIRO Rodrigo Cajueiro O ensino superior de ind genas no Brasil 2008 Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo edu 13 htm gt Acesso em 14 set 2009 SCHMELKES Sylvia Universidades innovadoras nueva demanda Dispon vel em lt http www trilhasdeconhecimentos etc br artigos artigo america lat 00 htm gt Acesso em 14 set 2009 SILVA Petronilha Beatriz Gon a
272. relativas ao desenvolvimento dos povos ind genas Grupioni 2001b afirma que nos anos 80 esse Conv nio foi revisto e substitu do pelo de n 169 com o nome de Conv nio Sobre os Povos Ind genas e Tribais em Pa ses Independentes proclamado em 1989 que em seus fundamentos evidencia que caberia aos povos ind genas delinear suas prioridades bem como o direito de participar dos planos governamentais que dizem respeito a eles Um ponto positivo deste novo Conv nio ligado educa o foi a participa o dos ndios na formula o e na execu o de programas educacionais direito de criar suas pr prias institui es e meios de educa o de alfabetizar suas crian as em suas pr prias l nguas e na l ngua do pa s em que vivem Percebemos que no mbito internacional os povos ind genas contam com alguns documentos importantes para a defesa de seus direitos interesses e deveres em vig ncia h v rios anos Por outro lado t m sido exaustivamente discutidos e ainda n o chegaram forma final de uma conven o importante frisar a efetiva participa o de lideran as ind genas nos f runs internacionais a fim de apresentarem den ncias de situa es extremas a que muitos grupos ind genas ainda se veem submetidos e tamb m reformular propostas para uma nova 68 ordem em que o direito de se manterem como sujeitos de tradi es pr prias sejam respeitados Alguns desses instrumentos de mbito internacional n o foram descr
273. rma ou de outra j foram discriminados na escola e agora na UEMS pelo fato de serem ndios Mas n o ligo j estou acostumado afirmam Ser que mais f cil segregar marginalizar e excluir que compreender aceitar e incluir O ndio discriminado por ser ndio o negro por ser negro o pobre por ser pobre e assim por diante Logo parece nos que ser diferente nas institui es de educa o ser defeituoso ser excluso n o ter direito a ter direitos As pol ticas de cotas ao que parece facilitam a es que possibilitam abertura inser o de grupos tnicos no ensino superior p blico Entretanto muitos de seus componentes n o compreendem o sentido dessas iniciativas e desconsideram a totalidade das dimens es humanas dos sujeitos que delas participam Para elas o diferente o outro segue sendo visto como um estranho Com certeza creem que a pobreza do pobre a viol ncia do violento o problema de aprendizagem do aluno a defici ncia do deficiente e a exclus o do exclu do DUSCHATZKY SKLIAR 2001 p 124 97 Ferre 2001 ao discorrer acerca das diferen as humanas afirma que de certa forma n s causamos com a nossa presen a algumas altera es na serenidade ou na trangiiilidade de algumas pessoas principalmente quando estes fazem lembrar suas pr prias barreiras preconceitos dificuldades N o por acaso que os fracos os fortes os loucos em suma os diferentes s vezes i
274. rmativos sobre a popula o ind gena de Mato Grosso do Sul bem como acerca de sua localiza o suas l nguas e outros Dispon vel em lt http www cimi org br system news amp action read amp id 833 amp eid 3 10 gt Acesso em 21 set 2009 70 2 3 1 Os Terena Parte do povo Terena vive em Mato Grosso do Sul por contarem com uma popula o bem numerosa a manterem um intenso contato com a popula o regional cuja presen a no estado se revela de forma mais expl cita A exemplo disso basta constatar que corriqueiro detectar a presen a dessa etnia reconhecendo ndias vendendo seus produtos pelas ruas de Campo Grande ou pelas legi es de cortadores de cana de a car que periodicamente deslocam se s destilarias para o trabalho tempor rio nas fazendas e usinas de a car e lcool Essa intensa participa o no cotidiano sul mato grossense favorece a atribui o aos Terenas de estere tipos como aculturados e ndios urbanos Tais declara es mascararam a resist ncia de um povo que por s culos luta para manter viva sua cultura sabendo positivar situa es adversas s do antigo contato O atual contingente dos terenas destaca se entre as mais numerosas popula es ind genas do estado Cardoso 1976 j havia constatado esta possibilidade ao afirmar que Ao contr rio dos Kadiw u e mais do que os Kaiow os Ter na v m tendo sua popula o sensivelmente aumentada fen meno este que os caracteriza
275. rmou ele Freedom is not enough You do not wipe away the scars of centuries by saying now you re free to go where you want and do as you desire and choose the leaders you please You do not take a person who for years has been hobbled by chains and liberate him bring him up to the starting line of a race and them say you re free to compete with all the others and justly believe that you have been completely fair It is not enough just to open the gates of opportunity All our citizens must have have the ability to walk through those gates EASTLAND 1997 p 39 apud MOEHLECKE 2000 p 27 No passado os Estados Unidos em princ pio jur dico determinavam mudan a de postura do Estado que em sua alegada neutralidade administrava e pol tica ignorava alguns fatores determinantes tais como sexo ra a origem nacional e outros Hoje observam tais fatores para a contrata o de funcion rios e normatiza o acesso s institui es de ensino p blico e privado que Ao inv s de conceber pol ticas p blicas de que todos seriam benefici rios independentemente da sua ra a cor ou sexo o Estado passa a levar em conta esses fatores na implementa o das suas decis es n o para prejudicar quem quer que seja mas para evitar que a discrimina o que inegavelmente tem um fundo hist rico e cultural e n o raro se subtrai ao enquadramento nas categorias jur dicas cl ssicas finde por perpetuar as iniquidades sociais SANTOS LOBATO
276. rnecer ao Fundo Ind gena recursos para a composi o do patrim nio desse Fundo de conformidade com o par grafo 2 4 Outros aportes ser o regidos pelo quinto Artigo deste Acordo 2 4 Natureza das Contribui es As Contribui es ao Fundo Ind gena poder o ser efetuadas em divisas moeda local assist ncia t cnica e esp cie conforme os regulamentos aprovados pela Assembleia Geral As Contribui es em moeda local estar o sujeitas a condi es de manuten o de valor e taxa de c mbio Artigo 3 Estrutura Organizacional 3 1 rg os do Fundo Ind gena S o rg os do Fundo Ind gena a Assembleia Geral e o Conselho Diretivo 3 2 Assembleia Geral a Composi o A Assembleia Geral estar composta de D um delegado credenciado pelo Governo de cada um dos Estados Membros e ID um delegado dos Povos Ind genas de cada Estado da regi o Membro do Fundo Ind gena credenciado por seu respectivo Governo ap s consultas efetuadas junto s organiza es ind genas desse Estado b Decis es D as decis es ser o tomadas pela unanimidade dos votos afirmativos dos delegados dos Estados da regi o Membros do Fundo Ind gena bem como pela maioria dos votos afirmativos dos representantes de outros Estados Membros e pela maioria dos votos afirmativos dos delegados dos Povos Ind genas II em assuntos que afetem os Povos Ind genas de um ou mais pa ses ser necess rio o voto afirmativo de seus delegados c Regulamento A A
277. rsidade cultural condi o de um desenvolvimento humano sustent vel Desse ponto de vista conv m fortalecer a fun o primordial das pol ticas p blicas em parceria com o setor privado e a sociedade civil Artigo 12 A fun o da UNESCO A UNESCO por virtude de seu mandato e de suas fun es tem a responsabilidade de a promover a incorpora o dos princ pios enunciados na presente Declara o nas estrat gias de desenvolvimento elaboradas no seio das diversas entidades intergovernamentais b servir de inst ncia de refer ncia e de articula o entre os Estados os organismos internacionais governamentais e n o governamentais a sociedade civil e o setor privado para a elabora o conjunta de conceitos objetivos e pol ticas em favor da diversidade cultural c dar seguimento a suas atividades normativas de sensibiliza o e de desenvolvimento de capacidades nos mbitos relacionados com a presente Declara o dentro de suas esferas de compet ncia d facilitar a aplica o do Plano de A o cujas linhas gerais se encontram apensas presente Declara o LINHAS GERAIS DE UM PLANO DE A O PARA A APLICA O DA DECLARA O UNIVERSAL DA UNESCO SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL Os Estados Membros se comprometem a tomar as medidas apropriadas para difundir amplamente a Declara o Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural e fomentar sua aplica o efetiva cooperando em particular com vistas realiza o
278. rva o de sua cultura e seus valores como outra forma de explicar o mundo o homem e a natureza Em 2005 a FUNAI estimou que cerca de dois mil e quinhentos ndios estariam cursando o ensino superior no pa s J o Conselho Nacional de Educa o admite que cerca de 5 000 ind genas estariam hoje nas diversas universidades do pa s Seria relevante a publica o de dados mais precisos acerca destes alunos que iniciam a vida acad mica e sobre aqueles que n o conseguiram ingressar Os estudantes ind genas trazem suas ang stias e car ncias notoriamente decorrentes de uma forma o escolar insatisfat ria e de condi es econ micas prec rias se comparadas ao modo de vida de nossa sociedade De modo geral se desconhece suas hist rias e como foi o ingresso desses ndios na universidade Com certeza a maior parte deles egressa de escolas p blicas em especial de escolas localizadas em aldeias nas quais as condi es de ensino e aprendizagem talvez n o sejam as esperadas e ideais Um aluno ind gena cotista assim se apresentou Fiz o Ensino M dio na aldeia T nhamos aulas todo s bado o dia todo mas quando chovia a aula era adiada L era um professor para todas as mat rias Nove aldeias eram atendidas com uns 25 alunos mais ou menos A professora entrava passava a mat ria e mandava a gente copiar e pronto n o explicava o conte do s de vez em quando Quando tinha prova ela dava a nota e a gente passava Ago
