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Dissertação completa - Programa de Pós

1. A11 Mesmo assim ia continuar estranho P12 A porque voc disse que as pessoas deveriam tratar os outros como a si mesmos N o isso que acontece A13 N o que nem o texto fala que nas lojas nunca tem a numera o certa e quem atende nas lojas sempre vai tipo com m vontade Al4 Ent o tinha que falar isso tipo comentar isso no texto da daria mais certo BS O excerto do di logo produzido no momento da an lise e reestrutura o do texto exemplifica o modo como a releitura do texto e reescrita foi abordada A partir das perguntas da pesquisadora os alunos refletiam sobre os problemas encontrados e sugeriam altera es alterando se os turnos entre aluno professor aluno Assim o coment rio final ficou assim Eu acho que o preconceito para com os obesos uma coisa muito delicada para as pessoas que dele sofrem Por exemplo em muitas lojas os atendentes n o tratam bem quem obeso esquecendo que deveriam trat los como gostariam de ser tratados Al m disso a obesidade pode ser fruto de uma doen a portanto n o deveria haver discrimina o dessas pessoas pois com certeza elas gostariam de levar uma vida normal inclusive no momento de comprar uma roupa sem se sentir humilhado Na reescrita do coment rio as perguntas produzidas pelo professor propiciaram que os alunos ampliassem as ideias apresentadas pelo texto sem contudo alterar lhe o sentido pretendido j que o autor do texto al m de opina
2. fruto das rela es identit rias a estabelecidas no Post tamb m que ocorre a multissemiose pois esse espa o pode ser composto por diferentes m dias desde sons at imagens Por ser um espa o din mico que abriga muitos g neros e semioses o post uma ferramenta interessante para o trabalho com a escrita em situa es de ensino aprendizagem O campo B Coment rios funciona como uma ferramenta de intera o entre o escrevente e os leitores dos posts Atrav s dessa ferramenta aqueles que leem a publica o 47 podem deslocar se para o papel de autores expondo sua opini o atrav s da escrita Ao abrir o link Coment rios aparecem textos organizados de forma similar como se pode observar na figura abaixo gt Blogger eterna estrangeira Postar um come blogger com Elaine Crespo disse adorei o texto Parece meu momento hoje Mas a vi a continua para mim Parab ns Belo texto Um beijo Neto disse a gente nunca se despede realmente o mundo de t o grande chega a ser pequeno demais e por a a gente se esbarra pela vida d novo Dulcin ia disse Esta ficando melodram tico seu blog tati e uma nova personalidade bjos e melhoras 25 de fevereiro ce O Internet f 100 Figura 11 Ferramenta Coment rios Fonte A eterna estrangeira Dispon vel em www aeternaestrangeira blogspot com br Acessado em Fevereiro de 2009 Nota se que todos os textos que aparecem n
3. o e publica o de dados provenientes das escolas p blicas do Estado do Paran O Programa Paran Digital abrange todas as escolas do Paran interligando as por meio da CELEPAR Companhia de Inform tica do Paran Desse modo todas as escolas possuem acesso internet e est o vinculadas ao Projeto Dia a dia Educa o um portal que armazena dados das escolas e dos alunos e que possui informa es sobre escolas professores e comunidade O portal completo e lan a o usu rio para diferentes janelas nas quais se pode consultar dados documentos estat sticas etc Segundo os dados do N cleo Regional da Educa o de Guarapuava quase a totalidade das escolas do Paran 2 185 est o equipadas com laborat rios de inform tica com recursos f sicos e t cnicos para uso sendo todos eles padronizados com o sistema operacional LINUX Os usu rios alunos e professores possuem um cadastro com nome e senha e podem utilizar todos os programas acessar a internet consultar boletins e ainda armazenar seus arquivos em rede dentre outras a es Ressalta se que nem todos os col gios possuem a mesma estrutura e a mesma forma de funcionamento interno pois durante a pesquisa observou se laborat rios com maior n mero de computadores mas n o poss vel precisar o motivo dessa discrep ncia No curr culo da Educa o B sica do Paran n o existe uma disciplina exclusiva de inform tica Os laborat rios devem ser
4. es verbais compreendendo que cada uma tem suas especificidades e fun es no blog o interlocutor pode manifestar se materialmente atrav s do que escreve e tornar se tamb m locutor Esse processo pode ser registrado j que todas as publica es e coment rios ficam arquivados registrando os elos que se estabeleceram Bakhtin explica que cada enunciado apenas um elo na cont nua cadeia do discurso sendo que o blog permite ao usu rio visualizar muitos desses elos atrav s do registro cont nuo dos textos produzidos em ordem cronol gica Vejamos como isso se manifesta na materialidade textual dos blogs 1 3 1 A composi o dos blogs espa os de intera o por meio de m ltiplos g neros Descrever os blogs uma tarefa que vem sendo instaurada em diversas reas da Lingu stica Os estudos felizmente s o bastante diversificados passando pela an lise da linguagem neles empregada at os tipos de blogs existentes Por m ao visitar a literatura percebe se que muitos desses estudos abordam o blog desconsiderando a origem ciberespacial que o gerou Pesquisas como as de Komesu 2005 e Ruiz 2005 para citar os mais eloquentes apontam o blog como an logo ao di rio pessoal pelo seu conte do cotidiano do autor e por sua forma composicional cabe alho com data relato cotidiano assinatura Apesar das autoras alertarem que os blogs e os di rios pessoais s o acontecimentos discursivos distintos KOMESU 2005 p 57
5. o Que tipos de preconceito s o presenciados na escola o Qual deles focarei no meu texto o Quais s o os argumentos que comprovam minha opini o o O que eu espero dos leitores ao lerem o texto que escrevi confirma o reflex o constata o mudan a o Quais informa es lidas em outros textos podem contribuir para a minha escrita medida que alguns dos estudantes escolhiam um eixo norteador para sua atividade de escrita solicitavam a presen a do professor para dar um parecer sobre as suas escolhas e tamb m dar sugest es 17 05 2010 Al Professora d pra falar sobre bullying P2 Como voc chegou a esse tema O que voc pensou sobre isso P3 que eu j sofri bullying porque eu era gordinha os alunos s o preconceituosos com os gordinhos P4 Certo ent o voc acha que o bullying um efeito do preconceito P5 Acho que sim P6 Professor Certo ent o preste aten o naquele questionamento quais s o os argumentos que comprovam a sua opini o antes de come ar a escrever voc pode fazer um levantamento dessas informa es e at mesmo procurar na internet textos sobre o assunto c Essa transcri o demonstra a necessidade que os alunos possuem da aprova o do professor e da necessidade de um interlocutor imediato No momento da escrita a idiossincrasia dos indiv duos fica mais exposta e as dificuldades para organizar o texto aparecem porque muitas vezes o individuo ainda n o refleti
6. o da mem ria um mapeamento do pensamento Nesse mesmo sentido reiteram se as palavras de Bakhtin que advoga que tudo aquilo que tendo se formado no psiquismo do indiv duo exterioriza se objetivamente para Utilizamos o termo instrumento com base na concep o de Vygotsky 1988 por compreender que os g neros do discurso e nesse caso os g neros hipertextuais assim como os signos fazem parte dos artefatos de intera o humana apesar de terem uma orienta o interna nas palavras do autor 43 outrem com ajuda de um c digo de signos exteriores BAKHTIN 1992 p 111 O autor mostra que apesar da express o ser exteriorizada ela passa pelo crivo da subjetividade do sujeito que molda a sua express o em decorr ncia da situa o que o cerca Para L vy 1996 a exterioriza o da mem ria n o se refere tanto ao conte do a ser expresso mas possibilidade de dispor as informa es de forma integrada por n s muito pr xima da maneira como as pensamos Para ele isso evidenciado pelo hipertexto inform tico Hierarquizar e selecionar as reas de sentido tecer liga es entre essas zonas conectar o texto a outros documentos arrim lo a toda uma mem ria que forma como que o fundo sobre o qual ele se destaca e ao qual remete s o outras tantas fun es do hipertexto inform tico L VY 1996 p 37 grifos nossos A n o linearidade os links e os n s textuais presentes nos blogs s o
7. 12 02 2010 Os alunos leram o texto e responderam a perguntas de leitura correspondendo a todas as etapas de leitura j apresentadas neste trabalho Ap s a leitura e discuss o do texto os alunos ainda foram instigados a refletir sobre a linguagem utilizada nos coment rios quais as abreviaturas encontradas Todas s o conhecidas Quais os s mbolos ou sinais aparecem e o que representam Aonde aparecem mais abreviaturas na postagem ou nos coment rios Ap s essa reflex o pediu se aos alunos que escrevessem um coment rio sobre o texto ou sobre os outros coment rios lidos com a finalidade de compartilhar com os colegas da turma a partir da leitura em sala Na mesma folha foi destinado um espa o especifico para isso copiado do pr prio blog Nesse momento ocorreu a primeira atividade de escrita com os alunos sem a utiliza o do computador com o objetivo de observar que tipo de coment rios e por conseguinte de atitudes responsivas seriam produzidas no ambiente da escrita convencional off line Esse diagn stico serviria como um par metro de compara o entre a produ o seguinte na qual haveria o interlocutor real marcado no blog 83 e E mail e Blog Coment rio J Todos os alunos presentes na sala de aula um total de 13 escreveram o coment rio solicitado pelo professor Os coment rios em geral foram curtos variando de duas a seis linhas No primeiro grupo Apenas ratificou as palavras do texto os alunos
8. Assim nos coment rios produzidos notou se que os estudantes ampliaram o di logo com seus pares e aproveitaram o espa o para realmente discutir sobre suas ideias e dificuldades como no excerto que segue www blogger c M BA ta X Arquivo Editar Exibir Favoritos Ferramentas Ajuda W Favoritos 3 E Home PRATICANDO OS PCNS ROJ B Col gio Militar de Curitiba 2 E Blogger Ponto de Partida no Er er P ginas Seguran a Ferramentas 2 Coment rios Ir para formul rio de coment rio Fechar esta janela 9 gi disse verdade acredito q nas escolas seja o lugar onde mais rola preconceito e n s como estudants deveriamos nos preocupar menos c a apar ncia op o sexual cor etc e dar aten o ao q realmente vale a pena eu curto um rock paulera e meu estilo d vstir naum nega isso sou mto pr julgada e Ju num fa o nd dmais Pedro disse Verdd Gi thm curto um com maic nacado men v rine nircinac a naralmanta tn da nroto mute curto muncik Internet a Qio Figura 34 Di logo entre alunos Blog Ponto de Partida grifo nosso Coletado em 10 06 10 127 Blogger Ponto de Partida Postar um coment rio Windows Internet Explorer a67 blogger c 4 69 X E Live se Br Arquivo Editar Exibir Favoritos Ferramentas Ajuda eres gt e Favoritos s s Home PRATICANDO OS PCNS ROJ Col gio Militar de Curi
9. E3 blogger com 3 Coment rios Fechar esta janela Ir para formul rio de coment rio 3 An nimo disse miga para c essa hist ria de q ta gorda Vc disse que ve pessoas gordinhas como se fossem vc e ainda se acha gorda mas antes disse que esta livre do tal preconceito vc est sendo precocentuosa c vc mesma pois se preocupa mto c algo que nem existe bjooo flor Fl via 3 An nimo disse Concordo com a Fl via ficar no peso certo bom pra saude mas n precisa ficar se sentindo mal porque est um pouco acima do peso Sei l relex menina n s te amamos de qgr geito Bjoks G lika an J An nima nicca Internet a 7 R100 Figura 33 Coment rio de indica o de incoer ncia Blog Ponto de Partida Coletado em 06 06 10 No primeiro coment rio a aluna aponta uma esp cie de incoer ncia textual sem no entanto mencion la diretamente Essa indica o ocorre no trecho voc disse que ainda se acha gorda mas antes de disse livre de tal preconceito Depois de observar esse problema no texto da colega a aluna argumenta sobre o que foi expresso no texto concluindo que a colega est sendo preconceituosa consigo mesma Uma caracter stica comum em todos os coment rios que todos adequaram a linguagem e estilo aos seus interlocutores que s o conhecidos e se relacionam com coleguismo apesar das suas diverg ncias Todos os coment rios produzidos focam o texto de alguma forma e
10. como apontam as pesquisas de Caiado 2007 Isso mostra uma prefer ncia pela comunica o r pida e funcional Esses dados definiram as a es que deveriam ser realizadas para que os objetivos da pesquisa pudessem ser alcan ados Ao constatar que os alunos possu am uma rela o superficial com o blog embora tivessem familiaridade com a utiliza o da internet percebeu se que seria necess rio desenvolver atividades que primeiro aproximassem nos dessa 67 ferramenta para depois utiliz la como espa o para pr tica da atividade de escrita Dessa maneira a sequ ncia did tica deveria possibilitar aos alunos interagir com a ferramenta articulando atividades de leitura de an lise lingu stica e de escrita essencial destacar que a pesquisadora assumiu uma metodologia de trabalho em que a atividade de escrita definida como um processo cont nuo e a atividade pr via a leitura considerada o ponto de partida para a produ o textual SERCUNDES 1997 Esse por sua vez n o a finaliza o de nenhum exerc cio parte de um processo de aprendizagem cont nua que pode desencadear outras propostas de ensino O aluno n o necessita simplesmente escrever para finalizar uma leitura A atividade pr via desencadeia a produ o textual que uma etapa no processo da escrita A pesquisadora gravou as aulas em udio e depois passou os arquivos para o computador para que pudesse ouvi los e utiliz los na pesquisa D
11. de estruturas em fun o do g nero O estilo um elemento mais vari vel pois o locutor al m de adequ lo ao g nero pode adequ lo tamb m ao interlocutor Por exemplo em um bilhete dirigido a um colega de trabalho dependendo do grau de intimidade pode se utilizar uma linguagem mais formal ou mais informal com abreviaturas ou com g rias 31 A internet no entanto proporciona o surgimento de texto com grandes varia es desses elementos Ara jo 2004 realiza um estudo interessante a respeito dos g neros discursivos oriundos da internet constatando que nesse espa o de comunica o ocorre um fen meno de transmuta o dos g neros O autor assinala que o conceito de transmuta o adv m de Bakhtin 2003 o qual demonstra que na medida em que as esferas se complexificam os g neros tamb m tender o a reformatar se pois entram em um processo complexo de forma o para dar conta das novas necessidades que se instauram nas esferas A transmuta o o fen meno que explica a forma o dos g neros complexos os quais s o originados dos g neros prim rios que ao se transmutarem de uma esfera para outra geram novos g neros com um estilo similar ao dom nio discursivo que o absorveu Por isso no caso dos blogs compreens vel a analogia com os di rios pessoais pois seus elementos formais como data de publica o do texto e assinatura do autor aliados ao conte do desenvolvido que geralmente se refere a relatos pe
12. es m nimas sempre ligadas amplia o de uma id ia ou frase 10 bosdustas cunbonduva bos do penas Figura 25 Primeira vers o do texto Bullyng Isso responde pergunta o aluno capaz de revisar seu texto no momento da digita o publica o para qual a resposta negativa pois n o basta fornecer ao aluno o texto para que revise mesmo depois de um tempo pois a atividade demonstrou que o aluno n o consegue se posicionar como o outro de si mesmo para realizar altera es no texto A figura novamente o papel do professor que deve ajudar o aluno a desenvolver a capacidade de se posicionar como leitor de seu texto ou em outras palavras como o outro de si pr prio MENEGASSI 2006 Ressalte se que embora a aluna tenha escrito a primeira vers o no papel ao pass la para o blog ela respeitou a re formata o que a ferramenta causou em seu texto e ainda complementou o texto com a palavras bjossss reconhecendo o meio no qual o texto foi inserido Mais 5 textos apresentaram essas recorr ncias do depoimento pessoal marcados pelas caracter sticas o Utiliza o da primeira pessoa o Narra o de um fato marcante ocorrido em seu cotidiano 111 o Amplia o da experi ncia pessoal para abarcar um tema de repercuss o social KEMIAC 2008 o preconceito o Apresenta o de uma identidade o Preocupa o em projetar uma imagem para o interlocutor KEMIAC 2008 O atendimento
13. o dessas informa es os alunos ainda puderam escrever coment rios sobre os textos lidos que depois foram retomados em sala para a continua o das discuss es Ao elaborar o primeiro comando de escrita que conduziria a produ o dos alunos no qual o g nero deve ser definido isto indicado deparou se novamente com o problema da conceitua o do blog Poder se ia pedir para o aluno escrever uma carta uma receita um recado mas n o poss vel pedir para o aluno escrever um blog o que evidencia que essa ferramenta n o pode ser considerada apenas como g nero Dessa inquieta o surgiram mais duas perguntas de pesquisa que at o momento dela n o faziam parte ao assumir a postura de autor nos blogs os alunos fazem op es por g neros discursivos espontaneamente necess rio que o professor marque o g nero discursivo A fim de responder essa pergunta optou se nesse momento que os alunos escrevessem uma postagem para o blog uma vez que o termo postagem gen rico pois n o marca um g nero espec fico e que por outro lado otimiza a plasticidade dessa ferramenta Dentro do assunto preconceito pediu se que os textos versassem sobre a tem tica atitudes de preconceito dentro da escola A escolha dessa tem tica ocorreu ao considerar se que esse um tema que faz parte do universo estudantil de forma bastante acentuada em uma poca na qual se vivencia o bullying ocasionado pelas diversas formas de preconc
14. portanto menos flex vel sugerindo uma possibilidade de sequ ncia que seja composta pelas seguintes etapas 1 Apresenta o da situa o a motiva o b objetivo c conte do da sequ ncia d n mero de aulas e s rie e n vel de ensino 68 2 Desenvolvimento e descri o das atividades planejadas a prepara o para a leitura de textos escritos b an lises lingu stica epilingu stica e metalingu stica c tarefas leitura de outros textos compara o dos diversos registros da fala e da escrita registro das diferen as e das altera es de significado provocadas pelas diferentes constru es das frases destacadas 3 Avalia o coletiva m dulos instrucionais meios alternativos de aprendizagem de adapta o das instru es s necessidades cujo retorno tamb m se constituir em indicativos para a pr xima sequ ncia Independentemente do conte do a ser abordado todas as atividades devem estar integradas ao eixo de leitura an lise lingu stica e escrita Desse modo ao trabalhar com a atividade de escrita em blogs escolheu se a sequ ncia did tica por acreditar que a sua matriz permite o desenvolvimento de atividades que atinjam os objetivos propostos Apresenta se aqui o planejamento das atividades que visam a desenvolver o trabalho com a escrita em blogs Organizamo las em torno de 12 oito aulas que foram estendidas durante o processo para 14 catorze aulas excetuando se o momento de levantamento
15. portanto apresenta fatos do cotidiano do blogueiro geralmente em primeira pessoa Em rela o alinearidade KOCH 2007 desencadeada no hipertexto questionou se aos alunos se era poss vel compreender o texto 1 sem ter lido o perfil e o hist rico por exemplo Os alunos contataram que sim que os blocos de informa o eram independentes pois no texto a autora utiliza adjetivos femininos quando fala de si preconceituosa nervosa e cita seu pr prio nome revelando que mulher A pesquisadora questionou quem havia postado isto publicado na internet o texto discutido de forma que ao voltar ao blog os alunos notaram que na assinatura da postagem aparece 02 neur nio evidenciando o fato de que a nica pessoa que pode postar no blog o dono da p gina ou pessoas por ele autorizadas Para finalizar a aula a pesquisadora chamou a aten o dos alunos para o fato de que embora apenas o blogueiro possa postar os textos os leitores trabalham ativamente com as escolhas alinearidade e atrav s da escrita na ferramenta coment rio que faz com que a blogosfera seja um espa o n o hierarquizado de leitura escrita espacialidade topogr fica 3 2 Produ o inicial de coment rios 3 2 1 O primeiro coment rio Na aula 4 explorou se a ferramenta coment rio Discutiu se desde o que um coment rio no sentido prim rio do termo at o que uma ferramenta de coment rio Inicialmente foi entregue um texto impresso aos
16. pp 87 111 143 G neros textuais emergentes e atividades ling sticas no contexto da tecnologia digital Confer ncia apresentada na USP por ocasi o do GEL Grupo de Estudos Ling sticos do Estado de S o Paulo acontecido entre os dias 23 25 de maio 2002 G neros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital In MARCUSCHI L A e XAVIER A C S orgs Hipertexto e g neros digitais novas formas de constru o de sentido Rio de Janeiro Lucerna 2004 p 13 67 MASETTO Marcos T Media o pedag gica e uso da tecnologia In Moran J M et al Novas tecnologias e media o pedag gica 6 ed S o Paulo Papirus 2000 MAYRINK M nica Ferreira As m ltiplas realidades do uso de tecnologias no ensino de espanhol da rede p blica In SOTO Ucy et all Novas tecnologias em sala de aula re construindo conceitos e pr ticas S o Carlos Claraluz 2009 MENEGASSI R J Professor e escrita a constru o de comandos de produ o de textos Trabalhos em Ling stica Aplicada Campinas 42 55 79 Jul Dez 2003 Aspectos da responsividade na intera o verbal Revista L nguas e Letras Vol 10 n 18 1 sem 2009 MENEGASSI R J OUSCHI M C G O aprender a ensinar a escrita no curso de letras Atos de pesquisa em educa o PPGE ME FURB v 2 n 2 p 230 256 maio ago p 230 256 2007 MENEGASSI R J MALENTACHI D B A media o do professor e a participa o do aluno na
17. pria filia o te rica sociointeracionista define a necessidade de tratar o processo em si e n o apenas o produto A quarta e ltima caracter stica dessa pesquisa se refere ao tratamento dos dados que tende a seguir um processo indutivo medida que os dados s o interpretados pelo prisma do investigador sustentado pela teoria escolhida Conv m assinalar que na perspectiva te rica utilizada por esta pesquisa n o pode haver descri o sem interpreta o ou seja ao analisar o texto e por isso o discurso o pr prio analista envolvido no gesto de interpreta o Erickson 1988 que utiliza o termo interpretativista para referir se ao conjunto de enfoques da investiga o observacional participativa por ser mais abrangente que muitos outros casos por exemplo estudo de caso Nessa perspectiva tamb m Vasconcelos versa que em pesquisas de cunho qualitativo ou interpretativo necessita se que o pesquisador 1 escolha o local onde efetuar o estudo e estabelece os contatos necess rios para a entrada em campo 2 busca sistematicamente os dados j selecionados por ele como mais importantes para compreender e interpretar o fen meno 3 empreende a tentativa de encontrar os princ pios subjacentes ao fen meno ou de explicar aquela realidade delimitada VASCONCELOS 2002 p 283 Acredita se que esse percurso metodol gico o mais indicado para diagnosticar e compreender a produ o de textos dentro do ambiente virtual
18. rio de navega o pois o Conte do tem tico era est vel em todos eles e a composi o salvaguardando suas peculiaridades virtuais era baseada em anota es dos sites visitados Ao longo da hist ria do blog esse panorama alterou se novas ferramentas foram sendo inclu das na configura o da p gina e outras fun es foram sendo lhes atribu das como mostra a imagem abaixo Scripting News December 2010 Windows Interret Explorer G j seeing gs B s x E Aqwa Edts Exbt Favertos Forramerias Ajuda Te fotos 3 E Hime E PRANCADOOSPCNI ROJ SO Col gio Mia de Guida 2 BS Cu goMBa detuito E Obtenha mas vemple E atu Mirha p gina de nec Dj SerptgMems Decemb X F Goge Tradtor ptjenj 2 2 D me ims eup Feremesto G Bike rider tailgates pedestrians Wher I see a situation like this I wish 1 had a can of bright orange spray paint to mark this guys bike Nothing that would hurt him physically But this is crazy Old frail people use the sidewalk Parents with children People on cell phones They can t compete wih people on biker and they should be able to ure tho city too Wa should all be able to use the city and bikes don t belong on sicewalhks It s not fair to pedestrians Or safe Yeah I sometimes ride on the sidewalk Tm nota saint but when there are propl around I dismount and walk We have bike lanes and streets and cars a fuckers but that s no excuse for bikers to be fuckers
19. 2 susisaiicas apenso ssedsstosiasis li assisauas aus 89 Figura 18 Coment rio 1 Blog comportamento magro 92 Figura 19 Coment rio 2 Blog Comportamento Magro 93 Figura 20 Coment rio 3 Blog Comportamento Magro 97 Figura 21 Cria o do blog Ponto de Partida Configura o inicial 100 Figura 22 Escola n o lugar de preconceito apesar unia mepesaa asus tensa aa sina a 104 Figura 23 Ser que sofremos preconceito na escola 106 Figura 24 Postagem Bullyng Blog Ponto de Partida 109 Figura 25 Primeira vers o do texto Bullyng sssaisersas saasati on neotas tas aniiaass pegadas 111 Figura 26 Postagem N o fui com a sua cara Blog Ponto de Partida 113 Figura 27 Coment rio de elogio ao texto N o fui com sua cara is 118 Figura 28 Coment rio de contesta o ao texto Blog Ponto de Partida 120 Figura 29 Postagem Preconceito contra os Bi sexuais is 121 Figura 30 Di logo entre comentaristas Blog Ponto de Partida s 122 Figura 31 Continua o do Di logo entre comentaristas 123 Figura 32 Coment rio de Indica o de erro de concord ncia nominal 124 Figura 33 Coment rio de indica o de incoer ncia s sessessssesssesetsesseseesessrseesseses 125 Figura 34 Di logo entre alunos ssseseesesseseeseessesetsessesetstsseseeseseesessestesessrseesssesees 126 Figura 35 Di log
20. 2015 a obesidade para que em 2015 n o seja muito alto as pessoas obesas a tend ncia obesidade v rias pessoas Nas lojas e definida antes dos dois n o te culpa de com rcios da anos de idade serem assim cidade as pessoas deveriam tratar os outros como 91 preta mesmo obeso sabe que Concordamos que Se uma pessoa est Rs em suas o preconceito acima do peso o condutas cotidianas e n o a melhor melhor n o frequentemente ouve via para critic la e sim coment rios maldosos e expressar um ajuda la a piadinhas de colegas ou coment rio melhorar sua de estranhos sa de as pessoas devem parar de ser preconceituosas com os obesos eles n o tem culpa de serem assim E exatamente assim que acontece continue defendendo eles os gordos ainda s o v timas O preconceito por Mas ningu m deve de um sutil preconceito uma pessoa ser ser discriminado obesa um por isso problema a maioria das lojas deveria ter os tamanhos maiores para pessoas que tem essas dificuldades claro que isto v rios famosos sofrem esse preconceito atrav s de piadinhas idiotas um bom exemplo disso o Ronaldo fof meno ent o esse preconceito f sico j virou um tabu digamos um problema Na coluna 1 s o apresentados os nomes dos alunos que produziram o coment rio na coluna 2 s o apres
21. Acessado em 19 de Novembro de 2010 Receita o nico g nero que circula nas postagens desse blog obedecendo a mesma estrutura composicional ingredientes modo de preparo rendimento finalidade ensinar a preparar um prato e estilo relativamente comum verbos no infinitivo frases curtas e objetivas para designar cada a o a ser feita que aparecem nos livros tradicionais de receitas Portanto o que se constata que desde o primeiro blog apontado por Amman 2009 o Scripting News at os blogs atuais houve uma abertura nas finalidades de produ o dos textos publicados nos blogs que n o possuem mais uma unidade tem tica e podem tratar de qualquer assunto de acordo com o prop sito do locutor claro que a est o inclu dos a imagem que o locutor faz de seu interlocutor e as rela es interpessoais que se estabelecem na tentativa de participar de uma comunidade virtual Frente constata o de que os blogs multiplicaram suas finalidades e que n o h apenas uma tem tica definida mas um sem n mero delas constata se que o blog n o se configura como um nico g nero discursivo mas composto por muitos g nerosdiversificados 40 Considerando tamb m os estudos realizados por Ara jo pode se dizer que o blog sofreu uma s rie de transmuta es que o transformaram em uma esp cie de g nero amalgamado no mundo virtual sendo composto por m ltiplos g neros Ressalta se que a refer ncia ao conceito de g nero disc
22. CARIOLI e GAUER 2009 p 208 A fase da adolesc ncia traz modifica es tanto no corpo quanto na maneira do adolescente interpretar os fatos que o cercam e a si pr prio uma fase de desestabiliza es na qual a refer ncia apenas da fam lia n o mais suficiente para a constru o de sua identidade A pr tica de escrita pode contribuir para que ele compreenda e divida seus dilemas pessoais e para isso ele busca ancoragem em seus iguais Na adolesc ncia a estrutura subjetiva que est em causa devido ao abalo sofrido pelo imagin rio O jovem precisa emergir e sustentar se e necessita de outras refer ncias al m das parentais Nesse contexto de constru o de novos ideais a principal refer ncia se torna o grupo de amigos os pares ser o as grandes fontes de identifica o deste momento Os adolescentes que comp em blogs compartilham desta pr tica com o grupo de amigos uma atividade que os re ne e para a qual criaram um c digo cifrado de escrita comum apenas entre eles idem p 209 No blog o adolescente pode expor sua privacidade de forma an nima j que encontra um espa o onde pode dialogar com seus pares mas sem a ang stia de ser ridicularizado j que 24 pode optar pelo anonimato Alem disso podem escrever simplesmente para pertencer a um grupo o que muito valorizado nessa fase como explicado por Carioli e Gauer 2009 Na adolesc ncia aflora se de maneira mais pungente uma busca que
23. Menegassi 2009 explica que os signos suscitam um choque entre o conte do vivencial e ideol gico nele imbu dos e o mundo interior do outro que o recebe a partir das coer es da enuncia o Um di logo no qual h a exclusividade da concord ncia entre os interlocutores tende ao idealismo MENEGASSI 2009 p 12 O autor explica que nas rela es sociais esperam se posi es diferenciadas dos interlocutores para que haja continuidade do di logo E justamente esse cotejo de ideias que ocorre na produ o dos Coment rios pois atrav s deles os usu rios podem assumir a palavra e completar o texto lido recusando o criticando o dentre diversas possibilidades 49 O elemento mais interessante para esse trabalho em rela o aos coment rios a participa o do interlocutor que se faz presente de forma escrita para o locutor alternando os pap is locutor interlocutor Considerando o car ter dial gico das intera es verbais pondera se que os coment rios s o dispositivos que elevam a capacidade de di logo na blogosfera Em primeiro lugar a busca do escrevente pelos seus pares marca de antem o a presen a de um tipo de interlocutor com quem o blogueiro quer dialogar Bakhtin Volochinov 1995 explicam que existem tr s tipos de interlocutores externos pertencentes ao universo social do locutor e que podem apresentar se como real virtual ou superior O interlocutor externo real aquele que possui u
24. O que se percebe que o aluno frente aos coment rios produzidos busca alterar o texto por meio da revis o e reescrita Observa se tamb m que preciso a media o do professor para que essas modifica es ocorram adequadamente Assim logo em seguida a postagem do texto logo foi publicado o coment rio 3 An nimo disse A postagem da aluna poderia ser ainda mais elaborada tantas vezes fossem necess rias e com certeza a qualidade do texto seria maior se o g nero discursivo fosse delimitado e trabalhado antes do ato da publica o Por isso reitera se que nessa atividade de escrita ficou comprovado que necess rio marcar para o aluno o g nero ao contr rio do que afirmam pesquisas como a de Ruiz 2005 na qual se toma o blog como um g nero em si para desenvolver atividades de escrita Isso n o impede que se afirme que os coment rios produzidos provocam atitudes de releitura e de reescrita dos textos produzidos j que o escrevente busca elucidar aos seus interlocutores aspectos que n o ficaram claros No caso da postagem analisada pode se assinalar que a aluna responde aos dois coment rios produzidos para o seu texto de forma imediata e dialoga n o apenas com os interlocutores como consigo A atitude responsiva evocada pelos coment rios se d de tr s formas 134 Compreens o e considera o do que foi comentado Releitura do seu texto relacionando a aos coment rios Di logo com seu interlocuto
25. UMA CRIAN A m os vampiros da vida real exige mais do que crucifixos alho e agua benta E 14 Preconceito Tamanho GG Arquivado em Default Na M dia s 10 09 por Luciana Kotaka href http iliblog co xy CATEGORIAS Contato Default Na Midia Video http gazetadopovo com brividaecidadaniaiconteudo phtmi t 1 amp id 9825098tit Preconceito tamanho a e ho is cunh A Windows Live Messen o aE 1525 http blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceita Confiram a mat ria da Gazeta do Povo de hoje no primeiro cademo p gina 4 Iniciar DEES let Client Confiram a materia da Gazeta do Povo de hoje no primeiro caderno pagina 4 http ee gazetadopovo com hevidaecidadanialconteudo ohtml il 1 amp id 9425096tit Freconceito tamanho G Figura 16 Comportamento Magro Fonte http blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho gg Grifos meus Coletado 20 06 11 O texto na integra anexo 2 foi lido e debatido com os alunos Pediu se para que aqueles que se sentissem a vontade comentassem sobre o texto Dos 15 alunos que participaram da aula 14 escreveram coment rios para o texto lido sendo que desse total 4 escreveram coment rios em duplas 89 Preconceito Tamanho GG Blog Comportamento Maprof comente Windows Internet Explsrer Se gt ip compro tamento gra com be Is 1 pazes v fa X preconceito tamanho 99 Argo Edie Efir Favoritos Feranert
26. a defini o de quem o individuo passou a ser atrelada diretamente ao seu pertencimento a uma na o pois o Estado incorporou a no o de identidade como base para a legitima o do seu poder Hall 2001 evidencia que compartilhar o mesmo territ rio e a mesma l ngua deixou de ser o fator mais importante para a uni o de alguns agrupamentos humanos questionando a no o unificadora de identidade nacional Como explica o observa se que grande parte das na es foram formadas por um processo violento de conquista de diferentes povos de diversas classes sociais assim como diversas etnias e g neros Al m disso a globaliza o caracterizada Ambas s o redes sociais nas quais poss vel postar fotos novidades e ainda trocar recados 18 pela transversalidade nas fronteiras nacionais ao tornar o mundo mais unificado mudou tamb m a maneira do homem se comportar em sociedade j que desarticula estabilidades e possibilita o surgimento de novas identidades que na vis o do autor s o abertas contradit rias plurais e fragmentadas sujeito p s moderno n o se definindo apenas por fatores de nacionalidade Assim as pessoas v m formando comunidades com base no agir e pensar juntos n o importando onde estejam e n o possuem mais uma identidade mas sim segundo o autor diversas identidades que s o sustentadas em diferentes contextos O sujeito assim multifacetado pode buscar uma identidade como profissional como
27. a continuar Ao meu pai que na do ura de sua simplicidade talvez nunca p de compreender a dimens o desta conquista mas mesmo assim nunca deixou de se orgulhar e torcer para que ela acontecesse RESUMO O presente trabalho tem como objetivo descrever uma experi ncia de transposi o did tica aplicada em uma primeira s rie do Ensino M dio da rede p blica de ensino focando a atividade de escrita em blogs Parte se da hip tese de que essa ferramenta otimiza a participa o ass ncrona dos interlocutores blogueiros e leitores que podem efetivar suas atitudes responsivas atrav s de coment rios escritos dentro do ambiente virtual gerando uma escrita socialmente situada A partir dessa hip tese busca se atingir os seguintes objetivos espec ficos a Utilizar o blog como ferramenta de intera o real em sala de aula b Comprovar que para que se possa realizar um trabalho de ensino da escrita preciso que o blog seja considerado como um g nero hipertextual e n o apenas como mais um g nero do discurso c utilizar os posts e coment rios como ferramentas de di logo e reflex o sobre os textos produzidos pelos alunos d compreender como a intera o estabelecida entre as postagens e os coment rios pode colaborar para o aperfei oamento da escrita dos alunos Com vistas a esses objetivos este trabalho constitui se a partir da perspectiva s cio hist rica de estudo sobre a linguagem subsidiada nos pressupostos de Bakhtin Volochi
28. a todos esses elementos evidencia uma familiaridade com o g nero depoimento ainda que indutiva Todos os alunos que o produziram respeitaram o conte do tem tico recorrente aos depoimentos pessoais que giram em tomo da express o e compartilhamento com o publico de uma experi ncia significativa o estilo empregado com verbos geralmente no pret rito do perfeito escrita em primeira pessoa preserva o de marcas pessoais de express o a composi o organizada atrav s da narra o apresentando em geral tr s momentos decisivos para o fato narrado situa o inicial cl max e resolu o de acordo com Kemiac 2008 Em vista a essa an lise no diagn stico da escrita pode se concluir que os alunos que escreveram depoimentos conseguiram adequar a finalidade da escrita ao g nero e esfera comunicativa incluindo os interlocutores A maior dificuldade dos estudantes foi em utilizar adequadamente os mecanismos lingu sticos tais como coesivos pontua o e amadurecer sua escrita atrav s do di logo interior e com o outro a fim de aprofundar o tema abordado Dos outros textos produzidos observou se uma tentativa de aproxima o ao artigo de opini o baseada na disserta o E o que se observa por exemplo no texto da aluna M 112 N o fui com sua cara Preconceito Preconceito uma pr avalia o errada de um individuo ou seja um julgamento onde n s somos os ju zes e n s damos a senten a O problema do ser human
29. alunos extra do do blog Ilha Bela de tr s E A terminologia advinda da lingu stica n o foi empregada em sala de aula devido aos objetivos de ensino e transposi o did tica 81 adolescentes publicado no dia 11 de novembro de 2008 O texto sem t tulo discutia sobre preconceito musical no qual a autora Ludmila falava sobre as os diferentes gostos musicais alegando que n o existem m sicas ruins mas gostos musicais diferentes Optou se por um texto impresso no primeiro momento para que os alunos percebessem que o coment rio n o um g nero exclusivo dos blogs mas pode ocorrer na fala tamb m Eis o texto Hoje em dia existem v rias m sicas de v rios tipos e por mais que n o goste de uma ou outra eu acho que n o existem m sicas ruins claro que existem m sicas onde as letras n o s o nem um pouco produtivas mas cada pessoa tem um gosto musical e respeito isso Acho que preconceito uma coisa t o chata t o feia ainda mais no mundo da m sica onde devemos ouvir respeitar e al m de tudo curtir o som e misturar tipos de m sicas Sou muito f da banda Nx Zero conheci a banda em 2003 forma es antigas j tive oportunidades de conversar com os meninos da banda falar sobre m sica ja fui em shows mas tamb m j ouvi muita gente falando mal das m sicas que escuto falando mal da banda antes de conhecer e acho isso totalmente errado isso acontece com muitas outras bandas tamb m
