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UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e

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1. UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Realizado por Neuza Isabel da Silva Valadas Orientado por Prof Doutora Arqt Maria J oao dos Reis Moreira Soares Constitui o do J uri Presidente Prof Doutor Arqt J oaquim J os Ferr o de Oliveira Braizinha Orientadora Prof 2 Doutora Arqt Maria J odo dos Reis Moreira Soares Arguente Prof Doutor Argt Mario J odo Alves Chaves Disserta o aprovada em 30 de Julho de 2014 Lisboa 2014 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas Lisboa Julho 2014 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas Lisboa Julho 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Disserta o apresentada Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa para a obten o do grau de Mestre em Arquitectura Orientadora Prof Doutora Arat Maria Jo o dos Reis Moreira Soares Lisboa Julho 2014 Ficha T cnica Autora Neuza Isabel da Silva Vala
2. From the optic haptic realm of material and detail to the connections of space developed in the light of foreground middle ground and distant view architecture is manifest in perception Enmeshed experience or the merging of object and field is an elemental force of architecture Beyond the physicality of architecture objects and the necessities of programmatic content enmeshed experience is not merely a place of events things and activities but a more intangible condition that emerges from the continuous unfolding of overlapping spaces materials and detail This in between reality is analogous to the moment in which individual elements begin to lose their clarity the moment in which an object merges with its field Holl 2000 p 56 15 Sobre a express o experimentar espa o Perception is altered by science s spatial discoveries New views of intergalactic space stretch psychological body Experience is understood not only via objects or things yet space is only perceived when a subject describes it As that subject occupies a particular time space is thus linked to a perceived duration The virtual body as a system of nerves and senses is oriented in space It is either upside down or right side up The body is at the very essence of our being and our spatial perception As we move through spaces the body moves in a constant state of essential incompletion A determinate point of view necessarily gives way to an
3. look at me am so beautiful am more beautiful than the other trees It s just a tree and it s beautiful To him a tree is a pure being of obsolete presence in his simple terms Nothing special incredibly powerful Zumpthor 2013 From the beginning the materials are there right next to the desk when we put materials together a reaction starts this is about materials this is about creating an atmosphere and this is about creating architecture In the case of the Vals the materials used were a mixed of locally quarried stones along with Italian stones trust your materials Following the prolonged seven years design process of the Vals he could gladly say I found out that stone and water have a love relationship When look at this kind of house without a form what interests me the most is emotional space If a space doesn t get to me then am not interested want to create emotional spaces which get to you Peter Zumpthor quando fala sobre presen a em entrevista Zumpthor 2013 Neuza Isabel da Silva Valadas 20 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 1 Pousada Santa B rbara vista exterior Ilustra o nossa 2012 A Pousada de Santa B rbara constituindo se como um exemplo feliz de como a ast cia do arquitecto nos leva a experimentar uma plena comunh o entre o s tio que depois
4. A building is a machine in the same way that Deleuze and Guattari s book is a machine When encounter a building it produces in me certain affects lines of flight deterritorializations whatever Precisely what affects it produces in me will depend on what bring to it as part of me my experience ideas that have picked up from reading stray images that the building calls to mind Part of this baggage is personal Perhaps the building reminds me of a place knew as a child where was happy or perhaps it evokes a place where was attacked out of the blue If it happens to do such things then the building might produce in me powerful affects that are a real part of my response my pulse rate might quicken might hyperventilate and that might be the overwhelmingly important part of the response so far as am concerned but such a response would not have any wider significance It would have been no part of the designer s intention and others would not share it feel it as a real response it s my response but you tell me that I m just imagining it And of course in a manner of speaking that s just what am doing I m imagining it but I m imagining it because of what the building is doing to me which makes it real enough for me Other sorts of responses come about in ways that can be anticipated or cultivated If have studied architecture and recognize that the building before me makes use of the vocabula
5. be A f b gr aes TAN ru 2 PAaTIC con pERsATiON Ilustra o 25 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 266 Neuza Isabel da Silva Valadas 76 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 2 Af e 7 fame ede etiani Denona Ds IPLA RES AN Separar cc N 4 p eg arnai Tene PIP MICE os Sy ae Ei y Mori AT i MM qua er A ot 1 poe E eT eit E P nd dei pm Mozart Concert Arias 1992 Ilustra o 26 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 267 Neuza Isabel da Silva Valadas 77 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo we ws a A Soto T y 4 j i joio 49 f IR j fj 5 y Ea g Do Th E ZA J w m ura A tao Su ad Kk im Fh ry Ro Es fe gt e 05 DARAT ata p Tee y ig IVA y 3 f THe Ne A gt bi A pasea E Ed 3 Fy P e 5 2 5 j EAD Eas j 8 E gt 4 a 4 a i a i Vi 4 o P pm q Wy A Jeto i yj amp Sa lt x jasi Kinok 1994 llustra o 27 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 269 Neuza Isabel da Silva Valadas Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo cen klein a o amiina alapt cen kei ME O pane p
6. IMAGEM CEREBRAL Consequ ncias 1 Todo o corpo passa a ser mobilizado para a express o o torso que at aqui era utilizado como um bloco passa a ser a fontee o motor do gesto 2 Express o passa a ser obtida pela contrac o e relaxamento dos m sculos tension release 3 Todos os sentimentos passam a ter a sua tradu o corporal extens o do corpo auto realiza o dobrar do corpo anula o Gesto refor a o sentimento e por sua vez o sentimento refor a o gesto 3 Escolas conduzir o o Delsartismo Dan a Moderna Di Denishawnschool EB Isadora Duncan E Ruth Saint Denis Medita o A dan a tornada um acto religioso Estabelecimento de uma doutrina T cnica corporal met dica Juntamente com Ted Shwan a criadora da dan a actual Influ ncias Critica da raz o pura de Kant e Idyll of the White Lotus Interpreta o da Imagem Emo o religiosa Ruth Saint Denis agarrando a ideia de Isadora Duncan Dan ar exprimir a vida interior instaura uma doutrina e estabelece uma t cnica corporal met dica Todo o corpo mobilizado pelo movimento especilamente o tronco os ombros e os bra os que passam a ser utilizados em todos os eixos do espa o com prefer ncia pelos movimentos ondulat rios Liberta o da express o corporal das conven es formais libertar o corpo e potenciar os movimentos do esp rito e assim libertar a dan a Execu o do Gesto Codificado
7. desenhos ideias que se infiltram todas elas no processo de cria o coreogr fica Brown apud Gil 2001 p 170 Criar de dentro para fora pelo corpo atrav s do corpo O Nascimento por si mesmo Muitos core grafos recorrem a este tipo de diagramas mais ou menos abstractos constituindo registos que complementam as suas notas coreogr ficas S o muitas vezes confundidos com as opera es de nota o dos movimentos Gil 2001 p 170 O core grafo v em cada sequ ncia linear o desdobramento dos mais pequenos movimentos num espa o n o uni ou bidimensional Gil 2001 p 170 Assim uma linha um tra ado resultam da projec o dos movimentos concretos sobre um espa o abstracto Gil 2001 p 170 Um espa o de profundidade onde coexistem v rios planos ou espa os heterog neos Tamb m Nijinski nos recorda o valor do diagrama e do desenho enquanto ve culo quando atrav s dos diagramas que executa que pareciam executados com compasso revela que estes n o pretendiam representar os movimentos reais mas antes o movimento no espa o transcendental Gil 2001 p 171 Ora a representa o de movimentos no espa o transcendental semelhan a de Trisha Brown trata atrav s da utiliza o do desenho enquanto ve culo capaz de expressar uma linguagem a utiliza o e do reajuste de um c digo as linhas tais como os n meros e as letras que nos permitem avan ar express o tra o nervura p
8. es podemos transformar qualquer objecto industrial num objecto art stico Seria o fim da arte Ou seja resumidamente a l gica da recusa do n o art stico a l gica da nega o dos elementos estranhos arte leva a um objecto cuja natureza talvez j n o seja art stica Assim acontece com Yvone Rainer depois de ter negado uma s rie de elementos que parecem ser exteriores dan a subentendendo se que dever ser objecto puro confronta se com o movimento no estado nu Contudo examinemos o que o movimento no estado nu Tal movimento n o existe h sempre uma motiva o que faz mexer o corpo existe sempre uma raz o exterior ao movimento fazendo com que este ltimo comece assim retirar este res duo ltimo alcan ar por fim a pureza essencial do movimento e tamb m anul lo totalmente Gil 2001 p 191 Neste sentido vai mais longe Duchamp nunca deixando de jogar com a ambiguidade do ready made no fundo sem nunca afirmar o fim da arte n o que a inten o de Yvone Rainer tenha sido propor o fim da dan a mas gra as l gica que engendrou no seu anunciado ela mostra de forma clara o culminar absurdo do seu pr prio processo de recusa absoluta No fundo queremos chegar a este ponto o fim da pintura ou o fim da dan a que se situava no termo do processo de nega o efectiva das formas e das t cnicas agia apenas como princ pio regulador de um vasto movimento p
9. ES Mais do que falar do corpo enquanto gerador de um processo importante entender o corpo como ferramenta primeira para experimentar espa o tal como acontece na arquitectura ainda que na dan a se requisite o corpo de antem o como mat ria prima Sendo que na dan a s o mat rias primas o tempo o movimento e o espa o Numa sequ ncia bilateral criamos para habitar e habitamos pelo corpo Corpo que constr i processa sensa es e atribui sentidos ainda que abstractos primeiramente enquanto criamos e imaginamos o corpo que habita Este corpo que habita h brido e imagin rio nada mais do que o corpo que imaginamos a percorrer o espa o em pensamento e imagina o quando aferimos medidas No entanto aferimos a medida atrav s de emo es reais Assim mesmo que no in cio ainda n o exista corpo real porque tamb m n o existe ainda espa o real constru do existe j um sentido Um gesto E s o eles o sentido e o gesto que geram e nos motivam na eloqu ncia espacial criativa Narram Contam uma est ria Neuza Isabel da Silva Valadas 43 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Assim como compreendemos atrav s das sensa es e do nosso distanciamento as mesmas que quando cristalizam resulta a narrativa em si pr pria A narrativa enquanto a inten o que origina a hist ria Neste sentido parecemos confluir para defini o de narrativa espacial que a
10. Ilustra o 85 Pousada de Santa B rbara Composi o da fachada Pormenor dos pilares Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 206 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 86 Pousada de Santa B rbara enquadramento entre o espa o interior e o espa o exterior de estar Caetano 2014 Ilustra o 87 Pousada de Santa B rbara vista desde o espa o exterior Susana Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 207 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 88 Pousada de Santa B rbara vista desde o bosque acesso a estrada nacional Caetano 2014 Ilustra o 89 Desenho Pousada de Santa Barbara Al ado Principal Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 208
11. It s not about steps anyway Coreography is about organization Organise the body or organizing the body with others bodies Framings of organization The environement William Forsythe 2009 Forsythe revela nos a ess ncia e a subst ncia mais pura da dan a que nem sempre percept vel esta ess ncia e x subst ncia qual pretendemos acessar atrav s da disseca o do m todo o E Segundo Peter Zumthor O processo de projectar baseia se numa coopera o cont nua entre o sentimento e o intelecto As emo es prefer ncias nsias e cobi as que surgem e tomam forma devem ser examinadas com um racioc nio cr tico E depois o sentimento que nos transmite se os pensamentos abstractos s o coerentes Projectar significa em grande parte compreender e ordenar Mas a verdadeira subst ncia essencial da arquitectura originada no meu entender pela emo o e inspira o Zumtor 2009 p 21 Neuza Isabel da Silva Valadas 19 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo processo Evidenciando assim uma realidade da dan a que tantas vezes parece estar encoberta pelo seu lado puramente est tico e vis vel o seu processo que nos importa focar Importa nos ver e experimentar para l das costuras da dan a citando novamente Forsythe I mean the body is a thinking tool Essa ferramenta pensante que Forsythe descreve experimentada nos trabalhos coreogr ficos de Trisha B
12. Mulher do l tus branco que lhe ensina a sabedoria tema que estar profundamente ligado com as suas obras sob as mais variadas formas Recriando atrav s da sua imagina o dan as orientais e indianas Boucier 1987 p 255 Cria tamb m bal s religiosos dan ados nas igrejas tais como Ritual of the masque of Marie em 1934 Faz tamb m a anima o de grupos religiosos formados por participantes vindos de todas as f s para os quais a dan a igualmente elemento e resultado de uma vida interior Boucier 1987 p 258 Para Ruth Saint Denis a dan a justifica se e origina se da religi o na emo o religiosa A religi o alusiva aos mitos do Egipto e da ndia embora esta cultura em que baseia a sua t cnica seja em grande medida desconhecida a interpreta o da imagem que tem delas permite lhe responder s suas pr prias aspira es espirituais N o se trata de uma reconstitui o mas sim de projec o das suas tend ncias Nas suas vers es filmadas poss vel absorver a no o do princ pio essencial que motivava e inspirava a nova dan a todo o corpo mobilizado pelo movimento especialmente o tronco os ombros e os bra os que passam a ser utilizados em todos os eixos do espa o com prefer ncia pelos movimentos ondulat rios Boucier 1987 p 259 Por exemplo em The Cobras bem como em The Incense esta no o de movimento ondulat rio bem expl cita A Ruth Saint Denis cabe o m rito de ter libe
13. http youtu be Bxdq2hdnBc4 gt SASHA WALTZ AND GUESTS 2009 Sasha waltz and Guests Em linha S I Sasha waltz and Guests Consult Margo 2013 Disponivel em WWW lt URL http www sashawaltz de index php lg en amp main News amp site 02 01 00 gt SIZA Alvaro 2014 A conversa com Siza Vieira Entrevista realizada pela Royal Academy of Arts In TEIXEIRA Mario Formas criticas Em linha S l M rio Teixeira Consult Fevereiro 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www formascriticas com post 759 10918399 a conversa com siza vieira c royal academy of gt SOARES Maria Joao 2008 Para uma medida Lisboa Universidade Lusiada Tese Doutoramento apresentada a Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusiada de Lisboa SOARES Maria Jo o 2010 SANAA Centro Rolex Documento inc nico 1 Foto color Imagem cedida pela autora SOARES Maria Jo o 2010 SANAA Centro Rolex vista interior Documento inc nico 2 Fotos color Imagens cedidas pela autora SOARES Maria Jo o 2010 SANAA Centro Rolex vistas interior e exterior Documento inc nico 2 Fotos color Imagens cedidas pela autora Neuza Isabel da Silva Valadas 150 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo STEVEN HOLL ARCHITECTS 2014 Steven Holl Architects Em linha S I Steven Holl Architects Consult Janeiro 2012 Dispon vel em WWW lt URL www stevenholl com project detail
14. o no espa o e possui uma massa aquilo que m vel no espa o Um corpo por exemplo que se constitui e caracteriza pela com a sua massa No entanto a ideia de mat ria apenas a ideia daquilo de que se faz uma coisa quando lhe damos uma forma Ent o ao ganhar forma passa de um estado de indeterminado e imperfeito para um estado de determina o e perfei o Contudo se se pretender procurar para al m de toda a forma uma mat ria primeira ou absoluta s chegaremos a um verdadeiro nada Sendo que a ideia abstracta da pura e simples exist ncia equivale do nada pois o Neuza Isabel da Silva Valadas 157 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo materialismo absoluto nunca existiu e n o poder nunca existir sendo por defini o segundo Auguste Comte a obra acabada que explica o esbo o o completo o perfeito que explica o inferior e assim por consequ ncia apenas o esp rito que explica tudo Lalande S D p 59 Volume II Ritmo Caracter sticas peri dica dum movimento ou dum processo Segundo o princ pio de SPENCER The rytm of movement neste sentido uma rota o circular de velocidade uniforme possuiria um ritmo Por m entende se sobretudo por ritmo a caracter stica dum movimento peri dico enquanto comportando uma sucess o de m ximo e de m nimo de tempos fortes e de tempos fracos WEBER em O ritmo do progresso define a ideia de ritmo sendo uma d
15. quando os gestos e os movimentos se exprimirem desde o come o em emo es Gil 2001 p 217 Sendo que Uma palavra vem sempre rodeada de Neuza Isabel da Silva Valadas 93 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo emo es n o definidas de tecidos esfiapados de afectos de esbo os de movimentos corporais de vibra es mudas de espa o ocorre assim uma progress o num estrato n o verbal da ideia inicial Gil 2001 p 217 Matura o atrav s das perguntas que Pina Bausch efectua aos seus bailarinos e posteriormente das consequentes respostas verbais ou n o verbais que se forma progressivamente uma atmosfera n o verbal que rodeia toda a linguagem Gil 2001 p 218 N o se trata do sil ncio mas de qualquer coisa que n o da ordem nem da aus ncia nem do branco ps quico qualquer coisa que quereria falar e n o pode Qualquer coisa que passa entre a fala e o sil ncio e o murm rio do corpo que comp e o seu sentido irradiante qualquer coisa como um meio provocado criado pela pr pria enuncia o e que penetra em todas as direc es daquilo que no corpo pode produzir sentido ou est ligado ao sentido Gil 2001 p 218 Atenta ao movimento que se cria atrav s da associa o entre imagens e gestos constituem se ramifica es que gradualmente conferem o nexo da obra Gil 2001 p 219 O que a fala atinge a perturba o pro
16. 2002 p ERES PEE E EE E E ETATE S E E A Ae EE OT 87 Ilustra o 35 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p TOO coa e a a a e a EE 90 Ilustra o 36 Filme Para Pina cena de Caf Muller Wenders 2011 93 Ilustra o 37 Filme Para Pina Wenders 2011 95 Ilustra o 38 Filme Para Pina cena exterior Wenders 2011 98 Ilustra o 39 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Small Hands out of the lie of no Adohphe et al 2002 p 106 aa 98 Ilustra o 40 Anne Teresa de Keersmaeker Saisir la structure du fue Rosas Adolphe et al 2002 p 1B sacas areas tad gs en oas ant do runes beaks ae TU ALA Danada us dadas 100 Ilustra o 41 Anne Teresa de Keersmaeker Saisir la structure du fue Rosas Adolphe Bial 2002 Pp 10 assista sa iodo e E A a E A A E 100 Ilustra o 42 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Imagens retirada do livro Rosas Adolphe et al 2002 p 19 asas odiei serena duas eee 105 Ilustra o 43 Composi o de Trisha Brown Trisha Brown 2014 109 Ilustra o 44 Desenho de Trisha Brown Handfall New York 2005 Trisha Brown A bj AO ETE RR RD A tune NR MR RV UR intel 112 Ilustra o 45 Peter Muller s Walking on the Wall 1970 Trisha Brown 2014 113 Ilustra o 46 Leah Morrison Teaching a Masterclass in Seattle f
17. 88 From its conceptual image to its experimental realm of detail and materials architecture is immersed in the mysteries of nature Observing circles expanding provokes us to see the largest theories in the smallest essence The precise focus of ancient wisdom contrasts with expansive knowledge in the spiral of global information As architecture shapes essences into experience an explosion of information gives openings to a more focused knowledge and wisdom Creative energy counters entropy Holl 2000 p 103 ah plateau is a space where forces interact with one another in a relatively stable way without interference from outside Conditions may change but the changes will be worked out from within Emergent phenomena are produced but the system is not given a purpose from beyond itself nor is it cut off to suit the needs of something outside There is an idea of perpetual stability so that one could wander away from it and return and find it much the same as before It is associated with meditative states of mind or indeed with catatonia as a body without organs is a plateau Deleuze and Guattari developed the idea from Gregory Bateson s analysis of the value system of Balinese culture which is presented as profoundly different from Western culture in that it tends to look for ways to maintain a steady state and keep forces in balance rather than to maximize one value at the expense of others 1 So the music is hypnotic rather t
18. As one can imagine being condemned to eating only artificially flavored foods soo ne can imagine the specter of artificially constituted surroundings imposing themselves in architecture today Holl 2000 p 68 120 The labyrinth is no longer architectural it has become sonorous and musical It was Schopenhauer who defined architecture in terms of two forces that of bearing and that of being borne support and load even if the two tend to merge together But music appears to be the very opposite of this when Nietzsche separates himself more and more from the old forger Wagner the magician music is Lightness la Leg re Pure weightlessness Does not the entire triangular story of Ariadne bear witness to an anti Wagnerian lightness closer to Offenbach and Strauss than to Wagner To make the roofs dance to balance the beams that is what is essential to Dionysus the musician 6 Doubtless there is also an Appolonian even Theseusian side to music but it is a music that is distributed according to territories milieus activities ethoses a work song a marching song a dance song a song for repose a drinking song a lullaby almost little hurdy gurdy songs each with its particular weight In order for music to free itself it will have to pass over to the other side there where the territories tremble where the structures collapse where the ethoses get mixed up where a powerful song of the earth is unleashed the
19. O espa o entre os pilares grossos e redondos de xisto que deixado capaz de ser habitado por n s quando nos damos conta do movimento ilus rio que os pilares circulares nos d o a conhecer Da largura medida do pilar coincidir com a largura medida do elemento natural rvore que pontua o espa o exterior A rvore e o arranque do pilar que se constroem semelhan a um do outro enquadrando constantemente a paisagem A liga o O espa o entre o espa o set out from the territory at the call or wind of the earth Each of the higher men leaves his domain and makes his way towards Zarathustra s cave But only the dithyramb spreads itself out over the earth and embraces it in its entirety Dionysus has no territory because he is everywhere on the earth 9 The sonorous labyrinth is the song of the earth the Ritornello the eternal return in person Ballantyne 2007 p 46 121 Relembremos novamente aqui a explica o de Fernando T vora quando se refere ao espa o que separa e liga 128 a melodic one in which we no longer know what is art and what nature natural technique There is a counterpoint whenever a melody arises as a motif within another melody as in the marriage of bumblebee and snapdragon These relationships of counterpoint join planes together form compounds of sensations and blocs and determine becomings But it is not just these determinate melodic compounds however generalized that const
20. Por acreditar em comportamentos m gicos ele corpo fica abalado Adolphe et al 2002 p 30 Para termos uma imagem clara do processo da emo o depois da consci ncia deve lembra se este car cter dual se por um lado objecto no mundo por outro consci ncia imediatamente experimentada Adolphe ET AL 2002 p 30 Ent o na sua ess ncia a emo o um fen meno que convence Adolphe et al 2002 p 30 Assim Anne Teresa De Keersmaeker diz nos que o seu objectivo primeiro desejo emocionar as pessoas Adolphe et al 2002 p 30 Tamb m um objecto arquitect nico dever para al m de servir as necessidades de habita o e prop sito transmitir sensa es emocionar as pessoas Enfatizando que os momentos em que o seu corpo estava chateado abalado foram fundamentais para este ponto de vista Adolphe et al 2002 p 30 qualifica o seu trabalho enquanto core grafa como uma negocia o entre a estrutura e o que o seu corpo consegue fazer Adolphe et al 2002 p 30 Sabendo n s que o corpo executa movimentos formas ritmos e sequ ncias Keersmaeker refere que estas formas que saem dos corpos s o similares ao processo compositivo usado na concep o de um edif cio de arquitectura Adolphe ET AL 2002 p 30 Esta estrutura que Keersmaeker refere enquanto estrutura e malha que sustenta a forma constituem se como dois elementos que precisam de se balan ar entre si De estar
21. Space is something both intrinsic and relational Holl 2000 p 22 Neuza Isabel da Silva Valadas 25 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 3 Contador Antropom rfico Salvador Dal 1936 Neret 1997 Esta no o do corpo que comporta e organiza em si os seus lugares e compartimentos especiais e espec ficos dotados cada um deles da sua fun o e ordem remete nos para a representa o das gavetas que Salvador Dal retrata no seu Contador Antropom rfico 1936 Ilustra o 5 Dal que mais tarde volta a utilizar a mesma simbologia das gavetas na escultura grega V nus de Milo8 1964 A prop sito desse trabalho Salvador Dal refere A nica diferen a entre a Gr cia imortal e a poca contempor nea Sigmund Freud o qual descobriu que o corpo humano que era puramente neoplat nico na poca dos Gregos est actualmente cheio de gavetas secretas que s a psican lise capaz de abrir Dal apud N ret et Descharnes 1997 p 276 Atrav s das suas gavetas Dal estabelece uma rela o entre conceitos e ideias que partida se tendem a pensar por separado Estas gavetas que se abrem no corpo de V nus ganham um significado e prop sito Remetendo nos para a atmosfera psicanalista de Freud o qual Dal tanto admirava frequentemente Dal retrata as teorias do Psicanalista Ferrier 1980 p 76 O seu interesse pela ci ncia em espec
22. a moderna especialmente nos estados unidos da am rica Entre eles Charles Weidman Doris Humphrey e Martha Graham 2 Fundada por Ruth saint denis e ted shawn ensina disciplinas como anatomia m sica cultura geral e treinamento corporal a escola tem um grupo no qual os alunos entram o mais cedo poss vel para apresentarem espet culos de demonstra es entrando assim em contacto com o palco muito precocemente Neuza Isabel da Silva Valadas 175 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Charles Weidman mais um homem do teatro do que da dan a acaba por conduzir a dan a para necessidades c nicas Esta gera o de Weidman sa da da Denishawnschool associa a ac o dram tica pintura dos estados d alma uma vez que a teatraliza o refor a a express o do corpo de modo a torna lo compreens vel para o p blico Boucier 1987 p 266 A sua preocupa o central a express o dram tica Sendo distinguindo por Ted Shawn como solista participa com Martha Graham num duo e as suas dram ticas coreografias s o acompanhadas por textos que s o declamados por um actor ou por um coro Tamb m Weidman Lecionou em v rios col gios e universidades Boucier 1987 p 266 Doris Humphrey pertence aos tr s fundadores da escola americana tal como Martha Graham e Charles Weidman As suas ra zes encontram se na Denishawnschool Dando mais aten o ao trabalho de est dio do que propriamente ao palc
23. o entre as v rtebras Gil 2001 p 172 104 Poder este espa o que separa e liga existir sob a mesma designa o que existe o espa o que separa e liga o interior ao exterior denominado na arquitectura japonesa por ENGAWA Poder tamb m ele constituir o espa o que existe entre as v rtebras Neuza Isabel da Silva Valadas 122 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo interior Taki apud Sejima 1996 p 23 Quando observamos o projecto que Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa desenvolvem para Lausanne na Su a 2010 o Centro Rolex compreendemos atrav s da observa o do edif cio express es mais abstractas como corpo que espoleta espa o e movimento humano Ilustra o 51 Figura1 Toyo Ito PAO I 1985 Figura 3 e 4 Kazuyo Sejima Platform 1988 Platform II 1990 Sejima 1996 p 26 105 The structures of N hall and Pachinko Parlor are designed to reflect clearly the lines of human movement within them In Y House coordinated the lines of human movement to match the allocation of living space Taki aoud Sejima 1996 p 23 Neuza Isabel da Silva Valadas 123 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 52 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex planta superior Cort s 2011 p 89 Ilustra o 53 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex planta inferior Cort
24. o se revia na sua arquitectura Taki 1996 p 6 Sejima faz transparecer nos seus discursos e nos seus trabalhos a preocupa o do espa o se relacionar intimamente com o corpo em movimento no espa o compactuando assim com a revis o cr tica da experi ncia moderna Sejima apud Taki 1996 p 26 Os seus desenhos buscam o m nimo poss vel de elementos verticais n o descartando por m a fun o que desempenham no gerar das dist ncias necess rias entre as actividades e os fluxos humanos Sejima apud Taki 1996 p 26 Assumindo que embora tente encarar todos os seus projectos livres de pressupostos fixos e duros existir o provavelmente muitos m todos fixos que utiliza no seu trabalho de modo inconsciente Preferindo tentar confront los conscientemente da melhor forma que sabe e consegue Taki 1996 p 24 began to feel twinges of resistance when he came out with his design for Pao a kind of temporary space made out of cloth remember wondering why he was trying to wrap up and blind the design in cloth It seemed to me a reflection of the old architectural concepts that Ito was perpetuating Sejima 1996 p 24 wanted to challenge the notion of architecture as a thing in which to wrap people up My response was to create a place through which people could pass quite freely that was the concept behind Platform think was probably more successful in realizing this concept of Platform Il than
25. p 48 a eeareaaeanaaeeraanea 137 Ilustra o 58 Pousada Santa B rbara Planta Piso 1 quartos Manuel Tainha Projectos 1954 2002 2001 p 48 rrenan 138 Ilustra o 59 Pousada Santa B rbara Corte Transversal Manuel Tainha Projectos 1954 2002 2001 P O isa AD La a Sad 138 Ilustra o 60 Pormenor fotogr fico Pousada Santa B rbara Arquitectos Portugueses s rie 2 Pereira 2013 essere 140 Ilustra o 61 Manuel Tainha 1922 2012 2013 p 6 189 Ilustra o 62 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 195 Ilustra o 63 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 195 Ilustra o 64 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 195 Ilustra o 65 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 196 Ilustra o 66 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 196 Ilustra o 67 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 196 Ilustra o 68 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital 197 Ilustra o 69 Planta de Implanta o da Pousada Caetano 2014 197 Ilustra o 70 Pousada de Santa B rbara vista para o vale Caetano 2014 198 Ilustra o 71 Pou
26. s enquanto espectadores n o precisamos de dan ar uma pe a para absorver as sensa es e as emo es que o autor nos pretende fazer experimentar Neuza Isabel da Silva Valadas 86 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo O corpo vive preso entre os dois conceitos do fazer dan ado ou habitado Ilustra o 34 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 121 Debrucemo nos novamente sobre o corpo corpo pele e textura Aprofundar a quest o do corpo levar nos ia a perguntar At que ponto na arquitectura corrente o corpo se leva realmente em conta Marco Cruz arquitecto apresenta nos um interessante processo e ponto de vista sobre a pesquisa do papel do corpo na experimenta o de um edif cio arquitect nico Afirmando que a arquitectura contempor nea fria e falhou o corpo refere 74 Premiado pelo Royal Institute of British Architects RIBA pela sua tese de doutoramento que se intitula O corpo habit vel da arquitectura Marcos Cruz refere que ao contr rio de outras reas como por exemplo as artes pl sticas que foram ao ponto de remover a quest o do belo na arquitectura n o houve Neuza Isabel da Silva Valadas 87 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Se isso n o tivesse acontecido talvez hoje j tiv ssemos um envolvimento diferente e mais intenso com ela Poder amos quem sabe ter paredes de l
27. sculo deve estar pronto para traduzir a sua impuls o interior aqui reside a ideia school ter fundamental da t cnica moderna Reivindica a ruptura completa com a dan a tradicional Associa a ac o dram tica pintura a teatraliza o refor a a express o do corpo de forma a torn lo compreens vel para o p blico utiliza o de textos que s o declamados por um actor ou por um coro D mais aten o ao trabalho de est dio do que propriamente ao palco A sua obra The art of making dances inspira os core grafos modernos Acredita que todos os elementos devem construir um todo indissoci vel relacionando m sica ritmo e representa o coreogr fica conduzido dan a silenciosa atrav s das suas experi ncias Utiliza as m sicas para criar o clima que busca recriando os primeiros exemplos de dan a abstracta Classifica o Gesto em 4 tipos sociais funcionais rituais e emocionais Pretendo que cada gesto encontre o seu valor primitivo que o bailarino encontre nos seus movimentos de hoje a carga mental do objecto primitivo corpo direito simbolo de alegria s mbolo c ncavo que se dobra sobre si proprio s mbolo de tristeza A pesquisa do gesto primitivo levar ao encontro do ritmo fundamental O essencial da t cnica deve basear se nas leis naturais do corpo O ritmo gerado a partir da rela o do corpo com o espa o Afor a f sica e espiritual o Homem que recoloca o corpo na posi o
28. tex que funcionariam como fatos com sensores que nos permitiriam comunicar uns com os outros dist ncia A pessoa podia sentar se dentro dessa pele hipersens vel E vestir a arquitectura tornar se ia um acto literal Cruz apud Coelho 2009 Procurando reler a hist ria da arquitectura do s culo XX de uma forma nova segundo refere Marcos Cruz pesquisa edif cios que demonstram uma rela o especial com o corpo Cruz apud Coelho 2009 Encontrando em Domenech i Montaner Alison e Peter Smithsons Charles Moore Rudolf Schindler e Richard Neutra Jorn Utzon e tamb m em Le Corbusier exemplos importantes para o seu estudo Interessa lhe em particular por exemplo os confession rios que Le Corbusier desenha escala humana para a igreja de Ronchamp Coelho 2009 artigo publicado O confession rio como uma esp cie de vestido ou de protec o para o corpo do confessor Se a arquitectura se experimenta atrav s do corpo por sua vez atrav s dos sentidos importante esclarecer de que forma s o valorizados os sentidos a vis o o tacto e a audi o especialmente Por cierto son los ojos los que se entregan fundamentalmente al consumo sensorial pero jam s debi ramos subestimar los poderes de nuestros otros rganos receptores de su sensibilidade y de todas las complejas subtilezas que entra a nuestra exist ncia org nica Neutra 1958 p 23 Sentidos este constitui um segundo po
29. tico e opressivo do ensino Da que me tenha metido pelos caminhos paralelos da aprendizagem do of cio ou seja caminhar com um p num autodidactismo selvagem feroz sem eira nem beira mas confiante em que tudo que viesse rede era peixe e o outro p numa certa esp cie de vadiagem ansiosa pelos lugares profissionais procura de qu Talvez daquilo que a Escola se recusava ent o a fazer ou seja antes de me dar respostas me ensinasse a fazer as perguntas necess rias Nesse percurso err tico muitas coisas fui retendo de todos os lados que n o s da arquitectura Numa multiplicidade de itiner rios que se cruzavam se afastavam acabando por convergir no mesmo ponto Uma esp cie de caminho cr tico para proveito pr prio S mais tarde que veio a quest o de saber como dar uso til a tudo aquilo que retive a e nunca antes julgo eu que uma pessoa verdadeiramente come a a reconhecer se como profissional Resolutamente Entretanto e sempre que podia ia de salto para outras paragens N o direi que a isso me movesse unicamente o amor pela arquitectura pois hoje estou em crer que nessa err ncia solit ria por outros lugares sobrevivia ainda muito dos antigos mitos e sonhos cultivados na inf ncia e na adolesc ncia E quando mais sa a mais os mitos se iam desvanecendo convertendo se em conhecimento e car cter por for a da experi ncia e da raz o Tudo isso at me dar conta de que afinal o lugar dos meus mitos de i
30. A uma emo o corresponde uma Imagem Cerebral Constacta que a morte anuncia se pela contrac o o dedo MOVIMENTO Daqui resulta a chave da dan a moderna INTENSIDADE A intensidade do sentido comanda a intensidade o Gesto Estado Mental Atrav s de Isadora Duncan o Delsartismo atinge a Alemanha Escutar as pulsa es da terra Obedecer lei da gravita o Reencontrar os ritmos do ovimento inatos ao Homem A tecnica parece lhe sem interesse Movimento n o p ra mas transforma se noutro Liberta o Guia se por mestres como Schopenhauer e Nietzsche A Dan a como resultado de um movimento interno Loie Fuller Improvisa o do traje Produ o de jogos de Luz associados a movimentos de tecidos Cria o de um espa o fora do real no palco atrav s da utiliza o da luz Neuza Isabel da Silva Valadas 169 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Charles Weidman__ Doris Humphrey__ Martha Graham__ Ted Shwan _As rela es do pensamento e do Gesto Comp e bal s para serem dan ados por Homens Colabora o na Denishawnschool A Dan a enquanto ac o dram tica que comporta uma ac o din mica concebe coreografias como pe as de teatro A progress o da intensidade do movimento proprocional progress o da ac o O tronco como ponto de partida de qualquer movimento Refor a aspectos que dizem respeito impuls o nervosa cada m
31. Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo an exibition of a set of architectural plans for a particular building and its grounds However beautiful and interesting it may be to look at it was not made as something to be looked at It was made as a set of instructions for a construction to be realized by someone the performer the builder the forms it presents and their relative placing are determined by the composer s desire to communicate his requirements to the performer as effectively as possible The simple reason for which in first place have compared these pages with architectural plans rather than with some other kind of diagram which conveys instructions for making or assembling something is the way they mix the rectilinear and the curvilinear with biomorphic lines or figures like plans for winding paths or lakes or areas of parkland placed here and there among the dominant sets of parallel straight lines But there is a far deeper similarity than that In an architectural drawing the relative magnitude of the lines is in proportion to the relative magnitude of the things they represent if the east and west walls in the plan of a building are two thirds the length of the nort and south walls so will they be in the building Sylvester 1990 p 47 3 2 DESENHO E ANOTA O COREOGRAFICA COMO VE CULOS Ilustra o 18 Anne Teresa de Keersmaeker Imagem retirada do livro Rosas Adohphe et al 20
32. Hall 1986 p 59 Referindo nos que aprendemos desde a inf ncia a conservar ou a eliminar sem que o saibamos tipos de informa o muito diferentes Referindo nos ao caso espec fico da arquitectura tradicional japonesa que contrariamente natureza do Homem ocidental usa como barreiras visuais paredes quase de papel que n o se destinam a funcionar enquanto barreiras ac sticas mas sim visuais N o utilizando por exemplo os muros grossos e as portas duplas a cultura japonesa elimina assim v rios elementos que a n s ocidentais nos parecem necess rios e aos quais estamos habitu mos a integrar no nosso cont nuo legado cultural Hall 1986 p 59 8 there is a cut to an aerial view a plan and we see the scene of carnage from above the black clothes and deep red blood along with the scars and trails left in the pristine surrounding a face operates by establishing a screen and then suggesting by way of marks and symbols on the screen that there is something behind it finding expression snow the victorious but naive Chevalier Danceny catatonic while the manservant gently moves Valmont s clothing see below The point here is not so much that the scene looks like a face but that it operates in the way that the images infuse one another just as in Chr tien s image and the face as the red and the white intensifiers of signification are wiped away is expressionless and dead It becomes absolutely a white wall on to which we