279. s No entanto a lentid o dos procedimentos de regulariza o das terras tem permitido a prolifera o de conflitos e dificultado a solu o das demandas por aquisi o de novas terras para a amplia o territorial ind gena Cria dificuldades igualmente para o assentamento de comunidades principalmente na regi o sul do Pa s como nos casos dos Terena Kaingang Guarani e Guarani Kaiow Um projeto de lei em tramita o no Congresso Nacional conhecido como Estatuto do ndio e das Comunidades Ind genas contempla a atual realidade dos povos ind genas suas demandas e as necessidades derivadas da sua intera o social e avan o urbano Assim as comunidades ind genas favorecem a aprova o do referido projeto de lei que representar um passo importante na supera o das normas hoje disciplinadas no Estatuto do ndio ainda em vigor o qual tornou se obsoleto em face das novas dimens es de direitos conquistadas pelos povos ind genas Esses argumentos t m constitu do a base de discuss o das organiza es ind genas que com conhecimento de causa t m participado qualitativamente de diversos eventos f runs nacionais e internacionais especialmente voltados ao debate de seus interesses Evoluem a consci ncia e o reconhecimento das comunidades ind genas sobre seus direitos como se percebe em debates recentes sobre discrimina o e preconceito 189 Al m dos aspectos legais em mbito nacional os povos ind genas t m alc
280. s assim como de atividade agropecu rias ou extrativa 2 vetado Art 19 As terras ind genas por iniciativa e sob orienta o do rg o federal de assist ncia ao ndio ser o administrativamente demarcadas de acordo com o processo estabelecido em decreto do Poder Executivo 1 A demarca o promovida nos termos deste artigo homologada pelo Presidente da Rep blica ser registrada em livro pr prio do Servi o do Patrim nio da Uni o S P U e do registro imobili rio da comarca da situa o das terras 2 Contra a demarca o processada nos termos deste artigo n o caber a concess o do interdito possess rio facultado aos interessados contra ela recorrer a o petit ria ou demarcat ria Art 20 Em car ter experimental e por qualquer dos motivos adiante enumerados poder a Uni o intervir se n o houver solu o alternativa em reas ind genas determinada a provid ncia por decreto do Presidente da Rep blica 1 A interven o poder ser decretada a para por termo luta entre grupos tribais b para combater graves surtos epid micos que possam acarretar o extermino da comunidade ind gena ou qualquer mal que ponha em risco a integridade do silv cola ou do grupo tribal c por imposi o da seguran a nacional d para a realiza o de obras p blicas que interessem ao desenvolvimento nacional e para reprimir a turba o ou esbulho em larga escala f para explora o de riquez
281. s o formadoras de s mbolos e constituidoras de temas portanto s o pr ticas interpelantes As diferentes culturas s o din micas e est o em cont nuo processo de transforma o Neste contexto penso nas culturas ind genas como algo que se cria alterna e ressignifica E por certo est sempre ligada vida social aos movimentos sociais aos conflitos existentes s institui es aos espa os sociais e linguagem de um povo e suas vis es de mundo Tudo isso torna se uma express o da cultura mesmo as marginalizadas e exclu das s o fontes de express es de sentido e de constru es do real Assim Esta a natureza da luta pol tica e cultural transformar as classes divididas e os povos isolados divididos e separados pela cultura e outros fatores em uma for a cultural popular democr tica BHABHA 2003 p 246 Especificamente no que concerne forma de ver a cultura ind gena ainda persiste na sociedade a vis o pejorativa considerando a de menos valor Para Brand 2001 muitos consideram a cultura ind gena como primitiva e julgada sem valor impondo aos ind genas a sua pr pria nega o e desintegra o como sociedades constitu das Mato Grosso do Sul embora seja hoje considerado o estado com a segunda maior popula o ind gena do pa s n o favoreceu esse segmento a possibilidade de ser percebidas em seu entorno e no decorrer do processo de coloniza o regional como portadoras de direito como sociedade
282. s organizadas e j estabelecidas N o s o meio acad mico mas a sociedade de modo geral vem tendo a necessidade de considerar as diversas sociedades ind genas e suas constantes modifica es considerando que isto aconteceria mesmo que n o houvesse ocorrido o contato com as sociedades de origem europeia ou africana No que tange identidade tnica as mudan as ocorridas nestas sociedades como o fato de falarem portugu s vestirem roupas iguais s dos outros membros da sociedade nacional com quem est o em contato utilizarem modernas tecnologias celulares computadores m quinas fotogr ficas digitais aparelhos de fax e outros n o faz com que percam sua identidade e deixem de ser ndios N o se trata de pessoas particularmente obtusas e de imagina o limitada Afinal de contas perguntar quem voc s faz sentido se voc acredita que possa ser outra coisa al m de voc mesmo s se voc tem uma escolha ou seja s se voc tem de fazer alguma coisa para que a escolha seja real e se sustente Mas foi justamente isso que n o ocorreu com os moradores da floresta que nunca tiveram a oportunidade de pensar em mudar de lugar muito menos procurar descobrir ou inventar algo t o nebuloso na verdade t o impens vel como uma outra identidade Sua forma de estar no mundo eliminava da quest o da identidade o significado tornado bvio por outros modos de vida modos que nossos usos ling sticos
283. s dos povos ind genas em rela o com suas terras territ rios e recursos compreendidos aqueles que tradicionalmente t m possu do ou ocupado ou utilizado de outra forma Os povos ind genas ter o direito a participar deste processo Artigo 28 1 Os povos ind genas t m direito a repara o por meios que possam incluir a restitui o ou quando isto n o seja poss vel uma indeniza o justa imparcial e equitativa pelas terras os territ rios e os recursos que tradicionalmente haviam possu do ou ocupado ou utilizado de outra forma e que haviam sido confiscados tomados ocupados utilizados ou danificados sem seu consentimento livre pr vio e informado 2 Salvo que os povos interessados tenham concordado livremente em outra coisa a indeniza o consistir em terras territ rios e recursos de igual qualidade extens o e condi o jur dica ou em uma indeniza o monet ria ou outra repara o adequada Artigo 29 1 Os povos ind genas t m direito a conserva o e prote o do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras ou territ rios e recursos Os Estados dever o estabelecer e executar programas de assist ncia aos povos ind genas para assegurar essa conserva o e prote o sem discrimina o alguma 149 2 Os Estados adotar o medidas eficazes para garantir que n o se armazenem nem eliminem materiais perigosos nas terras ou territ rios dos povos ind genas sem seu consentimento livre pr vio e
284. s forem necess rias por iniciativa pr pria ou a pedido do Conselho Diretivo de acordo com os procedimentos estabelecidos no regulamento da Assembleia Geral 3 3 Conselho Diretivo a Composi o O Conselho Diretivo ser composto de nove membros eleitos pela Assembleia Geral que representem em partes iguais os Governos dos Estados da regi o Membros do Fundo Ind gena os Povos Ind genas desses Estados Membros e os Governos dos outros Estados Membros O mandato dos Membros do Conselho Diretivo ser de dois anos devendo se procurar sua altern ncia b Decis es D as decis es ser o tomadas pela unanimidade dos votos afirmativos dos delegados dos Estados da regi o Membros do Fundo Ind gena bem como pela maioria dos votos afirmativos dos representantes de outros Estados Membros e pela maioria dos votos afirmativos dos delegados dos Povos Ind genas II as decis es do Conselho Diretivo que envolvam um determinado pa s requerer o tamb m para sua validade a aprova o do Governo do Estado de que se trate e do Povo Ind gena benefici rio por meio dos mecanismos mais apropriados c Fun es De conformidade com as normas regulamentos e orienta es aprovados pela Assembleia Geral s o fun es do Conselho Diretivo D propor Assembleia Geral os regulamentos e as normas complementares para o cumprimento dos objetivos do Fundo Ind gena inclusive o regulamento do Conselho II designar entre seus Membros o Presidente medi
285. s humanos internacionalmente reconhecidos 8 O gozo dos direitos coletivos Recordando o reconhecimento internacional de direitos que somente se podem gozar coletivamente e 9 Progressos jur dicos nacionais Levando em conta os avan os constitucionais legislativos e jurisprudenciais conseguidos nas Am ricas no sentido de garantir os direitos e institui es dos povos ind genas DECLARAM PRIMEIRO CAP TULO POVOS IND GENAS Artigo I Ambito de aplica o e defini es 170 1 Esta Declara o aplica se aos povos ind genas bem como queles cujas condi es sociais culturais e econ micas os distingam de outros segmentos da comunidade nacional e cujo status jur dico parcial ou totalmente regulado por seus pr prios costumes e tradi es ou por regulamentos ou leis especiais 2 Na determina o dos grupos a que se aplicam as disposi es da presente Declara o dever considerar se como crit rio fundamental a autoidentifica o como ind gena 3 Nesta Declara o o uso do termo povos n o deve ser interpretado no sentido de ter implica o alguma para outros direitos que se possam atribuir a figuras designadas por esse mesmo termo no Direito Internacional SEGUNDO CAP TULO DIREITOS HUMANOS Artigo II Plena vig ncia dos direitos humanos 1 Os povos ind genas t m direito ao pleno e efetivo gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais reconhecidos na Carta da OEA na Declara o Americ