30. apenas confirmaram as ideias do texto n o apresentando argumentos para defender seu ponto de vista embora na discuss o oral sobre o texto diversos pontos de vista diferentes tenham sido levantados conforme observa se no di logo apresentado A intera o do leitor com o texto ocorre justamente atrav s do cotejo de ideias uma vez que a palavra signo est carregada de conte do ideol gico e vivencial e n o apenas um sinal como esclarece Bakhtin Na realidade n o s o palavras o que pronunciamos ou escutamos mas verdades ou mentiras coisas boas ou m s importantes ou triviais agrad veis ou desagrad veis etc 4 palavra est sempre carregada de um sentido ideol gico ou vivencial assim que compreendemos as palavras e somente reagimos quelas que despertam em n s resson ncias ideol gicas ou concernentes vida BAKHTIN 1992 p 95 grifos do autor Menegassi 2009 explica que os signos suscitam um choque entre o conte do vivencial e ideol gico nele imbu dos e o mundo interior do outro que o recebe a partir das coer es da enuncia o motivando a responsividade Um di logo no qual h a exclusividade da concord ncia entre os interlocutores tende ao idealismo MENEGASSI 2009 p 12 O autor explica que nas rela es sociais esperam se posi es diferenciadas dos interlocutores para que haja continuidade do di logo Apenas dois coment rios apresentaram ndices de resposta imediata 84 L
31. apresentado no congresso Hypertext 2009 Torino It lia 30 de Junho de 2009 Dispon vel no endere o eletr nico http tawawa org ark p jorn barger community html ANGELO C M P MENEGASSI R J Conceitos de leitura In Renilson Jos Menegassi Org Leitura e ensino Forma o de professores EAD 19 1 ed Maring PR EDUEM 2005 v 1 p 15 43 ARA JO J C A conversa na Web o estudo da transmuta o em um g nero textual In MARCUSCHI L A amp XAVIER A C ORGS Hipertexto e g neros digitais novas formas de constru o de sentido Rio de Janeiro Lucerna 2004 p 91 109 Os g neros digitais e os desafios de alfabetizar letrando Trabalhos em Ling stica Aplicada Campinas IEL Unicamp VI 46 1 jan jun 2007 pp 79 92 BAKHTIN M B VOLOCHINOV V N Marxismo e filosofia da linguagem 7 ed S o Paulo Hucitec 1995 BAKHTIN M M Est tica da Cria o Verbal Tradu o de Paulo Bezerra S o Paulo Martins Fontes 2003 BRAIT B O discurso sob o olhar de Bakhtin In GREGOLIN M Do R amp BARONAS R Orgs An lise do discurso as materialidades do sentido S o Paulo Claraluz 2001 BAUMAN Zygmunt Identidade entrevista a Benedetto Vecchi Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 2005 CARIOLI Priscila GAUER Gabriel Chitt A adolesc ncia escrita em blogs Estudos de Psicologia Campinas n 26 v 2 abril junho de 2009 CASTELLS Manuel A Sociedade em rede 6 Ed S o Paulo Pa
32. as quais revelam que poss vel utilizar o blog como instrumento de ensino e de intera o nos qual os alunos podem produzir textos direcionados para interlocutores reais Ainda defende se que a intera o entre os comentaristas e escreventes auxilia os alunos n o apenas no amadurecimento de seus textos mas ainda no cotejo e debate de ideias A pr tica de discuss o e constante releitura fornece um rico repert rio para os sujeitos repensarem suas produ es e modific las Nesse sentido o blog se mostra um recurso 140 de motiva o para a escrita principalmente para o p blico adolescente que afeto ao uso de tecnologias e encontra nelas uma maneira de se identificar e manter rela es interpessoais Frente s escassas pesquisas que foquem a transposi o did tica a partir de g neros hipertextuais acredita se que essa pesquisa contribui para a discuss o em torno de um desses g neros bem como propiciou aos alunos um contato in dito com essa ferramenta que nos dias atuais assume grande relev ncia j que os sujeitos est o cada vez mais procurando comunidades virtuais para se encontrarem como sujeitos Al m disso o dom nio de uma ferramenta como o blog significa poder sair do papel de mero espectador para o papel de produtor que pode expressar se e se fazer ouvir democraticamente 141 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AMMAN R Jorn Barger the NewsPage Network and the Emergence of the Weblog Community Trabalho
33. como recurso auxiliar para a revis o das postagens 4 horas aula Objetivo proporcionar um espa o de interlocu o entre os alunos no qual eles pudessem ler seus textos mutuamente e coment los sugerindo altera es elogiando debatendo e contribuindo para a melhoria da compet ncia escrita dos colegas Descri o Terminada a etapa de postagens solicitar que os alunos leiam os textos produzidos pelos colegas e os comentem bem como leiam os coment rios inseridos em seus textos e discutam sobre eles Etapa 7 Leitura dos coment rios produzidos e reescrita do texto 3 horas aula Objetivo A partir da leitura dos coment rios produzidos analisar se os alunos preocupam se em alterar o texto a partir dos coment rios e propor a reescrita textual Descri o Leitura dos coment rios re leitura do texto escolha de estrat gias de mudan a a partir da media o do professor Total 74 horas aula 70 71 CAP TULO 3 OS BLOGS NA SALA DE AULA INTERA O NOS COMENT RIOS E POSTAGENS Neste cap tulo analisam se os textos produzidos pelos alunos nas diferentes etapas da transposi o did tica buscando focar principalmente a se os alunos conseguem adequar o texto ao seu interlocutor b se preciso delimitar o g nero discursivo a ser produzido nas postagens c os alunos produzem coment rios que contribuam para o melhoramento do texto lido e se essas contribui es s o acatadas
34. criando um discurso pr prio e mais maduro passando da atividade mental fortuita para uma atividade linguisticamente planejada Esse di logo a que exposto eco nas palavras bakhtinianas de que os enunciados vem sempre em resposta a outros enunciados e produzem novas possibilidades de dizer atrav s de novos enunciados esse di logo real que se espera nas atividades de ensino para que os textos n o sejam produzidos apenas para escola e nas palavras de Geraldi 1993 sejam produzidos na escola para contextos espec ficos com interlocutores reais 138 CONSIDERA ES FINAIS Inserir as novas tecnologias digitais no contexto de ensino um desafio para os educadores pois muitos dos fen menos ling sticos que surgem com o advento da internet ainda est o por ser descritos ou ainda apresentam modifica es muito r pidas que carecem ser sistematizadas tal como o blog Ao trazer o blog para a sala de aula foi necess rio antes desenvolver um estudo de reconhecimento de suas peculiaridades e fun es pois segundo Geraldi 1993 o texto deve ser a unidade de ensino m nima para o ensino aprendizagem de l nguas e portanto necess rio que o professor conhe a o g nero a ser ensinado investigando seus elementos composicionais estilo e conte do tem tico Dessa forma no cap tulo de fundamenta o te rica desse trabalho buscou se situar o blog a partir da esfera comunicativa em que emerge BAKHTIN 2003 para compreender sua
35. cuja materialidade adv m de g neros do discurso tamb m distintos ele continua sendo tomado como um g nero do discurso Por m existem especificidades hipertextuais que o meio digital confere a essa ferramenta que n o podem ser desconsideradas sob o risco de tolher desse objeto aquilo que lhe primordial a organiza o hipertextual Ao acessarmos um blog qualquer hospedado na world wide web www e nele clicarmos para a passagem a outro poderemos encontrar blogs comunit rios blogs de divulga o portf lios de estudos blogs de grupos entre outros tipos sendo que a grande 28 maioria n o tem a mesma finalidade do di rio relatar o cotidiano No Blogger h a seguinte defini o O que um weblog ou blog O blog uma p gina web atualizada frequentemente composta por pequenos par grafos apresentados de forma cronol gica como uma p gina de not cias ou um jornal que segue uma linha de tempo com um fato ap s o outro O conte do e tema dos blogs abrange uma infinidade de assuntos que v o desde di rios piadas links not cias poesia id ias fotografias enfim tudo que a imagina o do autor permitir Figura 3 Defini o de weblog Dispon vel Www blogger globo com br Acessado em 13 de junho de 2008 Na descri o exposta pelo Blogger adianta se que o blog pode conter piadas not cias poesias fotos etc condensando assim mais de um g nero em sua estrutura A no o de g nero discurs
36. destacam v Aguardando resposta de r 1rkoroTbpesfoeekilihkd2juj27q30 a friendconnect gmodules com ge auananaa Iniciar 3 Porta de Partide Ma 4 Boanloads imagem fant 3 derertociozp Wi Figura 21 Cria o do blog Ponto de Partida Configura o inicial Fonte www blogpontodepartida Blogspot com Coletado em 19 05 10 Nessa fase de cria o do blog nenhuma dificuldade t cnica foi apresentada pelos alunos que compreendiam cada a o realizada no computador Por outro lado a maior dificuldade foi em conduzir os alunos a entrarem em um consenso das a es a serem realizadas pois as opini es se dividiam em grupos de gostos diferentes de forma que a pesquisadora precisou estabelecer sempre vota es para cada escolha tais como t tulo do blog cor da fonte a ser usada na postagem t tulo de cada item de navega o hist rico coment rios seguidores 101 3 3 2 Produ o inicial das postagens Na aula subsequente no mesmo dia a pesquisadora prop s a produ o de uma postagem para inaugurar o blog Ponto de Partida Nas aulas anteriores os textos trabalhados em sala haviam focado o tema preconceito em blogs diversos e com enfoques diversos Os alunos j haviam lido problematizado atrav s dos encaminhamentos do mediador e discutido sobre o conceito de preconceito e discrimina o preconceito musical e preconceito para com os obesos Contribuindo para a compreens o interpreta o e reten
37. e sempre digo Se n o gosta pelo menos respeita Vamos deixar de lado esse preconceito e todos os outros cada um sabe do que gosta basta respeitar as diferen as por Ludmila 11 10 2008 18h50min Coment rio 4 Fonte http blog universoilhabela com br blog author 8668 Ludmila coletado em 12 02 2010 O texto discute sobre preconceito musical e ap s a sua leitura e compreens o focou se o tema voltado para o universo dos alunos de modo que eles pudessem comentar sobre a leitura P1 Voc s concordam com o texto que n o existe m sica ruim A2 Eu acho que existe Tem umas m sicas que tem umas letras nada a ver A3 N o mas cada pessoa tem um gosto A4 Tem gente que tem mal gosto A5 Mas tem que respeitar porque cada um escuta o que quer P6 E justamente sobre esse respeito aos gostos musicais que o texto comenta A7 Eu n o gosto de m sica emo mas n o fico falando mal A partir da fala dos alunos percebe se que eles emitem opini o pessoal sobre o assunto mas n o chegam a comentar sobre o texto em si ou o discurso ali expresso Observa se que na fala 1 da pesquisadora feita men o ao texto na fala 2 o aluno emite o seu posicionamento sobre o assunto mas nas falas 3 4 e 5 perde se o foco no texto e passa se a discutir sobre as opini es individuais apenas Na fala 6 a pesquisadora tenta focar o texto novamente mas na fala 7 volta se para a opini o pessoal Nesse momento n o se considerou isso
38. em situa o de ensino Isso se deve pois o pesquisador pode envolver se com a realidade da sala de aula entender o que se sucede nesse espa o quanto ao ensino aprendizagem da escrita problematizar e buscar respostas que elucidem eventuais d vidas e dificuldades e consequentemente contribuir com uma reflex o cr tica acerca da utiliza o da ferramenta blog no ensino de l nguas 2 2 O contexto amplo da pesquisa Paran Digital Para desenvolver a pesquisa foi necess rio verificar quais os recursos t cnicos e f sicos laborat rios de inform tica acessibilidade internet etc disponibilizados no ensino p blico 58 contexto dessa pesquisa que corroboram a utiliza o da inform tica como recurso did tico e comunicativo e por conseguinte para a realiza o desse trabalho Procura se averiguar quais as pol ticas educacionais desenvolvidas para abrigar e promover o uso da internet como ferramenta de apoio ao ensino no Paran Nesse ensejo constatou se que o governo do Estado do Paran por meio da Secretaria de Estado da Educa o implementou o programa Paran Digital com o objetivo de difundir o uso pedag gico das Tecnologias da Informa o e Comunica o TIC atrav s da amplia o das Coordena es Regionais de Tecnologia na Educa o respons veis por gerenciar e apoiar o uso das TICs bem como com o repasse de computadores com conectividade internet e a um ambiente virtual para cria o intera
39. escrita j que ela se dirige diretamente a ele nos trechos obrigado por nos notarem agradecemos muito e bjos Observa se que por um lado a aluna tenta escrever um coment rio dirigido ao seu interlocutor respondendo a ele atrav s da sua compreens o e tamb m e ampliando o di logo medida que traz para o di logo n o apenas a ratifica o do texto lido mas novas informa es Por outro lado a intera o real entre o sujeito aluno o interlocutor o escrevente e o texto lugar da intera o n o foram suficientes para que ocorresse uma melhora na produ o da escrita do ponto de vista formal Acredita se que nessa etapa da escrita em que o objetivo era o de diagnosticar as produ es textuais compreens vel que o aluno demonstre esse tipo de dificuldade pois sabido que para que a atividade de escrita demanda um processo de matura o que se inicia no confronto com a palavra do outro geralmente no momento da 95 leitura e se estende para as etapas de escrita revis o e reescrita at que ocorra o processo completo de internaliza o O blog por si s propicia a intera o elevando as possibilidades de di logo mas n o incide numa escrita mais elaborada assinalando que o professor deve interferir nesse processo quando traz essa ferramenta para o contexto de ensino A respeito da linguagem utilizada nota se que a aluna recorreu a algumas abreviaturas t picas do g nero em que escreveu ta
40. interesses v m valorizando as novas tecnologias aquelas que t m como base a inform tica e a flexibilidade de comunica o organiza o interc mbio que elas proporcionam para citar apenas essas A caracter stica mais latente dessa Sociedade da Informa o segundo Castells 2000 o valor que a informa o adquiriu nas rela es humanas e o seu papel como novo instrumento de trabalho e intera o dos indiv duos N o novidade que o homem ao longo de seu processo evolutivo utilizou se de instrumentos para a realiza o de trabalhos e para interagir socialmente Nesse mbito Vygotsky 1988 ancorado nas id ias marxistas v o trabalho como o grande diferencial da sociedade humana uma vez que a utiliza o de instrumentos uma fonte de desenvolvimento Para o autor os instrumentos s o artefatos que o homem utiliza para mediar sua rela o com o outro e com o mundo servindo como condutores da influ ncia humana sobre os objetos e 16 sendo orientados externamente Vygotsky 1988 faz men o a outro tipo de instrumento que orientado internamente os signos que constituem a linguagem humana e tem como papel regular e orientar o comportamento humano da a distin o entre interno e externo Atualmente a humanidade insere se na era onde a informa o passa a ser seu principal instrumento de intera o altamente marcada pela linguagem sobretudo a verbal Castells 2002 explica que na nova configura o s
41. m o e seguido comigo enfrentado a dist ncia e todas as dificuldades inerentes a esse percurso motivando me a continuar Agradecimentos Deus por me dar for as para enfrentar todos os desafios A professora orientadora Dr Marilurdes Zanini que se manteve ao meu lado demonstrando compreens o e motivando me a prosseguir Ao professor Dr N bio Dellane Ferraz Mafra pelas valiosas contribui es ao meu trabalho por ocasi o do exame de qualifica o Ao professor Dr Renilson Jos Menegassi por ter sido mediador e exemplo de profissional durante todo o processo de ensino aprendizagem dire o do Col gio Estadual Manoel Ribas Guarapuava PR pela solicitude em colaborar e acolher esta pesquisa professora Helen de L ngua portuguesa que atendeu prontamente ao pedido de realiza o desta pesquisa durante as suas aulas Aos alunos do 1 ano do Ensino M dio do Col gio Estadual Manoel Ribas que contribu ram com a pesquisa e envolveram se realmente com o processo de ensino aprendizagem proposto secretaria do PLE minha grande amiga Jakeline Semechechem que me acolheu e me deu for a nos momentos mais dif ceis Agrade o tamb m por ter sido minha interlocutora em diversas etapas deste trabalho minha sogra Maria Odete pela aten o apoio e dedica o durante todo o percurso da pesquisa A minha m e meu esposo e meu filho que suportaram a minha aus ncia tantas vezes encorajando me
42. na ferramenta coment rio e ler o que os outros internautas escreveram a respeito do texto Nesse momento a possibilidade de comentar o texto lido era opcional Embora opcional a grande maioria dos alunos inseriu coment rios sem a interven o do professor O objetivo era de que os alunos se familiarizassem com a ferramenta e observassem o que os demais leitores haviam escrito O primeiro grupo de respostas se refere atitude responsiva imediata lembrando que o termo imediato n o est ligado quest o temporal por m foi imediata como manifesta o ativa na qual os alunos expressaram suas posi es sobre o requisitado manifestando sua compreens o do ato enunciativo Em todos os coment rios observa se o ndice de compreens o ativa que o primeiro est gio da descodifica o Bakhtin explica que A compreens o responsiva nada mais sen o a fase inicial e preparat ria para uma resposta seja qual for a forma de realiza o BAKHTIN 2000 p 291 Curiosamente nos coment rios produzidos pelos alunos o ndice de 90 compreens o responsiva marcado na grande maioria atrav s de uma ratifica o das palavras do texto na qual o aluno apresenta que compreendeu o texto para depois emitir um ju zo de valor ou uma contrapalavra A contrapalavra o ato de opor uma r plica quilo que foi ativamente compreendido Isso porque segundo Bakhtin 2000 a cada palavra da enuncia o que estamos em processo de c
43. o ensino fundamental de 5 8 s rie e o Ensino M dio com um total de aproximadamente 750 alunos A escola est equipada com TVs em todas as salas possui recursos audiovisuais DVD aparelho de som retroprojetor e datashow dispon veis com agendamento A estrutura colegial possui uma biblioteca 12 salas de aula sagu o banheiros cozinha e gin sio Em rela o ao laborat rio de inform tica percebe se que mais utilizado como ferramenta de apoio pelos professores do per odo noturno de forma que n o houve dificuldade para agendar hor rios pois sempre estavam dispon veis Em algumas aulas havia alunos de outros per odos sempre em n mero pequeno de dois a seis realizando trabalhos Quando isso acontecia a funcion ria respons vel pelo laborat rio avisava a eles que naquela aula o laborat rio estava reservado Em esclarecimento para que houvesse exclusividade de uso da turma o agendamento sempre deveria ocorrer com anteced ncia pelo fato de alunos sempre estarem por ali fazendo algum trabalho As aspas que acompanham a palavra trabalho n o indicam sentido pejorativo mas uma observa o importante feita durante os momentos em que a pesquisadora estava no laborat rio organizando materiais Os alunos que estavam fazendo alguma pesquisa aproveitavam para ver algum v deo pesquisar uma m sica ou visitar sites de not cias e fofocas A funcion ria do local s vezes passava fiscalizando os pedia que fizes
44. of the word which according to Bakhtin 1992 is to want to be heard Keywords written text production blogs comments posts discursive genre interlocutor LISTA DE FIGURAS Figura 1 O que um Dios as asus Dia aaa Saab SS 19 Figura 2 Lista d Leitura en aeae araa A SO 21 Figura 3 Defini o de webloT sestiisasrstineiinnr titratie ai easar 28 Figura 4 Primeira postagem do primeiro blog da hist ria i 32 Figura 5 Postagem recente do primeiro blog da hist ria i 34 Figura 6 Dados referentes ao n mero de blogs no mundo 36 Figura 7 Dados referentes ao n mero de blogs no mundo 2 parte 37 Figura 8 Blog de Culin ria Humm que delicia ssoeenneeneseesenessesersseessessesseesseese 38 Figura 9 Receita Chococrante Blog de Culin ria Humm que del cia 39 Figura 10 Composi o dos blogs A eterna estrangeira 44 Figura 11 Horas de uso de computadores nas escolas do Paran 59 Figura 12 Horas de uso de computadores nas escolas do Paran 60 Figura 13 Blog 02 Neuro api ERA AS a AD Da a a 173 Figura 14 Perfil blog 02 Neur nio ssa unisan dpiaia cas pilares qao nina dao da ata aa fada aa Aa 78 Figura 15 Postagem do blog 02 neur nio errar 79 Figura 16 Blog Comportamento Magro eee eecereerereeercenaos 88 Figura 17 Comportamento Magro
45. para os leitores Por isso Komesu 2005 estudiosa dos blogs conceitua esse espa o como Barra de navega o local uma vez que permite ao leitor navegar de um blog a outro Ela funciona de forma solid ria pois divulga para toda a internet o nome dos blogs preferidos pelo autor o t tulo do ltimo texto publicado e ainda quando se deu essa publica o Por exemplo o terceiro blog da lista 4 tangerina Cara caramba o nome do texto que foi publicado 55 minutos antes do momento em que a leitura est sendo realizada portanto a data exposta de forma d itica sempre relacionada ao momento da leitura da lista Essas informa es permitem que os usu rios mantenham se atualizados e acaba por criar la os de colabora o para a circula o dos textos produzidos Komesu acredita que a proje o de links na reda o dos blogs evidencia tanto a intertextualidade expl cita entre os textos em rede quanto um determinado modo de circula o dos escritos pessoais Levando se em considera o a almejada visibilidade a exibi o do nome ou apelido uma marca registrada que circula no espa o da rede 22 KOMESU 2005 p 117 Para a autora a circula o dos textos importante para os escreventes pois almejam que suas publica es sejam lidas j que escrevem em rede aberta e assim que seus blogs se tornem populares na internet atrav s do registro de muitas visita es grande parte dos blogs registra o n me
46. pelo escrevente 3 1 Apresenta o da situa o inicial A entrada dos blogs na sala de aula A organiza o e aplica o da sequ ncia de aulas permitiram nos desenvolver atividades que compreendessem todos os elementos hipertextuais do blog alinearidade multicentramento semiose de diversas m dias etc concomitantemente ao ensino da escrita associando teoria e pr tica conforme orientam nos os pressupostos da Lingu stica Aplicada Embora o blog n o seja t o popular entre os alunos quanto outras ferramentas ao traz lo para o contexto escolar foi necess rio considerar os conhecimentos pr vios dos alunos pois como sabido o p blico juvenil desfruta da tecnologia com grande intimidade O question rio aplicado ratifica essa constata o mostrando que a grande maioria dos alunos entrevistados considera o uso do computador f cil e bom enquanto poucos consideram a pr tica dif cil Aproveitou se dessa afinidade entre os adolescentes e a inform tica para iniciar as atividades discutindo com os pr prios alunos quest es sobre a comunica o na internet de modo menos formal e mais emp rico pensando na import ncia da intera o social para a constru o do conhecimento j que Vygotsky 1988 afirma que constru mos nosso conhecimento espont neo e cientifico por meio do ato social de trocas de experi ncias N o se delimitou para o aluno o foco preciso do trabalho que seria desenvolvido apenas foi explicado que de
47. pessoas com problemas semelhantes e identificar se com elas Al m disso os alunos demonstram que se inseriram na situa o comunicativa e d o novos prop sitos a ela contribuindo assim para a produ o de novos elos na cadeia discursiva A partir da observa o da execu o da tarefa de produzir coment rios a pesquisadora percebeu tamb m a motiva o dos alunos em comentar e receber coment rios nos textos produzidos Os alunos pediam para os colegas para lerem e comentarem seu texto oferecendo em troca outros coment rios a es t picas da blogosfera A ltima se o desse cap tulo 128 descreve a recep o dos coment rios pelos escreventes e quais os efeitos da leitura dos coment rios sobre a reescrita dos textos 3 3 4 Leitura dos coment rios produzidos e reescrita das postagens A partir dos coment rios produzidos pelos alunos a pesquisadora iniciou a atividade de reescrita dos textos acreditando que a media o do professor na re escrita surte efeitos positivos quando a a o do aluno interage com as a es de seu interlocutor real fazendo o texto caminhar em dire o ao interlocutor virtual MENEGASSI MELENTACHI 2007 p 667 Considerando as palavras dos autores e todo o percurso percorrido o momento da reescrita a partir dos coment rios deveria colocar o estudante em contato com seu interlocutor real tomando conhecimento da aprecia o feita ao seu texto e com a media o do professor ree
48. preocupam se em reler seus argumentos defender seu ponto de vista e reescrever o texto e Os alunos se preocupam com mais frequ ncia com os coment rios que fazem a indica o de um erro que corrigido pelo escrevente e Nos coment rios em que ocorrem di logos entre os usu rios ocorre uma esp cie de extens o da postagem j que cada enunciado um elo da cadeia discursiva os usu rios passam a dialogar nesse espa o e ressignificar e compartilhar suas experi ncias pessoais A utiliza o dos coment rios como uma ferramenta para motivar a releitura e reescrita dos textos promoveu altera es nos escreventes e nas suas produ es corroborando o fato de que o educando pode vivenciar a progressiva experi ncia e constata o de que o que h de mais fascinante na forma o e express o do conhecimento a possibilidade de a partir do di logo com o outro e consigo mesmo desconstruir o mundo das certezas internalizando o discurso alheio com criticidade exteriorizando o por meio de um novo 137 discurso o qual embora contaminado pelas vozes alheias exclusivamente seu enquanto resultado de uma reflex o madura de uma tomada de posi o irreverente de uma voz que se deixa notar por sua capacidade de autoria MENEGASSI MALENTACHI 2007 p 659 Como explicam os autores na atividade de dialogo consigo e com o texto o aluno repensa e questiona valores reorganiza as vozes que deram origem ao seu discurso
49. reconsiderasse a sua escrita e entrasse em contato diretamente com seu interlocutor real observando sua atitude responsiva frente ao seu texto Nesse caso a aluna percebeu que n o se fez entender pelo interlocutor a express o n o ir com a cara n o possu a o mesmo sentido para o leitor que n o considerou isso como um argumento A professora pesquisadora mediou o di logo da aluna consigo mesmo a fim de que ela refletisse repensasse sua escrita Por m a pesquisadora atuou como mediadora entre os coment rios e as postagens e os escreventes Frente ao coment rio lido a aluna percebeu um problema no seu texto mas ainda n o possu a nenhuma estrat gia de como resolv lo A pesquisadora por sua vez utilizou se dos coment rios para questionar aos alunos e aos seus textos pois O ato de questionar a a o do professor mediador que mais colabora para desencadear no sujeito aluno o di logo interior na escrita e consequentemente suas a es de escrita e reescrita que enriquecem o conte do tem tico MENEGASSI E MALENTACHI 2007 p 679 O di logo interior do sujeito autor permite a ele desenvolver melhor o assunto a ser abordado quando impelido atrav s de um mediador Tratando do aspecto Conte do tem tico a partir da no o de Bakhtin 2003 ressalta se que no artigo de opini o o conte do tem tico que circula a argumenta o em favor de uma opini o ou ponto de vista independentemente do assunto abordado C
50. se sobre a constitui o hipertextual dos blogs partindo do conceito bakhtiniano de g nero discursivo e ampliando o atrav s dos estudos de Ara jo 2007 e Xavier 2004 Constata se que o blog sofreu uma s rie de modifica es estruturais derivadas das mudan as na finalidade de comunica o estabelecida entre seus interlocutores Na se o 1 3 relaciona se a produ o de texto no blog aos pressupostos de ensino da escrita Na se o 1 4 foca se o blog como um g nero hipertextual 1 1 A internet e a busca por identidades O papel precipuo da internet vem se definindo em favor de pr ticas sociais cada vez mais din micas Ela resultado da jun o de mais de 40 mil redes de computadores interligadas e espalhadas pelo mundo todo capazes de armazenar informa es disponibiliz las em tempo real e ainda permitir a comunica o entre usu rios localizados em qualquer lugar do globo terrestre Atualmente a World Wide Web www a rede mais popular na qual 15 documentos com roupagens e configura es diferentes compartilham o mesmo suporte digital que pode ser facilmente acessado A rede mundial de computadores suscita um instigante debate acerca de muitos conceitos que pareciam inabal veis na ci ncia como as no es de tempo e espa o de oralidade e escrita de texto e hipertexto dentre tantos outros Mais do que isso ela vem causando uma verdadeira revolu o global atrav s do dissolvimento das fronteiras geogr f
51. ser as palavras tem 118 ou possui evidenciando que n o leu corretamente o texto antes de clicar no comando publicar e agora a comentarista chama a aten o para o fato Em seguida no coment rio insere se um novo parecer ao texto lido achei bem legal seguido novamente de outra ora o concessiva s organizar as ideias melhor que pode ser entendido como contudo organize melhor as ideias A comentarista n o diz diretamente que o conte do discutido no texto est desorganizado mas deixa isso subentendido assinalando que melhor a autora reorganiz lo Novamente evidenciam se os elos comunicativos cont nuos do dialogismo O coment rio produzido pela aluna uma resposta compreensiva imediata do que foi lido porque assim que realizou a leitura voluntariamente deu a devolutiva ao texto lendo o e questionando o ao interagir com o seu produtor Pode se dizer que a aluna formulou uma contrapalavra n o apenas por ter compreendido o que estava escrito e o questionado mas porque fez corresponder ao texto as suas palavras A aluna deu continuidade ao di logo e produziu seu enunciado esperando uma resposta imediata de seu interlocutor real que se evidencia sobretudo no trecho s reorganizar melhor as ideias Apesar de o verbo organizar estar no infinitivo ele tem um car ter de recomenda o e poderia ser substitu do por um verbo no imperativo organize Como a esfera de comunica o do blog exige uma comunic
52. trabalharem com atribui es a respeito da leitura como por exemplo refletirem a porque os colegas da autora ao saberem que ela se matriculou na academia ir o dizer que o mundo acabou b Ser que o passado de Nina se relaciona com o medo de academia c Por que a autora se acha preconceituosa A pesquisadora sugeriu as perguntas oralmente para que os alunos refletissem e sob as respostas 80 deles ia se direcionando a leitura No n vel da intera o com a leitura os alunos foram questionados sobre o tema do texto lido as rela es entre o texto e a sociedade atual etc Os alunos foram questionados sobre qual era o g nero do texto lido de forma que as respostas se dividiram em descritivo narrativo e depoimento pessoal Quanto aos dois primeiros a professora elucidou que n o eram g neros antes modos de organiza o textual A pesquisadora elucidou as diferen as mostrando exemplos no quadro A resposta dos alunos evoca a maneira como o ensino de l nguas ainda realizado atrav s de produ o de reda es pautadas genericamente em narra es disserta es ou descri es e n o em g neros discursivos Ap s elucidar as diferen as entre os tr s a pesquisadora questionou sobre quais marcas no texto poderiam caracteriz lo como depoimento pessoal Os alunos apontaram os pronomes da primeira pessoa eu me mim os verbos matriculei vou etc e al m disso notaram sobre o fato de ser um blog pessoal e que
53. vida podia ser considerada uma porcaria pois todos faziam me sentir cada dia pior Mas com o passar de tr s meses consegui perder vinte e quatro quilos e hoje posso dizer que finalmente estou livre do tal preconceito que me afetou tanto hoja vejo pessoas mais gordinhas como se fossem como eu pois ainda me acho corda 06 23 0 MILH ES DE COMENT RIOS Figura 22 Escola n o lugar de preconceito Fonte http www pontodepartida blogspot com br Coletado em 22 06 11 No texto escrito em primeira pessoa do singular a estudante conta sobre uma fase da sua vida em que pesava 76 quilos e por isso era alvo de preconceito O texto apresenta marcas 105 t picas de um depoimento pessoal no qual h a utiliza o de verbos na primeira pessoa pronomes possessivos como meu minha me E h tamb m a utiliza o predominante dos pret ritos pesava afetou faziam Kemiac 2008 explica que nos depoimentos pessoais o foco da narra o sempre um fato acontecido ou vivenciado pelo locutor Ao narrar esse fato o locutor apresenta a situa o inicial que desencadeou o fato narrado No caso desse depoimento o fato inicial se refere ao per odo em que a escrevente estava 24 quilos acima do peso No segundo momento ocorre o cl max o pice da narra o no qual a escrevente foca o aspecto do preconceito sofrido e as consequ ncias desse mesmo preconceito em sua vida Finalmente a ltima situa o apresentada aquela na qual oco
54. 0 S 500 000 g 400 000 300 000 200 000 a FRRERAad E 1 Il ji RE Er AMNOLLCRCCCELARAAANNCCE AARAA EAA A A LLC E A E E E A e ANA D o2 e e E AAA A AN S AP ie a a A e e a E a e e a 04 Das 2286 Cl s o a oo 5 oo 3 a ERIC 44 OO ta PLn i as o 3 4 amp RC ES E o E gt Regionais Clique na regional para mostrar uso nas escolas Figura 11 Horas de uso de computadores nas escolas do Paran Dispon vel em http www prdestatistica seed pr gov br pentaho jsp PrdDashboar dData jsp dataInicial 03 2F02 2F20 08 amp dataFinal 19 2F12 2F2008 O gr fico mostra que durante o per odo letivo de 2008 o Paran Digital registrou 400 mil horas de uso dos computadores nas escolas da Regional de Guarapuava constitu da por 8 munic pios e 4 distritos Na sequ ncia o gr fico abaixo traz os dados referentes ao per odo letivo de 2009 60 Uso por Regional 03 02 2009 at 19 12 2009 1 200 000 1 100 000 1 000 000 4 900 000 S 800 000 a w 700 000 3 q 600 000 o 4 500 000 400 000 1 300 000 7 200 000 e HAAAT errre tyr LET gt 2 4 4 q ROSI NNE DONT AKAA NONOAI ESEC LTA Lrt anneo aguo G 322o CEA E A ER s a e E S i A S A O DELA O BR 4 yo ll SL RA It CORA 44 e 6 gt te Ea La amp 2 gt amp e So b E EA ENCA 6 E 2 oa Regionais Figura 12 Horas de uso de computadores nas escolas do Paran Dispon vel em http www prdestatistic
55. 04 apontam algumas dessas etapas planejamento execu o leitura do texto e modifica o a partir da sua reescrita Assim o texto passa a ser visto como processo propenso a mudan as melhorias retifica es a partir do di logo com o outro que pode ser o professor n o como nico interlocutor mas como um mediador entre o texto produzido e o texto reescrito o colega e principalmente o outro de si pr prio que exige que o escrevente saia dessa posi o de escritor e passe a ser o leitor de seu texto s etapas discutidas por Fiad amp Mayrink Sabinson 2004 acrescentamos ainda as atividades de leitura anteriores produ o textual Implicitamente ao retomarmos Bakhtin que diz que todo enunciado apenas um elo na cadeia discursiva consideramos que a escrita est ou ao menos deve estar indissociavelmente ligada leitura pois Todo enunciado tem por assim dizer um principio absoluto e um fim absoluto antes de seu in cio os enunciados dos outros depois do seu t rmino os enunciados responsivos dos outros BAKHTIN 2003 p 275 Vista como intera o a escrita uma resposta n o apenas de como se deu no aluno um processo de internaliza o mas como o sujeito devolve a palavra ao meio social em que est inserido Compreendemos a leitura como condi o para a atividade de escrita A leitura nesse caso n o se restringe folha do papel ou tela do computador mas antes ratificando as
56. 1 Eu acho que cada um tem seu gosto e ningu m tem nada a ver com isso como eu tbm acho q quando algu m tem um gosto a gente deve criticar o mesmo a gente quer pra n s Um exemplo da m sica eu gosto do Luan Santana os outros criticam o cara eu concordo com o texto se n o gosta respeita F 2 Muito legal O preconceito musical muito comum Adorei o texto trata bem sobre isso e precisamos acabar com o preconceito No primeiro coment rio a aluna inicia a frase utilizando o pronome pessoal eu na express o eu acho que marca a sua opini o A aluna ratifica as palavras do texto lido eu acho que cada um tem seu gosto e ningu m tem nada a ver com isso concordando com ele mas d continuidade ao di logo medida que utiliza um exemplo para justificar sua opini o eu gosto de Luan Santana No segundo o aluno d continuidade ao di logo instaurado com o texto demonstrando suas impress es sobre o que leu muito legal adorei e ainda sugerindo que devemos acabar com isso na primeira pessoa do plural incluindo a si e ao outro interlocutor na tarefa de acabar com o preconceito Em ambos os coment rios pode se notar que os alunos al m de ratificarem o texto conseguem ir al m das palavras nele expressadas e posicionar se como sujeitos Em ambos os coment rios os alunos se posicionam como sujeitos e v o al m das palavras do texto atrav s e do relacionamento do texto com sua experi ncia sobre o ass
57. 2000 p 223 o artigo de opini o um g nero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada id ia influenci lo transformar os seus valores por meio de um processo de argumenta o a favor de uma determinada posi o assumida pelo produtor e de refuta o de poss veis opini es divergentes No texto do estudante h uma tentativa por apresentar argumentos contr rios ao preconceito como nas passagens o problema do ser humano querer estar certo quando na verdade est errado n o se pode julgar uma pessoa pela apar ncia o preconceito leva alunos exclu dos a sofrerem transtornos psicol gicos etc Por m a aluna recebe em seu texto o seguinte coment rio apresentado na figura 29 3 An nimo disse G lika acho q isso de n o ir ca kra n preconceito n falta de educa o msm Qgr coisa motivo para algumas pessoas ficarem pagando da kara dos outros Como eu falei no meu texto qqr coisa motivo p terem preconceito lugar onde mora se rico cor da pele 11 49 130 O aluno questiona sobre o que a escrevente entende por preconceito acho q isso de n o ir c a kra n preconceito n falta de educa o msm abalando toda sua tentativa de argumenta o Esse fato a incomoda tanto que responde ao colega com outro coment rio 3 An nimo disse Pois mas isso q eu disse q o preconceito uma avalia o errada q n s fazmos pq julgamos os o
58. An nimo disse Ahh ta o teu n o tem erro neh Gostei do texto 0 bjos 3 An nimo disse Aonde q vc viu algm rico me conte rsrs Aqui na escola eu nunca vi ricos s algumas pessoas que se acham Acho que o maior preconceito msv contra qm bi ou tem comportamento diferente do padr o Valew Internet a Qio Figura 32 Coment rio de Indica o de erro de concord ncia nominal Blog Ponto de Partida Coletado em 06 06 2010 No primeiro coment rio a frase mas esses os que mais se destacam o aluno reproduz um excerto do texto lido no qual h o erro de concord ncia entre o verbo ser e o sujeito que n o aparece na frase mas no texto a palavra preconceitos A pergunta ret rica e ir nica acompanhada da onomatop ia de gargalhada kkkk e ele apresenta a forma gramaticalmente aceita que seria s o os que mais se destacam O aluno escrevente ao ler esse coment rio provavelmente ter de voltar a ler o seu pr prio texto para entender do que se trata obrigando se assim a fazer a releitura O Valew no fim do coment rio corresponde express o valeu que na internet assume um significado de despedida entre o jovens amenizando assim a rispidez do enunciado J nesse outro coment rio a aluna questiona sua colega em rela o s informa es expressas no texto que para ela parecem contradit rias 125 a gt Blogger Ponto de Partida Postar um coment r E