33. Marcos Cruz procura assim desmistificar chegando mesmo a rejeitar segundo afirma estes dogmas actuais Assim assinala nos um ponto importante para a compreens o mais completa sobre a rela o que o corpo estabelece com o espa o e de que forma a interpreta o e valoriza o desse mesmo corpo poder o dever o ser pensadas A condi o humana no fundo uma contradi o H novas amea as novos perigos coisas inesperadas e eu acho que nisso a arquitectura est a desempenhar o seu papel exprimindo estas contradi es No tempo em que eu nasci n s acredit vamos num mundo melhor havia ideais a atingir Se calhar na altura o problema da arquitectura era resolver problemas b sicos da habita o Isso hoje est mais ou menos garantido e h uma maior liberdade para explorar mais a condi o humana Pereira 2009 Explorar a condi o Humana por sua vez poder significar o questionamento como Marcos Cruz faz questionando a arquitectura se esta precisa ou n o de encontrar Excerto retirado da entrevista de Nuno Teot nio Pereira pela Vitruvius Gost vamos que comentasse a seguinte frase o edif cio arquitect nico j foi uma oportunidade para melhorar a condi o humana Hoje entendido como uma oportunidade para expressar e questionar essa condi o humana Quest o colocada por Robin Evans historiador americano Nuno Teot nio Pereira A condi o humana no fundo uma c
34. Platform Platform II functioned better as a place without any fixed orientation one that was more open Sejima 1996 p 26 Neste sentido tamb m Sejima refere que enquanto arquitecta criar estruturas implica estar constantemente a pensar o que se ser capaz de fazer n o estando fora da contemporaneidade one standing outside como refere mas antes firmemente implantada nela planted firmly within it Sejima 1996 p 25 Referindo que vivemos num sistema onde a grande variedade de elementos est o homogeneizados Sejima considera que seria uma contradi o optar na sua arquitectura por elementos excepcionais ou inusuais Sejima 1996 p 25 Deixando 111 Apesar de Toyo Ito defender tamb m que se deve buscar o retorno ao espa o que se relaciona mais intimamente com o corpo em movimento Taki apud Ito 1996 p 18 apontando tamb m ele para a necessidade de se voltar fluidez do espa o e transpar ncia da arquitectura a fim de retomar o contacto com a natureza uma vez que a sociedade contempor nea n o vive mais sob a gide da industrializa o Ito 2005 pp 18 24 Sejima apesar de compactuar com essa vis o refere que n o for a os programas para se encaixarem no espa o cont nuo por m finito N o projecta grandes c psulas que encerram o programa Pelo contr rio a sua arquitectura tem limites difusos e busca traduzir os novos valores da sociedade cont
35. Tainha 2000 p 35 feita com sensa es e emo es reais dispondo de um conjunto de instrumentos intelectuais que nos permitem gerir e regular com intelig ncia o mundo das grandezas o ritmo a propor o a escala a luz Tainha 2000 p 35 Todavia o arquitecto debate se com uma maior dificuldade converter em quantidades aquilo que concebido em termos de qualidades adaptar a medida sensa o desejada afim de obter o resultado de produzir a sensa o a emo o Tainha 2000 p 35 Poderemos dizer que estes espa os que pensam a dan a e a arquitectura resultam em dois tipos de espa os um primeiro onde o corpo esteve a fermentar que existe pelo atrav s do corpo espa o dan ado e um outro espa o que foi fermentado provocado para o corpo existe para o corpo espa o arquitect nico Os dois resultam do corpo por m um gera se a partir dos movimentos produzidos pelo pr prio corpo e o outro gerado e pensado em fun o do corpo para o corpo Arquitectura geometria e natureza natureza N s n o podemos simular o que a natureza faz muito melhor do que n s Ent o devemos procurar encontrar pontos de contacto entre estes dois mundos e Vieira 2014 Explicitando o sentido da palavra Fermenta o No sentido de uma evolu o no desenvolver do processo Neuza Isabel da Silva Valadas 35 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o process
36. ZONA O CORPO QUE SE IMAGINA Ilustra o 31 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 80 Zona Poro contamina o Espa o de cria o A rela o com a consci ncia torna se presente tamb m no processo criativo desenvolvido tanto na dan a como na arquitectura embora em n veis diferenciados 68 Consci ncia intui o mais ou menos clara que temos dos fen menos ps quicos todo o conhecimento imediato sentimento de si mesmo impress o opini o convic o ntima sinceridade honradez cuidado Neuza Isabel da Silva Valadas 81 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Num jogo infinito de invers es e subordina es avan amos num processo inconscientemente consciente Jos Gil afirma relativamente dan a Se nos tornarmos demasiado conscientes do nosso gesto aumentaremos consideravelmente as probabilidades de o falhar Gil 2001 p 157 E talvez neste ponto espec fico tornarmo nos conscientes do nosso gesto a dan a e a arquitectura se afastem no seu processo de execu o Se para o bailarino que executa o seu gesto estar demasiado consciente poder significar a sua falha em arquitectura a execu o do seu exerc cio faz se de forma consciente Enfim seja destino seja premedita o o que certo que a composi o arquitect nica sempre um processo experimental em que as experi ncias s o feitas n o c
37. a desempenhar um papel importante no futuro da pera no sentido em que possivelmente um dos grandes artistas criativos da pera do futuro poder ser um core grafo uma vez que se encontra sempre consciente do corpo e do espa o Adolphe et al 2002 p 32 Referindo que uma cantora tamb m uma dan arina que est consciente do seu pr prio corpo Adolphe et al 2002 p 32 Esta intimidade entre discipl nas constitui se como base comum a uma fecunda o rec proca tornando poss vel o reencontro da dan a moderna e da m sica contempor nea no mesmo campo de experimenta o Walter Benjamin na sua obra L euvre d art l poque de sa reproductibilit technique refere que a hist ria da arte uma hist ria de propriedades que n o pode ser escrita a partir do ponto de vista do presente cada poca tem a sua pr pria capacidade nova e n o heredit ria explicar as propriedades que a arte de uma poca anterior foi fez o seu prop sito Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 33 Neuza Isabel da Silva Valadas 105 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo O interesse de Anne Teresa De Keersmaeker pela composi o musical vai al m dos limites da m sica cl ssica contempor nea Tomando todavia cada coisa a seu tempo como refere Keersmaeker durante os primeiros anos procura sobretudo a sua pr pria linguagem coreogr fica Pelo seu pr prio corpo de alguma forma Adolphe et a
38. amp ved 0CB4 QFjAA amp url http 3A 2F 2Fwww architect mind com 2Fbooks download 3Fdownload 3D7 3Adeleuze guattari for architects amp ei rP6iU9jel4W YOAXxh4CQCQ amp usg AFQjCNFStVkoVE386JDb7BukHz30 Bg8dgw gt BERNARD Michel 1995 Le corps Paris Editions du Seuil BRUNI Ciro 1993 Danse et pens e Paris GERMS CHAFES Rui 2012 Entre o c u e a terra Lisboa Guide Artes Gr ficas Lda GIL Jos 2001 Movimento total o corpo e a dan a Lisboa Rel gio d gua GRAHAM Marta 1992 M moire de la danse New Yorque Babel HALL Edward T 1996 A dimens o oculta Lisboa Rel gio d gua LOUPPE Laurence 2012 Po tica da dan a contempor nea Lisboa Orfeu Negro NERET Gilles DESCHARNES Robert 1997 Salvador Dal a obra pintada K ln TASCHEN PEREIRA Alexandre Marques Manuel Tainha Vila do Conde Verso da hist ria 2013 Arquitectos Portugueses 5 SCHIRREN Fernand 1996 Le Rythme Bruxelas Contredanse SONTAG Susan 1990 Cage Cunningham Johns dancers on a plane New Yorque Knopf TAINHA Manuel 2000 Textos do arquitecto Lisboa ESTAR Editora Neuza Isabel da Silva Valadas 153 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo T VORA Fernando 2006 Da organiza o do espa o Porto FAUP VITR VIO 2006 Tratado de Arquitectura Lisboa IST PRESS YOUNES Chris NYS Philippe MA
39. corpo nesse momento preciso em que perde o seu equil brio e se arrisca a cair no vazio Uma forma de espa o corpo ef mero por cima do abismo Gil 2001 p 14 Poderemos abordar uma quest o por tudo o que se une a si ou de outra forma analisando os pontos divergentes e antag nicos Embora antag nicos todos estes pontos se qualificam e se caracterizam sendo por isso mesmo t o importante explorar e compreend los no seu pr prio contexto Entre a dan a e a arquitectura existe o corpo E o corpo existe no espa o O corpo capaz de experimentar acontecimentos Como se de uma especula o espacial se tratasse Neste sentido segue se a utiliza o da dan a contempor nea como testemunho da perman ncia dura o do movimento para al m do instante por via da qualifica o do gesto e da nota o coreogr fica como instrumento para a materializa o do tra o do movimento no volume espacial Soares 2003 p 87 O corpo concretiza e caracteriza Revela e interpreta espa o duro escuro suave claro estreito spero macio Atrav s do tacto e dos restantes sentidos a experimenta o corp rea e f sica acontece apropriamo nos do espa o qualificando o Surge ent o assim o corpo como elemento unificador 17 The movement of the body as it crosses through overlapping perspectives formed within spaces in the elemental connection between ourselves and architecture The apparent horizon is a det
40. corpo que espoleta espa o no desenrolar do processo Sejima 2008 p 6 Este interesse sobre o movimento humano que ecoa na abordagem arquitect nica de Kazuyo Sejima convertido em mat ria arquitect nica objectiva que tem uma medida exacta um material e uma textura concretos Consequentemente a partir deste conceito do corpo que se movimenta e espoleta espa o torna se necess rio expandir novamente a no o de espa o Ilustra o 49 SANAA Centro Rolex 2010 vistas interior e exterior respectivamente Soares 2010 A esse respeito o arquitecto Fernando T vora elucida nos referindo aquilo a que chamamos espa o tamb m forma negativo ou molde das formas que os nossos olhos apreendem T vora 2006 p 12 Acrescentando ainda que poderemos considerar que as formas animam o espa o e dele vivem T vora 2006 p 12 uma vez que aquilo a que chamamos espa o constitu do por mat ria e n o apenas as formas que nele existem e ocupam como os nossos olhos deixam supor T vora 2006 p 12 Desenvolvendo ainda a no o sobre o espa o que separa e liga e Neuza Isabel da Silva Valadas 121 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo recordemos aqui o conceito de espa o entre as v rtebras anteriormente referido por Jos Gil Fernando T vora refere no o tantas vezes esquecida de que o espa o que separa e liga as forma
41. criadora concep o duma diferen a concep o do mundo Designa tamb m a opera o que consiste em apoderar se de ou formar um conceito Lalande S D p 213 Volume I Contamina o Contaminar e contamina o designam todo o contacto pelo qual naturezas diversas se misturam ao reagirem uma sobre a outra O verbo latino contaminare parece ter tido o seu in cio mais primitivo no sentido contaminare f bulas cuja designa o significa fundir em conjunto v rias com dias Lalande S D p 213 Volume l Cria o Produ o duma coisa qualquer em particular se ela nova na sua forma mas por interm dio de elementos preexistentes a cria o de uma obra de arte a cria o de um caminho a imagina o criadora Utilizando se igualmente tanto no sentido geral como no art stico e no teol gico Lalande S D p 258 Volume I Forma Aquilo que dado na e pela opera o pr pria da arte Lalande S D p 501 Volume I Neuza Isabel da Silva Valadas 155 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Imagem Reprodu o concreta ou mental daquilo que foi percebido pela vis o Tamb m pode designar a repeti o mental de uma sensa o ou de uma percep o que foi anteriormente experimentada Taine em Da intelig ncia livro Il As imagens refere que se poder o aplicar diversos termos para a referir resultando que depois de uma sensa o provocada pelo e
42. duas artes do corpo Filho 2007 Curiosamente s o estas tamb m as tr s unidades de Arist teles para se contar um drama tempo ac o aqui substitu da pelo corpo e espa o Mais do que lidar com o corpo em movimento no espa o a dan a e a arquitectura lidam com a imagem projectada por esse corpo que se movimenta Nesta equa o entra tamb m a for a da gravidade como quest o central que deve ser levada em conta quer seja para a aceitar ou para a desafiar assim refere Jos Cabral Filho O autor e o arquitecto desenvolve esta ideia no seu texto publicado na revista Vitruvius cujo tema se intitula Arquitectura Irreversivel O corpo o espa o e a flecha do tempo no qual explora pontos comuns entre as duas artes do corpo Entre outras ideias o autor consegue uma analogia interessante ao comparar o desafio do salto do bailarino ao desafio do bet o que pretende vencer um grande v o E realmente o desafio da gravidade embora nos pare a uma ideia trivial e nao or screen images to replace experience our ability to perceive architecture will diminish so greatly that it will become impossible to comprehend it Our faculty of judgment is incomplete without this experience of crossing through spaces The turn and twist of the body engaging a long and then a short perspective an up and down movement an open and closed or dark and light rhythm of geometries these are the core of the s
43. e Dan a re pensar o processo sensoriais que constituem os nossos numerosos mundos perceptivos Hall 1986 p 59 Da retiramos a nossa forma de perceber percepcionar e lidar com o mundo A import ncia da pele enquanto o rg o principal do tacto sens vel aos ganhos e s perdas de calor dotada da sua capacidade informativa aqui estamos mergulhados tamb m na capacidade informativa da pele arquitect nica t pico tantas vezes referido em arquitectura a pele do edif cio abordado tamb m por Marcos Cruz A pele que fachada que se relaciona com o envolvente a casca A fachada que mantida e reabilitada versus a fachada que recria um novo espa o no edif cio a pele que confirma e integra ou que por sua vez infelizmente tamb m pode desintegrar e desqualificar A pele enquanto sistema t ctil do corpo arquitect nico O sistema t ctil t o antigo como a pr pria vida Hall 1986 p 59 S o estas as ferramentas que permitem a constitui o do espa o visual auditivo olfactivo Os sistemas de recep o de informa o que est o inseridos no corpo sens vel Hall 1986 p 59 Edward T Hall refere A percep o do espa o n o implica apenas o que pode ser percebido mas igualmente o que pode ser eliminado Hall 1986 p 59 Segundo refere O que pode ser eliminado mat ria t o ou mais importante do que o que pode ser percebido uma vez que qualifica o concreto
44. e coragem Diz respeito caracter sticas das coisas que consiste em elas serem mais ou menos estimadas desejadas por um sujeito ou ainda mais vulgarmente por um grupo de sujeitos determinados Adam SMITH criou a express o valor de uso que corresponde sua utilidade mais objectiva e real por exemplo a utilidade da gua e do ar por contraposi o utilidade de um diamante valor de troca Valor designa ainda a caracter sticas das coisas merecerem mais ou menos estima A palavra de valor surge tamb m associada ideia ou sentimento essencial tamb m a express o num rica que determina uma inc gnita ou representa o estado de uma vari vel Representando um conceito m vel uma passagem do facto ao direito do desejado ao desej vel Lalande S D p 611 Volume II Neuza Isabel da Silva Valadas 159 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 160 APENDICES Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo LISTA DE AP NDICES Ap ncice A Breve Hist ria da dan a no ocidente Neuza Isabel da Silva Valadas 163 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 164 AP NDICE A Breve Hist ria da dan a no ocidente Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo A primeira dan a poder ter sido um acto sagrado s o v rios os autores que descre
45. e envolvente talvez a equa o se desenvolva num primeiro momento a partir da rela o estabelecida entre o objecto constru do e o espa o que onde est inserida a sua envolvente para que posteriormente este resultado se revele no confronto com o nosso pr prio corpo Deste confronto nasce a nossa percep o pr pria e individual do espa o A nossa rela o pessoal com o espa o e com o mundo bem como a nossa capacidade de nos apropriarmos deles espa o e mundo Perante toda a complexidade que se estabelece aquando do desenvolver destas rela es de notar que este desenvolver que procuramos averiguar com trabalho massifica se a we belong to the category of mammals that spend part of their existence inside an artificial shelter In this respect we differ from the monkeys among whom the most highly developed make only rough adjustments to the place where they will spend a night but resemble the numerous rodents whose elaborately constructed burrows serve as the centre of their territory and often as their food store According to a deep rooted scientific tradition prehistoric humans lived in caves If this were true it would suggest interesting comparisons with the bear and the badger omnivorous and plantigrade like ourselves but it would be more correct to suppose that although humans sometimes took advantage of caves when these were habitable they lived in the open in the statistically o
46. entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo se torne pertinente abordar a core grafa apresentando em primeiro lugar alguns dos seus desenhos e composi es esquematicas A dan a e a pesquisa de Trisha Brown traduzem a sua forte procura e tentativa de diluir fronteiras entre as v rias disciplinas art sticas Reconhecida como uma das core grafas mais consagradas da dan a p s moderna entusiasma se com o di logo e o contacto entre disciplinas e artistas A recolha dos seus elementos revelam a colabora o e a inter rela o entre v rios elementos Atrav s dos seus desenhos sobretudo a condu o que os desenhos criam sua dan a revelando um progressivo ganho de autonomia Sendo que a certo ponto tornam se realmente aut nomos como refere Comportam se como elementos guia s o portadores fundamentais de informa es Enquanto artista que interessada na explora o da rela o do corpo com o espa o Trisha Brown atrav s do seu conhecido trabalho Walking on the Wall altera os planos X e Y como se n o existisse gravidade coloca o bailarino a executar a performance na fachada do edif cio Caminhando sobre o plano vertical suspenso atrav s de cordas No seu trabalho Locus Brown utiliza uma matriz sobre um espa o abstracto A essa matriz inicial confere pontos expandindo se para uma matriz mais complexa onde o corpo do bailarino ir actuar was thinking of Locus 1975 while talking
47. it at an appropriate scale Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 81 85 Sonorous or vocal components are very important a wall of sound or at least a wall with some sonic bricks in it A child hums to summon the strength for the schoolwork she has to hand in A housewife sings to herself or listens to the radio as she marshals the anti chaos forces of her work Radios and television sets are like sound walls around every household and mark territories the neighbour complains when it gets too loud For sublime deeds like the foundation of a city or the fabrication of a golem one draws a circle or better yet walks in a circle as in a children s dance combining rhythmic vowels and consonants that correspond to the interior forces of creation as to the differentiated parts of an organism A mistake in speed rhythm or harmony would be catastrophic because it would bring back the forces of chaos destroying both creator and creation Ballantyne 2007 p 45 Neuza Isabel da Silva Valadas 96 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ainda assim o mais interessante na obra de Pina Bausch parece residir no seu extraordin rio m todo de trabalho no seu meio e na t cnica que utiliza para compor e desenvolver as suas performances o modo de fazer que mais se assemelha ao que o arquitecto faz e por isso tamb m arquitectura a procura constante a partir da capacidade de explorar uma r
48. meio de uma outra coisa Lalande S D p 683 Volume I Intensidade Caracter stica daquilo que admite os estados de mais ou menos mas de tal forma que a diferen a entre dois desses estados n o seja ela pr pria um grau daquilo que suscept vel de aumento ou de diminui o por exemplo a diferen a entre dois comprimentos ou entre dois n meros um comprimento ou um n mero Tendo assim o seu lugar na escala de grandezas da mesma esp cie Com o adjectivo que lhe corresponde intensivo designa se assim o grau de intensidade irredut vel quer ao entendimento quer qualidade ainda que seja sempre acompanhado de varia es extensivas e qualitativas Ao alto grau de intensidade por sua vez o lhe corresponde lhe o adjectivo intenso Lalande S D p 685 Volume I Neuza Isabel da Silva Valadas 156 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Interatrac o Atrac o rec proca Por exemplo na vida animal o fen meno elementar que se entende por atrac o fen meno f sico em que dois ou mais corpos se aproximem um do outro For a mec nica atrac o universal atrac es e repuls es el ctricas Tend ncia interna respons vel pela atrac o que se oberva que observ vel Lalande S D p 685 Volume I Invers o Diz se de invers o a infer ncia imediata pela qual se conclui de uma proposi o dada invertende uma outra proposi o inversa tendo por sujeito o co
49. nica pode ser criada a partir dos movimentos humanos e que por sua vez a arquitectura acaba por influenciar nos Homem Arquitectura Homem Architectural forms can be created from human movements and in turn architecture influence humans think it is ideal when they create a dynamic interaction Great architects 2010 Trata se de uma comunh o talvez por influ ncias culturais talvez por uma forma particular de ver Quase como se existisse um retorno o homem cria e a sua cria o obra volta para o Homem esta forte consci ncia de din mica e intera o que se revelam enquanto corrente e fio 9 Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa em entrevista sobre o Rolex Learning Center 2010 8 Consultar gloss rio Neuza Isabel da Silva Valadas 117 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo condutor que est o presentes em tudo o que define o processo de arquitectura que procuramos evidenciar neste trabalho Ilustra o 48 Kazuyo Sejima proposta para o terminal mar timo de Yokohama 1994 Cort s 2008 No seu discurso e transparecendo tamb m nos seus esquemas e diagramas s o usuais palavras como sistemas e din mica Sejima 2008 pp 22 29 Tal como a nossa vida a arquitectura um sistema din mico e vivo Activo Em forma de par bola Em constante interac o E em modo de pequeno par nteses sob uma perspectiva de interpreta o arquitect nica a par
50. o bem como a caracter sticas particulares tais como a transpar ncia e a leveza Referindo por m que algumas vezes poder ser perigosa e levianamente interpretada atendendo apenas sua dimens o est tica Sejima 1996 p 28 Assumindo que depois de trabalhar de forma cont nua durante tantos anos diz sentir se motivada a voltar atr s e repensar de novo o conceito de arquitectura Sejima 1996 p 28 A consci ncia de uma permanente actualiza o Pretendendo desenvolver uma defini o da fun o sempre mais clara e simplificada poderemos criar uma arquitectura muito transparente como ali s procura fazer reconhecendo no entanto que a arquitectura vai muito para al m disso podendo igualmente incorporar a n o transpar ncia Sejima 1996 p 28 Kazuyo Sejima diz querer utilizar esta ideia para fazer algo diferente do que tem feito no passado Assim focando se no objectivo de criar algo diferente do que j experimentou procura re produzir lugares com mais for a e subst ncia Sejima 1996 p 28 atrav s da explora o e da aprimora o do modo de fazer que se vai 3 Para definir o sentido desta express o cria o po tica tomemos em considera o a refer ncia que Thierry De Mey faz relativamente separa o entre m sica e a dan a Sendo no entanto ainda dif cil de falar exactamente deste repert rio e da liga o que une dan a e m sica pois esta liga o
51. o corpo enquanto elemento f sico que vive e se constitui pela emo o Emo o Entender o que a emo o neste contexto requer um grande recuo no tempo preciso recuar e ent o chegar at s teorias desenvolvidas por Fran ois Delsarte Delsarte visando estabelecer uma rela o entre as emo es e a sua express o gestual Louppe 2012 p 8 permite nos encontrar nas ra zes ancestrais da dan a a sua justifica o Chegar a Delsarte por m implica reconhecer Isadora Duncan e o nascimento da dita dan a contempor nea Louppe 2012 p 8 E a que nos interessa estar e tamb m da nos interessa partir A fim de averiguarmos a g nese da quest o entre os pontos de contacto entre a dan a e a arquitectura abordando a e visualizando a durante a sua expans o de sublinhar por m que este processo de investiga o n o se constr i de um modo linear mas sim e tomando de empr stimo o conceito de Giles Deleuze e F lix Guattari sob um sistema em rizoma Louppe 2012 p 10 Este sistema em rizoma que muito complexo e ao mesmo tempo bastante simples incide constantemente sobre o corpo O corpo que nos permite habitar imaginar e coreografar Assim utilizando da dan a contempor nea o corpo solto recolhendo da sua hist ria motiva es e m todos que se convertem em linhas condutoras do corpo que progressivamente trabalhado no espa o o corpo revela se agente criador e organizador
52. o pilar e o piso 1 Caetano 2014 prece cane cephoniavele aie Ena RN RSS a qa nando 205 Ilustra o 84 Pousada de Santa Barbara Al ado que se encontra virado ao vale SE pACACIano ZU mera aero dt aa eb eval cade ali Ore Cab E rea nad ai 206 Ilustra o 85 Pousada de Santa B rbara Composi o da fachada Pormenor dos pilares Caetano 2014 ec a RODO ca a a fee Ado ears as 206 Ilustra o 86 Pousada de Santa B rbara enquadramento entre o espa o interior e o espa o exterior de estar Caetano 2014 aaa 207 Ilustra o 87 Pousada de Santa B rbara vista desde o espa o exterior Susana Caciano 2014 sadia aa Da eta E Madu aduvecete on nai anes 207 Ilustra o 88 Pousada de Santa B rbara vista desde o bosque acesso a estrada nacional Caetano 2014 azia seieaisssaaiioes asma seas apan veseceetea ecuador onteueredetuelsbentusentecs 208 Ilustra o 89 Desenho Pousada de Santa B rbara Al ado Principal Caetano DUNA tia as e a abe ANE AE 208 SUM RIO Ta HOTFORUIGAO kre tere teseb teres cies eee eheea dese ann RR NR DE SE UDN PE 17 2 Corpo Espa o tempo sass esses cedeiceeses ctecare Sateen rebecca sacetqeetehecuvenscninestebeceeenastestenetees 23 2 1 Corpo procura de uma defini o erra 24 2 2 O corpo para o movimento como o Homem para o espa o construindo um espa o abstractizado atrav s da IMAQeM cccccceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
53. obra tenha tanto de fun o como de coisa e tanto de po tico como de mat ria concreta Tainha 2008 Os mapas n o devem ser compreendidos apenas em extens o relativamente a um espa o constitu do de trajectos Existem tamb m mapas de intensidade de densidade que dizem respeito quilo que preenche o espa o quilo que sustenta o trajecto Deleuze 2007 p 90 6 Manuel Tainha descreve o plano macrof sico como o espa o de experi ncia o espa o emp rico onde se situam os objectos que produzimos e onde decorrem os acontecimentos das nossas vidas Tainha 2008 Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byrne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arquitectura a Designa o dada pelo arquitecto Manuel Tainha Neuza Isabel da Silva Valadas 50 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo A respeito do espa o e retomando alguns conceitos anteriormente explorados que dizem respeito extens o aos trajectos e s intensidades do espa o Deleuze deixa nos um pensamento interessante quando se refere aos mapas Estes mapas descritos por Deleuze poder o de certa forma dar continuidade a este espa o do corpo Tendo em conta que a cartografia uma ferramenta um levantamento que orienta com determinada escala nesse sentido d escala
54. os intervalo que os constitui preciso pensar no espa o entre as v rtebras Gil 2001 p 172 Intervalo Fase de Movimento fase de n o movimento Dans la m moire de votre corps Le centre ainsi localis Analysons sa pulsation Amplifions la Vous d couvrons un enchainement de p riodes Deux phases composent chacune dentre ellas Une phase de mouvement Une phase de non mouvement Schirren 1996 p 124 N o poderemos falar de espa o e de tempo sem falar de ritmo Ou n o poderemos falar de ritmo sem antes considerar grandezas tais como o espa o e o tempo Na m sica tal como no cinema tal como na arquitectura o espa o nada mais faz do que 2 Consultar Gloss rio Neuza Isabel da Silva Valadas 37 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo oferecer se como a folha em branco se oferece escrita ou ao desenho A base Sobre ele base e espa o suporte se concretizar a obra a composi o musical o filme com o seu cen rio e a sua imagem sugerida e recriada bem como a obra de arquitectura esta por m talvez com a sua atmosfera espacial mais complexa Em todas estas actividades o ritmo o orientador espacial enquanto intervalo que d dimens o e forma a uma sequ ncia La phase de mouvement je l ppellerai ET La phase de non mouvement je lappellerai BOUM Prenez vos baguettes ET j annonce la phase de mouvement Frazzez le tambour en m m
55. pelo movimento puro ou uma averigua o da ess ncia de movimento na dan a Gil 2001 p 189 O elitismo de Cunningham des realizava os corpos o desejo de alcan ar o objecto verdadeiro ou seja OS movimentos que valham apenas por si pr prios o objecto verdadeiro o objecto real s aparece no fim do processo de despojamento total daquilo que n o constitui a ess ncia do objecto ou fenomenologicamente falando a objectividade do objecto Gil 2001 p 189 Cunningham acabara de transformar radicalmente a dan a moderna dos anos 1950 e contudo existia j um novo grupo de jovens que tinham aprendido a sua t cnica e se revoltavam contra os seus m todos nos anos 1960 Gil 2001 p 184 S o estes jovens bailarinos irreverentes que terminam o que Cunningham inicia Esses jovens bailarinos procuravam a completa liberta o dos corpos Procuravam o fim das imposi es de estilo art stico Gil 2001 p 184 Ainda que nos pare a leviana esta palavra de liberta o quando examinamos mais 57 Merece a pena fazer aqui um par nteses a fim de esclarecer este objeto pictural puro da pintura que nos permite compreender o mundo A pintura moderna antes de ter chegado a este ponto segui duas vias A primeira foi fazer variar ao m ximo os pontos de vista sobre o objeto referente impressionismo c zanismo pontilhismo fauvismo cubismo alogismo eis por exemplo as fazes
56. php type masterplans amp id 129 amp page 0 gt TAINHA Manuel 2008 O Fazedor Newsletter Em linha Outubro Novembro 2008 Consult 19 Junho 2012 Disponivel em WWW lt URL http issuu com hugooliveira docs newsletter4 gt TAINHA Manuel c a 1950 Esqui os da Pousada de Santa Barbara S I s n Imagens cedidas por Victor Caetano propriet rio da Pousada de Santa B rbara TRISHA BROWN DANCE COMPANY 2014 Trisha Brown Dance Company Em linha S l Trisha Brown Dance Company Consult Janeiro 2012 Dispon vel em WWW lt URL http www trishabrowncompany org index php section 34 gt ZUMTHOR Peter 2014 Seven Personal Observations on Presence ArchDaily Em linha Dezembro 2013 Consult Dezembro 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www archdaily com 45251 3 peter zumthor seven personal observations on presence in architecture gt Neuza Isabel da Silva Valadas 151 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 152 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo BIBLIOGRAFIA AFONSO Nadir 2012 Arte est tica e teoria Lisboa AQF BALLANTYNE Andrew 2007 Deleuze and Guattari for architects Em linha New York Routledge Thinkers for architects series Consult Maio 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www google pt url sa t amp rct amp q amp esrc s amp frm 1 amp source web amp cd 1
57. quase de natureza po tica Adolphe et al 2002 p 30 114 atender defini o que Fernando T vora faz quando fala de forma e de espa o aquilo a que chamamos espa o tamb m forma negativo ou molde das formas que os nossos olhos apreendem poderemos considerar que as formas animam o espa o e dele vivem aquilo a que chamamos espa o constitu do por mat ria e n o apenas as formas que nele existem e ocupam como os nossos olhos deixam supor T vora 2006 p 12 Neuza Isabel da Silva Valadas 131 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo afinando progressivamente pretende afirmar a beleza da procura pelo real valor das coisas isto pela subst ncia irrecus vel da obra em si Poder a transpar ncia ser o ve culo que transporta o corpo neste sentido de uma procura da subst ncia irrecus vel da obra em si na obra de arquitectura Recuemos s pistas que explor mos atr s Em todas as core grafas estudadas comum este t pico da procura pela subst ncia irrecus vel da obra em si nos seus diferentes m todos de trabalho Notemos especialmente em Anne Teresa de Keersmaeker esta preocupa o e inquieta o quando se interroga sobre o cristal de gelo e a gesta o Adolphe et al 2002 p 35 aqui tamb m que acontece o milagre da dan a que Martha Graham reconhece no acto dangado Deste modo conduzidos atrav s da quest o da
58. que o envolve T vora 1962 p 74 Alertando nos que para isso deveremos conhecer a circunst ncia t o intensamente que conhecer e ser se confundem T vora 1962 p 74 Como poderemos conhecer a circunst ncia De que modo poderemos gradualmente afinar uma forma que nos possa conduzir s ntese entre beleza e equil brio O desenho atrav s do desenho que certamente poderemos conhecer a circunst ncia Avali la por meio de tentativas de conseguir aferir a forma e a medida Nesta sequ ncia reconhecer o desenho enquanto processo fundamental de s ntese depura o significa reconhecer tamb m que chegaremos a um resultado pela experimenta o consistente Passo a passo Afinando se um desenho a seguir ao 6 Importa esclarecer aqui que quando referimos desenho n o pretendemos designar o desenho livre enquanto esqui o mas tamb m o desenho rigoroso atrav s da manipula o do corte do al ado e da aferi o da planta The philosopher Eug ne Dupr el 1879 1967 proposed a theory of consolidation he demonstrated that life went not from a centre to an exteriority but from an exterior to an interior or rather from a discrete or fuzzy aggregate to its consolidation This implies three things First that there is no beginning from which a linear sequence would derive but rather densifications intensifications reinforcements injections showerings like so many intercalary events there is growth on
59. que o espa o provoca no corpo e o que o corpo pode experimentar no espa o Ser isto Eventualmente poder ser isto E eis que surge novamente o campo das possibilidades A zona As quest es O puxar do fio O avesso perme vel A contamina o A decomposi o O dissecar Promover caminhos A deambula o e depois poder voltar O mote A expans o A contrac o Por fim a estabiliza o o processo e medida 88 The importance of pattern recognition in music and nature are further explored in connection with emergent phenomena in Douglas Hofstadter s book G del Escher Bach 1979 a metaphorical fugue on minds and machines and one of the foundational works on artificial intelligence Johann Sebastian Bach 1685 1750 is of course the pre eminent emblem for the idea of counterpoint and Hofstadter s influence has been such that perhaps we are no longer surprised to find Bach drawn into the analysis of what it is to think Uexkill s vision of nature as endorsed by Deleuze and Guattari infers an immanent and pervasive Bach like sensibility in nature or at least in nature s score and we should not separate the human from the natural Proust infers it in bourgeois society Ballantyne 2007 p 49 o Light as matter is invisible We cannot perceive Light as it passes by unless i tis trapped in dust smoke or water droplets Nothing is contained in the Light beam Even laser Light breams appear to pa
60. said to celebrate the glory of the skies But with the territory and the house it becomes constructive and erects ritual monuments of an animal mass that celebrates qualities before extracting new causalities and finalities from them This emergence of pure sensory qualities is already art not only in the treatment of external materials but in the body s postures and colours in the songs and cries that mark out the territory It is an outpouring of features colours and sounds that are inseparable insofar as they become expressive philosophical concept of territory Every morning the Scenopoetes dentirostris a bird of the Australian rain forests cuts leaves makes them fall to the ground and turns them over so that the paler internal side contrasts with the earth In this way it constructs a stage for itself like a ready made and directly above on a creeper or a branch while fluffing out the feathers beneath its beak to reveal their yellow roots it sings a complex song made up from its own notes and at intervals those of other birds that it imitates it is a complete artist Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 42 Neuza Isabel da Silva Valadas 59 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo O movimento de Merce Cunningham muitas vezes equiparado aos exploradores e pioneiros da pintura abstracta que procuravam a pintura pura correspondendo isto ao que poder amos denominar de procura
61. se a Dan a da Serpente Dance Serpentine a Dan a do fogo Dance du feu e a Dan a da borboleta Dance du papillon criadas para a Exposi o de 1990 A sua carreira desenvolve se a partir de Paris fazendo turn s com Isadora Duncan e relacionando se com artistas e escritores da moda Boucier 1987 p 252 Embora n o contribuindo em ideias nem em t cnica para o desenvolvimento da dan a propriamente dita o seu m todo de criar no palco um espa o fora do real atrav s da utiliza o da luz passa a ser seguido e a influenciar os core grafos e os cen grafos contempor neos Boucier 1987 p 253 Neuza Isabel da Silva Valadas 178 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Com Ruth Denis mais conhecida por Ruth Saint Denis the first lady of american dance chegamos realmente ao ponto de nascimento da dan a moderna Boucier 1987 p 253 Agarrando a ideia mestra de Isadora Duncan dan ar exprimir a vida interior aprofunda esta ideia enriquecendo a sua dita vida interior com a medita o A dan a torna se um acto religioso Estabelece uma doutrina Estabelecendo uma t cnica corporal met dica formou imensos alunos disc pulos sendo considerada juntamente com Ted Shawn a criadora da dan a actual Afirmando que uma das suas primeiras leituras foi a Cr tica da Raz o Pura de Kant bem como The Idyll of White lotus hist ria de uma eg pcia que durante uma medita o teve a vis o da
62. seu percurso um acto que se deixe descrever ao ponto de dar legitimidade s nossas escolhas diferen a da l gica formal a ordem intuitiva tem uma l gica cujas leis ainda n o foram encontradas Andr Breton dizia referindo se m sica que em todo o grande compositor se encontra um n cleo nocturno inquebravel inacess vel raz o Na verdade se o criador pudesse expressar em palavras o seu instinto primordial primitivo que luta por se manifestar na obra que faz toda a cria o seria sup rflua Tainha 2001 p 35 O mesmo parece Trisha Brown sustentar quando a respeito do seu processo refere I m involved with process and development of ideas in drawing because can find my 124 Excerto do Capitulo do Livro de Vitr vio Tratado de Arquitectura Tradu o do latim introdu o e notas por M Justino Maciel 2006 Neuza Isabel da Silva Valadas 141 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo way back into mechanics if not the state of mind later It s a record of an experience Brown apud Soares 2003 p 162 Refor ando a import ncia e a naturalidade que o desenho desenvolve e o promove na constitui o das suas pe as acrescenta I think that choreographies have to be constructed as an architect would or a construction worker would A drawing don t know where it comes from and can t control it and that s thrilling so that s the ple
63. seu trabalho assistimos a um descartar natural de estere tipos emergindo novos ideais adjacentes a promo o de uma nova forma de pensar espacial arquitect nico e social Sejima 1996 p 23 Come ar tudo de novo assim refere Kazuyo Sejima Considerando e concluindo que estes pressupostos e ideias estereotipadas fazem pouca justi a realidade actual e t m uma base pouco real Sejima 1996 p 23 Deste modo conduzindo nos atrav s do cruzamento de conceitos que nos remetem para uma dimens o cuja simplicidade e complexidade se misturam Sejima reconhece que a verdadeira imagem est em parte submergida ocultada Sejima apud Taki 1996 p 24 Assim e tendo em conta que a arquitectura se constr i atrav s de imagens Sejima diz criar a impress o de beleza trabalhando quest es da est tica e de integridade Taki apud Sejima 1996 p 24 Este criar a impress o de beleza poder equiparar se insinua o que Pina Bausch diz existir e experimentar na dan a tudo o que 107 consider such fixed assumptions to be actually fair arbitrary and not based on reality Sejima 1996 p 23 Neuza Isabel da Silva Valadas 126 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo podemos fazer insinuar Bausch apud Bailarino de Pina Bausch 2011 Insinuar n o o que faz tamb m a arquitectura Como o faz Recuemos at aos s mbolos trabalhados por Pina Ba
64. si pr prios o objecto verdadeiro o objecto real s aparece no fim do processo de despojamento total daquilo que n o constitui a ess ncia do objecto ou fenomenologicamente falando a objectividade do objecto Gil 2001 p 189 Presence is like a gap in the flow of history where all of a sudden it is not past and not future Zumthor 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 132 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 5 2 EXPERI NCIA POUSADA DE STA B RBARA DE MANUEL TAINHA A Pousada de Santa B rbara 1956 situada pr xima de Oliveira do Hospital serve nos como instrumento de estudo enquanto objecto arquitect nico constru do Enquanto corpo concreto corpo constru do poderemos analisar n o s o espa o quando o habitamos mas tamb m as representa es e os desenhos do arquitecto a respeito da sua pr pria obra Resultante de um projecto desenvolvido pelo arquitecto Manuel Tainha o edif cio empresta nos ao corpo o espa o que ele precisa para que aprofundemos as quest es que pretendemos desenvolver ao longo deste trabalho Assim aliando documenta o te rica entre os quais os textos desenvolvidos pelo pr prio Arquitecto e um seu caso pr tico poderemos obter uma esfera de informa o mais completa cujo conte do se adensa tornando se mais plena Aliando o lado te rico obra pr tica realizada pelo arquitecto Manuel Tainha procuramos de algum mod