286. s ind genas em virtude de ato ileg timo de autoridade e particular 2 Ningu m ter direito a a o ou indeniza o contra a Uni o o rg o de assist ncia ao ndio ou os silv colas em virtude da nulidade e extin o de que trata este artigo ou de suas consegii ncias econ micas 3 Em car ter excepcional e a ju zo exclusivo do dirigente do rg o de assist ncia ao ndio ser permitida a continua o por prazo razo vel dos efeitos dos contratos de arrendamento em vigor da data desta Lei desde que a sua extin o acarrete graves consegii ncias sociais Art 63 Nenhuma medida judicial ser concedida liminarmente em causas que envolvam interesse de silv colas ou do Patrim nio Ind gena sem pr via audi ncia da Uni o e do rg o de prote o ao ndio Art 64 Vetado Par grafo nico Vetado Art 65 O Poder Executivo far no prazo de cinco anos a demarca o das terras ind genas ainda n o demarcadas Art 66 O rg o de prote o ao silv cola far divulgar e respeitar as normas da Conven o 107 promulgada pelo Decreto n 58 824 de 14 de julho de 1966 Art 67 mantida a Lei n 5 371 de 05 de dezembro de 1967 Art 68 Esta Lei entrar em vigor na data de sua publica o revogadas as disposi es em contr rio Bras lia 19 de dezembro de 1973 152 da Independ ncia e 85 da Rep blica EM LIO G M DICI Alfredo Buzaid Ant nio Delfim Netto Jos Costa Cavalca
287. s lotados no N cleo Insikiran Destes professores dois efetivos s o ind genas ambos do povo Macuxi O N cleo conta tamb m com a participa o especial de especialistas do saber tradicional ind gena al m da colabora o de outras universidades e institui es p blicas brasileiras todas voltadas ao estudo da quest o Os candidatos que pretendam concorrer s vagas da LI devem atender aos requisitos ser profissional em exerc cio na educa o escolar ind gena ter uma carta de apoio da comunidade e apresentar o Registro Administrativo Ind gena expedido pela FUNAI As avalia es para o processo seletivo s o diferenciadas e espec ficas aos professores ind genas assim estruturadas da seguinte maneira na primeira fase o candidato avaliado por meio de um texto escrito cuja tem tica trata de problem ticas ind genas O texto pode ser redigido em portugu s ou numa das l nguas ind genas macuxi wapichana taurepang ingaric wai wai e ve kuana A segunda fase pode ser feita em uma das l nguas acima descritas para se avaliar a atitude do professor em rela o s quest es de efetiva o de um modelo de educa o escolar diferenciado Na ltima fase do processo faz se uma avalia o curricular na qual s o consideradas todas as participa es em eventos cient ficos e pol ticos al m de sua experi ncia na educa o escolar ind gena Sabe se que a gradua o da LI est em processo de reconhecimento formal pelo ME
288. s tratados atos conv nios e acordos bem como os direitos hist ricos deles emanados Os conflitos e disputas que n o se possam resolver de outra maneira ser o submetidos a rg os competentes Artigo XXII Este instrumento nada cont m que possa ser considerado como exclus o ou limita o de direitos presentes ou futuros de que os povos ind genas sejam titulares ou que venham a adquirir Artigo XXIV Os direitos reconhecidos nesta Declara o constituem o padr o m nimo para a sobreviv ncia dignidade e bem estar dos povos ind genas das Am ricas Artigo XXV Esta Declara o nada cont m que implique a concess o de direito algum a desconsiderar fronteiras entre Estados Artigo XXVI Esta Declara o nada cont m que implique uma permiss o para o exerc cio de qualquer atividade contr ria aos prop sitos e princ pios da Organiza o dos Estados Americanos inclusive a igualdade soberana a integridade territorial e a independ ncia pol tica dos Estados ou que possa ser interpretado como tal 177 Artigo XXVII Implementa o A Organiza o dos Estados Americanos e seus rg os organismos e entidades em particular o Instituto Indigenista Interamericano e a Comiss o Interamericana de Direitos Humanos dever o promover o respeito e aplica o plena das disposi es desta Declara o 178 ANEXO J Relat rio do Comit Nacional para Prepara o da Participa o Brasileira na HI Confer ncia Mundial das Na
289. s viviam na periferia da cidade de Dourados e de outros munic pios Encetaram se outras discuss es sobre a obrigatoriedade dos ndios formados retornarem aldeia para contribuir com seu povo discurso abandonado logo depois de serem lembrados os direitos constitucionais que garante o ir e vir de cada um inclusive dos ind genas A reuni o durou mais de seis horas teve ainda discuss es sobre o n mero de escolas nas aldeias e a possibilidade de haver ou n o candidatos ind genas para preencher o percentual estabelecido a dist ncia das aldeias at as Unidades da UEMS a sobreviv ncia destes fora da aldeia as diferen as culturais etc CORDEIRO 2008 p 61 Outras reuni es aconteceram afirma a autora mas ao longo delas foram considerados esgotados os questionamentos colocando em vota o os crit rios para a inscri o de alunos ndios A aprova o deles foi deliberada pela Resolu o CEPE UEMS n 382 de 14 de agosto de 2002 e posteriormente pela Resolu o CEPE MS n 430 de 30 de julho de 2004 que conservou os mesmos crit rios a saber 79 Para os ind genas I fotoc pia da c dula de identidade ind gena frente e verso II declara o de descend ncia ind gena e etnia fornecida pela Funda o Nacional do ndio em conjunto com Comiss es tnicas constitu das em cada comunidade II os candidatos que tiverem suas inscri es indeferidas concorrer o automaticamente nos setenta por cento referentes
290. se autodeclararem com cor de pele a preta parda ou ind gena e tenham Vestibular Resolu o 42 de Nas SA0 Taglio cursado o Ensino M dio geral 12 07 2007 integralmente em escolas p blicas s o oferecidas mais 10 de vagas em cada curso Em cada entrada de 500 vagas a ser o reservadas 250 como cotas Vestibular Resolu o UFABC n 02 Eno Sanpa para egressos de escola p blica e geral de 28 04 006 negros sendo 01 para ind gena Ap s a 2 fase do vestibular acr scimo de 30 pontos Nota Vestibular Delibera o A 12 04 de UNICAMP S o Paulo Padronizada se forem egressos si l 25 05 2004 do Conselho da escola p blica para os 8 Universit rio ind genas ainda mais 10 pontos UFT Tocantins 5 das vagas de cada curso s o Vestibular disponibilizados para ind genas geral Reserva de 23 vagas para Vestibular Resolu o n 08 07 do OERS Roraima ind genas espec fico CEPE de 16 10 2007 Reserva de 170 vagas para Vestibular Art 5 caput da lei 2 894 HEA Amazonas candidatos ind genas do estado geral de 31 05 2004 z Resolu o n 468 2007 UNEB Bahia 5 de n e o do CONSU de 8 E 16 08 2007 02 vagas por curso para Vestibular Resolu o do CONSU SERS Palia ind genas geral 034 2006 e agas em cada curso paa Vestibular SJ Reuni o Ordin ria UESC Bahia i 8 Soup do CONSEPE realizada ind genas reconhecidos pela geral FUNAI no dia 20 12 2006 Abertura de at 02 vagas extras para ind genas aldeados e egressos
291. seus cong neres dentre os quais a xenofobia e o chauvinismo o racismo consiste em um fen meno hist rico cujo substrato ideol gico preconiza a hierarquiza o dos grupos humanos com base na etnicidade Diferen as culturais ou fenot picas s o utilizadas como justifica es para atribuir desn veis intelectuais e morais a grupos humanos espec ficos No Brasil devemos registrar as teorias do m dico Raymundo Nina Rodrigues denomina o oficial do Instituto M dico Legal do estado da Bahia figura ainda hoje laureada pelos institutos de criminologia e fonte de inspira o de tratados contempor neos de criminologia cuja obra no final do s culo XIX incluiu estudos de medi es de cr nio e de largura do nariz para justificar alegadas tend ncias inatas dos negros para a criminalidade em adapta o tropical dos postulados lombrosianos referentes no o de criminoso nato interessante notar que a eugenia empregada na Europa para combater a alegada degenera o e para aperfei oar a ra a tornando a mais pura tenha figurado textualmente na Constitui o brasileira de 1934 e no Decreto Lei no 7 967 1945 por exemplo Nesse mesmo quadrante pode ser situado o primeiro C digo Penal da Rep blica revogado em 1941 pelo C digo vigente que criminalizava a capoeira uma das mais populares manifesta es culturais de matiz africano Como pode ser observado portanto do racismo como ideologia derivam leis pol ticas e pr ticas
292. seus pa ses revelaram uma estreita liga o entre etnia ra a e pobreza Desta forma poss vel perceber que n o s os Estados Unidos mas os pa ses que comp em o continente enfrentam novos desafios sobretudo os de ordem cultural que representam a ess ncia dos problemas relacionados ao racismo e a intoler ncia nas sociedades p s coloniais Nesse aspecto Santos e Lobato 2003 afirmam que n o se deve perder de vista o fato da hist ria universal n o registrar na era contempor nea exemplos de na es que tenham se consolidado de uma condi o perif rica de pot ncia econ mica e pol tica digna de respeito na cena pol tica internacional mantendo uma pol tica interna de exclus o aberta ou dissimulada legal ou meramente informal em rela o a uma parcela expressiva de seu povo O Banco Mundial ajuda governos em pa ses em desenvolvimento a reduzir a pobreza por meio de empr stimos e experi ncia t cnica para projetos em diversas reas como a constru o de escolas hospitais estradas e o desenvolvimento de projetos que ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas Nesta tica partia se do princ pio de que o desenvolvimento econ mico por si s n o garantia a participa o das camadas mais pobres nos benef cios do desenvolvimento Com base nesta conclus o o Banco passa a financiar o setor social como medida de al vio e de redu o da pobreza no Terceiro Mundo tamb m uma das maiores fontes
293. sexo l ngua religi o opini o publica ou qualquer outra opini o origem nacional ou social condi o econ mica ou nascimento tenha por objeto ou efeito destruir ou alterar a igualdade de tratamento em mat ria de ensino e principalmente 182 a privar qualquer pessoa ou grupo de pessoas do acesso aos diversos tipos ou graus de ensino b limitar a n vel inferior a educa o de qualquer pessoa ou grupo c sob reserva do disposto no artigo 2 da presente Conven o instituir ou manter sistemas ou estabelecimentos de ensino separados para pessoas ou grupos de pessoas ou d de impor a qualquer pessoa ou grupo de pessoas condi es incompat veis com a dignidade do homem No entanto poder se ia claramente entender que o artigo 6 do C digo Civil em vigor discriminat rio em suas disposi es S o incapazes relativamente a certos atos art 147 1 ou maneira de os exercer as III Os silv colas Discrimina o Indireta Por deriva o da discrimina o direta aquela que tem por objeto ou objetivo a discrimina o deriva a discrimina o indireta isto a cujo efeito independentemente da causa resulte em discrimina o Note se que a discrimina o pode ser praticada tanto por indiv duos quanto por institui es a denominada discrimina o institucional A perspectiva tradicional geralmente tende a perceber a discrimina o como individualista espor dica e epis dica A perspec