59. Figura 37 Texto reescrito Blog Ponto de Partida Coletado em 06 06 10 ESSA fai Nos coment rios produzidos h uma contesta o do que foi exposto na postagem e a opini o das comentaristas Os comentaristas do texto n o acreditam que a escrevente esteja gordinha no primeiro coment rio alega se que a escrevente est sendo preconceituosa com ela mesma enquanto no segundo pedem para ela parar de se preocupar tanto com o peso e relaxar Como no depoimento pessoal busca se evidenciar uma situa o vivida a escrevente adiciona ao seu texto exemplos de como sofreu preconceito na escola citando situa es e apelidos constrangedores sublinhados em vermelho Os exemplos inseridos pela aluna servem para comprovar o desejo apresentado no final do texto acho que ainda tenho que emagrecer pois n o quer passar pelas mesmas situa es novamente A modifica o produzida pela aluna resultado da reflex o sobre os coment rios lidos nos quais se questiona o que a escrevente apresentou Pode se dizer que no quadro capitular vermelho indicado pela palavra resposta na imagem 38 h uma resposta imediata aos coment rios produzidos Essa resposta formulada atrav s de uma esp cie de argumento que respalda o seu dizer 136 A reescrita do texto pela aluna mostra que ela considerou seu interlocutor e al m disso respondeu o atrav s da sua postagem A contesta o al ada pelos coment rios contudo n o modifico
60. O usu rio que deseja criar um blog encontra um provedor e faz seu cadastro podendo personalizar sua p gina com os modelos dispon veis em seu hospedeiro ou ainda pode baixar modelos conhecidos como templates dispon veis em outros sites e at mesmo criar um modelo personalizado 20 Ao considerarmos os blogs a partir de uma perspectiva hist rica nota se que seu surgimento se deu quando foi criado o Blogger que tem como dom nio o blogspot com em agosto de 1999 pelo norte americano Evan Williams criador do maior site hospedeiro de blogs no mbito mundial A partir da essa ferramenta ganhou visibilidade no mundo virtual e agrega cada vez mais usu rios O Technorati indexador de di rios virtuais divulgou em 2007 que nessa poca o n mero de blogs ativos no mundo estava pr ximo da marca de 1 bilh o Recentemente Rick Klaus diretor executivo do Blogger com divulgou que o Brasil j o segundo em n mero de blogs e perde apenas para os Estados Unidos O diretor anunciou tamb m que a cada minuto 270 mil palavras s o postadas no blogspot com Esse crescente interesse em blogs pode ser explicado por pelo menos dois fatores O primeiro j mencionado a facilidade do seu uso e manuten o O segundo fator resulta da uni o de um ambiente pl stico que permite a rela o de v rias simbioses e da sua estrutura textual que se organiza em prol da intera o Assim mais do que publicar textos na rede ou participar d
61. PRATICANDO 05 FCMS RO SE col gio Mitar de Curia 2 TX col gia Mitar de Curtiba 2 E Obtenha mais comple 25 Hjort bgn EP Archive Agel 1997 X E ooge Tradtorpt eni 2 8 3 m P gnas Segra o Paramena o Q z Tuesday April 01 1997 Linkbor Biz Brother Bany Frankel says Web Ads are Intrusive and Wesley Felter replies Check this out Amazing MacWEEK Goodbye AppleLink A tear comes to my eye Object database that stores Java applets Andy J Wiksms at Harvard is using Frontier for a class website MIME Encoder Decoder Needed Netscape Visual JavaScript press release and backarounder A preview version for Windows will ship next week USS495 Tom Biddulph s new Java toy Lots of new stuff on Mail Starting 3 31 99 Brian Ablaza The Philosophy of Fusion an important piece and a fat page graphic Ta Iniciar E ce Figura 4 Primeira postagem do primeiro blog da hist ria Dispon vel em www scripting com 1997 04html Acessado em 12 de janeiro de 2010 Na primeira postagem observa se uma s rie de frases e links independentes que n o formam um nico texto pois como explica Marcuschi o texto se constitui como tal medida que possui uma unidade de sentido oriundo do car ter enunciativo e n o meramente formal 33 que vai al m da frase e constitui uma unidade de sentido MARCUSCHI 2009 p 71 As frases expostas na imagem n o constituem juntas uma unidade de sentido mas a
62. S I C C de Pesquisas qualitativas de professores de portugu s In BASTOS N B org L ngua Portuguesa uma vis o em mosaico S o Paulo IP PUCSP EDUC 2002 pp 277 297 XAVIER A C Processos de referencia o no hipertexto Cadernos de Estudos Ling sticos do IEL Instituto de Estudos Ling sticos Universidade de Campinas jul dez 2001 pp 165 176 O hipertexto na sociedade da informa o a constitui o do modo de enuncia o digital Tese Doutorado em Ling stica Campinas Instituto de Estudos da Linguagem IEL Universidade Estadual de Campinas UNICAMP 2002 Leitura texto e Hipertexto In MARCUSCHI L A e XAVIER A C S orgs Hipertexto e g neros digitais novas formas de constru o de sentido Rio de Janeiro Lucerna 2004 p 170 180 ZANINI M O texto como unidade e objeto de ensino da teoria transposi o did tica In ANTONIO J D NAVARRO P orgs O texto como objeto de ensino e descri o lingu stica e de an lise textual e discursiva Maring EDUEM 2009 p 13 27 ZOZZOLI R M D org Ler e produzir discurso texto e forma o do sujeito leitor produtor Macei Edufal 2002 p 17 31 VYGOTSKY L S A forma o social da mente 2 Ed S o Paulo Martins Fontes 1988 WERTHEIN Jorge A sociedade da informa o e seus desafios Revista Ci ncia e informa o Bras lia 2000 v 29 n 2 p 71 77 145 REFER NCIAS ELETR NICAS ADNEWS d
63. Se a escola precisa estar aberta paras as novas configura es do uso da linguagem que agora adentra o universo digital ent o o trabalho pedag gico deve estar organizado de modo que as crian as sejam alfabetizadas ao mesmo tempo em que se tornem letradas inclusive digitalmente ARA JO 2007 p 81 Por isso na rea educacional as novas tecnologias da informa o tamb m surgem como uma alternativa para inserir os sujeitos em contextos digitais de aprendizagem e atender s necessidades geradas pela sociedade Essas novas tecnologias vem sendo conhecidas segundo Mayrink 2009 pelo r tulo de TICS Tecnologias da Informa o e Comunica o Masetto explica que Tecnologias da Informa o e comunica o est o relacionadas ao uso da inform tica e portanto ao uso do computador da Internet do CD ROM da hiperm dia da multim dia de ferramentas para a educa o dist ncia como chats grupos ou listas de discuss o correio eletr nico etc e de outros recursos e linguagens digitais que atualmente dispomos MASETTO 2000 p 152 Pensando nas rela es entre computador e ensino Mayrink 2009 apresenta algumas abordagens de como os computadores t m sido usados na educa o A primeira modalidade apresentada pela autora s o os computadores como m quinas de ensinar nas quais os programas de computador incorporam os conhecimentos de algum assunto e tornam se ferramentas para apresentar tal assunto
64. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING CENTRO DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LETRAS MESTRADO LORENA IZABEL LIMA O BLOG NA SALA DE AULA E A SALA DE AULA NO BLOG POSTS E COMENT RIOS COMO FERRAMENTAS DE ENSINO APRENDIZAGEM DA ESCRITA MARING PR 2011 LORENA IZABEL LIMA O BLOG NA SALA DE AULA E A SALA DE AULA NO BLOG POSTS E COMENT RIOS COMO FERRAMENTAS DE ENSINO APRENDIZAGEM DA ESCRITA Disserta o apresentada Universidade Estadual de Maring como requisito parcial para obten o do grau de Mestre em Letras rea de Concentra o Estudos Lingu sticos Orientador Prof Dr Marilurdes Zanini MARING PR 2011 Dados Internacionais de Cataloga o na Publica o CIP L732 Lima Lorena Izabel O blog na sala de aula e a sala de aula no blog post e coment rios como ferramentas de ensino aprendizagem da escrita Lorena Izabel Lima orientadora Marilurdes Zanini Maring PR 2011 143 f il 30cm Disserta o Mestrado Programa de P s Gradua o em Letras Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Universidade Estadual de Maring 2011 1 Produ o textual escrita blogs 2 G nero discursivo interlocutor I Zanini Marilurdes orientadora II T tulo A minha m e exemplo de for a e ternura por tantos sacrif cios dos seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus Minha conquista sua Ao Eliseu por ter me dado a
65. a es n o cont nuas nem progressivas O blog partilha dessas caracter sticas evidenciadas atrav s de tr s fatores a encontra se no ciberespa o para acess lo utilizamos um endere o eletr nico conhecido como http hipertext transference protocol Esse endere o promovido pela World Wide Web nos direciona a uma p gina espec fica b possui uma estrutura baseada em blocos de informa es interligados atrav s de links c os blocos de informa o s o constitu dos de maneira 44 multimodal isto atrav s da utiliza o de diferentes recursos sonoros imag ticos e verbais tais como v deos m sicas figuras etc No exemplo abaixo selecionamos o blog A Eterna Estrangeira que pode ser acessado atrav s do endere o http www aternaestrangeira blogspot com Eterna Estrangeira At logo Tenho mem rias que s o quase Peguei nas m os duas flores que faziam parte da decora o sobre a mesa e despedacei as entre os dedos Olhei para as p talas espalhadas na minha frente e naquele momento entendi o a memorias que me escapam mente tenho mem rias inteiras tenho significado do meu gesto Eu tamb m estava despeda ada afora Desfalecida com maquiagem borrada lembrei dos ltimos VISUALIZAR MEU PERFIL COMPLETO acontecimentos daquela noite Uma conversa que come ou entrecortada e entrecortada permanecia na minha mente Uma mescla de elogios sinceros a esbofeteadas recrimina es Palavr
66. a o n o impositiva o verbo permaneceu no infinitivo mas condensa a espera da reformula o do texto Outro ponto a ser salientado que o coment rio foi produzido a partir de um pedido do professor como uma tarefa Embora tenha ocorrido o pronto atendimento a esse pedido j que a aluna o executou a resposta n o foi perenemente passiva pois se percebe que a aluna al m de cumprir a tarefa apropriou se das palavras do outro e formulou as suas palavras interagindo realmente com seu interlocutor As marcas do texto que comprovam isso s o as seguintes a Adequa o do estilo da linguagem esfera comunicativa marcada pela preocupa o em n o constranger o interlocutor utilizando para isso recursos de eufemismo como nas passagens n o entendi o que vc quis dizer ao inv s de n o d para entender o uso do infinitivo organizar ao inv s de organize Tamb m a amistosidade manifestada atrav s de elogios e do tom sutil e descontra do para fazer os coment rios t pico da blogosfera b Apropria o da grafia das palavras t picas da internet caracterizadas sobretudo pela supress o de letras para abreviar palavras vc q td tds bjooo c Marcas da presen a do interlocutor apresentadas primeiramente atrav s da inclus o direta dele no di logo o q vc quis dizer o que vc disse seu texto Em segundo lugar pela adequa o da linguagem apresentada no item A Al m disso a comen
67. a o na internet d origem a uma linguagem de estilo amistoso e fraterno 1 4 G neros hiper textuais e ensino da escrita Ao olhar para a produ o escrita em situa o de ensino a partir de uma perspectiva bakhtiniana o g nero discursivo ou textual pode ser visto como o texto que ser produzido pelo aluno inserido na sociedade considerando se a realidade social e hist rica em que vive que ser enviado a um interlocutor socialmente eleito e constitu do Com vistas a esses pressupostos Geraldi 1999 explica que em uma situa o de ensino para produzir um texto em qualquer modalidade preciso que o locutor a tenha o que dizer b tenha uma raz o para dizer o que se tem a dizer c tenha para quem dizer o que se tem a dizer d constitua se como tal enquanto sujeito que diz para quem diz e escolha estrat gias para realizar os t picos anteriores Todos os elementos acima citados condensam de certo modo os conceitos sobre a intera o verbal Portanto ao desenvolver uma atividade de escrita em contexto de ensino aprendizagem desde as atividades pr vias at a reescrita do texto dever se ia contemplar todos esses elementos a fim de minimizar uma artificializa o da escrita E isso n o deveria funcionar na escola como uma atividade meramente avaliativa mas antes como uma atividade de inser o social em pr ticas de letramento A esse respeito Menegassi 2003 mostra que alguns dos elementos
68. a figura 11 possuem elementos estruturais gerados pela pr pria p gina do blog a saber nome ou nickname de quem comentou corpo do texto data e hora da escrita Al m disso quanto estrutura composicional todos os textos s o breves variando entre 5 e 10 linhas uma vez que muitos hospedeiros de blogs delimitam um n mero m ximo de caracteres para os coment rios O conte do tem tico expresso nos coment rios baseado na emiss o de um parecer sobre as informa es que aparecem na postagem Assim a finalidade de comunica o nesse g nero a de comentar sobre os textos lidos seja para elogiar criticar concordar complementar ou simplesmente demonstrar que a leitura foi realizada Assim observa se que no primeiro coment rio Eliane Crespo registra elogios sobre o texto dizendo que se identificou com ele enquanto no terceiro coment rio a blogueira Dulcin ia tece uma esp cie 48 de cr tica est ficando meio melodram tico seu blog Tati e devolve a palavra para a escrevente atrav s da pergunta uma nova personalidade A ferramenta Coment rios um recurso que acentua o grande diferencial do hipertexto inform tico a otimiza o da interatividade atrav s de dispositivos que permitem que todos participem da intera o de forma igualit ria principalmente por assegurar que todos possam assumir a palavra como locutores O interlocutor j vinha sendo visto com mais poder nos estudos de Bakhtin Ap
69. a que mais de 1 5 bilh o de pessoas ser o obesas at essa data Por m a aluna ultrapassa a repeti o objetando que necess rio lutar contra esse ndice n o tomando a pesquisa como uma verdade absoluta Do ponto de vista textual observa se que apesar da aluna se esfor ar para construir um texto aut ntico h ainda uma dificuldade de organiza o do texto escrito que se apresenta bastante fragmentado em rela o coes o textual As frases aparecem um tanto soltas como se observa no trecho Bom muitas pessoas sofrem com isso pois um preconceito que deve ser vencido Eu nunca sofri mais tem pessoas que eu conhe o que sofrem muito com isso Mais mesmo assim tem que lutar contra a obesidade As frases foram escritas sem que houvesse a preocupa o em conect las adequadamente atrav s de ganchos formais como se observa entre a primeira e a segunda frase nesta ltima a aluna insere uma nova informa o que tenta complementar a primeira mas sem utilizar para isso nenhuma estrat gia de inclus o a frase aparece simplesmente sobreposta outra Essa falta de articula o do texto fruto da situa o de escrita instant nea isto os alunos escreveram no blog e logo postaram seus coment rios A aluna n o se posicionou como leitora do seu pr prio texto como interlocutora embora o interlocutor real para quem o texto deveria ser dirigido estivesse marcado o escrevente do blog e fosse considerado no momento da
70. a reuni o com o instrutor AGENDADA N o sei como s o essas coisas e ficarei muito mas muito nervosa Assim como ficava nas aulas de educa o fisica da escola Pronto o meu passado como a pessoa mais medrosa da aula de educa o f sica do Col gio Nossa Senhora do Ros rio ja voltou aos meus pensamentos O cora o acelerado com medo da aula de handball a humilha o de ser sempre a ltima a ser escolhida o medo da goleira diante do p nalti Mas eu vou tentar S para provar para mim que eu sou muito mas muito corajosa Rezem por essa alma sedent ria Nina Lemos O inont Iniciar CEO ff mieri a LORENA E Figura 15 Postagem do Blog 02 neur nio Acessado http www 02neuronio blog uol com br Acessado em 10 04 2010 A postagem em quest o caracteriza se como um relato pessoal apresentando poucas infer ncias Dessa forma os alunos conseguiram realizar o primeiro n vel da leitura de forma aut noma identificando rapidamente as informa es explicitas no texto sendo que para os n veis de atribui o intera o e discursividade a pesquisadora interveio a partir de perguntas orais que direcionaram a leitura a onde ela se matriculou b qual argumento ela usa para explicar porque n o gosta de academia c a autora se acha preconceituosa em rela o a si pr pria d qual a rela o entre a academia e a vida estudantil na inf ncia da autora A partir da identifica o desses elementos foi poss vel aos alunos
71. a seed pr gov br pentaho jsp PrdDashboardData jsp dataInicial 03 2F02 2F20 09 amp dataFinal 19 2F12 2F2009 O gr fico acima registra um decr scimo no tempo de conex o nas horas de uso dos computadores em rela o ao ano de 2008 O total de horas baixou para menos de 400 mil apesar do n mero de computadores em funcionamento ter aumentado Embora os dados n o possam mensurar os fatores que motivaram esse decr scimo pode se perceber a baixa utiliza o dos recursos digitais em quest o atrav s da observa o da m dia de uso dos computadores por usu rios professores alunos e funcion rios na regi o de Guarapuava nesse mesmo per odo N meros Escolas Monitoradas 51 de 2185 2 33 N mero de Usu rios 49 130 00 http www prdestatistica seed pr gov br pentaho jsp PrdDashboardData jsp dataInicial 03 2F02 2F20 09 amp dataFinal 19 2F12 2F2009 Como na Regi o existe mais de 49 mil usu rios a m dia de uso dos computadores por usu rio foi de 7 7 horas por ano menos de uma vez por m s ressaltando que nem todos os usu rios s o alunos pois o programa contabiliza todos os computadores conectados ao Paran Digital secretaria sala de professores biblioteca o que diminui ainda mais esse ndice Esses dados permitem constatar que ainda h pouca utiliza o dentro da escola de recursos de 61 inform tica Os mesmos ndices confirmam o que se percebeu na escola pesquisada que ainda h muita dificul
72. ade de express o e consequentemente oferecer mais nuances da subjetividade do participante Esses aspectos s o interessantes para a pesquisa interpretativa pois como argumenta Trivifios 1987 o question rio aberto um dos instrumentos mais decisivos para estudar os processos no qual o pesquisador qualitativo est interessado No caso dessa pesquisa as perguntas abertas possibilitaram que os alunos citassem nomes de sites utilizados expressassem como se sentem com o uso do computador al m de mostrarem informa es que n o poderiam ser detectadas em um question rio de perguntas fechadas 66 O instrumento de pesquisa foi respondido anonimamente por 22 alunos do 1 ano do Ensino M dio aplicado durante o hor rio regular de aula pela pr pria pesquisadora Os dados obtidos atrav s dos question rios levaram escolha definitiva da sala de aula pesquisada pois confirmaram a hip tese de que os alunos n o apenas utilizam a internet como se interessam sobremaneira por esse recurso As respostas das perguntas fechadas foram compiladas de forma quantitativa a fim de observar onde os alunos utilizavam a internet Por m durante o desenvolvimento das atividades recorreu se ao question rio de maneira qualitativa para nortear as a es desenvolvidas na sequ ncia did tica proposta As respostas s perguntas fechadas mostraram que apesar de apenas 45 dos alunos terem acesso internet em casa todos eles acessam a internet com
73. adurecimento dos alunos o que normal em situa es de ensino Al m disso a professora regente de l ngua portuguesa foi solicita em acompanhar o processo e ceder suas aulas durante o tempo que fosse necess rio inclusive para posteriores interven es caso se fa am necess rias 69 focar aspectos de coes o e coer ncia empregados com dificuldade pelos alunos A sequ ncia did tica efetivamente aplicada foi assim organizada Sequ ncia Did tica ETAPA DESCRI O Etapa 1 Objetivo Apresentar e introduzir os blogs na sala Apresenta o da Situa o inicial de aula a partir de leitura e discuss o de alguns 2 horas aula exemplos Conte do abordado Aspectos composicionais do blog e compreens o da fun o comunicativa Blog 02 Neur nio Etapa 2 Objetivo propor leitura do texto e a escrita de E Sid a coment rios a fim de diagnosticar o que os alunos Produ o inicial de Coment rios x DR q sabem ou n o em rela o ao g nero Produ o de coment rios para um texto postado no blog selecionado Par metro de an lise adequa o dos aspectos 1 hora aula textuais do g nero presen a do interlocutor e adequa o ao estilo de linguagem esfera de comunica o Blog Comportamento Magro Postagem Preconceito Tamanho GG Etapa 3 Objetivo Criar um blog coletivo para abrigar as postagens e intera es da turma bem como demais Cria o de um blog da turma sui Ho da internet 1
74. alguns dos indicadores das marcas hipertextuais Xavier 2002 caracteriza os hipertextos a partir do car ter multimodal que parece ser o grande curinga dos g neros hipertextuais Nesse sentido compartilha se da opini o do autor a respeito do que s o hipertextos apenas os dispositivos textuais digitais multimodais e semiolingu sticos dotados de elementos verbais imag ticos e sonoros que estejam on line isto os que estejam indexados Internet reticuladamente interligados entre si e que possuam um dom nio URL ou endere o eletr nico na World Wide Web XAVIER 2002 p 26 O hipertexto digital ou inform tico nesse cen rio definido como uma cole o de informa es multimodais disposta em rede para a navega o r pida e intuitiva um conjunto de n s ligados por conex es Os n s podem ser palavras p ginas imagens gr ficos ou parte de gr ficos segii ncias sonoras documentos complexos que podem ser eles mesmos hipertextos Os itens de informa o n o s o ligados linearmente como uma corda com n s mas cada um deles ou a maioria deles estende suas conex es em estrela de modo reticular LEVY 1996 p 44 Marcuschi 2004 explica que o hipertexto uma forma de organiza o cognitiva e referencial cujos princ pios n o produzem uma ordem estrutural fixa mas constituem um conjunto de possibilidades estruturais que caracterizam a es e decis es cognitivas baseadas em s ries de referenci
75. alize as etapas de escrita discutidas por Fiad amp Mayrink Sabinson 2004 e Envolva o aluno no processo de revis o e reescrita tornando o leitor de seu pr prio texto Al m disso vale assinalar que apesar da dificuldade inicial e justificada dos alunos eles se mostraram motivados envolvidos e dispostos a desenvolver a atividade proposta pelo fato de interagirem com a m quina computador e tamb m com os internautas j que seus textos foram publicados em rede Como advoga Chartier 1999 a internet possibilita a publica o de textos por pessoas que n o poderiam publicar em grande escala suas produ es tal como os alunos que raras vezes se nenhuma tem a chance de expor seus textos aprecia o p blica Portanto finaliza se esse t pico assinalando que os textos produzidos pelos alunos inseridos no blog j demonstram uma preocupa o com o interlocutor mas ainda carecem de atividades de revis o e reescrita No t pico seguinte desenvolveram se atividades que mostram como a intera o por meio de coment rios auxilia na reflex o sobre os textos e contribui para a etapa de reescrita 3 3 3 Utiliza o da ferramenta Coment rios como recurso auxiliar para a revis o das postagens A escrita como trabalho como discutida por Fiad amp Mayrink Sabinson 2004 requer um esfor o de constante planejamento execu o releitura revis o e modifica o do texto Segundo as autoras essas etapas s o recursivas poss
76. alunos Ligados ao objetivo central da pesquisa elencaram se objetivos espec ficos que se pretendem atingir com a execu o das atividades propostas em sala de aula O primeiro objetivo especifico criar uma situa o real de comunica o em sala de aula na qual o blog seja o espa o privilegiado para a intera o O segundo objetivo comprovar que para que se possa realizar um trabalho de ensino da escrita preciso que o blog seja considerado como um g nero hipertextual e n o apenas como mais um g nero do discurso ao contr rio do que sugerem algumas pesquisas como as de Ruiz 2005 e Fonseca 2009 O terceiro objetivo compreender como a intera o estabelecida a partir das postagens e os coment rios pode colaborar para o aperfei oamento da escrita dos alunos Assim este trabalho se organiza em tr s cap tulos al m da introdu o e conclus o No primeiro cap tulo Fundamenta o te rica busca se caracterizar os blogs como g neros hipertextuais originados pela internet a partir da no o de g nero discursivo discutido por Bakhtin 2003 e ampliados por estudos sobre hipertexto e enuncia o digital representados sobretudo por Xavier 2007 e Ara jo 2004 No segundo cap tulo apresenta se o percurso metodol gico da pesquisa descrevendo os sujeitos nela envolvidos os instrumentos de pesquisa e o contexto em que a pesquisa se realizou Descreve se a metodologia da pesquisa qualitativa interpretativista a par
77. ande maioria dos alunos criticou a banda citada no texto lido De modo geral houve uma coletiviza o da escrita na qual o texto de leitura serviu tamb m como um modelo para a escrita visto que algumas express es do texto base foram repetidas aleatoriamente produzindo se um texto para a escola de acordo com Geraldi 1997 ou seja uma reda o Finalizando essa primeira an lise pode se apontar sobre os aspectos aqui discutidos que e Apesar de os alunos desenvolverem um coment rio escrito sobre o texto lido nessa atividade n o houve uma escrita na qual os sujeitos se colocassem como sujeitos s cio hist ricos uma vez que os coment rios basearam se em par frases n o dando continuidade ao di logo e Houve diverg ncia entre os debates realizados oralmente sobre o texto e a produ o escrita sendo que na escrita os alunos simplificaram o texto n o se preocupando em utilizar os argumentos antes apresentados e A mudan a de suporte para a escrita do computador para o papel fez com que o poss vel interlocutor real fosse substitu do pela imagem do professor fazendo com que os alunos escrevessem apenas para cumprir uma tarefa mostrar que compreenderam o texto e a estrutura de um coment rio e A resposta expressa no coment rio produzido migrou da resposta ao texto para a resposta ao comando do professor escrever um coment rio e por isso designou se como passiva importante salientar que embora j configur ss
78. ao aprendiz J na segunda modalidade os computadores s o usados como ferramentas nos quais os programas softwares s o usados como instrumentos para que o aprendiz construa algo e aprenda com o processo Em rela o ltima modalidade de ensino observa se que grande parte dos estudantes principalmente os adolescentes vem utilizando softwares de forma aut noma em seu cotidiano aprendendo atrav s deles Pode se assinalar a utiliza o de jogos programas de m sica e sobretudo a Internet Atualmente comum um estudante possuir MSN Orkut Facebook 12 independentemente de sua classe social pois mesmo aqueles que n o possuem internet em casa podem utilizar lan houses que se multiplicam pelo pa s Assim a cren a difundida de que os estudantes n o gostam de escrever deve ser questionada vista a exig ncia da escrita para a intera o nesses programas Alguns dos diferenciais da escrita nesse ambiente s o a intera o real com interlocutores definidos e a grande semiose de v rias m dias como som imagem v deo Dentre as v rias ferramentas que a Internet oferece observou se que o blog apresenta uma estrutura propicia ao ensino da escrita porque ao mesmo tempo que comunga das vantagens da internet como multisemiose interatividade presen a constante de interlocutores possibilidade de tra ar a leitura por v rios caminhos tamb m permite o desenvolvimento mais elaborado da escrita em rela o aos outros program
79. applied to high school students and subsequently analyzed give subsidies for the organization of an activity of didactic transposition considering the three dimensions that this means reading linguistic analysis and writing itself Triangulation of the texts collected in the records written in the classroom shows that using the blog as a teaching resource presents the following results a students only reach an efficient writing when the teacher defines the genre to be written in the post b the production of comments about the posts generates debate and revision in the genres produced c students depend on the effective mediation of the teacher to the use of hypertext resources The conclusion of the work shows that using the blog in the classroom provides the inclusion of students in the blogsphere in which students appropriate from one end the speech genre language and style used in according to the interlocutors Moreover the real interaction between the interlocutors involved in writing posts and comments helps students revisit reassess and rewrite the texts posted on the blog considering his interlocutors and the suggestions they make The blog as a teaching learning resource allows students to engage in concrete practices of language use in which the alternation between the reader writer roles are crucial to develop student s writing skills since they find space to express themselves and public to hear them thus fulfilling the role
80. ar o refr o Hey soul sister I don t wanna miss A single thing you do Tonight letra parece fofa e quase nos leva a crer que o eu l rico est apaixonadinho pela mo a a quem ele muito singelamente se refere como soul sister Mas essa impress o s para os n o iniciados Psic ticos de verdade detectam a dura verdade por tr s dessas palavras Sim ele acha a mocinha incr vel e n o quer perder nada que ela fa a naquela noite Feroebem a artimanha Quer dizer o cara fala uma coisa bonitinha e a tal da soul sister no auge de D bora Gotlib Vintage Ultimos trabalhos Editorial 1 m s atr s Rioetc a tangerina Cara caramba 55 minutos atr s Ang lica Lopes Foi bom para mim E pra voc 4 semanas atr s Bainha de Fita Crepe N o faz a Mulberry 1 dia atr s Blog oz Neur nio Blog do Qype Brasil Humor na ponta dos dedos 1 semana atr s Desilumin ncia Am Am G Femy 5 Dm F amGDE 3 dias atr s Divers o e arte martha seu derretimento sentimental acaba deixando passar ou pior escolhe medeiros Martha Aguardando http lfadoravelosicose blogspot comi i Iniciar E CE fimo ES tatal guarda unicipol Figura 2 Lista de leitura Dispon vel em http www adoravelpsicose blogspot com Acessado em 26 de Janeiro de 2011 Essa lista n o uma lista comum pois constitu da de links que servem de refer ncia de leitura tanto para o autor quanto
81. as No MSN por exemplo circulam textos similares aos da conversa face a face e devido presen a e troca simult nea entre os usu rios chega a aproximar se da fala J o blog sofreu uma s rie de transforma es desde seu surgimento e hoje permite que muitos g neros o componham como cr nicas noticias contos etc Al m disso os blogs possuem ferramentas de edi o que permitem ao blogueiro voltar ao seu texto postado e reorganiz lo de acordo com a sua necessidade Al m dessas caracter sticas que destacam o blog como uma ferramenta propicia ao trabalho com a escrita assinala se ainda o car ter de coletividade do blog que permite a cria o de redes entre seus usu rios que a fim de manterem se participantes de uma comunidade virtual na tentativa de se auto identificarem dessa interdepend ncia entre os usu rios que surge a Blogosfera uma esfera de comunica o virtual marcada pela participa o igualit ria entre seus usu rios pela forma o de comunidades virtuais e pela capacidade de absorver qualquer g nero discursivo como ser discutido Como os blogs s o organizados em torno da intera o escrita promovida pela altern ncia entre os pap is leitor autor facultada pelos espa os de postagens e coment rios pode ser aproveitado para motivar a escrita em sala de aula e atrav s de estrat gias did ticas e aprimorar a compet ncia lingu stica dos alunos Assim neste trabalho parte se da hip tese de que o blo
82. as encalacradas na garganta sairam despejadas No meio tilazz At logo do som alto sem cerim nias encerradas com uma saida brusca http tinyurl com dexnoz Aquela noite havia sido a das despedidas V rias ao longo da tilazz a procura eternazaaa noite que s serviram para mostrar o que no fundo euj sabia ttp tinyurl com dysnte N o h raz es para se dizer adeus Estaremos pr ximos e talvez ligados a fim de tentar descobrir o que ser que h em mim e em voc que mexe com a minha e com a sua alma 4 COMENTARIOS Figura 10 Composi o dos blogs A eterna estrangeira Dispon vel em www aeternaestrangeira blogspot com br Acessado em Fevereiro de 2009 Esse Blog um prot tipo bastante similar maioria dos outros Os quadros vermelhos foram aqui introduzidos com o intuito de marcar os diferentes blocos que comp em o todo hipertextual de um blog para conceituar os dispositivos hipertextuais a autora considera que s o recorrentes na composi o de um blog os seguintes elementos 45 A Post o texto mais importante da p gina escrito diariamente pelo blogueiro O post funciona como um espa o de publica o dentro do blog n o sendo portanto um g nero mas os abrigando B Coment rios espa o no qual o leitor pode contribuir interagir com autor texto leitor Q Perfil Link de acesso s informa es sobre o blog e seu autor D Barra de Navega o Local re ne os links consid
83. atisfa o olhava como se dissesse eu que sou magra estou b pessoas que sofreram transtornos comendo uma salada e voc pela forma que as pessoas as que gorda est comendo olhavam isso c hoje em dia se voc n o tem uma c o obeso est predestinado a boa apar ncia e n o atrai ter restri es na hora de se sexualmente vestir a ter apelidos depreciativos a ser sexualmente desinteressante Nesses coment rios as palavras em negritos indicam a rela o de manuten o do elo comunicativo a partir de uma par frase Por exemplo no segundo coment rio h uma substitui o das palavras do texto lido pelos alunos por sin nimos o padr o de beleza gt ideal de beleza o machuca gt magoa o magrela a olhava gt pessoas as olhavam sexualmente desinteressante gt n o atrai sexualmente A par frase das palavras do outro nesse caso do texto lido mostra que a primeira houve compreens o por m a devolutiva ao texto n o ultrapassou o limite da compreens o pois os alunos n o formaram uma r plica pessoal ao texto Nessa fase de produ o de coment rios observou se que os alunos motivaram se mais para a escrita quando aconteceu dentro do blog e a partir do contato com o outro como poss vel verificar na tabela 3 97 Tabela 2 Atitudes responsivas em n meros Coment rios Coment rios Alunos que n o Atividad baseados na baseados na c
84. autora relatava sobre suas expectativas de iniciar as aulas 78 na academia relembrando seus tempos de col gio nos quais tinha medo das aulas de educa o f sica Quando questionados sobre o porqu da escolha dessa postagem a grande maioria disse que a escolheu por ser o texto mais atual A postagem cronol gica dos textos evoca a organiza o textual dos di rios tradicionais que seguiam a linearidade temporal dos fatos que na situa o da sala de aula o que parece suscitar o interesse dos alunos o relato do presente Alguns alunos comentaram que existem postagens muito antigas no blog que j aconteceram h muito tempo Komesu 2004 explica sobre a relev ncia do tempo na escrita dos blogs Um dos tra os marcantes na pr tica de di rios o cabe alho no qual aparece a data da produ o textual A percep o da passagem do tempo quest o de meu interesse nos estudos sobre escrita pois acredito que o registro do cotidiano por ess ncia banal assume um valor diferenciado na pr tica diarista Esta indicia em sua atividade a vontade do indiv duo de ritmar o tempo para a historiza o de si mesmo KOMESU 2004 p 114 Segundo a autora na pr tica de escrita dos blogs h um exibicionismo da vida privada assemelhando se aos reality shows de modo que os blogs s o redigidos para que as hist rias pessoais sejam compartilhadas abertamente KOMESU 2004 p 116 A autora evidencia a im
85. bre o assunto e assim por diante Tendo em vista o n mero total de coment rios 42 selecionou se um exemplar de cada tipo de coment rio para ser apresentado analisado e posteriormente recuperado na an lise da reescrita das postagens Nessa fase os alunos chegaram a um acordo a partir da iniciativa de um deles sobre a nova configura o do blog sendo que foi selecionado um novo template do pr prio Blogger para o blog da turma 2 Ponto de Partida Windows Internet Explorer OG Dr Arquivo Editar Exibir Favoritos Ferramentas Ajuda Jepartidaturmaa blogspot com searchi 6926 JAY tive search bz Favoritos gis E Home E PRATICANDO OS PCNS ROJ B Col gio Militar de Curitiba 2 sites dos JE Obtenha mais comple S Col gio Militar de Curitiba B8 7 orkut in cio E Ponto de Partida 2 tr C de P ginas Seguran a Ferramentas DL Ponto de Partida um espa o ecl tico de alunos do 10 A do Col gio Manoel Ribas Aqui voc pode encontrar diversos textos produzidos pela turma coment rios e um espa o para expressar o que est pensando Seja bem vindo BLOGS QUE SEGUIMOS QUARTA FEIRA 19 DE MAIO DE 2010 Segui Friend Connect preconceito na escola rico ou pobre Seja o primeiro A escola onde eu passo a maior tempo e vejo varias coisas O maior tipo de preconceito se voc rico ou pobre ou at formar grupinh
86. caa om idensos em clara Sementia es Esquasto feaa ponsasdo qual era O mahai uasi todos ocuparam as caderas a alas Drs que seria ne Qugares Se O neu lugar ara bem voc comemora que nam gol Sa copa E por comprar bala Era toda uma opera o de guerra So quarta o lagar com bolts e volta segurasds picoras pequenas RNPOZES Vou to comi hos Sansa ns caderas JE Comente om conto 3 iniciar Figura 14 Perfil Blog 02 neur nio Disponivel em http www 02neuronio blog uol com br Acessado em 23 05 10 Os alunos identificaram as informa es da escrevente notando que ela aparentemente mora no Brasil mulher e o idioma utilizado em seu blog o portugu s Os alunos ainda questionaram a que se refere palavra indecisa a na faixa amarela que esse um recurso para atualizar como a pessoa est se sentindo naquele dia tal como aparece no MSN ou Orkut acompanhado do emoticon que o simboliza O segundo elemento discutido foi o elemento post de forma que se pediu aos alunos que agora que j haviam observado a barra de navega o das postagens mais antigas escolhessem uma das datas para realizar a leitura e indicar aos colegas Depois a turma escolheria um dos textos para realizar a leitura coletiva Nesse momento a totalidade dos alunos escolheu o ltimo post isto o mais recente que j compunha a tela inicial O post do dia 10 de Abril de 2010 era intitulado Sim eu me matriculei na academia no qual a