65. so that we can emote at the same time as the characters on the screen Part of the skill in screen acting is being able to look blank enough for the audience to project its emotions on to the actor and part of the editor s skill is knowing how long the audience needs Ballantyne 2007 p 38 Neuza Isabel da Silva Valadas 40 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo hablar de creaci n la creaci n es mas bien algo muy solit rio y no se trata de hablar de creaci n sino que es en nombre de mi creaci n que tengo algo que decirle a alguien si disponho entonces todas estas disciplinas que se definen por su actividad creadora si las dispongo unas detr s de otras yo diria que existe un l mite com n a todas ellas y el limite que es comun a todas estas series a todas las series de invenciones invenciones de funciones invenciones de bloques duraci n movimiento invenciones de conceptos etc la s rie com n de todo esto o el limite com n de todo esto qu es Es el espacio tiempo De tal forma que si todas las disciplinas se comunican entre s es en lo que no se desprende nunca por s mismo sino en lo que est comprometido en cualquier disciplina creadora es decir la constituci n del espacio tiempo Deleuze 1987 Nesta sequ ncia do pensamento de Deleuze torna se oportuno relembrar um texto escrito pelo arquitecto e professor Manuel Tainha Precisamos das palavras de Dele
66. veis Adolphe et al 2002 p 33 Uma vez mais temos as fortes convic es da autora ao servi o e crescimento da sua obra Thierry De Mey refere que a separa o entre m sica e dan a um risco de certa forma que as gera es futuras correm ficando sujeitas perda de uma comunica o enriquecedora entre as duas disciplinas Sendo no entanto ainda dif cil de falar exactamente deste repert rio e da liga o que une dan a e m sica pois esta liga o quase de natureza po tica Adolphe et al 2002 p 35 Ser que podemos estabelecer uma rela o similar entre dan a e a arquitectura Obviamente num outro formato de mat rias de corpo de espa o de ritmos densidades e intensidade De for as que desafiam outras for as a gravidade No entanto poss vel reconhecer entre elas e veja se aqui a extrema import ncia do espa o entre as coisas entre as disciplinas e entre os pr prios espa os inclusive uma forte liga o de car cter po tico pequenos pontos que se cruzam e convergem o poro criativo O mote que se expande e leva execu o da obra A transforma o de um n cleo o fermentar da ideia que incentiva ao desenvolver do corpo A apropria o O impacto do provocar sensa es emo es A interpreta o subjectiva de cada um dos espectadores habitantes de determinada pe a de determinado lugar obra O revelar duma hist ria A li o que retiramos o espa o que absorvemos 0
67. 02 p 7 Express o Tra o Nervura Projec es Neuza Isabel da Silva Valadas 64 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Por defini o ve culo do latim vehiculum qualquer meio de transporte Aquilo que conduz auxilia promove Meio de transmiss o de propaga o e de divulga o Costa et Melo 1998 P 1680 Deste modo poderemos entender o desenho como um ve culo Divulga promove propaga ideias imagens fragmentos de imagens imaginadas etc Hip teses Cria o espa o para o pensamento desenhando Reprograma e informa Ainda que n o se saiba Se o desenho conduz a forma presen a Kahn 1998 p 39 Trisha Brown quando lhe perguntam se considera que os seus desenhos s o notas coreogr ficas ou se poderiam s lo explica nos que Era essa a inten o Na realidade n o sei ao certo que finalidade tinham N o sei se poderiam ter desembocado em esquemas no ch o ou antes numa ac o num espa o corporal pessoal ou no interior de um espa o c nico Tinha a impress o de poder fazer um alfabeto a partir de quatro quadrados inseridos num maior E imaginei que existia uma rela o entre essa forma e o corpo E um corpo sem torso E como se houvesse um ponto central Estes quadrados esculpem o espa o t m uma dimens o que tem muito a ver com o corpo Brown apud Gil 2001 p 169 O alfabeto que Trisha Brown tenta elaborar e que composto por cubos cujo centro represen
68. 17 marzo 1987 Consult Julho 2011 Dispon vel em WWW lt URL http www youtube com watch v GY GbL5tyi E amp feature related gt DELEUZE Gilles 2009 De Ideia Em linha S I s n Consult 22 Junho 2011 Dispon vel em WWW lt URL http www youtube com watch v U5CmI 8DhoE gt FILHO Jos dos Santos Cabral 2008 Arquitectura Irreversivel o corpo o espa o e a flexa do tempo Arquitextos Em linha 8 089 07 Outubro 2007 Consult 18 Maio 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www vitruvius com br revistas read arquitextos 08 089 202 gt FLORENCE Luis 2011 Por tras da transpar ncia Revistaveneza Em linha Fevereiro 2011 Consult Junho 2013 Disponivel em WWW lt URL http revistaveneza wordpress com 201 1 02 13 por tras da transparencia blogsub confirming subscribe blog gt GRA A Carrilho 2002 Carrilho da Gra a conversa com Ricardo Carvalho In RICARDO CARVALHO JOANA VILHENA Ricardo Carvalho Joana Vilhena Em linha S l RCJV Arquitectos Consult Mar o 2011 Dispon vel em WWW lt URL http rcjv rapidoefacil com P artigo view cgi artigo id 83 gt HAVARD UNIVERSITY Preston Scott Cohen Graduate school of design 2013 Kazuyo Sejima and Ryue Nishizawa Architecture is Environment Em linha S l s n Consult Junho 2013 Disponivel em WWW lt URL http www gsd harvard edu media kazuyo sejima and ryue nishizawa architecture is environment htm
69. NGEMATIN Michel 1997 L architecture au corps Bruxelas OUSIA ZUMTHOR Peter 2006 Pensar a arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili ZUMTHOR Peter 2009 Atmosferas Barcelona Editorial Gustavo Gili Neuza Isabel da Silva Valadas 154 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo GLOSS RIO Arqu tipo Designa o prot tipo ideal das coisas tomando se tamb m para designar coisas materiais existentes fora do esp rito Representando ainda do ponto de vista emp rico e psicol gico uma ideia que serve de modelo a outras Lalande S D p 213 Volume I tomo Elementos da mat ria absolutamente indivis veis De tal pequenez que n o podem ser percebidos separadamente segundo Dem crito eternos invari veis homog neos entre si diferindo nos seus movimentos formas e posi es Lalande S D p 213 Volume I C rculo Em L gica c rculo diz respeito a rela o de dois termos em que cada um se pode definir pelo outro ou e tamb m designa a rela o de duas proposi es em que cada uma pode deduzir se a partir da outra Rela o de duas condi es em que a validade duma depende da validade da outra Lalande S D p 213 Volume I Concep o Enquanto opera o todo o acto de pensamento que se aplica a um objecto Mais especialmente entende se concep o como a opera o do entendimento oposta s da imagina o quer reprodutora quer
70. Organiza o Corpo Arquitectura Projec o Dan a Gravidade Meio It s not about steps anyway Choreography is about organization Organize the body or organizing the body with others bodies Framings of organization The environment Forsythe 2010 Arquitectura Corpo Dan a Projec o A rela o entre a pr determina o coreogr fica dos movimentos e a liberdade de interven o Gil 2001 p 35 que Jos Gil diz existir na dan a verifica se no exerc cio de arquitectura sempre que o arquitecto estabelece rela es espaciais hierarquizando e organizando o espa o atrav s da cria o de percursos determinando a abertura ou o fecho dos v os etc Cada decis o tomada na liberdade de interven o do arquitecto cria circunst ncia tal como define Fernando T vora e referido no ponto tr s O drama como refere que resulta da possibilidade de escolha e da possibilidade de selec o Apresentando se as variadas op es organizadas segundo conjuntos infinitos de grupos e esquemas Qualquer que seja o caminho tomado para chegarmos a cada um dos lados a habita o que nos proporciona a arquitectura tal como a experimenta o que nos proporciona a dan a o ponto de chegada parece ser sempre o mesmo o corpo o corpo que permite que o drama viva 7 Consultar ponto 3 3 S importante esclarecer aqui que esta experimenta o n o tem necessariamente que ser directa N
71. Silva Valadas 186 ANEXO A Biografia de Manuel Tainha Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 61 Manuel Tainha 1922 2012 2013 p 6 Por isso que eu j ousei escrever uma vez sem ir preso que a teoria a cr tica a hist ria fazemo la n s todos os dias na ponta do l pis Assim vou alimentando a ilus o de que escapo dudalidade civilizada que op e o te rico ao pr tico o significado dos nossos actos singularidade irrepet vel da sua exist ncia reduzindo a fissura entre o mundo da vida e o mundo da cultura N o paro de fazer para dar lugar reflex o nem a reflex o vai de f rias quando fa o arquitectura Manuel Tainha Dezembro 1993 Tainha 2013 p 6 Nasci e cresci junto ao Tejo Num lugar onde o Tejo se encontra com o mar caminho de ir para outros lugares E voltar E da que desde cedo eu tenha contra do a cren a Neuza Isabel da Silva Valadas 189 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo de que para al m da linha do horizonte tudo estava a acontecer nesse momento e sem mim O crescimento uma caminhada em direc o quilo que antes de ser conhecido vivido pelo instinto e pela fantasia E o que o instinto e a fantasia me diziam ent o era isso mesmo que para al m da linha do mar estava um mundo distante e cheio de vida minha espera Um sentimento que com a adolesc ncia se foi desgastando e desapossando por cont
72. TRACTIZADO ATRAVES DA IMAGEM Albert Einstein identifica em Concepts of Space tr s tipos de espa o o espa o Aristot lico o espa o absoluto teorizado por Newton e o espa o quadridimensional Einstein quando desenvolve a teoria da relatividade refere se ao espa o enquanto espa o quadridimensional acrescentando ao j conhecido espa o tridimensional uma nova dimens o o tempo Maduruelo 2008 p 29 Siegfried Giedion no seu livro Space Time and Architecture analisa a import ncia do corpo em movimento que confere ao espa o a sua quarta dimens o onde o passeio arquitect nico Promenade Architectural permite o entendimento e a plasticidade do objecto arquitect nico Aguiar 2006 p 82 O espa o enquanto suporte arquitectura e dan a enquanto mat ria operativa Contudo no sentido de uma compreens o mais ampla torna se necess rio explorar uma defini o e perspectiva de corpo tempo e espa o segundo uma raiz mais pura Um sentido filos fico perspectivando o corpo enquanto elemento unificador que precisa de um tempo chronos e de um espa o espec ficos para se estabelecer e caracterizar consideremos o seguinte excerto de Jos Gil 16 He gave importance to the phenomena of rhythm in his discussions of emergent conceptions of the world for example in connection with the earliest maintained dwellings Leroi Gourhan 1964 314 and he proposed for example two alternate spatial schemat
73. a o dos seus esquemas aos diagramas s rela es entre vari veis como quantidade e intensidade passamos a tomar a pr pria arquitecta enquanto pista guia semelhan a das core grafas de modo a que possamos reiterar e averiguar a coincid ncia e invers o de t picos no prop sito da viv ncia Humana O espa o que cont m espa o O Corpo Diagrama Neuza Isabel da Silva Valadas 114 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 5 CORPO QUE ESPOLETA ESPA O Ilustra o 47 SANAA Centro Rolex 2010 Soares 2010 Neuza Isabel da Silva Valadas 115 O espa o que cont m espa o Corpo Diagrama Simplicidade e Complexidade X Contemporaneidade 5 1 KAZUYO SEJIMA ATITUDE PROJECTUAL E VIV NCIA HUMANA No seguimento de toda a problem tica que desenvolvemos ao longo desta investiga o sobre o corpo e o habitar feito pelo para o corpo surge uma quest o Confere o corpo vida arquitectura Existem edif cios e obras onde esta quest o se percebe de um modo mais expl cito e directo fazendo toda a diferen a o conjunto habitado ou o conjunto vazio Uma quest o de vida vivacidade e sentido Poderemos dizer que o corpo atribui e portador de sentido arquitectura a arquitectura existe para ser habitada Muitas outras quest es igualmente pertinentes poderiam ser alimentadas a partir deste ponto Interessa nos cruzar uma vertente te rica com um
74. a o Diluir fronteiras entre disciplinas art sticas tal como a pr pria Trisha Brown refere na sua obra este tamb m um dos prop sitos desta disserta o Assim compreendendo e investigando poss vel a cria o de um espa o de reflex o se constr i e expande luz do contacto entre mat rias Acho sim que a arquitectura deve ter um espa o de reflex o merece o Tainha 2001 Este espa o de reflex o tamb m ele se constr i como um corpo onde trabalha a luz e o seu movimento no qual atrav s dos materiais com a sua raiz o seu esqueleto estrutura Estrutura formal f sica e mental O que se concebe com o corpo virtual antes da pr pria arquitectura concreta que existe por si mesma Ao longo do desenvolvimento deste estudo temos vindo a explorar as v rias afinidades entre os t picos comuns a estas duas disciplinas a dan a e a arquitectura Sendo que Trisha Brown atrav s do seu exemplo textos entrevistas e obra nos d um contributo fulcral para os nossos objectivos O seu livro Danse Pr cis de Libert torna se um ve culo essencial para a compreens o da rela o entre mat rias especialmente atrav s da rela o que se estabelece entre os seus desenhos e a sua dan a Quando o desenho se torna ele pr prio revela o O desenho e em particular este caso que agora analisamos revela nos sentido e sentidos O desenho j sab amos sempre foi um m t
75. a the concentric and the radial Concentric space is settled territorial space that establishes an idea of a centre a granary around which circles are inscribed and that enables us while remaining immobile to reconstitute circles around ourselves extending to the limits of the unknown 325 6 Conversely radial space is the space of the nomadic hunter gatherer who moves across the surface of a territory offering an image of the world linked to an itinerary Ballantyne 2007 p 46 Neuza Isabel da Silva Valadas 30 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo No come o era o movimento N o havia repouso porque n o havia paragem do movimento Crescia se para repousar misturavam se os mapas reunia se o espa o unificava se o tempo num presente que parecia estar em toda a parte para sempre ao mesmo tempo Suspirava se de al vio pensava se ter se alcan ado a imobilidade Era poss vel enfim olhar se a si pr prio numa imagem apaziguadora de si e do mundo Era esquecer o movimento que continuava em sil ncio no fundo dos corpos Microscopicamente Porque como se passaria do movimento ao repouso se n o houvesse j movimento no repouso No come o n o havia pois come o No come o era o movimento porque o come o era o homem de p na Terra Ent o a linguagem nascia num rel mpago os sons combinavam se os sentidos incendiavam se O bailarino retoma o seu
76. a Silva Valadas 55 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 56 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 3 DAN A E LINGUAGEM Fa y A aA llustra o 12 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 159 Neuza Isabel da Silva Valadas 57 Raiz Corpo Valor Fun o Interpreta o Zona Pele Limite Experimenta o 3 1 CUNNINGHAM DESPOJAMENTO E PROCURA PELO OBJECTO VERDADEIRO Ilustra o 13 Dancers on a Plane Merce Cunningham e Martha Graham Sontag 1990 p 79 Ideal art stico Actualiza o e Transforma o Merce Cunningham m sico e seu companheiro John Cage exercem grande influ ncia nos ideais art sticos partilhados na d cada de 1960 As artes em geral s o afectadas por uma grande revolu o especialmente na dan a Com epicentro na cidade de Nova lorque come am a difundir se ideais que desencadeariam o desenvolvimento da dan a contempor nea que hoje conhecemos Numa poca de grandes mudan as sociais e pol ticas respira se o novo neste contexto que o grupo Judson Dance Theater que abriga core grafos irreverentes e idealistas respons vel pela procura e consequentemente pela extens o e actualiza o da ess ncia da dan a poca em que se vive De facto poder amos dizer actualizam a dan a Neuza Isabel da Silva Valadas 58 Di logos entr
77. a Silva Valadas 95 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Assim a viol ncia representada pelos corpos transmite se s tens es paradoxais intensificando as emo es De onde as reac es que com frequ ncia as pe as provocam nos espectadores divididos entre emo es divergentes ou at mesmo opostas violentamente bloqueados entre duplos impasses choram e riem ao mesmo tempo riem de esc rnio ou revoltam se Nunca se poder portanto dizer o que Pina Bausch quer dizer o seu paradoxo maior est a entre um estado de coisas uma constata o intoler vel da viol ncia paradoxal do mundo em que se misturam o humor e a cr tica e o pathos em que ela mergulha muitas vezes o espectador na sua impot ncia de falar pathos do choque entre o riso e as l grimas Paradoxos de todos os paradoxos que engendra por seu turno o pathos ltimo de todos os pathos o de n o poder viver sen o na dor do paradoxo inexprim vel pela linguagem Gil 2001 p 228 Assim atrav s dos seus pontos de partida que segundo Jos Gil se caracterizam como secos e concisos como telegramas Pina Bausch elabora as suas pe as atrav s da explora o constante segundo uma fronteira aberta que existe entre as v rias disciplinas Na reinterpreta o que Wim Wenders cria da obra de Pina Bausch 2011 no filme que dirigiu a Pina quando observamos os cen rios que s o utilizados e evocados facilmente c
78. a abordagem mais pr tica a fim de se poss vel chegarmos a um consenso entre a teoria e a pr tica o pensado e o executado Debru ando nos sobre toda a pan plia de trabalhos de arquitectura contempor nea a atitude projectual que Kazuyo Sejima revela vai de encontro s quest es desenvolvidas neste trabalho Desta forma e explorando alguns dos seus trabalhos em particular encontramos em Sejima al m do discurso pertinente na forma como pensa e constr i o espa o um exemplo de como concretizar materializar as suas ideias eficientemente De alguma forma o trabalho de Sejima revela se um exemplo de como as inten es pretendidas antes do projecto realizado coincidem e s o compat veis com o ponto de chegada pretendido Existe no seu trabalho uma l gica coerente entre o imaginado e o constru do Este tamb m um dos temas que pretendemos averiguar ao longo deste trabalho Poderemos dizer que existe de facto um casamento entre as ideias iniciais e o produto resultado final Diagrama e Percurso Neuza Isabel da Silva Valadas 116 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Kazuyo Sejima refere desde o in cio pensar o espa o atrav s do percurso que o corpo concretizar Sejima 2008 p 22 Coreografar o espa o atrav s da cria o de percursos De todas as inten es que est o connosco no in cio de um projecto e atendendo s particularidades do programa e de to
79. a dos encontros bruscos com a vida que nos p em prova e v m sempre quando a gente menos os espera Quando se adolescente n o se sabe o que fazer com a felicidade quando ela acontece Para ele o adolescente a vida s decifr vel s tem sentido quando vista atrav s do v u da infelicidade O estar feliz esconde a inquietante suspeita de que alguma coisa n o est bem de que algo de catastr fico vai acontecer para repor tudo no s tio E com ela nasce o odioso sentimento de culpa sem objecto que tanto mais sofrido quando se nasce e cresce em solo cat lico mesmo sem o ser Estudante med ocre Percurso relutante Uma esp cie de estado provis rio expectante sem fim vista Depois o encontro assombroso com a Arquitectura Este n o foi propriamente um chamamento Veio por obra do desenho esse sim o apelo de ver a vida por imagens e gostar de jogar com elas criando mundos imagin rios que outra maneira de aproxima o ao real E da retirar grande satisfa o Saber desenhar quer dizer precisamente o saber ver e representar as coisas nas suas rela es de posi o no espa o nessa esp cie de geometria da qualidade que pr pria da arquitectura Diplomado em 1950 depois de um longo e atribulado percurso acad mico na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa Por um lado porque eu n o sabia o que que me estava a ser ensinado que esse o maior mal do estudante Por outro lado ressentia me do sentido dogm
80. a reestrutura o da Universidade de Coimbra Esta reestrutura o Levada a cabo durante o Estado Novo a partir dos anos 40 do s culo XX de forte car cter ideol gico resulta numa opera o urban stica de demoli o parcial e de reconstru o da antiga Alta Amendoeira 2010 constituindo um exemplo de como a arquitectura se serviu do corpo humano como mote para construir Inspirada na constru o da cidade universit ria de Roma Sapienza entre 1932 e 1935 ordenada por Mussolini e concebida por Piacentini constituiu se como paradigma a reproduzir em universidades de regimes ditatoriais internacionais tais como Madrid Lisboa e S o Paulo Amendoeira 2010 documento cedido pela pr pria Num discurso t pico propagand stico e art stico classicizante e monumentalista a arquitectura de pendor ideol gico totalit rio fascista parte de um modelo org nico em que o corpo humano harmonioso e saud vel a refer ncia de fundo Amendoeira 2010 Artigo publicado No caso de Coimbra o corpo saud vel ideal representado atrav s de uma escadaria monumental correspondente aos p s alas laterais dos institutos e faculdades pernas alameda praceta alas laterais para instala o de faculdades biblioteca museu etc tronco e bra os e a reitoria e os servi os administrativos cabe a Amendoeira 2010 Este ideal observ vel tamb m em outras cidades universit rias tais como as de Roma Lisboa e S o Paulo
81. about movement Locus is organized around 27 points located on an imaginary cube space slightly larger than the standing figure in a stride position The points were correlated to the alphabet and a written statement 1 being A 2 B made four sections each three minutes long that move trough touch look at jump over or do something about each point in the series either one point at a time or clustered There is a spatial repetition but not gestural The cube base is multiplied to form a grid of five units wide and four deep There are opportunities to move from one cube base to another without distorting the movement Brown apud Yee 2011 p 184 A s rie de trabalhos que inicia em 1999 It s a draw consiste numa performamce onde o corpo exaltado como m dium art stico Trisha coloca no chao do local onde a performande contecer um papel de grandes dimens es e come a a desenhar nele com a ajuda de um pastel tinta ou grafite a medida que vai dan ando Funcionam estes materiais como extens o do corpo de Brown criando uma impress o atrav s do desenho Neuza Isabel da Silva Valadas 110 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Estas performances de Brown remetem nos para as ac es de Yves Klein onde o corpo um m dium art stico e onde verificamos que o espa o experienciado usado igualmente como m dium art stico O corpo em movimento e a express o impress o do movimento no esp
82. aite comprehension du rythme Je regardai le creux de ma main je ne vis rien rien qu un mot le mot d infini Si je fais comprendre par des mots comprenez moi par l xp rience de votre corps sans l experience de votre corps votre savoir serait illusoire Schirren 1996 pp 110 123 A nogao de que vivemos entre os corpos entre as palavras as linhas as cores os volumes Schirren 1996 p 9 Assim tamb m a narrativa que o arquitecto comp e quando distribui e organiza o espa o atrav s da manipula o das suas ideias Acrescenta nos Deleuze Pensando nas diferentes actividades humanas seria bom saber sob que forma se apresenta uma ideia em determinados casos Deleuze O Abeced rio de Gilles Deleuze I de Ideia Neuza Isabel da Silva Valadas 39 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Deleuze apresenta nos nas suas reflex es a distin o entre conceitos perceptos e percep es Referindo que os conceitos pr prios da filosofia os perceptos por sua vez fazem parte do mundo da arte Os artistas segundo refere criam perceptos Perceptos e n o percep es No entanto por exemplo um escritor cria conjuntos de percep es e sensa es que v o al m daqueles que as sentem um percepto Deleuze quando fala em cinema fala nos em blocos de movimento dura o igualmente em rela o pintura por exemplo refere que esta consiste em
83. al ou espa o da consci ncia do corpo Todas estas designa es denominam no entanto um espa o esmero rectid o justi a escr pulo examinar atentamente os seus pr prios actos ou sentimentos Do latim conscientia conhecimento Costa et Sampaio 1998 p 409 9 Estar consciente do gesto poder significar o que Fernando T vora referia como conhecer a circunst ncia 7 Tendo em conta que na dan a a primeira mat ria prima de trabalho o corpo enquanto que na arquitectura o espa o Espa o sem o corpo Nesta fase o corpo e o seu movimento durante esta fase de projecto insinuado ver segundo a defini o presente no gloss rio Neuza Isabel da Silva Valadas 82 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo transcendental e art stico onde as projec es de movimento que nele se formam constituem o limiar entre o pensamento e a imagem a zona incrivelmente pl stica dos movimentos virtuais inimagin veis e ainda assim reais Reais porque s o pensados A zona doadora de sentidos Gil 2001 p 169 este espa o zona que nos permite exprimir criar imaginar e especular que a dan a e a arquitectura parecem partilhar em un ssono O mesmo espa o de cria o a zona pl stica na qual poss vel estender e concretizar o movimento e posteriormente conduzir o tra ado imaginado sua execu o real mms BE ENS rn NH HE i E
84. and disappearance Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 50 Neuza Isabel da Silva Valadas 127 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo qualquer projecto de arquitectura Assistimos a uma esp cie de desmistifica o Uma renova o que se torna necess ria n o s pela manipula o de ideias e ideais mas tamb m e sobretudo na investiga o e lan amento de novos materiais que devidamente enquadrados e justificados poder o eventualmente promover uma arquitectura que se prop e a acompanhar progressivamente as necessidades de quem a habita Prestando aten o especial ao corpo ao habitar e ao Homem a quem se destina a obra de arquitectura estas no es de desenvolvimento de conceitos e estere tipos que s o t o triviais quanto complexas constituem de facto uma preocupa o constante na obra de Kazuyo Sejima Referindo de forma recorrente a extrema import ncia que o movimento humano e por isso os percursos t m no desenrolar dos seus projectos Taki 1996 p 26 Sejima afirma subtilmente o direito a arquitectura Ao falar de regenera o de conceitos e ideias necess rio relembrar a genealogia de Sejima cuja experi ncia passa pelo escrit rio de Toyo Ito e pelas suas ideias Neuza Isabel da Silva Valadas 128 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo ainda que posteriormente tenha sa do do atelier de Toyo Ito uma vez que j n
85. ao bailarino que se transcenda Bourcier 1978 p 280 Mentora intelectual de uma multid o de disc pulos poderemos dizer que se deve a Martha Graham a difus o da dan a moderna at aos nossos dias Encontrando a origem do movimento nas profundezas do ser Bourcier 1978 p 280 Como seus principais descendentes resultam Erick Hawkins Merce Cunningham e por interm dio de Cunningham Paul Taylor Bourcier 1978 p 281 Merce Cunninhgam descendente de Martha Graham a sua evolu o conduziu o ao sentido oposto das teorias onde havia sido formado Poderemos reconhecer Cunninhgam como o novo mestre intelectual da nova dan a americana Bourcier 1978 p 282 Acabando por influenciar profundamente a Europa Bourcier 1978 p 282 Sob a influ ncia do compositor John Cage Cunningham dirige se para a dan a acabando por ser contratado por Martha Graham como bailarino ficando com ela at 1945 Bourcier 1978 p 282 Neuza Isabel da Silva Valadas 179 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Com John Cage faz turn s com recitais de m sica e de dan a Nos estados unidos o seu sucesso s acontecer realmente em 1968 com o seu grupo Merce Cunningham Dance Company oficializado enquanto companhia residente no Brooklyn Academy of Music Bourcier 1978 p 283 Para Cunninhgam a dan a parece tornar se em algo muito natural um movimento natural sem finalidade espec fica o menos estilizado poss vel B
86. arnage RD RR SRU RSRS NR SRD NR UR 44 Ilustra o 6 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 E a ddr EA Deda 47 Ilustra o 7 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 RE PAPO SANA OPA PROP niece RR AR MPR RO eed RR RR RR RP E 47 Ilustra o 8 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 Be ace arate Gee rarer Serta E ata Oba at ais reacting as eae OS retest E ip 48 Ilustra o 9 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 se gc me RR RR RE a RR Sie esac AE DO SE ERA NE 48 Ilustra o 10 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p BB PAR PR RE E BD RR NPR RAND PENSE RPG ENE ARS RP PANE PRE SUR RR Maan cans DER 52 Ilustra o 11 Dancers on a Plane Merce Cunningham e John Cage Sontag 1990 o PET O ERRADO Ro RR DC UR E IR NR E AA A E I S E 54 Ilustra o 12 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p TBD PR RR PR E A UA PR PRP O ER RR 57 Ilustra o 13 Dancers on a Plane Merce Cunningham e Martha Graham Sontag 1990 P 0 Dy RNP COPA n RENDER AE e A OVA PERENE DP END RD ORE 58 Ilustra o 14 Dancers on a Plane Merce Cunningham Carolyn Brown e Steve Paxton 1962 Sontag 1990 p 6 PRP RR A RR OR PA AR DR GA De AR PR 59 Ilustra o 15 Diagramas de John Cage para Untitled Enent 1952 Theater PIEQ ZOOS Ne 158 aire sao apa a one rm
87. arquitectura enquanto disciplina social feita por pessoas e para pessoas ela arquitectura ser tamb m profundamente afectada pelas circunst ncias que nos circundam Enquanto arquitectos respons veis por respostas a problemas concretos e inseridos num mundo de constru o que nos imprime actualmente um ritmo particular enquanto criadores de uma obra e respons veis pela oferta que apresentamos ao mundo atrav s de um projecto de arquitectura ser necess rio que tenhamos a capacidade de nos questionar sobre o que estamos a oferecer e tamb m sobre o modo como o fazemos como criamos circunst ncia Neuza Isabel da Silva Valadas 145 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Encontramos assim no testemunho de Trisha Brown um ponto fundamental quando nos descreve o estado emocional a que o desenho a conduz A forma como criamos um ambiente uma atmosfera a circunst ncia E neste sentido temos em Kazuyo Sejima enquanto arquitecta o suporte e o testemunho que necessitamos para a condu o das nossas ideias atrav s da capacidade de levar em conta o corpo quando criamos estruturas para ele Como refere Sejima levar o corpo verdadeiramente em conta implicar estar constantemente a re pensar o que se ser capaz de fazer re pensar o processo n o estando fora da contemporaneidade one standing outside como refere mas antes firmemente implantada nela plan
88. as 36 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo acontece tanto no processo de concep o do arquitecto como no trabalho do core grafo Para que seja poss vel perceber o limite desta explora o entre disciplinas e territ rios distintos torna se necess rio compreender a converg ncia entre as duas artes do corpo Filho 2007 Jos Cabral Filho acrescenta ainda que enquanto a dan a moderna busca evitar a fun o narrativa especialmente associada aos bal s cl ssicos a arquitectura come a agora a descobrir o seu potencial narrativo e ficcional Filho 2007 Este potencial narrativo e ficcional um tema bastante provocat rio especialmente nos dias que correm quando a arquitectura parece estar mais comprometida com quest es sociais e econ micas at Por m importante ser explicar que tamb m a narrativa precisa de espa o e tempo A narrativa que compreende entre si dist ncias que se estendem do passado ao futuro resultando desta intersec o o tempo presente dizer vivemos num espa o temporal entre espa os O tempo torna se assim num dos primeiros elementos que se por um lado existe enquanto conceito abstracto existe tamb m e sobretudo enquanto mat ria concreta que qualifica estrutura e explica O conceito de tempo encontra se por sua vez conectado ao conceito de intervalo e por tanto igualmente ligado e relacionado ao conceito de ritmo Uma vez que o espa o entre espa
89. as coreogr ficas Sejima enquanto pista arquitect nica permite nos compreender o processo que suporta tanto a cria o arquitect nica quanto a 99 Architects do this all the time in moving between the different worlds of the people who participate in a building s becoming One group of people engineers quantity surveyors and builders works together to see the building constructed and each profession has its own characteristic vocabulary its characteristic attitudes and concepts These different sets of concepts enable each profession to deploy its own expertise Deleuze amp Guattari 2007 p 40 100 Cort s Juan Antonio Una Conversaci n con Kazuyo Sejima y Ryue Nishizawa In El Croquis n 139 2008 p 6 101 Lembremos aqui William Forsythe quando nos diz It s not about steps anyway Coreography it s about organization Organise the body or organise the body with others bodies Framings of organization Neuza Isabel da Silva Valadas 119 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo cria o coreogr fica Assim enquanto refer ncia maior no contexto arquitect nico conduz nos e orienta nos no encerrando da lacuna entre corpo o movimento do corpo e a manipula o espacial a fim de que ent o possamos compreender o modo como surge e consequentemente como se concebe a cria o f sica e concreta do espa o para habitar a pr pria arquitectura Na origem do nasci
90. as no es que nos s o mais familiares como a sucess o dos dias e das noites das esta es quentes e das esta es frias dos per odos de intensidade da vida vegetal e da morte aparente dos vegetais a altern ncia do trabalho e do repouso da vig lia e do sono O pr prio jogo dos nossos rg os fornecem perpetuamente exemplos de movimento r tmico Mais especialmente segundo COMBARIEU descreve em A m sica enquanto se distingue do compasso na m sica e na poesia o compasso a divis o duma obra musical em partes todas com a mesma dura o o ritmo constitu do por uma divis o dum g nero completamente diferente sobreposto precedente e dando s partes da composi o dura es que n o s o necessariamente iguais O compasso formado por uma sucess o regular indefinidamente repetida de tempos fortes e de tempos fracos o ritmo obedece a uma lei diferente constitu do pelas pausas e pelo plano de composi o por membros de frase mais ou menos longos por fases e per odos As divis es do ritmo podem por vezes coincidir sobre certos pontos com o compasso mas jamais esta coincid ncia teve lugar de maneira continua e obrigat ria Uma vez dado o compasso no in cio duma composi o continua imut vel at ao fim uma f rmula mec nica O ritmo uma cria o est tica Lalande S D p 434 Ritmo designa ainda na linguagem semi filos fica contempor nea o andamento pr prio o car cter de conju
91. asure There rare simultaneity of intention action result timing But its a quietly explosive moment when everything gels and you re in it It is solo intimate private placing one s self before discovery in an unknown territory Brown apud Soares 2003 p 162 este espoletar que o desenho provoca em Trisha Brown que se manifesta tamb m na obra de arquitectura Contudo na obra dan ada toda a concretiza o feita pelo corpo O mesmo corpo que levado em conta no processo de cria o arquitect nico na obra de Kazuyo Sejima Invers o Sejima elabora e constr i o espa o a partir do corpo que coreografa conduz e deambula pelo espa o espoleta espa o atrav s das propriedades do movimento Para al m do desenho atrav s da apropria o manipula o de conceitos como ritmo intensidade organiza o de sequ ncias dinamismo e fluxos que cada uma das obras se constr i e estabelece Trata se aqui de um problema bem mais complexo do que se manter em equil brio o que est ligado for a muscular e estrutura corporal Cair e se refazer fall recovery constituem a pr pria ess ncia do movimento deste fluxo que incessantemente circula em todo o ser vivo at em suas partes mais ntimas A t cnica que decorre destas no es surpreendentemente rica em possibilidades Come ando se por simples quedas no ch o e voltando se situa o de verticalidade descobre se diversas propriedades do movimento
92. at are made afterward and there are consolidations of the keystone type that are constituent parts of the ensemble More recently matters like reinforced concrete have made it possible for the architectural ensemble to free itself from arborescent models employing tree pillars branch beams foliage vaults Not only is concrete a heterogeneous matter whose degree of consistency varies according to the elements in the mix but iron is intercalated following a rhythm moreover its self supporting surfaces form a complex rhythmic personage whose stems have different sections and variable intervals depending on the intensity and direction of the force to be tapped armature instead of structure In this sense the literary or musical work has an architecture Saturate every atom as Virginia Woolf said or in the words of Henry James it is necessary to begin far away as far away as possible and to proceed by blocks of wrought matter It is no longer a question of imposing a form upon a matter but of elaborating an increasingly rich and consistent material the better to tap increasingly intense forces Ballantyne 2007 p 34 Neuza Isabel da Silva Valadas 70 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo dois modos de estar vive o desenho aquele que converte a abstrac o em pr tica e a pr tica em forma Reconhecendo o desenho como a ferramenta que permite a conviv ncia entre v rios eleme
93. azer Sagan 1988 in Brief History of Time From the Big Bang to Black Holes 1988 de Stephen W Hawking Liquid obeys the laws of gravity yet in its lack of form it has phenomenal properties of rippling and reflection The refraction of sunlight in liquid in a glass or the boundless horizon of the rolling ocean produces images that engage the psychological on at least two levels The surface has texture consistency viscosity and colour Inside there is a separate world a miniature cosmos of organic and complex properties of molecular structure Void of outer form this inner world like an inside longing for outside is an unstable but powerful stimulus Holl 2000 p 86 2 Through this criss crossing within it on the touching and the tangible its own movements incorporate themselves into the universe they interrogate The body incorporate and describes the world Motility and the body subject are the instruments for measuring architectural space Mundane phenomenological studies are as ineffectual as an overdose of wide angle distorted colour photography Only the criss crossing of the body through space like connecting electric currents joins space body eye and mind The Helsinki Museum of contemporary Art Kiasma argues for the body to be the real measure of overlapping space the body becomes a living spatial measure in moving through the outstretched overlapping perspectives The encompas
94. blocos de linhas cores Deleuze 1987 Confer ncia Femis Se todas as actividades criadoras se constroem atrav s de perceptos que se constituem atrav s de conjuntos de blocos ent o que tipo de blocos poder o constituir eventualmente o exerc cio da arquitectura Pero igual que en filosofia o en otra cosa Ustedes que hacen cine a qu se dedican Yo s lo diria Lo que inventan no son conceptos lo que inventan es lo que podr amos denominar bloques de movimento duraci n no se trata de invocar una hist ria o de recusarla Todo tiene una hist ria La filosofia tambi n cuenta hist rias Cuenta hist rias con conceptos El cine creo supongamos que cuenta hist rias con bloques de movimiento duraci n Quiero decir que la pintura inventa en cambio un tipo de bloques totalmente distintos No son bloques de conceptos no son bloques de movimento duraci n sino supongamos que son bloques de l neas colores La m sica inventa otro tipo de bloques muy muy particulares Pero lo que digo con todo esto la ci ncia no es menos creadora yo no veo tanta oposici n entre las ciencias las artes todo esto Si le pergunto a un cient fico qu hace ahi tambi n esta inventando Y su cualquiera pude hablar con cualquiera si un cineasta puede hablar con un hombre de ci ncia si un hombre de ci ncia tiene algo que decirle a un fil sofo y al rev s es en la medida en que y en funci
95. bt End ig Seater alent eit a 62 Ilustra o 16 The Anarchy of Silence John Cage and Experimental Art Theater PIEQ 32009 pd atas arse eral hath ra Oia Rd a ta RGE tents Gree eee 63 Ilustra o 17 The Anarchy of Silence John Cage and Experimental Art Theater PIEQ 2009 prt e pen a pe aqeds ai cera go card EAR a tensed COR ad al yess OR dica Sees 63 Ilustra o 18 Anne Teresa de Keersmaeker Imagem retirada do livro Rosas Adohphe dial 2002 D57 tags hits hc prato as Asas E AE alada eee 64 llustragao 19 Diagramas que retratam o processo evolutivo Tianjin Ecocity Ecology and Plainning Museums Steven Holl Tianjin China 2012 Steven Holl arquitectos POY sated ated aa ent tak tet te ea Ed dd tac E df 68 llustragao 20 Anne Teresa de Keersmaeker Imagem retirada do livro Rosas Adonph et al 2002 Pp T crcscnne e e caleba Get DE ana tabled 71 Ilustra o 21 Desenho de Manuel Tainha a prop sito da Pousada de Santa Barbara Tainha c a 1950r isina ie O DAR JR Mate RR PAR RR NPR PRA DARE AR ae 72 Ilustra o 22 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et dl 2002 DOM lala a ee 73 Ilustra o 23 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 202 ne dn RR CURI RO RD nae PUMA ND PD PR EE RAS URGE IE NEN chee CD 74 Ilustra o 24 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et GE 2OO2 22 o SS okie ideas Ce eet Meg M