294. sidade Desta forma come ou se a discutir uma institui o ind gena que resultou na lei de sua cria o Seu maior objetivo contribuir para a forma o do talento humano al m de priorizar uma estreita rela o entre a Pachamama M e Terra e o Runa o homem baseada em Sumak Kawsanamanta Yachay bem viver comunit rio e na comunidade cient fica O Projeto Intercultural e Diversidade Cultural no Ensino Superior na Am rica Latina e Caribe TESALC apresenta estudos e experi ncias no atendimento s necessidades e demandas na educa o superior para os povos ind genas e negros Estas a es realizadas pela IESALC t m mostrado necessidades como Sentar bases para constituir uma red de colaboraci n entre las instituciones estudiadas abierta a otras construir uma base de datos gerar criterios para la produccion de estad sticas e indicadores sobre el campo y facilitar elementos para disefiar otras investigaciones que permitan profundizar em el conocimiento del tema MATO 2009 p 23 13 SOCIOAMBIENTAL Forma o superior ind gena deve aliar saberes tradicionais ind genas aos conhecimentos n o ind genas 13 08 2009 Dispon vel em lt https www socioambiental org nsa detalhe id 2936 gt Acesso em 20 jan 2010 34 Mato 2009 afirma que apesar de todos os esfor os as informa es sobre as quest es ind genas na educa o superior ainda s o escassos Poucos registros estat sticos descrevem e analisam de f
295. sim como os Estados promover o o respeito e a plena aplica o das disposi es da presente Declara o e zelar o pela efic cia da presente Declara o Artigo 43 Os direitos reconhecidos na presente Declara o constituem as normas m nimas para a sobreviv ncia a dignidade e o bem estar dos povos ind genas do mundo Artigo 44 Todos os direitos e as liberdades reconhecidos na presente Declara o se garantir o por igual ao homem e a mulher ind gena Artigo 45 Nada do conte do na presente Declara o se interpretar em sentido de que se diminua ou suprima os direitos que os povos ind genas t m na atualidade ou podem adquirir no futuro Artigo 46 1 Nada do assinalado na presente Declara o se interpretar em sentido de que se confira a um Estado povo grupo ou pessoa direito algum a participar em uma atividade ou realizar um ato contr rio Carta das Na es Unidas ou se entender em sentido de que autoriza ou fomenta a o alguma encaminhada a quebram ou menosprezar total ou parcialmente a integridade territorial ou a unidade pol tica de Estados soberanos e independentes 2 No exerc cio dos direitos enunciados na presente Declara o ser o respeitados os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos O exerc cio dos direitos estabelecidos na presente Declara o estar sujeito exclusivamente s limita es determinadas pela lei e com o acordo das obriga es internacionais em mat ria de direit
296. so XXXII proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos Artigo 23 inciso X combater os fatores de marginaliza o combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza o promovendo a integra o social dos setores desfavorecidos Artigo 170 inciso VII redu o das desigualdades sociais 8 Na UERJ esta suposta press o n o foi determinante Inspiradas pela experi ncia estadunidense e pelos encaminhamentos anteriores e posteriores Confer ncia de Durban ONGs negras centraram seus esfor os e sua forte influ ncia pol tica na efetiva o das a es afirmativas tendo no acesso universidade p blica seu principal campo de embates PERIA 2006 apud PAULINO 2008 p 31 46 Como vimos a Constitui o Federal estabelece importantes dispositivos que demarcam a busca da igualdade material A t tulo de registro destacamos o artigo 7o inciso XX que trata da prote o do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos O artigo 37 inciso VII que determina que a lei reserve um percentual de cargos e empregos p blicos aos portadores de defici ncia Acrescente se ainda a chamada Lei das cotas de 1995 Lei n 9 100 95 que obrigou que ao menos 20 dos cargos para as candidaturas s elei es municipais fossem reservados s mulheres Adicione se tamb m o Programa Nacional de Direitos Humanos que expressa alus o s pol ticas
297. sociais Com isso j podemos inferir que a express o pr tica do racismo por evidente n o exige que o agente possua destreza ou dom nio cient fico ou ret rico dos teoremas raciais muito menos filia o de longa data ou engajamento pol tico ideol gico s teorias raciais tampouco que produza uma a o movida por dio racial e que esta seja dirigida ao grupo racial no seu todo bastando que tal pr tica reflita o conte do nuclear da ideologia uma pr tica baseada em crit rio racial que tenha como finalidade ou efeito a viola o de direitos individuais ou coletivos Em conclus o n o pode fugir observa o o fato de que na sua dimens o estritamente ideol gica sem que se exteriorize de algum modo isto sem que se manifeste por meio de pr ticas o racismo situa se na esfera da consci ncia individual bem jur dico inviol vel conforme a norma do art 5o inciso VI da Constitui o da Rep blica 180 Preconceito S ntese dicionarizada atribui ao voc bulo preconceito os seguintes significados 1 Conceito ou opini o formados antecipadamente sem maior pondera o ou conhecimento dos fatos ideia preconcebida 2 julgamento ou opini o formada sem se levar em conta o fato que as conteste preju zo 3 supersti o crendice preju zo 4 suspeita intoler ncia dio irracional ou avers o a outra ra as credos religi es etc Categoria pertencente psicologia o preconceito pode
298. specialistas e professores ndios do Referencial Curricular Nacional para as Escolas Ind genas RCNED Cria o no mbito do Minist rio da Educa o da Coordena o Geral de Educa o Escolar Ind gena Estabelecimento de 1666 escolas ind genas que contam com 3041 professores ind genas Cria o do projeto Krah a fim de promover o aprimoramento das atividades agr colas de baixo impacto ambiental com objetivo de garantir a sobreviv ncia alimentar nas aldeias Realiza o do projeto Tucum de forma o e capacita o de professores ind genas em n vel de magist rio para as comunidades do Mato Grosso Xavante Paresi Apiak Irantxe Nambikwara Umotina Rikbaktsa Munduruku Kayabi Bor ro e Bakairi entre outras coordenado pela Secretaria de Estado da Educa o MT e al m da FUNAI tem conv nio com a Universidade Federal do Mato Grosso e prefeituras municipais do estado Realiza o do projeto 3 grau ind gena visando implanta o de tr s Cursos de Licenciatura Plena na Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT destinados forma o de 200 professores ind genas com previs o de in cio das aulas em julho de 2001 e t rmino em 2005 A iniciativa est sendo viabilizada por meio do Conv nio 121 2000 de 30 de junho de 2000 celebrado entre esta institui o de ensino e a Secretaria de Estado de Educa o do Mato Grosso SEDUC MT e do Conv nio n 11 de 15 de dezembro de 2000 celebrad
299. ss o do contingente populacional desses povos desde os anos 80 Tais levantamentos elaborados por esta ONG propicia informa es abrangentes sobre esta tem tica nas diferentes regi es brasileiras Mas como ponto relevante para pesquisas demogr ficas n o s o consideradas as vari veis tais como idade sexo nascimentos e bitos Como vimos poss vel o aprimoramento dos sistemas de registro e coleta de dados demogr ficos acerca dos ndios Embora avan os tenham acontecido nos ltimos anos persiste um padr o de invisibilidade que precisa ser questionado e modificado 2 2 Estere tipos e identidade N o se pode negar que as representa es e estere tipos acerca dos ndios estejam presentes h muito tempo no imagin rio social brasileiro Termos como ladr o bugre sujo beberr o pregui oso sempre estiveram presentes nos conceitos dados a eles tanto pelo senso comum como por alguns setores da elite Assim s o in meros os adjetivos dados a esses povos Se vivem nas aldeias e meio rural comum ouvir se dos que n o concordam com demarca o de terras e reservas que eles n o trabalham ent o n o precisam de terras Se vivem com a popula o urbana tem se deles uma imagem dita favor vel por m romantizada Segundo Melatti 2007 esta ideia foi amplamente interpretada e divulgada por pensadores europeus do passado colonial baseados nos primeiros relatos de viajantes Este mesmo
300. ssa a ser um objetivo constitucional a ser alcan ado pelo Estado e pela sociedade As a es afirmativas podem assumir diversas fei es como por exemplo na reserva de vagas a ser preenchidas por processos seletivos concurso p blico etc Como regra sempre possui um aspecto aumentar o n mero de membros de um grupo sub representado selecionado para ocupar outros setores sociais Esta forma de integra o social facilitar na gera o de amplos benef cios que poder incluir legitimidade do sistema pol tico maior Justi a no acesso de recursos e empregos motiva o para jovens oriundos de comunidades menos favorecidas para melhorar seu futuro e outros WEISSKOPF 2008 V rios pa ses no mundo t m adotado a es afirmativas e cotas na tentativa de diminuir a hist ria de exclus o de segmentos sociais marginalizados e desprovidos de benef cios por exemplo a escolariza o Tais a es s o uma provis o de algum tipo de 7 Deve se notar que a A o afirmativa n o resulta necessariamente na substitui o de candidatos mais bem qualificados por candidatos menos qualificados dos grupos contemplados pela discrimina o positiva Dependendo das circunst ncias uma pol tica de a o afirmativa pode ajudar a reduzir distor es nos procedimentos de sele o ou introduzir novas distor es WEISSKOPF 2008 27 vantagem ou seja favorecimento prefer ncia oferecida a pessoas pertencentes a grupos sub representad