87. cekos Ferramentas Ajuda x O Afp Bo HB ro Br Gh tet somes G iore PD ht de Favoritos G E Home E PRATICANDO OSPONSROJ DX Col gio Mitar de Curtida 2 TU Col gio Mitar de Cuba E Obtenha mais comple E buen Que delicia CHOCROCANTE emos Grm surar Foreman A O x INGREDIENTES Doqte Transla e gle sute 400g de nozes am ndoas avel s castanhas de caj ou do par mo das Select Language 400g de a car d gema E Co ge 2 colheres sopa de chocolate em p R a C E I TA 2 colheres s0pa de margarina 2 gotas de ess ncia de am ndoa 400g de chocolate semi amargo ou de leite cobertura enfeltes coco ralado sementes de s samo dragelas coloridas PREPARA O Numa ca arola levar ao lume as nozes mo das a car as gemas o chocolate a margarina e a ess ncia Deixar cozinhar mexendo sempre at se soltar do fundo da panela Verter a massa para um prato e deixar arrefecer 10min Fazer bolinhas e colocar num prato para arrefecer Passar cada bolinha pelo chocolate derretido p e no microandas e dispor sobre papel vegetal num tabuleiro enfeitar com o desejado Levar ao frigorifico 10min at arr focor por completo Colocar em caixas de papel plissado Rende 40 50 unidades A Postago por biogsecia Wu s 2 40 F uarescores Doces de festa Iniciar E Figura 9 Receita Chococrante Blog de Culin ria Humm que del cia Dispon vel em www hum quedelicia com
88. cer de modo integrado em torno de um objetivo de ensino um ensino de l ngua materna que tem o texto como sua unidade e seu objeto de ensino revela a intera o entre os sujeitos o que significa na pr tica articular atividades de leitura de produ o de textos e de reflex es sobre o funcionamento da l ngua nas diversas situa es de uso ZANINI 2009 p 14 De acordo com Geraldi 1993 o texto deve ser ponto de partida e de chegada nas pr ticas de ensino aprendizagem de l nguas Por isso a leitura uma das etapas imprescind veis o ponto de partida para colocar o aluno em contato com o g nero discursivo estudado suas caracter sticas e fun es sociais Justifica se que se na intera o verbal as palavras v m sempre de outras palavras como discutido por Bakhtin 2003 h a necessidade dos sujeitos interagirem com o texto para irem apropriando se das suas peculiaridades formais e de significa o A leitura tamb m importante no momento de revis o do texto pois segundo Fiad amp Mayrink Sabinson 2004 no momento da revis o que o sujeito poder ler e analisar seu pr prio texto para em seguida reformul lo Para Menegassi no momento da leitura do seu pr prio texto o professor deve dialogar com o aluno a respeito do texto produzido e estimul lo a se posicionar como leitor do seu pr prio texto A partir da no o de interlocutor outro de Bakhtin 2003 o aluno precisa dialogar com o out
89. cias e no contato com outros discursos apropria o das vozes e dos discursos dos outros Bakhtin Volochinov denominam polifonia poli v rias fone vozes De acordo com Garcez nossa fala isto nossos enunciados est o repletos de palavras dos outros tudo que produzido n o nasce no momento em que se escreve mas sim das rela es entre textos e discursos j ditos por este motivo que Oliveira 2004 p 44 afirma que h um assujeitamento pr pria linguagem j que os indiv duos t m de aceitar as possibilidades hist ricas e simb licas da l ngua Para o autor do assujeitamento que surgem as oportunidades de subjetiva o do repet vel j dito que adv m o deslocamento para o inesperado e para a transforma o OLIVEIRA 2004 p 44 26 Salienta se que o percurso de apreens o e reestrutura o das palavras dos outros at a inscri o em um novo di logo n o acontece de forma imediata e passiva Ap s assimiladas e compreendidas ocorre o processo de monologiza o da consci ncia que segundo Bakhtin consiste no ato realizado pelo sujeito de transformar as palavras alheias em palavras suas palavras pessoais A palavra do outro torna se an nima familiar numa forma reestruturada claro a consci ncia se monologiza Esquece se completamente a rela o dial gica original com a palavra do outro esta rela o parece se incorporar se assimilar se palavra do outro t
90. co Fametca Poramentos fiia amp C X amp O hplprmokprtishiogpet on TE ss visados Priresros passos Ei Ormos retidas Hcesrad graca Personsizar inks Windows Hedo LE Wrdeen Lea Hotraad rhs r n s Perto de Partala PONTO DE PARTIDA sera que na escola sofremos preconceito Poda at n amigo minha tinha oculos parceira para a minha do uma pessos igual a els pensse que bolsa am wna daz escolas inolhor da minha as melhores amiga eu acho els mo preencha ia falar data Y z Pecetendo dai de rr ag ES Kar eause Tao ricerca parche car ENENENDE tm dokasd ato Conclus o ewv3 meados LO segundos Iniciar U Perto de Partida Vi MES DEST IUA R E MAIO I sera que na escola sofremos preconceito Pode at n o ver mas sofremos sim at na hora de escoler algum amigo minha amiga na hora em que ela chego na escola eu at n o tinha conhecido ela e tinha achado ela muito estranha porcausa da sua franjinha eu at dei muitas risadas mais depois que conheci ela foi tudo diferente que eu penssei dela ela muito parecida comigo dai penssei meu Deus ela a minha parceira para a minha vida nunca tinha encontrado uma pessoa igual a ela pensse que ela desistiu de uma bolsa em uma das escolas melhor da minha cidade Resumindo sem eu conhecer ela penssei outra coisa dela S por causa da sua franja da pra acredita Eu e la somos as melhores amiga eu acho ela me preencheu Se eu soube
91. co e ser protagonista nas decis es dos grupos sociais de que participa n o basta ao sujeito do s culo XXI pois a sua cidadania passa tamb m pela necessidade de saber manipular um computador de prefer ncia conectado Internet a fim de ocupar um lugar que a sua contemporaneidade lhe imp e nesse sentido que Ara jo 2007 advoga que as pessoas desse s culo sejam sujeitos letrados digitalmente isto nas palavras de Xavier O Letramento digital implica realizar pr ticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramento e alfabetiza o Ser letrado digital pressup e assumir mudan as nos modos de ler e escrever os c digos e sinais verbais e n o verbais como imagens e desenhos se compararmos s formas de leitura e escrita feitas no livro at porque o 11 suporte sobre o qual est o os textos digitais a tela tamb m digital XAVIER 2004 p 3 Com vistas a esses pressupostos nesse trabalho defende se que um dos caminhos para que isso ocorra que a escola crie desde cedo situa es did ticas atrav s das quais seja poss vel trazer para o espa o educativo situa es concretas de uso da escrita atrav s de recursos tecnol gicos pois se espera que dessa forma o educando sinta desejo e necessidade de interagir pois percebe que s o ferramentas sociais portadoras de sentidos de prop sitos comunicativos e que se traduzem em fontes de informa es variadas e de saberes a serem explorados
92. coment rio a manuten o dos elos do discurso apreendidos no texto base introduzida pela express o tamb m acho que indicam que houve compreens o ativa por parte do aluno que ratifica as palavras do texto Por m o aluno n o relaciona suas experi ncias com a leitura realizada ou ao menos n o apresenta a sua leitura O mesmo ocorre com o segundo coment rio R Cada um tem sua opini o sobre isso e na minha opini o eu concordo mas que n o fiquem falando mal das bandas A se percebe uma vagueza no coment rio evidenciado pela incoer ncia das ideias No primeiro momento o aluno diz que cada um tem sua opini o sobre isso por m no coment rio n o existe um referente explicito para o pronome isso uma vez que no texto v rias ideias s o apresentadas o que o preconceito musical exemplos de m sicas opini o sobre o preconceito etc mostrando que o aluno n o refletiu sobre o tema mas preocupa se em reiterar os argumentos apresentados no texto atrav s da express o na minha opini o eu concordo embora n o explicite com o que concorda Para finalizar ele ainda utiliza a adversativa mas que n o fiquem falando mal das bandas encerrando uma oposi o entre o que disse antes que concorda por m n o quer que falem mal das bandas No terceiro coment rio o aluno visualiza o interlocutor para sua escrita utilizando express es f ticas Oi tchau e beijos e al m disso dirige se pontualme
93. como um aspecto negativo pois os alunos estavam buscando argumentos para defender sua opini o em rela o s ideias discutidas no texto frente a seus interlocutores reais seus colegas de turma A 82 grande maioria da turma mostrou se alvoro ada para debater sobre o assunto depois de realizada a leitura Ou seja ap s a compreens o do texto e sua interpreta o os alunos mantiveram se ativos na discuss o decorrente da leitura Os coment rios publicados para o texto tamb m compuseram a folha para que os alunos pudessem ler o que os outros leitores haviam comentado sobre o texto Luana Garcia diz as 12 42 do dia 14 10 Verdade eu sou muito f da banda Fresno e tamb m rola esse preconceito absurdo Acho que cada um tem o seu gosto e deve respeitar o gosto dos outros Bela mat ria Beijo Larissa diz as 09 48 do dia 13 10 Eu acho que sim existem m sicas ruins onde as letras n o s o produtivas e que a melodia n o nem um pouco trabalhada Mas apesar disso existem pessoas que n o sabem disto e que acabam gostando da m sica por que ela tem um embalinho ou algo do g nero M sica pra se ouvir uma coisa pra dan ar outra jackeline diz as 05 03 do dia 12 10 oi sou fa de vcs me deixe um recado no meu email Steeh diz as 02 28 do dia 12 10 Verdade antes de falar mal tem que conhecer a banda neeah adorei D beiijo Dispon vel em http blog universoilhabela com br blog author 8668 Ludmila Acessado em
94. conjun o at insere um argumento decisivo para a progress o textual A partir da ideia de que o preconceito existe a aluna d continuidade ao texto exemplificando a sua afirma o eu tinha achado ela muito estranha porcausa da sua franjinha A justificativa do preconceito sentido introduzida atrav s da conjun o causal t pica da argumenta o Adiante a escrevente ainda argumenta que se soubesse como ela era 108 antes de conhecer eu n o ia falar mal dela ou seja um dos motivos do preconceito o de emitir ju zos de valores antes de ter conhecimento de causa H que se destacar tamb m algumas sequ ncias injuntivas que revelam a preocupa o com o interlocutor como pensse que ela desistiu de uma bolsa numa das melhores escolas da cidade d pra acreditar O verbo imperativo afirmativo pense direcionado abertamente ao leitor parceiro no di logo e exerce justamente a fun o de injun o na qual o leitor convidado a perceber o argumento utilizado pela autora sua amiga uma tima pessoa mas ela fez julgamentos precipitados Outra marca bastante recorrente nos textos dos alunos foi a apresenta o do estudante ao leitor Em nenhum dos casos houve men o inicial ao nome pois devido ao fato de os textos serem utilizados para an lise e publica o em um trabalho acad mico optou se por preservar a identidade dos alunos Por m dos textos efetivamente publicados 08 apr
95. da pesquisa s grissini io ana ntts ntn iaa RAAE ERa AE EAE EER 63 2 5 A organiza o da sequ ncia did tica e execu es iniciais ss sssseseeses reserse seee 67 CAP TULO 3 OS BLOGS NA SALA DE AULA INTERA O NOS COMENT RIOS EPOSTAGENS qa o a a a ATT SR aaa Aa 71 3 1 Apresenta o da situa o inicial A entrada dos blogs na sala de aula 71 3 2 Produ o inicial de Coment rios asia DO AU A 80 3 2 1 O primeiro COMENTADO usa amas oa TA ST SRT 80 3 2 2 O segundo coment rio utilizando o blog 87 3 yA s la de aula no blog a o pd SR a ada 99 3 3 1 Cria o do blog da turma s ssnseesessseessesesseessessrssessessresresseesresresseesesressee 99 3 3 2 Produ o inicial das postagens e seseseeseesseessessresresseesresresseessesressesse 101 3 3 3 Utiliza o da ferramenta Coment rios como recurso auxiliar para a revis o d s postagens ota aa r E N AN EEE 113 3 3 4 Leitura dos coment rios produzidos e reescrita das postagens 128 CONSIDERA ES FINAIS eee 138 10 INTRODU O Quem quer que tenha visto crian as trabalharem juntas em torno do computador do jeito que meus amigos e eu faz amos em 1968 ou tenha observado interc mbio entre estudantes separados por oceanos sabe que a tecnologia pode humanizar o ambiente educacional Bill Gates estrada do futuro 1995 A ep grafe que precede essa introdu o provocadora medida que evi
96. dade dos professores em integrar esses recursos dentro da pr tica de ensino A professora da turma mencionou que trabalhou no laborat rio poucas vezes e todas para realizar pesquisas em sites de busca E claro que a internet n o pode se tornar a nica ferramenta de ensino mas dada a sua heterogeneidade de g neros textuais sua riqueza de recursos multimodais bem como a import ncia que assumiu na sociedade atual necess rio que ela seja tomada como ferramenta de ensino principalmente de ensino de l nguas Assim o contexto amplo da pesquisa fornece de um lado recursos f sicos e t cnicos para a execu o de atividades did ticas por meio da inform tica e de outro uma grande dificuldade de sistematiza o e execu o dentro das escolas Fatores que refor am a necessidade de pesquisas que contribuam para o melhor entendimento e aperfei oamento do ensino aprendizagem por meio do uso do computador e da internet 2 3 Os sujeitos e o contexto da pesquisa Considerando a forma o s cio hist rica da linguagem e do sujeito representada por Vygotsky 1988 e j explorada no Cap tulo 1 bem como o car ter dial gico da linguagem assinalado por Bakhtin Volochinov que afirmam que a situa o mais imediata e o meio social mais amplo determinam completamente e por assim dizer a partir de seu pr prio interior a estrutura da enuncia o BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 113 a pesquisa orientou se para a sala de aula possibi
97. danos irrevers veis algumas pessoas fazer com que desistam dos estudos causar transtornos psicol gicos tudo isso por causa de algumas brincadeiras e avalia es precipitadas Em um col gio cheio de adolescentes com muitas diverg ncias o julgamento sempre se torna precipitado muitos alunos usam das diferen as para se tornarem mais populares e para isso usam a velha express o n o vou com sua cara e nessa velha historinha o desrespeito e o preconceito v o ganhando dimens es cada vez maiores Postado por primeirosmaneco s 2 Milh es de Coment rios Figura 36 Texto reescrito ap s os coment rios Blog ponto de Partida Coletado em 06 06 10 Na terceira vers o do texto produzido apresentado na figura 36 as marca es grifos nossos indicam as partes que sofreram modifica o no texto Os trechos sublinhados em vermelho campo A indicam as novas informa es que foram introduzidas ao texto O campo B indica o trecho que foi modificado pela aluna Observa se que a escrevente manteve seu estilo de escrita sem muitas abreviaturas como na primeira e segunda vers o A aluna manteve o t tulo N o fui com a sua cara principal aspecto discutido por ela nas vers es anteriores por m durante o texto a aluna busca modificar seus argumentos bem como adicionar a ele novos argumentos evidenciando que a leitura do coment rio feito para o seu texto fez com que ela o reconsiderasse A aluna aproveita a oportunidade de reesc
98. de dados e de planejamento com o professor da turma Para organizar as atividades pautamo nos nos dados levantados atrav s dos question rios coletados previamente na turma pesquisada Tais dados foram de suma import ncia para que as atividades fossem organizadas de modo a contemplar os conhecimentos pr vios dos alunos indicar quais informa es os alunos n o possu am e que deveriam ser fornecidas atrav s da SD reconhecer as habilidades de inform tica que os alunos possu am no caso a navega o na internet e a digita o j que a maioria respondeu que escreve no meio digital A pesquisadora organizou a sequ ncia did tica antes do in cio das aulas e repassou a para a aprecia o da professora da turma para que analisasse e sugerisse altera es A vers o apresentada professora foi aceita sem altera es Na primeira vers o a sequ ncia did tica havia sido pr constru da para todas as aulas por m durante o processo de aplica o observaram se novos elementos que fizeram com que a sequ ncia fosse reformulada ao longo das atividades Um exemplo disso o de que na primeira vers o a pesquisadora organizou um momento de an lise lingu stica sobre os verbos utilizados nos coment rios mas ap s a produ o dos dois primeiros textos pelos alunos percebeu se que a an lise lingu stica deveria Ei As aulas foram estendidas porque durante o processo algumas atividades demandaram maior tempo de execu o e de am
99. dencia a capacidade que as novas tecnologias advindas do ramo da inform tica sobretudo o computador possuem de despertar o interesse do p blico infanto juvenil promovendo o interc mbio entre pessoas separadas por oceanos Bill Gates autor do texto que acompanha esta introdu o sabia que seria poss vel uma aprendizagem mediada pelo computador que fosse ao mesmo tempo aut noma e humanizadora Aut noma na medida em que instiga os usu rios a explorarem um universo textual sem limites definidos e que por isso precisa realizar escolhas entre muitas op es de janelas que se abrem e se fecham refazer caminhos e com aux lio da Internet podem acessar m ltiplos conte dos consultar livros peri dicos e at mesmo assistir a um v deo sobre um assunto que deseja saber Humanizadora porque dilui as fronteiras territoriais permitindo a intera o entre pessoas de qualquer lugar do planeta promovendo a aproxima o dos sujeitos na busca por identidades principalmente atrav s da Internet Com a difus o de tecnologias eletr nicas como o computador a sociedade moderna vem exigindo novas compet ncias do ser humano como digitar ou acessar arquivos comunicar se por meio da Internet a es essenciais para que haja a efetiva inclus o social do sujeito na sociedade Isso abarca por exemplo os usos de escrita que caracterizam a entrada do computador conectado Internet na vida das pessoas Perante esse fato conhecer o c digo alfab ti
100. dit lo Selecionou se esse texto e seus coment rios para an lise porque j foi explorado nas se es anteriores al m disso ele n o se encaixa no g nero depoimento e tamb m n o atinge as caracter sticas de um artigo de opini o j apresentado na figura 27 129 N o fui com sua cara Preconceito Preconceito uma pr avalia o errada de um indiv duo ou seja um julgamento onde n s somos os ju zes e n s damos a senten a O problema do ser humano querer estar certo quando na verdade est errado Muitos n o entendem que defaito e preconceito todo mundo todos receberam igualmente e ningu m ficou sem O preconceito dentro da escola o que leva alunos exclu dos a sofrerem transtornos psicol gicos devido a goza es feitas por seus colegas Um dos preconceitos mais abundantes dentro de um col gio cheio de adolescerites irados que buscam a pr xima vitima para debochar e fazer aquelas nada construtivas a respeito de seus companheiros nada mais nada menos do que aquela tipica historinha de n o ir com sua cara O fato qua n o se pode julgar uma pessoa pela apar ncia Mas infelizmente o que acontece em muitos estabelecimentos de ensino n o interessando se p blico ou particular MILH ES DE COMENT RIOS O texto produzido n o condensa nem as caracter sticas de um depoimento pessoal e nem de um artigo de opini o e apenas mais dois textos foram produzidos como esse Segundo Rojo
101. do multisequencial e indeterminado realizado em um novo espa o de escrita MARCUSCHI 2001 p 86 Para o mesmo autor a internet transmuta de maneira bastante complexa g neros existentes desenvolve alguns realmente novos e mescla v rios outros MARCUSCHI 2001 p 86 A esses g neros mencionados o autor denomina emergentes justamente por tratarem se de novos fen menos lingu sticos que ainda est o surgindo se desenvolvendo e mudando de forma veloz Apesar das reflex es do autor colaborarem para a compreens o do fen meno dos blogs h uma calorosa discuss o em torno da ideia de g neros emergentes Essa terminologia parece simplificar a teoriza o desses fen menos textuais mera novidade da internet e al m disso o termo emergente parece j n o mais representar uma verdade para fen menos t o presentes no cotidiano social Marcuschi 2001 2002 e 2004 sinaliza para a import ncia de se considerar os novos g neros inclusive o blog no mago do contexto digital em que surgem evidenciando a hipertextualidade como um dos diferenciais desses g neros O autor afirma que os blogs funcionam como um di rio pessoal na ordem cronol gica com anota es di rias ou em tempos 41 regulares que permanecem acess veis a qualquer um na rede ibidem p 61 Por m percebe se que apesar da grande contribui o do autor inclusive para esse trabalho n o h uma caracteriza o hipertextual destes g
102. do sua opini o em rela o ao tema debatido A intera o ocorre atrav s do texto escrito e como se observa alternam se os turnos entre os comentaristas Esse debate que se identificou em mais 10 coment rios um importante espa o de prolongamento das ideias debatidas nas postagens pois al m do aluno poder comentar t picos do texto ele pode incluir a ele elementos que n o foram ditos e contrapor a sua opini o a dos demais Os coment rios da figura acima ampliam as discuss es do texto pois trazem para o texto elementos novos independentemente da posi o que se assuma em rela o a eles Nos dois evidente a presen a e preocupa o com o interlocutor bem como os demais tra os da linguagem da blogosfera Outro tipo de coment rios produzidos se refere queles em que o comentarista indica algum tipo de erro na constru o do texto do total de 7 coment rios desse tipo ocorreram dois tipos de indica o de erro erros formais isto erros na superf cie textual como erros de ortografia concord ncia verbal e nominal e pontua o e problemas de coer ncia No exemplo a seguir o comentarista foca um problema de concord ncia nominal no texto que leu 124 Blogger Ponto de Partida Postar um coment r E blogger com 4 Coment rios Fechar esta janela Ir para formul rio de coment rio J An nimo disse mas esses os que mais se destacam kkkk Achei q era s o os q mais se destacam Flw 3
103. e medida que forneceu a eles um momento de re leitura e reflex o sobre suas produ es que colaboraria para o aprimoramento dos pr ximos coment rios a serem produzidos nos blogs 3 3 A sala de aula no blog 3 3 1 Cria o do blog da turma No dia 17 de maio prop s se aos alunos a cria o do blog da turma Nas aulas anteriores a pesquisadora j havia solicitado que os alunos pensassem em uma sugest o para o nome do blog Apenas quatro alunos pensaram antecipadamente em uma sugest o seriam elas Blog do 1 A Blog dos Mancoso Ponto de Partida Nosso blog No momento da escolha alguns alunos opinaram com as seguintes sugest es Blog dos b o Blog dos q era g ria que tem significado similar a bons Os melhores Notou se que todas essas sugest es foram emitidas por meninos de forma que a pesquisadora n o desprezou as sugest es mas elas foram rejeitadas pela grande maioria da turma que as achou inadequadas gerando uma breve discuss o entre os alunos Em vota o 8 alunos votaram no t tulo Nosso blog 10 no t tulo Ponto de Partida e 4 no t tulo Blog dos Mancoso A express o Mancoso na situa o da sala de aula se refere a um pequeno grupo de 4 meninos que assim se denominam devido ao sobrenome de um deles que a partir de la os de amizade coletivizaram o sobrenome para se autoidentificarem Ap s a escolha a pesquisadora levou os ao laborat rio de inform tica onde procedeu a cria o do blog Com o a
104. e dessa rela o dificulta a delimita o entre os pap is o devir materializado do pensamento bakhtiniano no qual locutor e interlocutor partilham de todo o processo de produ o de um enunciado um s existe em fun o do outro Finalizando esse cap tulo assinalam se as seguintes caracter sticas dos blogs essenciais para essa pesquisa discutidas at o momento e O blog um g nero hipertextual composto por diversas semioses e g neros recorrentes que sofreu uma sequ ncia de modifica es desde sua cria o at o momento atual e que o tornam uma forma in dita de escrita e O post permite que qualquer g nero circule no blog a crit rio do escrevente e a est o inclusas a finalidade da escrita e a imagem que o blogueiro faz de seus pares interlocutores e No post h a escrita assincrona que permite ao escrevente planejar ler revisar e modificar seu texto infinitamente e Os Coment rios potencializam e evidenciam a participa o dos interlocutores na blogosfera permitindo que o locutor observe a resposta dada ao seu texto e possa a seu crit rio modific lo e O blog permite que a utiliza o de diferentes recursos imag ticos verbais e sonoros em sua composi o principalmente atrav s do Post e As rela es entre escreventes e leitores v o constituindo comunidades virtuais nas quais se prioriza o relacionamento amistoso e a busca por identifica o A 52 blogosfera uma das esferas de comunic
105. e caminhos diversificados de modo a permitir diferentes n veis de desenvolvimento e de aprofundamento de um tema KOCH 2002 p 63 Por sua vez Xavier 2004 acredita que a leitura no hipertexto potencializa uma emancipa o do leitor A partir dos links o chamado hipernavegador pode seguir por rotas diferentes daquelas originalmente concebidas pelo autor Os n s ou blocos de texto e os links diluiriam qualquer contrato que teria sido firmado entre autor e leitor para o 51 estabelecimento de um ponto de chegada da leitura do texto eletr nico Para Xavier tal contrato o que parece ocorrer nos livros convencionais O estudioso pondera entretanto que a emancipa o do leitor n o o exime de ser afetado pelas condicionantes s cio culturais de sua origem local nem por aquelas que extrapolam seu espa o antropol gico imediato cf XAVIER 2004 p 177 Os estudos sobre hipertexto tendem a colocar o leitor no patamar de autor Em suma aponta se para essa conceitua o pelos aspectos expostos a saber o Possibilidade de tra ar seu percurso de leitura o Ser o respons vel pela configura o final do texto o Suposto apagamento da voz do autor o Possibilidade de intervir na escritura do texto L vy defende tamb m que a hipertextualiza o objetiva operacionaliza e eleva pot ncia do coletivo essa identifica o cruzada do leitor e do autor L VY 1996 p 45 O estreitamento ao menos aparent
106. e escrevendo coisas As novidades aparecem na parte de cima para que os visitantes vejam Em seguida os visitantes fazem coment rios sobre a novidade acrescentam um link ou enviam emails Ou n o Desde o lan amento do Blogger em 1999 os blogs redesenharam a Web dinamizaram a pol tica sacudiram a imprensa e deram voz a milh es de pessoas E temos certeza de que tudo isso mesmo s o come o ED Em O internet f Aio 7 b Iniciar Ecce E Eh Novo Cap TUL E Discador IG I Hotmail lorena f Blogger Visita m Rg LM EO usa Figura 1 O que um blog Dispon vel www blogger globo com br Acessado em 13 de junho de 2008 Na apresenta o extra da do Blogger poss vel identificar no m nimo seis conceitos para esse novo espa o de intera o di rio pessoal tribuna di ria espa o interativo etc Sob a tica do uso os Weblogs arquivo na rede s o ferramentas que possibilitam a cria o de p ginas pessoais ou coletivas dispon veis na internet mas que dispensam o conhecimento especializado para seu uso pois s o de f cil manuseio Por m blog e home page n o s o sin nimos Os blogs possuem em geral uma estrutura relativamente parecida em toda a web t m fun es especificas e configura es peculiares para as fun es que exercem Este software permite a publica o de textos online de forma descomplicada e gratuita pois a maioria dos provedores n o cobra taxa para sua hospedagem
107. e forma que alguns excertos foram transcritos ao longo desse trabalho 2 5 A organiza o da sequ ncia did tica e execu es iniciais A sequ ncia did tica doravante SD um modo de transposi o did tica Zanini explica que transposi o did tica um Conjunto de pr ticas que por meio da reflex o e de um esfor o de adapta o levam delimita o dos m todos e abordagens no ensino com vistas aos objetivos a que se pretende atingir 2009 p 21 a sequ ncia did tica um instrumento que permite ao professor desenvolver uma s rie de atividades integradas em torno de um objetivo No ensino de l nguas elas compreendem um conjunto de aulas organizadas em torno de atividades de uso da linguagem semin rios entrevistas debates ou de um g nero textual ZANINI 2009 p 22 O termo sequencia did tica oriundo dos estudos do Interacionismo S cio discursivo mas neste trabalho nos apropriamos da organiza o proposta por Zanini 2009 que ad qua se aos objetivos do trabalho Esse modelo de transposi o oportuniza o desenvolvimento de situa es de ensino aprendizagem nas quais os alunos s o envolvidos em pr ticas de linguagem s cio historicamente constru das mediante as quais lhes s o oferecidas condi es de reconstru las em situa es comunicativas idem ibidem Zanini 2009 tamb m explica que o tempo de dura o da sequ ncia did tica mais curto que o de uma oficina e
108. e leituras no blog os usu rios criam comunidades virtuais nas quais um blog se interliga ao outro por meio de links Na estrutura dessas ferramentas existe um espa o pr prio para o blogueiro criar uma lista dos blogs que frequenta que podem ser facilmente acessados atrav s de um clique 4 Noticia publicada em junho de 2009 pelo site Adnews dispon vel em http www adnews com br internet php 2id 90034 21 gt Ador vol Psicose Windows Internet Explorer E Y 8 blogspot com vt x do Arquivo Edtar Exibr Favorkos Ferramentas Ajuda x D Madre O EI co oh rio comes AR vi gostamos G more E x pr Favoritos ug PRATICANDO OS PCS ROJ BI colegio Mitar de Curitiba 2 B Col gio Mitar da Curtba E Obtenha mais comple E ador vel Psicose mr Ec ds gar Sewana Ferramentas hr s ra d ieh e r e ar a da exercicios SU tenho certeza de que o tempo na academia passa q x da ia Pesa A PIST TICA L mais devagar do que no resto do mundo pior do que a minha obsess o por desinfetar cada aparelho que eu uso pior do que isso tudo junto ao quadrado a m sica M sica de academia n o foi feita pra ser boa N o existem concess es no inferno Se pra sofrer ent o vamos amargar o pior sofrimento j inventado pela civiliza o desde o advento da pera Pois bem tendo esclarecido a quest o voltemos a Hey Soul Sister Que uma m sica deveras elucidativa para as mulheres basta olh
109. e mora se rico cor da pele 3 An nimo disse Pois mas isso q eu disse q o preconceito uma avalia o errada q n s fazmos pq julgamos os otros pela aparenca E no seu texto vc diz a mesma coisa q essas pessoas sofrem preconceito por qgr motivo LEJ 3 An nimo disse Eu gostei do seu texto s n o intendi o q vc quiz dizer na D fi A E ta im enm E T cem do A4S2 o al nem Internet a 100 Figura 28 Coment rio de contesta o ao texto Blog Ponto de Partida 120 No primeiro coment rio da imagem o comentarista inicia com um aposto chamando a aluna pelo apelido Em seguida passa a contestar o texto lido no qual a escrevente afirma que o preconceito mais abundante dentro da escola aquela t pica historinha de n o ir com a sua cara O comentarista contudo contesta a maneira como a escrevente trata o termo preconceito Para ele n o ir com a cara n o preconceito e sim falta de educa o Atenta se que o t tulo da postagem N o fui com a sua cara e no texto a aluna tenta desenvolver argumentos para que possa defender seu ponto de vista a partir de um artigo de opini o mas n o consegue elaborar adequadamente o texto devido aos fatores j discutidos na se o 3 2 4 O coment rio produzido pelo aluno vem em resposta aos argumentos que aparecem na postagem sinalizando que tais argumentos n o est o s lidos o bastante n o por gerarem diverg ncia
110. eferentes ao n mero de blogs no mundo Dispon vel em www technorati com blogs directory Acessado em 14 de Janeiro de 2011 No topo da tabela apresentada pelo site aparece o n mero total de todos os blogs rastreados que totalizam 1 256 275 000 um bilh o duzentos e cinquenta e seis milh es e duzentos e setenta e cinco mil Os dados mais interessantes que corroboram a afirmativa de que existem muitos tipos de blogs v m na sequ ncia da tabela Ali se apresentam as categorias dos blogs ativos que v o desde os voltados ao entretenimento passando pelos que tratam de neg cios esportes pol tica autom veis tecnologia vida meio ambiente at ci ncias Biog Directory Technorati Windows Inlernet Explorer So AE mess ineomeraicamico reos Arquivo Edta Er Farortos Ferramentas Audy de fatos Pleme E PRATICMDOOSPCNSROI SO Col go Mita de Curtba 2 5X Co ge Mitar de Griba Bv 0055 E Dbtenha mais comple 25 Dewa S to trecio Techrorat x o 0 Pis Sequra oo Ferementas o o A 5 121485 2011 Bariin Intemational Fim Festrval Berinaio 4 Opens on a Serious Note 5t The Myth of Egypt s Butterly Resolution The Fist Real Transformer Cousins Acting Mor Like a Eaby Than a Professional Hoops Player Al Amaea n 6929 Top 10 movers E T Albasan Althouse BB nip mitncusablocapat com 108 Threat Level o Recent Does the most powertu women in EE Tecson Autheity 771 Blog Spotlight Figu
111. eito Al m disso no blog todos os participantes podem expressar suas opini es tendo em vista seus interlocutores reais colegas da escola e desenvolver coment rios atrav s da escrita problematizando o tema dentro da sala de aula Apostando na concep o de escrita como trabalho como discutida por Sercundes 1997 na qual cada texto tomado como ponto de partida para novas produ es que sempre adquirem a possibilidade de serem reescritas de apresentarem uma terceira margem 1997 p 96 a primeira vers o do texto que seria produzida pelos alunos foi permeada por atividades e Express o atualmente utilizada para designar as atitudes constantes de discrimina o viol ncia f sica e verbal que um grupo de alunos exerce sobre um aluno 102 pr vias de leitura j mencionadas que funcionam como um ponto de partida para desencadear uma proposta de escrita SERCUNDES 1997 p 83 Neste caso utilizamos as leituras respeito do preconceito discutido em diferentes blogs que apresentaram posicionamentos tamb m diferentes Valorizou se tamb m o momento de planejamento da escrita que ocorreu sob duas formas a estabelecimento de t picos a serem considerados pelo aluno no momento da produ o b acompanhamento individual quando solicitado pelo aluno Quanto ao primeiro momento pediu se para que os alunos refletissem antes da escrita sobre alguns questionamentos que poderiam ser respondidos no texto produzido
112. elencados por Geraldi 1999 s o apagados nas atividades de escrita em sala de aula por diversos motivos como comandos de escrita mal formulados e o pr prio despreparo docente pois o professor n o se considera escritor e entende que n o forma alunos escritores MENEGASSI amp OHUSCHI 2007 p 789 O professor sente se angustiado com a atividade de escrita e Ao interagir com o texto o professor acaba por apresentar ao aluno sua leitura e consequentemente altera o texto a partir da produ o de sentido que lhe confere alterando tamb m a vis o do aluno sobre sua pr pria leitura j que em virtude da autoridade constitu da do professor Geraldi 1993 em sala de aula o discurso deste torna se o discurso que o aluno deve reproduzir Infelizmente essa vis o ainda muito comum e corrente MENEGASSI amp OHUSCHI 2007 p 791 Para que a escrita seja tomada como uma forma de a o de intera o composta pelos elementos discutidos luz do Sociointeracionismo ela precisa ser vista como um trabalho que 53 necessita de media o e aprendizagem pois surge de um processo continuo de ensino aprendizagem o qual possibilita integrar a constru o do conhecimento com as reais necessidades dos alunos SERCUNDES 1997 p 83 A escrita concebida como um trabalho na escola deve passar por uma s rie de etapas que colaborar o para uma atividade de escrita efetiva Fiad amp Mayrink Sabinson 20
113. em virtude de tr s motivos relevantes para a pesquisa 1 o col gio conta com um laborat rio de inform tica com boas condi es de conserva o e manuten o com acesso constante dos alunos inclusive internet Os alunos s o os principais usu rios do laborat rio j que os docentes possuem 6 seis computadores dispon veis na sala dos professores que podem ser utilizados durante as horas atividade Para utilizar o laborat rio os alunos precisam ou estar acompanhados pelos professores em hor rio de aula ou apresentar no contraturno uma autoriza o do professor que pediu algum trabalho Esse um procedimento necess rio para que todos possam usufruir igualmente dos recursos ali dispon veis 2 A pesquisadora atuava como docente de L ngua Portuguesa no mesmo estabelecimento por m em outro programa de ensino sendo que o primeiro contato com a 63 turma investigada deu se com o in cio da pesquisa Conhecer a equipe pedag gica facilitou a entrada na sala de aula e tamb m na execu o do projeto em termos de apoio t cnico como agendamento de aulas no laborat rio empr stimo de recursos udio visuais como data show Al m disso dos outros tr s col gios visitados dois apresentaram muitas dificuldades burocr ticas para receber a pesquisadora como marcar um hor rio para conversar com o coordenador pedag gico e depois cancelar v rias vezes e at mostrar antipatia no atendimento O col gio selecionado atende
114. emos uma hip tese para os resultados aos quais a atividade chegaria almejamos estabelecer um par metro para compara o isto observar se os coment rios produzidos no blog apresentariam caracter sticas diferenciadas quanto motiva o para a escrita 3 2 2 O segundo coment rio utilizando o blog Continuando com o tema preconceito foi proposta aos alunos a leitura do texto Preconceito tamanho GG publicado no blog Comportamento Magro A s o publicados textos que envolvem o tema beleza e sa de questionando os estere tipos de beleza moda e sa de um dos temas indicados pelos alunos na primeira aula 88 O texto foi publicado no jornal Gazeta do Povo e indexado no post do blog atrav s de um link H a um importante aspecto do hipertexto uma vez que os links funcionam como n s que fazem a liga o entre os m ltiplos centros que podem ser ou n o acessados dependendo da atividade do leitor Nesse caso o professor pediu para que todos acessassem o seguinte link 3 Preconceito Tamanho GG Blog Comportamento Magro Mozilla Firefox Arquivo Editar Exibir Hist rico Favoritos Ferramentas Ajuda o gt C a httpiliblog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho ga KEE EEr A EB Mais visitados Primeiros passos ltimas not cias O orkut Meus v deos favoritos E 5 Windows Live Hotmail E C Preconceito Tamanho GG Blog E 57 I FEEL SO GOOD TODAY
115. entadas as passagens dos textos que s o ratificadas pelos alunos na coluna 3 na ltima coluna s o apresentados os trechos em que houve a amplia o das palavras do texto atrav s das palavras dos alunos 92 Desse modo na coluna 4 gera se n o apenas uma repeti o como nos coment rios criados na primeira atividade mas um novo dizer marcado pelas caracter sticas do seu novo locutor Se esse processo fosse passivo no n vel da repeti o ela seria perenemente palavra do outro por m como ativo ao ser interiormente processado acaba se somando s experi ncias do sujeito que dela se apropria a que podemos chamar de eu e se converte em palavra pessoal Nos coment rios em quest o podemos observar as marcas do novo dizer apresentadas pelo sujeito atrav s de duas estrat gias parece que inconscientemente realizadas a a exemplifica o b a emiss o de um parecer Quanto a primeira estrat gia nos coment rios 1 2 6 e 9 houve a ratifica o as palavras do texto na qual os alunos justificaram a concord ncia com o texto citando exemplos de seu cotidiano que comprovam as afirma es realizadas Tomemos como exemplo o coment rio 9 que ilustra bem essa estrat gia rony disse maio 12 2010 s 10 46 am claro que isto um problema v rios famosos que sofrem esse preconceito atrav s piadinhas idiotas um bom exemplo o ronaldo fof meno ent o esse preconceito f sico na verdade j virou um tabu di