96. cial ao abd men Um circuito vital parte da cavidade formada entre a coxa e a bacia volta a subir para o corpo e fecha se sobre si mesmo Bourcier apud Rothschild 1978 p 279 Esta afirma o descreve claramente a ideia chave de Martha Graham Um movimento primordial que gera o movimento total numa sequ ncia l gica Existe ainda um outro princ pio pilar para Martha Graham a for a do gesto acontece em fun o da for a da emo o Reagindo bruscamente puls o emotiva de forma quase convulsiva muitas vezes corta a com paradas bruscas impondo mudan as de eixo Bourcier 1978 p 279 Reinventa gestos rituais primitivos servindo se da sua intui o adapta os s suas coreografias Exemplo disso a dan a com os joelhos flexionados que t pica de culturas mediterr nicas muito antigas Bourcier 1978 p 280 A sua t cnica implica e afecta o corpo por inteiro Um corpo que deve ser significante e capaz de afirmar contr rios a lei c smica da gravidade que atrai o homem para o ch o e o seu voluntarismo muscular que lhe concede a possibilidade de se refazer Bourcier 1978 p 280 Martha Graham refere S pude descobrir uma nica lei da atitude a linha perpendicular que liga a terra ao c u O problema ligar a ela as v rias partes do corpo Bourcier apud Garaudy apud Graham 1987 p 280 A sua t cnica resulta da fus o entre perspectivas espiritualistas e o treino nervoso e espiritual permitindo
97. contramos nas origens da dan a enquanto transe sagrado Bourcier 1978 p 287 Outros core grafos utilizam a t cnica do spinning inscrevendo se em v rias linhas geom tricas em eixos diagonais em forma de 8 Bourcier 1978 p 287 Douglas Dunn combina o spinning com pesquisas de equil brio est tico em movimento em variados n veis espaciais no ch o agachado de p etc Bourcier 1978 p 287 Estas quest es inovadoras conduziram a dan a a um estado de liberdade tal que o seu objectivo passa por provocar nos executantes estados psicossom ticos podendo estes estados atingir o espectador No fundo o retorno dan a bruta fecha se o c rculo a dan a volta ao seu papel primitivo de transe sagrado Bourcier 1978 p 287 Esta tend ncia de forma mais ou menos intensa estendida maior parte dos bailarinos americanos qualquer que seja a sua forma o todos procuram sem saber design lo alcan ar um estado dionis aco Bourcier 1978 p 287 Neuza Isabel da Silva Valadas 181 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 182 ANEXOS Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo LISTA DE ANEXOS Anexo A Biografia de Manuel Tainha Anexo B Registo Fotogr fico Pousada Santa B rbara Neuza Isabel da Silva Valadas 185 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da
98. criamos um dinamismo ou seja a mudan a de intensidade Humphrey apud Boucier 1987 p 271 Neuza Isabel da Silva Valadas 38 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo O ritmo torna se assim num t pico central nas reflex es de Fernand Schirren Desenvolvendo o Schirren procura sempre a unidade das coisas Schirren 1996 p 6 Segundo descreve Anne Teresa de Keersmaeker Fernand Schirren simplifica o mundo desconstruindo o dos seus compartimentos e categorias Schirren 1996 p 6 Referindo que oposto matem tica o ritmo mat ria primordial e n o ci ncia abstracta bastando para isso observar o nosso pr prio corpo Schirren 1996 p 6 Recordando nos que vivemos no nosso corpo atrav s do ritmo Projectamos as nossas for as manifestando as em todos os tipos de formas e de mat rias atrav s do ritmo Schirren 1996 p 6 atrav s do ritmo que a m o comunica As duas m os que se comunicam atrav s de movimentos precisos Schirren 1996 p 20 As partes da m o Todas as partes da m o a variedade dos toques combinando se entre eles Schirren 1996 p 22 Parfait Nous ex cutions les durees et les mesures Dans les proportions math matiques Que nous enseignent les solf ges Du toucher le plus doux a la frazze la plus forte nous tions maitres de toute intensit Nos coups manquaient de rythme car seule experience physiquement v nue v cue vous conduira a la parf
99. cureceu as suas caracter sticas mais b sicas e fundamentais Sejima 1996 p 27 Informa o e tecnologia t m ajudado continuamente a isolar caracter sticas realmente distintas da arquitectura e este o g nero de abordagem positiva que tenta desenvolver nos seus trabalhos Sejima 1996 p 27 Considerando assim que a arquitectura ter que acompanhar uma sociedade contempor nea que cheia de fen menos surpreendentes alguns at bizarros nao significando contudo que sejam anormais pelo contr rio podem at ser naturais Sejima 1996 p 26 Desta forma ser importante ter em conta o sistema de refer ncias culturais no qual estamos mergulhados uma vez que como sabemos condicionantes hist ricos e culturais determinam o modo como o Homem se relaciona no espa o e re interpreta o seu pr prio corpo E por isso a liga o e a rela o espa o copo bem como a liga o do Homem a arquitectura e da Arquitectura novamente para o Homem 112 No seu projecto Saishunkan Seiyaku Women s Dormitory Sejima desenvolve esta ideia de valorizar o bizarro Assim ao inv s de esconder e disfar ar todos estes fen menos da sociedade contempor nea tenta evidenci los Tentando desta forma transp los para a sua arquitectura Optando por exemplo por alinhar todas as camas no mesmo andar de maneira uniforme No entanto uma vez que isto n o coincidiu com os desejos do cliente configurou os quartos de dormir como e
100. da interven o do arquitecto passa a existir como lugar e o objecto constru do Onde nenhum deles s tio e arquitectura perde for a ou import ncia em detrimento do outro Construindo se e exaltando se mutuamente Poder este ser um exemplo ideal de uma rela o inteligente entre corpo constru do corpo que experimenta e percepciona n s e corpo envolvente lugar sitio assim numa deambula o conduzida como que dentro de uma espiral mergulhando e avan ando voltando atr s sempre que necess rio para que consigamos rematar linhas que posteriormente se projectam exactamente sobre os mesmos temas Corpo espa o tempo Homem interpreta o viv ncia Tomando sempre o corpo como refer ncia eixo referencial No fundo g nese e prop sito da Arquitectura dar resposta a uma necessidade humana Reduzindo se sua ess ncia resulta nos pois a capacidade de pensar sobre o modo como ela se constr i e como constr i o espa o sua volta Deste modo procuramos no primeiro cap tulo procurar uma defini o de corpo num segundo cap tulo explorar as ideias de Cunningham quando ele assume a sua procura pelo objecto verdadeiro bem como compreender um pouco a defini o de um espa o mais abstracto denominado de Neuza Isabel da Silva Valadas 21 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo zona por Jos Gil o espa o da imagina o e da cria o No ponto quatro inve
101. dan a precisa e conta bem como o espa o narrativo arquitect nico neste sentido que poderemos falar de Zona Ilustra o 5 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 139 Referimo nos dan a como algo que envolve um espa o particular o bailarino que ao mover se no espa o cria espa o com o seu pr prio movimento Gil 2001 p 21 O mesmo acontece no teatro quando o actor transforma o espa o c nico tal como o ginasta que prolonga o espa o volta da sua pele Gil 2001 p 21 A rela o de intimidade e complexidade estabelecida com o seu pr prio corpo em todas estas Neuza Isabel da Silva Valadas 44 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo situa es s o resultantes desse novo campo que se desenvolve o espa o do corpo zona Gil 2001 p 21 Apelidado por Jos Gil como espa o do corpo configura se como a sua pr pria extens o no espa o a pele que estica e cria espa o A proximidade entre o envolvente e o corpo S o os limites do corpo que se prolongam e se desafiam atrav s dos seus contornos vis veis Gil 2001 p 21 Neste contexto de levar os limites ao extremo e para chegarmos a compreender a defini o de zona e espa o do corpo o trabalho de Sasha Waltz bem como da artista pl stica Rebeca Horn permitem nos a compreens o desta no o atrav s da utiliza o de extens es em rela o ao corpo Tamb m a
102. das Orientadora Prof Doutora Arqt Maria Jo o dos Reis Moreira Soares T tulo Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Local Lisboa Ano 2014 Mediateca da Universidade Lus ada de Lisboa Cataloga o na Publica o VALADAS Neuza Isabel da Silva 1987 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas orientado por Maria Jo o dos Reis Moreira Soares Lisboa s n 2014 Disserta o de Mestrado Integrado em Arquitectura Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa SOARES Maria Jo o dos Reis Moreira 1964 LCSH Arquitectura Factores humanos Dan a Corpo humano Universidade Lus ada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Teses Teses Portugal Lisboa Architecture Human factors Dance Human body Universidade Lusiada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Dissertations Dissertations Academic Portugal Lisbon LCC 1 NA2542 4 V35 2014 A todos os que permitiram que a realiza o desta disserta o fosse poss vel AGRADECIMENTOS Agradecer mostrar e demonstrar gratidao A Professora Maria Jo o Soares pela disponibilidade e pelo entusiasmo que sempre demonstrou ao longo deste trabalho a minha infinita gratid o Pelas suas cr ticas cuidadas pertinentes e minuciosas o meu muito obrigado A todos os professores com os quais tive o privil gio de me cruzar durante
103. das as caracter sticas mais peculiares que caracterizam o projecto inicia se a cria o Com todos os contornos de texturas materiais e toda a complexidade estrutural e construtiva diante de todas as condicionantes naturais do decurso de um projecto or amentos custos prazos normas etc que nos interessa ressaltar o modus operandi N o apenas o produto final mas sobretudo acima de tudo o processo Um modo de trabalhar Antes de nada uma constru o intelectual que aqui est presente Uma maneira e um modo de percorrer o caminho Um cruzamento que est presente tanto pela forma como Sejima cruza o exterior e o interior com as transpar ncias e os grandes planos de vidro que sempre nos apresenta como tamb m a inevit vel transfer ncia entre valores culturais Oriental e Ocidental Em entrevista Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima falam nos sobre movimento humano e referem Human movements are not linear like the way a train travels but curve in a more organic way Nishizawa and Sejima em entrevista sobre o Rolex Learning Center min 2 10 Poder amos retirar v rias ela es desta frase partida not ria uma preocupa o ou uma tentativa de relacionar conciliar aqui dois aspectos distintos e justific los O desejo de justificar um sentido pr prio de fazer O corpo org nico a mat ria e o espa o na mesma equa o Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa referem que a forma arquitect
104. dentro de um universo onde nem tudo se deixa descrever e muito menos o material humano atrav s da reitera o das respostas ao problema que este se vai esclarecendo at que enfim a resposta ganha o seu contorno definido e a aceitabilidade reconhecida Tainha 2000 p 118 Nesta produ o descreve Manuel Tainha o erro o labirinto o recuo a rotunda a hesita o s o manifesta es paradoxais da certeza a d vida produtiva Tainha 2000 p 118 Conduzidos pelo desdobramento da forma em imagens a concep o arquitect nica acontece Tainha 2000 p 118 A explora o acontece num espa o onde pensar por imagens toma o lugar de pensar por conceitos Tainha 2000 p 119 Assim esta explora o cresce progressivamente atrav s de uma estrutura esqueleto inicial que vai ganhando a devida forma atrav s da averigua o das nossas inten es chegando sua manifesta o concreta e objectiva Isto Humanizado no sentido de tornar mais sens vel soci vel A prop sito deste material humano importante esclarecer a no o de material que queremos aqui real ar e que o arquitecto t o bem descreve E n o s estes materiais contam Contam tamb m aqueles materiais que recolhemos da nossa pr pria realidade interior sonhos paix es conjecturas a consci ncia das experi ncias etc a ci ncia do bloco notas Tainha 2000 p 118 Neuza Isabel da Silva Valad
105. disciplinado concentrado Bourcier apud Graham 1987 p 275 Neuza Isabel da Silva Valadas 177 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Para Graham o Homem a finalidade da ac o coreogr fica O Homem que se confronta com os problemas actuais com os grandes problemas permanentes na humanidade Bourcier 1987 p 275 Revelando se bastante sens vel ao potencial de vida dos Estados Unidos Martha Graham refere A alma deste pa s deve ser procurada em seu movimento Podemos senti la como uma for a din mica de impulso Bourcier apud Graham 1987 p 275 A preocupa o religiosa predominante na Denishawn continua enquanto caracter stica fundamental no trabalho de Martha Graham Bourcier 1987 p 275 Graham pinta o mundo contempor neo nas suas coreografias Bourcier 1987 p 275 fazendo quest o de denunciar as injusti as e a opress o Facilmente se percebe isso na obra que cria em 1937 Deep Song evocando e denunciando a guerra de Espanha Bourcier 1987 p 276 Comp e tamb m os seus bal s M sticos que caraterizam profundamente a sua obra defendendo que a origem da dan a est no ritual na aspira o de todos os tempos imortalidade Bourcier 1987 p 276 Interessa se pelas teorias freudianas busca as profundezas da alma Este movimento do esp rito implica um esfor o mental que ser traduzido por movimentos corporais reveladores tens es e tor es Movimentos que d
106. duas condicionantes sempre presentes que muitas vezes por circunst ncias externas em algum momento poder morrer deixando de servir o Homem Tal como Frederic Jameson utiliza o conceito de artificiosa falta de profundidade para descrever a condi o cultural contempor nea bem como a obsess o pelas apar ncias superficies e impactos instant neos os quais refere o autor com o tempo n o t m for a Jameson 1997 p 247 255 Assim inserido se e construindo se sobre Neuza Isabel da Silva Valadas 138 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo o seu devido campo de reflex o tamb m a arquitectura passa por estes questionamentos e reflex es pois enquanto instrumento para um fim nas m os dos Homens estar irremediavelmente metida e sujeita aos valores morais ticos est ticos etc que imperam num dado tempo bem como s correntes pol ticas est ticas e filos ficas da poca actual e espec fica em que o Homem vive Sobre este campo de reflex o e questionamentos que a arquitectura deve integrar como j referido tamb m o Arquitecto Manuel Tainha nos recordava Acho sim que a arquitectura deve construir um campo de reflex o que lhe seja pr prio e n o simples acomoda es a estruturas estranhas a ela Merece o Tainha 2000 p 79 Tendo passado por longos per odos em que se encontrou desactivada a Pousada de Santa B rbara encontra se actualmente em a
107. duced and they are real but they are not produced by the building acting alone They are produced when the building and the person come into contact and people are prepared in different ways by their life experiences including their education the French word is more evocative their formation which could be translated as training A building like any work of art is a bloc of sensations and affects An encounter is an experience an experiment The two English words experience experiment are one exp rience in French avoir une exp rience to have an experience faire une exp rience to make an experiment so in the Deleuze and Guattari world life s experiences are also always experiments How one reacts to the building will depend upon what one thinks one is engaging with what architecture we infer in the building Take a very simple building a small dwelling built by a poor woodman It is built using the materials that are at hand stones taken from the fields timber from the forest and is made soundly but with nothing extraneous about it It is evoked by John Clare 1793 1864 as a place of frugal contentment Ballantyne 2007 p 42 Neste espect culo participam 35 bailarinos e 20 m sicos em 20 salas diferentes O espect culo a primeira parte de uma trilogia escrita em 2000 por encomenda de Schaubiihne da qual Sasha Waltz foi co directora entre 1999 e 2004 A seg
108. e medida ao homem refer ncias Automaticamente quando o homem se coloca em escala no mapa para com o mundo extravasa ultrapassa os limites do corpo e instaura os seus valores relacionais Outra rela o interessante seria pensar e assumir os mapas que Deleuze descreve como os esquissos do arquitecto Ou mesmo enquanto anota es e esquemas que o core grafo faz Contendo todas as premissas e orienta es do nosso trajecto que nada mais fazem do que elaborar e construir um caminho projectar preencher o espa o com densidades e intensidades um reajuste constante que fazemos para nos situar no espa o Outro aspecto interessante seria pensar sobre essa intensidade densidade e sobre aquilo que preenche o espa o O que preenche o espa o Que intensidade Que densidade Conceitos como estes est o presentes nos nossos trabalhos enquanto arquitectos Conceber um jogo de massas de escalas de densidades e intensidades O jogo entre a raz o e a intui o A consci ncia Como se deixa a consci ncia invadir pelo corpo Tal o que parece extremamente misterioso embora cada bailarino fa a quotidanamente essa experi ncia Gil 2001 p 161 Substituamos o bailarino pelo arquitecto Deixar se invadir impregnar pelo corpo significa antes de nada entrar na zona das pequenas percep es A consci ncia v gil clara e distinta a consci ncia intencional que visa o sentido do mundo e
109. e Arquitectura arquitectura e dan a At que ponto estas duas artes se intersectam Ser o assim formas de express o t o d spares e distintas quanto aparentam ser Qual a sua g nese estruturalmente falando Esta uma inter rela o que se pretende desenvolver nesta disserta o Averiguar os limites estruturais entre as duas artes do corpo Artes do corpo assim lhes chamamos porque as duas s o constru es nesse sentido corporal da experimenta o e do habitar do espa o As duas s o plenamente concretizadas pelo corpo ou e para o corpo O corpo como elemento concretizador que abstractamente confere fun o ao espa o antes sequer dele existir Espa o imagin rio espa o concreto Estudando o modus operand de cada uma destas artes pretendemos averiguar os dois modos de fazer Utilizando o trabalho de alguns core grafos contempor neos atendendo ao especial desenrolar da dan a na hist ria bem como ao da arquitetura desde os tempos prim rdios at a atualidade onde est o expressas necessidades que ultrapassam largamente a simples procura de prote o e sobreviv ncia humana Pretendemos contrapor deste modo o processo de trabalho o modo e os meios para chegar a um produto final dando claramente maior aten o ao caminho que ao destino Atendendo mais ao modo de fazer do que ao resultado final onde de forma quase tautol gica poderemos ressalvar que arquitectura pode resultar em arquitec
110. e Arquitectura e Dan a re pensar o processo Distinguem se como personagens principais desta primeira onda de p s modernistas na dan a Yvonne Rainer que defende as ac es quotidianas transformadas em dan a Trisha Brown que trabalha com os problemas de acumula o de movimentos Steve Paxton que explora a dan a de contacto e de improvisa o David Gordon que joga com a teatralidade e Simone Forti que toma como base os movimentos dos animais Estas novas transforma es n o estavam no entanto reservadas apenas dan a transbordando tamb m para a m sica para a pintura e para a poesia Ilustra o 14 Dancers on a Plane Merce Cunningham Carolyn Brown e Steve Paxton 1962 Sontag 1990 p 80 Perhaps art begins with the animal at least with the animal that carves out a territory and constructs a house both are correlative or even one and the same in what is called a habitat The territory house system transforms a number of organic functions sexuality procreation aggression feeding But this transformation does not explain the appearance of the territory and the house rather it is the other way around the territory implies the emergence of pure sensory qualities of sensibly that cease to be merely functional and become expressive features making possible a transformation of functions No doubt this expressiveness is already diffused in life and the simple field of lilies might be
111. e Dan a re pensar o processo suas pesquisas incans veis Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 36 N o de um modo sistem tico mas sim porque um passo leva ao outro naturalmente Nunca dar a obra por terminada Permanecendo no final de cada projecto caminhos ainda inexplorados suscept veis de conduzirem a terras ainda desconhecidas Adolphe et al 2002 p 36 Reconhece se em A T K uma reutiliza o de elementos Adolphe et al 2002 p 36 tal como as pedras de um edif cio s o utilizados para a produ o seguinte tal como na natureza onde tudo uma troca mat ria e energia Assim gere tamb m Anne Teresa De Keersmaeker o seu universo e assim tamb m pouco a pouco como refere se cobre todo o conjunto de experi ncias humanas e art sticas Adolphe et al 2002 p 36 Assim Anne Teresa De Keersmaeker fornece nos uma esp cie de invent rio completo da pr pria vida Adolphe et al 2002 p 36 N o s nas suas dimens es f sicas mas tamb m o lado do mundo das ideias que ela cont m e que cont m no seu interior o nimo para as pessoas verem a dan a mais do que num sentido f sico num sentido espiritual Adolphe et al 2002 p 36 Je vois de plus en plus la danse au sens la fois le plus physique et le plus spirituel comme un pont entre ciel et terre La gloire de l homme comme lien entre le spirituel et le mat riel comme lieu o les deux s inclinent l un vers l autre Keers
112. e dea ace ee E E 75 Ilustra o 25 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et Fa feed 8 0EAN DBO us E ee ep ee ny Oe CC E 76 Ilustra o 26 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 OT esterases saad hte Ate a He cae ta Lee a chase ee ale don i Dalia Coe tenia 77 Ilustra o 27 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et Es PRA 010 220 pao eine tee ert a Sw NDA eon tne een RR UE ee 78 Ilustra o 28 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 262 ii ss aikido aca ardent pra Merchant aa Sed Rear diane oon eames evade 79 llustragao 29 Esquissos da Pousada de Santa Barbara realizado pelo arquitecto Manuel Tainha Tainha c a 1950 esses 80 Ilustra o 30 Esqui os da Pousada de Santa B rbara realizados pelo arquitecto Manuel Tainha Tainha c a 1950 cca sect ep cecpessaa hive tenecenesal sGpsasuam agir sfisb gua qui mea dia 81 Ilustra o 31 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p DO catia MEE DEEA ASE a AE E TS EE EEEN EE 81 Ilustra o 32 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p d E E E A O A A ee A 83 Ilustra o 33 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p e E eS A E E OE E Crete T E T T Copied aie 2 85 Ilustra o 34 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al
113. e temps BOUM j announce le phase de non mouvement Frazzez le tambour exactement en m me temps Schirren 1996 p 126 Sobre o ritmo tamb m Doris Humphrey uma dos tr s fundadores da escola americana refere come ando se por simples quedas no ch o e voltando se situa o de verticalidade come am a descobrir se diversas propriedades do movimento que se acrescentam queda do corpo no espa o Boucier 1987 p 271 Humphrey apud 30 Dando mais aten o ao trabalho de est dio do que propriamente ao palco exp e as suas ideias no livro The Art of making dances o qual viria a inspirar v rios core grafos modernos Acreditando que todos os elementos devem constituir um todo indissoci vel nas experi ncias que come a a executar relaciona m sica ritmo e representa o coreogr fica Boucier 1987 p 267 Atrav s das suas experi ncias conduzido dan a silenciosa Boucier 1987 p 268 Em 1935 36 desenvolve a sua mestria com uma trilogia que foca os problemas do homem moderno Utilizando a m sica para criar o clima que busca ora em harmonia com os movimentos da dan a ora indo contra eles contrastando com eles Humphrey realiza os primeiros exemplos da dan a abstracta Boucier 1987 p 267 Debru a se sobre o gesto Elaborando uma classifica o enquadra os gestos em quatros tipos 1 Gestos sociais os quais dizem respeito s rela es dos homens entre si 2 Gestos funcionais est
114. e tr nsito y de estacionamento es necess rio determinar qu fen menos funcionales podr an suscitarse dentro de nuestro ser a causa de todo ello qu consecuencias de este disefio podr an preverse en nuestra pr pria vida org nica guiada por los sistemas nervioso y end crino Neutra 1958 p 16 Neuza Isabel da Silva Valadas 88 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo procura que encontra a sua justifica o numa est tica da higiene O aparecimento desta est tica da higiene acontece quando no final do s culo XIX in cio do s culo XX s o adoptadas algumas medidas por raz es de sa de p blica Essas medidas influenciam profundamente a arquitectura que passa a ser produzida a partir da assim o branco minimal aesthetic e depurado passa a encontrar se ligado acima de x tudo ideia de um espa o mais saud vel n o apenas express o de um pensamento ou uma corrente est tica mas acima de tudo ideia de um espa o mais saud vel Coelho 2009 artigo publicado Este facto passa a constituir se enquanto um dogma ainda que passe muitas vezes despercebido sobre o qual a arquitectura contempor nea se tem constru do e sedimentado o branco e o minimal passam a estar associados seriedade e exig ncia intelectual passando o material por sua vez a ser desprezado Coelho 2009 Exemplos de materiais s o por exemplo os azulejos o a o e o vidro Deste modo
115. ed Enent 1952 Theater PIEQ 2009 p 158 59 Some retrospective notes on a dance for 10 people and 12 mattresses called Parts of Some Sextets performed at the Wadsworth Atheneum Hartford Connecticut and Judson Memorial Church New York in March 1965 in Work op Cit p 51 o que o real Atendemos defini o dada por Jos Gil Brevemente direi que surge em ocasi es excepcionais por altura de uma descoberta que transforma o pensamento ou a exist ncia como acontece no decorrer das terapias ps quicas ou em momentos revolucion rios quando a percep o das coisas do espa o e do tempo muda bruscamente ou por vezes quando o curso dos h bitos se quebra violentamente e os gestos exploram novos movimentos um novo corpo emerge ent o Nessas ocasi es temos a impress o de que um v u recobria a nossa vida anterior era a realidade que distinguiremos do real Gil 2001 p 192 Neuza Isabel da Silva Valadas 62 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 16 The Anarchy of Silence John Cage and Experimental Art Theater PIEQ 2009 p 42 Ilustra o 17 The Anarchy of Silence John Cage and Experimental Art Theater PIEQ 2009 p 41 Points in Space This exhibition of the holograph of the 6 3 pages forming the piano part of Cage s Concert for Piano and Orchestra 1957 58 is more or less the equivalent of Neuza Isabel da Silva Valadas 63
116. eeeseeeeeeeeeeess 30 2 3 O corpo e o estabelecimento de rela es n 43 3 Dan a e MIMGU AG SM arare nn redag fest eee AE E a nado lane aa 57 3 1 Cunningham despojamento e procura pelo objecto verdadeiro 58 3 2 Desenho e anota o coreogr fica como ve culos 64 3 3 A Zona O corpo que Se IMAGINA sa uismisssusiagalsassacabssasiges iamadines nigas ada sean aaa 81 4 Pistas Entre a Coreografia e o Habitar aaa 85 4 1 Pist s CONCOQIATICAS 2 suga 0S ropes ipa anaE vate Deacon AEE AEE DUTERTE ani 93 4 2 Anne Teresa De Keersmaeker nn iererseeereananaaaa 98 4 3 Misha BOWN aiora e E racist nen arrears ences A ere terrte 109 5 Corpo que Espoleta ESPaACO ns pues anene n e e ea 115 5 1 Kazuyo Sejima Atitude Projectual e Viv ncia Humana 116 5 2 Experi ncia Pousada de Sta B rbara de Manuel Tainha 133 6 Para um corpo constru do cruzando ideias a 141 Te ONCIUISAO nesta creo ala ea EN erecta UE RD meth sent iten ered 145 R fer nciaSienusoneneini nata nE Aosta aoe Ae ae 149 51 9 ate g Ee EE AEE AE E E E E Roi 153 IOSSAM a AERE FANER oa ee en ee ED oe FANEN TOENE TANEK TATIE IAEE a ee AAT 155 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 1 INTRODU O No homem o sentimento do espa o est ligado ao sentimento do Eu que est
117. ela o que de in cio apenas se depreende Que se deduz que est impl cita e que n o se mostra logo partida materializada Insinua se E neste ponto por certo compreenderemos as suas palavras quando refere Tudo o que se pode fazer insinuar Bausch 2011 As palavras tamb m n o podem falar mais do que apenas evocar as coisas a que vem a dan a Bausch 2011 2011 Um modo para se expressarem Referindo que tudo uma linguagem que se pode aprender a ler Pina apud Bailarino 2011 esta mesma procura que est presente no processo arquitect nico na distribui o do programa e na organiza o do espa o neste sentido que procuramos compreender como os dois processos ainda que com prop sitos e fins aparentemente distintos se encontram mergulhados na mesma procura e na mesma busca Ficando atr s da pele que observamos um avesso um espa o que embora n o possamos ver directamente sabemos que existe a pele do nosso corpo que cobre os rg os a pele do edif cio as gavetas que Salvador Dal representa na V nus de Milo preciso que se compreenda este avesso para al m dele pr prio As nossas costas a pele das nossas costas que n o vemos directamente mas sabemos que existe este tamb m o prop sito da obra o processo que nos conduz a ela Para que no final enfim a obra passe a existir por si pr pria E diga tudo por si pr pria A materializa o a
118. elevaram cada um dos ramos do conhecimento mais alta ilustra o Pois nem o arquitecto dever nem poder ser gram tico como foi Aristarco embora n o deva ser ignorante da gram tica nem m sico como Aristoxeno embora n o deva ser desconhecedor de m sica nem pintor como Apeles se bem que n o deva ser in bil no desenho nem escultor como foram Miron ou Policleto embora n o deva ser ignaro na arte escult rica nem por fim medico como Hip crates se bem que n o deva desconhecer a medicina nem excelente nas restantes disciplinas singularmente consideradas ainda que n o deva ser ignorante delas Vitr vio 2006 pp 34 35 Deste modo torna se ent o pertinente voltar atr s s pistas coreogr ficas que anteriormente explor mos e absorver o que Trisha Brown nos conta quando nos fala a respeito do desenho It s very emotional for me to find something significant to do on paper that s deeper than what has come before it There is a moment when the search triggers an emotional state which tells me have found the drawing and then just draw with all my heart Not long periods Brown apud Soares 2008 p 162 Este estado emocional que Trisha Brown refere no fundo vem ao encontro da ordem intuitiva que o Arquitecto Manuel Tainha t o bem nos explicita quando descreve o acto de concep o de um lugar arquitect nico Mas ser que o acto da concep o de um lugar arquitect nico em todo o
119. em vento rvore sustentam a sua inspira o Os seus modelos est ticos s o os gregos Resultando numa dan a profundamente marcada pelo neo helenismo do fim do s culo XIX Transmitindo uma grande riqueza vital e um lirismo incontest vel em parte caraterizada por uma certa ingenuidade Boucier 1987 p 248 No fundo transmite o natural que a Europa passa a acolher como nova mensagem Dan a diferente pelo movimento do corpo dan a diferente pelo movimento do esp rito O resultado de um movimento interno implica no fundo uma renuncia ao que foi ganho por heran a ao longo dos tempos Rejei o esta que ultrapassa os limites da dan a Reivindicando a liberta o dos que se querem libertar povos homens mulheres Isadora Duncan guia se por mestres tais como Schopenhauer e Nietzsche afirmando Vim Europa para provocar um renascimento da religi o atrav s da dan a para exprimir a beleza e a santidade do corpo humano pelo movimento Bourcier apud Duncan 1987 p 251 Loie Fuller Marie Louise Fuller apesar de ter sido mais artista do que bailarina trouxe nos a improvisa o do traje e o efeito dos projectores sobre os panos Aos seus vestidos esvoa antes acrescenta longos v us prolongando os bra os com bast es multiplicando cores diversas efeito de luz sendo a primeira a utilizar jogos de luz associados a movimentos de tecidos para produzir efeitos espetaculares De entre as suas dan as destacam
120. em di logo A Forma do corpo a estrutura Neuza Isabel da Silva Valadas 102 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo a fun o e a emo o s o estas as vari veis que podem ser representadas numa esp cie de fun o polinomial com o seu grau determinado e as suas vari veis Para al m desta caracter stica de negocia o que a core grafa diz existir entre estrutura e execu o premente em toda a sua obra destaca se o seu cuidado de moderar a express o das emo es Adolphe et al 2002 p 30 Conter De modo a que n o se diga tudo Insinuar N o dizer as coisas muito explicitamente precisamente aqui que reside tamb m toda a for a do seu trabalho Adolphe et al 2002 p 30 Quem n o se comunica directamente cria caminhos e desvios mais ricos para que por fim os seus sentimentos sejam expressados Adolphe et al 2002 p 30 Les vagues de l oc an les vaguelettes qui viennent mourir sur le sable la courbe harmonieuse d une baie la ligne des collines sur l horizon la forme des nuages sont autant d nigmes dans le domaine de la morphologie D Arcy Thompson et al 2002 p 30 O poema de D Arcy Thompson ilustra e traduz o que inevitavelmente se depreende das entrelinhas o espa o que promove a especula o e que acomoda a sugest o Sugere se e especula se porque eventualmente o espa o que n o pode ser descrito N o permite descri o concreta o espa
121. em ser os conceitos que caracterizam estas duas disciplinas aproximando as constantemente De um modo sint tico e quase taxativo num sentido positivo poderemos equiparar as dan as a reas bal s da tradi o ocidental arquitectura de leveza l rica por outro lado as dan as tel ricas como as dan as de origem africana remetem nos para um ideal arquitect nico de peso mais dram tico Filho 2007 que de outro modo nos projectaria girando para o espa o ou sobre os tomos de que somos feitos e de cuja estabilidade dependemos fundamentalmente Exceptuando as crian as que n o sabem o suficiente para n o fazerem as perguntas importantes poucos de n s dedicamos algum tempo a indagar por que que a natureza assim de onde veio o cosmos ou se sempre aqui esteve se um dia o tempo fluir ao contr rio e se os efeitos ir o preceder as causas ou se haver limites definidos para o conhecimento humano H crian as e conheci algumas que querem saber qual o aspecto dos buracos negros qual o mais pequeno peda o de mat ria por que que nos lembramos do passado e n o do futuro como que se inicialmente havia o caos hoje existe aparentemente a ordem e por que h um Universo Ainda habitual na nossa sociedade os pais e os professores responderem maioria destas quest es com um encolher de ombros ou com um apelo a preceitos religiosos vagamente relembrados Alguns sentem se p
122. emarcam uma vontade de expressionismo destaca fortemente os elementos essenciais recusando tudo o que secund rio Bourcier 1987 p 277 Martha Graham apresenta quase sempre um elemento cenogr fico que representa as suas m ltiplas inten es Bourcier 1987 p 278 No decorrer da sua carreira a sua t cnica foi se consolidando ao longo do tempo sem grandes varia es caracterizando se por elementos da dan a cl ssica passando estes no entanto a ser elaborados e organizados segundo uma gram tica corporal original Bourcier 1987 p 277 Realizando uma ant tese simb lica entre a extens o do corpo Graham cria um movimento que prepara o corpo para perder o equil brio e cair de lado Bourcier 1987 p 279 No trabalho de Martha Graham encontramos tamb m movimentos de cabe a que lembram os exerc cios hindus no entanto o gesto ao n vel do torso que o mais destacado Assentando numa filosofia de que viver respirar dilatar as costelas e depois comprimi las Bourcier 1987 p 279 Toda a sua dan a se encontra assente no duplo princ pio da mar vital tension release palavras chaves de Martha Graham Contrair os m sculos e soltar a energia muscular Bourcier 1987 p 279 O torso Neuza Isabel da Silva Valadas 178 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo como foco e epicentro do movimento estende se a todo o corpo de forma bem vis vel em espe
123. empor nea p s industrial cuja imagem referencial surge associada abstrac o do tempo e do espa o atrav s da m dia digital Taki 1996 p 24 Neuza Isabel da Silva Valadas 129 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo se guiar por eles passa a partir da a concentrar a sua energia em desenvolver as suas pr prias ideias e descobrimentos Sejima 1996 p 25 Compreendendo que se utilizasse a sua arquitectura apenas como instrumento onde se exp em as diversas condicionantes sociais estaria apenas a materializar essa presen a em vez disso refere ser necess rio ver a arquitectura enquanto ve culo Sendo poss vel assim obter uma maior compreens o da sociedade e da cultura actual Sejima 1996 p 25 O que a princ pio tratava da rela o entre o corpo e o espa o atrav s da express o v rias vezes referida o movimento humano transforma se na sua fun o que dever estar intimamente ligada ao modo como as pessoas conduzem as suas vidas diariamente Sejima 1996 p 25 O facto da sociedade estar saturada com a quantidade ilimitada de informa o sociedade da informa o e os computadores enquanto ferramentas usuais de trabalho e desenho torna poss vel para quase toda a gente atingir um certo n vel de compet ncia arquitect nica Sejima 1996 p 27 e ao mesmo tempo elimina certas habilidades que no passado deram arquitectura uma aura de elite e obs
124. erce Cunninhgam lo cendente de Martha Graham Ivone Rayner TRIO A Dan a enquanto movimento natural sem finalidade espec fica N o constru o de encadeamentos l gicos N o inten o determinada desconstru o Explora o dos elementos produzidos pelo acaso Tempo instintivo Mat ria Musical enquanto obra do acaso m sica e coreografia constroem se do acaso independentes Podendo variar do acompanhamento do piano de John Cage at m sica eletr nica bem como barulhos naturais galinheiros canto de p ssaros etc Cunninhgam abriu os caminhos aos jovens core grafos dando origem a duas tend ncias nouvelle dance post Modem Atinge a consequ ncia m xima do apelo ao acaso Recusa Gestos Compostos intelectualmente Utiliza o da t cnica de spinning girar sobre si proprio girar correr saltar em eixos repetitivos andar Despersonaliza o Fuga da beleza formal O retorno dan a bruta A dan a volta ao seu papel primitivo de transe sagrado Alcance e busca do estado Dionis aco todos o procuram mesmo sem que o saibam designar Existem ore grafos que utilizam a t cnica de spinning inscrevendo se em v rias linhas geom tricas e eixos diagonais e em forma de 8 Douglas Dunn combina o spinning com pesquisas de equilibrio est tico em movimento e em v rios n veis espaciais no ch o agachado de p etc Esta liberdade conduz os eus executantes a estados psico
125. ermining fator in the moving body s interpretation of space yet the modern metropolis often lacks this horizon Sequential experiences of space in parallax with its luminous flux can only be played out in personal perception There is no more important measure of the force and potential of architecture If we allow magazine fotos Neuza Isabel da Silva Valadas 31 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo partida a dan a parece revelar se uma disciplina mais privada e subjectiva comparativamente arquitectura sendo que muitas vezes aquele que comp e a coreografia o core grafo quem a experimenta executando dan ando as suas pe as efectivamente Por sua vez em arquitectura a obra concebida pelo arquitecto geralmente destina se a uma entidade exterior O arquitecto produz projecta a sua obra mas n o habita o espa o em ltima inst ncia ou seja concebe algo para que geralmente os outros habitem a sua obra Poderemos assim dizer que se constitui segundo um car cter mais p blico Contudo ultrapassando as qualifica es de disciplinas p blicas ou privadas existem tr s elementos fundamentais que s o comuns dan a e arquitectura e que desde o in cio integram a equa o dan a arquitectura o corpo o tempo e o espa o Filho 2007 Constituindo se como t picos centrais no desenvolvimento de ambas as disciplinas criam uma s rie de similaridades entre as
126. es conforme o sentido e o mbito em que se encontra inserido o corpo por defini o representa todo o objecto material constitu do pela nossa percep o ou seja todo o grupo de qualidades que representamos como est vel independente de n s e situado num espa o Lalande S D p 213 A extens o em tr s dimens es e a massa s o as suas propriedades fundamentais Lalande S D p 213 Segundo Gilles Deleuze A body can be anything it can be an animal a body of sounds a mind or an idea it can be a linguistic corpus a social body a collectivity Ballantyne apud Deleuze 2007 p 8 architects sometimes like to make the claim that architecture is autonomous but to make such a claim is merely to deny the legitimacy of some of the multiplicity of planes which nevertheless remain real even if we do not allow ourselves to talk about them Finding a form for a building has a parallel in finding form in oneself One fixes a limit a frame in order to construct a map of a body and a body here can be any entity at all clear or vague from an idea to a whole world including along the way of course such bodies as people buildings and their environments Ballantyne 2007 p 97 Space is the essential m dium of architecture Space is simultaneously many things the voids in architecture the space around architecture the vast space of landscape and city space intergalactic spaces of the universe
127. es dizem respeito vida quotidiana e ao trabalho 3 Gestos rituais presentes nas religi es 4 Gestos emocionais os gestos que dizem respeito tradu o dos sentimentos individuais Boucier 1987 p 268 Humphrey pretende que cada gesto reencontre o seu valor primitivo que o bailarino encontre nos seus movimentos de hoje a carga mental do gesto primitivo o corpo direito s mbolo de alegria o corpo c ncavo que se dobra sobre si pr prio a tristeza Boucier 1987 p 269 Assim segundo Doris Humphrey a pesquisa do gesto primitivo levar ao encontro do ritmo fundamental Boucier 1987 p 268 Considerando que o ritmo gerado da rela o do corpo com o espa o Boucier 1987 p 270 O peso que tamb m s mbolo das for as que agem contra o homem atrai o corpo para a terra A for a f sica e espiritual do homem que recoloca o corpo na posi o vertical Da sua t cnica resultam palavras chaves como fall revovery queda no ch o volta verticalidade apoiando se sobre a terra obst culo Boucier 1987 p 270 Consultar Ap ndice A come ando se por simples quedas no ch o e voltando se situa o de verticalidade come am a descobrir se diversas propriedades do movimento que se acrescentam queda do corpo no espa o Uma o ritmo Assim ao efectuar uma s rie de quedas e voltas posi o original fazemos aparecer tempos fortes que se organizam em sequ ncias r tmicas Para al m disso