301. ssas institui es preparando as para receber essa nova clientela os ind genas que desejam n o apenas aprender o que se tem para ensinar mas tamb m ver seus conhecimentos reconhecidos valorizados e no futuro transmitidos e atualizados no mbito das Universidades Para tanto ser fundamental que n o s a UEMS como tamb m as Institui es de Educa o Superior tornem se mais democr ticas multiculturais e voltadas aos interesses da sociedade como um todo CONSIDERA ES FINAIS Na presente pesquisa procurei enfatizar a relev ncia das a es afirmativas e cotas no pa s compreendidos enquanto mecanismos de implementa o da chamada discrimina o positiva que de certa forma visam reparar s culos de segrega o e marginaliza o de negros e ind genas na sociedade brasileira Conhe o as pol micas que envolvem a quest o principalmente o posicionamento dos que se dizem contr rios a elas utilizando argumentos pouco s lidos e contundentes e externando os de forma r pida buscando convencer e criar sofismas aos que procuram compreender a dura e cruel trajet ria hist rica a que foram submetidos tais grupos Assim ainda sou dos que acreditam serem necess rias mesmo que por tempo determinado para que se garanta de forma mais ampla o acesso ao ensino superior p blico por parte dos representantes desses segmentos sociais Inequivocamente as a es afirmativas s o instrumentos capazes de propiciar mobilidade soc
302. ssembleia Geral aprovar seu Regulamento e outras normas que considere necess rias para o funcionamento do Fundo Ind gena d Fun es As fun es da Assembleia Geral incluem entre outras D formular a pol tica geral do Fundo Ind gena e adotar as medidas necess rias para a consecu o de seus objetivos II aprovar os crit rios b sicos para a elabora o dos planos projetos e programas a serem apoiados pelo Fundo Ind gena HI aprovar a condi o de Membro conforme as disposi es deste Acordo e as regras estabelecidas pela Assembleia Geral IV aprovar o programa o or amento anual e as presta es de contas peri dicas dos recursos do Fundo Ind gena V eleger os Membros do Conselho Diretivo a que se refere o par grafo 3 3 e delegar a esse Conselho as faculdades necess rias para o funcionamento do Fundo Ind gena VD aprovar a estrutura t cnica e administrativa do Fundo Ind gena e nomear o Secret rio T cnico VII aprovar acordos especiais para possibilitar a Estados que n o sejam membros assim como a organiza es p blicas e privadas que cooperem com o Fundo Ind gena ou dele participem VIII aprovar eventuais modifica es do Acordo Constitutivo e submet las ratifica o dos Estados Membros quando for necess ria IX terminar as opera es do Fundo Ind gena e nomear liquidantes 154 e Reuni es A Assembleia Geral se reunir ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente quantas veze
303. ssidades educacionais especiais na Institui o Segundo a Divis o de Inclus o e Diversidade UEMS existem programas e projetos que incluem ind genas acad micos como Programa de Assist ncia Estudantil PAE o PAF UEMS 2009 Programa Institucional de Bolsas de Extens o PIBEX Programa Institucional de Bolsas de Inicia o Cientifica PIBIC Programa Vale Universidade Ind gena Projeto Contribui o para a etnosustentabilidade de comunidades ind genas Terena de Mato Grosso do Sul viabilizado por meio de parceria EMBRAPA UEMS FUNAI e AGRAER e projeto financiado pelo CNPq 2008 2010 O Projeto Rede de Saberes II 2008 2010 tem como objetivo oferecer apoio aos acad micos ind genas em suas trajet rias nas Institui es de Ensino Superior de MS por meio de parceria entre UCDB UEMS UFGD Trata se de projeto financiado pela Funda o FORD 2008 2010 Por outro lado a es v m sendo concretizadas tais como Laborat rio de Inform tica Aquisi o de materiais bibliogr ficos manuten o do Laborat rio de Inform tica do Rede de Saberes UEMS e aquisi o de materiais de uso laboratorial para acad micos ind genas principalmente para os calouros Apoio aos alunos ind genas em atividades de pesquisa relacionadas com o Trabalho de Conclus o de Curso TCC Tr s TCCs foram conclu dos Por um direito diferen a situa o jur dica penal dos presos ind genas no munic pio de Dourados MS A territorializa o da agricultu
304. t rios para alguns munic pios em cujos espa os eram oferecidos cursos na modalidade de salas de extens o Na d cada de 1990 foi poss vel observar as experi ncias para ind genas principalmente por meio de conv nio entre algumas universidades p blicas e privadas e a FUNAI Assim a PUC GO mediante este conv nio viabilizou a um grupo de ind genas o acesso universidade Mas foi a partir da d cada 2000 atual que o mecanismo de a o afirmativa atingiu maior abrang ncia A FUNAI procura oferecer bolsas de estudos para alunos ndios de escola particulares Nos ltimos anos estes alunos est o sendo incorporados s universidades p blicas Cajueiro 2008 em recente pesquisa sobre esta quest o nas Institui es P blicas de Ensino Superior TESPs no Brasil aponta uma s rie de dados e informa es a respeito do tema Segundo ele o debate p blico e as chamadas pol ticas governamentais v m 19 Gersen dos Santos Luciano professor ind gena e diretor do Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas CINEP 50 influenciando algumas decis es que favorecem as a es afirmativas Podemos dar como exemplo o fato de que das vinte e oito 28 universidades estaduais vinte e quatro 24 ou seja 86 delas t m a es afirmativas definidas por meio de leis estaduais Mas no caso das federais o amparo legal ocorre de maneira diversa e do universo composto por elas somente quinze 15 adotaram pol ticas de a o afirmativa d
305. taduais vagas suplementares e cotas para ind genas Institui o Estado Descri o Sele o Amparo legal UFPR Paran r 07 vagas suplementares aos Vestibular Resolu o n 37 2004 ind genas residentes no Paran espec fico Conselho Universit rio Lei Estadual UEL Paran 06 vagas suplementares aos Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Lei Estadual UEM Paran 06 vagas suplementares para Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Lei Estadual UEPG Paran 06 vagas suplementares para Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Lei Estadual UNICENTRO Paran 06 vagas suplementares para Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Lei Estadual UNESPAR Paran 06 vagas suplementares para Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Lei Estadual UENP Paran 06 vagas suplementares para Vestibular 14 995 2006 que deu ind genas residentes no Paran espec fico nova reda o Lei 13 134 2001 Para candidatos pertencentes aos povos ind genas ser o criadas 5 vagas suplementares que ser o Vestibular Resolu o Normativa n
306. tanto promover o papel dos servi os p blicos de radiodifus o e de televis o na elabora o de produ es audiovisuais de qualidade favorecendo particularmente o estabelecimento de mecanismos de coopera o que facilitem a difus o das mesmas 13 Elaborar pol ticas e estrat gias de preserva o e valoriza o do patrim nio cultural e natural em particular do patrim nio oral e imaterial e combater o tr fico il cito de bens e servi os culturais 14 Respeitar e proteger os sistemas de conhecimento tradicionais especialmente os das popula es aut ctones reconhecer a contribui o dos conhecimentos tradicionais para a prote o ambiental e a gest o dos recursos naturais e favorecer as sinergias entre a ci ncia moderna e os conhecimentos locais 15 Apoiar a mobilidade de criadores artistas pesquisadores cientistas e intelectuais e o desenvolvimento de programas e associa es internacionais de pesquisa procurando ao mesmo tempo preservar e aumentar a capacidade criativa dos pa ses em desenvolvimento e em transi o 16 Garantir a prote o dos direitos de autor e dos direitos conexos de modo a fomentar o desenvolvimento da criatividade contempor nea e uma remunera o justa do trabalho criativo defendendo ao mesmo tempo o direito p blico de acesso cultura conforme o Artigo 27 da Declara o Universal de Direitos Humanos 17 18 19 20 141 Ajudar a cria o ou a consolida o de in
307. tempo nos interroga Como fazer do outro um mesmo transitar pelo seu mundo e ele pelo nosso sem confronto sem conflitos sem fazer dele um igual para melhor submet lo GUSM O 2003 p 89 3 3 Renda familiar cotas A respeito da origem escolar todos os ind genas s o egressos da escola p blica Observo que se trata de grande conquista visto que a maioria de seus colegas e companheiros n o tem conseguido concluir a Educa o B sica Tr s 03 deles conclu ram o Ensino M dio em escola p blica na cidade quatro 04 estudaram na aldeia um 01 concluiu o segundo grau na aldeia e na cidade Pensando na estrutura familiar destes acad micos deduzimos que a renda mensal familiar dos ind genas que responderam ao question rio em m dia de cem R 100 00 a seiscentos reais R 600 00 Quatro 04 alunos n o contribuem nas despesas de casa e quatro 04 fazem quest o de ajudar suas fam lias com o aluguel e alimenta o Para o n o ndio estudar fora da cidade de origem um desafio e mesmo para qualquer pessoa estas mudan as impostas exigem adapta o que s vezes n o f cil Para o ndio por m este obst culo parece ser ainda maior pois a subsist ncia a cultura a l ngua a alimenta o o clima as amizades tudo muito diferente quase imposs vel de suportar Por isso muitos desistem 90 A Constitui o Brasileira garante aos ind genas educa o b sica diferenciada e espec fica En
308. tenha por objeto ou consegii ncia privar aos povos e as pessoas ind genas de sua integridade como povos distintos ou de seus valores culturais ou sua identidade tnica b Todo ato que tenha por objeto ou consegii ncia alhear lhes suas terras territ rios ou recursos c Toda forma de mudan a for ada de local de povoado que tenha por objeto ou consegii ncia a viola o ou o menosprezo de qualquer de seus direitos d Toda forma de assimila o ou integra o for adas e Toda forma de propaganda que tenha como fim promover ou incitar discrimina o racial ou tnica dirigida contra eles Artigo 9 Os povos e as pessoas ind genas t m direito a pertencer a uma comunidade ou na o ind gena de conformidade com as tradi es e costumes da comunidade ou na o de que se trate N o pode resultar nenhuma discrimina o de nenhum tipo de exerc cio desse direito Artigo 10 Os povos ind genas n o ser o desprezados pela for a de suas terras ou territ rios N o se proceder a nenhuma mudan a de local sem o consentimento livre pr vio e informado dos povos ind genas interessados nem sem um acordo pr vio sobre uma indeniza o justa e equitativa e sempre que seja poss vel a op o de regresso Artigo 11 1 Os povos ind genas t m direito a praticar e revitalizar suas tradi es e costumes culturais Isto inclui o direito a manter proteger e desenvolver as manifesta es passadas presentes e futuras de suas