116. ente determinados pela especificidade de um determinado campo da enuncia o BAKHTIN 2003 p 262 O primeiro elemento o conte do tem tico isto os temas prop cios a circular dentro de cada g nero j que cada g nero proposto comporta em si uma tem tica certa ou seja cada tema apresentado num g nero espec fico Nem todo tema serve para qualquer g nero discursivo este define o estilo da tem tica a ser apresentada Por exemplo no g nero bula de rem dio a tem tica sempre voltada para a descri o do medicamento desde sua posologia at suas indica es Dificilmente algu m ler uma bula de rem dio a fim de se divertir pois sabe que n o encontrar humor neste g nero Se fosse esse o objetivo da leitura o leitor poderia buscar uma piada que sabe se tratar de um g nero voltado para o humor O segundo elemento a estrutura composicional definida o g nero proposto tem uma estrutura certa que definida pela sociedade assim ao escolher determinado texto ele deve necessariamente seguir a estrutura composicional que a sociedade estabeleceu S o caracter sticas s cio historicamente estabelecidas para o g nero em fun o da realidade em que ele circula que compreendem desde a diagrama o do texto at a utiliza o de imagens notas icones etc O terceiro e ltimo elemento o estilo de linguagem que engloba a adequa o da linguagem da varia o lingu stica pr pria escolha de vocabul rio
117. entre as opini es mas antes por que no segundo coment rio apresentado na imagem a pr pria autora da postagem tenta explicar se melhor defendendo seu texto atrav s das express es pois mas isso q eu disse no meu texto q o preconceito uma avalia o errada q n s fazemos Salienta se que nos coment rios rotulados como de contesta o ao texto todos eles trazem questionamentos e discuss es sobre o conte do do texto e nunca sobre a forma Uma caracter stica importante desse tipo de coment rios que neles os alunos aproveitam para expressar sua individualidade sobretudo pela escolha do tema discutido preconceito na escola Nesse sentido afloram se as quest es de identidade j que o coment rio um g nero discursivo que exige a exposi o de uma opini o pessoal os sujeitos n o conseguem e nem deveriam desvencilhar se das suas ideologias e de suas experi ncias s cio hist ricas Assim os coment rios mostraram se como espa o produtivo tamb m para o debate entre os sujeitos Por isso grande parte dos coment rios que traziam Opini es sobre as ideias do texto deram origem a um di logo entre os coment rios No caso do texto N o fui com a sua cara o di logo foi estabelecido entre escrevente e comentarista mas em outros o di logo instaurou se entre os leitores comentaristas como no caso desse texto 121 Preconceito contra os Bi sex Postado por primeiroamaneco s Figura 29 Postagem Preco
118. erados pelo autor como importantes para o leitor A barra de navega o local ainda cumpre o papel de estabelecer o contato entre os blogueiros e divulgar os blogs mutuamente H ainda uma barra de navega o que armazena todos os textos j publicados no blog compilando os por anos e meses geralmente essa barra denominada hist rico ou arquivo E Indicador de n mero de visitas possibilita ao usu rio visualizar o n mero de acessos que o blog teve desde sua cria o com n meros atualizados F T tulo da P gina 4 Eterna Estrangeira composto tanto pelo enunciado quanto pela imagem que o completa O t tulo da p gina na verdade o pr prio nome do blog escolhido pelo blogueiro a fim de representar o seu universo virtual 1 3 3 O Post e o Coment rio ferramentas de di logo Excetuando se o t tulo da p gina cada um dos elementos abriga um g nero discursivo distinto embora recorrente Por exemplo o quadro A refere se ao espa o destinado ao Post ou postagem no qual podem aparecer g neros dos mais variados desde uma lista at uma cr nica como o caso do texto At Logo ali inserido O post funciona como um espa o para publica o extremamente pl stico pois de acordo com as finalidades do escrevente haver a sele o do g nero a ser exposto No que concerne forma composicional a maioria dos blogs n o possui um limite de caracteres por postagens mas eles aparecem sempre com um cabe alho ind
119. erros Eles foram alertados tamb m que poderiam fazer altera es supress es ou acr scimos s partes do texto que achassem necess rias Os textos foram postados individualmente isto cada aluno utilizou um computador e realizou a sua postagem por m a assinatura da postagem sempre com o nome da turma Primeiro A Maneco gerado automaticamente pelo sistema A op o de n o assinar individualmente cada postagem foi combinada pela pr pria turma mas depois a maioria dos alunos acabou contando um para o outro qual era o seu texto e pedindo para que lessem Com o objetivo de responder s perguntas ao assumir a postura de autor nos blogs os alunos fazem op es por g neros discursivos espontaneamente E necess rio que o professor marque o g nero discursivo Analisaram se os textos produzidos pelos alunos no que concerne identifica o do g nero textual A import ncia da delimita o de um g nero discursivo na produ o textual repousa no fato de que o querer dizer do locutor se realiza acima de tudo na escolha de um g nero discursivo Bakhtin 2000 p 284 isto ao produzir um enunciado o indiv duo a partir da determina o da finalidade tem tica a que se prop e comunicar adapta a ao g nero discursivo escolhido sem renunciar sua individualidade e subjetividade Portanto num processo simult neo determina o da finalidade da escrita surge a escolha do g nero discursivo selecionado em fun o do i
120. es que primeiro fizessem uma incurs o pela p gina observando as imagens os links que s o apresentados os textos que aparecem efetivamente na tela inicial Al m da observa o compor uma estrat gia de leitura medida que todos os elementos presentes em um texto s o importantes para a sua compreens o houve tamb m uma preocupa o para que os alunos se familiarizassem com a composi o do blog Como primeiro contato eles poderiam come ar a observar a arquitetura da ferramenta visualizando a multissimiose e a fragmentaridade discutida por Koch 2007 e confirmando suas hip teses ou rejeitando as Considerando que a maioria n o conhecia os blogs a pesquisadora atuou como mediadora na constru o dos conhecimentos atrav s de perguntas de leitura feitas oralmente Foi necess rio recorrer s perguntas de extra o para que as respostas fossem buscadas no texto de forma ascendente Menegassi e ngelo 2005 explicam que esse modelo sup e que o leitor parte dos n veis inferiores do texto para sucessivamente compor as diferentes unidades lingu sticas p 19 Assim os alunos foram submetidos s seguintes perguntas e Quem o dono da p gina e Qual o perfil dessa pessoa e Quais t tulos aparecem nos posts mais antigos e Esse blogueiro l outros blogs Quais e Qual a postagem mais antiga 76 Durante as perguntas os alunos simultaneamente buscavam a resposta na tela de forma que chegaram s conclus es de q
121. esentaram marcas pessoais na organiza o textual O texto a seguir um exemplar dessa caracter stica bullyng Bullyne Eu estudo no Col gio Estadual Manoel Ribas no 1 ano do ensino m dio You falar sobre o bullyng eu j sofri com isso quando era gordinha as pessoas n o sabem que isso magoa algumas pessoas podem ficar traumatizadas para o resto da vida Eu j presenciei isso na escola por exemplo quando uma pessoa passa elas falam que elas s o feias gordas ridiculas ate N o acho nada legal esculachar os outros pela sua forma fisica bjossssssssss33585 5 06 32 O MILH ES DE COMENT RIOS Figura 24 Postagem Bullyng Blog Ponto de Partida Dispon vel em http www blogpontodepartidaa blogspot com Coletado em 30 de Maio de 2010 A escrevente inicia o texto colocando se como sujeito que possui uma identidade estudante est no 1 ano do Ensino M dio de um col gio p blico A identifica o da estudante aponta para no m nimo duas observa es interessantes Primeiro a atitude de identificar se revela uma preocupa o com o interlocutor que acessar o blog a aluna compreende que outras pessoas al m dos professores e colegas que j sabem que os textos s o de alunos do col gio ir o ter acesso sua publica o Segundo em nenhuma das leituras anteriores apareceu essa 109 constru o evidenciando que a aluna a criou por meio de uma voli o isto atrav s de uma vontade p
122. esportista como pai de fam lia dentre tantas outras possibilidades Na internet o indiv duo pode estabelecer um la o social com seus pares em um processo de identifica o Em estudo recente Cairoli e Gauer 2009 mostram que a organiza o em torno de uma rede social revela uma busca por um la o fraterno e socializante no qual haja o reconhecimento de tra os em comum e a garantia de aceita o e de troca em uma busca de identifica o Hall 2001 tamb m enfatiza o car ter pluralizador das periferias onde a Tradi o caracterizada pela estabilidade desafiada pela Tradu o Cultural em que poss vel ter o fortalecimento de identidades locais ou nova produ o de identidades Nesse l cus assinalamos que a internet aparece como campo f rtil para a promo o de culturas perif ricas isto aquelas que n o usufruem de um prest gio social e que s o emergentes Um exemplo disso a mudan a na forma de edi o e publica o de textos que vem transformando a institui o de c nones liter rios Chartier 1999 argumenta que publicar textos na cultura impressa requer um rigoroso crit rio de avalia o revis o e poder aquisitivo Elementos esses que acabam por monopolizar o acesso leitura e publica o de materiais impressos nesse contexto que o Weblog ou apenas blog como vem sendo conhecido se configura como uma ferramenta altamente interativa que a possibilita a forma o de redes sociais
123. essoal de identificar se ao leitor Como pr tica social a aluna produz seu texto em forma de depoimento que como afirmado no inicio desse trabalho produz tamb m uma a o atrav s da linguagem uma den ncia s agress es que sofreu e presencia na escola A aluna que j foi alvo de bullying tenta manter uma den ncia velada pois reconhece que seus interlocutores s o variados e podem ler o seu depoimento dessa forma n o aponta culpados para essa a o censur vel veja se a constru o quando uma pessoa passa elas falam que s o feias gordas rid culas etc Ao dizer que quando uma pessoa passa a aluna omite atrav s do pronome indefinido quem seja essa pessoa embora ela saiba j que disse que j presenciou isso na escola Em seguida a escrevente explica que elas falam que s o feias novamente omitindo quem s o os causadores de tais situa es j que o pronome elas n o possui um referente pois embora percebamos que o elas substitui a palavra pessoas n o se sabe quem s o elas continuando indefinido Ao t rmino a aluna encerra com bjossssss num clima amistoso t pico dos blogs que ressalta a participa o do interlocutor numa linguagem abreviada caracter stica do ciberespa o Vale assinalar que o texto da aluna n o sofreu nenhuma altera o da primeira vers o para a segunda de modo que ele foi integralmente reproduzido no blog como a grande maioria dos textos nos quais houve altera
124. frequ ncia em lan houses Essa constata o foi importante para direcionar a maneira de adentrar em sala de aula considerando os conhecimentos pr vios dos alunos que j possuem familiaridade com o manuseio do computador Das perguntas abertas pode se aferir que o tempo de navega o varia entre 3 ou mais horas di rias a uma vez por semana O site mais citado no question rio foi o Google sendo utilizado em diversos momentos como sin nimo de pesquisa escolar I7 alunos entrevistados utilizam a internet com a finalidade de realizar trabalhos escolares o que ressalta a import ncia de mediar utiliza o do ciberespa o de forma adequada pois muitos alunos segundo a professora da turma pesquisada utilizam a internet como nica fonte de pesquisa Fonte muitas vezes rasa simplificada e pouco segura Em rela o ao blog o question rio permitiu constatar que a grande maioria dos alunos conhece o blog sendo que enquanto alguns o classificaram como di rio virtual outros n o souberam explicar do que se tratava Dos alunos que conhecem a ferramenta blog apenas 1 aluno afirmou j ter realizado atividade de escrita em blogs O blog foi um dos hipertextos menos citados na pesquisa assinalando que seria necess rio abordar o seu funcionamento durante o desenvolvimento da sequ ncia did tica Os sites mais acessados foram Google Orkut e MSN Vale ressaltar que nos dois ltimos a escrita se aproxima de diversos modos da oralidade
125. fuso grifo nosso Os primeiros problemas notados referiam se ortografia e acentua o por m o aspecto que ficou mais acentuado foi a forma de organiza o do texto na qual faltaram elementos coesivos para ligar as frases de forma adequada evidenciada nas falas de 3 a 5 Prop s se aos alunos a reestrutura o do coment rio a fim de discutir quais altera es no texto poderiam contribuir para uma maior clareza e coer ncia na unidade textual Assim no pr prio quadro de giz do laborat rio a pesquisadora foi mediando reestrutura o do texto dialogando primeiramente com o seu autor e os demais alunos foram adentrando ao di logo 98 P1 4 o que n s podemos alterar aqui na primeira frase A2 N o sei acho que a mai scula que a F falou A3 Professora d pra mudar o sofrem a obesidade para de obesidade P4 Sim nesse caso a reg ncia do verbo exige a preposi o de quem sofre sofre de alguma coisa P5 A aqui na segunda frase porque voc insere essa informa o A6 Pra mostrar que elas sofrem preconceito nas lojas P7 Ent o um exemplo para justificar o que voc falou na primeira frase A8 Acho que P9 Ent o pessoal o que a gente poderia inserir nessa frase para que ficasse conectada com a primeira A9 Colocar um por exemplo P10 Hum a ficaria assim por exemplo nas lojas e nos com rcios da cidade as pessoas deveriam tratar os outros como tratam a si mesmos
126. g pode funcionar como um espa o de troca entre alunos e professores e suprir a car ncia que existe na sala de aula de espa os e situa es reais de comunica o aquelas em que os sujeitos inserem se em uma esfera de comunica o com interlocutores definidos e que possuem uma finalidade para comunicar se Acredita se que ao inserir os alunos na blogosfera na qual ter o interlocutores reais presentes na comunica o haver uma maior motiva o para a escrita Assim neste trabalho abordar se o blog situando o dentro de uma esfera de comunica o na qual os interlocutores 13 interagem Os conceitos de interlocutor e esfera de comunica o aqui empregados adv m das reflex es de Bakhtin Volochinov e Bakhtin 2003 A partir desses pressupostos esse trabalho tem como objetivo geral a partir de uma sequ ncia did tica que utiliza o blog como ferramenta de intera o a partir da concep o interacionista da linguagem O corpus da pesquisa constitu do por textos produzidos pelos alunos na situa o de execu o da sequencia did tica que ocorreu entre o m s de maio e junho de 2010 em um col gio p blico da cidade de Guarapuava com alunos do primeiro ano do ensino m dio Na situa o descrita foram organizadas atividades de escrita em blogs diversos a partir da ferramenta coment rios e tamb m a partir da cria o do blog coletivo Ponto de Partida no qual se produziram postagens e coment rios compartilhados entre os
127. gamos Esta a minha opini o Figura 18 Coment rio 1 Blog comportamento magro Fonte http blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho gg Coletado em 20 05 10 O aluno inicia seu coment rio afirmando que isto um problema de modo que pelo contexto compreendemos que o pronome isto se refere ao preconceito para com os obesos debatido no texto que ele leu Percebe se a procura por argumentos para reiterar as palavras do texto demonstrando que o aluno preocupou se em ampliar o di logo medida que contrap e ao texto o exemplo do Ronaldo Fen meno um esportista que ele julga sofrer os mesmos preconceitos elencados no texto lido O aluno explica que o jogador sofre o preconceito atrav s de piadinhas idiotas e evidencia isso com a utiliza o das aspas no neologismo fof meno mostrando que esse termo vem de outras vozes j foi utilizado na m dia em diversos programas de humor e tamb m em jornais Portanto al m da compreens o do texto lido que evidencia a compreens o imediata o aluno ainda ampliou o di logo a partir da reformula o das palavras do outro expressas no texto lido fazendo corresponder s suas palavras Garcez 1998 ajuda nos compreender essa rela o entre as vozes do outro e as nossas vozes dizendo que o discurso do indiv duo nunca deixa de interagir com outros discursos com os quais tem alguma liga o mesmo que n o evidente ou explicita GARCEZ 1998
128. hora aula M todo A partir do recurso data show mostrar para os alunos os passos para cria o do blog que ser configurado a partir das decis es coletivas Blog Ponto de Partida Etapa 4 Objetivo propor a postagem de um texto para o blog dentro da tem tica que havia sido discutida Produ o inicial de Postagens f nas aulas anteriores o preconceito 1 hora aula Descri o A partir do tema atitudes de preconceito na escola verificar se os alunos conseguiam adequar a tem tica a um g nero pertinente a finalidade de escrita apresentar e discutir sobre o tema e seus interlocutores colegas de turma alunos do col gio e estudantes em geral Blog Ponto de Partida ETAPA Descri o e Objetivos Etapa 5 An lise lingu stica dos Coment rios produzidos 2 horas aula Objetivo A partir do diagn stico dos problemas mais recorrentes nas produ es dos coment rios discutir com os alunos atrav s da revis o do professor os elementos inadequados ao texto mostrando formas de alter lo Descri o Releitura individual do seu pr prio texto observa o de problemas encontrados discuss o com o professor Devido ao programa do blog n o permitir altera es nos coment rios n o poss vel reescrev los apenas analis los e discutir quais altera es poderiam ser feitas Quadro de giz e Blog Ponto de Partida Etapa 6 Utiliza o da ferramenta Coment rios
129. icas e temporais j que permite o tr fego de informa es das mais variadas estirpes promovendo o interc mbio econ mico e cultural entre seus usu rios Do ponto de vista linguistico a velocidade e a versatilidade da internet tornaram mais evidentes as muta es nas formas de comunica o sobretudo escritas que ocorrem sucessivamente desde seu surgimento Chartier 1999 mostra que o relacionamento entre os conjuntos de muta es ocorridos nas t cnicas de produzir textos como a passagem da forma manuscrita para a impressa a substitui o do livro em rolo volumen pelo livro em cadernos codex por exemplo s o marcos das transforma es socioculturais ininterruptas que o homem enquanto leitor escritor promoveu Chartier 1999 explica ainda que n o se trata apenas de uma mudan a de suportes do texto mas da maneira como o texto organizado bem como nas rela es entre escritor texto leitor que cada tipo de configura o textual condensa e reflete O advento da internet inaugura a mais recente muta o discutida por Chartier 1999 pois carrega uma forma in dita de configura o textual um texto dissolvido na tela m vel e ao alcance de um grande n mero de pessoas Esse novo tipo de textualidade ao mesmo tempo em que emerge de uma nova configura o social conhecida como Sociedade da Informa o tamb m a alavanca Segundo Werthein 2000 desde o final do s culo XX as sociedades capitalistas em fun o de seus
130. icativo da data e da hora conforme aponta Komesu A marca expl cita do tempo no evento textual dos blogs pode ser observada tamb m na indica o da hora de sua postagem ou seja de seu envio na assinatura que se encontra abaixo do texto XOMESU 2004 p 114 Komesu 2005 tamb m conclui que os blogs s o marcados pela fun o f tica da linguagem por estabelecerem comunica es mais rituais e menos informativas Um fator decisivo para efetuar uma transposi o did tica a forma de produ o das postagens As postagens nos blogs podem ser realizadas de forma ass ncrona isto n o dependem da 46 presen a simult nea do interlocutor No chat bate papo ou no MSN os interlocutores est o presentes na comunica o instant nea o que os obriga a utilizarem uma linguagem pr xima da fala mais r pida e por isso menos planejada J no blog o escrevente tem a oportunidade de planejar sua escrita revis la e alter la at o momento da publica o Depois de publicado ainda poss vel editar o texto independentemente do tempo transcorrido Assim em sala de aula essa caracter stica pode ser aproveitada j que permite ao sujeito trabalhar sobre sua escrita Em rela o ao estilo de escrita empregada nos posts pode se dizer que ele acompanha os g neros nele vinculados Ou seja n o s o os posts que carregam certo tipo de linguagem e sim os g neros ali expressos Consultando a bibliografia sobre a linguagem uti
131. idos no texto mostrando o que pensam em rela o ao que leram devolvendo ao texto uma resposta No coment rio 2 por exemplo a aluna retoma algumas considera es feitas no texto e remete a elas algumas sugest es flavia disse maio 12 2010 s 10 55 am bom muitas pessoas sofrem isso pois um preconceito que deve ser vencido Eu nunca sofri mais tem pessoas que conhe o que sofrem muito com isso mais mesmo assim tem que lutar contra a obsidade para que em 2015 nao seja muito alto as pessoas obesas porque tem pessoas que n o sao obsas porque querem mais ja nasce com essa doen a mais isso tem que ser vencido para nao sofrer eu nao concordo com isso mais tem que se cuidar para sair do peso e que todos merecem uma oportunidade de vida essa minha opniao e da minha amiga bjos e eu e minha amiga estamos no lado de vcs obs enquanto houver vontade delutar havera esperan a de vencer obrigado por nos notarem agradecemos muito bjos Figura 19 Coment rio 2 Blog Comportamento Magro Fonte http blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho gg Coletado em 13 05 10 94 A aluna al m de afirmar que conhece pessoas que sofrem muito com isso ainda sugere que tem que lutar contra a obesidade para que em 2015 n o seja muito alto o ndice de pessoas obesas grifos meus A refer ncia ao ano de 2015 retoma a passagem do texto na qual se explica que a Organiza o Mundial da Sa de estim
132. is como vcs bjos e tamb m a uma pontua o n o convencional marcada pelo uso frequente de pontos de exclama o agradecemos muito bjos a maioria das frases foi encerrada com a exclama o que no contexto do g nero aceita como forma de enfatizar demonstrar empolga o etc Nos demais coment rios tamb m se observou a recorr ncia de contrapalavras mas expressas em coment rios mais curtos que tamb m demonstram a dificuldade de articula o textual No pr ximo coment rio por exemplo o aluno responde a afirma o do texto lido de que h dificuldade dos obesos em encontrarem roupas no tamanho adequado pois segundo o texto a maioria das lojas n o trabalha com a numera o pr pria para essas pessoas Essa afirma o foi respondida pelos alunos atrav s dos seguintes sugest es tachadas em negrito entre colchetes indica se a aus ncia de conectivos A A tend ncia obesidade definida antes dos dois anos de idade 9 V rias pessoas n o t m culpa de serem assim Nas lojas e com rcios da cidade as pessoas deveriam tratar os outros como tratam a si mesmo grifos nossos A m xima de tratar os outros como gostar amos de ser tratados uma express o popular que foi apropriada pelo aluno para sugerir uma solu o para o problema da falta de numera o ou seja assim como todo mundo gosta de ser bem atendido deveria atender tamb m aos outros Outro aluno contrap e essa palavra informa o
133. ispon vel em http www adnews com br internet php id 90034 http www adoravelpsicose blogspot com Acessado em 26 de janeiro de 2011 A ETERNA ESTRANGEIRA www aternaestrangeira blogspot com BLOGGER http www blogger com BLOG ILHA BELLA http blog universoilhabela com br blog author 8668 Ludmila DIA A DIA EDUCA O http www prdestatistica seed pr gov br pentaho jsp PrdDashboardData jsp datalnicial 03 2F0 2 2F20088 amp dataFinal 19 2F12 2F2008 HUM QUE DELICIA www hum quedelicia com SCRIPITING NEWS www scripting com 1997 04html TECHNORATI www technorati com blogs directory
134. ivo assumida nesse trabalho adv m dos estudos de Bakhtin 2003 que esclarece que o querer dizer do locutor se realiza acima de tudo na escolha de um g nero discursivo BAKHTIN 2003 p 284 Ou seja no momento de produzir um texto o indiv duo a partir da determina o da finalidade tem tica a que se prop e comunicar adapta a ao g nero discursivo Desse modo num processo quase que concomitante determina o da finalidade da escrita surge a escolha do g nero discursivo que por sua vez se d em fun o do interlocutor e do meio de circula o Bakhtin aborda os g neros como tipos relativamente est veis de enunciados constitu dos historicamente e que mant m uma rela o direta com a dimens o social BAKHTIN 2003 p 262 pois ao comunicarmo nos recorremos a um repert rio j existente de possibilidades de estrutura o do nosso dizer Esse repert rio constru do socialmente por m o sujeito pode modific lo ou adapt lo de acordo com a sua individualidade e com as circunst ncias comunicativas da o adv rbio relativamente empregado por Bakhtin Para falar utilizamo nos sempre dos g neros do discurso em outras palavras todos os nossos enunciados disp em de uma forma padr o e relativamente est vel de estrutura o de um todo Possu mos um rico repert rio de g neros do discurso orais e escritos Na pr tica usamo los com seguran a e destreza mas podemos ignorar totalmente a sua exi
135. laborar sua postagem considerando ainda o interlocutor virtual Alguns alunos j liam os coment rios logo que publicados enquanto outros se envolviam em escrever tantos coment rios pudessem Observou se que os coment rios que apontavam erros formais eram os que mais inquietavam os alunos e eles sempre recorriam ao professor da turma e ao professor pesquisador para mostrar o coment rio e sanar suas d vidas como no exemplo Al Professora a frase aqui est errada apontando para uma frase na tela incompleta P2 Essa frase que a comentarista fala do teu texto n A3 P4 Voc conferiu no seu texto se essa frase est adequada e com o sentido acabado A5 Conferi mas n o d pra saber P6 D para saber sim voc precisa voltar no seu texto e ler com aten o observar qual o problema Ser que n o est faltando nenhuma palavra Para voc o sentido pode estar claro mas para quem leu pode estar confuso se faltou alguma palavra A aluna volta ao texto algumas vezes buscando encontrar o problema A frase apontada pela colega simples e curta defeito e preconceito todo mundo tdos receberam igualmente Na primeira ora o a falta do verbo tem deixa a frase confusa mas um problema de f cil identifica o Por m a aluna demora a perceber esse pequeno detalhe t o acostumada est com o pr prio texto S ap s diversas leituras que percebe o problema e pede professora pesquisadora se pode ree
136. like this guy E To the people s credit in front of him they didn t make way for him despite his pleading and he had to padal at a walker pace to the corner na more thing it s thres days after tha storm Why isn t the sidewalk clear IBIISVRONO 10 26 47 PAL C A note to Greenwald and the Wired guys I m probably a foal for stepping into the middle of this but here goes Iskimmed Glenn Crespwal s scoldins of Wired and was a scolding trying te pick cu the core issue which seems to be this Wired has the complete transcript of Private Manning s confession to Adrian Lamo and Greenwald wants it and thinks other members of the press should have it and Wired isn t providing it He has some theones about why Wired is withholdirg it but 1 didn t read that stuff carefully to get the gist 29 tem ns s restante Fazendo o comnicad da imagem hito scripting comjmages 2D10 12 21 MEME uaia O rima Iniciar EGA Dood Soiptng hss De gt prera osta e bbg preraposta e Dica Figura 5 Postagem recente do primeiro blog da hist ria Dispon vel em www scripting com 1997 04html Acessado em 12 de janeiro de 2010 grifos nossos Esse texto foi postado em dezembro de 2010 13 anos depois da cria o do Scripting News Nele observa se uma mudan a n o apenas na estrutura mas sobretudo no prop sito comunicativo Quanto estrutura composicional nota se o texto central postagem A completado por uma image
137. limita o g nero textual a ser escrito no post d utilizam se dos recursos hipertextuais na leitura e na escrita A conclus o do trabalho mostra que a utiliza o do blog na sala de aula propicia a inser o dos alunos na blogosfera na qual os estudantes ad quam a partir de uma finalidade o g nero discursivo a linguagem e o estilo empregados em fun o dos interlocutores Al m disso a real intera o entre os interlocutores envolvidos na escrita de postagens e coment rios contribui para que os alunos releiam reavaliem e reescrevam os textos postados no blog considerando seu interlocutor e as sugest es que ele faz O blog como instrumento de ensino aprendizagem permite que os alunos se envolvam em pr ticas concretas de uso da linguagem nas quais a altern ncia entre os papeis leitor escritor s o preponderantes para desenvolver a capacidade de escrita dos estudantes pois encontram p blico para serem ouvidos cumprindo assim o papel da palavra que segundo Bakhtin 1992 o de querer ser ouvida Palavras chave produ o textual escrita blogs coment rio posts g nero discursivo interlocutor ABSTRACT This paper describes an instructional sequence done using the text genre blog in the first year of high school in a public school in the city of Guarapuava PR Assuming that digital technologies especially those relating to the use of the Internet cause great fascination in adolescents
138. litando o contato com os sujeitos e o meio social que originaram os textos analisados Essa pesquisa foi realizada em um col gio estadual do munic pio de Guarapuava PR entre os dias 17 de Abril e 28 de Maio e teve como participantes uma turma de 22 alunos do 1 ano do ensino m dio da rede p blica A pesquisa ocorreu nessa cidade por ser a cidade onde mora a pesquisadora A escolha do Ensino M dio foi motivada pela percep o do grande interesse que os adolescentes desse n vel de ensino demonstram al m de acreditar se que eles possuam uma autonomia maior no uso t cnico do hardware Al m disso apresentam uma maturidade maior para participar de uma pesquisa que precisava respeitar o tempo disponibilizado pela escola que n o poderia ceder por motivos pedag gicos mais de um m s letivo com a pesquisadora ministrando as aulas da professora titular Vale assinalar que para escolher o col gio no qual a pesquisa seria desenvolvida foram visitados mais tr s col gios da rede p blica de ensino e em todos eles a equipe pedag gica 62 apresentou ressalvas quanto ao tempo de dura o da pesquisa que por n o ser apenas observacional poderia comprometer o cronograma escolar Escolheu se a turma do 1 ano do Ensino M dio por dois motivos O primeiro est relacionado aceita o da pesquisa j que nesse per odo de aprendizagem as preocupa es dos estudantes em rela o ao vestibular n o s o t o eminentes quanto nas t
139. lizada nos blogs encontramos descri es interessantes nos trabalhos de Ruiz 2005 e Caiado 2007 No primeiro assinala se que a autora observa que a linguagem do blog mostra se na fronteira entre a fala e a escrita apresentando marcas que refletem o quanto as escolhas gramaticais lexicais e sem nticas do internauta s o motivadas pelo contexto situacional em que produzida RUIZ 2005 p 115 Mas n o isso que se observa em grande parte dos blogs a exemplo do apresentado na figura 10 O que se pode perceber que compreendendo que o estilo uma caracter stica inerente a cada g nero do discurso em situa es espec ficas a op o por determinado tipo de estilo varia de acordo com o g nero discursivo utilizado a cada situa o comunicativa bem como variar em fun o dos interlocutores Portanto as tentativas de generaliza o podem distorcer o que realmente acontece nos blogs em rela o linguagem empregada Quanto ao trabalho de Caiado 2007 a autora mostra que os alunos adolescentes tendem a realizar a adequa o da linguagem nos blogs reconhecendo que existe um conhecimento emp rico que norteia a reorganiza o da linguagem A autora cita como exemplo as abreviaturas das palavras que s o realizadas com base em conhecimentos de regularidades fon ticas de forma que as abreviaturas tamb m obedecem a certo padr o para se constituir como tal Para Caiado 2007 a linguagem abreviada em blogs de adolescentes
140. m postagem B e ainda um terceiro elemento que o espa o para coment rios dos leitores destaque em C Em rela o imagem compreende se que ela comp e o texto principal mas sua marca o pretende evidenciar a presen a de novas semioses que anteriormente n o estavam dispon veis Na atual composi o dos blogs rotineira a presen a de imagens v deos m sicas e s mbolos geralmente atrelados ao texto principal isto postagem No texto central o autor apresenta uma situa o do seu cotidiano inserindo opini es e coment rios que condensam uma esp cie de desabafo Aliando o texto foto a imagem de um ciclista andando sob a cal ada ele critica a atitude do ciclista e mostra se revoltado com a situa o O g nero discursivo da postagem mescla de forma muito imbricada o depoimento 35 pessoal com uma reclama o Por m o que se nota que o prop sito comunicativo desse texto muito diverso daquele produzido em 1997 Os links indicativos da navega o escassearam se dando espa o para a produ o de um nico g nero na postagem embora nele figure uma intergenericidade O blog da Dave deixou de ser espa o apenas para o registro de navega o passando a abrigar novos g neros fen meno convertido em uma tend ncia mundial Al m disso ainda h o elemento C os coment rios que s o produzidos pelos leitores e que ficam armazenados no ink indicado na caixa capitular C Ao lado desse muitos outr
141. ma imagem f sica que influencia o locutor por estar em contato direto com ele ou ainda por meio da representa o da imagem desse interlocutor Por exemplo no blog o escrevente possui um campo de interlocutores que participam da blogosfera um conjunto relativamente est vel de companheiros de que utilizam os blogs Esses interlocutores muitas vezes est o presentes em sua lista de contato seja atrav s de nicknames ou nomes reais Al m disso ao projetar sua imagem em um blog o escrevente j possui uma imagem do interlocutor que quer atingir de acordo com os temas que aborda Esses interlocutores que fazem parte dessa comunidade virtual seja como leitores ou escreventes s o os interlocutores reais para o escrevente Menegassi e Fuza 2006 elucidam que o interlocutor virtual por sua vez quando sua imagem projetada mas n o existe um contato direto entre ambos Nesse caso nos blogs al m dos interlocutores conhecidos pelo escrevente h ainda aqueles interlocutores que circulam pela internet que podem a qualquer momento acessar o seu blog Assim o sujeito escreve um texto para algu m virtual que n o sabe quem mas sabe que existe O terceiro e ltimo o interlocutor superior respons vel por determinar as regras e padr es que devem ser respeitados ao se produzir um enunciado evidenciando que a internaliza o ocorre do social para o individual Assim o interlocutor superior o audit rio social do escrevente is
142. mais intima mas comentaram os textos que mais chamaram sua aten o Toma se como exemplo o texto N o fui com a sua cara j apresentado na se o 3 2 4 figura 27 p 123 e um de seus respectivos coment rios Blogger Ponto de Partida Postar um coment r blogger com E 3 An nimo disse Eu gostei do seu texto s n o intendi o q vc quiz dizer na frase defeito e preconceito tdo mundo tdos receberam igualmente Fora isso achei bem legal o que vc disse s rorganizar as ideias melhor bjoo neguinha Thais Fa a um coment rio E vc o que acha Internet fa Ron Figura 27 Coment rio de elogio ao texto N o fui com a sua cara Blog Ponto de Partida O coment rio introduzido com a ora o gostei de seu texto que localizada no in cio do enunciado cria um clima de simpatia entre o escrevente e o comentarista Por m logo em seguida inicia se uma ora o subordinada concessiva s n o entendi na qual o s assume sentido semelhante ao da conjun o contudo contudo n o entendi que tem como objetivo fazer uma ressalva do que foi explicito na primeira ora o A comentarista chama a aten o da escrevente para uma parte do texto que julga n o ter ficado clara que seria a frase defeito e preconceito tdo mundo tem tds receberam igualmente grifo nosso Na frase em destaque a autora do texto esqueceu ou suprimiu uma palavra que pelo contexto pode
143. marc las como links Assim o leitor poderia selecionar o caminho pelo qual faria a leitura escolhendo t picos e relacionando os a outros textos Portanto a no o de hipertexto que se assume est indissociavelmente ligada id ia de ciberespa o pois aqui o hipertexto entendido primeiramente como um meio de informa o que existe on line dispon vel no ciberespa o em um computador Possuindo uma estrutura composta por blocos de informa es interligadas atrav s de links interconex es ou nexos eletr nicos o hipertexto oferece ao usu rio diferentes trajetos para leitura dispondo os recursos e a informa o de forma n o linear tal qual o blog que um instrumento de intera o dispon vel no ciberespa o O termo hipertexto foi cunhado ainda na d cada de 60 por Theodor Nelson que o considerava como um conceito unificado de ideias e de dados interconectados de tal modo que estes dados possam ser editados em computador Desta forma tratar se ia de uma inst ncia que p e em evid ncia n o s um sistema de organiza o de dados como tamb m um modo de pensar NELSON apud KOCH 2007 p 23 Nessa pesquisa interessa nos o hipertexto localizado em um computador cujo centro est em toda parte e a circunfer ncia em lugar algum um computador hipertextual disperso vivo fervilhante inacabado o ciberespa o em si L VY 2000 p 44 Para L vy 1996 o hipertexto funciona como uma forma de exterioriza
144. mesmo tendo la os de amizade os alunos tamb m criticam o texto dos colegas o que positivo tendo em vista que apenas 4 elogiaram os textos lidos Nessa fase da pesquisa observou se que os alunos compreenderam e adequaram seus textos esfera comunicativa em que foram inseridos valorizando a atividade de comentar o texto dos colegas sem imposi es do professor Os alunos produziram em m dia tr s coment rios cada um com iniciativa pr pria Considera se que isso decorre da necessidade de 126 manter la os fraternos entre os usu rios do blog pois comentando o texto dos colegas tamb m poderiam receber coment rios Todos os coment rios produzidos trouxeram marcas da considera o do interlocutor real ou seja o escrevente do texto comentado Essas marcas foram explicitadas atrav s de vocativos G lika miga frases direcionadas diretamente ao escrevente relax menina n s te amamos voc esta sendo preconceituosa com voc mesma etc Al m dessas marcas h ainda a adequa o do estilo de linguagem t pica do blog descontra da e amistosa Uma caracter stica importante do blog que foi absorvida pela turma a quest o da identidade j que grande parte dos escreventes busca a publiciza o do seu cotidiano e a identifica o com pessoas com algum tra o em comum Komesu 2005 al m disso na adolesc ncia essa busca por um grupo tamb m funciona como recurso para o adolescente debater sobre algum problema de sua vida