128. es e necessidades s o os materiais de primeira linha na cria o arquitect nica Sendo que Ganhando todos eles exist ncia efectiva quando submetidos leis das grandezas isto quando lhe s o impostos limites f sicos materiais pois o acto arquitect nico sempre uma experi ncia do limite Tainha 2008 luz da clarifica o de Manuel Tainha poderemos facilmente relacionar os v rios conceitos de territ rio entre si Do territ rio da dan a corpo e pele e os seus limites para o do territ rio arquitect nico com os seus limites f sicos e mensur veis do edif cio 4 Filho de um oficial Rudolf von Laban desistiu do ex rcito para estudar durante sete anos na escola de Belas Artes de Paris Ingressando pelo espect culo dan ado torna se bailarino fixa se na Su a onde abre uma escola de arte do movimento a labanota o Bourcier 1978 p 294 45 Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byrne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arquitectura Neuza Isabel da Silva Valadas 49 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo e do seu espa o envolvente ainda que distintos todos eles se submetem s suas leis das grandezas atrav s do espa o O espa o parece ser sempre o protagonista na cria o arquitect nica Contudo se de in cio
129. este percurso em especial presto uma refer ncia particular aos professores Miguel Seabra Helena Botelho Pedro Lebre Fernando Zapara n Antonio Paniagua e Jose Antonio Isidro minha fam lia por fazerem valer palavras como confian a dedica o e perseveran a Aos meus pais refer ncias maiores para mim a eles expresso o meu profundo agradecimento Ao Rafael e Sara sempre presentes ao longo deste tempo A todos os amigos que perto ou longe sempre se fizeram sentir presentes e entusiasmados com este trabalho o meu obrigado Em especial ao Ant nio Sara Patr cia Margarida ao Jo o Vasco ao Lu s e ao Manuel Zeeman pilares fundamentais durante este longo caminho Por todas as partilhas pela amizade pelo crescimento e compreens o constante entre n s Aos propriet rios da Pousada de Santa B rbara a Susana e o Victor por toda a informa o cedida pela sua disponibilidade e entusiasmo com este trabalho obrigada Ao professor e amigo Jorge Cruz Ao Manuel Espada e ao Colectivo ODD ao Gon alo ao Andr ao Frederico e ao S rgio obrigado O saber do arquitecto um saber de fronteira entre muitos continentes N o h que ter medo Ousar fazer ousar dizer uma pedagogia da coragem Tainha Manuel 2000 Textos do arquitecto Lisboa Estar p 11 APRESENTA O Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas Dan a
130. funda que suscita relacionam se com sem d vida com os corpos virtuais de que somos constitu dos at ao interior do nosso pr prio pensamento Tudo se passa a um n vel microsc pico o das pequenas percep es todo o pensamento e em particular o que entra numa rela o afectiva acompanhado de gestos virtuais que o pr prio pensamento n o poderia pensar exprimir e que exigem um corpo para se poderem dizer Gil 2001 p 220 Assim o n o verbal que em Pina Bausch espreita sob as frases o do impens vel do pensamento n o o seu impensado impens vel que s uma g stica do pensamento pode exprimir Gil 2001 p 220 Assim para Pina Bausch as Emo es s o gestos tal como os sentimentos e todo o tipo de afectos porque s o for as que de cada vez comp em o mundo e essas for as s t m um material concreto para as exprimir o corpo com os seus gestos Gil 2001 p 220 Neste sentido poderemos dizer que Pina trabalha no plano dos gestos virtuais que se desdobram na fala e noutros gestos Cria se assim uma multiplicidade de corpos 82 Rede Ramifica es Raiz A Comunica o Neuza Isabel da Silva Valadas 94 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo virtuais nas vozes e nos actos visuais que Pina Bausch procurar actualizar Gil 2001 p 221 Corpo virtual Ilustra o 37 Filme Para Pina Wenders 2011 Utilizando um m tod
131. gos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Assim o desenho constitui se enquanto ferramenta que permite a representa o e a rela o entre as coisas e o espa o Permitindo a averigua o da ideia desenvolvendo a A partir da abstrac o colocam se em pr tica por meio do desenho uma rede de hierarquias informa es e rela es Que se come am a revelar aos poucos e progressivamente estratificam se organizando 0 espa o Sobre a capacidade de organizar espa o o arquitecto Fernando T vora refere que o arquitecto por excel ncia um criador de formas um organizador do espa o que mantendo rela es com a circunst ncia criando circunst ncia T vora 1962 p 73 Referindo que havendo na ac o do arquitecto possibilidade de escolher possibilidade de selec o h fatalmente drama T vora 1962 p 73 Assim projectar planear e desenhar devem significar encontrar a forma justa e correcta T vora 1962 p 74 de forma que se realize com efici ncia e beleza a s ntese entre o necess rio e o poss vel atendendo sempre ao facto de que essa forma ter uma vida e vai constituir circunst ncia T vora 1962 p 74 Defendendo que o arquitecto dever ocupar uma posi o de permanente aluno e permanente educador T vora 1962 p 74 Fernando T vora refere que para al m disso as formas produzidas dever o resultar sempre de um equil brio s bio entre a sua vis o pessoal e a circunst ncia
132. great ritornello that transmutes all the airs it carries away and makes return 8 Dionysus knows no other architecture than that of routes and trajectories Was this not already the distinctive feature of the lied to Neuza Isabel da Silva Valadas 135 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo num p tio para depois promover com mais for a a vista contemplativa Recuar um corpo para depois fazer avan ar outro sobre ele um outro Com maior vigor Criar um espa o entre espa os o espa o que separa a liga que simultaneamente estrutura e ritmo os pilares redondos e grossos de xisto que existem descolados da fachada virada serra O pilar A capacidade de trabalhar a plasticidade do elemento estrutural que cria um ritmo na fachada que se abre e se encerra duplamente paisagem tamb m ele para al m de espa o que separa e liga estrutura os pilares grossos e redondos Negar para afirmar Encerrar para comtemplar Fechar para voltar a abrir esta a intelig ncia da l gica espacial Promover qualidades atrav s da nega o dos seus contr rios N o opostos no entanto Outra evid ncia que nos transmite o forte car cter de explora o e deambular exterior s o as condu es de percurso que s o insinuadas ao longo do espa o exterior atrav s de lances de escadas em bet o e cordas que est o ali para nos guiar e sugerir sempre poss veis caminhos Voltando ao Pilar
133. h territory Buildings act as part of machines The building object is part of a machine that is activated and becomes productive when it is in use and a single building object even something as simple as a little hut might be taken up and used in different ways at different times or by different groups of people Then it would become part of different machines and would produce something different in each case What buildings produce most often is a territory a space where a particular order prevails or seems implicit A building is a little song Deleuze and Guattari apud Ballantyne 2007 p 60 Neuza Isabel da Silva Valadas 140 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 6 PARA UM CORPO CONSTRU DO CRUZANDO IDEIAS Todavia quando descobrirem que todas as disciplinas t m entre si liga o e comunica o acreditar o facilmente que tal poss vel O conhecimento enciclop dico com efeito composto de todas estas partes como se fosse um corpo s E assim aqueles que desde tenra idade foram instru dos em erudi es v rias t m acesso em todos os escritos aos mesmos dados e interac o de todas as disciplinas Por isso entre os antigos arquitectos P tio que em Priene de modo not vel projectou o templo de Minerva disse no seu Tratado ser conveniente que o arquitecto possa em todas as artes e doutrinas fazer mais do que aqueles que atrav s dos seus esfor os e das suas reflex es
134. ham libertou queria libertar a dan a de certos espartilhos que encerravam os corpos Yvonne Rainer e Steve Paxton querem libertar os corpos quebrando absolutamente todas as normas que governavam a dan a incluindo as normas de Cunningham Gil 2001 p 185 Assim a Judson Church considerada um movimento p s modernista mais do que p s moderno os bailarinos da Judson Church terminavam um movimento que Cunningham n o levara ao seu termo n o visavam a abstrac o atrav s da cr tica ao bailado e ao expressionismo mas sim atrav s da cr tica pr pria dan a Gil 2001 p 186 Esta cr tica pr pria dan a pode ser aferida atrav s dos princ pios desenvolvidos por Yvone Rayner num texto muitas vezes citado ela resume as ideias essenciais daquilo a que Sally Banes chamou uma est tica de recusa N O ao espect culo n o ao virtuosismo n o s transforma es e magia e ao uso de truques n o ao glamour e s transcend ncia da imagem da star n o ao hero smo n o ao anti hero smo n o s imagin rias de pechisbeque n o ao comprometimento do bailarino ou do espectador n o ao estilo n o s maneiras afectadas n o sedu o do espectador gra as aos estratagemas do bailarino n o 58 Neste sentido Sally Banes tem raz o quando faz da Judson Church um movimento p s modernista mais do que p s moderno De facto a radicalidade cr tica de Judson nao s retoma os movimentos de rupt
135. han climactic and wealth is not accumulated but is joyously consumed The plateau is also part of the earth which is a loaded term in the Deleuze andGuattari world as in the terre of territorialization which would re form the body without organs into its new configuration Ballantyne 2007 p 38 Neuza Isabel da Silva Valadas 67 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 19 Diagramas que retratam o processo evolutivo Tianjin Ecocity Ecology and Plainning Museums Steven Holl Tianjin China 2012 Steven Holl arquitectos 2014 Faz se portanto de ideias Ideias que em primeira inst ncia s o abstractas Puras R gidas S ainda uma ideia Depois maturam crescem e a ideia d origem a uma imagem real Um casulo que se desenvolve Matura Apre e nde se Uma vez mais e de forma a organizar e compreender este ponto as palavras do Arquitecto Manuel Tainha acrescentam nos Este n o foi propriamente um chamamento Veio por obra do desenho esse sim o apelo de ver a vida por imagens e gostar de jogar com elas criando mundos imagin rios que outra maneira de aproxima o ao real E da retirar grande satisfa o Saber desenhar quer dizer precisamente o saber ver e representar as coisas nas suas rela es de posi o no espa o nessa esp cie de geometria da qualidade que pr pria da arquitectura Tainha 2002 p 5 Neuza Isabel da Silva Valadas 68 Di lo
136. he senses in a wider world It is clearest in the sort of house that is a continuation of the person who lives in it as a mollusc lives in its shell Ballantyne 2007 p 36 Neuza Isabel da Silva Valadas 71 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 21 Desenho de Manuel Tainha a prop sito da Pousada de Santa B rbara Tainha c a 1950 Neuza Isabel da Silva Valadas 72 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 4 V Ez Ro K ALERIA 77 ATEST AA 9 Q 7 A Ry a BALA EAD A NA E BA A lt v gt We DZ NN D CM exe Se Ef ds 7 a SS SAK 7 GEE A es BS Ve 5 PSAK gt S X KY D i q a E ARES Pa X AN j gt q SN V K ea k V Wit Neuza Isabel da Silva Valadas 73 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo wy D ATATA Dead Fe me AX Small hands 2001 ea is aS Dea llustra o 24 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 265 Neuza Isabel da Silva Valadas 75 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo B A f pda Rota 4 Aria Macs im bonsa hola bourti AAWA bonuri oSA
137. history as well as architecture since the days of the cabin to the present where they are expressed needs that go far beyond the simple demand for protection and survival We aim to counteract this way the working process method and means to arrive at a final product giving more attention to the clear path to the destination That is given the way of doing more than the end result almost tautological we highlight that architecture can result in architecture and dance can result in dance So we intend to establish a metaphor between dance and architecture In addition to the three elements watertight with which both have to deal with and win gravity time and space itself there will be more coincidences After analyzing the process try to realize the extent to which the two forms of expression and cross contaminate Keywords Movement Body Dance Architecture LISTA DE ILUSTRA ES Ilustra o 1 Pousada Santa B rbara vista exterior Ilustra o nossa 2012 21 Ilustra o 2 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p DO a oe UN O O ah O cua wee eat dae 23 Ilustra o 3 Contador Antropom rfico Salvador Dal 1936 Neret 1997 26 Ilustra o 4 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p DOG L A a DS GER DS 43 Ilustra o 5 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p T39 scares thls Mira eda ete esas C
138. ial pela f sica moderna cujo progresso come a a revelar uma nova imagem do mundo foi 8 Acabando por ficar mais conhecida apenas como V nus representa a deusa grega Afrodite Neuza Isabel da Silva Valadas 26 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo o ponto de origem das obras de Salvador Dal Ferrier 1980 p 77 Les atomes et la notion de substance as novas teorias e as descobertas da mec nica qu ntica o conceito de tomo enquanto part cula fundamental da mat ria cuja exist ncia concreta independente da sua observa o directa 9 bem como a ideia de que as part culas t m a sua exist ncia em si pr prias dentro do tempo e do espa o Ferrier 1980 p 78 Todas estas no es servem de premissas a Salvador Dal Ferrier 1980 p 78 Servindo se da f sica que reconhece aqui o seu realismo primitivo as suas personagens com gavetas que de in cio s o uma recrea o e organiza o geom trica no espa o N ret 1997 p 276 rapidamente se convertem numa representa o aleg rica carregada de um grande poderio obsessivo da nossa vontade de saber quem somos N ret 1997 p 276 Ao longo do tempo em toda a sua hist ria a arte serviu se do corpo como mote para comunicar com o mundo Do autor particular para o p blico que a recebe e re interpreta Atrav s do exemplo de Dal poss vel estabelecer e compreender v rias rela es que cruza
139. indeterminate flow of perspectives The spectacle of spatial flow is continuously alive in the metropolis as well as throughout the world It creates an exhilaration which nourishes the emergence of tentative meanings from the inside Perception and cognition balance the volumetric of architectural spaces with the understanding of time itself An ecstatic architecture of the immeasurable emerges It is precisely at the level of spatial perception that the most powerful architectural meanings come to the fore Holl 2000 p 13 Neuza Isabel da Silva Valadas 29 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo apropria o dos espa os e dos lugares Descrito por Jos Gil como a caixa de resson ncia mais sens vel Gil 2001 p 212 o corpo o que nos permite concretizar o acto criativo de habitar Habitar n o um acto de consumo um acto de cria o Tainha 2006 p 13 E este acto de cria o vive e concebe se atrav s do corpo De resto e fazendo refer ncia ao corpo em movimento Laurence Louppe descreve corpo enquanto sujeito e ao mesmo tempo enquanto objecto e ferramenta do seu pr prio saber capaz de construir novas maneiras de sentir e criar Louppe 2012 p 21 Poderemos dizer que o corpo capaz de construir novas maneiras de sentir e criar transforma a obra constru da em arquitectura 2 2 O CORPO PARA O MOVIMENTO COMO O HOMEM PARA O ESPA O CONSTRUINDO UM ESPA O ABS
140. ional de Arquitectura em 1948 Participou igualmente no Ill Congresso da UIA Lisboa 1953 no IV Congresso da UIA Haia 1955 e no VI Congresso da UIA Paris 1965 assim como na 1 Conferencia de Arquitectura y Vivienda Madrid 1958 Integrou sucessivas edi es das Exposi es Gerais de Artes Pl sticas entre 1950 e 1956 Algumas das suas obras fizeram parte da Exhibition of Portuguese Architecture Londres 1956 e da Contemporary Portuguese Architecture Washington 1958 Foi co fundador e director da revista Bin rio at ao n mero 10 em 1958 Pertencem lhe alguns dos mais importantes textos da arquitectura portuguesa dos ltimos 50 anos muitos deles publicados em revistas e livros designadamente A Arquitectura em Quest o 1994 Textos do Arquitecto 2000 e Textos de Arquitectura 2006 Pela sua actividade cr tica recebeu em 2002 o Pr mio Jean Tschumi da Uni o Internacional dos Arquitectos Dedicou parte importante da sua vida ao ensino da arquitectura Foi co fundador director e professor do Curso de Forma o Art stica da Sociedade Nacional de Belas Artes 1965 74 Exerceu fun es docents no Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa FAUTL 1976 92 no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ci ncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra 1989 93 e no Curso de Arquitectura da Universidade Lus ada de Lisboa 1993 Foi lhe atribu do o titulo de Doutor Honoris Causa pela Univer
141. irecta a materiais Quando se fala em materiais com que se faz a arquitectura n o poderemos focar nos apenas nos materiais f sicos Pois enquanto a pintura material v se da rela o entre as cores e as superf cies pintadas e a dan a ef mera e faz se com o movimento e as formas dos corpos a arquitectura faz se tamb m com os vazios e a luz mais do que com o bet o e os tijolos A arquitectura o espa o e n o as paredes As paredes s o os limites do espa o e portanto talvez menos importantes que o pr prio espa o Neuza Isabel da Silva Valadas 41 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo E a arquitectura Quais os materiais com que ela se faz Sabendo n s que a grandeza de uma obra reside na elevada qualidade da sua mat ria arquitect nica e n o na natureza das ideias nada mais contr rio realidade da arquitectura do que considerar que ela a realiza o de uma ideia a IDEIA conceito abstracto e racional sem qualquer correspond ncia com algum objecto sens vel Existem sim ideias ou pensamentos arquitect nicos tal como existem ideias musicais pict ricas f lmicas etc Por m n o se chega a uma ideia arquitect nica sen o pela arquitectura e nunca fora dela Tainha 2008 Estas palavras do arquitecto Tainha representam uma comunh o entre as v rias disciplinas e esclarecem nos uma evid ncia a arquitectura faz se pela sua pr pria m o Devemos buscar as respos
142. itectura Carrilho da Gra a em entrevista Texto escrito por Ricardo Carvalho para o Jornal P blico suplemento Mil Folhas 09 Mar o 2012 Neuza Isabel da Silva Valadas 52 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ultrapassar o peso da mat ria poder significar entre outras coisas tratar ritmos e lidar com os lugares s tios As sensa es experimentadas Novamente o corpo Kazuyo Sejima como veremos adiante no quinto cap tulo parte exactamente deste ponto o corpo os seus movimentos e o percurso Recordando Bernard Salignon L architecture est elle un prolongement du corps ou une coupure en rythme qui symbolize le sujet Salignon 1978 p 43 Esta no o de prolongamento deve ser aqui desenvolvida Tal como o ritmo o espa o tamb m se afirmam e constr i pela sua pr pria nega o vazio Do mesmo modo que o sil ncio e a pausas quebras constroem uma composi o No caso particular da m sica por exemplo as pausas e os sil ncios que d o corpo melodia demarcam um ritmo e constroem a composi o Na actividade e na mente das pessoas as estruturas r tmicas expressam antes do mais uma sequ ncia de actos no tempo e no espa o fazendo sempre um apelo mem ria do corpo na experi ncia da dist ncia Tainha 2008 este ritmo que o corpo percebe na arquitectura Imaginemos umas escadas as escadas enquanto elemento din mico que permite a passagem Compreendemos que pa
143. itute nature another aspect an infinite symphonic plane of composition is also required from House to universe From endosensation to exosensation This is because the territory does not merely isolate and join but opens onto cosmic forces that arise from within or come from outside and renders their effect on the inhabitant perceptible Ballantyne 2007 p 48 Neuza Isabel da Silva Valadas 136 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 56 Pousada Santa B rbara Enquadramento Paisag stico Tainha e Telles in Revista Arquitectura n 59 1957 p 137 Ilustra o 57 Pousada de Santa B rbara Planta Piso 0 entrada e salas Tainha Projectos 1954 2002 2001 p 48 Neuza Isabel da Silva Valadas 137 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 58 Pousada Santa B rbara Planta Piso 1 quartos Manuel Tainha Projectos 1954 2002 2001 p 48 Ilustra o 59 Pousada Santa B rbara Corte Transversal Manuel Tainha Projectos 1954 2002 2001 p 46 A pousada de Santa B rbara torna se um caso especialmente interessante uma vez que tendo passado por per odos diferentes poderemos ter uma avalia o mais completa sobre a obra e o seu progresso na rela o com o tempo e o lugar E este tamb m um dos principais aspectos com os quais o arquitecto ter que saber lidar o tempo e o sentido da sua obra s o
144. jima 1996 p 23 Assim o tempo que anteriormente era tratado enquanto elemento mais abstracto aqui ganha uma amplifica o pr tica correspondendo a uma medida concreta e matem tica o tempo cronol gico Relacionando se assim intimamente com o conceito de tempo que se encontra distribu do a v rios n veis a varia o da expans o que a arquitectura comporta ser proporcional expans o adapta o dos conceitos sociais Sejima 1996 p 23 A habita o enquanto estrutura na qual a distribui o e a fun o do espa o tem sido fortemente estereotipado admite actualmente segundo Sejima uma liberta o de estere tipos menos r gidos Alargando se o desenvolvimento da habita o enquanto modelo de habita o menos r gido e tamb m menos convencional contribuindo e reflectindo uma altera o das ideias e dos ideais sociais de fam lia Sejima 1996 p 23 Numa sociedade mergulhado num processo de mudan as r pidas na qual por exemplo este conceito de fam lia cada vez mais se torna perme vel a uma caracteriza o mais vaga e pouco definida no es antigas estereotipadas acabam naturalmente por n o ter mais validade segundo refere Sejima ou t m a capacidade de se regenerar ou perder se o Sejima 1996 p 23 Assim quando falamos em renova o de conceitos na arquitectura no caso particular de Sejima segundo nos revela a arquitecta atrav s do seu discurso e sobretudo atrav s do
145. kow 1978 p 42 Ilustra o 11 Dancers on a Plane Merce Cunningham e John Cage Sontag 1990 p 77 L avant avec l apr s Ainsi les corps se suivant nous jours par tension et d tentes avec l attraction de la terre Puis baguete bras et main laissez prendre le tout et ne pensez a rien ou pensez a autre chose Schirren 1996 p 23 Estas linhas e estes tra ados no caso de Trisha Brown s o na maioria das vezes geom tricas Trisha atribui o ao desejo de simplicidade Recusando assim o 5 Gisela Pankow cap tulo sobre Structure familiale et psychose Aubier 1978 pp 27 28 A primeira fun o da imagem corporal refere se apenas sua estrutura espacial forma ou apar ncia esta estrutura expressa uma liga o vinculo din mica entre as partes e o todo A segunda fun o da imagem corporal j n o sobre a estrutura como uma forma mas como um conte do e um significado em si As fun es que primeiro reconhecem a exist ncia de uma liga o din mica entre as partes e o todo a primeira fun o b sica e em seguida al m da compreens o da forma o conte do e o significado dessa liga o din mica Pankow apud Salignon 1978 p 42 Tradu o nossa Neuza Isabel da Silva Valadas 54 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo ornamento h portanto uma tend ncia para geometrizar quando se projecta Gil 2001 p 171 Neuza Isabel d
146. l apud Benjamin 2002 p 33 Vindo ao de cima a pouco e pouco o seu interesse pela linguagem cl ssica passando a fazer parte da sua pr pria personalidade em 1993 em Toccata uma nova linguagem come a a afirmar se Por m essa sensibilidade e gosto pelo cl ssico permanece e manifesta se sempre de alguma forma nas suas obras Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 33 Paralelamente a isto com Just before come a a surgir um grupo completamente renovado que rompe com o idioma corporal que se havia constru do nos espect culos anteriores Adolphe et al 90 apud Benjamin 2002 p 36 O caos mina as estruturas existentes e d um novo impulso criativo companhia Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 36 O universo art stico de Anne Teresa De Keersmaeker permite a manifesta o e concilia o de v rias sen o todas as facetas da m sica e da dan a desde Monteverdi ao techno desde as antigas dan as de corte ao breakdance tudo isto se integra e surge presente na sua obra Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 36 Este aspecto bastante fundamental em Keersmaeker a concilia o de express es diferentes mesmo dentro de diferentes linguagens disciplinas v rios estilos da dan a dentro da dan a versos v rios estilos de m sica dentro da m sica Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 36 Resultando numa multiplica o de factores interessantes que permitem uma expans
147. l gt HOLANDA Marina 2013 Kazuyo Sejima nomeada primeira mentora de arquitectura no Rolex Mentor and Prot g Initiative ArchDaily Em linha Maio 2013 Consult Junho 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www architectural review com archive 1990 april platform houses in katsuura japan by kazuyo sejima 86296 1 4 article gt Neuza Isabel da Silva Valadas 149 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo KAZUYO SEJIMA 1996 Una Conversaci n con Kazuyo Sejima Entrevista realizada por Koji Taki El Croquis 77 1996 6 17 KAZUYO SEJIMA RUYE INISHIZAWA 2008 Una Conversaci n con Kazuyo Sejima y Ryue Inishizawa Entrevista realizada por Juan Antonio Cort s El Croquis 139 2008 ORDEM DOS ARQUITECTOS 2012 AO Ordem dos arquitectos Em linha Lisboa AO Consult 18 Maio 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www arquitectos pt n0 2020493577 154 gt POUSADA de Santa B rbara enquadramento paisag stico Arquitectura arquitectura planeamento design artes pl sticas Maio 1971 137 SARAMAGO Jos 2008 Pura apar ncia In FUNDA O JOS SARAMAGO Funda o Jos Saramago Em linha Lisboa Funda o Jos Saramago Consult Julho 2012 Dispon vel em WWW lt URL http caderno josesaramago org 2008 09 24 gt SASHA WALTZ AND GUEST 2009 Neus Museum von Sasha Waltz Em linha S l s n J Consult Setembro 2011 Dispon vel em WWW lt URL
148. l hands out of the lie of no Adolphe et al 2002 p 30 Os seus primeiros trabalhos cont m em forma embrion ria sementes que se ramificar o nas suas obras posteriores tais como Fase 1982 e Rosas danst Rosas 1983 exemplos vivos dessa germina o continuada cont m uma variedade de elementos que pressagiam o que vir a seguir Adolphe et al 2002 p 30 A forte convic o de que a emo o e a estrutura s o indissoci veis um desses elementos Como uma concha e um molusco Adolphe ET AL 2002 p 30 Esta no o de concha e molusco especialmente interessante Assim a estrutura n o apenas algo racional pensado e reflectido e a emo o n o apenas portadora de sentido e significado Adolphe et al 2002 p 30 Cada um deste dois elementos possui as caracter sticas do outro igualmente Procurando a carga emocional das estruturas Anne Teresa De Keersmaeker procura ao mesmo tempo a estrutura que est no n cleo cora o X da emo o Adolphe et al 2002 p 30 Estrutura x Fun o x Forma Neuza Isabel da Silva Valadas 101 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Jean Paul Sartre na sua obra Esbo o de uma teoria das Emo es define emo o como o comportamento de um corpo que se encontra em determinado estado Adolphe et al 2002 p 30 sendo que a emo o aparece quando o corpo est abalado e apresenta um determinado comportamento
149. les se encontram actualmente colocados entre dois grandes espa os Sendo o dormit rio uma resid ncia para uma empresa privada se a empresa realmente n o gosta do que proposto simplesmente o arquitecto tem que aceitar e ceder refere Kazuyo Sejima 1996 p 26 Neuza Isabel da Silva Valadas 130 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Quando confrontada com o facto de que possivelmente as pessoas n o a compreender o quando tenta expor os sistemas sociais Sejima 1996 p 28 no caso dos dormit rios femininos por exemplo Sejima explica nos que o seu objectivo final n o expor o sistema em si mas sim construir para al m dele Sejima 1996 p 28 Isto utiliz lo como base de trabalho mas de uma forma positiva e construtiva Sejima 1996 p 28 Insistindo que independentemente dos detalhes a forma final dever ser harmoniosa Sejima 1996 p 28 Assumindo que a forma um componente cr tico que portanto necess rio e integral a qualquer cria o po tica Sejima 1996 p 28 A forma contudo n o est meramente sobreposta sobre uma superf cie a forma segundo afirma Sejima penetra profundamente as bases de um trabalho Sejima 1996 p 28 O mais Interessante em Sejima parece ser a sua capacidade de abertura para repensar sempre o seu modo de trabalhar Considerando e reconhecendo que a sua arquitectura f cil de julgar devido sua est tica e dimens
150. levation a wall that runs obliquely to the elevation s plane So using a literal plan of a building might increase the height of the structure by ten storeys and on plan the change might have little discernible effect just thickening the structural columns perhaps and increasing the number of lifts meanwhile on another plane the plane of the elevation there would be a marked change in the building s profile Then to extend the system in the way that Deleuze and Guattari do could say make a change in the construction of the building s structural frame from concrete to steel and it might fall back onto the plane of cost as a small reduction Or if were able to increase the running speed of the lifts there might be a significant increase on the plane of user satisfaction Etcetera The movements can be non linear as in the movement of a puppeteer s hand which does not mimic or represent the movement that is made by the marionette on the stage below This is all quite straightforward but it becomes more complex when one finds that the plane to which Deleuze and Guattari continually refer is the plane of consistency which is the plane of deterritorialization of the body without organs the plane of becoming where we are outside the common sense world altogether Deleuze and Guattari keep Neuza Isabel da Silva Valadas 112 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo seu c
151. ligi es 4 Gestos emocionais os gestos que dizem respeito tradu o dos sentimentos individuais Boucier 1987 p 268 Humphrey pretende que cada gesto reencontre o seu valor primitivo que o bailarino encontre nos seus movimentos de hoje a carga mental do gesto primitivo o corpo Neuza Isabel da Silva Valadas 176 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo direito s mbolo de alegria o corpo c ncavo que se dobra sobre si pr prio a tristeza Boucier 1987 p 269 Segundo Doris Humphrey A nova dan a de ac o deve nascer do povo que teve de dominar um continente abrir miriades de caminhos atrav s das florestas e plan cies vencer as montanhas construir torres de a o e de vidro A dan a americana resultado deste novo mundo desta vida deste novo vigor Boucier apud Humphrey 1987 p 270 Para ela a pesquisa do gesto primitivo levar ao encontro do ritmo fundamental Considerando que o ritmo gerado da rela o do corpo com o espa o Boucier 1987 p 270 O peso que tamb m s mbolo das for as que agem contra o homem atrai o corpo para a terra A for a f sica e espiritual do homem que recoloca o corpo na posi o vertical Da sua t cnica resultam palavras chaves como fall revovery queda no ch o volta verticalidade apoiando se sobre a terra obst culo Boucier 1987 p 270 Segundo refere Trata se aqui de um problema bem mais complexo do que
152. lize no seu contexto e tempo pr prios Atrav s dos seus pr prios recursos rigorosos com os quais a arquitectura opera e se constitui Organizando elementos por meio do ve culo desenho N o s o raros os arquitectos que se servem deste campo mais abstracto suportando a sua obra segundo uma raiz conceptual que confere obra uma ess ncia e uma ideia pura Uma ideia que se pretende comunicar e valer se dela significa conferir obra a sua pr pria capacidade de crescimento enquanto organismo aut nomo que possui a capacidade de evoluir a partir de si pr pria Conceito ideia e germina o E como se controla a sua autonomia e o seu crescimento Atrav s do desenho O arquitecto Steven Holl apresenta se neste campo como um bom exemplo do que descrevemos anteriormente Trabalhando a investiga o do conceito desenvolve os seus projectos atrav s da manipula o de diagramas que resultam em s nteses do seu trabalho S o no fundo registos de diagramas mentais que analisam e potenciam o desenvolvimento do seu trabalho permitindo uma experimenta o constante em cada projecto Experimentacao Captam registam e abrem caminho a solidifica o e investiga o de uma ideia Abordando quest es como luz sombra leveza peso refer ncias po ticas cient ficas etc No fundo esta experimenta o resulta num certo plasticismo que resulta dessa po tica conceptual e que t o caracter stica da sua obra
153. ly by intercalation Second and this is not a contradiction there must be an arrangement of intervals a distribution of inequalities such that it is sometimes necessary to make a hole in order to consolidate Third there is a superposition of disparate rhythms an articulation from within of an interrhythmicity with no imposition of meter or cadence 10 Consolidation is not content to come after it is creative The fact is that the beginning always begins in Neuza Isabel da Silva Valadas 69 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo outro at que enfim conseguirmos um equil brio s bio e enfim a forma E neste sentido tamb m Martha Graham j nos revelara que praticar significa dar realidade a um desejo ideia quando nos diz Je suis danseuse Je crois qu on apprend par la pratique Qu il s agisse d apprendre danser en pratiquant la danse ou d apprendre vivre en pratiquant la vie le principe est le meme Dans un cas comme dans l autre il s agit d accomplir un ensemble particulier de gestes physiques ou intellectuels par lesquels adviennent une forme d aboutissement une conscience de soi une satisfaction de l esprit Pratiquer signifique donner r alit en d pit de tous les obstacles une vision une foi une d sir Graham 1991 p 9 No fundo a quest o do faz se fazendo este sentido pr tico que rege tamb m toda a disciplina da arquitectura Onde s o e
154. m diferentes contextos e conte dos Interligando se segundo a sua pr pria medida da parte ao todo Do todo corpo para a parte gaveta A gaveta que permite uma interpreta o Conceitos distintos parecem coadunar se e relacionar se entre si segundo a sua pr pria medida A medida parece ser o que providencia o lugar de cada coisa Quando Le Corbusier desenha o sistema Modulor servindo se do corpo humano o seu Homem imagin rio de 1 83m apoiando se na propor o urea e na sequ ncia de Citando Jos Saramago Todas as coisas eram o que pareciam ser pela nica raz o de que n o havia qualquer motivo para que parecessem doutra maneira e fossem outra coisa Naquelas antiqu ssimas pocas n o nos passava pela cabe a que a mat ria fosse porosa Hoje por m embora sabedores de que desde o ltimo dos v rus at ao universo n o somos mais do que composi es de tomos e que no interior deles al m da massa que lhes pr pria e os define ainda sobra espa o para o vazio o compacto absoluto n o existe tudo penetr vel continuamos tal como o haviam feito os nossos antepassados das cavernas a apreender identificar e reconhecer o mundo segundo a apar ncia com que de cada vez se nos apresente Saramago 2008 For over thirty years emerging discoveries in Science have stretched earthbound horizons Since Neil Armstrong s 1969 walk on the moon we have viewed the Earth from a curved dusty horizon A
155. maeker apud Adolphe et al 2002 p 33 Estes aspectos sobre a natureza sobre a transforma o das coisas da sucess o como todas as f rmulas matem ticas ali s espalham se tamb m na pr pria natureza Espirais consultar ilustra o 60 61 62 e 63 n meros de ouro sequ ncias de Fibonacci e rapidamente se poder o alargar s propor es de Le Corbusier e o seu Modulor A medida E pela medida e pela m trica voltaremos decomposi o m trica e malha minimalista de Keersmaeker Este fasc nio pela natureza presente na obra de Anne Teresa conduzi la integra o de todas estas formas na sua obra regularmente Talvez numa tentativa de entender o que significa crescer tornar se ou simplesmente em entender o segredo da vida como se forma um embri o Como se forma a concha de um molusco Como se ramifica uma rvore Como se formam os recifes de corais Como se 91 Como j referido anteriormente no ponto dois Neuza Isabel da Silva Valadas 107 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo formam os cristais como se quisesse perceber o segredo da estrutura evasiva do fogo e das chamas A consci ncia de repeti o e constante mudan a perante na vida uma caracter stica dominante na sua obra Adolphe et al 2002 p 33 suis je en train de me d tacher du centre par un mouvement toujours plus libre Ou mes mouvements sont ils de plus en plus li s un ce
156. mento dos seus projectos Kazuyo Sejima diz levar em conta duas considera es principais Num primeiro momento uma fixa o gradual quase espont nea do tema reunindo as v rias ideias que possam surgir num sistema bem como todas as considera es e condicionantes iniciais Num segundo momento segundo refere trata a incorpora o do elemento do movimento humano Contudo quando Sejima nos sintetiza a sua aproxima o projectual refere tamb m que existem elementos menos bvios no processo de desenhar e conceber espa o que n o permitem uma explica o 102 directa ou racionalizada Sejima 1996 p 23 Segundo refere nem ela pr pria chega a compreend los completamente Sejima 1996 p 23 Ser aqui o lugar da intui o There are other less obvious elements in the design process which try to expose but which myself haven t completely understood Sejima in El croquis 1996 p 23 Tentando esclarecer as v rias rela es entre os diferentes componentes dentro do projecto arquitect nico Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa SANAA sublinham que embora esbo ar no papel permita a claridade da ideia preciso perceber a arquitectura enquanto uma estrutura que se desloca a partir do contexto de imagens puras realidade na qual existem factores externos que est o fora do nosso controlo enquanto arquitectos Sejima 2008 p 23 O discurso da dupla Kazuyo e Ryue parece ir ao enc
157. more expansive knowledge of horizons beyond the Earth should not lead to a more diminished expectation for the Earth s tangible experiences The inexpressible harmony of this world comes with a new organic understanding of dynamics systems Microbiological discoveries and methods correlate with the cosmological Evolution brings fractal contingent interactive and combinative forms and methods As a new template to understand space our recharged perception offers new ideas to the spatial imagination Elasticity can be defined as a new malleable inner horizon in fragmented boundaries of tension condensation and expansion that challenge thought In the twenty first century the horizons of our fundamental experiences have expanded and continue to expand We experience and think differently therefore we feel differently How elastic are our minds How far can we stretch them Holl 2000 p 10 Neuza Isabel da Silva Valadas 27 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Fibonacci j nos anunciava essa rela o directa entre o corpo e a m quina de habitar Irremediavelmente a Medida O copo como agente de medida Soares 2008 p 88 Ya Esta dimens o transferencial de informa es e analogias entre corpo e obra assinalada por v rios exemplos no contexto arquitect nico Quando nos detemos sobre o patrim nio arquitect nico Portugu s encontramos um interessante exemplo no caso espec fico d
158. mplia o e reabilita o Constituindo se como a primeira obra p blica do arquitecto Manuel Tainha foi por sinal tamb m a sua ltima obra Os seus actuais propriet rios o Vitor e a Susana est o actualmente a construir a rea exterior que Manuel Tainha projectou j no final da sua carreira um pequeno spa e uma piscina coberta este sentido c clico de perpectua o de valores e pensamentos capaz de mover e ligar pessoas que a arquitectura tamb m comporta Esta capacidade de criar afinidades e entendimentos parece conferir disciplina de arquitectura toda uma magica Um car cter nobre 123 In a fragment of a second you can understand Things you know things you don t know things you don t know that you don t know conscious unconscious things which in a fragrant of a second you can react to we can all imagine why this capacity was given to us as human beings guess to survive Architecture to me has the same kind of capacity It takes longer to capture but the essence to me is the same call this atmosphere When you experience a building and it gets to you It sticks in your memory and your feelings guess that s what am trying to do Zumthor 2013 Neuza Isabel da Silva Valadas 139 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 60 Pormenor fotogr fico Pousada Santa B rbara Arquitectos Portugueses s rie 2 Pereira 2013 House eart
159. nf ncia que tudo pareciam abra ar era aqui era eu e os meus afectos Tainha 2002 pp 5 7 Neuza Isabel da Silva Valadas 190 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo MANUEL TAINHA 1922 2012 Nascido em Pa o de Arcos em 1922 Manuel Tainha diplomou se em Arquitectura em 1950 pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa com 19 valores Trabalhou com Carlos Ramos e na C mara Municipal de Lisboa at 1954 Desde 1959 foi membro da The Architectural Association de Londres Foi autor de alguns dos mais paradigm ticos edif cios da arquitectura portuguesa do s culo XX designadamente a Pousada de Santa B rbara em Oliveira do Hospital 1955 71 a Escola Agro Industrial de Gr ndola 1959 63 a Escola de Regentes Agr colas de vora 1960 66 ou as Torres dos Olivais em Lisboa 1961 67 A sua obra foi objecto de amplo reconhecimento Recebeu entre outros o Pr mio AICA 1990 o Pr mio Valmor 1991 e o Pr mio Nacional de Arquitectura 1993 Integrou a Exposi o Arquitectura Portuguesa da Funda o de Serralves 1991 a Expo Anos de Ruptura Arquitectura Portuguesa dos Anos 60 1994 e a Exposi o Portugal Arquitectura do S culo XX Frankfurt 1997 Em 2000 a Casa da Cerca dedicoulhe uma ampla exposi o retrospectiva Alguns dos seus edif cios encontram se classificados no mbito patrimonial e ou fazem parte do registo do DOCOMOMO lIb ricob Participou ainda estudante no Congresso Nac