309. ter o direito ao reconhecimento legal e pr tica de sua medicina tradicional tratamento farmacologia pr ticas e promo o da sa de inclusive da preven o e reabilita o 2 Os povos ind genas t m direito prote o das plantas de uso medicinal dos animais e minerais essenciais vida em seus territ rios tradicionais 3 Os povos ind genas ter o direito a usar manter desenvolver e administrar seus pr prios servi os de sa de bem como de ter acesso sem discrimina o alguma a todas as institui es e servi os de sa de e atendimento m dico acess veis popula o em geral 4 Os Estados prover o os meios necess rios para que os povos ind genas consigam eliminar situa es de sa de reinantes em suas comunidades que sejam deficientes em rela o aos padr es aceitos para a popula o em geral Artigo XIII Direito prote o ambiental 1 Os povos ind genas t m direito a um meio ambiente seguro e sadio condi o essencial para o gozo do direito vida e ao bem estar coletivo 2 Os povos ind genas t m direito a ser informados sobre medidas que possam afetar o meio ambiente inclusive recebendo informa es que assegurem sua efetiva participa o em a es e decis es de pol tica capazes de afet lo 3 Os povos ind genas t m o direito de conservar restaurar e proteger seu meio ambiente e a capacidade de produ o de suas terras territ rios e recursos 4 Os povos ind genas t m direi
310. terras consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade e est o decididos a conservar a desenvolver e a transmitir s gera es futuras seus territ rios ancestrais e sua identidade tnica como base de sua exist ncia continuada como povos em conformidade com seus pr prios padr es culturais as institui es sociais e os sistemas jur dicos NA ES UNIDAS 1998 apud LUCIANO 2006 p 27 A defini o apresentada pelas Na es Unidas tem caracter sticas t cnicas mas existem outros crit rios Continuidade hist rica com sociedades pr coloniais Estreita vincula o com o territ rio Sistemas sociais econ mico e pol ticos bem definidos L ngua cultura e cren as definidas Identificar se como diferente da sociedade nacional Vincula o ou articula o com a rede global dos povos ind genas NA ES UNIDAS 19988 apud LUCIANO 2006 p 27 O Estatuto do ndio de 1973 expressa em suas p ginas outra argumenta o afirmando que ndio todo indiv duo de origem e ascend ncia pr colombiana que se identifica e identificado como pertencente a um grupo tnico cujas caracter sticas culturais o distinguem da sociedade nacional Neste sentido a Constitui o n o imp e nenhum crit rio de identifica o para o ndio apenas estabelece em suas linhas gerais a compet ncia do Estado em demarcar as terras ind genas e garantir seus direitos b sicos Em 2004 o Brasil promulgou a Conven o
311. tiva institucional por sua vez acentua o car ter rotineiro e cont nuo da discrimina o Al m disso a perspectiva tradicional tende a considerar a discrimina o um fen meno aberto escancarado enquanto a perspectiva institucional percebe a discrimina o como sendo aberta ou encoberta vis vel ou escamoteada Em conclus o tomada como conduta como a o a discrimina o sujeita seu agente san o civil penal administrativa e outras assinalado que o sujeito passivo da discrimina o tanto pode ser um indiv duo isoladamente quanto uma coletividade discrimina o agravada a perspectiva de g nero necess rio sublinhar que as mulheres se encontram em situa o de especial vulnerabilidade no que diz respeito exposi o ao preconceito e a a es discriminat rias Nesse sentido o segmento feminino nos grupos sociais discriminados sofreria efeitos agravados em rela o aos que sofreria um homem com a mesma inser o s cio cultural Na verdade reproduz no seio do grupo objeto de discrimina o um mecanismo de estigmatiza o da mulher culturalmente arraigado que deve ser tomado em conta na defini o e implementa o de pol ticas p blicas de combate ao racismo e a discrimina o O sistema jur dico brasileiro O fen meno da discrimina o tomada em sua acep o lata apresenta distintas naturezas mas tamb m diferentes impactos na vida social e nas possibilidades de realiza o dos indiv duos
312. to a participar plenamente da formula o planejamento ordena o e execu o de programas governamentais de conserva o de suas terras territ rios e recursos 5 Os povos ind genas ter o direito a assist ncia de seus Estados com a finalidade de proteger o meio ambiente e poder o solicitar a assist ncia de organiza es internacionais 6 Os Estados proibir o e punir o e em conjunto com as autoridades ind genas impedir o a introdu o abandono ou dep sito de materiais ou res duos radioativos subst ncias e res duos t xicos que contrariem disposi es legais vigentes bem como a produ o introdu o tr nsito posse ou uso de armas qu micas biol gicas ou nucleares em reas ind genas 173 7 Quando o Estado declarar que um territ rio ind gena deve ser rea protegida as terras e territ rios estiverem sob reivindica o potencial ou real por parte de povos ind genas e as terras forem sujeitas a condi es de reserva de vida natural as reas de conserva o n o devem ser objeto de forma alguma de desenvolvimento de recursos naturais sem o conhecimento fundamentado e a participa o dos povos interessados QUARTO CAP TULO DIREITOS DE ORGANIZA O E POL TICOS Artigo XIV Direito de associa o e de reuni o e liberdade de express o e pensamento 1 Os povos ind genas t m os direitos de associa o reuni o e express o conforme seus valores usos costumes tradi es ancestrais cren as
313. to ao legislativo o primeiro e nico a ser considerado como medida de a o afirmativa nas universidades p blicas embora relevante 44 apresentava problemas na sua formula o Neste sentido Brand o 2005 p 7 8 afirma que em termos legislativos Uma grande iniciativa foi a aprova o em 1999 pelo Senado nacional do projeto de lei n 298 99 que destinava 50 do total de vagas para as universidades p blicas para estudantes que tivessem cursado todo o ensino fundamental e m dio em escolas p blicas essa atitude pol tica contribuiu consideravelmente para o rein cio do debate sobre a implanta o de cotas espec ficas para a admiss o dos estudantes nas universidades p blicas brasileiras n o mais centrando o debate apenas na quest o racial mas tamb m na quest o da origem escolar dos vestibulandos No entanto essa reserva de vagas destinava se unicamente aos alunos que tivessem cursado durante toda sua vida escolar em escola p blica deixando de lado todos os alunos que por ventura tivesse cursado um ou dois anos em escolas particulares No ano de 2001 temos a primeira universidade de grande porte no Brasil com reserva de vagas no ensino superior p blico e corte socioecon mico amparada pela Lei 3 524 2000 Focalizo 2001 como sendo o ano em que a UERJ enfrentou o desafio de discutir as leis que estabelecem a reserva de vagas chamadas cotas em seus cursos de gradua o A Lei Estadual n 3 524 2000 regulame
314. to colonial colonizador ou colonizado o reconhecimento da sua diferen a que libertaria o significante de pele cultura das fixa es da tipologia racial da anal tica do sangue das ideologias de domina o racial e cultural ou da degenera o BHABHA 2005 p 117 Os diferentes segmentos da sociedade brasileira est o se conscientizando de que os ind genas s o nossos contempor neos vivem no mesmo pa s participam na elabora o de leis elegem candidatos al m de compartilhar de problemas semelhantes as consequ ncias da polui o ambiental das diretrizes e a es do governo nas reas da pol tica economia sa de educa o administra o p blica dentre outros Estas mudan as ocorrem em v rios segmentos e buscam informa es atualizadas e precisas sobre a tem tica ind gena Os grupos sociais t m capacidade de elaborar novas concep es e constituir uma gama de conhecimentos integrados ao meio em que vivem e se desenvolvem Seria um erro acreditar que grupos ind genas estabelecem formas fixas de resist ncia s mudan as pois a cultura movimento constante e prop e edifica es acerca daquilo que nos apresentam Para Bhabha 2005 todas as formas de cultura est o de algum modo relacionadas umas com as outras porque cultura uma atividade significante ou simb lica A articula o de culturas poss vel n o por causa da familiaridade ou similaridade de conte dos mas porque todas as 64 culturas
315. tr polis Vozes 1995 GOMES Joaquim Barbosa O debate constitucional sobre as a es afirmativas In A o afirmativa e princ pio constitucional da igualdade Rio de Janeiro Renovar 2001 GOMES Nilma Lino A mulher negra que vi de perto Belo Horizonte Mazza Edi es 1995 GRUPIONI Lu s Donisete Benzi Os povos ind genas e a escola diferenciada Coment rios Sobre Alguns Instrumentos Jur dicos Internacionais In GRUPIONI Lu s Donizete Benzini VIDAL Lux Boelitz FISCHMANN Roseli Org Povos ind genas construindo pr ticas de respeitos e solidariedade S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2001a GRUPIONI Lu s Donizete Benzi VIDAL Lux Boelitz A toler ncia e os povos ind genas a busca do di logo na diferen a In GRUPIONI Lu s Donizete Benzini VIDAL Lux Boelitz FISCHMANN Roseli Org Povos ind genas construindo pr ticas de respeitos e solidariedade S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2001b GUSM O Neusa Maria de Os desafios da diversidade na escola In GUSM O Neusa Maria de Org Diversidade cultura e educa o olhares cruzados S o Paulo Biruta 2003 HALL Stuart A centralidade da cultura notas sobre as revolu es de nosso tempo Revista Educa o e Revista Porto Alegre v 22 n 22 p 15 46 jul dez 1997 113 HALL Stuart A identidade cultural na p s modernidade 10 ed Rio de Janeiro DP amp A 2005 HALL Stuart Da di spora ident