145. modernidade Tradu o Tom s Tadeu da Silva Guaracira Lopes Louro 6 ed Rio de Janeiro DP amp A 2001 103 p T tulo original The question of cultural identity KLEIMAN A Oficina de leitura teoria e pr tica Campinas SP Pontes 2000 KOMESU F Entre o p blico e o privado um jogo enunciativo na constitui o do escrevente de blogs e internet Tese Doutorado em Ling stica Campinas IEL Unicamp 2005 KOMESU F C Blogs e as pr ticas de escrita sobre si na internet In MARCUSCHI Luiz Ant nio e XAVIER Ant nio Carlos Org Hipertexto e g neros digitais Rio de Janeiro Lucerna 2005 KEMIAC L A constitui o dial gica do g nero depoimento Revista Ao p da letra v 10 1 2008 p 29 49 KOCH I G V Hipertexto e constru o de sentido S o Paulo Alfa 51 1 23 38 2007 Argumenta o e Linguagem 7 ed S o Paulo Cortez 2002 KOCH G V ELIAS V M Ler e compreender os sentidos do texto 3 ed S o Paulo Contexto 2009 LEFFA V J Aspectos da leitura Porto Alegre Sagra Luzzano 1996 L VY Pierre As Tecnologias da Intelig ncia Rio de Janeiro Editora 34 1996 CC Cibercultura Rio de Janeiro Editora 34 1999 a ANDR E D A Pesquisa em educa o abordagens qualitativas S o Paulo MARCUSCHI L A O hipertexto como um novo espa o de escrita em sala de aula In AZEREDO J C de Org L ngua portuguesa em debate conhecimento e ensino Petr polis Vozes 2001
146. nas quais os usu rios buscam dentre outras coisas uma identidade b otimiza a publica o leitura de textos compostos por v rias m dias de forma aberta e mais democr tica que o modelo impresso c permite a troca entre usu rios de forma desterritorializada elementos que motivaram essa a sua escolha como ferramenta de ensino 1 2 Os Blogs e a Blogosfera i 2 j z Um internauta ao acessar o Blogger um dos maiores hospedeiros de blogs se depara com a apresenta o 2 http www blogger com 19 Blogger Visita guiada O que um blog Windows Internet Explorer DER 8 t blogger com via lll Ar Arquivo Editar Exibir Favoritos Ferramentas Ajuda x p Alpaca O E co 68 mario Games KR play D Best Games 7 E more chat Ty Favoritos diz E PRATICANDO OS PCNS ROJ q Col gio Militar de Curitiba 2 ms Col gio Militar de Curitiba Obtenha mais comple 7 E Blogger Visita guiada O que um blog f 4 6 v P ginas Seguran a Ferramentas v Jr La E A O que um blog O blog um di rio pessoal Uma tribuna di ria Um espa o interativo Um local para discuss es politicas Um canal com as ltimas not cias Um conjunto de links Suas id ias Mensagens para o mundo O seu blog pode ter a forma que voc quiser H milh es de blogs de todos os tamanhos e formatos Na verdade n o h regras Dito de forma simples o blog um site onde voc est sempr
147. nceito contra os Bi sexuais Blog Ponto de Partida Dispon vel em www blogpontodepartidaa blogspot com Coletado em 12 05 10 Na postagem a aluna discorre sobre o preconceito existente no col gio a respeito do bissexualismo Percebe se que a aluna emprega os termos bissexualismo e homosexualismo como sin nimos carecendo de um esclarecimento Um dos coment rios feitos ao texto dela deixa subentendido que os termos referem se a coisas distintas A aluna cita exemplos desse preconceito e mostra se contr ria a ele entendendo que cada um deve ter direito a escolher sua op o sexual Assim o primeiro coment rio da figura a seguir reiterou essas palavras ampliando o assunto discutido no texto com novas informa es como por exemplo a cita o de uma frase conhecida pela estudante 122 r me A thais disse Conhe o uma frase perfeita pra esse assunto op o sexual naum julga carater d ningu m sou hetero e tenho mtas amigas 05 homo e bissexuais s o pessoas super compreensivas educadas naum tem pq ter medo ou nojo homossexualiso naum doen a Naum precisa apoiar elogiar naum gosta paci ncia mais RESPEITAR fundamental Paula disse Bom esse um assunto bastante complicado Eu costumo seguir os preceitos d minha igreja Deus criou o homem e a mulher para q perpetuem e formem um casal anatomicamente perfeito naum entendo o pq do homossexualismo J ocorreram ate casamentos entre homosse
148. ndo KLEIMAN 2000 p 25 No di logo com o professor sobre o t tulo escolhido pelo blogueiro os alunos em um primeiro momento consideraram que a o blog era de uma pessoa que n o possu a conhecimento da norma correta da escrita b era uma ironia que visava a criar um efeito de 75 sentido Apesar do ju zo de valor emitido pelos alunos atrav s da leitura eles poderiam compreender a rela o entre o t tulo e o conte do da p gina uma vez que o t tulo um componente importante de todo texto que o apresenta Outro aspecto a ser ressaltado aqui no o de adequa o da linguagem que os alunos possuem Veja se que em diversas situa es que ser o apresentadas h uma utiliza o recorrente de abreviaturas utiliza o de pontua o diferenciada para aproxima o da fala contudo o n o atendimento concord ncia entre o numeral dois e o substantivo neur nio causou estranhamento e foi apontado como erro Somente ap s o entendimento do efeito de sentido causado pela constru o observada que os alunos a aceitaram como adequada Ou seja eles compreendem que apesar de existir uma linguagem pr pria da internet diferenciada da l ngua padr o escrita nem tudo v lido pois lhes pareceu inapropriado um t tulo do blog com um aparente erro de concord ncia Discutido o t tulo os alunos ficaram curiosos em saber quais eram os assuntos contidos no material apresentado Dessa forma foi pedido a el
149. neros inclusive para o blog que como discutido n o apenas um di rio virtual Xavier 2002 que em sua tese de doutoramento argumenta a favor de que o hipertexto formado pela bricolagem de v rias linguagens som imagem e escrita Estas linguagens tamb m chamadas de hiperm dia amalgamadas em um mesmo suporte para ele a tela do computador constituem um modo de enuncia o digital cuja representa o se d pelo que o autor designa de equa o enunciativa representada na figura TEXTO IMAGEM SOM HIPERTEXTO MODO DE ENUNCIA O DIGITAL Fonte Xavier 2002 p 110 Depreende se que Xavier 2002 concebe o hipertexto a partir da coexist ncia da multisemiose que se instaura atrav s das linguagens da escrita da imagem e do som A no o de enuncia o digital est alicer ada na integra o das v rias m dias verbo auditivo visual XAVIER 2002 p 105 Ancorado nas discuss es de Xavier e Marcuschi acerca do hipertexto e no conceito de transmuta o de g neros BAKHTIN 2000 que Ara jo 2004 2007 se debru a na investiga o de alguns g neros oriundos do mundo digital O autor acredita que o hipertexto como concebido por Xavier 2002 gera g neros hipertextuais conclui se que sendo um modo de enuncia o digital o hipertexto gera g neros hipertextuais como o chat na Web os quais comungam de suas caracter sticas ARA JO 2004 p 99 grifos no original Compartilha se do pe
150. no pois como assinala Kemiac 2008 esse g nero tem um seu horizonte tem tico voltado para a express o de uma experi ncia pessoal de seu autor Mas autora alerta que essa experi ncia pessoal pode voltar se para um acontecimento social de amplas repercuss es KEMIAC 2008 p 34 35 No caso da produ o dos alunos o acontecimento social em quest o pode ser compreendido como o preconceito na escola que desencadeou tamb m sequ ncias argumentativas mostrando a preocupa o da aluna em discorrer sobre o tema proposto indicado no t tulo escolhido tentando responder pergunta por ela instaurada existe preconceito na escola A resposta direta pode at n o ver mas existe sim Curiosamente tanto na primeira vers o quanto na segunda o sujeito do verbo suprimido quem pode at n o ver Quem n o v que existe preconceito os professores Os colegas A institui o escolar Teria a aluna suprimido o sujeito da ora o numa tentativa de silenciar uma informa o que n o se sente vontade para expor aos seus interlocutores isto aos outros membros da escola Embora se possa precisar o motivo dessa constru o oracional isso seria um indicador de que a escrevente se preocupou com o interlocutor no momento da escrita compreendendo que n o se diz tudo o que se quer a qualquer momento Outras marcas argumentativas aparecem no decorrer do texto como em at na hora de escolher um amigo na qual a
151. nov 1995 Bakhtin 2003 e Vygotsky 1988 expondo reflex es te ricas sobre a linguagem especificamente a escrita sua constitui o e disponibilidade na forma o do discurso a partir dos conceitos de g neros discursivos interlocutor e dialogismo A abordagem metodol gica a qualitativa interpretativa L dke amp Andr 1986 Erickson 1988 a fim de abranger a descri o de todas as etapas do processo bem como permitir uma flexibilidade no usos de instrumentos variados tais como question rios e grava es Dessa forma primeiro faz se um levantamento sobre a rela o dos estudantes do ensino m dio com a escrita digital Os question rios semi abertos aplicados a alunos do ensino m dio e posteriormente analisados d o os subs dios para a organiza o de uma atividade de transposi o did tica considerando as tr s dimens es que isso implica leitura an lise lingu stica e escrita propriamente dita A triangula o dos textos coletados com os registros gravados em sala de aula mostra que a os alunos produzem textos que caracterizam atitudes responsivas imediatas quando o interlocutor marcado e est presente no di logo b posicionam se como o outro de si mesmo isto como leitores do pr prio texto quando entram em contato com os coment rios escritos produzidos pelos colegas e com a media o do professor modificando informa es alterando o texto c s atingem uma escrita eficiente quando o professor de
152. nsamento de Ara jo sobre a exist ncia de g neros hipertextuais dos quais o blog tamb m part cipe Isso porque ele apresenta em sua tessitura marcas indel veis da riqueza plural da linguagem do hipertexto de modo que os elementos sonoros imag ticos e escritos se fundem para compor um espa o de interlocu o mediado pela hiperm dia digital e complexificado pelas rela es enunciativas Considerando os m ltiplos g neros que circulam nos blogs organizados atrav s de links e permeados por diversas m dias bem como a intera o entre usu rio m quina usu rio o conceito de g nero hipertextual o que apresenta maior potencial para sustentar a descri o dos blogs nesse trabalho de transposi o did tica 42 1 3 2 Blog um g nero hipertextual e altamente interativo Com base em Xavier 2002 nas observa es de Marcuschi 2004 e em Chartier 1999 sabemos que o suporte material causa muta es nas estruturas da escrita assim como nas maneiras de ler Desse modo o blog na medida em que fruto do ciberespa o e apresentado na tela do computador caracteriza se por suas peculiaridades hipertextuais que fazem dele um espa o in dito e sofisticado de enuncia o Um exemplo dessa sofistica o que se esse fosse um texto inserido na internet contaria com recursos audiovisuais m sicas s mbolos v deos e poder amos selecionar algumas das palavras chave tais como hipertexto ciberespa o autor e escrita e
153. nte ao locutor atrav s do pronome voc s A Oi eu sou f de vcs e eu acho que as pessoas gostam das m sicas que quiserem e cada um tem seu gosto XAU BJS 86 Aparentemente o aluno conseguiu materializar o interlocutor uma vez que diz que f dos autores dos blogs e mesmo escrevendo caneta utilizou abreviaturas t picas do meio digital BJO XAU VCS Mas o aluno na verdade reproduziu um trecho de um dos coment rios lidos na folha entregue pela professora jackeline diz as 05 03 do dia 12 10 oi sou f de vcs me deixe um recado no meu email O coment rio do aluno configura se na mesma estrutura do modelo apresentado na folha Mesmo sem conhecer Ilha Bela ao aluno se diz f repetindo o que leu em outros coment rios por m esquece que seus interlocutores seriam os colegas da turma e n o o dono do blog O aluno tenta demonstrar para o professor que escreveu alguma coisa isto que fez seu coment rio Os alunos realizaram uma escrita moldada fazendo a atividade apenas para cumprir uma tarefa uma vez que o interlocutor real mais imediato que leria os coment rios seria o professor Nesse mesmo vi s a finalidade de escrita era apenas avaliativa pois n o existia um por qu escrever nas palavras de Geraldi 1996 Isso demonstra que embora a compreens o do texto tenha ocorrido pois os alunos que haviam discutido oralmente de forma ativa e cr tica os alunos n o conseguiram realizar o mesm
154. nterlocutor e do meio de circula o 104 Diante dessas considera es acreditamos que embora n o tenha sido delimitado um g nero no comando de produ o de textos os estudantes direcionariam sua produ o textual atrav s de uma finalidade comunicativa possibilitada pela presen a de interlocutores reais os colegas de classe interlocutores virtuais os internautas em geral sobretudo os membros da mesma escola e o interlocutor superior o audit rio social que cada um idealiza Garcez explica que a enuncia o tem uma orienta o social e orientada para o outro e por ele determinada GARCEZ 1999 p 56 ou seja a imagem do interlocutor e a finalidade que determinam a escolha do g nero Dentre as produ es realizadas nessa atividade pode se notar que os textos configuraram se basicamente no g nero depoimento pessoal e artigo de opini o claro que a qualidade da primeira vers o dos textos produzidos precisaria ser melhorada tendo em vista que esse primeiro momento da escrita diagn stico Ao total foram 18 primeiras vers es e 13 vers es postadas no blog Nos textos que se aproximaram ao depoimento pessoal os alunos relataram acontecimentos do seu cotidiano que exemplificavam atitudes que eles consideravam preconceituosas como no texto que segue escola n o lugar de preconceito H mais ou menos um ano atr s eu pesava setenta e seis quilos sofria muito preconceito dentro da escola minha
155. ntes uma s rie de prot tipos de anota es soltas que n o se relacionam entre si Na postagem acima as palavras destacadas em azul s o os links enquanto as demais s o os coment rios do escrevente Por exemplo na terceira anota o Check this out Amazing o this um ink para fora da p gina Veja isso Incr vel Os links funcionam como registros da navega o e como recomenda es do escrevente ao leitor marcada pela express o veja isso No espa o reservado postagem portanto n o havia apenas um texto materializado em um g nero mas uma s rie de enunciados independentes sendo em alguns casos at mesmo a a Linkbot Big Broth simples coloca o de um Zink como aparece no topo da postagem 2 Ss aromer Em rela o a essa postagem salienta se ainda a inexist ncia da ferramenta Coment rios grande marca dos blogs a qual que s veio surgir mais tarde quando as fun es do blog come aram a se diversificar Frente a essas observa es pode se assinalar que em sua origem os blogs possuiam uma nica finalidade registrar um hist rico de navega o pessoal e recomend lo para os leitores At ent o havia uma tem tica definida para os blogs j que todos comungavam do mesmo prop sito comunicativo e para Bakhtin 2003 em decorr ncia desse prop sito comunicativo que o locutor seleciona o g nero a ser produzido Assim at o momento o blog como um todo funcionava como um arqu tipo de di
156. nto a imagem que o escrevente faz de seus leitores e a finalidade de sua escrita acaba inscrevendo o em uma determinada esfera da infinita rede de blogs N o se trata de uma regra mas em sua investiga o Ruiz 2005 mostra que os tra os formais da l ngua e os temas tratados pelos blogs acabam por constituir comunidades virtuais baseadas em tra os em comum dos escreventes Assim por exemplo em blogs voltados para a doc ncia se encontram outros blogs relacionados ao assunto textos da rea do magist rio etc E os tra os que motivam essa uni o de blogueiros adv m de caracter sticas em comum como por exemplo profiss o interesses pessoais idade orienta o sexual etc Essas observa es ganham ainda mais pertin ncia quando atreladas s quest es de identidade discutidas nesse trabalho Se por um lado Komesu 2005 explica que a atividade Komesu 2005 emprega o termo escreventes para designar especificamente aqueles que possuem um blog e o atualizam n o incluindo portanto os usu rios que escrevem coment rios 5 r e as ME P Emoticons s o s mbolos utilizados para representar express es faciais e sentimentos Por exemplo o s mbolo representa um sorriso no qual o ponto de igualdade representa os olhos e o par ntese a boca 23 de escrita nos blogs pessoais origina se de um exibicionismo no qual o autor busca projetar uma imagem de her i ou seja uma imagem que lhe pare a agradar e persuadir se
157. o parece estar t o internalizada que a aluna migrou sua forma para o blog que dispensa essas formalidades tal qual o email por exemplo ao contr rio do texto da aluna anterior O texto foi organizado em tr s par grafos que n o possuem adentramento mas s o separados atrav s do espa o que corresponderia a uma linha ou um enter nesse caso Os par grafos atendem a elementos que a aluna reconhece como importantes a introdu o na qual 113 a aluna explica o que o preconceito uma pr avalia o No segundo par grafo a aluna apresenta o que para ela representa um poss vel argumento todos s o preconceituosos No ltimo par grafo a aluna foca o tema indicado pela pesquisadora e conclui sua id ia dizendo que n o se pode julgar uma pessoa pela apar ncia mas isso o que acontece Essa dificuldade de produ o do g nero pode ter ocorrido em fun o de ser a primeira vers o do texto A aluna elegeu um g nero para dar conta da finalidade proposta expondo seu ponto de vista de forma mais impessoal atrav s do uso da terceira pessoa Tratando se de uma atividade de escrita diagn stica aponta se que o professor ao trabalhar com a produ o de textos nos blogs e Marque o g nero a ser produzido pelos alunos e trabalhe a sua composi o estilo e tem tica comprovando que o blog em si n o pode ser tomado como um g nero nico quando utilizado como um instrumento de ensino aprendizagem da escrita e Re
158. o querer estar certo quando na verdade est errado Muitos n o entendem que defeito e preconceito todo mundo todos receberam igualmente a ningu m ficou sem O preconceito dentro da escola o que leva alunos exclu dos a sofrerem transtornos psicol gicos devido a goza es feitas por seus colegas Um dos preconceitos mais abundantes dentro de um col gio cheio de adolescentes irados que buscam a pr xima vitima para debochar e fazer aquelas nada construtivas a respeito de seus companheiros nada mais nada menos do que aquela t pica historinha de n o ir com sua cara O fato que n o se pode julgar uma pessoa pela apar ncia Mas infelizmente o que acontece em muitos estabelecimentos de ensino n o interessando se publico ou particular 12 0 MILH ES DE COMENT RIOS Figura 26 Postagem N o fui com a sua cara Blog Ponto de Partida Dispon vel em http www blogpontodepartidaa blogspot com Coletado em 30 de Maio de 2010 O primeiro elemento a ser observado que est na superf cie textual a disposi o do texto no espa o a ele reservado A aluna centraliza a palavra Preconceito como um subt tulo similarmente ao modo que ocorre nas reda es escritas na folha do caderno No espa o de postagem n o existem ferramentas para formata o do texto ou seja o texto linearmente organizado da esquerda para a direita sem possibilidades de centraliza o Por m a estrutura do texto dissertativ
159. o pr prio da internet Muitos estudiosos e pensadores v m debatendo sobre as rela es entre a constru o de identidades e a busca por comunidades virtuais baseadas em redes sociais Zygmundt Bauman 2005 explica que no ciberespa o os indiv duos compartilham a chance de experimentar a liberdade de se relacionar com pessoas com as quais encontram afinidades mas sem estabelecer v nculos concretos ou profundos Tanto que qualquer um pode fazer parte de diversas redes sociais ou participar de comunidades virtuais No Orkut por exemplo alguns usu rios possuem duzentas trezentas comunidades das quais participam Para o autor a internet representativa da pluralidade de escolhas a que as pessoas est o expostas e essa mesma pluralidade de escolhas abriga a transitoriedade da identidade no mundo globalizado Stuart Hall 2001 chama a aten o para a discuss o em torno da chamada crise de identidade que vem fazendo com que o sujeito tido como unificado se apresente deslocado por conta das transforma es societ rias ocorridas em escala global Explica se Embora a busca reflexiva pela identidade do eu seja uma preocupa o recente ao longo do percurso civilizat rio sempre houve uma tentativa dos homens em estabelecer uma rela o em comum com os demais formando uma totalidade a fim de diferenciar a si pr prio Primeiro a base para essa identifica o era a fam lia depois as pequenas comunidades p blicas polis Mais tarde
160. o do outro PAVEAU amp SARFATI 2006 Para Bakhtin Volochinov o interlocutor n o um mero receptor de uma mensagem ele o eixo regulador da intera o pois a partir do interlocutor que se define a forma como o discurso vai ser organizado portanto o interlocutor deve necessariamente ser considerado na intera o verbal Garcez 1999 com respaldo nos estudos de Bakhtin enriquece a discuss o ao explicar que al m de o outro ser parceiro no di logo e permitir que o eu se constitua como enunciador ele fornecedor da mat ria prima do discurso O repert rio de palavras as formas de constru o do texto as express es e at mesmo o conte do da produ o verbal nascem das rela es sociais Todo discurso tem origem em outras palavras pois de acordo com Bakhtin Volochinov qualquer enuncia o por mais significativa e completa que seja constitui apenas uma fra o de uma corrente de comunica o verbal ininterrupta BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 123 grifo no original Um dado enunciado que produzimos faz parte de uma corrente de comunica o ele sempre vem em resposta a um j dito A pr tica da linguagem n o se d num v cuo cultural mas sim em determinados contextos transpassados por valores e significa es constru dos no decorrer das intera es sociais Devido ao car ter social da linguagem atrav s do conv vio social que os sujeitos v o construindo seus discursos com base em suas experi n
161. o entre alunos 2 parte ssssssseseesesseseesessessesseseesessesresesseseesseseesesse 127 Figura 36 Texto reescrito ap s os coment rios ii reerereas 132 Fig ra SEO CUSCO is a a Rd aa aa 135 SUM RIO INTRODU O unas GRI US 10 CAP TULO 1 FUNDAMENTA O TE RICA ti teesessssrs see 14 1 1 A Internet e a busca por identidades sejas asi ass ds ORG aga scout 14 1 20s Blogs e a Blogosfeer ias da e ST RA iaa ia iaria 18 1 3 Os blogs sob a perspectiva interacionista da linguagem sseseeseeseesseeserssressesee 24 1 3 1 A composi o dos blogs espa os de intera o por meio de m ltiplos PERCLOS anani a aa a a a a a aas 27 1 3 2 Blog um g nero hipertextual e altamente interativo ssssesesseseeseeeeeseesesee 42 1 3 3 O post e o coment rio ferramentas de di logo s ssessesessseessesessressrsseesseese 45 1 3 4 Outros componentes hipertextuais na intera o leitor autor DOS DIOS aii E di EE E O AT S A 50 1 4 G neros hiper textuais e ensino da escrita ss sseseseseessesereseessessessressessrssresseesees 52 CAP TULO 2 PERCURSO METODOL GICO meinen 56 2 1 A natureza a abordagem e o tipo de pesquisa passantes aaa 56 2 2 O contexto amplo da pesquisa Paran Digital nsssnennesseesseseeeseessessresressessreseesses 57 2 3 Os sujeitos e o contexto da pesquisa asma saeniigas Apa ras gerir dela a das doadas 61 2 4 Instr me ntos
162. o ir com a cara falta de educa o P6 Mas e sobre o que a gente discutiu em sala de aula a quest o da apar ncia f sica das pessoas n o uma das coisas que fazem as pessoas criarem conceitos antecipados A7 Tipo aqueles neg cios de como a sociedade cobra das pessoas e estranha quem quebra algum padr o neh Tipo isso que eu queria falar mas d na mesma do que eu disse P8 N o n o d na mesma porque voc sabe do que se trata como voc v isso mas pro seu colega parece que n o ficou t o claro grifos nossos O di logo estabelecido com a professora sobre o texto mostra que a aluna preocupou se com a coloca o do colega Segundo Menegassi e Malentachi 2007 os coment rios produzidos para um texto sobretudo aqueles que apresentam questionamentos s o as melhores estrat gias para colaborar com a reescrita textual pois motivam o autor a questionar a si 131 pr prio Assim ao introduzir um coment rio apontando um problema na argumenta o do texto a escrevente foi impulsionada a rel llo e a necessariamente a tornar se sua pr pria interlocutora refletindo sobre o que escreveu e como pode alterar sua escrita Ocorre uma desestabiliza o do que foi produzido explicitado no di logo acima atrav s da express o depois do que o F escreveu eu fiquei em d vida Assinala se que o coment rio em quest o focou apenas um argumento do texto mas apenas o fato de ter sido produzido fez com que a aluna
163. o multicentramento permite ao leitor fazer as liga es entre os n s e links que configurar o a cada leitura um texto in dito formado pelas escolhas que o hiper leitor realizou Apesar de todos os elementos do blog serem projetados pelo editor o escrevente o leitor quem os re ne e os organiza de acordo com o percurso de leitura que vai tra ando O blog enquanto g nero hipertextual otimiza a responsabilidade ativa do leitor Ele faz com que o leitor seja mais ativo pois necessita de demanda cognitiva e f sica para realizar escolhas linkar palavras gerenciar as a es feitas na tela Nesse sentido L vy aponta que O leitor em tela mais ativo que o leitor em papel ler em tela antes mesmo que interpretar enviar um comando a um computador para que projete esta ou aquela realiza o parcial do texto sobre uma pequena superf cie luminosa LEVY 1996 p 30 Considerando o hipertexto como uma fonte de m ltiplos percursos de leitura o leitor participa da reda o medida que organiza a disposi o final do mesmo Os leitores podem n o apenas modificar as liga es mas igualmente acrescentar ou modificar os n s textos imagens etc L VY 1996 p 45 A n o linearidade ou seja a possibilidade de escolha imediata e pontual de links ou textos parece ser o ponto de partida para definir aquilo que vem sendo chamado de coautoria Segundo Koch o leitor do hipertexto tem a possibilidade de optar entr
164. o percurso na escrita O professor pesquisador havia fornecido os elementos discutidos por Geraldi 1999 e Ter o que dizer opini o sobre o texto e as ideias nele defendidas que havia sido discutidas oralmente e Ter uma raz o para se dizer defender seu ponto de vista frente aos seus pares e Ter para quem dizer os colegas de turma que apresentavam opini es divergentes e Constitua se como sujeito que diz para quem diz sujeito leitor do texto e Escolha as estrat gias Atrav s do g nero coment rio Dos elementos necess rios para a produ o de textos o elemento ter uma raz o para dizer foi pontuado pelo professor mas alerta se para a dificuldade em sala de aula de criar situa es reais de uso nas quais ter uma raz o para dizer seja efetiva isto aconte a em situa es comunicativas reais da a import ncia de utilizar ferramentas como o blog que proporciona uma intera o aut ntica e menos artificial entre os usu rios Como previsto pela pesquisadora os alunos n o se sentiram muito motivados a escrever coment rios para compartilhar com seus colegas na sala de aula No momento da escrita no entanto os argumentos apresentados pelos alunos n o foram retomados em seus textos A repeti o dos modelos e express es dos coment rios mostra que os alunos n o conseguiram ou 87 n o quiseram se posicionar como sujeitos enunciadores que possuem gostos e opini es diversificadas note se que a gr
165. o seguinte vamos anotar no caderno Ea Solicitamos ent o que os alunos dissessem quais eram as suas hip teses sobre o conte do da ferramenta em quest o P1 Ent o pessoal O que ser que tem num blog hem A2 Coisas sobre a vida da pessoa P3 Ok Vamos anotar aqui ent o que no blog h fatos sobre a vida da pessoa Mas de qual pessoa estamos falando A4 Da pessoa que manda no blog P5 Isso a gente chama de dono do blog ou blogueiro ok Ent o vamos anotar assim Surgiram outras hip teses que foram todas anotadas no quadro Apontamos aqui quais foram Di rio Espa o de publicidade Espa o de letras de m sica Meio de divulga o do trabalho pessoal cantores que divulgam shows e m sicas artesanato etc e F Clube Agenda de shows dos artista Atrav s do levantamento de hip teses foi poss vel estimular os alunos leitura e instig los a verificar se estavam certos e se havia outros tipos de blogs al m daqueles citados Ainda com o intuito de estimular a leitura foi pedido aos alunos sugest es de blogs ou temas que os interessavam A sala mostrou se dividida entre as opini es masculinas e femininas 73 Enquanto as meninas gostariam de acessar assuntos sobre moda e beleza os meninos gostariam de acessar assuntos sobre futebol e m sica Dessa forma os alunos foram convidados a se deslocar para o laborat rio de inform tica onde acessariam blogs indicados pela pesquisadora j que ele
166. ocial as tecnologias est o sendo desenvolvidas para permitir ao homem atuar sobre a informa o ao contr rio do passado quando o objetivo era utilizar a informa o para atuar sobre a tecnologia Pode se dizer portanto que as novas tecnologias t m como fun o principal a difus o r pida e em larga escala da informa o que em sentido gen rico como o autor prop e abrange todos os conte dos de interesse do ser humano desde arquivos em rede de uma grande empresa as obras de divulga o cientifica at uma receita de bolo Al m dessa caracter stica o autor inclui ainda outras quatro a saber 1 alta penetrabilidade da informa o nas atividades individuais ou coletivas j que a informa o parte integrante de toda atividade humana 2 flexibilidade uma vez que a tecnologia permite processos revers veis e r pidos como por exemplo mandar um email incompleto e logo em seguida complet lo e reenvi lo 3 crescente converg ncia de tecnologias caracterizada pelo fato de diversas reas do conhecimento se interligar a fim de constru rem novos produtos servi os como por exemplo a rob tica e a medicina esta vem consolidando avan os com o auxilio daquela 4 predom nio da l gica de redes sociais nas quais os sujeitos interagem na busca de uma identifica o para com o seu grupo bem como para aumentar suas redes de trabalho amizade etc A rede mundial de computadores re ne com maior ou menor intensidade es
167. ois passar a funcionar como uma plataforma espec fica Segundo Amman 2009 Garret editor de um site come ou a compilar em sua p gina uma lista de links de sites que tamb m faziam o registro das navega es Cameron outro mantenedor de uma p gina na internet publicou essa lista e logo outras pessoas come aram a 32 enviar a ele links de suas p ginas para que fossem inclusas na rela o Foi Dave Winer quem observou essa movimenta o nos sites e criou a primeira p gina que daria origem atual estrutura do blog com a indica o cronol gica das postagens e de f cil manuseio Winer lan ou na plataforma Frontier uma vers o que possibilitava f cil manuseio e inclus o de uma barra de contatos para navega o Assim o cientista da computa o criou uma p gina pessoal denominada P gina da Not cia que em seguida foi renomeada como Scripting News caracterizando se ent o como uma configura o primitiva dos atuais blogs Ao buscar essa p gina na web encontramos todos os arquivos de publica o compreendidos entre abril de 1997 at os dias atuais de 2011 O resgate desses arquivos possibilita compreender algumas das principais transmuta es ocorridas no blog Para isso selecionou se a primeira publica o dispon vel de Winer datada de 01 de Abril de 1997 Archive April 1997 Windows Internet Explorer 6 dep scripting com Bibiixi Arquivo Edta Edr Favorktos Ferramentas Ajuda Farontos E teme
168. omentaram cias par frase Amplia o Leitura e escrita off line 15 3 84 7 0 Leitura e escrita on line 73 7 20 6 3 Mecanismos de coes o na constru o dos coment rios Para finalizar essa etapa de produ o textual o professor solicitou aos alunos que acessassem novamente o blog Comportamento Magro e lessem os seus coment rios e o dos seus colegas A pesquisadora pediu para que todos observassem o seguinte coment rio Andrey disse maio 12 2010 s 10 54 am eu acho que o preconceito contra os obesos uma coisa muito delicada para essas pessoas que sofrem a obesidade E nas lojas e com rcios da cidade as pessoas deveriam tratar os outros como tratam a si mesmo pois varias pessoas n o tem culpa de ser assim ent o eu acho que v rias pessoas do mundo inteiro gostariam de levar a vida normal como as pessoas comuns Figura 20 Coment rio 3 Blog Comportamento Magro Fonte blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho gg Coletado em 13 05 10 A pesquisadora pediu para que os alunos observassem se o texto apresentava algum tipo de problema de estrutura o de escrita ou qualquer outro problema que eles observassem Rapidamente as respostas foram aparecendo Al Come ou o texto com letra min scula A2 Nossa V rias a palavra sem acento e a palavra gostariam com acento A3 primeiro fala dos obesos e da j fala das lojas A4 Aham vai emendando tudo AS E ta meio con
169. omo se pode perceber no texto analisado n o h a conformidade com o conte do tem tico pois a aluna n o apresenta argumentos efetivos sobre o assunto que aborda e consequentemente isso afeta tamb m a estrutura do texto que fica fragmentado Assim os coment rios que focam o conte do tem tico abordado pelo g nero proposto ou aqueles que focam o conte do do texto em si acabam por impelir o sujeito a amadurecer suas ideias e leituras atrav s do di logo consigo e com o outro e modificar a organiza o do 132 seu texto Ou seja ao modificar o conte do do texto o aluno obrigatoriamente acaba tendo que modificar a estrutura textual SEXTA FEIRA 21 DE MAIO DE 2010 N o fui com a sua cara Nos dias de hoie dif cil encontrar alau m aue pelo menos uma vez n o tenha sofrido alauma forma de preconceito aue uma pr avalia o ou seja um julgamento antecipado e equivocado sobre algo ou algu m O preconceito um assunto bastante complexa nais todo mundo indenendente se esta certo ou errado sempre vai defender sua onini o muitas pessoas n o compreendem aue vivemos em uma sociedade em processo continuo de evoluc o e mudanca e que precisamos respeitar as diferen as tal como queremos que as nossas seiam respeitadas Dentro das escolas o assunto ainda mais complicado pois sempre tem uns espertinhos julgando excluindo fazendo brincadeirinhas de mau gosto O problema que essas brincadeirinhas podem causar
170. ompreender fazemos corresponder uma s rie de palavras nossas formando uma r plica importante salientar que toda contrapalavra uma atitude responsiva imediata por m isso n o rec proco pois nem sempre uma atitude de resposta imediata condensa uma contrapalavra Focando o trabalho com a escrita observou se que todos os alunos produziram coment rios sobre os conte dos e informa es expressas no texto lido de dois modos distintos um grupo maior de coment rios ampliou as discuss es instauradas no texto lido enquanto um grupo menor apenas ratificou as palavras do texto por meio da par frase A primeira tabela a seguir re ne os coment rios do grupo que inseriu na escrita informa es al m das apresentadas no texto lido demonstrando uma motiva o para a escrita preocupando se em elencar argumentos e exemplos que comprovassem a opini o apresentada Express es do texto Manuten o do Amplia o elo comunicativo os gordos ainda s o v timas A maioria dos eu tenho amigos de um sutil preconceito obesos sofre gordos mas que esse tipo de n o sofrem com preconceito isso a tend ncia obesidade tem pessoas que eu nunca sofri mas definida antes dos dois n o s o obesas tem pessoas que anos de idade porque querem eu conhe o que mas j nascem sofrem com isso com essa Um bilh o e meio de doen a pessoas sofrer o com a tem que lutar contra obesidade em
171. opera o de guarra de guardar o lugar com a bolsa e voltar segurando pipocas pequenas heste biog O Na Wed RAPAOZEX Vou no cinama hoje Sentarei na cadeira 3B Comeres um comba 3 i Iniciar E y A 02 Neur rio UOL El LORENA E L Historico bem Park Figura 13 02 Neur nio Dispon vem em http www 02neuronio blog uol br Acessado em 25 05 10 02 neur nio um blog de autoria de uma mulher que o utiliza para relatar sobre o seu cotidiano e tamb m para debater assuntos como sexualidade fam lia etc atrav s de posts 74 que se aproximam de artigos de opini o Devido a esses fatores bastante conhecido e lido na blogosfera Ao passar o endere o eletr nico no quadro os alunos questionaram o t tulo do blog Al Professora n o deveria ser 02 neur nios t errado aqui A2 mesmo P3 Ent o acessem e olhem na p gina como est escrito Na verdade o 02 neur nio se refere a que a no blog Por que a no topo da p gina est escrito isso A4 Por que o t tulo P5 Exatamente Vamos tentar entender se esse foi um erro mesmo ou se foi uma escolha proposital do autor O que um neur nio A6 Uma c lula do c rebro P7 Sim E n s temos dois neur nios ou mais A8 Muito mais n professora P9 Muito mais milh es bilh es de neur nios Se uma pessoa diz que tem s dois ela tem um d ficit A10 Ela tem s o Tico e Teco risos P11 Isso essa uma express o
172. ornada familiar Depois a consci ncia monologizada na sua qualidade de todo nico e singular insere se num novo di logo da em diante com novas vozes do outro externas BAKHTIN 2003 p 402 O contato com as palavras dos outros vai se incorporando aos nossos discursos de forma a nos esquecemos da origem que ent o torna se an nima Ao assimilarmos a palavra do outro tamb m a reestruturamos isto n o apenas copiamos e sim a reorganizamos de acordo com a nossa individualidade e novamente inserimo nos em um novo di logo A monologiza o pois um processo que ocorre do n vel social para o n vel individual isto do interpessoal para o intrapessoal Garcez 1998 mostra que a monologiza o discutida por Bakhtin 2003 corresponde ao conceito de internaliza o formulado por Vygotsky 1988 no qual este explica que uma opera o externa reconstru da internamente aquilo que uma crian a pode fazer com assist ncia hoje ela ser capaz de fazer sozinha amanh VYGOTSKY 1988 p 87 O externo se identifica com o social isto com a participa o dos sujeitos em situa es espec ficas enquanto o interno se identifica com o pessoal Ao internalizar o exterior ocorre tamb m a reorganiza o da atividade psicol gica pois n o se trata apenas de um ac mulo de informa es mas de apropria o e de transforma o Em face da interdepend ncia entre os interlocutores Garcez ressalta q
173. os Se voc faz parte de uma muito bom mais se n o faz parte fica sozinho Se voc pobre as pessoas nem chegam perto de voc Os alunos v m mais como ela se veste e n o como ela por dentro NOSSA TURMA Os alunos deveriam de usar uniforme pois tem uns que vem sem e os outros ficam falando m est usando J um membro f Iniciar Nova configura o do B log Ponto de Partida Quanto ao primeiro tipo de coment rio aquele que elogia o texto se refere aos coment rios que trazem algum tipo de aprecia o positiva do texto nos quais se elogia a forma como o conte do foi tratado ou a estrutura do texto Dos quatro coment rios dessa modalidade 3 deles v m procedidos de indica es de erros ou de sugest es de melhoria Portanto o elogio funciona como uma estrat gia de ameniza o do problema a ser exposto Essa estrat gia comum nos blogs pois os usu rios para manter os webrings observados por Gutierrez 2004 tentam manter rela es amistosas na rede a fim de manterem se unidos em uma comunidade Dessa forma buscam sempre uma linguagem euf mica e sutil para expressar suas opini es O 117 mesmo ocorre no blog produzido pelos alunos j que todos s o produtores de textos que est o expostos aprecia o valorativa m tua Assim observou se durante a realiza o dessa atividade que os alunos comentaram n o apenas o texto dos seus colegas mais pr ximos aqueles que t m uma conviv ncia