160. nte assim contaminado por princ pios que se estendem igualmente ao desenho dos interiores bem como ao desenho do pr prio mobili rio Novamente os elementos objectivos com os quais se materializa a po tica abstracta a madeira a pedra a pele o espelho o cobre a l Tainha 2001 p 46 Tomando a Arquitectura enquanto acto em que o presente se dilata no passado e no futuro se outrora aquele s tio era uma paisagem que existia como um espa o a percorrer hoje existe enquanto imagem e lugar E amanh o que ser Tainha 2001 p 46 Tal a ltima pergunta um tanto angustiante at que o arquitecto coloca a si pr prio Hoje por m a Pousada de Santa B rbara ainda que actualmente desactivada existe enquanto imagem e lugar constru do mas acima de 119 tudo existe enquanto uma experi ncia sensorial que nos desperta para quest es que se prendem com a capacidade de criar lugar Com os elementos organizados e hierarquizados entre si os corpos que formam o corpo e o material concreto e objectivo Que nos desperta para a grandiosa capacidade do material nos comunicar e 120 transmitir sentidos A mat ria A capacidade de hierarquizar o espa o de recolher na Phenomenology is a discipline that puts essences into experience The complete perception of architecture depends on the material and detail of the haptic realm as the taste of meal depends on the flavors of its ingredients
161. ntenho o que ent o disse com algumas t nues precis es E uma delas que a ilus ria oposi o corrente entre o abstracto que parece ser o dominio dos conhecimentos teorias ci ncias t cnicas hip teses etc e o concreto o dom nio dos factos n o sen o a sequela de uma mentalidade ultrapassada pois muitas vezes pela abstrac o que se consegue actuar sobre o real Tainha 2000 p 10 Atendendo ao papel que a arquitectura representa actualmente enquanto reflexo de uma sociedade contempor nea que est em constante flutua o e movimento especialmente na actual poca da informa o repensar ideias significar certamente ter a capacidade de repensar o papel do corpo e portanto o papel de cada um de n s quer seja enquanto indiv duos ou enquanto cidad os e por ltimo e mais importante enquanto arquitectos Assim do corpo da dan a e do sujeito particular tanto enquanto arquitecto como enquanto habitante bailarino ou core grafo todos n s lidamos com as mesmas quest es Ainda que aparentemente revestidas por pormenores e caracter sticas particulares quando lhe retiramos o inv lucro do particular a que est o obviamente sujeitas vemo nos mergulhados igualmente todos sem excep o no mesmo fen meno da imagem facil e r pida bem como no tempo da informa o instant nea que tem a capacidade de chegar a diferentes pontos do mundo exactamente ao mesmo tempo Existindo a
162. nto de entendimento fundamental sobre o tema que Marcos Cruz se prop e a pesquisar Admitindo partida que a vis o foi o grande meio de comunica o do s culo XX o sentido privilegiado sendo que o tacto e a audi o t o importantes na experimenta o do espa o arquitect nico acabaram por ser rejeitados Coelho 2009 De forma a compreender o porqu privilegiar o sentido da vis o em detrimento dos restantes sentidos Marcos Cruz parece avan ar numa um momento de ruptura sendo que poder amos continuar a fazer como os romanos faziam porque j estava tudo inventado Referindo que a arquitectura j n o carrega consigo a mem ria necess ria para a sociedade continuar pois j n o constitui a carapa a de protec o mais importante que temos um cart o de cr dito por exemplo pode dar nos mais seguran a do que um edif cio Defendendo que os edif cios devem constituir se enquanto espa o de comunica o falando sobre pele artificial e paredes de latex refere que se trata de conferir mais numanidade a todo este mundo assim ter amos espa os que em vez de separarem as pessoas permitir lhes ia comunicarem se Coelho apud Cruz 2009 75 O tema central tanto da obra como das escritas de Neutra era o impacto ben fico de um ambiente bem projetado sobre a sa de geral do sistema nervoso humano La cuesti n pr ctica consiste en que antes de gastar mil millones de d lares en un sistema de carreteras d
163. nto dum movimento psicol gico ou social e mesmo o estilo de uma obra de arte o delinear dum pensamento e por assim dizer a sua curva Lalande S D pp 434 435 Volume Il Tema Diz respeito a um assunto de reflexao bem como de desenvolvimento ou de discussao LEIBNIZ Entende se tamb m por tema aquilo que dirige um desenvolvimento organico sem o predeterminar inteiramente admitindo no entanto Neuza Isabel da Silva Valadas 158 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo v rios modos de realiza o poss veis dependendo das circunst ncias RUYER Lalande S D p 600 Volume II Tens o Termo t cnico da Escola Est ica de uma maneira geral entende se por tens o o esfor o interno que que d a toda a coisa a coer ncia da sua natureza quer esse esfor o resida na pr pria coisa ou numa coisa mais perfeita Assim por exemplo o fogo e o ar os elementos activos ou dr sticos t m em si mesmo a tens o que funda a unidade da sua natureza a gua e a terra pelo contr rio recebem dos dois precedentes a realidade una e est vel da sua ess ncia s o elementos passivos De um modo particular tens o diz respeito ao esfor o pelo qual a alma tende para apreender o conhecimento verdadeiro ou se obstina contra a influ ncia das coisas exteriores Lalande S D p 600 Volume II Valor O sentido primitivo da palavra valor parece dizer respeito designa o de valentia
164. ntos seguidamente o que nos importa explorar o espa o em que o desenho est inserido o espa o que permite o seu crescimento e desenvolvimento aquando da apura o de uma ideia Jos Gil denominou o de Zona A zona enquanto espa o perme vel interior a n s que se expande e comporta todo o nosso mundo imagin rio suportando as nossas ideias que se projectam atrav s do desenho a zona enquanto espa o de cria o e de imagina o Ilustra o 20 Anne Teresa de Keersmaeker Imagem retirada do livro Rosas Adohphe et al 2002 p 7 67 The body without organs is a state of creativity where preconceptions are set aside It is the state before a design takes shape where all possibilities are immanent and one holds at bay the common sense expectations of what the design should be When a stimulus or an internal pain prompts a line of flight then formations assemble giving the beginnings of a form a structure a detail a leitmotif The aim could be that the design would be entirely immanent in its initial conditions and would emerge as a product of the various forces in play in the milieu It would not be imposed from outside as a specified form but would work with the grain of its matter from within but also seamlessly with the milieu and networks extending to its horizons It can crystallize in various ways at a molecular level to aggregate and produce different surface effects when it becomes apparent to t
165. ntradit rio do sujeito primitivo Lalande S D p 685 Volume I Linguagem Express o verbal do pensamento interior ou exterior Opondo se fala em dois sentidos primeiro quando fala designa apenas linguagem exterior e segundo enquanto um acto individual pelo que se exerce a fun o da linguagem Lalande S D p 686 Volume II Massa Entende se por massa de um corpo a rela o constante que existe entre as for as que ai s o aplicadas e as acelera es correspondentes Lalande S D p 58 Volume Il Mat ria Primitivamente mat ria s o os objectos naturais que o trabalho do homem utiliza ou transforma com vista a um fim a madeira de constru o por exemplo Nas expresses de origem aristot lica e escol stica mat ria aquilo que num ser constitui o elemento potencial indeterminado por oposi o quilo que est actualizado Todo o dado f sico ou mental j determinado que uma actividade recebe e ulteriormente elabora O termo mat ria vulgarmente aplicado a tudo aquilo que dado ao artista e que por consequ ncia enquanto dado n o pertence pr pria arte fornecer Segundo Descartes a mat ria cuja natureza consiste apenas em ser uma coisa extensa ocupa agora todos os espa os imagin veis e n o poder amos descobrir em n s a ideia de nenhuma outra mat ria De uma outra forma mat ria parece por defini o por oposi o ao esp rito sendo aquilo que objecto de intui
166. ntre jusqu au point de m engloutir totalement Il s agit ni plus ni moins d une question de vie ou de mort Klee apud Adolphe 2002 p 33 O seu interesse pela ordem do crescimento e do tornar levou Anne Teresa De Keersmaeker a fundar a sua escola P A R T S onde ensina e forma em todos os sentidos da palavra os novos que surgem depois dela Adolphe et al 2002 p 34 tentando pelo seu car cter e pelas caracter sticas da sua obra aproximar se o mais poss vel dos princ pios fundamentais do tempo e do espa o e do car cter de mudan a e transforma o constante da vida Adolphe et al 2002 p 34 Esta frase foi citada anteriormente propositadamente 93 Eu estou a tentar separar me do centro por um movimento sempre mais livre Ou est o os meus movimentos mais relacionados a um centro a ponto a envolver me engolir me totalmente E mais ou menos uma quest o de vida ou morte Klee apud Adolphe 2002 p 33 Neuza Isabel da Silva Valadas 108 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 4 3 TRISHA BROWN Ilustra o 43 Composi o de Trisha Brown Trisha Brown 2014 Trisha Brown enquanto core grafa contempor nea torna se pertinente nesta investiga o sobretudo pela descri o e pelo uso que faz do desenho para elaborar os seus trabalhos O desenho um forte componente no trabalho de Trisha da que Neuza Isabel da Silva Valadas 109 Di logos
167. o Convergindo no mesmo tema o espa o e o corpo ainda que apresentem crescimentos iniciados em pontos iniciais diametralmente opostos resultam no mesmo mago a mesma for a que move cada um dos princ pios construtivos O mesmo cora o A mesma massa o corpo do humano Como o cristal o metal e muitas outras subst ncias sou um ser sonoro mas a minha vibra o essa de dentro que a ou o como disse Malraux ou o me com minha garganta Merleau Ponty apud Soares 2003 p 86 Tudo corpo e nada mais Nietzsche 2002 p 47 este princ pio humanizado que se pretende compreender e explorar entre as duas disciplinas Um princ pio el stico e perme vel Contaminador Que proporciona um pensar comum sendo que a diferen a do princ pio geracional dos dois fazeres dan a e arquitectura a certa altura esbate se e os dois apenas coexistem Existindo para isso um processo semelhante sen o o mesmo Averiguando o processo efectivamente em arquitectura j o arquitecto Manuel Tainha esclarecia a Arquitectura come a sempre por um problema 2000 p 118 De forma que esse problema gerado pelas for as da mudan a de uma car ncia ou de uma necessidade co cria e desenvolve um est dio de conflito e de descompensa o que ser resolvido e finalizado por uma constru o Tainha 2000 p 118 Referindo que fazer sempre um refazer Tainha 2000 p 118 e
168. o existe em ltima inst ncia e portanto em primeira enquanto ferramenta que nos permite experimentar espa o o acto de habitar Habitar Se o prop sito e o ltimo fim verdadeiro da arquitectura ser habitada ele corpo a ferramenta f sica por excel ncia que nos permite a 12 The body The view of the body that comes in with Deleuze and Guattari s analysis is equally open ended If we look at the body in terms of machines then as Samuel Butler pointed out there is no reason to suppose that there is any point in saying that what a body can do is limited to saying what it can do using only its organic parts can dig much better if pick up a spade can see further if look through a telescope These prosthetics extend and amplify the body s capabilities can put them down and leave them behind but when need them they become part of me part of the digging machine or the seeing machine and in a way they are always part of me if use them Indeed if have developed the habit of using them and they then become unavailable to me will feel their lack and will feel disabled in the same way but less painfully as if had lost a hand or an eye Deleuze amp Guattari 2007 p 33 13 an lise comparativa da Universidade de Coimbra Dossier de Candidatura da Universidade de Coimbra Alta e Sofia a Patrim nio mundial da UNESCO Coimbra Reitoria da Universidade Documento cedido pela pr pria 14
169. o exp e as suas ideias no livro The Art of making dances o qual viria a inspirar v rios core grafos modernos Boucier 1987 p 267 A sua primeira coreografia composta sob a influ ncia de Ruth Saint Denis Considerando que a influ ncia oriental das dan as que inspiram os seus mestres em certo ponto limitantes e superficiais reivindica uma dan a aut ntica acabando por divergir dos seus mestres Boucier 1987 p 267 Acreditando que todos os elementos devem constituir um todo indissoci vel nas experi ncias que come a a executar relaciona m sica ritmo e representa o coreogr fica Boucier 1987 p 267 Atrav s das suas experi ncias conduzido dan a silenciosa Boucier 1987 p 268 Em 1935 36 desenvolve a sua mestria com uma trilogia que foca os problemas do homem moderno Utilizando a m sica para criar o clima que busca ora em harmonia com os movimentos da dan a ora indo contra eles constratando com eles Humphrey realiza os primeiros exemplos da dan a abstracta Tornando se directora art stica respons vel pela difus o da dan a moderna em grande parte das universidades e col gios Boucier 1987 p 267 Debru a se sobre o gesto Elaborando uma classifica o enquadra os gestos em quatros tipos 1 Gestos sociais os quais dizem respeito s rela es dos homens entre si 2 Gestos funcionais estes dizem respeito vida quotidiana e ao trabalho 3 Gestos rituais presentes nas re
170. o de composi o complexo assim refere Jos Gil tanto o teatro como a dan a ou mesmo a m sica fazem emergir processos de subjectiva o e m ltiplos devires Gil 2001 p 224 Sendo que os meios do devir s o os elementos a gua a neve a terra o vento as roupas e o movimento A descontextualiza o prepara os devires Gil 2001 p 224 Como tudo se passa entre o gesto e a fala os gestos e a m sica o movimento e a fixidez n o podemos separar o que cabe dan a e o que cabe ao teatro no Tanztheater de Pina Bausch Como tudo se passa entre devires e subjectiva es o teatro que penetra a dan a e a dan a o teatro de tal modo que as sequ ncias mais nitidamente teatrais s o ainda dan adas e a dan a sai muitas vezes de pequenas cenas que se aceleram e se metamorfoseiam em movimento dan ado lt Entre gt as duas coisas zonas de indiscernibilidade como diria Deleuze Estas zonas de indiscernibilidade sobrep em se como paradoxos que encerrassem outros como se nunca um movimento fosse puramente comum simples de sentido unico 83 importante referir e esclarecer aqui a defini o de corpo virtual designada por Jos Gil referindo que o corpo virtual j uma multid o de corpos os bailarinos quando formam s ries agem como se estivessem ao mesmo tempo sozinho e em grupo a mesma massa pode quase aglutinar se Gil 2001 p 221 Neuza Isabel d
171. o de express es e linguagens que premem pela sua distin o e diferen a singular e simultaneamente completam se e encontram se atrav s da sua diferen a Adolphe et al apud Benjamin 2002 p 36 Poder amos dizer que se constitui um verdadeiro esquema de opostos compat veis sem que nenhum deles por m tenda ao pretensiosismo n o existem alelos dominantes nem alelos recessivos Todos se conjugam enfim dentro da sua complexidade Um desejo de explorar tudo pesquisar pacientemente nunca parar as Chaos in the Deleuze and Guattari world is a body without organs the schizophrenic body the plane of immanence where things are forming and being taken apart as fast as they form Emergent order is held at bay and never emerges A little order a tune a heartbeat and the chaos recedes a possibility emerges from a plateau of stability Deleuze and Guattari s image of chaos is far from inert It is continually making and unmaking Chaos is defined not so much by its disorder as by the infinite speed with which every form taking shape in it vanishes It is a void that is not a nothingness but a virtual containing all possible particles and drawing out all possible forms which spring up only to disappear immediately without consistency or reference without consequence Chaos is an infinite speed of birth and disappearance Ballantyne 2007 p 45 Neuza Isabel da Silva Valadas 106 Di logos entre Arquitectura
172. o entre o fora e o dentro Avesso O espa o que delimita o espa o exterior e o espa o interior E no acto de cria o corresponder este espa o interm dio Zona At onde se estende Que referencias toma Nos ltimos anos a coes o entre a m sica e o movimento tornou se num dos pilares mais importantes da obra de Anne Teresa De Keersmaeker bem como os elementos textuais que come am a aparecer Adolphe et al 2002 p 30 Um terreno que permite investiga es ainda mais vastas onde os riscos n o s o nem nunca foram evitados Correr riscos eis o desafio de um explorador Adolphe et al 2002 p 33 Quando cedo na sua carreira se lan a na cria o de uma coreografia e simultaneamente de uma obra musical na qual colabora com Thierry De Mey reconhecemos em Keersmaeker a ousadia e a coragem de se desafiar Inteligentemente Esta Tradu o nossa As ondas do mar as ondas que v m morrer na areia a curva harmoniosa de uma ba a a linha das colinas sobre o horizonte a forma das nuvens s o outros tantos enigmas no campo da morfologia 87 Como se formam os cristais como se quisesse perceber o segredo da estrutura evasiva do fogo e das chamas Adolphe et al apud A T K 2002 p 30 Neuza Isabel da Silva Valadas 103 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo abordagem parte da forte convic o tanto da core grafa como do compositor de que as duas disciplinas s o indissoci
173. o percorrer este caminho com a sua presen a dando especial aten o ao seu trabalho bem como s suas palavras A sensibilidade sobre o uso da mat ria o material de constru o utilizado a manipula o da luz bem como a escala a dimens o e o desenho do pilar testemunham da boa resolu o que aqui se estabeleceu A sensibilidade e a lucidez de como o material capaz de prolongar e repercutir as quest es que queremos levar ao sujeito que experimenta vive habita o lugar aquilo que o arquitecto nos quer mostrar O enquadramento consecutivo entre as rvores transportado para o pilar a grande sensibilidade sobre o modo como o material de constru o prolonga essa cumplicidade afectando nos os sentidos Ent o voltamo nos novamente para o corpo que nos oferece gratuitamente sensa es atrav s das texturas da manipula o da luz do que se quer mostrar e esconder na paisagem por exemplo Quando percepcionamos o objecto todas estas quest es se fazem presentes v m a n s tal como os seus escritos a situada na P voa das Quartas em plena Beira alta pr ximo de Oliveira do Hospital fez parte de um conjunto de projectos de pousadas que por volta de 1956 foram encomendadas a um pequeno grupo de jovens arquitectos que estavam a come ar a sua vida profissional e se come avam a distinguir no ent o pequeno mundo da nova Arquitectura portuguesa A par do projecto entregue a Manuel Tainha foram entreg
174. o tinha de ser como efectivamente foi um cultura da imagem sens vel Maraval 1997 p 331 Ilustra o 10 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 30 31 Atrav s da ilus o do movimento e da sugest o de profundidade a arquitectura constitui se enquanto arte que capaz de iludir o espectador e transmitir lhe um sentido formal que vai para al m do material est tico com que se constr i A rela o entre as coisas condi es e complexidade As artes representam as rela es entre as coisas nas condi es da sua complexidade real e a arquitectura uma arte Tainha 2008 Penso que a arquitectura s faz sentido se for uma arte Chamamos arquitectura aquilo que consegue obter um conjunto de valores que s o semelhantes aos de qualquer outra pr tica art stica O trabalho do arquitecto ultrapassa o peso da mat ria com que se constr i Gra a 2002 Citando Manuel Tainha Disse nos Claude Bernard que as matem ticas representam as rela es entre as coisas nas condi es de simplicidade ideal Ao que eu acrescentarei que as artes representam as rela es entre as coisas nas condi es da sua complexidade real e a arquitectura uma arte Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byerne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arqu
175. oderna O corpo r gido da dan a cl ssica n o nos interessa aqui por op o Tamb m n o o car cter cenogr fico da dan a que nos importa importa nos sim tudo o que existe por detr s disso o processo Assim atrav s das pistas coreogr ficas recolhemos elementos e m todos que transportamos ao processo arquitect nico nos ajudam a esclarecer o modus operandi que acontece em arquitectura Al m das pistas coreogr ficas j referidas encontraremos em Kazuyo Sejima o contributo arquitect nico que procuramos para validar e averiguar o complexo papel do corpo nesta matriz de vari veis Seduzir Largar dar liberdade Para certo tipo de utiliza o melhor e faz mais sentido criar calma serenidade um lugar onde n o ter o de correr e procurar a porta Onde nada nos prende e podemos simplesmente existir Zumthor 2006 p 45 Neuza Isabel da Silva Valadas 18 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Averiguar o processo e reflectir sobre quest es do fazer nosso objectivo Perceber o comprometimento gradual que o corpo vai adquirindo ao longo do processo sempre que o arquitecto est a criar compreender e ordenar espa o Instigados pelo modo como o corpo pode ele pr prio espoletar espa o a verdadeira subst ncia essencial da arquitectura originada no meu entender pela emo o e inspira o Zumthor 2006 p 21 tomaremos em conta tamb m
176. odo sens vel para a an lise dos lugares Tamb m sabemos quanto o desenho sens vel na revela o da rela o do lugar com o projecto E a este respeito no ponto 5 atrav s da obra constru da que nos deixada por Manuel Tainha faremos uma an lise a respeito da rela o lugar projecto desenho e corpo Da rela o com o lugar para a aprimora o dos detalhes do pr prio objecto arquitect nico o desenho enquanto ferramenta ntima que nos permite evoluir e pensar Neuza Isabel da Silva Valadas 111 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 44 Desenho de Trisha Brown Handfall New York 2005 Trisha Brown 2014 Trisha Brown assim uma revela o neste campo Os seus desenhos tornam se movimento primeiro enquanto reflexo da dan a e posteriormente quando ganham vida tornando se impulsionadores de movimentos nos corpos nas suas coreografias Criando o seu pr prio alfabeto desenvolve as suas pr prias letras para desenhar Os seus elementos enquanto elementos compositivos que agregados formando o 95 If take a line of a fixed length that is running through space at an angle that is not parallel to a plane then can project the line on to the plane and it will show up on the plane as a line that is shorter than the original how much shorter will depend on the angle This is what happens every time one draws a ramp on a plan or shows in e
177. ogos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 76 Pousada de Santa B rbara distribui o para quartos Caetano 2014 E TO Coe Ilustra o 77 Pousada de Santa B rbara quarto Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 201 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 78 Pousada de Santa B rbara pormenor do interior do quarto Caetano 2014 Ilustra o 79 Pousada de Santa B rbara Sala espa o de estar Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 202 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 80 Pousada de Santa B rbara Sala espa o de estar Caetano 2014 Ilustra o 81 Pousada de Santa B rbara p teo interior zona de refei es Susana Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 203 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 82 Pousada de Santa B rbara vista desde o exterior espa o entre a fachada virada ao vale e os pilares que suportam o plano balan ado dos quartos Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 204 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 83 Pousada de Santa B rbara pormenor da liga o entre o pilar e o piso 1 Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 205 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo
178. om conceitos isso pr prio da filosofia mas com imagens Tainha 2010 p 6 O aspecto mais interessante desta co rela o comunh o entre as duas artes do corpo parece estar nesta porosidade que pode existir em entre cada uma delas Este sentido de poro quase impercept vel abriga um espa o a zona A zona que n o apenas o espa o tido como imagin rio nem o espa o vazio importante atribuir aqui pontualmente um significado concreto de vazio que vai al m da defini o do espa o dito vazio por n s habitado Pensemos este vazio como um poro o poro que permite a especula o o poro do corpo sem rg os que Deleuze define o poro do corpo espa o das possibilidades Especular e permitir que as mat rias disciplinas se contaminem Porque nada existe por separado Tudo um todo ainda que se apresente dividido pelas partes As partes do todo A zona constitui se assim como uma plataforma constitu da por poros que existe dentro de n s Assimilada inconscientemente manifesta se em consci ncia O n cleo da imagina o que se estende entre as v rias disciplinas Disciplinas que se massificam exteriormente a partir do seu poro mais interior e invis vel A contamina o dessas mesmas disciplinas entre si impulsiona e potencia o desenvolvimento e a matura o m tua Jos Gil fala nos na zona enquanto espa o paradoxal Designando zona tamb m espa o interior virtu
179. on a partir do grego homeo similar ou igual e stasis est tico designamos por Homeostasia propriedade de determinados seres vivos a despeito das varia es do meio ambiente manterem em equil brio todas as suas fun es e a pr pria constitui o qu mica dos tecidos Do grego hom ios semelhante igual stasis situa o Costa et Melo 1998 p 884 81 Vencer o peso do corpo tal o fim primeiro do bailarino Gil 2001 p 20 Neuza Isabel da Silva Valadas 92 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 4 1 PISTAS COREOGR FICAS Ilustra o 36 Filme Para Pina cena de Caf Muller Wenders 2011 T m que continuar a procurar E n o dizia mais nada E ent o t nhamos que continuar procura sem saber muito bem onde e sem saber se est vamos no caminho certo Bausch apud Bailarina de Pina Bausch 2011 Rede Corpo Palavra Gesto Comunica o Declarando que n o possui um ponto de partida espec fico inicial permite que as imagens produzidas pelas respostas se desenvolvam atrav s de uma vasta rede de rela es e de gestos que adquirem progressivamente uma l gica interior Gil 2001 p 217 Assim tamb m Pina Bausch tendo de in cio uma ideia ainda limitada quase exclusivamente a significa es abstractas as hip teses tornam se numa ideia de movimento quando se desenvolvem as associa es de sentidos quando se ligam a gestos
180. on de la actividad creadora de cada uno y no se trata de As Eu diria que preciso distinguir tr s dimens es tr s coisas t o poderosas que se misturam o tempo todo E este o meu trabalho futuro isso que eu gostaria de fazer e tentar entender melhor isso Ha os conceitos que s o a inven o da filosofia e h o que podemos chamar de perceptos Os perceptos fazem parte do mundo da arte O que s o os perceptos O artista uma pessoa que cria perceptos Porque usar esta palavra estranha em vez de percep o Porque perceptos n o s o percep es O que que busca um homem de letras um escritor ou um romancista Acho que ele quer poder construir conjuntos de percep es e sensa es que v o al m daqueles que as sentem O percepto isso H p ginas de Tolstoi que descrevem o que um pintor mal saberia descrever Deleuze 1987 O Abeced rio de Gilles Deleuze I de Ideia 33 The blocs of experience and sensation that shape a person s development are turned into an image of building blocks that construct the novelist s characters and they develop with reference to rhythms and amplitudes The novelist simplifies of course but one of the reasons we respond to James s characters is that we feel as though we know them We have witnessed various formative experiences along with them so to some extent we vicariously share their intuitions It is a lesson that the film industry has brilliantly learnt
181. onseguimos estabelecer uma rela o directa entre a obra de Pina e a arquitectura a rua da cidade onde passa o comboio o tr nsito que circula os eixos as art rias principais da cidade a envolvente as pessoas que fazem percursos de um lado para o outro lado e se movimentando se na cidade os sons Assim trabalhando muitas das vezes directamente com cen rios reais quase que poderia ser um de n s espectador a dan ar ali num epis dio qualquer do quotidiano At que ponto n o o fazemos 84 The town is the correlate of the road The town exists only as a function of circulation and of circuits it is a remarkable point on the circuits that create it and which it creates It is defined by entries and exits something must enter it and exit from it It imposes a frequency to follow the circuit of urban and road recoding Towns are circuit points of every kind which enter into counterpoint along horizontal lines they effect a complete but local town by town integration Each one constitutes a central power but it is a power of polarization or of the environment milieu of forced coordination Notice also that this town which is always part of a network constitutes a power of the milieu a power of the environment the Umwelt If am in the town then itis my environment but the town itself is between other towns which make its environment Any thing can be described as an environment if we think of
182. ontradi o Vivemos num mundo contradit rio cheio de conflitos cada vez mais E h as quest es ambientais sociais as quest es culturais Cada vez essas contradi es se agudizam Confesso que s vezes sinto uma certa como o acerca disso do caminho que o mundo leva Eu cresci num ambiente em que o futuro ia ser melhor havia muita mis ria muita fome mas o futuro ia ser melhor e de resto hoje vivemos numa situa o em que o futuro pode ainda ser pior do que aquele em que vivemos hoje H novas amea as novos perigos coisas inesperadas e eu acho que nisso a arquitectura est a desempenhar o seu papel exprimindo estas contradi es de alguma forma essas ang stias No tempo em que eu nasci n s acredit vamos num mundo melhor havia ideais a atingir Se calhar na altura o problema da arquitectura era resolver problemas b sicos da habita o Isso hoje est mais ou menos garantido e h uma maior liberdade para explorar mais a condi o humana Pereira 2009 s rie 034 01 Neuza Isabel da Silva Valadas 89 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo um novo sentido Referindo que para o arquitecto isso passar pela rela o com o corpo Cruz apud Coelho 2009 O corpo que Marcos Cruz descreve como 7 elemento fundamental no estudo que elabora quando pretende ciborguiano desmistificar os dogmas que est o ainda presentes na arquitectura contempor nea Este esclarecimento poder e
183. ontrando se a arquitectura e a dan a no espa o da escrita e da especula o no espa o te rico apenas quando se concretizam que traduzem o abstracto em concreto para que no seu final resultem numa medida concreta exacta e precisa Neuza Isabel da Silva Valadas 146 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Si je fais comprendre par des mots comprenez moi par l xp rience de votre corps sans experience de votre corps votre savoir serait illusoire Schirren 1996 p 123 Neuza Isabel da Silva Valadas 147 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 148 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo REFER NCIAS AMENDOEIRA Ana coord 2010 Estudo comparativo para a Universidade de Coimbra a Patrim nio Coimbra Universidade de Coimbra Estudo cedido pela pr pria CAETANO Victor Imagens solicitadas da Pousada Mensagem Em linha para Neuza Valadas 1 junho 2014 Consult 1 junho 2014 Comunica o pessoal COELHO Alexandra Prado 2009 Vamos poder vestir os nossos edif cios P blico Em linha 12 Janeiro 2009 Consult Janeiro 2012 Dispon vel em WWW lt URL http ipsilon publico pt artes entrevista aspx id 220423 gt DELEUZE Gilles 1987 Qu es el acto de creaci n Em linha S l s n Conferencia en la Femis Escuela Superior de of cios imagen y sonido el
184. ontro das palavras do Manuel Tainha quando o arquitecto refere Considerada em si mesma a obra n o explica nada n o exprime nada n o diz nada a ningu m D se como puro ente como disse Carlo Giulio Argan O fim nico da obra instituir uma ordem o que necessariamente requer uma constru o Feita a constru o alcan ada a ordem tudo est dito tudo est feito E n o h teoria que explique o que se sugere exactamente porque a obra de arquitectura sempre um facto contingente Mas tal como n o podemos esperar por uma explica o da vida para viver tamb m n o podemos esperar pelos dias da teoria para fazer arquitectura ainda que n o possamos fazer menos do que procur la Alguma coisa nos move a faze la e a faze la 102 Relembrar A T K quando se interroga sobre os cristais o fogo o molusco e o embri o Neuza Isabel da Silva Valadas 120 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo da melhor forma que sabemos e podemos Ser instinto Ser premedita o ou a simples necessidade Tainha 2001 p 54 Atendendo s palavras de Manuel Tainha quando o arquitecto refere Faz la da melhor forma que sabemos poder o estas palavras representar no caso particular de Sejima a constante procura no pensar o uso do espa o atrav s da sua l gica de fluxos e do movimento humano enquanto chave guia para a cria o espacial E aqui eclodimos novamente sobre o nosso tema o
185. oralmente Boucier 1987 p 247 S o tr s as escolas que conduzir o o delsartismo directamente dan a moderna Sendo que os principais expansores do delsartismo s o a escola Denishawnschool Isadora Duncan a pioneira da dan a moderna e Ruth Saint Denis Boucier 1987 p 246 Tendo grande import ncia nos Estados Unidos o delsartismo atinge tamb m a Alemanha atrav s da turn que Isadora Duncan levou a Berlim em 1902 Boucier 1987 p 247 Desenvolvendo o assim na sua escola Inclusivamente Rudolf von Laban integrou no seu sistema de ensino variad ssimos princ pios delsartianos Apenas a Fran a foi menos contaminada por este percursor Boucier 1987 p 247 De forma a organizar os seus percursores e as suas ideias e conceitos base o esquema que se segue sintetizar o desenvolvimento da hist ria da dan a no ocidente a extens o desde a busca pelo estado dionis aco at expans o e consequentemente a volta ao seu retorno o transe sagrado Neuza Isabel da Silva Valadas 168 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Recolha Obcessiva de elementos frequentando salas de hospitais hosp cios anfiteatros de disseca o necrot rios Resultando a sua Obra Est tica Aplicada Estados Unidos da Am rica Fran ois Delsarte procura a rela o entre a Alma e o Corpo Delsartismo Cat logo de Gestos Gestos gt Estados Emocionais polegar contra a m o EMO O
186. orpo Neste caso sob a forma de uma arquitectura dangavel de um movimento arquitectural A intensidade tamb m um tema abordado por Trisha Brown quando nos fala da espessura da linha est no fundo a falar sobre a intensidade do seu pr prio corpo da sua mao A necessidade dos seus desenhos sa rem do papel de se expandirem determinante para a compreens o da aproxima o entre as duas disciplinas Ilustra o 45 Peter Muller s Walking on the Wall 1970 Trisha Brown 2014 gravitating back to this deterritorialized state of unformed virtuality out of which the actual will emerge when desiring machines act upon it Ballantyne 2007 p 40 Recordar Fernand Schirren quando anteriormente fala da m o do movimento da m o descrevendo ritmo Neuza Isabel da Silva Valadas 113 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 46 Leah Morrison Teaching a Masterclass in Seattle fotografia por Lee Talner 2011 Trisha Brown 2014 Deste modo no sentido de entender a constru o deste alfabeto que Trisha Brown apresenta e depois de terminadas as considera es sobre as pistas coreogr ficas que as tr s core grafas nos promoveram atrav s do seu trabalho sobretudo o que nos importa para este estudo o seu m todo enquanto core grafas do fazer pensar e manusear atrav s da confirma o do m todo de Kazuyo Sejima da comunic
187. orpo e vice versa Curiosamente corpo poder ainda surgir enquanto designa o no mbito militar denominando uma unidade do ex rcito Este corpo militar composto pelas suas v rias divis es divis es essas que actuam em conjunto e sob o mesmo comando as partes do todo Por curiosidade um corpo do ex rcito formado por cerca de 20 000 a 50 000 soldados Tal como o corpo humano constitu do pelas suas unidades estruturais as c lulas Fazendo um paralelo entre o conceito de corpo e a filosofia Gilles Deleuze quando fala do conceito de corpo refere que este pode ser qualquer coisa assumindo que Neuza Isabel da Silva Valadas 24 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo um corpo poder ser um animal um som uma ideia um corpo lingu stico um corpo social ou um corpo colectivo Deleuze 2007 p 8 Esta amplitude do conceito permite nos repensar o corpo no caso particular da arquitectura no seu devido contexto e com a sua organiza o pr pria O dito corpo existe tamb m enquanto obra arquitect nica constru da semelhan a do corpo biol gico tamb m o corpo arquitect nico6 dotado de sistemas organizados entre si que comportam igualmente elementos organizados e hierarquizados semelhan a dos rg os dos tecidos das c lulas das mol culas e do tomo resultam e existem em material e espa o vazio organizado Apresentando diferentes significa
188. orpo enquanto dador de significado e sentido imagem Ainda que a imagem exista sempre por si pr pria a imagem que a arquitectura providencia s faz 38 Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byrne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arquitectura Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byrne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arquitectura Neuza Isabel da Silva Valadas 42 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo sentido se nela existir ainda que n o explicitamente mas sempre racionalizado o corpo Torna se evidente a import ncia da compreens o do corpo enquanto elemento relacional dador de significado ao efectuar as suas m ltiplas rela es espaciais Deveremos crer que o corpo tenha um tal papel integrador ou assimilador que transforme tudo o que dele se aproxima no espa o e no tempo num todo homog neo e unificado quer dizer org nico Por outras palavras o nexo da dan a ligar se ia ao nexo do corpo como organismos ou como estrutura fabrica como se dizia no s culo XVI Gil 2001 p 85 Ilustra o 4 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 106 109 2 3 O CORPO E O ESTABELECIMENTO DE RELA
189. otografia por Lee Talner 2011 Trisha Brown 2014 arara 114 Ilustra o 47 SANAA Centro Rolex 2010 Soares 2010 115 Ilustra o 48 Kazuyo Sejima proposta para o terminal mar timo de Yokohama 1994 COMES 2 008 pastos ia ipa s air OS iene pica 118 Ilustra o 49 SANAA Centro Rolex 2010 vistas interior e exterior respectivamente S res 2010 RR RC RR UR SUR RR RD 121 Ilustra o 50 SANAA Centro Rolex Lousanne 2010 vista interior Soares 2010 Ee sd in oe se O O sacks ta es wes A N 122 Ilustra o 51 Figura1 Toyo Ito PAO 1985 Figura 3 e 4 Kazuyo Sejima Platform 1988 Platform II 1990 Sejima 1996 p 26 eter eee eeeeteeeeeeeeeeteeenaaees 123 Ilustra o 52 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex planta superior Cort s 2011 PO Ren RE MD RS ROD DER NBR NER E CR apameemelace 124 Ilustra o 53 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex planta inferior Cort s 2011 p 5 8 A POR O RAND A RD GO eee ene RR EE 124 Ilustra o 54 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex Cort s 2011 p 31 125 Ilustra o 55 Pousada Santa Barbara vista exterior Ilustra o nossa 2012 134 Ilustra o 56 Pousada Santa B rbara Enquadramento Paisag stico Tainha e Telles in Revista Arquitectura n 59 1957 p 137 assassino e a Rand 137 Ilustra o 57 Pousada de Santa B rbara Planta Piso O entrada e salas Tainha Projectos 1954 2002 2001
190. ouco vontade com temas como estes porque expressam vividamente as limita es da compreens o humana Mas grande parte da filosofia e da ci ncia tem evolu do atrav s de tais demandas Um n mero crescente de adultos quer responder a quest es desta natureza e ocasionalmente obt m respostas surpreendentes Equidistantes dos tomos e das estrelas estamos a expandir os nossos horizontes de explora o para abrangermos tanto o infinitamente pequeno como o infinitamente grande lugar ocupado outrora por Newton e mais tarde por P A M Dirac dois famosos investigadores do infinitamente grande e do infinitamente pequeno Ele o seu sucessor de m rito Este primeiro livro de Hawking para n o especialistas oferece aos leigos variadas informa es T o interessante como o vasto conte do a vis o que fornece do pensamento do autor Neste livro encontram se revela es l cidas nos dom nios da f sica da astronomia da cosmologia e da coragem tamb m um livro sobre Deus ou talvez sobre a aus ncia de Deus A palavra Deus enche estas p ginas Hawking parte em demanda da resposta famosa pergunta de Einstein sobre se Deus teve alguma escolha na Cria o do Universo Hawking tenta como explicitamente afirma entender o pensamento de Deus E isso torna a conclus o do seu esfor o ainda mais inesperada pelo menos at agora um Universo sem limites no espa o sem princ pio nem fim no tempo e sem nada para um Criador f