316. tretanto querem que este ind gena ingresse nas universidades regulares n o espec ficas e n o diferenciadas mas parece que h uma incoer ncia quanto forma em que estes alunos s o recebidos nas IES brasileiras Talvez porque a tradi o dominante das TES facilite a conten o e a assimila o das diferen as culturais em vez de tratar os as estudantes como portadores as de mem rias sociais distintas com o direito de falar e de representarem a si pr prios as na busca de aprendizagem e de auto determina o SILVA 1995 p 85 Sendo assim fiz a seguinte pergunta O que est aprendendo na UEMS tem a ver com o conhecimento aprendido na Aldeia Afirmaram que Sinto me com pouca bagagem de conhecimento formal portanto com obriga o de estudar mais que os outros Question rio n 07 Algumas coisas s o iguais mas outras s o completamente diferentes Question rio n 04 N o muito diferente aqui como se eu nunca tivesse nascido Eu adoraria viver com meus pais mas eu tenho que conhecer a cultura do branco Question rio n 08 H um distanciamento entre o que est o aprendendo na UEMS e o que assimilaram na escola da aldeia Luciano 2006 considera que apesar das contradi es existentes a escola um instrumento de peso na afirma o de identidades valores e conhecimentos do ndio Esse o maior desafio para escola diferenciada pois ela vem cumprindo a sua fun o chamando a aten o da sociedade
317. trutural enraizada na sociedade GOMES 2001 p 6 7 apud BRAND O 2005 p 37 16 Consultei o Banco de Teses da Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES acerca da produ o acad mica que envolvesse a es afirmativas e cotas Descobri a exiguidade de trabalhos que abordam ind genas enquanto acad micos e cotistas com as exce es de Cordeiro 2008 e de Paulino 2008 Para Cordeiro 2008 nosso pa s tem uma imagem de na o tolerante e democr tica portanto n o praticaria segrega o racial Para a autora a ado o de a es afirmativas e de cotas d mostra de que na verdade n o bem assim As cotas representam consideradas medidas de repara o compensa o e de inclus o sociocultural Na UEMS essas chegaram por meio da Lei n 2 589 de 26 12 2002 que disp e sobre a reserva de vagas para ind genas e a de n 2 605 de 06 01 2003 que prescreve sobre a reserva de 20 das vagas para negros Essa medida foi regulamentada mediante discuss o com lideran as dos movimentos negro e ind genas e comunidade acad mica Cordeiro 2008 analisou o desempenho de brancos negros e ind genas desde os dados dos vestibulares realizados no m s de dezembro dos anos de 2003 2004 2005 e 2006 e as m dias finais dos anos letivos de 2004 2005 2006 e 2007 em trinta e sete 37 cursos da UEMS Identificou o perfil dos cotistas e demonstrou que n o existem diferen as dignas de destaque entre o desemp
318. u tnica que tenha por objetivo ou por resultado anular ou menosprezar o reconhecimento gozo ou exerc cio em condi es de igualdade dos direitos humanos e liberdades fundamentais Essa declara o impele todos os pa ses que a assinaram a tomar medidas contra o preconceito que leva discrimina o e a criar mecanismos que garantam uma melhor compreens o e toler ncia entre grupos raciais ou tnicos diferenciados Grupioni 2001b argumenta a respeito da Conven o para a Preven o e a San o do Delito do Genoc dio sancionada pela ONU em 1948 que define genoc dio a extermina o met dica de um grupo tnico nacional racial ou religioso que pode ocorrer n o s pela matan a de pessoas que perten am a um grupo mas tamb m por submeter de forma intencional o grupo a condi es de exist ncia que podem acarretar sua destrui o f sica ou levar a uma les o grave na integridade f sica ou mental dos membros do grupo Posteriormente em decorr ncia de avan os a ONU proclama em 1978 a Declara o sobre a Ra a e os Preconceitos Raciais na qual est expresso que toda pessoa tem a liberdade de ser 25 rg o das Na es Unidas ONU para a Educa o Cultura e Patrim nio Art stico cultural 67 diferente de manter sua identidade cultural e desenvolver livremente suas capacidades intelectuais t cnicas sociais econ micas culturais e pol ticas O documento firma que cada grupo pode decidir livremente s
319. u 01 01 Guarani Kaiow 01 01 Enfermagem Terena p oa o Guarani Kaiow 01 01 02 F sica Terena 03 03 Normal Superior Terena 01 01 81 Unidade Curso Etnia Masculino Feminino Total Letras Terena 05 05 Guarani Kaiow 01 04 05 Matem tica Terena 05 02 07 Guarani Kaiow 01 01 02 Ofay Xavante 01 01 Qu mica Terena 03 04 07 Sistema de Informa o Terena 06 01 07 Turismo Terena 03 03 06 Guarani Kaiow 01 02 03 Oloja de Geografia Terena 03 01 04 Dourados Ivinhema Ci ncias Biol gicas Terena 02 02 Geografia Terena 01 01 Jardim Normal Superior Terena 01 01 Letras Terena 01 01 Turismo Terena 02 03 05 Maracaju Administra o Terena 05 02 07 Pedagogia Terena 04 01 05 Mundo Novo Ci ncias Biol gicas Terena 01 01 Navira Direito Kadiw u 01 01 Normal Superior Guarani Kaiw 01 01 Nova Andradina Letras Terena 01 01 Ponta Por Administra o Terena 02 02 Total Geral 181 Fonte Dados da Divis o de Inclus o e Diversidade PROEC UEMS As a es afirmativas e dentre elas as cotas nas universidades s o assuntos que v m sendo debatidos com muita fregii ncia em nossa sociedade No Brasil n o s os movimentos sociais e representantes dos grupos tnicos levantam a bandeira da promo o racial mas tamb m o meio acad mico pol ticos e legisladores t m buscado apro
320. ualquer modo a sua pr tica Pena deten o de um a tr s meses II utilizar o ndio ou comunidade ind gena como objeto de propaganda tur stica ou de exibi o para fins lucrativos Pena deten o de dois a seis meses HI propiciar por qualquer meio a aquisi o o uso e a dissemina o de bebidas alco licas nos grupos tribais eu entre ndios n o integrados Pena deten o de seis meses a dois anos Par grafo nico As penas estatu das neste artigo s o agravadas de um ter o quando o crime for praticado por funcion rio ou empregado do rg o de assist ncia ao ndio Art 59 No caso de crime contra a pessoa o patrim nio ou os costumes em que o ofendido seja ndio n o integrado ou comunidade ind gena a pena ser agravada de um ter o T TULO VII Disposi es Gerais Art 60 Os bens e rendas do Patrim nio Ind gena gozam de plena isen o tribut ria 167 Art 61 S o extensivos os interesses do Patrim nio Ind gena os privil gios da Fazenda P blica quanto impenhorabilidade de bens rendas e servi os a es especiais prazos processuais juros e custas Art 62 Ficam declaradas a nulidade e a extin o dos efeitos jur dicos dos atos de qualquer natureza que tenham por objeto o dom nio a posse ou a ocupa o das terras habitadas pelos ndios ou comunidades ind genas 1 Aplica se o dispositivo neste artigo s terras que tenham sido desocupadas pelos ndios ou comunidade
321. uas pr prias reorganiza es sociais culturais e porque n o dizer de sua identidade tnica ressaltando que todo indiv duo constru do culturalmente no espa o e grupo ao qual pertence Como se esta situa o n o bastasse as terras que est o sob seus dom nios se encontram com os recursos naturais amplamente comprometidos por conta das a es inadequadas de desmatamento e cultivo da mesma sem preocupa o com o meio ambiente pondo em risco tamb m a sua sustentabilidade CRUZ et al 2007 p 3 N o obstante as lutas travadas com o sistema s cio econ mico e cultural brasileiro seus direitos continuam sendo negados em parte Pode se observar no caso do despejo dos Guarani e Kaiow no dia 11 de setembro de 2009 da rea ind gena Nanderu Laranjeiras de Rio Brilhante MS Por ordem da justi a os ind genas foram expulsos de sua terra e em meio ao desespero de todos um ind gena levantou se e exclamou O nosso sangue tamb m vermelho Brand 2001 p 37 afirma que a constante luta pela garantia dos territ rios e de seus recursos naturais ocultou e segue ocultando um problema mais profundo que o da nega o do outro do diferente como algu m plenamente humano e com os mesmos direitos Assim apesar dos conflitos existentes continua latente a din mica que permite ao ind gena reafirmar sua identidade Observa se nas ltimas gera es de ndios uma busca constante pela recupera o de valores e dos
322. uinte composi o I Representantes do Governo a Assessoria Especial do Gabinete da Presid ncia Vilmar Evangelista Faria b Minist rio das Rela es Exteriores Ministro Hildebrando Tadeu Nascimento Valadares c Minist rio da Educa o Carlos Alberto Ribeiro de Xavier d Minist rio da Sa de Cl udio Duarte da Fonseca d Minist rio do Trabalho e Emprego Maria Helena Gomes dos Santos e Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Sebasti o Azevedo f Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Ricardo Paes de Barros g Secretaria de Estado da Assist ncia Social Maria Albanita Roberta de Lima h Conselho do Programa Comunidade Solid ria Teresa Lobo 1 Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA Roberto Borges Martins j Instituto de Pesquisa em Rela es Internacionais IPRI Conselho Carlos Henrique Cardim k Funda o Cultural Palmares Carlos Moura 1 Funda o Nacional do ndio Gl nio da Costa Alvarez Il Representantes da Sociedade Civil a Reverendo Antonio Olimpio de Sant Ana Conselho Mundial de Igrejas b Azelene In cio Kaingang Conselho de Articula o dos Povos e Organiza es Ind genas do Brasil CAPOIBE c Benedita da Silva Vice Governadora do Estado do Rio de Janeiro d Cl udio Nascimento Diretor de Diretor Humanos da Associa o Brasileira de Gays L sbicas 191 e Travestis e Dom G lio Fel cio Bispo Auxiliar de Salvador f H lio de Souza Santos Professor universit rio e
323. ultural no Ensino Superior na Am rica Latina e Caribe IESPs Institui es de Ensino Superior P blicas INCRA Instituto Nacional de Coloniza o e Reforma Agr ria ISA Instituto Socioambiental LACED Laborat rio de Pesquisa em Etnicidade Cultura e Desenvolvimento LI Licenciatura Intercultural MEC Minist rio da Educa o NEI SECD N cleo de Educa o Ind gena da Secretaria Estadual de Educa o Cultura e Desportos NI N cleo Insikiran de Forma o Superior Ind gena ODIN CINEP Observat rio de Direitos Ind genas Centro Ind gena de Estudos e Pesquisas OMIR Organiza o das Mulheres Ind genas de Roraima ONGs Organiza es N o governamentais ONU Organiza o das Na es Unidas OPIR Organiza o dos Professores Ind genas de Roraima OUI Organiza o Universit ria Interamericana PAE UEMS Programa de Assist ncia Estudantil PDI UEMS Plano de Desenvolvimento Institucional PIBEX UEMS Programa Institucional de Bolsas de Extens o PIBIC UEMS Programa Institucional de Bolsas de Inicia o Cientifica PIBICAF Programa Institucional de Bolsas de Inicia o Cient fica A es Afirmativas PPP Projeto Pol tico Pedag gico PROEC UEMS Pr Reitoria de Extens o Cultura e Assuntos Comunit rios PROEIB Andes Programa de Formaci n em Educaci n Intercultural Bilingue para los Pa ses Andinos PROESI UEMS Programa de Educa o Superior Ind gena Intercultural PROESI U