174. os blogs surgiram principalmente depois da cria o do Blogger ferramenta popular e gratuita para sua manuten o Ap s a populariza o dos blogs as pessoas em geral o usavam para criar p ginas pessoais nas quais publicavam frequentemente relatos do cotidiano similarmente ao di rio pessoal Komesu 2004 ao estudar esse tipo de blog mostra que neles h uma exposi o da vida privada por parte do escrevente que se projeta na web em busca da aten o do p blico A autora conclui que essa pr tica diarista difere se das pr ticas diaristas tradicionais aquelas escritas em um caderno ou agenda pois nestas o escrevente procura manter seus relatos em segredo e geralmente o pr prio escrevente o nico interlocutor J nas pr ticas blogueiras o interlocutor sempre exterior isto o escrevente busca um p blico leitor da internet e ao expor sua intimidade camufla os fatos a fim de projetar uma imagem agrad vel para o leitor Assim ao utilizar o blog como um di rio virtual j ocorre uma transmuta o do g nero que muda sua finalidade Antes nos di rios tradicionais a finalidade da escrita girava em torno do registro do cotidiano para fins pessoais relembrar fatos fazer o registro da hist ria pessoal auto expressar sentimentos j nos blogs a finalidade a de chamar a aten o para si com os mais diversos objetivos Atualmente mais de uma d cada ap s o surgimento do Blogger o n mero de hospedeiros multi
175. p 53 O aluno ainda complementa dizendo que em sua opini o o preconceito f sico na verdade j 93 virou um tabu ampliando as discuss es apresentadas no texto lido dando continuidade ao di logo No coment rio 1 algo semelhante acontece pois o aluno tamb m cruza as informa es do texto com os seus conhecimentos e consequentemente com as suas palavras mas d um contra exemplo dizendo que possui amigos gordos mas que n o sofrem com isso Ao produzir seu texto o aluno mostra que concorda com o texto a maioria dos obesos sofre esse tipo de preconceito por m tem uma percep o n o generalista propiciada pelas suas experi ncias uma vez que percebe que seus amigos n o sofrem esse preconceito justamente esse posicionamento de continuidade do di logo apresentados em todos os coment rios da tabela 1 que se espera de uma leitura proficiente para que a resposta revele autoria e n o apenas repeti o pois como esclarece Bakhtin o locutor postula essa compreens o responsiva ativa o que ele espera n o uma compreens o passiva que por assim dizer duplicaria seu pensamento no esp rito do outro o que espera uma resposta uma concord ncia uma ades o uma obje o uma execu o etc BAKHTIN 2000 p 291 Temos tamb m um segundo tipo de estrat gia que foi utilizado pelos alunos a emiss o de um parecer Nos coment rios 2 3 4 5 6 e 7 os alunos sugerem a es diante dos fatos discut
176. palavras de Leffa 1996 a leitura como um processo de representa o no qual n o se l apenas a palavra escrita mas tamb m o pr prio mundo que nos cerca Proposta preconizada nas palavras de Freire 1987 que h mais de duas d cadas introduziu a famosa e repetida m xima de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra Dell Isola advoga que A leitura acontece ao desencadear se o processo criativo em que sujeito e linguagem interagem permanentemente uma vez que o texto nunca est acabado n o produto antes dispositivo de produ o DELL ISOLA 1996 p 73 Evidencia se assim que leitor e texto est o em continua produ o de sentidos o texto nunca est acabado pois se pensarmos pelo vi s dial gico de todo enunciado a leitura de um texto desencadear sempre uma atitude de resposta seja ela imediata muda ou retardada como veremos adiante 54 A leitura tomada na abordagem interacionista da linguagem vista portanto como coprodutora de sentidos como se depreende dessa cita o leitura como instauradora de di logos propiciando diferentes formas de ver de avaliar o mundo e reconhecer o outro Considera se tamb m o ato de ler como uma transa o entre a compet ncia do leitor e a compet ncia que o texto postula PERFEITO 2005 13 Se recorremos leitura para falar da atividade de escrita porque compreendemos com respaldo de Zanini 2009 que tais atividades devem aconte
177. plicou se e o blog ganhou novas e praticamente infinitas fun es Assim essas ferramentas se popularizaram na web e deixaram de funcionar exclusivamente como di rios virtuais O Technorati indexador de di rios virtuais rastreia e divulga dados sobre os n meros de blogs ativos na web em Janeiro de 2011 os seguintes n meros foram Segundo Koch 2009 intergenericidade o fen meno pelo qual um g nero pode assumir a forma de outro g nero tendo em vista o prop sito comunicativo 36 apresentados Biog Directory Technorati Windows Internet Explorar Bgam Eitw Br Fouortos Eoemrumentas Ajuda de Fotos E bene dE PRATICANDO OS PENS ROD BU celigi Mitar de Cuba 2 BO Co go Milar de Cuide JB tm oomo JE Obtenhamais comple E toa recon Teche x VS me Pirar Separar Fermento Ao Browse the directory Search for a blog Semci a E SEIA F OSAI ba Google has blessed me with a 5000 month at homa job J Seo How 23897 The Technorati Top 100 5 250 Tha Techrorati Top 100 tacks lhe mostinduential bloggars Sae who s us who s down and what lhe blogasphere is paying alertan to View the Technorati Top 100 aa 1ail Latest Articles TheGrio com Spotlights Four Rising African Amencan Stars m Social Media 2011 Barin interationa Fim Fostal Bortnalo Opens on a Serieus Hole Tha Myth of Egypt s Butterfly Resolution Tha First Real Transformei F O tore MAEN E cf Figura 6 Dados r
178. popular que ilustra o t tulo do blog dizer que algu m tem dois neur nios o mesmo que dizer que tem pouca intelig ncia A12 Por isso que escreveu errado ent o Por que ela burra P13 Mas ser que o fato de ela escrever errado n o proposital uma ironia para ilustrar o pr prio t tulo Ao entrarem na p gina e perceberem que o nome do blog era escrito sem a concord ncia nominal os alunos ainda n o haviam entendido a ironia presente no enunciado Koch 2009 explica que ao processar um texto o leitor ativa seu conhecimento lingu stico gramatical e lexical para que possa compreender dentre outras coisas a organiza o do material lingu stico na superf cie textual e os efeitos de sentidos suscitados por diferentes constru es No caso acima apresentado o conhecimento gramatical do leitor ativado causando estranhamento no aluno Isso foi aproveitado para que outros conhecimentos pr vios com o conhecimento de mundo e enciclop dico fossem ativados Kleiman 2000 assinala que na leitura importa considerar as experi ncias os conhecimentos pr vios do leitor que lhe permitem fazer previs es e infer ncias sobre o texto O leitor constr i e n o apenas recebe um significado global para o texto ele procura pistas formais formula e reformula hip teses aceita ou rejeita conclus es usa estrat gias baseadas no seu conhecimento lingu stico e na sua viv ncia sociocultural seu conhecimento do mu
179. portante participa o do p blico para que o jogo enunciativo seja mantido evidenciado pela vontade dos alunos em saber o que estava se passando na vida da escrevente no momento da leitura Devido a esse fato realizamos a leitura compartilhada do texto escolhido unanimemente pelos alunos 1 o jo Programas de televis o que se ocupam de mostrar o cotidiano de pessoas comuns a fim de escolher um ganhador escolhido pelos telespectadores 79 f 02 Neur nio UOL Blog Windows Internet Explorer G gt uol com br fis p Oneu Arqivo Edle Bobe Favirios Faramentas Ajuda Arnot da de e E02 ieur rio U beg R E Dom Ponse Seguan a Ferramentas 4 Sim eu me matriculel na academia Pronto aconteceu Eu me matriculei na academia O mundo acabou dir o os que me conhecem de verdade At que enfim dizem os que me conhecem de verdade mas querem que eu mude um pouquinho P ra de ser preconceituosa eu digo para mim mesma enquanto subo a escada para fazer a matricula Sim eu tenho problema com academia Aqueles espelhos me imitam Eu acho que ficar fazendo for a se olhando no espelho meio rid culo N o gosto daquelas roupas Nem daquelas musicas Se preconceito Claro que Voc vai amar diz o amigo empolgado sugerindo que eu experimente todas as aulas Menos eu n o vou fazer spinning eu grito Sim era s o dia da matricula eu meio que j dei um vexame na Academia Segunda eu tenho um
180. produ o de textos 2007 MOREIRA FERREIRA M C A interpessoalidade em blogs sob a perspectiva sist mico funcional Disserta o de Mestrado em Lingu stica Aplicada da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo 2006 OLIVEIRA C E Autoria a crian a e a escrita de hist rias inventadas Londrina Eduel 2004 PAVEAU M A amp SARFATI G As teorias Funcionalistas In As grandes teorias da ling stica Trad Ros rio Gregolim et AL S o Carlos Claraluz 2006 P 134 137 ROJO Roxane A pr tica de linguagem em sala de aula praticando os PCN s SP Educ Campinas Mercado de Letras 2000 RUIZ E M S Kd o portugu s dk gnt D O blog a gram tica e o professor Revista brasileira de ling stica aplicada V 5 N 1 p 115 133 2005 SERCUNDES M M Ensinando a escrever In GERALDI J W CITELLI B Org Aprender e ensinar com textos dos alunos vol 1 S o Paulo Cortez 1997 p 75 97 SOUZA S C T As formas de intera o na internet e suas implica es para o ensino de l ngua materna In Ara jo J C Org Internet e Ensino novos g neros outros desafios Rio de Janeiro Lucerna 2007 p 196 204 TRAVAGLIA C Gram tica e intera o uma proposta para o ensino de gram tica no 1 e 2 graus 6 Ed S o Paulo Cortez 2001 144 TRIVINOS Augusto N S Introdu o pesquisa em ci ncias sociais a pesquisa qualitativa em educa o Atlas S o Paulo 1987 VASCONCELOS
181. que o texto oferece R A maioria das lojas deveria ter os tamanhos maiores para pessoas que tem essas dificuldades Nesse outro coment rio tamb m h uma sugest o para que se minimizem os problemas que o obeso enfrenta Para a aluna uma das solu es seria a oferta dos tamanhos grandes nas lojas de roupas evidenciando que ela com seu coment rio tamb m espera atingir os locutores como acreditando que alguma loja pode atender a sua sugest o mostrando como os elos na cadeia do discurso s o cont nuos O n mero de coment rios em que houve apenas a reitera o das ideias do texto sem utilizar estrat gias de exemplifica o ou de emiss o de parecer Esses coment rios foram 96 baseados em par frases mas ainda assim funcionam como um elo da corrente comunicativa estabelecida sobre a postagem Tabela 1 Coment rios que apenas parafrasearam o texto base Aluno Express o do texto Manuten o do elo de comunica o M eB A gente obrigado a levar na as vezes magoam as pessoas o esportiva tratar o preconceito e elas n o se sentem preconceito com bom humor bem com isso grifos meus mas que machuca machuca A a muitas pessoas acabam a Nos desfiles novelas cinemas e ficando constrangidas por publicidade a mulher aparece n o ter o padr o de beleza sempre magra fortalecendo esse exigido pela sociedade ideal de beleza e promovendo a b Ao seu lado uma magrela a constante ins
182. r decidia quais altera es acatar ou n o A pesquisadora durante e ap s a reescrita do texto chamou a aten o para os elementos coesivos que estavam sendo inseridos no texto para torn lo mais coeso As express es e conjun es inseridas no texto est o grifadas em negrito por exemplo al m disso portanto pois inclusive e foram sugest es dos pr prios alunos A pesquisadora argumentou que nos textos de car ter argumentativos como o coment rio por exemplo comum a utiliza o desses elementos para inserir argumentos exemplos ou fazer oposi o entre as ideias e que 99 portanto o emprego incorreto de uma conjun o pode alterar o sentido que se pretende construir Atentou se ainda para o uso da v rgula que mesmo no contexto digital precisa ser utilizada para separar algumas ora es indicar explica o precedendo algumas conjun es etc Para finalizar essa etapa a pesquisadora forneceu aos alunos um material impresso com as conjun es e suas fun es e pediu a eles que voltassem aos seus textos os copiassem e reescrevessem nos inserindo se necess rio elementos coesivos que muitas vezes incidem na reestrutura o da frase ou da ora o Essa atividade foi feita no caderno e acompanhada pela pesquisadora e pela professora de l ngua portuguesa da turma a fim de proporcionar a revis o dos textos escritos Acredita se que para o processo de ensino aprendizagem dos alunos essa uma atividade relevant
183. r por meio do texto produzido e da modifica o dos aspectos comentados em resposta aos coment rios Nas postagens que se caracterizaram como depoimento pessoal os tr s elementos que o constituem estavam bem associados conte do tem tico estilo e composi o de forma que apresentaram menos problemas quanto organiza o e coer ncia textual contudo tamb m foram relidos e reescritos pelos escreventes como no caso do texto Escola n o lugar de preconceito figura 23 p 111 para o qual foram produzidos os seguintes coment rios An nimo disse miga para c essa hist ria de q ta gorda Vc disse que ve pessoas gordinhas como se fossem vc e ainda se acha gorda mas antes disse que esta livre do tal preconceito vc est sendo precocentuosa c vc mesma pois se preocupa mto c algo que nem existe bjooo flor Fl via 4 27 sf E3 An nimo disse Concordo com a Fl via ficar no peso certo bom pra saude mas n precisa ficar se sentindo mal porque est um pouco acima do peso Sei l relex menina n s te amamos de qqr geito Bjoks G lika AD Ambos os coment rios j foram apresentados e explorados na se o 3 2 5 Ao ler esses coment rios a escrevente retornou ao seu texto e modificou o para depois pedir auxilio do professor para que lesse antes que ele fosse postado Assim o texto da aluna ficou assim 135 Postado por primeiroamaneco s 3 Milh es de Coment rios
184. ra 7 Dados referentes ao n mero de blogs no mundo 2 parte Dispon vel em www technorati com blogs directory Acessado em 14 de Janeiro de 2011 A categoria viv ncia a que apresenta maior n mero de blogs totalizando 34 milh es e duzentos e quarenta e quatro mil Nessa categoria figuram blogs sobre religi o artes fam lia culin ria viagens casa moda animais etc Destaca se que de acordo com as categorias aparecem g neros distintos Na categoria culin ria por exemplo podemos encontrar blogs que apresentam receitas como o caso do blog Hum que delicia 38 Humm Que delicia CHOCROCANTE Windows Interne Explorer Agha idw Ebr Foeodos Ferramentas Apd lt D TT TETE PETI TETO ETETES droits dy Eltome E PRATICADOS FENSRON FR Col gio Mia de Catha 2 TE Col goMitar de Cutito n E Cbtenha mas comples Himn Que deco CHOCROCANTE Me oe Pira Sepa Ferramentas CHOCROCANTE Figura 8 Blog de Culin ria Humm que del cia Dispon vel em www hum quedelicia com Acessado em 19 de Novembro de 2010 Esse blog dedicado totalmente exposi o de receitas variadas possuindo um acervo de receitas doces carnes massas etc Cada postagem apresenta uma receita que pode ser comentada pelos visitantes No dia 23 de maio de 2010 por exemplo foi postada a seguinte receita 39 C Humm Que delicia CHOCROCANTE Windows Internet Explorer tr ix dr Arquivo Edta Exbr Fav
185. registrou se que os estudantes tem maior afinidades com as ferramentas de comunica o s ncrona e ligadas a redes sociais tais como o Orkut e MSN carecendo ainda se apropriar de novos g neros hipertextuais que v o surgindo Sob a ptica dos resultados obtidos nessa pesquisa foi poss vel atingir aos resultados e objetivos pretendidos O primeiro objetivo que era o de utilizar o blog como ferramenta de intera o real em sala de aula foi conseguido medida que os alunos extrapolaram o n vel da 139 passividade de realizar uma tarefa e inseriram se realmente na blogosfera debatendo com os internautas de outros blogs e com os seus pares no blog criado pela turma Nessa situa o real de comunica o os alunos aproveitaram para expor suas opini es problemas pessoais e debater entre si sobre os assuntos em comum respeitando as caracter sticas lingu sticas e sociais dos blogs O trabalho com as postagens permitiu responde pergunta necess rio marcar o g nero discursivo para desenvolver atividade de escrita nos blogs Ao passo que se comprovou que necess rio devido plasticidade das postagens que permite que um sem n mero de g neros circule nesse espa o Al m disso o g nero previamente conhecido pelo aluno indutivamente ou atrav s do estudo em sala de aula permite uma maior adequa o esfera comunicativa Alguns alunos conseguiram marcar sozinhos um g nero adequado a finalidade que pretendiam comunicar enq
186. rendemos que o texto como lugar da intera o sempre direcionado pensado e estruturado em fun o do outro sempre com vistas ao dialogismo que um texto se estrutura obedecendo a certas normas formais e s cio hist ricas Como apresentado na se o 1 3 todo enunciado vem sempre em resposta a outros enunciados e tamb m tem origem nas palavras alheias Bakhtin 2003 avigora essa discuss o mostrando que os enunciados s o sempre atitudes de resposta a outros enunciados eles n o surgem em um v cuo e sim permeados por outros dizeres Destarte os coment rios emitidos nas p ginas dos blogs evidenciam os elos que se criam durante a intera o verbal e s o atitudes responsivas palp veis pois materializam o processo de transforma o das palavras alheias em palavras novas palavras pessoais nos termos de Bakhtin 2003 A intera o do leitor com o texto ocorre justamente atrav s do cotejo de ideias uma vez que as palavras est o carregadas de conte do ideol gico e vivencial como esclarece Bakhtin Na realidade n o s o palavras o que pronunciamos ou escutamos mas verdades ou mentiras coisas boas ou m s importantes ou triviais agrad veis ou desagrad veis etc 4 palavra est sempre carregada de um sentido ideol gico ou vivencial assim que compreendemos as palavras e somente reagimos quelas que despertam em n s resson ncias ideol gicas ou concernentes vida BAKHTIN 1992 p 95 grifos no original
187. rita e n o esquece do coment rio que questionava sobre uma frase incompleta que seria a frase defeito e preconceito todo mundo A aluna produz uma nova frase todo mundo independente se est certo ou errado vai defender a sua opini o 133 Do ponto de vista do conte do tem tico o estudante incorpora novos fatos e argumentos ao seu texto tais como muitas pessoas n o compreendem que vivemos em uma sociedade em processo continuo de evolu o e mudan a em um col gio cheio de adolescentes o julgamento sempre se torna precipitado muitos alunos usam das diferen as para se tornarem mais populares e para isso usam a velha express o n o vou com a sua cara e nessa velha historinha o desrespeito e o preconceito v o tomando dimens es cada vez maiores A autora da postagem mant m a opini o de que a hist ria n o vou com a sua cara preconceituosa por m diferencia ambos medida que explica que os alunos julgam precipitadamente uns aos outros e usam a desculpa de n o ir com a cara para justificar o preconceito De acordo com Sercundes 1997 e Fiad e Sabinson 2004 o processo de leitura revis o e reescrita do texto pode ser constante e infinito isto pode se trabalhar com a escrita textual quantas vezes forem necess rias para atingir a qualidade desejada Nessa atividade focaram se as modifica es que a participa o do interlocutor por meio de coment rios acarreta na reescrita textual
188. ro de si pr prio a fim de re avaliar sua produ o para que o aluno tenha condi es concretas de adentrar na tem tica e no processo de produ o textual dialogando com o outro e consigo mesmo de modo a expressar na escrita o conhecimento internalizado por meio de uma express o e estilo peculiares MENEGASSI amp MELENTACHI 2007 p 659 Quanto ao papel do professor nesse processo de revis o importante o di logo oral ou escrito com apontamentos para o aluno tais como questionamentos observa es e 55 principalmente sugest es para melhoria Nesse mbito se faz necess ria tamb m a etapa de an lise lingu stica que para Geraldi 1986 a an lise do erro para autocorre o o autor explica que os crit rios para realizar a an lise lingu stica s o a b c d Partir dos problemas do texto do aluno podendo at comparar as estruturas empregadas com outros textos do mesmo g nero Dever ser pautada na pr pria leitura dos textos produzidos pelos alunos O professor dever abordar um t pico de cada vez Pode ocorrer coletiva ou individualmente Baseando se nesses pressupostos o cap tulo a seguir discute como a pesquisa se efetivou na pr tica 56 CAP TULO 2 PERCURSO METODOL GICO Neste cap tulo apresenta se a trajet ria realizada para desenvolver a pesquisa e os caminhos metodol gicos utilizados na investiga o Assim contextualizam se o tipo de pesqui
189. ro de vezes que ele foi acessado Dessa forma v o se formando redes de contato nas quais os blogueiros leem as atualiza es de seus colegas e podem coment las gerando comunidades denominadas Blogosferas Gutierrez caracteriza essas redes como verdadeiros an is que se interligam atrav s de links A leitura e a troca de coment rios entre blogueiros fez com que se constitu ssem verdadeiras comunidades de blogs interligados Hoje existem ferramentas que incluem links no weblog conforme o usu rio navega na internet e escolhe Assim formam se verdadeiros an is webrings de blogs que se comunicam e se referem mutuamente GUTIERREZ 2004 p 131 Na blogosfera os escreventes buscam relacionar se com os seus pares e com os outros visitantes do blog de forma amistosa formando an is geralmente a partir de tra os em comum como por exemplo idade Ruiz observa as fun es da linguagem que aparecem nos blogs de adolescentes e as peculiaridades da escrita nesse grupo Ela conclui que os tra os gramaticais s o utilizados por esses escreventes como blogueiros enunciadores privilegiados dos posts dialogais constitutivos do g nero para obter alguns efeitos de sentido junto aos seus interlocutores RUIZ 2005 p 121 A figuram abreviaturas em abund ncia onomatop ias emoticons etc que servem como elemento de identifica o do pr prio grupo j que s o utilizadas com vistas a seus pares adolescentes Porta
190. rocede de algu m como pelo fato de que se dirige a algu m Ela constitui justamente o produto da intera o do locutor e do ouvinte BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 113 Sobre essa afirma o os autores esclarecem que no centro da intera o verbal est o interlocutor ou seja aquele a quem o discurso dirigido Dessa forma observa se que a palavra funciona como uma ponte em uma extremidade est o locutor e na outra o seu interlocutor por m esses pap is n o s o est ticos eles se alternam medida que cada um dos pares assume a voz do dizer e devolve a ao outro Pode se afirmar que desde a escolha lexical a organiza o das palavras dentro de uma senten a at as formas de tratamento escolhidas s o motivadas pela imagem que o locutor faz do outro a quem est se dirigindo 25 A palavra dirige se a um interlocutor ela a fun o da pessoa desse interlocutor variar se se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou n o se esta for inferior ou superior na hierarquia social se estiver ligada ao locutor por la os sociais mais ou menos estreitos pai m e marido etc BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 112 O modo como Bakhtin Volochinov entendem e descrevem os pap is locutor interlocutor diferem se radicalmente do modelo formalista representado pela teoria da comunica o de Jakobson que caracterizava o par emissor e receptor de forma linear isto sem discutir a influ ncia de um sobre a produ
191. rre a resolu o do problema vivido ou apenas o desfecho obtido No depoimento da aluna ela conseguiu perder o peso que a incomodava mas ainda se acha gorda O depoimento analisado possui forte car ter pedag gico pois tenta compartilhar uma esp cie de li o de vida a partir do relato de uma experi ncia marcante e publicizada na rede Segundo Kemiac 2008 esse aspecto pedag gico e marcante que diferencia o depoimento pessoal de um relato pessoal A escrevente da postagem abarca o tema preconceito a partir das experi ncias vivenciadas por ela compartilhando as com os seus colegas numa forma tamb m de desabafo medida que exp e os sentimentos que lhe afligiam na situa o vivida Apesar do tom confessional da postagem ela n o assinada pela escrevente conforme combinado com a turma e tamb m n o apresenta nenhuma indica o aos leitores de quem produziu esse depoimento Esse aparente anonimato aparente porque alguns os alunos da sala poderiam identificar o autor do texto j que podem ter estudado juntos na s rie anterior uma das op es da blogosfera que permite aos usu rios exporem seu mundo interior sem precisar exatamente quem s o o que para os adolescentes uma op o atraente visto as modifica es e conflitos interiores que enfrentam durante essa fase No mesmo tom confessional identificou se o seguinte texto como depoimento pessoal 106 gt Ponto de Pariha Nozima Firefox frqiea Edie tor tmb r
192. rto sil ncio P8 No blog e no orkut o espa o reservado para o Perfil n o segue um padr o pois cada pessoa tem uma maneira de falar sobre si mesmo que seja atrav s de uma m sica A no blog como a pessoa se apresenta A9 S diz que mulher e pa s Brasil P10 A aparecem poucas informa es sobre o blogueiro mas cada pessoa pode se apresentar da maneira que mais lhe conv m Em um curr culo por exemplo dificilmente algu m coloca uma m sica para se apresentar O g nero perfil no blog n o desconhecido para os alunos pois em diversos sites de relacionamento orkut s nico twiter ele integrante Desse modo o professor apenas enfatizou que nos blogs importante para o blogueiro tentar se aproximar do leitor para que seus textos sejam acessados lidos e comentados pois o blogueiro depende das suas rela es na blogosfera para manter se ativo e popular O blog em quest o apresenta o seguinte perfil do usu rio TT 07 Neur nie LIA Dlg Windes Inlernel inptorer cos be Aqso fdir D i fowtwo Frismetms Ajuda R en e E E Messier UO og vor Estilo Blogs Meu perfil BRASIL Mulher Portuguese Confirma as informa es do seu assento facilidades i ta esta detretnamente Ecando menos nessa H sijansa anos n 30 tirem 0t uma morlus Voc icas com peu mgres o ma m o s posa ve abra e todo mundo partu para cima das caderas comendo Quem sentesse Ermers era o dons do uga loss cslo
193. s Ahde Afw a E e ke E e So Cconpatamno rago E Preconceto Tamanho GG X M D me Piae Sogron os Formatos E moram 7 i COMENT RIOS PARA PRECONCEITO TAMANHO GG us Jukana Us em N s e a Neemose COMENTAR Manha Medeiros L a em Recetas pars esquerae o M OSETE memo Thiago dese mais 172 2010 s 10 36 am Eu concordo com o testa ah que a maiolia Sos guetos sofre essa Los de preconceio eu lenho amigos qeedos mas eles n o sotem preconceso porque s o muto gente boa e os amigos cs apoiam em suas diicuidades twitter bom multas pessoas Sorem isso pos um preconcetto que deve ses vencido Eu nunca soti mais tem P 55095 QUA conhe o que solam mui com isso mas mesmo astm tem que htar contia a cosidade oaa que em 2015 nao seja muto ato 25 pessoas obesas parque tem pessoas que n o sao 00325 porque querem mais ja nasce com essa doen a mais isso lem que so venata para nso sotrait eu nao con ordo com ispo mais m que se cuiar para sak do peso que dos merecem uma oportunidade de vita essa mha opniao e da minha amiga Rios e eu o miana amiga estamos mo lado de vis ODL ANGUIANO Nouri vontade Gutar RAAGI 0speran o de vencer o sigado pornos notarem apacecemos mubal most Andrey xce mais 12 3010 s 10 54 ar Figura 17 Comportamento Magro 2 Fonte http blog comportamentomagro com br 2010 03 preconceito tamanho gg Coletado 20 05 11 a Ap s a discuss o os alunos ainda puderam clicar
194. s afirmaram n o conhecer nenhum para indicar para os colegas O primeiro contato com o hardware isto com os componentes materiais do computador confirmou se a hip tese de que os adolescentes pesquisados possuem intimidade ao lidar com a inform tica e isso de maneira geral Assim uma vez que todos os alunos possuem uma senha e um nome de usu rio para acessar suas contas eles o fizeram de modo r pido e simples Foi lhes ent o fornecido o endere o do blog 02 Neur nio aos alunos para que o acessassem 2 02 Neur nio UOL Blog Windows Internet Explorer uai com be Arquivo Editar Exbr Fovortos Ferramentas Ajuda de Favoritos qa E e O Neur nio UOL Blog 3000 BATE PAPO EMAI vor Estilo Blogs voL LINKS PATROCINADOS Notebook Itautec 320GB HO Dor 2 Duc JGB RAM q 22105 2010 BRASIL Uyher Portuguese Confirme as informa es do seu assento Ou o t dido diante das facilidades A wida est definitivamente ficando menos intensa H alguns anos ir ao cinema era uma guentura Voc ficava com seu ingrasso na m o BUSCA a porta se abria e todo mundo partia para cima das cadeiras correndo Quem sentasse primeiro era o dono do lugar Isso colocava os indecisos em clara desvantagem Enquanto ficavam pensando qual era o melhor lugar todos ocupavam as cadeiras e eles ES tinham que sentar no gargarejo Se 0 seu lugar ara bom voc comemorava que nam gol da copa E pars comprar bala Era toda uma
195. s as express es est um nico sentido o de que a l ngua um espa o interativo que propicia o surgimento de v rios g neros Sobre essa quest o Marcuschi 2002 oferece um pertinente esclarecimento Usamos a express o dom nio discursivo para designar uma esfera ou inst ncia de produ o discursiva ou de atividade humana Esses dom nios n o s o textos nem discursos mas propiciam o surgimento de discursos bastante espec ficos Do ponto de vista dos dom nios falamos em discurso jur dico discurso jornal stico discurso religioso etc j que as atividades jur dica jornal stica ou religiosa n o abrangem um g nero em particular mas d o origem a v rios deles MARCUSCHI 2002 p 24 grifos nossos Bakhtin 2003 mostra que as esferas de comunica o s o formadas por um repert rio de g neros p 279 que lhes s o pr prios Por esta raz o o autor real a que dependendo das esferas os g neros se dividem em dois grupos prim rios e secund rios Enquanto os g neros prim rios s o pr prios das circunst ncias de uma comunica o verbal espont nea os secund rios veiculam enunciados t picos de uma comunica o cultural mais complexa e evolu da principalmente escrita BAKHTIN 2003 p 281 Como exemplos dos primeiros o autor cita o di logo cotidiano e a carta e para ilustrar os ltimos cita entre outros g neros o romance O discurso cient fico O autor sugere que os prim rios d o suporte a
196. s d o s coisas e a sua vida s o focos de aten o especial pelo pesquisador e por fim a an lise dos dados tende a seguir um processo indutivo cf idem p 11 3 Nesta pesquisa adotam se alguns desses procedimentos medida que se tem o contato direto e prolongado do pesquisador com o meio e a situa o investigada numa pr tica de observa o de coleta e de intera o com os alunos leitores autores Tamb m se pode acrescentar que a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte de dados e o pesquisador como seu principal instrumento idem p 11 Outro aspecto relevante s o os dados da pesquisa predominantemente descritivos oriundos do registro e an lise dos materiais coletados no processo de transposi o did tica 57 aqui exposto Assim os dados s o os textos enunciados concretos entrevistas coment rios dos blogs notas de campo question rio aberto Materiais que apresentam informa es que desencadeiam a pesquisa Acompanhando a concep o de l ngua como intera o que busca compreender n o apenas o texto produto mas antes as rela es discursivas advindas das diferentes pr ticas sociais esta pesquisa tem como foco o processo de escrita analisado e n o exclusivamente o texto produto A produ o do texto no mbito desta pesquisa vista como um dos eixos que propiciam a pr tica social da escrita atrelada s atividades de leitura e an lise lingu stica Desse modo a pr
197. s fun es e caracter sticas lingu sticas Ao realizar esse percurso percebeu se que o blog n o meramente um g nero discursivo mas um g nero hipertextual que sofreu diversas muta es at adquirir a atual configura o O blog como fruto da intera o humana foi adaptado sucessivamente s finalidades comunicativas dos usu rios tal como Bakhtin 2003 afirmou que os g neros podem transmutar se e n o s o estanques Quanto investiga o proposta ao contexto investigado permitiu demonstrar que as escolas P blicas do Estado do Paran est o equipadas e preparadas para abrigar atividades de ensino pautadas no uso do computador e da internet O programa Paran Digital atende a todo o estado e embora em fase de implementa o j que os laborat rios est o sempre sendo reformados e ampliados j representa um grande avan o para a inclus o digital de sujeitos que antes n o teriam oportunidade de estudar utilizando a internet como ferramenta de auxilio Essa inclus o de fermentas digital no ensino al m de instigarem os alunos a aprender de uma nova forma mais aut noma com m ltiplas possibilidades de leitura interagindo com a m quina e com o outro tamb m cumprem o papel de minimizar as diferen as sociais de acesso e dom nio de tais ferramentas imprescind veis na sociedade contempor nea Por seu turno os alunos mostram se envolvidos e familiarizados com a utiliza o das TICs No contexto especifico da pesquisa
198. sa os instrumentos utilizados na investiga o os sujeitos envolvidos e a descri o do contexto no qual a pesquisa aconteceu 2 1 A natureza a abordagem e o tipo de pesquisa Esta uma pesquisa qualitativo interpretativa necessitando para isso percorrer os caminhos da coleta de registros A op o por esse tipo de pesquisa deve se ao fato de ela permitir que o pesquisador n o esteja margem da realidade que estuda mas esteja nela envolva se com ela possibilitando investigar os sujeitos envolvidos suas rela es o contexto em que est o inseridos at o produto final Segundo Liidke e Andr na pesquisa qualitativa importante que a intera o com o objeto de estudo permita n o s o entendimento pelos sujeitos analisados como tamb m um distanciamento necess rio para que todos os elementos surgidos da realidade sejam considerados na pesquisa de forma reflexiva e cr tica LUDKE E ANDRE 1986 p 21 De acordo com os autores a pesquisa qualitativa apresenta cinco aspectos fundamentais O a E r que configuram tal estudo O primeiro se refere ao fato de que a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte de dados e o pesquisador como seu principal instrumento O segundo delimita que os dados coletados s o predominantemente descritivos Observa se ainda que a preocupa o com o processo muito maior do que com o produto O quarto aspecto o significado que os indiv duo
199. se inicia no nascimento e que prolonga por toda a vida a busca pelo outro Como ser social e pensante o ser humano depende do outro para que possa se constituir como tal Nas pr ximas se es busca se descrever a intera o estabelecida nos blogs a partir de suas caracter sticas hipertextuais e da no o de Intera o 1 3 Os blogs sob a perspectiva interacionista da linguagem Na perspectiva da intera o verbal para Bakhtin Volochinov 1995 a linguagem tomada a partir de sua natureza social e hist rica por um fen meno social de di logo entre os indiv duos Sendo o di logo aceito em sentido amplo n o apenas como comunica o em voz alta de pessoas colocadas face a face mas tomado como toda comunica o verbal que n o se restringe mera concord ncia mas permite o debate refuta o reformula o de ideias e atitudes Bakhtin Volochinov postula que mesmo em produ es verbais profundamente monol gicas observa se sempre uma rela o dial gica BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 125 Garcez 1998 explica que o fato de o discurso se organizar em fun o do outro o que define seu car ter dial gico O outro interlocutor parceiro no di logo pois toda palavra constitu da e dirigida a algu m Nesse mesmo sentido tanto o outro como o sujeito enunciador s se constituem devido sua m tua depend ncia Na realidade toda palavra comporta duas faces Ela determinada tanto pelo fato de que p
200. sem apenas a pesquisa escolar sob amea a de bloquear suas senhas de acesso Aproximar as curiosidades e interesses dos alunos transposi o did tica seria definitivamente poss vel atrav s do uso do blog 2 4 Instrumentos da pesquisa Para a realiza o deste trabalho foram utilizados quatro instrumentos 1 question rio aberto 2 Grava o do udio das aulas 3 Coleta de textos produzidos pelos participantes da pesquisa 4 a sequ ncia did tica O primeiro instrumento o question rio teve como objetivo conhecer o perfil sociocultural dos alunos das escolas pesquisadas e suas atitudes acerca da utiliza o de ferramentas digitais em especial o blog A partir deste levantamento buscou se caracterizar o 64 perfil do aluno como internauta e identificar 1 Qual a rela o dos alunos com a internet 2 Como os alunos se posicionam frente ferramenta blog 3 Como encaram a possibilidade de escrever na rede Antes da aplica o do question rio ele foi submetido a outra turma do 1 ano da mesma escola a fim de verificar poss veis falhas e lacunas Apenas 10 alunos responderam no para uma amostra piloto o que nos permitiu concluir que as perguntas formuladas atenderam aos objetivos propostos O question rio foi estruturado com 14 quest es tr s fechadas e onze abertas As quest es versavam sobre o acesso dos alunos ao computador e internet a fim de descobrir onde eles usam esses recursos se possuem compu
201. senvolver se iam atividades de leitura e escrita atrav s do uso da inform tica de modo que eles recebessem as atividades de forma um pouco mais espont nea Tendo em vista esses pressupostos iniciaram se as atividades motivando os com questionamentos sobre a utiliza o da internet no dia a dia deles Nesse momento tamb m foram expostos alguns dos dados obtidos nos question rios para que se evidenciasse o objeto discutido A primeira parte da sequ ncia concentrada na aula um tinha como meta contextualizar o objeto a ser explorado pelos alunos e desenvolver atividades pr vias de leitura 2 Iniciamos discutindo sobre o papel da internet na vida estudantil Dessa forma os alunos foram questionados sobre o que era um blog quando apontamos que nos question rios essa resposta foi vaga Assim os alunos fizeram as seguintes observa es 26 04 10 P1 Voc s comentaram que conhecem o blog O que um blog A2 um di rio virtual A3 A gente pode colocar informa o P4 Informa o sobre o que A5 Sobre a vida da pessoa P6 T mas ser que todo blog sobre a vida de algu m sil ncio A7 N o o Milton Neves tem um blog sobre esporte A8 Ihhhh juntos P9 Quem Milton neves A10 um comentarista de esportes P11 E voc conhece o blog dele A12 N o risos P13 Mas ela comentou que o blog dele sobre esportes ent o nem todo blog sobre vida pessoal n o Vamos fazer