191. ourcier 1978 p 283 Tentando cuidadosamente n o construir encadeamentos l gicos e quando encontra algum tenta romp lo e partir numa em outra direc o Bourcier 1978 p 283 Nas suas coreografias n o h assunto n o h uma inten o determinada Trata se de assumir uma capacidade de explorar os elementos produzidos pelo acaso Conseguindo propostas alusivas caber depois aos expectadores reagirem cada um a sua maneira preenchendo o quadro que lhes oferecido em todas as dimens es Bourcier 1978 p 284 Cunninhgam recria uma concep o muito pessoal do bal o conjunto de Events tal como cada um deles uma s rie de sequ ncias n o coordenadas A arquitectura de cada sequ ncia uma sucess o de acentos fortes e fracos compar veis m trica antiga no sentido de que a altern ncia de acentos ao menos em princ pio aleat ria Bourcier 1978 p 284 Frequentemente pr ximo do verso grego l rico ou tr gico poder reconhecer se na obra de Merce Cunninhgam uma esp cie de tempo instintivo Bourcier 1978 p 284 A m sica na sua obra como tal tamb m portadora das mesmas carater sticas poder amos dizer que resulta num acompanhamento sonoro O compositor musical faz a sua obra independentemente do compositor coreogr fico no in cio existe apenas a sensa o de um clima comum Bourcier 1978 p 284 No entanto as duas coreografia e m sica constroem se e evoluem independentemen
192. partir do objecto presente por exemplo na obra de Pina Bausch em Caf M ller permite nos compreender a capacidade que Pina Bausch revela em materializar uma ideia a partir apenas de uma mesa e quatro cadeiras Pina apud Bailarina de Pina Bausch 2009 Neuza Isabel da Silva Valadas 97 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 38 Filme Para Pina cena exterior Wenders 2011 4 2 ANNE TERESA DE KEERSMAEKER Ilustra o 39 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Small Hands out of the lie of no Adohphe et al 2002 p 106 Neuza Isabel da Silva Valadas 98 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo O aspecto mais interessante do trabalho de Anne Teresa De Keersmaeker parece ser a decomposi o simplifica o e por tanto a sua capacidade de conseguir uma sofistica o extrema J r me Bel 2002 p 124 A pe a Rosas estrutura se em 4 partes a partir de quatro posi es simples que resumem com pertin ncia as possibilidades de posi es b sicas do corpo humano deitado sentado ajoelhado e em p ocupando o espa o poss vel que os extremos do corpo permitem A este esquema inicial reduzido ao m nimo minimalista s o adicionadas gradualmente quest es de maior complexidade Bel 2002 p 124 A coreografia vai corroendo os bailarinos medida do decorrer da pe a n o no sentido dos seus gestos perderem a
193. patial score of architecture Holl 2000 p 26 18 There are some qualities some incorporate things that have double life which thus is made a type of that twin entity which springs from matter and light Holl apud Allan Poe 2000 p 104 19 Parallax The change in the arrangement of surfaces that define space as a result of the change in the position of a viewer is transformed when movement axes leave the horizontal dimension Vertical or oblique movements through urban space multiply our experiences Spatial defenition is ordered by angles of perception The historical idea of perspective as enclosed volumetrics based on horizontal space gives way today to the vertical dimension Architectural experience has been taken out of its historical closure Vertical and oblique slippages are key to new spatial perceptions Holl 2000 p 26 20 yivemos o nosso quotidiano sem entendermos quase nada do mundo Reflectimos pouco sobre o mecanismo que gera a luz solar e que torna a vida poss vel sobre a gravidade que nos cola a uma Terra Neuza Isabel da Silva Valadas 32 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo perquemos tempo no nosso dia a dia a questionar nos sobre ela gravidade a condi o b sica e constante a ser superada em primeiro lugar quer pela arquitectura quer pela dan a na gravidade em primeiro lugar que a dan a e a arquitectura se encontram Peso leveza e medida parec
194. per pretendesse retratar a maneira como nos sentimos no corpo a rela o entre a estrutura ssea o sistema nervoso e o fluxo sangu neo a certo ponto completamente contaminada pelo edif cio passando a arquitectura a servir de mote pr pria obra coreogr fica A contamina o que o s tio desencadeia na obra coreogr fica semelhan a do que ocorre em arquitectura quando desenvolvemos um projecto e atendemos s potencialidades do s tio que depois se converte em lugar assim acontece tamb m nesta obra de Sasha Waltz no Neues Museum Deixando que o Museu Judaico entre completamente nas inten es da sua obra adequando e ajustando a obra espect culo ao edif cio em que ser apresentada o Museu torna se tamb m ele parte integrante da obra espect culo Os dois passam a coexistir refor ando assim Sasha Waltz esta ideia de permeabilidade e partilha reajustando as suas primeiras inten es de um modo extremamente sens vel permite que a obra edificada fale e que ao mesmo tempo o corpo e o sentido da sua obra falem por si pr prios dentro do edif cio enquanto parte do pr prio museu 42 Entendemos aqui por potencialidades toda a sua plasticidade todas as sensa es que cristalizam e nos d o de alguma forma o mote deixando que o s tio fale e que nos oriente no desenvolvimento do projecto que ali se est a criar 43 Ver modelo interactivo da obra e consultar http sashawaltz neuesmuseum com ves
195. por sua vez em rela o ntima com o ambiente Deste modo certos aspectos da personalidade ligados actividade visual quinest sica t ctil t rmica podem ver o seu desenvolvimento inibido ou pelo contr rio estimulado pelo meio ambiente Hall 1986 p 77 Quando pensamos em arquitectura devemo nos questionar sobre o seu fim e sobre o seu prop sito De quanta mais responsabilidade nos fizermos valer na nossa resposta certamente mais qualidade proporcionaremos quele que a habitar Habitar Parece ser esta a qualidade que distingue arquitectura da constru o a qualidade de habitar Tomar esta quest o com a seriedade que merece especialmente na poca em que vivemos a era da expans o da imagem e do produto imediato torna se fundamental para que nos seja poss vel encontrar um significado maior no processo arquitect nico e enfim chegarmos at sua raiz mais pura A quest o do ser se porque e como Averiguar o processo arquitect nico poder significar em primeiro lugar interrogarmo nos acerca deste sentimento do espa o e sentimento do Eu O que representam Como se manifestam E assim talvez seja poss vel chegar a compreender em profundidade a influ ncia que o espa o exerce sobre o corpo e vice versa Se pud ssemos fasear equitativamente a rela o entre as tr s vari veis que sempre acompanham o processo arquitect nico Corpo objecto constru do
196. portanto necess rio criar processos qualificativos que qualifiquem o espa o Mais do que isso para al m da resolu o de um problema que trata da acomoda o e das necessidades habitacionais humanas preciso dar respostas s necessidades e aos fluxos quotidianos do Homem trabalhar a capacidade de encontrar uma fluidez da actividade humana e ao mesmo tempo promover a sua contempla o Cort s 2008 p 6 Este conceito de Fluxo revela se importante para todo o desenrolar e estabelecer de prioridades e de hierarquias nas fun es e no programa que o espa o comporta Kazuyo Sejima quando questionada sobre o desenvolvimento do seu trabalho refere que numa primeira fase n o h ainda nenhuma imagem espacial N o determinando metas nem m todos antes do tempo refere que em primeiro lugar toma em conta elementos triviais tais como o desejo do cliente e as condi es do lote por exemplo Sejima apud Taki 1996 p 23 Posteriormente mediante ideias que possa ter 1 organiza tudo isso num sistema e depois ent o avan a para a fase de projecto b sico Explicando nos que nesta fase est ainda a tentar desenvolver quaisquer novas possibilidades trabalhando sempre todas as possibilidades que v o surgindo L tenta encontrar uma solu o para o tema E aqui nasce o projecto b sico Taki apud Sejima 1996 p 23 Explicitar e compreender o desenrolar do processo de trabalho de Sejima semelhan a das pist
197. pr pria Trisha Brown se torna um exemplo dessa explora o cont nua Quando Sasha Waltz realiza a sua obra Dialoge 09 no Neues Museum define o seu espect culo como um enlace entre arquitectura e corpo E neste sentido torna se oportuno abordar aqui parte da sua obra de modo a compreendermos como um edif cio pode afectar o trabalho coreogr fico e vice versa Segundo Sasha Waltz a obra nasce do pr prio museu atrav s das suas particularidades arquitect nicas que segundo a artista se caracterizavam pela sensa o de horror e vazio nos corredores sinuosos que se cruzam ao longo do museu Sasha Waltz and Guests 2013 Assim as sensa es que se depreendem do Museu Judaico projecto do arquitecto Daniel Libeskind influenciaram profundamente a concep o da pe a Referindo que especialmente quando o museu estava vazio o confronto entre o edif cio e a hist ria 39 Dialogue 09 a obra criada pela artista Sasha Waltz para a inaugura o das instala es do museu de arte antiga de Berlim Neues Museum Encontrando se organizado por quatro n veis o museu inclui cole es sobre o Antigo Egipto Pr Hist ria e hist ria recente o museu alberga entre outros artefactos o busto de Nefertiti Tendo sido severamente danificado durante a segunda guerra mundial esteve dez anos fechado para reconstru o sendo David Chipperfield o arquitecto respons vel pela renova o 40 The point is that the affects are pro
198. precis o trata se de um outro fen meno como se cada uma das quatro bailarinas se revelasse como se o seu ntimo mais impercept vel revelasse o seu rosto Bel 2002 p 124 Alma Como se cada pequeno elemento adicionado pensemos aqui sobre o processo da composi o em arquitectura que trata a adi o e a subtrac o de mat ria no corpo arquitect nico alterasse o seu gesto criando micro diferen as entre eles E n s enquanto espectadores descobrimos e sentimos que uma diferen a de movimento ainda que seja m nima e min scula se revela enorme aos nossos olhos enquanto espectadores Bel 2002 p 124 H um zoom crescente entre o gesto que executado pelo bailarino e o gesto que recebido e assimilado pelo espectador Bel 2002 p 65 De algum modo o mais perturbador neste facto que n o um desejo das bailarinas que assim seja Elas est o inconscientes sobre o que oferecem de si pr prias No fundo como se n s mesmo quis ssemos mostrar alguma coisa a n s mesmos Mas n o ser esta a fun o da arte Propor nos e proporcionar nos experi ncias deste tipo Dar nos a sensa o de que vimos alguma coisa que n o foi vista A d vida o desafio constante de questionar Bel 2002 p 65 Assim cada bailarina dissociada da uniformidade do grupo e aparece diante de n s segundo a sua singularidade desconhecida e secreta Bel 2002 p 65 Os bailarinos humanos de repente tornam se seres sob
199. quacionadas as necessidades os recursos e o caminho para chegar ao seu prop sito construir espa o construir Martha Graham chama lhe la danse de la vie Graham 1991 p 9 Tamb m na arquitectura preciso que coexistam a praticidade e a abstrac o que Martha Graham revela nas suas palavras A no o de que nada nasce do acaso mas ao mesmo tempo que o acaso por si s j miraculoso Constituindo se preciso que se conjuguem verbos opostos para que nas a uma arquitectura completa a forma equilibrada que Fernando T vora refere Neste sentido Martha Graham leva nos a entender facilmente que se aprende pela pr tica essa pr tica inerente Arquitectura Aprende se praticando Desenhando E ao mesmo tempo quando mergulha na sua perfeita consci ncia do que pode o corpo e do que faz o corpo Graham rapidamente converte o seu discurso numa aclama o um milagre E a dan a a celebra o do milagre diz Graham 1991 p 9 preciso ent o entender o que se constr i entre estes dois modos de fazer o pr tico e o abstracto Entre estes between intermezzo Consistency is the same as consolidation it is the act that produces consolidated aggregates of succession as well as of coexistence by means of three factors just mentioned intercalated elements intervals and articulations of superposition Architecture as the art of the abode and the territory attests to this there are consolidations th
200. que Mal vitch teve de atravessar antes de ter a revela o do mundo sem objeto gra as aos seu Carr noir As deforma es sucessivas do objeto representado retiravam progressivamente a for a do real pictural contido na representa o mim tica At esta ltima perder o seu peso e deixar de se impor ao pintor Ent o a forma abstracta pode nascer A segunda via foi Duchamp que no entanto buscou tamb m ele a pintura abstracta que tamb m ele passou por fases de deforma o do objeto mim tico impressionismo cubismo etc com um s gesto arranca ao objeto pictural todos os seus ourop is Exp e um objeto nu o ready made No entanto seria ainda um objeto pictural ou antes um objeto art stico Digamos que se trata de um objecto paradoxal ao mesmo tempo art stico e n o art stico Segundo a sua defini o representa inclusivamente o culminar l gico do processo de despojamento da forma art stica o ready made o fim da arte e em particular da pintura De referir este processo para que entedamos que na carta de Yvone Rainer conjuga os dois percursos depois de ter enumerado uma s rie de recusas acaba por recusar a pr pria dan a Quando refere n o ao facto de algu m se mover ou fazer mover o seu sentido claro o gesto final de Duchamp extraindo da pintura tudo o que n o lhe pertence melhor mostrando que uma vez que aquilo a que se chama objecto de arte resulta apenas de certas conven
201. que a t tulo de exemplo sintetiza o que ocorre tamb m em outras tipologias habitacionais acabar certamente por reflectir a no o de fam lia actual Sejima 1996 p 23 Sendo que no caso espec fico da habita o esta dever reflectir e corresponder s rotinas da fam lia e consequentemente forma como as 106 a house said Eileen Gray is man s shell his continuation his spreading out his spiritual emanation 7 Our dwellings make it possible for us to live the lives we lead In a different place with different arrangements it would be a different life with other connections other opportunities other obstacles And with reference to Butler we might want to ask who would want to claim that an inhabited house was not a living thing It is animated by the machines that dwell in it and live through it as surely as the body is animated and structured by its desiring machines Where do we draw the line between our categories The logic that is generated by Deleuze and Guattari s redescription makes them dissolve into one another and the dwellings become entities with their own inclinations and desires as manifested in their behaviour The houses we dwell in and those that we visit are emotion machines that are animated by our being implicated in them Ballantyne 2007 p 37 Neuza Isabel da Silva Valadas 125 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo pessoas utilizam e disp e do seu tempo Se
202. que delimita um campo de luz deixam de ser pregnantes em proveito das pequenas percep es e do seu movimento crepuscular Gil 2001 p 161 Neste campo a respeito das pequenas percep es e ajustada capacidade de manipular espa o que a arquitectura deve constituir o estilo Barroco ea Establishing territory is architecture s great and normal role The monument is a song A building usually establishes a practical domain and often marks out the extent of a proprietor s property but aside from establishing ownership the territory it marks out is a zone where a certain ethos applies a work place a drill ground a dance hall a quiet hotel lounge a convivial bar a cocooned bedroom almost little hurdy gurdy places The architecture helps us to do the things that need to be done and reinscribes the established order Ballantyne 2007 p 58 Neuza Isabel da Silva Valadas 51 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo faz nos entender o significado da palavra percep o com alguma clareza atrav s da sua manipula o da luz poss vel compreender o interesse com que ela cultura Barroca manipula os elementos visuais ou seja o papel preponderante que no seu mbito se atribui fun o ptica Por outro lado pr prio das sociedades em que se desenha uma cultura massiva de car cter dirigido apelar para a efic cia da imagem visual Por ambos os lados portanto o Barroc
203. que se acrescentam queda do corpo no espa o Uma o ritmo Ao efectuar uma s rie de quedas e voltas posi o fazemos aparecer tempos fortes que se organizam em sequ ncias r tmicas Um outro dado o dinamismo ou seja a mudan a de intensidade O terceiro elemento o desenho Humphrey apud Boucier 1987 p 271 S o estes os materiais comuns que constituem as ferramentas de trabalho no processo de cria o do arquitecto bem como no processo criativo do core grafo S o estes os elementos que permitem o estudo a matura o e a cria o da express o final destas duas artes do corpo a dan a e a arquitectura Para al m de existirem enquanto disciplinas sociais uma vez que s se constituem com a interven o e partilha de um grupo compartem t picos de pesquisa que t m a mesma base comum constituindo se e desenvolvendo se pelo Homem e para o Homem ganhando sentido 1235 Consultar Gloss rio Neuza Isabel da Silva Valadas 142 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo apenas se habitadas e experimentadas portanto o corpo que habita que torna poss vel a exist ncia da arquitectura confere lhe vida concede lhe prop sito e justifica o Neuza Isabel da Silva Valadas 143 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 144 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 7 CONCLUS O Ma
204. que se vai expandindo e massificando a partir do seu centro A partir do seu n cleo mais interno da sua base mais densa e primitiva cresce e materializa se em todo o seu per metro A partilha entre termos e estrat gias torna se muito evidente quando observamos por exemplo o trabalho da core grafa Anne Teresa de Keersmaeker Como veremos adiante no capitulo 4 torna se bvio o intenso uso da geometria pela core grafa Numa busca quase exaustiva pelo seu produto da sua qualifica o coreogr fica resultam esquemas m tricos compostos extremamente organizados do ponto de vista geom trico quase matem ticos No fundo destes seus esquemas resulta uma imagem E aqui que uma vez mais a arquitectura e a dan a parecem confluir A imagem enquanto elemento sint tico e informativo como ve culo de constru o mental A import ncia do moldar do apurar continuadamente atrav s das opera es mentais que a imagem livremente nos permite O elevado grau de liberdade que a imagem concede permite nos realizar um n mero ilimitado de opera es intelectuais combina es transforma es deforma es e mesmo transgress es que o objecto real nunca nos permitiria esse tipo de racioc nio visual Tainha 2000 p 35 2 Invers o de sentidos e m todos entre dan a arquitectura a dan a que se manifesta partindo da geometriza o do plano folha A arquitectura pensada primeiramente como corpo
205. r hel a Se ae a ER do TS o AR Ilustra o 32 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 71 N o poderia existir dan a sem um espa o paradoxal correspondente atrav s dele espa o paradoxal correspondente zona poss vel conceber os movimentos de um ponto de vista que n o exterior nem interior mas as duas coisas ao mesmo tempo Gil 2001 p 169 Traduzindo se em esquemas e tra ados extremamente abstractos por vezes E aqui que a dan a e a arquitectura partilham m todos e mecanismos na representa o por meio de esquemas e tra ados A import ncia da Neuza Isabel da Silva Valadas 83 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo anota o coreogr fica na dan a atinge um n vel de import ncia e comprometimento equipar vel aos esquissos e aos desenhos rigorosos do processo arquitect nico Como que num movimento ondulat rio parecem ir se encontrando e afastando para que posteriormente se voltem a encontrar atrav s de v rios pontos de contacto cruzando se nos seus pontos de origem e no seu centro Neuza Isabel da Silva Valadas 84 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 4 PISTAS ENTRE A COREOGRAFIA E O HABITAR Asch llustra o 33 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 43 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo
206. ra al m do ritmo obtido na pr pria massa arquitect nica as escadas possuem tamb m no seu conjunto enquanto imagem sint tica da obra constru da uma viv ncia espec fica Dessa massa as escadas importante que consigamos entender as suas caracter sticas espec ficas uma vez que a arquitectura atrav s dela pr pria um equil brio invis vel entre a din mica dos espa os reais e tang veis e o sentido de lugar que constr i e prolonga Salignon 1978 p 42 L architecture n est elle pas elle aussi travers et en elle m me un quilibre invisible entre la dynamique des espaces r els et tangibles et le sens des lieux qu elle construit et prolonge Salignon 1978 p 42 Mais acrescenta Salignon quando recorre s palavras de Gisela Pankow para nos descrever que a primeira fun o da imagem do corpo refere se sua estrutura espacial aspecto e forma exprimindo esta liga o din mica entre as partes e o todo Sendo que a segunda fun o da imagem do corporal j n o se 52 art begins not with flesh but with the house That is why architecture is the first of the arts Having established a house one can take steps outside it towards an architecture where the territories tremble where the ethoses get mixed up but it seems to be more like work on oneself than on buildings each of the higher men leaves his domain the structures collapse Dionysus knows no other architecture than tha
207. ra do Hospital Caetano 2014 Ilustra o 66 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Caetano 2014 Ilustra o 67 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 196 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 68 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Caetano 2014 IMPLANTA O DA POUSADA 7 ESTRADA NACIONAL N Ilustra o 69 Planta de Implanta o da Pousada Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 197 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 70 Pousada de Santa B rbara vista para o vale Caetano 2014 Ilustra o 71 Pousada de Santa B rbara acesso atrav s da estrada nacional Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 198 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 72 Pousada de Santa B rbara Caetano 2014 Ilustra o 73 Pousada de Santa B rbara pormenores fotogr ficos Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 199 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 74 Pousada de Santa B rbara espa o de estar interior Caetano 2014 Ilustra o 75 Pousada de Santa B rbara espa o de recep o Caetano 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 200 Di l
208. ral com o corpo humano como base se Importa destacar aqui este conceito de base primitiva como a ideia no seu estado mais puro que precede as suas derivadas Neuza Isabel da Silva Valadas 34 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo neste o racioc nio visual pela imagem mental produzida no qual o corpo se encontra inscrito imagem mental racioc nio visual e experimenta o Imagine se o movimento dan ado pelo corpo e imagine se tamb m a arquitectura lida e vivida pelo e para o corpo O corpo que dan a cria uma composi o geom trica que resulta do pr prio movimento Imaginemos que estas linhas resultantes do movimento do corpo se desenham no ch o e se erguem verticalmente edificando se Poder ent o o corpo habitar o produto do pr prio corpo assim que o arquitecto constr i a sua composi o mental espacial quando pensa o espa o e o imagina Sendo que numa composi o arquitect nica o corpo que habita n o o espa o f sico resultante do seu pr prio movimento mas sim um espa o que foi criado e organizado para si come a pela mat ria dela deduzindo a geometria do espa o Tainha 2000 p 35 Poderemos assim dizer que a arquitectura resulta num produto espacial pensado para o corpo habitar enquanto na dan a o pr prio corpo executa o movimento e desenha o seu espa o Sendo que o projecto de arquitectura sempre uma constru o imagin ria
209. ral e este espa o do corpo em particular os dois s o conceitos chaves para o desenvolvimento e compreens o deste trabalho Na tentativa de compreender este espa o do corpo Rudolf Von Laban elabora um m todo de nota o da dan a a labanota o no qual retrata todas as direc es que o corpo poder assumir Dividindo o espa o em tr s n veis vertical horizontal e axial onde sobre eles inscreve doze direc es de movimentos Obt m se assim uma esfera com pontos de tang ncia um icosaedro Bourcier 1978 p 294 Este poliedro apresenta vinte faces invis veis sendo que os pontos de intersec o marcam as poss veis direc es dos movimentos de uma bailarina que permanece no seu centro Gil 2001 p 59 Uma vez mais Manuel Tainha apresenta nos uma reflex o que efectivamente nos esclarece n o ser o tempo um certo modo de pensar dura es ritmos frequ ncias n o ser o espa o pens vel como dist ncias extens es e o movimento como mudan a de posi es no espa o e no tempo Tainha 2008 S o estas as entidades sens veis concretas e mensur veis com as quais lidamos na forma o de imagens Por sua vez as imagens que constituem o dom nio soberano da intui o est tica Dist ncias extens es dura es ritmos frequ ncias e mudan a de posi o determinadas o que Kazuyo Sejima denomina de fluxos Cort s 2008 p 6 pelos actos das nossas actividad
210. ran ois Delsarte 1811 1871 caracterizando se pela procura da rela o entre a alma e o corpo Delsarte com uma hist ria de vida melodram tica descoberto por um padre que se interessa por ele e o inscreve num Conservat rio Atra do pela rela o entre a voz o gesto e a emo o interior come a a estudar obcessivamente todas as pessoas que conhece para estabelecer um cat logo de gestos que correspondam a estados emocionais Bourcier 1987 p 244 Vai mais longe e come a a examinar os exageros patol gicos frequentando salas de hospitais asilos de loucos anfiteatros de disseca o e necrot rios Verifica que a morte se anuncia geralmente pela contra o do dedo polegar contra a m o Constata que a uma emo o corresponde uma imagem cerebral correspondendo a esta um movimento ou pelo menos uma tentativa de movimento Da sua pesquisa resulta a sua obra Est tica Aplicada Boucier 1987 p 245 Da nasce a chave da dan a moderna a intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto esta a grande diferen a fundamental da dan a moderna em rela o dan a acad mica que busca a execu o levada ao seu potencial m ximo de beleza formal por gestos Neuza Isabel da Silva Valadas 167 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo codificados sem uma rela o aberta e directa com o estado mental do executante Boucier 1987 p 245 Delsarte dedica se em primeiro lugar s artes q
211. rdadeiro animador da Denishawn onde deu muitas aulas Lecionou tamb m em universidades trabalhando tamb m como escritor a sua obra Every little Movement poder ser considerada a melhor descri o sobre o delsartismo A teoria em que toda a dan a moderna se baseia as rela es do pensamento e do gesto desenvolvida de forma brilhante em Dance we must Desenvolve com Ruth Saint Denis e com as suas alunas Martha Graham e Doris Humphrey bem como com Hanya Holm representando esta ltima a perspectiva da escola de Mary Wigman uma colect nea conjunta denominada Dance a basic educational technic Boucier 1987 p 262 Mais pelas suas ideias e influ ncia do que propriamente pelas suas coreografias Shawn tem junto dos seus alunos na Denishawnschool tem um importante papel no desenvolvimento da dan a moderna reivindicando a ruptura completa com a dan a tradicional o que realiza recorrendo s dan as orientais assimilando o seu esp rito Boucier 1987 p 263 Tecnicamente utiliza todo o corpo considerando o tronco como ponto de partida de qualquer movimento excluindo os membros inferiores para esse efeito Boucier 1987 p 263 Refor ando os aspectos que dizem respeito impuls o nervosa onde cada m sculo deve estar pronto para traduzir a impuls o interior Aqui reside a ideia fundamental da t cnica moderna Boucier 1987 p 263 Os alunos formados na Denishawnschool ter o um papel preponderante na divulga o da dan
212. re humanos Keersmaeker demonstra nos assim magistralmente que a dan a pode ser uma ferramenta poderosa a revelar a ci ncia da realidade humana Bel 2002 p 65 Neuza Isabel da Silva Valadas 99 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 40 Anne Teresa de Keersmaeker Saisir la structure du fue Rosas Adolphe et al 2002 p 18 Ilustra o 41 Anne Teresa de Keersmaeker Saisir la structure du fue Rosas Adolphe et al 2002 p 19 Feu toujours vivant qui s allume suivant la mesure et suivant la mesure s teint H raclite s c V a c Adolphe et al 2002 p 30 Os seus trabalhos est o encadeados de algum modo um faz parte de um outro sucedendo lhe ou tento parte dum projecto anterior Adolphe et al 2002 p 30 De alguma forma estamos diante de um fluxo de cria es em que praticamente imposs vel isolar os momentos chave Adolphe et al 2002 p 30 Neuza Isabel da Silva Valadas 100 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Da sua obra fazem parte caracter sticas tais como a teatralidade em Ottone a desola o presente em Elena s aria a energia alucinante em Stella a constru o genial em Grosse Fuge a pureza coreogr fica em Toccata a coes o entre a m sica e o texto em said I ou In real time o fluxo de mudan a na estrutura de movimentos em Rain bem como um ressalto arquitect nico em Smal
213. rin gees rocchi eike Rlatexende zgnniplos beach hom diciter AY ee oe bant m miedo Le vhosts vecdex m RO ikan av y testo Sine lae A kir midek puni vi ops cached faam dtexk alo h een eset doo Ge aye Gereken vodit her urg AR Y punt het amido Asch 1980 4 fa Rosas danst Rosas 1983 forse 1 gana E AE 1 ecn aw glows door wan nhbecde lexugluncade lichi di pin da peragen klautexen PENA PES 271 f 2 eg oteado hits ccdy n en Aue sr nals E Po jo em Enade p mal hae che vierkant ichal Dea ME ve eb LP paga Des SS DAPIAS OMAN ey Behe o ler cichil cem amp needs opr uw bef spengen UA w Adi k aran mir beie vocen ft Ilustra o 28 Anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker Adolphe et al 2002 p 262 Neuza Isabel da Silva Valadas Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Se as T E LE EP ADO SD A tamo T SPA df 7 ES VE E SE ARES ZZ 4 nm Zoo Co ZA Ilustra o 29 Esquissos da Pousada de Santa B rbara realizado pelo arquitecto Manuel Tainha Tainha c a 1950 Neuza Isabel da Silva Valadas 80 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo emo a E EE qua uy eis yas ha lote A a A gt araram Ea A Ra E E E a AMT m Ilustra o 30 Esqui os da Pousada de Santa B rbara realizados pelo arquitecto Manuel Tainha Tainha c a 1950 3 3 A
214. rogressivo de transforma o da antiga pintura ou da antiga dan a Gil 2001 p 191 Assim foi necess rio Yvone Rainer proclamar implicitamente o fim da dan a ou o fim do movimento para que toda a s rie dos elementos recusados adquirisse uma consist ncia l gica no pr prio plano de efectua o dos movimentos da dan a Gil 2001 p 191 Neuza Isabel da Silva Valadas 60 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo profundamente compreendemos que se trata de um processo de inven o de uma nova dan a dita dan a p s moderna muito mais complexa do que se imaginara Gil 2001 p 184 A t cnica o movimento e o estilo de Cunningham pouco tempo depois de se terem imposto j n o representavam uma liberta o dos corpos corpo bal tico e corpo expressionista Gil 2001 p 185 Deve se tamb m ao m todo vindo de John Cage de introdu o ao acaso da coreografia a liberdade dos gestos e da composi o foi poderosamente libertada No entanto subitamente tamb m Cunningham deixara de ser libertador parecendo tornar se repressivo a certo ponto impedia a busca de novos movimentos em todos os sentidos e em todos os planos Gil 2001 p 185 neste ponto em todos os planos e sentidos que incide a diferen a neste ponto que a radicalidade dos jovens da Judson Church vai muito mais longe do que a radicalidade que animara a revolu o Cunninghamiana enquanto Cunning
215. rojec es na procura de um sentido da express o que inicialmente existe apenas enquanto mat ria abstracta Abstracta no sentido de se constituir ainda fora de si pr pria para que posteriormente atrav s de v rias opera es se compreenda e Recordando o que Jos Gil j nos anunciava anteriormente no ponto 2 2 No come o era o movimento N o havia repouso porque n o havia paragem do movimento Crescia se para repousar misturavam se os mapas reunia se o espa o unificava se o tempo num presente que parecia estar em toda a parte para sempre ao mesmo tempo Suspirava se de al vio pensava se ter se alcan ado a imobilidade Era poss vel enfim olhar se a si pr prio numa imagem apaziguadora de si e do mundo Era esquecer o movimento que continuava em sil ncio no fundo dos corpos Microscopicamente Porque como se passaria do movimento ao repouso se n o houvesse j movimento no repouso No come o n o havia pois come o No come o era o movimento porque o come o era o homem de p na Terra Ent o a linguagem nascia num rel mpago os sons combinavam se os sentidos incendiavam se O bailarino retoma o seu corpo nesse momento preciso em que perde o seu equil brio e se arrisca a cair no vazio Uma forma de espa o corpo ef mero por cima do abismo Gil 2001 p 14 Neuza Isabel da Silva Valadas 66 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo materia
216. rown de Anne Teresa Keersmaeker e de Pina Bausch a mesma que possui a capacidade de espoletar espa o como Sejima descreve e confirma Elementos como ritmo composi o medida e forma permitem nos a an lise do Modus operandi de ambas as disciplinas dan a e arquitectura Assim a partir do entendimento de alguns conceitos nosso prop sito pensar o modo de fazer Voltados para dentro Propomo nos a compreender em que medida a dan a e a arquitectura partilham m todos nos seus processos Contudo para al m das pistas coreogr ficas e arquitect nicas que permitem dissecar o processo preciso interagir sobre uma base est vel Um corpo constru do concreto e espec fico Desta forma e uma vez que os textos do professor Manuel Tainha sempre nos guiaram ao longo deste trabalho a pousada de Santa B rbara situada em Oliveira do Hospital oferece nos a estabilidade que o nosso corpo precisa para propormos o que o corpo concretiza o acto de Habitar E desta forma ent o entre a disseca o teorizada e o que o corpo experimenta possamos cruzar ideias percursos e retirar as devidas conclus es A constru o a arte de formar um todo com sentido a partir de muitas partes Os edif cios s o testemunhos da capacidade humana de construir coisas concretas Zumthor 2006 p 10 rvore e a mat ria 3 The tree does not have a message the tree does not want to sell me something The tree won t say to me
217. rtado a express o corporal das conven es formais a libertar do corpo e a capacidade de revelar os movimentos do esp rito e assim de libertar a dan a Boucier 1987 p 260 Ted Shawn o pai da dan a moderna Do seu encontro com Ruth Saint Denis em 1911 resulta uma futura colabora o na Denishawnschool Compondo bal s para serem dan ados por homens Formando v rios grupos ao longo do tempo Shawn desconstr i o tabu de que a dan a n o era uma actividade praticada por homens Neuza Isabel da Silva Valadas 174 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Considerando a dan a como uma obra dram tica que comporta uma ac o din mica concebe as suas coreografias como pe as de teatro Boucier 1987 p 261 A progress o da intensidade do movimento proporcional progress o da ac o O Homem nas suas rela es consigo mesmo com o mundo e com o sobrenatural o seu tema essencial importante ressaltar que Shawn tem tamb m esta rela o com o sobrenatural e com Deus muito desenvolvida formado em teologia recorre dan a inicialmente para se curar de difteria Inicialmente queria ser pastor no entanto acaba por encontrar a sua voca o na dan a Promove uma s ntese no sentido da dan a se coadunar ao rito cultural Boucier 1987 p 262 A sua import ncia consider vel no dom nio do pensamento e da did tica aprofundando e estudando as perspectivas de Ruth Saint Denis foi o ve
218. ry of form developed by say Louis Kahn then will recognize it as a building of some sophistication and ambition on the part of the architect would be able to do this because part of my life experience has been the deliberate acquisition of a certain familiarity with these forms Ballantyne 2007 p 41 Neuza Isabel da Silva Valadas 28 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo No caso de Coimbra os antigos edif cios do Pa o da Escolas e da antiga reitoria foram integrados neste novo projecto n o se desenhando a nova reitoria que representa a cabe a do novo e equilibrado corpo Amendoeira 2010 Esta capacidade de rela o entre o corpo como mote e a arquitectura revela nos e desperta nos para outras possibilidades O corpo que passa a assumir se enquanto fio condutor que nos permite ir de um lado ao outro ganha uma dimens o m ltipla Se por um lado nos referimos ao corpo enquanto corpo arquitect nico constru do por outro existe tamb m o corpo enquanto indiv duo que habita Por m esta ltima no o de corpo comporta em si uma outra dimens o ainda o corpo imagin rio a nossa capacidade de imaginar e criar espa o E precisamente esta ltima quase indefin vel que caracteriza o arquitecto Assim aberto a interpreta es v rias O corpo assume se enquanto instrumento e ferramenta do processo criativo Ganhando designa es espec ficas de sentid
219. s tamb m forma no o fundamental pois ela que nos permite ganhar consci ncia plena de que n o h formas isoladas e de que uma rela o existe sempre quer entre as formas que vemos ocuparem o espa o quer entre elas e o espa o que embora n o vejamos sabemos constituir forma negativo ou molde das formas aparentes T vora 2006 p 12 Ilustra o 50 SANAA Centro Rolex Lousanne 2010 vista interior Soares 2010 Esta no o de espa o que separa e liga sugerida na abordagem arquitect nica de Kazuyo Sejima transparecendo no car cter da sua arquitectura t ctil e materializada Sejima 1996 p 23 Atrav s da manipula o de materiais no sentido de uma sensibilidade de texturas evoca e sugere transpar ncias e percep es que se revelam a partir da inten o de pensar o espa o tendo em conta sempre as v rias formas de movimento que as pessoas poder o assumir no espa o projectado oferecido Sejima 1996 p 23 Constituem se como exemplos a Casa Y Y House cujas linhas do movimento humano foram coordenadas para coincidir com a localiza o do espa o lugar vivido habitado Sejima 1996 p 23 bem como a Plataforma Platform Sejima 1996 p 23 ou ainda as estruturas de N Hall e Pachinko Parlor que s o desenhadas de modo a reflectir igualmente as linhas do movimento humano no seu 103 Como referido anteriormente na p gina 35 preciso pensar no espa
220. s 2011 p 89 Neuza Isabel da Silva Valadas Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo E 5 a z or g a ag 4 r is a a zam E aren al a 7 sr ao MO ta l gE 4 Ilustra o 54 Kazuyo Sejima SANAA Centro Rolex Cort s 2011 p 31 Paralelamente a este conceito de movimento humano que percept vel nos desenhos nos esquemas e por fim na constru o das obras de Sejima existe ainda um outro factor que igualmente levado em conta pela arquitecta a renova o da arquitectura atrav s de novos conceitos sociais Sejima 1996 p 23 Sendo que a arquitectura existe enquanto estrutura que expressa e suporta as necessidades e as viv ncias humanas que se encontram em constante modifica o e movimenta o na nossa sociedade torna se inevit vel a expans o da arquitectura do pensar arquitect nico a fim de que a arquitectura que existe para a sociedade acompanhe a expans o dos conceitos sociais Porque s assim a arquitectura ser verdadeiramente til inserida e contaminada segundo os conceitos sociais emergentes uma vez que independentemente da qualifica o que lhe queiramos atribuir a arquitectura dever sempre expressar e conter a resolu o de um problema e uma correspond ncia efectiva s necessidades sociais e humanas Assim tomemos por exemplo a sugest o apresentada por Kazuyo Sejima no caso espec fico de uma habita o A habita o
221. sada de Santa B rbara acesso atrav s da estrada nacional COGIC ONN ONE S Sere sas ee chad seen cceeaee snes esac paia ADS AD bees Cedeayss SS dO Pais asas cha dna 198 Ilustra o 72 Pousada de Santa B rbara Caetano 2014 199 Ilustra o 73 Pousada de Santa B rbara pormenores fotogr ficos Caetano 2014 Ilustra o 75 Pousada de Santa B rbara espa o de recep o Caetano 2014 200 Ilustra o 76 Pousada de Santa B rbara distribui o para quartos Caetano 2014 Ilustra o 77 Pousada de Santa B rbara quarto Caetano 2014 201 Ilustra o 78 Pousada de Santa B rbara pormenor do interior do quarto Caetano AO E BORNE AR a SR ED EE ad RDNS WED cere A SOR DR E 202 Ilustra o 79 Pousada de Santa B rbara Sala espa o de estar Caetano 2014 202 Ilustra o 80 Pousada de Santa B rbara Sala espa o de estar Caetano 2014 203 Ilustra o 81 Pousada de Santa B rbara p teo interior zona de refei es Susana Caetano 2014 tato errada edited th wetted ond a rd nei Lari Linea oia an end 203 Ilustra o 82 Pousada de Santa B rbara vista desde o exterior espa o entre a fachada virada ao vale e os pilares que suportam o plano balan ado dos quartos Caetano 2014 ire oeei sete ocetalguatiatoscthtth genial tet ttotimeetaterlasMaambtatemw ES tentials 204 Ilustra o 83 Pousada de Santa B rbara pormenor da liga o entre
222. se apresenta enquanto entidade aut noma e enigm tica perante o seu real valor e potencial posteriormente o conceito de espa o convertido numa grandeza que se deixa descrever segundo o seu sentido mais pr tico e funcional as propriedades geom tricas do espa o dependem das propriedades f sicas da mat ria atendemos defini o de Nikolai Lobachevsky e transportando a afirma o de Lobachevsky de um plano microf sico para um plano macrof sico poderemos aqui criar um fio condutor l gico entre os dois elementos espa o mat ria Tainha 2008 Passando a pensar se um juntamente com o outro Assim na sua concep o o arquitecto umas vezes coloca o espa o antes da mat ria e s depois que pensa nos seus limites materiais f sicos e sens veis Espa o Coisa sendo que outras vezes come amos pela mat ria deduzindo se dela a geometria do espa o Espa o Fun o Tainha 2008 Assim o acto criativo do arquitecto segundo o arquitecto Manuel Tainha nos descreve em O Fazedor varia e equilibra se entre uma abordagem do espa o enquanto uma coisa e o espa o como fun o Estes conceitos de espa o coisa e espa o fun o d o nos linhas precisas sobre o modo e o processo Integrados no acto criativo ter no o de como se processa a abordagem espacial efectivamente d nos solidez Esclarece nos Orienta nos sendo necess rio fundir as duas abordagens a fim de que a