324. uno elaborei a seguinte indaga o Ao finalizar seus estudos deseja voltar para a sua aldeia Quatro 04 ind genas responderam que desejam retornar s suas aldeias para ajudar suas comunidades por meio do conhecimento adquirido nas gradua es tendo em vista que Na aldeia temos mais oportunidades no meu caso dar aula Question rio 01 Para poder ajudar e melhorar o Ensino B sico nas aldeias Question rio 02 Meu principal objetivo ensinar a L ngua Portuguesa dentro das comunidades ind genas Question rio 03 Com o meu aprendizado poderei ajudar e lutar pelos direitos ind genas Question rio 04 Foi poss vel observar que eles reconhecem o ensino superior como uma significativa oportunidade e ao mesmo tempo acesso ao conhecimento n o ind gena mas consideram talvez ingenuamente este novo aprendizado como mais qualificado e ao mesmo tempo mais avan ado E creem que todos esses aspectos que representam conquistas de um aprendizado que os auxiliar na fun o de suas novas profiss es antes ocupadas apenas por n o ind genas aqui na universidade que aprenderemos o que vai mudar o nosso comportamento e o nosso modo de agir para melhor Question rio n 04 Estar a universidade convencendo os de que educ los alfabetiz los e conceder lhes o dom nio da escrita formal para que possam repassar o conhecimento acad mico interpretado por alguns como o ideal Se for desta forma penso que pelo fato de se
325. ur dicos localiza o destes povos e outros questionamentos que permeiam a realidade ind gena de Mato Grosso do Sul bem como sua presen a na UEMS por meio da pol tica de cotas para minorias tnicas CAP TULO II OS IND GENAS CULTURA E IDENTIDADE A hist ria tradicional produzida pelas elites ditas brancas e intelectuais tentou perpetuar a representa o do Brasil numa perspectiva relativamente branca e ao mesmo tempo homog nea embora formada a partir de matizes distintas Dificultando assim a sobreviv ncia dos diversos grupos tnicos portadores de cosmologia din mica sociocultural l ngua processo de transmiss o de conhecimento e historicidade pr pria Por muitos s culos a palavra ndio fazia refer ncia a homens e mulheres simples e ex ticos corpos nus adornados com dentes de animais plumas de aves nativas e pintados com diversas cores Estes eram membros de popula es tribais nativas que residiam em locais distantes de dif cil acesso e de pouco ou nenhum contato com popula o nacional Tais defini es j n o explicam a maneira de ser do ndio Somos assim desafiados a pensar um pouco mais sobre isso principalmente na identidade destes sujeitos Hall 2005 afirma que as mudan as ocorridas nas sociedades modernas promovem fragmenta o na paisagem cultural das etnias que no passado nos forneciam r gidas refer ncias como indiv duos sociais Tais altera es est o mudando as identidades indivi
326. us integrantes estarem suficientemente colonizados a ponto de n o perceber a multiplicidade de hist rias de possibilidades de ser humano Na entrevista aparecem as express es para poder ajudar e melhorar o Ensino B sico nas aldeias e meu principal objetivo ensinar a L ngua Portuguesa dentro das comunidades ind genas Estas duas afirma es me fizeram pensar melhorar a educa o b sica e ensinar a l ngua portuguesa a partir de que l gica Do Sistema Nacional de 87 Educa o A maioria dos alunos ind genas est inserida neste sistema de ensino e submete se s regras e valores que pautam a tradicional sociedade Estes acad micos acreditam que para ensinar seus povos necessitam ser capacitados pelo conhecimento ocidental mesmo sabendo que neste local de ensino superior pouco ou nada sabem do modo de vida das comunidades ind genas e dos saberes que est o relacionados sensibilidade e forma de compreender a natureza que se manifesta no exerc cio do trabalho nos ritos nas festas na arte na medicina nas constru es das casas na comida na bebida e at na l ngua que tem sempre um significado cosmol gico primordial LUCIANO 2006 p 170 Movido pela ret rica do respeito diversidade aos saberes diferenciados e as diferentes formas de vida d se a condi o de n o se confrontar com a ordem poss vel Dessa forma os ndios podem participar da vida acad mica desde que capacitados pela academ
327. usando a educa o colonial existente entre eles e na qual alguns est o submetidos Reclamam por um espa o na academia para que possam integrar os seus pr prios valores saberes e conhecimento com rela o distinta daqueles tomados pelo mundo ocidental mas ambos necess rios para a atual situa o em que se encontram Nesse aspecto A universidade entendida e vista hoje pelos povos ind genas como espa o de produ o e reprodu o de saber e poder dominante por outro eles entendem que precisam desse saber e poder para diminuir a desvantagem nas correla es de for as da luta que travam por seus direitos no mbito das pol ticas p blicas LUCIANO 2006 p 32 Os ind genas est o procurando estabelecer novas formas de negocia o e interven es nas pol ticas p blicas acreditando na forma o universit ria e na urg ncia de qualificar seus jovens para um debate qualificado no mbito da pr pria academia como centro de saber e poder ocidental e das pol ticas governamentais al m claro da import ncia do acesso e da apropria o dos conhecimentos t cnicos e tecnol gicos LUCIANO 2006 p 32 Desta forma consider vel que se trata de um duplo caminho segundo afirma Betancourt apud CHAMORRO 2009 p 17 A do logos fundamenta a ci ncia ocidental e a do mito que fundamenta o saber ind gena Isso significa que nossa tarefa na universidade n o submeter a mem ria simb lica do imagin rio ind
328. va compreendida como comportamento ativo do Estado em contraposi o atitude negativa passiva limitada mera inten o de n o discriminar 187 Assim poss vel afirmar que na atualidade embora permane a catalogado na primeira gera o de direitos o direto de igualdade assume paulatinamente os contornos de um direito social na medida em que passa a demandar presta es positivas por parte do Estado Certo que seja traduzindo se em regras proibitivas de condutas discriminat rias injustas seja prescrevendo discrimina o justa o princ pio da igualdade passa a encerrar n o apenas um novo conte do sem ntico mas especialmente uma nova concep o do papel do Estado exigindo lhe a ado o de pol ticas e programas capazes de traduzir a igualdade formal em igualdade substantiva Por fim n o se pode deixar de mencionar o fato de que ao consignar o princ pio da promo o da igualdade o sistema constitucional brasileiro resgata e positiva o princ pio aristot lico de Justi a distributiva segundo o qual justi a implica necessariamente tratar desigualmente os desiguais ressalvando que tratamento diferenciado n o se presta a garantir privil gios mas sim possibilitar a igualiza o na frui o de direitos Assinale se ainda que a Conven o Internacional Sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o Racial ratificada pelo Brasil h tr s d cadas j no seu Pre mbulo prescreve a ado o de me
329. versidade Posso considerar como est mulo pesquisa o ocorrido no limiar do segundo semestre de 2005 quando a UEMS realizou em tr s Unidades Polos Dourados Campo Grande e Cassil ndia uma capacita o de seus docentes e t cnicos promovendo dias de debates discuss es e reflex o acerca das cotas nessa Universidade Naquela oportunidade estiveram presentes professores da pr pria universidade bem como pesquisadores de outras institui es fomentando os di logos e participando ativamente da iniciativa Enquanto docente estive presente s atividades em Campo Grande MS e foi nessa ocasi o que quest es sobre a situa o dos acad micos ind genas come aram a instigar me Durante a socializa o dos temas discutidos observei in meros pontos considerados por mim significativos e dignos de reflex o como por exemplo a pouca presen a e representatividade ind gena nos debates a evid ncia de preconceitos nem sempre velados por parte dos docentes no tocante s cotas dentre outros Ouvi na ocasi o a express o de um professor ndio n o consegue acompanhar o mesmo processo de aprendizagem do branco penso que ele procurou legitimar seu discurso apontando o alto ndice de reprova o e evas o em alguns cursos da UEMS Outra express o foi sobre as dificuldades desses mesmos acad micos em disciplinas que exigiam racioc nio l gico matem tico e outros problemas Assim transpareceu nas suas afirma es
330. xperi ncia dos cursos de Licenciatura para a Forma o de Professores Ind genas realizados pelo Programa de Educa o Superior Ind gena Intercultural PROESN da UNEMAT sediada no Campus Universit rio em Barra do Bugres MT Seus primeiros cursos come aram a ser realizados em 2001 a saber os de licenciatura plena nas reas de Ci ncias Matem ticas e da Natureza Ci ncias Sociais L nguas Artes e Literatura A terceira turma de professores ind genas do estado de Mato Grosso encontra se em forma o pela UNEMAT mediante parcerias com a Secretaria Estadual de Educa o e a Funda o Nacional do ndio FUNAD A turma de quarenta 40 acad micos de 12 etnias do estado iniciou os cursos em 2008 e deve concluir o terceiro grau em 2012 Al m disso segundo Janu rio e Silva 2007 a UNEMAT oferta a segunda turma de especializa o em Educa o Escolar Ind gena Nela a se oferece tr s cursos superiores de licenciatura ind gena sendo estes os de Licenciatura em Ci ncias Matem ticas e da Natureza em Ci ncias Sociais e L nguas Artes e Literaturas Estas gradua es t m dura o de cinco 05 anos e uma carga hor ria total de 4 025 horas Os cursos est o estruturados em dez 10 Etapas de Estudos Centro Amaz nico de Forma o Ind gena CAFI foi criado para atender demandas espec ficas e hist ricas dos povos ind genas brasileiros capacitando os na pol tica e tecnicamente formando lideran as ind genas da Amaz

Download Pdf Manuals

image

Related Search

Related Contents

電磁波測定器トリフィールドメーター取扱説明書（PDF）  EDSS/RODS User Manual - KFL&A Public Health Informatics  Excella Two - ET シリーズは、初代 Excella シリーズの経験を    Datasheet    - NEC Display Solutions Europe  SERVICE MANUAL - Cool Designs Ltd  (年3回ー・ア-ー0月発行)  Modo de empleo Aplicación Precauciones Almacenamiento  

Copyright © All rights reserved.
Failed to retrieve file