202. ses quatro elementos com nfase na difus o da informa o e na cria o de redes sociais Esses s o os grandes atrativos para a utiliza o da internet Enfatiza se a ltima que exerce grande papel na textura dos blogs As redes sociais segundo Castells 1999 s o comunidades virtuais constru das por pessoas em torno de interesses comuns N o a mera aglomera o de pessoas que caracteriza uma rede social mas antes um agir e pensar juntos solidariamente que gera o sentimento de pertencimento a uma totalidade Cadastrar se participar ou deixar uma rede social s o a es que podem ser efetivadas em apenas alguns cliques por m por detr s da tela do computador se articulam ingredientes complexos que movimentam esses espa os virtuais Na cultura virtual tamb m conhecida como 17 cibercultura ao fazer um cadastro no Orkut Facebook em um blog entre tantas outras op es comum o sujeito se deparar com a seguinte quest o quem sou eu A necessidade de identifica o tem sido uma constante no cen rio contempor neo no qual as fronteiras espa o temporais minimizaram se fomentando novas formas de socializa o dos indiv duos em um processo conhecido como globaliza o Nesse contexto a identidade n o consiste apenas nos dados nome idade naturalidade ali s esses dados por vezes s o apagados na intera o virtual o nome por exemplo sustitu do por nicknames uma esp cie de apelido ou pseud nim
203. seu texto e ao revisit lo j teve um maior tempo para que ocorresse a internaliza o discutida por Vygotsky 1988 Ou seja nesse caso especifico ele pode ter amadurecido suas leituras nesse 115 per odo de tempo ter se modificado enquanto sujeito s cio hist rico bem como modificado seu modo de pensar Para que o sujeito em situa o de aprendizagem da escrita se desenvolva enquanto produtor de textos necess ria como discutida a participa o do outro na constitui o do seu texto Os seus discursos se formam sempre em resposta a outros j ditos que vem das vozes de outros interlocutores anteriores a seu discurso Especificamente na situa o de ensino aqui proposta as postagens produzidas pelos alunos no blog s o respostas s leituras e discuss es que fizeram e aos enunciados produzidos tamb m esperam se outras respostas inerentes ao dialogismo e exigidas pela blogosfera Por isso considera se que oportuno utilizar a ferramenta coment rios como uma forma de continuidade ao di logo instaurado nas leituras e produ es escritas e tamb m como uma estrat gia de confrontar escrevente e interlocutor no texto lugar da intera o Tendo em vista a necessidade que os alunos possuem em serem instigados a refletir sobre sua produ o textual e agir sobre ela prop s se que os alunos lessem os textos produzidos no blog e comentassem sobre ele a fim de verificar n o apenas os tipos de coment rios produzidos mas
204. sobretudo os efeitos desses coment rios sobre a revis o e reescrita dos textos Em vista a esses pressupostos pretende se responder ao questionamento poss vel a partir de coment rios produzidos para as postagens os alunos modificarem seus textos considerando o que foi comentado A partir desse vi s 42 coment rios foram produzidos pelos alunos para os 13 textos publicados no blog N o foi exigido dos alunos um n mero m nimo de coment rios e nem estipulado quais textos comentar a atividade foi proposta a eles de forma natural sem exigir um t pico especifico j que comentar uma tarefa de car ter pessoal isto no qual o comentarista emite uma opini o sobre o assunto tratado ou sobre a forma como foi tratado Os coment rios produzidos variaram muito em rela o aos temas abordados sendo que foram agrupados da seguinte forma Assunto comentado 1 Elogio sobre o texto 4 2 Opini o sobre o assunto apresentado no texto 18 a Concordando b Contestando 3 8 c Ampliando 8 7 3 Indica o de erro 4 Dialogando com outros coment rios 11 Tabela 3 Tipos de coment rios produzidos 116 A grande maioria dos coment rios n o se caracterizou por apenas um assunto alguns deles traziam coment rios sobre o texto e instauravam um di logo com os outros coment rios formulados para aquele texto Outros traziam indica es de erro e tamb m apresentavam uma opini o so
205. sse como ela era antes de conhecer eu nao ia falar dela MANECO S 05 41 O MILH ES DE COMENT RIOS Figura 23 Ser que sofremos preconceito na escola Blog Ponto de Partida Dispon vel em http www blogpontodepartidaa blogspot com Coletado em 30 de Maio de 2010 O texto escrito em primeira pessoa do singular marca claramente o locutor acompanhado por pronomes demonstrativos minha meu me A pergunta que d t tulo ao texto 107 ser que sofremos preconceito na escola tamb m est em primeira pessoa mas dessa vez no plural sofremos como que chamando o leitor para o texto A pergunta prontamente respondida pela autora j no inicio que afirma que existe preconceito na hora de escolher um amigo contando uma experi ncia na qual ela mesma foi preconceituosa No texto podemos identificar diferentes tipologias textuais que teoricamente s o designadas como narrativas descritivas argumentativas expositivos ou injuntivas KOCH 2009 p 119 No texto 1 h predomin ncia do tipo narrativo t pico do g nero depoimento como nas sequ ncias na hora que ela chego na escola eu at n o tinha conhecido ela eu at dei muitas risadas mas depois que eu conheci ela foi tudo diferente da penssei meu Deus ela minha parceira para minha vida A frequ ncia das sequ ncias narrativas sinaliza para uma das principais caracter sticas do depoimento no qual o locutor apresenta um fato de seu cotidia
206. ssoais podem justificar erroneamente o r tulo de di rios virtuais Contudo nos blogs tamb m ocorre um processo de transmuta o de g neros que se modificaram a ponto de n o servirem mais como simples di rios e tampouco se comportarem como tal j que se inscrevem na esfera virtual onde adquirem nova configura o fun o e roupagem Koch 2009 tamb m sinaliza para essa transmuta o que ocorre nos g neros citando os blogs como exemplo os g neros como pr ticas sociocomunicativas s o din micos e sofrem varia es na sua constitui o que em muitas ocasi es resultam outros g neros novos g neros Basta pensarmos por exemplo no email e no blog pr ticas sociais e comunicativas decorrentes das varia es transmuta es da carta e do di rio respectivamente propiciadas pelas recentes inova es tecnol gicas KOCH 2009 p 101 102 Ao que tudo indica do surgimento dos blogs at os dias atuais diversas transmuta es foram ocorrendo e complexificando se progressivamente at atingir a configura o atual Segundo Moreira Ferreira 2006 em 1997 John Barger utilizou os blogs pela primeira vez como um di rio de navega o j que a finalidade era a de registrar sites visitados em ordem cronol gica e acrescidos de coment rios Por m em trabalho recente Amman 2009 realiza um retrospecto do surgimento do blog do ponto de vista da inform tica e conclui que ele teve uma origem casual para dep
207. st ncia te rica BAKHTIN 1992 p 302 O autor n o define os g neros como formas estanques de intera o antes alerta para a variabilidade desses objetos que podem modificar se de acordo com as situa es comunicativas reformulando se e alterando se As muta es que ocorrem nos g neros s o E Blogger um dos maiores hospedeiros gratuitos de blogs 29 frutos da pr pria dinamicidade da l ngua pois se a l ngua um lugar onde os indiv duos se encontram mister que estes encontros se tornem complexos e reclamem g neros do discurso que confiram suporte verbal a estes sujeitos Considerando isso Brait 2001 p 30 observa que se deixarmos de considerar a esfera em que se insere o g nero em estudo poderemos cair numa ideia mecanicista de g nero discursivo escamoteando um fato fundamental da teoria bakhtiniana que precisamente a aten o dada s especificidades das atividades humanas e as especificidades dos g neros discursivos que as constituem BRAIT 2001 p 30 Os g neros s o oriundos das diferentes esferas de intera o humana embora Bakhtin 2003 n o padronize um termo express es como esferas de atividade humana esfera de comunica o e esfera de utiliza o da l ngua p 127 corroboram a concep o de l ngua j mencionada Ao lado da palavra esfera todas as express es sugerem uma das mais salientes necessidades humanas a comunica o Salienta se ainda que subjacente a toda
208. tador em casa onde acessam a internet etc quais atividades eles realizam na internet que tipos de sites com quais finalidades quais usos fazem da escrita apenas em sites de relacionamento ou em outros O question rio foi estruturado da seguinte forma 65 Question rio Sociocultural 1 Possui computador em casa Sim N o 2 Possui acesso internet em casa Sim N o Em qual local voc mais acessa internet Casa Casa de parentes ou amigos Lan House Na escola Trabalho N o acessa Com que frequ ncia voc utiliza a internet especifique em dias horas Quais os tipos de site voc mais utiliza Com qual finalidade voc costuma acessar a internet pesquisa comunica o trabalho etc Voc costuma ler e escrever na internet ou apenas ler Como voc se sente em rela o a ter que escrever nas p ginas da internet orkut msn blogs twiter ou outros 9 Em qual meio voc prefere ou tem mais facilidade de escrita impresso no papel ou no meio digital Por qu 10 Voc conhece a ferramenta Blog 11 O que voc conhece ou ouviu falar sobre BLOGs 12 Em caso de voc j ter tido oportunidade de ler escrever em BLOGs comente sobre 13 Fora da internet ou da escola voc costuma escrever em algum outro meio Descreva A escolha por um question rio predominantemente aberto deu se pelo fato dele oferecer maior possibilid
209. tarista deixou marcas formais na constru o de seu texto que demonstram que al m da 119 comunica o real com seu interlocutor h tamb m uma rela o de intimidade evidenciada na finaliza o do coment rio bjoss neguinha No diminutivo a palavra neguinha evoca tom de carinho e proximidade entre quem postou o texto e quem o comentou d Finalidade comunicativa adequada ao g nero Pode se dizer que a aluna que produziu o coment rio se apropriou do g nero trabalhado e inseriu se na esfera comunicativa determinada participando do di logo com o elo comunicativo que lhe cabe bem como dando continuidade a ele Para o mesmo texto N o fui com a sua cara mais dois coment rios foram produzidos diferenciando se do primeiro No exemplo a seguir o comentarista tamb m demonstra intimidade com a escrevente t pica do contexto escolar onde se formam rela es de amizade e coleguismo mas confronta a escrevente sobre sua postagem sem contudo deixar de adequar se a linguagem do blog Blogger Ponto de Partida Postar um coment r E EI GO blogger com tig 36244 RA A 3 Coment rios Fechar esta janela Ir para formul rio de coment rio 3 An nimo disse G lika acho q isso de n o ir ca kra n preconceito n falta de educa o msm Qgr coisa motivo para algumas pessoas ficarem pagando da kara dos outros Como eu falei no meu texto qgr coisa motivo p terem preconceito lugar ond
210. this research aimed to use a blog as much as a resource for teaching and learning of writing and as an instrument of real interaction between the research subjects The methodological approach is qualitative interpretive L dke amp Andrew 1986 Erickson 1988 aiming to cover the description of all stages of the process as well as to allow flexibility in the uses of various instruments such as questionnaires and recordings Based on the interactionist conception of language Bakhtin Voloshinov 1995 Bakhtin 2003 this research sought to achieve the following objectives a Validate the blog as a tool for teaching and learning of writing that is a resource to be tapped in the classroom as conducive to socially situated production of texts according to Gerald 1986 b understand how semiosis of various media and various discourse genres typical of blogs can contribute to the learning process of writing c understand how the interaction established between the posts and comments can collaborate to improve students writing The theoretical basis that underpins this work comes from recent studies on hypertext and blogs represented by Ara jo 2007 Xavier 2001 and Komesu 2005 and further studies of Gerald 1986 1993 Fiad and Sabinson 2004 and Menegassi 2003 about teaching and learning of writing Thus a survey on the relationship of high school students with digital writing is carried out in first place The half open questionnaires
211. tiba 2 gt 3 Blogger Ponto de Partida tr a O 08 P ginas Seguran a Ferramentas O A Pedro disse Verdd Gi tbm curto um som mais pesado uso v rios pircings e geralmente to de preto puts curto musik boa d verdad fico no meu knto naum encomodo ningu m mas sempre tem um ou outro pra criticar julgar etc ate pra conseguir trampo EH Fa a um coment rio E vc o que acha IX Internet a Q Figura 35 Di logo entre alunos 2 parte Blog Ponto de Partida grifo nosso Coletado em 10 06 10 Nesses coment rios os alunos iniciam um di logo sobre o preconceito que sofrem por causa do estilo musical que apreciam e o modo como se vestem A conversa inicia se a partir do momento em que o aluno ao acessar a ferramenta coment rios v o que a colega escreveu e identifica se com a situa o confirmando o que leu Verdd Gi verdd verdade tbm tamb m curto som mais pesado grifos nossos O coment rio nesse caso deixa de exercer a fun o exclusiva de prover coment rios para o texto e passa a ser utilizado como um recurso de conversa ass ncrona Retomando Gauer e Carioli 2009 poss vel apontar esse fato como produtivo para a pesquisa e para os estudantes pois segundo os autores a express o dos conflitos internos gerados na adolesc ncia ajuda aos sujeitos compreenderem melhor a si mesmo e ao mundo Ao ser ouvido e receber uma resposta os sujeitos podem encontrar
212. tir dos estudos de Liidke e Andr 1986 e Erickson 1998 No terceiro e ltimo cap tulo descrevem se as atividades realizadas analisam se os textos produzidos e reflete se sobre o blog como instrumento de ensino 14 CAP TULO I FUNDAMENTA O TE RICA INTERA O NOS BLOGS E CAMINHOS PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA ESCRITA Este cap tulo desenvolve o quadro te rico que sustenta esta disserta o Tem por objetivos a discutir a atividade de escrita no ambiente digital compreendendo como se d a intera o escrita especificamente nos blogs Sobre a o conceito de intera o recorre se aos estudos de Bakhtin Volochinov 1995 e Bakhtin 2003 utilizando se apenas os conceitos de g neros discursivos e interlocutor b Apresentar o blog como um g nero hipertextual baseando se nos estudos de L vy 1996 Marcuschi 2001 Xavier 2004 e Ara jo 2007 c Articular a descri o dos blogs aos pressupostos de ensino da escrita representados por Geraldi 1986 focando quais aspectos do blogs contribuem para o ensino aprendizagem da escrita Na se o 1 1 contextualiza se sobre o papel de internet na sociedade p s moderna na qual a internet inaugura um espa o in dito de constru o de identidades atrav s de comunidades virtuais O blog se configura como um espa o prop cio forma o dessas comunidades ao mesmo tempo em que origina uma esfera aut ntica de comunica o denominada blogosfera Na se o 1 2 discorre
213. tivado durante a atividade de produ o textual ou em outras palavras os alunos n o conseguiram se posicionar autonomamente como leitores de seus textos Um dos fatores que comprovam essa afirma o a n o modifica o do texto no momento de pass lo do papel para o ambiente virtual Ao inv s de ler o texto procurando elementos a serem melhorados os alunos realizaram uma atividade de c pia da primeira vers o para a produ o da segunda vers o que acabou na grande maioria dos casos constituindo o mesmo texto sem altera es Acreditava se que o aluno ao ser inserido em uma esfera real de comunica o na qual figuravam finalidades e interlocutores bem definidos iria monitorar sua escrita em fun o desses interlocutores Em certa medida isso ocorreu no tipo de linguagem empregada e nos conte dos tem ticos discutidos nas postagens produzidas como j assinalados Por m faltou aten o dos escreventes na revis o dos textos para serem apresentados aos seus interlocutores Compreende se que a dificuldade de os alunos se posicionarem como leitores de seus textos proveniente do sistema de ensino a que est o habituados no qual escrevem apenas para o professor Por isso faz se necess rio a media o do professor no processo de releitura e revis o a fim de conduzir pr ticas que fa am o aluno voltar ao seu texto e olh lo novamente com outros olhos Entre o per odo de escrita e de revis o e reescrita o aluno afasta se de
214. to a imagem que o escrevente faz da sociedade em que est inserido mais precisamente s o as pr prias ideologias em jogo na intera o na tentativa de respeitar os valores e crit rios por elas impostos Assim o escrevente preocupa se tamb m em pensar nos interlocutores que poder o ler os seus textos e os ju zos de valores que podem emitir Do ponto de vista dos que escrevem os coment rios os interlocutores virtuais e superiores s o os mesmos dos escreventes por m o interlocutor real ser o dono do blog a quem o coment rio dirigido em primeira inst ncia 50 1 3 4 Outros componentes hipertextuais na intera o leitor autor nos blogs Al m do Post e do Coment rio os blogs s o compostos pelos elementos figura 10 C Perfil D barra de navega o local E indicador do n mero de visitas e F t tulo da p gina Todos esses elementos funcionam como blocos de informa o que podem funcionar como g neros independentes ou recorrentes Koch 2007 explica que no hipertexto esse o fen meno de Descentra o ou multicentramento a descentra o estaria ligada n o linearidade que a possibilidade de um deslocamento indefinido de t picos Contudo n o se trata de uma simples agrega o aleat ria de fragmentos textuais e sim de uma rede de possibilidades que ser o acionadas e relacionadas atrav s do trabalho do leitor dando a forma final ao texto atrav s de suas escolhas Isto no hipertexto
215. tros pela aparenca E no seu texto vc diz a mesma coisa q essas pessoas sofrem preconceito por qqr motivo 11 5 A aluna realiza a compreens o ativa do que foi exposto e produz sua resposta imediata em rela o ao coment rio lido na tentativa de defender seu texto Por m no momento da releitura e revis o ela passa a considerar as palavras do outro Pode se dizer com respaldo em Vygotsky 1988 que o interior do individuo est em constante reorganiza o pois a cada processo de internaliza o o interior se reorganiza Assim ao voltar a ler o seu texto depois de ter lido os coment rios produzidos o escrevente j se modificou Isto ao entrar em contato com as palavras do outro o sujeito j n o pode realizar a leitura como antes pois considerar a leitura que o seu interlocutor fez Assim o estudante voltou ao seu texto e come ou a produzir algumas altera es e foi solicitando a presen a da professora pesquisadora em v rios momentos Al Professora como eu posso dizer que n o ir com a cara do outro preconceito P2 Eu entendi o que voc est dizendo mas parece que a express o ir com a cara tem mais a ver com empatia do que com preconceito A3 Simpatia neh P4 Humm quando voc simpatiza com algu m a gente diz que houve empatia Mas no caso do preconceito voc acha que preconceito uma quest o de empatia AS N o sei depois do que o F escreveu eu fiquei em d vida Ele disse que n
216. u a opini o da escrevente que trata de um assunto pessoal e subjetivo em seu texto n o abrindo m o de sua individualidade como se espera de um depoimento pessoal Percebe se que a intera o entre os comentaristas a partir dos textos publicados postagens e coment rios incide sempre em uma resposta ativa e imediata que nem sempre a concord ncia o que positivo para que haja o debate e a reflex o sobre os assuntos abordados Outra quest o a salientar a referencia ao texto lido sobre pessoas obesas o texto Preconceito tamanho GG que retomado pela aluna apenas como uma refer ncia e n o como uma c pia Como prop e Geraldi 1993 as atividades se constitu ram sempre a partir do texto e do contato com o outro em um ciclo infind vel Ainda assim 3 dos escreventes n o modificaram em nada o seu texto Ao observar os tipos de coment rios produzidos para esses textos constatou se que para eles foram produzidos coment rios de elogio ou de concord ncia com o texto Assim os alunos acabaram n o sentindo necessidade de reorganizar os seus textos Pode se dizer que e Nos textos em que os coment rios tecem elogios apenas um aluno procurou reestruturar seu texto enquanto 3 n o fizeram nenhuma modifica o e Dos coment rios que apresentam opini o sobre o assunto abordado no texto os que geram maior discuss o e efeito s o os de contesta o e de amplia o Quando ocorre um desses tipos de coment rios os alunos
217. u sobre o assunto justamente pelo desencontro falta de percep o e de di logo com seu mundo interior sua consci ncia 103 seus pensamentos Nesse l cus que a media o do professor importante como interlocutor disposto a contribuir para a produ o e n o apenas avali la Depois de realizado o planejamento da escrita os alunos come aram a produ o dos textos no pr prio caderno que seria a primeira vers o do texto A op o por escrever no caderno para depois no blog facultada pela ess ncia ass ncrona das postagens que n o s o produzidas com a participa o simult nea dos interlocutores e que como exposto propiciam uma possibilidade de planejamento e de revis o A pesquisadora partiu da hip tese que entre a escrita no caderno e a publica o do texto no blog os alunos poderiam ler seus textos revis los e em seguida reescrev los se necess rio Por isso nessa fase a pesquisadora n o efetuou muitas interven es visando obter um texto que diagnosticasse as eventuais dificuldades de escrita Vale salientar que os estudantes ficaram incomodados com a id ia de escrever primeiro no caderno para depois digitar o texto evidenciando a falta de h bito de realizar atividades de revis o e de reescrita No dia 26 de maio os alunos foram levados at o laborat rio para que fizessem a postagem dos textos produzidos Pediu se para que eles lessem os seus textos e em seguida fizessem a postagem corrigindo poss veis
218. uanto outros n o conseguiram realizar esse percurso Utilizar os posts e coment rios como ferramenta de di logo e reflex o sobre os textos produzidos terceiro objetivo do trabalho desencadeou resultados satisfat rios e produtivos Primeiro porque permitiu que os escreventes entrassem em contato com seus interlocutores e percebessem como seus textos foram recebidos e compreendidos pelos leitores Essa atividade propiciou momentos de auto questionamento sobre a pr pria produ o de forma que os escreventes tiveram que considerar tanto o seu outro exterior aquele que leu seu texto quanto o seu outro interior ser o leitor do seu pr prio texto Em segundo lugar a inser o de coment rios ampliou o di logo instaurado nas postagens e criou novas situa es de intera o que n o foram somente relacionadas aprecia o dos textos mas acabaram funcionando como uma forma de debate e de identifica o entre os alunos Dos coment rios produzidos percebeu se que os que mais causam a es de modifica o do texto s o aqueles que apontam erros no texto e aqueles que contestam argumentos fazendo com que o escrevente volte ao seu texto questione seus pr prios argumentos e tente aprimor los ou substitu los abalando assim as certezas e verdades em que eles acreditam promovendo reflex o sobre os assuntos explorados O objetivo geral foi alcan ado medida que foram desenvolvidas etapas sucessivas de trabalho com a escrita em blogs
219. ue o blog pertence a uma mulher de 51 anos que estuda faz academia e gosta de escrever sobre assuntos diversos No blog existem v rios links para outros blogs e a postagem mais antiga do dia 25 de mar o de 2006 Nesse momento n o foram utilizadas terminologias para cada bloco que comp e o blog como post coment rios barra de navega o pois cada elemento seria oportunamente abordado nas pr ximas aulas No segundo encontro com os alunos o objetivo de explorar a arquitetura hipertextual do blog focando a fragmentaridade a alinearidade e a possibilidade de tra ar diversos caminhos de leitura fez nos retomar 02 neur nio e as discuss es feitas anteriormente Pediu se aos alunos que registrassem no caderno as observa es que seriam feitas Novamente recorreu se s perguntas orais para que os alunos fossem guiando seus olhares para o foco pretendido Perguntou se aos alunos aonde eles haviam encontrado as informa es sobre o dono do blog de modo que todos responderam que haviam encontrado no PERFIL A foi realizada uma pequena discuss o sobre o que um perfil P1 O que um perfil gente sil ncio A2 Um perfil onde a gente p e as informa es da gente P3 Como Um exemplo A4 Orkut no orkut tem o perfil da pessoa P5 Certo Quem tem orkut pode me dizer o que escreve no seu perfil A6 No meu tem uma m sica P7 Vejam ent o nem todo perfil tem as informa es diretas sobre as pessoas ce
220. ue a l ngua constitu da atrav s de um processo coletivo e hist rico presente num contexto social por meio de experi ncias que se multiplicam de maneira cont nua e duradoura assegurando intrinsecamente uma margem de flexibilidade e indetermina o GARCEZ 1998 p 47 48 Por isso fundamental que os diversos contratos sociais a situa o o contexto a rela o entre interlocutores leis convencionais e sistema de refer ncia sejam associados para constituir um determinado enunciado pois a l ngua vive e evolui historicamente na comunica o verbal concreta n o no sistema lingu stico abstrato das formas da l ngua nem no psiquismo individual dos falantes BAKHTIN VOLOCHINOV 1995 p 124 Isso significa 27 que o di logo s se constitui devido ao fato de pertencer a um universo coletivo social repleto de valores discursivos de v rios n veis Depreende se dos postulados de Bakhtin Volochinov 1995 que toda intera o verbal pressup e um interlocutor O diferencial dos blogs em rela o grande maioria das modalidades de intera o que eles evidenciam nitidamente a presen a do interlocutor no di logo medida que s o estruturados para historiar e valorizar a troca entre os seus usu rios Como j discutido na raiz da cria o do blog est o desejo de ser aceito ouvido e quem sabe respondido pelo outro que l o outro ponto de partida Mas ao contr rio de outras produ
221. uma comunica o verbal espont nea e os secund rios sustentam uma comunica o mais complexa e escrita Todavia isto n o quer dizer que a fala seja a modalidade privilegiada dos primeiros Na perspectiva bakhtiniana o que determina o r tulo prim rio ou secund rio n o a modalidade da l ngua usada mas a esfera a que se vincula o g nero Desta forma uma comunica o em um congresso cient fico por 30 exemplo ainda que se apresente oralmente ser um g nero secund rio haja vista estar relacionada a uma esfera complexa de comunica o que a cient fica Tanto os g neros prim rios quanto os secund rios t m caracter sticas certas definidas por Bakhtin 2003 Para o autor a finalidade isto o querer dizer do locutor op cit p 281 que determina como o enunciado ser organizado e atrav s de qual g nero Assim o intuito elemento subjetivo entra em combina o com o objeto do sentido objetivo para formar uma unidade indissol vel denominada enunciado Logo a partir da jun o do subjetivismo do indiv duo com o objetivo geral da escrita forma se o enunciado concreto unidade indissol vel que materializado atrav s de um g nero discursivo Os g neros discursivos possuem tr s elementos constitutivos indissol veis ligados para formar o enunciado concreto o conte do tem tico o estilo a constru o composicional est o indissociavelmente ligados no todo do enunciado e s o igualm
222. unto no primeiro texto quando cita Luan Santana e no segundo quando constata que o preconceito musical muito comum e Do claro posicionamento frente ao texto eu concordo com o texto se n o gosta respeita e Adorei o texto trata bem sobre isso primeiro e segundo coment rio respectivamente e Da utiliza o frequente da primeira pessoa do singular em ambos os textos Contudo nos coment rios escritos na folha do primeiro grupo nenhum dos elementos discutidos oralmente foi citado sendo que 10 alunos apenas ratificaram as palavras do texto M Tamb m acho que preconceito no mundo da m sica horr vel pois cada um tem seu gosto e ouve o que quer ningu m obrigado a escutar o que n o gosta 85 No primeiro coment rio a ratifica o marcada pela introdu o do adv rbio tamb m acompanhado do verbo acho na primeira pessoa do singular do presente do indicativo acompanhada da express o preconceito no mundo da m sica uma coisa horr vel similarmente ao texto no qual a autora diz que preconceito uma coisa t o chata t o feia O adjetivo horr vel reitera a ideia apresentada no texto de que o preconceito algo negativo itensificando a Na segunda frase a aluna justifica sua afirma o ao utilizar a conjun o explicativa pois dizendo que ningu m obrigado a escutar o que n o gosta reiterando as palavras do texto cada um sabe do que gosta Observa se nesse
223. urmas de 2 e 3 e terceiro ano que poderiam apresentar resist ncia conforme as recomenda es da equipe pedag gica do col gio Embora esse n o fosse um motivo determinante na escolha da turma ele foi complementado por um segundo fator Dentre os professores de L ngua Portuguesa dispostos a participarem da pesquisa e cederem suas aulas apenas uma se prontificou A professora em quest o ministrava todas as aulas de portugu s nas turmas de 1 ano e ofereceu se a colaborar indicando a turma que possu a o maior n mero de aulas geminadas descrevendo a e se propondo a colaborar no que fosse necess rio Priorizou se uma turma que tivesse o maior n mero de aulas de l ngua portuguesa aglutinadas por dia para melhor aproveitar o tempo pois somando o tempo gasto para o professor fazer a chamada e a turma se deslocar at o laborat rio e ligar os computadores seriam perdidos quinze minutos de uma aula de 50 minutos Outro fator importante o modo de organiza o da grade curricular do col gio na qual as disciplinas est o organizadas de forma semestral Assim as turmas estudam as disciplinas alternadamente As 4 turmas do primeiro ano por exemplo s o divididas em blocos duas delas t m aula de l ngua portuguesa e de outras mat rias durante o primeiro semestre enquanto as outras duas n o t m No semestre seguinte os pap is se invertem mudando se as disciplinas a serem trabalhadas A escolha do local da investiga o surgiu
224. ursivo Bakhtin 2003 utilizada t o somente para compreender o funcionamento dos blogs e n o para caracteriz los a partir desse conceito exclusivamente No trabalho de Bakhtin 2003 a plasticidade dos g neros prevista e sendo o blog um novo tipo de textualiza o necess rio recorrer a outras e atuais fontes de refer ncia que deem suporte para sua caracteriza o Na vis o de Marcuschi 2001 2002 e 2004 um dos estudiosos que t m se empenhado em discutir sobre as novas formas de textualiza o propiciadas pela internet ao permitir que diferentes textos compartilhem o mesmo espa o simultaneamente e com m ltiplas semioses a internet desencadeou a re forma o de g neros j existentes por m com caracter sticas pr prias do meio em que est o inseridos Segundo Marcuschi 2004 a m dia digital permitiu o aparecimento do que o autor denomina de g neros emergentes aqueles que trabalham com o discurso eletr nico MARCUSCHI 2004 p 60 O autor considera os weblogs blogs um desses g neros textuais emergentes porque t m uma hist ria pr pria uma fun o espec fica e uma estrutura que os caracteriza como um g nero embora extremamente variados nas pe as textuais que albergam ibidem p 60 Marcuschi desenvolve reflex es pertinentes acerca da rela o entre g nero e hipertexto explicando que o hipertexto se caracteriza pois como um processo de escritura leitura eletr nica multilineariza
225. us interlocutores Por outro a tentativa de ser aceito em um grupo no caso na blogosfera evidencia a necessidade dos indiv duos em encontrarem um ponto de refer ncia que os identifique a partir dos seus pares estudantes jornalistas escreventes cronistas Al m disso a constru o do blog desde sua configura o de cor imagem at os textos que s o escritos ou escolhidos para publica o s o ind cios da s identidade s que se procura m construir j que as identidades s o sempre processos de constru o como postula Bauman 2005 No blog os escreventes desfrutam de uma liberdade de escolhas afastando se de institui es sociais que de certa forma aprisionam essa liberdade Assim muitos blogs n o possuem a identifica o do nome origem ou idade de seu autor pois o que est em quest o a intera o com os outros atrav s de ideias ideologias afinidades Por isso em certos casos os nicknames ou pseud nimos possuem maior valor do que o nome pr prio Um exemplo ilustrativo disso apresentado na pesquisa de Carioli e Gauer 2009 que explicam os aspectos sociais e psicol gicos que entram em jogo na constru o de blogs de adolescentes Os autores compreendem que O blog adolescente pode ser pensado como uma escrita autobiogr fica contempor nea uma forma de escrever a si mesmo O adolescente nesta atividade pode se reconstruir a partir das quest es subjetivas que o afligiram e o colocaram a escrever
226. ux lio do data show a professora foi mostrando para os alunos todas as etapas para a cria o do blog dialogando com eles para decidir cada escolha Para a cria o do blog foi necess rio fornecer um endere o de email o qual a pesquisadora havia criado especialmente para esse fim Durante esse processo houve muitas diverg ncias entre as 100 escolhas desde a escolha das cores da fonte a ser usada at o formato da p gina sendo que sempre eram resolvidas atrav s de vota o Quanto apar ncia do blog o template a ser usado os alunos n o entravam em consenso de forma que a professora colocou um plano de fundo provis rio e pediu para que quem tivesse disponibilidade pesquisasse outros modelos para mostrar para a turma Inicialmente a configura o do blog tinha a seguinte apar ncia I Ponto de Partida Mozilla Firefox dequiro Edta Ext fNist rico Favoritos Ferramentas Ajude X a E irtpilipertodeparkda blcgspet comfomarch updated max 2010 05 LITO6N AZ SADO O7 Ps 3AOOBema res R L Mas vistados Primeiros passos kimas not cias HotMal ratuko Personalizar inks Windows Media Windows E indos Live Hotmail O orkut ido Ponto de Partida B PONTO DE PARTIDA preconcesto na escola rico ou pobre escola onde eu passo O maior tipo de pn everiam de usar uniforme pois tem uns que vem sem 2 ficam falando mal da rou a omo falai anteriormente na escola vejo O que mais se
227. veis de serem executadas diversas vezes Tendo em vista esse pressuposto compreende se que em rela o s postagens produzidas os 114 alunos cumpriram as duas primeiras etapas planejamento e execu o Dada a rela o ass ncrona entre os interlocutores das postagens os escreventes alunos e os interlocutores o blog uma das poucas ferramentas de intera o da internet que proporciona a re edi o do texto produzido e que portanto pode ser relido revisado e reescrito Assim essa etapa da atividade aqui proposta tem como objetivo contemplar as fases de releitura e revis o do texto facultada pela maleabilidade de edi o das postagens Ao planejar as atividades de releitura e revis o consideraram se os princ pios bakhtinianos sobre a import ncia da participa o dos interlocutores na produ o de um dado enunciado Em primeiro lugar situa se que a escrita das postagens apresentadas no item 3 2 4 foram produzidas para interlocutores previamente marcados a interlocutor real os participantes do blog alunos b interlocutor virtual os leitores que fazem parte do universo social dos alunos tais como alunos das outras salas professores familiares c interlocutor superior os internautas em geral que podem vir a ler o texto e desloc lo para outros contextos Muito embora esses interlocutores estivessem marcados para os alunos o principal interlocutor que o pr prio autor do texto o outro de si mesmo n o foi a
228. vir como ferramentas de apoio aos professores e estudantes assim a utiliza o dos mesmos depende exclusivamente do professor que pode promover ou n o o uso deles em suas aulas ou projetos Para dar suporte s atividades docentes existe o setor Apoio ao uso das tecnologias que faz parte do Portal Dia a dia 3 Segundo o site linux org LINUX um software brasileiro que permite o funcionamento de todos os programas dentro de um computador que o tem como sistema operaciona Foi criado em 1991 por Linus Torvalds Atualmente esse um sistema est vel e gratuito 59 Educa o e que al m de promover cursos de aperfei oamento tamb m faz atendimento in loco e disponibiliza materiais e documentos para consulta online Vale ressaltar que o programa Paran digital est em processo permanente de aprimoramento abrangendo cada vez mais col gios Na situa o de visita ao N cleo Regional de Educa o mais duas escolas estavam sendo inclu das no Programa Apesar do aumento no n mero de col gios equipados com laborat rios ou que tiveram os laborat rios ampliados os dados divulgados pelo Programa Paran Digital mostram que n o houve aumento no tempo das horas de uso dos computadores Muito pelo contr rio em Guarapuava o n mero decaiu como poss vel aferir dos gr ficos abaixo Uso por Regional 02 02 2008 at 19 12 2008 1 200 000 1 100 000 1 000 000 900 000 2 800 000 w 700 000 q w 600 00
229. xuais visando a ado o d crian as mais sera q essas crian as teram estrutura psicologica para conviverem com pais do msm sexo Internet far amp 100 Figura 30 Di logo entre comentaristas Blog Ponto de Partida Em seguida do primeiro coment rio outra aluna apresenta a sua opini o sobre o assunto expresso no texto lido revelando uma parte de sua identidade no que se refere religi o Depreende se do coment rio em que ela afirma que Deus criou o homem e a mulher para que perpetuem que a aluna n o ap ia relacionamentos homossexuais a aluna amplia a discuss o medida que traz para o debate um novo ponto de vista e ainda faz um questionamento ser que essas crian as ter o estrutura psicol gica para conviverem com pais do mesmo sexo Tal questionamento obt m em seguida a seguinte resposta 123 Blogger Ponto de Partida Postar um coment r T m B blogger com 3 thais disse Sinseramente prefiro ver crian as sendo criadas por pais homossexuais e tendo uma vida estavel do q e em orfanatos ou pelas ruas j q mtos pais heteros abandonam seus filhos A igreja deve visar o bem de tds e se pra alguns ficar com pessoas do msm sexo faz bem ent o vamo respeita Figura 31 Continua o do Di logo entre comentaristas Blog Ponto de Partida Coletado em 06 06 2010 A aluna que produziu o primeiro coment rio responde logo em seguida ao questionamento feito manten
230. z e Terra 2002 CHARTIER R A Aventura do livro do leitor ao navegador Trad Reginaldo de Moraes S o Paulo Editora UNESP Imprensa Oficial do Estado 1999 CAIADO R V R A ortografia no g nero weblog entre a escrita digital e a escrita escolar In Ara jo J C Org Internet e Ensino novos g neros outros desafios Rio de Janeiro Lucerna 2007 p 35 47 DELL ISOLA R L P A intera o sujeito linguagem em leitura In MAGALH ES org As m ltiplas faces da linguagem Bras lia UNB 1996 p 69 75 FIAD R S SABINSON M L T A escrita como trabalho In MARTINS M H org Quest es de linguagem 7 ed S o Paulo Contexto 2004 142 ERICKSON F M todos cualitativos de investigaci n sobre la ense anza In WITTROCK M C org la investigaci n de la ense anza Il M todos cualitativos y de observaci n Buenos Aires Paid s 1998 p 194 301 GARCEZ L H C escrita e o outro os modos de participa o na constru o do texto Bras lia UNB 1998 GERALDI J W Portos de passagem S o Paulo Martins Fontes 1993 O texto na sala de aula Cascavel Assoeste 1986 GUTIERREZ S S Mapeando os caminhos de autoria e autonomia a inser o de tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de educadores que cooperam em comunidades de pesquisadores Disserta o de Mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul 2004 HALL S A identidade cultural na p s

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