223. se manter em equil brio o que est ligado for a muscular e estrutura corporal Cair e se refazer fall recovery constituem a pr pria ess ncia do movimento deste fluxo que incessantemente circula em todo o ser vivo at em suas partes mais ntimas A t cnica que decorre destas no es surpreendentemente rica em possibilidades Come ando se por simples quedas no ch o e voltando se situa o de verticalidade descobre se diversas propriedades do movimento que se acrescentam queda do corpo no espa o Uma o ritmo Ao efectuar uma s rie de quedas e voltas posi o fazemos aparecer tempos fortes que se organizam em sequ ncias r tmicas Um outro dado o dinamismo ou seja a mudan a de intensidade O terceiro elemento o desenho Boucier apud Humphrey 1987 p 271 Doris Humphrey defende a no o de que a dan a ao mesmo tempo ritual colectivo e express o individual segundo Humphrey o essencial da t cnica deve basear se nas leis naturais do corpo Boucier 1987 p 271 Martha Graham chegando tardiamente dan a entra na Denishawn onde Ted Shawn a torna assistente concedendo lhe v rios pap is Boucier 1987 p 274 N o quero ser rvore flor onda ou nuvem N s o p blico devemos procurar no corpo do bailarino n o a imita o dos gestos cotidianos nem os espect culos da natureza nem seres estranhos vindos de um outro mundo mas um pouco deste milagre que o ser humano motivado
224. sidade T cnica de Lisboa 2004 e pela Universidade Lus ada 2005 Entre 1955 e 1961 no mbito do Sindicato Nacional dos Arquitectos foi co promotor e co organizador do Inqu rito Arquitectura Regional Portuguesa publicado como Arquitectura Popular em Portugal 1961 Foi ali s Presidente do Sindicato 1960 63 e Secret rio da sua Direc o 1957 58 assim como Presidente da Assembleia Geral da Associa o dos Arquitectos Portugueses 1982 89 Membro Honor rio da AAP OA desde 1994 foi homenageado pela Ordem dos Arquitectos em 2010 por ocasi o do Dia Nacional do Arquitecto Em 2000 foi agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D Henrique pelo Presidente da Rep blica Portuguesa Ordem dos Arquitectos 2014 Neuza Isabel da Silva Valadas 191 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Neuza Isabel da Silva Valadas 192 ANEXO B Registo fotogr fico Pousada de Santa B rbara Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 62 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Caetano 2014 Ilustra o 63 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Caetano 2014 Ilustra o 64 O s tio P voa das Quartas Oliveira do Hospital Neuza Isabel da Silva Valadas 195 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Caetano 2014 Ilustra o 65 O s tio P voa das Quartas Olivei
225. sing space forms an escape from the dualities of body thing and man nature in doubling back and crossing over The geometry folds into itself in order to transcend the body person or space object relation Holl 2000 p 38 Neuza Isabel da Silva Valadas 33 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Quando olhamos com mais cuidado para as quest es colocadas actualmente pela dan a e pela arquitectura percebemos que em cada um destes campos de express o do ser humano existem mostras evidentes de uma converg ncia ou talvez possamos dizer mesmo uma superposi o Filho 2007 Confluindo de maneira mais intensa em alguns momentos parecem come ar a inverter as suas posi es nos temas que se prop em a pesquisar Filho 2007 Sendo percept vel a partilha de estrat gias e ferramentas nomeadamente o desenho para tratar do corpo da sua exist ncia no espa o e da rela o com o tempo Filho 2007 Do desenho para a execu o da obra de arquitectura da anota o coreogr fica para a execu o e concretiza o da dan a Toda a estrutura o para a express o de um pensamento presente quer na dan a quer na arquitectura parece promover a constru o de um espa o que quando abstractizado fica perme vel influ ncia e contamina o de v rias reas de diferentes meios e grupos Ambas parecem progredir segundo uma expans o interior exterior de dentro para fora Imaginemos um ponto
226. ss through each other as if made nothing The speed of Light at 186 000 miles per second a constant so fixed as to be an astronomical measure in Light years has recently been called into questions Light has been slowed to a speed of 17 m sec in an experiment at Harvard utilizing a system of laser beams with electromagnetically induced transparency Holl 2000 p 107 Neuza Isabel da Silva Valadas 104 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Como arquitecto tenho de ter o cuidado para que n o se torne um labirinto pelo menos se eu assim n o quiser Eu depois volto a introduzir orienta o fa o excep es como voc s todos sabem Conduzir Zumthor 2006 p 45 Ilustra o 42 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Imagens retirada do livro Rosas Adolphe et al 2002 p 19 Na sua obra Ottone Ottone em colabora o com cantores em Mozart Concert Arias e a sua vers o de Ch teau de Barbe Bleue de Bart k fez parte de uma das grandes casas da pera baseando se na ideia de que seria poss vel estabelecer um interc mbio entre a dan a e a pera Adolphe et al 2002 p 32 A cria o de uma nova pera exige uma rela o diferente entre disciplinas art sticas Adolphe et al 2002 p 32 A este respeito e no mesmo comprimento de onda Bernard Fouccroulle e Pierre Audi encontram um caminho comum para expandir as suas ideias Pierre Audi defende que a dan a pode estar
227. ssom ticos A procura e o alcance do estado Dionisiaco Despojamento e busca pelo objecto verdadeiro O objecto verdadeiro o objecto real que s aparece no final do processo de despojamento total daquilo que n o constitui a ess ncia do objecto semelhan a do pioneiros da pintura abstracta que buscavam a pintura pura aqui procura se o que poder amos designar de movimento puro ou ess ncia do movimento este termo muitas vezes utilizado para designar o movimento de Merce Cunningham Neuza Isabel da Silva Valadas 172 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Isadora Duncan a dan a como resultado de um movimento interno a pioneira da dan a moderna numa Am rica nova e cheia de vitalidade onde a originalidade ainda mais livre por n o existirem tradi es est ticas Duncan acha perfeitamente normal tornar se professora de dan a aos catorze anos Boucier 1987 p 247 Guiando se por matrizes como escutar as pulsa es da terra e obedecer lei da gravita o Duncan pretende reencontrar o ritmo dos movimentos inatos ao homem segundo ela perdidos h anos A ela a t cnica parece lhe sem interesse Perseguindo o prop sito de encontrar uma liga o l gica onde o movimento n o p ra mas se transforma em outro Respirar naturalmente eis o seu m todo Boucier 1987 p 248 Ligando os seus temas de dan a contempla o da natureza motes como onda nuv
228. st es Reconhecendo em primeiro lugar que o corpo humano pressup e o conceito de Homeostasia como propriedade presente num sistema aberto os seres vivos portam e disp em de mecanismos espec ficos para regularem o seu ambiente interno a fim ser poss vel que mantenham uma condi o est vel Costa et Melo 1998 p 884 Assim se define o conceito de Homeostasia Mediante m ltiplos ajustes de equil brio din mico os mecanismos de regula o interrelacionais s o respons veis pelos ajustes do ser no seu mecanismo interno e tamb m na sua rela o com o meio Hall 1986 p 59 Esta defini o conduz nos ideia de que a tend ncia natural do corpo ser estar em equil brio O corpo existe em equil brio no seu estado normal natural Sobre este t pico e a prop sito do equil brio ser circunst ncia na rela o entre o ser e o meio Jos Gil refere a dan a enquanto caracter stica comum aos seres que andam e pensam o solo referindo O astronauta n o dan a quando largado no espa o ou quando na sua cabine n o tem possibilidade de se ligar direccionalmente Terra Mas j a aus ncia de peso das esta es orbitais de 2001 no filme A Odisseia no Espa o de Stanley Kubrick lhes permitia dan ar ao som das valsas de Strauss tinham encontrado o ponto de equil brio entre a for a de gravidade e o movimento centr fugo volta da terra Gil 2001 p 20 Termo Criado em 1932 por Walter Bradford Cann
229. stigamos o processo de cria o de duas core grafas contempor neas Anne Teresa de Keersmaeker e Trisha Brown No ponto 5 atrav s da an lise do trabalho e do m todo de kazuyo Sejima pretendemos compreender e validar de que forma o movimento humano e o papel do corpo interferem na forma como desenha e concebe o espa o arquitect nico E por fim como experi ncia concreta e sensorial aliar os textos de Manuel Tainha sua obra pr tica e utiliz la enquanto corpo arquitect nico constru do Desta forma pretendemos retirar algumas conclus es sobre o modo como o corpo que inserido num determinado espa o envolvente se comporta e como a sensibilidade do arquitecto cria circunst ncia como revela Fernando T vora Em suma de forma a dispor o discurso segundo uma sequ ncia de palavras Po tica Atmosfera Ambiente Crescimento Processo Caminho Rela o Vari veis Corpos As a poet hold the most archaic values on earth the fertility of the soil the magic of animals the power vision in solitude the terrifying initiation and rebirth the love and ecstasy of the dance the common work of the tribe try to hold both history and the wilderness in mind that my poems may approach the true measure of things and stand against the unbalance and ignorance of our times Snyder 1978 p 136 Neuza Isabel da Silva Valadas 22 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo 2 CORPO ESPA O E TEMPO Ilus
230. t of routes and trajectories He has no territory because he is everywhere on the earth Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 58 5 Para definir a no o de ritmo consultar gloss rio e atender cita o de Manuel Tainha 54 Arquitectura n o ela tamb m atrav s de e em si mesma um equil brio invis vel entre espa os reais e tang veis din micos e sentido de lugar que constr i e se estende Tradu o nossa Neuza Isabel da Silva Valadas 53 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo refere sua estrutura enquanto forma mas como conte do e significado As fun es que primeiro tratam a liga o entre as partes e o todo primeira fun o fundamental em seguida v o para al m da compreens o da forma do conte do e do significado de liga o din mica Pankow apud Salignon 1978 p 42 La premi re fonction de l image du corps concerne uniquement sa structure spatiale forme ou aspect c est dire en tant que cette structure exprime un lien dynamique entre les parties et la totalit La deuxi me fonction de image du corps ne concerne plus la structure comme forme mais comme contenu et sens Les fonctions permettent d abord de reconnaitre l existence d un lien dynamique entre la partie et la totalit du corps premi re fonction fondamentale et ensuite de saisir audela de la forme le contenu et le sens m me d un tel lien dynamique Salignon apud Pan
231. ta o pr prio centro do corpo constituem se enquanto espa o paradoxal Gil 2001 p 169 Atrav s da instaura o deste espa o paradoxal Tisha Brown procura a sua composi o Fazendo coincidir atrav s da sua representa o geom trica o exterior do corpo no cubo com o movimento interior do cubo Gil 2001 p 170 S o desenhos numa superf cie de papel que caminham para a tridimensionalidade Gil 2001 p 169 Assim Trisha Brown enquanto refer ncia da manipula o do desenho no progresso do seu trabalho coreogr fico constitui se enquanto pistas coreogr fica na evolu o do nosso trabalho Neste sentido construir um gesto dan ado pressup e um processo que n o difere muito do processo que pressup e o exerc cio da arquitectura Trisha Brown refere o desenho enquanto um prolongamento coreogr fico Brown apud Gil 2001 p 170 Este conceito desenvolvido pela autora tal como todo o seu trabalho torna se bastante pertinente pela efic cia que parece alcan ar Reconhecendo que os seus desenhos adquirem certa autonomia s o eles os desenhos que a um certo ponto lhe ditam um certo n mero de coisas Descubro nos 8 Ve culo qualquer viatura ou meio de transporte meio de transmiss o condutor excipiente em que se diluem os princ pios activos dos medicamentos Costa et Melo 1998 p 1680 Neuza Isabel da Silva Valadas 65 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo
232. tas no seu meio arquitect nico onde de resto como nos vamos dando conta sempre estiveram Fala nos tamb m sobre a pluralidade a que estamos expostos constantemente perante as variadas circunst ncias circunst ncias essas que naturalmente se coadunam a cada projecto tornando se limites claros e pr ticos para a execu o da obra Entre os v rios esclarecimentos que sempre obtemos dos textos de Manuel Tainha o professor e arquitecto esclarece nos sobretudo o papel da intui o Assim citando Poincar explica nos o que de certa forma dispensa uma explica o a Intui o o instrumento da inven o Poincar apud Tainha 2008 Da imagem ao material intui o Tainha sempre nos elucida e progressivamente leva nos compreens o do todo atrav s da descri o pragm tica das partes A composi o arquitect nica portanto um processo experimental onde as experi ncias s o feitas com imagens atrav s do espa o Atrav s do espa o e do seus limites f sicos Revelando se e resultando dai progressivamente uma imagem que se vai construindo Assim a imagem o instrumento de incontorn vel valor pr tico e po tico no trabalho do arquitecto que nos permite ir de um lado ao outro construindo a narrativa narrativa resultante do espa o constru do e da rela o entre as coisas que nele espa o organizamos e dispomos Por fim resta nos reconhecer o papel do c
233. te Bourcier 1978 p 284 Uma vez que a mat ria musical tamb m ela um dom do acaso que poder variar desde a m sica instrumental o piano de John Cage at m sica electr nica bem como utiliza o de barulhos naturais por exemplo os de um galinheiro e cantos de p ssaro Bourcier 1978 p 285 Ao rejeitar o contexto e at a no o de obra dram tica outrora imposta aos seus antecessores Cunninhgam abriu os caminhos da liberdade aos jovens core grafos dando origem a duas tend ncias na dan a americana a nouvelle danse e os post modern Bourcier 1978 p 285 Neuza Isabel da Silva Valadas 180 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo A post modern a escola mais jovem dos anos 70 na dan a americana atinge a consequ ncia m xima deste apelo ao acaso Recusa gestos compostos intelectualmente volta se para os elementos brutos do movimento girar no lugar ou n o correr andar saltar em eixos repetitivos O spinning girar sobre si mesmo por v rios minutos com os bra os em posi es diversas A despersonaliza o obtida e talvez transmitida ao espectador para Andrew de Groat a justifica o deste movimento Bourcier 1978 p 285 Chegando mesmo a fugir da beleza formal empregando participantes cujos corpos se afastam em absoluto do corpo comum de um bailarino Bourcier 1978 p 287 Se observarmos atentamente esta t cnica a mesma que en
234. ted firmly within it Sejima 1996 p 25 Deste modo repensar o prop sito implica tamb m ter a liberdade para repensar de que forma explorar mais a condi o humana nos levar a um lugar melhor Assim do corpo do espa o e da arquitectura que existe enquanto reflexo de uma sociedade contempor nea como Sejima constantemente refere partindo do discurso da arquitecta quando revela que integra o movimento humano enquanto factor determinante na sua arquitectura chegamos por fim ao encontro da quest o que nos levanta Teot nio Pereira quando sugere a explora o da condi o humana na sua resposta a Robin Evans O edif cio arquitect nico j foi uma oportunidade para melhorar a condi o humana Hoje entendido como uma oportunidade para expressar e questionar essa condi o humana Questionar a condi o humana talvez seja o papel da dan a e talvez a arquitectura expresse essa mesma condi o humana S o tamb m os esquissos de Manuel Tainha que cruz mos com as anota es coreogr ficas de Anne Teresa de Keersmaeker que nos permitem testemunhar e compreender que a dan a e a arquitectura se encontram tamb m atrav s dos ve culos que utilizam para se concretizar e evoluir o esquisso Deste modo no di logo entre a arquitectura e a dan a ainda que nos seja poss vel especular sobre o modo como o seu processo se constitui e se desenvolve preciso contudo que concretizem Enc
235. the audience can project our feelings about what the character might be thinking and feeling There is no longer anything coming from within only our own feelings reflected back to us Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 70 79 A child in the dark gripped by fear comforts himself by singing under his breath He walks and halts to his song Lost he takes shelter or orients himself with his little song as best he can The song is like a rough sketch of a calming and stabilizing calm and stable centre in the heart of chaos Perhaps the child skips as he sings hastens or slows his pace But the song itself is already a skip it jumps from chaos to the beginnings of order in chaos and is in danger of breaking apart at any moment There is always sonority in Ariadne s thread Or the song of Orpheus Ballantyne apud Deleuze and Guattari 2007 p 44 Neuza Isabel da Silva Valadas 91 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Assim sabemos que somos um corpo que se adapta e se transforma desde o nosso quotidiano s exig ncias menos usuais do seu uso Mais do que adaptar se adequa se Na maior parte das vezes atrav s de processos inconscientes Hall 1986 p 59 Desta forma e sem querer ingressar por um caminho mais estreito da biologia do corpo e por isso tamb m do c rebro averiguemos algumas defini es que nos s o sugeridas atrav s de alguns fil sofos que t m reflectido sobre estas que
236. tibul Neuza Isabel da Silva Valadas 46 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 6 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 Ilustra o 7 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 Neuza Isabel da Silva Valadas 47 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 9 Dialoge 09 K rper de Sasha Waltz Sasha Waltz and Guests 2009 Constituindo se como exemplo do manuseamento sens vel deste espa o do corpo contudo o espa o do corpo n o apenas produzido por artistas ou ginastas que usam os seus corpos como material de trabalho Jos Gil afirma que este espa o do corpo uma realidade comum que se expande a cada um de n s prolonga os limites do corpo pr prio para al m dos seus contornos vis veis um espa o intensificado por compara o com o tacto habitual da pele Gil 2001 p 58 Ainda que mais ou menos conscientes disso produz se em qualquer lugar porque coexiste com o corpo Neuza Isabel da Silva Valadas 48 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo e com a sua utiliza o Gil 2001 p 58 De forma a compreender os limites que constituem o espa o do corpo Jos Gil remete nos para a no o de territ rio em etiologia como conceito referencial Ganhando um destaque particular o espa o em ge
237. tir deste ponto tornar se ia interessante lan ar uma quest o pertinente que se relaciona com a proximidade ou o distanciamento das pessoas comunidade arquitectura Como vivem e interpretam as pessoas o espa o que lhes destinado Uma quest o que atravessa o prop sito do fazer At que ponto o que n s arquitectos propomos comunidade tem xito no modo como de facto utilizado Talvez resida a uma grande percentagem da responsabilidade do arquitecto e na mesma medida uma responsabilidade social no uso e manuten o dos espa os e do patrim nio portanto necess rio que exista um entendimento comum uma vez mais uma real interac o entre todas as partes envolvidas Esta quest o do uso e manuten o dos espa os sempre se apresentou Neuza Isabel da Silva Valadas 118 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo ao arquitecto quase sob a forma de dilema Por sua vez a resposta se que de facto existe a este dilema nunca depender apenas do arquitecto uma vez que o arquitecto ser sempre um ser que est inserido num contexto social e humano entre seres igualmente co dependentes Por parte do arquitecto a quest o da viv ncia humana na arquitectura ter que ver com a organiza o do programa e com o respectivo funcionamento Basicamente disso que se trata No entanto preciso reconhecer que qualificar levantar quest es para al m do b sico
238. tra o 2 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 18 19 Neuza Isabel da Silva Valadas 23 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Movimento Ritmo Estrutura Vazio O re desenhar constante Do Vazio Habitando o 2 1 CORPO PROCURA DE UMA DEFINI O Do latim corpus o conceito de corpo cont m v rias significa es e sentidos Refere se ao que tem uma extens o limitada e que percept vel pelos sentidos mas tamb m ao conjunto de sistemas org nicos que constituem um ser vivo Corpo poder ainda designar o conjunto de coisas que uma obra escrita cont m mas tamb m a espessura ou a densidade de um l quido Na biologia o corpo humano constitu do pelas suas tr s partes principais Cabe a tronco e membros Os membros por sua vez dividem se em extremidades superiores e inferiores Se quisermos decompor cada uma das partes em n veis hierarquizados teremos as mol culas conjunto de tomos que constituem as c lulas e as c lulas que formam os tecidos Os tecidos por sua vez comp em os rg os e os rg os resultam em sistemas organizados E temos o corpo com a sua fisiologia pr pria disciplina que trata das suas fun es e a sua anatomia que se encarrega do estudo das suas estruturas macrosc picas Se enquadrarmos o corpo relativamente sua antropometria trataremos das suas medidas e propor es Do tomo medida da medida ao c
239. transpar ncia que s faz sentido quando existe um corpo que a experimenta utilizemos uma obra de Manuel Tainha para compreendermos verdadeiramente a rela o do corpo com o espa o constru do Assim uma vez que os seus textos foram relevantes para este estudo revelando se uma orienta o constante para fechar e relacionar pontos faz sentido que nos apropriemos n o s da sua obra te rica mas tamb m de uma das suas obras de arquitectura A Pousada de Santa B rbara servindo nos de experi ncia arquitect nica concreta permite nos compreender de que forma a rela o do corpo com o espa o constru do e habitado se estabelece Bem como os m todos e mecanismos que fazem valer a presen a do corpo nesta obra de arquitectura em especial de que forma poderemos afectar condicionar e valorizar as viv ncias que se desenvolvem atrav s do objecto constru do S Esta ideia referida por Sejima procura pela subst ncia irrecus vel da obra em si coincide com a compara o a que o movimento de Merce Cunningham muitas vezes sujeito equiparando se aos exploradores e pioneiros da pintura abstracta que procuravam a pintura pura que corresponde ao que poder amos denominar de procura pelo movimento puro ou uma averigua o da ess ncia de movimento na dan a Gil 2001 p 189 O elitismo de Cunningham desrealizava os corpos o desejo de alcan ar o objecto verdadeiro ou seja os movimentos que valham apenas por
240. tura e dan a pode resultar em arquitectura Neste sentido pretendemos estabelecer uma met fora de semelhan as entre Dan a e Arquitectura Para al m dos tr s elementos estanques com os quais ambas t m que lidar e vencer a gravidade o tempo e o pr prio espa o haver mais coincid ncias Depois de analisar o processo tentaremos perceber at que ponto as duas formas de express o se cruzam e contaminam Palavras chave Movimento Corpo Dan a Arquitectura PRESENTATION Dialogues between Architecture and Dance re thinking the process Neuza Isabel da Silva Valadas Dance and Architecture architecture and dance To which point these two arts intersect Are forms of expression as well as diverse and distinct as they appear to be What is its genesis structurally speaking It is an inter relationship to be developed in this dissertation Ascertain the structural limits between the two arts of the body Body Art so call them because the two buildings are in this sense body in terms of experimentation and of inhabiting space Both are fully achieved by the body and or to the body The body element as concretizing that abstractly Check function space before it even exists Imaginary space concrete space Studying the modus operandi of each of these arts we intend to investigate the two modes do Using the work of some contemporary choreographers given the particular course of dance
241. ue devidamente articulados representam e constituem um todo um ambiente um espa o com uma medida pr pria e precisa Assim e ainda emersos na ideias de um grande sistema organizado muito interessante observar esta forma de resposta que Sejima nos descreve na qual a arquitectura acompanha o desenvolvimento social e cultural do qual todos n s fazemos parte Assim a integra o de conceitos e o reajuste constante entre arquitectura e valores sociais parece ser determinante para o grau de sucesso de 108 From touching the smallest detail to sensing the movement of a body and its acceleration in space all of these sensations criss cross in the chemistry of things spontaneously developing in a play of natural Light toward the distant horizon A phenomenological enmeshing of object side and subject side which is most readily achieved in architecture points beyond itself Holl 2000 p 58 Our fields merge overlap and are doubly articulated The senses are fields Merleau Ponty apud Holl 2000 p 58 109 Consultar gloss rio Chaos is defined not so much by its disorder as by the infinite speed with which every form taking shape in it vanishes It is a void that is not a nothingness but a virtual containing all possible particles and drawing out all possible forms which spring up only to disappear immediately without consistency or reference without consequence Chaos is an infinite speed of birth
242. ue conhece elaborando teorias de est tica para as artes pl sticas para a m sica para o canto e para o teatro Nesta sua primeira fase ainda n o se interessa pela dan a Nas suas confer ncias acompanhado por artistas actores oradores e tamb m pregadores Boucier 1987 p 245 O seu ponto mais extraordin rio neste campo uma confer ncia p blica na Faculdade de Medicina em 1867 Boucier 1987 p 245 As consequ ncias das ideias de Delsarte sobre a dan a s o essencialmente tr s Em primeiro lugar todo o corpo passa a ser mobilizado para a express o em especial o torso que se at aqui era um bloco desde ent o todos os dan arinos modernos de v rias tend ncias passam a considera lo como fonte e motor do gesto Boucier 1987 p 245 Assim como segunda consequ ncia a express o passa a ser obtida pela contra o e pelo relaxamento dos m sculos tension release Ser o estas as palavras chave de Martha Graham Boucier 1987 p 245 Em terceiro lugar a extens o do corpo passa a estar ligada a um sentimento de auto realiza o sendo que o sentimento inverso de anula o se traduz por um dobrar do corpo Boucier 1987 p 245 Todos os sentimentos passam a ter a sua tradu o corporal O gesto refor a o sentimento e por sua vez o sentimento refor a o gesto Boucier 1987 p 245 O sistema de Delsarte foi mais tarde esquematizado pelo seu disc pulo Alfred Giraudet Delsarte apenas ensinou
243. ues outros projectos de pousadas a Nuno Tet nio Pereira Jo o Anderson entre outros Milano 2013 p 30 8 solid BLOCKS of wrought material squared to the sharp edge as to have weight and mass and carrying power to make for construction that is to conduce to effect and to provide for beauty Terms of amplitude terms of atmosphere those terms and those terms only in which images assert their fullness and roundness their power to revolve so that they have sides and backs parts in the shade as true as parts in the sun Ballantyne 2007 p 56 Neuza Isabel da Silva Valadas 133 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo Ilustra o 55 Pousada Santa B rbara vista exterior Ilustra o nossa 2012 Contudo a po tica tem uma miss o ainda mais singular ela n o diz somente o que uma obra de arte nos faz ela ensina nos como o faz revela nos o caminho seguido pelo artista para chegar ao limiar onde o acto art stico se oferece percep o o ponto onde a nossa consci ncia a descobre e come a a vibrar com ela Louppe 2012 p 27 Elevando expressivamente o corpo dos quartos sobre as grossas colunas em xisto Manuel Tainha com o seu conhecido m todo de trabalhar o corte combina um nico piso por lado com dois pisos do lado da paisagem Tirando partido do s tio onde est destinado ao projecto oferece uma vis o dominante de volumes baixos que se materiali
244. unda parte da trilogia intitula se S e aproxima se DO CORPO A partir de uma perspectiva sexual abordando as origens humanas A Terceira parte Nobody pesquisa o confronto do corpo humano a partir de uma perspectiva espiritual em que o tema morte levado ao centro do palco Neuza Isabel da Silva Valadas 45 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo do edif cio tornava se evidente quando ali ensaiavam Transportando este confronto e evidenciando as sensa es que dali captava na pe a que realiza Sasha Waltz diz n o querer tratar o Holocausto como uma forma narrativa mas sim enquanto acto emocional A ideia da perda de vazio de pessoas das lacunas deixadas tudo o que se reflecte na arquitectura do edif co a energia que flui nele tudo isso mostra a sua pe a K rper de forma abstracta refere a core grafa Sasha Waltz refere que divide a autoria da pe a com os seus 13 bailarinos ressaltando que n o se trata de ensinar aos bailarinos uma coreografia mas sim construir um processo um processo colaborativo entre todos assim refere a artista onde cada um importante e bastante poderoso tanto a n vel individual como no conjunto Assumindo que trabalham muito tempo atrav s da improvisa o diz que v o destilando uma qualidade de movimentos que v o fazendo crescer a coreografia pouco a pouco Sasha Waltz and Guests 2013 A artista refere que embora de in cio a obra K r
245. ura iniciais que a pintura n o havia conhecido Mal vich Kandinsky Mondrian mas em dois anos 62 64 apenas refaz o percurso cr tico das vanguardas picturais do s culo XX do dada smo ao minimalismo dos anos 60 Gil 2001 p 185 Neuza Isabel da Silva Valadas 61 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo excentricidade n o ao facto de algu m se mover ou se fazer mover Rainer apud Gil 2001 p 189 Embora do seu discurso possamos primeira vista depreender que apresentar o objecto nu corresponda a uma restri o de facto era precisamente o contr rio a objectividade do objecto ou a nudez do movimento dan ado continha uma carga de cria o propriamente explosiva Gil 2001 p 192 E aqui que pretendemos chegar no que diz respeito cria o arquitect nica Porque mostravam o real dos corpos o real do espa o e do tempo o real da poca O real que quebrava as barreiras que separavam a arte da vida Gil 2001 p 192 Foi portanto o desejo do real que determinou a recusa da dan a moderna em particular da dan a de Cunningham Gil 2001 p 192 Robert Rauschenberg phonograph Franz Kline suspended painting poets s co et a ladder ias ance path audience Sa pi E piece of paper given to F aa Tudor performers E a lt piano Tecturn with John Cage behind entrance to dining hall Ilustra o 15 Diagramas de John Cage para Untitl
246. usch Foquemo nos nos elementos que explora a terra a gua a rocha a corda etc Qual o seu significado Ou ainda qual a representa o mental e a dimens o simb lica para que nos transportam semelhan a do material mat ria em arquitectura que nos 108 transmite e proporciona variadas sensa es calor frio quente escuro atrav s da pedra da madeira do bet o etc a arquitectura tamb m se insinua atrav s da mat ria From the beginning the materials are there right next to the desk when we put materials together a reaction starts this is about materials this is about creating an atmosphere and this is about creating architecture Zumthor 2013 Assim atrav s da articula o de elementos que sintetizam e comportam s mbolos s mbolos ca ticos organizados dentro de um espa o homog neo que se convertem em mensagens concretas Ser a linguagem arquitect nica de Sejima t o distinta desta linguagem da dan a de Pina Bausch Sejima quando refere que considera os seus projectos fortemente esquem ticos e que segundo ela tratam da articula o entre elementos e s mbolos organizados dentro de um sistema parece revelar nos que a dist ncia curta em que co existem estas duas disciplinas parece fechar se progressivamente Sejima 1996 p 26 Tamb m a arquitectura trata da organiza o de elementos atrav s da manipula o de s mbolos dispostos e organizados entre s q
247. uze para ampliar e expandir a no o de cria o no entanto s o as palavras de Manuel Tainha que em modo esclarecedor e conclusivo parecem cessar a nossa procura Certo dia um poeta cujo nome n o me recordo abria se com o seu amigo St phane Malarm tamb m ele poeta dizendo N o consigo terminar o meu soneto E n o por falta de ideias acrescentava Ao que Malarm tranquilamente respondeu Os versos n o se fazem com ideias fazem se com palavras Cada arte tem ao que parece os seus materiais pr prios com os quais constr i mundos imagin rios Tainha 2008 Estes materiais pr prios que Manuel Tainha refere no seu texto parecem ser os 35 blocos que Gilles Deleuze descreve Embora com nomes diferentes tanto o fil sofo como o arquitecto Deleuze e Manuel Tainha ambos parecem procurar descrever e justificar a raiz e o conte do mais abstracto do fazer criar Assim e de forma a tentar por fim responder pergunta ret rica que deixamos atr s que tipos de blocos poder o ent o constituir o exerc cio da arquitectura o professor Manuel Tainha esclarece nos quando ele pr prio se questiona 34 Texto proferido pelo professor Manuel Tainha a prop sito da confer ncia introduzida pelo arquitecto Gon alo Byrne e enquadrado no workshop de abertura do novo ano lectivo 2008 2009 do mestrado integrado em Arquitectura 35 N o sendo no entanto bloco uma referencia d
248. vem uma cerim nia dan ada da pr hist ria na gruta de Pech Merle h dezenas de milhares de anos Bourcier 1987 p 9 As mulheres ali dan avam para obter fecundidade No entanto muito pouco se sabe sobre esta poca da pr hist ria embora estendendo se por um per odo consider vel s o poucos os documentos e as provas nos foram deixadas Bourcier 1987 p 9 Segundo os documentos que nos foram deixados a dan a nos per odos mesol tico e paleol ticos est sempre ligada a um acto cerimonial que coloca os executantes num estado fora do normal semelhante a um estado Dionisiaco Bourcier 1987 p 9 A partir do per odo neol tico a condi o humana come a a transformar se O Homem vai passando fundamentalmente de predador a produtor Assim sendo com as descobertas da agricultura e das cria es de gado o homem come a a dispor de reservas de alimentos tornando se em certa medida o senhor do seu destino Bourcier 1987 p 10 O legado da dan a para al m dos seus prim rdios e ao Egipto dos fara s encontra se tamb m ligada dan a dos imortais dan as gregas em creta s dan as da corte de culto e de festas bem como s dan as eruditas do Quattrocento onde para al m da m trica necess rio saber tamb m os passos aos bal s entre outras Bourcier 1987 pp 63 67 A dan a moderna que surge nos Estados Unidos da Am rica tem como percursor o franc s pouco reconhecido F
249. ventualmente libertar a arquitectura de algumas ideias pr concebidas e assim esclarecer o valor do corpo implicar chegar a compreender o potencial dos sentidos de que o corpo dotado Sera que h uma arquitectura que se pode viver mais pelo tacto do que pela vis o E j agora que se pode vestir esta a quest o ret rica deixada por Marcos Cruz que favorece e privilegia o entendimento sobre a percep o do espa o atrav s dos sentidos e o contacto a uma dist ncia mais curta Cruz apud Coelho 2009 Ilustra o 35 Coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker Adohphe et al 2002 p 106 Neste sentido resta nos reconhecer que No mundo o que percebemos n o nunca a sua realidade mas apenas a repercuss o das for as f sicas sobre os nossos rg os sensoriais Hall apud Kilpatrick 1986 p 55 Desta forma s o os nossos receptores Na primeira parte da sua tese de doutoramento Marcos Cruz tra a a evolu o do corpo ao longo da Hist ria partindo do corpo cl ssico at ao corpo moderno passando pelo grotesco e o burgu s Marcos Cruz defende que o corpo grotesco medieval que se caracteriza como deformado bizarro e com uma pele porosa o que mais tem pontos de contacto com o corpo ciborguiano de hoje Sendo que ambos s o corpos que fascinam e ao mesmo tempo repugnam assim refere Marcos Cruz Neuza Isabel da Silva Valadas 90 Di logos entre Arquitectura
250. vertical Fall recovery a queda no ch o e a volta a verticalidade apoiando se sobre a terra obstaculo O Homem que se confronta com os grandes problemas da Humanidade Denuncia a opress o e as injusti as Interessa se em teorias Freudianas busca as profundezas da alma Esfor o mental produzido por tens es e tors6es Destaque dos elementos essenciais recusando tudo o que secund rio Reinterpreta o de elementos cl ssicos sendo utilizados segundo uma gram tica corporal original Cria uma ant tese simb lica entre a extens o do corpo cria um ovimento ue prepara o corpo para perder o equilibrio e cair de lado O Torso como foco e epicentro do movimento gerando um movimento total numa sequ ncia l gica A sua t cnica resulta da fus o entre prespectivas espiritualistas e o treinamento nervoso espiritual tentando e permitindo ao bailarino que se transcenda Afor a do Gesto acontece em fun o da for a da emo o Neuza Isabel da Silva Valadas 170 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo Fran ois Delsarte Delsartismo e Denishawnschool Isadora Duncan Ruth Saint Denis Juntamente com Ted Shwan a criadora da dan a actual Ted Shwan _ _ ie ram e o Doris Humphrey Ca Martha Graham EUA Alemanha o oie Fulle Neuza Isabel da Silva Valadas 171 Di logos entre arquitectura e dan a re pensar o processo M
251. verwhelming majority of cases and from the time when records become available in built shelters Deleuze apud Gourhan 2007 p 46 Neuza Isabel da Silva Valadas 17 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo quest o at que ponto estas tr s vari veis corpo objecto constru do e envolvente se influenciam entre si este problema plural ao qual o arquitecto responder com a ast cia a responsabilidade e a sensibilidade que lhe s o pr prias e necess rias Mediar a rela o entre vari veis parece ser a tarefa do arquitecto Tenho de dizer que isto um dos meus maiores prazeres n o ser conduzido mas sim poder deambular drifting sim E assim me encontro numa viagem de descoberta Zumthor 2006 p 44 Dotado de sentidos f sicos apurados e sens veis o corpo por excel ncia o agente relacional e habitacional que nos permite relacionarmo nos com no espa o Ao longo deste trabalho nossa inten o estudar e perceber a rela o do corpo no espa o e do corpo dentro desse mesmo espa o A dan a liberta nos para esse estudo Desta forma recorremos ao estudo da dan a enquanto processo que nos permite uma compreens o mais ampla sobre o papel do corpo e a sua influ ncia afecta o no acto criativo Utilizando as pistas que o processo de trabalho de Trisha Brown Anne Teresa de Keersmaeker e Pina Bausch nos testemunham focamo nos no corpo solto da dan a m
252. xterior e n o espont nea encontramos em n s um segundo acontecimento correspondente n o provocado pelo exterior espont neo semelhante a essa mesma sensa o ainda que menos forte acompanhado das mesmas emo es agrad vel ou desagrad vel num menor grau seguido dos mesmos ju zos e n o de todos A sensa o repete se ainda que menos distinta menos energ tica e privada de v rios dos seus circundantes Imagem poder ainda dizer respeito a uma representa o concreta constru da pela actividade do esp rito Constituem se enquanto combina es novas pelas suas formas pelos seus elementos que resultam da imagina o criadora Em particular imagem designa a representa o concreta que serve para ilustrar uma ideia abstracta Estende se a palavra imagem a qualquer apresenta o ou representa o sens veis Lalande S D p 610 Volume I Intelig vel Oposto a sens vel S pode ser conhecido atrav s da intelig ncia e n o pelos sentidos Sendo os sentidos na doutrina tradicional s o considerados a fonte de ilus o a reflex o conceptual e a raz o como o princ pio do conhecimento verdadeiro Intelig vel tornou se neste sentido sin nimo de real de existente em si a ordem metaf sica Lalande S D p 682 Volume I Intrinseco Designa o que pertence a um objecto de pensamento em si mesmo Uma coisa dita intr nseca tem esse valor intr nseco pela sua pr pria natureza e nao enquanto sinal ou
253. zam volta de um p tio criando uma voca o contemplativa para o exterior nos principais espa os internos Atrav s da explora o que faz das fontes de luz natural que culminam no tecto da sala e na galeria iluminando assim a parede de fundo deste espa o 1957 71 Segundo refere navega entre dois princ pios primitivos da arquitectura o fechado e o aberto Tainha 2001 p 45 Lidando o primeiro com o sentido de acolhimento interioridade abrigo e clausura segundo refere caracter sticas que uma pousada deve oferecer aos viajantes que ali se acolhem temporariamente enquanto que o segundo princ pio o aberto promove uma rela o composta por qualidades de Neuza Isabel da Silva Valadas 134 Di logos entre Arquitectura e Dan a re pensar o processo car cter ambiental Tainha 2001 p 45 Recordando nos que em arquitectura compor com a paisagem por vezes neg la o caso do p tio interior Tainha 2001 p 45 Assim com a sua linguagem pr pria evidencia um duplo prop sito que se eleva e materializa atrav s da po tica dos materiais ancestrais como refere o granito a telha o xisto a madeira e o vidro S o portanto os elementos e a mat ria que constituem o lugar A po tica Perpetuando o car cter austero e grandioso daquele lugar permite que o modo como concebe o espa o que desenha seja afectado por tais qualidades O espa o destinado a ser habitado pelo homem viaja

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